petrogênese de rochas ultramáficas do quadrilátero ferrífero e
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petrogênese de rochas ultramáficas do quadrilátero ferrífero e
PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA RELAÇÃO GENÉTICA COM ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E ESTEATITO ii FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Reitor Prof. Dr. João Luiz Martins Vice-Reitor Prof. Dr. Antenor Barbosa Júnior Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem ESCOLA DE MINAS Diretor Prof. Dr. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito Vice-Diretor Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA Chefe Prof. Dr. Issamu Endo iii E V O L U Ç Ã O C R U S T A L E R E C U R S O S N A T U R A I S iv CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL. 68 TESE DE MESTRADO Nº 298 PETROGÊNESE DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO E ADJACÊNCIAS E SUA RELAÇÃO GENÉTICA COM ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DO TIPO SERPENTINITO E ESTEATITO Gabriela Magalhães da Fonseca Orientador (a) Hanna Jordt Evangelista Co-orientador Newton Souza Gomes Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em Ciências Naturais, Área de Concentração: Mineralogia, Petrogênese e Depósitos Minerais OURO PRETO 2011 v Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br Escola de Minas - http://www.em.ufop.br Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/ Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita 35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606 e-mail: [email protected] Os direitos de tradução e reprodução reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito autora. ISSN 85-230-0108-6 Depósito Legal na Biblioteca Nacional Edição 1ª Catalogação elaborada pela Biblioteca Prof. Luciano Jacques de Moraes do Sistema de Bibliotecas e Informação - SISBIN - Universidade Federal de Ouro Preto F676p Fonseca, Gabriela Magalhães da Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação genética com rochas metaultramáficas do tipo serpentinito e esteatito [manuscrito] / Gabriela Magalhães da Fonseca - 2011. xxii, 87f.; il. color.; tabs.; grafs.; mapas. (Contribuições às Ciências da Terra. Série M, v. 68, n. 298) Orientadora: Profa. Dra. Hanna Jordt Evangelista. Co-orientador: Prof. Dr. Newton Souza Gomes. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas. Departamento de Geologia. Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Área de concentração: Petrogênese/ Depósitos Minerais/ Gemologia 1. Geologia - Teses. 2. Quadrilátero ferrífero (MG) - Teses. 3. Petrogênese - Teses. 4. Litogeoquímica - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título. CDU: 552.3(815.1) http://www.sisbin.ufop.br vi Às pessoas que amo. vii viii Agradecimentos À Profa. Dra. Hanna Jordt Evangelista orientadora desta dissertação, por todo empenho, sabedoria, compreensão e exigência. Gostaria de ratificar a sua competência, participação em discussões, correções, revisões de lâminas, sugestões que fizeram com que concluíssemos este trabalho. Ao Prof. Dr. Newton Souza Gomes co-orientador desta dissertação. Ao Tiago que me ensinou que um relacionamento só se constrói em cima de bases sólidas, por me incentivar e estar presente em todos os momentos. Aos amigos, Amanda, Débora, Edgar, Kassia e Marcelo pelo companheirismo nesta etapa. Em especial a Thais. Aos meus pais, Luciana e Luiz, por me amarem. À CAPES, pela bolsa de estudos. A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho. Meus sinceros agradecimentos ix x Sumário AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ ix LISTA DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................... xiii LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xvii RESUMO ................................................................................................................................... xix ABSTRACT ............................................................................................................................... xxi CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1 1.1. Considerações Gerais .............................................................................................................. 1 1.2. Objetivos ................................................................................................................................. 1 1.3. Localização .............................................................................................................................. 2 1.4. Vias de Acesso ........................................................................................................................ 3 1.5. Materiais e Métodos ................................................................................................................ 3 1.5.1. Pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo .................................................................... 3 1.5.2. Trabalhos de laboratório ................................................................................................ 4 1.5.3. Estudos de balanço de massa ......................................................................................... 5 1.5.4. Tratamento e análise dos dados ..................................................................................... 6 CAPÍTULO 2. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................. 9 2.1. Introdução ................................................................................................................................ 9 2.2. Unidades Geólogicas ............................................................................................................... 9 2.2.1. Unidades Geológicas da Província do São Francisco ..................................................... 10 2.2.2. Unidade Geológicas da Província Mantiqueira .............................................................. 13 CAPÍTULO 3. GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA .................................................... 15 3.1. Introdução .............................................................................................................................. 15 3.2. Petrografia das Unidades ....................................................................................................... 15 3.3. Amarantina ............................................................................................................................ 15 3.4. Lamim ................................................................................................................................... 22 3.5. Queluzito .............................................................................................................................. 28 3.6. Mariana ................................................................................................................................. 32 3.7. Barra Longa .......................................................................................................................... 34 3.8. Lagoa Dourada ..................................................................................................................... 36 3.9. Rio Manso ............................................................................................................................ 37 3.10. Metamorfismo .................................................................................................................... 39 CAPÍTULO 4. QUÍMICA MINERAL ..................................................................................... 41 xi 4.1. Introdução ............................................................................................................................. 41 4.2. Olivina .................................................................................................................................. 41 4.3. Piroxênio ............................................................................................................................... 43 4.4. Espinélio ............................................................................................................................... 43 4.5. Anfibólios ............................................................................................................................. 43 4.6. Clorita ................................................................................................................................... 45 4.7. Minerais Opacos ................................................................................................................... 47 CAPÍTULO 5. LITOGEOQUÍMICA...................................................................................... 51 5.1. Introdução ............................................................................................................................. 51 5.2. Características Gerais ........................................................................................................... 52 5.3. Diagramas de Correlação...................................................................................................... 63 5.4. Diagramas de Razões de proporções moleculares ................................................................ 66 5.5. Considerações Finais ............................................................................................................ 68 CAPÍTULO 6. BALANÇO DE MASSA.................................................................................. 69 6.1. Introdução ............................................................................................................................. 69 6.2. Cálculo de Balanço de Massa ............................................................................................... 71 6.3. Resultados ............................................................................................................................. 72 CAPÍTULO 7. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ...................................................................... 79 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 81 ANEXOS..................................................................................................................................... 87 xii Lista de Ilustrações Figura 1.1- Localização das áreas de ocorrência dos corpos ultramáficos estudados nos respectivos municípios ..................................................................................................................................................... 3 Figura 1.2- Vias de acesso da área estudada ................................................................................................ 4 Figura 2.1- Mapa geológico regional modificado do mapa geológico do estado de Minas Gerais, escala 1:1.000.0 00 (Heineck et al. 2003) e localização das áreas de ocorrências dos corpos estudados de rochas ultramáficas ................................................................................................................................................. 10 Figura 3.1- Mapa de localização dos litotipos estudados .......................................................................... 16 Figura 3.2- Localização dos afloramentos na região de Amarantina. GB-AM-1 e GB-AM-6: metaperidotito; GB-AM-2: tremolita-clorita-serpentina granofels; GB-AM-3: espinélio metaperidotito ..................................................................................................................................................................... 17 Figura 3.3- A- Afloramento do metaperidotito (GB-AM-6). B- Afloramento do gnaisse intemperizado próximo ao ponto (GB-AM1). C- Afloramento do espinélio metaperidotito (GB-AM-3) D- Afloramento do tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). E- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-6) dobrado. F- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-1) .................................................................... 18 Figura 3.4- Fotomicrografias dos litotipos de Amarantina. A – Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada plana. B- Idem, luz polarizada cruzada. C – Metaperidotito (GB-AM-6) mostrando bandamento dobrado. D - Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada cruzada. Chl clorita, Spl espinélio, ol olivina .......................................................................................................................................................... 21 Figura 3.5- Fotomicrografia do metaperidotito dobrado (GB-AM-6) ....................................................... 21 Figura 3.6- Fotomicrografias do metaperidotito (GB-AM-6) em diferentes cortes conforme mostrados no desenho esquemático ................................................................................................................................... 22 Figura 3.7- Localização dos afloramentos amostrados na região de Lamim. GB-LA-24, GB-LA-25, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO: metaperidotito. GB-LA-39A: antofilita-clorita-tremolita granofels. GBLA-49A: antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels. GB-LA-37, GB-LA-47: tremolitito. GB-LA-38A e GBLA-39B: clorita xisto. GB-LA-38B e GB-LA-48: serpentinito. GB-LA-44, GB-LA-49B e ME-14: esteatito ......... 23 Figura 3.8- A - Vista geral dos afloramentos de rochas metaultramáficas na região central de Lamim. B – Metaperidotito (GB-LA-33). C – Metaperidotito (GB-LA-24). D – Serpentinito (GB-LA-48) E – Pedreira de esteatito (GB-LA-44). F – Amostra de mão de clorita xisto (GB-LA-39A) .......................................................... 24 Figura 3.9- Fotomicrografias dos litotipos de Lamim. A – Metaperidotito GB-LA-33: grãos de olivina (Ol) inclusos de modo poiquilítico em tremolita (Tr), luz polarizada plana. B - Idem, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-cloritatremolita granofels (GB-LA-39A): tremolita com sobrecrescimento de antofilita, luz polarizada cruzada. D Antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B): grãos de antofilita (Ant) e tremolita (Tr), luz polarizada cruzada.......................................................................................................................................... 27 Figura 3.10- Localização dos afloramentos na região de Queluzito. GB-QE-1A: antofilia-actinolita-clorita granofels. GB-QE-4: antofilita-clorita-hornblenda granofels, GB-QE-5: metaperidotito ...................................... 29 xiii Figura 3.11- Blocos de antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4). B – Idem. C – Afloramento de antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A). D – Afloramento de metaperidotito (GB-QE-5) ...................... 30 Figura 3.12- Fotomicrografias dos litotipos de Queluzito. A – Actinolita intercrescida com antofilita no antofilitaactinolita-clorita granofels (GB-QE-1A), luz polarizada plana. B – Idem A luz polarizada cruzada. C – Pseudomorfos de olivina substituídos por talco e rodeados por hornblenda no antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4), luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. E – Olivina no metaperidotito (GB-QE-5), luz polarizada plana. F – Idem E, luz polarizada cruzada. Act actinolita, Ant antofilita, Hbl hornblenda, Ol olivina ..................... 31 Figura 3.13- Fotomicrografias dos litotipos de Mariana. A – Metaperidotito (TG-37) com olivina rodeada por anfibólios e clorita, luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) com porfiroblastos pós-cinemáticos de antofilita em matriz fina formada por clorita, talco e carbonato, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada .................................................................. 34 Figura 3.14- Fotomicrografias do metaharzburgito (PAC) de Acaiaca. A – Olivina luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Ortopiroxênio, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. Ol olivina, px ortopiroxênio ............................................................................................................................................. 35 Figura 3.15- Metaultramáficas da região de Lagoa Dourada. A - Afloramento do metaperidotito (GB-LD-62) B Olivina fraturada rodeada por clorita, luz polarizada cruzada. Chl clorita, Ol olivina ........................................... 37 Figura 3.16- Metaultramáficas da região de Rio Manso. A- Afloramento de metakomatiito (GB-RM-1) com textura spinifex, Morro da Onça próximo a Rio Manso. B – Fotomicrografia do metakomatiito (SPF) mostrando microestrutura blastospinifex, caracterizada por grãos tabulares de mineral magmático substituído por serpentina, luz polarizada cruzada. Srp serpentina ................................................................................................................... 38 Figura 4.1- Classificação da olivina a partir dos dados obtidos em MSE e MEV-EDS ....................................... 42 Figura 4.2- Classificação do piroxênio do espinélio metaperidotito, fórmula estrutural média e porcentagem de enstatita por MSE e MEV-EDS ....................................................................................................................... 43 Figura 4.3- Classificação do espinélio de acordo com o gráfico de Deer et al. (1992) ....................................... 44 Figura 4.4- Classificação dos ortoanfibólios nos diagramas de Leake et al. (1997) ............................................ 45 Figura 4.5- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997) .............................. 46 Figura 4.5 cont.- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997)..................... 47 Figura 4.6- Imagem de elétrons retroespalhados obtidas por MEV. 1)- Pentlandita intercrescida com arita. 2)Pentlandita intercrescida com breithauptita. 3)- Arita. 4)- Breithauptita no centro e arita nas bordas. Ar arita, Br breithauptita e Ptl pentlandita .......................................................................................................................... 48 Figura 5.1- Simbologia, litotipo e amostra utilizada nos diagramas para caracterização química......................... 51 Figura 5.2- Simbologia, litotipo, amostra, localização e fonte das análises de rochas ultramáficas selecionadas da literatura utilizadas nos diagramas de comparação ............................................................................................. 52 Figura 5.3- Diagrama triangular (Al2O3-CaO-MgO), os campos estão discriminados segundo Coleman (1977). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas estudadas menos metamorfizadas, que preservam minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GBLA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) ......................................................................................... 58 xiv Figura 5.4- Diagrama discriminante de Jensen (1976) (modificado por Rickwood 1989), para komatiitos, tholeiítos e rochas cálcio-alcalinas. Os diagramas A e B utilizam % em peso de FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO para as rochas desse trabalho e para análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) .................................................. 59 Figura 5.5- Diagrama triangular (MgO-CaO-Al2O3) segundo Viljoen & Viljoen (1969). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho sem minerais ígneos preservados. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos preservados (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) ................................................................................... 59 Figura 5.6-Diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2), com os campos de Hallberg (1985). Para evitar superposição de pontos as amostras de Amarantina, Rio Manso e Queluzito foram plotadas à esquerda e, à direita, as amostras de Lamin, Lagoa Dourada, harzburgito de Bushveld, harzburgito de Stillwater, espinélio lherzolito, metaharzburgito de Acaiaca, komatiito de Barberton e komatiito de Abitibi ........................................................ 62 Figura 5.7- Diagramas de óxidos versus MgO para as 22 amostras desse trabalho............................................. 64 Figura 5.8- Diagramas de óxidos versus MgO para análises da literatura (Figura 5.2 e Tabela 5.3) e para as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) em base anidra, cuja localização está delimitada pelas linhas tracejadas .............. 65 Figura 5.9- Diagramas (Ni x MgO) e (Cr x MgO) para as 22 amostras desse trabalho e algumas das rochas da literatura utilizadas como referência (Figura 5.2 e Tabela 5.3) ........................................................................... 66 Figura 5.10- Diagrama de razões de proporções moleculares, onde FM corresponde a (MgO + FeOt) ................ 67 Figura 6.1- Diagrama de isóconas para alumínio, volume, e massa constantes segundo o método de Grant (1986). A-Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). B Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). C - Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). D Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) ..................................................... 77 xv xvi Lista de Tabelas Tabela 1.1- Elementos analisados por microssonda eletrônica para silicatos, óxidos e sulfetos, os padrões escolhidos e o tempo de contagem. ............................................................................................................... 6 Tabela 1.2- Limite de quantificação em ppm dos elementos analisados por ICP-OES ............................... 7 Tabela 3.1- Composição modal dos litotipos de Amarantina (% volumétrica). Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos ................................... 20 Tabela 3.2- Composição modal dos litotipos de Lamim (% volumétrica). Ol olivina, Ant antofilita, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos .............................................................................................. 26 Tabela 3.3- Composição modal dos litotipos de Queluzito (% volumétrica) Ol olivina, Ant antofilita, Act actinolita, Hbl hornblenda, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos ..................................................................... 32 Tabela 3.4- Composição modal dos litotipos de Mariana (% volumétrica). Ol olivina, Oam ortoanfibólio, Ant antofilita, Cam clinoanfibólio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos ......... 34 Tabela 3.5- Composição modal do litotipo de Acaiaca (% volumétrica). Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Oam ortoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos .................................................... 36 Tabela 3.6- Composição modal dos litotipos de Lagoa Dourada (% volumétrica). Ol olivina, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. .................................................................................................... 37 Tabela 3.7- Composição modal dos litotipos de Rio Manso (% volumétrica). Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonatos, Op opacos ............................................................................................... 38 Tabela 3.8- Reações para os litotipos com minerais ígneos preservados. .......................................................... 39 Tabela 3.9- Reações para os litotipos mais metamorfizados e que não apresentam minerais ígneos .................... 40 Tabela 4.1- Fórmula estrutural média e porcentagem de forsterita por MSE e MEV-EDS .................................. 41 Tabela 4.2- Fórmula estrutural média para as cloritas ..................................................................................... 47 Tabela 5.1- Composição química (% peso) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas ............................................................................................................................................ 53 Tabela 5.2- Resultado das análises químicas para elementos menores (ppm) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas .............................................................................................................. 54 Tabela 5.3- Composição química (% peso) das rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação (ver referências na figura 5.2) ................................................................................................................................ 55 Tabela 5.4- Composição modal dos litotipos analisados. Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Ant antofilita, Tr tremolita, Hbl hornblenda, Act actinolita, Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos ..................................................................................................................................... 56 Tabela 5.5- Teor de MgO (% peso em base anidra – Anexo V ) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para as rochas desse trabalho ...................................................................................................................................... 60 xvii Tabela 5.6- Teor de MgO (% peso) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para rochas da literatura .......... 61 Tabela 6.1- Composição química de elementos maiores dos litotipos selecionados para os cálculos de balanço de massa ............................................................................................................................................................ 73 Tabela 6.2- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (A) Espinélio metaperidotito (GB-AM3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). (B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GBLA-49B) pelo método de Grant (1986) ............................................................................................................. 76 Tabela 6.3- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) pelo método de Grant (1986) .............................................................................................................................................. 76 xviii Resumo Na região do Quadrilátero Ferrífero (QF) encontram-se raros corpos de rochas metaultramáficas que preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O interesse no estudo petrogenético destes corpos deve-se à possibilidade de se entender melhor o magmatismo ultramáfico do greenstone belt Rio das Velhas, já que a maior parte das suas rochas ultramáficas, entre as quais se destacam esteatitos e serpentinitos por sua importância econômica, estão completamente metamorfizadas. O presente trabalho teve como objetivo a caracterização mineralógica, geoquímica e petrogenética de sete corpos de rochas metaultramáficas com minerais ou texturas preservados do protólito ígneo localizados no QF e suas adjacências, a saber, em Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Os afloramentos ocorrem na forma de blocos de metros a decâmetros, são maciços e estão encravados em terrenos constituídos de gnaisses do embasamento. Os litotipos estudados foram: metaperidotitos com minerais ígneos preservados como olivina, piroxênio e espinélio; metakomatiitos, que embora não apresentem minerais ígneos, preservam textura spinifex; esteatitos, serpentinitos, tremolititos e clorita xistos associados espacialmente aos metaperidotitos e que representam porções destes corpos mais afetadas pelo metamorfismo. O principal mineral ígneo preservado é olivina com composição variando de Fo77-87, com exceção da olivina de Acaiaca, com Fo>92. Muito raramente encontra-se ortopiroxênio com En79-89 e pleonasto. Minerais metamórficos são talco, serpentinas, carbonatos, cloritas e anfibólios como antofilita, tremolita, Mg-hornblenda e actinolita. Foram ainda identificados diversos óxidos e sulfetos como ilmenita, magnetita, cromita, pirita e pentlandita, além das raras breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs). Foram realizadas análises químicas para elementos maiores, menores e traços de amostras selecionadas que foram comparadas com análises da literatura de peridotitos e komatiitos de localidades clássicas. Pela análise destes dados e de diagramas discriminantes constatou-se que as rochas desse trabalho são semelhantes à peridotitos komatiiticos, com teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9 e que pertencem a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio. Cálculos de balanço de massa comparando os litotipos mais preservados com os mais metamorfizados de uma mesma região mostram que, no caso da esteatitização, houve perdas acentuadas da maioria dos elementos exceto SiO2 e MgO, que são os óxidos que compõem talco. A comparação, no balanço de massa, do metakomatiito de Rio Manso com um komatiito de Abitibi mostra que as duas rochas são quimicamente muito semelhantes. Considerando a composição mineralógica e química, a textura e a localização das rochas com minerais ígneos preservados conclui-se que a maioria dos corpos estudados pode corresponder à porção plutônica do magmatismo komatiitico do Grupo Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone belt Rio das Velhas. xix xx Abstract In metaultramafic rocks from the Quadrilátero Ferrífero (QF) preserved igneous minerals and/or textures are rarely found since most of this rock type was completely metamorphosed into steatite and serpentinite, which are of great economic importance in this region. The relevance of a petrogenetic study of such partially preserved ultramafic rock bodies comes from the possibility of understanding the nature of the ultramafic magmatism of the Rio das Velhas greenstone belt. The objective of this work is the mineralogical, geochemical and petrogenetic characterization of seven metaultramafic rock bodies found in the QF which are distinguished by minerals or textures preserved from the igneous protolith. The studied bodies are located in the regions of Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito and Lagoa Dourada. The outcrops occur as meter to decameter large massive blocks dispersed in terrains of the basement gneisses. The studied rock types were: metaperidotites, which preserve igneous minerals such as olivine, pyroxene and spinel; metakomatiites, which although not exhibiting igneous minerals still preserve spinifex texture; esteatites, serpentinites, tremolitites, and chlorite schists spatially associated with the metaperidotites, which represent the portions of these bodies most affected by metamorphism and metassomatism. The most abundant preserved igneous mineral is olivine with a composition varying from Fo77-87. An exception is olivine from Acaiaca, with Fo>92. Very rarely orthopyroxene (En79-89) and pleonast can be found. Metamorphic minerals are talc, serpentine, carbonates, chlorite and amphiboles such as anthophyllite, tremolite, actinolite and Mg-hornblende. Several oxides and sulfides such as ilmenite, magnetite, chromite, pyrite, pentlandite, and the rare breithauptite (NiSB) and arite (NiSbAs) have also been identified. Chemical analyses for major and trace elements of selected samples were compared with analyses of peridotites and komatiites from classic localities compiled from the literature. Based on these data and on the use of discrimination diagrams it was possible to verify that the studied rocks are similar to komatiitic peridotites with MgO > 18 weight% and TiO2 < 0.9 and belong to the suite of komatiites notdepleted in aluminum. Mass balance calculations comparing the more preserved rocks with the more metamorphosed ones from the same region show that, in the case of steatitization, high loss of most of elements was detected, with the exception of SiO2 and MgO, which are the main oxides which compose talc. Mass balance calculations comparing a metakomatiite from Rio Manso with a typical komatiite from Abitibi show that both rocks are chemically very close. Considering mineralogical and chemical composition, texture, and field information of the rocks with relictic igneous minerals it is possible to conclude that most of the studied metaultramafic bodies may correspond to the plutonic portion of the komatiitic magmatism of the Nova Lima Group, what is the basal unity of Rio das Velhas greenstone belt. xxi xxii 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS A região do Quadrilátero Ferrífero (QF) tem sido desde cedo objeto de pesquisas e estudos geológicos, devido aos bens minerais nela presentes, principalmente minério de ferro e ouro (Ladeira 1980b; Rosière, Chemale & Guimarães 1993). Na região do QF ocorrem rochas metaultramáficas do tipo esteatito/serpentinito, que também são de grande relevância econômica. Entre as ocorrências de rochas de natureza ultramáfica encontram-se, muito raramente, corpos que preservam algum mineral ou textura ígnea da rocha original, que são de grande relevância para estudos petrogenéticos. Este trabalho apresenta os resultados de estudos mineralógicos, microestruturais e químicos das raras rochas de natureza ultramáfica da região do QF e adjacências que ainda preservam características do protólito, comparando-as quimicamente e mineralogicamente entre si e com aquelas já totalmente metamorfizadas, a fim de contribuir para o entendimento dos processos envolvidos na sua gênese. 1.2 - OBJETIVOS Os raros corpos da natureza ultramáfica que são encontrados no QF e adjacências e que ainda preservam olivinas e/ou piroxênios (Silva 1997; Martins 1999; Jordt-Evangelista & Silva 2005; Braga 2006; Fonseca & Pereira 2008; Medeiros Júnior 2009; Santos & Mota 2010) constituem um potencial acervo de informações sobre a origem e gênese das muito mais abundantes rochas ultramáficas já completamente metamorfizadas. Tais rochas ultramáficas são interpretadas como sendo o protólito preservado dos serpentinitos e esteatitos espacialmente associados. Devido a sua raridade, muito pouco se conhece sobre a sua petrografia e geoquímica. Um dos corpos relativamente bem estudados encontra-se a sul do QF, na região de Lamim (Silva 1997; Jordt-Evangelista & Silva 2005), onde as texturas cumuláticas preservadas mostram que a rocha ultramáfica é de natureza plutônica. Portanto, é provável que algumas rochas metaultramáficas do QF formaram-se à custa não somente de protólitos vulcânicos do tipo komatiito, conforme sugerem as texturas spinifex localmente preservadas (Andreatta-Silva 2008), mas também plutônicos, do tipo peridotito. De acordo com o exposto acima, há diversas questões em aberto sobre a petrogênese das raras rochas ultramáficas do QF que ainda preservam olivina e piroxênio e das rochas metaultramáficas do tipo serpentinito e esteatito e sobre a relação entre elas, tais como: i) se as raras rochas ultramáficas que ainda preservam minerais ígneos são tipos geneticamente diferentes e, portanto, possivelmente de Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... idades diferentes; ii) se estas rochas peridotíticas são equivalentes plutônicos de komatiitos; iii) se é possível distinguir rochas metaultramáficas derivadas de rochas vulcânicas do tipo komatiito daquelas de protólito plutônico; iv) quais foram as transformações químicas envolvidas na transformação das rochas ultramáficas em seus produtos completamente metamorfizados. A partir das questões apresentadas, pretendeu-se neste trabalho contribuir para um melhor conhecimento das raras e ainda pouco estudadas rochas ultramáficas peridotíticas do QF e para o entendimento do processo de formação das rochas metamórficas delas derivadas (serpentinitos, esteatitos e outras). De modo específico, objetivou-se: • Identificar mineralogia e microestruturas das rochas ultramáficas e metaultramáficas. • Identificar a composição química dos minerais das rochas ultramáficas e dos minerais ígneos preservados de transformações metamórficas nas metaultramáficas. • Obter a composição química de rochas ultramáficas e metaultramáficas. • Efetuar cálculos de balanço de massa a fim de verificar a atuação dos processos metassomáticos envolvidos na gênese das rochas metaultramáficas. • Compilar as informações obtidas para interpretação petrogenética das rochas ultramáficas e comparação dos diversos corpos ultramáficos entre si e com aquelas já totalmente metamorfizadas. 1.3 - LOCALIZAÇÃO Com base em informações resultantes de pesquisas bibliográficas selecionaram-se sete regiões onde afloram rochas peridotíticas que apresentam minerais ígneos ainda preservados como olivina, piroxênio e espinélio. Na figura 1.1 observa-se a distribuição dos locais estudados no estado de Minas Gerais. Em Rio Manso ainda se encontram texturas reliquiares do tipo spinifex em alguns serpentinitos (Noce et al. 1990; Pinheiro & Nilson 1997). Em Lamim rochas metaultramáficas com texturas cumuláticas foram descritas por Jordt-Evangelista & Silva (2005). Outras ocorrências ultramáficas com olivina e/ou piroxênios preservados encontram-se em Amarantina, distrito de Ouro Preto (Martins 1999), Queluzito (Braga 2006), Lagoa Dourada (Fonseca & Pereira 2008), Barra Longa (Medeiros Júnior 2009) e Mariana (Santos & Mota 2010). 2 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. 44°0’0”W 43°30’0”W N 20°0’0”S Belo Horizonte 46° 48° 10° 20° Ouro Preto Rio Manso Barra Longa 20°30’0”S Mariana Legenda Belo Horizonte Sede Municipal Queluzito Área Estudada Lamim 10 0 20 40 Lagoa Dourada 21°0’0”S Limite dos Municípios km Figura 1.1- Localização das áreas de ocorrência dos corpos ultramáficos estudados nos respectivos municípios. 1.4 - VIAS DE ACESSO Os corpos de rochas ultramáficas estudados localizam-se na porção centro-sudeste de Minas Gerais nos municípios de Rio Manso, Ouro Preto (distrito de Amarantina), Mariana, Barra Longa, Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Para acessá-los tendo como partida a cidade de Belo Horizonte deve-se seguir pelas rodovias BR-381, BR-040, BR-383, BR-482 e BR-356, como observado na figura 1.2. 1.5 - MATERIAIS E MÉTODOS 1.5.1 - Pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo Realizou-se um levantamento bibliográfico sobre as rochas ultramáficas e metaultramáficas e localização dos corpos para trabalhos de campo. Através da localização das ocorrências foi realizada coleta de amostras para laminação, análise microscópica dos minerais e texturas, análise química e estudos de balanço de massa. Ao todo foram realizados 7 dias de trabalho de campo e coleta de 32 amostras. 3 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 44°0’0”W -262 -38 1 MG MG-010 o ns Ma BR BR -2 Rio 62 Belo Horizonte ba ca B 46° 23 M G -3 10° -3 BR -04 0 20° Rio 56 BR Rio Manso Barra Longa 26 Gualaxo do No rte Ouro Preto Mariana Pa rao pe ba M G -4 43 MG-040 l Su Rio Gualaxo do BR-482 Rio Legenda Belo Horizonte Queluzito Rio Sede Municipal Lamim Rodovia Federal 40 ga MG-1 24 21°0’0”S 94 -4 20 an R 83 -3 10 Pir Lagoa Dourada B Rodovia Municipal Área Estudada 0 G 20°30’0”S 48° M -1 Rio Pira ci 9 MG-12 81 3 R- 20°0’0”S N 43°30’0”W MG -02 0 44°30’0”W BR km Figura 1.2- Vias de acesso da área estudada. 1.5.2 - Trabalhos de laboratório Descrição macroscópica e microscópica das amostras As amostras foram descritas macroscopicamente e selecionadas para a confecção de lâminas delgadas polidas. Foram descritas 32 lâminas em microscópio petrográfico de polarização por luz incidente e luz transmitida. MEV-EDS e microssonda eletrônica de varredura Para obter as análises semi-quantitativas de química mineral utilizou-se o microscópio eletrônico de varredura (MEV) de marca JEOL, modelo JSM com espectrometria de dispersão de energia (EDS) Thermo Electron acoplado. Esse equipamento pertence ao Laboratório de Microanálise (MICROLAB) do DEGEO-UFOP e operou sob condições analíticas de 20kV, com largura de feixe 10 µm e 2000 contagens. 4 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Por MEV-EDS foram analisadas 8 lâminas para obter a variação composicional e a fórmula unitária dos minerais. Para análise química quantitativa dos minerais foram selecionadas 6 lâminas, nas quais foram analisados 168 pontos. O equipamento utilizado para essas análises é a microssonda eletrônica da marca JEOL, modelo JCXA-8900RL que pertence ao Laboratório de Microanálises do consórcio Física-Química-Geologia da UFMG e CDTN-CNEN. O aparelho operou com uma tensão de 15 kVe corrente de feixe de 20nA. Os elementos analisados para óxidos e sulfetos foram Sb, Fe, Ag, Co, S, Ni, Cu, Zn, As e para os outros minerais foram Cr, Na, K, Mn, Mg, Ca, Fe, Al, Ti, Ni, Si, Zn. Os resultados são expressos na forma de seus óxidos mais comuns, com exceção do Fe que foi expresso como FeO. Todos os padrões utilizados pertencem à coleção Ian Steele. A tabela 1.1 mostra os padrões escolhidos e as condições analíticas para cada elemento analisado. Geoquímica Para as análises químicas foram selecionadas 22 amostras de rochas coletadas durante as atividades de campo. O elementos maiores foram analisados via Espectrômetro de Fluorescência de Raios X (FRX), de marca Philips PW2404, modelo MagiX com amostrador automático PW2504 e tubo de Rh a 2,4kW, no Laboratório de Fluorescência de Raios-X do DEGEO-UFOP. Posteriormente, foi realizada análise química de rocha total via Espectrofotômetro de Emissão Atômica com Fonte Plasma (ICP-OES), de marca Spectro e modelo Ciros CCD, no Laboratório de Geoquímica Analítica (LGqA) do DEGEO-UFOP. A digestão química das amostras foi feita a partir da dissolução nos ácidos HCl, HNO3 e HF, seguindo os protocolos internos do LGqA. Os limites de quantificação do equipamento são apresentados na tabela 1.2. 1.5.3 - Estudos de balanço de massa Os estudos de balanço de massa foram realizados pelo método da isócona de Grant (1986), aperfeiçoado de Gresens (1967), para verificar as variações químicas que afetaram as rochas metaultramáficas nos processos metassomáticos. Para utilização do método determinou-se a densidades das rochas por meio da balança hidrostática (razão entre o peso da amostra no ar e dentro d’água) no Laboratório de Geoquímica Analítica (LGqA) do DEGEO-UFOP. 5 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Tabela 1.1- Elementos analisados por microssonda eletrônica para silicatos, óxidos e sulfetos, os padrões escolhidos e o tempo de contagem. Cristal Elementos Tempo de Contagem analisado no Nome do Analisados Raio X padrão Padrão Pico Back Ag La PETJ Ag Metal 20 s 10 s Al Ka TAP Al2O3 10 s 5s As Ka LIF Arsenopirita 20 s 10 s Ca Ka PETJ Andradita 10 s 5s Cl Ka PETJ Cl-Apatita 10 s 5s Co La LIF Co Metal 10 s 5s Cr Ka LIF Cr2O3 10 s 5s Cu Ka LIF Cu Metal 10 s 5s F Ka TAP Fluorita 10 s 5s Fe Ka LIF Magnetita 10 s 5s K Ka PETJ Microclina 10 s 5s Mg Ka TAP MgO 10 s 5s Mn Ka LIF Rodonita 10 s 5s Na Ka TAP Jadeíta 10 s 5s Ni Ka LIF Pentlandita 10 s 5s S Ka PETJ Pirita 10 s 5s Sb La PETJ Estibinita 10 s 5s Si Ka TAP Quartzo 10 s 5s Ti Ka PETJ Rutilo 10 s 5s Zn Ka LIF Esfalerita 30 s 15 s 1.5.4 - Tratamento e análise dos dados Os dados obtidos nos estudos petrográficos, de química mineral, de geoquímica e balanço de massa foram tratados e interpretados. Os resultados de química mineral e análises químicas de rocha total foram processados no software Minpet versão 2.02 (Richard 1995). Para os cálculos de balanço de massa foi utilizado o software Microsoft® Office Excel 2007. A confecção dos mapas e figuras foram realizadas no software ArcGis versão 9.3 e no software Adobe® Illustrator® CS3. 6 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Tabela 1.2 - Limite de quantificação em ppm dos elementos analisados por ICP-OES. Elementos Limite de Quantificação Elementos Limite de Quantificação Elementos Limite de Quantificação Al As Ba Be Ca Co Cr Cu 42,7 8,67 0,04 0,30 19,4 1,2 1,32 0,81 Fe K Mg Mn Na Ni P Pb 77,8 5,44 0,34 0,18 2,78 2,47 7,34 9,87 Sb Sr Th Ti V Y Zn Zr 12,6 0,03 2,03 1,53 9,32 0,12 0, 62 0,50 7 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 8 CAPÍTULO 2 CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL 2.1 INTRODUÇÃO As áreas de estudo deste trabalho estão localizadas na parte sul do Cráton do São Francisco, que pertence à Província Estrutural São Francisco (PESF), e na porção sudoeste da Faixa Araçuaí, que se localiza na Província Estrutural Mantiqueira (PEM). A PESF, definida por Almeida et al. (1977, 1981), abrange todo o território do Cráton do São Francisco. Segundo Almeida et al. (1981), este cráton teria suas margens deformadas durante o Evento Transmazônico e retrabalhadas durante o Evento Brasiliano. De acordo com Almeida (1977), o Cráton do São Francisco é margeado, a norte, pelas faixas Sergipana e Riacho do Pontal, a noroeste, pela Faixa Rio Preto, a oeste, pela Faixa Brasília e a sul/sudeste pela Faixa Araçuaí. A PEM, tal como definida por Almeida et al. (1977, 1981), é paralela a costa sul e sudeste do Brasil, delineando uma faixa de direção NE-SW, com mais de 3.000 km. Esta é composta pelos orógenos neoproterozóicos Araçuaí, Ribeira, Dom Feliciano e São Gabriel, e pela zona de interferência entre os orógenos Brasília e Ribeira (Heilbron et al. 2004). Almeida (1977) deu o nome Araçuaí à faixa de dobramentos edificada à margem sudeste do Cráton do São Francisco, durante a orogênese Brasiliana. Segundo Pedrosa-Soares & WiedemannLeonardos (2000) e Heilbron et al. (2004), a região está compreendida entre o cráton do São Francisco e a margem continental brasileira, entre os paralelos 15° e 21° S. As faixas Araçuaí e Congo Ocidental constituíam um único orógeno brasiliano-panafricano, denominado orógeno Araçuaí-Congo Ocidental. Portanto, a Faixa Araçuaí representa a porção brasileira originária do paleocontinente Gondwana (Alkmim et al. 2007). 2.2 UNIDADES GEOLÓGICAS As ocorrências de rochas metaultramáficas com olivina e piroxênio preservados, localizadas no QF e adjacências, comumente se encontram associados a complexos metamórficos (e.g Complexo do Bação, Complexo do Bonfim, Complexo Campo Belo, Complexo Ressaquinha, Complexo Acaiaca, Complexo Mantiqueira) (Figura 2.1). Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... N Cráton do São Francisco Belo Horizonte n do São Francisc Cráto o 15° 20° tlâ n tic o Complexo do Bonfim oA Amarantina an 21° Oc e Rio Manso Acaiaca Legenda Complexo Campo Belo Grupo Itacolomi Mariana Supergrupo Minas Complexo Ressaquinha Suíte Alto Maranhão Lamim Complexo Acaiaca Queluzito Complexo do Bação Complexo Mantiqueira 21° Supergrupo Rio das Velhas Lagoa 44° Dourada Limite do Cráton São Francisco 43° Embasamento do Cráton São Francisco Localização das rochas deste estudo 0 10 20 30 40 50 km Figura 2.1- Mapa geológico regional modificado do mapa geológico do estado de Minas Gerais, escala 1:1.000.0 00 (Heineck et al. 2003) e localização das áreas de ocorrências dos corpos estudados de rochas ultramáficas. 2.2.1 Unidades Geológicas da Província do São Francisco Complexo do Bação O Complexo do Bação forma uma estrutura dômica e se encontra no interior do QF (Figura 2.1). É constituído por gnaisses migmatíticos TTG e rochas básicas subordinadas, sendo embasamento do greenstone belt Rio das Velhas (Figueiredo & Barbosa 1993). Gomes (1985) efetuou um estudo petrológico e geoquímico dessas rochas e identificou gnaisses, metabasitos, ortoanfibolitos, paraanfibolitos que gradam para cálcio-silicáticas e metapelitos. Com base em datações U/Pb em titanitas e monazitas Machado et al. (1989) consideraram que a fase final de remobilização de rochas mais antigas, provavelmente arqueanas, se deu a cerca de 2,0 Ga, na parte sudoeste do Complexo do Bação. 10 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Com exceção da geração mais jovem de granitóides, todos os componentes arqueanos foram deformados e metamorfizados no Evento Rio das Velhas com idade de 2,78 e 2,7 Ga (Carneiro et al. 1998; Teixeira et al. 2000). Complexo do Bonfim O Complexo do Bonfim situa-se a oeste do QF, entre as serras da Moeda e do Curral. De acordo com Carneiro (1992) encontram-se nele as seguintes unidades: gnaisse Alberto Flores, anfibolito Paraopeba, gnaisse Souza Noschese, tonalito Samambaia, anfibolito Candeias, granito Brumadinho, metadiabásio Conceição do Itaguá e diabásio Santa Cruz. Datações de zircão para os litotipos do Complexo do Bonfim indicaram uma complexa evolução arqueana do QF. Segundo Machado & Carneiro (1992) primeiro houve vulcanismo há 2,78 Ga no SGRV, acompanhado pela colocação de intrusões cálcio-alcalinas no Complexo do Bonfim, posteriormente a crosta pré-existente (3,2-2,8 Ga) foi metamorfizada, gerando o gnaisse Alberto Flores. Por último ocorreu um magmatismo tardio de 2,7 Ga, sendo representado pela presença de diques graníticos. Complexo Campo Belo O Complexo Campo Belo aflora a sul do Quadrilátero Ferrífero e do Complexo Bonfim (Carneiro 1992). Este complexo foi primeiro reconhecido por Machado Filho et al. (1983) e posteriormente denominado Complexo Metamórfico Campo Belo de idade arqueana por Teixeira et al. (1996). É constituído essencialmente por suítes de alto grau metamórfico de composição TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito) e charno-enderbíticas (Carneiro et al. 2006), estando sua evolução tectônica relacionada a vários eventos de acresção ocorridos entre o Paleo e o Mesoarqueano, a partir de primitivos arcos vulcânicos (Teixeira 1985; Teixeira et al. 2000; Fernandes 2001; Oliveira 2004a). Complexo Ressaquinha O Complexo Ressaquinha é formado, segundo Raposo (1991) por um conjunto de granitóides que se encontram em contato com as litologias do Complexo Santo Antonio do Pirapetinga. Estes granitóides estão correlacionados ao batólito Alto Maranhão (Grossi Sad et al. 1983). De acordo com Raposo (1991) o Complexo Ressaquinha é formado por um grande batólito, gerado por anatexia de 11 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... material crustal, preservando em seu interior porções de gnaisses bandados. O conjunto de rochas desse complexo apresenta metamorfismo nas fácies xisto verde a anfibolito. Suíte Alto Maranhão A suíte Alto Maranhão encontra-se na porção meridional do Cráton São Francisco. Heineck et al. (2003) apresentam uma subdivisão dos terrenos plutônicos e ortognáissicos, intermediários a félsicos, paleoproterozóicos, do Cinturão Mineiro, em três unidades maiores. Estas unidades são separadas com base na área de ocorrência, na composição e na idade de cristalizacão. A primeira unidade é formada por metagabros e metadioritos de 2,2 Ga. A segunda unidade é composta por granitóides, divididos em três suítes, Suíte Alto Maranhão (2,16 – 2,12 Ga), Suíte Brás Pires, sem indicação de idade, e Suíte Alcalina, 2,03 Ga. E por último há os Complexos Gnáissicos como o Complexo Piedade (2,15 – 2,20 Ga). A Suíte Alto Maranhão reúne um grande número de corpos plutônicos intermediários a ácidos e interpretados como resultantes da evolução de um orógeno acrescionário paleoproterozóico relacionado ao Ciclo Transamazônico da porção meridional do Cráton São Francisco (Teixeira et al. 2000). Esta unidade possui rochas félsicas plutônicas de composição quartzo-diorítica a granodiorítica, intrusivas em terrenos vulcanossedimentares e no embasamento ortognáissico arqueano (Guild 1957; Pires 1977; Grossi Sad et al. 1983; Noce 1995; Seixas 2000; Martins 2008). Supergrupo Rio das Velhas O Supergrupo Rio das Velhas (SGRV) constitui um greenstone belt arqueano (Almeida 1976; Schorscher 1978; Ladeira 1980a; Roeser et al. 1980; Ladeira & Roeser 1983) e situa-se na porção centro-meridional do estado de Minas Gerais. Constitui-se em uma das principais unidades geológicas do QF. O SGRV foi definido originalmente como Série Rio das Velhas por Dorr (1969), sendo sua elevação a supergrupo proposta por Menezes Filho et al. (1977). O SGRV ocupa cerca de 4.000 km2 no QF, sendo envolto por rochas gnáissicas, graníticas e migmatíticas. As relações de contato da base do SGRV com gnaisses graníticos, segundo Ladeira (1980a), são geralmente obscurecidas por severa granitização e tectonismo. De fato, Dorr (1969) e Herz (1978) mostram a existência, em certas áreas em torno do Complexo do Bação, de uma auréola termo-metamórfica, acompanhada por mobilizados pegmatóides que intrudem ao longo dos contatos e se injetam em ambos, Complexo do Bação e Rio das Velhas. Dorr (1969) subdividiu o SGRV em Grupo Nova Lima (inferior) e Maquiné (superior). Schorscher (1978, 1979) e Schorscher et al. (1982) adicionaram uma nova unidade ultramáfica basal 12 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. denominada Grupo Quebra Osso. Ladeira (1980a, 1980b) mantém a proposta feita por Dorr (1969), mas divide o Grupo Nova Lima em três unidades, que da base para o topo são: Unidade Metavulcânica, Unidade Metassedimentar Química, e por último uma Unidade Superior Clástica. A idade de vulcânicas félsicas da Unidade Metavulcânica é de 2,776 Ga (Machado et al. 1992). A Unidade Metavulcânica é constituída por derrames ultramáficos-máficos e associações félsicas e apresenta komatiitos com textura spinifex, serpentinitos, esteatitos, talco xistos, clorita xistos, formação ferrífera bandada, quartzo-carbonato xisto e filitos. Na Unidade Metassedimentar Química encontram-se metacherts, formação ferrífera bandada e quartzo-carbonato xistos e filitos. A Unidade Superior Clástica compreende quartzo-mica xistos, quartzo filitos e quartzitos com níveis conglomeráticos. O Grupo Maquiné é subdividido em Formação Palmital, inferior, e Formação Casa Forte, superior (Dorr 1969). A formação Palmital é constituída essencialmente por filitos quartzosos, quartzitos homogêneos e lentes conglomeráticas, e a Formação Casa Forte por lentes de conglomerados e quartzitos (Ladeira & Roeser 1983). Supergrupo Minas O Supergrupo Minas (SGM) constitui uma sequência de rochas metassedimentares supracrustais de idade paleoproterozóica sobreposta ao SGVR (Dorr 1969; Babinski et al. 1995; Machado et al. 1996). O SGM engloba quatro unidades principais sendo da base para o topo, os sedimentos clásticos do Grupo Caraça, os sedimentos químicos do Grupo Itabira, unidades clásticas e químicas do Grupo Piracicaba e sedimentos do tipo flysh do Grupo Sabará. 2.2.2 Unidade Geológicas da Província Mantiqueira Complexo Mantiqueira Barbosa (1954) utilizou o termo “Série Mantiqueira” para nomear os gnaisses que ocorrem a sul e a leste da Serra do Espinhaço. Esta unidade foi denominada por Brandalise (1991) de Complexo Mantiqueira e descrita por ele como uma sequência de gnaisses ortoderivados, de composição granitotonalítica, intercalados por anfibolito, além de pequenos corpos de rochas granulíticas. No contexto geotectônico, o Complexo Mantiqueira compõe uma extensa faixa de ortognaisses de composição TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito), empurrados sobre a margem meridional do cráton do São Francisco e de idade paleoproterozóica conforme determinado pelo método U-Pb (Silva et al. 2002; Noce et al. 2007). 13 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Complexo Acaiaca O Complexo Acaiaca foi primeiro descrito por Jordt-Evangelista (1984, 1985). Os litotipos encontrados são piribolitos (composição básica), e plagiogranulitos (composição granodiorítica), kinzigitos e granada-sillimanita xistos (Jordt-Evangelista & Müller 1986a, 1986b). O complexo estende-se por uma estreita faixa N-S, constituída predominantemente de granulitos, por vezes retrometamorfizados na fácies anfibolito. Medeiros Júnior (2009) descreve pegmatitos graníticos, granulitos félsicos, máficos e de protólito pelítico, além de um granulito de composição ultramáfica, constituído essencialmente por ortopiroxênio e olivina. Por geotermobarometria Medeiros Júnior (2009) obteve valores de pressão intermediários (P~6.5 kbar) e pico metamórfico em torno de 800°C. As datações realizadas por Teixeira et al. (1987) forneceram uma idade Rb-Sr de 2,0 Ga para o evento metamórfico de fácies granulito. 14 CAPÍTULO 3 GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA 3.1 INTRODUÇÃO Para o estudo das rochas ultramáficas e metaultramáficas do QF e adjacências, foi realizada, nos trabalhos de campo, a coleta de amostras e, posteriormente, a confecção de lâminas delgadas descritas neste capítulo. Na figura 3.1 tem-se a localização dos pontos amostrados. As rochas ultramáficas e metaultramáficas são encontradas em ocorrências localizadas, não possuem grande distribuição e comumente aparecem em blocos de metros a decâmetros. Os contatos com as rochas encaixantes acham-se sempre obliterados pela alteração intempérica, o que dificulta a interpretação das relações estratigráficas. As rochas peridotíticas caracterizam-se por tipos petrográficos variados e apresentam metamorfismo e metassomatismo em diferentes graus. Algumas apresentam minerais ígneos como olivina, piroxênio e espinélio e são fundamentais para a interpretação do protólito magmático das metaultramáficas. Macroscopicamente, as metaultramáficas com minerais ígneos preservados são bem parecidas, com cor variando de cinza azulado a cinza esverdeado, os esteatitos e serpentinitos possuem cores mais claras e são mais macios, podendo ser riscados com facilidade. A classificação desses litotipos segue as recomendações feitas por Fettes & Desmons (2007). O termo granofels foi aplicado aos litotipos que não apresentam xistosidade e o termo xisto àqueles que apresentam esta estrutura. O termo ‘meta’ é utilizado como prefixo de nomes de rocha ígneas fracamente metamorfizadas, que ainda preservam minerais do protólito. 3.2 PETROGRAFIA DAS UNIDADES Levando em consideração a variedade de localidades estudadas optou-se por descrever os litotipos por região. Abaixo seguem os tipos petrográficos encontrados em Amarantina, Lamim, Queluzito, Mariana, Barra Longa, Lagoa Dourada e Rio Manso. 3.3 AMARANTINA As metaultramáficas se localizam na região de Amarantina, no município de Ouro Preto (Figura 3.1). Estes litotipos possuem olivina, ortopiroxênio e espinélio preservados e são uma ocorrência impar no Complexo do Bação, QF (Figura 3.2). Segundo Martins (1999) as Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... metaultramáficas estão rodeadas pelo Gnaisse Amarantina, entretanto sua relação de contato não foi observada em campo. 44°30’W 43°40’W 44°20’W 43°20’W N Santa Bárbara Catas Altas Alvinópolis Itatiaiuçu Itabirito Barra Longa GB-AM-2GB-AM-6 GB-AM-3 GB-AM-1 Rio Manso 20°10’S 20°10’S Brumadinho PAC Mariana TG-37 SPF 20°30’S 20°10’S Ouro Preto GB-RM-1 Ouro Branco Itaguara Bonfim Piranga Crucilândia 0 1 2 4 km 0 1 2 4 km GB-QE-4 Catas Altas da Noruega GB-QE-1A Queluzito 20°50’S GB-QE-5 20°44’S Entre Rios de Minas Itaverava GB-LA-38A GB-LA-39B Casa Grande GB-LA-38B GB-LA-37 GB-LA-39A Lagoa Dourada 0 1 2 4 km GB-LD-60 GB-LD-62 44°00’W 0 1 2 4 km 44°50’W HJ-LAM1 HJ-LAM2 HJ-SO 43°28’W GB-LA-25 GB-LA-32 GB-LA-33 GB-LA-24 43°26’W 20°46’S Lamim Convenções Cartográficas Localização amostras Limite dos municípios Sede dos municípios Figura 3.1- Mapa de localização dos litotipos estudados. Os corpos metaultramáficos foram encontrados em 4 pontos, fora da área urbana de Amarantina, são eles o metaperidotito (GB-AM-1), tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2), espinélio metaperidotito (GB-AM-3) e metaperidotido (GB-AM-6). Os dois primeiros pontos, (GBAM-1 e GB-AM-2) estão a sudoeste da BR-356, enquanto que os afloramentos (GB-AM-3 e GB-AM- 16 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. 6) estão a nordeste da BR-356 e são acessados por estradas de chão. A distância entre os corpos é de cerca de 2 km. 43°50’W 43°40’W N GB-AM-6 BR-356 GB-AM-1 0 5 GB-AM-3 GB-AM-6 GB-AM-3 43°40’S GB-AM-2 10 km BR-356 Convenções Cartográficas go do Localização amostras Corre o Riach Corpo metaultramáfico Área Urbana Amarantina Estradas sem pavimentação Drenagens GB-AM-2 GB-AM-1 20°19’S Rodovia Federal 43°43’W Rio Maracujá 0 250 500 m 43°42’W Figura 3.2- Localização dos afloramentos na região de Amarantina. GB-AM-1 e GB-AM-6: metaperidotito; GB-AM-2: tremolita-clorita-serpentina granofels; GB-AM-3: espinélio metaperidotito. Os afloramentos são formados por blocos de metros a decâmetros (Figura 3.3 A, C e D), possuem coloração em tons de verde e cinza, granulação variando de fina a média, são maciços e alguns estão dobrados (Figura 3.3 E e F). Pela distribuição dos afloramentos na área estima-se que este corpo tenha uma dimensão de pelo menos 500m2. Além de metaultramáficas parcialmente preservadas do metamorfismo, nesta área existem ocorrências de esteatitos, serpentinitos e gnaisses (Figura 3.3 B) que se encontram em estágio avançado de alteração intempérica, impossibilitando a coleta de amostras para estudo. A composição modal das amostras estudadas encontra-se na Tabela 3.1. Metaperidotito (GB-AM-1) O metaperidotito (GB-AM-1) possui até 20% em volume de olivina que ocorre em grãos maiores distribuídos em matriz fina composta por clinoanfibólio, serpentina, clorita, talco, magnetita e ilmenita. Os grãos de olivina, são arredondados e anédricos, medem cerca de 0,8mm e possuem alteração nas fraturas e bordas para serpentina e talco. A fórmula estrutural média da olivina, obtida 17 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... por meio de análises de microssonda, é Mg1,6Fe0,4Si0,99 O4 (ver capítulo 4), com 80% do componente forsterita. Figura 3.3- A- Afloramento do metaperidotito (GB-AM-6). B- Afloramento do gnaisse intemperizado próximo ao ponto (GB-AM1). C- Afloramento do espinélio metaperidotito (GB-AM-3) D- Afloramento do tremolitaclorita-serpentina granofels (GB-AM-2). E- Amostra de mão do metaperidotito (GB-AM-6) dobrado. FAmostra de mão do metaperidotito (GB-AM-1). O clinoanfibólio apresenta-se em cristais prismáticos e incolores, constitui cerca de 50%, foi identificado por MSE e MEV-EDS como magnésio-hornblenda. 18 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. O restante da rocha é formado por clorita, talco e opacos, que foram identificados por MVE/EDS como magnetita. Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2) O tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2), encontra-se acerca de 200m do metaperidotito (GB-AM-1). Embora não apresente minerais ígneos preservados, é provável, pela proximidade, que seja produto do metamorfismo do metaperidotito. A microestrutura é decussada decorrente das palhetas desorientadas de serpentina, clorita e talco. A tremolita (15%) ocorre em cristais incolores e prismáticos. Serpentina é o mineral mais abundante (55%), ocorre em palhetas finas sem orientação preferencial. Clorita (20%), ocorre em palhetas incolores, com cor de polarização baixa. Talco (5%) e Cr-magnetita (5%) compõe o restante da rocha. Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) O espinélio metaperidotito(GB-AM-3) possui minerais ígneos como olivina, ortopiroxênio e espinélio, que somam até 30% do volume da rocha, e proporções variáveis de minerais metamórficos como tremolita, serpentina, clorita, talco e opacos que juntos constituem os restantes 70% da rocha. Olivina aparece em cristais anédricos de até 0,8mm, com alteração para talco e serpentina. A fórmula estrutural média da olivina, obtida por meio de análises de MSE é Mg1,7Fe0,3 Si0,99 O4 (Ver capítulo 4) correspondente a cerca de 85% do componente forsterita. Ortopiroxênio é incolor, raramente é observada a sua clivagem, o que torna difícil a separação de olivina. A fórmula estrutural é Ca0,33(Mg1,71Fe0,29)Si1,97O6, isto é, com En 85 (ver capítulo 4), encontra-se substituído parcialmente por talco, serpentina e tremolita, gerados por reações metamórficas em condições da fácies xisto verde. Espinélio ocorre em grãos anédricos medindo cerca de 0,2mm, de cor verde-escura e encontrase sempre rodeado por clorita. A sua fórmula estrutural média é (Mg0,65Fe0,35)Cr0,1Al1,9O4 (ver capítulo 4), o que corresponde a uma composição intermediária entre espinélio s.s. e hercinita, sendo, portanto, classificado como pleonasto. O clinoanfibólio é incolor e foi classificado como tremolita. Apresenta cores de polarização até início da 2a ordem, ocorre em cristais prismáticos delgados de até 0,5mm. As seções basais apresentam típica clivagem dos anfibólios. 19 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Serpentina, clorita e talco são incolores, ocorrem disseminados pela lâmina e apresentam granulação fina a média. Os opacos encontrados são ilmenita, Cr-magnetita e os raros antimonietos e antimonioarsenietos breithauptita e arita, identificados por MEV-EDS e MSE (ver capítulo 4). Metaperidotito (GB-AM-6) O metaperidotito(GB-AM-6) apresenta cerca de 30% de olivina, que ocorre em grãos maiores distribuídos em matriz fina composta por tremolita, serpentina, clorita, talco e opacos. Olivina apresenta-se parcialmente alterada, em geral os grãos estão envoltos por massa fibrosa formada por serpentina, menos frequente observa-se clorita e talco. Os grãos chegam a 0,5mm. A porcentagem de Fo é 87% e sua fórmula estrutural é Mg1,7Fe0,3Si0,99O4 (ver capítulo 4). Localmente verifica-se que a rocha apresenta-se bandada e dobrada, conforme mostram as figuras 3.3, 3.4 C, 3.5 e 3.6. O bandamento mineralógico é dado pela alternância de bandas onde olivina está preservada com bandas ricas em minerais metamórficos como serpentinas, cloritas, talco ou tremolita. É provável que as bandas ricas nestes minerais metamórficos ricos em oxidrila tenham sido formadas no processo metamórfico de grau baixo em consequência da infiltração do fluido aquoso em descontinuidades como fraturas ou falhas em arranjos paralelos. Na figura 3.5 tem-se a impressão de que os cristais de olivina estão dobrados, o que, no entanto, só ocorreria em altas condições de pressão e temperatura. A ausência de extinção ondulante mostra que os grãos de olivina não estão deformados. Interpreta-se esta estrutura dobrada como sendo resultante da deformação da rocha que já possuía o bandamento. Como filossilicatos são muito dúcteis, o deslizamento para gerar a dobra concentrou-se nas bandas ricas nestes minerais. Os opacos foram classificados por MSE e MEV-EDS como ilmenita, magnetita, Cr-magnetita, pirita, pentlandita, breithauptita e arita. Tabela 3.1- Composição modal dos litotipos de Amarantina (% volumétrica). Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. Amostra GB-AM-1 GB-AM-2 GB-AM-3 GB-AM-6 Litotipo Metaperidotito Tremolita-clorita-serpentina granofels Espinélio metaperidotito Metaperidotito Esp - Ol 20 Opx - Tr - Hbl 50 Srp 15 Chl 10 Tlc 2 Op 3 - - - 15 - 55 20 5 5 7 - 15 30 5 - 33 10 - 10 40 5 10 20 9 5 1 20 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Figura 3.4- Fotomicrografias dos litotipos de Amarantina. A – Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada plana. B- Idem, luz polarizada cruzada. C – Metaperidotito (GB-AM-6) mostrando bandamento dobrado. D - Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) luz polarizada cruzada. Chl clorita, Spl espinélio, ol olivina. Figura 3.5- Fotomicrografia do metaperidotito dobrado (GB-AM-6). 21 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... B A Fotomicrografia 500 µm 500 µm C C Fotomicrografia B A 500 µm Figura 3.6– Fotomicrografias do metaperidotito (GB-AM-6) em diferentes cortes conforme mostrados no desenho esquemático. 3.4 LAMIM Na região de Lamim, Silva (1997) descreveu três litotipos, a saber, ortognaisses com composição granítica, metamáficas anfibolíticas e metaultramáficas incluindo metalherzolitos, serpentinitos e esteatitos. As rochas metamáficas e metaultramáficas são consideradas como pertencentes ao Grupo Nova Lima, base do greenstone belt Rio das Velhas (Jordt-Evangelista & Silva 2005). As rochas metaultramáficas ocorrem na porção norte e centro-leste do município de Lamim (Figura 3.1). Foram descritos sete litotipos: metaperidotito, antofilita-tremolita-clorita granofels ± serpentina, tremolitito, clorita xisto, serpentinito e esteatito que se encontram localizados em três regiões de lamim, sendo a mais ao sul (Figura 3.7) composta apenas por metaperidotito, constituindo um corpo de aproximadamente 1km. Os outros dois corpos são formados por litotipos variados. 22 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Os afloramentos apresentam-se em grande parte na forma de blocos maciços, as relações de contato com as encaixantes não puderam ser observadas (Fig. 3.8-A e B). A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.2. BR-482 GB-LA-49A ME-14 GB-LA-49B N MG-132 GB-LA-48 GB-LA-44 GB-LA-47 ga an ir oP Convenções Cartográficas Ri 20°44’S Localização amostras Rodovia Federal Rodovia Estadual GB-LA-38A Estradas sem pavimentação GB-LA-38B GB-LA-37 GB-LA-39B GB-LA-39A Drenagens 0 20°46’S HJ-LAM1 HJ-LAM2 43°28’W HJ-SO 1 2 km GB-LA-25 GB-LA-33 GB-LA-32 GB-LA-24 43°26’W Figura 3.7– Localização dos afloramentos amostrados na região de Lamim. GB-LA-24, GB-LA-25, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO: metaperidotito. GB-LA-39A: antofilita-clorita-tremolita granofels. GB-LA-49A: antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels. GB-LA-37, GB-LA-47: tremolitito. GB-LA-38A e GB-LA-39B: clorita xisto. GB-LA-38B e GB-LA-48: serpentinito. GB-LA-44, GB-LA-49B e ME-14: esteatito. Metaperidotito Afloramentos de metaperidotito ocorrem na parte centro-leste do município de Lamim (Figura 3.1). A rocha é composta essencialmente por anfibólios (30 a 70% em volume), olivina (15 a 25%) e o restante de clorita, serpentina e talco, que são secundários. Olivina ocorre em grãos anédricos a subédricos de até 5 mm de diâmetro, com alteração de em serpentina e clorita nas fraturas irregulares. Cristais relativamente grandes de tremolita envolvem diversos grãos menores de olivina de modo poiquilítico (Fig.3.9 A e B). A fórmula estrutural 23 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... apresentada pela amostra GB-LA-33 é (Mg 1,5 Fe 0,5) Si1,0 O4 com 77% de forsterita (capítulo 4). Figura 3.8– A - Vista geral dos afloramentos de rochas metaultramáficas na região central de Lamim. B – Metaperidotito (GB-LA-33). C – Metaperidotito (GB-LA-24). D – Serpentinito (GB-LA-48) E – Pedreira de esteatito (GB-LA-44). F – Amostra de mão de clorita xisto (GB-LA-39A). Tremolita é incolor, subdioblástica e possui inclusões de finos opacos. Além dos grandes 24 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. cristais com inclusões de olivina, também aparece intercrescida com antofilita ou com envoltório fibroso desta (Fig. 3.9-C), como já havia sido descrito por Jordt-Evangelista & Silva (2005). Clorita apresenta-se em palhetas finas e de cor verde muito pálido, com cor de polarização cinza-acastanhada e alto teor de Mg. Serpentina ocorre em palhetas finas e incolores (5 a 40% em volume) preenchendo fraturas de olivina. Os minerais opacos foram identificados como Cr-magnetita, ilmenita e pentlandita, caracterizados por MEV-EDS e MSE (capítulo 4). A textura do olivina-antofilita-tremolita granofels é semelhante à cumulus, com inclusão de vários grãos de olivina em um único cristal de tremolita. Como tremolita não se forma primariamente em magmas ultramáficos, é possível que se trate de pseudomorfoses sobre o piroxênio intercumulus original. Como tremolita é calciomagnesiana, é provável que o piroxênio original também fosse rico em Ca e Mg, isto é tratava-se de um clinopiroxênio do tipo diopsídio/augita. Este litotipo é o mais preservado da região de Lamim e sugere-se que ele seja o protólito das metaultramáficas como serpentinitos e esteatitos. Como originalmente a rocha possuía olivina e, provavelmente, clinopiroxênio, o ultramafito original se classifica como lherzolito, conforme já discutido por JordtEvangelista & Silva (2005). Antofilita-tremolita-clorita granofels ± serpentina O antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A) é composto essencialmente por clinoanfibólio tremolita (40% em volume), ortoanfibólio antofilita (15%) e clorita (20%). Serpentina (10%), talco (10%) e opaco (5%) perfazem o restante. Os anfibólios apresentam-se em grãos finos, incolores e com textura decussada. A clorita ocorre disseminada e em veios, apresenta-se incolor a fracamente esverdeada. O opaco que foi identificado como magnetita (5%), ocorre em grãos xenoblásticos e disseminados na lâmina. O antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B) é constituído por clorita (40%), tremolita (15%), serpentina (15%) e antofilita (15%). Os anfibólios (Figura 3.9 D) apresentam-se em grãos finos, incolores e com textura decussada. A serpentina é incolor e possui cor de interferência baixa. A clorita aparece incolor a fracamente esverdeada, em palhetas finas com cor de polarização baixa. 25 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... O restante da rocha é constituído por talco e magnetita. Tremolitito O tremolitito (GB-LA-37, GB-LA-47) é composto por tremolita (90 a 95%) e clorita (9 a 4%), com a presença de finos opacos (1%). A tremolita é incolor, apresenta granulação fina e textura decussada. Tabela 3.2- Composição modal dos litotipos de Lamim (% volumétrica). Ol olivina, Ant antofilita, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. Amostra Litotipo Ol Ant Tr Srp Chl Tlc Cb Op GB-LA-24 Metaperidotito 15 15 25 15 27 1 1 1 GB-LA-25 Metaperidotito 10 15 18 34 20 1 1 1 GB-LA-32 Metaperidotito 10 15 20 30 20 1 3 1 GB-LA-33 Metaperidotito 15 20 48 5 8 1 2 1 HJ-LAM1 Metaperidotito 15 25 30 5 15 4 5 1 HJ-LAM2 Metaperidotito 20 15 25 5 20 6 8 1 HJ-SO Metaperidotito 25 15 15 15 20 4 4 2 - 15 40 10 20 10 - 5 - 15 15 15 40 10 - 5 GB-LA-39A GB-LA-49A Antofilita- cloritatremolita granofels Antofilita-serpentinatremolita-clorita granofels GB-LA-37 Tremolitito - - 90 - 9 - - 1 GB-LA-47 Tremolitito - - 95 - 4 - - 1 GB-LA-38A Clorita xisto - - - - 94 - - 6 GB-LA-39B Clorita xisto - - - - 90 - - 10 GB-LA-38B Serpentinito - - - 80 - 19 - 1 GB-LA-48 Serpentinito - - - 75 - 24 - 1 GB-LA-44 Esteatito - - - 13 7 75 4 1 GB-LA-49B Esteatito - - - 5 7 82 3 3 ME-14 Esteatito - - - 15 4 75 5 1 Clorita, que também é incolor, ocorre em palhetas finas, com cor de polarização baixa. A 26 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. composição mineralógica não muda muito nas diferentes amostras, variando apenas as proporções de seus constituintes. Clorita Xisto O clorita xisto (GB-LA-38A, GB-LA-49A) possui granulação fina a média com textura lepidoblástica e é composto principalmente por clorita (90 a 94%). A clorita é incolor com aspecto feltroso e cor de polarização cinza. Os minerais opacos são ilmenita e magnetita. A última ocorre em grãos idioblásticos a subidioblásticos, apresentando seções quadradas e triangulares e chama atenção pela quantidade (6 a 10%) e pelo tamanho dos grãos, com até 1,5mm. Figura 3.9- Fotomicrografias dos litotipos de Lamim. A – Metaperidotito GB-LA-33: grãos de olivina (Ol) inclusos de modo poiquilítico em tremolita (Tr), luz polarizada plana. B - Idem, luz polarizada cruzada. C Antofilita-clorita-tremolita granofels (GB-LA-39A): tremolita com sobrecrescimento de antofilita, luz polarizada cruzada. D - Antofilita-serpentina-tremolita-clorita granofels (GB-LA-49B): grãos de antofilita (Ant) e tremolita (Tr), luz polarizada cruzada. Serpentinito 27 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... O serpentinito (GB-LA-38B, GB-LA-48) é composto principalmente por serpentina (75 a 80%), esse litotipo apresenta textura decussada e granulação fina a média. A serpentina é incolor, com cor de polarização cinza de 1a ordem, suas finas palhetas ocorrem sem orientação preferencial. O talco perfaz cerca de 20 a 25% e possui granulação média. Esteatito O esteatito (GB-LA-44, GB-LA-49B, ME-14) aparece associado ao serpentinito e ocorrem transições entre estes dois tipos petrográficos. Este litotipo apresenta textura decussada e granulação fina a média. É composto predominantemente por talco (75 a 82%), em proporções menores ocorrem serpentina (5 a 15%), clorita (4 a 7%), carbonato (3 a 5%), e opacos (1 a 3%). 3.5 QUELUZITO Segundo Braga (2006) as rochas metaultramáficas do município de Queluzito estão rodeadas pelo tonalito Campo Belo, entretanto a relação de contato dessas rochas não foi observada em campo. Os diversos litotipos metaultramáficos se localizam a sudoeste e nordeste da cidade de Queluzito (Figura 3.10) e ocorrem afloramentos, blocos soltos e in situ que se distribuem, no ponto GB-QE-4, por área de cerca de 300m (Figura 3.11). As rochas são maciças, não apresentam foliação, possuem granulação fina a média e coloração em tons de cinza. A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.3. Antofilita-actinolita-clorita granofels O antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A) é composto principalmente por ortoanfibólio e clinoanfibólio identificados por MEV-EDS como antofilita (15%) e actinolita (35%). A antofilita é incolor e os cristais são prismáticos. A actinolita é fracamente esverdeada a incolor, ocorre em cristais prismáticos, aparece intercrescida com antofilita ou com envoltório fibroso desta (Figura 3.12 A e B). Em menores proporções aparecem clorita, serpentina, carbonatos e opacos identificados como magnetita, que juntos, perfazem cerca de 50% em volume da rocha. 28 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. N GB-QE-4 20°43’S Convenções Cartográficas GB-QE-1A Localização amostras Área Urbana Queluzito 20°44’S Estradas pavimentadas Estradas sem pavimentação GB-QE-5 43°55’W Rio da P rata Drenagens Rio Par aop eba 0 0,5 1 km 43°54’W Figura 3.10– Localização dos afloramentos na região de Queluzito. GB-QE-1A: antofilia-actinolita-clorita granofels. GB-QE-4: antofilita-clorita-hornblenda granofels, GB-QE-5: metaperidotito. Antofilita-clorita-hornblenda granofels O antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4) é constituído principalmente por hornblenda (30%), clorita (25%) e antofilita (20%). A hornblenda é fracamente colorida a incolor e foi caracterizada por MEV-EDS (capítulo 4) como magnésio hornblenda. O talco (15%) constitui pseudomorfos provavelmente de olivina e aparecem rodeados por hornblenda (Figura 3.12 C e D). O restante da rocha é formado por carbonatos, serpentina e opacos caracterizados como magnetita. Metaperidotido O metaperidotito (GB-QE-5) é composto principalmente por ortoanfibólio e olivina. A rocha apresenta porfiroblastos de olivina em matriz fina com textura decussada. Olivina (20%) aparece em grãos de até 0,7 mm, apresenta fraturas preenchidas por serpentina, 29 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... também se observa que houve crescimento da antofilita à custa de olivina (Figura 3.12 E e F). O ortonfibólio (57%) encontrado foi identificado por MSE como antofilita. Esta é incolor, ocorre em cristais prismáticos e delgados e com granulação fina. O restante da rocha é formado por talco, clorita, serpentina e opacos. Os minerais opacos formam uma poeira e estão disseminados. Por MSE foram identificados como ilmenita, magnetita, cromita e pentlandita. A B C D Figura 3.11– A – Blocos de antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4). B – Idem. C – Afloramento de antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A). D – Afloramento de metaperidotito (GB-QE-5). 30 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Figura 3.12– Fotomicrografias dos litotipos de Queluzito. A – Actinolita intercrescida com antofilita no antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1A), luz polarizada plana. B – Idem A luz polarizada cruzada. C – Pseudomorfos de olivina substituídos por talco e rodeados por hornblenda no antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4), luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. E – Olivina no metaperidotito (GB-QE-5), luz polarizada plana. F – Idem E, luz polarizada cruzada. Act actinolita, Ant antofilita, Hbl hornblenda, Ol olivina. 31 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Tabela 3.3- Composição modal dos litotipos de Queluzito (% volumétrica) Ol olivina, Ant antofilita, Act actinolita, Hbl hornblenda, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. Amostra GB-QE-1A GB-QE-4 GB-QE-5 Litotipo Antofilita-actinolita-clorita granofels Antofilita-clorita -hornblenda granofels Metaperidotito Ol Ant Act Hbl Srp Chl Tlc Cb Op - 15 35 - 2 45 - 1 2 - 20 - 30 2 25 15 5 3 20 45 - - 2 20 12 - 1 3.6 MARIANA No município de Mariana há inúmeras pedreiras de pedra sabão em explotação, mas somente duas ocorrências foram selecionadas para estudo. São elas o metaperidotito (TG-37) e o antofilitaclotita-carbonato-talco xisto (OPMR-4), a primeira foi escolhida por ser a única até então encontrada que ainda preserva olivina e a segunda foi escolhida para comparação. O metaperidotito ocorre no município de Mariana, acerca de 10 km a sudeste de Padre Viegas, próximo ao reservatório da Usina Hidroelétrica da Fumaça. De acordo com Santos e Mota (2010), nesta região há inúmeros corpos de metaultramáficas do tipo esteatito, no entanto somente no corpo estudado ainda se encontra olivina parcialmente preservada do metamorfismo. O antofilita-cloritacarbonato-talco xisto ocorre em corte na rodovia MG-262 entre Mariana e Ponte Nova, acerca de 7 km da entrada de Padre Viegas. As metaultramáficas estão rodeadas por gnaisse que pertence ao Complexo Mantiqueira. O corpo de antofilita-clorita-carbonato-talco xisto tem aproximadamente 50 metros de largura observa-se alternância de gnaisse bandado saprolitizado, anfibolito e antofilita-clotita-carbonato-talco xisto. O gnaisse pertence ao Complexo Mantiqueira e as litologias metaultramáfica e máfica, ao Supergrupo Rio das Velhas. A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.4. Metaperidotito Este metaperidotito tem granulação média, é composto por olivina (10%), ortoanfibólio (10%) e clinoanfibólio (15%), o restante compõe uma matriz fina formada por talco, clorita, carbonato e opacos. Olivina aparece em cristais subédricos a anédricos, fraturados e parcialmente alterados para 32 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. anfibólios e clorita (Fig. 3.13 A e B). Os anfibólios são incolores, ocorrem em prismas delgados que não possuem orientação preferencial e seu relevo é menor que a da olivina. Orto- e clinoanfibólios são separados pelos diferentes ângulos de extinção. Clorita (20%) é levemente esverdeada, com cores de polarização baixas. Talco (30%) é incolor e apresenta-se em palhetas finas sem orientação preferencial. Carbonato (5%) e opacos (5%) compõe o restante. Os opacos são xenoblásticos a subidioblásticos e inequigranulares. Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto O antofilita-clorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) é inequigranular, observa-se textura porfiroblástica e matriz lepidoblástica. Antofilita (10%) ocorre na forma de porfiroblastos sem orientação preferencial, em uma matriz fina foliada, composta por talco, clorita, carbonatos e opacos. Os cristais de antofilita aparecem na forma de prismas delgados a aciculares, são discordantes da foliação e, portanto pós-cinemáticos (Figura 3.13 C e D). A matriz é composta por finos grãos de clorita, talco carbonato e opacos. Clorita (15%) é incolor, possui cores de polarização baixas, acinzentadas, as palhetas estão orientadas segundo a foliação assim como as palhetas de talco (40%). Os opacos são finos e estão disseminados. 33 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... A B Ol Ol 500 µm 500 µm D C Ant Ant 500 µm 500 µm Figura 3.13– Fotomicrografias dos litotipos de Mariana. A – Metaperidotito (TG-37) com olivina rodeada por anfibólios e clorita, luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Antofilita-clorita-carbonatotalco xisto (OPMR-4) com porfiroblastos pós-cinemáticos de antofilita em matriz fina formada por clorita, talco e carbonato, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. Tabela 3.4- Composição modal dos litotipos de Mariana (% volumétrica). Ol olivina, Oam ortoanfibólio, Ant antofilita, Cam clinoanfibólio, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos. Amostra TG-37 OPMR-4 Litotipo Metaperidotito Antofilita-cloritacarbonato-talco xisto Ol 10 Oam 10 Ant - Cam 15 Srp 5 Chl 20 Tlc 30 Cb 5 Op 5 - - 10 - - 15 40 30 5 3.7 BARRA LONGA O Complexo Acaiaca localiza-se a leste do QF, é constituído por rochas de fácies granulito que se distribuem por parte do município de Barra Longa, Acaiaca e de municípios vizinhos. De acordo com Medeiros Júnior (2009) e Medeiros Júnior e Jordt-Evangelista (2010) o complexo é formado por granulitos ortoderivados félsicos, máficos e ultramáficos e granulitos paraderivados. 34 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Também são encontrados gnaisses de fácies anfibolito, meta-gabros, anfibolitos, meta-diabásios, quartzitos, meta-granitos e pegmatitos. A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.5. Metaharzburgito Esta rocha foi descrita por Medeiros Júnior (2009) como uma rocha ultramáfica de fácies granulito. Este autor a classificou como olivina-piroxênio granofels. Neste trabalho adotou-se a recomendação de Fettes & Desmons (2007) de que para rochas metamórficas ultramáficas pode-se utilizar a mesma terminologia usada para rochas ígneas, que no caso, seria harzburgito para rocha com olivina e ortopiroxênio. O metaharzburgito (PAC) possui textura decussada e granulação grossa. A olivina (30%) pode ter até 1,5 cm, é anédrica a subédrica apresenta 92 a 96% Fo, sendo classificada como forsterita (Medeiros Júnior 2009) (Figura 3.14 A e B). Já o ortopiroxênio (50%) chega até 2,7 cm, é classificado como enstatita, com 52 a 67% En (Medeiros Júnior 2009) (Figura 3.14 C e D). O restante é composto por talco, serpentina, ortoanfibólio, clorita e carbonato. Figura 3.14– Fotomicrografias do metaharzburgito (PAC) de Barra Longa. A – Olivina luz polarizada plana. B – Idem A, luz polarizada cruzada. C - Ortopiroxênio, luz polarizada plana. D – Idem C, luz polarizada cruzada. Ol olivina, px ortopiroxênio. 35 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Tabela 3.5- Composição modal do litotipo de Acaiaca (% volumétrica). Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Oam ortoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos. Amostra Litotipo Ol Opx Oam Srp Tlc Chl Cb Op PAC Metaharzburgito 25 50 4 5 3 3 2 8 3.8 LAGOA DOURADA A sudeste de Lagoa Dourada, Fonseca & Pereira (2008) descrevem um corpo de metaperidotito na suíte Alto Maranhão ocorrência incomum nesta região. Além do metaperidodito, Fonseca & Pereira (2008) citam a presença de uma Unidade Metamáfica, composta por anfibolitos, e uma Unidade Metagranitóide, formada por metagranitóides e metatonalitos. Na região também ocorrem granulitos máficos caracterizados por textura granoblástica e paragênese ortopiroxênioclinopiroxênio-anfibólio-plagioclásio (Gomes et al. 2010). O metaperidotido é uma rocha de coloração esverdeada, homogênea e é fortemente magnética. Aparece in situ, com fraturas (Figura 3.15 A) e ocupa uma área com cerca de 200m2. A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.6. Metaperidotito O metaperidotito (GB-LD-60, GB-LD-62) é composto por olivina (30%), tremolita (10%), serpentina (20 a 25%), clorita (30 a 35%), talco (2%) e opacos (3%). A olivina aparece em grãos anédricos de até 4mm, com fraturas preenchidas por clorita. A tremolita acorre em grãos finos, incolores. A clorita é incolor, com cores de interferência baixas, muitas vezes aparece ao redor da olivina (Figura 3.15 B) apresenta um pequeno teor de cromo o que a diferencia da clorita que aparece nas outras rochas (ver capítulo 4). A serpentina ocorre em palhetas finas e é produto de alteração da olivina. Os opacos foram caracterizados por microssonda eletrônica como cromo-magnetita, esta aparece como poeira de grãos disseminados. 36 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Figura 3.15- Metaultramáficas da região de Lagoa Dourada. A - Afloramento do metaperidotito (GB-LD-62) B - Olivina fraturada rodeada por clorita, luz polarizada cruzada. Chl clorita, Ol olivina. Tabela 3.6- Composição modal dos litotipos de Lagoa Dourada (% volumétrica). Ol olivina, Tr tremolita, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Op opacos. Amostra Litotipo Ol Tr Srp Chl Tlc Op GB-LD-60 Metaperidotito 30 10 25 30 2 3 GB-LD-62 Metaperidotito 30 10 20 35 2 3 3.9 RIO MANSO Em Rio Manso encontram-se rochas metaultramáficas com textura blastospinifex. AndreattaSilva & Carneiro (2009) descrevem que a seqüência metavulcanossedimentar de Rio Manso compreende rochas metaultramáficas com intercalações de metamafitos e rochas metassedimentares psamopelíticas. Na localidade conhecida como Morro da Onça, próximo a Rio Manso, encontram-se texturas reliquiares do tipo spinifex em alguns serpentinitos (Noce et al. 1990, Pinheiro & Nilson 1997, Andreatta & Silva 2008), conforme mostrado na Fig. 3.16 A. Esta rocha, apesar de não possuir minerais magmáticos relícticos, foi estudada para comparação com as demais metaultramáficas porque a textura blastospinifex comprova que o protólito era um komatiito. A composição modal dos litotipos amostrados encontra-se na Tabela 3.7. Metakomatiito O metakomatiito (GB-RM-1, SPF) é composto principalmente por serpentina (15 a 75%), clorita (10 a 25%), talco (3 a 35%) e opacos (1 a 5%), em algumas amostras se encontram 37 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... clinoanfibólios (até 20%). Esse litotipo exibe como relictos de sua cristalização magmática pseudomorfos de serpentina (Figura 3.16 B) sobre possíveis cristais de olivina que possuíam uma microestrutura spinifex. Como os minerais magmáticos primários constituintes da microestrutura spinifex foram pseudomorfizados, a microestrutura nesta rocha é chamada de blastospinifex. O clinoanfibólio apresenta-se incolor, em cristais prismáticos sem orientação preferencial, provavelmente trata-se de tremolita. Serpentina é incolor, possui cor de polarização baixa e ocorre na maior parte substituindo os grãos de provavelmente olivina que apresentavam a microestrutura spinifex. Talco, incolor, aparece sob a forma de finas palhetas. Clorita é incolor, com granulação fina e sem orientação preferencial. Os opacos ocorrem como uma poeira e estão disseminados na lâmina. Figura 3.16- Metaultramáficas da região de Rio Manso. A- Afloramento de metakomatiito (GB-RM-1) com textura spinifex, Morro da Onça próximo a Rio Manso. B – Fotomicrografia do metakomatiito (SPF) mostrando microestrutura blastospinifex, caracterizada por grãos tabulares de mineral magmático substituído por serpentina, luz polarizada cruzada. Srp serpentina. Tabela 3.7- Composição modal dos litotipos de Rio Manso (% volumétrica). Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonatos, Op opacos. Amostra Litotipo Cam Srp Chl Tlc Cb Op SPF Metakomatiito* 20 15 25 35 5 5 GB-RM-1 Metakomatiito* - 77 10 3 5 5 * Textura spinifex preservada 3.10 METAMORFISMO 38 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Ao analisar as relações texturais e paragenéticas encontradas nos litotipos das regiões estudadas verifica-se que essas rochas se dividem em dois grupos: as com olivina e esporadicamente com outros minerais ígneos preservados, classificadas como metaperidotitos, e as mais extensivamente metamorfizadas, como, por exemplo, serpentinitos e esteatitos. Segundo Bucher & Frey (2002), olivinas produzidas por metamorfismo são essencialmente magnesianas, pois o Fe da rocha ígnea original permanece fixo na magnetita metamórfica. Com exceção da olivina de Barra Longa, cujo teor de enstatita é superior 92% e que foi considerada como metamórfica por Medeiros Júnior (2009), as olivinas das demais rochas estudadas não são forsteritas.s., contendo entre 13 e 23% do componente ferroso faialita (ver capítulo 4hg). Portanto, em termos composicionais e também texturais, a olivina das rochas estudadas é magmática relíctica e não gerada por metamorfismo. Nos metaperidotidos, além da presença de minerais ígneos como olivina, piroxênio e e espinélio ocorrem minerais secundários resultantes do metamorfismo associado ao metassomatismo tais como serpentina, clorita, antofilita, talco e carbonatos. As associações minerais dos metaperidotitosforam representadas na forma de reações em diferentes estágios na evolução das rochas (Tabela 3.8). Tabela 3.8- Reações para os litotipos com minerais ígneos preservados. (1) 3 olivina + SiO2 + 4 H2O → 2 serpentina (Best 1982) (2) olivina + enstatita + H2O → serpentina (Coleman 1977) (3) olivina + 2 enstatita + espinélio + 4H2O → Mg-clorita (Evans 1977) (4) ortopiroxênio + quartzo + H2O →antofilita Hemley et al. (1977 in: Evans 1977) As reações (1) e (2)representam processos de serpentinização incipiente, a partir dos cristais de olivina e ortopiroxênio nas rochas originais, com adição de sílica ou perda de magnésio para o sistema e interação de fluido aquoso pobre em CO2 . AMg-clorita provavelmente foi formada por processos de hidratação durante o metamorfismo que causou a alteração da olivina, ortopiroxênio e espinélio, reação (3). Segundo Deer et al. 1996, as cloritas frequentemente são formadas pela alteração hidrotermal de minerais ferromagnesianos. Hemley et al. (1977 in: Evans 1977) sugerem condições mínimas de formação para a estabilidade da associação antofilita + olivina (forsterita) de 0,5 Kbar e 600°C. A antofilita pode ter sido produzida pela reação (4), representando o processo de metassomatismo, no qual o aporte de sílica possivelmente veio das encaixantes silicosas e transportada pelo fluido aquoso. 39 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... De acordo com Roeser et al. (1980), no sul e sudeste do QF o arranjo zonado de corpos metaultramáficos pode indicar um metamorfismo metassomático diferenciado resultando num zoneamento petrográfico local, como por exemplo em Lamim, onde encontra-se serpentinitogradando para esteatito e este, para rochas cloríticas. Estas, por serem as mais aluminosas, representam a porção mais próxima da encaixante gnáissica. O zonamento mostra que o processo gerador foi um metamorfismo metassomático auxiliado por fluidos aquosos, que promoveu um intercâmbio de elementos entre a encaixante gnáissica e a rocha ultramáfica. Este processo que afetou de modo irregular as rochas aqui estudadas, deu-se em condições da fácies xisto verde (para as rochas com serpentina) a anfibolito (para as rochas com antofilita). Tabela 3.9- Reações para os litotipos mais metamorfizados e que não apresentam minerais ígneos. (5) 2 serpentina + 3CO2 → 1 talco + 3 magnesita + 3 H2O (Winkler 1977) (6) serpentina + 1 SiO2 → talco + 1 H2O (Evans 1977) As principais reações de serpentinização são representadas pelas reações (1) e (2). Já o processo de talcificação é representado pelas reações (5) e (6), que está vinculada à adição de SiO2 e variação de CO2em fluidos aquosos que percolam rochas ultramáficas (Evans 1977 e Winkler 1977). No capítulo 6 apresenta-se um estudo de balanço de massa envolvido no processo metamórfico-metassomático. 40 CAPÍTULO 4 QUÍMICA MINERAL 4.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentados os dados de química mineral, obtidos por meio de microssonda eletrônica (MSE) e por espectrometria de energia dispersiva de raios X (EDS) acoplado a microscópio eletrônico de varredura (MEV). As análises foram realizadas nos minerais presentes nas rochas metaultramáficas com olivina, piroxênio, espinélio, anfibólio, clorita e opacos, a fim de obter as fórmulas estruturais e a sua classificação mineralógica, para isto utilizou-se o software Minpet 2.02 (Richard 1995). Devido às limitações dos métodos de análise, todo Fe foi apresentado como Fe2+, ou seja, FeO. Os anfibólios tiveram o teor de Fe3+ calculado de acordo com Leake et al. (1997). As análises de química mineral realizadas por MSE e MEV-EDS, assim como as fórmulas estruturais calculadas, encontram-se nas tabelas apresentadas no anexo V. 4.2 OLIVINA Para o estudo de química mineral de olivina, foram analisados 31 pontos por MSE e 43 por MEV-EDS nas rochas de Amarantina, Lamim, Lagoa Dourada e Queluzito. O cálculo dos cátions que compõem a fórmula estrutural foi realizado com base em 4 oxigênios. Na figura 4.1 observa-se a classificação da olivina nos diferentes litotipos, nota-se que a olivina é classificada em todos os litotipos como crisólita, apresentando pouca variação composicional. Na tabela 4.1 observa-se a fórmula estrutural da olivina para cada rocha e a porcentagem de forsterita. Tabela 4.1- Fórmula estrutural média e porcentagem de forsterita por MSE e MEV-EDS. Litotipo Metaperidotido (GB-AM-1) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) Metaperidotido (GB-AM-6) Metaperidotito (GB-LA-33) Metaperidotito (GB-LD-20) Metaperidotito (GB-QE-5) Fórmula Estrutural Média (MSE) Fo % (MSE) Fórmula Estrutural Média (MEV-EDS) Fo % (MEVEDS) (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 80 (Mg 1,5 Fe 0,5) Si0,99 O4 77 (Mg 1,7 Fe 0,3) Si0,99 O4 85 (Mg 1,61 Fe 0,37) Si1,01 O4 82 (Mg 1,7 Fe 0,3) Si0,99 O4 87 (Mg 1,7 Fe 0,3) Si1,0 O4 84 (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 78 (Mg 1,5 Fe 0,5) Si1,0 O4 77 (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 81 - - (Mg 1,6 Fe 0,4) Si0,99 O4 81 - - Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,5 0,6 0,5 0,1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Crisólita 0,2 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Fe2+/(Fe2+ +Mg) Fe2+/(Fe 2+ +Mg) MEV-EDS MSE Metaperidotito (GB-LA-33) 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,5 0,6 0,5 0,2 0,1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Fe2+/(Fe 2+ +Mg) Fe 2+/(Fe 2+ +Mg) MEV-EDS MSE Metaperidotito (GB-QE-5) 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 0,5 0,6 0,5 0,2 0,1 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Hortonolita 0,3 Hialosiderita 0,4 Crisólita Hortonolita 0,1 Crisólita 0,2 Forsterita 0,3 Hialosiderita 0,4 0,7 Ferro- hortonolita Faialita Mg/(Mg+Fe2+) 1,0 Ferro- hortonolita Faialita Mg/(Mg+Fe2+) Metaperidotito (GB-LD-60) MEV-EDS Forsterita MSE Hortonolita 0,3 Hialosiderita 0,4 Crisólita Hortonolita Hialosiderita 0,1 Crisólita 0,2 Forsterita 0,3 0,7 Ferro- hortonolita Faialita Mg/(Mg+Fe2+) 1,0 Ferro- hortonolita Faialita Mg/(Mg+Fe2+) Metaperidotito (GB-AM-6) 1,0 0,4 MEV-EDS Forsterita MSE Hortonolita 0,3 Hialosiderita 0,4 Forsterita Hortonolita 0,1 Crisólita 0,2 Forsterita 0,3 Hialosiderita 0,4 0,7 Ferro- hortonolita Faialita Mg/(Mg+Fe2+) 1,0 Ferro- hortonolita Faialita Mg/(Mg+Fe 2+) Metaperidotito (GB-AM-1) 0,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Fe2+/(Fe2+ +Mg) Fe2+/(Fe2+ +Mg) MSE MSE Figura 4.1- Classificação da olivina a partir dos dados obtidos em MSE e MEV-EDS. 42 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. 4.3 PIROXÊNIO No espinélio metaperidotito (GB-AM-3) foi encontrado ortopiroxênio. No estudo da composição química deste mineral foram realizadas 4 análises por MSE e 7 por MEV-EDS. No cálculo dos cátions que compõe a fórmula estrutural utilizaram-se 6 oxigênios. Na figura 4.2 observase que as análises caem no campo da enstatita (En 79 a 89%). Wo Fórmula Estrutural média e En (%) En Enstatita Ferrossilita MSE MSE Ca0,33(Mg1,71 Fe0,29)Si1,97O6 e 85% MEV-EDS (Mg1,6 Fe0,36)Si2,01O6 e 80% Fs MEV-EDS Figura 4.2- Classificação do piroxênio do espinélio metaperidotito, fórmula estrutural média e porcentagem de enstatita por MSE e MEV-EDS. 4.4 ESPINÉLIO O espinélio é um mineral relativamente raro que foi encontrado no espinélio metaperidotito na região de Amarantina. Para o estudo da composição química deste mineral utilizaram-se 5 análises por MSE e 8 por MEV-EDS. O cálculo dos cátions que compõe a fórmula estrutural foi baseado em 32 oxigênios. A sua fórmula estrutural média é (Mg0,65 Fe0,35) Cr0,1Al1,9O4 por MSE e (Mg0,6Fe0,4)Cr0,1Al1,9O4 por MEV-EDS, o que corresponde a uma composição intermediária entre espinélio s.s. e hercinita, sendo, portanto classificado como pleonasto (Figura 4.3). 4.5 ANFIBÓLIOS Anfibólios são minerais comuns nas rochas estudadas e estão presentes na maioria delas. Foram identificados quatro tipos de anfibólios, um ortoanfibólio magnesiano, classificado como antofilita, e três clinoanfibólios cálcicos, classificados como tremolita, actinolita e magnésio 43 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... hornblenda. No total foram analisados 31 pontos por MSE e 58 pontos por MEV-EDS. Para os anfibólios cálcicos, os cátions foram obtidos a partir da média aritmética entre a normalização de 15 cátions que exclui Na, K e a de 13 cátions que exclui Ca, Na, e K. Os cátions dos anfibólios nãocálcicos foram calculados com base em 23 oxigênios, considerando ferro total como Fe2+. Magnetita Fe3O4 nífe ra a al um Pic inosa otit a ti ta o o-m agn etit rric o fé nífe r Tita n tita sto ona Ple MSE sto na Pleo Cromita de Mg e Al MEV-EDS a ífer om era a cr níf etit tita agn ita o-m Crom Espinélio MgAl2O4 Hercinita FeAl2O4 Pic otit a n Tita Magnésio-ferrita Mg2TiO4 Cro mit a de Al Cromita FeCr2O4 Magnésio-cromita MgCr2O4 Figura 4.3- Classificação do espinélio de acordo com o gráfico de Deer et al. (1992). A fórmula estrutural foi calculada de acordo com Leake et al. (1997). Na figura 4.4 observa-se a classificação dos ortoanfibólios e na figura 4.5 a classificação dos clinoanfibólios. 44 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Metaperidotito (GB-LA-33) 0 Magnésio-antofilita Magnésio-gedrita Antofilita Gedrita Ferro-gedrita Ferro-antofilita 8 MSE Metaperidotito (GB-QE-5) 7 TSi 1 Magnésio-antofilita Magnésio-gedrita Antofilita Gedrita Ferro-gedrita Ferro-antofilita Mg/(Mg+Fe 2+) Mg/(Mg+Fe 2+) 1 0 8 6 7 TSi 6 MSE MEV-EDS Antolifita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4) Mg/(Mg+Fe 2+) 1 0 8 MEV-EDS Magnésio-antofilita Magnésio-gedrita Antofilita Gedrita Ferro-gedrita Ferro-antofilita 7 TSi 6 Figura 4.4- Classificação dos ortoanfibólios nos diagramas de Leake et al. (1997). 4.6 CLORITA A clorita foi encontrada em todas as rochas analisadas. Para calcular a fórmula estrutural desses minerais foram analisados 23 pontos de MSE e 36 pontos de MEV-EDS, o cálculo dos cátions foi realizado com base em 28 oxigênios. Na tabela 4.2 tem-se a fórmula estrutural para a clorita. Nos litotipos de Amarantina, Lamim e Lagoa Dourada as cloritas possuem um teor de magnésio mais elevado, entre 8,5 a 9,4 átomos por fórmula unitária (apfu), do que as de Queluzito, com 6,6 a 8,8 apfu. A clorita do metaperidotito (GB-LD-60) de Lagoa Dourada apresenta uma pequena quantidade de cromo. Apesar de pequenas diferenças composicionais todas as cloritas analisadas pertencem à solução sólida penninita-grochauita. 45 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Metaperidotito (GB-AM-1) Metaperidotito (GB-AM-3) 1 1 Tremolita Tremolita Tschermakita Mg/(Mg+Fe 2+) Mg/(Mg+Fe 2+) Magnésio-hornblenda Actinolita Ferroactinolita 0 8,0 7,5 6,5 7,0 6,0 Tschermakita Ferro-hornblenda Ferro-tschermakita Ferroactinolita Ferro-tschermakita Ferro-hornblenda Magnésio-hornblenda Actinolita 0 8,0 5,5 7,5 MSE MSE MEV-EDS Metaperidotito (GB-LA-33) Metaperidotito (GB-AM-6) 1 1 Tremolita Tremolita Tschermakita Mg/(Mg+Fe 2+) Mg/(Mg+Fe 2+) Magnésio-hornblenda Actinolita Ferroactinolita 0 8,0 7,5 6,5 7,0 6,0 Tschermakita Ferro-hornblenda Ferro-tschermakita Actinolita Ferroactinolita Ferro-tschermakita Ferro-hornblenda Magnésio-hornblenda 0 8,0 5,5 7,5 MSE Metaperidotito (GB-LD-60) MEV-EDS Antofilita-clorita-hornblenda granofels (GB-QE-4) 1 1 Tremolita Tremolita Magnésio-hornblenda Tschermakita Mg/(Mg+Fe 2+) Mg/(Mg+Fe 2+) 5,5 TSi MEV-EDS Actinolita Ferroactinolita 0 8,0 6,0 6,5 7,0 TSi MSE 5,5 TSi MEV-EDS MSE 6,0 6,5 7,0 TSi 7,5 Ferro-tschermakita Ferro-hornblenda 6,5 7,0 Actinolita 6,0 Ferroactinolita 0 8,0 5,5 TSi MEV-EDS Tschermakita Magnésio-hornblenda 7,5 Ferro-tschermakita Ferro-hornblenda 6,5 7,0 TSi Figura 4.5- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997). 46 6,0 5,5 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Antofilita-actinolita-clorita granofels (GB-QE-1B) 1 Mg/(Mg+Fe 2+) Tremolita Actinolita Magnésio-hornblenda Ferroactinolita 0 8,0 7,5 Tschermakita Ferro-tschermakita Ferro-hornblenda 6,5 7,0 6,0 5,5 TSi MEV-EDS Figura 4.5 cont.- Classificação dos clinoanfibólios cálcicos nos diagramas de Leake et al. (1997). Tabela 4.2- Fórmula estrutural média para as cloritas. Fórmula Estrutural Média (MSE) Fórmula Estrutural Média (MEV-EDS) (Mg9,3Fe1,0Al1,6) (Si6,4 Al1,6)O28 (Mg8,7 Fe1,0Al1,5) (Si6,0 Al2,0)O28 (Mg8,6 Fe0,8 Al2,1) (Si5,7 Al2,3)O28 Mg8,5 Fe0,9 Al2,0) (Si5,7 Al2,3)O28 (Mg9,1Fe0,6Al1,9) (Si6,0 Al2,0)O28 (Mg9,2 Fe0,7 Al1,9) (Si6,3 Al1,7)O28 (Mg9,1 Fe1,1 Al1,6) (Si6,3 Al1,7)O28 (Mg9,3 Fe1,0 Al1,6) (Si6,5 Al1,5)O28 (Mg8,9 Fe1,0 Al2,0) (Si6,3 Al1,7)O28 - (Mg9,0Fe0,8Al1,8Cr0,1)(Si6,0Al2,0)O28 - (Mg8,7 Fe1,0 Al2,0) (Si6,0 Al2,0)O28 - - (Mg6,6 Fe2,7 Al2,2) (Si6,3 Al1,7)O28 Rocha Metaperidotito (GB-AM-1) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) Metaperidotito (GB-AM-6) Metaperidotito (GB-LA-33) Clorita xisto (GB-LA-39B) Metaperidotito (GB-LD-60) Metaperidotio (GB-QE-5) Antofilita-cloritahornblenda granofels (GB-QE-4) 4.7 MINERAIS OPACOS Nas análises identificaram-se minerais opacos como óxidos, sulfetos e raros antimonietos e arsenietos. Nos litotipos de Queluzito encontram-se ilmenita, magnetita, cromita e pentlandita. Já no metaperidotito (GB-LD-60) de Lagoa Dourada foi identificada cromo-magnetita. Nas rochas 47 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... pertencentes à região de Lamim os opacos presentes são magnetita, ilmenita e pentlandita, sendo que a magnetita possui até 3,3% em peso de Cr2O3. Na região de Amarantina, os minerais opacos identificados foram ilmenita, magnetita, Crmagnetita, pirita, pentlandita, breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs). A arita é um raro mineral no QF, e representa o membro de composição intermediária da solução sólida niquelina (NiAs) - breithauptita (NiSb), estudada experimentalmente por Hewitt (1948). A composição química média de % em peso encontrada para a pentlandita foi de 36% de Fe, 28% de Ni e 37% de S, para a breithauptita foi de 34% de Ni e 66% de Sb e para a arita de Ni (4237%), de As (39-32%) e de Sb (25-16%). Na figura 4.6 observa-se que a breithauptita ocorre intercrescida com arita e pentlandita. Este intercrescimento da breithauptita com arita e pentlandita reflete processos substitucionais, onde a pentlandita cede Ni, provavelmente decorrentes de variações na concentração de elementos como As, S e Sb introduzidos na rocha em processos tardios. (Ramdhor 1969). Figura 4.6- Imagem de elétrons retroespalhados obtidas por MEV. 1)- Pentlandita intercrescida com arita. 2)Pentlandita intercrescida com breithauptita. 3)- Arita. 4)- Breithauptita no centro e arita nas bordas. Ar arita, Br breithauptita e Ptl pentlandita. 48 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. A breithauptita pode ser encontrada em depósitos minerais formados em altas pressões e temperaturas, como em peridotitos, em pegmatitos niquelíferos com pirrotita e disseminada em veios de galena-esfalerita, porém sua ocorrência é mais comum em veios hidrotermais com Co-Ni-Ag (Ramdhor 1969). Embora minerais de Ni-As-Sb sejam relativamente raros na natureza, eles não são incomuns em variadas mineralizações relacionadas a remobilizados hidrotermais, onde estes ocorrem associados com minerais de ouro (Cook 1996). Entretanto, a presença de Au, Co e Ag não foi verificada nas rochas deste trabalho. 49 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 50 CAPÍTULO 5 LITOGEOQUÍMICA 5.1 INTRODUÇÃO Foram escolhidas para análise de elementos maiores, menores e traços 22 amostras dos diversos corpos estudados cujos resultados são apresentados na tabela 5.1 e no anexo VI e VII. A composição mineralógica destas amostras encontra-se na tabela 5.4 e no anexo II. Como as rochas apresentam elevados teores de MgO e altos Amostra teores de Cr e Ni, elas possuem características químicas Lagoa Dourada Amarantina Amostra GB-LD-62 Metaperidotito Metaperidotito GB-AM-1 típicas de rochas ígneas ultramáficas, incluindo as komatiiticas. Por isso, para fins de comparação, GB-LD-60 Metaperidotito Tremolita-serpentina granofels GB-AM-2 também foram utilizados neste trabalho os dados litogeoquímicos (Tabela 5.3) com de rochas ultramáficas Metaharzburgito espinélio GB-AM-3 Lamim Metaperidotito GB-AM-6 de Naldrett & Turner (1977), Gorbunov (1968), Hall (1932), Bowes et al (1973) (todos in Naldrett & Olivina-antofilita-tremolita granofels GB-LA-32 Queluzito Cabri,Olivina-antofilita-tremolita 1976), White (1966) (in Mysen, 1976), Viljoen & Viljoen (1969) e Sun & NesbittGB-QE-1A (1978) GB-LA-33 granofels Antofilita-tremolita granofels GB-LA39A Antofilita-tremolita granofels Antofilita-tremolita granofels GB-QE-4 (ambos in Arndt et al., 2008) e Medeiros Júnior (2009). GB-LA-44 Esteatito Metaharzburgito GB-QE-5 GB-LA-49A Antofilita-tremolita granofels Rio Manso A figura 5.1 apresenta as amostras analisadas com sua respectiva simbologia gráfica utilizada GB- LA-49B Metakomatiito Esteatito GB-RM-1 nos diagramas geoquímicos. Na granofels figura 5.2 HJ-LAM1 tem-se a simbologia gráfica utilizada nos diagramas Olivina-antofilita-tremolita Metakomatiito SPFe a HJ-LAM2 Olivina-antofilita-tremolita granofels Mariana fonte de análises de rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação. Olivina-antofilita-tremolita granofels HJ-SO Antofilita esteatito OPMR-4 ME-14 Esteatito Lagoa Dourada Metaperidotito Metaperidotito Lamim Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Antofilita-serpentinatremolita-clorita granofels Antofilita-clorita-tremolita granofels Esteatito Esteatito Esteatito Amostra GB-LD-62 GB-LD-60 Amostra GB-LA-32 GB-LA-33 HJ-LAM-1 HJ-LAM-2 HJ-SO GB-LA-49A GB-LA39A GB-LA-44 GB-LA-49B ME-14 Amarantina Metaperidotito Tremolita-clorita-serpentina granofels Espinélio metaperidotito Metaperidotito Queluzito Antofilita-actinolita-clorita granofels Antofilita-clorita-hornblenda granofels Metaperidotito Rio Manso Metakomatiito Metakomatiito Amostra GB-AM-1 GB-AM-2 GB-AM-3 GB-AM-6 Amostra GB-QE-1A GB-QE-4 GB-QE-5 Amostra GB-RM-1 SPF Amostra Mariana Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto OPMR-4 Figura 5.1- Simbologia, litotipo e amostra utilizada nos diagramas para caracterização química. Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Litotipo Komatiito peridotítico Amostra Kom-2 Localização Yakabindie Fonte Naldrett & Tuner (1977) in Naldrett & Cabri (1976) Austrália Peridotito Peri-15 Pechenga Gorbunov (1968) in Naldrett & Cabri (1976) Rússia Harzburgito Harz-29 Bushveld Hall (1932) in Naldrett & Cabri (1976) África do Sul Harzburgito Harz-39 Stillwater Bowes et al (1973) in Naldrett & Cabri (1976) Estados Unidos Espinélio lherzolito Spin-Lher Metaharzburgito PAC Komatiito Barb Havaí Acaiaca Brasil Barberton White (1966) in Mysen (1976) Medeiros Júnior (2009) Viljoen & Viljoen (1969) in Arndt et al (2008) África do Sul Komatiito Abi Abitibi Sun & Nesbitt (1978) in Arndt et al (2008) Canadá Figura 5.2- Simbologia, litotipo, amostra, localização e fonte das análises de rochas ultramáficas selecionadas da literatura utilizadas nos diagramas de comparação. 5.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS As rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho possuem caráter variando de ultrabásico a básico, exibindo valores de SiO2 situados entre 37 a 53 (% em peso) (Tabela 5.1). Os teores de MgO estão entre 21 a 36 (% em peso). A perda ao fogo varia de 3 a 16 (% em peso), os maiores valores se referem à litotipos com grande quantidade de minerais hidratados ou carbonatos, como ocorre no metakomatiito (GB-RM-1) rico em serpentina, e no antofilita esteatito (OPMR-4) rico em carbonato. Altos teores de CaO são observados no metaperidotito (GB-AM-1) (10,84 %) e no antofilitatremolita granofels (GB-LA-39A) (9,31%) devido a grande quantidade de tremolita, e no antofilitaclorita-carbonato-talco xisto (OPMR-4) (7,9 %) devido à quantidade de carbonato, possivelmente dolomita. Rochas ígneas ultramáficas caracterizam-se por altos valores de Cr e Ni, condizendo com os valores encontrados para Cr (1500 a 3800 ppm) e Ni (800 a 2000 ppm), com exceção do antofilitaactinolita-clorita granofels (GB-QE-1A) que possui teor de Cr igual a 594 ppm. Uma característica importante observada nas análises é a presença de As e Sb apenas no metaperidotito (GB-AM-6) e no espinélio metaperidotito (GB-AM-3), isso ocorre devido aos raros minerais breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs) presentes nestas rochas. 52 Tabela 5.1- Composição química (% peso) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas. Elemento SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 PPC Total GB-AM-1 45,19 0,23 3,97 8,11 0,18 26,78 10,84 0,24 0,10 0,02 3,26 98,92 GB-AM-2 40,50 0,30 6,15 12,74 0,14 25,38 3,68 0,41 0,05 0,04 7,93 97,32 GB-AM-3 47,55 0,14 4,74 7,14 0,13 28,46 6,72 0,40 0,06 0,02 3,59 98,95 GB-AM-6 45,73 0,13 4,30 8,13 0,14 33,13 3,29 0,07 0,03 0,02 4,20 99,17 GB-LA-32 44,56 0,25 3,88 11,35 0,16 29,80 2,06 0,20 0,05 0,14 6,08 98,53 GB-LA-33 45,17 0,32 4,18 11,22 0,18 29,18 2,48 0,24 0,06 0,08 5,24 98,35 GB-LA-39A 50,66 0,08 3,79 5,56 0,21 25,57 9,31 0,17 0,03 0,01 4,27 99,66 GB-LA-44 42,69 0,20 4,58 8,76 0,08 31,72 0,50 0,04 0,01 0,02 9,92 98,52 GB-LA-49A 42,67 0,21 10,18 7,08 0,13 25,76 5,17 0,10 0,02 0,01 8,08 99,41 GB-LA-49B 52,21 0,09 3,26 5,95 0,03 30,55 0,19 0,04 0,01 0,02 6,42 98,77 ME-14 45,30 0,07 2,78 7,41 0,09 33,48 0,30 0,03 0,01 0,02 9,64 99,13 HJ-SO 43,00 0,22 4,19 12,62 0,17 31,98 1,21 0,09 0,03 0,09 4,10 97,70 HJ-LAM1 44,69 0,25 4,11 11,06 0,16 29,52 2,08 0,15 0,06 0,11 5,88 98,07 HJ-LAM2 41,32 0,38 4,79 11,21 0,17 28,71 2,64 0,07 0,03 0,08 8,84 98,24 GB-QE-1A 45,47 0,44 7,66 12,25 0,18 21,68 5,01 0,42 0,11 0,08 4,76 98,06 GB-QE-4 40,05 0,26 6,10 10,85 0,16 27,75 3,93 0,33 0,11 0,11 8,36 98,01 GB-QE-5 43,31 0,22 5,04 9,93 0,18 28,48 4,06 0,13 0,02 0,03 6,52 97,92 SPF 45,02 0,23 5,86 8,64 0,14 26,27 5,77 0,29 0,06 0,02 6,50 98,80 GB-RM-1 39,74 0,11 3,23 7,44 0,14 35,86 0,56 0,03 0,01 0,02 11,97 99,11 GB-LD-60 40,91 0,32 5,14 11,79 0,17 29,65 3,52 0,07 0,02 0,06 5,56 97,21 GB-LD-62 41,19 0,41 4,80 12,49 0,17 29,95 3,60 0,07 0,03 0,08 5,04 97,83 OPMR-4 37,56 0,12 4,87 6,64 0,17 25,61 7,90 0,04 0,01 0,02 16,37 99,31 Amostra 53 FeOt*= Todo o Fe calculado como FeO. Tabela 5.2- Resultado das análises químicas para elementos menores (ppm) de amostras selecionadas dos corpos estudados de rochas metaultramáficas. Elemento Amostra GB-AM-1 As Ba Be Co Cr Cu Ni Pb Sb Sr Th V Y Zn Zr - 14,3 - 83,6 1771 75,8 1354 16,8 - 64,3 - 89,7 43,1 64,1 5,6 54 GB-AM-2 - 6 0,6 108,8 3514 71,3 843 79 - 4,4 - 111,6 49,1 162,1 3,9 GB-AM-3 581 6,3 - 63 1871 7,2 1183 12,1 584 20,2 - 80,1 4,8 37,5 2,4 GB-AM-6 358 7,0 - 83,7 2229 2,3 1572 10,2 414,3 16,3 - 80,3 3,4 58,2 - GB-LA-32 - 18,9 - 116,9 1877 53,1 1726 21,8 - 57,6 3,4 53,2 5,4 99,7 12,4 GB-LA-33 - 23,8 - 121,6 1896 74,1 2082 19,1 - 82,9 3,1 57,8 5,1 109,80 14,1 GB-LA-39A - 3,4 0,3 69 2261 2,5 1076 11,7 - 14,2 - 43,9 10,1 51,5 - GB-LA-44 - 3,7 - 70,8 1660 2,3 983 - - 4,7 - 73,6 6,5 58,9 - GB-LA-49A - 55 - 90,8 2779 23,7 1846 10,2 - 7,9 - 93,8 1,6 121,2 - GB-LA-49B - 10 - 72,3 2006 35,8 1639 - - 1,1 - 60,7 8,5 47,7 - ME-14 - 18,7 - 86,1 2211 23,2 1925 18,5 - 2,9 - 46,5 1,2 57,5 - HJ-SO - 35,9 - 132,3 1212 23,2 1497 29,7 - 42,6 3,1 41,2 4,3 121,8 17,6 HJ-LAM1 - 37,5 - 119,9 1861 57,7 1689 19,7 - 49,4 2,9 51,2 5,3 97,9 14 HJ-LAM2 - 26 - 115,9 1868 52,9 1659 19,1 - 81,9 3,4 65,1 5,1 111,2 12,5 GB-QE-1A - 673 - 98 594 43,6 1088 15,7 - 39,8 - 111,2 9,8 120,5 27,2 GB-QE-4 - 35,5 - 105,4 1498 84,2 1435 15,8 - 88,1 - 68,2 7,5 92,2 26,1 GB-QE-5 - 11,6 - 110,1 3539 24,1 1220 12,9 - 28,8 2,3 90,4 5,9 60,4 7,1 SPF - 8,2 - 76,5 3355 5 1058 10,5 - 14,2 - 131,6 5,7 65,6 8,3 GB-RM-1 - 2,8 - 94,4 1973 3,7 2022 12,5 - 3,6 - 55,6 2,3 49,7 - GB-LD-60 - 28,6 - 109,3 3714 48,2 1895 19,2 - 31,2 - 93,4 5,2 127,8 2,1 GB-LD-62 - 15,6 - 115,7 3837 20,8 1798 16,4 - 25,4 - 96,9 5,1 122,6 5,3 OPMR-4 - 1,6 - 75,8 2062 88,6 1272 9,9 - 75,2 - 76,1 3,8 48,1 - - : abaixo do limite de quantificação. (ver capítulo 1). Bi, Cd e Mo apresentaram valores menores do que o limite de detecção para todas as rochas analisadas. Tabela 5.3- Composição química (% peso) das rochas ultramáficas da literatura utilizadas para comparação (ver referências na figura 5.2). Litotipo Amostra Komatiito peridotítico Kom-2 Peridotito Peri-15 Harzburgito Harz-29 Local Yakabindie Austrália Pechenga Rússia Bushveld África do Sul SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO NaO K 2O P 2O 5 Cr2O3 NiO Total 44,00 0,27 5,27 10,95 0,22 32,50 5,48 0,01 0,01 0,00 - - 98,71 41,10 1,30 3,59 15,00 0,17 35,30 1,83 0,13 0,17 0,00 - - 98,59 43,80 0,27 1,27 12,56 0,11 36,50 1,43 0,21 0,32 0,00 3,40 0,00 99,87 49,02 0,10 4,41 11,05 0,18 30,50 3,05 0,41 0,02 0,01 0,74 0,00 99,49 43,81 0,20 4,01 8,91 0,12 37,49 3,51 0,38 0,01 0,00 0,40 0,24 99,08 46,50 0,11 1,54 11,10 0,11 37,66 0,10 0,19 0,02 0,03 0,30 0,18 97,82 47,70 0,36 4,15 11,20 0,19 28,50 6,95 0,26 0,05 0,03 0,38 0,20 99,97 45,90 0,35 6,49 10,80 0,19 29,20 6,25 0,22 0,08 0,03 0,38 0,18 100,07 Stillwater Harzburgito Harz-39 Estados 55 Unidos Espinélio lherzolito Spin-Lher Metaharzburgito PAC Komatiito Barb Komatiito Abi Havaí Barra Longa Brasil Barberton África do Sul Abitibi Canadá Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Tabela 5.4- Composição modal dos litotipos analisados. Esp espinélio, Ol olivina, Opx ortopiroxênio, Ant antofilita, Tr tremolita, Hbl hornblenda, Act actinolita, Cam clinoanfibólio, Srp serpentina, Chl clorita, Tlc talco, Cb carbonato, Op opacos. Amostra GB-AM-1 GB-AM-2 GB-AM-3 GB-AM-6 GB-LA-32 GB-LA-33 GB-LA39A GB-LA-44 GB-LA49A GB-LA49B ME-14 HJ-SO HJ-LAM1 HJ-LAM2 GB-QE-1A GB-QE-4 GB-QE-5 SPF GB-RM-1 GB-LD-60 GB-LD-62 OPMR-4 Litotipo Metaperidotito Tremolitacloritaserpentina granofels Espinélio metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Antofilitacloritatremolita granofels Esteatito Antofilitaserpentinatremolitaclorita granofels Esp - Ol 20 Opx - Ant - Tr - Hbl 50 Act - Cam - Srp 15 Chl 10 Tlc 2 Cb - Op 3 - - - - 15 - - - 55 20 5 - 5 7 15 5 - 33 - - - 10 5 20 - 5 - 30 10 15 - 15 20 10 20 48 - - - 40 30 5 10 20 8 9 1 1 3 2 1 1 1 - - - 15 40 - - - 10 20 10 - 5 - - - - - - - - 13 7 75 4 1 - - - 15 15 - - - 15 40 10 - 5 Esteatito - - - - - - - - 5 7 82 3 3 Esteatito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Antofilitaactinolitaclorita granofels Antofilitaclorita – hornblendagranofels Metaperidotito Metakomatiito* Metakomatiito* Metaperidotito Metaperidotito Antofilitacloritacarbonato-talco xisto - 25 15 20 - 15 25 15 15 30 25 - - - 15 15 5 5 4 20 15 20 75 4 4 6 5 4 5 8 1 2 1 1 - - - 15 - - 35 - 2 45 - 1 2 - - - 20 - 30 - - 2 25 15 5 3 - 20 30 30 - 45 - 10 10 - - 20 - 2 15 77 25 20 20 25 10 30 35 12 35 3 2 2 5 5 - 1 5 5 3 3 - - - 10 - - - - - 15 40 30 5 * Textura spinifex preservada O diagrama Al2O3-CaO-MgO (Figura 5.3) apresenta os campos de komatiitos, cumulados 56 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. ultramáficos e peridotitos ultramáficos de Coleman (1977). Verifica-se que grande parte dos litotipos, mesmo os completamente metamorfizados, cai no campo dos cumulados ultramáficos, o que mostra que o processo metamórfico não mascarou a natureza original dos metamorfitos. Verifica-se, ainda, que mesmo a rocha classificada na literatura como komatiito peridotítico (Figura 5.2) e os metakomatiitos deste trabalho com texturas spinifex preservadas da região de Rio Manso não plotaram no campo delimitado para este tipo litológico, o que mostra que komatiitos apresentam certo grau de variabilidade química ou que o campo de Coleman (1977) não é suficientemente representativo para este tipo de rocha. Já no diagrama de Jensen (1976) (Figura 5.4 A) a maioria das amostras classifica-se como peridotitos komatiiticos. Três litotipos, a saber, tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2) presente em Amarantina, antofilita- actinolita granofels (GB-QE-1A) de Queluzito e esteatito (GBLA-44) de Lamim caíram no campo dos basaltos komatiiticos. Trata-se de amostras totalmente metamorfizadas, portanto o processo metamórfico/metassomático pode ter afetado a composição destas rochas, conforme discutido no próximo capítulo. Na figura 5.4 B tanto as amostras mais preservadas quanto as amostras para comparação concentram-se no campo dos peridotitos komatiiticos. No diagrama MgO-CaO-Al2O3 (Figura 5.5) de Viljoen & Viljoen (1969) também se verifica que as rochas desse trabalho possuem características geoquímicas de peridotitos komatiiticos. Segundo Arndt & Nisbet, (1982), peridotitos komatiiticos caracterizam-se quimicamente por teores de MgO acima de 18% em peso e TiO2 abaixo de 0,9%. Segundo estes critérios todas as rochas analisadas são peridotitos komatiiticos (Tabela 5.1), pois o teor de MgO varia entre cerca de 21 e 36% em peso (equivalente a 27 a 40% em base anidra, (ver Tabela 5.5 e Anexo VI) e o TiO2 é inferior a 0,4% (0,5% em base anidra, Anexo VI). Segundo Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982) outro aspecto importante na definição da suíte komatiitica diz respeito à razão CaO/Al2O3 que deve estar situada no intervalo entre 0,8 a 1,0. Nos litotipos estudados as razões de CaO/Al2O3 estão entre 0,06 e 2,73 (Tabela 5.5). Os litotipos que apresentam razões relativamente elevadas são rochas com grande quantidade de tremolita (GB-LA39A, GB-AM-1, GB-AM-3) e carbonato (OPMR-4). No caso dos litotipos com baixas razões de CaO/Al2O3 (0,5 a 0,7), trata-se de amostras com altos teores de clorita, o que é responsável pelo aumento do Al2O3 (amostras GB-LA-49B, GB-QE-1A, GB-QE-4 e GB-LD-60), conforme também ocorre nos komatiitos metamorfizados na fácies xisto verde descritos por Jolly (1982). Já as amostras com concentrações menores de Al2O3 correspondem aos litotipos que apresentam minerais pobres ou que não possuem Al como tremolita, antofilita, serpentina e talco, nesse caso a clorita ocorre em pequenas quantidades ou é ausente. Segundo Arndt et al. (1989) os komatiitos metamorfizados do greenstone belt de Crixás são empobrecidos em Al2O3 pois os cristais de olivina foram parcialmente 57 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... substituídos por tremolita, talco e carbonato e não apresentam clorita. Razões CaO/Al2O3 muito inferiores (0,06 a 0,3) representam os esteatitos (GB-LA-44, GBLA-49B, ME-14), o olivina-antofilita-tremolita granofels (HJ-SO) e o metakomatiito (GB-RM-1) em função da pouquíssima quantidade de CaO presente. Os esteatitos, conforme discutido por Auvray et al. (1982), tipicamente possuem razões menores de CaO/Al2O3 e teores maiores de MgO do que komatiitos dos quais eles podem ser derivados por metamorfismo metassomático. Arndt (1994) menciona que a razão CaO/Al2O3 na definição de komatiito é discutível em função da mobilidade do CaO. Nesbitt et al. (1979) e Beswick (1982) propõem uma classificação para os komatiitos em dois grupos baseados na razão Al2O3/TiO2. O primeiro grupo apresenta valores aproximadamente condríticos com razão Al2O3/TiO2 em torno de 20,4, o que caracteriza a suíte de komatiitos nãodesfalcados em Al. O segundo grupo, classificado como dos komatiitos Al-desfalcados, é caracterizado por apresentar razões próximas da metade dos valores condríticos, o que o ocorre nos komatiitos do oeste da Austrália (Beswick 1982). A Al2O3 B Komatiitos Komatiitos Cumulados Ultramáficos Cumulados Ultramáficos Peridotito Metamórfico Peridotito Metamórfico CaO Al2O3 CaO MgO MgO Figura 5.3- Diagrama triangular (Al2O3-CaO-MgO), os campos estão discriminados segundo Coleman (1977). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas estudadas menos metamorfizadas, que preservam minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO). 58 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. FeOt+TiO2 A Tholeiíto de alto Ferro AT FeOt+TiO2 B Tholeiíto de alto Ferro Basalto komatiitico AT DT DT BC RT AC DC Basalto komatiitico Tholeiíto Basalto de alto Magnésio BC RT AC DC Peridotito komatiitico RC Al2O3 Tholeiíto Basalto de alto Magnésio Peridotito komatiitico RC Al2O3 MgO MgO AT- Andesito Tholeiítico; DT- Dacito Tholeiítico; RT- Riolito Tholeiítico; BC- Basalto Calcioacalino; AC- Andesito Calcioacalino; DC- Dacito Calcioacalino; RC- Dacito Calcioacalino. Figura 5.4- Diagrama discriminante de Jensen (1976) (modificado por Rickwood 1989), para komatiitos, tholeiítos e rochas cálcio-alcalinas. Os diagramas A e B utilizam % em peso de FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO para as rochas desse trabalho e para análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO). MgO A MgO B Peridotito komatiitico Peridotito komatiitico Peridotito komatiitico Basalto komatiitico CaO Basalto komatiitico Tholeiíto Basalto CaO Al2O3 Tholeiíto Basalto Al2O3 Figura 5.5- Diagrama triangular (MgO-CaO-Al2O3) segundo Viljoen & Viljoen (1969). No diagrama A se encontram as rochas desse trabalho sem minerais ígneos preservados. No diagrama B têm-se as análises da literatura e as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos preservados (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO). A maioria das amostras apresenta razão Al2O3/TiO2 próximas ou maiores do que 20,4 correspondendo à suíte de komatiitos não-desfalcados em Al. Razões semelhantes são encontradas para espinélio lherzolito do Havaí, komatiito peridotítico de Yakabindie e komatiito de Abitibi (Tabela 59 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 5.5 e 5.6), enquanto que as amostras harzburgito de Bushveld e peridotito de Pechenga tem razão Al2O3/TiO2 muito abaixo dos valores encontrados para as rochas analisadas neste trabalho. Tabela 5.5- Teor de MgO (% peso em base anidra – Anexo VI ) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para as rochas desse trabalho. Litotipo Localização Amostra Metaperidotito Amarantina GB-AM-1 Tremolita-serpentina granofels Amarantina Espinélio metaperidotito CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2 27,69 2,73 17,49 GB-AM-2 27,63 0,60 20,57 Amarantina GB-AM-3 29,53 1,42 34,88 Metaperidotito Amarantina GB-AM-6 34,89 0,77 33,08 Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-32 31,76 0,53 15,46 Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-33 30,82 0,59 13,27 Antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-39A 26,71 2,46 46,22 Esteatito Lamim GB-LA-44 35,27 0,11 23,37 Antofilita-tremolita granofels Lamim GB-LA-49A 28,05 0,51 49,66 Esteatito Lamim GM-LA-49B 32,67 0,06 36,22 Esteatito Lamim ME-14 37,09 0,11 41,49 Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-SO 33,38 0,29 18,71 Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-LAM1 31,40 0,51 16,25 Olivina-antofilita-tremolita granofels Lamim HJ-LAM2 31,55 0,55 12,67 Antofilita-actinolita-clorita granofels Queluzito GB-QE-1A 22,78 0,65 17,36 Antofilita-clorita–hornblenda-granofels Queluzito GB-QE-4 30,34 0,64 23,11 Metaperidotito Queluzito GB-QE-5 30,51 0,81 22,60 Metakomatiito Rio Manso SPF 28,12 0,98 25,81 Metakomatiito Rio Manso GB-RM-1 40,79 0,17 29,36 Metaperidotito Lagoa Dourada GB-LD-60 31,45 0,68 16,06 Metaperidotito Lagoa Dourada GB-LD-62 31,58 0,75 11,71 Antofilita esteatito Mariana OPMR4 30,67 1,62 39,27 60 MgO Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Tabela 5.6- Teor de MgO (% peso) e valores das razões CaO/Al2O3, Al2O3/TiO2 para rochas da literatura. Litotipo Localização Amostra MgO CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2 Komatiito peridotitico Yakabindie - Austrália kom-2 32,50 1,04 19,52 Peridotito Pechenga – Rússia Peri-15 35,30 0,51 2,76 Harzburgito Bushveld – África do Sul harz-29 36,50 1,13 4,70 Harzburgito Stillwater – Estados Unidos harz-39 30,50 0,69 44,10 Espinélio lherzolito Havaí Spin-Lher 37,49 0,88 20,00 Metaharzburgito Barra Longa- Brasil PAC 37,66 0,06 14,50 Komatiito Barberton - África do Sul Barb 28,50 1,67 11,53 Komatiito Abitibi-Canadá Abi 29,20 0,96 18,54 Na figura 5.6 são apresentados os diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2) de Hallberg (1985). Para evitar superposição de pontos, as amostras foram divididas em dois diagramas. Como os campos delimitados por Hallberg (1985) se superpõem parcialmente e, além disso, há uma dispersão dos pontos, verifica-se que amostras de uma mesma proveniência podem plotar em campos distintos. No geral, porém, as amostras caem principalmente na área que é comum aos campos dos komatiitos, komatiitos cumuláticos e sills acamadados de alto magnésio. 61 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 5000 4000 CK - Komatiito cumulático K - Komatiito LMS - Sills acamadados de alto magnésio HMB - Basalto com alto magnésio T- Tholeiito CK 3000 5000 4000 CK - Komatiito cumulático K - Komatiito LMS - Sills acamadados de alto magnésio HMB - Basalto com alto magnésio T- Tholeiito CK Ni ppm Ni ppm 3000 2000 2000 LMS LMS K K 1000 1000 HMB HMB T 0 0 2000 4000 6000 8000 Cr ppm 10000 12000 2000 12000 4000 6000 8000 Cr ppm 10000 ppm CK 8000 K 6000 8000 K 6000 LMS 4000 4000 2000 2000 HMB 0,0 0,5 T 1,0 HMB 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 0,0 0,5 T 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 TiO2 (% em peso) TiO2 (% em peso) 5000 5000 CK - Komatiito cumulático K - Komatiito LMS - Sills acamadados de alto magnésio HMB - Basalto com alto magnésio T- Tholeiito CK 4000 4000 ppm K 3000 K 3000 LMS LMS 2000 2000 1000 1000 HMB HMB 0 CK - Komatiito cumulático K - Komatiito LMS - Sills acamadados de alto magnésio HMB - Basalto com alto magnésio T- Tholeiito CK Ni ppm 12000 CK - Komatiito cumulático K - Komatiito LMS - Sills acamadados de alto magnésio HMB - Basalto com alto magnésio T- Tholeiito CK LMS Ni 10000 12000 CK - Komatiito cumulático K - Komatiito LMS - Sills acamadados de alto magnésio HMB - Basalto com alto magnésio T- Tholeiito Cr Cr ppm 10000 T T 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 TiO2 (% em peso) 0 T 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 TiO2 (% em peso) Figura 5.6- Diagramas (Ni x Cr), (Cr x TiO2) e (Ni x TiO2), com os campos de Hallberg (1985). Para evitar superposição de pontos as amostras de Amarantina, Rio Manso e Queluzito foram plotadas à esquerda e, à direita, as amostras de Lamin, Lagoa Dourada, harzburgito de Bushveld, harzburgito de Stillwater, espinélio lherzolito, metaharzburgito de Barra Longa, komatiito de Barberton e komatiito de Abitibi. 62 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. 5.3 DIAGRAMAS DE CORRELAÇÃO Nas figuras 5.7 e 5.8 são apresentados diagramas de óxidos selecionados versus MgO. Observa-se que os teores de TiO2, CaO e NaO tendem a ser mais baixos para amostras com teores de MgO mais elevados. No diagrama SiO2 versus MgO a amostra antofilita-tremolita granofels (GB-LA-39A) se diferencia pois apresenta maior quantidade de SiO2 por ser rica em anfibólios, que são minerais com mais de 55% de SiO2. Quando as rochas mais preservadas são comparadas com as da literatura em diagramas de óxidos versus MgO (Figura 5.8), verifica-se que três das rochas de referência (peridotito de Pechenga, harzburgito de Bushveld e espinélio lherzolito do Havaí, (ver referências na Figura 5.2) caem, em muitos digramas, fora da área onde se concentra a maioria das análises. Por outro lado, komatiito de Yakabindie, komatiito de Barberton, e komatiito de Abitibi são quimicamente semelhantes às rochas do presente trabalho, o que corrobora que, provavelmente, estas sejam rochas com afinidade komatiitica. Nos diagramas Ni versus MgO e Cr versus MgO (Figura. 5.9) observa-se que as rochas possuem altos teores de Cr e Ni, conforme se espera de rochas ultramáficas. Nota-se que o comportamento de Ni e Cr é diretamente proporcional ao de MgO, isto é, teores de Ni e Cr são maiores para rochas com teor de MgO mais alto. 63 55 1,0 50 0,8 45 0,6 TiO2 (%) SiO2 (%) Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 40 0,4 35 0,2 30 20 0,0 20 25 30 MgO 15 35 40 25 30 35 40 30 35 40 30 35 40 MgO (%) 20 (%) 10 FeOt (%) Al2O3 (%) 15 10 5 5 0 20 25 30 MgO 35 0 20 40 25 (%) MgO (%) 1,0 15 10 Na2O (%) CaO (%) 0,8 5 0,6 0,4 0,2 0 20 25 30 MgO (%) 35 40 0,0 20 25 MgO (%) Figura 5.7- Diagramas de óxidos versus MgO para as 22 amostras desse trabalho. 64 55 1,0 50 0,8 TiO2 (%) SiO2 (%) Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. 45 40 0,6 0,4 35 0,2 30 20 0,0 20 25 MgO 30 35 40 25 30 MgO (%) 15 35 40 35 40 35 40 (%) 20 10 FeOt (%) Al2O3 (%) 15 10 5 5 0 20 25 MgO 30 35 0 20 40 25 30 MgO (%) (%) 1,0 15 10 Na2O (%) CaO (%) 0,8 0,6 0,4 5 0,2 0 20 25 30 35 40 0,0 20 25 30 MgO (%) MgO (%) Figura 5.8- Diagramas de óxidos versus MgO para análises da literatura (Figura 5.2 e Tabela 5.3) e para as rochas com maior porcentagem de minerais ígneos (GB-AM-1, GB-AM-3, GB-AM-6, GB-QE-5, GB-LA-32, GB-LA-33, HJ-LAM1, HJ-LAM2 e HJ-SO) em base anidra, cuja localização está delimitada pelas linhas tracejadas. 65 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 4000 Cr (ppm) Ni (ppm) 3000 2000 3000 2000 1000 1000 0 20 25 30 35 40 0 20 25 30 35 40 MgO (%) MgO (%) Figura 5.9- Diagramas (Ni x MgO) e (Cr x MgO) para as 22 amostras desse trabalho e algumas das rochas da literatura utilizadas como referência (Figura 5.2 e Tabela 5.3). 5.4 DIAGRAMAS DE RAZÕES DE PROPORÇÕES MOLECULARES Foram gerados diagramas bivariantes de razões de proporções moleculares segundo a proposta de Beswick (1982) para analisar a mobilidade de alguns elementos nas rochas desse estudo. Esses diagramas correlacionam os elementos Si e FM (onde FM= FeOt+MgO) que entram na composição de olivina, que é o mais importante mineral cuja fracionamento pode produzir vários tipos de rochas komatiiticas, normalizados para elementos incompatíveis com olivina como Ti, Al, etc. Entretanto, Rollinson (1993) com base em argumentos estatísticos acredita que os resultados sejam adulterados devido a artifícios matemáticos utilizados no método. Os diagramas procuram mostrar que teria havido mobilidade de algum elemento caso a amostra caia fora do trend linear representado por uma reta com inclinação proporcional a 2:1 em termos de FM:SiO2 (que é a proporção molecular destes óxidos em olivina). Pontos que caem fora desta linha representam rochas com provável modificação química. Nos diagramas SiO2:TiO2 x FM:TiO2 e SiO2:Al2O3 x FM:Al2O3 da figura 5.10 verifica-se que as rochas que se situam acima da reta são harzburgito de Stillwater, metaharzburgito de Barra Longa, espinélio metaperidotito GB-AM-3 e metaperidotito GB-AM-6, ambos de Amarantina, esteatito GBLA49A e antofilita-tremolita granofels GB-LA39A, ambos de Lamin. No caso das duas rochas da literatura, isso mostra que elas não são rochas geradas por fracionamento de olivina. As duas de Amarantina, que preservam olivina primária, também se desviam do padrão de rochas geradas por fracionamento de olivina. Já nas duas rochas de Lamim, totalmente metamorfizadas, pode ter havido enriquecimento de Si (já que Ti e Al são considerados como elementos imóveis na maioria dos 66 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. processos geológicos). 40 600 500 30 SiO2:Al2O3 SiO2:TiO2 400 300 200 20 10 100 0 0 100 200 300 400 500 40 150 200 250 SiO2:CaO SiO2:Na2O 30 300 1200 900 600 300 0 20 FM:Al2O3 FM:TiO2 1500 10 200 150 100 50 300 600 900 FM:Na2O 1200 1500 0 50 100 FM:CaO Figura 5.10- Diagrama de razões de proporções moleculares, onde FM corresponde a (MgO + FeOt). No diagrama SiO2:Na2O x FM:Na2O verifica-se a dispersão de parte das amostras, que se concentram em dois grupos, um que se situa mais próximo da linha padrão 2:1 e o outro, que se dispõe acima da linha e deslocado para razões FM:Na2O mais altas. Este grupo deve refletir um desfalque de Na2O ou um enriquecimento de SiO2 (o que teria levado os pontos a caírem acima da linha). O deslocamento para maiores razões FM:Na2O, por outro lado, pode significar desfalque em Na ou aumento de FM. Portanto, conclui-se que provavelmente estas amostras foram empobrecidas em Na, o que pode explicar o deslocamento dos pontos simultaneamente para cima e para a direita no diagrama. O digrama em que o K entra no lugar do Na (não representado na figura) é semelhante a este, corroborando as conclusões de Beswick (1982) sobre a grande mobilidade destes elementos. No diagrama SiO2:CaO x FM:CaO a maioria dos pontos concentra-se junto à origem. Aquelas 67 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... deslocadas para maiores razões FM:CaO foram empobrecidas em Ca, o que é corroborado pela mineralogia, pois se trata de rochas ricas em talco e serpentina. 5.5 CONSIDERACOES FINAIS Segundo critérios geoquímicos de Arndt & Nisbett (1982), as rochas analisadas são peridotitos komatiiticos, pois possuem teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9. Quanto à razão CaO/Al2O3, os litotipos analisados mostram grande dispersão (0,06 a 2,73), não se concentrando no intervalo entre 0,8 a 1,0 para a suite komatiitica segundo Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbett (1982). As rochas cujas razões são muito baixas ou são ricas em clorita (e, portanto, em Al) ou em talco e, neste caso, foram provavelmente desfalcadas em Ca pelo metamorfismo metassomático. As rochas com valores muito altos são, na sua maioria, aquelas com volume de carbonato e tremolita mais elevado. Quanto à razão Al2O3/TiO2, a maioria das amostras com olivina preservada tem valores próximos ou superiores a 20,4, que caracteriza a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio de Nesbitt (1979) e Beswick (1982). Considerando esta classificação, o harzburgito de Stillwater (Al2O3/TiO2 = 4,70) e o peridotito de Pechenga (=2,76), que apresentam valores muito baixos, não são rochas de afinidade komatiitica e, portanto, são descartadas como quimicamente equivalentes ao protólito das rochas estudadas e não poderiam ser utilizadas como referência no cálculo dos balanços de massa. A esta conclusão se chega também ao analisar os diagramas de óxidos x MgO, nos quais estes dois litotipos apresentam considerável discrepância em relação às rochas investigadas. Além destas duas rochas, também são discrepantes, nos diagramas de óxidos x MgO, o espinélio lherzolito do Havaí e o harzburgito de Bushveld. Embora o komatiito de Barberton mostre uma boa coincidência em termos químicos com as estudadas nos diagramas de óxidos, o valor da razão Al2O3/TiO2 de 11,53 é baixa, pois se trata de um komatiito da suíte Al-desfalcada de Nesbitt (1979) e Beswick (1982). Conclui-se, portanto, que as rochas de referência quimicamente mais semelhantes às estudadas são o komatiito peridotítico de Yakabindie e o komatiito de Abitibi. Estas foram utilizadas para os cálculos de balanço de massa. 68 CAPÍTULO 6 BALANÇO DE MASSA 6.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo, o objetivo é o estudo das variações químicas resultantes do processo metassomático que afetou as rochas metaultramáficas desse trabalho. Para tal estudo utilizou-se o balanço de massa, que quantifica o comportamento dos elementos químicos ou compostos através dos processos geológicos. Os elementos químicos ou compostos podem permanecer imóveis ou serem mobilizados, isto é, retirados ou adicionados ao sistema. O balanço de massa também permite obter informações sobre as variações de massa e/ou volume que ocorreram. Os cálculos de balanço de massa foram baseados no método de Grant (1986), método aprimorado do método de Gresens (1967), que avalia as mudanças na concentração de elementos e no volume das rochas durante o metamorfismo. A utilização do método de Grant (1986) para cálculo de balanço de massa em rochas ultramáficas foi realizado por autores como Augustin et al. (2008), que estudaram harzburgitos, dunitos e gabros do assoalho oceânico na Dorsal Mesoaltântica, Shervais et al. (2005) que estudaram harzburgitos e dunitos serpentinizados da Califórnia e Markl et al. (2001), que trabalharam com espinélio peridotitos do leste da Antártica. O método de Gresens (1967), que serviu de base para o de Grant (1986), permite identificar a quantidade de elementos que foram adicionados ou subtraídos durante o processo de alteração, por meio de equações que se baseiam na composição química e nos pesos específicos das rochas ou minerais envolvidos. Também é possível pelo método determinar, por diagramas de composição volume, quais os elementos que tiveram pouca mobilidade ou permaneceram imóveis. A construção desses diagramas permite estabelecer o fator volume (fv), parâmetro fundamental para estimar a mudança de composição e de volume nas rochas envolvidas no processo metassomático. De acordo com Gresens, quando o fv =1 não há variação de volume, no caso de fv >1 há um acréscimo de volume no processo e quando o fv <1 ocorre a perda de volume. Para efetuar os cálculos devem-se selecionar duas amostras, onde uma será a rocha de referência e a outra, a rocha alterada, a primeira pode estar totalmente preservada ou parcialmente alterada por processos metassomáticos, a segunda amostra deve estar mais alterada que a de referência, pois a finalidade dos cálculos é saber quais elementos a rocha alterada ganhou ou perdeu em relação a rocha de referência. Gresens (1967) utiliza a seguinte equação fundamental para realizar o balanço de massa: Xn = [ fv (ρb/ρa) Cn,B – Cn,A]m Onde: Xn: Mudança de massa no componente n (1) Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... fv: Fator volume ρb, ρa: Densidades das amostras A e B Cn,B: Concentração do componente n em B (rocha de alterada) Cn,A: Concentração do componente n em A (rocha de referência) m: Massa arbitrária (geralmente 100g) Grant (1986) introduziu uma representação gráfica conhecida como diagrama de isóconas, proporcionando assim uma forma mais prática para investigar as modificações de massa e de volume. O método de Gresens (1967) e o da isócona de Grant (1986) vêm sendo utilizados não só para rochas ultramáficas, mas para litotipos variados (e.g. Bionde et al. 2007, Feio et al. 2007, Cerqueira et al. 2005, Barnes et al. 2004, Kretz 2000, Hecht et al. 1999, Demény 1997). No método de Grant (1986) a equação fundamental de Gresens (1967) é reescrita com uma nova nomenclatura: ΔMi= [(MA/MO)CiA – CiO]M (2) Onde: ΔMi: Mudança de massa no componente i M: Massa da amostra O: Valores para a rocha de referência (rocha original) A: Valores para a rocha alterada Ci: Concentração do componente i M: Massa arbitrária (geralmente 100g) Nota-se que se MO=1g, C é g/g ou se MO=100g, C é em % de peso. O método da isócona Para cada componente analisado existe uma equação onde (MO/MA) é constante. Identificando os componentes imóveis para cada ΔCi=0 é possível obter essa razão (MO/MA) resolvendo a equação: CiA= (MO/MA)CiO (3) Graficamente isso é feito plotando os dados CiA em relação CiO. Os componentes imóveis irão gerar uma reta que passa pela origem e cuja inclinação é (MO/MA), que é a razão fundamental das massas equivalentes antes e depois da alteração. Essa reta para qual ΔCi = 0 é a isócona, definida como a linha que une os pontos de mesma concentração geoquímica (Gary et al., 1974 in Grant, 1986). A isócona pode ser construída de modo a constituir uma reta de melhor ajuste através de uma série de 70 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p pontos do gráfico (CiA x CiO) concentração dos elementos da rocha alterada versus concentração dos elementos da rocha de referência. Os elementos que ficam acima da isócona correspondem aos elementos que entraram no sistema, ou seja, a rocha alterada foi enriquecida nesses elementos, já os pontos abaixo da isócona são os elementos que saíram o que significa que e a rocha alterada é mais empobrecida nesses elementos em relação a rocha de referência. As equações abaixo são utilizadas para determinar as perdas e ganhos relativos dos componentes considerando elemento, massa ou volume constante. Se for considerado um elemento constante, como por exemplo, o alumínio, a equação será: (ΔCi/Ci) = (COAl2O3 / CAAl2O3)(CiA/CiO) - 1 (4) Se for considerado massa constante a equação será: (ΔCi/Ci) = (CiA/CiO) - 1 (5) No caso onde o volume é considerado constante a equação é: (ΔCi/Ci) = (ρA/ρO)(CiA/CiO) - 1 (6) Sendo ρA, ρO as densidades das amostras A e O. 6.2 CÁLCULO DE BALANÇO DE MASSA Como o método de Grant (1986) foi aprimorado do método de Gresens (1967) os cálculos foram realizados pelo método da isócona de Grant (1986) considerando massa, volume e um elemento constante, neste caso o alumínio. A determinação da densidade aparente de amostras selecionadas foi realizada por meio da balança hidrostática (razão entre o peso da amostra no ar e dentro d’água) no Laboratório de Geoquímica Ambiental (LGqA) do DEGEO-UFOP. O Fe2O3 foi recalculado como FeO total e as análises foram normalizadas para base anidra. Na tabela 6.1 encontra-se a composição química das rochas utilizadas no balanço de massa. Como visto no capítulo 5 as rochas estudadas possuem maior afinidade com rochas komatiíticas, que podem ser o seu possível protólito. Para determinar o possível protólito das rochas estudadas e o grau de metassomatismo selecionou-se o Komatiito de Abitibi (Abi) como rocha de referência para cálculo do balanço de massa. A escolha da rocha de referência, que deve corresponder à composição que a rocha alterada tinha originalmente, é de suma importância para garantir a confiabilidade dos resultados dos cálculos de balanço de massa. Os cálculos foram realizados para os seguintes pares de rocha: 71 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 1)- Rocha menos metamorfizada de uma região, isto é, com minerais ígneos preservados, foi comparada com as mais alteradas desta mesma região já que estas, por se encontrarem no mesmo contexto geológico, devem ter-se derivado da primeira. a)- Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GBAM-2). b)- Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). 2)- Rochas de uma região onde não se encontraram litotipos menos metamorfizados foram comparados com a rocha de referência Komatiito de Abitibi. c)- Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). 3)- Rochas menos metamorfizadas foram comparadas com o Komatiito de Abitibi para verificar se há grandes discrepâncias químicas entre elas. d)- Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3). 6.3 RESULTADOS No método de Grant (1986) é possível considerar três hipóteses onde volume, massa ou um elemento são considerados constantes (equações 4, 5 e 6). Na figura 6.1 são apresentados os diagramas de isóconas e nas tabelas 6.2, 6.3 e 6.4, as tabelas com os resultados. As discussões dos balanços de massa levaram em consideração principalmente os óxidos mais abundantes (SiO2, FeO, MgO e CaO). Os óxidos que ocorrem em teores muito baixos, inferiores a 1% (MnO, TiO2, Na2O, K2O), não foram levados em conta porque mesmo entre as rochas ultramáficas já ocorrem variações nas suas concentrações de tal ordem (0 a 0,5% peso), que a interpretação do balanço de massa pode sugerir uma mobilidade irreal. 1) Litotipos da mesma região Amarantina Na região de Amarantina foram utilizados no balanço de massa o espinélio metaperidotito (GB-AM-3) como rocha de referência e o tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2) como litotipo mais alterado. Estas rochas encontram-se localmente próximas e provavelmente o tremolita-cloritaserpentina granofels (GB-AM-2) represente um estágio mais avançado da transformação metamórfica e metassomática do espinélio metaperidotito (GB-AM-3). 72 Tabela 6.1- Composição química de elementos maiores dos litotipos selecionados para os cálculos de balanço de massa. Rocha Komatiito peridotítico* Komatiito Espinélio Abitibi** metaperidotito Tremolita-cloritaserpentina Metaperidotito Esteatito Metakomatiito granofels 73 Amostra Kom-2 Abi GB-AM-3 GB-AM-2 GB-LA-32 GB-LA-49B SPF SiO2 44,0 45,9 49,34 44,09 47,49 55,84 48,19 TiO2 0,27 0,35 0,14 0,33 0,27 0,1 0,24 Al2O3 5,27 6,49 4,92 6,7 4,14 3,49 6,27 FeOt 10,95 10,8 7,41 13,87 12,09 6,36 9,25 MnO 0,22 0,19 0,13 0,15 0,17 0,04 0,15 MgO 32,5 29,2 29,53 27,63 31,76 32,67 28,12 CaO 5,48 6,25 6,97 4,01 2,2 0,2 6,18 Na2O 0,01 0,22 0,41 0,44 0,22 0,04 0,31 K 2O 0,01 0,08 0,06 0,05 0,05 0,01 0,06 Total 98,71 99,48 98,91 97,27 98,39 98,75 98,77 Densidade 3,00 3,00 2,96 2,83 2,98 2,84 2,89 * Naldrett & Turner (1977) in Naldrett & Cabri, (1976). ** Sun & Nesbitt (1978) (ambos in Arndt et al., 2008). FeOt = Todo o Fe calculado como FeO. Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Os resultados para massa e volume constantes são praticamente idênticos e, consequentemente, as isóconas de massa e volume (Figura 6.1A) estão sobrepostas. Na figura 6.1A observa-se pouca variação dos elementos, pois estes se localizam próximos às isóconas de massa e volume. O ponto que representa o MgO está praticamente sobre a as isóconas de massa e volume, portanto, este óxido apresentou pequena variação durante a transformação metamórfica, de -0,3 a 0,0 (% peso/100g) (ver também tabela 6.2). Postula-se que, no processo de serpentinização, costuma haver perda de SiO2 e, quanto ao MgO, este pode ser adicionado ou manterse constante (Bailey et al. 1964, in Gresens 1967, Shervais et al 2005). O resultado encontrado está coerente com os autores citados, pois houve leve perda de SiO2 e o não houve mudança no MgO para massa constante. Bailey et al (1964, in Gresens 1967) ainda afirmam que, quando o MgO permanece constante, há saída de CaO, tal como se verifica para estes litotipos. Na a isócona de Al constante observa-se um empobrecimento, em pequena escala, em todos os elementos, exceto TiO2 e FeOt. O Ti é normalmente um elemento imóvel, neste caso foi concentrado porque os demais elementos foram retirados. O Fe teve comportamento semelhante. Lamim Rochas mais alteradas que afloram em Lamim como esteatitos e serpentinitos já haviam sido descritos por Jordt-Evangelista & Silva (2005) como sendo originadas de rochas ultramáficas da região. Neste trabalho selecionou-se o metaperidotito (GB-LA-32) e o esteatito (GB-LA-49B), rocha possivelmente gerada de litotipos mais preservados como o metaperidotito (GB-LA-32). Há uma tendência de variações semelhantes para os principais óxidos, a saber, SiO2, FeO, MgO e CaO, nos resultados baseados nos três cálculos (Figura 6.1B e Tabela 6.2). Foram subtraídos FeO e CaO. O SiO2 aumentou e MgO permaneceu constante ou aumentou no caso do balanço de massa baseado na constância do Al. Essas modificações são coerentes com a variação mineralógica, em que a rocha original, que continha olivina (e, provavelmente, piroxênios) foi transformada em esteatito. Como talco não contem Ca e nem Fe, é de se esperar a retirada destes elementos no processo de metamorfismo metassomático. O Mg não sofreu grandes modificações pois o talco é um mineral magnesiano. Por outro lado, um aumento de sílica é o resultado da esteatitização da olivina, que é um mineral insaturado em sílica. Segundo Roeser (1987) no processo de esteatitização costuma haver entrada de sílica e intenso intercâmbio de outros elementos entre a rocha ultramáfica e sua encaixante mais silicosa. 1) Rocha de referência comparada com litotipo mais metamorfizado 74 Contribuições às Ciências da Terra Série M, vol.68, 87p. Na região de Rio Manso não foram encontradas rochas com minerais ígneos preservados, portanto optou-se por comparar o metakomatiito (SPF) com o komatiito (Abi), rocha cujas análises foram retiradas da literatura e que foi caracterizada no capítulo 5 como uma das mais semelhantes quimicamente aos litotipos deste trabalho. De acordo com os resultados do balanço de massa (Figura 6.1 C e Tabela 6.3) a maioria dos elementos não apresentam variação ou apresentam um variação pequena de 0,1 (% peso/100g), como MgO, CaO, SiO2 e Al2O3. Portanto o metakomatiito SPF preserva as características primárias de komatiitos inalterados. Conforme mostrado no Capítulo 5, muitas das rochas metaultramáficas estudadas com minerais ígneos preservados têm composição semelhante ao metakomatiito SPF, o que corrobora a interpretação de que o magma das rochas deste estudo é de natureza komatiitica. 2) Rocha de referência comparada com litotipo mais preservado O espinélio metaperidotito (GB-AM-3) foi comparado com o komatiito peridotítico de Yakabindie (Kom-2). Esta comparação visa averiguar se as rochas peridotíticas deste estudo, que sofreram somente incipiente metamorfismo e, portanto, deveriam preservar grandemente a composição química original, apresentam ou não uma composição comparável com a de komatiitos. Verifica-se uma razoável similaridade para as três isóconas da Figura 6.1D, tal como verificado na comparação do metakomatiito SPF com o komatiito de Abitibi (Figura 6.1C). 75 Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... Tabela 6.2- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (A) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). (B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B) pelo método de Grant (1986). Elementos (%) peso SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K 2O (A) Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2) Alumínio Massa Volume cte. cte. cte. -0,3 -0,1 -0,1 0,7 1,4 1,3 0,0 0,4 0,4 0,4 0,9 0,9 -0,2 0,2 0,1 -0,3 0,0 -0,1 -0,6 -0,4 -0,4 -0,2 0,1 0,1 -0,4 -0,2 -0,2 (B) Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B) Alumínio cte. 0,4 -0,6 0,0 -0,4 -0,7 0,2 -0,9 -0,8 0,4 Massa cte. Volume cte. 0,2 -0,6 -0,2 -0,5 -0,8 0,0 -0,9 -0,8 0,2 0,1 -0,6 -0,2 -0,5 -0,8 0,0 -0,9 -0,8 0,1 Tabela 6.3- Perdas e ganhos calculados em (% peso/100g) para as reações (C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM3) pelo método de Grant (1986). Elementos (%) peso (C) Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF) Alumínio cte. SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K 2O 0,1 -0,3 0,0 -0,1 -0,2 0,0 0,0 0,5 -0,2 Massa cte. 0,1 -0,3 0,0 -0,1 -0,2 0,0 0,0 0,4 -0,2 Volume cte. 0,0 -0,3 -0,1 -0,2 -0,2 -0,1 0,0 0,4 -0,3 76 (D) Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GBAM-3) Volume Alumínio cte. Massa cte. cte. 0,2 0,1 0,1 -0,4 -0,5 -0,5 0,0 -0,1 -0,1 -0,3 -0,3 -0,3 -0,4 -0,4 -0,4 0,0 -0,1 -0,1 0,4 0,3 0,2 43,0 39,9 38,5 5,4 5,0 4,8 Figura 6.1- Diagrama de isóconas para alumínio, volume, e massa constantes segundo o método de Grant (1986). A -Espinélio metaperidotito (GB-AM-3) versus Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2). B -Metaperidotito (GB-LA-32) versus Esteatito (GB-LA-49B). C - Komatiito (Abi) versus Metakomatiito (SPF). C 50TiO2 e io ct ín Al2O3 te ec m lu te Vo sa c s a M FeOt* m lu 50,0 A 40,0 30,0 100MnO MgO CaO 20,0 50Na2O 10,0 100K2O Isócona alumínio cte Isócona volume cte Isócona massa cte Perdas 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 Co (Espinélio metaperidotito (GB-AM-3)) SiO2 60,0 Ganhos sa cte as M 50,0 30,0 50TiO2 Al2O3 FeOt* cte e cte m u l io Vo mín u l A 40,0 100MnO MgO CaO 20,0 50Na2O 10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 Co (Komatiito (Abi)) B Perdas 50,0 60,0 100K2O Isócona alumínio cte Isócona volume cte Isócona massa cte SiO2 70,0 Ganhos 50TiO2 60,0 Ca (Esteatito (La-49B)) 60,0 SiO2 Ganhos Al2O3 50,0 FeOt* cte te e c assa m lu M Vo te oc íni m Alu 40,0 30,0 100MnO MgO CaO 50Na2O 20,0 100K2O 10,0 Perdas 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 Co (Metaperidotito (GB-LA-32)) D Ca (Espinélio metaperidotito (GB-AM-3)) 70,0 Ca (Metakomatiito (SPF)) 77 A Ca (Tremolita-clorita-serpentina granofels (GB-AM-2)) D - Komatiito peridotítico (Kom-2) versus Espinélio metaperidotito (GB-AM-3). 60,0 Ganhos sa cte as M 50,0 cte e nio lum lumí o V A 40,0 30,0 Isócona alumínio cte Isócona volume cte Isócona massa cte SiO2 50TiO2 Al2O3 cte FeOt* 100MnO MgO CaO 20,0 50Na2O 10,0 Perdas 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 Co ( Komatiito Peridotítico (Kom-2)) 60,0 100K2O Isócona alumínio cte Isócona volume cte Isócona massa cte Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... 78 CAPÍTULO 7 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO As rochas ultramáficas escolhidas para este trabalho formam um acervo impar na contribuição ao entendimento da geologia do QF, pois, por não terem sido completamente metamorfizadas, são de grande importância para estudos petrogenéticos. A comparação com metaultramáficas totalmente metamorfizadas como serpentinitos e esteatitos, muito mais comuns na região, visou verificar se elas também poderiam pertencer ao greenstone belt Rio das Velhas. As rochas estudadas apresentam minerais ígneos preservados, dos quais olivina é o mais abundante. A textura granular e o tamanho dos minerais como olivina, piroxênio e espinélio indicam que estas rochas são de origem plutônica isto é, que não se trata de derrames de komatiito que se caracterizam pela textura spinifex, conforme apresentados pelos metakomatiitos encontrados localmente no QF. De acordo com os resultado obtidos pelas análises químicas e diagramas geoquímicos as rochas analisadas possuem teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9, critérios adotado por Arndt & Nisbett (1982) para caracterizar komatiitos. A razão CaO/Al2O3 varia de 0,06 a 2,73, não se concentrando no intervalo entre 0,8 a 1,0 para a suíte komatiitica segundo critério de Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbett (1982). Essa variação ocorre porque os litotipos cujas razões CaO/Al2O3 são muito baixas são mais ricas em clorita (e, portanto, em Al). As rochas com razões altas apresentam volume de carbonato e tremolita mais elevado, isto é, teor mais elevado de CaO. Quanto à razão Al2O3/TiO2, a maioria das amostras com olivina preservada tem valores próximos ou superiores a 20,4, que caracteriza a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio de Nesbitt (1979) e Beswick (1982). Em diagramas discriminantes FeOt+TiO2 - Al2O3 - MgO de Jensen (1976) e (MgO-CaOAl2O3) de Viljoen & Viljoen (1969) observou-se que os litotipos caem no campo dos peridotitos komatiíticos. O balanço de massa foi realizado para comparar as rochas mais preservadas com as mais metamorfizadas e com litotipos da literatura. Quando rochas da mesma região são comparadas, os resultados mostram que ocorrem processos comuns de metamorfismo metassomático. Nos litotipos de Amarantina selecionou-se um espinélio metaperidotito que foi comparado com um tremolita-cloritaserpentina granofels. O resultado mostra que houve serpentinização com leve perda de SiO2 e que o MgO manteve-se constante. Para os litotipos de Lamim selecionou-se um metaperidotito e um esteatito. Verificou-se que no processo de esteatitização houve aumento de sílica, provavelmente oriunda da encaixante gnáissica e introduzida por fluidos aquosos circulantes, o que levou à eliminação da insaturação em sílica do peridotito. Houve saída de CaO e FeO pois neste processo não Fonseca, G. M. 2011 Petrogênese de rochas ultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e adjacências e sua relação ... há formação de nenhum mineral rico nestes elementos. O MgO não apresentou grandes modificações pois o talco é um mineral magnesiano. O metakomatiito da região de Rio Manso foi comparado com um komatiito de Abitibi, cuja composição foi retirada da literatura. De acordo com os resultados do balanço de massa a maioria dos elementos não apresenta variação ou apresentam uma variação pequena, o que mostra que a composição química do metakomatiito não sofreu modificações substanciais durante o metamorfismo. Os resultados deste trabalho permitem concluir que a maior parte das rochas ultramáficas estudadas provavelmente corresponde à porção plutônica do magmatismo que deu origem ao Grupo Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone belt arqueano Rio das Velhas. Ao atravessar a crosta primitiva gnáissica parte do magma gerador das rochas ultramáficas vulcânicas komatiiticas pode ter preenchido condutos, fraturas ou formado corpos de pequeno porte, cristalizando-se como rocha plutônica. A transformação metamórfica somente parcial em talco, serpentinas, anfibólios e/ou carbonatos, que contrasta com a esteatitização ou serpentinização completa da maior parte das rochas ultramáficas encontradas no QF, decorre do aporte insuficiente de fluidos aquosos durante o metamorfismo que deve ter acontecido no ciclo tectonometamórfico Transamazônico. A possibilidade destas rochas não serem arqueanas, isto é, não pertencerem ao greenstone belt Rio das Velhas, mas a um magmatismo ultramáfico mais jovem, o que possibilitaria a preservação de parte da mineralogia ígnea, é pouco provável para a maioria dos corpos estudados. A esta dedução se chega pelo fato das rochas se encontrarem em áreas do embasamento gnáissico e não nas áreas das supracrustais, especialmente as de Amarantina, que ocorrem na região central do QF. Além disso, todos os corpos apresentam-se pelo menos parcialmente metamorfizados, inclusive com porções totalmente alteradas em minerais metamórficos, conforme é comum nas ultramáficas do supergrupo Rio das Velhas. Infelizmente a datação geocronológica destas rochas, que poderia confirmar a idade arqueana, não pode ser realizada com os métodos convencionais pela inexistência de minerais adequados. Uma exceção entre as rochas estudadas constitui o metaharzburgito de Barra Longa, que, por se localizar a leste, longe do QF e dentro de um complexo granulítico, não pertence ao SG Rio das Velhas. A composição química, muito magnesiana, destoante das demais ultramáficas estudadas, corrobora esta interpretação. 80 Referências Alkmim F. F., Pedrosa-Soares A. C., Noce C. M., Cruz S. C. P. 2007. 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New York, Springer Verlag, 348p. 86 Anexos Anexo I – Tabela contendo a localização geográfica e denominação das litotipos estudados. Anexo II – Análise modal da lâminas delgadas. Anexo III – Análise modal da lâmina descrita por Medeiros Júnior (2009). Anexo IV – Lista de abreviaturas dos minerais Anexo V – Tabelas contendo dados de MSE Anexo VI – Tabelas contendo dados de MEV-EDS Anexo VI – Tabela contendo dados de química de rocha total obtidos via Fluorescência de Raios-X. Anexo VII - Tabela contendo dados de química de rocha total obtidos via ICPOES Anexo I LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E DENOMINAÇÃO DOS LITOTIPOS Local Rocha GB-AM-1 Coordenadas UTM-E UTM-N 634096 7753143 Amarantina 2 GB-AM-2 634045 7753165 Amarantina 3 4 5 6 7 8 9 635866 635745 661639 661243 661180 661088 660227 7754511 7754590 7701772 7702150 7702052 7702094 7704835 Amarantina Amarantina Lamim Lamim Lamim Lamim Lamim 660149 7704896 Lamim Clorita Xisto 660149 7704896 Lamim 660078 7704860 Lamim 660078 662524 662059 661977 7704860 7708005 7707606 7708011 Lamim Lamim Lamim Lamim 662739 7708824 Lamim 18 19 20 21 22 GB-AM-3 GB-AM-6 GB-LA-24 GB-LA-25 GB-LA-32 GB-LA-33 GB-LA-37 GB-LA38A GB-LA-38B GB-LA39A GB-LA-39B GB-LA-44 GB-LA-47 GB-LA-48 GB-LA49A GB-LA-49B HJ-LAM1 HJ-LAM2 HJ-SO ME-14 Metaperidotito Tremolita-clorita-serpentina granofels Espinéliometaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Tremolitito 662739 661165 661172 661154 660082 7708824 7702043 7702086 7702061 7704890 Lamim Lamim Lamim Lamim Lamim 23 GB-QE-1A 613805 7708162 Queluzito Queluzito Serpentinito Antofilita- clorita-tremolita granofels Clorita Xisto Esteatito Tremolitito Serpentinito Antofilita-serpentina- tremolitaclorita granofels Esteatito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Esteatito Antofilita-actinolita-clorita granofels Antofilita-clorita -hornblenda granofels Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metakomatiito Metakomatiito Antofilita-clorita-carbonato-talco xisto Metaperidotito Metaharzburgito Ponto Lâmina 1 10 11 12 13 14 15 16 17 24 GB-QE-4 613964 7709378 25 26 27 28 29 GB-QE-5 GB-LD-60 GB-LD-62 GB-RM-1 SPF 613733 597444 597444 566485 566485 7705531 Queluzito 7683756 Lagoa Dourada 7683756 Lagoa Dourada 7753152 Rio Manso 7753152 Rio Manso 30 OPMR-4 674534 7744955 Mariana 31 32 TG - 37 PAC 678294 697826 7734947 775239 Mariana Acaiaca Anexo II ANÁLISE MODAL DAS LÂMINAS DELGADAS AMARANTINA Amostra GB-AM-1 GB-AM-2 GB-AM-3 GB-AM-6 Litotipo Esp Ol Opx Tr Hbl Srp Metaperidotito - 20 - 50 15 Tremolita-clorita-serpentina granofels - 15 - 55 Espinéliometaperidotito 7 15 5 33 - 10 Metaperidotito - 30 - 10 - 40 Chl Tlc Op 10 2 3 20 5 5 5 20 5 10 9 1 LAGOA DOURADA Amostra GB-LD-60 GB-LD-62 Litotipo Metaperidotito Metaperidotito Ol 30 30 Tr 10 10 Srp 25 20 Chl 30 35 Tlc 2 2 Op 3 3 LAMIM Amostra GB-LA-24 GB-LA-25 GB-LA-32 GB-LA-33 HJ-LAM1 HJ-LAM2 HJ-SO GB-LA39A GB-LA49A GB-LA-37 GB-LA-47 GB-LA38A GB-LA39B GB-LA38B GB-LA-48 GB-LA-44 GB-LA49B ME-14 Litotipo Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Metaperidotito Antofilita- clorita-tremolita granofels Antofilita-serpentina- tremolitaclorita granofels Tremolitito Tremolitito Ol Ant 15 15 10 15 10 15 15 20 15 25 20 15 25 15 Tr 25 18 20 48 30 25 15 Srp 15 34 30 5 5 5 15 Chl Tlc 27 1 20 1 20 1 8 1 15 4 20 6 20 4 Cb 1 1 3 2 5 8 4 Op 1 1 1 1 1 1 2 - 15 40 10 20 10 - 5 - 15 15 15 40 10 - 5 - - 90 95 - - - Clorita xisto - - - - 9 4 94 - - 1 1 6 Clorita xisto - - - - - - Serpentinito - - - Serpentinito Esteatito - - Esteatito - Esteatito - 90 80 - 19 - 75 13 7 - - 5 - - 15 10 - 1 24 75 4 1 1 7 82 3 3 4 75 5 1 MARIANA Amostra TG-37 OPMR-4 Litotipo Metaperidotito Antofilita-cloritacarbonato-talco xisto Ol 10 Oam 10 Ant - Cam 15 Srp 5 Chl 20 Tlc 30 Cb 5 Op 5 - - 10 - - 15 40 30 5 Cb Op QUELUZITO Amostra GB-QE1A GB-QE-4 GB-QE-5 Litotipo Antofilita-actinolitaclorita granofels Antofilita-clorita hornblenda granofels Metaperidotito Ol Ant Act Hbl Srp Chl Tlc - 15 35 - 2 45 - 1 2 - 20 - 30 2 25 15 5 3 20 45 - - 2 20 12 - 1 RIO MANSO Amostra SPF GB-RM-1 Litotipo Metakomatiito* Metakomatiito* Cam 20 - Srp 15 77 Chl 25 10 Tlc 35 3 Cb 5 5 Op 5 5 Anexo III ANÁLISE MODAL DA LÂMINA DELGADA DESCRITA POR MEDEIROS JÚNIOR(2009) BARRA LONGA Amostra Litotipo Ol Opx Oam Srp Tlc Chl Cb Op PAC Metaharzburgito 25 50 4 5 3 3 2 8 Anexo IV LISTA DE ABREVIATURA DOS MINERAIS Act –Actinolita Ant - Antofilita Ar-Arita Br- Breithauptita Cam – Clinoanfibólio Cb - Carbonato Chl– Clorita Esp – Espinélio Hbl –Hornblenda Oam – Ortoanfibólio Ol - Olivina Op - Opacos Opx – Ortopiroxênio Ptl - Pentlandita Px – Piroxênio Srp - Serpentina Tlc – Talco Tr - Tremolita Anexo V DADOS DE MSE SiO2 Al2O3 TiO2 FeO MgO CaO Na2O K2O MnO Cr2O3 ZnO NiO Cl F Si Al Ti Fe2 Mn Mg Ca Na K Ni Cr Zn CCl CF SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Cr2O3 Ol1 38,22 0,01 0,00 19,67 41,47 0,01 0,00 0,00 0,65 0,02 0,03 0,31 0,03 0,15 1,00 0,00 0,00 0,42 0,01 1,57 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,02 Anf1 51.74 0.41 7.11 4.99 0.30 Ol2 38,13 0,02 0,00 20,41 40,88 0,02 0,01 0,00 0,79 0,00 0,00 0,35 0,01 0,00 0,99 0,00 0,00 0,45 0,02 1,54 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf2 52.46 0.36 6.29 5.09 0.43 GB-AM-1 Olivina Ol3 Ol4 39,40 37,95 0,55 0,01 0,03 0,00 19,45 22,29 38,95 39,99 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,85 0,79 0,03 0,01 0,01 0,00 0,17 0,27 0,01 0,02 0,00 0,00 1,02 0,98 0,02 0,00 0,00 0,00 0,42 0,48 0,02 0,02 1,50 1,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 GB-AM-1 Anfibólio Anf3 51.21 0.51 7.53 5.13 0.39 Anf4 51.76 0.42 7.00 4.91 0.40 Ol5 38,17 0,00 0,00 18,35 43,91 0,04 0,03 0,02 0,40 0,00 0,04 0,34 0,00 0,05 0,98 0,00 0,00 0,38 0,01 1,64 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 Anf5 52.22 0.39 6.91 4.91 0.39 Ol6 38,35 0,05 0,03 18,84 42,76 0,01 0,01 0,00 0,59 0,05 0,02 0,30 0,00 0,00 0,99 0,00 0,00 0,40 0,01 1,60 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf6 53.27 0.27 5.78 4.64 0.13 Ol7 38,43 0,00 0,00 19,24 42,91 0,02 0,00 0,00 0,47 0,00 0,00 0,25 0,00 0,01 0,99 0,00 0,00 0,40 0,01 1,60 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf7 52.02 0.41 6.97 5.06 0.17 MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl Total O_F_Cl O_F O_Cl ZnO NiO TSi TAl TFe3 TTi Sum_T CAl CCr CFe3 CTi CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BMn BCa BNa Sum_B ACa ANa AK Sum_A Sum_cat CCl CF Sum_oxy 0.09 19.98 11.92 0.70 0.24 0.04 0.02 97,24 0,02 0,02 0,00 0.00 0.10 7,16 0,84 0,00 0,00 8,00 0,32 0,03 0,31 0,04 4,12 0,17 0,01 0,00 5,00 0,00 0,10 0,01 1,77 0,09 1,97 0,00 0,10 0,04 0,14 15,11 0,01 0,02 22,95 0.20 20.19 11.76 0.50 0.21 0.00 0.00 97,06 0,00 0,00 0,00 0.00 0.06 7,25 0,75 0,00 0,00 8,00 0,27 0,05 0,31 0,04 4,16 0,16 0,01 0,00 5,00 0,00 0,11 0,01 1,74 0,07 1,93 0,00 0,07 0,04 0,11 15,03 0,00 0,00 22,92 0.12 19.61 11.85 0.69 0.25 0.15 0.00 97,05 0,06 0,06 0,00 0.00 0.11 7,11 0,89 0,00 0,00 8,00 0,34 0,04 0,31 0,05 4,06 0,18 0,01 0,00 5,00 0,00 0,10 0,01 1,76 0,09 1,97 0,00 0,09 0,04 0,14 15,10 0,00 0,07 22,95 0.10 19.96 11.86 0.63 0.23 0.12 0.00 96,99 0,05 0,05 0,00 0.03 0.11 7,18 0,83 0,00 0,00 8,00 0,32 0,04 0,30 0,04 4,13 0,17 0,01 0,00 5,00 0,00 0,11 0,01 1,76 0,08 1,96 0,00 0,09 0,04 0,13 15,08 0,00 0,05 22,94 0.11 19.92 11.79 1.06 0.24 0.02 0.01 97,58 0,01 0,01 0,00 0.03 0.10 7,22 0,78 0,00 0,00 8,00 0,35 0,04 0,28 0,04 4,11 0,17 0,01 0,00 5,00 0,00 0,11 0,01 1,75 0,13 2,00 0,00 0,15 0,04 0,19 15,19 0,00 0,01 23,02 0.16 20.65 11.86 0.42 0.19 0.18 0.01 97,43 0,08 0,08 0,00 0.00 0.10 7,34 0,66 0,00 0,00 8,00 0,28 0,01 0,28 0,03 4,24 0,15 0,01 0,00 5,00 0,00 0,11 0,01 1,75 0,06 1,92 0,00 0,06 0,03 0,09 15,01 0,00 0,08 22,92 0.11 19.78 11.77 0.59 0.21 0.01 0.00 96,93 0,00 0,00 0,00 0.00 0.10 7,22 0,78 0,00 0,00 8,00 0,36 0,02 0,29 0,04 4,09 0,19 0,01 0,00 5,00 0,00 0,11 0,01 1,75 0,08 1,95 0,00 0,08 0,04 0,12 15,06 0,00 0,00 22,96 SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO Fe2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl Total O_F_Cl O_F O_Cl CTotal ZnO NiO Si AlIV Ti Fe3 Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations CF CCl OH O Fe_FeMg Mg_FeMg Zn Ni GB-AM-1 Clorita Chl1 35.34 0.00 11.35 0.33 5.67 0.09 33.07 0.00 0.00 0.01 0.06 0.01 * 0,03 0,03 0,00 * 0.02 0.17 6,81 1,20 0,00 0,00 0,91 0,05 0,02 9,49 0,00 0,00 0,00 17,00 0,07 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 Chl2 32.56 0.03 15.01 0.97 6.11 Ch3 32.23 0.03 15.63 0.35 6.19 0.04 31.98 0.00 0.03 0.03 0.01 0.01 * 0,01 0,00 0,00 * 0.00 0.17 6,25 1,75 0,00 0,00 0,98 0,15 0,01 9,15 0,00 0,01 0,01 18,00 0,01 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 0.09 31.51 0.01 0.00 0.03 0.00 0.01 * 0,00 0,00 0,00 * 0.00 0.18 6,23 1,78 0,00 0,00 1,00 0,05 0,02 9,07 0,00 0,00 0,01 19,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,10 0,90 0,00 0,03 Al AlVI SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total ZnO NiO Cl F Si Al Ti Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations OH O Ni CCl CF 2,57 1,38 Mag1 0.01 2.64 0.14 14.82 74.09 0.87 0.55 0.00 0.01 0.00 93,13 0.23 0.24 0.00 0.00 0,00 0,06 0,74 23,14 4,37 0,28 0,31 0,00 0,01 0,00 27,00 0,00 32,00 0,07 0,00 0,00 GB-AM-1 Magnetita Mag2 0.08 2.12 0.14 11.48 79.37 0.64 0.41 0.00 0.02 0.01 94,27 0.19 0.19 0.01 0.00 0,03 0,06 0,60 24,97 3,41 0,20 0,23 0,00 0,02 0,01 27,00 0,00 32,00 0,06 0,01 0,00 3,39 1,64 3,56 1,79 Mag3 0.07 2.68 0.15 15.84 71.53 0.95 0.47 0.00 0.01 0.03 91,73 0.32 0.10 0.00 0.00 0,03 0,07 0,76 22,55 4,72 0,30 0,26 0,00 0,01 0,01 26,00 0,00 32,00 0,03 0,00 0,00 Mag4 0.03 2.50 0.10 16.38 72.28 0.93 0.51 0.00 0.02 0.03 92,78 0.28 0.10 0.00 0.00 0,01 0,04 0,70 22,56 4,83 0,29 0,28 0,00 0,01 0,01 26,00 0,00 32,00 0,03 0,00 0,00 GB-AM-1 Ilmenita SiO2 TiO2 Al2O3 Ilm1 0.02 51.89 0.00 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total Si Al Ti Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations OH O 0.02 40.74 3.89 1.72 0.02 0.00 0.01 98,31 0,00 0,00 1,98 1,73 0,00 0,17 0,13 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 6,00 SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O NiO Total Cr2O3 ZnO Cl F Si Al Ti Fe2 Mn Mg Ca Na K Ni Cations Fe_FeMg Mg_FeMg CCl CF Cr Zn Fo Ol1 39.91 0.02 0.00 15.04 0.25 45.27 0.01 0.01 0.00 0.17 100,68 0.00 0.01 0.00 0.05 1,00 0,00 0,00 0,31 0,01 1,68 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,84 Ol2 39.93 0.00 0.02 14.26 0.20 45.80 0.01 0.00 0.01 0.14 100,37 0.01 0.01 0.00 0.00 1,00 0,00 0,00 0,30 0,00 1,70 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,85 GB-AM-3 Olivina Ol3 Ol4 39.83 39.88 0.00 0.00 0.02 0.00 14.26 14.40 0.20 0.17 45.80 46.29 0.01 0.04 0.00 0.00 0.01 0.00 0.14 0.22 100,27 101,00 0.01 0.01 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.06 0,99 0,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30 0,30 0,00 0,00 1,71 1,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 1,00 0,00 0,00 1,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,85 0,85 Ol5 39.68 0.00 0.00 16.33 0.22 46.11 0.00 0.02 0.01 0.23 102,60 0.00 0.01 0.00 0.00 0,98 0,00 0,00 0,34 0,01 1,70 0,00 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,83 Ol6 40.03 0.02 0.02 14.15 0.20 46.81 0.01 0.01 0.00 0.17 101,42 0.00 0.00 0.00 0.00 0,99 0,00 0,00 0,29 0,00 1,72 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,86 Ol7 40.04 0.00 0.03 15.65 0.15 45.65 0.01 0.01 0.00 0.24 101,78 0.03 0.00 0.01 0.05 0,99 0,00 0,00 0,32 0,00 1,68 0,00 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,84 GB-AM-3 Espinélio SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total ZnO NiO Cl F Si Al Ti Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations OH O Zn Ni CCl CF Esp1 0.02 0.02 62.88 3.01 15.75 0.12 17.46 0.00 0.01 0.00 99,27 0.18 0.30 0.00 0.00 0,00 15,34 0,00 2,73 0,49 0,02 5,39 0,00 0,00 0,00 22,00 0,00 32,00 0,03 0,05 0,00 0,00 Esp2 0.02 0.03 62.35 2.89 17.34 0.10 16.01 0.03 0.00 0.02 98,79 0.22 0.25 0.01 0.06 0,00 15,40 0,01 3,04 0,48 0,02 5,00 0,01 0,00 0,01 23,00 0,00 32,00 0,03 0,04 0,01 0,08 Esp3 0.02 0.02 64.02 2.90 15.11 0.11 17.98 0.00 0.01 0.00 100,17 0.22 0.23 0.01 0.12 0,00 15,41 0,00 2,58 0,47 0,02 5,48 0,00 0,00 0,00 22,00 0,00 32,00 0,03 0,04 0,01 0,16 Esp4 0.02 0.00 61.49 4.63 16.22 0.14 16.41 0.01 0.02 0.01 98,95 0.27 0.26 0.00 0.00 0,00 15,16 0,00 2,84 0,77 0,03 5,12 0,00 0,01 0,00 22,00 0,00 32,00 0,04 0,04 0,00 0,00 Esp5 0.02 0.05 60.46 5.63 18.96 0.13 15.17 0.00 0.03 0.00 100,45 0.37 0.22 0.00 0.00 0,00 14,92 0,01 3,32 0,93 0,02 4,74 0,00 0,01 0,00 21,00 0,00 32,00 0,06 0,04 0,00 0,00 GB-AM-3 Piroxênio SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Px1 57.06 0.04 0.52 9.67 Px2 56.87 0.04 0.45 10.07 Fe2O3 Cr2O3 MnO NiO MgO CaO Na2O K2O ZnO Cl F TSi TAl M1Al M1Ti M1Cr M1Mg M2Mg M2Fe2 M2Mn M2Ca M2Na M2K Sum_cat Ca Mg Fe2_Mn JD1 AE1 CFTS1 CTTS1 WO1 EN1 FS1 Q J WO EN FS WEF JD AE 0.02 0.22 0.00 32.88 0.17 0.02 0.02 0.00 0.01 0.00 1,98 0,02 0,00 0,00 0,00 1,00 0,70 0,28 0,01 0,01 0,00 0,00 4,00 0,32 85,29 14,40 0,08 0,03 0,00 0,05 0,27 85,47 14,10 1,99 0,00 0,32 85,29 14,40 99,87 0,14 0,00 0.11 0.27 0.00 33.09 0.19 0.02 0.03 0.00 0.01 0.16 1,97 0,02 0,00 0,00 0,00 1,00 0,71 0,29 0,01 0,01 0,00 0,00 4,00 0,35 84,78 14,87 0,00 0,13 0,02 0,05 0,28 85,01 14,51 2,00 0,00 0,35 84,78 14,87 99,87 0,00 0,00 SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Cr2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl Total O_F_Cl O_F ZnO NiO TSi TAl TFe3 TTi Sum_T CAl CCr CFe3 CTi CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BMn BCa BNa Sum_B ACa ANa AK Sum_A Sum_cat CCl CF Sum_oxy Anf1 53.88 0.31 4.74 3.62 0.22 0.11 21.73 11.67 0.59 0.09 0.09 0.02 96,85 0,04 0,04 0.00 0.04 7,42 0,58 0,00 0,00 8,00 0,19 0,02 0,21 0,03 4,46 0,09 0,01 0,00 5,00 0,00 0,12 0,01 1,72 0,08 1,93 0,00 0,08 0,02 0,10 15,03 0,01 0,04 22,89 GB-AM-3 Anfibólio Anf2 56.24 0.16 2.32 3.28 0.24 0.05 22.37 11.61 0.23 0.08 0.18 0.00 96,52 0,08 0,08 0.00 0.04 7,74 0,26 0,00 0,00 8,00 0,12 0,03 0,19 0,02 4,59 0,06 0,00 0,00 5,00 0,00 0,13 0,00 1,71 0,03 1,88 0,00 0,03 0,01 0,05 14,92 0,00 0,08 22,94 Anf3 55.21 0.23 3.89 3.70 0.14 0.12 21.95 11.89 0.51 0.06 0.10 0.00 97,66 0,04 0,04 0.00 0.01 7,55 0,45 0,00 0,00 8,00 0,17 0,02 0,21 0,02 4,47 0,10 0,01 0,00 5,00 0,00 0,11 0,01 1,74 0,07 1,93 0,00 0,07 0,01 0,08 15,01 0,00 0,04 22,93 Anf4 56.69 0.14 2.33 3.57 0.18 0.07 22.46 11.70 0.32 0.05 0.09 0.01 97,43 0,04 0,04 0.01 0.03 7,74 0,26 0,00 0,00 8,00 0,12 0,02 0,20 0,01 4,57 0,08 0,00 0,00 5,00 0,00 0,13 0,00 1,71 0,04 1,89 0,00 0,04 0,01 0,05 14,94 0,00 0,04 22,95 SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl O_F_Cl O_F O_Cl CTotal ZnO NiO Si AlIV Sum_T AlVI Ti Fe3 Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations CF CCl OH O Fe_FeMg Mg_FeMg Zn Ni Chl1 29,50 0,09 20,91 0,14 4,84 0,01 30,20 0,01 0,00 0,00 0,05 0,00 0,02 0,02 0,00 * 0,00 0,15 5,68 3,00 8,00 1,00 0,01 0,00 0,78 0,02 0,00 8,67 0,00 0,00 0,00 17,00 0,06 0,00 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,02 Chl2 29,76 0,10 19,99 0,66 5,57 0,00 30,15 0,01 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 * 0,00 0,13 5,73 3,00 8,00 1,00 0,01 0,00 0,90 0,10 0,00 8,65 0,00 0,00 0,00 17,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,02 GB-AM-3 Clorita Chl3 29,59 0,14 20,93 0,28 4,82 0,02 29,70 0,01 0,01 0,02 0,15 0,00 0,06 0,06 0,00 * 0,00 0,16 5,71 3,00 8,00 1,00 0,02 0,00 0,78 0,04 0,00 8,54 0,00 0,00 0,01 17,00 0,18 0,00 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,02 Chl4 29,41 0,11 20,89 0,25 4,47 0,01 29,23 0,02 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 * 0,00 0,09 5,73 3,00 8,00 1,00 0,02 0,00 0,73 0,04 0,00 8,49 0,00 0,00 0,01 17,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,01 Chl5 29,47 0,11 20,72 0,51 4,72 0,00 30,15 0,01 0,00 0,02 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 * 0,01 0,09 5,68 3,00 8,00 1,00 0,02 0,00 0,76 0,08 0,00 8,66 0,00 0,00 0,01 17,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,01 Chl6 29,49 0,15 21,21 0,47 4,46 0,00 30,12 0,01 0,03 0,05 0,07 0,02 0,03 0,03 0,00 * 0,00 0,10 5,65 3,00 8,00 1,00 0,02 0,00 0,72 0,07 0,00 8,61 0,00 0,01 0,01 17,00 0,09 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,02 Chl7 29,52 0,13 21,11 0,29 4,77 0,03 30,16 0,03 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 * 0,05 0,10 5,66 3,00 8,00 1,00 0,02 0,00 0,77 0,04 0,01 8,62 0,01 0,01 0,00 17,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,01 0,02 SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total ZnO NiO Cl F Si Al Ti Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations OH O Zn Ni CCl CF SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O Ilm1 0.00 51.67 0.00 0.09 43.19 1.11 2.09 0.01 0.00 0.00 98,16 0.01 0.02 0.00 0.19 0,00 0,00 1,98 1,84 0,00 0,05 0,16 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,06 Ol1 40.66 0.00 0.00 11.62 0.23 48.58 0.00 0.04 Ilm2 0.06 52.43 0.00 0.10 41.39 1.17 2.13 0.03 0.04 0.02 97,37 0.01 0.00 0.01 0.00 0,00 0,00 2,01 1,76 0,00 0,05 0,16 0,00 0,00 0,00 3,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ol2 39.67 0.00 0.00 13.38 0.20 46.80 0.01 0.02 GB-AM-3 Ilmenita Ilm3 0.02 51.68 0.00 0.00 42.89 1.04 2.17 0.00 0.00 0.01 97,81 0.03 0.02 0.00 0.05 0,00 0,00 1,98 1,83 0,00 0,05 0,17 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,02 GB-AM-6 Olivina Ol3 Ol4 40.35 40.22 0.02 0.00 0.01 0.00 12.30 14.01 0.22 0.29 47.93 46.54 0.00 0.00 0.03 0.01 Ilm4 0.01 52.27 0.00 0.01 42.71 1.04 1.98 0.00 0.00 0.00 98,02 0.01 0.00 0.01 0.00 0,00 0,00 2,00 1,81 0,00 0,05 0,15 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ol5 39.67 0.00 0.00 14.09 0.32 46.04 0.00 0.04 Ilm5 0.00 52.50 0.00 0.13 42.47 1.05 1.91 0.02 0.00 0.01 98,09 0.00 0.04 0.00 0.09 0,00 0,00 2,00 1,80 0,01 0,05 0,14 0,00 0,00 0,00 3,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,03 Ol6 40.16 0.00 0.01 12.60 0.25 47.51 0.00 0.01 Ilm6 0.02 52.67 0.00 0.02 41.50 0.88 2.94 0.01 0.00 0.00 98,04 0.00 0.02 0.00 0.00 0,00 0,00 2,00 1,75 0,00 0,04 0,22 0,00 0,00 0,00 2,00 0,00 6,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Ol7 40.20 0.01 0.00 14.93 0.37 45.99 0.01 0.04 Ol8 40.37 0.00 0.01 12.06 0.20 47.59 0.01 0.01 K2O NiO Total Cr2O3 ZnO Cl F Si Fe2 Mn Mg Na K Ni Cations Fe_FeMg Mg_FeMg Cr Zn CCl CF SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Cr2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl Total O_F_Cl O_F ZnO NiO TSi TAl TFe3 TTi Sum_T CAl 0.02 0.29 101,44 0.00 0.04 0.00 0.00 0,99 0,24 0,01 1,77 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf1 56.68 0.16 2.72 2.29 0.17 0.04 22.70 12.13 0.24 0.03 0.00 0.00 96,99 0,00 0,00 0.01 0.05 7,74 0,26 0,00 0,00 8,00 0,18 0.03 0.28 100,39 0.05 0.00 0.00 0.08 0,99 0,28 0,00 1,74 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,01 Anf2 56.39 0.20 3.07 2.29 0.14 0.16 22.83 12.16 0.24 0.05 0.09 0.00 97,48 0,04 0,04 0.00 0.14 7,67 0,33 0,00 0,00 8,00 0,16 0.00 0.36 101,22 0.03 0.03 0.00 0.00 0,99 0,25 0,01 1,75 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0.00 0.25 101,32 0.01 0.04 0.00 0.01 0,99 0,29 0,01 1,71 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0.00 0.28 100,44 0.01 0.02 0.00 0.00 0,99 0,29 0,01 1,71 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 GB-AM-6 Anfibólio Anf3 Anf4 56.61 59.24 0.20 0.00 2.64 0.03 2.26 1.79 0.27 0.02 0.08 0.09 23.13 24.08 12.16 12.54 0.28 0.02 0.05 0.01 0.00 0.00 0.02 0.01 97,43 97,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0.02 0.00 0.10 0.07 7,69 8,01 0,31 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 8,00 8,03 0,11 0,00 0.00 0.27 100,81 0.00 0.03 0.00 0.00 0,99 0,26 0,01 1,75 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf5 56.75 0.15 3.09 2.54 0.47 0.06 23.03 12.14 0.15 0.07 0.31 0.00 98,29 0,13 0,13 0.01 0.06 7,64 0,36 0,00 0,00 8,00 0,13 0.03 0.26 101,84 0.00 0.01 0.04 0.00 0,99 0,31 0,01 1,69 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf6 56.95 0.21 2.44 2.41 0.29 0.07 23.04 12.16 0.32 0.05 0.00 0.00 97,65 0,00 0,00 0.01 0.04 7,73 0,27 0,00 0,00 8,00 0,12 0.00 0.35 100,60 0.00 0.01 0.00 0.00 1,00 0,25 0,00 1,75 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Anf7 56.97 0.25 3.12 2.29 0.17 0.07 22.95 11.98 0.28 0.05 0.00 0.02 97,98 0,00 0,00 0.00 0.03 7,70 0,30 0,00 0,00 8,00 0,19 CCr CFe3 CTi CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BMn BCa BNa Sum_B ACa ANa AK Sum_A Sum_cat CCl CF SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl O_F_Cl O_F O_Cl CTotal ZnO NiO Si AlIV Sum_T AlVI Ti 0,02 0,13 0,02 4,62 0,03 0,00 0,00 5,00 0,00 0,10 0,00 1,78 0,03 1,91 0,00 0,03 0,01 0,04 14,95 0,00 0,00 0,02 0,13 0,02 4,63 0,03 0,01 0,00 5,00 0,00 0,10 0,01 1,77 0,03 1,91 0,00 0,03 0,01 0,04 14,95 0,00 0,04 Chl1 31.02 0.12 18.28 1.33 4.33 0.01 31.69 0.00 0.03 0.01 0.00 0.01 0,00 0,00 0,00 * 0.01 0.21 5,90 3,00 8,00 1,00 0,02 0,03 0,13 0,02 4,68 0,03 0,01 0,00 5,00 0,00 0,10 0,01 1,77 0,04 1,91 0,00 0,04 0,01 0,05 14,96 0,01 0,00 0,00 0,08 0,00 4,86 0,05 0,01 0,00 5,00 0,00 0,05 0,01 1,82 0,01 1,88 0,00 0,00 0,00 0,00 14,91 0,00 0,00 GB-AM-6 Clorita Chl2 30.80 0.11 19.72 1.08 4.23 0.07 31.84 0.01 0.01 0.01 0.00 0.01 0,00 0,00 0,00 * 0.00 0.22 5,78 3,00 8,00 1,00 0,02 0,05 0,14 0,02 4,62 0,03 0,00 0,00 5,00 0,00 0,11 0,00 1,75 0,02 1,89 0,00 0,02 0,01 0,03 14,92 0,00 0,13 Chl3 33.34 0.06 15.80 1.75 3.50 0.00 33.11 0.01 0.03 0.01 0.00 0.01 0,00 0,00 0,00 * 0.03 0.19 6,25 2,00 8,00 1,00 0,01 0,03 0,14 0,02 4,66 0,03 0,00 0,00 5,00 0,00 0,11 0,00 1,77 0,04 1,92 0,00 0,04 0,01 0,05 14,97 0,00 0,00 0,02 0,13 0,03 4,62 0,01 0,00 0,00 5,00 0,00 0,12 0,00 1,73 0,04 1,90 0,00 0,04 0,01 0,05 14,94 0,01 0,00 Chl4 33.05 0.06 15.51 1.68 3.55 0.02 32.29 0.02 0.01 0.02 0.02 0.02 0,01 0,01 0,00 * 0.00 0.31 6,29 2,00 8,00 1,00 0,01 Fe3 Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations CF CCl OH O Fe_FeMg Mg_FeMg Zn Ni SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O NiO Total Cr2O3 ZnO Si Al Ti Fe2 Mn Mg Ca Na K Ni Cations Fe_FeMg Mg_FeMg 0,00 0,69 0,20 0,00 8,99 0,00 0,01 0,00 17,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 0,00 0,66 0,16 0,01 8,91 0,00 0,00 0,00 17,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 0,00 0,55 0,26 0,00 9,26 0,00 0,01 0,00 18,00 0,00 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 0,00 0,57 0,25 0,00 9,17 0,00 0,00 0,01 18,00 0,02 0,01 0,00 28,00 0,00 1,00 0,00 0,05 Ol1 38.37 0.00 0.02 20.25 0.25 39.84 0.00 0.02 0.01 0.29 99,17 0.06 0.06 1,00 0,00 0,00 0,44 0,01 1,55 0,00 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 GB-LA-33 Olivina Ol2 38.03 0.00 0.01 21.06 0.18 39.82 0.01 0.00 0.01 0.24 99,40 0.00 0.04 0,99 0,00 0,00 0,46 0,00 1,55 0,00 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 Ol3 37.78 0.00 0.01 19.97 0.29 39.27 0.02 0.07 0.01 0.23 97,71 0.06 0.00 1,00 0,00 0,00 0,44 0,01 1,55 0,00 0,00 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 Ol4 38.17 0.00 0.00 20.21 0.22 39.34 0.02 0.00 0.00 0.23 98,23 0.00 0.04 1,00 0,00 0,00 0,44 0,01 1,54 0,00 0,00 0,00 0,01 2,00 0,00 1,00 Cr Zn SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Cr2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O ZnO NiO TSi TAl TFe3 TTi Sum_T CAl CCr CFe3 CTi CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BMn BCa BNa Sum_B ACa ANa AK Sum_A Sum_cat CCl CF 0,00 0,00 0,00 0,00 GB-LA-33 Anfibólio - Tremolita Ol1 52.81 0.31 3.82 4.59 0.27 0.06 21.11 11.74 1.06 0.57 0.00 0.14 7,43 0,57 0,00 0,00 8,00 0,07 0,03 0,27 0,03 4,43 0,17 0,00 0,00 5,00 0,00 0,10 0,00 1,77 0,12 2,00 0,00 0,17 0,10 0,27 15,27 0,00 0,00 0,00 0,00 Ol2 56.14 0.09 1.42 8.03 0.11 0.20 23.92 6.40 0.56 0.05 0.01 0.08 7,55 0,19 0,26 0,00 8,00 0,04 0,01 0,17 0,01 4,76 0,00 0,01 0,00 5,00 0,04 0,47 0,01 0,92 0,07 1,51 0,00 0,08 0,01 0,08 14,60 0,00 0,00 0,00 0,00 Ol3 57.95 0.01 0.28 5.23 0.04 0.16 23.75 9.57 0.22 0.03 0.03 0.07 7,84 0,02 0,14 0,00 8,01 0,02 0,00 0,15 0,00 4,79 0,03 0,01 0,00 5,00 0,00 0,28 0,01 1,39 0,03 1,71 0,00 0,02 0,01 0,03 14,74 0,00 0,00 GB-LA-33 Anfibólio - Antofilita 12.00 14.00 57.55 57.85 0.02 0.00 0.04 0.12 12.14 11.18 0.02 0.03 0.35 0.30 25.83 26.94 0.52 0.33 0.03 0.05 0.01 0.00 0.10 0.14 0.00 0.03 8,03 8,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,03 8,01 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,99 4,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,00 5,00 0,39 0,58 1,42 1,30 0,04 0,04 0,08 0,05 0,01 0,01 1,93 1,98 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 14,97 14,99 0,00 0,00 0,00 0,00 Sample SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Cr2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O NiO ZnO TSi TAl TFe3 TTi Sum_T CAl CCr CFe3 CTi CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BMn BCa BNa Sum_B ACa ANa AK Sum_A Sum_cat CCl CF 16.00 57.89 0.01 0.08 11.51 0.07 0.36 26.69 0.40 0.06 0.02 0.09 0.00 8,01 0,00 0,00 0,00 8,01 0,01 0,01 0,00 0,00 4,98 0,00 0,00 0,00 5,00 0,53 1,33 0,04 0,06 0,02 1,98 0,00 0,00 0,00 0,00 14,99 0,00 0,00 9.00 56.68 0.00 0.03 12.33 0.01 0.29 25.47 0.51 0.03 0.01 0.03 0.01 8,02 0,00 0,00 0,00 8,02 0,01 0,00 0,00 0,00 4,99 0,00 0,00 0,00 5,00 0,38 1,46 0,04 0,08 0,01 1,96 0,00 0,00 0,00 0,00 14,98 0,00 0,00 GB-LA-33 Clorita SiO2 TiO2 Chl1 31.03 0.06 Chl2 33.29 0.01 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O ZnO NiO Si AlIV Sum_T AlVI Ti Fe3 Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations CF CCl OH O Fe_FeMg Mg_FeMg Zn Ni SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O NiO Total Cr2O3 Ol1 38.19 0.00 0.00 21.57 0.32 40.49 0.01 0.00 0.00 0.25 100,83 0.05 15.85 0.58 7.23 0.04 30.76 0.01 0.00 0.02 0.01 0.18 6,08 1,92 8,00 1,00 0,01 0,00 1,18 0,09 0,01 8,98 0,00 0,00 0,01 18,00 0,00 0,00 0,00 28,00 0,11 0,89 0,00 0,03 Ol2 38.33 0.00 0.01 23.25 0.29 39.50 0.00 0.02 0.00 0.30 101,70 0.01 GB-QE-5 Olivina Ol3 38.58 0.00 0.00 23.35 0.35 39.57 0.00 0.00 0.01 0.30 102,16 0.00 13.36 0.66 5.95 0.02 32.04 0.02 0.01 0.19 0.05 0.23 6,47 1,53 8,00 1,00 0,00 0,00 0,97 0,10 0,00 9,28 0,00 0,00 0,05 18,00 0,00 0,00 0,00 28,00 0,00 1,00 0,01 0,04 Ol4 38.57 0.00 0.00 21.04 0.26 40.25 0.00 0.03 0.01 0.25 100,41 0.00 Ol5 38.27 0.00 0.00 21.83 0.33 39.13 0.01 0.00 0.01 0.24 99,82 0.03 Ol6 38.54 0.01 0.00 21.66 0.31 39.67 0.01 0.00 0.00 0.27 100,47 0.00 ZnO Si Fe2 Mn Mg Na Ni Cations Fe_FeMg Mg_FeMg Cr Zn Cl F SiO2 TiO2 Al2O3 FeO Cr2O3 MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl Total ZnO NiO TSi TAl TFe3 TTi Sum_T CAl CCr CFe3 CTi CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg 0.05 0,98 0,46 0,01 1,55 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0.00 0.00 Anf1 58.19 0.03 0.11 11.48 0.01 0.29 27.50 0.44 0.03 0.01 0.00 0.00 98,08 0.01 0.10 7,97 0,02 0,00 0,00 7,99 0,00 0,00 0,00 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 0,61 0.00 0,99 0,50 0,01 1,51 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0.01 0.14 0.00 0,99 0,50 0,01 1,51 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0.01 0.15 GB-QE-5 Anfibólio Anf2 57.68 0.02 0.51 11.03 0.03 0.26 27.42 0.49 0.06 0.00 0.00 0.00 97,47 0.03 0.15 7,93 0,07 0,00 0,00 8,00 0,02 0,00 0,00 0,00 4,98 0,00 0,00 0,00 5,00 0,64 0.03 0,99 0,45 0,01 1,55 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0.00 0.00 Anf3 58.13 0.02 0.29 11.36 0.09 0.35 27.56 0.45 0.00 0.01 0.00 0.00 98,17 0.00 0.09 7,95 0,05 0,00 0,00 7,99 0,00 0,01 0,00 0,00 4,99 0,00 0,00 0,00 5,00 0,63 0.01 1,00 0,48 0,01 1,52 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0.00 0.00 Anf4 58.14 0.02 0.35 11.11 0.05 0.30 27.49 0.43 0.04 0.01 0.00 0.00 97,89 0.01 0.06 7,96 0,04 0,00 0,00 8,00 0,02 0,01 0,00 0,00 4,98 0,00 0,00 0,00 5,00 0,63 0.02 1,00 0,47 0,01 1,53 0,00 0,01 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 0.00 0.00 Anf5 57.84 0.03 0.33 10.91 0.02 0.27 27.43 0.48 0.05 0.00 0.00 0.00 97,34 0.03 0.10 7,96 0,04 0,00 0,00 8,00 0,01 0,00 0,00 0,00 4,98 0,00 0,00 0,00 5,00 0,65 BFe2 BMn BCa BNa Sum_B ACa ANa AK Sum_A Sum_cat CCl CF SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O F Cl ZnO NiO Si AlIV AlVI Sum_T Ti Fe3 Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations CF CCl OH 1,32 0,03 0,04 0,00 2,00 0,03 0,01 0,00 0,04 15,03 0,00 0,00 1,27 0,03 0,06 0,00 2,00 0,01 0,02 0,00 0,03 15,03 0,00 0,00 Chl1 29.85 0.11 19.55 0.66 5.66 0.00 30.27 0.01 0.00 0.00 0.09 0.00 0.01 0.22 5,75 2,25 2,19 * 0,02 0,00 0,91 0,10 0,00 8,70 0,00 0,00 0,00 * 0,11 0,00 0,00 1,30 0,04 0,04 0,00 2,00 0,03 0,00 0,00 0,03 15,03 0,00 0,00 GB-QE-5 Clorita Chl2 30.30 0.11 20.12 0.73 5.96 0.00 30.37 0.00 0.02 0.02 0.04 0.01 0.00 0.17 5,75 2,25 2,24 * 0,02 0,00 0,95 0,11 0,00 8,59 0,00 0,01 0,01 * 0,05 0,01 0,00 1,27 0,04 0,06 0,00 2,00 0,00 0,01 0,00 0,01 15,01 0,00 0,00 Chl3 30.06 0.09 18.43 1.01 6.29 0.03 29.85 0.01 0.02 0.01 0.11 0.01 0.00 0.18 5,85 2,16 2,07 * 0,01 0,00 1,02 0,16 0,01 8,65 0,00 0,01 0,00 * 0,14 0,01 0,00 1,26 0,03 0,07 0,00 2,00 0,00 0,01 0,00 0,02 15,02 0,00 0,00 Chl4 34.74 0.16 13.09 1.79 6.49 0.03 31.85 0.02 0.04 0.00 0.02 0.02 0.03 0.17 6,57 1,43 1,48 * 0,02 0,00 1,03 0,27 0,01 8,97 0,00 0,02 0,00 * 0,02 0,01 0,00 O Fe_FeMg Mg_FeMg Zn Ni Al Sb Fe Ag Co S Ni Cu Zn As Total Sb Fe Ag Co S Ni Cu Zn As Total Sb Fe Ag Co S Ni Cu Zn As Total 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 4,44 28,00 0,00 1,00 0,00 0,03 4,49 GB-AM-1 01 0,00 36,22 0,00 1,69 32,24 28,10 0,00 0,00 0,06 98,31 Pentlandita GB-AM-1 02 0,00 34,63 0,01 1,61 32,17 29,99 0,00 0,03 0,03 98,46 GB-AM-6 01 0,00 32,41 0,00 0,83 30,04 27,01 0,00 0,01 0,00 90,31 Pentlandita GB-AM-6 02 0,01 37,04 0,02 0,73 33,19 27,60 0,00 0,00 0,18 98,77 GB-AM3 01 0,00 61,50 0,00 0,00 35,31 0,03 0,05 0,00 0,00 96,88 GB-AM-3 02 0,00 58,19 0,00 0,00 37,44 0,53 0,01 0,00 0,00 96,17 28,00 0,11 0,89 0,00 0,03 4,22 GB-AM-3 01 0,00 41,58 0,04 2,13 31,65 23,98 0,00 0,00 0,00 99,39 GB-AM-6 03 0,00 37,57 0,02 1,58 32,56 27,56 0,00 0,01 0,17 99,48 Pirita GB-AM3 02 0,00 61,55 0,01 0,00 34,82 0,00 0,19 0,00 0,02 96,58 GB-AM-3 03 0,00 63,45 0,02 0,00 34,95 0,05 0,00 0,00 0,00 98,48 28,00 0,11 0,89 0,00 0,03 2,91 GB-AM-3 02 0,00 40,48 0,00 1,14 32,63 24,50 0,00 0,00 0,00 98,75 GB-QE-05 01 0,00 33,32 0,00 2,00 32,02 31,00 0,00 0,05 0,04 98,43 GB-AM3 03 0,00 63,89 0,00 0,00 34,85 0,12 0,03 0,00 0,04 98,93 Sb Fe Ag Co S Ni Cu Zn As Total Sb Fe Ag Co S Ni Cu Zn As Total GB-AM-6 01 19,78 0,07 0,00 0,15 0,32 42,05 0,00 0,01 39,16 101,54 GB-AM-6 02 19,58 0,04 0,01 0,27 0,33 41,17 0,00 0,02 39,72 101,14 GB-AM-6 01 65,44 0,03 0,00 0,05 0,04 33,22 0,00 0,01 3,96 102,75 Arita GB-AM-6 03 27,84 0,30 0,01 0,12 0,17 40,41 0,00 0,02 32,94 101,80 Breithauptita GB-AM-6 02 60,49 0,05 0,00 0,00 0,02 35,96 0,00 0,00 7,45 103,96 GB-AM-3 01 22,23 0,11 0,00 0,34 0,16 41,34 0,00 0,00 37,30 101,48 GB-AM-3 02 16,51 1,37 0,00 0,11 0,27 41,07 0,00 0,00 38,65 97,99 GB-AM-6 03 60,32 0,24 0,02 0,09 0,02 35,82 0,00 0,00 6,53 103,02 Anexo VI DADOS DE MEV-EDS SiO2 FeO MgO Si Fe2 Mg Cations Fe_FeMg Mg_FeMg Fo SiO2 FeO MgO Si Fe2 Mg Cations Fe_FeMg Mg_FeMg Fo SiO2 Al2O3 FeO MgO CaO TSi TAl Sum_T CAl CMg CFe2 CMn CCa Ol1 41.40 17.79 40.80 1,05 0,38 1,54 2,00 0,00 1,00 76,75 Ol2 37.38 21.96 40.66 0,97 0,48 1,58 1,00 0,00 1,00 78,85 Ol4 39.05 22.29 38.66 1,01 0,48 1,49 2,00 0,00 1,00 74,65 GB-AM-1 Olivina Ol9 Ol10 39.60 40.58 22.92 18.09 37.48 41.33 1,03 1,03 0,50 0,38 1,45 1,56 2,00 2,00 0,00 0,00 1,00 1,00 72,45 78,05 Ol8 39.55 20.83 39.62 1,02 0,45 1,52 2,00 0,00 1,00 75,95 Anf1 54.13 7.21 6.05 19.58 13.03 7,36 0,64 8,00 0,51 3,97 0,52 0,00 0,00 GB-AM-1 Olivina Ol3 39.54 22.20 38.26 1,02 0,48 1,48 2,00 0,00 1,00 73,75 Anf2 50.03 2.85 6.58 40.54 0.00 6,73 0,45 7,18 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 GB-AM-1 Anfibólio Anf3 54.04 7.96 6.02 19.68 12.29 7,32 0,68 8,00 0,60 3,98 0,43 0,00 0,00 Anf4 48.11 0.00 6.81 39.91 5.16 6,63 0,00 6,63 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 Ol5 40.64 17.56 41.80 1,03 0,37 1,58 2,00 0,00 1,00 78,75 Ol11 41.11 20.75 38.13 1,05 0,44 1,45 2,00 0,00 1,00 72,70 Anf5 49.44 4.14 7.04 39.39 0.00 6,66 0,66 7,31 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 Ol6 39.14 19.81 41.05 1,00 0,43 1,57 2,00 0,00 1,00 78,45 Ol12 38.98 21.52 39.51 1,01 0,47 1,52 2,00 0,00 1,00 76,05 Anf6 37.19 19.88 7.35 34.11 1.48 5,09 2,91 8,00 0,29 4,71 0,00 0,00 0,00 Ol7 38.80 20.73 40.47 1,00 0,45 1,55 2,00 0,00 1,00 77,70 Ol13 38.54 21.60 39.86 1,00 0,47 1,54 1,00 0,00 1,00 76,90 Anf7 55.64 2.84 5.12 24.65 11.75 7,53 0,45 7,98 0,00 4,97 0,03 0,00 0,00 Sum_C BMg BFe2 BCa Sum_B ACa Sum_A Sum_cat Sum_oxy Sample SiO2 Al2O3 FeO MgO CaO TSi TAl Sum_T CAl CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BCa Sum_B ACa Sum_A Sum_cat Sum_oxy Sample SiO2 Al2O3 FeO MgO CaO TSi TAl Sum_T 5,00 0,00 0,17 1,83 2,00 0,06 0,06 15,06 23,00 Anf8 49.87 2.46 7.31 40.35 0.00 6,73 0,39 7,12 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 3,12 0,83 0,00 3,95 0,00 0,00 16,07 23,00 Anf15 54.19 7.00 5.19 19.97 13.65 7,35 0,65 8,00 5,00 3,13 0,74 0,00 3,87 0,00 0,00 16,05 23,00 Anf9 48.62 5.19 7.18 39.02 0.00 6,56 0,82 7,38 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 2,84 0,81 0,00 3,65 0,00 0,00 16,03 23,00 5,00 0,00 0,25 1,75 2,00 0,04 0,04 15,04 23,00 5,00 3,20 0,79 0,00 3,98 0,76 0,76 16,37 23,00 5,00 2,91 0,79 0,00 3,70 0,00 0,00 16,01 23,00 5,00 2,25 0,84 0,00 3,09 0,22 0,22 16,31 23,00 5,00 0,00 0,55 1,45 2,00 0,26 0,26 15,24 23,00 GB-AM-1 Anfibólio Anf10 Anf11 53.76 58.42 6.67 1.44 6.15 3.74 20.59 24.29 12.83 12.11 7,32 7,83 0,68 0,17 8,00 8,00 0,39 0,05 4,18 4,85 0,43 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 5,00 5,00 0,00 0,00 0,27 0,32 1,73 1,68 2,00 2,00 0,14 0,06 0,14 0,06 15,14 15,06 23,00 23,00 Anf12 49.33 7.39 6.55 34.07 2.66 6,64 1,17 7,81 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 1,84 0,74 0,00 2,58 0,38 0,38 15,77 23,00 Anf13 47.53 3.28 7.83 41.36 0.00 6,47 0,53 6,99 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 3,39 0,89 0,00 4,28 0,00 0,00 16,27 23,00 Anf14 51.58 10.68 5.82 20.05 11.87 7,00 1,00 8,00 0,71 4,06 0,24 0,00 0,00 5,00 0,00 0,42 1,58 2,00 0,15 0,15 15,15 23,00 GB-AM-1 Anfibólio Anf16 Anf17 61.22 54.34 0.00 6.79 0.00 5.39 23.75 21.40 15.03 12.08 8,10 7,35 0,00 0,65 8,10 8,00 Anf18 48.96 0.00 9.25 41.79 0.00 6,71 0,00 6,71 Anf19 48.38 2.55 7.71 41.36 0.00 6,57 0,41 6,98 Anf20 55.36 5.24 5.77 20.95 12.68 7,51 0,49 8,00 CAl CMg CFe2 CMn CCa Sum_C BMg BFe2 BCa Sum_B ACa Sum_A Sum_cat Sum_oxy 0,47 4,04 0,49 0,00 0,00 5,00 0,00 0,10 1,90 2,00 0,09 0,09 15,09 23,00 0,00 4,68 0,00 0,00 0,32 5,00 0,00 0,00 1,81 1,81 0,00 0,00 14,91 23,00 Chl1 48.17 2.40 8.04 41.39 5,7 0,796 7,302 12 28 0 1 SiO2 Al2O3 FeO MgO Si Fe2 Mg Cations O Fe_FeMg Mg_FeMg Al2O3 Cr2O3 FeO MgO Total Al Fe2 Cr Mg Cations O Esp1 64,04 4,96 14,40 16,60 100,00 15,48 2,47 0,80 5,08 22,00 32,00 Esp2 61,56 4,36 17,74 16,33 99,99 15,14 3,10 0,72 5,09 23,00 32,00 0,43 4,32 0,25 0,00 0,00 5,00 0,00 0,36 1,64 2,00 0,11 0,11 15,11 23,00 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 3,53 1,06 0,00 4,59 0,00 0,00 16,30 23,00 GB-AM-1 Clorita Chl2 44.30 5.80 10.55 39.35 5,326 1,061 7,053 13 28 0,13 0,88 GB-AM-3 Espinélio Esp3 Esp4 64,29 65,37 0,00 0,00 18,51 16,91 17,19 17,72 99,99 100,00 15,65 15,78 3,20 2,90 0,00 0,00 5,30 5,41 23,00 22,00 32,00 32,00 0,00 5,00 0,00 0,00 0,00 5,00 3,37 0,88 0,00 4,25 0,00 0,00 16,23 23,00 Chl3 38.26 17.96 7.26 36.52 4,533 0,719 6,451 12 28 0 1 Esp5 62,43 4,04 17,71 15,82 100,00 15,32 3,09 0,67 4,91 22,00 32,00 0,34 4,24 0,42 0,00 0,00 5,00 0,00 0,23 1,77 2,00 0,07 0,07 15,07 23,00 Chl4 36.43 22.92 6.57 34.08 4,294 0,648 5,988 12 28 0 1 Esp6 65,17 0,00 18,52 16,31 100,00 15,84 3,20 0,00 5,02 23,00 32,00 Esp7 63,83 0,00 21,13 15,04 100,00 15,73 3,70 0,00 4,69 22,00 32,00 Esp8 64,29 0,00 18,85 16,85 99,99 15,68 3,26 0,00 5,20 23,00 32,00 Al2O3 Cr2O3 FeO MgO Total Al Fe2 Cr Mg Cations O SiO2 FeO MgO Total Si Fe2 Mg Cations Fe_FeMg Mg_FeMg SiO2 FeO MgO TSi M2Mg M2Fe2 Sum_cat Mg Fe2_Mn EN FS WEF JD AE Px1 61.24 11.75 27.01 2,20 0,45 0,35 4,00 80,38 19,62 80,38 19,62 100,00 0,00 0,00 Esp9 61,19 4,69 17,13 16,99 100,00 15,03 2,99 0,77 5,28 22,00 32,00 GB-AM-3 Espinélio Esp10 61,33 5,88 18,34 14,44 99,99 15,18 3,22 0,98 4,52 22,00 32,00 Ol1 38,89 16,66 44,45 100,00 0,99 0,35 1,68 1,00 0,00 1,00 GB-AM-3 Olivina Ol2 39,09 17,93 42,98 100,00 0,99 0,38 1,63 1,00 0,00 1,00 Px2 58.66 9.54 31.80 2,06 0,66 0,28 4,00 85,60 14,41 85,60 14,41 100,00 0,00 0,00 GB-AM-3 Piroxênio Px3 Px4 54.20 59.73 17.59 14.32 28.21 25.96 1,95 2,16 0,52 0,40 0,53 0,43 4,00 4,00 74,09 76,37 25,92 23,63 74,09 76,37 25,92 23,63 100,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Esp11 63,05 3,00 18,22 15,74 100,01 15,45 3,17 0,49 4,88 22,00 32,00 Esp12 61,16 4,65 20,36 13,82 99,99 15,23 3,60 0,78 4,36 22,00 32,00 Ol3 39,96 17,33 42,70 99,99 1,01 0,37 1,61 2,00 0,00 1,00 Px5 57.60 7.30 35.10 1,99 0,80 0,21 4,00 89,55 10,45 89,55 10,45 100,00 0,00 0,00 Esp13 63,25 3,61 15,61 17,54 100,01 15,35 2,69 0,59 5,39 22,00 32,00 Ol4 40,86 15,75 43,39 100,00 1,02 0,33 1,62 2,00 0,00 1,00 Px6 56.31 9.01 34.68 1,95 0,79 0,26 4,00 87,28 12,72 87,28 12,72 100,00 0,00 0,00 Px7 55.91 14.16 29.93 1,99 0,59 0,42 4,00 79,03 20,97 79,03 20,97 100,00 0,00 0,00 Anf1 56.15 2.89 4.86 24.12 11.98 7,41 0,45 0,14 8,00 0,00 0,40 4,60 5,00 0,14 1,69 1,84 0,00 0,00 14,84 22,74 SiO2 Al2O3 FeO MgO CaO TSi TAl TFe3 Sum_T CAl CFe3 CMg Sum_C BMg BCa Sum_B ACa Sum_A Sum_cat Sum_oxy SiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MgO Si Fe2 Cr Mg Cations O Fe_FeMg Mg_FeMg Chl1 39,13 25,60 0,00 0,00 35,27 6,22 0,00 0,00 8,36 18,00 28,00 0,00 1,00 Chl2 39,49 25,05 0,00 0,00 35,46 6,28 0,00 0,00 8,40 18,00 28,00 0,00 1,00 GB-AM-3 Anfibólio Anf2 55.36 0.00 0.00 25.80 18.84 7,48 0,00 0,00 7,48 0,00 0,00 5,00 5,00 0,20 1,81 2,00 0,92 0,92 15,40 22,88 GB-AM-3 Clorita Chl3 Chl4 33,66 34,95 25,59 23,26 0,00 0,00 7,38 7,54 33,37 34,25 5,59 5,81 1,03 1,05 0,00 0,00 8,27 8,49 19,00 18,00 28,00 28,00 0,11 0,11 0,89 0,89 Anf3 57.82 10.74 0.00 20.36 11.09 7,58 0,43 0,00 8,00 1,23 0,00 3,77 5,00 0,21 1,56 1,77 0,00 0,00 14,77 23,17 Chl5 35,37 26,25 0,00 6,31 31,87 5,83 0,87 0,00 7,83 17,00 28,00 0,10 0,90 Anf4 45.71 23.76 0.00 30.53 0.00 5,37 2,63 0,00 8,00 0,66 0,00 4,35 5,00 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 14,00 21,01 Chl6 34,79 24,20 0,00 5,51 35,50 5,73 0,76 0,00 8,72 17,00 28,00 0,08 0,92 Anf5 40.63 29.55 0.00 29.82 0.00 4,75 3,26 0,00 8,00 0,81 0,00 4,19 5,00 1,00 0,00 1,00 0,00 0,00 14,00 20,78 Chl7 34,97 25,40 0,00 5,90 33,72 5,76 0,81 0,00 8,28 17,00 28,00 0,09 0,91 Chl8 33,06 25,00 0,00 6,47 35,48 5,49 0,90 0,00 8,78 17,00 28,00 0,09 0,91 SiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MgO Si Fe2 Cr Mg Cations O Fe_FeMg Mg_FeMg SiO2 FeO MgO Si Fe2 Mg Cations Fe_FeMg Mg_FeMg Chl9 34,01 23,56 0,00 6,19 36,24 5,64 0,86 0,00 8,96 17,00 28,00 0,09 0,91 Ol1 42.68 13.76 43.57 1,06 0,28 1,61 2,00 0,00 1,00 Chl10 33,67 24,00 5,50 0,00 36,82 5,51 0,00 0,71 8,98 17,00 28,00 0,00 1,00 GB-AM-3 Clorita Chl11 35,50 23,79 8,01 0,00 32,70 5,80 0,00 1,03 7,97 17,00 28,00 0,00 1,00 Chl12 33,74 24,12 0,00 6,86 35,28 5,61 0,95 0,00 8,74 17,00 28,00 0,10 0,90 Chl13 34,96 23,28 0,00 7,24 34,52 5,81 1,01 0,00 8,55 18,00 28,00 0,11 0,89 Chl14 33,92 23,74 0,00 6,79 35,55 5,64 0,94 0,00 8,81 17,00 28,00 0,10 0,90 Chl15 35,09 24,49 0,97 4,73 34,72 5,77 0,66 0,12 8,51 17,43 28,00 0,07 0,93 Ol2 40.58 13.54 45.88 1,01 0,28 1,70 2,00 0,00 1,00 GB-AM-6 Olivina Ol3 42.17 12.93 44.90 1,04 0,27 1,65 2,00 0,00 1,00 Ol4 39.49 15.80 44.72 0,99 0,33 1,68 1,00 0,00 1,00 Ol5 38.98 16.16 44.87 0,99 0,34 1,69 1,00 0,00 1,00 Ol6 40.17 15.40 44.43 1,01 0,32 1,66 2,00 0,00 1,00 Ol7 38.14 16.18 45.68 0,97 0,34 1,73 1,00 0,00 1,00 SiO2 Al2O3 FeO MgO Si AlIV Sum_T Ti Fe3 Fe2 Cr Mn Mg Ca Na K Cations CF CCl OH O Fe_FeMg Mg_FeMg Al GB-AM-6 Clorita Chl1 39.43 18.56 4.18 37.83 6,44 1,57 * 0,00 0,00 0,57 0,00 0,00 9,20 0,00 0,00 0,00 * 0,00 0,00 0,00 28,00 0,00 1,00 3,57 Chl2 36.91 19.42 6.28 37.39 6,11 1,89 * 0,00 0,00 0,87 0,00 0,00 9,23 0,00 0,00 0,00 * 0,00 0,00 0,00 28,00 0,00 1,00 3,79 Chl3 38.17 18.99 5.23 37.61 6,27 1,73 * 0,00 0,00 0,72 0,00 0,00 9,22 0,00 0,00 0,00 * 0,00 0,00 0,00 28,00 0,00 1,00 3,68
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