jornal astrológico - Associação Portuguesa de Astrologia

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jornal astrológico - Associação Portuguesa de Astrologia
outubro a dezembro
Outono 2014 | N.º
jornal astrológico
INGRESSO EM LIBRA 2014 / ASTROLOGIA NO MUNDIAL DE FUTEBOL 2014
• João Medeiros •
O BANCO BOM E O BANCO MAU
• Patrícia Azenha Henriques •
ROBIN WILLIAMS
• Glenn Perry •
ISIS
• Rosita Iguana •
JÚPITER EM LEÃO
• Jorge Lancinha •
A ESPERTA FILHA DO CAMPONÊS
• Bárbara Bonvalot •
OS 7 PECADOS ATRAVÉS DA ASTROLOGIA E DA DISNEY
• Carina G. de Almeida •
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS DA SUMÉRIA
• Luiz Saraiva •
RUBRICAS HABITUAIS
• Pergunte ao Astrólogo • Arquétipos Vivos • Efemérides •
10
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EDITORIAL
Os três artigos de fundo que abrem o jornal de hoje debruçamse sobre acontecimentos recentes. A queda do Banco BES e a
sua reestruturação é tratada por Patrícia Azenha Henriques, a
depressão de Robin Williams e, por fim, o seu suicídio por Glenn
Perry, astrólogo americano e meu professor de astropsicologia.
Seguimos com o desenvolvimento violentíssimo do movimento
ISIS na Síria por Rosita Iguana.
A reestruturação do Banco Espírito Santo em “O Banco bom e o
Banco mau” (aliás o título do artigo) deu-se no dia 3 de Agosto,
Robin Williams pôs termo à vida a 11 de Agosto e o primeiro vídeo
da ISIS mostrando o assassinato do jornalista James Foley a 19 de
Agosto. Todos estes assuntos refletem várias facetas da pesada
conjuntura planetária atual e são essencialmente do domínio do
arquétipo escorpiónico. Marte depois de uma estadia longuíssima em Balança / Libra deu entrada em Escorpião a 26 de Julho
e foi caminhando para a conjuntura com o Saturno que ficou exata a 25 de Agosto. Os dois maléficos encontraram-se no signo
da transformação, da crise, da violência, da morte!
Felizmente temos outras conjunturas mais leves: Jorge Lancinha
fala-nos das oportunidades de crescimento (e também dos riscos) que Júpiter em Leão nos proporciona e Bárbara Bonvalot,
através de um conto de fadas, explora o arquétipo do Outono,
Balança / Libra. João Medeiros, que durante o Mundial de Futebol publicou uma série de previsões, faz aqui um resumo das técnicas utilizadas.
Temos encorajado os membros estudantes da ASPAS a enviarnos artigos, e, é com muito prazer que publicamos o trabalho de
Carina de Almeida, esperando que outros sigam o seu exemplo.
A coluna habitual, Arquétipos Vivos, a cargo de outro membro
estudante, Ivo Miguel Silva, explora os signos desta estação com
perfis da lindíssima Gwyneth Paltrow, do fascinante Leonardo DiCaprio e do entusiasta Papa Francisco. A rubrica “Pergunte ao
astrólogo” depois de quatro edições com perguntas do foro da
astrologia horária muda de foco, e apresenta a primeira de uma
série de quatro perguntas feitas por mães sobre os seus filhos.
Esperamos nesta edição ter conseguido o equilíbrio próprio do
equinócio outonal e que aqui encontrem informação astrológica, novas perspetivas e alguma diversão.
Luiza Azancot, 23 de setembro de 2014
INGRESSO EM LIBRA 2014
• João Medeiros •
7
O BANCO BOM E O BANCO MAU
• Patrícia A. Henriques •
13
ROBIN WILLIAMS
• Glenn Perry •
29
A ESPERTA FILHA DO
ISIS
• Rosita Iguana •
43
JÚPITER EM LEÃO
• Jorge Lancinha •
53
CAMPONÊS
• Bárbara Bonvalot •
ASTROLOGIA NO MUNDIAL DE
OS 7 PECADOS ATRAVÉS DA
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
FUTEBOL 2014
• João Meeiros •
ASTROLGIA E DA DISNEY
• Carina G. de Almeida •
DA SUMÉRIA
• Luiz Saraiva •
ARQUÉTIPOS VIVOS
• ivo Miguel Silva •
73
107
PERGUNTE AO ASTRÓLOGO
• Isabel Guimarães •
87
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EFEMÉRIDES
• Inês Miranda •
65
99
131
7
Astrólogo profissional desde 2003; coach sistémico
(Talent Manager); economista (Universidade Nova
de Lisboa); formador (certificado pelo IEFP); autor dos livros ‘Oceano Ascendente’ (Pergaminho
2014) e ‘A Carta’ (Lua de Papel 2013); fundador e
gestor do CEIA - Centro de Estudos e Inovação em
Astrologia; investigador e terapeuta holístico.
Por: João Medeiros
Membro N.º19
www.joaomedeiros.org
INGRESSO em
LIBRA 2014
Em artigos anteriores temos vindo a expor algumas técnicas de Astrologia Mundial, em particular, focando-nos no
ingresso do Sol em Áries/ Carneiro, o novo ano astrológico.
OS ÁRABES E OS MODERNOS
Esta técnica foi desenvolvida e mais
usada, em especial, pelos astrólogos
árabes dos séculos IV a XIII, destacando-se entre eles Messahalla ou Mashallah (740-815) e Albumassar (787-886).
Contudo, hoje sabe-se que o cálculo
preciso dos ingressos do Sol seria altamente improvável na época sendo
natural que o cálculo das Casas para
estes mapas estivesse bastante errado. Ainda assim, as configurações entre planetas (os aspetos) seria sempre
muito úteis e eficazes para as caracterizações políticas e meteorológicas,
entre outras.
Muitos dos astrólogos antigos se fossem vivos atualmente dariam certamente um impulso extraordinário na
comprovação das técnicas astrológicas, uma vez que estavam habituados
à matemática esférica, para além da
interpretação e da observação efetiva dos céus.
Hoje em dia, a maioria dos astrólogos
pode dar-se ao luxo de se focar exclusivamente na interpretação, não
sabendo fazer cálculos nem observando as estrelas.
Porém, é provável que com a sofisticação tecnológica de certas aplicações de telemóvel, por exemplo,
talvez se volta a ganhar pelo menos
o hábito de olhar para o Céu, reconhecendo planetas, estrelas e constelações.
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O INGRESSO DE LIBRA 2014: A SELFIE
Como vimos nos artigos anteriores,
uma vez que o ingresso de Áries/Carneiro 2014, em Portugal, teve um Ascendente Mutável (Virgem), então,
precisaremos do ingresso em Libra
para uma melhor interpretação da
segunda metade do ano astrológico.
Assim, este mapa é válido particularmente de 23 Setembro de 2014 a 21
Março de 2015. E, sucintamente, o
que nos sugere?
Ingresso do Sol em Libra/ Balança,
em 2014, calculado para Lisboa
Em termos da condição geral do país e da população (Ascendente e
seu regente) destaca-se o planeta Júpiter em Leão, mesmo no Ascendente. Isto remete-nos para uma disposição expansionista e de risco, em
clara colisão com políticas de austeridade (quadratura a Saturno em
Escorpião, na Casa 4), da qual o país está saturado.
Podemos chamar a este tema, o ingresso da “Selfie”, devido às energias de Leão e da Casa 3.
À partida, todas as atividades associadas a lazer, espetáculos, desportos, danças, jovens estrelas (Júpiter também rege a Casa 5) estarão
favorecidas. Pelo contrário, a classe trabalhadora, as autarquias, e as
relações com os outros países estarão certamente mais desafiadas,
uma vez que Saturno está na Casa 4 e rege as Casas 6 e 7.
O governo é regido por Vénus e está claramente focado na estabilidade económica, pela sua posição na Casa 2. No entanto, a sua debilidade essencial (está em Queda) e a aproximação da Lua, regente
da Casa 12, sugerem bastante insegurança do mesmo, bem como
uma atitude trabalhadora (rezando à “Virgem”, para que as coisas
corram bem).
Antes de fazer conjunção com Vénus a Lua faz um sextil a Saturno,
transportando a sua “carga pesada” (Saturno) para o governo (Vénus)
que terá, assim, muitos problemas para resolver.
Contudo, devido à posição do regente da Casa 2, Mercúrio, conjunto à estrela
benéfica Spica serão de esperar oportunidades culturais que permitam uma maior
divulgação e organização do país.
A Casa 3 – dos jornais, revistas, transportes e meios de (tele)comunicação – parece
mesmo a maior oportunidade deste semestre, uma vez que além de Mercúrio temos o Sol aí colocado.
A posição de Marte em Sagitário na cúspide da Casa 5 leva-nos novamente para
atenção aos temas do desporto, como os clubes do futebol e as suas finanças (a
Casa 6 corresponde, por derivação, à casa 2 do desporto – e é regida por Saturno,
tendo Plutão na cúspide).
Os astros estão distribuídos por casas angulares, sucedentes e cadentes, pelo que
não há nenhum dos terços do semestre que se destaque à luz desta técnica.
Ainda assim, apesar da posição de Saturno, o mapa sugere um sorriso coletivo de
alegria e de esperança, e relativa estabilidade material, aproveitando recursos mais
literários, organizativos, de transportes e de (tele) comunicações.
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Em termos climáticos, será que
podemos esperar um semestre mais
seco e quente do que os análogos
dos últimos dois anos, em que as chuvas de Saturno em Escorpião provocaram estragos? Não é claro, uma
vez que ambos os astros que indicariam esse clima por estarem em Virgem
e Leão (Lua e Júpiter) aplicam-se a
Saturno.
Para mais detalhes para esta janela
temporal teríamos que analisar trânsitos e direções aos mapas de Portugal,
a grande conjunção Júpiter-Saturno
de 2000, lunações e eclipses próximos.
Referêcias
◘ Artigo “Astrologia Mundial: Teoria
e Prática”, por João Medeiros, publicado na Edição Especial do Jornal
Astrológico 4 Estações, de Dezembro de 2012
◘ Artigo “Astrologia Mundial: Teoria
e Prática”, por João Medeiros, publicado na Edição Especial do Jornal
Astrológico 4 Estações, de Dezembro de 2012
◘ Artigo “Astrologia Mundial: Portugal e Brasil”, por João Medeiros, publicado na Edição Especial do Jornal
Astrológico 4 Estações, de Abril de
2013
◘ A History of Horoscopic Astrology,
James H. Holden (1996)
◘ Mundane Astrology, M. Baigent, N.
Campion e C. Harvey (1989)
◘ The Book of World Horoscopes, Nick
Campion (1995)
◘ Tetrabiblos, de Claudius Ptolomeu
(séc. II d. C.)
◘ De Magnis Coniunctionibus, de
Abu Ma’shar al-Balkhi, tradução
de Yamamoto, Ch. Burnett, Leiden
(2000), 2 volumes, (Textos em árabe
e Latim)
◘ Mapas astrológico calculado
através do software Solar Fire
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Nasceu em Coimbra em 1972 e reside no Funchal,
ilha da Madeira. Depois de um longo flirt, rendeuse à astrologia em 1998 e mantem com esta uma
relação permanente e apaixonada. Fundadora
da empresa “Estudante de Astrologia”, exerce a
sua actividade nas áreas do ensino, investigação,
divulgação e consultoria em astrologia.
Por: Patrícia Azenha Henriques
Membro N.º12
www.estudantedeastrologia.com
Era uma vez um banco privado português que se chamava
BES - Banco Espírito Santo, fundado a 9 de Abril de 1920. Teve
diversas reestruturações ao longo da sua história, mas sempre esteve marcado pelo nome, posse e sucessão de liderança dentro da mesma família, ressalvando o período entre
a sua nacionalização, na revolução portuguesa de 25 Abril
1974 e a respetiva reprivatização nos anos 90 do século XX.
Mesmo durante o período em que a família esteve no exílio
e perdeu a posse do Banco, o seu nome manteve a marca
familiar.
Esta parece ser uma história de encantar, ou então o coelho
que o mágico tira da cartola. O BES que conhecíamos transforma-se ou divide-se no Banco bom e no Banco mau, em
que o Banco bom se chama Novo Banco e em que o Banco
mau permanece com o nome BES mas perde a licença e
atividade bancária, ou seja, já não é um Banco.
O BES que conhecíamos era demasiado importante, para o
país e europa, para se deixar falir e, por outro lado, outra
nacionalização, estava fora de questão, assim, o Banco de
Portugal, Administração BES, Ministério das Finanças e Comissão Europeia aplicaram uma solução europeia para prevenir
crises bancárias, mas que nunca antes foi aplicada em Portugal ou na Europa. Tudo foi montado num fim-de-semana,
entre dia 1 e dia 3 de Agosto de 2014.
O Banco Bom
eo
Banco Mau
Eram 23h17 em Lisboa, de 3 Agosto
2014, quando Carlos Costa, governador do Banco de Portugal terminou o
“parto” do Novo Banco e quando Vítor Bento, administrador executivo do
Banco, torna público por email um comunicado oficial sobre o Novo Banco,
que é imediatamente lido na televisão
em direto (SIC Notícias).
Transcrição parcial da comunicação
de Carlos Costa: “O Conselho de Administração do Banco de Portugal deliberou aplicar ao Banco Espírito Santo,
S.A. uma medida de resolução. A generalidade da atividade e do património
do Banco Espírito Santo, S.A. é transferida, de forma imediata e definitiva,
para o Novo Banco, devidamente
capitalizado e expurgado de ativos
problemáticos. Os depósitos são plenamente preservados, bem como todas
as obrigações não subordinadas.”
O Novo Banco é o banco que nos interessa em termos de análise futura, é este
Banco que quando tiver condições
será cotado em bolsa. Na sua comunicação, o Governador do Banco de
Portugal diz também “esta medida
garante a continuidade da atividade
da instituição”. Isto é uma operação
plástica ao Banco antigo ou um Banco
novo? Devemos continuar a adotar o
mapa da Fundação do BES ou passar
a utilizar o mapa do dia 3 de Agosto de
2014?
O MAPA DA FUNDAÇÃO DO BES 9 ABRIL 1920
A História do Banco Espírito Santo estava descrita de forma sucinta no seu
website www.bes.pt, agora desapareceu do site do Novo Banco e só consegue ser encontrada em newsletters
antigas do BES. Também está disponível
nas efemérides do Centro Histórico do
BES e em diversos trabalhos de investigação jornalística e que serviram de
base a este artigo.
A Fundação do BES ocorreu a 9 de Fevereiro de 1920 e carrega toda uma
história desde 1869. Apesar de ser unânime que a fundação do BES é em
1920, quando se referem ao BES, à sua
história e atividade, a ligação é sempre a 1869 e ao fundador José Maria
Espirito Santo e Silva, mas, lamentavelmente, não existe uma data em 1869
que possa ser testada. Através de um
contacto que estabeleci com o Centro
Histórico do BES fui informada que a escritura de constituição “não dispõe de
nenhuma indicação de hora”.
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Com base na história do BES e através de técnicas de retificação
foi possível traçar o mapa da fundação para as 11h55 do dia 9
Abril 1920.
Há algumas marcas muito fortes que
definem o BES. A mais forte é o cariz
familiar, desde o nome até à posse e
administração do Banco que atravessa gerações. Outras marcas fortes são
a ligação ao estrangeiro, o poder e
os contactos privilegiados em Portugal e no estrangeiro, a pessoas muito
importantes da política e economia
mundial, banqueiros, empresários e realeza. Também as constantes transformações, aquisições, fusões, ao longo
da sua história.
Caranguejo está em evidência na casa
mais importante do mapa – o ascendente - é um signo conservador, ativo,
ligado à proteção e à segurança, está
associado à economia, gestão, assessoria e aos bancos e confirma a forte
componente familiar do BES.
A regente de Caranguejo – a Lua –
está em Sagitário, um signo ligado ao
otimismo, aos grandes horizontes, ao
estrangeiro, é uma Lua naturalmente
idealista e expansionista. A Lua faz
um trígono separativo com o Sol que
está exaltado em Carneiro, marcando a componente familiar e ligandoa aos líderes do BES, que em Carneiro
demonstram grande ação, iniciativa,
coragem, capacidades de liderança,
competitividade e pioneirismo. Carneiro e Sagitário são signos de fogo e estão
diretamente ligados ao poder, quando
se alia o idealismo e o cariz expansionista da Lua ao pioneirismo e iniciativa
de Carneiro, através de um trígono, o
sucesso está muito facilitado.
A Lua na casa 6 liga a motivação
primária do Banco e da família ao trabalho, à produção, aos seus funcionários e também ao valor das ações e investimentos, significado derivado da
casa 6.
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O Sol na casa 10, para além da reputação e identidade do Banco, representa os líderes Espírito Santo, homens
marcantes e inteligentes que sempre
estiveram associados à imagem do
Banco, também pela designação do
próprio BES, mas não só, estabeleceram
muitos contactos que abriram portas
em todo mundo pela sua reputação e
pela reputação dos seus antecessores.
O Sol rege a casa 2 e 3 em Leão, para
além de gestores e de estarem associados aos valores – casa 2, foram os seus
porta-vozes e negociadores – casa 3.
Mesmo atravessando grandes problemas ao longo da sua história, seja por
problemas externos e globais, seja por
problemas internos como agora sucede, a atividade deste Banco foi muito lucrativa. A casa 2 em Leão, com
Júpiter em conjunção partil com Neptuno, ambos também em Leão, uma
conjunção altamente especulativa e
benéfica, espelha bem como é feita a
gestão financeira e que está associada
diretamente ao poder, regido por um
Sol exaltado na casa 10, promete muito
bons resultados.
Na casa 5 temos Marte em Escorpião, regendo a própria casa em que está e
confirmando uma atitude forte e agressiva nos investimentos. Marte faz parte de
uma configuração muito forte e a meu ver benéfica para o BES, que envolve,
poder, estratégia, planeamento, inovação na ação e nas iniciativas do Banco,
com bons resultados - o grande trígono entre Marte, Plutão na casa12/1 e Urano
na casa 9 e ainda um sextil com Saturno na casa 3 que por sua vez também contacta Plutão através de um sextil e Urano através de uma oposição. A oposição
é a parte menos positiva, é algo que o Banco terá que gerir, oscilando entre as
restrições e a liberdade, as regras rígidas e a atividade livre, a tradição e a inovação.
Marte é dispositor final, está muito forte no mapa, mas está retrógrado, originando
algumas retrocessos e indecisões e sobretudo o facto de fazer uma quadratura à
conjunção entre Júpiter e Neptuno na 2, indica ações e iniciativas exageradas,
dar o passo maior que a perna, ações à margem da lei, a ambição e a ganância
podem falar mais alto. Como Júpiter rege a casa 6 e a casa 10 a par com Marte,
estas questões envolvem tanto funcionários, como a administração, os destinos
do Banco e a sua reputação. Mas Marte como dispositor final acaba por concentrar nele todo o mapa, sendo decisivo em todos os assuntos mas realizandose nos assuntos da casa 5, e acabando por ter a colaboração de Saturno, de
Urano e de Plutão, são processos nem sempre fáceis mas que acabam por ser
eficientes para o Banco.
A casa 4 e casa 10, ambas com dois signos sugerindo duas áreas, duas posturas
que no casa da casa 4 acabam por se fundir. Virgem e Balança, têm os seus regentes, Mercúrio e Vénus, conjuntos entre si e ao MC, o que é revelador de uma
empresa centrada nos seus objetivos e na sua ação pública onde se revela a sua
atividade, os valores, as trocas e as relações comerciais, reforçadas pelo seu dispositor Júpiter estar na casa 2. Virgem está associado ao trabalho, ao serviço, à
análise técnica. Balança está mais relacionada com as alianças, com as parcerias, com os valores, com o social e saber–estar, com as relações públicas. O
regente Vénus, um planeta tradicionalmente ligado aos valores, aos ganhos, às
vendas, às possibilidades financeiras e ao dinheiro em particular. A sua presença
no signo de Peixes, dignifica-o, trazendo resultados positivos para a empresa em
geral. Apesar de dignificado este Vénus em Peixes que consegue roçar a genialidade, grande talento na sua área de atividade, pode trazer ilusão e uma certa
apatia, especialmente quando conjunto a Mercúrio em Peixes que rege a casa
12 para além da casa 4. O lado mercurial estando em peixes é mais idealista e
menos realista, muito especulativo e dissimulado, levando a problemas, muitas
vezes resolvidos por Vénus que lhe está conjunto, através dos contactos e aliados
importantes, pois Vénus também rege a casa 11.
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As quadraturas da Lua, a Vénus e Mercúrio, indicam questões internas, familiares,
com funcionários que acabam por interferir com o normal funcionamento do
Banco, pode ser a união que faz a força mas também a força interior que mina e
que naturalmente influencia diretamente a reputação do Banco, porque a Lua
na casa 6 também faz uma quadratura ao eixo FC/MC.
A oposição entre a Lua e Plutão tem um orbe muito largo e é dissociada, e por
isso, muito fraca. Mas um olhar mais atento faz perceber uma ligação muito
forte entre a Lua e Plutão que se assemelha, em termos interpretativos, a uma
oposição – a contra-antiscia(1) – especialmente tratando-se da Lua, regente do
ascendente, indica uma tendência natural a fortes convulsões no Banco, morte,
fusões, reestruturações profundas, encapotadas, ou que não se fazem anunciar,
reforçado pela presença de Plutão na 12, no signo da Lua e ainda em conjunção ao ascendente e também pela natureza oculta da contra-antiscia.
A casa 11, é a casa dos aliados, do departamento de relações com o mercado, o marketing em geral, como está em Touro, indica um cariz sólido, tradicional, conservador, esteta e com ligação aos valores. Esta casa é regida
por Vénus exaltada na casa 10, muito forte e por isso com resultados positivos
para os assuntos da casa 11, que influenciam a reputação e ações do Banco.
Esta crise deve-se a um problema de
sustentabilidade do próprio Banco
pela sua grave situação financeira e
também uma crise de liderança e posse do Banco. Esse é o desígnio de um
Banco cuja promessa do mapa é de
transformação profunda ao longo da
sua história.
Não foi com certeza uma ajuda que,
nesta fase, se encontrassem no céu
Urano e Plutão por diversas vezes e afetando o grau do eixo ASC/DSC, Urano
em quadraturas a este eixo e Plutão
em oposição ao ASC e conjunção ao
DSC. Isto contribuiu para as convulsões
enormes que temos assistido e que ainda não terminaram.
A análise do ciclo de Saturno relativamente ao Sol é importante, especialmente porque o Sol rege a casa 2 e 3, e está
na casa 10, tendo uma importância enorme quando falamos
em reputação, em liderança, em ações públicas e também
em questões financeiras, transacções e comunicação, não
esquecendo o próprio destino do Banco. Foi em 2007/2008
que o BES ultrapassou o seu rival português BCP em valor bolsista, pouco depois veio a crise com a falência da Lehman
Brothers e desde então a gestão tem sido muito difícil, sabemos hoje a realidade ou parte dela, mas foi uma descoberta
dolorosa e surpreendente, pois o BES foi ocultando a situação ao longo do tempo. Apesar disso, em 2011, quando
Saturno fazia uma oposição ao Sol natal e quando Plutão
em trânsito fazia oposição a Plutão natal, foram apresentados pela primeira vez prejuízos no valor de 108,8 milhões de
euros. Sabemos hoje que através de “engenharia financeira”
com empresas do grupo BES, esses prejuízos e outros prejuízos ocultos foram sendo acomodados e em 2012 o Banco
apresentou um lucro de 96,1 milhões de euros, período de
optimismo forçado e crescimento aparente, quando na realidade a tendência era de queda, confirmado pelo anúncio
dos resultados do 1º semestre de 2014.
Nas progressões secundárias destacam-se as quadraturas
Solp-Sol e MCp-MC no final de 2013, mas que ainda se encontram ativas. No final de 2013 começou a crise de liderança interna no BES entre primos e a reputação do BES
começou a baixar muito, contribuiram também as “guerras”
de Ricardo Salgado com o Alvaro Sobrinho do BES Angola
e com Pedro Queiroz Pereira. Foi também em Setembro de
2013 que o Banco de Portugal detetou algum irregularidades
de operações entre o BES e empresas do Grupo e começou
a apertar o cerco a Ricardo Salgado e ao BES.
Os problemas com a justiça intensificaram-se quando a Lua
progredida ingressou em gémeos e na casa 12, fazendo
quadraturas a Urano e Saturno nos meses de maior turbulência, Junho e Julho de 2014, motivados pelas empresas do
grupo sediadas no estrangeiro, a sua falência e as consequências terríveis para o BES, e também a saída da família
da Adminstração. Uma fase mais favorável é expetável, em
finais de Agosto e Setembro pela progressão da Lua em sextil
a Júpiter e Neptuno.
21
Outro aspeto muito difícil e que tem
ajudado a diluir a estrutura do BES, a
colocar a nu muitos dos problemas existentes e a colocar a justiça na ordem
do dia, sobretudo nos negócios com
o estrangeiro, tem sido Neptuno em
trânsito na casa 9 em conjunção com
Urano e em oposição a Saturno. A meu
ver este trânsito foi decisivo para a dissolução do BES que todos conhecíamos, e continua ativo.
Saturno em conjunção partil com o
nodo norte, na fase crítica de Junho e
Julho, implicou instabilidade na Administração do BES, assunto de casa 5 por
onde transita Saturno. Já em Novembro
de 2013, quando Saturno estava a 15º
Escorpião houve uma crise no Conselho de Administração. A meu ver esta
passagem de Saturno no Nodo Norte
desde final de 2013 prende-se também
com a auditoria do Banco de Portugal
e o cerco montado à administração da
família Espírito Santo, porque apesar de
não ter dados concretos, foi em 1983 e
1984 que Portugal pediu ajuda externa
e no ano de 1984 Saturno passou pelo
Nodo Norte 3 vezes, com o FMI fazendo
auditoria e de certeza apertando o cerco na administração estatal da altura.
Na análise dos eclipses solares e lunares
dos últimos anos verificamos que afetaram Plutão, o Ascendente e Marte,
estão relacionados diretamente com o
Banco e as suas parcerias, operações
ocultas, investimentos e administração,
contribuindo para os acontecimentos
que se precipitaram agora.
Marte é habitualmente um gatilho para
eventos importantes. Marte é dispositor final deste mapa, e é um dos planetas mais fortes, rivalizando em qualidade com o Sol exaltado na casa 10,
de quem é dispositor. Vimos que Marte
apresenta quadraturas problemáticas
com Júpiter e Neptuno. Marte em trânsito ingressou em balança, no signo do
seu exílio em Dezembro 2013, já no mês
de Novembro tinha cruzado o FC, um
mês crítico para questões de liderança
do BES somado a diversas investigações
e problemas em curso que continuaram
e se agravaram pelo facto deste Marte
ficar 8 meses em balança e na casa 4,
criando uma série de cisões, roturas e
operações internas ruinosas para o BES.
Quando Marte ingressou em escorpião
a 26 Julho, aproximando-se da sua
posição natal e do seu retorno, tudo
se precipitou para uma nova solução,
para uma nova fase da vida do Banco. O retorno aconteceu a 4 Agosto e
o Novo Banco nasceu 14 horas antes.
Marte é dispositor do Sol e co-regente
da casa 10, por isso também tem uma
quota importante na identidade do
Banco, na sua reputação, organização
e objetivos, agora claramente numa
nova fase, em escorpião, para expurgar tudo o que existe de mau ou de
superfúlo na organização. A nova administração do Banco já contrasta em
número com a antiga, 8 elementos
contra 25 na era Espírito Santo.
No ciclo da Lua nova de caranguejo
em conjunção exata com Plutão natal
na casa 12, sabemos hoje, significou um
conjunto de operações ilegais encapotadas, realizadas no início de Julho, antes da entrada da nova administração,
que resultou em 1500 milhões de euros
do total dos prejuízos do 1º semestre. Na
prática, a administração que estava de
saída realizou uma série de operações
sofisticadas a favor de terceiros, contra
todas as ordens do Banco de Portugal,
lesando deliberadamente o BES.
O ciclo da Lua nova em Leão, já na
casa 2, ainda em conjunção com Júpiter e Neptuno natal mas em quadratura a Marte, fica marcado pela cisão
do BES em banco bom e banco mau
e pela recapitalização do banco bom.
MAPA DO NOVO BANCO - DE 3 AGOSTO 2014
A medida de resolução, como foi chamada, é uma solução pioneira na Europa, totalmente nova, uma solução relâmpago nunca testada, o nome - Novo Banco - é tão original como primário.
O ascendente em Carneiro com Urano retrógrado conjunto, assenta na perfeição. O facto de Urano estar retrógrado faz pensar
nos ajustes que terá que sofrer todo o processo de uma solução
inédita.
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O Fundo de Resolução é uma fase de transição. Sabemos que é um banco
criado para ser vendido, transformado, o regente do ascendente Marte em
escorpião, a Lua e Saturno neste signo na casa 8, somado a um Plutão angular no MC espelham isso mesmo. Um banco para ser vendido nos próximos
meses e cujo valor da venda permitirá pagar o empréstimo de 4900 M€ agora
contraído. Saturno e Lua conjuntos, regem as casas 10 e 4, respetivamente, o
passado e futuro do Banco estão unidos e assentam nesta dívida – a casa 8.
O Fundo de Resolução é detido pelos bancos portugueses e este banco nasce
de outro banco, o signo de caranguejo no fundo do céu reflete bem a atividade de origem.
Existem duas concentrações de Planetas no
mapa, na casa 8 e na casa 5, duas casas ligadas aos valores e ambas em signos fixos, que
mostram o campo de ação do Banco e também muito rigidez. Ambas as casas são regidas por planetas em regência e por isso muitos
fortes. As casas fazem quadraturas entre si, indicando que as duas áreas apresentam diversos
fatores de tensão e problemas.
A casa 5 está associada aos investimentos, às
atividades especulativas e à bolsa, ao conselho de Administração. A casa 8 está associada
aos impostos, juros, fiscalizações, relações com
bancos e empréstimos, dívidas, as reformas e
reestruturações. Estes assuntos apresentam tensões de diversa ordem no mapa.
A casa 8 é regida por Marte, que também é
regente do ascendente, está na casa 7 mas no
signo da casa 8, a ação e atividade está centrada nas parcerias, nos clientes, também na
concorrência, nos opositores diretos, mas são
relações marciais, não parece simpático, pode
indicar também questões jurídicas que terão
que ser enfrentadas e resolvidas nos tribunais,
eventuais rescisões com funcionários também
são de assinalar, tudo reforçado pela quadratura partil que faz com Júpiter e as quadraturas com Mercúrio e o Sol. Marte está conjunto à
Lua, indica divisão, cisão, corte e disputas encapotadas pelo signo em questão, muita pressão
e manipulação, muita estratégia. A Lua rege
a 4, vem da base, das origens deste Banco, a
tendência é para separações, a própria Lua
já é uma Lua em mau estado por estar em escorpião, pode indicar a pouca confiança dos
depositantes e a remoção de valores do Banco. Por outro lado e para além do que foi escrito, Marte relaciona-se bem com o eixo FC/MC,
está em sintonia com os propósitos do Banco
e atua ativamente nesse sentido. O sextil com
Plutão, conjunto ao MC indica a transformação
a que estará sujeito e também o forte controle
por parte de reguladores externos e internos,
mas também a estratégia e ações lobistas, reforçado pelo trígono de Marte a Neptuno na
cúspide da casa 12, haverá pormenores que
nunca virão a público, mas que trabalham para
que os objetivos e ações do Banco cheguem a
bom porto.
Ainda na casa 8, Saturno reflete a dívida pesada com que
o Banco nasce, e que terá que
ser paga com a venda total ou
parcelar do Banco, atualmente
consideram-se 3 hipóteses: dispersão em bolsa, venda direta a
um único comprador ou venda
de ativos em separado. Não será
fácil pagar esta dívida, terá que
ser resolvida com a ajuda da Lua
conjunta a Saturno e Vénus em
Caranguejo na casa 4 – representadas pelos bancos portugueses, e isso pode não chegar.
Na casa 5 temos Leão, com o regente Sol no seu signo e na própria casa
que rege, o que lhe dá enorme poder. Leão está associado à autoridade,
à liderança, ambição, mas também ao governo e à administração central. Quem possibilitou e viabilizou este Banco foi precisamente a Comissão Europeia, o Banco de Portugal e o Governo e são os reguladores
de todo o processo, apesar de não serem os donos. Esta é a imagem
forte de um Banco que tem a garantia do Estado apesar de não ser do
Estado. Júpiter e Mercúrio em Leão na casa em conjunção ao Sol acrescentam as grandes transacções, as negociações, os investimentos, tudo
para gerar valor e lucro, com perspetivas positivas. Júpiter como regente
da casa 9 reforça a ligação ao estrangeiro.
Mas poderá a casa 5 em tensão com a casa 8 levar tudo a bom porto?
Será uma gestão difícil, as quadraturas do Sol com a Lua e com Saturno
são marcantes em qualquer mapa e neste caso específico são reveladoras de vários problemas internos e externos que afetam o valor do Banco
e dificultam o pagamento da dívida. Mas também temos as quadraturas
entre Júpiter e Lua, Júpiter e Marte, Mercúrio e Lua, Mercúrio e Marte. São
tensões que envolvem praticamente todas as casas do mapa, ou seja,
praticamente todas as áreas de atividade e departamentos do Banco.
A casa 2 do mapa está em touro, um signo conservador e com tendência à retenção de valores, a gestão financeira é claramente para adquirir valor para obtenção de segurança. Vénus está em Caranguejo na
casa 4 e faz um trígono a Saturno, na verdade tem boa ligação à dívida
que o Banco contraiu e a boa ligação leva-nos para uma boa gestão da
mesma garantindo a confiança dos depositantes. Mas por outro lado temos sinais de instabilidade, Vénus está em quadratura a Urano e ao eixo
ASC/DSC, o que indica instabilidade na gestão financeira, diretamente
relacionada com mudanças na empresa, com as parcerias, com os clientes, com funcionários e eventuais investidores, reforçado pelo facto de
Vénus também reger a casa 7 e por estar em quadratura ao eixo nodal.
A imagem do Banco é agora uma bela borboleta verde, simbolismo de
um novo começo. As fases transformadoras do seu ciclo de vida - ovo,
lagarta, crisálida já estarão para trás e agora a fase adulta impõe-se em
todo o seu esplendor.
Por tudo o que foi dito e por este ser um Banco original, único, cuja motivação primária é ser independente e inovador, pela presença de Carneiro e Urano no ascendente que também é sinónimo de instabilidade,
terá também sempre um controle muito apertado e uma reestruturação
constante, pela presença de Plutão conjunto ao MC e em quadratura ao
eixo ASC/DSC. Somando a tensão entre a casa 5 e a casa 8, parece-me
que o Banco precisa dos seus investidores privados e parceiros para ser
livre, mas tenho dúvidas que isso seja suficiente para uma demarcação
do Estado, poderá haver dificuldades no pagamento total da dívida.
25
No futuro, será importante, ter presente, ambos os mapas. O ano
em que nos encontramos e o ano de 2015 são férteis em momentos de tensão para ambos os mapas, será interessante acompanhá-los com os eventos correspondentes e perceber que mapa
“responde” melhor.
27
NOTA DE RODAPÉ
◘ (1) Dois pontos do zodíaco encontram-se em antiscia quando estão simétricos no
zodíaco em relação ao eixo formado pelos pontos dos solstícios – 0ºcaranguejo/0º
capricórnio. O ponto do zodíaco oposto à antiscia é a contra-antiscia. Em termos interpretativos, quando temos dois planetas em antiscia é semelhante a uma
conjunção e dois planetas em contra-antiscia é semelhante a uma oposição.
29
Por: Glenn Perry
www.aaperry.com
31
ROBIN WILLIAMS
DEMASIADA ÁGUA,
MUITO POUCO AR
Nesta edição temos o prazer de apresentar o artigo do astrólogo e
psicoterapeuta americano Glenn Perry, sobre Robin Williams. Glenn
é conhecido por utilizar simplesmente os dez planetas e os nodos
lunares e pelas suas delineações psicologicamente profundas.
Certamente todos sabem que Robin Williams se enforcou na segunda-feira, 11 de agosto, na sua casa em Tiburon, Califórnia. Supostamente, estava a lutar contra a depressão neste último ano e, talvez,
de toda a sua vida. É verdade que o Sol progredido tinha completado a conjunção a Saturno natal em junho de 2013, e que Neptuno
por trânsito estava perto da conjunção exata com a sua Lua. Há
outros trânsitos e progressões relevantes que poderíamos supor contribuíram para seu fim prematuro. Mas estes não podem explicar a
vulnerabilidade à doença mental que o perseguia ao longo da vida.
Se nunca tivesse visto Robin Williams, a minha impressão inicial da
sua carta seria a de que ele é uma pessoa muito sensível, um pouco sentimental mas com um lado escuro (Ascendente Escorpião).
Quando vi pela primeira vez o horóscopo de Robin Williams, fiquei
surpreendido. Estava à espera de uma energia aquariana que seria
uma assinatura adequada para o seu humor pouco ortodoxo, frenético e eufórico. Não estava à espera de um Sol em Caranguejo e de
uma Lua em Peixes. Uma carta com os luminares mais o ascendente
em água é demasiado calma e inibida para se ajustar ao irreprimível
Robin Williams. Mas agora olho para sua carta de outra maneira.
Como acontece com qualquer tema, a chave da interpretação
está em ver como todas as peças se encaixam. Um fator crucial
para compreender as performances maníacas de Williams é a
ênfase na casa 9 (Mercúrio, Plutão, Sol), e a centralidade de
Júpiter como o planeta com o maior número de aspetos (5). O
trígono minguante da Lua a Marte-Úrano na casa 8 é particularmente revelador. Este tipo de aspeto trás energia sagitariana
para os planetas que também recebem a quadratura de Júpiter, assim há algo de Sagitário nesta configuração. Tudo isto é
consistente com a mania, que é a patologia que melhor reflete
a expressão extrema, desequilibrada da energia de Sagitário
-Júpiter. [1]
Nota da editora: Glenn Perry refere-se aqui à qualidade subjacente de cada aspeto crescente e minguante de acordo com o zodíaco natural. A imagem explicativa da autoria da
editora encontra-se no fim do artigo. *
Robin Williams, 21 de julho de 1951, 13:34, Chicago, Illinois, EUA
A forte ênfase no arquétipo de Sagitário
(por casa, aspeto e Júpiter) pode ser um
fator contributivo ou mesmo necessário
para explicar a mania de Williams, mas
não é suficiente. Outros fatores importantes são os signos em que os planetas
relevantes residem. Note-se que o trígono
minguante da Lua a Marte- Úrano ocorre
em dois signos de água, Caranguejo/
Câncer e Peixes. Sob toda esta energia maníaco-Sagitária reside uma extraordinária sensibilidade, um poço sem
fundo de sentimento que se estende até
profundidades insondáveis. Em termos
metafóricos, imaginando um balão de
ar quente subindo para os céus com o
seu forno a todo vapor. Mas por baixo há
um vasto lago cavernoso, e no seu fundo
mora a família morta do nativo. O balão
de ar quente significa sua rota de fuga,
uma tentativa desesperada, febril para
voar para acima e para longe de uma
tragédia horrível demais para enfrentar,
uma situação grave que ameaça puxálo para baixo para dentro de um pântano de culpa e dor que vai extinguir toda
a felicidade para sempre. É apenas uma
metáfora, é claro. No entanto, a verdadeira história não é inteiramente diferente.
SOBRECOMPENSAÇÃO
Na grande maioria dos casos, a
mania alterna com depressão. Isto
é o que se entende por desordem
bipolar, dois estados diametralmente opostos que alternam entre si. O que sobe, tem que descer.
O escritor Greg Gutfield observou
que os comediantes são como
trabalhadores da construção civil
pendurados nas vigas, e inevitavelmente, um vai cair. É uma metáfora adequada, pois a comédia
pode ser entendida como compensação para os demónios que
se escondem na sombra. Os comediantes são notórios por serem
calmos e reflexivos nas suas vidas
pessoais, mas muitas vezes torturados nos seus pensamentos privados. Numa entrevista de rádio em
2006 falando com Terry Gross no
programa “Fresh Air” da NPR, Williams disse que imitava o comportamento maníaco nos personagens que encarnava, mas ele nem
sempre era maníaco. “Do I perform sometimes in a manic style?
Yes,”disse Williams. “Am I manic
all the time? No. Do I get sad?
Oh yeah. Does it hit me hard? Oh
yeah” (Represento às vezes em estilo maníaco? Sim” “Sou maníaco
o tempo todo? Não. Fico triste?
Isso sim. Tristeza no duro? Isso sim”.
[2]
33
Sempre que via Robin Williams nas suas rotinas de comédia frenética tinha a impressão de que ele estava a lutar para se afastar de alguma coisa, para a superar, mas não necessariamente de uma forma saudável. Isto é típico do humor.
Como mecanismo de defesa, permite-nos interligar e libertar sentimentos demasiado dolorosas para enfrentar diretamente. É quase cliché dizer que a comédia
nasce do sofrimento. Tal como o seu ídolo Jonathan Winters (que também era
bipolar), o estilo de comédia de Robin Williams parecia mais auto gerado de que
interativo. Era como uma máquina autossustentável em movimento perpétuo
que só necessitava de uma interação mínima com outras pessoas no palco. Uma
vez que se lançava numa improvisação, sustentava-a com a sua própria energia
sem precisar da contribuição de mais ninguém. Para ele o facto de parar, ouvir e
conectar-se com outras pessoas era simplesmente interromper o fluxo de auto estimulação das suas consistentes livre-associações. Emocionante, louco, brilhante,
tirava o fôlego aos espetadores. Era como se ele estivesse a canalizar o espírito
da comédia. Mas este tipo de comportamento é mais do que um simples talento.
Reflete algo mais profundo. Quando o interruptor está sempre ligado, suspeita-se
que há medo em desligá-lo.
Terry Gross na sua entrevista perguntou a Williams se ele já havia sido diagnosticado com depressão clínica. Williams respondeu: “Não, não uma depressão clínica.
Fico infeliz, como acho que muitos de nós ficamos em certas alturas. Olhamos à
nossa volta para o mundo e dizemos Whoa..”. Este comentário é interessante,
pois sugere que a tristeza Williams era mais uma resposta ao sofrimento coletivo
do que aos acontecimentos da sua vida pessoal. A jornalista Decca Aitkenhead
do jornal “The Guardian” observou numa entrevista em 2010 que Williams parecia ser duas pessoas diferentes. “No palco ele é hiperativo demencial, alternando
entre as vozes, improvisando os seus diálogos internos. Fora do palco é outra pessoa. A sua postura é intensamente zen e quase triste, e quando não está a imitar
outras vozes, fala com um tom de barítono baixo e trémulo - como se estivesse à
beira de choro – o que funcionaria muito bem se ele estivesse a fazer um elogio
fúnebre. Parece uma pessoa gentil e boa, direi mesmo meiga - mas a impressão
dominante é de tristeza “[3].
DEMASIADA ÁGUA, MUITO POUCO AR
Com estas palavras Aitkenhead descreve tão bem a combinação Sol em Caranguejo/Câncer e Lua em Peixes como um manual de astrologia. A forma
como a jornalista percecionou Williams é consistente com o que se poderia esperar de uma pessoa cuja elemento dominante é a água. Como astrólogos,
sabemos que a água é o mais vulnerável de elementos. Cada signo de água,
à sua própria maneira, significa a necessidade de amar e ser amado - Câncer/
Caranguejo, amar aqueles que dependem de nós e de quem nós cuidamos; Escorpião, amar o outro com uma profundidade de paixão que transforma tanto o
amante como o amado; e Peixes, amar a humanidade com uma imensa compaixão indiscriminada, que transcende as diferenças mesquinhas que nos separam. Mas, as necessidades da água vêm com um preço, porque quase sempre
a nossa experiência real de amor fica aquém do ideal. E é justamente o fracasso
em atingir o ideal - a incapacidade de amar o suficiente e a frustração de nossa necessidade de ser amado - que torna a água tão suscetível ao sofrimento
emocional.
Esta afirmação é especialmente
verdade para a Lua em Peixes,
que combina dois elementos
aquosos – a Lua, que rege o signo
pessoal de Câncer/Caranguejo e
Peixes, o signo de água transpessoal. Lua em Peixes significa, portanto, um amor instintivo para
com a humanidade coletiva ,
amar de forma apessoal, como se
cada ser humano fosse o próprio
filho, especialmente aqueles vitimizados por uma falta de amor.
No momento em que escrevo este
texto, sei pouco da história familiar de Robin Williams, da sua infância, dos seus divórcios, mas Lua
Peixes sugere que ele não é estranho a perdas e tragédias, mesmo
que não sejam diretamente suas.
A Lua em Peixes sente as perdas
dos outros como se fossem as
próprias. O poeta John Donne escreveu: “Do not ask for whom the
bell tolls. I tolls for thee.” (Não perguntes por quem os sinos dobram.
Eles dobram por ti). Peixes é culpa
existencial, a culpa que sentimos
simplesmente por ser humano; o
tipo de culpa que nos lembra que
somos o guardião do nosso irmão
e que contagia a nossa consciência, sempre que vemos outra pessoa sofrer. Esta condição é agravada quando a Lua é o dispositor
de três planetas em Câncer/ Caranguejo, sendo um deles o Sol.
Em termos de dispositores toda a
energia de Câncer / Caranguejo
chega à Lua, que, por sua vez,
injeta ainda mais sentimento aos
planetas deste signo com os quais
faz trígonos. Isso é um montão de
energia desembestada CâncerPeixes. Na verdade, é non-stop,
como estilo de comédia de Robin
Williams.
35
Falando em comédia, impõe-se uma palavra sobre Escorpião. Apesar dos astrólogos raramente falarem de Escorpião como um signo de
humor, é obvia a sua relevância para a comédia. A grande maioria
das peças de humor revela uma queixa, uma mágoa, um vexame; são
coisas que nos são desconfortáveis - processos de eliminação (piadas
de casa de banho), medo, dor, vergonha, sexo, poder, e, no topo da
lista, a morte - assuntos regidos por Escorpião. A principal função do
humor é a libertação de sentimentos que se acumulam em torno de
tais temas. Essa catarse que se revela como gargalhada é orgásmica
e curativa. Com Escorpião no ascendente, esta foi a principal diretriz
da comédia de Williams, o seu instinto mais básico. O ascendente em
Escorpião garantiu que iria encontrar uma saída para o medo, a dor e
a vergonha que todos nós sentimos como seres humanos. E os planetas
focais da sua quadratura em T (Marte em conjunção com Úrano) na
casa 8, fazem ressaltar a centralidade do arquétipo Escorpião no tema
de Robin Williams.
Contudo, mesmo armado com esta possibilidade de escape, temos de
pensar que era insuficiente para processar a dor profunda que Williams
sentia a qual era canalizada para a Lua em Peixes. Basta considerar a
cadeia de dispositores. O Ascendente em Escorpião é regido por Plutão
que conjuntamente com Mercúrio tem como dispositor o Sol. Este (com
Marte e Úrano) é dispositado pela Lua que por sua vez é dispositada por
Neptuno. Neptuno tem como dispositor Vénus que com Saturno leva
de volta a cadeia para Mercúrio-Plutão, e assim o ciclo de dispositores
repete- se. A parte inferior do seu mapa, é, no entanto, a bacia para
onde escorre toda a sua água: a Lua em Peixes. É o lago cavernoso de
infinita profundidade que eu suspeito que ele tentou evitar toda vida,
mas, que no fim o chamou.
Seja por sincronicidade ou por intuição dos diretores de casting, os
atores têm tendência a serem escolhidos para papéis que refletem as
questões centrais e estrutura do seu caráter. Para citar apenas um dos
inúmeros exemplos referentes a Robin Williams, no início de sua carreira foi escolhido para interpretar o irreverente locutor, Adrian Cronauer,
no filme de 1987 “Good Morning Vietnam”. Inicialmente, ele consegue
pairar acima da dor da guerra fazendo troça dos militares no seu estilo maníaco do costume, mas seu humor é como um torniquete numa
ferida que sangra. Ele acaba por ser atraído para dentro do ventre de
Saigão e confronta-se com os horrores que afligem tanto americanos
como vietnamitas. A sua angústia é palpável. Ele quer salvar todos. E
falha.
Podemos dizer que é a história de sua vida.
Quando se considera a vida de Williams como um todo -uma mulher
linda, amado por multidões, uma casa em Tiburon, milhões de dólares
em ativos, e uma carreira divertida que parecia não ter limites – devemos perguntar: o que há de errado com esta imagem? Se uma pessoa não pode ser feliz com tudo isto, que esperança há para o resto
de nós? Mas a Lua em Peixes não é um mero contentor de felicidade
pessoal; também é um recipiente aberto para todo o sofrimento no
mundo. As suas antenas emocionais estão em sintonia com os milhões
de vítimas que não é possível salvar, com as grandes tragédias da vida,
com a doença e o desespero, com as perdas dolorosas e o sofrimento
inevitável que varre os oceanos como um tsunami em direção à sua
própria consciência.
Qual seria a resposta eficaz para tal sofrimento? Minha resposta é
racionalidade - o estado de ser racional. Isto é ar. Confere a capacidade de analisar a situação imediata e ver as questões a partir de uma
perspetiva fria, independentemente de quão perturbadoras possam
ser em termos emocionais. O ar é a testemunha, o espetador, a função
objetiva que serve de mediador entre o ideal e o real. Proporciona ao
indivíduo uma faculdade lógica e racional que lhe permite aprender as
causas do que o aflige e encontrar soluções sensatas.
Dada a enorme quantidade de sofrimento que há no mundo, isso pode
parecer frio, insensível, até mesmo indiferente. Mas é precisamente o
fulcro da questão: o elemento do ar permite-nos reconhecer a pura irracionalidade de arcar com a responsabilidade pelos males do mundo.
Como indivíduo, cada um faz o que pode -contribuir para instituições
de caridade, apoiar causas dignas - e deixa o resto entregue nas mãos
de Deus e no lento desenrolar do tempo. Somos apenas uma pessoa,
aqui neste mundo durante um breve momento da vasta extensão da
história humana. Temos que manter as coisas em perspetiva.
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Se a culpa existencial de Peixes não for contrabalançada pode metastizar em
culpa excessiva, injustificada, irracional -o tipo de culpa que rouba a felicidade
pessoal e sabota a saúde e bem-estar na noção equivocada de que deve expiar o crime imaginário de não ajudar o suficiente. A culpa desse tipo leva à
autodestruição, um comportamento clássico de Peixes. Quando se está atolado
em culpa irracional, um Martini acena como uma mulher sedutora e uma linha
de cocaína diz: “Inala-me; sim, vou resolver completamente o teu problema “. E
muito em breve é-se vítima de si mesmo, da adição, condição com que Robin
Williams lutou durante grande parte da sua vida adulta.
No tema de Williams, o ar é seu elemento inferior, o que não surpreende. O seu
único representante é Neptuno em Libra/ Balança na casa 11, que constitui a
terceira parte da quadratura em T que une Marte- Úrano e Júpiter. Suspeita-se
de Neptuno em Libra era um co-conspirador na quadratura em T maníaca que
Williams utilizava para evitar a dor, uma vez que Libra/Balança é antitético ao
sentimento. Procura uma saída sendo bonzinho e justo. Lembro-me da cena no
filme “The Abyss” em que o casal interpretado por Ed Harris e Mary Elizabeth Mastrantonio discutem sobre quem deve usar no único fato de mergulho ao mesmo
tempo em que submarino anão danificado lentamente se enchia -você adivinhou - de água. Cada um gentilmente se ofereceu para que o outro vivesse, mas
a racionalidade que demonstravam foi logo superada pela quantidade avassaladora de água que os submergia.
Com Neptuno em Libra/ Balança como o único planeta de ar e a presença de
quatro planetas em água, pode ser como a receber uma carta do hospital que
diz: “A boa notícia é que nós aprendemos muito sobre o vírus que teve origem em
si, matou sua família, e, posteriormente, acabou com a sua terra de origem. Mas
como é maravilhoso que você tenha sobrevivido! “. Uma comunicação assética
que ofusca totalmente a tragédia do seu conteúdo. A tese é simplesmente esta:
muito pouco ar em face do excesso de água não consegue mitigar por meios
racionais a culpa que é obrigado a suportar. Assim, afunda-se nas profundezas
enquanto se debate à procura de ar. É uma ironia que Robin Williams tenha literalmente morrido de asfixia, uma condição de falta oxigénio, ou de muito pouco ar.
Mais uma evidência da falta de ar de Williams é a sua entrevista de 2010 para o
“The Guardian”. Aitkenhead observa que Robin Williams só se tornou coerente ao
falar sobre suas angústias com álcool e subsequente sentimentos de culpa. Caso
contrário,
É vago, tangencial e, por vezes, mais ou menos incompreensível. ... A
verbalização prodigiosa exibida em “Good Morning Vietnam” tinha-se ido
embora. Muitas vezes, quando ele abre a boca saí um fio de palavras sem
nexo, como uma dúzia de diferentes falsos começos entrelaçados, dos quais f
inalmente se forma uma frase concreta... .É como tentar sintonizar uma
estação de rádio de ondas longas. [4]
Esta descrição pode ser característica de
uma falta do elemento ar. Parece que
Robin Williams realmente queria falar da
sua recaída no alcoolismo - noutras palavras, nas questões relativas à água, altura
em que a jornalista diz ele de repente se
tornou lúcido e participante. Robin admite que voltou a beber em 2006 para lidar com um sentimento difuso de “medo
e ansiedade”, e que lamenta a forma
como o seu segundo casamento terminou em 2008, em grande parte por causa
de seu alcoolismo, apesar de nessa altura
já estar sóbrio. “Sabe, eu era vergonhoso”, confessa, “e quando se fazem coisas
que causam nojo, é difícil recuperar.” [5]
Claramente, Robin Williams sentia-se culpado pelo seu alcoolismo e pela destruição do seu casamento. No entanto,
suspeito que isto simplesmente encobre
uma culpa mais profunda, mais irracional
que inicialmente o levou a beber. As consequências de seu alcoolismo não são a
verdadeira fonte de sua dor e culpa, apenas a ponta visível do iceberg, um ponto focal onde ele pode derramar seus
sentimentos. A nascente que dá origem
ao seu sofrimento é mais difusa, inefável
e sem limites, como o próprio signo de
Peixes.
CONCLUSÃO
Segundo todos os relatos, Robin
Williams não deixou uma nota de
suicídio. Assim não poderemos
nunca saber toda a verdade sobre o que o fez tirar sua própria
vida. Calculo que ele simplesmente não soube gerir os seus
sentimentos. Sua capacidade de
resposta racional e objetiva para
os males do mundo, que ele sentia como sua, era simplesmente
inadequada para a extraordinária
profundidade da sua compaixão
diante o sofrimento humano. Às
vezes pode –se ser uma pessoa
demasiado boa, o que é um tipo
de perturbação. O remédio paliativo de Robin Williams era o humor,
e quando isso falhou, drogas e álcool; e quando isso falhou, o suicídio por enforcamento, como se
ele realmente fosse um criminoso.
No fim de contas, a sua fuga para
as alturas vertiginosas de humor
maníaco não funcionou. Talvez
simplesmente tenha ficado sem
combustível. A gravidade do seu
estado foi avassaladora, puxando-o para o fundo do lago escuro
e apagando para sempre o último
lampejo de brilho da sua alma torturada.
39
◘ [1] Perry, G. Depth Analysis of the Natal Chart. Haddam Neck, CT:
AAP Press. See in particular Chapter 6, “Psychopathology of the Zodiac”.
◘ [2] “Robin Williams on Depression: ‘I Get Bummed’, from The
Huffington Post, by Kurt Heine, posted 08/11/2014 at 11:07 pm, at
http://www.huffingtonpost.com/2014/08/11/robin-williams-mentalillness_n_5670367.html?utm_hp_ref=celebrity&ir=Celebrity
◘ [3] Aitkenhead, Decca. “Robin Williams: ‘I was shameful, did stuff
that caused disgust – that’s hard to recover from’”, in The Guardian,
posted Sunday 19 September 2010. http://www.theguardian.com/
film/2010/sep/20/robin-williams-worlds-greatest-dad-alcohol-drugs
◘ [4] Ibid
◘ [5] Ibid
◘ * Qualidades dos aspetos crescentes e minguantes
41
Glenn Perry, Ph.D., é astrólogo e psicoterapeuta americano residente em Haddam Neck, CT. Além de se dedicar à prática privada, Dr. Perry é diretor da Academy of AstroPsychology, uma escola online que oferece cursos na área da astrologia psicológica.
Glenn escreveu oito livros, incluindo “An Introduction to AstroPsychology”, e é membro do Conselho Diretivo e assessor de pesquisa
qualitativa da International Society for Astrological Research (ISAR).
Palestrante internacional, debruça-se essencialmente sobre a aplicação da astrologia nos campos de “counseling” e psicoterapia.
Email: [email protected]. Website: www.aaperry.com
43
Socióloga, jornalista, autora.
Blogger diária de “Céus”, dá aulas em Lisboa no
Quíron de Astrologia política.
Por: Rosita Iguana
Membro N.º 41
www.rositaiguana.com
ISIS:
UM CALIFATO
FUNDAMENTALMENTE
VIOLENTO
DE JIHAD LOCAL A PERIGO INTERNACIONAL
◘ Em 1999 chamaram-se “Organização do Monoteísmo e da Jihad”. Eram um grupo de origem jordana aberto a militantes fundamentalistas islâmicos sunitas salafitas de outros países árabes
que tentaram depor o rei da Jordânia e alargaram a sua actividade contra a presença dos Estados Unidos no mundo árabe que
começaram por combater no Afeganistão.
◘ Em 2004 aliaram-se à Al-Quaeda no Iraque. Em Janeiro de 2006
integraram outros grupos insurgentes sob o nome de “Conselho
Mihahideen Shura”.
◘ A 13 de Outubro de 2006 anunciaram a criação do Estado Islâmico do Iraque, ISI, juraram libertar o Iraque da opressão shia e
restaurar a glória de Allah na linha sunita salafita.
◘ A 9 de Abril de 2013 alargaram a sua base operacional para a
Síria e adoptaram o nome de Estado Islâmico do Iraque e do Levante ou Al—Sham- ISIS.
◘ A 29 de Junho de 2014 estabeleceram um governo nos territórios
que controlam e declararam o seu alargado estado islâmico, um
Califado, na antiga tradição. Al Baghdadi é o Califa. Controlam
um território vastíssimo, estão equipados com armamento sofisticado incluindo material americano capturado no Iraque.
45
Têm financiadores privados nos estados
islâmicos sunitas como os whaabitas do
Qatar e a Arábia Saudita e ganham cerca de 1 milhão de dólares por dia da venda de petróleo de poços capturados no
Iraque, diz-se que por intermediários curdos. Torturam, matam, esfolam, decapitam, violam, pilham, têm uma central de
media que produz uma revista digital,
propaganda em várias línguas incluindo
inglês, alemão, russo e francês e divulga
no Youtube, no Twitter, no Facebook decapitações, crucificações, assassinatos
em massa.
◘ No dia 19 de Agosto essa acção
mediática chegou a novo auge de projecção quando puseram online o vídeo
em que mostravam a cabeça cortada do fotojornalista americano James
Foley.
◘ Um segundo video a 2 de Setembro
mostra a decapitação de um segundo
jornalista americano Steven Sotloff. Prometem mais e farão certamente pior.
◘ Os Estados Unidos e os aliados decidiram agir depois da cimeira da NATO a
4 e 5 de Setembro, Obama explicou aos
americanos no dia 10 de Setembro o
perigo global que o ISIS representa e os
planos para pôr cobro à sua actuação.
Está aberta a guerra santa que os
horóscopos corroboram. Não são
horóscopos simpáticos de analisar.
OS SINAIS NOS CÉUS
Olhar para o ISIS numa perspectiva astrológica requer colocarmos
o seu “nascimento” no mapa dos tempos. Em 1999, a organização
de que deriva sua criação tem como pano de fundo Plutão e
Marte conjuntos em Sagitário, planetas de guerra, morte e transformação a lançar as sementes da luta pela verdade religiosa. A
13 de Outubro de 2006, quando anunciam a criação do Estado
Islâmico do Iraque - ISI- Saturno está Leão em trígono a Plutão
em Sagitário dando estrutura ao ímpeto plutoniano de poder religioso. A partir de 2009 vão conquistando terreno no Iraque com
Plutão e o Nódulo Norte em Capricórnio.
A 9 de Abril de 2013, em plena quadratura de Urano a Plutão, com
o pé também na Síria declaram que os territórios que controlam
são um estado e menos de um ano depois, a 29 de Junho passado, com Úrano oposto a Marte e Saturno em Escorpião trígono
a Quíron estabelecem um Califado, sob a lei religiosa. Plutão em
Sagitário trouxe a morte e renascimento nos ideais religiosos, a sua
entrada em Capricórnio tem vindo a provocar a morte e renascimento das estruturas políticas e das organizações de poder por
força das mudanças ideológicas da travessia do signo anterior.
A série de quadraturas de Urano a Plutão que desde 2012 e até
2015 catalisa estes processos de transformação estrutural, traduzse na revelação dessas mudanças através de golpes súbitos que
trazem uma nova organização ou ordem de poderes devido à
presença de Saturno, regente de Capricórnio, em Escorpião ou
seja em recepção mútua com Plutão que rege o Escorpião. São
novas estruturas de governo financeiro, político, territorial que se
querem afirmar. Aqui se inclui a crise da banca, do euro e transformação do sistema financeiro e bancário europeu, a expressão do
desejo de independência da Escócia e da Catalunha, as reviravoltas de poder no mundo árabe que começaram com a primavera árabe em 2012, que trouxeram a guerra à Síria e ao Líbano
e de novo ao Iraque, os militares no Egipto, o grupo fundamentalista islâmico Boko Haram que controla um vasto território no norte
da Nigéria, os Al- Shaab na Somália, os Ansar Dime no Mali, a viragem política e estrutural na Turquia, etc…Assim, o ISIS evolui de
grupo ideológico/religioso armado - enquanto Plutão estava em
Sagitário - para se transformar num poder político com a capacidade de governar um território, dominar as bases, reunir recursos,
expandir fronteiras e fazer uma guerra religiosa com Plutão no signo das estruturas, o Capricórnio, em quadratura a Úrano em Carneiro, o signo da iniciativa de guerra e Saturno em Escorpião em
trígono a Neptuno em Peixes, a força das armas em nome da fé.
47
ISIS - UM HORÓSCOPO DE COMBATE
Neste contexto, se olharmos para o
horóscopo do ISIS quando da sua afirmação inicial como Estado do Iraque e do
Levante, a 9 de Abril de 2013, às 10.45, hora a que o leader al-Baghdadi o anunciou publicamente em Alepo, segundo o astrólogo Gary Lorentzen,- vemos no Meio do
Céu um extraordinário “stellium” de planetas em Carneiro, signo da guerra, regido
por Marte: Lua, Úrano, Sol, Marte e Vénus
conjugam-se assim marcialmente e traduzem-se, um após o outro, na afirmação
pública do desejo de iniciativa bélica, na
acção radical, no ímpeto conflituoso, nos
lucros da guerra. Há que acrescentar que,
na casa IX da ideologia, junto ao Meio
do Céu, está Mercúrio, planeta da comunicação, em Peixes, onde também está
Neptuno, a ilustrar a importância da exposição mediática e da propaganda da
fé pelo mundo fora. Mercúrio está em trígono ao Ascendente em Caranguejo e em
sesquiquadrado a Saturno em Escorpião:
doa a quem doer, fazem saber aos quatro
ventos as bases do seu fundamentalismo e
opressão.
O uso da comunicação social cibernética para divulgar a força do ISI vem
com o quincôncio de Saturno em Escorpião à Lua e Úrano em Carneiro,
Lua essa que rege o Ascendente Caranguejo, signo da protecção instintiva da tradição e dos nacionalismos,
neste caso sunita. A brutalidade da sua
acção é pela quadratura de Plutão,
em oposição ao Ascendente, perto da
cúspide da VII, ao stellium na X. O controlo total das estruturas de poder, das
relações ou parcerias assinalado por
esta posição e o aspecto de tensão à
Lua, Úrano, Sol e Marte traduz-se não
só em violência física e militar como no
saque material das riquezas e armas
com que se deparam. Segundo o astrólogo americano Robert Hand há um
outro aspecto que tem de ser considerado que é o da Parte da Fortuna estar na Casa XII em quadratura à Lua na
X e em oposição a Plutão.
Segundo Hand, a Parte da Fortuna que simboliza os interesses
materiais, financeiros em toque a Plutão implica o uso cego da
força para a aquisição de bens, enquanto a quadratura à Lua
no Meio do Céu e a Úrano traz instabilidade nessa conquista. Por
se encontrar na casa XII simboliza os apoios não evidentes mas
também inimigos escondidos. Também a presença do Sol na X
regente da II se traduz no apoio de figuras relevantes e mesmo de
países ricos que financiam a actividade do ISI. Falta mencionar
Júpiter regente da VI e da IX na XI, o serviço da fé ou ideologia
como trabalho e como projecção no colectivo. Em suma, todo
um horóscopo em que ideologia e fé se misturam com dinheiro,
poder e violência num cocktail explosivo para quem não estiver
do seu lado.
Esse Júpiter na XI que expande a presença e fundamentos do ISIS
mundo fora, pela comunicação e pela força está certamente no
alargamento das suas actividades a território sírio e à declaração
de um novo estado de coisas com o domínio territorial de parte
da Síria o que permitiu a ISI declarar a 29 de Julho passado que se
passaria a chamar ISIS e se transformava num Califado, forma islâmica de governo que representa a unidade e liderança política
do mundo islâmico, sob um Califa, neste caso o auto-proclamado Al Baghdadi, que se afirma como sucessor do profeta Maomé
em autoridade política. O califado é a única forma de governo
que tem a total aprovação na teologia islâmica e é o conceito político central do islamismo sunita, por consenso da maioria
muçulmana nos primeiro séculos. Está aqui o Caranguejo e o Capricórnio, os Peixes e o Escorpião e o Carneiro que os leva a guerra pela tradição, pela ordem, pela fé, pelo poder, por tudo isso
de forma explosiva e moderna com Úrano bem elevado no céu.
Falam em nome de Allah e quem não se converter ao seu ditame
tem de morrer. Este é o princípio que rege a sua acção, idêntica
ao fundamentalismo whaabita da Arábia Saudita de onde veio
Osama bin Laden, os pilotos do 11 de Setembro e os principais
apoiantes financeiros do ISIS.
49
ISIS - O COMBATE DO CALIFATO
É Sagitário, regido por Júpiter que está
no Ascendente do horóscopo da proclamação do Califado que cobre agora
parte do Iraque e da Síria com pretensões a expandir ainda mais os seus horizontes. Há um horóscopo que circula na
Internet que tem o ascendente a zero
graus de Capricórnio feito para as 19.45
hora de Mosul, pelo astrólogo Peter Novak que diz no entanto ser esta uma
hora estimativa. Mas o site Longwarjournal, o primeiro a dar a notícia e a fazer
os links e para os vídeos, twitts e para
o texto da declaração da formação
do novo estado islâmico aponta como
hora as 18.44 em Tikrit. Como também
não sabemos se saiu primeiro o twitt, o
vídeo no youtube, o post no facebook
ou a declaração de Al Baghdadi e todos eles já foram eliminados na net por
o conteúdo ser considerado um apelo
à violência, fiz outro horóscopo também aproximado para as 18.30.
Este mapa dá o Ascendente Sagitário,
coloca a cúspide da casa VIII entre
Júpiter e a Lua, Marte, regente da IV
no Meio do Céu assim como o Nódulo
Norte em Balança, oposto a Úrano no
Fundo do Céu e o Sol em Caranguejo na VII, trígono a Neptuno na cúspide da III, oposto a Plutão na I, numa
grande cruz com Marte e Úrano. Se o
horóscopo do ISI já era retrato de vontade cega de criar um estado, impondo pela força bruta um ideal religioso
ancestral, o horóscopo do ISIS mostra a
evolução para um estado expansionista, que alarga pela força a sua base
territorial, que impõe um fé e uma forma de vida e que tem acesso à riqueza
já no seu próprio território - o que faz
sentido porque já detém agora poços
de petróleo. É de salientar o grande
trígono de Água entre o Sol em Caranguejo, Saturno em Escorpião e Neptuno e Quíron em Peixes que estrutura
esse estado como poder espiritual sem
perdoar desvios da tradição ancestral
e uma grande cruz cardinal entre o Sol
em Caranguejo, Marte em Balança,
Plutão em Capricórnio e Úrano em Carneiro, um vulcão explosivo de energias
destrutivas de tudo o que se lhes opuser.
Se compararmos os dois mapas, a primeira coisa que salta à vista
é que Saturno no horóscopo do ISIS está exactamente conjunto
ao Nódulo Norte do horóscopo do ISI, como se a fundação do
Califafo fosse a estruturação do objectivo a atingir do ISI, o que
representa por isso um sucesso de actividade, um cumprir do destino, no tempo e nos espaço colectivo já que esse ponto cai na
casa XI do horóscopo do ISIS. Também o Sol passa de Carneiro
para lhe ficar em quadratura em Caranguejo, da luta para a criação de raízes no respeito da tradição, mas em tensão permanente e em risco de novas transformações até talvez queda de
liderança já que a Úrano faz conjunção ao Sol do ISI e na sinistria está quadrado ao Sol do Califado e enquanto Plutão faz
quadratura ao Sol do ISI e oposição ao Sol do ISIS. Também Marte
no horóscopo do ISI está conjunto ao Sol para no horóscopo do
ISIS lhe fazer oposição. Há assim uma dança destes planetas que
simbolizam transformações violentas que não abranda desde a
formação do grupo político até à sua instauração como estado
religioso dotado de estruturas de poder. Em ambos os horóscopos, apesar de em graus diferentes, Saturno e Úrano estão em
quincôncio, despoletando abusos de poder, revelando as dificuldades de gerir governo e acção bélica, complexidades existenciais a que são dadas respostas díspares, neste caso memo disparos, decapitações e assassinatos em massa como demonstração
de quem manda.
Falta falar de Vénus, que rege tradicionalmente o Islão, Vénus da
paz de quem diz Salaam, Vénus num dos cornos do boi Ashur da
mitologia da assíria que tinha Júpiter no outro corno, Vénus que
rege a sexta feira, dia feriado muçulmano. Vénus rege o Meio do
Céu do horóscopo do ISIS em Balança onde está Marte a lutar
por essa versão exclusiva da paz islâmica whaabita. No horóscopo inicial do ISI Vénus está conjunta a Marte em Carneiro. A paz é
uma guerra nestes horóscopos.
51
E AGORA?
Agora os dados estão lançados.
Saturno vai entrar em Sagitário no final
do ano onde ficará até ao final de 2017
altura em que estará em trígono a Úrano
em Carneiro. Saturno em Sagitário, regido por Júpiter traduz-se no crescimento
do poder religioso, nas estruturas políticas
dominadas pela ideologia e fé. O trígono
final a Úrano em Carneiro permite a sua
actuação de forma mais fluida. O fundamentalismo islâmico é estatisticamente
o movimento religioso em crescimento
mais acentuado no mundo actual. Saturno em Sagitário simboliza a consagração
dessa tendência e dá-lhe nova ordem.
A Primavera árabe que irrompeu com
a primeira da série de 7 quadraturas de
Úrano a Plutão em 2012, (como forma de
contestação aos poderes instituídos na
conjunção de Úrano a Plutão quando esses estados se tornaram independentes
nos anos 60) vai já ter, em 2015, na última
quadratura de Úrano e Plutão o peso do
controlo dos poderes religiosos a limitar
opções.
Saturno em Sagitário complica as viagens, obriga a saber mais, traz a recessão económica porque representa
limites ao crescimento e impõe regras
de origem religiosa ou filosófica. É um
entrave á liberdade. Mas é também
a liberdade como valor estruturante a
defender. Conflito puxa conflito e os
Estados Unidos, aliados ocidentais e a
Liga árabe concertam esforços para,
com bombardeamentos e outros métodos tentarem não só parar o avanço
do ISIS como reduzi-lo a nada. Saturno
em Sagitário transitará a casa XII do
ISIS, começando por um trígono à Lua
em 2015. Tempos de guerra aberta e
terrorismo e contraterrorismo nos bastidores….
Não subscreve o acordo ortográfico
53
Nasceu em 1975 na cidade de Évora e é formado em
Pintura pela FBAUL. Estuda Astrologia e Esoterismo desde 2000.
No presente dedica-se prossionalmente à Astrologia
na vertente de consultoria de desenvolvimento pessoal e à investigação e formação na área da simbologia astrológica, e da psicologia analítica.
Por: Jorge Lancinha
Membro N.º56
www.astrologia.jorgelancinha.com
JÚPITER
EM LEÃO
O ARQUÉTIPO
DO REI SAGRADO
Júpiter fez a sua entrada em Leão no passado mês de Julho e permanecerá neste
signo até Agosto do próximo ano. Com o
seu ciclo zodiacal de aproximadamente 12
anos, Júpiter passa cerca de um ano em
cada signo – tempo suficiente para que o
seu simbolismo se revele nitidamente na esfera colectiva.
Apesar de ser um planeta rápido, comparado com Úrano, Neptuno e Plutão, que marcam o ritmo das grandes transformações
sociais, Júpiter assume um papel importante, funcionando muitas vezes como gatilho de exteriorização das dinâmicas consteladas pelos planetas transpessoais.
55
d.r.
d.r.
Esta mudança de signo mostrounos isto de forma muito clara:
o conflito em Gaza que ganhou proporções dramáticas, a
morte do jovem Michael Brown
no estado do Missouri que inflamou a população a ponto do
governador declarar o estado
de emergência na região, e em
Portugal a derrocada final do
Banco Espírito Santo são alguns
exemplos de como o convite
de Júpiter à expansão pode
acender o “barril de pólvora”.
Comecemos então por caracterizar de forma geral o arquétipo de Júpiter para chegarmos
depois a uma compreensão sobre a sua passagem pelo signo
de Leão.
Júpiter é o maior planeta do nosso sistema solar (possui quase 11
vezes o diâmetro da Terra) e é o quarto objecto mais luminoso
no nosso céu (depois do Sol, da Lua e de Vénus). Daí que a sua
associação com os conceitos de grandeza e expansão seja directa. Júpiter é também o centro de um mini-sistema planetário
com mais de meia centena de luas, quatro das quais têm entre 1
a 2 vezes o diâmetro da nossa Lua. Este sistema repleto de diversidade remete-nos para outros conceitos associados a Júpiter: a
abundância, a ordem, a coexistência harmoniosa.
A divindade associada com o este planeta é Zeus / Júpiter, o
soberano da dinastia olímpica. Na mitologia grega, Zeus depõe
o pai Kronos (Saturno) e inicia uma nova era celestial baseada
na liberdade e na justiça. Enquanto Saturno representa limites
e estrutura, Júpiter simboliza a abertura e a pluralidade. Na era
mitológica de Zeus a humanidade assume um papel mais independente e entregue a si própria. Os deuses surgem com uma
agenda própria que raramente tem em conta os interesses humanos, apresentando-se não como criadores e gestores da realidade humana mas medindo forças com esta. Temos assim um
manancial de mitos em que deuses e humanos concorrem entre
si, enamoram-se uns pelos outros, ligam-se sexualmente e geram
heróis, que por sua vez fazem a ponte entre céu e terra. Tudo
isto presidido por Zeus, ele próprio recordista da paternidade de
semideuses, fruto das suas escapadelas com inúmeras mortais.
De todo este período olímpico, que é expressão da vontade de
Zeus / Júpiter, sobressai a ideia de um universo expansivo, repleto
de oportunidades e mas também engodos, em que o individuo
é impelido a fazer escolhas e a confrontar-se com as devidas
consequências, ao mesmo tempo que se vê envolvido com
poderes que ultrapassam a sua compreensão mas que exigem
reverência e sujeição.
57
Júpiter e Tétis - Ingres, 1811
De toda esta arquitectura mitológica podemos extrair
uma caracterização de Júpiter como o arquétipo da
liberdade, da ordem, da justiça, da verdade, da esperança, da sabedoria. Este planeta representa uma função
interna através da qual expandimos os nossos horizontes
de consciência, buscando cenários mais abrangentes
e luminosos, identificando oportunidades de realização,
intuindo princípios mais amplos que nos devolvem um
sentido de propósito crescente. A sua atrofia manifestase geralmente como dúvida, desorientação, descrença,
pessimismo, depressão, falta de sentido ético e moral, e
a sua distorção pode gerar fanatismo, prepotência, expectativas irrealistas e o não reconhecimento de limites.
Através da sua viagem pelo zodíaco, Júpiter vai apontando qual o território onde podemos expandir e crescer.
Agora que transitou para Leão, é através do filtro deste
signo que iremos receber o principio jupiteriano. Sendo
este um signo de fogo, encontra-se ligado a questões de
expressão, identidade e criatividade. Em Leão, Júpiter
propõe a expansão do sentido de identidade individual:
o “Eu” ganha força e convicção; a “Verdade” é filtrada
pela singularidade da perspectiva pessoal.
Napoleão no seu Trono Imperial – Ingres, 1806
Descrevemos atrás o papel de Júpiter como soberano dos deuses olímpicos, faceta
essa que sobressai sem dúvida com a sua colocação no signo de Leão, associado à
realeza – a identidade colectiva projectada no ser individual.
É interessante notar que Ingres, quatro anos depois de pintar o retrato de Napoleão,
usou a mesma composição para representar Júpiter, composição aliás inspirada
numa das sete maravilhas do mundo: a estátua colossal de Zeus em Olimpia. Outra
observação interessante é a posição destacada de Júpiter no mapa natal de Napoleão: na primeira casa, bem perto do Ascendente (fonte: Astro-Databank). Sendo
este Leão de signo solar, a imagem de Napoleão e a sua afirmação no mundo exterior possuem de facto um caracter bastante jupiteriano. Escolhi então esta personagem para nos assistir simbolicamente na interpretação deste trânsito.
Napoleão é sem dúvida uma figura controversa mas incontornável da história da
Idade Contemporânea. O seu carisma pessoal é lendário, dando corpo como poucos ao arquétipo do Líder. O Leão, o seu signo de nascimento, é de facto considerado o “rei da selva”, como superpredador que domina sobre todas as outras espécies
do seu ecossistema. É um signo yang por excelência e é símbolo do poder da vontade individual. Com a passagem de Júpiter a activar este princípio zodiacal, será
de esperar um maior fluxo de figuras carismáticas a subirem aos palcos mediáticos,
servindo como espelho no qual o colectivo projecta os seus apelos leoninos.
59
Sendo Júpiter um agente expansivo, será fácil perceber que quem tem
planetas ou ângulos em Leão, sinta nesta altura uma maior facilidade em
contactar com a sua vontade pessoal e consequentemente exteriorizar a
sua individualidade de forma mais fluida. Isto poderá traduzir-se num período de grande criatividade, com novas propostas a serem avançadas
para os problemas que entretanto enfrentamos.
Regressando a Napoleão, encontramos paralelismo, por exemplo, na forma como este conseguiu congregar vontade politica para implementar
várias reformas, como a do sistema legal, com o seu código napoleónico,
que ainda hoje serve de base a muitos sistemas modernos.
No aspecto mais sombrio desta personalidade, vamos obviamente encontrar a prepotência dictatorial da identificação com o poder, ao invés de
ser um veículo construtivo para o mesmo. A procura de obter privilégios
desconsiderando os interesses de outros é um dos riscos que enfrentamos
com a passagem de Júpiter em Leão. A potenciação de tendências imperialistas pode sem dúvida inflamar conflitos que, nesta altura, correm o risco
de desencadear a guerra aberta: Júpiter em Leão não prima pelo diálogo
mas pela demonstração de força! E infelizmente temos desde já exemplos
dramáticos desta inclinação belicista.
Numa tónica mais pessoal, este trânsito de Júpiter por Leão é uma oportunidade para contactarmos de forma mais criativa e construtiva com o
nosso “Eu-pessoal”: o centro gravitacional agregador de toda a estrutura
da nossa personalidade. Para que possamos transcender a separatividade
individual e aceder integradamente a níveis superiores de consciência, é
necessário desenvolver suficientemente o veículo da personalidade, para
que este possa ser um agente funcional e materializador da vontade superior. Com Úrano a transitar em Carneiro, neste ano em que Júpiter potencia
Leão, temos um duplo convite a fazer trabalho de identidade e individualidade. Se soubermos trabalhar com as oportunidades que Júpiter nos indica, podemos sem dúvida sair reforçados na nossa auto-confiança e com
uma imagem mais clara daquilo que somos no plano individual.
Identificando as casas do nosso mapa natal que Júpiter activará ao transitar pelo signo de Leão, podemos saber em que áreas de vida se concentrarão as oportunidades de expansão e crescimento durante este período.
Aqui fica uma tabela com algumas ideias-chave para o trânsito de Júpiter
nas 12 casas natais.
OPORTUNIDADES
EXCESSOS
CASA 1
Projecto pessoal
Afirmação
Aparência
Individualismo
Prepotência
Vaidade
CASA 2
Valorização pessoal
Abundância
Autonomia
Sobrevalorização
Esbanjamento
Materialismo
CASA 3
Aprendizagem
Comunicação
Trocas comerciais
Dispersão
Desinformação
Especulação
CASA 4
Protecção familiar
Casa cheia
Melhoramentos em casa
Ficar debaixo da asa
Paternalismo
Saudosismo
CASA 5
Criatividade
Romance
Auto-expressão
Egocentrismo
Orgulho
Inveja
CASA 6
Saúde
Trabalho
Organização
Indulgência
Laxismo
Pedantismo
CASA 7
Possibilidades de relação
Parcerias
Companheirismo
Usar o outro
Encostar-se
Desequilíbrio
CASA 8
Intimidade
Valores partilhados
Sociedades
Promiscuidade
Dependências
Dívidas
CASA 9
Viagens
Estudos
Sabedoria
Fundamentalismo
Dogmatismo
Ser dono da verdade
CASA 10
Avanço na carreira
Reconhecimento
Visibilidade
Ambição desproporcionada
Prepotência
Arrogância
CASA 11
Novas amizades
Destaque no grupo
Integração na comunidade
Sectarismo
Imposição
Segregação
CASA 12
Intuição
Cura
Compaixão
Fuga
Ilusão
Isolamento
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Aqueles que têm planetas no signo de Leão sentirão a
passagem de Júpiter mais directamente e em consonância com o simbolismo do planeta natal ali colocado (no
caso do Sol será em matéria de identidade e auto-expressão, se for Mercúrio relaciona-se com o intelecto e a
comunicação, etc).
Mas não só os planetas em Leão estarão favorecidos:
Carneiro e Sagitário recebem o trígono e assim também
terão caminho facilitado à expressão.
Já no que respeita aos planetas natais colocados nos
signos que receberão a oposição e as quadraturas, ou
seja, Aquário, Touro e Escorpião, a dinâmica será mais
desafiante, pedindo algum esforço de adaptação para
que possam recolher os benefícios de Júpiter. Principalmente para colocações em Touro e Escorpião, que
primam pela busca de segurança e são naturalmente
mais introvertidos, a proposta de maior exposição pessoal que Júpiter em Leão estimula, poderá ser encarada
com alguma desconfiança e retracção. Para planetas
em Aquário o desconforto também se fará sentir já que
o impulso para a expressão individual criará polarização
face aos valores aquarianos, tendencialmente grupais,
sociais e comunitários.
Porém falamos de Júpiter e a sua influência, quer desafiante ou fluida, promove o crescimento e a expansão,
pelo que podemos assumir todos estes aspectos como
oportunidades que se estendem no nosso caminho.
Em relação ao calendário do percurso que Júpiter fará por
Leão, temos uma inversão em sentido retrógrado a 9 de Dezembro no grau 22º, para depois retomar o movimento directo no
dia 9 de Abril no grau 12º. Podemos assim verificar com a ajuda
do gráfico anexo quais os graus de Leão que serão activados
em cada mês.
Em conclusão, o trânsito de Júpiter pelo signo de Leão vem agitar este cocktail de transformação em que estamos imersos. O
potencial é de grande criatividade e optimismo se soubermos
encarnar de forma madura esta vibração poderosa e apaixonante. Júpiter em Leão traz-nos o arquétipo do Rei Sagrado,
cujo propósito é a criação do Cosmos, da Ordem, da Justiça e
da Paz.
63
Artigo baseado no webinário “Júpiter em Leão”, realizado em Julho
de 2014 e disponível no link: http://
www.astrologia.jorgelancinha.com/
webinario-jupiter-leao.html
65
Nasceu em 1971 e é apaixonada por Astrologia e por
pessoas. Começou a estudar Astrologia em 2005 e fez
a sua formação em Astrologia com João Medeiros. É
consultora, formadora e investigadora na área da Astrologia e da simbologia e é coach certificada.
Por: Bárbara Bonvalot
Membro N.º 64
www.barbarabonvalot.com
do
A ESPERTA
FILHA
CAMPONÊS:
BALANÇA
A primeira vez que li este conto, sobre a ponderada e justa
filha de um pobre camponês, associei-o imediatamente ao
signo de Balança. A história, incluída no segundo volume de
“Contos Infantis” dos irmãos Grimm, é bem menos popular
do que tantas outras já mencionadas nos artigos desta série,
ainda assim, tem algumas adaptações para televisão e uma
ópera de Carl Orff. Existem também várias versões das mais
variadas proveniências, incluindo um pequeno conto recolhido na tradição oral portuguesa por Teófilo Braga e publicado
em 1883, no livro “Contos Tradicionais do Povo Português – I”
com o título “A Adivinha do Rei”.
67
O conto tem como protagonista uma jovem rapariga, de condição social bastante humilde, cuja
grande qualidade é o que hoje em dia se designa de
inteligência social. Durante toda a história a heroína
resolve adivinhas, desavenças de vizinhos e dilemas
relacionais com a sua capacidade inata de encontrar o equilíbrio e a justiça em todas as coisas. O signo da Balança, como indicam o próprio nome e o
objecto que o simboliza, também pesa e pondera
todas as questões, de forma a evitar o conflito e o
choque, mas sempre procurando o meio termo, a
justiça e a harmonia.
A história divide-se em quatro pequenos episódios nos
quais a jovem vai dando provas da sua competência para encontrar compromissos e cultivar acordos,
sempre de forma diplomática e elegante, ilustrando
tão sublimemente a energia deste signo. Na primeira¬ parte do conto, a menina sugere ao seu pobre
pai que deveria pedir ao rei um pedaço de terreno
para cultivar. É de notar que a iniciativa parte da
rapariga, apesar de se esperar que pertencesse ao
pai o dever de encontrar o sustento para si e para a
sua filha. Este signo é conhecido pela hesitação e dificuldade em tomar decisões, mas Balança pertence
ao modo cardinal e, depois de considerados os dois
lados da questão e encontrado o meio termo, esta
energia consegue ser bastante determinada.
A Esperta Filha do Camponês, curta-metragem da ARD (1971
O rei oferece-lhes um pouco de terreno e, quando começam a ará-lo, o camponês e
a sua filha encontram um almofariz de ouro. O pobre homem decide oferecê-lo ao rei,
visto tê-lo encontrado na terra que este lhes doara. No entanto, a filha, mais conhecedora da natureza humana, aconselha-o a que não o faça, pois o rei quererá também
o pilão que o homem não tem. A filha é quem tem a sensibilidade suficiente para perceber que o almofariz sem o pilão não é um objecto completo, aqui fica clara a sua
capacidade de compreender o equilíbrio das coisas e a natureza das pessoas. Carneiro é o primeiro signo do zodíaco e Balança é o que se lhe opõe, quando o primeiro
diz “eu sou um” o segundo responde “eu sou o outro”. Balança entende que tudo tem
o seu espelho e a sua complementaridade.
Apesar do aviso da sua filha, o camponês presenteia o rei com o almofariz, no entanto,
como a filha havia prevenido, o monarca exige que o camponês lhe entregue também o pilão. Perante a impossibilidade do pobre homem em cumprir esta exigência,
o rei pensa que ele o está a enganar e manda prendê-lo. Na prisão o homem arrependido repete “Se ao menos eu tivesse dado ouvidos à minha filha…”. Intrigado, o rei
chama novamente o camponês e este conta-lhe como a sua filha é esperta e previu
a reacção do monarca. O rei fica fascinado com a fineza de espírito da rapariga e
pede que ela venha ao palácio, mas impõe-lhe um desafio e se ela resolver o enigma
ele tomá-la-á como esposa.
O desafio inclui várias contradições, a rapariga tem de ir nem vestida nem despida,
nem a pé nem a cavalo, nem na estrada nem fora dela. Com a sua noção de equilíbrio e a sua capacidade para encontrar o meio termo de tudo, a filha do camponês
chega ao palácio enrolada numa rede de pesca, nem vestida nem despida, com a
rede amarrada a um burro que a arrasta atrás de si, nem a pé nem a cavalo, e fazendo o caminho pela berma, nem na estrada nem fora dela. Como havia prometido,
o rei casa com a filha do camponês. Este é um signo de Ar, o elemento mais social e
relacional, mas também simboliza o pensamento e os nossos processos mentais. Em
Balança, este lado racional e objectivo ajuda-nos a fazer pontes entre duas margens
que parecem opostas, a encontrar compromissos e a estabelecer acordos. Este signo
também representa o casamento, as alianças e os contratos entre duas partes.
A Esperta Filha do Camponês, curta-metragem da ARD (1971)
69
Passados alguns anos, enquanto o rei passa revista às suas
tropas, alguns homens que ali estão a vender lenha começam
uma disputa. Um deles tem três cavalos e o outro tem alguns
bois, perto dos quais se encontra um potro acabado de nascer. O dono dos bois afirma que o potro lhe pertence e o dos
cavalos reclama o potro para si. O rei é chamado a resolver a
controvérsia e decide que o potro fica onde está e assim entrega-o ao homem dos bois, a quem o animal obviamente não
pertence. Este incidente mostra-nos uma faceta menos bonita
de Balança, o receio de correr riscos e de entrar em confrontos
dá muitas vezes origem à indecisão e à superficialidade, não
assumindo uma opinião própria sobre determinado tema.
O dono dos cavalos chora a sua perda e, tendo ouvido falar
da inteligência e ponderação da rainha, ela própria de origens
humildes, decide pedir-lhe ajuda. No dia seguinte, a conselho
da rainha, o homem coloca-se na estrada, por onde o rei tem
de passar, com uma rede de pesca. Quando o rei lhe pergunta
que sentido faz pescar em terra firme, ele responde que faz
tanto sentido como um boi parir um potro. Balança é signo da
justiça e, apesar de às vezes ter tendência a ficar em cima
do muro, sem se comprometer com nenhum dos lados, estas
pessoas são capazes de tudo para restabelecer a paridade e
a harmonia ameaçadas pela assimetria e pela desigualdade,
desde que acreditem que estão a contribuir para a paz social
e para o bem-estar colectivo.
No entanto, quando o homem confessa que foi a rainha
quem o ajudou a contrariar o julgamento do rei, este fica tão
zangado que a expulsa do palácio e ordena-lhe que volte
para a casa do seu pai. Todavia, concede-lhe um último favor, ela pode levar consigo aquilo que mais estima dentro
do palácio. A rapariga concorda e dá ao seu marido uma
bebida que o faz adormecer profundamente para depois o
poder levar consigo para a sua modesta casa. Ao acordar, o
rei apercebe-se do sucedido e a filha do camponês explicalhe que ele é tudo o que ela mais preza na sua vida. Comovido com esta prova amor – Balança é um signo romântico e
charmoso – o rei leva-a de volta para o palácio, onde vivem
muito felizes.
A Esperta Filha do Camponês, curta-metragem da ARD (1971
Vénus, a deusa da beleza e do amor, é regente de Balança e empresta-lhe as suas qualidades de elegância, tacto e
charme. Este signo também pode cair na superficialidade, futilidade, dando importância ao protocolo e às regras de etiqueta apenas para manter as aparências, esquecendo o seu
propósito inicial, encontrar a simetria e conciliar conceitos que
à partida nos parecem contrários. A vocação para o relacionamento, a capacidade para se pôr no lugar do outro, de fazer
de espelho e a sua natureza romântica são as características
mais bonitas de Balança. Fazer pontes, usar a diplomacia para
encontrar consensos e assumir compromissos têm como objectivo maior construir relações mais equilibradas e harmoniosas,
a nível pessoal, mas principalmente a nível social e colectivo.
71
Nota da editora
Este artigo encerra uma notável série
de artigos que cobre todos os signos
e o respectivos contos.
Podem ser lidos aqui: http://www.
barbarabonvalot.com/artigos.html
73
Astrólogo profissional desde 2003; coach sistémico
(Talent Manager); economista (Universidade Nova
de Lisboa); formador (certificado pelo IEFP); autor dos livros ‘Oceano Ascendente’ (Pergaminho
2014) e ‘A Carta’ (Lua de Papel 2013); fundador e
gestor do CEIA - Centro de Estudos e Inovação em
Astrologia; investigador e terapeuta holístico.
Por: João Medeiros
Membro N.º19
www.joaomedeiros.org
A
ASTROLOGIA
d
NO MUNDIAL e
FUTEBOL 2014
Seria possível prever qual o vencedor da Copa do Mundo de 2014 com base na Astrologia? E o resultado de
jogos específicos? E os tipos de golos? Que abordagens
podem ser utilizadas para o efeito?
Neste artigo, divulgamos a síntese de uma cobertura astrológica à Copa do Mundo, em que se interpretaram
todos os jogos, o desempenho de equipas específicas e
a identidade do possível vencedor final.
75
O ASTRO-FUTEBOL
Uma vez que o foco da maioria dos
praticantes da Astrologia Ocidental é
psicológico, ou seja, com finalidades
terapêuticas e de auto-conhecimento, por vezes, esquecemo-nos que o
propósito inicial da criação da Astrologia foi a previsão.
Na verdade, o astrólogo moderno
nem sempre sabe que é possível fazer
previsões muito concretas com a Astrologia. E como? Utilizando os recursos tradicionais que nos deixaram astrólogos tão brilhantes como Ptolomeu,
Mashallah, Bonatti, William Lilly, entre
muitos outros.
Na época medieval, por exemplo, o
astrólogo não podia fazer uma interpretação vaga de um mapa natal de
uma figura real, por exemplo. Tinha
que ser concreto a ponto de ter uma
estimativa fiável de longevidade, de
fertilidade, de casamentos, de número
de filhos, de viagens, entre outros indicadores.
Não era pedido ao astrólogo que “adivinhasse” com exatidão o futuro, mas
que desse a melhor estimativa possível,
à luz da sua técnica. Caso contrário,
não teria qualquer utilidade ou validade para os seus clientes e protetores
sociais.
Verdade seja dita que muitos astrólogos
que acertaram em previsões como
mortes de Papas, de Reis ou a eclosão
de catástrofes foram processados e
até presos ou torturados. O próprio William Lilly foi considerado suspeito do incêndio de Londres porque o previra.
Ainda assim é inegável que que faz
todo o sentido os astrólogos procurarem a mestria da sua arte, explorando
tanto os territórios da psique como os
da Astrologia propriamente dita, no
sentido tradicional, aplicada ao contexto moderno.
Termos como a translação de luz, combustão, orientalidade, esterilidade,
recepção, infelizmente são desconhecidos de muitos astrólogos profissionais atuais que assim perdem profundidade nos seus próprios diagnósticos
psicológicos.
Principalmente por essa razão – o treino
de interpretação astrológico para factos concretos – valerá a pena estudar
o Futebol à luz da Astrologia, obtendo
assim outra visão e uma aprendizagem
muito real desta disciplina fantástica.
Por essa razão principal e por outra
razão secundária: não há fenómeno
mundial que angarie mais atenção que
o futebol. Quem sabe a paixão pela
Astrologia aplicada ao futebol não
possa ser um cavalo de Tróia que traga
mais estudantes ao nosso mundo, permitindo assim uma maior partilha entre
todos, astrólogos e novo público?
Atualmente, a maior sumidade em Astrologia associada ao futebol (que eu
tenha conhecimento) é o astrólogo inglês John Frawley. Segue a linha tradicional de William Lilly e escreveu um
extraordinário livro – Sports Astrology –
dedicado ao tema.
Frawley chegou a ter um programa de
televisão dedicado a estes diagnósticos astro-futebolísticos, na sua maioria,
mais acertados do que o seu interlocutor, um jornalista desportivo.
Embora me fascine a área (porque tudo o que envolva Astrologia me
apaixona) não sou, de todo, especialista em Astrologia Horária – o
principal ramo praticado por Lilly e Frawley. Daí que a Copa do Mundo de 2014 tenha sido uma excelente oportunidade para aprender
mais, praticar e até desenvolver técnicas de Astro-futebol, quer pelos
sucessos e quer pelos erros.
Aqui divulgo uma súmula das principais conclusões a que cheguei
bem como a interpretação de um dos mapas horários que utilizei,
como exemplo.
AS TÉCNICAS
A principal tentação de um astrólogo “moderno” é utilizar os mapas
natais de jogadores e selecionadores. Contudo, esta abordagem é
ineficaz porque mesmo tendo a hora certa de muitos, dificilmente teremos a hora de todos os intervenientes principais com rigor. Para além
disso, uma boa progressão/ direção para um jogador mesmo que indique sucesso pode não significar que seja absoluto.
Por exemplo, Leonel Messi ganhou o prémio de melhor jogador do
Mundial mas perdeu a final. Os jogadores da Argélia tiveram um excelente desempenho relativo, o melhor de sempre, mas em absoluto
só chegaram aos oitavos de final. Entre outros exemplos.
No caso de Ronaldo como referimos em análises antes do Mundial,
atendendo à quadratura de Saturno em trânsito ao Sol, mesmo na
altura da fase final (jogos de eliminatória) seria mais provável que não
jogasse, quer por lesão ou por eliminação, após a fase de grupos. Mas
isto não nos diria qual o resultado final da seleção portuguesa, necessariamente.
A paragem de Saturno em trânsito (estação e conjunção) sobre o Sol
de Luis Felipe Scolari – nos jogos finais - também seria um indicador
mais claro de derrota final do que de vitória. Mas não implicaria necessariamente uma derrota humilhante com a Alemanha.
Ainda que nos dê uma boa ajuda, a interpretação dos mapas natais
não é a abordagem mais decisiva, em particular, para interpretarmos
cada jogo. Para o efeito, a Astrologia Horária é uma ferramenta mais
adequada e precisa, ainda que complexa. Então como fazer?
Temos resumidamente 3 tipos de abordagens:
1 ◘ O mapa de cada jogo (ou de um
conjunto de jogos, no caso da fase de
grupos)
2 ◘ A pergunta horária relativa ao desempenho de uma equipa (para um
jogo específico ou para toda a competição)
3 ◘ A pergunta horária relativa ao vencedor final do torneio
Cada uma destas abordagens tem dificuldades e regras específicas. Ao todo
interpretei e divulguei publicamente e
previamente, para efeitos de treino:
◘ os 8 mapas relativos ao início dos jogos
de cada grupo;
◘ os 16 mapas relativos aos jogos de
eliminatória, desde os oitavos-de-final à
final (incluindo o jogo de atribuição do
3º e 4º lugares);
◘ uma pergunta horária sobre o desempenho da equipa portuguesa no Mundial (“Será Portugal campeão do Mundo
de Futebol 2014?”);
◘ uma pergunta horária sobre o vencedor final (“Quem será o vencedor da
Copa do Mundo – 2014?”)
Em relação aos mapas dos jogos, a percentagem de acertos rondou os 75 %.
Nalguns casos, porém, a análise teve
pormenores de grande precisão.
EXEMPLOS - PORTUGAL E BRASIL NA FASE
DE GRUPOS
Em particular, a interpretação dos jogos
do grupo do Brasil e de Portugal foram
muito exatas. Destaco os seguintes detalhes:
Grupo do Brasil
Indicação de favorecimento da arbitragem ao Brasil no primeiro jogo contra
a Croácia , em que esta ia começar melhor o jogo (de facto, começou melhor
marcando um golo, mas depois sofreu
um penálti que gerou muita polémica
por ser inexistente); a segunda jornada,
sem surpresas (como se veio a verificar);
melhores jogos do Brasil e México na última ronda (ambas as equipas ganharam
por goleadas).
(nota: versão original em língua inglesa)
◘ Primeira ronda: A Croácia (casa 1)
poderá ter um bom começo porque
a Lua está mesmo no Ascendente. Isto
pode ser um empate com o Brasil ou
uma derrota honrosa (o árbitro é representado pelo Sol – sendo regente da
Casa 9 - e como o Antíscion de Plutão
está sobre o Ascendente podemos suspeitar interferência do árbitro com o resultado final deste jogo).
◘ Segunda ronda: as tendências da
primeira ronda continuarão (a Lua não
forma aspectos) e as expectativas gerais serão cumpridas.
◘ Terceira ronda: porque a Lua forma
uma oposição com o Antíscion de Mercúrio e com o próprio Mercúrio, o Brasil
e o México poderão melhorar a sua performance desde a ronda anterior.
Em geral, poderemos esperar uma melhoria da seleção do Brasil a cada jogo
(nesta fase de grupos) com dificuldades
inesperadas iniciais, contra a Croácia. E
também um México melhor no fim (no
jogo contra a Croácia).”
77
Grupo de Portugal
Indicação de vitórias de Alemanha e de EUA na primeira ronda, e de vitória
dos favoritos na última ronda com Ronaldo a marcar (efetivamente, só
marcou nesse último jogo); e de má prestação do Gana, em geral (acabou em último, pontuando apenas com a Alemanha).
◘ Primeira ronda: bons resultados para as equipas de Saturno – Alemanha
e EUA. Isto pode significar Alemanha vencendo Portugal e EUA vencendo
o Gana (o único aspecto da Lua é uma quadratura a Saturno). Apenas no
cenário mais pessimista poderíamos esperar um empate das equipas de
Saturno.
◘ Segunda ronda: esta ronda sugere Portugal a melhorar e, mais provavelmente, ganhando contra os EUA (a Lua forma quadratura com Vénus
trígono/sextil ao eixo Asc-Dsc). O Gana pode melhorar um pouco contra a
Alemanha (Lua aspeto Dsc) mas isto não implica necessariamente evitar a
derrota (provavelmente, marcando um golo).
◘ Terceira ronda: as tendências da última ronda prevalecerão, porque a
Lua não forma aspeto com os significadores principais. O trígono da Lua
ao Sol sugere vitória ou bons resultados para as equipas favoritas nesses
jogos (e golos marcados pelos jogadores “estrela” como Ronaldo).
Por isso, em geral, podemos dizer – se este método experimental funcionar
– um melhor começo para Alemanha e EUA; Portugal a melhorar na segunda ronda; sem grandes surpresas na última ronda (o mau desempenho
do Gana é sugerido pela separação da Lua por trígono com Marte). “
Para a análise de grupos, adaptei a técnica de Frawley para que no
primeiro jogo pudesse analisar o conjunto dos jogos todos do grupo. Com
espanto, verifiquei que no geral funcionou muito bem, devendo-se os erros
meramente a falta de prática nesta técnica, facilmente compreendidos
à posteriori.
Para os jogos de eliminatória, utilizei diretamente os ensinamentos de Frawley tendendo ir mais longe, como ao número de golos, tipo de golos, duração da partida e momento dos golos. A aprendizagem foi excelente; o
grau de acertos em relação ao vencedor de cada jogo foi bastante positivo, ainda que os detalhes imperfeitos, como é compreensível, uma vez
que se tratava de um treino.
79
O TIPO DE JOGOS E DE GOLOS
Algumas conclusões interessantes
para a posição dos astros nos mapas
dos jogos, são as seguintes:
◘ Jogos longos (com prolongamento
e/ou penálties) acontecem tipicamente quando a Lua está nos últimos
dez graus de um signo; e, particularmente, quando sem aspetos aplicativos (numa orbe de 6 graus) ou em
signos fixos; o mesmo (signos fixos) se
aplica ao Ascendente
◘ Golos rápidos (primeira parte) quando a Lua está nos primeiros graus de
um Signo, em particular, cardinal
◘ Planetas e a Lua em Elemento Fogo:
associado a jogadores de ataque
(pontas de lança ou extremos) e a
golos potentes/ rápidos, de cabeça
ou de remate direto.
◘ Planetas e a Lua em Elemento Ar: associados a jogadores médios avançados e a golos pelo Ar (de cabeça ou
remate em vólei, com a bola no ar –
exemplo: o golo da final)
◘ Planetas e a Lua em Elemento Terra:
associados a jogadores médios defensivos e a golos marcados pelo chão
(rasteiros), em jogadas práticas (não
muito habilidosas)
◘ Planetas e a Lua em Elemento Água:
associados a guarda-redes e a defesas
e a golos marcados pelo chão (rasteiros), por vezes, com arte/ habilidade.
◘ Signos Cardinais: jogadores rápidos,
tipicamente dos extremos e jogadas
diretas, em força
◘ Signos Fixos: jogadores da zona central e bolas paradas (cantos, livres,
penáltis)
◘ Signos Mutáveis: jogadores polivalentes e jogadas em habilidade (fintas).
AS PERGUNTAS HORÁRIAS
Em relação às perguntas horárias, os mapas revelaram-se incrivelmente precisos embora a minha análise tenha sido bastante amadora e, logo, incorreta.
Diagnostiquei que Portugal não ganharia o Mundial mas que chegaria aos
oitavos de final (o que não se verificou, embora tenha tido igualdade pontual
com os EUA); e que o vencedor final seria um sul-americano ex-campeão,
mais provavelmente a Argentina (que chegou à final, mas não venceu).
Por curiosidade, deixo aqui a análise correta ao mapa da pergunta “Quem
será o Campeão do Mundo 2014?” que divulguei antes do torneio começar
e cuja descodificação plena, nos seus pormenores, tornou-se óbvia após o
fim da Copa.
Lembro que segundo Frawley este é o método mais difícil para se encontrar o
vencedor e que, portanto, ele raramente usa. Parte do mapa analisei corretamente, em especial, a indicação do planeta associado ao vencedor, mas
não na totalidade (por falta de treino neste tipo de questões horárias).
Aqui fica um exemplo deste belíssimo espelho cósmico chamado Astrologia
e a evidência do rigor a que pode chegar um mapa astrológico, aplicado a
um contexto concreto.
O CAMPEÃO DO MUNDO 2014
Vejamos então o mapa horário para a
questão “Quem será o Campeão da
Copa do Mundo 2014?” colocada antes
do campeonato começar, dia 8 Junho
2014, em Lisboa, às 17h52.
Segundo Frawley a resposta à questão
(vencedor do troféu) corresponde ao
primeiro planeta a aspetar o regente
da Casa 10 (ou o que estiver em grande
aproximação, a poucos graus, ao Meiodo-Céu).
Neste caso, o astro que governa o troféu
é o Sol (regente da 10) e está a 17º49’
de Gémeos – “por acaso”, exatamente
conjunto à estrela Rigel, o pé esquerdo
de Orion. Só este indicador, por si, já
valida o mapa como fiável em termos
de análise da questão. O Sol – é o troféu
dourado associado ao pé, futebol.
O Sol está posicionado no quadrante Sudoeste do horóscopo (porque na Casa
8) e num signo tradicionalmente associado ao Oeste e ligeiramente Sul, segundo Lilly. O que nos reafirma que o troféu
estaria localizado a sudoeste do local
da questão (o Brasil fica a sudoeste de
Portugal). Mais uma validação.
O primeiro astro a formar aspecto com
o Sol é Mercúrio que se aplica a formar
uma conjunção (apenas a Lua forma um
aspeto, mas depois de aspetar muitos
outros e portanto é desconsiderada nestas análises). Mercúrio está retrógrado,
peregrino, a 3º06 de Cancer/ Caranguejo na Casa 8, também a sudoeste. Para
além desse factor decisivo, o Sol está em
Gémeos e, logo, ao dispor de Mercúrio.
Agora, a pergunta que se coloca é: qual
das 32 equipas em jogo é representada
por Mercúrio, neste mapa?
Para responder a esta questão, precisamos de um conhecimento concreto do
contexto analisado. Em particular, a indicação das equipas que jogam; das
equipas favoritas; e do seu histórico em
edições anteriores.
81
A Copa do Mundo – Brasil 2014 – era a 20ª edição do campeonato do
Mundo. Eis os candidatos à vitória final, segundo as casas de apostas,
antes dos jogos começarem:
Tabela A
Ordem dos Candidatos à vitória com maior probabilidade, em 8 de Junho de 2014 (antes da Copa começar), segundo dois websites de apostas
online (Betfair.com e Bet360.com)
E eis o histórico resumido das edições anteriores:
Tabela B
As Edições dos Campeonatos do Mundo de Futebol (de 1930 a 2010): Anos,
Anfitriões, Vencedores e Finalistas.
Então a que conclusões chegamos? Os
planetas próximos do Sol (troféu), mais
elevados e em dignidade essencial seriam os maiores favoritos e a jogar na sua
região/ continente. Planetas peregrinos
ou em debilidades, estariam a jogar fora
da região; planetas retrógrados indicaria países que repetem a final (tendo
perdido); os números dos graus sugerem
as anteriores edições em que venceram
ou o número de campeonatos obtidos;
o afastamento/separação do Sol, por
aspeto, indicaria os vencedores mais recentes.
Assim temos:
◘ Brasil: representado por Júpiter
por ser o mais elevado; em exaltação; com maior número de graus
(maior número de títulos); planeta
grande (Júpiter), também porque
país grande em dimensão e em
população.
◘ Espanha: representada pela Lua,
por ser o astro a separar-se do Sol (o
último vencedor) e por estar peregrina (fora da sua região).
83
◘ Itália: representado por Marte, por ser o penúltimo astro a separar-se do
Sol (o penúltimo vencedor), por estar em queda, e por estar no grau 12
(vencedor da 12ª edição).
◘ França: representado por Saturno, por estar peregrino em Escorpião e
retrógrado no grau 18 (perdeu a final na 18ª edição, ao tentar repetir o título
contra a Itália, por quem está ao dispor).
◘ Argentina: representada por Vénus, por estar bem Domiciliada (a jogar no
seu território/ continente), perto do Sol (grande favorito) e no grau 13 (venceu a 13ª edição, a era de Maradona); também poderíamos indicar que
isto é reforçado por ser o país do Tango (Vénus); porque está num Elemento
tradicionalmente associado ao Sul (segundo Lilly) e num quadrante Oeste; e
porque o seu Antíscia está conjunto ao Meio-do-Céu embora afastando, seríamos levados a achar que alcançaria um excelente resultado, no global.
Dos restantes planetas, podemos conjeturar que qualquer outsider (seleção
que não tenha vencido antes) seria mais facilmente representado por um
planeta peregrino longe do Sol – ou mesmo um transpessoal, como podia
ser o caso de Urano, afastando-se do Sol (e, portanto, provável representante da Holanda porque esteve na última final, mas nunca ganhou).
Assim sendo, que seleção é representada por Mercúrio e porquê? A resposta é a Alemanha. Eis as 6 razões objetivas:
◘ Mercúrio está peregrino (fora da sua região, embora acidentalmente localizado a sudoeste onde se realiza o campeonato) mas essencialmente do
Norte (uma vez que Cancer, segundo Lilly é um signo do Norte)
◘ Repetente de uma final, tentando de novo o título porque retrógrado (tendo perdido da última vez em que foi à final, e possivelmente há cerca de 3
edições atrás, porque no grau 3).
◘ Um dos favoritos, à partida porque é o segundo mais elevado no mapa em
pelo menos 6 equipas dos grandes candidatos – que são os outros planetas
(estando no mínimo, entre os primeiras 11 equipas favoritas, um terço de 32).
◘ Por isso também e por ser retrógrado, um provável repetente de um título.
◘ Mercúrio está a uma distância de 15 graus do troféu-Sol, andando para
trás, o que sugere que venceu há 15 edições atrás, ou seja, na 5ª edição da
Copa do Mundo.
◘ Em ressonância com o número 3 (Mercúrio está a 3 graus perfeitos, 3º06’)
o que sugere ser um atual Tricampeão (antes do campeonato começar) e,
por isso, provável novo Tetracampeão.
(por curiosidade, o grau do Sol é o 18 e na 18ª edição do troféu foi a Alemanha a anfitriã da Copa).
É possível ficar indiferente à Astrologia, com estes detalhes? Eu diria que não.
Podemos acrescentar ainda que o golo da final foi marcado por um jogador do Signo Gémeos, com o pé esquerdo, o pé esquerdo de Orion.
Resumindo, pessoalmente diverti-me muito com este treino e fiquei ainda mais espantado com a capacidade
analítica da Astrologia, nos mais diversos contextos. Espero ter despertado também o interesse de outros colegas, para a área, ainda que haja alguns riscos envolvidos quando estamos ainda numa fase de treino.
Contudo, se não praticarmos e arriscarmos como é que
alguma vez poderemos aprender?
85
Referências
◘ Artigos sobre os jogos – www.joaomedeiros.org/en (versão inglesa do
site oficial)
◘ Artigos sobre perguntas de Astrologia Horária e futebol : www.joaomedeiros.org
Livros de referência na área
◘ Christian Astrology, William Lilly (séc.
XVII)
◘ Sports Astrology, John Frawley
(2007)
87
Por: Carina Garcia de Almeida
Membro N.º113
OS 7 PECADOS
ATRAVÉS DA
ASTROLOGIA e da
DISNEY
Nota da Editora: Encorajamos a participação dos membros estudantes neste
jornal e a resposta tem sido positiva. Inês
Miranda tomou a seu cargo as Efemérides, Ivo Miguel Silva colabora escrevendo a rubrica Arquétipos Vivos e é com o
maior prazer que publicamos “Os 7 Pecados Através da Astrologia e da Disney”
da autoria de Carina Garcia de Almeida.
É uma adaptação do seu Projeto de Investigação no âmbito do Nível 3 da Formação Dinâmica em Astrologia do CEIA
– Centro de Estudos e Inovação em Astrologia. Agradecemos também a João
Medeiros, fundador e professor do CEIA,
o apoio dado.
ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
“Os conceitos incorporados no que se conhece hoje como os Sete Pecados
Capitais trata-se de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios que é muito antiga e que precede ao surgimento do cristianismo mas que foi usada mais tarde pelo catolicismo com o intuito de controlar, educar, e proteger os seguidores, de forma a compreender e controlar os
instintos básicos do ser humano. O que foi visto como problema de saúde pelos
antigos gregos, por exemplo, a depressão (melancolia ou tristetia), foi transformado em pecado pelos grandes pensadores da Igreja Católica.
Assim, a Igreja Católica classificou e selecionou os pecados em dois tipos: os
pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e
os pecados capitais, merecedores de condenação. A partir de inícios do século
XIV a popularidade dos Sete Pecados Capitais entre artistas da época resultou
numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro.” *
* Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre
89
Jérôme Bosch “Os 7 Pecados Capitais”- Museu do
Prado, Madrid 1450-1516)
Os Sete Pecados Capitais são atitudes humanas
contrárias às Leis Divinas. Foram definidos pela
Igreja Católica, no final do Século VI, durante o
Papado de Gregório Magno.
Em “A Divina Comédia”, poema épico e teológico da literatura italiana, escrito por Dante
Alighieri no século XIV e dividido em três partes:
Inferno, Purgatório e Paraíso, existe a referência aos Sete Pecados Capitais. Se o Inferno é
uma descida helicoidal ao centro da Terra, o
Purgatório é uma ascensão também helicoidal
até aos céus. Dante e Virgílio chegam a uma
ilha onde se encontra a montanha do Purgatório.
O Purgatório tem um primeiro patamar o Ante Purgatório e é composto por sete
patamares. No Purgatório as almas chegam cantando “In exitu Israël de Aegypto”
e são entoadas diversas melodias. À medida que vão expiando os seus pecados
os penitentes vão subindo por patamares até à entrada do Paraíso. O Purgatório
está dividido em sete patamares ou níveis, sendo que em cada um deles se castiga
cada um dos Sete Pecados:
◘ no primeiro, o Orgulho (Superbia), onde os pecadores são punidos, com o transporte de grandes pesos;
◘ no segundo, a Inveja (Invidia), punida com os olhos cosidos por arames;
◘ no terceiro, o da Cólera (Ira) onde os penitentes estão envoltos em fumo;
◘ no quarto, a Preguiça (Acédia) onde os penitentes são obrigados a correr constantemente;
◘ no quinto, a Avareza (Avaritia) entre os quais o Papa Adriano V e o rei Hugo Capeto, onde não podem olhar o céu, apenas a terra;
◘ no sexto, o pecado da Gula (Gula) onde os pecadores não podem comer nem
beber os alimentos que se lhes apresentam; e
◘ no sétimo, os pecadores da Luxúria (Luxuria) onde são consumidos pelo fogo.
Ao contrário do Inferno, onde os
pecados que aparecem no início
são os mais leves e quanto mais
se desce, mais graves eles ficam,
no Purgatório, os piores pecados
aparecem no Baixo Purgatório e
os menores, no Alto Purgatório.
Dante Alighieri - A Divina Comédia, Padova (1822)
No início da subida da montanha
esperam os arrependidos tardios,
que têm que aguardar a permissão para passarem pela Porta de
São Pedro antes de iniciarem sua
ansiada subida. Cada um dos
sete círculos correspondem a um
dos Sete Pecados Capitais, na
seguinte ordem: Orgulho, Inveja,
Ira, Preguiça, Avareza junto ao
Pródigo, Gula e Luxúria. Os Avarentos e Pródigos estão juntos no
mesmo círculo, pois são os dois
extremos, onde o avarento supervaloriza o dinheiro e o Pródigo o
desperdiça. No fim do Purgatório,
Dante se despede de Virgílio, pois
este não pode ter acesso ao Paraíso. Lá encontra Beatriz, sua amada quando estava na Terra.
Esta o leva até o rio Lete. Quando Dante bebe a água do Lete, esta apaga a
sua memória, seus pecados, é como se Dante tivesse renascido. Existe uma lenda
que diz que o Paraíso fica entre o rio Tigre e o Eufrates. Quando Dante vê o rio ele
julga ser o Tigre no atual Iraque. Finalmente Dante chega ao Paraíso.
7 PECADOS CAPITAIS E 7 PLANETAS
O Pecado Capital (de “capita” = cabeça, o pecado que é a cabeça) é o pecado que leva a outros pecados, outros vícios. Os Sete Pecados Capitais são:
91
O ORGULHO: É o brio, a altivez, a soberba. A sensação de que “Eu sou melhor
que os outros”, “Eu sou o maior” por algum motivo. Leva a ter uma imagem de si
exagerada, aumentada e que não corresponde à realidade.
Está associado ao Sol: falta de colaboração com os outros.
Desequilíbrio da auto-estima elevada!
A PREGUIÇA: É definida como aversão ao trabalho, negligência. Este sentimento faz com que as pessoas desqualifiquem os problemas e a possibilidade de
solução dos mesmos. A preguiça não se resume na preguiça física mas também
na preguiça de pensar, sentir e agir. A crença básica da preguiça é “Não necessito aprender nada”.
Está associado à Lua: não cuidar dos filhos.
Desequilíbrio do descanso em demasia!
A IRA : Tem como sinônimos a raiva, a cólera, o rancor, a agressividade exagerada e as explosões de fúria desmedidas e descontroladas.
Está associado a Marte: quem não defende a pátria.
Desequilíbrio da emoção!
INVEJA: É o desgosto ou pesar pelos bens do outro, a dificuldade de admirar o
outro, o sentimento de injustiça dos outros em relação a si. O que define a inveja
é “O outro é mais do que eu, também quero”. A inveja faz perder o contato com
as nossas reais possibilidades e capacidades.
Está associado a Mercúrio: invejar quem estuda e tem conhecimento.
Desequilíbrio da posse!
A GULA: No sentido literal, gula é o excesso no comer e beber, na sua simbologia
maior significa voracidade. A característica da gula é engolir e não digerir. A gula
pode ser entendida como gula intelectual inclusive, o sentido que o que está por
detrás da gula é o funcionar abaixo das nossas potencialidades. A sensação é
de que não estamos fazendo tudo que o nosso potencial permite, que estamos
a viver sem atender as nossas expectativas.
A atitude mental básica é “Necessito aprender tudo”.
Está associado a Júpiter: viver de excessos.
Desequilíbrio dos desejos!
A LUXÚRIA: É definida como uma impulsividade desenfreada, vaidade, um prazer
pelo excesso, tendo também conotações sexuais.
Está associado a Vénus: cobiça pelos outros homens e não cuidar do seu.
Desequilíbrio do prazer!
A AVAREZA : Define-se como estar excessivamente apegado a alguma coisa levando a um grande medo de faltar, uma perceção de escassez e necessidade
de controlar tudo.
Está associado a Saturno: não compactua com a sociedade e as leis.
Desequilíbrio do Ter!
7 VIRTUDES OPOSTAS E 7 PLANETAS
A Virtude (de “vir” = varão, homem, que significa firmeza) é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Não apenas pratiquemos boas ações, mas sim
sejamos bons.
As Sete Virtudes Opostas para combater os Sete Pecados Capitais são:
93
A HUMILDADE: É o reconhecimento de nossa pequenez, da nossa condição humana. É a verdade sobre nós mesmos, sabendo que tudo é divino.
A DISCIPLINA: É a orientação, o rigor, as regras estabelecidas de harmonia e
equilíbrio. A disciplina ou a palavra diligência vem de diliger = amar, em ética é a
virtude humana de seguir um objetivo de vida. É não se cansar de fazer as coisas,
valorizando-as sempre. Caracteriza-se pela garra, força e amor.
A PACIÊNCIA : É a força/ação revestida de veludo. É a calma, a tranquilidade e o
equilíbrio emocional. A paciência ou mansidão é necessária para a convivência
e para manter a paz.
A CARIDADE: É desejar o bem do próximo, o amor ao próximo. Amar os outros sem
julgamento. Ter paciência, aceitar e perdoar. O desafio da caridade é alegrar-se
com o bem dos outros.
A TEMPERANÇA: Consiste em conservar o equilíbrio do corpo, a paz interior, a
saúde. Por exemplo, ter uma alimentação cuidada, evitar e livrar-se de substâncias que envenenem nosso organismo, quer sejam pensamentos, atitudes, ações,
bebidas ou comidas.
A CASTIDADE: É o respeito pelo nosso corpo e pelo corpo do próximo.
A GENEROSIDADE: Define-se como o desapego em relação aos bens materiais,
compartilhando-os com aqueles que necessitam.
7 PECADOS CAPITAIS E 7 PERSONAGENS DISNEY
Os Sete Pecados Capitais associados a Sete
Personagens da Disney são:
O ORGULHO: Mickey Mouse.
Mickey Mouse é uma personagem de animação que se tornou o símbolo da
The Walt Disney Company. Foi criado em 1928 por Walt Disney e o desenhista
Ub Iwerks. Evoluiu de uma simples personagem de desenhos animados e livros
aos quadrinhos para se tornar atualmente um dos símbolos mais conhecidos do
Mundo.
Desde 2006 na série a Casa do Mickey Mouse é a personagem principal, tendo
as atenções focadas em si, ensinando e transmitindo conhecimento e comunicando com todos. Tal como o Sol é extrovertido, divertido, ingénuo e expressivo.
95
A PREGUIÇA: Pateta.
É um cão da raça Bloodhound (Santo Humberto), personagem de animação
dos Estúdios Walt Disney, criado em 1932, amigo de Mickey Mouse. É um cão
antropomórfico de físico magro, esguio, alto, e desengonçado, conhecido pelo
público pelo seu ar atrapalhado, engraçado, preguiçoso, bondoso e pelo seu
chapéu singular. Tal como a Lua é sensível, emotivo, inseguro, indeciso, carente
e dependente.
A IRA : Pato Donald.
É um personagem de desenhos animados dos Estúdios de Walt Disney, criado
em 1934. Donald é um pato branco, de pernas e bico alaranjados, veste sempre
uma camisa e boné de marinheiro. O motivo para isto é que na época em que
foi criado, todos os personagens precisavam vestir roupas.
Tem uma voz grasnada, é azarado, mal-humorado e tem um carácter temperamental, com acessos de fúria frequentes. Tal com Marte é enérgico, inconstante,
impulsivo e agressivo.
INVEJA: Pete Bafo d’Onça
É um personagem dos livros aos quadrinhos e desenhos animados dos Estúdios de
Walt Disney, que surgiu pela primeira vez em 1925. É mais conhecido como arquiinimigo do rato Mickey e como ladrão de bancos, ora enfrentando Mickey, ora
o Pato Donald e o Tio Patinhas. Junto com o Mancha Negra, os Irmãos Metralha
e outros, compõe os vilões de Patópolis. Aparece em vários desenhos do Pato
Donald como antagonista antipático.
Bafo de Onça, inicialmente, era um urso, passando a ser um gato, em 1928. É
também o personagem em contínuo, mais antigo da Disney. Tal como Mercúrio
é versátil, comunicativo, racional, prático e organizado.
A GULA: Professor Pardal.
É um personagem de ficção, um galo antropomorfo criado em
1952 por Carl Barks para a Walt Disney Company que surgiu originalmente nos quadrinhos como um amigo de Pato Donald, Tio Patinhas, Escoteiros-Mirins e todos que se associam a eles.
O Professor Pardal é o inventor mais famoso de Patópolis, é um
amigo das pessoas e tem bons sentimentos com todo mundo embora ocasionalmente provoque reações irritadas devido a alguns
desastres provocados pelos seus inventos. Pardal é ajudado frequentemente por Lampadinha (criado por Barks em 1953), um
pequeno andróide com uma lâmpada no lugar da cabeça, que é
considerado sua maior invenção (ao lado do “chapéu pensador”,
um dispositivo em forma de telhado com chaminé habitado por
corvos, que o ajuda a ter idéias).
Caracteriza-se por ser um super-génio, maior inventor de sempre!
Tal como Júpiter, acredita, é expansivo, sábio, aventureiro, abundante, alegre e feliz.
A LUXÚRIA: Margarida.
É um personagem dos livros aos quadrinhos e desenhos animados
dos Estúdios de Walt Disney, que surgiu pela primeira vez em 1940.
Foi criada como a contraparte feminina e namorada de Pato Donald.
Margarida tem o temperamento de Donald, mas tem um grande
controle sobre este, e tende a ser mais sofisticada que seu namorado. É vaidosa, impulsiva e também cobiçada pelo sortudo Gastão,
rival de Pato Donald. Tal como Vénus é sedutora, simpática e descontraída.
97
A AVAREZA : Tio Patinhas.
É um personagem de ficção criado pelo cartunista Carl Barks dos Estúdios Walt
Disney, com a primeira aparição em Dezembro de 1947.
Ao longo de décadas, Patinhas foi promovido de coadjuvante nas histórias do
universo de Patópolis a protagonista de suas próprias aventuras.
O nome original de Patinhas, Scrooge McDuck, baseia-se no avarento Ebenezer
Scrooge, personagem principal do Conto de Natal de Charles Dickens. Tal como
muitos outros habitantes de Patópolis, Patinhas tornou-se muito popular no mundo inteiro.
É um multi-milionário, pão-duro e avarento. Tal como Saturno é velho, autoritário,
rígido, frio, ambicioso e vive sozinho.
NOTA: De referir, a correlação de Pete Bafo d’Onça, que também se poderia associar a Gastão, o primo sortudo de Donald e sobrinho do Tio Patinhas. Dono de
uma sorte única, consegue tudo o que deseja, menos no que se relaciona com o
amor, o que o faz invejar o primo. Numa das suas primeiras histórias, foi revelado
que trabalhou uma única vez na vida, quando ganhou uma moeda. A moeda é
guardada num cofre e talvez seja a explicação para tanta sorte.
No caso, do Professor Pardal também seria adequado a sua associação a Mercúrio, pelos seus conhecimentos científicos e vida dedicada ao ensino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existindo uma predominância muito forte da energia de um Planeta num mapa
natal, há forte probalilibade desse indivíduo desenvolver um dos Sete Pecados
Capitais.
Para cada pecado foi criada uma ligação com o oposto, originando as sete virtudes, que servem de salvação à alma dos pecadores. São elas: A humildade,
que combate o orgulho; a caridade, que quando usada neutraliza a inveja; a
paciência, virtude que apazigua a ira; a disciplina, que combate qualquer ociosidade da preguiça da alma e do corpo; a generosidade, poderosa virtude oponente à avareza; a temperança, que evita os excessos da gula e a castidade,
que protege o corpo, invólucro da alma, da luxúria.
Através da virtude oposta desse pecado é possível ultrapassá-lo.
Considero que quanto mais forte é a energia dominante de um planeta, mais
forte é o impulso que pode levar ao pecado. No caso de existirem num mapa natal várias energias dominantes, não considero a existência de uma predisposição,
apenas realmente se um Planeta se destacar com maior pontuação dominante
que os restantes, no entanto a Vida é sábia e está constantemente a testarnos. Resta-nos estar atentos, conscientes, focados no nosso propósito, superando
desafios, aprendendo as lições, integrando as energias do nosso mapa natal e
como dizia Walt Disney “keep moving forward”.
Na próxima edição publicaremos a analise da carta de Walt Disney, também da autoria
de Carina Garcia de Almeida.
99
Luiz Saraiva é o pseudonimo de um membro estudante da ASPAS mas por respeito à sua privacidade o seu numero de sócio não é publicado. Pode porém
ser contatado através de email: [email protected]
Por: Luiz Saraiva
ENSINAMENTOS
d
ESOTÉRICOS a
SUMÉRIA
A Astrologia e os outros conhecimentos esotéricos têm uma história tão longa
como a humanidade. No entanto muitas vezes são aproveitadas só as experiências de algumas épocas mais bem compreendidas, sem incluir os benefícios que as experiências de outras épocas mais distantes, ou com noções
mais difíceis de interpretar, também podem trazer. Este artigo recorda algumas das tradições e ensinamentos da Suméria, que podem beneficiar o estudo e a prática astrológica e esotérica atual.
Começando por descrever a situação numa época em que a astrologia e
outras ciências esotéricas eram sujeitas a menos limitações do que nos últimos séculos, no século XVII praticava-se na Europa essencialmente a astrologia horária e a que é hoje considerada tradicional ou clássica. Alguns dos
espíritos mais avançados dessa época também praticavam conhecimentos
esotéricos como a alquimia, ou até outros considerados magia. O que era então alquimia, incluía conhecimentos hoje considerados química, para além
de astrologia e outros conceitos esotéricos.
101
Saliências no Mapa de D. Sebastião
A evolução destes conceitos desde há milhares de anos atrás
pode ver-se por exemplo pelo grande número de documentos e
inscrições em monumentos no Egito com referências astronómicas e astrológicas. Mas a Mesopotâmia é outra região com ainda
maior número de documentos e monumentos com milhares de
anos e com referências astrológicas. Esta região é vista por muitos especialistas em história antiga como o berço da civilização,
anterior ao Egito. Ali tiveram a sua origem as civilizações sumérias,
acádias, babilónias, assírias, persas e outras menos conhecidas.
Por exemplo, nas ruínas de Nínive, no actual Iraque, encontraramse no século XIX mais de vinte cinco mil inscrições em peças de
barro, entre as quais muitas continham informação astronómica,
previsões astrológicas e horóscopos de líderes. Tais documentos
foram também encontrados em grandes números nas cidades
antigas da Suméria, como Lagash e Nippur que se vêem no mapa
seguinte.
A astrologia tradicional e clássica tem raízes fortes na cultura helenística, que
resulta da combinação da cultura grega com a egípcia, da mesopotâmia e outras, após a conquista daquelas regiões por Alexandre o Grande. Na cidade que
fundou, Alexandria, estabeleceram-se muitos dos melhores sábios e astrólogos
da sua época, que contribuíram para o desenvolvimento da astrologia. Nomes
como Ptolomeu, Valens e Porfírio, entre outros, são considerados expoentes da
astrologia na época clássica.
Mas Alexandre o Grande para além de respeitar e integrar as culturas das várias
regiões que conquistou, também se via como mais do que um mero mortal, até
o sucessor de divindades da Mesopotâmia, como o deus Marduk da Babilónia,
onde quis restaurar o seu culto, desejo que não chegou a realizar depois morreu
relativamente jovem.
Alexandre admirava e incluíu os melhores intelectos da Mesopotâmia entre nos
seus círculos próximos, ao ponto de encomendar ao sábio Berossus o difícil trabalho de escrever a história da humanidade e dos seus deuses desde a sua origem,
com base nos conhecimentos da Mesopotâmia, e nesse documento integrar as
conquistas de Alexandre. Os sábios e astrólogos da Babilonia, que por sua vez
eram herdeiros das culturas mais antigas e desenvolvidas da Mesopotâmia como
a Suméria, também fizeram contribuições relevantes para a cultura helenística e
houve um intercâmbio importante com os astrónomos e astrólogos gregos durante vários seculos, sendo muitas das ideias originais da Mesopotâmia sobre astrologia interpretadas e combinadas com as gregas.
103
Embora mais difíceis de compreender inteiramente à luz
dos conhecimentos atuais, nos milhares de inscrições encontradas na Mesopotâmia, como no exemplo abaixo
de inscrições com uma lista de reis, há ensinamentos esotéricos complexos. Existem assim entre os outros relatos
históricos e religiosos da Suméria antiga, as referências
ao que se chamava a tabua dos destinos. As inscrições
dessa época referem que a informação ali contida era
essencial para a governação, para a política e o futuro
da Suméria, conforme eram então entendidos, mas
não é clara a natureza específica destas tabuas. Não
se sabe se continham conhecimentos de navegação,
astronómicos, astrológicos, políticos, de outras tecnologias atualmente desconhecidas, ou uma combinação
de entre eles, pois nessa época os conceitos científicos,
religiosos e políticos eram diferentes. No entanto, a avaliar pela quantidade, localização e importância das inscrições em que se refere a tábua dos destinos, seria um
documento muito valioso para essa época na Suméria.
Quanto às referências sobre magia, um dos documentos mais famosos sobre magia na época medieval, o
Picatrix, também é citado como tendo origem em Harran, no norte da Mesopotâmia, tendo sido trazido para
Espanha no seculo XI e depois traduzido para latim. Na
cidade de Harran, os Sabianos ou Sabeus dedicaram-se
a astronomia, astrologia e outros esotéricos, usando os
conceitos mais antigos originários da região, pelo menos
até ao século XIII.
As civilizações da Mesopotâmia evoluíram culturalmente, militar e politicamente de sul para norte, da
Suméria para a Acádia, Babilonia, Assíria, Pérsia, etc., e
uma cidade como Harran no norte da Mesopotâmia refletia as culturas e ciências do sul desta região nos séculos anteriores. Para além dos seus sistemas astrológicos
que foram estudados e adoptados pelas civilizações
posteriores à da Mesopotâmia, alguns conceitos específicos foram-lhes directamente atribuídos, como os
dos símbolos Sabianos, que foram mais recentemente
adaptados e utilizados por Charubel e Marc Edmund
Jones.
Com base na informação precedente é possível justificar que a astrologia e outras práticas esotéricas atuais
devem muito às civilizações que existiam há milhares de
anos na Mesopotâmia, e mais concretamente na sua
parte mais antiga a Suméria. Os ensinamentos destas
civilizações podem ser um complemento muito útil das
práticas astrológicas e esotéricas atuais, e deveriam ser
estudados de forma mais sistemática
105
Bibliografia
◘ Churton, Tobias, Inner Traditions, Rochester, 2006: The magus
Elias Ashmole
◘ Holden, James Herschel, AFA, Tempe, 2006: A history of horoscopic astrology
◘ Tester, Jim, Boydell Press, Woodbridge, 1999: A history of western
astrology
◘ Baigent, Michael, Penguin, London, 1994: From the omens of
Babylon
◘ Sitchin, Zecharia, Bear & Co. Rochester, 2010: There were giants
upon the earth
◘ Zoller, Robert, NCGR Journal, date unknown: Sabaeanism
107
“Nasci em Vila Nova de Gaia no ano de 1990.
Em 2009 comecei a despertar para os assuntos da espiritualidade, tema que se tornou numa busca consciente em 2013
quando entrei para o Gabinete Isastros (agora Faces - Isabel
Guimarães), iniciando-me no Reiki e na formação em Astrologia, a qual venho prosseguindo os meus estudos como estudante do 2ºnível.
Nesse mesmo ano de 2013, licenciei-me em Geografia pela
Faculdade de Letras da Universidade do Porto.”
Por: Ivo Miguel Silva
Membro Estudante N.º70
109
ARQUÉTIPOS
VIVOS
Gwineth Paltrow
Leonardo Dicaprio
Papa Francisco
http://onemomsbattle.com/wp-content/uploads/2014/03/gwyneth-paltrow.jpg
Gwyneth Paltrow | Balança
Dados de Nascimento: 27 de Setembro de 1972; 17h25; Los Angeles, Califórnia
(Estados Unidos)
Palavras-Chave: Equilíbrio. Cooperação. Charme. Relações. Delicadeza. Romantismo. Racionalidade. Conciliação.
Com a entrada do Sol em Balança - o Equinócio de Outono - temos um equilíbrio
entre o dia e a noite; entre o Eu e os Outros. A tendência, no entanto, é fazer
descair um prato da balança para o Outro. Gwyneth Paltrow representa uma
oposição à fogosa Lady Gaga (Carneiro) sobretudo no que diz respeito a uma
imagem de maior delicadeza, refinamento e consciência social de como é recebida pelos outros.
Paltrow evoca um forte sentido de equilíbrio estético, uma elegância natural que
pode ser visível na significação da postura do corpo e dos seus gestos, dos quais
faz instrumentos para espalhar seu charme e atrair para si um ambiente agradável. Não será portanto de admirar que ela tenha sido considerada a mulher mais
bonita pela People Magazine, em 2013. Preocupações com uma imagem de
impecabilidade conjugadas com sofisticação e refinamento intelectual fazem
com que pessoas de Balança muitas das vezes estejam ligadas à moda e à arte.
Como atriz, a sua atrativa imagem é sua ferramenta de trabalho e Paltrow usa-a
frequentemente para se associar a marcas de perfumes e de roupa.
http://weadiamedia.com/wp-content/uploads/2014/05/
gwyneth-paltrow-3.jpg
Em relação à imagem cabe aqui
referir o lançamento da Goop, em
2008. Uma forma de jornal eletrónico criado para encorajar os seus leitores a nutrir o seu aspecto interior.
Os temas versam muito sobre a componente de bem-estar e prazer intelectual de Balança na opção por
um estilo de vida. “Goop gives readers exclusive access to recipes, travel
guides, fashion, wellness tips, cultural
notes and more…”
Vénus (Afrodite), regente do signo
de Balança e também do terreno
Touro, sempre foi considerada a deusa do amor e da sensualidade feminina. Mas em Balança a deusa do
amor dá valor não tanto às formas
sensuais mas sim a todas as coisas
belas que, não sendo palpáveis, despertam sentimentos de admiração
pela visualização de uma pintura ou
pelo sentimento único de empatia
que fica impregnado no ar quando
duas pessoas se harmonizam num
relacionamento.
Esse sentimento não será estranho a
Paltrow, reconhecendo o seu Sol na
casa 7 (casa dos relacionamentos).
Existe um sentimento de realização
pessoal que só pode ser conseguido
através da harmonia com os outros.
Os outros, atuando como espelho de si,
111
ajudam à construção e realização do
seu Eu, pelo que dificilmente a solidão
se torna uma opção. Então é interessante reparar que no seu currículo encontramos uma participação em “O
Amor é Cego” - Um homem apenas
interessado no aspecto físico das mulheres é hipnotizado para que possa
apenas ver a beleza interior. Inconscientemente neste estado, apaixona-se
por G. Paltrow que assume o papel de
uma mulher obesa, mas que por ele é
vista como uma deusa. Ao sair da hipnose, ela sofre pela descriminação em
relação à sua verdadeira aparência
física. O filme, uma comédia com intenções de consciencialização social,
alertou G. Paltrow para a injustiça que
as pessoas com excesso de peso são
submetidas na sociedade. No seguimento do filme ela acabou igualmente por admitir alguns problemas
em relação ao seu corpo, sobretudo
na juventude, com a sua excessiva
magreza: “Through most of junior high
i felt very awkward. I was small for my
age and very skinny.”
A importância da imagem e a forma
como se é recebido pelos outros levanos ao tema mais querido de Balança:
os relacionamentos. G. Paltrow é conhecida por seus vários relacionamentos
com pessoas famosas (não esqueçamos aqui a exaltação de Saturno em
Balança que dá um reforço ao status
social advindo do relacionamento),
destacando-se Brad Pitt, Ben Affleck e
mais recentemente o seu casamento
de 10 anos com Chris Martin, vocalista
dos Coldplay, que parece estar em
fase de separação.
É interessante como mesmo nos processos de separação há muita diplomacia à mistura, ora então repare-se no título com que o casal anunciou a notícia: “Conscious Uncoupling” – Separação Consciente. A habilidade para manusear e gerir relacionamentos pessoais ou sociais sempre foi um dos pontos fortes de Balança, que se escapa
dos conflitos e considera as divergências radicais bastante desagradáveis. “Separação
Consciente” revela igualmente a predominância do aspecto mental, entrando muitas em vezes em disputa com o lado emocional, mas permitindo o distanciamento
necessário para se fazer julgamentos imparciais e objetivos.
Com G. Paltrow entendemos a arte do equilíbrio, comummente interpretada pela
dinâmica dos relacionamentos. Num eterno movimento oscilatório, as polaridades representadas nos dois pratos da balança, remetem-nos para a busca da harmonia entre
o Eu e o Outro; entre o ser interior e o mundo exterior; entre as emoções e a razão…
113
◘ http://en.wikipedia.org/wiki/Gwyneth_Paltrow
◘ http://www.imdb.com/name/nm0000569/bio?ref_=nm_ov_bio_sm
◘ http://www.goop.com/about/whats-goop
Leonardo DiCaprio | Escorpião
Dados de Nascimento: 11 de Novembro de 1974, 02:47; Los Angeles, Califórnia
(Estados Unidos)
Palavras-Chave: Mistério. Transformação. Profundidade. Magnetismo. Passional.
Investigação. Oculto. Intensidade.
http://otvfoco.com.br/audiencia/wp-content/uploads/2014/06/leonardo-dicarprio-wallpaper-187.jpg
Através de Leonardo DiCaprio mergulhámos no sentimental e misterioso signo de
Escorpião.
O arquétipo de Escorpião é subtil e enigmático como uma personagem num
filme de detectives ou num thriller psicológico de elevada tensão. Assim, convido
o leitor a fazer-se valer da penetrante capacidade perceptiva e investigadora
do signo para distinguir as muitas características escorpiônicas que, como um fio
condutor, se encerram em muitos dos papéis representados por DiCaprio, tão
diferentes entre si, mas conservando essa identidade base, carregada de intensidade, que se oculta por detrás de cada personagem.
Com 3 planetas em Escorpião (Sol, Marte e Vénus) e Plutão, o regente do signo,
em conjunção ao Ascendente, temos a prova que pode ter levado DiCaprio a
escolher premeditadamente por determinado tipo de filmes. Uma critica no Entertainment Weekly, como se nos fornecesse um retrato-robô do suspeito, ajudanos a descrevê-lo da seguinte maneira “…a fluid and instinctive actor, with the
face of a mischievous angel.”
115
Não tem como enganar, aquela expressão intensa e compenetrada, mesmo que
jovial, exerce aquela atração particular em torno de alguém que possuí um segredo. Que partes de DiCaprio estão presentes nas personagens que representa?
Poderão elas ser uma extensão do seu Eu? Poderá ele viver nas suas personagens
os desejos imperiosos, os monstros ou as facetas mais obscuras do seu signo de
Escorpião?
Talvez o ambiente de infância nos forneça as primeiras pistas, já que ele vivia
num bairro perigoso de Los Angeles: “Saía para comprar doce e havia um cara
parado ali com qualquer droga que você possa imaginar no casaco. E também
havia as prostitutas saindo do hotel.” Ora falar em Escorpião é evocar o lado
sombra da vida, onde espreitam os olhos de demónios interiores e se escutam
os sussurros que nos convidam a embrenhar a lugares desconhecidos à nossa
mente consciente.
Aplicando nossas capacidades de investigação talvez possamos encontrar evidências na maior parte dos filmes de DiCaprio que levam para a tese deste
ter usado suas faculdades de representação para aceder aos demónios da sua
psique, pois frequentemente representa homens que sofreram perdas e traumas,
ou então são uma espécie de anti-heróis. Então vejamos:
◘ Shutter Island (A Ilha do Medo): um filme sobre um contínuo processo de investigação para descobrir a verdade escondida, entrelaçada numa teia de conspirações e que reúne elementos como o controlo da mente e crises/transformações ao nível de identidade.
◘ Inception – A Origem: Um filme que decorre praticamente no interior de sonhos
em que DiCaprio rouba segredos e ideias às pessoas diretamente das profundezas das suas mentes, durante os sonhos.
◘ O Lobo de Wall Street: Interpretando Belfort, o homem que ganhou notoriedade
por defraudar os investidores enquanto enchia os seus bolsos.
Os personagens que interpreta não raras vezes colocam a nu seu lado destroçado e dilacerado provocado pelas angústias da vida e, regra geral, é necessário
que façam uma confrontação com o seu passado sombrio. Por norma “seus
personagens acabam mutilados, torturados, viciados, insanos, lobotomizados,
enviuvados; morrem em oceanos congelados ou em selvas africanas”. DiCaprio
protesta “Faz tempo que não morro em um filme.” E a verdade é que Goethe já
dizia: Enquanto você não morre e se levanta novamente, você é um estranho
para a sombria terra”.
Em Escorpião também temos de falar do seu lado passional, da paixão intensa e
devoradora que se consome a si mesma, do desejo da fusão emocional com o
outro. “Romeu e Julieta” e “Titanic” falam-nos claramente sobre amores trágicos
como se as mãos do destino tivessem previamente composto a dramática sinfonia. Pelos seus papéis, é reconhecida aquela intensidade emocional que embora
oculta, jaz logo abaixo da pele, à espreita para irromper de forma violenta como
um vulcão. DiCaprio é o próprio a afirmar que exige uma conexão emocional
intensa com os seus papéis, o que o leva a recusar muitos outros filmes, potencialmente mais rentáveis.
http://collider.com/wp-content/uploads/the-aviator-leonardo-dicaprio-2.jpg
No fundo, DiCaprio luta por algo transcendente e a sua carreira profissional pode oferecer-lhe
uma espécie de imortalidade. Entrar na pele de personagens que estão com os dois pés no
lado sombra da vida é o meio de atingir essa recompensa. “A dor é temporária, filmes são para
sempre”, diz ele, apreciando o acto de entrar no corpo de uma outra pessoa, um personagem
fictício, e através dessa incorporação obter uma compreensão luminosa da nebulosa multiplicidade das facetas humanas e suas dores. É um acto terapêutico, como sentido numa das filmagens de uma cena particularmente intensa do filme “O Aviador” em que ele remata: “é o tipo
bom de dor, porque você sente que foi um dia de trabalho incrível, e sabe que aquilo nunca
desaparecerá”.
◘ http://en.wikipedia.org/wiki/Leonardo_DiCaprio
◘ http://www.imdb.com/name/nm0000138/bio?ref_=nm_ov_bio_sm
◘ http://rollingstone.uol.com.br/edicao/48/leo-e-seus-monstros
117
Papa Francisco | Sagitário
Dados de Nascimento: 17 de Dezembro de 1936; 21h; Buenos Aires (Argentina)
Palavras-Chave: Otimismo; Conhecimento; Entusiasmo; Liberdade; Tolerância;
Estrangeiro; Mente Abstrata; Aventura.
O Papa Francisco é o representante do espirituoso signo de Sagitário que tem
como regente planetário Júpiter, “O Grande Benéfico”, aquele que traz as bênçãos.
O chefe máximo da Igreja, assim como o centauro que aponta a sua seta para
o Além, procura focar a mente numa busca sempiterna pelo conhecimento
das leis que regem a vida para depois, como mestre, pensador, filósofo, professor…partilhar a sua sabedoria com toda a humanidade.
É um longo percurso, esse que o Sagitário emprega, colocando sua meta, seu
objectivo, num horizonte muito distante, quase sempre difícil de ser percebido pelos restantes homens habituados a palmilhar o terreno circundante. Mas
quem se debruça sobre tão longínquas expetativas certamente que será dono
de um grande poder de visão e, mais do que isso, certamente que possuirá a
firme crença que num lugar tão distante está algo de incomensurável valor,
essa fé é o que move o Sagitário em tão longas caminhadas.
http://veja.abril.com.br/assets/images/2014/3/211209/
imagens-do-dia-20140319-49-size-620.jpg?1395238566
É uma força poderosa que anima
o coração de todo o homem. Já o
Papa Francisco dizia, no seu habitual
humor sagitariano: “A fé não serve
para decorar a vida como se fosse
um bolo com nata.”
O Papa Francisco iniciou essa caminhada bem cedo. Aos 22 anos entrava na Companhia de Jesus, quando
a chama da fé começava a tornarse o combustível para as suas futuras
realizações. Essa fé estava também
alicerçada na persecução de seus
estudos superiores que permitiam,
com o seu Júpiter (sabedoria) em
Capricórnio (estrutura), dar solidez
aos seus conhecimentos. Essa busca
pelo entendimento da “Verdade”,
tão valiosa a Sagitário, cuja exploração da vida se pauta pelo seu
sistema de crenças, por aquilo que
considera certo ou errado, levouo a várias universidades e a realizar
estudos fora do país. Assim, o Papa
Francisco graduou-se em Filosofia
na Universidade Católica de Buenos
Aires, depois em Teologia, para além
de ter feito o doutoramento na Alemanha e dele próprio se ter tornado
professor nas instituições por que
passou.
As viagens também são uma das for119
mas prediletas de Sagitário para expandir o seu conhecimento, conhecimento vivido essencialmente pela
experiência, e que não raras vezes se
torna na própria sabedoria. Elas permitem o desenvolvimento de uma das
mais nobres qualidades sagitarianas:
a filantropia (amor à humanidade),
a atitude de ajudar o próximo. Mas
para isso, não obstante, é preciso ser
como o Papa Francisco que fala fluentemente pelo menos cinco línguas.
Munido desses recursos linguísticos, o
Papa tem à disposição o poder de unir
diferentes e, muitas vezes, antagónicas culturas, podendo assim contribuir
decisivamente para o diálogo entre
mundos há demasiado tempo separados, como atesta a sua intenção: “É
importante intensificar o diálogo entre
as várias religiões e estou a pensar em
particular no diálogo com o Islão.”
Com Sagitário encontramos também
opiniões bastante formadas sobre
qualquer assunto que, levadas ao extremo, se podem tornar ou excessivamente moralistas ou em verdadeiras
cruzadas movidas pelo fanatismo.
É aqui que entra então a mutável tolerância do novo Papa, sobretudo
enfatizada pela sua Lua e Vénus em
Aquário quando este, mesmo sendo o
chefe máximo de uma instituição essencialmente conservadora, consegue conferir pinceladas de renovação
e abertura na relação da Igreja com
os seus crentes e dirigindo-se ao mundo com um “grande e aberto abraço”.
Uma dessas qualidades de maior abertura é, sem dúvida, o tom mais leve e
menos sisudo nos discursos e nos protocolos diários que permite ao Papa rir-se
das peripécias da vida como qualquer ser humano. Uma pessoa sábia sempre
possui uma certa dose de jovialidade e, mais do que ninguém, ele sabe apreciar
as piadas que regularmente pontuam as nossas vidas. Esse, de facto, é um traço
muito evidente no Papa, quase sempre sorridente e optimista, brindando seus
ouvintes com o seu peculiar bom humor. Ele incentiva: “Não cedamos ao pessimismo, àquela amargura que o diabo nos oferece diariamente.”
De referir que a palavra “Entusiasmo” procede do grego “enthousiasmós”, o mesmo que “transporte divino” e que remete para um estado de fervor e exaltação
do espírito, um estado tão difícil de manter mas que fortalece o caracter de
quem, como o Papa Francisco, tem uma missão a cumprir. E considerando o seu
Júpiter em Capricórnio talvez possamos mesmo acreditar que a sua fé (Júpiter)
possa de facto mover montanhas (Saturno).
121
◘ http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Francisco
◘ http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3730422
123
Isabel Guimarães, começou estudar astrologia em 2003, tira
a sua primeira formação nesta área na U.P.N (Universidade
Profissional do Norte) na cidade do Porto. Pela Astroletiva
tira várias especialidades em Astrologia; Formadora Homologada pelo IEFP e formação em; Reiki- nivel mestrado;
PNL – Programação Neurolinguística; Hipnoterapia Clínica;
Psicologia Multifocal: Medicina Psicossomática; Presidente
e Fundadora da 1ª Associação Portuguesa de Astrologia
em Portugal, autora de 2 livros de astrologia, sendo o último
direcionado a crianças. Fundadora e diretora das Faces
Isabel Guimarães.
Por: Isabel Guimarães
Membro N.º1
www.facesisabelguimaraes.com
ao
PERGUNTE
ASTRÓLOGO
125
Em Setembro de 2013 a produção do
PortoCanal, contacta-me para uma reunião, no sentido de começar uma rubrica diária destinada a Astrologia, no
novo programa “Grande Manhãs” a ser
inagurado a 12 de novembro do mesmo
ano. Como presidente da Associação
Portuguesa de Astrologia – Aspas, propus à referida produção do programa a
participação de mais membros, devido
à minha agenda e à necessidade de divulgar a associação que ainda é muito
recente.
A recetividade foi imediata e demos início a esta rubrica a que chamamos “Pergunte ao Astrólogo” com uma duração
de 15 minutos. Assim, tendo como previsto 3 consultas por cada intrevenção,
o telespectador faz uma pergunta e fornece os dados astrológicos com antecedência, permitindo assim um estudo
prévio do mapa natal e um maior direcionamento.
Devido ao sucesso desta rubrica a necessidade de inovar torna-se uma constante sendo que, em janeiro de 2014,
começamos com previsões astrológicas
para os signos à segunda-feira. Em Junho
deste ano 2014, começamos às sexta-feiras com a Astrologia para Crianças, permitindo que os educadores conheçam,
através do mapa astrológico natal, o desenvolvimento da sua criança. A receptividade foi imediata.
O caso que exponho hoje devese à complexidade do mesmo.
Como não sou médica, apesar
de sabermos que a Astrologia
Médica é uma das especialidades da Astrologia na qual
me especializei em 2007, fiz uma
breve síntese dos posicionamentos planetários, seus aspetos e
movimentos. Através da Federação Portuguesa de Autismo
procurei saber um pouco da
patologia clínica em foco, para
poder dar uma melhor orientação.
Esta consulta decorreu no dia
26/7/2014, em direto.
A Mãe do Tiago ligou para o programa a pedir uma orientação
para a fase em que o filho se encontrava. Referiu que a criança
tinha o diagnóstico de autismo e
que nos últimos 4 meses estava
muito agressivo.
Como programa de televisão o tempo é muito reduzido, cerca de 5 minutos para
cada intervenção, e o foco incide numa resposta quase imediata que, apesar
das limitações de tempo, procura dar uma ajuda e uma palavra de esperança
para quem pretende uma orientação astrológica.
Para melhor entender o autismo consultei o site da Federação Portuguesa de
Autismo (http://www.fpda.pt/autismo_1) onde podemos entender que:Ӄ hoje
geralmente aceite que as perturbações incluídas no espectro do autismo, Perturbações Globais do Desenvolvimento nos sistemas de classificação correntes internacionais, são perturbações neuropsiquiátricas que apresentam uma grande
variedade de expressões clínicas e resultam de disfunções do desenvolvimento
do sistema nervoso central multifactoriais “ (Descrição do Autismo, Autism-Europe,
2000).
A minha analíse prendeu-se no signo do Tiago, Gémeos (a comunicação), e no
posicionamento do seu regente, Mercúrio, no mesmo signo em conjunção Sol
(identidade), em aspeto separativo no seu domicílio, criando um aspeto tenso
(quadratura) com a Lua (nutrição). Direcionei-me para o fato de o Sol e Mercúrio
estarem posicionados na casa 7 (relacionamentos).
Conforme refere a F.P.D.A (Ferderação Portuguesa de Autismo) “A criança não fala ou ao falar, utiliza a ecolália ou
inverte os pronomes. Há crianças que falam correctamente
mas não utilizam a linguagem na sua função comunicativa, continuando a mostrar problemas na interacção social
e nos interesses.”
O ascendente Escorpião e o posicionamento do seu coregente, Marte, na casa IV em Peixes e do regente Plutão,
em Sagitário na casa II.
No seu nascimento verifiquei ainda que os planetas regentes do ascendente estavam em quadratura (Marte e
Plutão) criando uma tensão aos seus valores (Vênus) transportando-me, aqui, para os movimentos planetários de
Abril de 2014, pautados pela cruz cardinal e pelo eclipse
solar, ocorrido a 29 de abril, no eixo Touro/Escorpião.
Sendo a pergunta diretiva, foquei-me nos movimentos
planetários, a que chamamos transitos astrológicos, que
nos direcionam para a fase que neste caso a Mãe referiu,
tendo o Tiago 11 anos, e conforme a F.P.D.A, refere “Os
adolescentes juntam às características do autismo os problemas da adolescência. Podem melhorar as relações sociais e o comportamento ou, pelo contrário, podem voltar
a fazer birras, mostrar auto-agressividade ou agressividade
para com as outras pessoas.”
Assim, e conforme refiro em cima, os movimentos ocorridos
em Abril, com a quadratura, que criou uma grande tensão nos céus (Júpiter/Urano/Marte/Plutão), ativou as casas
astrológicas VIII-II e XI e XI-V, e levou a uma ativação de
Marte/Plutão natal do Tiago. O fato do seu ascendente
ser Escorpião, e tendo sido afetado o eixo Touro/Escorpião
pelo eclipse Solar (29 abril) e a quadratura ter ainda o movimento de Kiron em Peixes (o curador das feridas) em conjunção a Marte em Peixes (natal), ativou assim uma tensão
entre o poder de transformar, a vontade de sentir e a necessidade de agir.
O Tiago despoletou, assim, uma ação forte e ativa no sentido de expressar e transmitir as suas atividades em grupo
que, perante a impossibilidade de o fazer, manifestou-se
numa certa agressividade (próprio da idade) que na realidade camuflava uma intensa vontade de participação e
integração. Dada a colocação natal de Marte em Peixes
e ao movimento planetário de Urano na área V (a sua criatividade), orientei a mãe a procurar um terapeuta de Reiki
para crianças da Associação Portuguesa de Reiki-Monte
Kurama.
127
129
Como terapeuta de Reiki e instrutora, desenvolvo um trabalho com as
técnicas de Reiki que ajudam a melhorar a concentração e a diminuir
a ansiedade. Apesar de estar mais direccionada para adultos, mas
integrada como coordenadora da Associação Portuguesa de Reiki Monte Kurama, em Gaia, que desenvolve um trabalho de Reiki para
Crianças, com dificuldades de aprendizagem ou com problemas de
saúde, verificamos que as crianças conseguem melhorar a ansiedade
e a concentração com o reiki, que é voltado para recarregar as energias, trazendo um equilíbrio corporal e espiritual. O programa tem
como objetivo apoiar o desenvolvimento e o fortalecimento das capacidades sensíveis e harmônicas, melhorar a convivência familiar e social, aumentar a autoestima, confiança, saúde integral, concentração
e o amor próprio, para além de permitir o convivo com outras crianças.
No caso do Tiago pareceu-me uma orientação possivel pois irá permitir
uma integração numa comunidade de acordo com os seus valores e
com a sua necessidade de nutrir as suas emoções no grupo. A Lua natal
em Aquário, ativada pelo movimento de Marte em abril em Balança,
na sua area de vida XI, conjunto a Jupiter, reforça esta orientação pois
pedia expansão dos seus saberes precisamente em grupo. Para além
disto, a Lua progredida fez conjunção a Mercúrio no início do período
de maior agressividade o que possivelmente aumentou o nível de frustração emocional por não conseguir comunicar.
A mãe quando ouviu esta minha sugestão emocionou-se pois já tinha
pensado nesta opção mas que, por receio, ainda não a tinha colocado em prática.
Verifico mais uma vez, que com estas orientações astrológicas permitimos dar mais esperança aos educadores, conseguido direccionar o
problema para uma solução.
131
Nascida a 26 de Junho de 1982, licenciada em Educação de
Infância.
De Setembro de 2011 a Setembro de 2014 realizou com mérito
o curso de Formação em Astrologia nas Faces de Isabel Guimarães.
A convite de Isabel Guimarães, acabou por integrar o projeto
embrionário da ASPAS estando presente na sua fundação em
2012, fazendo atualmente parte dos orgãos sociais da Associação Portuguesa de Astrologia como Secretária da Direção.
Por: Inês Miranda
Membro N.º6
EFEMÉRIDES
OUTUBRO
Dia 1 às 00:00
Hora Legal
26° 45’ Sagitário
29° 02’ Sagitário
01° 33’ Escorpião
01° 36’ Escorpião
01° 21’ Balança
01° 33’ Balança
07° 42’ Balança
07° 52’ Balança
11° 39’ Sagitário
11° 46’ Sagitário
15° 55’ Leão
15° 56’ Leão
20° 30’ Escorpião
20° 31’ Escorpião
14° 47’ Carneiro Rx
14° 47’ Carneiro Rx
05° 21’ Peixes Rx
05° 21’ Rx
11° 00’ Capricórnio
11° 00’ Capricórnio
Principais Aspetos – Outubro, Novembro e Dezembro
Tendências Facilitadoras
06/10 ◘ Marte Trígono Urano – Dia propício à resolução rápida de problemas.
10/10 ◘ Marte Trígono Júpiter – Espírito positivo em alta. Atreva-se numa aventura!
Sol Sextil Júpiter – Tendência a sentir extremo otimismo e autoconfiança.
15/10 ◘ Sol Sextil Marte – Dia favorável a uma ação dinâmica e competitiva.
Vénus Sextil Júpiter – Reúna os seus amigos e aproveite para expandir os
seus relacionamentos.
17/10 ◘ Sol Conjunção Mercúrio – A comunicação e autoexpressão encontramse favorecidas.
Mercúrio Sextil Marte – Agilidade mental e capacidade de resolução de
problemas em alta.
Mercúrio Conjunção Vénus – Dia propício a encontros que podem favorece-lo.
22/10 ◘ Vénus Sextil Marte – O romance encontra-se favorecido. Use o seu lado
mais sedutor!
25/10 ◘ Sol Conjunção Vénus – Tendência à expressão da sua amorosidade e à
apreciação do esteticamente belo e harmonioso.
28/10 ◘ Vénus Trígono Neptuno – Poderá sentir que a sua intuição e sensibilidade estão mais apuradas.
29/10 ◘ Sol Trígono Neptuno – Dia favorável para a apreciação das artes dramáticas. Aproveite para ir ao teatro ou ver um bom filme.
01/11 ◘ Vénus Sextil Plutão – Possibilidade de resgatar relacionamentos passados.
Marte Sextil Neptuno – Utilize a sua sensibilidade para agir no momento
certo.
04/11 ◘ Sol Sextil Plutão – Poderá sentir-se com grande poder pessoal e forte
magnetismo.
11/11 ◘ Marte Conjunção Plutão – Dia propício a agir e a transformar para a
concretização dos seus objetivos.
12/11 ◘ Mercúrio Trígono Neptuno – Intuição e imaginação encontram-se favorecidas.
13/11 ◘ Vénus Conjunção Saturno – Tendência a relacionar-se com diplomacia,
conservadorismo e responsabilidade.
133
17/11 ◘ Mercúrio Sextil Plutão – Intenso poder de concentração e persuasão.
18/11 ◘ Sol Conjunção Saturno – Autodisciplina e autocontrolo poderão estar
latentes na expressão da sua identidade.
26/11 ◘ Mercúrio Conjunção Saturno – Tendência a comunicar de forma séria e
focada. Pensamento marcadamente racional.
27/11 ◘ Vénus Trígono Úrano – Poderá sentir vontade de estabelecer ligações
diferentes do habitual.
03/12 ◘ Marte Sextil Saturno – Ações responsáveis, cautelosas e estruturadas.
05/12 ◘ Vénus Trígono Júpiter – Sentimentos de alegria e otimismo poderão pautar os seus relacionamentos.
Sol Trígono Úrano – Altura benéfica para mudar a rotina pois poderá encontrar algo novo e positivamente surpreendente.
06/12 ◘ Mercúrio Trígono Úrano – Dê asas às suas capacidades inventivas e criativas.
09/12 ◘ Sol Conjunção Mercúrio – A sua mente estará mais desperta e a sua comunicação mais estimulante.
13/12 ◘ Mercúrio Trígono Júpiter – Dia propenso a pensamentos positivos e ao
processo de ensino-aprendizagem.
15/12 ◘ Sol Trígono Júpiter – Poderá estar mais entusiasmado e disposto a correr
riscos.
Vénus Sextil Neptuno – Dia favorável ao romantismo. A sensibilidade está
em alta permitindo saborear as subtilezas dos seus relacionamentos mais íntimos.
20/12 ◘ Mercúrio Sextil Neptuno – Inspiração e sensibilidade artística favorecidas.
Vénus Conjunção Plutão – Forte poder de atração e intenso magnetismo realçados.
22/12 ◘ Marte Sextil Úrano – Tendência a perseguir novas experiências.
25/12 ◘ Mercúrio Conjunção Plutão – Dia favorável à descoberta de segredos
e ao aprofundamento de capacidades ocultas. Excelente dia para abrir presentes!
27/12 ◘ Sol Sextil Neptuno – A sua perceção estará mais aguçada. Esteja atento
à sua voz interior!
135
Tendências desafiadoras
04/10 ◘ Sol Quadratura Plutão – Poderá agir de forma impulsiva e controladora.
08/10 ◘ Sol Oposição Urano – Forte desejo de liberdade poderá traduzir-se
numa certa rebeldia e inconformismo.
09/10 ◘ Vénus Quadratura Plutão – Tendência a sentimentos de ciúme e possessividade.
11/10 ◘ Vénus Oposição Úrano – Poderão ocorrer mudanças súbitas nos seus
relacionamentos mais próximos.
10/11 ◘ Vénus Quadratura Júpiter – Evite ir às compras pois tenderá a gastos
desnecessários.
13/11 ◘ Marte Quadratura Úrano – A grande dificuldade em lidar com situações
em que se sente restringido poderá levá-lo a atitudes impulsivas.
14/11 ◘ Sol Quadratura Júpiter – Intensa vontade de alcançar o inatingível.
21/11 ◘ Vénus Quadratura Neptuno – Ilusões românticas tenderão a marcar o
dia. Evite tomar decisões importantes nos seus relacionamentos.
23/11 ◘ Mercúrio Quadratura Júpiter – Tendência a exageros e a pensamentos
megalómanos.
27/11 ◘ Sol Quadratura Neptuno – Poderá sentir-se cansado. Aproveite o dia
para atividades de relaxamento e introspeção.
01/12 ◘ Mercúrio Quadratura Neptuno – Poderá sentir dificuldades de concentração e raciocínio.
20/12 ◘ Vénus Quadratura Úrano – Possível instabilidade nos seus relacionamentos pessoais.
25/12 ◘ Mercúrio Quadratura Úrano – Tendência a não concluir as tarefas que
inicia por impaciência e desejo constante de novas experiências.
Movimentos Retrógrados e Diretos
Hora Legal
Movimento
Data
04/10 Estação Retrógrada de Mercúrio 02°18’ Escorpião
25/10
Estação Direta de Mercúrio 16°45’ Balança
16/11
Estação Direta de Neptuno 04°47’ Peixes
08/12
Estação Retrógrada de Júpiter 22°37’ Leão
21/12
Estação Direta de Úrano 12°34’ Carneiro
14:03
17:17
05:00
18:42
20:45
18:03
20:17
07:06
20:42
22:45
Ingressos
Hora Legal
Data
Ingresso
23/10
23/10
26/10
16/11
22/11
28/11
04/12
10/12
17/12
21/12
23/12
Sol em Escorpião
Vénus em Escorpião
Marte em Capricórnio
Vénus em Sagitário
Sol em Sagitário
Mercúrio em Sagitário
Marte em Aquário
Vénus em Capricórnio
Mercúrio em Capricórnio
Sol em Capricórnio
Saturno em Sagitário
09:58
18:53
08:43
17:04
07:39
00:26
21:57
14:42
01:53
21:03
14:36
12:58
21:53
10:43
19:04
09:39
02:26
23:57
16:42
03:53
23:03
16:36
137
Luas
Hora Legal
Data
Face da Lua
08/10
Lua Cheia 15º05’ Carneiro
Eclipse Lunar Total
Lua Nova 00º24´ Escorpião
Lua Cheia 14º25’ Touro
Lua Nova 00º07´ Sagitário
Lua Cheia 14º17’ Gémeos
Lua Nova 00º06’ Capricórnio
23/10
06/11
22/11
06/12
22/12
11:50
07:50
22:56
22:22
12:32
12:26
01:35
19:56
20:22
10:32
10:26
23:35 (dia 20/12)
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http://simposioaspas2015.wix.com/aspas
http://associacaoportuguesastrologia.blogspot.pt/2014/09/abertura-do-concurso-nacional-estudante.html
Antes de tudo, a Associação Portuguesa de Astrologia é um
tributo ao trabalho do Astrólogo. Tentamos aperfeiçoar os
ensinamentos e princípios, sabendo que nada é nosso mas
sim de Todos.
Uma associação é feita por todos aqueles que a constituem,
é isso que a honra e é isso que nos faz dizer “Juntos fazemos
a diferença”.