Jornal - Sociedade Portuguesa de Pneumologia

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Jornal - Sociedade Portuguesa de Pneumologia
DIÁRIO
do
www.jasfarma.com
Em colaboração com
n.º1
n.º2
sábado, 10 domingo, 11
Distribui�
Troia, 9 a 11 de novembro 2012
Prof. Doutor
Carlos Robalo
Cordeiro
Comissão de Trabalho de Reabilitação Respiratória
Revista das revistas
– Tuberculose
MET, Medical Emergency team
– vale mais prevenir que remediar
Competência em medicina do
sono
É atualmente consensual que “a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)
ultrapassa as fronteiras do pulmão e
vias aéreas”, explica o Dr. João Munhá,
dizendo ainda que “o peso das suas
consequências sistémicas e das comorbilidades associadas é reconhecido
em diversos documentos de consenso,
nomeadamente na última revisão do
GOLD, que explicita o contributo destas
para a severidade global da doença”.
A tuberculose, que a ciência conhece
bem, que sabe como diagnosticar, prevenir e tratar, “continua a ser uma das
mais importantes causas de morbilidade
e mortalidade mundiais”, refere a Dr.ª
Raquel Duarte. E acrescenta: “Os novos
meios complementares de diagnóstico
pretendem ser mais fáceis de usar enquanto mantêm a sensibilidade e especificidade dos testes anteriores.”
O primeiro elo da cadeia de sobrevivência é o reconhecimento precoce do
doente em risco e a prevenção da paragem cardiorrespiratória (PCR). “A percentagem de doentes que têm alta para
o domicílio, pós-PCR intra-hospitalar, é
inferior a 20%. No meio intra-hospitalar, a resposta ao doente que está em
risco de vida nem sempre é a mais adequada”, comenta o Prof. Doutor Álvaro
Moreira da Silva.
Segundo a Dr.ª Paula Pinto, “a
atual classificação de distúrbios do
sono elenca 75 entidades nosológicas,
verificando-se uma elevada prevalência
na população desde a insónia, que atinge cerca de 20 a 30% dos indivíduos,
à apneia do sono, com 2 a 4%, até à
enorme prevalência das alterações do
padrão de sono-vigília, com as suas
consequências nefastas para a saúde e
para a sociedade”.
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9 a 11 de novembro 2012
Comissão de Reabilitação Respiratória
É
atualmente consensual que a
doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ultrapassa as fronteiras do pulmão e vias aéreas. O peso das
suas consequências sistémicas e das comorbilidades associadas é reconhecido
em diversos documentos de consenso,
nomeadamente na última revisão do
GOLD, que explicita o contributo destas
para a severidade global da doença.
Dr. João Munhá
Coordenador da
Comissão de Reabilitação Respiratória
da SPP
Estas refletem-se tanto no prognóstico como no espetro sintomático.
A fraqueza muscular, as alterações
nutricionais, a ansiedade e depressão,
a osteoporose são comuns nas pessoas
com DPOC, que, por sua vez, sofrem frequentemente de insuficiência cardíaca
ou cardiopatia isquémica, de alterações
vasculares periféricas ou de alterações
metabólicas. Esta perigosa constelação
afeta a sobrevida e a qualidade de vida,
aumenta a utilização de recursos de
saúde e contribui para a limitação da
tolerância ao exercício, para a dispneia
e para o ciclo vicioso de inatividade e
descondicionamento.
A chave para a otimização terapêutica está tanto no tratamento
farmacológico como no não farmacológico. A reabilitação respiratória (RR)
integra o tratamento da pessoa com
DPOC sintomática, complementando a
terapêutica farmacológica. Ao contrário
desta última, dirige-se principalmente
aos componentes não pulmonares da
doença.
É relevante o facto de a reabilitação ser reconhecidamente benéfica no
tratamento de algumas patologias associadas à DPOC, com componentes em
tudo semelhantes aos usados em RR - treino muscular, educação e autogestão, suporte nutricional e psicológico. É,
pois, realista pensar que estes doentes
possam beneficiar de um modelo comum se acauteladas as características
específicas a cada patologia.
Os doentes com DPOC e comorbilidades são frequentemente candidatos a programas de RR. Sendo assim, várias questões se levantam. De
que forma estas afetam o resultado
final dos programas? Ou, pelo contrário, beneficiam com a inclusão em
programas com as técnicas usadas em
RR? Como devem ser avaliados os candidatos com comorbilidades? Como
deverão ser treinados, que adaptações
deverão ser feitas e que precauções
deverão ser tomadas?
Foi neste sentido que a Comissão de Reabilitação Respiratória organizou uma mesa-redonda dedicada
ao tema “Reabilitação no doente com
DPOC e com morbilidades”, moderada
pela Dr.ª Paula Simão e pelo Dr. João
suficiência cardíaca, a Dr.ª Paula
Almeida, fisiatra do Hospital Pedro
Hispano, abordará o treino do doente com DPOC e cardiopatia periférica e doença vascular periférica, e a
Dr.ª Ana Luísa Marques da Costa, da
Munhá. Na primeira comunicação, a
Dr.ª Fátima Rodrigues, do Hospital
Pulido Valente, abordará a relevância
das comorbilidades na reabilitação
respiratória. Seguidamente, serão
abordadas particularidades do treino
em diferentes situações.
O Dr. João Munhá falará do
treino do doente com DPOC e in-
Associação Protetora dos Diabéticos
de Portugal, referir-se-á ao treino da
pessoa com DPOC e diabetes mellitus. Pensamos que a atualidade e relevância do tema é um garante para
o sucesso desta mesa-redonda, para
a qual convidamos desde já todos os
participantes neste XXVIII Congresso
de Pneumologia.
Comissão de Trabalho
de Fisiopatologia Respiratória
D
urante o triénio 2010-2012, a
Comissão de Trabalho de FR da
SPP teve como tarefa principal
elaborar e recolher as contribuições dos
seus membros previamente designados
para a elaboração de um “Manual de
Boas Práticas” em função respiratória.
Esta tarefa foi herdada da Comissão
anterior e foi concluída.
A referida tarefa insere-se no
programa de trabalho com o qual esta
Direção se comprometeu no sentido de
contribuir para um objetivo há muito
traçado pela SPP – criar as condições
Dr. Nuno
Neuparth
Coordenador da
Comissão de Trabalho
de FR da SPP
para se proceder à certificação dos laboratórios de função respiratória a nível nacional.
Pretende-se criar as condições
para que todos os laboratórios certificados fiquem em igualdade de circunstâncias para poderem competir
no mercado, assegurando que TODOS
cumprem as mesmas normas.
Durante o Congresso Anual da
SPP do presente ano teremos uma reunião promovida pela CT de FR, onde
serão elaboradas recomendações para
prosseguir com esta tarefa. Para este
efeito, convidámos um perito de uma
agência especializada para nos ajudar
a planear os próximos passos. Aspetos
fundamentais deste processo, como a
submissão de um caderno de encargos
às entidades reguladoras solicitando o
início do processo, bem como o planeamento dos seus custos, serão abordados.
Também durante o congresso
deste ano, será designada uma comissão de revisão e edição final do “Manual de Boas Práticas”, com um prazo
estabelecido para o enviar para publicação. Dada a dimensão do manual, deverá também decidir-se, nesta reunião, a
estratégia para a sua publicação.
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9 a 11 de novembro 2012
Revista das revistas – Tuberculose
A
tuberculose, que a ciência conhece bem, que sabe como diagnosticar, prevenir e tratar, continua a
ser uma das mais importantes causas de
morbilidade e mortalidade mundiais.
Depois de anos em que não houve
investimento científico em tuberculose
– o diagnóstico de tuberculose activa
assentava na identificação do Mycobacterium tuberculosis em exame directo e cultural, o tratamento consistia
nos quatro fármacos de primeira linha
e o diagnóstico de infecção latente
baseava-se no controverso teste tuberculínico –, os últimos anos têm sido
profícuos em investigação na área da
tuberculose.
Dr.ª Raquel Duarte
Centro de Referência
Regional para a
Tuberculose Multirresistente da Região
de Saúde do Norte.
Centro de Diagnóstico
Pneumológico de Vila
Nova de Gaia
Os novos meios complementares
de diagnóstico pretendem ser mais fáceis de usar enquanto mantêm a sensibilidade e especificidade dos testes
anteriores.
Os novos fármacos e esquemas
terapêuticos são particularmente dirigidos para o tratamento da tuberculose multirresistente, que coloca hoje
em questão a possibilidade de controlo
da doença a nível mundial. Finalmente,
surgem fármacos novos e surgem resultados de coortes alargadas que nos
permitirão delinear estratégias de tratamento destes doentes com base em
evidência e não, como até à data, na
opinião do especialista.
Na sessão da revisão de tuberculose proponho-me discutir os artigos
que me pareceram mais relevantes
publicados em 2012 na área da tuberculose:
1. Kolk AH, van Berkel JJ, Claassens MM, Walters E, Kuijper S, Dallinga
JW, van Schooten FJ. Breath analysis
as a potential diagnostic tool for tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis. 2012
Jun;16(6):777-82.
2. Aabye MG, Eugen-Olsen J,
Werlinrud AM, Holm LL, Tuuminen T,
Ravn P, Ruhwald M. A simple method
to quantitate IP-10 in dried blood and
plasma spots. PLoS One. 2012;7(6).
3. Bumbacea D, Arend SM, Eyuboglu F, Fishman JA, Goletti D, Ison MG,
Jones CE, Kampmann B, Kotton CN,
Lange C, Ljungman P, Milburn H, Morris
MI, Muller E, Muñoz P, Nellore A, Rieder
HL, Sester U, Theodoropoulos N, Wagner D, Sester M. The risk of tuberculosis
in transplant candidates and recipients:
a TBNET consensus statement. Eur Respir J. 2012 Oct;40(4):990-1013. Epub
2012 Apr 10.
4. Diacon AH, Donald PR, Pym A,
Grobusch M, Patientia RF, Mahanyele R, Bantubani N, Narasimooloo R,
De Marez T, van Heeswijk R, Lounis N,
Meyvisch P, Andries K, McNeeley DF.
Randomized pilot trial of eight weeks
Antimicrob Agents Chemother. 2012
Jun;56(6):3271-6.
5. Diacon AH, Dawson R, von
Groote-Bidlingmaier F, Symons G, Venter A, Donald PR, van Niekerk C, Everitt
D, Winter H, Becker P, Mendel CM, Spigelman MK. 14-day bactericidal activity
of PA-824, bedaquiline, pyrazinamide, and moxifloxacin combinations:
a randomised trial. Lancet. 2012 Sep
15;380(9846):986-93.
6. Gler MT, Skripconoka V, Sanchez-Garavito E, Xiao H, Cabrera-Rivero
JL, Vargas-Vasquez DE, Gao M, Awad
M, Park SK, Shim TS, Suh GY, Danilovits
M, Ogata H, Kurve A, Chang J, Suzuki K,
Tupasi T, Koh WJ, Seaworth B, Geiter LJ,
Wells CD. Delamanid for multidrug-resistant pulmonary tuberculosis. N Engl
J Med. 2012 Jun 7;366(23):2151-60.
DeRiemer K, Dung NH, Enarson D, Falzon
D, Flanagan K, Flood J, Garcia-Garcia ML,
Gandhi N, Granich RM, Hollm-Delgado
MG, Holtz TH, Iseman MD, Jarlsberg LG,
Keshavjee S, Kim HR, Koh WJ, Lancaster J, Lange C, de Lange WC, Leimane V,
Leung CC, Li J, Menzies D, Migliori GB,
Mishustin SP, Mitnick CD, Narita M,
O’Riordan P, Pai M, Palmero D, Park SK,
Pasvol G, Peña J, Pérez-Guzmán C, Quelapio MI, Ponce-de-Leon A, Riekstina V,
Robert J, Royce S, Schaaf HS, Seung KJ,
Shah L, Shim TS, Shin SS, Shiraishi Y, Sifuentes-Osornio J, Sotgiu G, Strand MJ,
Tabarsi P, Tupasi TE, van Altena R, Van
der Walt M, Van der Werf TS, Vargas MH,
Viiklepp P, Westenhouse J, Yew WW, Yim
JJ; Collaborative Group for Meta-Analysis of Individual Patient Data in MDR-TB.
Multidrug resistant pulmonary tuber-
of bedaquiline (TMC207) treatment
for multidrug-resistant tuberculosis:
long-term outcome, tolerability, and
effect on emergence of drug resistance.
7. Ahuja SD, Ashkin D, Avendano M,
Banerjee R, Bauer M, Bayona JN, Becerra MC, Benedetti A, Burgos M, Centis R,
Chan ED, Chiang CY, Cox H, D’Ambrosio L,
culosis treatment regimens and patient
outcomes: an individual patient data
meta-analysis of 9,153 patients. PLoS
Med. 2012 Aug;9(8):e1001300.
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9 a 11 de novembro 2012
MET, Medical Emergency team
– vale mais prevenir que remediar
O
primeiro elo da cadeia de sobrevivência é o reconhecimento
precoce do doente em risco e a
prevenção da paragem cardiorrespiratória (PCR). A percentagem de doentes
que têm alta para o domicílio, pós-PCR
intra-hospitalar, é inferior a 20%. No
Prof. Doutor
Álvaro Moreira
da Silva
Vice-presidente da
Sociedade Portuguesa
de Cuidados Intensivos
meio intra-hospitalar, a resposta ao
doente que está em risco de vida nem
sempre é a mais adequada. A PCR nas
enfermarias sem monitorização, geralmente, não ocorre como acidente
súbito e imprevisto. Estes doentes têm,
geralmente, deterioração fisiológica
lenta e progressiva, com hipoxia e hi-
potensão, que não é detetada pelos
profissionais ou é reconhecida, mas insuficientemente tratada.
A prevenção da PCR intra-hospitalar exige formação dos profissionais,
monitorização dos doentes, um sistema
de alarme e capacidade para responder
com ajuda eficaz. Para reconhecer precocemente o doente em risco de vida,
cada doente deve ter um plano de monitorização de sinais vitais que explicite
as variáveis a monitorizar e a frequência com que devem ser avaliadas.
Os sistemas de resposta e estratégias de ativação precoce, para identificar
e atuar perante o doente de risco, têm
vindo a ser cumpridas, no meio intra-hospitalar, por equipas multidisciplinares
de emergência, muitas vezes designadas
de Medical Emergency Team (MET), que
são ativadas por critérios pré-definidos.
Neste contexto, as estratégias que
podem prevenir a PCR intra-hospitalar
evitáveis são as de tratar os doentes em
risco de vida ou em risco de deterioração em área apropriada, com nível de
cuidados proporcionais à gravidade da
doença. Os hospitais devem implementar a formação de equipas de profissionais treinados no reconhecimento dos
sinais de deterioração do doente e na
resposta rápida ao doente em risco (ex:
índices de alerta precoce), resultado de
um modelo claro e uniforme de pedido
de ajuda e capacidade para responder
de imediato e com eficácia.
As equipas de emergência (MET)
seguramente que têm um papel da
maior importância na melhoria dos
cuidados de fim-de-vida e na implementação das DNTR (Decisões de Não
Tentar Reanimar), que, pelo menos,
contribuem para a redução das taxas
de mortalidade da PCR em meio intra-hospitalar.
Competência em medicina do sono
O
s conhecimentos dos mecanismos fisiológicos do sono e das
suas manifestações desenvolveram-se muito rapidamente, de tal forma que Hobson escreveu, em 1989, que
se conhecia mais de sono nos últimos
60 anos que nos anteriores 600!
A atual classificação de distúrbios do sono elenca 75 entidades nosológicas, verificando-se uma elevada
prevalência na população desde a insónia, que atinge cerca de 20 a 30%
dos indivíduos, à apneia do sono, com
2 a 4%, até à enorme prevalência das
alterações do padrão de sono-vigília,
com as suas consequências nefastas
para a saúde e para a sociedade. Em
conjunto, estes fatores conduziram
a que a abordagem clínica dos distúrbios do sono evoluísse para uma
prática médica multidisciplinar e interdisciplinar, sendo cada vez mais
evidente a necessidade de a integrar
sobre o mesmo denominador comum:
o sono.
Dr.ª Paula Pinto
Coordenadora da
Comissão de Trabalho
de Patologia Respiratória do Sono da
SPP. Pneumologista
do CHLN – H. Pulido
Valente. Professora
da FMUL
A evolução natural da prática
médica na patologia do sono conduziu ao reconhecimento da Medicina
do Sono enquanto especialidade. Em
2005, tal foi reconhecido nos EUA,
aprovada pelo Acreditation Council
of Graduate Medical Education e pelo
American Board of Medical Specialities. Também em 2005 a Medicina do
Sono é considerada especialidade na
Alemanha e um movimento europeu
(que incluiu Portugal, através da Associação Portuguesa do Sono) desenrolou-se de forma articulada, produzindo as Guidelines para a certificação de
sonologistas médicos, não médicos e
técnicos e também de Centros de Medicina do Sono.
O reconhecimento oficial da Medicina do Sono existe atualmente na
Áustria, Croácia, França, Espanha, Itália, Lituânia, República Checa, Roménia, Suíça e Turquia, mas também em
Portugal, onde foi aprovada pela OM a
criação da competência em Medicina
do Sono.
O documento que serviu de base
à aprovação da competência pelo Conselho Executivo da OM foi elaborado
por uma comissão criada no seio da Associação Portuguesa do Sono e que envolveu pneumologistas, neurologistas,
psiquiatras e pediatras e baseou-se nos
requisitos europeus de certificação da
especialidade, especificando os critérios
gerais e específicos para a aquisição da
competência.
Não temos a menor dúvida de
que este passo, finalmente conseguido, implicará um salto qualitativo de
enorme importância nos cuidados de
saúde nesta área, onde o envolvimento da Pneumologia se afigura como
determinante.
O XXVIII Congresso de Pneumologia terá uma mesa-redonda da Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa
de Pneumologia que abordará precisamente esta temática, tendo a participação de especialistas de reconhecido
mérito na área da Medicina do Sono
(Prof.ª Doutora Teresa Paiva; Dr.ª Marta
Gonçalves; Dr. Moutinho dos Santos e
Dr. Richard Staats).
06
9 a 11 de novembro 2012
Corticoterapia inalatória e risco de pneumonia
Prós
A
s pneumonias são, atualmente, a
3.ª causa de morte a nível mundial, pelo que a sua prevenção é
fundamental.
O pulmão e a árvore traqueobrônquica são, habitualmente, estéreis,
um agente infeccioso para progredir
Dr.ª Lígia Pires
Assistente hospitalar de Pneumologia do Centro
Hospitalar do Barlavento Algarvio
tem de ultrapassar as defesas do hospedeiro, o que pode ser facilitado pela
inalação de corticoides.
A corticoterapia inalatória está
presente nas linhas de orientação internacionais para o tratamento de doenças
como a asma e a DPOC. Existem muitos
doentes que fazem esta medicação cronicamente e, por vezes, em doses elevadas, o que predispõe ao aumento de
reações adversas locais e sistémicas.
A possibilidade da associação entre pneumonia e o uso desta medicação
tem sido estudada. Uma meta-análise
foi realizada a doentes com DPOC, medicados cronicamente com corticoides
inalados entre 24 e 156 semanas, sendo
incluídos 16.996 doentes de 18 estudos
randomizados. Verificou-se que houve
um aumento significativo do risco de
pneumonia nestes doentes.
Esta associação também foi in-
vestigada no conhecido estudo TORCH:
observou-se o aumento do risco de
pneumonia nos ramos da fluticasona
e da associação fluticasona/salmeterol,
quando comparados com os ramos do
placebo e do salmeterol. Os doentes
que apresentavam maior risco foram
os com idade superior a 55 anos, com
FEV1 inferior a 50%, os que sofreram
exacerbações no ano anterior, os com
má pontuação na escala de dispneia
(MRC) e com índice de massa corporal
inferior a 25 Kg.m(-2).
O aumento do risco de tuberculose
pulmonar também foi encontrado numa
análise que incluiu mais de 400.000 doentes com asma ou DPOC. O risco foi
A corticoterapia inalatória está presente
nas linhas de orientação internacionais
para o tratamento
de doenças como a
asma e a DPOC.
maior nos doentes que usavam doses de
1000 mcg de fluticasona por dia.
Estes são alguns dos argumentos
a favor do risco de pneumonia da corticoterapia inalada que vou apresentar
na sessão de prós e contras.
Contras
O
impacto global da pneumonia
adquirida na Comunidade (PAC)
é ainda hoje extremamente significativo, particularmente na população mais idosa, contribuindo para uma
elevada morbimortalidade, com dispêndio de recursos humanos e finan-
ceiros apreciáveis. O recente trabalho
de Froes e colaboradores (2012) atesta
esta mesma relevância, tendo sido objectivada uma taxa anual média de internamento por Pneumonia em adultos
de 3,61/1000 habitantes, subindo para
13.4/1000 habitantes na faixa etária ≥
65 anos, tendo esta taxa sofrido um
acréscimo de 28,2% durante a última
década. Encontra-se assim plenamente
justificada a necessidade de se procu-
se tendo verificado a mesma relação
em doentes com Asma. No entanto,
a maioria destes estudos não aborda
directamente esta relação controversa, sendo a maior parte das conclusões retiradas de análises post-hoc, o
que limita a crítica dos dados obtidos.
A duração da terapêutica inalada, as
diferentes dosagens farmacológicas ou
a mera distinção entre corticosteróides
são questões que frequentemente ficam sem resposta.
Por outro lado, é reconhecido o
papel da corticoterapia inalada na diminuição do número de exacerbações e
dos sintomas, e na melhoria da qualidade de vida nos doentes com DPOC. Parece ainda haver um papel protector dos
corticosteróides inalados no prognóstico de doentes com DPOC internados
por exacerbação ou PAC, não havendo
qualquer impacto negativo na mortalidade associado a esta prescrição. Com o
advento das novas guidelines GOLD, em
que a estratificação do risco em doentes
com DPOC passou a ditar a abordagem
rar identificar os diversos factores de
risco que mais contribuam para aquele
facto. Trabalhos recentes têm sugerido
uma participação expressiva da corticoterapia inalada na epidemiologia da
PAC, pese embora a ausência de uma
explicação fisiopatológica consistente.
De facto, parece inegável que haja um
contributo negativo da corticoterapia
inalada na etiopatogenia da PAC, o
que foi verificado em diferentes estudos, com diferentes populações, essencialmente em doentes com DPOC, não
terapêutica, mais se deve questionar se
o papel da corticoterapia inalada deverá
ser ponderado já que irá influenciar parâmetros decisivos nesta estratificação,
como sejam as exacerbações e os sintomas. Estudos recentes revelam ainda um
sinergismo entre corticosteróides, β2
agonistas e anticolinérgicos no menor
declínio da função pulmonar.
Justifica-se, assim, plenamente a
pertinência de um estudo que tenha como
principal objectivo avaliar o risco de PAC
em doentes sob corticoterapia inalatória.
Dr.ª Sara Freitas
Assistente hospitalar de Pneumologia
Serviço de Pneumologia,
CHUC
07
9 a 11 de novembro 2012
Programa Científico
Sábado – 10 de novembro
SALA FREITAS E COSTA
SALA RAMIRO ÁVILA
SALA ROBALO CORDEIRO
SALA THOMÉ VILLAR
08.30h
08.30h
08.30h
08.30h
Comunicações Orais
CO 025 a CO 038
Cuidados Intensivos
Mod: Filipe Monteiro (Lisboa)
JP Baptista (Coimbra)
10.00h
Discussão de Posters
P 025 a P 037
Clínica Pneumológica
Mod: M.ª Manuel Figueiredo
(Guimarães)
Luís Ferreira (Guarda)
10.00h
Café
Café
10.30h
Comunicações Orais
CO 034 a CO 042
Oncologia
Mod: Bárbara Parente (Gaia)
Francisco Félix (Lisboa)
12.00h
12.00h
14.30h
13.00h
15.30h
Simpósio Novartis
Almoço
14.30h
Simpósio Astra
15.30h
Comunicações Orais
CO 043 a CO 048
Asma
Mod: Mário Loureiro (Coimbra)
Salete Valente (Covilhã)
16.30h
Simpósio Novartis
13.00h
17.00h
Comunicações Orais
CO 049 a CO 054
Infeções
Mod: João Cunha (Braga)
António Antunes (Figueira da Foz)
18.00h
10.00h
Café
10.30h
Almoço
Simpósio Astra
Discussão de Posters
P 038 a P 053
DPOC
Mod: João Munhá (Portimão)
Chaves Caminha (Porto)
16.30h
Discussão de Posters
P 054 a P 070
Interstício
Mod: António Morais (Porto)
Fernando Rodrigues (Aveiro)
18.00h
Café
Comissão de Trabalho de
Fisiopatologia
Mod: Cristina Bárbara e João Almeida
O processo de creditação dos
laboratórios de função respiratória
– Joana Abreu
Manual de Boas Práticas em Função
Respiratórias – estratégia para a sua
publicação e conclusões da reunião
– Alexandre Barba
Discussão de Posters
P 071 a P 085
Sono, Asma e Função
Mod: Ana Arrobas (Coimbra)
Richard Staats (Lisboa)
19.00h
Assembleia-Geral
Comunicações Orais
CO 055 a CO 060
Tuberculose
Mod: Ricardo Nascimento (Funchal)
António Domingos (Torres Vedras)
Café
10.30h
Sessão institucional SPP/SEPAR/ALAT
Pres: C Robalo Cordeiro (SPP)
Pilar de Lucas (SEPAR)
Mayra Mejia (ALAT)
Fibrose pulmonar idiopática e:
- Envelhecimento – Elena Bollo (SEPAR)
- Infeção – António Morais (SPP)
- Tabaco - Mayra Mejia (ALAT)
13.00h
Almoço
Almoço
15.30h
Comissão de Trabalho de Tuberculose
Como abordar a tuberculose face
aos constrangimentos económicos e
sociais atuais
Mod: António Domingos
José Miguel Carvalho
- O que está bem e quais são os
constrangimentos? – Raquel Duarte
- Quais são as potencialidades?
– Ana Maria Correia
Café
17.00h
Assembleia-Geral
10.00h
Comissão de Trabalho de Reabilitação
Reabilitação no doente com DPOC
e co-morbilidades
Mod: Paula Simão
João Munhá
- Impacto das comorbilidades na
reabilitação do doente com DPOC
– Fátima Rodrigues
- Treinando o doente com DPOC
e comorbilidades:
Insuficiência cardíaca congestiva
– João Munhá
Cardiopatia isquémica e doença
vascular periférica – Paula Almeida
Diabetes mellitus – Ana Luísa
Marques da Costa
16.30h
19.00h
Revista das Revistas
Mod: Fernando Barato e Sofia Furtado
Pleura – Yvete Martins
Cancro do pulmão – Gabriela Fernandes
Sarcoidose – Leandro Ferreira
Comissão de Trabalho Patologia do Sono
Competência em Medicina do Sono
Mod: Teresa Paiva
Marta Gonçalves
- A realidade europeia – Richard Staats
- A realidade portuguesa – J.
Moutinho dos Santos
18.00h
Comissão de Trabalho de Alergologia
Asma e desporto
Mod: Aurora Carvalho
- Introdução – Ricardo Lima
- Asma e desporto – A. Bugalho
12.00h
Simpósio Novas estratégias e
opções terapêuticas em DPOC
Mod: J. Agostinho Marques
- Onbrez® Breezhaler® novos dados
e prática clínica – João Cardoso
- Seebri® Breezhaler® o novo
broncodilatador de longa ação
– Guy Joos
13.00h
14.30h
Simpósio Recomendações, boas práticas
e adesão à terapêutica na DPOC
O que há de novo?
Carlos Robalo Cordeiro
A importância dos dispositivos
inalatórios
Prof.ª Doutora Marta Drummond
15.30h
Mesa-redonda
Bilastina: um Mundo novo para o
paciente alérgico
Bilastina na rinite; eficácia e
segurança: Ana Todo Bom
Bilastina na asma brônquica:
Fernando Menezes
16.30h
Café
17.00h
Prós e Contras – Corticoterapia
inalatória e risco de pneumonia
Mod: Paula Simão e Joaquim Moita
Pró – Lígia Pires
Contra – Sara Freitas
18.00h
Conferências
Pres: José Alves
MET – Medical Emergency Team
– vale mais prevenir que remediar
Álvaro Moreira da Silva
19.00h
Assembleia-Geral
DIÁRIO
do
agradece o apoio de todos os que contribuíram
para a realização deste Jornal, nomeadamente:
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Patrocinador exclusivo
PRODUÇÃO
COORDENAÇÃO
Paula Pereira
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Tel.: 21 850 40 00
DIÁRIO
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www.jasfarma.com
Em colaboração com
n.º1
n.º2
sábado, 10 domingo, 11
Distribui�
Embolia pulmonar - perspetiva do
cardiologista
O tromboembolismo venoso abrange
um conjunto de entidades com diferentes apresentações na prática clínica,
“sendo as mais frequentes a trombose
venosa profunda e a embolia pulmonar
aguda”, frisa a Dr.ª Graça Castro. No seu
conjunto, representam uma causa importante de morbilidade e mortalidade
no mundo ocidental.
03
Clinical difficulties in pneumonias
Pneumonia is one of the most serious
infectious diseases in both industrialized
and developing countries, and is currently the sixth leading cause of death
in the US and Europe. “Despite advances
in diagnosis, antimicrobial therapy and
supportive care modalities, community-acquired pneumonia remains an important cause of morbidity and mortality,
especially in patients who require hospitalization”, says Francesco Blasi, Phd.
04
Troia, 9 a 11 de novembro 2012
DIaphragm Paralysis Pompe invEstigation- DIPPEr
Embolia pulmonar: a perspetiva
do radiologista
A doença de Pompe pertence ao grupo
das miopatias metabólicas hereditárias,
que “têm em comum o facto de causarem anomalias do metabolismo energético do músculo, culminando em disfunção do musculoesquelético”, divulga
a Dr.ª Maria José Guimarães.
“O angioTAC das artérias pulmonares
possibilita o diagnóstico rápido de embolia pulmonar com uma alta sensibilidade e especificidade, permitindo a
instituição do tratamento apropriado e
reduzindo deste modo a mortalidade e
morbilidade desta doença”, sublinha o
Dr. António J. Madureira.
05
06
03
9 a 11 de novembro 2012
Embolia pulmonar
– perspetiva do cardiologista
O
tromboembolismo
venoso
abrange um conjunto de entidades com diferentes apresentações na prática clínica, sendo as mais
frequentes a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar aguda. No seu
conjunto, representam uma causa importante de morbilidade e mortalidade
no mundo ocidental. Tradicionalmente,
tem sido norma optar na trombose venosa profunda pelo tratamento em ambulatório e na embolia pulmonar pelo
tratamento em ambiente hospitalar.
A verdadeira prevalência da embolia pulmonar é difícil de estabelecer.
Muitas formas são clinicamente silenciosas ou não diagnosticadas. Em muitos casos observam-se fatores de risco,
transitórios ou permanentes, mas existe
uma proporção importante de formas
idiopáticas.
A gravidade de apresentação da
embolia pulmonar aguda é muito variável e está dependente de múltiplos
fatores, sendo a reserva cardiorrespiratória e a magnitude da obstrução do
leito vascular pulmonar dos mais determinantes.
Dr.ª Graça
Castro
Cardiologista,
Centro Hospitalar
Universitário
de Coimbra
Nas formas mais graves conduz
a um aumento da resistência vascular
pulmonar e sobrecarga aguda de
pressão sobre o ventrículo direito. Os
mecanismos hemodinâmicos e neurohormonais assim gerados podem ser
utilizados para avaliar a gravidade e o
prognóstico.
A avaliação da gravidade deve
ser feita numa base individual e permite classificar a embolia pulmonar de
acordo com o risco de morte precoce
em alto, intermédio ou baixo risco. As
estratégias de diagnóstico e terapêutica
são variáveis e determinadas pelo nível
de risco estabelecido. A extensão anatómica e localização dos trombos na
árvore pulmonar não permitem, por si
só, identificar os casos de maior risco.
A estabilidade hemodinâmica do
doente é o fator que mais influencia a
mortalidade.
A anticoagulação está indicada
em todas as formas de embolia pulmonar aguda e deve ser instituída precocemente.
A trombólise é indiscutivelmente a terapêutica de escolha nos casos
de embolia pulmonar de alto risco (ou
embolia maciça na classificação americana).
Nas situações de risco intermédio
continuam a discutir-se as vantagens
da trombólise face ao risco hemorrágico. Esta é uma das questões de maior
controvérsia e que está a ser alvo de estudos prospetivos. A avaliação da função ventricular direita e os marcadores
de lesão miocárdica têm sido incluídos
nos algoritmos de decisão terapêutica,
embora o seu contributo não esteja
ainda cabalmente definido.
Para os casos de baixo risco é
consensual a terapêutica apenas com
anticoagulação e, atualmente, avalia-se
a possibilidade de tratamento em ambulatório ou de alta hospitalar precoce
para os casos menos graves.
Os anticoagulantes orais mais
recentes apresentam-se como alternativas válidas aos clássicos antivitamínicos K, quer na fase aguda, quer na
prevenção de novos episódios.
A embolia pulmonar tem uma
elevada taxa de recorrência ao longo do
tempo, pelo que é determinante assegurar uma prevenção secundária eficaz.
A duração ótima da terapêutica anticoagulante tem sido também uma área de
controvérsia. Os novos anticoagulantes
e os resultados favoráveis dos ensaios
terapêuticos podem ajudar a definir
esquemas de prevenção mais eficazes
e seguros.
REUNIÃO DA COMISSÃO DE INFECCIOLOGIA RESPIRATÓRIA
Os números da letalidade intra-hospitalar
por PAC
A
pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma causa importante de morbilidade, mortalidade e consumo de recursos de saúde. Na
última década, estudos em diferentes
países documentaram um aumento
do número de internamentos hospitalares por PAC. Este aumento também
se verificou em Portugal continental e,
no período de 2000 a 2009, a PAC foi
responsável por 3,7% dos internamentos hospitalares de adultos por todas
as causas, aumentando para 7,0% nos
indivíduos com idade ≥ 65 anos.
Nos países mais desenvolvidos,
a PAC representa a primeira causa
de morte por doença infecciosa e, em
2010, a pneumonia foi a nona causa
de morte nos Estados Unidos da América.
Em Portugal, no período compreendido entre 2000 e 2009, verificaram-se 294.027 episódios de internamento
hospitalar de adultos com o diagnóstico principal de pneumonia, dos quais
Dr. Filipe Froes
Membro da Comissão
de Infecciologia
Respiratória
em 59.925 (20,4%) ocorreu o óbito no
decurso do internamento. A PAC é responsável por óbitos em todos os grupos
etários, mesmo em indivíduos jovens
previamente saudáveis. A letalidade
aumenta com a idade e é mais elevada
no género masculino.
Dr. António Diniz
Membro da Comissão
de Infecciologia
Respiratória
Nos países mais
desenvolvidos,
a PAC representa
a primeira causa
de morte por
doença infecciosa.
No nosso país, em média, ocorrem
16 óbitos por dia de adultos admitidos
por PAC nas instituições hospitalares do
Serviço Nacional de Saúde e os homens
apresentam um risco relativo 17% mais
elevado de falecerem em relação às
mulheres.
04
9 a 11 de novembro 2012
Embolia pulmonar: perspetiva do pneumolo
A
embolia pulmonar tem uma
incidência superior a 100 casos/100.000/ano nos EUA e, se
não tratada atempadamente, está associada a uma mortalidade hospitalar
de cerca de 30%.
O diagnóstico da
embolia pulmonar
baseia-se na
conjugação
de dois elementos,
as manifestações
clínicas e os meios
complementares
de diagnóstico.
As manifestações clínicas, apesar
de serem frequentes, apresentam uma
baixa especificidade, sendo portanto
comuns a outras patologias. É consensual que entre os sintomas e sinais mais
frequentes se encontram a dispneia e a
taquipneia. Descrevem-se três formas
de apresentação relacionadas com o
grau de amputação do leito vascular
pulmonar: a síndrome de hemorragia
pulmonar, a dispneia isolada e o co-
lapso cardiocirculatório. Apesar da embolia pulmonar ser uma das principais
causas de insuficiência respiratória, não
se encontram alterações nos gases do
sangue arterial em mais de um terço
dos casos.
Dr. Jorge Tomás
Monteiro
Assistente graduado
de Pneumologia do
Hospital de Santa
Maria, CHLN
O diagnóstico da embolia pulmonar baseia-se na conjugação de dois
elementos, as manifestações clínicas e
os meios complementares de diagnóstico, uma vez que cada um deles isoladamente é insuficiente para confirmar
ou excluir esta entidade. Assim, têm
sido desenvolvidos vários modelos de
probabilidade que estratificam os doentes em níveis de probabilidade clínica e
que, por sua vez, orientam os algoritmos diagnósticos e terapêuticos.
Na marcha diagnóstica são de
enfatizar o papel dos D-Dímeros, angio-TAC pulmonar e cintigrafia pulmonar de ventilação/perfusão. O interesse
dos D-Dímeros deriva do seu elevado
valor preditivo negativo, que se perde
em situações de maior probabilidade
clínica. A angio-TAC ganhou um papel
de relevo no diagnóstico de imagem da
embolia pulmonar, dadas as suas elevadas sensibilidade e especificidade e poder facultar diagnósticos alternativos. A
cintigrafia pulmonar de ventilação/perfusão está atualmente reservada a situações clínicas particulares, nomeadamente quando existe contraindicação
para a realização de angio-TAC.
-circulatório com sinais de hipertensão
venosa central e a ecografia de compressão venosa dos membros inferiores
nos doentes que se apresentem concomitantemente com sintomas e sinais de
trombose venosa profunda.
É de realçar que os modelos de
probabilidade clínica têm as suas limitações e que pode haver necessida-
Os modelos de
probabilidade clínica têm as suas
limitações e pode
haver necessidade
de ajuste dos algoritmos diagnósticos
recomendados.
Na abordagem diagnóstica da
embolia pulmonar, a ecocardiografia e
a ecografia de compressão venosa dos
membros inferiores não estão indicadas
por rotina. Contudo, a ecocardiografia
pode ser diagnóstica no colapso cardio-
Clinical difficulties in pneumonias
P
neumonia is one of the most serious infectious diseases in both
industrialized and developing
countries, and is currently the sixth
leading cause of death in the US and
Europe. Despite advances in diagnosis,
antimicrobial therapy and supportive
care modalities, community-acquired
pneumonia remains an important cause of morbidity and mortality, especially
in patients who require hospitalization.
Elderly patients with poor functional
status are characterized by a higher risk
of developing severe CAP, due to the
frequent presence of underlying respiratory and cardiac diseases, alteration
of mental status, and immunosuppression. Older frail patients have a high
frequency of aspiration pneumonia
and pneumonia due to gram-negative
bacilli and other multidrug resistant
pathogens (MDR).
Pneumonia
is one of the
most serious
infectious
diseases in both
industrialized
and developing
countries.
Pneumonia caused by MDR traditionally has been confined to the
hospital setting. In view of the diffuFrancesco Blasi,
Phd
Professor of
Respiratory Medicine,
Department of
Pathophysiology
and Transplantation,
University of Milan,
Italy
sion of healthcare delivery and technology outside the hospital, resistant
pathogens have extended beyond the
confines of the inpatient setting. The
rapid emergence of MDR bacteria that
cause pneumonia in the community
has created the need to identify risk
factors for acquiring resistant pathogens by evaluating the contacts
patients have with the healthcare
environment as well as the patient’s
characteristics.
Pneumonia caused by an MDR
pathogen acquired in the community
depends on both patient comorbidities/functional status and previous
contact with the healthcare system.
However, a different weight of risk
factors for MDR should be acknowledged because previous hospitalization
and nursing home residency are the
05
9 a 11 de novembro 2012
DIaphragm Paralysis Pompe
invEstigation- DIPPEr
ogista
de de ajuste dos algoritmos diagnósticos recomendados na prática clínica
diária.
Termina-se enfatizando que a
abordagem do doente com suspeita de
embolia pulmonar é transversal a várias
especialidades médicas, concorrendo
todas elas para o diagnóstico e terapêutica desta entidade nosológica.
E
studo epidemiológico descritivo,
multicêntrico, com a finalidade de
determinar a incidência da doença
de Pompe do adulto em doentes com
paresia diafragmática.
Dr.ª Maria José
Guimarães
Assistente hospitalar
de Pneumologia,
Centro Hospitalar
do Alto do Ave
main factors leading to both resistant
pathogen acquisition and mortality. A
probabilistic approach to identifying
resistant pathogens among patients
coming from the community with
pneumonia should integrate previous
classifications.
In the treatment of pneumonia
appropriate antibiotic therapy must
be initiated as early as possible. Considering that in the majority of cases,
treatment of pneumonia is an empirical therapy aimed at covering the
most common and probable causative
organisms of infection, a correct stratification of patients in terms of MDR
infection risk is of potential paramount
importance.
A doença de Pompe pertence ao
grupo das miopatias metabólicas hereditárias, que têm em comum o facto de
causarem anomalias do metabolismo
energético do músculo, culminando
em disfunção do musculoesquelético.
A forma adulta surge após os 20 anos
de idade e a associação com escoliose,
paresia diafragmática e sintomas de
hipoventilação noturna é frequente,
apresentando-se em 30% dos casos por
insuficiência respiratória à altura do
diagnóstico, que na maioria dos casos
leva à necessidade de suporte ventilatório por Ventilação Não Invasiva (VNI).
A sua incidência é de cerca de
1:40.000 habitantes, contudo, em Portugal, foram apenas reportados até ao
momento menos de 30 casos.
Como tal, pretende-se levar a
cabo um projeto pioneiro, que tem
como finalidade diagnosticar, reportar
e promover o tratamento desta patologia com alto potencial de melhoria
junto de uma população de doentes
seguidos em consulta de Pneumologia com síndrome ventilatória restritiva e insuficiência respiratória crónica
(muitos dos quais já dependentes de
cuidados respiratórios domiciliários),
que apresentem clínica ou imagiologia
compatível com paresia diafragmática,
ou cujo diagnóstico etiológico permaneça incerto.
Os doentes serão recrutados entre os que frequentam a consulta de
Pneumologia e de Neurologia.
Será feita uma prévia avaliação
dos doentes através de um protocolo
que pretende essencialmente excluir os
doentes com outra patologia que não a
doença de Pompe do adulto, protocolo
este que estará disponível numa plataforma web, com link no site da Sociedade Portuguesa de Pneumologia-SPP
(www.spneumologia.pt).
Com este projeto,
pretendemos promover o tratamento
de uma doença com
elevado potencial de
melhoria e, simultaneamente, divulgar a
importância da especialidade na abordagem destes doentes.
A investigação proposta envolve a
realização de exames complementares
de diagnóstico, nomeadamente, avaliação funcional respiratória (provas da
função respiratória e poligrafia do sono),
imagiológicos (ecografia e TC torácica) e
analíticos (bioquímica de sangue), que já
fazem parte da abordagem habitual aos
doentes com paresia diafragmática na
tentativa de identificar a sua etiologia.
O exame de rastreio para a deteção do défice de alfa-glucosidase ácida
é a pesquisa em gota seca- DBS (Dried
Blood Spot),
A confidencialidade será mantida
atribuindo-se um n.º de código a cada
participante, número que passará a
identificar a amostra e o inquérito. Só
o responsável pelo projeto terá acesso
aos nomes dos participantes.
O DIPPEr foi um de entre vários
candidatos a uma bolsa à investigação
da Genzyme® Medical Affairs, tendo
sido o único aprovado para o ano de
2012, facto este já formalizado através
de celebração de um contrato entre a
farmacêutica Sanofi e a SPP.
Com este projeto, pretendemos identificar doentes com doença
de Pompe seguidos em Pneumologia,
promover o tratamento de uma doença com elevado potencial de melhoria
e, simultaneamente, divulgar a importância da especialidade na abordagem
destes doentes, promovendo o diálogo
entre os clínicos com interesse na área
da prestação de cuidados respiratórios
aos doentes neuromusculares.
06
9 a 11 de novembro 2012
Embolia pulmonar:
a perspetiva do radiologista
Introdução
A embolia pulmonar é a terceira
doença cardiovascular aguda mais frequente após o enfarte do miocárdio e
o AVC, tendo uma mortalidade significativa porque frequentemente não é
diagnosticada. Cerca de 1,5% das TAC
torácicas com contraste efetuadas em
pacientes sem suspeita clínica de TEP
revelam a presença de embolismo pulmonar.
Dr. António
J. Madureira
Serviço de Radiologia,
Hospital de S. João,
Porto. FMUP
Os métodos de diagnóstico mais
usados incluem a avaliação dos D-dímeros, cintigrafia de ventilação-perfusão e o doppler venoso dos membros
inferiores, mas apresentam algumas
desvantagens. A angiografia pulmonar
convencional, durante muito tempo
considerada o “gold standard” nesta avaliação, foi sempre subutilizada, talvez devido à sua mortalidade e
morbilidade que, apesar de reduzidas,
são importantes. O angioTAC das artérias pulmonares tem demonstrado em
várias meta-análises publicadas uma
sensibilidade entre 53%-100% e uma
especificidade entre 83%-100%, sendo
estas variações explicadas pelas melhorias tecnológicas ao longo do tempo.
Técnica
Para realizar um bom angioTAC
das artérias pulmonares devemos procurar realizar o exame num aparelho de
TAC idealmente de 16 cortes ou superior. É fundamental ter um bom acesso
venoso (cateter de 18G ou 20G), de preferência numa veia antecubital, e uma
injeção rápida do contraste endovenoso (3 – 5 ml/s).
O início da aquisição deve ser na
fase de máxima opacificação vascular,
sendo esta determinada através de um
bolus teste ou técnica de “bolus-tracking”. A análise do exame deve incluir
as imagens obtidas no plano axial bem
como as reformatações multiplanares
(coronal e sagitais oblíquas ao longo
das artérias pulmonares).
Achados imagiológicos
Os critérios diagnósticos de embolia pulmonar aguda incluem:
1) Oclusão arterial com ausência de opacificação de todo o lúmen.
A artéria pode estar aumentada quando
comparada com vasos adjacentes.
2) Defeito de preenchimento parcial rodeado por contraste.
A embolia pulmonar
é a terceira doença
cardiovascular
aguda mais
frequente após
o enfarte do
miocárdio e o AVC.
3) Defeito de preenchimento intraluminal periférico que forma um ângulo agudo com a parede arterial.
A análise do parênquima pulmonar também é importante, podendo-se identificar áreas em cunha de
densidade aumentada na periferia do
pulmão sugestivas de enfarte pulmonar.
Apesar de o ecocardiograma ser o
método de primeira linha na avaliação
do ventrículo direito, há sinais importantes no exame de TAC que sugerem
a presença de insuficiência cardíaca direita, como a dilatação do VD e o desvio
do septo para a esquerda.
Os critérios diagnósticos de embolia pulmonar crónica incluem:
1) Oclusão completa de um vaso
mais pequeno do que os vasos adjacentes.
2) Defeito de preenchimento parcial em crescente que forma um ângulo
obtuso com a parede arterial.
3) Presença de contraste a fluir
através de artéria pequena e com paredes espessadas devido a recanalização.
Outros sinais que poderão estar
presentes são sinais de hipertensão
O angioTAC das
artérias pulmonares
tem demonstrado
em várias meta-análises publicadas
uma sensibilidade
entre 53%-100% e
uma especificidade
entre 83%-100%.
pulmonar, como um diâmetro da artéria pulmonar superior a 33 mm e derrame pericárdico.
Conclusão
O angioTAC das artérias pulmonares possibilita o diagnóstico rápido de
embolia pulmonar com uma alta sensibilidade e especificidade, permitindo a
instituição do tratamento apropriado e
reduzindo deste modo a mortalidade e
morbilidade desta doença.
07
9 a 11 de novembro 2012
Programa Científico
Domingo – 11 de novembro
SALA FREITAS E COSTA
SALA RAMIRO ÁVILA
SALA ROBALO CORDEIRO
SALA THOMÉ VILLAR
08.30h
08.30h
08.30h
08.30h
Comunicações Orais
CO 061 a CO 069
Fisiopatologia
Mod: Teresa Cardoso (Évora)
Maria João Matos (Coimbra)
10.00h
Discussão de Posters
P 086 a P 099
Técnicas
Mod: J. Roque Dias (Santarém)
J. Roldão Vieira (Almada)
10.00h
Café
Comunicações Orais
CO 070 a CO 084
Sono
Mod: João Almeida (Porto)
Monteiro Ferreira (Coimbra)
13.00h
Encerramento
10.00h
Café
10.30h
Café
10.30h
Comissão de Trabalho de Cirurgia
Torácica
10.30h
Discussão de Posters
P 100 a P 128
Tuberculose e infeções
Mod: Paula Duarte (Setúbal)
C. Pavão de Matos (Ponta Delgada)
13.00h
Encerramento
Comissão de Trabalho de Oncologia
Pneumológica e de Tabagismo
Tabaco e cancro do pulmão
Mod: Ana Barradas
Lurdes Barradas
- Interação dos hábitos tabágicos na
terapêutica do cancro do pulmão
– Ana Figueiredo
- Cessação tabágica no doente com
cancro do pulmão – Cristina Matos
- Custos económicos e sociais do CP
vs Custos na prevenção e tratamento
do tabagismo – Manuel Pizarro
13.00h
Encerramento
DIÁRIO
do
agradece o apoio de todos os que contribuíram
para a realização deste Jornal, nomeadamente:
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Revista das Revistas
Mod: Venceslau Hespanhol
e António Diniz
Pneumonia – JP Boléo-Tomé
Tuberculose – Raquel Duarte
Bronquiectasias – Fernanda Gamboa
10.00h
Café
10.30h
Mesa-redonda
Doenças raras na pneumologia
– Doença de Pompe
Mod: Joaquim Moita
- Doença de Pompe: sinais e sintomas
– Bebiana Conde
- Estudo DEEPEr – Maria José
Guimarães
- Casos clínicos – M. Simões Raposo
11.30h
Sessão Institucional SPP/SPC
Pres: C. Robalo Cordeiro (SPP)
Mário Lopes (SPC)
Embolia pulmonar – perspetiva
- do cardiologista – Graça Castro
- do imagiologista – António
Madureira
- do pneumologista – Jorge Tomás
Monteiro
Patrocinador exclusivo
PRODUÇÃO
COORDENAÇÃO
Paula Pereira
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Tel.: 21 850 40 00
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Em colaboração com
Distribuição gratuita no Congresso.
Troia • 2012
9 a 11 de novembro
Bem-vindos ao XXVIII Congresso de Pneumologia!
Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro
Pneumonia adquirida na comunidade:
é possível prevenir?
Dr. Filipe Froes
Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória
Prof. Doutor Jorge Ferreira
Comissão de Trabalho de Tuberculose
Prof.ª Doutora Raquel Duarte
Comissão de Trabalho de Pneumologia
Oncológica
Dr.ª Ana Barroso
Comissão de Trabalho de Tabagismo
Dr.ª Lourdes Barradas
From hospital to home
Segrelles G.; Gómez-Suárez C.; Zamora E.;
Ancochea J.
Comissão de Trabalho do Interstício e Doenças
Ocupacionais
Dr.ª Cristina Cristóvão
Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas
Dr. Júlio Semedo e Dr. José Almeida
Respimat® - 3.ª geração de dispositivos
Dr. António Jorge Ferreira
A Revista das revistas – hipertensão pulmonar
Dr.ª Teresa Shiang
Liderança e motivação
Dr. Mário Ceitil
Gestão do doente com fibrose quística – desafios
da transição para a idade adulta
Experiência de um centro de referência português
Dr. Carlos Lopes
Portugal na rota da investigação básica da fibrose
quística
Prof. Doutor Carlos Miguel Farinha
Revista das revistas – Asma
Dr.ª Rita Gerardo
Revista das revistas: transplante pulmonar
Dr.ª Alexandra Borba
02
03
04
04
04
05
06
10
10
10
11
12
12
13
14
15
02
9 a 11 de novembro 2012
Bem-vindos ao XXVIII Congresso de Pneumologia!
E
ste evento, a decorrer de 9 a 11 de novembro de
2012, no Centro de Congressos de Troia, incluiu
também, na véspera, um Curso de Ecografia Torá-
cica, no Hospital Pulido Valente/CHLN, onde cerca de 50
participantes iniciaram ou aperfeiçoaram aptidões com
esta útil ferramenta de apoio clínico.
Prof. Doutor Carlos
Robalo Cordeiro
Presidente do XXVIII Congresso
de Pneumologia
Durante estes três dias, em Troia, serão abordados
os temas mais atuais e discutidos os aspetos mais relevantes da Patologia Respiratória.
É o Forum anual da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), onde os trabalhos clínicos e de investigação dos diversos grupos são apresentados à comunidade
E é também o ponto de encontro obrigatório e uma
das Revistas”, Sessão de Prós e Contras, 3 Sessões Ins-
científica e com a Associação Portuguesa de Medicina
científica, promovendo o desejável contacto entre os di-
oportunidade renovada de troca de ideias e de projetos
titucionais, 5 Simpósios com o suporte da Indústria, 10
Geral e Familiar, assim se corporizando o mais recente
ferentes centros do País e centros internacionais de re-
no âmbito das várias Comissões de Trabalho e dos recém-
Sessões da responsabilidade de Comissões de Trabalho e
protocolo de cooperação.
conhecida qualidade, motivando e estimulando assim o
-criados Grupos de Interesse da SPP.
214 apresentações (o que constitui um número record de
Refira-se, ainda, a assinatura de dois acordos proto-
O Congresso desenvolve-se num programa base-
comunicações livres), distribuídas por 10 Sessões de Co-
colares, que serão firmados na Sessão de Abertura, no dia
ado em 3 Conferências, 4 Mesas-Redondas, 9 “Revista
municações Orais e 7 de Posters (apresentados apenas em
9, pelas 19 horas, com a Fundação Champalimaud, numa
formato digital, como já vem sendo hábito), traduzindo
perspetiva científica e de formação, e com a Santa Casa
desta forma a pujança da nossa Sociedade e permitin-
da Misericórdia de Lisboa, regulando ações de rastreio e
do uma participação ativa e representativa de todas as
de natureza social.
entusiasmo e a criatividade, principalmente dos participantes em fase de formação.
Prevenar 13 Vacina pneumocócica polissacárida conjugada (13-valente, adsorvida). Suspensão injectável branca homogénea. COMPOSIÇÃO 1 dose (0,5 ml) contém:
Polissacárido do serotipo 1 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 3 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 4 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido
do serotipo 5 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 6A do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 6B do pneumococos1 4,4 µg Polissacárido do serotipo
7F do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 9V do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 14 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 18C do
pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 19A do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 19F do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 23F do
pneumococos1 2,2 µg 1conjugado com a proteína transportadora CRM197 e adsorvido em fosfato de alumínio (0,125 mg de alumínio) INDICAÇÕES Imunização activa para a
prevenção de doença invasiva, pneumonia e otite média aguda causada por Streptococcus pneumoniae, em lactentes e crianças desde as 6 semanas até aos 5 anos de
idade. Imunização activa para a prevenção de doença invasiva causada por Streptococcus pneumoniae, em adultos de idade igual ou superior a 50 anos. A utilização de
Prevenar 13 deve ser estabelecida com base em recomendações oficiais que tenham em consideração o impacto da doença invasiva nos diferentes grupos etários, bem
como a variabilidade epidemiológica dos serotipos em diferentes zonas geográficas. POSOLOGIA Os esquemas de imunização com Prevenar 13 devem basear-se em
recomendações oficiais. Lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade Recomenda-se que as crianças que efectuarem a primeira dose de Prevenar 13 completem
o esquema de vacinação com Prevenar 13 Lactentes com 6 semanas-6 meses de idade Série de imunização primária de três doses. A série de imunização recomendada
consiste em quatro doses de 0,5 ml cada. A série de imunização primária em lactentes consiste na administração de três doses, com início normalmente aos 2 meses de
idade e com um intervalo de pelo menos 1 mês entre cada dose. A primeira dose pode ser administrada a partir das seis semanas de idade. Recomenda-se a administração
da quarta dose (reforço) entre os 11 e os 15 meses de idade. Série de imunização primária de duas doses. Em alternativa, quando Prevenar 13 é administrado como parte
de um programa de imunização de rotina em lactentes, pode ser considerado um esquema de imunização de três doses de 0,5 ml cada. A primeira dose pode ser
administrada a partir dos 2 meses de idade, seguida de uma segunda dose 2 meses mais tarde. Recomenda-se a administração da terceira dose (reforço) entre os 11 e os
15 meses de idade. Lactentes e crianças não vacinados com ≥ 7 meses de idade Lactentes com 7-11 meses de idade: Duas doses de 0,5 ml cada, com um intervalo de pelo
menos 1 mês entre as doses. Recomenda-se uma terceira dose no segundo ano de vida. Crianças com 12-23 meses de idade: Duas doses de 0,5 ml cada, com um intervalo
de pelo menos 2 meses entre as doses. Crianças com 2-5 anos de idade: Uma dose única de 0,5 ml. Esquemas de imunização com Prevenar 13 em lactentes e crianças
vacinados anteriormente com Prevenar (7-valente) (serotipos 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23F do Streptococcus pneumoniae) Prevenar 13 contém os mesmos 7 serotipos
incluídos no Prevenar e utiliza a mesma proteína transportadora CRM197. Os lactentes e crianças que iniciaram a imunização com Prevenar podem mudar para Prevenar 13
em qualquer ponto do esquema de vacinação. Crianças com 12-23 meses de idade: Nas crianças que não efectuaram duas doses de Prevenar 13 durante a série de
imunização primária devem ser administradas duas doses da vacina (com um intervalo de pelo menos 2 meses entre as doses) para completar a série de imunização
relativamente aos seis serotipos adicionais. Em alternativa, podem completar a série de imunização de acordo com as recomendações oficiais. Crianças com 2-5 anos de
idade: Uma dose única. Adultos com idade igual ou superior a 50 anos Uma dose única. A necessidade de revacinação com uma dose adicional de Prevenar 13 não foi
estabelecida. Independentemente de anteriormente ter sido vacinado com uma vacina pneumocócica, se a administração da vacina polissacárida 23-valente for considerada
apropriada, Prevenar 13 deve ser administrado primeiro. MODO DE ADMINISTRAÇÃO A vacina deve ser administrada por injecção intramuscular. Os locais de injecção
preferenciais são a região anterolateral da coxa (músculo vastus lateralis) nas crianças até aos 11 meses (lactentes) ou o músculo deltóide na porção superior do braço nas
crianças a partir dos 12 meses e nos adultos. CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade às substâncias activas, a qualquer dos excipientes ou ao toxóide diftérico. Como
acontece com outras vacinas, a administração de Prevenar 13 deve ser adiada em indivíduos com doença febril aguda grave. Contudo, a presença de uma infecção ligeira,
como uma constipação, não deve causar o adiamento da vacinação. EFEITOS INDESEJÁVEIS As reacções adversas notificadas nos estudos clínicos ou da experiência
pós-comercialização para todos os grupos etários encontram-se listadas nesta secção. A frequência é definida como: muito frequentes ((≥ 1/10), frequentes ((≥ 1/100 e
< 1/10), pouco frequentes (≥ 1/1.000 e < 1/100), raras ((≥ 1/10.000 e < 1/1.000), muito raras (< 1/10.000) e desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados
disponíveis). Lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade A segurança da vacina foi avaliada em estudos clínicos controlados em que se administraram
14.267 doses a 4.429 lactentes saudáveis, a partir das 6 semanas de idade na primeira vacinação, e aos 11-16 meses de idade na dose de reforço. Em todos os estudos
realizados em lactentes, Prevenar 13 foi co-administrado com as vacinas pediátricas de rotina. Foi também avaliada a segurança em 354 crianças não vacinadas
anteriormente (dos 7 meses aos 5 anos de idade). As reacções adversas mais frequentemente notificadas foram reacções no local de injecção, febre, irritabilidade,
diminuição do apetite e aumento e/ou diminuição do sono. Em crianças com mais de 12 meses de idade foi notificado um aumento das reacções no local de injecção,
comparativamente com as taxas observadas em lactentes ao longo da série de imunização primária com Prevenar 13. Reacções adversas em estudos clínicos Em estudos
clínicos, o perfil de segurança de Prevenar 13 foi semelhante ao de Prevenar. As frequências seguintes baseiam-se nas reacções adversas avaliadas como relacionadas
com a vacinação em estudos clínicos com Prevenar 13. Raras: Reacções de hipersensibilidade incluindo edema da face, dispneia, broncospasmo; convulsões (incluindo
convulsões febris), episódio hipotónico-hiporreactivo; erupção cutânea; urticária ou erupção semelhante a urticária. Pouco frequentes: Vómitos; diarreia, eritema no local
da injecção, tumefacção/induração > 7,0 cm; choro. Frequentes: Febre > 39ºC; limitação dos movimentos no local de injecção (devida a dor); eritema ou tumefacção/
induração no local de injecção de 2,5 cm-7,0 cm (após a série primária em lactentes). Muito frequentes: Diminuição do apetite; febre; irritabilidade; qualquer reacção no
local de injecção como eritema, induração/tumefacção ou dor/sensibilidade ao toque; sonolência; perturbações do sono; eritema ou tumefacção/induração no local de
injecção de 2,5 cm-7,0 cm (após a dose de reforço e em crianças mais velhas [dos 2 aos 5 anos de idade]) Reacções adversas da experiência pós-comercialização com
Prevenar. Apesar das reacções adversas seguintes não terem sido observadas nos estudos clínicos com Prevenar 13, em lactentes e crianças, considera-se que se tratam
de reacções adversas de Prevenar e, igualmente, de reacções adversas de Prevenar 13. Estas frequências baseiam-se nas taxas de notificações espontâneas de Prevenar.
Muito raras: Linfadenopatia (localizada na região do local de injecção), eritema multiforme. Raras: Reacções anafilácticas/anafilactóides incluindo choque; angioedema;
urticária no local de injecção; dermatite no local de injecção; prurido no local de injecção; rubor Informação adicional em populações especiais: Apneia em lactentes muito
prematuros ((≥ 28 semanas de gestação) Adultos com idade igual ou superior a 50 anos. A segurança foi avaliada em 6 ensaios clínicos, que incluiram 6.198 adultos, com
idade entre os 50 e os 95 anos. Prevenar 13 foi administrado a 5.667 adultos; 2.616 (46,2%) com idade entre os 50 e os 64 anos, e 3.051 (53,8%) com idade igual ou superior
a 65 anos. Dos vacinados com Prevenar 13, 1.916 adultos foram vacinados anteriormente com a vacina pneumocócica 23-valente, pelo menos, nos 3 anos anteriores ao
ensaio de vacinação, e 3.751 não foram vacinados com a vacina pneumocócica 23-valente. Os participantes com idade superior a 65 anos notificaram um menor número de
reacções adversas que os adultos mais jovens, independentemente de estarem ou não anteriormente vacinados com uma vacina pneumocócica. No geral, as categorias de
frequência foram idênticas entre ambos os grupos etários. Reacções adversas em estudos clínicos: Em todos os estudos clínicos, os acontecimentos sistémicos e as
reacções locais foram solicitados diariamente, durante os 14 dias posteriores a cada vacinação. As frequências seguintes são baseadas nas reacções adversas avaliadas
como relacionadas com a vacinação em adultos com Prevenar 13. Pouco frequentes: Náuseas; reacções de hipersensibilidade incluindo edema da face, dispneia,
broncospasmo; linfadenopatia localizada na região do local de injecção. Frequentes: Vómitos; febre. Muito frequentes: Diminuição do apetite; dores de cabeça; diarreia;
erupção cutânea; arrepios; fadiga; eritema no local da injecção; induração/tumefacção no local da injecção; dor/sensibilidade ao toque no local da injecção; limitação dos
movimentos do braço; artralgia; mialgia. No global, não se observaram diferenças significativas nas frequências de reacções adversas, quando Prevenar 13 foi administrado
a adultos anteriormente vacinados com a vacina pneumocócica polissacárida. Observou-se uma maior frequência de algumas reacções sistémicas solicitadas, quando
Prevenar 13 foi administrado concomitantemente com a vacina trivalente inactivada contra a gripe (TIV), comparativamente com a administração de apenas TIV (dor de
cabeça, arrepios, erupção cutânea, diminuição do apetite, artralgias e mialgias) ou de apenas Prevenar 13 (dor de cabeça, fadiga, arrepios, diminuição do apetite e
artralgias). DATA DA REVISÃO DO TEXTO 10/2011 Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da
autorização de introdução no mercado.
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regiões do país.
Farão parte do Programa os principais temas da
patologia torácica, como a Doença Pulmonar Obstrutiva
Crónica, a Asma, o Cancro do Pulmão, as Infeções Respiratórias (como a Pneumonia, a Gripe e a Tuberculose),
o Transplante Pulmonar e a Cirurgia Torácica, as Doenças Intersticiais, a Hipertensão Pulmonar, a Fisiopatologia Respiratória, os Distúrbios do Sono, o Tabagismo, a
Intervenção em Pneumologia, a Reabilitação Respiratória,
o Tromboembolismo Pulmonar, a Patologia da Pleura, a
Fibrose Quística, o Défice de Alfa 1 Antitripsina e a Doença
de Pompe.
Para este evento, que será o que quisermos e soubermos fazer dele, aguarda-se não apenas uma forte
Este é um Congresso Respiratório, onde o “Lugar está marcado para o Conhecimento”
e que se pretende pleno de
vitalidade e de ar puro.
Vamos então, em conjunto,
inspirar-nos de forma saudável
durante estes dias, aproveitando o ambiente puro e arejado
que esta península nos oferece.
participação, novamente com cerca de 600 congressistas
previstos, como também uma presença empenhada dos
diversos protagonistas da área respiratória, nacionais e
internacionais.
Será assim possível testemunhar, nestes dias, o êxito do nosso Congresso!
Este é, igualmente, ano de eleições, que decorrerão
no segundo dia do Congresso, após o que terá lugar a
Assembleia-Geral, dia 10, pelas 19 horas.
Não se descurou também a componente social,
A qualidade do Programa, diversificado e refletindo
acontecendo no dia 9 um jantar de convidados, no Casi-
a vitalidade da nossa Sociedade, dificulta o anúncio de
no, e no dia 10 o jantar de encerramento, numa unidade
destaques, mas não se pode deixar de realçar a repetição
hoteleira, desejavelmente com boa animação.
da rubrica “Revista das Revistas”, que permite recolher
Finalmente, os sinceros e vivos agradecimentos a
um panorama abrangente e focado dos temas nucleares
todos quantos participam no congresso, presidentes, mo-
da patologia respiratória, a apresentação do trabalho de
deradores, oradores, mas principalmente aos autores das
investigação básica na fibrose quística, que permitiu a um
comunicações livres, à Comissão Organizadora Local, ao
académico nacional a obtenção do mais prestigiado Pré-
Secretariado da SPP, ao Secretariado e Agência do Con-
mio da European Respiratory Society (ERS), Prémio Ro-
gresso, à nossa Agência de criação de conteúdos e de co-
main Pawels, a Conferência Thomé Villar, proferida pelo
municação e à Indústria Farmacêutica, suporte essencial
presidente da ERS, a propósito das dificuldades clínicas
para que estas ações se possam concretizar.
nas Pneumonias, uma matéria tão premente que terá o
Este é um Congresso Respiratório, onde o “Lugar
seu Dia Mundial já na próxima segunda-feira, dia 12, as
está marcado para o Conhecimento” e que se pretende
Sessões Institucionais, com a Sociedad Española de Neu-
pleno de vitalidade e de ar puro.
mología y Cirurgía Torácica (SEPAR) e com a Associação
Vamos então, em conjunto, inspirar-nos de forma
Latino-Americana do Tórax (ALAT), facilitando a troca de
saudável durante estes dias, aproveitando o ambiente
experiências nos respetivos países, a respeito de um tema
puro e arejado que esta península nos oferece.
tão relevante e atual como a Fibrose Pulmonar, com a So-
Estamos ansiosos por recebê-los, esperando que a
ciedade Portuguesa de Cardiologia, dando continuidade
vossa estada possa constituir um momento de inesquecí-
ao acordo estabelecido com esta prestigiada sociedade
vel convívio científico e social.
1/17/12 5:04:19 PM
03
9 a 11 de novembro 2012
E
Pneumonia adquirida na comunidade:
é possível prevenir?
stima-se que, anualmente, em Portugal continental
e antipneumocócica. Atualmente, estão disponíveis duas
possam ocorrer entre 50.000 a 100.000 episódios
vacinas pneumocócicas, ainda só com indicação na pre-
de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em
venção da doença pneumocócica invasiva.
adultos, dos quais 25 a 50% resultem em internamento
hospitalar.
De destacar que a nova vacina pneumocócica
conjugada com 13 serótipos apresenta um perfil de
No período de 2000 a 2009, os internamentos de
maior imunogenicidade em relação à anterior vacina
adultos por PAC em instituições do Serviço Nacional de
pneumocócica polissacarídica 23 valente. Espera-se
Saúde representaram 3,7% do total de internamentos
que esta nova vacina ou, provavelmente, a conjugação
por todas as causas, o que corresponde a uma incidên-
das duas vacinas pneumocócicas, possa, finalmente,
cia média de 3,61 internamentos por 1000 habitantes
contribuir para um maior controlo da doença pneumo-
adultos.
cócica no adulto.
É igualmente conhecido que 1/3 a 3/4 dos episódios
de PAC no adulto são de etiologia pneumocócica e que a
pneumonia pneumocócica é responsável por mais de 80
a 90% das formas de doença pneumocócica invasiva no
adulto.
Dr. Filipe Froes
Pneumologista do Hospital
Pulido Valente – CHLN.
Secretário da Comissão
de Trabalho Infecciologia
Respiratória da SPP
O envelhecimento da população e o aumento das
doenças crónicas não-transmissíveis, que se verificam
sobretudo nos países mais desenvolvidos, favorecem e
promovem a ocorrência de pneumonias, em particular, de
etiologia pneumocócica.
Estudos realizados nos Estados Unidos da América
projetam para o ano de 2040 um aumento de 38% na
população americana, com um aumento de 125% no
número de indivíduos com idade ≥ 65 anos e, paralelamente, um aumento de 96% (de 401.000 para 790.000)
nos internamentos hospitalares por pneumonia pneumocócica, com um aumento anual dos custos em 2,5
biliões de dólares americanos. A confirmarem-se estas
expectativas, estão reunidas as condições para mais um
desafio significativo na sustentabilidade dos serviços
nacionais de saúde.
A nova vacina pneumocócica
conjugada com 13 serótipos
apresenta um perfil de maior
imunogenicidade em relação
à anterior vacina pneumocócica polissacarídica 23 valente.
Espera-se que esta nova vacina
ou, provavelmente, a conjugação das duas vacinas pneumocócicas, possa, finalmente,
contribuir para um maior
controlo da doença
pneumocócica no adulto.
Em face desta realidade, a prevenção da pneumonia não só é possível e desejável, mas também exequível
e assenta num conjunto de medidas gerais e específicas.
As medidas gerais incluem, entre outras, o controlo das
doenças crónicas, o uso criterioso de terapêuticas imunossupressoras e o aconselhamento sobre tabaco e álcool.
Nas medidas específicas há a referir a vacinação antigripal
04
COMISSÕES DE TRABALHO
COMISSÕES DE TRABALHO
Alergologia Respiratória
A
asma brônquica continua a constituir um im-
contaram, no conjunto, com a participação de cerca de 50
portante foco de interesse para clínicos e inves-
médicos pneumologistas, e que tiveram como objetivo a
tigadores, sendo, cada vez mais, uma das áreas
atualização e revisão dos mais recentes conceitos e técni-
de maior dedicação da Especialidade de Pneumologia.
cas na investigação e abordagem terapêutica de doentes
A prevalência da asma parece continuar a aumentar à
com alergia respiratória.
medida que as comunidades evoluem, acompanhando o
• 1.ª Reunião Conjunta da Sociedade Portuguesa de
aumento global das doenças alérgicas. Calcula-se que, a
Prof. Doutor Jorge
Ferreira
Coordenador da Comissão
de Trabalho de Alergologia
Respiratória da SPP
nível mundial, aproximadamente 300 milhões de pessoas
de todas as idades sofram de asma e que em 2025 poderá haver mais 100 milhões de indivíduos a sofrer desta
doença.
A Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória
da SPP, que tem por objetivos principais a promoção e
Pneumologia e Associação Portuguesa de Medicina Geral
e Familiar, sob o tema: “Asma Brônquica na Prática Clínica”, que decorreu, em 17 de março de 2012, no Hotel Villa
Batalha - Batalha.
• Participação na Organização do XVII Curso de Pósgraduação da SPP, que teve como tema “Asma Brônquica”
áreas de maior interesse desta doença.
e decorreu, nos dias 14 e 15 de abril de 2012, no Hotel
divulgação de atividades e iniciativas científicas relacio-
Ao longo do ano de 2012, a Comissão de Trabalho
nadas com as doenças respiratórias alérgicas, assumiu a
de Alergologia Respiratória teve, também, oportunidade
• Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Aler-
asma brônquica como uma prioridade nas suas ativida-
de concretizar diversas outras iniciativas científicas que
gologia Respiratória da SPP, sobre o tema: “O Futuro do
des. Assim, organiza no Congresso da SPP uma sessão de-
tentaram promover os conhecimentos sobre asma:
Tratamento da Asma”, que teve lugar, em 2 de junho de
dicada ao tema: “Asma e Desporto”, abordando uma das
• Quatro Cursos Avançados em Imunoterapia, que
Sana Silver Coast – Caldas da Rainha.
A Comissão de Trabalho
de Alergologia Respiratória
da SPP, que tem
por objetivos principais
a promoção e divulgação
de atividades
e iniciativas científicas
relacionadas com as doenças
respiratórias alérgicas,
assumiu a asma brônquica
como uma prioridade
nas suas atividades.
2012, no Grande Hotel do Luso.
Tuberculose
A
Comissão de Trabalho de Tuberculose da Socieda-
veu um debate sobre os constrangimentos e ameaças que
de Portuguesa de Pneumologia tem como mem-
enfrentamos, assim como as oportunidades que não po-
bros médicos de Pneumologia, Medicina Geral e
Familiar, Saúde Pública e Microbiologia.
A Comissão promove anualmente uma reunião
dirigida a todos os seus membros, uma reunião conjunta com outras entidades científicas ou civis dirigida
a toda a população, coincidente com o Dia Mundial da
Tuberculose, e participa ativamente no Congresso da
Dr.ª Raquel Duarte
Coordenadora da Comissão de
Trabalho de Tuberculose da SPP
Sociedade Portuguesa de Pneumologia, promovendo
uma mesa-redonda, com discussão dos temas mais
atuais da tuberculose, tanto na área científica, como
publicadas na Revista Portuguesa de Pneumologia e ado-
social.
São já reconhecidos os esforços da Comissão de
tadas pela Direção-Geral da Saúde.
A Comissão de Trabalho
de Tuberculose
da Sociedade
Portuguesa
de Pneumologia
tem como membros
médicos de Pneumologia,
Medicina Geral
e Familiar, Saúde Pública
e Microbiologia.
demos deixar passar. Este debate, que se prevê participativo, decorrerá no dia 10 de novembro, às 15h30, durante
o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia,
em Troia.
A reunião anual decorrerá a 15 de dezembro, no
Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. Aí, discutir-se-ão
os fatores de risco associados à tuberculose.
Este ano, a atual Coordenação da Comissão cessa
atividades, dando-se lugar a um novo ciclo. Estamos atualmente a receber as propostas de candidatura. Participem!
Como coordenadora cessante da Comissão, quero
Trabalho de Tuberculose na redação de normas de boas
Este ano, atentos aos constrangimentos que os
práticas na área da tuberculose. As normas, dirigidas ao
serviços de saúde atravessam, assim como ao potencial
agradecer toda a colaboração dos membros, a confiança
diagnóstico e tratamento da tuberculose ativa e da in-
impacto da situação sócio-político-económica que o país
balho que sempre se fez sentir. Aprendi muito convosco,
feção latente por Mycobacterium tuberculosis, têm sido
atravessa, no controlo da tuberculose, a Comissão promo-
obrigada.
depositada e o sentimento de colaboração, amizade e tra-
Pneumologia Oncológica
A
Comissão de Pneumologia Oncológica (CPO) da
e a união dos seus membros, mantendo uma expressão
Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a
nacional relevante.
As reuniões frequentes dos membros da CPO, para
discutir as últimas novidades científicas e trocar experi-
mais antiga entidade portuguesa ligada ao cancro
Até à data, não se verificou no nosso país um de-
ências entre os vários centros nacionais; o esforço para
do pulmão (CP), comemorou no ano passado 25 anos de
clínio na incidência do CP (registaram-se em 2008 cer-
criar normas de orientação; o desenho dos folhetos de
existência.
ca de 3300 novos casos), o que se deve certamente aos
apoio ao doente e a base de dados nacional, que está a
A CPO dedica-se, desde o triénio 1986/88, ao estudo
hábitos tabágicos e ao envelhecimento da população
dar os seus primeiros passos, são a razão da existência
do CP, tendo conseguido perpetuar a qualidade científica
portuguesa. Mais preocupante é, contudo, a mortalidade
desta comissão.
destes doentes, que quase iguala a taxa de incidência,
Contudo, tudo isto só é possível pela grande coesão
refletindo a baixa percentagem de sobreviventes aos 5
dos membros da CPO, o caloroso apoio aos mais novos,
anos – 15%.
que são sempre bem-vindos, e os laços de amizade que se
Mas a mensagem não é de desânimo, pois, a evoDr.ª Ana Barroso
Assistente hospitalar graduada
de Pneumologia do CHVNGaia.
Coordenadora da Comissão
de Trabalho de Pneumologia
Oncológica da SPP (triénio
2010/2012). Tesoureira da
Direção do Grupo de Estudos
de Cancro do Pulmão
têm criado ao longo dos anos.
Até à data, não se verificou
no nosso país um declínio
na incidência do CP (registaram-se em 2008 cerca de 3300
novos casos), o que se deve
certamente aos hábitos
tabágicos e ao envelhecimento
da população portuguesa.
lução no tratamento desta neoplasia tem sido marcan-
Relativamente a outros grupos dedicados ao CP, a
te, principalmente nas situações de doença extensa.
posição da CPO é de parceria e complementaridade, para
A maioria dos avanços científicos, que se têm revelado a
que entre todos se consiga combater esta patologia. No
mas, fundamentalmente, intervindo na prevenção dos
uma velocidade por vezes estonteante, tem já aplicação
futuro, modificaremos a história natural desta doença,
hábitos tabágicos.
na prática clínica diária, permitindo efetuar terapêuticas
tornando-a numa doença crónica.
A mensagem é, pois, de otimismo e incentivo à SPP,
cada vez mais personalizadas aos nossos doentes, levan-
Devemos, pois, lutar em várias frentes em simultâ-
para que mantenha vivas as Comissões de Trabalho, e de
do-os a viver mais, mas sobretudo a viver com melhor
neo: no tratamento, no diagnóstico precoce/rastreio e na
gratidão aos membros da CPO, pela participação e colabo-
qualidade de vida.
prevenção da doença, investindo na cessação tabágica,
ração dedicada em cada novo evento que se planeia.
05
COMISSÕES DE TRABALHO
COMISSÕES DE TRABALHO
Tabagismo
A
de Pneumologia;
Comissão de Tabagismo iniciou a sua atividade em
1992, na altura denominava-se Comissão de Tra-
– Curso de Formação de Tabagismo para os internos
guesa de Prevenção do Tabagismo, Fundação do Pulmão.
e onde vai ser abordado o tema “Tabaco e Cancro do Pul-
Mantivemos, também, a participação ativa em con-
mão”, que destaca o tabagismo como principal fator de
balho de Luta Antitabágica. Em novembro de 1999
– Ações de Formação a nível da Medicina Geral e
gressos nacionais e internacionais, com especial enfoque
foi alterada a denominação para Comissão de Trabalho
Familiar, de modo a apoiar a criação de consultas de ces-
para o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumolo-
Em todas as ações desenvolvidas, procuramos,
de Tabagismo. Desta Comissão fazem parte 71 pneumo-
sação tabágica.
gia, em que procuramos sempre apresentar um programa
sempre que possível, envolver especialistas de diferentes
variado e abrangente na área da prevenção e tratamento
áreas, de modo a termos uma visão mais abrangente da
do tabagismo.
problemática do tabagismo e, por outro lado, estabele-
logistas.
Nas ações referidas, tivemos o cuidado de envolver
a ARS, Sociedade de Pneumologia, Sociedade de Tabacologia, Comissão de Oncologia Pneumológica, Projeto Gold,
Realça-se o programa deste ano, que foi elaborado
Liga Portuguesa contra o Cancro, Confederação Portu-
em conjunto com a Comissão de Oncologia Pneumológica
risco para o desenvolvimento do cancro do pulmão.
cermos uma estratégia comum de combate à epidemia
do tabagismo.
Dr.ª Lourdes Barradas
Coordenadora da Comissão de
Trabalho de Tabagismo da SPP.
Diretora do Serviço de
Pneumologia do Instituto
Português de Oncologia de
Coimbra (IPOCFG.EPE)
O objetivo principal desta Comissão é o controlo da
epidemia do tabagismo, atuando quer a nível da vertente
preventiva, quer no tratamento.
Das múltiplas atividades desenvolvidas pelos membros da Comissão de Tabagismo ao longo destes 18 anos,
destacam-se:
– Elaboração de normas de atuação no Tabagismo
adaptadas à realidade nacional; ações de formação para
profissionais de saúde, incluindo cursos pós-graduados
nos congressos anuais da SPP; cursos no âmbito da Escola
de Pneumologia; cursos de formação em Cessação Tabágica dirigidos à Medicina Geral e Familiar, em colaboração
com as ARS;
O objetivo principal
desta Comissão é o controlo
da epidemia do tabagismo,
atuando quer a nível
da vertente preventiva,
quer no tratamento.
– Colaboração com outras sociedades, com outras
comissões de trabalho, com a Confederação Portuguesa
de Prevenção do Tabagismo, com a Fundação Portuguesa
de Cardiologia, com o projeto GOLD, com a Rede Europeia
de Prevenção do Tabagismo (ENSP), entre outras;
– Organização e participação em congressos nacionais e internacionais; organização de atividades do Dia
Mundial Sem Tabaco e no Dia do Não Fumador.
Ao longo deste triénio, tentámos manter os objetivos de controlo da epidemia do tabagismo de acordo com
as diretrizes estabelecidas pela Convenção Mundial para
o Controlo do Tabaco (WHO Framework Convention on
Tobacco Control - WHOFCTC).
Das múltiplas atividades realizadas durante este
triénio, destacam-se:
– Elaboração de posters e folhetos informativos e
educativos sobre Tabagismo;
– Ações na comunidade, nomeadamente a nível das
escolas;
– Rastreios com realização de espirometrias e dose– Participação em vários programas da comunicação social;
– Organização de atividades referentes ao “Dia
Mundial Sem Tabaco” e ao “Dia do Não Fumador”, quer
a nível da comunidade, quer a nível dos profissionais de
saúde;
PSYM0439PT20120925
amento de CO no ar expirado;
06
From hospi
T
he scientist and technologic advances with the
deparment, ambulatory, hospital) to let a shared use of
improvement of the social and enviromental con-
the information and to have a better management of a
ditions have increased our life expectancy. The
patients, improve the interactions patient-doctor, empo-
number of elderly patients increases and continue incre-
wered patients and permit a early intervention in a case
asing. It is estimated that in the year 2050 the number of
of a exacerbation.
elderly people of 60 years old is placed about two billion
There are several models to management chronic
. For Europe, the proportion of people older than 65
patients. This models combinated medical, social, fami-
years is projected to grow from just under 15% to 23,5%
liar and enviromental actions. One of the most known is
by 2030. People older than 80 years old is expected to
the Kaiser pyramid , that defends a piramidal system of
about 6,4% (2).
attemtion focused in the patient (case managed) without
(1)
(5)
forgetting the main role of the self-care and the self gesSegrelles G (1), Gómez-Suárez C (2), Zamora E (1), Ancochea J (1).
(1) Respiratory Deparment, Hospital Universitario La Princesa (Madrid). Instituto
de Investigación Sanitaria (IP) La Princesa.
(2) Linde Healthcare S.A
tion since the beginning of the disease.
The representation of this system remarks that few
patients use a lot resources.
In this general view of the cronicity, one of the better example is the Chronic Obstructive Pulmonary Disease
(COPD). COPD is a common health problema across Euro-
The scientist and technologic
advances with the improvement of the social and
enviromental conditions have
increased our life expectancy.
The number of elderly patients
increases and continue
increasing. It is estimated
that in the year 2050 the
number of elderly people
of 60 years old is placed about
two billion.
cerbation. Several papers show that this programs reduce days of hospitalizations, improves quality of life the
patients, don’t improve complications secondary to early
income and are econimically profitable (10,11,12).
In the Hospital Universitario de La Princesa
(Madrid) we develop a programme of early income (PAPER) that is activated in winter months and is coordinated
by a nurse. This programme shown that is an effective
tool to use in the management the COPD exacerbation.
The main limitation of this programmes are that
don’t act before the patient go to the Hospital. Especially
in patients with severe airflow obstruction we need to act
in the early steps of the exabertion and avoid that the
patient go to the hospital.
The new technologies could have their role because
they can allow us to have remote daily date of the patient
in his basal (without exacerbation) state and act againts
With the aging of population the prevalence of
pe, but is often underdiagnosed. COPD mortality is incre-
chronic diseases will increase. The patients with more co-
asing worldwide despite advances in its management in
morbidities have more dependece and worse punctuation
recent decades [6], the predict number of deaths is expect
in the Barthel index after admission (3). At the end of 2005
to increase from almost 270,000 in 2005 to over 340,000
We have to elaborated several strategies to avoid
the improvement of the quality of life, the dicrease of sa-
the 60% of all deaths were related to chronic diseases,
deaths by 2030. World Health Organization claim than in
the admission during a exacerbations. There are more re-
nitary cost and the number of hospital admissions. It is
this group represente dan excessive economic load for the
2050 it will be the 3rd cause of death.
asons for this:
still necessary to realice more studies and methodologi-
sanitary system. In USA the chronic patients represented
the 78% of global health spending.
A principal point in the evolution of the disease are
the exacerbations. The exacerbation imply a modification
alterations of these. Telemedicine
Exacerbations representated the biggest percentage
of sanitary spend in COPD patients (9).
1.
To reduce the impact of the exacerbation in the
Multiple studies have been elaborated about COPD
and telemedicine where it is shown the effectivity of cost,
cally better maker.
illness evolution.
A systematic review by Polinesa et al examined the
To sum up, our clinic reality is an elderly patient
of the basal situation with a impact of lung function, qua-
2.
To control sanitary burden.
efficacy of telemedicine (TLM) compared with usual care
with multiple comorbidities with a high risk of admission,
lity of life and pronostic of the illness (7). Its believed that
3.
To improve quality of life the patients.
(13)
limitations of daily life and all of this is an important load
the COPD patients have an average of 1-4 exacerbation in
4.
To reduce the appearance of comorbidities.
ducing lenght of stay in hospital amd emergency depar-
to Health system. This situation implies an answer to the
a year, although there is a more risk in the patients with
More of this strategies are focused to reduced days
well-know as challenge of chronicity. We need a change
more airflow obstruction and more exacerbations in the
of hospital income, but not to avoid this. Early outcomes
In the study publicated by de Toledo et al, telemedi-
in the attemption of chronic patients. This change needs
previous year .
have a good impact in the management the COPD exa-
cine group showed a lower percentage of hospital admis-
a modifications of a basics elements (4):
1.
Reorganization of the care. It is based in the
generation of strategie focus to the self gestion of the
patient’s disease. We need to create multidisciplinary teams with an active participation of the patient and their
principal caregiver. Maked the visits in group and making
a progressive strategic of the patient’s attention focus
firstly in the disease and finally managed the case.
2.
Professionals. The sanitary profesional who
work in the process of chronic patient’s attention have to
develop a serie of ability such as:
a.
Comunication with patient, caregivers and
others sanitary proffesionals.
b.
Accept the necessity of sharing responsability
with the patient.
c.
Motivate healthy changes in the patient’s lifes-
d.
Capacity and coordination.
e.
Capacity of efficient use of communication
tyle.
and information technologies.
f.
To find personal satisfaction when they work
with chronic patients and with their families.
3.
Caregiver. It is very important in the assitan-
ce process of a chronic patient and is the responsable of
transmittivy and make to respect the patient’s decisions at
the end of the illness. We must include the caregiver and
the chronic patient’s relatives in the process of disease’s
management and make them to participate in the aspects
of the carers suchs as:
a.
Definitions about the aims of the carers.
b.
Take decisions.
c.
Planification of the treatment.
d.
Adherence and monitoring.
4.
Technologie innovation. The news technologies
are a revolution in the concept of assistence to chronic
patients. In Spain the new technologies are about 1% of
the sanitary spend, very far from the 3% of the rest of U.E
and of the 7-10% of the economic inversion of others
fields suchs as telecomunications.
Their use will afford us to recopilate, of a tidy and
coherent way, the clinical information of the patient, in
all steps of clinic assistance (home assistance, emergency
(8)
. This study desmotrated that TLM was effective in re-
ments visits. There was no difference in quality of life.
07
tal to home
sions. Vitacca et al confirmed this results in a study with
about 101 COPD patients with oxygentherapy and severe
airflow obstruction (14,15).
Another important point is the management of information. Several studies reported the importance of a
good traige of the telemonitoring information. More of
actions don’t requires a clinician, one study estimated
about 15% the clinical alerts about of the all alerts
.
(16)
Probably nurse-case-management is the perfect professional that can classificated this information and detected
the real alerts secondary to exacerbations.
In general, patient’s satisfaction is high with telemedicine programs and the principal limitation that detected professional is a work over-load. For this reason is
important to make a good selection the better patient.
Our experiencie in telemedicine and COPD is summarized in the project PROMETE (Proyecto Madrileño de
EPOC Telemonitorizado). The “PROMETE” study is a randomised controlled trial including two groups, a group receiving conventional healthcare and another home telehealth, with 30 patients participating in each group. The
trial was performed by the Pneumology Department from
the Hospital Universitario La Princesa (Madrid, Spain) and
coordinated with four local Primary Care Centers (Goya,
Montesa, Lagasca y Castelló). Telehealth equipment, home
service, technical assistance and specialized telehealth triage center was provided by Air Products Healthcare.
Patients included in the trial suffered severe COPD,
GOLD stage IV, and where on home oxygen therapy. Additionally, patients included in the trial had experienced at
least an exacerbation episode that leaded to hospitalization in the year prior to inclusion in the trial.
Vital signs like blood pressure, heart rate, blood oxygen saturation and pick-flow where monitored in a daily
bases. The initially results suggest that telemedicine is a
good alternative in the management of this patients.
To sum up, we need a change in the management
of chronic patients. Telemedicine permit us controlled daily
our patients and act early when detected an exacerbation.
Our experience shown that start the treatment at patient’s
home is effective and don’t increase treatment failure.
We think that is basic the coordination between
hospital and primary care. With telemedicine programs
and particulary with PROMETE study we reduce innecesary treatments and clinical proves, we improves medical
communication and professional satisfaction.
In the future we need more studies to answer some
questions:
1.
Economic validity.
2.
Paper of caregivers.
3.
Global implantation.
4.
Better patient for telemedicine programs.
5.
Professionals satisfaction and improve their
qualifications about telemedicine.
References:
1. WHO. Health Statistics and Health Information System.
Revised Global Burden of Disease (GBD) 2002. www.
who.int/healthinfo/bodgdb2002revised/en/index/html.
2. Yach D, Hankes C, Gould C; Hofman K. The global burden of chronic diseases. JAMA 2002;291:2616-22.
3. García-Morillo JS, Bernabeu-Wittel M, Ollero-Baturone
M, Aguilar-Guisad M, Ramírez-Duque N, González de la
Puente MA et al. Incidence and clinical features of patients with comorbidity attended in internal medicine
areas. Med Clin(Barc) 2005;125:5-9.
4. Hernández Salvador C. Coordinador. Innovación TIC
para las personas mayores. Fundación Vodafone España, ISBN: 84-934740-6-1.
5. Fireman B, Barlett J, Selby J. Can diseases management
reduce health care cost by improving quality? Health
Aff 2004;23:63-75.
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and funding at the Centers for Disease Control and Prevention. Am J Prev Med 2006;30:269-276.
7. Miravitlles M, Anzueto A, Legnani D, Forstmeier L, Fargel
M. Patient’s perception of exacerbation of COPD-the
PERCEIVE study. Respir Med 2007;101:453-60.
8. Hurst J, Vestbo J, Anzueto A, Lacantore N, Müllerova
H, Tal-Singer R et al. Susceptibility to exacerbation in
chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J Med
2010;363:1128-38.
9. Chapman KR, Mannino DM, Soriano JB, Vermeire PA,
Buist AS, Thun MJ, Connell C, Jemal A, Lee TA, Miravitlles M, Aldington S, Beasley R. Epidemiology and costs
of chronic obstructive pulmonary disease. EurRespir J
2006;27:188-207.
10. González VJ, Valdivieso B, Ruíz V. Hospitalización a domicilio. Med Clin. 2002;118:659-64.
11. Hernández C, Casas A, Escarrabill J, Alonso J, Puig-Junoy J, Farrero E et al. Home hospitalization of exacerbated COPD patients. Eur Respir J. 2003;21:58-67.
12. Díaz-Lobato S, Mayorales-Alises S. Reflexiones para
la organización y desarrollo de una unidad de ventilación mecánica no invasive y domiciliaria. Arch Bronconeumol 2005;41:579-83.
13. Polisena J, Tran K, Cimon K, Hutton B, McGill S, Palmer
K, Scott RE. Home telehealth for chronic obstructive
pulmonary disease: a systematic reiview and metaanalysis. J TelemedTelecare 2010;16:120-7.
14. de Toledo, Jiménez S, del Pozo F, Roca J, Hernandez
C. Telemedicine experience for chronic care in COPD.
IEEE 2006.
15. Vitacca M, Bianchi L, Guerra A, Fracchia C, Spanevello
A, Balbi B, Scalvini S. Tele-assitance in chronic respiratory failure patients: a randomised clinical trial. EurRespir J 2009;33:411-18.
16. Ure J, Pinnock H, Hanley J, Kidd G, McCall E, Tarling
A, Pagliari C et al. Piloting telemonitoring in COPD:
a mixed methods exploration of issues in design and
implementation. Prim Care Respir J 2012;21:57-64.
08
Organização
Programa
Sociedade Portuguesa
de Pneumologia
Direcção:
Presidente: Carlos Robalo Cordeiro
Vice-presidentes:
Cristina Bárbara
Venceslau Hespanhol
Fernando Barata
Secretário-geral: Paula Pinto
Secretário-adjunto: Fernando Menezes
Tesoureiro: Marco Liebermann
6.ª Feira
9-11-2012
SALA FREITAS E COSTA
17.00h
Simpósio Griflos
08.30h
Comunicações Orais
CO 001 a CO 009
Técnicas + Interstício
Mod: Abel Afonso (Vila Real)
Salvato Feijó (Lisboa)
18.00h
Conferência Thomé Villar
Dificuldades clínicas nas pneumonias
Clinical Difficulties in Pneumonias
Francesco Blasi
10.00h
Café
19.00h
Sessão de Abertura
Mesa da Assembleia-geral
Presidente: Jaime Pina
Secretário: Ricardo Nascimento
Vogal: Fernanda Nascimento
10.30h
Comunicações Orais
CO 010 a CO 018
DPOC
Mod: A Simões Torres (Viseu)
Alcides Marques (Faro)
Conselho Fiscal
Presidente: Bárbara Parente
1.º Vogal: Ana Fernandes
2.º Vogal: Miguel Villar
12.00h
Simpósio Pfizer
10.00h
Café
13.00h
Almoço
10.30h
Comissão de Trabalho de Doenças
do Interstício e Doenças Ocupacionais
14.30h
Simpósio Boehringer Ingelheim
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30h
CT Trabalho
Técnicas
15.30h
Comunicações Orais
CO 019 a CO 024
Tabaco
Mod: Lurdes Barradas (Coimbra)
Rui Neveda (Viana do Castelo)
Doenças do interstício pulmonar
– abordagem na fase avançada da
doença
Mod: Dolores Moniz
Luísa Oliveira
- Suporte paliativo – Edna Gonçalves
- Ventilação não invasiva – João Munhá
- Reabilitação – Paula Pamplona
16.30h
Café
13.00h
Almoço
17.00h
Simpósio Griflos
15.30h
Comissão de Trabalho de Infecciologia
18.00h
Conferência Thomé Villar
Dificuldades clínicas nas pneumonias
Clinical difficulties in pneumonias
Francesco Blasi
Os números da letalidade intra-hospitalar por PAC
Mod: António Diniz
A. Ramalho de Almeida
Painel: Filipe Froes; Margarida Mesquita;
Margarida Serrado; Baltazar Nunes
19.00h
Sessão de Abertura
SALA RAMIRO ÁVILA
12.00h
Simpósio Pfizer
13.00h
Almoço
14.30h
Simpósio Boehringer Ingelheim
15.30h
Discussão de Posters
P 001 a P 024
Oncologia – 24
Mod: Henrique Queiroga (Porto)
Ana Fernandes (Vila Real)
PUB
16.30h
Café
16.30h
Café
SALA THOMÉ VILLAR
08.30h
Revista das Revistas
Mod: Cristina Bárbara e João Cardoso
Asma – Rita Gerardo
Hipertensão pulmonar – Teresa Shiang
Transplante pulmonar – Alexandra Barba
10.00h
Café
10.30h
Mesa-redonda
Portugal da rota da investigação
básica na fibrose quística
(Mod: Margarida Amaral)
– Carlos Farinha
Gestão do doente com fibrose quística
– desafios da transição para a idade
adulta
Mod: Celeste Barreto
- Experiência de um centro de referência
português – Carlos Lopes
- Experiência de um centro de referência
europeu – Harry Heijerman
11.30h
Conferência
Pres: J Agostinho Marques
Liderança e motivação: a arte de fazer
omeletas sem ovos
Márcio Ceitil
12.00h
Simpósio doença pneumocócica na
população adulta: porque é importante
prevenir
Moderador: C Robalo Cordeiro
Pneumonia adquirida na comunidade:
é possível prevenir? – Filipe Froes
A vacinação antipneumocócica na prática
clínica – Marta Drummond
13.00h
Almoço
14.30h
Simpósio SPIRIVA – 10 anos de inovação
na DPOC
15.30h
Sessão Institucional SPP/APMGF
Prés: C Robalo Cordeiro (SPP)
Rizério Salgado (APMGF)
Do hospital para o domicílio
From hospital to home
Thys van der Moler
Gonzalo Segrelles Calvo
16.30h
Café
17.00h
Simpósio DA1AT: Porque só detetamos
alguns destes doentes?
Mod: C. Robalo Cordeiro
- Diagnosticar DA1AT em doentes com
DPOC – Rembert Koczulla
- Deficiência em Alfa 1: Consequências
clínicas – Maria Sucena
18.00h
Conferência Thomé Villar
Dificuldades clínicas nas pneumonias
Clinical difficulties in pneumonias
Francesco Blasi
19.00h
Sessão de Abertura
Sábado
10-11-2012
SALA FREITAS E COSTA
08.30h
Comunicações Orais
CO 025 a CO 038
Cuidados Intensivos
Mod: Filipe Monteiro (Lisboa)
JP Baptista (Coimbra)
10.00h
Café
10.30h
Comunicações Orais
CO 034 a CO 042
Oncologia
Mod: Bárbara Parente (Gaia)
Francisco Félix (Lisboa)
12.00h
Simpósio Novartis
13.00h
Almoço
14.30h
Simpósio Astra
15.30h
Comunicações Orais
CO 043 a CO 048
Asma
Mod: Mário Loureiro (Coimbra)
Salete Valente (Covilhã)
16.30h
Café
17.00h
Comunicações Orais
CO 049 a CO 054
Infeções
Mod: João Cunha (Braga)
António Antunes (Figueira da Foz)
18.00h
Comunicações Orais
CO 055 a CO 060
Tuberculose
Mod: Ricardo Nascimento (Funchal)
António Domingos (Torres Vedras)
19.00h
Assembleia-Geral
SALA RAMIRO ÁVILA
08.30h
Discussão de Posters
P 025 a P 037
Clínica Pneumológica
Mod: M.ª Manuel Figueiredo (Guimarães)
Luís Ferreira (Guarda)
10.00h
Café
09
13.00h
Almoço
14.30h
Simpósio Astra
15.30h
Discussão de Posters
P 038 a P 053
DPOC
Mod: João Munhá (Portimão)
Chaves Caminha (Porto)
16.30h
Discussão de Posters
P 054 a P 070
Interstício
Mod: António Morais (Porto)
Fernando Rodrigues (Aveiro)
18.00h
Discussão de Posters
P 071 a P 085
Sono, Asma e Função
Mod: Ana Arrobas (Coimbra)
Richard Staats (Lisboa)
19.00h
Assembleia Geral
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30h
Comissão de Trabalho de Fisiopatologia
Mod: Cristina Bárbara e João Almeida
O processo de creditação dos laboratórios
de função respiratória – Joana Abreu
Manual de Boas Práticas em Função
Respiratórias – estratégia para a sua
publicação e conclusões da reunião
– Alexandre Barba
10.00h
Café
10.30h
Comissão de Trabalho de Reabilitação
Reabilitação no doente com DPOC
e co-morbilidades
Mod: Paula Simão
João Munhá
- Impacto das co-morbilidades na
reabilitação do doente com DPOC
– Fátima Rodrigues
- Treinando o doente com DPOC
e co-morbilidades:
Insuficiência cardíaca congestiva – João
Munhá
Cardiopatia isquémica e doença vascular
periférica – Paula Almeida
Diabetes mellitus – Ana Luísa Marques
da Costa
13.00h
Almoço
15.30h
Comissão de Trabalho de Tuberculose
Como abordar a tuberculose face aos
constrangimentos económicos e sociais
atuais
Mod: António Domingos
José Miguel Carvalho
- O que está bem e quais são os
constrangimentos? – Raquel Duarte
- Quais são as potencialidades?
– Ana Maria Correia
16.30h
Café
17.00h
Comissão de Trabalho Patologia do Sono
Competência em Medicina do Sono
Mod: Teresa Paiva
Marta Gonçalves
- A realidade europeia – Richard Staats
- A realidade portuguesa – J. Moutinho
dos Santos
18.00h
Comissão de Trabalho de Alergologia
Asma e desporto
Mod: Aurora Carvalho
- Introdução – Ricardo Lima
- Asma e desporto – A. Bugalho
SALA THOMÉ VILLAR
08.30h
Revista das Revistas
Mod: Fernando Barato e Sofia Furtado
Pleura – Yvete Martins
Cancro do pulmão – Gabriela Fernandes
Sarcoidose – Leandro Ferreira
10.00h
Café
10.30h
Sessão institucional SPP/SEPAR/ALAT
Pres: C Robalo Cordeiro (SPP)
Pilar de Lucas (SEPAR)
Mayra Mejia (ALAT)
Fibrose pulmonar idiopática e:
- Envelhecimento – Elena Bollo (SEPAR)
- Infeção – António Morais (SPP)
- Tabaco - Mayra Mejia (ALAT)
12.00h
Simpósio Novas estratégias e opções
terapêuticas em DPOC
Mod: J. Agostinho Marques
- Onbrez® Breezhaler® novos dados
e prática clínica – João Cardoso
- Seebri® Breezhaler® o novo
broncodilatador de longa ação
– Guy Joos
13.00h
Almoço
14.30h
Simpósio Recomendações, boas práticas
e adesão à terapêutica na DPOC
O que há de novo?
Carlos Robalo Cordeiro
A importância dos dispositivos
inalatórios
John Haughney
15.30h
Mesa-redonda
Bilastina: um Mundo novo para o
paciente alérgico
Bilastina na rinite; eficácia e segurança:
Ana Todo Bom
Bilastina na asma brônquica: Fernando
Menezes
16.30h
Café
17.00h
Prós e Contras – Corticoterapia
inalatória e risco de pneumonia
Mod: Paula Simão e Joaquim Moita
Pró – Lígia Pires
Contra – Sara Freitas
18.00h
Conferências
Pres: José Alves
MET – Medical Emergency Team
– vale mais prevenir que remediar
Álvaro Moreira da Silva
19.00h
Assembleia-Geral
Domingo
11-11-2012
SALA FREITAS E COSTA
08.30h
Comunicações Orais
CO 061 a CO 069
Fisiopatologia
Mod: Teresa Cardoso (Évora)
Maria João Matos (Coimbra)
10.00h
Café
10.30h
Comunicações Orais
CO 070 a CO 084
Sono
Mod: João Almeida (Porto)
Monteiro Ferreira (Coimbra)
13.00h
Encerramento
SALA RAMIRO ÁVILA
08.30h
Discussão de Posters
P 086 a P 099
Técnicas
Mod: J. Roque Dias (Santarém)
J. Roldão Vieira (Almada)
10.00h
Café
10.30h
Discussão de Posters
P 100 a P 128
Tuberculose e infeções
Mod: Paula Duarte (Setúbal)
C. Pavão de Matos (Ponta Delgada)
13.00h
Encerramento
SALA ROBALO CORDEIRO
DIRETOR
José Alberto Soares
ASSESSORA DE DIREÇÃO
Helena Mourão
COORDENAÇÃO
Paula Pereira
REDACÇÃO
Andreia Pereira
Bruno Miguel Dias
David Carvalho
Paula Pereira
Sílvia Malheiro
Susana Catarino Mendes
DIRETOR COMERCIAL
Miguel Ingenerf Afonso
ASSISTENTE COMERCIAL
Sandra Morais
PUBLICIDADE
Carla Gonçalves
08.30h
Comissão de Trabalho de Cirurgia
Torácica
DIRETORA DE MARKETING
Ana Branquinho
10.00h
Café
DIRETOR DE PRODUÇÃO
João Carvalho
10.30h
Comissão de Trabalho de Oncologia
Pneumológica e de Tabagismo
Tabaco e cancro do pulmão
Mod: Ana Barradas
Lurdes Barradas
- Interação dos hábitos tabágicos na
terapêutica do cancro do pulmão
– Ana Figueiredo
- Cessação tabágica no doente com
cancro do pulmão – Cristina Matos
- Custos económicos e sociais do CP vs
Custos na prevenção e tratamento do
tabagismo – Manuel Pizarro
DIRETOR DE MULTIMÉDIA
Luís Soares
FOTOGRAFIA
Ricardo Gaudêncio (Editor)
Jorge Correia Luís
SELECÇÃO DE COR, FOTÓLITO E MONTAGEM
pré&press
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Projecção – Quinta do Lavi – Armazém n.º 1
Parque Industrial da Abrunheira
2710-089 SINTRA
Pretendemos promover e divulgar a informação na área da saúde. A reprodução
total ou parcial dos textos e fotografias é possível, desde que referenciada a sua
origem - JAS Farma® - e com a autorização expressa da Direcção. Os artigos de
opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores.
13.00h
Encerramento
Empresa jornalística registada com o n.º 220669
08.30h
Revista das Revistas
Mod: Venceslau Hespanhol e António Diniz
Pneumonia – JP Boléo-Tomé
Tuberculose – Raquel Duarte
Bronquiectasias – Fernanda Gamboa
10.00h
Café
10.30h
Mesa-redonda
Doenças raras na pneumologia
– Doença de Pompe
Mod: Joaquim Moita
- Doença de Pompe: sinais e sintomas
– Bebiana Conde
- Estudo DEEPEr – Maria José Guimarães
- Casos clínicos – M. Simões Raposo
11.30h
Sessão Institucional SPP/SPC
Pres: C. Robalo Cordeiro (SPP)
Mário Lopes (SPC)
Embolia pulmonar – perspetiva
- do cardiologista – Graça Castro
- do imagiologista – António Madureira
- do pneumologista – Jorge Tomás
Monteiro
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para a realização deste Jornal, nomeadamente:
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Simpósio Novartis
10
Respimat® – 3.ª geração de dispositivos
V
ai decorrer hoje, pelas 14h30, o Simpósio SPIRIVA®,
anos novos dispositivos cujas principais características
atualmente utilizado na administração individualizada do
organizado pela Boehringer Ingelheim e pelos La-
incluem não só avanços significativos a nível da biodis-
fármaco anticolinérgico (LAMA) brometo de tiotrópio, no
boratórios Pfizer. “10 anos de inovação contínua
tribuição farmacológica, como também maior adesão e
tratamento da DPOC. Na sua ótica, este dispositivo poderá
simplicidade na utilização por parte do utente.
futuramente vir a ser utilizado para administração de ou-
na DPOC”, é o tema desta sessão, onde serão efetuadas
quatro apresentações que abordam o contributo inques-
“É precisamente nesta terceira geração de disposi-
tionável do tiotrópio ao longo de 10 anos, em prol do tra-
tivos inalatórios que surge o Respimat Soft Mist™ Inha-
tamento de manutenção dos doentes com DPOC: “Estado
ler”, refere o palestrante. E desenvolve: “Este dispositivo
Segundo indica, “o Respimat® permite uma maior
da Arte no Séc. XX”, “Mudança de Paradigma”, “Tiotrópio
representa um excelente exemplo de uma história de
deposição pulmonar do fármaco (com menor retenção
– Pioneiro no Tratamento de Manutenção” e “Respimat
sucesso na área da indústria de nano e microtecnolo-
ao nível da orofarínge), devido à nuvem lenta que pro-
gia europeia no campo da saúde, levando a um menor
duz e ao reduzido tamanho das partículas formadas
®
– 3.ª Geração de Dispositivos”.
tros fármacos ou suas associações, quer a nível da DPOC,
quer de outras doenças do foro respiratório.
®
O Dr. António Jorge Ferreira, pneumologista dos
consumo de fármacos, em combinação com melhorias
(uma elevada proporção apresenta dimensões infe-
Hospitais da Universidade de Coimbra, que irá fazer a
significativas na inalação promovida por um microcom-
riores a 5,8 µm de diâmetro), mesmo em doentes com
abordagem a esta última temática, afirma que, no âm-
ponente central (microdifusor). Em suma, um dispositivo
reduzida capacidade inalatória, facilitando, ainda, a
bito do desenvolvimento tecnológico associado à ad-
mais eficiente.”
coordenação com a inspiração do doente, o que muitas
ministração de fármacos inalados, nomeadamente na
De acordo com o Dr. António Jorge Ferreira, o Res-
terapêutica da DPOC, começaram a surgir nos últimos
pimat é um dispositivo inalatório sem gás propelente,
®
vezes não ocorre com dispositivos de gerações anteDr. António Jorge Ferreira
COMISSÕES DE TRABALHO
riores”.
COMISSÕES DE TRABALHO
Técnicas endoscópicas
A
s técnicas endoscópicas são constituídas por um
conjunto de procedimentos invasivos que permitem visualizar a via aérea superior e inferior
Dr. Júlio Semedo e Dr. José Almeida
Responsáveis pela Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas da SPP
(broncofibroscopia e broncoscopia rígida) e a cavidade
pleural (toracoscopia). Tendo como objetivos o diagnóstico e/ou terapêutica, podem ser realizadas numa sala de
A Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas,
endoscopia, no bloco operatório ou noutros (e.g. Cuidados
que existe desde há vários anos, graças à colaboração de
Intensivos). A endoscopia respiratória é uma técnica pra-
inúmeros colegas, constitui um grupo de trabalho da SPP
ticada há mais de 100 anos.
onde se promove a discussão, de um modo informal, desta
A contínua evolução técnica fez com que a bron-
temática, no âmbito não só da Pneumologia, mas com ou-
coscopia rígida mantivesse nos primeiros setenta anos do
tras especialidades (e.g. Anestesiologia; Cirurgia Torácica;
Séc. XX um papel fundamental e, muitas vezes exclusivo,
Pediatria), com troca de experiências interpessoal e inter-
no diagnóstico e tratamento endoscópico das principais
serviços e propostas para melhoria da mesma. Concomi-
patologias broncopulmonares, tendo, sem dúvida, um im-
tantemente, colabora em ações de formação (e.g. Escola de
portante significado na história da Broncologia. Verificou-
Pneumologia) e participa em Congressos (e.g. SPP).
se uma diminuição de protagonismo com o aparecimento
“In the future, as at present, the internist will tap and
look and listen on the outside of the chest; the roentgenologist will continue to look through the patient; but in
continually increasing proportions of cases, the surgeon,
the internist and the roentgenologist will ask the bronchoscopist to look inside the patient”, Chevalier Jackson.
do broncofibroscópio (1968; Shigeto Ikeda), com posterior
ressurgimento, na década de 80, com a broncoscopia terapêutica de intervenção. Atualmente, a broncoscopia rígida
e a broncofibroscopia são técnicas importantes e válidas,
com um importante papel de complementaridade.
Interstício e doenças ocupacionais
E
ste ano, o tema da mesa-redonda organizada pela
Segundo a OMS, “Palliative care is an approach that
dos principais sintomas, nomeadamente dispneia, tosse,
Comissão de Interstício Pulmonar e Doenças Ocu-
improves the quality of life of patients and their fami-
ansiedade e depressão. São de extrema importância os
pacionais será sobre “Abordagem do doente em
lies facing the problem associated with life-threatening
programas de reabilitação pulmonar nestes doentes, dado
fase avançada da doença”.
illness, through the prevention and relief of suffering
o seu valor na redução da dispneia, melhorando a tolerân-
Muitas doenças pulmonares crónicas podem causar
by means of early identification and impeccable assess-
cia ao esforço e, consequentemente, a qualidade de vida
alterações pulmonares progressivas e irreversíveis na sua
ment and treatment of pain and other problems, physical,
dos doentes. A principal causa de incapacidade é a insufi-
evolução, conduzindo a doença pulmonar avançada.
psychosocial and spiritual.”
ciência respiratória, pelo que a oxigenoterapia domiciliá-
Considera-se doença pulmonar avançada toda a
doença crónica, não neoplásica, cujo portador possui
grande limitação nas atividades de vida diária, limitações
funcionais pulmonares graves, com repercussão nas tro-
Dr.ª Cristina Cristóvão
Coordenadora da Comissão
do Interstício e Doenças
Ocupacionais da SPP
cas gasosas, e na maioria dos casos presença de fatores
Atualmente, considera-se que o acesso aos cuidados
ria assume grande importância. A ventilação não-invasiva
paliativos deve basear-se nas necessidades dos doentes
pode estar indicada em alguns doentes, proporcionando
mais do que no diagnóstico, abrangendo muitos doentes
alívio da dispneia. Em situações de exacerbação, a ven-
com doenças não malignas, uma vez que as necessida-
tilação não invasiva pode ter papel relevante, evitando a
des físicas e psicológicas dos doentes com doença não-
ventilação mecânica.
de risco e co-morbilidades, que no conjunto interferem na
terstício pulmonar com evolução para fibrose pulmonar. Es-
-maligna em fase avançada pouco diferem das situações
qualidade de vida do doente.
tas situações podem progredir para insuficiência respiratória
neoplásicas.
Dado a relevância crescente que o tema apresenta,
este ano, estará em discussão na mesa-redonda da Co-
Estes doentes apresentam problemas de saúde e
grave ou haver exacerbação grave súbita com prognóstico
Os cuidados paliativos na doença do interstício em
missão de Interstício Pulmonar e Doenças Ocupacionais.
problemas sociais específicos e complexos, pelo que é fun-
reservado. Se a progressão da doença é refratária ao trata-
fase avançada não se destinam especificamente a tratar a
Será debatido o suporte paliativo, a ventilação não invasi-
damental uma abordagem multidisciplinar. Encontram-se
mento ou se existem contraindicações para o tratamento, é
fibrose pulmonar, mas sim a melhorar a qualidade de vida
va e a reabilitação nestes doentes. Terá lugar no dia 9 de
frequentemente nesta situação doentes com doença do in-
de considerar tratamento paliativo destes doentes.
desses doentes. É fundamental o tratamento sintomático
novembro, pelas 10,30h, na sala Robalo Cordeiro.
11
A revista das revistas – hipertensão pulmonar
A
ssistimos nos últimos anos à publicação de nu-
de fármacos mais eficazes, que atuem através das vias
prognósticos bem estabelecidos como metas; isto vai pos-
Muitas ferramentas, tais como sintomas, classifica-
merosos artigos no âmbito da hipertensão arterial
patogénicas já identificadas, ou através de agentes que
sibilitar uma intervenção precoce e escalada terapêutica
ção funcional, capacidade de exercício, dados hemodinâ-
pulmonar que melhoraram significativamente a
atuem em novas vias patogénicas não abrangidas pelas
antes dos doentes deteriorarem.
micos, achados em termos de imagem cardíaca e nível de
nossa compreensão e abordagem desta entidade.
Para esta sessão, a escolha recaiu essencialmente
sobre artigos com impacto na prática clínica diária.
O primeiro trabalho selecionado foi publicado no
European Respiratory Journal, em novembro de 2012, e
incidiu sobre a fisiopatologia da HAP. De acordo com Wi-
terapêuticas correntes. Uma série de novos agentes, tais
Embora a HAP seja caracterizada pela presença de
biomarcadores, demonstraram ter valor prognóstico em
como o macitentan, o selexipag, o riociguat e o imatinib,
uma vasculopatia, é a resposta do VD ao aumento do af-
termos de sobrevida quer na fase de diagnóstico, quer
têm-se revelado promissores em modelos experimentais
terload o principal determinante dos sintomas e da sobrevida do doente; assim, os parâmetros que refletem a
função ventricular direita representam a melhor forma de
avaliar a severidade da HAP.
No artigo “How to detect disease progression in
PAH”, J.L.Vachiery discute a abordagem e as estratégias
que podem ser utilizadas para monitorizar a progressão
da doença e orientar o tratamento.
durante o tratamento.
e estudos preliminares em humanos são abordados neste
artigo.
Possivelmente, a maior evolução do passado recente foi a mudança do paradigma em termos de tratamento;
passou-se de terapêutica escalada para uma terapêutica
orientada por objetivos. A terapêutica orientada por objetivos é uma estratégia terapêutica que usa indicadores
Dr.ª Teresa Shiang
Serviço de Pneumologia do
HVNG/Espinho, EPE
lkins e colegas, a hipótese mais consensual em relação aos
mecanismos fisiopatológicos subjacentes é a da existência
de uma predisposição genética que, na presença de uma
agressão do ambiente, leva a uma resposta anormal e à
apoptose no endotélio destes doentes. Esta lesão endotelial acarreta perda capilar, disfunção endotelial com maior
vasoconstrição e proliferação das células musculares lisas
e emergência de clones de células endoteliais hiperproliferativos, levando ao aumento das resistências vasculares
pulmonares. Foi este conhecimento fisiopatológico atual
o responsável pela aprovação de determinadas terapêuticas para a prática clínica.
Embora a HAP
seja caracterizada
pela presença
de uma vasculopatia,
é a resposta do VD
ao aumento
do afterload
o principal determinante
dos sintomas e
da sobrevida
do doente; assim,
os parâmetros que
refletem a função
ventricular direita
representam a melhor
forma de avaliar
a severidade da HAP.
A HAP, doença rara, com um comportamento maligno e até há bem pouco tempo sem grandes meios
para o seu tratamento, é, nos dias de hoje, uma doença tratável e a investigação farmacêutica nesta área
permite dar perspetivas francamente animadoras aos
doentes.
V.V.McLaughlin e colegas, no artigo “Looking to the
future: a new decade of pulmonary arterial hypertension
therapy”, publicado na European Respiratory Review,
comenta os avanços significativos que têm sido verificados na abordagem terapêutica desta entidade e chama
a atenção para a clara e urgente necessidade de novas
opções terapêuticas, quer através do desenvolvimento
Como vários destes marcadores refletem diferentes
aspetos da fisiopatologia da HAP, assume-se que a sua
combinação fornecerá uma informação mais acurada do
estado e prognóstico do doente.
Esta abordagem é recomendada nas guidelines e o
conceito de avaliação integrada e multivariada foi ressaltada em estudos recentes.
12
GESTÃO DO DOENTE COM FIBROSE QUÍSTICA: DESAFIOS DA TRANSIÇÃO PARA A IDADE ADULTA
Experiência de um centro de referência português
A
fibrose quística é uma doença genética rara, cal-
com FQ e a Consulta de Adultos entrou em funcionamen-
culando-se que em Portugal 1: 5000 recém-nas-
to autónomo.
cidos tenham fibrose quística (FQ).
A complexidade da monitorização e da terapêutica
sação de controlo da doença relativamente aos pais.
No nosso Centro, elaborámos um programa de transição, para que todos os profissionais envolvidos possam
Geralmente, o diagnóstico é feito nos primeiros anos
da FQ obriga à intervenção conjunta e sistematizada de
de vida, com base na clínica; infeções respiratórias recor-
vários profissionais de saúde: pediatras, pneumologistas,
Estabelecemos como critérios de transição: a idade
rentes e esteatorreia e na realização da prova de suor.
enfermeiros, dietistas, psicólogos e cardiopneumologis-
adulta (18 anos) e a estabilidade clínica. O stress asso-
tas.
ciado à transição deve ser evitado nos doentes em fase
Ao longo das últimas décadas, registaram-se múl-
Dr. Carlos Lopes
Centro Especializado de
Fibrose Quística, Serviço de
Pneumologia, Hospital de
Santa Maria, CHLN
tiplas inovações no tratamento dos doentes com FQ, nomeadamente: novos antibióticos, enzimas digestivas pancreáticas e centros especializados no seguimento destes
doentes.
Assistiu-se a um aumento exponencial da esperança
O envolvimento multiorgânico requer uma aborda-
contribuir, ativamente, para suavizar o processo.
terminal.
gem holística, sendo necessária uma equipa multidiscipli-
A transição deverá iniciar-se precocemente, os do-
nar que envolve: Microbiologia, Imagiologia, Gastroente-
entes têm consultas conjuntas com pediatras e pneumo-
rologia, Otorrinolaringologia, Endocrinologia, Nefrologia e
logistas e são organizadas visitas ao Serviço de Pneumo-
Reumatologia.
logia para se familiarizarem com as instalações físicas e
de vida; enquanto na década de 60 a maioria não atingia a
A consulta individualizada de FQ foi criada há 23
A transição deve ser encarada como um processo
os recursos humanos. A proximidade geográfica entre o
idade adulta, atualmente, a esperança média de vida pode
anos no Serviço de Pediatria. O aumento da esperança de
natural, planeado e de desenvolvimento de competências,
serviço pediátrico e de adultos ou até a existência de re-
superar os 50 anos, para doentes seguidos em centros es-
vida destes doentes obrigou à implementação de um pro-
durante a qual tem lugar a transferência destes doentes
cursos partilhados facilita o processo de transição.
pecializados.
grama de transição da Pediatria para a Pneumologia, que
para um serviço de adultos.
No Centro Especializado de FQ do Hospital de Santa
teve início em 2000.
replicado noutras doenças com diagnóstico na infância e
Progressivamente, o Serviço de Pneumologia foi
criando nos doentes uma expectativa realista de atingi-
longevidade até à idade adulta; cardiopatias congénitas,
equipado com quartos para o internamento dos doentes
rem a idade adulta. Favorece a sua independência e sen-
doenças metabólicas ou drepanocitose.
Maria são seguidos 100 doentes, metade dos quais adultos.
O modelo da FQ, já bastante desenvolvido, pode ser
A transição transmite uma sensação de futuro,
Liderança e motivação
“A maior parte das empresas tem gestão a mais e
liderança a menos.”
Stephen R. Covey
ter sentido e importância em si mesmos e só são valori-
plinados e disciplinadores e com o suficiente bom senso e
incerteza e de complexidade crescentes, que levam as
zados enquanto, e se, tiverem uma relação instrumental,
brio profissional para fazer as coisas “como deve ser”.
pessoas a refugiar-se em estratégias de autodefesa e de
clara e inequívoca, com o alcance de resultados desejados.
Pode ser relativamente difícil, hoje, para muitas pes-
Relevando o inevitável chavão que a ideia encerra,
soas, sobretudo para aquelas que têm mais de quarenta
isto é particularmente evidente no exercício de funções
anos, entenderem que as preocupações por fazer as coisas
com responsabilidades de gestão e constitui o cerne da
benfeitas, no cumprimento de algumas regras básicas de
distinção entre ser “gestor” e ser “líder”.
conduta, e de dar o melhor do seu esforço, que constituí-
Provavelmente, as organizações necessitam dos
ram alguns dos pilares da educação que herdaram dos
dois; mas a diferença fundamental entre eles é que os
seus pais, já não têm, atualmente, o mesmo peso e ex-
gestores trabalham dentro do sistema e fazem, e fazem
pressão que tiveram.
com que se façam as coisas de forma correta e adequada,
em relação a standards, normas ou orientações definidas,
enquanto os líderes trabalham sobre o sistema e fazem, e
fazem com que se façam, as coisas certas, ou seja, aquilo
que é necessário fazer para se alcançarem bons resultados.
Neste contexto, enquanto os gestores funcionam,
no essencial, respeitando o ordenamento do sistema, os
líderes questionam o sistema, sempre na procura pró-ativa das soluções que melhor permitam a libertação do poDr. Mário Ceitil
Diretor Associado da CEGOC
Professor Universitário
tencial criativo e produtivo das pessoas e dos processos,
com vista à obtenção de melhorias expressivas da performance, da qualidade e dos resultados.
Enquanto aos gestores compete gerir, passando o
Falta, no entanto, a muitos deles a visão e a chama
evitação da ansiedade.
inspiradoras, necessárias para levar a que se façam “coi-
Em ambientes destes, tomar decisões, ir com elas
sas extraordinárias” (Kouzes & Posner, 1997) nas suas
organizações.
para a frente e assumir as respetivas consequências, gera
inevitavelmente stresse e pode provocar muita angústia.
E, como é óbvio, nem toda a gente consegue, ou quer,
A diferença entre
“fazer o seu melhor”
e “fazer o que é
correto fazer” não está,
assim, apenas,
nem sobretudo,
na natureza técnico-instrumental do desempenho
realizado, mas no sentido
e na orientação
que lhe é dado e
no seu alinhamento
com a visão e os objetivos
estratégicos de cada
organização.
ter as competências necessárias para desempenhar estes
papéis.
Podem, então, existir, nas nossas organizações,
populações mais ou menos alargadas de bons profissionais, dispostos a trabalhar e até com boa qualidade de
desempenho. No entanto, se as respetivas contribuições
não forem encaminhadas e alinhadas com as estratégias
organizacionais, através de uma liderança forte e credível,
muito provavelmente o esforço despendido, mesmo que
seja a genuína expressão de “dar o seu melhor”, pode não
ser suficiente para atingir os resultados desejados.
A diferença entre “fazer o seu melhor” e “fazer o que
é correto fazer” não está, assim, apenas, nem sobretudo,
na natureza técnico-instrumental do desempenho realizado, mas no sentido e na orientação que lhe é dado e no
seu alinhamento com a visão e os objetivos estratégicos
de cada organização.
Não basta, por isso, para uma organização ter su-
Na realidade, muitas dessas pessoas ainda pensam
pleonasmo, as condições para garantir a exequibilidade
que as únicas coisas a que se pode ser verdadeiramen-
das estratégias, aos líderes compete definir estratégias
te obrigado são cumprir as regras que estão definidas e
que, embora exequíveis, sejam definidas pelos “golpes
fazer, honestamente, aquilo que se pode, seguindo o ve-
de asa” que levem as organizações a ter inspirações vi-
assinala John P. Kotter, “trazer um certo grau de con-
lho ditado que diz que “quem dá o que tem a mais não é
sionárias que as galvanizem para percursos de sucessos
obrigado”.
renovados.
sistência e de ordem a algumas áreas importantes”, as
organizações e as instituições precisam de ter líderes que
definam a direção a seguir e que, ainda citando Kotter,
“estabeleçam uma visão do futuro e desenvolvam estratégias para produzir as mudanças necessárias para
a concretizar”.
Só assim é possível combinar a eficiência com a eficácia.
E, na linha de fronteira que demarca o progresso do
marasmo, só isto permitirá, às organizações portuguesas,
dar o verdadeiro “golpe de asa” que lhes permita não ficar
aquém.
É geralmente reconhecido que persistem, na socie-
Esta perspetiva, ou atitude, se bem que possa ser
Aos gestores compete, enfim, o trabalho de gestão
dade portuguesa, problemas estruturais de performance,
interessante do ponto de vista da economia pessoal de
das infraestruturas que assegurem que as organizações
traduzidos em baixos indicadores de produtividade. Estou,
cada um e constituir até um antídoto eficaz para vários
tenham, pelo menos, os níveis de performance suficientes
no entanto, longe de pensar que as explicações sobre
riscos de autoculpabilização, está completamente desa-
para garantir a sua manutenção e estabilidade, enquanto
esses problemas se esgotam numa hipotética e abusiva
justada relativamente às condições concretas da vida das
dos líderes se espera que inspirem e incentivem as pessoas
redução simplificadora a este ou àquele fator. Sustento,
organizações e aos desafios que elas enfrentam no mun-
para atingir elevados níveis de performance, através da li-
no entanto, que a existência de défices de liderança, de
do atual, em que, realmente, já não basta fazer bem as
bertação do potencial criativo que se acredita existir nos
sentido de risco e espírito empreendedor nos gestores e
coisas, e muito menos fazer apenas o que se pode, mas
seus recursos físicos, mentais e emocionais.
responsáveis portugueses, pode muito bem constituir um
é necessário fazer as coisas certas para se conseguir ob-
Penso que, de um modo geral, existem, nas organi-
ter bons resultados e ter sucesso nos diferentes domínios
zações, gestores dedicados, homens e mulheres com in-
A ausência de uma liderança sólida e credível tem,
profissionais.
desmentível boa vontade, capazes de dar o melhor do seu
hoje, consequências muito mais críticas do que há anos
esforço e de “vestir a camisola” pelos seus projetos, disci-
atrás, devido ao facto de trabalharmos em ambientes de
O esforço dedicado e as boas intenções deixam de
dos possíveis motivos que os justifiquem.
cesso, ter pessoas a desenvolver um grande esforço e,
porventura, até a fazer um bom trabalho.
Para além de gestores que se limitem a, conforme
[email protected]
13
Portugal na rota da investigação
básica da fibrose quística
A
fibrose quística (FQ) é a doença autossómica re-
-americano), que tem permitido significativas contribui-
duzida na superfície celular. Dessa forma, o trabalho do
Esta equipa de investigação colabora com prestigia-
cessiva fatal (esperança média de vida ~25 anos)
ções para esta área. Destacam-se resultados recentes de-
grupo tem-se desenvolvido no campo da identificação
das instituições, de entre as quais se destacam: o EMBL-
-European Molecular Laboratory (Heidelberg, Alemanha);
a Johns Hopkins University School of Medicine (Baltimore,
EUA); a Northwestern Univ (Evanston - Chicago, EUA); o
University of Pittsburgh Children’s Hospital (Pittsburgh,
EUA); a UniCamp-Universidade de Campinas (Brasil); Univ
Regensburg (Alemanha), entre outras. Nos últimos 5 anos,
os resultados foram publicados em mais de 30 artigos em
revistas internacionais.
mais comum na população caucasiana, atingindo
monstrando que a proteína com a mutação F508del-CFTR
de novas moléculas capazes de corrigir estes três defei-
cerca de ~80,000 indivíduos em todo o mundo (30,000 na
apresenta vários defeitos básicos, cuja correção só será
tos da F508del-CFTR. Além disso, tem-se focado também
Europa). O número de indivíduos com FQ tem crescido nos
provavelmente conseguida através de terapias combinan-
na identificação e caracterização de novas proteínas que
últimos anos, sobretudo devido à crescente implementa-
do vários compostos.
interatuem e influenciam estes processos na célula, com
ção de extensivos programas de rastreio neonatal.
Para além do defeito de folding, que leva à sua re-
o objetivo de identificar novos alvos terapêuticos. O obje-
O fenótipo clínico da FQ caracteriza-se por patolo-
tenção intracelular, quando consegue atingir a membrana
tivo último consiste na correção da localização celular da
gia respiratória, a principal causa de morbilidade e morta-
celular, a proteína F508del-CFTR apresenta ainda uma
CFTR mutante, uma ativação do seu transporte de Cl- e a
lidade, com obstrução das vias respiratórias por um muco
deficiente atividade como canal de Cl-, e permanência re-
respetiva estabilização na membrana plasmática.
viscoso e colonizações bacterianas recorrentes, associada
ainda a insuficiência pancreática, infertilidade masculina
e uma elevada concentração salina no suor.
Prof. Doutor Carlos
Miguel Farinha
Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa
A maior parte das atuais abordagens terapêuticas é
dirigida a tratar sintomas e não a causa da doença. No entanto, para aumentar ainda mais a qualidade de vida dos
doentes FQ e a sua esperança média de vida, assumem-se
como particularmente relevantes as estratégias destinadas a corrigir o defeito celular/molecular básico.
A FQ é causada por mutações num único gene, que
codifica a proteína CFTR (do inglês cystic fibrosis trans-
membrane conductance regulator), uma proteína com
1480 resíduos de aminoácidos que funciona como canal
de iões cloreto (Cl-) na membrana apical das células epiteliais. Embora estejam descritas mais de 1900 mutações
causadoras da doença, uma única mutação (F508del) está
presente em mais de 90% dos doentes FQ, pelo menos
num alelo. Esta mutação causa o misfolding da proteína,
levando à sua retenção intracelular no retículo endoplasmático e envio precoce para degradação.
Embora recentemente tenha chegado ao mercado
o primeiro medicamento que corrige o defeito básico na
FQ – Kalydeco (VX-770/ ivacaftor, Vertex Pharmaceuticals,
San Diego), este composto está aprovado apenas para
uma mutação rara (G551D), existindo apenas em 3-4%
dos doentes FQ.
Para benefício da grande maioria dos doentes FQ
com a mutação F508del, estão também em curso ensaios
clínicos com outro composto (VX-809/ lumacaftor), mas
cujos resultados preliminares apontam para um efeito
bastante modesto nos doentes.
É talvez neste ponto que mais se destaca o trabalho que em Portugal se tem feito na rota da investigação
básica da fibrose quística. Esta atividade de investigação,
já premiada mais que uma vez (recentemente com o Romain Pauwels Research Award da European Respiratory
Society, atribuído a Carlos Miguel Farinha, em 2010, com o
ECFS Award da European Cystic Fibrosis Society, atribuído
a Margarida Amaral, entre outros), foi iniciada no Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, mas desde há alguns
anos desenvolve-se na Unidade de Investigação em Doenças Associadas a Proteínas de Membranas do BioFIG – Centro de Investigação em Biossistemas, Genómica Integrativa
e Funcional, na Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa (unidade FCT liderada por Margarida D Amaral).
Tem contado com o suporte financeiro de múltiplos
projetos (com financiamento nacional, europeu e norte-
14
Revista das revistas – Asma
A
asma é definida com doença inflamatória cróni-
risco aumentado de desenvolver asma persistente após
via aérea, não permite a cura e os sintomas regressam
Volume expiratório máximo no 1º segundo – VEMS) em
ca das vias aéreas associada a graus variáveis de
infeção respiratória por vírus sincicial respiratório ou por
quando a terapêutica é suspensa. Apesar das recomen-
doentes com asma não controlada apesar da terapêutica
obstrução do fluxo aéreo e/ou hiperreactividade
rinovírus em crianças atópicas.
dações em inúmeras guidelines para atingir e manter o
com corticoides inalados e com níveis elevados de perios-
brônquica e episódios de tosse, pieira e dispneia. Em al-
Outros estudos sugerem que a resposta imunológica
controlo da doença, este é, por vezes, um objetivo difícil
tina. A periostina é uma proteína da matriz extracelular
guns doentes com asma verifica-se o desenvolvimento de
contra a enterotoxina do Staphylococcus aureus produz
de alcançar em muitos doentes. O objetivo de fornecer
e é induzida pelas IL 4 e 13 nas células epiteliais e fibro-
mudanças estruturais e remodelação da via aérea. O início
um efeito direto na gravidade da doença, principalmente
um tratamento personalizado a cada doente com asma,
blastos pulmonares. É considerada um biomarcador da
da doença ocorre geralmente na infância, mas os sinto-
nos doentes com asma grave não atópica de início tar-
é difícil de atingir. A caracterização de fenótipos e endó-
inflamação da via aérea induzida pelas células Th2. A IL
mas também podem começar na idade adulta. A etiologia
dio. As enterotoxinas geradas pelo S.aureus podem atuar
tipos permite não só caracterizar melhor a doença, mas
13 apresenta estrutura semelhante à IL 4 e está implicada
é desconhecida, embora, muito provavelmente, multifa-
quer como antigénios nominais estimulando respostas
também definir novas e melhores terapêuticas dirigidas
na resposta inflamatória da asma, incluindo a síntese de
torial, envolvendo fatores genéticos e ambientais que se
IgE específicas, quer como superantigénios promovendo
ao doente individual.
IgE, secreção de muco e fibrose subepitelial. O bloqueio
interrelacionam de diferentes formas.
resposta IgE mediada policlonal (refletida pelo aumento
Muitos doentes com asma grave apresentam im-
nos níveis de IgE total). A compreensão deste mecanis-
portante morbilidade em relação aos cursos frequentes
mo pode resultar em novas abordagens terapêuticas para
de corticosteroides orais. Atualmente, ainda existem
doentes com asma não atópica.
poucas alternativas a esta terapêutica. Nos últimos
À medida que a complexidade e gravidade da apre-
anos, têm sido desenvolvidos novos fármacos que po-
sentação clínica da doença aumenta, a imunopatologia
derão diminuir a necessidade de utilização de cortico-
acompanhante torna-se mais complexa e engloba pro-
terapia oral.
vavelmente mecanismos imunes adaptativos e alterações
estruturais nas vias aéreas.
Dr.ª Rita Gerardo
Assistente hospitalar
de Pneumologia
O mepolizumab – um anticorpo monoclonal contra
a interleucina 5 (IL 5) – inibe seletiva e eficazmente a
A asma é vista como uma doença heterogénea e
via inflamatória eosinofílica. O estudo DREAM mostrou
considerando a existência de múltiplos fenótipos. A defi-
a redução do número de exacerbações em doentes com
nição de fenótipos de asma continua como ponto fulcral
asma grave eosinofílica. A asma eosinofílica é um fenó-
na investigação. Apesar de todos os estudos já realizados,
tipo de asma caracterizado pela presença de eosinófilos
dos efeitos pró-inflamatórios da IL 13 tem o potencial de
melhorar o controlo da doença.
O início da doença
ocorre geralmente
na infância, mas os sintomas
também podem começar
na idade adulta.
A etiologia é desconhecida,
embora, muito provavelmente,
multifatorial, envolvendo
fatores genéticos
e ambientais que
se interrelacionam
de diferentes formas.
ainda não existe um sistema de classificação que corres-
nos pulmões e expetoração. A contagem de eosinófilos
A variabilidade da apresentação, história natural e res-
ponda a todas as exigências para definição de fenótipos
no sangue e lavado broncoalveolar parece relacionar-se
posta à terapêutica nas crianças e adultos com asma, promo-
ou endotipos. Foram ainda identificadas várias comorbi-
com a gravidade da doença. Os eosinófilos estão envol-
veu a necessidade de uma melhor compreensão da doença.
lidades e confundidores que podem alterar o fenótipo da
vidos na remodelação do tecido pulmonar e na angio-
No último ano, vários trabalhos demonstraram a
asma, como o tabagismo, influências hormonais, infeções
génese.
importância das infeções virais e bacterianas como causa
virais e bacterianas e exposições ocupacionais. Existe uma
Os tratamentos usados com o objetivo de diminuir
de desenvolvimento de asma. Há evidência crescente de
forte evidência de que a inflamação Th2 está presente em
o número de eosinófilos na expetoração resultaram no
que a inflamação da via aérea resultante de infeção res-
cerca de 50% dos doentes com asma de qualquer gravi-
melhor controlo dos sintomas e na diminuição das exa-
A utilização de novos broncodilatadores em asso-
piratória por vírus é responsável pela patogénese de asma
dade mas em metade dos doentes, não há evidência deste
cerbações. A IL 5 desempenha um papel preponderante
ciação aos corticoides inalados, particularmente os de ul-
atópica, quando existe atopia subjacente.
processo imunológico. A asma de qualquer gravidade que
na regulação do crescimento, diferenciação, recrutamen-
tra longa duração de ação, é particularmente útil quando
se trata de doentes com resposta terapêutica insuficiência
ou com falta de aderência ao tratamento.
O indacaterol, β2 agonista de ultra longa duração
de ação (ultra-LABA), tem sido estudado nos doentes
com asma. Os resultados dos estudos realizados mostraram efeito broncodilatador eficaz, com boa tolerância
e segurança. As principais questões relativamente à sua
utilização nos doentes com asma relacionam-se com o
efeito broncodilatador (vantagem em relação aos LABA
já usados?), a dose indicada (75/ 150/ 300µg ?), o risco
de eventos fatais (foram descritos em alguns asmáticos
que administravam unicamente LABA para tratamento
da doença). São então necessários mais estudos e com
mais doentes envolvidos para avaliar a sua utilização na
asma.
Embora a hiperreactividade brônquica a agentes
colinérgicos seja uma das principais características da
asma, o papel dos fármacos anticolinérgicos no tratamento da asma tem sido subestimado. O brometo de
tiotrópio tem sido estudado na asma e tem sido comprovado o seu efeito broncodilatador adicional para além
da restante terapêutica, em doentes com asma grave.
São ainda necessários estudos de longo prazo, nomeadamente sobre a eficácia do tiotrópio no controlo da
doença e na frequência e gravidade das exacerbações
da asma.
Para além da terapêutica farmacológica, tem sido
dada atenção a outras terapêuticas, nomeadamente à
termoplastia brônquica, a qual está indicada nos doentes
com asma grave que permanecem sintomáticos apesar da
terapêutica médica máxima. A termoplastia parece melhorar a qualidade de vida assim como diminuir a frequência
de exacerbações, recurso aos serviços de urgência ou de
Na última década, o conceito original da “Hipótese da Higiene”, que referia que as infeções protegem do
não apresenta evidência de inflamação Th2, permanece mal
to, ativação e sobrevida dos eosinófilos. Vários estudos
dias perdidos no trabalho/escola. Ainda não foi possível
compreendida.
mostram que a inibição da IL 5 é eficaz na redução de
demonstrar redução da hiperreactividade brônquica ou alteração do VEMS.
desenvolvimento das doenças alérgicas, tem sido pro-
A medicina individualizada é o mais recente pa-
eosinófilos no sangue e expetoração em doentes com
gressivamente questionado. Verifica-se atualmente que
radigma terapêutico, mas também de diagnóstico e se-
asma, motivo pelo qual se têm vindo a desenvolver novas
a interação entre os antigénios alergéneos e a resposta
guimento clínico. Relativamente à asma, é um conceito
moléculas com ação anti-IL 5.
imunológica a vírus pode ocorrer a vários níveis e podem
cada vez mais usado. O tratamento atual da asma apesar
O lebrikizumab – anticorpo monoclonal contra a IL
influenciar-se mutuamente. Vários estudos mostram o
de aliviar o broncospasmo e controlar a inflamação da
13 – parece melhorar a função respiratória (medida pelo
Em 2012, foram publicadas as recomendações
NICE (National Institute for Health and Clinical Excellence) para a utilização da termoplastia brônquica na asma
grave.
15
Revista das revistas:
transplante pulmonar
A
transplantação pulmonar está indicada para todos
plantes e foram admitidos em lista de espera 2469
baseadas nos registos da ISHLT mostram clara associação
os doentes com doença pulmonar crónica termi-
candidatos).
entre a obesidade e risco de disfunção primária do enxer-
(1,2)
nal que estejam sob terapêutica médica otimiza-
Atendendo a que estamos perante um recurso es-
da, para os quais não exista qualquer outra alternativa, e
casso, existe uma responsabilidade ética no sentido de
– Ventilação mecânica invasiva e outras modalida-
que não apresentem contraindicações.
alocar os órgãos aos doentes cujas probabilidades de su-
des de suporte invasivo – a implementação de critérios
cesso e longevidade pós-transplante sejam maiores.
de urgência e alta prioridade na seleção dos candidatos
No entanto, e apesar dos avanços na técnica cirúrgica, manejo pós-operatório e imunossupressão, a sobre-
to e morte após o transplante.
Em 2006, a International Society for Heart and Lung
a transplante pulmonar aumentou consideravelmente o
número de doentes transplantados sob suporte invasivo;
Dr.ª Alexandra Borba
Hospital de Santa Marta,
Lisboa
no entanto, a análise retrospetiva dos registos da ISHLT
demonstra uma sobrevida ao 1.º ano de 62% para os doentes transplantados sob ventilação mecânica invasiva, de
50% para os doentes transplantados sob ECMO e de 56%
para os doentes com “alta prioridade” (claramente inferior
Nesta Revista das Revistas serão focados dois artigos de revisão (2,3), publicados este ano, que se centram
Em resumo, estes artigos focam alguns dos pontos
seleção dos candidatos a transplante pulmonar, nomea-
mais controversos da referenciação e aceitação de candi-
damente:
datos a transplante pulmonar, reforçando a ideia de que,
– Idade – apesar das atuais recomendações consi-
perante um recurso escasso e insuficiente para as neces-
derarem como contraindicação relativa a idade superior
sidades, a prioridade deverá ser dada aos doentes que
a 65 anos, é frequente a referenciação de doentes cuja
mais beneficiarão, isto é, àqueles com melhores hipóteses
única contraindicação é a idade; a revisão dos resultados
de sobrevida após transplante.
excesso de mortalidade neste grupo (mesmo após corrigi-
Referências:
da às comorbilidades, sugerindo que se trata de um efeito
1. The Registry of the International Society for the Heart and
Lung Transplantation: Twenty-ninth Annual Report. J Heart
Lung Transplant. 2012 Oct; 31(10): 1045-1095
2. Hook J, Lederer D. Selecting lung transplant candidates: where
do current guidelines fall short? Expert Rev Respir Med. 2012;
6(1): 52-61.
3. Shah P, Orens J. Guidelines for the selection of lung-transplant
candidates. Curr Opin organ Transplant. 2012; 17: 467-473.
atribuível à idade).
– Obesidade – tal como a idade, a obesidade constitui uma das contraindicações mais controversas, sendo comum a referenciação de candidatos com índice de
massa corporal (IMC) superior a 30; análises multivariadas
Transplantation (ISHLT) publicou a última revisão das
mortalidade de 20% ao 1º ano.
orientações para a seleção de candidatos a transplante
(1)
Um dos principais problemas desta cirurgia
pulmonar. Desde então, surgiram não só novos dados e
reside na escassez de dadores, o que implica que o
terapêuticas para as diferentes patologias dos candida-
número de doentes que aguarda transplante é muito
tos, como informações sobre os resultados dos doentes
superior ao número de procedimentos efetuados (por
submetidos a transplante pulmonar, tornando pertinente
ex. em 2010 nos EUA foram realizados 1770 trans-
uma reapreciação dos critérios de seleção.
transplantados).
na análise de algumas das contraindicações e critérios de
dos centros que transplantaram estes doentes denota um
vida média esperada ainda é inferior a 6 anos, com uma
aos 80% descritos para o conjunto de todos os doentes