Joaquim Benite - Companhia de Teatro de Almada

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Joaquim Benite - Companhia de Teatro de Almada
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Joaquim Benite | Curriculum vitæ
Joaquim Benite nasceu em 1943. Iniciou a actividade literária ainda estudante no
Diário de Lisboa / Juvenil, dirigido por Mário Castrim e no semanário Notícias da
Amadora. Publicou, com Deodato Santos, o livro de poemas Tempo de guerra (1963).
Começou a trabalhar como jornalista profissional no diário República, passando depois
por vários jornais: Diário de Lisboa, Primeiro de Janeiro, O século e O diário.
No Diário de Lisboa ganhou, em 1968, o Primeiro Prémio de Reportagem, com um
texto sobre a Feira do Livro. Fez parte da equipa coordenadora do suplemento Mesaredonda (com Sérgio Ribeiro, Manuel de Azevedo, José Fernandes Fafe, entre outros) e
coordenou a equipa responsável pela cobertura do II Congresso Republicano de Aveiro,
integrada também por Urbano Tavares Rodrigues e Raul Rego. Foi durante vários anos,
neste jornal, crítico de teatro, tendo feito vários artigos sobre o Festival de Nancy.
No diário O século, onde ingressou em 1972, chegou a chefe de redacção. Entre os
trabalhos jornalísticos mais relevantes deste período destaca-se a série de reportagens
que fez em Espanha na fase final do Franquismo, intitulada «Espanha, ilha da Europa» e
que lhe permitiu entrevistar numerosas personalidades políticas que viriam a ter um papel
importante na transição democrática daquele país. No pós-25 Abril acompanhou o
Presidente Costa Gomes nas viagens de Estado à Polónia e à URSS e os primeirosministros Palma Carlos e Vasco Gonçalves às conferências da NATO em Bruxelas, em
1974 e 1975.
Em 1989 tornou-se chefe de redacção de O diário, onde dirigiu também o
Suplemento Cultural. Durante a sua carreira assinou artigos de opinião, reportagens,
crónicas e entrevistou grandes personalidades do mundo literário e artístico como Rafael
Alberti, Luciana Stegagno Picchio, Maria Barroso, Felix Cucurull, Aquilino Ribeiro ou
Miguel Torga.
Publicou crítica de teatro nos jornais República, Diário de Lisboa, O século e O
diário revista Notícias de Angola, & Etc (jornal do Fundão) e publicou textos noutros
suplementos.
Em 1969 foi membro da Comissão Política Nacional da CDE (Comissão Democrática
Eleitoral) ao lado de muitas figuras de grande destaque como, por exemplo, o exPresidente da República Jorge Sampaio.
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CARREIRA TEATRAL
Em 1970 abandonou a crítica de teatro e funda o Grupo de Campolide, estreando-se
na encenação com O avançado-centro morreu ao amanhecer, de Agustin Cuzzani. Em
1977 o Grupo de Campolide profissionaliza-se e instala-se no Teatro da Trindade, onde
Joaquim Benite dirige 1383, de Fernão Lopes / Virgílio Martinho e O santo inquérito, de
Dias Gomes (peça já dirigida por si em 1976 para a Seiva Trupe, no Porto). Em 78 o
grupo passa para Almada, onde se estreia com Aventuras de Till Eulenspiegel, de
Charles de Coster / Virgílio Martinho, adoptando mais tarde a designação de Companhia
de Teatro de Almada (CTA). Em 1987 inaugura o Teatro Municipal de Almada, com a
peça de García Lorca Dona Rosinha, a solteira.
Ao longo da sua actividade como encenador, Joaquim Benite encenou textos de
Gogol, Eugene O’Neill, Shakespeare, Molière, Brecht, Lorca, Bulgakov, Camus,
Adamov, Beckett, Albee, Pablo Neruda, Thomas Bernhard, Dias Gomes, Daniel Besse,
Nick Dear, Victor Haim, Sanchis Sinisterra, Antonio Skármeta, Marivaux, Peter
Schaffer, Pushkin, Marguerite Duras, etc., dando a conhecer, em estreia, autores
portugueses como José Saramago, Virgílio Martinho, Fonseca e Lobo e, recentemente, o
jovem dramaturgo Rodrigo Francisco. Dirigiu ainda textos de António José da Silva e
Almeida Garrett.
No campo do teatro é autor de numerosos textos, conferências e ensaios. Tem
dirigido, também, muitos cursos de teatro.
Em 1984 cria o Festival de Almada, um encontro anual de teatro internacional que é
considerado um dos mais importantes acontecimentos culturais em Portugal e que
continua a dirigir.
Apresentou espectáculos em Espanha, França, Angola e Polónia. É director da revista
de teatro Cadernos, e da colecção Textos d’Almada.
CARGOS PÚBLICOS

Fundador e primeiro presidente da APTA (Associação Portuguesa de Teatro de
Amadores);
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
Presidente da ATADT (Associação Técnica e Artística da Descentralização
Teatral);

Membro do Conselho Superior de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura;

Director da Secção Portuguesa do Instituto Internacional de Teatro do
Mediterrâneo (IITM) dirigido por José Monleón;

Delegado em Portugal do CELCIT (Centro Latino-Americano de Criação e
Investigação Teatral).
DISTINÇÕES
Várias das encenações de Joaquim Benite foram distinguidas com diversos prémios da
Crítica. Entre estas produções encontra-se: Vida do grande D. Quixote de la Mancha e
do gordo Sancho Pança, de António José da Silva (1972); A noite, de José Saramago
(1979) – Prémio para melhor espectáculo português do ano; Zoo story, de Edward Albee
(1983); Othello, de Shakespeare (1993); Mãe coragem e os seus filhos, de Brecht
(2000); O mercador de Veneza, de Shakespeare (2002); O fazedor de teatro, de Thomas
Bernhard (2004); e Othello, de Shakespeare (2005)
Recebeu ainda:

Várias nomeações para o «Sete de Ouro»;

Nomeação para o Prémio Garrett (1987);

Medalha da Associação 25 de Abril;

Prémio da Revista Actor (1990);

Golfinho de Ouro, atribuído pela Região de Turismo de Setúbal, Costa Azul
(1998);

Escolhido como personalidade cultural do ano do distrito de Setúbal pelo jornal
Sem mais (1999);

Prémio Ollantay do CELCIT (1994);

Prémio Ollantay do CELCIT (1995);

Medalha de Ouro de Mérito Cultural do concelho de Almada;

Medalha de Honra da cidade da Amadora;

Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura;
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
Condecorado pelo Governo francês com o grau de Chevalier de l’Ordre des Arts
et des Lettres;

Comenda da Ordem do Mérito Civil, entregue pelo Rei de Espanha.
Referências
O trabalho de Joaquim Benite tem sido objecto de artigos nas principais publicações
portuguesas, e também na imprensa estrangeira, com destaque para:
The stage (Londres);
Plays international (Londres);
Theatre record (Londres);
Lightening and sound international (Londres);
Du théâtre (Paris);
Journal du théâtre (Paris);
Regards (Paris);
Alternative théâtrale (Bruxelas);
Presse-océan (Nantes);
Avant-scène (Paris);
Sipario (Milão/Roma);
La Sicilia (Raguzza);
Primer acto (Madrid);
El pais (Madrid);
Diario 16 (Madrid);
El mundo (Madrid);
ABC (Madrid);
Avui (Barcelona);
Escena (Barcelona);
ADE / Revista de teatro (Madrid);
Nueva España (Oviedo);
Pipirígaina (Madrid);
Triunfo (Madrid);
Teatr (Varsóvia);
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Torstai (Helsínquia);
Tiyatro (Istambul);
Vseukrainskie Vedomosti (Kiev);
Kultura (Sofia);
A tribuna (Santos-Brasil);
El colombiano (Bogotá);
Tempo (Maputo);
Hystrio (Triestre);
Il manifesto (Roma).
O mesmo trabalho é objecto de estudos ou referências em diversos livros. Entre
outros:
História do teatro português, Luiz Francisco Rebello;
100 anos de teatro português, Luiz Francisco Rebello;
Enciclopédia portuguesa e brasileira;
Em busca do teatro perdido, Carlos Porto;
A juventude pode salvar o teatro, de Redondo Júnior;
Cadernos de Lanzarote, de José Saramago;
O teatro do Absurdo em Portugal, Sebastiana Fadda;
Companhia de Teatro de Almada, 25 anos de actividade, de José Mascarenhas (Tese
de pós-graduação);
Companhia de Teatro de Almada, de Virgílio Martinho;
Escenario de dos mundos, vários autores, edição do Ministério da Cultura de
Espanha;
Portugal, 20 Anos de Democracia, de António Reis;
História de Portugal, de João Medina (Vol. VI), etc.
ENCENAÇÕES
1971
O avançado centro morreu ao amanhecer, de Augustin Cuzzani (Grupo de Campolide)
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1972
Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança, de António José da
Silva (Grupo de Campolide)
1973
Filopopulos, de Virgílio Martinho (Grupo de Campolide)
1975
Fulgor e morte de Joaquin Murieta, de Pablo Neruda (Grupo de Campolide)
1976
O grande cidadão, de Virgílio Martinho (Grupo de Campolide)
1977
1383, de Fernão Lopes / Virgílio Martinho (Teatro da Trindade)
O santo inquérito, de Dias Gomes (Teatro da Trindade)
1978
As aventuras de Till Eulenspiegel, de Charles de Coster (Companhia de Teatro de
Almada)
1979
A noite, de José Saramago (CTA)
1980
Que farei com este livro?, de José Saramago (CTA)
Camões tão perto e tão longe, de Maria Rosa Colaço (CTA)
Camões, espectáculo multimédia (Coliseu dos Recreios) (com Morais e Castro)
1981
O espanta-pardais, de Maria Rosa Colaço (CTA)
TU, liberdade, espectáculo multimédia, (Coliseu dos Recreios)
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1982
Tempos difíceis, de Romeu Correia (CTA)
A menina, o gato e o robot, de Joaquim Benite (CTA)
Georges Dandin, de Molière (Grupo Teatro Amador da Academia Almadense)
1983
1383, de Fernão Lopes / Virgílio Martinho (nova encenação) (CTA)
Zoo story, de Edward Albee (CTA)
1383zinho, de Virgílio Martinho (CTA)
1984
Como matar o tubarão, de Vitor Haim (CTA)
Hughie e Antes do pequeno-almoço, de Eugene O’Neill (CTA)
Amor de D. Perlimplim, com Belisa em seu jardim, de Garcia Lorca (CTA)
1985
O capote, de Nicolai Gogol (CTA)
A ilha dos escravos, de Marivaux (Companhia de Teatro do Ribatejo)
1986
Georges Dandin, de Molière (CTA)
1987
Afonso VI, de Fonseca Lobo (CTA)
O cavaleiro e o dragão, de José Jorge Letria (CTA)
1988
D. Rosinha a solteira, de Garcia Lorca (CTA)
A menina sábia, de Ernesto Ráez (CTA)
O casamento, de Gogol (Companhia de Teatro do Ribatejo)
1989
D. Filipa de Vilhena, de Almeida Garrett (RTP / CTA)
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Marco milhão, de Eugene O’Neill (CTA)
1990
Felicidade e erva-doce, de Peter Shaffer (CTA)
1991
As suplicantes, de Fonseca Lobo (CTA)
La noche que no llegou el viento, de Javier Villanueva (Teatro Campoamor, Oviedo)
Mozart e Salieri, de Puchkine (CTA)
Dias inteiros nas árvores, de Marguerite Duras (CTA)
1992
Vida do grande D. Quixote, de António José da Silva (CTA)
1993
Othello, de Shakespeare (CTA)
Os dias felizes, de Samuel Beckett (com Júlio Castronuovo) (CTA)
1994
Bastien e Bastienne, de W. A Mozart (CTA)
De graus, de Prista Monteiro (com Vítor Gonçalves) (CTA)
Molière, de Mikhail Bulgakov (CTA)
1995
Filopopulos, de Virgílio Martinho, (nova encenação) (CTA)
1996
Shirley Valentine, de Willy Russel (Teatro Nacional)
Calígula, de Albert Camus (CTA)
1997
O carteiro de Neruda, de Antonio Skármeta (CTA)
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1998
Amor de D. Perlimplim com Belisa em seu jardim, de Garcia Lorca (CTA)
O cerco de Leninegrado, de José Sanchis Sinisterra (CTA/Teatro Nacional)
1999
Viagens na minha terra, de Almeida Garrett (Grande Auditório da Fundação
Gulbenkian, Acarte / CTA)
Memorial do convento, de José Saramago (Teatro da Trindade/CTA)
2000
Mãe coragem e seus filhos, de Bertolt Brecht (CTA)
2002
O mercador de Veneza, de William Shakespeare (CTA
Os directores, de Daniel Besse (CTA)
2003
Paolo Paoli, de A. Adamov (CTA)
Os dias felizes, de Samuel Beckett (CTA)
2004
O fazedor de teatro, de Thomas Bernhard (CTA)
2005
Num bairro moderno (recital de Cesário Verde), (CTA)
Othello, de Shakespeare (CTA / ACTA)
Poder, de Nick Dear (CTA)
2006
D. Juan, de Molière (CTA)
2007
Quarto minguante, de Rodrigo Francisco (CTA)
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Que farei com este livro?, de José Saramago (CTA / ACTA / Teatro Nacional D. Maria
II / Teatro das Figuras)
2008
A clemência de Tito, ópera de Mozart (Teatro Nacional de S. Carlos)
Timon de Atenas de Shakespeare (Festival de Teatro Clássico de Mérida)
O presidente, de Thomas Bernhard (CTA)
2009
O doido e a morte, o texto de Raul Brandão e a ópera de Alexandre Delgado (CTA)
Peças gravadas para a RTP
O capote, de Nicolai Gogol
A menina, o gato e o robot, de Joaquim Benite
1383, de Fernão Lopes / Virgilio Martinho
Que farei com este livro?, de José Saramago
D. Filipa de Vilhena, de Almeida Garrett
D. Rosinha a solteira, de Garcia Lorca
O casamento da condessa, de Júlio Dinis
Quarto minguante, de Rodrigo Francisco
A purga do bebé. De Georges Feydeau
Mozart e Salieri, de Pushkin
Amores de D. Perlimplim com Belisa em seu jardim, de Garcia Lorca
O doido e a morte, texto de Raul Brandão e ópera de Alexandre Delgado