DISSERTAÇÃO MESTRADO ODONTOLOGIA
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DISSERTAÇÃO MESTRADO ODONTOLOGIA
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-graduação em Odontologia DETECÇÃO DE FRATURA RADICULAR EM DENTES COM PINO METÁLICO POR MEIO DE RADIOGRAFIA PERIAPICAL E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA PRISCILA DIAS PEYNEAU Belo Horizonte 2011 Priscila Dias Peyneau DETECÇÃO DE FRATURA RADICULAR EM DENTES COM PINO METÁLICO POR MEIO DE RADIOGRAFIA PERIAPICAL E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração em Clínicas Odontológicas - Ênfase: Radiologia Odontológica e Imaginologia Orientador: Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi Belo Horizonte 2011 FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais P515d Peyneau, Priscila Dias Detecção de fratura radicular em dentes com pino metálico por meio de radiografia periapical e tomografia computadorizada / Priscila Dias Peyneau. Belo Horizonte, 2011. 51f. : il. Orientador: Flávio Ricardo Manzi Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. 1. Fraturas de dentes - Diagnóstico. 2. Radiografia dentária digital. 3. Tomografia computadorizada. I. Manzi, Flávio Ricardo. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. III. Título. CDU: 616.314-001.5 FOLHA DE APROVAÇÃO AGRADECIMENTOS À Deus por iluminar o meu caminho e me conceder sabedoria. Aos meus pais, Hermes Peyneau e Mariza Rubim Dias Peyneau, pelo incentivo, amor e dedicação nesta longa jornada da vida. Vocês foram fundamentais para mais esta conquista. Aos meus irmãos e cunhados, amigos e familiares, pelo apoio e carinho. Às amigas, Adriana Maria de Andrade e Morgana Neves, pela amizade e pelo carinho com que me acolheram. Aos amigos da VIII turma do Mestrado Acadêmico em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pelos momentos alegres, intensos e difíceis que passamos neste período de convivência. Hoje podemos dizer: vencemos! Às minhas companheiras da Radiologia, Claudia Sgliano Valério e Andréia Cruz Pires Ribeiro de Sousa, não tenho palavras para descrever o carinho com que me receberam! Obrigada pela amizade, compreensão, simpatia e disponibilidade. Aos Professores do Programa de Mestrado em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pelo conhecimento transmitido. Ao Prof. Dr. Rogério A. Azeredo, pela amizade e pelo incentivo à pesquisa. Em especial, ao meu orientador, Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi, pela dedicação, confiança, amizade e incentivo à carreira acadêmica. Á Axial Centro de Imagens, Axial Odonto, Digiface, Radiscan, Radiodonto, e ao Prof. Arnaldo Horácio Pereira pela colaboração no meu crescimento profissional. EPÍGRAFE Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela. (Provérbios 3:13-15). RESUMO O objetivo deste trabalho foi comparar o diagnóstico de fraturas radiculares em dentes com pino metálico intra-canal através de radiografias periapicais convencionais, radiografias periapicais digitais através do sensor CCD (chargecoupled device) e placa de fósforo (PSP), além de tomografia computadorizada multislice (TC multislice) e tomografia computadorizada cone beam (TCCB). Trinta dentes extraídos, unirradiculares, tratados endodonticamente e com pino metálico intra-canal foram utilizados como amostra. Na primeira fase de aquisição das imagens estes dentes não apresentavam fratura. Em um segundo momento, os mesmos dentes foram fraturados com a pressão de uma cunha e a aquisição das imagens foi realizada mais uma vez. Três especialistas em radiologia odontológica, com experiência em tomografia computadorizada e imagem digital avaliaram as imagens. A sensibilidade (90%) e a especificidade (95%) foram calculadas usando a curva ROC e os melhores resultados encontrados foram para as imagens realizadas com PSP e que puderam ser manipuladas. As imagens obtidas com as radiografias digitais sem manipulação, nos dois sistemas, e as imagens tomográficas obtidas nos dois tomógrafos, não apresentaram diferença estatisticamente significante entre si (CCD: 0,467-0,729, PSP: 0,5388-0,8112, TCCB: 0,5445-0,8155, TC multislice: 0,5544-0,8202), entretanto apresentaram diferença estatisticamente significante quando comparadas com as radiografias periapicais convencionais e digitais com manipulação (convencional: 0,7248-0,9352, CCD: 0,7442 -0,9458, PSP: 0,85410,9959). Sendo assim, as imagens tomográficas não são adequadas para verificar a ausência da fratura, pois o artefato do metal causado pelo núcleo metálico faz o avaliador perceber fraturas em raízes hígidas (falso positivo). Para avaliação da presença de fraturas radiculares em dentes com pino metálico intra-canal, indica-se a utilização das imagens radiográficas digitais. Os sistemas digitais (CCD e PSP) obtiveram os maiores valores de sensibilidade, especificidade e acurácia para esta condição. Palavras-chave: Diagnóstico. Fraturas dos dentes. Radiografia dentária digital. Tomografia computadorizada por raios X. ABSTRACT The purpose of this study was to compare the diagnosis of root fractures in teeth with intracanal metallic posts by means of conventional periapical, digital charge-coupled device (CCD) and phosphor plate (PSP), and multislice CT and cone beam (CBCT). Sample consisted of 30 extracted single-rooted, endodontically treated teeth and intracanal metallic posts. In the first phase of image acquisition, these teeth showed no fracture. In a second step, the same teeth were fractured by wedge pressure and image acquisition was performed again. Three dental radiology experts with experience in digital imaging and computed tomography evaluated the images. The sensitivity (90%) and specificity (95%) was calculated using the ROC curve and the best results were obtained for images acquired by PSP, which could be manipulated. Images obtained with digital radiography without manipulation, in both systems, and tomographic images obtained in the two scanners showed no statistically significant differences between them (CCD: 0.467-0.729, PSP: 0.5388-0.8112, CBCT: 0.54450,8155, CT multislice: 0.5544-0.8202), however there were statistically significant differences when they were compared with conventional periapical radiographs and digital manipulation (conventional:0.7248-0.9352, CCD:0.7442-0.9458, PSP:0.85410.9959). Therefore, CT imaging is not adequate for verifying the absence of fracture, since the metal artifact caused by a metallic post makes the evaluator see fractures in healthy roots (false positive). To evaluate the presence of root fractures in teeth with intracanal metallic posts, the use of digital radiographic images is indicated. Digital systems (CCD and PSP) showed the highest sensitivity, specificity and accuracy for this condition. Keywords: Diagnosis. Digital dental radiography. Fracture of the teeth. X-ray computed tomography. LISTA DE ABREVIATURAS CCD - Charge-coupled device PSP – Placa de fósforo TCCB - Tomografia computadorizada cone beam TC – Tomografia computadorizada SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................................9 2. OBJETIVOS................................................................................................................................ 12 3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................................ 13 3.1 Preparação da amostra ............................................................................................................ 13 3.2 Aquisição das imagens............................................................................................................ 14 3.2.1 Radiografia periapical ........................................................................................................... 14 3.2.2 Tomografia Computadorizada ............................................................................................ 15 3.3 Preparação da amostra (após a aquisição das imagens)............................................... 17 3.4 Avaliação das imagens ............................................................................................................ 17 ARTIGOS ............................................................................................................................................ 21 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 50 9 1 INTRODUÇÃO O diagnóstico da fratura radicular representa um desafio para o cirurgiãodentista, e é um procedimento importante para avaliar o prognóstico e determinar o tratamento adequado para o dente. Este tipo de lesão do órgão dentário compreende entre 0,5 a 7% dos traumatismos que afetam os dentes permanentes (ANDREASEN, 1981). Dentre alguns fatores etiológicos que podem causar as fraturas, pode-se citar: o trauma físico, o trauma oclusal, os hábitos parafuncionais repetitivos de estresse mastigatório, a reabsorção patológica induzindo uma fratura radicular, além de iatrogenias que ocorrem durante e após o tratamento endodôntico, como por exemplo, a instalação de pinos metálicos ou a pressão para adaptá-los (YOUSSEFZADEH et al., 1999; MORA et al. 2007; KAMBUROGLU et al., 2010). A radiografia periapical é utilizada como exame inicial no diagnóstico de fraturas radiculares e ideal para avaliar o órgão dental no que diz respeito à coroa, raiz e suas estruturas adjacentes. Dentre as características radiográficas para o diagnóstico de fraturas, pode-se notar uma linha radiolúcida entre os fragmentos ou a separação dos mesmos, além do aumento do espaço do ligamento periodontal e da perda óssea localizada. Porém, esta técnica radiográfica possui limitações, como por exemplo, a sobreposição de estruturas adjacentes. Além disso, o feixe central de raios X tem que passar paralelamente a linha de fratura para que a mesma seja identificada (MORA et al., 2007; BERNARDES et al., 2009; HASSAN et al., 2009; IIKUBO et al., 2009; KAMBUROGLU; CEBECI; GRONDAHL, 2009). Devido a isto, muitas vezes é necessário que sejam feitas várias radiografias em ângulos diferentes para conclusão da hipótese diagnóstica (BRANDINI et al., 2009; KAMBUROGLU; CEBECI; GRONDAHL, 2009). A radiografia convencional vem sendo substituída pelo sistema digital, que também fornece imagem bidimensional e sobreposição de estruturas adjacentes. Porém, a radiografia digital possui a vantagem de ser visualizada em tempo real, economizando tempo e eliminando o uso de produtos químicos (reveladores e fixadores) que são prejudiciais ao meio ambiente, e também permite a manipulação (ampliação e alteração de brilho e contraste), armazenamento e envio das imagens 10 para outros profissionais (KOSITBOWORNCHAI et al., 2003; KAMBUROGLU; CEBECI; GRONDAHL, 2009). Com a descoberta da Tomografia Computadorizada em 1972 por Hounsfield e Cormack, houve uma revolução na área médica em relação aos diagnósticos por imagem. Muitas gerações de tomógrafos foram utilizadas até chegar ao tomógrafo multislice, no qual o gantry possui várias fileiras de sensores permitindo rápida aquisição de imagem. Através de reconstruções em terceira dimensão, visualização de tecidos mole e duro, também possui a vantagem da obtenção de imagens com alta acurácia e precisão e com recurso de manipulação favorecendo um diagnóstico mais eficaz. Ainda no final do século XX, em 1997, a tecnolgia da Tomografia Computadorizada Cone Beam começou a ser utilizada na área odontológica por Arai e colaboradores, principalmente devido ao porte físico reduzido do aparelho, menor custo e menor dose de radiação, quando comparado com o equipamento de tomografia utilizado em clínicas médicas. No tomógrafo Cone Beam a fonte de raios X e o detector fazem um giro de 180° a 360° mantend o o volume selecionado no centro de rotação, desta maneira uma série de dados é adquirida e então ocorre a reconstrução das imagens através de algoritmos de computador. Recentemente, a tecnologia da Tomografia Computadorizada começou a ser utilizada na área odontológica oferecendo segurança para o profissional e para o paciente com o intuito de obter planejamento e tratamento mais eficazes através de reconstruções em terceira dimensão da maxila e da mandíbula. Este exame também fornece informações mais detalhadas sobre os dentes e as estruturas adjacentes, proporcionando precisão na detecção de fraturas radiculares quando comparadas com as radiografias periapicais convencionais ou digitais de acordo com os estudos de Mora et al (2007), Hassan et al (2009), Ilguy et al (2009), Wenzel et al (2009), Kamburoglu et al (2010). Esta superioridade é devido à visualização da imagem em três dimensões onde a linha de fratura é vizualizada entre os fragmentos, em dentes sem núcleos metálicos. Entretanto em vários casos, a fratura fica mascarada no exame radiográfico periapical principalmente se o ângulo de projeção do feixe de raios X não estiver paralelo à fratura (WENZEL et al., 2009; HASSAN et al., 2010). Porém, deve-se considerar também, que na tomografia, a colimação, o tamanho do voxel, o número de aquisições e os artefatos possuem influência significativa na qualidade da imagem (YOUSSEFZADEH et al., 1999). Além disso, cada tipo de 11 aparelho varia na qualidade da imagem e na capacidade de visualizar as estruturas anatômicas em relação ao tamanho do FOV (Field Of View). Mesmo diante de vários métodos de diagnóstico por imagem, as fraturas radiculares, ainda são difíceis se serem detectadas principalmente em dentes que possuem pino metálico intracanal. O uso de núcleo metálico em dentes tratados endodonticamente é um procedimento frequente nos consultórios odontológicos, e consequentemente as fraturas associadas a esta condição tem sido um dos maiores problemas para o clínico. Estes artefatos podem aparecer como zonas escuras ou listras em torno do material endodôntico e do núcleo semelhante às fraturas radiculares, e assim levar a falsas leituras em dentes hígidos (falso-positivos) (KAMBUROGLU et al., 2010). Desta maneira, existe a necessidade de um minucioso exame clínico e de um diagnóstico por imagem confiável para a detecção de fraturas radiculares em dentes com núcleo metálico. 12 2 OBJETIVOS O presente trabalho teve como objetivo comparar a precisão no diagnóstico de fraturas radiculares associadas a pinos intracanal com imagens de radiografias periapicais convencionais e digitais (sistema CCD e fósforo - PSP), além de tomografias computadorizadas (multislice e cone beam). 13 3 MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho teve início após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais sob o protocolo 0271.0.213.000-10. 3.1 Preparação da amostra O grupo do experimento consistiu de 30 dentes extraídos humanos, primeiro e segundo pré-molares inferiores unirradiculares, com rizogênese completa, sem fratura, lesão periapical, reabsorção radicular ou anomalia. Foi realizada a abertura coronária em todos os elementos dentários, impulsionado por um motor de alta rotação (300 000rpm), utilizando broca diamantada. Para alargar a porção coronal dos condutos radiculares foi utilizada as brocas Gates-Glidden números 2 e 3 (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suiça) (MONAGHAN et al., 1993; MIREKU et al., 2010; COSTA et al., 2011). A seguir, os condutos radiculares foram instrumentados através da técnica telescópica com limas de aço inoxidável Kerr, e a cada mudança na instrumentação, os condutos radiculares foram irrigados com hipoclorito de sódio a 2% (KAMBUROGLU et al., 2010). Em seguida, os canais foram preenchidos com guta-percha através da técnica de condensação lateral. O cimento utilizado foi o Endofill (Malleifer, Dentsply, Petrópolis, RJ, Brasil) manipulado de acordo com as instruções do fabricante. Após esta fase, foi utilizado o calcador modelo Paiva aquecido na lamparina para remover parte do material obturador deixando apenas 3 a 5mm da guta-percha preenchendo o ápice da raiz afim de deixar o conduto radicular preparado para receber o núcleo metálico. Para a confecção do núcleo metálico, foi utilizada a técnica direta, onde a resina acrílica (Duralay) faz uma cópia idêntica do conduto radicular, e em seguida é enviada ao laboratório protético para a fundição. Os núcleos foram posicionados em cada um dos dentes e fixados com cera utilidade para que não houvesse movimentação dos mesmos. Os dentes foram colocados no alvéolo vazio de uma 14 mandíbula humana seca, e cada um deles foi fixado em um bloco de resina acrílica para permanecerem na mesma posição durante a aquisição das imagens e para permitir o reposiocinamento (Figura 1). Figura 1 – Dentes fixados em resina acrílica posicionados na mandíbula seca. 3.2 Aquisição das imagens 3.2.1 Radiografia periapical As radiografias periapicais foram realizadas com aparelho KODAK 2200 Intraoral X-Ray System® (Kodak Eastman Company, USA), operando a 60 kV, 10 mA, com a distância foco-receptor de 25 cm e 1.5 mm de filtração e tempo de exposição de 0,35s para as imagens convencionais e 0,23s para as imagens digitais. Para simular o corpo do paciente, foi utilizada uma placa de acrílico com 10mm de espessura (SOGUR; BAKS; GRONDAHL, 2007; CALDAS et al, 2010). Para a realização das radiografias convencionais, foi utilizado filme F Speed (3 x 4cm Kodak Insight films; Eastman Kodak Company, Rochester, NY, USA) e o feixe central de raios X foi direcionado perpendicularmente ao longo eixo do dente (técnica do paralelismo) através de um suporte personalizado. Os filmes utilizados foram processados em uma máquina processadora automática (AP 200 Processor; PLH Medical, Watford, England). 15 Para as radiografias digitais, dois sensores foram utilizados: CCD, RVG 5.0 (Trophy, Marne la Valle, France), sensor tamanho 2, com 10pl/mm de resolução espacial e placa de fósforo (PSP) CR 7400 (Trophy, Marne la Valle, France), com10pl/mm de resolução espacial e com 10,2s de tempo de leitura (Figura 2). Como nas imagens convencionais, o feixe central de raios X foi direcionado perpendicularmente ao longo eixo do dente (técnica do paralelismo) através de um suporte personalizado. As placas de fósforo foram escaneadas imediatamente após a exposição. Figura 2 – Posicionamento do sensor CCD (A) e da placa de fósforo (B). 3.2.2 Tomografia Computadorizada A amostra foi escaneada através dos aparelhos ICAT CB500 (120 kVp, 5 mA; Imaging Sciences, Hatfield, PA) e Somatom Sensation 64 (Multislice CT, 120 kVp, 150 mAs, colimação de 64x0,6, Siemens AG, Forchheim, Germany). O escaneamento foi realizado com 14 x 8cm de colimação (FOV) selecionado para a tomografia cone beam (Figura 3). O conjunto de dados foi exportado em formato DICOM, e o tamanho do voxel isotrópico foi de 0,25mm. Os dados foram reconstruídos com cortes de espessura de 1mm e os dentes foram colocados no centro do volume. 16 Figura 3 – Mandíbula posicionada no aparelho ICat CB500 (A e B) e no Somatom Sensation 64 (B). Para TC Multislice, a direção do escanemaento foi cranio-caudal, começando da base da mandibular e estendendo a crista alveolar (Figura 4). A espessura do corte na imagem foi ajustada para 1mm com intervalo também de 1mm. Após a aquisição das imagens axiais, as mesmas foram processadas através do programa de reformatação Tomografia Computadorizada Dental (DCT). As reconstruções multiplanares foram baseadas no protocolo do DCT e as panorâmicas pelo software dental (Syngo Dental CT 2006 A-W VB20B-W) na workstation. Os cortes foram reformatados para colocar o dente na posição vertical. Figura 4 – Mandíbula posicionada no aparelho Somatom Sensation 64 (A). 17 3.3 Preparação da amostra (após a aquisição das imagens) As fraturas radiculares foram induzidas por força mecânica no plano vertical descritas por Nair et al (2001), sendo que alguns traços de fratura se fizeram no sentido vertical e outros no sentido horizontal, de acordo com a força incidida no dente. Ambos os fragmentos foram montados e colados sem deslocamento. O pino metálico intracanal foi reposicionado no conduto radicular e fixado com cera utilidade, e os dentes foram submetidos a uma nova etapa de radiografias e tomografias. 3.4 Avaliação das imagens Três especialistas em radiologia odontológica, com experiência em tomografia computadorizada e imagem digital, analisaram separadamente todas as radiografias e tomografias de maneira independente. Estes avaliadores desconheciam os procedimentos, os métodos, e as condições das raízes dos dentes. As radiografias intraorais convencionais foram observadas em um negatoscópio, as imagens digitais CCD e PSP foram avaliadas em um computador Dell PWS 670 (Dell Inc., Round Rock, TX, USA), processador Intel® Core™ i5-2500K (6M Cache, 3.30 GHz) e monitor Dell (22 polegadas), com e sem o uso de ferramentas do software (brilho, contraste, zoom, negativo e colorização). Os dados volumétricos obtidos usando TCCB e TC multislice foram exportados como DICOM e importados para um software especialmente desenhado para visualizar imagens (Dental Slice; Bioparts, Brasília, Brazil). As imagens transversais, coronais e perpendiculares às linhas de fratura foram reconstruídas a partir dos dados exportados. Os observadores foram livres para usar as opções de ferramentas de imagem disponíveis (densidade, contraste, ampliação) em um monitor de 22 polegadas em tela plana (Figuras 4 e 5). 18 A fratura foi diagnosticada através da visualização direta da linha radiolúcida atravessando a raiz. As imagens foram classificadas de acordo com uma escala visual descrita no Quadro 1. A1 Certamente não apresenta fratura radicular A2 Provavelmente não apresenta fratura radicular B Não há como afirmar presença de fratura B1 Certamente apresenta fratura radicular B2 Provavelmente apresenta fratura radicular Quadro 1 – Classificação das imagens segundo a presença ou ausência de fraturas Figura 4: Dentes sem fratura radicular e pino metálico: (A) imagem convencional; (B) imagem CCD sem o uso de ferramentas do software; (C) imagem de fósforo sem o uso de ferramentas do software; (D, E, F) imagem CCD com o uso de ferramentas do software; (G, H, I) imagem de fósforo com o uso de ferramentas do software; (J) TCCB (L) TC Multislice. Notar setas amarelas apontando imagem sugestiva de fratura (falso-positivo). 19 Figura 5: Dentes com fratura radicular e pino metálico: (A) imagem convencional; (B) imagem CCD sem o uso de ferramentas do software; (C) imagem de fósforo sem o uso de ferramentas do software; (D, E, F) imagem CCD com o uso de ferramentas do software; (G, H, I) imagem de fósforo com o uso de ferramentas do software; (J) TCCB; (L) TC Multislice. O coeficiente Kappa foi calculado para avaliar a concordância intra e interobservadores para cada conjunto de imagens. A classificação obtida com as imagens convencionais, digitais e tomografias computadorizadas foram comparadas com o padrão-ouro usando a curva ROC (receiver operating characteristic) através da análise para avaliar a capacidade do observador em diferenciar entre os dentes com ou sem fratura. As áreas da curva ROC (valores Az) foram calculados utilizando o software BioEstat 5.0 (Belém, Brasil) para cada tipo de imagem. Estas áreas foram comparadas com o teste Q de Cochran com nível de significância de p=0,05. Verdadeiro negativo (correta identificação de raízes não fraturadas), verdadeiro positivo (correta identificação da fratura em raiz fraturada), falso positivo (presença de fratura em raízes não fraturadas), falso negativo (ausência de fratura em raízes fraturadas) e acurácia foram calculados. As imagens radiográficas e tomográficas de cada modalidade de aquisição (convencional, CCD sem manipulação, CCD com manipulação, PSP sem manipulação, PSP com manipulação, tomografia computadorizada cone beam e tomografia computadorizada mulstislice) foram comparadas. Sequencialmente, os 20 gráficos apresentam as curvas ROC para os conjuntos de imagens produzidas a partir desta pesquisa. Nos gráficos ROC, as curvas são diferenciadas pelas áreas. No gráfico ROC, o eixo das ordenadas representa a sensibilidade e o eixo das abscissas, o inverso da especificidade. O cálculo do balanço entre os índices de verdadeiro-positivos e falso-positivos é obtido pela determinação da área sob a curva ROC, que representa uma expressão do poder discriminativo global que um teste de diagnóstico possui e constitui uma boa medida sumária de exatidão (HANLEY; MCNEIL, 1982; WENZEL; VERDONSCHOT, 1994). O valor mínimo da área sob a curva ROC é de 0,50, sendo a representação gráfica de uma reta em 45o. Isso acontece se as capacidades de previsão da modalidade não forem superiores ao puro acaso, ou seja, quando o método não possui qualquer capacidade discriminativa. Então, o índice de verdadeiro-positivos é igual ao índice de falsopositivos. O valor máximo é igual a 1 nas situações em que se obtêm 100% de verdadeiro-positivos e 0% de falso-positivos. A melhor performance é indicada por uma curva que é mais elevada e voltada para a esquerda, no espaço ROC (HANLEY; MCNEIL, 1982). 21 ARTIGOS Artigo 1 Artigo publicado pela Revista Odontológica do Brasil Central Rev Odontol Bras Central 2011;20(53):172-5. DETECÇÃO DE FRATURA LONGITUDINAL POR MEIO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS DETECTION OF LONGITUDINAL FRACTURE THROUGH CONE BEAM COMPUTED TOMOGRAPHY: REPORT OF TWO CLINICAL CASES AUTORES Priscila Dias Peyneau1 Claudia Scigliano Valerio2 Andréia Cruz Pires Ribeiro de Sousa3 Daniela Dazzi4 Flávio Ricardo Manzi5 1 Especialista em Radiologia – Unigranrio. Mestranda em Clínicas Odontológicas – Ênfase Radiologia – PUC Minas. 2 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial – PUC Minas. Especialista em Odontopediatria- USP. Mestranda em Clínicas Odontológicas – Ênfase Radiologia – PUC Minas. 3 Especialista em Ortodontia – CEO-Ipsemg. Mestranda em Clínicas Odontológicas – Ênfase Radiologia – PUC Minas. 4 Especialista em Radiologia – ABO MG. 5 Professor Adjunto de Radiologia e coordenador do mestrado em clínicas odontológica ênfase de Radiologia do Mestrado em Clínicas Odontológicas da PUC Minas. 22 Endereço para correspondência: Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi Av. Dom José Gaspar, Prédio 45 – Clínica de Radiologia Coração Eucarístico, Belo Horizonte – MG CEP: 30535-901 Fones: 31 – 3319-4591 // 31 – 8895-7033 [email protected] RESUMO Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância do uso de técnicas avançadas por imagem, para diagnóstico preciso de fratura radicular longitudinal. A tomografia computadorizada por feixe cônico através de reconstruções em terceira dimensão e visualização da região de interesse nos planos axial, sagital e coronal, veio revolucionar o diagnóstico por imagem fornecendo acurácia e precisão. Relato dos casos clínicos: O diagnóstico de fraturas radiculares longitudinais por meio da tomografia computadorizada por feixe cônico será descrito através de dois casos clínicos. Em ambos os casos, os pacientes foram encaminhados a centro de diagnóstico devido sintomatologia dolorosa e a fratura foi detectada. Conclusão: O diagnóstico de fratura radicular é muito difícil. O cirurgião dentista deve realizar um exame clínico minucioso e lançar mão das novas tecnologias de diagnóstico por imagem, como a tomografia computadorizada por feixe cônico, para que seja feito um planejamento adequado e que o paciente tenha um bom prognóstico. PALVAVRAS-CHAVE: Fraturas dos dentes, diagnóstico, Tomografia Computadorizada por raios X. ABSTRACT Objective: This study aims to show the importance of using advanced imaging techniques for accurate diagnosis of longitudinal root fracture. The cone beam computed tomography using three-dimensional reconstruction and visualization of 23 the region of interest in axial, sagittal and coronal, has revolutionized diagnostic imaging provides accurate and precise. Report of clinical cases: Diagnosis of longitudinal root fractures using the cone beam computed tomography is described by two clinical cases. In both cases, the patients were referred for diagnostic center because of painful symptoms and the fracture was detected. Conclusion: The diagnosis of root fracture is very difficult. The dentist should perform a clinical exam and use the new technologies of diagnostic imaging such as cone beam computed tomography, to have done adequate planning and the patient has a good prognosis. KEYWORDS: Tooth Fractures, diagnostic, X-Ray Computed Tomography. INTRODUÇÃO A fratura radicular longitudinal é caracterizada por uma linha na superfície externa da raiz que possivelmente teve seu início na parede interna do canal na região apical do dente, podendo envolver ambos os lados da raiz. Esta linha pode originar-se na coroa em direção ao ápice e vice-versa, de acordo com Mora10 (2007) e Mireku9 (2010). O prognóstico de um dente com fratura longitudinal é ruim e em muitos casos a extração é a única opção de tratamento. Fuss3 (1999), Tamse14 (1999) e Youssefzadeh18 (1999) encontraram a prevalência de 2 e 5% na população, sendo os dentes posteriores os mais afetados. Dentre os fatores etiológicos que podem levar a fratura radicular longitudinal, pode-se citar o trauma físico, o trauma oclusal, os hábitos parafuncionais repetitivos de estresse mastigatório ou a reabsorção patológica induzindo uma fratura radicular. Acredita-se que a causa mais comum para este tipo de fratura ocorre durante ou após o tratamento endodôntico, quando as iatrogenias podem acontecer. Dentre alguns exemplos pode-se citar a instalação de pinos ou a pressão para adaptá-los, e também a condensação da guta percha no canal radicular durante a obturação, de acordo com os estudos de Meister8 (1980). Além disso, o acesso endodôntico amplo e o alargamento exagerado do canal contribuem para uma remoção exagerada da dentina, tornando a raiz mais frágil, podendo ficar predisposta às fraturas 24 longitudinais, como foi pesquisado por Fuss4 (2001), Cohen e Hargreaves2 (2007) e Mireku9 (2009). Os sinais e sintomas clínicos da presença de fratura podem variar de acordo com a localização, dente envolvido, tempo que a fratura está presente, condição periodontal do dente e arquitetura óssea adjacente à fratura. Os dentes com fratura longitudinal apresentam longa história de dor durante a mastigação associada com infecção crônica. A dor normalmente é de moderada a intensa, segundo Moule11 (1999). Além disso, pode-se observar bolsa periodontal adjacente a fratura, fístula, mobilidade dental, sensibilidade a percussão e palpação de acordo com Tamse15 (2006). Dentre as características radiográficas para diagnóstico de fraturas radiculares pode-se notar uma linha radiolúcida entre os fragmentos ou a separação deles, aumento do espaço do ligamento periodontal e perda óssea localizada. Segundo Mora10 (2007), os sinais radiográficos podem estar ausentes quando a orientação do feixe de raios X não encontra-se paralelo ao plano da fratura. As radiografias periapicais são adequadas para avaliar a coroa do dente, a raiz, e as estruturas adjacentes, porém para o diagnóstico de fratura radicular existem algumas limitações devido à sobreposição de estruturas e a natureza bidimensional da imagem. Desta maneira, a tomografia computadorizada por meio de reconstruções em terceira dimensão e visualização da região de interesse nos planos axial, sagital e coronal, veio revolucionar o diagnóstico por imagem fornecendo acurácia e precisão, além da rápida aquisição, alta resolução e baixa dose de radiação, como mostram os trabalhos de Mora10 (2007), Hassan6 (2010) e Kamburoglu7 (2010). O objetivo do presente trabalho é mostrar a importância do uso de exames por imagem como a tomografia computadorizada para diagnóstico preciso de fratura radicular longitudinal, por meio da descrição de dois casos clínicos. CASO CLÍNICO 1 Paciente com 42 anos de idade, gênero masculino, foi encaminhado ao centro de diagnóstico por imagem em odontologia para exame do dente 15 tratado endodonticamente por motivo de dor durante a mastigação. Foi realizada uma tomografia computadorizada Cone Beam com o aparelho GXCB-500 Powered by i- 25 CAT® (Imaging Sciences, Hatfield, USA). Após a reconstrução da imagem original, foram realizadas as reconstruções nos planos axiais, coronais, sagitais e oblíquos. Por meio da imagem da reconstrução panorâmica, nota-se a presença de rarefação óssea no periápice do dente 15. Nas reconstruções oblíquas também se observa a rarefação periapical, linha hipodensa compatível de fratura, além da perda de parte da tábua óssea vestibular e perda de crista óssea alveolar no sentido vertical (Figura 1). Já nas reconstruções coronais, evidencia-se a fratura longitudinal (Figura 2). Figura 1 – Tomografia computadorizada - Reconstruções panorâmica e oblíquas. Note a rarefação óssea periapical e linha hipodensa na raiz do dente 15 (corte 52 com seta), além da fratura com perda de fragmento da tábua óssea alveolar vestibular (cortes 51-53). Figura 2 – Reconstrução coronal indicando a presença de fratura longitudinal no dente 15. Após o diagnóstico por imagem o dente foi submetido ao procedimento de abertura coronária, e assim confirmada clinicamente a presença de fratura longitudinal (Figura 3). Confirmado o diagnóstico, este elemento dentário foi submetido à cirurgia de extração (Figura 4). 26 Figura 3 – Abertura coronária do dente 15. Note a linha de fratura radicular longitudinal na superfície interna. Figura 4 – Elemento dentário 15 extraído. Note a linha de fratura radicular longitudinal na superfície externa. CASO CLÍNICO 2 Paciente do gênero feminino, 62 anos de idade, foi encaminhada ao centro de diagnóstico por imagem em odontologia por motivo de sintomatologia dolorosa e mobilidade no dente 13. Foi realizada uma tomografia computadorizada Cone Beam com o aparelho GXCB-500 Powered by i-CAT® (Imaging Sciences, Hatfield, USA). Após a reconstrução da imagem original, foram realizadas as reconstruções nos planos 27 axiais, coronais, sagitais e oblíquos. Por meio da imagem da reconstrução oblíqua pode-se observar a presença de linha hipodensa no dente 13. As reconstruções axiais e sagitais também foram avaliadas e logo a seguir confirmou-se a presença de fratura longitudinal no sentido mesio-distal (Figura 5). Figura 5 – Tomografia computadorizada. Reconstruções axial (A), sagital (B) e oblíquas (C) da região do dente 13. Note a linha hipodensa na raiz do dente 13 (setas e cortes 48 e 49). DISCUSSÃO O diagnóstico clínico e radiográfico de fraturas radiculares longitudinais em dentes tratados endodonticamente é difícil, e na maioria dos casos a extração dentária é o tratamento de escolha. Os dentes mais afetados são os pré-molares devido ao estreitamento mesio-distal dos condutos radiculares e suas raízes curvas segundo os estudos de Tamse13 (1999) e Cohen1 (2003). Diante disso, o clínico deve estar atento ao diâmetro e comprimento dos instrumentos endodônticos a serem utilizados, e saber se os mesmos são apropriados para a anatomia daquele canal radicular, afim de não enfraquecer as paredes e deixá-las muito finas. A sensibilidade dos exames tomográficos é maior do que as radiografias periapicais na detecção de fraturas, segundo Hassan5 (2009). A natureza tridimensional da tomografia por feixe cônico, permite visualizar a linha de fratura em múltiplos ângulos e orientações diferentes em reconstruções de espessura fina. Já a especificidade é reduzida, pois cones de guta percha e outros materiais hiperdensos podem criar artefatos em forma de raios de sol imitando as linhas de fratura limitando o diagnóstico de acordo com Hassan5 (2009). 28 De acordo com o trabalho de Rud e Omnell12 (1970), 75% das fraturas radiculares aconteceram na maxila, sendo 62% em pré-molares. Tamse13 (1999) em seu estudo concluiu que 40% das fraturas ocorreram neste mesmo grupo de dentes. O primeiro caso clínico avaliado também se refere à extração de pré-molar superior devido à fratura longitudinal em sua raiz. O diagnóstico foi realizado por meio do exame clínico e sintomatologia dolorosa, sendo confirmado com a tomografia computadorizada por feixe cônico. A tomografia se difundiu devido a sua dose de radiação reduzida, excelente qualidade de imagem, especificidade, sensibilidade e agilidade no diagnóstico dento-maxilo-facial. Youssefzadeh et al. 18 (1999), descreveram que as fraturas radiculares longitudinais ocorrem em 3,69% dos dentes tratados endodonticamente e possuem dificuldade de diagnóstico. Normalmente a linha de fratura é observada em 35,7% das radiografias periapicais. O estudo usou a tomografia computadorizada para investigar a fratura radicular vertical e comparou com os achados clínicos e com a radiografia periapical. Notou-se que o corte axial da tomografia é ideal para o diagnóstico de fratura longitudinal, porque o plano é perpendicular à linha da fratura. Concluiu-se que este exame é superior a radiografia periapical na detecção de fratura radicular vertical. No segundo caso clínico apresentado pode-se observar a definição da fratura através da reconstrução axial. Os estudos de Mora et al. 10 (2007) tiveram como objetivo testar a acurácia da tomografia computadorizada na detecção de fraturas longitudinais em comparação com a radiografia periapical. Para este estudo foram utilizados 60 dentes humanos extraídos, sendo que em 30 deles foram induzidos à fratura radicular longitudinal através de uma cunha introduzida no canal radicular. Os dentes foram submetidos à radiografia periapical convencional e tomografia computadorizada cone beam e concluíram que a tomografia foi melhor para detectar fraturas longitudinais. CONCLUSÃO O diagnóstico das fraturas radiculares representa um desafio para o clínico, pois em muitas vezes é difícil. Sendo assim, devem-se associar dados do exame clínico e exames por imagem como a tomografia computadorizada. Esta técnica é considerada um método seguro para avaliação de fraturas radiculares, podendo-se 29 obter reconstruções da imagem em três diferentes planos fornecendo acurácia e precisão. REFERÊNCIAS 1. Cohen S; Blanco L; Berman L. Vertical root fractures Clinical and radiographic diagnosis. J Am Dent Assoc 2003; 134: 434-41. 2. Cohen S; Hargreaves K. Caminhos da polpa. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 3. Fuss Z, Lustig J, Tamse A. Prevalence of vertical root fractures in extracted endodontically treated teeth. Int Endod J 1999;32(4):283-6. 4. Fuss Z, Lustig J, Katz A, Tamse A. An evaluation of endodontically treated vertical root fractured teeth: impact of operative procedures. J Endod 2001;27(1):46-8. 5. Hassan B, Metska ME, Ozok AR, Stelt P, Wesselink PR. Detection of vertical root fractures in endodontically treated teeth by a cone beam computed tomography scan. J Endod 2009; 35(5): 719-722. 6. Hassan B, Metska ME, Ozok AR, Stelt P, Wesselink PR. Comparison of five cone beam computed tomography systems for the detection of vertical root fractures. J Endod 2010; 36(1): 126-9. 7. Kamburoğlu K, Murat S, Pehlivan SY. The effects of digital image enhancement on the detection of vertical root fracture. Dent Traumatol 2010;26(1):47-51. 8. Meister FJ, Lommel T, Gerstein H. Diagnosis and possible causes of vertical root fractures. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1980;49(3):243-53. 9. Mireku AS, Romberg E, Fouad AF, Arola D. Vertical fracture of root filled teeth restored with posts: the effects of patient age and dentine thickness. Int Endod J 2010; 49: 218-25. 10. Mora M, Mol A, Tyndall D, Rivera E. In vitro assessment of local computed tomography for the detection of longitudinal tooth fractures. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2007;103(6):825-9. 11. Moule A, Kahler B. Diagnosis and management of teeth with vertical root fractures. Aust Dent J 1999;44(2):75-87. 12. Rud J, Omnell KA. Root fractures due to corrosion: diagnostic aspects. Scand. J Dent Res 1970;78:397-403. 13. Tamse A, Fuss Z, Lusting J, Ganor Y, Kaffe I. Radiographic features of vertically fractured, endodontically treated maxillary premolars. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 1999; 88 (3): 348-52. 14. Tamse A, Fuss Z, Lustig J, Kaplavi J. An evaluation of endodontically treated vertically fractured teeth. J Endod 1999;25(7):506-8. 15. Tamse A, Kaffe I, Lustig J, Ganor Y, Fuss Z. Radiographic features of vertically fractured endodontically treated mesial roots of mandibular molars. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006;101(6):797-802. 16. Tamse A. Vertical root fractures in endodontically treated teeth: diagnostic signs and clinical management. Endodontic Topics 2006, 13: 84-94. 17. White S; Pharoah M. Radiologia Oral: Fundamentos e Interpretação. In: WHITE, Stuart; PHAROAH, Michael. Trauma aos Dentes e Estruturas Faciais. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. p.599-607. 30 18. Youssefzadeh S, Gahleitner A, Dorffner R, Bernhart T, Kainberger F. Dental vertical root fractures: value of CT in detection. Radiology 1999;210(2):545-9. 31 Artigo 2 Artigo será submetido ao Journal of Endodontics COMPUTED TOMOGRAPHY IN THE DIAGNOSIS OF ROOT PERFORATION AUTHORS Priscila Dias Peyneau Claudia Scigliano Valerio Andréia Cruz Pires Ribeiro de Sousa Flávio Ricardo Manzi Department of Oral Maxillofacial Radiology, Pontificial Catholic University of Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil Address for Correspondence: Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi Av. Dom José Gaspar, Prédio 45 – Clínica de Radiologia Coração Eucarístico, Belo Horizonte – MG CEP: 30535-901 Phones: +55 31 – 3319-4591 // 31 – 8895-7033 [email protected] ABSTRACT Perforation is defined as communication between the root canal and the external tooth surface, normally occurs during endodontic treatment and is induced by iatrogenic causes. There are some conditions that favor the perforations, among others the irregular morphology of root canals, root dilaceration, error during pulp chamber preparation, excessive wear of root canal walls, and inadequate preparation for intraradicular post placement. The definitive diagnosis of this type of iatrogenic condition is very difficult due the limitation periapical radiography, as it offers a twodimensional image and superimposition of structures. For this reason, imaging 32 methods, such as Computerized tomography, which allows all the root faces to be evaluated should be used, in order to diagnose and inform the location of root perforations with greater precision. Thus, the aim of the present study is to demonstrate the importance of Cone Beam Computerized Tomography in the diagnosis of root perforation in three clinical cases. Keyword: Tooth root, X-Ray Computed Tomography, Diagnosis, Root canal therapy, Root perforation. INTRODUCTION Perforation is one of the most frustrating complications of endodontic treatment. Over the last few years, the incidence has rise due to negligence, imprudence and inexperience of new professional. An artificial communication in the root caused by iatrogenic conditions or pathological resorptions that result in an intimate relationship between the pulp cavity and periodontal tissues may be considered a perforation. Iatrogenic perforations are caused by different factors, such as irregular morphology of root canals, high incidence of root dilaceration, error during pulp chamber preparation, excessive wear of root canal walls, calcifications, and perforations resulting from inadequate preparations for intraradicular posts (1 – 6). Among the clinical aspects of perforation, one could mention pain, sensitivity to palpation, presence of fistula and/or periodontal pocket. The radiographic characteristics include increase in the periodontal ligament space and bone rarification adjacent to the region of the perforation, in addition to visualization of the perforation when it occurs on the mesial and distal surfaces (2, 3). Periapical radiography is the first exam requested in cases of perforation, as it offers information about the condition and morphology of the root and root canal. However, there is the limitation of the vestibular-lingual plane, as the image is twodimensional, and anatomic repairs may be confused with pathological lesions (1, 5, 7). Therefore, advanced imaging methods, such as Computerized Tomography should be used, which allow visualization and evaluation of the root and alveolar bone, location and extension of the pulp chamber and a tridimensional view of the 33 root (1, 8). Thus, tridimensional images are valuable in the diagnosis and treatment of dental problems (7). The prognosis for teeth with root perforation depends mainly on prevention and the use of biocompatible material in the repair to provide the best possible sealing against bacterial penetration and limit periodontal inflammation (6), in addition to the experience and skill of the professional, location of the perforation, quality of endodontic treatment, periodontal conditions and size of the perforation. Therefore, the greatest complication resulting from perforation is the potential for a secondary inflammation in the periodontal ligament causing loss of bone insertion, and consequently leading to loss of the tooth (4 - 6). The aim of this study is to demonstrate the importance of Computerized Tomography in locating and diagnosing root perforation, by means of three clinical case reports. CLINICAL CASE 1 The patient J. F. G., 43 years of age, was referred for evaluation of the maxillary right first molar that presented painful symptoms after root canal preparation for intraradicular post fabrication. By means of the clinical exam, probing, negative palpation and sensitivity to vertical and horizontal percussion, the presence of fistula was identified in the region of the tooth in question. The patient was submitted to Multislice Computerized Tomography, using the SOMATOM Sensation 64® appliance (Siemens, Erlangen, Germany) involving the region of interest. In the panoramic reconstruction, a lesion was observed in the furca, and in the oblique reconstructions the presence of perforation and periapical radiolucency in the palatine root of the maxillary right first molar (Figure 1). In this case, due to the compromised furca as and perforation confirmed clinically, the prognosis was not favorable and the tooth was extracted. 34 Figure 1 – A) Note tooth 16 in the panoramic reconstruction (yellow arrow). B) Oblique reconstruction note the white arrow indicating the presence of root perforation in tooth 16 (cut 25). CLINICAL CASE 2: The patient, M. J. G., 34 years of age presented at the dental clinic with slight painful symptoms and swelling in the apical region of tooth 21 seven months after the conclusion of endodontic treatment in this tooth. Cone Beam Computerized Tomography was performed with the appliance GXCB-500 Powered by i-CAT® (Imaging Sciences, Hatfield, USA). In the panoramic reconstruction, only periapical radiolucency was observed in the apex of the tooth 21. In the oblique reconstructions, the presence of perforation can be identified (Figure 2). After clinical confirmation, the perforation was sealed with mineral trioxide aggregate (MTA), as it is a biocompatible material that prevents leakage promotes tissue regeneration. 35 Figure 2 – A) Panoramic Reconstruction – note the radiolucent image at the apex of tooth 21. (Arrow yellow). B) 3D Reconstruction. C) Oblique Reconstruction oblique – note the root perforation in cut 28. CLINICAL CASE 3 The patient B. D. R, 27 years of age, was referred for evaluation of the right central incisor which presented pain and recurrent fistula. During the clinical exam, swelling and sensitivity to touch were verified in the region in question. The patient was submitted to a Cone Beam Computerized Tomography exam of the maxilla, performed with the appliance GXCB-500 Powered by i-CAT® (Imaging Sciences, Hatfield, USA). Periapical radiolucency was observed at the apex of the tooth 11 and a slightly hyperdense image on the mesial face of the root. In the sagittal cut of tooth 11, the presence of perforation was identified, in addition to extravasation of the filling material in the middle third of the root (Figure 3). After clinical confirmation, the tooth was extracted and the patient was referred for oral rehabilitation by means of an implant in the region. 36 Figure 3 – A) Note the radiolucent image at the apex of tooth 11 (yellow arrow) and hyperdense image (blue arrow) in the panoramic reconstruction. B) 3D Reconstruction – observe tooth 11. C) Presence of perforation with extravasation f the filling material in the sagittal reconstruction. DISCUSSION Cases of root perforation are always harmful to the region adjacent to the tooth and are difficult to treat. In order to preserve the tooth, it is necessary to perform adequate treatment to correct the defect and achieve local conditions to maintain the health of the region (4). Root perforations are diagnosed by clinical symptoms such as edema, tooth mobility, fistula and sensitivity to percussion, and by imaging exams with periapical radiography and Computerized Tomography. These exams in conjunction with well conducted anamnesis of the patient will provide a precise diagnosis of the case. According to the authors of some studies (5, 7, 9, 10), periapical radiography imposes several limitations on interpretation due to the superimposition of structures and the image being two-dimensional. In the clinical cases described in this article, Computerized Tomography was used as a relevant exam in the diagnosis, and provided precise information about the location of the perforation. Panoramic reconstructions were made and the perforations were not visualized, as the defects found in the vestibular region were superimposed on the root, showing that in the majority of two-dimensional exams, depending on the region affected, it is not possible to observe this condition. 37 In 1981, Metzger, mentioned that the shape and direction of the alveolar bone in relation to the root of the tooth and the shape of the root canal are essential characteristics for successful endodontic treatment. Therefore, Computerized Tomography can be mentioned as an important diagnostic imaging that provides information about the anatomic structures, helping with planning and performing endodontic treatment. In 2011, D’Addazio et al, conducted a study to diagnose different endodontic defects. As regards root perforations, periapical radiographs did not identify any signs of perforation in 80% of the images evaluated and provided imprecise diagnoses in 20% of the cases. With Cone Beam Computerized Tomography all the alterations were identified, and 20% were precise. The tomographic exam offered greater accuracy than periapical radiographs. In their studies, in 2011, Bueno et al presented some considerations with regard to false interpretations of images obtained by means of Cone Beam Computerized Tomography due to metal artifacts. These may simulate endodontic defects and confuse the diagnosis of root perforation. The artifacts appear as dark strips producing errors of interpretation and may lead to disagreeable consequences in endodontic therapy. However, correct handling of images may minimize errors in diagnosis. Coronal, axial and sagittal images 0.2mm thick should be used, as was done in the clinical cases reported, as they provide precise information on the exact location of the point of communication between the root canals and periodontal space, frequently associated with hypodense areas, suggesting root perforation. This method overcomes the limitations of periapical radiography, with the possibility of navigating the image, showing a dynamic visualization of images that previously were static. In the cases reported in this study, it was verified that computerized tomography enabled the diagnosis of root perforations in addition to helping with the preparation of clinical planning. CONCLUSION To make a definitive diagnosis of perforations is challenging, particularly due to the absence of pathognomonic clinical signs and the limited capacity of periapical radiography to enable visualization of these perforations. Therefore, Computerized Tomography is a technology that is useful to the endodontist in the diagnosis and 38 treatment of complex endodontic problems, as it allows tridimensional visualization of structures in different planes. Nevertheless, it is important to remember that the final diagnosis and choice of clinical therapy for root perforations must always be made in conjunction with the clinical findings. REFERENCES 1. Metzger Z, Shperling I. Iatrogenic perforation of the roots of restorationcovered teeth. J Endod 1981; 7: 232-233. 2. Biggs JT, Benenati FW, Sabala CL. Treatment of iatrogenic root perforations with associated osseus lesions. J Endod 1988; 14: 620-624. 3. Behnia A, Strassler HE, Campbell R. Repairing iatrogenic root perforations. JADA 2000; 131: 196-201. 4. Alves DF, Gomes FB, Sayão SM, Mourato AP. Surgical clinical treatment of perforation of the root channel with MTA-clinical report. Int J Dent 2005; 4: 3740. 5. Eleftheriadis GI, Lambrianidis TP. Technical quality of root canal treatment and detection of iatrogenic errors in an undergraduate dental clinic. Int Endod J, 2005;38: 725–734. 6. Young GR. Contemporary management of lateral root perforation diagnosed with the aid of dental computed tomography. Aust Endod J 2007; 33: 112– 118. 7. D’Addazio PSS, Campos CN, Ozcan M, Teixeira HGC, Passoni RM, Carvalho ACP. A comparative study between cone-beam computed tomography and periapical radiographs in the diagnosis of simulated endodontic complications. Int Endod J, 2011; 44: 218–224. 8. Patel S, Dawood A, Pitt Ford T, Whaites E. The potential applications of cone beam computed tomography in the management of endodontic problems. Int Endod J, 2007; 40: 818-830. 9. Bueno MR, Estrela C, Figueiredo JAP, Azevedo BC. Map-reading Strategy to Diagnose Root Perforations Near Metallic Intracanal Posts by Using Cone Beam Computed Tomography. J Endod 2011; 37: 85-90. 10. Shemesh H, Cristescu RC, Wesselink PR, Wu MK. The Use of Cone-beam Computed Tomography and Digital Periapical Radiographs to Diagnose Root Perforations. J Endod 2011; 37: 515-516. 39 Artigo 3 Artigo será submetido ao Journal of Endodontics DETECTION OF ROOT FRACTURE IN TEETH WITH METALLIC POST BY MEANS OF PERIAPICAL RADIOGRAPHS AND COMPUTED TOMOGRAPHY Priscila Dias Peyneau Flávio Ricardo Manzi Department of Oral Maxillofacial Radiology, Pontificial Catholic University of Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil Address for Correspondence: Prof. Dr. Flávio Ricardo Manzi Av. Dom José Gaspar, Prédio 45 – Clínica de Radiologia Coração Eucarístico, Belo Horizonte – MG CEP: 30535-901 Phones: +55 31 – 3319-4591 // 31 – 8895-7033 [email protected] ABSTRACT Objectives: The purpose of this study was to compare the diagnosis of root fractures in teeth with intracanal metallic posts by means of conventional periapical, digital charge-coupled device (CCD) and phosphor plate (PSP), and multislice CT and cone beam (CBCT). Methods: Sample consisted of 30 extracted single-rooted, endodontically treated teeth and intracanal metallic posts. In the first phase of image acquisition, these teeth showed no fracture. In a second step, the same teeth were fractured by wedge pressure and image acquisition was performed again. Three dental radiology experts evaluated the images. Results: The sensitivity (90%) and specificity (95%) was calculated using the ROC curve and the best results were 40 obtained for images acquired by PSP, which could be manipulated. Images obtained with digital radiography without manipulation, in both systems, and tomographic images obtained in the two scanners showed no statistically significant differences between them (CCD: 0.467-0.729, PSP: 0.5388-0.8112, CBCT: 0.5445-0,8155, CT multislice: 0.5544-0.8202), however there were statistically significant differences when they were compared with conventional periapical radiographs and digital manipulation (conventional:0.7248-0.9352, CCD:0.7442-0.9458, PSP:0.8541- 0.9959). Conclusions: To evaluate the presence of root fractures in teeth with intracanal metallic posts, the use of digital radiographic images is indicated. Digital systems (CCD and PSP) showed the highest sensitivity, specificity and accuracy for this condition. Keywords: Diagnosis, Digital Dental Radiography, Fracture of the teeth, X-ray Computed Tomography. INTRODUCTION The diagnosis of root fractures poses a challenge to dentists and is an important procedure to evaluate the prognosis and determine the appropriate treatment for the tooth. This type of lesion in teeth represents between 0.5% and 7% of all injuries affecting permanent teeth (1). Among some of the etiological factors involved in the occurrence of fractures, the following may be mentioned: physical trauma, occlusal trauma, masticatory stress induced by repetitive parafunctional habits, pathological resorption inducing root fracture, in addition to iatrogenic injuries occurring during and after endodontic treatment, such as post placements or the pressure applied to adapt them (2-4). Conventional radiography is increasingly being replaced by the digital system, as it provides two-dimensional images subject to resulting in superimposition of overlapping adjacent structures (5-6). Recently, computed tomography technology began to be used in dentistry, offering both the dentist and the patient assurance of more effective planning and treatment by means of three-dimensional reconstruction of the maxilla and mandible (2,3,4,7,8,9). Even when one relies on the resources of several diagnostic imaging methods, root fractures are still difficult to detect, particularly in teeth with intra-canal 41 metal posts. In dental clinics, the use of posts in endodontically treated teeth is a frequent procedure, and consequently, fractures associated with this condition have represented a major problem for dentists. In computed tomography, the root canal filling material and the metal post impair fracture diagnosis, as these materials cause imaging artifacts. Artifacts may be seen as obscured zones or stripes around the endodontic material and the nucleus, similar to root fractures, and may lead to falsepositive readings (4). Thus, careful clinical examination and reliable imaging diagnosis are required for the detection of root fractures. The aim of the present study was to compare the accuracy of conventional and digital periapical radiography and computed tomography (multislice and cone beam) in the diagnosis of root fractures associated with intra-canal posts. MATERIALS AND METHODS Sample Preparation – Before Imaging procedures The experimental group consisted of 30 extracted human mandibular first or second premolars with complete root development, without fractures, periapical pathologies or root resorption. All root canals were filled with gutta-percha by the lateral condensation technique. Next, part of the filling material was removed, leaving only 3 to 5 mm of gutta-percha filling the root apex, in order to prepare the root canal to receive the metal post. Image Acquisition Periapical Radiography: Periapical radiographic images were acquired with a 60 kV, 10 mA KODAK 2200 Intraoral X-Ray System® (Kodak Eastman Company, USA ), operating with a focus-receptor distance of 25 cm and 1.5 mm equivalent filtration and with an exposure time of 0.35s for conventional images, and 0.23s for digital images. A 10 mm thick acrylic phantom was used to simulate the patient’s body (10-11). The conventional periapical radiographic images were acquired with F Speed films (3 x 4 42 cm Kodak Insight films; Eastman Kodak Company, Rochester, NY, USA), using a custom film holder, with the central X-ray beam positioned perpendicularly to the long axis of the tooth (paralleling technique). The films were used and processed in an automatic processor (AP 200, PLH Medical, Watford, England). Two digital sensors were used for the digital periapical radiographs: CCD, RVG 5.0 (Trophy, Marne la Valle, France), sensor size 2, with 10 lp/mm spatial resolution and a photostimulable phosphor plate (PSP) CR 7400 (Trophy, Marne la Valle, France), offering 10 lp/mm spatial resolution with 10.2s readout time. In the same way as in the acquisition of the conventional images. The phosphor plates were scanned immediately after exposure. Computed Tomography Tomographic images of the samples were obtained using i-CAT CBCT (Imaging Sciences, Hatfield, PA, USA), operated at 120 kVp, 5 mA and a Somatom Sensation 64 Multislice CT (Siemens AG, Forchheim, Germany), operated at 120 kVp, 150 mAs, and collimation 64x0.6. The scans were performed with a 14 X 8 cm field of view (FOV) selection for cone beam computed tomography (CBCT). The datasets were exported in DICOM file format, and the size of the isotropic voxel was 0.25 mm. The data were reconstructed with cuts of 1mm thick and the teeth were placed in the center of the volume. For Multislice CT, craniocaudal scanning was performed from the mandibular base extending up to the alveolar crest. The slice thickness was adjusted to 1 mm at 1 mm intervals. Axial images were acquired and subsequently processed by means of the dental computed tomography (DCT) reformatting program. Multiplanar image reconstruction based on the DCT protocol was obtained in the orthoradial panoramic plane on a workstation running a dental software package (Syngo Dental CT 2006 AW VB20B-W). The sections were reformatted to place the teeth in a vertical position. Sample Preparation - After Image Acquisition Root fractures were mechanically induced in the vertical plane, as described by Nair et al (12), and some fracture lines were made vertically and some horizontally, according to force falling on the tooth. The two fragments were then 43 assembled and glued without displacement. The intraradicular posts were repositioned within the root canals and fixed with utility wax, and then the teeth were submitted to a new series of radiography and CT scans. Image Evaluation All the radiographic and tomographic images were individually analyzed by three oral and maxillofacial radiology specialists who were blind to procedures, methods, and the conditions of the tooth roots. The conventional intraoral radiographs were observed on a light box, the CCD and PSP images were analyzed on a Dell PWS 670 Workstation (Dell Inc., Round Rock, TX, USA) with Intel® Core™ i5-2500K Processor (6M Cache, 3.30 GHz) and a 22-inch Dell-monitor, with and without the aid of software tools (brightness, contrast, zoom, negative and color). Volumetric data obtained with CBCT and Multislice CT were exported as DICOM files and imported into a specially designed DICOM viewer software program (Dental Slice; Bioparts, Brasília, Brazil). The exported data were reconstructed, yielding cross-sectional coronal images perpendicular to the fracture lines. The observers were free to use the available image-enhancement options (density, contrast and magnification). The fractures were diagnosed by means of direct visualization of a radiolucent line traversing the root. The images were classified according to a visual scale: A1Root fracture definitely not present; A2-Root fracture probably not present; BUnsure; B1-Root fracture definitely present; B2-Root fracture probably present (3, 13). The Kappa index was calculated to assess intra- and inter-observer agreement for each image set. The rating assigned to conventional, digital images and CT images were compared with the gold standard using receiver operating characteristic (ROC curves) to evaluate the observer’s ability to differentiate between teeth with and without root fracture. The areas under the ROC curves (Az values) were calculated using the BioEstat 5.0 software (Belem, Brazil) and these Az values for each image type were compared using the Cochran's Q test with a significance level set at p=0.05. The rates of true negative (correct identification of a nonfractured root), true positive 44 (fracture in a fractured root), false positive (fracture in a nonfractured root), false negative (nonfracture in a fractured root) and accuracy were calculated. Radiographic and CT images for each acquisition modality (conventional, CCD without manipulation, CCD with manipulation, PSP without manipulation, cone beam computed tomography and multislice computed tomography) were compared. Sequentially, the graphs present the ROC curves for the image sets produced in the present study, and the curves are differentiated by the areas (14-15). RESULTS The digital images without manipulation present a smaller graph area (the vertex of the graph of the digital images without manipulation (B) are closer to the 45° straight line). However, the digital images with use of manipulation presented larger areas, particularly in the phosphor system (PSP). When the images from the two digital systems (CCD and PSP) with manipulation by the system software were compared, it was verified that the phosphor system presented a larger area, while the CCD system presented an area very similar to that of the conventional radiographic image. Conventional radiographic and computed tomography (cone beam and Multislice) images were compared, the conventional radiographic images presented a much larger area compared with the CT images. When the tomographic images were compared, the areas were very similar to each other. And finally, digital radiographic with manipulation images present larger areas than the tomographic images (Figure 1). 45 Figure 1 – ROC curves for images obtained by the analysis of conventional radiographic images (A), CCD digital radiographs without manipulation (B), CCD digital radiographs with manipulation (C), PSP digital radiographs without manipulation (D), PSP digital radiographs with manipulation (E), Cone Beam computed tomography (F) and Multislice computed tomography (G). The table 1 shows the comparative analyses of imaging modalities. This result demonstrates digital radiography without manipulation and tomographic imaging systems provided insufficient data for the diagnosis of root fractures in teeth with a metal posts. Table 1 – Comparative analysis of image evaluations based on the areas under the ROC curves Imaging modality Conventional CCD without manipulation CCD with manipulation PSP without manipulation PSP with manipulation Cone Beam CT Multislice CT Area 0.83 0.61 * Standard Deviation 0.05 0.07 95% confidence interval 0.748 - 0.9352 0.467 - 0.729 0.84 0.05 0.7442 - 0.9458 0.67 * 0.06 0.5388 - 0.8112 0.92 0.03 0.8541 - 0.9959 0.68 * 0.68 * 0.06 0.06 0.5445 - 0.8155 0.5544 - 0.8202 Areas followed by (*) present statistical difference with actual (Cochran´s Q, with significance level of 5%). 46 In order to better visualize the results, several performance parameters were calculated for the diagnosis of root fractures in teeth with metal posts by the different tested imaging methods. Table 2 – Measurements of performance for the seven imaging modalities. Conv. S SP PPV NPV ACC 81 85 86 80 83 CCD w/o mani 58 64 70 53 61 CCD with mani 83 86 86 83 85 PSP w/o mani 63 72 80 53 66 PSP with mani 90 95 93 92 92 Cone beam CT 80 78 90 36 63 Multi Slice CT 80 76 86 43 65 Data in percentages (%). S, sensitivity; SP, specificity; PPV, Positive predictive value; NPV, Negative predictive value; and ACC - Accuracy. The kappa value for interobserver agreement was 0,78 for conventional image, 0,44 for CCD without manipulation, 0,79 for CCD with manipulation, 0,54 for PSP without manipulation, 0,83 for PSP with manipulation, 0,37 for CBCT and 0,46 for multislice CT for first evaluation. In the second evaluation, the kappa value was 0,79 for conventional image, 0,43 for CCD without manipulation, 0,78 for CCD with manipulation, 0,56 for PSP without manipulation, 0,84 for PSP with manipulation, 0,37 for CBCT and 0,45 for multislice CT. The kappa value for intraobserver agreement was 0,79 for conventional image, 0,47 for CCD without manipulation, 0,85 for CCD with manipulation, 0,54 for PSP without manipulation, 0,86 for PSP with manipulation, 0,35 for CBCT and 0,47 for multislice CT. DISCUSSION Root fractures pose a challenge to dentists, particularly when associated with the presence intracanal metal posts. With the availability of digital radiography and respective manipulation tools (brightness, contrast, zoom, negative and color) relevant improvements in diagnostic quality and accuracy have been observed. In spite of the fact that digital CCD and PSP images did differ from conventional images in the present study, their sensitivity, specificity and accuracy were higher. 47 Most studies (3,4,5,13,16,17) comparing radiographic and tomographic imaging techniques in the diagnosis of root fractures were limited to teeth without the presence of intracanal metal posts, or with the fracture already present. However, the results of the present study demonstrated that tomographic images presented the worst results, particularly as regards false-positive results and method specificity. Tomographic images are not appropriate for demonstrating the absence of root fracture in teeth with metal posts, as the imaging artifact produced by the metal post leads the observer to seeing fractures in healthy roots (false positive). It is important to highlight that computed tomography is highly effective in the diagnosis of other endodontic conditions (18-19), but the use of intracanal metal posts is a limiting factor for the diagnosis of root fracture, as demonstrated by the present study. This hypothesis is supported by studies (2,5,20) reporting the detection of false negative results because of the presence of imaging artifacts caused by root canal filling material and intracanal posts. In a recent study (20), the CBCT presented high accuracy in the detection of horizontal fractures without metal posts. However, the presence of metal posts causes significant decrease in sensitivity and specificity of CBCT. The radiation dose is a factor that should be taken into consideration in order to protect the patient from unnecessary exposure. The digital system delivers a lower radiation dose when compared with conventional periapical radiography and particularly, tomography (19, 21-23). The results of the present study demonstrate that conventional radiography and digital CCD and PST digital systems obtained better results in comparison with computed tomography; therefore it is possible to conclude that a small radiation dose will be used in patients for the diagnosis of root fracture with intracanal metal post. CONCLUSION Digital radiography is indicated for detecting the presence of root fractures in teeth with intracanal metal posts. The digital systems (PSP and CCD) presented the highest sensitivity, specificity and accuracy levels for this condition. 48 REFERENCES 1. Andreasen JO. Traumatic injuries of the teeth. 2nd ed. WB Saunders: Philadelphia, 1981. 2. Youssefzadeh S, Gahleitner A, Dorffner R, Bernhart T, Kainberger F. Dental vertical root fractures: value of CT in detection. Radiology 1999;210(2):545-9. 3. Mora M, Mol A, Tyndall D, Rivera E. In vitro assessment of local computed tomography for the detection of longitudinal tooth fractures. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2007;103(6):825-9. 4. Kamburoglu K, Murat S, Yuksel SP, Cebeci AR, Horasan S. Detection of vertical root fracture using cone-beam computerized tomography: an in vitro assessment. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2010;109(2):e74–81. 5. Kamburoglu K; Cebeci I; Grondahl H. Effectiveness of limited cone-beam computed tomograph in the detection of horizontal root fracture. Dent Traumatol 2009; 25(3):256-261. 6. 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