Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra

Transcription

Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultra
1
Universidade Estadual do Ceará
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Faculdade de Veterinária
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Annira Aquino Cortez
Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas
por ultra-sonografia
Fortaleza, Ceará
Dezembro de 2003
2
Universidade Estadual do Ceará
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Faculdade de Veterinária
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Annira Aquino Cortez
Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas
por ultra-sonografia
Dissertação
apresentada
ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciências Veterinárias da Faculdade
de Veterinária da Universidade
Estadual do Ceará, como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Ciências Veterinárias.
Área de concentração: Reprodução
e Sanidade Animal.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Toniolli
Fortaleza, Ceará
Dezembro de 2003
3
Universidade Estadual do Ceará
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Faculdade de Veterinária
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Título do Trabalho: Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por ultrasonografia
Autor (a): Annira Aquino Cortez
Aprovada em 09 / 12 / 2003
Banca Examinadora:
______________________________
Prof. Dr. Ricardo Toniolli
Orientador
______________________________
Profa. Dra. Lúcia Daniel M. da Silva
Co-orientadora / Examinadora
____________________________
Dra Edna Kotsias Bandeira
Co-orientadora/ Examinadora
______________________________
Prof. Dr. José Nailton Bezerra Evangelista
Examinador
4
Cortez, Annira Aquino
Acompanhamento reprodutivo em fêmeas suínas por
ultra-sonografia/ Dissertação do Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias. Fortaleza: UECE,
2003.
65 p: il.;
29,7 cm
Dissertação Mestrado UECE. FAVET.
1. Suíno - Ultra-sonografia, gestação, lactação. I.
Acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por
ultra-sonografia.
CDD: 636.08926
5
“O que somos é o presente da vida para nós;
O que nos tornamos é o nosso presente para a vida.”
Caetano Veloso
6
A Deus, aos meus pais, irmãos, namorado e amigos.
Dedico.
7
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me dar saúde e força para caminhar todos os dias da minha vida
em prol dos animais, e capacidade e empenho para proporcioná-los bem-estar e
saúde.
Aos meus pais, José Jackson Chagas Cortez e Deusanira Aquino Cortez, por
sempre se esforçarem para que eu pudesse realizar o curso de pós-graduação, e
por me apoiarem em todas as fases da minha vida.
À minha irmã Annice Aquino Cortez e amiga Michelle Costa e Silva, pela
colaboração e apoio na realização deste experimento, no qual, sem elas, não
poderia ter sido realizado.
Ao meu namorado, Eudson Almeida dos Santos, pelo apoio, colaboração,
paciência e dedicação durante todo o experimento.
Aos funcionários da granja Regina Agroindustrial S/A, em especial ao Sr.
Carlos Augusto Batista Braga, Srta. Elizete Vieira de Sousa e Sr. Raimundo Nonato
Alves Marques, que me forneceram todas as condições possíveis e impossíveis para
realização do experimento.
A Nutricell, representante da Pie-Medical Equipment B. V. no Brasil, pelo
fornecimento do aparelho de ultra-sonografia modo-B, utilizado neste trabalho.
À Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (FUNCAP), pelo apoio financeiro
com o fornecimento da bolsa de pesquisa.
À equipe do Laboratório de Reprodução Suína e Tecnologia do Sêmen, em
especial ao meu orientador, prof. Dr. Ricardo Toniolli, aos alunos de Medicina
Veterinária, Daniel Queiroz Barros, Fernanda Ribeiro Remédios, Mayrá Lobato
8
Pequeno, Camila Oliveira de Vasconcelos e Silvia Vale, e à técnica laboratorial Sra.
Maria Rocilda de Oliveira pela colaboração e apoio durante o curso de pósgraduação.
Às minhas co-orientadoras, Profa. Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva e Dra.
Edna Kotsias Bandeira e ao Prof. Dr. José Nailton Bezerra Evangelista, pela
disponibilidade e sugestões para o engrandecimento do trabalho.
Aos meus colegas e amigos da turma de pós-graduação 2002.1, em especial
Aníbal Ballarotti Nascimento e Kenio Patrício Lima de Oliveira, pelos bons e maus
momentos vividos durante o curso.
A todos que me auxiliaram, de alguma forma, na realização deste trabalho e
durante o curso de pós-graduação.
Aos animais, que sem a sua existência, a Medicina Veterinária não teria
sentido algum.
9
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo determinar o melhor método ultrasonográfico para o diagnóstico precoce de gestação e acompanhar a involução
uterina por ultra-sonografia modo-B, observando sua interação com o desmame.
Fêmeas suínas (n=63) foram submetidas ao eco-ultrassom (Eco), Doppler (Dpp) e
ultra-sonografia modo-B (US-sonda 3,5 MHz) nos períodos gestacionais: P1 (1420d), P2 (21-27d), P3 (28-34d) e P4 (35-41d). A acuidade (Ac-%), sensibilidade (Se%) e especificidade (Sp-%) dos métodos foram comparadas pelo Qui-Quadrado
(p<0,05). A altura uterina (AU) foi mensurada por US (sonda 3,5MHz) em 78 fêmeas
suínas, do parto ao desmame, a cada 3-4 dias, e 4 dias após o desmame. As
fêmeas foram divididas em duas (G2, n= 26), três (G3, n=26) e quatro (G4, n= 26)
semanas de lactação. O estro foi detectado a cada 12 h, sendo determinados o
intervalo desmame-estro (IDE) e o intervalo parto-estro (IPE). Os parâmetros foram
comparados por ANOVA e teste t de Student pareado (p<0,05). A Ac da US foi
superior ao Eco em P1 e P2 e ao Dpp em P2 e P3. A Se do Eco foi inferior ao Dpp
em P1 e P2 e à US em todos o períodos. A Se do Dpp foi inferior a US em P1. A Sp
do Dpp foi inferior ao Eco em todos os períodos e à US no P2, P3 e P4. O Eco foi
mais específico que a US em P1 e P4. Após o parto, a AU diminuiu no 7º, 11º e no
18º dias, mantendo-se semelhante até o 25º dia de lactação. Três dias antes do
desmame, a AU de G2 foi superior a G3. No desmame, os grupos não diferiram
significativamente. Entre o pré-desmame e o desmame, apenas G2 apresentou uma
redução significativa. No pós-desmame, a AU de G2 e G3 foram semelhantes e
superiores a G4. O IDE de G4 foi superior a G2 e G3, que não diferiram entre si. O
IPE de G2, G3 e G4 foram diferentes, sendo G4 superior aos demais. A US é o
método mais precoce para o diagnóstico de gestação aos 21 dias e é eficiente no
acompanhamento da involução uterina. O desmame após duas semanas de
lactação, de acordo com os parâmetros reprodutivos estudados, pode ser realizado
nas granjas suinícolas. Entretanto, o desmame após três semanas de lactação é
economicamente mais viável.
10
ABSTRACT
This work had as objective determines the best ultrasonographic method for the
early pregnancy diagnosis and to accompany the uterine involution for B-mode
ultrasound, observing their interaction with the weans. Sows (n=63) were submitted
to Ultrasonic Pulse-Echo System (Echo), Doppler (Dpp) and B-Mode Ultrasound (USprobe 3,5 MHz) in the pregnancy periods: P1 (14-20 days), P2 (21-27 days); P3 (2834 days) and P4 (35-41dias). The acuity (Ac-%), sensibility (Se-%) and specificity
(Sp-%) of the methods they were compared by the Qui-square (p <0,05). The uterine
height (AU) was measured for US (probe 3,5MHz) in 78 sows, of the pigbirth to the it
weans, every 3-4 days, and 4 days after the wean. The females were divided in two
(G2, n = 26), three (G3, n=26) and four (G4, n = 26) weeks of nursing. The oestrus
was detected each 12 h, being certain the interval wean-oestrus (IDE) and the
interval of the pigbirth-oestrus (IPE). The parameters were compared by ANOVA and
pair test t of Student (p <0,05). The Ac of US was greater than Echo in P1 and P2
and Dpp in P2 and P3. The Se of the Echo was smaller than Dpp in P1 and P2 and
to US in all the periods. The Se of Dpp was smaller than US in P1. The Sp of Dpp
was smaller than Echo in all the periods and US in P2, P3 and P4. The Echo was
more specific than US in P1 and P4. After the pigbirth, the AU decreased in the 7th,
11th and in the 18th days, staying similar until the 25th day of nursing. Three days
before at the wean, AU of G2 was superior G3. In the wean, the groups didn't differ
significantly. Among it previous-wean and the wean, G2 just presented a significant
reduction. In later-wean, AU of G2 and G3 were similar and superiors G4. The IDE of
G4 it was superior G2 and G3, that didn't differ to each other. IPE of G2, G3 and G4
were different, being G4 superior to the others. US is the most precocious method for
the pregnancy diagnosis to the 21 days, and is efficient for the accompaniment of the
uterine involution. The wean after two weeks of nursing, in agreement with the
studied reproductive parameters, it can be accomplished in the swine farms.
However, the wean after three weeks of nursing it is more economic viable.
11
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
INTRODUÇÃO.............................................................................................
01
REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................
03
1. Ciclo reprodutivo e gestação da fêmea suína.........................................
03
2. Diagnóstico de Gestação.........................................................................
03
2.1. Palpação retal..............................................................................
04
2.2. Dosagens hormonais...................................................................
05
2.3. Biópsia vaginal.............................................................................
06
2.4. Métodos ultra-sonográficos.........................................................
07
2.4.1. Eco-ultrassom...........................................................................
07
2.4.2. Doppler.....................................................................................
08
2.4.3. Ultra-sonografia modo-B em tempo real...................................
09
3. A gestação e o parto................................................................................
10
4. O puerpério e a lactação.........................................................................
11
5. Desmame................................................................................................
12
6. Intervalo desmame-estro (IDE)................................................................
14
6.1. A influência da duração do período de lactação...........................
15
6.2. A influência da ordem de parto.....................................................
17
6.3. A influência da ingestão de energia..............................................
18
6.4. A influência da estação do ano.....................................................
20
7. A involução uterina..................................................................................
20
JUSTIFICATIVA...........................................................................................
24
OBJETIVOS.................................................................................................
25
Objetivo geral........................................................................................
25
Objetivos específicos............................................................................
25
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................
26
Experimento 1: Diagnóstico ultra-sonográfico de gestação.................
26
Experimento 2: acompanhamento da involução uterina por ultrasonografia modo-B.....................................................................................
30
12
Experimento 3: Efeito de diferentes períodos de desmame sobre a
involução uterina..........................................................................................
33
RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................
37
CONCLUSÕES GERAIS.............................................................................
53
PERSPECTIVAS.........................................................................................
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................
55
ANEXOS......................................................................................................
63
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
°C
-Graus Celsius
AU
-Altura uterina
cAMP
-Adenil Monofosfato cíclico
d
-Dia
Dpp
-Doppler
Eco
-Eco-ultrassom
FSH
-Hormônio folículo estimulante
G2
-Período de duas semanas de lactação
G3
-Período de três semanas de lactação
G4
-Período de quatro semanas de lactação
GnRH
-Hormônio liberador de gonadotrofina
IDE
-Intervalo desmame-estro
IPE
-Intervalo do parto ao estro
Kg
-Quilogramas
LH
-Hormônio luteinizante
m
-Metros
MHz
-Megahertz
mL
-Mililitros
mm
-Milímetros
ng
-Nanogramas
P1
-Período de 14-20 dias de gestação
P2
-Período de 21-27 dias de gestação
P3
-Período de 28-34 dias de gestação
P4
-Período de 35-41 dias de gestação
PGF2α
-Prostaglandina F2α
PPD
Período do parto ao desmame
r
-Correlação estatística
R$
-Reais
seg
-segundos
14
US
-Ultra-sonografia modo-B
15
INTRODUÇÃO
A criação tecnificada de suínos tem evoluído nos últimos tempos a fim de suprir
a demanda crescente do mercado de consumo de carne suína. Com isso, os
parâmetros produtivos e reprodutivos vêm sendo largamente estudados e
melhorados com a finalidade de maximizar a produtividade das granjas suinícolas
com uma diminuição nos custos de produção (WALKER, 1972).
Para o aumento da produtividade das fêmeas suínas, têm-se buscado medidas
de controle de manejo alimentar e sanitário e, principalmente, medidas que possam
promover a maximização da performance reprodutiva das fêmeas no rebanho suíno
(ALMEIDA, 2003).
O número de dias não produtivos por fêmea é um dos fatores capazes de
predizer uma possível baixa produtividade das granjas, calculada por um reduzido
número de leitões desmamados por fêmea coberta por ano (DIAL et al., 1992 apud
KOKETSU et al., 1997b). Fêmeas suínas que são diagnosticadas como não-prenhes
afetam negativamente as criações suinícolas pelo aumento do número de dias não
produtivos na criação (KOKETSU et al., 1997b). Sob o ponto de vista econômico,
estas fêmeas estão ingerindo ração, ocupando espaço produtivo na granja,
utilizando mão-de-obra e produtos veterinários, sem oferecer retorno produtivo
(SOUSA, 2002)
Assim, a falha no diagnóstico precoce de fêmeas não-prenhes é um dos
maiores fatores que influenciam a média de leitões desmamados por fêmea por ano
em granjas comerciais, pois o intervalo entre a cobertura e o diagnóstico negativo de
prenhez aumenta o intervalo entre dois serviços reprodutivos. Desta forma, a
determinação precoce da gestação através da não-detecção do estro e por outros
métodos mecânicos, como a ultra-sonografia, pode reduzir o número de dias não
produtivos da criação (ALMOND & DIAL, 1986).
16
O número de leitões produzidos durante as parições de uma fêmea no decorrer
de todo um ano (número de leitões produzidos/fêmea/ano) também é inversamente
proporcional ao intervalo do parto à concepção que esta fêmea apresenta em cada
uma destas parições. Este intervalo é composto por dois períodos de tempo
distintos: o período de lactação e o intervalo desmame-estro (IDE). Apesar do
período de lactação ser baseado primariamente no manejo, o IDE é largamente
influenciado por fatores biológicos (DEWEY et al., 1994).
Como o período de lactação é uma variável que está sob o controle do
produtor, uma redução proposital deste período pode ser benéfica para a produção,
gerando um aumento na eficiência reprodutiva das fêmeas por aumentar o número
de leitegadas por fêmea por ano (KOKETSU e DIAL, 1997b).
No entanto, existem algumas barreiras fisiológicas temporárias que limitam a
redução do período de lactação, como por exemplo, a involução uterina, definida
como o período pós-parto no qual a concepção não é possível, pois o útero se
encontra em processo de regeneração para que possa se preparar para uma
próxima gestação (GEISSINGER et al., 1980; KIRACOFE, 1980). Assim, é de suma
importância a utilização de técnicas não invasivas como o uso da ultra-sonografia
modo-B, para o auxílio no estudo da involução uterina, predizendo quando o útero já
se encontra preparado para uma nova gestação e, conseqüentemente, possibilitar a
definição do melhor momento para o desmame (GEISSINGER et al., 1980;
MARTINAT-BOTTÉ et al., 1998).
Desta
forma,
uma
técnica
de
diagnóstico
precoce
de
gestação,
o
acompanhamento da involução uterina e sua interação com o desmame precoce
podem ser bastante importantes para maximizar a performance reprodutiva das
fêmeas e gerar redução de custos e retorno econômico para as granjas suinícolas
(O’REILLY, 1976; KOKETSU e DIAL, 1997b; VIANA et al., 2001).
17
REVISÃO DE LITERATURA
1. Ciclo reprodutivo e gestação da fêmea suína
O período do ciclo estral da fêmea suína é em torno de 21 dias (18-24 dias),
podendo a duração do estro variar de 6-36 horas nas marrãs e de 6-72 horas nas
fêmeas adultas. A idade ideal para a cobertura fica em torno de 210 a 240 dias,
quando a fêmea atinge cerca de 120 kg, correspondente ao segundo ou terceiro
estro, sendo realizadas duas inseminações artificiais, após 24 e 36 horas do início
do estro. A duração da gestação na fêmea suína é em torno de 112 a 115 dias
(BERTHELSEN, 1973; ALMEIDA, 2003).
As fêmeas que não retornam ao estro após a cobertura são tradicionalmente
consideradas prenhes (BERTHELSEN, 1973). O custo de uma fêmea não-prenhe
pode acarretar prejuízos econômicos em sistemas de produção suinícola intensivo,
pois esta aumentará os dias não produtivos de uma granja e tal fato implica em um
aumento do custo do leitão terminado. Logo, as fêmeas não-prenhes devem ser
detectadas o mais cedo possível após a cobertura, sendo tratadas ou descartadas.
Assim, a procura por métodos mais seguros, precisos e precoces para o diagnóstico
de gestação tem aumentado na suinocultura, sendo importantes na redução de
custos, gerando o retorno à viabilidade econômica com o diagnóstico de problemas
de fertilidade (WALKER, 1972; O’REILLY, 1976; VIANA et al., 2001).
02. Diagnóstico de Gestação
As principais circunstâncias para a aplicação do diagnóstico de gestação são
na detecção precoce de falha de concepção, na previsão da produção e descoberta
precoce da infertilidade do varrão ou de erros no manejo da cobertura
(CAVALCANTI et al., 1983).
A detecção precoce de falha de concepção determina o destino das fêmeas
não prenhes, que podem ser agrupadas, descartadas ou tratadas. Tal procedimento
18
torna possível compensar mais eficientemente o capital empregado em mão-de-obra
e alimentação destas fêmeas (WALKER, 1972).
A previsão de produção, com a obtenção de dados sobre o tamanho de
leitegada, a percentagem de leitões desmamados, a acurácia do teste de gestação e
as proporções entre os sexos, pode predizer mais precisamente, a longo prazo, a
viabilidade do estoque de alimento, a quantidade de leitões desmamados ou de
marrãs em reprodução (WALKER, 1972).
Um método de diagnóstico de gestação deve ser preciso, barato, rápido e fácil
de ser realizado, podendo ser aplicado precocemente na gestação com altos níveis
de especificidade e sensibilidade (WALKER, 1972; VIANA et al., 2001).
Os métodos mais utilizados para o diagnóstico precoce da gestação são: a
palpação retal, dosagens hormonais, biópsia vaginal e o diagnóstico ultrasonográfico. Alguns métodos visuais, não específicos, incluem a ausência do cio,
desenvolvimento de glândula mamária e aumento do volume abdominal (WALKER,
1972; CAVALCANTI et al., 1983; TONIOLLI et al., 1989).
2.1. Palpação Retal
A palpação retal para o diagnóstico de gestação em fêmeas suínas é um
método simples, econômico e altamente preciso. Esta técnica não requer
equipamento especializado, permite resultados imediatos, sendo bem tolerada pelas
fêmeas e permite ao examinador o diagnóstico de anormalidades no trato genital.
Esta técnica é relativamente fácil de ser aplicada, podendo ser usada na rotina para
o diagnóstico de gestação a partir do 30º dia após a cobertura (BALKE & ELMORE,
1982).
Suas vantagens são o diagnóstico imediato e um baixo custo, entretanto, a
fêmea suína não apresenta uma anatomia ideal para tal avaliação, existindo um
risco de prolapso retal, além do que, nem todas as marrãs apresentam tamanho
suficiente para serem palpadas por qualquer examinador, o qual, além de possuir
19
habilidade, deve ter, preferencialmente, uma mão pequena para realizar a palpação
retal em marrãs (WALKER, 1972).
A gestação é determinada pela palpação da artéria ilíaca externa, da artéria
uterina média, do cérvix e do corpo uterino caudal. As artérias uterina e ilíaca
externa são comparadas pelo tamanho, tônus e presença de frêmito, onde a fêmea
é considerada prenhe quando a artéria uterina apresenta frêmito ou se o seu
diâmetro for igual ou superior ao da artéria ilíaca externa (WALKER, 1972; SILVA et
al., 2001). O cérvix e corpo uterino caudal são avaliados pela consistência e tônus
aumentado (BALKE & ELMORE, 1982).
WALKER, em 1972, relatou que este método era mais seguro no fim da
gestação, pois sua eficácia no início da mesma não estava bem definida naquela
época. No entanto, aproximadamente 10 anos depois, CAVALCANTI et al. (1983)
observaram que o método de palpação retal apresentou uma acuidade de 78% após
o 25º dia de gestação, mas somente atingiu níveis desejáveis, com acuidade de 91%
a partir do 29º dia após a cobertura. Já em 2001, em experimento realizado por
SILVA et al. (2001), a palpação retal apresentou 95,6% de acerto aos 21-25 dias de
gestação. Desta forma, com o passar dos anos, o sucesso deste método pôde ser
obtido em um período gestacional cada vez mais precoce.
2.2. Dosagens Hormonais
As dosagens são usadas como diagnóstico de gestação devido às mudanças
nos níveis hormonais que ocorrem durante a gestação. Quimicamente, foi observada
uma diferença marcante entre os níveis de estrógeno urinário entre as fêmeas não–
prenhes e período gestacional de 24-32 dias (WALKER, 1972). STEFANAKIS et al.
(2000), avaliando os níveis de sulfato de estrona na urina, obtiveram 90,7% de
acurácia no diagnóstico de gestação aos 16-30 dias após a cobertura.
Quanto aos níveis de progesterona, suas concentrações são maiores na
gestação precoce. CHADIO et al. (2002) obtiveram uma acurácia de 98,8% ao
utilizarem dosagens de progesterona para o diagnóstico de gestação entre 17 e 22
dias após a inseminação artificial.
20
Assim, as amostras tanto de estrógeno, quanto de progesterona podem ser
usadas para indicar a gestação. Contudo, tais testes são usados mais
experimentalmente que na rotina prática, pois têm como desvantagens o tempo
requerido para a avaliação, a necessidade de coleta de urina ou sangue e o alto
custo (WALKER, 1972).
2.3. Biópsia Vaginal
A biópsia vaginal torna possível o diagnóstico de gestação por observar
alterações histológicas no epitélio vaginal da fêmea suína (TONIOLLI et al., 1989).
As amostras do epitélio vaginal são coletadas utilizando-se um instrumento de
biópsia que é completamente inserido na vagina anterior e o tecido coletado é
levado ao laboratório conservado em formalina a 10% sendo processado, corado e
avaliado pela microscopia óptica. As principais características analisadas são o
número de fileiras celulares, presença de criptas e infiltrado leucocitário,
características da membrana basal e presença de mitoses celulares. As fêmeas
gestantes apresentam as seguintes características: epitélio baixo com duas a três
camadas de células, ausência de criptas e infiltrado leucocitário, núcleos bem
corados, regulares e ausência de mitoses (McCAUGHEY, 1979, TONIOLLI et al.,
1989).
A biópsia vaginal mostra-se altamente precisa alcançando 100% de acerto em
todos os períodos de gestação examinados. Embora tenha demonstrado como
principal característica a alta precisão, esta não tem caráter prático para a rotina no
campo, baseando-se nas seguintes características da técnica: 1. Necessidade de
laboratório especializado; 2. Necessidade de um profissional com experiência em
técnicas histológicas e interpretação das características da mucosa vaginal; 3.
Repetição de biópsias devido ao fato de que, após corte histológico, montagem em
lâmina e coloração, possa não haver presença de epitélio, provavelmente por erro
no momento da biópsia ou por erro no posicionamento do tecido no bloco de
parafina para corte histológico; 4. O resultado não é imediato, levando de 3 a 4 dias
para ser obtido; 5. A aplicação da técnica pode provocar algum sangramento, fato
21
que não agrada ao proprietário da granja e pode ser a porta de entrada para uma
infecção (TONIOLLI et al., 1989).
2.4. Métodos ultra-sonográficos
2.4.1. Eco-ultrassom
A técnica é baseada na detecção de diferenças acústicas entre os conteúdos
do útero gravídico e outros tecidos abdominais, através da emissão de uma radiação
da energia ultra-sônica pulsátil de um transdutor em contato com o tecido do animal.
O pulso atravessa o tecido numa velocidade de 1.500m/seg e quando entra em
contato com tecidos de diferentes densidades acústicas, alguma energia é refletida
ao transdutor onde é convertida em energia elétrica e amplificada em um sinal de
disparo (ecos), resultando em uma combinação de sinais audiovisuais, isto é,
presença de som e luz (LINDAHL et al., 1975; CAVALCANTI et al., 1981).
Em 1975, a utilização do eco-ultrassom diagnosticava a gestação 30 dias após
a cobertura, onde tal método não requeria manipulação especial, sendo, na época,
um resultado de extraordinária revolução. As gestações foram diagnosticadas já aos
23 dias de gestação, contudo a acuidade do diagnóstico foi baixa até cerca do 30º
dia. A partir deste até o 90º dia de gestação, a acuidade foi de 100% (LINDAHL et
al., 1975). Aproximadamente 15 anos depois, a porcentagem de acerto obtido com o
aparelho já foi de 96,6% entre 21 e 27 dias de gestação (TONIOLLI et al., 1989).
Apesar dos sinais obtidos das várias porções uterinas provavelmente
contribuírem aos padrões de ecos associados com a gestação precoce em suínos,
os líquidos alantoidiano e amniótico desempenham o maior papel. Estes líquidos
além de serem transmissores de som, também promovem excelente contraste na
densidade acústica ao feto e aos tecidos maternos (LINDAHL et al., 1975). A onda é
refletida no útero que está distendido pelos líquidos amniótico e alantoidiano
presentes (CAVALCANTI et al., 1981).
O líquido alantoidiano no útero da fêmea gestante aumenta rapidamente do 23º
dia de gestação até o 65º dias, enquanto que o líquido amniótico aumenta do 30º até
22
cerca do 80º dia e o máximo crescimento das membranas fetais ocorre entre o 30º e
65º dias. Uma menor velocidade de crescimento do feto é verificada entre o 30º e
60º dias de gestação, enquanto que a maior velocidade de crescimento fetal é entre
o 90º dia e o fim da gestação (LINDAHL et al., 1975).
O período mínimo para a maior precisão do diagnóstico de gestação (30 dias),
coincide com mudanças no conteúdo dos líquidos do útero. O início do crescimento
rápido das membranas fetais e o período máximo para a realização do teste, no 90º
dia, também coincidem com um rápido declínio na proporção do conteúdo de líquido
no útero gravídico. Assim, a técnica é recomendada em fêmeas entre o 30º e 90º
dias de gestação (LINDAHL et al., 1975).
O eco-ultrassom apresenta como vantagens: sua confiabilidade, facilidade e
rapidez na realização do exame, requerendo aproximadamente um minuto por
fêmea testada, economia e segurança para a fêmea e para o examinador
(O’REILLY, 1976).
2.4.2. Doppler
A gestação em fêmeas suínas pode ser diagnosticada pela detecção ultrasônica do pulso fetal com o uso de Doppler ultra-sônico visto que este pode ser
usado com sucesso a partir da sexta semana de gestação até o parto. A técnica
consiste na aplicação de um transdutor diretamente na região abdominal ventral ou
intra-retal (FRASER, 1968). O Doppler consiste em determinar a circulação fetal por
meio da amplificação de sinais ultrassônicos. O ultra-som refletido e amplificado
mostra o fluxo sangüíneo do coração do feto, do cordão umbilical e dos vasos
uterinos (CAVALCANTI et al., 1981).
A ultra-sonografia por Doppler tem maior eficiência entre 30 e 40 dias de
gestação, com sensibilidade variando entre 83 e 100% (VIANA et al., 2001).
O Doppler abdominal do 14º dia ao 39º dia após a cobertura ou inseminação
artificial apresentou eficiência e praticidade no diagnóstico precoce da gestação,
proporcionando o conhecimento dos resultados de imediato, logo após a realização
23
do exame, sem a necessidade de envio de material ao laboratório ou esperas
adicionais (SILVA et al., 2001).
O alto nível de acerto da técnica, a partir dos 21 dias de gestação, é
considerado como um resultado interessante, pois vem ao encontro de valores
fisiológicos do ciclo reprodutivo da fêmea suína. Após os 21 dias de gestação, o
método apresenta uma porcentagem de acerto superior a 90%, chegando a 100%
após os 35 dias de gestação (SILVA et al., 2001).
Assim, o Doppler é um procedimento fácil, rápido e eficiente, adequado à
prática de campo, auxiliando na detecção precoce de falhas na concepção,
possibilitando um aumento da eficiência reprodutiva da criação (SILVA et al., 2001).
2.4.3. Ultra-sonografia modo-B
A ultra-sonografia modo-B é baseada na emissão de raios ultra-sônicos que
são gerados por um transdutor que atravessa em linha reta até encontrar os tecidos
de diferentes densidades acústicas. Quando as ondas ultra-sônicas chocam-se a
estes tecidos, estas são refletidas e retornam ao transdutor, que também é utilizado
como receptor, transformando-se em sinais elétricos, sendo demonstradas em um
monitor como uma imagem de duas dimensões do interior do animal (INABA et al.,
1983).
A ultra-sonografia em modo-B tem como principais vantagens a precocidade de
diagnóstico, sendo possível a partir do 19º dia de gestação, rapidez e facilidade de
realização.
Imagens de um útero gravídico já podem ser observadas pela primeira vez no
19º dia após a última cobertura algumas fêmeas, já apresentando uma porcentagem
de acerto de 30% no diagnóstico. No 20º e 21º dia de gestação, a porcentagem de
diagnósticos corretos aumenta para 73 e 91%, respectivamente e a partir do 22ºdia,
a porcentagem é de 100%. Os fetos somente podem ser detectados a partir do 32º
dia de gestação. O movimento dos fetos é ocasionalmente observado no útero
gravídico após o 60º dia de gestação (INABA et al., 1983). A sensibilidade da ultra-
24
sonografia em modo-B aos 21 dias de gestação é de 97,5% e de 100% aos 28 dias
(VIANA et al., 2001).
Assim, fêmeas suínas podem ser avaliadas com mínima restrição e a gestação
pode ser detectada em um curto espaço de tempo sem custos inerentes em cada
exame individual e com o uso de um equipamento que poderia ser facilmente e
eficientemente operado após poucos minutos de prática (INABA et al., 1983).
3. A gestação e o parto
À medida que a gestação progride, o útero aumenta gradativamente de
tamanho para permitir a expansão do feto, porém o miométrio permanece
quiescente para prevenir a expulsão fetal prematura. Os mecanismos que permitem
o aumento de tamanho uterino durante a gestação são desconhecidos, mas
provavelmente estejam relacionados a fatores hormonais (JAINUDEEN & HAFEZ,
1995).
O útero da fêmea suína aumenta em comprimento, peso e diâmetro durante a
gestação e a maior parte deste crescimento ocorre entre o 18º e 27º dias (WU et al.,
1988). POMEROY (1960 apud LAMBERSON & ECKARDT, 1996) cita que os
aumentos do comprimento e da circunferência dos cornos uterinos estão associados
ao estiramento local da parede uterina para acomodar os fetos.
O parto é definido como o processo fisiológico pelo qual o útero gestante libera
os fetos e a placenta do organismo materno. Este é iniciado pelo feto e completado
por uma complexa interação de fatores neuronais, mecânicos e endócrinos. Em
relação aos fatores endócrinos, o aumento de estrógeno e a diminuição da
progesterona influenciam a motilidade uterina no momento do parto através da
liberação de PGF2α; esta interage com o sistema adenil ciclase da musculatura lisa
para baixar os níveis de cAMP e causar contrações no miométrio (JAINUDEEN &
HAFEZ, 1995).
25
4. O puerpério e a lactação
As fêmeas após o parto, enquanto estão amamentando, passam por uma série
de reajustes fisiológicos e anatômicos, tanto no útero, como nos ovários para a
restauração da capacidade reprodutiva. O puerpério é definido como este período
após o parto em que o organismo retorna ao seu estado normal de não gestante, ou
como o intervalo entre o parto e a ocorrência do primeiro estro no qual pode ocorrer
a concepção (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995).
A restauração do útero até seu tamanho de não-prenhe e da sua função após o
parto é denominada de involução uterina. Ela depende das contrações do miométrio,
da eliminação de infecção bacteriana e da regeneração do endométrio (JAINUDEEN
& HAFEZ, 1995).
O lóquios ou corrimento uterino que ocorre normalmente durante o puerpério é
composto de muco, sangue, restos de membranas fetais, tecidos maternos e fluidos
fetais. A expulsão do lóquios termina ao redor da primeira semana após o parto.
Esta expulsão e a redução do tamanho uterino são causadas por contrações do
miométrio, que são devido a uma liberação contínua de PGF2α após o parto, a qual
interage com o sistema adenil ciclase da musculatura lisa para baixar os níveis de
cAMP e causar contrações do miométrio. Este aumento do tônus uterino promove a
sua involução (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995).
A duração da liberação da PGF2α é maior nas espécies com placenta
cotiledonária, como a vaca, do que naquelas com o tipo difuso, como a fêmea suína.
No entanto, a regeneração do endométrio é completada mais precocemente em
espécies com placenta difusa, onde o endométrio fica totalmente regenerado entre a
segunda e a terceira semana (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995).
As condições estéreis do útero durante a gestação são interrompidas no parto.
Bactérias patogênicas e não patogênicas entram no útero pelo cérvix dilatado
multiplicando-se rapidamente no ambiente uterino favorável. O útero normal possui
mecanismos de defesa que incluem uma maciça infiltração linfocitária para impedir a
invasão bacteriana. A atividade aumentada do miométrio devido ao início da
26
atividade estrogênica dos ovários também auxilia o útero na eliminação da infecção
pelo cérvix (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995).
As porcas freqüentemente exibem um estro anovulatório três a cinco dias após
o parto, porém o estro e a ovulação ficam inibidos durante este período na maioria
dos animais (ANDERSON, 1995; JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). Caso seja coberta,
a porca não concebe no estro pós-parto, pois os folículos ovarianos são imaturos,
com diâmetros médios de 2,7 mm (ANDERSON, 1995).
No aspecto endocrinológico, a lactação é caracterizada por elevados níveis de
prolactina que causam uma supressão da secreção de gonadotrofinas (BUTTLE,
1991). A maioria das evidências sugere que a aciclia pós-parto, durante a lactação,
é causada por uma falha na liberação do GnRH, resultando numa secreção
deficiente de gonadotrofinas. Esta liberação é necessária para a restauração do
padrão pulsátil da liberação de LH (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995). Os ovários da
fêmea suína, durante a fase lactacional, apresentam reduzida atividade devido à
ação do estímulo da amamentação sobre o eixo hipotalâmico-hipofisário, e
conseqüente bloqueio na liberação de GnRH (MOURA, 1985).
5. Desmame
Entende-se por desmame a privação dos leitões dos cuidados e alimentação
láctea, providos pela fêmea, o que equivaleria simplesmente à separação da
leitegada da mãe, após um período em que estiveram juntas depois do nascimento
dos leitões (MOURA, 1985).
O desmame pode ser natural ou artificial. O desmame natural é caracterizado
pelo fim da secreção láctea e desinteresse mútuo entre a fêmea suína e a leitegada,
enquanto que o desmame artificial é aquele em que os leitões são separados da
porca por interferência do homem e em momento ou época variável. A finalidade do
desmame artificial é reduzir o intervalo entre partos e, conseqüentemente, aumentar
a produtividade da granja suinícola (MOURA, 1985).
27
O período de lactação, que na natureza teria uma duração, em média, de 56-60
dias, tem sido progressivamente reduzido para 3 semanas nas granjas suinícolas,
sendo o período mínimo de 14 dias e o máximo de 28 dias (BUTTLE, 1991; SOUSA,
2002). Se o período de gestação for considerado de 114 dias, com o desmame
realizado na terceira semana de lactação, poderão ser obtidos aproximadamente 2,5
partos/fêmea/ano (MOURA, 1985).
A retirada dos leitões ou o seu desmame induzem o desenvolvimento folicular,
o estro e a ovulação dentro de três a cinco dias (ANDERSON, 1995; JAINUDEEN &
HAFEZ, 1995). As concentrações plasmáticas de prolactina começam a diminuir na
primeira hora da retirada dos leitões, alcançam baixos níveis dentro de 4 a 6 horas
e, simultaneamente, a secreção de gonadotrofinas reinicia-se (BUTTLE, 1991;
HARTMANN et al., 1997).
A concentração de GnRH no tecido hipotalâmico aumenta por volta de 60 horas
pós-desmame, enquanto que na área do sistema porta-hipotalâmico-hipofisário esta
elevação é verificada 96 horas após o desmame e a baixa concentração hipofisária
de LH na fase lactacional eleva-se após o desmame (MOURA, 1985). KOKETSU et
al. (1996), mensurando as concentrações de LH durante a lactação e um dia após o
desmame, observaram que os níveis de LH mantinham-se baixos (0,55 ng/mL)
durante a lactação, contudo, apresentaram um aumento significativo após o
desmame (0,96 ng/mL).
O aumento das gonadotrofinas na circulação sangüínea é acompanhado pelo
desenvolvimento dos folículos ovarianos e de secreção de estrógeno (MOURA,
1985). Após a luteólise ou desmame, 15-25 folículos viáveis de 1-4 mm são
recrutados e selecionados ao crescimento pré-ovulatório e ovulam 4-7 dias depois
ou tornam-se atrésicos (PRUNIER & QUESNEL, 2000). As concentrações
plasmáticas de estradiol-17β aumentam gradativamente e terminam por ocasião da
onda pré-ovulatória de LH no estro (ANDERSON, 1995).
Estes mecanismos fisiológicos são mediados pelo sistema nervoso central e
envolvem secreção de gonadotrofinas e baixos níveis de prolactina, quando a
atividade reprodutiva é normal. Na ausência ou anormalidade na secreção de
28
gonadotrofinas e/ou altos níveis de prolactina, a atividade reprodutiva fica
prejudicada (BUTTLE, 1991).
As fêmeas suínas retornam ao estro entre três e sete dias depois do desmame,
com cerca de 80% das fêmeas tendo apresentado estro dentro deste período
(HULTÉN et al., 1995; SOEDE et al., 2000). Entretanto, TRENTINI (1999) estima
que pelo menos uma a cada 20 fêmeas não apresentará cio até 10 dias após o
desmame dos leitões, caracterizando assim o anestro pós-desmame, sendo a maior
freqüência deste em animais jovens, após a sua primeira cria ser desmamada. O
anestro pode ser definido como a falha de apresentação do estro, que pode ser
devido à inatividade dos ovários que parece estar associada com a inibição da
produção endógena ou da liberação de FSH (TRENTINI, 1999).
Pode-se dizer que a seqüência hormonal que desencadeia o estro e a ovulação
fica bloqueada basicamente quando a fêmea suína perde mais elementos corporais
para os leitões através do leite do que consegue repor através da alimentação, por
comer pouco, por ter uma alimentação mal balanceada, por amamentar muitos
leitões ou por um período muito longo (TRENTINI, 1999).
6. Intervalo desmame-estro (IDE)
O intervalo entre o desmame e o momento em que a fêmea é inseminada
parece estar diretamente relacionado com a prolificidade subseqüente. Foi
observado por DEWEY et al. (1994) que fêmeas cobertas nos dias 2-4 após o
desmame apresentaram um maior tamanho de leitegada em comparação a fêmeas
cobertas 5-7 dias da retirada dos leitões. Em média, as fêmeas que conceberam 5
dias após o desmame apresentaram 0,30 leitões/leitegada a menos do que as
fêmeas que conceberam no período anterior. De forma semelhante, as fêmeas
cobertas nos dias 7-10 após o desmame pariram 1,02 leitões a menos do que as
fêmeas cobertas nos dias 1-4.
KOKETSU et al. (1997a) também observaram que fêmeas cobertas entre sete
e doze dias após o desmame apresentaram menores taxas de parição (81,0 + 1,1%)
quando comparadas com as taxas de parição das fêmeas cobertas entre 1-6 dias
29
pós-desmame (86,6 + 0,4%). Não se sabe se a redução no tamanho da leitegada é
devido a uma diminuição na taxa de ovulação e/ou devido a um aumento nas taxas
de morte embrionária (DEWEY et al., 1994).
Desta forma, DEWEY et al. (1994) sugerem que devem ser adotadas técnicas
de manejo que façam com que as fêmeas retornem ao estro após o desmame em
um intervalo de 4 dias, ou pelo menos 6 dias após o desmame, a fim de que se
possa maximizar o número de leitões/leitegada. Entretanto, o intervalo desmameestro é largamente influenciado por fatores biológicos e ainda não se tem um
consenso dos reais fatores que influenciam o IDE e as taxas de parição (DEWEY et
al., 1994).
Alguns autores relatam que o período de lactação influencia diretamente o
intervalo desmame-estro e as taxas de parição (DEWEY et al., 1994). Outros autores
sugerem que as responsáveis por maiores intervalos desmame-estro e menores
tamanhos de leitegadas são a ordem de parto, a ingestão de energia durante a
lactação e a estação do ano da parição (ARMSTRONG et al., 1986; KOKETSU &
DIAL, 1997a; KOKETSU et al., 1997b). Existem ainda trabalhos sugerindo que a
interação destes fatores é que vai influenciar os parâmetros reprodutivos e não um
fator isolado (KOKETSU et al., 1997a).
6.1. A influência da duração do período de lactação
MOURA (1985) supõe que quanto menor o período lactacional, maior será o
espaço de tempo compreendido entre o desmame e o próximo estro fértil; e que
uma redução do tamanho futuro da leitegada é devido às perdas embrionárias
resultantes, provavelmente, de distúrbios no processo de implantação que poderão
ser mais freqüentes nos desmames mais precoces.
Em experimento desenvolvido por DEWEY et al. (1994), os autores obtiveram
um período de lactação médio de 27,6 + 7,5 dias, onde o tamanho da leitegada
aumentou progressivamente nos períodos de lactação de 20, 25, 27 e 33 dias (11,15
+ 2,8; 11,22 + 2,8; 11,72 + 2,9; 11,73 + 3,0, respectivamente), obtendo-se um
intervalo desmame-estro de 11,7 + 21,9 dias.
30
Em estudos anteriores comparando o intervalo parto-concepção, foi observado
um aumento de 0,02 a 0,09 leitões para cada dia a mais no intervalo partoconcepção. Assim, a duração da lactação dentro do intervalo parto-concepção
influenciou o tamanho da leitegada (CLARK e LEMAN, 1987). Ao se comparar
fêmeas com período de lactação de sete e 42 dias, o intervalo desmame-estro
diminuiu de 8,2 para 6,1 dias e a mortalidade embrionária diminuiu de 40,4 para
17,3% quando o período de lactação aumentou de 7 para 42 dias (VARLEY e COLE,
1976). KOKETSU et al. (1997a) observaram que fêmeas com período de lactação
entre 8-16 dias apresentaram uma maior proporção de animais com intervalo
desmame-estro entre sete e 12 dias.
KOKETSU e DIAL (1997b) também confirmaram uma diminuição significativa
do intervalo desmame-estro à proporção em que o período de lactação aumentou.
As fêmeas desmamadas entre 1-7 dias de lactação, apresentaram um intervalo
desmame-estro bastante prolongado (22,3 + 1,08d). As fêmeas desmamadas entre
14-16 dias de lactação demonstraram cerca de um dia a mais no intervalo
desmame-estro (6,49 + 1,02d) em relação às fêmeas desmamadas com mais de 29
dias (5,49 + 1,04d). Assim, foi observada uma taxa de redução de 0,25 dias de
intervalo desmame-estro para cada 3 dias a mais no período de lactação.
Estes autores sugerem que o efeito do período de lactação sobre o intervalo
desmame-estro é bastante modesto e que as taxas de parição não mudam quando o
período de lactação aumenta de 14 a 22 dias, sendo a concepção possível pelo
menos sete dias antes de se completar a involução uterina. Contudo, um período de
lactação muito curto, como de apenas 1-7 dias parece realmente comprometer a
fertilidade (KOKETSU e DIAL, 1997b).
KOKETSU et al. (1997b) observaram que o anestro era mais freqüente em
fêmeas submetidas ao desmame entre 1 e 7 dias e entre 14 e 16 dias de lactação
em relação àquelas submetidas ao desmame entre 17 e 19 dias. As fêmeas com um
período de lactação inferior a 7 dias apresentaram maiores taxas de retorno ao estro
que àquelas com um maior período de lactação.
31
Estudos indicam que alterações endócrinas e o ambiente uterino podem
contribuir com uma maior prevalência de falhas reprodutivas em fêmeas submetidas
ao desmame precoce (DEWEY et al., 1994). KIRKWOOD et al. (1984) observaram
que os níveis plasmáticos de LH são menores em fêmeas cujos leitões foram
desmamados aos 10 dias de lactação em relação ao desmame aos 35 dias,
sugerindo uma aberração endócrina em fêmeas com leitões desmamados
precocemente. VARLEY & COLE (1976) relatam que existe uma falha na síntese de
estrógeno e uma falha na luteinização, podendo gerar cistos foliculares.
6.2. A influência da ordem de parto
Em geral, o intervalo desmame-estro aumenta à proporção em que a ordem de
parto diminui (KOKETSU & DIAL, 1997a). Fêmeas de primeira parição apresentam
maiores intervalos desmame-estro em relação às fêmeas entre a segunda e a
décima parição.
Em outro estudo de KOKETSU et al. (1997b), também foi observado que
fêmeas primíparas retornaram ao estro após a cobertura mais freqüentemente que
fêmeas de 3ª ordem de parto e foram as que menos exibiram o estro após o
desmame. Este estudo também revelou uma maior proporção de fêmeas na 9ª e 10ª
ordens de parto que falharam na manutenção da gestação em relação às fêmeas
com ordem de parto intermediária.
KOKETSU e DIAL (1997b) sugerem que a baixa performance reprodutiva das
primíparas, a qual melhora à proporção em que a fêmea se torna mais velha, pode
ser explicada, em parte, pela nutrição destas fêmeas. Desde que estes animais não
atingiram seu peso e tamanho de adulto, as necessidades nutricionais são
diferentes. Assim, as primíparas podem acabar não recebendo nutrientes suficientes
para que sua função reprodutiva possa ser otimizada (KOKETSU e DIAL, 1997b).
O sistema endócrino imaturo das fêmeas primíparas também pode ainda não
ser capaz de manter uma gestação, causando uma diminuição nas taxas de parição.
A produção de progesterona pode ser baixa em algumas fêmeas jovens durante a
gestação inicial e é este hormônio o maior responsável pela manutenção da
32
gestação (KOKETSU et al., 1997a). As razões para que a performance reprodutiva
se deteriore com o passar das parições ainda não está bem clara, mas parece que a
morte embrionária e o nascimento de natimortos aumentam em fêmeas com maiores
parições devido a diminuições nas taxas de ovulação e fertilização (KOKETSU e
DIAL, 1997b).
A ordem de parto também pode apresentar uma interação no período de
lactação e interferirem no tamanho da leitegada (KOKETSU et al., 1998). As fêmeas
primíparas apresentam um menor tamanho de leitegada, tanto em período de
lactação precoce, aos 14-16 dias, quanto em períodos comumente utilizados pelos
produtores (23-28 dias), quando comparadas às fêmeas entre a segunda e sétima
parição.
6.3. A influência da ingestão de energia
ARMSTRONG et al. (1986), controlando a ingestão de energia de fêmeas
suínas e observando aquelas que apresentaram estro ou entraram em anestro após
o desmame, demonstraram através de dosagens hormonais que a performance
reprodutiva e seus hormônios não foram afetados por restrição de energia; mas a
freqüência de liberação de LH antes do desmame foi maior em porcas que exibiram
estro após o desmame (n=12) que em porcas em anestro (n=5). Após o desmame,
as concentrações de LH e estradiol foram semelhantes entre fêmeas em estro e em
anestro até o início do pico pré-ovulatório de estradiol nas fêmeas que exibiram
estro.
KOKETSU et al. (1996) observaram que fêmeas que consumiam mais energia,
durante um período lactacional de três semanas, apresentaram sintomas de estro
dentro de sete dias do desmame, enquanto que fêmeas que consumiram uma
menor quantidade de energia somente apresentaram sintomas de estro após 7 dias.
Neste mesmo experimento, a redução da ingestão de energia em apenas uma das
três semanas de lactação foi suficiente para afetar o intervalo desmame-estro. A
ingestão de energia, durante as semanas de lactação, também foi positivamente
relacionada com a freqüência pulsátil de LH, onde este foi maior nas fêmeas que
33
apresentaram estro dentro de sete dias após o desmame do que nas fêmeas que
apresentaram estro depois deste período.
KOKETSU e DIAL (1997b), ao realizarem um experimento onde os animais
receberam diferentes níveis de alimentação diária, observaram que aquelas fêmeas
que ingeriram acima de 5 kg de alimento/dia apresentaram menores intervalos
desmame-estro em relação às fêmeas que ingeriram menos de 3 kg de alimento/dia.
Também foi observado que a ingestão de alimentos pode influenciar no período
de lactação sendo a interação entre estes dois fatores que irá agir sobre o intervalo
desmame-estro e sobre as taxas de parição (KOKETSU e DIAL, 1997a; KOKETSU
et al., 1997a).
KOKETSU e DIAL (1997a) observaram que em fêmeas alimentadas com um
alto nível de energia durante a lactação (> 5,6 kg ração/dia), a duração da lactação
não foi associada com o intervalo desmame-estro. Entretanto, em fêmeas com um
baixo nível de energia (< 5,6 kg ração/dia) durante a lactação, o intervalo desmameestro aumentou quando a duração da lactação foi menor.
A taxa de parição pode ser comprometida nas fêmeas que consomem menos
de 5,7 kg de ração/dia e são separadas de sua leitegada com menos de 14 dias de
lactação. Desta forma, os efeitos do período de lactação mudam de acordo com a
ingestão de alimentos, tanto no intervalo desmame-estro, quanto nas taxas de
parição, já que não foram encontradas diferenças significativas entre os períodos de
lactação dos animais que ingeriram grande quantidade de alimento (KOKETSU e
DIAL, 1997a; KOKETSU et al., 1997a).
Ao dosar a freqüência do pulso de LH e as concentrações de glicose e insulina
em dois períodos de lactação, 12 e 21 dias, KOKETSU et al. (1998) observaram que
para os dois períodos lactacionais, a ingestão de 6 kg de ração diariamente foi
associada com maiores freqüências no pulso de LH, maiores concentrações de
glicose e insulina antes do desmame e um menor intervalo desmame-estro quando
comparado com animais que receberam apenas 2 kg de ração/dia. Desta forma, o
aumento da ingestão de alimento pode aumentar a secreção de LH e reduzir o
34
intervalo desmame-estro mesmo em fêmeas com período de lactação de apenas 12
dias.
6.4. A influência da estação do ano
Nos Estados Unidos, o verão, caracterizado pelos meses de junho a agosto e a
primavera (abril a maio) têm sido responsabilizados por baixa performance
reprodutiva das fêmeas neste país, sendo observadas altas proporções de retorno
ao estro em comparação ao outono e inverno (setembro a novembro e dezembro a
março, respectivamente). Um maior número de fêmeas foi removido das criações
por anestro durante a primavera e verão do que no inverno. As taxas de parição no
verão (79,5 + 0,8%) e primavera (83,3 + 0,9%) também foram significativamente
menores do que no outono (87,7 + 0,7%) e inverno (87,6 + 0,6%)(KOKETSU et al.,
1997a, b).
Provavelmente, as altas temperaturas no verão e primavera afetaram a
concepção, a manutenção da gestação e a atividade ovariana (KOKETSU et al.,
1997b). Altas temperaturas nas salas de parição durante o verão e primavera
também podem ter afetado a taxa de parição pela diminuição da ingestão de
alimento durante a lactação (KOKETSU et al., 1997a).
7. A involução uterina
Os mecanismos de interação dos fatores que influenciam o desmame e o IDE
na performance reprodutiva ainda não são claros em suínos. É possível que a
duração da involução uterina esteja envolvida nestas interações. Esta é uma barreira
temporária para a gestação em vacas, ovelhas e porcas. Durante o período de uma
semana na porca e três semanas na vaca e na ovelha, a concepção não é possível.
O estro e a ovulação podem ocorrer neste período, entretanto, se ocorrer
fecundação e implantação do embrião no útero, a placentação pode ser
potencialmente impossível (KIRACOFE, 1980).
O peso e o comprimento uterino em fêmeas suínas somente declinam
rapidamente por volta de 21 a 28 dias seguintes ao parto; depois disto, ambos
35
mantêm-se constantes. O endométrio é mais fino e as glândulas uterinas são menos
numerosas (ANDERSON, 1995).
DEWEY et al. (1994) sugerem que, além de alterações endócrinas, o ambiente
uterino pode contribuir para uma maior prevalência de falhas reprodutivas nas
fêmeas suínas cujos leitões foram desmamados precocemente. Segundo RUMMER
e ELZE (1980), o endométrio e o miométrio de fêmeas que tiveram seus leitões
desmamados com duas semanas de lactação apresentaram numerosos sinais de
regeneração e involução uterina pós-parto inadequados.
GEISSINGER et al. (1980) observaram que o endométrio de fêmeas suínas,
imediatamente após o parto e nos dias 1, 2, 3 e 4 pós-parto, encontrava-se
consideravelmente danificado, evidenciado por áreas de tecido necrosado e
presença de leucócitos em torno das células epiteliais superficiais. No sexto dia pósparto, o número de leucócitos diminuiu e a regeneração das células epiteliais
superficiais foi evidente. Entretanto, no oitavo dia pós-parto, estas células já
apareceram semelhantes às células epiteliais superficiais do fim da fase luteal, isto
é, 15 dias após o estro. E sendo neste período da fase luteal que ocorre a
implantação embrionária, os autores sugerem que, a partir do 8º dia pós-parto, o
útero já se encontrou preparado para uma nova implantação embrionária. Do 17º ao
26º dia pós-parto, as células epiteliais superficiais foram similares ao período
folicular inicial, isto é, 21 dias pós-estro e as camadas subepiteliais estavam
edematosas.
O período de infertilidade após o parto é seguido por duas a três semanas nos
quais a fertilidade é possível, entretanto, não otimizada. A extensão com que a
involução uterina contribui para a subfertilidade durante este período é difícil de se
determinar. A morte embrionária nas criações suinícolas durante este período
parece ser a maior causa de redução no tamanho da leitegada, assim, mudanças no
ambiente uterino associadas à involução deste podem ser essenciais na otimização
da fertilidade (KIRACOFE, 1980).
Desta forma, a fim de compreender os mecanismos da involução uterina sobre
a reprodução em fêmeas suínas, esta vem sendo estudada nesta espécie por meio
36
de amostras de tecido uterino obtidos por laparotomia (RUMMER & ELZE, 1980) e
biópsias (GEISSINGER et al., 1980), através de laparoscopias (KUNAVONGKRIT et
al., 1984) e mais recentemente, pela ultra-sonografia modo-B (MARTINAT-BOTTÉ et
al., 1998).
A ultra-sonografia modo-B foi usada com sucesso para o acompanhamento da
involução uterina em éguas (SERTICH e WATSON, 1992), cadelas (DICKIE e
ARBEITER, 1993), gatas (FERRETTI et al., 2000), ovelhas (HAUSER e BOSTEDT,
2002) e vacas (BEKANA et al., 1994; ASLAN et al., 2002). Entretanto, somente
MARTINAT-BOTTÉ et al. (1998) realizaram este estudo em fêmeas suínas lactantes.
Foi observado neste experimento, que durante a primeira semana após o parto, as
imagens do útero por ultra-sonografia modo-B foram heterogêneas, com o útero
ocupando a maior parte da imagem. A luz uterina também foi possível de ser
visualizada em fêmeas que apresentaram secreções vulvares. Com sete dias de
lactação, as imagens do útero tornaram-se mais acinzentadas e homogêneas e as
alças intestinais apareceram mais freqüentemente. Aos 22 dias de lactação, a
porção da imagem ultra-sonográfica ocupada pelo útero já foi bem reduzida e
nenhuma evolução importante foi observada após quatro dias.
A altura uterina, altura ocupada pelo útero na imagem ultra-sonográfica, foi
utilizada para caracterizar a involução uterina. A mensuração desta foi realizada da
parede abdominal, localizada da parte superior da imagem, até o fim da visualização
uterina, na porção inferior da imagem no monitor do aparelho de ultra-sonografia
modo-B (Figura 1-A). Caso as alças intestinais fossem visualizadas, a altura uterina
seria o máximo intervalo entre a parede abdominal e a imagem das alças intestinais
(Figura 1-B - MARTINAT-BOTTÉ et al., 1998).
37
Figura 1: Definição da mensuração da altura uterina, segundo MARTINATBOTTÉ et al. (1998). A: Mensuração realizada desde a parede abdominal até o fim
da visualização uterina, na porção inferior da imagem. B: Mensuração realizada
entre a parede abdominal e as alças intestinais. AU = Altura Uterina.
Foi observado que esta altura diminuiu rapidamente nas duas primeiras
semanas de lactação e, a partir de 18 dias, este parâmetro não diminuiu mais
significativamente, já apresentando um tamanho normal (MARTINAT-BOTTÉ et al.,
1998).
38
JUSTIFICATIVA
Os métodos ultra-sonográficos têm sido uma ferramenta diagnóstica na
reprodução suína há mais de 30 anos. Com o advento da ultra-sonografia modo-B, o
controle da fertilidade em granjas suinícolas tem sido cada vez mais aprimorado
(BERTHELSEN, 1973; VIANA et al., 2001).
Os métodos ultra-sonográficos têm atendido às exigências por serem
considerados como métodos de alta precisão. Alguns experimentos foram realizados
comparando o eco-ultrassom com a biópsia vaginal e com a palpação retal, entre o
Doppler e a palpação retal e entre o Doppler e a ultra-sonografia modo-B (TONIOLLI
et al., 1989; SILVA et al., 2001; VIANA et al., 2001). Contudo, estudos comparando
simultaneamente as três técnicas ultra-sonográficas entre si não foram realizados.
A respeito do acompanhamento da involução uterina em fêmeas suínas,
apenas um trabalho encontrado na literatura (MARTINAT-BOTTÉ et al., 1998)
acompanhou a involução uterina em fêmeas suínas por ultra-sonografia modo-B. E
este, mesmo fornecendo importantes informações acerca da involução uterina, não
observou o efeito deste processo fisiológico sobre o desmame, já que somente
foram avaliadas fêmeas lactantes.
Assim, este trabalho justifica-se pela necessidade de observar qual dos
diferentes métodos ultra-sonográficos é o mais adequado para o diagnóstico de
gestação em fêmeas suínas, já que um método precoce e acurado é de suma
importância por reduzir o número de dias não produtivos nas criações suinícolas.
Também se faz necessária a obtenção de maiores informações acerca do
acompanhamento da involução uterina por ultra-sonografia modo-B e a observação
das interações da involução uterina com o desmame a fim de que se possa
maximizar os parâmetros reprodutivos relacionados a este e diminuir o número de
dias não produtivos.
39
OBJETIVOS
Objetivo geral:
Ÿ
Realizar o acompanhamento reprodutivo de fêmeas suínas por métodos ultrasonográficos durante a gestação, a lactação e o desmame.
Objetivos específicos:
Comparar a eficácia de diferentes métodos ultra-sonográficos no diagnóstico
precoce da gestação;
Determinar o período gestacional mais precoce para a realização do exame
ultra-sonográfico;
Acompanhar a involução uterina durante a lactação, no dia do desmame e após
o desmame;
Determinar o melhor período de desmame de acordo com a involução uterina, o
intervalo desmame-estro e o intervalo do parto ao estro.
40
MATERIAL E MÉTODOS
Experimento 1: Diagnóstico ultra-sonográfico de gestação
1. 1. Animais experimentais:
O experimento foi realizado nos meses de outubro a dezembro de 2002,
sendo utilizadas 63 fêmeas suínas híbridas Dalland, entre a 1ª e a 12ª ordem
de parto, pertencentes à granja do grupo Regina Agroindustrial S/A, situada
no município de Maranguape-Ce a 38° 40’ W e 3° 54’ S (IPLANCE, 2003). Os
animais foram mantidos em galpões de gestação, em gaiolas individuais de
2,38 m x 0,57 m e foram alimentados com 2 kg de ração balanceada para
gestação (ANEXO-Tabela 6) uma vez ao dia e tiveram livre acesso à água.
1. 2. Realização de exames ultra-sonográficos:
O dia da primeira inseminação artificial foi considerado como dia zero, a partir
do qual, as 63 fêmeas foram submetidas aos exames ultra-sonográficos em quatro
diferentes períodos gestacionais:
Período 1 (P1): 14 a 20 dias;
Período 2 (P2): 21 a 27 dias;
Período 3 (P3): 28 a 34 dias;
Período 4 (P4): 35 a 41 dias.
Visando o diagnóstico precoce da gestação, os animais (n=63) foram
examinados por três diferentes métodos ultra-sonográficos: o sistema eco-ultrassom
(Eco), o sistema doppler ultra-sônico (Dpp) e a ultra-sonografia modo-B (US). Os
dois lados da fêmea foram examinados, com esta preferencialmente em estação.
1. 2. 1. Sistema eco-ultrassom:
41
No sistema eco-ultrassom, o eletrodo de contato foi lubrificado com gel próprio
para ultra-sonografia e posicionado na porção ventral do flanco do animal, lateral
aos segundo e terceiro pares de glândulas mamárias abdominais (Figura 2TONIOLLI et al., 1989). O resultado positivo de gestação foi considerado pelo
surgimento dos sinais audiovisuais (som e luz), provenientes do retorno do raio ultrasônico ao se chocar ao útero repleto de líquidos amniótico e alantoidiano. Na fêmea
onde não houve sinal audiovisual, esta foi diagnosticada como negativa (LINDAHL et
al., 1975; CAVALCANTI et al., 1981).
Figura 2: Realização de exame ultra-sonográfico para diagnóstico de gestação,
utilizando o aparelho de Eco-ultrassom (detalhe).
A fim de minimizar o número de possíveis resultados falso-positivos, permitiuse que as fêmeas urinassem antes da realização dos exames, bem como se evitou o
posicionamento do eletrodo em direção caudal para não permitir o contato com a
bexiga urinária. Quando as fêmeas urinaram após o exame, o mesmo foi repetido
para confirmar o resultado anterior.
1. 2. 2. Sistema Doppler ultrassônico (ROTCHER Pretector):
O exame pelo sistema doppler ultrassônico (ROTCHER Pretector) foi
realizado por um eletrodo, lubrificado com gel próprio para ultra-sonografia,
posicionado na região do flanco, caudal ao umbigo aproximadamente no ponto entre
a articulação fêmuro-tíbio-patelar e a última costela, lateral aos três últimos pares de
tetas abdominais (Figura 3 - SILVA et al., 2001; VIANA et al., 2001). O diagnóstico
42
positivo foi determinado pela presença de sons emitidos pelo frêmito da artéria
uterina média, batimentos cardíacos fetais e/ou pelo fluxo sangüíneo do cordão
umbilical. O diagnóstico foi considerado negativo pela ausência dos mesmos (VIANA
et al., 2001).
Figura 3: Realização de exame ultra-sonográfico para diagnóstico de gestação,
utilizando o aparelho Doppler (ROTCHER Pretector - detalhe).
1. 2. 3. A ultra-sonografia modo-B:
Para a ultra-sonografia modo-B, foi utilizado um aparelho Shimatzu SDL 32
com transdutor linear de 3,5 MHz, lubrificado com gel próprio para ultra-sonografia.
A sonda foi posicionada na região do flanco caudal ao umbigo, aproximadamente no
ponto entre a articulação fêmuro-tíbio-patelar e a última costela, lateral às tetas
abdominais (Figura 4- VIANA et al., 2001).
Figura 4: Realização de exame ultra-sonográfico para diagnóstico de gestação,
utilizando o aparelho de ultra-sonografia modo-B Shimatzu SDL 32, com sonda
linear de 3,5 MHz (detalhe).
43
Para a realização do exame, a sonda foi direcionada ao útero para a
visualização das vesículas embrionárias (INABA et al., 1983). O diagnóstico positivo
foi determinado pela presença destas vesículas, representadas por estruturas
anecóicas (escuras) circulares ou de contorno irregular, com ou sem a presença de
embriões ou fetos (estruturas ecogênicas, no interior das vesículas). O diagnóstico
negativo foi determinado pela ausência destas estruturas (VIANA et al., 2001).
1. 3. Análise estatística:
Para as análises estatísticas, foi utilizado o programa StatView for Windows 5.0
(SAS Institute Inc), sendo os valores expressos na forma de média e desvio
padrão.
Os
animais
foram
acompanhados
durante
toda
a
gestação.
Foram
estabelecidos os seguintes resultados de acordo com o estado fisiológico da fêmea:
a) Positivo = animais prenhes detectados pelo exame e depois confirmados pelo
parto; b) Falso-positivo = animais não prenhes diagnosticados como positivos pelo
exame e posteriormente apresentando retorno ao estro; c) Falso-negativo = animais
prenhes não detectados pelo exame e depois confirmados pelo parto e d) Negativo =
animais não prenhes detectados pelo exame ultra-sonográfico e depois confirmados
pelo retorno ao estro.
A partir destes resultados, para cada método ultra-sonográfico foram calculadas
a acuidade, a sensibilidade e a especificidade, expressas em porcentagem, que
consistem, respectivamente, em determinar a porcentagem de diagnósticos corretos,
a precisão em diagnosticar as fêmeas prenhes e a precisão em determinar as
fêmeas não-prenhes de cada método. Foram utilizadas as seguintes fórmulas:
Acuidade = (a + d / a + b + c + d) x 100;
Sensibilidade = (a / a + c) x 100;
Especificidade = (d/ b + d) x 100.
Em seguida, os diferentes métodos ultra-sonográficos foram comparados pelo
teste de Qui-Quadrado a 5% de probabilidade.
44
Experimento 2: Acompanhamento da involução uterina por ultrasonografia modo-B.
2. 1. Animais experimentais:
O experimento foi realizado nos meses de maio a julho de 2003, sendo
utilizadas 78 fêmeas suínas híbridas Dalland lactantes, entre a 1ª e a 10ª ordem de
parto, também pertencentes à granja do grupo Regina Agroindustrial S/A e
mantidas em salas de maternidade, em gaiolas individuais de 2,20 x 0,52 m (Figura
5).
Figura 5: gaiola individual na qual as fêmeas permaneciam desde 110 dias de
gestação até o desmame, localizada nas salas de maternidade.
Os animais foram alimentados da seguinte forma: 25 dias antes do parto, ainda
nos galpões de gestação, as fêmeas passavam a receber 3 kg de ração para prélactação uma vez ao dia (ANEXO-Tabela 8). Quando as fêmeas foram transferidas
para a sala de maternidade, aos 110 dias de gestação, estas passavam a receber
em torno de 2,5 kg de ração balanceada para lactação (ANEXO-Tabela 10) três
vezes ao dia (aproximadamente 7,5 Kg / dia) e tiveram livre acesso à água.
2. 2. Acompanhamento da involução uterina durante a lactação:
45
As fêmeas suínas foram acompanhadas do dia do parto ao desmame, sendo
realizados exames ultra-sonográficos por ultra-sonografia modo-B a fim de
acompanhar a involução uterina destas fêmeas durante o período de lactação.
O primeiro exame ultra-sonográfico foi realizado no dia do parto, e a partir
deste, a cada 3-4 dias. O último exame ultra-sonográfico da lactação foi realizado
três dias antes do desmame.
Foi utilizado um aparelho de ultra-sonografia modo-B TRINGA 50S
(PieMedical Equipment B. V.- Figura 6), com sonda setorial multifreqüencial de
3,5/5,0 MHz. No dia do parto, antes da realização do exame, um lado do animal foi
escolhido aleatoriamente para a realização de todos os exames ultra-sonográficos.
Neste experimento, as fêmeas foram avaliadas tanto em estação como em decúbito
lateral.
Figura 6: aparelho de ultra-sonografia modo-B TRINGA 50S (PieMedical
Equipment B. V.) com sonda setorial multifreqüencial de 3,5 / 5,0 MHz (1) e bateria
portátil (2).
A sonda setorial na freqüência de 3,5 MHz, lubrificada com gel próprio para
ultra-sonografia, foi posicionada na região ventral do animal, caudal ao umbigo
aproximadamente no ponto entre a articulação fêmuro-tíbio-patelar e a última costela
(Figura 7). O útero foi identificado como uma estrutura hipoecóica em relação aos
tecidos abdominais, de forma tubular, localizado próximo à bexiga.
46
Figura 7: Realização de exame ultra-sonográfico para acompanhamento da
involução uterina, utilizando aparelho de ultra-sonografia modo-B TRINGA 50S
(PieMedical Equipment B. V.) com sonda setorial na freqüência de 3,5 MHz.
A involução uterina foi mensurada através da “altura uterina” (AU), definida
como o máximo intervalo entre as duas paredes uterinas, visualizadas como duas
linhas hiperecóicas paralelas, separadas por conteúdo anecóico ou hipoecóico, ou
seja, a luz uterina (Figura 8).
Figura 8: Figura esquemática da mensuração da altura uterina (Alt. Uter.) em
milímetros (mm). 1: paredes uterinas; 2: luz uterina.
Em cada exame, foram realizadas três mensurações (M1, M2, M3) do útero em
três diferentes imagens ultra-sonográficas a fim de se obter três repetições para
cada exame. Em seguida, a altura uterina média foi calculada, utilizando-se a
seguinte fórmula:
AU= (M1 + M2 + M3) / 3
47
Onde:
AU = altura uterina média do dia da avaliação;
M1 = primeira mensuração do exame;
M2 = segunda mensuração do exame;
M3 = terceira mensuração do exame.
2. 3. Análise estatística
Para as análises estatísticas, foi utilizado o programa StatView for Windows 5.0
(SAS Institute Inc). As mensurações da altura uterina foram realizadas em
milímetros, sendo expressas na forma de média e desvio-padrão. Os exames ultrasonográficos durante a lactação foram avaliados pela ANOVA e comparados pelo
teste t de Student pareado a 5% de probabilidade.
Experimento 3: Efeito de diferentes períodos de desmame sobre a
involução uterina.
3. 1. Animais experimentais:
O experimento foi realizado dos meses de junho a agosto de 2003, sendo
utilizadas as mesmas 78 fêmeas suínas híbridas Dalland lactantes oriundas do
experimento 2. As fêmeas, no dia do desmame, foram transferidas das salas de
maternidade para os galpões de gestação sempre no período da manhã e foram
mantidas em gaiolas individuais de 2,38 m x 0,57 m. Do desmame até o dia da
primeira cobertura ou inseminação artificial, os animais foram alimentados com 2 kg
de ração balanceada para lactação (ANEXO-Tabela 8) uma vez ao dia e tiveram
livre acesso à água.
3. 2. Desmame e exames ultra-sonográficos:
Foram estabelecidos diferentes períodos de desmame, a fim de observar se a
involução uterina e o período de desmame apresentaram alguma interação. As
fêmeas (n=78) foram divididas aleatoriamente em 3 grupos, onde o primeiro teve os
leitões transferidos com duas semanas de lactação para outras fêmeas, entre 14 e
48
17 dias de lactação (G2, n = 26), o segundo teve os leitões desmamados com três
semanas de lactação, entre 21 e 24 dias de lactação, sendo considerado o grupo
controle (G3, n = 26) e o último grupo teve os leitões desmamados com quatro
semanas de lactação, entre 28 e 31 dias de lactação (G4, n = 26).
No dia do desmame, o número de leitões desmamados de cada fêmea foram
registrados e aproximadamente 8-10 horas do mesmo, foi realizado o exame ultrasonográfico correspondente ao desmame. Após quatro dias do desmame, foi
realizado o último exame ultra-sonográfico, utilizando a mesma metodologia descrita
no experimento 2. Neste experimento, os animais foram avaliados em estação, do
mesmo lado escolhido anteriormente. Este último exame geralmente coincidiu com o
período em que a maioria das fêmeas apresentou sinais de estro e teve como
objetivo avaliar a involução uterina após o desmame e no período do estro.
3. 3. Detecção do estro e determinação do intervalo desmame-estro e do
intervalo do parto ao estro:
Após o desmame, foi realizada a detecção do estro a cada 12 horas pela
passagem do varrão e a fêmea foi considerada em estro quando esta apresentou
sinais externos evidentes de cio (vulva edemaciada e secreção vulvar serosa) e
reflexo de tolerância ao macho e ao tratador, com as orelhas voltadas para trás,
totalmente imóvel em presença de um macho e permitindo que o tratador montasse
sobre sua região dorsal (WEITZE et al., 1990; NISSEN et al., 1997; SOEDE et al.,
2000).
Para cada grupo de desmame, o intervalo desmame-estro (IDE) foi observado,
sendo definido como o intervalo entre o desmame e o momento em que a fêmea
apresentou os primeiros sinais de estro. O parâmetro IDE foi utilizado no
experimento a fim de ser um indicativo da interação da involução uterina/desmame
sobre os parâmetros reprodutivos. O intervalo entre o parto e o estro (IPE) também
foi estabelecido, sendo definido como o intervalo do dia do parto ao dia em que a
fêmea apresentou sinais de estro segundo a seguinte fórmula:
IPE = PPD + IDE
49
Onde:
IPE = Período do parto ao estro;
PPD = Período do parto ao desmame;
IDE = Período do desmame ao estro.
Após 24 e 36 horas do início do estro, foram realizadas duas montas naturais
com os reprodutores híbridos Dalland pertencentes à própria granja ou foram
realizadas duas inseminações artificiais de doses de sêmen de reprodutores híbridos
Dalland pertencentes ao Laboratório de Reprodução Suína e Tecnologia do Sêmen,
localizado na Universidade Estadual do Ceará, em Fortaleza-Ceará. As doses de
sêmen possuíam 3,5 x 106 espermatozóides, com pelo menos 70% de
espermatozóides móveis e vigor espermático 3 (em uma escala de 0-5). O sêmen foi
resfriado em bisnagas a 17ºC, transportado à granja em caixas térmicas e mantido
sob a mesma temperatura até o momento das inseminações.
3. 4. Análise estatística:
Para as análises estatísticas, foi utilizado o programa StatView for Windows 5.0
(SAS Institute Inc). Para avaliar o efeito dos diferentes períodos de lactação de
duas, três e quatro semanas sobre as mensurações ultra-sonográficas do útero no
momento do desmame e após o desmame, o último exame da lactação e os exames
realizados no dia do desmame e após o mesmo foram comparados dentro de cada
grupo de desmame e entre os grupos pela ANOVA, seguido do teste t de Student
pareado a 5% de probabilidade a fim de observar se existiram diferenças
significativas entre os dias dos exames ultra-sonográficos.
O intervalo desmame-estro (IDE) e o intervalo do parto ao estro (IPE) entre os
diferentes períodos de lactação foram avaliados através da ANOVA, seguido do
teste t de Student pareado, a 5% de probabilidade.
O IDE nos diferentes meses deste experimento foi avaliado através da ANOVA,
seguido do teste t de Student pareado, a 5% de probabilidade.
50
A fim de observar se existiam correlações entre a ordem de parição e o IDE, e
o número de leitões desmamados/fêmea e o IDE, foi utilizado o teste de regressão
linear a 5% de probabilidade.
51
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Experimento 1: Diagnóstico ultra-sonográfico de gestação
Dos 63 animais avaliados, 48 seguiram até o parto e 15 apresentaram retorno
ao estro, em média aos 26 dias (19 - 66 dias) após a inseminação artificial. Destas,
13 fêmeas apresentaram retorno ao estro durante o experimento, sendo: 2 fêmeas
no primeiro período gestacional (P1, entre 14-20 dias de gestação), 7 no segundo
período (P2, 21-27 dias) e 4 no terceiro período (P3, 28-34 dias). Duas fêmeas
retornaram ao estro após o término dos exames ultra-sonográficos, aos 46 e 66 dias
de gestação.
Após o parto, que ocorreu, em média, aos 114 dias de gestação (112 a 117
dias), foram calculadas a acuidade (Tabela 1), a sensibilidade (Tabela 2) e a
especificidade (Tabela 3), a partir dos resultados classificados como positivos,
negativos, falso-positivos e falso-negativos.
Em todos os períodos gestacionais, a acuidade do Eco foi semelhante ao Dpp.
O Eco foi significativamente inferior (p<0,05) à US nos períodos 1 e 2 e semelhante
nos períodos 3 e 4. A acuidade do Dpp foi semelhante à US em P1,
significativamente inferior em P2 e P3 (p<0,05) e foi novamente semelhante à US
em P4 (Tabela 1).
TABELA 1: Acuidade dos métodos ultra-sonográficos nos diferentes períodos
de gestação.
Período
Eco-ultrassom (%)
Doppler (%)
Ultra-sonografia modo-B (%)
P1 (14-20d)
19Aa
29Aab
45Ab
P2 (21-27d)
50Ba
54Ba
80Bb
P3 (28-34d)
76Cab
70BCa
100Bb
P4 (35-41d)
72Ca
88Ca
96Ba
Letras maiúsculas (ABC) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05) entre linhas.
Letras minúsculas (abc) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05) entre colunas.
52
A sensibilidade do Eco foi inferior (p<0,05) ao Dpp nos períodos 1 e 2, sendo
semelhante nos períodos 3 e 4. O Eco foi menos sensível (p<0,05) à US em todos o
períodos. A sensibilidade do Dpp somente foi significativamente inferior (p<0,05) à
US em P1 e apresentou-se semelhante à esta nos demais períodos (Tabela 2).
TABELA 2: Sensibilidade dos métodos ultra-sonográficos nos diferentes
períodos de gestação.
Período
Eco-ultrassom (%)
Doppler (%) Ultra-sonografia modo-B (%)
P1 (14-20d)
0Aa
30Ab
51Ac
P2 (21-27d)
42Ba
65Bb
84Bb
P3 (28-34d)
74Ca
80BCab
100Bb
P4 (35-41d)
70Ca
94Cab
98Bb
Letras maiúsculas (ABC) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05) entre linhas.
Letras minúsculas (abc) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05) entre colunas.
A US é o melhor método ultra-sonográfico capaz de realizar os diagnósticos
corretamente a partir de P2, quando sua acuidade e sensibilidade estão em torno de
80%. No caso do Dpp, somente foram satisfatórias, acima de 70%, a partir de P3 de
gestação, entretanto a acuidade deste método ainda foi menor (p<0,05) à US neste
período. A acuidade do Eco somente foi semelhante à US a partir de P3 enquanto
que sua sensibilidade foi inferior à US durante todo o experimento.
Desta forma, por ser mais sensível e apresentar melhor acuidade, a US é o
método mais precoce de diagnóstico de gestação tanto em relação aos demais
métodos ultra-sonográficos quanto em relação ao diagnóstico de gestação pela
observação do retorno ao estro, que ocorreu, em média, no 26º dia após a
inseminação artificial.
A especificidade do Eco foi significativamente superior (p<0,05) ao Dpp em
todos os períodos gestacionais, sendo também mais específico (p<0,05) que a US
nos períodos 1 e 4 e semelhante a esta nos períodos 2 e 3. A especificidade do Dpp
foi semelhante à US somente em P1, sendo inferior (p<0,05) à esta nos demais
períodos (Tabela 3).
53
TABELA 3: Especificidade dos diferentes métodos ultra-sonográficos nos
diferentes períodos de gestação.
Período
Eco-ultrassom (%)
Doppler (%)
Ultra-sonografia modo-B (%)
P1 (14-20d)
80Aa
25Ab
23Ab
P2 (21-27d)
83Aa
25Ab
60Ba
P3 (28-34d)
100Aa
0Bb
100Ca
P4 (35-41d)
100Aa
0Bb
66Bc
Letras maiúsculas (ABC) diferentes representam diferenças significativas (p< 0,05) entre linhas.
Letras minúsculas (abc) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05) entre colunas.
O Eco mostrou-se um método confiável por sua alta especificidade em não
apresentar resultados falso-positivos. Resultados semelhantes foram observados
por BALKE e ELMORE (1982) que avaliando 84 fêmeas, somente obtiveram três
resultados falso-positivos com o uso deste aparelho.
A acuidade do Eco apresentou um aumento significativo (p<0,05) entre os
períodos 1, 2 e 3, se estabilizando até o fim dos exames. A sensibilidade do Eco
apresentou um aumento significativo (p<0,05) entre os períodos 1, 2 e 3. Em P4,
esta se manteve constante, sendo semelhante ao P3. A especificidade do Eco não
apresentou diferenças significativas entre os períodos gestacionais.
O Eco somente apresentou acuidade e sensibilidade acima de 70% a partir do
terceiro período de gestação (Tabelas 1 e 2). Este resultado está de acordo com
HOLTZ (1981), CAVALCANTI et al. (1981) e BERTHELSEN (1973) que não
obtiveram bons resultados antes do 29º dia de gestação. O aumento significativo da
acuidade e sensibilidade do Eco provavelmente foi devido ao rápido aumento dos
líquidos amniótico e alantoidiano a partir do 23º e 30º dias de gestação,
respectivamente, fazendo com que eles somente se tornem em níveis detectáveis a
partir de 25-26 dias de gestação (BERTHELSEN, 1973; LINDAHL et al., 1975).
Este aumento dos fluidos uterinos relatado por BERTHELSEN (1973) e
LINDAHL et al. (1975) foi observado neste experimento pelo exame por US, onde
ocorreu um aumento gradativo do diâmetro das vesículas embrionárias nos períodos
54
1, 2 e 3 (21 mm, 36 mm e 55 mm, respectivamente). De acordo com esta
observação, provavelmente somente a partir de P3 (28 dias de gestação), é que
estes líquidos apresentaram-se em quantidades suficientes para serem detectados
pelo Eco, que pôde ser usado com confiabilidade somente a partir dos 28 dias de
gestação.
A acuidade e sensibilidade do Dpp apresentaram um aumento significativo
(p<0,05) entre os períodos gestacionais. Entretanto, o P3 foi semelhante tanto ao P2
quanto ao P4 (Tabelas 1 e 2). Estes parâmetros somente foram satisfatórios a partir
do terceiro período de gestação, quando estes foram superiores a 70%. Durante a
realização dos exames, o doppler mostrou-se pouco prático e confiável, pois como o
seu diagnóstico positivo necessitou da auscultação amplificada de som proveniente
do frêmito da artéria uterina, do cordão umbilical e dos batimentos cardíacos fetais, a
utilização deste aparelho ficou restrita a fêmeas bastante tranqüilas e que não
realizaram qualquer tipo de movimento ou emanaram qualquer som durante o
exame.
A movimentação ou som emitido pela fêmea durante o exame prejudicou a
auscultação e fez com que a realização do mesmo se tornasse mais demorada e
pouco prática. Tal problemática apresentou-se em todos os períodos de gestação,
sendo o mesmo observado por BERTHELSEN (1973), que relata que estes sons
causam problemas na interpretação dos sons emitidos pelo aparelho.
A especificidade do Dpp foi semelhante entre P1 e P2 e estes períodos foram
superiores (p<0,05) aos P3 e P4. O aparelho foi considerado pouco específico em
todos os períodos sendo caracterizado em P3 e P4 pela existência de apenas
resultados positivos e falso-positivos. Estes resultados falso-positivos foram devido
aos problemas de auscultação pela movimentação das fêmeas, às fêmeas que
retornaram ao estro após o terceiro período, onde provavelmente estas fêmeas
estavam prenhes e abortaram e às fêmeas que retornaram ao estro entre 19 e 27
dias após a inseminação artificial.
Os resultados falso-positivos oriundos das fêmeas que retornaram ao estro
após 28 dias de gestação podem ter sido devido à morte embrionária ou fetal, que
55
ocorrem mais freqüentemente depois de 33 dias após a inseminação artificial. Em
relação às fêmeas que retornaram ao estro entre 19 e 27 dias, GEISERT et al.
(1990) relatam que o hormônio estrógeno promove um aumento do fluxo sangüíneo
uterino. Desta forma, os resultados falso-positivos nestas fêmeas podem ter sido
devido ao fato destas não terem sido fecundadas e o aumento dos níveis de
estrógeno durante o pró-estro e estro, que se aproximavam, promoveu um aumento
do fluxo da artéria uterina média, gerando o resultado falso-positivo.
A acuidade e sensibilidade da US apresentaram um aumento significativo
(p<0,05) entre P1 e P2. Os períodos 2, 3 e 4 foram significativamente semelhantes,
sendo em torno de 80% já em P2 (Tabelas 1 e 2). A especificidade da US
apresentou um aumento significativo (p<0,05) entre os períodos 1, 2 e 3. Entretanto,
em P4 foi menor (p<0,05) que P3, fazendo com que este período fosse semelhante
à P2 (Tabela 3). Esta queda foi devido ao fato de que em todos os animais
examinados neste período, foram registrados apenas dois resultados negativos e um
resultado falso-positivo. Logo, os resultados falso-positivos representaram 33,3% de
todos os resultados negativos e falso-positivos, necessários para o cálculo da
fórmula de especificidade.
A realização dos exames pelo método da ultra-sonografia modo-B apresentouse rápida e fácil, além de auxiliar no diagnóstico de patologias da reprodução, como
observado em três fêmeas, onde foi possível a visualização de infecção uterina.
Em P1, aos 17 dias de gestação, durante o exame de duas (5,4%) das 37
fêmeas com diagnóstico positivo, foi possível a observação de vesículas
embrionárias, caracterizadas como estruturas anecóicas (escuras) no interior do
útero. A observação de vesículas embrionárias neste experimento foi mais precoce
que a observação por outros autores (INABA et al., 1983), onde foram observadas
aos 19 dias de gestação. Os 94,6% dos diagnósticos positivos restantes neste
período (35 fêmeas), foi devido à visualização do útero como uma imagem
hipoecóica em relação aos demais tecidos abdominais, em posição cranial à bexiga.
Tal imagem foi provavelmente resultante da modulação do hormônio esteróide
estrógeno, produzido pelos embriões suínos a partir do 11º dia de gestação, que
56
promoveu um espessamento do endométrio e formação de uma espessa camada de
glicocálix na superfície uterina (GEISERT et al., 1990). Entretanto, tal imagem não
deve ser considerada como patognomônica de gestação, pois esta pode ser devido
à ação do hormônio progesterona, que se encontra em níveis elevados durante a
fase luteal em fêmeas suínas prenhes ou cíclicas (CHADIO et al., 2002).
No segundo período de gestação foi realizada a primeira observação de
embrião, ocorrendo em uma fêmea com 27 dias, sendo caracterizado como uma
imagem hiperecóica (branca) no interior de uma vesícula embrionária. Entretanto, os
embriões/fetos foram mais freqüentemente observados durante o terceiro e quarto
períodos gestacionais. A detecção do embrião neste experimento foi mais precoce
em relação ao experimento realizado por INABA et al. (1983), quando só foi possível
a visualização de imagens fetais a partir de 32 dias de gestação.
Experimento 2: Acompanhamento da involução uterina por ultrasonografia modo-B.
Durante todo o período de lactação, o útero foi facilmente visualizado, sendo
localizado cranial à bexiga e caracterizado como um órgão tubular, com sua luz
hipoecóica,
delimitada
pelas
paredes
uterinas,
visualizadas
como
linhas
hiperecóicas.
No dia do parto, restos placentários foram visualizados em cinco fêmeas,
caracterizados como imagens hiperecóicas e flutuantes nas secreções uterinas
(HAUSER e BOSTEDT, 2002). Contudo, em quatro destes animais, o exame ultrasonográfico foi realizado logo após o parto, quando as fêmeas ainda não haviam
expulsado completamente a placenta.
Neste
primeiro
exame
ultra-sonográfico,
as
imagens
uterinas
foram
heterogêneas, com o útero ocupando a maior parte da imagem no monitor do
aparelho. Com o decorrer da lactação, estas se tornaram mais hipoecóicas, de
acordo com o observado por MARTINAT-BOTTÉ et al. (1998). Porém, seis animais
(7,7%) ainda apresentaram imagens uterinas heterogêneas, com áreas hiper e
hipoecóicas no decorrer da lactação. Tais imagens foram observadas em uma
57
fêmea no quarto dia de lactação, uma fêmea no sétimo dia, duas fêmeas no 11º dia,
uma fêmea no 18º e 21º dias e uma fêmea no 25º dia de lactação.
Acredita-se que as imagens hiperecóicas visualizadas nas fêmeas suínas eram
os lóquios, que ainda não haviam sido expulsos completamente. HAUSER e
BOSTEDT (2002), avaliando a involução uterina por ultra-sonografia modo-B em
ovelhas, detectaram que os lóquios foram observados como imagens hiperecóicas,
sendo caracterizadas como estruturas cinza-esbranquiçadas (hiperecóicas) e
semelhantes às imagens observadas no experimento.
De acordo com JAINUDEEN e HAFEZ (1995), a expulsão do lóquios se finaliza
na primeira semana após o parto. Assim, os dois animais que liberaram os lóquios
até o sétimo dia após o parto se encontraram dentro da normalidade, enquanto os
quatro animais que apresentaram imagens hiperecóicas entre 11 e 25 dias de
lactação finalizaram a expulsão de seus lóquios tardiamente.
Uma das fêmeas, com imagens hiperecóicas no 11º dia de lactação,
apresentou estro após 4 dias do desmame, enquanto que, na segunda fêmea,
somente foram observados sinais de estro após 16 dias do desmame. As duas
fêmeas que apresentaram imagens de lóquios entre 18 e 25 dias de lactação
somente apresentaram estro após 18 dias do desmame. Estas fêmeas que
apresentaram sinais de estro tardiamente foram submetidas a quatro semanas de
lactação.
Possivelmente, esta expulsão tardia dos lóquios pode ter sido devido a baixos
níveis de PGF2α, já que KOKETSU e DIAL (2002) observaram um significante efeito
desta prostaglandina na involução uterina.
Em relação ao acompanhamento da involução uterina, a altura uterina (AU)
média no dia do parto foi de 86,7 + 9,5 mm. No quarto dia de lactação, a AU
manteve-se semelhante (83,9 + 10,6 mm) ao dia do parto e ao 7º dia de lactação.
Entretanto nos 7º e 11º dias, a AU diminuiu significativamente (p<0,05) em relação
ao parto (84,1 + 7,8 mm e 81,1 + 9,6 mm, respectivamente). Esta se manteve
semelhante no 14º dia (81,2 + 8,8 mm) e diminuiu (p<0,05) novamente no 18º dia
58
(77,5 + 9,6 mm), e foi similar no 21º (78,1 + 8,8 mm) e 25º (76,1 + 11,5 mm) dias de
lactação (Figura 9).
100,0
a
ab
b
90,0
c
c
d
cd
cd
Altura Uterina (m m )
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
86,7
83,9
84,1
81,1
81,2
77,5
78,1
76,1
4d
7d
11d
14d
18d
21d
25d
30,0
20,0
10,0
0,0
Parto
Figura 9: Acompanhamento da involução uterina, por ultra-sonografia modo-B
durante a lactação, mensurado através da altura uterina (mm).
Letras minúsculas (abc) representam diferenças significativas (p< 0,05).
Desta forma, foi possível acompanhar a involução uterina por ultra-sonografia
modo-B. Esta ocorreu de forma gradativa no decorrer de cada semana e manteve-se
constante a partir do 18º dia de lactação. Estes resultados estão de acordo com os
de MARTINAT-BOTTÉ et al. (1998), que observaram que, a partir de 18 dias de
lactação, a altura uterina não diminuiu significativamente. No entanto, não estão de
acordo com PALMER et al. (1965) que observaram uma rápida involução uterina
durante a primeira semana de lactação.
PALMER et al. (1965) mensurou a involução uterina através do peso do útero,
metodologia diferente da utilizada neste experimento. A expulsão dos lóquios pode
ter ocasionado uma rápida redução do peso uterino. No entanto, não se sabe se
esta liberação ocasionou uma redução na altura uterina, já que esta não foi avaliada
pelos autores.
A redução da altura uterina observada no presente experimento pode estar
envolvida com fatores hormonais e fatores desencadeantes da contração muscular.
59
A PGF2α, interagindo com o sistema adenil ciclase da musculatura lisa, pode ter
diminuído os níveis de cAMP e causado contrações no miométrio, sendo este
aumento do tônus uterino o promotor da involução (JAINUDEEN & HAFEZ, 1995).
Assim, diferenças nos parâmetros avaliados podem ter gerado esta discordância nos
resultados deste experimento e os de PALMER et al. (1965).
Experimento 3: Efeito de diferentes períodos de desmame sobre a
involução uterina.
Ao comparar a altura uterina dos exames ultra-sonográficos realizados 3 dias
antes do desmame, em fêmeas submetidas aos períodos de 2 (G2), 3 (G3) e 4 (G4)
semanas de lactação, foi observado que as fêmeas do G2 apresentaram uma AU
superior (p< 0,05) às fêmeas G3. Entretanto, a AU das fêmeas G4 não diferiu das
fêmeas G2 e G3 (Tabela 4).
Tabela 4: Comparação da altura uterina (mm) dos exames ultra-sonográficos
realizados pré-desmame, no desmame e pós-desmame de fêmeas submetidas aos
períodos de 2 (G2), três (G3) e quatro (G4) semanas de lactação.
Período de lactação
Altura uterina (mm)
Pré-desmame
G2
(14-17d)
80,4 + 8,7Aa
G3
(21-24d)
74,1 + 9,0Ab
G4
(28-31d)
76,2 + 12,0Aab
Desmame
69,2 + 8,1Ba
71,1 + 9,9Aa
70,5 + 9,4ABa
Pós-desmame
71,8 + 9,6Ba
70,8 + 8,9Aa
66,9 + 9,0Bb
Letras maiúsculas (ABC) diferentes representam diferenças significativas (p< 0,05) entre linhas.
Letras minúsculas (abc) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05) entre colunas.
Ao avaliar os resultados da AU no pré-desmame, estes confirmam que no
período de tempo compreendido entre o G2 e G3 ainda ocorreu involução uterina,
havendo uma semelhança na AU de G3 à G4, como observado no experimento 2.
Ao comparar a AU no dia do desmame, os grupos G2, G3 e G4 foram
semelhantes (Tabela 4). Entretanto, foi observada uma diminuição significativa
(p<0,05) entre a AU no pré-desmame e a do desmame no G2, enquanto que o
60
mesmo não ocorreu em G3 e G4. Este resultado significou que, apesar do útero
apresentar uma maior altura uterina antes do desmame, como observado em G2,
durante o processo de retirada dos leitões, este órgão pode ter sofrido uma
acentuada influência de fatores que possivelmente promoveram uma redução da
altura uterina, preparando-o para uma nova gestação.
BUTTLE (1991) e HARTMANN et al. (1997) relatam que, dentro de uma hora
do desmame dos leitões, as concentrações plasmáticas de prolactina começam a
diminuir e alcançam baixos níveis dentro de 4 a 6 horas e, simultaneamente,
reinicia-se a secreção de gonadotrofinas. Como os exames ultra-sonográficos no dia
do desmame foram realizados após 8 horas do desmame, a queda nos níveis de
prolactina e/ou o início da secreção de gonadotrofinas podem estar intimamente
relacionados a esta redução da altura uterina observada no dia do desmame.
A PGF2α também pode estar envolvida nesta redução da altura uterina em G2,
pois KOKETSU e DIAL (2002), observaram que fêmeas suínas tratadas com PGF2α
e submetidas a menos de 17 dias de lactação, tenderam a apresentar um número
superior de leitões nascidos no próximo parto e atribuíram tal resultado ao efeito
desta prostaglandina no processo de reparo endometrial.
No exame ultra-sonográfico pós-desmame, não houve diferença significativa
entre G2 e G3, entretanto, G4 foi significativamente inferior (p<0,05) aos demais
(Tabela 4). Esta diferença pode ter sido devido ao fato de que 96,1% das fêmeas de
G2 (n=25) e 88,5% das fêmeas de G3 (n=23) se encontraram no estro durante o
exame pós-desmame, enquanto que, em G4, 34,6% das fêmeas (n=9),
apresentaram sinais de estro tardiamente, entre 14 e 24 dias após o desmame.
Desta forma, o estro pode ter influenciado os resultados, já que MEHLHORN et
al. (1975) observaram que o estrógeno, produzido em grande quantidade durante o
pró-estro e estro, desencadeou um processo proliferativo no epitélio uterino,
ocasionando um aumento na população celular e na espessura e altura do epitélio
uterino de fêmeas suínas. GEISERT et al. (1990) relatou que o estrógeno além de
promover um espessamento do endométrio, é responsável pela formação de uma
espessa camada de glicocálix na superfície uterina.
61
Provavelmente, a partir do pró-estro e estro, sob a ação do estrógeno, o útero
reiniciou seu crescimento a fim de se preparar para a nova gestação, fazendo com
que a altura uterina aumentasse novamente, em vez de diminuir, como em G4.
Quanto ao intervalo desmame-estro (IDE), as fêmeas apresentaram uma média
de 4,8 + 4,3 dias para o G2 e 5,4 + 4,8 dias para o G3, não sendo encontradas
diferenças significativas entre estes grupos. Entretanto, o G4 apresentou IDE médio
de 8,7 + 7,4 dias, sendo significativamente superior (p< 0,05) aos G2 e G3 (Figura
10).
18,0
b
16,0
14,0
IDE (dias)
12,0
10,0
a
a
8,0
6,0
8,7
4,0
2,0
4,8
5,4
0,0
G2
G3
G4
(14-17d)
(21-24d)
(28-31d)
semanas de lactação
Figura 10: Intervalo desmame-estro (IDE) dos períodos de lactação G2, G3 e
G4.
Letras minúsculas (abc) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05).
De acordo com KIRKWOOD et al. (1984) e MOURA (1985), o intervalo
desmame-estro é inversamente proporcional ao período de lactação. Desta forma,
quanto maior o período de lactação, menor o IDE. Entretanto, KOKETSU e DIAL
(1997a) observaram que em fêmeas alimentadas com um alto nível de energia
durante a lactação, a duração da lactação não foi associada com o intervalo
desmame-estro. Neste trabalho, os animais receberam em torno de 7,5 Kg ração/dia
durante a lactação, considerada como sendo uma alta ingestão de alimento
62
(KOKETSU e DIAL, 1997b). Desta forma, o consumo de alimentos pode ter
bloqueado o efeito do período de lactação sobre o IDE nos grupos G2 e G3.
O G4 provavelmente apresentou diferença significativa aos demais grupos
devido ao grande número de animais que retardaram o estro neste grupo. Em G4,
nove fêmeas (34,6%) apresentaram estro entre 14 e 20 dias, enquanto que em G2 e
G3, apenas uma (3,8%) e três fêmeas (11,5%), respectivamente, apresentaram
sintomas de estro entre 18 e 26 dias após o desmame.
Como estas fêmeas apresentaram sintomas de estro após 10 dias, as mesmas
foram caracterizadas como apresentando anestro pós-desmame, que pode ter sido
devido a um bloqueio na seqüência hormonal que desencadeia o estro nestas
fêmeas (TRENTINI, 1999).
Ssegundo TRENTINI (1999), eEste bloqueio hormonal pode ter sido devido às
fêmeas terem fornecido mais elementos corporais para os leitões através do leite do
que conseguiram repor através da alimentação, ou por amamentar por um período
muito longo. Entretanto, os resultados não concordam com a afirmação deste autor
de que a amamentação de um grande número de leitões poderia ter provocado este
bloqueio hormonal.
As fêmeas que retardaram o aparecimento do estro amamentaram, em média,
10,5 + 1,3 leitões, encontrando-se dentro do intervalo de leitões amamentados por
fêmea na granja, que foi de 9,88 + 1,5 leitões por fêmea. Não foram observadas
correlações significativas (p=0,83; R2= 0,01) entre o IDE das fêmeas experimentais e
o número de leitões desmamados, com apenas uma fêmea em anestro pósdesmame descartada posteriormente por motivos de condição corpórea.
Dentre os 13 animais que apresentaram sintomas de estro tardiamente, apenas
2 fêmeas (15,4%) foram de primeira parição. A ordem de parição média dos animais
em anestro foi de 4,9 + 3,4 parições, estando estas fêmeas entre a 1ª e a 10ª ordem
de parto. Estes resultados discordam de TRENTINI (1999), que também relata que a
maior freqüência de anestro pós-desmame é em animais jovens, após a sua
primeira cria ser desmamada.
63
Como a prolactina causa uma supressão da secreção de gonadotrofinas
durante a lactação (BUTTLE, 1991) e os animais do G4 passaram um maior período
de tempo sobre a ação deste bloqueio, algumas fêmeas podem ter demorado mais
tempo para restabelecer a secreção de gonadotrofinas após o desmame. Esta
hipótese está de acordo com TRENTINI (1999), que afirma que uma das causas de
anestro pós-desmame é uma inatividade dos ovários que parece estar associada
com a inibição da produção endógena ou da liberação de FSH.
Os animais do G4, por terem passado um maior período de tempo expostos à
ação da prolactina durante a lactação, podem ter apresentado corpos lúteos semiativos, mantendo, assim, uma maior concentração de progesterona endógena, que
promoveu o bloqueio no eixo hipotalâmico-hipofisário e impediu o aparecimento do
estro. Esta hipótese está de acordo com CIERESZKO et al. (2002), que relatam que
fêmeas tratadas com prolactina exógena tenderam a apresentar uma maior
produção de progesterona pelo corpo lúteo. CHUNG et al. (2002) observaram que
fêmeas em anestro podem apresentar altos níveis de progesterona (> 5 ng / mL) e
KOKETSU e DIAL (2002) observaram que algumas fêmeas podem apresentar um
corpo lúteo semi-ativo mesmo depois do desmame.
KOKETSU et al. (1997a, b) e TANTASUPARUK et al. (2000) relatam que tanto
a ordem de parto, quanto à influência sazonal durante o ano podem influenciar no
IDE. Entretanto, a ordem de parição não apresentou correlação significativa com o
IDE (p= 0,36; R2= 0,01) neste experimento. Provavelmente, a alta ingestão de
alimentos pode ter anulado o efeito deste fator. Ao comparar o intervalo desmameestro nos meses do experimento (junho, julho e agosto de 2003), estes também não
diferiram significativamente (p>0,05).
Os experimentos de KOKETSU et al. (1997a, b) foram realizados nos Estados
Unidos, país com as quatro estações do ano bem definidas, e o de
TANTASUPARUK et al. (2000) na Tailândia, país com três estações do ano: quente
(março a junho), chuvosa (julho a outubro) e fria (novembro a fevereiro). O mesmo
não ocorre no estado do Ceará, onde basicamente somente existem duas estações:
64
“seca” e “chuvosa”. Desta forma, as diferenças climáticas entre os países devem ser
levadas em consideração para a interpretação dos resultados.
Os experimentos de KOKETSU et al. (1997a, b) e TANTASUPARUK et al.
(2000) foram realizados no decorrer de todo o ano, enquanto que este experimento
foi realizado em um curto intervalo de tempo de apenas 3,5 meses. Assim, a
ausência de diferenças significativas, durante os meses do experimento, não pode
ser extrapolada para todo o ano.
Em relação ao intervalo entre o parto e o estro, ocorreu um aumento
significativo à medida que o período de lactação aumentou de G2 (20,1 + 4,9d) para
G3 (27,1 + 5,1d) e de G3 para G4 (37,2 + 7,6d) (Figura 11).
5 0 ,0
c
4 0 ,0
IPE (dias)
b
3 0 ,0
a
2 0 ,0
3 7 ,2
2 7 ,1
1 0 ,0
2 0 ,1
0 ,0
G2
( 1 4 -1 7 d )
G3
( 2 1 -2 4 d )
G4
( 2 8 -3 1 d )
s e m a n a s d e la c ta ç ã o
Figura 11: Intervalo entre o parto e o estro (IPE), em dias, dos períodos de dois
(G2), três (G3) e quatro (G4) semanas de lactação.
Letras minúsculas (abc) diferentes representam diferenças significativas (p<0,05).
Segundo MOURA (1985), a finalidade do desmame artificial é reduzir o
intervalo entre partos, aumentando a produtividade da granja suinícola. Desta forma,
o período de lactação de duas semanas foi o mais eficiente na redução do intervalo
do parto ao estro.
65
Ao avaliar as vantagens do período de lactação de duas semanas em relação
aos demais períodos neste experimento, observou-se que:
1) Mesmo apresentando uma maior altura uterina no pré-desmame, o G2
demonstrou uma altura uterina semelhante aos demais períodos no desmame. Logo,
mesmo se o útero não estiver completamente involuído na segunda semana de
lactação, o desmame faz com que este reduza de tamanho rapidamente.
2) O IDE de G2 foi semelhante ao do G3 e inferior ao G4. Desta forma, se o
animal for alimentado com uma grande quantidade de alimento durante a lactação,
as fêmeas apresentarão sinais de estro no mesmo período, sejam estas submetidas
a duas ou três semanas de lactação.
3) O G2 foi o grupo que menos apresentou animais em anestro pós-desmame,
sugerindo que os animais que ficaram expostos por um menor período de tempo à
prolactina retornaram mais rapidamente à atividade sexual.
4) O intervalo do parto ao estro foi significativamente inferior em G2 em relação
aos demais grupos, sendo possível uma diminuição de dias não produtivos com a
redução do IPE.
Diante do exposto, a partir dos parâmetros reprodutivos avaliados neste
experimento, o período de lactação de duas semanas poderia ser utilizado com
sucesso nas criações suinícolas.
No entanto, se a produção de leite pela fêmea e o ganho de peso dos leitões
forem considerados, o desmame na segunda semana de lactação pode não ser
viável. Segundo EVANGELISTA (1995), ocorre um aumento gradativo e significativo
na produção de leite pela fêmea suína durante as três primeiras semanas de
lactação, sendo a produção máxima de leite na terceira semana, caracterizada pelo
pico da curva de lactação. Além disso, o autor cita uma relação positiva entre o
ganho de peso semanal dos leitões e a produção de leite da mãe. Desta forma, se o
desmame for realizado na segunda semana, a produção máxima de leite não será
66
aproveitada pelos leitões, podendo ocasionar em um menor ganho de peso dos
mesmos.
A realização do desmame dos leitões na segunda semana de lactação também
gera a necessidade de um suporte alimentar e um cuidado especial com os leitões,
que podem resultar em um maior custo para o produtor.
Levando em consideração apenas o custo com alimentação, uma fêmea,
submetida a três semanas de lactação, ao diminuir o período de lactação desta
fêmea em uma semana, isto é, para duas semanas, a economia do produtor com
ração seria de 33,3%.
Tabela 5: Custo diário e semanal da granja suinícola do grupo Regina
Agroindustrial S/A com fornecimento de ração para as matrizes suínas e para os
leitões desmamados:
Ração
Custo (R$/ Kg)*
Consumo diário (Kg)
Custo com ração (R$)
Fêmea suína
Leitão
Diário
Semanal
Lactação
0,54
7,5
-
4,05
28,35
Desmame
3,60
-
0,2
0,72
5,04
Suplemento
9,64
-
0,1
0,96
6,74
*Valores obtidos em 06/10/03
Contudo, ao se realizar o desmame precoce, o produtor costuma fornecer uma
ração para desmame, adicionada a um suplemento (Porco Mel, Nutron) aos leitões.
Assim, o custo semanal para o suporte alimentar de um leitão desmamado
precocemente, eqüivale a 41,5% do custo semanal com alimentação da mãe. Como
cada fêmea amamenta em torno de 10 leitões, o custo adicional com suporte
alimentar para uma leitegada desmamada precocemente se torna bastante elevado,
não compensando monetariamente.
67
CONCLUSÕES GERAIS
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, a ultra-sonografia modo-B
é o melhor método ultra-sonográfico para o diagnóstico precoce de gestação em
fêmeas suínas, podendo ser utilizado com segurança e confiabilidade a partir de 21
dias de gestação. O eco-ultrassom também foi um bom método diagnóstico de
gestação, entretanto, somente deve indicado com maior confiabilidade a partir de 28
dias de gestação.
A ultra-sonografia modo-B foi eficiente no acompanhamento da involução
uterina durante a lactação, desmame e pós-desmame. A involução uterina parece se
finalizar aos 18 dias de lactação e, provavelmente, o útero sofre a influência de
algum fator durante o desmame que faz com que este reduza de tamanho
rapidamente, mesmo sem ter involuído completamente.
O desmame parece ter influência sobre a involução uterina e, de acordo com os
parâmetros reprodutivos de involução uterina, IDE e IPE, o desmame na segunda
semana de lactação poderia ser realizado nas granjas suinícolas comerciais.
Entretanto, este desmame precoce não é viável pelo não aproveitamento da curva
de lactação, que somente ocorre na terceira semana de lactação, e devido ao custo
adicional com a suplementação alimentar necessária ao leitão. Assim, o desmame
realizado na terceira semana de lactação ainda é a opção mais viável para as
granjas suinícolas.
68
PERSPECTIVAS
Novos estudos devem ser realizados utilizando aparelhos de ultra-sonografia
modo-B mais modernos e de melhor resolução, a fim de que se possa obter um
diagnóstico de gestação confiável antes dos 21 dias.
Adicionalmente, novos protocolos experimentais devem ser executados a fim
de se elucidar os mecanismos que interferem na interação entre a involução uterina
e os fatores endócrinos e ambientais envolvidos na lactação, desmame, IDE e
anestro pós-desmame.
Por fim, novas pesquisas acerca do manejo nutricional do leitão desmamado
precocemente devem ser realizadas a fim de que se possa reduzir o intervalo entre
partos, através da diminuição do período de lactação e do IDE, sem custo adicional
para a granja.
69
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77
ANEXOS
Tabela 6: Formulação da ração para gestação utilizada na granja Regina
Agroindustrial S/A durante o experimento 1.
Fórmula
INGREDIENTES
Gestação
Milho,Moído
686.710
Trigo,Fo
360.000
Soja,Fo 45%
82.000
Carne,Fa 38%
49.000
Calcáreo,37%Ca
9.000
Sal Moído
6.000
Milbond Tx
3.600
Colina, Cl 70%
0.720
L Lisina 98%
0.450
Oxy Nil Dry
0.120
TOTAL (Kg)
1200
Fornecedor: Supre Mais-Nutrição Animal
Tabela 7: Análise nutricional da ração para gestação utilizada na granja Regina
Agroindustrial S/A durante o experimento 1.
NUTRIENTES
UNIDADE
ANALISE
NUTRICIONAL
EDS
Proteína Bruta
Fibra Bruta
Extrato Etéreo
Matéria Mineral
Cálcio
P Total
CAL/KG
%
%
%
%
%
%
3.0829
13.9909
4.4659
4.3405
5.1364
0.9961
0.7066
Fornecedor: Supre Mais-Nutrição Animal
78
Tabela 8: Formulação da ração pré-lactação utilizada na granja Regina
Agroindustrial S/A antes do experimento 2.
Fórmula
INGREDIENTES
Lactação
Milho,Moído
610.628
Milheto
120.000
Trigo,Fo
144.000
Soja,Fo 45%
197.000
Carne,Fa 45%
64.000
Açúcar
48.000
Calcáreo,37%Ca
6.000
Sal Moído
6.000
Colina, Cl 70%
0.600
L Lisina 98%
0.700
Oxy Nil Dry
0.240
Trimetoprin 99%
0.072
Sulfatiazina 99%
0,360
TOTAL (Kg)
1200
Fornecedor: Supre Mais-Nutrição Animal
Tabela 9: Análise nutricional da ração pré-parto utilizada na granja Regina
Agroindustrial S/A antes do experimento 2.
NUTRIENTES
UNIDADE
ANALISE
NUTRICIONAL
EDS
Proteína Bruta
Fibra Bruta
Extrato Etéreo
Matéria Mineral
Cálcio
P Total
CAL/KG
%
%
%
%
%
%
3.1988
17.0110
3.7679
4.0340
5.8063
0.9337
0.6371
Fornecedor: Supre Mais-Nutrição Animal
79
Tabela 10: Formulação da ração para lactação utilizada na granja Regina
Agroindustrial S/A durante os experimentos 2 e 3 .
Fórmula
INGREDIENTES
Lactação
Milho,Moído
498.510
Milheto
120.000
Trigo,Fo
108.000
Soja,Integral Extrusada
225.000
Soja,Fo 45%
104.000
Carne,Fa 45%
63.000
Açúcar
60.000
Calcáreo,37%Ca
6.000
Sal Moído
6.000
Colina, Cl 70%
0.600
Sulf. Cobre (Diluído 5%)
3.600
L Lisina 98%
0.250
Oxy Nil Dry
0.240
Clortetraciclina 15%
2.400
TOTAL (Kg)
1200
Fornecedor: Supre Mais-Nutrição Animal
Tabela 11: Análise nutricional da ração para lactação utilizada na granja Regina
Agroindustrial S/A durante os experimentos 2 e 3.
NUTRIENTES
UNIDADE
ANALISE
NUTRICIONAL
EDS
Proteína Bruta
Fibra Bruta
Extrato Etéreo
Matéria Mineral
Cálcio
P Total
CAL/KG
%
%
%
%
%
%
3.3507
19.4793
4.0966
7.1927
5.9373
0.9441
0.6560
Fornecedor: Supre Mais-Nutrição Animal