Como você reage quando ofendido?

Transcription

Como você reage quando ofendido?
E s p a n h o l
•
F r a n c ê s
•
I n g l ê s
Como você reage
quando ofendido?
Cuidando de sua saúde
Jesus Cristo:
Mito ou história?
Graça a 9.000 metros
de altura
No tempo certo de Deus
1
Vo l u m e 1 6
•
P o r t u g u ê s
REGIONAL REPRESENTATIVES
DIVISÃO ÁFRICA OCIDENTAL
22 Boite Postale 1764, Abidjan 22,
Cote d’Ivoire
Japheth L. Agboka
[email protected]
DIVISÃO ÁSIA-PACIFICO NORTE
Koyang IIsan, P.O. Box 43, 783 Janghang-Dong,
Ilsan-Gu, Koyang City, Kyonggi-do 411-600,
República da Coréia
Dong Hee Shin
[email protected]
DIVISÃO ÁSIA-PACIFICO SUL
P.O. Box 040, Silang, Cavite,
4118 Filipinas
Oliver Koh
[email protected]
DIVISÃO CENTRO-L’ESTE AFRICANA
P.O. Box 14756, Nairobi, Kenya
Hudson E. Kibuuka
[email protected]
DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO
Locked Bag 2014,
Wahroonga, N.S.W. 2076, Australia
Gilbert Cangy
[email protected]
Barry Hill
[email protected]
DIVISÃO EURO-AFRICANA
P.O. Box 219, 3000 Bern 32, Suiça
Roberto Badenas
[email protected]
DIVISÃO EURO-ASIÁTICA
Krasnoyarskaya Street 3, Golianovo, 107589
Moscow, Federação Russa
Heriberto Muller
[email protected]
DIVISÃO INTERAMERICANA
P.O. Box 140760, Miami, FL 33114-0760, EUA
Carlos Archbold
[email protected]
Bernardo Rodríguez
[email protected]
DIVISÃO NORTE-AMERICANA
12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, MD 20904-6600, EUA
Gerald Kowalsky
[email protected]
Richard Stenbakken
[email protected]
DIVISÃO SUL-AFRICANA E OCEANO
INDICO
H.G. 100, Highlands, Harare, Zimbábue
Tommy Nkungula
[email protected]
DIVISÃO SUL-AMERICANA
Caixa Postal 02-2600,
70279-970 Brasilia, DF, Brasil
Roberto de Azevedo
[email protected]
Erton Carlos Kohler
[email protected]
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA
P.O. Box 2, HCF Hosur,
Tamil Nadu 635110, Índia
Justus Devadas
[email protected]
DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA
119 St. Peter’s Street, St. Albans,
Herts., AL1 3EY Inglaterra
Paul Tompkins
[email protected]
Orville Woolford
CONTEÚDO
ARTIGOS
5
Três modelos possíveis, mas apenas um pode
produzir a verdadeira cura.
Mario Pereyra
8
Cuidando de sua saúde
Um estilo de vida saudável altera positivamente
tanto o indivíduo quanto a sociedade.
Esteban Poni
11
Jesus Cristo: Mito ou história?
O Jesus da fé emerge do Jesus histórico, sem
o qual a fé seria pouco mais do que um
pensamento ilusório.
Nancy Vyhmeister
DEPARTAMENTOS
3
4
14
16
18
20
21
22
24
[email protected]
25
2
Como você reage quando ofendido?
EDITORIAL
Leia sempre o manual do proprietário
Gerry Karst
CARTAS
PERFIS
Steliana Sandu
Sara Bocaneanu
Richard Hart
Dustin R. Jones
PONTO DE VISTA
Integrando fé e ciência
Rahel Davidson Schafer
EM AÇÃO
Estudantes adventistas
evangelizam na Romênia
Claudiu Popescu
Universitários assistem simpósio
no Brasil
Fabiana Amaral
LOGOS
Graça a 9.000 metros de altura
Kent Hansen
VIDA UNIVERSITÁRIA
Dificuldades com o sábado na
universidade
Humberto M. Rasi
Uma igreja receptiva?
Autor Desconhecido
26
26
27
28
29
30
32
35
LIVROS
When All Alone I Stand (Doward)
Mary H. T. Wong
Amores que matan (Núñez)
Fernando Aranda Fraga
Expect Great Things (O’Ffill)
Hector Hammerly
Lifestyles of the Remnant
(Hayden)
Nancy Vyhmeister
FÓRUM ABERTO
Deve a mulher ficar calada
na igreja?
Angel Rodríguez
PARA SUA
INFORMAÇÃO
O Geoscience Research Institute
L. James Gibson
PRIMEIRA PESSOA
No tempo certo de Deus
Jan S. Doward
ETCETERA
A gaiola
INSERÇÃO
INTERCÂMBIO
DIÁLOGO 16•1 2004
EDITORIAL
Leia sempre o manual do proprietário
Quando compro um aparelho novo, fico sempre ansioso para usá-lo ou montá-lo tão rapidamente quanto possível. Seria mais fácil dispensar a leitura do manual do proprietário, mas a
experiência tem-me ensinado que conhecer o manual torna o processo mais veloz.
Permita-me dar um exemplo. Algum tempo atrás, a secadora de roupas em nossa casa parou
de emitir ar quente. Removi várias partes da máquina para identificar o problema, mas sem
sucesso. Achei que a dificuldade tinha a ver com o termostato ou a unidade mestra de controle. Logo eu tinha todas as peças da secadora espalhadas pelo piso da garagem. Sentindo que
teria de comprar uma nova secadora, montei tudo de volta apenas para livrar-me dela.
Enquanto me afastava da secadora remontada, três botões no painel frontal da máquina chamaram minha atenção. Um deles dizia “ar quente”, o do meio indicava “ar morno”, e o outro
tinha escrito “ar frio”. E esse último botão estava pressionado. Seria possível? Liguei a secadora
e pressionei o botão de ar quente —e, maravilha das maravilhas!— ele começou a circular na
máquina. Se eu apenas tivesse lido o manual do proprietário!
O apressado ritmo da vida moderna significa que preciso de um manual do proprietário
para me ajudar durante o dia. Preciso de alguém com uma clara perspectiva e credenciais
inquestionáveis para me apontar o rumo correto e salvar-me da frustração de tentar fazer as
coisas por minha própria conta. Deus é o Arquiteto-Mestre e Ele escreveu o manual do proprietário. Ele nos projetou e sabe o que é para o nosso supremo bem. Além do mais, Ele tem
um serviço de atendimento ao cliente através da oração, que nos está disponível não apenas
para consulta, mas para a obtenção de conhecimento pessoal com o Arquiteto. Imagine um
Arquiteto-Mestre que tem interesse pessoal em todos os Seus clientes.
Esse Arquiteto-Mestre deu-nos instruções na Bíblia sobre como cuidar de nossa saúde. Ele
providenciou orientação para nos ajudar a fazer escolhas positivas com relação à alimentação
de nossas mentes. Com tantas informações a nos bombardear diariamente, precisamos do filtro
espiritual que Deus proveu nas Escrituras: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro,
tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável,
tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas
coisas” (Filipenses 4:8).
A atarefada vida do estudante exige muito de seu tempo. A Bíblia é nosso manual do proprietário, com inspiradas instruções para atenuar as frustrações da existência. Podemos achar
que exige muito tempo ler o manual ou que nós já o lemos no passado e não precisamos fazêlo novamente. Mas a experiência ensinou aqueles que viveram antes de nós que, um pouco de
tempo cada dia com o manual do proprietário, poupa tempo no final das contas.
Davi sintetizou esse conceito quando declarou: “A Tua Palavra é lâmpada que ilumina os
meus passos, e luz que clareia o meu caminho” (Salmo 119:105). Em lugar de tropeçarmos
na escuridão, a luz brilha no caminho para que possamos enfrentar com confiança o que está
adiante de nós.
Lembre-se de ler o seu manual do proprietário cada dia. Ele economizará seu tempo e conservar-lhe-á os pés no caminho do reino de Deus.
Esta revista internacional de fé, pensamento e
ação, é publicada três vezes por ano em quatro
edições paralelas (espanhol, francês, inglês e
português) sob o patrocínio da Comissão de
Apoio a Universitários e Profissionais Adventistas
(CAUPA), organismo da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia.
Volume 16, Número 1.
Copyright © 2004 pela CAUPA.
Todos os direitos reservados.
Diálogo afirma as crenças fundamentais da Igreja
Adventista do Sétimo Dia e apóia sua missão. Os
pontos de vista publicados na revista, entretanto,
representam o pensamento independente dos
autores.
Equipe Editorial
Editor-chefe Humberto M. Rasi
Editor John M. Fowler
Editores-Associados Alfredo García-Marenko,
Richard Stenbakken
Gerente Editorial Julieta Rasi
Consultores James Cress, George Reid
Editor de Texto Beverly Rumble
Secretária Editorial Esther Rodriguez
Edições Internacionais Julieta Rasi
Secretárias editoriais internacionais
Corinne Hauchecorne (Francês)
César Luis Pagani (Português)
Julieta Rasi (Espanhol)
Correspondência Editorial
Diálogo
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring, MD 20904-6600; EUA.
Telefone 301 680-5060
Fax 301 622-9627
E-mail [email protected] ou
[email protected]
Comissão (CAUPA)
Presidente Gerry Karst
Vice-Presidentes C. Garland Dulan,
Baraka G. Muganda, Richard Stenbakken
Secretário Humberto M. Rasi
Membros John M. Fowler, Jonathan Gallagher,
Alfredo García-Marenko, Clifford Goldstein,
Bettina Krause, Kathleen Kuntaraf, Vernon
B. Parmenter, Gerhard Pfandl, Gary B. Swanson
Correspondência sobre circulação Deve ser
dirigida ao Representante Regional da CAUPA
na região em que reside o leitor. Os nomes e
endereços destes representantes encontram-se
na p. 2.
Assinaturas US$13.00 por ano (três números,
via aérea). Ver cupom na p. 6 para detalhes.
Gerry Karst
Vice-presidente da Associação Geral.
DIÁLOGO 16•1 2004
Website http://dialogue.adventist.org
DIÁLOGO tem recebido correspondência de
leitores de 117 países ao redor do mundo.
3
CARTAS
Precisamos de advogados adventistas?
Quero agradecer a vocês pela publicação
do artigo “Precisamos de advogados adventistas?”, de autoria de Karnik Doukmetzian
(Diálogo 11:3). O autor abordou o assunto
com sinceridade, seriedade e equilíbrio.
Como estudante de direito numa universidade pública, senti-me apoiado e
encorajado por seus argumentos, em vista
dos conceitos errôneos que muitos cristãos
têm com relação à carreira advocatícia.
Além disso, vocês merecem os parabéns
por publicarem uma revista de qualidade,
que une todos os universitários adventistas
numa ampla fraternidade internacional.
Carlos Antonio Di Prato
Rio Negro, ARGENTINA
[email protected]
Nota do Editor:
Os leitores que estiverem interessados no
tema acima referido pelo Sr. Di Prato, e não
tiveram a oportunidade de ler o artigo em sua
publicação inicial, podem encontrá-lo no site
http://dialogue.adventist.org.
Equilibrando fé e razão
Como estudante da Universidade
Estadual da Paraíba, quero congratular-me
com a equipe editorial responsável pela
publicação da Diálogo. Vocês selecionam
assuntos importantes em cada edição e
apresentam-nos de modo atraente, equi-
Escreva-nos!
Recebemos seus comentários, reações e
perguntas, mas, por favor, limite suas cartas
a 200 palavras. Escreva para:
DIALOGUE LETTERS
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring MD 20904
USA.
FAX 301 622 9627
EMAIL [email protected]
As cartas selecionadas para publicação
podem ser editadas para maior clareza ou
necessidade de espaço.
4
librando fé e razão. Também encontro
inspiração nas histórias da seção “Primeira
Pessoa”. Continuem esse seu trabalho
tão importante, sob a bênção de Deus,
enquanto esperamos o retorno de Cristo.
Sidney Alves Moreira
Areia, Pernambuco, BRASIL
Fortalecido e encorajado
Em nome dos estudantes adventistas que freqüentam o Cebu Institute of
Technology, aceitem nossa apreciação pela
publicação da Diálogo. Cada vez que leio
seus artigos, minha vida espiritual é fortalecida e estimulado meu desejo de partilhar
a fé com os colegas. Em 1997, organizamo-nos como membros da AMiCUS para
mútuo apoio e para ajudar a outros. Os leitores da Diálogo podem visitar nossa homepage para saber mais a nosso respeito. Eis o
endereço: http://geocities.com/amicus-pat/.
Kevin Ransom
Cebu, FILIPINAS
[email protected]
Resposta dos Editores:
Obrigado, Kevin, por sua mensagem, e
parabéns por sua atraente homepage. Os
membros da AMiCUS que desejarem informar nossos leitores sobre as homepages de
seus grupos de estudantes, estão convidados a
enviar-nos informações a respeito para inserção em futura edição da Diálogo.
Uma bênção completa
É muito difícil ser um estudante adventista numa escola onde a evolução ateística
é ensinada como fato. Por essa razão, ter
em mãos a Diálogo tem sido uma bênção
completa para mim. Um de meus professores declarou em aula que conhecer a
teoria darwinista abriu seus olhos (Pensei
que isso talvez os tenha fechado para a realidade, mas como poderia eu dizer-lhe isso
em público?). Tirei cópias de dois artigos
publicados na mesma edição da Diálogo:
“Gênesis e a coluna geológica” e “Da evolução à criação: minha jornada de fé” (15:1),
e coloquei-as debaixo da porta do gabinete
do professor, orando para que o Senhor
lhe abrisse realmente os olhos. Estou feliz
porque essa revista não apenas nos fornece
claros argumentos em apoio à fé bíblica,
mas também inclui matérias que podemos
partilhar com outras pessoas. Obrigado!
Valerie M. Robison
Flórida. EUA.
[email protected]
Steve Wohlberg responde
Desejo fazer alguns comentários amistosos sobre a revisão de meu livro Truth Left
Behind, feita pela Dra. Nancy Vyhmeister e
publicada na Diálogo 15.3. Minha afirmação de que os cristãos necessitam “vencer
onde Lúcifer falhou” (pág. 169) não foi um
“cochilo” ou “erro teológico”. Seu contexto
mostra que eu estava me referindo à necessidade de vencer o “orgulho e o eu”, que
causaram a queda de Lúcifer. O livro The
Prophetic Faith of Our Fathers, de Le Roy
Froom, constitui-se numa excelente fonte,
mas não vejo por que não citá-lo mereça
observações. O comentário de que meu
estilo “parece mais apropriado a tablóides
do que à cultura”, falha em apreciar que
minha audiência principal não é composta
de adventistas ou eruditos. Quero atingir
o povo comum, conquanto também deseje
apelar a leitores preocupados com fatos.
Tenho feito o meu melhor para atingir essa
meta e as respostas ao Truth Left Behind
têm sido gratificantes. Alguém disse, certa
vez: “A maior oportunidade do mundo é
aquela do aperfeiçoamento”. Certamente
isso se aplica tanto a autores quanto a críticos literários.
Steve Wohlberg
www.endtimeinsights.com
Novo Visual
da Diálogo
Como você já notou, a capa e o visual
das páginas internas desta edição mostram
algumas mudanças de design. Desejamos
iniciar nosso 16o ano de publicação com
um visual renovado, e uma tipologia mais
atraente. Joe La Com, um experiente
designer gráfico da Southern Adventist
University, e seu professor, Ed Guthero,
merecem nossos agradecimentos por sua
perícia e criatividade.
DIÁLOGO 16•1 2004
Como você reage quando ofendido?
Mario Pereyra
Três modelos possíveis, mas
apenas um pode produzir a
verdadeira cura.
“Se o seu irmão pecar contra você, vá
e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele
o ouvir, você ganhou seu irmão” (Mateus
18:15).
Ângela Monteiro luta para sair da
cama. Seu corpo todo dói e o rosto
está coberto de contusões. Na noite
anterior, Artur, seu marido, surrou-a
mais uma vez em meio a um acesso de
raiva. Olhando-se no espelho, aplicou
forte maquiagem nas manchas e pontos inchados. Penteou seu cabelo de
lado para cobrir o olho roxo, tentando
aparecer apresentável em seu trabalho.
Jonas está furioso. Ricardo, seu companheiro de trabalho, apresentou uma
proposta à mesa diretiva da empresa
onde ambos trabalham, e recebeu
importante reconhecimento e aumento
salarial. A ira de Jonas se deve ao fato
de a idéia daquela proposta ser sua,
tendo-a ele partilhado com Ricardo
durante uma conversação informal.
Jonas passa o dia planejando como se
vingar de Ricardo, para que ele pague
por sua traição.
Patrícia recebe um telefonema anônimo. Seu marido, Rodolfo, a está
enganando com sua secretária. Quando
Rodolfo chega em casa, após o trabalho, ela lhe lança em rosto a sua infidelidade. É uma experiência traumática
para o seu casamento. Depois de muitas semanas de terapia e muita conversa, o casal consegue superar a crise.
Embora isso tenha sido muito penoso,
ambos admitem que tal experiência
ajudou a fortalecer sua união.
Considere essas reações a situações
ofensivas. Ângela submeteu-se à violência, cobrindo-a com os cosméticos do
silêncio e da dissimulação, que alimentam e perpetuam a situação. Jonas agiu
DIÁLOGO 16•1 2004
com agressividade diante da ofensa,
seguindo a lei do “olho por olho e
dente por dente”. Patrícia enfrentou
corajosamente sua penosa crise a fim
de salvar seu casamento. Estas são três
respostas típicas a ofensas: a atitude
passiva, a reação agressiva e a conduta
pró-social de negociação e reconciliação.
Desde 1992, um grupo de colegas
da Universidade Adventista del Plata
(UAP), na Argentina, e eu temos
investigado como as pessoas reagem
quando ofendidas, as desordens que o
atrito produz e as maneiras de superar as disputas (Moreno e Delfino,
1993; Pereyra, 1996; 2003; Moreno
e Pereyra, 1999; 2000; 2001). Nossas
investigações têm revelado oito atitudes características. As atitudes são
formas distintas de comportamento
que refletem estados emocionais, de
pensamento e de vontade. Essas oito
atitudes podem ser assim definidas:
Oito atitudes
1. Submissão: Aceitação passiva do
insulto, submetendo-se à crítica ou atitude reprovadora do ofensor, criando
justificativas autodesqualificadoras e
humilhantes como, por exemplo: “Eu
mereço isso” ou “É culpa minha”.
2 Negação: Exclusão consciente da
lembrança de idéias ou sentimentos
associados à ofensa sofrida; empreendimento de esforços para “esquecer o
assunto”.
3. Reação hostil: Predisposição para
reagir imediatamente com violência,
atacando o agressor da mesma forma;
uma atitude primitiva que pode não
deixar ressentimentos em relação ao
sujeito, mas provavelmente agrava o
conflito com a pessoa que sofre o ataque emocional.
4. Vingança: “Olho por olho e dente
por dente”. Busca intencional de vingança e planejamento para executá-la,
tentando dar ao ofensor a mesma ou
até maior punição do que o agravo
sofrido. Isso também é diferente da
primeira atitude, na qual a reação não
é imediata. Muito tempo pode passar
antes que a retaliação tenha lugar.
5. Ressentimento: Tendência de reter
sentimentos de ira e ódio, lembrandose freqüentemente da afronta sofrida,
mantendo comportamentos de animosidade e rancor para com a parte
culpada, sem realmente praticar atos
diretos de vingança, como na reação
vingativa já mencionada.
6. Explicação: Enfrentamento do
faltoso na busca de uma explicação,
justificativa ou motivo para a ação, a
fim de superar a discórdia mediante o
diálogo; “esclarecer as coisas”.
7. Perdão: Essa atitude também se
centraliza na comunicação, mas busca
a compreensão para esclarecer satisfatoriamente as causas da controvérsia;
a pessoa cerra as portas a ações hostis,
vingança ou rancor.
8.Reconciliação: Superar a discórdia
mediante o diálogo e com disposição
perdoadora, assim como ocorre nas
duas atitudes precedentes, mas com a
intenção de reavivar os laços de afeição
com o ofensor, a fim de restabelecer o
bom relacionamento.
Quando analisamos estatisticamente centenas de estudos realizados
através de testes para mensurar essas
atitudes (Questionário de Atitudes em
Situações de Ofensa, ASOQ [Moreno
e Pereira, 2000]), com pessoas de diferentes faixas etárias, sexo, situação conjugal, crenças e origens, descobrimos
que essas formas específicas de reação
correspondiam a três modelos básicos.
Três respostas comportamentais
gerais
Em outras palavras, quando somos
vítimas de uma ofensa, respondemos
segundo três padrões de comportamento geral, como aconteceu com
Ângela, Jonas e Patrícia. O primeiro
inclui atitudes de submissão e negação,
que podem ser interpretadas como
a tendência de internalizar impulsos
hostis, reprimindo-os ou negando-os.
5
Esse é o caso de alguém que “engole”
ou controla suas emoções, revelando
exteriormente uma aparência tranqüila, “fingindo coragem”.
A segunda resposta corresponde a
comportamentos hostis, vingança e
ressentimento. Diferentemente dos
comportamentos submissos, essa tendência envolve agressão, buscando a
certeza de ferir aqueles que feriram
você. Ela inclui “explosões” e perturbações que alimentam a ira até sua
descarga.
A terceira forma de resposta canaliza
as emoções através do diálogo e da
negociação. Ela cobre as três últimas
atitudes: explicação, perdão e reconciliação. Consiste em buscar superar os
conflitos, preservando o bom relacionamento interpessoal e administrando
o problema mediante a comunicação,
como Patrícia o fez.
As descobertas da investigação
Investigações científicas múltiplas
relatam que tanto a repressão como a
negação da agressão (a primeira resposta-padrão), e a violenta exteriorização da emoção hostil (a segunda res-
posta-padrão), podem estar associadas
a graves desordens físicas e mentais.
Por conseguinte, pode-se entender
que os comportamentos dialogais, o
perdão e a reconciliação estão relacionados à boa saúde. Numa investigação
realizada com um grupo de jovens
adultos normais (n=126), descobriu-se
que aqueles que reclamavam ter mais
sintomas psicossomáticos revelavam
uma pontuação mais elevada nas escalas de Vingança e Rancor; em contraste, aqueles que deram respostas pró
Perdão e Reconciliação, foram negativamente relacionados com sintomas
“neuróticos” (Pereyra e Kerbs, 1998).
Outra pesquisa realizada por A.
Barchi (1999) comparou pacientes que
tentaram o suicídio com uma amostra
de controle simples. Barchi descobriu
que o grupo suicida atingiu alta pontuação em três escalas agressivas. O
mesmo resultado foi constatado em
pacientes hemodialíticos de falência
renal crônica (Pereyra, Bernhardt e
Fontana, 1999).
A literatura sobre o assunto revela
que aqueles que nunca expressam suas
emoções, mas as reprimem profunda-
Assine Diálogo
Você quer ser um pensador e não meramente um refletor do pensamento de outras pessoas? A
DIÁLOGO continuará a desafiá-lo a pensar criticamente, como um cristão. Fique em contato com o
melhor da ação e do pensamento adventista ao redor do mundo. Entre na DIÁLOGO.
Assinatura anual (3 exemplares – via aérea): US $13.00
Números atrasados: US $4.00 cada.
Gostaria de assinar DIÁLOGO em ❏ Inglês ❏ Francês ❏ Português ❏ Espanhol
Edições
Iniciem minha assinatura com a próxima edição.
Gostaria de receber estes números anteriores: Vol.______. No ______.
Pagamento
Estou juntando um cheque internacional ou ordem de pagamento.
Meu Mastercard ou VISA é _____________________________
Data de validade: ________________________
Por favor, preencha:
Nome
Endereço
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
Remeta os dados para: DIALOGUE Subscriptions, Linda Torske
12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, MD 20904-6600; EUA.
FAX
301 622 9627
E-mail
[email protected]
6
mente, são mais suscetíveis ao câncer.
Semelhantemente, a liberação da ira
de modo explosivo, com emoção violenta, também pode causar enfermidades como ataques cardíacos ou outros
sintomas cardiovasculares.
A “Personalidade Tipo A” é definida
na literatura especializada como sendo
de indivíduos reativos, enfáticos e que
explodem facilmente quando provocados. Entre eles, são freqüentes os ataques cardíacos, derrames cerebrais ou
outros tipos de distúrbios cardíacos.
Essa informação não prediz necessariamente o que acontecerá com a pessoa;
ela apenas mostra a correlação entre
tendências no trato com a agressividade e propensões a essas enfermidades.
Investigando essa correlação, submetemos o ASOQ a mais de 50 pacientes
que padeciam de diferentes tipos de
câncer, e 50 pacientes de ambos os
sexos que sofriam de diversas doenças
cardiovasculares. Os resultados foram
compatíveis com o que fora encontrado na literatura. As diferenças foram
significativas em três fatores, especialmente nas “Respostas Passivas”, onde
as atitudes submissas foram altamente
expressivas em pacientes cancerosos.
E também, enquanto o primeiro
grupo estava freqüentemente em atitude de negação, os pacientes cardíacos
eram mais hostis e rancorosos, mesmo
em nível mais elevado na área de seu
relacionamento com Deus, como se O
culpassem por seu sofrimento e enfermidade (Moreno e Pereyra, 2000).
Finalmente, outro estudo muito
interessante (ibidem) de uma amostragem de 863 pessoas de cinco países
pertencentes ao continente americano,
e de diferentes confissões religiosas,
mostrou que aqueles que tinham crenças e costumes religiosos ativos, em
contraste com os que nada professavam, mostraram pontuações diferentes
em todos os tipos de atitude diante
de ofensas. As diferenças foram mais
marcantes na questão das respostas
agressivas. Os que não eram religiosos
mostraram elevado índice de vingança, rancor e hostilidade, enquanto os
DIÁLOGO 16•1 2004
crentes revelaram mais alta disposição
para a humildade e sujeição, bem
como para os comportamentos que
tendiam ao diálogo e à busca de perdão e reconciliação.
A perspectiva bíblica
A Bíblia sempre nos surpreende
com seus conceitos maravilhosos e
iluminados. As descobertas feitas na
pesquisa que apresentamos dão grande
apoio ao que a Palavra de Deus diz
sobre relações humanas. No Sermão
da Montanha, Jesus censurou severamente o exercício do insulto e da
agressão, considerando-o como objeto
de juízo e de merecida condenação.
Aquele que ofende um “irmão” deve
comparecer não apenas diante de
um simples magistrado, mas perante
Alguém muito maior e cuja sentença é
também mais grave: ele “corre o risco
de ir para o fogo do inferno” (Mateus
5:22).
A agressão consome seu autor, por
isso é imperioso resolvê-la rapidamente, procedendo à reconciliação com
a vítima. Para enfatizar a urgência e
a obrigação de reparar um relacionamento danificado, a Bíblia declara que
a pessoa precisa priorizá-lo até mesmo
sobre o cumprimento de obrigações
religiosas, tal como fazer uma oferta
sobre o altar (versos 23 e 24). A lei
sugere que se alguém não tiver sucesso
na reconciliação, precisa tentar conseguir um acordo com o adversário,
evitando assim que o caso vá perante
o juiz (versos 26 e 27). Essa fórmula
de resolução de conflito é a “reconciliação” ou, se houver intervenção de
terceiros, a “mediação”.
A despeito de tudo isso, se o agressor não cumprir o seu dever de tomar
a iniciativa de resolver a discórdia, ou
talvez não estiver cônscio dela, o que
pode ser feito? Essa situação também
está prevista na Palavra. Em Mateus
18, Jesus levanta a questão mais uma
vez, dirigindo-se à vítima: “Se o seu
irmão pecar contra você, vá e, a sós
com ele, mostre-lhe o erro” (Mateus
18:15). A responsabilidade de resolver
DIÁLOGO 16•1 2004
a disputa agora é transferida ao ofendido. Pela leitura dos textos de Mateus
5 e 18, conjuntamente, podemos
interpretar que, de início, o agressor
tem o dever de resolver o problema,
mas se após um prazo razoável ele não
agir, então a vítima deve ser quem precisará tomar a iniciativa de obter um
acordo. Para que isso aconteça, uma
série de passos é recomendada (versos
16 e 17).
Nossa pesquisa revela que aqueles
que possuem convicções religiosas resolvem suas disputas pessoais
mediante diálogo particular, assim
como Cristo aconselhou. Apesar disso,
um elevado percentual de pessoas prefere esquecer o que aconteceu, colocando as diferenças de lado, prosseguindo avante como se nada houvesse
ocorrido e pensando ser essa a melhor
solução.
Mas, às vezes, o silêncio pode aprofundar a dor e avolumar as paredes de
separação. Contrariamente, o diálogo
nos ajuda a acalmar as emoções turbulentas, a obter concórdia e salvar
da dissolução os relacionamentos.
Para alcançar esses objetivos, o diálogo deveria ter lugar sob condições
adequadas, quando a ira diminuir e a
reconciliação for capaz de superar os
mal-entendidos e conservar a amizade.
Conservar aberta a rede de relacionamentos amigáveis e satisfatórios com o
próximo promove a boa saúde mental.
Isso ajuda a manter o senso de bemestar e preserva a alegria de viver.
Por essa razão, é bom lembrar a
exortação de Paulo: “Façam todo o
possível para viver em paz com todos”.
(Romanos 12:18).
Mario Pereyra (Ph.D pela
Universidad de Córdoba) preside o
departamento de psicologia clínica
na Universidade de Montemorelos,
México. O Dr. Mario pode ser
contatado através do site
www.mariorpereyra.com.
REFERÊNCIAS
A. Barchi (1999) “Organización familiar, agresividad y esperanza em intentos de suicídio”. Tese,
Universidad Adventista del Plata, Libertador
San Martín, Argentina.
E. Moreno e C. Delfino (1993), “Estudio sobre el
significado referencial de la noción de perdón”,
Enfoques, 5:12, pp. 54-65.
E. Moreno e M. Pereyra (1999), “Aplicaciones
clínicas del CASA, Estudio comparativo con
pacientes cardiológico, oncológicos, renales
crónicos y psiquiátricos con intento suicida”.
Documento apresentado durante o XXVII
Congresso Interamericano de Psicologia,
Caracas, Venezuela.
E. Moreno e M. Pereyra (2000), Cuestionario
de actitudes frente a situaciones de agravio:
Fundamentación teórica, validación y administración. Universidad Adventista del Plata,
Argentina.
Moreno, E. e Pereyra, M. (2001). “Attitude
toward offenders scale; Assessment, validation
and research”, em Manuela Martinez, ed.,
Prevention and Control of Aggression and the
Impact on its Victims (Nova Iorque: Kluwer
Academic/Plenum Publishers), pp. 377-384.
M. Pereyra (1996), Estrategias y técnicas de reconciliación. Psicoteca Editorial, Buenos Aires,
Argentina.
M. Pereyra, E. Bernhardt e A. Fontana (1999),
“Esperanza-desesperanza y manejo de la agresividad en pacientes renales crónicos en hemodiálisis”. Psicología y Salud, 113, pp. 63-71.
M. Pereyra (2003), Reconciliación: Cómo reparar los
vínculos dañados. Publicaciones Universidad de
Montemorelos, Montemorelos, México.
Assinatura gratuita
para a biblioteca
de sua faculdade ou
universidade!
Você deseja ver a Diálogo disponível na
biblioteca de sua faculdade ou universidade, para que seus amigos não-adventistas
possam ter acesso à revista? Faça contato
com o bibliotecário, mostre-lhe um exemplar da revista e sugira que ele solicite uma
assinatura gratuita à Diálogo, redigindo o
pedido em documento timbrado da instituição. Nós cuidamos do resto!
A carta deve ser enviada para:
Dialogue Editor-in-Chief;
12501 Old Columbia Pike; Silver Spring,
Maryland 20904; USA.
7
Cuidando de sua saúde
Esteban Poni
Um estilo de vida saudável
altera positivamente tanto
o indivíduo quanto a sociedade.
Lucy é uma boa aluna. Ela se esforça para ser alguém na vida e ajudar sua
família. Ultimamente ela passou a perder
algumas refeições e horas de sono. Lucy
se sente como que andando numa corda
bamba. “Ontem”, diz ela, “dormi durante
uma palestra! Imagine só!” Embaraçada,
confessa: “Tenho de parar de fazer isso
comigo mesma. Isso não é saudável!” Lucy
deseja estabelecer alguns hábitos práticos
de saúde, a fim de desfrutar realmente a
vida universitária. Entretanto, não sabe
como começar. “O que posso fazer para ser
saudável?”
Carlos é uma pessoa bem-educada e com
bolsa de estudos em relações internacionais.
Ele se preocupa com assuntos de saúde
mundiais e sabe que, apesar do declínio
das doenças cardíacas em alguns países, o
mundo ainda sofre de cardiopatias. Em
torno do ano 2020, as doenças cardíacas
serão a principal causa de morte, não só
nos países desenvolvidos como também nos
países em desenvolvimento.1, 2 Os cientistas
prevêem que os países em desenvolvimento
não serão capazes de ministrar os mesmos
tratamentos que os países desenvolvidos.
Nos EUA, somente 20% dos casos de
hipertensão são controlados adequadamente, e nos países em desenvolvimento esse
número oscila entre 5 e 10%.3 Além disso,
a falta de sistemas eficientes de atendimento à saúde, mais a restrição de recursos
financeiros e a subestimação de um estilo
de vida mais saudável, ameaçam milhões de
pessoas. Carlos agora se preocupa. “Quem
tem suficiente poder e influência para alterar essas projeções? O governo? Somente
os governos são responsáveis por manter as
pessoas tão saudáveis quanto possível?”
As experiências de Lucy e Carlos são
exemplos extremos. Um focaliza a saúde
individual, e o outro, a saúde coletiva. De
fato, Lucy precisa tomar alguma providên8
cia pessoal. Carlos, porém, enfrenta um
problema maior: a saúde global.
Perspectiva histórica
A história da saúde e da medicina no
mundo está repleta de tentativas, erros
e ignorância. Guerras, fomes e pouco
conhecimento médico têm-se generalizado,
resultando na diminuição da expectativa
de vida. Evidências arqueológicas em restos mortais ósseos do Velho Mundo e da
América Pré-Colombiana, bem como os
registros históricos, mostram que a expectativa de vida das pessoas mal ultrapassava
os 34 anos.6-8 Uma pessoa saudável era
definida como alguém “sem doença”, ou
alguém que tivesse nascido sem defeito
físico nem doença infecciosa. Muitas sociedades necessitavam de pessoas fisicamente
robustas para lutar nas guerras ou trabalhar
no campo. As próprias pessoas se consideravam vítimas, receptoras de “forças externas” que predeterminavam não somente
sua saúde como também suas condições
hereditárias e o status social.6
No século 19, durante a Revolução
Industrial Americana, quando os primeiros
serviços hospitalares militares foram estabelecidos juntamente com os departamentos
de saúde urbanos, a expectativa de vida
girava em torno de 40 anos, com uma taxa
de mortalidade acima de 20 por 1000.7, 9, 11
Por volta de 1900, a taxa de mortalidade
havia diminuído para 17,2 por mil, e 75
anos mais tarde era menor que 9 óbitos
por 1000 pessoas”. Em 1993, 71% dos
residentes nos EUA tinham expectativa
de viver pelo menos até 70 anos. Cerca de
80% desse surto de sobrevida ocorreu entre
as décadas de 1890 e 1940. Isso se deveu
em grande parte a (a) mudanças radicais na disponibilidade de alimentos, na
melhor compreensão da nutrição, e (b) às
condições sanitárias públicas aprimoradas,
incluindo abastecimento de água potável,
drenagem, sistema viário mais limpo,
legislação urbana, casas arejadas, controle
de proliferação de ratos, pasteurização do
leite e vacinação profilática. Os EUA desfrutaram muitos anos seguidos a medicina
preventiva sistemática, conseguida princi-
palmente através das lideranças governamentais e de uma crescente conscientização
individual e coletiva, que passou a ver os
hábitos “sujos” como “maus”. Por exemplo,
cuspir, espirrar e tossir em público passaram não somente a ser malvistos, mas proibidos.6, 11, 12 Porque as preocupações com a
saúde passaram a ser generalizadas, a saúde
preventiva tornou-se mais focalizada social
do que individualmente.
Durante as décadas de 1930 e 1940,
a descoberta de antibióticos tais como as
sulfas, a penicilina e a estreptomicina, abriu
novos horizontes para a medicina curativa.
Os governos destinaram maiores verbas à
medicina curativa e, conseqüentemente,
menores recursos à medicina preventiva.
Também a tecnologia médica irrompeu
nessa expansiva — e mais dispendiosa
— era da medicina curativa. Os hospitais
tornaram-se centros de medicina curativa e
gradualmente o sistema hospitalar obteve a
preferência em relação ao sistema preventivo de saúde. Os nosocômios cresceram em
número e tamanho para satisfazer as necessidades “de melhor saúde”.
Nos EUA, na década de 1950, quando
a medicina curativa tornou-se a práticapadrão de saúde, a expectativa de vida
aumentou para 65 anos.7 Acreditava-se que
esses resultados provinham dos “novos e
maravilhosos procedimentos tecnológicos”.
A verdade, entretanto, era de uma estagnação real da taxa de sobrevida entre 1950 e
1970. (Ver figura 1.)
A crise na medicina americana no
início da década de 1990
Tomar medidas contra os arriscados
padrões de comportamento em outras
doenças foi quase um desastre por causa do
foco exagerado na medicina curativa. Na
década de 1980, três fatores vitais se uniram para provocar uma crise que ocorreu
no início da década de 1990: o aumento
das “doenças de causa pessoal”, as despesas
com saúde e os protestos de grupos defensores da saúde.6, 7, 13
Relatórios sobre saúde pública indicam
que as “doenças de causa pessoal”, como
ataques cardíacos, derrames, câncer, acidenDIÁLOGO 16•1 2004
tes automobilísticos, suicídios, violência,
diabetes, uso de drogas e poluição ambiental, rapidamente se tornaram as principais
causas de morte prematura7. (Ver Tabela 1.)
Ficou evidente que as pessoas se expunham
a esses males em função de desenvolverem
hábitos prejudiciais à saúde desde cedo em
suas vidas. Esses hábitos incluíam o uso de
fumo e álcool, dietas gordurosas, estresse,
comportamento hostil, etc. Os pesquisadores, entretanto, observaram também
que outros estilos de vida eram protetores
(preventivos) contra a morte prematura
(por exemplo, exercícios, dieta de frutas,
verduras e bom repouso). Desde a década
de 1980, a taxa de mortalidade começou a
diminuir, lenta mas consistentemente, pela
primeira vez em 30 anos, devido ao crescente número de pessoas engajadas num
estilo de vida saudável.
Relatórios econômicos confirmam que
a medicina preventiva foi responsável por
muito da melhora na taxa de sobrevida e
no “status” da saúde, e com pouco aumento nos custos, anteriormente à revolução da
medicina curativa. Os protestos de grupos
defensores da saúde tornaram-se politicamente importantes. As pessoas que defendem um estilo de vida saudável ou que se
interessam por uma mudança de estilo de
vida, consideram-se no direito de viver, por
exemplo, em ambientes sem poluição. E
também um crescente número de cidadãos
considera que não é justo que pessoas que
não cuidam de seu corpo consumam grande parte do orçamento nacional destinado
à saúde.
O que podemos aprender do
confronto entre o comportamento
passivo e o ativo
Mesmo considerando que a história da
saúde e da medicina fornece evidências de
que as iniciativas governamentais produzem
impacto na sociedade, não se pode ignorar
a importância das atitudes individuais com
Figura 1
Abordagens para uma melhor saúde e impacto
nas taxas de mortalidade nos EUA.
Fonte: Department of Health and Human Services, National Center for Health Statistics
Índice Anual de Mortalidade
por1,000
Grupos
de 1.000 pessoas
Death Rate per
People
24
Age ofda
Época
Curative
Medicina
Medicine
Curativa
Age
of Sanitation
Época
das
Reforms
Reformas
Age of
Nutritional
Época
das
Melhorias
Improvements
Nutricionais
Higiênicas
22
Age
of Lifestyle
Época
das
Improvements
Melhorias
no
Estilo de Vida
Então, o que é saúde?
20
20
18
17.2
16
14
12
9.6
10
9.5
8.8
8
1860
1880
1900
1920
1940
Year
Ano
DIÁLOGO 16•1 2004
relação à saúde, à doença e à morte, as
quais afetam o comportamento e a sociedade. Diversos relatórios antropológicos e de
psiquiatria transcultural concordam que os
sistemas de saúde preventiva e curativa têm
fundamentação cultural, isto é, são influenciados pelo “sistema de crenças compartilhadas, valores, costumes, comportamentos
e artefatos que os membros da sociedade
usam para enfrentar o seu mundo e uns
aos outros, transmitidos de geração a geração por um processo cognitivo”.14, 15 Os
indivíduos que são participantes ativos em
sua própria saúde examinam criticamente
o conceito de saúde e doença, e as causas
subjacentes de como seu comportamento é
determinado culturalmente. Por exemplo,
um indivíduo que tem um estilo de vida
saudável, não ingeriria comidas gordurosas
comuns em sua cultura.16
Por outro lado, os indivíduos que se
percebem como receptores de infortúnios,
estão sob maior risco de adotar padrões de
comportamento passivos relativamente à
sua saúde. Por exemplo, alguns pacientes
sob risco de infectar-se com o vírus HIV
tendem a dizer: “De qualquer maneira vou
morrer mesmo”.17 O que tais atitudes revelam é que colocar toda a responsabilidade
pelos cuidados da saúde sobre o governo, o
sistema social, o hospital, ou uma agência
internacional, é negar nossa própria capacidade de ajudar-nos a nós mesmos.
1950
1960
1970
1980
8.6
2000
A “cultura do estilo de vida preventivo”
coloca sobre o indivíduo uma certa responsabilidade por sua vida e saúde. Não mais
se considera a saúde como simplesmente
a ausência de doenças ou uma vida mais
longa. Vitalidade, bem-estar e otimização
da saúde têm significados muito semelhantes. Uma das mais bem conhecidas definições de saúde é dada pela Organização
Mundial da Saúde: “Saúde é um estado de
completo bem-estar físico, mental e social,
e não meramente a ausência de doença ou
enfermidade”.11
Esta definição descortina uma gama
multidimensional e multiinterativa que
define o perfil usual de uma pessoa saudável. Além dos aspectos físico, emocional e
social, a saúde também abrange as dimen9
busca informações sobre saúde. Administra
os fatores de risco relacionados com a
doença, mas procura o auxílio de profissionais, se necessário; tenta compreender o sistema de saúde e como utilizá-lo de maneira
eficiente; e aprender como administrar os
fatores de risco de maneira a minimizar os
seus impactos.
Espiritualmente, uma pessoa saudável
compreende as dimensões espirituais e as
utiliza ativamente para maximizar sua serenidade, conforto e esperança.
Ambientalmente, uma pessoa saudável
tem consciência dos benefícios ou riscos
potenciais do ambiente, e atua de maneira
adequada para mantê-lo em condições
saudáveis.
sões interpessoal, intelectual, espiritual e
ambiental.
O perfil de uma pessoa saudável
Fisicamente, uma pessoa saudável evita
a ingestão de substâncias prejudiciais
(especialmente fumo e álcool); come bem,
pratica exercícios físicos regularmente,
tenta manter o peso normal; compreende
as limitações naturais do corpo e o processo
de envelhecimento, e aceita a morte como
o término desse decurso. Apesar dessa realidade, a pessoa consegue manter sua saúde
otimizada.
Emocional, social e interpessoalmente,
uma pessoa saudável consegue o equilíbrio
entre a auto-estima (a capacidade de se
valorizar) e a heteroestima (a capacidade
de valorizar outras pessoas); entre o uso e
o abuso; e entre a liberdade (a capacidade
de escolher ou agir), a segurança (o sentimento de confiança), e o risco (a percepção
do perigo). Essa conscientização aplica-se a
qualquer aspecto da saúde preventiva, mas
é especialmente útil para o comportamento
sexual saudável.
Intelectualmente, uma pessoa saudável é
uma pesquisadora ativa e responsável, que
Todos podem ter uma saúde
melhor
Embora ainda existam pobreza e desigualdade em muitos países, a saúde preventiva e a participação individual são pontoschave para atender às necessidades universais de saúde. Países em desenvolvimento
como a Costa Rica, o Sri Lanka, e o Estado
de Kerala, na Índia, atingiram baixas
taxas de mortalidade pela adoção de uma
Estebam Poni (M. D. pela Universidade
da Venezuela) é especialista em medicina interna, envolvido em ensino e
pesquisa na área da saúde. Reside em
Loma Linda, Califórnia, EUA. E-mail:
[email protected]
Tabela 1
Principais causas de morte
nos anos 1900 e 2000 (EUA)
Início do Século 20
Ano 1900
Pneumonia / Gripe
Tuberculose
Doenças gastrointestinais
Doenças cardíacas
Doenças infecciosas e
parasitárias
Doenças renais
Doenças da infância
Enfarte
Câncer
Doenças do fígado
%
16.0
11.0
9.0
9.0
8.0
5.0
4.0
4.0
4.0
1.3
Início do Século 21
Ano 2000
Doenças Cardíacas
Câncer
Enfarte
COPD (*)
Acidentes
Diabetes
Pneumonia / Gripe
Mal de Alzheimer
Doenças dos rins
Septicemia
Suicídio
(*) Doenças Pulmonares Crônicas Obstrutivas
Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde. Health in the Americas 2 (1988);
National Center for Health Statistics, National Vital Statistics Reports 52 (9) 2003
estratégia composta de hospitais menores,
participação pública, médicos dedicados,
e pessoal do serviço de saúde que chega
até as pessoas mais pobres e de menor instrução. Mesmo sem acesso aos serviços de
saúde, mães nigerianas muito pobres, mas
com certa escolaridade, foram capazes de
melhorar a sobrevida de seus filhos, o que
as mães analfabetas não conseguiram.17
Nosso estilo de vida exerce um grande
impacto sobre a saúde, independentemente
da pobreza ou riqueza. Um estilo de vida
saudável altera positivamente tanto o indivíduo como a sociedade. A receita seguinte
é impressivamente recomendada para o
aprimoramento da saúde pessoal:
Primeiro, assuma o controle da sua saúde
(Identifique o problema).
Segundo, estabeleça metas e planos simples.
Terceiro, execute suas metas e planos.
Quarto, estabeleça novas metas e faça
planos para atingi-las.
Quinto, evite pessoas, coisas e situações
que embaracem seus planos.
Sexto, peça auxílio, se necessário.
%
29.6
23.0
7.0
5.1
4.1
2.9
2.7
2.1
1.5
1.3
1.3
REFERÊNCIAS
1. T. A. Pearson , “Cardiovascular disease in developing countries: myths, realities, and opportunities,”
Cardiovasc Drugs Ther 13 (1999): 95-104.
2. J. W. Levenson, P. J. Skerrett, and J. M. Gaziano,
“Reducing the global burden of cardiovascular disease: The role of risk factors,” Preventive Cardiology 5
(2002): 188,189.
3. Y. K. Seedal, “The limits of antihypertensive
therapy—lessons from Third World to First,”
Cardiovascular Journal of South Africa 12 (2001): 94100.
4. L. J. Dominguez, M. Barbagallo, and J.R. Sowers,
“Cardiovascular risk factors in South America and
the Caribbean, ” Ethn Dis 9 (1999): 468-478.
5. K. S. Reddy, “Cardiovascular diseases in the develo-
Continua na página 34
10
DIÁLOGO 16•1 2004
Jesus Cristo: Mito ou história?
Nancy Vyhmeister
O Jesus da fé emerge do
Jesus histórico, sem o qual a
fé seria pouco mais do que
um pensamento ilusório.
O Jesus da fé é o mesmo que o Jesus da
história? Ou Jesus é apenas uma invenção
da fé? Se a resposta for sim, deveríamos
rejeitar o Jesus histórico como um mito
criado pelos cristãos contemporâneos?
Nos primeiros séculos da era cristã,
enquanto a ressurreição e a autoridade
de Jesus eram discutidas, houve pouca
dúvida sobre sua historicidade. No início
do quinto século, Agostinho escreveu sua
Harmonia dos Evangelhos a fim de proteger
suos autores contra acusações de “inverdades absolutas”, admitindo ao mesmo tempo
que a ordem de eventos e os discursos
poderiam ter sido reconstruídos. Porém, o
Jesus da fé e o Jesus histórico eram basicamente os mesmos.1
A então chamada “busca” pelo Jesus histórico iniciou-se com Hermann Reimarus
(1694-1768), que se propôs encontrar o
Jesus que havia existido antes que a igreja
O tivesse ocultado no dogma. Reimarus foi
tão longe que chegou a acusar os discípulos
de inventar histórias miraculosas e fabricar
o conto da ressurreição, para evitar seu
retorno ao ofício de pescadores.2 Sua obra
causou consternação entre os cristãos e
curiosidade entre os estudiosos.
No século 19, F. J. Baur (1792-1860),
usando o criticismo histórico como método, concluiu que “a visão que temos da
ressurreição é de menor importância para
a história”. O que realmente importa é que
os apóstolos creram que isso ocorreu.3
Em 1910, a obra de Albert Schweitzer,
A Busca do Jesus Histórico, criticou os trabalhos de estudiosos que haviam transformado Jesus numa “figura desenhada pelo
racionalismo, dotada de vida pelo liberalismo e vestida pela teologia moderna com
DIÁLOGO 16•1 2004
trajes históricos”. Ao mesmo tempo, ele
concluiu que o fundamento histórico do
cristianismo não mais existia e que, depois
de tudo isso, não era “o Jesus historicamente conhecido, mas o Jesus espiritualmente
nascido dentro dos homens” que era fundamentalmente decisivo.4
No século 20, o conhecimento sobre
Jesus foi dominado por Rudolf Bultmann
(1884-1976). Educado no liberalismo e no
ceticismo, Bultmann afirmou que “quase
nada podemos saber a respeito da vida e
personalidade de Jesus, uma vez que as
fontes cristãs primitivas não revelam interesse sobre tais questões, ou seja, são em
sua maioria fragmentadas e freqüentemente
lendárias”. Os milagres de Cristo foram
“lendas”; seus dizeres mais “simbólicos” do
que autênticos. A igreja deu sentido à Sua
morte; Jesus não.5
Seguindo o pensamento de Bultmann,
o “Seminário sobre Jesus”, um grupo de
74 eruditos, a maior parte de universidades americanas, encontrou-se no final da
década de 1980 e início de 1990, a fim
de preparar uma versão acadêmica dos
quatro Evangelhos canônicos e do evangelho apócrifo de Tomé. Eles estudaram
1.500 declarações de Jesus, votando na
percepção autêntica de cada um. Seu veredicto foi que “oitenta e dois por cento das
palavras atribuídas a Jesus nos evangelhos
não foram ditas por ele”. Sobre a questão
dos milagres, sua posição era semelhante
à de Bultmann: “O Cristo do credo e do
dogma... não pode mais controlar a aceitação daqueles que têm visto os céus pelo
telescópio de Galileu”.6
O co-fundador do seminário, John
Dominic Crossan, afirmou que Jesus “não
curou nem poderia curar” enfermidades,
e que ninguém pode trazer pessoas da
morte para a vida.7 A própria ressurreição
de Cristo dizia-se ter envolvimentos com
“transes e visões”, ao invés de ser uma
representação da realidade. Crossan observou que a história da ressurreição aponta
mais para a origem da autoridade cristã
do que para a origem da fé cristã.8 Para
Marcus Borg, membro do seminário, a
narrativa do Jesus histórico se encerra com
sua morte numa sexta-feira, em 30 A.D.
Entretanto, o Senhor apareceu aos Seus
seguidores “em nova forma, começando
num domingo de páscoa e a partir de então
eles O experimentaram como uma viva
realidade”.9
A “busca pelo Jesus histórico” foi até
certo ponto baseada no racionalismo, no
naturalismo e criticismo. Suas suposições –
de que milagres não aconteceram – levaram
seus pesquisadores a concluir que muito
daquilo que está escrito nos evangelhos é
fictício. Aqueles que acreditam na exatidão
essencial das Escrituras não podem aceitar
os resultados dessa espécie de conhecimento. Eles também ressaltam muitas evidências para a historicidade de Jesus.
Referências a Jesus
em escritos não-cristãos
Fontes judaicas
Josefo (37 - 100 a.D.), historiador e
general judeu, faz clara menção de Jesus
em duas passagens de sua obra Antiguidades
Judaicas. A primeira diz respeito à representação das atividades do sumo sacerdote
Ananias, ao redor do ano 62 a.D: “Ele
[Ananias] reuniu o sinédrio dos juízes e
trouxe perante eles o irmão de Jesus, o
Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns
outros. E após haver levantado uma acusação contra os transgressores da lei, ele os
entregou para que fossem apedrejados”.10
O ponto de vista não-cristão é sugerido
pela afirmação de que Jesus “era chamado”
Cristo. Além disso, a forma cristã de considerar Tiago era “irmão do Senhor”.
No Livro 18 dessa mesma obra,
Antiguidades, Josefo refere-se a Jesus num
tratado bem conhecido e debatido, o
“Testemonium Flavianum” (O Livro 18 é
apenas comprovado em três manuscritos
gregos, o mais antigo datando do décimo
século). Tudo indica que o texto não foi
escrito por um judeu: “Nestes dias houve
um homem sábio por nome Jesus, se é
permitido chamá-lo homem; pois ele foi
fazedor de boas e maravilhosas obras, um
mestre de homens que recebiam a verdade
com prazer. Ele atraiu a si muitos judeus
e gentios. Ele foi (o) Cristo. E quando
Pilatos, a conselho dos principais homens
entre nós, O condenou à crucifixão, aqueles que O amavam a princípio não O abandonaram; pois Ele apareceu vivo entre eles
11
les saints prophètes l’avaient prédit et qu’il
ferait beaucoup d’autres miracles11. »
En 1971, une version arabe du
« Testimonium Flavianum » fut publiée en
Israël. Elle diffère de manière significative
de la version grecque : « En ce temps-là il
y eut un homme sage appelé Jésus. Sa conduite était bonne et [il] était connu pour
être vertueux. Et beaucoup parmi les Juifs
et les autres nations devinrent ses disciples.
Pilate le condamna à la crucifixion et à la
mort. Mais ceux qui étaient devenus ses
disciples lui restèrent fidèles. Ils rapportèrent qu’il leur était apparu trois jours
après sa crucifixion et qu’il était vivant ;
en conséquence il était peut-être le Messie,
dont les prophètes avaient raconté les merveilles12. »
Les différences entre les deux déclarations suggèrent que la version grecque
comporte des ajouts chrétiens. Cependant,
il y a peu de doute que Flavius Josèphe a
mentionné la crucifixion de Jésus.
Le Talmud juif, produit dans ses formes
babyloniennes et palestiniennes au cours
du Ve siècle, contient une grande quantité
de traditions orales transmises d’un rabbin
à l’autre. Quoique Jésus soit mentionné
dans plusieurs passages en des termes péjoratifs, on y trouve une déclaration intéressante : « La veille de la Pâque Yeshoua fut
pendu. Car quarante jours avant que l’exécution n’ait lieu, un héraut sortit et cria, “Il
va être lapidé parce qu’il a pratiqué la sorcellerie et incité Israël à l’apostasie. Toute
personne qui peut intervenir en sa faveur,
qu’elle s’avance et qu’elle plaide pour lui.”
Mais puisque rien n’a été porté en sa faveur
il fut pendu la veille de la Pâque13. »
Alors que le passage est d’accord sur
le fait que Jésus a été exécuté la veille de
la Pâque, la mention des quarante jours
est étrangère à l’histoire de l’Évangile.
Curieusement, Jésus devait être lapidé pour
avoir incité « Israël à l’apostasie » suivant la
coutume juive. Cependant il fut « pendu »,
certainement selon l’ordre des Romains.
En tout cas, Yeshoua a été un personnage
historique qui a eu un impact marginal sur
l’histoire juive.
Sources païennes
La plus ancienne mention de Jésus dans
12
les sources païennes apparaît dans une
lettre écrite par Mara bar Sarapion, un
stoïcien syrien, depuis une prison romaine
pour encourager son fils à rechercher la
sagesse. Il mentionne Socrate, Pythagore
et le « roi sage » tué par les Juifs. Aucun de
ces hommes n’est réellement mort puisqu’il
a laissé un héritage de sagesse. Le roi sage
continue à vivre, « à cause de la nouvelle loi
qu’il a donnée14 ». Bien que le nom ne soit
pas donné, il y a peu de doute que Mara se
réfère à Jésus.
Quand Pline devint gouverneur de
Bithynie et du Pont au début du IIe siècle, il écrivit à Rome pour demander des
conseils. Un des points était la façon de
s’y prendre avec les chrétiens. Sa lettre
mentionne Christus deux fois. Il accordait
à toute personne accusée d’être chrétienne
de réfuter ces charges en offrant de l’encens
aux dieux et à l’empereur et en blasphémant Christus. Il décrivit aussi le culte
chrétien comme ayant lieu avant l’aube et
comprenant la récitation « chacun son tour
[d’]une formule adressée à Christus en tant
que dieu ». Bien que cette lettre, écrite vers
112, nous en apprenne peu sur les croyances et sur les pratiques chrétiennes, elle
corrobore l’existence des chrétiens dont la
foi était en Christ.
L’historien romain Tacite (vers 55-vers
117) écrivit trente livres sur des événements
survenus entre 14 et 96. Malheureusement,
ceux couvrant la période allant de 29 à 32
sont parmi ceux qui manquent. Cependant
le récit du grand incendie de Rome en 64,
dont Néron rendit les chrétiens responsables, contient des références aux chrétiens
et au Christ : « Aussi pour étouffer ce
bruit, Néron accusa et frappa des peines
les plus raffinées des gens détestés à cause
de leurs mœurs criminelles, que la foule
appelait chrétiens. Celui qui est à l’origine
de ce nom est Christ, qui, sous le règne de
Tibère, avait été condamné à mort par le
procurateur Ponce Pilate15. »
Tacite poursuit en traitant le christianisme de « superstition nuisible », qui avait
surgi en Judée et ensuite à Rome. Le ton
employé exclut toute possibilité d’ajout
chrétien. Tacite considérait Jésus comme
un personnage historique.
Lucien de Samosate, auteur satirique
du IIe siècle, ridiculise les chrétiens et leur
fondateur : « Les chrétiens, vous savez, adorent un homme encore aujourd’hui — le
distingué personnage qui introduisit leurs
nouveaux rites et fut crucifié à cause de
cela. » De plus, ils « adorent le sage crucifié
et vivent selon ses lois16 ».
Ce bref aperçu montre que les auteurs
non chrétiens des premiers siècles, juifs et
païens, font de Jésus un personnage historique. Ils ne croyaient pas en lui, mais ils
acceptaient qu’il ait vécu et initié un mouvement religieux.
La fiabilité des sources bibliques
Tout en admettant ma position de
croyant, je trouve des raisons de considérer les sources bibliques comme des
témoins fiables de l’historicité de Jésus.
Le Nouveau Testament est proche des
événements rapportés
On s’accorde généralement sur le fait
que l’ensemble du Nouveau Testament
a été écrit avant la fin du Ier siècle. Les
traditions les plus anciennes font de
Matthieu, Marc, Luc et Jean les auteurs
des évangiles. Matthieu et Jean ont été
disciples de Jésus. Marc et Luc le furent
au second degré. Papias de Hiérapolis
(début du IIe siècle) a écrit que Marc était
l’« interprète de Pierre », qui a consigné
par écrit l’histoire de Jésus selon Pierre,
pas nécessairement dans l’ordre où les
événements eurent lieu, mais avec la plus
grande exactitude possible17. Vers 185,
Irénée a écrit que Luc, l’apôtre compagnon de Paul, était l’auteur d’un évangile
qui a fourni des détails sur l’histoire de
Jésus non donnés dans les trois autres
évangiles18. De plus, les épîtres tiennent
pour évidentes la vie, la mort et la résurrection de Jésus. Paul fait même appel à
des témoins des événements de la vie de
Jésus (1 Corinthiens 15.5-8).
La référence aux dates et aux dirigeants
dans l’évangile de Luc, bien que non
exempte de difficultés d’interprétation,
fournit des indices que l’auteur était proche des événements. L’utilisation par Luc
(3.1-3) d’un style gréco-romain signale
clairement son intention de montrer l’historicité de son évangile.
DIALOGUE 16•1 2004
Les auteurs chrétiens ont écrit sur Jésus
peu après les événements. En comparaison, la biographie d’Alexandre le Grand,
considérée comme digne de confiance par
les historiens, a été écrite par Plutarque
plus quatre siècles après la mort de l’empereur.
Indices venant des manuscrits
Le papyrus John Rylands (P52), trouvé
en Égypte, contient un fragment de
Jean 18. Il date du début du IIe siècle,
confirmant donc que la composition de
l’évangile remonte à la fin du Ier siècle.
Le papyrus Bodmer II (P66), datant du
IIe siècle, conserve de grandes portions
de l’évangile de Jean sous forme de livre.
D’autres papyrus de la fin du IIe et du
début du IIIe siècle montrent aussi que
les évangiles existaient, tels que nous les
connaissons aujourd’hui, à une date antérieure19.
Après la découverte des papyrus de
Chester Beatty, Sir Frederic Kenyon a pu
écrire en 1930 : « Le résultat net de cette
découverte […] est en fait de réduire
tellement le fossé entre les plus anciens
manuscrits et les dates traditionnelles des
livres du Nouveau Testament qu’il devient
négligeable dans toute discussion sur leur
authenticité. Aucun autre livre ancien n’a
de témoignage comparable, aussi ancien et
abondant, de son texte et aucun spécialiste
impartial ne nierait que le texte qui nous
est parvenu est réellement solide20. »
Aucun autre écrit ancien n’a de manuscrits aussi proches de sa date de rédaction.
Par exemple, le manuscrit le plus vieux,
et le seul existant, des six premiers livres
des Annales de Tacite, écrits au début du
IIe siècle, date à peu près de l’an 1100.
Le plus vieux manuscrit de l’Iliade d’Homère est d’environ 400 ans postérieur à
la rédaction de l’épopée. Le plus ancien
manuscrit existant de La Guerre des Gaules
de Jules César a été copié vers 900, quelque mille ans après sa rédaction.
Archéologie
Bien que les découvertes archéologiques, à l’exception peut-être de l’ossuaire
de Jacques connu depuis fin 200221, ne se
réfèrent pas spécifiquement à Jésus, elles
DIALOGUE 16•1 2004
corroborent les récits des évangiles. Des
constructions, comme la synagogue de
Capernaüm22 et la piscine de Béthesda à
Jérusalem23, ont été mises au jour et identifiées. Des pièces de monnaie mentionnées dans les évangiles ont été trouvées
et étudiées. Les ossements de Yehohanan,
trouvés dans un ossuaire de Jérusalem,
montrent les effets de la crucifixion ; un
clou de vingt centimètres transperce toujours les os de la cheville24. L’archéologie
a montré que Ponce Pilate était le procurateur romain à Jérusalem du temps
de Jésus. De plus, des pièces de monnaie
datées de 29 à 31 portent son nom avec
des symboles religieux romains, corroborant sa malveillance envers les Juifs25.
Les effets de l’Évangile
La date de naissance de Jésus est incertaine ; elle a cependant divisé l’histoire
en années avant et après J.-C. Si la vie de
Jésus n’avait pas eu de base historique,
cela ne se serait pas produit.
Les disciples de Jésus ont été transformés : Pierre, un traître lâche, est devenu
un fervent apôtre ; Jean le bien-aimé écrivit avec certitude : « Celui qui l’a vu en
a témoigné, et son témoignage est vrai »
(Jean 19.35, NBS). Pendant des siècles,
des martyrs se sont laissé tuer pour leurs
convictions.
L’Église, malgré ses erreurs, a fondé sa
proclamation et son service sur la réalité
historique de Jésus. Le Jésus de la foi
émerge du Jésus historique, sans lequel la
foi ne serait guère plus qu’un vœu pieux.
RÉFÉRENCES
1. Saint Augustin, Accord des Évangélistes, 1.7.10, in
Œuvre complète de saint Augustin (Guérin, 1967),
t. 5, p. 118.
2. Hermann Reimarus, On the Goal of Jesus and His
Disciples (Leiden: Brill, 1970), p. 41.
3. F. C. Baur, The Church History of the First Three
Centuries (Londres : Williams and Norgate, 1878),
vol. 1, p. 42, 43.
4. Voir Albert Schweitzer, The Quest of the Historical
Jesus (New York : Macmillan, 1959), p. 398, 401.
5. Rudolf Bultmann, Jesus and the Word (New York :
Scribners, 1958), p. 8, 107, 108.
6. Robert W. Funk, Roy W. Hoover, et le Jesus
Seminar, The Five Gospels: The Search for the
Authentic Words of Jesus (New York : Macmillan,
1993), p. 5.
7. John Dominic Crossan, Jesus : A Revolutionary
Biography (San Francisco : Harper San Francisco,
1994), p. 82, 95.
8. Ibid., p. 190.
9. Marcus J. Borg, Jesus : A New Vision : Spirit,
Culture, and the Life of Discipleship (San Francisco :
Harper Collins, 1987), pp. 184, 185.
10. Flavius Josèphe, Histoire ancienne des Juifs, 20.8
(Lidis, 1968-1973), p. 627.
11. Flavius Josèphe, Histoire ancienne des Juifs, 18.4
(Lidis, 1968-1973), p. 561.
12. Shlomo Pines, An Arabic Version of the Testimonium
Flavianum and Its Implications (Jerusalem : Israel
Academy of Sciences and Humanities, 1971) ;
texte tiré de James Charlesworth, Jesus within
Judaism : New Light from Exciting Archaeological
Discoveries (New York : Doubleday, 1988), p. 95.
13. The Babylonian Talmud (Londres : Soncino, 1935),
27:281.
14. John P. Meier, A Marginal Jew (New York :
Doubleday, 1991), 1:76-78.
15. Tacite, Annales, 15.44.2-3, in Œuvres complètes
(Gallimard, 1990), p. 775.
16. Lucien, The Death of Peregrine 11-13.
17. Cité par Eusèbe de Césarée, Histoire ecclésiastique,
3.39.15 (Cerf, 1952), p. 156.
18. Irénée de Lyon, Contre les hérésies, 3.14.3 (Cerf,
1952), p. 265.
19. Kurt Aland et Barbara Aland, The Text of the New
Testament (Grand Rapids : Eerdmans, 1989), p. 83102.
20. Frederic Kenyon, The Bible and Modern Scholarship
(Londres : John Murray, 1948), p. 20.
21. On peut lire sur l’ossuaire : « Jacques, fils de
Joseph, frère de Jésus ». Voir Biblical Archaeology
Review 28 (Novembre-Décembre 2002) : 24-37;
and 29 (Janvier-Février 2003): 20-25.
22. James E. Strange et Hershel Shanks, “Synagogue
Where Jesus Preached Found at Capernaum,”
Biblical Archaeology Review 9 (Novembre-Dicembre
1983) : 24-31.
23. Gonzalo Báez-Camargo, Archaeological Commentary
on the Bible (New York : Doubleday, 1984), p. 218.
24. New International Dictionary of Biblical Archaeology,
s.v. « Crucifixion ».
25. D. H. Wheaton, « Pilate », The Illustrated Bible
Dictionary (Wheaton, IL : Tyndale, 1980), p. 187,
188.
Nancy Vyhmeister (doctorat de l’université Andrews), retraitée, était professeur de missiologie au séminaire
adventiste de théologie de Berrien
Springs, au Michigan. Elle est l’auteur
de nombreux articles spécialisés.
Une version plus ancienne de cet
essai a été publiée dans The Essential
Jesus, édité par Bryan Ball et William
Johnsson (Pacific Press, 2002).
13
PERFIL
Steliana Sandu
Diálogo com uma pesquisadora
adventista da Romênia
Nascida em Ploiesti, Romênia, Steliana
Sandu graduou-se na Bucharest Academy
of Economic Studies, obtendo seu bacharelado em 1968, e o Ph.D. em economia
em 1986. Desde então, ela tem trabalhado no Instituto de Pesquisa Econômica,
que está ligado à Academia Romena de
Ciências.
Steliana ensinou economia, estatística
e história da economia em várias universidades romenas. Após 1990, especializou-se em pesquisa econômica científica,
transferência de tecnologia e inovação, e
se tornou uma reconhecida autoridade
nesse campo, tanto em sua pátria como
no exterior.
Durante o biênio 1993-1994, ela atuou
como coordenadora local do projeto
do Banco Mundial na Romênia, sobre
educação superior e reforma na pesquisa
científica. Em 1994, Steliana participou do
seminário internacional sobre “Política
da Ciência e Tecnologia”, organizado pelo
Conselho Britânico. Entre 1995 e 1996,
ela recebeu uma bolsa de pesquisa para
trabalhar na Universidade de Amsterdã,
em transferência de tecnologia e inovação,
em colaboração com o Research and
Technology Ministry, na área de política
da ciência. A Dra. Steliana assistiu a muitas
conferências científicas internacionais e
foi coordenadora de importantes projetos
científicos internacionais, atuando como
autora e co-autora de muitos documentos
14
e livros editados por prestigiosas editoras
romenas e internacionais. Ela também dá
cursos na Faculdade Adventista próxima a
Bucarest.
A Dra. Steliana, que se uniu à Igreja
Adventista do Sétimo Dia há nove anos,
está entusiasmada com os princípios da
Igreja e anseia partilhá-los com seus amigos. Seu envolvimento na pesquisa científica não a impede de partilhar a fé com
colegas e amigos. Ela fica feliz em poder
ser acessível e útil àqueles que precisam
de aconselhamento e incentivo, ou ser
apenas amiga de alguém. Os jovens freqüentemente encontram nela uma “mãe”
simpática, e Steliana sente imensa alegria
em vê-los atingir seus objetivos.
■ Dra. Steliana, a senhora cresceu no seio
de uma família com muitas oportunidades
educacionais?
Não, minha família era muito pobre.
Tínhamos apenas poucas roupas, pouco
alimento, nenhum brinquedo e nem
mesmo camas. Quatro de nós dormíamos
juntos em uma só cama. Minha mãe era
analfabeta. Ela se submeteu à alfabetização compulsória sob o regime comunista.
Possuía uma vontade indomável.
■ Como a senhora fez a opção pela carreira
de pesquisadora?
Quando terminei o ensino médio queria trabalhar, mas minha mãe implorou,
literalmente de joelhos, que eu fosse para
a faculdade. Após a formatura, tivemos
de escolher nosso lugar de trabalho a partir das listas de distribuição do governo.
Lembro-me de correr a lista com o dedo,
até deter-me surpresa ao ler: “Academia
Romena de Ciências”. O representante da
academia tinha outras idéias: “Não aceitamos mulheres!” Isso foi suficiente para me
tornar mais determinada a trabalhar ali.
■ Como o comunismo produziu impacto em
seus estudos e trabalho?
Pois bem, em 1968, quando me formei,
o comunismo parecia ser uma condição
muito conveniente; os bens podiam ser
facilmente adquiridos, ninguém precisaria
procurar emprego. A devastação da economia do país ainda não havia começado.
Nós apenas víamos o lado brilhante das
coisas. Mais tarde, contudo, o contraste
entre a situação real e a propaganda comunista tornou-se tão patente que foi difícil
continuar ensinando meus alunos, que
ficavam contrariados com a realidade.
Quando relembrava, todavia, o trabalho
feito durante aqueles anos no instituto,
não me envergonhava. Eu me especializara
em economia comparativa e assim fui
capaz de dizer muitas coisas indiretamente,
apenas descrevendo a situação em nosso
país em cotejo com o existente em outras
nações.
A situação tornou-se mais difícil ainda
quando nosso instituto ficou sob o controle direto do Supremo Conselho do
Partido para o Desenvolvimento SócioEconômico. Devíamos iniciar nossos
relatórios declarando a posição do camarada Nicolae Ceausescu sobre o assunto,
mas daí o restante da classe teria chocado
o camarada, houvesse ele ouvido o que
tinham a dizer.
■ Sua mãe, embora uma pessoa profundamente religiosa, não era adventista. Como
vocês se uniram à Igreja?
Meus pais eram religiosos dedicados.
De fato, estavam envolvidos em atividades
missionárias da ala evangélica da Igreja
Ortodoxa Romena (embora, mais tarde,
meu pai se tenha tornado um militante
comunista e ateu). Minha mãe permaneceu muito religiosa e, quando criança,
lembro-me de sua fé e orações em prol da
DIÁLOGO 16•1 2004
recuperação da minha saúde, quando os
médicos me haviam desenganado.
Em minha juventude, achei que o
mundo era tão atraente que deixei a Deus
de lado. Mas naquele tempo, quando havia
alcançado sucesso profissional e financeiro,
quando parecia que o mundo tinha mais
a me oferecer do que antes, e Deus nada,
minha saúde decaiu. Eu tinha certeza de
que iria morrer. Um pensamento tomou
conta de minha mente: Você vai se encontrar com Deus. O que fez com a sua vida?
Pela primeira vez entendi que havia pecado
em minha vida. Pedi para ser perdoada.
De início, Deus me enviou uma mensagem de saúde, de que eu estava necessitando; então, encontrei um grupo de uma
casa de pintores adventistas, que tiveram
a coragem de me convidar para visitar sua
igreja. A primeira vez que fui até lá, estava
curiosa para ver a igreja-tenda da qual me
haviam falado (os membros de uma igreja
de Bucarest se reuniram por dez anos
numa grande tenda, até que essa foi destruída pelas autoridades em 1987).
■ Qual foi a reação de seus colegas quando
a senhora se tornou adventista?
Eles ficaram chocados. Estavam certos
de que isso não passava de uma breve excitação. Mas quando entenderam que minha
decisão era séria, começaram a me evitar;
pareciam estar atemorizados. Em meu zelo
imaturo, eu condenava tudo o que eles
faziam como pecado. Após algum tempo,
parei de desempenhar o papel de santa e
comecei a visitá-los, preocupando-me com
eles.
■ Como a senhora partilha sua fé com os
outros?
Eu simplesmente conto histórias da
obra de Deus em minha vida. Não dou
qualquer conselho. E meu testemunho é
fortalecido pelo fato de que nos últimos
nove anos, tenho progredido em minha
carreira muito mais do que antes, de modo
que posso lidar com um incrível volume
de trabalho.
■ Como a senhora equilibra suas atividades
e vida devocional?
Elas se completam. Descubro muitos
DIÁLOGO 16•1 2004
vínculos entre elas. De fato, o prêmio
Nobel de Economia, Paul Samuelson, considera a Bíblia como uma das principais
fontes de teoria econômica. Os princípios
revelados na Bíblia permanecem verdadeiros hoje, tanto quanto o eram quando
Deus primeiramente os proclamou.
Tendo me unido à Igreja um pouco
tarde na vida, estou faminta por ler tanto
quanto puder da excelente literatura religiosa disponível. Algumas vezes eu quase
tenho vontade de sair correndo do trabalho para poder dedicar todo o meu tempo
ao estudo, mas sei que esse não é o plano
de Deus.
■ Como a senhora considera a situação da
Igreja Adventista da Romênia hoje?
A Igreja Adventista na Romênia é uma
das maiores da Europa e estou muito feliz
de ver suas iniciativas, enquanto confirma ousadamente seu papel na sociedade.
Fico surpresa pela maneira como Deus
tem acrescentado e abençoado os talentos daqueles que os têm empregado para
Sua glória. Estou especialmente feliz pela
presença da Igreja em uma das melhores
emissoras de TV do país. Quatro noites
por semana, muitas das mais conhecidas
personalidades da vida pública são convidadas do programa chamado “No Centro
da Atenção”. Fui uma delas e essa se constituiu numa boa oportunidade de convidar
meus colegas para assistirem ao programa.
Eles me perguntaram onde o apresentador
do programa obteve sua excelente educação, e quando eu lhes disse que ele era
um pastor formado pela nossa Faculdade
Adventista, vi que suas idéias sobre a qualidade da educação adventista mudaram.
■ Tendo em vista sua atarefa agenda, como
a senhora tem sido capaz de se envolver com
as instituições da Igreja?
Atualmente estou dando muitas aulas
sobre Programa da Obra Social oferecido
pela Faculdade Adventista sediada próxima
a Bucareste; economia para estudantes
do primeiro ano e demografia para os do
segundo. Posso orar com os estudantes,
discutir questões importantes com eles e
animá-los a estarem mais envolvidos na
missão da Igreja.
■ A senhora também foi professora numa
instituição pública. Como conseguiu partilhar sua fé com os alunos?
Certa vez contei aos meus alunos a história do filho pródigo. Essa é uma história
com a qual podem identificar-se. Eles têm
o mesmo desejo por uma “terra distante”.
Quando lhes disse como o pai recebeu
seu filho fugitivo, muitos deles choraram.
Eles anseiam pelo amor de seus pais, mas
a maioria apenas recebe dinheiro e mais
dinheiro. Descrevi para eles o amor de
Jesus. Eles se reuniam em minha casa buscando conselho e ajuda.
■ Se um jovem adventista se sentisse atraído a uma carreira de pesquisador tal como
a sua, a senhora acha que sua religião lhe
impediria o progresso de algum modo?
Na realidade, seria mais fácil conseguir
isso se você estiver na Igreja do que no
mundo. Eu dissipei em festas e bailes o
tempo que uma jovem dedicada deveria
consagrar ao estudo. Aconselho os jovens
a que escolham uma carreira na área de
pesquisa. Ela oferece estabilidade, envolvimento em muitos projetos interessantes e
muitas oportunidades de viagem. Também
exige dedicação a longo prazo. Leva uns
vinte anos de trabalho duro para se tornar
um pesquisador especializado!
Entrevista concedida a
Sara Bocaneanu
Sara Bocaneanu estuda educação e
administração em Bucareste e trabalha
no Departamento de Jovens da União
Romena. Seu endereço postal: Str. Erou
Iancu Nicolae 38, O.P.30, Bucareste
— 077190, Romênia. Endereço eletrônico;
[email protected].
15
PERFIL
Richard Hart
Diálogo com um administrador de saúde
dedicado ao serviço internacional
Levantando-se às cinco horas da manhã,
Richard Hart vai diretamente para o
trabalho. A agricultura tem sido parte de
sua vida. Cuidar de suas lhamas, árvores
frutíferas e árvores de Natal, e estar fora,
exposto ao ar montanhês de seu sítio de
quase 30.000m2, são todas atividades que
ele anseia realizar cada dia.
Às sete horas da manhã, o Dr. Hart se
dirige para seu trabalho profissional como
reitor e diretor executivo da Loma Linda
University (LLU). Ele faz parte da família de
Loma Linda desde 1973, tendo já atuado
em várias áreas, incluindo cargos como
presidente do departamento de ciências
da saúde, diretor do Centro de Promoção
da Saúde, diretor da Escola de Medicina,
departamento de medicina preventiva e
deão da Escola de Saúde Pública.
Nascido na própria cidade de Loma
Linda, ele recebeu sua educação fundamental em Washington, freqüentando o Walla
Walla College. Lá se tornou o primeiro
estudante missionário (EM) da Igreja
Adventista do Sétimo Dia a servir fora da
América do Norte. Em 1966, antes de seu
primeiro ano na escola de medicina, casouse com Judy Osborne. Os Harts têm três
filhas: Chandra, Briana e Kari.
Em 1970, ele obteve duas graduações na
Loma Linda University: um M.D. na Escola
de Medicina e um M.P.H. (Master of Public
Health—“Mestre em Saúde Pública”) na
Escola de Saúde Pública.
16
De 1972 a 1976, o Dr. Hart serviu na
Tanzânia. Como membro do corpo interno
da Escola de Higiene e Saúde Pública Johns
Hopkins, ele desenvolveu o departamento
de saúde comunitária em Moshi. Durante
esse tempo escreveu em parceria o livro
Child Health (A Saúde da Criança), uma
obra para profissionais de saúde de nível
médio na África. Em 1974, a USAID fechou
um contrato com a Loma Linda University
para levá-lo a Dar-es-Salaam, onde o Dr.
Hart ajudou a desenvolver um programa de saúde maternal e infantil para o
Ministério da Saúde da Tanzânia.
Em 1977, ele obteve sua graduação doutoral em saúde pública na Johns Hopkins
University e tornou-se dirigente credenciado em medicina preventiva.
A visão do Dr. Hart estende-se claramente aos lugares mais afastados do
planeta. Seu envolvimento inicial na obra
missionária estudantil foi a chave para o
desenvolvimento do programa de missões estudantis na Loma Linda University
e no Sistema de Saúde da Ação Social
Comunitária, um sistema de saúde regional
de baixo custo para pessoas impossibilitadas de pagar por serviços médicos. Ele
também é presidente do Adventist Health
International (AHI), uma nova organização
criada para ajudar a gerenciar os sistemas
de saúde dos países em desenvolvimento.
■ Dr. Hart, como o senhor se interessou por
medicina e, em particular, por saúde pública?
Enquanto estava crescendo, eu não tinha
qualquer compreensão do que era saúde
pública. Meu pai era médico de cidade
interiorana e assim me familiarizei com a
medicina. Quando ouvi sobre saúde pública no contexto internacional, isso me fez
sentido. O conceito integral de prevenção
associado à saúde global chegou-me ao
conhecimento e despertou-me o interesse.
Minha iniciação em saúde internacional
aconteceu no segundo ano da faculdade,
quando eu era um estudante missionário.
■ Então seu interesse inicial pela obra
internacional foi despertado com o trabalho
missionário estudantil?
Estou certo que sim. Eu gastava meus
verões no Peru e trabalhava nas lanchas
médico-missionárias das cabeceiras do
Amazonas. Fiquei fascinado pelas questões
interculturais e os desafios de saúde; daí
em diante, com certeza, solidifiquei meu
interesse no trabalho nos países em desenvolvimento. Eu gostava de estar em meio
àquele nível social e ajudar as pessoas a
melhorarem sua saúde.
■ O senhor recomendaria a obra missionária
estudantil aos alunos adventistas?
Sim! A vivência intercultural em nível
superior proporciona às pessoas o que eu
chamo de “momentos educáveis”. Os estudantes tentam descobrir o que realmente
são e se gostam de trabalhar nesses tipos de
ambiente. Com freqüência, a experiência
do estudante missionário deixará claro em
sua mente se isso é ou não feito para ele,
ou o convencerá definitivamente que é o
que deseja fazer.
■ O senhor acha que as missões estudantis
realmente produzem impacto na obra missionária adventista internacional?
Um dos desafios que, entendo eu,
enfrentamos como adventistas, é pendermos para o que chamo de “cristianismo
turístico”, ou a tendência de achar que breves excursões podem fazer uma significativa
diferença em outras culturas.
Não há dúvida de que essas turnês
podem ser úteis, mas eu gostaria de arguDIÁLOGO 16•1 2004
INTERCÂMBIO
Amplie sua rede
de amizades
Estudantes universitários e profissionais adventistas leitores de Diálogo, interessados em trocar corresponência com colegas em outras partes do mundo.
Ana Laura Ahumada: 20; solteira,
cursando Inglês na Universidade de
Catamarca; interesses: corresponderse com leitores que amam a Deus,
música, canto e camping; correspondência em espanhol ou inglês.
Email: [email protected].
ARGENTINA.
Maria A. Amado: 42; viúva; formada
em teatro, produtora de um programa
de televisão; interesses: alimentação
natural e troca de idéias sobre saúde;
correspondência em português ou
inglês. Endereço: Afonso Pena, 3218 A;
Governador Valadares, MG; 3275-4183;
BRASIL. Email: [email protected].
Stanley A. Arawi: 24; solteiro; cursando gerenciamento de terras; interesses: ler histórias bíblicas, viajar e ouvir
música gospel; correspondência em
inglês. Endereço: Department of Lands
& Surveying; University of Technology;
Private Mail Bag; Lae, Morobe Province;
PAPUA-NOVA GUINÉ. Email:
[email protected].
Eurlene Alves Carvalho Barreto:
43; divorciada; professora e conselheira,
cursando mestrado em psicologia na
Universidade do Estado do Pará; interesses: fazer novos amigos e conhecer culturas estrangeiras; correspondência em português, inglês, ou espanhol. Endereço:
Av. São Paulo No. 513; Bairro Jardim
Belo Horizonte; 68503-690, Marabá,
Paraná; BRASIL.
Emmanuel Bhidhi: 21; solteiro;
cursando engenharia automotiva na
Universidade de Tecnologia de Chinhoyi;
interesses: fazer novos amigos, canto e
estudo da Bíblia; correspondência em
inglês. Email: [email protected].
ZIMBÁBUE.
KiaJen Sy Bobo: 36; divorciada;
mestrado em administração educacional;
interesses: escalar montanhas, natação,
kickboxing e canto; correspondência em
DIÁLOGO 16•1 2004
inglês. Email: [email protected] ou
[email protected]. FILIPINAS.
Wiliam Braun: 20; solteiro; cursando teologia na Faculdade Adventista
da Bahia; interesses: tocar piano,
música e desenho; correspondência
em português ou espanhol. Email:
[email protected]. BRASIL.
Lusato Bwire: 23; solteiro; cursando
contabilidade pública; interesses: música cristã; correspondência em inglês.
Endereço: a/c John Maiga; P.O. Box
70039; Dar es Salaam; TANZÂNIA.
Email: [email protected].
José Ariel Caballero de León:
31; solteiro; advogado, formado pela
Universidade do Panamá; interesses:
fazer novos amigos, música e assuntos
bíblicos polêmicos; correspondência em
espanhol. Endereço: Entrega General;
Correo El Dorada, Panamá; PANAMÁ.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Arsenio P. Cacayan: 21; solteiro;
cursando engenharia; interesses: ler e
fazer novos amigos; correspondência
em inglês ou tagalog. Endereço: Men’s
Dormitory 8 & 9; Central Luzon State
Universidade; Science City de Muñoz,
Nueva Ecija; 3120 FILIPINAS. Email:
[email protected].
Yolanda Cazón Nina: 22; solteira;
cursando computação; interesses: fazer
novos amigos, explorar a natureza,
voleibol e música; correspondência
em espanhol ou inglês. BOLÍVIA.
Email: [email protected] ou
[email protected]
Robert Chingapa: 22; solteiro; cursando engenharia elétrica no Colégio
Politécnico; interesses: fazer novos
amigos, viajar e música gospel a capela; correspondência em inglês. Email:
[email protected]. MALAVI.
Fanny Cobaleda Ortiz: 50; solteira; secretária; interesses: testemunhar
e música cristã. Endereço: Cra. 7 #
18-16, Barrio Balmoral; Fusagasuga,
Cundinamarca; COLÔMBIA.
Areli Cortazar F.: 21; solteira; cursando idiomas modernos na Universidade
Juárez Autónoma de Tabasco; interesses:
fazer novos amigos, culturas estrangeiras, canto e atividades da igreja; correspondência em espanhol, português,
inglês, francês, ou checo. Endereço:
Antonio Suárez No. 24, Col. Centro;
86690 Cunduacán, Tabasco; MÉXICO.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Dinely Cruz: 29; solteira; cursando
marketing na Universidade Autônoma
de Santo Domingo; interesses: fazer
novos amigos, culturas estrangeiras,
e viajar; correspondência em espanhol ou italiano. Endereço: OFASA
3#19-b; Camita, San Cristóbal;
REPÚBLICA DOMINICANA. Email:
[email protected].
Rey Roque Díaz: 46; viúvo; professor de psicologia; interesses: trocar
correspondência sobre assuntos sociais
e culturais e fazer novos amigos; correspondência em espanhol. Endereço:
Apartado 648; Santa Clara, Villa Clara;
50100 CUBA.
Manoel Veloso dos Santos: 24;
solteiro; cursando enfermagem na
Universidade Adventista de São Paulo;
interesses: fazer novos amigos, camping
e boa música; correspondência em português. Endereço: Estrada de Itapecerica
5859; 05858-001 Jardim IAE, SP;
BRASIL. Email: manoelveloso@yahoo.
com.br.
Marlon Antonio Enamorado R.: 28;
solteiro; cursando educação artística com
ênfase em música; interesses: música,
canto, e profecias bíblicas; correspondência em espanhol. Endereço: Diagonal 9
No. 7-37, Barrio La Granja; Montería,
Córdoba; COLÔMBIA. Email:
[email protected].
Jorge Fernández: 34; solteiro; cursando enfermagem; interesses: colecionar
Bíblias em diferentes idiomas, estudar
outros idiomas e profecias bíblicas;
correspondência em espanhol ou português. Endereço: Calle Miguel de
Azcuénaga 120; 5584 Palmira, Prov.
de Mendoza; ARGENTINA. Email:
[email protected] ou
[email protected].
Karen Ferreira: 30; solteira; formada
Inserção A
em educação, atualmente estudando
na Suíça; interesses: viajar, aprender
outros idiomas e conhecer culturas
estrangeiras; correspondência em português, inglês, espanhol, ou francês.
Endereço: Place du 1er. Aout, 1; GrandLancy, 1212 Geneve; SUÍÇA. Email:
[email protected].
Lesly García Baños: 29; solteira; formada em línguas e literatura espanhola
pela Universidade de Cartagena; interesses: ler, colecionar postais, e pesquisar
assuntos polêmicos; correspondência
em espanhol ou inglês. COLÔMBIA.
Email: [email protected].
Tariku Gebre: 20; solteiro; cursando
Inglês na Umiversidade de Aiemaya;
interesses: atletismo, camping, e música cristã; correspondência em Inglês.
Endereço: Ethiopia Adventist College;
P.O. Box 45; Shashamane; ETIÓPIA.
Ching E. Gonzaga: 23; solteira; professora de ensino fundamental em escola
adventista; interesses: ler, fazer novos
amigos e ginástica; correspondência em
inglês ou tagalog. Endereço: Adventist
University at the Philippinees; P. O. Box
1834; Manila 1099; FILIPINAS. Email:
[email protected].
Deborah Gonzales: 22; solteira;
cursando gerenciamento de informação no Colégio Estadual Catanduanes;
interesses: aprender sobre tecnologia
de comunicação, escalar montanhas
e música; correspondência em inglês
ou tagalog. Endereço: Rizal, Viga,
Catanduanes; 4805 FILIPINAS. Email:
[email protected].
Fernando González: solteiro; urologista; interesses: testemunhar, viajar
e esportes aquáticos; correspondência
em espanhol ou inglês. Endereço: 3ra
Paralela 263 (I), Florat; Camagüey;
CUBA 70200. Email: fegon@finlay.
cmw.sld.cu.
Rein Heart Gordon: 22; solteira;
formada em educação; interesses: ler,
colecionar livros interessantes e música;
correspondência em inglês ou tagalog. Endereço: Egana, Sibalom; 5713
Antique; FILIPINAS. Email: nier_
[email protected].
Lonaly P. Guillermo: 19; solteira;
cursando contabilidade; interesses: colecionar livros em miniatura, ler e jogar
badmington; correspondência em inglês
ou filipino. Endereço: Central Philippine
Adventist College; Brgy. Alegria, Murcia,
Inserção B
Negros Occidental; FILIPINAS 6129.
Steve Hartman: 40; divorciado;
formado em administração de sistemas
logísticos pela Universidade Técnica de
Colorado; interesses: escalar montanhas,
camping, jogos de mesa e correspondência. Endereço: 3004 Moonbeam Circle
North; Colorado Springs; Colorado
80916; EUA. Email: hartmans@codenet.
net.
Sambo Daniel Haruna: 27; solteiro;
cursando matemática na Universidade
de Jos. Interesses: viajar, camping, fotografia e aptidão física; correspondência
em inglês. Email: harunasambo@afrione.
com. NIGÉRIA.
Elbita Hidalgo Martínez: 36; divorciada, dois filhos, recém-convertida à fé
adventista; enfermeira especializada em
saúde feminina; interesses: testemunhar,
viajar e corresponder com novos amigos;
correspondência em espanhol. Endereço:
Calle 10 de Octubre # 518 entre Maceo
y Céspedes; Banes, Holguín; 82300
CUBA.
Leny M. Ibañez: 21; solteira; cursando comunicação em massa; interesses:
leitura, música gospel e troca de correspondência e postais; correspondência em
inglês ou filipino. Endereço: Palawan
State Universidade; Tiniguiban Heights,
Puerto Princesa City, Palawan; 5300
FILIPINAS.
Elizabeth B. Jacinto: 23; solteira; cursando ciências contábeis na Universidade
Central das Filipinas; interesses: fazer
novos amigos, viajar, natureza e camping; correspondência em inglês.
Endereço: 183-J Jalandoni-Wilson
St.; Iloilo City; FILIPINAS. Email:
[email protected].
Oburu T. Job: 18; solteiro; cursando
tecnologia da aviação; interesses: fazer
novos amigos, canto, flores e jornalismo;
correspondência em inglês. Endereço:
P.O. Box 10; Nyansiongo; QUÊNIA.
Samuel Khudiram Khakha: 28; solteiro; formado em teologia; interesses:
testemunhar, ajudar os outros, voleibol
e notícias do mundo; correspondência
em inglês. Endereço: Dhap Udy Pur
S.D.A. School; P.O. Shaltigopal Pur;
Mitha Pukur, Dist. Rangpur 5460;
BANGLADESH.
Placide Kimengele: 32; casado;
formado em biologia pelo Instituto
Superior Pedagógico de Bukavu;
interesses: viajar, música, e pesquisa
biológica (principalmente biologia
aquática); correspondência em francês, inglês ou suaíle. REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA do CONGO. Email:
[email protected].
Joseph Lawal: 41; casado; técnico em
recondicionamento de motores automobilísticos; interesses: ler, viajar, fotografia
e música cristã; correspondência em
inglês. Endereço: P.O. Box 923; SaponAbeokuta, Ogun State; NIGÉRIA.
Patrícia Lira: 24; solteira; formada
em relações públicas e planejando cursar mestrado em marketing; interesses:
ler, viajar, cuidar de animais e filmes;
correspondência em português, espanhol ou inglês. Endereço: Av. Daniel de
La Touche, 53; 61065-020 Maranhão
Novo, São Luís, Maranhão; BRASIL.
Email: [email protected].
Claudia López: 22; solteira; cursando educação fundamental; interesses:
fazer novos amigos, leitura, música e
camping; correspondência em espanhol.
Email: [email protected].
ARGENTINA.
Randy Macaraig: 18; solteiro;
cursando faculdade de tecnologia de
informática na Universidade Adventista
das Filipinas; interesses: leitura, música
cristã e esportes; correspondência em
inglês ou filipino. FILIPINAS. Email:
[email protected].
Edwin Mago Vásquez: 35; casado;
formado em ciência da computação e
cursando mestrado em educação; interesses: leitura, canto coral e voleibol;
correspondência em espanhol. Endereço:
Carretera vía Salom; Nirgua, Edo.
Yaracuy; 3205-A VENEZUELA. Email:
[email protected].
Albert Joseph Malakere: 21; solteiro; cursando faculdade de comércio;
interesses: fazer novos amigos, leitura
e canto; correspondência em inglês ou
bangla. Endereço: House 1; Road 50;
Gulshan, Dhaka; BANGLADESH.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Minolta A. Marcos: 20; casada;
cursando enfermagem no Colégio
Adventista de Tecnologia; interesses:
viajar, fazer novos amigos, camping e jardinagem; correspondência em inglês ou
filipino. Endereço: 342 Urok 11-B; Tupi,
South Cotabato; 9505 FILIPINAS.
Lucia Marius: 29; solteira; cursando
agricultura e ciência animal; interesses:
DIÁLOGO 16•1 2004
viajar, camping, culturas estrangeiras
e computadores; correspondência em
inglês. Endereço: Neudamm Campus;
Private Bag 13188; Windhoek;
NAMÍBIA.
Edennir Martínez: 18; solteira; cursando administração de empresa no
Politécnico de Economia; interesses:
viajar, fazer novos amigos, música cristã
e clássica e culinária; correspondência
em espanhol ou inglês. Endereço: Pobre
# 707 entre San Martín y San José;
Camagüey; 70100 CUBA.
Sony Mathew: 24; solteiro; cursando
mestrado na Universidade de Kerala;
interesses: ler, escrever poesias e canções
e jogar cricket; correspondência em inglês
ou malaialam. Endereço: SDA Church
House; Pullenthery, Karakonam; P.O.
PIN; 695504 Kerala; ÍNDIA. Email:
[email protected].
Iván Carlos Méndez: 28; solteiro;
estudante de direito, atualmente na
prisão; interesses: viajar, ler e poesia; correspondência em espanhol.
Endereço: Casilla de Correo 65; 1900
La Plata; ARGENTINA. Email:
[email protected]
Rafel Millet Leyva: 35; solteiro;
formado em educação fundamental;
interesses: ler, pesquisar, trabalhar com
crianças e música cristã; correspondência
em espanhol, inglês, francês ou português. Endereço: Calle 37 # 3203, % 32
y 34; Nueva Gerona, Isla de la Juventud;
CUBA.
Baguma Moses: 28; solteiro; cursando
faculdade de desenvolvimento; interesses:
viajar, fazer novos amigos, natureza e
música cristã; correspondência em inglês.
Endereço: Bugema Universidade; P.O.
Box 6529; Kampala; UGANDA.
Bernard N. Motieri: 25; solteiro;
cursando educação na Universidade de
Nairóbi; interesses: viajar, ler e música;
correspondência em inglês. Endereço:
Box 6639 (GPO); Nairobi; 00100
QUÊNIA.
Richard Kambere Musavuli: 32;
formado em técnicas sociais; interesses: viajar, fazer novos amigos e
música religiosa; correspondência em
francês, suaíle ou kinande. Endereço:
B.P. 89; Gisenyi; RUANDA. Email:
[email protected].
Lidia Cristina Nery: 31; casada; professora em escola adventista e concluindo
faculdade de educação física; interesses:
DIÁLOGO 16•1 2004
trabalhar com jovens, corresponder-se
com pessoas envolvidas em atividades
esportivas para deficientes físicos e
música; correspondência em português
ou espanhol. Endereço: Est. Rio do “A”
892, Campo Grande; Rio de Janeiro, RJ;
23080-350 BRASIL.
Amani Ngamije: 22; solteiro; cursando ciências contábeis; interesses: fazer
novos amigos, estudar a Bíblia e futebol;
correspondência em francês, inglês, suaíle, ou knyarwanda. Endereço: Université
Adventiste d’Afrique Central; P.O.
Box 2461; Kigali; RUANDA. Email:
[email protected].
Abongile Ngoloyi: 19; solteiro; cursando auditoria interna na Eastern Cape
Technikon; interesses: leitura, culinária
e amizades; correspondência em inglês,
xhosa ou africaans. Endereço: P.O. Box
7336; East London; 5200 ÁFRICA DO
SUL. Email: [email protected].
Masha O. Nguru: 30; solteiro;
jornalista e escritor; interesses: fazer
novos amigos, jardinagem, camping
e música gospel; correspondência em
inglês. Endereço: Kurasini Seventh-day
Adventist Church; P.O. Box 63131; Dares-Salaam; TANZÂNIA.
Uloma C. Nwagbara: 28; solteira; cursando medicina e cirurgia na
Universidade de Calabar; interesses:
estudar a Bíblia, ler livros sobre saúde,
ajudar os outros e cantar música gospel; correspondência em inglês. Email:
[email protected]. NIGÉRIA.
Evans Nyanducha: 21; solteiro;
cursando educação na Universidade
Kenyatta; interesses: fazer amigos, estudar a Bíblia, música cristã; correspondência em inglês, kisuaíle ou kisi. QUÊNIA.
Email: [email protected].
Joan Oblad: 21; solteira; estudante
de contabilidade no Mountain View
College nas Filipinas, atualmente servindo como estudante missionária; interesses: conhecer melhor a Jesus, esporte
e música; correspondência em inglês.
Endereço: 289-11, Poseri, Bongwha-UB;
Bongwha-Gun, Kyoungbuk; COREIA
DO SUL. Email: pheandy_joll@yahoo.
com.
Richard Ogato: 19; solteiro; cursando engenharia eletrônica no Colégio de
Tecnologia de Comunicação do Quênia;
interesses: futebol, artes marciais e filosofia; correspondência em inglês. Email:
[email protected]. QUÊNIA.
Paul Makokha Okoiti: 37; casado;
trabalhando como assistente de oficial
de renda; interesses: viajar, música cristã
e esporte; correspondência em inglês.
Endereço: P.O. Box 35274-00200;
Nairobi; QUÊNIA.
Lensah A. Oluoch: 23; solteira;
cursando faculdade de idiomas e literatura; interesses: viajar, escutar música e ler novelas; correspondência em
inglês. Endereço: Moi Universidade;
P.O. Box 82; QUÊNIA. Email:
[email protected].
Geoffrey Mogusu Oneri: 23; solteiro; cursando engenharia civil no
Western College; interesses: fazer novos
amigos e encorajar pessoas que perderam a esperança; correspondência em
inglês ou francês. Endereço: P.O. Box
79343; Nairobi; QUÊNIA. Email:
[email protected].
Josphat Kaunda Orangi: 28; solteiro;
cursando teologia; interesses: discutir
assuntos bíblicos, pregar e esporte;
correspondência em inglês ou kisuaíle.
Endereço: University of Eastern Africa
Baraton; Box 2500; Eldoret; QUÊNIA.
Email: [email protected].
Ernesto Peña Cruz: 34; solteiro;
formado em enfermagem com especialização em medicina de emergência;
interesses: viajar, camping e trocar idéias
com outros cristãos; correspondência em
espanhol. Endereço: Calle 3ra. # 31F,
Vista Alegre; Cacocum, Holguín; 82700
CUBA.
Nancy Esmeralda Pérez: 26; solteira;
formada em relações comerciais; interesses: ler, testemunhar, conhecer culturas
estrangeiras e natureza; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço:
La Lima Parrilla, Calle Principal
s/n junto a la Iglesia Católica; 86280
Villahermosa, Tabasco; MÉXICO.
Email: [email protected].
Aleida Perdomo: 39; divorciada;
pediatra; interesses: viajar, fazer novos
amigos e colecionar postais; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço:
Edificio 27, Apto. 12; Micro Norte
Morón; Ciego de Avila; CUBA.
Santa M. Perdomo: 36; divorciada;
enfermeira; interesses: ler, viajar, testemunhar e conhecer culturas estrangeiras;
correspondência em espanhol ou inglês.
Endereço: 141 E. 13th Street; Hialeah,
Florida 33010; EUA.
Heritiana Ramarolahy: 34; solteiro;
Inserção C
mestrado em lingüística social, trabalha
no setor de comunicação de um programa de nutrição do governo; interesses:
camping, pingue-pongue e leitura;
correspondência em francês ou inglês.
Endereço: Boite Postale 199; Tulear;
MADAGÁSCAR. Email: seecatul@dts.
mg.
Enoch Ravolanisoa: 20; solteiro;
cursando medicina na Universidade
de Majunga; interesses: leitura,
esportes, documentários e computadores; correspondência em francês
ou malgache. Endereço: LGT 255,
Cite U; Tsaramandroso Majunga
401l; MADAGÁSCAR. Email:
[email protected].
Meiby Yomeiris Rincón: 23; solteira; cursando farmácia na Universidade
Central del Este; interesses: viajar,
música cristã atividades ao ar livre;
correspondência em espanhol. Email:
[email protected]. REPÚBLICA
DOMINICANA
Francisco E. Martins Rocha: 39;
solteiro; formado em biologia e cursando teologia; interesses: viajar, ler e
fazer novos amigos; correspondência
em português ou espanhol. Email:
[email protected]. BRASIL.
Joshua Saint-Hilaire: 24; solteiro; cursando medicina na Pontifícia
Universidade Católica Madre e Maestra;
interesses: trabalhar com desbravadores, fazer novos amigos e jogar xadrez;
correspondência em espanhol. Email:
[email protected].
REPÚBLICA DOMINICANA.
Dainy de las Nieves Salazar: 25;
solteira; formada em administração
industrial pela Universidade de Oriente;
interesses: cantar, tocar teclado, dar
estudos bíblicos e fazer novos amigos; correspondência em espanhol.
Endereço: Vereda 28, Sector 3, Casa No.
5, Urbanización Boyacá II; Barcelona,
Estado Anzoátegui; VENEZUELA.
Email: [email protected].
O. A. Sangoniyi: 28; solteiro;
bancário, formado em finanças e
operações bancárias; interesses: ouvir
música, viajar e fazer novos amigos;
correspondência em inglês. Endereço:
Coop Bank Plc.; P.M.B. 5422;
Ibadan, Oyo State; NIGÉRIA. Email:
[email protected].
Kwasi Pious Sarpong: 35; casado;
cursando faculdade de religião; interesInserção D
ses: fotografia e culturas estrangeiras;
correspondência em inglês. Endereço:
Valley View Universidade; Box KA
9358; Airport-Accra; GANA. Email:
[email protected].
Fabio Siniscarchio: 21; solteiro; cursando música no Centro Universitário
Adventista de São Paulo; interesses: fazer
novos amigos, canto e música cristã; correspondência em português, espanhol,
inglês, alemão ou francês. Endereço:
Rod. SP 332, Km 160, C.P. 11; 13165970 Engenheiro Coelho, SP; BRASIL.
Email: [email protected].
Teresa Soriano: 24; solteira; cursando administração de empresas na
Universidade Tecnológica de Santiago;
interesses: fazer novos amigos, música e
natureza; correspondência em espanhol
ou inglês. Email: t_soriano83@hotmail.
com. REPÚBLICA DOMINICANA.
Arlyn T. Sotomayor: 19; solteira; formada em contabilidade; interesses: testemunhar através da música, viajar, fazer
novos amigos e atividades JA; correspondência em espanhol. Endereço: Calle
Agramonte 930 entre San Pedro y final;
Cruces, Cienfuegos; 57500 CUBA.
Marlenie Moodie Spence: 18; solteira;
cursando fisioterapia na Universidade
Adventista de Costa Rica; interesses:
ajudar pessoas deficientes, música, canto
e Internet; correspondência em espanhol ou inglês. Endereço: UNADECA;
Apartado 983-4050; Alajuela; COSTA
RICA. Email: [email protected].
Cyril Ekanem Udo: 29; solteiro; formado em medicina pela Universidade da
Nigéria, Nsukka; interesses: testemunhar,
viajar e natureza; correspondência em
inglês. Endereço: Health Care Centre;
No. 10 Akpan Akpa Udo Street; P.O.
Box 2992; Uyo, Akwa Ibom State;
NIGÉRIA.
Friday Akpan Udom: 32; solteiro; formado em agronomia pela
Universidade de Calabar; interesses:
viajar, testemunhar e orar; correspondência em inglês. Endereço: c/o Mr.
Okon J. Afangideh; No. 38 Umo Obot
Road, Ikot Ekpene; Akwa, Ibom State;
NIGÉRIA. Email: friakpan2001@yahoo.
com.
Agu Ugochukwu: 25; formado pela
Universidade de Calabar; interesses: viajar, trabalhar com desbravadores, evangelismo e esporte; correspondência em
inglês. Email: aguugochukwu@hotmail.
com. NIGÉRIA.
Fernando R. Velásquez: 24; solteiro; cursando ciências contábeis na
Universidade Adventista del Plata;
interesses: leitura, desenho e boa
música; correspondência em espanhol, português ou inglês. Endereço:
25 de Mayo 99; 3103 Libertador San
Martín, Entre Ríos; ARGENTINA.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Luis Oscar Viamonte: 41; solteiro;
formado em inglês, trabalha como professor universitário; interesses: poesia,
composição musical; correspondência em
espanhol ou inglês. Endereço: Bosque
#10; La Demajagua, Isla de la Juventud;
27400 CUBA.
Convite
Se você é universitário ou profissional
adventista e quer ter seu nome alistado
aqui, envie-nos as seguintes informaçãos:
(1) Seu nome completo, com o sobrenome em letras maísculas; (2) sua idade;
(3) sexo; (4) estado civil; (5) estudos correntes ou diploma obtido e especialidade;
(6) faculdade ou universidade que está
freqüentando ou na qual graduou-se;
(7) três principais passa-tempos ou interesses; (8) língua(s) nas quais quer–se
corresponder; (9) o nome da congregação
adventista da qual é membro; (10) seu
endereço postal; (11) seu e-mail, caso o
tenha. Por favor, datilografe ou use letra
de imprensa clara. Envie esta informação
para Dialogue Interchange; 12501 Old
Columbia Pike; Silver Spring, MD 209046600, EUA. Você pode também usar e-mail:
[email protected]. Apenas poremos na
lista aqueles que fornecerem os 10 items
de informação requerida acima. Dialogue
não assume responsabilidade pela exatidão
da informação dada ou pelo conteúdo da
correspondência que possa resultar.
DIÁLOGO 16•1 2004
mentar que seu principal impacto é sobre
os indivíduos que delas participam e não
sobre a população a que buscam servir.
Não há o que possa substituir um envolvimento de longo prazo com as pessoas
desses países.
Conversei com muitos beneficiários das
missões de curto prazo e disseram apreciar
o que os visitantes fizeram em seu favor,
mas isso não tem muito impacto em termos de desenvolvimento de longo prazo
em sua sociedade.
■ O que torna a Loma Linda University tão
especial?
Somos a única universidade de ciências
de saúde especificamente cristã em seu
enfoque e missão. O senso de serviço e
trabalho em áreas carentes é total dentro
daquilo que essa universidade foi e é.
Onde acho que a Loma Linda University
se posiciona com exclusividade, é sobre seu
endosso aberto e proativo ao serviço cristão
como um tema.
■ A Loma Linda University tem uma abordagem inovadora com relação aos serviços
médicos?
Certamente. Damos ênfase ao cuidado
do indivíduo como um todo e ao serviço
integrado. “Produzir o Homem Integral”
é o lema da universidade. Gosto de apresentar o argumento de que o cuidado da
boa saúde é realçado pela compreensão dos
valores espirituais. O reverso disso também
é verdadeiro. A posse dos valores espirituais
é aprimorada pela boa saúde. Tudo isso
se consolida num todo bem equilibrado.
Espero que isso seja algo a que essa universidade continue a se apegar e levar aos
nossos estudantes.
A alta tecnologia é importante; a medicina contemporânea e as técnicas modernas
são todas valiosas, mas unidas ao cuidado
atento, equilibrado e integrado, que reconhece plenamente os valores espirituais
como parte integrante.
■ Em vista da rápida globalização, que
papel o senhor acha que a LLU desempenha?
A Igreja Adventista do Sétimo Dia
opera atualmente 175 hospitais em todo o
mundo. Tradicionalmente, temos mandado
DIÁLOGO 16•1 2004
nossos alunos para trabalhar nos países em
desenvolvimento, mas já na década passada
pudemos entender que apenas isso não é
suficiente.
Temos dois novos programas que nos
mantêm ligados intimamente ao resto do
mundo. Um deles é vínculo com nossos
hospitais missionários através do Adventist
Health International, que presta assistência
profissional e técnica na seleção de instituições de saúde adventistas que estão enfrentando desafios difíceis.
No aspecto educacional, estamos
desenvolvendo programas educacionais
colaborativos com mais de cem faculdades
e universidades que a Igreja patrocina em
muitos países. A Loma Linda University
está em posição única porque conseguimos,
graças ao trabalho de todos aqueles que
vieram antes de nós, credibilidade publicamente reconhecida em educação sanitária e
serviços de saúde. É importante utilizarmos
essa credibilidade para ajudar a obra da
Igreja, à medida que ela desenvolve outras
instituições.
■ Como a Loma Linda University está buscando fortalecer a qualidade do serviço das
clínicas e hospitais adventistas nos países em
desenvolvimento?
Isso provavelmente pode ser mostrado de
modo mais manifesto no Adventist Health
International (AHI), que atualmente está
atuando em dez países, administrando
vinte e seis hospitais e cerca de cinqüenta
clínicas. O desafio enfrentado por essas instituições não diz respeito tanto a edifícios
deteriorados ou equipamento danificado,
mas a administração e controle. O AHI
procura fazer parceria com essas instituições, fortalecer sua administração e tornálas estáveis para que possam empreender o
seu desenvolvimento e crescimento.
uma peça-chave de nossa missão. Sinto-me
igualmente apaixonado com relação ao
oferecimento de programas de qualidade
acadêmica, em parceria com outras instituições ao redor do mundo.
■ Como o senhor faz para equilibrar em sua
vida as exigências da profissão, o desejo de
atender às necessidades humanas e sua própria vida espiritual como cristão?
…e minha vida familiar, e a administração de um sítio e umas poucas outras
coisas. Eu cumpro uma agenda muito apertada, mas a satisfação que obtenho em fazer
todo isso mais do que compensa qualquer
tempo de férias ou outro que eu possa ter
despendido. Cada manhã levanto-me satisfeito por ter um trabalho que me traz tanta
realização. Nunca achei a carga do que faço
muito pesada, porque me parece muito
bom trazê-la desse modo. Posso lhe dizer
que se equilíbrio significa estar satisfeito,
então eu estou. Não vou para o trabalho
como para um emprego comum; é assim
que sou.
Entrevista concedida a
Dustin R. Jones
Dustin Jones é editor de projetos especiais do departamento de relações da
Loma Linda University. Ele pode ser
contatado através do e-mail djones@univ.
llu.edu. O Dr. Hart pode ser encontrado
no Gabinete da Reitoria; Loma Linda
University, Loma Linda, Califórnia 92350,
EUA. Site Institucional: http://www.llu.edu
■ Por quais projetos o senhor tem uma paixão especial?
Essa é uma pergunta difícil de responder.
Sinto-me especialmente entusiasmado em
fazer a cada estudante que está conosco
uma exposição sobre os ambientes multiculturais. Também me acho muito envolvido com a estabilização dos hospitais missionários do mundo, porque creio que eles são
17
PONTO DE VISTA
Integrando fé e ciência
A perspectiva de uma aluna de pós-graduação
Rahel Davidson Schafer
Não é melhor duvidar das
interpretações de uma
cosmovisão naturalista do
que duvidar da Palavra de
Deus?
Francamente, estou amando a teologia.
Terminei recentemente meu mestrado em
religião com ênfase no Antigo Testamento e
me apaixonei pelo hebraico. Estou também
me aprofundando nas verdades bíblicas.
Particularmente, encontro-me em posição
cada vez mais humilde perante o Deus que
fala conosco de maneira tão rica, bela e verdadeira através de seu precioso Livro.
Com certeza, eu também amo a ciência. Minha formação universitária foi em
Biologia e estou agora fazendo o mestrado
nessa ciência. Interessei-me por obter
conhecimento cada vez maior da natureza
e de todos os seus detalhes intrincadamente
belos, bem como dos amplos sistemas que
a compõem. Através do estudo da ciência,
tenho cada vez mais me inclinado perante
o grande Deus Criador, que hoje somente
pode ser divisado de forma tênue neste
mundo pecaminoso, mas que, apesar disso,
ainda Se revela constantemente a nós.
Na atual controvérsia entre teologia e
ciência, muitos dos temas envolvidos parecem insolúveis e irreconciliáveis. De fato,
o conflito por vezes tem assumido grandes
proporções em minha mente e experiência
como estudante, e eu gostaria de partilhar
minha perspectiva e trajetória em ambas as
áreas.
Crescimento acadêmico
Os cursos que fiz em ciência e teologia
ajudaram a formar minhas crenças e opiniões. Uma das mais importantes capacidades que desenvolvi foi a leitura crítica
de artigos científicos. Freqüentemente
18
aceitamos como fato aquilo que a ciência
nos diz, e não dedicamos tempo para fazer
separação entre os dados e sua interpretação. Despendi muitas horas lendo artigos
de várias revistas científicas e examinando
cuidadosamente seus dados reais. Nos artigos que tratavam das origens, às vezes não
havia praticamente dados, e as interpretações feitas sob o prisma naturalista eram
apresentadas como fatos.
A capacidade de diferenciar entre dados
e interpretação provou-se crucial no
meu questionamento sobre ciência e fé.
Cheguei a compreender que não é correto
usar o que costumeiramente se chama de
“comprovação científica esmagadora”, para
afirmar que o relato bíblico da Criação é
falso. Entendi que algumas pessoas conhecem pouco sobre ciência, ou deixaram de
compreender a importância de distinguir
entre dados e interpretação. Aprendi quão
importante é que as pessoas que não se
aprofundaram em certo campo científico,
sejam empíricas e não dogmáticas em suas
afirmações.
A ciência realmente visa a descobrir a
verdade sobre o mundo natural, mas isso
não significa prover evidências incontroversas de que algo seja verdadeiro. O conhecimento científico será sempre incompleto e
sempre haverá mais evidências a serem consideradas, e freqüentemente outras maneiras de interpretar os dados além daquelas
que usualmente pensamos ou aceitamos.
Sempre estaremos conseguindo melhores
instrumentos e melhores técnicas, embora
existam limites à nossa compreensão.
Penso que isso valha especialmente quando a ciência tenta falar sobre o que aconteceu no início do Universo, da Terra e da
vida sobre a Terra. Temos muitos registros
sobre o que aconteceu nesta Terra e muitas observações do mundo natural feitas
no decorrer de séculos e até de milênios;
porém, nenhum ser humano observou
nem anotou detalhadamente como a vida
teve início. Podemos fazer especulações à
vontade, usando dados da coluna geológica, dos muitos métodos de datação hoje
disponíveis, das configurações fósseis, etc.,
porém, sempre existirão especulações, a não
ser que se pudesse voltar no tempo ou que
Deus decidisse revelar-nos todas as particularidades.
Em linguagem científica, a leitura do
relato da criação em Gênesis como sendo
histórico e literal, provavelmente seria
somente outra maneira de interpretar os
dados bíblicos. Porém, se sou cristão, esses
dados não se assemelham a dados científicos. Os dados bíblicos são incontestáveis
e apontam para a interpretação literal
e histórica de Gênesis, e não para uma
multiplicidade de possíveis interpretações.
Provavelmente, se eu não fosse um cristão
adventista, poderia dar qualquer outra
designação ao relato bíblico, a meu belprazer.
Entretanto, interessei-me em ler os principais comentários críticos sobre Gênesis
para o artigo que escrevi sobre a exegese
de Gênesis 1:1-3. Todos eles entendem
que Gênesis 1:1-11 claramente tem de ser
tomado como histórico e literal, e quem
entender o contrário (como, por exemplo,
um relato mítico ou teológico), realmente
não está compreendendo a língua hebraica.
Aprendi em minhas aulas de hermenêutica a diferença entre a simples leitura e a
tradução do hebraico, e a interpretação real
e comparação da Escritura com a Escritura.
Aprofundei-me na gramática e na sintaxe
hebraica, lidando com tópicos difíceis no
texto e buscando sua compreensão a partir
de princípios inseridos na própria Bíblia,
sem colocar nela nada proveniente de fora.
Compreendi a estrutura dos capítulos,
livros e até seções completas da Bíblia, sua
inter-relação e a bela e perfeita forma em
seu todo. Li a respeito do ponto central
DIÁLOGO 16•1 2004
de orientação da Bíblia, e de como foi ele
trabalhado por Deus para refletir tudo em
simetria perfeita.
Mais importante ainda, estudei o que a
Bíblia tem a dizer sobre si mesma. Se pretendo considerar-me um cristão que toma
a Bíblia como regra de fé, é exatamente isso
que tenho de fazer. E a Bíblia me diz como
devo tomar a sua totalidade como verdade
revelada por Deus. Devo também considerar as histórias do Antigo Testamento como
literais e históricas, a menos que a intenção
do autor e o estilo do texto hebraico obviamente sejam diferentes como, por exemplo,
nas passagens apocalípticas. Esses princípios
não foram elaborados por meus professores
ou por comissões eclesiásticas, mas resultaram diretamente da Palavra de Deus.
Muitos têm tentado abalar a credibilidade da Bíblia quando ela fala sobre a
Criação, o Dilúvio e mesmo sobre a historicidade dos patriarcas e profetas. Porém,
se creio que Jesus é meu Salvador e que
Ele ressuscitou e virá novamente, como
posso deixar de crer na história da Criação,
visto que o Novo Testamento se baseia tão
integralmente no Antigo? Não é essa uma
teologia inconsistente e mesmo contrária
a Deus e Sua palavra? A menos que se
tomem seriamente as próprias declarações
da Bíblia sobre si mesma, põem-se em
dúvida todos os relatos bíblicos, tanto os
teológicos como os históricos. Se eu não
crer na Bíblia toda como verdade, como
posso ser um cristão adventista?
Dessa forma, comecei a ver ainda mais
claramente através de minhas atividades
acadêmicas, que para mim tinha de ser
tudo ou nada. Ou acredito na Bíblia ou
não. Não existe base para conciliar meios
caminhos. Jesus chamou-me para crer radicalmente nEle e na Sua criação do mundo
como registrada em Gênesis. Existem, sim,
evidências suficientes para crer, embora não
suficientes para comprovar que isso seja
verdade. Da mesma maneira, ao considerar
as evidências a favor da ressurreição de
Jesus, a comprovação deve ser substituída
por uma fé básica.
Uma perspectiva adequada
Assim, como um estudante graduado,
de que modo posso lidar com as grandes
DIÁLOGO 16•1 2004
e irrespondidas questões no aparente
conflito entre a ciência e o Gênesis, como
por exemplo, a ordem do registro fóssil,
a biogeografia, a seqüência evolutiva dos
mamíferos, a idade atribuída às várias
camadas geológicas, etc.? Honestamente,
não pretendo ter todas as respostas. Com
freqüência me deparo com incerteza e mistério ao estudar e pesquisar esses tópicos.
Espero encontrar respostas ao estudar tanto
a ciência como a teologia, embora às vezes
somente consiga levantar novas questões.
Entretanto, nos meus estudos, tenho-me
convencido de que existe muito mais harmonia do que freqüentemente é admitida
tanto pelos cientistas como pelos teólogos.
Acho que têm sido feitos esforços para
examinar os dados e apresentar interpretações alternativas. Se esses têm sido poucos
e esparsos, não é porque exista falta de
dados que possam apoiar qualquer um dos
pontos de vista. Simplesmente é porque
não existem muitas pessoas que realmente
estejam buscando a harmonia, e há poucos
cientistas que crêem na Palavra de Deus
(comparados com o número de cientistas
seculares), e que estejam trabalhando para
compreender esses enigmas.
Decidi, portanto, dedicar minha vida
da maneira que Deus a quiser dirigir, para
descobrir meios novos e criativos para
permanecer fiel às Escrituras e ainda praticar a boa ciência. Tenho uma prateleira
na mente onde coloco minhas indagações. Algumas vezes descubro que, pouco
depois, encontro outra interpretação
científica conflitante com a anterior que
havia levantado questões, e isso acaba confirmando minha fé. Na maioria dos casos,
entretanto, ainda não tenho respostas para
as minhas questões. No entanto, isso não
me faz crer menos na Palavra de Deus.
Temos avançado muito na ciência, mas
existem ainda miríades de mistérios que
não foram resolvidos, ou mesmo começaram sequer a ser compreendidos. E sempre
existem mais dados a serem incorporados
em assuntos que hoje pensamos compreender muito bem. Planejo continuar a
exercitar minha capacidade de pensar criticamente para determinar os dados reais,
e então tentar considerar alternativas para
a interpretação dada, e não simplesmente
aceitar tudo como fatos.
Reconhecidamente, esse método é difícil de ser seguido. Às vezes penso como
seria fácil desistir de tentar resolver essas
questões completamente. Porém, resolvi
com a graça de Deus jamais deixar de lado
minha fé absoluta em Sua Palavra, nem
minha alegria em explorar Sua criação.
Não sei como Ele continuará a me dirigir,
ou se Ele responderá algum dia todas as
minhas questões ainda neste mundo. Mas
está tudo bem, pois sou um ser humano
pecador, e Ele é Deus! Existem coisas que
provavelmente eu precisarei da eternidade
para compreender, mas minha carência
de compreensão atual não deve me levar à
falta de fé.
A estrutura das Escrituras
Deus Se compraz nos que “tremem de
Sua Palavra” (Isaías 66:2), e isso se tornou
meu princípio básico. Se eu começar a
duvidar de alguma parte das Escrituras,
estarei me colocando acima da Bíblia,
pondo minha razão em primeiro lugar.
E como verdadeiramente acredito que a
Bíblia é a Palavra de Deus, se me colocar
acima de Deus estarei cometendo o mesmo
que Lúcifer tentou. Como disse Jesus, o
que me importa ganhar o mundo todo e
perder minha alma? Não estou afirmando
que se eu crer em uma criação histórica e
literal serei salvo e, caso contrário, estarei
perdido. Porém, cheguei a compreender
quão essencial é que eu aceite a Palavra
de Deus como a mais importante. Se eu
não crer nos onze primeiros capítulos de
Gênesis como sendo literais e históricos,
por que deveria acreditar em qualquer
parte do restante da Bíblia?
Em resumo, escolhi fazer da Bíblia
minha regra e padrão de vida, e isso
inclui aceitar os primeiros onze capítulos
de Gênesis como literais e históricos. O
estudo da Bíblia e da teologia são a alegria
de minha vida, e como um jovem e ávido
cientista tenho o privilégio e o dever de
considerar novas e estimulantes interpretações dos mesmos dados que, sob a moldura
conceitual naturalista, as pessoas só podem
interpretar de maneira única.
Continuação na página 25.
19
EM AÇÃO
Estudantes adventistas
evangelizam na Romênia
Claudiu Popescu
Iasi! O nome soa romântico, mas não
foi o romantismo que invadiu essa cidade
de 11 a 22 de abril de 2003, foi o amor;
o amor de Deus e o amor de 36 jovens
adventistas vindos de nove países (Áustria,
Alemanha, Suíça, Espanha, Estados
Unidos, Etiópia e Itália), para falar das
boas-novas de Jesus nessa antiga cidade
do nordeste da Romênia. A esse grupo se
juntaram mais 70 outros jovens da organização adventista local.
Os jovens visitantes viajaram de lugares
distantes por conta própria. Alguns ainda
estavam cursando o ensino médio, outros
eram estudantes de alemão e outros ainda
estudavam no Seminário de Bogenhofen,
Áustria. Um denominador comum os
unia: jovens evangelizando outros jovens
em Iasi, a cidade que tem a segunda maior
universidade da Romênia, com cerca de 30
mil estudantes.
O tema dessa semana de campanha
evangelística foi “Sonhos”. A juventude
estava determinada, com o poder do
Espírito Santo, a sonhar alto e a partilhar
seu sonho do reino de Deus com uma
cidade imersa em cultura e tradição, mas
necessitada de ouvir o que Deus tem reservado para o seu futuro.
O projeto evangelístico foi além do
tradicional. Ele envolveu outros minis-
20
térios como: ajudar o necessitado, visitar
os idosos em asilos, visitar famílias, levar
esperança aos órfãos, transmitir, através de
atos de bondade, a amizade, o calor cristão
e os valores espirituais para os que mais
deles necessitavam.
Os dias passados em Iasi trouxeram
novos significados e objetivos para todos,
sobretudo para os próprios jovens evangelistas.
Olhando para trás
alegrar com pequenas coisas.
Passamos algum tempo também nas
ruas de Iasi. Alguns jovens cantaram no
centro da cidade, atraindo um público
que recebia o conforto transmitido pelos
sons de jubilosas músicas cristãs. Outros
conversaram com os transeuntes, convidando-os para as nossas reuniões evangelísticas. Vestindo roupa vermelha com o
logo AMiCUS, vários jovens evangelistas
foram para os arredores da cidade e, com
o auxílio de quadros e painéis, falaram à
juventude e aos idosos do local que Deus
tem um plano, um sonho para eles, e Ele
o cumprirá.
A verdade e o chamado
A parte mais emocionante era a reunião
evangelística à noite, realizada no Teatrul
Luceafarul, um grande anfiteatro no centro da cidade. Cada noite havia de 300 a
400 pessoas presentes, sendo que mais da
metade era composta de visitas. Era uma
O que realizamos em Iasi? Ou melhor,
o que Deus realizou? Somente o tempo
poderá dizer, mas os jovens voltaram aos
seus respectivos lares e campi com a alegria
e a satisfação que o Espírito Santo concede
àqueles que compartilham sua fé e vida
com os outros.
Um dia típico em Iasi começava com
um ministério direcionado às pessoas.
Visitas aos lares, orfanatos, asilos e à ala
infantil de um hospital eram eventos rotineiros. As famílias se alegravam que pessoas estranhas se preocupassem com elas e
lhes proporcionassem auxílios emocional,
espiritual e material. As crianças ficavam
felizes com os brinquedos e animais de
pelúcia que distribuímos. Foi muito
emocionante ver algumas crianças extremamente pobres ou doentes rirem, talvez
pela primeira vez. Elas ainda conseguem se
DIÁLOGO 16•1 2004
alegria para os jovens de nossa equipe rever
as pessoas que eles tinham convidado na
rua naquele dia! Muitos contatos pessoais
e amizades se formaram. Um animado
serviço de música e mensagens musicais
especiais completavam as reuniões da
noite. Quatro estudantes do Seminário
de Bogenhofen se alternavam para pregar,
e Claudiu Popescu, o coordenador desse
projeto, traduziu os sermões para a língua
local.
Após a reunião, havia a oportunidade
de conversar com nossos novos amigos
no saguão do recinto. Muitos de nossos
convidados ficavam para perguntar sobre o
assunto que tinha acabado de ser pregado.
As respostas das Escrituras a essas questões
motivavam esses jovens a vir às reuniões,
noite após noite.
Cada noite, nosso tema, “Sonhos”, era
entremeado nos sermões que tratavam
sobre os desejos, esperanças, ideais e objetivos que os jovens romenos possuíam.
Começando com esses sonhos, trazíamos à
mente dessa juventude o verdadeiro sonho
que somente Deus poderá realizar. É o
sonho de valorização e aceitação, de um
objetivo e significado na vida, de perdão e
nova vida.
A última noite da campanha encerrou-se
com um apelo para começar essa nova vida
com Jesus, para conhecer melhor a Bíblia
ou renovar a decisão de viver uma vida
com Deus. Um total de 112 jovens expressou o desejo de receber estudos bíblicos.
Quarenta deles decidiram seguir a Jesus! A
continuidade desse trabalho evangelístico
já teve início. Pedimos à juventude adventista ao redor do mundo que ore por esses
jovens que estão buscando a verdade em
Iasi, para que eles possam, em breve, fazer
parte da família de Deus.
Universitários assistem
simpósio no Brasil
Fabiana Amaral
Mais de 700 estudantes assistiram ao
simpósio realizado no Centro Universitário
Adventista de São Paulo, Campus
Engenheiro Coelho, em setembro de 2003.
Alguns dos participantes eram estudantes
desse campus, outros vieram de universidades públicas ou das igrejas da região.
O propósito desse encontro era integrar
os universitários e discutir assuntos relacionados à sua vida acadêmica, social e
espiritual.
Coordenado por Marly Timm, diretora do centro de aconselhamento da
universidade, esse foi o terceiro de uma
série de simpósios anuais. Os encontros
têm enfocado temas relacionados à vida
do estudante cristão: “O Universitário
Cristão e a Cultura Contemporânea”
(2001); “O Universitário Cristão e
os Relacionamentos” (2002); e “O
Universitário Cristão Fazendo a Diferença”
(2003).
O simpósio de 2003 manteve o mesmo
elevado nível acadêmico dos anteriores, e
seu principal objetivo foi fortalecer os valores espirituais, éticos e comportamentais
dos estudantes. “Queremos nutrir a identidade adventista da nova geração”, afirmou
Marly Timm.
O programa consistiu em sessões plená-
rias e seminários escolhidos apresentados
por psicólogos, teólogos e líderes da Igreja,
como Erton Kohler, diretor dos jovens da
Divisão Sul-Americana, e o Dr. Humberto
M. Rasi, representante do Comitê
AMiCUS da Associação Geral.
Cada estudante preencheu um questionário não-identificável, que avaliava
sua atitude com respeito a questões sobre
freqüência de boates e cinemas, uso de
jóias, sexo antes do casamento e consumo
de drogas. Os resultados foram tabelados e
apresentados na última reunião do simpósio, um fórum aberto onde universitários e
palestrantes participaram de um animado
debate tratando dessas questões sob a perspectiva dos princípios bíblicos. “Acima da
exatidão ou não de suas respostas, a discussão levou os estudantes a refletirem sobre
esses temas e a tomarem uma posição”,
disse o Prof. Valdecir Lima, um dos palestrantes. “Isso os ajudou a focalizar as coisas
que podemos saber com convicção.”
Fabiana Amaral é assistente no
Centro de Pesquisas Ellen G.
White, no Brasil. E-mail: fabiana_
[email protected].
Claudiu Popescu, estudante no
Seminário Bogenhofen (Áustria), coordenou a campanha evangelística em
Iasi. Ele e seus colegas estão planejando
outro projeto evangelístico jovem.
E-mail: [email protected].
DIÁLOGO 16•1 2004
21
LOGOS
Graça a 9.000 metros de altura
Kent Hansen
Depois de experimentar a
graça, estou mais seguro de
Deus do que antes, e menos
seguro sobre qualquer
outra coisa.
Sou advogado. Os advogados gostam de
perguntas. De fato, aprendemos na faculdade de direito que as perguntas são mais
importantes do que as respostas.
Jesus formulava as melhores perguntas,
estou certo. Um dia, na última semana
antes de Sua crucifixão, Ele foi interrogado
pelos principais dos sacerdotes, escribas,
fariseus e saduceus, que estavam tentando
fazê-Lo tropeçar e destruir Sua autoridade.
Cansado desse jogo, Jesus fez a seguinte
pergunta aos fariseus: “O que vocês pensam
a respeito do Cristo? De quem Ele é Filho?.
. . Ninguém conseguia responder-Lhe uma
palavra; e daquele dia em diante, ninguém
jamais se atreveu a Lhe fazer perguntas”
(Mateus 21:41, 46).
“O que vocês pensam a respeito do
Cristo?” é a pergunta definitiva. Respostas
estereotipadas não são suficientes. O que
nossos pais, avós, cônjuges ou amigos pensam, não deve influenciar. Ninguém pode
estar no seu ou no meu lugar em termos de
resposta à pergunta definitiva, porque ou
Cristo é nosso Salvador pessoal e Senhor,
ou Ele não significa nada para nós.
Jesus disse que boas ações—mesmo
tão excelentes como pregar o Evangelho,
profetizar e expulsar demônios—, não nos
podem salvar. A resposta à pergunta definitiva e a chave para o reino de Deus são
encontradas, disse Cristo, no relacionamento pessoal com Ele (Mateus 7:21-23; João
17:3). Eu sei que isso é verdadeiro!
Eu cresci num lar cristão, freqüentei
escolas cristãs, casei-me com uma cristã.
Meus esforços foram recompensados com
22
bolsas de estudos, prêmios e um bom
trabalho. Em 1989, eu era um jovem e atarefado advogado em ascensão, sócio-administrador de minha empresa de advocacia,
líder cívico, pai de um precoce menino de
dois anos e restaurador, juntamente com
minha esposa, de uma velha casa. Isso é
matéria-prima do sonho americano.
Mas havia um sumidouro disfarçado. Por
um lado, eu estava totalmente absorvido
por meu trabalho, alheio a tudo o mais.
Por outro, estava espiritualmente falido. Eu
representava uma denominação cristã e sua
nau capitânia, minha universidade. Mas
a instituição enfrentava uma guerra civil
sobre seu futuro, e como seu conselheiro
legal, eu estava bem no meio do fogo. A
religião era um negócio para mim—e um
mau negócio.
Havia sinais de advertência acerca de
problemas. Labaredas de ira. Lágrimas de
inominável tristeza, enquanto passava de
um compromisso a outro.
Lidando com o mundo interior
Eu precisava viajar à sede da Igreja para
uma reunião. Na saída de casa, escolhi um
livro para ler no avião. Minha primeira
opção foi uma novela. Algo dentro de mim
disse não. O próximo livro na pilha era um
sobre o qual meu irmão me havia falado:
Ordering Your Private World, de Gordon
MacDonald (Oliver-Nelson, 1985).
Achando que fosse um livro sobre administração de tempo, eu o encomendara de
uma livraria da cidade. Para minha surpresa, esse era um livro cristão.
A premissa de MacDonald é que cada
um de nós possui um mundo interior no
coração e alma, onde nossa auto-estima
é formada e onde nossas decisões básicas
sobre motivos, valores e compromissos são
tomadas. Esse é o espaço interior onde
comungamos com Deus. Ele possui cinco
setores: motivação, tempo, crescimento
intelectual, espírito e paz sabática. Se esses
setores internos estiverem adequadamente centralizados em Cristo e exercitados
mediante disciplina espiritual e intelectual,
nosso mundo exterior de relacionamentos
será também saudável. Se esse mundo interior não estiver organizado, podemos desintegrar-nos em estresse e disfunções.
MacDonald contrasta a obsessão do rei
Saul com o chamado de João Batista. A
obsessão pode nos prender numa gaiola
dourada da alta manutenção do sucesso,
deixando-nos espiritualmente exauridos e
levando-nos a um desastroso colapso espiritual e moral. Não muitas páginas antes eu
pensava: “Ele está falando a meu respeito”.
Eu ia lendo com uma mistura de curiosidade e temor.
Quando cheguei ao hotel, em Maryland,
assisti ao final dos playoffs do beisebol na
Costa Oeste, e então li alguma coisa mais.
Prosseguindo em minha leitura na manhã
seguinte, pensei que deveria orar. Mas
havia um problema. Cristão professo de
muitos anos, formado em escolas cristãs,
filho das orações de pais crentes, eu não
podia orar. Quero dizer: O que você diz a
Deus quando tenta passar por uma prova,
vencer um caso ou fazer um negócio?
Andei pelo quarto em crescente frustração.
Eu não podia orar. Finalmente balbuciei
algo incoerente: “Deus, eu gostaria de falar
Contigo, mas não sei como”.
O dia passou cheio de atividades, mas
nenhuma solução para o conflito intimo.
A manhã seguinte transcorreu do mesmo
modo, com minha leitura e luta para orar.
Meu vôo de retorno incluía uma mudança
de aviões em Chicago. Às 13h, logo após
a decolagem do Aeroporto Internacional
de O’Hare, eu estava lendo esta oração
citada por MacDonald e feita por um velho
evangelista do Exército de Salvação, Samuel
Logan Brengler:
“Guarda-me, ó Senhor, de me tornar
mental e espiritualmente entorpecido e
tolo. Ajuda-me a manter a fibra mental,
DIÁLOGO 16•1 2004
física e espiritual de um atleta, do homem
que se nega a si mesmo diariamente, toma
sua cruz e Te segue. Faze-me bem-sucedido
em meu trabalho, mas esconde de mim o
orgulho. Salva-me da auto-satisfação que
tão freqüentemente acompanha o sucesso
e a prosperidade. Salva-me do espírito de
indolência, de auto-indulgência, das enfermidades físicas e do assalto da decadência
sobre mim (p. 151)”.
Eu estava assentado junto à janela. O
avião ainda estava em curso ascendente.
Enquanto lia essa oração, ouvi distintamente uma voz e Deus a me dizer: “Você é
culpado de pecado. Seu orgulho e negócios
têm-Me banido de sua vida e matado o seu
relacionamento com a família. Você não
acha que Eu posso cuidar da universidade e
de tudo o mais com que você está preocupado? Confie em Mim”.
Isso me afetou fisicamente. Retorci-me
em meu assento com o coração disparado.
Durante muitos meses após esse acontecimento eu ainda me sentia frágil e ferido,
como se houvesse sido queimado por fora
e por dentro. Pondo de lado o livro, olhei
pela janela aturdido. Tudo isso era real e
deprimente. Tudo o que eu podia fazer era
curvar-me na presença de um Deus que
havia me atropelado com o grande caminhão da graça.
Quando aterrissamos em Ontário,
Califórnia, eu sabia que tinha de contar
tudo o que havia acontecido para a minha
esposa, Patrícia. Quando eu estava na
pista rolante, ela veio ao meu encontro.
“Precisamos apanhar o Andrew com a
babá”, disse.
—OK. Mas primeiro tenho de contarlhe algo.
—Está tudo bem?” perguntou-me.
—Bem, sim e não
Assentamo-nos na sala de estar. Então
lhe contei o que acontecera, e disse:
“Tenho esbanjado cada parte do talento
que Deus me deu para liderança e organização. Fiz tudo isso e então, como se não
fosse suficiente, dei início a novas organizações. Não Lhe perguntei se deveria fazer
cada uma dessas coisas.
“Eu voltava para casa mais tarde, jantava
e brincava com Andrew por algum tempo.
Então subia até meu quarto, fechava a
DIÁLOGO 16•1 2004
porta e trabalhava até depois da meianoite, noite após noite. Ninguém mais em
minha empresa faz isso. Mas eu o faço para
mostrar que posso fazer tudo isso e muito
mais. Eu entrava depois que você estava
dormindo e me levantava e saía antes que
acordasse.
“Você está doente e lutando contra
a perda de sua visão. Quando você fica
nervosa e aborrecida a respeito, eu tãosomente a dispenso, dizendo: Não lance
isso sobre mim”.
Fitei-a e disse: “Tenho sido tão egoísta
e sinto muito, muito mesmo, e estou
muito aborrecido. As coisas precisam ser
diferentes. Seria bom se você estivesse nisso
comigo”.
Patrícia olhou-me por um momento e
então disse: “As coisas têm estado fora de
controle já há longo tempo. Passamos de
um belo casamento para uma união ordinária. Eu também quero isso”.
Inclinamos nossa cabeça e oramos juntos. Então saímos e fomos pegar nosso
filho.
As mudanças foram imediatas e definitivas. Fiquei com um tremendo apetite pela
Palavra de Deus. Deus não deixou nada
sem mexer em nossa vida. De três crentes
ativos em meu escritório, na época, quinze
pessoas desde então aceitaram a Cristo ou
renovaram seu relacionamento com Ele.
Tudo isso aconteceu tranqüilamente, sem
proselitismo. Oração, encorajamento e o
testemunho de uma vida transformada,
têm poder. Desisti de participar de oito
conselhos e comitês de sociedades num só
dia. Minha vida tornou-se centralizada em
Cristo e na hora tranqüila que emprego em
estudo e oração com Ele, cada manhã.
Deus não transformou minha vida num
banco de igreja ou numa sala de aula.
Ele a mudou no mundo real, onde amo
minha esposa, brinco com meu filho, faço
negócios, discuto casos e redijo contratos.
Digo-lhes agora que, depois da devastação
da graça, estou mais seguro sobre Deus do
que jamais estive, e menos seguro de tudo
o mais. Em cada curva da estrada, Deus Se
tem tornado muito maior e mais envolvente do que eu pensava antes. Tudo o mais
continua a se desvanecer. Eu Lhe pedi para
deixar algumas coisas de lado por algum
tempo, mas Ele é inexorável em Sua graça
transformadora. Eu jamais poderia recuar.
Você pode ficar desejoso de seguir pelo
mesmo caminho, mas lutando para saber
como prosseguir. Por que não tenta dizer a
Deus o que eu Lhe disse naquele quarto de
hotel: “Deus, eu quero andar Contigo, mas
não sei como”?
Se você pedir, tenho certeza de que receberá a resposta à questão definitiva.
Kent Hansen é advogado especializado
em direito comercial no sul da Califórnia.
Ele também trabalha como consultor
geral para a Loma Linda University e o
Centro Médico. Este artigo foi extraído
de seu livro Grace at 30.000 Feet and
Other Unexpected Places, Hagerstown,
Maryland: Review and Herald Publ.
Assn. 2002) Seu endereço: Loma Linda
University, Loma Linda, Califórnia, 92354,
EUA.
Atenção,
profissionais
adventistas!
Si você possui e-mail e um título ou
diploma pós-secundário em qualquer
campo acadêmico ou profissional, nós
o convidamos a fazar parte da Rede
de Profissionais Adventistas (RPA).
Patrocinado pela Igreja Adventista, esse
registro global electrônico assiste instituições e agências participantes para localizarem candidatos para posições no ensino,
administrações no ensino, administração,
área de saúde e a pesquisa, e consultantes
especializados e voluntários para tarefas
missionárias breves. Entre gratuitamente
sua informação profissional diretamente
no website da RPA: http://apn.adventist.
org
Anime outros profissionais adventistas a
registrar-se!
23
CAMPUS LIFE
Dificuldades
com o sábado na universidade
Humberto M. Rasi
Cedo ou tarde, a maioria do adventistas
que estuda em faculdades e universidades
públicas enfrenta dificuldades com a guarda do sábado, do sétimo dia como um dia
de adoração, descanso, companheirismo e
serviço. Algumas dessas questões são mais
fáceis de lidar, porque envolvem convites
para participar de atividades culturais, desportivas ou de entretenimento. Seus amigos
normalmente entenderão se você lhes explicar que o sábado é um dia especial no qual
você honra a Deus como o Criador, em
obediência ao Seu mandamento. Porém, é
freqüentemente mais difícil tratar de atividades acadêmicas oficiais que envolvem
aulas, laboratórios ou exames programados
para o sábado.
Os dispositivos constitucionais sobre
liberdade religiosa e as leis protetoras dos
direitos individuais em campi universitários
variam de país para país. No entanto, os
estudantes adventistas que querem permanecer fiéis às suas convicções cristãs podem
considerar as seguintes sugestões, que estão
baseadas na experiência de muitos outros.
1. Faça um firme compromisso de
servir como embaixador de Deus no
campus. Foi-lhe concedida a oportunidade
de obter uma graduação universitária, e
a honra de representar os princípios de
Deus num campo público. Busque uma
clara compreensão das razões por que você
guarda o sábado. Como o jovem Daniel na
corte de Babilônia, resolva ser fiel em seu
testemunho (veja Daniel 1).
2. Decida ser um estudante bom e responsável. Sua credibilidade com os professores será estabelecida naturalmente, quando você for pontual e se preparar bem para
cada aula. Se tiver chance, faça-os saber
em particular que você é um adventista do
24
sétimo dia e que o sábado é seu dia especial
de adoração, no qual você se abstém de atividades acadêmicas.
3. Combine com outros estudantes
adventistas que todos permaneçam fiéis
às suas convicções. Localize outros estudantes adventistas do campus e, se houver
vários deles, estabeleça um companheirismo
para se apoiarem uns aos outros, estudar a
Bíblia e orar juntos. Também pode haver
algum docente ou grupo adventista na
faculdade para dar conselho valioso e apoio.
4. Aja prontamente quando souber
de uma atividade acadêmica requerida
durante as horas do sábado. Isso pode exigir que você faça contato com o professor
envolvido e lhe sugira diplomaticamente
opções razoáveis tais como prestar exames
ou completar um trabalho de laboratório
em outra ocasião. Esteja preparado para
explicar a razão da observância do sábado
(ver I Pedro 3:15, 16).
5. Ore fervorosamente pedindo a
guia e intervenção divinas em seu favor.
Quando você ora, estabelece uma conexão
pessoal com a suprema fonte de sabedoria e
poder do Universo. Compartilhe com Deus
seus sonhos, planos e preocupações. Ele está
sempre disponível e interessado na vida de
Seus seguidores.
6. Procure apoio e idéias de colegas
e outros crentes. O pastor de sua igreja,
um profissional adventista experiente ou
o diretor do Departamento de Liberdade
Religiosa de sua região podem sugerir
maneiras de encarar esse desafio. Eles
podem acompanhá-lo na apresentação de
sua solicitação. Estudantes não pertencentes
ao círculo adventista também podem ter
boas idéias sobre como resolver a dificuldade.
7. Entre em contato com os administradores acadêmicos se a solicitação inicial não for deferida. Marque uma hora
com o diretor do departamento pertinente,
o deão acadêmico ou o reitor. Traga consigo uma carta que contenha seu pedido
cuidadosamente exposto e deixe-a com eles.
8. Organize um abaixo-assinado e
entregue-o às autoridades da universidade. Pese cuidadosamente os prós e os
contras antes de seguir esse curso de ação.
Em alguns países os abaixo-assinados estudantis são aceitos quando baseados em precedentes legais. Às vezes é melhor sofrer em
silêncio por suas convicções, como fizeram
outros crentes.
9. Seja corajoso e perseverante, mas
não irrazoável ou insolente. Caso seu
pedido seja deferido, alegre-se e louve a
Deus. Mas, apesar de ter feito tudo direito,
sua solicitação pode ser negada. Isso poderia atrasar a conclusão de seus estudos. Não
se desanime, contudo.
10. Reflita sobre sua experiência e,
acima de tudo, permaneça fiel. Lembre-se
de que “todas as coisas contribuem para o
bem daqueles que amam a Deus” (Rom.
8:28, NVI). Continue orando por sabedoria e para jamais desistir. Mais tarde em sua
vida, olhando para esse incidente, você verá
evidências de Sua mão guiadora.
Humberto M. Rasi (Ph.D. pela
Universidade de Stanford) é o editorchefe da Diálogo.
DIÁLOGO 16•1 2004
Uma igreja receptiva?
Seu nome é Bill. Ele tem cabelos ruivos
e revoltos, e usa camiseta, calças jeans e
sandálias. Esse tem sido, praticamente, o
seu guarda-roupa durante todos os quatro
anos de faculdade.
Bill é uma pessoa atenciosa, sensível e
muito inteligente. Recentemente, durante o seu último ano de faculdade, ele se
tornou cristão através da leitura particular
dos Evangelhos e da amizade com um
grupo de estudantes cristãos.
A uns poucos quarteirões do campus
de sua universidade há uma igreja cristã
conservadora, cujo pastor e membros
desejam desenvolver um ministério para
os estudantes, porém não estão seguros de
como fazê-lo.
Um dia, Bill decide visitar essa igreja
e assistir ao culto com os membros. Ele
entra no templo usando suas roupas de
sempre, mas, numa atitude de respeito,
havia penteado seus revoltos cabelos e
colocado sua melhor calça jeans. O culto
já havia começado e Bill caminha devagar
pela ala central procurando onde se acomodar.
Mas a igreja está lotada e parece não
haver mais lugares disponíveis. Nesse ínterim, os membros da igreja, bem vestidos
para o culto, observam o visitante e começam a se sentir inquietos.
Bill chega cada vez mais próximo do
púlpito e, quando constata que não há
nenhum lugar vazio, simplesmente se
assenta no carpete lá na frente (apesar
desse comportamento ser aceitável no
ambiente de reuniões universitárias, isso
nunca tinha acontecido naquela igreja
antes).
A essa altura, os membros já estão nervosos. Sente-se uma tensão no ar. Nesse
momento, o pastor percebe que lá do
fundo o irmão Smith, um dos diáconos,
começa a dirigir-se lentamente em direção
a Bill.
O diácono, já com quase 80 anos, tem
DIÁLOGO 16•1 2004
cabelos grisalhos e está usando um terno
de três peças. Homem piedoso, ele se
conduz com elegante dignidade e traz no
rosto uma expressão determinada. Apóiase numa bengala e, ao encaminhar-se pela
ala central rumo ao jovem, todos pensam
que ninguém poderá censurá-lo pelo que
vai fazer. Como um homem de sua idade
e formação poderia entender um universitário sentado no chão durante o culto na
igreja?
Alguns minutos se passam para que o
irmão Smith chegue até o rapaz. Toda a
igreja está silenciosa, exceto pelos ruídos
secos da bengala. Todos os olhares estão
voltados para ele. Mesmo o pastor não
consegue continuar o sermão até o irmão
Smith concluir o que tem a fazer.
De repente, os membros vêem esse
idoso cavalheiro deixar cair sua bengala
no chão. Então, com grande dificuldade,
o irmão Smith assenta-se no chão, ao lado
de Bill, e permanece com ele durante o
restante do culto para que o visitante não
se sinta sozinho na igreja.
Todos procuram conter o que estão
sentindo. Quando o pastor recupera o
controle de suas emoções, ele diz: “O que
estou pregando talvez você logo esqueça,
mas o que viu jamais esquecerá. Tenha
cuidado de como você vive, pois poderá
ser a única Bíblia que algumas pessoas um
dia lerão.”
“Assim vos digo que há alegria diante
dos anjos de Deus por um pecador que
se arrepende.” (Jesus, em Lucas 15:10)
“Esta é uma palavra fiel, e digna de
toda a aceitação, que Cristo Jesus veio
ao mundo para salvar os pecadores,
dos quais eu sou o principal. Mas por
isso alcancei misericórdia.” (Paulo em I
Timóteo 1:15, 16).
Autor Desconhecido
Integrando...
Continuação da página 19.
As questões que a ciência levanta com
relação ao relato bíblico são muito importantes de considerar e podem conduzir a
uma exegese mais minuciosa e profunda
do que poderia ser feito sem elas, porém,
unicamente a Bíblia deve ser a palavra final
quando houver conflito entre a boa exegese
e a aparente boa ciência. Algumas coisas
provavelmente permanecerão envoltas em
mistério aqui na Terra, mas sou instado a
continuar estudando e pesquisando. Devo
continuar a volver-me à Bíblia para conseguir um quadro mais claro da verdade,
e então ampliar os horizontes da pesquisa
científica para descobrir a melhor e mais
verdadeira interpretação dos dados, e não
somente aquela que logo se coadune com
minha visão do mundo. Devo desenvolver
a melhor ciência possível num mundo
pecaminoso e com as limitações de nossa
mente, sabendo que, quando compreendido corretamente, o livro da natureza – o
segundo livro de Deus – somente reforça o
que Sua primeira revelação me apresenta.
Devo também permanecer aberto a novas e
mais profundas compreensões da Palavra de
Deus, sob a guia do Espírito Santo.
Não é melhor duvidar da interpretação
de uma visão naturalista do mundo, do que
duvidar da Palavra de Deus? Obviamente,
não devemos ignorar os problemas que a
ciência parece apontar na Bíblia, mas sim
descobrir maneiras novas e criativas de
defender as Escrituras como literais e históricas, deixando a boa ciência prosseguir
dentro dessa moldura conceitual. Creio que
essa é uma necessidade, se desejamos ser
chamados de cristãos adventistas do sétimo
dia.
Rahel Davidson Schafer é estudante de pós-graduação na Andrews
University, em Berrien Springs,
Michigan, EUA, e seu e-mail é:
[email protected]
25
LIVROS
When All Alone I
Stand: The Story of
A Soldier Whose
Convictions Cost Him
A Mother’s Love,
de Jan S. Doward
(Hagerstown, Md.: Review
and Herald Publ. Assn., 2002;
256 pp.).
Revisão de Mary H. T.
Wong
É possível que na América, a terra da liberdade, as pessoas
sejam perseguidas por causa da religião? O que Jesus quis dizer
em Lucas 12:51-53 sobre divisões que ocorreriam na família por
causa dEle? As respostas a essas e outras perguntas encontram-se
no livro When All Alone I Stand, de Jan S. Doward, ex-assistente
do Departamento Jovem da Associação Geral dos Adventistas
do Sétimo Dia. No livro, o autor narra sua própria história e
conversão durante a Segunda Guerra Mundial: a emocionante
história de um jovem cuja vida foi dramaticamente mudada
depois de se engajar no exército americano aos 18 anos de idade,
e ser submetido à rígida disciplina e às condições da vida militar.
Suas experiências em tempos de guerra foram ainda mais difíceis
por causa de suas conscientes objeções ao exército, e os subseqüentes confrontos com seus superiores, que eram incapazes de
compreender suas convicções. A forma dramática com que narra
a intensa saudade que sentiu de casa ao ser subitamente levado a
um acampamento do exército e o trauma de se adaptar à comida,
alojamentos e disciplina do acampamento, são temperados com
humor e com as situações irônicas encontradas em tais ambientes.
A história da conversão do autor por meio do testemunho
ativo de um amigo soldado, quando sua divisão foi enviada a
Okinawa, é marcada por relatos tocantes de sua alienação da
família e amigos como resultado de sua decisão por Cristo. A
intensa hostilidade que sua conversão produziu na mãe é tristemente resumida numa curta declaração que ela lhe escreveu
numa carta: “Preferiria que você fosse um ladrão a um adventista
do sétimo dia!”
Ao contar suas experiências no livro, o autor usa de forma
muito interessante o contraste. Sua dolorosa rejeição pela família
biológica é contrastada com o amor e carinho que recebeu dos
irmãos de fé. A imagem negativa da liderança da igreja é contrastada com o belo quadro de membros fervorosos pelo Senhor e o
testemunho que deram. A imagem deprimente das perseguições
26
que sofreu é contrastada com o quadro inspirador de seu compromisso com a verdade. A irônica trama da história é que o
autor, 10 anos após a guerra, participou do retorno à fé adventista daquele que, um dia, o ajudara a se unir ao adventismo.
Nunca se deve esquecer da necessidade de firme apego à fé.
Quer alguém fique sozinho ou com outros que partilham opiniões semelhantes ou diferentes, ele sempre precisa do poder de
Deus para permanecer ao Seu lado. O livro ilustra muito bem
esse ponto, e por isso vale a pena ser lido pelos jovens bem como
por aqueles que se sentem jovens, pelos membros em geral e
pelos pastores.
Mary H. T. Wong (Ph.D pela Michigan State University),
ex-diretora dos ministérios da criança, família e mulher
da Divisão Norte-Asiática, atualmente exerce o magistério na San Jose State University, Califórnia.
Amores que matan: El
flagelo de la violencia
contra la mujer,
de Miguel Ángel Núñez
(Quito: Fortaleza Ediciones,
2003; 214 pp.).
Revisão de Fernando
Aranda Fraga
Logo de início, o título do livro sugere uma contradição. O
amor pode morrer, mas pode ele matar? O subtítulo esclarece: o
assunto principal é a violência contra a mulher. O autor é bem
qualificado para escrever sobre o assunto. Ele possui formação
em teologia, filosofia e educação; tem experiência pastoral e atualmente ensina teologia na Universidad Adventista del Plata, na
Argentina.
O livro atende a uma necessidade de longa data das igrejas e
comunidades, incluindo-se a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Por muito tempo, o abuso da mulher tem maculado relações
conjugais e deturpado o próprio conceito do amor como definido nas Escrituras. Pode alguém amar e ainda assim tratar a esposa com violência? Para usar a contradição enunciada pelo autor,
pode o verdadeiro amor matar?
Já no começo Núñez declara que seu livro emerge de um clamor desesperado das vítimas e por vezes até mesmo daqueles que
protagonizam a violência: O que devemos fazer? Muitos estão
DIÁLOGO 16•1 2004
quase enfermos no sentido de estarem predispostos a atos de
violência psicológica e física contra a mulher, sejam elas da igreja,
esposas, namoradas, filhas, irmãs e outras mulheres. Alguns desses homens violentos ocupam posição de liderança nas igrejas e
na comunidade. Falando francamente, o problema é endêmico.
O livro é dividido em 17 capítulos e inclui uma bibliografia
vasta e atual. Embora cada capítulo seja importante por seu
conteúdo e sugestões úteis, a verdadeira mina de ouro está nos
capítulos 6, 7, 9, 14 e 15. O capítulo 6 mostra como a violência
afeta a auto-estima da mulher; ele é seguido por um capítulo que
responde à pergunta: O que fazer diante da violência? O capítulo
9 deveria ser lido por toda a mulher durante o namoro; nele o
autor dá muitas sugestões sobre como descobrir o potencial de
possíveis atos de violência da parte do homem. O autor dedica os
capítulos 14 e 15 a assuntos relacionados ao papel da mulher, sua
auto-estima e relacionamento com o homem, como apresentados
na Bíblia.
O autor não é apenas um especialista analítico, mas também
um reconciliador pastoral. Ele não apenas aponta o problema,
mas também oferece soluções. Sua discussão do difícil tema do
perdão de pessoas abusivas é baseada no princípio bíblico da
reconciliação. O autor nunca confunde perdão com tolerância ou
simplesmente com “não se importar.” Ele acredita no poder do
amor cristão e no resultado reconciliador do ato de deixar Deus
tomar o controle de nossa vida. Há alguma coisa impossível para
Deus quando um coração pecador se torna para Ele em busca de
poder para viver uma vida correta?
O livro tem inúmeras ilustrações extraídas da vasta experiência
do autor como pastor, capelão e professor. Ele usa sua experiência
e fé para ajudar o leitor a lidar com a complexidade do comportamento social. Ele analisa o assunto sob diferentes perspectivas:
O que deveria a igreja fazer? O que deveria fazer a pessoa abusadora? O que deveria a vítima fazer? E, acima de tudo, como
deveriam todos eles trabalhar dentro de uma perspectiva cristã
para tornar um relacionamento abusivo num diálogo amorável,
ou para converter o amor que mata num amor que esteja disposto a morrer pelo outro.
A obra de Núñez consiste numa grande contribuição a um
assunto atual e importante da vida cristã. Embora o texto pudesse haver passado por uma edição mais minuciosa, que detectasse
e corrigisse alguns erros de digitação, seu conteúdo e abordagem
mais que compensam as deficiências. Recomendo totalmente este
livro para profissionais que lidam com o abuso e a violência contra a mulher. Os perpetradores e as vítimas da violência também
serão beneficiados pelas idéias do autor, ao serem motivados a
procurar ajuda para se libertarem das garras de um problema que
não deve existir dentro dos limites do amor cristão.
Fernando Aranda Fraga (Ph.D. pela Universidade
Católica, Santa Fe, Argentina) ensina na Universidad
Adventista del Plata, Argentina.
DIÁLOGO 16•1 2004
Expect Great Things:
How to Be a Happy
Growing Christian,
de Richard W. O’Ffill
(Hagerstown, Md.: Review
and Herald Publ. Assn., 2001;
134 pp.).
Revisão de Hector
Hammerly
Como ter uma vida cristã vitoriosa? Como ser igual a Jesus?
Pastor experiente e autor de sucesso, Richard O’Ffill propõe
neste livro uma fórmula simples que muito o ajudou em sua vida
e ministério. Para aquele que está começando, ele diz: comece na
cruz. Lá devemos crucificar-nos a nós mesmos, arrepender-nos de
nossos pecados e aceitar a nova vida que Jesus oferece. O fingimento não resolve; ele nos priva do verdadeiro arrependimento,
assim como o fazem o orgulho e a vaidade. Quando nos recusamos
a ver-nos como realmente somos, a consciência não é mais a voz
de Deus e nem Sua lei, mas “simplesmente passa a julgar nossas
ações e pensamentos à luz dos padrões mais elevados que nós
conseguimos formular no momento” (p. 42). A consciência pode
ser embotada ou se tornar inoperante, deixando a pessoa sem uma
bússola. Não há nada de errado em se sentir culpado; a culpa piedosa é de origem divina e um pré-requisito para o arrependimento.
O complexo de culpa, porém, é destrutivo.
A maneira como O’Ffill discute a vitória sobre a tentação é
valiosa. Podemos esperar sofrimento e crescimento a partir dele,
entendendo que Jesus está conosco, fortalecendo-nos. Domíniopróprio, um fruto do espírito, ajudar-nos-á com temas relacionados ao estilo de vida, ao passo que fanatismo deve ser evitado: “Se
acontecer de você comer um sanduíche de ovos, você não precisa
ser rebatizado” (p. 88). “A primeira coisa que precisamos, antes
mesmo de uma aula de nutrição, é um novo coração.”
O’Ffill discute nosso compromisso semanal com Deus, o sábado. Alguns adventistas acham o sábado enfadonho e ficam impacientes porque não planejaram nenhuma atividade interessante
com antecedência. O sábado tem tudo a ver com nosso relacionamento com Deus.
Como cristãos, às vezes esperamos ser diferentes e podermos
desfrutar as diferenças. Ao passo que existem muitas culturas,
como filhos de Deus somos todos parte de Sua cultura. A oração
não é poderosa. Deus o é. Contudo, podemos orar tendo uma atitude errada. Auto-estima e auto-elogio — foi assim que o pecado
começou no coração de Lúcifer. Na Bíblia, “perfeito” não significa
“sem pecado,” mas ter um coração perfeito e comprometido. Noé,
27
Jó, Davi e Asa são chamados perfeitos na Bíblia, mas nenhum
deles foi sem pecado.
O último capítulo é sobre a Segunda Vinda. Um questionário
aplicado em diversos países mostra que enquanto todos os adventistas querem que Jesus volte, muitos desejam que Ele espere até
que possam realizar seus planos para esta vida. Muitos esperam
estar prontos, mas não têm certeza de que realmente estão.
Em resumo, um livro excelente com muitas sugestões úteis para
todo aquele que deseja ser um cristão vitorioso.
Hector Hammerly (Ph.D. pela Ohio State University),
professor de Lingüística Aplicada; está aposentado e
vive em British Columbia, Canadá.
Lifestyles of the
Remnant: A Refreshing
Look at the Principles
of Christian Living,
de Keavin Hayden
(Hagerstown, Md.: Review
and Herald Publ. Assn., 2001;
128 pp.).
Revisão de Nancy
Vyhmeister
O autor do livro, Keavin Hayden, é atualmente pastor distrital
no Estado de Nova Iorque. Também é autor de cinco outros livros.
Em Lifestyles of the Remnant, Hayden parte da premissa de que
as regras não se destinam a “restringir nossa alegria ou liberdade,”
mas proteger-nos da destruição satânica. Conquanto o ideal seja
conseguir a perfeição de Jesus, a realidade é que nós não atingimos esse ideal. Por isso, o cristão deve se revestir do manto da
justiça de Cristo.
A solução para o problema das regras deve ser encontrada na
“clara apresentação da verdade,” pela qual tudo será feito em
nome do amor e harmonia. Quando amamos a Jesus, vivemos
pela Regra Áurea. Então, estabeleceremos elevados padrões para
nós mesmos e seremos mais tolerantes com os outros.
Hayden aponta os princípios bíblicos que fundamentam as
regras e refletem o caráter imutável de Deus. Tais princípios
devem ser aplicados de diferentes maneiras, com bom senso e
sob diferentes circunstâncias. Ao aplicar esses “princípios de
segurança para os obreiros de Deus”, os extremos devem ser evitados. Hayden discute cinco áreas do estilo de vida adventista.
28
Essas incluem princípios quanto ao vestuário, saúde, modéstia
e moralidade. O amor a Deus e a Seus filhos vai nortear nossa
vida e fazer com que nos trajemos de modo a representar a Cristo
apropriadamente.
Uma versão editada do capítulo sobre jóias está disponível
na Internet: http://www.adventistreview.org/2001-1538/story21.html. Hayden conclui: “O coração do assunto é realmente um
assunto do coração!” Os princípios envolvidos são simplicidade,
humildade e amor por aqueles que possam pensar diferente.
Para discernir um padrão de música aceitável, Hayden sugere o
princípio da associação — qualquer música que sugira impureza
ou um comportamento impróprio deve ser evitada. Decisões
quanto à música na igreja devem levar em consideração a congregação.
Na introdução de seus comentários sobre princípios de saúde,
Hayden assinala que o ponto básico é a “liberdade individual de
consciência” (p. 89). Ele se refere a um conselho de Ellen White,
salientando que “é impossível estabelecer uma regra imutável
que possa controlar os hábitos dietéticos de todos” (p. 90). A
seguinte citação de Ellen White resume a abordagem de Hayden:
“Devemos educar o intelecto e elevar a sensibilidade moral a fim
de abraçar a reforma de saúde de maneira inteligente.” As escolhas de alimento por parte do crente devem levar em consideração as sensibilidades de outros (pp. 95-99), bem como os oito
componentes da saúde, segundo Ellen White: nutrição, exercício,
água, sol, temperança, ar fresco, repouso e confiança em Deus
(pp. 100-104).
A fim de testemunhar por Jesus, os cristãos devem se misturar
com a sociedade, associar-se com pessoas. Um testemunho eficiente depende antes de tudo de um relacionamento íntimo com
Cristo, seguido de elevados padrões para si mesmo e, finalmente,
grande amor e aceitação daqueles que nos cercam.
O estilo de Hayden é lúcido, de fácil leitura, repleto de histórias pessoais. Ele usa um grande número de citações de Ellen
White. Hayden escreve para um público adventista desejoso de
aplicar na vida diária os princípios bíblicos; pessoas que não querem que os outros pensem por eles. Isso requer a eliminação de
tabus e o reexame de tradições, além de um estudo profundo da
Bíblia e o conhecimento de circunstâncias individuais. Por fim,
requer também uma boa dose de amor.
Nem todos vão concordar com as conclusões de Hayden (veja
http://www.greatcontroversy.org/reportandreview/pau trailing.
html), não obstante, ele será aplaudido por jovens adventistas
que encaram com seriedade seu relacionamento com o Senhor.
O desejo de analisar o tema no contexto de uma igreja mundial é
louvável. O livro é uma excelente opção para discussão e estudo
em grupo.
Nancy Vyhmeister (Ed.D., Andrews University) é exprofessora de missões no Seminário Adventista de
Teologia, Berrien Springs, Michigan, EUA.
DIÁLOGO 16•1 2004
FÓRUM ABERTO
Deve a mulher ficar
calada na igreja?
Angel Rodríguez
Em nossa igreja local temos discutido o significado das passagens em
que Paulo diz que “a mulher…esteja
em silêncio” na igreja (I Timóteo 2:12
NVI). Como devemos entender essa
orientação e colocá-la em prática hoje?
Um estudo de como Paulo usou a
palavra grega para “estar em silêncio”
nesta e noutras passagens, ajudar-nos-á
a entendermos melhor o que o apóstolo
quis dizer. A forma verbal hesuchazo,
“estar em silêncio/descansar”, é usada
cinco vezes no Novo Testamento; a
forma substantiva hesuchios, “quieto/
tranqüilo”, duas vezes.
O verbo é empregado para expressar
três idéias básicas: a primeira é guardar
silêncio a fim de evitar uma confrontação direta (Lucas 14:4); a segunda,
guardar silêncio com a intenção de pôr
fim a ou manter sob controle uma discussão (Atos 11:18; 21:14); a terceira
tem o sentido de permanecer inativo,
descansar. Essa é a acepção da palavra
em Lucas 23:56, onde as mulheres
“descansaram [ficaram em silêncio] no
sábado em obediência ao mandamento”.
Paulo usa a palavra com um sentido
mais ético, como uma virtude cristã,
algo pelo qual todos os crentes deveriam
se esforçar (I Tessalonicenses 4:11). A
vida cristã deveria ser tranqüila/silenciosa, isto é, livre de controvérsias inúteis e
ofensas a Deus.
Ao estudarmos as diferentes maneiras
em que o verbo é usado, podemos tirar
as seguintes conclusões: na maioria das
vezes, o verbo é utilizado em situações
nas quais existem tensões e/ou controvérsias. Outras poucas vezes ele indica
um comportamento ofensivo que é
evitado por meio do silêncio. O verbo,
portanto, designa uma forma de falar e
DIÁLOGO 16•1 2004
agir que interrompe a interação social.
Isto é, ele aponta para um tipo específico de silêncio, e não necessariamente a
ausência de fala ou palavras.
A igreja de Jerusalém ouviu a Pedro
e, como resultado, ficou em silêncio,
ou seja, cessou de polemizar com ele
e “louvaram a Deus” (Atos 11:18).
Visto que o verbo não significa necessariamente ausência de palavras, mas
omissão de expressões altercadoras, ele
pode ser usado para expressar a idéia de
calma e tranqüilidade, tornando assim a
comunicação realmente possível.
O substantivo é usado basicamente
da mesma forma. Em primeiro lugar,
ele indica o silêncio que põe fim a uma
discussão (Atos 22:2). Em segundo, ele
evita declarações controversas e ofensivas (I Timóteo 2:11-12). Por fim, ele
designa a calma da vida cristã que evita
dividir a comunidade dos fiéis.
É nesse último sentido que encontramos o adjetivo “tranqüilo, quieto”.
Segundo Pedro, as mulheres devem
adornar-se com um “espírito dócil e
tranqüilo” (I Pedro 3:4). Mas de acordo
com I Timóteo 2:2, esse tipo de docilidade e calma deveria ser característica
de todos os crentes. Todos devem viver
de forma “tranqüila e pacífica, com toda
a piedade e dignidade”.
Tendo examinado a evidência neotestamentária, estamos agora em condições
de compreender melhor I Timóteo
2:11-12. Não há dúvida de que, nesse
contexto, Paulo está preocupado com as
controvérsias na igreja. No versículo 8,
ele exorta os homens a orarem “sem ira
e sem discussões”. No caso das mulheres, o apóstolo também está preocupado
com as reações e atitudes que possam
causar divisões.
A fim de evitar problemas, ele as
admoesta a “aprender em silêncio, com
toda a sujeição” (verso 11), algo que
no primeiro século era esperado de um
discípulo, fosse ele homem ou mulher.
A implicação é que as mulheres são
consideradas aqui como estudantes,
discípulas, e lembradas de suas responsabilidades como tais. O que Paulo está
proibindo é a fala de uma estudante
que possa atrapalhar o processo do
aprendizado, protegendo assim o direito
dos outros de ouvir e aprender. A frase
“esteja em silêncio” (verso. 12) não
significa que elas devessem permanecer
mudas, mas que declarações altercadoras são inaceitáveis porque podem
gerar controvérsia. Isso está em perfeita
harmonia com o uso do substantivo
e do verbo em outras partes do Novo
Testamento.
Por que Paulo referiu-se especificamente às mulheres? Possivelmente
porque algumas delas haviam se tornado
o alvo de falsos mestres e seus ensinamentos (II Timóteo 3:6). Como resultado, elas estavam gerando controvérsias
na igreja. Paulo proíbe esse tipo de
fala controversa e causadora de divisão
quando diz que “a mulher …esteja em
silêncio”.
Angel Manuel Rodríguez (Th.D. pela
Andrews University) é o diretor do
Biblical Research Institute. Website: http://
biblicalresearch.gc.adventist.org.
Diálogo on-line
Se você perdeu alguns dos números
anteriores da Diálogo, você pode agora
acessar e ler os melhores artigos e entrevistas on-line. Visite nosso novo website:
http://dialogue.adventist.org
29
PARA SUA INFORMAÇÃO
O Geoscience Research Institute
Uma organização dedicada a buscar
a harmonia entre as Escrituras e a ciência
L. James Gibson
Roger era um estudante adventista de
universidade pública. Em suas aulas ele era
confrontado com argumentos de que a vida
surgiu de um caldo químico pré-biótico, o
qual se desenvolveu através de tentativas e
erros durante centenas de milhões de anos.
Essa foi a primeira vez que Roger foi forçado a lidar com esses assuntos, e não estava
seguro de como respondê-los ou a quem se
dirigir em busca de auxílio. Através de um
amigo ele soube que sua igreja mantinha
uma instituição onde tais questões eram
estudadas por cientistas especializados.
Essa organização é o Geoscience Research
Institute (GRI), localizado em Loma
Linda, Califórnia. Seu site é http://www.
grisda.org.
O GRI foi fundado em 1958 com o
propósito de investigar os novos desenvolvimentos da ciência, que suscitam dúvidas
quanto à confiabilidade do registro bíblico
30
da Criação e do Dilúvio. Imicialmente
localizado na Andrews University, o instituto foi transferido para Loma Linda em
1980.
Atualmente, o GRI possui em Loma
Linda cinco cientistas, um editor-assistente,
uma secretária e um bibliotecário de tempo
parcial. Além desses, mais dois cientistas
trabalham nas filiais da França e Argentina,
respectivamente. Várias áreas de especialização estão representadas: geologia, paleontologia, física, biologia molecular, biometria e
biogeografia.
O trabalho do GRI inclui pesquisa e
educação. Os projetos atuais de pesquisa
em geologia e paleontologia envolvem o
estudo de traços geoquímicos das rochas
graníticas do Sul da Califórnia, fatores de
preservação de fósseis de baleia em depósito
geológico no Peru, deposição de cascas de
ovo de dinossauros na Argentina e identi-
ficação de fóssil de ostracódios na Europa.
A pesquisa biológica abrange estudos
das diferenças de DNA entre espécies de
nematelmintos, comparação de marcas de
mãos humanas encontradas em cavernas, e
investigação de padrões biogeográficos em
grande escala. Outros projetos incluem um
estudo dos fósseis florestais do Yellowstone
National Park, e dos processos de deposição
de certos sedimentos no Grand Canyon.
Vários desses projetos envolvem a colaboração de cientistas de outras instituições e
universidades.
Além disso, o Instituto patrocina algumas pesquisas feitas por outros cientistas
adventistas. Alguns dos projetos que estão
sendo realizados são: o estudo de padrões
globais de direcionalidade de paleocorrentes, estudo de preservação fóssil no
Wyoming, e o potencial de fossilização de
cinzas vulcânicas na Argentina.
A outra área principal de atividade do
GRI é a educação. O instituto publica
Origins, uma revista científica com artigos
semi-técnicos, normalmente uma ou duas
vezes por ano. Três revistas menos técnicas
são publicadas duas ou três vezes por ano:
a Geoscience Reports é publicada em inglês;
a Ciencia de los Orígenes em espanhol; e a
Science et Origines em francês.
Conforme já mencionado, o GRI possui
um site na Internet, http://www.grisda.org.
Nesse site há cópias de todos os artigos de
Origins e outras publicações diversas. Há
também resenhas de vários vídeos sobre
criacionismo, uma lista comentada de leituras, respostas para perguntas freqüentes e
links para muitos sites que apresentam um
espectro amplo de teorias sobre criacionismo e evolucionismo. Materiais de grande
interesse para professores são também
DIÁLOGO 16•1 2004
A missão do Geoscience
Research Institute é auxiliar
a Igreja Adventista do Sétimo
Dia através do estudo do
mundo natural, com o objetivo de descobrir a subjacente
harmonia entre a ciência e as
Escrituras.
acrescentados periodicamente.
Os membros do instituto viajam intensa
e extensamente para apresentar seminários
e leituras sobre ciência e fé. O instituto
tem participado de inúmeros seminários
criacionistas em universidades adventistas
na América do Norte, América do Sul,
Austrália, África, Europa e Ásia. Além
disso, o GRI tem participado da maioria
dos Seminários Fé e Ensino, patrocinados pelo Departamento de Educação
da Associação Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia. Ocasionalmente, membros da
equipe do instituto ministram classes de
“Tópicos sobre as Origens”.
Conferências que combinam palestras
e observação de campo representam uma
Uma conferência in situ de geociência para educadores coreanos.
das principais atividades educacionais do
Geoscience Research Institute. A maioria dessas conferências é conduzida na
América do Norte devido à acessibilidade
a elementos geológicos, facilidade de transporte e disponibilidade de alojamento.
Conferências com pesquisas in situ realizadas também na Europa e na região da
Austrália-Nova Zelândia. Essas conferências
são programadas a pedido de diversas entidades da Igreja.
O Geoscience Research Institute está
servindo à igreja mundial tanto nas áreas
da descoberta científica como da educação,
empenhando-se em estabelecer um equilíbrio adequado entre a fé e a razão. Existem
ainda muitas questões para serem respondidas e muitos desafios a serem tratados.
Assim como Roger descobriu, ninguém
tem respostas para todas as perguntas, mas
a equipe do instituto poderá ajudá-lo a
entender a natureza das evidências e sua
importância. Para maiores informações,
contate-nos através do e-mail info@grisda.
org.
L. James Gibson (Ph.D. em Biologia
pela Loma Linda University) é diretor
do Geoscience Research Institute,
Loma Linda, Califórnia, EUA.
A equipe internacional do Geoscience Research Institute.
DIÁLOGO 16•1 2004
31
PRIMEIRA PESSOA
No tempo certo de Deus
Em meio às incertezas da guerra, Deus escolheu falar-me.
Jan S. Doward
A Segunda Guerra Mundial estava
quase no fim. A belonave “Almirante W.
L. Capps” singrava as agitadas ondas do
Oceano Pacífico rumo ao Japão. Apesar de
ser apenas um dos 500 soldados a bordo,
eu podia ser facilmente identificado por
um recente corte de cabelo estilo moicano.
Eu parecia ser o exemplo típico de alguém
procurando briga. Falava com rudeza e
tinha um andar desafiador, e de algum
modo projetava a imagem de um opositor
de consciência.
Certa noite fui abordado no setor
direito do navio por um soldado religioso
muito intrépido, usando nosso uniforme. Gingrich era um rapaz pequeno que
certamente possuía grande determinação.
Ele era o que os homens rotulavam de
“Zé Santo”. O tom alto e abrasivo de sua
voz fez-me recuar, especialmente quando
perguntou: “Você está salvo?” Fiquei tão
revoltado que queria sair de sua presença
o mais rápido possível. Quando ouvimos
as ordens no alto-falante para que todas as
tropas se dirigissem aos alojamentos, fiquei
muito feliz. Não conseguia aceitar a falsa
teologia de Gingrich de “uma vez salvo,
salvo para sempre”; mas, repentinamente,
senti a profunda necessidade do Salvador.
Ir apenas ocasionalmente à igreja não era
suficiente. Então, naquele exato momento
e lugar, ajoelhei-me no convés metálico e
entreguei minha vida a Jesus. Foi como se
uma descarga elétrica passasse pelo meu
corpo, e quando me levantei era um novo
homem. Daquele momento em diante o
rumo de minha vida foi maravilhosamente
alterado.
A conversão a Cristo, obviamente, é
apenas o começo. O crescimento continua
no decorrer da vida, mas o Senhor, indubitavelmente, orientou-me celeremente
no caminho cristão. Mesmo sem pensar
conscientemente sobre o assunto, minha
conduta mudou de súbito. A transforma32
ção mais significativa foi meu linguajar. O
Espírito Santo encarregou-Se notavelmente
de minha anterior maneira de falar.
E quanto ao meu corte moicano? O
primeiro sargento já havia mandado tirá-lo,
mas protestei com rudeza de que ele era
bonito e limpo, e que nenhum regulamento de guerra o proibia. Aborrecido, ele
se virou e foi embora. Gabei-me perante
meus companheiros de como fui firme
na minha posição. Então, uma noite, não
muito depois da conversão, juntei-me a
um pequeno grupo de oração no convés.
Enquanto orava com a cabeça abaixada,
levei minha mão direita descuidadamente à cabeça e senti o corte moicano.
Relampejou através de minha mente o
pensamento: “Isso parece ridículo olhando
de cima!” Agora, o próximo item da minha
agenda era um corte de cabelo! O que não
podia ser feito por ordens superiores, realizou-se facilmente mediante convicção.
Uma das coisas mais atrativas para mim
agora era unir-me a um pequeno grupo
de cantores que se reuniam cada dia, no
crepúsculo da tarde, ao lado de uma pilha
de botes salva-vidas. Sem hinários e coletâneas, esses soldados cantavam entusiasticamente do fundo do coração.
Antes da experiência da conversão, eu
tinha vergonha de juntar-me a esse grupo,
mas agora estava feliz em participar. Certa
noite alguém sugeriu que cantássemos
“Louvamos-Te, ó Deus”. Eu nunca tinha
ouvido esse cântico antes, mas não levei
muito tempo para aprender o coro:
“Aleluia! Toda glória Te rendemos sem
fim,
Aleluia! Tua graça imploramos, Amém.”
Assim que começamos a cantar o coro
pela última vez, outra voz, mais forte que
todas ali presentes, juntou-se à nossa com
muito entusiasmo. Volvi-me em direção à
potente voz e vi um soldado alto e magro,
com cabelos louros e um pouco crescidos,
segurando uma Bíblia na mão e sorrindo
enquanto cantava.
Naquela noite, depois de a maioria dos
homens haver-se recolhido a seus quartos,
alguns ficaram para examinar a Bíblia.
Alguém trouxe um cobertor do exército
para nos assentarmos nele, mas eu me
recostei nos botes salva-vidas, ansioso para
ouvi-los. Apesar de ter crescido freqüentando a escola dominical, nunca aprendi
muito sobre a Bíblia. Com exceção de algumas histórias como a do bebê Moisés nos
juncos e as histórias anuais do Natal e da
Páscoa, sabia muito pouco sobre a Palavra
de Deus.
O que começou como uma discussão,
logo se tornou um intenso debate com
Gingrich bem no centro da contenda.
Enquanto cutucava as páginas da Bíblia
com seu dedo indicador, ia ficando cada
vez mais agitado e sua voz mais penetrante.
Obviamente, ele estava atacando o homem
alto e louro que em nenhum momento
respondeu no mesmo tom, mas se manteve
sorrindo.
No início, não tive qualquer idéia do
que se tratava a discussão, mas logo se
tornou óbvio que Gingrich acreditava no
inferno de fogo eterno e o homem alto e
louro não. Enquanto eu os ouvia atentamente, logo soube que o nome do soldado
alto era Floyd. Sua estatura fazia Gingrich
parecer menor do que já era, mas, à medida que o debate prosseguia, a forte reação
de Gingrich e seus conceitos bíblicos distorcidos pareciam equiparar-se à sua baixa
estatura.
Sem se alterar, Floyd calmamente o foi
cercando com os argumentos bíblicos de
que o ímpio será destruído no final. Isso,
imediatamente, provocou uma furiosa
reação em Gingrich, que se ergueu do
cobertor e, meio agachado, levantava-se e
abaixava-se batendo as mãos nos joelhos.
Quando Floyd terminou sua breve exegese,
DIÁLOGO 16•1 2004
Gingrich estava gritando: “Adventistas!
Adventistas! Vocês acreditam em doutrinas
demoníacas!” Pegando a Bíblia que tinha
deixado cair no cobertor, saiu batendo os
pés e gritando: “Adventistas! Adventistas!”
Ainda que não tivesse idéia de quem
eram os “adventistas”, o que eu tinha certeza era de querer falar com Floyd. Seu simpático comportamento sob pressão e a sua
clara teologia baseada na Bíblia atraiu-me
como um imã. Depois de apresentar-me,
sua enorme mão estendeu-se e apertou a
minha. Ele sorriu enquanto me cumprimentava e falou que seu nome completo
era Floyd Cromwell.
Eu estava ansioso para saber mais sobre
a Bíblia e perguntei-lhe se estava disposto a
estudá-la comigo. Nós nos encontramos no
dia seguinte no convés da cozinha, sob um
grande ventilador. Exceto pelos cozinheiros, o lugar estava vazio. Por isso era bem
melhor ali do que no movimentado convés
superior. Antes de nosso estudo começar,
Floyd abriu sua Bíblia, colocou-a sobre
uma das mesas e orou.
Antes de começarmos a estudar, lembrei a Floyd que eu tinha preferência pelo
Novo Testamento. Isso porque minha
mãe havia-me dado um exemplar do NT,
edição de bolso, antes de sair de Seatle, e
repetidamente me dizia que a igreja a qual
pertencíamos era uma “Igreja do Novo
Testamento”.
“Tudo bem, Jan, você tem algum
plano?”
Como sempre me ensinaram que o
Apocalipse [“Revelação” em inglês] era um
“livro fechado”, e não podia ser compreendido, pareceu-me um bom lugar para
começar. Enquanto Floyd virava as páginas
de sua Bíblia, ele comentou que parecia
estranho que o Apocalipse não era para ser
compreendido, quando o próprio nome
significava revelação.
Foi ali, no convés da cozinha, sob o
grande ventilador, que as verdades da
Palavra de Deus me foram expostas à
compreensão. Aquele primeiro dia passou muito rápido para mim. Estava tão
ansioso para aprender mais e tinha tantas
perguntas que quase não podia esperar
pelo próximo estudo. Por fim, Floyd foi
capaz de mostrar-me como o Antigo e o
DIÁLOGO 16•1 2004
Novo Testamentos se harmonizam, especialmente os livros interligados de Daniel e
Apocalipse. Dia após dia, hora após hora,
estudávamos juntos a Bíblia, enquanto o
navio militar navegava pelo Pacífico.
Quando chegamos em Okinawa, durante a última parte da batalha por aquela
ilha, eu estava determinado a batizar-me e
a unir-me à igreja remanescente de Deus.
As preparações para o batismo levaram
algum tempo, mas em 15 de julho de 1945
fui batizado na praia de Ishikawa por um
capelão batista. Ele se recusou a batizar-me,
a menos que eu assinasse uma declaração
de que estava me transferindo de sua denominação para a Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Foi o membro mais breve que eles já
tiveram!
Eu esperava, sinceramente, que meus
amigos e familiares nos Estados Unidos
ficassem contentes em ouvir acerca
das verdades que me transformaram.
Regularmente eu lhes escrevia sobre o que
estava aprendendo e esperava por suas
respostas animadoras. Porém, eu estava
errado! Antes do meu batismo, as palavras
mais ásperas e chocantes vieram de minha
mãe: “Eu prefiro que você seja um ladrão
do que um adventista do sétimo dia!” Mas,
apesar da reação negativa de casa e a forte
dor da rejeição, fui sustentado pela direção
do Espírito Santo a manter-me fiel ao chamado de Deus.
Durante nossa permanência em
Okinawa, os militares adventistas se reuniam cada sábado para o culto e, normalmente, Floyd pregava. A despeito do intenso calor, eu me sentava e ouvia fascinado.
Nunca, em meus 19 anos, tinha ouvido
sermões tão poderosos. Mas isso não duraria muito tempo.
Logo após a guerra, fui enviado ao Japão
como parte do Exército de Ocupação,
enquanto Floyd navegou para a Coréia. No
Japão, conheci os primeiros civis adventistas do sétimo dia e sua firme fidelidade,
apesar de estarem sofrendo tempos difíceis
no país. Isso me encorajou muito.
Olhando para trás, vejo que tudo fazia
parte de um plano. O tempo certo de Deus
me colocou a bordo do navio certo na hora
certa. Ali conheci meu Salvador e, mais
tarde, um ex-lutador de 23 anos que estava
disposto a compartilhar comigo as grandes
verdades da Palavra de Deus. Ainda que
Floyd Cromwell tivesse apenas o ensino
médio, ele era, sem dúvida, um estudante
da Bíblia.
Apesar de o dinheiro e mulheres terem
depois levado Floyd a abandonar a igreja,
ele voltou para Deus antes de sua morte
prematura por câncer. Quando eu estava
ao lado de seu leito, ele me disse: “Eu amo
você como um irmão.” E eu lhe respondi:
“Eu o verei naquela manhã, companheiro!”
Minha dívida para com ele é inestimável e
Jan S. Doward, agora aposentado, foi
professor, diretor de jovens, pastor,
produtor de filmes documentários,
escritor freelancer e fotógrafo. Este
artigo foi adaptado de seu livro
When All Alone I Stand. Seu endereço
é: 714 Poole Road; Ferndale, CA
95536; EUA.
Diálogo para
você, grátis!
Se você é um estudante adventista do
sétimo dia de faculdade ou universidade
não-adventista, a Igreja tem um plano
que lhe permitirá receber gratuitamente a revista Diálogo enquanto você for
estudante (aqueles que não são mais
estudantes podem assinar Diálogo usando
o cupom da página 6). Contate o diretor
do Departamento de Educação ou do
Departamento de Jovens de sua União,
e peça que seu nome seja colocado na
lista de distribuição da revista. Inclua seu
nome completo, endereço, faculdade ou
universidade onde está estudando, o curso
que está fazendo e o nome da igreja onde
é membro. Você também pode escrever
aos nossos representantes regionais nos
endereços indicados na página 2, anexando uma cópia da carta que enviou aos
diretores da União mencionados acima.
Caso esses passos não produzam resultado, você poderá contatar-nos via e-mail:
[email protected].
33
DIRETRIZES PARA OS COLABORADORES
Cuidando…
Continuação de la página 10.
A revista Diálogo Universitário é publicada três
vezes por ano em quatro edições (inglês, espanhol, francês e português), e dirigida a adventistas
do sétimo dia envolvidos com educação secundária e superior, como professores, estudantes, profissionais e capelães de campi em todo o mundo.
Os editores estão interessados em artigos,
entrevistas e reportagens bem redigidos e coerentes com os objetivos de nossa publicação:
1) Sustentar uma fé viva e inteligente.
2) Aprofundar o compromisso com Cristo,
com a Bíblia e com a Missão Adventista
Global.
3) Elaborar uma abordagem bíblica de assuntos contemporâneos.
4) Apresentar idéias e modelos de serviço
cristão e evangelismo.
Diálogo usualmente pauta artigos, entrevistas
e reportagens para autores específicos, visando
à sua publicação. Os autores potenciais são solicitados a: a) examinar previamente os assuntos
de nossa revista; b) considerar cuidadosamente
estas diretrizes, e c) apresentar um resumo e sua
experiência pessoal antes de desenvolver o artigo
proposto. Trabalhos não solicitados não serão
devolvidos.
Artigos — Artigos bem pesquisados e
estimulantes que focalizem, a partir de uma perspectiva bíblica, temas contemporâneos referentes
a artes, ciências humanas, religião ou ciências em
geral.
Perfis — Entrevistas com homens e mulheres
adventistas bem-sucedidos em suas profissões ou
carreiras, e que sejam também cristãos ativos. As
sugestões são bem-vindas.
Logos — Uma nova abordagem de passagens
ou temas bíblicos que ofereça perspectivas e animação para uma vida de fé nos dias atuais.
Vida universitária — Idéias práticas para
o estudante universitário, capelão ou professor,
que buscam integrar fé, educação, sociabilização e
evangelismo na vida acadêmica.
Reportagens de atividades — Novas
sobre atividades regionais desenvolvidas por estudantes, capelães e professores adventistas.
Revisões de livros — Análises de livros
interessantes escritos por ou sobre adventistas
do sétimo dia, publicados em inglês, francês, português ou espanhol. As sugestões são bem-vindas.
Pontos de Vista — Abordagem pessoal de
assunto controverso ou delicado, que seja digno
de apreciação cristã.
Fórum aberto — Consultas feitas pelos
leitores sobre temas de interesse geral, acompanhadas de respostas dadas por especialistas.
Para sua informação — Reportagens
sobre eventos, atividades ou declarações interessantes para profissionais e estudantes adventistas.
Primeira pessoa — Histórias sobre experiências de indivíduos, escritas por estudantes ou
profissionais adventistas, que sejam inspiradoras e
estimulantes a seus colegas.
Endereço para correspondência:
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
Editores da Diálogo
12501 Old Columbia Pike; Silver Spring
MD 20904 EUA
Telefone 301-680-5060
Fax: 301-622-9627
E-mail: [email protected]
[email protected]
16.
17.
ping countries: Dimensions, determinants, dynamics
and directions for public health action,” Public
Health and Nutrition 5-A (2002): 231-237.
S. M. Ayres in “Health Care in the United States:
The facts and the choices,” The Last Quarter
Century: A Guide to the Issues and the Literature, No.
4. J. H. Whaley, Jr., ed. (Chicago: American Library
Association, 1996), pp. 1-92.
A. R. Omran, “The epidemiologic transition theory
revisited thirty years later,” World Health Statistical
Quarterly 53 (1998) 2-4:59-119.
Companion Encyclopedia of the History of Medicine,
vol. 2. W. F. Bynum and R. Porter, eds. (London,
1993), p. 1709.
D. M. Ediev, “Reconstruction of the US immigration history: Demographic potential approach.”
Electronic Journal “Investigated in Russia” (2001);
pp. 1619-1635. Web: http://zhurnal.ape.relarn.ru/
articles/2001/140e.pdf
Department of Health and Human Services.
National Center for Health Statistics. Web: http://
www.dhhs.gov.
P. M. Insel and W. T. Roth, “Taking charge of your
health,” in Core Concepts in Health, 6th ed. P.M.
Insel and W. T. Roth, eds. (Mountain View, Cal.:
Mayfield Publ. Co., 1991), pp. 1-21.
A. Harding, Milestones in Health and Medicine
(Phoenix: Oryx Press, 2000), p. 171.
V. R. Fuchs, Who shall live? Health, Economics, and
Social Choice (New York: Basic Books, 1974).
F. Boaz, “Methods of ethnology,” American
Anthropologist 22 (1920): 311-322.
C. Katona and M. Roberton, “Cross-cultural
Psychiatry,” in Psychiatry at a Glance, 2nd ed.
(Oxford: Royal Free and University College Medical
School, Blackwell Science Ltd. Oxford, 2000), pp.
76, 77.
G. E. Fraser, “ Diet is primordial prevention in
Seventh-Day Adventists,” Preventive Medicine 29
(1999); (6 Pt 2): S18-S23.
J. C. Caldwell , “Basic premises for health transition
in developing countries,” World Health Statistical
Quarterly 53 (1998): 121-133.
Cristão
Você
freqüenta a
igreja?
34
Não, mas eu sou
um cristão.
Ah é?
E eu sou uma
pianista.
É mesmo?
Você toca
piano?
Não, mas se você pode ser um
cristão e não ir à igreja, eu
posso ser uma pianista e não
tocar piano!
DIÁLOGO 16•1 2004
Ê"
h&OIPORISSOQUETROUXEA
.AQUELAMANHâOPASTOR
GAIOLAVAZIAHOJEv
CAMINHOUVAGAROSAMENTEEM $EPOISDEUMALONGAPAUSAOPASTOR
DIREÀâOAOP¢LPITO!NTESDEINICIAR
PROSSEGUIU
SEUSERMâOELECOLOCOUSOBREUMA
h5MDIA3ATANÖSPASSOUPOR*ESUSE
MESAUMAGAIOLAVELHAEVAZIAPARATODOS COMEÀOUACONVERSARCOM%LE/INIMIGO
VEREM/SMEMBROSDAIGREJAOLHARAM
ESTAVAVINDODO*ARDIMDO»DENETINHAUMA
SURPRESOSPARAOOBJETOECOMEÀARAMA
EXPRESSâOBASTANTESATISFEITA
FAZERPERGUNTASUNSAOSOUTROS1UANDOO @h!HEXULTOUELEMALIGNAMENTE@-ONTEIUMA
MURM¢RIOCESSOUOPASTORCOMEÀOUA ARMADILHAPARAAS4UASCRIATURASEELASCA¤RAMNELA
FALAR
!GORAPOSSUOA4ERRAETODOSOSQUENELA
h!LGUNSDIASATRÖSEUPASSEIPORUMMENINO
HABITAM%LESSâOMEUS
QUEESTAVALEVANDOUMAGAIOLABALANÀANDOA @h/QUEVOCäFARÖCOMELESPERGUNTOU*ESUS
DESPREOCUPADAMENTE1UANDOELESE
@h6OUMEDIVERTIR%UOSENSINAREIABRIGARENTRESI
APROXIMOUMAISPERCEBIQUEDENTRODA
AABUSARDOSEUCORPOADESTRUIRASSUASFAM¤LIAS
GAIOLAESTAVAMTRäSPÖSSAROSASSUSTADOS
E4EAMALDIÀOAR6OUMOSTRARLHESAT£MESMO
TREMENDODEFRIO0ERGUNTEILHEOQUEIA
COMOCONSTRUIRARMASESEMATAREMEM
FAZERCOMELES
GUERRAS
@h!LGU£MMEDEUEVOUDIVERTIRMECOM
@h%DEPOISDISSO
ELESDISSEMEOMENINOCOMUMSORRISO
@h1UANDOEUMECANSARMATAREITODOSELES
MALICIOSO@6OUFAZäLOSBRIGARENTRESIE
@h%UOSCOMPRAREIDEVOCäDISSE*ESUS@1UANTO
DEPOISARRANCARSUASPENAS
VOCäQUERPORELES
@h%QUANDOVOCäSECANSARDISSO
@h0ORQUEALGU£MDESEJARIAESSESINFELIZES!L£M
@h%UOSJOGAREIAOSMEUSGATOS
DISSOSETENTARESAJUDÖLOSELESVâO4EREJEITAR
@h6OCäOSVENDERIAPARAMIMPERGUNTEILHE CUSPIREM4EUROSTOEAMALDIÀOARO4EUNOME
@h0ARAQUEVOCäOSCOMPRARIA%LESSâOAPENAS
%LESAT£4EMATARâO.âOVALEMNADA
TRäSPÖSSAROSFEIOSQUENEMSEQUERCANTAM
@h1UANTOVOCäQUERPORELESINSISTIU*ESUS
@h1UANTOVOCäQUERPELAGAIOLAEPELOS
@h4UASLÖGRIMAS4EUSANGUEEMESMO
PÖSSAROS
4UAVIDABRADOU3ATANÖS
@h$EZD˜LARES
@h&EITOFALOU*ESUS
h!SSIMQUEPEGOUODINHEIROOMENINO
h!LGUMTEMPODEPOIS%LEVEIO
MENEOUSUACABEÀAINTRIGADO%UTROUXEA PAGOUOPREÀOELIBERTOUNOSv
GAIOLAPARACASADEIÖGUAAOSPÖSSAROSE
/PASTORCAMINHOUEM
COLOQUEIALGUMASSEMENTESPARACOMEREM DIREÀâOÜGAIOLAABRIUAPORTA
.AQUELATARDELEVEIAGAIOLAAUMPARQUE DELAESILENCIOSAMENTESAIUDO
PR˜XIMOREPLETODEÖRVORES3ENTEIMENUM
TEMPLO
BANCOABRIAPORTADAGAIOLABATISUAVEMENTE
NASSUASGRADESEUMAUMOSPÖSSAROS
!N¹NIMO
VOARAMPARAALIBERDADE
DIÁLOGO 16•1 2004
35
“O programa Amazing Facts College of Evangelism
me deu o treinamento de que necesitava
para o meu ministério!”
“AFCOE me forneceu o material, a confiança e a
experiência prática para seguir ao Senhor. Aprendi mais
acerca de como ganhar almas para Cristo do que jamais
teria imaginado.
Os qualificados instrutores, guiados pelo Espírito Santo,
sentem uma verdadeira paixão pelas almas e ensinam de
modo dinâmico o método de evangelismo de Jesus.
AFCOE lhe treinará a converter-se no que
o Senhor lhe chamou para ser e fazer”.
–George Hamilton
Graduado de AFCOE en Inglaterra
No AFCOE voce poderá:
Compreender as doutrinas bíblicas
freqüentemente mal interpretadas.
Desenvolver a confiança e habilidade
de testemunhar e ensinar em qualquer
momento e lugar.
Aprender a conduzir eficientemente estudos bíblicos e seminários evangelísticos.
Obter experiência prática durante séries
de evangelismo ao vivo.
Professores de Primeira Classe
Pastor Doug
Batchelor
Presidente
de Ministérios de
Alan
Parker
As datas de inscrição estão
para encerrar-se!
DATA DO
CURSO
Curso Completo
de 4 meses
Intensivos de
Evangelismo Pastoral
e Avançado
18 de julho a
20 de novembro, 2004
7 de outubro, 2004
AFCOE
Amazing Facts
Ethelene
Brady
Diretora
Coordenadora
Assistente de
de Extensões
AFCOE
de AFCOE
10 de maio, 2004
13 de setembro a
Diretor de
Annie
Kjaer
DATA DE
INSCRIÇÃO
Amazing Facts
916-434-3880, ext. 3049
P.O. Box 1058
ligue-nos o consulte o nosso
Roseville, CA 95678, U.S.A.
website em www.afcoe.org
Fax 916-434-3889
email: [email protected]
1º. de julho, 2004