archives of anatomy - Sociedade Anatomica
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ARCHIVES OF ANATOMY Official Journal of the Portuguese Anatomical Society (AAP-SAP) Archives of Anatomy – Suppl. vol. 2, no. 1, 2014 ISSN 2183-329X EDITOR IN CHIEF Ivo Álvares Furtado (Portugal) Lisbon Medical Faculty [email protected] SCIENTIFIC ADVISORS António Manuel de Sousa Pereira (Portugal) Institute of Biomedical Sciences – Oporto University [email protected] Deolinda MariaValente A. Lima Teixeira (Portugal) Oporto Medical Faculty [email protected] João Goyri O`Neill (Portugal) NOVA Medical School [email protected] António da Silva Bernardes (Portugal) Coimbra Medical Faculty [email protected] President: ASSOCIATE EDITORS Maria Alexandre Bettencourt Pires (Portugal) NOVA Medical School [email protected] Vice President: IT SUPPORT (Design Binário) Engº. Nuno Conceição [email protected] Cláudia Neves Marques [email protected] João Luís Diogo Cavaco [email protected] Published by: Miguel de Oliveira Correia (Portugal) NOVA Medical School [email protected] Portuguese Anatomical Society (SAP/AAP)) Diogo de Freitas Branco Pais (Portugal) NOVA Medical School [email protected] Ivo da Piedade Álvares Furtado (Portugal) Lisbon Medical Faculty [email protected] Secretary: Maria Alexandre Bettencourt Pires (Portugal) NOVA Medical School [email protected] Secretary: Jorge Celso Dias Correia da Fonseca [email protected] Treasurer: Maria Alexandra Silva Braga Pedreira Brito (Portugal) Faculty of Pharmacy, University of Lisbon [email protected] i ARCHIVES OF ANATOMY Supplement – vol. 2, no. 1, 2014 XLVIII Reunião Científica da SOCIEDADE ANATÓMICA PORTUGUESA (SAP) e I Reunião Científica da ASSOCIAÇÃO ANATÓMICA PORTUGUESA (AAP) O presente número suplementar de Archives of Anatomy é dedicado à publicação dos resumos de trabalhos apresentados por ocasião da XLVIII Reunião Científica da Sociedade Anatómica Portuguesa e I Reunião da Associação Anatómica Portuguesa que decorreu nas instalações da Nova Medical School, em 22 de Março de 2014. The present Supplement to the Archives of Anatomy is dedicated to the publication of the abstracts of the communications presented on the occasion of the XLVIII Scientific Meeting of the Portuguese Anatomical Society (AAP/SAP), on the 22 nd of March 2014. 2 Índice de Matérias do Suplemento/ Table of Contents XLVIII Reunião Científica Sociedade Anatómica Portuguesa/I Reunião Científica da Associação Anatómica Portuguesa. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Nota do Evento: Professora Doutora Maria Alexandre Bettencourt Pires…………………... 4 Resumo de Conferência Plenária Professor Doutor Nuno Jorge Carvalho de Sousa……........7 Resumos de Comunicações ………………………………………………………………….....8 Posters…………………………………………………………………………………………….……..19 Exposição “Anatomia e Arte”……………………………………………………………….…31 Lista de Participantes …………………………………………………………..………….…..32 3 NOTA DO EVENTO: É com grato orgulho que vemos publicados, sob a forma de Suplemento da Revista Archives of Anatomy, os resultados do esforço organizativo da Comissão Científica da XLVIII Reunião da Sociedade Anatómica da SAP e I Reunião da Associação Anatómica Portuguesa. Consideramos de especial importância a publicação da colectânea de resumos dos trabalhos científicos, pelo que congratulamos todos os participantes pelo seu contributo para um evento de extraordinária riqueza e variedade que certamente, a todos surpreendeu pelo dinamismo, vigor e rejuvenescimento trazido pela Associação Anatómica à mais antiga Sociedade Científica ainda em vigor na Península Ibérica. Foi tido especial cuidado e empenho na organização da Reunião Científica neste momento de "passagem de testemunho" entre a ancestral Sociedade Anatómica e a sua congénere sucessora Associação, de nome modificado por força de legalização de estatutos e oficialização como Associação Científica Nacional. No culminar de um biénio de reuniões mensais presenciais dos membros da Direcção, o sucesso da Reunião Científica e a publicação da Revista Oficial na plataforma informática, constituem o reflexo do árduo lavor de preparação dos respectivos Grupos de Trabalho implementados pela Direcção cessante, sob superior coordenação do Prof. Doutor João Goyri-O'Neill. A XLVIII Reunião Científica SAP e I Reunião Científica AAP realizou-se, em 22 de Março de 2014, nas instalações da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa (Nova Medical School), contando com mais de uma centena de participantes e com apresentação de 45 trabalhos científicos (23 comunicações orais, incluindo um vídeo, e 22 comunicações sob a forma de póster). Em simultâneo com a exposição dos pósters científicos nos claustros da Faculdade, decorreram duas outras exposições: a exposição de trabalhos dos alunos de Mestrado em Anatomia Artística da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e a exposição de equipamentos tecnológicos da empresa TAPER (um dos patrocinadores que auxiliaram a realização do evento). Perante a difícil conjuntura socio-económica vigente, concretizou-se toda a preparação da Reunião com relativa escassez de recursos financeiros, apenas secundados por dois patrocínios de empresas (TAPER e PINGO DOCE), permitindo um custo apenas simbólico para a inscrição dos participantes, mas garantindo, mesmo assim, as necessárias condições de admissão de tão grande número de participantes, com o garante de dignidade e conforto, incluindo almoço de trabalho e pastas com documentação científica. Foi assim assegurada a recepção de participantes, vindos de todo o País, tendo-se contabilizado a inscrição e presença de representantes das principais Escolas Médicas com ensino de Ciências Morfológicas, de Braga, Coimbra, Lisboa e Porto, e de visitantes estrangeiros. Acresce ainda o especial orgulho que sentimos em poder contar com a participação de congressistas provenientes de diversos Serviços Hospitalares com o contributo de variados trabalhos no âmbito da Anatomia Clínicocirúrgica, reflexo da boa promoção de relação interdisciplinar e interinstitucional em que a Direcção cessante da SAP se foi empenhando. Destacamos, nomeadamente, a forte participação do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz de Lisboa que, apesar de ter a decorrer em simultâneo, um Congresso Nacional de Especialistas, nos presenteou com apresentação de numerosas e interessantes comunicações orais. Constituíram um momento de especial importância a apresentação da Conferência Plenária pelo prelector convidado Prof. Doutor Nuno Jorge de Sousa da Universidade do Minho, que a todos encantou com a sua exposição sobre “Um novo olhar sobre a Anatomia – O cérebro sob stress” e ainda as palavras de abertura do Congresso, proferidas pelo Prof. Doutor Jaime da Cunha Branco, que tão bem nos 4 acolheu, na sua qualidade de Director da Nova Medical School, e que valorizou o ensino e investigação em Ciências Morfológicas, no âmbito do ensino das Ciências Médicas. Na sequência da Reunião Científica e do almoço de trabalho, deu-se início à Assembleia Geral da Associação Anatómica, com eleição da actual Presidência e Direcção da Associação. Com o Manifesto eleitoral dos Corpos Gerentes novamente empossados, verificámos a continuidade de linhas de acção programáticas da AAP /SAP, nomeadamente o empenho na interdisciplinaridade, relações interinstitucionais e internacionalização. Apresentamos, por isso, os nossos melhores cumprimentos aos recém-eleitos Presidentes da Assembleia Geral da AAP, Prof. Martins dos Santos, e da nova Direcção da AAP/SAP, Prof. Doutor Diogo Pais, que acumulará esta nova função com a Presidência da Federação Europeia de Morfologia Experimental (E.F.E.M.). Com essa conjugação de cargos, tomámos conhecimento de que uma das próximas Reuniões Científicas Internacionais de Morfologistas se irá realizar em breve na cidade de Badajoz, pelo que deveremos ter a ambição de concretizar o projecto de uma próxima edição de Suplemento dos Archives of Anatomy, dedicado à publicação de trabalhos apresentados nessa Reunião conjunta da AAP/EFEM... Nas primeiras décadas do século XXI, com o nítido prenúncio de uma nova era de Humanismo fundamentado no íntimo entrelaçamento da renovação de Cultura e Conhecimento, conjugados com a permanente e incessante renovação de tecnologias e inovações científicas, afigura-se como fundamental a promessa de renovação humanizada da nossa ancestral Sociedade Anatómica, de novo alicerçada na conjugação do Humanismo cientificamente renovador, com participação dos diversos quadrantes da Morfologia Nacional. Nesse sentido, consideramos de fulcral importância, a manutenção do vigor científico demonstrado nesta I Reunião Científica da AAP. Igualmente se nos afigura de relevante interesse, a promoção do mútuo patrocínio científico entre a Revista Oficial e as futuras Direcções da Associação Anatómica Portuguesa, sendo mutuamente frutuosas as publicações dos trabalhos apresentados em Reuniões Científicas, com melhor visibilidade internacional, em plataforma informática própria. MARIA ALEXANDRE BETTENCOURT PIRES (MD, PhD) (Prof. Auxiliar de Anatomia, Nova Medical School) Secretária da Comissão Organizadora da XLVIII Reunião Científica AAP/SAP; Editora Associada Archives of Anatomy; Secretária da Direcção da AAP/SAP) Fotografia dos Congressistas presentes na I Reunião Científica da AAP, nos claustros da Faculdade de Ciências Médicas, Lisboa, 22 de Março de 2014. Capa do panfleto da Exposição «Anatomia e Arte», organizada pela FBAUL (v. Pg. 15) 5 XLVIII Reunião Científica da SOCIEDADE ANATÓMICA PORTUGUESA (SAP) e I Reunião Científica da ASSOCIAÇÃO ANATÓMICA PORTUGUESA (AAP) COMISSÃO ORGANIZADORA: Presidente de Honra J.A. Esperança Pina Presidência J.E. Goyri-O’Neill D. Freitas Branco Pais Comissão Científica A.J. Gonçalves Ferreira M. Oliveira Correia Tesoureiro F. Freire de Andrade PROGRAMA CIENTÍFICO 6 Comissão de Exposições e Posters M. Assunção O’Neill D. Casal L. Mascarenhas de Lemos P. Barata D. Cabral V. Cunha Secretariado I. Álvares Furtado M. A. Bettencourt Pires 1. CONFERÊNCIA PLENÁRIA Um Novo Olhar sobre a Anatomia Cérebro sob stress Resumo: Prelector: Prof. Doutor NUNO JORGE CARVALHO DE SOUSA (MD PhD) Life and Health Sciences Research Institute (ICVS) School of Health Sciences University of Minho And ICVS/3B’s - PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal O stress, quando mal-adaptativo, tem um profundo impacto na estrutura do cérebro e dos seus circuitos. Na última década, houve um esforço para mapear os efeitos crónicos do stress na estrutura cerebral e, em paralelo, na caraterização dos seus correlatos comportamentais e funcionais. A visão emergente é que a exposição prolongada a stress induz um “síndroma disconectivo”, que interfere na transmissão e integração de informação crítica para orquestrar uma resposta adaptativa apropriada. Nesta apresentação pretende-se partilhar um conceito integrado do impacto do stress a nível cerebral e quais as suas implicações patológicas. 7 2. COMUNICAÇÕES ORAIS: Anatomia Clínica; Pedagogia em Anatomia/Medicina Uma apresentação atípica de uma ferida perforante pré-auricular: exemplo de como a Anatomia é fundamental em situações emergentes. Autores: Diogo Casal1,2, Diogo Pais1, Maria Angélica Almeida2, Diogo Gomes3, Luís Mascarenhas Lemos1,4, Maria Alexandre Bettencourt Pires1, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: A importância da Anatomia na educação médica pré-graduada tem vindo a decrescer na maioria das escolas médicas de todo o mundo. Todavia, do ponto de vista dos autores, esta matéria continua a ser fundamental para os futuros médicos. Caso Clínico: Um jovem de 22 anos, sexo masculino, sem antecedentes pessoais relevantes, foi transferido para um hospital central após uma agressão com um fragmento de vidro na região préauricular direita duas horas antes. Segundo o médico que transferiu o doente do hospital distrital, este apresentava uma hemorragia arterial de grande débito através da ferida pré-auricular que tinha sido tamponada nesse hospital. Na admissão, apresentava uma lesão pulsátil pré-auricular na região do tamponamento e um défice motor discreto no territórío do nervo bucal inferior. O doente foi levado ao Bloco Operatório onde, sob anestesia geral, foi feito o diagnóstico de secção longitudinal da artéria carótida externa no interior da glândula parótida. Desafiando as probabilidades, o fragmento de vidro tinha passado entre os dois grupos principais de ramos do nervo facial e atingindo a carótida externa e alguns ramos arteriais parotídeos. Para melhor documentar esta situação, os autores dissecaram em 5 cadáveres, a face e a região cervical após injecção intravascular de um marcador corado, de forma a colocar em evidência as várias estruturas anatómicas envolvidas no diagnóstico e no tratamento deste caso clínico invulgar. Conclusão: A Anatomia continua a ser uma disciplina basilar no diagnóstico e tratamento das mais diversas situações clínicas, particularmente em casos dramáticos como o descrito. Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central 3-Departamento de Cirurgia Geral; Centro Hospitalar de Lisboa Central 4-Serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Central [email protected] Indicações Anátomo-Clínicas e Resultados Terapêuticos da Artrocentese no Tratamento da Disfunção Temporomandibular Autores: David Serrano Ângelo2; Ivo A. Furtado1,2; R. Sousa1,3; T. Marques Rodrigues4; M. Cassiano2; F. Salvado 2 Resumo: Introdução: A Disfunção Temporo-mandibular (DTM) é uma patologia que pode manifestar-se com dor intensa, limitação da abertura máxima oral e estalidos articulares. A artrocentense de lise e lavagem é uma técnica cirúrgica simples de tratamento da dor e da limitação da abertura máxima oral. Objectivos: O principal objectivo deste trabalho foi o de avaliar a melhoria na escala da dor e na abertura máxima oral dos doentes, pré e pós artrocentese. Foi abordada a correlação entre as alterações clínicas e imagiológicas pré e pós artrocentese. Material e Métodos: Efectuou-se uma análise exploratória dos dados procurando evidenciar-se as diferenças clínicas, analitica e graficamente. Oito doentes com queixas de dor > 7 numa escala de 0-10 (Visual Analogue Scale) na Articulação Temporomandibular (ATM) e com algum grau de limitação da abertura oral, foram submetidos a artrocentese com visco-suplementação. Todos os doentes apresentavam diagnóstico por ressonância magnética (RM) de patologia intra-articular. Aos 3 meses de pós-operatório foi realizada nova RM em 3 doentes. Resultados: Os resultados preliminares deste estudo evidenciam uma acentuada diminuição das queixas de dor no pós-operatório imediato e 8 ao 1º mês. A abertura máxima oral melhorou em todos os doentes sendo significativa no final do 1º mês. A melhoria clínica destes doentes não foi sustentada por alterações imagiológicas. Conclusões: A artrocentese é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, de rápida execução, pouco dispendiosa e com raras complicações associadas, que permite diminuir a dor dos doentes e aumentar a abertura máxima oral num curto período de tempo. Está indicada em casos de dor intensa da ATM, associada a patologia intra-articular, com marcada limitação funcional e que não cede à terapêutica médica convencional. É necessário um estudo mais abrangente, já em curso, com follow-up de maior duração para validar e complementar estes resultados. Filiação: 1.Instituto de Anatomia. Faculdade de Medicina. Universidade de Lisboa. 2.Serviço de Estomatologia do Centro Hospitalar de LisboaNorte 3.Serviço de Imagiologia do Centro Hospitalar de Lisboa-Norte 4.Departamento de Bioestatística da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa [email protected] Alterações anatómicas crânio-faciais em crianças com patologia respiratória crónica Autores: Helena Afonso Agostinho2; Ivo Álvares Furtado1,2; F. Salvado e Silva2; J.M.Ustrell3 Resumo: Introdução: Os autores apresentam resultados de estudo efectuado, entre 2010 e 2013, no Serviço de Estomatologia do CHLN. Objectivos: a) Determinar o padrão facial e a má-oclusão numa população com patologia respiratória crónica, comparando-a com outra sem a mesma patologia; b) Verificar se existe correlação, entre o tipo de dificuldade respiratória e o de má-oclusão. c) Identificar, os diferentes tipos de má-oclusão que correspondem aos diferentes tipos de obstrução. Material e Métodos: Comparou-se um grupo de 100 crianças, 5 aos 14 anos, ambos os sexos, com máoclusão dentária, patologia respiratória crónica e respiração oral (grupo de estudo) com um grupo de 100 crianças com má-oclusão, sem patologia respiratória, com respiração nasal (grupo de controlo). Realizou-se sistematicamente estudo cefalométrico na telerradiografia de perfil e medições em modelos de estudo. Utilizou-se o teste estatístico de t-student e de Mann Whitney (software SPSS). Considerou-se o nível de significância ≤ 0,05. Resultados:Encontraram-se alterações estatística-mente significativas no padrão do esqueleto cefálico. O grupo de estudo apresentou valores mais elevados para as variáveis FMA, SN.GoGn, SN-Ocl, AFI e valores menores para o comprimento maxilar, N-ANS, Po-Go, e overbite. Na avaliação das vias respiratórias realizaram-se 5 medições, desde a nasofaringe até à altura do hióide. Verificou-se que o grupo de estudo apresenta valores menores em quatro das cinco medidas efectuadas. Nos modelos de estudo obteve-se um aumento, das distâncias intermolares inferiores, distância intercaninos inferiores e número de dentes cruzados anteriores e posteriores para o grupo de estudo. Conclusões: a) A doença respiratória crónica altera o padrão de crescimento crânio-maxilofacial b) Os doentes do grupo de estudo são esqueleticamente mais verticais; apresentam uma arcada dentária inferior mais larga no sector posterior; têm uma via respiratória de menor largura que pode condicionar alterações esqueléticas. c) O diagnóstico anátomo-clínico preçoce permite prevenir e corrigir alterações de ocorrência previsível. Filiação: 1.Instituto de Anatomia, Faculdade de Medicina de Lisboa 2.Serviço de Estomatologia do Centro Hospitalar de Lisboa-Norte 3.Faculdade de Odontologia da Universidade de Barcelona [email protected] Anatomia Endoscópica do Esfenóide e Clívus. Caso Clínico de Rádio-necrose do Clívus Secundário a Radiocirurgia. Autores: Vitor Oliveira1; Paulo Vale1; Ricardo Santos1; Deodato Rego Silva1; Pedro Escada1,2 Resumo: Introdução: Em resultado dos avanços das técnicas endoscópicas, estas têm ganho prefe- 9 rência no acesso a lesões da base do crânio. A janela cirúrgica anterior transnasal garante um acesso directo ao esfenóide e ao clívus. O conhe-cimento anatómico desta área da base do crânio é imprescindível à instrumentação local numa área complexa e com relações anatómicas neurovasculares importantes. Caso clínico: Descrição de um caso clínico de um doente de 44 anos de idade, submetido a radiocirurgia (“Gama Knife”) por recorrência local de carcinoma da nasofaringe. O tratamen-to controlou a doença local mas o doente desen-volveu, 6 meses depois, uma fístula de líquor do clívus por osteoradionecrose. Para o tratamento da fístula foram realizados vários procedimentos de reconstrução por técnica transnasal endoscópica, com utilização de retalhos vasculares pediculados. Conclusões: A janela cirúrgica anterior transnasal permite acesso directo ao clívus e esfenóide. A condição para a segura abordagem desta área da base do crânio é a criação de uma equipa multidisciplinar suplementada de conhecimento anatómico e cirúrgico extenso bem como de técnicas de imagem, instrumentação e proficiência nas estratégias de reconstrução. Filiação: 1.Serviço de ORL, Hospital de Egas Moniz (CHLO) 2.Faculdade de Ciências Médicas, Univ. Nova de Lisboa [email protected] Retalhos Baseados na Artéria Esfeno-Palatina para Reconstrução de Defeitos da Base do Crânio Autores: João Pimentel1 ; Ricardo Santos2; Pedro Escada3; Assunção O'Neill4; João Goyri O'Neill 5 Resumo: Introdução: A cirurgia nasal endoscópica da base do crânio pode criar, após a resecção tumoral, grandes defeitos durais da base do crânio. O desenvolvimento de retalhos pediculados baseados nos ramos da artéria esfeno-palatina veio diminuir a taxa de complicações e facilitar a rápida e completa cicatrização dos defeitos. Materiais e Métodos: Descrição da anatomia intranasal e dos retalhos baseados na artéria esfenopalatina e dos seus ramos. 10 Apresentação de dois casos clínicos demonstrativos da aplicação clínica dos retalhos pediculados baseados na artéria esfeno-palatina. Resultados: A artéria esfeno-palatina divide-se dando origem aos seus ramos terminais: ramo septal posterior e ramo nasal postero-lateral. O retalho naso-septal e o retalho do corneto inferior de pedículo posterior têm origem nestes ramos e permi-tem a reconstrução de defeitos da base do crânio. No primeiro caso clínico apresentado a doente tinha um defeito de toda base anterior do crânio, criado após resecção endoscópica de um estesioneuro-blastoma com extensão intracraniana. A reconstrução foi realizada com um retalho pediculado do septo nasal baseado na artéria septal posterior (retalho naso-septal de Hadad-Bassa-gasteguy). No segundo caso, o doente tinha um defeito do clivus criado após osteo-necrose rádica por tumor da nasofaringe. A reconstrução foi realizada com um retalho pediculado baseado da artéria do corneto inferior (retalho do corneto inferior de pedículo poste-rior). Conclusão: O conhecimento da anatomia da artéria esfeno-palatina é fundamental na cirurgia endonasal endoscópica da base do crânio. A utilização de retalhos pediculados permite uma adequada reconstrução dos defeitos da base do crânio diminuindo a taxa de complicações. Filiação: 1. Licenciado em Medicina (Médico interno do 5º ano) / Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz 2. Licenciado em Medicina (Médico interno do 4º ano) / Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz 3. Doutorado (Médico, Director de Serviço) / Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz / Faculdade de Ciências Médica da Universidade Nova de Lisboa 4. Licenciada em Medicina (Médica, Assistente Hospitalar Graduada) / Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz / Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 5. Doutorado (Professor Catedrático Anatomia) / Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa [email protected] Variantes anatómicas das artérias coronárias – revisão imagiológica não invasiva. Autores:Hugo Miguel Rodrigues Marques1 ; Pedro Gonçalves2; António Ferreira3; O´Neill5 Rosana Santos4; João Goyri Resumo: O conhecimento das variantes anatómicas das artérias coronárias reveste-se de importância clínica. Apesar de raras, existem variantes que estão correlacionadas com prematura morbi-lidade e mortalidade cardíaca. As variantes malignas são aquelas que causam ou podem causar morte súbita O uso crescente de métodos imagiológicos não invasivos tridimensionais de avaliação das arté-rias coronárias, nomeadamente a Angio-TC co-ronária e a RM coronária, tem permitido um maior conhecimento e acuidade diagnóstica des-tas variantes. Tendo por base um registo prospectivo com mais de 2500 Angio-TC e Angio-RM das coro-narias, ilustram-se os principais tipos de variantes anatómicas e discute-se a sua significância clínica. Filiação: 1. DR/PhD student/Hospital da Luz; Hospital de Santa Marta; FCM 2. PhD/ Hospital da Luz 3. Dr/Hospital da Luz 4. DR/ Hospital santa Marta 5. PhD/ FCM [email protected] Estudo anatómico e clínico do retalho braquial posterior. Autores: Diogo Casal1,2, Diogo Pais1, Maria Angélica Almeida2, Joaquim Bexiga2, Francisco Carvalho2, Luís Mascarenhas Lemos1,3, Maria Alexandre Bettencourt Pires1, Carlos Godinho1, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: O retalho posterior do braço foi descrito por Masquelet em 1984. Contudo, o seu uso não tem sido muito divulgado e a sua descrição está mesmo ausente da maioria dos tratados de Cirurgia Reconstrutiva. Métodos: Em 10 cadáveres humanos, efectuou-se uma injecção intravascular de contraste corado. Em seguida, o flanco posterior do braço foi cuidadosamente dissecado, a fim de determinar a origem, número e calibre das artérias, veias e nervos que supriam esta região. Após a dissecção, o retalho braquial posterior foi diafanizado e o território de cada vaso foi observado. Os resultados foram resumidos e utilizados como suporte bibliográfico para o tratamento cirúrgico de sete doentes com defeitos tegumentares da região axilar. Resultados: Na maioria dos membros dissecados (70%), foram encontrados dois pedículos arteriais principais. O pedículo superior derivava da artéria braquial em quase todos os casos, enquanto o pedi-culo inferior era oriundo da artéria colateral ulnar superior. Foram encontrados diversos pedículos miocutâneos menores. A drenagem venosa da região do retalho era dependente das veias comitantes das arté-rias mencionadas, e por várias veias menores variáveis que escoavam para as veias braquial ou basílica. O nervo cutâneo posterior do braço parecia fornecer a maior parte do território do retalho. Clinicamente, o tamanho do retalho variou entre 7 e 12 cm de largura e 15 a 25 cm de comprimento. Todos os retalhos sobreviveram sem intercorrências cumprindo os objectivos reconstrutivos. Conclusões: Os dados anatómicos descritos neste trabalho diferem significativamente dos que foram descritos por outros autores, nomeadamente por terem sidos encontrados dois pedículos principais na maioria dos casos. Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central 3-Serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Central [email protected] Anatomia. O Impacto em Medicina Geral e Familiar Autores: Rita Fontes de Oliveira; Eduarda Cerdeira Resumo: A Anatomia é um dos pilares fundamentais das ciências médicas, com um envolvimento transversal a todas as áreas da medicina. Intuitivamente menos relacionada com esta disciplina é a Medicina Geral e Familiar, uma especialidade predominantemente médica. Este trabalho surge no âmbito da necessidade de cla- 11 rificar quais as áreas de aplicação do conhe-cimento anatómico, identificar as suas even-tuais lacunas e promover a pesquisa e a apren-dizagem. Neste sentido, foi feita uma extensa revisão bibliográfica de artigos relativos a estudos reveladores desses indicadores e apresentados os temas que suscitam maior debate no quotidiano de um Interno Complementar de Formação Especifica de Medicina Geral e Familiar. Deste modo, é incontestável a importância do conhecimento anatómico para todos estes médicos, sendo o Sistema Nervoso Periférico, Aparelho Locomotor e o Sistema Nervoso Cen-tral as áreas de maior relevo. É flagrante o desconhecimento da população face à anatomia, mesmo naqueles portadores de doença relacio-nada com determinada região anatómica. Sendo o front-office de todo o Sistema Nacional de Saúde, os Cuidados de Saúde Primários, na pessoa do Médico de Família, assumem o papel principal na Saúde em Portugal. É imperativo que este aprimore as competências técnicas e, por outro lado, adquirira os conhecimentos necessários para dar resposta às questões dos utentes relativamente à fisiopatologia das suas doenças, promovendo, assim, direta ou indire-tamente, a educação para a saúde. Realçam-se também as diferenças entre a Anatomia Clássica laparotómica da Anatomia laparoscópica. [email protected] Resumo: Introdução: Recentemente, o ensino da Anatomia tem sofrido alterações na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (FCM-UNL). No novo Plano de Estudos de 2011, o ensino pré-graduado da Anatomia deixou de ser efectuado em duas disciplinas anuais, para passar a ser ministrado em 3 unidades curriculares (UCs) semestrais obrigatórias: Anatomia Geral, Fundamentos de Neurociências e Imagiologia e Anatomia Clínicas. Concomitantemente, passaram a existir duas UCs semestrais opcionais no primeiro e segundo anos de Anatomia Regional I: Tórax, Abdómen, Pelve e Períneo e Anatomia Regional II: Cabeça, Pescoço, Dorso e Membros, em que o ensino da Anatomia é eminentemente prático e centrado na dissecção cadavérica. Metódos: Para este trabalho foram registados prospectivamente os resultados das avaliações dos alunos destas UCs, na sua componente prática e teórica. Adicionalmente, foram aplicados questionários anónimos para avaliar a Pedagogia em Anatomia/Medicina : Vídeo: Aprendizagem de cirurgia laparoscópica – uma visão anatómica perfeita Autores: Jose Manuel Novo Matos 1,2; António Silva Bernardes1,2 Resumo: Os autores apresentam um video representativo da abordagem cirúrgica de uma hérnia gigante do hiato esofagico, realizado no cadáver embalsamado. e que serviu para ensino desta tecnica num curso destinado a Cirurgiões. A utilização do cadáver é uma inovação nacional no ensino das técnicas macroscópicas, tendo sido ate aqui sempre utilizado o sus scrofa domestica pelas suas semelhanças anatómicas ao homem. 12 Filiação: 1. Serviço CHLC 2. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra [email protected] As novas Unidades Curriculares de Anatomia Regional I e II na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa – avaliação dos dois primeiros anos de expe-riência Autores: Diogo Pais, Diogo Casal, Luís Mascarenhas-Lemos, Pedro Barata, Carlos Godinho, Maria Alexandre Bettencourt-Pires, Francisco Freire-deAndrade, Maria Assunção O’Neill, Rafael Roque, Nelson Gilberto, Luís Cardoso, Tiago Eça, João Pedro Marto, João Goyri-O'Neill importância que os alunos atribuíam a estas UCs para a sua formação em diversos domínios. Resultados: As taxas de aprovação e as ava-liações finais nestas UCs não diferiram signi-ficativamente dos observados nas outras UCs em que a Anatomia era ensinada. Mais de 75% dos alunos classificavam o ensino nestas UCs como “Bom” ou Muito Bom” e consideravam a UC como “Muito Importante” para a sua formação global como médicos. Conclusões: Estes dados suportam a pertinência da introdução das novas unidades curriculares de Anatomia Regional I e II no novo plano de estudos da FCM-UNL. De acordo com a per-cepção dos alunos que frequentaram estas uni-dades curriculares e dos próprios docentes que as ministraram, estas disciplinas deveriam ser tornadas obrigatórias. Filiação: Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa [email protected] Exemplo prático do ensino de Anatomia Regional e dissecção na Nova Lisbon Medical School Autores: Maria Alexandre Bettencourt Pires1; Diogo Pais1; Inês Tlemçani1; João Chambino1; Mariana Martinho1; João Goyri O’Neill 1. Resumo: Em 2011, iniciou-se com nova Reforma curricular do ensino de Mestrado Integrado em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas (Nova Medical School), a leccionação da disciplina opcional de Anatomia Regional, sob regência do Prof. Doutor Diogo Pais. Logo no primeiro minuto de abertura das inscrições para a disciplina ficaram largamente esgotadas as 50 vagas (numerous clausus) da disciplina. O entusiasmo do corpo discente na adesão às inscrições reflectiu-se igualmente no entusiasmo verificado pelos estudantes em aderir e corresponder a todas as tarefas atribuídas a longo da leccionação da disciplina, e na excelência dos resultados obtidos. A título de exemplo prático e informativo, daremos palavra a três dos nossos estudantes (Inês Tlemçani; João Chambino e Mariana Martinho), para pequena demonstração de resultados, sob a forma de apresentação do seu relatório final de dissecção, escolhido por entre apresentações de trabalhos da sessão de encerramento da disciplina e avaliação final. A presente comunicação funcionará como comple-mento ilustrativo de prévia exposição preparada pelo Regente da disciplina, Prof. Diogo Pais. Filiação: 1. Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa [email protected] Terminologias Morfológicas – Tendências Futuras Autores: Diogo Pais1,2, Lutz Vollrath3, Pierre Sprumont4, João O’Neill1 Resumo: Panorama histórico – Desde a publicação da Basle Nomina Anatomica (BNA)(1895), desenvolvida pela Sociedade Anatómica alemã, que não teve aceitação universal, várias tentativas de uniformizar as terminologias morfológicas foram sendo discutidas e publicadas pelos comités de nomenclatura da “Inter-national Federation of Associations of Anatomists” (IFAA): a Parisiensia Nomina Anatomica (1955), posteriormente Nomina Anatomica, com várias actualizações, a Nomina Histologica (1977), a Nomina Embryologica (1977) e mais recentemente as Terminologia Anatomica (TA)(1998), Terminologia Histologica (2007) e Terminologia Embryologica (2013). Organização Federativa – Face à falta de universalidade da BNA, o 5º Congresso da IFAA, reunido em Oxford em 1950, estabeleceu o “International Anatomical Nomenclature Committee” (IANC) que, tendo tentado ser independente da IFAA em Londres (1985), foi substituído pelo “Federative Committee on Anatomical Terminology” (FCAT) (Rio de Janeiro, 1989), posteriormente designado “Federative International Committee on Anatomical Terminology” (FICAT) responsável pela TA, cuja aceitação mais generalizada se encontra exemplificada, por exemplo, no seu reconhecimento e adopção pela 39ª edição do Gray’s Anatomy (2005) e, em Portugal, pelas últimas edições do tratado de Anatomia Humana de J.A. Esperança Pina. Em 2010, em Taormina-Sicília, o FICAT deu lugar a um novo paradigma na discussão e revisão federativa das Termi- 13 nologias Morfológicas, o “Federative Interna-tional Programme on Anatomical Terminolo-gies” (FIPAT) actualmente em vigor. FIPAT e Tendências Futuras – O FIPAT vem alterar radicalmente a forma como a IFAA se posiciona em relação às Terminologias Morfo-lógicas: enquanto no FCAT/FICAT um conjunto alargado de morfologistas de várias especiali-dades se reuniam, periodicamente, para discutir as várias Terminologias, o FIPAT criou grupos de trabalho definidos por especialidades, cada um com um coordenador, 3 ou 4 conselheiros (advisors) e um número ilimitado de consultores (consultants). Estão a ser finalizadas as Termi-nologias Odontologica e Antropologica, ao mesmo tempo que está a ser revista a TA, tornando-a progressivamente mais estruturada informaticamente através de uma árvore hierárquica que estará acessível online livre-mente a todos os membros das Sociedades Anatómicas do mundo inteiro, para que possam contribuir para a sua revisão. Filiação: 1 – Departamento de Anatomia da FCM-UNL 2 – Conselheiro para a Anatomia Macroscópica (Advisor – Gross Anatomy) do FIPAT 3 – Presidente do FIPAT (Universidade Johannes Gutenberg de Mainz – Alemanha) 4 – Secretário e Coordenador do Grupo Informático do FIPAT (Universidade de Fribourg – Suiça) [email protected] Anatomia da Macro à Ultraestrutura; Novas Tecnologias aplicadas à Anatomia/Medicina; Da barreira hematoencefálica à unidade neurovascular: conceitos actuais e novos desafios Autor: Maria Alexandra Brito Resumo: A barreira hematoencefálica (BHE) é uma interface complexa entre o sangue e o encéfalo que protege o tecido nervoso da entrada de compostos tóxicos e agentes patogénicos. Recentemente surgiu o conceito de unidade neurovascular (UNV), que constitui um novo paradigma para a investigação do sistema nervoso central (SNC) em condições fisiológicas e patológicas. De acordo com este conceito, todos os 14 componentes do encéfalo, incluindo as células vasculares e perivasculares, bem como as células nervosas e gliais, e ainda a matriz extracelular, devem ser examinados num contexto integrado uma vez que a normal interacção e comunicação entre eles é essencial para assegurar a homeostase do tecido nervoso. Este trabalho visa apresentar o estado da arte relativamente à organização estrutural da BHE e suas propriedades, salientando-se o papel do endotélio como interface dinâmica entre a periferia e o SNC, revendo-se os mecanismos de transporte através do endotélio e o papel dos transportadores de efluxo como obstáculo à terapêutica de patologias do SNC. Serão também apresentadas as principais características dos vários componentes da UNV e a sua influência nas propriedades da BHE e do parênquima encefálico. Será, ainda, abordada a teoria neurovascular para a neurodegeneração, que preconiza que alterações no funcionamento da UNV estejam na base de estados de doença e que a disfunção vascular possa mesmo preceder a lesão neuronal em doenças neurodegenerativas. Serão igualmente indicados aspectos que merecem clarificação e apontadas direcções para possíveis estudos futuros. Filiação: Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa [email protected] Decrease in pericyte vascular coverage may contribute to vascular fragility and agerelated brain vulnerabilities Autores: Cátia Janota1; Dora Brites2; Cynthia Lemere3; Maria Alexandra Brito4 Resumo: The increase of life expectancy is accompanied by an upsurge of age-related diseases and neurodegeneration, which may be mediated by pericyte loss. To assess the involvement of these perivascular cells in brain vulnerability, we examined immunohistochemically the hippocampus of C57 BL/6 mice at three ages: young, middle and old (6, 12-14 and 23-28 month, respectively). The number of hippocampal vessels with no ensheathing pericytes increased from 19% in young to 32% in middle-age (p<0.05), and further progressed to 38% in old animals (p<0.05), pointing to microvascular fragility with ageing. CA1 was the most affected region, increasing from 20% to 45% the number of microvessels not covered with pericytes. Interestingly, circulating molecules appeared in the parenchyma along time as a function of molecularweight, with thrombin detected in middle-age and albumin in old animals. The receptor for advanced glycation end-product (RAGE), expressed by endothelial cells and responsible for the brain influx of Aβ peptide, was already increased (p<0.01) in middle-age and sustained thereafter. This receptor was similarly elevated in the diverse hippocampal regions. These results reveal a decline in pericyte microvascular coverage with ageing that may contribute to microvessel hyperpermeability and the entrance of blood-borne molecules into the brain, with ensuing neurotoxicity, thus pointing to pericytes as a possible target to prevent microvascular alterations with ageing. Supported by FCT (CJ, DB, MAB) and philanthropic funds (CL). Filiação: 1. Research Institute for Medicines (iMed.UL), Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa 2. Research Institute for Medicines (iMed.UL), Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa e Departmento de Bioquímica e Biologia Humana, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa 3. Center for Neurologic Diseases, Brigham and Women's Hospital, Harvard Medical School, Boston, USA 4. Research Institute for Medicines (iMed.UL), Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa e Departmento de Bioquímica e Biologia Humana, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa [email protected] Arquitectura arteriolar do estômago da cobaia por M.E.V. (Microscopia Electró-nica de Varrimento) de moldes de corrosão vascular. Autores: José Luís Guedes da Silva, Pedro Coelho Barata, Assunção O’Neill, João Goyri O’Neill. Resumo: Introdução: Descrevemos a Arquitetura arteriolar da parede gástrica da cobaia no âmbito da investigação experimental das consequências sobre a microcirculação do fundo gástrico após laqueação dos vasos curtos. Material e método: Em oito cobaias adultas, género feminino, peso médio de 741,6 gramas, eutanasiadas por exsanguinação, sob anestesia geral, colocou-se um cateter plástico na aorta ascendente, via punção do ventrículo esquerdo, para infusão sequencial com: heparina, soro fisiológico aquecido, Gluter-aldeído, e solução de Mercox CL-2R com metil-metacrilato monomérico (10% do peso animal). Após corrosão e metalização, amostras de parede gástrica foram analisadas em MEV. Resultados: As artérias gástrica esquerda, gastro-omental esquerda e vasos curtos gástricos fornecem o plexo subseroso gástrico (primeira ordem). Destas artérias desprendem-se dois tipos de colaterais que nutrem a parede gástrica: os vasos retos (segunda ordem), que estabelecem comunicação entre a origem subserosa e o plexo mucoso; e arteríolas penetrantes (terceira ordem) que, dispostas em plexo, vascularizam a camada muscular própria e se relacionam e fornecem o plexo submucoso. Os ramos terminais dos vasos retos e do plexo arteriolar submucoso anastomosam-se entre si e formam o plexo mucoso. Faculdade de Ciências Médicas, Univ. Nova de Lisboa. [email protected] Variações anatómicas das paratiróides que dificultam a sua preservação Autores: Catarina Melo; Susana Pinheiro; António Bernardes. Resumo: Objectivo/Introdução: É indispensável conhecer a morfologia da glândula tiróide e das estruturas com ela relacionadas para diminuir a incidência de hipoparatiroidismo pós-operatório. As glândulas paratiróides têm uma localização variável, o que dificulta a sua identi-ficação e preservação. Pretendeu-se identificar estas glândulas e confirmá-las histológicamen-te. Material e Métodos: Foram dissecadas 46 peças de cadáver, simulando tiroidectomias, sendo isoladas as glândulas tiróides e fragmentos que correspondiam a "eventuais" glândulas paratiróides, que foram submetidas a estudo histológico. Resultados: Foram isoladas 121 "eventuais" glândulas para- 15 tiróides das quais 77 foram confirmadas histologicamente. Construíram-se 3 grupos de acordo com o número de paratiróides confirmadas. No Grupo 1 (18 casos) todas as "eventuais" paratiróides foram confirmadas. No Grupo 2 (20 casos) algumas paratiróides foram confirmadas. No Grupo 3 (8 casos) nenhuma das "eventuais" paratiróides foi confirmada. Em 11 das 46 tirói-des, foram identificadas glândulas paratiróides no estudo histológico: 4 sub-capsulares; 4 extra-capsulares e 3 intratiroideias. As dimensões das paratiróides não tinham relação estatisticamente significativa Discussão: O conhecimento da anatomia do compartimento central do pescoço e suas variações mais frequentes diminui, mas não elimina a morbili-dade da cirurgia da tiróide, nomeadamente a ex-cisão iatrogénica das paratiróides, cuja dificul-dade de identificação foi evidenciada com as peças dissecadas. 10). Por nos depararmos com taxas de necrose parcial do retalho elevadas utilizando esta técnica, testámos duas novas modalidades de construção de RVA. Num grupo anastomosámos latero-lateralmente os vasos femorais a montante da terminação da VECS e laqueámos a veia femoral a jusante da terminação da VECS (Grupo II, n=10). Noutro grupo anastomosámos termino-lateralmente a VECS na artéria femoral (Grupo III, n=10). Noutro grupo levantámos esta região do rato como retalho convencional (Grupo IV, n=10) Os retalhos foram avaliados clinicamente, com recurso a oximetria transcutânea e, no final da experiência (30 dias), os ratos foram sacrificados, tendo os retalhos sido recentemen-te, têm surgido resultados animadores com o uso de retalhos venosos arterializados (RVAs) nestas situações. submetidos a estudo histológico ou por microscopia electrónica de varrimento. Filiação:Instituto de Anatomia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra Resultados: Cinco dos ratos do grupo II apresentaram sinais de congestão venosa significativa do membro inferior caudal e 4 deles morreram nas 48 horas após o início da experiência. Os ratos do grupo II que sobreviveram e os ratos do grupo III apresentaram taxas de sobrevivência significativamente maiores que os do grupo I (técnica clássica). Conclusões: A técnica descrita para o grupo III corresponde a um novo método de elaborar RVAs na parede ventro-lateral do abdómen do rato, permitin-do obter taxas de sobrevivência superiores à técnica classica e comparáveis às obtidas com os retalhos convencionais. [email protected] Um novo modelo de retalho fascio-cutâneo venoso arterializado no rato Wistar Autores: Diogo Casal1,2, Diogo Pais1, Paula Videira3, Maria Angélica Almeida2, Eduarda Silva4, Inês Iria5,Luís Mascarenhas Lemos1,6, Sara Morais6, Cláudia Pen6, José Martins Ferreira6, Mário Ferraz-Oliveira6, Valentina Vassilenko4, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: Em 1981, Nakayama introduziu o conceito de retalho venoso arterializado (RVA). Embora tenha havido desde então alguns estudos com a utilização deste tipo de retalhos, os resultados obtidos são muitas vezes contraditórios e desencorajadores. Métodos: Começámos por estudar detalhadamente a macro e microvascularização arterial e venosa da parede abdominal do rato Wistar em 40 ratos Wistar. Em seguida, usámos este conhecimento, para reproduzir a técnica descrita por Nakayama, anastomosando latero-lateral a artéria e a veia femorais a montante da terminação da veia epigástrica caudal superficial (VECS) (Grupo I; n= 16 Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central 3-Departamento de Imunologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 4-Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 5-Departamento de Engenharia Biomédica da Universi-dade Lusófona 6-Serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Central. [email protected] Estudo anatómico e histológico da potencialidade de diversas regiões dos membros superior e inferior como fontes de retalhos fasciocutâneos venosos arterializados. Autores: Diogo Casal1,2, Diogo Pais1, Paula Videira3, Maria Angélica-Almeida2, Eduarda Silva4, Luís Mascarenhas Lemos1,5, Cláudia Pen5, Sara Morais5, José Martins-Ferreira5, Mário Ferraz-Oliveira5, Maria Alexandre Bettencourt Pires1, Carlos Godinho1, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: Os defeitos tegumentares isolados ou combinados com defeitos tendinosos, ósseos, vasculares e nervosos podem surgir após uma grande variedade de situações, sendo o seu tratamento difícil. Métodos: Vinte e cinco cadáveres foram submetidos a injecção intravenosa de Micro-paque® corado com pigmento azul nas veias dorsais dos dedos com catéter 22 G, ao mesmo tempor que a porção proximal dos membros era garrotada. Em seguida, efectuou-se dissecção das regiões de interesse. As estruturas iden-tificadas foram medidas e posicionadas quanti-tativamente relativamente às estruturas anató-micas mais constantes (grandes articulações e extremidades ósseas). Efectuou-se avaliação histológica dos segmentos de interesse cirúrgico e coloração com hematoxilina-eosina, tricrómio de Masson e com imunohistoquímica com marcação para Neurofilamentos, Periferina, Acetilcolinesterase e CD-31. Após esta pre-paração, as peças foram avaliadas histomorfo-metricamente com recurso ao software Image J®. Resultados: Algumas regiões dos membros apresentam veias superficiais relativamente constantes que permitem a elaboração de RVAs com diferentes padrões geométricos em dife-rentes porções dos membros superiores e inferiores, nomeadamente nas faces medial e lateral do braço, na face anterior do antebraço, nos flancos medial e lateral da perna e no dorso do pé. Nestes locais, é possível associar o sistema venoso superficial a outras estruturas, como tendões, nervos superficiais de calibre significativo e mesmo segmentos ósseos. Conclusões: Estes dados permitem expandir as indicações potenciais dos RVAs na prática clínica, permitindo a reconstrução não só de defeitos tegumentares como de defeitos nervosos, tendinosos e/ou ósseos. Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central 3-Departamento de Imunologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 4-Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa 5-Serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Central [email protected] Estudo Morfológico e Hemodinâmico da Anastomose Interarterial do cordão umbilical humano Autores: Diogo Reis Cabral1; Vanessa Cunha2; Assunção O’Neill1,3; Valentina Vassilenko4; João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: Alterações patológicas nos topos do cordão umbilical têm sido relacionadas com alte-rações do fluxo e morfologia dos vasos cordonais. A relação entre hemodinâmica e morfogénese dos sistemas vasculares, apesar de postulada no século XIX, só recentemente começou a ser melhor compreendida com os contributos da bio-engenharia e biofísica. Contudo, os modelos actualmente existentes para a placenta humana não contemplam a variação morfológica vascular, o que os afasta da fisiologia vascular in vivo, tornando-os insuficientes. Métodos: Foi aliado ao estudo da variação morfológica o estudo hemodinâmico pela construção de um modelo da anastomose interarterial do cordão umbilical (Hyrtl) a partir de modelos vasculares obtidos por injecção-corrosãofluorescência de 20 pla-centas humanas normais, integrantes da tese de Doutoramento de Goyri O’Neill, “Vascularização da Placenta Humana”. Para o estudo morfológico foram efectuadas medições paquimétricas, fotografadas as anastomoses de Hyrtl em plano coronal e utilizado o programa ArchiCAD14® para obter os ângulos vasculares. Com estes dados foi estabelecido um modelo de circulação placentar normal onde, pela variação dos dados 17 morfológicos observados, foram efectuadas simulações através do programa ANSYS®-CFX. Resultados e Discussão: Seguindo uma perspectiva multidisciplinar e holística, o estudo permitiu verificar uma correlação forte hemodinâmica entre o fluxo da face corial da placenta, o ângulo vascular entre a Anastomose de Hyrtl e as artérias umbilicais. A resistência vascular equivalente apresenta também uma relação linear com o comprimento e localização da Anastomose de Hyrtl. Conclusão: Os resultados obtidos sustentam a hipótese de um papel funcional da anastomose arterial e regulador na distribuição do fluxo placentar. Filiação: 1.Departamento de Anatomia, Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa 2.Centro de Física e Investigação Tecnológica (CeFITec), Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa 3.Serviço de ORL. Hospital de Egas Moniz. Lisboa 4. Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. [email protected] Tratografia do Nervo Facial Autores: Gonçalo Neto d´ Almeida; Luis Sousa Marques; Pedro Gonçalves Pereira; Pedro Alberto Escada 1,2 Resumo: Os schwannomas do nervo vestibular corres-pondem a cerca de 6 a 8% dos tumores intra-cranianos primários e são responsáveis por 78% dos tumores diagnosticados no ângulo ponto-cerebeloso. O seu diagnóstico é feito por Ressonância Magnética. A principal morbilidade do tratamento cirúrgico é a lesão do nervo facial. Os autores descrevem uma técnica de imagem inédita em Portugal - a Tratografia do Nervo Facial por DTI - que permite obter, no pré operatório, a imagem do trajecto do nervo facial, no seu componente cisternal, evitando, assim, durante a cirurgia, a morbilidade referente ao nervo facial. Este projecto, a decorrer desde 2010, engloba os Serviços de Neurocirurgia e Otorrinolaringo-logia do Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, o Serviço de Neuroradiologia do Hospital dos Lusíadas, em Lisboa e o Serviço de Radiologia da Universidade Médica de Nara, no Japão. Filiação: 1.Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 18 2.Serviço de ORL. Hospital de Egas Moniz [email protected] Variações anatómicas do ouvido na cirurgia estapédica Autores: Ricardo Santos; João Pimentel; Paulo Vale; Rita Lameiras; Pedro Escada Resumo: Introdução: A presença de um canal auditivo de diâmetro reduzido dificulta a realização da cirurgia estapédica. No ouvido médio, as maiores dificul-dades advêm da presença do nervo facial deiscente na 2ª porção, da obliteração do nicho da janela oval pelo nervo facial deiscente, do nicho da janela oval estreito e da artéria estapédica patente. Materiais/Métodos: Ilustração das variações anató-micas do ouvido externo e médio que interferem na realização da cirurgia estapédica. Indicação das op-ções disponíveis para resolver ou ultrapassar as dificuldades causadas por essas variações anató-micas. O material iconográfico foi obtido após consulta dos protocolos (relatórios) cirúrgicos da cirurgia estapédica e é constituído por imagens de tomografia computorizada e de vídeos de cirurgias estapédicas de doentes operados no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz. Resultados/Conclusão: A cirurgia estapédica é um procedimento tecnicamente delicado que pode ser influenciado por variações da anatomia do ouvido. O cirurgião deve ter conhecimento destas variações para, no caso de estarem presentes, as saber ultrapassar. Filiação: Serviço de ORL do Hospital Egas Moniz [email protected] Anatomia e Arte: O “Novo Corpo” Autores: Mário Bernardo1,2; José Quaresma2 Resumo: Apresentação de um projecto de investigação que tem por objectivo estudar e catalogar as alterações que são introduzidas no corpo humano, seja por acção de actividades médicas (cirurgias estéticas e plásticas, colocação de próteses, correcção de cicatrizes, uso da toxina botulínica, etc.) seja como resultado de actividades não médicas (tatuagens, piercings, alteração da cor dos cabelos, das unhas, etc.). Outro objectivo deste projecto é a elaboração de um arquivo de registos, com ficheiros multi-média, de todas as alterações da forma e da estrutura do corpo, surgidas nos domínios da ficção e da expressão artística (literatura, artes plásticas, performance, fotografia e cinema). Será igualmente dada uma especial atenção às alterações que, baseadas na extraordinária evolução das tecnologias que apoiam a ciência, possam vir a ser postas em prática com a finalidade de poder melhorar o funcionamento de alguns órgãos. Esta será uma espécie de “História do Futuro”. Finalmente, pretende-se que este projecto venha a facilitar uma melhor, mais esclarecida e sempre mais actualizada representação do corpo humano e, ainda, possa contribuir para novas linhas de criação artística. desempenharam um papel importante nessa área. Assim sucedeu no Egito e na Grécia. A figura humana constituiu o tema central da arte grega. O artista não pretende reproduzir a forma individual, antes procura através dela a proporção divina que rege o Cosmos. Acreditava-se que poderia ser encon-trado um sistema matemático que permitisse a definição da beleza humana, relacionando-a com a ordem cósmica, a proporção áurea, descrita no século V AC pelos Pitagóricos, e um pouco mais tarde por Euclides. Uma vez que a proporção áurea se repetia na natureza, a satisfação estética estava criada quando ela era usada na arqui-tectura e na arte. A sua presença na forma humana ideal confirmava que nos encontrávamos perante mais uma prova da perfeição matemática do universo. Filiação: FBAUL, CIEBA-Anatomia e Ilustração [email protected] Filiação: CIEBA-Anatomia e Ilustração 1.Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2.Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa 3. POSTERS : [email protected] Anatomia Clínica As Idades da Anatomia Artística Autores: Isabel Ritto Resumo: Sendo o corpo humano um dos motivos mais representados sob o ponto de vista artístico para a maioria das civilizações, o seu estudo tem merecido a atenção por parte dos artistas desde os tempos mais remotos. Desde o Renascimento a tradução da Natureza no domínio das artes resulta de uma aproxi-mação da Arte e da Ciência, aproximação essa que está na origem do aparecimento da Anatomia Artística como área do conhecimento autónomo que chegou aos nossos dias. Nos cerca de 50 séculos de história do conhecimento do corpo humano na civilização ocidental, que incluem os conhecimentos das civilizações préclássicas e clássicas até aos dias de hoje, houve períodos em que os conhecimen-tos do corpo se baseavam sobretudo na morfologia e os artistas Quisto branquial da 1ª fenda branquial: uma revisão das fendas e arcos branquiais. A pró-pósito de um caso clínico atípico. Autores: Diogo Pais1, Diogo Casal1,2, Maria Angélica-Almeida2, Daniela Cavaco1, David Rasteiro2, Luís Mascarenhas Lemos1,3, Maria Alexandre Bettencourt Pires1, Carlos Godinho1, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: Os arcos e fendas branquiais podem dar origem a quistos, fístulas ou depósitos ectópicos de osso ou cartilagem que são habitualmente dia-gnosticados nas duas primeiras décadas de vida, altura em que representam uma causa comum de le-sões tumorais benignas da cabeça e pescoço. 19 Contudo, algumas destas lesões não são reconhecidas senão mais tarde, obrigando ao diagnóstico diferencial com outro tipo de patologias que são mais frequentes nestas faixas etárias. Caso Clínico: Uma senhora de 40 anos, sem antecedentes pessoais relevantes, recorreu à consulta por uma lesão de crescimento progressivo, nos 6 meses anteriores, no espaço submandibular direito, que foi dignosticada clinicamente como quisto da 1ª fenda branquial direita, tipo II segundo a classificação de Work. A doente foi submetida a excisão da lesão, tendo o diagnóstico histológico da peça confirmado o diagnóstico. Este caso clínico estimulou os autores a efectuar uma revisão da literatura relativamente à embriologia, anatomia, epidemiologia, manifestações clínicas e diagnóstico diferencial dos derivados das fendas e arcos branquiais. Discussão e Conclusões: O caso clínico descrito é extremamente invulgar, não só pela idade de apresentação da doente, como pelo facto de os quistos da primeira fenda branquial represen-tarem apenas cerca de 1% das anomalias relacionadas com as fendas e arcos branquiais. Os autores acreditam que este caso suporta a noção que para se diagnosticar e tratar ade-quadamente os derivados das fendas e arcos branquiais é fundamental estar bem famíliari-zado com a embriologia e anatomia desta região. Só desta forma se poderão evitar as com-plicações mais frequentes: a reincidência e a iatrogenia. Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central 3-Serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar de Lisboa Central [email protected] Variação anatómica da AICA condi-cionando o prognóstico cirúrgico de doente com espasmo hemifacial Autores: Miguel Casimiro; Carla Reisinho Resumo: O espasmo hemifacial é uma síndrome com-pressiva neurovascular. Estes resultam do contacto de um vaso (mais frequentemente uma artéria) e um nervo craniano no ângulo ponto-cerebeloso. O mais 20 comum é a nevralgia do trigémio provocada pelo contacto entre a artéria cerebelosa superior e o nervo trigémio, sendo menos comuns o espasmo hemifacial, o síndrome vertiginoso por contacto da AICA com o VIII par craniano, a nevralgia do glosso-faríngeo por contacto da PICA com o IX par craniano, etc. Estes síndromes surgem nor-malmente a partir da quinta década de vida, altura em que a tortuosidade das artérias aumenta devido ao processo de arterioesclerose. Estão contudo associadas variações anatómicas da origem e percurso das artérias, que facilitam o contacto com os nervos do ângulo pontocerebeloso. No espasmo hemifacial, o vaso mais frequentemente relacionado é a AICA. Os autores descrevem um caso de uma variante anatómica rara do percurso da AICA, identificada intraoperatoriamente numa abordagem cirúrgica ao ângulo ponto-cerebeloso para microdescompressão vascular. A passagem da AICA entre o VII e VIII pares craneanos condicionou o desenvolvimento da patologia e também impossibilitou a descompressão cirúrgica completa, condicionando o prognóstico da situação clínica. Pensamos que a identificação pré-operatória desta variação anatómica deve ser considerada uma contra-indicação relativa para o tratamento cirúrgico desta patologia. [email protected] Meningoencefalocelo do Seio Esfenoidal pelo Canal Crânio-Faríngeo Lateral de Cruveilhier-Sternberg. Caso Clínico Autores: Vitor Oliveira1; Ricardo Santos1; João Pimentel1; Deodato Rego Silva1; Pedro Escada1,2 Resumo: Introdução: O canal de Sternberg é um canal craniofaríngeo lateral resultante da fusão incompleta das grandes asas do esfenóide com o basiesfenoide. Considerado um ponto fraco da base do crânio, pode contribuir para a formação de meningoencefalo-celos do recesso lateral do esfenóide. A sua presença deve ser antecipada nos doentes com estas lesões que tenham uma grande pneumatização lateral das grandes asas do esfenóide e faz prever a possibi-lidade de cura cirúrgica por técnica complexa mas minimamente invasiva. Caso Clínico: Descrição de um caso clínico de um homem de 63 anos de idade com rinorráquia espontânea recente. A tomografia computorizada com cisternografia e a ressonância magnética identificaram uma herniação meningoencefálica no recesso lateral do seio esfenoidal, extensamente pneumatizado. Concluiu tratar-se de herniação desenvolvida através de defeito da fusão da base do crânio (canal de Sternberg). A cura da lesão e a correcção do defeito base do crânio foi realizada por técnica endoscó-pica nasal, por via transnasaltransmaxilar-transpterigoidea. Não houve complicações resultantes do procedimento cirúrgico nem recorrência da fístula de líquor após 2 anos de seguimento. Conclusões: O conhecimento da anatomia normal e das suas variações é imprescindível para o diagnóstico e o tratamento das lesões da base do crânio. Os meningo-encefalocelos através do canal de Sternberg são raros e devem ser pesquisados em doentes com fístula de líquor espontânea e pneumatização extensa do seio esfenoidal. A cura cirúrgica destas lesões por técnica minimamente invasiva é um procedimento anato-micamente complexo e estimulante mas com excelentes resultados. Filiação: 1.Serviço de ORL. Hospital de Egas Moniz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental 2.Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa [email protected] Variação anatómica da apófise estilóideia do osso temporal como causa de hiper-tensão venosa cerebral. Autores: Luis Marques; Miguel Casimiro Resumo: A obstrução da drenagem venosa cerebral é uma entidade pouco reconhecida na prática clínica podendo no entanto estar implicada na etiopatogenia de situações como Pseudotumor cerebrii, enxaqueca, ou mesmo esclerose múlti-pla. Quando sintomática, apresenta-se com sinais e sintomas de hipertensão intracraniana crónica, nomeadamente, cefaleias, papiledema e mais raramente acufenos pulsáteis, consequên-cia da estase venosa cerebral. As causas mais comuns são trombose venosa cerebral, compres-são extrínseca por lesão tumoral, frac-tura afundada com atingimento do sistema venoso e raramente a compressão da veia jugular por uma apófise estiloideia do osso temporal hipertrófica. Estão descritas inúmeras variações anatómicas desta apófise, condicionando mani-festações clínicas diversas de acordo com a estrutura anatómica por ela afectada. Os autores reportam um caso clínico singular de compres-são unilateral da veia jugular interna na região cervical superior (entre uma apófise estiloideia redundante e a massa lateral de C1), que se apresentou por cefaleia súbita e meningismo, mimetizando uma hemorragia subaracnoideia (HSA). Revêem-se as possíveis implicações desta variação anatómica sobre a circulação venosa cerebral, suas eventuais consequências patológicas e opções terapêuticas. A ocorrência de situações de deficiente drenagem venosa por compressões extrínsecas da jugular interna na base do crânio, segundo os autores, deverão ser despistadas sempre que ocorram queixas de hipertensão intra-craniana idiopática ou se objectivem hemorragias intracranianas de etiolo-gia não esclarecida. [email protected] Nervos laríngeos recorrentes e vasos do pescoço: Anatomia de uma complicação. Autores: Rui Melo Cabral; Ricardo Santos; Fátima Cruz; Pedro Escada Resumo: Objectivos: Os nervos laríngeos recorrentes apresentam relações anatómicas de relevo com grandes vasos do pescoço e tórax, nomeadamente a artéria subclávia e veia jugular interna à direita, e a crossa da aorta, ligamento arterioso e artéria pulmonar à esquerda. O objectivo deste trabalho é o de descrever casos de lesão dos nervos laríngeos recorrentes causados por iatrogenia em procedi-mentos cirúrgicos endovasculares, que decorrem desta proximidade anatómica. 21 Métodos: Revisão anatómica detalhada do trajecto dos nervos laríngeos recorrentes, que divergem à esquerda e à direita quanto à sua origem, trajecto e relações. Relato de 3 casos clínicos observados no serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Egas Moniz, e discussão de outros relatados na literatura científica internacional, descrevendo uma complicação rara dos procedimentos endovasculares: a lesão dos nervos laríngeos recorrentes. Resultados: A lesão iatrogénica dos nervos laríngeos recorrentes pode dever-se a procedimentos endovasculares diversos, que são responsáveis por trauma, hematomas, aneurismas ou processos de fibrose. Entre estes procedimentos incluem-se o cateterismo venoso central, a angioplastia coronária, o stenting da artéria pulmonar, a angioplastia carotídea, o encerramento do ligamento arterioso ou a ablação por catéter da fibrilhação auricular. Conclusões: Os procedimentos cirúrgicos endovasculares são vantajosos por serem minimamente invasivos. Apesar disso, pode raramente ocorrer lesão dos nervos laríngeos recorrentes durante a sua realização, dada a sua anatomia particular e a sua relação com as estruturas vasculares vizinhas. Filiação: Serviço de ORL. Hospital de Egas Moniz [email protected] Ferida axilar com hemorragia profusa e lesões nervosas: como a Anatomia permite identificar as estruturas lesadas no trajecto da Sala de Trauma ao Bloco Operatório Autores: Diogo Casal1,2, Diogo Pais1, Maria AngélicaAlmeida2, Sofia Fonseca2, José Videira e Castro2, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: O estudo da anatomia topográfica da axila e do desfiladeiro cervico-torácico é habitualmente considerado um assunto difícil pelos estudantes de Anatomia, devido à multi-plicidade de estruturas existentes nestas regiões e pelas suas potenciais variações anatómicas. Contudo, este assunto é de grande interesse na prática clínica. Caso Clínico: Para ilustrar a pertinência do conhecimento anatómico desta região, os au-tores reportam o caso clínico de um doente de 40 anos, destro, taxista, que foi trazido à sala de trauma de 22 um Serviço de Urgência de um hospital central, na sequência de uma agressão por estocada de faca na base da axila esquerda. Na observação, apresentava uma hemorragia de alto débito com características venosas através da ferida. Por se apresentar hipotenso, apesar da fluidoterapia agressiva, foi transportado imedia-tamente para o Bloco Operatório. Durante o transporte na maca, foi possível examinar suma-riamente o membro superior esquerdo do doente, constatando-se hipostesia na face palmar no bordo ulnar do braço e antebraço e nos três últimos dedos da mão. Do ponto de vista motor, constatou-se paralisia do flexor ulnar do carpo e dos músculos flexores dos três últimos dedos. Com base no conhecimento da Anatomia da região, foi possível determinar quais as estruturas nervosas lesadas, sem ter que recorrer a meios auxiliares de diagnóstico, cuja aplicação era, aliás, impossível naquele momento, dada a emergência da situação. Discussão: Os autores acreditam que casos clínicos concretos como este podem estimular o interesse pela Anatomia dos alunos de Medicina, facilitando o estudo de regiões topográficas complexas. Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central [email protected] Variantes anatómicas importantes no tratamento cirúrgico do túnel cárpico: 3 casos clínicos e uma revisão da literatura. Autores: Diogo Casal1,2, Maria Angélica-Almeida2, Diogo Pais1, João Figueiredo1, Maria Alexandre Bettencourt Pires1, Maria Manuel Mouzinho2, João Goyri O’Neill1 Resumo: Introdução: O síndrome do túnel cárpico é uma patologia frequente, ocorrendo em cerca de 3% da população ocidental. O seu tratamento é quase sempre cirúrgico, podendo ser feito por diversas técnicas que têm em comum a abertura do retináculo flexor do punho. Há a percepção que se trata de um procedimento simples, não sendo habitualmente pedidos exames de imagem pré-operatórios para avaliar a morfologia das estruturas anatómicas adjacentes ao nervo mediano. Contudo, as estruturas anatómicas desta região podem apresentar nume-rosas variações que aumentam o risco de iatrogenia durante a cirurgia, especialmente se estas variantes não forem tidas em consideração pelo cirurgião. Métodos: Em 3 doentes operados por síndrome do túnel cárpico, foram detectadas intraoperatoriamente variantes anatómicas. Em dois dos casos, existia uma artéria mediana persistente. Noutro caso, observava-se um nervo cutâneo palmar do nervo mediano com um trajecto trans-retinacular. A propósito destas variações, efectuou-se uma revisão da literatura relativamente às variantes anatómicas das estruturas em torno do túnel cárpico. Resultados: Foram encontradas numerosas referências a múltiplas variantes anatómicas na literatura. A sua frequência e implicações clínicas são discutidas. Conclusões: As variações anatómicas das estruturas relacionadas com o túnel cárpico são mais frequentes do que habitualmente se julga e podem justificar que os resultados com a cirurgia do túnel cárpico nem sempre sejam óptimos. Filiação: 1-Departamento de Anatomia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa 2-Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Queimados; Centro Hospitalar de Lisboa Central [email protected] Quistos gigantes das vesículas seminais Autores: Andrea Furtado; Sofia Santos Lopes; Fernando Ferrito Resumo: Introdução: Os quistos das vesículas seminais podem surgir isolados, associados a anomalias congénitas do aparelho urinário ou associados a doença poliquísitica renal autossómica dominan-te. Objectivo: Apresentação do tratamento cirúrgi-co de uma entidade nosológica rara – quisto gi-gante das vesículas seminais. Caso Clínico: Indíviduo do sexo masculino, 60 anos, referenciado à consulta por achado de quistos volumosos retro-vesicais. Ao exame ob-jectivo identificaram-se massas hipogástricas, de consistência elástica, móveis e indolores; ao toque rectal caracterizou-se uma próstata elástica sem características suspeitas. A tomografia computorizada confirmou marcada distensão quistica bilateral com diâmetro de 9 centímetros, sem captação anómala de contraste nem espessamentos parietais, conteúdo não puro, podendo corresponder a volumosos quistos de líquido seminal. A abordagem laparoscópica transperitoneal das vesículas seminais e seus quistos foi realizada através de 5 portas: 3x10mm (peri-umbilical, para-medianas - transição região peri-umbilical e hipogastro, direita e esquerda) e 2x5mm (fossa ilíaca direita e fossa ilíaca esquerda). A via de acesso foi intraperitoneal, isola-mento dos quistos através da abertura do fundo de saco recto-vesical até à sua continuidade com os ductos ejaculadores, descolamento da fáscia de Dennonvilliers com exposição das vesículas seminais, laqueação, aspiração de conteúdo quístico, excisão e extracção de peças em saco pela porta peri-umbilical. Discussão e Conclusão: As anomalias congénitas das vesículas seminais podem ser classificadas como anomalias numéricas, da maturação, posicionais e estruturais. O diagnóstico diferencial dos quistos das vesículas seminais inclui a obstrução dos canais ejaculador ou deferente, ureterocelo, ectopia ureteral, quisto do canal de Muller, quisto do utrículo prostático. Apesar das alterações congénitas das vesículas seminais serem raras, o recurso frequente a exames complementares de diagnóstico veio aumentar a sua identificação. Serve o presente como descrição e revisão de achado morfológico raro e seu tratamento. Filiação: Serviço de Urologia. Hospial Professor Doutor Fernando Fonseca [email protected] A importância da vascularização esplénica na Esplenectomia parcial por via láparoscópica: estado de arte Autores: David Aparício1 ; Carlos Leichsenring1 ; João Goyri-O'Neill2; Margarida Dias Agudo 2; Ângela Rodrigues 2 23 Resumo: Actualmente a grande maioria das esplenectomias electivas deverão ser realizadas por via laparoscópica. O desenvolvimento dos meios imagiológicos, bem como a sua utilização mais frequente levou a um aumento de doentes com indicação cirúrgica. Percebeu-se que é vantajoso reali-zar uma cirurgia conservadora. Nos adultos a esplenectomia parcial por via laparoscópica raramente é realizada. No entanto, no futuro a sua utilização terá tendência a aumentar. Guidelines ainda não definem qual a melhor abordagem cirúrgica. A segurança deste procedimento será tanto maior, quanto melhor a preparação realizada pelo cirurgião, seja do ponto visto prática, diga-se capacidade de técnica cirúrgica, seja teórica, diga-se conhecimento anatómico, visto que a vascularização do baço é extremamente variável. Apesar da grande variabilidade na vascularização é possível sistematizar alguns pontos, tendo em conta a possível abordagem cirúrgica. Os ramos terminais podem apresentar múltiplas divisões segmentares e subsegmentares dentro e fora do baço, distâncias da origem ao hilo diferentes e múltiplas anastomoses arteriais, com o número de artérias a entrar no baço a ser entre 5 a 36. Em suma, o profundo conhecimento anatómico integrado na preparação cirúrgica permite uma abordagem mais sistematizada e segura na realização das ressecções esplénicas, particularmente nas parciais. Filiação: 1.Hospital Fernando da Fonseca 2. Dept. Anatomia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade NOVA de Lisboa Introdução: O síndrome do túnel cárpico é uma patologia frequente, ocorrendo em cerca de 3% da população ocidental. O seu tratamento é quase sempre cirúrgico, podendo ser feito por diversas técnicas que têm em comum a abertura do retináculo flexor do punho. Há a percepção que se trata de um procedimento simples, não sendo habitualmente pedidos exames de imagem pré-operatórios para avaliar a morfologia das estruturas anatómicas adjacentes ao nervo mediano. Contudo, as estruturas anatómicas desta região podem apresentar numerosas variações que aumentam o risco de iatrogenia durante a cirurgia, especialmente se estas variantes não forem tidas em consideração pelo cirurgião. Métodos: Em 3 doentes operados por síndrome do túnel cárpico, foram detectadas intraoperatoriamente variantes anatómicas. Em dois dos casos, existia uma artéria mediana persistente. Noutro caso, observava-se um nervo cutâneo palmar do nervo mediano com um trajecto trans-retinacular. A propósito destas variações, efectuou-se uma revisão da literatura relativamente às variantes anatómicas das estruturas em torno do túnel cárpico. Resultados: Foram encontradas numerosas referências a múltiplas variantes anatómicas na literatura. A sua frequência e implicações clínicas são discutidas. Conclusões: As variações anatómicas das estruturas relacionadas com o túnel cárpico são mais frequentes do que habitualmente se julga e podem justificar que os resultados com a cirurgia do túnel cárpico nem sempre sejam óptimos. [email protected] [email protected] Variantes anatómicas importantes no tratamento cirúrgico do túnel cárpico: 3 casos clínicos e uma revisão da literatura. Autores: Diogo Casal, Maria Angélica-Almeida, Diogo Pais, João Figueiredo, Maria Alexandre Bettencourt Pires, Carlos Godinho, Carlos Mavioso, Maria Manuel Mendes, Maria Manuel Mouzinho, João Goyri O’Neill Resumo: 24 Anatomia radiológica do Hipocampo: abordagem por Ressonância Magnética 3Tesla Autores: Joana Moreira 1 ; Gonçalo Basilio 2 ; Carlos Casimiro 3 ; Lia Neto 4 ; Jorge Campos 5 Resumo: O hipocampo humano é uma estrutura cerebral de grande complexidade e com uma história de difícil unanimidade terminológica na sua descrição anatómica. A sua estabelecida importância na aprendizagem e formação de memó-rias, na regulação de comportamentos emocio-nais e influência no eixo hipotálamo-hipofisário, determina o aparecimento de défices importantes após uma lesão do Sistema Nervoso Central (SNC) em que o hipocampo esteja implicado. A constatação de que estes insultos condicionam lesões de segmentos bem definidos da estrutura interna do hipocampo, demonstra a importância do conheci-mento da sua normal anatomia, identificável por equipamentos radiológicos existentes em meio hospitalar. A Ressonância Magnética (RM) permite a aquisição de imagens com base na resposta dos tecidos à aplicação de campos magnéticos, possibilitando, ao nível do SNC, um grande detalhe anatómico, proporcionando os apare-lhos de alto campo magnético uma resolução anatómica bastante satisfatória na identificação das diferentes estruturas internas do hipocampo. Neste trabalho foram utilizadas imagens coronais, sagitais e axiais ponderadas em T1, adquiridas em RM 3-Tesla, de indivíduos sem patologia estrutural major do SNC, com o objetivo de rever a anatomia interna do hipocampo e demonstrar a aplicabilidade da RM-3 Tesla, usada na prática hospitalar do serviço de Neurorradiologia, na identificação destas estrutu-ras. Foi possível concluir que a identificação dos componentes internos do hipocampo depende da qualidade das imagens adquiridas, que existem variações estruturais que dificultam a análise visual do hipocampo, sendo que a RM 3-Tesla contribui de forma inquestionável na sua correta avaliação anatómica. Filiação: 1 Mestrado Integrado em Medicina / Internato de Formação Específica de Neurorradiologia no Centro Hospitalar Lisboa Norte ; 2 Internato de Formação Específica de Neurorradiologia no Centro Hospitalar Lisboa Norte ; 3 Neurorradiologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte ; 4 Neurorradiologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte ; 5 Doutoramento / Director de Serviço de Neurorradiologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte [email protected] Síndrome de Holt-Oram – Estudo de revisão Autores: Assunção O’Neill1; Rute Marques2; Cláudia Marques3 ; João Goyri-O’Neill4 Resumo: A síndrome de Holt-Oram trata-se de um distúrbio autossómico dominante, com prevalência de 1: 100 000, associado a mutação no gene TBX5 (Cr 12q 24.1) responsável por patologias músculo-esque-léticas e cardíacas congénitas. Outros genes podem também estar envolvidos na origem desta síndrome, nomeadamente GATA4 e NKX2.5. Pelo menos um dos membros superiores é habitualmente afetado nestes indivíduos, sendo que o lado esquerdo é frequentemente mais afetado que o direito. As principais alterações anatómicas a nível do antebraço e mão incluem a ausência de polegares do lado esquerdo, uma deformação em valgus da mão esquerda e a sindactilia do 2º e 3º dedos da mão esquerda. Também as anomalias cardiovasculares são muito frequentes afetando cerca de 75% dos indivíduos. Para que aumente a deteção da mutação TBX5 é necessária uma boa avaliação clínica e imagiológica sujeita a critérios res-tritos: manifestações nos membros superiores, história pessoal ou familiar de patologias cardíacas e evidência de mutação no gene TBX5. Devido à elevada variabilidade de fenótipos, a avaliação dos familiares assintomáticos é recomendada. Filiação: 1. Assistente de Anatomia e Otorrinolaringologia, FCMUNL 2. Monitora Voluntária de Anatomia, FCM-UNL 3. Assistente de Anatomia, FCM-UNL 4. Professor Titular e Coordenador do Departamento de Anatomia, FCM-UNL [email protected] Holoprosencefalia - estudo de três casos clínicos Autores: Assunção O’Neill1 ; Rute Marques2 ; Cláudia Marques3 ; Luís Mascarenhas de Lemos3; Diogo Pais4 ; João Goyri-O’Neill5 Resumo: Holoprosencefalia (HPC) designa um complexo de malformações do sistema nervoso central caracterizadas por alterações de estruturas que ocupam a linha média, com diferentes graus de malformação dos hemisférios cerebrais por 25 ausência de desenvolvimento ou desenvolvi-mento incompleto do prosencéfalo, que atingem por vezes grande gravidade e são incompatíveis com a vida. Também a nível facial a alteração do papel indutor das células ectodérmicas na diferen-ciação das estruturas da linha médio-facial condiciona diferentes tipos de malformação. A sua incidência é variável, estima-se que seja entre 1/16 000 e 1/53 000 nados vivos. Poderá estar associada a anomalias cromossómicas ou transmitirse segundo a hereditariedade mendeliana. A ocorrência de HPC autossómica recessiva e ligada ao sexo também está descrita. Neste estudo foram analisados, através de autópsia e exames de imagem, fetos de três famílias, não relacionadas entre si. Além da ausência de desenvolvimento da vesícula prosencefálica, outras malformações do sistema nervoso e da face permitiram fazer a classificação em três formas diferentes de holo-prosencefalia. Descrevem-se anomalias associadas da face que envolvem as cavidades orbitárias e o globo ocular, a pirâmide nasal, e as estruturas ósseas da calote craniana e base do crânio. Estudou-se um caso de etmocefalia. Filiação: 1. Assistente de Anatomia e Otorrinolaringologia, FCM-UNL 2. Monitora Voluntária de Anatomia, FCM-UNL 3. Assistente de Anatomia, FCM-UNL 4. Professor Associado de Anatomia, FCM-UNL 5. Professor Titular e Coordenador do Departamento de Anatomia, FCM-UNL [email protected] Anatomia da Pirâmide Nasal antes da Rinoplastia. Experiência do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz. Autores: Paulo Vale Fernandes1 ; Ricardo Santos1; João Pimentel1; Pedro Sousa1; Pedro Escada2 Resumo: Background: As deformidades da pirâmide nasal podem ser ósseas ou cartilaginosas, con-génitas, traumáticas ou adquiridas, e podem causar alterações estéticas e funcionais. As deformidades ósseas podem ser resultantes de uma excessiva ou defeituosa projeção do dorso nasal, da lateralização da pirâmide nasal e da própria lateralização do septo nasal. Por outro lado, as deformidades cartilaginosas podem condicionar alterações funcionais por falência das cartilagens alares e alterações estéticas tanto da forma das cartilagens alares como da globalidade da ponta nasal. Objectivos: 1) Fazer uma revisão das deformidades ósseas e cartilaginosas mais frequentes da pirâmide nasal; e 2) Apresentar alguns exemplos da casuística do serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz. Métodos: No período de 2011 a 2013 (3 anos), 56 doentes foram submetidos a rinoplastia no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz Destes, 31 foram submetidos a rinoplastia técnica fechada e 25 a técnica aberta. Todos eles foram avaliados por registo fotográfico pré e pós-cirúrgico a fim de documentar o resultado estético objectivo do procedimento cirúrgico e todos eles foram avaliados pelos questionários para os sintomas nasais NOSE (Nasal Obstruction Symptoms Eva-luation) e para o grau de satisfação estética ROE (Rhinoplasty Outcome Evaluation) para determinar a satisfação pós-operatória final após o procedimento. Com base nesta iconografia foram selecionados os casos que melhor exemplificam as deformidades ósseas ou cartilaginosas da pirâmide nasal. Resultados: Os casos selecionados documentam situações variáveis que incluem deformidades de todas as estruturas ósseas e cartilaginosas da pirâmide nasal. Na maioria dos casos, e independentemente da deformidade prévia, conseguiu-se uma significativa correcção da deformidade da pirâmide nasal confirmada pelo registo fotográfico. Da mesma forma obteve-se uma melhoria dos sintomas nasais (melhoria de 55 pontos no questionário NOSE) e da autoavaliação da situação estética (melhoria de 11 pontos no questionário ROE). Conclusão: A rinoplastia está indicada para corrigir uma grande diversidade de deformidades anatómicas das estruturas ósseas e das estruturas cartilaginosas da pirâmide nasal, e é eficaz na melhoria funcional e estética dos doentes. Filiação: Hospital de Egas Moniz, Otorrinolaringologia, FCM-UNL [email protected] 26 Reporting on a novel splice mutation in SLC26A4 gene in a Portuguese Pendred Syndrome case Autores: Claudia Gonçalves 1; Ricardo Santos 2; Assunção O'Neill 3; Graça Fialho 4; Helena Caria 5 Doença Hemorrágica do Coelho (DHC): Imunossupressão modifica a morfologia hepática dos coelhos jovens infetados pelo vírus da DHC Autores: Resumo: Pendred syndrome (PS) is the second most common type of autosomal recessive syndromic hearing loss (HL). It is characterised by sensorineural HL and goiter with occasional hypothyroidism. These features are generally accompanied by malformations of the inner ear, ranging from enlarged vestibular aqueduct (EVA) to Mondini dysplasia. In about 50% of the probands from multiplex families, muta-tions in the SLC26A4 gene, encoding pendrin, are the cause of the disease. Here we report the case of a Portuguese female patient, aged 47, presenting severe to profound hearing loss and hypothyroidism. Her mother and her mother sister, already deceased, also had suffered from HL and goiter. After MRI and CT scanning, it could be observed manifest enlarged vestibular aqueduct and endolymph-atic sac and anomaly of the basal turn of the cochlea. Additional videonystagmography (VNG) revealed bilateral hyporeflexia. Molecular study of the patient included screen-ing of GJB2 coding region, GJB6 common deletions and all the exons, as well as intronic regions 8 and 14, of the SLC26A4 gene. A novel mutation, c.918+2T>C (IVS7+2T>C) (fig.1) was found in homozygosity in the intronic region between exons 7 and 8 of the SLC26A4 gene. This mutation occurs in the second nucleotide of the intronic region 7 of the SLC26A4 gene, corresponding to a splicing donor site, and was predicted to eliminate the respective splicing event, leading to skipping of the exon 8. This skipping results in a non-functional protein product and could thus be pointed as the genetic cause of the PS phenotype presented by the patient. Resumo: Os coelhos europeus constituem os hospedeiros do vírus da doença hemorrágica do coelho (VDHC) que é responsável pela morte de 90% dos coelhos adultos, entre 1 a 3 dias após infeção, devido a uma necrose generalizada do fígado (órgão alvo da replicação viral). Curiosamente, os coe-lhos jovens (menos de 4 semanas) são totalmente resistentes à infeção, desenvolvendo uma hepatite necrótica focal e doença subclínica. O diferente desfecho da infeção parece dever-se a uma diferente interação entre o VDHC e o sistema imune de animais adultos e jovens. Para avaliarmos esta hipótese, decidimos imunossuprimir coelhos jovens com metilprednisolona e infetá-los uma semana depois com o VDHC. Todos os coelhos imunossuprimidos e infetados morreram entre 36-72 horas após infeção e apresentaram lesões macroscópicas sugestivas de DHC: hepatomegalia, lobulação evidente e áreas de lividez; congestão e hemorragias multifocais em vários órgãos. Também a análise histopatológica do fígado mostrou um quadro de hepatite necrótica generalizada e uma marcação disseminada do vírus no parênquima hepático, associado ainda a um aumento significativo no soro de várias citocinas , IL-6 e IL-10), alterações equivalentes às documentadas nos(TNF- coelhos adultos infetados. Concluiu-se que a imunossupressão anula a resistência dos coelhos jovens à DHC, corroborando a hipótese de que existem diferenças no sistema imune inato dos coelhos jovens e adultos que contribuem para a resistência/suscetibilidade à infeção por VDHC. Filiação: Hospital de Egas Moniz, Otorrinolaringologia, FCM-UNL [email protected] P.G. Ferreira 1 ; R.M. Marques 2; L. Teixeira 3; M.J.R. Oliveira 4; A.P. Águas 5 Este trabalho é financiado pela FCT (PTDC/CVT/122905/2010), COMPETE e FEDER. Luzia Teixeira é financiada pelo Fundo Social Europeu e MCTES através POPH-QREN- Tipologia 4.2. Filiação: 1. PhD/ ICBAS-UPorto & UMIB 2. Estudante PhD/ PhD/ ICBAS-UPorto & UMIB 3. PhD/ ICBAS-UPorto & UMIB 27 4. PhD/ ICBAS-UPorto & UMIB 5. PhD/ ICBAS-UPorto & UMIB 4. MD, PhD / Dept. Anatomia FCM-UNL 5. MD, PhD / Catedrático Dept. Anatomia, FCM-UNL [email protected] [email protected] Modelo geométrico e modelação da hemodinâmica em artérias uterinas humanas Autores: Variantes Anatómicas do Polígono de Willis - descrição de 7 casos Autores: Gonçalo Basilio 1 ; Lia Neto 2 ; Joana Moreira1; Carlos Casimiro2; Jorge Campos 3 Valentina Vassilenko 1 ; Andreia Serrano 2; Vanessa Cunha 2; Assunção O’Neill 3; Maria Alexandre Bettencourt Pires 4; João Goyri O’Neill 5 Resumo: A pré-eclampsia (PE) afecta cerca de 2% das gravidezes e é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade perinatal e materna. Recentemente vários estudos com o uso da ecocardiografia bidimensional têm demonstrado que a PE é caracterizada por uma redução marcada no débito cardíaco materno e aumento da resistência periférica, enquanto que a fase pré-clínica da doença é caracterizada por uma circulação hiperdinâmica de elevado fluxo arterial e baixa resistência vascular. Contudo os estudos na adaptação hemodinâmica materna durante a PE e a informação disponível sobre a hemodinâmica materna central ainda são escassos. O objetivo do presente estudo é de desenvolver o modelo computacional para obter os parâmetros hemodinâmicos relevantes na circulação materna e útero-placentária, constituída pelas artérias aorta, ilíacas comuns, ilíacas internas e uterinas. A primeira etapa consiste na criação do modelo geométrico. Este modelo requer várias aproximações e generalizações de modo que permite optimizar o cálculo numérico dos parâmetros hemodinâmicos por métodos de Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD), mas que também melhor represente a morfologia e anatomia do sistema circulatório materno-uterino. Com as simulações numéricas que serão efectuadas através do programa ANSYS®CFX, pretende-se correlacionar os principais parâmetros hemodinâmicos, tais como fluxo, pulsatilidade e pressão arterial com variação dos dados morfológicos uterinos. Filiação: 1. PhD /FCT- UNL 2. Licenciatura. Estudante de Mestrado Eng. Biomédica / FCTUNL 3, MD; MsC / FCM-UNL 28 Resumo: Introdução - O polígono de Willis é um circuito arterial da base do crânio que permite manter um fluxo adequado em casos de obstrução aguda, vaso-constrição ou outros comprometimentos do fluxo cerebral. O polígono de Willis de configuração clássica é definido como um circuito arterial fechado, bilateral e simétrico, no qual no qual o fluido pode circular a partir de qualquer ponto de entrada de volta para o mesmo ponto. Esta configuração pode ter variações anatómicas nomeadamente duplicações, hipoplasias ou agenésia (provavelmente determinadas genéticamente). Alterações na morfologia do polígono podem condicionar a aparência e severidade dos sintomas de várias doenças cérebro-vasculares nomeadamente aneurismas, enfartes, enxaqueca e outras anomalias vasculares. O conhecimento da anatomia do polígono de Willis é ainda importante no planeamento de procedimentos cirúrgicos e endovasculares. Métodos - Realizámos uma revisão de todos os exames de Angio TC CE no HSM no período de 3 meses e pesquisámos alterações da normal anatomia do polígono. Detectámos 7 casos de doentes com variantes anatómicas das quais se destacam: fenestração do segmento A1 da ACA (2 doen-tes), hipoplasia A1 (2 doentes, 1 com artéria ázigos), emergência infra-óptica do segmento A1, hipoplasia da artéria carótida interna (1 doente), fenestração da artéria basilar (1 doente) e origem fetal da artéria cerebral posterior (2 doentes). Conclusão - As variantes do polígono de Willis têm um papel fundamental na ocorrência, manifestação de sintomas, opções terapêuticas e recuperação de algumas condições cérebrovasculares. O conhecimento anatómico destas variantes é essencial na avaliação clínica e planeamento cirúrgico e endovascular das doen-ças cérebro-vasculares. alterações no exame físico dos doentes e em parti-cular quando se avalia um doente que sofreu traumatismo do antebraço. Filiação: 1. Interno Neurorradiologia 2. Médico especialista Neurorradiologia 3. Médico Especialista Neurorradiologia, Director Serviço Imagiologia Neurológica CHLN Filiação: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra [email protected] [email protected] Anatomia da Macro à Ultra-estrutu-ra: Variações anatómicas dos músculos Palmaris longus e Flexor digitorum superficialis Autores Catarina Melo; Susana Pinheiro; António Bernardes Resumo: As variações na morfologia dos músculos do compartimento anterior do antebraço são comuns. Nesta região os músculos estão organizados em dois planos: superficial e profundo. No plano superficial, o músculo Palmaris longus e o músculo Flexor digitorum superficialis podem apresentar variantes na morfologia do corpo muscular, alteração na disposição dos seus tendões ou nas conexões intertendinosas. Na maioria dos casos, estas alterações são assintomáticas, podendo no entanto condicionar efeito de massa com comprometimento neurovascular. Relatamos uma variação encontrada durante a dissecção do membros superior direito de um cadáver, em que o músculo Palmaris longus originava um tendão no terço médio do antebraço que se inseria no 4º dedo e o músculo Flexor digitorum superficialis se encontrava dividido em dois feixes musculares: o feixe medial (úmero-ulnar) era digástrico e originava dois tendões no terço inferior do antebraço que se dirigiam para o 2º e 5º dedos; o feixe lateral (radial) originava um tendão que se inseria no 3º dedo. Os tendões dos músculos Palmaris longus e Flexor digitorum superficialis dividiam-se em dois feixes ao nível da articulação metacarpo-falângica entre os quais se situava o tendão do músculo Flexor digitorum profundus. Estas varian-tes podem ter significado clínico, devendo ser tomadas em consideração quando são encontradas Variações anatómicas dos seios perinasais: aspectos radiológicos Autores: Ana Rita Claudina Lameiras1,2; Ricardo Santos1,2; Vitor Oliveira1,2; Luís Roque Reis1,2; Pedro Escada1,2 Resumo: Introdução - Os seios perinasais são cavidades cheias de ar que se desenvolvem em redor das fossas nasais. A sua anatomia é complexa e varia de modo significativo entre indivíduos, pelo que a com-preensão das variações anatómicas dos mesmos é imperativa para evitar complicações cirúrgicas. Este trabalho tem como objectivos abordar as principais variações anatómicas dos seios perinasais e a sua detecção por meio de tomografia computadorizada (TC). Materiais/Métodos Revisão da literatura e da iconografia do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. Foram sistematizadas as variações anatómicas dos seios perinasais que podem constituir factores de risco para lesões e complicações durante as cirurgias. Resultados -As variações anatómicas que podem predispor à ocorrência de complicações cirúrgicas são as seguintes: 1) fossas olfativas; 2) inserção da apófise unciforme: 3) células de Haller; 4) células de Onodi; 5) células supraorbitárias; 6) bula frontal; 7) células frontais; 8) agger nasi; 9) corneto médio bolhoso; 10) curvatura paradoxal do corneto médio; 11) relação do nervo óptico e da artéria carótida com o seio esfenoidal. Conclusão O conhecimento e a verificação das variações anatómicas naso-sinusais pela visualização da TC no pré-operatório são de importância fundamental para evitar a ocorrência de complicações operatórias. 29 Filiação: 1.Serviço de ORL, Hospital de Egas Moniz/CHLO 2.Faculdade de Ciências Médicas, UNL. [email protected] Filiação: 1.Dept. Anatomia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade NOVA de Lisboa 2.Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa 3.Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Anatomia e Arte: Enxertos e Anatomia, Da Mitologia Antiga à Realidade Moderna Autores Maria Alexandre Bettencourt Pires1; Fernando Arrobas da Silva1; Isabel C. Ritto2; Ivo P.A. Furtado3; Diogo Pais1; João E. Goyri O’Neill1. Resumo: O aprofundamento dos conhecimentos da História da Antiguidade muito pode ainda contribuir para o aperfeiçoamento técnico da Medicina Moderna. É esse, decerto, o caso das primeiras referências históricas aos conceitos de enxerto e transplantação. Um pouco por todo o mundo e em todas as culturas, é possível encontrar inúmeros exemplos de seres antropomórficos e monstros, como a Quimera. Na Idade Média, são várias as representações artísticas de Cosme e Damião, santos patronos da medicina, a realizar um transplante de perna de um cadáver em substituição da perna amputada de um doente. Mais tarde, no século XVI, a análise cuidada do texto original da classificação de “Prodigiosos monstros vivos e bestas” de Ambroise Paré, permite detectar aquela que pode ser considerada como a primeira referência científica coerente ao conceito de regeneração de tecidos, após um caso de sucesso de reimplantação e sutura dos tendões seccionados de uma perna humana. Vasari refere na biografia de Leonardo da Vinci, que uma das primeiras obras desse extraordinário artista-cientista foi a construção de um escudo com a representação de um assustador animal imaginário, construído com diferentes partes do corpo de insectos e répteis. Na era moderna, a descrição do monstro Frankenstein, por Mary Shelley, aparece como uma clara alusão ao conceito do sucesso de enxertos. Estes exemplos históricos parecem significar que, desde os primórdios dos tempos, sempre existiu uma permanente busca científica da possibilidade de regeneração de tecidos, através de enxertos e transplantes, que na medicina moderna continuam em vias de aperfeiçoamento. 30 [email protected] Corpo: Acontecimento e Lugar da Morte Autores: Nelson Manuel Ferreira Cardoso Resumo: A morte ontológica é o acontecimento derradeiro do ser – lugar no mundo que termina. Já não se afirma Eu sou o lugar que ocupo: o ser extinto já não é lugar cinético (não evolui sobre o espaço), mas lugar negativo, inerte. Perante o despojo, na mesa de dissecações, sobre que me projecto, urge perguntar: que imagem é aquela, quando o seu referente vivo já não existe? A morte é um processo de visibilidade – o que já não é manifesta-se presença da ausência, nas marcas que deixa, e traduz o lapso entre o positivo e o negativo, o vazio. Antes de prosseguir nas questões que se prendem com a visibilidade exterior da morte (aquém da dissolução em nada), como a necrose na epiderme, importa perceber que esse é um processo biológico vindo de dentro – a morte, a derradeira doença, começa algures no mundo intracelular e manifesta-se visibilidade. Dissertar sobre a morte é fazê-lo acerca da vida; é um privilégio poder estudar o corpo (os seus mecanismos e estruturas internas). A pose de certo indivíduo vivo deve-se ao que está por debaixo da pele; será lícito perguntar se um cadáver ainda contém o que foi da sua psicologia (vulgo a psicologia do retratado)? O desenho não é mera ferramenta ilustrativa do pensar sobre a morte mas reflexão avançada do que se vê defronte. O ente já não sendo, ocupará um lugar de memória, simbólico, como simbólica é a mancha que deixa. O desenho de si, o que terá ainda do concreto? Filiação: Mestre em Pintura (Faculdade Universidade de Lisboa) [email protected] de Belas-Artes da EXPOSIÇÃO: «ANATOMIA E ARTE» Isabel Correia Ritto; Beatriz Manteigas; Frederico Elias; João Ribeiro; José Minderico; Rebeca Mayor; Rui Ferreira. O corpo humano constituiu desde sempre uma das temáticas mais utilizadas em Arte, sendo uma das mais interessantes e de mais difícil representação. O corpo pode ser também ele próprio um suporte, como sucede quando a pele é tatuada. E pode ser um meio, como na body art. O conhecimento da morfologia sempre interessou aos artistas, pioneiros no estudo das medidas e das proporções passíveis de serem estabelecidas entre os diversos segmentos do corpo. Durante vários séculos os estudos anatómicos foram essenciais na aprendizagem da representação figurativa do corpo. No início do século X diversas correntes artísticas menorizaram a importância dos estudos anatómicos, no entanto nos últimos anos assiste-se a um interesse renovado por esta matéria. Grande número de artistas, em áreas como Desenho, Pintura, Escultura, Ilustração Científica, Animação e criação de imagens tridimensionais, valorizam a importância da Anatomia. Os conhecimentos anatómicos melhoram a capacidade de representação da figura humana, quaisquer que sejam o método ou técnica utilizados. O Mestrado em Anatomia Artística da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa veio criar uma resposta adequada às necessidades de desenvolvimento de conhecimentos que se têm vindo a sentir no domínio da Anatomia Artística, uma das áreas curriculares da FBAUL, que faz parte dos cursos de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento ministrados naquela Faculdade. Este não é um Mestrado exclusivo dos alunos de Belas-Artes: pode ser frequentado por licenciados em Medicina, Medicina Dentária, Medicina Veterinária, Biologia, Ciências da Saúde e ESTeSL. Trata-se de um Mestrado pioneiro em Portugal e na Europa, tendo merecido uma menção muito positiva quando da última avaliação efectuada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Esta exposição é constituída por desenhos feitos pelos mestrandos, com a temática da figura humana, na dupla vertente de Desenho de Modelo Vivo e Desenho Anatómico. Os trabalhos apresentados obedeceram a um critério de selecção que aponta para uma vertente que articula a tradução dos conhecimentos de Anatomia Artística no plano da linguagem gráfica. Isabel Ritto [email protected] 31 Lista de participantes inscritos na XLVIII Reunião SAP / I Reunião científica AAP (Listagem completada a 23 de Março de 2014, por ordem alfabética de 1º nome) Ana Carlota DIAS Ana CRACIUN Ana Luísa MARQUES PEREIRA Ana Margarida de B. N. Rocheta CASSIANO [7] Ana Rita Claudina LAMEIRAS [27] Ana Rute MARQUES [23; 23] Ana Teresa LOPES BRUNO André FERREIRA André F. de Sobral PINHO Andrea FURTADO [21] Andreia SERRANO [25] António José GONÇALVES FERREIRA [5] Artur Manuel Perez Neves ÁGUAS [25] Bernardo Carvalho ARAUJO Carla Susana Lopes PINHEIRO SILVA [14; 27] Carlos Eduardo Duarte GODINHO [10; 11; 15; 18; 22] Carlos ZAGALO Ribeiro Carolina Maia GAFANHÃO Catarina MELO [14; 27] Cátia Alexandra da Silva JANOTA [13] Cláudia MARQUES [23: 23] Daniela R. CAVACO [18] David João Silva APARICIO [22] David SERRANO ANGELO [7] David TANGANHO Diogo Reis CABRAL [5; 16] Diogo B.CASAL [5; 7; 10; 11; 14; 15; 18; 20; 21; 22] Diogo Afonso Santos da CUNHA Diogo de Novais MATIAS Diogo PAIS [5; 7; 10; 11; 11; 12; 14; 15; 18; 20; 21; 22; 23; 27] Edgar Miguel Pontes LOPES Eduarda SILVA [14; 15] Eduardo ANTUNES Eduardo FELÍCIO Felipe Guimarães TORRES Fernando ARROBAS DA SILVA [27] Filipa RAMALHEIRA Francisco João Nunes ALVAREZ Francisco de Oliveira FAUSTINO Francisco M.C. FREIRE DE ANDRADE [5; 11] Gonçalo BASÍLIO [20; 26] Gonçalo NETO D'ALMEIDA [16] Helena Maria A. Lopes Roque AGOSTINHO [8] Hugo Miguel MARQUES [9] Hugo Nunes Vaz dos SANTOS Inês Jorge Pires Inês Margarida SILVA RODRIGUES 32 Inês Fernandes TLEMÇANI [11] Isabel Correia RITTO [17; 27; 29] Ivo A. FURTADO [5; 8; 17; 27] Joana LIMA LOPES Joana Barroso MOREIRA [22; 26] João BORBA MARTINS João CHAMBINO [11] João FIGUEIREDO [21; 22] João GAMELAS João GOYRI O'NEILL [5; 7; 9; 9; 10; 11; 11; 12; 14; 14; 15; 16; 18; 20; 21; 22; 22; 23; 25; 27] João PIMENTEL [9; 16; 19; 24] José GUEDES DA SILVA [14] José Júlio MARTINS MARQUES José Manuel NOVO DE MATOS [11] José MARTINS DOS SANTOS José Pedro Osório de Sousa FARIA José QUARESMA [17] Juliana Francisca DAMAS Leandro Nobre AZEVEDO Luis Carlos Saboeiro dos Santos CARDOSO [11] Luis MASCARENHAS DE LEMOS [5; 7; 10; 11; 14; 15; 18; 23] Luís Miguel Norte Bordeira RODRIGUES Luis Pedro PAULINO FERREIRA Maria Alexandra BRITO [13; 13] Maria Alexandre BETTENCOURT PIRES [3; 5; 7; 10; 11; 11; 15; 18; 21; 22; 25; 27] Maria Angélica Almeida ROBERTO [7; 10; 14; 15; 18; 20; 21; 22] Maria Assunção O'NEILL [5; 9; 11; 14; 16; 23; 24; 25; 28] Maria Clara Pinheiro CAPUCHO Maria de Jesus Ferro Coutinho Alves MONTEIRO Maria João F. P R OLIVEIRA Meireles Moreira [25] Maria Margarida FRANCISCO Maria Margarida RIBEIRO Mariana Fernandes MARTINHO [11] Mário O.BERNARDO [17] Matilde Ferreira de ALMEIDA Mickael Varonjan BAKTIKIAN Miguel CASIMIRO [18; 19] Miguel Oliveira CORREIA [5] Nelson Manuel Ferreira CARDOSO [28] Nelson José da Graça GILBERTO [11] Nuno Jorge Carvalho de SOUSA [6] Paula Cristina Gomes Ferreira PROENÇA [25] Paulo VALE FERNANDES [8; 16; 24] Paulo VERA CRUZ Pedro BARATA [5; 11; 14] Pedro Miguel de Azaredo RAPOSO Ricardo Filipe SANTOS [8;9;16;19;20; 24;24;27] Rita FONTES de OLIVEIRA [10] Rodrigo ROQUETE Rui MELO CABRAL [20] Rui Miguel MATEUS MARQUES [25] Santiago Andrés Rodriguez MANICA Tiago ANTUNES DUARTE Valentina VASSILENKO [14; 16; 25] Vanessa CUNHA [5; 16; 25] Ve-Ninja ME Vitor Miguel Fernandes Lopes OLIVEIRA [8; 19; 27] 33 34