Leilão 95

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Leilão 95
numisma
Revista semestral nº 70 • €3 • MARÇO 2013
CARAS&LEILÕES
Leilão 95
Colecção Pessa
Recordações 2012
BESNumismática - Moedas do Brasil
NUMISMA CARAS & LEILÕES
Próximo Leilão dias 6 e 7 de Março de 2013 – Tiara Park Atlantic Hotel
1
numisma
CARAS&LEILÕES
NUMISMA recebe para
o Leilão a realizar em
5 e 6 Junho de 2013
moedas raras de ouro,
prata e cobre
Director Javier Sáez Salgado
Director Adjunto Jaime Sáez Salgado
Editor Hermínio Santos
Colaboradores José Rodrigues Marinho,
Hermínio Santos, José A. Godinho Miranda,
Blanca Ramos Jarque, Guilherme Abreu
Loureiro
Direcção de Arte Afonso Arraiano
)otoJraÀa Manuel Farinha
Assistente de Produção Raquel Moura
Secretariado Cláudia Leote
Assessora Catarina Machado
Redacção e Administração
Av. da Igreja, 63 C
1700-235 Lisboa
Tel.: 217 931 838 / 217 932 194
Fax: 217 941 814
numismaonline.com
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numisma
Revista seme
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2011
CARAS & LEIL
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Próximo Leilão
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2
FEVEREIRO
2013
– Tiara Park
CARAS &
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Atlantic Ho
LEILÕES
1
EDITORIAL
OURO PARA COMEÇAR BEM O ANO.
Abrir o ano com chave de ouro. Esta é a ideia
da Numisma para iniciar a sua época de leilões
de 2013. Consciente de que os tempos não estão
fáceis mas convicta da importância crescente
dos investimentos em ouro e conÀante na sua
capacidade para mostrar ao mercado moedas raras
da numismática lusófona, decidimos apresentar no próximo leilão
um conjunto notável de peças cunhadas em épocas tão diferentes da
história de Portugal.
Conseguimos reunir moedas de ouro do tempo do Visigodos até à era
do Imperador do Brasil, D. Pedro I. Voltamos a apostar em verdadeiras
preciosidades da história de Portugal. Há dois grandes exemplos: o
Engenhoso, de 1562, de D. Sebastião, e a Moeda 1672 (4400 Reis),
Príncipe Regente, com cordão e marca de esfera coroada. As raridades
não são uma novidade na história da Numisma mas é sempre de realçar
quando se consegue levar à praça peças quase únicas.
Na Numisma queremos preencher 2013 com sinais de optimismo.
Acreditamos que os nossos leilões serão uma demonstração do nosso
compromisso com a qualidade e a raridade exigida por colecionadores
e investidores. A moeda de ouro portuguesa é um activo cada vez mais
reconhecido no mundo da numismática global e os ventos podem ser
favoráveis à sua valorização.
Um bom exemplo desses ventos é a exposição, no Rio de Janeiro,
de moedas de ouro portuguesas cunhadas durante a monarquia em
Portugal e no Brasil e que circularam em terras brasileiras. A realizar
em Março, apresentará 150 exemplares da colecção BESNumismática
e está integrada nas iniciativas que estão a ser realizadas no âmbito
do ano Portugal-Brasil. Será, certamente, uma boa oportunidade para
aumentar a notoriedade do ouro português.
Javier Sáez Salgado
NUMISMA CARAS & LEILÕES
3
DESTAQUE
Engenhoso e D. Pedro II
são as atracções do leilão 95
M
ais de 10 anos depois de
e ter
apresentado um Engenhoso
nh
hoso
de 1562 num dos seus
leilões, a Numisma volta a levar
à praça uma moeda do mesmo
tipo. Será no dia 6 de Março,
no primeiro dos dois dias do
leilão 95. O nome da moeda
deve-se ao facto de ter sido
cunhado num engenho que
João Gonçalves criou no
século XVI.
Por alvará de 7 de Abril de
1562 a Coroa mandou entregar
a Gonçalves todo o ouro da
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Casa da Moeda para ser feito em
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novos moedas no tal engenho que
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inventara. Este sistema de fabrico, até
desconhecido, foi usado durante quatro
anos, até 1566. O Engenhoso com data é uma
moeda muito rara mas pouco menos raro
é o modelo sem data.
O rei D. Sebastião chegou ao trono com 14
anos e o seu grande objectivo estratégico
era conquistar territórios em África.
Morreu na primeira expedição militar em
que participou. A sua morte deu origem a um
período turbulento da História de Portugal,
que culminaria com a ocupação do reino
português por Espanha, que duraria até 1640.
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FEVEREIRO
2013
E
Engenhoso
1562
1
O Engenhoso com data
é uma moeda muito rara.
ATRACÇÕES LEILÃO 95
A raridade desta
moeda também se
explica pela proibição
total do seu curso
de 1708 a 1713.
Com mais 100 anos do que
o Engenhoso, a outra grande
raridade do leilão é outra
preciosidade da numismática
portuguesa. Trata-se de
uma Moeda 1672 (4400 Reis),
Príncipe Regente, com cordão
e marca de esfera coroada.
Trata-se de um exemplar
muitíssimo bem conservado
em todos os aspectos desde
o seu valor à marca. A raridade
desta moeda também se
explica pela proibição total
do seu curso em 1708 e 1713.
Foi sob a regência de
D. Pedro que, entre 1668 e
1674, se fabricou a última
série das moedas de ouro de
Portugal batidas a martelo,
com os valores de 4400, 2200
e 1100 Reis. Estas moedas
são hoje muito raras e
difíceis de encontrar devido
principalmente a três factores:
terem sido as últimas batidas
a martelo; o cerceio; terem sido
sujeitas a cordão na orla com
a aposição de um carimbo de
esfera comprovativo
Moeda
1672
NUMISMA CARAS & LEILÕES
5
DESTAQUE
As raridades do leilão 95
D. Sebastião (1557-1578)
Engenhoso 1562
D. Pedro, Príncipe Regente (1667-1683)
D. Pedro II (1683-1706)
Meia Moeda 1678
Moeda 1691
Cordão e marca “esfera
coroada” sobre Moeda
(4400 Reis) 1672
D. João V (1706-1750)
Dobrão 1724 M
Meio Dobrão 1724 M
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FEVEREIRO
2013
Dobra 1727 B
Escudo Itálico
Moeda 1725 M
Dobra 1730 B
Escudo Itálico
Meia Peça 1727 R
Dobra 1731 R
Escudo Itálico
Meia Peça 1731 M
Meia Moeda 1727 M
RARIDADES LEILÃO 95
D. José I (1750-1777)
Meia Peça 1766 B
D. João, Príncipe Regente
Meia Peça 1756 R
Peça 1817 R (1799-1816)
D. João VI (1816-1826)
Peça 1820 R
D. Maria II (1829-1853)
Meio Escudo 1819
Cruzado novo
(Pinto) 1821
Peça 1833 Degolada
D. Pedro I (Brasil)
Cruzado novo 1834 Londres
Ensaio gravado por w. Wyon
6400 Reis 1823 R
6400 Reis 1824 R
6400 Reis 1825 R
NUMISMA CARAS & LEILÕES
7
LEILÕES
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De D. Manuel a D. João VI
recordações de 2012
No ano passado as raridades da Numisma tiveram três
símbolos de grande qualidade: o Português, de D. Manuel I
(1495-1521), e duas ½ Peças, de D. João VI. A primeira foi
leiloada no leilão 92, que se realizou a 5 de Julho, e as outras
duas foram à praça no dia 10 de Outubro. O Português
apresentado no leilão pertenceu à colecção Niepoort.
Português
Meia Peça 1820
Meia Peça 1821
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FEVEREIRO
2013
CARAS&LEILÕES
Javier Salgado muito bem ladeado por Raquel Moura e Catarina Machado (em cima), Fernando Rocha a mostrar um rolo
de moedas de ouro a Filipe Brandão e o sorriso de Ana Paula Marques da Costa (em baixo)
NUMISMA CARAS & LEILÕES
9
LEILÕES NUMISMA
Leilão 92
IMPORTANTE COLECÇÃO DE MOEDAS
DE OURO DE PORTUGAL E DO BRASIL
- COLECÇÃO ALGARVE - PARTE 1
Durante cerca de 70 anos o Português foi a
maior e a mais pesada moeda de ouro cunhada
por um país europeu e a primeira onde surgiu
a Cruz da Ordem de Cristo. Simbolizou o poder
de um reino e de um rei: D. Manuel I (1495-1521).
Cunhada com o ouro vindo de África, Vasco da
Gama levou-a para a Índia e as cidades da liga
hanseática, no século XVI, inspiraram-se nela
para bater uma moeda com a cruz de Cristo.
Uma outra raridade deste leilão, e que também
pertenceu à colecção Niepoort, foi o Cruzado
LL, de D. João III (1521-1557).
A colecção que a Numisma apresentou no leilão
92 terá sido iniciada há cerca de 70 anos.
O seu detentor comprou moedas em todo o
mundo e os excelentes exemplares de ouro de
Portugal que conseguiu reunir mostram a sua
dedicação à numismática portuguesa. Muitas
das moedas desta colecção serviram para os
desenhos do livro de Ferraro Vaz.
Leilão 93
MOEDAS DE OURO DE PORTUGAL E BRASIL
- COLECÇÃO MONTE REAL
As duas moedas maia raras do leilão de Outubro,
o 93º da história da Numisma, foram cunhadas
nas duas fases da governação de D. João VI, um
rei que foi um caso raro na história mundial pois
governou um reino a partir de
uma colónia. É que, entre 1799 e 1816, foi Príncipe
Regente de Portugal e em 1807 viajou para o
Brasil com a família real. De 1816 a 1826
foi o rei de Portugal, para onde regressou em 1821.
A primeira moeda era uma ½ Peça de 1805,
classificada como da mais alta raridade.
A segunda era também uma ½ Peça mas de
1820. Desta última são conhecidos apenas três
exemplares. Por causa da sua ida para o Brasil,
as moedas do tempo de D. João VI não foram
emitidas em grandes quantidades, daí a sua
raridade.
100
FEVEREIRO
2013
Neste leilão foram ainda apresentadas outras
moedas de ouro raras da monarquia portuguesa
como foi o caso, por exemplo, de um Morabitino,
de D. Sancho I. Foram também apresentados
excelentes exemplares de Dobrões, Dobras e
Peças de D. João V (1706-1750) e uma Peça 1833
Degolada, de D. Maria II (1834-1853).
CARAS&LEILÕES
Família de
licenciados em
Farmácia com
um dos doutores
preocupado com
o resultado
do Sporting
Os leilões da Numisma
também atraem estrangeiros
Manuel Alfredo
de Mello
sempre muito
atento às
adjudicações
Carlos Alves
Reis está muito
contente, talvez
a comprar bem...
Isabel Cunha Reis e José A Godinho Miranda
provam que os leilões são muito divertidos
Jaime Salgado
a dar lições de
Numismática à
família Froes e Fróis
NUMISMA CARAS & LEILÕES
11
PUBLICAÇÕES
Moedas do Brasil
BESNumismática em livro
A
Peça da Coroação, de ouro, de
D. Pedro I - 6400 Réis 1822 Rio
de Janeiro foi a moeda escolhida
para ilustrar a capa do livro que assinala a
exposição de parte da colecção de moedas de
ouro do Banco Espírito no Museu Histórico
Nacional do Rio de Janeiro. Integrada nas
iniciativas que estão a decorrer no âmbito do
Ano Portugal-Brasil a exposição, que estará
aberta ao público entre Março e Junho deste
ano, reúne 150 moedas de ouro e barras.
Todas elas fazem parte da mais completa
colecção de moedas e barras de ouro do Brasil
existente em Portugal e, provavelmente, no
mundo.
O livro, da autoria de Javier Sáez Salgado
e José António Godinho Miranda, trata das
peças dessa colecção e abrange três séculos
da história luso-brasileira, desde D. Pedro II,
de Portugal, (1683-1706) até D. Pedro II
Imperador do Brasil (1831-1889). Apresenta
as moedas cunhadas em Portugal e que
circularam em terras brasileiras e as que
foram batidas em nome dos reis de Portugal
na Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Estão também presentes os raríssimos
Florins Obsidionais em ouro, cunhados no
estado de Pernambuco, durante o domínio
Holandês, que decorreu entre 1630 e 1654.
O Brasil tornou-se no segundo território do
Império português onde começou a circular
moeda local batida em oficinas próprias e
que cunharam em ouro, prata e cobre. A
cunhagem teve início no reinado de D. Pedro II
12
FEVEREIRO
2013
(1683-1706). Foi este rei que determinou a
abertura da primeira casa da moeda brasileira
que surgiu em 1694, em S. Salvador da Baía.
D. João V (1706-1750), D. José I (1750-1777),
D. Maria I e D. Pedro III (1777-1786), D. Maria I
(1786-1799), D. João Príncipe Regente (1799-1816)
e D. João VI (1816-1826) foram os monarcas
portugueses que cunharam moeda no Brasil.
O maior esplendor da moeda
cunhada no Brasil foi atingido
com as cunhagens de D. João V.
Usando o ouro brasileiro, o rei português criou
uma das mais espectaculares séries monetárias
de todos os tempos, tendo cunhado moeda em
praticamente todo o mundo, desde o Brasil a
Goa.
No prefácio do livro o presidente executivo
do Banco Espírito Santo, Ricardo Espírito Santo
Salgado, afirma que “sendo a moeda um espelho
fiel da história das nações é com orgulho de
português amigo e reconhecido ao Brasil onde
passei no Rio de Janeiro oito dos melhores anos
da minha vida (1975-1982) que aqui deixo uma
palavra de gratidão à grande Nação Brasileira”
CARAS&LEILÕES
Cláudia Leote
à falta de uma
pinguita…
mete água e
Catarina olha
com inveja
Dos Estados Unidos vem um simpático
numismata Andy Lustig
José A. Godinho Miranda e Fernando
Gonçalves André muito bem “escoltados“
Fernanda e Eládio
Cid Cruz a festejarem
as suas excelentes
aquisições
NUMISMA CARAS & LEILÕES
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Próximo Leilão | 95
Portugal, Brasil e Colónias
Moedas de Ouro // Colecção Pessa
6 e 7 de Março de 2013
Engenhoso 1562
Moeda 1672
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FEVEREIRO
2013
6 e 7 de Março 2013
Tiara Park Atlantic Hotel
Peça 1817
Rio Janeiro
Peça 1833
Degolada
Dobra 1732
Rio Janeiro
6400 Réis
1824 R
Dobra 1731 R
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NUMISMA CARAS & LEILÕES
15
O Conselho CientíÀco da NUMISMA
subscreve a ÀlosoÀa de Bento Morganti
«Se não te agradar o estylo,
e o methodo, que sigo, terás
paciência, porque naõ posso
saber o teu genio; mas se
lendo encontrares alguns
erros, (como pode suceder,
que encontres) Àcar-tehey
em grande obrigação se delles me advertires, para que
emendando-os Àque o teu
gosto mais satisfeito.»
Bento Morganti, Nummismalogia,
Lisboa, 1737, no Prólogo:
«A Quem Ler»
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FEVEREIRO
2013