2013 - Revista Viver Brasil

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2013 - Revista Viver Brasil
ENTREVISTA JULIÁN EGUREN, DA USIMINAS: “CHINA É UMA AMEAÇA”
M
www.revistaviverbrasil.com.br
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Do jardim criado com
influências do pai e da
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surgir um dos maiores
museus de arte
contemporânea do
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atingir a marca de
1 milhão de visitantes
Planos para 2013
Empresários que começaram a
investir no ano passado
apostam em mais crescimento
Monotrilho em vantagem
Na corrida para ver qual é o melhor
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o sistema sai na frente
Cadeiras vazias
9 77198 4 05300 9
ISSN 1984-0535
Inhotim
00097
A alma de
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têm prefeitura indefinida e
sete devem ter nova eleição
BH Savassi
Foto da obra em
janeiro de 2013.
Conclusão em
fevereiro de 2014.
LF/Mercado
Novotel BH Savassi
Ligue 2552 3000
e conheça o
investimento
que não tem
comparação.
Localização
Avenida do Contorno,
esquina com Getúlio Vargas.
O ponto mais surpreendente
no bairro mais charmoso da cidade.
Leitos de hotel
BH cresce, mas apresenta déficit*
em leitos de hotel de qualidade.
Taxa de juros
Com a tendência de queda da SELIC,
aplicações financeiras perdem fôlego.
Experiência
Há 14 anos a Maio, a Paranasa
e a Accor lançam os
maiores sucessos em
empreendimentos hoteleiros.
Desenvolvimento e
Incorporação:
Construção:
Arrendamento:
Informações:
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*Fonte pesquisa: IBGE
Segurança,
valorização e
renda mensal.
VIVER
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Número 97 - 18 de janeiro 2013
Entre....
24 Política
Sete cidades mineiras
devem ter novas eleições
28 Capa
A fama e a expansão de
Inhotim: 1 milhão de visitantes
36 Entrevista
Julián Eguren: “A China
é um jogador desleal”
44 Expectativas
Empresários na contramão:
apostas em crescimento
51 Especial Minas Gerais
Projetos, investimentos,
obras do estado em 2013
68 Transporte
Qual o melhor transporte
público? Monotrilho sai na frente
8
74 Empresa
Neoplan aprova 218 projetos
por ano pela lei de incentivo
76 Mercado imobiliário
Construtora se especializa
em casas de luxo
79 Especial 50 anos do BDMG
O crescimento, as inovações,
a história do seu meio século
100 Previsão
O que dizem os búzios, a
numerologia, a astrologia
112 Comportamento
O que mudou na vida de
quatro pessoas em 90 dias
120 Turismo
Four Seasons George V e
sua suíte de 170 m2, em Paris
= COLUNISTAS
= ARTICULISTAS
20 Coluna PCO
Paulo Cesar de Oliveira
22 Entre Aspas
Cláudia Rezende e
‡‹•‡‘––ƒ
51 Giro
Angelina Freitas
110 Viver Melhor
Fernando Torres
118 Cantinho do Chef
Luciana Avelino
142 Zoom
Márcia Queirós e
Alessandra Valente
26 Por um governo
transparente
Paulo Cesar
de Oliveira
34 Geração perdida
Wagner Gomes
42 Folhetim 2012
Paulo Paiva
73 Royalties para
a educação
Arnaldo Niskier
122 Gastronomia
Terraço Itália: as histórias
desse cartão-postal de SP
125 Hotelaria
Hotel da Bahia reabre
com cara nova
127 Especial Mineirão
Tudo pronto para a estreia
com Atlético e Cruzeiro
140 Passeio Cultural
Mostra de cinema
movimenta Tiradentes
146 Bate-papo
Olavo Machado: “Precisamos
ter mais competência”
147 Festas
Câmara homenageia
99 personalidades
99 Conversando
com ela: o turista
Eduardo Fernandez
126 Professor Walmy Wana
Hermógenes Ladeira
162 Valério ameaçou e Lula
pagou pra ver. E agora?
Carlos Lindenberg
= CRÔNICA
108 Gentalha, gentalha
Bruno Fernandes
VIVER Janeiro 18 - 2013
Editorial
Bem-vindo, 2013!
É com muita vontade de trabalhar que iniciamos mais um ano em terras verdes e amarelas. A
revista Viver Brasil chega ao seu 5º ano de circulação disposta a perseguir seus principais objetivos:
consolidar-se cada vez mais como uma publicação
de conteúdo diversificado, com vários sotaques e
personagens de valor. Ser um alto-falante da população, do empresariado, das necessidades que
enxergamos como fundamentais à nossa sociedade.
E, pelo começar do ano, teremos muitas coisas para
defender! Entre os problemas de grande impacto
que precisam ser solucionados, está a iminente
falta de energia que bate à porta. Já passamos por
situação semelhante anos atrás, por conta da desestruturada rede de energia que atende o país. A
chance de ter um bis do racionamento é grande...
As apostas estão com são Pedro jorrando água nas
hidrelétricas. Aproveitando o início do ano, quando
as expectativas são sempre renovadas, nas páginas a
seguir, conversamos com personalidades de diversos setores, para entender o que se espera de 2013.
De maneira geral, todos acreditam que a temporada
será de crescimento. É o mais provável. Mesmo com
o desenvolvimento econômico e social pífio que
tivemos em 2012, o momento agora é de preparar
o campo para a Copa do Mundo em 2014, em ano
de Copa das Confederações. Por conta disso, o país
deverá ter um volume significativo de investimentos
para todas as vertentes, da infraestrutura aos serviços. Portanto, o caminho agora se chama trabalho,
trabalho e trabalho. Vamos em frente! Um ótimo ano
a todos e até mais.
Gustavo Cesar de Oliveira, diretor – [email protected]
Diretor-geral
Paulo Cesar de
Oliveira
Diretores
Gustavo Cesar
de Oliveira
Paulo Cesar
Alkimim de
Oliveira
Diretor-executivo
Carlos
Lindenberg
Diretor de redação Homero Dolabella
Editora-executiva Silvânia Arriel
Chefe de redação Maria Eugênia Lages
Subeditora Luciana Avelino
Editora-adjunta Cláudia Rezende
Redação Ana Elizabeth Diniz, Eliana Fonseca,
Eliane Hardy, Fernando Torres, Márcia Queirós,
Miriam Gomes Chalfin e Terezinha Moreira
Repórteres colaboradores Flávio Penna e
Sueli Cotta
Articulistas Bruno Fernandes, Eduardo
Fernandez, Hermógenes Ladeira, José Martins
de Godoy, Lázaro Gonzaga, Olavo Machado,
Matheus Cotta, Paulo Paiva e Wagner Gomes
Correspondentes internacionais
(Paris) Igor Tameirão
(Nova Iorque) Angelina Freitas
Editora de web Denise Motta
Assistente de web Celso Filho
Revisão Maria Ignez Villela
Secretária de redação Tamara de Jesus
Diretora de arte Oriádina Panicali Machado
Editor de arte Renato Luiz
Equipe de arte Adroaldo Leal, Gilberto Silva e
Luciano Cabral
Fotógrafos colaboradores
Leo Fontes, Pedro Vilela, Tião Mourão
Superintendente de finanças Cinthia Portela
Superintendente de operações Eliana Paula
Coordenadora de marketing Isabel Borges
Gerente de eventos Gustavo Serpa
Superintendente comercial (MG)
Marco Antonio Gonçalves
Assistente comercial Sumaya Mayrink
Departamento comercial (MG)
(31) 3503-8888 - Alessandra Valente, Ana
Paula Fádel, Chandréia Prandini, Dária Mineiro,
Jordana Melo, Hevelyne Buzatti, Lívia Bosco,
Rigléia Carvalho e Sandra Câmara
Diretora comercial (SP) Lilica Mazer
Departamento comercial (SP)
(11) 2127-0000 - Eduardo Pizzo, Karen
Marraccini, Viviane Ramos e Zenaide Pereira
[email protected]
Gerente de Circulação
Luiz Cuin
Assinaturas (31) 4063-8156
Impressão Log&Print Gráfica e Logística S.A.
Entregas Fast Entregas
Distribuição em bancas Disa - Distribuidora
Sant’ Anna
[email protected]
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Tiragem quinzenal
60.000 exemplares
Viver Brasil é uma publicação da VB Editora e Comunicação Ltda.
São Paulo: Jacques Felix, 19, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP – CEP: 04509-000 – Tel.: (11) 2127-0000
Minas Gerais: Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000 – (31) 3503-8888 - www.revistaviverbrasil.com.br
10
VIVER Janeiro 18 - 2013
O nosso trabalho
é fazer com que toda
micro e pequena
empresa também
chegue aos quarenta
O Sebrae-MG tem muito o que comemorar.
São 40 anos dedicados à promoção da
competitividade e do desenvolvimento
sustentável das micro e pequenas empresas.
Uma história que, desde 1972, contribui para
o fortalecimento da economia mineira, para
a geração de emprego e renda e para o sucesso
de milhares de empreendedores. Pessoas que
encontram no Sebrae-MG o apoio de que
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Consumismo infantil
A reportagem sobre o
consumismo infantil caiu
muito bem na época do
Natal. Está na hora de os
pais pararem para pensar
nessa compra desenfreada
só para agradar aos pequenos.
Querem, compram,
logo após já desistem do
produto. Acredito que
precisamos passar mais
valores a eles e fiquei
preocupada com a fala de
Marina Sá, mestre em
políticas públicas, de que
“o consumismo gera
obesidade, estresse familiar,
erotização precoce”.
Parabéns à repórter
Terezinha Moreira.
Helena Reis
Muito oportuna a matéria
sobre o consumismo infantil
no final do ano. Acho que
deveria haver restrição da
publicidade nos intervalos dos
programas infantis.
Regina Mata
A reportagem vem
contribuir para o debate
sobre consumismo infantil.
Acredito que a publicidade
deve continuar, os pais é que
precisam se preocupar mais
com a educação dos filhos, não
deixarem tanto à frente
da TV, do computador.
Desse modo não necessitaria
12
restringir a propaganda,
porque as crianças não
teriam o desejo desenfreado
de possuir. A solução é
mais simples.
Otávio Silva
Voluntários
Parabéns à Viver Brasil pela
matéria sobre os voluntários.
Fico impressionada com
o desprendimento dessas
pessoas e com o exemplo de
vida.
Adelaide Soares
Cupido às avessas
Atual, interessante e curiosa a
matéria que a Viver Brasil fez
sobre os rastros de traição que
as pessoas deixam nas redes
sociais. Parabéns ao repórter
Fernando Torres.
Maria Elisa Costa
Entrevista
Muito ponderada a presidente
do STF, Cármen Lúcia Antunes.
A entrevista ficou sensata, para
cima.
José Soares Pereira
A presidente do STF, Cármen
Lúcia, diz que “o cidadão
brasileiro está se organizando,
se aliando a outros para lutar
por aquilo que quer.”
Não vejo isso, talvez por ser
um pouco pessimista com
tudo o que ocorre na política
e ninguém faz nada, não vai
para as ruas, não pressiona.
Parece que estamos apáticos.
Mas tomara que
ela tenha razão, que
assumamos nosso papel
de cidadão. Parabéns pela
entrevista.
João dos Santos
Língua na ponta
Ao ler a reportagem sobre a
necessidade de uma segunda
língua fiquei estarrecida
com a posição que o Brasil
ocupa, o 46º lugar entre
54 países pesquisados, na
fluência de inglês.
Estamos mal até nisso.
Acredito que o país
tem que investir mais na
qualidade da educação.
Hoje a fluência em inglês
é mais do que necessária.
Parabéns à revista Viver
Brasil pôr expor essa situação.
Regina Freitas
VIVER MINAS
Vamos invadir as praças
Fiquei muito contente com
a matéria Vamos invadir
as praças. Deveremos ter a
quadra de tênis do parque
municipal reformada até o
final do ano.
Atair Barbosa Machado
VIVER Janeiro 18 - 2013
Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4,
Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000
E-mail: [email protected]
Comentários sobre o conteúdo editorial da
Viver Brasil, sugestões e críticas a matérias. Cartas
e mensagens devem trazer o nome completo e o
endereço. Além do nome do autor, o e-mail também
poderá ser publicado. Por razões de espaço ou clareza,
os textos poderão ser publicados resumidamente
o Buffet Catharina
foi premiado
em excelência
gastronômica pelo
Instituto de Qualidade
Minas. A informação
correta é que foi
reconhecido no Prêmio
Regional da Qualidade
| Região Metropolitana
pela adequação ao
modelo de excelência
na gestão.
Artigo Wagner
Gomes
Maquineísmo
econômico
É certo que a
grande maioria
de nossa mídia,
escrita, falada e
televisada, dá um
enfoque enorme ao
que é ruim. Numa
análise muito
simplória acho
que é instinto de
sobrevivência na
medida em que é
ruim e escândalo
vende muito e dá
Ibope. Por outro
lado também,
esta mídia viveu
por muitos anos
tendo pouco de
bom para contar
e parece estar
desacostumada com a evolução
do país, não só na economia,
mas em diversas áreas. Veja
bem que escândalos policiais
ficam o dia inteiro na mídia
em coberturas exageradas,
enquanto o fato está ocorrendo.
Todavia, depois que a coisa
esfria, perdem o interesse de
acompanhar e divulgar,
quem foi responsabilizado,
o que é feito em boa parte
das vezes como notas
pequenas. Antigamente
vivíamos sendo questionados
por não seguirmos exemplos
norte-americanos ou europeus.
Porém, hoje,
não vejo tanta ênfase dada ao
nosso modelo que, bom ou
VIVER Janeiro 18 - 2013
z No especial
Mineirão, página 24, foi
publicada foto como
se fosse do arquiteto
Oscar Niemeyer. É do
engenheiro Gil César
Moreira de Abreu,
responsável pela obra
ruim, tem trazido resultados
diferentes dos que lá ocorrem,
inclusive nos permitindo
atravessar tempos difíceis para
o mundo, de uma maneira mais
leve.
Roberto Parenzi
ESPECIAL MINEIRÃO
Parabéns pela edição especial
sobre a reinauguração do
Mineirão.
Fábio Carneiro Correa
Erratas
z Na edição, 95, página 94, no
Cantinho do Chef saiu publicado que
Para anunciar:
Tel.: (31) 3503-8888
Fax: (31) 3503-8888
Releases
[email protected]
Assinaturas: Tel: (31) 3503-8860
13
Leitor
Repórter
Foto da praça Raul
Soares
Enviada por:
Bráulio Camilloto
Arantes
14
“Quero ver-te à luz do dia
para saber se é verdade o que a
noite me dizia com tanta seguridade”
CECÍLIA MEIRELES
É a sua vez de mostrar que tem
faro jornalístico. Fo to grafou uma
cena inusitada? Visitou um lugar paradisíaco e fez foto digna
de cartão-postal? Registrou um momento ím par que me rece ser compartilhado com outras pessoas? Agora
você te rá a oportunidade de mostrar
seu talen to. Envie sua foto para a re-
vista Vi ver Bra sil . As melhores
serão publicadas e você terá seu
dia como repórter fotográfico. O
endereço para en vio é: redacao@
revistaviverbrasil.com.br. As fotos deverão estar em alta resolução. No e-mail, deverão constar os dados do
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Em
Destaque
MÁRCIA QUEIRÓS
Rede Globo/Estevam Avellar
Tempero
mineiro
18
A Rede Globo estreou
neste mês a microssérie Canto da Sereia , baseada em
obra homônima de Nelson
Motta. A temática tem dendê, com cenas em Salvador,
mas a direção geral é mineira. Quem assina é José Luiz
Villamarim, de Três Marias,
região Central do estado.
“Me formei economista em
Belo Horizonte, onde trabalhei na área durante algum
tempo, mas logo comecei a
fazer vídeos e documentários. Pouco depois, ingressei na Rede Globo, fazendo
estágio como assistente de
direção em Anos Rebeldes”,
lembra. Villamarim possui
vasto currículo, que inclui
novelas e séries, como Rei
do Gado, Mulheres Apaixonadas , Torre de Babel e o
recém-sucesso Avenida Brasil. Indagado sobre as montanhas, responde: “Você sai
de Minas, mas Minas não sai
de você. Fui criado lá e tenho
espírito mineiro. Foi um local que me influenciou muito no comportamento, na
cultura, na boa conversa e na
questão de literatura. Mineiro lê muito... Acho que são as
montanhas”, acredita. Um
de seus projetos é fazer cinema em Cataguases, baseado
na obra do escritor, também
mineiro, Luiz Ruffato.
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Pimentel em 2014
POR PAULO CESAR DE OLIVEIRA
Roberto Stuckert Filho
Um
pibinho
no caminho
Apesar da aprovação popular recorde, já tem muito analista político e
econômico dizendo por aí que a reeleição da presidente Dilma Rousseff,
dada como certa por membros do PT, não será tão fácil assim. É que a
presidente terá dificuldade de tirar proveito eleitoral do desempenho da
economia, pois tudo indica que enfrentará um cenário de crescimento do
país bem diferente ao de 2010, quando foi eleita. Após alta de mais de 5%
no PIB em três dos quatro anos do segundo mandato do ex-presidente
Lula, com pico de 7,5% no ano da eleição de Dilma, o indicador avançou
2,7% em 2011, no primeiro ano do seu governo, e só por milagre chegará
a 1,5%, em 2012.
Dobrando o faturamento
A Forno de Minas, tradicional fabricante de
pão de queijo que saiu ,mas voltou às mãos do
empresário Helder Mendonça para crescer,
tem planos ambiciosos para 2013. A empresa
espera faturar com a venda da típica iguaria,
uma receita da dona Dalva, mãe de Helder,
mais de 245 milhões de reais neste ano. Parece fermento. A alta sobre 2012, quando a
Forno de Minas faturou 160 milhões de reais,
é de mais de 50%.
20
Mesmo muita gente apostando
que ele não é candidato ao
governo de Minas, o ministro
Fernando Pimentel é o nome
certo do PT para disputar
a sucessão do governador
Anastasia. Com um detalhe, ele
terá o apoio da presidente Dilma
que quer vê-lo governando o
seu estado natal. A propósito,
pesquisa interna encomendada
pelo PSDB aponta que, se
Pimentel for candidato, é o nome
mais forte do PT.
Centenário
O Plaza Athénée é famoso
como um dos hotéis mais
emblemáticos de Paris, com
a sua fachada do século
19 decorada com gerânios
vermelhos, seus toldos e
seus manobristas elegantemente vestidos. O Thêatre
des Champs-Elysées tem a
fama de ser um dos melhores teatros de Paris. Ambos
têm sido o coração e a alma
da avenue Montaigne há um
século. Hoje, os dois locais
unem forças para comemorar o centenário de forma
inesquecível – com excelente
programação festiva de seis
datas começando no dia 30
de maio deste ano.
Filarmônica
Divulgação
Os fãs da música de concerto
podem agendar. A Orquestra
Filarmônica de Minas, sob a
regência do maestro Roberto
Tibiriçá, homenageará o
bicentenário de nascimento
do alemão Richard Wagner e
do italiano Giuseppe Verdi. A
temporada começa em 26 de
fevereiro.
VIVER Janeiro 18 - 2013
Cheio de luz
Novela inédita
A editora Cosac Naify vai
homenagear o escritor
mineiro Bartolomeu Campos
de Queirós, no início deste
ano, com o lançamento de
sua novela inédita, Elefante.
Morto em janeiro, o escritor
recebeu o novo prêmio pelo
romance autobiográfico
Vermelho amargo, lançado
pela mesma editora.
Movimentação no CNJ
Começa a ser notada
movimentação atípica no
Conselho Nacional de Justiça.
É que em março o ministro
mineiro Carlos Alberto Reis
de Paula, do Tribunal Superior
do Trabalho, deixa o cargo
de conselheiro do CNJ para
assumir a presidência do TST.
Expocasa
BH prepara-se para receber a
Expocasa, evento que reunirá
congresso, feira e salão
de imóvel. Realizada pelo
Creci-MG e CMI/Secovi-MG,
a Expocasa será realizada
no Expominas, entre os dias
7 e 11 de agosto. Segundo
o presidente do Creci-MG,
Paulo Tavares, o evento dará
maior visibilidade ao estado.
Wellington Pedro/Imprensa MG
O presidente da Cemig, Djalma Morais, está entre os
30 melhores executivos do mundo. Ele foi eleito dentre mais de 3 mil dirigentes, em votação da revista
Harvard Business Review e da escola de negócios Insead. Desde 1999, quando assumiu a Cemig, a companhia passou por completa reestruturação. Hoje, é a
maior distribuidora de energia elétrica do país e está
presente em 23 estados brasileiros, além de operar
uma linha de transmissão no Chile.
Quadros de Olímpia emSalve Jorge
Novamente as obras da artista Olímpia Couto
aparecem em destaque nos cenários da Rede
Globo, na novela Salve Jorge, nas residências dos personagens de Giovanna Antonelli e
Antonio Calloni, o Mustafá. A artista plástica
inclui-se hoje, sem dúvida, entre os artistas
mineiros que se destacam por apresentar
uma obra já estruturada, estável e consolidada, de reconhecida e importante presença na
melhor produção de arte no Brasil.
Tião Mourão
Conceito Suggar
Muita gente tem se impressionado com os produtos
premium da Suggar (leia-se Lúcio Costa) que não devem nada aos eletrônicos mais sofisticados do mercado, para não dizer melhores. Para a competente diretora comercial da Suggar, Ana Maria Avelar, a cada
dia são maiores os elogios não só em Minas, mas em
todo o Brasil, a começar por São Paulo.
Projeto de lei
Foi aprovado pela Comissão
de Finanças e Tributação
da Câmara projeto de lei
de autoria do ex-deputado
Humberto Souto, que propõe
a inclusão dos conteúdos
ética, cidadania e defesa do
consumidor no currículo da
educação básica. O projeto,
agora, segue para a Comissão
de Constituição e Justiça.
VIVER Janeiro 18 - 2013
Serra de novo
Fotos: Divulgação
Ninguém tem mais dúvidas de que o candidato derrotado duas vezes à Presidência e uma à prefeitura
de SP, José Serra, tem dado sinais que vai atormentar a vida de Aécio Neves tão logo saia como pré-candidato do PSDB à Presidência da República.
Serra já diz que o candidato em 2014 deve ser o governador paulista Geraldo Alckimim e que tem um
dossiê sobre o senador mineiro. Em 2009 o paulista Serra já fazia ameaças e
levou Aécio a ficar quieto. A briga começa dentro do partido...
Colaboração: Ana Cortez, Eliane Hardy e Flávio Penna
21
Entre
Aspas
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CLÁUDIA REZENDE E DENISE MOTTA
[email protected]
“Não, bolinho não tem
não. Bolinho engorda,
gente”
Presidente Dilma Rousseff, em Moscou,
sobre a comemoração de seu aniversário
De maneira dolosa e fraudulenta,
empregaram veículos em campanha eleitoral, desviando-os da
finalidade pública”
Promotor José Renato Rodrigues Bueno,
sobre os 12 vereadores para quem o
Ministério Público pediu cassação
Não acredito no Marcos Valério.
O Lula está tranquilo”
Tarso Genro (PT), governador do Rio
Grande do Sul
Os procuradores não tocaram
nos papéis que deixei lá.”
Marcos Valério, sobre documentos que
comprovariam o envolvimento de Lula no
esquema do mensalão
Choque de gestão foi a expressão que utilizamos para marcar
o resgate da governabilidade de
Minas, engolfada em 2003 pela
maior crise financeira de sua
história”
Aécio Neves (PSDB), senador, sobre o
choque de gestão, que completa 10 anos
em 2013
22
ACONTECEU
Ministérios públicos se movimentam contra a PEC
37/2011 e lançaram campanha contra a proposta
que quer colocar fim ao poder investigativo que
hoje é exercido pelos órgãos em assuntos criminais.
Isso ficaria a cargo apenas das polícias. Promotores
e procuradores não querem isso de jeito nenhum,
mas os delegados são a favor. Houve juiz que recusou
investigação, porque havia sido feita pelo MP, como
ocorreu em Minas, no caso Hipolabor.
Gente nova na Amans
Prefeito de Mirabela,
Carlúcio Mendes Leite (PSB)
foi o vencedor da disputa pela
presidência da Associação dos
Municípios da Área Mineira
da Sudene (Amans), no dia 10
de janeiro. Ele desbancou o
prefeito de Montes Claros, Ruy
Muniz (PRB). A diferença entre
os dois foi significativa, de dez votos (25 a 15). E, no
discurso de posse, Carlúcio já deixou claro que quer
diminuir a predominância de Montes Claros sobre a
região. “Não podemos discutir o norte de minas só
por Montes Claros. Nós precisamos ter uma visão
ampla”, disse. Ele também pretende bater na tecla
do FPM, insistindo para que ocorra regularidade nos
repasses aos municípios.
CAIU NA REDE
@iranbarbosa: Para quem se esqueceu, eu não:
aumento do meu salário aprovado ano passado
pela CMBH será SIM doado às escolas públicas
de BH
zzz
@depjuliodelgado: Do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral: “Temos um candidato próprio que é o
VIVER Janeiro 18 - 2013
PRÉ-CARNAVAL
Leilão de comissões
Apesar de o recesso dos vereadores de BH só
terminar em fevereiro, as articulações para escolha de
integrantes de comissões não dão trégua. Rumores
indicam que grupo do PT do B deseja a assediada
comissão de Legislação e Justiça. A de Administração
Pública pode ficar nas mãos do PT. Para a de Meio
Ambiente é cogitada Elaine Matozinhos (PTB). Já para
a de Transporte, é citado o nome de Preto (DEM).
CARNAVAL &
SEMANA SANTA
DESTINOS NACIONAIS
Pré-Carnaval e Carnaval
aéreo + 7 noites de hospedagem + café da manhã + traslados + seguro viagem
Queda de braço
Porto Seguro - BA
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) luta para impor
um secretariado com perfil técnico, mas precisa
conciliar sua vontade com o projeto Aécio 2014.
Comenta-se, no meio político, que Lacerda sofre com
o mesmo problema já enfrentado pelo governador
Antonio Anastasia. O governador, vale lembrar,
nomeou Eros Biondini (PTB) secretário graças a um
acordo político e não ao tão desejado perfil técnico
ensejado sempre por ele.
Fotos: Divulgação
Pontal Praia Hotel - 7 noites + City tour
76,
136,
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Fortaleza - CE
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153,
Natal - RN
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112,
137,
DESTINOS INTERNACIONAIS
Semana Santa
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Curaçao Hotel Howard Johnson (Saída 24/03)
A chapa esquentou
A pauta mensalão gerou discórdia por aqui. O
deputado Durval Ângelo (PT) e o senador Eduardo
Azeredo (PSDB) bateram boca via Twitter. O primeiro
citava o tucano como criador do mensalão, o segundo
acusava Durval de falta de caráter.
Júlio Delgado para presidência da Câmara”
20 anos de prisão. Daqui
a três estão na rua matando de novo.
zzz
@HelioCosta15: Assassinos de universitária Barbara Andrade, baleada
em BH, são condenados a
VIVER Janeiro 18 - 2013
zzz
@rogeriocorreia_: Lagoa
da Pampulha exala gás
poluente
aéreo + 7 noites + café da manhã + traslados + seguro viagem
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saídas nas datas específicas. Favor consultar outras datas. *City tour com Cumbuco ou Beach
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inclui taxa de embarque. Financiamos com cartões de crédito e cheques. Preços para destinos
internacionais foram calculados conforme câmbio do dia 08/08/12 sendo US$ 1 = R$ 2,13 e serão
recalculados conforme o câmbio vigente na data da compra. Confirmação de reservas sujeita à
disponibilidade. Material liberado para publicação 10/01/2013.
P O L Í T I CA
Prefeituras
problemáticas
Divulgação
Vinte e um
municípios
mineiros ainda têm
a administração
pública indefinida.
Em sete, deve ocorrer
nova eleição
MIRIAM GOMES CHALFIN
Q
uase um mês depois da posse
dos prefeitos eleitos em 2012,
21 municípios mineiros ainda
estão com a administração indefinida. Pelo menos sete cidades poderão ter nova eleição, sendo que o
Tribunal Regional Eleitoral de Minas
( TRE-MG) determinou a realização do pleito apenas em Biquinhas
e São João do Paraíso, dia 7 de abril.
Foram confirmadas eleições também em Cachoeira Dourada, Piedade dos Gerais e Rochedo de Minas,
mas ainda sem data marcada. Já Ibiá
e Diamantina ainda aguardam julgamento de recursos para confirmar
ou não o segundo pleito. Há ainda
12 municípios com pendências judiciais, à espera do julgamento do
mérito no TRE. Na maioria dos casos, o prefeito eleito conseguiu liminar e fica no cargo até que se tenha
a decisão. Além disso, os candidatos
que venceram em Paulistas e São
Francisco aguardam parecer do Tri24
bunal Superior Eleitoral (TSE).
Para o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, essa indefinição é
extremamente perniciosa para a democracia porque coloca em questão
a vontade popular expressa no voto.
“Não questiono a legalidade, mas
a quebra de confiança no poder do
voto, na legitimidade política. Acaba
que o Judiciário assume as vezes da
disputa entre partidos. O caminho
correto seria a reforma política, e
não o segundo ou terceiro turno das
eleições no tapetão”, defende. Para
ele, muitos candidatos concorrem
sem condição legal (por exemplo, tiveram as contas rejeitadas) porque
o sistema de controle de políticas
públicas – os legislativos, Ministério
Público, tribunais de conta e Controladoria Geral da União – é falho e
carece de pessoal. “Mas o problema
maior está na sociedade civil brasileira, que se queixa, mas não sabe
defender seus direitos. Ou sabe, mas
nada faz, com exceção de poucas
iniciativas, como os observatórios
sociais do Brasil”, completa.
De qualquer forma, o que se
quer saber é como essa incerteza –
que é recorrente e, em alguns casos,
custa a se resolver – pode refletir no
desenvolvimento da cidade. Na eleição de 2008, o município de Conceição do Mato Dentro (região Central),
por exemplo, realizou dois pleitos. A
VIVER Janeiro 18 - 2013
situação só foi definida em novembro de 2010, ou seja, quase três anos
após o início oficial do mandato. Em
Ipatinga (Vale do Rio Doce), depois
de vários recursos judiciais, a escolha do prefeito foi acertada somente
em maio de 2010. Na histórica Mariana, foram sete trocas na cadeira
do prefeito, depois de várias batalhas na Justiça Eleitoral e comum.
Com a instabilidade, vários projetos
foram simplesmente esquecidos. O
patrimônio cultural foi um dos mais
afetados com a descontinuidade
do governo. “Quando isso ocorre, o
município acaba não tendo estratégias de longo prazo. Tudo começa e
não termina, contatos e convênios
chegam sem ser prioridade da equipe de governo seguinte. Um caos,
perda de tempo e de recursos”, opina Rudá Ricci.
Eleito em Mariana com 54% dos
votos válidos, o prefeito Celso Cota
Neto (PSDB) confirma que a instabilidade política afastou o município
dos grandes centros de decisões. “Ficamos fora de projetos importantes,
como o PAC das Cidades Históricas.
Perdemos contatos e importância no
cenário regional”, destaca o político. Na opinião dele, o maior desafio
será converter a boa arrecadação em
qualidade de vida para os moradores, além de concluir as obras que foram abandonadas na última gestão.
“Queremos índices sociais confortáveis de educação, segurança e saúde
e, com isso, devolver ao município o
espaço no cenário político nacional
perdido nos últimos anos”, acrescenta o prefeito, que ocupou o cargo por
dois mandatos consecutivos, de 2000
a 2008.
A professora Helcimara de Souza Telles, da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), vê a situação com outros olhos. “O fato de
muitas prefeituras estarem sub judice significa que há fiscalização e
controle de fraudes. Isso impede
VIVER Janeiro 18 - 2013
PENDÊNCIAS ELEITORAIS
Municípios com nova eleição já confirmada pelo TRE (em 7 de abril de 2013):
QBiquinhas (região Central)
QSão João do Paraíso (Norte)
Onde haverá novo pleito, ainda sem data definida:
Motivo da cassação do candidato eleito
Cidade
Cachoeira Dourada (Triângulo Mineiro) Captação ilícita e conduta vedada
Rejeição de contas públicas (registro
Piedade dos Gerais (Central)
indeferido no TRE, com recurso no TSE)
Rochedo de Minas (Zona da Mata)
Oferecimento de vantagens a eleitores
Onde poderá haver novo pleito (recursos deferidos no TRE e indeferidos no TSE)
Cidade
Diamantina (Jequitinhonha)
Ibiá (Alto Paranaíba)
Motivo da cassação do candidato eleito
Rejeição de contas pela Câmara
Municipal
Rejeição de contas públicas pelo TCU
Municípios onde o prefeito eleito obteve liminar, mas ainda está
pendente o julgamento do mérito no TRE
Água Boa (Vale do Rio Doce)
Camanducaia (Sul)
QCapela Nova (Central)
QMirabela (Norte de Minas)
QNovo Oriente de Minas (Vale do Mucuri)
QOlaria (Zona da Mata)
Orizânia (Zona da Mata)
Pedrinópolis (Alto Paranaíba)
QRomaria (Alto Paranaíba)
QSantana de Cataguases (Zona da Mata)
QSerra dos Aimorés (Vale do Mucuri)
QVerdelândia (Norte de Minas)
Q
Q
Q
Q
Municípios que aguardam julgamento do TSE:
QPaulistas (Vale do Rio Doce)
QSão Francisco (Norte de Minas)
Fonte: Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
que políticos que cometeram equívocos no passado assumam o cargo,
tornando as eleições mais limpas e
fortalecendo a democracia”, argumenta. A cientista política também
acredita que essa fiscalização aumenta a confiança dos eleitores nas
instituições democráticas e no próprio processo eleitoral. Mas alerta
para que os cidadãos reflitam mais
antes de escolher seus candidatos.
Segundo Helcimara, as pendências judiciais implicam o atraso da posse. “A cidade não ficará
abandonada porque alguém vai assumir o comando até que os processos sejam concluídos”, diz. É o caso
de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Tanto a chapa vencedora
quanto a segunda colocada tiveram
problemas jurídicos e, portanto,
os recursos foram indeferidos pelo
TSE. Assim, o presidente da Câmara
Municipal, Maurício Maia (PSDB),
assumiu o comando da prefeitura
interinamente, até que seja marcada uma nova eleição. O secretário
municipal de Governo, Ronaldo Lopes, informa que Maia “encontrou a
prefeitura em situação muito difícil”,
com atraso na folha de pagamento dos funcionários públicos, deflagração de greve por parte dos garis e
dívida de 3,5 milhões de reais. No último dia 10, foi decretado estado de
emergência financeira e administrativa na cidade, pelo prazo de 60 dias,
podendo ser prorrogado.
25
Paulo Cesar de Oliveira
Por um governo transparente
Se teremos ou não apagão – ou racionamento para
ficar diferente do período FHC – já é irrelevante. O que
preocupa mesmo é a nossa incapacidade, demonstrada, de sustentar um crescimento econômico minimamente necessário para a manutenção do processo de
ascensão social no país. Hoje, por mais que o governo
queira convencer o povo que não há risco iminente de
falta de energia, só o acaso, representado por radical
mudança no regime de chuvas, nos tira desta situação.
Pelo lado do governo não há nada que se possa fazer,
em caráter emergencial, para mudar o quadro atual.
E diga-se, a bem da verdade, que só não está maior
o risco do apagão porque tivemos desaceleração no
setor industrial no ano passado, na continuidade de
Não podemos continuar a
desmoralizar a oposição
e impor-se, pela força da
verba, ao parlamento, ao
ponto de silenciar...
um processo que se iniciou em 2011, que permitiu que
se poupasse um pouco dos reservatórios das usinas.
Impressionante nossa capacidade de agirmos sem planejamento, na base da improvisação.
O apagão do início dos anos 2000, uma década depois, ainda assombra os donos do poder. Algumas coisas para minorar o problema é claro que foram realizadas. Colocaram-se em construção usinas que estavam
programadas, finalizaram-se outras em construção e
outros projetos tiveram andamento, depois de enfrentarem longas, maçantes e antigas discussões sobre a privatização – vá lá, concessão –, ou não de alguns setores.
Fôssemos menos ideologicamente atrasados, e já teríamos modelos definidos para a produção de energia, de
transportes públicos e outros serviços. Aliás, é de fundo
ideológico, sob o manto do populismo, esta questão de
redução de tarifas de energia elétrica. Com a alteração
no processo de concessão das usinas, o que deseja o
26
governo, garantem especialistas da área, é estatizar a
produção da energia em nome de um velho conceito
de segurança nacional. Quem é do ramo garante que a
redução de 20% nas tarifas é apenas cortina de fumaça e
que ela será, na verdade, um subsídio, pago com recursos do Tesouro. Objetivamente, pago pelo próprio povo.
Está na hora de o governo ser mais transparente. De
saber dialogar com o povo, de buscar as reais parcerias.
A presidente Dilma, como de resto todos os demais presidentes brasileiros, não tem a liderança para conduzir o
país. Não falo de capacidade gerencial. Falo de liderança
mesmo, como, por exemplo, de Churchill, na Inglaterra
da 2ª Guerra Mundial. Foi líder capaz de fazer o povo
entender a necessidade de sacrifícios em nome da pátria e pela vitória. Sei que é pedir demais isso, mas que
alguém, pelo menos, siga a tática dele de não mentir. De
buscar apoio através da transparência. Enganar pode dar
ótimos índices de aprovação. Pode até garantir eleição
ou reeleição, mas não faz de ninguém líder ou estadista.
É disso que estamos sentindo falta. De estadistas, de líderes reais. Tanto no Executivo quanto no Legislativo e
Judiciário não necessitamos de líderes. Necessitamos de
competência, saber jurídico e independência que alguns
dos membros do Supremo souberam demonstrar agora.
Enfim, além de pessoas, precisamos, com urgência,
de um projeto de país, como adverte o presidente da
Fiemg, Olavo Machado. De projeto de governo andamos
cheios. É urgente que tenhamos uma definição daquilo
que buscamos e da forma que vamos buscar para nosso
futuro. Não podemos continuar a desmoralizar a oposição e impor-se, pela força da verba, ao parlamento, ao
ponto de silenciar o poder símbolo da democracia. O
Brasil precisa de todos os seus poderes atuantes e comprometidos. Basta de continuarmos adiando o futuro.
Sempre fomos chamados de país do futuro, mas sem
energia, estradas, portos, saúde, educação, segurança,
tecnologia, só para citar algumas de nossas carências,
não chegaremos a ele. Até para se atingir o futuro é necessário que haja infraestrutura disponível..
Paulo Cesar de Oliveira, jornalista
VIVER Janeiro 18 - 2013
ES PEC IAL
CAPA
SUCESSO
DE PÚBLICO
28
VIVER Janeiro 18 - 2013
Leo Fontes
INHOTIM ATRAI 1 MILHÃO DE VISITANTES,
ESTÁ EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO E ESPERA A
AUTOSSUSTENTABILIDADE COM A CONSTRUÇÃO
DE COMPLEXO DE HOTÉIS, TEATRO, CENTRO DE
CONVENÇÕES EM SEU ENTORNO
ELIANA FONSECA / SILVÂNIA ARRIEL
O
vermelho que escorrega, a parede que parece vidro, ou é? A escuridão, os feixes de luzes
tão perfeitos que caem ao chão, vão ao teto,
mudam quando se vê de outro ângulo. Os sons, o
violento movimento das ondas, as vísceras expostas, as bolas que deslizam pela água, os crânios pretos e dourados, o ímã que une as peças na enorme
galeria de vidro, observadas pela natureza, os pássaros, as borboletas, os esquilos... O filme, o retrato que
VIVER Janeiro 18 - 2013
cada um vê, revê, surpreende, improvável em descrição fiel, crua. Atrai como as obras do pernambucano Tunga mais gente a Inhotim, em Brumadinho,
na Grande Belo Horizonte, antes tão fora do estabelecido circuito da arte, difícil de chegar. Mas que
levou até lá, pelas estradas estreitas, mais de 1 milhão de pessoas. Coloca em contato com 90 das 500
obras contemporâneas, de 100 artistas, de 30 nacionalidades, ajeitadas, combinadas com a natureza,
29
E S P E C IA L
CA PA
Fotos: Leo Fontes
PRISCILA POCHINI e a família: primeira vez em Inhotim
a 60 quilômetros da capital mineira.
“Não há como não gostar”, afirma
a paulista Isabel Pochini, estudante de
artes visuais. Há a botânica, irresistível, as obras, também. “É bem diferente de estar em uma galeria fechada.
Leva a gente a tantas reflexões.” As
que teve no primeiro dia, haveria outro, mais um se preciso fosse para essa
exibição, benquista há tanto tempo,
colocada no roteiro de coisas a vivenciar. Veio com o marido Marco Antônio Zechini, a princípio não tão afeito
às artes modernas, e as filhas Priscila,
arquiteta, e Gisele, estudante. Hospedaram-se em Brumadinho, perto
do parque. “Vou tirar a foto que você
queria”, dizia Priscila à irmã ao mirar
um pássaro na obra do japônes Yayoi
Kusama, em cima do teto do Centro
de Educação & Cultura Burle Marx.
Andam de um lado ao outro, há 110
hectares a serem percorridos, assistidos, divididos com outros visitantes
estrangeiros e brasileiros, que aumentam 50% ano a ano nesse local em
constante evolução.
Que começou como jardim, depois três, quatro pavilhões de arte,
abertos à visitação com hora marcada. “Percebia o brilho dos olhos das
pessoas, a emoção, a felicidade aflorada. A partir daí resolvi levar a sério”,
30
VISITANTES: mais de 1 milhão
GALERIA de Adriana Varejão: azulejos
OBRAS DO
hotel butique, que
abre as portas
neste ano
diz o criador, o empresário Bernardo
Paz. Abriu as portas, transformou o local em Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público, sem fins lucrativos, zelou mais pela lida com as pessoas. “Elas merecem respeito, mas não
é o que ocorre no Brasil.” Hoje são 21
galerias, com funcionários solícitos,
simpáticos por todos os lados, sempre
dispostos a ajudar, a mostrar as obras,
dar informações sobre as plantas. “Ali
é um telescópio de Olafur Eliasson”,
aponta a motorista do carrinho elétrico. Está à frente a obra do dinamarquês, atrás havia ficado a coleção de
pontos de ônibus de concreto fincados
na areia branca, da francesa Dominique Gonzalez-Foerster, bem na saída
da galeria da carioca Adriana Varejão.
Onde estão, no pavilhão de concreto que parece boiar sobre espelho-d’água, a Linda do Rosário, a obra da
parede semidestruída com vísceras,
e o Celacanto provoca maremoto, o
enorme painel de azulejos portugueses, no segundo andar, que retém naquele espaço o violento movimento
das ondas. Há perto dali a galeria do
também carioca Cildo Meireles, com o
Desvio para o vermelho, mais adiante
a True Rouge, a primeira do instituto,
de Tunga, as temporárias, as recentes.
A da carioca Lygia Pape, a do vão
VIVER Janeiro 18 - 2013
MUSEU ABERTO
Por dentro de Inhotim, em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte
O AUMENTO DE VISITANTES
2006
7.114 (de outubro a dezembro)
2007
101.602
2008
94.967
2009
147.942
2010
160.309
2011
2012
245.216
293.062
Total: 1.050.212 visitantes
97% dos
espectadores
afirmam que o local
é ótimo e excelente,
O INÍCIO DE TUDO E TRAJETÓRIA
Na década de 1980, o empresário
Bernardo Paz começa a idealizar
Inhotim, recebe a visita do
paisagista Roberto Burle Marx. “Fiz
um jardim bonito, com influência
da minha mãe e do meu pai, que
gostavam de coisas bonitas.
Acredito que a beleza em todos os
sentidos é fundamental”, diz
QDepois do jardim, sente falta de
algo. “Comecei a construir alguns
pavilhões de arte”
QEm 2002 é criado o Instituto Cultural
Inhotim, sem fins lucrativos, para a
conservação, exposição e produção
de trabalhos contemporâneos.
Também desenvolve ações
educativas e sociais
QAbre as portas, em 2005, com visitas
somente para a rede escolar de
Brumadinho e grupos específicos
Q
No ano seguinte, a obra particular
chega ao grande público, sem a
necessidade de agendamento
Q
Em 2008 é reconhecido como
Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público (Oscip)
pelo governo de Minas e um ano
depois pelo federal
índice que se mantém desde 2007.
“É um fato inédito no Brasil
e no mundo”, diz Ronald Sclavi,
diretor de comunicação do
Instituto Inhotim
Q
É realizado, em 2009, Nove
Novos Destinos para lançar
9 obras permanentes
Q
Em 2010, recebe o título de
jardim botânico pela Comissão
Nacional de Jardins Botânicos
Q
No segundo semestre deste
ano será inaugurado o
hotel butique, com
42 apartamentos
Q
O parque ocupa
110 dos
2 mil hectares
90 obras expostas,
410 guardadas em reserva
técnica, de 100 artistas de 30
nacionalidades
Funciona de 9h30 às 16h30,
de terça a sexta-feira
De 9h30 às 17h30,
sábado, domingo e feriado
20 reais a entrada
O QUE DEVE VIR
Complexo com hotéis, centro de convenções, teatro, mais galerias
Inhotim Escola no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte,
com espaços de convivência e auditório. Haverá exposições de arte
contemporânea, cursos, oficinas, mostra de cinema, atividades artísticas e
educativas, teatro, dança
de quarta e quinta-feira,
28 reais sexta, sábado e
domingo
Terça-feira é gratuita
Maiores de 60 e estudantes
pagam meia-entrada
Fonte: Instituto Inhotim
VIVER Janeiro 18 - 2013
31
E S P E C IA L
CA PA
escuro que leva aos fios de luzes do
alto ao chão, serena a visão, e não se
resumem a isso, há mais a serem olhadas nos longos intervalos preenchidos
pela natureza. É preciso doação de
tempo, de 3 a 4 dias para ver tudo com
tranquilidade, que o local pede.
“Inhotim é um lugar que você não
consegue traduzir em palavras, contar para os outros. É preciso conhecer.
Pode ir 4 vezes até lá e em todas elas
tomar um susto”, diz Bernardo Paz.
De tanta grandiosidade, interatividade, variedade aos olhos, aos sentidos,
que mudam com a visão, a evolução,
o passar da vida. “Quando criei Inhotim, não estava preparado para o que
se transformou e agora tenho que o levar à frente.” Quer construir complexo
com hotéis, teatro, centro de convenções, no entorno do local, em busca
de sua esperada autossustentabilidade, que ainda não veio. “Gastei muito
dinheiro, não dá nem para contar e há
dívidas que pago. Não tenho recursos
para estes novos projetos.”
De transformar Inhotim em cidade, ter aeroporto, hospedagem.
Ir e ficar naquele lugar, onde começa a aparecer essa urbanização nas
fundações, paredes erguidas do hotel butique. São 42 quartos, que devem ser abertos no segundo semestre
deste ano. “No seu entorno, surgirão empreendimentos (alimentação,
hotelaria, inovação tecnológica, entretenimento etc), que irão garantir a
sustentabilidade e perenidade do lugar”, informa Ronald Sclavi, diretor
de comunicação. Há planos, sempre
há de expansão. “Temos uma gigantesca área para avançar.”
Extrapolar de Brumadinho, ter
mais visibilidade fora do país, olhar
para dentro, a muitos anos à frente.
“Temos que clarear as cabeças das
crianças e das pessoas que não têm
privilégio de frequentar um lugar
como Inhotim. Partimos para atacar
violentamente os aspectos educacionais e de inclusão”, diz Bernardo Paz.
32
Fotos: Leo Fontes
JARDIM BOTÂNICO:
atrai tanto o público
quanto as obras
GALERIA DE TUNGA:
três pisos que
impressionam
VIVER Janeiro 18 - 2013
FIOS DE LUZES,
de Lygia Pape
Facilita a entrada, gratuita às terças-feiras, levou 100 mil crianças da
periferia de Belo Horizonte até lá. Desenvolve projetos sociais. Vai chegar à
praça da Liberdade, ao Palacete Dantas e Solar Narbona, com o Inhotim
Escola, exposições de arte contem-
porânea, atividades, cursos, oficinas,
mostras de cinema, apresentações de
música, teatro e dança. “A beleza destrói o ódio, a disputa, traz outros níveis
de raciocínio, de sensibilidade.”
Quer esticar mais a acessibilidade à arte, esse projeto, iniciado em
2007, que exigiu muito investimento,
mas não divulga valores. “Eu me sinto frustrado porque é difícil convencer as pessoas a colaborarem com o
projeto. Alguns setores do Brasil não
estão nem aí para a cultura”, afirma
o empresário. Vai contra, luta para
manter, aumentar, dar mais visibilidade ao museu e jardim botânico, que
abriga um dos maiores acervos abertos ao público no Brasil e no mundo. Continuar a montar esse retrato
contemporâneo, exibir novas obras,
galerias. “Em breve anunciaremos
novidades”, afirma Ronald Slavi. Ao
público que chegou a 1 milhão, deve
atrair mais gente, como ímã da beleza
das obras de Tunga, do alto ao chão,
os feixes de luz, as vísceras, os espelhos com fita azul, do artista polonês
Edward Krasinski, os compensados
de madeira, da paulista Renata Lucas,
o jardim. Esse ímã natural, bom de
ver, assistir, participar.
Wagner Gomes
Geração perdida
Gertrude Stein foi uma escritora, poetisa e feminista estadunidense que, vivendo em Paris, teria sido a
primeira a se referir a lost generation, termo que mais
tarde veio a ser popularizado por Ernest Hemingway,
um de seus amigos, em dois de seus mais famosos
livros: O Sol Também se Levanta e A Movable Feast.
Só que eles se referiam a uma geração constituída
por um grupo de celebridades literárias e das artes
que viveram em Paris e em outras regiões da Europa,
ainda no tempo da 1ª Guerra Mundial e no começo da
Grande Depressão. Esse preâmbulo me leva a pensar
no grande dilema que hoje assalta os jovens dos países
ricos, aqueles que se situam entre os 20 e 30 anos. Com
bagagem acadêmica invejável, pois estudaram muito
mais que a geração que os antecedeu, esses jovens
encontraram um terreno fértil para se desenvolverem
atrelados às mais modernas tecnologias de comunica-
Esse descompasso do
chamado mundo rico
com os países emergentes
está gerando um novo
fenômeno que desemboca
na imigração...
ção, falando fluentemente diversos idiomas e vivendo
em um mundo pleno de liberdades. Ainda assim, não
encontram oportunidades de trabalho, em sua origem, em que possam testar as habilidades adquiridas
com tanto entusiasmo e esperança, que se vão esfacelando ao sabor da nua e crua realidade que os cerca.
Diante da crise que se acentua a cada dia, o mal-estar que ataca essa geração reflete a sensação que
asfixia os seus melhores sonhos de juventude. Esse
panorama, que se alastra pelos países ricos, ainda não
aportou no Brasil, que, paradoxalmente, está flertando
com o pleno emprego, gerado pelo recente crescimento econômico pelo qual passou. Esse descompasso do
chamado mundo rico com os países emergentes está
gerando um novo fenômeno que desemboca na imi34
gração desses jovens talentos. Na era do pós-tudo, a
geração perdida busca encontrar seus próprios caminhos e, no caso do Brasil, ao aqui chegar, não se sente
estranha neste mundo novo, que assume dimensões
de paraíso. A principal característica do estilo literário de Gertrude Stein, criadora da expressão geração
perdida, era constituída por suas frases inacabadas,
que mais tarde eram retomadas para que, através de
suas repetições, o sentido se completasse. Imagino
que essa visão seja hoje compartilhada por esses
intrépidos jovens que deixam a Europa e os Estados
Unidos, afugentados pela ideia de se tornarem reféns
da crise, das medidas de austeridade e dos crescentes níveis de desemprego.
A Organização Internacional de Migrações (OIM)
revelou que 107 mil europeus deixaram o continente,
após a eclosão da crise, em direção, principalmente,
a países latino-americanos, como o Brasil. Esse profissional, empenhado em demonstrar que merece
a chance de ser absorvido pelo mercado global de
trabalho, vai agregar imenso valor na outra ponta.
Essa fuga da geração perdida, ou da geração desperdiçada, transforma-se em um movimento virtuoso,
ao permitir evitar o desperdício desses talentos,
habilidades e qualificações, cuja criação nos poupa
o investimento de recursos sem, em contrapartida,
ocupar vagas de nossos patrícios, em função do quase pleno emprego que por aqui, ainda, observamos.
Já o lado perverso dessa fuga de cérebros revela que,
pelo menos, um em cada cinco universitários de 48
países menos desenvolvidos vai para o exterior em
busca de oportunidades, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, em Genebra. De acordo com a entidade,
há cerca de 2 milhões de imigrantes intelectuais procedentes de países menos desenvolvidos. Nesse caso,
esse fenômeno contribui para acentuar as desigualdades internacionais, dificultando a disponibilidade
dos trabalhadores qualificados e afetando, assim, as
reais perspectivas de crescimento dos países em desenvolvimento.
Wagner Gomes, administrador de empresas
VIVER Janeiro 18 - 2013
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Entrevista
Julián Eguren
Presidente da Usiminas diz que a América Latina, com seus 600 milhões
de habitantes, tem que se unir em busca de solução para se proteger
contra o país asiático. “Sozinho, será muito mais difícil”
“China é grande ameaça”
SUELI COTTA
O crescimento da economia brasileira abaixo do esperado
frustrou o governo e o setor produtivo. Muitos empresários
não escondem a preocupação com os problemas
estruturais e com a dificuldade do país em encontrar
respostas rápidas para as constantes crises internacionais.
A desindustrialização, a falta de investimentos em
infraestrutura e a entrada de produtos da China com preços
abaixo do custo de produção estão entre os pontos mais
vulneráveis da economia. Para o presidente da Usiminas,
o argentino Julián Eguren, é necessária a união de forças
dos países latino-americanos em busca de solução para
a concorrência com produtos chineses e, nesse caso, o
governo tem sido omisso.
O senhor completa um ano na Usiminas. Como está sendo
trabalhar no mercado brasileiro?
No final de janeiro, vou completar um ano na Usiminas
e em fevereiro foi nomeada a diretoria conjunta.
Passou rápido, foram muitas mudanças, muitas coisas
aconteceram e tem sido um grande aprendizado. Eu
tenho disponibilizado o meu tempo a visitar clientes,
para percorrer a usina e a cada dia vou aprendendo
uma coisa. O Brasil é muito desafiante, é um país rico
em oportunidades e não alcançamos ainda a dimensão
de todas as oportunidades que uma empresa como a
Usiminas tem em um parque industrial como o do Brasil.
A Usiminas fez 50 anos, como encontrou a siderúrgica, uma
empresa mineira, com fortes laços no estado?
Os 50 anos da Usiminas são somente uma parte, porque a
história é tão rica, de coragem, de pessoas que decidiram
fazer uma siderúrgica em um lugar em que antes não havia
nada. Era a realização de um sonho. Não é o sonho de uma
empresa, é o sonho de um país. As pessoas que realizaram
isso, que concentraram a usina em Ipatinga, pensaram um
país diferente. Construíram uma empresa capaz de criar
relacionamento com a sua comunidade e transformar a vida
36
VIVER Janeiro 18 - 2013
das pessoas que estão perto e que
trabalham na usina. Os funcionários
estão há 20, 30, 40 anos na usina. A
Usiminas conseguiu, ao longo desses
50 anos, construir uma cultura de
valores que compartilha com seus
trabalhadores. E isso é uma enorme
fortaleza. É uma empresa que obteve
êxito e juntou seus interesses com os
interesses das pessoas.
Durante esse tempo, o que o senhor
pôde perceber de melhor e de pior na
economia brasileira para administrar
uma empresa como a Usiminas?
Uma dificuldade que o país tem é no
sistema logístico: rodovias, ferrovias,
portos, comunicação. Os problemas
nesse setor são muitos. A verdade é
que o país precisa de investimentos
em infraestrutura para recuperar
parte da sua competitividade perdida.
O senhor tem demonstrado também
uma preocupação com o processo de
desindustrialização do país. Na sua
opinião, qual é o maior erro cometido
pelo governo brasileiro?
Eu não falaria de erro, mas de
omissão. A China é um aspirador
de recursos naturais, compra soja,
minério, açúcar, petróleo, tudo o
que o Brasil produz. Eles precisam
ser administrados nos ciclos quando
as commodities caem. Quando
a China deixar de comprar, o
que o Brasil vai fazer? Temos que
aproveitar esse dinheiro para gerar
um parque industrial e ter base de
manufatura. E porque não falamos
tanto da manufatura? Esse é o melhor
emprego que uma sociedade pode ter.
É de longo prazo, que está ligado a um
investimento que se faz. Não é como
uma loja que pode abrir e fechar com
facilidade. É capital investido. E aí
você tem emprego, educação, saúde.
A política econômica enfraquece as
empresas?
O governo prioriza um setor da
economia que não é o industrial.
Está consciente disso porque toma
algumas medidas. A queda na taxa
VIVER Janeiro 18 - 2013
de energia elétrica é uma delas e
é fator positivo. O fim da guerra
entre os portos, os grandes planos
de investimentos que o governo
tem são outras medidas. Mas o
setor privado precisa ajudar. As
parcerias público- privadas têm
que ser um instrumento para se
executar rapidamente esse plano de
investimentos que o governo quer
fazer. Está lançando essas medidas
para recompor o setor industrial,
mas isso não acontece de imediato.
Entrevista
Julián
Eguren
O governo tem tomado medidas
pontuais, como com a indústria
automotiva. São suficientes?
Nós temos que pensar seriamente
que a solução para proteger o
mercado interno é a integração
regional. Tivemos um fórum na
Argentina, onde a presidente Dilma
foi com alguns ministros para discutir
justamente isso. A América Latina
contra o perigo da primarização,
da desindustrialização. Hoje existe
consciência de que a ameaça não é
entre Argentina e Brasil ou o Chile.
Vem de fora e é muito grande, a
China. Temos que encontrar uma
maneira de nos proteger.
Essa relação do Brasil com a China
dificulta para as empresas?
Essa dinâmica de comércio atrapalha
as indústrias. Que venham os carros,
as motos da China. Mas não são
empregos que se criam aqui no
Brasil. Isso é preocupante. O mundo
tem um problema. A China é grande
ameaça que a América Latina tem.
A solução passa pela integração
latino-americana. A China é um
jogador desleal. As empresas lá são
todas do estado. Como você compete
com uma empresa que tem padrão
diferente, sem conceito de lucro e
prejuízo, regulações ambientais. O
único conceito deles é dar emprego.
Como o Mercosul pode mudar essa
relação?
Depende da capacidade da América
Latina de acertar e articular uma
“A China é um jogador
desleal. As empresas
lá são todas do estado.
Como você compete
com uma empresa que
tem padrão diferente,
sem regulações
ambientais”
Fotos: Pedro Vilela
37
Entrevista
Julián
Eguren
solução conjunta. Sozinho será muito
mais difícil. A América Latina tem hoje
uma grande complementariedade.
Somos 600 milhões de pessoas. Só
Argentina e Brasil possuem 250
milhões de pessoas, quase como
nos Estados Unidos. Quando você
pensa em somar, vê que Argentina
e Brasil tem PIB per capita que é o
dobro da China e da Índia. Dirigir
essa renda interna para o consumo
de bens fabricados na região é muito
interessante. A América Latina tem
que sentar e encontrar o caminho.
O governo tem tomado medidas
pontuais, como os incentivos ao setor
automotivo. Elas tiveram reflexo na
indústria siderúrgica?
Com certeza, se há maior produção,
a Usiminas vende mais, ajuda
sim. Mas são medidas que tem
que estar articuladas dentro de
plano maior para beneficiar outros
setores industriais, como queda de
energia e de impostos, desoneração
da folha de pagamento. Qual é o
modelo que o Brasil quer ter e quais
as ações precisa tomar para que
isso aconteça? Estamos falando em
médio e longo prazo.
“O custo em logística
é um gargalo que o
país tem que resolver.
São investimentos que
de alguma maneira
colaboram para que a
indústria tenha mais
competividade”
Fotos: Pedro Vilela
38
O chamado custo Brasil é um problema?
Não gosto de falar de custo Brasil. É
como se ninguém fosse responsável.
A Fundação Dom Cabral tem um
estudo interessante em que compara
o gasto de uma companhia norteamericana com parte da sua receita
em logística e uma brasileira. A
brasileira gasta o dobro da norteamericana. O custo em logística
é um gargalo que o país tem que
resolver. São investimentos que
de alguma maneira colaboram
para que a indústria tenha mais
competitividade. São custos que o
país precisa trabalhar.
Com a falta de competência em tratar
dessa questão, o senhor acha que o
governo deveria abrir mais espaço
para a iniciativa privada, como com as
parcerias público-privadas?
Eu acho que ter criado a figura das
PPPs é um passo muito importante.
Se depois vai ter medidas adicionais,
melhor. Mas ter esse modelo em que
a iniciativa privada pode participar é
um grande ganho.
Com a crise econômica internacional,
como a Usiminas foi afetada, perdeu
mercado?
Com certeza, foi muito afetada. As
importações atingiram em 2010
quase 25% do consumo interno. Um
patamar muito alto. Nós estamos
convencidos de que se pensarmos o
negócio como uma cadeia completa
de valores, se começarmos a competir
como uma cadeia completa de valores
teremos grandes chances de vencer
a concorrência dos importados.
Temos que articular com nossos
clientes, com fornecedores. Temos
que saber de que maneira vamos nos
organizar e de como o governo pode
participar. Hoje estamos nessa etapa,
visitando clientes. O Brasil tem um
parque industrial muito sofisticado,
competitivo. O parque industrial é
de Primeiro Mundo. Temos aço de
qualidade e competitivo. Precisamos
articular uma solução competitiva
para nossos clientes. E esse é o plano
que a Usiminas está trabalhando hoje
e vamos obter sucesso. Vai ser como
cadeia completa de valor. Temos que
fortalecê-la para podermos competir.
Mas o mercado interno conseguiu
absorver parte dessa produção
com a crise?
Com crescimento do PIB em 1,5%,
a expectativa inicial era de que o
Produto Interno Bruto crescesse em
3%, o consumo entre 4% e 6%,
você teria uma elasticidade. Mas
como o PIB cresceu 1,5% e o
consumo 2,5 a 3%.
Como contornar essa situação?
A Usiminas continua com o grande
trabalho interno também para
desenhar uma nova forma de
comercializar o aço. Tem que ser
capaz de articular soluções com
VIVER Janeiro 18 - 2013
DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE GLOBAL MARKETING
Elaboração de projetos especiais e incentivados
Captação de investidores e patrocinadores
Realização de grandes eventos culturais e esportivos
Desenvolvimento de novas mídias e projetos de sustentabilidade
Criação de projetos editoriais personalizados
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Entrevista
Julián
Eguren
“O Brasil tem que,
em algum momento,
simplificar o sistema
tributário, que
é um pouco
confuso. Existem
muitas taxas”
Fotos: Pedro Vilela
40
seus clientes para outros clientes.
Articular soluções para a indústria.
Também será um grande trabalho
interno de configuração industrial,
buscar mais eficiência, padrões
internacionais por linhas, consumo.
É um trabalho muito grande e, com
certeza, terá resultado.
Qual a principal estratégia, nesse caso?
O industrial e o comercial. São os dois
pontos que têm mais importância
hoje na Usiminas. Quando falamos
do foco industrial, referimos a ter
uma usina que precisa comparar com
os melhores do mundo. Temos que
perseguir a excelência industrial em
cada uma das áreas onde a Usiminas
opera. Comparar a utilização, o
consumo, a produtividade. Estamos
no Brasil, mas competimos com
produtos que vêm de fornecedores
muito agressivos e temos que ser
iguais ou mais e estarmos cada vez
mais perto do cliente. Nós temos
um centro com 135 pesquisadores.
A Usiminas é líder na América
Latina em patentes e esse centro
está à disposição de nossos clientes.
Estamos totalmente integrados
com as áreas de investigação de
pesquisa de nossos clientes para
encontrarmos juntos produtos, aços,
modelos e conceitualizar o caminho
que vai tomar a sua indústria e o
que nós podemos fazer desde o
início. Disponibilizamos toda nossa
estrutura de talento, que a Usiminas
possui, para juntos desenvolvermos
um novo produto.
Qual é hoje o maior cliente da Usiminas,
a Petrobras?
A Petrobras é um cliente
importante, os fabricantes de tubos,
equipamentos, as montadoras, os
fornecedores de autopeças. O setor
industrial em geral é um grande
cliente. A Usiminas está destinada a
atender o mercado industrial do Brasil
e temos que evoluir e buscar soluções,
em serviços, acompanhamento,
estoque, tamanho do produto. Temos
que gerar um valor para nosso cliente.
Quando o senhor chegou da Argentina,
se assustou com as altas taxas
tributárias praticadas no país?
O Brasil tem que, em algum
momento, simplificar o sistema
tributário, que é um pouco confuso.
Existem muitas taxas, que foram
supostamente criadas para um
período, mas permanecem ou
desaparecem e uma nova aparece.
Em algum momento, o país vai
ter que pensar em fazer a reforma
tributária para simplificar
toda essa equação.
Neste um ano que mora no Brasil
o senhor presenciou as eleições
municipais, já se fala em 2014, o que
acha do processo eleitoral?
Nós estamos afortunadamente em
uma democracia plena, completa e
isso é fundamental para todos. É um
processo limpo, transparente.
Há um questionamento sobre a
mudança da sede da Usiminas para São
Paulo.
Sinceramente, todo mundo
me faz essa pergunta, porque a
Arcelormittal mudou. A ArcelorMittal
é a ArcelorMittal, a Usiminas é a
Usiminas. A Usiminas não vai mudar
nunca de Minas Gerais. É uma
empresa mineira por excelência.
Todos os investimentos maiores estão
no estado e a Usiminas se sente muito
bem sendo uma companhia mineira.
Temos excelente relacionamento com
o governo do estado. O governador
Antonio Anastasia e sua equipe de
trabalho fazem uma verdadeira
parceria. Se você tem um problema
vai lá e as pessoas escutam, analisam.
Temos profundo relacionamento com
todos os setores empresariais aqui. A
Usiminas se sente muito confortável
no estado e não há nenhum motivo
para pensar em mudar-se.
O senhor teve dificuldade em escolher
um time de futebol?
A Usiminas é toda atleticana. Não tive
dificuldade nenhuma, continuamos
com a tradição da empresa.
VIVER Janeiro 18 - 2013
Paulo Paiva
Folhetim 2012
Por fim no ano passado não ocorreu o fim do mundo. As previsões maias ou suas interpretações estavam
erradas. Então, a vida continua. O que restou do mundo
que não acabou e do ano que se findou? Uma Europa
mais pobre com sua economia estagnada e milhares de
desempregados. Ficou a possibilidade de acabar o sonho
da integração do continente europeu. Sonho ou ilusão?
O mundo não acabou, mas a França acabou para Gérard
Depardieu e Brigitte Bardot. Nos Estados Unidos restou
um novo governo para Obama, fortalecido com apoio
das minorias e da esquerda norte-americana. Com esse
capital ele terá que enfrentar os desafios da busca de
consenso congressual para impedir profunda crise fiscal
e, como consequência, uma recessão, e também evitar
a queda da hegemonia dos Estados Unidos no mundo.
Restou a China não crescendo tão rapidamente como no
passado porque o mercado externo encolheu. O mundo
não acabou, por conseguinte os conflitos étnicos e religiosos e a tensão crescente continuam no Oriente Médio
e na África. O mundo acabou, sim, para os escritores Eric
O mundo não acabou e o
Atlético está na Libertadores.
Restaram os acidentes nas
rodovias federais e a violência
crescente. O mundo acabou
para muitos jovens,
vítimas da violência...
Hobsbawn e Carlos Fuentes, para as estrelas Whitney
Houston, Donna Summers e Sylvia Kristel e para o astronauta Neil Armstrong. Não restou nenhuma esperança
de solução próxima para os problemas mundiais.
No Brasil, de 2012 restou crescimento pífio do PIB
desnudando os problemas da economia como baixa
competitividade, principalmente em razão da ineficiente gestão pública, dos investimentos insuficientes e da
infraestrutura deteriorada. A indústria de transformação restou menor. Restaram as bravatas para baixar no
grito taxas de juros e preço de energia. Restaram, ainda,
maior intervenção do governo na economia, carga tri42
butária em elevação e redução no valor do patrimônio
das empresas estatais. Ademais, restou uma inflação
roçando o limite superior da meta, apesar do controle
artificial de preços administrados como o dos derivados
do petróleo. Como o mundo não acabou, 2013 herdou
uma inflação em ascensão. Mas restou também a taxa
básica de juros mais baixa da história recente do país.
Restaram a conclusão do julgamento do mensalão e a
condenação dos réus. A corrupção continuou com um
novo escândalo sob a liderança da chefe de gabinete do
escritório da Presidência da República em São Paulo.
Restaram ainda sinais de uma possível crise institucional, se não surgirem lideranças com bom senso para negociar os conflitos iminentes. Restou uma classe média
emergente e consumista. Restaram muitos empregos
e poucos desempregados. Ah, restou também o Corinthians campeão mundial. O mundo acabou, sim, para
Wando, Chico Anísio, Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Hebe
Camargo, Joelmir Beting e Oscar Niemeyer.
Em Minas Gerais, restou uma economia crescendo
acima da média nacional graças às commodities, sempre
injustamente apontadas aqui como as vilãs da economia,
e ao mercado chinês. Restou a reinauguração do Mineirão. O mundo não acabou e o Atlético está na Libertadores. Restaram os acidentes nas rodovias federais e a violência crescente. O mundo acabou para muitos jovens,
vítimas da violência nas cidades e nas estradas. Restaram
novas administrações municipais, mas o sonho da única
novidade da política brasileira nos últimos tempos construída quatro anos atrás em Belo Horizonte – uma aliança
entre PT e PSDB – foi desfeito. Se o mundo não acabou,
acabou o sonho da construção inovadora de um caminho
alternativo na política brasileira.
Mas, como o mundo não acabou, restou ainda o sonho de que o ano novo ilumine, por toda parte, mentes
e corações na busca de paz, solidariedade, prosperidade
e justiça. Restou, sobretudo, a esperança nas pessoas
porque, como Milton Nascimento e Fernando Brant,
insistimos que é preciso possuir “a estranha mania de ter
fé na vida” e nos homens.
Paulo Paiva, professor da Fundação Dom Cabral, ex-ministro do Trabalho e
do Planejamento e Orçamento no governo FHC
VIVER Janeiro 18 - 2013
Seu corpo é seu mundo. Para ele, não
devem existir fronteiras para o tratamento.
A Oncocentro, há mais de dez anos, orgulha-se em trazer para Minas Gerais o estado da arte
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Dr. Bruno Lemos Ferrari
Diretor Técnico Médico
CRM-MG: 26.609
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ES PEC IAL
E S P E C TAT IVAS
COM TUDO EM
2013
EMPRESÁRIOS QUE COMEÇARAM A
INVESTIR NO ANO PASSADO
APOSTAM EM MAIS CRESCIMENTO
MIRIAM GOMES CHALFIN
O
s números oficiais ainda não
foram divulgados, mas o Brasil ficou, em 2012, aquém das
expectativas. O PIB, que é a soma de
todas as riquezas, deverá ficar perto
de 1%, bem abaixo da previsão inicial, de 4,5%. A indústria foi a maior
prejudicada, por causa do alto custo
de produção e das quedas na exportação – reflexo da crise europeia e do
baixo crescimento dos Estados Unidos e da China. Se confirmado esse
índice, o resultado será o pior desde
2009, o fatídico ano pós-crise financeira internacional, quando o PIB
retraiu 0,6%. A inflação, por sua vez,
ficou acima da meta de 4,5% e chegou a 5,84% em 2012.
Mas nem tudo está perdido: se o
crescimento do Brasil deixou a desejar
e a inflação subiu mais do que devia,
manter a taxa básica de juros dentro
do previsto (7,25%) foi um ponto positivo. Mas isso só foi possível depois
que o governo federal mudou as regras do rendimento da caderneta de
poupança. “Pela primeira vez, o governo entrou de cabeça para atacar
o problema das taxas de juros e exi-
44
giu, dos bancos oficiais, a redução.
Foi um marco”, diz o coordenador de
Pesquisas e Desenvolvimento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis
(Ipead) da UFMG, Wanderley Ramalho. Ele lembra, entretanto, que os
números são bem diferentes na ponta do consumo. Ou melhor, astronômicos e sem qualquer explicação: os
juros cobrados por financeiras independentes e administradoras
de cartões ultrapassaram a casa
de 300%, e os do cheque especial
chegaram perto de 150% ao ano.
Para 2013, a previsão é de conseguir inverter os dados: crescimento maior do PIB e inflação
menor. “Para isso, será preciso
melhorar os investimentos, principalmente públicos, em infraestrutura. Nos últimos anos, o Brasil
vinha crescendo muito em função
do consumo, mas esse modelo já está
esgotado”, explica o economista.
Apesar do cenário pouco animador, empresários que investiram em
2012 – e pretendem continuar nesse
ritmo este ano – já começaram a co-
Shutterstock
VIVER Janeiro 18 - 2013
MARES
2012
Investimento de 5 milhões
de reais na filial paulista
Ampliação do mercado nos EUA
e em Montreal
2013
Previsão de faturar 20%
a mais que em 2012
Abertura de show room nos
Estados Unidos e expansão da
atuação no Reino Unido
ERIKA DOS MARES
GUIA: “Tivemos que
fazer três reposições
de pedidos”
Divulgação
lher bons frutos e se dizem otimistas. O segmento de construção civil,
por exemplo, aposta fichas em novos
empreendimentos, principalmente
com vistas às copas das Confederações e do Mundo e de olho no incremento do turismo. Aqui se encaixa a
Maio Empreendimentos, que investiu pesado em projetos hoteleiros no
Daniel de Cerqueira
último ano. Apesar de não revelar números, o diretor Jânio Valeriano Alves
garante que o crescimento foi de 10%
a 12% e que a meta é fechar 2013 com
índice entre 15% e 20%. Neste primeiro trimestre, a companhia inicia
a operação do Site Afonso Pena, que
conta com o Ibis Hotel e o Ibis Budget, em Belo Horizonte. Já as obras
SUGGAR
2012
Conquista do primeiro lugar
nacional na produção de
lavadoras de roupas e tanquinhos,
com mais de 1 milhão de itens.
Faturamento de
476 milhões de reais
(25% a mais do que em 2011)
2013
LÚCIO COSTA:
“O Brasil é a
aposta dos
estrangeiros”
VIVER Janeiro 18 - 2013
Expectativa de crescer pelo
menos 15%. Conclusão da
expansão da fábrica, com mais
16.400 mil metros quadrados
dos sites hoteleiros Belvedere e Savassi – que somam investimentos de
345 milhões de reais – continuam a
todo vapor, para entrega no início do
próximo ano.
Mas os planos não param por
aqui. “Continuaremos a atuar fortemente no segmento de hotéis, ampliando nossas operações no Rio de
Janeiro e em outras praças. Também
iremos aumentar a participação
no segmento Minha Casa, Minha
Vida, em que entramos em 2012”,
avisa Jânio. Outra novidade serão os projetos no segmento que
inclui empreendimentos com
usos residencial, comercial (com
salas, lajes corporativas e lojas)
e hoteleiro no mesmo lugar. Segundo o diretor, serão lançados
dois empreendimentos residenciais no bairro Buritis, região Oeste de BH. O primeiro deles, já em
fase de pré-lançamento, é o Privileggio Residencial Clube, duas
torres de apartamentos, com 48
unidades cada. “Um dos diferenciais é, sem dúvida, a área de
lazer. Similar ao que encontramos em um clube, ela terá mais de
20 itens, incluindo piscina raia,
45
E S P E C IA L
E X P E C TAT IVAS
ADCOS
2012
Crescimento de 20%
em relação a 2011
e lançamento de 34 novos itens
2013
Expectativa de crescer pelo
menos 25%, abrir mais um
GUERRA FILHO:
“Será um ano de
grandes desafios”
deque molhado, home cinema.”
O Grupo EPO também festejou o bom resultado de 2012, quando registrou crescimento de 20% em
relação ao ano anterior. O diretor-presidente Gilmar Dias diz que a
empresa entregou 11 obras comerciais e residenciais, no total de quase
70 mil metros quadrados construídos. Uma das principais conquistas
foi a finalização da primeira fase do
Center Minas, centro de compras e
“um dos maiores empreendimentos
iniciados pelo grupo”.
O planejamento de 2013 inclui o
início de 11 obras, totalizando mais
de 79 mil metros quadrados. “Tudo
isso sem contar as 16 que já estão
em andamento e que somam cerca
de 245 mil metros quadrados. Cinco delas serão entregues ainda neste
ano”, destaca Dias. Segundo ele, um
dos empreendimentos comerciais
de destaque é o Vista, quarto prédio
do empreendimento comercial Paisagem Escritório Parque, no bairro
Santa Lúcia, região Centro-Sul da capital. Assim como os outros edifícios
do complexo, esse projeto acompanha o relevo do terreno e prevê um
heliponto. Com relação aos residen46
ponto de venda em shopping e
lançar novos produtos
ciais, os principais lançamentos do
grupo são os prédios Sol e Terra,
construções sofisticadas e ecologicamente corretas.
Gilmar Dias lembra que, em duas
décadas, a empresa concluiu cerca
de 300 edificações, totalizando nada
menos que 600 mil metros quadrados construídos. “O segredo para
EPO
tanto sucesso se baseia no atendimento personalizado, no uso de tecnologias de ponta, na implantação
de produtos sustentáveis e nas relações duradouras com os clientes”,
atesta o diretor-presidente do grupo
EPO, que tem 1.500 colaboradores
diretos e indiretos.
Ao contrário da indústria pesaFotos: Pedro Vilela
2012
Registra crescimento de
20% em comparação a
2011. Entrega de 11 obras,
entre comerciais e residenciais,
no total de quase 70 mil metros
quadrados construídos
2013
Início de 11 novas obras,
totalizando 79 mil metros
quadrados, e entrega de,
pelo menos, cinco edificações
já em construção
GILMAR DIAS:
atendimento
personalizado
VIVER Janeiro 18 - 2013
da, principalmente de exportação,
os fabricantes de bens de consumo
apresentaram resultados positivos no
último ano, especialmente por causa do aumento da renda do brasileiro. É o caso do presidente da Suggar,
Lúcio Costa. Além de ser líder nacional na fabricação de exaustores e coifas, a empresa mineira conquistou,
em 2012, o primeiro lugar também
na produção de lavadoras de roupas
e tanquinhos – mais de 1 milhão de
itens. Além disso, bateu o próprio recorde de importação de produtos,
com nada menos que 700 contêineres vindos de fora. Falando em importados, eles são maioria no portfólio:
145, do total de 154. “Estamos focando mais nos importados. São produtos de menor porte, com tecnologia
norte-americana ou europeia, fabricados principalmente na China.” O
bom desempenho refletiu-se no faturamento 25% maior (476 milhões de
reais). “Na verdade, isso foi propiciado por um conjunto de fatores: juros
mais baixos, ascensão das classes C e
D, manutenção do emprego e isenção
do IPI”, explica. Para este ano, a meta é
crescer pelo menos 15%. “Se esse cenário se mantiver, e considerando-se
a carência de produtos na maioria dos
lares brasileiros (segundo pesquisa
do IBGE, 53% deles não têm máquina
de lavar roupa), 2013 será espetacular
para o setor”, prevê o empresário.
Também em 2013, a Suggar mantém os investimentos em automatização e na expansão da fábrica, hoje
com 40 mil metros quadrados. Serão
concluídos, ainda no primeiro semestre, mais 16.400 metros quadrados.
E ainda há possibilidade de se concretizar a joint venture com uma gigante italiana, que deu o pontapé na
negociação, de olho no crescimento
do país. “Enquanto a Europa está em
crise, nós temos um mercado do tamanho da nossa imaginação. O Brasil
é a aposta dos estrangeiros.”
O segmento de serviços também
VIVER Janeiro 18 - 2013
GUILHERME LEITE
e Luís Borba:
aposta na culinária
mediterrânea
RESTAURANTE BALDARATTI
E CALIFORNIA COFFEE
2012
Conclusão do investimento de 650 mil reais
na montagem da unidade gourmet do restaurante,
na Savassi. Crescimento de 16% na rede de café e de
30% no Baldaratti Cidade Administrativa
2013
Investimento de 200 mil reais na
remodelação das 7 lojas do café e em
treinamento de pessoal.
Perspectiva de crescer entre 15% e 20% nos dois segmentos
ficou no azul no ano passado. O diretor-executivo do restaurante Baldaratti e da franquia do California
Coffee em BH, Luís Borba, apostou
na culinária mediterrânea e já começou a ter resultados. Em dezembro passado, ele e o sócio, Guilherme
Leite Borba, comemoraram um ano
do Baldaratti na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, com
a inauguração da unidade gourmet,
na Savassi. O novo espaço, montado
em um casarão tombado, do século
19, demandou investimento de 650
mil reais. “Foi uma oportunidade. Vi
que o imóvel estava sendo alugando
e resolvi, com meu sócio, fazer o mesmo projeto da Cidade Administrativa
no local”, explica. Um diferencial são
as massas produzidas, diariamente,
na própria cozinha. “O negócio é oferecer gastronomia contemporânea
com viés mediterrâneo, mas usando
ingredientes da nossa região.” Outro
atrativo é o próprio casarão, erguido
para abrigar a comissão construtora de Belo Horizonte, registrada em
1896. “Defino o gourmet como um
pequeno oásis na Savassi”, completa Luís Borba. Aliás, a unidade foi
47
inaugurada exatamente no dia do
aniversário de 115 anos de Belo Horizonte, em 12 de dezembro passado.
Neste ano, os sócios vão investir
em novos serviços no restaurante da
Cidade Administrativa e na renovação das sete lojas do California Coffee, incluindo mais opções na carta
de cafés – hoje 40 – e produtos alimentícios saudáveis, implantação
do programa de fidelidade e treinamento de funcionários. Na rede, serão aplicados cerca de 200 mil reais.
“O foco é investir em serviço e no
relacionamento com o cliente, tornando a experiência do café ainda
mais prazerosa”, pontua. Por ano, são
vendidos mais de 120 mil expressos
nas lojas do California, que registrou
crescimento em torno de 16% em
2012. Para este ano, a meta é chegar a
15% e 20% nos dois segmentos.
Quem apostou em beleza e moda
também se saiu bem. A Adcos Cosmética de Tratamento, por exemplo,
fechou o último ano com chave de
ouro. Somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a marca
tem cinco lojas, o crescimento foi de
20% em relação a 2011. “O segmento de dermocosméticos aumenta a
cada ano. E a Adcos traz como diferencial o constante investimento em
pesquisa e tecnologia de ponta para
gerar tratamentos eficazes”, diz o master franqueado na Grande BH, Guerra
Filho. De origem capixaba, a empresa
está há 19 anos no mercado brasileiro, quatro no europeu e já conta com
representação nos Estados Unidos.
Além do centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos no Espírito
Santo, tem parceria com laboratórios
na França e na Espanha. Em 2012, lançou nada menos que 34 novos itens.
Para 2013, quando a marca comemora duas décadas de atuação no
mercado nacional, estão em desenvolvimento produtos com princípios
ativos de última geração. “Será um
ano de grandes desafios e surpresas,
48
Pedro Vilela
E S P E C IA L
E X P E C TAT IVAS
JÂNIO VALERIANO:
“Continuaremos a atuar
fortemente em hotéis”
MAIO EMPREENDIMENTOS
2012
Crescimento de 10% a 12% em relação a 2011,
com investimentos principalmente no ramo hoteleiro
2013
A meta é crescer entre 15% e 20%, ampliando a atuação
para outras praças. Ainda no primeiro trimestre, inicia a operação
do Site Afonso Pena, com dois hotéis, em BH. Ampliação no
segmento Minha Casa, Minha Vida. Lançamento de projetos no
segmento mixed use
mas não posso adiantar nada”, avisa
Guerra Filho. Por enquanto, ele pode
anunciar que mais um shopping na
região centro-sul de BH terá ponto
de venda da marca. Com as novidades e mais uma loja, o master franqueado estima crescer no mínimo
25% neste ano.
No setor de moda, a empresária Erika dos Mares Guia investiu, no
ano passado, 5 milhões de reais para
expandir a atuação em São Paulo,
com a abertura da filial paulista da
Mares, nos Jardins. Com 400 metros
quadrados, a nova loja reúne as melhores marcas nacionais e 37 estrangeiras. “A curadoria dessas marcas é
um grande diferencial: oferecemos
não só italianas e francesas superconhecidas, como Dolce&Gabbana
e Valentino, mas também as mais
consagradas grifes inglesas, gregas,
indianas, libanesas, russas”, afirma. Além disso, a Mares conquistou
as principais capitais dos Estados
Unidos e de Montreal, no Canadá.
“Comemoramos o sucesso das exportações em 2012, quando tivemos
que fazer três reposições de pedidos”,
acrescenta Erika.
Para este ano, ela prevê crescimento de pelo menos 20% em relação
a 2012, apesar de não citar valores.
Entre as estratégias, estão abertura
de show room nos Estados Unidos, já
em negociação, e expansão das vendas para o Reino Unido. Hoje, a Mares
conta com 74 funcionários, três lojas
próprias – duas em Belo Horizonte e
uma em São Paulo – e 40 pontos de
venda em multimarcas no Brasil. No
exterior, está presente em 32 locais.
VIVER Janeiro 18 - 2013
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Fotos: Divulgação
POR
A N G E L I N A F R E I TA S
Rose bar
Fica dentro do Gramercy Park
Hotel. Um 5 estrelas que foi todo
reformado pelo famoso arquiteto
Ian Schrager. Todas as terças e
quintas-feiras, das 7 às 10 horas
da noite, o bar fica aberto ao
público, e apresenta shows de
jazz. Depois as portas se fecham
e só entra com reservas. E para
conseguir uma é missão quase
impossível. Tem ambiente elegante,
romântico, decorado com obras
de arte e sofisticado. No bar, eles
servem deliciosos coquetéis. Vão
do aperitivo clássico a variadas
combinações de drinques. Boa
sugestão para as noites frias.
Picasso em preto e branco
Está um espetáculo a mostra Picasso Black
and White no museu Guggenheim de Nova
Iorque. É a primeira grande exposição que
exibe a vida do artista ao longo da sua
carreira. São 118 obras, sendo pinturas,
esculturas e trabalhos em papel do período
de 1904 a 1970. A apresentação cronológica
inclui empréstimos significativos, muitas
dessas obras nunca foram expostas antes.
O motivo recorrente de preto, branco e
cinza é evidente no seu período azul e rosa.
Algumas vieram emprestadas de museus,
colecionadores privado e público da Europa e
Estados Unidos, incluindo numerosas telas da
família Picasso. Não percam essa exposição,
ela fica até o final de janeiro.
50
Novo
hot spot
Sair para jantar em NY é
quase que uma obrigação.
É por isso que os novaiorquinos adoram quando
um restaurante aparece
na praça. Descobrir novos
hot spots faz parte da
rotina dos que vivem
em Manhattan. O grupo
Tao fez parceria com o
chef Laurent Tourodé e
inauguraram em Uptown
o Arlington Club, um
steakhouse e sushi . O grupo
é proprietário do Lavo e do
Tao, dois restaurantes bem
badalados em Nova Iorque.
O Arlington está bombando,
fica lotado todas as noites.
São dois ambientes, uma
parte reservada para o
bar, onde fica muita gente
bebendo em pé, bem ao
estilo norte-americano. A
comida é boa, o lugar bem
agitado e o preço é alto. Fica
na Lexington Avenue, 1.032,
entre as ruas 73 e 74.
VIVER Janeiro 18 - 2013
M
GOVERNO
Minas encerrou 2012 com desempenho da
economia acima da média nacional e prepara
investimentos em obras de infraestrutura
M I NAS G E RAI S
ECO N O M IA
Acima da média
Estado consegue desempenho positivo no cenário nacional e o
maior crescimento do PIB da região Sudeste. A meta neste ano
é que sejam liberados 5,3 bilhões de reais para obras
Shutterstock
52
VIVER Janeiro 18 - 2013
SUELI COTTA
O
desempenho da economia
mineira em 2012, mesmo
tímido, foi acima da média
nacional, segundo todos os indicadores divulgados até então. Os
investimentos não foram como
o planejado, mas mesmo menores do que o previsto ficaram
dentro das metas estabelecidas
pelo governador Antonio Anastasia. Para este ano, o orçamento
aprovado na Assembleia Legislativa é de 68,1 bilhões de reais e
os investimentos até 2014 estão
garantidos, independentemente
das turbulências internacionais
e do desempenho da economia
brasileira.
A estimativa neste ano é
de que sejam liberados 5,3 bilhões de reais para a realização
de obras em todo estado, valor
68,25% maior do que o de 2012,
além de outros 6,6 bilhões de
recursos das empresas controladas pelo governo. Boa parte dos
recursos virá dos empréstimos
do governo de Minas no BNDES,
Banco do Brasil e instituições financeiras internacionais. Serão
De acordo com o
IBGE, a nossa
participação no PIB
brasileiro foi a melhor,
mais que todos os
outros estados”
Antonio Anastasia
Divulgação
VIVER Janeiro 18 - 2013
utilizados em obras de infraestrutura viária e de transportes,
desenvolvimento econômico e
urbano.
“ Te m o s c e rc a d e 8 b i l h õ e s
para fazermos investimentos em
todas as áreas do estado, uma situação confortável até o final do
nosso mandato”, afirma o governador Antonio Anastasia. A expectativa é a de que os projetos
anunciados e outros programas
p re v i s t o s t e n h a m a n d a m e n t o
mais ágil a partir de agora.
O maior temor, no entanto, é
o de que o governo federal não
consiga melhorar o desempenho
da economia brasileira e se repita em 2013 o mesmo PIB de cerca de 1% em 2012, menor entre os
países emergentes e um dos piores da América Latina. Mesmo a
economia mineira tendo reagido
melhor aos efeitos da crise financeira internacional, os estragos
foram inevitáveis.
“Não há dúvida de que o crescimento econômico aquém do
previsto prejudica a economia
dos estados, que têm como base
das suas receitas o ICMS, tributo fundamentalmente alicerçado
na atividade econômica”, afirma
o governador. Quando há redução da atividade econômica, cai
o valor do ICMS. “Naturalmente,
nós temos dificuldade em manter
o nosso quadro de investimentos
e custeio. Por outro lado, a redução do PIB significa um peso não
só nas contas, como também na
redução da capacidade brasileira de gerar empregos e riqueza.
Isso é terrível e foi uma notícia
muito ruim em 2012. Vamos trabalhar e torcer para que 2013 seja
melhor.”
Me s m o c o m o c e n á r i o n a cional e internacional pouco
53
E CO N O M IA
animador, o desempenho da economia mineira tem superado a
média nacional. “De acordo com
o IBGE, a nossa participação no
PIB brasileiro foi a melhor, mais
que todos os outros estados, colocando Minas Gerais em uma
posição de destaque no cenário econômico”, diz. O estudo do
IBGE apontou que Minas teve o
maior crescimento do PIB da região Sudeste.
Esse resultado, no entanto,
não se deu da noite para o dia. O
equilíbrio das contas, a cobrança por melhores resultados, o
aperfeiçoamento da máquina administrativa e a criação de condições adequadas para o estado se
desenvolver e atrair novas empresas são considerados fundamentais nesse processo.
Para o senador Aécio Neves
(PSDB), o choque de gestão, adotado no início do seu governo, em
2003, com a realização de uma
ampla reforma na máquina administrativa “tem sido determinante para que a economia mineira
se destaque no país, criando um
ambiente seguro para mais investimentos e desenvolvimento.
O rigor no planejamento e a ousadia nos investimentos em infraestrutura e nas parcerias com
a iniciativa privada, somados à
prioridade dada às áreas sociais”.
Para o senador, que tem o governo de Minas como o seu maior
Fotos: Divulgação
O choque de gestão
tem sido
determinante para
que a economia
mineira se destaque
no país, criando um
ambiente seguro”
trunfo para se apresentar como
um bom administrador para a
população brasileira, em uma
eventual disputa à Presidência
da República, não há dúvida de
que “com a condução firme do
governador Anastasia, que vem
aprofundando as boas práticas de
gestão pública, Minas continuará
avançando”.
Aécio Neves
ORÇAMENTO DO ESTADO
2013
R$ 68,1 bilhões
Investimentos gerais
R$ 5,3 bilhões
Investimentos das estatais (Cemig, Gasmig,
Codemig e BDMG)
R$ 6,6 bilhões
Empréstimos aprovados
54
R$ 2,5 bilhões ( crescimento
de 817% em relação a 2012)
VIVER Janeiro 18 - 2013
O desempenho da economia
mineira, desde a implantação do
choque de gestão, acabou despertando o interesse do Banco
Mundial, que não só reconhece
o resultado desse trabalho na administração pública no estado,
como indica o método mineiro de
gestão para países que buscam o
socorro da instituição.
Atendendo ao convite da direção do banco, o gover nador
Antonio Anastasia esteve recentemente em Washington, onde fez
palestra para autoridades da Rússia sobre o trabalho desenvolvido
no estado e os resultados obtidos
na área de gestão, dos programas para erradicação da pobreza,
desenvolvimento da economia
e atração de novos investimentos ao estado. Também chamam
a atenção alguns programas desenvolvidos nas áreas de planejamento e gestão, desenvolvimento
social e econômico, saúde, meio
ambiente, ciência, tecnologia,
agropecuária e defesa social.
Além disso, a ONU, a Universidade de Oxford, da Inglaterra,
e o Banco Interamericano de De-
senvolvimento consideram Minas
Gerais uma fonte de experiências
inspiradoras para subsidiar programas de combate à pobreza e
ações voltadas ao planejamento
e à gestão pública. Minas é hoje
referência internacional em vários segmentos e tem servido de
modelo nos Estados Unidos, Filipinas, Colômbia, Moçambique,
França, Bolívia, Canadá, Angola e
a Austrália.
Os interesses vão desde o método e gestão aos processos licitatórios internacionais praticados
no estado, segundo a secretária
Renata Vilhena. “O modelo adotado em Minas chama a atenção pelo pioneirismo, eficiência,
bom desempenho e resultados concretos”, diz.
To d a s a s a t i v i d a d e s
das secretarias, empresas,
autarquias e fundações
ligadas ao estado trabalham com metas, em
acordos de resultados,
que são negociadas entre os servidores e suas
equipes, das equipes
com os secretários de es-
tado e levadas ao governador Antonio Anastasia, que acompanha
de perto o desempenho de cada
setor. Para Vilhena, esse monitoramento permite uma eficiência
maior no cumprimento das ações
traçadas para cada setor e corrigir os rumos se houver o comprometimento ou atraso em alguma
meta alcançada.
Esse rígido controle da máquina pública e das contas permitiu que, apesar do tempo de
c r i s e, o g ov e r n o c o n s e g u i s s e
cumprir 87% orçamento aprovado, mesmo com a queda na arrecadação do ICMS.
O modelo adotado em
Minas chama a atenção
pelo pioneirismo,
eficiência, bom
desempenho e
resultados concretos”
Renata Vilhena
VIVER Janeiro 18 - 2013
55
M I NAS G E RAI S
I NVESTI M E NTO
O que
virá?
Estado fica em 3º lugar na atração
de empresas estrangeiras e trabalha
para a instalação de indústrias na
área de defesa e tecnologia
SUELI COTTA
S
e depender do governador
Antonio Anastasia e de sua
equipe econômica, otimismo é o que não falta para que Minas Gerais continue chamando a
atenção. Mesmo não acreditando
que haverá crescimento do PIB de
5% como prevê o governo federal,
a expectativa do governador é a de
que o índice chegue de 3 a 3,5% .
Em 2012, a economia mineira
cresceu acima da média nacional
e continuou atraindo investimentos, mesmo com a crise econômica
mundial. Minas Gerais foi o estado brasileiro que mais chamou a
atenção de empresas estrangeiros, à frente de Rio de Janeiro e
São Paulo. Foram assinados 158
protocolos de intenções para investimentos em diversos setores,
que somam 17,4 bilhões de reais,
com a criação de 66.379 empregos (26.821 diretos e 39.558 indi56
Pedro Vilela
DOROTHEA WERNECK: “Começamos 2013
com o pé direito, teremos notícias boas”
retos), entre os meses de janeiro e
novembro.
“Nós temos notícias excelentes. A vinda da Six Semicondutores é o exemplo mais vistoso desse
nosso esforço. A primeira empresa
brasileira de semicondutores, que
vai ser construída na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A
diversificação da nossa indústria
farmacêutica com a vinda da Bion,
que voltará a fazer insulina no Brasil é outro exemplo”, diz o governador. Ele cita também a fábrica na
área de serviços, como a da Ambev,
em Uberlândia, e da Coca- Cola,
em Itabirito, a Panasonic, em Extrema, a duplicação da Helibras, a
vinda da indústria de locomotivas,
a volta da GE em Contagem, a fábrica da Mercedes que estava desativada e volta a fazer caminhões.
“Tudo isso é fruto desse esforço,
que não é só do governo, é também
VIVER Janeiro 18 - 2013
NOVAS EMPRESAS
26.821
empregos
diretos
Investimentos de
Assinados
158
protocolos de
intenções
R$17,4
bilhões
Criação de
66.379
empregos
39.558
empregos
diretos
PRIORIDADES: infraestrutura
PROGRAMA CAMINHOS DE MINAS
Prevê a pavimentação de
7.500 quilômetros
em 230 estradas
Q
Investimento
R$ 2 bilhões
Iniciada execução de 1,7 mil quilômetros
Q
PROGRAMA ESTADUAL DE PAVIMENTAÇÃO DE ACESSOS RODOVIÁRIOS
Inclui 154,4 quilômetros
de 21 trechos
rodoviários
Q
Investimento
R$ 249
milhões
Dos 225 trechos previstos no programa, 208 estão prontos
Q
Foram pavimentados
5.138 quilômetros
de estradas
Q
Investimento
R$ 3,76
bilhões
PROGRAMA AEROPORTUÁRIO
Investimento de R$ 235 milhões em 2013,
Q
para reforma, ampliação, modernização e adequação dos aeroportos
Minas tem 93 aeroportos, 14 deles com aviação comercial regular
QDe 2003 a 2012 foram investidos R$ 369 milhões em 23 aeroportos
Q
O que será feito
Reforma nos aeroportos de Januária, Pirapora e Teófilo Otoni: R$ 24 milhões
Licitação de obras em Itajubá, Patos de Minas, Governador Valadares,
Almenara e Caxambu: R$ 117,6 milhões
QLicitação de projetos executivos para a reforma e ampliação dos aeroportos
em Pará de Minas, Serro, Três Corações e Poços de Caldas: R$ 42,3 milhões
QLicitação de estudos de viabilidade e projetos executivos para
reforma e ampliação dos aeroportos de Itambacuri, Muriaé e
Pouso Alegre: R$ 43,2 milhões
QAutorização para a aquisição de equipamentos para os aeroportos de
Diamantina, Patos de Minas e São João del Rei: R$ 8,5 milhões
Q
Q
VIVER Janeiro 18 - 2013
57
I N VE ST I M E NTO
do empresariado e da sociedade
mineira”, afirma Anastasia, que
espera para este ano atrair ainda
mais investimentos.
Praticamente todos os dias
o governador Antonio Anastasia checa os dados da economia
mineira e cobra da secretária de
Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, as metas estipuladas por ele. O estado trabalha para
atrair, principalmente, as empresas voltadas para a tecnologia da
informação e da indústria da defesa. “Os investimentos que a Iveco tem feito na área de defesa com
a fabricação do veículo blindado
Guarani e agora também o carro
de bombeiros significam um perfil de economia nova no mercado”,
diz. Estão na lista dos investimentos a nova unidade da Case New
Holland, em Montes Claros, e a
fábrica de plásticos da Mitsui, em
Santa Vitória.
Para a secretária Dorothea
Werneck, todos estes indicadores demonstram que Minas Gerais
está no caminho certo. “O ano de
2012 trouxe não só a multiplicidade de investimentos em todas
as regiões, atingimos quase 18 milhões de reais.” Para 2013, diz que,
apesar das dificuldades e dos desafios do governo federal, está otimista. “O estado se consolida em
uma situação muito clara de que
aqui as coisas acontecem. Começamos 2013 com o pé direito, teremos notícias boas durante o ano,
de projetos que estão se consolidando e mais do que isto, Minas
é um estado que tem governança,
a presença do governador, os prêmios de liderança que recebe são
os principais fatores de atração de
investimentos para o estado.”
Para manter o controle de todas as áreas, o secretário Extraordinário de Coordenação dos
Investimentos, Fuad Noman, tra58
Wellington Pedro/Imprensa MG
Minas vem fazendo
desde o governo
Aécio um grande
programa de
investimentos em
todas as áreas”
Fuad Noman
balha com a prioridade definida
pelas secretarias de estado. Mas
frisa que os projetos são fruto de
um planejamento consistente e
bem definido, estudado ao longo
de 10 anos. “Minas vem fazendo
desde o governo Aécio um grande programa de investimentos em
todas as áreas. A nossa dificuldade era ter o dinheiro para colocá-los em prática. Quando o governo
pode buscar esses recursos, com
os empréstimos, nós estamos indo
em frente.”
Dentre os projetos prioritários
anunciados e que estão em execução, Noman cita o programa Caminhos de Minas, lançado no ano
passado e que prevê a pavimentação de 7.500 quilômetros de estradas. “São 230 estradas fazendo a
interligação com os municípios. A
primeira parte do programa inclui
63 obras em 40 projetos.” Serão investidos neste projeto, pelo menos
2 bilhões de reais.
O governador Antonio Anastasia também anunciou investimentos de 235 milhões de reais para
melhoria da malha aeroportuária
do estado, que prevê obras de ampliação, modernização, reforma e
adequação dos aeroportos em Minas Gerais, para permitir o acesso aeroviário a todas as regiões do
estado. O programa prevê intervenções em 93 aeroportos, 14 deles com aviação comercial regular.
Para o governador, o Brasil clama
por obras de infraestrutura e os investimentos do estado têm sido
significativos.
VIVER Janeiro 18 - 2013
LF/Mercado
Somos o que construímos
Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil industrial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores construtoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da responsabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a
Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando
engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa
política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos.
www.paranasa.com.br
M I NAS G E RAI S
P R OJ ETOS
Divulgação
Obras à frente
Codemig libera recursos para construção de
prédio na Cidade Administrativa, estudo de terras
em Araxá, mapeamento geológico no estado,
centros de exposições e incremento do turismo
60
VIVER Janeiro 18 - 2013
Leo Drumond / Agência Nitro
SUELI COTTA
B
oa parte do cronograma de
obras definidas pelo governador Antonio Anastasia para os
próximos dois anos será realizada
com recursos da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerias (Codemig). A estatal foi responsável pelo
investimento de 1,1 bilhão de reais na
construção da Cidade Administrativa, a maior obra realizada pelo governo nos últimos anos. O complexo,
que abriga a estrutura do estado, foi
idealizado pelo ex-governador Aécio
Neves e projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Inaugurada em março de 2010,
a Cidade Administrativa está, inclusive, no cronograma de obras do
governo para este ano. Serão realizadas intervenções complementares
e construído o prédio de serviços. A
Codemig também é responsável pela
coordenação de projetos nas áreas de mineração, gás, exploração de
novas jazidas minerais, cultura e turismo e nos programas rodoviários
considerados prioritários pelo estado, como o Proacesso, Caminhos de
Minas e ProMG. Além disso, atua em
atividades que ajudam a gerar opor-
CIDADE ADMINISTRATIVA
em BH: investimento
de 1,1 bilhão de reais
tunidades para Minas, segundo o
diretor de Mineração e Novos Negócios, Marcelo Nassif, responsável por
vários projetos.
O resultado desse trabalho pode
ser observado em várias frentes. Na
área de mineração, a Codemig mantém parceria com a CBMM e a Vale
na produção de fosfato, em Araxá. As
rochas fosfáticas são utilizadas como
fertilizante, o calcário, para correção do solo, e os componentes, para
nutrição animal. Além de produzir
Divulgação
TERRAS RARAS
em Araxá: estudo
impulsionado
VIVER Janeiro 18 - 2013
novas receitas para o estado, Nassif lembra o fato de o trabalho estar a
pleno vapor desde o ano passado.
Esse investimento impulsionou
o estudo nas chamadas terras raras
de Araxá, que é o grupo de elementos químicos utilizados na fabricação
de aparelhos eletrônicos encontrados atualmente na China e que estão presentes também na cidade.
A extração do nióbio, metal que dá
mais resistência ao aço, é abundante na região e corresponde a 75% de
toda a produção mundial. A CBMM
e a Codemig criaram a Comipa, para
gerenciar as jazidas, e estão sendo
investidos 250 milhões de reais para
a produção de até 110 toneladas
anuais de ferronióbio.
Estimulada pela riqueza do solo
mineiro, a estatal faz minucioso mapeamento de todas as suas riquezas
naturais. O mapa geológico do estado
vai concentrar informações da cartografia para facilitar a pesquisa mineral e o levantamento aerogeofísico,
com dados em alta resolução do subsolo para serem utilizados por empresas do setor que tenham interesse
em se instalar em Minas. “Nós investimos 3 milhões nas áreas potenciais,
para novas pesquisas. Com isso,
61
P R OJ E TOS
vai gerar risco menor para os investidores. A ideia é atrair novas oportunidades de investimentos e aumentar
a competitividade, viabilizando bons
negócios para Minas.”
Outra aposta da Codemig está na
produção de gás natural, em parceria
com a Cemig e a iniciativa privada. A
expectativa, segundo Nassif, é de que
as grandes reservas identificadas em
Morada Nova de Minas, na bacia do
São Francisco, comecem a produzir em dois anos. Estudos indicam
que gás natural encontrado na região
pode chegar a 37 milhões de metros
cúbicos por dia, em 10 anos. O que
representa 7 milhões a mais do que o
que o Brasil importa da Bolívia.
Do gás para as pedras preciosas
e semipreciosas, a Codemig também
foca seus interesses e recursos na
construção de um grande centro de
exposições em Teófilo Otoni. A obra,
de 25,8 milhões de reais, está praticamente concluída e deve ser entregue à população ainda no início do
ano. O complexo contará com três
auditórios, um deles com capacidade para 1,2 mil pessoas em eventos
como congressos, palestras, apresentações musicais e teatrais. Os outros dois auditórios, constituídos de
Wellington Pedro/Imprensa MG
CASE NEW HOLLAND:
nova unidade em
Montes Claros
módulos flexíveis, terão capacidade
para acomodar, cada um, 400 pessoas, dependendo do porte do evento a
ser realizado.
Na outra ponta do estado, em
São João del-Rei, será construído um
grande centro de exposições, nos
mesmos moldes, para alavancar a
economia da região. O custo da obra
está orçado em 30 milhões de reais.
A área cultural também ganhará
investimentos para a construção da
Estação da Cultura Presidente ItaDivulgação
CENTRO DE
EXPOSIÇÕES, em Teófilo Otoni:
três auditórios
62
mar Franco. O projeto está em fase
de licitação e deve ser concluído até
2014. A ideia, de acordo com Marcelo Nassif, é criar um moderno espaço
cultural com salas para exposições,
estudo e conserto. O espaço cultural
já está definido e será na área onde o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais
pretendia construir a sua nova sede,
no bairro Prado.
Projetos para incrementar o turismo no estado também constam
no cronograma de obras da Codemig. Estão incluídas as cidades de
Araxá, Poços de Caldas, Caxambu,
Lambari e Cambuquira, com revitalização do parque das águas, das termas e cassinos.
Na área de desenvolvimento econômico, a Codemig trabalha
para atrair novos empreendimentos para Minas Gerais, como a nova
unidade da Case New Holland, em
Montes Claros. “Nosso objetivo é
criar os distritos industriais e levar
o desenvolvimento para as regiões”,
diz o diretor. Nessa lógica para a
atração de novas empresas, segundo ele, os fornecedores também
acabam se instalando no mesmo local, garantindo mais recursos e empregos de qualidade.
VIVER Janeiro 18 - 2013
BIG
M I NAS G E RAI S
O B RAS
Para acelerar
Governo investe em programas rodoviários em Minas, na melhoria
do Anel Rodoviário e na ampliação do metrô de Belo Horizonte
SUELI COTTA
A
s limitações impostas pela legislação eleitoral e a crise financeira internacional inibiram o
avanço de novos programas e investimentos em Minas em 2012. Alguns
programas considerados prioritários
foram mantidos com recursos do tesouro estadual, como é o caso dos
64
rodoviários. Entre 2011 e 2012, o governo investiu pelo menos 2,6 bilhões
de reais em infraestrutura.
Os projetos que mais receberam
recursos foram o ProAcesso, com a liberação de 800 milhões de reais para
a pavimentação dos acessos rodoviários, e o ProMG, que demandou 500
milhões para recuperação e manutenção das estradas sob a responsabilidade do governo do estado.
A partir deste ano, com os empréstimos conseguidos pelo governo
de Minas junto a organismos financeiros, a expectativa é a de ampliar os
investimentos e os programas cha-
VIVER Janeiro 18 - 2013
METRÔ DE BELO HORIZONTE,
rodovia MG–050 e a alça sul que
liga a capital a Nova Lima
Fotos: Pedro Vilela
mados estruturadores nas áreas de
desenvolvimento social, saúde, educação, defesa social, infraestrutura e
desenvolvimento econômico.
No cronograma da Secretaria de
Transportes e Obras Públicas para
2013 e 2014, estão assegurados 3,1 bilhões de reais para os principais programas rodoviários mantidos pelo
governo, além da liberação de 285
milhões que serão usados na Parceria Público Privada (PPP) da MG–050.
Serão realizadas obras de duplicação
da estrada entre Itaúna e Divinópolis, conclusão do trecho em Mateus
Leme, implantação de terceiras faixas, correção de traçado em diversos
trechos, alargamento de pontes e serviços de manutenção rotineira e recuperação da rodovia.
A Região Metropolitana de Belo
Horizonte, em especial o Vetor Nor-
te, também receberá boa parcela dos
recursos previstos no orçamento do
estado para este ano. Serão destinadas verbas para melhorar os acessos e
criar condições para permitir o crescimento econômico da região, que sofre com as mudanças decorrentes da
construção da Cidade Administrativa.
A estrutura é pensada também para
atender a demanda para a Copa das
Confederações, evento que acontece
neste ano e a Copa do Mundo de 2014.
Para 2013 estão previstas obras
nas avenidas Cristino Machado, implantação do plano emergencial no
Anel Rodoviário, construção de terminais metropolitanos de integração do
transporte coletivo e expansão da rede
de metrô de BH. Estão assegurados 4
bilhões de reais para as intervenções.
Entre 2011 e 2012, o estado investiu
150 milhões em obras nas avenidas
Cristiano Machado, Pedro 1º, Antonio
Abrahão Caram e Presidente Antônio
Carlos.
Serão destinados 416 milhões de
reais para as obras de duplicação do
trecho da rodovia LMG–800, do entroncamento da MG–424 até o aeroporto de Confins e para a revitalização
da MG–424, desde o cruzamento com
a MG–010 até o entroncamento com
a LMG–800. No cronograma, também
está previsto o acesso ao futuro centro
de tecnologia e capacitação aeroespacial de Lagoa Santa e a construção do
contorno norte de Lagoa Santa.
Com a transferência da responsabilidade da obra do Anel Rodoviário do governo federal para o estadual,
está sendo elaborado o projeto de
engenharia para o seu melhoramento, com a adequação das vias e construção de novos viadutos. Até a
ANEL RODOVIÁRIO, avenida Cristiano
Machado, pista de ciclismo e Pedro 1º
VIVER Janeiro 18 - 2013
65
O B RAS
OBRAS NA AVENIDA
Santos Dumont
e Antônio Carlos
execução das obras, será implantado um plano emergencial, que prevê
a criação do serviço de atendimento
integrado ao usuário com monitoramento permanente da via. Serão instalados painéis móveis de mensagem
variável, além de câmeras, faixa exclusiva para veículos pesados, áreas
de escape, melhorias na sinalização
horizontal e telas antiofuscantes. Para
colocar em execução essas medidas,
o governo vai gastar 100 milhões de
reais.
Dentre as intervenções na capital para os eventos esportivos mundiais, o governo vai investir, até 2014,
pelo menos 187 milhões nos terminais metropolitanos de integração do
transporte público coletivo para melhorar os serviços. Sete terminais integram o sistema BRT, coordenado
pela prefeitura. Para o projeto do metrô, conduzido pela empresa pública
Metrominas, formado pela empresa Trem Metropolitano de Belo Horizonte S.A, pertencente ao governo de
Minas, e prefeitura de Belo Horizonte e Contagem, estão assegurados 3,1
bilhões de reais. Desse total, 1 bilhão
será repassado pelo governo federal,
750 milhões de financiamento a ser
obtido pelo estado e restante do governo de Minas, prefeituras e iniciativa privada.
O projeto do metrô prevê a expansão da linha atual (1) no sentido
oeste até o bairro Novo Eldorado, em
Contagem, além da implantação de
duas novas que se conectarão à linha
1. A 2 será construída a partir da linha
1 entre as estações Calafate e Gameleira, seguindo também em direção à
região do Barreiro. Para o entroncamento das duas linhas será erguida a
estação Nova Suíça. A linha 3, subterrânea, será construída a partir do entroncamento com a linha 1 na estação
Lagoinha, indo em direção à Savassi,
passando pela praça Sete.
Já está em fase de contratação
a elaboração dos projetos básicos
de engenharia das linhas 1, 2 e 3 do
metrô. Também está disponível, via
internet, a consulta pública para implantação da PPP para obras e operação do metrô de Belo Horizonte.
Outro projeto, o da construção
do rodoanel, passando pelos municí-
pios de Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo,
Ribeirão das Neves, Contagem, será
construído com a participação da iniciativa privada. O governo de Minas
tornou disponível, via internet, o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para que as empresas
interessadas se manifestem, até o mês
de março.
Em outras frentes, o governo tem
realizado intervenções nas encostas
para minimizar os efeitos das chuvas em 18 municípios mais atingidos,
com investimentos de até 792 milhões
de reais. Também atua na expansão
e melhoria da infraestrutura do estado nas áreas de saúde, educação, defesa social e equipamentos públicos.
Em 2011 e 2012, foram concluídas 158
obras com 662 milhões de reais.
Na infraestrutura da área da saúde são realizadas obras de construção,
reforma e ampliação de unidades de
assistência à saúde em todo o estado. Segundo dados do governo, entre
2011 e 2012 foram concluídas 20 unidades em 13 municípios, com investimentos de 80 milhões.
Fotos: Pedro Vilela
LINHA VERDE E
estação do BRT na
Pampulha (ao lado)
66
VIVER Janeiro 18 - 2013
ES PEC IAL
T R AN S P O R T E
MONOTRILHO NA
DIANTEIRA
NA CORRIDA PARA VER QUAL É O MELHOR
MEIO DE TRANSPORTE PARA BH, O SISTEMA
AINDA INÉDITO NO BRASIL LEVA VANTAGEM
Fotos: Divulgação
CLÁUDIA REZENDE
O
para e arranca de Belo Horizonte é um dos tormentos dos
motoristas e dos usuários de
transporte público da cidade já faz
bem uns 10 anos. De microssolução
em microssolução, até hoje a capital não teve obra ou interferência que
desse, de verdade, um fim a esse movimento repetitivo e chato. Agora, a
bola da vez é o BRT, o trânsito rápido
de ônibus, que está sendo implantado
em grandes corredores do Vetor Norte
e da região Centro-Sul. Mas há dúvidas, e muitas, dos especialistas sobre
a sua eficiência para BH. A aposta é de
que será mais um paliativo. Na linha
do que poderia ser feito para melhorar de vez o trânsito, a unanimidade
é o metrô, o mais eficiente e de maior
capacidade do mundo. Caro, na falta
dele, a luz que aparece no fim do túnel vem do monotrilho, que, em vez
da terra, usa o céu para transportar os
passageiros.
Não é só metaforicamente falando. A grande diferença entre metrô e
monotrilho está na estrutura de cada
um. Enquanto o metrô – o verdadeiro,
e não o trem de superfície que existe
em Belo Horizonte – utiliza os subterrâneos para não incomodar quem
passa por cima, o monotrilho usa o ní68
vel de cima para não atrapalhar quem
está embaixo. Explicando: os vagões
do monotrilho circulam por estruturas suspensas, como se fossem passarelas, a cerca de 15 metros do solo.
Geralmente, são instaladas nos canteiros centrais das avenidas, utilizando
um corredor de dois metros de largura
para isso.
A discussão sobre as vantagens e
desvantagens de cada um dos grandes modais foi feita pelo engenheiro
de produção Uarlem José de Faria Oliveira, em monografia de pós-gradua-
ção pelo Instituto Federal do Espírito
Santo (Ifes). Ele criou um quadro comparativo em que analisou o BRT, o VLT
(veículo leve sobre trilhos), o monotrilho e o metrô. O BRT é um sistema que
utiliza pista exclusiva para ônibus. A
plataforma de embarque é elevada, e
os veículos só param nas estações. Os
passageiros só acessam o coletivo com
o tíquete pago.
O VLT tem funcionamento semelhante ao do BRT, já que utiliza pista
exclusiva e não concorre com os outros meios de transporte por um esVIVER Janeiro 18 - 2013
PERSPECTIVAS
de estações de
monotrilho em
Belo Horizonte
paço no trânsito. A grande diferença é
que ele corre sobre trilhos, enquanto
o BRT corre sobre pneus. Ou seja, no
quadro do engenheiro, foram analisados três transportes sobre trilhos e um
sobre rodas. A conclusão a que chegou e que pode ser confirmada pelo
quadro é a de que o BRT, dos quatro,
é o que tem menos vantagens. A única, aliás, apontada, é o custo de produção. Gasta de 15 milhões a 20 millhões
de dólares por quilômetro construído.
Por outro lado, o VLT custa de 20 milhões a 50 milhões de dólares o quilômetro, o monotrilho, de 40 milhões a
70 milhões de dólares, e o metrô, de 80
milhões a 120 milhões de dólares.
Dos quatro modelos, o BRT é o que
tem menor capacidade máxima de
transporte – 10 mil a 30 mil passageiros por hora por sentido – e o metrô é
o que tem mais – de 25 mil a 80 mil por
hora por sentido. O VLT e o monotrilho
quase empatam. O primeiro consegue
levar de 10 mil a 40 mil passageiros por
hora por sentido e o segundo, de 15 mil
a 50 mil. Outros quesitos em que o BRT
VIVER Janeiro 18 - 2013
perde é em ruído (elevado), conforto
(menor, por causa de freadas e semáforos), capacidade de atrair usuários
de carro de passeio (baixa) e emissão
de carbono por passageiro (alta). Em
interferência no trânsito, custo de desapropriação e interferência durante a
construção, que são considerados altos no quadro, ele empata com o VLT.
O monotrilho tem descrições melhores que os dois em todos os quesitos
e perde para o metrô em interferência
durante a construção. Por outro lado,
ganha em ruído (menor) e custo de desapropriação.
De acordo com Uarlem Oliveira, em geral, o sistema sobre trilhos é
o ideal para linhas troncais – aquelas
existentes em locais em que há grande
demanda –, a partir de 10 mil a 15 mil
passageiros por hora. As alimentadoras, que vão abastecer as troncais e que
geralmente saem dos bairros para a estação, não precisam ser sobre trilhos,
observa. “Para alimentadora, é ônibus
mesmo. É o único que tem alta capilaridade. Não existe outro.”
Segundo o pesquisador, a grande
vantagem do monotrilho é ser mais
barato que o metrô, podendo ter a
mesma eficiência dele, com menor
tempo de construção e sem a necessidade de cavar túneis. As peças para
instalação do monotrilho podem ser
pré-moldadas e montadas à noite, não
interferindo no trânsito diurno, que
costuma ser pesado. Não há desapropriação e não interfere em redes subterrâneas, como de esgoto.
As principais críticas ao monotrilho são relacionadas à questão urbanística, pelo fato de ele ser instalado
sobre corredores suspensos, similares
a viadutos – mas que tem a vantagem
de permitir ao passageiro ver a paisagem, completa –, à evacuação em caso
de pane – há fabricantes que têm sistema parecido com o de avião (rampas
infláveis) e outros que usam passarela
de ligação entre os vagões de um sentido e de outro, para transferir os passageiros – e à capacidade, inferior à do
metrô.
Com relação ao BRT, Uarlem
69
E S P E C IA L
T RAN S P O R T E
Oliveira acredita que as análises feitas
são superficiais. “É muito bom para cidades de médio porte e dependendo
de como a cidade é construída, se tem
avenidas largas que comportam.” Para
Belo Horizonte, ele acredita que a solução BRT é paliativa e de curto prazo.
“Daqui a 10 anos, vão estar pensando
de novo em solução para o trânsito. Se
gastassem mais agora, o problema estaria resolvido para os próximos cem
anos”, sugere. Na opinião do pesquisador, o monotrilho atenderia bem a
cidade, já prevendo o perfil dela no futuro. “Não é à toa que São Paulo está
fazendo três linhas de monotrilho.”
É consenso entre técnicos e acadêmicos que o ideal para qualquer cidade de grande porte é que existam
vários modais se complementando e
que um não é melhor que outro, já que
cada um é adequado para um tipo de
problema que se quer atacar. A ideia
de criar monotrilho em Belo Horizonte ganhou defensores nos últimos
dois anos, principalmente depois da
iniciativa de São Paulo, de implantar
24,5 quilômetros do sistema, com capacidade para 48 mil passageiros por
hora – a maior do mundo – e, também,
diante da dificuldade relacionada à
concretização do metrô por aqui – por
falta de verba e de vontade política.
Entre os que são a favor do modal, estão entidades de classe e empresariais,
como a Sociedade Mineira de Engenheiros, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG) e a
Associação Comercial de Minas Gerais
(ACMinas), além de acadêmicos das
principais universidades de BH.
Um dos que se manifestam a favor do monotrilho é o professor de engenharia de transporte e trânsito da
Universidade Fumec, Márcio Aguiar,
que coordena essa área na instituição.
Segundo ele, toda a cidade deveria ter
vários modais. No caso de Belo Horizonte que, no momento, possui apenas os ônibus e o trem de superfície
e desenvolve o BRT, o professor acha
70
BRT X VLT X MONOTRILHO X METRÔ
Velocidade
Sistema Custo médio de Capacidade máxima
Capacidade
média
implantação
(mil passageiros/
mínima (mil
(US$ mi/km)
hora)
passageiros/hora (km/h)
BRT
15 a 40
10 a 30
2.000
25 a 60
VLT
20 a 50
10 a 40
2.000
25 a 40
Monotrilho
40 a 70
15 a 50
3.000
40 a 60
Metrô
80 a 120
25 a 80
10.000
40 a 90
Fonte: monografia “Comparação pública feita em Vitória – Proposta de implantação de sistema de transporte monotrilho na Região
Metropolitana de Vitória”, de Uarlem José de Faria Oliveira, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)
PROJETOS PARA BELO HORIZONTE
LINHAS DESENVOLVIDAS PELA SME
1. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/Dom Pedro 2º/
Carlos Luz/Mineirão/UFMG /aeroporto da Pampulha/estação de Integração
Pampulha/Dom Pedro 1º/MG–010/Cidade Administrativa/aeroporto de Confins
2. Avenida Nossa Senhora do Carmo/Barão Homem de Melo/Raja Gabaglia/
Contorno/ Nossa Senhora do Carmo/ramais de acesso à MG–030
(até o Serena Mall/Nova Lima e à alameda Vila da Serra)
3. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/Contorno/
Getúlio Vargas/Contorno
4. Avenida Amazonas (Belo Horizonte)/BR–381 (Contagem)/BR–381 (Betim)
5. Avenida Risoleta Neves (estação de integração São Gabriel)/avenida das
Indústrias (Santa Luzia)
6. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/
Dom Pedro 2º (Vila São José)/avenidaTancredo Neves (Castelo)
7. Estação Eldorado (integração com o metrô)/avenida João César Oliveira
(Contagem)/ramal Avenida
Fonte: Luiz Otávio Silva Portela, engenheiro civil, membro da Comissão de Transportes da Sociedade Mineira de Engenheiros
PROTÓTIPO
do trem
de São Paulo
VIVER Janeiro 18 - 2013
Ruído
(dB)
Conforto
Interferência no
trânsito
Custo
em
desapropriação
Interferência
durante
a construção
Capacidade de
atrair usuário
de carro
70 a 90
Menor (interferência de freadas e semáforos)
Alta
Elevado
Elevada
Baixa
60 a 80
Médio (interferência de semáforos e trânsito)
Alta
Elevado
Elevada
Média
60 a 80
Maior (para somente em estações, menor tempo
Mínima
Baixo
Média
Alta
Mínima
Médio
Baixa
Alta
de trajeto e possibilidade de ver a paisagem)
75 a 100
Maior (para somente em estações, menor
tempo de trajeto)
Fotos: Divulgação
MONOTRILHO DE SÃO PAULO
O 1º do Brasil e o maior do mundo
Extensão: 100 km
QLinhas: 5
QCusto: 2,8 bilhões de reais para os
primeiros 32 km
QAltura: Entre 12 e 15 m
QVelocidade mín.: 35 km/h
QVelocidade máx: 80 km/h
QCapacidade: 48 mil passageiros
por hora por sentido
QTrecho 1: Vila Prudente/São
Mateus – 13 km
QTrecho 2: São Mateus/Hospital
Cidade Tiradentes – 11,5 km
QFrota: 54 trens, com sete carros
cada um
QLargura do trem: 3,1 m
QComprimento do trem: 85,3 m
QAltura do piso ao teto: 2,1 m
Q
Fonte: Metrô SP
VIVER Janeiro 18 - 2013
que há equívocos. Isso porque, diz, a
cidade se inspira no modelo de Curitiba, que, a partir da década de 1960, começou a pensar o BRT. Depois disso, a
cidade começou a ser planejada tendo
o BRT em sua estrutura e, por isso, o
sistema deu certo.
No caso de Belo Horizonte, não
ocorreria assim, já que a cidade está
estruturada de uma forma e terá um
sistema BRT adicionado a ela. Aguiar
também acredita que o BRT, na capital
mineira, terá boa fluência no percurso,
mas vai encontrar problemas nas pontas, ou seja, nas estações de embarque
e desembarque, já que haverá acúmulo de carros para um espaço limitado. O mesmo problema ele vislumbra
para o túnel da Lagoinha, na avenida
Cristiano Machado.
Com relação aos modais sobre trilhos, o professor defende que não se
pode considerar o existente em Belo
Horizonte como metrô, porque um
dos princípios do modal é ser segregado dos demais meios e buscar a
demanda onde ela estiver, o que não
ocorre. Ele ressalta, como outros especialistas, que o metrô é o melhor sistema, mas é caro, demanda mais tempo
e é difícil de ser construído. “Até para
calcular orçamento é difícil, porque
você tem de escavar o subterrâneo e
não sabe o que pode encontrar, como
aconteceu em São Paulo (quando
houve deslizamento de terra na construção da linha 4).”
Os cálculos dos especialistas são
de que um quilômetro de metrô leve
um ano para ser construído, enquanto, no caso do monotrilho, é possível
fazer cinco quilômetros em um ano.
Segundo Márcio Aguiar, o monotrilho
é o mais adequado, por exigir pouca
desapropriação, ter custo de um terço
do metrô, ser rápido, segregado, silencioso, ter maior capacidade de rampa
que o metrô – mais de acordo com o
relevo de Belo Horizonte – e exigir menor área para fazer curvas.
Para o engenheiro civil Luiz Otávio Silva Portela, membro da Comissão de Transportes da SME, existem dois
tipos de solução para o transporte
71
E S P E C IA L
T RAN S P O R T E
de massa da Região Metropolitana
de Belo Horizonte, que seriam abaixo
ou acima do chão. Ele não considera
a possibilidade no nível do chão, caso
do BRT e do VLT, porque, na opinião
dele, não há mais espaço para isso na
região e o alargamento das vias é difícil devido ao alto valor que deveria ser
empenhado em desapropriação, dos
prejuízos sociais e econômicos e do
elevado tempo que esse processo demanda. As alternativas no chão têm,
ainda, o problema da poluição ambiental, fator “que tem sido esquecido
pelas autoridades”, acrescenta.
A solução debaixo do chão, ou seja
o metrô, teria os problemas de custo
e de tempo e, ainda, o de construção.
“No caso de Belo Horizonte, com relevo montanhoso, metrô subterrâneo
implicaria estações bastante profundas, o que seria também um fator de
acréscimo de custo e de prazo”, diz o
engenheiro.
Como o modelo acima do chão, o
monotrilho é elétrico, não há aumento de poluição sonora e atmosférica.
O BRT tem motor a combustão e, por
isso, não é alternativa que vá poupar o
meio ambiente. E, quanto à crítica que
pesa contra o modal, de poluição visual, Luiz Otávio considera que ela é menor que a de rampas de viadutos, por
serem estreitas. Além disso, o visual
moderno do monotrilho é ponto a favor, na opinião de Luiz Otávio.
No quesito tempo de implantação, o engenheiro chama a atenção
para o fato de que o BRT ou o VLT, das
soluções acima do chão – já que ele
também poderia ser pensado em nível acima, se instalado em viadutos –,
é o mais demorado, devido ao processo de desapropriação de imóveis comerciais e residenciais. Outro ponto
favorável ao monotrilho, conforme o
membro da SME, é a forma de operação. Ele dispensa operador, por ser
totalmente automático e computadorizado. Por outro lado, o VLT exige operador e o BRT, motorista. Além disso, o
72
Divulgação
OBRAS DO
monotrilho em
São Paulo
monotrilho teria mais capacidade que
o BRT – até 550 passageiros por composição, com quatro vagões cada, contra 160 passageiros por composição de
BRT. Luis Otávio lamenta que as autoridades de BH não queiram “acreditar
na capacidade de transporte do monotrilho. A solução acima do chão com
o modal monotrilho é a mais interessante, conveniente e factível de utilizar
para o transporte de massa, devidamente integrada aos demais modais já
existentes.”
O presidente da organização não
governamental SOS Mobilidade, José
Aparecido Ribeiro, que é também assessor de mobilidade da ACMinas,
conta que, antes de defender a causa
monotrilho, membros da associação
foram a São Paulo para conhecer melhor o sistema. “Achamos que é o mais
viável para Belo Horizonte, pelo custo, rapidez e demanda da cidade”, diz.
Segundo ele, existe a tendência de
se achar que o metrô é melhor, mas,
devido ao alto custo e ao tempo elevado de construção, acaba não sendo. E há outro fator, conforme José
Aparecido, que é o de ele, às vezes, ser
muito para a demanda da cidade. Um
metrô é capaz de transportar 200 mil
passageiros, por hora, por exemplo,
mas poucas cidades têm essa demanda nos horários fora de pico.
Na opinião dele, o monotrilho de-
veria ser a segunda opção de modal.
O VLT só deveria ser pensado para regiões planas, como a da Pampulha,
e em que é possível interligar muitos
bairros por um ponto centralizador.
E tem o problema de ocupar uma faixa de rolamento, apesar de ser para
colocação de vagões com mais capacidade de transporte que o BRT, que
também ocupa uma faixa, mas transporta menos pessoas. “Consome um
espaço que a cidade não tem”, afirma. O metrô tem o problema do custo e do tempo de construção. Além
disso, ele acredita que a viabilização
do metrô em BH passa pelas empresas de transporte de ônibus, que têm
a concessão de uso do sistema e fariam resistência à implantação de
um meio diferente.
A BHTrans informou que não
considera o monotrilho como a prioridade no atual plano de mobilidade
do governo, por não se tratar de um
meio de transporte de alta capacidade (em relação ao BRT e metrô), embora não o descarte como mais um
modal. Segundo o órgão, o enfoque é
na conclusão do BRT nos corredores
da Antônio Carlos, da Cristiano Machado, da Pedro 2º, da Amazonas e
da área central, integrando-o ao projeto de expansão do metrô, que será
a principal modalidade de transporte da cidade, conforme a BHTrans.
VIVER Janeiro 18 - 2013
Arnaldo Niskier
Royalties para a educação
O que se deve louvar, no veto da presidente Dilma
Rousseff ao artigo 3º da Lei de Royalties, é a sua coerência
democrática. Respeitou
direitos adquiridos em
contratos anteriormente assinados. Com
isso, os poços do pré-sal já licitados, no Rio
de Janeiro, no Espírito
Santo e em São Paulo,
os maiores produtores
brasileiros, renderão
para os seus municípios, sem quebra de
continuidade.
Outra decisão relevante foi a de tornar
exclusiva da educação
a renda futura dos poços a serem licitados.
Serão bilhões de reais
de reforço ao caixa de
municípios combalidos, sem condições de
oferecer uma educação
de qualidade. Temos
problemas de sobra no
ensino público nacional, a merecer esse ponderável reforço.
A questão que se coloca, agora, é a da competência para
investir (e não gastar) adequadamente. Os recursos do óleo
e do gás são finitos e se não aproveitarmos essa última oportunidade, francamente, estaremos trilhando o caminho
errado quanto ao futuro.
O que se reivindica do setor é um revolucionário projeto
de capacitação gerencial, cursos de alta gestão, a serem proporcionados por instituições universitárias reconhecidas.
Além de 100% dos royalties, 50% de todo o rendimento do
fundo social a ser constituído irão para a educação, num
aporte histórico. Se não aproveitarmos essa oportunidade,
seguramente, em nossa geração, não haverá outra.
Os recursos serão somados ao mínimo constitucional
existente (18% do orçamento da União e 25% dos orçamentos de estados e de municípios), corrigindo uma distorção
VIVER Janeiro 18 - 2013
do esperado Plano Nacional de Educação, que não previu
de onde sairiam os recursos para os seus inúmeros projetos
de desenvolvimento.
Estamos falando da
partiha de 400 bilhões
de reais, o que não é
pouco.
O governo precisa
continuar a fazer a
sua parte, nesse complicado panorama de
competividade internacional. Resolvida a
questão dos recursos
financeiros e partindo
do pressuposto de que
serão bem aplicados,
voltam-se nossas atenções para a escorchante
política de tributos.
Estamos na liderança
mundial, com quase
40% de uma cobrança
incompreensível. Já
não seria o momento
de diminuir progressivamente os tributos que
oneram as folhas de salários? Nossa economia pede uma injeção de ânimo no espírito dos empresários brasileiros, que
devem investir mais e criar empregos palatáveis aos nossos
jovens. Para se ter uma ideia clara da situação encontrada,
o Brasil é 43% mais caro do que os Estados Unidos, em relação a esses elementos de entropia sistêmica. Não se pode,
pois, estranhar que as taxas de investimentos estejam em
queda e o país sofra com a perspectiva oficial de um pibizinho, o que é profundamente lamentável. Retrocesso puro.
O pretexto de resolver de vez o gargalo financeiro da
educação deve ser acompanhado de outras providências
oficiais, para que possamos ter um crescimento autossustentado. Boa gestão não é isso?
Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, presidente do CIEE/
Rio e ex-diretor de jornalismo das Empresas Bloch
73
E M P R E SA
Atuação ampla
Leo Fontes
RICARDO JÚDICE, Francisco
Caram e Luiz Rodrigues:
multinegócios
Neoplan aprova 218 projetos por ano pela lei de incentivo, realiza
salão internacional de esportes e desenvolve o Afródromo
MIRIAM GOMES CHALFIN
C
onseguir a aprovação de projeto pela lei de incentivo não
é tarefa fácil. Imagina, então,
a média de 218 por ano. Impossível?
Não para o grupo mineiro Neoplan,
que obteve a aprovação de nada menos que 3.500 projetos em 16 anos
de atuação. “Atingimos esse número
no fim de 2011. Foi um recorde nacional, o que é motivo de orgulho e
74
acabou transformando a empresa
em referência no país”, diz o diretor
de Novos Negócios, Ricardo Júdice. Segundo ele, a ideia de trabalhar
nesse segmento, principalmente em
nível federal, partiu do atual presidente Francisco Caram, que vislumbrou uma grande oportunidade de
negócio. “Desenvolvemos os planos
para pessoas físicas e jurídicas, em
todas as etapas: elaboração, aprovação, captação de recursos e prestação de contas.”
A expertise no segmento acabou
abrindo nova porta para a Neoplan:
a realização de eventos culturais, esportivos e educacionais. “Começamos trabalhando com feiras,
exposições e circuitos culturais, e isso
se transformou em um negócio muito
VIVER Janeiro 18 - 2013
maior. Em 2012, começamos a atuar
em eventos de maior porte, principalmente aproveitando as arenas que
serão usadas na Copa do Mundo”, explica Júdice. Neste ano, por exemplo,
o grupo vai trazer ao Brasil o Campeonato Mundial de Freestyle Motocross.
Já estão agendadas as etapas de Porto Alegre e de Salvador. Vale ressaltar
que essas apresentações serão inéditas em solo nacional.
Consultoria é outro viés de atuação. Aqui são atendidos clientes como
empresas, secretarias, prefeituras,
institutos e federações. “Muitos não
conhecem a fundo a lei de incentivo.
Juntando o know how de quem planeja projetos e realiza eventos, oferecemos aquilo que melhor convém ao
cliente, considerando sua realidade
financeira e o público que quer atingir. Às vezes, a empresa nem sabe que
pode utilizar recursos do Imposto de
Renda, para projetos em nível federal,
do ICMS (estadual) e do ISS (municipal). Temos amplo cardápio de serviços a oferecer, ou podemos construir
um novo a quatro mãos”, explica Ricardo Júdice. Um dos diferenciais é
que o grupo mantém contato direto
com investidores, fazendo a intermediação de negócios.
Outro ramo que também é sucesso na Neoplan é a linha editorial.
A empresa faz livros sobre temáticas
variadas, como turismo mineiro e
brasileiro, gastronomia, arquitetura,
moda e biografias de personalidades.
Aqui, além de uma rigorosa pesquisa,
é feita também a busca de patrocínio.
O livro Tendências, por exemplo, reúne obras de paisagistas, decoradores, arquitetos e designers mineiros
que quiseram fazer parte do projeto
e contaram com verbas provenientes
de patrocínio e de anunciantes. Depois dessa publicação, vieram outras
sobre gastronomia, moda e hotelaria. “Isso tudo está transformando a
Neoplan em um escritório de multinegócios.” Segundo o diretor, a ideia
VIVER Janeiro 18 - 2013
RAIO X
Um pouco mais sobre a Neoplan
Cerca de
Projetos aprovados
clientes ativos
(número atingido
em 2011)
400
Q
Q
3.500
Fundação: 1996
Atuação: em todo o Brasil e no
exterior (a partir de parceria com o
escritório Décima Colina, de Portugal)
PRINCIPAIS SERVIÇOS:
Q Desenvolvimento e gerenciamento
personalizado de projetos culturais,
esportivos, sociais, turísticos e
ambientais
QBusca de investidores e
patrocinadores para projetos
nacionais e internacionais
QServiço financeiro e contábil para
projetos incentivados
QRealização de eventos próprios e
consultorias a empresas de todos
os setores e órgãos governamentais
EMPRESAS DO GRUPO:
Q Instituto Sociocultural e Ecológico
do Brasil (Iscebra): pesquisa,
consultoria e elaboração de projetos
sociais, culturais e ecológicos
Q Associação de Desenvolvimento de
Projetos (ADP): focada nas leis de
incentivo à cultura e ao esporte
Centro de Educação, Capacitação e
Apoio a Projetos (Cecap): instituto
de capacitação profissional,
educacional e empreendedorismo
Q Neo Editorial: elaboração e produção
de livros, guias e catálogos de
caráter artístico e cultural
Q
é “difundir o conceito de marketing
global, de desenvolvimento de várias plataformas de mídia, de projetos
com a marca da sustentabilidade, de
negócios múltiplos”. Com a diversificação, o grupo vem mantendo, nos
últimos cinco anos, média de crescimento anual entre 10% e 20% – levando em conta indicadores como
número de projetos e de clientes e faturamento. Em 2012, o percentual foi
de 15%. Para este ano, a meta é continuar no mesmo ritmo. “O grande desafio é manter o recorde nacional de
projetos aprovados.”
Para 2013, além das etapas do
mundial de motocross, já está em desenvolvimento o Afródromo. Trata-se
de um grande empreendimento de
valorização da cultura afro e de revitalização da Cidade Baixa de Salvador,
que começa no Carnaval deste ano. O
cliente aqui é o artista Carlinhos Brown, que teve a ideia de criar um espaço alternativo para os desfiles. “A meta
é engrandecer a cultura afro em todo
o país nos próximos 20 anos. A Neoplan é a única empresa fora da Bahia
contratada para participar desse projeto”, informa Júdice.
Outro grande evento já marcado para este ano é o Intersports Brazil Hall, que vai acontecer de 7 a 10 de
março, no Expominas, em BH. Será
um salão de produtos esportivos e licenciamentos, com uma grande feira,
congresso internacional de marketing
esportivo, rodada de negócios e atrações esportivas e culturais. E tudo isso
com atenção voltada também para
a sustentabilidade. Segundo Ricardo
Júdice, o evento terá um programa de
compensação de emissões de gases
poluentes. “É o primeiro evento nesse formato na América Latina, com
expectativa de atrair 40 mil visitantes”, afirma o diretor, que comemora a
carteira com mais de 400 clientes ativos, em todo o país e nos mais variados segmentos. Entre eles o Instituto
Ayrton Senna, com exclusividade dos
projetos incentivados pela organização em todo o Brasil. Ricardo Júdice
também destaca nomes como banco
BMG, mineradora Kinross, Grupo Orguel, pugilista Popó e Sport Club Internacional de Porto Alegre.
75
M E R CA D O I M O B I L IÁR I O
Foco no luxo
Algarve se especializa na construção de casas, desde a
terraplenagem até o auxílio na decoração, cresce de 10% a 15%
e entra em sintonia com o desenvolvimento sustentável
MIRIAM GOMES CHALFIN
T
ransformar uma ideia em concreto, literalmente. Foi construindo sonhos que a Algarve
Engenharia fez sua história – ou melhor, faz há 20 anos. “Eu e um amigo
trabalhávamos numa grande construtora, que fazia obras industriais,
de saneamento e de acabamento.
Vimos nesta última um nicho de
mercado e resolvemos nos arriscar.
Montamos a Algarve para construir
casas de alto luxo diretamente para
o consumidor final”, lembra o dire76
tor Fernando Augusto Lemos Viegas, 46 anos. O maior desafio foi
conquistar os clientes. “A empresa
era recém-formada, nós, jovens, tínhamos que mostrar competência,
passar credibilidade”, diz ele que,
quando ainda era estudante de engenharia, não imaginava que teria
sua própria construtora.
As primeiras obras foram pequenos anexos em edificações já
existentes. Até que um jurista e a
esposa acreditaram na dupla e co-
locaram nas mãos dela o projeto
da casa dos sonhos, no condomínio Canto das Águas, em Rio Acima,
Região Metropolitana de Belo Horizonte. A construção abriu as portas
para novos projetos, inicialmente
no mesmo local. A partir daí, a Algarve ampliou a atuação, erguendo
imóveis personalizados em diversos condomínios próximos de BH,
como Alphaville, Vale dos Cristais,
Morro do Chapéu e vilas Castela e
Alpina. De lá para cá, foram nada
VIVER Janeiro 18 - 2013
Fotos: Gustavo Xavier
LAZER E ACONCHEGO
em Casa Branca,
na Grande BH, e na
sede de fazenda em
Pirapora (dir.)
Pedro Vilela
ALGARVE
Raio X da empresa
„ Entrou no mercado em junho de
1992
„ Ramo da engenharia:
construção de casas de alto
luxo diretamente para o
consumidor final
„ Atuação: Belo Horizonte,
municípios da Grande BH e
interior de Minas (cidades como
Conselheiro Lafaiete e Pirapora)
„ Número de funcionários:
70 diretos
„ Obras concluídas:
cerca de 150
„ Obras em 2012:
10 em execução
„ Expectativa de crescimento em
2012: de 10% a 15%
VIVER Janeiro 18 - 2013
FERNANDO VIEGAS:
“Trabalho com
os pés no chão”
menos que 150 casas. Somente em
2012, a Algarve soma 10 construções. Para este ano, já estão engatadas pelo menos mais quatro novas
casas. Em geral, as obras demoram
de um ano e meio a dois para serem
concluídas. “A empresa faz desde a
terraplenagem até auxiliar na decoração, que tem ligação direta com
a arquitetura e a execução civil. O
planejamento inclui os projetos de
marcenaria, iluminação e automação, por exemplo”, explica Viegas.
Apesar da oscilação do mercado da construção civil, o empresário estima crescer de 10% a 15% no
ano passado, em relação a 2011.
“Trabalho com os pés no chão, para
dar atenção de perto aos clientes e
cumprir prazos.” Segundo Viegas,
o nicho em que atua é muito particular porque lida com a execução
de um sonho. “A pessoa que quer
morar em uma casa sempre sonhou
com isso. Em geral, é um imóvel definitivo, e não uma forma de investimento só para ter lucro depois.
Por isso, é tudo muito personalizado”, comenta o diretor. Ele lembra
que a Algarve está em sintonia com
o desenvolvimento sustentável.
Dessa forma, os projetos priorizam
a iluminação natural e o reaproveitamento da água de chuva e de
resíduos, além da utilização de materiais ecologicamente corretos. O
segredo do sucesso? O foco. “Quando você foca em alguma coisa, tem
mais chance de ser melhor no que
faz e, consequentemente, de se diferenciar no mercado.” A receita não
para de dar certo: “A conquista de
que mais me orgulho é ter credibilidade, é ouvir pessoas falando bem
da empresa”.
77
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M
BDMG
Banco comemora 50 anos cada vez mais
comprometido com o desenvolvimento de Minas e
tem o desafio de ser ousado e criativo
Entrevista
Matheus Cotta de Carvalho
Presidente do BDMG diz que banco comemora 50 anos cada
vez mais comprometido com o desenvolvimento e ciente
de que está em um mercado muito competitivo
Ousado e
criativo
80
VIVER Janeiro 18 - 2013
TEREZINHA MOREIRA
O Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais (BDMG) está cheio
de motivos para comemorar seus
50 anos. A instituição financeira
chegou ao fim de 2012 com 1,5
bilhão de reais em desembolsos,
11% a mais que o 1,35 bilhão
de 2011. Os desembolsos para
micro e pequenas empresas com
faturamento de até 10 milhões de
reais cresceram 56%, passando
de 208 milhões de 2011 para 325
milhões em 2012. No caso das
médias e grandes empresas, o
aumento ficou em 5%, subindo de
909 milhões de reais em 2011 para
954 milhões no ano passado. A
carteira total de operações chegou
a 5,5 bilhões de reais, 13% acima
dos 4,9 bilhões do ano passado.
O patrimônio líquido do banco
encerrou o ano em 1,4 bilhão de
reais contra 1,15 bilhão do ano
anterior. Crescimento de 24%. O
BDMG financia empresas privadas
e municípios. De 2007 até 2012,
foram atendidos mais de 400
municípios, que tomaram 770
milhões de reais em desembolso.
AViver Brasil conversou com o
presidente da instituição, Matheus
Cotta de Carvalho, que falou sobre
o banco, seus resultados e projetos
para este ano. Confira.
Ao longo dos 50 anos, o BDMG
contribuiu muito para o
desenvolvimento de empresas
mineiras e do estado como um todo.
Como se dá a atuação do banco hoje?
Eu diria que hoje o BDMG tem
participação fundamental no
apoio ao desenvolvimento da
infraestrutura, principalmente
dos municípios mineiros e
também por meio da estruturação
de projetos que permitem
o desenvolvimento de uma
estrutura mais contemporânea
no estado de Minas Gerais, de
VIVER Janeiro 18 - 2013
acordo com as necessidades de
sua economia. Isso é condição
fundamental para que possamos
ter um ciclo de desenvolvimento
futuro compatível com o que
imaginamos ser o necessário. O
banco, portanto, se prepara para
suportar esse processo, apoiando
diretamente os municípios, por
meio de financiamentos, e também
as empresas mineiras, o próprio
Fotos: Pedro Vilela
“É necessário
que um banco de
desenvolvimento
se caracterize
e desenvolva
um conjunto de
instrumentos para
apoiar as
empresas que
queiram inovar e o
BDMG tem feito isso”
estado e o setor privado, por meio
de projetos que possibilitem o
trabalho conjunto do setor público
com o privado nesta agenda de
desenvolvimento da infraestrutura.
Essa é uma das dimensões com
que podemos contribuir nessa
nova agenda do desenvolvimento
econômico.
Há algum trabalho específico para
incentivar o investimento em
inovação em MG?
A inovação é fundamental no
ciclo do desenvolvimento, que
é a economia do conhecimento.
A inovação é o grande elemento
diferenciador das economias
bem-sucedidas das que não são
tão bem-sucedidas. Portanto,
é necessário que um banco de
desenvolvimento se caracterize
e desenvolva um conjunto de
instrumentos para apoiar as
empresas que queiram inovar,
e o BDMG tem feito isso. Já
desenvolveu linhas de crédito
em parceria com a Fapemig,
concedendo crédito em condições
excepcionais para as empresas que
querem inovar, com taxas de juros
baixas, de forma muito facilitada,
com sistema de garantia bastante
flexível. Tudo isso para facilitar
para o empreendedor que quer
inovar em Minas Gerais. Além
disso, sempre aportamos recursos
em fundos, que têm como objetivo
apoiar start-ups, empresas que
queiram desenvolver projetos de
inovação, linha em que vamos
continuar atuando firmemente.
O BDMG tem alguma linha de crédito
ou programa voltado para a micro e
pequena empresa?
Temos o firme interesse em
continuar apoiando as micro e
pequenas empresas. Isso, para nós,
é muito importante, porque
81
E NT R EV I STA
essas empresas normalmente têm
dificuldade de acesso ao crédito.
Então, o banco pode funcionar
de uma maneira inovadora para
atender suas necessidades.
Lançamos neste ano o BDMG Web,
uma plataforma informatizada
que, juntamente com nosso
call center e com todas as
cooperativas de crédito e entidades
empresariais que compõem
a nossa rede de distribuição,
pretende atuar em todo o estado,
oferecendo crédito em condições
bastante facilitadas para o micro
e pequeno empreendedor.
Tudo isto: infraestrutura, apoio
aos municípios, à inovação,
às micro e pequena empresas,
se dando simultaneamente
ao que é tradicional, ao que
o banco tem feito com muita
desenvoltura nos últimos anos,
que é exatamente estar atento
aos projetos estratégicos para o
desenvolvimento de Minas Gerais,
independentemente de tamanho,
dando suporte e trabalhando em
articulação com o Indi e com o
governo do estado.
Há alguma parceria no que se refere
aos projetos estratégicos para o
estado?
Em 2012, tivemos dois bons
exemplos. Um foi a Six
Semicondutores, instalada em
Minas Gerais. É uma empresa
muito importante, em parceria
com a IBM e a EBX, que permitirá
que Minas saia na frente
na produção desse insumo
importante para a indústria de
eletroeletrônico. Estamos agora
finalizando o acerto para o apoio
à Biomm, empresa que produz
insulina, cujo segmento, o de
biotecnologia, é muito importante
e é considerado prioritário.
É um investimento de vulto e
permite apoiar uma empresa
com potencial de inovação. Mas
82
Pedro Vilela
“A gente sabe
que, para que o
estado possa
desenvolver de
forma mais
harmônica, é
fundamental
que os municípios
melhorem a
infraestrutura
que oferece aos
empresários
locais e a seus
próprios
cidadãos”
essa é uma empresa grande e,
neste sentido, o banco
continua firme na sua pretensão
de ser um elo entre os
grandes empreendimentos
do estado e o governo de
Minas Gerais.
Quais segmentos demandam mais
financiamentos no BDMG?
O banco ainda se caracteriza pelos
investimentos, principalmente,
nas empresas privadas, mas
tem desenvolvido, nos últimos
quatro anos, linha específica
voltada para os municípios, o
que já nos permite ter carteira de
aproximadamente 800 milhões de
reais. E a gente pretende continuar
atuando nesse segmento. Em 2012,
desembolsamos mais 200 milhões
de reais para os municípios e já
conseguimos alcançar um número
superior a 400 municípios mineiros
apoiados com recursos do BDMG
e, para 2013, temos capital de mais
200 milhões de reais, que está
sendo feito pelo nosso acionista,
com recursos do BNDES, que
serão aplicados integralmente nos
municípios mineiros.
A demanda maior dos municípios tem
a ver com a queda na arrecadação
em virtude da redução do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM),
que os deixaram sem recursos para
investimentos?
Os municípios têm carência
de recursos para investir.
Normalmente, os recursos são
dedicados ao pagamento das
folhas salariais e ao custeio da
máquina administrativa, sobrando
pouco para investimentos.
A gente sabe que, para que o
estado possa se desenvolver
de forma mais harmônica, é
fundamental que os municípios
melhorem a infraestrutura que
oferece aos empresários locais
e a seus próprios cidadãos.
E, nesse sentido, a tarefa do
banco é viabilizar e disponibilizar
recursos para que os
municípios possam, eles próprios,
investir, ajudando o estado
na tarefa de desenvolvimento
da nossa infraestrutura
econômica e social.
VIVER Janeiro 18 - 2013
E NT R EV I STA
Qual o montante financiado pelo
BDMG em 2012?
O banco desembolsou, em 2012,
montante aproximado de 1,5
bilhão de reais. Em 2011, foi cerca
de 1,350 bilhão. Pretendemos,
nos próximos anos, continuar
avançando no total desembolsado
para chegar, ao fim de 2014, com
aproximadamente 2 bilhões de
desembolso/ano. Tudo isso para
viabilizar o aumento da nossa
carteira de financiamentos, que
hoje gira em torno de 5,5 bilhões de
reais. Queremos deixá-la próxima
de 8 bilhões de reais, objetivando
alcançar retorno na faixa de 7% a
8% sobre o patrimônio do banco.
Para isso, temos de atuar de
maneira mais agressiva no que se
refere ao processo de alavancagem
do banco, ou seja, a utilização
de seu próprio patrimônio na
obtenção de financiamentos, junto
aos investidores, que possam
nos financiar nesse objetivo de
aumento de nosso desembolso
anual e de nossa carteira.
Tem algum segmento na iniciativa
privada que demanda mais recursos?
O BDMG não tem nenhum
tipo de política voltada para
desenvolvimento de apoios
específicos a setores econômicos.
A nossa intenção é ter apoio amplo
e genérico junto à economia do
estado, buscando projetos que
possam ter impacto positivo na
dinâmica do desenvolvimento
do nosso estado, em particular,
os projetos sustentáveis, que
respeitem todos os requisitos
de sustentabilidade, que hoje são
condições quase indispensáveis
ao desenvolvimento de um bom
ambiente de negócios, e também
os projetos com componentes de
inovação, que são essenciais
nessa nova economia,
em que o conhecimento passa
a ser a chave principal de uma
84
Pedro Vilela
“O banco continuará
comprometido
com seu propósito
de ser o banco de
desenvolvimento do
estado de
Minas Gerais, um
banco ousado,
criativo, mas, ao
mesmo tempo, ciente
de que estamos em
um mercado muito
competitivo e é
necessário atenção
e cautela à sua
operação”
economia competitiva.
O que esperar do BDMG em 2013? Há
alguma proposta nova para
este ano?
Temos várias. O banco está
permanentemente se reavaliando.
Fazemos grande esforço de
melhoria da nossa eficiência. Para
isso, neste ano, faremos ajustes
visando melhorar o atendimento
ao nosso cliente, dando maior
agilidade, desburocratizando o
acesso ao banco. Isso é essencial
para que o BDMG seja bemsucedido na tarefa de aumentar
sua carteira. Se não formos
capazes de atender nosso cliente
de maneira cada vez mais
adequada, dificilmente teremos
sucesso nas estratégias amplas
do banco. Essa, com certeza, será
uma linha de desenvolvimento. O
BDMG continuará, certamente,
buscando boas fontes de recursos
para sua própria operação no
mercado interno e externo.
Recentemente, o banco recebeu
o reconhecimento e tornou-se
Investiment Grade, portanto,
agora, temos a possibilidade
de ir ao mercado financeiro
internacional e obter recursos
a preços bastante competitivos
e iremos, com certeza, explorar
as várias possibilidades que o
mercado internacional oferece,
visando obter esses recursos para
que possam ser aplicados no
banco e, em última análise,
no desenvolvimento da
economia do estado.
O que esperar do BDMG para os
próximos 50 anos?
O banco continuará comprometido
com seu propósito de ser o banco
de desenvolvimento do estado de
Minas Gerais, um banco ousado,
criativo, mas, ao mesmo tempo,
ciente de que estamos em um
mercado muito competitivo e é
necessário atenção e cautela à sua
operação. Mas um banco cada
vez mais profissionalizado, cada
vez mais focado na obtenção de
retornos e resultados positivos para
a economia do estado.
VIVER Janeiro 18 - 2013
5 0 A N OS D O B D M G
FÁBRICA DA HOLCIM:
recursos do BDMG para
ampliação da unidade
Crédito ágil
Com planos de dobrar carteira de clientes até 2014, BDMG apoia
projetos inovadores e sustentáveis e prefeituras de todo o estado
86
VIVER Janeiro 18 - 2013
ELIANA FONSECA
O
primeiro passo para os próximos 50 anos já é uma
realidade no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG), que em seu planejamento
quer chegar a uma carteira de 25 mil
clientes até 2014, o dobro da atual,
com financiamento e apoio crescente para micro, pequenas, médias
e grandes empresas, projetos inovadores e sustentáveis, e prefeituras de
todo o estado. Com taxas de juros e
tempo de financiamento considerados os melhores do mercado, somados à transparência nas relações de
crédito, o BDMG tem agregado nos
últimos anos, agilidade, parceria, diminuição da burocracia, tornando
o crédito mais acessível, com uma
equipe preparada para compreender o projeto e auxiliar cada cliente no que for preciso. O resultado
são projetos tão diversos quanto essenciais para a economia do estado
que incluem sonhos de micros e pequenos empresários até projetos de
grande porte.
A estratégia do BDMG é atender,
com suas linhas de financiamento,
a todos os segmentos do mercado.
A gerente de divisão de produtos e
inteligência competitiva do BDMG,
Sarah Laine de Castro, destaca a
Fotos: Divulgação
ECOVEC recebeu
apoio para implantação
no BH-Tec
A agilidade nesse
momento é um dos
maiores atrativos
como a aprovação,
de cadastro em até
duas horas”
Sarah Laine de Castro
NOVO SOMMA:
obras das
prefeituras
VIVER Janeiro 18 - 2013
agilidade no momento de financiamento e consequente implantação
de projetos. “O banco faz a análise
de crédito, sem exigir nenhum relacionamento prévio para poder financiar, sem exigir qualquer tipo de
reciprocidade ou valor agregado”,
diz a gerente. A agilidade, nesse momento, é um dos maiores atrativos
como a aprovação de cadastro em
até duas horas e liberação de crédito
em até dois dias.
No caso de projetos maiores,
que demandam financiamentos de
grande porte, o BDMG conta com
uma equipe de 30 consultores pronta para analisar o plano de negócios
da empresa e ajudar no roteiro de
solicitação, estudando a viabilidade
do projeto, o preenchimento da documentação. Há, também, uma linha de crédito especial, o programa
Novo Somma, para as prefeituras
mineiras, que contam com recursos para a modernização dos municípios e a melhoria da qualidade de
vida da população mineira. Segundo Sarah Laine, o BDMG desenvolveu uma expertise sem concorrentes
no mercado, capaz de auxiliar no
roteiro da solicitação do financiamento, com prazos de até 15 anos e
carência de três anos, além de questões complexas como legislação e
toda a documentação necessária.
Desde 2003, já foram liberados pelo
BDMG cerca de 770 milhões de reais
para cerca de 400 municípios e oito
milhões de mineiros.
No caso das micro e pequenas
empresas, que têm faturamento de
até 10,5 milhões, o BDMG liberou
325 milhões de reais este ano e, para
as médias e grandes empresas, 954
milhões de reais.
Em 2012, o volume de liberação
de linhas de financiamento deve
chegar a 1,5 bilhão de reais. Uma
das empresas que contou com
87
5 0 AN OS D O B D M G
Pedro Vilela
ROBERTO BITTAR:
parceria para criar produtos
de inclusão social
o apoio do BDMG foi a Holcim, para
o projeto de ampliação de sua fábrica que investirá, no total, cerca de
1,4 bilhão, sendo 250 milhões financiados pelo BDMG. Essa unidade,
que produz cimento tipo portland,
ampliará sua capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas de
cimento por ano para 3,6 milhões
de toneladas/ano. Para o gerente
do Departamento de Negócios I do
BDMG, Ronaldo Amaral de Santana,
a obra contribui com o desenvolvimento econômico não só da região
Central, mas de todo o estado.
Projetos inovadores e sustentáveis também estão no foco do banco que criou, no ano passado, a linha
Pró-Inovação, que financia projetos
de desenvolvimento ou implantação
de inovação de produtos e serviços. O
valor financiável é de até 2 milhões de
reais e, atualmente, já foram liberados 30 milhões para 50 companhias.
A empresa de biotecnologia Ecovec
88
recebeu apoio de 500 mil reais para a
implantação, no Parque Tecnológico
de Belo Horizonte (BH-TEC), de um
centro de prestação de serviços de
diagnóstico por biologia molecular.
O centro fará análises da presença viral no mosquito Aedes Aegypti
por meio da tecnologia batizada de
MI-Dengue. Esse sistema usa uma
espécie de armadilha para gerar dados de localização do mosquito, informando quais as áreas que devem
ser priorizadas no controle do Aedes.
O uso do MI-Dengue possibilitou a
diversos municípios diminuir a incidência dos casos da doença e, há estudos que comprovam a redução de
até 50% das ocorrências.
Há também projetos únicos no
mercado como a PPV Informática,
do empresário Roberto Bittar, que
nasceu em 2002 para criar soluções
de ensino de música via tecnologia
da informação. Passou, em 2007,
a criar teclados sonoros para defi-
cientes, mas havia entraves para o
projeto como a dificuldade em conquistar apoio financeiro, atrair indústrias para a produção em escola
e comercializar os produtos diretamente para deficientes, sem intermediários.
Em 2011, o BDMG entrou como
parceiro do projeto e, a partir daí,
Bittar pôde construir as matrizes
para injeção e moldagem dos plásticos e borrachas, desenvolvendo
softwares do microprocessador e os
modelos das placas de circuito dos
teclados.
“Minas Gerais pode se tornar
referência nacional e até mundial
em produtos de tecnologia assistiva. Este seria o primeiro e fundamental passo para a inclusão social
de fato, que viabilizaria o acesso à
educação, ao lazer, ao mercado de
produtos e serviços, ao emprego e
renda e à comunicação das pessoas
com deficiência”, ressalta Bittar.
VIVER Janeiro 18 - 2013
BD
MG
BÉ
M
ITA
DESENVOLVIMENTO
Quem acredita em quem produz, investe.
Acreditar em Minas Gerais é um dos pontos altos
da parceria entre a Itambé e o BDMG, o banco que
há 50 anos rende benefícios a milhões de mineiros.
5 0 A N OS D O B D M G
O início
Banco é idealizado por JK para impulsionar a industrialização
do estado e fecha 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos
ELIANA FONSECA E TEREZINHA MOREIRA
A
ideia nasceu bem antes da
concretização da instituição.
Foi em 1951, que o governador de Minas, Juscelino Kubitscheck, começou a idealizar o Banco de
Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG) , ao desejar uma instituição estadual de investimento capaz
de estimular a criação de indústrias
de bens de consumo e produção. E
também aproveitar a grande capacidade energética a ser criada em
Minas Gerais para a construção de
hidrelétricas. Em 1962, com a fundação do BDMG, essa proposta foi
muito além – foi decisiva para a evolução da economia mineira. Cinquenta anos depois de sua criação,
o BDMG fechou 2012 com 1,5 bilhão
de reais em desembolsos e o desejo de que o próximo cinquentenário
seja de ousadia e criatividade, com
competitividade, sempre no foco
que sonhou JK e que integrou toda
a sua trajetória – o desenvolvimento
da economia do estado.
Para contar essa história, o presidente do BDMG, Matheus Cotta
de Carvalho, lembra de programas
essenciais como o de cafeicultura,
que transformou Minas no maior
produtor do país, o de desenvolvimento do cerrado, que foi modelo
para a exploração racional do cerrado; e o Projeto Jaíba, concebido
pelos governos estadual e federal
LINHA DO TEMPO
1962
1963
1964
Fotos: Divulgação
Fundação do Banco de
Desenvolvimento de Minas
Gerais. Obregon de Carvalho foi o
primeiro presidente
90
Criado o
Departamento
de Estudos e
Planejamento
para preparar
estudos e
capacitar o banco
para a prestação
de assistência
financeira e
técnicoempresarial
Em abril o economista Paulo Camilo de
Oliveira Penna assume a presidência do
BDMG e inicia as operações de crédito. O
primeiro financiamento foi para a indústria
de artefatos Hércules. No primeiro ano, o
banco aprovou 30 operações de crédito e
movimentou 2 milhões de dólares
VIVER Janeiro 18 - 2013
Indústria
sustentável.
Este é o nosso
compromisso.
O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável
se constrói através da competitividade, da inovação
e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo.
É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar
para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador.
É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas
para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços.
Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da
preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção
cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis
e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade
é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que
escolhemos para a nossa indústria.
Um investimento da indústria
5 0 AN OS D O B D M G
no Norte de Minas e que implantou mais de 60 mil hectares irrigados, com intensa participação do
BDMG, que apoiou os produtores e
empresas rurais que investiram na
região. Foi graças ao apoio do banco que se concretizaram importantes vetores da economia de Minas
como a implantação dos polos automobilístico, siderúrgico e da indústria mecânica pesada e também
para a modernização de vários outros setores como frigorífico, laticínios, têxtil, curtume, cimenteiro,
químico, fertilizantes, refloresta-
1965
mento, celulose e moveleiro
Matheus Cotta de Carvalho observa que, nesses últimos 50 anos,
o BDMG foi importante em três aspectos fundamentais para impulsionar a economia. O primeiro foi
no processo de industrialização
da economia do estado, quando
teve um papel primordial. “Naquela época, o sistema financeiro ainda era muito precário, não tinha
condição de dar suporte ao desenvolvimento da indústria em Minas.” O segundo momento foi no
desenvolvimento da agroindústria
1967
1968
É fundada a
Associação
dos
Funcionários
do BDMG,
com 68
trabalhadores
Iniciado o Programa de
Recuperação da Agroindústria
Açucareira de Minas
1971
do estado, setor no qual o BDMG
teve participação relevante, principalmente na expansão do cerrado
como fronteira agrícola mineira e
brasileira.
Já no momento atual, segundo
Carvalho, o BDMG renova o compromisso com a economia mineira
e com setores produtivos do estado e também sua agenda de suporte ao desenvolvimento. “O BDMG
mantém o seu compromisso e propósito de ser um instrumento propulsionador do desenvolvimento
da economia mineira”, observa.
1972
1969
Firmada
parceria com
o BNDES e a
UFMG para
viabilizar a
tecnologia de
utilização do
minério apatita,
em Araxá, para
produção de
fertilizantes
fosfatados
Fotos: Divulgação
Concluído o primeiro diagnóstico da
economia mineira. O BDMG lidera a
criação da Associação de Bancos de
Desenvolvimento
1974
O BDMG apoia
a criação
do Centro
de Apoio à
Pequena
e Média
Empresa
Inaugurados o Palácio das Artes e a
rodoviária de Belo Horizonte, obras que
tiveram financiamento do BDMG
92
1975
O BDMG
financiou
50% dos
44 projetos
do Proálcool
implantados
em Minas
Inaugurada a sede
do BDMG em
Belo Horizonte
VIVER Janeiro 18 - 2013
5 0 AN OS D O B D M G
1976
Instituído
o Plano de
Modernização
Gerencial,
com estrutura
funcional
1987
1977
1978
1979
Banco financia
expansão das linhas
de transmissão
da Cemig para
a usina de São
Simão e projetos
das usinas de
Emborcação e Nova
Ponte. Participa
da constituição da
Açominas
Por meio de
programas
especiais, o
BDMG estimula
e financia a
agricultura
de cerrado,
incorporando
milhares de
hectares ao
agronegócio
mineiro
Financia a
implantação
da Brasmag
em Bocaiúva, a
única produtora
de magnésio
metálico e
suas ligas no
Hemisfério Sul.
Banco amplia
área de atuação
e financia cerca
de 50 projetos
de hotéis
1988
1981
BDMG investe
na RMBH
ao financiar
obras de
infraestrutura
como o viaduto
da Lagoinha,
trincheira da
praça da Cemig
e a execução da
via Leste-Oeste
1989
BDMG apoia
obras em 350
municípios
mineiros
Por meio
do BDMG
Cultural,
participa da
restauração
do
santuário
do Caraça
Criado o BDMG Cultural.
Financiamento do Projeto Jaíba
1998
1990
Lançado o documento
Economia Mineira – 1989:
diagnósticos e perspectivas
1999
Criação
do projeto
Raio de Luz
para formar
crianças e
adolescentes.
Fundado o
Instituto de
Cidadania dos
Funcionários
do BDMG
2001
Criado o
projeto Novo
Somma para a
modernização
dos municípios
mineiros.
Lançado o
Prêmio BDMG
Instrumental,
pelo BDMG
Cutural, pioneiro
do gênero
Realização do 1º seminário
Geraminas
94
VIVER Janeiro 18 - 2013
1982
Fotos: Divulgação
1983
1984
Inaugurado
edifício anexo do
BDMG em BH
Coordena
o IPO da
Cia. Fiação
e Tecidos
Cedro e
Cachoeira
Banco assina convênio
com a SLU
1992
Banco estimula e financia a mineirização da Fiat.
Fornecedores mineiros da empresa italiana saltam
de 25% para 75% em uma década. Criado o Núcleo
de Desenvolvimento Tecnológico com ênfase em
tecnologia da informação
VIVER Janeiro 18 - 2013
2003
2005
Instituída a
linha de crédito
Fundese
Estrada Real
Criação de
programa
especial para a
modernização
do setor de
laticínios
2006
Investimento
na nova
planta
industrial da
Itambé
1993
1997
Implantação do
programa de
qualidade em
desenvolvimento
para aplicação
da metodologia
de gestão pela
qualidade total
nas ações do
BDMG
Ampliação
do apoio a
pequenas e
microempresas.
Início das
transmissões
do Jornal BDMG,
pela Rede Minas
2008
2009
Governança
corporativa com base
na transparência,
equidade,
responsabilidade
corporativa e
prestação de contas.
Convênio com o
BID para aplicação
de recursos no
Programa de
identificação de
Projetos para o
Desenvolvimento
Sustentável de MG
Patrimônio do
BDMG supera
R$ 1 bilhão. Pela
primeira vez em
sua história, o
valor de recursos
liberados
ultrapassa esse
montante
95
5 0 A N OS D O B D M G
As mudanças
Lembranças de quem participou da construção da
bem-sucedida história do banco em Minas
ANA ELIZABETH DINIZ
O
BDMG tem muita história para
contar ao longo desse tempo
em que o país e Minas atravessaram por momentos políticos e econômicos desafiadores. Para contar
um pouco disso, a Viver Brasil convidou o economista Paulo Paiva, presidente do conselho de administração
do BDMG, professor da Fundação
Dom Cabral e ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento
no governo FHC.
Paiva volta no tempo ao lembrar
que o Brasil tem um modelo de economia muito peculiar que começou
no pós-guerra como forma de apoiar
o processo de industrialização. “Havia escassez de capital. Foi quando o
governo criou um instrumento de financiamento implantado em vários
estados. Quem pensou esse modelo
foi Juscelino Kubitscheck, mas o governador Magalhães Pinto, quem instituiu, em 1962, o banco. Era mais um
sonho de JK se tornando realidade.”
Fundado como autarquia e, posteriormente, transformado em empresa pública, “o BDMG esteve
presente nas principais iniciativas de
crescimento da economia mineira, ao
longo dos últimos 50 anos. Esse modelo foi criado como braço financeiro
do governo para estimular a industrialização no estado, participando
de projetos de consolidação do setor
siderúrgico, na implantação da indústria automobilística, no desenvolvimento do cerrado e de irrigação no
Jaíba, entre tantos outros”, diz Paiva.
98
Daniel de Cerqueira
Quando o processo
de industrialização
esgotou, o BDMG se
reinventou, criou
novas fórmulas de
apoiar a economia”
Paulo Paiva
Como banco de fomento, a instituição teve que se adaptar às demandas. “Quando o processo de
industrialização esgotou, o BDMG se
reinventou, criou novas fórmulas de
apoiar a economia, como o programa
Novo Somma, que contempla projetos de disposição adequada de resíduos sólidos nos municípios e o apoio às
micro, pequenas e médias empresas.”
Essa capacidade de se moldar aos novos tempos é uma moeda de dois lados, avalia Paiva. “Mostra a ousadia
do banco de se reinventar a cada momento e a prudência bancária, o cuidado com sua operacionalidade.”
Recentemente, o BDMG recebeu autorização para participar como
acionista da fábrica de semicondutores (chips) do Hemisfério Sul, que será
implantada em Ribeirão das Neves,
e da BiommTechnology, que terá fábrica de insulina em Nova Lima, com
investimento de 330 milhões de reais,
sendo que o banco participará com 85
milhões. “O BDMG tem participado
dos fundos de inovação, nova forma
de apoio à economia e ao crédito às
indústrias”, pontua Paiva.
Muda a economia, o país e as demandas das empresas. O banco tem
hoje o seu foco de investimento atrelado à sustentabilidade. “Há 50 anos,
a linha de desenvolvimento do banco
era sinônimo de crescimento industrial. Hoje, apenas isso não é suficiente. Apoiar o desenvolvimento significa
ajudar a manter o crescimento com
sustentabilidade.”
VIVER Janeiro 18 - 2013
Eduardo Fernandez
Conversando com ela: o turista
– Olá, dona Dilma: feliz 2013, para a senhora,
para o Brasil e para o mundo!
– Obrigada, Eduardo. Para você também! Você
não passou esse número de telefone para ninguém,
não é?
– Passei não; descobri o número por acaso, tenho a honra de falar direto com a senhora, como estragar essa chance? Muitos até já me ofereceram dinheiro
em troca desse número, mas não vendo, não dou nem
empresto!
– E aí, você passou bem o ano?
– Passei sim, embora um pouco envergonhado.
– O que houve?
– É que recebi em minha casa um turista norueguês. Arquiteto, ele ficou encantado com a arquitetura
de Brasília, mas não conseguiu subir na torre de TV
digital, uma das mais novas atrações turísticas da cidade.
– Mas por quê?
– Fomos lá numa quarta-feira, descobrimos que
ela só abre nos fins de semana. Voltamos no sábado,
mas só pode entrar quem chegar antes das 15h30! Veja
só, dona Dilma, a torre fecha antes do pôr do sol, outra
grande atração da nossa capital!
Adorou a catedral. Depois,
ficou frustrado: queria fazer
outros passeios e não
conseguimos achar um
mapa com as linhas de
ônibus da cidade
– Mas, e eu com isso?
– A senhora poderia dar um puxãozinho de orelha no governador; afinal, deveria ser possível apreciar
de lá o pôr do sol, reconhecidamente um dos mais
lindos do mundo! O meu amigo saiu decepcionado.
– Vou ver o que posso fazer.
– Depois, ele queria retirar dinheiro em um caixa eletrônico, mas quase tivemos que ir ao aeroporto,
VIVER Janeiro 18 - 2013
pois caixa nenhum permitia saque com cartão emitido
no estrangeiro. Acabamos encontrando um, mas foi
difícil!
– Sim, mas ele gostou da cidade, não é? Ficou de
voltar?
– Prometeu não. Eu fiquei com vergonha também porque, pertinho do Palácio do Planalto, havia
um montão de lixo na rua! Foi chato. Ele não falou
nada, mas pela cara dele.... Aí, passamos ao lado do
novo estádio. Quando soube que a capacidade dele
será de cerca de 60 mil pessoas ele ficou chocado!
– Por quê?
– É que ele já sabia que a média de público no
Brasileirão é de 12 mil! Fiquei sem saber o que dizer
quando ele perguntou como seria usado o estádio
posteriormente! Eu até disse que não era um estádio,
e sim uma arena, que poderia ser utilizada para shows,
encontros religiosos e outros eventos. Pois ele insistiu
em que não conseguia entender a diferença entre estádio e arena... Danado, esse turista!
– Mas, afinal, ele gostou ou não da cidade?
– Adorou a catedral. Depois, ficou frustrado:
queria fazer outros passeios e não conseguimos achar
um mapa com as linhas de ônibus da cidade!
–
Mas, afinal, eu não sou governadora do DF;
isso deveria ser visto pelo governador!
– Mas um puxãozinho de orelha da senhora faria uma boa diferença, hem?!?!?
– Mas eu não posso me meter em assuntos internos de cada estado, ou do DF!
– Mas se, para garantir as vendas de automóveis,
a senhora pode dar isenção de impostos, reduzindo as
receitas dos estados, por que não pode dar um telefonemazinho, cobrando maiores providências?
– Mas, Eduardo, ninguém fala assim comigo!
– Mais uma razão para a gente continuar a manter contato, não? A senhora não vai mudar o número
do telefone só por isso, vai?
– Não, não vou; pode voltar a ligar.
Valeu. Até mais.
Eduardo Fernandez Silva, consultor
99
ES PEC IAL
P R E VI SÃO
OS REGENTES DE
O QUE DIZEM OS BÚZIOS, A NUMEROLOGIA,
A ASTROLOGIA, O I CHING E O HORÓSCOPO
CHINÊS SOBRE O ANO QUE COMEÇA
ANA ELIZABETH DINIZ
T
odo início de ano é a mesma coisa. As
pessoas fazem planos, promessas, tentam
se convencer de que tudo será diferente. Quando vêm, o ano já acabou e nada mudou. Em vez de alicerçarem o futuro em cima
do presente, elas se agarram a conjecturas,
em pacotes prontos que prometem milagres.
“Lidamos com a vida de maneira alienada,
pensamos que o tempo da história é o desdobramento de decisões, agregações, vontades,
atos, repetição de hábitos, construídos pelas
decisões individuais e coletivas. No entanto,
a temporalidade da existência é elástica, somos passado, presente e futuro. Temos sempre
essas referências que funcionam como mola
existencial que vai se reinventando. Através
100
das reelaborações do passado, criamos nosso futuro”, analisa Alexandre Marques Cabral,
teólogo e professor de filosofia da religião da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Quase como autômato, o ser humano
acredita que os ponteiros do relógio avançam impunemente, sem estabelecer vínculos
com os tempos. “Todos os momentos da nossa vida têm relação entre si. Nós, ocidentais,
vivemos alheios à experiência mais profunda
do tempo, aquela em que a vida está sendo
construída, o presente. Perdemos de vista o
caráter autocriativo da existência e nesse sentido achamos que o futuro vem de fora como
se não estivesse sendo plasmado no presente,
por meio das referências que construímos”,
VIVER Janeiro 18 - 2013
Este será um ano
de valorização
da família, das
uniões, dos
acordos”
Aparecida Liberato
diz Alexandre Cabral.
Sendo assim, focados no futuro
como se ele fosse um evento dissociado, as pessoas “o rejeitam com
maldições, fórmulas mágicas, rezas,
oráculos, tentando driblar sua responsabilidade perante a construção da história”, emenda o teólogo.
Para ele, não é preciso ser um
grande médium para saber que o
futuro é o desdobramento de nossas decisões presentes.
“Em 2013, dois terços da humanidade continuará abaixo da linha
da pobreza, a bancada evangélica,
que usa a política para obter benefícios próprios, vai enriquecer cada
vez mais. O fundamentalismo religioso no Brasil estará mais crescente, o número de mortes causadas
por homofobia vai continuar aumentando e pelo quarto ano consecutivo, veremos os Estados Unidos
e o México adotarem práticas religiosas cerceadoras da liberdade
da expressão homoafetiva e sexual”, afirma Alexandre Cabral. Ainda
tem mais: “Veremos o surgimento
de novas técnicas para disseminação da corrupção. O que está vindo
à tona é muito pequeno em relação
à pandemia de ocorrências na história política nacional.”
O teólogo, que não precisa de
bola de cristal e nem de poderes
paranormais para prever o futuro, vai tecendo uma longa lista de
eventos vindouros. “Veremos a reedição de políticas a serviço dos
interesses econômicos de grandes
corporações que mandam no mundo, empresários bestificados pelo
interesse econômico, a maquiagem
do desenvolvimento cultural no
Brasil. Continuaremos sofrendo na
pele a experiência de pré-hecatombe ecológica movida por interesses
econômicos, a subserviência dos
países de minoria econômica àqueles que têm cadeira cativa na Organização das Nações Unidas (ONU),
crianças morrendo de fome pelo
mundo afora. O Brasil vai continuar
produzindo sobras alimentares que
dariam para matar a fome do planeta inteiro.”
Há quem se valha de outros recursos para buscar referências que
possam delinear o futuro próximo.
Para a astrologia chinesa, por exemplo, cada ano é regido por um animal que em 2013 será a serpente. O
ano novo chinês terá início no dia
10 de fevereiro e vai terminar em 30
de janeiro de 2014.
“A serpente é considerada enigmática e, sob sua influência, o novo
ano será propício para buscar o
equilíbrio entre a razão e a emoção, além de ser uma fase favorável
para cultivar a reflexão e a observação cuidadosa. Será preciso ter metas definidas e agir com praticidade,
mas de maneira planejada. Se as
pessoas mantiverem o foco em seus
objetivos e traçarem estratégias de
ação, será mais fácil lidar com os
imprevistos e surpresas de última
hora que poderão surgir nesta fase”,
explica Maristela Botelho, instrutora do Instituto Mineiro de Tai Chi e
Cultura Oriental.
Para ela, o novo ano também trará a possibilidade de alcançar o reconhecimento dos
esforços, além de favorecer a pesquisa científica, o comércio, as finanças e as atividades relacionadas
à arte, beleza, pensamento filosófico, religião e assuntos místicos.
Um ano dado à reflexão, planejar e
procurar respostas.
“As pessoas estarão mais
voltadas para planejar e ponderar sobre as matérias excedentes do que agir de imediato.
O ano da serpente nunca foi tranquilo. Muitos desastres que se iniciaram no ano do dragão tendem a
culminar no da serpente. Esses dois
signos têm uma relação muito próxima e as calamidades dos anos
Divulgação
VIVER Janeiro 18 - 2013
101
E S P E C IA L
P R EVI SÃO
da serpente resultam frequentemente dos excessos cometidos durante o reinado dos
dragões”, diz Maristela.
Os chineses têm essa proximidade e diálogo com os
animais, vistos como sinalizadores da trajetória humana na
Terra. “A sabedoria venerável
da serpente será evidente em
muitas facetas da nossa vida,
particularmente aqueles que
requerem decisões. Embora
tudo possa ter um ar fresco e
calmo à superfície, o ano da
serpente é sempre imprevisível. A parte dianteira fresca
da serpente esconde as maneiras profundas e misteriosas da sua natureza. Deve-se
ter em conta que uma vez que
a serpente se desenrola para
atacar, ela move-se como relâmpago e nada pode ser mais
repentino e devastador do que
ela. Melhor olhar, ver onde
pisa, pois a serpente não é misericordiosa”, avisa Maristela.
Responsabilidade é a palavra-chave de 2013 que, segundo a numerologia é ano seis (a
soma dos numerais de 2013).
“Este será um ano de valorização da família, das uniões,
dos acordos. A influência do
número seis vai permitir que
a justiça seja fortalecida, assim como a atenção e cuidado
às pessoas. Vai haver tendência em se buscar um mundo
mais harmonioso, depois de
tantas instabilidades em 2012.
Conversar, buscar apoio, fazer
acordos, estabelecer uniões
trabalho conjunto são as maneiras como o mundo poderá
solucionar os enormes problemas que afetam a todos”,
explica a numeróloga Aparecida Liberato.
O ano novo, diz ela, trará
102
de volta o apreço pela valorização do lar, dos encontros
em casa de amigos. As reuniões de comunidades em associações, clubes, templos
religiosos, organizações que
visam à busca do apoio mútuo. “A cor para 2013 é o azul
royal, que traz a sensação de
tranquilidade, harmonia, serenidade. Ela é relaxante e
permite o diálogo, a sensibilidade, suaviza as tensões do
dia a dia facilitando o equilíbrio e a sensatez. Como cor
fria, traz quietude e confiança e está associada à responsabilidade, à beleza, ao céu,
ao oceano, à água. Neste ano
as artes vão florescer trazendo beleza e criatividade.”
Yansã, orixá das tempestades não só as da natureza
como também as internas,
de cada ser humano, vai reinar em 2013. “Ela vai governar até setembro quando
Ogum toma o domínio, lutando para que todos tenham os seus caminhos
abertos”, prevê o babalorixá
Geraldo Chamone.
Para ele, o ano traz alguns elementos interessantes,
como a numerologia de 2013
que é seis, número que representa Oxalá Guian, o Oxalá novo. “É um orixá da paz,
mas que carrega espada para
mostrar que defende os justos. Por Yansã ser tempestuosa, veremos as mulheres se
sobressaindo em seus cargos,
como por exemplo, a nossa
presidente, que terá sucesso
em seus propósitos. No geral,
2013 será um ano de grandes
vitórias e conquistas”, afirma
o babalorixá.
Chamone diz não ver
uma exigência espiritual
Pedro Vilela
O homem não
impõe exigências
nem condições
prévias, mas
procura
soluções fáceis
e rápidas”
Sérgio Condé
VIVER Janeiro 18 - 2013
A BH DO
FUTURO É
A GENTE
QUE FAZ.
Belo Horizonte está vivendo
a maior transformação da sua
história. E é a sua participação
que está fazendo toda a
diferença. Os recursos do IPTU
são investidos em obras e
programas sociais que trazem
benefícios para todos. É você e
a Prefeitura trabalhando juntos
por mais desenvolvimento
e qualidade de vida.
Pague seu IPTU em dia.
Quem quitar duas ou
mais parcelas até o dia
21 de janeiro recebe 7%
de desconto.
NÃO PARA
DE TRABALHAR
POR VOCÊ.
E S P E C IA L
P R EVI SÃO
Não vi
epidemias, mas
precisaremos
zelar bastante
pelo nosso
corpo físico
Geraldo Chanome
Pedro Vilela
104
direcionada especificamente para 2013, mas seria bom
que cada indivíduo se lembrasse do maior mandamento: “Amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como
a si mesmo”.Os búzios fazem algumas prospecções
para o 2013. “Na economia,
nos sairemos bem melhor do
que o esperado. Na política,
ainda haverá muitas transformações para melhor, principalmente para o Brasil. No
campo da saúde será preciso um pouco mais de atenção dos governantes. Não vi
epidemias, mas precisaremos zelar bastante pelo nosso
corpo físico. Apesar das grandes agressões ao nosso planeta, os seres encarnados estão
cada vez mais conscientes da
necessidade da preservação
dos reinos mineral, vegetal e
animal para termos um mundo melhor. Vejo pequenos
contratempos na agricultura,
pois teremos muitas tempestades e mudanças climáticas”, finaliza Chamone.
Saturno, o último planeta visível a olho nu no nosso sistema solar, é o regente
de 2013. “Durante todo o
ano estaremos revestidos de
sua energia. Paciência, persistência, pragmatismo, determinação e trabalho são as
palavras-chave para o próximo ano. Ele é o velho sábio,
o mestre que nos ensina a caminhar pela a vida da melhor
forma que pudermos. Saturno nos cobra tudo que negligenciamos e, às vezes, a duras
penas”, ensina a astróloga
Marilda Ferraresi.
Essa será uma ótima
oportunidade para estabelecer prioridades e concretizar.
“Aprenda a valorizar a experiência, a lidar com limites e
obstáculos, ser econômico e
organizado com seu dinheiro. Saturno premia por merecimento”, pontua a astróloga.
Sérgio Condé jogou o I
Ching para saber sobre a qualidade do tempo previsto para
2013 . O hexagrama sorteado foi o 11, a paz, cuja mensagem é “o pequeno parte, o
grande se aproxima. Boa fortuna e sucesso”. No entanto,
a primeira e segunda linhas
mudam para o hexagrama 15,
a modéstia.
“A mensagem do I Ching
não é apocalíptica, no sentido de anunciar um fim do
mundo, pelo contrário, é favorável ao extremo, pois tanto
o hexagrama 11 quanto o 15
estão entre os mais auspiciosos. Quando lemos o pequeno
parte se refere à influência de
homens inferiores e obscuros
deixando seus lugares de poder. O grande se aproxima diz
respeito a homens superiores
e luminosos vindos para assumir seus lugares de poder”,
analisa Condé.
Ao fazer análise global
do I Ching, ele pondera: “No
âmbito humano representa época de harmonia social.
Os poderosos se voltam para
os humildes, enquanto esses se mostram amistosos em
relação àqueles, terminando assim toda hostilidade. O
princípio luminoso está no
interior, no centro, em posição decisiva. O princípio
da escuridão encontra-se do
lado de fora. Assim, o princípio luminoso exerce poderosa influência, e o princípio
obscuro submete-se. Desse
modo ambos recebem o
VIVER Janeiro 18 - 2013
Motivos para comemorar não faltam para o Grupo Recreio.
Em 2012 fomos a concessionária que mais vendeu VW no Brasil.
Comece 2013 com o pé direito, de preferência pisando no acelerador.
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E S P E C IA L
P R E VI SÃO
Pedro Vilela
A sabedoria
venerável
da serpente será
evidente em
muitas facetas
da nossa vida,
particularmente
aquelas que
requerem decisões”
Maristela Botelho
O ANO DA SERPENTE:
propício para buscar
equilíbrio entre a
razão e a emoção
106
que lhes corresponde.”
O ichinólogo acredita que,
quando em uma sociedade os
bons elementos detêm o comando em suas mãos, exercem influência sobre os maus que, então,
mudam para melhor. “Aqui são,
portanto, os elementos pequenos,
fracos e maus que estão partindo, enquanto os grandes, fortes e
bons ascendem. Isso traz boa fortuna e sucesso.”
Para a humanidade, a visão
do I Ching, diz Condé, anuncia
possibilidade de melhora do nível
de consciência geral. “Individualmente, faz um apelo à nossa escolha: que o melhor em nós reine e
o que é inferior em nós se submeta, para assim entrar em sintonia
com o novo tempo anunciado.”
Ele lembra que existe lei taoísta que diz que: “Tudo que chega
ao máximo se transforma no seu
oposto” e essa máxima pode ser
aplicada ao poder onde a influência dos homens inferiores chegou
ao máximo.
“O I Ching anuncia um momento de transformação na direção oposta em que homens
superiores chegam para ter influência para o bem de todos.
Nesse sentido, posso concordar
que isto seja um fim de mundo.
O fim de uma qualidade inferior dando lugar a uma superior
de mundo”, comenta Condé. Na
prática, o milenar oráculo aconselha as pessoas a se unirem a da
mesma espécie (superior) para
realizar empreendimentos decisivos e a não se deixarem cair em
partidarismos separatistas, pois
a vitória depende da união das
forças.
A mensagem final é: “A atitude
despretensiosa que acompanha a
modéstia torna o homem capaz
de realizar até mesmo empreendimentos difíceis; ele não impõe
exigências nem condições prévias, mas procura soluções fáceis
e rápidas. Onde não são levantadas pretensões, não surgem resistências”, afirma Condé.
VIVER Janeiro 18 - 2013
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Gentalha, gentalha
Pobre não pode ver dinheiro. Pobre não sabe ter
dinheiro. Quem nunca comeu melado, quando come
se lambuza. Pior que o rico esnobe, só o pobre metido
à besta. Onde já se viu um sujeito sem diploma ser presidente do meu país? Não voto em ex-metalúrgico que
mal sabe falar o português correto. Essa gente não tem
classe nem bagagem para assumir o poder.
E o PT perdeu a grande chance de provar à tal “elite
conservadora e reacionária” que o preconceito exemplificado acima é, de fato, totalmente descabido. O discurso outrora transformador, pautado na ética e honestidade, hoje só convence seus asseclas aloprados, que
são muitos e barulhentos. Os ingênuos e truculentos
militantes intelectualmente abduzidos pela desgastada
retórica da igualdade social que pautou o crescimento
do partido, mas provou-se tratar de uma lorota perversa, esvaziada pela consolidação da corrupção sistêmica
e do fisiologismo partidário como modus operandi de
governo, tudo isso sustentado pela fundamental ajuda
de um caríssimo marketing político.
É nítida a impressão de que
o país está submisso ao
deslumbre autoritário que
ganhou do chefe o direito
de substituí-lo por um dia...
Porém, os danos causados pelo lulopetismo não se
encerram no assalto bilionário ao erário, na sofisticada
institucionalização dos crimes de colarinho branco, no
bizarro aparelhamento da máquina pública, na afronta
petulante às poucas instituições sérias e idôneas que
nos restam, ou nas constantes e até agora frustradas,
tentativas de censurar a imprensa.
O fato é que o PT, na contramão do que prega sua
ladainha igualitária, age com extrema eficiência ao fomentar a intolerância entre classes sociais. Os primeiros
desdobramentos da Operação Porto Seguro atestam peculiaridades presentes também em diversos escândalos
anteriores que, infelizmente, potencializam o rancor
dos maldosos que ainda fazem cara de repulsa para os
108
novos colegas de aeroporto e reclamam indignados do
“povo que anda frequentando Miami”.
E se esses não estão com a razão, pelo menos não
lhes anda faltando motivos para pensar que sim, suas
ressalvas têm fundamento. Os cofres públicos estão
sendo devassados com a deselegância típica de convidados esfomeados que comem até passar mal na festa
do primo abastado, para depois entupirem os bolsos
de restos e lembranças. A súcia em Brasília se digladia
sobre o nosso dinheiro com a voracidade dos imbecis
que abandonam o motorista agonizante para saquear
a carga derramada do caminhão acidentado, seja ela de
cervejas, laranjas podres ou lixo tóxico. Não importa.
Roubam porque veem, porque está lá, em abundância,
sem proteção ou controle. Nessa lógica canalha, o que
é público torna-se privado a partir do mínimo acesso
permitido.
É nítida a impressão de que o país está submisso
ao deslumbre autoritário do subalterno que ganhou do
chefe o direito de substituí-lo por um dia e daí chegou
atrasado, esticou os pés em cima da mesa e convidou
amigos de outros departamentos para conhecerem a
secretária gostosa que ele chama na sala a cada 20 minutos.
E o pior é que nossa secretária nem ao menos é
gostosa. Ela é uma espécie de dona Florinda sebosa que
recebeu autorização do chefe para negociar a chave do
cofre do banco com antigos ladrõezinhos de toca-fitas
elevados ao status de gângsteres em troca de mimos
como cirurgias plásticas, caronas em avião particular
(um luxo!) e bilhetes para cruzeiros cafonas. Além de
muito dinheiro, claro. Nesse cortiço habitado por ignorantes que vendem a mãe pelo desconto no aluguel, os
síndicos fazem o que dá na veneta, inclusive perseguição a uma certa ovelha negra que resolveu contrariá-los
e mostrar a todo o Brasil que, não importa o quanto a
gentalha infiltrada no Planalto se esforce para provar
o contrário, berço humilde não é sinônimo de falta de
educação ou caráter, e que sucesso e prestígio podem
ser alcançados dignamente, com esforço, estudo e muito estilo.
Bruno Fernandes, publicitário. http://twitter.com/Brunodo12
VIVER Janeiro 18 - 2013
POR FERNANDO TORRES
Academia
na rua
Parques, praças e lagoas de Belo Horizonte são um convite à prática de
atividades físicas, ainda mais com a chegada do verão. Para quem precisa de um
empurrãozinho para sair de casa, grupos de diversas modalidades transformam
locais públicos em verdadeiras academias. Conheça alguns deles:
Fotos: Léo Fontes
O QUÊ: tai chi chuan
ONDE: parque municipal,
centro
QUANDO: sábado, às 8h
QUANTO: gratuito
Crises de rinite levaram
o historiador Marcello
Giffoni a praticar tai
chi chuan, e a rápida
recuperação o estimulou
a se aprofundar na
arte marcial chinesa.
Ele se tornou instrutor especializado da linha Yang e, em
abril, completa 10 anos de aulas no parque municipal. “No
início, eram sete alunos. Hoje, já somos 60”, comemora.
As aulas trabalham as bases do tai chi, como respiração e
coordenação, além de introduzir 24 posturas. “O objetivo
é incentivar o autoconhecimento a partir da percepção do
corpo como um todo”
O QUÊ: treino funcional
ONDE: praça do Papa,
Mangabeiras
QUANDO: sábados, às 11h
QUANTO: gratuito
Está em alta se
exercitar com o peso
do próprio corpo com
movimentos como
agachar, saltar e pular.
São os chamados
exercícios funcionais.
“A maior vantagem desse treino é trabalhar a musculatura
do corpo como um todo”, afirma o personal trainer Kenji
Takahashi, que, desde junho de 2011, reúne em torno de
25 pessoas de todas as idades na praça do Papa. Além de
quatro a seis repetições de exercícios como agachamento
e avião – “o desafio é se equilibrar em um pé só com os
braços abertos, em paralelo ao chão” –, as aulas incluem
aquecimento, relaxamento e alongamento
110
Pedro Vilela
O QUÊ: grupo de corrida
ONDE: lagoa Seca,
Belvedere
QUANDO: 3ª e 5ª, às 19h;
sábado, às 8h
QUANTO: R$ 199 ao mês
Correr na esteira pode
ser entediante. Pensando
nisso, o personal trainer
Carlos Rodrigues criou,
em 2009, um grupo de
corrida na lagoa Seca.
De lá pra cá, o treino ganhou filiais na praça da Assembleia e
nos bairros São Bento e Mangabeiras. “A ideia é trabalhar com
quem não gosta de atividade física, mas quer se manter ativo”,
diz. E nem pense em matar aula! Se o atraso for superior a 15
minutos, a equipe liga e convoca o fugitivo a comparecer
Confira os horários alternativos no site efeitopersonal.com
Leo Fontes
O QUÊ: SUP ioga
ONDE: lagoa dos
Ingleses, Alphaville
QUANDO: sábado e
domingo, às 9h
QUANTO: R$ 65 a aula
A novidade surgiu da
ideia de praticar ioga
na prancha de stand up
paddle, esporte que
mistura surfe e remo.
Desde janeiro, os
mineiros têm aulas da técnica, também chamada de ioga
paddle. “Ambas as atividades valorizam o equilíbrio, a postura
e a capacidade cardiorrespiratória”, compara a educadora
física e instrutora de ioga Daniela Ribeiro. As asanas
(posturas) começam em terra, com sequências lentas de
mantras. “Na água, fazemos o surya namaskar (saudação ao
Sol), o back bending (flexão da coluna vertebral) e a postura
savasana (relaxamento)”, diz Daniela
VIVER Janeiro 18 - 2013
Sorvete
liberado
A prateleira dos aficcionados em
musculação têm um novo suplemento.
Nada de pós ou cápsulas, mas, sim,
sorvete de Whey Protein, a proteína
isolada do soro do leite, usada pelos
atletas para auxiliar o processo de reconstrução muscular. A novidade
gelada, que atende pelo nome de Time4 Ice Whey Cream, tem 164 kcal,
20 g de proteínas e 14 g de fibras em pote de 170 g, nos sabores chocolate,
baunilha, café e chocolate branco. “Demoramos três anos para chegar à
fórmula final, que também não leva açúcar e gordura”, conta a farmacêutica
Giselle Sell. O processo de fabricação é bastante artesanal, com matériasprimas importadas – é o argumento para explicar o preço de 17 reais a
unidade. Pode ser consumido logo após os treinos, mas apenas duas vezes ao
dia, para evitar a sobrecarga dos rins pelo excesso de proteína.
Margarina não é vegan
Shutterstock
Na edição de 16/12, a Viver
Melhor publicou uma receita de
sobremesa vegan. O veganismo
é uma filosofia que se baseia na
alimentação 100% vegetal (exclui
até mesmo leite e ovos), tendo
como base a ética aos direitos
dos animais. Porém, a coluna
errou: a lista de ingredientes inclui
margarina. “Apesar de ser uma
gordura vegetal, a maioria das
marcas leva leite em pó e sebo animal na composição”, explica o nutricionista
Vinícius Augusto, da Nuthree Soluções. Para não cair neste erro, os veganos
devem ficar atentos aos rótulos. A Becel e a Margarella estão entre as marcas
sem lactose – porém, como as fórmulas sempre mudam, é bom checar.
Existem outros tipos de gordura vegetal sólida, como a manteira de cacau e
a gordura de coco. “Em seu estado natural, elas ajudam a limpar as artérias
internamente”, explica. A gordura hidrogenada, também chamada de trans, é
outra alternativa vegana, porém tem o efeito de aumentar o mau colesterol.
RESULTADO DO CONCURSO CULTURAL VIVER MELHOR
z Luiz Fernando de Barros: cesta de produtos naturais do Empório Nutri
z Nayara Alves Oliveira: massagem Lomi-lomi no Amás Simplesmente Spa
z Taiana Cristina de Farias: sessão de selagem biológica capilar no Maison Rocha
PARABÉNS AOS VENCEDORES!
VIVER Janeiro 18 - 2013
C O M P O R TAM E NTO
Shutterstock
O que mudou na vida
de quatro pessoas com
objetivos diferentes,
acompanhadas pela
Viver Brasil por três meses
Noventa
dias depois
FERNANDO TORRES
É
possível virar a mesa com sucesso em apenas 90
dias? A Viver Brasil mostra que sim. Na 90ª edição da revista, de 21 de setembro, a reportagem
convocou quatro pessoas com diferentes objetivos
para serem realizados no prazo médio de três meses.
É claro que o script da vida de Cíntia, Rodrigo, Fernando e Augusto teve reviravoltas e contratempos,
mas todos, de uma forma ou de outra, cumpriram
suas metas em parte ou integralmente.
Noventa dias depois, objetivos alcançados, ciclo
concluído. E agora, o que fazer? “É hora de celebrar.
A comemoração é muito importante para marcar e
reforçar positivamente o caminho trilhado. É um
marco”, afirma o psicólogo e administrador Moacyr Castellani, especialista em coach profissional
e executivo. O momento de compensação também
ajuda a elevar a autoestima e a aumentar o magnetismo pessoal, além de favorecer o esforço para outras metas.
O fechamento do ciclo ainda é propício para
avaliar e planejar a sequência dos próximos passos, seja no plano espiritual, profissional ou físico.
“Em alguns casos, atingir a meta definida é apenas a
primeira etapa do projeto. Quem abre um novo negócio, por exemplo, almeja o êxito e, agora, estabelece um novo mapa de ações, atitudes e competências
112
para alcançar novo resultado”, avalia o coach Hegel
Botinha, que também atua como professor de cursos
de liderança. É necessário também definir estratégias para a manutenção do processo, de forma que a
conquista não se perca na rotina.
Questionamentos e reavaliações sempre são
bem-vindos, especialmente nas histórias em que a
meta não foi alcançada. “A pergunta-chave é se a proposta inicial ainda faz sentido no fim do ciclo. Pode
ser o momento de reformular os sonhos e estabelecer o que realmente vale para a própria vida”, pondera Castellani. A propósito, ninguém precisa se sentir
fracassado por não ter conseguido vivenciar a totalidade das mudanças a que havia se proposto. “Alguns
resultados podem ser ousados demais para um curto
período de tempo. Porém, só o fato de haver mobilização já é uma vitória. Talvez, até aquela parcela da
conquista já seja o suficiente.”
Colocar tudo no papel é primordial para realmente se apropriar da reflexão e observar a própria
evolução. “É quando as pessoas percebem se realmente há motivação interna para seguir em frente,
e quais atitudes e competências ela deve desenvolver para cumprir o que planejou. Se não escrever, as
ideias permanecem nubladas na mente e têm maior
dificuldade de conclusão”, orienta Botinha.
VIVER Janeiro 18 - 2013
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“ESCREVI MEU
PROJETO DE MESTRADO”
A saga do advogado RODRIGO CAPANEMA, 35,
encontra-se em um momento de suspense. Em setembro,
ele decidiu ingressar no curso de mestrado em direito
empresarial nas Faculdades Milton Campos. Mas, algumas
surpresas estavam por vir. Nesse meio tempo, Rodrigo
saiu de seu antigo trabalho e abriu o próprio escritório de
advocacia. “O plano de mudança até existia, mas não estava
programado para 2012”, diz.
A novidade foi motivo de comemoração, mas também
dificultou o cronograma de estudos. “Fiquei perdido com os
horários de transição. Precisei me reorganizar e, em dado
momento, cheguei a me questionar se iria seguir com o
projeto do mestrado”, revela. Com o auxílio de um coach,
Rodrigo relacionou prós e contras por escrito e concluiu que,
sim, iria manter o desafio, principalmente porque a proposta
de pesquisa se alinha com o novo trabalho.
Como as provas oral e dissertativa só irão acontecer em
fevereiro, o advogado aproveita o tempo para se dedicar
aos estudos. “Estou cumprindo as 10 horas semanais a que
me propus, comecei a fazer aulas particulares de inglês e
também conversei com os professores do curso para traçar
a linha de pesquisa”, diz. A principal vitória até aqui foi definir
e redigir o esboço do projeto de mestrado. “É uma tarefa
trabalhosa e demandou muita disciplina. Mas senti prazer ao
escrever, pois me direcionou ao tema da dissertação.”
Leo Fontes
114
Divulg
ação
“CORRI A VOLTA DA
LAGOA DA PAMPULHA”
Sem nunca ter corrido regularmente, o advogado
FERNANDO BAPTISTA, 30, decidiu encarar os 18
quilômetros da 14ª Volta Internacional da Pampulha A
empreitada contava com desafio extra, já que, um ano
antes, ele sofreu acidente de moto e nunca mais se
exercitou.
Para dar conta do recado, Fernando treinava quatro
vezes por semana. “Comecei com seis quilômetros, em
uma média de sete minutos por quilômetro. Em poucas
semanas, evoluí para oito e média de 5 minutos e 30
segundos”, conta. Aos poucos, o advogado chegou aos
13 quilômetros e, três semanas antes da prova, deu
a largada final: correu 18 quilômetros em 1 hora e 45
minutos. “Ter feito todo o trajeto antes do dia marcado
foi muito satisfatório”, comemora.
O treino e o esforço extra, porém, ameaçaram o dia D
e renderam fortes dores musculares no glúteo médio e
na parte posterior da coxa. Até o dia da corrida, Rodrigo
teve que ficar sem treinar. Com medo de não conseguir,
decidiu diminuir a velocidade no dia da prova. “Quase
no meio da volta, comecei a sentir muita dor. Por duas
vezes, parei de correr e andei cerca de 400 metros. Ao
cruzar a linha de chegada, 2 horas e 14 minutos depois,
a dor não me deixava nem pisar direito no chão, mas a
sensação de dever cumprido foi indescritível.”
De lá pra cá, o moço já fez outros planos. Em
julho, pretende correr a meia-maratona do Rio, de 21
quilômetros. “Como voltei a nadar, também pretendo
participar de provas de triatlo”, adianta.
VIVER Janeiro 18 - 2013
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“ABRI UM NOVO NEGÓCIO”
Parece que a empresária CÍNTIA CARDOSO, 33,
realmente nasceu para o mundo dos negócios. Dona da
fábrica Diva Cachaça, ela decidiu investir na criação de
uma loja virtual especializada em bolos diferenciados e
produtos artesanais sem glúten, indicados para pessoas
com doença celíaca (intolerância ao glúten).
E, assim, em novembro, nasceu a Fuê Lilás. “Fiz
algumas degustações com amigos e, pouco a pouco,
o burburinho começou. Já temos pedidos quase que
diariamente, apenas com a divulgação boca a boca”,
diz Cíntia. Outro motivo de vitória é o contrato recémfechado com o Empório Nutri, loja de produtos naturais
na Savassi. “A primeira remessa incluiu biscoito de chia,
brownie, pizza e panqueca, tudo sem glúten. Agora é
torcer para que o consumidor se sinta atraído pelos
produtos e aprove as receitas.”
Para os próximos meses, ela pretende investir em
propaganda e assessoria de imprensa. Também planeja
fazer o marketing pessoal via redes sociais e no site
da loja, divulgando pelo menos uma receita por mês.
Também não deixou de lado outro projeto pessoal:
inaugurar loja multimarcas e uma linha de camisetas
personalizadas, em parceria com a estilista Nathália
Roberto. Mas isso é outra história...
“EMAGRECI SEIS QUILOS”
A meta do gerente administrativo AUGUSTO REZENDE,
28, era passar o réveillon 10 quilos mais magro. No fim
de setembro, com 76 quilos e 1,64 metro de altura, ele
apresentava 28 kg/m² de Índice de Massa Corporal (IMC),
o que já caracterizava obesidade.
A conta, porém, não fechou bem como Augusto
pretendia. Em dezembro, a balança registrou seis quilos
a menos, e não os 10 almejados. “Passei por momentos
muito estressantes e acabei descontando na comida,
especialmente refrigerantes e frituras. Também relaxei na
academia de musculação. Fiz um mês certinho e depois
parei”, admite. Ele confessa que também descuidou um
pouco das atividades aeróbicas: embora tenha alcançado
e mantido a média de seis quilômetros por percurso,
não conseguiu sustentar a regularidade de três vezes
semanais, como havia se proposto. “Mas corri pelo menos
uma vez por semana”, lembra.
Mesmo assim, Augusto tem muito a comemorar.
Ele reduziu a circunferência abdominal de 99 para 88
centímetros e o percentual de gordura corporal de 28,5%
para 25%. Com 70 quilos, seu IMC foi para 26,11 kg/
m², o que caracteriza sobrepeso e não mais obesidade.
“Também melhorei bastante o condicionamento físico e
me sinto mais disposto. Encaro esses três meses como o
pontapé inicial para, em 2013, correr atrás do prejuízo e
eliminar os quatro quilos que faltam.”
116
Pedr
o Vil
ela
VIVER Janeiro 18 - 2013
POR LUCIANA AVELINO
Fotos: Léo Fontes
Medalhão
de linguado
com alho-poró e molho
de vinho do Porto
(porção: para 10 pessoas)
DO MEDALHÃO
100 g de catupiry
folha de alho-poró
1, 6 kg de filé de
linguado
sal e pimenta a gosto
150 g de manteiga
sem sal
DO MOLHO:
100 g de mostarda
à l’ancienne
500 ml de vinho do
Porto
2 unidades de
alho-poró
1 litro de fundo de peixe
200 g de cebola
300 ml de creme de
leite fresco
tomilho a gosto
sal e pimenta a gosto
CLÁUDIA FERRARI
Graduada em gastronomia pela universidade Estácio de Sá, a chef comanda há 17
anos o Buffet Flamb’art. Entre as experiências profissionais internacionais, trabalhos
no The French Laundry, Masa’s e Alex (Estados Unidos), Meurice, Clos des Sens e Joel
Rebuchon (França). No Brasil, destaque para as parcerias executadas com nomes
como Emmanuel Bassoleil, Alex Atala, Christophy Lidy e Flávia Quaresma.
118
VIVER Janeiro 18 - 2013
zzz DO MEDALHÃO:
limpe os filés de
linguado, tempere
com sal e pimenta–
do-reino a gosto. Em
uma frigideira, refogue
a cebola e o alho poró
fatiado na manteiga,
tempere com sal e
pimenta, acrescente a
mostarda e o tomilho.
Quando estiver bem
macio, acrescente
o catupiry e reserve.
Passe as folhas de
alho poró em água
quente. Coloque o
recheio refogado
nos filés de linguado,
enrole e amarre com
as folhas de alho poró.
Coloque em uma
assadeira e leve ao
forno moderado até
que esteja cozido.
Sirva com o molho de
vinho
zzz DO MOLHO:
reduza o vinho
do Porto em uma
panela até a metade,
acrescente o fundo
de peixe, deixe reduzir
mais um pouco e
tempere a gosto.
Finalize com o creme
de leite. Se necessário,
engrosse com
maisena ou farinha de
trigo
VIVER Janeiro 18 - 2013
Dante Borges Fotografia
Modo de
preparo:
e mais...
Café com
poesia
Para gourmands que andam
nos arredores da praça
da Liberdade, o espaço
gastronômico do Museu das
Minas e do Metal é boa pedida.
Instalado na construção
rosa tombada, de 1897, com
estilo neoclássico, tem no
menu opções de saladas,
crepes, sanduíches, tortas e
sobremesas.
Cachaça
gourmet
“Incrível como o
Flamb’art traduz o luxo
em forma de sabor.”
Danielle Benício, estilista.
Pedro Vilela
A 5ª edição do Festival Cachaça
Gourmet, que acontece em
BH até 3/2, reúne 40 pratos
elaborados com diversos
rótulos da bebida, como o do
restaurante de Matuzalém
Gonzaga, participante desde o
primeiro evento. Miriam Cerutti,
idealizadora do projeto, propõe
a rota da cachaça, para o
público conhecer o processo da
produção mineira. “O objetivo
é expandir o evento para o
interior e os outros estados.”
Da alta costura à alta gastronomia.
Sempre apresentando o melhor.
www.flambart.com.br | facebook.com/flambart
Av. Contorno, 7461 . Lourdes . (31) 2127.7000
TU R ISMO
Palácio
Four Seasons Hotel George V inaugura nova suíte, com 170 metros
quadrados, próxima a Champs-Elysées
R
econhecido pela revista norte-americana Conde Nast
Traveler como o melhor hotel da França em 2011 e oficialmente classificado como palácio
pelas autoridades do turismo francês, o Four Seasons Hotel George
V, localizado próximo a Champs-Elysées, em Paris, inaugurou em
2012 uma penthouse suíte que entrará no ranking das mais sofisticadas do mundo.
Decorada por Pierre Yves Rochon, o famoso designer de interiores que assinou alguns dos
grandes palácios do mundo, a
nova suite tem como inspiração os
grands apartments de Paris. Detalhista e criativo, Rochon se atém
aos detalhes e aos materiais luxuosos que dão vida a um ambiente
120
e trabalha com as melhores casas
de luxo como Baccarat, Lalique,
Lelièvre, Edmond Petit, Veraseta e
Bobic (companhia eslovena especializada em iates) para criar cenários especiais.
O decorador investiu em um
conceito sofisticado, diferente, e
para isso contou com a localização
privilegiada do imóvel, na Cidade
Luz. Se valeu ainda do fato de a cobertura, transformada em palácio,
ficar completamente isolada. Tudo
estava impregado de muita personalidade.
Para esse trabalho de alto nível,
Rochon reinventou as regras de
apartamento requintado e acolhedor a partir de sala de estar, quarto, sala de jantar de inverno, amplo
closet e duas varandas, para satis-
fazer os mais sofisticados desejos.
Com vista deslumbrante da
Torre Eiffel, a cobertura inclui três
terraços e jardim de inverno, todos
criados por Jeff Leatham, o paisagista das celebridades que atua
como diretor turtístico do hotel. O
palácio tem 170 metros quadrados
e fica no oitavo andar, no número
824. “Meu objetivo foi redefinir a
ideia de suíte de hotel, criando um
refinado e convidativo apartamento. Para a concepção desse projeto, que se assemelha a um trabalho
de alta costura, Rochon teve total
liberdade criativa para projetar um
espaço único e infinitamente sofisticado, onde os limites entre o
interior e o exterior não são rigorosamente definidos”, explica Christopher Norton, vice-presidente
VIVER Janeiro 18 - 2013
em Paris
Fotos: Divulgação
NOVA SUÍTE: vista para a
torre Eiffel e quarto
com móveis do século 18
regional e gerente geral.
Todos os espaços foram muito bem planejados. “A natureza
se integra com a parte interna e
vice-versa. Com isso em mente,
colocamos alguns espelhos nas
paredes do terraço para criar uma
nova perspectiva, mudar a forma
como enxergamos alguns marcos
da cidade e ver Paris até mesmo
quando estamos olhando para outro lado. Dessa forma, surgiu um
ambiente aconchegante, amistoso
e acolhedor”, diz Norton.
Concebida como apartamento com seis terraços, a mais nova
suíte passou por uma reforma que
consumiu 18 meses. A ideia foi
criar um autêntico refúgio romântico de forma que os hóspedes tenham a sensação de estar em belo
palácio em Paris e não em suíte de
hotel.
Os hóspedes são recebidos no
estilo parisiense, com decoração
VIVER Janeiro 18 - 2013
que inclui obras de arte do século 18, mobiliário de época e 9 mil
flores importadas da Holanda semanalmente. Entre as opções de
gastronomia o destaque é o restaurante Le Cinq, estrelado pelo
guia Michelin, e a adega de 50 mil
garrafas escolhidas a dedo por Eric
Baumard, o diretor do restaurante que recebeu o título de melhor
sommelier da França em 1992.
Tudo na cobertura 824 é provocante. As cores eleitas são suaves, criando sensação de paz e
intimidade. Os tons leves do piso
de mármore travertino estão em
perfeita sintonia com os revestimentos em madeira e tecido, e
com o jardim criado por Jeff. A arquitetura interior, discreta, leve e
arejada, enfatiza o elegante espaço aberto.
A iluminação é gerada por um
sistema que pode ser ajustado dependendo da hora do dia: com
simples toque no controle remoto
é possível mudar a intensidade da
luz, seja para sentar e ler um bom
livro ou para tomar drinque em
taça de cristal Baccarat.
Detalhes que impressionam e
fazem a diferença estão em cada
canto. No centro da sala, uma coluna resguarda o minibar e uma
biblioteca com edições antigas.
O spa, com piscina deslumbrante, oferece tratamentos assinados pela marca francesa Carita em
ambiente que remete ao boudoir
de Maria Antonieta. A varanda foi
imaginada como a proa de um navio e é decorada com bonsais.
SERVIÇO
Four Seasons Hotel George V, Paris
31, avenue George V
75008 Paris
Tel : +33(1) 49 52 70 00
Q
121
GAS T R O N O M IA
Palco para
romance
Terraço Itália, em São Paulo, já assistiu a pedidos de casamento,
é cartão-postal e tem muitas histórias para contar
MIRIAM GOMES CHALFIN
Q
uem disse que um pedido irrecusável de casamento tem que
ser feito em Paris? Bem mais
perto, o restaurante Terraço Itália, no
centro da capital paulista, é o reduto
dos românticos. Com vista panorâmica de 360 graus da cidade, no topo
do edifício Itália – um dos marcos da
arquitetura brasileira, inaugurado em
1965 e com mais de 160 metros de altura –, o espaço é o sonho dos casais
apaixonados e palco de casamentos e
comemorações de bodas. Há 38 anos
trabalhando na casa, o maître Osmar
122
Jesus da Silva já perdeu as contas de
quantos pedidos presenciou. “Participei de muitas histórias, mas o que fica
na memória são os noivados. Tenho
clientes que firmaram compromisso
no Terraço e tiveram filhos que fizeram
questão de noivar aqui também. Lembro-me de um rapaz que quis fazer o
pedido à namorada na mesma mesa
que o pai escolheu na época dele”,
conta. Um dos casos mais inusitados
foi o de um jovem que bebeu champanhe no sapato da namorada na hora
do quer casar comigo.
Mas o Terraço não é cenário apenas dos pombinhos. O local é tido
como cartão-postal da cidade, atração
turística obrigatória e ponto de encontro de empresários, políticos, artistas,
autoridades nacionais e internacionais... Guardadas as proporções, assim como o Corcovado está para o Rio,
o Terraço Itália está para São Paulo, e
uma viagem à capital paulista não é
completa sem a visita ao restaurante,
que comemorou 45 anos em setembro passado. Ciente da importância
turística, o espaço fica aberto à visitaVIVER Janeiro 18 - 2013
ção de segunda a sexta-feira, das 15 às
16 horas. “Sempre fica cheio nesse horário. Quando o grupo está sem guia,
alguém do restaurante o acompanha”,
diz o maître. “Nossa principal conquista é ser cartão-postal, um título dado
pelos clientes e pelos paulistanos. Carregamos isso com orgulho e responsabilidade. Sempre queremos superar a
expectativa de quem nos visita”, aponta o gerente geral André Marques. Para
isso, os mais de 90 funcionários recebem treinamento constante.
Uma das exigências é saber inglês. É comum encontrar estrangeiros por lá. “Cada dia é uma caixinha
de surpresas. Recebemos gente de
todo o mundo. Eu mesmo já atendi famosos como Mick Jagger, Ray
Conniff, Roberto Carlos, Pelé e vários
políticos”, diz o sommelier Francisco Everardo de Freitas, 49 anos,
há 30 no restaurante. Ele conta que
entrou na casa como ajudante geral. “Eu só tinha o curso de garçom,
mas ainda sem experiência. O Terraço me deu oportunidade de estudar e crescer profissionalmente. Fiz
inglês para trabalhar aqui e consegui
realizar meu sonho.” De lá para cá,
muita coisa mudou para o cearense
Freitas, que saiu de casa muito cedo
para tentar a vida na cidade grande:
casou, teve dois filhos, pôde dar boas
condições à família e, há 12 anos,
se tornou sommelier. Um dos filhos
brindou o casamento no restaurante. “Foi muito gratificante poder proporcionar isso a ele. Tenho muito
orgulho de trabalhar aqui.”
Há tanto tempo no mesmo local,
Freitas também presenciou histórias
engraçadas, como a de um rapaz que
lhe deu um aquário para tomar conta. Dentro dele, havia um baú com as
alianças de noivado. “Fiquei cuidando do peixe por dois dias, até a hora
do pedido. Acho que aqui tem uma
tradição ou magia para momentos
especiais”, comenta. E se a ocasião é
inesquecível, nada como brindar com
VIVER Janeiro 18 - 2013
Fotos: Divulgação
RESTAURANTE,
com vista
panorâmica:
45 anos
champanhe ou um bom vinho. Na
carta, são 236 rótulos, 70% deles da
Itália – aliás, a casa foi fundada pelo
imigrante italiano Evaristo Comolatti, que veio para o Brasil no pós-guerra e criou, com o próprio esforço, um
forte grupo no segmento automotivo.
“A ideia de montar o restaurante, área
que ele não dominava, surgiu como
FRANCISCO DE FREITAS:
“Cada dia é uma
caxinha de supresas”
forma de agradecimento à cidade que
tão bem o acolhera. A inauguração
contou com visitantes ilustres, como
a rainha Elizabeth 2ª”, conta André
Marques. O gerente geral afirma que
o espaço recebe cerca de 9 mil clientes
por mês, incluindo os que participam
de eventos fechados. O menu degustação, com quatro pratos diferentes e
tipicamente italianos, é um dos mais
pedidos. Obviamente, o chef Pasquale
Mancini também veio da Itália, de cidadezinha do interior da Toscana.
Já o maître Osmar entrou como
penetra e permanece até hoje. “Eu estudava em uma escola de hotelaria
em Águas de São Pedro, o menor município de São Paulo. Quando tinha
18 anos, um gerente do Terraço foi lá
para escolher alunos para trabalhar no
restaurante. Eu não fui escolhido, mas
um colega desistiu de ir e me cedeu a
vaga em segredo. Em 10 de dezembro
de 1974, me apresentei na empresa,
sem falar nada sobre essa troca, e fui
contratado como auxiliar de garçom.
Fiz cursos, participei de treinamentos e, há 25 anos, sou o maître”, diz. O
bom emprego foi fundamental para
constituir a família – duas filhas com
curso superior e o caçula estudando
direito – e comprar apartamento com
vista para o Terraço Itália. “Sou tão
apaixonado pelo restaurante que fiz
123
Fotos: Divulgação
G AST R O N O M I A
TERRAÇO ITÁLIA
Inauguração: 29 de setembro de 1967
Onde: avenida Ipiranga, 344, centro de
São Paulo
AMBIENTES
Sala Nobre: espaço sofisticado,
localizado no 41º andar do edifício
Itália e com vista panorâmica
voltada para a zona sul de São
Paulo, com destaque para a avenida
Paulista. Aqui o jantar é servido à
luz de velas, com apresentação ao
vivo de pianista
QSala Panorama: localizada no 42º
andar, funciona de terça a sábado, a
partir das 21 horas. Duas bandas ao
vivo se revezam na pista de dança
QSala São Paulo: voltada para
eventos corporativos e sociais, com
acesso direto e privativo ao terraço
panorâmico
QBar: fica no 42º lugar, com vista
para a serra da Cantareira, na zona
norte da capital paulista. Oferece
programação musical ao vivo e já foi
eleito várias vezes como o melhor
lugar para ir a dois em São Paulo
Q
INAUGURAÇÃO:
presença da rainha
Elizabeth 2ª
124
BAR DO TERRAÇO:
eleito o melhor
lugar para ir a dois
MAÎTRE OSMAR: “Tenho clientes
que ligam no meu celular”
questão de poder vê-lo da janela. Minha
mulher estranhou a escolha, mas
argumentei que o Terraço é o primeiro amor da minha vida. Ela veio
depois.”
Também na casa, Osmar fez
muitas amizades. “Tenho clientes
que ligam no meu celular. Alguns
me pedem conselhos. E muitos fazem questão que eu os atenda.”
E ele não mede esforços para que
tudo saia perfeito. “Quando vejo
a reserva de um cliente, já deixo a
bebida que ele gosta na mesa. Isso
é um diferencial”, atesta o maître,
que sempre é intimado a fazer parte das fotos tiradas em comemorações. Ele não se envergonha em
dizer que muitas vezes se emocionou e até mesmo chorou. “Um episódio que me marcou foi quando
um rapaz trouxe os avós, do interior,
para conhecer o Terraço, que era sonho antigo. Eles poderiam só visitar o local, mas o neto me disse que
economizou durante algum tempo
para oferecer um jantar aos dois e
realizar esse sonho. Essa atitude me
comoveu”, lembra. Sempre de bom
humor e atencioso, Osmar até mesmo se tornou conselheiro de noivos.
“Quando o rapaz me pergunta onde
fica o toalete, já sei que quer uma
sugestão de como fazer o pedido à
namorada e entregar a aliança.”
VIVER Janeiro 18 - 2013
Divulgação
H OT E L A R IA
RESTAURANTE E LOBBY
(abaixo): mobiliário terá
peças de designers renomados
Visual renovado
Tradicional Hotel da Bahia, em Salvador, reabre as portas em
fevereiro, agora com a bandeira Sheraton e operado pela CJB
FERNANDO TORRES
N
inguém duvida que Salvador
seja um dos principais destinos de Carnaval. Cerca de
500 mil turistas devem cair na folia
em 2013, pretexto oportuno para a
reinauguração de um ícone da cidade, o tradicional Hotel da Bahia, no
bairro Campo Grande. Construído
em 1949 pelo ex-governador Otávio Mangabeira, o hotel viveu dias
de glória, mas entrou em decadência nas últimas décadas, até fechar
em março de 2010. A partir de fevereiro, em plena festa carnavalesca, o
prédio de 12 pavimentos abre uma
nova fase, agora com o nome de
Sheraton da Bahia Hotel, bandeira
da multinacional Starwood.
A retomada começou há três
anos, quando a companhia hoteleira
GJP arrematou o edifício em leilão por
31 milhões de reais, visando operá-lo
em acordo de franquia. Orçada em
70 milhões, a reforma manteve as linhas modernistas do hotel, tombado
VIVER Janeiro 18 - 2013
Fotos: Divulgação
pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. “Preservamos a fachada de azulejos em forma de lâmina e
as obras de arte internas”, conta o engenheiro Roberto Rocha, diretor de
engenharia da CJB. Exemplo disso é
o mural cubista Festas Regionais, do
tapeceiro soteropolitano Genaro de
Carvalho – a obra emoldura o restaurante Genaro, especializado em gastronomia mediterrânea com sotaque
baiano. Também permanecem os três
painéis do artista argentino Carybé,
no saguão do restaurante Corredor da
Vitória, com pratos da cozinha internacional e baiana.
A área dos apartamentos, por sua
vez, foi quase toda reconstruída. De
352 quartos, o hotel passa a ter 284.
Desses, 16 são suítes, decoradas em
tons de preto e caramelo e acopladas
com mimos como a famosa cama
Sheraton Sweet Sleeper.
Já o mobiliário faz referências
aos anos 1950, mas com releitura
contemporânea. “As peças do lobby
são assinadas por designers consagrados, a exemplo da poltrona Mole,
de Sérgio Rodrigues, e os tapetes
construtivos, de Fernando Jaeger”,
lista a arquiteta Flávia Foegel, do escritório FRS Arquitetura, responsável
pelo projeto dos interiores. O 12º andar ainda abriga o lounge Sheraton
Club, com vista para a baía de Todos
os Santos. Outros atributos especiais:
a academia Sheraton Fitness by Core
Perfomance, spa com salão de beleza, sauna e piscina e centro empresarial e de convenções com capacidade
para 400 pessoas.
125
Hermógenes Ladeira
Professor Walmy Wana
Em meados da década de 1950, Belo Horizonte, mais
precisamente o eterno teatro de emergência Francisco
Nunes, foi palco de uma série de espetáculos de hipnotismo. Diga-se de passagem, nada científico, era show mesmo. As pessoas hipnotizadas passavam por uma série de
circunstâncias que o hipnotizador lhes sugeria. A viagem
de trem. O frio intenso ou então o calor. Momentos de
tristeza, com choro. Ou de alegria, com muitas risadas.
E assim por diante. Tinha pouco mais de 18 anos e fui
um dos espectadores mais interessados. Assisti à apresentação do professor Karl Weissman mais de uma vez.
Na avenida Afonso Pena, defronte ao parque municipal,
onde está até hoje o Francisco Nunes, existia uma grande
livraria, a Oliveira & Costa. Saindo um dia do espetáculo,
primeiro ou segundo pouco importa, entrei na dita cuja.
Procurava por um livro sobre hipnotismo. Nada muito
Ele agradeceu meus
cumprimentos e
desempenho, sugerindo
entretanto que o
espetáculo do dia seguinte
fosse suspenso e
saíssemos da cidade. Era
simplesmente o prefeito
complicado, uma iniciação, digamos assim. E encontrei.
Não me é possível lembrar o nome, são muitos anos passados. Mas vocês vão ver o quanto ele foi eficiente. Como
a leitura já era meu passatempo predileto, devorei o livro
em três dias. E relia e anotava. E aprendia. Após algumas
semanas resolvi praticar. E deu certo. Primeiramente
com meu irmão Arnaldo e depois com alguns amigos. Eu
conseguia hipnotizar. Foi uma sensação extraordinária.
Daí para nova aventura foi um passo. Precisava faturar
essa nova habilidade.
Decidi montar meu grupo. Chamei dois amigos daquele tempo, infelizmente ambos já falecidos. Um deles
cuidaria dos serviços gerais: faixas anunciando o espetáculo, aluguel de teatro, som, eletricidade, hospedagem
126
etc. O outro seria o bilheteiro. E eis que surge mais um
companheiro, o Evandro, vizinho da rua Cura D’Ars que
também estava estudando a matéria. Formamos o quarteto. Criamos o nome: professor Walmy Wana. E o slogan: o mais jovem hipnotizador do Brasil. Os espetáculos
seriam à noite e nos fins de semana. As cidades preferenciais ao redor de Belo Horizonte. Como o Evandro também hipnotizava, nós fazíamos revezamento. E lá fomos:
Betim, Divinópolis, Paraopeba, Matozinhos e algumas
poucas outras. Resolvemos ir mais longe e decidimos por
Curvelo. Uma cidade, à época, mais desenvolvida que
qualquer dessas outras.
Hospedamo-nos num modesto, mas decente hotel. O
teatro era o do cinema. Faixas foram colocadas chamando o público. Folhetos espalhados pela cidade: professor
Walmy Wana, o mais jovem hipnotizador do Brasil. Dois
espetáculos programados e a perspectiva de público era
muito boa.
E chegou a primeira noite. Casa cheia. Bilheteria ótima. Um sucesso. Tudo levava a crer. O programa corria
normalmente, várias pessoas no palco em sono profundo, o que é ótimo para o hipnotizador. E eu lá, conduzindo o espetáculo, senhor de meu desempenho. Como
manda a tradição, ao final fomos acordar os participantes, despertando-os de um sono regenerador e agradecendo sua colaboração. Palmas e mais palmas. E eis que
surge o imprevisto. Uma jovem não acorda. Nada grave,
mas o seu pai surge querendo esclarecimento. Disse-lhe
que não haveria problema, que a moça acordaria naturalmente e muito bem. E o tempo passava. Em momentos
assim entendemos a teoria da relatividade. Após cerca
de meia hora, que pareceram horas, a jovem acordou
como eu dissera. Muito bem disposta, alegre e até mesmo
agradecida. Cumprimentei seu pai corroborando minha
assertiva anterior. Ele agradeceu meus cumprimentos e
desempenho, sugerindo entretanto que o espetáculo do
dia seguinte fosse suspenso e saíssemos da cidade. Era
simplesmente o prefeito.
O professor Walmy Wana, o mais jovem hipnotizador
do Brasil, acatou a sugestão, fez as malas e encerrou sua
carreira.
Hermógenes Ladeira, empresário
VIVER Janeiro 18 - 2013
M
MINEIRÃO
Segundo estádio do país a ficar pronto para a Copa
de 2014, Mineirão espera a bola rolar, no dia 3 de
fevereiro, com estrutura de primeiro mundo
ES PEC IAL
ESPORTE
À ESPERA
DO JOGO
MINEIRÃO FOI ENTREGUE À POPULAÇÃO, AGORA É ROLAR
A BOLA, O QUE VAI ACONTECER NO DIA 3 DE FEVEREIRO,
COM A PARTIDA ENTRE ATLÉTICO E CRUZEIRO
CLÁUDIA REZENDE
C
ontagem regressiva. As obras
foram feitas. O Mineirão já
está pronto. O que falta agora
é a bola rolar, o que está bem perto
de acontecer. Torcedores dos dois
maiores clubes do estado, ansiosos
pela estreia de seus times, já podem
começar a contar. No próximo dia 3,
o estádio reabre para seu primeiro
clássico: Atlético e Cruzeiro colocam
a emoção à prova. Para muitos, também será a chance de conferir os novos equipamentos do Mineirão e a
infraestrutura que vai receber os jo128
gos da Copa do Mundo de 2014.
Quem foi à festa de inauguração, no dia 21 de dezembro do ano
passado, teve um aperitivo do novo
Mineirão. O estádio foi reaberto em
cerimônia oficial, com a presença
da presidente Dilma Rousseff (PT),
do governador Antonio Anastasia
(PSDB), do prefeito Marcio Lacerda
(PSB) e dos senadores Aécio Neves
(PSDB) e Zezé Perrella (PSDB), entre
outras autoridades. Depois, veio o
público. Aí, era hora de ver por dentro e por fora como ficou o gigante
da Pampulha. E não foi só isso.
Quem trocou um quilo de alimento por ingresso teve direito a
ver o estádio e, também, a assistir ao
show da banda mineira Jota Quest,
que estreou o espaço para eventos
criado na Esplanada do Mineirão.
Os artistas fizeram homenagem aos
operários que trabalharam na obra,
exibindo vídeo com imagens deles.
Um dos apaixonados por futebol que não quis esperar fevereiro
chegar para conhecer a nova casa
dos times mineiros foi o corretor de
VIVER Janeiro 18 - 2013
Leo Fontes
A CorteForte Maquinas
e Equipamentos está
no mercado para
oferecer equipamentos
adequados á sua
obra, proporcionando
produtividade e redução
de custos.É exclusiva
na linha de Máquinas
Hidráulicas de corte e
dobra de ferro e aço para
serviços pesados.
PRESENTE
NAS PRINCIPAIS
OBRAS DO PAÍS.
zCidade Administrativa MG
z
Ampliação e Reforma do Cais
Comercial do Porto de Vitória/ES
z
Estádio Maracanã
zEstádio Mané Garrincha
imóveis Amauri Modesto Soares, 55 o Mineirão. Não que o jovem, Pedro
anos, que tem longa história com o Henrique Oliveira Sales, 20 anos,
Mineirão. Ele começou a frequen- que trabalha como diretor de detar o estádio quando ainda era me- senvolvimento, não conhecesse o
nino. Ia a quase todos
estádio. Mas a ocaos jogos, porque o pai
sião era especial, pevendia produtos Kidia que o momento
bon na casa. Então,
fosse compartilhado.
ganhava ingressos,
E os dois eram só exNÚMERO
o que era uma festa
pectativa. “Aumentou
para Amauri. Ah, sim,
demais o espaço, está
tudo começou em
com aspecto mais
1967, o Mineirão ainlimpo. Agora tem escâmeras compõem o
da era um bebê, com
tacionamento e mais
dois anos. Amauri viu sistema de segurança, que conforto”, diz Pedro.
tem também 60 homens.
toda a evolução do esEm dias de jogos, o número Amauri espera que
tádio, as muitas fases, pode chegar a 600 homens o estádio passe a ser
as reformas, as granmais seguro, como
em parceria com a PM
des partidas.
nos tempos em que
Na reabertura, o
ia com o pai: “Vinha todo o mundo,
corretor repetiu o gesto feito pelo não tinha essa briga que há hoje, de
pai tantas vezes e levou o filho para um matar o outro”.
zEstádio Mineirão
z
Rótula do Abacaxi ou seja, Via
Expressa, que vai interligar a
BR-324 ao porto de Salvador,
que é considerada um dos
principais investimentos do
Governo Federal no Programa de
Aceleração
do Crescimento, o PAC.
zArco Metropolitano RJ
z
Projeto Salobo Nova Marabá PA.
350
VIVER Janeiro 18 - 2013
LOCAÇÃO DE MÁQUINAS DE
CORTE E DOBRA DE FERRO
E AÇO PARA CONCRETO
ARMADO.
(31) 3229-1716
www.corteforte.com.br
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E S P E C IA L
ESPORTE
Nível - 2 (segundo subsolo)
Vestiários dos atletas, com 2 portões
de acesso separados
DO LADO DE
DENTRO DO
ESTÁDIO
Estúdios de mídia, zona mista e sala
de entrevistas (1 portão de acesso)
Áreas da Fifa
(1 portão de acesso)
Hall vip
(1 portão de acesso)
Áreas de logística
(2 portões)
Área médica
Nível - 1 (primeiro subsolo)
Lanchonetes:
- apoio ao público
- 22 unidades com 40 m2 cada
Lounge vip
Hospitalidade leste
Banheiros públicos acessíveis
e distribuídos uniformemente pelo estádio
Áreas técnicas:
- salas de apoio técnico para
elétrico, ar-condicionado
Lounge vip: 808 m2
- 1.405 assentos reservados
Hospitalidade leste: 1.583 m2
- 2.758 assentos reservados
Hospitalidade oeste: 1.270 m2
- 1.458 assentos reservados
camarotes oeste: 55 m2
- 20 assentos reservados cada
Hospitalidade oeste
Nível - 0 (térreo)
Lanchonetes:
6 unidades de 30 m2 cada
Banheiros públicos
Posto médico:
3 unidades, 1 dedicada ao
público de hospitalidade/vip
Portões de acesso:
8 para hospitalidade
12 para o público geral
2 para mídia
130
Esplanada nível 0
VIVER Janeiro 18 - 2013
Hospitalidade leste
Esplanada nível 1
Nível 1
Lanchonetes: 13 unidades com 40 m2
Banheiros públicos
Centro de Operações do Estádio
Broadcast
Lounge Very Vip: 353 m2 e
210 assentos reservados
Hospitalidade leste: 860 m2
- Camarotes leste: 38 unidades
de 50 m2 e 20 assentos reservados
Hospitalidade oeste: 662 m2
- Camarotes oeste: 36 unidades
de 50 m2 e 18 assentos
Hospitalidade sul:
- restaurante de 1.650 m2
Hospitalidade
oeste
Esplanada nível 0
Portões de acesso:
hospitalidade (8)
Portões de acesso:
público em geral (12)
Lounge vip
Hospitalidade sul
(restaurante)
Nível 2
Lanchonetes:
- 19 unidades de
55 m2 cada uma
Banheiros públicos
flaviovilela
Áreas técnicas
PARABÉNS MINAS GERAIS.
TEMOS MUITO ORGULHO DE TER PARTICIPADO
DAS OBRAS DE MODERNIZAÇÃO DO MINEIRÃO.
A Tenpro prestou consultoria aos projetos de terraplenagem e drenagem da
esplanada do Mineirão e de pavimentação das vias da área externa do Mineirinho.
VIVER Janeiro 18 - 2012
tenpro.com.br
00
E S P E C IA L
ESPORTE
Divulgação
ESPLANADA
do Mineirão
MINEIRÃO
DO LADO DE FORA
QNível 0
19 espaços comerciais, banheiros e
áreas técnicas
QNível 1
5 espaços comerciais, Museu do Futebol, banheiros públicos, áreas de
logística e técnicas, bilheteria e estacionamento com 1.334 vagas para
carros, 61 motos, 67 bicicletas, além
de 46 vagas para portadores de necessidades especiais
QNível 2
28 espaços comerciais, Museu do
Futebol, áreas de logística e técnicas, bilheteria, posto médico, Juizado de Menores, Corpo de Bombeiros.
Estacionamentos para 1.187 carros,
31 motos, 30 bicicletas, 6 vagas
para PNE, 21 para veículos oficiais, 4
para ônibus e 2 para bombeiros
132
NÚMEROS
QCusto
R$ 666,3 milhões
QTotal de lugares
62.160
QTribuna para jornalistas
388 lugares e 160 estações de trabalho
QBanheiros
54 para público geral, 15 na área
de hospitalidade e 10 na parte externa
QÁrea comercial
7.524 m2,
capacidade para 47 lojas
QCamarotes
98 com mais de 2 mil assentos
QPrimeira partida no novo Mineirão
3/2/2013
Atlético-MG e Cruzeiro
O dia da reinauguração do Mineirão foi a ocasião para quem tem
história com a casa matar saudade
e relembrar bons tempos. O professor universitário Raphael Maia, 30
anos, é uma dessas pessoas. Tem é
de sentar num banco ao lado dele
para ouvir tanto caso ligado ao estádio. Para começar, ele é o único da
família que não torce para o Cruzeiro. Isso por causa de um tio. “Quando eu fiz 4 anos, ele (o tio) me deu
uma camisa do Galo e me trouxe ao
campo”, lembra. Depois disso, foi
ao Mineirão praticamente todas as
vezes em que o time jogou. E até já
passou apuros.
“Quase terminei o noivado por
causa disso”, conta Raphael Maia.
Aconteceu há uns três anos, quando
ele e a noiva tinham um compromisso, mas, para ele, mais importante
que ir ao Mineirão, não havia. Por
isso, inventou desculpa e correu
para o estádio. O azar dele foi
VIVER Janeiro 18 - 2013
UM PROJETO INOVADOR
PAR A UM GR ANDE CLÁSSICO
A BCMF Arquitetos tem muito orgulho de assinar
o projeto executivo do Novo Mineirão.
O Mineirão, um dos mais tradicionais estádios de futebol do Brasil, passou por uma
reformulação completa para a Copa do Mundo de 2014. Um projeto com design
marcante da BCMF que irá transformar um ícone de BH em um complexo esportivo
multifuncional e inovador bem no coração da Pampulha. Um novo símbolo para a cidade,
mais uma grande conquista para a BCMF Arquitetos.
www.bcmfarquitetos.com
E S P E C IA L
ESPORTE
tanto que a filmagem da emissora de
televisão o pegou. E adivinha quem
o viu? Sim, a noiva. Foi um quebra-pau, mas, no final, tudo deu certo.
Tanto que, hoje, estão casados.
O professor também tem boas
lembranças de quando era pequenino. Ele costumava chegar mais
cedo e correr para os braços da dona
Leni, que era a responsável por encaminhar os meninos para entrar de
mãos dadas com os jogadores. Raphael conseguia sempre o privilégio.
Entre muitos, já entrou no campo ao
lado dos jogadores Éder Aleixo, Reinaldo Rosa e João leite. Para ir tantas vezes ao Mineirão, ele tinha uma
aliada, uma senhora vizinha de prédio. “Muitas vezes, eu ia escondido
da minha mãe, e essa tia é que me
levava. Minha mãe descobriu isso
há pouco tempo.” Na reestreia da
bola no Mineirão, Raphael quer estar presente, a qualquer custo. “Se
for torcida única (para o Cruzeiro),
vou entrar na Justiça”, adianta.
A reinauguração do Mineirão foi
uma festa prestigiada, com a presença das principais autoridades do
país e do estado – e disputada – cerca de 20 mil torcedores compareceram ao local. Na cerimônia oficial,
as autoridades destacaram a pontualidade na entrega das obras. A
fachada, que é tombada pelo patrimônio público, foi preservada. O
prefeito Marcio Lacerda disse que
o dia 21 de dezembro de 2012 é o
momento mais importante na história do Mineirão, desde 5 de setembro de 1965, quando foi inaugurado.
Na época, o estádio foi apresentado como um dos mais modernos do
mundo. “Quarenta e sete anos depois, temos o Mineirão moderno,
seguro, confortável, que volta a ocupar lugar entre os melhores do mundo.” Segundo ele, a reinauguração
do estádio simboliza um momento
de profunda transformação em Belo
Horizonte, que está em ritmo ace134
Fotos: Divulgação
ARQUIBANCADAS:
capacidade para
60 mil lugares
RESTAURANTE
com vista
panorâmica
lerado por causa das obras da Copa
das Confederações, no ano que vem,
e da Copa do Mundo de 2014.
O ministro dos Esportes, Aldo
Rebelo, fez questão de demonstrar
que tem conhecimento sobre Belo
Horizonte e jogadores que já passaram pelos estádios e times daqui. De
acordo com ele, todos os estádios
são construídos em homenagem
aos atletas e lembrou Dirceu Lopes,
“que ganhou tudo pelo Cruzeiro”, e
Reinaldo, “que exibiu sua arte pelo
Atlético”. Também elogiou o cumprimento dos prazos: “isso nos dá a
convicção de que Minas Gerais não
é responsável apenas pela arte do
barroco, mas também pela arte do
futebol brasileiro”.
Na cerimônia, ex-atletas marcaram presença, como Reinaldo Lima,
ex-jogador e ídolo do Atlético-MG, e
Procópio Cardoso, ex-técnico, Ademir da Guia, Olegário Toloi (Dudu),
Rinaldo Amorim e Dario. “O Mineirão, modernizado, está muito bonito. Dá até vontade de voltar a jogar
futebol. Deve ter uma seleção aí de
veterano e, se tiver, eu vou querer
voltar a pisar a grama do estádio”,
VIVER Janeiro 18 - 2013
afirmou Reinaldo. Ele foi lembrado duas vezes durante os discursos,
pelo ministro Aldo Rebelo e pela
presidente Dilma.
Também estiveram no local ex-atletas uruguaios que jogaram no Mineirão contra a seleção brasileira, dois
dias após a inauguração, em 1965. Um
deles é Hector Silva, para quem o Mineirão ficou “um espetáculo” e “vai fazer bonito na Copa”. Outro uruguaio,
Luís Alberto Varela, compareceu ao
estádio. Todos eles, brasileiros e uruguaios, receberam placa com os dizeres “nosso reconhecimento pelos
serviços prestados ao futebol mundial
e à história deste estádio”.
O governador Antonio Anastasia destacou que a obra do Mineirão
só foi concluída no prazo devido ao
comprometimento de muitos atores, em todas as esferas de poder, e
NÚMERO
60
bares e um restaurante estão
disponíveis para os torcedores.
O restaurante tem visão panorâmica
do gramado e, para assistir aos jogos
no local, será cobrado couvert
também ao esforço dos cerca de 3
mil trabalhadores que atuaram no
local durante os três anos de intervenção. Ele também lembrou que
a constituição da parceria público-privada (PPP) para fazer a obra foi
o que possibilitou a conclusão no
tempo acertado.
Foi Anastasia quem passou a
bola oficial da Copa das Confederações para a presidente Dilma Rousseff assinar. A bola vai integrar o
acervo do Museu Brasileiro do Futebol, uma das novas atrações que haverá no Mineirão. Dilma relembrou
das vezes que foi ao Mineirão, ainda
na sua adolescência. “Ao vê-lo transformado neste megaestádio, vejo a
capacidade de realização dos mineiros e brasileiros. Somos bons dentro
e fora do campo.” Lembrou, ainda,
outras obras em andamento na cidade, como preparação para os eventos
esportivos: o BRT, a Via 710, o Boulevard Arrudas da avenida Teresa Cristina e a concessão do aeroporto de
Confins. “Vamos fazer uma das maiores copas que o mundo já viu. Temos
condições de mostrar a que viemos.”
Outro que marcou presença
na festa foi o empresário Lucas
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Vereza, 25 anos. Ele conta que frequentou muito o Mineirão em 2009
e, agora, depois da obra, pretende
voltar mais ao estádio. “Ficou sensacional!”. Segundo ele, a casa agora tem infraestrutura de qualidade,
boas cadeiras e banheiros confortáveis. “É um programa para curtir o
local. Antes, a atração era apenas o
jogo e, agora, também é o estádio”.
Para o coordenador técnico da
seleção brasileira, Carlos Alberto
Parreira, o Mineirão ficou tão bom
quanto qualquer outro estádio de
futebol internacional. “A gente sentia falta disso: estádios brasileiros
como os da Europa. Está bonito,
moderno, aconchegante, dá segurança, dá conforto, dá visibilidade”.
Depois da festa de inauguração,
o Mineirão foi fechado de novo, até a
reabertura para o clássico Atlético e
Cruzeiro, no dia 3 de fevereiro. Nesse
intervalo, pode ser que ocorra abertura extra, por causa das férias, segundo
Ricardo Barra, presidente do consórcio Minas Arena – responsável pelas
obras e que irá administrar o Mineirão pelos próximos 25 anos. Durante o mês de janeiro, será finalizada a
parte operacional do Mineirão.
Os restaurantes, conforme Ricar-
AMAURI MODESTO, com o filho
Pedro Henrique: frequentador
do Mineirão desde criança
136
Fotos: Pedro Vilela
RAPHAEL MAIA,
que não perde um
jogo do Atlético
NÚMERO
8.130
placas, pinturas e outros
dispositivos integram o
sistema de sinalização, e os
setores foram diferenciados
por cores: laranja, vermelho,
roxo e amarelo
do Barra, terão diversidade maior,
com sanduíches, cachorro-quente,
pipoca, mas será mantida a tradição do tropeiro, ícone gastronômico
do estádio. A segurança será feita de
forma ainda inédita no estado: privada, em parceria com a pública. Uma
novidade é a implantação dos orientadores de público, que ficarão responsáveis por ajudar os torcedores
sobre assentos e outros serviços. E
como ficará a questão dos preços?
Ricardo Barra diz que os valores são
definidos pelos times, não pelo consórcio. “Dos mais de 60 mil lugares,
54.160 estão nas mãos dos clubes.
Quem define os preços são eles. Nós
(Minas Arena) definimos só o preço
da área de hospitalidade.” No entanto, ele acredita que não haverá
aumento grande.
Para um dos membros do consórcio Minas Arena – formado pelas construtoras Hap, Construcap
e Egesa –, Roberto Senna, da Hap,
a obra é um sucesso. Segundo ele,
o público vai se surpreender ainda
mais no dia 3 de fevereiro: “Vamos
esperar o primeiro jogo que eu acho
que será um fenômeno, vai ser fantástico!”
VIVER Janeiro 18 - 2013
BIG
Divulgação
AR Q U I T ET U R A
MARCELO FONTES,
Bruno Campos e
Silvio Todeschi
Os bastidores
do Mineirão
BCMF Arquitetos é
o único escritório do
país que participa
de três megaeventos
esportivos que
vão mudar a
cara do Brasil
138
ANA ELIZABETH DINIZ
E
les foram contemporâneos da
Faculdade de Arquitetura da
UFMG, já admiravam o trabalho um do outro e se formaram na
década de 1990. Trabalharam com
grandes arquitetos e tiveram a mesma formação ideológica e conceitual. Não é difícil imaginar que a
amizade tenha caminhado para a
parceria profissional. Em 2000 nasceu a BCMF Arquitetos formada
por Bruno Campos, Marcelo Fontes
e Silvio Todeschi que, com talento
e criatividade, estão conquistando
espaços inimaginados. O reconhecimento veio logo e pouco tempo
depois de o escritório ser escolhido para fazer os estudos conceituais
VIVER Janeiro 18 - 2013
para a candidatura Rio 2016 (vencendo as quatro cidades concorrentes Chicago, Madri, Rio e Tóquio).
Em 2010, assinaram contrato com o
consórcio Minas-Arena para assumir
o projeto executivo de revitalização
do complexo do Mineirão, tornando-se assim o primeiro escritório de
arquitetura do Brasil a ter participado dos três megaeventos esportivos
que prometem transformar o país:
Pan 2007, Rio 2016 e Copa 2014.
A repaginação do Mineirão foi
um projeto de grande porte, com intervenções em local equivalente a
20 quarteirões, três vezes a do Pan.
“Trabalhamos as áreas externas e internas e projetamos a Esplanada, espaço com 200 mil metros quadrados
construídos, sendo 80 mil de praça
em desníveis, recurso usado para
adaptação à topografia existente. O
restante é de estacionamento coberto, 7 mil metros quadrados de área
comercial, Museu do Futebol, áreas
técnicas e de logística”, diz Bruno.
Silvio Todeschi acrescenta que,
em termos de design, as principais
inovações se deram no redesenho
completo da Esplanada, que passou
a ter nova geometria e a se desdobrar
em diversos níveis, refletindo a assimetria do terreno e de sua topografia. “Esse redesenho foi preciso para
minimizar o impacto da inserção da
imensa área construída ao redor do
estádio, facilitar a acessibilidade por
todos os lados e valorizar a presença
do Mineirão, bem tombado pelo Patrimônio Histórico, na paisagem da
Pampulha.” Além disso, explica, com
a adoção de platôs escalonados em
diversos níveis, conectados por uma
série de rampas, planos inclinados e
escadas em proporção de arquibancada que se acomodam ao entorno,
foi possível também introduzir equipamentos comerciais e de lazer estrategicamente distribuídos em cima da
Esplanada, valorizando o espaço.
O projeto contempla também a
VIVER Janeiro 18 - 2013
relação urbanística do Mineirão. “O
estádio começou a ser planejado na
década de 1940 e ficou pronto em
1965. Sempre fez parte da orla da lagoa da Pampulha. Nossa preocupação inicial foi saber como inserir 200
mil metros quadrados em volta do
estádio de forma que essa intervenção fosse respeitosa, preservasse a
vista, que não virasse obstáculo à vizinhança e permitisse acessibilidade
por todos os lados. Optamos pelos
desníveis”, explica Marcelo.
B runo diz que o Mineirão ficou quase como uma acrópole. “A
topografia é artificial e intencional, para proporcionar movimento,
integrar. Aproximamos as arqui-
Estamos ansiosos
para ver de perto o
funcionamento do
estádio durante os
jogos e eventos”
Bruno Campos
bancadas do gramado. A cobertura ficou mais fechada, o que dá
sensação mais intimista. Um dos
desafios foi intervir em uma estrutura já existente e tombada. Os 88
semipórticos estruturais e a arquibancada superior foram mantidos,
o restante foi completamente destruído. Criamos um projeto de nível internacional, totalmente novo,
que privilegia a segurança, os equipamentos de última geração, espaços multifuncionais.”
É óbvio que qualquer arquiteto ficaria orgulhoso em participar
de um projeto dessa envergadura.
“O Mineirão é um ícone do esporte
e da arquitetura brasileira. O estádio que será usado por milhares de
pessoas tem um lugar especial na
história de Belo Horizonte, além de
estar inserido no contexto da lagoa
da Pampulha, no entorno das obras
projetadas por Oscar Niemeyer, referência fundamental da história da
arquitetura moderna. Assim, para
nós foi uma honra e oportunidade
única trabalhar nesse projeto de requalificação arquitetônica e urbanística”, acentua Bruno.
O trabalho apurado de pesquisa, o acompanhamento da obra,
os detalhes finais, tudo a tempo e
a hora foram recompensados. Bruno se orgulha pelo cumprimento do
cronograma. “Conseguimos entregar, no prazo e com alta qualidade,
essa obra histórica para a cidade e
o país. Foi emocionante estar presente na cerimônia de inauguração
e perceber a reação de todos. Estamos ansiosos para ver de perto o
funcionamento do estádio durante
os jogos e eventos, além das pessoas usufruindo da Esplanada no dia
a dia da cidade.”
Do ponto de vista técnico e programático foram introduzidas diversas inovações para adequar a
reforma aos novos requisitos do Caderno de Encargos da Fifa, à nova
regulamentação expedida pelo Corpo de Bombeiros e à recente Lei
Geral da Copa, normas de acessibilidade. Bem como para potencializar as possibilidades de exploração
comercial e garantir a sustentabilidade econômica do complexo.
Silvio Todeschi lembra que o escritório tem por princípio acompanhar com atenção todo o processo
produtivo. “Não terceirizamos nada
a fim de que os projetos tenham coerência arquitetônica”, diz ele, enquanto mostra o casarão dos anos
1920, no bairro São Pedro, onde uma
equipe flutuante entre 12 e 25 profissionais trabalha literalmente atrás
das moitas de bambu, em um galpão, gestando projetos.
139
PASSEIO
CINEMA
ORIGEM DO CRIME
Exibe filmes que construíram a
imagem do gângster dos anos 1930
no cinema, como Scarface,
de Howard Hawks, e Inimigo Público,
de William A. Wellman.Cine Humberto
Mauro. Até 24/1, a partir das 17h,
entrada gratuita. Informações: (31)
3236-7400
EXPOSIÇÃO
SELEÇÃO DA BIENAL DE SP
Reúne cerca de 270 obras,
de 37 artistas, que fizeram parte
da 30ª Bienal de São Paulo.
Palácio das Artes e Centro de Arte
Contemporânea e Fotografia. De
17/1 a 17/3, entrada gratuita.
Informações: (31) 3236-7400
A FALA DAS ROUPAS
Mostra inaugural do Centro de
Referência da Moda, na rua da Bahia,
conta a história da moda no Brasil.
Centro de Referência da Moda. Até
30/4, entrada gratuita. Informações:
(31) 3277-4384
FESTA
Sétima
arte em
Tiradentes
O
calendário da sétima arte
no Brasil já tem data marcada para começar, com a
Mostra de Cinema de Tiradentes.
De 18 a 26 de janeiro, a cidade histórica recebe mais de 30 mil pes-
soas para prestigiar a produção
audiovisual nacional e internacional. Este ano, a programação
conta com a exibição gratuita de
120 filmes. Na edição de 2013, o
festival presta homenagem à atriz
CAMARIM DE VERÃO
Edição da tradicional festa traz
show da banda Skank. Nutreal
(Nova Lima). 26/1, às 18h, R$ 140
(masculino) e R$ 120 (feminino).
Informações: (31) 3209-0505
Guto Muniz
INFANTIL
A FLORESTA ENCANTADA
Peça da Cia Tríade de Teatro conta
a história de um Lobo Mau que quer
mudar de vida e deixar de ser vilão
dos contos infantis. Teatro João
Ceschiatti. Até 27/1, às 16h, R$ 30.
Informações: (31) 3236-7400
140
VIVER Janeiro 18 - 2013
CULTURAL
CELSO FILHO
MÚSICA
Divulgação
REBELDES
Grupo da novela teen da
Rede Record apresenta Turnê de
Despedida – Rebeldes
para Sempre. Chevrolet Hall. 19/1, às
19h, a partir de R$ 140. Informações:
4003-5588
NALDO
Cantor carioca apresenta show
da Na Veia Tour. Chevrolet Hall. 26/1,
às 23h, a partir de R$ 50.
Informações: 4003-5588
DJ TIESTO
Holandês toca seus grandes
sucessos na capital.
Arena Expominas. 2/2,
a partir de R$ 80. Informações: (31)
3209-0505
TEATRO
Simone Spoladore, exibindo três
produções das quais ela faz parte
do elenco: Nove Crônicas para um
Coração aos Berros , de Gustavo
Galvão; A Memória que me Contam, de Lúcia Murat; e Sudoeste,
de Eduardo Nunes. Além das homenagens, a mostra ainda contará com mesas de debates, júri de
produções, oficinas e palestras.
Programe-se pelo www.mostratiradentes.com.br
Verão cultural em BH
Vai passar janeiro em Belo Horizonte? Não se preocupe com o que
fazer. Apesar de ser um mês mais
calmo, festivais vão agitar os dias
quentes de verão. Em cartaz desde o
dia 3, a Campanha de Popularização
do Teatro e da Dança selecionou
154 espetáculos que fizeram sucesso em 2012 na capital e os exibe a
preços populares. Os valores variam
de 5 a 12 reais e podem ser compraVIVER Janeiro 18 - 2013
dos em pontos do Sinparc, espalhados pela cidade. Mais informações
no www.sinparc.com.br
O Verão Arte Contemporânea
também volta em cena na capital,
com programação até o dia 3 de fevereiro. Com agenda agitada, o festival traz 40 atrações, entre peças
teatrais, shows e exposições, em
29 espaços da cidade. Programe-se
pelo www.veraoarte.com.br
BEIJA-ME ANTES QUE
O MUNDO ACABE
Com direção de Elvécio Guimarães
e trilha sonora de Marcus Viana,
espetáculo faz adaptação do
livro de crônicas As Mentiras que
os Homens Contam, de Luis
Fernando Verissimo. Palácio das
Artes. 30/1, às 21h, R$ 30.
Informações: (31) 3236-7400
PALHAÇOS
Com texto de Timochenko Wehbi,
espetáculo conta o encontro
lúdico de um palhaço e um
espectador. Teatro João Ceschiatti.
Até 27/1, de 5º feira a sábado, às
21h, aos domingos, às 19h, R$ 30.
Informações: (31) 3236-7400
141
MÁRCIA QUEIRÓS
ALESSANDRA VALENTE
Hotéis em São Paulo
Érica Drumond conquista o
mercado do interior paulista. CEO
da Vert Hotéis, a empresária mineira
vai inaugurar em Tatuí, Limeira e
Fernandópolis três hotéis da bandeira Ramada, que ela representa no
Brasil. A empresa de Érica iniciou as
atividades em 2010 e já possui três
unidades da Ramada em operação:
uma em Lagoa Santa (MG) e duas
nas capitais de São Paulo e Rio de
Janeiro. Mas as metas da empresária vão além. A expectativa é de
inaugurar, nos próximos 15 anos, 45
hotéis da marca no país. A Ramada
pertence ao maior grupo hoteleiro
do mundo, a Wyndham. Érica Drumond comemora também a construção do primeiro hotel de marca
própria Vert. Localizado na avenida
Uruguai, no Sion, o E-Suíte terá 80
apartamentos e será um midscale,
com perfil para longa permanência.
A previsão é que seja inaugurado em
janeiro de 2014, antes da Copa do
Mundo.
Tião Mourão
Leo Fontes
Balangandãs
Formada em arquitetura, Flávia
Escalda, 33, trocou os projetos
de edifícios pelos balangandãs.
“Se exerci a arquitetura, foi só
na faculdade. Desde essa época,
gostava mesmo é de joias.
Como não havia curso específico
em Minas, fiz moda até ir
para Florença estudar
desenho de joias”, conta.
Depois disso, ninguém
segurou a moça, dona
da Escalda Design.
Ela lança a quarta coleção,
inspirada na arte asteca.
142
VIVER Janeiro 18 - 2013
No Patuscada,
os melhores ingredientes
fazem os mais saborosos
pratos.
Leo Fontes
Com endereço fixo na Barra da Tijuca, no Rio,
a atriz mineira Priscila Spinelli, 28, está de
passagem por Belo Horizonte. Até fevereiro,
ela interpreta a personagem Fabíola na peça
Dois Casais em Maus Lençóis, em cartaz na
Campanha de Popularização, nos teatros da
Biblioteca Pública e do Colégio Arnaldo. “Tenho
veia cômica desde criança. Acho fácil fazer as
pessoas rirem comigo e de mim”, conta a moça,
que já tem no currículo outras produções de
comédia. O riso também já rendeu frutos no
Rio, onde Priscila fez participações cômicas
nas novelas globais Morde e Assopra e Amor,
Eterno Amor. “Conversei com os produtores de
elenco e, no dia seguinte, eles me chamaram”,
comemora. Além de batalhar mais participações
na televisão, outro projeto em terras cariocas é
a montagem da comédia Programa de Auditório.
“Estou em busca de patrocínio”, avisa.
VIVER Janeiro 18 - 2013
MONDODESIGN | MargaretMarinho . Foto André Shirm
Aposta no riso
Av. Bernardo Monteiro, 1548
Funcionários BH
Reservas 31-32139296
Serviço de manobrista
www.patuscada.com.br
Pedro Vilela
Missão cumprida
Superintendente da Fundação Sidertube, Alberto Camisassa
começa 2013 realizado e com o pé direito. Há sete anos,
ele trabalha no projeto de reforma do antigo Cine Theatro
Brasil, na praça 7, que, em setembro, passa a abrigar a V&M
Brasil Centro de Cultura. O espaço será inaugurado com a
exposição Guerra e Paz, de Portinari, obra máxima de um
dos mais importantes pintores brasileiros. “Pensávamos
em fazer um show, mas depois veio a ideia da exposição,
que ficará em cartaz 60 dias. É um orgulho, a sensação de
realização é grande”, declara. Os painéis foram expostos
no ano passado, em São Paulo, onde foram visitados por 2
mil pessoas. Em BH, será última chance de o público vê-los
antes de a obra partir para itinerância internacional.
Lições de
sustentabilidade
Pesquisador associado da Fundação Dom
Cabral, Lucas Amaral, 24, foi o único mineiro
da comitiva de mestrandos que embarcou no
final do ano passado para Moçambique, onde
passou 20 dias. Aluno do curso de mestrado
em Práticas em Desenvolvimento Sustentável
da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, ele e mais 16 colegas colocaram em
prática, no país africano, o que aprenderam na
pós-graduação. “Valeu a pena conhecer uma
realidade diferente. Ficamos em campus rural,
onde as comunidades próximas não tinham
sequer água encanada”, conta Lucas.
144
Muso do teatro
O ator e músico belo-horizontino Alysson Salvador foi
eleito pelo site R7, da Rede Record, o muso do teatro
brasileiro. Entre os
Leo Fontes
concorrentes, estavam
bonitões e veteranos
da dramaturgia, como
Thiago Lacerda. Tudo
aconteceu depois de
Alysson atuar por 20 dias
no Sesc Pompeia, em São
Paulo, na peça Zumbi,
dirigida por João das
Neves. A temporada
foi suficiente para
chamar a atenção do
crítico Miguel Arcanjo
Prado, que o indicou
para a disputa. Alysson
foi eleito muso com quase
2 mil votos e, depois
da glória, está
de volta aos
palcos de BH,
na Campanha de
Popularização do Teatro
e da Dança.
VIVER Janeiro 18 - 2013
Sozinho, por enquanto
Divulgação
Ao contrário da maioria dos modelos que iniciam carreira
no eixo Rio-São Paulo, o capixaba Alexandre Bonadiman,
24, deu os primeiros passos em Belo Horizonte. “Há 14
anos enceno a paixão de Cristo na minha cidade, Jaguaré
(ES). Neste ano chamei a atenção de uma olheira, que me
orientou para ser modelo e ator”, diz. O rapaz enviou fotos
para cinco agências e a primeira a chamá-lo foi a Ford,
de BH. Depois de desfilar em eventos, como o Proação
Fashion Day, passou em testes para TV e campanhas
publicitárias. “Minas me trouxe aprendizado.” Com 1,81
metro e 79 quilos, o rapaz de olhos azuis afirma estar
sozinho e, pelo jeito, pretendentes devem esperar. “Estou
solteiro, focado na carreira, hoje a coisa mais bacana na
minha vida”, avisa.
VIVER Janeiro 18 - 2013
Bate-papo com
Olavo Machado
POR MÁRCIA QUEIRÓS
Petrônio Amaral
Foco no
trabalho
“Indústria que não nasce para
crescer nasce para morrer”.
Essa é uma das máximas
seguidas pelo presidente da
Federação das Indústrias
de Minas Gerais (Fiemg),
Olavo Machado, que será o
primeiro palestrante do ano
do Conexão Empresarial,
evento realizado pelo grupo
VB Comunicação, no dia 4 de
fevereiro. Há quase três anos
à frente da entidade, ele diz
focar as ações na valorização
do mercado, criando
condições para desoneração
dos empresários, crescimento
das empresas e geração
de empregos. Com apoio
explícito de empresários
para que continue no cargo
(a escolha do próximo
presidente será em dezembro
deste ano), ele prefere não
falar em sucessão, agora, e
se concentrar no trabalho.
Machado discorreu sobre
a experiência na Fiemg, as
expectativas para 2013 e os
desafios do setor. Confira.
146
A última eleição para presidência da
Fiemg teve chapa única. Acredita
que isso se repetirá em 2013?
A eleição para nova presidência
será em dezembro. Não está na
hora desse assunto. Senão, irei
falar o ano inteiro em sucessão.
Acredito que setembro é o
melhor momento para começar.
Vou lutar pela chapa única, no
momento correto. O candidato
poderá ser eu ou não. Os
empresários é que irão definir.
Luto para que seja chapa única,
para que não haja dispersão
entre a classe. Na verdade, as
propostas dos empresários são as
mesmas, a maneira de fazer que
é diferente.
Qual é ênfase da sua gestão?
Minha gestão é toda focada
na valorização do mercado
da indústria mineira, criando
condições para que as empresas
possam crescer, gerando
mais empregos. Outro foco é
proporcionar condições para as
pequenas indústrias. Indústria que
não nasce para crescer, nasce para
morrer. Neste ano, continuaremos
a incentivar eventos de diferentes
setores, como o Minas Trend
Preview. O setor de confecção é
muito importante, sobretudo pela
geração de empregos.
Qual a avaliação que o senhor faz do
setor industrial em 2012?
Foi um ano difícil, mas, por outro
lado, em 2012, foram criadas
condições para que a indústria
possa ocupar espaço maior. A
presidente Dilma Rousseff e o
governador de Minas, Antonio
Anastasia, implementaram
políticas que irão valorizar, ao
longo de 2013, o trabalho das
indústrias.
Quais foram as principais medidas?
Os juros caíram em 2012, mas
os efeitos serão sentidos ao
longo deste ano, assim como os
resultados das medidas para a
desoneração da folha e da queda
na conta da energia. A guerra
dos portos também irá acabar.
Acredito que o primeiro trimestre
será sem muitas novidades, mas
o crescimento da indústria, em
função dessas medidas, será
sentido ao longo do ano.
Quanto à economia internacional,
quais as suas expectativas?
Espero que as medidas tomadas
nos EUA e na Europa sejam
eficazes para estimular a
economia. Mas, por outro lado,
nós, brasileiros, precisamos ter
mais competência e aproveitar o
momento para agregar mais valor
aos nossos produtos.
Qual o principal gargalo do setor?
A falta de capital de giro.
Competimos com empresas
internacionais que têm mais
acesso ao capital.
O setor de tecnologia avançou?
Estamos aparelhando o Centro
Tecnológico de Minas Gerais
(Cetec).Neste ano, também
sentiremos os efeitos dos
investimentos do centro
tecnológico, que, com suas
pesquisas, irá apoiar a indústria
mineira.
VIVER Janeiro 18 - 2013
O quê 6Mérito
Municipal
Onde 6Minascentro
Personalidades e instituições foram homenageadas pela Câmara Municipal
de Belo Horizonte com o Grande Colar do Mérito Legislativo. Foram
agraciadas 99 pessoas e entidades de diferentes áreas de atuação por
suas contribuições à cidade em 2012. Em sua 10ª edição, a homenagem
teve como patrono o ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente da
República, Itamar Franco. A solenidade teve como orador oficial o exdeputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). Fotos: Tião Mourão
6 Flávio Nunes, Décio Freire
e Rodrigo Freire
6 Luis Tibé, Miguel Correa Júnior, José Rafael Guerra,
Andréa Tonet e Arlindo Porto
6 Carlos Mário da Silva Velloso
e Décio Freire
6 José Saad Duailibi,
Simone Demolinari e Fernando Vignoli
6 Sílvia Helena, o homenageado
Décio Freire e Léo Burguês
6 PCO, Luis Tibé, Gustavo Cesar
de Oliveira e Marcílio Soares
6 Luiz Michalick, Marcílio Soares
e Igor Tameirão
6 Carlos Mário da Silva Velloso
e Yara Tupynambá
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Paulo Solmucci, Sérgio Bruno Zech Coelho
e Pelé do Vôlei
6Vereadora Sílvia Helena e o
agraciado Gustavo Cesar de Oliveira
6 Vitor Xavier, Léo Burguês e
Flávio Dayrell Pentagna Guimarães
6 O presidente da Câmara, Léo Burguês,
exibe a placa em homenagem a Itamar
Franco e Bruno Siqueira
6 Carlos Mário da Silva Velloso
e Yara Tupynambá
147
O quê 6 A volta do
Mineirão
Onde 6Pampulha
Com o grito de guerra “Ô o Mineirão voltou” ecoando além das
montanhas, foi reinaugurado o estádio Governador Magalhães Pinto,
o Mineirão. A festa no estádio, um dos mais modernos do mundo,
contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, que chegou
acompanhada do governador Antonio Anastasia e de autoridades. O jogo
de reinauguração será no dia 3 de fevereiro, com o clássico Atlético e
Cruzeiro, válido para o Campeonato Mineiro. Fotos: Tião Mourão
6 Vice-governador Alberto Pinto Coelho, ministro
Fernando Pimentel, Antonio Anastasia e Dilma
Rousseff
6 Prefeito Marcio Lacerda, governador Antonio Anastasia,
presidente Dilma Rousseff e o ministro Aldo Rebelo
6 Ministra Helena Chagas e o presidente
da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro
6 Sob os olhares do governador Anastasia, a
presidente Dilma Rousseff autografa a bola da
Copa das Confederações
6 Tiago Lacerda, da Secopa, vereador
Leo Burguês e o presidente do consórcio
Minas Arena, Ricardo Barra
6 Antonio Anastasia, Dilma Rousseff
e Aldo Rebelo
6 Arlindo Porto, Alexandre da Silveira, Danilo de
Castro, Carlos Antônio Arantes e José Élcio Montese
6 Gil Pereira, João Vitor Xavier e Rubens Lessa
6 Rubens Lessa e José Élcio Montese
6 Rodolfo Torres, João Carlos Ferraz, Gilberto
Ramos e Leonardo Colombini
148
6 PCO e Olavo Machado
6 Alberto Pinto Coelho e Alexandre Pinto Coelho
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 PCO, Roberto Senna, Jô Moraes,
Aldo Rebelo e Fábio Ramalho
6 Gilvan de Pinho Tavares e
Bonifácio Mourão
6 Carlin Moura e Eros Biondini
6 Gil Pereira e Guilherme Pereira
6 Manuela e Tiago Lacerda, Regina
Lacerda, Délio Malheiros e Maria Luiza
6 Angela Gutierrez e Regina Lacerda
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Carlos Rubens Doné
e Luiz Carlos Costa
O quê 6Festa
Onde 6Na Mata Café
O Clube de Permuta reuniu associados e convidados para festa de
confraternização de fim de ano e para brindar o sucesso de seus negócios
em 2012. As perspectivas para 2013 são ainda melhores. A expectativa
é de que gere, entre seus associados, negócios de 20 milhões de reais. O
objetivo é a troca de produtos e serviços sem utilização de dinheiro. As
transações são realizadas com a moeda interna do Clube, o Permutz, que
tem equiparação monetária com o real. Fotos: Tião Mourão
6 Marcos Calmon, Leonardo e
Juliana Speziali
6 Eduardo Martins, Agilberto Costa e Leonardo Bortoletto, diretor
da Web Consult e um dos idealizadores do Clube de Permuta
6 Daniele e Reinaldo Magalhães,
André Paiva e Macilene Moreira
6 Antônio Baltazar, Estefânia Meireles,
Bruno Baltazar, Jairo e Ana Flávia Lopes
6 Luiza Lanna, PCO,
Alexandre e Vera Davis
6 Paulo Cesar Alkimim de Oliveira, diretor do Clube
de Permuta, Fernanda Corrêa, Adriana Lanna Valle
e Rogério Bechelani
6 Marcos e Alessandra Muniz, Leonardo
Bortoletto, Pedro e Cláudia Nogueira Castro
6 Alexandre Tibúrcio e
João Vicente da Conceição
150
6 Rachel Mesquita, René Salviano,
Karina Magalhães e Rodrigo de Freitas
6 René Salviano, Rachel Mesquita
e Antônio Bortoletto
6 Rodrigo Freitas, Ana Miranda,
Carol e Elizabeth Bortoletto
6 Leonardo Speziali, Marcos
Rocha e Rodrigo Godoy
6 Fabiana Buchesi
e Igor Marfará
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Isabela e Gustavo Portes,
Lúcia e Vitor Correa
6 Márcio Ladeira, Daniela Laborne Katz,
Daniel Katz e Paulo Cesar Alkimim de Oliveira
6 Divaldo Bortoletto, Liége Camargos
e Leonardo Bortoletto
6 Leandro Costa,
Daniela e Daniel Katz
6 Rodrigo Freitas, Pedro Martins da Costa,
João Emílio e Leonardo Bortoletto
O quê 6Casamento
Onde 6São Paulo
Mineiros desembarcaram em São Paulo para o casamento de Marina
Lanna Pinto (vestindo Glória Coelho) com Ademir Gartner. Um verdadeiro
dream team esteve à frente da organização da festa, na Galeria da Wilma
Eid, Estação São Paulo. O menu foi assinado pela mãe da noiva, Mazzô
França Pinto, da Cozinha da Mazzô. Produção e decoração foram de Fábio
Mariutti e Vic Meirelles. Henrique Secchi, da B Produções, animou a pista e
Mariana Carvalho cuidou do cerimonial. Fotos: Jade Stickel
6 Marina e as amigas
norte-americanas
6 Marina Lanna e Ademir Gartner
6 Ana Luiza Trivelato, Dorita Freitas Castro,
a noiva Marina, Lulu Harmendani e Lúcia Trivelato
6 Ademir e Marina, Ana França Pinto, Pichita
Lanna e Mazzô França Pinto
6 Eliana Marques Lisboa,
Ângela Rosa e Mazzô França Pinto
152
6 Mazzô França Pinto, Marcelo Vito,
Luiza Machado e Glória Lanna
6 Marina e seu pai
Miguel França Pinto
6 Júlia Lanna, Paula Lanna
e Marina França Pinto
6 Johanna Anastasia Cardoso, Kiki Scarioli,
Carol Marques Lanna e Ana Maria França Pinto
6Marina, Mazzô, Miguel e
Ana França Pinto
VIVER Janeiro 18 - 2013
O quê 6Expansão do
Biocor
Onde 6Vila da Serra
Referência no Brasil e no exterior, o Biocor Instituto concluiu seu mais
recente projeto de expansão e inaugurou 120 novas suítes e mais de 100
apartamentos e suítes modernizados. As novas e modernas instalações
fazem parte do projeto estratégico de ampliação e reestruturação do hospital
junto aos investimentos em novas tecnologias: tomografia computadorizada
3D, hemodinâmica, sistemas de ecocardiografia, sistema de imagenologia
digital, entre outros. Fotos: Tião Mourão e Fernando Machado
6 O diretor presidente do Biocor Instituto, Mario
Vrandecic
6 Vitor Penido, Erika Vrandecic,
Mario Vrandecic e José Rafael Guerra
6 Mario Vrandecic, Bayard Gontijo
e Arthur Paixão
6 Ektor Vrandecic, Erika Vrandecic,
Heloisa e Mario Vrandecic
6 Vitor Penido, Erika Vrandecic, Mario Vrandecic,
José Rafael Guerra e Paulo Lamac
6 Mario Vrandecic e
Carlos Corradi
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Heloisa Vrandecic, Erika Vrandecic, Mario
Vrandecic, Paulo Lamac e Márcio Flávio Barbosa
6 Mario Vrandecic e equipe de enfermagem do Biocor Instituto
6 Heloisa Vrandecic, Mario Vrandecic, José Rafael
Guerra e Nélio Aurélio de Souza
6 Luiz Antônio Senna de Lima, Pedro Donnard,
Mauro Prosdóscimo e Mario Vrandecic
6 Lia Sandoval, Juan Sandoval
e Mario Vrandecic
153
O quê 6Coquetel
Onde 6Savassi
Em clima de grande expectativa entre os convidados aficionados pelo
novo gadget da Apple, a Claro em Minas promoveu concorrido coquetel
para o lançamento do iPhone 5, marcado para a meia-noite do dia 14 de
dezembro. Nas primeiras horas do início oficial das vendas, os clientes
fizeram fila na porta da loja e todo o estoque já tinha sido vendido. O novo
smartphone será comercializado nas versões 16GB, 32GB e 64GB, que
estarão à venda nas lojas da operadora no país. Fotos: Tião Mourão
6 Carolina Mattos, Gabriel
Guimarães e Valeska Oliveira
6 Gabriel Mendes, Gabriel Guimarães, Marco Túlio e Ângela Lara
6 Hugo Labbate e Maysa Valadares
6 O gerente geral da Claro em Minas, Gabriel
Mendes, Cris Guerra, Carol Rache e Carolina Mattos
6 Gabriel Mendes, Rodrigo
Ferraz e Gabriel Guimarães
154
6 Graziele Fonseca, Leandro Figueiredo,
Giba Andrade e Gabriel Mendes
6 Carolina Rache, Carolina
Mattos e Gabriel Guimarães
6 Carlos Altiman e Luiz Cláudio Miranda
VIVER Janeiro 18 - 2013
O quê 6Festa
Onde 6Bairro da Serra
6 José Antônio Marfará, Thiago
Porto e Amália Madonado
6 Hudson e Suzana Barbosa, Jurandir e Luciana
dos Santos Alves Silva, Lúcia e Leonardo Xavier
6 Regina e José Antônio Marfará, Amália Maldonado,
Thiago Porto, Fabiana Bucheni e Igor Marfará
O quê 6Lançamento
de livro
Onde 6Sede da Fiemg
6 José Luiz Aguiar, José Fernando
Coura e Ricardo Antônio Pereira da Silva
6 Graziele Vilela, Geórgia
Caetani e Helena Perez
VIVER Janeiro 18 - 2013
A Marfará Empreendimentos, do Grupo Marfará, liderado por José
Antônio Marfará, reuniu clientes, fornecedores, amigos e toda equipe
para animada festa de confraternização no Villa Rizza Bar e Música
e brindar o sucesso de seus negócios no ano que passou. A empresa
de incorporação e construção de empreendimentos residenciais e
comerciais também atua na execução de projetos de restauração e
urbanísticos de prédios de centros históricos. Fotos: Tião Mourão
6 José Antônio, Igor Marfará, Marcos
e Raquel Fernandes
6 Fabiana Bucheni, Igor
Marfará e Hevelyne Buzatti
6 Cristiane, Eduardo Martineli Costa,
Marcos e Raquel Fernandes
A trajetória da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto
(Ufop), que em 2012 comemorou 136 anos de fundação, está contada
no livro A história da Escola de Minas 1876-2012 (editora Legraphar).
Com prefácio de Mauro Werkema e textos assinados por pessoas ligadas
à instituição, o livro foi lançado com palestra do diretor da escola, José
Geraldo Arantes de Azevedo Brito. Ilustrado por mais de 400 fotografias,
o livro traz lista com nomes de ex-alunos. Fotos: Tião Mourão
6 Olavo Machado Júnior, José Fernando Coura,
Gabriel Guimarães e Antônio Padovezi
6 J.D.Vital e Roque Camilo
6 Paulino Cícero de Vasconcellos,
6 Vanessa Peixoto e Liliane Carrieri José Fernando Coura e Celso Castilho
155
O quê 6Documentário
Onde 6Sede da Fiemg
6 Hiram Firmino, Antônio Rocha, José Fernando
Coura, Sérgio Santos e Elzoires Freitas
6 Delano Ulhoa, José Mendes,
Antônio Rocha e Rose Castro
6 Mônica Garcia, Liliane Carrieri,
Guilherme Carvalho e Edilene de Araújo
6 Willer Pós, Paulino Cícero de
Vasconcellos e Marcelo Nascife
O quê 6Jantar
Onde 6La Pizzeria 68
6 Guilherme Lourenço, Luiz Gustavo Miranda,
Ivan Muls, Alexandre Mello e Linda Abreu
Documentário sobre Augusto Trajano de Azevedo Antunes, que recupera
imagens históricas da Amazônia dos anos 1950, foi exibido pela primeira vez
na capital mineira. Morto em 1996, dr. Antunes foi fundador e comandante
do Grupo Cemi. Pioneiro na adoção da sustentabilidade na indústria, ele
criou uma cidade no meio da floresta amazônia para seus funcionários.
Dirigido por Sérgio Santos, o filme é fruto de um trabalho de compilação de
documentos, fotografias e depoimentos. Fotos: Tião Mourão
6 Antônio Padovesi, José Fernando Coura,
o presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro,
e Celso Dias
Empresários integrantes da Eurocâmara Minas Gerais, entre eles
representantes das câmaras de comércio da França, Itália e Portugal,
reuniram-se para jantar de confraternização de fim de ano. Regada
a massas e vinhos, a noite teve como anfitrião o empresário lusobrasileiro Fernando Dias, presidente da Eurocâmara e da Master Turismo.
Convidados participaram de sorteio de brindes, acompanhados de kits de
revistas editadas pela da VB Comunicação. Fotos: Tião Mourão
6 Márcia Queirós, Pierre Dussaud,
Jussara Machado e Fernando Dias
6 Geraldo Moura Tavares, Márcia
Queirós e Marcos Nogueira
6 André Bandeira,
Marcos Nogueira,
Geraldo Tavares e
Fernando Dias
6 Fernando Dias, Maria Victória
Capelão, Fernanda e Armando Baeta
156
VIVER Janeiro 18 - 2013
O quê 6Aniversário
Onde 6 Lourdes
O diretor geral da Band Minas, José Saad Duailibi, que em pouco tempo
conquistou os mineiros com sua simpatia, recebeu convidados no
restaurante O Dádiva para festejar seu aniversário. O tom de humor da
noite prestigiada ficou por conta do comediante Christian Pior, do Pânico
na TV ,que não perdoou os convidados com sua irreverência. O anfitrião
recebia ao lado de sua mãe, a diretora internacional da Band, Maria Leonor
Saad (Nonô), e da namorada Simone Demolinari. Fotos: Uarlen Valério
6 Paulo Roberto Brandão, Ricardo
Guimarães e Aquiles Leonardo Diniz
6 Maria Leonor Saad (Nonô), José Saad Duailibi e governador Antonio Anastasia
6 Lúcio Costa e Humberto Alves Pereira
6 Adriano Buldrini, prefeito Marcio Lacerda, PCO,
Carlos Carneiro Costa e Lúcio Costa
6 Régis Souto, Helvécio Flores, Roberto Hilton e
Paulo André Nacife
6 Clíssia e Matheus Cotta de Carvalho
6 Luiza Lanna, Carolina Vaz,
Aline Lara e Dária Mineiro
6 Lúcio Costa, governador Antonio Anastasia,
Humberto Alves Pereira e prefeito Marcio Lacerda
6 Rodrigo Godoy, Henrique Massa e Amaro Neto
6 Lázaro Luiz Gonzaga e governador
Antonio Anastasia
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Prefeito Marcio Lacerda, governador Antonio
Anastasia, Simone Demolinari e José Saad Duailibi
6 Celso Picchioni, Wagner Espanha,
Paulo Assunção e Eduardo Mineiro
157
O quê 6Cosmopolitah!
Onde 6Na Mata Café
6 Natália Mavignier, Raquel
Godoy e Daniella Salum
6 Marcelo Henrique, André Andrade,
Leonardo Belmani e Estevão Nejm
6 Nadim e Renata Donato
Sucesso desde seu lançamento, a festa itinerante Cosmopolitah!
voltou a agitar Belo Horizonte. Em sua terceira edição, o evento
homenageou o artista e designer Andy Warhol. A festa contou com
apresentações da banda Big Me e do DJ Expeto. Houve ainda sorteio
de um painel da atriz Marilyn Monroe pintado ao vivo no local pelo
artista plástico Vinicius Póvoa e inspirado no famoso retrato da atriz
pelo ícone da pop art. Fotos: Uarlen Valério
6 Osvaldo Barros e
Maria Auxiliadora Bahia
O quê 6Corrida
Onde 6Pampulha
6 Vinicius Povóa
6 Flávio Herculano
e Hélder Mendonça
6 Paulo Nunes, Rodrigo Godoy, Denise
Araújo, Mark Paladino e Adriana Borgatti
Cerca de 14 mil corredores participaram da 14ª Volta Internacional da
Pampulha, com percurso de 17,8 km. O mineiro Giovani dos Santos, de
Natércia, sul do estado, sagrou-se campeão, passando o etíope Chala
Debele, que ficou com a segunda colocação. No feminino, a vencedora
foi Maurine Jelçagat Kipchumba. A corrida é uma das mais famosas do
Brasil e é válida pela Liga de Ouro Brasil de Corrida de Ouro. A realização
e organização é da Rede Globo e Yescom. Fotos: Divulgação
6 Gabriela Barcelar, Cristina Brotel e
Thais Rodrigues de Melo Franco
6 Premiação masculina
6 Premiação feminina
6 Sílvia Mattos, diretora comercial da
Globo Minas, Carol e Cristiane Brum
6 Christie Bonfim Meira Cunha, Henrique Câmara
Azevedo, Sílvia Mattos e Cláudio Marcassa
158
6 Régis Souto, Sílvia Mattos, prefeito Marcio
Lacerda e José Amaro
6 Helton Freitas, Sílvia Mattos,
e Marcelo Coury Abraão
VIVER Janeiro 18 - 2013
O quê 6Réveillon
do Copa
Onde 6Rio de Janeiro
Celebridades, vips e convidados participaram do tradicional réveillon do
Copacabana Palace, que rompeu 2013 de cara nova. Com vista privilegiada
da queima de fogos na orla, a festa ocupou os salões Nobre, Golden e os
Frontais. O chef executivo Francesco Carli elaborou o bufê do restaurante
Pérgula e o chef Nicola Finamore o menu degustação no recém-reformado
Cipriani, ao som do pianista Klinger Vieira. Já a área da piscina se
transformou em animadíssima pista de dança. Fotos: Paulo Jabur
6 Guilherme Sampaio Ferraz, Cláudia Fialho,
Gilda e Eduardo Sardinha
6 Maria Pia Marcondes Ferraz
e Sílvia Amélia de Waldner
6 Andréa Natal e o filho
Louis e Rodrigo Lovatti
6 Cristine e o prefeito Eduardo Paes
6 Cláudia Fialho e Andréa Natal
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Andréa Natal e Yasmin Brunet
6 Fernanda Machado
6Flávia Alessandra com a filha Olívia e Mariana Rios
6 Nívea Stelman
159
O quê 6Virada
do ano
Onde 6Juiz de Fora
Foi deslumbrante a festa de boas-vindas a 2013 orquestrada pelo
colunista Cesar Romero (Tribuna de Minas), Simone Fernandes (Casa
Cheia Produções) e João Matos (Fátima Buffet), no Premier Parc
Hotel. Noite de prestígio e alto astral dos convidados, com bonita
decoração e serviço de alto padrão. Logo após o espetáculo pirotécnico, a
banda Barrados no Baile abriu a pista de dança ao som de Dancing Days e
a festa se estendeu até às 5 horas da manhã. Fotos: Andréa Ottoni
6 João Matos e Simone Fernandes
6 Cesar Romero, o deputado federal Marcus Pestana,
o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira e Daniele
6 Cesar Romero, Vânia de Landa
e sua mãe Terezinha de Landa
6 Gabriel Siqueira, Marcos Lúcio e Maria Lúcia
Siqueira, Luiza Siqueira e André Calil
6 Cibeli e Marcelo Félix
160
6 Homero Gonçalves Neto
e Wanessa Barbosa
6 Eduardo Benjamin dos Santos e
Luciana Bellini, Nice e Camilo dos Santos
6 Daniela Falce e André Gamonal
VIVER Janeiro 18 - 2013
O quê 6Réveillon
particular
Onde 6Belvedere
A médica e executiva Kazue Higashi e o empresário Carlos Lima abriram
sua bela cobertura para brindar com familiares e amigos a chegada de
2013. Festa alinhada, com bufê do Pichita Lanna, supervisionado por
Cantídio Lanna, e uma caprichada set list de músicas, criada pelo anfitrião
para animar a noite. Para alegria de Kazuê, de Manaus, vieram
especialmente para a festa seus pais Hiroyuiki e Masae Higashi e o irmão
Ken Higashi. Fotos: J. Urias
6 Diego Lima, Ronaldo Lima
e Carlos Lima
6 Hiroyuiki Higashi e Masae, Kazue Higashi,
Ken Higashi e Sumie Murakami
6 Ana Maria Vassali, Maria
Giovana Vassali e Luiza Lanna
6 Carlos Lima, Carolina e Marcelo Carvalho,
Kazue Higashi
6 Carlos Lima, Johana e Tomaz Anastasia
Rebelo Horta e Kazue Higashi
6 Kazue Higashi e Carlos Lima
com os filhos Kenzo e Yuji
6 Nino Vassali e Ana Maria, Maria Giovana
Vassali, Chiara Balestri e Francesco Vassali
6 PCO, Carlos Lima e Nino Vassali
VIVER Janeiro 18 - 2013
6 Mônica Sant’Anna, Thomaz Anastasia Rebelo
Horta e Rosana Lima
6 Luciane e Bret Denrod, Jacqueline e
Nando Amador
6 Lucas Gontijo, Juliana
Azeredo e Simão Fonseca
6 Luiza Lanna com a
neta Helena Anastasia
Rebelo Horta
6 Gustavo Miranda, Juliana e
Alderige Maldonado
161
Carlos Lindenberg
Valério ameaçou e Lula
pagou pra ver. E agora?
Se o procurador geral da República, Roberto Gurgel,
resolver mesmo, como informa o Estadão, mandar investigar o ex-presidente Lula, o empresário Marcos Valério
terá criado o fato político que ameaçou, em setembro,
e ao mesmo tempo terá ido à forra, vingando-se do que
considera uma desídia do PT, que o teria abandonado
durante o julgamento do mensalão. Marcos Valério foi
condenado a mais de 40 anos de prisão porque o Supremo Tribunal Federal o considerou o principal idealizador
e operador do mensalão. No princípio de setembro do
ano passado, eu estive pessoalmente com Marcos Valério,
em seu despojado escritório da rua Alagoas, em Belo Horizonte. O julgamento estava em andamento, ele já havia
tomado mais de 12 anos de prisão e se mostrava calmo,
mas revoltado. Uma semana antes, dera uma entrevista à
revista Veja ameaçando envolver o ex-presidente Lula no
Mas, de qualquer forma, o
fato político ameaçado por
Marcos Valério está criado.
Lula será investigado. Se
tem culpa no cartório
ou não é outra coisa
processo, numa espécie de recado para o alto, tipo, “não
me deixem só”.
Marcos Valério avançou nos recados. Em conversa
com amigos que o visitavam, falou alto que não pagaria
sozinho a conta do mensalão, que estava sendo abandonado pelo PT, que havia mais gente envolvida no processo e que já estava pagando além do que devia. Certo de
sua condenação, comentou que estava abandonando a
família para que não o vissem sair de casa algemado e
que não passaria o resto de sua vida na prisão. Foi quando mencionou pela primeira vez a ideia de que estava
disposto a falar muito mais do que havia falado em seus
depoimentos, tanto à Polícia Federal quanto à CPI do
Mensalão, desde que sua pena pudesse ser reduzida – a
chamada delação premiada.
162
O procurador geral da República deve ter se sensibilizado com a proposta de Marcos Valério, mais do que o
PT. Enquanto o partido e seus dirigentes, para não dizer,
o próprio ex-presidente Lula, não tomaram conhecimento da generosa oferta de Marcos Valério, o procurador
Roberto Gurgel pareceu seduzido pela proposta e tomou
a termo as supostas novas acusações de Marcos Valério,
não sem antes advertir que o ofertante era um jogador e
que era preciso tomar cautela diante do que ele prometia
falar. Gurgel, no entanto, jogou melhor.
Ouviu Marcos Valério dizer, ainda durante o julgamento, que pagou despesas pessoais de Lula com o
dinheiro do mensalão – fato, aliás, não confirmado pelo
delegado federal que investigou o esquema, ouvido pelo
lobo – menosprezou de público as novas declarações de
Valério, mas deixou vazá-las para o Estadão e agora, pelo
mesmo jornal, avisa, como quem não quer nada, que vai
mandar o Ministério Público apurar as supostamente
novas denúncias de Marcos Valério. Como Lula não tem
mais a prerrogativa do foro privilegiado, ele deverá ser
ouvido por um promotor de Justiça e o processo, se for
aberto, correrá na primeira instância – embora o promotor federal que o examinar poderá também mandar
arquivá-lo, se considerar que não há provas suficientes
para tocar o caso adiante.
Mas, de qualquer forma, o fato político ameaçado por
Marcos Valério está criado. Lula será investigado. Se tem
culpa no cartório ou não é outra coisa. É uma faca de dois
legumes, como diria um antigo dirigente do Corinthians,
Vicente Mateus. Se houver algum indício, Lula terá que
se explicar. Se não, estará à vontade para tripudiar sobre
os seus adversários que já se aproveitam da circunstância
para atacá-lo, com a munição fornecida por Marcos Valério. Ao mesmo tempo, Marcos Valério terá se vingado do
reclamado abandono a que teria sido relegado pelo PT e
seus companheiros de aventura financeira. Se a Justiça
vai considerar suas novas declarações como antenuante
para a redução da pena de 40 anos de reclusão, também
não se sabe. Como disse o procurador Gurgel, Marcos Valério pode estar jogando. Lula, neste caso, pagou pra ver.
Carlos Lindenberg, jornalista
VIVER Janeiro 18 - 2013
Construir um bom futuro
é o nosso dever de casa.
A Gerdau acredita que a educação de qualidade é o caminho para o desenvolvimento sustentável
da sociedade. Com programas voltados à melhoria de gestão realizados em Minas Gerais, contribui
SDUDTXHDVSUy[LPDVJHUDo}HVSRVVDPFRQVWUXLUVHXVSUySULRVVRQKRV1RVVDFRQ¿DQoDHPXP
mundo melhor passa pela educação e por tudo que ela é capaz de transformar.
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