Caixa reduz juro de imóvel acima de R$ 500 mil de olho na classe A
Transcription
Caixa reduz juro de imóvel acima de R$ 500 mil de olho na classe A
www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br Não é brincadeira Na seara do Google Uma visita às fábricas de brinquedos na China revela um cenário pouco divertido nas relações de trabalho. ➥ P38 Mark Zuckerberg anuncia lançamento do Graph Search, um serviço de “busca social” do Facebook. ➥ P17 Brian Snyder/Reuters PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO OCTÁVIO COSTA QUARTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO, 2013 O ANO 5 | N 849 | R$ 3,00 Caixa reduz juro de imóvel acima de R$ 500 mil de olho na classe A A decisão da Caixa, o maior agente imobiliário do país, amplia as opções para o público de média e alta renda e vai tornar ainda mais acirrada a competição entre os bancos nos segmentos de maior valorização no mercado do Rio e de São Paulo. ➥ P31 Fabio Chiba Gás de xisto vai mudar a matriz de energia do país Para especialistas, o gás é a fonte de combustível que mais crescerá nos próximos vinte anos. ➥ P4 Reajuste de tarifas e da gasolina pode elevar a inflação Economistas dizem que a margem de ação do governo ficou mais curta neste início de ano. ➥ P6 O passo a passo da Piccadilly para dobrar de tamanho Cassio Calil, presidente da gestora do JP Morgan no Brasil: renegociação nos EUA pode gerar instabilidade Fabricante de calçados aposta na modernização da marca e no lançamento de modelos. ➥ P18 Novos outlets vão alegrar quem corre atrás de descontos Estão previstas no decorrer de 2013 inaugurações de vários destes centros de compras em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e outras capitais. ➥ P35 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) JUROS Selic (ao ano) BOLSAS Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres COMPRA 15.1.2013 VENDA 2,0350 2,7153 2,0370 2,7163 META EFETIVA VAR. % ÍNDICES 7,25% -0,57 0,20 0,15 7,11% 61.727,61 13.534,89 6.117,31 Brasil continua atraente para investimentos, diz JP Morgan Banco vislumbra janelas de oportunidades tanto em papéis privados, incluindo a Bolsa, como em títulos públicos, que mantêm a rentabilidade, apesar da queda da Selic de 10,5% para 7,25% no ano passado. ➥ P30 STFinicia2013com Pão de Açúcar já é 732casosparajulgar maior que o Casino Casos pendentes aumentam ano a ano causando preocupação às bancas, que consideram a indefinição prejudicial ao ambiente de negócios. ➥ P12 Com faturamento de ¤ 5,8 bilhões no último trimestre de 2012, a rede de varejo brasileiro supera, pela primeira vez, a matriz do grupo na França. ➥ P16 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Avanço CARTAS ROGÉRIO MORI Professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP) Divulgação Quanto ao artigo de Júlio Gomes de Almeida “O longo caminho de volta” (publicado em 14/1/2013), a grande verdade é que, ao invés de fazer o que é preciso fazer, a indústria brasileira só sabe reclamar do câmbio e dos juros e pedir ao deus Estado proteção contra os “malvados” do mercado exterior. Como sempre há políticos sem consistência, sem visão estratégica, sem capacidade de lidar com a realidade e desejando a perpetuação no poder, a indústria sempre se alia a eles e providencia seu financiamento em troca de proteção mútua. O resultado disso é a reconstrução dos anos 70 do século passado, com vistas aos anos 80. Inflação de 80% ao mês, Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Collor, Plano Verão... Aí vamos nós outra vez. Isso cansa!!! Ermes Lucas Niterói (RJ) OPINIÃO Comercial da Coca-Cola Veiculado nos Estados Unidos A fabricante de bebidas colocou no ar uma campanha publicitária que alerta para os riscos da obesidade, reconhece que os refrigerantes colaboram para o aumento de peso, mas destaca o aumento da oferta de produtos menos calóricos. Retrocesso Divulgação Em referência à matéria “Em crise, Unimed Paulistana corta CEO e reduz diretoria” (publicada em 11/1/2013), realmente a Unimed deixa meio de lado nós que pagamos rigorosamente e com muito sacrifício nossos planos de saúde para ficar patrocinando jogos de futebol, casas de show e outros que nada tem a ver com assistência médica, é só precisar de um especialista para vermos a dificuldade em encontrar. Rosemary de Carvalho Lopes São Paulo (SP) ERRATA Diferentemente do que consta na chamada que complementa o título da matéria "Mercado de franquias avança 15% mesmo com a economia mais fraca", publicada na edição de final de semana 11/12 e 13 de janeiro de 2013, o faturamento das empresas de franquia fechou o ano passado acima de R$ 100 bilhões e não US$ 100 bilhões. Roseane Jatobá Lins Ex-prefeita de Juquiá da Praia (Alagoas) A Justiça Federal decretou a indisponibilidade dos bens da ex-prefeita de Jequiá da Praia , atendendo a recurso do Ministério Público em Alagoas pelo desvio de R$ 230,8 mil repassados pela Fundação Nacional de Saúde para execução de melhorias sanitárias domiciliares. CONECTADO [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia Diet Point Ringtone Slicer Evernote Food Está disposto a seguir uma nova dieta alimentar para manter a boa forma física? Então, não vai resistir ao conteúdo deste aplicativo que traz 150 tipos de dietas, de acordo com a necessidade do usuário. O software apresenta programas para quem quer baixar o colesterol, eliminar toxinas, aderir ao vegetarianismo ou simplesmente perder peso. Dispõe de cardápios e lista de compras. Há vários aplicativos que transformam a canção favorita do usuário no toque de chamada do smartphone, mas poucos permitem editar a faixa de MP3, tocando imediatamente o refrão ou uma parte específica da música. Com esse programa é possível personalizar o ringtone de seu celular, deixando do jeitinho desejado. Para tanto, basta selecionar o ponto exato da faixa e salvar o arquivo. Aplicativo desenvolvido para quem gosta de reviver ou compartilhar experiências gastronômicas bacanas. Com ele é possível registrar fotos de refeições, organizá-las por data, local, ou qualquer outra informação, e ainda incluir títulos, comentários e legendas. Também é possível registrar passo a passo o preparo de receitas e ainda compartilhar o conteúdo nas redes sociais. Grátis Android,iPad,iPhoneeiPodTouch Grátis Android Grátis Android, iPad e iPhone Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização, Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda, E-mail: [email protected] texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br O que vem por aí? O ano de 2012 não foi dos melhores em termos econômicos para o governo brasileiro. Apesar dos seus esforços, os resultados foram decepcionantes em vários pontos e com perspectivas não tão positivas para este ano. Talvez a maior decepção tenha ficado por conta do crescimento econômico. As perspectivas iniciais eram de um crescimento do PIB superior a 3%. A realidade dos fatos, no entanto, se mostrou mais dura nesse sentido: estima-se que o PIB brasileiro tenha crescido em torno de 1%, o que significa que o PIB per capita declinou no ano passado. Dentre os emergentes, o Brasil foi o país que registrou uma das menores taxas de crescimento, tendo ficado atrás dos EUA, cuja economia ainda segue claudicante. As ações monetária e fiscal se mostraram insuficientes para promover uma reação mais robusta da economia brasileira em 2012. Do ponto de vista da oferta, o segmento que mais foi atingido foi a indústria, que amargou um ano muito ruim. Parte desse resultado está conectada com o comportamento da demanda doméstica, mas parte significativa desse fenômeno se deve ao fato de que o real se encontra extremamente apreciado frente às demais moedas, o que afeta duramente a competitividade de vários setores comercializáveis com o exterior da economia brasileira, em particular a indústria. Ao mesmo tempo, a inflação recuou muito menos que o esperado em 2012. O resultado do ano passado mostra que a inflação ainda se encontra muito acima da meta estabelecida para o IPCA, de 4,5%. Contextualizando esse fenômeno sob a ótica dos elementos apresentados anteriormente, é evidente a gravidade do resultado obtido, pois foi obtido considerando-se uma economia estagnada. Sob essa lógica, caso a economia brasileira dê sinais mais concretos de recuperação em 2013, não deve ser descartada a possibilidade de uma inversão na trajetória da inflação e que a mesma volte a exibir uma trajetória de alta, ou seja, a convergência para o centro da meta ainda neste ano é muito pouco factível e as críticas ao Banco Central têm sido muito contundentes acerca do foco da política monetária. Os resultados fiscais de 2012 coroaram um ano complicado do ponto de vista econômico Os resultados fiscais relativos a 2012 coroaram um ano extremamente complicado para o governo do ponto de vista econômico. As metas propostas não iriam ser atingidas e o governo se valeu de artifícios para construir um resultado que se mostrasse compatível com as metas propostas. As críticas às manobras executadas não foram poucas e, com razão, levantaram questões acerca da transparência das contas públicas. Mesmo o real, apesar da depreciação observada no ano, ainda se encontra relativamente distante do patamar considerado adequado para tornar a produção brasileira de bens comercializáveis com o exterior competitiva frente aos demais países. De fato, essa é uma variável econômica extremamente sensível, uma vez que seu comportamento também afeta direta e indiretamente a inflação. Resta saber neste começo de ano o que o governo fará, uma vez que boa parte do arsenal foi utilizado em 2012. De qualquer forma, economistas ao redor do mundo já não traçam um quadro tão favorável para nossa economia em relação às demais. ■ NESTA EDIÇÃO Apoio aos empreendedores Maior site de financiamento coletivo dos Estados Unidos, o Kickstarter conseguiu a soma de US$ 319,7 milhões e garantiu a execução de 18 mil projetos. ➥ P15 Burberry Group fatura mais A maior produtora de artigos de luxo do Reino Unido obteve receita 7% maior no terceiro trimestre fiscal e ultrapassou expectativas de analistas com vendas de US$ 985 milhões. ➥ P25 Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO CLÁUDIO CONZ Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) PEDRO VENCESLAU [email protected] Wilson Dias/ABr Brasil marca presença em convenção de varejo Pesquisa da IBM revelou que 84% dos entrevistados tinham feito a sua última compra em lojas físicas As super sessões da NRF viraram keynote e o primeiro painel desse tipo foi apresentado por Melvin Landes e Alison Lewis da Coca Cola que falaram sobre a grande variedade de produtos da empresa para agradar ao máximo possível de clientes, além de parcerias com a rede Walgreens e com outras varejistas, da preocupação da empresa com a questão da sustentabilidade e a intenção de compartilhar emoções e valores. Alison Lewis explicou o reposicionamento da marca com relação a era mobile e citou, por exemplo, que a própria página da empresa no Facebook não foi criada pela companhia e sim por dois clientes da Califórnia que adoram o produto. A CocaCola ainda apresentou diversos vídeos e ações de marketing que deram certo. Na segunda keynote do dia, Jill Pulleri, da IBM, falou sobre uma pesquisa realizada pela empresa e que revelou que 84% dos entrevistados tinham feito a sua última compra em lojas físicas, mas que apenas 56% deles pretendiam voltar a fazer isso. Outros 9% tinham intenção de fazer a próxima compra on-line e 35% não sabiam qual canal utilizariam. Na sequência, Erik Qualman, autor do livro “Socialnomics” falou sobre como as redes sociais estão influenciando o comportamento de compra dos consumidores. Como nos anos anteriores, a delegação brasileira é uma das maiores do evento. A brincadeira dos bastidores é de que metade da audiência é do Brasil, tanto que pelos corredores só se ouve português. O setor de material de construção está representado nas várias delegações. Trata-se de uma excelente oportunidade para aprendizado e networking. ■ A bomba-relógio de Fernando Haddad Ao decidir indicar aliados de vereadores para todas as chefias de gabinete das 31 subprefeituras de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad pode ter armado uma bomba-relógio. Na gestão de Marta Suplicy, quando esse mesmo modelo foi adotado, petistas de alas rivais “dividiam” a gestão dos bairros. “É muito arriscado lotear a subprefeitura entre representantes de correntes adversárias. Se o chefe de gabinete não é afinado com o subprefeito, o serviço pode ser prejudicado”, alerta Felipe Sigolo, ex-subprefeito de Vila Prudente e Sapopemba. À coluna, um interlocutor do secretário de Coordenação das Subprefeituras, Chico Macena, pontuou que, hoje, todos os 31 subprefeitos da cidade são técnicos de carreira escolhidos pessoalmente por Haddad. Essa solução, porém, é provisória e deve mudar. O risco de que os petistas entrem em guerras fratricidas se torna maior em 2013 em função da eleição direta pelo comando da legenda. ■ Prefeitura diz que exige ficha limpa e história na região Companhia Paulista de Obras e Serviços sob nova direção A prefeitura informa que todas as indicações e sugestões de nomes para chefiar os gabinetes das subprefeituras serão analisadas com lupa. O critério central seria a ficha limpa, o currículo e a história do candidato ao cargo na região em que ele trabalhará. Ex-prefeito de São José dos Campos, o tucano Eduardo Cury deve assumir o comando da Companhia Paulista de Obras e Serviços. Ele era cotado para um cargo maior — Desenvolvimento Metropolitano —, mas seu candidato perdeu a eleição na capital do Vale do Paraíba e o vento mudou. CURTAS ➤ ● O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), que é sósia do personagem Harry Potter, decidiu disputar a presidência do Senado contra o peemedebista Renan Calheiros (PMDB-AL), que é o franco favorito ao cargo. ➤ ● Ação digital da Land Rover convida os consumidores para irem às lojas para verem a continuidade da campanha, como forma de engajar o consumidor na estratégia. ➥ P28 Randolfe, único representante do pequeno Psol no Senado, não estará sozinho em sua cruzada digna de Brancaleone. O senador e ex-ministro Cristovam Buarque (PDT-DF) será seu fiel escudeiro. A decisão da dupla acontece no mesmo momento, que Renan Calheiros começa a ser alvo do fogo amigo no Congresso. A esquerda e o governo militar ➤ ● Land Rover reforça laços com consumidor O articulista Rodrigo Sias avalia o desenvolvimento da esquerda já no regime militar e as ações que acabaram por beneficiar a ascenão do PT. ➥ P39 Ex-prefeito de São Caetano, José Aurichio Júnior, disse em sua posse no cargo de secretário estadual de Esportes e Lazer que seu nome foi escolhido por ser do ABC, e não do PTB. ➤ ● A presidente Dilma Rousseff mandou preparar o avião. Na sexta-feira, ela embarca para o Piauí. PRONTO, FALEI “Qualquer cidadão tem o direito de manifestar sua opinião, contra ou a favor de uma decisão” ➤ ● Existe vida sem Marina Silva. É isso que o Partido Verde tentará provar amanhã em seu programa de 10 intermináveis minutos em cadeia nacional de rádio e TV. ➤ ● Petistas do comando nacional da sigla decidiram não polemizar com os companheiros gaúchos que andam soltando farpas contra os réus do mensalão. Aldo Rebelo Ministro do Esporte, sobre o protesto no Rio contra a demolição do Estádio Célio de Barros ➤ ● Murillo Constantino Esta semana, varejistas de todo o mundo se encontram para a Convenção Anual da National Retail Federation em Nova York, um dos eventos mais importantes para o comércio mundial. O evento ocorre há 102 anos e oferece muitas oportunidades de negócio, aprendizado e networking, além de trazer salão de exposições enormes, repleto de tecnologia e novas soluções. Este ano, todas as sessões serão traduzidas em português, o que mostra a importância da economia do nosso país no cenário internacional e valorização da presença maciça dos brasileiros no evento. Outra novidade é que o pavilhão que recebe os expositores de soluções para o varejo cresceu e terá agora dois corredores. São mais de 450 empresas, além de apresentações dos fornecedores no mesmo auditório em que acontecerão algumas das palestras mais importantes desta edição. A feira proporciona, ainda, um dia inteiro de palestras voltadas ao pequeno e médio varejo. O Brasil tem destaque na programação. No último domingo, Roberto Sampaio, da Marisa, Marcos Gouvêa de Souza e Alberto Serrentino, da GS&MD, falaram sobre consumidores emergentes em países emergentes juntamente com o mexicano Esteban Galindez, do Grupo Elektra. Entre os pontos abordados, os palestrantes falaram sobre o equilíbrio entre preço e satisfação do cliente, a utilização do cross channel e a ampliação do portfólio de serviços. Sampaio ainda explicou como a Marisa está trabalhando cada dia mais o visual e merchandising, além de buscar oferecer ao cliente mais formas de pagamento. A proposta de emenda à Constituição que obriga dirigentes de agências reguladoras a prestar contas anualmente ao Senado está pronta e deve ser a primeira da fila da Câmara depois do recesso parlamentar que termina em fevereiro. 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 DESTAQUE Editado por Ivone Portes e Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] Mercado se anima com leilão para explorar gás de xisto Possibilidade de realização de uma primeira licitação ainda este ano deixou empresários otimistas Cláudia Bredarioli EM ESTUDO [email protected] Desenvolvimento da exploração de gás a partir do xisto começa a conquistar interesse mundial RISCOS DA PRODUÇÃO O aumento do preço do gás natural na América do Norte ainda não foi definido. Atualmente, o fornecimento excede a procura Ainda não se sabe como o desenvolvimento do shale gas irá impactar o investimento em fontes de energia renovável e quanto a regulamentação ambiental das atividades relacionadas a produção deste insumo vai atrair de investimento Com a incerteza de preços, o gerenciamento de custos e riscos de financiamento são as principais prioridades para a indústria O nível de desenvolvimento futuro do gás dependerá de capacidade da indústria para controlar a de reputação e gerenciar a opinião pública, minimizando o impacto ambiental A influência dos fatores políticos em função da mudança na oferta e na demanda na geração de energia mundial causada pela entrada do shale gas no mercado As expectativas sobre a possibilidade de o Brasil passar a fazer parte do rol de países que exploram recursos de gás não convencional ganharam novo fôlego no fim da semana passada, depois que a presidente Dilma Rousseff recomendou ao ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, a realização, ainda neste ano, da primeira licitação específica com essa finalidade. “O Brasil precisa criar um choque de oferta de gás para compor sua matriz energética, que tem necessidade de diversificação”, afirma Ricardo Pinto, responsável pela área de Energia Térmica da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) e Coordenador do projeto +Gás Brasil. “O gás é o combustível que apresenta maior perspectiva de crescimento nos próximos 20 anos. Essa é uma aposta muito feliz ra terá tratamento de destaque do governo”. por parte do governo brasileiro. Segundo o especialista, estimaNo Brasil, conforme explica Ritivas mostram que o Brasil tem cardo Pinto, os principais focos um potencial de recursos recupede extração estão localizados na ráveis em gás não convencional Bacia do São Francisco, e utilizam 200 vezes superior às reservas de tecnologia e matéria-prima basgás disponíveis atualtante semelhantes às mente. “Outra granadotadas nos EUA paGoverno de vantagem está na ra o xisto. “No médio garante que possibilidade de inteprazo, as indústrias área terá riorização da oferta vão precisar de muide gás, que hoje se to mais gás e atualtratamento concentra basicamente há tecnologia de destaque mente na costa, ensuficiente para minino Brasil volvendo altos cusmizar todos os riscos tos de transporte paque esse tipo de exra chegar aos consumidores do intração poderia trazer. É hora de o terior do país”, diz Ricardo Pinto. Brasil se envolver com essa meta, Não à toa, ao ouvir a solicitapor isso criamos o projeto +Gás ção da presidente, Edison Lobão Brasil na Abrace.” lembrou que a viabilização da proOcorre que tanto o mundo dução do gás não convencional quanto as opiniões dos especiaprovocou uma revolução energélistas ainda se dividem quando tica nos Estados Unidos — onde a o assunto é apostar na extração extração é feita especialmente a de gás não convencional como partir do xisto betuminoso —, recurso energético para ser utiliatraiu a atenção do mundo e agozado em grande escala. De um lado, a alta na oferta de gás e xisto betuminoso na América do Norte tem abalado a ordem energética mundial, ao fornecer uma fonte barata de hidrocarbonetos aos países ocidentais. Mas, apesar disso, há previsão de que o Oriente Médio mantenha seu papel central de fornecedor de energia. Ao mesmo tempo, a perspectiva de produção em larga escala de gás não convencional pela Europa, por exemplo, ainda permanece duvidosa. Investidores europeus esperam os Estados Unidos decidirem se vão ou não desenvolver suas capacidades como um exportador para depois avaliarem a viabilidade de investirem na extração por contra própria. Na China, novas parcerias com empresas estrangeiras devem ser formadas, a fim de ajudar a adquirir as habilidades e as tecnologias necessárias para desenvolver e explorar suas reservas de shale gas. ■ PRINCIPAIS RESERVAS ESTADOS UNIDOS Há sinais de que os Estados Unidos estão prestes a se tornar jogador importante no mercado global de gás natural, deixando de ser importador para ser exportador. Atualmente, eles têm atividade de produção de shale gas em grande escala em locais como Pensilvânia, Louisiana e Texas, e com novas reservas descobertas em Marcellus e Eagle Ford Fonte: KPMG CANADÁ Com as fontes convencionais de gás natural em declínio, a indústria do país está se voltando para fontes não convencionais, incluindo o shale gas. O Canadá é o terceiro maior produtor mundial de gás natural, com uma produção média anual de 6,4 trilhões de metros cúbicos. O país é tradicionalmente conhecido por possuir reservas significativas de gás convencional ARGENTINA Levantamento preliminar na América do Sul sugere que os maiores depósitos de shale gas encontram-se na Argentina, no Brasil e na Colômbia. Mas a Argentina é o único país sul-americano que parece ter definido investir na produção em grande escala do insumo, principalmente, na Bacia de Neuquén EUROPA OCIDENTAL Na Europa Ocidental, quantidades consideravelmente grande de shale gas e outras fontes de combustíveis não convencionais podem ser encontradas em países como o Reino Unido, Holanda, Alemanha, França, Escandinávia e Noruega. A atividade de exploração, ainda pequena, está ocorrendo através de joint ventures entre empresas EUROPA ORIENTAL O potencial de desenvolvimento do shale gas da Polônia é alto, enquanto a Turquia e a Ucrânia têm apenas alguma probabilidade. A predominância da Rússia na produção de gás convencional é considerada um obstáculo para as empresas que procuram desenvolver a capacidade de produção do shale gas na região AUSTRÁLIA A Austrália é um dos países mais ricos do mundo quando se trata de fornecimento de gás convencional, e empresas do país também têm feito investimentos significativos na produção de gás de carvão. O shale gas da Austrália está localizado em áreas distantes, tornando ainda mais cara a comercialização CHINA Em 2010, o governo chinês começou a produção de shale gas. Embora não existam estatísticas oficiais, estima-se que a China tenha mais de 1.275 trilhões de metros cúbicos de depósitos do recurso. O produto pode ser considerado a maior fonte chinesa de energia on-shore. E o país está procurando desenvolvê-lo com o objetivo de diminuir a dependência da Rússia e de outras fontes estrangeiras de gás natural Brasil tem potencial para ser grande produtor Se investisse na extração de gás de xisto, país ficaria atrás apenas dos Estados Unidos Estudo da KPMG afirma que o Brasil tem potencial para ser o segundo maior produtor, depois dos Estados Unidos, de gás não convencional, mas destaca que tem havido pouco interesse e falta de investimento na exploração do recurso no país. Segundo a Agência Interna- cional de Energia (AIE), o Brasil aparece em 10˚ lugar entre os países produtores de shale gas no mundo com reservas estimadas de 226 trilhões de metros cúbicos. Depois dele, aparecem apenas a Polônia e a França. Nas três primeiras posições estão a China (1.275 trilhões de metros cúbicos), os Estados Unidos (8620) e a Argentina (774). “O shale gas está tornando o mercado mundial de energia mais competitivo e ampliando presença em vários países, uma vez que novas tecnologias para a extração estão sendo desenvolvidas. A produção poderá transformar países que tradicionalmente importam gás em produtores. E várias empresas vêm demonstrando a intenção de utilizar o insumo como forma de abastecer as suas unidades”, avalia Manuel Fernandes, sócio da KPMG no Brasil e líder para a área de Petróleo e Gás. O levantamento da KPMG aponta também que, no mundo, a demanda pelo gás de xisto será impulsionada por dois fatores: o aumento da população mundial e o crescimento da demanda de energia que, em 2030, será 40% maior, de acordo com dados divulgados pela AIE. Apesar de aparecer de forma abundante em alguns países, ser mais barato do que o gás natural e considerado o combustível da transição de uma matriz energética suja para uma mais limpa por reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o gás extraído do xisto ainda enfrenta resistência em algumas regiões. Isso porque há riscos ambientais que podem ser encontrados durante o processo de fraturamento hidráulico que é feito para a extração. ■ C.B. Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 5 Andrey Rudakov/Bloomberg ESTADOS UNIDOS Novas tecnologias reduzem riscos ambientais O último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado em novembro, comprovou que, além de agora serem autossuficientes em gás, os Estados Unidos vão se tornar os maiores produtores de petróleo do mundo em 2017, tudo graças à exploração do xisto, também conhecido como shale gas ou shale oil. A constatação reabriu o debate em países como a França, rica em reservas de gás e petróleo de xisto, mas que se recusa a explorá-las devido aos riscos ambientais. Petrobras avaliará custos de produção A companhia aprovou um programa voltado para produção do gás não convencional no país Erica Ribeiro [email protected] A Petrobras aprovou um programa voltado para a produção de gás não convencional, que inclui também o gás de xisto (ou shale gas). Será a primeira incursão da estatal nesse mercado, já que ainda não há produção desse combustível. O Programa Onshore de Gás Natural (PRON-GÁS) é voltado para a exploração, produção e monetização do gás natural das bacias sedimentares terrestres brasileiras, em reservatórios convencionais e não convencionais. Seu principal objetivo é identificar o potencial de gás natural nas bacias sedimentares terrestres brasileiras e avaliar os custos para o seu aproveitamento. Para isso, as áreas de Exploração & Produção, Gás & Energia e da Área Internacional,vão trabalhar de forma integrada. O que a Petrobras já tem em produção na cidade de São Mateus do Sul, no Paraná, é o óleo de xisto, dentro de um projeto da própria empresa chamado Petrosix. São três mil barris de óleo por dia para a indústria petroquímica. Estimativas da consultoria Gas Energy apontam que o Brasil tem um potencial de reservas provadas de 13 tcf (trilhões de pés cúbicos) e 226 tcf de reservas em pesquisa. O potencial de gás de xisto é grande, afirma a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo o órgão, o Brasil tem chances de se tornar um produtor importante de gás não convencional. No entanto, ainda não existem reservas confirmadas oficialmente deste tipo de gás. Ainda segundo a ANP, Novo programa da estatal visa prospectar reservas e analisar potencial energético e de negócios com base em informações geológicas das quais eles dispõem sobre as chamadas bacias de “Nova Fronteira”, e tomando como exemplo a região pioneira na produção de gás não convencional dos Estados Unidos, chamada Barnett Shale”, se o Brasil tiver rochas com as mesmas características das encontradas naquela região será possível uma produção de gás não convencional nas bacias do Parecis, Parnaíba e Recôncavo. Um estudo preliminar da ANP aponta que há possibilidades de ocorrência de volumes da ordem de 200 tcf nessas três bacias. Mas é apenas uma analogia e uma sugestão sobre que caminho seguir. Para a ANP, o Brasil tem possibilidade de desenvolver a pro- Fontes alternativas são mal aproveitadas Dado Galdieri/Bloomberg Uso de terras para produção de biocombustível está bem aquém do potencial brasileiro As oportunidades de aproveitamento dos recursos disponíveis por meio de combustíveis alternativos no Brasil estão em curso, mas o potencial de utilização dessas técnicas ainda poderia ser melhor aproveitado no país. De acordo com o especialista em biodiesel e diretor do portal BiodieselBr, Miguel Angelo Vedana, o mundo inteiro busca alternativas para os combustíveis fósseis e o Brasil tem uma grande quantidade de terras para a produção de biocombustível além da escala que é utilizada atualmente. “O programa do biodiesel foi lançado em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, pensava-se que os empresários não investiriam tanto nessas fontes alternativas de energia. Mas aconteceu o contrário e eles investiram expressivamente, a ponto de as metas projetadas de adição de 5% de biodiesel no diesel para 2013 serem cumpridas em 2010”, diz Miguel Angelo Vedana. O biodiesel corresponde a uma produção média anual de 2,8 bilhões de litros (segundo dados de 2012). A alternativa mais usada é a soja, que fica com 76% da produção, seguida do sebo, com 18% e o algodão, com 5%. Vedana afirma que já existem programas prontos para incentivar o aumento da produção de biodiesel e também de etanol. Mas ainda falta decisão política, de acordo com ele. dução de shale gas nas diversas bacias terrestres como a Bacia do Paraná (Centro-Sul brasileiro), Bacia dos Parecis (Mato Grosso), Bacia do Parnaíba (Maranhão, Piauí e Tocantins), Bacia do Recôncavo (Bahia) e São Francisco (Minas Gerias e Bahia). Não estão descartadas as bacias amazônicas e marítimas. Os estudos que estão sendo feitos pela ANP na Bacia do Paraná ainda estão no início e o solo tem muito basalto — o que dificulta a pesquisa porque a rocha, de cor escura, não permite ver o subsolo. Por fim, a Bacia do São Francisco está sob concessão e as diversas empresas operadoras, estatais e privadas , estão avaliando o potencial de produção. ■ FONTE DE ENERGIA O Brasil utiliza hoje 5% de biodiesel na composição do diesel vendido no país PROGRAMA DE BIODIESEL Início: 2005 Uso obrigatório da mistura: 2008 Meta de mistura de 5% no diesel: 2013 Resultados: percentual foi atingido em 2011 Produção anual: 2,8 bilhões de litros* PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS DO BIODIESEL NACIONAL Soja: alternativa mais usada e que corresponde a 76% da produção anual de biodiesel Sebo: segunda fonte mais usada, responde por 18% da produção Algodão: representa 5% de toda a produção de biodiesel ETANOL Início: década de 70 Parada: final dos anos 80 até anos 2000, por conta da desconfiança do consumidor com carros a álcool Retomada: a partir de 2003 com a chegada dos carros flex Produção 2011/2012: 22 bilhões de litros Usina de etanol: o biodiesel corresponde a uma produção média anual de 2,8 bilhões de litros Marco regulatório “O marco regulatório do biodiesel já existe, mas não foi enviado ao Congresso. O país tem capacidade de produzir 6 bilhões de litros por ano. Temos estrutura, mas o biodiesel é mais caro que o diesel. Além disso, aumentar seu percentual na mistura levaria o governo a crer que poderá mexer nas metas de inflação. Mas isso não procede”, afirma. Para afirmar isso, Vedana se baseia nos dados da Associação dos Produtores de Biodiesel, que calculou que o aumento na produção e na mistura com o diesel teriam impacto na inflação na terceira casa decimal. “Isso não compromete tanto a inflação, mas reduziria a importação de diesel. Em novembro, Petrobras comprou 1,5 bilhão de litros de diesel e gastou US$ 1,24 bilhão. A alta deve ter sido por conta do acionamento das térmicas. E a média mensal normal de importação é de 620 milhões de litros, ao custo de US$ 510 milhões. Com mais biodiesel não seria necessário importar tanto”, defende. No caso do etanol, o caminho seria o mesmo. Com o governo regulando o preço da gasolina, o etanol, que precisa ter 70% do valor da gasolina, acaba registrando margens reduzidas, segundo o especialista. Para produzir mais etanol é preciso ter uma política de preços que não condene o etanol. Hoje, são 2,2 bilhões de litros por ano, mas pode ser mais. ■ E.R. Movimentação: o etanol movimenta mais de R$ 30 bilhões no país OUTRAS FONTES Mamona: programa de incentivo ao plantio foi criado antes de 2008 pela Petrobras. A estatal compra a mamona produzida e utiliza em outros projetos e vende no mercado para a indústria de química fina Canola: há quatro anos foi iniciada a produção no Sul do país ainda sem volume expressivo Dendê: programa criado em 2011 para uso do óleo de palma destina 2 milhões de hectares para a produção, com destaque para o Pará. Mas as mudas só se tornarão árvores em 2018 Fonte: Portal BiodieselBr, com base em dados de empresas, governo e entidades do setor *Dados de 2012 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 BRASIL Editora: Ivone Portes [email protected] Subeditora: Patrycia Monteiro Rizzotto [email protected] Inflação pode passar dos 6% este ano com alta da gasolina Custos de energia com uso das térmicas e reajuste de tarifas de ônibus também vão pressionar o IPCA Dado Galdieri/Bloomberg Rafael Abrantes [email protected] Enquanto a atividade econômica retoma o expediente em janeiro, as perspectivas para a inflação oficial do país já trazem pessimismo para o resto do ano. O estopim para a preocupação de economistas é a manutenção da tendência de alta do IPCA, segundo dados do último boletim Focus, após o principal indicador de inflação extrapolar a meta central (4,5%) do Banco Central e fechar 2012 em 5,84%. A análise, agora, é que a projeção de 5,53% do BC deve manter viés elevado e alcançar a terceira semana consecutiva de expansão, com possibilidades de superar a marca de 6%. “Há espaço pa- ra o índice subir, com aumento dos riscos”, afirma Elson Teles, economista do Itaú-Unibanco. A instituição prevê, no momento, um IPCA de 5,6% até o fim do ano, com tendência para cima. A projeção, contudo, é a menor ouvida pelo BRASIL ECONÔMICO. A previsão de reajuste do preço da gasolina na bomba — em torno de 5,5%, segundo Teles — e o acúmulo de três pontos percentuais na conta de luz do consumidor devido ao uso recente pelo governo das usinas termelétricas são os dois principais “riscos” para uma maior pressão sobre os preços. O índice de reajuste do combustível calculado pelo banco é menor que os 7% divulgados ontem pelo jornal “O Estado de São Paulo”. AMEAÇA DO DRAGÃO Após fechar 2012 acima da meta, inflação oficial com tendência de alta preocupa 2013 ÚLTIMO BOLETIM HÁ 4 SEMANAS JANEIRO ÚLTIMO BOLETIM HÁ 4 SEMANAS IPCA 5,53% 5,42% 0,78% 0,69% IGP-DI 5,39% 5,27% 0,55% 0,51% IGP-M 5,35% 5,29% 0,58% 0,54% IPCA/2012 5,84% Fonte: Boletim Focus META* 4,50% *Inclui tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos Para Luis Afonso Lima, economista da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais (Sobeet), o governo mal começa o ano com uma “margem de segurança muito pequena”. Segundo ele, os riscos em janeiro já são “enormes” para o resto do ano. “A probabilidade de atingirmos 6% (no IPCA) em 2013 é crescente”, avalia. Sua estimativa para o ano é de 5,7%. Ele também considera em suas contas o custo das termelétricas em operação e um novo preço para a gasolina. O resultado, calcula, seria um aumento de 0,2 e 0,3 ponto percentual na inflação oficial ao longo do ano, respectivamente. A elevação das tarifas de ônibus em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, outro fator importante na composição do índice de preços, podem agora apenas ser postergadas, observa Afonso, atendendo a pedidos do Ministério da Fazenda. Já a sazonalidade dos alimentos não é motivo para preocupação, com preços “em acomodação”. A necessidade do governo de lançar mão de energia produzida a gás também levou a Tendências Consultoria a revisar ontem sua previsão para o IPCA deste ano. O índice subiu de 5,6% para 5,8%. Segundo Alessandra Ribeiro, o setor de serviços deve mostrar a maior elevação no ano, de 8,6%. Embora Combustíveis devem sofrer reajuste e atingir as prévias do IPCA menor que o registrado no ano passado (8,75%), o patamar ainda é muito alto, diz a economista. Seguindo o viés de pressão sobre os preços, ela lembra do retorno escalonado Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e linha branca até julho. “O quadro é realmente problemático. Qualquer choque sazonal pode levar o IPCA para acima de 6%”, afirma, referindo-se à taxa de 0,78% em janeiro, apontada pelo último boletim Focus. Mais pessimista, o economista Alexandre Schwartsman, acusa os dados do BC de “otimismo”. Nesta linha, ele já aponta uma inflação oficial entre 6% e 6,5% em dezembro. A taxa, assim, poderia repetir o número de 2011, quando o IPCA atingiu o topo da tolerância para sua meta, de dois pontos percentuais para mais e para menos. “O mercado de trabalho ainda é a principal fonte de pressão sobre os preços, principalmente em serviços”, observa Schwartsman. Ele ressalta que o acumulado da inflação no primeiro trimestre já está previsto em 1,6%, valor acima do 1,2% considerado pelo BC em seu último relatório. ■ Augustin diz desconhecer decisão sobre reajuste Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Em dezembro, porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia sinalizado aumento O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse ontem desconhecer qualquer decisão sobre aumento nos preços da gasolina. Ao chegar à sede do Ministério da Fazenda, Augustin foi questionado se haveria aumento de preços do combustível. “Desconheço qualquer decisão do governo sobre esse assunto”, afirmou Augustin, que no momento ocupa o cargo de ministro interino da Fazenda. Ontem, o jornal “O Estado de São Paulo” publicou notícia informando que o governo deve reajustar a gasolina em 7% e o óleo diesel entre 4% e 5%, mas sem indicar a fonte da informação. Também ontem, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, foi questionado ao chegar ao prédio da pasta em Brasília sobre a decisão do governo de elevar a gasolina em 7%, mas desconversou e não quis comentar o assunto. Uma fonte do governo que participa das reuniões do Conselho da Petrobras, que tem o monopólio do refino no país, informou que o aumento da gasolina e do diesel não foi tratado em reunião realizada na semana passada no conselho da companhia. A decisão do governo de elevar o preço da gasolina foi admitida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em dezembro. Na época, ele comentou que “certamente” o preço dos combustíveis aumentará em 2013, mas sem indicar em que momento esse reajuste seria feito. Na época, o ministro avaliou também que “não há nada de excepcional” em aumentar os preços da gasolina e do diesel. ■ Reuters Augustin ocupa, no momento, cargo de ministro interino da Fazenda Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 7 Divulgação COMÉRCIO EXTERIOR Exportação de carne de frango cai em 2012 As vendas para o mercado externo de carne de frango caíram 6,7% em 2012, de US$ 8,253 bilhões, em 2011, para os atuais US$ 7,703 bilhões. Em volume, a redução foi de 0,6%, somando 3,918 milhões de toneladas em 2012, de acordo com balanço da União Brasileira de Avicultura (Ubabef). A produção também apresentou queda de 3,17% no ano passado, de 13,05 milhões de toneladas, em 2011, para 12,64 milhões de toneladas no último ano. ABr Dado Galdieri/Bloomberg Comércio desacelera e cresce só 0,3% em novembro Para especialistas, a alta deve ser mantida em 2013, mas ficará aquém da média de 2012 Gabriela Murno, do Rio [email protected] O varejo brasileiro perdeu fôlego em novembro, evidenciando a dificuldade da recuperação da atividade econômica no final de 2012 e antecipando a continuidade dos problemas da indústria. O volume de vendas do comércio varejista brasileiro cresceu 0,3% de outubro para novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o sexto crescimento consecutivo do volume de vendas. O resultado, entretanto, mostra desaceleração no ritmo de crescimento das vendas, já que em outubro a alta mensal havia sido de 0,8%. “Foram seis meses de crescimento, mas não dá para falar em um padrão de expansão”, afirmou a economista do IBGE, Aleciana Gusmão. Para Mariana Oliveira, analista do setor de comércio varejista da Consultoria Tendências, a desaceleração foi provocada pela antecipação do consumo em meses anteriores, devido, principalmente, à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos. Mariana explica que em dezembro a alta deve ter sido maior. No entanto, deve ficar abaixo do resultado visto no final de 2011. Sobre o ano anterior, as vendas do varejo brasileiro registraram alta de 8,4% em novembro, um crescimento menor do que do mês anterior, de 9,2%, segundo os dados revisados pelo IBGE. Nos acumulados do ano e dos 12 meses anteriores, o vo- Perspectiva é de que resultado de dezembro tenha apresentado melhora, mas ainda abaixo de 2011 lume de vendas teve altas de 8,9% e 8,6%, respectivamente. Com os resultados, segundo o instituto, o varejo brasileiro deve fechar 2012 com alta perto de 8,5%. Já a Fecomércio-RJ prevê um crescimento MAIS QUE O PIB Apesar do resultado de novembro, setor cresceu mais que a economia do país, de 1% VAREJO PERÍODO Novembro/Outubro Média Móvel Trimestral Novembro 2012/Novembro de 2011 Acumulado de 2012 Acumulado em 12 meses VOLUME DE VENDAS 0,30% 0,50% 8,40% 8,90% 8,60% VAREJO AMPLIADO RECEITA NOMINAL 0,80% 1,00% 13,70% 12,50% 12,20% VOLUME DE VENDAS -1,20% -1,20% 7,20% 8,40% 8,00% RECEITA NOMINAL -0,10% -0,70% 9,40% 9,70% 9,40% Fonte: IBGE próximo a 9% para o encerramento de 2012. Segundo o IBGE, cinco das oito atividades comerciais apresentaram crescimento no volume de vendas: outros e artigos de uso pessoal e doméstico (4,2%); tecidos, vestuário e calçados (2,1%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,6%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%). Considerando as atividades comerciais de veículos e autopeças e material de construção, do chamado Varejo Ampliado, o setor apresentou queda de 1,2%, no volume de vendas de novembro em comparação ao mês anterior, puxado pelas per- das de 5% do segmento de Veículos e de 0,9% da Construção. Previsões para 2013 Os especialistas ouvidos pelo BRASIL ECONÔMICO acreditam que, nos primeiros meses de 2013, o comércio varejista brasileiro continue crescendo. Para a Fecomércio-RJ, o resultado de novembro está dentro do esperado e os fundamentos para a evolução das vendas em 2013 estão mantidos. Gilberto Braga, economista do Ibmec-RJ concorda e acredita que este ano teremos a manutenção da média de crescimento de 2012: 0,7%. Entretanto, apesar de acreditar na expansão do setor, Mariana diz que a taxa deve perder fôlego, nos primeiros meses do ano, ficando abaixo da média de crescimento de 2012. ■ Diminui intenção de investimento industrial Marcos Issa/Bloomberg Este ano, 85,4% das empresas pretendem investir, contra 86,6% em 2012, diz CNI A intenção de investimento das indústrias para 2013 é a menor em quatro anos, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo mostra que 85,4% dos empresários planejam investir este ano. No início de 2012, o percentual dos que pretendiam fazer investimentos naquele ano era de 86,6%. Em 2011, o índice alcançou 92% das intenções. Segundo a CNI, os dois principais riscos para a decisão de investimento em 2013 continuam sendo “a incerteza econômica e a reavaliação da de- manda ou ociosidade elevada”. Na avaliação do gerente-executivo de política econômica da CNI, Flavio Castelo Branco, a continuidade da instabilidade econômica mundial refletiu na dificuldade das empresas em cumprir os investimentos planejados em 2012. “Foi um ano sem crescimento. Foi difícil paras as empresas realizarem projetos como planejado”, disse. Apesar da intenção de investimentos de 86,6% para 2012, apenas 80,2% foram efetivados. A sondagem revela ainda que a obtenção de crédito e a dificuldade de contratação de mão de obra também desestimulam os investimentos e preocupam os empresários. Segundo a pesquisa, os percentuais subiram de 18,3% para 23,6% e 19,8% para 22,7%, respectivamente. Segundo a CNI, a participação dos investimentos previstos para atender ao mercado externo é o menor dos últimos dez anos. Na pesquisa, 80,6% das empresas que pretendem investir em 2013, “têm como objetivo somente ou principalmente o mercado doméstico”. Apenas 4,7% das empresas têm como foco o mercado externo. O levantamento foi feito entre os dias 25 de outubro e 30 de novembro. Ao todo, 584 empresas de pequeno, médio e grande porte foram consultadas. ■ ABr Incerteza econômica e reavaliação da demanda preocupam indústria 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Divulgação BRASIL INDICADOR Endividamento das famílias paulistanas cai O endividamento das famílias paulistanas caiu em dezembro para 46,3%, ante o nível atingido de 47,4% em novembro, segudo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Segundo a federação, cerca de 1,659 milhão de famílias tinham alguma dívida em dezembro, o que representou queda em relação ao mês anterior, quando 1,699 milhão de famílias paulistanas estavam endividadas. ABr Concessionárias já estudam medidas judiciais contra regra da renovação Empresas elétricas que não aceitaram MP 579 buscam escritórios de advocacia para avaliar reação à norma Dado Galdieri/Bloomberg possibilidade de questionamento está em análise pelo setor”, diz Guilherme Schmidt, sócio do escritório L.O.BaptistaSVMFA no Rio de Janeiro, que esteve ontem em São Paulo reunido com representantes de uma grande geradora. “As estratégias ainda estão em debate. Mas vale discutir por que a renovação não foi apresentada na forma original.” A expectativa é que os questionamentos venham, especialmente, das geradoras, embora a medida também tenha afetado distribuidoras e transmissoras. Isso porque a principal condição da renovação antecipada — Juliana Garçon [email protected] Mal a MP 579, que prorroga as concessões do setor elétrico, foi convertida em lei (12.738) e assinada por Dilma Rousseff, e companhias que não aderiram à proposta do governo já estudam questioná-la judicialmente. Entre as que ficaram fora do acordo estão Cesp, Cemig e Copel. Quando as companhias assinaram os contratos iniciais, havia possibilidade de renovação a critério do poder concedente, mas dentro das condições já previstas. “A renovação em novas condições desperta dúvidas, e a Mercado livre CARGA MÁXIMA Participação na matriz elétrica brasileira 2010 2011 79,60% HIDRÁULICA 6,30% 6,50% BIOMASSA 81,70% 6,60% GÁS NATURAL 4,60% DERIVADOS DE PETRÓLEO 2,90% 2,50% NUCLEAR 2,60% 2,70% 1,50% 1,40% CARVÃO E DERIVADOS EÓLICA desconto na amortização de investimentos — tem impacto maior neste segmento. Outro escritório de grande porte foi procurado e marcou reunião com produtores independentes para discutir o que pode ser feito, ou seja, se ingressarão com ação. “Há a intenção, mas nenhuma certeza”, disse uma fonte que prefere não se identificar. Os advogados dizem que uma das possibilidade é demandar algum tipo de compensação para as concessionárias que não aderiram aos termos propostos. Consultado sobre o tema, o Ministério das Minas e Energia não se manifestou. 0,30% 0,50% Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Agentes do mercado livre de energia elétrica comemoraram a sanção do artigo 25 da lei, que possibilita a comercialização do excedente contratado. Trata-se de um antigo pleito do setor, pois os consumidores livres geralmente contratam boa parte de sua energia para horizontes de médio e longo prazo, de modo a se prevenir contra os períodos de altas dos preços, explica Luis Gameiro, diretor da Trade Energy, comercializadora de energia. “E as variações de consumo inerentes às atividades industrial ou comercial são difíceis de prever.” Estimativas feitas pelos comercializadores davam conta de que existem cerca de 400 MW médios de sobra de lastro físico “oculta” nos contratos. Sem a liberdade para comer- Geradoras foram as mais afetadas pelo desconto em amortizações cializar os excedentes, os consumidores ficavam “amarrados” à projeção feita meses ou até anos antes da utilização de fato. Mas, da forma como a lei foi assinada, o excedente foi reinserido no mercado. “Resta agora a regulamentação da matéria pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para esclarecer detalhes”, diz Gameiro, que aposta na redução do custo final para o consumidor livre como consequência da norma. Além disso, o setor também se beneficiará da redução das tarifas das concessões de distribuição e transmissão renovadas, si- métrica à obtida pelo mercado cativo. A redução, estimada em 12%, beneficia os consumidores especiais, que têm demanda superior a 500 kW e menor que 3 MW e negocia apenas energia suprida por fontes renováveis. Outro tópico bem recebido foi a inclusão da energia solar no rol das fontes incentivadas. A expectativa é que, a recente regulamentação da Aneel, que incentiva a mini e a microgeração, combinada a avanços tecnológicos, propicie custos mais baixos e dê um impulso ao segmento, afirma Luis Gameiro, da Trade Energy. ■ Na AL, Brasil é o que usa mais energia na produção Segundo Cepal, crescimento de setores de alto consumo justifica realidade brasileira Dados do Anuário Estatístico da América Latina e Caribe 2012 indicam que os países da América Latina e Caribe requerem cada vez menos energia para produzir, enquanto no Brasil a tendência é diferente. A publicação da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) mostra que, entre 1990 e 2011, a quantidade de energia (renovável ou não) necessária para produzir uma unidade monetária de produção caiu de 1,42 para 1,28, na região. No Brasil, esse indicador subiu de 1,38 para 1,42. Na Argentina o índice reduziu de 1,99 para 1,59. O mais elevado da região foi registrado em Trinidad e Tobago, com 5,03, em 2011, sendo que em 1990 era 3,58. O indicador da Cepal é calculado com base no coeficiente de consumo total de energia e o PIB em dólares a preços constantes de 2005. De acordo com a Cepal, a relevância desse indicador está no fato de que o aumento do consumo energético para alcançar um Produto Interno Bruto (PIB) maior se traduz em mais pressão sobre os recursos naturais. Intensidade energética O diretor da Divisão de Recursos Naturais e Infraestrutura da Cepal, Hugo Altomonte diz que não se pode afirmar concretamente que a intensidade energética do Brasil tenha crescido substancialmente. Pode-se afir- mar que permaneceu aproximadamente constante, pois os valores encontrados e os supostos crescimentos estão no limite do estatisticamente significativo. Para Altomonte um fator determinante dessa realidade foi o forte crescimento que tiveram nos últimos anos outros setores produtivos energético-intensivos, como o setor de construção, a indústria de manufatura, e a extrativa e mineral. “Com o crescimento destes setores altamente consumidores de energia, mais que pro- porcionalmente em relação ao PIB agregado, é evidente que a demanda energética dos mesmos será equivalentemente maior. Por isso, este crescimento deverá se refletir como um incremento na intensidade energética agregada ou ao menos na estabilidade do seu valor, se considerarmos os esforços que o Brasil vem fazendo para promover o uso racional e eficiente da energia”, disse o diretor da Cepal sobre a questão da intensidade energética no Brasil. ■ ABr Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 9 Diego Vara/Folhapress SECA Municípios entram em estado de emergência A Secretaria Nacional de Defesa Civil reconheceu ontem situação de emergência em 12 municípios de cinco estados, 11 deles atingidos pela estiagem. Na lista há oito cidades catarinenses: Abdon Batista, Ipira, Jaborá, Lindoia do Sul, Paial, Peritiba, Presidente Castello Branco e Vargeão. Vicência (PE), Rio do Antônio (BA) e Igaci (AL) também sofrem os efeitos da falta de chuva. A única cidade incluída por deslizamento de terra e pedras foi Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. ABr Lobão descarta racionamento e mantém planos para o setor Ueslei Marcelino/Reuters Com volta das chuvas, térmicas podem começar a ser desligadas entre abril e maio, diz ministro O governo está seguro de que não há risco de racionamento de energia elétrica e não vai promover mudanças em seu planejamento para o setor elétrico diante de temores que foram gerados nas primeiras semanas do ano pela baixa dos reservatórios das hidrelétricas, disse ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Questionado se o governo poderia lançar políticas para reforçar o parque de termelétricas, por exemplo, Lobão respondeu que “não muda nada”. “A situação atual é meramente conjuntural. Podemos transmitir a garantia de que não haverá desabastecimento. Essa era ficou para trás, há mais de dez anos”, completou, referindo-se ao racionamento de energia enfrentado pelo país entre 2001 e 2002, no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso. No fim do ano passado, o governo mandou acionar as usinas termelétricas para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, que na virada de dezembro para janeiro estavam no pior nível em 10 anos. Segundo Lobão, as termelétricas que estão acionadas permanecerão funcionando “pelo tempo que for necessário”. Porém, o ministro disse que, com a volta das chuvas, já é possível imaginar que as térmicas podem começar a ser desligadas entre abril e maio. “Os reservatórios já começam a melhorar seu nível, com as chuvas intensas que estão caindo no Brasil inteiro. Mas há uma Chuva ainda não permite desligar térmicas Avaliação foi feita ontem por Maurício Tolmasquim , presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Lobão: “Situação é conjuntural. Podemos transmitir a garantia de que não haverá desabastecimento” certa demora no preenchimento go e ontem, subindo de 29,33% deles pelo fato de que as principara 29,62%, segundo dados do pais nascentes se encontram Operador Nacional do Sistema aqui no Planalto Central e em MiElétrico (ONS). No Sudeste/Cennas Gerais”, disse. tro-Oeste, o nível As chuvas dos úlde armazenamento As usinas timos dias estão ajurepresas avantermelétricas nas dando a recompor çou de 29,83% para foram os níveis dos lagos 30,43%. Entretandas hidrelétricas, acionadas no to, o nível dos resermas a capacidade de vatórios em todas fim do ano armazenamento ainregiões ainda está passado da não permite deslientre os mais baigar as térmicas. xos dos últimos dez Os reservatórios de hidrelétrianos e o ONS mantém quase tocas da região Nordeste tiveram das as termelétricas disponíveis leve recuperação entre dominligadas para garantir o forneci- mento de energia elétrica no país (leia mais ao lado). Lobão voltou a garantir que não faltará gás natural nem para as indústrias e nem para as termelétricas, e confirmou que a usina de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, de 640 megawatts (MW), começará a gerar energia até o fim deste mês, mas não a plena carga. O país está, atualmente, com cerca de 11,8 mil megawatts médios sendo gerados em usinas termelétricas, o equivalente a cerca de 20% da carga total. ■ Reuters Apesar da melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, ainda não é possível desligar térmicas, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Os reservatórios de usinas hidrelétricas da região Nordeste apresentaram uma leve recuperação, subindo de 29,33% no domingo para 29,62% ontem, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A região Nordeste vinha sendo a única a apresentar redução do nível das represas, diariamente, depois que reservatórios em outras regiões começaram a dar sinais de recomposição em meados da semana passada. O nível dos reservatórios em todas regiões, no entanto, ainda está entre os mais baixos dos últimos dez anos e o ONS mantém quase todas as termelétricas disponíveis ligadas para garantir o fornecimento de energia elétrica no país. Os reservatórios do Sudeste/ Centro-Oeste continuam subindo e passaram de 29,83% no domingo para 30,43% ontem. Nesse subsistema, o reservatório de Furnas está com 16,25% de armazenamento, Emborcação com 31,21% e Nova Ponte com 26,83%. Essas três represas são as maiores da região. No Sul, o nível dos reservatórios subiu de 49,04% para 49,58%, enquanto no Norte o armazenamento passou de 42,04% para 42,47%. ■ Reuters Lei de incentivo à compra de caminhão é aprovada Entretanto, mecanismo foi sancionado com 12 vetos da presidente Dilma Rousseff A presidente Dilma Rousseff sancionou com vários vetos o mecanismo de depreciação acelerada de caminhões e de vagões e locomotivas, criado no ano passado para estimular a indústria em um momento de tombo nas vendas e produção de veículos comerciais. O mecanismo, anunciado no final de agosto, permite a redução da base de cálculo do Imposto de Renda de veículos comprados ou encomendados entre setembro e o final de 2012. O incentivo foi decidido junto com um amplo pacote que também reduziu juros de financiamentos para aquisição de bens de capital. Segundo o texto da lei 12.788, de 14 de janeiro, “para efeito de apuração do imposto sobre a renda, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real terão direi- to à depreciação acelerada, calculada pela aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida multiplicada por três, sem prejuí- Benefício faz parte de um amplo pacote que também reduziu juros de crédito para aquisição de bens de capital zo da depreciação contábil”. Vetos A lei foi sancionada pela presidente com 12 vetos. Um deles barrou que o benefício se aplicasse também a carros de passageiros de metroferroviários, equipamentos portuários e embarcações mercantes. A presidente justificou o veto afirmando que os dispositivos “ampliam o escopo da medida original, sem, no entanto, apon- tarem os devidos estudos de impacto de caráter orçamentáriofinanceiro necessários à renúncia de receita”. Houve veto também à inclusão de produtor rural pessoa física como pessoa jurídica capaz de receber o benefício. A lei foi sancionada com inclusão de autorização à União para concessão de crédito no valor de R$ 15 bilhões aos agentes financeiros do Fundo da Marinha Mercante. ■ Reuters 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Divulgação BRASIL OAB Prova objetiva tem aprovação de 16,67% O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou ontem a lista definitiva dos aprovados na prova objetiva do Exame de Ordem Unificado, realizada em 19 de dezembro do ano passado, já incluindo o resultado dos recursos que foram interpostos. Do total de 118.217 examinandos inscritos para a primeira fase, 114.763 estiveram presentes e, destes, 19.134 conseguiram êxito na prova, o que representa um percentual de aprovação de 16,67% entre os presentes. Estudo inglês diz que Código Florestal do país combate mudanças climáticas Lei brasileira é uma das iniciativas mundiais destacada na pesquisa feita pela London School of Economics Divulgação Com poucos avanços estabelecidos pelos tratados internacionais sobre a redução de gases de efeito estufa e a dificuldade de se chegar a um acordo global, um estudo indica que os países estão criando suas próprias leis para combater as mudanças climáticas. Entre os exemplos, a pesquisa - feita pelo Grantham Institute, da London School of Economics (LSE), e pela ONG Globe International - destaca a aprovação do novo Código Florestal Brasileiro. O estudo avaliou 33 países e identificou progressos significativos na criação de leis nacionais de combate às mudanças climáticas em 18 deles. Outros 14 apresentaram avanço limitado. De modo geral, os países em desenvolvimento apresentaram mais avanços, enquanto nos países desenvolvidos eles ocorreram em menos quantidade. O progresso mais significativo de 2012, de acordo com o documento, ocorreu no México, onde foi aprovada uma lei na qual o país se compromete a reduzir em 30% as emissões. Entre os países pesquisados, o único que não apresentou nenhum avanço na legislação ambiental foi o Ca- nadá, que em 2011 anunciou sua saída do Protocolo de Kyoto, em que os países industrializados se comprometem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Em relação ao Brasil, além da aprovação do código florestal, o estudo ressalta também o comprometimento do país em reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020. A Globe International é uma organização fundada em 1989 por parlamentares dos Estados Unidos, de países da Europa, do Japão e da Rússia com o objetivo de apoiar legislações voltadas ao combate das mudanças climáticas. Segundo John Gummer, exministro do Meio Ambiente da Grã-Bretanha e presidente da Globe International, as mudanças feitas pelos legisladores ocorrem devido ao pleito da população que eles representam, que não quer deixar o ônus para as gerações futuras. “Lutando contra as mudanças climáticas, os legisladores também estão protegendo suas indústrias dos preços cada vez mais altos dos combustíveis e assegurando que não querem depender de outros países para prover a energia que precisam.” ■ ABr Pesquisa celebra a meta nacional que visa reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020 Área irrigada pode dobrar com incentivo fiscal Valter Campanato/ABr Política Nacional de Irrigação que entrou em vigor esta semana mudou lei de 34 anos A agricultura irrigada volta a ganhar força com a entrada em vigor da nova Política Nacional de Irrigação, que substitui diretrizes implementadas por lei há quase 34 anos. O objetivo da norma é incentivar a ampliação da área agrícola que utiliza a técnica, bem mais produtiva e menos sujeitas aos riscos climáticos. “Em Mato Grosso, por exemplo, com a agricultura de irrigação, algumas culturas já dão três safras por ano”, explica o secretário nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Guilherme Orair. Ainda segundo o secretário, 20% da área agricultada brasileira são irrigados, mas a expectativa é dobrar esse percentual nos próximos seis anos. Atualmente, só 5,5 milhões de hectares são ir- Orair diz que nova lei incentiva pequenos e grandes produtores rigados, mas o potencial é bem maior: cerca de 30 milhões de hectares. A antiga Política Nacional de Irrigação era de 25 de junho de 1979 e permaneceu praticamente a mesma ao longo dos anos, apesar das inovações tecnológicas da agricultura e dos novos parâmetros do setor público nacional. O otimismo na ampliação da agricultura irrigada, que tem a cana-de-açúcar, soja, laranja, o arroz e milho como principais produtos, vem dos incentivos fiscais previstos a partir de agora, entre outras ações incluídas na política, como isenções fiscais de PIS e Confins para a compra de equipamentos de irrigação e estímulos à contratação de seguro rural por produtores da agricultura irrigada. A nova lei vai beneficiar tanto o agricultor familiar como o grande produtor com facilidades consideradas importantes, a exemplo da classificação como obra de utilidade pública dos açudes e reservatórios a serem construídos para uso em irrigação. Essa classificação, que já era dada para reservatórios de hidrelétricas e mineradoras, facilita o processo de licenciamento ambiental e outorga da obra. Outra novidade é a criação do Conselho Nacional de Irrigação. O órgão deve ser lançado em junho, durante o Seminário Nacional da Agricultura Irrigada, que vai ocorrer em Belo Horizonte. O colegiado será um órgão de assessoramento composto por diversas instituições públicas e privadas. “A ideia é discutir os problemas e encontrar as respostas necessárias para a agricultura irrigada no país”, explicou o secretário Guilherme Orair. A lei também prevê a criação de um sistema nacional de informações de apoio à agricultura irrigada. Depois que o sistema for implantado, o governo vai ter um diagnóstico da agricultura irrigada no país, com dados de área utilizada e produtos que estão mais em alta, por exemplo. Para o produtor, o sistema vai trazer informações variadas, que vão desde a previsão de tempo e da situação de estradas até a cotação dos produtos. ■ ABr Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 11 Ueslei Marcelino/Reuters FINANÇAS PÚBLICAS Dilma veta prazo maior do Refis da Crise A presidente Dilma Rousseff vetou a reabertura do prazo de adesão ao Refis da crise, um programa de renegociação de débitos de pessoas físicas e jurídicas com a União criado em 2009, ano em que se agravou a crise financeira mundial. Dilma também vetou a extensão do parcelamento de dívidas de estados e municípios com o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). Os vetos foram publicados ontem no Diário Oficial da União. ABr Evaristo Sá/AFP Professores pedem plano de carreira Sindicato que representa docentes do ensino superior se reuniu ontem com Mercadante Patriota, titular das Relações Exteriores, participou da reunião ministerial da Zopacas, em Montevidéu Antonio Patriota defende Atlântico Sul livre de armas Ministro se pronunciou sobre crise em Guiné-Bissau, durante reunião realizada no Uruguai O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu ontem que os 23 países que integram a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas) busquem o fortalecimento interno na tentativa de dirimir conflitos, como o de Guiné-Bissau, e consolidem o diálogo, a cooperação e uma área livre de armas. Patriota participou, em Montevidéu, no Uruguai, da reunião ministerial da Zopacas. Criada há 30 anos, a Zopacas se dedica aos temas de proliferação de armas nucleares e futura redução da presença militar dos países-membros em outras regiões do mundo. Paralelamente, os 23 países que integram o grupo se esforçam para a integração e colaboração regional com cooperação econômica e comercial, científica e técnica, política e diplomática. Integram a Zopacas latino-americanos e africanos. “A região conhece ainda algumas situações que demandam nossos melhores esforços na promoção da segurança e da estabilidade institucional. É o caso da Guiné-Bissau”, ressaltou Patriota. “A crise vivida hoje por esse país sul atlântico e ademais muito próximo do Brasil, pelos laços da história e da cultura, é exemplo de uma situação com implicações sérias sobre o espaço do Atlântico Sul e à qual não podemos ficar indiferentes.” Em abril de 2012, militares atacaram com granadas a residência do primeiro-ministro e principal candidato às eleições presidenciais de Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior. O ataque foi interpretado como um golpe de Estado. Houve mortos, feridos e vários políticos de GuinéBissau foram presos. A Assembleia da República Portuguesa condenou o golpe. “É imperativo preservar o Atlântico Sul da introdução de armas nucleares e outras armas de destruição em massa. Devemos trabalhar juntos para avançar em direção ao objetivo da caracterização da área como zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa. É um objetivo estratégico comum aos países membros da Zopacas”, disse o chanceler. A região do Atlântico Sul é estratégica para o Brasil por ser a rota de 95% das exportações e importações nacionais Patriota destacou ainda que, no plano do comércio internacional, áreas marítimas, como as que englobam os oceanos Índico e Pacífico, atraem atenção, mas o Atlântico Sul é considerado “decisivo”, pois o Brasil, por exemplo, é a principal rota comercial na região. Pelo menos 95% das exportações e importações brasileiras passam pelo Atlântico Sul. Segundo o chanceler, a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul foi concebida para a promoção de objetivos comuns em áreas relativas à paz e à segurança, mas também com uma ampla perspectiva de cooperação. “Embora esses objetivos não tenham conotação diretamente econômica ou comercial, está em perfeita consonância com eles a promoção dos fluxos de comércio e de investimento entre as duas margens do Atlântico Sul”, ressaltou o ministro. Patriota disse que o governo brasileiro tem incentivado, com base nos acordos de cooperação definidos no Plano de Ação de Luanda de 2007 e na Mesa Redonda de Brasília de 2010, cursos de capacitação técnica e profissional nos países que integram a Zopacas. Segundo ele, o objetivo é “permitir ampla troca de experiências e boas práticas em áreas de interesse mútuo”. ■ ABr A reunião do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, realizada na tarde de ontem, foi positiva e possibilitará a discussão e o avanço na pauta apresentada pela entidade, que inclui questões referentes à carreira docente e condições de trabalho nas Instituições Federais de Ensino (IFE). A avaliação é da presidenta do Andes-SN, Marinalva Oliveira. Esta foi a primeira audiência com o ministro desde o fim da greve das universidades federais, em setembro de 2012. Na próxima semana, o grupo enviará ao ministério documentos com os assuntos a serem discutidos para o agendamento de novas discussões. A intenção é que a agenda com o ministro esteja definida antes do 32º Congresso do Sindicato Nacional, que ocorre entre os dias 4 e 9 de março no Rio de Janeiro, onde serão discutidas as bandeiras do grupo para 2013. Os principais assuntos que devem ser tratados serão referentes, entre outros, à carreira, condições de trabalho, concurso, pesquisa, segurança e infraestrutura. “O ministro assumiu que precisa ter uma interlocução e se disponibilizou a agendar co- nosco uma série de encontros”, disse Marinalva. Ela acrescentou que é necessário discutir pontos acordados anteriormente, mas que permanecem problemáticos: “Pedimos a reestruturação da carreira, mas ainda não temos critérios lógicos para tal, mesmo com a nova regra que deverá ser implementada. Um professor entra na universidade e não sabe claramente onde chega”. Na compreensão do movimento docente, a pauta de reivindicações do ano passado não foi atendida. No segundo semestre do ano passado, a greve nas universidades federais e institutos federais de educação tecnológica durou mais de 100 dias. Durante as negociações, os professores levaram temas recorrentes, como salários maiores e realização de concursos públicos para a contratação de mais profissionais. Em julho de 2012, o movimento grevista paralisou 56 das 59 universidades federais, além de 34 institutos federais de educação tecnológica. Os professores reivindicavam a reestruturação da carreira e melhores condições de infraestrutura nas instituições, além de melhorias salariais. A proposta acordada foi reajustes que variam entre 25% e 40%, nos próximos três anos, e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13. A oferta terá custo de R$ 4,2 bilhões para a folha de pagamento. ■ ABr Antonio Cruz/ABr Mercadante deve ter uma série de encontros com professores 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 BRASIL JUSTIÇA STF inicia o ano com 732 casos pendentes para julgar Entre os processos de maior destaque está a questão dos incentivos fiscais dados sem aprovação do Confaz Rodrigo Capote Juliana Garçon [email protected] Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) começaram este ano com um pacote de 732 casos pendentes de julgamento. Modo geral, dizem os advogados, o resultado dos julgamentos é menos sensível do que a indefinição, que provoca insegurança no ambiente de negócios. “A cada ano, o volume de processos no STF é maior porque sua competência é muito ampla. Todas as discussões que, por alguma minúcia, tocam em matéria constitucional são remetidas para lá”, explica Jorge Henrique Zaninetti, sócio do escritório Siqueira Castro. Veja a seguir os casos apontados por especialistas como os de maior destaque. Imunidade tributária Um caso interessante, diz Fernando Vaisman, advogado do escritório Almeida Advogados, é o da ação declaratória de inconstitucionalidade (ADI) 773, proposta pelo governador do Rio de Janeiro em face de dispositivos da Constituição Estadual e de uma lei local que estendem a imunidade tributária garantida a livros, jornais e periódicos aos veículos de radiodifusão. A alegação é que a imunidade não poderia ser estabelecida por lei estadual, constitucional ou não. “O STF, na análise da liminar na medida cautelar preparatória à ADI, mesmo que de forma provisória, sinalizou seu entendimento de que tal extensão seria inconstitucional, haja vista que só a Constituição Federal pode versar sobre normas de imunidade. Assim, a corte deferiu a liminar pleiteada para suspender a imunidade", diz Vaisman, frisando que os entes tributantes devem seguir ao pé da letra o que está disposto na Constituição, sob pena de ter o benefício julgado inconstitucional e, assim, extinto, o que pode gerar enormes transtornos aos contribuintes que se beneficiaram no passado de determinada benesse, abalando, dessa forma, a segurança jurídica necessária ao ambiente dos negócios.” Também focado em tema tributário, o recurso extraordiná- À ESPERA DE JULGAMENTO Maior parte das pautas do STF é agendada FORMA DE INCLUSÃO NA PAUTA A caminho do plenário Agendamento Devolução de processo com vista Total 21 623 88 732 RAMO Administrativo e outras matérias de direito público Tributário Processual Civil e do Trabalho Trabalho Penal Civil Processual Penal Eleitoral e Processo Eleitoral Previdenciário Do consumidor Internacional Registros públicos Assunto para processo antigo 423 85 62 32 30 22 18 14 10 6 4 3 1 Fonte: Siqueira Castro Advogados rio 540829 discute a incidência de ICMS sobre arrendamento mercantil na importação. “O caso já teve julgamento desfavorável ao contribuinte, em 2005, e favorável, em 2007”, lembra Cristina Cezar Bastianello, sócia na área de contencioso tributário de Tozzini Freire. Uma boa discussão virá com a ADI 4891, acerca dos requisitos para que entidades de assistência social sejam isentas de Imposto de Renda e PIS/Cofins. “Uma lei ordinária tentou impor nova exigências — um percentual de gratuidade, como bolsas de estudo — para garantir a imunidade aplicável também à cota patronal do INSS. Aqui se discute a impossibilidade de a lei ordinária exigir condição a mais que não prevista em lei Jorge Zaninetti: “A cada ano, o volume de processos no STF é maior porque sua competência é ampla” complementar”, diz Zaninetti. “Não deixa de ser uma iniciativa interessante, mas não pode ser exigência para que entidade faça juz à imunidade do pagamento porque não está prevista em lei complementar.” Outro assunto de amplo interesse é o do recurso extraordinário 60756: a incidência de ICMS sobre o fornecimento de água. “O ICMS se aplica à venda de mercadorias e, no caso de serviços, a transportes e comunicações”, afirma o Zaninetti. “Mas o fornecimento de água vai muito além da entrega. Trata-se de prestação de serviço.” Já as isenções e incentivos fiscais concedidos pelos estados sem aprovação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), rejeitados pelos entes que se sentem prejudicados, serão debatidos no recurso extraordinário 628075, com relatoria de Joaquim Barbosa, presidente da Corte. “A rigor, a briga é entre os estados. Mas, ao rejeitar os créditos do contribuinte que obteve benefício em outro estado, é transferido o ônus da divergência para ele”, diz Cristina. ■ TOPO DA PILHA Principais discussões pendentes no STF RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS RELATOR ATUAL DATA DE INCLUSÃO NA PAUTA 540.829 Gilmar Mendes 9/12/11 Incidência de ICMS em arrendamento mercantil de bens importados 611.586 Joaquim Barbosa 19/11/12 Incidência de Imposto de Renda sobre lucro de afiliadas no exterior 628.075 Joaquim Barbosa 20/11/12 Estorno de crédito de ICMS por iniciativa unilateral de um estado 607.056 Dias Toffoli 4/11/11 Incidência de ICMS sobre o fornecimento de água 684.261 Luiz Fux 20/6/12 Fixação de alíquota do Seguro de Acidente ao Trabalhador (SAT) ARE - 665.134 Joaquim Barbosa 20/11/12 Definição de qual estado deve receber o ICMS de mercadoria importada - o destinatário físico ou jurídico ADI* - 4.891 Gilmar Mendes 17/12/2012 Certificação das entidades beneficentes de assistência social e procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social ASSUNTO EM DEBATE Fontes: STF e Siqueira Castro *Recurso Extraordinário com agravo **Ação declaratória de inconstitucionalidade Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 13 MARCOS DA COSTA É advogado e presidente da OAB-SP Antonio Milena Abalos na segurança jurídica brasileira Ministro Luiz Fux é o relator do recurso que questiona o Fator Acidentário Previdenciário (FAP) Temas de repercussão geral atraem atenção Do total de processos, 28 podem servir de parâmetros no julgamento de casos similares Diante do crescente acúmulo de casos a serem analisados pelo STF, o mecanismo da repercussão geral, no qual os casos similares têm solução idêntica, traz algum alento, embora não resolva o problema. Dos 732 casos acumulados no STF, 28 são temas de repercussão geral. “Só que o mecanismo de repercussão geral nem sempre é aplicável a um universo significativo de empresas ou pessoas. Para que STF entenda que deve ser aplicado, é preciso o convencimento de que não há particularidades ou questões específicas que pudessem ser levadas em conta. Por isso, é um paliativo, não uma solução”, diz Jorge Zaninetti, do Siqueira Castro. Um caso exemplar é o da cobrança de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de empresa controlada ou coligada no exterior, cuja repercussão geral já foi reconhecida. O tema foi suscitado no recurso extraordinário 611586, originado pela Cooperativa Agropecuária Mourãoense. “Antigamente, a tributação só ocorria quando os lucros eram trazidos para o Brasil. Hou- ve uma alteração na lei e determinou-se que o lucro teria de ser reconhecido contabilmente no final do ano e, consequentemente, fica sujeito à tributação”, relembra Zaninetti. O caso já foi decidido para a cooperativa — que perdeu — e, agora, pode ser estendido para todas as companhias que têm participação em empresas no exterior. Alguns ministros acham que o Fator Previdenciário deve ser tratado como o Seguro de Acidente de Trabalho “É um julgamento esperado há muito tempo e que pode ser concluído neste ano”, acredita Cristina Cezar Bastianello, sócia da área de contencioso do Tozzini Freire Advogados. Fator previdenciário Outro dos julgamentos adiados pelo STF é sobre o FAP (Fator Previdenciário Acidentário). As empresas ingressaram com ações para que fosse declarada a inconstitucionalidade do fator, instituído por meio do decreto 6.957, de 2009, que promoveu a mudança do cálculo da alíquota do seguro acidente de trabalho, contrariando o princípio da legalidade tributária. Em setembro do ano passado, o STF reconheceu a repercussão geral da matéria no recurso extraordinário número (RE) 684.261. Assim, todos os recursos sobre o tema estão aguardando o julgamento do RE 684.261. Alguns ministros já se manifestaram, afirmando que o tema deve ter o mesmo tratamento dispensado ao SAT (Seguro de Acidente de Trabalho). “Mas os ministros Ayres Brito, Marco Aurélio, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski entenderam, que o caso do FAP é diferente. A ministra Carmem Lúcia e o ministro Joaquim Barbosa não se manifestaram. O relator do caso, ministro Luiz Fux, entende que a questão já está resolvida com as reiteradas decisões sobre a constitucionalidade do SAT. Portanto, declarará constitucional o FAP em seu voto”, aposta Cristina Caltacci Bartolassi, tributarista da Advocacia Lunardelli. “Porém, sua posição não é unânime. A questão será levada ao plenário. Tudo indica que o tema possa vir a ser tratado de forma diferente e ter uma solução que beneficie os contribuintes.” ■ J.G. A segurança jurídica é um princípio fundamental para um país que quer continuar crescendo como Brasil. O ordenamento jurídico nacional precisa ser fator de segurança, afastando qualquer tipo de incerteza quanto à previsibilidade da lei, o devido processo legal e os direitos e garantias fundamentais de todos os cidadãos. O sistema legal brasileiro tem uma dinâmica que, na busca de se atualizar e se aperfeiçoar, altera e renova normas legais visando acompanhar as mudanças e os avanços da sociedade. No entanto, a estabilidade da ordem jurídica nacional é desequilibrada pela nossa cultura legiferante e sua incalculável capacidade de produzir novas leis. Por ser um palco de debates e de aprimoramento dos diplomas legais — onde o legislador, na representação do povo, busca refletir os anseios da sociedade — o Congresso Nacional é amplamente demandado. Entre as suas atribuições estão a apreciação dos projetos do Executivo e a elaboração de textos de qualidade, que ajudarão o Judiciário a decidir com base legal sobre os conflitos que lhes são trazidos. Contudo, a demora na apreciação de dezenas de Medidas Provisórias e a produção de textos legais que causam conflitos de interpretações acabam contribuindo para agravar a inseguO sistema legal rança jurídica nacional, brasileiro busca com reflexos negativos sobre a cidadania e a ecoacompanhar nomia, além de sobreos avanços da carregar ainda mais os sociedade. tribunais com novos litígios. De 2000 a 2010, o No entanto, Supremo Tribunal Fedea estabilidade da ral julgou quase 3 mil ordem jurídica ações diretas de inconstitucionalidade, reconheé desequilibrada cendo a inconstitucionapela nossa cultura lidade de 20% das Adins legiferante e propostas. Algumas das MPs que sua incalculável aguardam análise de capacidade de nossos parlamentares produzir novas leis embutem novidades e alterações legislativas que contemplam anseios da sociedade, mas que estão com os resultados comprometidos pelo descompasso entre os Poderes Executivo e Legislativo. Para fomentar o emprego formal, temos a MP 582, que estendeu para 15 setores da economia a desoneração da folha de pagamentos, substituindo a contribuição previdenciária por alíquota de 1% a 2,5% sobre o rendimento bruto das empresas. Logo depois de editada esta MP, emendas foram apresentadas pela Câmara Federal, ampliando o número de setores beneficiados. A medida é louvável, especialmente diante do quadro de elevada carga tributária, mas os empresários ainda não potencializaram os possíveis efeitos dela, uma vez que não há certeza sobre a aprovação da MP e nem mesmo sobre as mudanças que poderá sofrer. Como não há definição, contratar e ampliar o quadro de funcionários neste momento constitui um impasse para os empreendedores. Toda nova lei deve buscar contemplar uma perspectiva republicana, deixando para plano secundário o interesse parlamentar ou governamental sobre a matéria. Somente, assim, a nova legislação contribuirá para sedimentar a segurança jurídica nacional, afastando definitivamente a incerteza e a injustiça e trazendo garantias ao cidadão. Um arcabouço jurídico estável, capaz de contemplar o Estado de Direito, a Constituição Federal e as leis infraconstitucionais na regulação das relações em sociedade, ajudará a sedimentar a ordem jurídica interna e, certamente, atrairá a atenção de novos investidores e contribuirá para impulsionar o fundamental exercício da cidadania. ■ 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 INOVAÇÃO & GESTÃO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] “Inovar é o caminho para a empresa perdurar no tempo” Consultor lembra que não se deve recuar em matéria de inovação, que conta este ano com R$ 8 bilhões da Finep Jose Pelaez/Image Source Rafael Palmeiras [email protected] Divulgação “Falar em inovação é falar de ideias que muitas vezes só funcionam se tiverem dinheiro investido.” A frase é de André Palma, presidente da Global Approach Consulting (GAC) no Brasil, consultoria de recursos para inovação, que informa que as empresas brasileiras precisam conhecer melhor as oportunidades de financiamento para seus projetos. Mesmo assim, um levantamento feito pela Amcham, com executivos e consultores da área de pesquisa e desenvolvimento, mostra que 66% dos entrevistados informaram que suas empresas já têm uma cultura voltada à inovação e 19% disseram estar se André Palma Presidente da Global Approach Consulting (GAC) no Brasil “As empresas vão pisar fundo no acelerador para inovar neste ano” estruturando para implementála num prazo de até dois anos. E para aqueles que desejam inovar o dinheiro não pode ser considerado como um problema. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) disposta a ampliar o foco em inovação neste ano anunciou que vai oferecer recursos de R$ 8 bilhões para as empresas. Segundo o executivo da GAC, atualmente estão disponíveis para as empresas dois tipos de investimentos: os subsidiados pelo governo ou o crédito fiscal. “Essas ferramentas impulsionam a inovação dentro das empresas e inovar é perdurar no tempo”, destaca. Porém, de acordo com Palma, não são todas as empresas que utilizam esses recursos disponíveis. “Fizemos um levantamento que mostrou que 50% das empresas consultadas utilizavam o financiamento. Do restante, muitas delas desconheciam essa possibilidade”, pondera o executivo que em 2012 viabilizou mais de R$ 200 milhões em projetos de inovação. E, mesmo em tempos de comportamento modesto da economia brasileira, que cresceu em torno de 1% em 2012, o executivo destaca que não se deve recuar com os planos de investimento em inovação. “Toda crise é cíclica e as empresas sabem disso. Cortar a inovação é piorar a situação da empresa. Sem a inovação não existe competitividade. Acredito que as empresas vão pisar fundo no acelerador quando se tratar de uma iniciativa inovadora.” Pesquisa mostra que cultura de inovação depende do envolvimento do presidente e lideranças da empresa De acordo com o Palma, muitos projetos não são aceitos pelas financiadoras por falta de adequação aos critérios exigidos. “Os projetos são mal escritos e acabam parados. O governo compreendeu que a inovação tem de fato que acontecer no Brasil e que gera grandes benefícios”, alerta. Desafios A inovação ganha cada vez mais espaço dentro das empresas e os executivos têm papel decisivo para o projeto dar certo. Dados da Amcham mostram que para a maior parte dos executivos (97%) a consolidação de uma cultura de inovação depende diretamente de envolvimento e engajamento do presidente e demais lideranças. Foram listados como pontoschave também o desenvolvimento e a capacitação das equipes (59%) e a estruturação de um plano de investimento em inovação (47%). Segundo 85% dos entrevistados, o sucesso em inovação passa pelo desenvolvimento estratégico de uma cultura que fomente o surgimento de novos produtos e serviços. Ainda de acordo com a visão dos consultados, a cultura é tão importante quanto o investimento financeiro (44%) e fundamental para incentivar a inovação (41%). ■ ALI, do Sebrae, expande atuação no Mato Grosso Meta do programa em 2013 é atender mil empresas por meio do programa de inovação O programa Agentes Locais de Inovação (ALI), desenvolvido pelo Sebrae, está atendendo 550 empresas de Cuiabá, Rondonópolis e Sinop, localizadas no Mato Grosso. A meta do programa é introduzir a semente da tecnologia e inovação, visando à competitividade. “As empresas verificaram que para inovar precisavam melhorar a gestão”, constata a consultora do Sebrae no estado, Eliane Chaves. Ela acrescenta que a presença dos agentes ajuda a identificar onde se pode inovar e cita exemplos simples, como ouvir os funcionários e os clientes que são fontes de informação. De acordo com o Sebrae, as empresas atendidas pelo programa buscam melhorias em gestão financeira, visual merchandising, utilização de tecnologia da informação (TI) e comunicação e marketing. A meta da entidade em Mato Grosso para 2013 é atender mil empresas pelo programa. Eliane destaca que o projeto mostra os caminhos para as empresas buscarem fontes de finan- ciamentos participando de editais como os do Finep. “Esse é o caminho para as empresas serem reconhecidas em inovação”, destaca, acrescentando que cada empresa é atendida durante dois anos e a partir daí passam a ter um relacionamento com o Sebrae para dar continuidade ao trabalho. Dados do Sebrae mostram que a rede ALI é composta por 20 agentes, cinco consultores e dois orientadores. Em fevereiro, será lançado novo edital para nova turma com mais dez agentes e o projeto será levado também para Tangará da Serra. “Quanto maiores as dificuldades, mais inovador é preciso ser para fazer o time de colaboradores pensar estrategicamente, ouvir o cliente e olhar o mercado para se destacar”, diz Eliane. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 15 SUELI BRUSCO Especialista em comportamento humano e diretora executiva da SimGroup VAGAS ESCASSAS Fotos: divulgação Supervisor de produção pode ganhar até R$ 9 mil Relógio que funciona integrado a smartphones: US$ 10 milhões “Vaquinha coletiva” tira 18 mil projetos do papel Kickstarter, site americano de "crowdfunding", somou R$ 650 milhões em investimentos Pedro Carvalho www.ig.com O Kickstarter, maior site de financiamento coletivo dos Estado Unidos, levantou US$ 319,7 milhões (ou R$ 650 milhões, no câmbio atual) no ano passado, que ajudaram a tirar do papel cerca de 18 mil projetos inscritos no portal. O valor representa um aumento de 221% em relação ao registrado em 2011. O financiamento coletivo, ou “crowdfunding”, é uma ideia que ganhou força em 2011, embalada pelo surgimento do Kickstarter. O usuário cadastra um projeto no site - as ideias vão de curtas-metragens a novas bugigangas eletrônicas - e pede dinheiro para colocá-lo em prática. Quem colabora pode ganhar uma recompensa, que vai de vídeos de agradecimento ao próprio produto viabilizado. O Kickstarter divulga que 2,2 milhões de pessoas ajudaram algum projeto do site em 2012. Pelo menos 50 mil usuários ajudaram dez ou mais projetos, e 452 financiaram 100 projetos ou mais. As doações vieram de 177 países, ou 90% das nações do planeta, afirma o site. A média de doações atingiu US$ 606 por minuto. Projetos musicais tiveram o maior número de financiamentos bem sucedidos - o usuário só embolsa o valor caso atinja o total pedido, ou precisa devolver as doações, para garantir que só será dado dinheiro a ideias que realmente serão colocadas em prática. Foram mais de 5 mil projetos do tipo. Mas a categoria que atraiu mais dinheiro foi “games”, com US$ 83 milhões arrecadados. Em 2012, 17 projetos arrecadaram mais de US$ 1 milhão no site. O recordista foi o Peeble Watch , um relógio que funciona integrado a smartphones e pode ser personalizado com vários aplicativos. A ideia levantou US$ 10 milhões. No Brasil, o principal site de financiamento coletivo é o Catarse. O portal já arrecadou R$ 5,6 milhões, que viabilizaram 418 projetos. Outra opção de financiamento coletivo que também está disponível no país é o Queremos, focado em shows e produções culturais financiadas por fãs. ■ O profissional, que tem salário médio entre R$ 6,5 mil e R$ 9 mil, precisa entender da cadeia de produção, unir o lado lógico e o humano para que consiga lidar com a gestão de pessoas. Algumas empresas requerem profissionais especializados em seu segmento. O tempo médio do recrutamento pode levar até 60 dias. Técnico de campo com disponibilidade para viagens O técnico de campo é um dos profissionais mais requisitados em empresas de máquinas, equipamentos e serviços e podem ganhar salário de até R$ 4 mil. Ele é responsável pela manutenção dos equipamentos de clientes da empresa a qual trabalha. A maior dificuldade é encontrar profissionais para viagens frequentes, o que faz com que o recrutamento leve 30 dias. Achar um consultor em engenharia leva até dois meses O profissional muito requisitado por conta do conhecimento técnico na área específica da consultoria pode ganhar até R$ 8 mil. A maior dificuldade, já que o tempo de contratação pode levar até 60 dias, é encontrar quem tenha conhecimento específico e que apresente um perfil dinâmico e agressivo de consultoria, além da disponibilidade para viagens. Fonte: Page Personal Motivação não corrige má gestão empresarial Motivar equipes foi definitivamente um dos grandes desafios para muitas empresas em 2012, principalmente para aquelas que investiram pela primeira vez no desenvolvimento de pessoas e na busca por melhores performances. Essa é uma prática que, aos poucos, se consolida no Brasil e estará em alta em 2013, impulsionando o setor de incentivos já neste primeiro semestre. Mas é preciso entender melhor o que é o marketing de incentivo, para que essa estratégia seja aplicada de maneira adequada. Resumidamente, o incentivo é definido como uma série de estímulos ao indivíduo, para que ele alcance resultados ou metas previstas e, consequentemente, seja reconhecido e recompensado pelo resultado obtido. Na prática, as empresas buscam fortalecer equipes, alinhar objetivos e render cada vez mais ao desbravar novos mercados, mais clientes e melhores performances, por exemplo. Por ser uma ferramenta que pode ser aplicada dos quadros mais altos de liderança até o departamento de telemarketing, pode-se incorrer em grandes pecados dentro do universo motivacional, como tentar corrigir problemas de má gestão. No entanto, por esta não ser a função da ferramenta, ela não funcionará e, conO marketing sequentemente, não de incentivo é um atenderá às expectatiinstrumento que vas dos gestores. Primeiramente, a empode ser aplicado presa precisa estar bem a curto prazo para em termos de gestão, de buscar resultados processos e com departasazonais e, por isso, mentos funcionando adequadamente. Se há o reconhecimento desmotivação interna, é das equipes preciso verificar os motivos e corrigi-los. De natambém deve da adianta aplicar uma ser pontual campanha de incentivo para o público interno, por exemplo, com intuito de corrigir a pontualidade, assiduidade ou qualquer atividade inerente ao contrato de trabalho. Essas são questões que precisam ser corrigidas pelo departamento de Recursos Humanos e não com campanhas de incentivo. Há aqueles que buscam ainda aumentar as vendas e usam o incentivo aplicado às equipes comerciais, com promessas de salários maiores. Promoção hierárquica ou aumento de salário são decisões de gestão estratégica e dependem de questões que envolvem mérito, capacitação e competência na execução de tais funções, das quais são perenes e não podem estar ligadas a uma campanha temporária. Portanto, o marketing de incentivo é um instrumento que pode ser aplicado a curto prazo para buscar resultados sazonais e, por isso, o reconhecimento das equipes também deve ser pontual. Essa prática deve estimular pessoas com programas de reconhecimento que estão fora das questões trabalhistas ou de plano de carreira. Idealize uma campanha de incentivo como um “plus” na empresa, algo a mais, como uma solução que vai gerar resultados mais rápidos e pontuais aos negócios. É claro que ela pode se tornar perene, pois nada impede que outra ação seja lançada consecutivamente. Esse é o cenário ideal, o que já ocorre com as empresas do setor de telecomunicação, que estão muito avançadas nas campanhas de incentivo. O importante é que ela tenha começo, meio e fim, uma vez que campanhas curtas, bimestrais ou trimestrais geram comprovadamente melhores resultados. Não queira motivar uma equipe e recompensar somente no final do ano, certamente ocorrerá uma queda de rendimento no meio do ano. Transformar metas em novos negócios e desenvolver talentos é a grande aposta para este novo ano. ■ 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 EMPRESAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected] Patrícia Nakamura [email protected] Pão de Açúcar se torna maior que o francês Casino Dinamismo e bom desempenho do mercado interno faz com que vendas da rede brasileira superem as da matriz AFP em queda, o Casino teve de fazer promoções e segurar [email protected] to de preços para criar um cliEstá explicada a sede do emprema menos pessimista. Os esforsário Jean Charles Naouri, dono ços pouco fizeram diferença. As do Casino, pelo controle total vendas líquidas da empresa no do Grupo Pão de Açúcar: no quaquatro trimestre na França tivetro trimestre de 2012, as vendas ram queda de 3,1%, fechando da rede de supermercado brasiem ¤ 4,7 bilhões. leira superaram as da empresa O Pão de Açúcar, por outro lafrancesa. A diferença é grande, do, teve um aumento de 9,1% ¤ 1 bilhão a mais em vendas panas vendas no período, para ¤ ra a operação brasileira (já levan5,8 bilhões — mesmo assim, os do em conta as variações camresultados da empresa brasileibiais ), e ajudou o Casino a mosra ainda foram aquém do esperatrar força frente ao combalido do pelo mercado, uma vez que a mercado francês. velocidade de expansão mosNaouri, dono do Casino, assutrou desaceleração no quatro trimiu o controle da rede brasileimestre, em relação aos demais ra no dia 22 de junho de 2012, períodos do ano. um ano marcado por conflitos e As vendas no conceito mesvárias iniciativas de minar o pomas lojas do Casino, levando-se der do empresário Abilio Diniz em consideração apenas unidano Pão de Açúcar — o que vem des abertas há pelo menos um fazendo com ano, despencaprimor, ao ponram 9,9% no to de o empre- O PESO DO PÃO último trimessário brasileiro tre. No Pão de Grupo Pão de Açúcar é maior buscar outras Açúcar, no enque negócios na França saídas para tanto, o cresciseus investi- (receita líquida em € bilhões) mento foi de mentos além 5,8%. do Pão de AçúO Casino fe4ºTRI/2011 4ºTRI/2012 car, como é o chou o ano Casino França 3,2 3 caso da BRF com queda de 1,1 1,1 (ver matéria Franprix 1,6% nas venabaixo). das na França, Monoprix 0,54 0,55 Paralelamenmas alta de 4,9 4,7 te, o dono do Total 22,1%, para ¤ Casino enfren- INTERNACIONAL 41,9 bilhões, tou um clima nas vendas to3,5 6,9 difícil de negó- América Latina tais do grupo. cios na França, Grupo Pão de Açúcar* Isso porque a 5,7 5,8 agravados pela rede pode con0,75 0,91 crise financei- Ásia solidar em seu ra que se alas- Outros balanço as ven0,25 0,23 tra na Zona do das do Grupo Euro. Com a Fonte: Casino e GPA *Conversão para euro Pão de Açúcar, confiança dos pela taxa de câmbio média do período a partir do dia consumidores 2 de julho de Regiane de Oliveira Naouri, dono do Casino: enquanto vendas caem na França, operação brasileira exibe bom desempenho 2012, com a troca do controle. O grupo destacou ainda boa performance nos negócios da Viavarejo (Casas Bahia e Ponto Frio) no resultado do Pão de Açúcar, principalmente por conta das medidas de isenção de impostos para eletrodomésticos do governo brasileiro. O grupo francês ressaltou em seu balanço que, caso tivesse se tornado o controlador da rede brasileira em janeiro de 2012, as vendas totais da América Latina no fechamento em 31 de dezembro teriam sido de € 24,9 bilhões, trazendo o total de venda do grupo para €47,7 bilhões em 2012. A boa notícia é que a em- presa ainda vai conseguir capitalizar com essa manobra contábil no primeiro semestre deste ano. Só no quatro trimestre de 2012, com a consolidação do Pão de Açúcar, as vendas da área internacional do Casino representam 63% dos negócios do grupo, em comparação com 48% no quatro trimestre de 2011, segundo informações divulgadas pela empresa. Na França, o Casino opera basicamente com cinco grandes bandeiras — Géant Casino (Hipermercados), Casino supermercados (lojas de conveniência), Franprix - Leader Price (varejo de desconto) e Mono- prix (loja de departamento). A maior queda nas vendas no quatro trimestre ficou por conta da rede de hipermercados do grupo, com vendas 12% menores no período. Franprix e Monoprix foram as únicas marcas com leve alta nas vendas, 1% e 0,7%, respectivamente no período. Os resultados da Ásia também foram destaque no balanço do grupo francês. A empresa, que tem lojas na Tailândia e no Vietnã, teve vendas de ¤ 916 milhões no quatro trimestre, alta de 21,2% em relação ao mesmo período de 2011. No ano, a alta foi de 17,7% nas vendas. ■ Namoro com Abilio Diniz faz BRF ter de se explicar BRF nega qualquer mudança relevante em sua composição de acionistas na última semana O namoro entre a BRF e o empresário Abilio Diniz, que, amparado pelo fundo Tarpon, estaria investindo pesado na com- pra de participação do grupo de alimentos, criou um mal estar na Comissão de Valores Mobiliários. E a BRF teve de se explicar. A companhia informa que não identificou em sua base de acionistas, nas negociações realizadas até o dia 9 de janeiro, ne- nhum acionistas, além dos já reportados, com participação acima de 5% ou mais de seu capital. A BRF informa ainda que não havia recebido “notificação a respeito de participação acionária relevante, acordo de votos ou qualquer tipo de opera- ção de aquisição de ações que implicasse o atingimento de 5% ou mais do capital da BRF.” A companhia é obrigada a informar qualquer tipo de transação que mude sua posição acionária. Segundo informações do mercado, o fundo Tarpon está fazen- do a aproximação de Diniz com a BRF, com o objetivo de torná-lo presidente do conselho de administração. Os recursos para investir na empresa Diniz já tem. Na semana passada, captou R$ 1,5 bi na bolsa com venda de ações do Pão de Açúcar. ■ R.O. Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 17 Joel Silva/Folhapress AVIAÇÃO Tráfego de passageiros da Latam sobe 10% A recém-criada Latam Airlines informou que seu tráfego de passageiros cresceu 10% em dezembro e 7,8% no acumulado de 2012, ambos em base anual. A Latam Airlines, maior aérea da América Latina, é resultado da aquisição da Tam pela chilena Lan. Em dezembro, o tráfego brasileiro de passageiros registrou alta de 10,5%, enquanto o tráfego doméstico de passageiros excluindo o Brasil subiu 10,6%. O tráfego internacional de passageiroscresceu 9,6% em dezembro. Robert Galbraith/Reuters Walmart planeja gastar US$ 50 bi Rede varejista vai comprar bens adicionais produzidos nos EUA para impulsionar a economia Jessica Wohl Reuters O Walmart comprará, na próxima década, US$ 50 bilhões adicionais em bens produzidos nos Estados Unidos de segmentos como esporte e eletroeletrônicos de última geração, em um movimento que a maior varejista do mundo considera uma grande ajuda à economia do país. O maior empregador do setor privado dos Estados Unidos disse também que planeja contratar nos próximos cinco anos 100 mil militares veteranos dispensados, em uma época na qual a taxa de desemprego os EUA está em 7,8%. A decisão deve ter uma recepção fria por parte dos críticos à rede, que a acusam de pagar salários baixos e vender muitos produtos de países de custos mais baixos de produção, como a China. A companhia também está sob pressão por causa das políticas de fornecimento, após um incêndio fatal em uma fábrica de roupas em Bangladesh. No entanto, a unidade norteamericana do Walmart diz, citando dados dos fornecedores, que cerca de 60% dos bens que vende são feitos, originados ou plantados nos próprios Estados Unidos. No ano passado, 55% das vendas do Walmart nos EUA foram de produtos como bebidas e alimentos, além de cuidados com saúde e beleza, itens para o lar, como papel higiênico, e para animais de estimação. Muitos desses bens geralmente vêm de fornecedores locais. Somente 7% do que o Wal- Mart vendeu nos Estados Unidos foram de roupas, joias e acessórios, produtos que varejistas geralmente compram de países de baixo custo. A preferência que o Walmart dará a produtos nacionais reflete a recente mudança nas relações comerciais dos Estados Unidos com o restante do mundo. Durante a recessão de 2007 a 2009, produção e importação caíram bruscamente. O Produto Interno Bruto (PIB) se recuperou, mas as importações líquidas não, um sinal de que o país está demandando mais bens e serviços próprios. O Walmart dos EUA e o seu Sam's Club aumentarão as compras de produtos dos Estados Unidos em categorias como bens esportivos, roupas básicas, caixas para armazenamento, jogos e produtos de papelaria. O presidente do Walmart local, Bill Simon, anunciou os planos de gastos e contratação durante uma conferência em Nova York da Federação Nacional dos Varejistas (NRF, em inglês). O Walmart não faz parte da NRF, grande associação da indústria que ressaltou a importância dos empregos no varejo norte-americano. A NRF diz que 25% dos empregos norteamericanos são atribuídos ao setor varejista. Em linha com isso, a companhia, a partir do Memorial Day, em maio, planeja contratrar 100 mil veteranos nos próximos cinco anos, decisão que a primeira-dama Michelle Obama apoiou. “Desenvolvemos uma letargia nacional em que todos nós ficamos esperando que alguém fizesse alguma coisa”, afirmou Simon, que serviu ele próprio durante 25 anos na Marinha.■ Robyn Beck/AFP Preferência do Walmart a produtos nacionais reflete mudanças Zuckerberg, do Facebook: investida na seara do Google acontece em parceria com a Microsoft “Busca social” é nova aposta do Facebook Ferramenta é vista por analistas como tentativa de a empresa retomar credibilidade Gabriel Ferreira [email protected] “A próxima grande sacada.” Foi assim, sem qualquer modéstia, que o Facebook apresentou ontem a última novidade do site, um sistema de busca social. “Essa é uma das coisas mais incríveis que já fizemos em nossa história”, afirmou Mark Zuckerberg, presidente da companhia, no lançamento da ferramenta. A expectativa era tanta que, horas antes do anúncio oficial, chegou-se a especular que, enfim, Zuckerberg iria apresentar o celular do Facebook — um antigo boato, que até hoje parece estar distante de se tornar realidade. Tanto barulho não foi em vão — mas não tem, necessariamente, a ver com a inovação embutida no novo sistema. “Isso tem todos os elementos de uma publicidade de alto impacto, uma tentativa de elevar a credibilidade depois de um processo de IPO que foi considerado decepcionante”, diz Francisco Rizzo, analista da Frost & Sullivan. Batizada de “Graph Search”, a ferramenta é um sistema de buscas que toma como base de dados os conteúdos postados pelos usuários na rede social. Com isso, é possível que a pessoa en- contre fotos de amigos em lugares específicos ou restaurantes recomendados por algum grupo determinado de pessoas, por exemplo. “É uma nova forma de se ver as informações”, diz Zuckerberg. Para as buscas que a base de usuários do Facebook não conseguir trazer uma resposta, a empresa fechou uma parceria com a Microsoft, detentora do sistema de buscas Bing. Essa parceria indica que, mais do que entrar em um segmento já dominado pelo Google, o Facebook parece querer dar um novo passo. “A integração com o Bing deve dar aos usuários buscas semelhantes às do Google, porém o ‘Graph Search’ deve conseguir resultados mais profundos, baseados nas informações que a empresa detém dos usuários”, diz Rizzo. Rentabilidade Desde que o Facebook abriu o capital na bolsa de valores, em maio de 2012, Zuckerberg é criticado pela baixa rentabilidade da empresa. Um dos últimos Questão da privacidade é um dos pontos mais delicados da nova ferramenta, mas não deve afetar resultado movimentos feitos nesse sentido foi o início da cobrança pelo envio de mensagens para pessoas que não façam parte da lista de amigos do usuário. O sistema está em fase de testes. Ao ser questionado sobre o potencial do “Graph Search” de trazer mais dinheiro para os cofres da empresa, Zuckerberg afirmou que esse não é o objetivo principal. “Por enquanto, estamos focando na experiência dos usuários.” Os executivos da empresa negam até mesmo que a ferramenta vá influenciar sobre o atual modelo de publicidade. “As pesquisas feitas não vão interferir nos anúncios que aparecem para os usuários”, diz Lars Rasmussen, diretor de Tecnologia do Facebook. Por trás da afirmação há uma tentativa de a companhia afastar qualquer ideia de que a ferramenta de buscas é mais um ataque à privacidade dos usuários. O tema foi retomado durante várias vezes ao longo do anúncio, sempre com a observação de que nenhum dado hoje oculto se tornará disponível. “Desde que o Facebook surgiu, existe muita preocupação em torno da privacidade. Apesar disso, a rede nunca parou de apresentar um crescimento muito consistente em sua base de usuários. Não acreditamos que esse tema vá interferir no sucesso do ‘Graph Search’”, diz Rizzo. ■ 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Loic Venance/AFP EMPRESAS HOTEL E TORRE RESIDENCIAL Accor e AMC investem R$ 52 mi em Santos A Accor e a AMC Holding vão construir em Santos, litoral de São Paulo, um complexo composto por torre residencial e hotel da bandeira supereconômica Ibis budget. Segundo a Accor, a torre residencial terá 98 apartamentos, enquanto o hotel 168 unidades hoteleiras. O investimento total da obra é na ordem de R$ 52 milhões, sendo R$ 20 milhões para a construção do Ibis budget. Com esse empreendimento, a Accor soma 85 hotéis ibis em desenvolvimento no Brasil, 17 em SP. Piccadilly firma os passos no caminho para dobrar seu tamanho até 2015 Divulgação Fabricante gaúcha de calçados aposta na reinvenção da marca e no lançamento constante de novos modelos Juliana Ribeiro [email protected] Reinventar. Essa é a palavra que define a nova estratégia da fabricante gaúcha de calçados Grings S/A, dona da Piccadilly. Há quase 60 anos no mercado, a marca, conhecida por ser referência de conforto quando se trata de calçado feminino percebeu que estava ficando para trás no quesito modernidade e investiu na reestruturação da marca e na inovação de seus modelos. A mudança que teve início em 2010 deve fazer a companhia dobrar de tamanho até 2015. Ao que tudo indica, a meta será habilmente superada. Nos três primeiros anos do “Projeto Ambição 2015”, como foi batizado o plano estratégico da companhia, o objetivo era crescer 55%, percentual que já está na casa dos 67%. A empresa, que no ano passado faturou R$ 410 milhões, almeja atingir R$ 450 milhões em vendas neste ano e crescer 20% em cada um dos últimos dois anos do projeto. Ana Clara Grings, diretora comercial da empresa, explica que a inovação tem sido o combustível do crescimento da Piccadilly nos últimos anos. Um dos canais de divulgação das novidades são as feiras, como a Couromoda em São Paulo, onde a empresa vendeu 200 mil pares de sapatos no ano passado e neste ano quer ainda mais. Segundo Ana Clara — neta do fundador da companhia e filha do presidente Paulo Grings — a companhia investiu na modernização do design de produtos que eram focados em modelos mais clássicos e estão se reposicionando, aliando o conforto às tendências da moda. Além disso, a constante atualização do portifólio também ajuda no aumento das vendas, já que a marca faz lançamentos mensais de produtos. “Também estamos apostando na participação em nichos carentes do mercado como o infantil, com a linha Piccadilly for Gril se e outra de esporte casual, a Nice”, diz. A maior parte da produção de sapatos da companhia, cerca de 75% é destinada ao mercado interno. No ano passado, dos 8,8 milhões de pares de calçados fabricados pela Piccadilly em suas seis fábricas, 2,2 milhões de pares foram destinados à exportação. A empresa já conta com 27 lojas no mercado internacional, em parceria com empresários e lojistas que usam a marca como carro-chefe. Ana Clara explica que o foco da companhia continua sendo calçar os pés das brasileiras, uma vez que “por ser um mercado mais estável, temos maior facilidade para manter o controle e reagir de forma rápida às oscilações da economia”, diz. Além disso, a crise financeira PASSOS FIRMES Principais indicadores da indústriade calçados PARES, EM MILHÕES VALOR, EM US$ MILHÕES PRODUÇÃO 2009 813,6 2010 893,9 2011 819,1 9.485,40 12.345,30 MERCADO PROMISSOR CONSUMO PER CAPITA DE CALÇADOS, EM PARES 3,7 4,1 3,8 Piccadilly vendeu 200 mil pares de sapatos na Couromoda 2012 na Europa e Estados Unidos também faz com que, mais do que nunca, a Piccadilly foque suas atenções no mercado onde já está consolidada. Mas ao que parece, as oscilações nas vendas também tiveram efeito no Brasil. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que o consumo per capita de calçados, em 2009 foi 3,7 pares, chegou a 4,1 pares em 2010 e caiu para 3,8 em 2011. A produção passou de 813 milhões de pares em 2009 para 893 milhões em 2010 e recuou para 819 em 2011. Desses totais, 56% dos itens produzidos são voltados para o mercado feminino. No mesmo triênio, as importações cresceram e chegaram a 30 milhões de pares em 2009, 28,7 milhões em 2010 e 34 milhões em 2011. Enquanto isso, a exportação ficou em 126 milhões, 146 milhões de pares e 113 milhões de pares, respectivamente. ■ Couromoda reúne 1,1 mil empresas Desde segunda feira, expositores, varejistas e atacadistas se reúnem no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo para a Couromoda 2013. No ano passado, a feira, que reúne os lançamentos do mercado de calçados, bolsas e acessórios para o outono/ inverno, reuniu 1.100 empresas e atraiu cerca de 85 mil visitantes, incluindo delegações de 64 países. Entre as três mil marcas presentes estão Arezzo, Via Marte, Kildare, Olympikus e Dakota. De acordo com a organização da feira, cerca de 35% das vendas anuais do setor têm suas negociações iniciadas nos estandes da feira. J.R. 12.994,70 EXPORTAÇÃO 2009 126,6 1.360,00 2010 143 1.487,00 2011 113 1.296,20 IMPORTAÇÃO 2009 2010 2011 30,4 28,7 34 296,50 304,60 427,80 2009 2010 2011 PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA POR REGIÃO, EM % PRODUÇÃO DE 2011 POR GÊNERO, EM % Feminino 56 Masculino 21 Infantil Unissex VENDAS VENDAS EXPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO NÚMERO DE NÚMERO DE EM VALOR EM VOLUME EM VALOR EM VOLUME EMPRESAS EMPREGOS SUL SU U 34 33 46,1 21,5 40,9 37,1 NORDESTE NORDEST 35 42,8 41,7 71,3 7,7 35,8 11,6 6,7 48,4 25,9 SUDESTE SUDES 29,6 23,6 20,1 CENTRO-OESTE CENTRO-OES 1,3 0,5 0,5 0,4 2,8 1,2 2,9 NORTE NOR 0,1 0,1 0,02 0,02 0,2 0,1 Fonte: Abicalçados Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 19 Giuseppe Aresu/Bloomberg AUTOMÓVEIS Fiat negocia programa de demissões na Itália A Fiat pediu que o governo italiano aprove um programa de demissões em sua fábrica em Melfi, no sul da Itália, para que a montadora possa reestruturar a unidade antes do início da produção de novos modelos. O programa temporário de demissões, que terá início em 11 de fevereiro e durará até o fim de 2014, permitirá que a Fiat interrompa as linhas de produção na fábrica. Melfi, uma das unidades mais importantes da Fiat na Itália, atualmente produz o modelo Punto. Reuters Divulgação Cantora Claudia Leitte ataca de vendedora Ela profissionalizou sua empresa e passou a promover seus produtos licenciados Cintia Esteves [email protected] Claudia Leitte agora tem uma nova profissão: vendedora. A cantora percebeu que promover seus produtos licenciados é fundamental para os negócios. Até pouco tempo, participar do lançamento destes itens não fazia parte da agenda da artista. Mas ontem, lá estava Claudia promovendo sua nova linha de sapatilhas durante a feira de calçados Couromoda, que acontece esta semana na capital paulista. A postura da cantora é uma recomendação de Marco Serralheiro, ex-Serasa Experian, e há seis meses diretor de marketing da 2T’s Entretenimento, a empresa criada para cuidar de todos os negócios da artista. Claudia também possui um perfume, em parceria com a Jequiti, e prepara-se para lançar no final do mês uma linha de esmaltes desenvolvida pela Beauty Color. Até o final do ano, a meta é ter entre oito e dez produtos assinados pela cantora. “Estamos em fase de negociação com empresas dos segmentos de beleza, higiene pessoal e moda”, afirma Serralheiro. Com a nova ocupação, a semana da artista ganhou o agito de seus shows de axé. Às segundas e terças, ela concilia os compromissos pessoais com as ações voltadas para seus produtos. E de quarta-feira a domingo, a agenda está reservada para shows e apresentações na televisão. Assim como acontece com grande parte dos cantores, o grosso da receita de Claudia vem dos shows. FAMA DE VENDEDORA Conheça algumas das apostas de licenciamento de Claudia Leitte PERFUME Em parceria com a Jequiti, a artista lançou a colônia Claudia Leitte Intense. Trata-se da terceira fragrância assinada por ela junto com a marca. Em sua versão 100 ml, o preço sugerido é de R$ 69,90 SAPATO A fabricante Ballasox lançou uma linha de sapatilhas assinada pela cantora. São sete modelos inspirados em seu dia a dia. A artista também será garotapropaganda dos produtos ESMALTE Apaixonada por esmalte para unha, a cantora também resolveu ganhar dinheiro com o produto. Está marcado para o dia 30 de janeiro o lançamento de uma linha de produtos em parceria com a Beauty Color Fontes: 2T’s e empresas Serralheiro tem a missão de fazer os produtos licenciados responderem por 25% do total faturado pela artista. Hoje estes itens não chegam a 5%. Estratégia Como todo bom vendedor, Claudia também está mostrando que acredita em seus produtos e tem feito uso frequente deles, diz o executivo. “Assim, além de ajudar na venda, ela consegue dar um retorno para os fabricantes sobre a qualidade e desempenho deles”. Todo o esforço da artista tem por trás a vontade de não ficar tão dependente dos shows. Pensando nisso, Claudia profissionalizou a 2T’s no final de 2012, quando tirou os membros de sua família da direção e convidou Fabio Neves, ex-executivo da empresa de tecnologia Pitney Bowes, para o cargo de presidente. Agora, os pais, o irmão e o marido da cantora fazem parte de uma espécie de conselho de administração e dão palpites a respeito de decisões estratégicas. Formadora de opinião Serralheiro explica que o público dos produtos assinados por Claudia não se resume aos fãs. “O fã compra pelo coração, mas existe uma parcela maior de consumidores que admira o estilo de vestir e de se comportar da cantora. As pesquisas mostram que Claudia é vista como uma pessoa simpática, engraça- Meta é que os licenciados representem 25% da receita da cantora da, bastante família e bonita”, diz. Um exemplo deste poder foi visto durante a participação da artista no programa The Voice Brasil, da rede globo. Durante os quase três meses de duração do reality show, as roupas usadas pela cantora foram responsáveis por grande parte das ligações feitas para a central de atendimento ao telespectador da Globo. Mas neste caso nenhuma das peças utilizadas levavam seu nome. ■ Comércio eletrônico cresceu 29% no ano passado Jose Pelaez/Folhapress Setores que mais venderam foram os de roupas, acessórios, cosméticos e eletrodomésticos iG www.ig.com Vendas este ano serão impulsionadas por e-book, música e filme As vendas do comércio eletrônico brasileiro atingiram a cifra de R$ 24,12 bilhões em 2012, um crescimento de 29% em relação ao ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Os setores que registraram maior crescimento foram roupas, acessórios, cosméticos e eletrodomésticos. “Podemos dizer que os resultados estão aliados ao aumento do consumo na internet e a entrada de grandes grupos internacionais, como a Amazon, que trouxe oxigênio para o mercado”, afirma Mauricio Salvador, presidente da ABComm, por meio de nota enviada à imprensa ontem. O estudo também aponta que nove milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra online em 2012. Os dados da ABComm levam em conta ainda as vendas em sites chamados “market places”, aqueles como Mercado Livre e Rakuten, além de negócios de conteúdo digital, como o comércio dos e-books. A expectativa da ABComm para 2013 é de alta, impulsionada pelo consumo bens digitais, como e-books, músicas e filmes “on demand”. “O crescimento nas vendas de tablets e smartphones ajuda ainda nessa evolução”, afirma Salvador. A tendência é que a competitividade continue aumentando e que grandes varejistas brasileiros inaugurem lojas online este ano, além dos investimentos de players internacionais no país, que devem continuar ao longo do ano. “ O consumidor brasileiro está mais confiante pra comprar pela internet. As novas gerações que agora entram no mercado de trabalho, já nasceram em tempos de internet”. ■ 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Divulgação EMPRESAS AERONÁUTICA AgustaWestland tem acordo de US$ 560 mi A AgustaWestland, controlada pela Finmeccanica, conquistou um contrato de venda de oito helicópteros AW159 Wildcat do governo da Coreia do Sul, que vai usar os aparelhos para reforçar a frota da marinha do país. Quatro unidades serão entregues em 2015 e o restante da encomenda ficará pronta em 2016. O contrato entre o governo sul-coreano e a Agusta é avaliado em US$ 560 milhões. Sikorsky e Lockheed Martin participaram da licitação. Bloomberg Indústria mundial de semicondutores está mais otimista neste ano Divulgação Estudo mostra que 75% dos executivos entrevistados esperam aumento da receita neste ano em relação a 2012 Carolina Pereira [email protected] A indústria mundial de semicondutores está mais otimista com o mercado do que no ano passado. É o que aponta um estudo feito pela consultoria KPMG com 152 executivos deste segmento e obtido com exclusividade pelo BRASIL ECONÔMICO. A pesquisa diz que 75% dos entrevistados esperam que a receita neste ano seja maior que no ano passado, enquanto em 2012 o percentual era de 63%. De acordo com Marcelo Gavioli, sócio da KPMG, o crescimento do mercado americano é um dos fatores que está impulsionando o otimismo mundial da indústria e o aumento do que ele chama de “índice de confiança”, já que os Estados Unidos ultrapassaram a China como o mais importante mercado em termos de receita. “Além do aumento da demanda por semicondutores, há também uma mudança tecnológica que está impulsionando o mercado”, afirma o executivo. Ele se refere ao crescimento de novos usos para os chips, como na área de energia, por exemplo, com os medidores inteligentes. Além disso, há um peso maior de telecomunicações, como smartphones e equipamentos de telefonia em geral. Com isso, o percentual de executivos consultados que esperam aumentar a força de trabalho subiu de 48% em 2012 para 66% em 2013. A fatia dos que pretendem crescer os investimentos em pesquisa e desenvolvimento também aumentou de 65% para 77% de ano para ano. Além disso, 71% dos que responderam ao estudo dizem que a lucratividade anual da indústria aumentará neste ano. O otimismo vem após um ano ruim para a indústria. A estimativa é que este mercado tenha fechado 2012 com uma receita de US$ 298 bilhões, segundo dados preliminares do Gartner, queda de 3% na comparação com 2011. No Brasil E o otimismo parece estar atingindo também o Brasil. No final do ano passado, o Ministério do Desenvolvimento anunciou a construção de uma fábrica de chips em Minas Gerais que demandará investimento de R$ 1 bilhão e terá entre seus sócios a multinacional IBM e o Grupo Marcelo Gavioli, da KPMG: índice de confiança da indústria de chips está em alta com novo cenário EBX, do empresário Eike Batista. A empresa é a Six Semicondutores, que contará com financiamento de R$ 267 milhões do Banco Nacional de Desenvolvi- O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS PARA 2013 Pesquisa aponta recuperação da indústria de semicondutores neste ano Esperam aumento na força de trabalho Esperam crescimento nas fusões e aquisições Esperam aumento nos gastos com pesquisa e desenvolvimento Esperam que o crescimento da receitas da empresa seja maior 2012 48% 62% 65% 63% 2013 66% 66% 77% 75% Fonte: KPMG mento (BNDES), tem previsão de início da produção para 2014 e terá como foco aplicações para as áreas industrial e médica. As companhias, no entanto, não dão mais detalhes. A primeira iniciativa do gênero a surgir no país foi o Ceitec, estatal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) focada no desenvolvimento e produção de circuitos integrados para RFID (identificação por radiofrequência) e aplicações específicas. A empresa, em Porto Alegre, tem o papel estratégico de desenvolver a indústria de microeletrônica no Brasil. O país, no entanto, não é uma exceção mundial na escassez de produção local de chips. Segundo Gavioli, atualmente a produção está concentrada principalmente na Ásia (Coreia e China) e Estados Unidos, obrigando a maioria dos países a depender da importação. Os semicondutores representam 13% do total de importações de eletroeletrônicos, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A expectativa é que, a partir de 2014, com a chegada da Six, o percentual possa cair. ■ Videogame da Disney terá personagens de filmes Plataforma Infinity é o maior projeto de jogos da empresa, em termos de personagens e custo Christopher Palmeri Bloomberg A Walt Disney Corporation anunciou um videogame que reduz o custo de desenvolvimento ao incorporar personagens de diferentes filmes no mesmo jogo. A novidade é uma tentativa de melhorar os resultados da divisão interativa da empresa. A plataforma Infinity inclui uma unidade que se conecta a computadores e consoles de jogos, informou a empresa. Figuras de plástico posicionadas em cima da unidade aparecem na tela do videogame quando os jogos são executados. A empresa venderá os personagens, assim como discos que acrescentam cenários e funcionalidades. Um kit inicial com a base e três personagens custará US$ 75. Com o Infinity, a Disney será capaz de adicionar conteúdo sem desenvolver novos jogos do zero cada vez que lançar um filme, segundo John Pleasants, co-presidente da divisão interativa. Isso é crítico para a divisão que o presidente do conselho e presidente da empresa, Robert Iger, prevê que será lucrativa em 2013, após perdas de US$ 1,6 bilhão nos últimos seis anos. Pleasants, que chegou à Disney com a aquisição do fabricante de jogos sociais Playdom em 2010, pediu a seus designers para “pensar grande” no desenvolvimento do sistema, segundo John Blackburn, vicepresidente da unidade Avalan- che Software, da Disney. O Infinity é o maior projeto de jogos da Disney, em termos de custo e personagens envolvidos, afirmou Blackburn, sem dar informações financeiras. O lançamento inicial envolverá 20 personagens da Disney e da Pixar. As aventuras no novo videogame ficarão a critério do jogador, afirmaram os executivos. Capitão Jack Sparrow, de “Piratas do Caribe”, poderia ir a missões com Buzz Lightyear, um dos personagens de “Toy Story”, usan- do a carruagem da Cinderella. A plataforma Infinity estará à venda em junho e é similar aos jogos “Skylanders”, da Activision Blizzard, que gerou US$ 500 milhões em vendas de jogos e merchandising no ano passado. A Disney está mudando de direção à medida que as vendas de videogames tradicionais caíram. As vendas de software para videogame caíram 26%, para US$ 1,54 bilhão em 2012. A empresa lançou seis títulos para consoles no ano passado, ante 23 em 2010. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 21 Alastair Miller/Bloomberg TELECOMUNICAÇÕES Regulador da França se opõe a fusões O regulador antitruste da França se opõe a fusões no setor de telecomunicação, disse o presidente dele, Bruno Lasserre, ao jornal Le Figaro. A Iliad e a Vivendi procuraram autoridades de concorrência para tratar de uma possível fusão das unidades de telefonia móvel, segundo a rádio BFM no início do mês. Questionado se o regulador bloquearia as fusões Lasserre respondeu: “Não tenho que me posicionar em casos que são apenas hipóteses. Mas sou contra tais fusões”. Java oferece riscos, alertam os EUA Receita da SAP fica abaixo do esperado Hannelore Foerster/Bloomberg Resultado do grupo nos três meses encerrados em dezembro subiu 12%, para ¤ 5,06 bilhões Reuters [email protected] A produtora alemã de software corporativo SAP divulgou ontem receita de quarto trimestre abaixo do esperado, não acompanhando o desempenho da norte-americana Oracle, sua principal rival. A SAP, sob comando de Bill McDermott, informou que a receita do grupo nos três meses encerrados em dezembro subiu 12%, para ¤ 5,06 bilhões, abaixo dos ¤ 5,17 bilhões esperados por analistas, segundo pesquisa da Reuters. O lucro operacional cresceu mais lentamente que a receita, avançando 10%, para ¤ 1,96 bilhão. Com isso, a margem de lucro operacional da SAP recuou 0,8 ponto percentual, para 38,8%. “Depois da notícia de que a principal rival deles, Oracle, Bill McDermott, da SAP: comparações com a principal rival Oracle conseguiu superar expectativas, muitos investidores esperavam que a SAP poderia seguir o exemplo”, disse Markus Huber, da ETX Capital. “Mesmo ficando abaixo do esperado por uma pequena margem, e apesar deles terem tido um excelente ano no geral, os investidores estão manifestando decepção ”, acrescentou Huber. A Oracle divulgou no mês passado que a receita trimestral com vendas de software teve alta de 17% e previu vendas fortes em 2013. A SAP deve divulgar resultados financeiros completos em 23 de janeiro. ■ Livraria Cultura amplia oferta de e-readers da Kobo Rede anuncia disponibilidade de mais dois modelos concorrentes do Kindle, produto da Amazon Reuters [email protected] Em novembro a Livraria Cultura deu início a sua mais nova aposta para elevar as vendas de livros eletrônicos no país. A rede começa a comercializar o e-reader da fabricante Kobo, um dos concorrentes do Kindle, da Amazon, e se torna a primeira parceira da companhia canadense no Brasil. Agora, a empresa intensifica a aposta no mercado digital e disponibiliza mais dois modelos do leitor, que serão vendidos a partir de 22 de janeiro. O Kobo Mini, que pesa 134 gramas e tem tela de 5 polegadas, será vendido por R$ 289 e fará frente com o Kindle, da Amazon, que chegou ao mercado brasileiro em dezembro por R$ 299 no site do PontoFrio.com e nas lojas da Livraria da Vila. O outro modelo da Kobo, o Glo, tem tela de seis polegadas e custará R$ 449. No caso deste modelo, o diferencial é a luz voltada para ler no escuro. Todos os dispositivos da Kobo têm tecnologia e-ink — que imita o papel convencional com impressão eletrônica de textos e imagens — e tela sensível ao toque. Com os lançamentos a Livraria Cultura pretende impulsionar a venda de conteúdo digital. A rede conta com um acervo de cerca de um milhão de livros eletrônicos, sendo 12 mil em português. O Kobo têm tecnologia e-ink. ■ de cartões de crédito e cometem outros tipos de crime de computação. A plataforma de software Java, criada na metade dos anos Reuters 90, permite que [email protected] res escrevam códigos de softwaO Departamento de Segurança re que funcionam tanto em comInterna dos Estados Unidos alerputadores com o Microsoft Wintou que a atualização de segudows quanto nos Macs da Apple rança do Java para navegadores e nas máquinas que rodam o Lide internet não é o bastante panux. Embora alguns especialisra proteger os computadores e tas venham alertando há muito manteve a orientação de desabitempo que o software tem bugs, litar o programa da Oracle. o Java começou a receber mais “A menos que seja absolutacríticas no ano passado depois mente necessário de problemas de seoperar o Java em na- Departamento gurança surgidos vegadores, desabiliagosto. de Segurança em“Não tem-no”, afirmou o é como se recomenda Departamento de Seo Java tivesse ficagurança Interna no do inseguro de redesabilitar o próprio site. É inseguro programa da pente. A produtora de há anos”, disse Oracle software disponibiliCharlie Miller. Ele zou uma atualizaé engenheiro de ção para o Java no domingo, computação do Twitter exdias depois que o governo fez o consultor de segurança de primeiro alerta sobre o softwagrandes empresas e ex-analisre, afirmando que defeitos no ta do Departamento de Seguprograma estavam abrindo brerança Interna. chas para roubo de identidade O Java foi responsável por e outros crimes. 50% dos ataques cibernéticos Especialistas em segurança em que hackers invadiram alertaram que os computadores computadores explorando vulque operam com Java nos navenerabilidades no software, em gadores podem ser alvos de cri2012, de acordo com a Kasperminosos que roubam números sky Lab. ■ Atualização de segurança do programa da Oracle não seria suficiente para proteger PCs MercadoLivre e Correios se unem para entregas Parceria prevê melhores tarifas de frete para produtos negociados na plataforma Reuters Divulgação Duas novas versões serão disponibilizadas no mercado brasileiro redacao@ brasileconomico.com.br O site de compra e venda online MercadoLivre anunciou ontem uma parceria com os Correios por meio da qual vai oferecer melhores tarifas de frete para produtos negociados na plataforma, num momento em que o segmento de comércio eletrônico tem a logística como principal entrave, causando problemas de entregas para muitas empresas. Segundo a companhia, o MercadoEnvios é o primeiro serviço de tecnologia de administração de envios no Brasil. Com adesão opcional e gratuita aos vendedores, o serviço oferece um calculador de frete na página do anúncio do produto, permitindo ao comprador escolher entre entrega normal ou expressa. O comprador também tem a opção de utilizar um serviço em que o frete é pago ao MercadoLivre que, por sua vez, administra diretamente com os Correios a melhor tarifa. “O custo do envio fica bem mais acessível ao consumidor, pois negociamos com base no volume gerado por milhares de vendedores profissionais, não apenas um”, afirmou o diretor geral do MercadoLivre para o Brasil, Helisson Lemos. Segundo ele, o serviço já está disponível em todo o país. A ferramenta permite também o rastreamento do pedido por meio de código gerado pelos Correios. Anteontem os Correios anunciaram o Sedex 12, um novo serviço de entrega rápida. ■ 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 David Paul Morris/Bloomberg EMPRESAS AUTOMÓVEIS Pressão de concorrência afeta Hertz A companhia de aluguel de carros Hertz disse que a Europa foi “mais desafiadora” que o esperado no quarto trimestre e que não há sinais de recuperação econômica no continente. Além disso, a política de preços para turistas de negócios nos aeroportos dos EUA permanecem sob pressão com a concorrência. A companhia espera que a receita na Europa seja estável em 2013. A Hertz, que comprou a rival Dollar Thrifty, espera que a aquisição seja “neutra” para os ganhos. Com jipinho, Honda será concorrente forte na briga entre EcoSport e Duster Montadora japonesa apresenta o Urban, que vai chegar ao Brasil em 2015 e deve ser produzido no México James Fassinger/Reuters Karina Simões iG.com.br O consumidor brasileiro terá mais uma novidade. A Honda apresentou no Salão de Detroit o seu utilitário esportivo, Urban, que vai brigar diretamente com o renovado Ford EcoSport e o Renault Duster. O jipinho deverá chegar ao país em 2015. A primeira versão do novo modelo da marca japonesa, no entanto, só estará à venda nos Estados Unidos em 2014 e a aposta é que seja produzida na fábrica que a montadora mantém no México. Aliás, para atender os dois maiores mercados das Américas, a estratégia mais eficaz é utilizar as linhas de montagem mexicanas, já que o país é vizinho dos americanos e mantém com o Brasil um acordo automotivo que prevê isenção das taxas para importação. Segundo a montadora, no Brasil o carro será uma versão “mini” do CR-V, em questão de tamanho e também de preço. Em termos de estilo, há muito do sedã Accord na sua dianteira e também lembra o futuro Peugeot 2008, que deve chegar ao Brasil em 2014. O SUV mede Segundo a Honda, o Urban SUV será uma versão “mini” do CR-V, modelo já vendido no Brasil 4.30 metros de largura, sendo 20 cm mais longo que o Fit e 23 cm mais curto que o CR-V. A marca ainda confirmou que novo crossover vai utilizar um dos novos motores da família Earth Dreams, um I4 de 1.5 litros combinado com uma transmissão CVT, continuamente variável. Como já foi dito anteriormente, o Urban SUV Concept é a aposta da Honda no segmento de crossover compactos e expande sua linha de compactos globais, que incluem o Fit e o City. O plano da marca, com ajuda desse novo modelo, é dobrar suas vendas até o final de 2016 — a marca produz atualmente cerca de 1,5 milhão de carros por ano. A nova geração do Fit deve chegar ainda antes do novo crossover. Ambos serão montados na nova fábrica da Honda no México, que deve entrar em operação em meados de 2014. Um novo sedã, que ainda não foi divulgado, também deverá usar a base do monovolume compacto. A fábrica de Sumaré, no interior de São Paulo ainda espera por um novo modelo. Já que a maior parte da produção do sedã City foi transferida para a Argentina, onde a Honda fez um investimento para ampliação da capacidade instalada. Aqui no Brasil, a montadora japonesa deverá começar a produção de um compacto. Assim, a empresa vai entrar forte em dois segmentos importantes no mercado brasileiro, o de carros pequenos e de entrada e o de utilitários esportivos. No segmento de SUVs a briga será boa. O Duster, lançado em 2011, em um ano de mercado assumiu a liderança com 17,16% de participação, 46,8 mil unidades. O EcoSport, mesmo com a revitalização, vendeu 38,2 mil carros, 14,01% de participação. ■ Rebecca Cook/Reuters Maserati apresenta novo sedã Quattroporte Nissan vai reestilizar Tiida para disputar com Honda Fit Marca japonesa também trará para o mercado brasileiro o sedã Altima e o novo Sentra Ricardo Meier Modelo “família” inicia renovação da marca, que ganha SUV e carro mais barato www.ig.com iG www.ig.com A italiana Maserati, marca de luxo controlada pela Fiat, apresentou ontem, no Salão de Detroit, a nova geração do sedã de luxo Quattroporte. O modelo começará a ser vendido no mercado europeu em fevereiro pelo preço inicial de ¤ 110 mil (cerca de R$ 299 mil, sem contar impostos brasileiros). Segundo a marca italiana, este carro faz parte de um plano de expansão bastante ambicioso que pretende aumentar a pro- Quattroporte, versões a partir de ¤ 110 mil (R$ 299 mil) dução anual de 7 mil veículos atuais para 50 mil unidades até 2015. O grande trunfo da montadora é a concepção de um carro menor, considerado “de entrada”, chamado Ghibli, que deve ser apresentado ao mercado no fim deste ano. Em 2014, a Maserati deve lançar seu utilitário Levante - carro que, para uns, mancha a tradição da italiana, famosa por seus modelos esportivos arrojados e que transportam apenas duas pessoas. A Fiat deve investir US$ 1,6 bilhão até 2014 no desenvolvimento dos novos carros da Maserati e na construção de uma nova linha de produção na Itália. Juntas, Maserati e Ferrari (também da Fiat) vendem 10 mil unidades por ano. ■ Quando chegou ao Brasil, em 2007, o Tiida já causava uma certa dúvida sobre sua natureza. Seria um hatch ou uma minivan? Apesar de alguns traços familiares, o modelo da Nissan era mesmo um hatch que tem feito uma boa carreira em nosso mercado, mesmo enfrentando nomes de peso como o Focus e o i30. Mas essa fase tem data para acabar. Provavelmente, no segundo semestre deste ano, o atual Tiida sairá de cena para a chegada da nova geração que, ao contrário, tem personalidade definida: trata-se de um monovolume familiar. A chave desse mistério res- ponde por Versa Note. O novo “Tiida” está no Salão de Detroit e deve começar a ser vendido nos Estados Unidos nos próximos meses. Para se distanciar da minivan Livina, o novo Tiida terá um apelo mais esportivo e ousado. O preço também deverá ser superior. O estilo, aliás, é bem atraente, até superior ao do Fit, seu futuro rival direto. O modelo pode até ser importado do México, mas é quase certo que ele será o terceiro produto da nova fábrica da Nissan em Resende, no Rio de Janeiro, onde já está prevista a fabricação do March e do Versa sedã. Enquanto o Tiida não muda, a Nissan prepara o lançamento de dois novos sedãs no Brasil. O Altima, que brigará no segmento do Fusion, e o Sentra, que volta ao mercado renovado e com linhas mais modernas. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 23 Ag. Petrobras FINANCIAMENTO Petrobras assina acordo com Noruega A Petrobras assinou memorando de entendimentos com Agência de Crédito à Exportação da Noruega que prevê a oferta de até US$ 1 bilhão em crédito para exportações de empresas norueguesas à estatal. O documento foi assinado pelo diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, e a presidente do Garanti-Instituttet for Eksportkreditt (Giek), Wenche Nistad, na sede da companhia, no Rio de Janeiro. Outro acordo semelhante já havia sido assinado em 2010. Reuters Matthew Lloyd/Bloomberg Anglo para jazidas de platina Mineradora vai cortar 14 mil empregos e vender uma mina na África do Sul Reuters [email protected] Tom Albanese, presidente da companhia: crescimento retomado A Anglo American Platinum (Amplats), maior produtora de platina no mundo, vai paralisar duas minas na África do Sul, venderá uma jazida e cortará 14 mil postos de trabalho para restaurar sua lucratividade, decisão que pode repetir as greves que no ano passado resultaram em 50 mortes. Na esperada revisão de negócios anunciada pela empresa ontem, a produtora de platina afirmou que planeja cortar a produção em cerca de 20%, para 400 mil onças (pouco mais de 11 to- neladas do produto). A Anglo American Platinum é controlada em 80% pela Anglo American. O preço da platina subiu 1,6% ontem nas bolsas de commodities, superando o ouro pela primeira vez em dez meses, após o anúncio. A resposta dos trabalhadores foi imediata, com o líder sindical da Amplats ameaçando anúncio de greve nas operações sul-africanas. “Se colocarem qualquer mina em manutenção, todas as operações vão parar. Não aceitaremos nada disso”, afirmou o líder sindical Evans Ramogka, que responde pela base da cidade de Rustenburg, onde haverá a maioria dos cortes. Os 14 mil postos que serão cortados representam 3% dos empregos em China puxará produção da Rio Tinto Mineradora planeja ampliação de 15% neste ano, após salto para 253 mi de toneladas em 2012 James Regan Reuters A mineradora global Rio Tinto planeja aumentar a produção de minério de ferro em 15% neste ano, após um salto para 253 milhões de toneladas em 2012, acima da própria meta, tendo em vista que a recuperação da demanda chinesa favoreceu os preços. A segunda maior produtora mundial de minério de ferro, após a Vale, manteve um agressivo plano de expansão em minério de ferro apesar de receios sobre a China — maior compradora mundial da commodityterem assombrado o mercado em 2012. “Os mercados continuam voláteis, mas nosso negócio continua a ter boa performance”, afirmou o presidente Tom Albanese no anúncio dos resultados do quarto trimestre. A Rio Tinto previa produzir 250 milhões de toneladas de minério de ferro em 2012 após 245 milhões no ano anterior. A companhia, que garante no minério de ferro mais de 60% de sua receita, resistiu aos cortes de plano de expansão apesar de um longo período de fraqueza no se- tor no ano passado, por acreditar que seus minérios de qualidade e baixos custos operacionais renderiam margens de lucro ao longo do ciclo. Ao mesmo tempo, Albanese avisou que a companhia terá pouca tolerância com negócios de resultados abaixo da média. A companhia já isolou a divisão de alumínio — a mais custosa — sob a guarda da Pacific Aluminium, na esperança de uma venda total ou parcial. O UBS prevê que a Rio Tinto terá uma queda no lucro antes de juros e impostos em 2012 para US$ 13 bilhões, ante US$ 15,3 bilhões em 2011, após o preço do minério de ferro ter ficado sob pressão em boa parte do ano. No mês passado, o preço do minério se recuperou em 30%, apesar de outro rali ainda depender da demanda da China neste ano. A Rio Tinto prevê uma produção anual de 290 milhões de toneladas até o fim de 2013 antes de passar para 360 milhões mediante aprovação do conselho. Esses números já consideram as minas de minério no Canadá. A companhia disse ter a maioria das aprovações de conselho para aumentar a produção para 360 milhões de toneladas, com o que passaria a Vale como maior produtora mundial. ■ mineração na África do Sul, onde a taxa de desemprego é de 25%. Na segunda-feira, a companhia avisou que provavelmente terá prejuízo por causa das greves em 2012, centradas em Rustenburg. A companhia disse que duas minas em Rustenburg — Khuseleka e Khomanani — serão colocadas em “manutenção e cuidado de longo prazo”, quando as minas são mantidas, mas não operadas, para que possam ser retomadas no futuro. A companhia também anunciou que fará “desinvestimento nas minas Union no momento adequado para maximizar o valor sob outra administração”. A Reuters tinha adiantado na segunda-feira que a companhia venderia a Union. ■ Nadine Hutton/Bloomberg Companhia também anunciou que fará desinvestimentos em algumas reservas para fazer caixa Gafisa e Brookfield mostram recuperação Tanto em lançamentos quanto em vendas as empresas apresentaram dados positivos Reuters [email protected] Os investidores receberam bem os dados operacionais para 2012 divulgados por Gafisa e Brookfield Incorporações, com as ações de ambas registrando forte valorização ontem. A Gafisa registrou alta de 6,12%, negociada a R$ 5,20, enquanto os papéis da Brookfield subiram 5,46%, para R$ 3,86. A Gafisa informou, na noite de segunda-feira, que os lançamentos atingiram R$ 1,49 bilhão no quarto trimestre e fecharam 2012 em R$ 2,95 bilhões, perto do ponto máximo da estimativa revisada para o ano, de R$ 2,4 bilhões a R$ 3 bilhões. Em relação ao quarto tri- mestre de 2011, os lançamentos dispararam 156%, refletindo a estratégia de recuperação adotada pela construtora e incorporadora desde o final de 2011, após ter suas operações prejudicadas pela Tenda. “Vemos o resultado como mais um sinal positivo de que a recuperação da Gafisa está em curso”, afirmou a equipe do Bank of America Merrill Lynch, em nota. Já a Brookfield, embora tenha apurado queda tanto em vendas quanto em lançamentos, conseguiu cumprir as esti- A Gafisa informou que os lançamentos fecharam 2012 em R$ 2,95 bilhões, perto do ponto máximo da estimativa revisada mativas — também revisadas — para o ano. Os lançamentos somaram quase R$ 3,1 bilhões, pouco acima do ponto mínimo da previsão traçada pela incorporadora. As vendas, enquanto isso, atingiram R$ 3,4 bilhões, dentro da projeção de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões. “Os números divulgados foram bem recebidos pelo mercado, sendo a Gafisa a surpresa positiva com forte desempenho em lançamentos e consumo de caixa”, afirmou o analista Guilherme Rocha, do Credit Suisse, em relatório. Quanto à Brookfield, Rocha recomendou cautela, apesar do cumprimento da estimativa, considerando que a empresa deve levar mais de um ano para se recuperar e que a elevada alavancagem pode resultar em uma nova rodada de capitalização. ■ 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 25 Michele Tantussi/Bloomberg EMPRESAS AVIAÇÃO Air Berlin demitirá 900 e vai reduzir frota A Air Berlin vair demitir 900 funcionários, ou 10% da força de trabalho. A terceira maior companhia aérea de baixo custo da Europa vai também reduzir os aviões em operação (de 158 para 142) para alcançar economias de ¤ 400 milhões até o fim de 2014. O plano de recuperação da companhia, que começou em outubro, reforçará suas rotas principais e adotará um modelo mais rigoroso de controle de seus negócios. Bloomberg Simon Dawson/Bloomberg Vendas do Burberry Group sobem 7% no 3º trimestre Chris Ratcliffe/Bloomberg Faturamento alcançou US$ 985 milhões, segundo nota divulgada pela empresa Andrew Roberts Bloomberg O Burberry Group, maior produtora de artigos de luxo do Reino Unido, registrou vendas 7% maiores no terceiro trimestre fiscal em relação ao ano anterior, ultrapassando as expectativas de analistas. No período, as vendas alcançaram US$ 985 milhões, de acordo com nota divulgada pela empresa. “Estes resultados podem reacender o otimismo da companhia após a queda nas vendas em setembro. A Burberry parece ter sido mais penalizada com a crise econômica do que as outras grifes na época”, disse em nota Kate Calvert, analista da Seymour Pierce. Um aumento de 13%nas vendas do varejo, liderado por maior interesse por produtos de luxo, mais do que compensaram o fraco desempenho da unidade de vendas por atacado que levou a Burberry a cortar a previsão de receita desta divisão. Modelos clássicos responderam por cerca de metade do cresci- Empresa é maior produtora de artigos de luxo do Reino Unido mento nas vendas do varejo. A Burberry se beneficiou “de uma semana particularmente forte nos preparativos para o Natal” em um trimestre difícil, afirmou a presidente Angela Ahrendts, em comunicado. As vendas subiram 16% na região Ásia-Pacífico, lideradas por Hong Kong e China, e avançaram 4% na Europa e o mesmo percentual nos Estados Unidos, excluindo efeitos cambiais, informou a Burberry. Coréia e Itália permaneceram fracas, segundo a companhia. “Os padrões de negociação ainda são muito irregulares”, afirmou a diretora financeira da empresa, Stacey Cartwright, em entrevista por telefone. Ainda assim, mais clientes estão comprando nas lojas, ao invés de apenas olhar e a Burberry está “confiante graças à recuperação” na China, acrescentou a executiva. As vendas da divisão de atacado caíram 5% devido a vendas mais baixas para pequenas contas especiais na Europa. A receita da unidade nos seis meses que terminarão em 31 de março cairá para um dígito, excluindo variações cambiais, informou a empresa. Previamente, a Burberry estimou vendas no atacado praticamente inalteradas no segundo semestre. “Há uma maior preocupação da nossa parte sobre a robustez de credito para algumas dessas contas na Itália”, disse Cartwright. "Estamos tomando uma atitude muito prudente”. Vendas em lojas de departamento e aeroportos fora da Europa devem manter o crescimento. A receita proveniente de licenciamento subiu 4%, excluindo variação cambial, disse a empresa, mantendo sua previsão para vendas em todo o ano, que devem ficar inalteradas. ■ Carl de Souza/AFP Dona da Gucci volta às compras Francesa PPR adquire a marca britânica Christopher Kane, avaliada em US$ 27 milhões Bloomberg [email protected] A francesa PPR, dona da marca Gucci, comprou 51% da grife britânica Christopher Kane, construindo uma coleção de etiquetas de luxo que deseja controlar em seu portfólio. O conglomerado francês vai ajudar a Christopher Kane — que é distribuida apenas para lojas multimarcas — a acelerar seu crescimento, de acordo com nota distribuida ontem pela empresa. No mês passado, a PPR comprou uma participação na joalheria chinesa Qeelin, mas não informou qual o valor desta aquisição. Os ativos da Christopher Kane valem cerca de US$ 27 milhões, de acordo com estimativas do analista Thomas Mesmin, da CA Cheuvreux. A compra encaixa-se na estratégia da PPR, que mira aquisições de grifes de médio porte. A media vem sendo tomada pelo conglomerado fashion há tempos, desde quando comprou o controle de outras marcas britânicas, como a Alexander McQueen e Stella McCartney. Com o respaldo da PPR, as grifes ganharam força global. Essas não devem ser as únicas aquisições da PPR no curto prazo, de acordo com Alexis Babeau, diretor de marketing da holding durante teleconferência com investidores. A empresa está reorganizando suas operações para concentrar seus esforços em marcas de luxo e de acessórios esportivos, com o ob- PPR, controladora de grifes como a Gucci: de olho em aquisições jetivo de atingir faturamento de ¤ 24 bilhões até 2020. A empresa tem ainda em seu portifólio marcas como Bottega Veneta e Puma. A empresa está se desfazendo de ativos que não se encaixam neste perfil. “Não podemos revelar nossos próximos alvos”, disse o executivo. “Estamos buscando por marcas que complementem nossas linhas”. O escocês Christopher Kane, dono da marca que leva seu no- me, tem 30 anos e criou a marca em 2006. Um dos jovens talentos da moda atual, Kane trabalhou na Versus (uma das etiquetas da Gianni Versace) até o ano passado. Cerca de metade das vendas da grife de Kane são realizadas na Europa. O escritório está instalado em Londres e tem 26 funcionários. A marca deve ganhar lojas próprias a partir de 2014, diz a PPR. ■ HMV: já foi dona do selo Beatles Deloitte vai administrar a falida HMV, da Inglaterra Rede de lojas de discos e DVDs enfrenta a pesada concorrência dos downloads AFP [email protected] A cadeia britânica de lojas de música HMV declarou default, o que faz temer pelos mais de 4.000 empregos nesta mítica empresa. A consultora Deloitte assumirá a administração do grupo, que é o último grande distribuidor britânico a tentar encontrar um comprador. “O conselho de administração lamenta anunciar que não conseguiu alcançar uma posição na qual possa continuar comercializando sem uma proteção de insolvência”, segundo o comunicado da empresa. A figura de supervisão judicial permite a uma empresa em dificuldade receber ajuda de especialista financeiro independente para continuar sendo operacional enquanto buscam comprador. Fundada há 92 anos, a His Master’s Voice (“A voz do dono”), mais conhecida como HMV, como outros grupos especializados, como a francesa Fnac e a franco-britânica Virgin, é vítima da crise nos mercados “físicos” do disco e do DVD, e sofre com a competição da distribuição on-line e dos downloads digitais. Além das dívidas monumentais, suas vendas caíram 13,5% em dezembro. A primeira loja HMV foi aberta em Londres, em 1921. Pertencia à Gramophone Company, que emprestou seu logo lendário, o cachorrinho que ouve um gramofone. Entrou para a história em 1962, quando os Beatles assinaram com a EMI, selo que pertenceu à HMV até 1996. ■ 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 ENCONTRO DE CONTAS R$ 2 milhões foi o faturamento obtido no ano passado pela Insigne Consultoria, um aumento de 100% sobre 2011. O crescimento foi impulsionado pelo aumento de 25% na carteira de clientes da consultoria. FÁBIO SUZUKI [email protected] Visibilidade com folia fora de época Divulgação Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e... Vitória. A capital capixaba quer entrar para a lista das cidades com os principais carnavais do país e aposta na antecipação da folia para ganhar visibilidade. Em vez de ocorrer na tradicional data da maior festa popular do país, o Carnaval de Vitória será realizado no primeiro fim de semana de fevereiro. Com essa iniciativa, Vitória obteve acordo com a Rede Bandeirantes para a transmissão de seus desfiles a todo o país. “Foi uma estratégia que criamos, pois não há como concorrer com Rio e São Paulo”, afirma Paulo Renato Fonseca Júnior, secretário municipal de turismo de Vitória. Segundo ele, o acordo com a Bandeirantes possibilitará a comercialização de cotas de patrocínio com empresas de atuação nacional. Ao todo, serão disponi- GIRO RÁPIDO ➤ ● Especializada no mercado de software, a Emphasys adquiriu 75% da AdapWorks, que atua com treinamento profissional e gestão. Com o acordo, cujas negociações duraram três meses, a Emphasys pretende ter mais agilidade em seus processos e qualificar o atendimento a clientes do porte de Liberty, Buscapé e Grupo Ultra. Desfiles antecipados em Vitória-ES bilizadas oito cotas com faturamento total em torno de R$ 2,2 milhões. A festa capixaba recebeu investimento na ordem de R$ 13 milhões entre verba para reformas do sambódromo, organização do evento e apoio às escolas de samba. ■ Preserv fecha 2012 com aumento de 30% nas vendas A marca de preservativos Preserv comemora 25 anos de mercado com um crescimento de 30% em suas vendas no ano passado em comparação com os resultados obtidos em 2011. Um dos motivos para a alta foi a ampliação em 40% da equipe comercial da companhia que detém a marca, a BLAU Farmacêutica, que faturou R$ 250 milhões em 2012. Já o reforço da Preserv junto aos consumidores foi feito através de iniciativas nos pontos de venda, realização de ações promocionais e divulgação da marca nas redes sociais. ➤ ● O cineasta Fernando Meirelles irá compor o júri que avaliará os trabalhos do concurso de produção independente em vídeo e peças gráficas, que será realizado pela Johnnie Walker no país. A premiação total será de R$ 265 mil. O conceito criativo será o progresso do Brasil e dos brasileiros. FRASE “Nenhum país no mundo sobrevive só com vendas ao mercado interno” Marcos Munhoz Vice-presidente da GM do Brasil, sobre o fraco desempenho das exportações de veículos, que caíram cerca de 20% em 2011. Nacho Doce/Reuters ● Os turistas que irão para a praia neste verão ➤ poderão ter em seus smartphones um despertador que propõe horário de acordo com a previsão do tempo e o protetor solar mais indicado para o usuário. Esses recursos estão no aplicativo Nivea Sun, lançado pela marca de cosméticos. ➤ ● O jurista Celso Lafer irá presidir o LIDE Cultura, novo braço do LIDE — Grupo de Líderes Empresariais que foi criado para formular e debater temas relacionados à cultura. Ministro das Relações Exteriores no governo de Fernando Henrique Cardoso, Lafer ocupa a cadeira de número 14 da Academia Brasileira de Letras desde 2006. Salmón de Chile prioriza o mercado brasileiro Murillo Constantino Marca de salmão chilena elevou em 50% as exportações do peixe para o país com marketing Fábio Suzuki [email protected] O salmão está cada vez mais presente nas refeições dos brasileiros e a tendência é que seu consumo aumente ainda mais nos próximos anos. Um dos motivos é a campanha realizada pela marca Salmón de Chile no país, que tem como principal objetivo elevar as exportações desse peixe chileno para o Brasil. Hoje, o mercado brasileiro é a grande prioridade da marca, que é uma iniciativa conjunta entre a ProChile, órgão do governo vizinho que promove exportações, e a indústria de salmão chilena, composta por 26 produtores. Iniciada em julho do ano passado, a campanha realizada pela Salmón de Chile ajudou a impulsionar as vendas do produto para o Brasil, que no ano passado foi 50% superior a 2011 atingindo 60,4 mil toneladas até o mês de novembro. A expectativa dos envolvidos na iniciativa é atingir outra alta de 50% ao longo deste ano, índice que elevaria as importações do salmão chileno pelo mercado brasileiro para mais de 90 toneladas somente neste ano. “Somos o segundo maior produtor de salmão do mundo e temos de aproveitar todo o poten- cial de consumo que há no mercado brasileiro”, afirma Melanie Whatmore, gerente da marca Salmón de Chile. No ano passado, o mercado chileno produziu 700 mil toneladas de salmão, sendo que mais de 90% desse total foi exportado. Nesse cenário, o Brasil ocupa a terceira posição entre os maiores importadores do peixe produzido no Chile, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Japão. “Acredito que o Brasil passará a ser o nosso segundo maior mercado no médio prazo pois o mercado japonês já está consolidado”, diz Melanie. Concentrado nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a atuação da marca tem nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul como potenciais praças de expansão da Salmón de Chile para os próximos anos. NO PRATO DO BRASILEIRO Importação de salmão chileno deve aumentar 50% pelo segundo ano consecutivo, em toneladas 90,6 60,4 40,2 2011 2012 2013* *expectativa Fonte: Salmón de Chile “Por enquanto nosso objetivo é reforçar a presença nos supermercados das regiões onde já atuamos”, diz a gerente da marca chilena. Segundo ela, o produto já é comercializado nas grandes redes varejistas do país como Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour. Peixe na mídia Por conta do potencial de crescimento no consumo de salmão, o Brasil foi o primeiro país a receber as investidas da marca Salmón de Chile. De julho do ano passado até dezembro deste ano, a iniciativa chilena contará com um aporte de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4 milhões), verba dividida entre o governo chileno e a indústria chilena de salmão. Entre as ações estão a veiculação de filmes em canais pagos da TV, merchandising em programas do canal GNT, anúncios em jornais e revistas e ações nas redes sociais. Um dos destaques da campanha é a página da marca no Facebook, que foi lançada em outubro do ano passado e que hoje já conta com 67 mil fãs. “Recebemos muitas mensagens de consumidores brasileiros e isso mostra o interesse que eles têm no produto”, aponta Jorge Wurth, responsável pela campanha de divulgação da marca Salmón de Chile. As ações de divulgação da marca estão centradas em três mensagens principais: divulgar Melanie prevê o país como 2º maior importador da marca de salmão a versatilidade de preparo do salmão, falar das qualidades e propriedades nutritivas do peixe e reforçar que é um produto de origem chilena. Outros mercados Já está certa a manutenção da campanha no Brasil até 2014. E o mercado brasileiro é o único que receberá as ações da Salmón de Chile em toda a América Latina. “O potencial dos ou- tros países da região é muito baixo para a divulgação do nosso produto”, comenta Melanie. Mas além do Brasil, a iniciativa chilena já tem planos para levar as ações da marca de salmão para outros mercados pelo mundo. Os próximos a receberem a iniciativa serão Estados Unidos e China. “São dois mercados muito importantes para a expansão da nossa indústria”, completa Wurth. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 27 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 EMPRESAS 10 milhões Foi o número de fãs que o Guaraná Antarctica conquistou no Facebook. Para celebrar, foi lançada uma lata azul do produto. CRIATIVIDADE E MÍDIA Wunderman cria em Código Morse para a Land Rover Fotos: divulgação Carolina Marcelino [email protected] Com a meta de ampliar sua presença no Brasil em 2013, a Land Rover, montadora britânica de veículos de luxo, inicia o ano com uma plataforma de comunicação inédita para divulgar um dos seus modelos mais vendidos, o Freelander 2 Diesel. Com o auxílio da agência Wunderman, a marca lançou um ação digital, que convida os consumidores a irem as lojas para verem de perto o final da campanha. De acordo com o diretor de marketing da Jaguar Land Rover, Adriano Resende, o objetivo foi gerar uma ação que engajasse o consumidor, mas que ao mesmo tempo fosse de baixo custo para a empresa. “Buscamos um engajamento mais forte entre o consumidor, a concessionária e a agência de publicidade”, disse Resende. A plataforma de comunicação traz o conceito “O espírito Land Rover em todos os detalhes”. Na primeira etapa, por vários dias, o “espírito Land Rover” vai se manifestar à noite nas concessionárias emitindo mensagens em Código Morse, Ogilvy assina novo comercial da Philips COM A PALAVRA... A Top Alessandra Ambrósio estampa a campanha publicitária da linha de depiladores Philips Satinelle. A peça publicitária foi feita para a TV, mídia impressa e online. A marca busca atingir as consumidoras que ainda possuem receio em utilizar este método para depilação. A campanha é assinada pela Ogilvy. ...ANDRÉ LIMA SIL patrocina jogos de futebol no RJ e SP A SIL, fabricante de fios e cabos elétricos de baixa tensão, confirmou o patrocínio da série A dos Campeonatos Paulista e Carioca de 2013. A participação da empresa se dará com a apresentação de placas estáticas nos estádios durante os jogos. Haverá um jingle promocional em duas rádios também. por meio dos faróis dos carros. Paralelamente, diferentes conteúdos — webfilms, manuais de Código Morse, aplicativo, entre outros —, publicados nos canais da Land Rover e nas redes sociais, e veiculados em spots de rádio, vão estimular as pessoas a decifrar as mensagens e interagir com a marca. “Para essa ação, nós desenvolvemos uma tecnologia especial para que ninguém precisasse ficar dentro do carro emitindo os PARA LEMBRAR sinais em Código Morse”, contou o VP de Criação da Wunderman, Paulo Sanna. A expectativa do diretor de marketing da Jaguar Land Rover é que em uma semana e meia cerca de 100 carros serão vendidos. “Quem comprar vai ganhar dois benefícios. Será um voucher para o Land Rover Experience e um voucher no valor de R$ 2 mil para comprar peças originas da marca”, completou Resende. ■ Dove lança filme para exaltar Dove Pure Estreia esta semana em rede nacional o filme “T-shirts” para promover o novo antitranspirante Dove Pure. A campanha, desenvolvida pela Ogilvy London, foca nas credenciais do produto que não contém corantes, entre outras substâncias que podem afetar peles mais sensíveis. NO MUNDO DIGITAL Bacardi Brasil tem jogo virtual no Facebook A Bacardi Brasil criou um jogo virtual em sua fanpage com o tema “esquenta” para promover o Bacardi Big Apple. O termo faz referência ao hábito de consumir bebidas alcoólicas antes das festas. Para participar, os usuários precisam personalizar seu “esquenta virtual”. A pessoa que convidar mais amigos para fazer parte de sua criação e se engajar nas ações digitais propostas pela marca recebe em sua cidade uma carreta da Bacardi que realiza a festa elaborada pelo vencedor. VAIVÉM ➤ ● Cenas quentes “Multiplique-se. 24 horas de MTV é pouco” era a mensagem que buscava promover o Overdrive, canal de banda larga da MTV no qual era possível acessar a programação a qualquer tempo. O filme, de 2006, mostrava um casal de coelhos em cenas quentes por várias partes da casa. CAROLINA ASEVEDO Responsável pelas operações nacionais da Page Interim A Page Interim, especializada em recrutamento e seleção de profissionais temporários e terceirizados, anunciou a contratação de Carolina Asevedo. A executiva, que assume nacionalmente o comando da empresa, parte do PageGroup, será responsável por todas as operações nacionais. Formada em Direito e pós-graduada em Administração, Carolina terá o auxílio de Pedro Salles, que assume o cargo de gerente na região do RJ. Sócio-diretor de Criação da NBS Qual foi o conceito utilizado na nova campanha do CCAA? Já é o quarto ano que a gente vai utilizar o posicionamento de que o CCAA aumenta a confiança do aluno na hora de se relacionar com outras línguas. Muitas vezes, o maior impeditivo para falar inglês é a falta de confiança, mais até do que a falta de conhecimento. A metodologia única do CCAA permite ao aluno ganhar esta segurança. O posicionamento fica ilustrado pelo conceito: “Ou você se garante, ou a língua derruba você”. Como foi a escolha do astro hollywoodiano Samuel L. Jackson para a ação? Toda grande ideia publicitária começa, ou deveria começar, com uma grande história a se contar. Neste caso, nós não começamos pensando em como usar o Samuel L. Jackson. Desenvolvemos primeiro a ideia do gameshow “Talk or Face the Consequences”. Depois, decidimos que o personagem deveria ter uma acidez sarcástica e um tom divertidamente assustador. Aí apareceu naturalmente o Samuel L. Jackson. Que, além destas características, é um tremendo ator, com reconhecimento e impacto nos diversos públicos. Qual a importância de fazer uma interação na internet com o consumidor? Nosso target principal de comunicação tem uma relação profunda de tempo e envolvimento com a internet. Estar ali é uma obrigação. Mas estando ali, precisamos lembrar que estamos competindo pela sua atenção com milhares de formas de entretenimento. Por isso, precisávamos criar uma campanha de web que gerasse interação e não ficasse limitada a formas meramente expositivas de marca. A internet é, por definição, o território da interação e acho que a gente conseguiu explorar muito bem o potencial que o meio oferece. Carolina Marcelino Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 29 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 FINANÇAS Editora: Léa De Luca [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] JP Morgan vê ‘janelas’ para apostas no Brasil em 2013 Bolsa está barata e títulos públicos superam 15 países em relação ao spread sobre papéis da dívida dos EUA Fabio Chiba/Divulgação Flávia Furlan [email protected] Vale a pena incluir ativos do Brasil no portfólio este ano, seja renda fixa ou variável. Esta é a indicação feita para cerca de cem investidores em conferência realizada ontem pelo JP Morgan Asset Management, a gestora de recursos do maior banco americano em ativos, que tem US$ 3,4 bilhões de recursos em gestão e supervisão no mundo. Em renda fixa, apesar da queda do juro básico — que foi de 10,5% ao ano em janeiro para 7,25% ao ano em novembro de 2012 —, o Brasil ainda se manteve como o país com melhor retorno dos títulos públicos. Em dezembro, a diferença do rendimento dos ativos brasileiros frente aos americanos era de 7,8 pontos percentuais, a maior entre 15 países. A Índia tinha uma diferença de 7,4 pontos percentuais, enquanto a da Rússia era de 5,6 pontos percentuais e a da China, de 2,5 pontos percentuais. “Vale a pena ainda estender o duration no Brasil”, destaca Julio Callegari, diretor da mesa de Renda Fixa Brasil da gestora. Como as principais economias mundiais não devem elevar o juro neste ano, entre elas os Estados Unidos, o spread do pagamento de títulos públicos brasileiros deve se manter. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) já sinali- Calil: discussão da dívida americana deve trazer instabilidade para o mercado, mas será resolvida zou que pensará em elevar o juro apenas quando a taxa de desemprego cair a 6,5% ou a inflação passar de 2,5% e, mesmo com a perspectiva de que a economia americana cresça 2,5% neste ano, essas condições não serão atingidas. “Por lá, outro processo de renegociação da dívida americana pode gerar instabilidade para os investidores, mas de uma forma ou de outra vai ser resolvido”, diz o presidente da gestora no Brasil, Cassio Calil. No Brasil, também não há perspectiva de elevação do juro, de acordo com a gestora, uma vez que o governo tem instrumentos para controlar a inflação, que embora não venha a sair do controle, continuará a ser uma preocupação por não ter um caráter pontual. “Os in- vestidores devem continuar se protegendo do cenário inflacionário, seja com título soberano ou crédito ligado à inflação", diz Callegari. No caso da renda variável, a bolsa brasileira teve um dos piores desempenhos entre os emergentes em 2012. O Ibovespa, principal indicador da BM&FBovespa, subiu 7,4%, enquanto no mercado chinês o índice Hang Seng (Hong Kong) teve avanço de 22,91% e o indiano (CNX-100) avançou 30,60%. “Apesar da volatilidade, 2012 foi o primeiro ano positivo desde 2009. O Brasil ficou barato frente aos pares”, diz Jorge Oliveira, gestor de Renda Variável. “O cenário-base a trabalhar é de crescimento menor, inflação um pouco maior, real mais desvalorizado e grau de intervenção maior.” No início do ano passado, a perspectiva era de que o lucro das empresas listadas no Brasil aumentasse 30% e, ao final do ano, notou-se uma queda de 20%. Para 2013, no entanto, é esperada alta de 12%, sem contar proventos. “O grande atrativo para a bolsa é o ambiente de juro baixo, que está empurrando os investidores para ativos de maior risco.” O gestor indica investimento em empresas cíclicas, como as de commodities — tendo em vista o dólar mais valorizado e o crescimento da economia chinesa —, além das empresas que geram lucro e têm caixa elevado. “Existem empresas que parecem caras em relação ao histórico, mas que têm potencial de valorização.” Oliveira destaca que este ano deve ser de retomada de IPOs (ofertas públicas iniciais) na BM&FBovespa, alguns deles interessantes. “É onde está a oportunidade de investir em empresas que, daqui dois anos, podem dobrar de valor. ■ Gestora IdeiasNet prepara ciclo de investimentos Aline Massuca/Folhapress A empresa pretende montar um fundo com capital entre US$ 100 mi e US$ 150 mi Taís Fuoco Bloomberg A IdeiasNet, que tem entre seus acionistas a EBX Investimentos e o BTG Pactual, prepara novo ciclo de investimentos como gestora de fundos de empresas e planeja montar um fundo com capital entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. “Hoje, 100% dos investimentos são feitos com capital da própria IdeiasNet”, diz Everson Lopes, diretor de operações. “Agora podemos convidar outros investidores qualificados. Isso aumenta a capacidade de investimento da empresa.” A IdeiasNet vinha atuando como holding de participações e investia diretamente nas companhias. O modelo aprovado ontem pelos acionistas permite que ela administre fundos e carteiras de investimento ligados BTG, de André Esteves, é um dos sócios da gestora ao setor de tecnologia. A companhia já tem um fundo, com 10 das 13 empresas de seu portfólio. O próximo passo é lançar o novo de até US$ 150 milhões entre o segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014, diz Lopes. “No modelo de fundo, somos remunerados pela gestão do capital, o que abre uma nova linha de receita”, disse o diretor. A empresa também espera se beneficiar da isenção tributária para fazer novos investimentos. “Como os investi- mentos estarão abaixo de um fundo, podemos reinvestir sem pagar impostos.” A holding IdeiasNet deve permanecer com capital aberto, segundo o executivo. A empresa foi a primeira do setor de tecnologia a ter ações negociadas, em 2000. “Com o novo modelo, fica mais fácil o mercado entender a companhia e escalar o negócio”, diz. As ações da IdeiasNet registraram ontem alta de 2,22% para R$ 1,84 na bolsa. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 31 Divulgação MERCADO FINANCEIRO Wells Fargo contrata veterano do HSBC O Wells Fargo informou ontem a contratação do veterano do HSBC, Joe Saffire, para liderar suas operações bancárias na Europa, Oriente Médio e África, em um momento em que continua a expandir suas operações internacionais. Saffire atuou por 20 anos no HSBC, onde recentemente foi vice-presidente operacional e chefe de operações internacionais na Alemanha. Saffire ficará em Londres e responderá a Sanjiv Sanghvi, chefe do grupo bancário global do Wells Fargo. Bonsucesso quer atrair as empresas Caixa corta juro para imóveis mais caros Divulgação Taxas para bens de R$ 500 mil ou mais caíram de 8,3% a 9,4% ao ano e acirram a concorrência Redação [email protected] A Caixa Econômica Federal reduziu os juros dos financiamentos de imóveis acima de R$ 500 mil, acirrando assim a concorrência em um segmento mais demandado nas grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. As taxas máximas passaram de 9,9% para 9,4% e as mínimas foram reduzidas de 8,9% para 8,4% — podendo chegar a R$ 8,3% para servidores públicos. “Dessa vez, ampliaremos as opções também para o público de média e alta renda”, afirma o vice-presidente de Habitação e Governo, José Urbano Caixa. As modificações foram anunciadas e tiveram início ontem. O banco público é o maior agente de financiamentos imobiliários do país, com cerca de 70% dos créditos concedidos. No entanto, é na faixa acima de R$ 500 mil que, em tese, a instituição enfrenta a maior concorrência. Na faixa inferior, em que as fontes de recursos são a poupança e o FGTS - quando a operação se dá dentro do Sistema Financeiro da Habitação — a Caixa se beneficia por ter o maior estoque de aplicações em caderneta e por ser o agente gestor do fundo. Os juros menores para esses financiamentos seguem a lógica de outras reduções feitas pela Caixa no programa “Caixa Melhor Crédito”, iniciado em abril do ano passado. Nesse sistema, as taxas mais baixas são válidas para os clientes que possuem relacionamento com o banco e também recebam o salário na instituição. Dados mais recentes, de 21 de dezembro, mostram que só no ano passado a Caixa concedeu R$ 101 bilhões em crédito imobiliário. Esse valor, recorde para a instituição, representa um crescimento de 33,8% em relação ao realizado em 2011. Além de ficar com taxas mais competitivas, o banco deixa os juros dos imóveis acima de R$ 500 mil mais próximos das taxas cobradas nos financiamentos dentro do SFH, que variam de 7,8% a 8,85% ao mês. Também público e atendendo ao desejo do governo federal de juros mais baixos na econo- Urbano: Caixa amplia opções para público de média e alta renda mia, o Banco do Brasil cobra taxas entre 9% e 10% ao ano dos clientes que financiam imóveis acima de R$ 500 mil desde junho do ano passado. Procurado, o banco informou que “constantemente avalia o mercado e oferece taxas extremamente competitivas para o crédito imobiliário”. Mas não informou se planeja novas reduções. Segmento da construção civil reivindica aumento no teto do financiamento com recursos do FGTS Entre os privados, a menor taxa é do Santander, que é de 9,5% mais a variação da TR para os clientes com conta salário e relacionamento com o banco. Sem relacionamento, o juro sobe para 11% ao ano mais a TR. Em nota, o banco afirmou que trabalha com taxas que beneficiam os clientes de forma diferenciada, de acordo com o relacionamento de cada um com o banco. “Contudo, estará sempre avaliando o mercado, de forma a oferecer aos seus clientes o melhor custo benefício nos produtos oferecidos.” Já o Bradesco cobra uma taxa de juros de 11% ao ano para o financiamento de imóveis avaliados entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões e as simulações do Citi apontam para um juro de 11,95% ao ano mais a TR. O HSBC não informou as taxas e disse apenas que o juro varia de acordo com o relacionamento do cliente com o banco. O Citibank, por sua vez, cobra 11,5% ao ano mais a TR. Especializado em crédito consignado, instituição usa benefício para ampliar negócios lores são destinados à área esportiva. “Esse é o teto, mas posso negociar esses percentuais.” O banco Bonsucesso encontrou nas leis de incentivo à cultura e ao esporte uma forma de atrair clientes de grande porte. Especializado em crédito consignado, a instituição passou a estruturar e a captar recursos para projetos culturais de empresas com o uso da Lei Rouanet e, mais recentemente, com a Lei do Esporte. Dessa forma, conseguiu atrair companhias como TAM, Magnesita e Ambev. “Essas empresas não seriam nossas clientes de outra forma. São clientes corporate e nós somos um banco médio”, afirmou o diretor executivo do banco, Jorge Lipiani. Nesse caso, o trabalho do banco é assessorar esses clientes na construção desses projetos de captação. O banco ganha também com uma comissão cobrada sobre o valor captado. “Nosso negócio é assessorar os clientes a usufruir do marketing cultural e esportivo a partir desses incentivos”, explicou, acrescentando que o banco já intermediou mais de R$ 100 milhões com base nos incentivos desde que adotou a estratégia para ampliar seus negócios. Pela lei em vigor, a comissão pode ser de até 10% do valor captado no caso de projetos culturais e de até 7% quando os va- Lei Rouanet De fato, são as empresas que mais se beneficiam das leis de incentivo. Segundo Lipiani, em 2011 (últimos dados disponíveis consolidados), a captação para projetos culturais em todo Brasil com a Lei Rouanet foi de R$ 1,3 bilhão, apenas R$ 18 milhões participaram de pessoas físicas, totalizando 16.300 contribuintes que podem abater dessa contribuição até 6% do imposto de renda devido. No caso dos projetos direcionados a projetos esportivos, cuja lei é de 2006, a captação foi de R$ 220 milhões, sendo que a participação da pessoa física foi nula. Para incentivar essa prática, por exemplo, o banco Bonsucesso fechou acordos com o Minas Tênis Clube, em outubro, e com o Clube Athetico Paulistano, em dezembro. O objetivo principal é ajudar no desenvolvimento de projetos esportivos e realizar uma campanha de captação junto aos sócios do clube. “Existe um potencial para a captação de recursos que não é explorado. São raras as ações corporativas nesse sentido”, disse Lipiani. Até agora, foram arrecadados R$ 500 mil. Para o banco, representa um sinal de que está no caminho certo. ■ Limites Bancos e construtoras vinham pedindo que o governo elevasse o valor máximo dos imóveis que pudessem ser comprados com uso do FGTS - o limite está em até R$ 500 mil desde 2009. No mês passado, uma pesquisa da Reuters apontou que sete de dez analistas previam aumento do teto. Isso ajudaria a sustentar em 2013 uma alta de 5% a 15% por cento dos preços dos imóveis residenciais, que praticamente já dobraram de valor nos últimos três anos. O aumento dos preços diminuiu a quantidade de imóveis à disposição para compra utilizando saldo do FGTS, especialmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. ■ Com Reuters Lipiani: “Empresas não seriam nossas clientes sem incentivos” 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Murillo Constantino FINANÇAS EM DOIS ANOS Bradesco Celular cresce mais de 1.000% O Bradesco fechou 2012 com 380 milhões de transações realizadas por meio de dispositivos móveis, avanço de 1074% ante 2010. Os canais: Bradesco Celular, Internet Banking, Fone Fácil e Autoatendimento representam 92% das transações realizadas no banco. Em dezembro, as transações superaram 52 milhões, alta de 267% ante o ano anterior. “O Bradesco Celular está deixando de ser um canal alternativo e está se tornando um canal principal”, diz Luca Cavalcanti, diretor do Bradesco. “Mrs. Watanabe” troca bônus em reais por lira da Turquia Gestores de fundos de varejo no Japão fogem dos papéis brasileiros devido a impostos Selcuk Gokoluk Bloomberg Bônus emitidos por empresas japonesas (conhecidos como bônus uridashi) em lira da Turquia estão ganhando a preferência absoluta dos gestores de fundos voltados a investidores individuais japoneses. No ano passado, o dinheiro investido nesses papéis superou o investido em bônus emitidos em moedas de todos os outros mercados emergentes. A razão é simples: no ano passado, a inflação turca desacelerou e os papéis brasileiros perderam apelo, devido a aumentos de impostos e uma moeda enfraquecida. A quantidade de títulos “uridashi” emitidos em liras saltou 72% em 2012 para uma alta recorde equivalente a US $ 3,7 bilhões, perdendo apenas para os títulos em dólares australianos (US$ 6,7 bilhões), de acordo com dados da Bloomberg. O volume de “uridashi” em reais caiu 27% no ano passado, para US$ 3,05 bilhões. Os investidores estrangeiros aumentaram aplicações em títulos turcos a um patamar recorde frente ao ano anterior, atraídos por rendimentos de cerca de 8,4% por papéis de dois anos. Investidores japoneses, confrontando com um rendimento de 0,81% em títulos de 10 anos e uma moeda de enfraquecimento, podem ser estimulado a comprar ativos estrangeiros, incluindo títulos em liras, de acordo com o UBS AG. “A Turquia deu aos investido- res uma oportunidade de diversificar”, diz Mariya Gancheva, estrategista de mercados emergentes da Mitsubishi UFJ Securities International. O apetite dos investidores japoneses para a dívida em liras foi apoiado por um movimento, “talvez pouco ortodoxos, mas muito bem sucedido, do banco central da Turquia para manter tudo sob controle, quando a Europa estava sob pressão”, disse ela. As vendas de títulos chamados uridashi, emitidos no Japão e denominados em moedas estrangeiras, totalizaram US$ 19,5 bilhões em 2012, em compara- ção com US$ 21,8 bilhões um ano antes, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Negócios envolvendo empréstimos em países de baixo custo para investir e em economias com maiores taxas de juros têm sido muito populares entre os investidores no Japão, onde títulos do governo têm a segunda rentabilidade mais baixa, depois da Suíça. Esses investidores são, por vezes chamado de “Sra. Watanabe” — uma referência para investidores que, como donas de casa, controlam os orçamentos familiares. Papéis denominados em liras turcas valorizaram 30% no ano passado, em ienes — o melhor desempenho em mercados emergentes após o zloty polonês e o forint húngaro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os investidores que aplicaram em ienes em papéis da dívida local brasileira ganharam 9,8% no período. A Fitch Ratings elevou a nota da dívida da Turquia em moeda estrangeira para BBB- em 5 de novembro, citando um abrandamento dos riscos econômicos e baixo nível de endividamento, o primeiro investment grade do país em 18 anos. ■ Kiyoshi Ota/Bloomberg Interesse de investidores japoneses fez emissões em lira saltarem 72% em 2012, para US$ 3,7 bilhões Susep aperta o cerco sobre títulos de capitalização A medida visa proteger os diretos do consumidor e reprimir irregularidades no setor A Superintendência de Seguros Privados (Susep) estabeleceu normas sobre distribuição, cessão, subscrição e publicidade na comercialização de títulos de capitalização. A medida tem como objetivo proteger os diretos do consumidor e reprimir qualquer tipo de irregularidade que por ventura aconteça no setor. As empresas deverão informar à Susep a relação de distribuidoras do produto previamente ao início das operações. A norma entra em vigor após 180 dias de sua publicação. Com o intuito de apurar ou mesmo sanar possíveis irregularidades, a Coordenação-Geral de Fiscalização da Susep (CGFIS) poderá convocar os distribuidores ou a sociedade de capitalização para prestar esclarecimentos sobre suas operações. Caso sejam constadas ilegalidades, a Coordenação-Geral de Produtos poderá propor a suspensão, em âmbito nacional ou regional, dos produtos comercializados fora das normas estabelecidas que causem danos ao consumidor. Os sócios e administradores dos distribuidores de títulos de capitalização deverão ter reputação ilibada e não poderão estar condenados por crime falimentar, sonegação fiscal, prevaricação, corrupção ativa ou passiva, entre outras. A Susep poderá determinar recusa ou suspensão do contrato com o distribuidor quando não atendidas às condições estipuladas. ■ “Buscapé” dos seguros entra no ar ainda neste mês MJV e Baeta & Associados lançam MeSegura, primeiro site de busca de seguros do país Redação [email protected] Na esteira de sites de buscas de compras como o Buscapé e Todaoferta, acaba de sair do forno um website com cotações de seguros, o MeSegura. O novo website fará cotações simultâneas e em tempo real junto as principais corretoras e segura- doras do Brasil, como SulAmérica, Bradesco Seguros, Tokio Marine, Porto Seguro, Azul, Itaú Seguros, Marítima, Generali e Zurich. O portal foi desenvolvido pela MJV Tecnologia e Inovação e pela Baeta & Associados Assessoria de Seguros Por meio do MeSegura, o consumidor receberá cotações sem precisar acessar uma a uma das corretoras online. “Queremos encurtar o caminho do consumidor. Ao invés de ter que pesquisar ele mesmo em várias corretoras diferentes, nós já fazemos esse caminho, apurando em até 15 corretoras em tempo real. Como resultado, ele economizará tempo e terá um preço mais vanta- O serviço será gratuito e estará disponível no dia 21 de janeiro no endereço: www.mesegura.com.br joso, já que a diferença de preços entre as corretoras pode chegar a 20%, para uma mesma seguradora”, afirma Ysmar Vianna, sócio-diretor da MJV. A modalidade de comparação de preços, envolvendo mais de uma corretora, é inédita no país, pois coloca em contato direto corretores de seguros e os consumidores. “O resultado é que o cliente poderá receber até 70 cotações diferentes, por conta da variedade de corretoras consulta- das”, completa João Arthur Baeta sócio-diretor do MeSegura. O serviço é gratuito e estará funcionando a todo vapor a partir de 21 de janeiro, no endereço www.mesegura.com.br. Inicialmente, os seguros a serem cotados serão para automóveis, mas em breve também estarão disponíveis as modalidades: residencial, vida, saúde, viagem e eletrônicos. A cotação pode ser feita tanto por pessoas físicas quanto por empresas. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 33 Simon Dawson/Bloomberg SETOR BANCÁRIO Banco indiano deve comprar o inglês RBS O banco indiano Yes Bank está em conversas para comprar operações de varejo e de banco comercial do Royal Bank of Scotland (RBS), disse uma fonte. O plano do RBS, controlado pelo governo britânico, de vender sua filial na Índia para o HSBC fracassou em novembro, mais de dois anos após os bancos terem iniciado as conversações. O Yes é o quarto maior banco privado da Índia, com ativos de US$ 11 bilhões. Já o RBS está se desfazendo de alguns ativos para fortalecer sua posição de capital. BOLSAS JUROS EUA desgastam e Ibovespa recua DIs sobem à espera de alta dos combustíveis Com temor de recessão americana, índice teve queda de 0,57%, aos 61.727 pontos Niviane Magalhães [email protected] Mais uma vez a força externa pressionou o principal índice da bolsa brasileira. Notícias negativas na Europa e nos Estados Unidos reduziram o apetite dos investidores por ativos de risco. Em meio a isto, o Ibovespa encerrou em queda de 0,57%, aos 61.727 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 6,64 bilhões. Por aqui, entre as maiores altas da sessão brasileira, destaque para o setor de construção, após a divulgação de números preliminares positivos do quarto trimestre e a projeção para este ano. As ações da Gafisa (GFSA3) e da Brookfield (BISA) lideraram os ganhos, com avanços de 6,12% e 5,46%, respectivamente. Na outra ponta, os papéis da Lojas Renner (LREN3) e da Cia. Hering (HGTX3) perderam 3,51% e 3,48%, nesta ordem. As blue chips Vale e Petrobras também caíram ontem 0,30% e 0,15%, respectivamente A possível recessão que os Estados Unidos podem entrar neste ano voltou a pesar nos principais mercados ontem. O presidente americano, Barack Oba- ma, segue pressionando os republicanos para aprovar o teto da dívida, pois a partir da segunda semana de fevereiro o país teria que declarar “default”. Timothy Geithner, secretário do Tesouro do país, fez um novo alerta de que o país pode atingir o limite da dívida já no próximo mês. Com isso, seria configurado um calote e a economia americana poderia entrar em recessão. Na Europa, as bolsas fecharam sem tendência, com Londres subindo 0,15% e Frankfurt caindo 0,69% Neste contexto, a agência de classificação de risco Fitch alertou que se o acordo chegar na última instância, como aconteceu em 2011, o país pode sofrer corte na sua nota soberana, atualmente em AAA. No final de 2012, a dívida do governo federal atingiu o limite legal de endividamento, somando US$ 16,4 trilhões. Para Pedro Galdi, analistachefe de investimentos da SLW Corretora, a situação está ficando desgastante com o fato de aprovarem as medidas sempre no final do prazo. “A Fitch já percebeu isso e não vai concordar”. Além disso, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, disse anteontem que a economia ainda não teve uma retomada consistente e diante disso o QE3 (pacote de estímulos) ainda irá continuar. Mesmo em meio a este cenário, Wall Street fechou sem tendência ontem, com Dow Jones subindo 0,20%, o S&P 500 avançando 0,11% e o Nasdaq, por outro lado, caindo 0,22%. Notícia de que o governo vai reajustar gasolina e óleo elevou os contratos de DI ontem O mercado de juros futuros registrou mais um pregão de alta, ontem, após notícia de que o governo poderia reajustar a gasolina em 7% e o óleo diesel entre 4% e 5%, segundo a Reuters. Mesmo com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, negan- do qualquer aumento, os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DI) subiram. “Desconheço qualquer decisão do governo sobre esse assunto”, afirmou Augustin. O contrato com vencimento para janeiro de 2014 avançou de 7,10% para 7,11%, o DI para janeiro 2015 passou de 7,69% para 7,71% e janeiro de 2017 de 8,47% para 8,50%. ■ Redação e Reuters Europa Na Europa, nem notícias positivas na Grécia e na Espanha conseguiram manter o bom humor dos investidores. Os dois países mais endividados da Zona do Euro venderam títulos com taxas super baixas, com uma demanda alta. A divulgação do Produto Interno Bruto da Alemanha, que cresceu apenas 0,7% em 2012, contra 3,1% em 2011, ofuscou o ambiente positivo. Com isso, as principais bolsas da região não definiram tendência única. O CAC 40, de Paris, recuou 0,29%; o DAX, da Alemanha, retrocedeu 0,69%; enquanto o FTSE 100, de Londres, subiu apenas 0,15%. ■ MOEDAS Calmaria do dólar não deve ser duradoura Esta é avaliação de Sidnei Nehme, da NGO; moeda está em R$ 2,03 desde 3 de janeiro O dólar teve mais um pregão de poucos negócios no mercado cambial doméstico ontem. Em linha com a tendência que prevaleceu no exterior, a moeda americana teve valorização ante a brasileira, mas mais uma vez sem grande intensidade — fechou com alta de 0,19%, a R$ 2,037 para venda. Desde o último dia 3 de janeiro que a cotação está em R$ 2,03. No entanto, essa calmaria não deve ter vida longa. Ao me- nos essa é a expectativa de Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora. O especialista acredita que o governo fará uso de um real mais apreciado para controlar as pressões inflacionárias, uma vez que várias sinalizações de representantes da autoridade levam a crer que a Selic não será usada com esse propósito. Caso esse cenário se confirme, diminui a probabilidade de retomada da indústria, que continuará refém dos produtos importados. Com a economia nacional ainda aquém do desejado, a atração para os estrangei- ros virem operar no mercado de ações fica menor, dificultando a entrada de fluxo para o país. Tendo em vista que a inflação alta e a Selic baixa não torna o mercado de renda fixa mais atraente é que Nehme afere a pouca duração da falta de emoção que estamos tendo esses dias no câmbio. “O cenário prospectivo para o câmbio é bastante complexo e exigirá muitas intervenções da autoridade monetária” , afirma. “Esta calma aparente neste início do ano não será duradoura no nosso entendimento”, emenda o especialista. ■ Lucas Bombana DERSA DESENVOLVIMENTO RODOVIÁRIO S.A. C.N.P.J. Nº 62.464.904/0001-25 AVISO DE ABERTURA CC 009/2012 - PROC 52.445/12 – Fica designada para o dia 23/01/2013 às 15:00 horas, na Rua Iaiá, 126 - 4º andar, Itaim Bibi, São Paulo, a abertura do invólucro “B” (Proposta Comercial), em sessão pública. Comissão Especial de Licitação. Secretaria de Logística e Transportes 34 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 FINANÇAS REGINALDO GONÇALVES Coordenador de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina OGX PETRÓLEO ON (OGXP3) Cuidado com promessas de rentabilidade (Fechamento em R$) 166,20 6,20 6,15 5,83 5,65 5,65 5,41 5,17 5,105,10 5,20 4,97 Aquisição da Excelência é positiva, mas sem impacto financeiro relevante, diz Ativa 4,55 4,55 4,00 4,00 ANHANGUERA Objetivo 28/SET 9/OUT Suporte Resistência 07/NOV 07/DEZ Objetivo 2 15/JAN Fontes: Wagner Caetano, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico OGX sinaliza movimento de inversão Após cair 77% em 2012 entre a máxima de R$ 18,41, atingida em fevereiro, e a mínima de R$ 4,15, verificada em dezembro, a ação da exploradora e produtora de óleo e gás natural OGX acumula alta de 20% este ano. “É uma ação bastante volátil, que teve forte desvalorização e representou uma grande queda no Ibovespa em 2012”, pontua Wagner Caetano, diretor da Top Traders. Porém, no pregão de ontem, apresentou um sinal de reversão do movimento, de acordo com o analista. Ontem, o papel fechou em queda de 3,36%, a R$ 5,18, e investidores interessados em operações de curto prazo, os swing traders, podem vender o papel caso perca o seu suporte, a cotação de R$ 5,17, mínima registrada na sessão de ontem. “No pregão, a ação deu sinal de reversão ao registrar o padrão 'engolfo de baixa', que sinaliza forte ação vendedora. Isso porque a ação abriu em alta e passou o resto do dia caindo. Caso perca o suporte, deve buscar o patamar de R$ 4,97”, explica o analista. “Como o papel é bastante líquido, o investidor que decidir vendê-lo pode comprá-lo posteriormente com facilidade”, completa. Apesar da tendência de baixa ser mais provável que a de valorização, caso a ação consiga romper a região de R$ 5,41, a cotação do papel pode buscar o objetivo de R$ 5,83, o que significa uma valorização de cerca de 5%. “A ação fez topos e fundos ascendentes recentemente, e pode apresentar tendência de alta”, diz Caetano. Marília Almeida MOMENTO DESFAVORÁVEL NOVA BOLSA A Anhanguera Educacional adquiriu 100% das quotas de emissão do Instituto Excelência por R$ 18 milhões. A instituição está localizada em Salvador na Bahia, e possuía, em dezembro, 3 mil alunos matriculados. Para este ano, espera-se que a escola tenha receita líquida de R$ 15 milhões e lucro líquido de R$ 2,5 milhões. Segundo equipe de analistas da Ativa Corretora, coordenada por Ricardo Correa, a notícia é positiva para as ações da empresa, embora não tenha impacto relevante em termos financeiros. De acordo com a Ativa, a aquisição coloca a empresa na maior cidade do Região Nordeste, Salvador, reforçando o projeto de expandir o escopo de atuação da Anhanguera, descentralizando as atividades do estado de São Paulo. “Embora não tenha um efeito no curto prazo, a compra agrega valor para a empresa e está dentro do orçamento R$ 40 milhões para M&A neste ano”, afirma Correa, em relatório. Ontem, as ações da Anhanguera na bolsa de valores registraram perda de 1,47% a R$ 32,80. No ano, os papéis da empresa acumulam queda de 5,12%. EMISSÃO DE AÇÕES Vix Logística Direct Edge Alliansce desiste de perto de eleva capital abrir capital atuar no país em R$ 58 mi A Vix Logística informou ontem ter pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cancelamento de registro para oferta pública inicial de ações (IPO) estimada em torno de R$ 600 milhões. A companhia anunciou no ano passado que pretendia realizar oferta pública primária e secundária de ações, mas as “momentâneas condições desfavoráveis do mercado de capitais nacional e internacional” colocaram os planos em espera. A Reuters antecipou semana passada a suspensão do IPO. ■ Direct Edge, quarta maior operadora de bolsas dos EUA, deve submeter nas próximas semanas pedido de aprovação da CVM)para operar no Brasil, disse ontem à Reuters um executivo da companhia. O plano é parte dos esforços da Direct Edge de crescer fora dos Estados Unidos em mercados com alto potencial de crescimento, diz Anthony Barchetto, diretor de estratégia da Direct Edge, responsável pelos negócios de crescimento e parcerias da empresa, em Nova Jérsei. ■ O conselho de administração da Aliansce aprovou aumento de capital em R$ 58,3 milhões com emissão de 2,5 milhões de ações, em razão do exercício integral da opção outorgada ao BTG Pactual e eleva o capital total a R$ 1,4 bilhão. O preço é o mesmo aprovado em 12 de dezembro de 2012, de R$ 23,25. Na ocasião, a empresa movimentou R$ 447,6 milhões com oferta primária subsequente de ações. Os recursos serão usados para aquisição e desenvolvimento de shoppings e expansão. ■ O mercado internacional está bem sensível a qualquer notícia relacionada à crise, seja na Eurozona, nos EUA ou China. Infelizmente, parece que a luz no final do túnel não está tão perto e cada nova alternativa de acordo ou de ajuste acaba se agravando. Para os países emergentes é muito importante a exploração do mercado interno, de maneira a não se criar impactos negativos em sua economia e minimizar a dependência de recursos estrangeiros. Isso, obviamente, é difícil e complicado, em virtude da globalização. No Brasil, várias alternativas para aquecer o mercado estão sendo utilizadas, inclusive com a redução dos juros, com o objetivo de gerar “oxigênio” para as empresas conseguirem melhorar sua produção e vendas e manter ou melhorar a empregabilidade. Com a queda dos juros e fixação da taxa Selic em 7,25% ao ano, as aplicações financeiras acabaram sendo desestimuladas. Muitas chegam a gerar prejuízos, principalmente as que são efetuadas par a um curto espaço de tempo. As propostas de aplicações disponibilizadas pelas instituições financeiras, que precisam captar recursos com custo cada vez menor para emprestá-los, podem implicar alto risco ao investidor, principalmente quando se tratar de bancos de segunda linha que proponham rendimentos fora da realidade. Uma das aplicações que podem gerar alto reTodo cuidado é torno é o mercado de pouco em uma ações, mas deve ser efesituação em que tuado somente por quem dispõe de recura economia não sos para o longo prazo. apresenta aos Para o curto, a única investidores aplicação aparentemente melhor é a poupança. oportunidades Recentemente, vem de grandes ganhos. sendo discutida uma alAtenção às ternativa que, de acordo com especialistas, propropostas fora põe redução do imposto da realidade de renda e é bem mais rentável e com menos risco: o FIP (Fundo de Investimento em Participações). Constituído em forma de condomínio fechado, como os fundos tradicionais, esses administram recursos destinados às diversas modalidades, como aquisição de ações, debêntures, bônus de subscrição ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias abertas ou fechadas. Esses fundos participam do processo decisório da companhia na qual investem. O grande problema desses investimentos é saber quem está gerindo a carteira e quais são os limites. O prazo de resgate é longo, de no mínimo cinco anos. Essa situação já limita o investimento de pessoas mais humildes e que não têm recursos para o longo prazo. Outra observação importante é que os FIPs não têm a segurança, em caso de quebra, do Fundo Garantidor de Crédito, que banca o aplicador no valor limite de R$ 70 mil. Todo cuidado é pouco em uma situação em que a economia não apresenta aos investidores oportunidades de grandes ganhos. Qualquer opção diferente deve gerar desconfiança. Não há como as instituições assumirem rendimentos fora da realidade do mercado, buscando capitalizar-se. O risco de perda é grande para o poupador. Vejam o exemplo recente do Cruzeiro do Sul, em que vários investidores perderam seus recursos. Os FIP´s nada mais são do que recursos aplicados pelos investidores, sendo direcionados para investimentos em várias empresas, inclusive em construção civil, para participar de um empreendimento. Os ganhos são gerados por meio dos juros sobre aportes que possam ser efetuados através de debêtures, ou através de juros sobre o capital próprio e dividendos das empresas onde houve a compra de ações. ■ Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 35 ESTILO DE VIDA 5 É o número de centros de compras com descontos que serão inaugurados neste ano no país: três em São Paulo, um no Rio de Janeiro e outro na Bahia. Hoje, existem dois abertos. COMPRAR Nova safra de outlets turbina as compras com desconto Saiba o que oferecem e como aproveitar os descontos nestes centros de compras; ofertas chegam a 80% Marília Almeida [email protected] Consumidores que adoram descontos têm razões para comemorar. Neste semestre devem ser inaugurados outlets na região metropolitana e interior de São Paulo e também em outros Estados, como Rio de Janeiro e Salvador. Ao menos cinco novos empreendimentos serão inaugurados no período, e outros devem ser construídos nos próximos anos. O Catarina Fashion Outlet, na Rodovia Castelo Branco, em São Paulo, terá mais de 120 lojas de marcas como The North Face, Michael Kors, Jimmy Choo e Emilio Pucci. Ao lado, terá um condomínio comercial e residencial e um aeroporto. O diferencial será uma área de entretenimento, e a inauguração está prevista para este semestre. Outro outlet, administrado pela BR Malls, também está sendo construído na região em parceria com uma administradora internacional Simon Property Group, responsável por outlets renomados nos Estados Unidos. A previsão é de que seja inaugurado este ano. Em junho, o Casa Outlet, que será especializado em lojas de decoração, deve ser inaugurado na região de Taboão da Serra, em São Paulo. Serão cerca de 60 lojas de móveis, revestimentos, ferragens, acessórios para banheiro e peças decorativas com descontos de 30% a 70%.Entre as marcas já confirmadas, estão By Kamy, Vallvé e Brentwood, presentes em ruas tradicionais do segmento. O empreendimento terá estacionamento coberto, redes de restaurantes, café e serviços. O conjunto é composto por um prédio comercial e um hotel. De acordo com Arnaldo Kochen, responsável pela comercialização e implantação do Casa Outlet, o destino é indicado para quem precisa fazer uma grande compra, para a construção de uma segunda casa. “É uma comodidade encontrar tudo em um mesmo lugar. Serão oferecidos itens de ponta de estoque, de coleções passadas. Por exemplo, podem ser estado, de acordo com empresa administradora. Desde o primeiro outlet inaugurado no mundo, em Reading, na Pensilvânia, em 1970, o mercado tem crescido. Atualmente, nos Estados Unidos, existem mais de 300 operações e, em todo o mundo (América do Norte, Europa e Ásia), este número ultrapassa 400 shoppings, com mais de 20 mil lojas. Até o final de 2014 a General Shopping Brasil pretende ter sete outlets em funcionamento no país. Isso porque há cada vez mais necessidade da indústria de escoar sua produção, de forma a conseguir girar mais rapidamente o estoque e dar espaço para novas coleções. COMPRAS COM DESCONTOS Estabelecimentos que já estão em funcionamento e que ainda devem ser inaugurados CASA OUTLET Administrador: Grupo de investimento particular Onde: Rodovia Régis Bittencourt, km 271,5 Projeto: especializado em decoração, terá dois pisos com cerca de 60 lojas que oferecerão descontos de 30% a 70% em peças descontinuadas, pontas de estoque. Entre as marcas, By Kamy, de tapetes, Clami Design, Amazonia, Sierra e Brentwood, de móveis. Também terá lojas de acabamentos, tecidos, acessórios para banheiro, ferragens e revestimentos. O espaço irá oferecer restaurantes, serviços de conveniência e estacionamento gratuito. O empreendimento terá também um prédio comercial e um hotel. A previsão de inauguração é junho OUTLET DE MODA Administrador: BR Malls Onde: Rodovia Castello Branco, no interior de São Paulo Projeto: em parceria com uma administradora de outlets no exterior, como Woodburry, em Nova York, e Las Vegas Premium, o novo empreendimento terá o vestuário como foco. Seu projeto pode ser divulgado em breve e deve ser inaugurado ainda este ano OUTLET PREMIUM Administrador: General Shopping Onde: São Paulo e Brasília (em funcionamento) e Rio de Janeiro e Salvador (em construção) Projeto: oferece até 80% de desconto em coleções passadas e atuais de vestuário e reúne mais de 80 lojas de grifes como Lacoste, Nike, Ricardo Almeida, Hugo Boss e Daslu. Tem restaurantes, sanitários, fraldário e sala para amamentação, cadeiras motorizadas e estacionamento gratuito. O desconto médio das peças, na unidade de São Paulo, é de 52% comprados jogos de mesa com menos cadeiras que o original. Todas as peças serão para pronta entrega e estarão em exposição”, explica. Expansão A nova oferta de empreendimentos chega após o Outlet Premium de São Paulo, inaugurado em 2009 em Itupeva, no interior do estado. O outlet administrado pela General Shopping Brasil está em fase de expansão. Após inaugurar uma unidade em Brasília em julho do ano passado, outras duas serão inauguradas este ano: uma na rodovia Washington Luis, km 109, no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e outra na Estra- Dicas CATARINA FASHION OUTLET Administrador: JHSF Onde: Km 60 da Rodovia Castello Branco Projeto: terá área de 25 mil metros quadrados, com mix de 120 lojas de grifes nacionais e internacionais, área de lazer e entretenimento, restaurantes e serviços de conveniência. Está previsto para ser inaugurado neste semestre Fonte: empresas da do Coco, 099, perto de Salvador, na Bahia. O conceito será o mesmo: grifes de vestuário nacionais e internacionais com até 80% de desconto. Já o projeto pode ter mudanças conforme a praça. “Para os dois projetos além das marcas consagradas que estão conosco em São Paulo e Brasília, teremos um espaço regional em que os consumidores po- Centro de lazer e lojas de compras com produtos regionais são algumas novidades dos empreendimentos derão comprar artigos locais, como rendas e artesanato em Salvador, por exemplo. 60% das marcas de São Paulo já estão conosco em Brasília e estarão em Salvador e Rio”, diz Alexandre Dias, diretor de marketing e varejo da General. Por ser um shopping a céu aberto, com ausência de escadas-rolantes e ar condicionado central, o custo operacional para o lojista é até 70% menor. Esse é um diferencial que permite que os itens possam ser vendidos com desconto, segundo informações da General. Ao longo do tempo, novas marcas foram agregadas ao mix do outlet, inclusive de cosméticos. As peças vendidas são de coleções passadas em perfeito Para quem está acostumado a comprar em outlets em Miami, Orlando e até na Europa, Nuno Fouto, coordenador de estudos e pesquisas do Programa de Administração do Varejo (Provar), da FIA, alerta que os itens oferecidos no país tendem a sofrer mais oscilações. Isso porque ainda não existe no Brasil uma produção própria das marcas para os outlets. “Quem busca peças exclusivas, vai ser mais difícil encontrar por aqui. Isso também interfere no planejamento da compra. Os produtos vendidos ficam ao sabor de giro de estoque. Em uma ida ao outlet, o consumidor pode encontrar muitas oportunidades. Em outras, pode faltar diversidade e até numeração.” Para se prevenir destas situações, os empreendimentos geralmente oferecem o envio de promoções por e-mail. O consumidor pode se cadastrar para receber ofertas esporádicas. É preferível também fazer compras maiores, pois é necessário incluir na conta os custos de deslocamento até o local, e ir armado com referências de preços que possam validar ou não o desconto oferecido. Diferenciais, como bons restaurantes, áreas externas e de lazer, podem fazer diferença. “É uma compra cansativa. Serviços e um bom projeto suavizam isso”, diz Fouto. ■ 36 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Zona do Euro surpreende com superávit de ¤ 13,7 bi Em novembro, as exportações registraram salto de 5%, enquanto as importações permaneceram estáveis David Ramos/Bloomberg Jan Strupczewski e Axel Bugge Reuters, Bruxelas e Lisboa A Zona do Euro registrou superávit comercial acima do esperado em novembro graças ao aumento das exportações e à estabilidade das importações, de acordo com dados divulgados ontem, indicando alta da competitividade do bloco e demanda doméstica reprimida. A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que o superávit comercial não ajustado nos 17 países que usam o euro foi de ¤ 13,7 bilhões em novembro, ante ¤ 4,9 bilhões um ano antes, uma vez que as exportações saltaram 5% e as importações ficaram estáveis. Nos 11 primeiros meses de 2012, as exportações do bloco subiram 8% contra o mesmo período de 2011, enquanto as importações cresceram apenas 2%. Detalhes do período entre janeiro e novembro ainda não foram divulgados, mas dados mostraram que entre janeiro e outubro as exportações de maquinário, carros e outros produtos manufaturados da Zona do Euro compensaram os custos de importações de óleo e gás. Ajustado sazonalmente, o superávit comercial foi de ¤ 11 bilhões em novembro, ante ¤ 7,4 bilhões em outubro, uma vez que as exportações subiram 0,8% na comparação mensal e as importações caíram 1,5%. O superávit da Alemanha, maior exportador da Europa, atingiu ¤ 158 bilhões , ante ¤ 129 bilhões um ano antes. Mas, a maior melhora, proporcionalmente, foi registrada na Itália, que atingiu superávit de ¤ 6,6 bilhões nos 10 primeiros meses de 2012 ante um déficit de ¤ 25,3 bilhões um ano antes. Ontem, o Banco de Portugal, banco central do país, reduziu sua perspectiva econômica para o país, estimando uma queda na atividade de 1,9% em 2013, uma vez que o crescimento global mais fraco afeta a demanda por exportações e o consumo doméstico recua. O BC disse que o PIB deve se recuperar e registrar crescimento de 1,3% em 2014, mas isso depende de mais medidas de austeridade serem lançadas sob os termos do acordo com o resgate de Portugal pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI). ■ Grécia terá nova parcela de ¤ 9,2 bi Exportações da Zona do Euro aumentaram 8% em 11 meses A Grécia teve sinais positivos de que vai receber a parcela de janeiro da ajuda financeira internacional no valor de ¤ 9,2 bilhões, após a aprovação de aumentos de impostos e outras reformas, afirmou o ministro das Finanças do país, Yannis Stournaras. No mês passado, os credores europeus concordaram em liberar ¤ 49,1 bilhões ao país até o fim de março. Já foram injetados ¤ 34,3 bilhões para evitar o default soberano. O restante será pago em três parcelas assim que a Grécia implementar as reformas determinadas pelos credores. Stournaras disse na noite de segunda-feira ter sido informado por Bruxelas de que será recomendado aos ministros das Finanças dos países que integram a Zona do Euro o pagamento da parcela de janeiro. Reuters Jonas Ekstromer/Reuters TREM DA MADRUGADA PIB da Alemanha desacelera e sobe apenas 0,7% no ano Projeção para 2013 deverá ser de expansão de 0,4%, inferior à estimativa anterior de 1% Uma funcionária de limpeza roubou um trem e saiu dos trilhos, invadindo uma casa na Suécia. Não ficou claro como a mulher, que tem cerca de 20 anos, conseguiu as chaves necessárias para ligar o trem. Ela foi levada ao hospital com ferimentos graves, mas o trem não transportava passageiros, uma vez que era de madrugada, e ninguém na casa ficou ferido. O trem descarrilou após o final da linha e passou por cima de uma rua que separa a casa da ferrovia, colidindo com uma varanda e invadindo um quarto no andar de baixo de uma casa, no subúrbio refinado de Saltsjobaden. Reuters O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha encolheu 0,5% no quarto trimestre de 2012, pior performance trimestral desde que a Alemanha caiu em recessão durante a crise financeira global de 2008/09, e apenas a segunda contração desde que essa fase acabou. Com isso, o crescimento da atividade econômica alemã no ano passado desacelerou drasticamente para 0,7%, bem abaixo dos 3% de expansão registrados em 2011 e dos 4,2% de 2010, um recorde pós-unificação. O governo deve publicar uma estimativa para o crescimento de 2013 na quarta-feira. Uma autoridade do Ministério da Economia antecipou que a previsão será de expansão de 0,4% este ano, menos da metade da atual estimativa do governo de 1%. Até agora o desemprego permanece baixo e os salários devem subir de novo neste ano. Mas se as famílias alemãs sentirem as adversidades da crise do euro em ano eleitoral, as esperanças da chanceler Angela Merkel de um terceiro mandato podem ser afetadas. “Nos dois anos anteriores (2011 e 2010), o crescimento do PIB foi bem maior por conta do processo de recuperação após a crise de 2009”, informou a agência federal em comunicado. Andreas Scheuerle, do Dekabank, classificou o resultado de 2012 de “decepcionante” à primeira vista. “Mas,levando-se em conta as dificuldades na Zona do Euro e a fragilidade dos mercado, podemos ficar contentes.” ■ Reuters Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 37 Jumana ElHeloueh/Reuters INTERVENÇÃO França espera força conjunta africana no Mali O presidente da França, François Hollande, disse ontem, numa base militar francesa em Abu Dhabi que o envio de uma força conjunta da África ao Mali, onde tropas francesas enfrentam militantes ligados à Al Qaeda, deve levar uma semana. A França planeja enviar 2.500 soldados para sua ex-colônia e trabalhar com mais 3.300 de países do oeste africano esperados para implementar um plano de intervenção autorizado pela ONU, a ser liderado pelos africanos. Reuters Número de famílias pobres cresce nos EUA Spencer Platt/AFP No final de 2011, cerca de 47,5 milhões de americanos viviam próximos da pobreza Susan Heavey Reuters, Washington O número de famílias que enfrentam a pobreza apesar de terem emprego continuou crescendo nos Estados Unidos em 2011, quando mais gente voltou a trabalhar, mas principalmente em funções mal remuneradas no setor de serviços, revela uma análise divulgada ontem. Mais chefes de família aceitaram vagas como caixas, empregados domésticos, garçons e outros empregos em setores que oferecem baixos salários, baixa carga horária e poucos benefícios, segundo o Projeto dos Pobres Trabalhadores, um esforço com financiamento privado voltado para a melhora da segurança econômica para famílias de baixa renda. O resultado é que em 2011 havia 200 mil famílias de “pobres trabalhadores” a mais do que em 2010, segundo o relatório, que se baseia na análise dos dados recentes do Censo. Cerca de 10,4 milhões dessas famílias ou 47,5 milhões de americanos - agora vivem próximas da pobreza, definida nos EUA como sendo uma renda inferior ao limite oficial de pobreza, que é de US$ 22.811 por ano para uma família de quatro pessoas. No geral, quase um terço das famílias trabalhadoras atual- Em 2011, EUA tinham mais 200 mil famílias pobres que em 2010 Consumo americano registra avanço “sólido” Vendas no varejo subiram 0,5% em dezembro ignorando a ameaça de impostos mais altos As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram a um ritmo sólido em dezembro, uma vez que os americanos ignoraram a ameaça de impostos mais altos e compraram automóveis e diversos outros bens, sugerindo vigor nos gastos. O Departamento do Comércio informou que as vendas no varejo subiram 0,5% em dezembro após alta de 0,4% em novembro, segundo dados revisados. Inicialmente, foi informado que as vendas de novembro tinham subido 0,3%. As vendas avançaram 4,7% ante dezembro de 2011 e no acumulado de 2012 registraram alta de 5,2%. O segundo mês seguido de ganhos nessa medida sugere que os gastos do consumidor aceleraram no quarto trimestre depois de subirem a um ritmo anual de 1,6% no período entre julho e setembro. Um segundo relatório do Departamento do Comércio mostrou que os estoques empresariais nos Estados Unidos avançaram modestos 0,3% em novembro, reforçando opiniões de que o reabastecimento não vai fomentar o crescimento econômico no quarto trimestre. Embora um acordo de última hora do Congresso dos EUA tenha evitado o pior do chamado abismo fiscal, ou US$ 600 bilhões em cortes automáticos de gastos do governo e tributos mais altos, as famílias verão reduções em seus rendimentos a partir de janeiro. Economistas afirmam que isso pode contribuir para manter os gastos dos consumidores em banho-maria no início deste ano. Estimam que os aumentos tributários podem reduzir até 1,2 ponto percentual dos gastos do consumidor norte-americano neste trimestre. ■ Reuters Peter Macdiarmid/AFP mente enfrenta dificuldades, segundo a análise. Em 2007, quando a recessão nos EUA começou, eram 28%. “Embora muita gente esteja voltando a trabalhar, elas estão muitas vezes assumindo vagas com salários menores e menos segurança no emprego, em comparação aos empregos de classe média que tinham antes da crise econômica”, diz o relatório. As conclusões ocorrem quase três anos depois de o país ter oficialmente deixado a recessão, no segundo semestre de 2009. Os dados mostram que os 20% mais ricos dos EUA receberam 48% de toda a renda nacional, enquanto os 20% mais pobres ficaram com apenas 5%. O efeito da quase pobreza sobre o crescente número de crianças que vive nessas famílias - aumento de quase 2,5 milhões de menores em cinco anos - também preocupa. Em 2011, 23,5 milhões (ou 37%) das crianças dos EUA viviam em famílias trabalhadoras pobres, contra 21 milhões (33%) em 2007, segundo o relatório. ■ “NÃO É PECADO SER BONITO” Fitch ameaça reduzir nota Contudo, agência considera fraco risco de os EUA deixarem de honrar seus compromissos A agência de classificação financeira Fitch ameaçou, ontem, degradar a nota de crédito dos Estados Unidos, atualmente a melhor (AAA), se não houver um acordo no Congresso para aumentar o teto da dívida. “O fracasso na hora de aumentar o teto da dívida em seu devido tempo provocará um exame formal das classificações soberanas dos Estados Unidos", adverte a Fitch. A agência considera, no entanto, que a possibilidade de que a maior economia mundial deixe de pagar suas dívidas é “extremamente fraca”. Atualmente, o limite legal da dívida americana está situado em US$ 16,4 trilhões, valor que será atingido no fim de fevereiro. No Congresso, democratas e republicanos mantêm duras discussões em torno do aumento deste teto. Na segunda-feira, o presidente Barack Obama e o líder do Federal Reserve, Ben Bernanke, insistiram na necessidade de um acordo para que o país possa cumprir seus pagamentos pendentes. Entre eles encontram-se os pagamentos da segurança social, os subsídios dos veteranos de guerra, os salários de militares e dos controladores aéreos, além dos contratos com pequenas empresas. “É muito, muito importante que o Congresso adote as medidas necessárias para se evitar que o governo fique sem a capacidade de honrar seus pagamentos”, declarou Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve Bank (FED) em discurso segunda-feira à noite na Universidade de Michigan. “Elevar o limite do endividamento simplesmente permite que o governo honre seus atuais compromissos. Isto não criará novos gastos”, destacou Bernanke. O presidente Barack Obama já havia pedido na segunda-feira aos republicanos, que controlam a Câmara dos Representantes, para aceitar um compromisso sobre a dívida e “evitar uma nova crise econômica”. ■ AFP OarcebispoGeorgGanswein,secretárioparticulardo papaBento16,quefoiapelidadode“GorgeousGeorge” (“GeorgeBonitão”)pelosmeiosdecomunicaçãoitalianos, virouestreladacapadaVanityFair.Acapadaedição italianadarevistamostraoarcebispode56anossorrindo, seusolhosazuisbrilhando,acimadeumamanchete quediz“PadreGeorg-Nãoépecadoserbonito”.Arevista chamaGansweinde“OGeorgeClooneydeSãoPedro” edizquededicouumareportagemdecapaparahonrar asuarecentepromoçãoaopostodearcebispoecomo reconhecimentodoseupodercrescentenaIgrejaCatólica Romana.Alemãocomoopapa,eletambémfoipromovido paraocargodePrefeitodaCasaPontifícia.Reuters 38 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Jerome Favre/Bloomberg MUNDO NA REDE São 564 milhões de chineses com acesso à web O número, referente a 2012, mostra aumento de 51 milhões em relação a 2011, anunciou o Centro de Informação sobre a Internet na China (CNNIC). A taxa de penetração da internet no país mais populoso do mundo, que é também aquele com o maior número de internautas, subiu para 42,1%, contra 38,3% registrado no final de 2011, de acordo com a agência oficial. Quase três quartos destes internautas (74,5%) acessam a rede por meio de um telefone celular, diz a agência. AFP Um cenário nada divertido por trás da indústria de brinquedos da China O que se vê em Shenzhen são maquinários antigos operados por trabalhadores sem equipamento de segurança AFP Micheli Rueda, de Hong Kong [email protected] Quarta maior economia da China, a cidade de Shenzhen - pouco maior que São Paulo, com 1,99 mil quilômetros quadrados - é o centro da alta tecnologia e da fabricação, além da ligação direta com Hong Kong. Todo poderio financeiro da região, no entanto, se esconde por trás de extensas avenidas povoadas por prédios sequenciais de fábricas e seus respectivos dormitórios. Costume na China, morar literalmente ao lado do trabalho ganha ares de utilidade quando se tem longas jornadas de serviço. Mas esses dormitórios estão longe do que se pode chamar de lar. As grades nas janelas avançam os contornos dos edifícios e quase provocam uma intersecção com o prédio vizinho. Uma medida de segurança contra suicídios, em um país de regime político severo e reclusão social. Shenzhen também é um pólo na produção de brinquedos, abrigando cerca de 5 mil fábricas do setor e, dessa forma, dá sua contribuição para que a China mantenha a liderança isolada nessa atividade. O país res- ponde por 70% da fabricação mundial de brinquedos. A realidade encoberta atrás do famoso “made in China” é precária. Longe de ter uma linha de produção de última geração, o que se vê são maquinários antigos operados por trabalhadores sem qualquer equipamento de segurança individual. “Uma fábrica nessas condições estaria fechada no Brasil e o dono preso”, afirma Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). A resignação dos chineses com o trabalho reluz aos olhos de quem caminha entre uma mesa e outra de montagem de peças. Mas um progresso tem que ser notado: a erradicação do trabalho infantil nas fábricas de brinquedos chinesas, certificada pela International Council of Toy Industries (ICTI). São essas condições - baixo investimento em infraestrutura industrial e trabalhista - que asseguram a competitividade do produto chinês. As mudanças estão em progresso, ainda que lentamente e em um padrão distante do brasileiro, com a sindicalização e profissionalização dos funcionários. O aumento de salários e a con- Fábrica chinesa de brinquedos: profissionalização e benefícios sociais preocupam empresários cessão de benefícios sociais, porém, têm levado a ajustes nos preços finais e preocupado o empresário chinês. O Brasil, por exemplo, pretende reduzir a participação de brinquedos importados da China para 50% neste ano, contra 60% no ano passado. Em cinco anos, esse número deve ser limitado a 30%. Considerado um mercado im- portante, os chineses também estão alertas ao câmbio brasileiro. “A taxa de câmbio está matando os negócios”, resume George Chang, gerente geral da Team Creation. Chang atua como um intermediário. Ele é responsável por fazer a ponte entre empresas internacionais e fabricantes chineses. O executivo chinês destaca que em 2012 os contratos foram fechados com o dólar a R$ 1,65 e, agora, a taxa está a R$ 2,03. A solução imposta por essa nova configuração de aumento do custo da mão de obra chinesa aliada a um momento econômico mundial mais frágil é a busca por novos centros de fabricação, dentre os quais despontam o Vietnã e o Camboja. ■ George Burns/Reuters CONFISSÃO NO AR Futuro premiê vê solução da poluição só a longo prazo Li Keqiang é o primeiro membro do Politiburo a se manifestar abertamente sobre o tema O jornal USA Today informou em sua edição de segunda-feira que o ex-ciclista Lance Armstrong confessou ter usado doping no Tour de France, principal prova do ciclismo mundial, e que lhe custou o banimento definitivo do esporte. A confissão foi feita em entrevista a Oprah Winfrey, que vai ao ar amanhã na rede OWN, de propriedade da apresentadora. Em uma aparição no programa “This Morning”, da CBS, ontem, Oprah não chegou a confirmar uma confissão e disse que deixaria aos outros decidirem se Armstrong tinha se mostrado arrependido na entrevista. Agências Dias depois de uma fumaça asfixiante cobrir a capital da China, o próximo primeiro-ministro do país somou sua voz aos apelos para conter a fumaça tóxica, mas ofereceu poucos detalhes e disse que não há solução rápida. Os comentários do vice-premiê Li Keqiang, que deve assumir o cargo de primeiro-ministro em um congresso nacional em março, marcaram a primeira vez que um membro do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista abordou os níveis de poluição que atingiram patamares recordes durante o fim de semana. As condições tinham melhorado um pouco ontem, mas o ar perigoso provocou comentários irritados de alguns dos 20 milhões de moradores de Pequim e inspirou a mídia estatal geralmente complacente a criticar a inércia do governo. “Houve um acúmulo de longo prazo para este problema, e a solução vai exigir um processo de longo prazo. Mas temos de agir”, disse a rádio estatal citando Li, três dias após as medidas de poluição ultrapassarem os recordes anteriores. “Por um lado, temos que aumentar a força da gestão ambiental e outras tarefas oficiais, e, por outro lado, devemos lembrar ao público para reforçar a proteção pessoal. Esta situação exige conscientização e participação de todas as pessoas e nossa administração conjunta”, afirmou. ■ Reuters Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico 39 PONTO DE VISTA Prisão do primeiro-ministro no Paquistão A Suprema Corte do Paquistão ordenou a prisão do primeiro-ministro Raja Pervez Ashraf por ligação com um caso de corrupção em projetos de energia, noticiaram canais de televisão ontem, afundando o país em uma nova turbulência política. A decisão foi tomada ao mesmo tempo que um clérigo populista, o qual se acredita receber apoio dos militares, exigia a renúncia do governo, comandando protestos com a presença de milhares de seguidores no coração da capital Islamabad. Reuters IDEIAS/DEBATES [email protected] ANDRÉA RUSSO RODRIGO SIAS Diretora de Desenvolvimento e Projetos do Grupo Troiano de Branding Economista pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) O didatismo fala a linguagem da nova consumidora? O ex-ministro Golbery e o PT A velha classe média ou subiu ou desceu de patamar, e a saída foi correr atrás do novo. A nova classe média aumentou seus gastos na escala do consumo e as empresas se viram obrigadas a rever a forma de conversar com estes consumidores. Como se aproximar deste público que nem sempre tem as mesmas referências, anseios e forma de agir que a classe média anterior? Manter o mesmo tom na conversa, ícones e referências não funciona. O novo consumidor não se identifica com a velha mensagem. Percebemos que as marcas que sempre tiveram um trabalho consistente saíram na frente, pois se prepararam para a mudança, buscando conhecer e ouvir os novos clientes. Estas marcas estão na vantagem. Assumiram nova forma de conversar e dosaram com equilíbrio uma pitada de didatismo com ousadia. No Grupo Troiano de Branding, reforçamos a importância de uma marca inovar sem perder a essência. Não dá para tentar ser uma coisa que não é real, a comunicação fica oca e os públicos não se identificam. O maior perigo é perder a mão e se distanciar do seu público fiel e defensor da sua marca, sem nem atingir o novo. Como consumidora que perdeu a identidade com algumas marcas ou apenas como expectadora, fui atraída por esse jeitão descontraído e divertido de ser da nova classe média. Menos preconceito, mais cor, movimento e tudo ao mesmo tempo. Observando o comportamento, estilo de vida e atitudes dos novos consumidores, o primeiro destaque foi sobre as mulheres deste grupo, elas possuem um papel diferente na comunidade que habitam, são independentes financeiramente e conquistaram uma posição profissional de destaque nas famílias. Conhecido como o principal ideólogo do governo militar brasileiro iniciado em 1964 e ministro-chefe da Casa Civil dos dois últimos generais-presidentes, Golbery do Couto e Silva foi também o grande arquiteto da abertura do regime que ajudou a criar. A distensão, “lenta, gradual e segura”, iniciada sob seu comando já no governo Geisel, prepararia o retorno da democracia ao país e a volta dos partidos políticos. Segundo os cálculos de Golbery, uma vez que a esquerda revolucionária armada já havia sido derrotada no campo de batalha, uma nova esquerda poderia assumir seu lugar. Para o “bruxo”, o problema da esquerda combatida pelo regime era o fato de ser, justamente por seu caráter revolucionário, um movimento antissistêmico. Sua ideia era patrocinar a criação de uma esquerda ligada aos sindicatos e às reinvidicações trabalhistas usuais — ou seja, uma esquerda sistêmica — que não fosse revolucionária e respeitasse as regras. O colaborativismo está mais presente e as marcas precisam se relacionar de forma mais amiga e próxima da mulher Visitando as casas e convivendo algumas horas juntas em estudos etnográficos com estas mulheres, algumas verdades (até então inquestionáveis para a velha classe média) deixaram de existir. Esta nova consumidora veste de uma forma supernatural uma roupa curta, justa e deixa as “gordurinhas” à mostra e ainda sai feliz e se achando linda para mostrar a quem quiser e puder ver. E neste momento, surge uma nova versão feminina, sem a vergonha do corpo cheinho e sem qualquer forma de adoração a magreza. Outra descoberta foi sobre o sentido da palavra colaborativismo (mais uma palavra da moda?), que é muito mais verdadeiro, e até porque não dizer, vivenciado ao pé da letra entre elas: cansou de uma roupa, troca com uma amiga; se não dá pra comprar uma bolsa sozinha, compro e divido com minha amiga, cada final de semana é uma que usa; compartilhar computador e o cartão de crédito, também vale e por aí vai. E para as marcas isso significa que é preciso se relacionar de forma mais amiga e próxima dessa mulher. Sim, existe uma forma mais sincera e simples de agir, uma fórmula de viver que parece descomplicada. E não adianta falar com elas com todo didatismo do 1+1, pois não é isso que querem. Elas querem ser simplesmente felizes, mas com muita vida, agito e brilho junto com a família e amigos. Tudo isso é valorizado pela nova consumidora. Será que não são elas que estão certas? ■ Apesar da propaganda atual, já nos anos 1970 as esquerdas e suas ideias passaram a dominar o ambiente com o beneplácito do próprio governo militar O ideólogo acreditava que o sindicalismo do final dos anos 1970 e início dos anos 1980 estaria divorciado da concepção de “lutas de classes” e priorizaria disputas e acordos salariais. Golbery alimentou os opositores do regime — entre eles, o próprio ex-presidente Lula, na época, líder das greves do ABC paulista — cedendo-lhes espaço, acreditando que estava preparando a oposição democrática ao legado de 1964. Por isso, apesar da propaganda atual, já nos anos 1970, as esquerdas e suas ideias passaram a dominar o ambiente universitário, os sindicatos, as produções culturais e a imprensa, com o beneplácito do próprio governo militar. O plano parecia perfeito. No entanto, havia um grave erro de cálculo. Quando Golbery pôs em prática seu plano de abertura política, a esquerda revolucionária já tinha há algum tempo entrado em profundo processo de reformulação metodológica, cujo símbolo maior era a adoção da doutrina do italiano Antônio Gramsci. A doutrina grasmciana supunha que a sociedade capitalista contava com espaços que comportariam a militância revolucionária de esquerda, sem que esta tivesse de bater de frente com o sistema capitalista. Segundo Gramsci, o “Partido Príncipe” deveria paulatinamente criar as condições para sua ascensão final ao poder, crescendo dentro do sistema capitalista e democrático, até que, poderoso o suficiente, poderia dominá-lo completamente e transformá-lo em instrumento da revolução. Como condição prévia para a tomada de poder, portanto, seria preciso ocupar espaços, conquistar “corações e mentes” e preparar o ambiente cultural para a revolução comunista. Com a adoção do gramscismo, a esquerda revolucionária passou a ser sistêmica, frustrando as maquinações de Golbery. Muitos militares ainda hoje não se deram conta do caráter sistêmico assumido pelos “subversivos” de outrora. Por isso, muitos votaram no PT em 2002, não entendem o porquê da “Comissão da Verdade” e estranham o apoio diplomático dado aos “bolivarianos” da América do Sul. Golbery e os militares anticomunistas de outrora (e de hoje) perderam a batalha político-ideológica por uma razão simples: lutaram a guerra presente achando que esta seria combatida como foi a anterior, ou seja, bastaria derrotar a guerrilha para derrotar os revolucionários. Foi este erro crasso que possibilitou a ascensão do PT. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor Executivo Ricardo Galuppo Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto Octávio Costa Editores Executivos Adriana Teixeira, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Sede - Rua Joaquim Palhares, 40 Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 40 Brasil Econômico Quarta-feira, 16 de janeiro, 2013 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., o com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. Divulgação PONTO FINAL PODER DE COMPRAR RICARDO GALUPPO — Publisher [email protected] Um aceno em direção à velha classe média Imagem da nota de 50 cruzados novos, que homenageou o poeta Carlos Drummond de Andrade. A moeda foi lançada há exatos 24 anos em consequência da reforma monetária promovida pelo Plano Verão, instituído pelo então ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. Sob o símbolo “NCz$”, o cruzado novo entrou em vigência no dia 16 de janeiro de 1989 e permaneceu no mercado por pouco mais de um ano. Além da nota de 50, havia também as cédulas de 100, 200 e 500 cruzados novos, e as moedas de 1, 5, 10 e 50 centavos, e de 1 cruzado novo. As notas foram reaproveitadas no padrão seguinte, denominado Cruzeiro, moeda que foi emitida a partir do Plano Collor. As moedas mais utilizadas no país Entre o final da década de 80 e início dos anos 90, o Brasil teve quatro denominações de moedas em pouco mais de cinco anos por conta da instabilidade monetária e dos altíssimos índices de inflação. O cruzeiro real, por exemplo, foi a moeda que teve o menor período em circulação, com um total de apenas 10 meses. Já a moeda que ficou em vigência por mais tempo foi o cruzeiro, que circulou por mais de 24 anos entre as décadas de 40 e 60. Mas tudo indica que o real passará a ser a moeda com mais tempo de circulação. Em vigência desde 1994, ela assumirá a liderança do ranking em 2019. ■ TEMPO É DINHEIRO Cruzeiro foi utilizado para denominar a moeda brasileira em três períodos diferentes MOEDA Cruzeiro* Real PERÍODO TEMPO TOTAL 1º/11/1942 a 12/02/1967 24 anos e 3 meses Desde 1º/07/1994 18 anos e 6 meses Cruzeiro** 15/05/1970 a 27/02/1986 15 anos e 9 meses Cruzeiro*** 16/03/1990 a 31/07/1993 3 anos e 4 meses Cruzeiro Novo 13/02/1967 a 14/05/1970 3 anos e 3 meses Cruzado 28/02/1986 a 15/01/1989 2 anos e 11 meses Cruzado Novo 16/01/1989 a 15/03/1990 1 ano e 2 meses Cruzeiro Real 1º/08/1993 a 30/06/1994 10 meses Fonte: Banco Central A Caixa Econômica Federal atrair as pessoas que, pelas esanunciou ontem a redução dos tatísticas do governo, foram injuros cobrados sobre os empréscorporadas ao universo do contimos para a compra de imósumo. As companhias aéreas veis com preços superiores a passaram a vender mais passaR$ 500 mil. Pelas regras que vigens para brasileiros que emgoraram até agora, casas e aparbarcavam num avião pela pritamentos acima deste valor timeira vez. O varejo voltou seu nham regras de financiamento marketing e sua linha de promais apertadas do que as válidutos a pessoas que, no passadas para os chamados imóveis do, não tinham chance de enpopulares. Ainda continuam astrar num supermercado. As sim. Mas que a situação melhomontadoras, a indústria da rou, isso melhorou. A partir de construção, os bancos, a indúsagora, quem não é cliente da tria de alimentos, enfim, toda Caixa pagará pouco menos de a economia brasileira se voltou 9,5% ao ano sobre os empréstipara o atendimento de uma pomos para a compra de imóveis pulação que estivera à margem mais caros. Quem é cliente padas possibilidades de consumo gará 8,4% ao ano. Ainda são junos últimos tempos. Só que, ao ros salgados, quando se trata fazer isso, acabou discriminande financiamendo os brasileito imobiliário. ros que já tiA redução dos No mundo inteinham algum pojuros imobiliários ro, os juros desder de compra ses financiae também mepela Caixa é o mentos são irrilhoraram de viinício do fim do sórios. No Brada nos últimos preconceito contra anos. Era como sil, esses empréstimos ainse o sucesso rea velha classe da são caros colativo que já timédia e as novas mo todos os denham anteriorClasses A e B mais — e mesmente os dispenmo com o esforsasse de ter meço feito pelo governo para redulhores condições para consumir zir os juros ao longo de 2012, as e continuar melhorando de vida. taxas brasileiras continuam eleA decisão da Caixa represenvadíssimas quando comparata um movimento discreto — das às internacionais. Seja comas, de qualquer forma, um momo for, a atitude da Caixa é muivimento — em direção à nova to mais positiva do que pode paclasse média alta e, também, à recer à primeira vista. Ela reprevelha classe média. E isso é exsenta um aceno importante na tremamente positivo, sobretudireção de um grupo que, nos do num momento em que a ecoúltimos anos, praticamente nomia precisa reagir. Políticas não recebeu atenção dos chamais abrangentes, que criem mados “agentes econômicos”. condições de consumo mais faTrata-se das novas classes A voráveis para todos os brasileie B — que emergiram no mesros podem indicar um bom camo processo que originou as minho para estimular a econonovas classes C e D, mas foram mia. Além de representar a reabandonadas à própria sorte. dução de algo que muita gente Nos últimos anos, todos os monão considera, mas que no funvimentos feitos pelo chamado do, no fundo, era (e ainda é) um “mercado” destinaram-se a grande preconceito. ■ DESTAQUES DO PORTAL ➤ ● Embora o comércio varejista tenha apresentado desaceleração em seu ritmo de crescimento no mês de novembro, o movimento é visto como algo temporário. "A tendência de alta na qual o varejo está desde 2003 parece longe do fim", afirmam economistas do Espírito Santo Investment Bank, em relatório. ➤ ● Com a ausência de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski assume o comando da corte interinamente. O magistrado avaliará demandas urgentes do Judiciário. Em 2013, o STF deve concluir o processo do mensalão e julgar a revisão da poupança dos planos Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2. ➤ ● O indicador de vendas no varejo dos Estados Unidos mostrou que os gastos dos consumidores americanos foram impulsionados por redução nos preços de combustíveis e pelo efeito do furacão Sandy. O volume de vendas cresceu 0,5% em dezembro, ante o mês anterior, ficando acima do consenso dos analistas, de 0,2%. PERSONAGEM DA SEMANA RESULTADO PARCIAL DA ENQUETE EM REAL TIME* 71,5% Carlos Takahashi, vice presidente da Anbima 17,5% Laércio Cosentino, presidente da Totvs 8,8% Sissi Freeman, herdeira do grupo Granado Paulo Barbanti, fundador da Intermédica 0,8% Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq 0,8% Ricardo Flores, presidente da Brasilprev 0,6% 0 10 20 30 40 50 60 70 880 *até as 18h do dia 15 www.brasileconomico.com.br
Similar documents
empresas - Brasil Econômico
Dow Jones - Nova York Nasdaq - Nova York S&P 500 - Nova York FTSE 100 - Londres Hang Seng - Hong Kong
More information