A saúde em suas mãos Não há desculpas para

Transcription

A saúde em suas mãos Não há desculpas para
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E s p a n h o l
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F r a n c ê s
•
I n g l ê s
Conhecendo a vontade
de Deus para minha vida
O que é essa coisa
chamada amor?
A saúde em suas mãos
Não há desculpas para
a violência doméstica
A longevidade e o estilo
de vida adventista
1
Vo l u m e 1 8
•
P o r t u g u ê s
REPRESENTANTES REGIONAIS
DIVISÃO ÁSIA-PACÍFICO NORTE
P.O. Box 43, Koyang Ilsan 411-600,
República da Coréia
Chek Yat Phoon, [email protected]
Joshua Shin, [email protected]
DIVISÃO ÁSIA-PACÍFICO SUL
P.O. Box 040, 4118 Silang, Cavite, Filipinas
Stephen Guptill, [email protected]
Jobbie Yabut, [email protected]
DIVISÃO CENTRO-L’ESTE AFRICANA
P.O. Box 14756, 00800-Westlands,
Nairobi, Qênia
Hudson E. Kibuuka, [email protected]
Mulumba Tschimanga, [email protected]
DIVISÃO CENTRO-OCIDENTAL
AFRICANA
22 Boîte Postale1764, Abidjan 22,
Costa do Marfil
Chiemela Ikonne, [email protected]
Emmanuel Nlo Nlo, [email protected]
DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO
Locked Bag 2014, Wahroonga, N.S.W. 2076,
Austrália
Barry Hill, [email protected]
Gilbert Cangy, [email protected]
CONTEÚDO
5
9
DIVISÃO SUL-AFRICANA
E OCEANO ÍNDICO
P.O. Box H.G., 100 Highlands, Harare, Zimbábue
Gilberto Araujo, [email protected]
Eugene Fransch, [email protected]
DIVISÃO SUL-AMERICANA
Caixa Postal 02600, Brasília, 70279-970 DF, Brasil
Carlos Mesa, [email protected]
Erton Kohler, [email protected]
12
O que é essa coisa chamada amor?
Entender a dinâmica da atração e os riscos de escolhas
imprudentes pode ajudá-lo(a) a evitar sofrimento emocional
e a construir um casamento duradouro.
Sua saúder esta em suas mãos
Ser bem informado e tomar decisões sábias sobre estilo
de vida pode reduzir grandemente os riscos à saúde e
aumentar o bem-estar.
Esteban S. Poni e Carlos Poni
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Não há desculpas para a violência doméstica
A civilidade, a ética e os princípios cristãos básicos exigem
que tomemos uma posição contra a violência doméstica.
Miguel Angel Núñez
DEPARTAMENTOS
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DIVISÃO SUL-ASIÁTICA
P.O. Box 2, HCF Hosur, 635 110 Tamil Nadu, India
Nageshwara Rao, [email protected]
Lionel Lyngdoh, [email protected]
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DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA
119 St. Peter’s St., St. Albans, Herts,
AL13EY, Inglaterra
Daniel Duda, [email protected]
Paul Tompkins, [email protected]
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Deus dá as diretrizes e então nos permite fazer escolhas.
Nancy Van Pelt
DIVISÃO EURO-ASIÁTICA
Krasnoyarskaya Street 3, 107589 Moscou,
Federação Russa
Guillermo Biaggi, [email protected]
Peter Sirotkin, [email protected]
DIVISÃO NORTE-AMERICANA
12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD
20904-6600, EAU
Gerald Kovalski, [email protected]
James Black, [email protected]
Martin Feldbush, [email protected]
Conhecendo a vontade de Deus para minha vida
Humberto M. Rasi
DIVISÃO EURO-AFRICANA
Schosshaldenstrasse 17, 3006 Berne, Suiça
Roberto Badenas, [email protected]
Corrado Cozzi, [email protected]
DIVISÃO INTER-AMERICANA
P.O. Box 830518, Miami, FL 33283-0518, EUA
Moisés Velázquez, [email protected]
Bernardo Rodríguez, [email protected]
artigos
EDITORIAL
Onde está a sua paixão?
Baraka Muganda
Cartas
A ciência e o universo
Ponto de vista
Calamidades naturais: atos de
Deus ou de Satanás?
Herbert E. Douglass
PerFIS
Lidija Odorčić
Zvonko Virtič
Duane Maynard Cady, M.D.
Nicole Batten
Logos
No tempo certo de Deus
Mary H. T. Wong
Em ação
Congresso do CAUPA na Itália
Roberto Badenas
fórum aberto
Qual o significado de espécies
em Gênesis?
James Gibson
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PARA SUA INFORMAÇÃO
A longevidade e o estilo de vida
adventista
Richard Weismeyer
LivroS
El poder terapéutico del perdón
(Mario Pereyra)
Nancy J. Carbonell
In Passion for the World
(Floyd Greenleaf)
John Wesley Taylor V
Uncorked!
The Hidden Hazards of Alcohol
(John F. Ashton & Ronald S.
Laura)
Peter N. Landless
Primeira pessoa
Em busca da verdadeira luz
Ausberto Castro
Et Cetera
O retrato
Autor desconhecido
Inserção
Intercâmbio
DIÁLOGO 18•1 2006
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EDITORIAL
Onde está a sua paixão?
Há alguns anos visitei um parque de diversões em minha terra, a Tanzânia. Certa
manhã, após o desjejum, assentei-me no salão do hotel esperando que uma perua me
apanhasse, juntamente com outros turistas, para observarmos animais raros no parque. O salão estava cheio de visitantes e funcionários do parque.
Foi impressionante observar quanto interesse e paixão por algo tão prosaico como
olhar animais raros. Todos estavam falando sobre um ou outro animal. Cada um
descrevia o que era peculiar e atrativo em seu animal favorito. Eles falavam acerca de
onde os animais passavam a maior parte do tempo, o que comiam, em que rio saciavam sua sede. Para completar a descrição apaixonada dos turistas, os funcionários do
parque acrescentavam seus próprios, fascinantes e exagerados detalhes. Essa conversa
fiada durou cerca de 30 minutos.
Esse entusiasmo por animais e a farta informação sobre eles me surpreendeu. Eu
estava fascinado com tal arrebatamento pelo mundo animal. Ao entrar na perua,
perguntei-me acerca do tipo de paixão que minha vida revelava – a paixão por Jesus
Cristo – e questionei a fundo se as pessoas que me vêem ou conversam comigo percebem que sinto esse amor. O pensamento atingiu-me como um relâmpago. Quão
desanimados parecemos sobre aquilo que deveria ser o interesse central e a preocupação de nossas vidas – Jesus. Gastamos tempo falando sobre filmes, esportes, carros,
casas, amigos, modas, tarefas de casa, computadores, professores, celulares, chefes ou
assuntos do momento. Mas e Jesus?
Parecemos esquecer do que Deus fez por nós. Assistimos às reuniões de reavivamento ou tomamos parte em alguma função da igreja, e educadamente nos dirigimos
ao nosso dormitório ou casa. Parece que não fez nenhuma diferença.
Como estudantes e profissionais, estamos tão envolvidos em nossas atividades
diárias que falhamos em lembrar o poder da mensagem de Cristo. Seguimos sempre
a mesma rotina. Raramente, se alguma vez o fazemos, falamos sobre Cristo para
alguém. Pior, ninguém nota que somos adventistas do sétimo dia, embaixadores do
Seu reino. Deixamos o caminho estreito, difícil, a senda do cristão, e nos encontramos facilmente na confortável zona dos assuntos mundanos.
Ser apaixonado por Jesus não significa que deveríamos sair pulando no campus,
gritando para todos aqueles que encontramos que somos cristãos. Mas necessitamos
entusiasmar-nos com a paixão por Jesus – Sua amizade, salvação e poder transformador! Outros deveriam vê-Lo em nós. Nossas faces, corações e palavras deveriam refletir Sua majestade e glória. É preciso haver algo diferente em nós. Se as pessoas ficam
entusiasmadas a respeito dos animais, pensam neles em todos os momentos, gastam
seu dinheiro com eles, deveríamos ser menos apaixonados por Jesus?
Baraka Muganda, Diretor do Departamento Jovem da
Associação Geral e Vice-presidente do Comitê da CAUPA.
Esta revista internacional de fé, pensamento
e ação é publicada três vezes por ano em
quatro edições paralelas (espanhol, francês,
inglês e português) sob o patrocínio da
Comissão de Apoio a Universitários e
Profissionais Adventistas (CAUPA), organismo
da Associação Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia.
Volume 18, Número 1
Copyright © 2006 pela CAUPA.
Todos os direitos reservados.
Diálogo afirma as crenças fundamentais da
Igreja Adventista do Sétimo Dia e apóia sua
missão. Os pontos de vista publicados na
revista, entretanto, representam o pensamento
independente dos autores.
Equipe Editorial
Editor-chefe Humberto M. Rasi
Editor John M. Fowler
Editores-Associados Martin Feldbush
Gerente Editorial Julieta Rasi
Assistente Editorial Susana Schulz
Secretária Editorial Esther Rodriguez
Edições Internacionais Julieta Rasi
Secretárias editoriais internacionais
Corinne Egasse (Francês)
César Luis Pagani (Português)
Julieta Rasi (Espanhol)
Correspondência Editorial
Diálogo
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring, MD 20904-6600; EUA.
Telefone 301 680-5060
Fax 301 622-9627
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Comissão (CAUPA)
Presidente Ella Simmons
Vice-Presidentes C. Garland Dulan, Martin W.
Feldbush, Baraka G. Muganda
Secretário Humberto M. Rasi
Membros Rex Edwards, John M. Fowler,
Jonathan Gallagher, Clifford Goldstein, Linda
Koh, Bettina Krause, Kathleen Kuntaraf,
Kermit Netteburg, Vernon B. Parmenter,
Gerhard Pfandl, Roy Ryan, Gary B. Swanson
Correspondência sobre circulação Deve
ser dirigida ao Representante Regional da
CAUPA na região em que reside o leitor. Os
nomes e endereços destes representantes
encontram-se na p. 2.
Assinaturas US$13.00 por ano (três
números, via aérea). Ver cupom na p. 10 para
detalhes.
Website http://dialogue.adventist.org
Diálogo tem recebido correspondência de
leitores de 117 países ao redor do mundo.
DIÁLOGO 18•1 2006
CARTAS
Artigos atraentes
Como estudante adventista de administração de empresas numa universidade
pública do Quênia, quero agradecer à
CAUPA e aos editores da Diálogo pela
publicação, em cada exemplar, de artigos
atraentes e substanciais. Como posso conseguir mais exemplares para ler?
Tony Ndungu
Quênia
[email protected]
Os editores respondem:
Obrigado por seus comentários positivos, Tony. Você deve fazer contato com
o Departamento Jovem ou o diretor do
Departamento de Educação de seu campo, e
pedir-lhe para acrescentar seu nome à lista de
contatos da Diálogo. Você também pode ler os
artigos já publicados no site http://dialogue.
adventist.org. Aproveite !
Encorajamento para viver nossa fé
Estou terminando meu terceiro ano
no programa de psicopedagogia da
Universidade de Formosa, e encontro na
Diálogo encorajamento para viver e compartilhar minha fé. Como cristãos, é nosso
privilégio ajudar aqueles que sofrem ou
estão em necessidade. Suas histórias pessoais, perfis e reportagens dão-nos exemplos
de como outros servem ao redor do mundo.
Muito obrigada.
Evelyn Olmedo
Formosa, Argentina
[email protected]
A ciência e o
universo
Imagine uma família de comundongos que tenha
vivido toda sua vida em um grande piano. A eles, no
mundo do seu piano, vinha a música do instrumento,
enchendo todos os lugares escuros com som e harmonia. Primeiramente os comundongos ficaram impressionados. Eles extraíam conforto e admiração do pensamento de que havia Alguém que produzia tal música
–embora invisível a eles- acima, contudo perto deles.
Eles gostavan de pensar no Grande Pianista que eles
não podiam ver.
Então, um dia, um destemido camundongo resolveu
subir na parte superior do piano e retornou cheio de
idéias. Ele tinha descoberto como a música era produzida. As cordas eram o segredo – cordas firmemente
esticadas com tamanhos graduados as quais tremiam e
vibravam. Eles deviam agora fazer uma revisão de suas
velhas crenças; ningém, a não ser os mais conservadores,
poderia crer mais no Pianista Invisível.
Mais tarde, outro explorador conduziu a explicação mais adiante. Martelos eram agora o segredo, um
número de martelos dançando e saltando sobre as
cordas. Esta era uma teoria um pouco mas complicada, mas tudo isto demonstrava que eles viviam em um
mundo puramente mecânico e matemático. O Pianista
Invisível passou a ser considerado um mito.
Mais o Pianista continuou a tocar.
Traduzido e transncrito com autorização do London
Observer.
Escreva-nos!
Recebemos seus comentários, reações e
perguntas, mas, por favor, limite suas cartas a 200 palavras. Escreva para:
DIALOGUE LETTERS
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring MD 20904 EUA.
FAX 301 622 9627
E-mail [email protected]
As cartas selecionadas para publicação
podem ser editadas para maior clareza
ou necessidade de espaço.
DIÁLOGO 18•1 2006
Conhecendo a vontade de Deus para minha vida
Humberto M. Rasi
Deus dá as diretrizes e
então nos permite fazer
escolhas.
A vida consiste numa série de escolhas.
Enquanto algumas delas são relativamente sem importância, outras são cruciais e
de conseqüências muito abrangentes. Em
algum momento, cada um de nós tem
de tomar decisões acerca de três importantes assuntos. Primeiro, determinamos
o papel que Deus e a religião vão exercer
em nossa vida. Segundo, escolhemos
uma carreira ou profissão. Terceiro, decidimos casar-nos ou não, e quem será o(a)
nosso(a) parceiro(a) na vida.
À medida que a vida avança, continuamos a fazer escolhas: que universidade
vou freqüentar e que curso farei? Depois
da formatura, onde vou trabalhar: estabelecer-me-ei por minha própria conta
ou serei empregado numa companhia?
Onde vou morar? Como vou gastar meu
dinheiro? Se me casar, terei ou não filhos?
Se tiver, quantos?
Através dos séculos as pessoas têm
usado variados critérios para fazer escolhas. Muitos consultam amigos mais
experientes ou conselheiros de confiança.
Outros checam o horóscopo, consultam
cartomantes, médiuns ou outras pessoas
ligadas ao ocultismo.
Como cristãos desejamos obedecer a
Deus ao nos depararmos com uma decisão importante. Na verdade, muitos fiéis
ao redor do mundo elevam seus pensamentos a Deus, repetindo as palavras
do Pai Nosso: “Seja feita a Tua vontade
assim na terra como no céu” (Mateus
6:10)1. O que queremos dizer quando
oramos assim? Vamos recapitular o que
a Bíblia nos ensina acerca do assunto da
vontade de Deus.
O significado de vontade
A palavra vontade tem três sentidos
básicos, que têm a ver tanto com Deus
quanto com o homem.
Vontade: a habilidade e o poder de escoDIÁLOGO 18•1 2006
lher. Deus tem essa habilidade e sempre
a exercita. Num determinado momento,
Ele decidiu criar o Universo e enchêlo de criaturas inteligentes. Escolheu
igualmente organizar este planeta e criar
Adão e Eva para viver nele. Mais tarde
escolheu Abraão e seus descendentes
para serem Seu povo especial. Também
decidiu vir a este mundo como humano
para nos resgatar do pecado, por meio da
morte e ressurreição de Jesus Cristo.
O Criador deu aos seres humanos
a capacidade de fazer escolhas. Esse
é um aspecto importante de sermos
criados à imagem de Deus. Podemos
obedecer ou desobedecer a Deus e
enfrentar as conseqüências. (veja, por
exemplo, Deuteronômio 30:15, 19 e 20;
Apocalipse 3:20). Deus respeita e protege nossa liberdade individual de escolha.
Na verdade, Ele quer que a exerçamos,
fazendo boas escolhas e assim desenvolveremos o caráter.
Vontade: o desejo de fazer alguma coisa
ou alcançar um objetivo. Deus, cujo
caráter é uma perfeita combinação de
misericórdia e justiça, sempre quer o
melhor para Suas criaturas (Jeremias
29:11); Ele nunca Se inclina para o mal
(Tiago 1:13). Também quer que todas as
pessoas sejam salvas (I Timóteo 2:3, 4)
e cresçam espiritualmente (Colossenses
1:9, 10).
Nós, seres humanos, também temos o
desejo de fazer coisas e realizar algo. Às
vezes o que queremos fazer é contrário
ao que sabemos ser direito. Porque o
pecado afetou nossa vontade, freqüentemente tomamos decisões egoístas e destrutivas. O apóstolo Paulo estava ciente
dessa tendência. Ele escreveu: “Não
faço o que desejo, mas o que odeio”
(Romanos 7:15, 18-20).
Vontade: propósito, determinação ou
plano. Paulo fala do plano de Deus que
opera “todas as coisas segundo o propósito da Sua vontade” (Efésios 1:11).
Seu plano de salvação, por exemplo,
foi elaborado antes mesmo da criação
do mundo (I Pedro 1:18-20). Cristo
veio a este planeta no momento preciso
estabelecido no grande plano da salvação (Gálatas 4:4, 5). Deus sabe o dia e
a hora em que Cristo vai voltar a este
mundo em glória (Mateus 24:26, 27).
Ele designou um dia no qual haverá de
julgar todas as pessoas que já viveram
(Atos 17:31). Em alguns casos Deus
tem revelado partes de Seu grande plano
através das profecias. Daniel capítulo
2, por exemplo, delineia os poderes do
mundo que têm controlado a história
humana desde o império babilônico
até o fim dos tempos. Apocalipse 2 e 3
apresentam vários estágios da história do
cristianismo.
Seres humanos sempre têm propósitos
ou planos. Ao contrário de Deus, porém,
nem sempre podemos levar esses planos
adiante, ou por que não temos os recursos necessários ou por que as circunstâncias mudam e fogem ao nosso controle.
Um dos tópicos mais intrigantes
para os cristãos que acreditam na Bíblia
é como Deus vai realizar Seu plano
segundo Sua vontade soberana e, ao
mesmo tempo, preservar e respeitar a
livre escolha de Suas criaturas. Isso levou
Paulo a exclamar: “Ó profundidade da
riqueza da sabedoria e do conhecimento
de Deus! Quão insondáveis são os Seus
juízos e inescrutáveis os Seus caminhos!”
(Romanos 11:33).
Isso importa?
Por que é importante conhecer a vontade de Deus para nossa vida?
Temos de admitir que em nossa condição natural, estamos completamente
desinteressados de saber a vontade de
Deus. Mesmo quando sabemos o que
Deus deseja para nós, temos a tendência
de rejeitar ou agir de maneira contrária à
vontade dEle. Em outras palavras, rebelamo-nos contra Deus.
Porém, o Senhor anela mudar nossa
atitude com relação a Ele, para que possa
ser nosso Salvador e Amigo. Ele quer que
O conheçamos, amemos e obedeçamos.
É por isso que o divino Espírito Santo
constantemente fala à nossa consciência,
rogando: “Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus
caminhos” (Provérbios 23:26). Ele nos
quer mostrar o caminho de volta e guiarnos em nossas decisões (Salmo 32:8, 9).
Paulo nos encoraja a nos tornarmos especialistas em conhecer a vontade de Deus
(Efésios 5:16-17). Se escolhermos obedecê-Lo, Ele nos assegurará uma eternidade
em Sua presença (Mateus 7:21,
I João 2:17).
Por outro lado, Satanás deseja manter-nos separados de Deus e em rebelião
contra Ele. Mesmo quando dizemos
“sim” para Deus, Satanás, nosso inimigo, tenta nos afastar para longe dEle.
Essa provação constante é chamada de
tentação. Cada dia, um drama se desenrola em nossa consciência. Por meio
do Espírito Santo, Deus nos convida a
alinharmos nossa vontade com a Sua,
enquanto Satanás procura nos convencer de que Deus não nos ama e está na
verdade nos privando de realmente vivermos “uma vida boa.” Quanto mais persistimos em obedecer a Deus, mais fraca
se torna a tentação, porque Deus mesmo
fortalece a nossa vontade.
Quando compreendemos a batalha
feroz e decisiva na qual estamos engajados, também entendemos porque Deus
está tão interessado em nossa saúde
física e mental. Ele não quer que nada
afete nossa capacidade de escolher livre
e inteligentemente entre obediência e
desobediência. É por isso que Ele nos
pede que mantenhamos o corpo livre
de substâncias químicas que nos anuviam o pensamento, e a mente livre de
influências negativas que nos alcançam
por meio daquilo que lemos, assistimos
ou ouvimos. Nada deveria impedir-nos
de ouvir claramente Sua meiga voz em
nossa consciência.
Existem condições?
Deus estabeleceu três condições básicas
para conhecermos Sua vontade em nossa
vida:
Confiança: Acredito que Deus é amor
e justiça? Se não acreditarmos que Deus
existe e deseja o melhor para nós, é
impossível compreender Sua vontade
(Hebreus 11:6).
Obediência: Decidi-me a obedecê-Lo
em tudo aquilo no qual Ele já revelou
Sua vontade? Isso requer que tiremos de
nossa vida todo pecado ou rebelião de
Antes de tomar uma decisão importante
Eis aqui um resumo dos passos para conhecer a vontade de Deus em cada
situação. Eles estão organizados como um inventário, para ajudá-lo a perceber os
itens que você deve levar em consideração antes que Deus torne clara Sua vontade.3 Seja honesto em sua auto-análise.
O assunto em relação ao qual quero saber a vontade de Deus para minha vida:
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
1° Passo: Obediência à vontade revelada de Deus.
Já aceitei a Jesus como meu Salvador pessoal?
Sim___ Não___
Existe algum pecado conhecido e acariciado em minha vida? Sim___ Não___
Sou obediente à vontade de Deus, na proporção em que ela me
tem sido revelada e na proporção em que a compreendo? Sim___ Não___
2° Passo: Disposição de obedecer à vontade de Deus, à medida que
Ele a revela.
Estou disposto a seguir a vontade de Deus quando Ele a revela,
independentemente de qual seja o custo envolvido?
Sim___ Não___
Estou aberto a quaisquer meios que Ele possa usar para me guiar,
quer sejam miraculosos ou convencionais?
Sim___ Não___
3° Passo: Revelação de Deus: a pedra de toque da orientação.
Estudo regularmente a Palavra de Deus?
Estou familiarizado com o que a Bíblia realmente diz acerca
do assunto para o qual estou buscando orientação?
Sim___ Não___
Sim___ Não___
4° Passo: Oração: em diálogo com Deus.
Tenho um tempo diário para comunhão com Deus e permitir
que Ele guie minha vontade?
Sim___ Não___
Tenho perguntado a Deus de forma específica sobre o assunto
para o qual estou buscando Sua orientação?
Sim___ Não___
Estou pronto a continuar orando e esperando em Deus?
Sim___ Não___
5° Passo: O Espírito Santo: Companheiro divino.
Tenho reconhecido a presença e a guia do Espírito Santo em
minha vida?
Estou pronto a permitir que o Espírito Santo assuma o
controle total de minha vida?
Sim___ Não___
Sim___ Não___
6° Passo: Conselheiros mais experientes.
Relaciono-me regularmente com outros cristãos e participo com
eles do estudo da Palavra de Deus?
Sim___ Não___
Estou experimentando algum problema médico ou emocional
que possa requerer ajuda profissional antes de tomar
minha decisão?
Sim___ Não___
Devo buscar conselho de alguém mais experiente, como um
pastor, um líder da igreja, um conselheiro cristão ou
um amigo?
Sim___ Não___
DIÁLOGO 18•1 2006
7° Passo: Circunstâncias providenciais.
Tenho considerado cuidadosamente as circunstâncias providenciais
por meio das quais Deus pode estar manifestando Sua
vontade sobre o assunto?
Sim___ Não___
8° Passo: Auto-avaliação.
Estou suficientemente descansado e calmo para tomar uma
decisão agora?
Sim___ Não___
Tenho avaliado, de preferência no papel, as razões a favor e
contra a decisão que estou pensando em tomar e os
motivos por trás dela?
Sim___ Não___
Tenho considerado a maneira em que essa decisão pode afetar
minha família e outras pessoas que me são próximas?
Sim___ Não___
Tenho pensado sobre como meus talentos se relacionam com as
opções que essa decisão coloca diante de mim?
Sim___ Não___
Tenho avaliado o efeito que essa decisão poderá ter sobre
minha saúde?
Sim___ Não___
Tenho pensado sobre os efeitos que essa decisão poderá ter
sobre meu crescimento espiritual, meu relacionamento com
Deus e meu testemunho dEle?
Sim___ Não___
Tenho levado em consideração o impacto que essa decisão
poderá ter sobre a vida espiritual de outros?
Sim___ Não___
Tenho tido tempo necessário para avaliar o assunto a sós,
livre de pressões desnecessárias?
Sim___ Não___
Reveja com oração todos os pontos acima, especialmente as respostas na coluna da direita. Elas podem indicar coisas que você precisa fazer antes de tomar
uma decisão.
Relacione as decisões que deve tomar:_______________________________
____________________________________________________________
Há mais alguma coisa que, na sua opinião, Deus quer que você leve em consideração? ______________________________________________________
____________________________________________________________
9° Passo: A decisão: esperar ou agir.
Devo postergar a decisão até ter uma compreensão mais clara da vontade de
Deus sobre esse assunto?
Devo tomar a decisão agora, mas aguardar um pouco antes de agir?
Estou ciente da vontade de Deus sobre o assunto, mas não estou seguro de
que este seja o tempo; portanto, devo esperar pacientemente pelo momento que
Deus achar mais oportuno?
Tomei o devido tempo para considerar esse assunto com oração e cuidado.
Qual é minha decisão?____________________________________________
____________________________________________________________
10° Passo: O selo da aprovação: a paz de Deus.
Agora que compreendi a vontade de Deus quanto ao assunto e tomei a decisão, sinto uma paz interior com respeito à minha escolha? À medida que o
tempo passa e continuo a refletir e orar acerca da decisão, tenho crescente certeza, vinda de Deus, de que a decisão é correta? Se assim for, vá adiante!
DIÁLOGO 18•1 2006
que tenhamos consciência. “Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor
não me ouviria” (Salmo 66:18). Mas, “se
pedirmos alguma coisa de acordo com a
vontade de Deus, Ele nos ouvirá” (I João
5:14). Mark Twain escreveu ironicamente: “O que me preocupa não são as partes da Bíblia que não compreendo, mas
aquelas que compreendo muito bem!”
Submissão: Estou pronto para obedecer
ao que Deus revelar-me como Sua vontade? Isso requer uma atitude especial,
porque nossa tendência natural é dizer
a Ele: “Mostra-me a Tua vontade para
minha vida, Senhor, para que eu decida
se vou obedecê-Lo ou não!” É como a
oração daquele jovem que disse: “Senhor,
quero servi-Lo como missionário. Estou
pronto para ir a qualquer lugar do
mundo, desde que o salário seja bom e o
clima agradável!” Essa atitude é baseada
no conceito errôneo de que conhecemos
melhor do que Deus aquilo que é mais
perfeito para nós, e que Ele não está interessado em nossa felicidade ou salvação
eterna.
Como devemos proceder?
Há cinco fatores que podem ajudarnos a conhecer a vontade de Deus, tanto
Seu desejo quanto Seu plano para nossa
vida. Vamos recapitulá-los.
1. A Bíblia: nas Escrituras, Deus revelou Sua vontade geral (desejo e propósito)
para todas as pessoas de todos os tempos. As
instruções acerca de Deus contidas na
Bíblia são mais específicas do que muitos
de nós pensamos. Deveríamos estudá-la
regularmente, tanto individualmente
quanto em grupo. Na Palavra de Deus,
encontramos instruções e exemplos relacionados à nossa salvação, atitude com
relação a Deus e outros seres humanos,
família, trabalho, finanças, estilo de vida,
hábitos e assim por diante.
Paulo diz que nas Escrituras achamos
toda a instrução de que necessitamos
para termos uma vida boa e obtermos a vida eterna (II Timóteo 3:1517). Os cristãos atentam para os Dez
Mandamentos (Êxodo 20:3-17) a fim de
encontrar os grandes princípios morais
que definem nosso relacionamento com
Deus e com nossos semelhantes (Lucas
10:27). Ao aceitarmos a Jesus como
nosso Salvador e Amigo, orientamos
nossa vida por esses princípios como
uma expressão de nosso amor por Ele.
Jesus não somente nos oferece um modelo perfeito de como esses mandamentos
podem ser obedecidos num mundo
real, mas também salienta a importância deles, destacando suas implicações
(Mateus capítulos 5 a 7).
As Escrituras revelam igualmente a
vontade de Deus por meio da vida de
homens e mulheres, e mostra os resultados de se viver segundo esses princípios
ou se rebelar contra eles.
2. O Espírito Santo: Deus nos revela
Sua vontade por meio do Espírito Santo
falando à nossa consciência. O Espírito
Santo é o próprio Deus falando à nossa
vontade por meio de nossa consciência
(Isaías 30:21). É claro que nossa consciência nem sempre ou necessariamente é
a voz de Deus. Ela é o meio através do
qual Deus pode falar à nossa vontade.
Embora o Espírito Santo tenha sempre
atuado nos assuntos humanos desde a
criação, foi depois que Jesus completou
Seu ministério na Terra que Ele atribuiu
um ministério especial ao Espírito Santo
(Atos 1:8).
Há momentos em que podemos ouvir
a voz do Espírito falando-nos mais claramente e nos quais estamos mais susceptíveis à Sua influência. Isso ocorre quando
oramos e permanecemos em silêncio
aguardando a resposta de Deus. Isso
também pode acontecer quando estudamos uma passagem bíblica, refletimos
nela e pedimos que o Espírito Santo nos
ensine. Além disso, podemos ouvir a voz
de Deus quando nos unimos a outros
crentes em adoração, cantando, orando,
louvando, compartilhando experiências e
ouvindo a pregação da Palavra de Deus.
O Espírito Santo nos ajuda a compreender verdades espirituais (João 16:13)
e nos capacita a fazer a vontade de Deus
(veja Filipenses 2:13; Hebreus 13:20,
21). O Espírito também estimula nossa
imaginação e nos permite compreender
a plenitude que experimentamos quando
fazemos o que Deus deseja. Ele também
nos concede alegria ao obedecermos à
Sua vontade (veja o Salmo 37:3-6).
3. As providências da vida: Deus nos
ajuda a discernir Sua vontade quando
interpretamos sabiamente as circunstâncias
e os eventos de nossa vida. Quando tomamos a iniciativa e seguimos em determinada direção, Deus freqüentemente abre
ou fecha as portas da oportunidade para
nós. Mas, como alguém disse: “Deus não
pode guiar um carro estacionado.” Aqui
estão alguns exemplos de portas abertas e
fechadas: você solicita admissão em três
universidades e apenas uma o aceita e
lhe dá uma bolsa de estudos. Você pede
emprego em duas companhias e apenas
uma permite que você honre o sábado.
Você encontra alguém num aparente
encontro eventual e a conversa o ajuda a
tomar uma decisão.
Encontramos na Bíblia vários casos de
eventos circunstanciais que Deus usou
para revelar Sua vontade. Quando os
irmãos de José estavam para matá-lo por
causa da inveja, uma caravana de mercadores apareceu e o levou como escravo
(Gênesis 37:12-28). Anos mais tarde,
sendo José o primeiro-ministro do Egito,
disse a seus irmãos que foi Deus que, em
Sua providência, o enviara àquele país
para preservar sua vida e a vida de toda a
sua família (Gênesis 45:7-8).
Rebeca trouxe seu rebanho para beber
num poço onde, no mesmo instante,
estava Eliezer, servo de Abraão, pedindo a Deus em oração que o ajudasse a
encontrar uma boa esposa para Isaque
(Gênesis 24:12-46).
Dois eventos da vida de Paulo mostram a providência em ação. Numa de
suas viagens missionárias, era a intenção de Paulo pregar o evangelho nos
lugares que hoje pertencem à moderna
Turquia, mas por duas vezes o Espírito
Santo o impediu de ir naquela direção
e o fez levar as boas-novas da salvação à
Europa (Atos 16:6-10). Noutra ocasião,
o apóstolo sentiu a necessidade de viajar
a Roma e pregar na capital do império
(Atos 19:21); mais tarde ele pôde, de
fato, pregar em Roma, mas não como
um homem livre, senão como um prisioneiro (Atos 23:11; Filipenses 1:12, 13).
Em cada caso, precisamos interpretar
os eventos circunstanciais assegurandonos de que eles se alinhem com as instruções gerais da Bíblia e a guia interior do
Espírito Santo, em vez de contradizê-los.
4. Conselheiros cristãos: pessoas sábias
e experientes podem nos ajudar a aplicar os princípios gerais da Bíblia a casos
particulares. Podemos ser grandemente
beneficiados numa conversa franca com
pessoas que nos conhecem (Provérbios
11:14). Obviamente, pais cristãos podem
desempenhar essa função (Provérbios
23:22). Também podemos beneficiar-nos
da orientação de professores ou mentores
cristãos, os quais conhecemos e em quem
confiamos. Às vezes, experientes pastores,
capelães e líderes da igreja podem desempenhar essa importante função2 (o apóstolo Paulo ouviu os conselheiros de Éfeso
durante o distúrbio e não foi ao teatro
como planejara; isso provavelmente salvou-lhe a vida. Veja Atos 19:30, 31).
A interação com essas pessoas é útil
porque elas podem olhar para nossa situação com certo grau de objetividade. Elas
podem fazer perguntas que nos ajudam
a clarificar nosso próprio pensamento, e
sugerir opções que não havíamos considerado. É claro, se somos casados, deveríamos discutir os planos em profundidade
com a(o) esposa(o) e mesmo os filhos,
avaliando os prós e contras, porque muitas vezes eles também serão afetados por
nossas decisões.
5. Reflexão pessoal: avaliamos os quatro
fatores anteriores e tomamos a decisão final.
Nesse ponto sintetizamos aquilo que
aprendemos no processo, possivelmente
preparando uma lista de opções com os
aspectos negativos e positivos. Levamos
em consideração os princípios encontrados nas Escrituras, os pensamentos que o
Espírito Santo nos traz à mente, o senso
de direção que percebemos nos eventos,
e o conselho recebido das pessoas em
quem confiamos. O inventário (“Antes
de tomar uma decisão importante”) pode
ajudá-lo no processo.
Isso é essencial porque não deveríamos confiar demais em nossa própria
Continua na p. 25
DIÁLOGO 18•1 2006
O que é essa coisa chamada amor?
Nancy Van Pelt
Entender a dinâmica da
atração e os riscos de
escolhas imprudentes
pode ajudá-lo(a) a evitar
sofrimento emocional e a
construir um casamento
duradouro.
Apaixonar-se é uma das experiências
mais emocionantes da vida. Todos
querem encontrar o verdadeiro amor
e, quando isso acontece, a vida adquire
novo significado. Um aumento repentino de energia flui no organismo do
apaixonado. Um entusiasmo renovado
torna atrativo o mais tedioso trabalho.
Uma química especial entra em funcionamento.
No estágio inicial do amor, o tempo
desfrutado pelo casal está repleto de
experiências emocionantes e ternos
momentos. Cada olhar e toque, cada
conversa e beijo adquirem um significado especial. Tudo parece tão certo,
tão bom e perfeito. De repente surge a
questão: “Como saber se é amor verdadeiro?”
O amor é tão emocionante que algumas pessoas deliberadamente cerram
seus olhos para qualquer coisa que possa
arruinar a ilusão. Falar sobre as diferenças entre o verdadeiro amor e a paixão
passageira é complicado, mas não
impossível. Aplicar o “teste do tempo”
– dois anos completos de namoro antes
do casamento – pode ajudar.
O amor verdadeiro supera tudo?
Muitos relacionamentos fracassam
antes mesmo de realmente começarem,
porque os casais adotam a teoria de
que o amor supera tudo: “Não importa
qual seja o problema, podemos vencêlo. Nós nos amamos tanto que tudo se
resolverá. Nenhum problema é maior
do que o nosso amor.”
Aquele que adota essa teoria não
DIÁLOGO 18•1 2006
está encarando a realidade. Se os casais
enfrentam um ou vários dos problemas
mencionados a seguir e insistem que são
irrelevantes, estão vivendo na perigosa
zona do “amor supera tudo”:
• grande diferença de idade
• diferenças raciais ou culturais
• diferenças religiosas
• falta de estudo
• falta de recursos financeiros
• um casamento prévio
• reprovação dos pais
• desacordo sobre ter ou não filhos
• hábitos de beber, jogar, drogar-se ou
outros usos compulsivos.
Tina e André namoraram durante um
ano. Tina foi educada num lar religioso,
enquanto André cresceu sem religião.
Antes de conhecer Tina, ele nunca havia
estado numa igreja. Enquanto namoravam, discutiam superficialmente suas
diferenças religiosas. André ia à igreja
com Tina para fazê-la feliz, mas nunca
assumiu um compromisso com Deus e
a fé cristã. Visto freqüentar ele a igreja
com certa assiduidade, Tina pensou que
André estava aceitando suas crenças,
ainda que ele nunca houvesse confirmado isso. Eles se entendiam tão bem em
outros assuntos, que ambos evitaram
abordar a questão religiosa na esperança
de tudo dar certo. Nenhum deles queria
provocar distúrbios no relacionamento.
No íntimo, Tina sabia que nunca abandonaria suas crenças religiosas, e André
acreditava que nunca seria religioso
como Tina. Ambos pensavam que o
amor que sentiam um pelo outro poderia superar todos os obstáculos.
Tina e André se casaram, mas não
compartilhavam a mesma opinião sobre
fé, igreja e espiritualidade. Ao evitar a
questão das diferenças religiosas antes
do casamento, eles estavam, na realidade, dizendo: “Se nos amarmos o suficiente, podemos superar o problema.
O verdadeiro amor pode sobrepujar
nossas diferenças religiosas.” Após o
casamento, a situação não se mostrou
tão favorável assim. André não tentava
mais ir à igreja para agradar Tina. Ela,
ainda assim, tentou continuar amandoo, mas não tinha nele o líder espiritual
que tanto desejava no lar. Ela queria
um esposo que orasse com ela sobre
os problemas, que provesse orientação
espiritual e que fosse um modelo cristão
para seus filhos.
Por mais apaixonado que você esteja agora, por mais que prometa que
nenhum dos problemas apontados irá
separá-los, tratar dessas questões no
futuro desgastará o amor e o afeto que
sentem um pelo outro.
O amor é estranho
Nos estágios iniciais do amor, você
provavelmente experimentará vários
tipos de sentimentos e reações, inclusive
uma emoção intensa e a idealização de
seu companheiro(a), ou seja, pensar que
ele ou ela é absolutamente “perfeito” ou
“perfeita.” Essa fase romântica chamada
paixão, envolve mudanças emocionais e
fisiológicas interessantes, que foram testadas em laboratórios e são 100% reais!
Por exemplo, a sensação de estar apaixonada faz uma mulher parecer mais
bonita. A pesquisa explica que “homens
e mulheres apaixonados andam mais
eretos e parecem mais altos, porque a
coluna vertebral está estirada.” Todas
as reações motoras são intensamente
ativadas, fazendo com que os apaixonados estejam extremamente atentos
e emocionalmente receptivos aos seus
companheiros.1
Os olhos parecem mais brilhantes
porque a produção de lágrimas aumenta. Isso explica porque os olhos cintilam
mais, e também porque você sente que
o mundo está mais iluminado, brilhante
e mais cheio de felicidade. O coração
acelera e faz com que as pessoas sejam
ainda mais susceptíveis de se apaixonar.
O nível de energia também aumenta.
Estar apaixonado estimula a produção
de epinefrina (adrenalina) e produz
energia e força para a superação de
problemas; daí o sentimento de poder
superar tudo.2 Outro estudo com pessoas que acreditavam estar apaixonadas
demonstrou que esse aumento de adrenalina deixa o coração mais terno. Os
participantes dessa pesquisa receberam
uma dose de adrenalina para asseme
lhar-se ao estado atingido pelos apaixonados. O resultado foi que aqueles que
receberam tal dose demonstraram mais
afeição do que os participantes que não
a tinham recebido. Em outras palavras,
o estado de apaixonado aumenta a
capacidade de amar.3
Aqueles que estão apaixonados são
mais receptivos e aceitam o que a vida
tem a lhes oferecer. Estão prontos a
desfrutá-la plenamente. Em contraste,
aqueles que não estão apaixonados apresentam aos outros uma postura mais
negativa ou fechada quando ofendidos
ou irados. Suas atitudes e reações implicam em manter a cabeça abaixada, cerrar e enrugar os lábios, dar passos curtos
e manter os braços junto ao corpo. Eles
se distanciam física e emocionalmente
das pessoas com mais facilidade. Como
conseqüência, os outros também se
afastam deles. O resultado se traduz em
pessoas infelizes que pensam que ninguém gosta delas, que nunca recebem o
amor e a atenção que desejam e necessitam para ser felizes.
Alguns jovens adultos indagam-se
sobre qual a razão de nunca encontrarem uma namorada ou namorado, e se
sentirem rejeitados pelas pessoas do sexo
oposto. Na realidade, eles transmitem
uma atitude ou postura negativa que
afasta os outros.4
A memória também melhora quando
estamos apaixonados, pelo menos seletivamente. A pessoa apaixonada possui
a extraordinária habilidade de lembrar
todos os pormenores que dizem respeito
ao objeto de sua afeição. O jovem poderá se esquecer da tarefa de matemática
ou a moça de ativar o alarme do relógio, mas nenhum deles se esquecerá dos
detalhes um do outro.
Os apaixonados desejam ficar fisicamente próximos das pessoas que amam.
Se o seu parceiro ou parceira está constantemente procurando estar perto de
você, a probabilidade é de que ele (ou
ela) esteja apaixonado(a).
O amor afeta a química cerebral. Um
estudo indicou que quando o estado
emocional é definido como de “amor”,
há um aumento de uma substância
química chamada feniletilamina, que
mantém o nível emocional elevado. É
interessante destacar que a feniletilamina é o mesmo componente químico
encontrado no chocolate um presente
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10
habitual entre os apaixonados.5
O amor afeta também os hábitos
alimentares. Muitas pessoas sentem falta
de apetite nos estágios iniciais do amor.
Outras pessoas sentem como se estivessem andando nas nuvens ou sendo
transportadas para outro mundo, onde
estão vagamente conscientes do que se
passa ao seu redor.
Os apaixonados podem sentir mãos
suadas, pupilas dilatadas, nervosismo no
estômago etc. Esses efeitos fisiológicos
tendem a desaparecer com o tempo.
No início do relacionamento é normal pensar constantemente no amado
ou amada. Lana diz, com tom sonhador: “Vou dormir pensando nele, e
é a primeira coisa que penso quando
acordo pela manhã. E assim começa
mais um dia em que ele nunca sai de
meus pensamentos.” O enfoque intenso
na pessoa amada tende a adicionar um
interesse e entusiasmo ainda maior ao
relacionamento. Quando longe um do
outro, é comum o casal, nesse início
romântico, desejar intensamente um
telefonema ou esperar ansiosamente
pelo momento em que se verão.
Nesse período, as pessoas conversam
amplamente sobre o objeto de sua
afeição com qualquer indivíduo que
as queira ouvir. É possível que alguém
apaixonado fique tão imerso nesse relacionamento romântico, que as responsabilidades são ignoradas ou esquecidas.
Kurt afirma: “Estou tendo problemas
em me concentrar nas aulas, e não
consigo fazer meus trabalhos de casa.
Eles se acumulam e não consigo realizar
as tarefas cujos prazos estão vencendo.
Outro dia estava numa reunião da
associação estudantil e alguém fez uma
pergunta. Não me dei conta de que a
questão me havia sido dirigida, até que
todos começaram a rir.”
Foco nas particularidades: os
homens
Geralmente os homens se apaixonam
mais rapidamente que as mulheres.
Num estudo envolvendo 250 homens e
429 mulheres, os pesquisadores mediram a “cota romântica” de todos os que
DIÁLOGO 18•1 2006
estavam apaixonados no momento.
Mais de 25% dos homens disseram que
se apaixonaram profundamente antes
do quarto encontro, enquanto que isso
acontecia com apenas 15% das mulheres. De fato, metade das mulheres relatou que não sabia se era amor genuíno,
mesmo após 20 encontros! A conclusão
foi que as mulheres demoram mais para
saber se estão ou não apaixonadas.6
Concluiu-se que os homens se
apaixonam mais rapidamente porque
são atraídos em primeiro lugar pelas
qualidades físicas de uma jovem. Um
estudo revelou que os homens precisam
apenas de sete segundos para decidir se
querem estabelecer um relacionamento
com uma mulher. Se ela for atraente, o
homem raramente sente a necessidade
de avaliá-la durante certo tempo. Se ele
gostar do que vê e ela “acender” seus
hormônios, então ele sabe que é amor.
Considerações sobre as habilidades
domésticas dela, ou como ela se relacionará com a família dele, ou ainda que
tipo de mãe será, tornam-se secundárias
diante de sua beleza.
Em geral, um homem também concluirá que é amor quando a mulher
o fae sentir-se bem a respeito de si
mesmo. Isso satisfaz sua necessidade de
admiração e apreciação. Para encontrar
o amor verdadeiro, portanto, o homem
deve ter calma e amar a mulher de
modo paciente e afetuoso durante um
longo período de tempo. Aquele que se
apressa seguindo somente seus instintos
poderá decepcionar-se no final.
Foco nas particularidades: as
mulheres
As mulheres têm outra perspectiva
do amor. Geralmente demoram mais
para se decidir, e não estão tão dispostas a declarar seu eterno amor antes de
conhecer as qualidades interiores de
um homem. Elas são mais inclinadas a
procurar as características que desejam
num homem, como o futuro pai de
seus filhos. As mulheres, mais que os
homens, possuem a habilidade de visualizar como será um relacionamento com
um homem por toda a vida.
DIÁLOGO 18•1 2006
Elas demoram mais para se apaixonar, porque estão mais conscientes de
seus sentimentos. É-lhes fácil distinguir
paixão e todas as suas emoções do amor
genuíno, que tende a avançar mais lentamente. As mulheres certamente sentem e gostam das palpitações da paixão,
mas estão mais predispostas a permitir
que a mente controle o coração, pelo
menos inicialmente.
São mais vagarosas do que os homens
para rotular seus sentimentos de
“amor”, porém são mais persistentes
em sua busca do amor verdadeiro. Uma
vez que decida que encontrou a pessoa
certa, ela tende a ficar mais intensamente romântica e sentimental. O amor,
então, torna-se eufórico. A vida adquire
um significado especial. As cores são
mais brilhantes; a mulher fica mais feliz,
mais bonita e radiante como nunca
dantes. Ela pode ter dificuldades de se
concentrar em qualquer coisa, exceto
na pessoa amada e nos sonhos de um
futuro juntos.
chance de ficar desapontado no amor,
e com mais possibilidade de encontrar
um amor que o satisfaça neste mundo.
Nancy Van Pelt é educadora especializada em vida familiar. Publicou 28
livros que foram traduzidos em mais
de 30 idiomas. Este artigo foi adaptado de seu livro Smart Love: Straight
Talk to Young Adults About Dating, Love
and Sex. Ver www.heartnhome.com.
REFERÊNCIAS
1. Joyce Brothers, The Brothers System for Liberated
Love and Marriage (New York: Peter H. Wyden,
1972), p. 19.
2. Ibidem.
3. Ibidem.
4. Idem, p. 22.
5. John James e Ibis Schlesinger, Are You the One
for Me? (Reading, Massachusetts: AddisonWesley, 1987), p. 198.
6. Nancy L. Van Pelt, Smart Love: A Field Guide for
Single Adults (Grand Rapids, Michigan: Fleming
H. Revell, 1997), p. 128.
Amor sem limites
A sociedade nos programa, através da
mídia e outros meios, para acreditarmos que o amor solucionará todos os
problemas pessoais. Tal conceito conduz
as pessoas a um caminho perigoso, porque esperam que um romance ofereça o
que somente Jesus pode suprir.
Em vez de colocar todas suas esperanças e sonhos no ser humano, por que
não se colocar primeiro a si mesmo nas
mãos dAquele que nunca muda? Jesus
é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ele
cumprirá as promessas que fez. Você
pode confiar nEle. Seu amor é completamente incondicional. Ele sempre
o amará, independentemente de sua
aparência, fracassos ou erros. Quando
outros decepcionam você, Ele está ao
seu lado para amá-lo e cuidá-lo. Ele é o
único que o ama em toda a sua plenitude.
Jesus é o único que pode suprir todas
as nossas necessidades, satisfazer todos
os nossos desejos e atender a todas as
nossas expectativas. Apóie-se nEle, em
primeiro lugar, e então terá menos
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gratuita para
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sua faculdade ou
universidade!
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biblioteca de sua faculdade ou universidade, de modo que seus amigos não-adventistas possam ter acesso à revista? Procure
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da instituição. Cuidaremos do resto! As
cartas devem ser endereçadas a: Dialogue
Editor-in-Chief; 12501 Old Columbia Pike;
Silver Spring, MD 20904-6600; EUA.
11
Sua saúde está em suas mãos
Esteban S. Poni e Carlos Poni
Ser bem informado e
tomar decisões sábias sobre
estilo de vida pode reduzir
grandemente os riscos à
saúde e aumentar o bemestar.
A Organização Mundial da Saúde
identificou 10 fatores de risco para a
saúde: (1) água contaminada, falta de
higiene e saneamento básico; (2) fumaça
de combustíveis sólidos em ambientes
fechados; (3) pressão alta; (4) colesterol
elevado; (5) fumo; (6) peso baixo (emagrecimento); (7) obesidade; (8) consumo
de álcool; (9) sexo arriscado e (10) deficiência de ferro. Juntos esses fatores respondem por mais de um terço de todas
as mortes no mundo (ver Tabela 1).
Estatísticas Importantes
Água contaminada e falta de saneamento e higiene causam 1,7 milhões
de mortes ao ano em todo o mundo
(basicamente por diarréia infecciosa). De
cada 10 mortes, nove são de crianças, a
maioria pertencente a países em desenvolvimento.
Metade da população mundial (3,1
bilhões) é afetada pelo ar poluído de
ambientes fechados, devido ao cozimento de alimentos e ao sistema de calefação
alimentado por combustível, gerando
infecções respiratórias e doenças crônicas
de obstrução pulmonar.
Pressão alta e colesterol elevado estão
relacionados ao consumo excessivo de
alimentos gordurosos, salgados e doces.
Tais alimentos se tornam ainda mais
nocivos quando combinados com fumo
e consumo excessivo de álcool. Em geral,
a hipertensão arterial causa sete milhões
de mortes anualmente; e o colesterol,
mais de quatro milhões.
As mortes por uso de fumo mantiveram-se nos cinco milhões de pessoas ao
redor do mundo em 2000 – um aumento de um milhão em relação aos dados
12
de 1990. O índice de mortalidade entre
fumantes é de duas a três vezes maior
que entre os não-fumantes.
No mundo, mais de um bilhão de
adultos está acima do peso e entre 300
a 500 milhões são clinicamente obesos. Meio milhão morre anualmente
de doenças relacionadas à obesidade
na América do Norte e na Europa
Ocidental. Em regiões industrializadas
como a América do Norte, a Europa e
o Leste asiático, pelo menos um terço
de todas as enfermidades é causado por
fumo, álcool, pressão alta, colesterol
e obesidade. Mais de três quartos das
doenças cardiovasculares – fator número
um de mortes no mundo – estão relacionados ao uso do tabaco, à pressão alta, e
à obesidade ou colesterol elevado.
Em todo o mundo o álcool causou 1,8
milhões de mortes em 2001, ou quatro
por cento do ônus global de enfermidades; o pico ocorre nas Américas e na
Europa. O álcool foi a causa de 20 a
30% de cânceres esofágicos, doenças do
fígado, epilepsia, acidentes automobilísticos, homicídios e outros danos intencionais.
Pelo menos 27% de crianças com
menos de cinco anos no mundo estão
abaixo do peso. Essa condição foi causa
de cerca 3,4 milhões de mortes em 2000,
incluindo em torno de 1,8 milhões de
mortes na África e 1,2 milhões na Ásia.
Esse foi o fator contribuinte em 60% de
todas as mortes infantis nos países em
desenvolvimento.
A deficiência de ferro é a carência
nutricional mais comum no mundo,
afetando cerca de dois bilhões de pessoas,
e causando quase um milhão de mortes
ao ano. A deficiência de vitamina A é a
causa número um de cegueira infantil.
A deficiência de iodo é, provavelmente
a maior causa de retardamento mental
e danos cerebrais. A severa carência de
zinco é motivo de baixa estatura e de
um sistema imunológico debilitado; e
também importante causa de infecções
respiratórias, malária e diarréias.
Em todo o mundo, cerca de 2,9
milhões de mortes são atribuídas ao sexo
arriscado. A maioria dessas mortes ocorre
na África. Além disso, durante o ano de
2001, mais de 99% das infecções por
HIV na África foram atribuídas à mesma
causa. Em outras partes, a proporção
de mortes por HIV/AIDS atribuídas
ao sexo arriscado vai de 13%, no Leste
asiático e no Pacífico, a 94% na América
Central. Menos de 30 anos após sua
aparição, o HIV/AIDS é a quarta maior
causa de mortes no mundo (ver Tabela
2). Atualmente, 28 milhões (70%)
dos 40 milhões de pessoas com HIV
residem na África, mas a infecção também se espalha rapidamente por outros
lugares. A expectativa de vida na África
Subsaariana é estimada em 47 anos; sem
a AIDS, seria de 62.
O que você pode fazer para reduzir
e eliminar os riscos
Adote uma posição mais ativa em
favor da vida. Aqueles que não tomam
medidas preventivas contra os principais
fatores de risco à saúde humana, com
freqüência, se tornam vítimas precoces
de doenças e mortes. “Coma, beba e se
case, porque amanhã você vai morrer”
não é lema para aqueles que querem
evitar enfermidades e desfrutar vida saudável.2 Adotar medidas significa dar um
passo decisivo contra aquilo que produz
fatores de risco à saúde. Esses riscos não
devem ser ignorados.
Assuma uma atitude responsável
em prol da vida. “Não tenho que fazer
isto”, “não vou conseguir”, “posso cuidar
de mim mesmo”, não são declarações
dos mais fortes, mas dos irresponsáveis.
Quando o assunto é hábitos ou estilo
de vida, como o uso de álcool, fumo ou
drogas, ou quando a tentação é praticar
sexo de forma insensata, o indivíduo
realmente responsável vai dizer não.
Somente o irresponsável para consigo
mesmo e com sua família diria coisas
como: “Posso parar quando quiser” ou
“fui vítima de uma atração irresistível.”
Em vez disso, fique firme. Seja responsável. Previna-se contra esses riscos, em vez
de se tornar sua presa fácil.
Faça algo positivo. Não assuma a
atitude niilista de que nada pode ser feito
acerca da situação atual. Veja, por exemDIÁLOGO 18•1 2006
plo, o alto risco do saneamento deficiente ou da falta de água limpa. Uma
comunidade inteira pode ser afetada por
isso. Faça algo. Escreva para as autoridades locais. Organize campanhas de autoajuda. Uma comunidade organizada
pode limpar sua vizinhança, providenciar
saneamento básico e ser um exemplo de
ambiente saudável para as outras.
Não deixe para amanhã o que pode
fazer hoje. A procrastinação é uma
poderosa ferramenta do diabo. Suponha
que o médico tenha-lhe dito para deixar
de beber porque seu fígado já está comprometido. Você deve tomar uma posição para o bem de sua saúde. Isso pode
nunca acontecer. Se você for uma vítima
de um desses riscos para a saúde, comece
a agir imediatamente.
Não seja apático. A apatia (um tipo
de exclusão por indiferença, mesmo
tendo evidências indubitáveis) faz com
que a pessoa se engane. Alguém assim
sabe que adotar uma dieta baixa em
gorduras, rica em vegetais, frutas e fibras,
ajuda a diminuir o risco de doenças cardiovasculares, mas ela continua ingerindo
alimentos gordurosos e poucos vegetais,
frutas e fibras. O resultado de tal apatia
é o auto-engano e, eventualmente, o tornar-se vítima de problemas de saúde.
Medidas para aumentar
o bem-estar da sua vida
Essas medidas podem ser definidas de
modo mais amplo como atitudes preventivas, curativas ou reabilitadoras, onde a
primeira intenção seja melhorar a saúde.
Aqui estão algumas dicas para um estilo
de vida mais saudável:3
Melhore sua saúde mental
• Seja realista. Pessoas irrealistas gastam tempo e energia tentando criar no
mundo uma situação que consideram
ideal. Pessoas realistas modificam suas
crenças, se existir evidência suficiente que
contradiga seu ponto de vista.
• Comporte-se como adulto. Saiba
quem você é, do que é capaz, que papéis
pode desempenhar e qual o seu lugar no
círculo de relacionamentos. Avalie seus
potenciais e fragilidades sem depender da
opinião de outros.
DIÁLOGO 18•1 2006
• Desenvolva-se espiritualmente.
Encontre crenças e valores que dêem
significado e propósito, bem como perspectivas transcendentes à vida.
• Se você pensa em suicídio ou tem
um histórico de alucinações, perda de
memória progressiva, desilusão, ou fala
de modo incoerente, procure ajuda
profissional. Não se sinta envergonhado. Doença mental é uma enfermidade
como outra qualquer e pode ser tratada.
Faça escolhas responsáveis sobre o
uso de substâncias
• Interrompa ou reduza o consumo de
cafeína. A cafeína produz dependência
física por meio da tolerância – a necessidade de mais cafeína para o mesmo nível
de disposição.
• Abandone o uso da nicotina e do
álcool. Essas drogas são altamente perigosas e viciam.
• Não use remédios ou drogas sem
prescrição médica.
Tome decisões sábias a respeito de
alimentos e bebidas
• Os adultos deveriam comer, pelo
menos, duas porções de frutas por dia
e três de vegetais (a dieta de uma criança requer orientação profissional, mas
em geral crianças com mais de um ano
podem comer os mesmos alimentos dos
adultos, se esses forem saudáveis e balanceados). Reduza o consumo de frituras,
bolachas, biscoitos, alimentos processados e doces.
• Reduza ou interrompa o consumo
regular de refrigerantes. Eles são os
principais responsáveis pelo excesso de
açúcar.
• Reduza o consumo de farinha
branca. Se não constar na embalagem
“farinha integral”, o produto sofreu processamento, o que significa a remoção
da fibra e do germe.
• Reduza o consumo de gorduras
saturadas (geralmente presentes na carne,
manteiga, queijo e produtos derivados
do coco). Essa medida reduz o LDL, o
mau colesterol, que aumenta o risco de
problemas cardíacos.
• Use quantidades moderadas de
azeitonas, canola, abacate, creme de
amendoim (sem a adição de óleo), e cas-
tanhas (incluindo amendoins, amêndoas
e pistache).
• Consuma produtos que tenham
bastantes ácidos graxos ômega-3 (um
óleo com diversos efeitos cardiovasculares
protetores). As fontes de ácidos graxos
ômega-3 incluem tofu e vegetais de
folhas verde-escuras.
• Ingira alimentos ricos em minerais.
O ferro (encontrado em produtos de
grãos enriquecidos, vegetais verde-escuros e frutas secas) ajuda no tratamento
da anemia hipoférrica, a mais comum
no mundo. O cálcio (presente no leite,
iogurte, tofu, suco de laranja enriquecido, pães e vegetais de folhas verde
escuro) ajuda a garantir uma massa óssea
adequada, e reduz cãibras musculares
durante a gravidez. Sempre obtenha
cálcio a partir dos alimentos. Tome
suplementos apenas mediante prescrição
médica. O zinco é encontrado em grãos
integrais, nozes, legumes, soja e seus
derivados. As fontes de iodo incluem o
sal iodado. As fontes de vitamina A compreendem leite integral, gema de ovo,
margarinas enriquecidas, carotenóides de
plantas, vegetais verdes e frutas e vegetais
amarelos.
• Considere as vantagens de uma dieta
vegetariana. Uma dieta ovolactovegeta-
Tabela 1
Dez fatores principais de risco e provável
população atingida.
Principais fatores de risco
População afetada
(Estimativa)
Emagrecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.400.000
Sexo arriscado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.900.000
Pressão alta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7.000.000
Consumo de fumo. . . . . . . . . . . . . . . . 5.000.000
Consumo de álcool. . . . . . . . . . . . . . . 1.800.000
Água não-tratada e falta de saneamento
básico e higiene. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.700.000
Deficiência de ferro. . . . . . . . . . . . . . . 1.000.000
Inalação de fumaça de combustíveis sólidos
em ambientes fechados (pessoas
expostas) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1 bilhões
Colesterol elevado. . . . . . . . . . . . . . . . 4.000.000
Obesidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500.000
Fonte: The World Health Report 2002 – A população mundial em 2001 era de 6,2 bilhões.
13
riana bem planejada pode satisfazer todas
as necessidades de um regime nutricional
balanceado. Porém, é necessário ter em
mente dois pontos especiais. Primeiro,
numa dieta de transição as pessoas precisam reduzir a ingestão de carne, frango e
peixe, enquanto aumentam progressivamente o consumo balanceado de vegetais
e frutas (a leitura de Levítico, capítulo
11, pode ajudá-lo a escolher as fontes de
alimento animal mais apropriadas nessa
transição). Segundo, os vegetarianos que
desejarem excluir de sua dieta ovos e
leite, serão beneficiados se fizerem consultas médicas periódicas a fim de garantir que tal dieta continue balanceada.4
• Obtenha suficiente vitamina D
expondo-se de 5 a 15 minutos à luz solar
cada dia. Leite e margarinas enriquecidos
também ajudam a manter o equilíbrio
no metabolismo da vitamina D e do
cálcio.
Outras escolhas importantes relacionadas ao estilo de vida
• Entre em forma exercitando-se. A
atividade física consiste numa adaptação
às demandas do estresse. Você pode exercitar-se, sem se cansar demais, mediante
atividades que vão desde moderadas
até vigorosas. O exercício regular pode
melhorar a função cardiorrespiratória e
aumentar o metabolismo. Os exercícios
aumentam o fluxo sanguíneo no cérebro e a produção de neurotransmissores, diminuem o risco de osteoporose,
melhoram a função do sistema imunoló-
gico, previnem fraturas e dores lombares,
e aumentam a sensação de bem-estar e a
expectativa de vida.
• Mantenha seu peso normal. O peso
ideal pode ser calculado pelo Índice da
Massa Corporal (IMC). IMC = Peso em
quilos dividido pela altura em metros2
(ou seja, IMC=P÷A2). Em geral, um
valor situado entre 18,5 e 24,9 é normal
e deveria ser conseguido.
• Reduza o risco de câncer. Evite
fumar, a causa número um de câncer do
pulmão. Para prevenir o câncer intestinal, exercite-se regularmente; adote uma
dieta rica em fibras e mantenha seu peso
dentro da média. Homens acima de 50
anos de idade deveriam fazer exames
regulares do reto para detectar possíveis
problemas prostáticos. As mulheres
devem fazer exames apropriados para
evitar câncer de mama e câncer cervical.
Evite a exposição excessiva à radiação
solar e a lâmpadas especiais de bronzeamento, pois tendem a causar câncer de
pele. Para mais informações sobre a prevenção e tratamento do câncer, visite o
site http://www.cancer.org e http://www.
yourcancerrisk.harvard.edu.
• Visite regularmente o médico.
Converse francamente com ele sobre
qualquer preocupação quanto às condições físicas. Os sites seguintes podem ajudar com programas de exercícios físicos:
http://orthoinfo.aaos.org; http://www.
acefitness.org; http://www.justmove.org;
http://www.hc-sc.gc/ca/hppb/paguide;
Tabela 2
Causas principais de mortalidade por enfermidades no mundo em 20021
Posição 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Causa
Total de mortes (em milhares)
% do total
Males isquêmicos do coração......................................................... 7.208.................................. 12.6
Enfermidades cerebrovasculares.................................................... 5.509.....................................9.7
Infecções respiratórias..................................................................... 3.884.....................................6.8
HIV/AIDS............................................................................................. 2.777.....................................4.9
Obstruções crônicas do pulmão................................................... 2.748.....................................4.8
Enfermidades do trato intestinal.................................................... 1.798.....................................3.2
Tuberculose......................................................................................... 1.566.....................................2.7
Malária.................................................................................................. 1.272.....................................2.2
Câncer do trato respiratório......................................................... 1.243.....................................2.2
Acidentes de trânsito....................................................................... 1.192.....................................2.1
Doenças infantis................................................................................. 1.124.....................................2.0
Fonte: The World Health Report 2002.
14
http://www,cdc.gov/nccdphp/dnpa.
Proteja-se contra as doenças sexualmente transmissíveis (DST)
• Se você não é ou nunca foi sexualmente ativo, ou tem um relacionamento
monogâmico com uma pessoa não-infectada, encontra-se em nível de risco mínimo de DSTs, incluindo a AIDS.
• A melhor prevenção contra as DSTs
é a abstinência sexual antes do casamento
e fidelidade no casamento.
Seja ativo nas questões ambientais
• Use seus direitos de cidadão para exigir das autoridades locais, ações relacionadas à saúde pública. A primeira e mais
básica ação de saúde pública é manter
a comunidade limpa. Exija um serviço
eficiente de tratamento de água, coleta
de lixo, saneamento básico e inspeção
alimentar.
• Faça alguma coisa para prevenir a
poluição. Defenda o meio-ambiente.
Mantendo-se informado a respeito
desses temas importantes e tomando
decisões sábias sobre seu estilo de vida,
você será capaz de reduzir grandemente
os riscos para a saúde e aumentar o bemestar.
Esteban S. Poni-Ravagli (M.D. pela
Universidad Central de Venezuela;
Loma Linda University) é médico especializado em medicina
interna e pediatria. Seu email:
[email protected]. Carlos A.
Poni-Escobar concluiu seus estudos
médicos preliminares e atua como
professor-assistente na Escola de
Medicina da Loma Linda University,
em Loma Linda, Califórnia, USA.
REFERÊNCIAS
1. The World Health Report 2002 e 2003. www.
who.int/whr/2002/overview.
2. E. Poni, “Taking charge of your health”,
Dialogue 16.1 (2004), 1:8-10.
3. P. M. Insel e W.T. Roth, Core Concepts in
Health, Stanford University, 2004.
4. Se você é vegetariano estrito, seu médico pode
recomendar suplementos vitamínicos para evitar a deficiência da vitamina B12. Porém, cereais, bebidas à base de soja e lêvedo de cerveja
podem prover essa vitamina, de modo a evitar
ou retardar intervenções médicas freqüentes.
DIÁLOGO 18•1 2006
Não há desculpas para a violência doméstica
Miguel Angel Núñez
A civilidade, a ética e os
princípios cristãos básicos
exigem que tomemos uma
posição contra a violência
doméstica.
Mirjana Lucic tinha apenas 16 anos
quando foi reconhecida internacionalmente como tenista por seu país, a
Croácia. Ela se classificou em qüinquagésimo lugar no ranking tenístico feminino mundial. Quando foi competir
na Liga Aberta dos EUA jogou bem e,
depois disso, pediu asilo político para
si, sua mãe e irmãos. A razão? Seu pai
violento. Mirjana declarou: “Ele me
bate mais do que você possa imaginar.
Às vezes, por um jogo ou um set perdido, ou por um mau dia. Não consigo
nem falar o que aconteceria se eu perdesse um torneio.”
Catorze semanas depois de se casar
com Paul Gascoigne, astro do futebol britânico e jogador do Glasgow
Rangers, sua esposa foi fotografada
saindo do hospital. Ela apresentava um
braço quebrado, hematomas no rosto,
um olho arroxeado e cortes no nariz.
Muitas organizações feministas pediram
a suspensão de Gascoigne. A resposta
do diretor do clube foi um caso típico
de indiferença: “Contratamos a jogadores de futebol e não temos o mínimo
interesse em sua vida familiar.”
Joe Carollo, prefeito de Miami, passou um dia na solitária por ter batido
na esposa. Foi solto no dia seguinte
com a condição de permanecer longe
da mulher e dos filhos.
Esses casos teriam passado despercebidos se não fosse pela celebridade dos
envolvidos. A verdade é que há casos
similares de milhões de pessoas, mas
que não vêm a público.
O que é violência doméstica?
A violência doméstica é todo ato ou
série de “ações que fazem uso de força
abusiva para obter domínio sobre outra
DIÁLOGO 18•1 2006
pessoa, agredindo seu corpo, integridade, dignidade ou liberdade.”1 Assim
também, uma mulher abusada é “aquela que recebe maus-tratos intencionais,
sejam emocionais, físicos ou sexuais, de
um homem com quem tenha um relacionamento íntimo.”2
Definir violência doméstica nestes
termos é admitir que a maioria dos
incidentes físicos e psicológicos de
abuso aconteça dentro do âmbito de
relações que, supostamente, seriam de
proteção e conforto.
A violência tem diferentes manifestações. Ainda que geralmente signifique
agressão física, ela se manifesta em formas mais complicadas. Estamos falando
de abuso quando há:3
Violência física: a mais visível forma
de violência; os efeitos são fáceis de
notar.
Violência sexual: considerada menos
comum, porque a maioria das vítimas
não a denuncia.
Violência psicológica: considerada
menos destrutiva; mas as pesquisas
revelam o contrário. A constante exposição aos abusos emocionais corrói a
personalidade, e muitas de suas vítimas
têm dificuldades de se recuperar.
Destruição de propriedades pessoais ou
animais: muitos agressores preferem
destruir com malícia objetos ou animais altamente valiosos para suas vítimas, sabendo que isso lhes produzirá
grande sofrimento.
Quaisquer que sejam as dinâmicas
de violência numa relação interpessoal, elas variam de tipo de agressor, do
momento da agressão, da cultura onde
ocorrem, das crenças e dos mitos que as
cercam, etc.
A realidade global
Estima-se que 95% das vítimas de
violência familiar sejam mulheres.4
De acordo com a pesquisa do United
Nations Fund for Women (Fundação
das Nações Unidas Para Mulheres),
uma entre cada quatro mulheres no
mundo sofre maus-tratos domésticos, o
que leva à espantosa cifra de aproximadamente 300 milhões de mulheres víti-
mas de algum tipo de abuso.5 A cada
quinze segundos há um incidente de
violência doméstica em alguma parte
da Terra.6 Isso é assustador quando nos
damos conta de que apenas 10% das
vítimas denunciam o problema.
Calcula-se que seis dentre cada dez
casais experimentam algum tipo de
violência doméstica. Assim, a existência
e os padrões da violência não reconhecem nenhuma cultura ou posição econômica em particular.
O padrão da violência
Existe alguma justificativa para a violência? Essa pergunta não é feita quando a vítima é um homem. Em muitos
países, a violência doméstica contra a
mulher é considerada um problema
particular da família. Mas a honestidade sociológica deve forçar-nos a reconhecer que o problema, de uma forma
ou de outra, envolve-nos a todos.
Muitos especialistas em violência
doméstica acreditam que a tolerância
feminina à violência perpetue esse
Diálogo grátis
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sétimo dia que freqüenta faculdade ou universidade não-adventista, a Igreja tem um
plano que lhe permitirá receber gratuitamente a revista Diálogo enquanto você estiver estudando (aqueles que não são mais
estudantes podem assinar Diálogo usando o
cupom da página 6). Entre em contato com
o diretor do Departamento de Educação
ou do Departamento de Jovens de sua
União, e peça que seu nome seja colocado
na lista de distribuição da revista. Forneça
seu nome completo, endereço, faculdade ou
universidade onde está estudando, o curso
que está fazendo e o nome da igreja onde
você é membro. Você pode também escrever para os nossos representantes regionais
nos endereços indicados na página 2, anexando uma cópia da carta que enviou aos
diretores da União já mencionados. Caso
os passos acima não produzirem nenhum
resultado, você poderá contatar-nos via
e-mail: [email protected]
15
tipo de atitude, e existe a idéia de que
a mulher deve ser punida caso sua
conduta esteja fora dos padrões que a
sociedade estabelece. Isso implica que
o problema de maus-tratos às mulheres
não está restrito a uma área geográfica
ou cultura. Ele é tão aceito na sociedade, que muitas vítimas se resignam ante
o abuso.
Isso cria um efeito-dominó quando
as novas gerações reproduzem o mau
exemplo, resultando em ausências no
trabalho, desenvolvimento escolar precário, doenças e “acidentes” que, no
final, todos acabam por arcar. Existe
um estudo mostrando que filhos de
lares onde as mães são sistematicamente
abusadas tendem a ser usuários de drogas, a apresentar deformidades psicológicas, a repetir cenas de violência e à
delinqüência social.
Filhos e filhas de famílias onde a mãe
foi vítima de abuso tendem a reproduzir o mesmo padrão de violência. É um
erro supor que o que acontece dentro
de casa não tem efeito sobre o ambiente doméstico.
As evidências mostram que mulheres
vítimas de abusos físicos e psicológicos
são inibidas em seu desenvolvimento
na sociedade e no lar. Sua produtividade no trabalho, seu desempenho como
mães, seu desenvolvimento pessoal,
suas qualidades como cidadãs, são afetados pelo resto de suas vidas, até que
se ergam para reivindicar sua dignidade
pessoal ou agir contra essa situação
abusiva.
Mitos sobre a violência doméstica
Mitos relacionados à violência
doméstica estão tão arraigados em certas culturas e padrões de pensamentos,
que sua erradicação torna-se quase
impossível. Assim sendo, é importante
entender e desfazer esses mitos, a fim
de fazer face, tanto individual quanto
corporativamente, à ameaça da violência doméstica. Consideremos alguns
desses mitos:
A violência doméstica não afeta muitas
pessoas. Ela afeta sim. De acordo com as
estatísticas do Departamento de Justiça
16
Americano, nos Estados Unidos uma
mulher é atacada a cada 15 segundos.
Os ataques no âmbito doméstico são
uma das principais causas de ferimentos em mulheres, revelando índices
mais elevados do que os dos acidentes
em auto-estradas ou qualquer outro.7
Estima-se que 50% dos lares sofrem ou
já tenham sofrido violência familiar.8
Maus-tratos são o resultado momentâneo da ira. A verdade é que os agressores têm o hábito de atacar. Não se
trata de um impulso breve, mas de uma
atitude repetitiva. Muitas mulheres vítimas de agressão relatam que têm sido
maltratadas repetidamente por muitos
anos.
Os abusos ocorrem somente entre os
pobres e nas comunidades de baixo nível.
Esse é um conceito errôneo. As pessoas
que usam de violência contra suas esposas ou namoradas pertencem a toda
classe social e nível educacional.9 A lista
de agressores, conforme um estudo
feito em Boston, inclui médicos, psicólogos, advogados, clérigos10 e executivos.11 Outro estudo revela que há maior
nível de agressão entre casais com grau
universitário, do que entre pessoas de
menor nível educacional.12
Violência está limitada a empurrões,
tapas e socos. Muitas pessoas pensam
que essas ações não causem danos
graves. O fato é que muitas mulheres
sofrem lesões incapacitantes e permanentes, e podem até morrer durante
confrontos com maridos ou namorados
agressores.13
É fácil à mulher livrar-se das agressões.
Muitas mulheres são tão escravizadas
ou psicologicamente dependentes dos
agressores, que encontram dificuldades
para se distanciar deles. De fato, uma
das seqüelas desse problema é, por
vezes, um dano psicológico tão profundo que se torna quase impossível escapar sem uma assistência externa.
A maior parte dos agressores de mulheres é composta de estranhos. Muitos
gostariam de acreditar nesse mito, mas
a realidade é que 95% dos agressores
pertencem ao círculo familiar: maridos,
pais, irmãos, sogros e amigos próximos.
Uma reportagem mostrou que 70%
das vítimas de violência são atacadas
em suas próprias casas, geralmente pelo
esposo ou amigo íntimo.14 Uma mulher
é mais susceptível a ser morta por um
homem com quem tenha uma relação
afetiva, do que por um estranho.15 O
lar, que deve ser um paraíso de segurança, chega a tornar-se um inferno na
terra para muitas mulheres e crianças
vítimas de violência.
A violência doméstica é o resultado de
alguma espécie de doença mental. Esse
mito permite muitas desculpas, e explica e tolera violência física e psicológica
contra mulheres. O fato é que apenas
10% dos agressores têm algum tipo de
desordem psíquica.16
Violência e amor não podem coexistir
numa família. Muitos episódios ocorrem em ciclos. De acordo com Corsi,
“o amor coexiste com a violência; pois
de outra forma não existiria o ciclo.
Geralmente é um amor viciado, dependente e possessivo, baseado na insegurança”17.
A violência emocional não é tão séria
como a violência física. Entretanto, a
verdade é que “a violência emocional
contínua, mesmo sem agressão física,
produz muitas e sérias conseqüências
para a estabilidade emocional das
vítimas.18 O problema é que os efeitos
psicológicos e emocionais são menos
visíveis em curto prazo, ao passo que os
danos físicos são patentes no próprio
ato. Em realidade, é possível aterrorizar
uma mulher e agredi-la sem recorrer a
abusos físicos.19 A reabilitação de uma
pessoa vítima de abuso emocional é tão
difícil e traumática como da pessoa que
foi fisicamente atacada”.20
A conduta violenta é uma característica herdada pelo ser humano. Isso é o que
os zoólogos, etólogos21 e muitos investigadores alicerçados na evolução dizem
há anos. A realidade é que “a violência
é um comportamento aprendido de
modelos familiares e da sociedade que
a define como um recurso válido para a
resolução de conflitos. O uso de violência é aprendido na família, na escola,
nos esportes competitivos e através da
DIÁLOGO 18•1 2006
mídia”.22 Uma atitude aprendida pode
ser desaprendida.
A violência familiar não acontece em
lares cristãos. Muitos homens agressivos
e violentos freqüentam regularmente a
igreja. Tragicamente, uma interpretação
machista de certas passagens bíblicas
leva alguns homens a acreditar na preeminência do homem sobre a mulher,
e que essa atitude é base justa para a
violência contra as esposas.23
Todos são agressivos, tanto homens
quanto mulheres. Alguns homens dizem
que é um exagero falar sobre homens
abusando de mulheres, porque elas
também são agressivas, mas não é tanto
assim. A agressão masculina é mais
comum e notória.24
As mulheres incitam os homens à agressão. A maioria dos agressores acredita
nesse mito.25 Mesmo algumas mulheres,
evidentemente as que não são vítimas,
tendem a acredita-lo também. Todas
as pesquisas sobre violência mostram
que os homens violentos atacam independentemente do que as mulheres
façam ou digam. A agressão em qualquer forma, especialmente a física,
não pode ser perdoada, e um desacato
verbal por parte da esposa não constitui
absolutamente uma justificativa para a
agressão.26
Conclusão
A violência doméstica, particularmente contra as mulheres, é endêmica
na sociedade e essa atitude desumana não pode passar despercebida. O
comportamento civilizado, bem como
outros princípios éticos e cristãos,
requerem que demos todos os passos
possíveis contra a violência.
O Criador nunca pretendeu que
alguém fosse tratado de maneira humilhante. A Bíblia diz que Deus “detesta,
com todo o coração, os que gostam
de praticar violência” (Salmos 11:5
– A Bíblia na Linguagem de Hoje). O
Senhor convida os homens casados a
“amar suas mulheres assim como amam
o seu próprio corpo” (Efésios 5:28 – A
Bíblia na Linguagem de Hoje). A lógica é que ninguém queira atacar a seu
DIÁLOGO 18•1 2006
próprio corpo.
Ninguém deve permanecer indiferente à violência contra a mulher. O
Senhor adverte aqueles que ignoram
a injustiça e os maus-tratos: “Procure
salvar quem está sendo arrastado para
a morte. Você pode dizer que o problema não é seu, mas Deus conhece o
seu coração e sabe os seus motivos. Ele
pagará de acordo com o que cada um
fizer” (Provérbios 24:11, 12).
Miguel Angel Núñez (ThD pela
Universidade Adventista del Plata)
leciona teologia e psicologia pastoral na Universidade Peruana
Unión, en Naña, Peru. É autor de
muitos artigos e livros, incluindo
Amores que matam, de onde este
artigo foi extraído. Seu e-mail é:
[email protected].
REFERÊNCIAS
1. D. Weltzer-Lang, Les hommes violents (Paris:
Cote — femmes, 1992), citado por Luis
Bonino Méndez em “Las macroviolencias y
sus efectos: Claves para su detección,” Revista
Argentina de Clínica Psicológica 8 (1999) 3:223.
2. Graciela Ferreira, La mujer maltratada (Buenos
Aires: Sudamericana, 1989), citado por Jorge
Corsi, “Una mirada abarcativa sobre el problema de la violencia familiar” em Violencia familiar: Una mirada interdisciplinaria sobre un grave
problema social (comp. Jorge Corsi; Buenos
Aires: Paidós, 1999), p. 35.
3. Ver Marie Fortune, “Calling to Accountability:
The Church’s Response to Abusers,” em
Violence Against Women and Children: A
Christian Theological Sourcebook, eds. Carol
Adams e Marie M. Fortune (New York: The
Continuum Publ. Co., 1998), p. 453.
4. Essa é uma estimativa global. Marta Irene Stella
de Gasparini, em seu livro Violencia familiar
(Posadas: Editorial Universitaria, Universidad
Nacional de Misiones, 2001), p. 119, usa diferentes porcentagens de violência familiar: 2%
contra homens, 75% contra mulheres, e 23%
entre os membros da família.
5. Sara Lovera fornece essa estimativa em
“Comunicación e información de la mujer,”
obtido online: www.cimac.org.mx/noticias/
01may/01051711.html, consultado em 28 de
junho de 2003.
6. El País, Bogotá, Colombia, 6 de março de
2004.
7. De Uniform Crime Reports, FBI, 1991, citado
em “Myths and facts about domestic violence,”
www:famvi.com/dv_facts.htm, consultado em
February 2, 2001.
8. Corsi, p. 36.
9. UNIFEM, “Violência contra a mulher não tem
classe”, Maria Maria, 1(1999): pp. 7, 8.
10.Ver Fortune, “Is Nothing Sacred? The Betrayal
of the Ministerial or Teaching Relationship,”
em Adams and Fortune, pp. 351-360. Ver também Fortune, Is Nothing Sacred? The Story of a
Pastor, the Women He Sexually Abused, and the
Congregation He Nearly Destroyed (Cleveland:
United Church Press, 1999); Stanley J. Grenz e
Roy D. Bell, Betrayal of Trust: Confronting and
Preventing Clergy Sexual Misconduct (Grand
Rapids: Baker Books, 2001).
11.Massachussets Coalition of Battered Women
Service Groups, Boston, MA, 1990, citado em
“Myths and facts about domestic violence,”
www.famvi.com/dv_facts.htm.
12.M. Schulman, A Survey of Spousal Violence
Against Women in Kentucky (New York: Louis
Harris Associates, 1979), citado por Barbara
A. Carson and David Finkelhor, “The Scope
of Contemporary Social and Domestic
Violence,” em Carmen G. Warner e G. Richard
Braen, eds. Management of the Physically and
Emotionally Abused (Norwalk: Capistrano Press,
1982), p. 11.
13.David Adams, “Identifying the Assaultive
Husband in Court: You Be the Judge,” Boston
Bar Journal (1989), pp. 33, 34.
14.Carson e Finkelhor, p. 9.
15.R. Ressler, Whoever Fights Monsters (New York:
St. Martin’s Press, 1993), citado por Graciela B.
Ferreira, “Clínica victimológica en casos de violencia conyugal: Prevención del suicidio/homicidio,” Revista Argentina de Clínica Psicológica
8 (1999) 3:222.
16.Corsi, p. 36.
17.Idem, p. 37.
18.Idem, p. 38.
19.Catherine Kirkwood, Cómo separarse de su pareja abusadora: Desde las heridas de la supervivencia a la sabiduría para el cambio, traduzido por
Isabel Jezierski (Buenos Aires: Gránica, 1999),
p. 59.
20.Idem, p. 69
21.Konrad Lorenz, fundador da cientologia moderna (a ciência que estuda o comportamento dos
animais), diz que a violência está presente em
todas as espécies, incluindo seres humanos, e
deve ser aceita como parte do comportamento
adaptativo e do desenvolvimento evolucionário.
22.Corsi, pp. 38, 39.
23.Renita J. Weems, Battered Love: Marriage,
Sex and Violence in the Hebrew Prophets
(Minneapolis: Fortress Press, 1995). Weems
mostra que é possível utilizar de forma incorreta
certas passagens bíblicas, escritas num contexto
simbólico e metafórico para justificar a agressão
do companheiro.
24.Neil Jacobson e John Gottman, Hombres que
agreden a sus mujeres: Cómo poner fin a las relaciones abusivas, traduzido por Carme Castells e
Agueda Quiroga (Barcelona: Ediciones Paidós
Ibérica, 2001), p. 39.
25.Jacobson and Gottman, p. 52.
26.Idem, p. 54.
17
ponto de vista
Calamidades naturais: atos
de Deus ou de Satanás?
Herbert E. Douglass Sob o ponto de vista do
Conflito Cósmico, Deus
ainda está no controle.
Nos últimos anos, nosso planeta tem
sofrido um crescente número de calamidades naturais – terremotos, furacões,
secas, inundações e uma devastadora
tsunami. Alguns desses acontecimentos, embora menos dramáticos como o
aquecimento global e o correspondente
derretimento de geleiras e calotas polares, também têm levantado em muitas
mentes questões relacionadas às suas
causas. São esses eventos o resultado de
leis naturais ainda pouco entendidas? É
sua causa real a exploração humana de
nosso habitat natural? Pessoas de muitas
correntes religiosas têm-se perguntado se
essas catástrofes não seriam punições de
uma divindade ofendida. Cristãos crentes
na Bíblia têm indagado sobre o papel
desempenhado por Deus e Satanás como
os atores finais de um drama cósmico.
Estariam essas calamidades apontando
para um evento culminante na história
humana?
Ao tentarmos compreender o papel de
Deus nas calamidades naturais, devemos
nos precaver contra a armadilha forjada
por Satanás, no sentido de que os desastres dos últimos dias provêm de um Deus
insultado e irado. É exatamente assim
que Satanás tem pintado a Deus desde o
Éden, e antes mesmo. Milhões de pessoas
hoje, em nosso planeta, assim o crêem.
Entretanto, de acordo com a Bíblia,
estamos nas últimas horas do Conflito
Cósmico, o Grande Conflito, que contaminou o Universo desde que “houve
peleja no céu” (Apocalipse 12:7).*
18
Olhando a profecia bíblica
Lemos em Apocalipse que nos tempos
finais da história, Deus estará, mediante
Seus anjos, “retendo os quatro ventos da
Terra para que nenhum vento soprasse
sobre a Terra, nem sobre o mar, nem
sobre árvore alguma” (Apocalipse 7:1).
Isso soa mui ameaçador. Antes do fim
dos tempos, nosso planeta será palco de
todo o tipo de calamidade em terra, no
mar e na vegetação. Mas ainda não vimos
nada semelhante ao que acontecerá quando os ventos da destruição forem libertos
das forças retentivas dos quatro anjos, que
recebem ordens do próprio Senhor!1
Por que os ventos ainda estão sendo
retidos? O povo de Deus, como um
todo, ainda não recebeu o “selo” da aprovação de Deus “escrito em sua fronte”
(Apocalipse 14:1). O selo aprobatório
de Deus será posto naqueles que possam
representá-Lo corretamente perante o
mundo; naqueles que dizem a verdade
a Seu respeito e testemunham de Seu
poder – exatamente em oposição ao secular desafio de Satanás. Essas são as pessoas
que estão prontas a permanecer firmes
através das conturbações dos últimos dias,
conforme descrito nos versos finais de
Apocalipse 6.
E o que dizer desses ventos? Eles
representam as obras de Satanás, prestes
a serem liberadas da mão restritiva de
Deus. Tudo isso pode ser melhor entendido à luz do Conflito Cósmico. É uma
repetição do exposto no livro de Jó,
porém em escala mais colossal: fogo do
céu queimando o gado e os servos de Jó,
assaltantes perambulando e matando a
esmo, um forte vento destruindo a casa e
matando seus filhos (Ver Jó, capítulos 1 e
2). A maldade satânica é inacreditável! E
é ainda hoje a mesma que nos dias de Jó.
O papel de Satanás
A premeditada estratégia de Satanás
sempre tem sido confundir, enganar e destruir a paz deste mundo. Ele é “homicida
desde o princípio” (João 8:44). Por quê?
Para abalar a fé e a esperança de bilhões
de pessoas na verdade de que um Ser mais
poderoso, fiel e veraz dirige o Universo!
Mas onde está Deus? Deus, no âmbito
dos propósitos do Grande Conflito, permite essa multiplicação do engano e do sofrimento abrangendo não apenas um homem
chamado Jó, mas todo o planeta hoje.
Tudo o que finalmente Jó soube que jazia
por trás das catástrofes que ele e sua família
sofreram – incluindo fogo do céu e ventos
devastadores – foi-lhe contado depois pelo
próprio Deus. Mas antes as coisas não estavam claras. Só depois Jó soube que Deus
estava sendo desafiado por Satanás, o qual
estava furioso por Jó ter sido tão abençoado com uma grande família e notável prosperidade. Ele acusou a Deus de discriminar
as pessoas. A razão pela qual Jó era tão reto
e obediente em sua adoração, era o fato de
Deus ter construído “uma cerca” em torno
dele, para suborná-lo à obediência (Jó 1:812, 2:3-7).
Surgem, então, teólogos amadores para
explicar a Jó porque ele tinha sido vítima
dessas horríveis calamidades (Jó 2:11-13).
Lemos nos capítulos seguintes do livro as
várias razões que muitos hoje ainda usam
para explicar as inesperadas calamidades.
Ou Jó estava escondendo, no fundo, o
segredo de seus procedimentos e Deus o
estava punindo, ou Deus responde apenas
ao justo e ignora aqueles que sofrem calamidades, porque Ele é um Deus justo, ou
ainda, Deus é tão justo que somente pode
derramar Sua ira sobre o pecado, e finalmente que Jó estava recebendo um castigo
menor do que ele merecia.
Quantos ecos das vozes desses três “amigos” de Jó ouvimos hoje na Internet, em
artigos de jornais e revistas, e em muitos
púlpitos.
O apóstolo Paulo afirmou claramente
que Satanás é “o príncipe das potestades
do ar, do espírito que agora atua nos filhos
da desobediência” (Efésios 2:2).2 Ele é mais
do que um mito! Ele é o grande opositor
de Deus, fazendo tudo o que pode para
DIÁLOGO 18•1 2006
aviltar, desmoralizar e destruir homens
e mulheres. E por razões que só Deus
conhece, Ele gradualmente retirará o
poder restritivo que tem exercido sobre os
planos assassinos de Satanás.3
A visão de Cristo sobre o futuro
Sem dúvida, nosso planeta sempre teve
terremotos, tornados, enchentes, furacões, tufões e fomes. Alguns desses piores
eventos registraram-se há muitos anos,
com conseqüências muito mais danosas
do que as que experimentamos em anos
mais recentes, muito embora nessas mesmas áreas tenhamos hoje uma população
bem maior.
Nos últimos dias do ministério de
Jesus, Seus discípulos Lhe indagaram a
respeito dos sinais do fim e de Seu prometido retorno. Dentre outros sinais,
Jesus lhes falou: “Ouvireis falar de guerras
e rumores de guerra; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer,
mas ainda não é o fim. Porquanto se
levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em
vários lugares; porém tudo isso é o princípio das dores” (Mateus 24:6-8).
Em outras palavras, o mundo sempre
terá guerras, terremotos, pestes e calamidades. Há, entretanto, sinais específicos
que Cristo delineou nos capítulos 24
e 25 de Mateus, como a pregação do
Evangelho a todo o mundo, e então Ele
voltará (Mateus 24:14). Cristo comparou os últimos dias de nosso planeta aos
últimos dias antes de Noé entrar na arca
(Mateus 24:37-39). E comparou a demora em Sua vinda à demora do aparecimento da noiva nas bodas (Mateus 25:5).
Detectando a diferença
Ao refletimos sobre as calamidades dos
últimos anos, notamos uma diferença
com as do passado. Graficamente teríamos uma curva exponencial crescente
indicando um aumento da freqüência e
das intensidades, em destacado contraste
com a previsão que resultaria de um crescimento linear.
Poderia alguém negar que furacões,
enchentes, fomes, pestes, falências, degradação moral, esgotamento dos mananDIÁLOGO 18•1 2006
ciais, escalada do consumo de energia
e outros eventos reais também estejam
aumentando com impressionante velocidade?4 A maioria das pessoas convive com
o sentimento de que tudo está “fora dos
eixos”, em comparação com a vida que
tínhamos há poucas décadas. Parece não
haver como retrocedermos no tempo.
É como uma escada rolante que parece
acelerar-se a cada dia. E todos sentem
que não têm como saltar fora dela. Esse
sentimento aumenta quando ouvimos a
notícia da última catástrofe sendo divulgada pelos meios de comunicação globais,
e chegando até nós.5
Uma perspectiva adventista
Durante mais de 150 anos, os adventistas do sétimo dia têm estado a proclamar
ao mundo que a história da humanidade
está inexoravelmente caminhando para
o seu clímax, como predito pelo próprio
Deus nas Escrituras. Ficamos contentes
ao observar que milhões de cristãos também começaram a fixar sua atenção e
esperança na breve volta de Jesus. Além
disso, existem hoje dezenas de sites na
Internet dedicados aos acontecimentos
finais. A série de best-sellers “Deixados
Para Trás” e os filmes correspondentes,
ampliam em muito o senso de que algo
surpreendente está para acontecer.
Entretanto, com base em nossa compreensão da profecia bíblica, não cremos
que os cristãos serão arrebatados secretamente, ou que Israel é uma peça-chave
nos acontecimentos dos últimos dias.
Nem divisamos o Armagedon como
uma batalha a ser travada pelos exércitos
modernos na Planície de Esdraelon.
Os otimistas estão certos. O mundo
não terminará em lamúrias ou numa
estrepitosa explosão. As potências nucleares mundiais não incendiarão a Terra.
Não seremos afogados ou asfixiados em
nosso próprio lixo, nem envolvidos numa
mortandade em massa.
E os pessimistas também estão certos.
Este mundo poderá conseguir logo todas
as vacinas necessárias para atender a todos
os desafios sanitários que enfrentamos
hoje, mas não haverá vacina contra a
avassaladora tsunami do lixo moral que
permeia a vida moderna, especialmente
no “esclarecido” mundo ocidental. Todos
os dispositivos de posicionamento global
(GPS) e veículos modernos não conseguirão atingir e eliminar o crescente ódio
que grassa entre as comunidades e entre
as nações.
Conclusão
Está além da capacidade do homem
compreender a interação exata dos fatores humanos naturais e sobrenaturais,
causadores das crescentes calamidades
experimentadas pelo nosso planeta. Para
o que crê na Bíblia, entretanto, algumas
coisas são certas: Satanás procura destruir
tantas pessoas quantas puder, por qualquer meio que possa utilizar. No final, a
verdade triunfará; Deus e Seus fiéis serão
vindicados e Ele fará novas todas as coisas. Vivemos nos últimos dias da história
da terra. Cada dia é precioso e não se
repetirá.
“Não retarda o Senhor a sua promessa,
como alguns a julgam demorada; pelo
contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça,
senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, entretanto, como ladrão, o
Dia do Senhor, no qual os céus passarão
com estrepitoso estrondo, e os elementos
se desfarão abrasados; também a terra e
as obras que nela existem serão atingidas.
Visto que todas essas coisas hão de ser
assim desfeitas, deveis ser tais como os
que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do
dia de Deus, por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão” (II Pedro
3:9-12).
Estamos nós prontos?
Herbert G. Douglass (Ph.D. pela
Pacific School of Theology) foi
professor, diretor de faculdade e
editor. Tem 16 livros de sua autoria, incluindo Mensageira do Senhor.
(Pacific Press, 1998) e God at Risk
(Amazing Facts, 2004). Seu e-mail é
Continua na p. 23
19
Perfil
Lidija Odorčić
Diálogo com uma médica adventista da
Eslovênia
2002. A Eslovênia, com dois milhões de
habitantes, possui mais de 500 adventistas distribuídos em 13 igrejas.
n Por favor, conte-nos mais detalhes
Em março de 2005, quando a Dra.
Lidija Odorčić foi escolhida como a
Pediatra do Ano na Eslovênia, prestouse pela segunda vez essa homenagem
a um adventista, desde que esse reconhecimento nacional foi estabelecido
há 10 anos. Tal distinção é concedida
por uma revista nacional de saúde, que
solicita à população telefonar ou enviar
o nome de seu médico favorito para a
rádio ou jornal da região. A campanha
ocorre no primeiro trimestre de cada
ano e no final o vencedor é anunciado.
Em 2005, a Dra. Odorčić recebeu o
maior número de votos dentre 1.535
médicos.
Diz a médica: “Esse prêmio não é
uma recompensa profissional, mas um
reconhecimento da boa comunicação
com os pacientes.” Um organizador da
campanha comentou: “Essa consideração é uma expressão de agradecimento e respeito pelo bom trabalho, sacrifício próprio, bondade e filantropia.”
Há 20 anos, quando a Dra. Odorčić
e seu esposo, também médico, se
mudaram para Kočevje, uma pequena
cidade com 12 mil habitantes, não
havia adventistas na região. Graças à
influência positiva que exerceram na
comunidade, foi estabelecida uma igreja adventista na cidade, em junho de
20
sobre a senhora, sua família e trabalho.
Sou uma médica que cuida de cerca
de 1.800 pessoas, em sua maioria
crianças e jovens. Juntamente com
meu esposo, que é clínico geral, administramos uma clínica em Kočevje.
Temos dois filhos. O mais velho está
na faculdade de filosofia, e o caçula
está no ensino médio.
Kočevje é uma pequena cidade
a 60km de Ljubljana, a capital da
Eslovênia. Está localizada à beira de
uma densa floresta, onde ainda se
podem encontrar ursos, linces, cervos
e outros animais selvagens. Trabalhar
a 60km do hospital mais próximo é
muito desafiante.
n Vamos começar por sua infância.
Nasci em Delnice, na Croácia,
quando ainda fazia parte do Estado
Comunista da Iugoslávia. Meus avós
já eram adventistas do sétimo dia.
Entretanto, durante meu crescimento,
as autoridades políticas sempre viam
negativamente a fé religiosa. Isso podia
ser um obstáculo na educação ou na
carreira profissional. Por essa razão,
quando menina, eu queria ser uma
costureira autônoma para, desse modo,
poder guardar o sábado. Minha irmã
caçula e eu crescemos num lar aprazível, afetuoso e bem cuidado por nossos
dedicados e carinhosos pais.
Comecei minha educação numa
escola de música. Quatro anos depois
nossa igreja local perdeu a organista e
fui indicada para substituí-la. Quando
estava na terceira série, tive um forte
sentimento de que deveria ser médica.
Lembro-me claramente das circunstâncias dessa decisão. Nossa família estava
visitando uma parenta que havia voltado
recentemente do hospital. Ela lamentava
a rudeza das enfermeiras e dos médicos.
Senti pena dela e decidi: “Serei uma
médica, mas bondosa e gentil.”
Após a escola primária, estudei numa
instituição adventista que possuía o ensino médio e um centro de treinamento
teológico, em Maruševec, Croácia. A
escola funcionava num velho castelo do
século 17. Havia muitos jovens, todos
cristãos, e também música. Assim tive
novamente a oportunidade de retomar
minhas aulas de música.
n Como conseguiu entrar na faculdade de
medicina?
Enquanto fazia o ensino médio, dediquei a maior parte do tempo à música
e pouco às ciências. Devido a uma nota
baixa em ciências, não fui selecionada
para a escola de medicina de Zagreb.
Assim, comecei a Academia de Música.
Porém, um desentendimento com uma
indelicada professora de piano deixoume muito amargurada; então orei para
que, de alguma maneira, as portas se
abrissem para o curso de medicina.
E Deus o fez. Fui aceita na faculdade de medicina por milagre. Ainda
estávamos no antigo regime político e
tínhamos, às vezes, aulas e provas nos
sábados. Com oração e diplomacia consegui o privilégio de me ausentar nesse
dia. Mas no terceiro ano enfrentei uma
enorme dificuldade. A disciplina de
anatomia patológica tinha aula prática
todos os dias da semana. Cada dia havia
um programa especial e, se perdesse
um deles, poderia recuperar no mesmo
dia da semana seguinte. Isso significava
DIÁLOGO 18•1 2006
um problema sério para mim: nunca
poderia recuperar a sessão de laboratório do sábado sem transgredir esse dia.
Conversei com a professora responsável
e solicitei-lhe que fizesse uma exceção
devido à minha fé religiosa. Ela, além
de não fazer nenhuma concessão, foi
muito áspera, insultando minha fé,
minha igreja e a mim. A professora
era muito influente e uma comunista
zelosa. Ainda que desapontada, continuei estudando muito e participando
tão bem de todas as outras aulas que,
quando fiz os exames finais, tive êxito.
n E depois?
Quando terminei medicina, meu
esposo e eu aceitamos um trabalho na
Eslovênia. A região para onde fomos
não tinha nenhum adventista. A igreja mais próxima ficava a 45km de
distância. Foi um adeus ao coral, aos
conjuntos, à escola sabatina, aos jovens
e outras atividades da igreja.
Por muitos anos, meu esposo e eu
trabalhamos com a liderança adventista, realizando seminários de saúde
e estilo de vida em muitas igrejas de
nossa Associação. Finalmente decidimos organizar um seminário em nossa
cidade também. Em pouco tempo
pudemos começar uma igreja com 10
membros e vários simpatizantes.
n A senhora e seu esposo trabalharam
em unidades médicas governamentais.
Ele foi diretor de uma dessas instituições.
Como conseguiram abrir uma clínica
particular?
Com a divisão da Iugoslávia, emergiram novas oportunidades e liberdades.
Inicialmente meu esposo começou
uma clínica particular e, posteriormente, segui seus passos.
Gosto muito do meu trabalho.
Quando vejo a alegria estampada na
face dos meus pacientes, a vitória sobre
suas enfermidades e sua confiança e
cooperação nos tratamentos terapêuticos, sinto-me muito feliz. Em meu
consultório conheço muitos bebês e
crianças que são trazidos regularmente
para vacinas, exames e testes. Trabalhar
DIÁLOGO 18•1 2006
com crianças traz-me sempre alegria!
n Quando a senhora era jovem, o que
teria pensado se alguém lhe dissesse que
seria a Pediatra do Ano na Eslovênia?
Impossível! Essa seria minha reação.
Como médica autônoma estou sujeita
a constantes inspeções e supervisões.
Esse não é o caso de meus colegas que
trabalham nas instituições públicas.
Necessito ser bastante cuidadosa ao
receitar medicamentos e, ao mesmo
tempo, proteger os direitos dos meus
pacientes. Uma pessoa que segue a
lei não é popular. Dessa forma, fiquei
muito surpresa por ter sido escolhida
para esse prêmio.
n O que a senhora considera como
princípios relevantes em sua prática profissional?
Acredito que os evangelhos nos
provêem alguns princípios básicos aplicáveis em toda profissão. Como cristã,
não devo discriminar as pessoas. Devo
respeitar a integridade e a privacidade
de todos com quem trabalho. Devo
procurar auxiliar e entender os necessitados, realizando minhas tarefas com
honestidade, verdade e amor. Com tais
princípios podemos lograr êxito em
tudo quanto fizermos.
n Qual é a situação religiosa da
Eslovênia? E como está a Igreja
Adventista do Sétimo Dia?
Durante os séculos 16 e 17, a
Eslovênia era um país protestante,
mas posteriormente tornou-se principalmente católico. Hoje está havendo
um aumento de fortes influências
seculares e da Nova Era. Porém, há
pessoas que estão buscando a verdade.
A igreja adventista, ainda que pequena
em número, é muito ativa. Estou certa
de que, com a ajuda de Deus e com o
envolvimento ativo dos jovens, nossa
igreja terá maior influência e crescimento.
n Qual o seu conselho aos jovens adven-
tistas que vão iniciar sua carreira profissional?
O que faz a diferença entre nós,
como cristãos, e o resto do mundo, é a
prioridade. O caminho diante de nós
não é um mar de rosas; é repleto de
pedras, subidas e dificuldades. Porém,
se nos apoiarmos em Deus e em Suas
promessas, alcançaremos a vitória. Meu
conselho é o mesmo de Salomão e
continua sendo meu lema: “Confia no
Senhor de todo o teu coração, e não te
estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele endireitará as tuas veredas”
(Provérbios 3: 5 e 6).
Entrevista concedida a
Zvonko Virtič
Zvonko Virtič é editor do jornal adventista da Eslovênia, o
Adventistcni pregled. Seu e-mail é:
[email protected]. O e-mail
da Dra. Lidija Odorčić é: lidija.
[email protected]
Atenção,
profissionais
adventistas!
Se você possui e-mail e um título
ou diploma pós-secundário em qualquer campo acadêmico ou profissional,
nós o convidamos para fazer parte da
Rede de Profissionais Adventistas (RPA).
Patrocinado pela Igreja Adventista, esse
registro global eletrônico assiste instituições e agências participantes a fim de
localizar candidatos para posições no
ensino, administração, área de saúde e
pesquisa, e consultores especializados
e voluntários para tarefas missionárias
breves. Coloque gratuitamente sua
informação profissional diretamente no
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registrar-se!
21
Perfil
Duane Maynard Cady, M.D.
Diálogo com um médico adventista,
presidente da Associação Médica
Americana
O Dr. Duane Maynard Cady é
esposo, pai, avô, membro da igreja e
cirurgião. Desde julho de 2005 ele é
também presidente do conselho da
Associação Médica Americana (AMA),
ocupando a posição mais elevada dentre os 250 mil membros dessa influente organização profissional, que molda
os serviços de saúde para 300 milhões
de americanos. A AMA é a mais antiga
e influente organização médica dos
Estados Unidos.
O Dr. Cady, que está envolvido
com a AMA desde 1966, graduouse em química pelo Atlantic Union
College e em medicina pela Escola de
Medicina da Universidade de Loma
Linda. Completou sua residência médica na Universidade Estadual de Nova
Iorque, no Upstate Medical Center, em
Siracusa. O Dr. Cady é também capitão
do corpo médico do exército americano, e serviu como cirurgião militar no
Vietnã.
22
O Dr. Cady trabalhou como presidente do corpo médico, diretor do
departamento de cirurgia e membro
do conselho deliberativo do Hospital
Saint Joseph, em Siracusa, Nova Iorque.
Ele é membro do Colégio Americano
de Cirurgiões (American College of
Surgeons), representante do Conselho
Nacional de Examinadores Médicos
(National Board of Medical Examiners)
e membro da Alpha Omega Alpha
National Honor Society. Ele também trabalhou como presidente do
Conselho Consultivo da Medicaid
Managed Care do Estado de Nova
Iorque, e foi membro da Comissão
de Força-Tarefa sobre Reforma do
Reembolso Hospitalar.
Por muitos anos o Dr. Cady tem
usado sua capacidade de liderança para
servir à Igreja Adventista. Ele tem auxiliado pastores em programas comunitários sobre como parar de fumar.
Participou também de comissões administrativas e financeiras da Igreja e serviu como presidente do conselho da
Parkview Junior Academy. Atualmente
o Dr. Cady é membro do conselho
deliberativo do Atlantic Union College,
no qual está coordenando a campanha
de arrecadação de U$25 milhões para
o desenvolvimento da instituição.
Como presidente da AMA, o Dr.
Cady consome muito de seu tempo
em concílios e comissões para o
desenvolvimento de diretrizes de
saúde com líderes de diversas instituições. Quando seu mandato de presidente da AMA expirar, em 2007, o Dr.
Cady planeja aposentar-se da carreira
médica, após uma carreira de mais de
40 anos.
n O senhor filiou-se à AMA em 1966,
logo após iniciar sua carreira cirúrgica.
O que o levou a tornar-se membro dessa
organização profissional? E como ela
influenciou sua carreira?
Eu não diria que a AMA influenciou
minha carreira, mas ela acrescentoulhe outra dimensão e a modelou. Tive
a oportunidade de conhecer todos os
tipos de pessoas. A maioria dos médicos associa-se a organizações profissionais para ampliar seus contatos e usufruir alguns benefícios delas oriundos
como, por exemplo, fazer apólice de
seguro em grupo. Porém, sinto que ser
membro de associações profissionais
como a AMA faz parte de minha obrigação como médico. Embora me tenha
associado à AMA em 1966, eu já estava envolvido com associações médicas
de meu estado e cidade na maior parte
do tempo até 1992. A partir de então
comecei realmente a envolver-me com
a AMA.
n Qual foi a questão mais importante
com que teve de lidar na área médica?
A principal questão com que trabalhei e tenho trabalhado é como
prover seguro de saúde para os que
não têm esse benefício. Há quase 45
milhões de pessoas nessa condição nos
Estados Unidos, e é uma situação que
gera conseqüências sociais e econômicas incontestáveis. O segundo maior
problema é a reforma nos delitos de
natureza civil, ou reforma de responsabilidade médica. O sistema de responsabilidade médica de nosso país está
falido. Os preços exorbitantes dos prêmios desse tipo de seguro, U$200 mil
por ano ou acima disso em algumas
especialidades de alto risco, estão forDIÁLOGO 18•1 2006
çando os médicos a limitarem seus serviços, aposentar-se antecipadamente ou
mudar-se para estados onde as apólices
desse seguro são mais estáveis. A crise
está ameaçando o acesso de pacientes a
cuidados médicos, em estados que não
implantaram reformas de responsabilidade médica.
n O senhor acredita que é importante
para os adventistas se envolverem na
defesa de direitos e estarem informados
sobre questões sociais e políticas?
A Bíblia diz: “Dai a César o que é de
César.” Creio que temos responsabilidade de participar, mesmo que somente em nível mais básico como o de
votar. O grau de participação depende
de cada indivíduo. Isso faz parte da
boa cidadania.
n O senhor disse que sua missão nesta
vida é o cuidado da saúde. Poderia
comentar mais sobre isso?
Cuidar de pacientes não é somente
meu objetivo como médico, mas é
minha missão pessoal. Alguns médicos
pensam diferentemente e com freqüência permitem que outras prioridades
tenham a primazia sobre o cuidado
de pacientes. Acredito que a medicina
é um chamado, mesmo para os nãocristãos.
n O senhor tem oportunidade de com-
partilhar sua fé no trabalho?
Sim, através das pessoas e grupos
com quem me relaciono. Meus colegas
do conselho da AMA sabem que sou
cristão. Além disso, lidero vários programas da Igreja junto à comunidade.
n Como o senhor mantém o equilíbrio
entre sua vida espiritual e seus inúmeros
compromissos?
A devoção pessoal diária é uma parte
importante de minha vida espiritual.
Creio, também, que ser ativo na minha
igreja é parte integrante da vida espiritual, ou seja, ter comunhão com os
irmãos, ser líder na escola sabatina, ser
ancião de igreja...
DIÁLOGO 18•1 2006
n Quando o senhor era estudante de
medicina, que desafios enfrentou?
O enorme volume de dados com
que temos de lidar é o grande desafio para a maioria dos estudantes de
medicina. Tornou-se ainda mais difícil
hoje, pois houve um aumento significativo de informações. Quando eu era
estudante, dedicava cada noite longas
horas aos estudos, exceto na sexta-feira.
Isso pode ser difícil se você é casado e
tem filhos. Muitos desses universitários
enfrentam desafios para ter sua vida
familiar. A taxa de divórcio é muito
alta entre estudantes de medicina.
n Que conselho o senhor daria a um
jovem adventista que objetiva seguir a
carreira médica?
Primeiro, faça o seu melhor na faculdade de medicina e aprenda o máximo que puder nos anos de residência
médica. Lembre-se sempre de que a
medicina é uma experiência de aprendizagem por toda a vida. Segundo,
escolha uma especialização ou área de
atuação que o interesse e traga prazer.
Não faça escolhas somente por dinheiro. Você estará trabalhando nisso nos
próximos 40 anos, então é melhor
que goste da área. Terceiro, permaneça firme em sua decisão, apesar dos
desafios. A área médica é difícil, exige
muito e pode ser muito estressante;
mas, para mim, é o que me dá maior
satisfação.
Entrevista concedida a
Nicole Batten
Nicole Batten é diretora de publicidade da Pacific Press, em Nampa,
Idaho. Você pode contatar o Dr.
Duane Cady escrevendo para
American Medical Association, 515
N. State Street, Chicago, Illinois
60610, E.UA. Para conhecer mais
sobre a AMA, visite o website www.
ama-assn.org
Calamidades naturais
Continuação da p. 19
[email protected]
REFERÊNCIAS
(*) A não ser quando indicado o contrário, todas
as citações bíblicas feitas no original em inglês
deste artigo são da Nova Versão Internacional, e
na tradução em Português são da 2º Edição da
Tradução Revista e Atualizada de João Ferreira de
Almeida.
1. O comentário de Ellen G. White é significativo:
“Anjos estão circundando o mundo, rebatendo as
alegações de Satanás quanto à sua supremacia, feitas por causa da imensa multidão de seus adeptos.
Não ouvimos as vozes, nem vemos com a visão
humana a obra desses anjos, porém suas mãos
se entrelaçam ao redor do mundo, e em vigília
constante retêm os exércitos de Satanás até que se
cumpra o selamento do povo de Deus”. (Seventh
Day Adventist Bible Commentary [Washington,
D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1980], vol.
7, p. 967).
2. “Satanás está trabalhamdo na atmosfera; envenena-a, e aí dependemos de Deus quanto à vida
—nossa vida presente e eterna. E estando na posição em que nos encontramos, importa estarmos
inteiramente alerta, totalmente devotados, de todo
convertidos e consagrados a Deus. Mas parece
que nos achamos como paralisados. Deus do
Céu, desperta-nos!” (Ellen G. White, Mensagens
Escolhidas [São Paulo, Brasil: Casa Publicadora
Brasileira, 1967], Vol.2, p. 51).
3. “Satanás também opera por meio dos elementos
a fim de enceleirar sua messe de almas desprevenidas. Estudou os segredos dos laboratórios
da Natureza, e emprega todo o seu poder para
dirigir os elementos tanto quanto o permite
Deus...[Satanás]trará moléstias e desgraças até que
cidades populosas se reduzam à ruína e desolação.
Mesmo agora está ele em atividade. Nos acidentes
e calamidades no mar e em terra, nos grandes
incêndios, nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações, ciclones,
ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares
de formas, Satanás está exercendo o seu poder.
Destrói a seara que está a amadurar, e seguem-se
fome, angústia. Comunica ao ar infecção mortal, e
milhares perecem pela pestilência. Estas visitações
devem tornar-se mais e mais freqüentes e desastrosas. A destruição será tanto sobre o homem como
sobre os animais.” (Ellen G. White, O Grande
Conflito [São Paulo, Brasil: Casa Publicadora
Brasileira, 1988], pp. 589, 590).
4. “Foi-me mostrado que o Espírito do Senhor
está-Se retirando da Terra. O poder mantenedor
de Deus logo será recusado a todos os que continuam desrespeitando os Seus mandamentos... A
iniqüidade está-se tornando uma coisa tão comum
que não ofende mais as suscetibilidades como em
tempos passados.” (Ellen G. White, Eventos Finais
[São Paulo, Brasil: Casa Publicadora Brasileira,
2001[, p.25).
5. “Quando a mão protetora de Deus for retirada,
o destruidor começará o seu trabalho.” (ibid., p.
111).
23
Logos
No tempo certo de Deus
Muitas vezes a esperança adiada dá a
Deus a oportunidade de realizar um
plano melhor para nós.
Mary H. T. Wong
Ira e frustração foram minhas reações
quando atendi a chamada telefônica
do corretor de imóveis. Quase pela
vigésima vez, meu esposo e eu tivemos
recusada a nossa proposta de compra
de um imóvel que havíamos gostado;
e dois anos já se haviam passado desde
que começamos a procurar por uma
casa. Creio que chegamos a visitar uma
centena de casas desde o nosso retorno
à cidade.
Tendo morado em arranha-céus em
nosso campo missionário, estávamos
determinados a encontrar uma casa
com um grande quintal e vista para as
montanhas ou um lago. Por essa razão,
cada vez que olhávamos uma casa para
comprar, nossa tendência era observar
através das janelas para ver se havia
alguma montanha no horizonte. Se
pudéssemos vislumbrar uma montanha
só, já seria suficiente. É verdade que
visitamos casas localizadas no sopé de
montanhas, mas o preço era muito elevado, ou nosso orçamento limitado, ou
ainda as casas não correspondiam aos
nossos critérios, ainda que oferecessem
uma linda paisagem.
Então ocorreu outra decepção que
nos frustrou sobremaneira. Ainda que
fosse uma boa época para a compra de
residências e houvesse prognósticos de
que os preços baixariam, a aquisição
continuava difícil. Muitas vezes pensávamos ter encontrado a casa ideal,
e fazíamos uma proposta de compra,
mas sempre havia outro comprador que
superava nossa oferta. Nessas horas, eu
clamava amargurada a Deus e O ques24
tionava: “Por que, Senhor? Tu não te
importas com as minhas necessidades?”
Desesperados, estávamos quase desistindo quando aconteceu o inesperado.
Sabendo de uma casa à venda, fomos
até o endereço fornecido. Entretanto,
outra casa com um cartaz “Vende-se”,
situada na próxima rua, atraiu nossa
atenção. Atrás dessa casa, a menos de
um quilômetro de distância, havia
uma cadeia de montanhas e no horizonte podíamos divisar outra linha de
montanhas. Tínhamos nossa paisagem
de montanhas em todos os ângulos.
Compramos a casa, embora nossa proposta não fosse a mais elevada.
Agora, cada dia, quando nos deleitamos com o lindo panorama das montanhas e com o esplendor dos nasceres
e pores-de-sol que se estampam nelas,
ficamos maravilhados, pois procurávamos uma casa com vistas para uma
montanha e Deus nos concedeu uma
paisagem com uma cadeia de montanhas bem próxima. Certamente Deus
ouviu nossas orações e ultrapassou
nossas expectativas. Podemos olhar para
trás e entender porque Ele permitiu que
ficássemos desapontados ao fracassar
na compra das outras casas. Isso não
aconteceu porque Ele não Se importava
conosco, mas porque tinha em mente
uma casa que ultrapassava nossas expectativas e pedidos. Ele apenas necessitava
realizar seus planos no tempo certo!
José: um novo caminho após uma
longa espera
Depois dessa experiência, leio agora
dois relatos bíblicos com uma nova
compreensão. Primeiro, vejo o jovem
José amarrado e vendido à caravana,
sendo levado para longe da aprazível vida de um filho amado para a
experiência de escravidão. Enquanto
seus olhos angustiados percorriam as
montanhas em busca de libertação,
seus apelos de ajuda pareciam inúteis
perante os céus. Engolido pelo desespero ele encountrou-se no Egito como un
escravo de Potifar. O que ele podia fazer
era apenas trabalhar duro para aliviar
sua amargura. Seu senhor apreciou-lhe
a diligência e lealdade, e elevou sua condição. Então, quando tudo estava indo
bem, sua senhora preparou-lhe uma
armadilha que colocou tudo a perder.
José foi parar na prisão.
Na prisão, José continuou fiel a Deus,
a Fonte de sua força, e fez o seu melhor
naquelas circunstâncias. Então a libertação chegou de forma inesperada. Sua
correta interpretação dos sonhos do
padeiro e do copeiro concretizou-se na
libertação do último. Seu único pedido
foi que o copeiro intercedesse por ele
junto a Faraó. Entretanto, os dias se
passaram e nada aconteceu. Enquanto
permanecia na prisão, em plena flor da
idade, deve ter questionado muito os
céus.
O que ocorreu depois? Fortes batidas
na porta de sua cela. Os guardas vieram
apressados. O temor o envolveu. Será
que estaria sendo levado para a execução? José estava totalmente despreparado para as honras que se sucederam
após ter ele interpretado os sonhos de
Faraó. Enquanto andava nos carros reais
como o segundo homem no comando
do país, após Faraó, ele compreendeu
porque Deus havia permitido que o
copeiro tivesse uma amnésia temporária. Se ele houvesse falado a Faraó sobre
José logo após sair da prisão, será que a
interpretação do sonho de Faraó teria
causado o impacto que provocou? Em
sua sabedoria, Deus permitiu que José
esperasse até que o plano divino pudesse ser realizado, de tal maneira que
ultrapassasse as expectativas dos sonhos
mais arrojados.
DIÁLOGO 18•1 2006
Moisés: tragédia e triunfo
Em seguida vejo o jovem príncipe
Moisés com seu andar pomposo no
palácio de Faraó, inspirado com a
visão de uma missão que lhe havia sido
designada desde a infância: a libertação
de seu povo da escravidão do Egito.
Infelizmente, levado por um zelo maldirecionado, tomou uma atitude impulsiva que o levou ao deserto, bem longe
do palácio. Em meio à frustração e
desespero, construiu seu caminho entre
as pedras do deserto, atrás de rebanhos
de ovelhas balindo, em vez de em meio
à multidão de israelitas que sonhou
conduzir à liberdade. Olhando para
as altas montanhas que o confinaram
longe do mundo que havia conhecido,
deve ter clamado: “Por que, ó Deus, Tu
me abandonaste?”
Quarenta anos mais tarde, quando
já estava resignado a passar o resto de
sua vida como um humilde pastor
no deserto, Deus o chamou da sarça
ardente e expôs-lhe a missão: conduzir
os israelitas para fora do Egito. Porém,
sua longa estada no deserto destruiu-lhe
a confiança na capacidade de cumprir a
missão. Impelido por Deus e Sua promessa de ajuda, mais o apoio do irmão
mais velho, ele aceitou o chamado.
No Egito, apesar da decepcionante
rejeição inicial dos israelitas e dos obstáculos impostos pela inflexibilidade de
Faraó, ele finalmente conseguiu realizar
o grande e espetacular êxodo. Mas, que
desgaste sofreu ele na dura tarefa de
guiar essa multidão de pessoas rebeldes
e obstinadas! O consolo foi grande
quando finalmente chegaram às bordas
de Canaã. Logo ele seria aliviado desse
trabalho ingrato, mas, vencido pelo
medo, o povo se recusou a avançar e
tomar posse da terra prometida, e foi
punido com a vagueação pelo deserto
por 40 anos. Podemos ver Moisés clamando: “Por que, ó Deus?”
Quarenta anos se passaram e Moisés
novamente se aproximou de Canaã.
Uma vez mais seu sonho foi frustrado.
Por um pequeno erro no cumprimento das ordens divinas em Cades, ele
foi impedido novamente de entrar na
DIÁLOGO 18•1 2006
terra prometida. Deveria ficar satisfeito
apenas com um vislumbre da terra que
manava leite e mel, do outro lado do
Jordão. Sem se lamentar, Moisés submeteu-se à vontade divina. Que surpresa
o aguardava quando acordou na Canaã
celestial!
Salomão afirmou com muita propriedade: “A esperança que se adia faz
o coração adoecer” (Provérbios 13:12).
Entretanto, à luz de minha própria
experiência e das de José e Moisés,
gostaria de acrescentar que “a esperança
que se adia” muitas vezes dá a Deus
a oportunidade de realizar um plano
muito melhor para nós. Tudo o que
precisamos fazer é submeter-nos à Sua
vontade e permitir que Ele realize Seus
planos no tempo certo.
Mary H. T. Wong (Ph.D. pela Michigan
State University) é professora de
inglês e escritora free-lance; reside
em San Jose, Califórnia, EUA.
Vontade de Deus
Continuação da p. 8
opinião, que com freqüência é parcial
e limitada. O conselho bíblico é claro:
“Não se apóie em seu próprio entendimento” (Provérbios 3:5). “Há caminho
que parece reto ao homem, mas no final
conduz à morte” (Provérbios 16:25).
Ainda assim a decisão final deve ser
nossa. Devemos identificar nossa escolha,
sentir-nos confortáveis com ela e então
prosseguir.
Apesar de dar esses passos, é possível
ainda cometermos erros, mas Deus é
paciente conosco (Salmo 103:13-14).
Deveríamos pedir perdão, replanejar nossas ações e começar de novo.
cuidassem de seus negócios durante o
período em que estivesse longe. Ao retornar, o homem pede um relatório sobre
o cumprimento das responsabilidades
por parte dos servos. De igual modo,
Ele contou a história de um homem rico
que confiou parte de sua fortuna a vários
empregados, e depois de algum tempo
requer uma relação das ocorrências.
A mensagem básica é a mesma: Deus
nos deu vida, talentos, oportunidades e
opções. Ele nos anima a agirmos com
fidelidade e prudência. Ele nos proporciona as diretrizes e então nos permite
fazer escolhas. Ele Se alegra quando
tomamos decisões sábias e está desejoso
de nos ajudar a recomeçarmos após uma
escolha malfeita.
Deus quer que tomemos boas decisões. Sua promessa é certa: “Este Deus
é o nosso Deus para todo o sempre;
Ele será o nosso guia até o fim” (Salmo
48:14). Diante de decisões importantes,
oremos como Davi: “Sonda-me, ó Deus,
e conhece o meu coração; prova-me e
conhece as minhas inquietações. Vê se
em minha conduta algo Te ofende, e
dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo
139:23, 24).
Humberto M. Rasi (Ph.D. pela
Stanford University) é o fundador e
editor-chefe de Diálogo.
REFERÊNCIAS
1. Todas as referências bíblicas neste artigo são da
Nova Versão Internacional.
2. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G.
White tem proporcionado diretrizes inspiradas
e adequadas com respeito a muitos aspectos
da vida cristã, baseadas nos princípios das
Escrituras. Através dos anos, os adventistas têm
consultado seus escritos e encontrado conselhos
confiáveis para tomarem decisões sábias.
3. Adaptado de Dwight L. Carlson, Living God’s
Will, pp.153-156.
Conclusão
Durante Seu ministério, Jesus repetiu
uma mesma história com algumas variações. É a parábola de um homem que
tinha uma fazenda. Antes de se ausentar
por um tempo, ele pediu aos servos que
25
EM Ação
Congresso do CAUPA na Itália
para a Divisão
Roberto Badenas
Cerca de 550 estudantes universitários e professores de mais de 20
países europeus reuniram-se em Lido
de Jesolo, cidade próxima a Veneza
(Itália), nos dias 28 a 31 de outubro
de 2005, para o Terceiro Congresso
Estudantil Internacional da Divisão
Euro-africana.
O evento foi organizado e patrocinado pelos Departamentos de
Educação e de Jovens, sob a liderança
de Roberto Badenas e Corrado Cozzi,
com o apoio do Caupa (Comissão de
Envie-nos o relatório de seu grupo
Os líderes das associações de estudantes
universitários adventistas são convidados a
enviarem um breve relatório das atividades
de seu grupo e uma ou duas fotos digitais
para publicação na revista Diálogo. Inclua toda
informação relevante a respeito do grupo de
estudantes, descrevendo suas atividades principais, desafios, planos e também mencionando o nome, cargo e e-mail do autor do relatório. As informações deverão ser encaminhadas a: Humberto M. Rasi (h.rasi@adelphia.
net) e a Esther Rodriguez (rodrigueze@gc.
adventist.org). Obrigado!
26
Apoio a Universitários e Profissioniais
Adventistas).
O tema do Congresso – “Fé Incrível
– É Possível Crer em Deus no Século
21?” – desafiou tanto a mente quanto
o espírito dos participantes. Entre os
palestrantes estavam o Dr. Humberto
Rasi (editor-chefe da revista Diálogo),
que discorreu sobre o tema “Filtros
Mentais Para Cristãos Pensantes”;
o Dr. Mart de Groot (astrônomo),
que falou sobre “Da Criação Para a
Evolução e Antes de Todas as Coisas”;
o Dr. Jacques Sauvagnat (paleontologista) que tratou do tema “É Legítimo
Crer na Evolução?”, e o Dr. Fernando
Canele (filósofo e teólogo) que abordou o assunto “É a fé na Bíblia possível para mentes pós-modernistas?”
As Conferências do CAUPA são realizadas periodicamente, buscando: (1)
auxiliar os estudantes a expandir sua
mente sobre assuntos atuais referentes
à fé e à ciência, dentro da cosmovisão
cristã; (2) prover uma enriquecedora experiência espiritual, propondo
questões intelectualmente desafiantes;
e (3) prover um contexto de companheirismo e interação para o grupo
internacional de estudantes e eruditos
adventistas.
Os participantes avaliaram a conferência como “altamente satisfatória”. As
reações típicas podem ser resumidas nas
palavras de Corinna Schweitzer, assistente administrativa da ADRA, Suíça:
“Gostei muito do contato com tantas
pessoas jovens e motivadas. O ponto
mais importante para mim é nunca
deixar de formular questões, a fim de
melhor compreender a grandeza de
Deus! O Senhor nos concedeu grande
potencial e devemos fazer o melhor uso
dele para Deus.”
Miguel Nunes, que estuda engenharia aeroespacial em Portugal, declarou,
“As conferências foram extremamente
interessantes e me fizeram pensar nesses
tópicos de modo novo. A pergunta que
nos trouxe às reuniões foi muito bem
respondida. Ora, se foi.”
Outra participante, Nicoleta Clarisa
Turtoi, graduada em medicina na
Romênia, foi quase extática em sua reação: “Idéia inspirada, bela área, pessoas
maravilhosas, assuntos de grande interesse, apresentações cativantes feitas por
verdadeiros profissionais, questões intrigantes e respostas específicas, e a oportunidade para um companheirismo com
estudantes de culturas diferentes. Mas,
antes de tudo, uma lembrança de nosso
chamado para espalhar o perfume de
Cristo entre nossos colegas não-cristãos.”
Bem, foi isso que a conferência tentou
fazer: Apanhar o “perfume de Cristo”,
e então espalhá-lo em todos os lugares.
O próximo encontro internacional do
CAUPA para a Divisão Euro-africana
está agendado para 2008. Para mais
informações, visite o site http://www.
amicus.euroafrica.org.
Roberto Badenas (Th.D. pela
Universidade de Andrews) é diretor do Departamento de Educação
e representante da Diálogo na
Divisão Euro-africana, com sede em
Berna, Suíça. Seu e-mail: roberto.
[email protected]
DIÁLOGO 18•1 2006
fÓrum aberto
Qual o significado de espécies em Gênesis?
Estive discutindo com meus colegas o
significado das palavras “espécie” e ”espécies”, mencionadas na história da Criação
em Gênesis 1:21, 24 e 25. Como devemos
compreender esses termos no contexto
atual? Como eles se relacionam com a terminologia atual da classificação biológica?
Para melhor abordagem dessa questão,
apresentamos nossos comentários como
respostas a quatro perguntas inter-relacionadas.
1. O que significa “de acordo com
as suas espécies”? A palavra hebraica
traduzida como “espécie” é min, que
tem o sentido de um “tipo” ao dividirmos, por exemplo, uma coleção de
objetos em várias categorias. A frase “de
acordo com sua espécie” e outras semelhantes são usadas em três contextos:
Gênesis 1; Gênesis 6 e 7; Levítico 11 e
Deuteronômio 14. Os contextos podem
ser ilustrados pelas seguintes passagens.
Em Gênesis 1:21 é dito que Deus criou
seres “de acordo com as suas espécies.”*
Em Gênesis 6:20 o texto declara que
os animais entraram na arca “de acordo com as suas espécies.” Em Levítico
11:14 as aves impuras incluem o falcão
“de acordo com a sua espécie”.
Nenhum desses textos se refere à
reprodução ou se as “espécies” podem
ou não mudar. Pelo contrário, é claro
que frases como “de acordo com a sua
espécie” estão descrevendo uma diversidade inclusa num termo único como
criaturas marinhas, seres rastejantes, falcões, etc. Por exemplo, Gênesis 1:21 se
refere às criaturas aquáticas “conforme as
suas espécies.” O texto poderia ser também traduzido como “todas as espécies
de criaturas que vivem na água” (TEV).
2. A referência a “espécies” indicaria
que as “espécies” criadas não poderiam mudar, isto é, que seriam fixas?
Não. Na realidade, a Bíblia prediz que as
espécies mudariam. Um dos resultados
do pecado foi a maldição sobre as planDIÁLOGO 18•1 2006
tas, que produziriam espinhos e cardos.
Como poderiam esses ser o resultado de
maldição se tivessem feito parte da criação original? O fato de representarem
mudança constitui evidência de que as
plantas mudaram desde a Criação. A
maldição sobre a serpente mostra que os
animais também podem mudar. Como
poderia ser maldição o rastejar sobre o
ventre, se a serpente tivesse sido criada
assim? Isaías 65:25 sugere que Deus não
desejava que lobos devorassem cordeiros,
nem que leões fossem predadores, mas
que tudo na criação vivesse em pacífica
harmonia. A existência de parasitas e
aves que não voam são evidências adicionais de que as espécies podem mudar.
3. Podem as espécies mudar tanto, a
ponto de produzirem novas espécies?
A Bíblia não aborda essa questão que,
entretanto, pode ser explorada empiricamente. Primeiramente, devemos
definir o que é “espécie”. A definição
mais comum de “espécie” é “um grupo
de populações que podem se cruzar”.
Há muitos exemplos de populações que
são virtualmente indistinguíveis e que,
no entanto, não conseguem realizar cruzamentos. Por exemplo, os musaranhos,
pequenos mamíferos europeus, aparentam ser semelhantes em todas as regiões
que vivem, porém, estudos detalhados
revelaram a existência de numerosas
populações entre as quais não é possível
o cruzamento. Essas populações classificam-se, então, como espécies diferentes,
independentemente da opinião dos nãoespecialistas. Esses exemplos indicam
fortemente que têm sido produzidas
novas espécies.
Espécies confinadas numa região
pequena e isolada provêem evidências
adicionais de que podem ser produzidas
novas espécies. Isso é especialmente
observado nas ilhas. Muitas ilhas têm
espécies que não são encontradas em
nenhum outro lugar. Os exemplos
incluem o iguana marinho das ilhas
Gálapagos, os tentilhões do Havaí e o
porco babirussa da ilha Célebes. Em
cada caso, a explicação mais razoável
para esse confinamento em suas respectivas ilhas, é que elas mudaram, em seu
isolamento geográfico, a partir de um
ancestral colonizador que seria classificado como uma espécie diferente.
Então, o texto bíblico quer dizer que
as espécies podem mudar sem qualquer
limite, como afirma a teoria da evolução? Não! O texto assegura claramente
que Deus criou a diversidade desde o
início. Ela faz parte da criação original,
com posterior diversificação adicional. Existem muitas linhagens criadas
independentemente, algumas das quais
podem abranger uma única ou algumas
poucas espécies, enquanto outras linhagens podem envolver muitas espécies
(Uma “linhagem” consiste numa espécie
criada originalmente e todos os seus descendentes).
4. Podemos usar alguma categoria
taxonômica para identificar as linhagens criadas originalmente? Não! As
categorias taxonômicas foram organizadas arbitrariamente por conveniência
dos taxonomistas. Não existe nenhuma
relação direta entre qualquer categoria
da taxonomia e as linhagens originalmente criadas. A identificação dos membros de linhagens distintas é um dos
objetivos da pesquisa criacionista.
* A não ser por indicação contrária, todos os textos
bíblicos citados neste artigo são da “Revised
Standard Bible” (traduzidas diretamente para o
português).
James Gibson (Ph.D. pela
Universidade de Loma Linda) é diretor do GRI (Instituto de Pesquisas
em Geociências). Seu endereço é
11060 Campus Street, Loma Linda,
Califórnia, 92350, U.S.A. Site http://
www.grisda.org
27
PARA SUA INFORMAÇÃO
A longevidade e o estilo
de vida adventista
Richard Weismeyer
Vale a pena ter um estilo de vida
adventista? Alguns pensam que não, mas
um artigo da revista National Greographic,
edição de novembro de 2005, chega a
uma conclusão diferente.
O artigo “Os segredos da longa vida”,
de Dan Buettner, destacou várias pessoas
que se inscreveram no Segundo Estudo
de Saúde Adventista, patrocinado pela
Loma Linda University, e enalteceu o
estilo de vida adventista do sétimo dia, no
qual o vegetarianismo desempenha um
papel proeminente.
Buettner e o fotógrafo David McLain
viajaram a Okinawa, Japão, Sardenha,
na Itália, e cidade de Loma Linda,
Califórnia, para entrevistar inúmeras
pessoas que, de acordo com o artigo,
“têm uma vida mais longa e saudável do
que quase todos os demais habitantes da
Terra”.
Na seção “Do Editor”, o editorchefe da revista, Chris Johns, escreve:
“Anelamos viver, senão para sempre,
então pelo menos por um bom tempo...
Personagens históricos como o explorador
espanhol Juan Ponce de Leon procuraram
a fonte da juventude, convencidos de que
ela detinha o segredo da eterna mocidade.
“Talvez ele soubesse de uma coisa: os
adventistas do sétimo dia de Loma Linda,
Califórnia, que estão entre os americanos
mais longevos, incentivam a ingestão de,
pelo menos, cinco copos de água por dia.
Podemos beber, comer ou fazer exercícios
visando a uma vida longa? As respostas
complexas, mas fascinantes, podem ser
encontradas em nosso artigo. Enquanto
isso, comece sua própria busca da longevidade, reduzindo o quociente de mau
humor. Você e todos os demais à sua
volta, simplesmente podem ter vida mais
longa.”
28
Buettner foi várias vezes a Loma Linda
e entrevistou um grande número de pessoas com relação ao seu estilo de vida.
Já por muitos anos residente em
Loma Linda e membro da igreja da
Loma Linda University, Marge Jetton,
de 101 anos de idade, recebeu grande
destaque no artigo, como também o Dr.
Gary Fraser, um cardiologista do Centro
Médico da Loma Linda University, e
professor de epidemiologia e bioestatística
na Escola de Saúde Pública. Fraser é o
principal pesquisador do Segundo Estudo
de Saúde Adventista.
O fotógrafo David McLain despendeu vários dias em Loma Linda tirando
centenas de fotos. Em sua opinião, os
adventistas “têm uma religião que reforça
comportamentos positivos e saudáveis”.
“Se você é um dedicado adventista do
sétimo dia”, acrescentou, “você é vegetariano, abstêmio de fumo e álcool,
repousa cada sábado, onde por um dia
inteiro você simplesmente se desliga”.
Suas fotografias incluem duas páginas
que mostram, entre outras coisas, Marge
abastecendo seu automóvel num posto
self-service. Quando o artigo apareceu na
National Geographic, a Sra. Marge Jetton
já havia vendido o carro. Ela diz: “Onde
vivo agora, tenho tudo a poucos passos
de casa, de maneira que não preciso
dirigir. Além disso, com o custo atual do
combustível, estou economizando muito
dinheiro.”
Outras fotos que ilustram o artigo são
de Ellsworth E. Wareham, professor emérito de cirurgia na Escola de Medicina
da Loma Linda University que, aos 91
anos de idade, ainda presta assistência em
cirurgias do coração; e de Scott Smith,
ex-pastor associado da igreja da Loma
Linda University, agora um aluno do
primeiro ano da Escola de Odontologia
da Loma Linda University. O Pr. Smith
é retratado batizando um estudante do
ensino médio na igreja da universidade.
Em seu artigo, Buettner escreveu que,
de 1976 a 1988, o Instituto Nacional
de Saúde “patrocinou um estudo de 34
mil adventistas da Califórnia, para ver
se o seu estilo de vida saudável afetava
a expectativa de vida que tinham e o
risco de doenças do coração e câncer.” O
estudo mostrou que o consumo de grãos,
leite de soja, frutas, tomates e outros
vegetais, diminuiu o risco de desenvolvimento de certos tipos de cânceres.
Buettner acrescentou: “No fim, o
estudo chegou a uma conclusão impressionante, diz o Dr. Gary Fraser, da Loma
Linda University. Em média, um adventista vivia de quatro a dez anos mais que
os californianos em geral. Isso faz da cultura adventista de longevidade uma das
mais convincentes do país.”
O artigo também apresentou uma
breve história da mensagem de saúde
adventista do sétimo dia, salientando que
a Igreja Adventista proíbe expressamente
“o uso do fumo, a ingestão de álcool e de
alimentos biblicamente impuros como a
carne de porco.” Ela também desestimula “o consumo de outras carnes, de açúcar
em excesso, de bebidas cafeinadas, temperos e condimentos ‘estimulantes’.”
Buettner concluiu seu artigo com uma
pergunta, destacando que, depois de
entrevistar mais de cinqüenta indivíduos
centenários em três continentes, “todos
foram muito agradáveis. Não houve ninguém irritadiço ou queixoso. Qual é o
segredo dessa simpatia centenária?”
“Bem, eu gosto de conversar com
as pessoas”, diz Marge Jetton. “Vejo os
estranhos como amigos que ainda não
conheço.” Ela se detém para repensar sua
resposta. “Então, as pessoas olham para
mim e se perguntam: ‘Por que aquela
mulher não fica calada?’”
Visto que o artigo de Buettner apareceu em meados de outubro, o estilo de
vida adventista foi objeto de vários programas televisivos na América do Norte.
DIÁLOGO 18•1 2006
No domingo, 30 de outubro de 2005,
o programa “World News Tonight”, da
rede ABC, apresentou algumas entrevistas
com o principal pesquisador do Estudo
de Saúde Adventista, o Dr. Gary Fraser,
e a personagem do artigo da National
Geographic, Marge Jetton. Poucos dias
mais tarde, o programa “Good Morning
America”, também da ABC, abordou o
Estudo de Saúde Adventista. E na quarta-feira, 16 de novembro, a rede CNN
destacou vários residentes de Loma Linda
no programa “Anderson Cooper 360.”
Entre os destaques, estava a longevidade
de Marge Jetton. Ela disse que seu “segredo” de longevidade envolvia “fazer exercícios, alimentar-se corretamente e amar
ao Senhor.”
Em seu comentário, Anderson Cooper
notou que Loma Linda, na Califórnia,
era um dos locais onde havia as pessoas
mais fortes e longevas da América do
Norte. Os cameramen da CNN e o
repórter Gary Tuchman seguiram Marge
em suas atividades diárias, incluindo exercícios, pedalar uma bicicleta ergométrica
e vigorosas caminhadas.
Durante a entrevista, Jetton mencionou que a coisa mais antiga de que
se lembrava era o grande terremoto de
São Francisco em 1906. “Eu tinha dois
anos de idade e me lembro que a água
estava vazando pelos cochos do cavalo,
e perguntei a mim mesma se eles teriam
alguma coisa para beber.”
Indagada sobre sua agilidade mental
depois de 101 anos, Marge Jetton atribui
a causa à sua fé em Cristo e na Bíblia.
“Eu sou uma adventista do sétimo dia, e
a fé em Jesus e na Bíblia muito me ajudaram.”
O programa Anderson Cooper 360
relatou também haver entrevistado o Dr.
Randy Roberts, pastor da igreja da Loma
Linda University, que declarou: “Nosso
corpo pertence a Deus e enquanto estivermos aqui na terra, teremos apenas um
corpo.”
Outra pessoa entrevistada para o programa foi a moradora de Loma Linda
e musicista, Minnie Iversen Wood, que
é professora de canto e piano. Uma das
pessoas mais jovens entrevistadas no
programa sobre longevidade, Minnie,
que tem 97 anos, ainda ministra aulas de
piano e canto.
Dan Buettner, entrevistado no programa de Anderson Cooper, disse que o
propósito de vida dos adventistas deu a
eles “um entusiasmo pela vida – algo que
os impulsiona a viverem bastante.”
O diretor da Escola de Medicina, Dr.
H. Roger Hadley, também foi entrevistado pelo programa. Ele salientou que
quando “você combina fé com uma dieta
boa e saudável e um programa de exercícios, isso vai contribuir para um estilo de
vida saudável e longevo.”
Como resultado da atenção nacional
dada à longevidade e ao estilo de vida dos
adventistas, Buettner foi comissionado a
escrever um livro sobre o assunto da longevidade. O pesquisador Gary E. Fraser,
do Estudo de Saúde Adventista, escreveu
um livro intitulado Diet, Life Expectancy,
and Chronic Disease, publicado em 2003
pela Oxford University Press, que pode ser
encontrado em muitas livrarias ou por
meio do Amazon.com.
Richard Weismeyer é o diretor de
informação do Loma Linda University
Adventist Health Sciences Center. Seu
email: [email protected]
Cristão
Se eu tivesse certeza de que iria viver
para sempre, teria tomado mais cuidado
com minha alma!
Se eu soubesse que iria viver tanto, teria
tomado mais cuidado com meu corpo!
Bemvindo à
Eternidade!
Últimos lamentos
DIÁLOGO 18•1 2006
29
Livros
El poder terapéutico del
perdón,
de Mario Pereyra (Ñaña, Perú:
Ediciones de la Universidad Peruana
Unión, 2004; 225 pp.; brochura).
Resenha de Nancy J. Carbonell
É possível perdoar alguém que o feriu profundamente?
Você acha difícil perdoar-se pelas escolhas que fez no passado? Se você já se deparou com perguntas como essas, então
o livro de Mario Pereyra, El poder terapéutico del perdón,
foi feito para você. O Dr. Pereyra, um psicólogo clínico
experiente, apresenta em seu livro descobertas interessantes
decorrentes de anos de pesquisa e prática na área do perdão
e restauração. Sua experiência clínica é evidente por todo o
livro e culmina com diretrizes, passo a passo, sobre como
substituir a raiva, o ódio e a amargura pela cura do perdão.
O autor divide o livro em três partes principais, e cativa
o leitor com histórias fascinantes e estudos de casos práticos
extraídos de sua experiência como psicólogo. Na primeira parte, o Dr. Pereyra apresenta os desafios e limites do
perdão, revisa crenças conceituais e históricas de líderes
proeminentes, e direciona os leitores a um ponto de partida
comum, levando-os a refletirem sobre o significado do perdão.
Na segunda parte, o autor apresenta as propriedades
curativas do perdão, descreve os principais modelos da terapia usados no tratamento conducente ao perdão, e reparte
conosco passos enfatizando seu próprio modelo de perdão
psicossocioespiritual. Seu modelo é diferenciado no que se
refere aos variados tipos de perdão necessários para aqueles
que são vítimas (isto é, a necessidade de perdoar alguém que
tenha ferido você), e por aqueles que são os transgressores
(isto é, a necessidade de perdoar-se a si mesmo).
Na terceira parte, o autor aplica seu modelo a vítimas e
transgressores (bíblicos e não-bíblicos), destacando as técnicas terapêuticas aplicáveis àqueles que procuram o perdão.
O livro termina com uma discussão analítica dos conflitos
religiosos, políticos e psicológicos, e as verdades bíblicas
reveladas por Cristo na história da mulher flagrada em adultério (João 8:2-11).
Por sua vasta experiência em lidar com problemas relacionados ao perdão, o Dr. Pereyra discute esse complexo conceito de maneira simples, deixando claro o significado do
perdão. Seu estilo literário leva em consideração a natureza
acadêmica do assunto e, ao mesmo tempo, a necessidade de
uma versão que seja facilmente compreendida pelo leitor.
30
Essa segunda característica está presente especialmente nas
muitas histórias verídicas contadas pelo autor para mostrar
os benefícios físicos, mentais e espirituais que o perdão pode
trazer. Embora eu tenha apreciado as técnicas e passos práticos do livro, devo dizer que as quatro fases e os 22 passos do
modelo do Dr. Pereyra parecem, no início, exagerados. Mas
somente no início.
Recomendo este livro a qualquer pessoa que tenha necessidade de libertar a si mesma, ou a outros, da amargura que
um espírito irreconciliável pode trazer.
Nancy J. Carbonell (Ph.D. pela Andrews University) é
professora-associada do Departamento de Psicologia
Escolar e Aconselhamento da Andrews University,
Berrien Springs, Michigan, EUA. Ela também tem trabalhado meio-período como psicóloga licenciada nos últimos catorze anos. Seu e-mail: [email protected]
In Passion for the World:
A History of Seventh-day
Adventist Education,
de Floyd Greenleaf (Boise, Idaho: Pacific
Press Publ. Assn., 2005; brochura).
Resenha de John Wesley Taylor V
“Agita-me, sim, agita-me, Senhor; não importa como, mas
agita o meu coração com uma paixão pelo mundo.” Essas
linhas poéticas escritas pelo educador adventista Homer
Salisbury servem como moldura para a ampla e cativante
história da educação adventista, In Passion for the World, de
autoria de Floyd Greenleaf.
O Dr. Greenleaf, eminente e conhecido historiador, escreveu trabalhos como The Seventh-day Adventist Church in
Latin America and the Caribbean (Andrews University Press,
1992) e Light Bearers: A History of the Seventh-day Adventist
Church (como co-autor, Pacific Press, 2000). Nesse último
trabalho, comissionado pelo Departamento de Educação da
Associação Geral, Greenleaf apresenta uma combinação única
de erudição e talento ao descrever o nascimento e desenvolvimento da educação adventista.
Por exemplo, você sabia que:
• A prisão de Manuel Camacho, diretor da primeira escola
adventista no Peru, conduziu a profundas mudanças na constituição nacional?
• W. W. Prescott serviu simultaneamente como presidente
DIÁLOGO 18•1 2006
do Battle Creek College, do Union College e do Walla Walla
College, nos Estados Unidos?
• A inauguração do Seminário Teológico de Zaoski foi
notícia de destaque na televisão nacional da antiga União
Soviética?
• A educação adventista abriu caminho na Coréia oferecendo educação para moças?
• Solusi, a primeira escola adventista estabelecida entre nãocristãos, foi construída num vasto terreno de 12.000 acres?
Esse é apenas um tira-gosto da excitante e pouco conhecida
história da educação adventista – um movimento que cresceu
a partir da escola paroquial de Martha Byington para cinco
famílias de Nova Iorque, em 1853, transformando-se num
dos maiores sistemas educacionais privados do mundo, com
mais de 6.700 escolas e quase 1,5 milhões de alunos. É uma
narrativa de convicção, compromisso e lutas; uma saga de fé
e propósitos.
Greenleaf dividiu seu livro em três sessões principais, representando três períodos distintos da educação adventista:
The Beginning Years (capítulos 1-9) cobre as origens da educação adventista de 1872 a 1920 – um período em que a primeira geração de escolas surgiu e os líderes da igreja deram os
primeiros passos rumo à organização do sistema educacional.
The Interim Years (capítulos 10-14) lida com o turbulento
tempo geopolítico de 1920 a 1945, focalizando as escolas de
treinamento; uma fase de notável expansão e solidificação em
meio a lutas com problemas-chave de identidade.
The Years of Fulfillment and Challenge (capítulos 15-20), de
1945 até o fim do século 20, foi um período de crescimento
espetacular bem como de dificuldades. Uma era de instituições concessoras de títulos e educação superior, uma mudança
de faculdades para universidades.
Tendo lido esse livro de capa a capa, fiquei impressionado
com sua verdadeira abordagem global, linguagem vívida e
representação equilibrada de vários níveis educacionais, instituições específicas e o sistema em geral. Ao passo que a visão
geral é positiva, o livro inclui um olhar sincero às difíceis
questões com que se tem deparado a educação adventista.
Capítulos inteiros, por exemplo, exploram o debate relacionado com o credenciamento institucional, a educação superior,
a liberdade acadêmica e a relação com a ajuda financeira do
governo. Um ponto forte é a maneira com que o livro discute
a educação adventista, dentro de um contexto histórico e
sociopolítico em que se desenvolveu.
Além da narrativa fascinante, In Passion for the World apresenta uma riqueza de fotos históricas, relatos em primeiramão e materiais inéditos de arquivo. Inclui, por exemplo,
um capítulo inteiro de crônicas sobre o desenvolvimento da
educação adventista em países governados por regimes socialistas radicais – uma história nunca antes documentada nessa
extensão. Desenvolvimentos recentes, como o Institute for
Christian Teaching, APN, e é claro, a Diálogo também.
Conquanto de interesse especial para educadores, historiaDIÁLOGO 18•1 2006
dores e pessoas envolvidas com evangelismo e crescimento da
igreja, In Passion for the World irá envolver qualquer um que
procure aprofundar suas raízes e inspirar-se com a maravilhosa maneira com que Deus tem guiado o desenvolvimento
da Igreja Adventista. Esse livro irá inflamar seu próprio coração ao você seguir o fio que “permeia o bordado das escolas
adventistas, a convicção de alcançar os corações bem como
as mentes das pessoas deste mundo” (pág. 11). Essa paixão
ainda vive!
John Wesley Taylor V (Ph.D. pela Andrews University;
Ed.D. pela University of Virginia) continua participando da
envolvente história da educação adventista, hoje servindo
como professor de Filosofia Educacional e Pesquisa na
Southern Adventist University. Seu endereço eletrônico é
[email protected]
Uncorked!
The Hidden Hazards of Alcohol,
de John F. Ashton e Ronald S. Laura
(Warburton, Austrália: Signs Publishing
Co., 2004; brochura).
Resenha de Peter N. Landless
Uncorked, de John Ashton e Ronald Laura, é uma excelente
avaliação da toxicologia alcoólica e dos efeitos fisiológicos da
bebida. O livro apresenta importantes perspectivas sobre os
perigos inerentes à bebida. Os efeitos aparentemente benéficos
do álcool são abordados de forma bastante precisa, levando os
autores a concluir: “O equilíbrio entre danos e benefícios não
se inclina para uma recomendação pública do álcool como
preventivo de doenças coronárias. Em vez disso, faz outras
recomendações dietéticas muito mais seguras” (p. 13).
A obra é muito bem pesquisada e contém um índice de
referências individualizadas e atualizadas, indo desde artigos
recentes e internet, a livros e literatura especializada.
Os autores mostram ao leitor a bebida em suas várias formas. No início do livro é enfatizada a importância de reconhecer nossa responsabilidade como sociedade total, e a adoção
de uma atitude correta no combate aos malefícios do álcool.
Eles desafiam os governos a fazerem a parte que lhes toca no
controle do consumo, salientando que essas instituições têm
poder para isso, bem como para administrar o processo, “caso
queiram” (p. 18).
Ao longo do livro os autores abordam com franqueza e
sensibilidade questões sociais importantes e freqüentemente
31
negligenciadas. Os custos físicos e emocionais da síndrome fetal do álcool são
discutidos em detalhes. A instigação
que as jovens sentem em beber mais é
revelada. A mensagem concernente aos
efeitos do álcool sobre o feto é resumida
no título do capítulo: “Mulheres grávidas nunca bebem sozinhas” (p. 21). Isso
reforça tanto a responsabilidade quanto
a prestação de contas.
A discussão do problema sempre
crescente do consumo de álcool por
adolescentes revela fatos alarmantes.
Estatísticas mostram que os programas
atuais da educação relacionada aos perigos do álcool têm falhado, e de acordo
com um relatório, “a média de consumo
semanal entre jovens de 14 a 24 anos
duplicou nos últimos dez anos” (p. 37).
O livro trata da relação entre álcool e
sexo arriscado, e dedica um capítulo
inteiro ao problema da bebida e do estupro no contexto do namoro.
Os autores ainda mostram que o álcool é um importante fator na violência
doméstica, e fazem um apelo convincente para que as necessidades das mulheres
sejam compreendidas e respeitadas. A
mesma abordagem franca é adotada no
capítulo sobre álcool e família.
Os capítulos finais do livro descrevem
nossa responsabilidade ao lidarmos com
problemas relacionados ao álcool, e com
as estratégias para aqueles que com eles
convivem. Tendo deixado bem claro que
é melhor evitar a bebida, essa excelente
obra estimula a opção de proteger o precioso dom da vida.
O livro deve ser lido por pastores,
professores e estudantes, e quem quer
Universidade de Loma Linda
FILOSOFIA DA CIÊNCIA E DAS
ORIGENS
BIOLOGIA ou GEOLOGIA 475 – 4 unidades trimestrais.
27 de março a 8 de junho de 2006.
Curso ministrado pelo Dr.Leonard Brand.
Professor de Biologia e Paleontologia.
Este curso, baseado na tecnologia da web, é uma introdução ao processo
científico e uma aplicação desse conhecimento voltado à compreensão dos
conceitos da criação, evolução e história da Terra, dentro da estrutura bíblica. O objetivo das aulas é preparar os estudantes para avaliarem as questões
desse tópico e estimular sua fé nas Escrituras, enquanto compreendem e
apreciam as positivas contribuições feitas pela ciência.
O custo de instrução cobre quatro unidades de aulas, mais o livro de
texto Fé, razão e história da terra, de Leonard Brand. Estão disponíveis bolsas de estudos para a cobertura quase total do estipêndio da LLU.
Para informações complementares sobre o curso e as bolsas de estudo oferecidas, entre em contato com o Dr. Brand através do e-mail lbrand@llu.
edu
32
que deseje ver o verdadeiro retrato dos
problemas relacionados com o consumo
de álcool.
Peter N. Landless é médico especializado em prática familiar, medicina
interna e cardiologia. Atuou como
diretor-executivo da International
Commission for the Prevention of
Alcoholism and Drug Dependency
(ICPA). A ICPA atua em setenta
países e sua principal ênfase é a prevenção mediante amparo, educação
e relacionamentos positivos. Seu
email: [email protected]
Diretrizes para
os Colaboradores
A revista Diálogo Universitário, publicada
três vezes por ano em quatro idiomas,
é dirigida a adventistas do sétimo dia
envolvidos em educação superior, sejam
professores ou estudantes e também profissionais e capelães adventistas de todo
o mundo.
Os editores estão interessados em
artigos, entrevistas e reportagens bem
redigidos e consistentes com os objetivos
da Diálogo, quais sejam:
1. Promover uma fé viva e inteligente.
2. Aprofundar o compromisso com
Cristo, a Bíblia e a Missão Global
Adventista.
3. Elaborar abordagens bíblicas para
assuntos contemporâneos.
4. Apresentar idéias e modelos de
serviço cristão e evangelismo.
A Diálogo habitualmente pauta artigos,
entrevistas e reportagens para autores
específicos com fins editoriais. Eles são
solicitados a (a) examinar as edições
prévias de nossa revista; (b) considerar
cuidadosamente estas diretrizes, e (c)
apresentar um resumo da matéria e sua
experiência pessoal antes de elaborar o
artigo proposto. Trabalhos não solicitados
não serão devolvidos.
Veja nosso site:
http://dialogue.adventist.org
DIÁLOGO 18•1 2006
PRIMEIRA PESSOA
Em busca da verdadeira luz
Ausberto Castro
Chame-o de acaso. Chame-o somente de acidente. Para mim, foi uma
mudança milagrosa de direção. Trinta
e cinco anos atrás, quando vivia numa
cidadezinha dos Andes peruanos, estava
olhando alguns velhos papéis de meu
pai. Apenas porque queria, acho que
não posso dizer com certeza. Talvez seja
parte do milagre. Entre aqueles papéis
encontrei um cartão de inscrição para o
Curso por Correspondência de “A Voz da
Esperança”. Seria isso uma resposta a um
profundo desejo que andava consumindo meu coração por meses? Preenchi o
cartão e o coloquei no correio. Três meses
mais tarde recebi as duas primeiras lições.
Aquele era o salto inicial que eu necessitava para ligar meu motor espiritual.
Estudei cada lição com todo o cuidado
que podia. Os novos panoramas da verdade se abriram ante mim e prenderam
minha alma.
Em 1975, terminei o curso secundário
como um dos melhores alunos de minha
classe e viajei para a cidade costeira de
Trujillo, a fim de iniciar estudos avançados numa universidade pública. Fui
para estudar engenharia, mas escolhi
matemática. Embora eu não trabalhasse
com computadores, sonhava em aprender
tudo o que pudesse sobre seu funcionamento. Nessa época, meus colegas estudantes da universidade estavam muito
envolvidos com ações políticas dentro
e fora do campus. Lentamente me vi
tomando parte das discussões políticas
e fui eleito pelo grupo de esquerda para
representar minha classe ante o conselho
da faculdade.
Sobrevivi em circunstâncias financeiras precárias, porque meus pais tinham
recursos muito limitados, viviam bastante distantes e não podiam ajudar-me
mesmo com relação às necessidades básicas. Devido às circunstâncias e a fim de
permanecer na escola e continuar meus
DIÁLOGO 18•1 2006
estudos, trabalhei primeiramente como
carpinteiro e depois numa farmácia.
Fui considerado, no grupo de esquerda, um estudante que levava a sério a
teoria política e um jovem com futuro
brilhante. Entre minhas atribuições
principais estava a de servir como ligação
com a cooperativa dos empregados municipais, a maior da cidade naquela época.
Em 1977, eu tomava parte nas conversações secretas patrocinadas por um
grupo radical que estava começando a se
desenvolver, em técnicas de guerra urbana
e rural. O plano era lançar, num futuro
próximo, “uma verdadeira revolução do
proletariado peruano para livrar o país do
imperialismo”.
Meus ideais de justiça e ingenuidade
política conduziam-me a um futuro perigoso. Mais ou menos ao mesmo tempo,
eu estava terminado um curso por correspondência que tratava de profecias
bíblicas. A precisão surpreendente das
profecias de Daniel e Apocalipse trouxe
coerência e claridade à minha mente, que
se digladiava com problemas sociais e
políticos. O estudo da profecia levou-me
a questionar as teorias materialistas de
Marx, Lenin, Mao e os conceitos evolucionistas de Darwin. Continuei a ler
vorazmente sobre a história do mundo,
as ciências, a economia e a religião.
Finalmente comecei a questionar alguns
conceitos formulados por meus professores da universidade. Decidi-me também
a falar com meus “camaradas” sobre
minhas crescentes convicções acerca do
que descobri na Bíblia. Naturalmente eles
ficaram preocupados com a influência
que minhas perguntas críticas e declarações estavam tendo sobre meus colegas de
classe e professores. Apenas nessa ocasião
terminei o último curso disponível da
“Voz da Esperança” e recebi pelo correio
um cartão atrativo convidando-me a
encontrar-me com certa pessoa num
endereço específico da cidade, a fim continuar meus estudos sobre as Escrituras.
Encontrando o caminho
Algumas semanas mais tarde, uma
colega de classe convidou-me a visitar sua
igreja no sábado seguinte. Uma vez que
eu era a única pessoa na classe que não
tinha visitado sua congregação, aceitei.
Sábado bem cedo procurei sua igreja na
cidade, mas não pude encontrá-la. Na
manhã de segunda-feira, minha colega de
classe queixou-se de eu não ter cumprido
o compromisso de aceitar seu convite.
Quando lhe expliquei o que tinha acontecido, disse-me que eu havia procurado
a igreja no quarteirão errado, e me deu
instruções mais específicas.
Na manhã do sábado seguinte,
enquanto me preparava para sair, recordei-me do cartão que tinha recebido
da “Voz da Esperança”, e logo descobri que o endereço era o mesmo que
minha amiga me tinha dado. Levei o
cartão comigo e quando cheguei à Igreja
Adventista Central, minha amiga estava
me esperando. Perguntei-lhe se conhecia
um homem chamado Rodrigo Gutiérrez.
Ela ficou surpresa com a pergunta, então
lhe mostrei o cartão e ela me disse que
era o seu pastor! Poucos minutos depois,
fomos apresentados e marcamos um
horário de encontro no meio da semana.
Quando o pastor me visitou, ficou
surpreso com o número de diplomas da
“Voz da Esperança” que consegui com os
anos. Durante a segunda reunião, uma
semana mais tarde, fez-me muitas perguntas sobre minhas convicções religiosas.
Notando que eu tinha bastante conhecimento nos fundamentos da Bíblia,
quis saber se eu gostaria de participar da
cerimônia batismal no sábado seguinte.
Imediatamente tomei minha decisão. Foi
naquele 24 de junho de 1978, o segundo
sábado em que fui à uma igreja adventista, que caminhei no tanque batismal para
selar meu compromisso com Jesus Cristo,
e começar a andar no caminho da luz.
Três meses mais tarde fui nomeado
secretário do grupo jovem adventista, e
logo após escolhido para seu líder. No
ano seguinte, muitos de nós começamos
33
o Curso de Líder, e em 1980 o completei. Naquele tempo eu estava envolvido
na fundação de uma escola secundária
adventista na cidade, e transformei-me
em professor da matemática. Deus estava
abrindo novas oportunidades de serviLo. Em 1981, fui nomeado o primeiro
jovem ancião da Igreja Central Adventista
de Trujillo. Juntamente com dois talentosos líderes jovens, organizamos diversos acampamentos, retiros espirituais,
seminários da Bíblia e duas semanas de
campanhas evangelísticas de “A Voz da
Juventude” . Essas atividades aprofundaram meu conhecimento da Palavra de
Deus e fortaleceram minhas convicções
espirituais. Foi então que os administradores da Missão Norte do Peru ofereceram-me uma bolsa de estudos em nossa
faculdade perto de Lima. Entretanto, eu
lhes pedi um adiamento para poder terminar meus estudos.
Novos horizontes
Em agosto de 1982, duas semanas após
ter obtido minha graduação na universidade, fui convidado a lecionar em três
das melhores universidades do Peru, localizadas na capital do país. Por causa das
melhores condições de trabalho e do salário, escolhi a Universidade Nacional de
Engenharia (UNI), em Lima. Logo me
juntei a uma das maiores congregações
adventistas e decidi que meu novo campo
missionário seria os estudantes da universidade e os centros estabelecidos para eles.
Juntamente com os estudantes adventistas, organizamos diversos acampamentos
e reuniões públicas para o estudo das
profecias bíblicas. Ao mesmo tempo, eu
era ativo na federação dos professores da
universidade.
No final de 1985, casei-me com a
amiga estudante que me havia convidado
para visitar sua igreja. No ano seguinte,
viajamos até Porto Alegre, no Brasil,
onde comecei o mestrado em matemática
aplicada. Em 1987, iniciei uma graduação em ciências da computação, e finalmente dei início a um doutorado nesse
campo em 1995. Minha esposa concluiu
também seu doutorado em engenharia
mecânica.
Neste ínterim, pudemos ajudar na
educação pública ao norte do Peru,
contribuindo para o estabelecimento
da Universidade Nacional de Trujillo e
projetando conexões da Internet para essa
vasta região do país.
Em 1988, minha esposa e eu retornamos ao Brasil para lecionar numa
universidade da comunidade. Éramos
também ativos em nossa pequena congregação adventista. Entretanto, estávamos
ansiosos para proporcionar aos nossos
dois filhos uma educação adventista, que
não estava disponível na cidade onde
vivíamos. Assim Deus abriu uma nova
oportunidade. O Centro Universitário
Adventista de São Paulo convidou-nos a
trabalhar lá. Era a terceira vez que uma
instituição adventista de educação superior nos convidava a lecionar. Dessa vez
aceitamos o chamado e nos mudamos
para a enorme metrópole de São Paulo.
Desde janeiro de 2001 tenho servido
como professor de tecnologia de programação, computação gráfica e telecomunicações. Sou membro ativo, juntamente
com meus filhos, do clube de desbravadores e ainda sirvo como diácono na
igreja do campus e como líder no Clube
de Líderes. Minha esposa também ensina
no campus e coordena a Escola Sabatina
em espanhol.
Quando olho para o passado, sou
imensamente grato por todas as bênçãos
divinas. Ele me escolheu quando eu
era ainda jovem e me protegeu durante
os anos turbulentos da universidade.
Concedeu-me o privilégio de testemunhar dEle em muitas situações. Sei que
sempre teremos de fazer decisões, mas
oro para que o Senhor continue a nos
guiar em cada uma delas. Cada vez que
enfrento uma escolha importante, vêemme à mente as palavras do meu Senhor:
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu
reino e a Sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
O Dr. Ausberto Castro Vera
leciona no Centro Universitário
Adventista de São Paulo. Seu e-mail
é: [email protected]
34
DIÁLOGO 18•1 2006
O retrato
Um homem rico e seu filho nutriam paixão pelas artes.
Juntos reuniram uma coleção de pinturas de artistas famosos – de Rafael a Picasso. Com freqüência, caminhavam
lado a lado pela galeria admirando e discutindo sobre seus
tesouros.
A guerra atingiu seu país e o filho foi enviado à frente
de batalha. Após alguns meses, o jovem morreu socorrendo um soldado ferido. Para o pai viúvo, a perda do único
filho era insuportável.
Algum tempo depois, alguém bateu à porta de sua
residência. Era um jovem de semblante abatido, com um
pacote debaixo do braço. Com muito custo disse:
— Sou o soldado que seu filho resgatou. Ele foi baleado
quando tentava me salvar. Ele falava muito sobre o senhor,
da coleção de pinturas e como vocês apreciavam as artes.
O jovem soldado fez uma pausa e titubeando ao abrir o
pacote, disse:
— Gosto de pintar. Enquanto estava me recuperando,
pintei o retrato de seu filho da melhor maneira que pude.
É claro que isso não tem valor algum comparado à coleção que o senhor possui, mas, por favor, aceite-o como a
mostra de minha profunda gratidão pelo homem que me
salvou a vida.
Quando o pai contemplou a obra, viu o retrato de seu
filho cheio de vida.
Alguns anos após, o próspero empresário faleceu.
Fizeram-se planos para leiloar as valiosas pinturas. No dia
marcado, um grande grupo de vizinhos curiosos e amantes
das artes compareceu ao leilão, com a esperança de comprar pelo menos uma das pinturas. O retrato do filho feito
pelo soldado estava entre as pinturas expostas. O leiloeiro
explicou que o pai tinha determinado que o retrato do
amado filho abrisse o leilão. Um murmúrio de descontentamento se ergueu no ambiente.
Em pé, ao lado da pintura do rapaz, o leiloeiro começou:
— Quanto oferecem por esta preciosidade familiar?
Ouvi uma oferta? Qual é o lance?
Depois de um longo período de silêncio, alguém bradou
do fundo do salão:
DIÁLOGO 18•1 2006
— Esqueça esse retrato! Viemos pelas verdadeiras pinturas!
O leiloeiro insistia:
— Quem quer comprar este retrato? $200? Ouvi
$100?
— Viemos pelos Monets, Van Goghs e Picassos! Comece
o leilão real!
E o leiloeiro continuava:
— Quem vai levar essa pintura? Quanto oferecem?
Finalmente, ouviu-se uma voz tímida:
— Ofereço $10 – disse o velho jardineiro da família.
—Temos $10! Alguém oferece $20? – continuou o leiloeiro. Nesse ínterim, o grupo já estava impaciente.
— Dou-lhe uma, dou-lhe duas...
O leiloeiro bateu o martelo.
— Vendido por $10!
Fazendo um sinal para o velho jardineiro, declarou:
— O retrato é seu!
— Finalmente! – gritou um dos compradores potenciais
– Agora vamos começar o leilão das verdadeiras pinturas!
No entanto, o leiloeiro baixou o martelo e para surpresa
de todos anunciou:
— Este leilão está encerrado. Quando me pediram para
oficiar esse leilão, o advogado mostrou-me no testamento
uma condição que só poderia ser revelado no momento
apropriado. Nesse instante, devo informar-lhes que a pessoa que comprou o retrato do filho, automaticamente tornou-se o dono desta casa e de todos os seus bens, incluindo a coleção de artes completa. Tenham um bom dia!
“Diante de tudo isso, o que mais podemos dizer? Se Deus
está do nosso lado, quem poderá nos vencer? Ninguém! Porque
Ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas O
ofereceu por todos nós! Se Ele nos deu o Seu Filho, será que
não nos dará também todas as coisas?”
— Romanos 8:31, 32 (NTLH).
35
Intercâmbio
Amplie sua rede
de amizades
Universitários e profissionais adventistas interessados em trocar correspondência com colegas em outras partes do mundo.
Silvio Alvarez Ramos: 43; solteiro; formado em música e educação
infantil, professor de música; interesses: conhecer outras culturas e trocar
idéias; correspondência em espanhol.
Endereço: Calle F #2 entre Línea y
Martín; Simón Reyes 15 1/2; Ciego
de Avila; 69270 CUBA.
Asare Amponsah: 30; solteiro;
estudando no Institute of Chartered
Accountants; interesses: ler, esportes e música. Endereço: P.O. Box 9;
Abesim-Sunyani; GANA. E-mail:
[email protected].
Osaguna Ayodeji: 29; solteiro; cursando teologia na Babcock
University; interesses: pregar, viajar e
esportes; correspondência em inglês
ou ioruba. Endereço: South-west
Nigeria Conference; P.O. Box 4002;
Akure, Ondo State; NIGÉRIA. Email: [email protected].
Nefel M. Balasta: 24; solteira;
cursando administração de empresas na Misamis University; interesses: cozinhar, tocar violão e ouvir
música cristã; correspondência
em inglês. Endereço: Población 4;
Clarin, Misamis Occidental; 7201
FILIPINAS. E-mail: nefel4@yahoo.
com.
Vincent Boadi: 24; solteiro; professor; interesses: viajar, ouvir música
clássica e esportes; correspondência
em inglês. Endereço: P.O. Box KN
61; Agona, Kwanyarki, C/R; GANA.
Julivee N. Branzuela: 24; solteira;
comerciante; interesses: ler, cantar, fazer novos amigos e conhecer
outras culturas; correspondência
em inglês ou filipino. Endereço:
Blk 180 Lot 13 Prk. 11 Zone 3;
Signal Village Taguig, Metro Manila;
1604 FILIPINAS. E-mail: Miscy_
[email protected].
DIÁLOGO 18•1 2006
Ruth Camus: 32; solteira;
interesses: ler, cantar, cozinhar e
fazer escaladas; correspondência
em inglês. FILIPINAS. E-mail:
[email protected].
Hansom Enoc Chileson: 27;
solteiro; cursando administração de
empresas na Universidade de Enugu;
interesses: testemunhar, viajar, cantar e esportes; correspondência em
inglês. Endereço: P.O. Box 187;
Orieagu NSU; Ehime Mbano L.G.A.;
Imo State; NIGÉRIA. E-mail:
[email protected].
James Dim Dalvins: 23; solteiro; cursando medicina; interesses:
assistir filmes, ouvir música cristã
e jogar tênis de mesa; correspondência em inglês, francês ou suaili.
Endereço: University of Nairobi:
Box 30344-00100; Upper State
House; Nairobi; QUÊNIA. E-mail:
[email protected].
Ragel M. Davidao: 22; solteiro;
cursando enfermagem no St. Joseph
Instituto de Tecnologia; interesses:
ler, comunicar-se pela Internet e
música cristã. FILIPINAS. E-mail:
[email protected].
Garnado Delben: 28; solteira; cursando pedagogia; interesses: cantar,
trabalhar com crianças e fazer novos
amigos; correspondência em inglês.
Endereço: Bongbong, San Francisco;
Southern Leyte; 6613 FILIPINAS.
Benedita Neves Duarte: 36; solteira; cirurgiã-dentista; interesses:
ler, fazer novos amigos, música cristã
e filmes; correspondência em português ou espanhol. Endereço: Rua
Mata, Passagem São Jorge No. 83;
Marambaja, Belém, Pará; 66615-550
BRASIL.
Jacob Philip Dunson: 21; solteiro; cursando administração de
empresas; interesses: ler, fazer novos
amigos e música; correspondência em
inglês. Endereço: Bangalore Adventist
College; Dooravaninagar Post;
Bangalore; 580016 ÍNDIA. E-mail:
[email protected].
Imuetinyanosa N. Ehondor:
20; solteiro; cursando computação;
interesses: ajudar os outros, trocar
idéias e música; correspondência em
inglês ou francês. Endereço: Babcock
University; PMB 21244; Ilishan
Remo; Ogun State, Ikeja; NIGÉRIA.
Stanley Nwaobilo Enemanna: 29;
solteiro; formado em contabilidade
pela Abia State Polytechnic; interesses: ler, fazer novos amigos e música
cristã; correspondência em inglês.
Endereço: S.D.A. Church; Akpaa
1 District; E.N.C.; P.M.B. 7115;
Aba; NIGÉRIA. E-mail: stanbest_
[email protected].
Lisbeth Miranda Espinoza: 32;
solteira; designer cursando artes
visuais na Universidade do Panamá;
interesses: pintar, fotografia, música e
gatos; correspondência em espanhol.
Endereço: Entrega General; Correo
Universitario; PANAMÁ. E-mail:
[email protected].
Mariana Femenia: 32; solteira;
artista plástica formada em artes
pela Universidade Nacional do
Nordeste; interesses: artes, ciências
e o amor de Deus; correspondência
em espanhol. ARGENTINA. Email: [email protected] ou
[email protected].
Jorge Alberto Fernández: 35;
solteiro; cursando enfermagem na
Universidade Nacional de San Luis;
interesses: colecionar Bíblias em
outros idiomas, aprender outros idiomas e profecias bíblicas; correspondência em espanhol ou português.
Endereço: Calle Miguel de Azcuénaga
120; CP 5584 Palmira, San Martín,
Mendoza; ARGENTINA. E-mail:
[email protected].
Miletza Flores: 34; casada; formada em recursos humanos; interesses: cantar, ler e música; correspondência em espanhol. Endereço:
Calle 5, Casa No. 33, Urbanización
Nuevo Milenio; Barbacoa, Edo.
Anzoátegui; VENEZUELA. E-mail:
[email protected] ou rossi1_
[email protected].
Inserção Panel Z. Galarpe: 23; solteira;
enfermeira fisioterapeuta formada
pelo Sanatório e Hospital Mindanao;
interesses: viajar, computação e
natureza; correspondência em inglês.
Endereço: Northern Mindanao
Conference; 996 Julio Pacana Street;
P.O. Box 127; Cagayan de Oro City;
9000 FILIPINAS.
José Domingo Gálvez: 44; casado; formado em ciências jurídicas
pela Universidade Monseñor Oscar
Arnulfo Romero; interesses; ler a
Bíblia e publicações adventistas,
acampar e trocar idéias; correspondência em espanhol ou inglês.
Endereço: 6ta. Calle Pte. Fte.
ISSS, Bo. El Chile; Chalatenango;
EL SALVADOR. E-mail:
[email protected].
Emlyn Generale: 23; solteira; cursando ensino médio no SPAMAST
State College; interesses: ler histórias,
ouvir música e sair com amigos;
correspondência em inglês ou tagalog. Endereço: Lapulabao Hagonoy;
Davao del Sur; 8006 FILIPINAS. Email: [email protected].
Ondieko Julius Gisore: 24; solteiro; cursando medicina no College
University of Nairobi; interesses:
cantar e assistir a jogos de futebol;
correspondência em inglês. Endereço:
Box 67778; Nairobi; QUÊNIA. Email: [email protected].
Josemir Andrade Gomes: 22;
solteiro; fisioterapeuta; interesses:
ler, profecias bíblicas, nutrição e
biologia; correspondência em português. Endereço: Rua Marechal
Deodoro da Fonseca, No. 07,
Centro; São Gonzalo dos Campos,
Bahia; 44330-000 BRASIL. E-mail:
[email protected].
Jeneline E. Hervas: 25; solteira; formada em saúde pública pela
Universidade das Filipinas, agora
trabalhando em pesquisa nutricional;
interesses: cantar em coral, evangelismo e exploração de cavernas; correspondência em inglês; FILIPINAS.
E-mail: [email protected].
Elbita Hidalgo Martínez: 38;
divorciada; enfermeira gineco-obstétrica; interesses: viajar, trocar experiências com outros adventistas e música cristã, correspondência em espanhol. Endereço: Calle 10 de Octubre
Inserção # 518 Entre Maceo y Céspedes;
Banes, Holguín; 82300 CUBA.
Danny Hilario: 25; solteiro; formado em teologia e saúde pública
pela Universidade Peruana Unión;
interesses: acampar, fazer novos amigos e música cristã; correspondência
em espanhol ou inglês. PERU. Email: [email protected].
Fatima F. Janda: 24; solteira;
cursando ensino médio no Divine
Word College de Calapan; interesses:
acampar, música e esportes; correspondência em inglês ou espanhol.
Endereço: P. Filler St., Camilmil;
Calapan City; 5200 FILIPINAS. Email: [email protected].
Fabet John: 19; solteira; cursando comunicação na Lagos State
University; interesses: cantar, ler e
fazer amigos; correspondência em
inglês. Endereço: 1 Sugeru Banire
Street, Musin; Lagos; NIGÉRIA. Email: [email protected].
John Ngumbao Kahande: 25;
solteiro; cursando pedagogia; interesses: humor, música cristã, fotografia e vôlei de praia; correspondência em inglês. Endereço: Egoji
Teachers College; Private Bag Egoji,
Meru; 60402 QUÊNIA. E-mail:
[email protected].
Micah Kameso: 20; solteiro;
cursando pedagogia com ênfase em
matemática e física; interesses: acampar e ouvir música cristã; correspondência em inglês. Endereço: WAECA
Inc.; P.O. Box 1990; Boroko, NCD;
PAPUA-NOVA GUINÉ. E-mail:
[email protected].
Eli Kema-Temoana: 52; divorciada; formada em pedagogia, trabalha
como preceptora na Pacific Adventist
University; interesses: viajar, ler e
conhecer pessoas; correspondência
em inglês. Endereço: Private Mail
Bag; Boroko, NSD; PAPUA-NOVA
GUINÉ. E-mail: ektemoana@pau.
ac.pg.
Adjei Kwabena: 22; solteiro;
cursando contabilidade; interesses:
fazer amigos, ler e futebol; correspondência em inglês. Endereço: HND
Accountancy; Sunyani Polytechnic;
Box 206; Sunyani; GANA. E-mail:
[email protected].
Alixander José Ladino
Ballesteros: 21; solteiro; cursando
mecânica na UNEXPO; interesses:
acampar e natação; correspondência
em espanhol. Endereço: Avenida
Isaías Avila con Calle 17 A; Carora,
Edo. Lara; VENEZUELA. E-mail:
[email protected].
María Isabel López Rodríguez:
35; solteira; formada em recursos
humanos e nutrição dietética; interesses: ler, pesquisa bíblica, música e
natureza; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: Apartado
de Correos 631; 36200 Vigo,
Pontevedra: ESPANHA.
Norma Maranga: 27; solteira;
formada em inglês pela University
of Eastern Africa, Baraton; interesses: ler, ouvir música e esportes; correspondência em inglês.
Endereço: P.O. Box 735 Ruaraka;
Nairobi 00618; QUÊNIA. E-mail:
[email protected].
Sayer Mark: 28; solteiro; almoxarife; interesses: tocar violão, ajudar
os outros e esportes; correspondência
em inglês. Endereço: P.O. Box 949;
Mt. Hagen; PAPUA-NOVA GUINÉ.
E-mail: [email protected].
Ana R. Martínez L.: 22; solteira; cursando idiomas modernos na
Universidade de Tabasco; interesses:
ler, viajar, conhecer outras culturas e esportes; correspondência em
espanhol, francês, inglês ou italiano.
Endereço: Col. Lázaro Cárdenas del
Río Mza. 12 Lote 9; Comalcalco,
Tabasco; MÉXICO. E-mail:
[email protected].
Ferdinand Mbonaruza: 25; solteiro; cursando jornalismo na Escola
de Jornalismo e Comunicação; interesses: ler, esportes, música religiosa
e criatividade; correspondência em
francês, inglês ou suaili. Endereço:
Université Nationale du Rwanda;
B.P. 117; Butare; RUANDA. E-mail:
[email protected].
Narda Mendoza: 28; solteira; formada em pedagogia pela
Universidade Adventista Dominicana;
interesses: compartilhar o amor de
Deus, cantar e ler; correspondência
em espanhol ou Inglês. REPÚBLICA
DOMINICANA. E-mail:
[email protected].
Vienna B. Miran: 33; solteira; formada em secretariado pelo Aldersgate
College, comerciante; interesses:
DIÁLOGO 18•1 2006
cozinhar, cantar e fazer novos amigos; correspondência em inglês.
Endereço: Leonard’s Store; Public
Market; Solano, Nueva Vizcaya; 3709
FILIPINAS.
Adilson Miranda: solteiro; cursando linguagem e literatura na
UNICEUMA Campus 1; interesses:
ler, escrever, viajar e fazer novos amigos; correspondência em português
ou espanhol. Endereço: Rua das
Flores, 07; Santa Clara; 65058-070
São Luís, MA; BRASIL. E-mail:
[email protected].
David Mmbaga: 24; solteiro; cursando teologia na Bugema
University; interesses: pregar, cantar
e tocar teclado; correspondência em
inglês ou suaili. Endereço: P.O. Box
6529; Kampala; UGANDA. E-mail:
[email protected].
Calvin Mondol: 20; solteiro; cursando administração de empresas;
interesses: testemunhar, ajudar aos
pobres, corresponder pela internet e
fazer novos amigos; correspondência em inglês ou bangla. Endereço:
Bangladesh Adventist Seminary e
College; Gowalbathan, Kaliakoir;
Gazipur; 1750 BANGLADESHE.
E-mail: iloveyoucalvin2000@yahoo.
com.
Jonathan Montenegro Valverde:
21; solteiro; cursando investigação
criminal e segurança organizacional
no Colégio Universitário de Cartago;
interesses: aconselhamento cristão,
ajudar os outros e esportes; correspondência em espanhol. Endereço:
300 m Sur, 25 m Este y 75 m Sur
del Restaurante Los Higuerones; San
Rafael Abajo de Desamparados; Calle
El Triunfo; San José; COSTA RICA.
E-mail: jonathangemelo1@costarrice
nse.cr ou [email protected].
Laura Morales: 20; solteira;
cursando engenharia comercial;
interesses: fazer novos amigos, basquete e música; correspondência
em espanhol ou inglês. Endereço:
Universidad Adventista de Chile;
Casilla 7-D; Chillán; CHILE. Email: [email protected] ou [email protected].
Pamus Paluku Musenzi: 30;
solteiro; cursando biologia com
ênfase em fitossociologia e taxonomia vegetal na Universidade
DIÁLOGO 18•1 2006
de Kisangani; interesses: viajar,
jardinagem e atividades da igreja; correspondência em francês,
suaili ou lingala. REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA DO CONGO. Email: [email protected].
Elonga Changwi Mwendambio:
28; solteiro; cursando computação na Universidade Adventista de
Lukanga, Campus Wallace; interesses:
fotografia, atividades JA e computação; correspondência em francês,
suaili ou Lingala. REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA DO CONGO. Email: [email protected].
Kingsely Bassey Nathaniel: 39;
solteiro; formado em administração
pela Universidade de Lagos; interesses: ler, compartilhar experiências
cristãs e esportes; correspondência
em inglês. Endereço: P.O. Box 2992;
Akpan; Akwa Ibom State; NIGÉRIA.
Sosthene Nsabimana: 23; solteiro; cursando computação na
Universidade Adventista da África
Central; interesses: ler a Bíblia
e trocar idéias; correspondência
em francês. RUANDA. E-mail:
[email protected].
Nworu Obioma: 21; solteira;
cursando economia educacional;
interesses: ler, testemunhar e música;
correspondência em inglês ou igbo.
Endereço; PMB 1033l Alvan Ikoku
College of Education; Onwerri, Imo
State; NIGÉRIA. E-mail: m2ob_
[email protected].
Dunkan Otieno Odongo: 26;
solteiro; professor de francês e computação, formado em pedagogia
com ênfase em francês e geografia
pela Maseno University; interesses: cantar, viajar e ler literatura
cristã; correspondência em francês,
inglês ou suaili. QUÊNIA. E-mail:
[email protected].
Ana Ogando: 21; solteira; cursando psicologia industrial na
Universidade Autônoma de Santo
Domingo; interesses: aprender
outros idiomas, fazer novos amigos
e música cristã; correspondência
em espanhol ou inglês. Endereço:
Barrio Americano; Peatón 5 #334;
Los Alcarrizos, Santo Domingo;
REPÚBLICA DOMINICANA. Email: [email protected].
Ebenezer Okai: 22; solteiro; cur-
sando contabilidade; interesses: fazer
novos amigos e música; correspondência em inglês. Endereço: Box DC
582; Dansoman, Accra; GANA.
Peter A. Okonjo: 25; solteiro;
cursando microbiologia na KSRCAS;
interesses: música gospel, esportes e
estudos bíblicos; correspondência em
inglês, suaili ou doluo. ÍNDIA. Email: [email protected].
Joseph Olayemi: 26; solteiro; cursando teologia; interesses: ler publicações cristãs, trocar idéias e fazer
novos amigos; correspondência em
inglês. Endereço: Babcock University;
Dept. of Religious Studies; P.O. Box
21244; Ikeja, Lagos; NIGÉRIA. Email: [email protected].
Denis O. Omwoyo: 25; solteiro;
cursando agricultura na Universidade
de Nairobi; interesses: viajar, fazer
novos amigos e música; correspondência em inglês. Endereço: P.O. Box
2134-00505; Nairobi; QUÊNIA. Email: [email protected].
Gertrude Onsarigo: 24; solteira;
concluindo farmácia pelo Mombasa
Polytechnic; interesses: ouvir música
gospel, acampar e jogos internos;
correspondência em inglês. Endereço:
280 Keroka; QUÊNIA. E-mail:
[email protected].
John Odhiambo Otieno: 27;
solteiro; natural do Quênia; formado em física, matemática e química
pela Karnatak University; interesses:
viajar, testemunhar, trocar idéias
e fazer novos amigos; correspondência em inglês. ÍNDIA. E-mail:
[email protected].
Koshore Pahan: 30; solteiro;
cursando MBA; interesses: viajar, fazer novos amigos e futebol;
correspondência em bangli ou
inglês. Endereço: Spicer Memorial
College; Aundh Road, Ganeshkhind;
Pune 4111007; ÍNDIA. E-mail:
[email protected].
Sandra Paredes Reyes: 22; solteira;
cursando medicina na Universidade
Central do Leste; interesses: acampar, ouvir música, cozinhar e descobrir como outros conheceram a
Jesus; correspondência em espanhol. Endereço: La Romana Casa
de Campo; Punta Minitas # 18;
REPÚBLICA DOMINICANA. Email: [email protected].
Inserção Arcelia Esther Paz: 19; solteira;
cursando pedagogia na Universidade
Autônoma de Baja Califórnia; interesses: tocar piano, ler e viajar; correspondência em espanhol, inglês ou
francês; MÉXICO. E-mail: arcie_
[email protected].
Leandro Bitencourt Pereira: 37;
solteiro; professor de psicologia na
Universidade Luterana do Brasil;
interesses: conhecer outras culturas,
música, poesia e oração intercessória; correspondência em português,
espanhol, inglês, italiano, alemão
ou francês. Endereço: Rua Clovis
Pestana, 261, Centro; Cachoeirinha,
RS; 94920-080 BRASIL. E-mail:
[email protected].
Yurizander Pérez Leiva: 25; solteiro; cursando fisioterapia e reabilitação
na Faculdade de Ciências Médicas de
Las Tunas; interesses: conhecer outras
culturas, trocar informação sobre
técnicas fisioterápicas e música; correspondência em espanhol. Endereço:
Calle 63, Edificio 10, Apartamento
22-C; El Cocal; Jesús Menéndez, Las
Tunas; 77300 CUBA.
Moncy Babu Puthenburayil: 31;
casado; cursando teologia; interesses:
ajudar os outros, evangelismo, fazer
novos amigos e estudos bíblicos; correspondência em inglês ou malaialam.
Endereço: P.O. Edavaka, Kallody (via
Mananthavady, Wayanad) 670645
Kerala; ÍNDIA.
Julien Rabenandrasana: 26;
solteiro; cursando manutenção de
equipamentos no Instituto Superior
de Tecnologia de Diego; interesses:
esportes, viajar e tudo o que está
relacionado à refrigeração e aquecimento; correspondência em malagasi
ou francês. Endereço: 495 Amborovy
Mahajanga; 401 MADAGÁSCAR. Email: [email protected].
Micah Rachuonyo: 29; solteiro; formado em química pela
Universidade Jomo Kenyatta de
Agricultura e Tecnologia; interesses: ler, cantar e tocar piano;
correspondência em quisuaili ou
inglês. Endereço: P.O. Box 5497400200; Nairobi; QUÊNIA. Email: [email protected] ou
[email protected].
Naomi Ribasi: 22; solteira; cursando o segundo ano em treinamento
Inserção médico; interesses: viajar, música
cristã e atividades da igreja; correspondência em inglês. Endereço:
Kendu Medical School; Box 20;
Kendu Bay; QUÊNIA. E-mail:
[email protected].
James Sanawa: 32; solteiro; formado em administração de empresas
e cursando direito; interesses: viajar,
música e jardinagem; correspondência em inglês ou suaili. Endereço:
University of Dar es Salaam – Faculty
of Law; P.O. Box 35093; Dar es
Salaam; TANZÂNIA. E-mail:
[email protected].
Sandra Alves Serafim: 22; solteira; cursando física na Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte;
interesses: cantar, fazer novos amigos,
aprender mais sobre o criacionismo e
astronomia; correspondência em português ou espanhol. BRASIL. E-mail:
[email protected].
Kiptanui Laban Serem: 23; solteiro; cursando biomecânica e engenharia de processos na Universidade
Jomo Kenyatta de Agricultura e
Tecnologia; interesses: conhecer
melhor a Jesus, viajar, fazer novos
amigos e música gospel; correspondência em inglês ou suaili. Endereço:
P.O. Box 2102; Eldoret; QUÊNIA.
E-mail: [email protected].
Camilla Morena Leite da Silva:
22; solteira; cursando administração
de empresas na FIAMG; interesses:,
ler, fazer novos amigos, futebol e
música; correspondência em português. Endereço: Caixa Postal 144;
Lavras, MG; 37200-00 BRASIL. Email: [email protected].
Marco Antônio da Silva: 27; solteiro; cursando pedagogia no Centro
Universitário Adventista de São Paulo
– Campus IASP; interesses: acampar,
linguagem de sinais e desbravadores; correspondência em português,
espanhol ou inglês. Endereço: Rua
Hjalmar Holdrick Gerard Lindquist,
637, Pq. Hortolândia; Hortolândia,
SP; 13184-090 BRASIL. E-mail:
[email protected].
Win Samuel Situmeang: 25; solteiro; cursando relações-públicas na
Universidade Padjadjaran; interesses:
ler, ouvir música e viajar; correspondência em indonês ou inglês.
Endereço: Jl. Setiabudhi No. 2;
Bandung, West Java, INDONÉSIA.
E-mail: [email protected].
Fredy Supo Jinéz: 24; solteiro;
cursando teologia e saúde pública na
Universidade Peruana Unión; interesses: fazer novos amigos e pesquisas
em ciências sociais; correspondência
em espanhol. Endereço: Casilla 3564;
Lima; PERU. E-mail: freddy@upeu.
edu.pe.
Hansel de León Tamárez: 25;
solteiro; cursando engenharia eletrônica na Universidade Autônoma
de Santo Domingo; interesses:
estudar a Bíblia, conhecer pessoas
de outras culturas e desbravadores; correspondência em espanhol.
REPÚBLICA DOMINICANA.
E-mail: [email protected] ou
[email protected].
Only Taulo: 24; solteiro; cursando administração de empresas
na Universidade de Malaui, O
Politécnico; interesses: viajar, cantar,
ouvir música cristã e fazer novos
amigos; correspondência em inglês.
Endereço: Private Bag 303; Chichiri,
Blantyre 3; MALAUI. E-mail:
[email protected].
Convite
Se você é universitário ou profissional
adventista e quer ter seu nome listado
aqui, envie-nos as seguintes informacões:
(1) seu nome completo, com o sobrenome em letras maísculas; (2) sua idade;
(3) sexo; (4) estado civil; (5) estudos
correntes ou diploma obtido e especialidade; (6) faculdade ou universidade que
está freqüentando ou na qual graduouse; (7) três principais passa-tempos ou
interesses; (8) língua(s) nas quais quer se
corresponder; (9) o nome da congregação adventista da qual é membro; (10)
seu endereço postal; (11) seu e-mail,
caso o tenha. Por favor, datilografe ou
use letra de imprensa clara. Envie esta
informação para Diálogo Interchange;
12501 Old Columbia Pike; Silver Spring,
MD 20904-6600, EUA. Você pode também usar e-mail: diainterchange@yahoo.
com. Apenas poremos na lista aqueles
que fornecerem os 10 items de informação requerida acima. Diálogo não assume responsabilidade pela exatidão da
informação dada ou pelo conteúdo da
correspondência que possa resultar.
DIÁLOGO 18•1 2006