Ministro Gastão Vieira Deputado Federal Valadares Filho Pedro

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ISSN 2178-910X
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As matérias podem ser integralmente reproduzidas, desde que citada a fonte.
Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade dos autores.
Publicação disponível também em: www.cnc.org.br
Turismo em Pauta
Conselho Editorial:
Alexandre Sampaio de Abreu (Editor Chefe), Eraldo Alves da Cruz (Editor Executivo),
Cristina Calmon, Nely Wyse Abaur, Tânia Guimarães Omena e Elineth Campos.
Edição, ilustrações, capa e diagramação:
Assessoria de Comunicação da CNC/Programação Visual
Revisão:
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Brasília
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Rio de Janeiro
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Turismo em Pauta / Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo – N. 8 (2011) – Rio de Janeiro: CNC, 2011
Bimestral
ISSN 2178-910X
1. Turismo. 2. Periódicos I. Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo. Conselho de Turismo.
CDD 790.1805
Sumário
Editorial....................................................................................................................... 5
Educação e turismo: aliados no desenvolvimento social........................ 7
Ministro Gastão Vieira
Nas trilhas do turismo sustentável no Brasil..............................................11
Deputado federal Valadares Filho
O desenvolvimento do turismo atrelado às belezas naturais ............15
Pedro Jamil Nadaf
Evento como produto turístico........................................................................ 21
Marisa Canton
Formação cultural como vetor de talentos para o turismo................ 29
Leila Serra Menezes Farah de Araújo
O turismo e a realidade virtual........................................................................35
Aimone Camardella
O turista e o turismo............................................................................................ 41
Luiz Brito Filho
Estratégia: a capacidade empreendedora...................................................47
Romulo Garrido
Membros do Conselho de Turismo.................................................................53
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
Presidente
Antonio Oliveira Santos
Vice-Presidentes
1º) José Roberto Tadros, 2º) Darci Piana, 3º) José Arteiro da Silva. Abram Szajman,
Adelmir Araújo Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José Marconi
Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro Domingos Teixeira Pinto e
Orlando Santos Diniz
Vice-Presidente Administrativo
Josias Silva de Albuquerque
Vice-Presidente Financeiro
Luiz Gil Siuffo Pereira
Diretores
Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Antonio Osório, Carlos
Fernando Amaral, Carlos Marx Tonini, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima França, José Lino
Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt
da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro
Jamil Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta de Almeida e
Zildo De Marchi
Conselho Fiscal
Anelton Alves da Cunha, Arnaldo Soter Braga Cardoso e Lélio Vieira Carneiro
Conselho de Turismo
Presidente
Alexandre Sampaio de Abreu
Vice-Presidente
Anita Pires
Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Editorial
O
turismo é um forte fator de desenvolvimento econômico, social, humano. É por isso que
as oportunidades que o Brasil terá nesse campo
precisam ser aproveitadas da melhor forma, com
a mobilização do governo e de toda a sociedade.
O legado que a preparação adequada para os
megaeventos pode deixar, se for construído de
forma consistente, poderá ajudar a garantir a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro em
várias frentes.
Em paralelo aos grandes desafios da infraestrutura, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, chama
a atenção para um tipo de legado nem sempre
facilmente contabilizado, mas que está diretamente
relacionado ao profissionalismo das atividades da
cadeia turística: o legado social.
A qualificação profissional, diz Gastão Vieira,
está no topo da lista de prioridades do seu ministério. A hospitalidade inata do povo brasileiro pode
e deve ser aprimorada, com ações bem estruturadas e coordenadas, voltadas para uma verdadeira
educação para o turismo.
É certo que um país bem preparado para receber
turistas conta com uma infraestrutura adequada,
sistemas de transporte eficientes, bons hotéis. Mas
sem profissionais treinados para bem receber os
visitantes tudo isso cai por terra. Daí a importância
da prioridade reafirmada pelo ministro em um dos
artigos que compõem esta edição da Turismo em
Pauta, que o Conselho de Turismo da CNC tem a
satisfação de apresentar.
Boa leitura!
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Educação e
turismo: aliados no
desenvolvimento social
Gastão Vieira
Ministro de Estado do Turismo
“O turismo é um desejo humano profundo e amplamente
compartilhado de conhecer outros, com a possibilidade
recíproca de que possamos conhecer a nós mesmos
[...] uma busca ou uma odisseia para ver e, talvez,
compreender toda a terra habitada.”
Philip Frick McKean
V
ivemos um momento especial. O Brasil abre
suas portas para o mundo. Estamos no foco das
atenções, graças ao vigor econômico e à realização
de grandes eventos esportivos, políticos e culturais. Vêm aí a Rio+20 (2012); a Jornada Mundial da
Juventude e a Copa das Confederações (2013); a
Copa do Mundo (2014); as Olimpíadas no Rio e as
Paraolimpíadas (2016), entre outros.
Essa superexposição na mídia mundial, aliada ao
desenvolvimento de políticas públicas consistentes,
deverá elevar o número de visitantes estrangeiros
ao Brasil a 10 milhões em 2020. Até lá, a entrada
de divisas internacionais deve triplicar, zerando o
deficit na conta turismo. Essas são as vantagens
econômicas mais evidentes. Mas o maior benefício que o desenvolvimento turístico trará para
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
o Brasil não será tão facilmente contabilizado: o
legado social – cujo impacto será proporcional ao
profissionalismo que conseguirmos agregar à nossa
cadeia turística nos próximos anos.
Por tudo isso, entre as prioridades do Ministério
do Turismo para preparar o Brasil para os grandes
eventos, a qualificação profissional está no topo
da lista. O desafio toma, ainda, um caráter quase
pessoal, uma vez que a educação tem sido o foco
de minha atuação na vida pública. Estou convicto
de que, para o setor se constituir efetivamente em
ferramenta de desenvolvimento econômico e social,
é fundamental educar para o turismo, estendendo
o legado dos grandes eventos não somente aos
próximos anos, mas às próximas décadas.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
A proposta que está sendo trabalhada no âmbito
do Ministério do Turismo excede a simples realização de cursos tradicionais. Buscamos a valorização
dos indivíduos por meio da oferta de oportunidades inéditas para diversas faixas de trabalhadores.
A curtíssimo prazo, o objetivo é fazer com que
bacharéis em turismo e profissionais que atuam
na linha de frente tenham a chance de vivenciar,
aprender ou aperfeiçoar o aprendizado de outros
idiomas, por meio do intercâmbio, por exemplo,
com países de língua espanhola e inglesa.
Para o espanhol, estamos desenvolvendo parcerias com os países do Mercosul, analisando a
possibilidade de abrir escolas nas áreas de fronteira
e fomentando a cooperação internacional. Entre
os resultados indiretos esperados está o reforço
da capacidade de apreender diferenças culturais
e assimilar o respeito pela diversidade – valores
básicos em um país que pretende se transformar,
nos próximos anos, em um dos destinos turísticos
mais importantes no mundo.
Entre as ações que serão desenvolvidas a partir
de 2012, o Ministério do Turismo vai estabelecer
parcerias com outras pastas do governo federal. O
objetivo é dar continuidade a programas que já
tenham sido desenvolvidos em comunidades carentes com jovens em situação de risco, oferecendo
Com os empresários, nosso trabalho será
promover a sensibilização para a necessidade
da qualificação da mão de obra
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
treinamento específico para atividades ligadas ao turismo, promovendo, assim, a inclusão social
desses alunos.
Com os empresários, nosso
trabalho será promover a sensibilização para a necessidade da
qualificação da mão de obra, não
apenas no atendimento direto ao
turista, mas também na limpeza
e conservação das instalações.
Estamos firmando parcerias que
permitirão a criação de selos de
qualidade que identificarão os
estabelecimentos qualificados.
A questão da hospitalidade
não é um problema para nós.
A simpatia e a receptividade dos brasileiros são
reconhecidas, por aqueles que nos visitam, como
algumas das maiores qualidades do País. E essas
qualidades são inatas, não se aprendem na escola.
Saímos, portanto, na frente nesse quesito. Mas o
aprimoramento é fundamental para que possamos
consolidar o novo Brasil que virá.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Nas trilhas do turismo
sustentável no Brasil
Valadares Filho
Deputado federal pelo Estado de Sergipe e vice-presidente da Comissão de
Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados
Não restam dúvidas de que o Brasil é um dos destinos
turísticos mais desejados do mundo. Não que já sejamos
um dos países mais visitados, mas, certamente, queremos
galgar uma posição de destaque.
S
omente nos últimos três anos houve um aumento de mais de dois milhões de desembarques
internacionais. Somados aos mais de 20 milhões
de desembarques domésticos – e descontados os
deslocamentos por outros motivos, que não a passeio –, podemos constatar que essa é, efetivamente,
uma indústria rentável em nosso país.
Mas, seguindo um padrão global estabelecido
pela Organização Mundial de Turismo, precisamos
alcançar a sonhada sustentabilidade – uma proposta
que consta de nossa política oficial de turismo e
está presente nos prospectos de agências de viagem,
hotéis e até nos anúncios de vendedores de coco e
picolé nas praias brasileiras.
O que, efetivamente, será para nós essa prática
de turismo sustentável? Um olhar para o ambiente
nos chama a atenção de imediato. Por suas extensas
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
praias, florestas, rios e pantanais o Brasil é buscado
– por nós mesmos, brasileiros, e por milhões de estrangeiros. Mas como evitar – ou ao menos minorar
– os custos de tantos pousos e decolagens, de tantos
produtos consumidos, dos resíduos sólidos gerados,
dos efluentes líquidos a serem tratados?
A resposta a esses desafios não se separa em nada
daquilo que nossas cidades e monumentos naturais
já demandam: acessos que não degradam a paisagem, tratamento de resíduos sólidos, esgotamento
sanitário, aeroportos, rodovias, ferrovias e navegação fluvial. Então, já vemos que a sustentabilidade
ambiental não é para o turismo apenas; é para o
Brasil. E a solução estará atrelada às outras políticas
públicas, que já são obrigação da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Praias paradisíacas, rios aprazíveis, sítios arqueológicos – a esses lugares é preciso obter acesso sustentável, estada não poluente,
conhecimento e respeito à biodiversidade. Esses são temas que
precisam saltar dos prospectos
para frequentar as trilhas.
Tomemos os nossos monumentos naturais: como conciliar a demanda de milhares de visitantes
diários com as exigências para a
preservação desses biomas? Os
guias estão preparados? De que
modo o hotel lida com a água?
Estudos mostram que o manejo
da energia ainda é um dos tópicos
mais problemáticos para alcançarmos a sustentabilidade.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Outro olhar inevitável é aquele que se dirige às comunidades Estudos mostram que
e às populações afetadas direta o manejo da energia
e indiretamente por grandes em- ainda é um dos tópicos
preendimentos turísticos. Resorts
mais problemáticos
e complexos hoteleiros situados
para alcançarmos a
em praias, ilhas paradisíacas, rios e
sustentabilidade
pantanais acabam por afetar não
apenas a natureza, mas também
os grupos humanos que habitam
o seu entorno ou que para lá migram em busca
de trabalho.
E a sustentabilidade, nesse caso, não se resume
apenas à dimensão econômica, uma vez que afeta
profundamente os próprios grupos sociais e famílias
envolvidos. No primeiro aspecto, é necessário levar
mais empregos a essas populações. Mas isso não será
sustentável se tais postos forem apenas os de menor remuneração ou que exijam menos qualificação.
Logo, sustentabilidade alia-se também à educação
geral e ao ensino técnico, especificamente, incluindo
a habilidade para línguas.
Cadeias produtivas locais – vinculadas ao patrimônio histórico material e imaterial – devem
ser incentivadas, de preferência com recursos das
mesmas fontes que financiam os grandes empresários. Do contrário, podem gerar exclusão social,
exploração de mão de obra e outros efeitos indesejados que são produzidos por empreendimentos de
grande impacto.
E onde vamos aprender tudo isso? Aqui mesmo,
entre nós. Muitas experiências em curso apontam
para casos de sucesso. O Sebrae, por exemplo, conhece-os e os difunde. Seja no meu querido Sergipe
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
– e em outros milhares de quilômetros nas praias e no
sertão –, no Pantanal, em Itaipu ou na Serra Gaúcha
já encontramos a sustentabilidade.
Em um lugar, vemos uma cadeia produtiva de
artesanato aliando o conhecimento tradicional às
práticas de boa gestão; em outro, a musicalidade
– aliada à indumentária e às danças tradicionais –
criando e recriando festivais folclóricos que proporcionam emprego para cidades inteiras. Alguns dos
destinos mais desejados vieram do vínculo entre o
patrimônio edificado (e reconhecido pela Unesco
como sendo da humanidade) e a exuberância da
natureza, sejam praias ou cachoeiras. Mas ainda há
muito a aprender.
Esse, como se vê, é um tema complexo. Por isso,
propus a criação da Frente Parlamentar do Desenvolvimento Sustentável do Turismo. Nesse fórum qualificado, convidaremos todos os atores envolvidos
no tema, das comunidades litorâneas às operadoras
de turismo, dos representantes das pequenas pousadas aos executivos das grandes redes hoteleiras,
passando, claro, pelas agências de turismo. Desse
debate, com certeza, surgirão as práticas brasileiras
de turismo sustentável.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
O desenvolvimento
do turismo atrelado às
belezas naturais
Pedro Jamil Nadaf
Diretor-secretário da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo (CNC), presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-MT e
secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Mato
Grosso, MT
O turismo é, sem dúvida, um segmento que tem trazido
divisas ao Brasil. No País, as belezas naturais têm
sido muito potencializadas como produtos rentáveis.
Um exemplo nesse sentido vem do Pantanal Matogrossense, onde o Sesc Nacional possui uma unidade
hoteleira na qual desenvolve boas práticas.
P
ara que o turismo no Brasil alcance o seu pleno desenvolvimento, sua base deve estar sustentada em bons produtos. Os atrativos oriundos
das belezas naturais, presentes em todas as partes
do País, não têm sido totalmente explorados nesse sentido, embora representem, em seus diversos
destinos, um alto potencial. Dentre suas peculiaridades, estão incluídos, no cenário de sua biodiversidade, o habitat natural da vida selvagem, belas
praias paradisíacas, dunas, cascatas, cachoeiras,
rios, cavernas, ilhas, pantanal, montanhas e vales,
considerados, não raras vezes, como alternativas
viáveis aos investidores que buscam um mercado
de oportunidades, inclusive com alternativas sustentáveis que contemplam cidades indutoras do
desenvolvimento regional.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Atualmente, o ranking de turistas internacionais
é composto, conforme pesquisa do Ministério do
Turismo, por três frentes: sul-americanos (46%),
europeus (31%) e norte-americanos (15%).
Conforme dados da Organização Mundial de
Turismo, o país campeão mundial em recepção de
turistas é a França, com 80 milhões por ano, seguida
de EUA, Espanha e China, que recebem entre 50
milhões e 55 milhões. O Brasil é um dos principais
receptores do continente sul-americano no ranking
de turistas estrangeiros, mas ainda precisa potencializar mais os seus produtos, focados em belezas
naturais, para atrair estrangeiros, tornando suas localidades um sonho de consumo. Atualmente, são
consideradas como as cidades mais visitadas do País:
Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Salvador, Foz
do Iguaçu e Recife. Nosso cenário é muito favorável,
e, neste ano, há uma projeção, feita pelo Ministério do Turismo, de que teremos a maior entrada de
visitantes estrangeiros já registrada, algo em torno
de 5,4 milhões. Isso significará uma divisa recorde,
na ordem de US$ 6,4 bilhões.
Vale citar a última pesquisa da Embratur com o
Ministério do Turismo, divulgada em outubro, na
qual se revela que as belezas naturais são produtos
cada vez mais consumidos por estrangeiros. Segundo os dados da pesquisa, 26,9% dos visitantes por
lazer estavam buscando os chamados ecoturismo e
turismo de aventura. Precisamos atentar para esse
salto significativo, pois, há cinco anos, eram 19,3%
os interessados nesse segmento. Hoje, o ranking
de turistas internacionais é composto, conforme
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
pesquisa do Ministério do Turismo, por três frentes:
sul-americanos (46%), europeus (31%) e norteamericanos (15%).
No ano de 2010, para que se tenha uma ideia do
comportamento do mercado turístico, o número
de visitantes de outros países aumentou 7,5% em
relação ao ano anterior. Para este ano, entretanto,
as expectativas – com números já citados aqui –,
são ainda maiores; e precisamos estar atentos a isso.
Em novembro, já se registravam recordes no comparativo com o exercício anterior, com números que
enchem de otimismo os empreendedores do setor:
72 milhões de desembarques domésticos e 8 milhões
de desembarques internacionais. No ano passado,
foi registrada, no País, a renda de US$ 33 bilhões
gerada pelo turismo interno – mais de cinco vezes
maior que a relativa ao turismo estrangeiro. Entre
dezembro deste ano e janeiro de
2012, estima-se que 68 milhões
de viagens nacionais foram realizadas por brasileiros, sempre
sequiosos por lugares aprazíveis.
É preciso atentar para o número de turistas que se interessam por turismo concentrado nas
belezas naturais, estimados em 8
milhões nos EUA, 20 milhões na
Europa e de 2 a 3 milhões em outros continentes. São, portanto,
30 milhões de potenciais turistas.
O Brasil, no entanto, recebe menos de 1% destes. A Amazônia,
região de rica biodiversidade, por
exemplo, recebe menos de 0,16%.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Precisamos de melhores campanhas para atrair turistas estrangeiros aos nossos produtos turísticos, pois
eles ainda não foram suficientemente sensibilizados
para o nosso mercado.
Contribuição do Sesc Nacional
Mato Grosso, estado também rico em biodiversidade, sendo o único do Brasil que possui três biomas – Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado –,
é também um exemplo de que o Brasil precisa trabalhar seus produtos naturais visando não só o turista
doméstico, mas também o internacional. O Estado
já está trilhando com sucesso esse caminho, e o Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio
(Sesc) tem contribuído fortemente nesse sentido.
Para se ter uma ideia, vale citar um dos principais
produtos de beleza natural, que é oferecido no Hotel
Sesc Porto Cercado, localizado no Pantanal Matogrossense, no qual há exemplos de turismo ecologicamente correto e que explora as belezas naturais
de um dos lugares mais bonitos do País, unindo lazer
e preservação.
A estrutura hoteleira foi iniciada na década de
1990, quando a entidade, sensibilizada com as demandas apresentadas na Rio-92, investiu na recuperação de uma área degradada
do Pantanal, adquirindo fazendas
No Hotel Sesc Porto
para transformar a localidade na
Cercado, a entidade
Reserva Particular do Patrimônio
conseguiu transformar
Natural (RPPN) de 107 mil hectares que compõe a matriz do proos atrativos de belezas
jeto socioambiental da Estância
naturais em um sólido
Ecológica Sesc Pantanal e que
produto turístico
abriga, além da RPPN e do hotel,
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
outras unidades operacionais: o Parque Sesc Baía das
Pedras e o Centro de Atividades de Poconé.
No Hotel Sesc Porto Cercado, a entidade conseguiu transformar os atrativos de belezas naturais em
um sólido produto turístico, ajudando a promover
Mato Grosso como importante destino. Vale destacar que, no local, além de atratividades, a exemplo
de borboletário, formigueiro, insetário e Centro de
Interpretação Ambiental, são utilizadas ecotécnicas
que contribuem para o baixo impacto ambiental.
Em sua estrutura física e funcional, usa-se o que é
ecologicamente correto, como energia e coletores
solares, telhado verde, aproveitamento da água da
chuva, (re)uso da água, tratamento de esgoto e da
água, compostagem do lixo orgânico, madeiras de
manejo florestal, controle de ruídos e reciclagem
do lixo.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Em 2010, o Hotel Sesc Porto Cercado recebeu
19.630 hóspedes. Deste número positivo para o
segmento turístico, apenas 158 é representado por
turistas estrangeiros. Os visitantes internacionais,
entretanto, não são o principal foco do Sesc, que
dirige suas ações principalmente para os turistas
internos, em especial para a classe comerciária, que
pode não ter um grande poder aquisitivo, mas merece a mesma qualidade de atendimento dispensada aos demais segmentos de turistas, nacionais
ou estrangeiros.
Finalizo compartilhando o que diz Doris Ruschmann, autora de livros sobre o turismo, com a convicção de que o Sesc Pantanal, com sua estrutura
hoteleira e seus projetos de sustentabilidade, traduz o pensamento dos empresários do comércio de
bens, serviços e turismo sobre as novas necessidades,
exigências e demandas daqueles que consomem
produtos turísticos: “Um processo de transformação
no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e
a mudança institucional se harmonizam e reforçam
o potencial presente e futuro, a fim de atender às
necessidades e aspirações humanas”.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Evento como
produto turístico
Marisa Canton
Presidente da Academia Brasileira de Eventos, diretora da Canton Eventos e
Cultura, professora da Eaesp/FGV, Doutora em Eventos, mestre em Turismo
pela ECA/USP e Curso de Especialização em Turismo na Universidade de
Málaga/Espanha
Os eventos, frequentes na sociedade moderna, são
parte integrante do nosso meio cultural, podendo
ser gerados por quase todos os setores da economia:
governamentais, corporativos e comunitários. Sua
atuação faz parte do cotidiano dos indivíduos, como
forma de ampliação de sua vida social e pública,
especialmente daqueles que procuram por uma
experimentação conjunta de emoções das mais
variadas formas. Os eventos podem ser estudados
cientificamente sob vários aspectos, especialmente no
contexto amplo do turismo e da comunicação.
A
inda que de forma diferente da hotelaria, do
transporte e das agências de viagens, conhecidos como o tripé de sustentação do turismo, os
eventos também trabalham sua estratégia local de
implementação e consumo.
Enquanto estratégia, os eventos representam forte centro de atração aos interesses de todos aqueles
que se deslocam para deles participar, oferecendo
ao turismo local a oportunidade de tomar parte do
seu processo de realização. Além disso, mobilizam os
agentes econômicos de uma área, cidade ou região,
incluindo hotéis, agências receptivas, restaurantes
e bares, comércios, além de uma gama dos mais
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
variados prestadores de serviços.
Assim sendo, podemos afirmar
que os eventos contribuem enormemente para o desenvolvimento
da economia local, gerando oportunidades de negócios, possibilitando a criação de empregos e o
aumento da receita fiscal, em face
das despesas efetuadas por seus
participantes. Além dessas contribuições, eventos tornam-se importantes instrumentos de combate à sazonalidade turística, quer pela
sua ocasionalidade, quer por garantir a presença,
no núcleo, de um número maior de pessoas, que
tendem a retornar a ele, especialmente no caso dos
participantes de eventos de negócios.
Por suas características e expressão, os eventos
passam a fazer parte significativa do turismo e devem ser entendidos como produtos, na medida em
que, concebidos, representarão uma oferta de valor que deverá ser aceita e consumida, atendendo
intrinsecamente às exigências do mercado de entretenimento, lazer, conhecimento, negócios, descanso e tantas outras motivações. Segundo BRENOL
(1999:63), os eventos “podem representar, quando
adequadamente identificados com o espaço onde
se realizam, a valorização dos conteúdos locais,
tornando-os parte destacada da atração”.
Entende-se como produto turístico “o conjunto
de bens e serviços relacionados a toda e qualquer
atividade de turismo” (LAGE & MILONE, 2001:51).
Enquanto produto, embora não tangível, os
eventos deverão passar pelos mesmos desafios de
mercado, como outro produto qualquer, devendo
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
suas estratégias se basear em quatro políticas fundamentais: produto, preço, distribuição e promoção/
publicidade. Nesse caso, a aplicação do marketing no
setor do turismo/destino talvez seja mais necessária
do que em muitos outros setores, já que o turismo
apresenta particularidades importantes em relação
aos serviços e/ou produtos concorrentes.
Os eventos, enquanto produtos turísticos, embora
sujeitos às limitações de seus processos produtivos,
procuram elevar ao máximo seus resultados e lucros. Obviamente, como contrapartida, os núcleos
turísticos, além de seus atrativos e componentes
fundamentais, serão mais ou menos atraentes aos
eventos em função dos preços locais – elemento
primordial que influenciará a decisão dos empresários organizadores por ocasião da escolha do seu
local-sede. Qualidade e possibilidade real de equipamentos, suas atrações, facilidades e acessibilidades
representam também elementos fundamentais para
a escolha do local-sede. Temos de considerar que,
muitas vezes, ocorre que a cidade-sede do evento
já é turística, proporcionando a utilização dos recursos já disponíveis para a sua realização, ou, então,
poderá tornar-se turística pela imposição mesma
do turismo de eventos, o qual vem fomentar sua
adequação, implementando a instalação de equipamentos necessários e os demais meios necessários
ao seu novo destino.
Os eventos, enquanto produtos turísticos, embora
sujeitos às limitações de seus processos produtivos,
procuram elevar ao máximo seus resultados e lucros
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
De qualquer forma, os preços locais, agregados
aos custos intrínsecos do próprio evento, serão relevantes no resultado final, gerando o binômio de
decisão: qualidade & preço. De uma forma positiva, a
relação núcleo e eventos deverá se apoiar numa comunicação comercial mais idônea possível, em que
as melhores garantias de se obter êxito não apenas
numérico, mas de satisfação de seus participantes
sejam asseguradas.
No item qualidade, inserem-se todos os componentes e subcomponentes do núcleo. Como formadores de imagem local, os eventos
têm um importante papel na criação de um perfil para os destinos,
posicionando-os no mercado e
fornecendo-lhes uma vantagem
competitiva de marketing. Além
do mais, os eventos podem fornecer novidades, originalidade e
mudanças que fomentarão o interesse dos participantes em ampliar
suas oportunidades e em conhecer
melhor o local turístico apresentado. Importante,
portanto, ressaltar que os eventos, quando consistentes e socialmente reconhecidos, promovem benefícios diversos para as cidades; não só econômicos,
como se sabe, mas também socioculturais, ampliando conhecimentos e mudando comportamentos.
O turismo de eventos, embora tenha surgido
como atividade programada somente no século XIX,
com Thomas Cook, que organizou a viagem de um
grupo para participar de um congresso, foi consolidado como atividade econômica e social somente
no século XX, vindo a provocar o surgimento de uma
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
tipologia versátil de eventos. Estes passaram a ser
impulsionados e impulsionadores, responsáveis pelo
crescimento e pelo desenvolvimento das cidades.
(CANTON, In: DIAS, 2002, p. 87).
Vale lembrar, por outro lado, que Turismo e Eventos se alcançam há muitos séculos. Dentre os vários
episódios de nossa história, destacamos que o primeiro ato público oficial de governo no Brasil foi um
desfile festivo do governador Tomé de Sousa, em
Salvador, em 1549. E, menos de um século depois,
Maurício de Nassau, ao inaugurar uma ponte no
Recife, promoveu a festa do Boi
Voador, primeiro evento realiza- (...) os eventos, quando
do no Brasil, com destaque para a
consistentes e
arrecadação de recursos financeiros e a credibilidade de imagem à socialmente reconhecidos,
promovem benefícios
corte holandesa no Brasil.
Entretanto, numa visão glo- diversos para as cidades;
balizada e sintetizada, podemos
não só econômicos, como
dizer que, até 1980, o tema dos
eventos, no contexto do turismo
se sabe, mas também
nacional, embora com algumas
socioculturais (...)
iniciativas relevantes, não avançava e não era competitivo. A
partir dessa data, no entanto, os vários segmentos do turismo e da economia em geral começam
a questionar as razões dessa visibilidade restrita,
levando o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur)
a uma importante inovação, que foi a inserção do
segmento Negócios e Eventos na agenda do turismo brasileiro. A história do nosso setor, em especial
a protagonizada pela Embratur, apoiada até então
no binômio recursos naturais e lazer (qual seja, sol,
praia, férias e temporada), deixa de ter neste o seu
o único vetor de crescimento e expressão, passando
a se abastecer em outro amplo produto em foco:
os eventos.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Em 2003, a atenção se voltou para a rápida implantação de duas grandes novidades conceituais em
termos da história de promoção comercial do turismo brasileiro: a Diretoria de Turismo de Negócios e
Eventos da Embratur e o consequente lançamento dos
programas relacionados à captação de eventos internacionais e à revisão completa e posterior ampliação
do programa de feiras nacionais e internacionais.
A partir dessa data, o Brasil é marcado pela triplicação das feiras internacionais, pela criação dos programas de captação de eventos internacionais e pela
articulação, com a Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex), para o programa
de promoção internacional das feiras comerciais realizadas no País. Com a criação do Plano Aquarela, a
área de Negócios e Eventos ampliou a participação do
Brasil em feiras de turismo pelo mundo, elaborou uma
agenda de feiras comerciais para promover os nossos
eventos e roteiros turísticos e criou uma política de
apoio à captação de eventos internacionais para o País.
Os 11 produtos turísticos desenvolvidos e promovidos no exterior até então pelo Ministério do Turismo e pela Embratur foram reformulados e passaram
a ser apenas cinco: Sol & Mar, Ecoturismo, Cultura,
Negócios & Eventos e Esportes.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
As cidades turísticas são atraentes aos eventos
por tudo aquilo que representam como
obras de arte das sociedades humanas
Considerações finais
A sociedade passa por transformações, organizando-se cada vez mais na busca de novos espaços,
como forma de sobrevivência determinada pelas
novas atividades advindas dos avanços tecnológicos
e da superespecialização do mercado. Com isso, vêse a necessidade da geração de novos processos de
comunicação, pelos quais os eventos apresentamse como fator relevante, ao comunicar aspectos
históricos, sociais e culturais, como também uma
informação, uma ideologia.
Esses novos espaços adequados à realização dos
eventos dependem, na maioria das vezes, de iniciativas públicas e/ou privadas para a sua construção
e criam uma nova dinâmica socioespacial para a
cidade-sede, com reflexos econômicos e comerciais
para esta. As cidades turísticas são atraentes aos
eventos por tudo aquilo que representam como
obras de arte das sociedades humanas, como lugares de encontro, do ir e vir, do acontecer de modo
geral, especialmente se concentram infraestrutura
e serviços adequados à sua realização.
Assim, o evento não pode ser visto como um fenômeno isolado do contexto social e cultural em que
está inserido, sendo o relacionamento o elemento
essencial nessa circunstância – considerando aqui
todas as relações com os meios internos e externos contextualizados nas políticas governamentais
dominantes, seja no país, estado ou cidade de sua
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
realização. Para que esse processo se viabilize, deve
ele estar integrado ao planejamento turístico das
cidades, à proposta dos eventos, prevendo-se todos
os meios e equipamentos necessários à sua atuação.
O objetivo é que o produto eventos agregue valor
à cidade, para que a sociedade participe e se beneficie dos resultados sociais e econômicos decorrentes dessa nova política, não devendo esse processo
constituir-se em mera imagem ou vitrine artificial
montada e desmontada para a experimentação esporádica do fenômeno em si.
Hoje, temos pela frente o desafio de receber dois
megaeventos cuja dimensão política não deve ser
subestimada: a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos,
os quais poderão contribuir para assegurar prestígio
nacional e poder político no cenário internacional,
desde que bem planejados e identificados os seus
problemas e possíveis impactos.
Referências
BRENOL, Renato Andrade. Manual de eventos. Caxias do Sul: Educs, 1999.
DIAS, Celia Maria de Moraes (Org.). Hospitalidade,
reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002.
LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César.
Economia do turismo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MONTEJANO, Jordi Montaner. Estrutura do mercado turístico. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001.
SANOVICZ, Eduardo. A Promoção comercial do turismo brasileiro no exterior: o caso da reconstituição da Embratur. São Paulo: USP; ECA, 2007.
Tese de Doutorado.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Formação cultural como
vetor de talentos para o
turismo
Leila Serra Menezes Farah de Araújo
Especialista em Gestão de Pessoas e em Desenvolvimento e Aperfeiçoamento
do Capital Humano, master em Atendimento ao Cliente e em Etiqueta
Profissional Internacional e membro do Conselho de Turismo da CNC
Estratégias de inteligência competitiva em serviços
pressupõem o conhecimento de qual a performance a
ser adotada ao se atender o cliente de qualquer origem.
Conhecer a cultura do cliente vai muito além do foco no
cliente. Para encantá-lo e fidelizá-lo, é preciso conhecer o
seu foco.
H
oje, moramos em um mundo sem distâncias.
Comercializamos bens e serviços em todos os
países. O seu cliente pode estar ali em Vladivostok.
Os seres humanos são plurais. São muito diferentes. Variam na altura, na cor da pele, na forma
de sua estrutura física e em muitas outras características. Diferimos uns dos outros em nossos
valores, crenças religiosas, hábitos diários, no estabelecimento dos laços familiares e de amizades,
no modo como assumimos os papéis de gênero
e em tantos outros aspectos. São diferentes maneiras de existir socialmente.
Diferenças também subjetivas: gostos, preferências, aceitações e o que banimos. Nosso mundo
simbólico resulta em diferentes possibilidades de
nos relacionarmos com o outro, o que aceitamos ou
observamos – a postura corporal, a gestualidade, as
31
Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
cores e a vestimenta. A humanidade tem alcançado
grandes feitos, mas nem sempre os melhores. A cultura não pode ser analisada como uma ciência experimental em busca de normas padronizadas, mas
sim interpretativa e formatada em seus símbolos.
Essa pluralidade cultural é um universo de saberes, conceitos, afirmações, pensamentos. Humanos
desenvolvem modos de vida diferentes, opostos e,
muitas vezes, conflitantes. Isso sem falar naquelas
diferenças que existem entre povos de uma mesma
nação. Assim como dominamos o átomo, precisamos
também controlar nossos preconceitos.
Os profissionais das áreas de serviços turísticos
lidam com essas diferenças a todo o momento. Fazse necessário um grande e meticuloso treinamento
técnico para que o profissional, percebendo o aspecto cultural do turista/cliente, identifique seu modo
de pensar, agir e consumir. As formas de convívio
com as diferenças humanas compõem uma rede
estratégica para a execução da operacionalidade de
serviços de excelência.
Não nascemos prontos para conviver com as diferenças. Ao contrário, precisamos de ensinamentos.
Segundo Freire (FREIRE, P. Pedagogia da autonomia.
31. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005), humanos são seres histórico-sociais, num permanente movimento de busca, porAs formas de convívio
que têm a consciência do mundo
com as diferenças
e a consciência de si como seres
inacabados e inconclusos. O vir a
humanas compõem uma
ser de fato humano passa pela
rede estratégica para
convivência e pela aprendizagem
a operacionalidade de
com culturas diferentes.
serviços de excelência
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
A excelência na prestação de
serviços é um diferencial na hospitalidade comercial. É um instrumento de sucesso na interação
entre profissional e cliente. Para
esse resultado, o conhecimento
da cultura do cliente é vital para
uma performance respeitosa e
que atenda a seus valores, e comercialmente positiva na venda
de produtos e serviços de que a
empresa dispõe e na satisfação
e no encantamento pelo serviço
prestado. O resultado de sucesso
só pode acontecer verdadeiramente se participamos de um
mundo cultural, se partilhamos
socialmente, se entendemos os
pensamentos, comportamentos e valores de cada
um. É fundamental estarmos atentos aos diferentes
perfis de nossos clientes, a suas necessidades e desejos e ao seu cotidiano. A demonstração do conhecimento do universo de pensamento indica respeito e
favorece a postura de disponibilidade para o serviço.
As culturas humanas organizaram-se e criaram
seus códigos para viver em sociedade. Decidiram
como usufruir do tempo livre, definiram as participações no mercado de trabalho, definiram como
vender o que produzem, lidar com suas economias,
educar seus filhos, enterrar seus mortos, festejar e
demonstrar seu descontentamento. A pluralidade
cultural indica, antes de tudo, um acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de todos nós.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Assim, o convívio com o outro, com o diferente, pode
enriquecer e desenvolver nossa condição humana. É
um longo aprendizado o conviver com as diferenças,
mesmo que elas afetem nossas convicções. No convívio respeitoso, fraterno e democrático, a pluralidade
cultural pode se afirmar com toda a sua possibilidade
de nos ensinar outros pontos de vista.
Apenas para exemplificar, apontaremos um dos vários itens do universo cultural do cliente que deverá ser
de total conhecimento do profissional: a alimentação
– necessidade básica do ser humano. É um tema de
grande importância, para o qual o profissional deverá
estar preparado, surpreendendo o cliente. As escolhas
alimentares estão associadas a diversas influências de
ordem social, cultural e histórica, além do campo biológico. As influências culturais indicam os alimentos
aceitos ou proibidos e traduzem os significados da
vida de um grupo. Há também aqueles vinculados a
conceitos e práticas religiosas, heranças familiares e
hábitos do cotidiano de uma comunidade. Os rituais de
organização alimentar, de degustação, de formatação
e de organização à mesa traduzem um histórico social
e antropológico.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
O que é considerado alimento sagrado em determinada sociedade pode ser considerado profano em
outra. Cada cultura apresenta um modelo que determina o abate, o corte, o preparo, o porcionamento,
o servir e o degustar. O valor cultural do alimento
resulta de representações herdadas durante séculos.
Símbolos e rituais, linguagem corporal, enfim, um
cabedal de informações que os profissionais de atendimento ao cliente precisam conhecer. A utilização
da diplomacia na saudação das datas especiais de
cada grupo religioso é um dos itens que os clientes
mais observam.
Estudos sobre a influência da cultura do cliente no consumo de bens e serviços estão em grau
de grande importância nas ciências humanas, no
marketing e na economia. Nos EUA e na Europa esse
tema constitui interesse de estudo desde 1970. No
Brasil, a Academia se debruçou sobre ele desde 2000.
A Copa do Mundo, as Olimpíadas, enfim, os megaeventos propiciarão ao Brasil uma grande oportunidade de se expor perante o mundo. E não podemos
nos esquecer do pré-evento, pois os jornalistas e as
comissões chegam e se instalam um ano antes do
início do campeonato.
As empresas e seus setores de recursos humanos
precisam ir além de suas próprias fronteiras, para
desenvolver e especializar seus colaboradores. É preciso propiciar a construção de novas performances
profissionais e também de um ser humano ade-
As empresas e seus setores de recursos humanos
precisam ir além de suas próprias fronteiras, para
desenvolver e especializar seus colaboradores
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
quado às necessidades produtivas e aos interesses
mercadológicos.
Para tal, é primordial transformar informação em
conhecimento; e este deve ser articulado e internalizado, para se tornar base de conhecimento de cada
talento humano. O que vimos nas Copas e nas Olimpíadas anteriores é que as empresas fizeram uma
reengenharia e se tornaram knowledge-creating
companies (empresas que geram conhecimento). O
resultado foi a organização e a especialização de seu
capital intelectual, o que proporcionou vantagens
competitivas e a capacidade de criar e proporcionar
valores de qualidade superior.
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O turismo e a realidade
virtual
Aimone Camardella
Diretor da Câmara de Consultores e Associados, professor, escritor e membro
do Conselho de Turismo da CNC
Dizem que o mundo se tornou um pequeno
condomínio, pelas facilidades proporcionadas pelo
desenvolvimento da tecnologia informal, o qual permite
o conhecimento e o relacionamento com os mais
distantes pontos da Terra.
D
essa forma, não é preciso sair de casa, pois,
através do computador, são obtidas informações geográficas, gráficas, históricas, especificamente localizadas, com o uso de satélites que nos
permitem apreciá-las comodamente, sentados
numa poltrona, num ambiente confortável. De
fato, tudo isso está se tornando uma realidade virtual, de modo que, às vezes, perguntamo-nos: até
onde e até quando este mundo vai se desenvolver
dessa forma?
Talvez pudéssemos chamar de turismo virtual
essa forma de conhecimento no condomínio Terra.
Mas, embora a mente humana seja extremamente evolutiva, o outro lado do ser humano é
irrequieto: ele não se contenta em ver, simplesmente, na tela do computador não só toda a beleza da natureza, propriamente dita, mas também,
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
e principalmente, o artificialismo cada vez maior
nessa natureza.
E ele, o ser humano, lança-se para constatar,
in loco, aquela realidade virtual com seus olhos
curiosos, vaidosos, perspicazes e ambiciosos.
E o turismo real não para, e não pode parar,
diante de tantas características positivas e negativas do ser humano.
À custa desse turismo real, desenvolvem-se os
meios mais sofisticados para satisfazer a procura
pelos locais turísticos mais belos e mais atrativos.
Citam-se, por exemplo, os meios de transporte, a
indústria hoteleira, o comércio visando o turista, os
divertimentos, enfim, todo um conjunto de meios
que têm por fim, antes de tudo, o lucro dos intervenientes desse movimento.
Com relação aos meios de transporte, por exemplo, há que se considerar a ânsia dos turistas em
atingir os pontos previstos em sua programação,
estabelecida após a consulta de uma série de catálogos, os quais, divulgando de maneira atrativa
e detalhada, podem ser considerados como com-
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plementos gráficos daquela reaQuanto à indústria
lidade virtual já citada.
Muitos pretensos turistas, hoteleira, a falta de
entretanto, não têm essa visão
conhecimento dos turistas,
holística do problema e não proàs vezes, provoca alguma
gramam técnica e convenientemente cada viagem, recorrendo, decepção, quando a
às vezes, somente aos agentes de opção é feita sem escolha
viagem, que os orientam tanto
propriamente dita
quanto possível.
Quanto à indústria hoteleira, a
falta de conhecimento dos turistas, às vezes, provoca
alguma decepção, quando a opção é feita sem escolha propriamente dita, baseada em dados de catálogos e em consulta direta ao hotel a ser selecionado.
O mesmo se poderia dizer em relação ao comércio e aos divertimentos, pois todo turista, sem dúvida,
procura tirar o máximo proveito de sua viagem. E
atualmente, com a moderna tecnologia, é fácil estabelecer planejamentos que atendam aos desejos
de cada um.
Nesse particular, ainda poderia ser citada uma
faixa de interessados que procuram fazer do turismo
um meio de comerciar mercadorias, adquirindo-as
nos países visitados e vendendo-as em seus países.
Evidentemente, isso não tem um fundamento legal,
mas, infelizmente, vem acontecendo com a interveniência até de algumas autoridades inescrupulosas.
Mas tudo leva a crer que a própria tecnologia há de
elaborar – e o vem fazendo – meios coercitivos de
tais ações.
Aqui poderiam ser incluídos não só os turistas
propriamente ditos, mas também a juventude e/ou
os adultos que procuram outros países para aumen-
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O turismo e a realidade virtual exercem um papel
cada vez mais importante na vida dos povos
tar seus conhecimentos, realizando seus programas
turísticos nas horas de lazer.
É muito comum uma família avaliar que seus
filhos devem procurar outros países, com suas famosas universidades ou cursos especializados, onde
possam não apenas aprender a língua local, mas
também adquirir outros conhecimentos, bem como,
por via de consequência, fazer um pouco de turismo.
Que isso sirva de exemplo para que o nosso país
também se torne um Centro de Atração Educacional.
Como se vê, o turismo e a realidade virtual exercem um papel cada vez mais importante na vida dos
povos, mesmo entre os mais pobres, que se deslocam
de suas origens para ganhar a vida.
Em qualquer das atividades acima citadas, esse
deslocamento da humanidade, de uma forma ou de
outra, é um fator de progresso, pois tais contingentes muitas vezes se radicam nesses países visitados,
aumentando sua força de trabalho .
No ensino superior há uma ciência centralizada
no estudo do turismo chamada Turismologia. Embora não haja uma definição única do que seja turismo,
as recomendações da Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas o definem como “as atividades
que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por
um período de tempo inferior a um ano consecutivo,
com fins de lazer, negócios e outros”.
Turista é um visitante que se desloca voluntariamente por período de tempo igual ou superior
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a 24 horas para local diferente da sua residência
e do seu trabalho, sem que tenha por motivação a
obtenção de lucro.
Desde a antiguidade, sempre houve grandes deslocamentos caracterizados por finalidades diferentes,
como cultura, diversão, religião e desporto, na Grécia
Antiga; visitas a águas termais (como as termas de
Caracalla), no Império Romano; ou grandes peregrinações, como o Turismo Islâmico de Hajj, para
Meca, etc.
Na Idade Moderna, apareceram os primeiros alojamentos com o nome de Hotel (palavra francesa
que designava os palácios urbanos).
Com as viagens das grandes personalidades
acompanhadas de seus séquitos, surgiram comitivas cada vez mais numerosas, e se tornou impossível
alojar todos nos palácios, ocorrendo a criação de
novas edificações hoteleiras.
Mas pode-se dizer que foi na Idade Contemporânea, com a Revolução Industrial e a consolidação da
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burguesia, que aumentaram os recursos econômicos
e o tempo livre para se viajar.
Para finalizar, vale lembrar que, de acordo com
a Organização Mundial de Turismo (OMT), em 2010
aconteceram 917 milhões de chegadas de turistas
internacionais. Os países mais visitados entre 2006
e 2010 são europeus, com a França mantendo o
primeiro lugar já por vários anos.
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O turista e o turismo
Luiz Brito Filho
Advogado, assessor da TurisRio, coordenador do Grupo de Apoio e Fomento
ao Turismo Marítimo e Náutico do Estado do Rio de Janeiro, membro dos
Conselhos Pró-Rio e de Segurança Pública, Ética e Cidadania da ACRJ, e do
Conselho de Turismo da CNC
Viajar é conhecer o mundo, participar de outros
costumes, sentir as emoções do belo divino e
contemplar as grandes obras do Homo sapiens desde
a sua criação.
S
er turista não é só mudar de local durante algum tempo, e apenas às vezes, para esquecer os
problemas ou como forma de repousar.
Ser turista é programar-se para adquirir valiosos
conhecimentos, quando em presença das grandes
obras humanas, absorvendo os fluidos que elas emitem, cheias de intenso valor arquitetônico e infladas
de arte, cultura e tecnologia, sempre evolutivas no
tempo e no espaço.
O turismo, considerado um dos movimentos humanos mais ecumênicos, tornou-se um fenômeno
atípico da sociedade contemporânea, porquanto se
desenvolve sem a preocupação das diferenças raciais,
religiosas ou políticas.
São tantas as raças, as cores, as religiões, os preconceitos, as legislações, enfim, tudo envolvendo o
ser humano, que sempre usou o seu livre arbítrio e
a sua inteligência para se desenvolver.
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Nas relações internacionais que inquietam e divorciam os homens, o turismo tem se mostrado o
melhor instrumento de adoção do espaço global
sem fronteiras.
O planeta Terra é um palco infinito, com um
número infinito de cenas e atores, num movimento
contínuo de ações e interações, em que o pequeno
ser humano se destaca, procurando materializar a
natureza, com sua capacidade de Homo sapiens.
Embora tais virtudes sejam tão profundas, esse
ser humano usufrui de sua vaidade e de sua prepotência para se impor a seus semelhantes, criando
conflitos e guerras trágicas, que ferem a sua dignidade e causam a destruição de suas próprias obras
nesse palco infinito. Mesmo assim, tem conseguido
evoluir, porém sempre sujeito às reações da natureza,
talvez sentindo os efeitos dessa evolução sobre os
seus domínios.
É esse o cenário que o turismo permite constatar
in loco, sempre que possível, da bela e majestosa
natureza, como foi e como é atualmente. Para comprovar essa assertiva, basta relacionar algumas das
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Maravilhas do Mundo Antigo, do Mundo Medieval
e do Mundo Moderno
Ser turista, portanto, é sentir as emoções históricas ao vivo, agitando suas redes neurais para colaborar, quem sabe, no desenvolvimento da natureza.
Ser turista é acompanhar a evolução da tecnologia criada pelo homem, que se transportava pelos
mares nos grandes veleiros, em busca de novas descobertas e conquistas, e hoje percorre esses mares
em modernos navios de cruzeiros.
Ser turista é atravessar continentes em possantes
aviões, mudando de fusos horários, climas e culturas
em poucas horas.
É justamente pelo movimento gerado pelos turistas, interna e externamente, que o turismo vem
mantendo um ritmo ascendente em todas as regiões
do mundo, exceto no Oriente Médio e no norte da
África, devido à instabilidade política nessas regiões.
No 52º Congresso da Organização Mundial de
Turismo (OMT), realizado em Assunção, no Paraguai,
e que contou com a presença de todos os paísesmembros das Américas, foram colocadas em discussão estratégias com a finalidade de se buscar
a melhoria da qualidade de vida em todo o continente, usando o turismo como polo indutor de
desenvolvimento.
O secretário-geral da organização, Taleb Rifai, comemorou Ser turista é atravessar
os números do turismo mundial
continentes em possantes
em 2010, informando, na ocaaviões, mudando de
sião, que houve um crescimento
de 7% em relação ao ano ante- fusos horários, climas e
rior. O número de desembarques
culturas em poucas horas
chegou a cerca de 940 milhões,
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
gerando uma receita de US$ 918 bilhões, sendo que,
em nosso continente, o crescimento foi de 10%.
Outra constatação foi vermos a China se consolidando como principal mercado em expansão,
tomando a posição da Espanha e ficando próxima
de Estados Unidos e França.
Temos de levar em consideração que essa expansão, envolvendo números de turistas e os números
gerados pela economia do turismo, tem outra face,
a saber, os impactos culturais e sociais sofridos pela
comunidade envolvida no atrativo turístico, os quais
merecem ser avaliados. Se, por um lado, é bom para
a localidade a visitação dos turistas, porque gera
renda em diversas atividades econômicas, por outro,
se não houver um cuidadoso planejamento, gestão
e monitoramento da prática turística, a invasão de
turistas na localidade pode acarretar diversos problemas, como, por exemplo, a perda das tradições
e dos costumes, a aculturação, problemas de saneamento básico, problemas crescentes com drogas,
prostituição, violência, etc.
Desse modo, a população vai passar a rejeitar o
visitante, e este, por sua vez, vai optar por outro ponto turístico, acarretando a queda
da economia do local. Chega-se à
O turismo interno ou
conclusão de que, para o turismo
doméstico e o turismo
ser sustentável, é preciso que se
externo ou internacional
tome conhecimento dos impactos
sofrem muitas oscilações,
negativos que existem na prática
e das medidas necessárias para
de acordo com o
evitá-los ou minimizá-los.
comportamento geral
Quanto maior o desenvolda economia e com o
vimento turístico das atrações,
desequilíbrio cambial
maior a probabilidade de que
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
elas ultrapassem sua capacidade de carga. Entretanto, não existe um limite claramente definido
para ela, uma vez que a capacidade de um atrativo,
de uma área ou de um local depende de elementos culturais e naturais, que variam tanto espacial
como temporalmente.
O turismo interno ou doméstico e o turismo externo ou internacional sofrem muitas oscilações, de
acordo com o comportamento geral da economia e
com o desequilíbrio cambial. Por exemplo, a valorização da moeda nacional em relação ao dólar reduz os
custos das viagens internacionais e favorece a busca
por destinos internacionais. Tal situação é, neste
momento, vivida pelo turismo brasileiro, pois estamos operando muito mais no exportativo. Devemos,
ainda, lembrar que temos somente uma empresa
aérea operando o transporte aéreo de longo curso.
Quanto aos atrativos, o Brasil possui belezas naturais, arquitetônicas, históricas e culturais magníficas, mas estamos longe de competir com os principais mercados.
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O Brasil ainda se debate com questões básicas de
infraestrutura, como a falta de sinalização e a péssima conservação das estradas, a violência urbana
e problemas de limpeza. Além disso, do ponto de
vista do turismo internacional, o País tem poucos
profissionais que falam outros idiomas e carece de
profissionais especializados.
O mais importante é entendermos que o turista
e o turismo têm, hoje, uma forte participação no
mercado de geração de emprego e renda, e, para
tanto, temos de sair do discurso e nos preparar para
sermos um competente mercado receptivo.
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Estratégia: a capacidade
empreendedora
Romulo Garrido
Consultor em Gestão e Empreendedorismo
Criatividade, novas estratégias para o mercado em
expansão e a aceitação de novos desafios no setor vão
alimentar a união do turismo com a sustentabilidade.
E
stamos a poucos passos de dois grandes eventos esportivos e, não obstante, temos atividades diárias que, se não forem abordadas na atual
conjuntura, serão reflexo de vergonha e frustração.
Nosso país tem atraído turistas de todas as partes
do mundo e mal conseguimos disfarçar nossas fragilidades. Com isso, não ultrapassamos a barreira
do 5,5 milhões de visitantes estrangeiros. Segundo
o site Melhores Destinos, foram registrados, no ano
de 2010, 7.170 queixas envolvendo problemas com
bagagens, o que nos obriga a adotar estratégias
que ponham fim aos serviços mal prestados.
À medida que caminhamos para o tão sonhado
desenvolvimento, não podemos deixar de lado o fato
de que ele tem de prever o crescimento sustentável,
o futuro, rupturas de padrões, melhores treinamentos, gestão, a fim de garantir o melhor desempenho.
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Quando abordamos o termo gestão, não imaginamos o quão abrangente e inovador ele é, mas imaginamos, na ótica de gerações anteriores, maiores
controles ou imposição de medidas coercitivas. Na
verdade, no século XXI os países pós-capitalistas
devem se ater a esse tema com mais cautela e observar que precisamos de estratégias para remodelar
nossas atividades, pois temos sérios problemas que
nos dificultam o crescimento.
Precisamos de medidas que estimulem o profissional a desenvolver suas habilidades e permitam
implantar novos modelos conectados aos ambientes
interno e externo, com flexibilidade e controle, reduzindo os reflexos provocados pela desqualificação da
mão de obra. Esta, por sua vez, não deve ser somente
recrutada e selecionada, mas sim treinada com princípios de base, de educação e de responsabilidade
profissional. Obter coach para essas tarefas ajuda na
estratégia e faz com que se defina
a missão diária dos operadores,
A verdadeira motivação
para que se lembrem em tempo
para as mudanças
integral do compromisso profisserá encontrada
sional. As rupturas de padrão são
quando as estratégias
para marcar uma grande alteração na cultura da América Latina,
de governo forem
e não devem ocorrer como no
alteradas para modelos
cenário político, que sempre obde participação da
tém pequenas variações dentro
sociedade e contribuição
dos padrões.
no uso das habilidades
Além das estratégias de gestão,
as grandes mudanças no cenário
empreendedoras
econômico
tenderão a buscar
escondidas em muitos
criatividade, que traduzimos em
jovens que aqui habitam
inovação, na adaptação do siste-
50
Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
ma de informação adequado às necessidades do
cliente, via web, com serviços que sejam remodelados conceitualmente, dando ênfase aos novos benefícios à sociedade. De fato, a inovação de nada serve
sem benefícios na prestação dos serviços.
Supostamente, enfrentaremos dificuldades para
a inserção de novos modelos, pois temos ainda, arraigados em nossa cultura, traços de continuidade
e estabilidade, com uma classe empresarial que se
conforma em manter as condições atuais. A verdadeira motivação para as mudanças será encontrada
quando as estratégias de governo forem alteradas
para modelos de participação da sociedade e contribuição no uso das habilidades empreendedoras
escondidas em muitos jovens que aqui habitam.
A ideia de parceria, de aprender e ensinar, fará
com que as relações deixem de ser simplesmente
mecânicas e tragam ao palco de nossa realidade
as investidas em relacionamentos que contribuam
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para o bem-estar de todos, sendo sadio o amadurecimento de novas ideias, a discussão e a explanação de experiências que incrementem o processo
de evolução do nosso país. Assim, nas novas curvas
de aprendizagem e ensinamento, as aulas de criação farão surgir tendências nos novos cenários, que,
consequentemente, precisam ser transmitidos para
outros, dando notoriedade a uma continuidade que
sirva de espelho e trampolim para o surgimento de
novas metodologias, fazendo com que o conhecimento não fique somente nas mãos de poucos. E o
turismo, como cadeia de serviços, poderá ser propulsor dessa tendência e necessidade do mercado atual.
Vemos uma perspectiva de aumento de faturamento com o turismo, mas não criamos ferramentas
para essa alavancagem. Temos 75% do faturamento
em turismo no Brasil voltado para as viagens de
negócios e eventos. E sabemos que esse percentual
vai crescer. Com esse crescimento, até as empresas
de logística deverão reformular sua atuação, pois
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Temos de dar sentido ao ato de prestar excelentes
serviços, colocando, no lugar de boas intenções,
os resultados, trazendo à tona benefícios e
mudanças no comportamento social e cultural
mais barreiras serão criadas para os viajantes nos
centros urbanos, novos problemas, variando entre a
dificuldade de se chegar até o cliente e a dificuldade
na circulação de mercadorias.
Hoje, não conseguimos satisfazer quem espera
o Just in Time ou o Suplly Chain por alterações no
cenário urbano. Temos de nos readequar para poder
entregar o que é esperado, a fim de poder satisfazer
os clientes. Temos de usar todas as ferramentas de
informação e tecnologia para habilitar novos canais
entre as empresas. Para isso, precisamos de subsídios,
investimentos do governo e, principalmente, parceria, pois o que de fato queremos é melhor qualidade
de vida para todos os cidadãos e gerar demanda
organizada, pensada e instruída para um futuro que
já começou.
Viajar, hoje, é um movimento mundial, numeroso e ilimitado, que depende primordialmente de
serviços bem prestados. Com tal infinidade de possibilidades, fazer o básico é contagem regressiva
para o insucesso. Os questionamentos são variados,
mas sempre remetem a fatores humanos, de gestão
e tecnologia. Empreender requer motivação para
superar o lado obscuro das atividades que não promoveram benefícios significativos para a sociedade.
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
Temos de dar sentido ao ato de prestar excelentes
serviços, colocando, no lugar de boas intenções, os
resultados, trazendo à tona benefícios e mudanças
no comportamento social e cultural.
Verdadeiramente, tem de ser de todos a preocupação em querer o melhor e em conciliar recursos
para criar o futuro, algo que ainda não foi interpretado com integridade pelos que assumem a postura
de gestão, mas se embaralham nos conceitos e perdem o foco, para apagar incêndios diários.
O turismo vai precisar se reinventar em um futuro
breve, e a base será a inovação sustentável e a busca
incessante para atender às expectativas de viajantes
cada vez mais exigentes e conectados.
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Membros do
Conselho de Turismo
AIMONE CAMARDELLA
Diretor da Câmara de
Consultores Associados
Professor e escritor
ALEX CANZIANI
Deputado Federal pelo Estado do Paraná
Titular da Comissão de Educação e
Cultura da Câmara dos Deputados
Ex-Presidente da Frente Parlamentar de
Turismo da Câmara dos Deputados
ALFREDO LAUFER Consultor Empresarial de
Turismo e professor da FGV
ALLEMANDER J. PEREIRA FILHO
Brigadeiro R1 e Ph.D.
Diretor da Aircon – Consultoria
de Aviação Civil Ltda.
Ex-Diretor da Anac e ex-Diretor do DAC
ANTONIO HENRIQUE BORGES DE PAULA
Gerente de Projetos Estratégicos
do Senac-DN
Ex-Secretário de Estado de
Turismo de Minas Gerais
ANTONIO PAULO SOLMUCCI JÚNIOR
Presidente da Associação Brasileira
de Bares e Restaurantes (Abrasel)
ANTONIO PEDRO VIEGAS
FIGUEIRA DE MELLO
Secretário Municipal de Turismo
do Rio de Janeiro e
Presidente da RioTur
ARNALDO BALLESTÉ FILHO
Diretor-Vice-Presidente do
Touring Club do Brasil
AROLDO ARAÚJO
Diretor-Presidente da Aroldo
Araújo Propaganda
ARTHUR BOSISIO JUNIOR
Ex-Assessor de Relações
Institucionais do Senac-DN
ASPÁSIA CAMARGO
Deputada Estadual do Rio de Janeiro
Ex-Secretária Executiva do
Ministério do Meio Ambiente,
ex-Presidente do Ipea e ex-Assessora
Especial da Presidência da República
BAYARD DO COUTTO BOITEUX
Diretor-Geral dos Cursos de Turismo
e Hotelaria da UniverCidade
Presidente do site Consultoria
em Turismo-Bayard Boiteux
BEATRIZ HELENA BIANCARDINI SCVIRER
Pesquisadora e Redatora
do Arquivo Nacional
Ex-Técnica de Eventos da Embratur
CAIO LUIZ DE CARVALHO
Diretor-Geral da EnterEntertainment & Experience do grupo
Bandeirantes de Comunicação
Ex-Presidente da São Paulo
Turismo S/A (SPTuris)
Ex-Presidente da Embratur e
ex-Ministro de Estado
do Esporte e Turismo
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
CARLOS ALBERTO AMORIM FERREIRA
Conselheiro e Ex- Presidente da
Associação Brasileira das Agências
de Viagens (Abav Nacional)
CARLOS ALBERTO RAGGIO DAVIES
Diretor de Turismo e Hotelaria
do Instituto Internacional
de Desenvolvimento Gerencial
CARMEN FRIDMAN SIROTSKY
Conselheira do Clube de
Engenharia do Rio de Janeiro
CLAUDIO MAGNAVITA CASTRO
Vice-Presidente da Abrajet Nacional
Presidente do Jornal de
Turismo - Aver Editora
CLEBER BRISIS DE OLIVEIRA
Gerente-Geral do Royal Rio Palace Hotel
CONSTANÇA FERREIRA DE CARVALHO
Diretora da C&M – Congresses and Meetings
Ex-Presidente da Associação Brasileira
de Empresas de Evento (Abeoc/RJ)
DALTRO ASSUNÇÃO NOGUEIRA
Ex-Presidente da Câmara
Empresarial de Turismo
da Federação do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo do Estado de Minas Gerais
Tradicional Agente de Viagens
de Belo Horizonte
DIRCEU EZEQUIEL DE AZEVEDO
Jornalista representante do
Brasilturis no Rio de Janeiro
EDUARDO JENNER FARAH DE ARAUJO
Diretor-Presidente do Grupo Instituto
de Estudos Turísticos do RJ (Ietur)
FAISAL SALEH
Secretário de Estado do Turismo do Paraná
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GENARO CESÁRIO
Consultor de Turismo –
Representante da Federação
do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado do Amazonas
GEORGE IRMES
Presidente da Associação Brasileira
de Agências de Viagens (Abav/RJ)
2º Vice-Presidente do Sindicato das
Empresas de Turismo do Estado do
Rio de Janeiro (Sindetur/RJ)
Professor de Turismo da UniverCidade
e da Universidade Estácio de Sá
GÉRARD RAOUL JEAN BOURGEAISEAU
Diretor de Relações Institucionais da Rede
de Hotéis Windsor, ex-Presidente da
RioTur e ex-Presidente do Rio
Convention & Visitors Bureau
GILSON CAMPOS
Editor da Revista do Turismo
GILBERTO F. RAMOS
Presidente da Câmara BrasilRússia de Comércio,
Indústria & Turismo
GILSON GOMES NOVO
Diretor do Grupo Águia e
Coordenador no Grupo
para a Copa do Mundo de 2014
Ex-Presidente do Amadeus
GLÓRIA DE BRITTO PEREIRA
Ex-Diretora de Marketing da RioTur
GUILHERME PAULUS
Presidente do Conselho de Administração
do grupo CVC e membro representante
da Presidência da República no
Conselho Nacional de Turismo
HARVEY JOSÉ SILVELLO
Consultor, representante do
Lions Internacional
Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
HÉLIO ALONSO
Presidente da Organização Hélio
Alonso – Educação e Cultura
HORÁCIO NEVES
Diretor e Editor do Brasilturis Jornal
ISAAC HAIM
Presidente Honorário – Skal
Internacional/Brasil
ITAMAR DA SILVA FERREIRA FILHO
Diretor-Presidente da Ponto
Forte Segurança Turística
JOÃO CLEMENTE BAENA SOARES
Embaixador
Ex-Secretário-Geral da Organização
dos Estados Americanos (OEA)
Membro da Comissão Jurídica
Interamericana da OEA, com
sede na Colômbia;
da Academia Brasileira de Filosofia; do Pen
Clube; e do Conselho Técnico da CNC
JOANDRE ANTONIO FERRAZ
Sócio de Joandre Ferraz
Advogados Associados
Advogado da Abav/SP, da Abremar, da
Fecomércio-SP e do Sindetur/SP
Ex-professor de Direito
Empresarial da FGV/Eaesp
Ex-Diretor de Planejamento da Embratur
JOÃO FLÁVIO PEDROSA
Presidente da Sociedade
Náutica Brasileira (SNB)
Presidente do Movimento Asas da Paz
JOMAR PEREIRA DA SILVA ROSCOE
Jornalista, publicitário e Presidente da
Associação Latino-Americana de
Agências de Publicidade (Alap)
JONATHAN VAN SPEIER, Ph.D
Professor da FGV e da University
of Southern California
JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA
Presidente da New Century
Technology do Brasil Ltda.
Ex-Superintendente da Varig
JOSÉ GUILLERMO CONDOMÍ ALCORTA
Presidente da Panrotas Editora Ltda.
JOSÉ HILÁRIO DE OLIVEIRA E SILVA JÚNIOR
Advogado e Diretor da AL
Viagens e Turismo Ltda.
JORGE SALDANHA DE ARAÚJO
Membro Conselheiro da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI)
Jornalista credenciado na
Presidência da República,
no Ministério das Relações
Exteriores, no Ministério
da Justiça e no Senado Federal, Brasília, DF.
LEILA SERRA MENEZES FARAH DE ARAÚJO
Diretora do Grupo Instituto de
Estudos Turísticos do RJ (Ietur)
LEONARDO DE CASTRO FRANÇA
Presidente do Touring Club do Brasil
LUIZ STRAUSS DE CAMPOS
Ex-Presidente da Associação
Brasileira de Agências
de Viagens (Abav/RJ)
LUIZ BRITO FILHO
Assessor de Relações
Institucionais da Turisrio
e Especialista em Portos e Aeroportos
LUIZ CARLOS BARBOZA
Sócio Principal da Consultoria
Organizacional LBC
Ex-Diretor Técnico do Sebrae Nacional
LUIZ GUSTAVO MEDEIROS BARBOSA
Coordenador do Núcleo de Turismo
da Fundação Getulio Vargas (FGV)
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Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
MARCO AURÉLIO GOMES MAIA
Proprietário do Hotel Gloria Garden Suites
Diretor do Macaé Convention
& Visitors Bureau
Diretor da Associação Comercial
e Industrial de Macaé, RJ
Representante da Associação dos
Diplomados da Escola Superior
de Guerra, em Macaé, RJ
Ex-Secretário Executivo de
Turismo de Macaé, RJ
MAURÍCIO DE MALDONADO WERNER FILHO
Coordenador do Curso de
Hotelaria da UniverCidade
Diretor-Presidente da Planet
Work - Empreendimentos
MARGARETH SOBRINHO PIZZATOL
Presidente da Associação Brasileira de
Centros de Convenções e Feiras (Abraccef)
MAURO PEREIRA DE LIMA E CÂMARA
Diretor da Federação das Câmaras de
Comércio Exterior da CNC; membro
Efetivo da Liga de Defesa Nacional; da
Escola Superior de Guerra; da Ordem
do Mérito Cívico; da Academia PanAmericana de Letras e Artes; da Academia
de Letras do Estado do Rio de Janeiro;
da Sociedade Amigos da Marinha; da
Sociedade Memorial Visconde de Mauá
e do Instituto Sanmartiniano do Brasil.
MARIA CONSTANÇA MADUREIRA
HOMEM DE CARVALHO
Advogada – Especialista em
Direito Ambiental
Ex-Diretora do Blue Tree Park Hotel
MARIA ELIZA DE MATTOS
Diretora da Winners Travel
Ex-Presidente do Skal – Brasil
MARIA ERCÍLIA BAKER BOTELHO
LEITE DE CASTRO
Diretora-Geral da Companhia
Caminho Aéreo Pão de Açúcar
MARIA LUIZA DE MENDONÇA
Procuradora da Fazenda Nacional
MÁRIO BRAGA
Diretor da M. BRAGA Representações
e Consultoria Ltda.
Consultor Empresarial de
Turismo e Hotelaria
MÁRIO REYNALDO TADROS
Presidente do Sindicato das
Empresas de Turismo
no Estado do Amazonas
Membro do Conselho da Abav Nacional
MAUREEN FLORES
Pesquisadora
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MAURO JOSÉ MIRANDA GANDRA
Presidente Executivo da Associação Nacional
de Concessionárias de Aeroportos Brasileiros
Brigadeiro-do-AR Reformado e
ex-Ministro da Aeronáutica
MURILLO COUTO
Consultor de Aviação e Turismo
NELY WYSE ABAURRE
Assessora Técnica de Turismo do Senac-DN
NILO SERGIO FÉLIX
Subsecretário de Esporte e Eventos da
Secretaria de Estado do Esporte e Lazer
Ex-Presidente da Turisrio
Ex-Subsecretário de Estado de
Turismo do Rio de Janeiro
NORTON LUIZ LENHART
Vice-Presidente para Restaurantes e
Similares da Federação Nacional de Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS)
e empresário do setor de turismo
ORLANDO KREMER MACHADO
Clube Mutua – Recreação e Lazer
Executivo de Turismo
ORLANDO MACHADO SOBRINHO
Presidente do Movimento da
União para o Progresso do Estado
do Rio de Janeiro (Muperj)
Jornalista e Executivo de Turismo
Novembro/Dezembro 2011 - nº 08
OSWALDO TRIGUEIROS JR.
Ex-Presidente do Conselho
de Turismo da CNC
PAULO ROBERTO WIEDMANN
Consultor Jurídico da Abav
Nacional e da Abav/RJ
Titular da Wiedmann Advogados Associados
PAULO DE BRITO FREITAS
Presidente da Associação Brasileira
de Cooperativas e Clubes de
Turismo Social (Abrastur)
Presidente do Sistema Brasileiro de
Hotéis, Lazer e Turismo (SBTUR)
PEDRO FORTES
Superintendente de Operações
da Rede Tropical Hotels & Resorts Brasil
Ex-Diretor da ABIH Nacional
e tradicional hoteleiro
no Rio de Janeiro
PERCY LOURENÇO RODRIGUES
Jornalista e ex-Presidente da Rio
Sul e Nordeste Linhas Aéreas
RESPÍCIO A. DO ESPIRITO SANTO Jr.
Professor adjunto da Escola Politécnica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Presidente do Instituto Brasileiro
de Estudos Estratégicos
e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo
RICARDO CRAVO ALBIN
Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin
ROBERTA GUIMARÃES WERNER
Diretora do Setor de Curso e
Treinamento Empresarial da
Planet Work Consultoria em
Turismo e Gerente de Eventos
ROBERTO DE ALMEIDA DULTRA
Diretor da GB Internacional
Operadora de Turismo Receptivo
Ex-Presidente da Brazilian Incoming
Travel Organization (Bito)
ROSELE BRUM FERNANDES PIMENTEL
Diretora Comercial da Mais Linhas Aéreas,
Diretora-Secretária da Associação
Brasileira das Agências de Viagens
(Abav/RJ), Diretora da RBF Turismo,
Diretora da R&R Pimentel Consultoria;
Conselheira da Associação
Brasileira de Bacharéis em Turismo
(ABBTUR) e Conselheira da Skal
RUBENS MOREIRA MENDES FILHO
Deputado Federal pelo Estado de Rondônia
Presidente do Sindicato das Empresas
de Turismo de Rondônia (Sindetur)
Ex-Senador da República
SALVADOR CONSTANTINO SALADINO
Presidente da Bito; Vice-Presidente
Financeiro da Abav – Conselho Nacional;
Diretor Financeiro da Abav/RJ; e
membro do Conselho Fiscal do Sindetur/RJ
SAMUEL AUDAY BUZAGLO
Subprocurador-Geral da República,
professor universitário, advogado
Criminalista, membro do Instituto
dos Advogados Brasileiros (IAB) e
do Conselho Técnico da CNC.
SÁVIO NEVES FILHO
Diretor do Trem do Corcovado,
Presidente da Associação Brasileira
de Trens Turísticos Urbanos,
Presidente do Conselho de Turismo da
Associação Comercial do Rio de Janeiro,
Vice-Presidente do Sindicato Nacional
de Parques Temáticos (Sindepat) e
membro do Conselho Nacional de Turismo
SÉRGIO PAMPLONA PINTO
Advogado e ex-Diretor/Assessor
da Presidência da RioTur
SONIA CHAMI
Diretora do Sol Ipanema
Vice-Presidente da Associação Brasileira
da Indústria de Hotéis (ABIH/RJ)
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TÂNIA GUIMARÃES OMENA
Presidente da Associação Brasileira de
Bacharéis em Turismo (ABBTUR Nacional)
VENÂNCIO GROSSI
Consultor da VG – Assessoria &
Consultoria – Aeronáutica Ltda.
Brigadeiro da Aeronáutica e exDiretor-Geral do DAC
VIVIÂNNE GEVAERD MARTINS
Presidente da Associação Brasileira de
Gestores de Viagens Corporativas (Abgev)
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ISSN 2178-910X
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um dos pilares de sua atuação, a CNC abre um espaço de reflexão para
que os maiores especialistas do setor e da área acadêmica possam
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forma efetiva, com a construção de um turismo cada vez mais forte,
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