Ex-alunos das turmas de Engenharia Elétrica e Têxtil das turmas de

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Ex-alunos das turmas de Engenharia Elétrica e Têxtil das turmas de
EDITORIAL
Formação
para a inovação
Professora
doutora Rivana
Basso Fabbri Marino
Vice-reitora de
Extensão e
Atividades
Comunitárias
Centro
Universitário da FEI
Quando o Padre Roberto Saboia de Medeiros criou a Escola de Administração e Negócios (ESAN) e a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), a partir de 1941, tinha como
missão formar profissionais qualificados para atender às demandas de uma indústria em
crescente desenvolvimento e completamente carente de pessoas preparadas para os
desafios que o Brasil viveria ao longo das décadas seguintes. Determinado, o religioso
conseguiu não só concluir a sua missão como plantar em seus sucessores a semente da
ousadia e da inovação.
Hoje, 70 anos depois da criação do primeiro curso, o Centro Universitário da FEI
mantém o princípio básico de formar pessoas qualificadas para o mercado, mas avança
para além da formação ao estimular os seus alunos a se dedicarem à pesquisa e à iniciação
científica. A pesquisa que desenvolvemos na FEI é voltada para empresas sustentáveis,
não somente do ponto de vista ambiental e social, mas também porque, na medida em
que avança no conhecimento científico e tecnológico, permite novas alternativas de
produtos e de matérias-primas, assim como processos industriais mais eficientes.
Os mestres, doutores e pesquisadores que formam o corpo docente do Centro Universitário se dedicam a desafiar os jovens formandos, assim como os alunos de Mestrado e
Doutorado, ao desenvolvimento de projetos que possam ser transformados em processos e produtos voltados à inovação nas empresas e ao bem-estar de toda a sociedade. Em
outubro, 90 projetos foram apresentados durante o I Simpósio de Iniciação Científica,
Didática e de Ações Sociais de Extensão da FEI, o que demonstra a solidez das pesquisas
desenvolvidas por nossos estudantes de graduação.
A pesquisa também nos qualifica a participar de redes de P&D com indústrias e outras instituições e centros de pesquisa, e nos permite ser representados em importantes
encontros científicos nacionais e internacionais, como os que estão destacados nesta
edição. A Instituição participa, ainda, do desenvolvimento regional e, consequentemente,
nacional, tanto ao fazer parte de fóruns e conselhos que envolvem o poder público e as
empresas quanto por estar voltada à formação de pessoas altamente qualificadas que
assumem cargos de liderança, como as que temos destacado em entrevistas nas edições
da nossa revista.
O Centro Universitário da FEI agregou novas responsabilidades com o passar dos
anos, mas temos a certeza de que, com competência, determinação e ousadia – que eram
as marcas do caráter do nosso fundador – vamos continuar a formar pessoas com conhecimento renovado para atuar nas empresas, elevar o nível diferenciado de nossos pesquisadores e trabalhar ao lado daqueles que visam o desenvolvimento com sustentabilidade
para o Brasil. Acreditamos que o desenvolvimento de um país socialmente mais justo,
vocação da FEI desde o Pe. Saboia, tem de ser baseado na geração de distribuição de
riquezas e na conservação ambiental, que é fruto de educação plena de boa qualidade e da
capacidade de inovar.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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SUMÁRIO
TebNad/Istockphoto
ESPAÇO DO LEITOR
REVISTA DOMÍNIO FEI
Publicação do Centro
Universitário da FEI
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EXPEDIENTE
“Excelente publicação! A revista ajuda a preservar a memória da faculdade e lendo cada número
me sinto ‘De Volta ao Passado’, à primeira turma
do Recanto Santa Olímpia. Eclética, entremeando artigos e reportagens sobre Engenharia, Administração eTecnologia. Bons artigos científicos e tecnológicos, excelente redação, muito convidativos à leitura. Diria que não é uma revista só
para feianos, mas para qualquer estudante que
goste de ler bons artigos voltados especialmente
para a Engenharia e seus avanços. Parabéns à
equipe de redação.”
Álvaro L. F. L. Castro
Engenharia Elétrica – Turma 1969
“Quero deixar aqui meu depoimento dizendo
que, para quem faz FEI, as portas estarão abertas em qualquer lugar do País. Desde 1994 resido em Brasília e trabalho com educação superior. Hoje sou diretor institucional e coordenador de curso na minha área de formação e
também avaliador de cursos e instituições - Basis
- e, mesmo com mestrado em outra instituição,
sempre falo sobre onde me formei e o orgulho
que tenho de ter feito FEI. Não há lugar neste
País que não conheça a seriedade e a excelência
da nossa FEI – permita-me assim chamar. E quero agradecer a Deus por um dia ter escolhido
vocês para seguir minha graduação. Obrigado!"
Paulo Hansen
Engenharia Elétrica – Turma 1992
“Mesmo sem ter formação nas áreas em que
a FEI é respeitada em todo o Brasil, tenho acompanhado com interesse os números da Domínio
FEI. Além de ótima apresentação gráfica, simples
e atraente ao mesmo tempo, cada edição permite
aos seus leitores mergulhar no universo maior da
missão de uma obra jesuíta. Mesmo os artigos
mais técnicos denotam a preocupação de traduzir
a missão de formar pessoas competentes, compassivas e solidárias para o campo de atuação de
uma Instituição de Ensino com as características
da FEI. Trata-se, sem dúvida, de uma Instituição
vibrante!”
Padre Eduardo Henriques, S.J.
Reitor do Colégio São Francisco Xavier,
Jesuítas, Ipiranga, São Paulo, SP.
“Gostaria de parabenizar pela matéria ‘A Engenharia que transforma’, publicada na última
edição da revista. Sou engenheiro metalurgista
formado na turma de 1992 e foi muito bom poder rever antigos professores que contribuíram
para a minha formação.”
Marcelo Cosme Ferreira
Engenharia Metalúrgica – Turma 1992
“Fiz Administração e especialização em Recursos
Humanos. Tenho orgulho de ter estudado em uma
Instituição de Ensino que verdadeiramente educa
seus alunos. Minha carreira sustenta-se, em parte, pelo aprendizado obtido nas salas da ESANFEI.”
Madalena Carvalho
Administração – Turma 1988
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A equipe da revista Domínio FEI quer saber a sua opinião sobre a publicação, assim como receber
sugestões e comentários. Escreva para Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3972, Bairro
Assunção - S.B.Campo - SP - CEP 09850-901, mande e-mail para [email protected] ou envie fax
para o número (11) 4353-2901.
Em virtude do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a
coordenação da revista Domínio FEI agradece a atenção de todos os leitores que escreveram
para a redação.
As matérias publicadas nesta edição poderão ser reproduzidas, total ou parcialmente, desde que
citada a fonte. Solicitamos que as reproduções de matérias sejam comunicadas à redação pelo
e-mail [email protected].
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
Centro Universitário da FEI
Campus São Bernardo do Campo
Av. Humberto de Alencar Castelo
Branco, 3972 – Bairro Assunção
São Bernardo do Campo – SP – Brasil
CEP 09850-901 – Tel: 55 11 4353-2901
Telefax: 55 11 4109-5994
ENTREVISTA
O engenheiro químico Renato Kenji
Nakaya, presidente da Sakura
Alimentos, conta como transformou
a pequena indústria fundada por
seu pai em uma das líderes do
mercado no segmento alimentício
Campus São Paulo
Rua Tamandaré, 688 – Liberdade
São Paulo – SP – Brasil – CEP 01525-000
Telefax: 55 11 3207-6800
Presidente
Pe. Theodoro Paulo Severino Peters, S.J.
Reitor
Prof. Dr. Fábio do Prado
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DESTAQUES
Grandes obras marcam a vida do Padre Saboia
Simpósio apresenta inovações científicas
Pesquisas na área de Engenharia são premiadas
Feira de Recrutamento reúne 38 empresas na FEI
Estudos são apresentados em encontro de química
Ex-alunos se reúnem no campus São Bernardo
FEI é destaque em Simpósio de Microeletrônica
Centro Universitário coleciona títulos do SAE Baja
Alunas de ADM vencem Concurso Empreender
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DESTAQUE JOVEM
Senso de prioridade é fator determinante para a
trajetória de sucesso do engenheiro Luiz Tonisi
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GESTÃO & INOVAÇÃO
Logística reversa controla fluxo de bens de consumo
e é solução para tornar empresas mais sustentáveis
28
ARQUIVO
FEI foi a primeira Instituição de Ensino Superior particular
a oferecer o curso de Engenharia de Produção no País
34
PÓS-GRADUAÇÃO
Especialização em Marketing e Vendas qualifica
profissionais a desempenhar novas competências
36
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Trabalhos apresentam inovações para melhorar
a qualidade de vida de pessoas com deficiências
Vice-reitor de Ensino e Pesquisa
Prof. Dr. Marcelo Pavanello
Vice-reitora de Extensão e
Atividades Comunitárias
Profª. Drª. Rivana Basso
Fabbri Marino
Conselho Editorial desta edição
Professores doutores Rivana Basso
Fabbri Marino, Roberto Bortolussi,
Ricardo Belchior Tôrres e Fábio Gerab
Coordenação geral
Andressa Fonseca
Comunicação e Marketing da FEI
Produção editorial e projeto gráfico
Companhia de Imprensa
Divisão Publicações
Edição e coordenação de redação
Adenilde Bringel (Mtb 16.649)
Reportagem
Adenilde Bringel, Marli Barbosa,
Elessandra Asevedo, Fernanda Ortiz,
Aline Nascimento (estagiária)
e Fabrício F. Bomfim (FEI)
Fotos
Arquivo FEI, Jésus Perlop,
Alex Ludovico e Ilton Barbosa
Programação visual
Thiago Alves e Felipe Gonçalves
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Tiragem: 16 mil exemplares
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI
Instituição associada à ABRUC
www.fei.edu.br
Pesquisadores da FEI trabalham no
desenvolvimento de materiais a serem
aplicados na indústria do pré-sal
38 Mestrado
SEÇÕES 41 Agenda
42 Artigo
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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DESTAQUE
oa
ao próximo
Uma vida de dedicação
Em apenas 50 anos, o Padre Roberto
Saboia de Medeiros realizou
grandes obras, entre as quais
a criação da ESAN e da FEI
“S
aber conviver é a grande arte do apostolado moderno. E
saber transformar será o seu triunfo”. A frase faz parte dos
inúmeros textos escritos pelo Padre Roberto Saboia de Medeiros S.J., fundador da FEI, e resume o que foi a vida deste missionário que, em apenas 50 anos de vida, transformou a realidade de
milhares de pessoas. Graças ao seu trabalho árduo e à sua dedicação
e determinação, o religioso criou a Escola de Desenho Técnico São
Francisco de Bórgia, a Escola Superior de Administração e Negócios
(ESAN), a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e a Clínica
Médica Santo Inácio, além de ter atuado fortemente com orientação espiritual e trabalhista, sempre com base no que acreditava e
amava, que eram as diretrizes sociais da Companhia de Jesus.
Para o religioso, a educação deveria valorizar não somente a
técnica, mas também a formação cultural e moral dos estudantes.
Por isso, sempre conciliou as disciplinas básicas e técnicas com
outras como Direito, religião e moral, assim como estimulava práticas esportivas e artísticas. Muito atento às mudanças pelas quais
o Brasil e o mundo passavam, o jesuíta percebeu que o período de
forte industrialização no País seria responsável pelo crescimento
econômico e pela necessidade de profissionais técnicos e culturalmente habilitados para gerir a indústria e o comércio. Por isso, se
empenhou para criar a Escola Superior de Administração e Negócios
(ESAN), no bairro da Liberdade, em São Paulo, em 4 de março de
1941, que era baseada na Graduate School of Business
Administration, da Universidade de Harvard. O curso durava dois
anos com o terceiro de especialização.
Em 1945, o Padre instituiu a Fundação de Ciências Aplicadas
(FCA). Após um ano criou a Faculdade de Engenharia Industrial
(FEI) com o curso de Engenharia Industrial modalidade Química
e, em 1947, foi aberto o curso de Engenharia Mecânica. “As instituições ESAN e FEI também iam ao encontro de duas vontades do
jesuíta: a de criar universidades católicas no Brasil e de inserir a FEI
na Pontifícia Universidade Católica (PUC), que já existia no Rio de
Janeiro e seria fundada em São Paulo, bem como a de formar profissionais que tivessem em mente as diretrizes da igreja para que se
relacionassem de forma mais humana e justa com seus empregados”, conta o professor doutor Armando Pereira Loreto Júnior, do
Departamento de Matemática da FEI e autor da tese de doutorado
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
‘A Faculdade de Engenharia Industrial: fundação, desenvolvimento e contribuições para a sociedade na formação de recursos humanos e tecnologia (1946-1985)’.
CAMPANHA DO CONTINHO
Para manter todas as obras sociais e atividades que desenvolvia, o jesuíta necessitava de muita verba e, como não aceitava ajuda
do poder público para não dever favores aos políticos, costumava
pedir contribuições para indústrias, empresários e pessoas com
alto poder aquisitivo. Para cobrir todos os custos de suas obras,
cada contribuição, que era anual, precisava ser de um conto de réis
e o Padre precisaria de seis mil contribuintes. Assim, nomeou sua
empreitada como ‘Campanha do Continho’. No entanto, com a
expansão de suas obras e a fundação da ESAN e da FEI, o religioso
precisava de mais recursos. Assim, começou suas viagens ao exterior em busca de materiais e equipamentos para as duas escolas,
bem como subsídios para as demais atividades, que eram solicitados aos proprietários de grandes empresas e gestores de universidades de renome. Para tanto, o religioso fez quatro viagens aos
Estados Unidos, sendo que duas foram estendidas ao Canadá, e
também visitou a Suécia e a Itália. Nessas viagens, o jesuíta conseguiu dinheiro, materiais e equipamentos para os laboratórios da
FEI e para a Clínica Santo Inácio. Em Milão, o Padre Saboia aproveitou para convidar o professor Dino Bigalli para assumir a direção do Departamento de Química da FEI.
A Clínica Médica Santo Inácio, inserida em seu trabalho de
assistência social e criada em 1943 em São Paulo, realizava atendimentos médicos e dentários para os operários e pessoas carentes.
Todas as consultas, tratamentos e exames eram cobrados a preço
de custo. “Sua obra se assentou em dois pilares: a educação e a ação
social”, ressalta o docente. O Padre Saboia adotava o lema: ‘antes
de agir, saber; e para agir e saber, orar’. Por outro lado, ensinava aos
seus discípulos que seria nocivo esperar saber muito, esperar entender tudo, aclarar todas as dúvidas e só depois então agir. “Ele
dizia: convém imediatamente entrar na ação social, como membro que cumpre ordens”, completa. Em uma consulta médica, o
jesuíta descobriu que tinha leucemia mieloide aguda e apenas
três meses de vida. Mesmo assim, continuou buscando recursos
para suas obras e escreveu cartas com instruções de como seus
colaboradores deveriam proceder após sua morte. Em uma noite
fria de inverno, no dia 31 de julho de 1955, aos 50 anos, o Padre
Saboia faleceu. “É importante salientar que não há obra de tal
grande alcance e amplitude que seja obra de um só homem. Toda
obra social é fruto da coletividade, da sociedade e dos grupos que
estão inseridos nela”, diz o professor Armando Loreto Júnior.
Política e comunicação
Paralelamente ao trabalho educacional, o religioso se preocupava com a situação política do Brasil e, sem medo de represálias, realizava eventos públicos que incomodavam governantes
e movimentavam a cidade de São Paulo. Um desses eventos foi
realizado em 14 de julho de 1945, na Praça da Sé, e ficou conhecido como ‘Noite de Nossa Senhora’. Na ocasião, o Padre reuniu
operários e estudantes contrários ao comunismo e que acreditavam que a doutrina social da igreja era a solução para os problemas do País. O jesuíta também desafiou o candidato do Partido Comunista do Brasil, Luis Carlos Prestes, ao pedir um debate
público no Vale do Anhangabaú. No entanto, a três dias da eleição, o debate foi realizado por meio de programa de rádio e sem
a presença de Prestes. A repercussão foi grande e o jesuíta recebeu muitas cartas – que fazia questão de responder – com elogios
e críticas sobre a sua participação.
O religioso sempre defendeu também a liberdade e a iniciativa das pessoas em agir por um ideal para realizar o bem comum.
Segundo o Padre, as pessoas deveriam ser vistas com um ser
consciente, capaz de agir de forma racional e responsável, e não
um simples objeto que recebe passivamente os benefícios e as
atenções concedidos pelo Estado. “O Padre Saboia sempre tinha
algo a dizer e divulgava suas ideias em programas de rádio,
colunas de jornais e das revistas Escola de Serviço Social e Carta
aos Padres”, explica o professor Rafael Mahfoud Marcoccia,
das disciplinas de Filosofia e Ensino Social Cristão da FEI,
organizador da mostra ‘70 anos FEI’, que relata a vida do jesuíta.
Para não perder tempo, o Padre Roberto Saboia de
Medeiros instalou um escritório dentro do carro
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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DESTAQUE
Inovação premiada
C
Alunos que participaram do Simpósio e (ao lado) estudantes que tiveram projetos premiados
Ciência vira
exposição
Projetos de Iniciação
Científica, Didática
e Ações Sociais são
apresentados em
simpósio na FEI
E
studantes de graduação do Centro Universitário da FEI que fazem
parte dos programas de Iniciação
Científica, Didática e de Ações Sociais da
Instituição apresentaram seus projetos
durante o I Simpósio de Iniciação Científica, Didática e de Ações Sociais, realizado
dia 6 de outubro no campus São Bernardo.
Os 89 trabalhos foram avaliados por comissão composta de 17 professores doutores nos quesitos organização, objetividade, forma escrita, qualidade visual e apresentação, e três trabalhos foram considerados como principais destaques.
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
O trabalho ‘Modelagem de um motor
de três tempos’, de autoria de Vinicius
Bonfochi Vinhaes, do sexto semestre de
Ciência da Computação, avalia a construção de um motor de três tempos que apresenta vantagens como a utilização de menos lubrificante e menos matéria-prima,
além de ser mais leve e mais eficiente
energeticamente. “Durante todo o ano trabalhei no desenvolvimento do estudo.
Agora, pretendo desenvolver o protótipo
do projeto”, afirma.
Nick de Bragança Azevedo, do oitavo
ciclo de Engenharia Mecânica, estuda o fenômeno da instabilidade plástica no ensaio de tração no trabalho ‘Metodologia para
determinação de curvas tensão-deformação
verdadeiras pós-estricção’ com objetivo de
avaliar a deformação do material. “Já desenvolvi a primeira parte deste estudo e, agora,
faço a simulação para ver a convergência
do resultado obtido, o que interessa muito
para indústrias de conformação mecânica”,
explica. O aluno Fernando Rabechini, do
décimo ciclo de Engenharia de Materiais,
desenvolve o projeto ‘Influência do encruamento e tempo de envelhecimento a 850ºC
na microestrutura do uns s31803’. “Meu
trabalho avalia como surge a fase que fragiliza o aço inoxidável”, resume.
IMPORTÂNCIA
Coordenado pelas professoras doutoras Rosângela Gin, Maria Claudia Ferrari
de Castro e Carla Soares de Araújo, responsáveis pelos programas de Iniciação Científica, Didática e Ações Sociais da FEI, respectivamente, o simpósio teve como objetivo divulgar todos os trabalhos em andamento para o conjunto de estudantes e professores da FEI, além de dar a oportunidade de os alunos se expressarem de forma
científica. “Não tivemos a pretensão de
avaliar o mérito técnico, mas sim quanto
os alunos entendem do próprio projeto”,
resume a professora Rosângela Gin.
om grande aplicação na indústria
de processamento de minérios,
os ferros fundidos são objeto de
estudo no mundo todo, porém, os ensaios
de laboratório ainda não conseguem reproduzir as condições reais de produção e têm
sido pouco aceitos como indicadores dos
materiais utilizados nos equipamentos de
moagem. Entretanto, a abordagem arrojada da pesquisa realizada pelo professor
doutor Flávio Beneduce Neto, do Departamento de Engenharia de Materiais da FEI,
pode mudar esta situação. Com a união da
termodinâmica computacional a uma
questão tecnológica de vital importância
para a economia do País, o docente reproduziu as condições microestruturais dos
materiais de um moinho industrial e viabilizou uma ferramenta barata e eficiente
para o setor minerometalúrgico.
A pesquisa ganhou o prêmio Paulo Lobo Peçanha no 66º Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e
Mineração (ABM), por ser considerado o
melhor trabalho sobre tratamento térmico apresentado na edição anterior do evento. Realizado em julho em São Paulo, o
congresso é o maior fórum de debates do
setor na América Latina e o mais antigo
evento técnico de realização contínua no
Brasil. A entrega do prêmio Paulo Lobo
Peçanha, oferecido pelo Grupo Combustol
& Metalpó, é um dos grandes destaques
do congresso, que reúne pesquisadores,
profissionais, estudantes, lideranças empresariais da mineração e siderurgia, assim como fornecedores de equipamentos
e serviços do Brasil e do exterior.
Os materiais utilizados em revestimento de moinhos e corpos moedores são
classificados entre os principais itens de
custo no processamento de minérios. O
estudo ‘Otimização do tratamento térmico
de ferros fundidos brancos utilizando
termodinâmica computacional’, realizado
pela FEI em parceria com o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Grupo
Usiminas, comprova que é possível oti-
O professor doutor Flávio Beneduce
Neto (esq.) é premiado por pesquisa
mizar o processo de tratamento térmico e
melhorar as propriedades dos materiais,
gerando economia e eficiência. Grande
parte dos cálculos computacionais do trabalho foi realizada na FEI, uma das poucas
instituições de ensino que utiliza a termodinâmica computacional como instrumento didático no curso de Engenharia
de Materiais.
Tecnologia e segurança
Metodologias precisas e confiáveis para avaliação experimental de propriedades
mecânicas e integridade dos materiais são fundamentais para evitar acidentes e fornecer soluções seguras de Engenharia para a sociedade. É com esta visão que o professor
doutor Gustavo Henrique Bolognesi Donato, do Departamento de Engenharia Mecânica
da FEI, tem direcionado suas pesquisas, especialmente em relação aos procedimentos
para ensaios de fadiga e fratura. O docente venceu a final brasileira do Young Persons’
World Lecture Competition, concurso internacional promovido pelo Institute of Materials,
Minerals and Mining (IOM3), da Inglaterra. O professor tornou-se o primeiro brasileiro
com direito a participar da final mundial, concorrendo com finalistas de países como
China, Reino Unido, Portugal, Malásia, Irlanda, África do Sul, Singapura e Estados Unidos. O prêmio pelo trabalho ‘Relevance of Constraint-Designed Specimens for the Accurate
Assessment of Materials Fatigue and Fracture Resistance’ foi entregue durante o 11º
Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas
(Enemet), realizado em paralelo ao 66º congresso da ABM. Este também foi o título do
trabalho apresentado na final mundial em 29 de setembro, na Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (POLI-USP). “O prêmio é uma grande motivação para seguir
com os estudos, pois representa o reconhecimento da sociedade pelo trabalho que
desenvolvo na FEI junto a meus alunos”, afirma o docente.
O professor doutor Gustavo Henrique
Bolognesi Donato (dir.) recebe prêmio
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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Sebastian Kaulitzki/Istockphoto
Estudantes da Junior FEI
que organizaram o evento
Feira aproxima alunos
e mercado de trabalho
Edição 2011 da Feira
de Recrutamento
recebeu 38 empresas
O
estágio visa proporcionar aos estudantes uma oportunidade de
adquirir experiência e conhecimento técnico, o que contribui para o desenvolvimento profissional, além de ser a
porta de entrada para o mercado de trabalho. Para aproximar empresas e alunos, o
Centro Universitário da FEI realiza, anualmente, a Feira de Recrutamento. A edição
2011 atraiu cerca de 5 mil alunos e reuniu
38 organizações, que apresentaram seus
programas de estágio e trainee no campus
São Bernardo do Campo. A feira é promovida pela Junior FEI, composta por estudantes de todos os cursos da Instituição.
Filipe Brasizza, presidente da Junior
FEI, ressalta que a feira proporciona uma
oportunidade de os jovens visualizarem as
propostas oferecidas pelo mercado e de conhecerem as exigências das companhias.
Para o estudante do sétimo semestre de
Engenharia Mecânica Vinícius Amorin
Ferrarezi, que já faz estágio na Pirelli, a di-
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
versidade de empresas presentes no evento é uma maneira de os alunos conhecerem
as diferentes áreas de atuação das carreiras. “A participação de grandes companhias
mostra o reconhecimento da FEI no mercado de trabalho”, argumenta.
Uma das novidades deste ano foi a presença da General Motors, que inovou ao
colocar o veículo esportivo Camaro no
estande. Segundo Alberto Rejman, diretor
executivo da Engenharia de Novos Produtos para a América do Sul da GM, expor o
veículo foi uma forma de mostrar a paixão
da equipe da montadora pelos produtos desenvolvidos. “Neste ano, a GM decidiu só
apresentar suas propostas de estágio em
duas universidades, sendo a FEI uma delas
pelo reconhecimento da qualidade e vocação automobilística dos seus alunos. A FEI
forma estudantes extremamente bem preparados para o mercado”, afirma. A Scania
também atraiu a atenção com a exposição
de um caminhão. A empresa, que possui
grande número de profissionais formados
pela FEI, inscreveu estudantes no estande
para participarem do processo seletivo dos
programas de estágio e trainee.
Com objetivo de buscar novos talentos, a Ericsson apresentou o plano de car-
reira. “Divulgamos a nossa marca na FEI
por ser uma faculdade de ponta e atender
às nossas expectativas”, explica a analista de Recursos Humanos, Danielle dos
Santos. À procura de estudantes com iniciativa e motivação, a Alstom ministrou
palestra com o tema ‘Desafios de mobilidade urbana e oportunidades no campo
da Engenharia Ferroviária’. Com aproximadamente 50% do quadro de estagiários
formado por estudantes da FEI, a Cummins aproveitou a feira para convidar 27
alunos a participarem de uma dinâmica
de grupo. Paula Cruz, assistente de treinamento de Recursos Humanos, lembra que
a oportunidade é oferecida aos estudantes dos últimos anos da graduação, pois o
objetivo da empresa é efetivar o estagiário ao término do curso. As empresas que
participaram da feira foram Abril, AES
Eletropaulo, Alstom, Astra, Braskem,
C&A, CBC, Coca-Cola, Confab, Continental, Cummins, Deloitte, Dow Brasil,
Ericsson, Everis, Fauricia, FESTO, Ford,
Gertec, GM, HP, Imbil, Itaú, Man,
Neumayer, P&G, Page Talent, Pirelli,
Scania, Schneider, Segula, Serveng, TE
Connectivity, Veralana, Viva Talentos,
Voith, Volkswagen e Votorantim.
DESTAQUE
FEI participa do
IUPAC Chemistry
Instituição apresenta
estudos no maior
encontro da área
P
romovido pela União Internacional da Química Pura e Aplicada, o IUPAC World Chemistry
Congress é considerado o maior encontro de discussão de química no mundo. A
43a edição, realizada entre 30 de julho e 7
de agosto na cidade de San Juan, em Porto Rico, reuniu aproximadamente 2,5 mil
pessoas de diversos países e recebeu sete
ganhadores do Prêmio Nobel de Química. O encontro, que tem o objetivo de promover o avanço da química no mundo e
de reconhecer o trabalho de novos cientistas, neste ano também integrou o calendário de eventos em comemoração ao
Ano Internacional da Química. Graças ao
alto nível das pesquisas produzidas, o
Centro Universitário da FEI participou
do 43° IUPAC World Chemistry Congress
com a apresentação de três trabalhos desenvolvidos por alunos dos programas
de Iniciação Científica e Mestrado da Instituição, sob orientação do professor doutor Ricardo Belchior Tôrres, coordenador
do curso de Engenharia Química.
Um dos projetos tem financiamento
da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP). Intitulado
‘Application of prigogine-flory-patterson
theory to excess molar volumes of mixtures of 1-butyl-3-methylimidazolium
hexafluorophosfate + methanol at different temperatures and atmospheric pressure’, o projeto consiste no estudo experimental e modelagem de propriedades
volumétricas, viscosimétricas e acústi-
cas de sistemas líquidos contendo líquidos iônicos.
O trabalho ‘Density, viscosity and
speed of sound of binary mixtures of acetonitrile + ethylene glycol at different
temperatures and atmospheric pressure’,
desenvolvido pela aluna Mariana Rosa
Mille, é um dos projetos do Programa de
Iniciação Científica do curso de Engenharia Química e tem como objetivo o
estudo experimental de propriedades
volumétricas, viscosimétricas e acústicas de sistemas líquidos contendo
glicóis. Já o projeto ‘Studies of viscosity
of binary mixtures of acetonitrile +
amines at several temperatures and
atmospheric pressure’, foi parte da dissertação de mestrado da aluna Samara
Storion Bittencourt, do Programa de
Mestrado em Engenharia Mecânica, cujo
objetivo foi estudar o comportamento da
viscosidade de sistemas líquidos contendo acetonitrila e aminas.
Segundo o professor doutor Ricardo
Belchior Tôrres, esses estudos contribuem diretamente para a ampliação de
pesquisas na área química, pois avaliam
propriedades fundamentais envolvidas
em desenvolvimento de projetos e operações de processos químicos em indústrias químicas e petroquímicas. Além disso, a participação da FEI em um evento
dessa dimensão representa uma oportunidade de estabelecer futuros convênios
com universidades estrangeiras. “O congresso discute não só o caminho da química no momento, mas também o que
pode vir no futuro. A participação em conferências mundiais como esta é fundamental para nos posicionarmos e tomarmos decisões sobre a direção das nossas
pesquisas”, argumenta o docente.
SBMicro 2011
em destaque
O Centro Universitário da FEI foi
o segundo colocado em número de
artigos apresentados no 26th Symposium on Microelectronics Technology and Devices – SBMicro 2011,
realizado entre os dias 30 de agosto
e 2 de setembro em João Pessoa, na
Paraíba. Segundo o vice-reitor de
Ensino e Pesquisa da FEI, professor
doutor Marcelo Antonio Pavanello,
foi uma participação relevante, consolidada pela presença da FEI em
dois artigos que, empatados na avaliação ponderada dos chairs das sessões e dos revisores, agraciaram
com ‘Best Paper Award’ os trabalhos
‘Strain Effectiveness Dependence on
Fin Dimensions and Shape for TripleGate MuGFETs’, de autoria de Rudolf
Bühler, Renato Giacomini, Paula
Agopian, todos da FEI, e João Martino; e ‘Analytical Model for the
Threshold Voltage in Junctionless
Nanowire Transistors of Different
Geometries’, dos autores Renan Trevisoli, Rodrigo Doria e Marcelo Antonio Pavanello, também do Centro
Universitário da FEI.
A Instituição também teve presença significativa no 11th Microelectronics Students Forum –
SForum2011 e no 1st Workshop on
Circuits and Systems Design –
WCAS2011, eventos simultâneos
que integraram o simpósio. “Este é o
mais importante encontro sobre pesquisa na área de dispositivos eletrônicos integrados, no qual o Programa de Mestrado em Engenharia Elétrica da FEI está inserido. Que este
conjunto de notícias maravilhosas
nos sirva como inspiração e motivação para continuarmos, cada vez
mais, contribuindo para o desenvolvimento da Microeletrônica Nacional”, ressalta o professor doutor
Marcelo Antonio Pavanello.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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DESTAQUE
DESTAQUE
Ex-alunos de
Engenharia
Têxtil também
se reencontram
Ex-alunos de
Engenharia Elétrica
se reúnem na FEI
Encontros para matarr ssaudades
Ex-alunos das turmas de Engenharia Elétrica e Têxtil das turmas de 1981
e 1985, respectivamente, se reencontram no campus São Bernardo da FEI
O
Centro Universitário da FEI
foi o local escolhido para a comemoração do 30º aniversário
de formatura da turma de Engenharia Elétrica de 1981 por ser repleto de lembranças e fazer parte da história de muitos
profissionais. O encontro, realizado dia
3 de julho no campus São Bernardo do
Campo, reuniu mais de 40 pessoas, entre
ex-alunos e familiares. Em meio a brincadeiras e conversas, os participantes
relembraram histórias do período de graduação, viram fotos antigas e muitos tiveram a oportunidade de rever colegas
que não encontravam há alguns anos.
Além do almoço, os ex-alunos também
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
participaram de uma missa celebrada na
capela do Centro Universitário da FEI.
“Escolhemos a FEI para realizar o encontro porque é uma forma de relembrar
o tempo de estudante. A Instituição me
deu a oportunidade de desenvolver meu
intelecto, proporcionando uma visão que
ia além da minha área”, revela Brasil Fraccaroli, proprietário de uma empresa de
comércio internacional. Para manter o
contato com a turma, os ex-alunos realizam encontros quatros vezes por ano
desde 1990. No aniversário de 25 anos
de formatura, o grupo também escolheu
a FEI para comemorar. Segundo o empresário e responsável pela organização dos
encontros, além de ser uma forma de sempre rever os amigos, as reuniões ajudaram a aproximar as famílias e, hoje, os
filhos fazem questão de estar presentes
nas confraternizações com os pais.
O agropecuarista Kadmo Carneiro
percorreu 900 quilômetros para participar
da comemoração. O ex-aluno vive em
Goiás mas, sempre que possível, participa das reuniões. “A FEI evoluiu muito
desde a época em que me formei. Só tenho boas lembranças do tempo de faculdade, como a convivência com os colegas e a gratidão que sinto pelos professores”, afirma Kadmo Carneiro, que não
visitava a Instituição há 30 anos. Para
Wilson Martins Poit, diretor presidente
de uma empresa de energia, além de o encontro reunir um grande número de exalunos, possibilitou conhecer as transformações em toda a Instituição. “Durante a graduação construí amizades que tenho há 30 anos. A FEI foi um divisor de
águas na minha vida, pois me proporcionou mais que um título de engenheiro;
me preparou para a vida”, revela. A turma
planeja um novo encontro para o fim deste ano.
25 ANOS DEPOIS
Para comemorar os 25 anos de formatura, a turma de Engenharia Têxtil de
1985 também realizou um encontro, dia
3 de julho, na FEI. Em clima de descontração, cerca de 20 pessoas, entre ex-alunos e familiares, participaram da reunião.
Para relembrar os colegas e recordar os
momentos do período de graduação, os
convidados trouxeram fotos. Mesmo alguns que não compareceram enviaram
álbuns para ajudar a recordar. Para a exaluna e professora do curso de Engenharia Têxtil da FEI, Sandra de Albuquerque,
rever os antigos colegas é uma oportunidade de relembrar um período determinante em sua vida. “A fase da graduação
foi muito divertida e a FEI me proporcionou um sólido conhecimento, que con-
tribuiu para o desenvolvimento da minha carreira”, ressalta a docente.
A ideia de realizar a reunião surgiu no
primeiro encontro da turma, realizado em
2005, com o objetivo de comemorar os
20 anos de formatura. Mara Regina Neves, ex-aluna e dona de uma empresa têxtil, não pôde participar do primeiro encontro e, por isso, fez questão de estar
presente nesta comemoração com o marido e também ex-aluno Carlos Augusto
Torres Neves. “Na reunião reencontrei colegas que não via há 25 anos. Foi muito
divertido relembrar as histórias do tempo de faculdade e até mesmo as dificuldades enfrentadas”, revela.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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DESTAQUE
(Da esq.): O piloto da primeira equipe Baja FEI, Fabrizio Sabatine,
com o atual capitão Vinícius Schioser e os professores do Departamento
de Engenharia Mecânica, Roberto Bortolussi e Ricardo Bock
Etapa Sudeste 2011
Aprendizado com muitas
ass vvitórias
FEI é uma das pioneiras na
competição Baja SAE Brasil e a
maior colecionadora de títulos
D
epois de passar noites e noites sem dormir, substituir passeios por livros e ferramentas e trocar as tardes com os amigos por estudos para o desenvolvimento de peças, os integrantes da primeira equipe Baja FEI
subiram ao pódio pela primeira vez no dia 12 de fevereiro de
1995, na pista Guido Caloi, no bairro do Ibirapuera, em São
Paulo. Com as calças dobradas até os joelhos e o corpo coberto
de lama, os estudantes do Centro Universitário da FEI receberam o troféu pela participação na primeira Competição Baja
SAE Brasil, na qual conquistaram o terceiro lugar. Durante dois
dias de provas, os competidores enfrentaram muita chuva e um
misto de emoções que marcariam o início da participação da
Instituição no tradicional desafio de Engenharia para estudantes. Promovido pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade
(SAE), o primeiro campeonato nacional reuniu apenas seis equipes. Daquele dia em diante, o desafio de construir carros cada
vez mais competitivos passou a ser uma meta perseguida por
todas as equipes da FEI, que coleciona vitórias na competição
que, atualmente, reúne algumas dezenas de equipes.
A participação da Instituição no primeiro campeonato foi
marcada pela vontade e perseverança da equipe. Com um curto
período de tempo para a projeção e construção do veículo e as
dificuldades para a obtenção de equipamentos, os integrantes
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
tiveram de usar a criatividade e muitas peças utilizadas foram
improvisadas. Segundo o ex-aluno e piloto da primeira equipe
Baja FEI, Fabrizio Sabatine, para suprir a carência de peças, as
adaptações eram realizadas constantemente. “O amortecedor
de moto foi adaptado para o carro e o jogo de freios, encontrado
em um ferro velho, foi transformado em peça para o veículo.
Criamos o carro em apenas quatro semanas e, por isso, não
tivemos tempo para testá-lo. A primeira vez que o vimos andar
foi no dia da competição e ainda me lembro da emoção e euforia
de todos ao ver o carro correndo”, lembra.
Naquela primeira competição, a equipe Baja FEI não levou a
medalha de ouro para casa, mas, no ano seguinte, com a conquista da segunda posição no campeonato nacional, foi classificada para participar da competição internacional, realizada
na região de Milwaukee, nos Estados Unidos. Para o ex-capitão
da equipe, Marcos Vinícius Teixeira, a participação na competição internacional é a lembrança mais marcante do período em
que participou da equipe. “Ao conquistarmos a 19° posição e
ficar na frente de universidades pioneiras recebemos o reconhecimento e apresentamos o potencial brasileiro para as outras instituições”, ressalta, ao destacar que muitos competidores de outros países não sabiam sequer a localização do Brasil.
O ex-capitão decidiu integrar a equipe Baja FEI após assistir
uma palestra de apresentação do projeto e garante que a participação na equipe proporcionou aprendizados fundamentais para
o seu crescimento profissional.
Com o objetivo de proporcionar aos futuros engenheiros
uma experiência próxima da realidade industrial, a SAE Brasil
convidou oito professores de diferentes universidades para
conhecer o projeto Baja, inspirado no SAE Midwest Mini Baja
Competition, realizado desde 1973 nos Estados Unidos e no
Canadá. Entre os docentes estava o professor do Centro Universitário da FEI, Ricardo Bock, que contribuiu para a participação da Instituição no projeto e ocupou o cargo de coordenador
da equipe até 1999. “Aceitamos participar do projeto Baja porque, assim como os demais trabalhos desenvolvidos na FEI,
isso contribui para mudar o status do engenheiro recém-formado, possibilitando maior nível técnico e trabalho em equipe”,
reforça. Em comemoração aos 20 anos de criação da SAE Brasil,
a entidade homenageou 20 personalidades brasileiras que contribuíram para o seu crescimento, e o professor Ricardo Bock
foi homenageado na Categoria Baja, em banquete realizado no
encerramento do 20o Congresso e Exposição Internacionais de
Tecnologia da Mobilidade, em 6 de outubro, em São Paulo.
EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA
As adaptações de peças improvisadas e os desenhos feitos à
mão marcaram o início da construção dos veículos para as competições, mas, hoje, são utilizados software de simulação e, graças à evolução tecnológica, os veículos são equipados até com
peças ecologicamente corretas. Para Rafael Serralvo Neto, exintegrante da equipe Baja FEI e diretor geral do Comitê Técnico
da competição na SAE Brasil, a redução de peso do carro proporcionada pela substituição de materiais, a utilização de materiais
recicláveis e o aumento de componentes eletrônicos, como GPS,
estão entre as principais inovações tecnológicas dos competidores. “A cada ano os participantes apresentam novas soluções, o
que prova que o importante não é ganhar, mas participar do
Em junho deste ano, a equipe Baja FEI venceu a Competição Baja SAE Brasil – Etapa Sudeste FIAT, no Campo de
Provas da CNH, Distrito Industrial de Sarzedo, em Minas
Gerais. O campeonato reuniu 25 equipes de diferentes universidades da região Sudeste. Para Vinícius Eduardo
Gastald Schioser, estudante de Engenharia Mecânica e capitão da equipe, o bom desempenho é reflexo da dedicação
integral de todos. “Participar do projeto Baja é uma forma
de ampliar meu aprendizado e também é um meio de trocar
experiência e ganhar conhecimento, pois os alunos que
integram a equipe há mais tempo auxiliam os iniciantes”,
resume.
projeto com seriedade para adquirir novos conhecimentos e
colocar em prática o aprendizado da sala de aula”, assegura.
Com a participação em diversas competições, a equipe Baja
FEI adquiriu experiência e, por causa do comprometimento e
da dedicação dos estudantes, conquistou inúmeras vitórias. O
primeiro título nacional foi em 2001, mas a vitória internacional foi alcançada em 2004. Hoje, a FEI é tricampeã mundial
e heptacampeã brasileira na modalidade, e é a Instituição de
Ensino brasileira com maior quantidade de títulos nacionais e
internacionais. “Desde a primeira competição as equipes da
FEI já construíram 34 veículos, reduziram o peso do carro em
60% e nunca perderam a prova de projeto, que avalia o conhecimento dos estudantes”, afirma o professor Roberto Bortolussi,
coordenador da equipe Baja FEI e do curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário da FEI.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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DESTAQUE JOVEM
Movido a desafios
Daiana da Silva, Fernanda Alves,
Franciele Santos e Maiany Figueiredo
desenvolveram o projeto vencedor
Concurso envolve alunos
de Administração
Grupo formado por
quatro estudantes
venceu o Empreender
G
raças a uma ideia inovadora e
original, quatro estudantes do
Centro Universitário da FEI venceram a primeira edição do Concurso Empreender. Promovido pela Instituição, o
concurso desafiou estudantes de Administração a desenvolver um Plano de Negócios que atendesse a requisitos como competitividade, originalidade, inovação, consistência do plano e sustentabilidade. A
apresentação dos projetos foi realizada nos
dias 10 e 12 de setembro, no campus São
Bernardo do Campo, e atraiu cerca de 600
estudantes, que visitaram os estandes dos
três projetos premiados. Os grupos vencedores receberam troféu, e o primeiro colocado foi premiado também com um Ipod
Shuffle. O concurso teve o apoio do Instituto Endeavor, da Gerdau e do SEBRAE,
que ofereceram treinamento sobre
empreendedorismo, em 2 de julho, para
os integrantes de trabalhos selecionados.
O projeto vencedor, denominado ‘Sapaninas’, foi desenvolvido pelas alunas do
quarto semestre Daiana da Silva, Fernanda
Alves, Franciele Santos e Maiany Figueiredo e chamou a atenção dos jurados também pela criatividade. O trabalho consiste
na criação de um sapato que contém três
tipos de salto, que podem ser substituídos de acordo com a necessidade do usuário. “O concurso nos proporcionou uma
importante experiência, pois, com a vitória, percebemos que somos capazes de desenvolver boas ideias, além de ter sido uma
ótima oportunidade de colocar em prática
o que aprendemos durante o curso”, explica a aluna Maiany Figueiredo. O projeto
‘Body Mind’, elaborado por três alunos do
sétimo semestre, conquistou o segundo
lugar ao propor a criação de um ambiente
sustentável, que integra a prática de atividades físicas, lazer e entretenimento.
A terceira colocação ficou com um grupo de estudantes do sexto semestre com
o projeto ‘Buscando Talentos’. O trabalho
tem o objetivo de promover um serviço
em que empresas beneficiam estudantes
com um patrocínio acadêmico. O coordenador do curso de Administração do Centro Universitário da FEI, professor doutor Hong Yuh Ching, lembra que o objetivo do concurso é estimular o espírito empreendedor nos alunos, além de proporcionar uma atividade extracurricular. “Os
projetos desenvolvidos durante o concurso podem ser o embrião de uma futura empresa. Isso mostra aos estudantes a oportunidade de uma carreira com o empreendedorismo”, complementa. O docente já
planeja a edição 2012 do Concurso Empreender, que será estendido aos demais
cursos oferecidos pela FEI.
Formado pela FEI em 2001, engenheiro eletricista assume a
vice-presidência de Indústrias Estratégicas da Alcatel-Lucent
C
om uma carreira repleta de desafios apesar da pouca
idade, o engenheiro eletricista Luiz Tonisi atribui o sucesso de sua trajetória profissional aos resultados que
sempre conquistou para as empresas onde trabalhou. Aos 33 anos,
o jovem assumiu, há três meses, a vice-presidência de Indústrias
Estratégicas para a América Latina da Alcatel-Lucent, multinacional da área de telecomunicações que está entre as 100 maiores
empresas brasileiras e é a terceira maior do setor em nível mundial.
Na nova função, o executivo é responsável por um mercado
cujo potencial é de alguns bilhões de dólares anuais, formado por
entidades do setor público, elétrico e de transportes, e a meta é
triplicar os negócios até 2014. “Sou movido a desafios e este é
um dos maiores da minha carreira, embora ainda tenha muita
coisa para vivenciar e ver. No entanto, sei que podemos alcançálo, pois a Copa do Mundo e as Olimpíadas demandarão grandes
investimentos em conectividade, além das demais áreas e do
setor público que estão crescendo muito na região, e temos
tecnologia para atender a essa demanda”, argumenta.
O engenheiro conta que foi na FEI que aprendeu a ter senso
de foco e de prioridades, devido às constantes exigências do
curso. “Escolhi a FEI porque sabia que a Instituição iria exigir
disciplina nos estudos e isso era importante para mim. Aprendi a
ter persistência e perseverança e entendi que as coisas não caem
do céu”, ressalta, ao afirmar que esse aprendizado foi tanto ou
mais importante do que o conhecimento técnico para ter sucesso nas empresas onde atuou. Outro ponto positivo foi ter conquistado o primeiro estágio no terceiro ano do curso, na Alcoa.
De 1999 a 2000, estagiou na área de negócios e descobriu um talento até então desconhecido.
“Ao ser questionado sobre a área na qual eu gostaria de atuar
respondi que queria conhecer todas e fui enviado para o comercial,
onde me descobri. Foi uma sorte encontrar meu caminho tão
cedo”, reforça. Além da Alcoa, o engenheiro estagiou na Nortel
Networks e, depois de formado, foi efetivado e ficou na empresa
até ser contratado pela RFS, do Grupo Alcatel-Lucent, em 2003.
Na companhia foi promovido a gerente de contas e, com apenas
26 anos, assumiu a diretoria de exportação Mercosul. “Eu era o
mais jovem diretor do Grupo”, orgulha-se. Aos 28 anos recebeu o
convite para a diretoria de Exportação e Mercado Doméstico e,
aos 30, assumiu a vice-presidência de Vendas, Produtos e Marketing de toda a operação na América Latina.
Além do talento e da dedicação, o engenheiro Luiz Tonisi
afirma que teve a sorte de trabalhar com gestores que permitiram que tomasse decisões para alcançar os resultados almejados,
o que foi de grande valia para a sua trajetória. Por isso, estimula
os profissionais que atuam em sua equipe, delegando tarefas e
cobrando resultados. “Os gestores são fundamentais para não
abafar os talentos.Neste momento de crise, as empresas procuram profissionais que tenham foco no resultado e que saibam
trabalhar em equipe. Dar oportunidades para os outros crescerem, criar um ambiente próspero e motivador e deixar que a equipe enfrente desafios é o caminho para ter profissionais sempre
motivados”, acredita.
RoboFEI conquista bicampeonato
A dedicação e o esforço dos estudantes da equipe RoboFEI resultaram na conquista invicta do bicampeonato na Competição
Brasileira de Robótica, realizada entre os dias 18 e 21 de setembro na Universidade Federal de São João del-Rei, em Minas Gerais.
O time venceu na categoria Small Size, também conhecida como F-180, e goleou por 7 a 1 o Instituto Militar de Engenharia do Rio
de Janeiro na partida final. A equipe RoboFEI é formada por oito estudantes dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia
Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia de Automação e Controle da FEI. No ano passado, o time da FEI foi campeão brasileiro
e ficou em primeiro lugar na Latin American Robotics Competition (LARC), realizada no campus São Bernardo do Campo da FEI. O
próximo passo dos alunos da Instituição é preparar os robôs para o campeonato mundial, que será realizado em 2012, no México.
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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ENTREVISTA – RENATO KENJI NAKAYA
Filosofia oriental no
mundo dos negócios
A
flor de cerejeira ou Sakura, considerada no Japão uma metáfora para a vida, pois floresce
brilhante seguidamente sem nunca falhar, sempre na primavera, foi o nome
que o imigrante japonês Suekichi Nakaya
escolheu para batizar a fábrica que criou
em 1940, em São Paulo, para fornecer
molho de soja (shoyu) e massa de soja
(missô) para a comunidade nipônica que
morava no País. Em 1970, foi a vez de o
filho caçula do fundador, Renato Kenji
Nakaya, que acabava de se formar em Engenharia Química na FEI, assumir os negócios da família e, graças à sua formação e dedicação, transformar a Sakura em
uma das maiores indústrias brasileiras
do setor alimentício.
COMO E QUANDO COMEÇOU A HISTÓRIA DA
SAKURA ALIMENTOS?
Meu pai e minha mãe imigraram do
Japão no começo dos anos de 1930 e foram para o interior de São Paulo trabalhar em uma fazenda de café. O shoyu, o
missô, o tofu e o natô são quatro alimentos que fazem parte da alimentação cotidiana dos japoneses e, como aqui não
existiam esses produtos, os imigrantes
tinham de aprender e fabricar no Brasil.
Eram alimentos de sobrevivência, do dia
a dia. Cada qual fabricava seguindo receitas e fórmulas próprias e adaptava os ingredientes de acordo com a disponibilidade. O nosso shoyu, por exemplo, utiliza o milho para fermentação, ao invés do
trigo, como se faz tradicionalmente. Essa
substituição foi feita pelo meu pai e po-
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
demos dizer que o resultado é um molho
de soja japonês adaptado às condições e
ao sabor dos brasileiros. Alguns anos depois da experiência na fazenda, meu pai
veio para São Paulo e foi trabalhar na loja
de um primo, quando começou a fabricar
shoyu e missô, artesanalmente, para
comercializar para a comunidade oriental, para os amigos e para os vizinhos. Os
produtos começaram a ganhar a preferência e, aos poucos, o negócio se transformou em uma pequena fábrica.
ONDE ESTAVA INSTALADA ESSA FÁBRICA?
Meu pai começou onde ele morava,
na avenida Domingos de Morais, depois
passou para o Brooklyn Paulista, onde eu
nasci, em 1944, na avenida Adolfo Pinheiro. A fábrica onde estamos hoje tinha sido construída em 1933 por um tio,
de uma família de muitas propriedades,
que, ao perder o interesse pelo negócio,
propôs vender ao meu pai, que aceitou.
Isso foi em meados de 1946. No período
de 1950/60 chegamos a ficar em dúvida
se deveríamos prosseguir neste segmento, porque não sabíamos se o shoyu e o
missô seriam aceitos pela comunidade
brasileira. Mas resolvemos continuar e
nossa empresa já tem 71 anos.
E QUANDO FOI QUE O SENHOR COMEÇOU A TRABALHAR NA EMPRESA?
Naquela época não havia o curso de
Engenharia de Alimentos no Brasil e então optei pela Engenharia Química.
Quando me formei na FEI, em 1970, meu
pai me chamou e disse que, como eu era o
filho caçula e tinha me formado na universidade, a sua missão e a da fábrica tinham terminado. Os imigrantes japoneses tinham como aspiração formar os filhos na universidade e é por isso que a
maioria dos descendentes tem diploma
em curso superior. Com a minha família
não foi diferente. E meu pai continuou:
‘preciso saber se vai prosseguir na fábrica. Você escolhe: vai tocar ou vamos vender ou fechar?’...
O SENHOR JÁ PRETENDIA ASSUMIR OS NEGÓCIOS
DA FAMÍLIA?
Sim, mas eu queria aprender mais. Assim, perguntei ao meu pai se eu poderia
fazer um estágio no Japão, e ele concordou. Fui para o Japão, onde conheci melhor a indústria de shoyu e missô, desde
as pequenas até as grandes empresas.
Nesta época, tudo já tinha mudado no
Japão, que estava em pleno processo de
industrialização, depois do recomeço
após a segunda guerra. Com isso, eu trouxe para o Brasil várias tecnologias e assumi a empresa. E, para concretizar o que
tinha aprendido no Japão, convidei alguns professores da FEI que me auxiliaram a montar nossos laboratórios de
controle, de desenvolvimento de produtos e de tecnologia.
COMO FOI QUE O SENHOR TRANSFORMOU A PEQUENA FÁBRICA FUNDADA POR SEU PAI NA LÍDER DE MERCADO EM SEU SEGMENTO?
No estágio que fiz no Japão aprendi
que para fazer o molho de soja não era
preciso simplesmente dominar o proces-
“Para concretizar o que tinha aprendido no Japão convidei
alguns professores da FEI , que me auxiliaram a montar os
laboratórios de controle, desenvolvimento e tecnologia...”
so de fermentação. O molho de soja tinha de ter controle de qualidade, proteínas em forma de aminoácidos, controle
do processo, do sódio. Além disso, também era necessário começar a controlar
os grãos de soja, para que não trouxes-
sem toxidade. Tudo isso foi uma obrigação, uma lição e uma missão que abraçamos para atender à expectativa do consumidor. Isso porque queríamos conquistar o paladar da sociedade brasileira. Assim, começamos a investir em tecnolo-
gia, em controle de qualidade e em controle de processo, e expor a marca, porque, na época, o brasileiro não aprovava
os produtos de soja. Até para o óleo de
soja o pessoal torcia o nariz. Atualmente,
a Sakura é a única empresa no mundo que
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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ENTREVISTA – RENATO KENJI NAKAYA
detém tecnologia de última geração para
fermentação de feijão de soja com milho
e não com trigo, como é tradicional. Conquistamos o Mercosul, exportamos para
os Estados Unidos e para países da Europa, e até para o Japão mandamos o nosso
shoyu. Podemos dizer que, atualmente, o
produto da Sakura já é um dos melhores
do mundo.
QUAL É A GRANDE VANTAGEM DE FERMENTAR
A SOJA COM MILHO NO LUGAR DO TRIGO?
A vantagem é que conseguimos um
molho de soja diferenciado. Com o milho, o sabor fica mais adocicado e mais
encorpado, dá um toque especial na cobertura e tempero de muitos pratos da
culinária ocidental. Com isso, fomos ganhando a preferência do consumidor e
acredito que popularizamos o uso do
molho de soja no Brasil. E, como vantagem adicional, o nosso produto final não
contém glúten e conseguimos atender a
uma parcela da população mundial com
intolerância ao glúten, os celíacos. É
muito comum encontrar essas pessoas
na Europa, para onde o nosso molho de
soja é exportado com muito sucesso.
QUANTO A EMPRESA CONSOME DE SOJA/ANO?
Consumimos mais de mil toneladas
de soja não transgênica por ano. Perto do
que se consome para produzir o óleo de
soja, que é a esmagadora maioria da produção, é pouco, mas conseguir toda essa
soja não transgênica é muito difícil.
A SAKURA TEM SUA PRÓPRIA PRODUÇÃO?
Temos fazendas próprias, mas, neste
momento, estamos produzindo soja em
convênio de plantadores. Pagamos um
‘over’, uma contrapartida para eles garantirem a produção de soja não transgênica,
e cuidar para que não haja a contaminação cruzada, que pode acontecer caso as
fazendas vizinhas plantem a soja transgênica. Essa fidelização começa desde o
plantio e segue até a colheita e o ensacamento e a Sakura montou um esquema
de rastreamento para garantir ao consu-
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
O SENHOR ACABOU TRAZENDO PROFESSORES DA
FEI PARA AJUDÁ-LO NA EMPRESA?
Sim, porque, no começo da empresa,
tínhamos de fazer de tudo, não tínhamos
tempo nem meios para nos dedicar à pesquisa, ao estudo. Assim, eu trouxe professores da FEI para nos auxiliar, como o
professor de Bioquímica, Lyrio Sartório,
que faleceu há uns dois anos e ficou comigo aqui na empresa até morrer. Recebi
ajuda dos professores Salvador Galego e
Renato Teramoto, da área de cálculo, entre outros. Atualmente, o professor Kurt
Aman, da Engenharia Civil, está nos auxiliando na parte de edificações.
midor que está consumindo um produto
não transgênico.
AS EMPRESAS ORIENTAIS COSTUMAM SEGUIR OS
FUNDAMENTOS E A FILOSOFIA DE SEUS FUNDADORES. ISSO TAMBÉM OCORRE COM A SAKURA?
Perfeitamente. Na época meu pai não
sabia nada sobre soja transgênica, não
sabia que o shoyu tem aminoácidos, não
sabia nada sobre teor de sódio. Tudo isso
fomos adquirindo ao longo dos anos.
Mas o principal, e isso é muito importante, é que seguimos a filosofia de somente oferecer um alimento para o próximo se nós também o consumimos. Temos de fabricar do jeito que também vamos consumir. Esse é o princípio básico
que seguimos desde a época do meu pai.
A SUA FORMAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
FOI FUNDAMENTAL PARA TODA ESSA TRANSFORMAÇÃO NA EMPRESA?
Com certeza. Na época, a FEI também
nos dava a habilidade para desenvolver a
área administrativa, a área financeira. Tivemos, nos últimos anos do curso, noções de administração financeira, recursos humanos, sobre a expansão industrial de equipamentos e máquinas. Se a
minha formação ficasse restrita à técnica ou somente à pesquisa, acredito que a
Sakura não seria assim.
QUAL É A EXIGÊNCIA BÁSICA PARA O SENHOR
CONTRATAR UM ENGENHEIRO?
Primeiro, mantemos a exigência de
trabalhar com profissionais formados
em boas universidades, já preparados, que
tenham embasamento, que venham para
agregar conhecimentos e experiência.
Paralelamente, temos interesse em formar os nossos profissionais dentro de
casa, por isso, contamos com a colaboração de estagiários, que vêm também para
aprender e para agregar no futuro.
A FORMAÇÃO HUMANÍSTICA DA FEI CONTRIBUIU PARA SUA FUNÇÃO COMO GESTOR?
Creio que sim. A FEI é uma instituição católica e, como tal, acolhedora e não
“Quando cheguei
à FEI percebi que
os padres tinham
benevolência e
aceitabilidade
para todos”
segregacionista. Acredito que ainda hoje
seja assim, mas, no meu tempo, havia
uma diversidade de estudantes de várias
religiões, de várias tradições, e o ambiente criado na escola era bastante amigável,
aberto. Diferentemente da minha época
de ginásio, e mais ainda no curso primário, quando os descendentes de orientais sofriam segregação, ficávamos isolados. Quando cheguei à FEI percebi que
os padres tinham uma benevolência, uma
aceitabilidade para todos. Unindo a minha cultura, a cultura oriental, com aquilo que aprendi na FEI, o resultado foi muito bom. A escola ainda abriu leque de relacionamento com outras indústrias de alimentos, pequenas, médias e grandes, e
até com as multinacionais.
E
POR FALAR EM
ENGENHARIA CIVIL,
NHOR TAMBÉM SE FORMOU NA ÁREA?
O SE-
Depois da Química sim, porque, na
época, quando tínhamos de definir se ficávamos ou não com a fábrica, o País estava em crescimento, mas com certa instabilidade. Daí, meu pai me orientou a
não ficar só com a fábrica e procurar outro segmento econômico, porque, se um
dia tivesse algum problema na fábrica,
eu teria mais um negócio para garantir a
minha família. Assim, implantei uma
pequena construtora em 1975, que hoje é
administrada pela minha filha. Além disso, também atuamos no segmento de gado Wagyu, uma raça japonesa que tem a
carne marmorizada para cortes especiais,
com procura crescente nos restaurantes
e butiques de carne. Não é uma commodity,
tem valor agregado e, dependendo do
marmoreio, atinge preços bastante satisfatórios. Nosso desafio é criar gado Wagyu de excelência no Brasil e estamos recebendo a ajuda de alguns professores de
universidades de Botucatu e Barretos
neste segmento também.
QUAL É A SUA OPINIÃO SOBRE ESSA RELAÇÃO
EMPRESA/UNIVERSIDADE?
Eu creio que tanto a indústria quanto
as universidades devem provocar uma a
outra, para que possamos ter nas indústrias as melhores cabeças, os melhores
colaboradores capacitados. As empresas
não têm condições de contratar cientistas que, infelizmente, devido ao sistema
tributário brasileiro, estão se afastando,
indo para o exterior em busca de melhores salários. Com isso, a sinergia entre
empresas e universidades para o desenvolvimento científico é desejável e deve
ser incentivada.
O QUE MAIS A ESCOLHA PELA FEI PROPICIOU
DE BOM PARA A SUA VIDA?
Eu conheci minha esposa lá. Ela fazia
Engenharia Química também. Depois,
acabou saindo da FEI e foi cursar Ciências Sociais. Mas o meu período de FEI
foi aquele em que a faculdade estava de
saída da rua São Joaquim e indo para São
Bernardo do Campo, e o curso ainda estava sendo desenvolvido em toda a sua plenitude. E, por isso, tínhamos ‘janelas’ entre as aulas e ficávamos com quatro ou
cinco horas vagas no campus. Aproveitávamos para usufruir o ambiente muito
bom no Centro Acadêmico. Nessa época,
a gente só conversava sobre futuro, sobre desenvolver o que seríamos, e isso
criou um ambiente muito bom entre o
grupo depois da formatura. Às vezes, na
hora do almoço, íamos às colônias (Bairro
Demarchi) comer frango com polenta. O
pessoal pegava as galinhas e as preparava
na hora. São épocas de boas lembranças.
O SENHOR TAMBÉM É PRESIDENTE DO HOSPITAL SANTA CRUZ. QUAL A SUA FUNÇÃO LÁ?
Sim. Esse hospital foi fundado em
1939 e, nessa época, meus pais e toda a
comunidade japonesa ajudaram a construí-lo. Acontece que veio a guerra e o
governo brasileiro tomou o Hospital Santa Cruz, que era chamado de ‘hospital japonês’, assim como tomou o hospital italiano, que era o Filomena Matarazzo, e o
hospital alemão, que era o Osvaldo Cruz.
Acabou a guerra e o governo devolveu o
Osvaldo Cruz e o Filomena Matarazzo,
mas não devolveu o Hospital Santa Cruz.
Somente há uns 15 anos é que o governo
devolveu o hospital para voltar a ser administrado pela sociedade beneficente
“Nessa época,
a gente só
conversava sobre
futuro, sobre
desenvolver o
que seríamos...”
fundada pelos imigrantes. Estamos trabalhando na reestruturação do Santa
Cruz, que tem um projeto arquitetônico
muito bom, construído em forma de V,
com boa iluminação e que inovou, na
época da construção, o conceito de arquitetura hospitalar. O professor Delfim
Neto, ex-ministro, foi um grande artífice da revolução pela qual o Santa Cruz
passou e muitas pessoas notáveis também assumiram a presidência do hospital. Agora é a minha vez. Temos um corpo clínico valioso e respeitado, e estou
nesse trabalho voluntário que é árduo,
mas gratificante.
COM
TANTAS ATIVIDADES, O QUE O SENHOR
FAZ PARA MANTER A FORMA E A SAÚDE?
Antes de tudo creio que os princípios
e a identidade de uma religião, a consciência daquilo que viemos fazer neste planeta, neste mundo, é o que me incentiva
e orienta. Resume-se a isso: fazer mais
amigos que inimigos e tentar construir
tudo aquilo que podemos, dentro da nossa capacidade, da nossa habilidade. Além
disso, umas três vezes por semana, em
minha casa, faço um pouco de atividade
aeróbica e, nos fins de semana, quando
vou às fazendas, ando bastante, cavalgo,
dirijo trator. Ver o pôr-do-sol cavalgando
em um brejo, sentindo aquele aroma de
capim, apaga o cansaço da semana e tudo
fica bom.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
21
PESQUISA & TECNOLOGIA
A exploração de novass possibilidades
p
FEI está engajada na
busca de soluções
para o novo cenário
petrolífero do País
D
do ambiente pré-sal, pois terão de reunir
características para suportar a pressão de
uma lâmina d’água de mais de dois quilômetros e uma camada de sedimentos de
um quilômetro e, ao mesmo tempo, enfrentar a acidez e mobilidade de dois quilômetros de sal. Além disso, os materiais
devem ser resistentes o suficiente para
permanecer em águas ultraprofundas por
vários anos, garantindo a segurança necessária para impedir acidentes ambientais e de trabalho.
Os aços inoxidáveis – materiais que,
por sua resistência à corrosão, apresentam grande potencial para a exploração petrolífera – têm sido estudados
há alguns anos pelo professor doutor
Rodrigo Magnabosco e outros docentes
da FEI. Sete estudos que avaliam o material foram apresentados, em julho, no 66º
Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), o
maior fórum de debates da cadeia minero-metalúrgica e de materiais da América
Latina. Além destes, outros três trabalhos, voltados à aplicação mecânico-es-
trutural dos materiais, foram levados ao
congresso (leia mais sobre o assunto na
página 9).
Dentre outras aplicações, o material
pode ser processado para fabricação de
umbilicais que conduzem o petróleo do
poço até a plataforma de extração. “O
entendimento dos fenômenos que ocorrem durante o processamento do aço visa
propor a melhor forma de uso para a indústria do pré-sal”, explica o professor
Rodrigo Magnabosco. Quatro trabalhos
desta linha de pesquisa foram apresentados pelo docente no 7th European Stainless Steel Conference – Science and Market. O congresso, realizado em setembro
na Itália, ocorre a cada três anos e reúne
fabricantes e pesquisadores envolvidos
com o desenvolvimento e produção de
aços inoxidáveis do mundo inteiro.
Alguns dos estudos do professor estão
sendo realizados em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA),
onde atua como co-orientador de três
doutorandos que utilizam os laboratórios
da FEI para a parte experimental dos tra-
balhos. A doutoranda Daniella Caluscio
dos Santos, também professora do Departamento de Engenharia de Materiais
do Centro Universitário da FEI, observa
que, se forem expostos a altas temperaturas, como nos processos de soldagem,
os aços inoxidáveis dúplex podem sofrer
transformações metalúrgicas que levam
a diminuições nas resistências mecânica e à corrosão. Por isso, a professora desenvolve sua pesquisa de doutorado estudando o comportamento destes materiais em temperaturas entre 700ºC e
950ºC. Outra investigação sobre o aço
inoxidável, visando sua utilização segura na extração petrolífera, está sendo realizada pela doutoranda Evelin Barbosa de
Melo, que analisa os impactos do processamento do aço entre 300°C e 650ºC
na resistência à corrosão.
O doutorando Arnaldo Forgas Júnior
acrescenta que o aço inoxidável alia características de resistência mecânica à
boa soldabilidade e à elevada capacidade
de escoamento, permitindo utilização em
espessuras finas, o que viabiliza soluções
mais econômicas. Em sua tese, Arnaldo
Forgas estuda como as propriedades mecânicas podem ser alteradas devido à
ocorrência de um novo fenômeno: a
transformação de ferrita em austenita
ocorrida durante o processo de deformação plástica. A transformação de ferrita
em austenita induzida por deformação
plástica é um fenômeno muito pouco estudado, com poucas referências na literatura e que pode alterar as propriedades
mecânicas do aço inoxidável dúplex.
Como os tubos que conduzem o petróleo, durante a sua fabricação, devem ser
conformados – deformados plasticamente –, durante a conformação poderá ocorrer a transformação de fase ferrita em
austenita alterando suas propriedades
mecânicas e, desta maneira, poderá atuar
positiva ou negativamente na sua aplicação final. “Em caso positivo, significa
que estaremos gastando mais energia e
custo para conseguir propriedades melhores que o necessário e, em caso negativo, o material terá sua vida útil diminuída”, acentua o pesquisador.
Carlo Leopoldo Francini/Istockphoto
esde 2007, quando foi anunciada a descoberta de enormes
quantidades de petróleo de
qualidade superior nas rochas carbonáticas sete mil metros abaixo do nível do
mar, entre o Espírito Santo e Santa Catarina, petroleiras e fornecedores de equipamentos estrangeiros vêm migrando
para o Brasil em busca das oportunidades
na exploração da bacia do pré-sal. As reservas ainda não foram totalmente
quantificadas, mas estimativas apontam
que podem representar algo em torno 1,6
trilhão de metros cúbicos de gás e óleo, o
que colocaria o Brasil entre os 10 maiores
produtores do mundo. Enquanto o ouro
negro já está sendo retirado de alguns
poços com utilização de equipamentos
importados, a Petrobras tem reafirmado
que a capacidade da indústria de bens e
serviços instalada no Brasil é insuficiente para atender às demandas previstas no
futuro.
Consciente de seu papel como geradora de conhecimento, a FEI tem realizado diversas pesquisas que envolvem o desenvolvimento de materiais
para serem aplicadas na indústria do pré-sal. “O desenvolvimento de novas tecnologias e materiais é o rumo que a cadeia produtiva da
indústria do petróleo brasileira terá de seguir para se
tornar competitiva neste
novo cenário”, afirma o professor doutor Rodrigo Magnabosco, chefe do Departamento de Engenharia de
Materiais do Centro Universitário da FEI. Além de
economicamente viáveis,
os materiais deverão ser desenvolvidos para enfrentar as condições adversas
22
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
23
PESQUISA & TECNOLOGIA
Estudos envolvem têxtil,l, m
materiais e mecânica
(Da esq.): Professores doutores Daniella Caluscio dos Santos,
Gigliola Salerno, Maurício de Carvalho Silva e Gustavo
Donato, que desenvolvem pesquisas relacionadas ao pré-sal
A segurança é o principal foco de outra linha de pesquisa da
FEI voltada à aplicação mecânico-estrutural dos materiais, por
meio do desenvolvimento de novas metodologias de mecânica
da fratura e fadiga que suportem atividades de projeto e avaliação
de integridade. “Imprecisões de avaliação nestas etapas representam riscos de acidentes e até de perda de vidas humanas”,
frisa o professor doutor Gustavo Henrique Bolognesi Donato,
do Departamento de Engenharia Mecânica, que realiza vários
estudos dentro desta linha. Dois trabalhos estão sendo desenvolvidos em parceria com a Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo (POLI-USP) e outros três como dissertações de
mestrado em Engenharia Mecânica dos alunos da FEI Sullivan
de Souza Dantas, Grace Kelly Quarteiro Ganharul e Alex Gonçalves Dias, orientados pelo docente. Os trabalhos investigam aços
estruturais ferríticos e aços inoxidáveis dúplex aplicáveis a estruturas de grande responsabilidade, como de óleo e gás.
A confiabilidade dos processos de soldagem também é imprescindível para a exploração de petróleo do pré-sal, que exigem
tubulações contínuas de quilômetros de comprimento. O assunto tem sido investigado pelo professor doutor Maurício de Carvalho Silva, do Departamento de Engenharia Mecânica, em continuidade à sua tese de doutorado em Engenharia Naval e Oceânica, finalizada em 2009 na POLI-USP. O docente ressalta que a
recente instalação de um equipamento em Ipatinga, Minas Gerais, que permite o resfriamento acelerado logo após o processo
de laminação de chapas grossas, reduz a necessidade de grandes
quantidades de elementos de liga, melhorando a soldabilidade
destes materiais. “A melhoria contínua dos processos de soldagem
e de fabricação destes materiais contribui
sobremaneira para projetos de estruturas
cada vez mais seguras”, reforça.
Os resultados dos atuais estudos sobre materiais compósitos de alta resistência, realizados pela professora doutora
Gigliola Salerno, do Departamento de Engenharia de Materiais, também poderão
ser utilizados pela indústria petrolífera,
embora seu início tenha visado o setor
aeronáutico. Atualmente, os materiais
compósitos se transformaram em uma
vantajosa opção devido às altas resistência e rigidez específicas. O objetivo do trabalho é produzir um material compósito
carbono-epóxi e identificar suas propriedades elásticas e à fadiga. Para isso, os tecidos de fibra de carbono que estão sendo
produzidos em um tear, com a subsequente
adição de resina epóxi, comporão os corpos-de-prova. Após a produção destes, serão realizados ensaios de tração e de fadiga em controle por deformação para identificar as propriedades do compósito. Para
este projeto, a professora tem a colaboração do aluno de Engenharia Têxtil Yuri
Gradela, que prepara o tecido para compor
o material.
Centro de excelência
Quando se fala em pré-sal, as perspectivas são imensas para todos os setores da economia, mas, segundo o professor doutor
Ronaldo Gonçalves dos Santos, a pesquisa nas universidades é crucial para o desenvolvimento do setor petrolífero no País. Pesquisador do Centro de Estudo do Petróleo (Cepetro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), coordenando pesquisa sobre
métodos de recuperação avançada de petróleo, o professor foi contratado pela FEI no início deste ano para implantar uma linha de
pesquisas relacionada a petróleo e gás no Departamento de Engenharia Química. “Nosso objetivo é criar na FEI um centro de excelência em estudos voltados ao setor petrolífero”, adianta.
Segundo o professor, ainda há muito para ser pesquisado neste setor. As rochas carbonáticas encontradas em reservatórios do
pré-sal estão localizadas na última fronteira exploratória do planeta e são pouco conhecidas pela comunidade científica brasileira.
Por sua heterogeneidade, a caracterização dessa rocha em busca da melhor forma de extrair petróleo destes reservatórios, em
elevadas profundidades, vai exigir um grande esforço em pesquisa e desenvolvimento. “Uma das principais características do fluído
do reservatório do pré-sal é que o CO2, principal gás causador do efeito estufa, está presente em alta concentração no petróleo”,
ressalta o docente. Para não lançá-lo na atmosfera, a Petrobras estuda separá-lo do gás de maior valor agregado e reinjetá-lo em seu
reservatório subterrâneo, o que exigirá investimentos em tecnologia. Ainda que a concepção do processo tenha sucesso, aspectos
ambientais devem ser levados em conta, um vez que o processo de refino do petróleo, bem como a produção de seus derivados e
subprodutos de sua utilização, podem trazer consequências para a vida marinha e as cadeias alimentares do planeta.
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
O professor doutor Ronaldo Gonçalves
dos Santos pesquisa métodos de
recuperação avançada de petróleo
Os alunos Nick Azevedo e Júlia Marangoni participam de estudos sobre o tema
Novas competências
Além de buscar soluções técnicas,
as pesquisas realizadas na FEI têm o
objetivo de desenvolver as competências dos profissionais que estão sendo formados. “Queremos capacitar os
futuros engenheiros para oferecerem
soluções inovadoras que o setor de
óleo e gás exigem atualmente”, frisa o
professor doutor Rodrigo Magnabosco.
Desta forma, grande parte dos estudos
é realizada com colaboração de alunos de graduação, dentro do Programa
de Iniciação Científica. Para Júlia Marangoni, aluna do oitavo ciclo de Engenharia de Materiais, participar do estudo ‘Investigação da Transformação
de Ferrita em Austenita Induzida por
Deformação em Aço Inoxidável Dúplex’
tem contribuído muito para sua formação. “Além de adquirir e desenvolver
novos conhecimentos teóricos e práticos tive oportunidade de participar da
etapa nacional do concurso Young
Persons’ World Lecture Competition
2011, patrocinado pelo Institute of
Materials, Minerals & Mining com o
apoio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM)”, conta.
Nick de Bragança Azevedo, do oita-
vo ciclo de Engenharia Mecânica, colabora com o professor Gustavo Henrique
Bolognesi Donato há um ano e meio. Utilizando software de elementos finitos para
validação numérica de ensaios experimentais, o objetivo principal do seu estudo é fornecer dados realistas de propriedades mecânicas para simular a ocorrência de fraturas dúcteis em estruturas como dutos e componentes estruturais de
alta responsabilidade. Para o estudante,
a oportunidade de aplicar a bagagem teórica que recebe nas aulas em um projeto
de tamanho apelo técnico e social representou um marco na sua formação. O aluno, que foi um dos destaques do I Simpósio de Iniciação Científica, Didática e
Ações Sociais da FEI (leia mais na página
8) reforça que a identificação dos reservatórios de petróleo na camada do présal colocou o Brasil em lugar de maior
destaque na conjuntura econômica mundial e trouxe um grande desafio técnico
para o País – a exploração de forma eficiente e sustentável dessas reservas. “Tenho certeza que, para aqueles que sonham em se transformar em grandes profissionais nesta área, a porta está aberta”, afirma.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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GESTÃO & INOVAÇÃO
De volta para a cadeia
p
a produtiva
Logística reversa é
alternativa para
reaproveitamento de
materiais nas empresas
A
Franck Boston/Istockphoto
responsabilidade das empresas
pela gestão de resíduos pósconsumo, assumindo uma posição socialmente responsável, pode trazer como benefícios retorno econômico,
inovação nos processos produtivos, redução de custos, ganhos de competitividade
e reconhecimento da sociedade. Ganhando cada vez mais espaço nas discussões e
pesquisas sobre o uso de novas ferramentas de gestão ambiental e sustentabilidade, e estimulada por uma legislação recémaprovada, a logística reversa incentiva o
reaproveitamento de materiais na cadeia
produtiva, evitando nova busca por recur-
26
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
sos da natureza, e permite a destinação
ambientalmente correta.
Motivadas pela legislação, pelos benefícios econômicos e pela crescente consciência sobre as questões socioambientais,
as empresas começam a se tornar mais
cientes de sua responsabilidade e a pensar alternativas para implementar fluxos
de logística reversa. “Empregar essa ferramenta não é tarefa fácil. É preciso encontrar soluções eficientes para garantir a
destinação segura e, se possível, a reinserção do material no processo produtivo, podendo ser reaproveitado pela própria empresa ou por terceiras”, argumenta
o professor doutor Jacques Demajorovic,
do Departamento de Administração da
FEI, que trabalha na linha de pesquisa em
sustentabilidade.
Apesar de ser discutida há muitos anos
nos países desenvolvidos, no Brasil a questão ainda é muito recente. O marco foi no
ano passado com a aprovação da
Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS – Lei 12.305,
de 2 de agosto de 2010).
Após tramitar por quase 20 anos no Congresso Nacional, a política sancionada
prevê a responsabilização pós-consumo,
obrigando os setores de agrotóxicos, pilhas e baterias, lâmpadas, pneus, óleos lubrificantes e produtos eletrodomésticos
a desenvolverem um plano de logística
reversa que dê conta do reaproveitamento desses materiais. A lei reconhece ainda, na gestão do ciclo de vida dos produtos, a responsabilização compartilhada
entre poder público, produtores, distribuidores e consumidores.
PARCEIROS POTENCIAIS
O índice de reciclagem de embalagens
pós-consumo vem crescendo significativamente nos últimos anos no Brasil. Esta
expansão é atribuída a uma cadeia de reciclagem formada por milhares de pessoas
nos grandes centros urbanos, que funciona na base da exploração. Segundo o docente, um dos grandes avanços da PNRS
foi o reconhecimento das cooperativas de
catadores como potenciais parceiros das
empresas para viabilizar os fluxos rever-
sos. “Organizar esses catadores em cooperativas pode melhorar as condições de
trabalho, renda e negociação, assim como
eliminar intermediários ao possibilitar a
venda direta para a indústria”, ressalta.
O País poderia utilizar essa base, assim como fazem algumas organizações,
que beneficiam uma cooperativa doando
seus resíduos que, por sua vez, são vendidos como matéria-prima de qualidade a
uma terceira empresa. Com isso, todos garantem melhores preços, evitam que os
resíduos sejam negociados no mercado paralelo e geram renda, emprego e melhores
condições de vida aos catadores. “Neste
cenário, além de promover a expansão da
logística reversa para outros setores, que
já começam a se preocupar e ter uma mudança de postura, a nova lei poderá contribuir para alterar a cadeia de reciclagem,
ampliando os benefícios econômicos para
além das empresas geradoras de resíduos”,
avalia o docente, ao completar que essa é
uma das alternativas para diminuir os problemas enfrentados pelas empresas no estabelecimento de fluxos reversos.
Tarefas para um futuro próximo
Mesmo com uma mudança de discurso e com uma postura mais ecoeficiente, na qual as empresas gastam
menos recursos, usam melhor a água
e a energia, e tentam diminuir a produção de resíduos, a logística reversa
ainda não é uma prioridade. Caso contrário, a legislação não seria necessária. “Apesar do cenário positivo, ainda há uma resistência das empresas
em implementar tais estratégias.
Estamos em um estado inicial no que
diz respeito ao desenvolvimento de
tais práticas, mas que tende a mudar
em resposta às pressões externas com
o maior rigor da legislação, com a necessidade de reduzir custos e de oferecer mais serviços por meio de políticas de devolução”, avalia o professor
doutor Jacques Demajorovic.
Para implantar a logística reversa
as empresas precisam estruturar departamentos e definir competências,
juntar esforços para garantir a eficiência dos processos, com iniciativas
para melhorar os sistemas
e fluxos reversos, que
são similares aos
conceitos de planejamento da logística direta, como
roteiros, programação de entregas e des-
tinação final. “Quem deve incorporar a
responsabilidade é o departamento de
logística, mas, com assessoria da área
de sustentabilidade e/ou gestão ambiental. Para isso, é preciso pensar de
forma diferente, envolvendo outros departamentos, que passam a desenvolver produtos pensando nos riscos socioambientais da matéria-prima a ser
utilizada e priorizando materiais que
facilitem o seu reaproveitamento nos
processos produtivos”, finaliza.
O professor doutor Jacques
Demajorovic afirma que a logística
reversa reduz impactos ambientais
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
27
ARQUIVO
on
na área produtiva
Evolução
Grandes mudanças marcaram
a trajetória do curso de
Engenharia de Produção do
Centro Universitário da FEI
I
mpulsionado pela chegada das
empresas multinacionais no
Brasil, o curso de Engenharia
de Produção foi desenvolvido para
atender as atribuições e demandas
do mercado de trabalho, que buscava profissionais com características diferentes da formação técnica tradicionalmente oferecida pelas demais modalidades.
Em meados da década de 1960,
a FEI foi a primeira Instituição de ensino superior particular a oferecer o curso no
País, tendo como referência a Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo
(POLI-USP), que em 1958, sob
a coordenação do professor Rui
Aguiar da Silva Leme, implantou
o primeiro curso do Brasil, originário da Industrial Engineer da
Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O curso chegou no
Brasil como Engenharia de Produção,
pois, na época, já existia a FEI como
Faculdade de Engenharia Industrial.
O curso de Engenharia de Produção da FEI, voltado às melhorias das
atividades industriais, foi criado para
possibilitar a graduação plena dos
engenheiros operacionais.
Desta forma, os alunos poderiam obter dois diplomas:
o da Engenharia Operacional, com duração de três
anos e, complementado
28
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
com mais dois anos, o de Engenharia de
Produção. Com aulas no período noturno
e aos sábados, o aluno da FEI era graduado como engenheiro mecânico de produção, têxtil de produção, metalurgista de
produção, eletricista de produção e químico de produção. “Com instalações muito
modestas e apostilas impressas no
mimeógrafo, a FEI tinha o básico para trabalhar: professores, alunos, carteiras, lousa e giz”, lembra o professor Fernando
Laugeni, pioneiro do departamento, que
participou da estruturação do primeiro
currículo do curso.
O professor Fernando Laugeni é um dos
pioneiros do departamento e participou da
estruturação do primeiro currículo do curso
O ano de 1977 marcou uma nova etapa
na evolução da Engenharia de Produção
na FEI, período em que o curso também
passou a ser oferecido nas graduações de
Engenharia Mecânica, Eletrônica, Têxtil,
Química e Metalurgia. Ao final do oitavo
semestre, o aluno fazia a opção pela Produção, com duração de dois semestres e
com aulas ministradas no período noturno. Assim, o título obtido passou a ser engenheiro de produção mecânico, engenheiro de produção eletrônico, engenheiro de produção têxtil, engenheiro de produção químico e engenheiro de produção
metalurgista. Segundo o professor Raul
Edison Martinez, coordenador do curso
entre 1992 e 1996, por ser o único curso
de Engenharia da FEI a funcionar no
período noturno havia certa independência administrativa. “Foi um grande desafio assumir a coordenação, pois eu não
conhecia a rotina, nem mesmo as pessoas.
Limitei-me a dizer que estava ali por conhecer a cultura da FEI melhor que os demais”, lembra o docente.
Como coordenador, o professor obte-
ve importantes resultados, dentre eles a
integração do departamento com as demais modalidades, alinhando-o com as diretrizes e rotinas da Instituição, o que levou à necessidade de reestruturar a equipe. Paralelamente houve também a adaptação da grade curricular aos padrões da
faculdade e às demandas do mercado, a
reabilitação do laboratório de layout, e as
aulas de pesquisa operacional passaram a
ocorrer nos laboratórios de informática.
Na medida em que os anos passaram, o
curso, até então focado basicamente na
indústria, passou a atender áreas financeiras, comerciais e de serviços. Aos poucos, o curso tinha cada vez mais aderência
com as necessidades do mercado, escasso
de profissionais especializados. “Nesse
período, a bola da vez era a mudança da
organização pela qualidade, o que caiu em
cheio para a produção”, aponta o professor Raul Martinez. O resultado de todo
esse processo de evolução do curso foi a
transformação, em 2003, em curso de Engenharia de Produção. “Foi uma grande
evolução. De complemento da Engenha-
ria Operacional passou a ser uma modalidade para, enfim, chegar à Engenharia de
Produção pura”, aponta o professor doutor Alexandre Augusto Massote, coordenador do departamento desde 1997.
O professor Raul Edison Martinez
foi coordenador do curso na FEI
entre os anos de 1992 e 1996
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
29
ARQUIVO
Um passeio pela história
O engenheiro de produção Laércio Bortoletto
foi monitor de Desenho Técnico na época do curso
30
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
Diferentemente dos dias atuais, os alunos da primeira turma de
Engenharia de Produção da FEI tinham como objetivo complementar
seus diplomas de engenheiros operacionais, obtendo o grau pleno de
Engenharia, movidos pelo desejo de conquistar seus diplomas e construir uma trajetória de sucesso. No entanto, para isso tiveram de enfrentar grandes desafios, como a dificuldade de locomoção, as salas e
laboratórios precários na Escola Técnica Industrial (ETI) – onde as
aulas práticas eram ministradas –, as modestas instalações no bairro
Santa Olímpia, a lama e o frio 'cortante' do inverno no campus São
Bernardo do Campo. Também foi preciso muita determinação e dedicação para encarar as muitas disciplinas, as aulas quase em período integral, os professores exigentes e as provas orais, que tiravam o sono da
maioria dos alunos.
“Era uma epopeia estudar no bairro Santa Olímpia, porque era longe, fora de mão, com um ônibus que passava de dia outro de noite, não
havia condução regular, era muito puxado”, lembra o engenheiro Laércio Bortoletto. No entanto, o esforço valeu a pena, pois o aluno da FEI
tinha o diferencial e o conhecimento técnico procurado pelas empresas. Bolsista, Laércio Bortoletto foi monitor de Desenho Técnico e se
dedicava muito, já que a cobrança era maior e não podia carregar dependências. Com isso, absorvia cada novo ensinamento. Mais que o conhecimento da produção, também aprendeu a respeitar e admirar pessoas
como, por exemplo, o professor Fernando Laugeni, em quem se
espelhou e sempre reconheceu como um grande profissional. Depois
de trabalhar por muitos anos nas áreas de produção e manutenção em
empresas multinacionais, o engenheiro decidiu se dedicar exclusivamente a área acadêmica.
“Minha vida se desenvolveu dentro da FEI, onde entrei com 17
anos sem base alguma, tanto que escolhi a Engenharia por sensibilidade,
nem sabia da minha aptidão”, comenta o professor Alfredo Armando
Pires. As dificuldades para pagar o curso até conseguir uma bolsa, as
quatro conduções para chegar à faculdade e a rotina puxada de aulas
não foram empecilho para que o jovem se graduasse como engenheiro
operacional. Muito dedicado, o docente lembra com muito carinho
quando o professor Milton Mautoni, pessoa determinante em sua vida,
o convidou para ministrar aulas na FEI. O desafio resultou em uma
nova possibilidade para empregar os ensinamentos da Engenharia.
Para ampliar seus conhecimentos e possibilidades de atuação, a escolha
pela Produção foi determinante em sua vida, pois pôde aplicar o aprendizado adquirido na sua empresa, montada em 1977, e nas aulas que
ministra há 43 anos na FEI. “Devo o que sou à FEI e aos cursos de
Operação, base da minha vida, e à Produção, que me complementou”,
ressalta o docente, que se orgulha de dizer que seu filho mais novo,
Leonardo Berke Pires, também optou pela Engenharia de Produção e
hoje começa a construir sua história seguindo o mesmo caminho do pai.
Pioneiro do período de transição da mudança para São Bernardo do
Campo, o ex-aluno Walter Vaccaro afirma que
a FEI tinha um nível de ensino muito bom,
era um excelente curso e preparava o estudante para atuar no mercado de trabalho, o
que na época não era difícil, uma vez que as
grandes indústrias chegavam ao Estado de
São Paulo e havia escassez por mão de obra
capacitada, principalmente da produção.
“Desde criança eu dizia que seria engenheiro, pois sabia que essa era a minha vocação”,
conta. Proprietário de uma empresa de Engenharia, Walter Vaccaro atuou em várias indústrias e foi professor da FEI e da Escola
Politécnica da USP até o fim da década de
1970. Saudoso, lembra-se de amigos e dos professores que contribuíram para seu aprendizado, das instalações precárias, do ensino puxado e das visitas monitoradas em indústrias.
O professor Alfredo Armando Pires se orgulha de
o filho também ter escolhido a Engenharia de Produção
Carreira dedicada à Segurança do Trabalho
Professor da FEI desde 1976, José Elias de Paula ministra a disciplina
Higiene e Segurança do Trabalho, que agregou à sua denominação um
novo campo do conhecimento denominado Ergonomia. A FEI foi a primeira Faculdade de Engenharia a incluir a disciplina na formação do engenheiro, independentemente da modalidade, com ênfase especial ao Departamento de Produção, no qual se encontra alocada. “O objetivo maior
é o de conscientizar os alunos sobre um tema que vem se destacando a
cada ano, pela sua relevância devido às estatísticas crescentes de acidentados do trabalho e aos custos diretos e indiretos envolvidos, que
recaem sobre a empresa, sobre o acidentado e sua família e sobre a
sociedade como um todo”, reforça o professor.
O docente considera a disciplina um item de extrema importância à
formação do engenheiro e fundamental para o verdadeiro exercício da
Engenharia, pois o mercado requer profissionais cada vez mais competentes e também focados na gestão de riscos, visando o controle das não
conformidades de forma a impedir que ocorram perdas, danos, retrabalhos e desperdícios. A Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, abriu espaço
para que os cursos de Engenharia do País pudessem incluir essa disciplina em seus currículos, mas o que se nota é que muitos não a observam,
talvez por uma questão estrutural. “Esse é mais um diferencial do nosso
aluno que, além do potencial técnico elevado que detém, também é portador de um conhecimento sobre um assunto tão importante a ser empregado nas condições e nos ambientes de trabalho e que, por certo, é e será
o detalhe que o destacará nos processos seletivos e mesmo em sua vida
profissional”, ressalta o professor.
FEI foi pioneira ao oferecer a disciplina, ministrada
pelo professor José Elias de Paula desde 1976
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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31
ARQUIVO
Mercado promissor para a área
Com a economia em crescimento e os
investimentos em novos processos, as
empresas procuram os alunos da FEI pelo
perfil e pelas competências adquiridas durante a formação. No cenário atual, em que
não há uma área específica de atuação, o
engenheiro de produção tornou-se peça
chave em quase todos os setores econômicos, por agregar conhecimentos que tornam o trabalho mais eficiente. Comprometidos com o resultado global de uma empresa, os profissionais aplicam técnicas
que também possibilitam melhorias em
atividades financeiras, logísticas e comer-
O professor Antonio Borsoi Filho
ciais de uma organização. “Nossos alunos
possuem a experiência e o diferencial demandado pelos mais diversos campos de
atuação”, acentua o coordenador do curso
na FEI, professor doutor Alexandre
Massote.
Nos últimos anos houve uma evolução significativa nas áreas de organização e sistemas de informação. Como parte do papel do engenheiro de produção destaca-se a integração de três recursos produtivos: humanos, materiais e financeiros.
Segundo o professor Antonio Borsoi Filho,
para eficácia e eficiência dessa coordenação o curso enfatiza, também, a formação
humanística, de forma que o engenheiro
possa melhor compreender as variáveis
que atuam em um sistema organizacional,
participe como membro de equipe e coordene equipes de alto desempenho. “Disciplinas como organização do trabalho, gerência de projetos, gestão da qualidade e
comportamento organizacional contribuem para o desenvolvimento pessoal e
profissional do engenheiro”, completa.
Os professores reforçam que o aluno que
procura a Engenharia de Produção busca
a diversidade na sua empregabilidade e a
gestão dos recursos produtivos.
“O nível de exigência e o aprofundamento oferecidos pelo curso na FEI aumentam a responsabilidade dos professores, que permanentemente se atualizam
para atender às expectativas dos alunos,
oferecendo ampla bagagem de conhecimento”, acrescenta o professor Alexandre
Massote, ao ressaltar que, mais que um
corpo docente qualificado, a FEI sempre
priorizou o uso de laboratórios, que funcionam de forma primorosa. Além dos laboratórios de Química, Mecânica, Materiais e Informática, utilizados também por
outros cursos, a Instituição possui um laboratório de Tecnologia de Manufatura, o
primeiro a ser instalado no País e que foi
premiado como o melhor laboratório de
Engenharia de Produção, em 2006, no
Congresso da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro), tornando-se referência para outras instituições.
O Departamento de Engenharia de Produção também é responsável por quatro
cursos de pós-graduação lato sensu: Estratégias para a Qualidade, Logística, Gerenciamento da Manutenção e Gestão Estratégica de TI e, desde 2007, participa do
Programa de Mestrado em Engenharia
Mecânica com ênfase em Produção.
Acima, alunos de
Engenharia de Produção
em um dos laboratórios
do curso. Ao lado,
o professor doutor
Alexandre Massote,
que coordena o curso
Os jovens
formados em
2006 e 2007,
Bruno Massote
e Flávia Lopes,
mantêm uma
trajetória
profissional
em ascensão
32
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
Fotos: Arquivo pessoal
Versatilidade para o dia a dia das empresas
A economia aquecida, a tendência de
crescimento para os próximos anos e o perfil do engenheiro de produção, que se encaixa em diversos setores, mantêm chances
de empregabilidade muito boas. “A formação de qualidade que alia teoria e prática,
assim como os estudos de casos empresariais reais apresentados, foram essenciais
na minha formação. Além de me deixar
mais bem preparada para os desafios, a
FEI permitiu que eu me diferenciasse e
acompanhasse a versatilidade do mercado”, avalia Flávia Lopes, gerente de customização de produtos na Procter&Gamble
do Brasil, que considera a Engenharia de
Produção uma área ‘coringa’ por permitir
que o profissional atue nos mais diversos
departamentos de uma empresa e segmentos do mercado. Formada em 2007 e com
uma trajetória em ascensão, o fato de ser
aluna da FEI resultou em boas oportunidades de trabalho e na possibilidade de escolher qual seria a melhor opção para seu
futuro profissional.
“Formar o engenheiro mais completo é
o grande diferencial da FEI que, com um
perfil mais prático, mais 'mãos à obra',
oferece conhecimento técnico de qualida-
de para ser aplicado em vários setores”,
ressalta Bruno Pinto Massote, presidente da empresa TerraCycle Brasil, atuante no setor de logística reversa e sustentabilidade. Graduado em 2006, o jovem engenheiro estagiou em grandes
multinacionais, participou do programa de trainees da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e, diante de sua experiência e formação acadêmica, foi
convidado a estruturar e coordenar toda
a operação nacional da empresa onde
atua, podendo colocar em prática e fazer uso da base da produção.
EXPECTATIVAS
“Dentro do cenário econômico e industrial, as projeções são fantásticas para
o engenheiro de produção”, afirma o professor Alexandre Massote. Estimativas
do Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura (CREA) indicam uma demanda de 50 mil engenheiros por ano no Brasil, mas, dos 30 mil que se formam em
todas as modalidades da Engenharia,
apenas 1/3 possui o perfil desejado pelo
mercado. A tendência é que este déficit
se acumule e, em 2015, serão 300 mil vagas abertas. Para ajudar na formação desses futuros engenheiros, o Departamento de Engenharia de Produção da FEI está
montando três laboratórios em parceria
com empresas, específicos para a produção, inovadores e, provavelmente, os primeiros no Brasil na área acadêmica. A
ideia é que propiciem várias áreas do conhecimento da produção, em que o aluno poderá vivenciar um ambiente próximo da realidade empresarial. “Esses laboratórios com base tecnológica certamente vão agregar novo diferencial para
os nossos alunos”, afirma o professor
Alexandre Massote, ao informar que a
expectativa é que sejam entregues até o
fim de 2012.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
33
PÓS-GRADUAÇÃO
Marketing e vendas
como especialidade
E
m um cenário cada vez mais competitivo, impulsionado por uma
economia e política relativamente estáveis e por grandes eventos que vão
acontecer no Brasil nos próximos anos
(Copa do Mundo de Futebol em 2014 e
Olimpíadas em 2016), o mercado de trabalho está propício para absorver profissionais que possuam mais conhecimento, aproveitem oportunidades e tenham
diferenciais para assumir melhores posições e competências. Com foco na área
de negócios e com a responsabilidade de
aperfeiçoar a interação entre empresas e
mercado nos mais diversos setores de
atividade, a especialização em Gestão de
Marketing e Vendas oferecida em nível
de pós-graduação pelo Centro Universitário da FEI capacita profissionais que
atuam na área de Marketing e Adminis-
tração, entre outras, e buscam novos desafios, conhecimentos e ferramentas a
serem utilizadas em suas atividades.
Criado em 1995 como Marketing e
com ênfase apenas em Comunicação, o
curso foi remodelado recentemente e ganhou uma grade curricular mais focada
nas áreas de negócios. “A mudança foi
importante, pois alinhamos o conteúdo
com as necessidades do mercado. Nossa
perspectiva é que o aluno conclua o curso em condições de assumir um cargo
executivo nos mais diversos setores de
atividade que requerem esse conhecimento”, avalia o professor doutor Bráulio
Oliveira, coordenador do curso.
Com a característica de desenvolver
habilidades e competências, durante a especialização a prática e a teoria são aliadas no processo de formação. Segundo o
coordenador, a especialização tem conteúdo
abrangente em número de disciplinas e corpo
docente de excelente qualidade. “Todos os nossos professores são titulados e atuam no mercado, o que é
fundamental, pois
apresentam em
sala de aula as
boas práticas e experiências do
mercado”, ressalta. Por ser formado por
turmas de até 35 alunos, o aproveitamento do curso também é melhor, pois possibilita maior interação entre estudantes e professores durante as atividades
práticas, como apresentações, discussões
de textos e de cases empresariais.
lhar com Marketing e Competitividade.
Vendas, Gestão do Relacionamento com
Clientes, Marketing Internacional, Seminários Avançados, Planejamento de Marketing e Vendas, Metodologia Científica
e palestras.
O curso
OBJETIVO – Capacitar profissionais que
usem fundamentos e ferramentas de
marketing na sua atividade profissional para ocupar posições estratégicas
em empresas competitivas, assim como
apresentar ferramentas que possam ser
utilizadas para estruturação de um
negócio.
PÚBLICO-ALVO – Profissionais de Marketing, Administração ou outras áreas que
queiram aprimorar conhecimentos ou
desenvolver competências para traba-
34
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
PRÉ-REQUISITOS – Nível superior.
PROCESSO SELETIVO – Análise de currículo
e entrevista.
DURAÇÃO – Três semestres.
CONTEÚDO – Administração Estratégica do
Mercado, Pesquisa de Mercado, Comportamento dos Clientes, Marketing Estratégico, Gerência de Produtos, Serviços e Marcas, Gerência do Preço e da Distribuição,
Comunicação Integrada, Administração de
INFORMAÇÕES – www.fei.edu.br. Envio
de currículos para análise para o e-mail
[email protected].
Campus São Bernardo (11) 4353-2909.
Campus São Paulo (11) 3207-6800.
Andrew Johnson/Istockphoto
Conceitos e práticas de gestão qualificam profissionais
para desempenhar novas competências nas organizações
O coordenador ressalta que
um dos principais diferencias do curso é
a organização das disciplinas. “Além dos
assuntos previstos na grade curricular,
convidamos palestrantes e profissionais
de grande visibilidade no mercado para
abordar assuntos que nos ajudam a alinhar as disciplinas e explorar determinadas questões, como, por exemplo, defesa do consumidor e tendências econômicas, que não integram a grade de disciplinas, mas são fundamentais para o profissional que trabalha com marketing e
vendas, ou mesmo em outras áreas de empresas competitivas”, explica. Além da
teoria, prática e palestras, na disciplina
de Planejamento de Marketing é utilizado um software simulador de gestão empresarial com o qual, divididos em grupos, os alunos analisam dados de mercado, lançam produtos e planejam novas
estratégias típicas da rotina empresarial,
o que estimula a percepção e permite a
geração de experiências de forma dinâmica e interativa.
Importância na carreira
Formada em Turismo e funcionária de uma companhia aérea, a aluna do Programa de Mestrado em Administração da FEI, Cláudia Regina Silva, percebeu que, para
se destacar na sua atividade profissional e conquistar novas competências, era preciso buscar uma especialização. Com isso, começou em 2008 o curso de Gestão em
Marketing e Vendas. “O curso apresentou novas possibilidades e ferramentas para
desempenhar bem minhas atividades, que resultaram em uma mudança na minha
postura profissional e no diferencial que eu buscava para me destacar em um mercado em constante mudança”, avalia. A aluna destaca que o conteúdo curricular é bem
focado nas questões de gestão, independentemente do campo de atuação, e que o
comprometimento e desempenho do corpo docente foram fundamentais para o seu
aprendizado, por suas conquistas e, principalmente, para o sucesso do curso.
Voltado para o aprimoramento profissional e com turmas nos campi São Bernardo
do Campo e São Paulo, todos os currículos são analisados, independentemente da
área de conhecimento em graduação, exatamente porque a especialização deve ser
vista, também, como um curso de formação. “Não limitamos áreas de conhecimento.
O que norteia de fato a análise do currículo são os desafios dos candidatos, o bom
nível de conhecimento e que sua atuação tenha foco na especialização”, pontua o
professor Bráulio Oliveira. Desde a implantação do curso foram formados 332 alunos em 27 turmas.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
Trabalhos de conclusão
de curso objetivam
melhorar a qualidade
de vida de pessoas com
dificuldades especiais
B
litu92458/Istockphoto
raços, mãos e dedos são as partes
do corpo humano que mais sofrem
danos em casos de acidentes, seja
no trabalho ou no trânsito, por serem os membros mais utilizados nas atividades e ações do
dia a dia. De acordo com o
último Anuário Estatístico
da Previdência Social, publicado em 2009, foram
registrados mais de 231
mil acidentes do trabalho envolvendo braços, mãos e dedos. Isso
implica não só em danos econômicos como
também em danos pessoais e sociais, já que os acidentados ficam incapacitados
de exercer algumas atividades.
No entanto, os avanços da Medicina e
da Engenharia já refletem na melhoria da
qualidade de vida por meio de aparelhos e
equipamentos desenvolvidos para o suporte a deficientes, e esta realidade também
está presente nos trabalhos de conclusão
de curso de alunos do Centro Universitário da FEI, como o Biocontrole, baseado
no controle de um braço mecânico por
meio de sinais emitidos pelos músculos, e
o Arm Project, um sistema eletromecânico
conceitual que imita o movimento de
flexão e extensão do músculo humano. O
trabalho Biocontrole, realizado em 2009
pelos então alunos de Engenharia Elétrica Filippo Suares da Silva Nogueira dos
36
DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
Santos, Allan David Tirado, Peterson Pinheiro Dias, Talita Oliveira Muniz, Alisson Rocha e Keisy Isamu Daikuzono, com
orientação da professora Silvana Gasparotto e co-orientação da professora doutora Maria Claudia Ferrari de Castro, utilizou os conhecimentos adquiridos na disciplina de Engenharia Biomédica, que visa
projetos de reabilitação e de equipamentos médico-hospitalares.
O trabalho dos alunos controla uma
prótese mecânica externa ao corpo que é
acionada por sinais oriundos de músculos dos membros superiores, como ombro, braço, antebraço e mão. “Por meio de
eletrodos superficiais, captamos sinais
eletromiográficos gerados pela contração
de determinados músculos. Depois, o sistema elétrico trata e converte esses sinais
de modo que sejam processados por um
microcontrolador. Esta digitalização do sinal permitiu que o grupo controlasse os
servomotores do braço mecânico”, diz
Filippo dos Santos.
A professora Maria Claudia de Castro
explica que esses sinais emitidos pelos
músculos são chamados de mioelétricos
e podem ser captados em qualquer músculo do corpo humano. Quando transformados, são capazes de controlar diversos dispositivos eletrônicos externos, e não apenas braços mecânicos. “Trata-se de um trabalho simples, mas bem atual, que mostra
a possível aplicação dos sinais musculares.
Esta linha de pesquisa é bastante utilizada na área científica, no entanto, o objetivo da Engenharia agora é extrair mais informações desses sinais – para controlar
melhor a prótese – com o uso de menos
eletrodos. Para isso, estudam-se técnicas
de processamento cada vez mais avançadas”, complementa. Outros dois trabalhos do gênero estão sendo desenvolvidos por alunos do Programa de Iniciação
Científica, sob coordenação da docente.
bem-estar
b
Reabilitação
Com a ideia inicial do professor Arthur
Tomasauskas e colaboração do professor
Renato Marques, o trabalho Arm Project
foi orientado pelo professor Ricardo Aurélio da Costa e desenvolvido em 2010 pelos
então alunos de Engenharia Mecânica Plena Fernando Fumio Otani, Simone Ribeiro
Hioka, Jakeline Borges Suganuma, Thiago
de Souza Barros, Aleksandro dos Santos
Silva, Rudnei Alves de Souza, Hamilton
Teshima Rissetto, Fernando Duarte de Lima,
André Borghi e Letícia Krauskopf Sampaio.
Os estudantes simularam, por meios computacionais, um sistema mecânico para
realizar o movimento de flexão e extensão
do dedo polegar e indicador (fechamento
da pinça) com objetivo de verificar a viabilidade de estudar dispositivos mecânicos, por meios computacionais, para reabilitação funcional do movimento de
flexão e extensão de músculos lesados.
Uma das novidades do projeto é o material capaz de imitar o movimento os músculos, um polímero eletroativo da família
dos copolímeros de perfluorsulfônicos de
O professor Ricardo Aurélio da
Costa orientou o TCC Arm Project
Formandos
de Engenharia
Mecânica
Plena que
desenvolveram
o Arm Project
etileno que recebe na superfície uma camada ultrafina de platina ou ouro que assume a função de eletrodo. Ao combinar a
tensão elétrica e a inversão da polaridade,
o compósito mimetiza o movimento de flexo-extensão do músculo. Inicialmente, os
estudos se concentraram na simulação de
um braço eletromecânico que seria acionado por esse mecanismo. “Entretanto, com
experimentos percebemos que este polímero não tinha a capacidade de força e deslocamento para atuar em uma peça pesada,
como um braço. Então, mudamos o projeto
para a simulação do movimento de pinça”, explica Fernando Otani.
Segundo o professor Ricardo Aurélio
da Costa, embora exista muita especulação na literatura sobre as possibilidades
de aplicação do material, pouco se investe
em projetos de simulação exploratória
antes de partir para a construção de protótipos funcionais. “Esses polímeros são
fortes candidatos para construção de
atuadores robóticos autônomos
destinados ao movimento de
flexo-extensão. Os atuadores podem ser facilmente fixados sob a pele e, através de
estímulos elétricos, induzem movimentos
locais de contração e extensão do músculo lesado, facilitando tratamentos fisioterápicos”, afirma. Além disso, o material é
flexível e de fácil conformação, podendo
ser acionado com baixa frequência e tensão elétrica por meio de circuitos miniaturizados e baterias de baixo peso. Outra
possibilidade é criar uma luva polimérica
eletroativa para reabilitação de dedos e
mãos, principalmente nos casos em que
há perda parcial do movimento
de flexo-extensão
desses membros.
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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Selahattin BAYRAM/Istockphoto
Interesse voltado ao
Administração
DISSERTAÇÃO – A Formação do Pesquisador em Gestão Social
e Ambiental no Brasil: uma Análise Comparativa das Principais
Linhas de Pesquisa e Temas Estudados nos Programas de
Mestrado e Doutorado
AUTOR – Margarida de Fátima Siqueira
ORIENTADOR – Profª Drª Isabella F. Freitas Gouveia de
Vasconcelos
RESUMO – Esta dissertação aborda a formação do pesquisador em Gestão Social e Ambiental no Brasil. Dentro dessa perspectiva é, também, apresentado o histórico dos eventos relacionados com os problemas pertinentes à preservação ambiental
no País. Neste trabalho, apresentamos as diversas linhas de
pesquisa e temas relevantes nos programas de mestrado e doutorado desenvolvidos no Brasil e como estão sendo formados
os pesquisadores nesta área de estudo.
DISSERTAÇÃO – Fatores de Decisão de Executivos Brasileiros
em Relação à Compra de Produtos Indsutrializados Chineses
AUTOR – Henry J. Kupty
ORIENTADOR – Prof. Dr. Edmilson Alves de Moraes
RESUMO – O assunto China, em termos econômicos e de gestão, ainda é relativamente novo na literatura de vários países,
inclusive no Brasil. Até pouco tempo não era possível ter muitas
informações sobre detalhes da produção e da economia chinesa.
Com a China crescendo anualmente a taxas superiores a 8% ao
ano desde 2000, por ser o país com a maior população mundial,
ter uma extensão continental e estar crescendo tecnologicamente, o mundo passa a ter maior atenção no que ocorre no
sudeste asiático. Empresas precisam buscar soluções para seus
negócios e a China passa a ser uma alternativa viável para a resolução de muitos problemas comerciais e tecnológicos de muitas
delas. O trabalho em questão se propõe a entender quais são os
fatores que atraem as empresas a buscar uma relação comercial,
importar produtos e serviços da China e entender quais os fatores que pesam nessa decisão; de que forma os executivos tomam
decisões para importar produtos chineses; que fatores são considerados importantes e relevantes para tais decisões.
DISSERTAÇÃO – Análise
Qualitativa da Contribuição
da Produção Científica en Gestão de
Pessoas no Brasil (2000 - 2010)
(RAP, RAE, RAC)
Okea/Istockphoto
Dissertações defendidas por alu
u n
nos de mestrado da FEI
Engenharia Mecânica
mypokcik/Istockphoto
MESTRADO
DISSERTAÇÃO – Desenvolvimento de um Modelo de Programação Linear para Apoio à Tomada de Decisão em uma Cadeia
de Suprimentos
DISSERTAÇÃO – Estudo da Potência Gerada em Motores de
Combustão Interna pelo Uso de Compostos Oxigenados em
Mistura Contendo Gasolina
AUTOR – Bruno Alvarez Ferreira Ignácio
AUTOR – Eduardo Sala Polati
AUTOR – Vanessa Cabral Soares
ORIENTADOR – Prof. Dr. Alexandre Augusto Massote
ORIENTADOR – Prof. Dr. Ricardo Belchior Tôrres
ORIENTADOR – Prof. Dr. André O. Mascarenhas
RESUMO – O cenário de negócios atual é caracterizado pela
alta competitividade e pelo aumento no nível de exigência do
consumidor, o que exige das organizações novo padrão de custo. Este estudo propõe um modelo de programação linear para
auxiliar a tomada de decisão em uma cadeia de suprimentos.
Procura maximizar o lucro total de toda a cadeia ao longo de um
determinado horizonte de planejamento e, para isso, utiliza
informações oriundas de todos os integrantes dessa cadeia.
Para verificar sua eficácia é aplicado a uma cadeia de capacidades de produção e estocagem dos vários integrantes da cadeia
considerada. São feitas, ainda, comparações entre os resultados que seriam obtidos com a aplicação do modelo proposto e
com outro modelo de gestão.
RESUMO – Desde o início das competições motorizadas, a busca
por um diferencial competitivo sempre esteve associado às soluções criativas em todas as áreas da engenharia aplicada. O objetivo deste trabalho é estabelecer um critério preditivo indicativo
de desempenho de potência em motores de combustão interna a
partir de propriedades termodinâmicas de combustão e das misturas combustíveis. Este critério deverá considerar os impactos da
presença de compostos oxigenados em mistura contendo gasolina no desempenho volumétrico do motor a partir de parâmetros
da composição molecular do combustível e da sua entalpia de
vaporização. Além disso, serão considerados fatores fundamentais de combustão como dissociação, entalpia, entropia de
formação de reagentes, produtos de combustão e estequiometria.
DISSERTAÇÃO – Métodos de Cotação e Negociação de Preços
e Custos de Transação na Cadeia de Suprimentos do Brasil
DISSERTAÇÃO – Simulação Dinâmica de um Veículo sob Diferentes Geometrias de Direção
AUTOR – Raquel Romana
AUTOR – Hugo Leonardo Mendes Martins
ORIENTADOR – Prof. Dr. Wilson de Castro Hilsdorf
ORIENTADOR – Prof. Dr. Roberto Bortolussi
RESUMO – O presente trabalho tem por objetivo principal
identificar quais são os métodos de cotação e negociação de
preços predominantes na cadeia de suprimentos de autopeças
brasileira. Ainda dentro do escopo do trabalho, busca-se identificar quais os fatores geradores de custo de transação que podem diminuir ou aumentar o custo final. A competição global,
a saturação dos mercados e o desenvolvimento do comércio
mundial fizeram com que as firmas comerciais e industriais, os
prestadores de serviços, os órgãos públicos e outros, empurrassem a responsabilidade de haver um custo competitivo em
toda a cadeia de suprimentos ou cadeia de valor. E, portanto, a
forma e o método como esse preço é negociado nas cadeias de
suprimentos assumem papel fundamental para o estabelecimento e sucesso das cadeias.
RESUMO – O presente trabalho visa o estudo da variação do
comportamento dinâmico de um veículo automotor com quatro rodas sob diferentes condições de geometria de direção,
que possuem diferentes porcentagens de Ackermann e foram
otimizadas por uma rotina criada em Matlab. Criaram-se modelos em Adams/Car completos com tais geometrias de direção e
foram analisados estática e dinamicamente. Testes dinâmicos
como fish hook, skidpad, single lane change e ramp steer foram
utilizados com objetivo de verificar se os modelos possuem
comportamento condizente em diversas situações. Com o objetivo de validar o modelo foram feitos testes em um protótipo
Fórmula SAE, utilizando equipamento de aquisição AIM Racing
Data Power e os valores foram comparados com as simulações
realizadas.
RESUMO – Este trabalho contribui para o debate sobre a produção científica em Gestão de Pessoas no País. Para isso, foi
identificada e analisada a contribuição das publicações sobre a
temática em questão, esta apurada por meio de pesquisa qualitativa dentre os principais periódicos nacionais. Este estudo
permitiu visualizar a contribuição dos artigos para debates acadêmicos e práticos em Gestão de Pessoas. O panorama deste
estudo mostra um grande número de publicações com alguns
pontos de fragilidade em termos de contribuição para a construção do conhecimento em gestão de pessoas.
DISSERTAÇÃO – Tecnologia de Informação e Comunicação
na Construção de Valor para os Clientes: Proposição de um
Processo para Escolha e Implantação de Ferramentas em Empresas do Mercado B2B
AUTOR – Paulo Roberto Sá Grise
ORIENTADOR – Profª Drª Melby Karina Zuniga Huertas
RESUMO – As empresas estão buscando orientar-se para o
mercado e trabalham para construir suas ofertas com base no
valor que elas apresentam para os clientes. Para isso, diversas
ferramentas de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC)
têm sido utilizadas pelas empresas, apoiando os seus processos internos e de relacionamento com os clientes. A partir de
um conjunto de entrevistas em profundidade, esta pesquisa
mostra as várias possibilidades de aplicações de TIC para aumentar o valor das ofertas para os clientes e propõe um processo de escolha e implantação de ferramentas de TIC orientadas
para oferecer valor superior aos clientes.
Para conferir as dissertações na íntegra acesse a página do mestrado no site www.fei.edu.br
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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MESTRADO
AGENDA
AUTOR – Giuliano Alves da Silva
DISSERTAÇÃO – Uma Ontologia
Espacial sobre a Neuroanatomia do
Sistema Ventricular Cerebral e sua
Integração ao Conhecimento sobre
Neuroimagens
ORIENTADOR – Prof. Dr. Carlos Eduardo Thomaz
AUTOR – Rodolpho Freire
RESUMO – O estudo dos biopotenciais musculares vem se desenvolvendo impulsionado tanto pelas pesquisas para o diagnóstico dos distúrbios neuromusculares quanto pelo desenvolvimento de próteses mecânicas para amputados. Este trabalho
tem como objetivo caracterizar o torque isométrico do músculo
quadríceps da coxa,através de uma análise multivariada dos sinais
mioelétricos correspondentes. Mais especificamente, a proposta deste estudo é investigar métodos de estatística multivariada
para extração e detecção de padrões específicos contidos nesses
sinais mioelétricos. Utilizando dados gerados em uma pesquisa
anterior que avaliou a relação entre os parâmetros mioelétricos e
o torque isométrico do músculo quadríceps da coxa foi possível,
através de transformações lineares e não lineares nos dados originais, caracterizar e classificar o torque isométrico, além de constatar que diferentes níveis percentuais de torque apresentam
características determinísticas discriminantes.
ORIENTADOR – Prof. Dr. Paulo Eduardo Santos
DISSERTAÇÃO – Análise Multivariada do Sinal Mioelétrico
para Caracterização do Torque Isométrico do Músculo
Quadríceps da Coxa
DISSERTAÇÃO – Efeito de Corpo em Transistores SOI de Porta Dupla Vertical
RESUMO – Este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma
ontologia espacial para descrever o sistema ventricular cerebral e
o conhecimento presente em estudos sobre neuroimagens. Iniciamos propondo uma base para esta ontologia formulada em lógica
de primeira ordem, provendo formas de representar o conhecimento extraído de neuroimagens e presente nas meta-análises.
Após a concepção da base em lógica de primeira ordem,
implementamos a teoria no Protégé, gerando consultas e formas
de representação adequadas aos conceitos. Então, com a teoria
implementada, discutimos como representar o conhecimento extraído de neuroimagens por meio de segmentação de imagens e
técnicas de análise estatística. Como resultado final obtivemos
uma ontologia-epistemologia que representa a mereologia do sistema ventricular cerebral e pode ter novas classes inseridas por
meio dos resultados da análise estatística, bem como representação de valores encontrados na literatura.
AUTOR – Moreno Cattaneo
DISSERTAÇÃO – Classificação de Imagens de Ultrassom de
Câncer de Mama Baseada em Informações Híbridas Utilizando
Teoria da Informação
ORIENTADOR – Prof. Dr. Renato Giacomini
AUTOR – Vanessa Santos Lessa
RESUMO – Este trabalho tem como objetivo apresentar um
estudo da influência da polarização de substrato ou porta inferior em dispositivos FinFET SOI com paredes paralelas e canal n,
por meio de simulações numéricas tridimensionais. O FinFET
possui maior controle das cargas na região ativa em relação aos
transistores SOI planares, por isso é mais imune aos efeitos de
canal curto. São estruturas que apresentam dimensões na ordem de dezenas de nanômetros. Os dispositivos FinFETs estudados são estruturas de porta dupla. O que se deseja é analisar o
comportamento do parâmetro da tensão de limiar (VTH) para
inversão na interface óxido de porta e região ativa de silício (1ª
interface) do dispositivo para as variações positivas e negativas de tensão aplicada na porta inferior (substrato).
ORIENTADOR – Prof. Dr. Paulo Sérgio Rodrigues
RESUMO – Esta proposta de dissertação de mestrado apresenta uma metodologia para a classificação de câncer de mama em
imagem de ultrassom do ponto de vista da teoria de informação, incluindo informação mútua, entropia e entropia relativa,
estendendo os estudos para a entropia Tsalliana. Os dados gerados a partir de uma base de dados normalizada compõem um
espaço vetorial de informações híbridas, envolvendo textura e
geometria espacial das lesões. Um dos objetivos principais é
avaliar os resultados de Rodrigues et al.(2006c), bem como
Thomaz et al.(2008) e Giraldi et al.(2008) com relação às características discriminantes mínimas.
VisualField/Istockphoto
Engenharia Elétrica
NOVEMBRO
07 a 09
HSM Expo
Management
2011
07 a 11
Centro Universitário da FEI
Para aproximar o aluno das novas tendências do mercado de trabalho e ampliar
sua visão técnica sobre a Engenharia, o evento reúne, durante cinco dias, todas as modalidades
oferecidas pela Instituição, por meio de palestras, workshops e minicursos, além de exposições e
visitas técnicas aos laboratórios de Engenharia. Os alunos também poderão conhecer produtos e
serviços e assistir a palestras de especialistas de diversas empresas de renome. Acesse o hotsite do
evento www.fei.edu.br/semanadaengenharia e fique por dentro da programação.
09 e 10
Transamérica Expo Center
O Centro Universitário da FEI estará
presente na 11ª edição do HSM Expo
Management com estande e palestras
realizadas pelos professores de
Administração, em um dos maiores
e mais importantes eventos sobre o
conhecimento da gestão, inovação e
marketing da América Latina. O foco
será o curso de mestrado em
Administração da FEI.
18 a 20
Concurso
Travessia
Centro Universitário da FEI
Com o objetivo de estimular os estudantes a aplicar conceitos de Física e Matemática de forma geral, bem
como suas habilidades manuais para solucionar, projetar e executar uma estrutura que suporte esforços
nela aplicados e que identifiquem aplicações para os conteúdos ministrados em aula, os participantes
deverão construir um protótipo miniatura de estrutura representativa de uma ponte pênsil usando palitos
de sorvete comuns e cola. Nesta edição, também serão aceitos o uso de cordão tipo barbante e clips de papel,
que vença um determinado vão, atendendo às condições de dimensionamento, execução e resistência
especificadas no regulamento. Mais informações no site www.fei.edu.br/concursotravessia.
Competição Fórmula 2011 SAE
Esporte Clube Piracicaba de Automobilismo (ECPA) - Piracicaba - SP.
Os alunos do Centro Universitário da FEI estão a caminho de mais uma
competição nacional de projetos Fórmula. O Fórmula SAE Brasil é uma competição
de desenvolvimento de produto, na qual os estudantes devem conceber, projetar,
fabricar, e competir com pequenos carros de corrida estilo fórmula. O campeão
representará o Brasil na competição Internacional em 2012, nos Estados Unidos.
A FEI possui quatro títulos nacionais.
OUTUBRO A DEZEMBRO
Exposição de fotos e
documentos sobre a vida do
Padre Saboia de Medeiros
01/10 a 29/10
Campus SP – Liberdade – São Paulo/SP
03/11 a 18/11
Colégio São Francisco Xavier – Ipiranga – São Paulo/SP
21/11 a 09/12
Colégio São Luis – Cerqueira César – São Paulo/SP
Para conferir as dissertações na íntegra acesse a página do mestrado no site www.fei.edu.br
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DOMÍNIO FEI | AGOSTO A OUTUBRO DE 2011
AGOSTO A OUTUBRO DE 2011 | DOMÍNIO FEI
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José Carlos Pires Pereira/Istockphoto
ARTIGO
Kurt Amann é engenheiro
civil e coordenador do curso
de Engenharia Civil do
Centro Universitário da FEI
Urbanização também
causa aquecimento
H
oje volto a falar sobre o crescente aumento
da temperatura em nossa região. Recentemente publiquei um artigo comentando sobre a influência da urbanização no aquecimento das
cidades, processo que elimina as áreas verdes, essenciais para gerar um ambiente mais úmido e fresco. Esta
redução da umidade é também uma das causas do aquecimento urbano.
Se temos menos árvores para liberarem vapor
d’água na atmosfera, mais seco se torna o ambiente.
Em adição a isso, a cada metro quadrado de asfalto
executado se elimina aproximadamente 200 litros de
água, que não mais infiltrarão para recarga do lençol
freático, mas serão levados diretamente para os rios
que, quando canalizados, apenas conduzirão a água
adiante, não permitindo também nenhum tipo de infiltração. Com isso, a água vai embora e pode chegar o
dia (em um futuro não muito distante) em que a precipitação reduza tanto a ponto de tornar a região semiárida.
As próprias pancadas de chuva, cada vez mais intensas, são também um fenômeno ligado ao aquecimento urbano: o ar vai aquecendo durante o dia todo
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pelo contato com o asfalto e concreto, e fica preso sob
uma camada de ar mais frio (inversão térmica). Este ar
quente chega em um ponto (lá pelas 16h) em que rompe a barreira do ar frio de cima e escapa rapidamente,
subindo e sofrendo um processo de resfriamento e expansão rápida. O resultado disso é que o vapor d’água
contido no ar se condensa e desaba violentamente sobre a cidade em poucos minutos. Assim, está feita a
catástrofe.
Quando há vegetação, a chuva demora muito mais
para chegar aos rios, pois as gotas de chuva ficam retidas
nas folhas das plantas. Depois, boa parte dessas gotas é
infiltrada e, quando finalmente escoa para os rios, a chuva
já está quase acabando. Nas cidades, o telhado, a calha, o
condutor, o piso cimentado, a sarjeta, o tubo de concreto e o revestimento da canalização dos rios oferecem
pouca resistência ao deslocamento da água, o que aumenta sua velocidade de acumulação e gera enchentes.
Isso tudo sem contar com a emissão de gases dos escapamentos de veículos e de todos os péssimos hábitos da
nossa sociedade, que geram boa parte dos nossos ‘problemas modernos’. Aqui vai um breve conselho aos leitores: controlem o ar-condicionado!
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