Fortalecimento de Associações de Remanescentes de

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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de
Fortalecimento de Associações de Remanescentes
de Quilombos do Vale do Ribeira (SP)
Universidade Estadual de Campinas
PREAC
Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
Programa Universidade Solidária
Projeto
Fortalecimento de Associações de Remanescentes
de Quilombos do Vale do Ribeira (SP)
Coordenadores
Celso Costa Lopes
Miriam Dupas Hubinguer
Parceria Institucional
UNISOL - Universidade Solidária - Programa Quilombos
Patrocínio
UFRJ-CNPq
PREAC/UNICAMP
RELATÓRIO TÉCNICO
14 de março de 2004
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq - 2003
Participantes do Projeto
Unicamp
Bruna M. Vasconcelos
Celso Costa Lopes
Elisangela Coelho
Flavio Fernando Boni
Francine Baruffi
Glaucia de Moura
Karin Deleuse Blikstad
Marcelo Mazzola
Mateus Duque Erthal
Patricia Carneiro de Oliveira
Pedro Henrique Pereira Costa
Wilon Mazalla Neto
Comunidades
André Lopes
São Pedro
André Luis P. de Moraes
Carlos Roberto de Silva Moraes
Flávio Martins de França
Maurício Pereira Pupo
Amarildo M. de França
Antonio Morato
Edson Rodrigo da Silva
Mauricio P. Lupo
Nodir Dias da Guia
Galvão
Claudina Rodrigues dos Santos
Eliseo Henrique dos Santos
Jaziel Aparecido Santos
Jovita Furquim
Sapatú
Geraldo Furquim
Gizele Souza Silva Pereira
Ilza de Andrade S. Pereira
Maria Gonçalves Fonseca
Ivaporunduva
Denildo R. Moraes
José Rodrigues Silva
Maria da Guia Silva
Equipe Autora do Relatório
Bruna M. Vasconcelos
Celso Costa Lopes
Elisangela Moura
Flavio Fernando Boni
Francine Baruffi
Glaucia de Moura
Karin Deleuse Blikstad
Marcelo Mazzola
Mateus Duque Erthal
Patricia Carneiro de Oliveira
Pedro Henrique Pereira Costa
Wilon Mazalla Neto
Campinas, 14 de março de 2004
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq - 2003
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................... 6
1 AS COMUNIDADES ................................................................................................................................. 7
2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................................................... 10
3 MÉTODOS E RESULTADOS................................................................................................................ 14
3.1 CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROJETO................................................................................... 14
Primeira visita precursora..................................................................................................................... 14
Segundo encontro da capacitação ......................................................................................................... 14
Segunda visita precursora ..................................................................................................................... 15
Terceiro encontro da capacitação ......................................................................................................... 15
Quarto encontro da capacitação ........................................................................................................... 15
Terceira visita precursora ..................................................................................................................... 16
Visitas familiares ................................................................................................................................... 16
Reuniões comunitárias........................................................................................................................... 17
Reunião de consolidação ....................................................................................................................... 18
3.2 OFICINA DE COORDENADORES ................................................................................................ 19
Primeiro Encontro – Ivaporunduva – 26 de julho ................................................................................. 19
Segundo encontro – Ivaporunduva – 9 de agosto .................................................................................. 20
Terceiro encontro – Galvão – 30 de agosto........................................................................................... 23
3.3 OFICINA DE ENCONTROS............................................................................................................ 24
Primeiro encontro – São Pedro – 21 de setembro ................................................................................. 24
Segundo encontro – André Lopes – 27 de setembro .............................................................................. 26
Terceiro encontro – Sapatú – 18 de outubro ......................................................................................... 27
3.4 OFICINA DE PROJETOS ................................................................................................................ 27
Primeiro encontro – São Pedro – 21 de setembro ................................................................................. 27
Segundo encontro – André Lopes – 27 de setembro .............................................................................. 28
Terceiro encontro – Sapatú – 18 de outubro ......................................................................................... 29
3.5 HISTÓRIAS, CASOS E LENDAS ................................................................................................... 29
Primeiro encontro – Galvão – 10 de agosto.......................................................................................... 29
Segundo encontro – São Pedro – 31 de agosto...................................................................................... 31
3.6 DANÇAS .......................................................................................................................................... 32
Primeiro ensaio – Sapatú – 8 de agosto ................................................................................................ 32
Segundo ensaio – Sapatú – 31 de agosto ............................................................................................... 33
Terceiro ensaio – Sapatú – 28 de setembro ........................................................................................... 34
Quarto ensaio – Sapatú – 18 de outubro ............................................................................................... 36
3.7 LEITURA E BRINCADEIRAS COM CRIANÇAS ......................................................................... 37
Ivaporunduva – 9 de agosto................................................................................................................... 37
Galvão – 10 de agosto ........................................................................................................................... 38
Galvão – 30 de agosto ........................................................................................................................... 39
São Pedro – 20 de setembro – manhã.................................................................................................... 41
São Pedro – 20 de setembro – tarde ...................................................................................................... 42
André Lopes – 21 de setembro............................................................................................................... 44
André Lopes – 18 de outubro................................................................................................................. 45
3.8 ERVAS ............................................................................................................................................. 46
Primeiro encontro.– Galvão –31 de agosto........................................................................................... 46
Segundo encontro – Galvão – 28 de setembro....................................................................................... 46
3.9 CAPOEIRA....................................................................................................................................... 47
André Lopes – 20 de setembro............................................................................................................... 47
André Lopes – 21 de setembro – construção de tambores..................................................................... 48
São Pedro 21 de setembro ..................................................................................................................... 48
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3.10 MÚSICA ........................................................................................................................................... 49
Encontro com violeiro João................................................................................................................... 49
Primeiro ensaio de trompete.................................................................................................................. 50
Segundo ensaio de trompete .................................................................................................................. 50
3.11 CAMINHADA ECOLÓGICA .......................................................................................................... 51
3.12 EVENTO DE ENCERRAMENTO ................................................................................................... 52
Mutirão para preparação da festa......................................................................................................... 52
Exposição............................................................................................................................................... 52
Apresentações ........................................................................................................................................ 53
4 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES.................................................................................. 54
5 AVALIAÇÃO DO PROJETO ................................................................................................................ 58
6 CONCLUSÕES ........................................................................................................................................ 64
7 ANEXOS ................................................................................................................................................... 65
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Este relatório técnico é referente ao trabalho desenvolvido pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) junto às comunidades dos bairros de André Lopes,
Galvão, Ivaporunduva, São Pedro e Sapatú, através do Programa Quilombos da
Universidade Solidária (UniSol) estabelecido em parceria com a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) através de projeto coordenado pela Profa. Dra. Yvonne Maggie de
Leers Costa Ribeiro.
O trabalho foi executado no âmbito da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários da Unicamp (PREAC). Foi financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa
(CNPq), através da UFRJ, e pela própria PREAC. O projeto contou ainda com alojamento
oferecido pelas Associações das cinco comunidades e com empréstimo de equipamentos
da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA).
As atividades iniciarem-se em junho de 2003, com a elaboração da Proposta de
Ação pelos coordenadores (Anexo I), a partir do convite da UniSol à Unicamp, e se
estenderam até meados de dezembro, com a elaboração do presente documento.
As atividades em campo foram realizadas no período de junho a novembro e, em
sua fase inicial, contemplaram a elaboração coletiva do Projeto Institucional. Este se
encontra no Anexo II e sua leitura preliminar é recomendada, pois são descritas as
atividades iniciais junto às comunidades – realizadas nos meses de junho e julho – que
culminaram em substancial alteração da Proposta de Ação.
O relatório está organizado em sete capítulos.
Inicialmente são apresentadas algumas características das cinco comunidades
participantes – localização geográfica; número de famílias, de habitantes e de associados;
situação do processo de reconhecimento.
No segundo capítulo é descrito de que maneira o projeto foi desenvolvido e são
apresentadas as etapas de sua execução e o cronograma das atividades realizadas.
Os métodos e resultados de cada atividade ou etapa – realizadas em campo no
período de agosto a novembro de 2003 – estão descritos no capítulo 3.
No capítulo 4 são apresentadas a análise e avaliação dos resultados, comparando-os
às metas e objetivos de cada atividade.
No capítulo 5 é apresentada uma avaliação do projeto.
No capítulo 6 são apresentadas as conclusões, tendo como base a metodologia,
metas e objetivos do projeto inicial.
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Segundo dados da Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São
Paulo existem no estado trinta e cinco comunidades remanescentes de quilombos, em
distintos estágios do processo de reconhecimento (Tabela 1).
Tabela 1 – Comunidades de Quilombos no Estado de São Paulo e respectivos estágios do processo
de reconhecimento em janeiro de 2004.
Processo de
Comunidade
Município
Região
Reconhecimento
Camburi
Em análise
Ubatuba
Litoral Norte
Caçandoca
Reconhecida
Capivari
Em análise
Capivari
Campinas
Brotas
Em análise
Itatiba
Cafundó
Reconhecida
Salto de Pirapora
Fazendinha dos Pretos
Em análise
Piraporinha
Em análise
Sorocaba
Camargo
A iniciar
Votorantim
Fazendinha do Pilar
Em análise
Pilar do Sul
Carmo
Em análise
São Roque
Jaó
Reconhecida
Itapeva
Itapeva
Biguazinho
Em análise
Miracatu
Baixo Vale do
Ribeira e
Morro Seco
Em análise
Iguape
Litoral
Sul
Mandira
Reconhecida
Cananéia
São Pedro
Reconhecida
Galvão
Reconhecida
Ivaporunduva
Reconhecida
Pedro Cubas
Reconhecida
Médio Vale do
Eldorado
Nhunguara
Reconhecida
Ribeira
André Lopes
Reconhecida
Sapatú
Reconhecida
Pedro Cubas de Cima
Reconhecida
Boa Esperança
A iniciar
Maria Rosa
Reconhecida
Pilões
Reconhecida
São Pedro
Reconhecida
Médio e Alto
Iporanga
Nhunguara
Reconhecida
Vale do Ribeira
Praia Grande
Reconhecida
Porto Velho
Reconhecida
Bombas
Em análise
Cedro
A iniciar
Ribeirão Grande
A iniciar
Barra do Turvo
Alto Vale do
Terra Seca
A iniciar
Ribeira
Reginaldo
A iniciar
Cangume
Em análise
Itaóca
(Fonte: Secretaria de Justiça e de Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo)
Destas trinta e cinco, duas (São Pedro e Nhunguara) apresentam suas terras e
domicílios familiares em região de fronteira de dois municípios e, portanto, aparecem
duplicadas na Tabela 1.
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Cinco comunidades participaram do presente trabalho: André Lopes, Galvão,
Ivaporunduva, São Pedro e Sapatú, todas no município de Eldorado. O número de famílias
e da população de cada comunidade é mostrado na Tabela 2, na qual é apresentado também
o número de associados nas respectivas associações de remanescentes de quilombos.
Tabela 2 – Dados das cinco comunidades envolvidas neste trabalho
No de
No de
No de
Comunidade
famílias moradores associados Fundação *
André Lopes
73
327
98
1998
Galvão
26
82
42
1999
Ivaporunduva
80
278
110
1994
São Pedro
30
115
54
1980
Sapatú
80
288
128
1998
Associação
Nome
Associação de Remanescentes
de Quilombos de André Lopes
Associação dos
Remanescentes de Quilombos
da Barra de São Pedro –
Bairro Galvão
Associação Quilombo
Ivaporunduva
Associação Remanescentes de
Quilombos de São Pedro
Associação Remanescentes de
Quilombos do Bairro Sapatu
(*) A maior parte teve origem em Associações de Bairro ou de Moradores
(Fonte: Levantamento realizado junto às associações das cinco comunidades)
A Figura 1 mostra a localização das comunidades na região do Vale do Ribeira. A
Figura 2 mostra os territórios correspondentes a cada uma delas.
Figura 1 – Localização das comunidades participantes deste trabalho (Fonte: ITESP)
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Figura 2 – Territórios ocupados pelas comunidades participantes deste trabalho (Fonte: ITESP)
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O trabalho foi desenvolvido de maneira participativa envolvendo a equipe da
Unicamp, convidados (professores, alunos, funcionários da Unicamp e profissionais
externos), coordenadores das associações, lideranças comunitárias e moradores em geral.
Foram adotadas metodologias nas quais a sensibilização, criatividade, integração e
o caráter lúdico foram aplicados articuladamente entre si durante todo o trabalho,
propiciando um processo coletivo de construção do conhecimento e fazendo dos
participantes – equipe da Unicamp e moradores das comunidades – sujeitos do processo.
Os métodos e instrumentos específicos de cada etapa foram estabelecidos à medida
que o trabalho se desenvolveu e serão apresentados detalhadamente, junto com os
resultados correspondentes, na seção seguinte.
Na Figura 3 é mostrado de que maneira o trabalho desenvolveu-se.
Proposta de Ação
Pesquisas, Levantamentos e Encontros para Planejamento (equipe e convidados)
Reuniões com Associações
Projeto
Visitas Familiares
Reuniões Comunitárias
Reunião Geral de Coordenadores e Lideranças Comunitárias
Plano de Atuação
Projeto de
Telefonia
submetido a
financiador
Organização e
projeto de
Encontro
Regional
submetido a
financiador
Grupo de
Avaliação
Leituras,
brincadeiras
e caminhada
ecológica
com crianças
Danças
Histórias
Casos e
Lendas
Ervas
Música
Capoeira
Projeto de
Oficina
Oficina de
Projetos
Tema:
comunicação
Oficina de
Encontros
Temas:
resgate
cultural,
integração e
participação
dos jovens
Registro,
ensaios e
solicitação de
apoio
Oficinas – Encontros – Ensaios
Catálogo e
solicitação de
apoio
Oficina de Coordenadores
Tema: Problemas e Meios de Solução
Registros e
solicitação de
apoio
Atividades Comunitárias Abertas
Grupos, ensaios
e apresentações
Atividades para Coordenadores das
Associações e Lideranças Comunitárias
Evento de Encerramento
Figura 3 – Desenvolvimento do Trabalho
A Proposta de Ação (Anexo I) foi apresentada aos alunos na fase de inscrições e,
posteriormente, à Associação de Ivaporunduva cujos coordenadores sugeriram substancial
alteração da mesma, no sentido de envolver outras quatro comunidades vizinhas.
Assim, alternadamente em duas reuniões com as cinco associações e em dois
encontros de planejamento da equipe, foi elaborado o Projeto (Anexo II).
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As visitas familiares e as reuniões comunitárias, realizadas em cada uma das cinco
comunidades, forneceram os subsídios para que, na reunião geral de coordenadores e
lideranças, fosse elaborado o Plano de Atuação.
Duas vertentes foram definidas: Oficina de Coordenadores, com o objetivo de
integrar as associações e melhorar a capacidade de gestão e administração de seus
coordenadores, e as Atividades Comunitárias Abertas, com o objetivo de fomentar e
desenvolver o espírito associativista entre os moradores e de aumentar a participação dos
mesmos nas respectivas associações.
A Oficina de Coordenadores, depois de dois encontros de trabalho, deu origem a
duas outras oficinas específicas, cada uma com metade dos integrantes iniciais: Oficina de
Projetos, com o objetivo de capacitar os coordenadores na elaboração de projetos e de
escrever um projeto específico de comunicação comum às cinco comunidades, e a Oficina
de Encontros, com o objetivo de organizar encontros para integrar os moradores,
aproximar os jovens das associações e valorizar a cultura quilombola.
O resultado tangível da Oficina de Projetos foi um projeto de Implantação de
Sistema Telefônico nas cinco comunidades, submetido pelas associações a dois
financiadores (Petrobrás e Banco do Brasil) e ainda sob análise dos mesmos.
O resultado tangível da Oficina de Encontros foi a programação do I Encontro de
Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira: REVELANDO A CULTURA
QUILOMBOLA, cuja organização contou com a colaboração de quase todos os membros
da equipe da Unicamp, os quais submeteram projeto institucional à universidade. Foram
obtidos apoios (UniSol, ITESP, FUNCAMP, FEA/Unicamp) e patrocínios (Banco do
Brasil, PREAC/Unicamp). O evento realizou-se nos dias 13 e 14 de dezembro.
Os resultados tangíveis das Atividades Comunitárias foram: Leituras e Brincadeiras
com as crianças (em todas comunidades); Caminhada Ecológica (em André Lopes);
Danças Tradicionais (Sapatu e São Pedro); Encontros com antigos moradores que
contaram histórias, casos e lendas (São Pedro e Galvão); Ervas Medicinais (Galvão);
Oficina de Capoeira (André Lopes)
A Tabela 2 mostra o cronograma geral do trabalho. As datas das atividades em
campo foram decididas nas reuniões com os coordenadores e lideranças.
Tabela 2 – Cronograma Geral do Trabalho
Data
Evento
Resultado
Elaboração da Proposta de
Proposta elaborada e enviada à Pró-Reitoria de
02/06
Ação
Extensão e Assuntos Comunitários e à UniSol
3 a 6/6 Inscrição de alunos
13 alunos inscritos
14 e 15/6 Capacitação (1ª fase)
Apresentação; conceitos e princípios; integração.
16 a 26/6 Levantamento de informações Dados e informações levantadas e analisadas
1ª viagem precursora –
Contraproposta apresentada pela Associação de
19 a 21/6 apresentação da Proposta de
Ivaporunduva; encontro com coordenadores de outras 4
Ação
Associações; proposições das Associações
Análise da resposta das associações; elaboração de préCapacitação da equipe – 2ª
27 a 29/6
projeto de atuação; integração; planejamento das
fase
demais etapas de capacitação.
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Tabela 2 – Cronograma Geral do Trabalho (continuação)
Data
Evento
Resultado
2ª viagem precursora (quatro
Reunião com coordenadores das cinco associações;
1/7
integrantes da equipe)
apresentação do pré-projeto; novas proposições.
Elaboração da segunda versão de projeto; integração;
Capacitação da equipe – 3ª
4 a 6/7
oficinas e palestras específicas para equipe;
fase
planejamento para a primeira etapa em campo.
Obtenção e aquisição de materiais; obtenção, leitura e
7 a 11/7 Preparação do material
análise de publicações.
Capacitação da equipe –
8/7
Conceitos, métodos e instrumentos.
oficina de planejamento
participativo
Reunião com coordenadores das cinco associações;
3º visita precursora (dois
9 a 11/7
apresentação da segunda versão do projeto; definição
integrante da equipe)
das primeiras etapas do projeto; logística definida.
Capacitação da equipe –
Desenvolvimento de uma proposta de trabalho em
16/7
oficina de planejamento
campo
participativo
Visitas familiares e reuniões
20 a 24/7
Reconhecimento do local e contato com moradores,
comunitárias
25/7
Oficina de trabalho da equipe definição das atividades comunitárias, priorização dos
problemas das coordenações, seleção dos meios para
abordá-los; organização da logística.
26/7
Encontro de coordenadores
Encontro da Equipe:
Elaboração do projeto final
Projeto e plano de atuação.
Oficina de Coordenadores e
Atividades Comunitárias
Aprofundamento dos problemas através de árvores de
relações.
Identificação das lacunas de conhecimento e das
necessidades de dados e de informações.
17 e
22/08
Reuniões da Equipe
Avaliação e planejamento das duas oficinas de
coordenadores e das atividades comunitárias
29 a
31/08
Oficinas de Coordenadores e
Atividades Comunitárias
19 a
21/09
Oficinas de Coordenadores e
Atividades Comunitárias
1 a 4/08
8 a 10/08
21 e 25
Reuniões da Equipe
Definição da abordagem para a busca de soluções aos
problemas.
Divisão do grupo em Grupo de Projeto (Telefonia) e
Grupo de Encontro (Resgate Cultural e Integração).
Grupo Encontro:
ƒ definição dos objetivos, metas e temas
Grupo Projeto:
ƒ discutidos: introdução, justificativa, objetivo
ƒ identificação de parceiros
ƒ planejamento próxima etapa
Avaliação dos trabalhos.
Identificação de informações e dados a pesquisar.
Planejamento das atividades futuras.
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Tabela 2 – Cronograma Geral do Trabalho (continuação)
Data
Evento
Resultado
Grupo Encontro:
ƒ definição da abrangência, data, parceiros
ƒ definição da programação e atividades
Oficinas de Coordenadores e
26 a
Grupo
Projeto:
28/09
Atividades Comunitárias
ƒ definida a meta
ƒ escritos: introdução, justificativa e objetivos
ƒ levantados: recursos e orçamento
Avaliação dos trabalhos.
10/09
Reunião da Equipe
Planejamento das atividades futuras.
Preparo de atividades e materiais.
Grupo Encontro:
ƒ local e cronograma definidos
ƒ edição do documento
ƒ apresentação aos demais coordenadores
ƒ decisões de encaminhamentos: parcerias,
financiadores e organizadores
Oficinas de Coordenadores e
17 a
Grupo
Projeto:
19/09
Atividades Comunitárias
ƒ escritos: recursos e orçamento
ƒ documento impresso
ƒ projeto apresentado e aprovado pelos demais
coordenadores
ƒ decididos encaminhamentos e responsáveis
ƒ entregue uma cópia do projeto para cada associação
Avaliação
dos trabalhos.
19 e
Reuniões da Equipe
30/10
Planejamento das atividades futuras.
Exposição dos materiais produzidos nas oficinas de
coordenadores e atividades comunitárias.
Exposição de artesanato.
Exposição de fotos.
Exposição de imagens de vídeo.
7 a 9/11 Evento de Encerramento
Apresentação dos grupos de danças.
Apresentação do coro de crianças.
Apresentação dos capoeiristas.
Apresentação de trompete
Apresentação de clowns.
Encontro da Equipe: avaliação Formato definido.
14 a
final e organização do
16/11
Tarefas definidas e respectivos responsáveis.
relatório
20/11 a
20/02/04
Elaboração do Relatório
Relatório.
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Descreve-se nesta seção os métodos e instrumentos utilizados em cada etapa do
trabalho. Os resultados são apresentados e analisados.
Para melhor compreensão, este capítulo está dividido nas seções abaixo, sendo que
cada uma as atividades estão apresentadas em ordem cronológica:
™ construção coletiva do projeto
™ oficina de coordenadores
™ oficina de projetos
™ oficina de encontros
™ histórias, casos e lendas
™ danças
™ leitura e brincadeiras com crianças
™ ervas
™ música
™ capoeira
™ caminhada ecológica
™ evento de encerramento
3.1
CONSTRUÇÃO COLETIVA DO PROJETO
Primeira visita precursora
data: 21 a 23 de junho
participantes: Celso
atividades:
¾ contatos iniciais
¾ apresentação e discussão da proposta inicial à associação de Ivaporunduva
¾ contato e conversa com outras 4 comunidades
¾ levantamento de informações sobre comunidades
¾ levantamento de informações para logística de apoio
resultados:
¾ contra-proposta dos diretores da associação de Ivaporunduva envolvendo
outras quatro associações
¾ reformulação da proposta inicial devido a contra-proposta apresentada
¾ aceite das cinco comunidades com linhas gerais do trabalho
referência documental: Anexo III
Segundo encontro da capacitação
data: 27 a 29
atividades (24 horas):
¾ dinâmicas para integração e reflexão de conceitos
¾ reelaboração da proposta de trabalho com base nas demandas das
comunidades e informações levantadas
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identificação das lacunas de informações e conhecimentos
¾ planejamento da 3ª etapa da capacitação
referência documental: Anexo IV
¾
Segunda visita precursora
data: 01/7
participantes: Bruna, Celso, Mateus, Wilon
atividades:
¾ reunião com lideranças das comunidades
¾ levantamento de informações para apoio local
resultados
¾ definição dos objetivos do projeto
¾ definição da dinâmica dos trabalhos
referência documental: Anexo V
Terceiro encontro da capacitação
data: 4 a 6 de Julho
colaboradores:
ƒ Tânia Grimberg (Grupo do Santo) – Oficina de Jogos Teatrais
ƒ Day Andri (Rádio Muda) – Rádios Comunitárias
ƒ Pedro Castello Branco (NEPAM/Unicamp) – Quilombos
ƒ Paulo Souza (Central de Movimentos Populares) – Movimento Negro
ƒ Olga Moraes (Centro de Memória/Unicamp) – Raízes, História Oral e
Cidadania
ƒ Magali Mendes (IEL/Unicamp) – Organização de Eventos Quilombolas
ƒ Denise Fraga (IEL/Unicamp) – Linguagem e Comunicação
atividades (24 horas):
¾ dinâmicas para integração e reflexão de conceitos
¾ palestras de convidados (5)
¾ oficina de convidados (1)
¾ detalhamento do projeto (atividades, materiais, cronograma)
¾ definição do orçamento
Quarto encontro da capacitação
data: 10 de Julho
colaboradores:
Nilson Arraes (FEAgri/Unicamp) – Oficina Planejamento Participativo
atividades:
¾ Oficina sobre Planejamento Participativo: conceitos e instrumentos (2 horas)
¾ Leituras e estudos (individuais e em grupo)
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Terceira visita precursora
data: 9 a 11 de julho
participantes: Celso e Pedro
atividades:
¾ apresentação do projeto às lideranças das comunidades
¾ organização do apoio local (hospedagem e alimentação)
resultados:
¾ definição final do cronograma das atividades em campo
¾ encaminhamento de carta aos presidentes das cinco associações
¾ afixação de cartazes-convite nas cinco comunidades
referência documental: Anexos VI, e VII
Visitas familiares
No período de 20 a 24 de julho foram realizadas as seguintes atividades diárias,
sendo um dia em cada uma das cinco comunidades:
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
às 9h - Apresentação ao Presidente da Associação
das 9 às 16h - Visitas às famílias: convite e conversa
das 17 às 18:30h - Reunião Comunitária
das 20 às 22h - Avaliação e relatório do dia
As visitas familiares foram feitas em duplas e abrangeram todos os domicílios nos
quais havia algum membro familiar presente.
Organizando as visitas
Caminhando para as casas
Visitas familiares em Sapatú
Em cada domicílio foi realizada uma conversa informal que seguiu, na medida da
receptividade do morador, o seguinte roteiro:
1. Quem somos?
2. Por quê viemos?
3. O que queremos de você?
4. Quais suas histórias?
5. Como é sua família?
6. Como é viver aqui?
7. Participa de alguma atividade cultural?
8. Quais as vivências comunitárias?
9. É da associação? Por que?
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10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
Seus irmãos moram aqui?
Quais as dificuldades?
Faz artesanato?
Seus vizinhos, amigos fazem artesanato?
O que você gosta de fazer?
Avisar sobre a reunião comunitária
Entregar folheto.
Praticamente em todos os domicílios as duplas foram bem recebidas, a maior parte
das vezes com um café reforçado (cuscuz, mandioca, doces) e convites para almoço,
deixando claro um aspecto cultural característico.
Foram encontrados moradores que não eram remanescentes de escravos e, muitos
destes, mostraram-se distantes – e até refratários – do movimento pela emancipação e
direitos das comunidades quilombolas.
Os resultados dessas visitas foram utilizados para subsidiar as decisões nas
respectivas reuniões comunitárias, feitas sempre ao final da tarde em cada comunidade.
Reuniões comunitárias
Todas as cinco reuniões comunitárias realizadas no período de 20 a 24 de julho
seguiram o seguinte roteiro:
1. Identificação de todos os participante, com fita crepe
2. Abertura
3. Apresentação do nome das pessoas (dinâmica da bola)
4. Apresentação do Projeto
5. Explicação como vai ser a reunião (tempo, objetivos etc.)
6. Apresentação das sugestões de atividades sugeridas nas visitas familiares
7. Levantar mais sugestões de atividades
8. Escolhas! Decisão pelos moradores, em grupo, das atividades a serem
realizadas na comunidade.
9. Impressões, expectativas, comentários..
10. Fechamento com dinâmica (eventualmente proposta pelos moradores)
11. Café com acompanhamento + Música de fundo ♫ ♪ ♪ ♫ ♪
São Pedro
André Lopes
Cenas das Reuniões Comunitárias nas Comunidades
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As reuniões comunitárias foram importantes para que a equipe da Unicamp
conhecesse a maior parte dos moradores e para que estes tivessem a oportunidade de
conhecer toda a equipe.
Todos moradores puderam participar, tanto associados quanto não-associados. A
participação dos moradores foi significativa e a freqüência às reuniões foi considerada boa
pelos moradores, segundo seus referenciais de outras reuniões locais:
20/7 - Sapatu
- 42 presentes
21/7 - Ivaporunduva - 44 presentes
22/7 - São Pedro
- 35 presentes
23/7 - André Lopes - 57 presentes
24/7 - Galvão
- 49 presentes
Como resultado, as seguintes atividades foram indicadas:
André Lopes - capoeira/ brincadeiras / educação ambiental /
Galvão
- histórias / música
Ivaporunduva - teatro / histórias / violeiros
São Pedro
- histórias / dança / música / violeiro
Sapatu
- dança / música / histórias
Reunião de consolidação
Tendo em vista o caráter coletivo da construção do projeto, em 25 de julho, depois
das visitas familiares e reuniões nas cinco comunidades, a equipe reuniu-se durante todo o
dia para preparar a reunião geral de coordenadores. As metas foram:
1. Refletir quanto às visitas: impressões e observações
2. Sistematizar os dados e informações levantadas
3. Refletir quanto às reuniões comunitárias: impressões e observações
4. Sistematizar os pedidos de oficinas abertas e decidir como atender
5. Organizar oficinas abertas (cronograma, responsáveis, comunidades,
logística)
6. Preparar documento para comunidades com organização das oficinas
abertas
7. Organizar dados e informações novos para a reunião geral de
coordenadores
8. Preparar material para a reunião geral de coordenadores
Como resultado, foram considerados os problemas identificados pelas lideranças
nas visitas precursoras e aqueles levantados pela equipe nas visitas familiares e reuniões
comunitárias. Os problemas foram agrupados em 3 categorias: Comunicação;
Gerenciamento; Formação e Participação.
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3.2
OFICINA DE COORDENADORES
Foram realizados três encontros na Oficina de Coordenadores. A meta desta Oficina
foi realizar um diagnóstico dos problemas das comunidades – a partir daqueles
anteriormente identificados – e fazer um planejamento de ações para buscar soluções. A
seguir são descritos os três encontros.
Primeiro Encontro – Ivaporunduva – 26 de julho
Local: Igreja
Número de participantes: 20
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Participantes das Comunidades: Amarildo, André, Antônio, Da Guia, Edson,
Elíseo, Flávio, Geraldo, Gisele, Jaziel, José Rodrigues, Jovita, Ilza, Maria, Maria da
Guia, Maurício, Nodir, Pedro.
Participantes da Equipe Unicamp: Bruna, Celso, Elis, Flávio, Francine, Gláucia,
Karin, Marcelo, Mateus, Patrícia, Pedro e Wilon.
Objetivo
Definição dos temas que seriam abordados nas oficinas de coordenadores.
Planejamento das atividades do próximo encontro e das oficinas comunitárias.
Metodologia
Apresentação dos problemas anteriormente identificados, sistematizados em três
categorias: 1) Gerenciamento das associações; 2) Formação e participação política;
3) Comunicação e informação;
Levantamento de outros problemas;
Re-ordenamento dos problemas nas três categorias;
Priorização coletiva de oito problemas;
Sugestão, em grupos, dos possíveis meios de abordagem para solução dos
problemas considerados prioritários;
Discussão e aprofundamento, coletivamente, dos meios para solução dos problemas
priorizados;
Apresentação do resultado das visitas comunitárias, com as propostas de oficinas
demandadas em cada comunidade.
Resultados
A partir das discussões nos grupos sobre os principais meios para resolução dos
oito problemas priorizados, foi elaborada a Tabela 4. Esta apresenta um resumo da grande
abrangência do diagnóstico realizado, em que podem ser identificados problemas de falta
infra-estrutura (telefone) e outros relacionados à perda cultural, falta de interesse dos
jovens na associação, analfabetismo nas comunidades etc. Os meios identificados para
resolução dos problemas foram diversos, entre eles: encontro para discutir cultura, meio
ambiente e trabalho; pesquisa nas comunidades sobre o motivo da pouca participação dos
jovens nas associações; elaboração de projetos etc.
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Tabela 4 – Problemas priorizados e meios para sua solução, segundo os coordenadores reunidos no
primeiro encontro da Oficina de Coordenadores.
PROBLEMAS
PRIORIZADOS
Projeto
Pesquisa
1 - Dificuldade na
Comunicação intercomunidades sem
transporte
Projeto de pedido
de telefone
Pesquisa de
diferentes
formas de
comunicação
2 - Perda cultural
Elaboração de um
projeto
Cultural
3 - As pessoas não
acreditam na força e
nem na importância da
Associação para a
comunidade crescer
4 - Pouca formação
política de lideres e da
comunidade
7 - Analfabetismo na
Comunidade
8 - Falta de interesse
de associados e
diretoria na associação
Outros
Carta aberta
Parceria com
advogados e
Instituições
Encontro para
discutir Cultura /
Meio Ambiente /
Trabalho
Grupo de trabalho
para montar conteúdo
sobre a função,
importância, vitória e
dificuldades das
associações
Palestras
intercomunidades para
expor a ação das
associações
Pesquisa sobre a
descrença na
associação
Curso de formação
política
Pesquisa sobre a
pouca
participação dos
jovens
5 - Pouca participação
dos jovens na
associação
6 - Desconhecimento
de métodos de
elaboração de projetos
MEIOS
Organização de
Encontro
Encontro para
discutir motivos e
soluções para a
pouca participação
dos jovens
Curso básico de
elaboração de
projetos
Curso para a
formação de
alfabetizadores
Parcerias para
financiar
alfabetizadores locais
Pesquisa sobre
falta de
interesse de
associados e
diretoria na
associação
Encontro para
discutir motivos e
soluções para a falta
de interesse de
associados e
diretoria na
associação
Os coordenadores também decidiram que nas próximas Oficinas seriam abordados
os seguintes temas: Diagnóstico, Levantamento de Informações, Projetos.
Foi elaborado um calendário com o planejamento das ações da Equipe Unicamp nas
comunidades, com datas e atividades agendadas até o final do trabalho.
Segundo encontro – Ivaporunduva – 9 de agosto
Local: Escola de Ivaporunduva
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Participantes das Comunidades: Amarildo, André, Antônio, Da Guia, Edson, Elísio,
Flávio, Geraldo, Gisele, Jaziel, José Rodrigues, Jovita, Ilza, Maria, Maria da Guia,
Maurício, Nodir e Pedro.
Participantes da Equipe UNISOL: Bruna, Celso, Francine, Marcelo, Mateus,
Patrícia, Pedro e Wilon.
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Objetivos
• Apresentar e discutir conceitos: diagnóstico, planejamento, elaboração de projetos.
• Fazer diagnóstico crítico dos problemas priorizados no encontro anterior.
• Identificar lacunas para o aprofundamento do diagnóstico e definir forma de
encontrar os dados e informações necessários
Metodologia
1º) Dinâmica do Barbante;
2º) Explanação e discussão dos conceitos:
a. Estrutura de um projeto e função e cada item de elaboração;
b. Diagnóstico crítico e planejamento- como funcionam estas ferramentas e
como podem contribuir na elucidação dos problemas apresentados.
3º) Constituição de dois grupos em torno dos problemas relacionados entre si para
aprofundamento das discussões:
o GRUPO 1
ƒ Pouca formação política de lideres e da comunidade;
ƒ As pessoas não acreditam na força e nem na importância da Associação para a
comunidade crescer;
ƒ Pouca participação dos jovens na associação;
ƒ Falta de interesse de associados e diretoria na associação.
o GRUPO 2
ƒ Perda cultural;
ƒ Analfabetismo na Comunidade;
ƒ Dificuldade na Comunicação inter-comunidades sem transporte .
4º) Dinâmica para elaboração de árvores de Relações Causa-Efeito para cada um dos
problemas, onde cada participante defendia a opinião de outra pessoa no grupo;
5º) Montagem das árvores de problemas, a partir da discussão no coletivo dos
problemas centrais, aprofundou-se as causas (raízes) específicas de cada problema e
conseqüências para a comunidade;
6º) Identificação das relações entre as árvores de problemas;
7º) Exposição e discussão entre todos participantes;
8º) Identificação dos problemas centrais;
9º) Identificação dos dados e informações faltantes para abordar os problemas centrais.
Discutindo a Árvore de Problemas
Dinâmica do Barbante
Segundo Encontro de Coordenadores – Ivaporunduva – 9 de agosto
página 21
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Resultados
Nesta reunião o principal resultado foi o entendimento da complexidade de cada
árvore de problema e a necessidade de outras informações para finalizá-las e entender suas
correlações.
Associação enfraquecida (menos
beneficio para a Comunidade)
Pouca participação dos
jovens na Associação.
Jovens não se
sentem
capacitados para
atuar na
Associação.
Falta de
incentivo
dos mais
experientes.
Dificuldade de deixar o
trabalho para realizar
as tarefas da
Associação.
Dificuldade para colocar novas
pessoas na diretoria da Associação
Falta de interesse de
associados e diretoria
na Associação.
As pessoas não acreditam na
força e nem na importância da
Associação para crescimento
da Comunidade
Pouca formação
Política dos Líderes e
da Comunidade
Pessoas∗ que estão na
Associação por
interesses pessoais e
não por vontade de
participar.
* Remanescentes
moradores e
remanescentes que
saíram da Comunidade
Influência das
pessoas de fora da
Comunidade sobre as
pessoas da
Comunidade
causando descrença
na Associação.
Pessoas que não acreditam
na posição de
remanescente de
Quilombo.
Falta de
interesse –
alguns acham
que é perda
de tempo.
Falta de conhecimento
da cultura e da história
dos Quilombos.
Figura 4 – Árvore de Problemas resultante de Oficina de Coordenadores
página 22
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Para a continuidade do diagnóstico e definição das linhas de trabalho, os participantes
identificaram as seguintes tarefas, para discussão no próximo encontro:
1. Qual é a Lei Federal e Regulamento da Embratel para instalação de telefonia
pública?
2. Organizações que apóiam projetos comunitários, ambientais, etc. (quem são? Como
Atuam? – dados das organizações).
3. Levantamento de formas “alternativas” de comunicação entre as comunidades.
4. Rádio Comunitária:
- Legislação para a sua implantação.
- Buscar em comunidades experiências de rádios – atuação, custo de
implantação (material, treinamento, etc.).
5. Mobilizações (de pessoas): Quais? Quando? Número de pessoas?Por que? Como?
6. Vereador – como é sua eleição?
- Experiência de alguém das comunidades.
7. Analfabetismo – Quantos são? Quem são (bairro/idade)? Têm-se interesse em
estudar (quantos)? Quantos têm problema de visão (Que sabem? E que não
sabem?).
8. Materiais utilizados para alfabetização de adultos e idosos?
9. Como é feito um projeto de alfabetização?
10. Valor da ajuda de custo para alfabetizadores comunitários.
11. Porque os jovens não se sentem capacitados para participar da associação? O que é
ser capacitado?
12. Quanto tempo você (associado) utiliza para as atividades da associação e para
trabalhar? As atividades da associação atrapalham o seu trabalho (para associados)?
13. Você participa das atividades da Associação? Se não, porquê?
14. Levantar dados sobre a associação: função, importância, história, vitórias,
dificuldades.
Terceiro encontro – Galvão – 30 de agosto
Local: Centro Comunitário
Horário: 10 até 17 horas
Número presentes:
Participantes das Comunidades: Amarildo, André, Antônio, Da Guia, Edson, Elísio,
Flávio, Geraldo, Gisele, Jaziel, Jovita, Ilza, Maria, Maurício, Nodir e Pedro.
Participantes da Equipe Unicamp: Bruna, Celso, Elis, Flávio, Francine, Gláucia,
Karin, Mateus, Pedro e Wilon.
Objetivo
• Finalização das árvores de problemas;
• Definição dos temas e divisão dos grupos de trabalho.
Metodologia
1º) Retomada das árvores de problemas;
2º) Refizeram-se os grupos para discussão das duas árvores de problemas.
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3º) Identificação de metas e atividades, baseado nas causas (raízes), para resolver cada
problema;
4º) Discussão coletiva das árvores de problemas, discutidas nos dois grupos;
5º) Priorização de frentes de trabalho: cada participante recebeu um boneco de papel e
escolheu uma atividade pela qual se responsabilizaria em organizar. Desta forma,
garantiu-se que o grupo se comprometeria a assumir tarefas que seriam cumpridas.
Resultado
Ao final da atividade definiram-se dois grupos de trabalho, que executariam tarefas
independentes nas próximas Oficinas:
• Grupo de Encontro Quilombola: com os objetivos de realizar um encontro entre as
comunidades quilombolas, buscando o resgate cultural e fortalecimento das
associações.
Árvores de metas para sanar os problemas elencados
Resgate Cultural:
1 – Divulgar a importância do mutirão para a vida comunitária.
2 – Fortalecer a cultura local, os costumes tradicionais.
3 – Conscientizar a juventude que, apesar das diferenças entre a cultura da cidade
grande e a cultura da comunidade, são muitas as qualidades, objetivos, e
vontades de fazer parte da história dos Quilombos.
4 – Conscientizar os pais para passar a história dos antepassados para os filhos.
5 – Conseguir um espaço na mídia para divulgar os costumes e o dia a dia da
comunidade.
6 – Confrontar a ilusão sobre a vida nas grandes cidades com a realidade concreta.
7 – Dialogar com os organismos ambientais falando da forma que a comunidade
cultiva a terra e vive o dia a dia.
8 – Informar as comunidades da sua história: A vinda da África, a escravidão, as
lutas, a resistência quilombola, a fundação das comunidades,
9 – Formação e informação política.
10 – Divulgar a luta de negros que ficaram marcados na história da comunidade.
Fortalecimento das associações
1 – Capacitação dos jovens.
2 – Resgatar a cultura e história quilombola.
3 - Mostrar a força e importância das associações.
4 – Incentivar a participação dos jovens nas associações.
5 – Promover a formação política de líderes comunitários.
6 – Incentivar a participação de associados e diretoria nas associações.
•
Grupo de Projetos: com o objetivo de elaborar de um projeto instalação de sistema de
telefonia para as cinco comunidades quilombolas.
3.3
OFICINA DE ENCONTROS
Primeiro encontro – São Pedro – 21 de setembro
Local: Igreja de São Pedro
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Número de participantes: 11
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Objetivo
Definição do encontro
Elaboração parcial do projeto do encontro (introdução, objetivos e metas,
justificativa)
Iniciar elaboração das atividades do encontro
Metodologia
1º) Dinâmica dos quebra-cabeças com peças trocadas – Grupo Encontros e Grupo
Projetos juntos
2º) Apresentação e discussão sobre funções e importância da estrutura de um projeto.
3º) Construção dos objetivos e metas coletivamente.
4º) Divisão em três grupos de trabalho
ƒ elaboração da introdução;
ƒ elaboração da justificativa;
ƒ sugestão de atividades para o encontro.
5º) Apresentação e discussão coletiva do trabalho de cada grupo
6º) Elaboração experimental de algumas atividades do encontro.
7º) Definição coletiva:
ƒ temas;
ƒ tamanho e abrangência;
ƒ público alvo;
ƒ forma de encaminhamento;
ƒ divulgação.
Resultado
¾ Objetivos do Encontro:
ƒ fortalecimento das associações.
ƒ resgate cultural.
¾ Metas do Encontro:
ƒ capacitação dos jovens.
ƒ incentivar a participação dos jovens na comunidade.
ƒ resgatar a cultura e a historia quilombola.
ƒ promover formação política de lideres da comunidade.
ƒ mostrar a importância das associações.
ƒ incentivar a participação dos lideres e associados nas associações.
¾ Temas do Encontro:
ƒ “Modernidade x Tradição” O conforto e as facilidades do mundo moderno frente
à desvalorização dos costumes tradicionais da região.
ƒ As Raízes Africanas e Portuguesas nas Comunidades Quilombolas.
ƒ Referências Negras
ƒ “O Mito da Cidade” – Os Prazeres e desprazeres de viver na cidade.
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Dinâmica dos quebra-cabeças com peças trocadas – São Pedro – 21 de setembro
Segundo encontro – André Lopes – 27 de setembro
Local: Igreja
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Número de participantes: 11
Objetivo
Detalhar características como abrangência, data e possíveis parceiros.
Definir a programação do evento (metodologia, participantes,
necessários).
recursos
Metodologia
1º) Reapresentação, em painéis, dos objetivos e metas do encontro e das árvores de
problemas.
2º) Discussão coletiva sobre a programação mais adequada para o encontro, definindose as atividades específicas.
3º) Detalhamento, em discussão coletiva, de cada atividade quanto a:
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
conteúdo
recursos e materiais
equipamentos
custos
4º) Elaboração da Metodologia para a realização do evento, parte integrante do
documento a ser enviado aos eventuais parceiros e financiadores.
5º) Decisão coletiva sobre:
ƒ abrangência
ƒ data do evento
ƒ possíveis parceiros
Resultado
¾ As atividades e o Programa do encontro foram definidos (Anexo VIII)
¾ Decisões:
ƒ Abrangência: Comunidades Quilombolas do Município de Eldorado e Iporanga.
ƒ data: 12,13 e 14 de Dezembro.
ƒ Possíveis parceiros: ITESP; Unicamp; Fundação Cultural Palmares; Prefeitura Municipal
de Eldorado.
página 26
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Terceiro encontro – Sapatú – 18 de outubro
Local: Escola Municipal
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Número de participantes: 10
Objetivo
Definir os elementos faltantes no projeto do Encontro.
Definição do cronograma do encontro.
Edição final do projeto do encontro.
Metodologia
1º) Discussão coletiva para definição do cronograma e divisão do grupo para edição do
projeto.
2º) Apresentação da proposta do Encontro aos demais coordenadores.
3º) Edição do documento final em computador.
Resultado
¾ Local definido: Sapatú
¾ Cronograma definido
¾ Documento digitado
3.4
OFICINA DE PROJETOS
Primeiro encontro – São Pedro – 21 de setembro
Local: Escola de São Pedro
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Número de presentes: 12
Participantes: André, Antônio, Edson, Elísio, Jaziel, Ilza, Maria e Nodir.
Participantes da Equipe Unicamp: Celso, Flávio, Francine e Marcelo.
Objetivo
Início da elaboração do projeto de telefonia.
Planejamento da reunião seguinte.
Metodologia
1º) Apresentação da estrutura geral de um projeto com a identificação dos dados
necessários, informações já levantadas, e dados e informações faltantes;
2º) Divisão em três grupos de trabalho, a saber:
o discussão e escrita da introdução e justificativa do projeto;
o escrita dos objetivos e metas já levantados;
o elaboração de agenda de atividades dos participantes.
Resultados
¾ Foram elaborados pelos grupos os itens: objetivos, metas, introdução e
justificativas, a partir de textos elaborados por duplas.
¾ Foram escolhidos entre os participantes dois responsáveis pela digitação do texto.
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¾ Foram identificados os possíveis parceiros na elaboração e execução do projeto,
entre eles: ITESP, Fundação Palmares, Prefeitura de Eldorado, MOAB, MAB,
Anatel e ISA.
¾ Foram definidas, como necessárias para elaboração do projeto, as seguintes
apresentações para próxima reunião:
• ITESP – atividades já desenvolvidas para implantação do sistema de
telefonia naquelas comunidades;
• Empresa de equipamentos – alternativas tecnológicas de sistema telefônico
local (Rádio, Celular Rural, etc).
Segundo encontro – André Lopes – 27 de setembro
Local: Centro Comunitário
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Número de presentes: 12
Participantes: André, Edson, Elísio, Jaziel, José Rodrigues, Ilza, Maria e Nodir
Participantes da Equipe Unicamp: Celso, Flávio, Marcelo e Patrícia.
Objetivo
Identificar ações já realizadas pelo ITESP para implantação de sistemas de
telefonia para as comunidades
Conhecer as opções técnicas de sistemas de telefonia que se adaptem às
comunidades.
Finalizar os itens restantes para escrita do projeto.
Metodologia
1º) Explanação do ITESP sobre solicitações anteriores à Telefonica e Anatel;
2º) Explanação sobre sistemas telefônicos feita pela empresa D-TEL;
3º) Discussão para definição da melhor alternativa tecnológica;
4º) Discussão sobre a forma de encaminhamento do projeto;
5º) Divisão em grupos, compostos de 2 moradores e um membro de equipe, para:
ƒ escrever introdução, justificativas, objetivo e metas;
ƒ escrever relação de recursos necessários e orçamento;
ƒ estabelecer a agenda das atividades.
Resultado
¾ Definida a meta do projeto: Instalação de duas linhas telefônicas com um PABX
com controle de tarifação e cinco ramais, um para cada Comunidade.
¾ Requisitado à empresa D-TEL orçamento para implementação deste sistema
telefônico.
¾ Listados como possíveis financiadores: Banco do Brasil, Fundação Banco do
Brasil, Petrobrás, FUSTE, ITESP, ISA, Prefeitura de Eldorado, Fundação Palmares.
¾ Elaborados os itens do projeto: introdução, justificativa, recursos necessários e
orçamento.
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Terceiro encontro – Sapatú – 18 de outubro
Local: Escola.
Horário: 9:00 até 17:00 horas
Número de presentes: 12
Participantes: André, Edson, Elísio, Jaziel, Ilza, Maria, Nodir e Oziel.
Participantes da Equipe UNISOL: Celso, Flávio, Francine e Patrícia.
Objetivo
Finalizar o projeto a partir dos textos elaborados na reunião anterior
Apresentar projeto para os demais coordenadores e lideranças
Decidir os próximos encaminhamentos, em reunião conjunta com todos os
coordenadores e lideranças
Metodologia
1º) Apresentação dos itens do projeto, pelos respectivos grupos, e identificação das
lacunas e informações necessárias para finalização daqueles não concluídos;
2º) Decisão coletiva para complementação das lacunas,
3º) Divisão em grupos para edição do projeto;
4º) Leitura do projeto concluído para todo o conjunto de coordenadores e lideranças;
5º) Decisões sobre o encaminhamento do projeto para financiadores.
Resultado
¾ Finalização do projeto;
¾ Aprovação do projeto pelo conjunto de coordenadores e lideranças;
¾ Definição das possíveis fontes financiadoras;
¾ Encaminhamento do Projeto para Petrobrás, conforme sugerido por um dos
participantes (Oziel) e sob responsabilidade deste;
¾ Impressão e distribuição de cópias do Projeto para todas as comunidades (Anexo
IX).
3.5
HISTÓRIAS, CASOS E LENDAS
Primeiro encontro – Galvão – 10 de agosto
Participantes
D. Jovita, D. Horácia, D. Claudina e sete integrantes da Equipe Unicamp (Pedro,
Elis, Mateus, Wilon, Karin, Celso e Pati).
Descrição
Foi contada por Dona Jovita a origem do bairro Galvão, a partir da história de
outras comunidades locais (São Pedro e Ivaporunduva). Diversas personagens e fatos
marcantes foram detalhados. Datas e locais foram citados. Algumas lendas e mitos também
foram contados. A conversa durou cerca de uma hora e meia. A equipe gravou uma hora
em vídeo e meia hora apenas em áudio. As gravações somente serão transcritas ou editadas
depois de aprovação de D.Jovita, segundo o acordo prévio firmado com a equipe da
Unicamp.
página 29
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Karin
Impressões de Kar
in Deleuse Blikstad
Pela manhã nos reunimos com uma das anciãs da comunidade, a Dona Jovita. Começamos
conversando sobre a fundação da comunidade, as lutas, as discórdias, as dificuldades cotidianas,
os mistérios. A conversa foi registrada por dois gravadores portáteis e por uma filmadora. Não
houve constrangimento por parte da Dona Jovita, que fez relatos amplos, divertidos e alguns bem
pessoais. Às vezes aparecia alguém na janela ou na porta, observava e ia embora. Respeitavam a
fala da anciã. Só as brincadeiras das crianças que estavam acontecendo simultaneamente
atrapalharam a gravação de áudio, mas é claro que elas não tinham culpa. O registro da filmadora
nos valeu. Através dessa oficina foi possível conhecer mais a fundo a história e os impasses na
história das comunidades. Dona Jovita sabe muito bem do valor do passado e guarda com muito
zelo essas informações. Pediu-nos cuidado para com o que foi registrado. Prometemos que o
registro não seria divulgado sem sua autorização, e que ele se tornaria propriedade da própria
comunidade ficando aos seus cuidados. Nos despedimos, muito admirados.
Dona Jovita contando as histórias, casos e lendas
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Segundo encontro – São Pedro – 31 de agosto
Participantes
20 moradores jovens e adultos, inúmeras crianças e 5 integrantes da equipe da
Unicamp (Celso, Wilon, Fran, Mateus e Pati).
Descrição
Foi uma conversa informal, na qual os moradores contaram lendas regionais
(lobisomem, bruxas, visagens), fábulas (macaco, jacaré, cobra), histórias dos antepassados
e das origens das comunidades. Diversas personagens e fatos marcantes foram detalhados.
Datas e locais foram citados. A conversa durou cerca de duas horas e meia. A equipe
gravou duas horas em vídeo e meia hora apenas em áudio. As gravações somente serão
transcritas ou editadas depois de aprovação dos moradores, segundo o acordo prévio
firmado com a equipe da Unicamp.
Por fim cantaram uma música que fizeram especialmente para o encontro, que fala
sobre a história dos quilombos e os benefícios de se morar neles. A letra, abaixo, foi
fornecida pela autora (Elvira Morato) e transcrita literalmente.
Quilombo vivendo
sua história
Criancinha dos quilombo
tão querendo aprender
história de antigamente vovozinha
para nós não esquecer
Vovozinha, vovozinha
Vocês são nossa raiz
Precisamos saber tudo de vocês
Para nós viver feliz
Futuro dos quilombinho
É nós que vamos crescer
Ajudando a nossa comunidade
Para nós não esquecer
Essa coisa do passado
Não pode se acabar
Aqui criança vive sossegado
Não queremos outro lugar
Não queremos essa iluzão
De ir embora pra a cidade
Aqui temos de tudo vovozinha
O sucego e a liberdade
Aqui é muito gostoso
Tem de tudo quanto sabor
Das águas cristalinas, das colinas
Das matas e das flor
Vovozinha vovozinha
São riqueza do sertão
Sua história são aqueles documento
Das futura geração
Passa o tempo que passa
Não tiram de nossa mão
Dos filhos dos escravos
Dos quilombos que hoje vive no sertão
(Elvira Morato)
As pessoas estavam um pouco acanhadas no início, porém por fim todos
participaram, contaram de brinquedos e de brincadeiras antigas, de estórias locais e do
orgulho de morar lá. Só faltou a presença do Senhor Edu que iria contribuir ainda mais
com atividade. Fechou-se a atividade com café e bolinhos de arroz feitos pela comunidade.
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3.6
DANÇAS
Primeiro ensaio – Sapatú – 8 de agosto
Local: Salão Comunitário da Igreja Católica
Horário: das 15h às 17h
Participantes da comunidade: 12 dançadores e um violeiro; grupo de espectadores
de vinte pessoas.
Participantes UniSol: Elis, Flávio, Gláucia, Mateus e Patrícia.
Objetivos
Desenvolver uma oficina comunitária de dança, através de ensaio do grupo já
existente na comunidade, a fim de fazer o resgate cultural de suas tradições e
transmitir aos jovens estas informações.
Convidar o grupo para se apresentar no Evento Final, no dia 08 de novembro.
Descrição
Esta oficina iniciou-se às 15h no galpão da Igreja Católica de Sapatú. No local,
reúne-se o grupo de danças tradicionais desta comunidade, formado quase que totalmente
por idosos. O grupo tem aproximadamente quinze pessoas.
Este primeiro encontro foi fundamental para a equipe conhecer as características,
problemas e desafios que o grupo de dança enfrenta. A falta de participação e transmissão
das tradições foi preocupação latente no grupo. Os jovens não se interessam pelas danças
tradicionais, até caçoam e dão pouco valor.
Havia dificuldades na parte musical. Eles já não têm mais violeiros ou rabequeiros.
Poucas pessoas na comunidade tocam instrumento e há dificuldades no ensino musical às
novas gerações. Além disso, o violonista possuía um violão velho com cordas já
desafinadas.
O grupo foi, quase que exclusivamente, formado por mulheres que se apresentaram
com roupas típicas destas danças. Elas contaram que antigamente os homens participavam
mais. Com a falta destes, algumas delas fizeram a vez do homem nas danças.
As danças que eles praticam atualmente são a “Nhamaruca” e “Graciana”. Estas
danças são típicas do folclore caipira e paulista. O violonista ‘Seu João’, chamado de
“violeiro” pela comunidade, informou-nos que antigamente o conjunto musical era maior:
viola, violão, rabeca e pandeiro. Isto permitia até que tocassem outros ritmos utilizados
pela cultura caipira: fandango, caninha-verde, catira, cururu, mão-esquerda, quadrilha, etc.
Resultado
Os moradores dançaram a Nhamaruca e a Graciana, havendo até participação de
alguns jovens da comunidade e da equipe da Unicamp.
Foi marcado um novo ensaio para dia 31 de agosto, com presença da equipe
UniSol. O grupo entusiasmou-se com o convite pra apresentação do Evento Final e disse
que seriam convidados mais jovens da comunidade para o próximo ensaio.
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Segundo ensaio – Sapatú – 31 de agosto
Local: Salão Comunitário da Igreja Católica de Sapatú
Horário: 15h30min às 17h30min.
Participantes da comunidade: 12 dançadores e um violeiro; jovens e crianças (20).
Participantes UniSol: Bruna, Flávio, Gláucia, Pedro e Wilon.
Objetivos
Provocar um ensaio do grupo de dança já existente na comunidade, a fim de fazer o
resgate cultural de suas tradições e transmitir aos jovens estas informações.
Apresentar ao grupo gravações de outras danças caipiras tradicionais.
Registrar o ensaio em vídeo.
Descrição
O ensaio começou com uma hora de atraso por causa da logística do UniSol no
local: preparação de material, travessia de balsa, estrada de terra. A equipe UniSol pediu
desculpas e perguntou ao grupo como eram as danças da região, a história do grupo e suas
dificuldades.
Seguiu-se uma discussão sobre a situação do grupo de dança, sua relação com a
comunidade e perspectivas de continuidade. O grupo de dança explicou que tinham
dificuldades de organização e participação da comunidade. As danças tradicionais eram
vistas pelos jovens como uma nostalgia dos idosos, e não como um elo de ligação com a
tradição e motivadora da integração comunitária. Os jovens que ali estavam, esperavam um
outro tipo de oficina de dança, com coreografias mais modernas e comuns à diversão
(forró, axé, hip-hop).
Na seqüência, Pedro, da equipe UniSol, apresentou gravações (três fitas cassetes)
com modas de viola e cantigas de danças da cultura caipira paulista. O grupo reconheceu o
fandango e a cana-verde. Esta última, dança típica do interior paulista e que as
comunidades quilombolas também praticavam, despertou no grupo o interesse de praticar
esta dança, pois estavam ficando com monotonia por dançarem apenas dois ritmos. A
equipe UniSol se comprometeu a levar outra pessoa dos quilombos que soubesse esta
dança ou arranjar algum material em filme para exibi-lo ao grupo numa próxima
oportunidade.
O terceiro momento foi o ensaio em si, que seria filmado. Por isso, foi proposto ao
grupo que o ensaio fosse filmado pela equipe da Unisol, e que o material registrado seria
entregue ao grupo. Após o consentimento, prosseguimos com o ensaio.
As mulheres vestiram suas “saias típicas”, de chita florida, que acrescentaram mais
pompa e formosura ao bailado. A nhamaruca é uma dança em que o violeiro canta todos os
versos e os dançadores ficam em par (homem e mulher), fazendo uma coreografia em roda
com bate-palmas e bate-pés. A graciana é uma dança de roda de mãos dadas em que, a
partir de um verso principal, derivam outros que são declamados, improvisados ou
decorados. O par que declama fica no centro da roda.
Após as danças, todos se deliciaram com café e cuscuz de arroz de arroz com
amendoim, gentileza preparada com zelo pela comunidade.
Resultados
Foi marcado um novo ensaio para o dia 28 de setembro, a fim de preparar-se uma
apresentação para o Evento Final.
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Houve integração do grupo de dança com alguns jovens e participação ativa de
membros do UniSol no ensaio.
Impressões de Pedro Pereira
O atraso já era grande. Os preparativos de finalização do fim de semana e a demora nos
transportes nos atrasaram em uma hora. Contudo, chegamos no pequeno salão da igreja onde o
grupo de dança ensaia, e estavam todos lá nos esperando. Pedimos mil desculpas e prometemos
que isso não aconteceria novamente. Eles aceitaram e começamos a conversar. Tivemos um
pequeno bate-papo sobre as danças da região, sobre a história do grupo e as dificuldades que
estavam enfrentando. Percebemos que o grupo encontrava muita dificuldade em se organizar e
em contar com a participação da comunidade. As danças tradicionais, como havíamos pensado
anteriormente, como sendo um elo de ligação com a tradição e motivadora da integração da
comunidade, aparecia mais como um grande sonho nostálgico dos idosos da comunidade. A
juventude que ali estava presente esperava um outro tipo de oficina de dança, com coreografias
mais modernas e comuns à diversão da comunidade, como o forró. Em seguida, apresentei uma
fita k7 com gravações de modas de viola, dentre elas uma gravação da caninha-verde, uma
dança típica do interior paulista, que as comunidades já dançaram. Surgiu o interesse para que
numa próxima oportunidade, aprendêssemos a dançar a cana-verde, já que os dois folguedos que
a comunidade já dançava estavam muito repetitivos. Prometi que levaria alguém de uma outra
comunidade para nos ensinar e mais material audiovisual com novas danças. Em seguida,
partimos para o “ensaio”, que seria registrado em filme. Houve um rebuliço geral, e as mulheres,
por zelo, correram atrás das saias de chita colorida para que o bailado ficasse ainda mais
formoso. A comunidade, atualmente, dança dois folguedos. Uma é a Nhamaruca, em que o
violeiro canta todos os versos e os dançadores bailam em par, numa coreografia de roda, muito
simples, com bate-palmas e bate-pés. A outra, a Graciana, é também uma dança de roda de mãos
dadas, que a partir de um verso principal, derivam uma infinidade de versinhos poéticos que de
tempos em tempos são declarados de uma pessoa para outra no meio da roda. São danças muito
singelas, que falam da realidade e dos sentimentos da comunidade. As dançadoras, por zelo,
correram atrás das saias de chita coloridas para que o bailado ficasse ainda mais formoso. Foi
um momento muito agradável, repleto de poesia. Só depois de nos cansarmos bastante, quando já
era umas 17:30h, é que paramos, tomamos um cafezinho com cuscuz de arroz e amendoim e nos
despedimos.
Terceiro ensaio – Sapatú – 28 de setembro
Local: Salão Comunitário da Igreja Católica de Sapatú
Horário: 15h às 17h30min.
Participantes: Pedro, Bruna, 2 violeiros, cerca de 10 dançadores, 15 espectadores.
Descrição
A oficina começou às 15h no galpão da Igreja Católica de Sapatú. Enquanto
esperávamos o restante do grupo chegar, iniciamos uma conversa informal sobre as danças
tradicionais da região, suas origens e sua história. Foram apresentados um livro com várias
fotografias antigas sobre as danças, instrumentos musicais e tocadores da região do Vale
do Ribeira.
Em seguida, Dona Elise, uma das coordenadoras do grupo, sugeriu que
colocássemos no som a fita cassete com o registro da cana-verde, porque ela tinha uma
sugestão de coreografia. Puxou um dos integrantes da equipe pelo braço e começou a
invenção. Os violeiros presentes se apressaram para acompanhar a melodia de cana-verde e
em poucos instantes já haviam aprendido a modinha. A nova coreografia causou
estranhamento e muitas risadas. O restante do encontro prosseguiu com o bailado de
Nhamaruca e Graciana.
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Impressões de Pedro Pereira
Dessa vez não houve atraso. Pouco a pouco vão chegando as pessoas da comunidade. Enquanto
isso a prosa rola solta... Passada meia hora de espera, iniciamos conversando sobre as danças. A
conversa foi acontecendo tão naturalmente que não sentimos necessidade de expor o que
havíamos pesquisado sobre as danças tradicionais do interior paulista. Em seguida, apresentamos
o material de áudio pesquisado e lamentamos não haver conseguido algum vídeo de cana-verde
ou alguma pessoa para nos ensinar a dança. Mas era tão grande a vontade de dançar da Dona
Elise, uma das lideranças do grupo, que ela propôs uma coreografia que ela mesma havia
elaborado. Colocamos a fita k7 no som, e logo logo os violeiros presentes, que haviam levado um
aplificador foram ouvindo e reproduzindo a modinha da cana-verde. Desligamos o som e já
tínhamos a melodia. Dona Elise puxou o Pedro pelo braço e eles saíram puxando o restante do
grupo, já que faltava ânimo à maioria das pessoas. Aos poucos fomos nos contagiando. Nessa
hora percebemos como era importante que os membros da equipe Unisol se envolvessem,
celebrando o momento e dançassem, servindo de estímulo para os integrantes do grupo mais
abatidos. A coreografia improvisada ficou muito boa, apesar de Dona Elise insistir que a dança
não era daquele jeito, aquilo era uma somente uma idéia sua, baseada em observações suas ao
assistir outros grupos dançando a cana-verde. Dona Elise mostrou se preocupar muito com o
grupo, já estava até fazendo suas pesquisas e criações. Sentimos bastante essa firmeza em suas
palavras. Depois da cana-verde, engatilhamos logo a nhamaruca e a graciana, mas para estas os
ânimos estavam em baixa. Os dançadores estavam relutantes e desanimados, parecendo estar
sempre na espera que algo acontecesse. As lideranças do grupo em determinados momentos
criticaram essa postura, e o clima ficava tenso, refletindo no ânimo das danças. Depois de
ensaiar cada uma, combinamos o próximo encontro e propomos que o grupo se apresentasse nos
próximos eventos que organizaríamos. Fizemos novas promessas de levar vídeo e pessoas para
ensinarem novas coreografias, o grupo estava enfrentando dificuldades.
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Quarto ensaio – Sapatú – 18 de outubro
Local: Salão Comunitário da Igreja Católica de Sapatú
Horário: 15h às 17h30min.
Participantes: Pedro, Elis, Gláucia, Wilon, violeiro João e cerca de 10 integrantes.
Descrição
Esta oficina aconteceu na informalidade num dia de muito sol e desânimo. Dançar
era inviável, pois não haviam dançadores suficientes e dispostos. Iniciamos então uma
discussão aberta e franca sobre a situação em que se encontrava o grupo de dança, suas
carências, organização, falhas, propósitos e perspectivas. Foi mais de uma hora de
discussão, de onde tiramos uma lista com fatos, críticas e propostas para o
desenvolvimento do grupo de dança.
Impressões de Pedro Pereira
O dia estava tórrido, o sol judiava. Além disso, o forró da noite anterior havia derrubado todo
mundo, era o “domingo da ressaca”. Esses foram os argumentos que o grupo precisava para
alegar a indisposição para dançar. E novamente houve problemas em conseguir material de áudio
e vídeo e pessoas que conhecessem outras coreografias para a oficina. Não havia sido por falta
de trabalho e insistência nossa. Diante desse impasse, decidimos conversar sobre os problemas
do grupo, o momento exigia e era extremamente necessário. A conversa foi longa, com alguns
momentos de tensão, mas foi possível tirar várias conclusões que estão relatadas na avaliação da
oficina de danças.
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3.7
LEITURA E BRINCADEIRAS COM CRIANÇAS
Com as crianças, em geral, foram desenvolvidas as seguintes atividades:
™
histórias
ƒ
ƒ
ƒ
™
™
leitura, pela equipe Unicamp, de livros infantis que foram escolhidos
anteriormente e também livros que as próprias crianças tinham na escola
oral, pela equipe da Unicamp e pelas crianças mais velhas
representação e encenação
desenhos e pinturas – crianças representavam contadas e outros temas
brincadeiras –brincadeiras locais e jogos cooperativos
Nas seções a seguir são descritas as atividades realizadas em cada uma das
comunidades e são apresentados os resultados observados.
Ivaporunduva – 9 de agosto
horário: 9h
participantes da comunidade: 15 crianças
participantes UniSol: Pati, Elis, Gláucia, Flávio e Mateus
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
Descrição
Foram contadas as histórias dos livros: Nós, Voou meu chapéu, A velhinha que
dava nome as coisas, De repente!, Pedro e Tina, Estela, Trem da amizade.
Foram feitos vários desenhos coletivos. Foi dado um papel A4 para cada criança
desenhar enquanto tocava uma música; quando a música parava, elas trocavam o papel
com o amigo do lado e continuavam as pinturas. Foram feitas seis trocas de papel. Ao
final desta atividade foi feito um "varal" de desenhos. Foram utilizados folhas brancas, giz
de cera, canetinhas, lápis de cor, papel crepon e cola.
Brincamos com as crianças diversos tipos de brincadeiras ensinadas por elas e por
nós.
Dança da Cadeira Cooperativa – A equipe fez cadeiras de folhas de papel no chão e
as crianças circulavam ao redor delas enquanto tocava uma música. Quando a música era
interrompida, todas as crianças deveriam se sentar. O número de “cadeiras” foi sendo
reduzido pela equipe a cada recomeço da música e as crianças tinham que sentar no colo de
outra ou dividir o espaço de uma “cadeira”.
Batata Frita... 1,2,3 – Brincadeira que as crianças propuseram. No "3" todas as
crianças se deitaram no chão e não podiam se mexer. Quem se mexesse saía do jogo. A
equipe sugeriu mudar a regra: quem se mexesse pagaria uma prenda, imitaria uma galinha,
ou dava um abraço em um amiguinho, por exemplo.
Boneca de Lata – Consiste em contar uma história sobre uma boneca de lata bem
velhinha e depois cantar a música abaixo.
♫ "Minha boneca de lata bateu com a cabeça no chão, demorou mais de
um dia pra fazer a arrumação, desamassa aqui, desamassa aqui pra ficar
boa (...) " ♪
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No final das atividades pintamos bolinhas com tinta guache os rostos das crianças e
demos uma bexiga e um pirulito pra cada uma, como agradecimento por terem participado
das atividades até o final.
Resultado
De uma maneira geral esta atividade funcionou bem. As crianças respeitaram os
espaços e a dinâmica da atividade. Tiveram dificuldade com o conceito direita/esquerda e
precisaram de ajuda da equipe nesta fase.
As crianças prestaram atenção, dentro do limite delas, e pareciam gostar das
histórias, principalmente quando a história do livro era relacionada com aquilo que elas
faziam no seu dia a dia.
Observamos que a presença de cadeiras "de verdade" é importante para o sucesso
desta atividade pois muitas vezes se perdeu o espaço imaginário de uma cadeira e as
crianças se jogavam e pulavam nas outras. Algumas se ficaram excluídas nesses
momentos.
Em relação as mudanças das regras do jogo as crianças aceitaram bem e a maioria
pavaga com um abraço, com isso conseguimos aproximar ainda mais as crianças umas das
outras.
As crianças gostaram das dinâmicas das brincadeiras que foram bastante motoras.
Brincadeiras em Ivaporunduva
Galvão – 10 de agosto
Horário: 10:30h
Participantes da comunidade: 20 crianças
Participantes UniSol: Pati e Gláucia
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
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Descrição
Esta oficina teve inicio as 10:30h no centro comunitário do bairro Galvão.
Foram contadas as histórias dos livros: Nós, Voou meu chapéu, A velhinha que
dava nome as coisas, De repente!, Pedro e Tina, Estela, Trem da amizade e Poesia a
gente inventa.
As crianças fizeram uma roda e prestaram atenção o tempo todo. Quando eram
usados elementos do cotidiano delas havia mais participação e mais atenção.
Foi dado um papel A4 para cada criança desenhar enquanto tocava uma música;
quando a música parava, elas trocavam o papel com o amigo do lado e continuavam as
pinturas. Foram feitas seis trocas de papel. Ao final desta atividade foi feito um "varal" de
desenhos. O material utilizado foi: folhas brancas, giz de cera, canetinhas, lápis de cor.
Tivemos diversas brincadeiras sugeridas por nos e por elas, entre elas Escravos de
Jó – uma grande roda, cantando e passando caixinhas de fósforos ao ritmo da música e
seguindo a letra.
No final das atividades pintamos bolinhas com tinta guache os rostos das crianças e
demos uma bexiga e um pirulito pra cada uma, como agradecimento por terem participado
das atividades até o final.
Resultados
A atividade funcionou bem. Havia
crianças maiores que ajudaram as menores a
passar os desenhos.
Na brincadeira de Escravos de Jó
apenas uma das crianças conhecia a
brincadeira. Foi bem difícil. A equipe tentou
ensinar a música no início mas não funcionou
bem.
Galvão – 30 de agosto
Horário: 10h
Participantes da comunidade: 10 crianças
Participantes UniSol: Pedro, Patrícia, Flávio e Gláucia
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
Descrição
Com as crianças, em geral, foram desenvolvidas as seguintes atividades: leituras,
desenhos, brincadeiras e músicas.
Foi dado um papel A4 para cada criança desenhar enquanto tocava uma música;
quando a música parava, elas trocavam o papel com o amigo do lado e continuavam as
pinturas. Foram feitas seis trocas de papel. Ao final desta atividade foi feito um "varal" de
desenhos.
As brincadeiras foram desenvolvidas no campinho de futebol, primeiro fizemos um
alongamento com as crianças e em seguida começamos um toque de bola, os adultos da
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comunidade se mobilizaram e também participaram da pelada. Logo em seguida brincamos
de roda e quem estivesse dentro da roda recitava um versinho.
Com as flautas da Pati e o trompete do Flávio, fizemos uma demonstração de como
tocar esse instrumento, logo em seguida com a curiosidade das crianças, ensinamos
superficialmente como tocá-los.
Resultados
Houve total participação das crianças e dos adultos e a participação destes motivou
muito as crianças. Foi grande o interesse das crianças com a musica.
Impressões de Pedro Pereira
Devido aos imprevistos por causa do
atraso de parte da equipe que ainda não
havia chegado na comunidade, iniciamos
leitura de livros dentro do centro
comunitário com aproximadamente dez
crianças.
Após a chegada do restante da equipe
interrompemos a atividade e nos dirigimos
ao campinho. Iniciamos um alongamento
com
algumas
crianças.
Com
a
movimentação mais crianças chegaram e
participaram da atividade.
Depois
disso
trouxemos
alguns
instrumentos (flautas e trompete) para as
crianças tocarem e ouvir. Após algum
tempo começamos a brincar de futebol
“dois toques” observando preceitos de
inclusão e cooperação, sem disputa e
equipes adversárias. Até os adultos
(coordenadores) entraram na brincadeira
com as crianças na pausa do café.
Encerramos as atividades para o almoço.
Na parte da tarde a situação não estava
boa. A equipe estava confusa por causa do
incidente da noite anterior, quando a
Kombi que trazia metade da equipe,
inclusive
a
mim,
ficou
em
um
engarrafamento durante 10 horas pela
madrugada adentro. A parte da equipe que
já
estava
em
Galvão
ficou
preocupadíssima. Além disso, quando
chegaram na comunidade na noite anterior,
não havia energia elétrica e estavam com
poucos cobertores, passaram um aperto
que influenciou negativamente no trabalho
em Galvão.
As brincadeiras das crianças foram salvas
por elas próprias. O ânimo era tão intenso
que a alegria transbordava e acabou por
me contagiar.
Abandonei a idéia de representar o neguim
d´água, personagem de uma lenda local, e
fui brincar com as crianças no campo, a bel
prazer. Levei algumas sugestões de
brincadeiras que falavam de natureza, de
cooperação e de lendas brasileiras. As
brincadeiras foram muito bem recebidas,
só algumas ficaram um pouco confusas por
dificuldades minhas em administrá-las. As
crianças estavam muito excitadas e
impacientes. Não dava tempo de eu ficar
relembrando as regras no livro que eu
levei. Elas queriam ação o tempo todo.
Alternando a isso, brincamos com as
brincadeiras
locais,
que
eram
de
conhecimento de todos. A Gláucia
participou das brincadeiras de roda, foi
muito bom. Foi muito bom até elas
começarem a me fisgar. Eram muitos
pedidos diferentes e simultâneos, e eu era
um só. Não dava para atender a todos
desejos. Tentei me desdobrar o máximo
possível, chegando a carregar várias
crianças de cavalinho, sendo que em um
momento, foram duas crianças, uma nas
costas e uma nos braços ao mesmo tempo.
Enquanto isso outras crianças pediam para
brincar de uma coisa, outras queriam
brincar de outra. Eu não dei conta e me
faltou pedagogia. Já estava todo suado,
com o corpo dolorido e todo picado. As
crianças de lá têm uma brincadeira que
imitam a picada fininha da abelha. Foi
vítima diversas vezes. Já estava esgotado.
Resultado: a noite vinha chegando (já
estávamos brincando há umas 3 horas),
tive que finalizar as brincadeiras e uma das
crianças terminou chorando. Acho que tudo
isso é natural, só que poderia ser atenuado
com a presença de mais monitores. Senti
falta da presença da equipe e de um
planejamento mais consistente.
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São Pedro – 20 de setembro – manhã
Horário: 9h
Participantes da comunidade: cerca de 22 crianças
Participantes UniSol: Pati e Karin
Convidados: integrantes do grupo de capoeira
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
Descrição
Esta atividade teve inicio às 9h no centro comunitário do bairro São Pedro.
Foram resgatadas as brincadeiras das crianças: duro ou mole, ciranda, mão
esquerda, pega-pega.
Foi proposta a brincadeira de, em roda, cantar músicas que eles conheciam e passar
uma bola no círculo. Quem estava com a bola no fim da música, falava para os outros
imitar animais (cobras, macacos, cachorros, gatos, formigas, entre outros), ou dar um
abraço em um amigo.
Foi feita uma roda e cada criança contou uma história que sabia e as outras
escutaram. Surgiram várias histórias com animais (macacos, cobras, leões, entre outros) e
alguns contos de fada clássicos (Branca de Neve, Cinderela, entre outros). Algumas das
histórias as crianças escutaram dos avós e pais, outras da professora.
Foi pedido às crianças que fizessem uma coleta de material natural (folhas, flores e
galhos do chão) para fazer um desenho. O material de todos foi juntado e foi feito um
desenho coletivo no chão. Surgiu uma árvore.
As crianças sugeriram ir até uma parte do rio onde costumam nadar. Lá foram
encontradas pedras que foram utilizadas como tinta para pintar todos: crianças e equipe.
Resultados
Esta atividade teve total participação das crianças, sem haver dispersão.
Desenhando com material da natureza
Pintura com pedras do rio
Brincadeiras em São Pedro
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São Pedro – 20 de setembro – tarde
Horário: 14h
Participantes da comunidade: 26 crianças
Participantes UniSol: Pati, Fran e Pedro
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
Descrição
Houve de inicio desta atividade um chamamento, dois integrantes da equipe, com
fantasias e vestimentas (Pati como passarinho e Fran como Vovozinha) foram agrupando
as crianças, se apresentando e conversando com as pessoas que passavam. As crianças
adoraram ajudar a vovó a caminhar com sua bengalinha e queriam ficar nas "asas" e correr
atrás do passarinho. O passarinho contou a história "Pássaro Encantado" de Rubem
Alves, com adaptações à realidade local.
Pássaro Encantado
(Rubem Azevedo Alves)
Adaptação
Era uma vez uma menina que tinha como
seu melhor amigo, um Pássaro Encantado.
Ele era encantado por duas razões.
Primeiro porque ele não vivia em gaiolas.
Vivia solto. Vinha quando queria. Vinha
porque amava. Segundo, porque sempre
que voltava suas penas tinham cores
diferentes, as cores dos lugares por onde
tinha voado. Certa vez voltou com penas
imaculadamente brancas, e ele contou
histórias de montanhas cobertas de neve.
Outra vez suas penas estavam vermelhas,
e ele contou histórias de desertos
incendiados pelo sol. Era grande a
felicidade quando estavam juntos. Mas
sempre chegava o momento quando o
pássaro dizia: "Tenho de partir." A menina
chorava e implorava: "Por favor não vá
fico tão triste. Terei saudades e vou
chorar...". "Eu também terei saudades",
dizia o pássaro. "Eu também vou chorar.
Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou
encantado por causa da saudade que faz
com que as minhas penas fiquem bonitas.
Se eu não for não haverá saudade. E eu
deixarei de ser o Pássaro Encantado e
você deixará de me amar."E partia.
A menina sozinha, chorava. E foi numa
noite de saudade que ela teve a idéia: "Se
o Pássaro não puder partir, ele ficará. Se
ele ficar, seremos felizes para sempre. E
para ele não partir basta que eu o prenda
numa gaiola."
Assim aconteceu. A
menina comprou uma gaiola de prata, a
mais linda.Quando o pássaro voltou eles
se abraçaram, ele contou histórias e
adormeceu. A menina, aproveitando-se do
seu sono, o engaiolou. Quando o pássaro
acordou ele deu um grito de dor. "Ah!
Menina...que é isso que você fez?
Quebrou-se o encanto. Minhas penas
ficarão feias e eu me esquecerei das
histórias. Sem a saudade o amor irá
embora...". A menina não acreditou.
Pensou
que
ele
acabaria
por
acostumar.Mas
não
foi
isso
que
aconteceu. Caíram suas plumas e o
penacho. Os vermelhos, os verdes e os
azuis das penas transformaram-se num
cinzento triste. E veio o silêncio: deixou
de cantar. Também a menina se
entristeceu. Não era aquele o pássaro que
ela amava. E de noite chorava pensando
naquilo que havia feito com seu
amigo...Até que não mais agüentou. Abriu
a porta da gaiola. "Pode ir, Pássaro", ela
disse." Volte quando você quiser..." .
"Obrigado, menina", disse o Pássaro. "Irei
e voltarei quando ficar encantado de
novo. E você sabe: ficarei encantado de
novo, quando a saudade voltar dentro de
mim e dentro de você!
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Passarinho
Vovozinha
Brincadeiras em São Pedro
Passarinho e Vovozinha cantaram a música da "Boneca de Lata" e da "Serpente". A
maioria delas participou, outras somente olhavam e riam.
“Boneca de Lata” consiste em cantar e tocar as partes do corpo que se fala e no fim
(desamassa aqui) tocamos todas as partes já faladas.
♪♫ "Minha boneca de lata bateu com a cabeça no chão
Demorou mais de 1 dia pra fazer a arrumação
Desamassa aqui, demassa aqui ... pra ficar boa. ♪♫
Minha boneca de lata bateu o pescoço no chão
Demorou mais de 2 dias pra fazer a arrumação
Desamassa aqui, desamassa aqui... pra ficar boa. ( ... ) " ♪♫
(a música continua por várias partes do corpo como : barriga,
bumbum, perna joelho, etc. até ao 10º dia)
Já a "Música da Serpente" começa com uma pessoa contando a história de uma
serpente que perdeu vários pedaços de seu rabo na mata e agora está procurando por eles.
Essa mesma pessoa começa cantando e chamando os outros para serem parte do seu rabo,
até todos serem a serpente.
♪♫ "Essa é a história da Serpente que desceu do morro para procurar um pedacinho do seu
rabão.
Ei... você aí! É um pedacinho do meu rabãaaaooo." ♪♫
Foi feita uma caminhada até o Rio para esperar o Menino do Rio (Pedro). Mas este
não apareceu por erro de comunicação entre a equipe.
As crianças folhearam vários livros e acharam várias vovós e passarinhos.
Livros usados: "Histórias da mãe preta" (Heloísa Pietro), "Saci e Curupira", "A
cortina de vovó", "Poemas para brincar" e "Um passarinho me contou" (de José Paulo
Paes), "Guilherme Augusto de Araújo Fernandes" (de Mem Fox), "Máscaras" (de
Dominique Mães), "Histórias Africanas para contar" (de Rogério Andrade Barbosa) e
"Brimbau" (de Raquel Coelho). Foi contada também a história “Uma Festa no Céu”.
Cada criança desenhou aquilo que gostava e muitas delas desenharam pássaros e
vovós. O material utilizado nesta atividade foi: papel e giz de cera.
Brincamos ainda com as brincadeiras ensinadas por elas: Ovo choco e Ciranda.
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Resultado
Esta atividade obteve grande envolvimento por parte das crianças uma vez que os
UniSoles já haviam brincado com elas na parte da manha. As crianças estavam bastante
agitadas, havia barulho no Centro Comunitário (música de forró).
André Lopes – 21 de setembro
Horário: 15h
Participantes da comunidade: 20 crianças
Participantes UniSol: Gláucia, Elis, Mateus e Pedro
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
Descrição
Houve de inicio desta atividade um chamamento, por um membro de nossa equipe
que se caracterizou de defunto de André Lopes.
Essa atividade inicio-se as 15:00h na casa de uma moradora da comunidade.
Com as crianças, em geral, foram desenvolvidas as seguintes atividades: leituras,
desenhos e brincadeiras.
Lemos dois livros (as mascaras e o berimbau) e em seguida foi dado um papel A4
para cada criança desenhar o que elas tinham entendido das historias contadas.
Fizemos suas próprias mascaras de seus desenhos e colocamos um palito de sorvete
para que elas pudessem segura-las. Ao final desta atividade foi feito um "varal" de
desenhos.
O material utilizado foi: folhas brancas, giz de cera, canetinhas, lápis de cor, cola e
palito de sorvete.
Resultado
Apesar da equipe não estar integrada neste dia, a oficina aconteceu da melhor forma
possível com total participação das crianças.
Impressões de Gláucia de Moura
Chegamos em André Lopes próximo das 15:00h, já havia a presença de varias pessoas.
Enquanto eu a Elis e o Mateus arrumávamos o espaço em que iríamos trabalhar com as crianças,
o Pedro fantasia-se de defunto de André Lopes e com isso saiu a chamar as crianças que
estavam mais distantes.
A performance do Pedro estava ótima é só algumas crianças se assustaram o restante que era a
maioria adorou, até as senhoras se envolveram na brincadeira.
Começamos a ler os livros (as mascaras e o berimbau – livros levado pela Pati), em seguida
sugeri que as crianças fizessem mascaras do que elas quisessem e assim começaram a desenhar,
no final colei palitos de sorvetes nas mascaras para elas poderem segurar, fizemos um varal e
expomos as mascaras que ficaram com elas.
Para finalizar os meninos de capoeira de André Lopes começaram a tocar e rolou uma roda de
capoeira entre nos.
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André Lopes – 18 de outubro
Horário: 9h
Participantes da comunidade: 20 crianças
Participantes UniSol: Gláucia, Wilon e Pedro
Objetivo
Desenvolvimento de uma oficina comunitária de brincadeiras antigas e leitura,
através de livros escolhidos pela equipe UniSol e da própria comunidades.
Descrição
Essa atividade teve inicio às 9:00h na casa de uma moradora da comunidade.
Com as crianças, em geral, foram desenvolvidas as seguintes atividades: leituras,
desenhos e brincadeiras.
As brincadeiras de um modo geral foram as mais comuns como a do “passa anel” e
“quem é esse” (combina-se entre duas crianças uma terceira escolhida e as demais crianças
tem que adivinhar que é essa terceira escolhida).
Resultado
Esta atividade aconteceu com a equipe muito cansada devido às várias atividades do
dia anterior. Por parte das crianças tudo foi muito bem.
Impressões de Gláucia de Moura
Havíamos preparado a encenação da lenda do neguim d´água para apresentarmos para a
garotada. O Pedro foi até o rio mais próximo se maquiar e aguardar as crianças, que chegariam
com o Wilon, ao som da flauta. O que aconteceu foi que o Pedro observou uma boiada se
aproximando e se instalando bem no caminho que as crianças chegariam. Depois de esperar
muito, quase uma hora na mesma posição e todo enlambuzado de barro, o Pedro achou que as
crianças voltariam ao se depararem com a boiada. Retirou a maquiagem e foi atrás do restante da
equipe verificar o que havia acontecido. Com muita dificuldade, Pedro conseguiu se esquivar da
boiada e com enorme surpresa, encontrou a criançada a caminho, ansiosa para ver o neguim
d´água. Quando as crianças viram o Pedro ainda com restos de maquiagem no rosto, houve um
estranhamento total. Souberam que neguim d´água não estava mais lá, e foi grande a decepção.
Mas para não perder o ânimo, a equipe, apesar de desestruturada com a notícia, foi acompanhar
a criançada até a cachoeira, o calor estava muito forte. Chegando lá, tomamos banho e nadamos
com as crianças. Na volta, fomos ouvindo os passarinhos e identificando alguns piados. Nos
dirigimos até o centro comunitário e ficamos brincando de passa anel, por sugestão das crianças.
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3.8
ERVAS
Primeiro encontro.– Galvão –31 de agosto
Local: Terrenos do bairro
Horário: 09 às 14h
Participantes da comunidade: Dona Jovita
Participantes UniSol: Elis, Gláucia, Karin e Mateus.
Objetivos
Registrar as principais ervas utilizadas pelos antepassados quilombolas, a fim de
fazer o resgate cultural dessa tradição e arquivar essas informações para as futuras
gerações.
Descrição
Esta oficina iniciou-se às 9h no Bairro de Galvão. Andamos pelo bairro catalogando
as ervas indicadas por dona Jovita.
Este primeiro encontro foi fundamental para a equipe conhecer as tradições da
medicina popular do bairro.
Os hospitais ficam longe dos quilombos e os meios de transporte bastante escassos,
assim, por diversas vezes a medicina popular é o único auxilio possível.
As principais dificuldades apontadas são as perdas dessas tradições, já que os mais
velhos não conseguem o interesse dos mais novos para que sejam repassados esses
conhecimentos.
Poucas pessoas na comunidade ainda têm conhecimento das ervas e domínio das
técnicas da cura popular.
Resultado
Conseguimos catalogar 36 ervas e marcamos um novo encontro para 28 de
Setembro, com a presença da equipe UniSol, dona Jovita e dona Horácia.
Segundo encontro – Galvão – 28 de setembro
Local: Mata do Bairro do Galvão
Horário: 8h30min às 16h30min.
Participantes da comunidade: Dona Jovita
Participantes UniSol: Elis, Marcelo, Mateus, Tomate e Wilon.
Objetivos
Registrar as principais ervas utilizadas pelos antepassados quilombolas, a fim de
fazer o resgate cultural dessa tradição e arquivar essas informações para as futuras
gerações.
Descrição
Entramos na mata a procura de ervas faltantes para nosso registro e novamente
estávamos acompanhados por Dona Jovita. Fomos até sua capova, que é uma roça no
meio da mata. Depois de 8h de caminhada finalizarmos nosso trabalho.
Resultados
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Catalogamos mais 19 ervas a fim de preparar um registro para arquivo e
apresentação no evento final.
Ervas Observadas:
Abuto, Alfavaca, Algodão, Anador, Aruca, Azedinha, Boldo, Betori, Capissoró,
Cana do Brejo, Carqueja, Caruru, Cibalena, Cubatão, Cupaubã, Dipirona, Embaúba
Branca, Embaúba Roxa, Enxerto, Erva santa Maria, Erva Santa, Estomasil, Fé da
terra, Fumo, Gegéfa, Guaxumã, Hortelã gordo, Juá, Maracujá Preto, Marcequinha,
Mentrasto, Napoleão, Novalgina, Pacova, Palmito Jussara, Pega-peguinha, Picão,
Pixirica, Poá-poã, Quaro, Quebra Pedra, Quina miúda, Rabo de Jacu ou bacoeira,
Rama de Mandioca, Rosa mata Pasto, Rubim, Sabugueiro, São Fidélis, São Simão,
Saudade, Sene, Sete sangrias, Sussussaiá, Tanchais, Tuncum, Vassoura Rainha.
X
3.9
CAPOEIRA
André Lopes – 20 de setembro
Presentes: Bruna, Karin, Jassa, Fifa, Alex, Zê, Jú.
Material: instrumentos de capoeira.
Moradores presentes: 30
Em nossa primeira semana de trabalho de campo, nas comunidades quilombolas do
Vale do Ribeira, foram decididas quais seriam as atividades comunitárias a serem
desenvolvidas. A comunidade de André Lopes havia escolhido trabalhar com a capoeira,
uma vez que existe lá um grupo de jovens e crianças que já a praticavam.
A idéia de criar um evento envolvendo a capoeira foi muito bem acolhida pelos
membros da equipe Unisol. Uma parte da equipe já freqüentava um grupo de capoeira da
Unicamp e em pouco tempo já havia cinco pessoas desse grupo,incluindo o mestre Jassa,
que se entusiasmaram com a idéia de ir jogar capoeira com os quilombolas de André
Lopes. A equipe Unisol organizou toda a questão logística e logo em seguida começaram
as idéias do que poderia ser trabalhado com os moradores de lá.
André Lopes tinha um grupo de capoeira ativo, que jogava regularmente e contava
com a presença de um mestre capoeirista pago com dinheiro público. Mas esse
compromisso municipal não durou muito tempo. Hoje eles não possuem nenhum mestre e
não praticam mais a capoeira, apesar de ainda terem forte interesse em continuar.
No sábado, dia 20 de setembro, já em campo, o grupo chegou em André Lopes com
uma kombi carregada de instrumentos e capoeristas devidamente vestidos. Entraram no
centro comunitário, onde havia dois rapazes vestidos como manda o figurino e algumas
garotas formando uma platéia ainda tímida.
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O pessoal de Campinas dispôs todos seus instrumentos no chão enquanto se
perguntavam se iriam aparecer outras pessoas, além de tentar incentivar os rapazes a tocar
os instrumentos. No início os moradores da comunidade se mostraram um pouco
intimidados com a presença das pessoas de fora, que a eles talvez parecessem um grupo de
profissionais na eminência de avaliá-los.
Em pouco tempo a cena já era bem diferente. O mestre Jassa não teve dificuldades
em se intrometer entre os jovens, brincar com eles, chamá-los pelos apelidos, ganhar sua
empatia. Todos pareciam mais à vontade depois do seu esclarecimento a respeito da
relação que há hoje entre a capoeira e o espírito de amizade e descontração.
Os instrumentos foram os primeiros a se manifestar. De repente o clima do
ambiente mudou. Ouvia-se o som dos instrumentos em sintonia, o característico berimbau,
a percussão, o reco-reco, o agogô, o pandeiro, o abe; um conjunto com o poder de levar
todos ao mesmo lugar, ao movimento.
André Lopes – 21 de setembro – construção de tambores
Presentes: Wilon, Bruna, Flávio, Jassa, Alex, Fifa, Ju e Zê.
Material: bambu, corda, arame, couro de boi, ferramentas.
Moradores presentes: 30
O grupo de capoeira além de não ter um mestre têm apenas o berimbau, o que lhes
limita o desenvolvimento de suas habilidades com os instrumentos musicais.
Tendo em mente essas condições foi desenvolvida uma oficina de construção de
instrumentos utilizados nas rodas de capoeira,para familiarizar os capoeiristas da
comunidade com os instrumentos existentes que eles desconhecessem. O grupo do mestre
Jassa levou alguns materiais necessários para a fabricação e se informaram daqueles que
poderiam ser obtidos na própria comunidade.
A atividade foi realizada na casa de um membro da comunidade.e quem comandou
a atividade foi um membro de grupo de capoeira, Alex, que passava aos membros da
comunidade as técnicas de construção do tambor.
Alex levou os bambus preparados, e explicou como se faz para prepará-los; a lua
certa para cortá-los e como tratá-los na fogueira. As pessoas da comunidade levaram o
couro de boi, furadeira e outras ferramentas.
Após uma breve explicação, começaram a construção dos tambores: furaram o
bambu, prepararam e furaram o couro, montaram com arame e por fim fizeram a
amarração.
Durante a oficina Alex incentivava a participação de todos os membros da
comunidade. Os jovens e crianças se empenharam na construção dos instrumentos e com o
auxilio dos membros mais velhos da comunidade construíram os três tambores para o
grupo de capoeira de André Lopes.
São Pedro 21 de setembro
Presentes: Wilon, Bruna, Pati, Karin,Fran, Marcelo, Jassa, Alex, Fifa, Ju e Zê.
Material: instrumentos de percussão.
Moradores presentes: 40
Foi feita uma roda com todas as pessoas da comunidade ( crianças, jovens e
adultos). A atividade teve três etapas : Roda de Capoeira na qual várias pessoas jogaram,
algumas apenas olhavam e cantavam. Algumas pessoas tocaram instrumentos (berimbau,
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agogô, atabaque, pandeiro). Depois foi feita uma Roda de Samba : as pessoas ficaram um
pouco acanhadas pra entrara na roda e dançar.
O mestre Jassa iniciou uma conversa descontraída sobre o espírito da Capoeira, da
história e objetivo da mesma. Então a Dona Elvira cantou a música "Quilombo vivendo sua
história" de sua autoria.
De forma geral a comunidade foi bastante participativa e gostou da atividade.
Questionaram sobre a possibilidade de eles terem uma pessoa para ensinar Capoeira
continuamente.
Capoeria em São Pedro
3.10 MÚSICA
Encontro com violeiro João
Local: residência do violeiro João
Horário: 18h
Participantes: Pedro, violeiro João e Dona Esperança
Objetivo
Registro sonoro e transcrição das letras e versos da Nhamaruca e Graciana.
Descrição
Já era noite quando bati à porta de Seu João. Ele e sua mulher aguardavam na
habitual tranqüilidade. Havíamos combinado que ele tocaria as canções das danças
nhamaruca e graciana para que fossem feitos o registro escrito das letras e versos e a
gravação de áudio das modinhas. Tudo transcorreu na informalidade. Seu João tocou o
violão e cantou, Dona Esperança recitou os versos e eu bati mãos e pés. O encontro durou
cerca de 1 hora e trinta minutos, e ao fim tínhamos em mãos o registro sonoro em fita de
vídeo e quatro folhas de versos transcritas. Então nos despedimos, só depois de tomar o
costumeiro cafezinho.
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Resultado
A gravação foi de muito amadorismo. Não contávamos com o equipamento
adequado de gravação, e a informalidade do momento incorreu em muitos improvisos. O
material foi guardado, mas não chegou a se transformar em fita k7 e livro de versos.
Contudo, o material servirá de base para o trabalho que provavelmente acontecerá em 2004
com o grupo de dança de Sapatú.
Primeiro ensaio de trompete
Data: 21 de setembro 2003.
Horário: 11h30min às 12h30min.
Local: residência do Maurício, na Comunidade de André Lopes.
Participantes: Maurício (Comunidade de André Lopes) e Flávio (UniSol).
Objetivo
Desenvolvimento de uma prática musical, voltada ao aprendizado de trompete.
Descrição
Essa atividade havia sido combinada informalmente no dia anterior (20/set), durante
a oficina de coordenadores. Às 1130hs Flávio dirigiu-se a casa de Mauricio, situada em
frente à casa que estava ocorrendo a construção de tambores. Ambos conversaram sobre
suas experiências musicais. Flávio contou sobre sua iniciação musical em banda Marcial e
o caminho até a faculdade de música. Maurício teve um ensino musical ligado à Igreja
Evangélica. Tocaram hinos da Igreja e alguns estudos técnicos do instrumento. Maurício
mostrou dificuldades na execução das notas que são sustenidas e bemolizadas. Flávio
descreveu como se processava estas alteraçãoes nos tudos do trompete com a utilização
dos pistões e as correções de afinação necessárias. Além disso, entregou um rascunho da
formação da escala cromática, prometendo entregar um material mais adequado num novo
encontro. Encerram a atividade às 12h30min combinando um novo encontro no próximo
retorno.
Resultados
Foram trocas informações musicais entre os dois participantes.
Marcou-se um novo encontro e ensaio.
Segundo ensaio de trompete
Data: 18 de outubro 2003.
Horário: 11h30min às 12h30min.
Local: residência do Maurício, na Comunidade de André Lopes.
Participantes: Maurício (Comunidade de André Lopes) e Flávio (UniSol).
Objetivos
Continuar os assuntos musicais que haviam sido abordados na oficina anterior;
Apresentar ao Maurício gravações modernas de trompetistas.
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Descrição
Neste dia, Flávio levou um cd com diversas gravações de trompetistas importantes
da atualidade. Fizeram uma apreciação musical de concertos barrocos, clássicos e de
repertório contemporâneo. Num segundo momento, Flávio deixou com Maurício uma
tabela sobre como fazer a escala cromática no trompete e resolveu algumas dúvidas.
No momento final, foram abordados aspectos técnicos do instrumento e Flávio
deixou alguns exercícios para Maurício desenvolver sonoridade no trompete. Situações
como: relaxamento, respiração, postura corporal, ritmo e explicação das notas enarmônicas
(sustenidos e bemóis) na escala cromática foram comentadas.
Resultados
Entrega de material musical para Maurício: tabelas, partituras e cd.
Trocas e esclarecimentos de informações musicais.
3.11 CAMINHADA ECOLÓGICA
Atividade: Caminhada Ecológica
Data: 27/09
Local: André Lopes
Duração: 5 horas.
Participantes:
Unisol: Mateus e Bruna;
Comunidade: Carlos (Duco), Sr. Aquilino, cerca de 25 crianças.
A atividade da caminhada ecológica foi organizada por sugestão dos membros da
comunidade que trabalham na caverna do diabo e vêem muita importância na educação das
crianças em relação às questões ambientais.
A atividade foi organizada pela equipe Unisol e por Carlos (mais conhecido como
Duco), da comunidade de André Lopes. As atividades começaram na casa de um membro
da comunidade (Gi), quando Sr. Aquilino apareceu e contou a história da onça no buraco. e
fez as crianças darem muita risada.
Em seguida foi apresentado um teatrinho de fantoches, contando a história da onça e
do cutelinho durante um incêndio na floresta, com a participação das crianças como outros
bichos.
Duco conversou depois com as crianças sobre como a atividade de cada um, mesmo
que pareça pequena, pode fazer a diferença quando todos fazem a sua parte.
Depois, mais uma história. Desta vez Duco contou a história da raposa, da cobra e
do bebê. Conversou com as crianças sobre a importância de não se julgar as pessoas
apressadamente e com preconceitos.
Finalmente, a caminhada. Foi feita uma gincana com as crianças para que elas
saíssem buscando lixo na comunidade, além de uma conversa sobre a importância de não
sujar a sua própria casa. As crianças contaram que na casa delas há a separação de alguns
tipos de lixo, e a coleta durante a gincana foi feita seletivamente.
Para fechar o trabalho foram todos os participantes juntos para o local predileto das
crianças, uma cachoeira chamada “Salto” e no caminho (cerca de 10 minutos de
caminhada) as crianças foram, foram muito participativas e todos da equipe Unisol e da
comunidade envolvidos consideraram que a atividade foi realizada com grande êxito.
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3.12 EVENTO DE ENCERRAMENTO
Mutirão para preparação da festa
Conforme acordado entre o grupo de coordenadores, a equipe da Unicamp e
representantes de todas as comunidades estariam realizando a montagem da estrutura da
festa no dia 7/Nov (sexta) na comunidade de São Pedro.
Chegamos já atrasados (em torno de 9h) com o pessoal de Ivaporunduva e Galvão
para iniciar o mutirão. Ao chegar muitas pessoas de São Pedro já estavam roçando a grama
próxima à igreja e ao local da festa. A Kombi retornou para pegar as pessoas de André
Lopes e Sapatú e iniciamos o trabalho decidindo as prioridades.
Como primeira atividade fomos cortar lenha para assar os frangos. Subimos em
direção à capova de um dos moradores e cada qual trouxe o tanto de madeira que pode
carregar e outros esperavam para cortar próximo ao forno.
Na seqüência fomos cortar bambus para montar a estrutura das barracas que seriam
cobertas com uma lona plástica emprestada da comunidade de Ivaporunduva. Enquanto
cortávamos os bambus chegou às pessoas de André Lopes e Sapatú que ajudaram no corte
e na montagem das barracas e colocação da lona plástica.
Por volta de 1h terminada as tarefas “mais pesadas” todos foram almoçar,
respeitando a ordem: primeiro os adultos se servem e depois as crianças. Para o almoço,
levamos arroz, carne e verduras que foram complementadas e preparadas pelas mulheres
da comunidade.
Depois do almoço a Kombi foi levar o pessoal de Sapatú e André Lopes e nos
continuamos fazendo outras atividades, tais como: instalação elétrica, forrar as mesas, etc.
No Sábado concentramos mais as atividades na montagem do galpão para a
exposição. Já o pessoal da comunidade ficou com as tarefas de assar os frangos durante
todo o dia.
Exposição
A exposição foi montada com a participação de membros da comunidade que
trouxeram seus trabalhos para mostra no dia 8 de Novembro na comunidade de São Pedro.
Como primeira atividade organizamos o espaço e dispomos os materiais e obras de
arte que vieram dos cinco quilombos participantes.
A exposição contou com uma mostra de fotografias das oficinas, paisagens e
encontros nas comunidades. Essas fotos façam organizadas em painéis e em uma
exposição contínua em power point.
A arte quilombola foi demonstrada em artesanato, ferramentas, esculturas,
brinquedos, músicas, folhas e sementes.
O evento contou com um vídeo composto de depoimentos e momentos do trabalho,
contou ainda com livros infantis confeccionados pela parceria Unicamp e crianças
quilombolas. O livro de ervas ficou parcialmente pronto e foi apresentado na exposição.
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Apresentações
Das 18 às 23h foi realizada uma série de apresentações, intercaladas com o
tradicional bingo das festas dessas comunidades quilombolas. A partir das 23h ocorreu o
forró, também uma manifestação das comunidades em seus dias festivos.
As apresentações foram:
•
Grupo de Mão Esquerda de São Pedro – essa apresentação foi uma surpresa
preparada pela comunidade de São Pedro, já que eles não haviam decidido
pelos ensaios propostos pela equipe da UniSol; o grupo apresentou-se
inclusive com camisetas próprias.
•
Dona Elvira e as Crianças (Música: “Quilombo vivendo sua história.”) –
foram três momentos: somente meninas, somente meninos e, por último,
todos juntos; foram acompanhados por violão.
•
Dona Jovita (Música: “Por que os negros moram lá?”) – o canto deu-se sem
acompanhamento de instrumento.
•
Capoeira – foi feita uma roda, com a participação de moradores de São
Pedro, André Lopes, membros da equipe UniSol e do grupo de capoeira do
Mestre Jahça.
•
Roda de Samba – conduzida pelo grupo de capoeira do Mestra Jahça, teve a
participação de muitos moradores.
•
Clown (Equipe Unicamp) – quatro integrantes da equipe da UniSol fizeram
duas encenações.
•
Perna de Pau (Unicamp) – integrante do grupo de capoeira apresentou-se
em uma perna de pau, dançando, brincando com os clowns e com as
crianças.
•
Grupo de Nhamaruca de Sapatú – o grupo apresentou-se com figurinos,
estando presentes todos os que participaram dos ensaios, com exceção do
violeiro João, que estava acamado e que foi substituído às pressas.
Impressões de Pedro Pereira
O evento final estava em rebuliço. O grupo de dança da mão esquerda de São Pedro já havia se
apresentado; Dona Elvira já havia colocado todos para cantar os quilombinhos, a capoeira já havia
demandado mandinga, a roda de samba do crioulo doido saculejou a cambada, a diva sertaneja
Dona Jovita já havia dado o ar da sua graça... e o grupo de dança de Sapatú? Estavam todos num
canto, alegando que o violeiro João adoeceu e estava acamado. Mas a vontade de se apresentar
era grande. Resolvemos improvisar. Convidamos um violeiro presente na festa para conduzir a
modinha e o Pedro aproveitou o registro da letra da nhamaruca para puxar a toada. Apesar da
insegurança do improviso, o grupo se saiu bem, e proporcionou mais um momento de alegria para
o evento.
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Danças - Sapatú
Os impasses existentes no grupo de dança ultrapassavam as possibilidades de
atuação desse projeto Unisol.
Foram necessárias as quatro oficinas até termos uma conversa ampla, franca e
esclarecedora. No último bate papo, chegamos às seguintes conclusões:
1) a organização interna do grupo está deficiente;
2) falta motivação na comunidade em participar do grupo;
3) faltam recursos financeiros para materiais;
4) o grupo demonstra interesse em aprender novas danças;
5) há necessidade de troca de experiências com grupos já organizados,
colaborando para encontrar alternativas para impasses.
A atividade teve dificuldade em integrar a Comunidade, pois os jovens não têm
interesse em se interar com as danças tradicionais.A existência de algum projeto de dança
na escola, com remuneração das pessoas da comunidade, possibilitaria um trabalho
duradouro e atraente também para as futuras gerações.
Existe a necessidade de uma parceria mais consistente para que o resgate das
danças seja realizado com o tempo e a estrutura necessária para o grupo comunitário.
Deve ser ressaltado que as danças observadas não são de origem africana,
aproximando-se das danças caipiras do interior do Estado de São Paulo. Há, inclusive,
fortes restrições por parte dos moradores na utilização de instrumentos – tambores,
atabaques – típicos de danças afro-brasileiras, os quais são associados à umbanda e ao
candomblé, manifestações consideradas “negativas” pelas cinco comunidades quilombolas.
Brincadeiras com crianças – Todas comunidades
O trabalho com as crianças não encontrou muitas dificuldades, apesar da faixa
etária variada.
Em Ivapurunduva, tivemos uma visão clara diante da dificuldade de cada criança
em distinguir localizações como direita e da esquerda.
Em Galvão, as crianças tiveram um bom desenvolvimento desenhando. Exploramos
muito essa atividade por serem crianças de menor idade.
Em São Pedro, encontramos crianças também curiosas, preocupadas com a vida
fora do Vale.
Em André Lopes, tivemos um bom rendimento com as crianças que mostraram
sempre interessadas pelas historias contadas por nós e pelas brincadeiras ensinadas por elas
a nós.
Em Sapatú, encontramos dificuldade em reunir as crianças para as atividades
devido à grande extensão da comunidade, a qual se encontra ao longo de 5 km de estrada.
Observamos também um grande desinteresse por estórias antigas e algumas brincadeiras.
Caminhada Ecológica – André Lopes
Os integrantes da equipe Unisol/Unicamp e da comunidade que participaram na
organização e desenvolvimento desta atividade a consideram de grande êxito. As crianças
e os adolescentes da comunidade mostraram bastante interesse e a participação foi total.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
As histórias foram ouvidas com grande atenção, e para isso contribuíram muito dois
fatos principais:
• o narrador ser um membro da comunidade (Duco e Sr. Aquilino), falando com
linguagem acessível e usando “ganchos” que aproximavam as histórias da
realidade dos participantes;
• o material usado para criar o ambiente de “contar histórias” (o teatro de
marionetes e o cenário, mesmo improvisados).
Na coleta de lixo – na comunidade e durante a caminhada – surpreendeu a
quantidade de lixo trazido pelas crianças. Todos os sacos recolhidos foram colocados para
coleta do caminhão da prefeitura no local adequado. Nesta etapa da atividade, as crianças
se esforçaram muito, chegando a escavar o caminho até o “Salto” (cachoeira localizada na
comunidade) em busca de lixo que pudesse ser recolhido.
Vale citar que a atividade da caminhada ecológica foi organizada por sugestão dos
membros da comunidade que trabalham na Caverna do Diabo e vêem muita importância na
educação das crianças em relação às questões ambientais.
Os objetivos de educação ambiental, entretenimento e valorização de contadores de
história locais foram, na opinião dos organizadores, alcançados.
Capoeira - André Lopes e São Pedro
Como os moradores quilombolas já tinham praticado a capoeira, essa era uma
atividade muito esperada por todos, que tinham vontade de treinar, mas por falta de
instrumentos e um instrutor não encontravam caminho para fazê-lo.
A equipe de capoeira do Grupo Cultural Semente de Esperança, de Campinas, já
havia trabalhado durante bastante tempo com moradores de periferia no município de
Campinas e isso facilitou seu trabalho com as comunidades quilombolas.
O Grupo Cultural Semente de Esperança procura trabalhar a capoeira trazendo
junto valores como integração, respeito, cooperação, amor pela vida, pelo próximo e pela
natureza e valorização da cultura negra, por ser a capoeira uma luta inicialmente praticada
por negros fugidos nos quilombos como forma de resistência ao sistema escravista da
época.
Tudo isso formou um conjunto de fatores para que a atividade de capoeira fosse
muita boa. Tivemos um retorno muito grande da comunidade que ficou muito satisfeita
com os momentos de integração gerados na oficina entre toda a comunidade, desde as
crianças até os mais velhos.
Durante a oficina de capoeira os mais velhos davam incentivos e risadas enquanto
os mais novos faziam os difíceis exercícios de alongamento, e batiam palma quando estes
estavam na roda jogando. Já na oficina de tambores os mais velhos ficaram o tempo todo
por perto ajudando os mais novos na confecção dos instrumentos.
Outro fator importante é que a capoeira trabalha com a auto-estima e confiança dos
jovens, fazendo muitas vezes com que esses se sintam mais motivados.
De maneira geral a comunidade gostou muito das atividades desenvolvidas gerando
inclusive a apresentação do grupo no evento final deste mesmo projeto, e o interesse que o
Grupo fizesse um trabalho permanente na comunidade.
Ervas - Galvão
As comunidades, em especial a de Galvão, na qual foi desenvolvida a maior parte
do trabalho, demonstraram grande interesse em relação às ervas medicinais e remédios
tradicionais caseiros.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
De acordo com as conversas e depoimentos, dois motivos principais podem
explicar tal interesse: 1) falta de recurso para procurar ajuda médica sempre que alguém da
comunidade fica doente e, 2) busca de reconhecimento e valorização dos costumes antigos.
As pessoas mais novas da comunidade respeitam os mais velhos que tem um maior
conhecimento sobre as ervas e gostam de aprender sobre elas.
Tivemos bons resultados nesta atividade com a total colaboração da dona Jovita que
sempre nos auxiliou.
No primeiro encontro foi utilizada a câmera digital para registro das ervas,
enquanto notas eram feitas sobre forma de preparo, uso e peculiaridades de cada uma das
ervas apontadas por Dona Jovita e Dona Horácia (ambas da comunidade de Galvão). Além
disso, um integrante da equipe Unisol/Unicamp ficou responsável por recolher e catalogar
amostras das ervas, sempre que possível, facilitando o reconhecimento posterior das fotos
retiradas da câmara digital.
A metodologia foi eficiente, os participantes (Dona Jovita, Dona Horácia e equipe
Unisol/Unicamp) se mostraram preparados e empolgados com a experiência. Os resultados
corresponderam às expectativas, sendo catalogadas 36 ervas neste primeiro dia.
No segundo encontro a metodologia foi mantida, mas a equipe não tinha disponível
desta vez a câmera digital. A solução encontrada foi usar uma VHS normal, esperando a
digitalização posterior das imagens captadas. Esta digitalização não foi tecnicamente
possível e as ervas catalogadas neste segundo dia (19 ervas) não contaram com o registro
fotográfico.
Desta forma, a equipe acredita que os resultados deste segundo dia foram, sim,
satisfatórios, mas prejudicados pela falta de equipamento (câmera digital).
É preciso ressaltar que D. Jovita e D. Horácia somente concordaram com esta
atividade depois que a equipe UniSol comprometeu-se a não divulgar os resultados
obtidos. Esta posição dessas duas moradoras é partilhada por todos os moradores e
Associações das cinco comunidades devido ao receio de que o conhecimento que elas
possuem possam vir gerar benefícios a pessoas de fora sem que os moradores recebam
qualquer compensação, em especial, renda.
Mesmo assim, como afirmou D.Jovita, as informações prestadas foram incompletas
e pouco detalhadas. No caso de haver uma parceria que garanta à ela e à comunidade o
direito de recebimento de renda (por direitos autorais e por conhecimento tradicional),
todas as informações seriam completas, assim como as descrições de preparo e uso.
Histórias Casos e Lendas - Galvão e São Pedro
Com a ânsia dos idosos de contar os “causos” da comunidade e dos mais novos de
terem contato com tais “causos” surgiu essa oficina.
Em especial, este oficina foi muito motivada pela comunidade de São Pedro, onde
há moradores antigos conscientes da necessidade do registro da memória, por acreditarem
que a transmissão oral está cada vez mais difícil, tanto pelo falecimento dos mais velhos
quanto pela perda do hábito das conversas e rodas de histórias, devido à maior participação
da televisão no cotidiano das famílias. Nessa comunidade há, inclusive, um trabalho que já
está sendo feito, embora de maneira aleatória: os mais antigos juntam-se e contam as
histórias dos tempos antigos e das origens da comunidade, enquanto que os jovens, por
saberem escrever, vão fazendo um diário.
A oficina contou sempre com a presença de jovens, crianças e adultos muito
interessados em escutar o que se falava, o que propiciou mais um momento de integração
do grupo com a comunidade e principalmente entre a própria comunidade.
A equipe teve muita dificuldade de arquivar todos os relatos e histórias contadas,
pois na presença de câmeras e gravadores (que foram utilizados com o consentimento de
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
todos os participantes da Oficina) estes se sentiam de certo modo inibidos em falar ou
então ficavam prestando muita atenção na câmara e esqueciam o que diziam. Porem
quando a Oficina oficialmente acabou e as câmaras e gravadores foram desligados, todos
se sentiram livres para tomar um cafezinho com bolinhos de pão e conversar mais
livremente sobre as histórias.
Música
A oficina de música – aulas de trompete – foi uma atividade que nasceu do
encontro entre Flávio e Maurício nas reuniões com os líderes da comunidade. Ela atingiu
os objetivos propostos inicialmente e estes foram os resultados alcançados:
1. apresentação e entrega de material didático-informativo ao aluno participante.
2. performance e ensaios dos envolvidos.
As limitações encontradas para a realização de um trabalho efetivo de aprendizado
musical ocorreram devido à falta de tempo e reduzido número de encontros (apenas dois),
em virtude das atividades prioritárias do UniSol.
Oficina do Encontro
A oficina de Encontro tinha como objetivos gerais à organização de um encontro
para fortalecimento das associações e para resgate cultural.
Para isso os coordenadores responsáveis tiveram que aprender também noções
básicas de elaboração de projeto, tendo sido bem sucedidos neste sentido, pois foram os
próprios coordenadores que se dividiram em grupos e escreveram as partes do projeto, com
algum auxilio dos membros da equipe, os quais se limitavam a dar explicações sobre o
conteúdo de cada parte e algumas sugestões. Como este era um projeto que circularia
internamente e também iria ser enviado para alguns patrocinadores, não existia uma
exigência tão rigorosa quanto à formalidade da escrita, deixando assim os quilombolas
mais à vontade para escrever à sua própria maneira.
Algumas outras etapas do projeto, como a definição da programação do Encontro,
foram discutidas com todo o grupo e todos davam palpites sobre as atividades que
achavam relevantes, sobre as pessoas mais indicadas a participar e objetos a serem
expostos e desta maneira a programação do Encontro foi tomando forma.
Foi uma oficina proveitosa para que os coordenadores entrassem em contato com
elaboração de projetos e organização de encontros culturais, de maneira que futuramente
pudessem organizar outros encontros como este.
No entanto, devido ao pouco tempo que tivemos para organizar e executar o
projeto, fica claro que as comunidades ainda precisariam de alguma orientação na
organização de um outro encontro como este, principalmente no que diz respeito a procurar
patrocinadores, uma vez que grande parte deste trabalho foi feita pela equipe da Unicamp,
que tinha facilidades de comunicação, como telefone e e-mail para entrar em contato
rápido com patrocinadores.
Foi muito relevante no desenvolvimento da atividade à participação ativa dos
membros da comunidade que junto com as pessoas da equipe da Unicamp montaram o
projeto e definiram o que seria importante para a comunidade em um encontro como este.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Oficina de Projeto
A metodologia de Diagnóstico e Planejamento Participativo, utilizada para a
realização desta oficina, atingiu os objetivos propostos inicialmente – a elaboração de um
projeto em conjunto. Foi proporcionada a efetiva mobilização dos membros da
comunidade na elaboração de um projeto para solucionar um problema considerado
prioritário para as cinco comunidades: inexistência de comunicação telefônica.
A equipe observou que o curto tempo de trabalho não foi suficiente para que toda a
metodologia de elaboração de projetos e o formalismo da escrita formal fossem totalmente
apreendidas pelos participantes da oficina, sendo necessário mais tempo de estudo e
trabalho.
Destacam-se como principais resultados alcançados:
1. participação ativa dos membros das comunidades na discussão e elaboração
das diversas etapas do projeto;
2. finalização do projeto e seu encaminhamento a possíveis financiadores
(Petrobrás e Banco do Brasil).
Atualmente, o projeto de telefonia encontra-se com financiadores e a gestão e
decisão dos próximos encaminhamentos está inteiramente sob responsabilidade das
comunidades.
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Este projeto foi inovador, tanto para a Unicamp quanto para as comunidades
envolvidas.
No caso da Unicamp, foi o primeiro projeto de reuniu simultaneamente distintas
comunidades e que foi elaborado, organizado e executado de forma totalmente
participativa, envolvendo durante 6 meses uma equipe de 13 pessoas da Unicamp e 20
lideranças de 5 comunidades.
Da parte das comunidades, foi a primeira oportunidade de realizar um trabalho
participativo e de se articular constantemente para todas as etapas de decisão e
operacionalização do mesmo.
As visitas quinzenais às comunidades possibilitaram o trabalho com uma
metodologia que muito acrescentou aos participantes: o Planejamento Participativo,
também conhecido como Construção Participativa.
O uso de tal metodologia foi fundamental no desenvolvimento das Oficinas de
Coordenadores. Propiciou à equipe da Unicamp conhecer melhor a realidade e os
problemas das comunidades e sentir mais confiança no trabalho a ser realizado junto com
os quilombolas. Permitiu ainda a participação ativa de coordenadores das associações e de
lideranças comunitárias na construção deste projeto, fato relevante principalmente porque
este estava diretamente ligado com as suas comunidades, suas vidas.
Para que tal objetivo fosse alcançado foi necessário grande esforço por parte da
equipe da Unicamp e por parte dos moradores participantes.
A maioria dos membros da equipe teve o primeiro contato com a metodologia do
Planejamento Participativo nesse trabalho e tal fato gerou a necessidade de intensos
estudos e busca por bibliografias e pessoas para que o conhecimento fosse adquirido – isso
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
muito vezes gerou incertezas, inseguranças e conflitos nas decisões de como conduzir um
grupo de Planejamento Participativo.
Para os moradores participantes também foi necessário significativo esforço para
adotar em seus processos de decisão novos métodos, instrumentos e critérios que se
originaram de uma outra racionalidade; para representar adequadamente suas respectivas
comunidades; para articular os interesses de sua própria comunidade aos interesses das
demais quatro. Na maior parte das comunidades, especialmente as mais coesas, houve
reuniões comunitárias paralelamente a este projeto, para que as lideranças fizessem
consultas e coletassem as decisões coletivas, antes de encaminhá-las às oficinas.
Essas lideranças comunitárias, através desse processo participativo de planejamento
e da realização de tarefas (em especial as consultas às suas respectivas comunidades),
apresentaram e discutiram seus problemas, familiarizaram com estes, descobriram novos
(em suas próprias comunidades e nas demais), encontraram suas causas, e desta forma
perceberam eventuais soluções para muitos deles.
Outro fator que gerou certa dificuldade para a equipe foi a própria abordagem
metodológica do projeto, pois esta apresenta um caráter imprevisível, ou seja, as atividades
dependem das decisões coletivas para a sua construção e como os quilombolas têm um
sistema de organização comunitária diferente – suas decisões são sempre tomadas por
consenso, não há votação e decisão pela maioria – ficou complicado planejar atividades
futuras, ou fechar o cronograma de trabalho, devido à demora em se obter as decisões dos
moradores no período de tempo disponível e inicialmente previsto. Por outro lado o hábito
da equipe, de decidir rapidamente para satisfazer o cronograma de trabalho, se preciso sob
votação pela maioria, produzia um ambiente tenso e fomentava a sensação de vencedores e
perdedores. Esse foi o descompasso inicial entre equipe e os moradores, cada um estava
acostumado com seu sistema de trabalho. Mas com o passar das reuniões (Oficinas) tal
diferença foi amenizada, com cada um aprendendo com o outro.
O inicio das Oficinas de Coordenadores foi realmente o momento que o grupo
enfrentou as maiores barreiras, mas no decorrer do trabalho vimos que estas foram
superadas e as metas alcançadas. Para eliminar o descompasso inicial e fortalecer a
metodologia utilizada, foi introduzida uma estratégia inicialmente não prevista: reuniões
com um representante de cada comunidade foram realizadas entre as etapas da Oficina de
Coordenadores, para avaliação e redirecionamento das atividades, contribuindo para
ressaltar pontos positivos e melhorar as falhas das Oficinas; contando com número
reduzido de participantes, estas reuniões permitiram que todos se sentissem à vontade para
manifestar-se.
A alternância dos locais de realização das Oficinas de Coordenadores contribuiu
para a integração entre as comunidades pois diversas lideranças só conheceram suas
comunidades vizinhas graças às reuniões de trabalho deste projeto. Esta estratégia permitiu
também que os moradores participantes entrassem em contato direto com os principais
problemas das demais comunidades e criassem laços de companheirismo.
As Atividades Comunitárias Abertas (dança, capoeira, ervas etc), embora não
fossem o foco principal deste projeto, trouxeram importantes informações à equipe e às
lideranças comunitárias e permitiram atingir, de forma complementar às Oficinas de
Coordenadores, a missão de fortalecer e integrar as cinco comunidades quilombolas.
Através das atividades (brincadeiras, leituras, encenações e contação de histórias)
com as crianças foi possível observar o grande potencial de se trabalhar com este segmento
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
da população quilombola. Receptivas, criativa, ativas e interessadas, as crianças
demonstraram que querem participar de atividades organizadas, que não são comuns nas
comunidades, salvo aquelas promovidas pelas escolas locais. Foram observadas algumas
dificuldades de percepção espacial e de conexão com a história quilombola, aspectos que
poderiam ser melhor trabalhados no contexto escolar. No trabalho com as crianças houve
limitações, por parte da equipe, de natureza organizacional e pedagógica; já que pouco
tempo foi dedicado a esta preparação, devido à intensidade exigida para a preparação das
Oficinas de Coordenadores.
A dança tradicional em grupos mostrou-se importante como atividade comunitária
para integração e valorização cultural. Pelos relatos feitos pelos moradores e pelas
observações da equipe, pode-se constatar o risco que as comunidades têm de extinção deste
tipo de manifestação. Os mais velhos, que melhor dominam as danças, não se sentem
valorizados – pelos demais comunitários e pelos jovens e crianças – por esta atividade. É
difícil para os dançarinos disporem de tempo devido à concorrência com atividades
domésticas, agrícolas e de geração de renda. Moradores vinculados a igrejas evangélicas,
mesmo que ainda saibam dançar, não mais o fazem. Não há mais rabequeiros e, dos poucos
violeiros que ainda existem, a maior parte não conhece as músicas dessas antigas danças.
Há, por outro lado, grande interesse em se recuperar o hábito de dançar e,
preferencialmente, de fazer apresentações nas comunidades e fora delas, especialmente
com benefícios econômicos e financeiros.
A capoeira foi a principal atividade aberta de integração em cada comunidade e
entre as comunidades. Embora já existam muitos moradores que praticam capoeira, a
abordagem levada pelo Grupo Cultural Semente de Esperança surpreendeu e agradou os
capoeiristas locais e os demais moradores. A capoeira não foi apresentada como uma luta,
mas sim como um jogo de ritmo, dança e ginga no qual os participantes não são
adversários, mas sim companheiros que estão aprendendo um com o outro. A experiência
anterior das comunidades, com um instrutor de capoeira de Eldorado, havia sido de luta,
disputa e de agressão, o que havia afugentado crianças e jovens – em especial mulheres.
Foi apresentado também o contexto histórico da capoeira e seu caráter de união entre os
integrantes dos antigos quilombos no Brasil, que não eram somente os negros fugidos, mas
também negros libertos, índios e brancos. Além do jogo em si, esta atividade também teve
oficina de ritmo, samba de roda e de construção de instrumentos (a partir dos recursos
naturais locais). Esta última motivou os moradores da comunidade de André Lopes a
pensar em uma atividade para geração de renda. O sucesso desta atividade levou a um
projeto de extensão de 12 meses de duração a ser realizado pela Unicamp e Grupo Cultural
Semente de Esperança.
A atividade de histórias, casos e lendas foi a mais representativa do objetivo das
lideranças de resgatar e valorizar a memória das comunidades quilombolas. Os moradores
antigos sentem muito prazer em contar suas lembranças; vários jovens mostram-se
interessados nesta recuperação, especialmente porque lhes dá um forte sentimento de
identidade e de pertencimento; algumas crianças também gostam de ouvir os mais antigos,
entretanto são muito ativas e facilmente se dispersam neste tipo de atividade. Os
participantes destas atividades sugeriram duas estratégias para esta recuperação: 1) a
criação de um espaço de encontro para que os mais novos pudessem ouvir e tomar
conhecimento, como havia anteriormente à eletricidade e à televisão; 2) a produção de
material escrito que pudesse ser lido pelas crianças e, eventualmente, aproveitado pela
escola. Formalmente apenas duas comunidades fizeram esta atividade, mas nos contatos
informais com os demais moradores sempre foi possível ouvir sobre as origens e histórias
antigas das comunidades. Há um imenso campo a ser trabalhado junto a essas
comunidades, não só para que se possa recuperar suas histórias mas também para gerar
produtos e atividades que permitam a obtenção de renda para as mesmas.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
O levantamento de ervas medicinais, realizado em Galvão, teve um caráter
superficial e apenas ilustrativo. Questões relativas aos direitos autorais e ao
reconhecimento dos conhecimentos tradicionais ainda devem ser resolvidas para que esta
ação possa ser aprofundada. As lideranças comunitárias têm plena consciência de que
podem ser utilizadas indevidamente para que terceiros se beneficiem em detrimento de
seus direitos.
A caminhada ecológica realizada em André Lopes mostrou a necessidade de um
processo de educação ambiental com caráter lúdico, de maneira a envolver as crianças e
adolescentes, já que a maior parte dos jovens e adultos têm plena consciência dos
problemas ambientais causados pela deposição de resíduos e pelo uso inadequado dos
recursos naturais. Entretanto, esta questão não é simples e deve sempre ser abordada de
uma maneira ampla. Aspectos econômicos, que afetam diretamente a sobrevivência das
famílias, estão associados ao uso dos recursos naturais locais, especialmente florestais,
água e solo (para agricultura). Estão em curso estudos e discussões sobre políticas públicas
e legislação ambiental, de maneira a assegurar simultaneamente a conservação ambiental e
a sobrevivência da população. As limitações para o correto destino do lixo são as mesmas
da zona urbana: hábitos dos moradores e visitantes, possibilidades econômicas dos
moradores, participação da municipalidade.
Todas as atividades comunitárias abertas atingiram os objetivos propostos, embora
em alguns casos as metas estabelecidas não tenham sido totalmente atingidas. Foi através
destas atividades que a equipe pôde ampliar suas relações a outros moradores, além das
lideranças participantes das Oficinas de Coordenadores. Através destas atividades o projeto
teve maior visibilidade e as Associações foram valorizadas: todas as demandas
apresentadas pelos moradores nas atividades abertas foram encaminhadas às lideranças; os
participantes das atividades abertas foram sempre motivados para apresentar às associações
suas reivindicações. Foi também, através destas atividades que os moradores, em geral,
tomaram contato com o projeto e com a equipe.
A equipe da Unicamp teve uma oportunidade única de crescimento pessoal, que se
iniciou pela constituição da própria equipe, a qual contou com pessoas de diversas áreas
(engenharias, tecnologia, ciências sociais e música) e com pensamentos e ideologias bem
heterogêneos. Soma-se a isso a superação das inúmeras inseguranças do grupo quanto ao
pouco conhecimento das comunidades aonde o projeto viria a se realizar e as incertezas
sobre o próprio trabalho.
Outra grande oportunidade de crescimento foi o contato com a cultura quilombola.
Durante as visitas as comunidades, de maneira geral, as pessoas foram muito receptivas, se
mostrando interessadas no trabalho e alegres em dizer como viviam ali e em contar suas
histórias. As comunidades que abrigavam temporariamente a equipe da Unicamp, uma
comunidade diferente a cada visita, sempre encontravam uma maneira de fazer uma
socialização para os membros da equipe participarem, e estas socializações foram muito
importantes para a integração entre equipe e comunidade e para que a equipe
compreendesse melhor os costumes e valores das comunidades quilombolas.
Apesar de todas as vantagens e o crescimento propiciado pelo projeto, a equipe
Unisol/Unicamp teve problemas com a logística. Houve atrasos provenientes de
engarrafamentos na BR-116, uma estrada muito perigosa. O transporte de material
(alimentos, colchões e equipamentos) de uma comunidade para outra muitas vezes tomava
muito tempo e energia, fazendo a equipe se atrasar para seus compromissos ou deixar de
fazer reuniões e discussões para organizar o alojamento. Tanto em Eldorado como em
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Campinas, a cada quinze dias tinha que ser organizado e obtido todo o material a ser
levado, feita a compra de comida e materiais de consumo, realizado o transporte.
A obtenção de material para o trabalho foi problemática: para realizar algumas
atividades a equipe teve que disponibilizar material pessoal, emprestar de terceiros e de
Unidades da Unicamp. Algumas atividades tiveram que ser reorganizadas ou canceladas
pela falta dos materiais necessários para a sua realização – o que muitas vezes gerou
desmotivação da equipe.
Os quilombolas têm clareza da necessidade de união e resgate cultural. Crêem que
sem essas vertentes possivelmente não existirá um futuro comum melhor a todos.
Identificam que atualmente um dos maiores problemas quilombolas é o confronto
direto entre passado e presente e que as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira têm
como desafio conciliar esses caminhos.
Algumas questões permeiam as conversas dos moradores com os quais a equipe teve
maior contato:
- Como enfrentar as dificuldades financeiras sem perder as tradições?
- Como encarar a modernidade que também traz consigo as drogas e a violência?
- Como contornar o descaso político e traçar metas?
- Como trazer os jovens quilombolas para as discussões?
- Que comunidades queremos para as próximas gerações?
RESUMO
Quanto à metodologia do projeto
¾
Abordagem participativa
Para as Oficinas de Coordenadores as associações decidiram pela participação de até
quatro coordenadores ou lideranças de cada comunidade. Efetivamente houve a
participação de quatro moradores de São Pedro, quatro de André Lopes, quatro de Sapatú,
dois de Galvão (eventualmente três) e um de Ivaporunduva (alternando entre quatro
coordenadores). Todas as etapas foram participativas.
As Atividades Comunitárias Abertas contaram com a participação dos moradores
interessados, independente de serem associados ou não.
¾
Os participantes são agentes ativos dos processos de decisão e organização, cabendo
à equipe da Unicamp o papel de mediadora, questionadora e facilitadora.
Tanto nas Oficinas de Coordenadores quanto nas Atividades Comunitárias Abertas os
participantes tiveram plena liberdade de propor e decidir quais, quando, aonde e como
seriam as atividades, resguardadas as decisões sobre métodos e instrumentos da trabalho
escolhidos pela equipe.
Quanto às metas do projeto
¾
Realização de oficina de elaboração de projetos, com foco em três tipos:
infraestrutura, cultural e de capacitação e formação.
ƒ
elaboração de um projeto de infraestrutura em comunicação - Realizado.
ƒ
elaboração de um projeto cultural - Realizado
página 62
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ƒ
¾
elaboração de um projeto de capacitação e formação – Não realizado
Realização de encontros comunitários (forma e temas a definir) com a participação de
convidados externos.
Não realizado
¾
Realização de atividades comunitárias com caráter integrativo e de valorização da
cultura quilombola.
ƒ
em todas as comunidades:
ƒ
histórias, casos e lendas – Realizado somente em Galvão e São Pedro
∗ brincadeiras – Realizado em todas
em comunidades específicas
∗
∗
∗
∗
∗
¾
músicas e danças – Realizado em Sapatu
capoeira – Realizado em André Lopes e São Pedro
ervas (adicional) – Realizado em Galvão
caminhada ecológica (adicional) – Realizado em André Lopes
Organização de um evento final com caráter cultural e festivo.
Realizado
Quanto aos objetivos específicos do projeto
1. Os seguintes objetivos específicos foram atingidos:
¾ Capacitar coordenadores das associações envolvidas na elaboração de projetos de
interesse das comunidades através da elaboração de projetos concretos.
indicadores:
¾
ƒ
projeto de telefonia elaborado e submetido a financiadores
ƒ
projeto de encontro cultural elaborado, financiado e executado
Integrar as associações.
indicadores:
ƒ
projetos elaborados por todas associações e para as cinco comunidades
ƒ
discussão integrada de problemas e soluções
2. Os seguintes objetivos específicos não puderam ser verificados:
¾ Fomentar e desenvolver o espírito associativista entre os moradores.
indicadores:
ƒ
aumento do número de associados
ƒ
aumento do número de participantes nas assembléias comunitárias
ƒ
aumento do número de associados com mensalidade em dia
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
¾
Aumentar a participação dos moradores nas respectivas associações.
indicadores:
ƒ
¾
ampliação dos moradores que participam das coordenadorias das associações
Melhorar a capacidade de gestão e administração das coordenadorias das
associações.
indicadores:
ƒ
diminuição da necessidade de parcerias externas para a administração e
gestão das associações
ƒ
aumento do numero de moradores capazes de administrar as associações
66 C
CO
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NC
CL
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A. O projeto, desde sua elaboração até sua conclusão, foi totalmente participativo.
B. A aplicação do princípio da participação no desenvolvimento do projeto trouxe um
envolvimento efetivo das lideranças comunitárias e dificuldades adicionais quanto
ao seu gerenciamento e quanto à capacitação da equipe.
C. O planejamento participativo mostrou-se estratégia fundamental no
desenvolvimento deste trabalho e produziu definições por parte das lideranças
participantes que, embora por vezes inesperadas à equipe, permitiram a integração
das diferentes associações em torno de um mesmo objetivo comum e negociado.
D. As decisões coletivas foram tomadas pelas lideranças participantes sempre de
maneira consensual e as eventuais divergências de posições foram explicitadas e
esmiuçadas em processos de esclarecimentos e negociações sucessivas, sem
prejuízo de nenhum dos integrantes.
E. A oficina de coordenadores mostrou-se atividade importante na interação e
integração entre as distintas associações.
F. A estratégia de realizar a oficina de coordenadores em diferentes comunidades
permitiu que lideranças conhecessem melhor – e algumas pela primeira vez – as
comunidades vizinhas.
G. Sete carências – ou problemas – pode ser apontado como os eixos das
reivindicações das cinco comunidades: geração de renda; integração e articulação
entre comunidades; integração intra comunidade; infra-estrutura comunitária,
atendimento dos direitos básicos e cidadania; organização e capacidade gerencial
das associações; perda de manifestações culturais tradicionais e enfraquecimento da
identidade coletiva; divergência dos objetivos dos jovens e dos mais antigos.
H. O trabalho atingiu a maior parte aos objetivos específicos propostos; alguns destes
somente poderão ser comprovados com resultados que ainda deverão ser levantados
pelas associações das cinco comunidades.
I. Pode-se afirmar, pelas ações decorrentes deste trabalho, que as comunidades
encontram-se mais fortalecidas e integradas e que, portanto, o objetivo foi atendido.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
77 A
AN
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EX
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OSS
I. Proposta de Ação da Unicamp
II. Projeto Final elaborado com as lideranças comunitárias
III. Relatório da primeira visita precursora
IV. Anteprojeto da equipe para enviar às lideranças comunitárias
V. Relatório da segunda visita precursora
VI. Carta aos presidentes das cinco associações
VII. Cartaz-convite para as cinco comunidades
VIII. Atividades e Programa do Encontro Quilombola
IX. Projeto de Telefonia
página 65
ANEXO I
Proposta de Ação da Unicamp
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
UNISOL
Programa Quilombos
PROPOSTA DE AÇÃO NAS COMUNIDADES IVAPORUNDUVA E SAPATU
(Vale do Ribeira, SP)
Celso Costa Lopes
Miriam Dupas Hubinguer
Junho de 2003
ANTECEDENTES
Desde 2001, uma equipe multidisciplinar da Unicamp vem realizando pesquisa junto à
comunidade de Ivaporunduva detectando certos aspectos que impedem ou dificultam o
desenvolvimento comunitário.
Ivaporunduva é composta em sua grande parte por agricultores familiares que vivem da
bananicultura com sérias dificuldades de comercialização da produção e obtenção de renda. Isto
acarreta que os jovens não tenham interesse na continuidade das práticas agrícolas e encontremse sem perspectiva, dado que inexistem ofertas de emprego na região, por ser esta a mais pobre
do Estado de São Paulo.
A comunidade é relativamente organizada, contando com uma Associação de
Moradores que tem obtido vários recursos e benfeitorias, restringindo no entanto seu uso apenas
aos associados.
Há diversos grupos (ONG´s e Universidades) atuando no local, em parcerias
interessantes à Associação e aos moradores, mas sem integração e por vezes com sobreposição
desnecessária ou conflito de ações e interesses.
Embora haja um conjunto razoável de projetos em execução, os moradores
apresentaram à equipe da Unicamp algumas carências, por exemplo, treinamento em
informática aos jovens, em cálculo de preços e custos dos doces que fabricam, em serviços de
hotelaria.
Vizinha a Ivaporunduva, há outra comunidade remanescente de quilombo, Sapatu.
Tendo conhecimento da pesquisa em desenvolvimento pela Unicamp, a Fundação Instituto de
Terras do Estado de São Paulo (ITESP) solicitou uma ação junto a essa comunidade para o
treinamento em processamento de doce de banana, já que essa instituição construiu um prédio
para instalação de uma fábrica de derivados de banana. Entretanto em visita ao local, percebeuse em conversa com um morador, que o prédio teria sido construído sem a aceitação consensual
da comunidade, informando o mesmo que alguns querem continuar apenas com a atividade
agrícola e outros, em virtude do desenvolvimento do ecoturismo na região, querem usar o
prédio para montar um pequeno restaurante. Isto evidencia a falta de integração comunitária e
falta de articulação desse órgão público com a comunidade. Eventualmente, a existência de
conflitos entre os moradores.
JUSTIFICATIVAS E RESULTADOS ESPERADOS
A experiência da Unicamp no Programa UNISOL desde 1996, aliada à oportunidade
oferecida pelo Programa Quilombos, permite a apresentação da presente proposta.
Adicionalmente, o professor responsável por este trabalho (Celso Costa Lopes), além de já ter
participado do módulo Especial (1999 e 2000), atuou na equipe de coordenação geral e de
capacitação de sete equipes nos módulos Nacional e Especial (2001) e atualmente desenvolve
projeto de pesquisa participativa junto à comunidade de Ivaporunduva, coordenando equipe
multidisciplinar de seis pesquisadores.
67
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
A análise preliminar da situação dessas duas comunidades remanescentes de quilombos
traz a expectativa de que os princípios estabelecidos pela Unicamp para a ação comunitária,
bem como as estratégias usualmente utilizadas nas respectivas atividades, podem contribuir no
desenvolvimento dessas comunidades. Especificamente, os seguintes resultados são esperados:
A) Fortalecer o associativismo nas comunidades, articulando os moradores em um diálogo de
inclusão, e capacitando os coordenadores e diretores das Associações na gestão de recursos
e na habilidade de integração dos comunitários. Como diretriz, pode-se trabalhar na
identificação dos conflitos existentes, fazendo-os vir à tona em um processo participativo e
democrático, de maneira que as atitudes de exclusão (e de auto-exclusão) possam ser
mitigadas.
B) Resgatar a auto-estima dos jovens e capacitá-los para a obtenção de renda em atividades que
possam ser desenvolvidas localmente ou ainda naquelas competências pessoais exigidas
pelo mercado de trabalho local. Não há a pretensão de substituição ou concorrência às ações
de capacitação profissional existentes, mas antes se deseja potencializar as mesmas e gerar
demandas para outras inexistentes, incentivando os moradores para que se articulem com
órgãos públicos e instituições de caráter social no atendimento das demandas identificadas.
C) Capacitar os moradores para que possam enfrentar as dificuldades tecnológicas, comerciais e
organizacionais das suas atuais atividades produtivas com finalidade de geração de renda.
Como diretriz, será dada ênfase no aprimoramento da capacidade de articulação e
integração entre as famílias, no contexto do associativismo e cooperativismo, e destas com
agentes do desenvolvimento local.
D) Fortalecer, integrar e articular as diferentes atividades de pesquisa e de desenvolvimento que
estão sendo aplicadas nas comunidades por distintos atores. A efetividade de tais projetos
no desenvolvimento socioeconômico e cultural das comunidades pressupõe a participação
crítica de todas as famílias, sem exclusão. Alguns projetos, já conhecidos, mostram o
potencial transformador de uma ação integrada e sinérgica entre os diferentes atores (outros
serão melhor detalhados na viagem precursora):
• projeto do NEPA/Unicamp, financiado pelo CNPq Agricultura Familiar (R$80.000,00)
e pela PREAC/Unicamp (R$30.800,00)
• projeto de bananicultura do ISA, financiado pelo MMA/PD-A
• projeto de artesanato do ISA, financiado pelo MMA/PD-A
• projeto de melhoria de infraestrutura das comunidades quilombolas do ITESP,
financiado pelo Estado de São Paulo
• programa de desenvolvimento do ITESP, institucional
E) O aprimoramento da autonomia das comunidades de maneira que estas se tornem efetivos
agentes na escolha e construção de seu caminho de desenvolvimento, criando criticamente
com os órgãos públicos, universidades e instituições sociais uma relação de parceria e
colaboração, em substituição à relação de dependência e paternalismo.
OBJETIVO
Aprimorar a capacidade das famílias e comunidades de enfrentamento e superação de
suas dificuldades de desenvolvimento socioeconômico e de obtenção de renda, através da
integração e participação comunitárias, da capacitação em processos produtivos e
organizacionais, e da articulação crítica com agentes externos do desenvolvimento local.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
OBJETIVOS ESPECÍFICOS (METAS)
É evidente que não se pode, sem a viagem precursora, antecipar as demandas das
comunidades. Entretanto, pelo conhecimento que se tem das mesmas, pode-se esperar as
seguintes metas:
¾ capacitar moradores em atividades que gerem renda ou aumentem a empregabilidade;
¾ desenvolver o espírito associativista e fortalecer as Associações dos moradores através
do envolvimento e participação das famílias;
¾ capacitar as lideranças e coordenadorias das Associações na gestão dos recursos
coletivos e na integração dos comunitários;
¾ articular Associação, moradores e os distintos atores que executam projetos na
comunidade e promover um plano estratégico de ações integradas;
¾ formar agentes multiplicadores entre os moradores que foram capacitados.
PRINCÍPIOS DE AÇÃO COMUNITÁRIA
-
-
A atuação da Unicamp no Unisol se dá sob os seguintes princípios:
formação de equipes multidisciplinares;
construção coletiva dos projetos de atuação: equipe (professores e alunos), comunidade
e parcerias;
trabalho de campo envolvendo todas as expressões organizadas, formais e informais da
comunidade (diretoria de associação e lideranças), promovendo a interlocução e
integração das mesmas;
respeito e inclusão das diversidades culturais;
avaliação constante do processo (seleção, preparação, atuação e elaboração do relatório)
por meio de indicadores construídos coletivamente pelos participantes e,
desenvolvimento de uma visão de extensão universitária vinculada ao ensino e em
parceria com a pesquisa.
METODOLOGIA
As ações específicas somente serão definidas após a viagem precursora e posterior
detalhamento do projeto. Entretanto, é diretriz a utilização de situações essencialmente
participativas nas quais a sensibilização, criatividade, integração e o caráter lúdico são aplicados
articuladamente no processo de construção do conhecimento e de desenvolvimento de
competências individuais ou coletivas. Alguns exemplos de estratégias ou atividades podem ser
aqui citados, que já foram anteriormente utilizados por equipes da Unicamp em suas ações
comunitárias.
9 oficinas (de teatro, de artesanato, de leitura, de pintura, de fabricação, de brinquedos e
brincadeiras, de instrumentos musicais etc)
9 reuniões comunitárias ou por grupos comunitários
9 planejamento participativo
9 avaliação participativa
9 resgate histórico e produção de memória escrita
9 exposição da produção de grupos comunitários
9 feira de produção e artes
9 shows com os próprios moradores
9 curso de treinamento
9 capacitação de gestores de conselhos comunitários
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
9
9
9
9
9
integração de idosos e crianças através do “contar histórias”
resgate cultural e documentação dos resultados (em vídeo)
desenvolvimento e capacitação de lideranças
atividades de sensibilização e integração
brincadeiras dirigidas com crianças e adolescentes
PLANEJAMENTO
seleção dos alunos
Será feita divulgação do projeto junto aos alunos de graduação de todos os cursos da
Unicamp que apresentarão, na inscrição, suas experiências e expectativas quanto à extensão
comunitária.
Serão selecionados trinta alunos através da análise das fichas de inscrição, privilegiando
a multidisciplinaridade e a ausência de participação no Unisol. Esses alunos passarão por um
final de semana de atividades com total de 16 horas, realizando trabalhos em equipes e
participando de dinâmicas com as quais serão selecionados dez, que melhor se adaptem a este
tipo de trabalho coletivo.
Além desses dez alunos serão convidados, após a viagem precursora, mais três que já
tenham participado do Unisol, reforçando as áreas de conhecimento mais demandadas pelas
comunidades.
Além do professor responsável, integrarão a equipe outros quatro membros, professores
e pesquisadores que atuam em comunidades.
viagem precursora
Será feito o levantamento das reivindicações em reunião comunitária previamente
agendada, na qual serão aplicadas situações de integração e sensibilização, além da exposição
do Programa Quilombos do Unisol e da proposta da Unicamp. Nessa reunião serão escolhidas,
pelos presentes, as lideranças e representantes comunitários que farão a interlocução com a
equipe da Unicamp e cuidarão dos preparativos prévios e das condições de apoio.
Os dados qualitativos e quantitativos dos aspectos socioeconômicos e culturais da
comunidade serão levantados junto às associações e moradores.
A infraestrutura de apoio e logística será caracterizada.
Os locais serão fotografados e gravados em vídeo.
Serão realizadas visitas às famílias, na busca de informações complementares.
As decisões sobre o projeto serão tomadas coletivamente pelas lideranças e
representantes comunitários. As tarefas e responsabilidades para a preparação da estadia da
equipe serão definidas com os mesmos.
capacitação da equipe
Após a viagem precursora e estando constituída a equipe, sua preparação terá o mínimo
de 40 horas de atividade, em dois finais de semana prolongados (de sexta a domingo) incluindo
pernoite. As seguintes etapas serão realizadas:
1º) desenvolvimento de uma dinâmica coletiva de trabalho: formação da equipe;
desenvolvimentos de lideranças;
2º) detalhamento do projeto de atuação na comunidade, partindo das observações
realizadas na viagem precursora e das demandas captadas pelo professor-responsável
(na existência de ações envolvendo parceiros colaboradores das comunidades, serão
feitos contatos com os mesmos) ;
3º) capacitação específica para os temas que deverão ser tratados em campo (com
participação de outros docentes da universidade, pesquisa de materiais, realização de
oficinas, etc.)
4º) elaboração dos planos de ação:
70
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
-
atividades
participantes
locais
materiais
datas e horários
indicadores para avaliação
infra-estrutura local
Definidos os planos de ação, será realizada uma viagem pelo professor responsável e
dois membros da equipe para ultimar os preparativos das atividades e da infra-estrutura de apoio
(alojamento e refeições).
desenvolvimento das ações
De maneira a compatibilizar a atuação dos alunos com suas atividades de aulas e de
propiciar a adequada continuidade às ações nas comunidades, o trabalho compreenderá etapas
em que toda equipe conduz atividades localmente, etapas em que moradores organizados em
grupos de trabalho desenvolvem atividades sem a presença da equipe e etapas de
acompanhamento nos intervalos entre as ações presenciais.
As ações conduzidas por toda a equipe junto às comunidades serão realizadas em três
períodos:
1º) na última quinzena de julho
2º) na última semana de agosto
3º) na última semana de setembro
Entre esses períodos os Grupos de Trabalho (GT) constituídos exclusivamente por
moradores desenvolverão as atividades planejadas.
Serão realizados dois encontros de acompanhamento em meados de agosto e em meados
de setembro, em data agendada com os GT´s. Participarão desses encontros o professor
responsável e parte da equipe de alunos, de acordo com a natureza das atividades dos GT´s.
Os GT´s terão os números dos telefones da equipe, de maneira que possam fazer contato
a qualquer tempo, se necessário.
avaliação
A avaliação será feita através dos indicadores das ações específicas e de reuniões gerais
com a comunidade.
relatório
O relatório será elaborado coletivamente pela equipe e será constituído por: descrição e
análise das atividades; avaliação das ações e do projeto; fotos; impressões pessoais; documentos
e outros materiais produzidos pela comunidade.
COORDENAÇÃO
Professor Responsável e coordenador da equipe em campo: Celso Costa Lopes
telefones: (19) 3788-7773 (Unicamp) / 3289-6151 (res) / 9700-1681 (cel)
e-mail: [email protected]
Na seleção, capacitação desenvolvimento das ações e avaliação participarão excoordenadores de equipes de campo e do Programa Unisol da Unicamp, além de pesquisadores
que atualmente atuam em comunidades.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Para a capacitação serão convidados professores de diversas áreas da Unicamp (Artes
Cênicas, Artes Plásticas, Filosofia, Educação, Sociologia, Antropologia, Lingüística, Medicina,
Engenharia, Educação Física) que já participaram de outras capacitações, além de colaboradores
externos à Unicamp e alunos que já atuaram no Unisol.
CRONOGRAMA
PERÍODO
3 a 6 de junho
7 a 10 de junho
14 e 15 de junho (sábado das 9h às 18h e
domingo das 8 às 17h = 16 horas em atividades)
18 de junho
19 a 21 de junho
27 a 29 de junho (contínuo, de sexta 19h a
domingo 12h = 22 horas em atividades)
1 a 3 de julho
4 a 6 de julho (contínuo, de sexta 19h a domingo
12h = 22 horas em atividades)
7 a 11 de julho
12 a 27 de julho
a agendar (2 dias)r
25 a 31 de agosto
a agendar (2 dias)r
22 a 28 de setembro
outubro
ETAPA DO PROJETO
inscrição de alunos
1ª seleção de alunos
capacitação (1ª fase) e avaliação dos alunos
selecionados
constituição da equipe
viagem precursora
capacitação – 2ª fase
arranjo da infraestrutura local
capacitação – 3ª fase
preparação do material pelas equipes
1º período da ação em campo
encontro de acompanhamento
2º período da ação em campo
encontro de acompanhamento
3º período da ação em campo
confecção do relatório
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO II
Projeto Final elaborado com as
lideranças comunitárias
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Universidade Estadual de Campinas
PREAC
Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
Programa Universidade Solidária
Projeto:
Fortalecimento de Associações de
Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira
(SP)
Coordenadores:
Celso Costa Lopes
Miriam Dupas Hubinguer
Parceria Institucional:
UNISOL - Universidade Solidária - Programa Quilombos
Patrocínio:
UNISOL-CNPq
UNICAMP/PREAC – Fundo de Apoio à Extensão - FAE
31 de Julho de 2003
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Equipe Autora:
da Unicamp
Bruna M. Vasconcelos
Celso Costa Lopes
Elisangela Moura
Flavio Fernando Boni
Francine Baruffi
Glaucia de Moura
Karin Deleuse Blikstad
Marcelo Mazzola
Mateus Duque Erthal
Miriam Dupas Hubinger
Patricia Carneiro de Oliveira
Pedro Henrique Pereira Costa
Wilon Mazalla Neto
das Comunidades
Amarildo M. de França
Antonio Morato
Claudina Rodrigues dos Santos
Doraci Furquim
Edson Rodrigo da Silva
Eliseo Henrique dos Santos
Geraldo Furquim
Gino Florindo dos Santos
Gizele Souza Silva Pereira
Ilza de Andrade S. Pereira
Jaziel Aparecido Santos
José Rodrigues Silva
Jovita Furquim
Maria da Guia Silva
Maria Gonçalves Fonseca
Mauricio P. Lupo
Nodir Dias da Guia
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
APRESENTAÇÃO
Este é um projeto participativo.
É soma dos esforços multidisciplinares e multiculturais de equipe da Unicamp,
de moradores remanescentes de quilombos dos bairros de André Lopes, Galvão,
Ivaporunduva, São Pedro e Sapatu (município de Eldorado – SP) e de coordenadores de
suas respectivas associações.
É também um projeto em construção.
A dinâmica do trabalho comunitário, pautada na relação dialógica dos
participantes e na ação reflexiva, complementa continuamente este projeto
transformando-o, dando-lhe diferentes faces e aproximando-o, a cada vez, da identidade
dessa população quilombola, na sua específica expressão em parceria crítica com a
Universidade Pública.
Com tais características, sua completa e detalhada descrição não é possível a
priori. Assim, o presente documento procurará mostrar, prioritariamente, as
possibilidades e potencialidades ao longo e ao cabo do trabalho já em andamento, a
partir das dúvidas e certezas atuais.
Para maior clareza, a seção Antecedentes e Preparativos, apresentada em base
cronológica, resgata as origens formais do projeto e explicita o referencial conceitual
através dos princípios, diretrizes e estratégias deste trabalho comunitário.
As demais seções complementam o documento: Objetivo, Objetivos Específicos,
Metas, Metodologia, Cronograma de Atividades, Recursos Necessários.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANTECEDENTES E PREPARATIVOS
Este projeto tem origem em convite da Coordenação da Universidade Solidária para a
participação da Unicamp em seu Projeto Quilombos.
Cronologia
A elaboração deste projeto foi feita a longo de aproximadamente cinco semanas com a
participação da equipe da Unicamp e dos coordenadores das associações de
remanescentes de quilombos dos bairros André Lopes, Galvão, Ivaporunduva, São
Pedro e Sapatú.
Para melhor compreensão das diversas fases de elaboração do projeto foi organizada a
tabela abaixo com a cronologia dos eventos mais relevantes.
Data
02/06
Evento
elaboração da Proposta de Ação
Resultado
proposta elaborada e enviada à PREAC e UniSol
3 a 6/6
inscrição de alunos
13 alunos inscritos
14 e 15/6
capacitação (1ª fase)
apresentação; conceitos e princípios; integração
16 a 26/6
levantamento de informações
dados e informações levantadas e analisadas
19 a 21/6
1ª viagem precursora –
apresentação da Proposta de
Ação
contraproposta apresentada pela Associação de
Ivaporunduva envolvendo 5 Associações; encontro com
coordenadores de outras 4 Associações; levantamento de
proposições das Associações
27 a 29/6
capacitação da equipe – 2ª fase
análise da resposta das associações; elaboração de préprojeto de atuação; integração; planejamento das demais
etapas de capacitação
1/7
2ª viagem precursora (com 3
integrantes da equipe)
reunião com coordenadores das cinco associações;
apresentação do pré-projeto;
4 a 6/7
capacitação da equipe – 3ª fase
7 a 11/7
preparação do material
8/7
capacitação da equipe –oficina
de planejamento participativo
conceitos, métodos e instrumentos
9 a 11/7
3º visita precursora (com um
integrante da equipe)
reunião com coordenadores das cinco associações;
apresentação da segunda versão do projeto; definição das
primeiras etapas do projeto; logística definida
16/7
capacitação da equipe –oficina
de planejamento participativo
desenvolvimento de uma proposta de trabalho em campo
20 a 24/7
visitas familiares e reuniões
comunitárias
25/7
oficina de trabalho da equipe
26/7
encontro de coordenadores
elaboração da segunda versão de projeto; integração;
oficinas e palestras específicas para equipe; planejamento
para a primeira etapa em campo
obtenção e aquisição de materiais; obtenção, leitura e
análise de publicações
reconhecimento do local e contato com moradores
definição das atividades comunitárias
priorização dos problemas das coordenações e seleção dos
meios para aborda-los
organização da logística
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Constituição, Preparação e Capacitação da Equipe da Unicamp
A equipe foi continuamente preparada e capacitada para o projeto porém pode-se
destacar, formalmente, os seguintes momentos neste processo:
¾
¾
¾
¾
¾
¾
¾
¾
¾
¾
¾
1º encontro - apresentação da proposta; conceitos e princípios; integração;
constituição da equipe: 14 e 15/6 (12 horas)
1ª visita precursora: 21 a 23/6
levantamento e leitura de informações: 16 a 26/6
2º encontro - análise da resposta dos coordenadores; integração; planejamento das
demais etapas de capacitação: 27 a 29/6 (24 horas)
levantamento e pesquisa de dados, informações e publicações: 30/6 a 3/7
2ª visita precursora (3 integrantes da equipe): 1/7
3º encontro - elaboração da proposta de projeto (oficinas e atividades); integração;
oficinas específicas; planejamento dos preparativos para a primeira etapa em campo:
4 a 6/7 (24 horas)
oficina de planejamento participativo:
preparativos: obtenção e aquisição de materiais; obtenção de publicações: 7 a 17/7
3º visita precursora (1 integrante da equipe): 9 a 11/7
primeira etapa em campo: contato inicial e reformulação de (pré)conceitos
A Proposta de Ação da Unicamp
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Princípios de Atuação da Unicamp no
Programa Universidade Solidária
‰
‰
Em resposta a demanda da UniSol, foi
preparada a Proposta de Ação nas
Comunidades Ivaporunduva e Sapatu Vale do Ribeira, SP, tendo a mesma sido
encaminhada à UniSol e à da PróReitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários – PREAC.
‰
‰
‰
Na elaboração desta proposta foram
respeitados os princípios da atuação da
Unicamp no Programa Universidade
Solidária (ver quadro ao lado).
‰
formação de equipes multidisciplinares;
construção coletiva dos projetos de
atuação: equipe (professores e alunos),
comunidade e parcerias;
trabalho de campo envolvendo todas as
expressões organizadas, formais e
informais da comunidade (diretoria de
associação e lideranças), promovendo
a interlocução e integração das
mesmas;
respeito e inclusão das diversidades
culturais;
avaliação constante do processo
(seleção, preparação, atuação e
elaboração do relatório) por meio de
indicadores construídos coletivamente
pelos participantes e,
desenvolvimento de uma visão de
extensão universitária vinculada ao
ensino e em parceria com a pesquisa.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
A Proposta de Ação foi elaborada pelos professores Celso Costa Lopes e Miriam Dupas
Hubinger (com a colaboração do professor Sandro Tonso) que, em uma análise inicial a
partir de sua experiência prévia em Ivaporunduva em projeto de pesquisa participativa,
apontaram a existência das seguintes dificuldades nas comunidades:
(a) desinteresse dos jovens pelas práticas agrícolas e interesse de permanência na
comunidade;
(b) baixa renda familiar e inexistência de oportunidades de trabalho e de geração de
renda;
(c) conflitos entre moradores em relação aos objetivos e organização comunitários;
(d) dificuldades na gestão e administração das associações;
(e) pouca articulação institucional entre as associações e parceiros do desenvolvimento
local ou, quando existente, falta de integração entre distintos parceiros
.
Dado o excesso de subjetividade
dessa análise e o fato de que as
lideranças comunitárias não haviam
sido ainda formalmente ouvidas, o
objetivo da proposta foi construído de
forma ampla e de maneira que
incorporasse as associações e os
comunitários
no
processo
de
definição, construção e execução de
projeto futuro (ver quadro ao lado). A
visita precursora, etapa importante da
metodologia de ação da UniSol, seria
o marco para o início do projeto.
Objetivo apresentado na Proposta de
Ação da Unicamp
Aprimorar a capacidade das famílias e
comunidades
de
enfrentamento
e
superação de suas dificuldades de
desenvolvimento socioeconômico e de
obtenção de renda, através da integração e
participação comunitárias, da capacitação
em
processos
produtivos
e
organizacionais, e da articulação crítica
com agentes externos do desenvolvimento
local.
Na impossibilidade de antecipar as demandas das comunidades sem a viagem precursora
foram definidas algumas metas possíveis (ver quadro abaixo).
‚
‚
‚
‚
‚
As metas possíveis apresentadas na Proposta de Ação da Unicamp
capacitar moradores em atividades que gerem renda ou aumentem a empregabilidade;
fortalecer as Associações dos moradores através do envolvimento e participação das
famílias;
capacitar as coordenadorias das Associações na gestão dos recursos coletivos;
articular Associação, moradores e os distintos atores que executam projetos na
comunidade e promover um plano estratégico de ações integradas;
formar agentes multiplicadores dentre os moradores que foram capacitados.
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Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Dado o caráter participativo do projeto,
as ações específicas nas comunidades
não puderam ser definidas por ocasião
da elaboração da proposta inicial.
Entretanto, adotou-se como diretriz a
utilização de situações essencialmente
participativas nas quais a sensibilização,
criatividade, integração e o caráter
lúdico são aplicados articuladamente no
processo de construção do conhecimento
e de desenvolvimento de competências
individuais ou coletivas. Alguns
exemplos de estratégias e atividades,
anteriormente utilizadas por equipes da
Unicamp em suas ações comunitárias,
foram citados (ver quadro ao lado).
Estratégias e Atividades: exemplos
oficinas (de teatro, de artesanato, de leitura, de
pintura, de fabricação, de brinquedos e brincadeiras,
de instrumentos musicais etc)
reuniões comunitárias ou por grupos comunitários
planejamento participativo
avaliação participativa
resgate histórico e produção de memória escrita
exposição da produção de grupos comunitários
feira de produção e artes
shows com os próprios moradores
curso de treinamento
capacitação de gestores de conselhos comunitários
integração de idosos e crianças através do “contar
histórias”
resgate cultural e documentação dos resultados (em
vídeo)
desenvolvimento e capacitação de lideranças
atividades de sensibilização e integração
brincadeiras dirigidas com crianças e adolescentes
Os resultados esperados, apresentados na Proposta de Ação, cobriram razoável escopo de
possibilidades sem, entretanto, descaracterizar os objetivos e princípios de atuação.
Resultados Esperados – apresentados na Proposta de Ação
A) Fortalecer o associativismo nas comunidades, articulando os moradores em um diálogo de inclusão,
e capacitando os coordenadores e diretores das Associações na gestão de recursos e na
habilidade de integração dos comunitários. Como diretriz, pode-se trabalhar na identificação dos
conflitos existentes, fazendo-os vir à tona em um processo participativo e democrático, de maneira
que as atitudes de exclusão (e de auto-exclusão) possam ser mitigadas.
B) Resgatar a auto-estima dos jovens e capacitá-los para a obtenção de renda em atividades que
possam ser desenvolvidas localmente ou ainda naquelas competências pessoais exigidas pelo
mercado de trabalho local. Não há a pretensão de substituição ou concorrência às ações de
capacitação profissional existentes, mas antes se deseja potencializar as mesmas e gerar
demandas para outras inexistentes, incentivando os moradores para que se articulem com órgãos
públicos e instituições de caráter social no atendimento das demandas identificadas.
C) Capacitar os moradores para que possam enfrentar as dificuldades tecnológicas, comerciais e
organizacionais das suas atuais atividades produtivas com finalidade de geração de renda. Como
diretriz, será dada ênfase no aprimoramento da capacidade de articulação e integração entre as
famílias, no contexto do associativismo e cooperativismo, e destas com agentes do
desenvolvimento local.
D) Fortalecer, integrar e articular as diferentes atividades de pesquisa e de desenvolvimento que estão
sendo aplicadas nas comunidades por distintos atores. A efetividade de tais projetos no
desenvolvimento socioeconômico e cultural das comunidades pressupõe a participação crítica de
todas as famílias, sem exclusão. Alguns projetos, já conhecidos, mostram o potencial transformador
de uma ação integrada e sinérgica entre os diferentes atores (outros serão melhor detalhados na
viagem precursora):
E) Aprimorar a autonomia das comunidades de maneira que estas se tornem efetivos agentes na
escolha e construção de seu caminho de desenvolvimento, criando criticamente com os órgãos
públicos, universidades e instituições sociais uma relação de parceria e colaboração, em
substituição à relação de dependência e paternalismo.
81
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
A Proposta de Ação, assim concebida e elaborada, seria então apresentada aos
presidentes das associações de remanescentes de quilombos dos bairros Ivaporunduva e
Sapatú na primeira visita precursora. O objetivo desta visita foi o aprimoramento da
proposta, segundo os interesses e possibilidades das duas Associações.
A resposta das comunidades: primeira visita precursora
Em 21 de Junho a Proposta de Ação anteriormente descrita foi apresentada, pelo
prof. Celso Lopes, inicialmente à coordenação da Associação Quilombo Ivaporunduva.
Os coordenadores dessa Associação sugeriram reformulação significativa da
proposta, colocando-se dispostos a participar de um projeto que envolvesse cinco
comunidades vizinhas com o objetivo de capacitar suas coordenações na gestão das
associações, de alcançar maior integração entre as mesmas e de propiciar a articulação
destas com organizações, órgãos públicos e instâncias que afetam o desenvolvimento local.
Em decorrência dessa mudança de perspectiva, foram feitas visitas, juntamente com
o Sr. José Rodrigues da Silva (presidente da associação de Ivaporunduva) aos bairros São
Pedro, Galvão, André Lopes e Sapatú, com a intenção de apresentar a idéia de
Ivaporunduva e de delinear melhor a ação da Unicamp-UniSol. Essas conversas foram
realizadas com a coordenadoria da associação de São Pedro, com o presidente da
associação de Galvão, com o presidente da associação de Sapatu e com membro da
diretoria da associação de André Lopes. Todos concordaram com a participação e fizeram
diversas reflexões e sugestões, tendo ficado agendada uma reunião para 1 de Julho.
No quadro abaixo é apresentada a síntese da proposta elaborada nesses encontros com as
coordenações das cinco associações.
Sugestões feitas nos encontros com as associações de Ivaporunduva, São Pedro, Galvão,
André Lopes e Sapatu
‰
Capacitar as associações para:
‚ organização interna
‚ procedimentos administrativos (contabilidade, ata, registros, contas etc)
‚ melhorar articulação entre associações
‚ aumentar capacidade de reivindicação coletiva junto a órgãos públicos
‚ uso de ferramentas (informática, matemática etc)
‚ melhorar informação e comunicação
‚ fazer projetos para captação de recursos
‚ obter informações sobre oportunidades (recursos, capital, parcerias etc)
‚ buscar soluções para problemas comuns (saúde, telefonia, transporte etc)
‚ ser multiplicadores de outras pessoas
‰
Ações voltadas para as diretorias/coordenações (e lideranças próximas) de 5 ou 6
comunidades: adultos e maiores de 16 anos (homens e mulheres).
‰
Atividades realizadas quinzenalmente, entre sexta e segunda, com um período maior, talvez
até novembro (para não prejudicar as atividades cotidianas dos moradores).
‰
Atividades realizadas alternadamente nas comunidades participantes.
‰
Trabalhar valores associativistas com as crianças (escolas municipais da 1ª a 4ª série).
‰
Equipe da Unicamp em período inicial mais longo (7 a 10 dias) visitara as comunidades e
conversa com os moradores, de maneira a “sentir” o ambiente no qual ocorrerão as ações.
‰
Trabalhar com produção de material áudio-visual (vídeo, fotos) para apoio em atividades de
capacitação, já que há razoável parcela dos moradores que são analfabetos.
82
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
A proposta das comunidades: segunda e terceira visitas precursoras
Depois da primeira visita às cinco coordenações de associações, a equipe da
Unicamp, já em sua segunda fase de capacitação, elaborou a segunda proposta que foi
apresentada (por Celso, Bruna, Marcelo e Wilon) no dia 1 de Julho em reunião com a
presença de 15 pessoas, entre coordenadores de associações e lideranças das cinco
comunidades.
Em síntese, os presentes apresentaram dificuldades das associações, propuseram a
execução de oficinas para capacitação de até quatro coordenadores de cada associação e
também algumas atividades comunitárias a serem definidas pelos moradores. Decidiram
que o trabalho se desenvolveria em 6 fins de semana alternados, sendo que as oficinas
deveriam ser realizadas aos sábados, uma vez em cada bairro. Além disso, decidiu-se uma
primeira etapa em campo para que a equipe conhecesse melhor a realidade local, para que
os moradores fossem ouvidos quanto às atividades e para a realização de um encontro de
coordenadores com o objetivo de decidir sobre o projeto e sua execução.
Elaboração coletiva do projeto: a primeira etapa do trabalho em campo
No período de 19 a 27 de Julho a equipe da Unicamp realizou a primeira etapa do
trabalho em campo, com o objetivo de conhecer melhor a realidade das cinco comunidades,
apresentar a proposta ao conjunto de moradores de cada comunidade, levantar e analisar
dados e informações adicionais e definir coletivamente o projeto, através das associações
locais.
As seguintes atividades foram realizadas:
¾ visita a todas as famílias dos cinco bairros para convida-las a uma reunião comunitária;
¾ conversa (na forma de entrevista semi-estruturada) com alguns moradores para levantar
os anseios dos moradores quanto às atividades abertas propostas e identificar as
potencialidades e restrições locais;
¾ reunião comunitária em cada uma das cinco comunidades
¾ avaliação das informações e impressões e posterior definição da forma de condução da
reunião de coordenadores;
¾ condução da reunião de coordenadores das associações para a definição do projeto.
Visitas às famílias
As visitas tiveram como objetivos: permitir à equipe da Unicamp o conhecimento
mais próximo da realidade local; apresentar-se aos moradores; convidar os moradores para
uma reunião comunitária realizada no mesmo dia; obter subsídios para o encontro de
coordenadores que decidiria pela forma de continuidade do projeto.
Em duplas (um homem e uma mulher) a equipe visitou todas as casas de cada uma
das cinco comunidades. Um convite para a reunião comunitária foi entregue a cada família.
Em alguns casos não foram encontrados moradores nas casas e as duplas deslocaram-se até
áreas próximas de roças para encontra-los.
As entrevistas semi-estruturadas basearam-se em roteiro previamente definido pela
equipe (ver quadro na página a seguir).
83
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Roteiro das Entrevistas
•
•
•
•
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•
•
Quem somos?
Por quê viemos?
O que queremos de você?
Quais suas histórias?
Como é sua família?
Como é viver aqui?
Seus irmãos moram aqui?
•
•
•
•
•
•
•
Participa de alguma atividade cultural?
Quais as vivências comunitárias?
É da associação? Por que?
Quais as dificuldades?
Faz artesanato?
Seus vizinhos, amigos fazem artesanato?
O que você gosta de fazer?
Reuniões Comunitárias
Foi realizada uma reunião comunitária em cada uma das cinco comunidades no
período de 20 a 24 de Julho, uma em cada dia, sempre ao fim da tarde (das 16:30 às 18:00).
Todos moradores puderam participar, tanto associados quanto não-associados. A
freqüência às reuniões foi considerada boa pelos moradores:
20/7 - Sapatu
- 42 presentes
21/7 - Ivaporunduva - 44 presentes
22/7 - São Pedro
- 35 presentes
23/7 - André Lopes - 57 presentes
24/7 - Galvão
- 49 presentes
As reuniões comunitárias desenvolveram-se nas seguintes fases:
abertura - com dinâmica para apresentação das pessoas
introdução – objetivos e tempo da reunião
apresentação do projeto – quem somos; o que é a UniSol e seu histórico; o
que é o projeto Quilombos; qual o trabalho que a Unicamp irá realizar
atividades comunitárias – apresentação de propostas da equipe da Unicamp
e de outras sugeridas pelos moradores durante as visitas familiares;
indicação escolha das atividades mais interessantes para a comunidade
encaminhamentos – explicação das etapas seguintes
encerramento – dinâmica
Como resultado, as seguintes atividades foram indicadas:
André Lopes - capoeira/ brincadeiras / educação ambiental /
Galvão
- histórias / música
Ivaporunduva - teatro / histórias / violeiros
São Pedro
- histórias / dança / música / violeiro
Sapatu
- dança / música / histórias
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Avaliação das visitas e preparação do encontro de coordenadores
Durante todo dia 25 de Julho, através de oficina de trabalho, a equipe avaliou os
resultados das visitas e reuniões comunitárias e preparou o Encontro com Coordenadores.
Encontro de Coordenadores
O Encontro de Coordenadores realizou-se no dia 27/8 na igreja de Ivaporunduva,
sendo os participantes dos demais bairros transportados pela equipe. O Encontro
desenvolveu-se na seqüência mostrada abaixo e seus resultados estão incorporados nas
demais seções deste documento:
Introdução
apresentação do objetivo e abordagem do projeto
apresentação do objetivo e metas do Encontro
dinâmica de apresentação
Quais os problemas no funcionamento das associações?
• apresentação dos problemas das associações aglutinados em três blocos distintos
segundo as categorias identificadas previamente nas visitas precursoras
(comunicação e informação; administração e gestão; participação e integração); dois
tipos de problemas foram apresentados:
o aqueles anteriormente identificados pelos coordenadores nas visitas
precursoras
o aqueles apontados pelos moradores durante as visitas familiares e reuniões
comunitárias (estes foram destacados dos anteriores através da anotação de
um asterisco)
• reorganização, coletivamente pelos participantes, dos problemas entre os três blocos
(com opção de criar blocos adicionais) – nuvens de problemas
• indicação. individualmente pelos participantes, de problemas adicionais e colocação
destes problemas nas nuvens existentes (com opção de abrir outras nuvens)
• nova reorganização dos problemas entre as nuvens, envolvendo negociação entre os
participantes
• priorização, individualmente pelos participantes, dos problemas (muito importante;
importante; nada importante) através de selos coloridos
• elaboração negociada de uma lista de prioridades com oito problemas
Como esses problemas serão trabalhados nas oficinas?
• apresentação, pela equipe, dos meios anteriormente identificados pelos
coordenadores nas visitas precursoras e de outros meios que a equipe sugeriu
• formação de quatro grupos de trabalho com um integrante de cada associação, um
coordenador (equipe) e um anotador (equipe) para seleção do(s) meio(s) mais
adequado(s) para buscar resolver os dois problemas que o grupo recebeu
• colocação das sugestões dos grupos em uma matriz de problemas x meios
• diminuição da complexidade da matriz (equipe)
• solução negociada para encontrar os meios mais adequados para buscar soluções aos
problemas identificados
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Planejamento da Oficina de Coordenadores
• quais atividades? – negociação entre grupo de coordenadores e equipe da Unicamp,
mediada pelo professor coordenador
• quem participa? – manifestação individual dos participantes
• quando e onde serão realizadas?
Planejamento das Atividades Comunitárias
• apresentação dos resultados sistematizados das visitas e reuniões comunitárias
o atividades em todas as comunidades (brincadeiras; histórias, lendas e casos)
o atividades específicas por comunidade (capoeira, música, dança)
• apresentação dos objetivos das atividades comunitárias: resgate histórico-cultural,
integração e valorização do associativismo.
• entrega de tarefa para que coordenadores decidam com suas respectivas comunidades
os horários das atividades
Organização da infraestrutura e apoio logístico
• transporte local
• hospedagem
• refeições
OBJETIVO DO PROJETO
Fortalecer as associações de remanescentes de quilombos de cinco bairros do município de
Eldorado: André Lopes, Galvão, Ivaporunduva, São Pedro, Sapatu.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
¾
Melhorar a capacidade de gestão e administração das coordenadorias das
associações.
¾
Capacitar coordenadores das associações envolvidas na elaboração de projetos de
interesse das comunidades através da elaboração de projetos concretos.
¾
Integrar as associações.
¾
Fomentar e desenvolver o espírito associativista entre os moradores.
¾
Aumentar a participação dos moradores nas respectivas associações.
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METAS
1. Realização de oficina de elaboração de projetos, com foco em três tipos:
infraestrutura, cultural e de capacitação e formação.
elaboração de um projeto de infraestrutura em comunicação (objeto a definir na
oficina).
elaboração de um projeto cultural (temas a definir na oficina).
elaboração de um projeto de capacitação e formação (temas a definir na oficina).
2. Realização de encontros comunitários (forma e temas a definir) com a participação
de convidados externos.
3. Realização de atividades comunitárias com caráter integrativo e de valorização da
cultura quilombola.
em todas as comunidades
histórias, casos e lendas
brincadeiras
em comunidades específicas
músicas e danças
capoeira
4. Organização de um evento final com caráter cultural e festivo.
METODOLOGIA
A abordagem metodológica é essencialmente participativa. Ou seja, os
coordenadores das associações que participam das oficinas e os moradores que participam
das atividades abertas são agentes ativos dos processos de decisão e organização, cabendo
à equipe da Unicamp o papel de mediadora, questionadora e facilitadora.
A seguir, para efeito puramente de organização, os três principais eixos de ação são
melhor detalhados. Entretanto, na realidade, é buscada uma relação sinérgica entre os
mesmos.
Oficina de Coordenadores
A oficina de coordenadores tem como objetivo a elaboração dos projetos e a
organização de encontros comunitários, estes com finalidades diversas. Os coordenadores
decidiram por um início conjunto, no qual serão abordados os aspectos comuns. Depois, o
grupo se dividiria em um grupo de projeto e um grupo de encontro, sendo que cada um
destes poderia se subdividir posteriormente para tratar de temas específicos, embora com
atividades conjuntas.
Os objetivos específicos de cada oficina serão definidos durante o processo, de
acordo com o andamento dos trabalhos. No caso dos encontros, ainda há falta de clareza
dos coordenadores e da equipe quanto ao seu desenvolvimento. No caso dos projetos há
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maior clareza. Entretanto, a princípio e como um caminho balizador, estima-se a seguinte
seqüência:
dia 1
desvendamento e formalização dos conceitos planejamento, projeto, encontro
comunitário; diagnóstico crítico dos problemas apresentados; discussão de causas e
conseqüências; árvore de problemas; identificação de lacunas do conhecimento;
métodos e instrumentos para levantamento e recuperação de dados e informações
dia 2
reconstrução da problemática a partir do resultado do levantamento; focalização dos
temas dos projetos; definição dos objetivos dos projetos e encontros; elaboração das
justificativas, relevância e resultados esperados; o início e o fim do processo.
dia 3
métodos, técnicas, instrumentos, tecnologia, procedimentos, atividades; organização
dos meios.
dia 4
materiais, recursos, custos, orçamento; parceiros, colaboradores e financiadores;
indicadores e critérios de avaliação; documentação e memória.
dia 5
edição final; aprovação; divisão de responsabilidades.
evento final
apresentação dos resultados dos levantamentos; apresentação dos projetos e das
propostas de encontros;
Atividades Comunitárias
Todas atividades comunitárias terão abordagem participativa na sua construção e
desenvolvimento. Duas atividades comunitárias serão realizadas em todas as comunidades:
1) brincadeiras; 2) histórias, casos e lendas.
No caso dessas atividades gerais, é diretriz a intencionalidade da equipe da
Unicamp de propor e aplicar procedimentos que sensibilizem os moradores que estiverem
participando das mesmas (por exemplo, pela arte, imaginação, jogos, criatividade, desafios,
dinâmicas) com o objetivo de motiva-los e envolve-los de maneira que possam retomar
lembranças, inspirar processos de criação, resgatar a memória. Que possam, assim, resignificar o presente antes de construir o futuro.
Dentre as estratégias possíveis para a integração intra e intercomunitária, a equipe
buscará suscitar necessidades ou demandas por colaboração; por exemplo, na “contação”
de histórias e lendas, pode propor a preservação da memória não somente pela tradição da
transmissão oral mas também através do registro documental da mesma, em escrita, foto,
som e vídeo. Poderá, ainda, motivar e incorporar novos moradores em tarefas de apoio à
documentação que permitam, inclusive, a capacitação desses moradores nos instrumentos,
técnicas e tecnologia dessas mídias.
Outra possibilidade é buscar transferir histórias e lendas para jogos , cenas e
encenações, lidando inclusive com a oralidade e a comunicação, algumas das deficiências
apontadas pelos coordenadores.
As brincadeiras serão realizadas paralelamente à oficina de coordenadores, com as
crianças, adolescentes, jovens e idosos da comunidade que estará sediando a oficina. A
equipe pode propor o resgate as brincadeiras que os mais jovens sabem e, posteriormente,
incentiva-los a buscar os mais velhos de maneira a conhecer outras já esquecidas. Os mais
velhos podem ser diretamente convidados e motivados a participar. Poderão ser propostas
brincadeiras cooperativas e que tragam valores associativistas e de integração. Em algumas
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comunidades serão organizadas brincadeiras temáticas (lixo, meio ambiente) como
solicitado nas reuniões comunitárias.
Há assim, diversas possibilidades que a equipe da Unicamp poderá explorar e
desenvolver adequadamente aos objetivos do projeto, o qual não pode aqui ser melhor
explicitado porquanto ainda em construção, tanto pelos moradores quanto pela equipe.
No momento, é importante ressaltar que conceitos, valores e atitudes relativos à
integração, associativismo e valorização da cultura quilombola podem ser trabalhados com
os moradores nestas atividades, por formas ainda a serem definidas.
Além dessas atividades comuns e gerais, em determinadas comunidades (ou
conjunto de comunidades) serão desenvolvidas atividades específicas, de acordo com os
resultados das reuniões comunitárias e do encontro de coordenadores. Essas atividades
ainda estão em processo de organização, pois contam com significativo potencial de
integração intercomunidades (e, portanto, com proporcional dificuldade de
operacionalização). Os coordenadores presentes ao encontro têm a tarefa de consultar suas
respectivas comunidade para que seja verificado o melhor horário de realização.
Posteriormente a equipe analisará as sugestões das cinco comunidades e. à luz da
viabilidade logística e de recursos, definirá uma agenda e os procedimentos. Assim, neste
momento, tem-se apenas as indicações feitas durante o encontro de coordenadores.
No bairro André Lopes, com possibilidade de participação de moradores de
Ivaporunduva, Galvão, São Pedro e, especialmente, Sapatu, serão desenvolvidos encontros
de capoeira. Em São Pedro, com participação de moradores de Ivaporunduva e Sapatú,
serão desenvolvidos encontros de dança (e talvez música) tradicional. Em Sapatú, o tema é
dança e música. Em Ivaporunduva, teatro.
Nestas atividades específicas a equipe será a facilitadora para que os participantes
se organizem e se integrem em um processo de preparação de uma “obra” para ser
apresentada no evento final sem, entretanto, acentuar o caráter finalista dos encontros. Pelo
contrário, ênfase deverá ser apresentada no processo de socialização, criação e
reconstrução.
É possível a articulação temática nestas atividades. Por exemplo, pode-se propor
nos encontros de capoeira a construção de instrumentos característicos; a necessidade de
documentação pode ser apresentada, assim como podem ser utilizadas as histórias e lendas
associadas a esta manifestação artística e cultural. O mesmo se aplica para os encontros de
dança, música e teatro. Há ainda, evidentemente, clara possibilidade de articulação e
integração entre estas atividades específicas.
Como nas atividades gerais, as competências individuais e coletivas da equipe serão
a base para as decisões continuadas ao longo de todo o processo, respeitados os objetivos
do projeto.
Evento Final
O evento final será organizado pelos participantes das oficinas de coordenadores e
das atividades comunitárias, prioritariamente, podendo haver a interação com outros
moradores.
Além da apresentação dos resultados alcançados ao longo dos cinco finais de
semana, o evento terá caráter festivo e cultural, propiciando a integração e a articulação das
comunidades quilombolas.
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CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
Junho
14 e 15 – seleção e 1ª etapa da capacitação
21 a 23 – 1ª visita precursora
27 a 29 – 2ª etapa da capacitação
Julho
1 – 2ª visita precursora
4 a 6 – 3ª etapa da capacitação
7 a 11 – 4ª etapa da capacitação
9 a 11 – 3ª visita precursora
19 a 27 – 1ª etapa do trabalho em campo
Agosto
1 a 4 – elaboração do projeto
8 – viagem, preparativos
9 e 10– oficinas e atividades
17 e 22 – reuniões da equipe para avaliação e planejamento
29 – viagem, preparativos
30 e 31 – oficinas e atividades
Setembro
19 – viagem, preparativos
20 e 21 – oficinas e atividades
21 e 25 – reuniões da equipe para avaliação e planejamento
26 – viagem, preparativos
27 e 28 – oficinas e atividades
Outubro
10 – reunião da equipe para avaliação e planejamento
12 – festa tradicional em Ivaporunduva
17 – viagem, preparativos
18 e 19 – oficinas e atividades
19 e 30 – reuniões da equipe para avaliação e planejamento
Novembro
7 – viagem, preparativos
8 e 9 – evento final
14 a 16 – Reunião de avaliação final e organização do relatório
28 a 30 – Edição do relatório
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RECURSOS NECESSÁRIOS
seleção
alimentação: refeições e gêneros alimentícios
materiais de consumo: papelaria, filme, fita
equipamentos: TV, vídeo, CD player, filmadora, máquina fotográfica
materiais de consumo:
capacitação
alimentação: refeições e gêneros alimentícios
materiais de consumo: papelaria, filme, fita
equipamentos: TV, vídeo, CD player, filmadora, máquina fotográfica, computador,
impressora
visitas precursoras
transporte: 1 carro (próprio)
combustível e pedágio: 900km
alimentação: refeições e gêneros alimentícios
equipamentos: máquina fotográfica, filmadora
materiais de consumo: filme, fita
primeira etapa em campo – 19 a 27 de Julho
transporte: 3 carros (próprios)
combustível e pedágio: 900km cada carro
alimentação: refeições e gêneros alimentícios – inclui participantes da oficina de
coordenadores
materiais de consumo – parte deste ainda será definido ao longo do processo
equipamentos: CD player, filmadora, máquina fotográfica, computador, impressora
serviços: cozinheira, fotocópias e revelação de fotos
ajuda de custo: 12 pessoas
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etapas em campo quinzenais (cinco)
transporte: 1 kombi (Unicamp) e 1 Van (Unicamp) [incluso combustível, pedágio e
diária do motorista]
alimentação: refeições e gêneros alimentícios – inclui participantes da oficina de
coordenadores
materiais de consumo: papelaria, informática, imagem, outros específicos para
atividades
equipamentos: TV, vídeo, CD player, filmadora, máquina fotográfica, computador,
impressora
serviços: cozinheira, fotocópias e revelação de fotos
ajuda de custo: 12 pessoas
evento final
transporte: 1 kombi (Unicamp) e 1 Van (Unicamp) [incluso combustível, pedágio e
diária do motorista]
alimentação: refeições e gêneros alimentícios
materiais de consumo: papelaria, informática, imagem, outros específicos para
atividades
equipamentos: TV, vídeo, CD player, filmadora, máquina fotográfica, computador
impressora,
serviços: fotocópias. revelação de fotos e impressão de pôsteres
ajuda de custo: 12 pessoas
produção da documentação
materiais de consumo: papelaria, informática, imagem
equipamentos: TV, vídeo, CD player, filmadora, máquina fotográfica, computador,
impressora, computador com placa de captura de vídeo e software de edição
serviços: fotocópias. revelação de fotos, roteirização e edição de vídeo, correio
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ORÇAMENTO
Etapa
Previsto
Especificação e base de cálculo
Finalidade
Atividades em Campo e Relatório
Visitas
Preparatórias
Capacitação da
Equipe
Unisol
Material de Consumo (*)
Alimentação
Papelaria (papel, lápis de cor, cola, fita adesiva etc). Filmes
para vídeo e fotos.
Suprimentos adquiridos em supermercado e pagamento de
refeições. Base de cálculo: R$15,00/pessoa.dia - 2 dias 34
pessoas - 2 dias 16 pessoas
926,20
956,20
Alimentação
169,46
Combustível
543,99
Pedágio
46,00
Pernoite
19,00
contrapartida das comunidades, a negociar em escolas e
centros comunitários.
Total Hospedagem
Transporte
Ônibus. Consulta a empresa = 1 viagem (ida e volta em dias
separados) - 11 pessoas - R$600,00/viagem.
Carro. Locação de 3 veículos em 7 fins de semana.
Combustível para 3 veículos e 7 finais de semana. Base de
cálculo: 800km - 10km/l - R$2,00/litro
Pedágio (2) para 3 veículos e 7 finais de semana.
Transporte interno para locomover equipe e llidarenças. Serão
utilizados os veículos locados pela equipe. Combustível. Base
de cálculo: 6 fins de semana - 80km/veículo - 10km/litro R$2,00/litro
Total transporte
Ajuda de Custo
0,00
778,45
Hospedagem
Alimentação
Comunidade
30,00
Transporte
Total Capacitação
Total Visitas
Preparatórias
Unicamp
definido
1.200,00
6.300,00
3.360,00
357,00
288,00
4.005,00
Período em julho - contratação cozinheira para encontro
coordenadores
50,00
Período em julho - mantimentos para equipe. Base de cálculo:
12 pessoas - 9 dias - 4 refeições/dia - R$4,00/refeição
1.728,00
Período em julho - mantimentos para coordenadores. Base de
cálculo: 20 pessoas - 1 dia - 2 refeições/dia - R$4,00/refeição
160,00
Finais de semana - contratação cozinheira para encontro
coordenadores (6 encontros)
Finais de semana - mantimentos para equipe. Base de cálculo:
12 pessoas - 2 dias/fim de semana - 4 refeições/dia R$4,00/refeição
Finais de semana - mantimentos para coordenadores. Base de
cálculo: 20 pessoas - 1 dia/fim de semana - 2 refeições/dia R$4,00/refeição
Total Alimentação
Para despesas pessoais dos integrantes da equipe. Base de
cálculo = 12 pessoas - R$250,00/pessoa
7.500,00
0,00
0,00
0,00
300,00
2.688,00
960,00
5.886,00
3.000,00
Artigos de papelaria, informática, filmes . Outros recursos
Material de Consumo (*) poderão ser necessários, dependendo das atividades definidas
3.077,90
pelas comunidades.
Equipamentos
Filmadora e câmera. Aplicação em metodologia de trabalho na
comunidade e para produção de documentação.
Serviços de Terceiros Edições de vídeo
P. Física (*)
Serviços de Terceiros Fotocópias, impressões, revelação de filmes.
P. Jurídica (*)
Total Atividades em
Campo e Relatório
Impostos e Taxas
Total Geral
3.500,00
1.500,00
710,00
18.178,90
CPMF
11.000,00
0,00
11.000,00
0,00
0,38%
19.913,55
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
EQUIPE
Bruna M. Vasconcelos
Graduação em Engenharia de Alimentos - 4º ano
Elisangela Moura
Graduação em Tecnologia da Construção Civil - 3º ano
Flavio Fernando Boni
Graduação em Música - 3º ano
Francine Baruffi
Graduação em Engenharia de Alimentos - 4º ano
Glaucia de Moura
Graduação em Tecnologia Sanitária e Ambiental - 3º ano
Karin Deleuse Blikstad
Graduação em Ciências Sociais - 1º ano
Marcelo Mazzola
Pós-Graduação em Engenharia Agrícola - Doutorado 1º ano
Mateus Duque Erthal
Graduação em Engenharia Elétrica - 5º ano
Patricia Carneiro de Oliveira
Graduação em Engenharia de Alimentos - 4º ano
Pedro Henrique Pereira Costa
Graduação em Ciências Sociais - 2º ano
Wilon Mazalla Neto
Graduação em Engenharia de Alimentos - 4º ano
Celso Costa Lopes
Professor Coordenador
Miriam Dupas Hubinger
Professor Coordenador Substituto
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO III
Relatório da primeira visita precursora
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Unicamp
Unisol – quilombos
Relato preliminar sobre viagem precursora
Celso Lopes
Data da visita: 21 e 22/6
Comunidades visitadas: Ivaporunduva, Galvão, São Pedro, Sapatu, Pedro Cubas
Principal resultado:
A Associação Ivaporunduva, primeira visitada, aceitou parcialmente a proposta da Unicamp e fez
outra proposta, de acordo com as necessidades de todas as comunidades quilombolas.
Fomos então visitar outras 4 associações, que aceitaram a proposta de Ivaporunduva e a
complementaram.
Em síntese, a proposta coletivamente construída é:
Capacitar as associações para:
organização interna
procedimentos administrativos (contabilidade, ata, registros, contas etc)
melhorar articulação entre associações
aumentar capacidade de reivindicação coletiva junto a órgãos públicos
uso de ferramentas (informática, matemática etc)
melhorar informação e comunicação
fazer projetos para captação de recursos
obter informações sobre oportunidades (recursos, capital, parcerias etc)
buscar soluções para problemas comuns (saúde, telefonia, transporte etc)
ser multiplicadores de outras pessoas
Ações voltadas para as diretorias/coordenações (e lideranças próximas) de 5 ou 6
comunidades: adultos e maiores de 16 anos (homens e mulheres).
Atividades realizadas quinzenalmente, entre sexta e segunda, com um período maior, talvez
até novembro (para não prejudicar as atividades cotidianas dos moradores).
Atividades realizadas alternadamente nas comunidades participantes.
Em complementação, fiz outras propostas que foram inicialmente aceitas:
Trabalhar valores associativistas com as crianças (escolas municipais comunitárias da 1ª a
4ª série).
Equipe da Unicamp teria um período inicial mais longo (7 a 10 dias) para visitar todas as
comunidades e conversar com os moradores, de maneira a “sentir” o ambiente no qual
ocorrerão as ações.
Trabalhar com produção de material áudio-visual (vídeo, fotos) para apoio em atividades
de capacitação, já que há razoável parcela dos moradores que são analfabetos.
Ficou decidido, de comum acordo, que dia 1/7 (terça-feira) haverá uma reunião com 3 a 4 membros
das coordenações dessas associações (e eventualmente de outras que se interessarem), na qual essas
propostas serão trabalhadas e discutidas, e serão definidos os detalhes do projeto Unisol.
Suporte às ações:
Podemos utilizar as escolas municipais nas comunidades, bastando que as coordenações das
associações façam o pedido oficial. Há chuveiro e banheiro nessas escolas.
Para as atividades há em cada comunidade o centro comunitário, salão e igreja.
As refeições serão preparadas por moradoras, ao custo de R$7,00.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Para o deslocamento local a Associação Ivaporunduva disponibilizará um trator com carreta e um
caminhão (quando preciso trafegar no asfalto), com custo por km rodado.
Há ainda a necessidade de transporte e refeição para os participantes das atividades que se
deslocarão de uma comunidade a outra. Não se encontrou ainda solução para esta questão.
Uma atividade específica – capacitação em informática – requer computadores, além dos 2
disponíveis localmente. Será tentado o empréstimo de alguns pela Unicamp. Outra opção é buscar
parceria/projeto já como parte de uma oficina de projetos.
Conseqüências:
ƒ A proposta encaminhada anteriormente pela Unicamp precisa ser reformulada quanto ao
objetivo geral, metas, ações e prazos.
ƒ Os princípios de atuação não se alteram.
ƒ Na reunião do dia 1/7 já estaremos em ação, com aplicação de instrumentos de planejamento.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO IV
Anteprojeto da equipe para enviar às
lideranças comunitárias
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Unicamp
Unisol 2003 – quilombos
Proposta de ações para a comunidade:
Para as lideranças das associações:
- Oficinas
• Comunicação e informação
• Órgãos públicos
• Administração e gestão
• Participação e integração comunitária
Para a comunidade:
- Bibliotecas
- Oficinas
• Culturais
• Jogos e brincadeiras
- Contadores de histórias (histórias locais)
- Oficina de fabricação de tijolos (condicionada a existência das máquinas)
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO V
Relatório da segunda visita precursora
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Unicamp
Unisol – quilombos
Relato preliminar sobre segunda viagem precursora
Celso Lopes
Data da visita: 01/07
Presentes na reunião:
14 membros das coordenadorias das Associações de Ivaporunduva, Sapatu e André Lopes (Galvão
e São Pedro tiveram impedimentos de transporte) e 4 integrantes da equipe da Unicamp.
Principal resultado:
Apresentamos a proposta de 4 oficinas para lideranças e 6 oficinas abertas.
Para lideranças
• Comunicação e informação
• Órgãos públicos
• Administração e gestão
• Participação e integração comunitária
Abertas:
- Bibliotecas
- Oficinas
• Culturais
• Jogos e brincadeiras
- Contadores de histórias (histórias locais)
- Oficina de fabricação de tijolos (condicionada a existência das máquinas)
Apresentamos um cronograma com 8 dias em julho e 6 fins de semana alternados, sendo que no
último haveria um evento final integrado, com apresentação de todos os resultados
Os presentes discutiram e fizeram várias solicitações e sugestões de mudança.
Em síntese, a equipe da Unicamp deveria elaborar o seguinte projeto:
Fazer apenas 2 oficinas para os membros das coordenações das Associações e lideranças:
ƒ cada comunidade enviaria 4 a 5 pessoas
ƒ os temas específicos seriam decididos pelos integrantes, no primeiro encontro
ƒ as refeições dos participantes seriam custeadas pelo projeto
ƒ o transporte dos participantes seria organizado pelo projeto, pois eles não tem
possibilidade de veículos
ƒ as oficinas seriam realizadas de acordo com as possibilidades das comunidades e da
equipe; demandas sem recursos seriam trabalhadas na elaboração de um projeto para
execução futura
ƒ buscar maneira que não haja exclusão dos analfabetos
Não fazer oficina de tijolos: colher mais informações e avaliar.
Fazer oficinas abertas de acordo com interesses de cada comunidade, possibilidades da
equipe e com a logística:
ƒ decididas pelas comunidades através de levantamento feito pela equipe:
ƒ cada comunidade poderia ter oficinas diferenciadas
ƒ poderia haver integração entre comunidades nessas oficinas
ƒ os resultados das oficinas abertas que estariam sendo realizadas na mesma
comunidade que a oficina de liderança seriam apresentados à noite, como maneira de
lazer e integração
ƒ fazer o resgate da cultura e história
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Evento final
ƒ incluir caráter festivo
Ficou decidido que de 9 a 11/7 a equipe apresentaria o projeto aos presidentes das
Associações.
Suporte às ações:
Confirmado o uso das escolas municipais nas comunidades.
Na comunidade de Ivaporunduva a equipe se hospedará em uma casa alugada por um projeto de
pesquisa da Unicamp.
Para as atividades há em cada comunidade o centro comunitário, salão e igreja.
As refeições coletivas (quando houver oficina de lideranças) serão preparadas por moradoras, ao
custo de R$50,00, devendo a equipe levar os mantimentos.
Para o deslocamento local a equipe ficou de analisar o orçamento, para ver se é possível a locação
de veículos, de maneira a fazer o transporte inclusive das lideranças.
Conseqüências:
ƒ Os princípios de atuação não se alteram.
ƒ O projeto será detalhado pela equipe em sua 3ª Etapa de Capacitação.
ƒ O orçamento deverá ser refeito.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO VI
Carta aos presidentes das cinco
associações
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Aos Presidentes das Associações
Fizemos estes cartazes depois de conversar com os presidentes e coordenadores das Associações.
Infelizmente, por causa da chuva, não conseguimos ir ate São Pedro e Galvão, nem na casa do
André (de André Lopes).
Se algum de voces quiser, converse com as 5 Associações e nos avisem, para podermos mudar o
que for preciso.
Se voces concordam com o cartaz, por favor:
-
divulgar o convite em sua comunidade
escolher os 4 representantes para participar da reunião e oficinas das lideranças
No dia 26 estaremos cedo nas comunidades de Sapatú, André Lopes, Galvão e São Pedro para
buscar os representantes de carro, para chegar em Ivaporunduva as 8:30h.
Depois da reunião levaremos todos de volta, saindo de Ivaporunduva às 17h.
Se a comunidade de Ivaporunduva for fazer alguma atividade festiva no dia 26 à noite, o jantar será
providenciado pelo projeto para os participantes (lideranças).
Obrigado!
Celso e Pedro (Unicamp)
Telefones: (19) 3788-7773 ou (19) 3289-6151
Para a Associação de Ivaporunduva:
1) Favor solicitar a escola para alojar a equipe de 19 a 27 de julho
2) Favor combinar com a Maria da Guia fazer o almoço e o jantar do dia 26 (vamos trazer os
mantimentos: arroz, feijão, frango, farinha mandioca, salada e vamos comprar mandioca de
voces). São 30 pessoas.
3) Favor combinar com o Paulo o uso da cozinha para fazer as refeições.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO VII
Cartaz-convite para as cinco comunidades
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP
PROGRAMA UNIVERSIDADE SOLIDARIA
CONVITE
Reunião Comunitária
Pauta: 1) Apresentação da Proposta de Trabalho
2) Escolha das atividades que serão realizadas em cada comunidade
Data e Local:
Sapatú ----------- 20 de julho (domingo)
Ivaporunduva --- 21 de julho (segunda)
São Pedro ------- 22 de julho (terça)
André Lopes ---- 23 de julho (quarta)
Galvão ----------- 24 de julho (quinta)
O local de cada reunião será
decidido pela Associação
Horário: das 16:30 as 17:30h
Observação: No dia da reunião a equipe da Unicamp vai passar em cada casa da comunidade e
vai apresentar a proposta das atividades para crianças, jovens, adultos e idosos (teatro, musica,
tradições etc).
Reunião de Lideranças
Pauta: 1) Discussão das necessidades para organização e integração das Associações
2) Planejamento dos próximos 5 Encontros de Trabalho (Oficinas)
Data e Local: 26 de julho das 9 as 16:30h em Ivaporunduva
Cada coordenação deve indicar um grupo de ate 4 pessoas para participar desta reunião e dos 5
Encontros de Trabalho (Oficinas)
O almoço e o transporte dos participantes serão por conta do projeto.
Calendário
As Atividades Comunitárias e as Oficinas de Lideranças acontecerão nas seguintes datas:
9 e 10 de agosto
30 e 31 de agosto
13 e 14 de setembro
Sábados e domingos
27 e 28 de setembro
A programação será decidida nas reuniões comunitárias
25 e 26 de outubro
e na reunião das lideranças
Evento de Encerramento
Data: 8 e 9 de novembro (sábado e domingo)
O local e a programação serão decididos pelas lideranças e pelos participantes das atividades
comunitárias.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO VIII
Atividades e Programa do Encontro
Quilombola
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Encontro das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira
Programação: Dias 12, 13 14 de Dezembro.
ATIVIDADES
1 - Trabalho no tempo antigo
Conteúdo :
Costumes e práticas relacionadas ao cultivo rural
Metodologia
¾ Apresentação do Vídeo “Mutirão em Ivaporunduva”
¾ Bate-Papo: comentários sobre o vídeo e exposição sobre a forma de plantar, de
trabalhar, comidas típicas e outros assuntos relacionados a prática agrárea
Duração: 1h30
Participantes
¾ Convite a Dona Elvira ( Da Guia e Amarildo), Pessoas que participaram do
Mutirão, David (Da Guia), Brasílio e Onésio (Maurício) .
Recursos e Materiais
¾ Fita de Vídeo: “O Mutirão em Ivaporunduva” (Amarildo e Da Guia)
¾ Televisão
¾ Vídeo Cassete
2 - Raízes
Conteúdo:
A origem e história dos Quilombos. a vinda da África, a escravidão, as lutas, A resistência
quilombola, a fundação das comunidades
A lutas e dificuldades dos negros brasileiros. A situação de outros quilombos pelo Brasil
Metodologia:
¾ Filme sobre os temas (Unicamp).
¾ Membros Antigos, Pesquisadores falando sobre o tema.
¾ Membros das comunidades falando sobre personagens (Vandir e Carlito)
importantes na trajetória e lutas dos quilombos
Recursos e materiais
¾ TV e vídeo cassete
¾ Livros
¾ Fotos
Participantes
¾ Convite a Dona Jovita e Elísio (Jaziel), Pesquisadores (Unisol), Pesquisadores
(Unicamp), Seu Edu e Vando (Amarildo e Da Guia).
3 - O Jovem no Brasil Hoje
Conteúdo:
Formação Política: Como nosso sistema político funciona; Injustiças Sociais; Organização
Coletiva; Diretos do Cidadão.
Metodologia:
¾ Palestra espositiva -órgãos externos.
¾ Membro das comunidades falando sobre atuação política nos Quilombos.
¾ Filme temático
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
¾ Demonstração de arte negra.
Recursos e materiais
¾ Filme (Unicamp)
¾ Possíveis materiais trazidos pelos palestrantes
Participantes
¾ Convite a U-Negro, Geledés, Cot, Afrobrás –possíveis parceiros- (Unicamp), Zé
Rodrigues (Unicamp), Moises, Vandir (Da Guia), Violeiro de Ivaporunduva.
4 - A comunidade e a Associação
Conteúdo:
1) História das associações:
¾ O que a comunidade acha das associações?
¾ Como surgiu?
¾ Conquistas.
¾ Função (o que faz).
¾ Funcionamento.
¾ Como a associação está agora?
2) Melhorias (Sugestões).
Metodologia:
¾
¾
¾
¾
Bate-papo;
Fotos;
Café (descontrair);
Intervalo com violão e piadas.
Recursos e materiais:
¾ Centro comunitário;
¾ Cadeiras;
¾ Café;
¾ Fotos e Reportagens.
Participantes:
Convite a D. Elvira e Aurico (São Pedro), D. Jovita e Horácio (Galvão); João e Odacílio
(André Lopes); Zé Rodrigues e Ditão (Ivaporunduva); Seu Pedro e Josias (Sapatu).
Para as piadas, Antônio Jorge - Pedro Cubas – (Da Guia) e na viola, Josias e Zé Rodrigues
(Da Guia e Geraldo).
5 - Exposição:
Conteúdo:
¾ Mostra de vestimentas antigas e tradicionais, ferramentas, acessórios fotos (ontem
e hoje), brinquedos.
Metodologia, Recursos e Materiais:
¾ Ferramentas: Roda (Geraldo e Gi), Tipiti (Da Guia), Pilão (Todos), Gamela (Da
Guia), Saraquá e Piquá (Da Guia).
¾ Artesanato (Cada comunidade).
¾ Brinquedos (Amarildo).
¾ Acessórios: Cuia (Maurício), Rede, Esteira Banco, Tapete, Peneira e Pá
(Amarildo), Carma (Da Guia).
¾ Vestimentas: Butina e Chapéu, Saias.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Responsáveis pela Organização: Gi, Elísio, Mateus e Pedro.
6 – Ilusão: Cidade e Campo:
Conteúdo:
Abordagem dos aspectos positivos e negativos relativos a: Cidade X Interior; Modernidade X
Tradição.
Metodologia:
¾ Bate-papos: jovem de fora, algum morador da periferia de grandes cidades,
morador que saiu da comunidade, antigo morador que permaneceu na comunidade,
morador de Ivaporunduva que morou em Santos.
¾ Filme temático.
Recursos e Materiais:
¾ Filme (Unisol).
Participantes:
Serão feitos convites a Gilberto (Amarildo), Dona Ilza (Gi), Magali (Unisol).
7 – Costumes:
Conteúdo e Metodologia:
Serão abordados os seguintes temas:
¾ Questões de Respeito. Bate-papo com Maria da Glória (responsável: Pedro).
¾ Beneficiamento de Alimentos. Bate-papo, Demonstração de Pilão de Arroz,
Exposição de Cará (São Pedro e André Lopes) e Fotos (Geraldo).
¾ Ervas Medicinais. Apresentação do trabalho que já está sendo feito – D. Jovita e D.
Horácia (Jaziel).
¾ Festas Tradicionais como Leilão, Baile. Fotos (Festa do Lavrador), Bate-papo
sobre dança (Pedro, Aquilino e Elisa, de Sapatu, e Maria da Gloria, de André
Lopes) e Apresentação de Vídeo (São Pedro).
¾ Brincadeiras – Bonecas, (D. Jovita), Peteca (Gi), Entruide, Bodoque, Xipoca e
Vum-vum (Amarildo e Da Guia). Ensinar a montar e brincar.
¾ Casas de Pau-a-pique. Fotos e Explicações (Maurício e Elis).
Recursos e Materiais:
¾ Beneficiamento de Alimentos: Fotos e Pilão.
¾ Ervas Medicinais: Catálogo.
¾ Festas Tradicionais como Leilão, Baile: Fotos e Vídeo.
¾ Brincadeiras: Palha de milho, pena, madeira, corda/imbira, bambu, barbante, facão
e tesoura.
¾ Casas de Pau-a-pique: Fotos.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
ANEXO IX
Projeto de Telefonia
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
Comunidades Remanescentes de Quilombo do Vale do Ribeira
Sistema Telefônico para as Comunidades Quilombolas dos
Bairros de Sapatu, André Lopes, Ivaporunduva, Galvão e São
Pedro
Outubro, 2003
Proponente Executor:
Associação de Remanescentes de Quilombos de André Lopes
Presidente: André Luiz Pereira de Moraes
Co-executores:
Associação Remanescentes de Quilombos do Bairro Sapatu
Presidente: Pedro Pereira
Associação dos Remanescentes de Quilombos da Barra de São Pedro – Bairro
Galvão
Presidente: Jaziel Aparecido Santos
Associação Quilombo Ivaporunduva
Presidente: José Rodrigues da Silva
Associação Remanescentes de Quilombos de São Pedro
Presidente: Antonio Morato
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
APRESENTAÇÃO
Esse projeto foi elaborado por cinco Associações Quilombolas do Vale do
Ribeira; bairros de São Pedro, Galvão, Ivaporunduva, Sapatu e André Lopes,
pertencentes ao município de Estância Turística Eldorado, litoral sul do estado
de São Paulo.
Todas as comunidades que aqui estão relacionadas são descentes de
escravos que vivem da agricultura de subsistência; comunidades que já têm uma
luta muito importante há mais de 400 anos.
Comunidades
No de famílias
São Pedro
Galvão
André Lopes
Sapatu
Ivaporunduva
30
26
73
80
80
No
moradores
115
82
327
288
278
de No
associados
54
42
98
128
110
de Fundação
26/10/1980
27/11/1999
28/08/1998
08/08/1998
INTRODUÇÃO
Nenhuma de nossas comunidades possui telefone e não há meios de sermos
atendidos pela empresa de Telefonia da Região.
Histórico
Foi enviado em junho de 2002 um pedido de telefone público ou privado
pelo ITESP (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) junto à empresa
Telefónica. Após a coleta de algumas informações sobre as comunidades a
Telefónica respondeu negativamente (Carta AnexoI) afirmando que não era meta
da empresa. Devido a resposta negativa da Telefónica, o ITESP fez novo pedido
desta vez junto a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Esta fez uma
visita técnica levantando a viabilidade da instalação do telefone. O ITESP ficou
responsável por verificar o número de habitantes das duas comunidades mais
populosas, André Lopes e Ivaporunduva, já que, para a instalação de um telefone
público, a comunidade deveria ter mais de 300 habitantes, segundo o Programa
de Universalização da Telefonia Fixa. Constatou-se que a comunidade de André
Lopes tinha 349 habitantes e então estes dados foram levados junto a Anatel.
Essa respondeu negativamente afirmando que para a comunidade usufruir desse
direito era necessário atender ao conceito de Aglomerado Populacional, que
segundo o IBGE, diz-se o conjunto de domicílios situados a menos de 50 metros
entre si (Carta Anexo II).
Depois disso, o ITESP verificou que o Governo Federal criou um órgão
chamado FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações)
após a privatização do setor de telecomunicações. Este serviria para financiar
instalações de telefones em Comunidades não atendidas pela Empresas de
Telefonia. Porém, este Fundo, apesar de possuir verbas, ainda não está
regulamentado.
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
A única alternativa é um sistema próprio de telefonia que atenda as cinco
Comunidades que poderia ser: Rural Cel e o Monocanal.
Justificativas
- Comunicação:
A falta de telefone obriga as pessoas das Comunidades se deslocarem por
quilômetros, enfrentando muitas dificuldades; estradas de terra, travessia de
barco e balsa; por vezes atrasando e perdendo informações, notícias, recados e
emergências.
O telefone facilitaria a comunicação, mobilização e integração entre as
Comunidades e com outras cidades, principalmente a cidade de Eldorado, que fica
a 60 quilômetros de distância. Além disso, faz com que os contatos com as
entidades parceiras, Órgãos Governamentais, ONG`s, entre outros, seja
estabelecida de forma rápida e eficiente.
- Inclusão Digital:
Atualmente é de suma importância a inclusão digital. Considerando que as
comunidades quilombolas são agentes formadores da sociedade brasileira, faz-se
necessário usufruir as facilidades que os meios digitais proporcionam para
eficiente realização das tarefas. Considerando também a carência de
informações que sofre toda a população brasileira, as Comunidades Quilombolas
estão excluídas desse acesso de forma singular.
Portanto é fundamental o telefone como meio de acesso para inclusão
digital; seja através da internet ou outras formas possíveis de inclusão. Sendo
assim um importante veículo para obter e repassar informações, levando sempre
em consideração a especificidade das várias maneiras de organização social dos
Quilombolas.
- Questão Ambiental:
A obtenção do telefone possibilitaria as denúncias sobre degradação
ambiental nas comunidades, pois estas estão preocupadas com o uso consciente
dos recursos naturais, já que a maior parte da Mata Atlântica do Estado de São
Paulo está no Vale do Ribeira onde estão localizadas as Comunidades.
Algumas questões em destaque:
1. Queimas feitas por fazendeiros da região,
2. Poluição da água,
3. Pesca predatória,
4. Desmatamento,
5. Extração clandestina de palmito,
6. Concentração de lixo nas estradas,
7. Degradação dos atrativos turísticos da região (cavernas e cachoeiras),
- Saúde;
Os médicos do Programa de Saúde da Família só fazem consultas nas
Comunidades uma vez por semana; dessa forma as emergências têm que ser
Fortalecimento de Associações de Remanescentes de Quilombos do Vale do Ribeira (SP) – Unicamp/UniSol/UFRJ/CNPq
encaminhadas para atendimento em Eldorado. Em função disso o telefone é
importante para chamar a ambulância em emergências como partos, acidentes,
atropelamentos, já que algumas das comunidades se situam a beira da estrada.
Devido à distância entre Eldorado e as comunidades, a comunicação fica
difícil e lenta, pois mesmo quando alcançam a cidade, demoram a chegar até as
comunidades. Por isso o telefone é essencial para agendar e remarcar consultas
médicas; agendar ambulância para fora do município de Eldorado, já que existem
pacientes que necessitam de atendimento em especialidades médicas que não são
oferecidas. O telefone é importante para saber tanto do cancelamento de
consultas quanto das reuniões que acontecem em outras cidades, das quais
participam os agentes de saúde que habitam as comunidades, já que
freqüentemente as informações chegam defasadas.
META
Instalação de duas linhas telefônicas com um ramal de PABX com controle
de tarifação em cada uma das cinco Comunidades.
DESENVOLVIMENTO
Será realizado um estudo de viabilidade técnica por uma empresa
especializada que fará as medidas de sinais na região das cinco comunidades.
Com os resultados deste estudo a empresa irá elaborar um projeto composto por
antenas, receptores, transmissores e outros equipamentos que atendam as metas
deste projeto.
Depois da liberação dos recursos, serão feitas as obras de infraestrutura necessárias, instalação e teste dos equipamentos. Com o sistema em
operação, será feito um treinamento de operação e manutenção básica do
sistema operante para três moradores de cada comunidade.
O projeto será gerenciado por um grupo formado por um representante de
cada uma das cinco comunidades. Ao final do projeto será feito um relatório
descritivo técnico-financeiro.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
(em anexo)
ORÇAMENTO
(em anexo)
ANEXO 1
Resposta da Empresa Telefónica ao pedido do ITESP para instalação de telefones públicos em
comunidades quilombolas de Eldorado (SP)
ANEXO 2
Resposta da ANATEL ao recurso do ITESP, visando a instalação de telefones públicos em
comunidades quilombolas de Eldorado (SP)
ANEXO 3
Cronograma de Atividades
ANEXO 4
Recursos e Orçamento