Exercício PRISTINA 082

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Exercício PRISTINA 082
EDIÇÃO N.º 02
Agosto de 2008
Boletim informativo do Agrupamento MIKE
Exercício PRISTINA 082
CREVAL AO AGR MIKE/
BRIGINT/KFOR
“O AgrMIKE, encontra-se
excelentemente organizado,
bem comandado, motivado e
com um forte espírito de corpo… capaz de cumprir integralmente a sua missão operacional”.
A Missão da OSCE no
Kosovo
“...a OSCE foi a primeira
organização internacional a entrar no território
e a monitorizar a situação no terreno com a
Kosovo Verification Mission…”
EXERCÍCIO PRISTINA 082
Cap Art Roque…………..Pág 14
Dr Nuno Luzío……… Pág 18
Maj Inf Neves Pág 22 e 23
“O Exercício Pristina 082
em Cabeceiras de Basto
fruiu todas as condições
para executar o treino e a
avaliação do AgrMIKE e
mais uma vez mostrou a
importância de realizar
este tipo de exercícios …”
A Toyota apoia o Agrupamento MIKE
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
Editorial
O Bem Receber das Gentes Das Terras de “Basto”
Director: TCor Cav J. Rodrigues
Sub-Director: Maj Cav Pimenta
Editor: Ten Capelão Gonçalves
Design e layout: 1Sar Cav A. Fernandes
Propriedade: Agr MIKE/BrigInt/KFOR
Publicação: Mensal
Distribuição: gratuita
Impressão: 600 exemplares
Reprodução: Tadinense A.G.
www.tiptadinense.pt
pág 7
Exercício TEAM SPIRIT 082
pág 8
Cap S. Santos
Ten Med Amaral
Ten Tm Mendes
SCh Cav Coutinho
SAj Cav M. Costa
2Sar Inf A. Bessa
1Cab V. Rodrigues
pág 9 a 11
Marchas do Agr MIKE/BrigInt/KFOR
pág 12
Génese do Hino e do Grito do Agr MIKE
pág 13
CREVAL ao Agr MIKE/BrigInt/KFOR
pág 14
Cerimónia de apresentação do Estandarte Heráldico do Agr
MIKE e entrega das Flâmulas às Subunidades
pág 15
O 2BI no Teatro de Operações do Kosovo
A Missão da OSCE no Kosovo
Nove anos a contribuir para a promoção de instituições
democráticas e direitos humanos
Controlo de Tumultos — Crowd and Riot Control
Exercício PRISTINA 082
Organograma do Comando e Estado Maior do Agr MIKE
Organograma da ALFA Coy do Agr MIKE
Organograma da BRAVO Coy do Agr MIKE
Organograma da CHARLIE Coy do Agr MIKE
pág 16 e 17
Pág 18 e 19
pág 20 e 21
pág 22 e 23
Pág 24 e 25
pág 26 e 27
pág 28
pág 29
Evolução Tecnológica no Futuro Próximo
Pág 30 a 33
Noções Básicas de Primeiros Socorros
Controlo de Hemorragias
Os últimos preparativos
Pág 34 e 35
Pág 36
Preocupações com as Viaturas em Climas Frios
Pág 37 e 38
Colaboradores
Dr. Nuno Lúzio
TCor Inf Magalhães
Maj Inf Neves
Cap Inf Ribeiro
Cap Art Roque
Cap Cav Cabral
Cap Cav Branco
pág 5 e 6
Exercício PRISTINA START 082
Exercício DRAGÂO 08
Ficha Técnica
pág 4
Módulo de Comunicações e Sistemas de Informação - CSI
Pág 39
Dia Gastronómico do Agr MIKE
Pág 40
Mensagem para ti...
Pág 41
No Stress
Pág 42
Fotografia do mês
Da missão do Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR fazem parte um conjunto
de tarefas típicas das Missões de Apoio à Paz, que serão executadas de
forma rotineira no TO do Kosovo. Os Postos de Controlo de Viaturas ou
Vehicle Check Points (VCP) são um exemplo concreto dessa realidade.
Nesta fotografia, é possível visualizar um VCP executado
por uma equipa da CHARLIE Coy.
Tema: Posto de Contolo de Viaturas
Local: Cabeceiras de Basto—Exercício PRISTINA 082
Data: 26 de Julho de 2008
Autor: Secção de Informações do Agr MIKE
Morada & contactos:
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR | Rua Infantaria Nº 8 - 4710-303 Braga
Tel/Fax: 253689190/253689199 | E-mail: [email protected]
www.exercito.pt
- Linha verde: 800 20 12 74
[email protected] | [email protected]
3
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
EDITORIAL
TCor Cav J. Rodrigues
Este número do Boletim do MIKE reporta-se a forma hospitaleira e desinteressada como recebeu
actividade desenvolvida pelo Agrupamento (Agr) os militares da BrigInt, numa cerimónia militar simdurante o aprontamento, com especial enfoque para ples mas singela e com uma demonstração das
a terceira fase (Treino Orientado para a Missão) e suas capacidades.
Neste último número do Boletim do MIKE,
para a quarta fase (Avaliação), bem como para a
cerimónia de apresentação do Estandarte Heráldico antes da projecção, cabe um agradecimento profun(EH) do Agr e entrega das Flâmulas às Companhias. do a todos os que em nós acreditaram sem reservas
Tratou-se de um período de tempo muito exigente e desde o primeiro momento e nos deram o seu voto
extenuante, marcado por um conjunto diversificado de confiança, os que nos estimularam e apoiaram
de actividades e dificuldades de vária ordem, algu- incondicionalmente, os que, malgrado as suas batamas delas transversais às várias Unidades, Estabe- lhas pessoais, pacientemente nos escutaram e dedilecimentos e Órgãos do Exército (UEO). No entendi- caram uma palavra, os que, nos bastidores, sem
mento do Comando, o Agrupamento MIKE desem- alarde, com extrema sobriedade, com genuína amipenhou proactivamente e eficazmente todas as tare- zade, camaradagem e um inexcedível profissionalisfas planeadas, bem como uma diversidade de tare- mo, desinteressada e incansavelmente labutaram
fas inopinadas, com o desassombro e a flexibilidade em nosso proveito vencendo desafios, resolvendo
problemas e ultrapastipicamente
“cavaleiras”,
sando dificuldades por
denunciando
admirável
“ … o Agrupamento MIKE desempenhou
nós deparados ou erigicapacidade de lidar com o
imprevisto e surpreendente proactivamente e eficazmente todas as tare- dos, para que a maioridade e a afirmação da
resiliência à adversidade.
fas planeadas (…) com o desassombro e a
identidade do AgrupaOs militares do MIKE, merflexibilidade tipicamente “cavaleiras”... ”
mento MIKE fosse uma
cê de uma notável capacirealidade. Ao Comando
dade de organização, planeamento e adaptação, às diversas solicitações e do Exército e da GNR, ao CmdOp, aos OCAD, à
alterações diárias, a que não foram alheias a eleva- edilidade de Cabeceiras de Basto na pessoa do seu
da motivação, forte coesão e disciplina, grande brio Presidente, Exmo. Sr. Engº Joaquim Barroso de
e profissionalismo e profundo espírito de missão, Almeida Barreto, e aos cabeceirenses pelo genuíno
conseguiram, mais uma vez, “levar a carta a Garcia”. e inexcedível apoio durante a condução do Exercício
No Treino Orientado para a Missão os PRISTINA 082, ao Comando e Unidades da BrigInt,
Homens e Mulheres do MIKE receberam formação aos Comandos da BrigMec e da BrigRR, às Direcaos mais variados níveis e nas mais diversificadas ções de Serviços e DMT, ao RC 6, às Escolas PrátiUEO do Exército, participaram em exercícios esca- cas e Centros de Instrução, às Unidades, ao 1.º
lão companhia e executaram Tiro de Combate em BIPara, aos camaradas de armas, aos incontáveis
Áreas Edificadas na Escola Prática de Infantaria em muitos, aos anónimos que, porventura, tendo ensejo
Mafra, Tiro de Manutenção adequado ao cargo/ de ler este texto, se revirem e se sentirem cingidos
função no TO na carreira de tiro de Viana do Castelo ao seu exacto significado, o nosso sincero apreço e
e Tiro de Combate no Centro Tropas de Operações gratidão, o nosso respeitoso preito de homenagem e
reconhecimento. Graças ao seu valioso contributo,
Especiais em Lamego.
A Cerimónia de apresentação do EH do Agr e partimos seguramente de uma posição deveras vanentrega das Flâmulas às Companhias teve lugar no tajosa para o início da nossa missão.
Resta-me por fim, agradecer a todos aqueles
dia 10 de Julho de 2008, no RC6 e constitui-se, para
os Homens e Mulheres do Agrupamento MIKE, em que, de uma forma empenhada entusiástica e desinmotivo de orgulho e factores intrínsecos de coesão teressada, directa ou indirectamente, se disponibilipara os níveis que representam. Pelo que simboli- zaram para colaborar na preparação deste número,
zam exigem de nós maior responsabilidade, galhar- quer na produção e apresentação de artigos e trabadia e espírito de corpo e grupo no cumprimento da lhos para publicação, quer na montagem e fotocommissão. São também factores de motivação acresci- posição, tendo-lhe dedicado uma considerável parte
da, o cimento que nos une e proporcionará a coesão dos momentos destinados ao repouso e lazer, o
e a disciplina necessárias para nos tornarmos num Comando manifesta o seu profundo apreço e meresó, quer nos momentos de alegria quer nos momen- cido reconhecimento. Bem hajam!
Cumpriu-se o aprontamento, cumpra-se tamtos de adversidade.
A Avaliação, que decorreu no período de 24 a bém o Agr MIKE/BrigInt/KFOR. A todos vós bem
31AGO082, na região de Cabeceiras de Basto, com- hajam e saibam honrar a “ditosa Pátria nossa amada
preendeu o Exercício PRISTINA 082, num cenário nas terras longínquas do KOSOVO”. Conto convosem que se procurou recriar a realidade actualmente co desde o princípio e estarei convosco até ao fim!
vivida no TO do KOSOVO, no qual a Força foi certificada para todas as tarefas com que irá ser defrontaTCor Cav Jocelino do N. B. Rodrigues
da nesta região. Do Exercício constou a 27 e 28ACmdt Agr MIKE/BrigInt/KFOR
GO08 a CREVAL1 - Avaliação da Prontidão para
Combate da Força. Esta fase terminou com o Distin- _________________________________________
guished Visitors Day (DVD), no qual a Força prestou 1 Combat Readiness Evaluation
tributo, à população de Cabeceiras de Basto, pela
4
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
O BEM RECEBER DAS GENTES
DAS TERRAS DE “BASTO”
SCh Cav Coutinho
No Norte do País, um dos mais antigos e
históricos concelhos do Minho com um rigor paisagístico e arquitectónico muito acima da média,
sobressai por um lado o verde fresco do Minho e
por outro, a aridez das montanhas de Trás – os –
Montes, outorga pelo nome de Cabeceiras de Basto. “Cabeceiras de Basto é uma terra antiga e por
isso, uma terra sábia. Uma Terra que soube preservar a paisagem na qual convive o Minho com os
Montes Transmontanos.
Situado em pleno centro histórico da Sede do
Concelho, em Refojos o emblemático e lendário
Guerreiro Lusitano “Basto”, é um dos muitos monumentos turísticos do mesmo2. “O Basto”, na simbologia primitiva, personificava a “raça” das gentes da
região, a sua alma e as suas tradições. É nele que
os habitantes de Cabeceiras revêem a sua coragem e honradez.3
Desde o início que a escolha deste concelho
para a realização do Exercício Final de Aprontamento do Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR, Exercício PRISTINA 082, foi uma escolha acertada e uma
mais valia, não só pela notável e distinta hospitalidade da gente das “Terras de Basto”, mas por ser
uma região com características semelhantes aquelas que vamos encontrar quando em Setembro próximo formos projectados, como Força Nacional
Destacada (FND), para cumprir a missão de Reserva Táctica do Comandante da NATO Kosovo Force
(TACRES/COMKFOR), no Teatro de Operações
(TO) do Kosovo.
Riquezas de um lado e riquezas pelo outro.
Também desafios e dificuldades. Cabeceiras, tem
tanto de beleza natural, tanto de património, tanto
de memórias nas quais todo um povo se revê na
luta pela sobrevivência em condições difíceis, como
vontade de tornar-se conhecida como merece.
Como de necessidade de acessibilidades e de infra
-estruturas de desenvolvimento.
Mesmo assim é terra sábia. Terra de saberes
tradicionais e de muitos sabores. Terra de convite e
de hospitalidade, porque as gentes de Cabeceiras
primam em saber receber.” 1
No dia 24 de Julho, o Agr MIKE deslocou-se
do Regimento de Cavalaria Nº6, em Braga, com
destino a Cabeceiras de Basto, tendo assentado
arraiais e estabelecido aquartelamento na Escola
EB 2.3 de Refojos, situada no centro da Vila, que
nos foi gentilmente cedida pela edilidade até ao dia
31 de Julho.
O exercício na modalidade de FTX4, contou
com a presença, que muito nos honrou, do Exmo.
Sr. Major General Martins Ferreira, Comandante da
Brigada de Intervenção (BrigInt), a nossa Brigada,
que nos acompanhou, apoiou e motivou com a sua
presença amiga.
O exercício teve como finalidade validar e
certificar a formação e treino ministrados ao longo
do aprontamento da Força. Durante o mesmo foi
conduzida pela Inspecção Geral do Exército (IGE) a
Avaliação da Prontidão para Combate (CREVAL5)
da Força.
5
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
nificação da mesma. A cerimónia, teve como
“palco” o parque do Mosteiro, tendo o Agrupamento
formado na sua máxima força, cantado o seu hino e
desfilado perante uma calorosa moldura humana; a
cerimónia terminou com uma demonstração de
capacidades do Agr MIKE que muito agradou a
todos aqueles que nos arroubaram com o entusiasmo das suas palmas e palavras de incentivo.
Desde o início ao epílogo deste exercício,
percorremos um longo caminho repleto de pequenos passos, que no final de cada dia se foram constituindo em parcelas maiores que nos conduziram a
um todo final, no qual nos revisitaremos em situações idênticas que se nos depararem no TO do
KOSOVO. Os Cabeceirenses fazem parte desse
todo, vão connosco no coração, assim como vai a
imagem do “Basto”, gentilmente oferecida pelo
Exmo. Sr. Presidente da Edilidade, que todos nós
agradecemos e cujas virtudes prometemos enaltecer e glorificar nas longínquas paragens do KOSOVO.
Para terminar, contemplo-vos com as seguintes palavras: “Das terras de Basto, onde um guerreiro, um dia, bastou para trazer até nós a beleza
de uma paisagem única, onde a lenda se transforma em realidade e nos transforma, a todos, em
guerreiros capazes de comandar a vida e a liberdade que só a nós pertencem (...)”7
No entanto, aliadas às actividades profissionais vividas nestes últimos dias, avulta o carinho, o
entusiasmo e a amabilidade com que fomos recebidos pelo Exmo. Sr. Engenheiro Joaquim Barroso de
Almeida Barreto, M.I. Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, bem como por toda a
população em geral, marcou-nos profundamente,
pelo que a retenção na nossa memória destes
momentos calorosos, contribuirá de forma inestimável para que o próximo meio ano seja arrostado
com mais facilidade e “leveza”.
As obrigações profissionais e as tarefas diá-
rias preenchem de tal forma o nosso quotidiano,
que por vezes nem nos apercebemos da rara beleza dos rincões naturais que nos rodeiam. Vivi uma
situação paralela quando no passado dia 26 de
Julho acompanhei o Comandante do Agrupamento
a Salto, um dos lugares mais belos desta Região,
em plena Serra da Cabreira, no complexo florestal
da Veiga, local onde a Companhia BRAVO se instalou para executar uma operação de nível I6, coincidindo esta com a Festa dos Idosos de Cabeceiras
de Basto que se juntaram no mesmo local, e tiveram o feliz ensejo de, à passagem da Força, romperem num aplauso espontâneo e sincero
exemplificativo da simplicidade e nobreza
de sentimentos dos Homens da “Terra de
Basto”.
Paralelamente ao exercício foram
desenvolvidas actividades de Solidariedade Social e Cívica, na área da Saúde
e da engenharia militar, junto da população das demais Freguesias do Concelho
pelas equipas de Saúde e de Engenharia dos Módulos Sanitário e de Engenharia da Companhia ALFA.
O Exercício PRISTINA 082 terminou com uma Cerimónia Militar presidida pelo Exmo. Sr. TenenteGeneral Pina Monteiro, M.I.
Comandante Operacional do Exército e contou ainda com a presença
de altas entidades civis e militares
que muito contribuíram para a
“O Basto”
elevação, engrandecimento e dig-
SCh Cav A. Coutinho
Adj Cmdt Agr MIKE/BrigInt/KFOR
___________________________________________________
1
Em apresentação do livro “CABECEIRAS, das Terras de Basto…” pelo
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Sr
Eng. Joaquim Barroso de Almeida Barreto.
2
Elaborado
com
base
na
informação
recolhida
no
sítio
www.guidacidade.pt/portugal/index.php?
G=monumentos.ver&artid=15842&distritoid=03
3
Segundo a Lenda, “o império visigodo, não resistiu aos ataques Mouros,
comandados por Tarik. Espalhando o terror, estes avançavam “ávidos de
glória”, através da Galiza. Os ecos dos seus ataques chegaram ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, mas não mereceram crédito. Bracara
Augusta caiu também nas suas mãos. Então acreditaram e prepararamse para a defesa com uma centúria de servos e homens de armas
comandados por D. Gelmiro, o venerado abade do Mosteiro Hermígio
Romarigues, parente do fundador do Mosteiro, era o guerreiro-monge
que mais se destacava pelo seu porte avantajado de grandes e possantes membros e com o rosto retalhado por mil golpes das escaramuças
passadas. Postado junto à ponte que dava acesso ao Mosteiro, ao aproximar das tropas de Tarik estendeu a mão possante assegurando:
- “Até ali, por S. Miguel, até ali Basto eu.”
E bastou! Três vezes arremeteram os mouros contra as débeis defesas
do Mosteiro. Mas por três vezes foram repelidos pela espada de Hermígio
Romarigues. A ponte sobre a ribeira ficou atulhada de corpos e os chefes
infiéis tiveram de tratar com D. Gelmiro de igual para igual gorando-se,
deste modo, a suposta intenção de arrasarem o Mosteiro e decapitarem
os monges. (…). Informação foi recolhida do folheto da Edilidade de
Cabeceiras de Basto O BASTO – Entre Lendas e Realidades.
4
Field Terrain Exercise.
5
Combat readiness evaluation. 6
Uma Operação de nível I envolve uma Companhia Operacional e um
Posto de Comando Táctico do Agrupamento com Oficias do Comando e
Estado-Maior do mesmo.
7
Informação recolhida no sítio http://aquibastoeu.blogspot.com 6
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
EXERCÍCIO PRISTINA START 082
Maj Inf C. Neves
No âmbito do aprontamento para o TO do Kosovo, o
Agr MIKE/BrigInt/KFOR realizou
o seu exercício de nivelamento
de 07 a 11 de Abril de 2008, na
região da Serra da Cabreira. O
Exercício PRISTINA START
082 teve como finalidade consolidar e validar a formação e o
treino ministrados na fase I do
Programa de Treino Operacional – Nivelamento - no âmbito
da técnica individual de combate, bem como permitir a execução de tiro real com todas as
armas orgânicas em utilização
no TO do KOSOVO. Garantir
que os militares ficassem aptos
a executar os procedimentos
individuais e colectivos (nível
secção) de acordo com a situação e ameaças com que possam vir a ser confrontados no
TO, fazendo a correcta utilização do seu armamento e equipamento individual, bem como, testar
todos os aspectos técnicos e administrativologísticos, necessários para garantir o apoio necessário à Força.
Os principais objectivos deste exercício
foram avaliar e consolidar a formação e treino
ministrados na fase I do treino Operacional – Nivelamento -, garantindo que os militares do Agrupamento estavam proficientes na técnica individual de
combate, bem como aproveitar a oportunidade para
reforçar as capacidades militares existentes. Acresce a importância que constituiu para o estabelecimento de rotinas de trabalho aos diferentes níveis e
ainda para o conhecimento mútuo dos militares que
compõem o Agrupamento, reforçando os laços fun-
damentais de camaradagem.
Dentro do Exercício PRISTINA
START 082 foram também conduzidos os exercícios TEAM
SPIRIT 082 e LFX1 VULCANO.
O Exercício TEAM SPIRIT 082
foi planeado e executado pelo
AgrMIKE/BRIGINT/KFOR, em
09 de Abril de 2008 e visou validar a instrução e treino ministrados durante a Fase I – treino de
nivelamento - do Programa de
Treino Operacional.
O Exercício foi conduzido
através da execução de um Percurso Topográfico, na Serra da
Cabreira, constituído por catorze
estações, com tarefas para testar o desempenho e capacidades operacionais ao nível individual e colectivo (escalão Secção), numa extensão total aproximada de 40 quilómetros.
O exercício VULCANO decorreu também na
Serra da Cabreira e compreendeu a execução do
tiro com as armas colectivas e o lançamento de
granadas de mão.
Em suma, o Exercício PRISTINA START 082
atingiu todos os objectivos propostos completando
assim a primeira fase do aprontamento do Agr
MIKE. O empenhamento e dedicação individual e
colectiva revelaram-se fundamentais para a cabal
execução de todas as tarefas propostas.
Maj Inf Neves
S3/S5 Agr MIKE/BrigInt/KFOR
______________________________________________
1 Live Fire Exercise - Exercício com fogos reais
7
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
EXERCÍCIO TEAM SPIRIT 082
Maj Cav J. Pimenta
• Estação inicial/Final (Partida e Chegada);
• Estação 1 – SOC – Suster uma hemorragia;
• Estação 2 – NBQ – Identificar material por
memorização e colocar a máscara;
• Estação 3 – SAP – Identificar material por
memorização;
• Estação 4 – ATI – Montar e desmontar Esp. Aut.
G3, Met. Lig. HK21 e Walther;
• Estação 5 – TCS – Efectuar a limpeza de um
edifício;
• Estação 6 – Camuflagem;
• Estação 7 – TCS – Reagir a um ataque sniper;
• Estação 8 – Slide e Rappel;
• Estação 9 – TCS – Efectuar a reacção a uma
emboscada próxima;
• Estação 10 – TCS – Reagir a fogos indirectos;
• Estação 11 – TMS – Procedimentos rádio;
• Estação 12 – TCS – Efectuar a travessia de uma
área perigosa linear;
• Estação 13 – SOC – Efectuar transporte de feridos;
• Estação 14 – ATI – Lançamento de Granadas
O Sistema de Instrução do Exército (SIE) é
composto pela componente do Ensino, Formação e
Treino. O conceito de formação no Exército tem
como principal finalidade conferir desenvolver e
inculcar capacidades (conhecimentos/aptidões/
atitudes), para o desempenho de uma função específica. É constituído pela Instrução Militar, Formação Contínua e pela Formação Profissional. Por
sua vez, o Treino que tem como principal finalidade
a manutenção e aperfeiçoamento das capacidades
obtidas, articula-se no Treino na Função, Treino
Orientado e Treino Operacional.
Em todas as estas componentes do SIE
deverá existir um denominador comum que está
directamente relacionado com a formação base que
todo o militar deve possuir e que deverá ser mantida/treinada para que não se perca conhecimento.
Verifica-se, no entanto, que os militares que chegam às unidades apresentam, por vezes, níveis de
formação díspares que exige que se efectue um
nivelamento de capacidades.
Foi com este objectivo que o Grupo de AutoMetralhadoras (GAM) implementou desde 2006 a
realização de uma série de exercícios com a designação “TEAM SPIRIT”, numa tentativa de anular
esta “lacuna” na formação dos praças, mas também
proporcionar aos graduados (Oficiais e Sargentos)
um “refrescamento” de todas as matérias que
fazem parte da sua formação.
Os Exercícios da série “TEAM SPIRIT” têm
como principal objectivo fortalecer os laços de
camaradagem, coesão, espírito de corpo dos militares e por outro avaliar os militares ao nível da
esquadra e secção de atiradores em situações de
dificuldade técnico-táctica diversificadas1 .
As condições atmosféricas adversas que se
verificaram nesse dia aumentaram a dificuldade do
exercício e foi um factor catalizador para que se
atingissem os seus objectivos. A força moral que
deve caracterizar e vincular qualquer militar, a coragem, a abnegação, a generosidade, a autoconfiança e a confiança nos superiores e camaradas foram
qualidades demonstradas pelos militares do Agrupamento MIKE durante a realização deste exercício.
TEAM SPIRIT 082
No âmbito do aprontamento do Agrupamento
MIKE, realizou-se na região da Serra da Cabreira
em 09Abr08, o Exercício “TEAM SPIRIT 082” integrado no Exercício “PRISITNA START”. O exercício
constou de um percurso topográfico de cerca de 40
km composto por catorze estações, nas quais, as
equipas foram avaliadas pela capacidade de orientação e pelo desempenho individual e colectivo na
execução das tarefas em cada estação.
Realizaram este percurso 34 equipas, compostas em média por 6 elementos.
A equipa vencedora realizou o percurso em 6
horas e 7 minutos tendo sido igualmente a que teve
melhor desempenho nas várias estações.
As estações foram as seguintes:
Maj Cav José Miguel Pimenta
2º Cmdt e CEM do Agr MIKE/BrigInt/KFOR
______________________________________________
8
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
EXERCÍCIO DRAGÃO 08
CPX
Cap Cav P. Cabral
De acordo com as
Especificações do Exercício (EXPEC1), o Exercício DRAGÃO 08 foi um
exercício de nível táctico, planeado e conduzido pela Brigada de Intervenção (BrigInt) com a
finalidade de exercitar e
desenvolver a capacidade e eficiência operacional e que contou com a
participação de todas as
subunidades da sua
estrutura operacional. A
finalidade foi exercitar o
planeamento, conduta e
controlo de operações
tácticas, por parte do
Comando da Brigada e
dos Comandos Subordinados, no âmbito de
Operações Defensivas
(Artº 5º do Tratado de
Washington), para rentabilizar as potencialidades
do sistema VIGRESTE,
e de Operações de Resposta a Crises (CRO2),
(Cap VI e VII da Carta
das Nações Unidas). O
exercício decorreu em
duas Fases: Exercício de
Postos de Comando
(CPX3) e Exercício com
Forças no Terreno
(FTX4).
No período de 15 a 23 de Abril do presente
ano decorreu o CPX e foi realizado na modalidade
de CAX5 em dois locais distintos. Os Postos de
Comando das unidades da BrigInt foram montados
no Centro de Treino de Postos de Comando no
Quartel-general da Brigada em Coimbra e os jogadores junto das consolas no Centro de Simulação
do Exército em Lisboa.
O CPX desenrolou-se em dois períodos. No 1º
período (15 a 18 de Abril), as unidades montaram
os Postos de Comando, carregaram a Estrutura
Orgânica de Pessoal e a Estrutura Orgânica de
Material no SICCE e, ao mesmo tempo, os jogadores carregavam e treinavam com o sistema
VIGRESTE. No 2º Período (21 a 23 de Abril) decorreu o jogo.
O cenário desenvolvido descrevia uma situação de conflito armado na região correspondente
ao território do Norte de Portugal e assumia que a
BrigInt estava incluída numa
força internacional da NATO
(DOUROFOR) e que estava
a conduzir uma operação
defensiva. Nesta operação
pretendia-se treinar o combate em profundidade, operações da força de segurança, esforço na zona de
resistência, protecção da
área da retaguarda e operações de reserva, nomeadamente rendição de uma força em sector ou contraataque da Brigada.
A Brigada desenvolveu o plano, foi reforçada
com outras unidades e reorganizou as suas UEB de
manobra, o GAM cedeu dois
Esquadrões
de
Autometralhadoras (EAM) e recebeu uma companhia de
infantaria do 2BI e uma companhia de infantaria mecanizada, ficando com a designação de Task Force (TF)
CHARLIE. O conceito de
operação da BriInt era conduzir uma defesa de área
com a TF BRAVO a Oeste
do seu sector, com a TF
ALPHA ao centro no esforço
e com o Esquadrão de
Reconhecimento a Este.
Constituir reserva com a TF
CHARLIE pronta para reforçar ou contra-atacar em qualquer parte do sector.
Sendo a reserva, a TF CHARLIE desenvolveu dois planos de reforço e dois planos de contraataque e um plano para a Segurança de Área da
Retaguarda (SAR). Para cumprimento dessas tarefas a TF CHARLIE constituiu dois subagrupamentos com base no 3/GAM e na 3/2BI e
manteve intacta a companhia infantaria mecanizada. O conceito de operação da TF CHARLIE era
manter-se em Zona de Reunião à retaguarda das
unidades que defendiam o sector da Brigada e
estar pronta para reforçar ou contra-atacar. Em
caso de reforço, reforçava com um dos subagrupamentos e, no caso de contra-ataque, seria
com os dois sub-agrupamentos, com o pelotão anticarro e o pelotão de morteiros pesados a apoiar a
manobra. A companhia de atiradores mecanizada
tinha a tarefa de garantir a SAR da BrigInt. Constituía reserva com o pelotão de exploração.
9
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
No primeiro dia do jogo, as forças opositoras
estavam a progredir lentamente devido à tipologia
do terreno e aos obstáculos colocados pela Companhia de Engenharia da BrigInt, permitindo que as
forças que defendiam o sector mantivessem a integridade da FEBA, pelo que a TF CHARLIE não teve
que se empenhar no combate. O dia terminou com
o envio dos relatórios para o escalão superior e
com um Briefing de actualização da situação ao
Comandante da BrigInt (COMINTBDE UPDATE)
através de vídeo-conferência.
Exercício
DRAGÃO 08
FTX
Cap Cav A. Branco
No período de 11 a 15 de Maio, decorreu a
fase FTX do exercício DRAGÃO na Serra da Padrela e Serra do Alvão. Todos os encargos operacionais da BrigInt participaram nesta fase, sendo de
realçar que o GAM (TF CHARLIE) participou com a
EOP do AgrMIKE e o 1BI (TF ALPHA) contou com
uma Companhia de Infantaria do Exército Espanhol
no âmbito dos acordos bilaterais que o Exército
Português mantém com os “nuestros hermanos”.
No último dia do jogo, as forças opositoras
romperam a FEBA6, não onde inicialmente se pressupôs, ou seja no sector onde era esperado o
esforço, mas a astúcia e o desempenho das forças
opositoras permitiu romper o sector da TF BRAVO,
próximo do limite com a TF ALPHA. Após terem
sido contidas numa bolsa, a TF CHARLIE activou o
Plano de Contra-ataque CAVALO, destruiu as forças opositoras contidas na bolsa e repôs novamente a FEBA, cumprindo com sucesso a sua missão.
Com a integridade da frente do seu sector novamente intacta, através do bom desempenho da TF
CHARLIE no contra-ataque, a BrigInt cumpriu a sua
missão.
De realçar também que neste dia, o Centro
de Treino de Postos de Comando recebeu a visita
de altas entidades militares e civis, o que demonstra a importância deste exercício para a BrigInt,
reforçada ainda pela presença de diversos órgãos
de comunicação social, quer regionais, quer nacionais.
Cap Cav Pedro Cabral
Adjunto das Operações AgrMIKE/BrigInt/KFOR
O cenário criado para esta fase foi uma evolução do que foi desenvolvido para o CPX, em que
se passou de uma operação convencional com
sucesso – Operação Defensiva – para uma operação de estabilização – Operação de Apoio à Paz. À
BrigInt foi atribuída uma Área de Responsabilidade
(AOR7), que por sua vez dividiu e atribuiu sectores
às UEB de manobra onde tinham a responsabilidade de manter um ambiente calmo e seguro (SASE8)
e a liberdade de movimentos (FOM9) através de
uma forte e coesa presença militar.
A TF CHARLIE deslocou-se para a Serra do
Alvão em três unidades de Marcha, ocupou e montou a sua Base Operacional Avançada (FOB10),
pronta para cumprir as tarefas que a Brigada tinha
atribuído no seu EXOPLAN11. Para cumprir a missão, a TF CHARLIE dividiu o seu sector pelas duas
companhias de manobra, atribuindo a zona norte
do sector à CHARLIE Coy e zona sul do sector à
BRAVO Coy. A ALFA Coy teve a árdua tarefa de
10
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
garantir o apoio de serviços à TF CHARLIE durante
todo o exercício. O Pelotão de Morteiros ficou
encarregue de garantir a segurança à FOB.
Às 17H00 deu-se o startex e a TF CHARLIE
deu início ao patrulhamento dos itinerários principais e à segurança de pontos sensíveis como instalações religiosas e instalações da Comunidade
Internacional (CI). Nos dias seguintes deu-se cumprimento aos incidentes constantes na lista de incidentes (MEL/MIL12) injectados pela equipa de arbitragem que nos acompanhou durante o exercício.
Para além dos incidentes, a TF CHARLIE recebia
Ordens Parcelares (FRAGO13) provenientes da Brigada para cumprir tarefas que foram desde segurança e escolta a líderes políticos, patrulhas e postos de controlo móveis (VCP14) para combate ao
contra-bando, operações de cerco e busca, garantir
segurança ao transporte de refugiados e garantir
segurança a peregrinos no seu deslocamento para
os locais de culto. Diariamente, ao final da tarde na
tenda de briefings, era efectuado o Staff Update ao
Comandante da TF CHARLIE onde era transmitido
tudo o que tinha acontecido nas últimas 24 horas,
nomeadamente, os incidentes, os documentos
recebidos, os documentos produzidos e os relatórios efectuados. Também se aproveitava a ocasião
para transmitir algumas indicações de carácter
administrativo, uma vez que, o Grupo de Ordens do
AgrMIKE estava reunido.
As missões e tarefas atribuídas à TF CHARLIE eram semelhantes com as que o AgrMIKE
poderá encontrar no Teatro de Operações do
KOSOVO, logo foram essenciais para que o agrupamento consolidasse a formação adquirida até à
data, detectasse eventuais falhas e as pudesse
corrigir até ao final do aprontamento.
No último dia do exercício decorreram duas
importantes actividades para a TF CHARLIE. A primeira foi a participação no DVD15, onde efectuou o
assalto montado a uma instalação da CI que tinha
sido ocupada por insurgentes. A segunda foi a participação numa parada militar apeada, seguida de
desfile motorizado na cidade de Vila Real. Na parada militar e no desfile motorizado estiveram presentes todas as Unidades da BrigInt participantes no
exercício (cerca de 1200 militares). Este dia contou
com a presença de Sua Excelência o Chefe do
Estado Maior do Exército, General José Luís Pinto
Ramalho, acompanhado de distintos e digníssimos
ilustres convidados, onde com apreço pudemos
registar que os órgãos de comunicação social fizeram uma apreciável cobertura do acontecimento.
Após o desfile motorizado, as unidades desconcentraram e seguiram para as respectivas Unidades regimentais. A TF CHARLIE (AgrMIKE) dividiu novamente a coluna de marcha em três unidades de marcha para facilitar a sua entrada na cidade de Braga. Após chegada ao Regimento de
Cavalaria nº 6 deu-se início aos trabalhos de limpeza de materiais e viaturas.
O Exercício DRAGÃO 08, possibilitou à BrigInt efectuar um treino com todas as suas unidades
e colocar no terreno todos os seus encargos operacionais. Ao AgrMIKE possibilitou uma excelente
oportunidade de treino e consolidação da formação
ministrada no aprontamento, mas também proporcionou o fortalecimento do espírito de equipa, de
corpo e camaradagem de todos os militares do
agrupamento.
Cap Cav Adriano Branco
Cmdt CHARLIE Coy Agr MIKE/BrigInt/KFOR
______________________________________
1
Exercise Specification
Crisis Response Operation
3
Command Post Exercise
4
Field Training Exercise
5
Computer Assisted Exercise
6
Forward Edge of the Battle Area
7
Area of Responsibility
8
Safe and Secure Environment
9
Freedom of Movement
10
Forward Operational Base
11
Exercise Operations Plan
12
Main Events List/Main Incidents List
13
Fragmentary Order
14
Vehicle Check Point
15
Distinguished Visitors Day – Dia destinado à visita de Altas
Entidades (tradução do autor)
2
11
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
AS MARCHAS DO AGR MIKE
Cap Inf J. Ribeiro
“Foram
difíceis,
mas chegámos todos ao
fim! Foram várias, sempre
com muitas expectativas, e
com vontade de mostrar
que não são as marchas
que derrubam os Homens
do Agrupamento, mas que
contribuem para o seu fortalecimento e coesão!”
O objectivo das
marchas do Agrupamento é
aumentar a capacidade
geral de resistência, bem
como o espírito de corpo,
fortalecer os laços de camaradagem, coesão e a
disciplina. Foram cinco no
total, três de dia e duas à
noite, sempre com dificuldade acrescida, aumentando a distância e o peso da
mochila. A primeira, na
distância de 8 quilómetros,
sempre a subir, foi realizada por subunidades no
deslocamento para a zona
de bivaque durante o Exercício PRISTINA START
082. A segunda, na distância de cerca de 20 quilómetros, a mais fácil, feita
durante o dia e logo de
madrugada, permitiu juntar
os militares para que se
começassem a conhecer. A terceira, na distância
de cerca de 28 quilómetros, também durante o dia,
fortaleceu os laços já adquiridos dentro das companhias, contribuindo assim para aumentar a proximidade entre os Homens do Agrupamento. A quarta e
quinta, ambas marchas nocturnas, nas distâncias
de cerca de 32 e de 40 quilómetros respectivamente, foram sem dúvida, as mais difíceis. A resistência, o espírito de corpo e de sacrifício, a camaradagem e a disciplina foram fundamentais para que
todos chegassem ao fim. “O mais difícil”, dizem os
soldados, “não é o cansaço físico mas sim o cansaço psicológico.”
Os cânticos entoados pelos militares davam
coragem e alento para ultrapassar as dificuldades
que se faziam sentir ao longo do percurso. A competitividade entre as companhias foi sempre sadia e
com o objectivo de unir os militares, fortalecer a
camaradagem e desenvolver o seu espírito de corpo e grupo para que o Agrupamento, em cada marcha, chegasse ao fim como um todo uno.
É de realçar o grito do Agrupamento, que
foi sem dúvida mais um factor de motivação para
que os militares do Comando e EM, ALFA, BRAVO
e CHARLIE Coy que gritavam uns após os outros,
em sequência, demonstrando desta forma o orgulho de pertencer a este bloco unido, que com muito
suor, algum sangue, muita tenacidade e disciplina
chegou ao fim da última marcha, a mais longa.
Cada marcha foi uma experiência dife-
rente, nas solicitações ao
nível físico e psicológico, no
trabalho de preparação, no
árduo labor da execução e
no sofrimento, levado a
extremos nalguns casos,
para não cair e continuar
em frente. Porém, em termos emocionais, a tónica
esteve sempre no espírito
de entreajuda e solidariedade. Todos os militares sem
excepção fizeram honra
aos objectivos estabelecidos para as marchas,
desenvolver as capacidades físicas e psicológicas,
fomentar o espírito de corpo
e grupo para atingir a Unidade e Coesão da Força.
Podemos dizer que
as marchas vieram, sem
sombra de dúvida, dar um
contributo extremamente
positivo para a formação e
treino, espírito de corpo e
coesão dos militares do
Agrupamento MIKE. Podemos, agora, convictos, afirmar em voz alta e destemida: “O que somos? Cavaleiros Lusos! Quantos
somos?! Um só! A nossa
Pátria?! Portugal! Portugal! Portugal!”.
Cap Inf Ribeiro
Cmdt BRAVO Coy/Agr MIKE/BrigInt/KFOR
Cântico das marchas
Camaradas, camaradas
Ponham-se lá em sentido
Vai passar o Agrupamento
Que defronta o inimigo.
Seja um mês ou seja um ano
No Kosovo vou ficar
Porque’ a alma de Lusitano
Nunca a vou entregar.
Refrão
Um, Dois
Três, Quarto
Monte Acima
Monte Abaixo
É nos homens desta Força
Que reside o alento
Quando a Pátria nos chama
Vamos de peito ao vento.
Por entre vales e montes
A mochila transportar
Porque as botas destes
homens
Têm muito para andar.
Refrão
Que todos sejamos UM
É o lema que abraçamos
Vamos com vontade e crer
Sorte é o que desejamos.
Com a dor e com cansaço
O MIKE vai regressar
Para apertar nos braços
A Família e o Lar.
Refrão
Alf Inf Gomes
Cmdt 3Pel/BRAVO Coy
12
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
GÉNESE DO HINO E DO GRITO
DO AGRUPAMENTO MIKE
Maj Cav J. Pimenta
Os símbolos identificativos de qualquer força
ocupam um lugar importante no seio da sua constituição. Efectivamente, os símbolos reúnem em si
factores de coesão e de sentimento que fazem com
que cada elemento pertencente à Força sinta como
seu aquilo que é de todos.
As Forças Nacionais Destacadas (FND) têm
por hábito criar hinos e gritos sempre que se constituem como forças a projectar.
O Agrupamento MIKE não fugiu à regra e em
tempo criou também o seu hino e o seu grito patentes na capa do presente boletim.
O HINO
A letra do nosso hino foi resultado
do contributo de
todos os militares
do
Agrupamento.
Numa participação
muito
concorrida
para a criação da
letra foi possível
criar o poema em
torno de três mensagens principais.
Inicialmente
uma
referência ao nosso
aprontamento
que
decorreu de uma
forma dura e exigente, mas que contribuiu para a união de
todo
o
grupo.
Depois a garantia de uma postura de trabalho e dedicação a ser
cumprida pelo Agr MIKE durante toda a missão.
Finalmente uma mensagem de motivação para os
militares do Agrupamento.
A música foi fruto da inspiração de um dos militares
do Agrupamento.
O nosso hino é reconhecidamente distinto e
constitui motivo de orgulho de todos os militares do
Agrupamento.
res portugueses que ao longo da história ergueram
bem alto o nome do nosso País, através do excelente desempenho que tiveram nas batalhas em
que participaram.
Não resisto neste momento, a transcrever a
conhecida lenda dos Doze de Inglaterra que contribui para reforçar o respeito e admiração que os
cavaleiros lusos impuseram ao longo da história
pela forma firme e destemida como lutavam. A lenda é a seguinte: “conta-se que, tendo sido doze
damas inglesas da melhor nobreza ofendidas em
sua honra por doze fidalgos da terra,
apelaram aquelas a seu rei, para que
designasse campeões que por elas
se
batessem;
mas
nenhum campeão que
lutasse pelas damas foi
encontrado na Inglaterra.
Lembrou-se então o rei que
os portugueses se
batiam com bravura e
destemor, e apelou a
cavaleiros de Portugal para que viessem lutar pelas
damas ofendidas.
Doze
cavaleiros
lusos enfrentaram
então
em justas os
doze ingleses ofensores, e venceramnos, assim lavando a honra das damas inglesas. Esses
doze cavaleiros ficaram desde então
conhecidos como “os Doze de Inglaterra”.
O nosso grito faz igualmente uma referência
à nossa divisa, “UT UNUM SINT”, “para que sejam
um só” (Evangelho segundo S. João, XVII: 11),
evocando o exemplar espírito de corpo, de camaradagem, a coesão e a unidade dos militares do
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR.
O GRITO
Maj Cav José Miguel Pimenta
2º Cmdt e CEM do Agr MIKE/BrigInt/KFOR
O grito do Agrupamento MIKE faz uma referência aos Cavaleiros Lusos, significando os milita-
13
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
CREVAL1 AO AGR
MIKE/BRIGINT/KFOR
Cap Art C. Roque
Decorreu nos dias
mento. Em resultado das
28 e 29 de Julho de 2008 a
três
primeiras
fases
Avaliação do Estado de
(Nivelamento,
Operações
Prontidão para o Combate
Convencionais e Instrução
(CREVAL), orientada pela
Orientada para a Missão),
Inspecção Geral do Exércidum total de cinco fases de
to, cujo objectivo foi o de
aprontamento, e no que diz
avaliar a organização, o
respeito à instrução indivinível de instrução individual e colectiva, foram excedual e colectivo, os procelentes os resultados obtidos
dimentos administrativos e
em todas as áreas avaliaoperacionais, assim como
das. No entanto, no que se
o estado de prontidão do
refere aos equipamentos
Agrupamento MIKE que, em Setembro do corrente essenciais para o cumprimento da missão, o AgrMIano, irá ser projectado para o Teatro de Operações KE alertou para o facto de não ter obtido, em númedo KOSOVO.
ro suficiente, material
Esta avaliação “O AgrMIKE, encontra-se excelentemente orga- CRC (Crowd and Riot
nizado, bem comandado, motivado e com um Control) para o treino
realizou-se durante o
exercício
final
de forte espírito de corpo… capaz de cumprir inte- operacional no Controaprontamento
lo de Tumultos, limitagralmente a sua missão operacional”.
“PRISTINA082”
na
ção essa que irá ser
região de Cabeceiras
colmatada logo após a
de Basto, onde foram apreciadas cinco áreas distin- chegada ao TO do KOSOVO, onde se irá efectuar
tas:
treino ao nível de escalão companhia com os equipamentos aí existentes.
Tal como se pode ler na divisa da Heráldica
• Preparação e Planos;
do Agrupamento: “UT UNUM SINT”, “para que
• Potencial de Combate;
sejam um só”, espelha bem o comentário final da
• Logística;
Equipa de Avaliação. “O AgrMIKE, encontra-se
• Deslocamento e Posicionamento;
excelentemente organizado, bem comandado, moti• Defesa NBQ.
vado e com um forte espírito de corpo… capaz de
A avaliação faz parte da quarta fase do cumprir integralmente a sua missão operacional”.
aprontamento, onde se espelha entre outros aspectos, a validação dos níveis de treino de aperfeiçoamento das capacidades operacionais do Agrupa-
1
Cap Art C. Roque
S2 Agr MIKE/BrigInt/KFOR
Combat Readiness Evaluation - Avaliação da Prontidão para o Combate
14
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
Cerimónia de apresentação
do Estandarte Heráldico do Agr MIKE
e entrega das Flâmulas às Subunidades
TCor Cav J. Rodrigues
A cerimónia Militar de Apresentação do
Aqui é distinguida a nossa generosidade,
Estandarte Heráldico do Agrupamento MIKE e dedicação, espírito de sacrifício e o nosso sentido
entrega das Flâmulas às subunidades decorreu no do dever, a par de uma dedicação e competência
Regimento de cavalaria N.ª 6, em Braga, a 10 de numa conjugação de esforços que tornou possível
Julho de 2008 e foi presidida pelo Comandante do ultrapassar obstáculos e congregar as energias que
Agrupamento Tenente-Coronel de Cavalaria Joceli- nos tem permitido, apesar das dificuldades, “levar a
no do Nascimento Bragança Rodrigues, que na Carta a Garcia”.
ocasião proferiu o discurso que se transcreve na
Como vosso Comandante exorto-vos a pratiíntegra.
car e a cultivar, em todas as circunstâncias da vos“Militares do Agrupamento MIKE (Agr MIKE), sa vida, os valores e as virtudes militares e a reafira data de hoje será sempre por todos nós recorda- mar e aperfeiçoar de forma contínua as vossas
da pois marca dois acontecapacidades e competêncimentos de grande imporcias, pois só à custa do
“ … estamos dispostos de forma
tância, a apresentação do
nosso permanente esforço
Estandarte Heráldico do desinteressada, a continuar Portu- poderemos tornar-nos digAgrupamento e a entrega
nos do respeito e considegal, onde a Nação e o Exército
das Flâmulas às suas suburação daqueles com quem
nidades, nomeadamente às
iremos privar no TO do
entenderem
ser
necessário…”
companhias ALFA, BRAVO
KOSOVO.
e CHARLIE.
Todos estamos plenamente
Esta simples cerimónia, sendo um momento conscientes das dificuldades
teremos que ultrade exaltação e de grandeza é também mais um passar mas estou confiante que
na
nossa
capacidade,
passo em frente, no sentido da nossa identidade
própria que assumimos com justo orgulho e que ânimo, determinação e força de vontade lusa para
nos guindará em altaneira postura, à verdadeira as conseguirmos vencer.
Homens e Mulheres do Agr MIKE o Estandimensão humana que é, de resto, a dimensão do
darte Heráldico e as Flâmulas das Companhias
soldado português.
Vamos pois, dentro de alguns instantes, ao são, como sabeis símbolos próprios, motivo de
nível do Agrupamento e das subunidades que o orgulho e factores de coesão para os níveis que
compõem, virar mais uma página da nossa vida e representam. Pelo que simbolizam exigem de nós
da nossa história, assim mediante quatro símbolos galhardia, espírito de corpo e grupo no cumprimene através de um rito, com raízes muito profundas e to da missão. São também factores de motivação
carregado de significado na instituição militar, acrescida, o cimento que nos une e proporcionará a
vamos todos vincular-nos na defesa e na exaltação coesão e a disciplina necessárias para nos tornardos valores do Agr MIKE e das suas subunidades, mos num só, quer nos momentos de alegria quer
que também são valores nacionais que perdurarão nos momentos de adversidade.
A constante perseverança colocada por
mais tarde para as gerações vindouras.
O símbolo do “Estandarte Heráldico do Agr todos nós no cumprimento da missão, por certo fará
MIKE” perante o qual assumireis o compromisso a diferença, de forma a dignificar e prestigiar o Agr
formal de defender Portugal além fronteiras, encer- MIKE, a Brigada de Intervenção, o Exército, e Porra a nossa memória colectiva, a nossa identidade tugal, instituições a que todos nos orgulhamos de
como Unidade constituída, a qual devemos preser- pertencer.
var e defender a todo o custo.
Com esta cerimónia encerramos o ciclo, que
Como portugueses, como cidadãos e como eu
chamaria de “ciclo de recebimento dos
militares, estamos dispostos de forma desinteressasímbolos”, que se iniciou com a entrega
da, a continuar Portugal, onde a Nação e o Exército
do Estandarte Nacional durante as cerimóentenderem ser necessário. No entanto, só com
nias comemorativas do Dia da Brigada de
sacrifício, esforço, vontade, e querer é que
Intervenção, que tem hoje continuidade
podemos servir Portugal, honrando o Estancom a apresentação do Estandarte
darte Heráldico do nosso Agrupamento e
Heráldico do Agrupamento e com a
a Bandeira Nacional.
entrega das Flâmulas das CompaAo longo dos últimos meses
nhias, terminando com a assumpE
fomos submetidos a uma instruIK
ção do Hino e Grito do AgrupaM
gr
ção e treino progressivamente
mento que hoje e aqui faremos
oA
d
mais exigentes de modo a
te
ouvir bem alto.
ar
d
n
desenvolver as capaciOs factores da nossa
sta
E
dades físicas, menidentidade e Unidade estão defitais e morais e as
nidos, caminhamos a passos largos
competências
para
a “Maioridade”, desde o início do
técnicoaprontamento que conto convosco e
profissiovós podereis contar comigo até ao fim.
nais
Bem
Hajam e Boa sorte para todos nós!”
necessárias ao
cabal desempenho da nossa futura
TCor Cav Jocelino do N. B. Rodrigues
missão ao serviço de Portugal e da
Cmdt do Agr MIKE
OTAN no Teatro de Operações do
Kosovo.
15
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
O 2BI NO TEATRO
DE OPERAÇÕES DO KOSOVO
TCor Inf J. Magalhães
Caros Camaradas
Agrupamento MIKE,
sérvios e albaneses. Esta
solução não é bem aceite
pela minoria sérvia que
continua sem reconhecer
a autoridade de Pristina,
procurando
regular-se
pelas leis sérvias. E nas
regiões em que está em
maioria, apenas as forças
da NATO continuam a
manter o ambiente de
estabilidade e segurança
dada a incapacidade das
autoridades de Pristina
para o fazer ou impor.
Portugal disponibiliza para a Força da NATO
uma Unidade de Escalão
Batalhão que constitui a
sua reserva, para além de
alguns elementos do Esta-
do
Foi com muito gosto que recebi o convite
do vosso Comandante
para elaborar um pequeno artigo sobre a minha
experiência no Teatro de
Operações do Kosovo
para onde, em breve,
sereis projectados a fim
de cumprir a missão de
Reserva
Táctica
da
KFOR.
Resumir-me-ei
àquilo que o 2BI realizou
no Kosovo com alguns
comentários adicionais
relativos à minha experiência e sensibilidade
sem abordar a situação na região pois temo que o
conhecimento desta possa estar já ultrapassado
pelo evoluir dos acontecimentos. Certamente que,
neste aspecto, o acompanhamento efectuado pelo
Estado-Maior do vosso Agrupamento é mais actual
e de maior utilidade para todos vós.
Como sabeis o Kosovo é um território com
uma longa história de discórdia e mesmo confrontação entre as duas principais etnias em presença –
sérvios e albaneses. Mais recentemente, a atitude
do governo sérvio sob a liderança de Milosevic para
com a etnia albanesa, mereceu a atenção e reprovação por parte da Comunidade Internacional, dando origem à intervenção da NATO e à implementação da Missão das Nações Unidas no Kosovo e,
desde 1999, a NATO mantém neste território uma
força de paz para estabilizar a região. A declaração
unilateral de independência por parte do governo
provisório albanês em 17 de Fevereiro último voltou
a trazer alguma tensão no relacionamento entre
do-Maior da KFOR.
A condição da Força Portuguesa, em consequência da sua missão, traz-lhe grande visibilidade
e algum protagonismo. Tem a particularidade de
poder ser empenhada em qualquer ponto do Kosovo directamente sob o comando do Comandante da
KFOR ou cedida a uma das MNTF que detêm responsabilidades territoriais.
A Reserva da KFOR pode cumprir uma quantidade de tarefas que englobam o reforço das Multinational Task Force (MNTF), a condução de Operações de Segurança, Cerco e Busca, Vigilância de
Fronteiras, Operações de Extracção, Controlo de
Tumultos (CRC) entre outras. Destaco as últimas
que exigem um treino constante aos vários escalões, um cuidado extremo no que diz respeito ao
Comando e Controlo, uma firme postura individual e
grande coordenação. Neste âmbito, a FND portuguesa tem vindo a ganhar um capital de credibilidade, pela sua forma de actuação e pela proficiência
16
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
que demonstra, constioperação em Pristina
tuindo mesmo referência
resumiu-se a patrulhaentre as várias forças
mentos na zona da
em presença. Mas todas
cidade onde a presença
as outras tarefas são
internacional
estava
exigentes como ireis ter
implementada. A última
oportunidade de comproprojecção para Mitrovica
var e carecem de um
após os acontecimentos
detalhado planeamento
violentos consistiu na
e coordenação com as
vigilância da ponte prinunidades com quem tracipal sobre o Rio Ibar e
balhardes a par de uma
estar pronto para actuar
execução cuidada em
em CRC caso qualquer
que o grupo se sobrepõe
manifestação assumisse
ao indivíduo para cumalguma violência. Gloprir a missão.
balmente, foi uma misDurante o período que esteve no TO do são muito aliciante, em que procurámos ter sempre
Kosovo, o 2BI cumpriu 8 operações de Nível II e 6 como farol o desempenho das diversas operações
de Nível I, desempenhando as quatro primeiras com sucesso, a Protecção da Força, a representatarefas listadas acima e esteve por quatro vezes ção do nosso país com o melhor do nosso esforço
com uma prontidão muito reduzida no sentido de e que, no final, nos trouxe uma enorme satisfação e
poder ser rapidamente empenhado em actividades sentimento do dever cumprido.
de CRC. Para além
A reserva portudisso conduziu a sua
guesa
é vista como
“ … sabemos que irão dar o melhor de
actividade de treino
uma mais valia dentro
com destaque para o vós para as desempenhar com a máxi- da Força da NATO, e
CRC, para a conducabe-vos em breve
ção das viaturas do ma proficiência e contribuir para garan- assumir esse papel. É
Batalhão, para o treino
ter presente
tir o ambiente de estabilidade e segu- importante
com helicópteros e a
que a missão decorrerealização de tiro com
rá ao longo dos próxirança na região…”
o armamento recebido
mos seis meses, onde
do 2BIMEC. Podemos
sereis chamados para
dividir a Missão em duas fases, até à Declaração realizar uma variada série de operações e onde
Unilateral de Independência e após esta data. Na continuareis a treinar para manter o nível de execuprimeira fase as operações tiveram como finalidade ção das tarefas, sendo necessário manter a persiso reconhecimento e
tência na acção e a unidafamiliarização com as
de de esforços para as
diversas áreas de operaconduzir com o brio e
ções em que seria mais
eficácia a que a vossa
provável o emprego da
unidade nos acostumou.
KTM, o incremento da
Reconhecendo a
interoperabilidade
e
grande vontade e empecoordenação com as
nhamento com que todos
MNTF e a demonstração
quantos servem no Agruda capacidade da KFOR
pamento MIKE se prepaem colocar num curto
raram para a execução
espaço de tempo uma
das tarefas que vos
força com capacidade
poderão ser incumbidas,
para contribuir para mansabemos que irão dar o
ter ou para contribuir
melhor de vós para as
para impor o retorno ao
desempenhar com a
ambiente de estabilidade
máxima proficiência e
e segurança. Após a
contribuir para garantir o
declaração unilateral de
ambiente de estabilidade e
independência visaram a contribuição para a manu- segurança na região. Complementarmente sereis,
tenção do ambiente de estabilidade e segurança, perante os restantes contingentes, o espelho de
quer em Mitrovica de 19Fev08 a 08Mar08 e de 17 a rigor e profissionalismo do Soldado Português e os
18Mar08 quer em Pristina de 08 a 14Mar08. A ope- dignos representantes do Exército Português e de
ração mais longa em Mitrovica, beneficiou da con- Portugal.
dução de uma actividade CIMIC realizada no Bairro
Na retaguarda, procuraremos apoiar-vos e
de Monmartre em 14Fev08. O dispositivo imple- seguiremos com orgulho a vossa actividade e
mentado e o contacto com os líderes de Monmartre desempenho.
permitiu ter a percepção dos diversos acontecimenUma boa missão e que a sorte vos proteja.
tos que foram decorrendo, obter sinais da sensibilidade de ambas as partes e possuir uma capacidaTCor Inf João Magalhães
de de reacção que permitisse acorrer a qualquer
CEM BrigInt
local onde a segurança estivesse ameaçada. A
17
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
A MISSÃO DA OSCE NO KOSOVO
Nove anos a contribuir para a promoção de
instituições democráticas e direitos humanos
Dr. Nuno Lúzio
atingir um consenso,
mas quando conseguido
trata-se de uma convergência de vontades que
espelha o interesse conjunto de 56 países, com
interesses geoestratégicos algumas vezes distintos.
A primeira incursão da OSCE no Kosovo remonta ao período
do conflito, quando a
OSCE foi a primeira
organização internacional a entrar no território
e a monitorizar a situação no terreno com a
Kosovo Verification Mission4 (KVM). A Missão
da OSCE no Kosovo foi
estabelecida em 1999,
logo a seguir ao conflito,
legitimada duplamente
pela Resolução 1244 do
Conselho de Segurança
da ONU e da Resolução 305 do Conselho Perma1
• Early warning ;
nente da OSCE. A Missão tornou-se no pilar III,
• Conflict prevention2;
integrada na Missão das Nações Unidas no Kosovo
• Crisis management and post-conflict rehabilita- (UNMIK), e foi encarregue de estabelecer e apoiar
tion3.
instituições democráticas, promover direitos humanos e assegurar a realização de eleições livres e
A OSCE tem dezoito missões no terreno,
justas.
uma Assembleia Parlamentar (com sede em CopeA Missão da OSCE no Kosovo é a maior missão da
nhaga, da qual é Presidente o deputado português
organização no terreno, com mais de 800 funcionáJoão Soares) e várias instituições sedeadas em
rios e um orçamento de aproximadamente 30
diferentes capitais europeias, que promovem direimilhões de euros. Com sede em Pristina, a Missão
tos humanos, liberdade de imprensa, a promoção
tem cinco centros regionais que cobrem as 30
dos direitos das minorias e eleições livres e justas.
municipalidades do Kosovo. A Missão tem equipas
O Secretariado (administração da Organização) e o
que monitorizam e aconConselho Permanente
selham as municipalida“
A
OSCE
contribuiu
ao
longo
dos
últimos
nove
(órgão decisório) têm
des, fundamentalmente
anos
para
a
estabilidade
e
paz
no
Kosovo,
sede em Viena, Áustria.
em matéria de direitos
Uma das caractegranjeando o respeito das populações e dos
humanos (com especial
rísticas mais interessanparceiros locais e internacionais”
enfoque nas comunidates da OSCE é que,
des não-albanesas) e
apesar do grande númeaderência
à
legislação
em
vigor. A OSCE também
ro de Estados-membros, todas as decisões são
tem
monitores
nos
tribunais
e na polícia. Uma inotomadas por unanimidade no Conselho Permanenvação
recente
foi
a
constituição
de equipas que
te. Por inerência da composição, por vezes é difícil
A Organização
para a Segurança e
Cooperação na Europa
(OSCE) é a maior
organização regional
do Mundo. A OSCE é
constituída por 56 estados membros, sendo
Portugal um deles.
Conhecida como uma
organização de diplomacia suave e intensas
negociações nos bastidores, a força da
OSCE tem sido desde
a primeira hora a sua
constituição. Os EUA,
a Europa e a Rússia
são membros da organização, o que a torna
a única organização
regional com uma
matriz particularmente
inclusiva. O objectivo
da OSCE centra-se em
quatro grandes áreas:
18
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
monitorizam a situação e assistem as comunidades
não-albanesas.
Para além da vasta presença no terreno,
considerada por muitos the eyes and the ears 5 da
comunidade internacional, a Missão tem três departamentos programáticos - o Monitoring Department
6
com especiais responsabilidades em monitorizar a
situação dos direitos humanos e procedimentos
democráticos (dando especial atenção às diferentes
comunidades), o Assistance Department 7, que dá
actualmente dá apoio ao Centro que treina as
várias agências de segurança pública (bombeiros,
alfândega, agentes dos serviços prisionais, etc.).
A OSCE contribuiu ao longo dos últimos nove
anos para a estabilidade e paz no Kosovo, granjeando o respeito das populações e dos parceiros
locais e internacionais. Não pode deixar de ser
relembrado que ao longo destes anos, a Missão
criou e apoiou instituições tão importantes como a
Provedoria de Justiça, o Instituto Judicial do Kosovo
ou a Comissão Central de Eleições. Além do trabalho realizado na promoção dos direitos humanos e
da democracia, a OSCE organizou cinco eleições
consideradas pela comunidade internacional como
um sucesso inquestionável. O futuro parece passar
por continuar a apoiar todas as comunidades do
Kosovo, independentemente da origem étnica, e a
utilizar toda a nossa memória institucional e knowhow 9 em prol do bem comum.
Dr. Nuno Lúzio
Political Officer, Office of Political Affairs,
OSCE Mission in Kosovo
___________________________________________________
1
Alerta Prévio
Prevenção de Conflitos
3
Resolução de conflitos e reabilitação pós conflito
4
Missão de Verificação do Kosovo
5
Olhos e Ouvidos
6
Departamento de monitorização
7
Departamento de Assistência
8
Departamento de Segurança Pública
9
Conhecimento adquirido
2
_____________________________________________
assistência a várias instituições centrais
(Assembleia do Kosovo, Governo, Provedoria de
Justiça, a Comissão de Media Independente, etc.) e
locais do Kosovo, através de projectos que ajudam
à consolidação destas instituições (conferências,
workshops, mesas-redondas, publicações, cursos/
treinos para os membros destas instituições). Por
último, a Missão tem o Public Safety Department 8
que estabeleceu, no princípio da década, a escola
que dá formação ao Kosovo Police Service (KPS) e
19
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
CONTROLO DE TUMULTOS
Crowd and Riot Control (CRC1 )
2Sar Inf A. Bessa
A necessidade de controlar situações de
grande agitação social, manifestações2 , tumultos,
sem contudo, matar ou ferir gravemente os participantes desses actos, é um problema enfrentado por
Forças Policiais desde os anos 60. Movimentos
estudantis em Paris, manifestações contra a guerra
do Vietname e pelo direito dos negros nos Estados
Unidos (EUA), manifestações pela Democracia contra ditaduras na América do Sul e conflitos na Irlanda, são exemplos de situações que exigiram o
desenvolvimento de armas, equipamentos, munições e conceitos próprios para actuação nesse tipo
de confronto.
O controlo de distúrbios civis, não é exclusivo das Forças Policiais. Cada vez mais as Forças
Armadas são chamadas a actuar nesse tipo de
cenário, para apoiar a Polícia em agitações internas, ou até mesmo noutros países. Os EUA tiveram
grandes problemas ao intervir na Somália em 1993,
quando os Marines controlavam a população faminta que tentava saquear os comboios de ajuda
humanitária que seria distribuída pelas Organizações Humanitárias. As Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) utilizaram armamento não letal para controlar sérvios e croatas durante
o conflito na Bósnia-herzegovina. Hoje vemos tropas Israelitas contra Palestinos e cada vez mais
Israel deixa de empregar meios não letais para conter os revoltosos, ampliando a intensidade do confronto e atraindo a antipatia internacional.
que aparenta ter melhor entendimento da situação.
Muitos, na multidão nem sabem das verdadeiras
causas do problema e simplesmente aceitam as
sugestões dos demais sem medir as consequências.
O contágio aumenta e as pessoas entusiasmam-se para imitar as outras. À medida que os
indivíduos aceitam as ideias e as acções do grupo
começam a sentir maior empatia com os manifestantes, passando rapidamente de uma multidão
para um tumulto4. Os membros de um tumulto sentem uma sensação de poder, e se as autoridades
forem incapazes, ou não quiserem intervir, essa
sensação de
poder
aumenta. Se
por
um
lado
as
acções
tácticas
de
controlo
de multidões
são mais
simples, por
outro lado
o controlo de
tumultos
sempre provocativo
e
violento representa uma
grande ameaça e na
maior
parte
das situações, principalmente
quando bem organizadas, são praticamente impossíveis de controlar. As acções tácticas são geralmente de postura defensiva e incluem esforços não
só para evitar ferimentos como também para proteger edifícios, impedir pilhagens ou incêndios.
Multidões requerem controlo, tumultos requerem intervenção. A importância de impedir que uma
multidão se torne num tumulto é um dos objectivos
primários para o cumprimento do restabelecimento
da Lei e da Ordem. Dentro das técnicas não letais
anti-pessoais
utilizadas no CRC destacamos: acústicas5, biológicas6, químicas7, electromagnéticas8 e
9
ópticas .
Características dos elementos da força de Controlo de Tumultos
No caso de Portugal, as Forças Nacionais
Destacadas (FND) em Operações de Apoio à Paz
(OAP) são chamadas, cada vez mais, a intervir em
missões do tipo “Garantia da Lei e da Ordem”.
Todos os dias, os nossos militares nos Teatros de
Operações estão sujeitos aos mais diversos conflitos, sejam eles de natureza social, política, económica ou até mesmo religiosa. Cabe às nossas FND
em acção conjunta com a Policia local, controlar
todo e qualquer tipo de distúrbio civil, repondo a
normalidade social.
Psicologia das Multidões
Quando um indivíduo se encontra no meio
de uma multidão3 alterada, um número de influências psicológicas tende a que esse indivíduo fique
disposto a aceitar sugestões de qualquer pessoa
Pela experiência vivida em exercícios de
Controlo de Tumultos, devo dizer que ser agente da
Lei e da Ordem é uma missão difícil, que exige cuidada preparação e perfeita execução por parte de
todos os intervenientes, que devem ser capazes de
aplicar em cada momento qualquer uma das possíveis combinações tácticas e técnicas adequadas às
mais variadas situações.
Em alguns casos não se consegue obter o
controlo imediato, pelo que se deve tentar reduzir o
distúrbio ao mínimo possível, sem esquecer que o
princípio fundamental de controlo de distúrbios civis
é: APLICAÇÃO DA MÍNIMA FORÇA e que em
Ordem Pública não há INIMIGO, há ADVERSÁRIO.
Uma actuação inoportuna, imprópria ou mal
executada pela nossa Força originará um agravamento da situação.
Deste modo, um elemento de controlo de
tumultos para ser um agente da Lei e da Ordem
tem que à partida possuir determinadas características, nomeadamente:
20
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
•
•
•
•
Ser capaz de controlar as emoções, particularmente o medo em situações de maior risco;
Ser capaz de manter uma atitude firme, em
situações de grande tensão física e emocional;
Respeitar todos os indivíduos, sem olhar a
ideologias, partidarismos ou favoritismos,
mantendo sempre uma atitude neutral e
imparcial;
Ser calmo e paciente e acima de tudo bastante disciplinado, nunca agindo isoladamente, respeitando sempre a voz de comando.
“SE QUERES CONHECER OS TEUS HOMENS,
DÁ-LHES UM EQUIPAMENTO DE CONTROLO DE
TUMULTOS!”
MUNIÇÕES
Designação/ Características:
Granada fumígena e lacrimogénea - FLS Corpo cinzento metalizado Fumo branco 30s de tempo de emissão de gases Dispersão de multidões
Imagem
CONCLUSÃO
As Forças Militares Portuguesas em OAP
assumem cada vez mais funções de manutenção
de ordem pública em coordenação e cooperação
com autoridades policiais locais. Pelo que é importante ter equipamento e pessoal devidamente preparado para lidar com situações de distúrbios civis
e prontos a actuar em missões de “Garantia da Lei
e da Ordem”.
Somente uma instrução e um treino prático
que inclua exercícios simulados da realidade, bem
como aperfeiçoamento das técnicas e tácticas e o
uso do equipamento de controlo de tumultos, se
poderá traduzir em acções efectivas legais, isto é,
aquelas que recorram ao uso mínimo da força e
sem uso de armas letais.
Equipamentos e Armamento mais utilizados:
Escudo – Feito em policarbonato transparente, quebra sem estilhaçar, é destinado a protecção individual e colectiva do militar;
Capacete – Feito em poliestireno proporciona alta
resistência à penetração de objectos, tem alta
capacidade de absorção de impactos e possui
viseira basculante;
Colete balístico – Este equipamento para além da
protecção contra projécteis de armas de fogo,
garante protecção contra armas brancas, bem
como contra materiais contundentes.
Caneleiras com protecção da articulação tibiotárcica – Protege a região baixa e frontal da perna;
Máscara antigás – São utilizadas para protecção do
militar quando o ambiente estiver muito saturado
por agentes químicos.
Bastão de Borracha 70cm – É um equipamento
individual, destinado ao uso ofensivo ou defensivo
nas acções de controlo de distúrbios civis;
LG 56mm COUGAR- Calibre: 56mm Alcance: 220m
Peso: 3,850 Kg
Pistola 9mm Walther, Espingarda Automática 7,62
mm G-3
2Sar Inf Arlete Bessa
Cmdt 2ªSec At/2Pel/BRAVO Coy/Agr MIKE
______________________________________________
1
Elaborado com base no Manual Manutenção Ordem Publica GNR.
Manifestação - É a demonstração, realizada por pessoas temporariamente reunidas, de sentimento hostil ou simpático à determinada autoridade ou a alguma condição ou facto de natureza política, económica ou
social;
3
Multidão - Aglomeração psicologicamente unificada por interesses
comuns. Em geral, a formação de multidão caracteriza-se pelo aparecimento do emprego do pronome “nós” entre os membros de uma aglomeração, assim: “nós estamos aqui para protestar...” ou “nós viemos prestar
nossa solidariedade...”.
4
Tumulto - É caracterizado pela concentração de pessoas revoltosas,
armadas ou não, que fazem barulho e provocam a desordem insurgindose contra a autoridade. 5
Acústicas - Sons audíveis; sons inaudíveis e sons de frequência muito
baixa, que podem causar desde confusão mental até desmaios.
6
Biológicas - Inibidores de neurónios que incapacitam a pessoa, paralisando a troca sináptica nervosa.
7
Químicas - Agentes adesivos, tipo espuma; agentes calmantes; barreiras com produtos que solidificam rapidamente; alucinógenos (Há relatos
de que o LSD, ácido lisérgico, foi utilizado em combate no Vietname,
contra os comunistas); irritantes (CN e CS); lubrificantes para tornar
superfícies escorregadias; neurobloqueadores e neuroinibidores.
8
Electromagnéticas – armas electrónicas como o “taser” (que através de
descarga eléctrica atinge o sistema nervoso central) e micro-ondas de
alta potência, que podem causar até o coma. Cinéticas – munições de
embaraço, tipo redes; projécteis não penetrantes de borracha, plástico
ou madeira, canhões com jacto de água de alta potência.
9
Ópticas - Lasers de baixa energia, para cegar temporariamente; munições ópticas, como granadas de luz e som (flash bangs); obscurantes
(granadas de fumo); luzes estroboscópicas de alta intensidade para
desorientar. 2
Granada fumígena e lacrimogénea multi-capsular CM4/CM6 Corpo cinzento c/ cinta vermelha Fumo branco 4/6 Cápsulas activas de gás lacrimogéneo 30s de tempo de emissão de gases Dispersão de multidões em grandes áreas
Granada de efeito ensurdecedor Lacrimogénea GLI-F4 Corpo cinzento, ponta laranja Detona provocando efeito de sopro Emissão de gases na detonação Dispersão de multidões em contacto próximo
Granada de desencarceramento - DBD Corpo preto 36 Bagos de borracha Lançamento pelo solo Dispersão de multidões violentas em contacto próximo
Granada de exercício Instrução de tropas Corpo branco em plástico/borracha
21
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
EXERCÍCIO PRISTINA 082
Maj Inf C. Neves
Corolário
de um intensivo treino ministrado ao longo de 5 meses, o exercício final do Agrupamento
MIKE/BrigInt/KFOR decorreu de 24 a 31JUL08, em
Cabeceiras de Basto, a fim de testar a proficiência
da Força, bem como avaliar a sua capacidade no
domínio das operações de paz e convencionais,
atenta a missão que lhe será cometida no Kosovo.
De forma a criar um ambiente semelhante ao
existente no TO, optou-se por realizar o exercício
num ambiente urbano onde fossem simuladas
diversas características associadas a esta realidade, tais como: trânsito, população, infra-estruturas,
entre outras. Fruto do excelente relacionamento
entre a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto,
a Escola Secundária EB 2 + 3 de Cabeceiras de
Basto e a Brigada de Intervenção (BrigInt), esse
desiderato foi plenamente atingindo. As instalações
revelaram ser perfeitas e, após a sua devida adaptação tornaram-se num modelo fiel de JUBILEE
BARRACKS (aquartelamento no Kosovo onde o
AgrMIKE se vai instalar) o que muito contribuiu para
o realismo que foi conferido ao exercício.
O principal objectivo do Exercício PRISTINA
082 consistiu em testar e validar os níveis de formação e treino e a consequente capacidade operacional da Força. Foram tidas em consideração não só
as acções específicas das Operações de Apoio à
Paz1, mas também as actividades e tarefas de
âmbito convencional, tendo como referenciais a
doutrina OTAN, a missão específica do Agrupamento e as características da Área de Operações.
Assim,
o
Exercício PRISTINA
082 teve como finalidade
praticar o planeamento, o controlo e a conduta de Operações Tácticas, associadas às PSO, no quadro das missões e tarefas passíveis de serem desempenhadas
pelo AgrMIKE/BrigInt/TACRES2/KFOR3, tendo
como referencial o ambiente operacional que se
vive no Kosovo e as possíveis evoluções que a
situação pode assumir.
Os principais objectivos deste exercício
foram:
• Desenvolver a capacidade de planear e controlar operações de escalão Batalhão;
• Conduzir Operações de reserva através de
meios terrestres orgânicos dentro da AOR4
da KFOR, aplicar a doutrina e praticar os procedimentos associados às PSO;
• Desenvolver a capacidade de destacar forças
por tempo limitado [Nível I - 1 Unidade de
Escalão Companhia (UEC) e parte do
Comando Agr] ou Nível II (2 UEC e o Comando do Agr), para o cumprimento de tarefas
específicas;
• Garantir a auto-suficiência em termos logísticos, de comunicações e segurança, ao nível
do TO até 72 horas.
22
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
Durante a conduta do Exercício, o AgrMIKE,
através das suas companhias de manobra, executou diversos tipos de missões. Estas foram planeadas e executadas através de Ordens Parcelares
(FRAGO’S), das quais resultou uma actividade
Operacional considerável, nomeadamente, 69
patrulhas, 13 postos de observação, 27 postos de
controlo de veículos, 4 operações de segurança de
pontos sensíveis, 3 escoltas e 1 operação de cerco
e busca.
A culminar o exercício o Agr MIKE efectuou,
em 31JUL08, no recinto adjacente à emblemática
Igreja de S. Miguel de Refojos, perante o Comandante Operacional, TGEN Pina Monteiro e diversa
assistência, uma parada militar e uma demonstração das suas capacidades, que foram largamente
apreciadas pelos presentes.
As situações recriadas na demonstração de
capacidades inseriram-se num cenário o mais real
possível e dentro do espírito da missão do AgrMIKE, tendo sido efectuadas as seguintes acções:
• Patrulhamentos e montagem de Postos de
Observação;
• Controlo de Tumultos;
• Operações de Cerco e Busca e Operações
de resgate.
O Exercício PRISTINA 082 decorreu num
ambiente hospitaleiro e acolhedor, sendo evidente
em cada passo e lugar, a amabilidade do povo de
Cabeceiras de Basto e das localidades envolventes. Essa percepção alargou-se a cada militar
incluindo o Exmo. TGen Pina Monteiro que o referiu
no seu sentido e emocionado discurso onde agradeceu ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Sr.
Engº Joaquim Barroso de Almeida Barreto e a
todos os cabeceirenses.
O Exercício Pristina 082 em Cabeceiras de
Basto fruiu todas as condições para executar o treino e a avaliação do AgrMIKE e mais uma vez mostrou a importância de realizar este tipo de exercícios entrosados com outras actividades que envolvam a população civil, constituindo uma excelente
oportunidade para a
divulgação da missão que o AgrMIKE vai desempenhar no Kosovo, da imagem da BrigInt e do Exercito Português.
Maj Inf C. Neves
S3/S5 Agr MIKE/BrigInt/KFOR
_____________________________________________
1
Peace Support Operations (PSO).
Tactical Reserve (Reserva Táctica).
3
Kosovo Force
4
Area of Responsability (Área de Responsabilidade). 2
23
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
COMANDO E ESTADO MAIOR DO AGRUPAMENTO MIKE
A Estrutura Operacional de Pessoal (EOP) do Agr MIKE contempla
29 Oficiais, 56 Sargentos e 205 Praças num total global de 290 militares. A EOP encontra-se a 100% e este nível foi atingido no mês de
Junho de 2008.
O Comando e Estado-Maior do Agr MIKE é constituído pelas diversas
secções de Estado-Maior (S1/S7, S2/PAO, S3/S5, S4, S6, S8, S9/
NBQ, Of Man, Of Med, Of Tm e Capelão) pela Secção de Ligação
com dois Oficiais e pelo Módulo de Apoio (DOE) compreendendo 10
Oficiais, 9 Sargentos e 9 Praças num total global de 34 militares, das
quais 4 são do sexo feminino.
24
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
COMANDO E ESTADO MAIOR DO AGRUPAMENTO MIKE
25
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
ALFA COY
A ALFA Coy é constituída pelo Comando e Secção
de Comando, Módulo de Transmissões, Módulo
Sanitário, Módulo de Engenharia e Serviços Gerais,
Secção de manutenção, Pelotão de Reabastecimentos e Serviços e Pelotão de Morteiros.
A Companhia compreende 03 Oficiais, 22 Sargentos
e 55 Praças num total global de 80 militares, dos
quais 10 são do sexo feminino.
26
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
27
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
A BRAVO Coy é constituída por um Comando e Secção
de Comando e 3 pelotões de manobra equipados com
Jeeps Toyota Land Cruiser e VBL Chaimite V200. A
EOP da companhia compreende 5 oficiais, 14 Sargentos
e 73 Praças num total de 92 militares dos quais 7 são do
sexo feminino.
ORGANOGRAMA BRAVO COY
28
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
ORGANOGRAMA CHARLIE COY
A CHARLIE Coy é constituída por um Comando e Secção de
Comando e 3 pelotões de manobra equipada com VBR Panhard
M11. A EOP desta companhia compreende 05 oficiais, 11 Sargentos
e 68 Praças, num total global de 84 militares dos quais 7 são do sexo
feminino.
29
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
NO FUTURO PRÓXIMO1
Continuamos neste número uma temática,
que nos parece será do agrado de todos os nossos
leitores, dando continuidade ao artigo do primeiro
número, “Soldados do Futuro – uma realidade muito próxima”. Este assunto será abordado durante a
publicação do Boletim Informativo do MIKE e neste
número, para além da Introdução abordaremos a
evolução das fontes para obtenção da Energia
necessária para substituir, de forma gradual, o
papel desempenhado pelo petróleo até aos dias de
hoje. Esta temática será tratada, de forma transversal, por todos os elementos do Comando e EstadoMaior do Agrupamento.
tisfação permanente e procura de upgrades, levam
as empresas e os seus cientistas a pesquisar e inovar permanentemente.
Por outro lado, e contrariamente ao que
acontecia no passado, hoje as diferentes disciplinas
científicas trabalham em conjunto favorecendo a
aceleração permanente do progresso. A informática
alia-se à genética, a electrónica à biologia, as nano
tecnologias à medicina, etc.
ENERGIA DO FUTURO
(…) “AS CIDADES NO FUTURO SERÃO ILUMINADAS PELAS ONDAS DO MAR” (…)
INTRODUÇÃO
“A economia do conhecimento” não é um
conceito abstracto, nos próximos quinze anos os
laboratórios de todo o mundo, que nunca deram
emprego e puseram a funcionar tantos cérebros,
vão-nos oferecer “um fogo de artifício” de inovações
tecnológicas, das quais apresentaremos uma selecção das mais prometedoras nos diversos campos
do nosso quotidiano.
Nunca na história da humanidade se conheceu uma tão grande avalanche de inovações em
tão pouco tempo e nunca o nosso modo de vida foi
por elas tão directamente influenciado.
Se um ser humano dos anos oitenta abrisse
um jornal hoje, teria a impressão de ter sido tele
transportado para um futuro mais longínquo – quiçá
o planeta Marte.
Efectivamente os debates sobre a bioética,
as controvérsias sobre o fenómeno do aquecimento
global, o iPhone, o Chat, a Web, os Blogs, os drones, os clones étc…são novidades que nos chegam
todos os dias através dos Media.
Doravante a guerra económica vai jogar-se
na inovação tecnológica. Antigamente os laboratórios de pesquisa e os centros de Investigação e
Desenvolvimento (I&D) eram restritos das grandes
potências como os EUA, a ex-URSS e de um grupo
restrito de nações da Europa Ocidental. Hoje germinam diariamente laboratórios e centros de I&D em
todas as latitudes do planeta e muitos deles muito
avançados, mesmo quando comparados com os
das antigas potências.
A Índia possui hoje dezenas de milhares de
cientistas, a China e a Coreia do Sul juntaram-se ao
pelotão da frente, a título de exemplo a China apresentou este ano 2100 novas patentes no âmbito
das nano tecnologias, contra apenas 290 da França. No entanto, quanto mais se pesquisa mais se
inventa é este o verdadeiro motor da nova economia chamada de “economia do conhecimento”. Os
consumidores têm um papel hiperactivo, a sua insa-
O efeito de estufa e o aumento constante do
barril de petróleo, fonte de energia não renovável,
obrigou a que a procura de energias renováveis,
“limpas”, se tornasse uma prioridade à escala mundial. Os resultados, nalguns casos no segredo dos
deuses, não tardarão muito a surpreender-nos. De
facto o petróleo continua a ser a fonte principal de
energia no nosso dia-a-dia, ainda que as reservas
mundiais estejam em vias de se esgotar e o movimento Green Peace mantenha em permanência, na
agenda mundial, os efeitos nefastos do Dióxido de
Carbono no aquecimento global e no buraco na
camada de Ozono. Os efeitos devastadores sobre o
clima e os custos elevados fazem com que esta
fonte de energia se torne numa das maiores preocupações do planeta em geral e das potências
emergentes em particular. Por um lado todas estas
dificuldades são bem vindas pois dão ânimo novo e
motivação aos cientistas que estão cheios de
ideias, algumas antigas que foram ventiladas quando do primeiro choque petrolífero nos anos setenta
e que ficaram em banho Maria face as dificuldades
de as pôr em prática na altura, e outras completamente inovadoras para a substituir.
Entre a cultura das micro algas, a instalação em
grande escala de máquinas que permitem retirar a
30
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
energia das ondas do mar, ou a instalação de
novas gerações de centrais solares, fica aqui apenas o “levantar do véu” das imensas surpresas que
a próxima década nos reserva, relevando para
segundo plano a “velha” fonte energética, o petróleo.
CENTRAIS SOLARES QUE FUNCIONARÃO DE
DIA E DE NOITE
Na Andaluzia espanhola, 195 hectares de
terras áridas estão inteiramente cobertas por uma
nova geração de painéis solares com base em
espelhos. Esta central eléctrica, Andasol 13, foi instalada pela sociedade alemã Solar Milennium3. A
finalidade deste investimento é produzir, ainda este
ano, energia suficiente para alimentar 100 000
casas a partir da energia solar. Aqui não há painéis
um cumprimento de 140 m e flutuam no mar perto
da costa onde a força das marés (ondas) se faz
sentir com mais intensidade. Se tudo correr de
acordo com o planeado, esta concentração de tecnologias, desenvolvida pela sociedade escocesa
Pelamis Wave Power5, permitir-nos-á, a breve trecho, poupar milhares de barris de petróleo. Os seus
quatro segmentos ligados por três articulações, são
capazes de captar a energia mecânica produzida
pelas ondas e transformá-la em electricidade. A
superfície dos oceanos está constantemente agitada pelas ondas, constituindo-se numa fonte inesgotável de energia “limpa”. Três exemplares desta
“serpente” acabam de ser montados em Aguçadouras, Portugal. O projecto prevê a implantação de
mais sistemas idênticos no próximo ano.
Andasol 1
fotovoltaicos de alta tecnologia, só há espelhos que
ao concentrarem os raios solares permitem aquecer
a 400º C um líquido transportador do calor e de pôr
em movimento um gerador eléctrico. A grande inovação é que o líquido permitirá aquecer também 28
500 toneladas de sal fundido, armazenadas num
reservatório isotérmico. Quando o Sol se põe, o sal
aquecido desempenha o papel dos raios solares,
libertando o calor armazenado. Assim, a turbina
continuará a trabalhar mais sete horas, até às 3
horas da manhã nas noites de Verão.
Solar Milennium
A central Solar TRES (17 megawatts), desenvolvida por Sener4 na província de Sevilha, terá
ainda um desempenho superior. O armazenamento
de calor corresponderá a 15 horas de produção,
permitindo deste modo o funcionamento contínuo
durante todo o ano.
APROVEITAMENTO DA ENERGIA DAS ONDAS
DO MAR
As máquinas desenvolvidas para extrair
energia das ondas do mar são extremamente eficazes ainda que pouco estéticas no seu formato. Têm
Aproveitamento da energia das ondas
O objectivo final é instalar este tipo de centrais movidas pelas ondas do mar um pouco por
todo o litoral europeu.
AS FUTURAS ESTAÇÕES EÓLICAS SERÃO
CAPAZES DE PROCURAR O VENTO NAS
NUVENS
Em teoria os ventos normais seriam suficientes para suprir as necessidades de energia da
humanidade. Efectivamente a potência total dos
ventos a nível do planeta é da ordem dos 2000 a
3000 terawatts (mil milhares de watts). No entanto,
os seres humanos apenas consomem 14 terawatts
de energia. O problema é que as correntes potentes e regulares de ventos ocorrem sobretudo a
grandes altitudes. Por volta dos dez mil metros de
altitude podemos encontrar, um pouco em todo o
lado, ventos que sopram a 100 kms/h. A oitocentos
metros acima do solo, a atmosfera é mais calma
mas pode-se no entanto contar captar cerca de
quatro vezes mais potência do que ao nível das
águas do mar. Daqui surgiu a ideia de instalar Estações Eólicas nas nuvens. Os adeptos deste tipo de
energia ainda são pouco numerosos. A empresa
americana Sky Wind Power6 investiga uma espécie
de helicópteros fixos por um cabo, e empresas da
Holanda, Itália e Canadá pesquisam e apostam em
materiais mais leves do que o ar, uma delas acabou
de comercializar balões cheios de Hélio, que o vento faz girar em torno do próprio eixo. Esta nova
abordagem da energia eólica é tão prometedora
que a própria Google decidiu investir dez milhões
de dólares numa sociedade americana pioneira na
pesquisa nesta área.
31
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
O SOL DO SAARA ILUMINARÁ AS NOSSAS
CIDADES
AS HIDRÁULICAS CAPTARÃO A ENERGIA DAS
CORRENTES MARÍTIMAS
Até agora o sol do Saara não era de grande
utilidade, mas no futuro poder-se-á tornar extremamente rentável. De facto os cientistas conseguiram
criar cabos eléctricos de alta tensão de um novo
tipo, capazes de transportar a corrente eléctrica a
grandes distâncias sem perdas devido ao aquecimento por atrito. Graças a esta invenção poder-seão construir imensas centrais solares em África e
transportar a energia produzida para qualquer parte
do mundo. Um projecto em grande escala chamado
Trans-Mediterranean Renewable Energy Cooperation7 (TREC) está no papel, com base numa Joint
venture de vários países, e em breve passará à prática. Este projecto prevê a construção de uma vasta
rede interligada que ligará por cabo os grandes centros de consumo do velho continente, às futuras unidades solares Saarianas, às quintas eólicas instaladas no sul de Marrocos onde os ventos são potentes
e permanentes, às barragens hidroeléctricas e as
instalações geotermais ou biocarburantes, localizadas nos melhores sítios da África do Norte, do
Médio Oriente e da Europa. Esta iniciativa continua
à espera de financiamento, mas poderá, a qualquer
momento, face à evolução do mercado do petróleo,
seduzir numerosos investidores.
Para recuperar a extraordinária potência das
correntes marítimas, nomeadamente as originadas
pelas marés, só existia até hoje uma solução: Construir uma barragem num braço de mar, técnica que
apresenta um duplo inconveniente, os custos associados e as nocivas alterações ambientais introduzidas nos ecossistemas locais.
Os trabalhos desenvolvidos por uma sociedade britânica que acabou de instalar, no estreito de
Strangford, na Irlanda do Norte, uma Hidráulica
dupla, em que as hélices de profundidade são movidas pelas correntes marítimas, a semelhança do
que acontece com as eólicas movidas pelo vento,
vai permitir ultrapassar estas dificuldades.
Aproveitamento das correntes marítimas
Este projecto já ultrapassou a fase do protótipo e deverá fornecer 1,2 megawatts à rede eléctrica
a partir do corrente Verão. A próxima etapa é um
projecto que produzirá 10 megawatts no País de
Gales.
GASOLINA A PARTIR DE MICRO ALGAS
Trans-Mediterranean Renewable Energy Cooperation
OS BIOCARBURANTES DEIXARÃO DE FAZER
CONCORRÊNCIA Á AGRICULTURA
Provavelmente nunca ouviu falar de Jatropha
curcas8, no entanto poderá tornar-se num dos elementos chave em termos de biocarburantes. Ao
contrário dos biocarburantes clássicos, em que a
produção em grande escala ocupa grandes quilómetros quadrados de terrenos agrícolas, esta planta
cresce nas regiões semidesérticas, nas terras áridas
onde nada pode ser cultivado; requer pouca água,
poucos cuidados e produz um excelente rendimento
em termos de óleo, o qual é facilmente transformável num composto compatível com o diesel. Nos
próximos anos a Jatropha poderá ser um grande
negócio em particular na África e na Ásia; só na
Índia está projectado o cultivo de quarenta milhões
de hectares.
Menos gulosas que as Jatropha curcas, algumas algas compostas por mais de 50% de óleos, só
precisam, para se reproduzirem água, de Sol e Dióxido de Carbono; uma substância que procuramos
desesperadamente libertar-nos face aos efeitos
nocivos, no que a camada de ozono e ao aquecimento global diz respeito.
Uma empresa americana já está actualmente
a produzir massivamente algas deste tipo, em quintas no Estado do Texas, enquanto outra empresa
também americana se prepara para investir 850
milhões de dólares, numa produção no deserto do
México. Aqui produzir-se-á Etanol a partir de uma
alga microscópica que se chama cianobactéria, cultivada na água do mar com uma antevisão de lucros
extraordinários. Espera-se produzir 56 mil litros de
Etanol por hectare, ou seja 16 vezes mais daquilo
que se obteria a partir do milho.
32
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
GRANDE REDUÇÃO NO CUSTO DOS PAINÉIS
SOLARES
Os painéis solares fotovoltaicos que permitem
produzir energia directamente a partir dos raios solares, evoluíram de uma forma exponencial. A implantação reduzida deste sistema estava ligada ao seu
elevado custo, associado à sua produção a partir de
Silício Cristalino.
Com o aparecimento das nano tecnologias,
algumas empresas pioneiras produziram os painéis
a partir de camadas muito finas que requerem uma
quantidade ínfima de material nobre.
Esta nova tecnologia permite multiplicar por
100 a produtividade e permitirá obter a energia fotovoltaica a uma velocidade superior. Esta técnica é
muito bem vinda uma vez que, o conjunto da totalidade dos painéis solares clássicos instalados no
ano transacto no planeta Terra equivale apenas à
Projecto ITER
gia quase inesgotável e praticamente sem efeitos
nocivos para o meio ambiente.
A fusão do átomo mobiliza apenas substâncias abundantes e disponíveis em todo o planeta (os
elementos Deutério e Lítio) e produz uma menor
quantidade de resíduos radioactivos quando comparado como o processo actual da cisão nuclear. O
seu rendimento é no entanto gigantesco, um grama
de Deutério produzirá tanta energia como duas toneladas de petróleo.
Painéis solares
Texto e Fotos
Cmd e EM do AgrMIKE
potência de duas centrais nucleares.
ITER UM PROJECTO PARA REPRODUZIR O __________________________________________
MECANISMO DO SOL9
1
Em Saint-Paul-Lès Durance, uma aldeia com
900 habitantes, à 40 quilómetros d’Aixe en Provence, na França, vai dentro de pouco tempo apostarse naquilo que poderá tornar-se numa parte importante do futuro projecto energético do planeta. Aqui,
as retroescavadoras iniciaram os trabalhos para
construir um gigantesco centro de pesquisa que reunirá mais de um milhar de cientistas de todo o mundo.
O projecto ITER10 tem como fim último produzir energia da mesma forma que se produz no coração do Sol, através da fusão de átomos de Hidrogénio a uma temperatura de 150 milhões de graus
centígrados.
Os sete parceiros envolvidos no projecto,
União Europeia, Rússia, Japão, China, Índia, Coreia
do Sul e Estados Unidos da América investiram um
total de 10 biliões de euros para construir e explorar
esta grande máquina que testará o mecanismo de
fusão do átomo a partir de 2016, com a expectativa
de produzir energia nuclear de um novo tipo.
Se este projecto científico for corroborado de sucesso, o mundo passará a dispôr de uma fonte de ener-
Artigo elaborado com base em informação recolhida na revista
CAPITAL, Nº 203, Pág 40 e seguintes e em www.capital.fr.
2
Andasol: Maior projecto europeu de energia solar. Situa-se em
Espanha (ver mais em www.abb.pt)
3
Empresa alemã vocacionada para as tecnologias relacionadas
com a enrgia solar. (ver mais em www.solarmillennium.de)
4
www.sener.es
5
www.pelamiswave.com
6
www.skywindpower.com
7
www.trec-eumena.org
8
Jatropha curcas, planta cujo óleo pode ser utilizado como biodisel (http://en.wikipedia.org/wiki/Jatropha)
9
Os EUA investiram 650 milhões de €, interromperam o financiamento mas vão retomá-lo no próximo ano. A china investiu 530
milhões € e será responsável pela alimentação eléctrica da e
protecção das paredes internas da máquina. A Índia investiu
530 milhos de € e será responsável pela blindagem magnética e
sistema de arrefecimento da máquina. A Rússia investiu 530
milhões de €, foi o país que desenvolveu o projecto nos anos 70
e vai ser responsável por instalar a cobertura em aço. A União
Europeia investiu 3,6 biliões de € e será responsável por hospedar o projecto, pela construção das infra-estruturas e edifícios
de apoio. A Coreia do Sul investiu 530 milhões de € e será responsável por desenvolver e instalar as bobines magnéticas que
pesarão 300 toneladas. Finalmente o Japão investiu 650
milhões de € e será responsável pela protecção térmica externa
da máquina.
10
International Thermonuclear Experimental Reactor
(www.iter.org)
33
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
NOÇÕES BÁSICAS
DE PRIMEIROS SOCORROS
Controlo de Hemorragias
Ten Med Ana Amaral
A hemorragia, principal causa de morte em
situações de combate, pode e deve ser prevenida.
Assim, é possível controlar a perda de sangue na
maioria das feridas. O controlo atempado e efectivo
da perda sanguínea é fundamental e permite salvar
vidas.
A hemorragia é severa quando a frequência respiratória e cardíaca aumentam, a pressão arterial diminui e o nível de consciência se altera.
Locais de Hemorragia
Hemorragias Externas
As lesões das extremidades, couro cabeludo e
região dorsal são as causas mais comuns de
hemorragia em combate, estando frequentemente
associadas a fracturas expostas ou amputações.
Hemorragias Internas
A principal causa de hemorragia interna são lesões
a nível do toráx, abdómen, região pélvica e fracturas das extremidades. Nestas situações o nível de
mortalidade é elevado, caso não haja um transporte
atempado para unidades de saúde de forma a
garantir cuidados cirúrgicos.
Abordagem inicial da vítima
Hemorragias externas
A compressão directa da lesão é o método mais
efectivo e utilizado para controlo de hemorragia.
Definição de Hemorragia
A hemorragia é a perda de sangue do sistema circulatório. Esta perda pode ocorrer internamente,
quando o sangue sai dos vasos sanguíneos para
dentro ou externamente, para fora do organismo.
A perda de sangue leva à diminuição da oxigenação dos tecidos podendo levar à morte se não for
controlada.
Fig.1 - A compressão directa do local é o tratamento de base
Controlar a hemorragia é uma prioridade nos
cuidados primários de um traumatizado.
Efeitos da Hemorragia
A primeira resposta do organismo face a uma perda
de sangue é tentar preservar a circulação dos rins,
cérebro e coração. O aumento do pulso é o primeiro sinal mensurável. Os sinais e sintomas da perda
sanguínea variam de acordo com a quantidade de
sangue perdido. Nas situações menos complicadas,
ocorre um aumento discreto do pulso e diminuição
ligeira da pressão arterial. Se a percentagem de
perda for aumentando, vai havendo um agravamento progressivo do quadro clínico com intensificação
das alterações do estado de consciência da vítima.
Não devem ser retirados objectos impalados, de
forma a evitar hemorragias profusas.
A elevação da extremidade poderá reduzir a quantidade de sangue perdida, desde que não haja
nenhum impedimento para movimentar o local (por
exemplo, fractura).
Fig.2 - O objectivo é a elevação da extremidade acima
do nível do coração
34
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
Efectuar pressão na artéria próxima à lesão, ajuda
a controlar a hemorragia no local da lesão. Qualquer
pulso palpável pode ser utilizado para reduzir a
hemorragia.
A aplicação de torniquete não está aconselhada na
maioria dos casos porque pode conduzir a necrose
ou perda da extremidade. Os torniquetes só deverão
ser aplicados se as técnicas iniciais falharem ou em
situações de combate, caso seja necessário a aplicação de um método rápido e em situações de múltiplas vítimas;
A imobilização de fracturas com extremidades
ósseas pontiagudas ou cortantes, reduz o risco de
hemorragia, oferecendo melhores condições para os
mecanismos de coagulação actuarem. A movimentação da extremidade lesada pode mesmo agravar a
hemorragia.
Fig.3 - Aplicar pressão indirecta quando a pressão directa
e a elevação são ineficazes
Hemorragias internas
As hemorragias do tórax e abdómen não podem ser
controladas em locais sem assistência médica, pelo
que requerem evacuação imediata ou cirurgia definitiva.
Ten Médica Ana Amaral
Of Méd e Cmdt Mod San Agr MIKE/BrigInt/KFOR
__________________________________________
35
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
OS ÚLTIMOS PREPARATIVOS
Ten SAR A. Gonçalves
Depois de seis meses de preparação e de
um pequeno período de férias estamos prontos
para partir para a missão no TO do KOSOVO.
Na nossa bagagem, para além, de todos os objectos necessários levamos também uma grande e
firme vontade de cumprir bem a missão que foi confiada ao Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR.
Neste mês de Agosto estamos a fazer os
últimos preparativos para a viagem até ao KOSOVO, que será a “nossa terra” durante os próximos
seis meses. Cada um dos militares, aos mais diversos níveis, está consciente da sua responsabilidade
pessoal e colectiva, para que a missão possa ser
coroada de êxito.
Como Capelão do AgrMIKE, posso dizer que
os militares estão com uma moral elevada e com a
natural expectativa para que possam materializar,
no KOSOVO, todas as actividades aperfeiçoadas
ao longo da preparação.
Porque nem sempre nos lembramos de tudo,
gostava de deixar algumas recomendações para
que possamos estar na missão com o mínimo de
preocupações por quem deixamos:
- Alerto para a necessidade de cada militar ter
tempo suficiente para se despedir com calma e
serenidade dos seus familiares e amigos;
- É importante alertar as famílias para a eventualidade de algumas dificuldades nas comunicações, ou porque estamos em posições que não
permitem a comunicação ou porque os meios
mostram-se inoperantes;
- Divulgar a todas as pessoas que acharmos por
bem o folheto que foi preparado para fazer a
ponte com as famílias. Neste folheto estão todas
as indicações para contactos telefónicos, serviços postais entre outros. De salientar a importância de cada militar esclarecer os familiares e amigos do seu nome, posto, NIM e morada correcta.
Nada melhor que escrever tudo direito e entregar
pessoalmente;
- Deixar algum familiar ou “procurador” a par dos
compromissos periódicos com as finanças, seguros, segurança social, inspecção de veículos,
rendas, etc;
- Confiar numa pessoa para receber e abrir o correio e, posteriormente, informar-nos dos assuntos recebidos em nossas casas.
Para todos os militares que vão partir desejo
as maiores felicidades e que sempre possam pautar a sua vida pelo respeito dos valores humanos e
virtudes militares.
Para todas as famílias deixo uma palavra de
estímulo e de inter-ajuda para que nunca falte com
o carinho, a oração e todas as preocupações inerentes à trama das relações familiares.
Queira Deus que todos possamos cumprir o
lema do AgrMIKE: “Ut Unum Sint” (que todos sejam
um), contando também com a intercessão da
Senhora do Sameiro e Senhora de Fátima que
recebemos das mãos de Sua Exª Rev.ª D. Januário
Torgal Mendes Ferreira, durante a Eucaristia no
Santuário do Sameiro, no dia 3 de Setembro de
2008.
Ten SAR Artur Gonçalves
Capelão Agr MIKE/BrigInt/KFOR
Com o apoio de:
Tadinense AG - Tel.: 253 605 700 - www.tiptadinense.pt
36
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
PREOCUPAÇÕES COM
AS VIATURAS EM CLIMAS FRIOS
Cap SMAT Sónia Santos
Em zonas sujeitas a baixas temperaturas,
como será o caso que vamos viver no Kosovo, os
cuidados com as viaturas terão de ser redobrados
já que as condições climatéricas irão afectar seriamente o piso, a visibilidade e o domínio do veículo.
Como tal, e fazendo valer o lema “MAIS VALE
PREVENIR DO QUE REMEDIAR”, todos os condutores e chefes de viatura deverão ter em consideração algumas recomendações, que embora muito
simples são fundamentais para o bom funcionamento das viaturas.
Em caso de avaria
• Colocar o veículo fora da faixa de rodagem
(num local seguro);
• Colocar o triângulo de sinalização;
• Ligar as luzes de emergência intermitentes;
• Tentar resolver a avaria;
• Contactar o Módulo de Manutenção, caso não
consiga resolver a avaria.
Em caso de acidente (com ou sem culpa)
Antes de iniciar a marcha deve verificar:
O óleo, os depósitos hidráulicos, o nível do
liquido de arrefecimento, do lava pára-brisas e
escovas, o liquido do radiador, a bateria, a iluminação (com especial atenção aos stops), a buzina, os
pneus, mesmo o suplente (incluindo a pressão),
folgas e desapertos, o estado e o acondicionamento dos equipamentos, ferramentas e da palamenta
e finalmente se o boletim da viatura está em dia.
Procedimentos adicionais para o Inverno
• Remover o gelo e a neve dos vidros, do capot,
do tejadilho, das grelhas das ligações frontais
e das luzes;
• Remover a neve e o gelo compacto das cavas
das rodas, para que os movimentos de direcção e de suspensão não sejam afectados;
• Verificar, uma vez por semana, que a bateria
tem água, que as ligações estão bem feitas e
apertadas. Manter os cabos limpos e cobrir os
bornes com vaselina;
• Certificar-se que os travões de pé e de mão
funcionam correctamente (o travão de mão
pode ter congelado);
• Com o motor a trabalhar, efectuar o aquecimento do motor sem acelerar, durante 10
minutos e testar a 1ª velocidade;
• Ao parquear a viatura (fora de uma área
coberta), e não havendo spray descongelante
cobrir os vidros com um cartão e levantar as
escovas pára-brisas;
• No fim do serviço, deve proteger o motor
depois de arrefecer, com cobertura de papel
ou pano seco.
• Manter a calma;
• Contactar a unidade e relatar acontecimentos
e necessidades;
• Não pagar seja o que for;
• Não entregar documentos pessoais;
• Solicitar nomes, moradas e detalhes sobre os
seguros.
A população local aparenta não ter grandes
conhecimentos sobre as regras de condução pelo
que, e por forma a evitar qualquer tipo de acidente
os condutores deverão:
•
•
•
•
Cumprir o código da estrada;
Redobrar os cuidados na condução;
Evitar ultrapassagens perigosas;
Manter a calma e a cordialidade com os outros
condutores;
• Conduzir com os faróis médios acesos
(mesmo durante o dia e com boa visibilidade);
• Reduzir a velocidade em caso de chuva, neve,
gelo, nevoeiro ou encadeamento solar;
• Estacionar devidamente, sem colocar em perigo viaturas, pessoas ou animais.
Conselhos úteis:
• Em caso de dúvida, consulte o Módulo de
Manutenção do AgrMIKE;
• “Mais vale perder um minuto na vida do que a
vida num minuto”;
• A viatura deve estar sempre limpa e nas
melhores condições de utilização ;
• Transportar sempre a palamenta (Obrigatória
no Inverno).
• Correntes de neve;
37
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
•
•
•
•
•
•
•
•
Chave de rodas;
Triângulo de sinalização;
Colete reflector;
Macaco;
Pá;
Espátula.
•
•
•
abandonar a zona pelo caminho mais curto.
Manter uma velocidade constante em zonas
sinuosas;
Conduzir devagar;
Trancar as portas nas travessias de zonas
perigosas (da linha da frente);
Conduzir sempre com os faróis ligados.
COLOCAÇÃO de CORRENTES de NEVE
•
•
•
•
•
•
Utilizar correntes de neve, sempre que a
quantidade de gelo ou neve o justificar;
A utilização das correntes onde não há gelo
nem neve leva-as ao desgaste prematuro;
Utilizar correntes de neve aos pares;
Quando se utiliza só um par de correntes e
se liga a tracção às quatro rodas, as mesmas devem ser aplicadas à frente;
Quando se liga a tracção normal de duas
rodas, o par de correntes deve ser aplicado
nas rodas motrizes;
Quando parar nas subidas, deve-se colocar
calços para suster a viatura.
Os condutores devem inspeccionar o seu
veiculo à noite. Os condutores devem inspeccionar
o seu veiculo todas as manhãs quando estiverem
em missão.
Os condutores nunca devem:
Os Condutores devem sempre:
•
•
Em caso de perigo e para permitir uma retirada mais rápida:
manter a viatura engatada em primeira/
marcha-atrás;
•
•
•
•
•
•
Deixar-se bloquear;
Tentar atravessar a linha da frente sem o
depósito cheio;
Conduzir fora da estrada junto à linha da
frente;
Passar sobre alguma coisa desconhecida;
Deixar o veículo isolado;
Deixar os documentos na viatura durante a
noite.
Cap SMAT Sónia Santos
Of Man Agr MIKE/BrigInt(/KFOR
38
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
MÓDULO DE COMUNICAÇÕES
E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO - CSI
Ten Eng Tm L. Mendes
Comunicações e sistemas de informação
(CSI) são dois conceitos difusos e presentes no
mundo militar e no mundo empresarial. Estes conceitos têm uma crescente e elevada importância na
sobrevivência das empresas na competitividade
económica e empresarial vivida num conflito económico actual globalizado, importância que se reflecte
de forma simétrica, mas com superior relevância
nas instituições militares, na determinação do
sucesso das suas missões.
As comunicações e os sistemas de informação são vistos
na
instituição
militar com um
factor ou utensílio
tecnológico indispensável para o
desempenho de
operações e missões
militares
independentemente da sua
natureza.
Não
sendo excepção
a esta realidade,
as Operações de
Apoio à Paz contemplam na sua estrutura um
módulo dedicado às comunicações e aos sistemas
de informação.
O AgrMIKE/BrigInt/KFOR integra na sua
constituição um módulo CSI de forma a manter,
operar e potencializar todos os seus meios CSI. O
módulo constituído por quatro graduados e dez praças, detém formação técnica de elevada especificidade, métodos e evoluídas capacidades de trabalho em equipa, disciplina e solidez, sustentadas no
decorrer do aprontamento com formação, treino e
investigação.
As actividades desenvolvidas pelo módulo
CSI durante o aprontamento foram consequentes
do objectivo primordial da sua missão, sendo esta:
disponibilizar, manter e operar todos os meios disponíveis para o Comando e Controlo do Agrupamento. Não desvalorizando objectivos paralelos
como disponibilização de meios para o moral e
bem-estar dos militares na área da Internet. O
módulo planeou adequadamente a seguintes actividades:
• Treino e estágios com os meios CSI disponíveis;
• Cursos de formação na área de redes tácticas de
computadores, curso de material e segurança
cripto e curso de formação de condutores na
categoria C;
• Investigação na área de comunicações sem fios
a longas distâncias, alcançando actualmente os
15 mil metros, implementação de comunicações
VOIP1 e videoconferência, estudos na área de
redes de computadores na implementação de servidores
com sistemas Linux2
de forma a aumentar
a segurança, flexibilidade, fiabilidade e
imunidade a vírus.
No decorrer da
fase de treino e formação foram avaliadas as dificuldades
com as CSI, salientase entre estas dificuldades a indisponibilidade de meios presentes no teatro de
operações durante o
aprontamento, que impossibilita o treino e familiarização dos operadores com os meios e consequentemente a eficiência de operação destes.
O módulo de CSI encontra-se numa fase de
preparação da projecção para o Teatro de Operações, com elaboração de planos de formação
exaustivos já no Kosovo, de forma a colmatar dificuldades que possam surgir no decorrer da Missão.
O módulo de CSI responde às elevadas exigências
do Comando e da missão com superior flexibilidade, adaptabilidade, iniciativa e capacidade autodidacta e elevados níveis de motivação.
Ten Eng Tm Luís Mendes
Of Tm e Cmdt Mod Tm do Agr MIKE/BrigInt/KFOR
_________________________________________
1 Voice Over Internet Protocol
2 Linux: Sistema Operativo, alternativo ao Windows, Open Source baseado em
UNIX.
39
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
DIA GASTRONÓMICO
DO AGR MIKE
SAj Cav M. Costa
Juntou-se uma bela ideia, com uma boa dose
de iniciativa e boa vontade, adicionou-se depois
resmas de generosidade, salpicada com uns grãos
de boa disposição. Serviu-se quente e frio, conforme mandavam os cardápios das várias cozinhas
regionais, num local aprazível e em contacto com a
natureza e obteve-se um repasto impar de qualidade qb, que foi do agrado geral de quem o degustou.
Foi assim o almoço do dia gastronómico do nosso
Agrupamento:
As iguarias ofertadas
pelos militares da família
MIKE, representativas das
variadas regiões de Portugal
Continental e Ilhas, conferiam
às mesas do “barbecue” do
Regimento de Cavalaria 6 um
caleidoscópio de cores muito
variadas e uma mescla de
aromas que despertavam o
sentido do olfacto e tentava o
comum dos mortais a enveredar temporariamente, pelo
pecado da gula. Obviamente que a presença do
nosso Capelão e a necessidade de manter o peso
ideal, para as “marfor” que ainda faltavam cumprir
não nos deixaram pecar, mas a tentação foi grande…
A equipa de alimentação agrupou e separou
por mesa e por Regiões, conforme se tratasse de
entradas, sobremesas, salgados ou doces, claro
que, não faltou uma mesa de apoio com as bebidas.
O que não faltou também, foi o prato principal
da ementa regimental, frango com arroz, uma espécie de plano B, para evitar surpresas, caso os donativos não fossem em quantidade necessária e suficiente, porque, como se diz na gíria militar “tropa
com estômago vazio não marcha…”
Este vosso escriba não vai enumerar tudo o
que foi ofertado, porque seria uma lista muito extensa e poderia correr o risco de esquecer algum
género, o que iria ferir susceptibilidades, mas posso
garantir, que os dadores foram generosos e daquilo
que me foi dado a provar, posso garantir que estava soberbo, quase divinal…
Depois de uma breves palavras proferidas
pelo nosso Comandante de Agr, TCor Cav Jocelino
Rodrigues, foram abertas as “hostilidades”.
O repasto decorreu num ambiente familiar,
sem protocolos e de uma maneira mais ou menos
informal. Entre uma e outra
garfada, umas piadas a um ou
outro comensal que exagerava nos limites da velocidade,
que é como quem diz, no ritmo que imprimia aos maxilares e na frequência com que
fazia o “levantamento do
alter”, ajudaram à boa disposição.
Quando se escreve sobre
encontros gastronómicos, é
vulgar utilizar adjectivos como
lauto e opíparo, que aqui não
se podem aplicar. Em contrapartida, este momento
de partilha serviu entre outras coisas, para se
estreitarem laços de amizade e para nos conhecermos melhor, para nos sentirmos irmanados em torno de uma causa comum que neste particular foi
profícuo. Aqueles instantes fizerem jus a um dos
versos do nosso Hino, que diz “…as tristezas partilhamos e alegrias também!” Iniciativas deste género, na minha modesta opinião, fortalecem o espírito
de corpo e ajudam a união dos vários elementos
constituintes do MIKE, e são necessários para que
a nossa divisa se cumpra “ UT UNUM SINT”.
Organizadores, colaborantes, dadores e
comensais, estamos todos de parabéns, espero
que este tivesse sido o primeiro de outros.
A propósito, quando é o próximo?
SAj Cav Mário Costa
Sarg S4 Agr MIKE/BrigInt/KFOR
40
“UT
UNUM
SINT”
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
MENSAGEM PARA TI…
O dia desperta e acentuam-se os sentimentos…Estou sentada no quarto e daqui consigo avistar o infinito, ouvir a música que o vento trás, e num
ápice deixo que a minha alma se liberte dos sonhos
e me transporte para o abismo de certas realidades
que se perfilam no espaço, vais estar longe desta
cidade, vais estar longe de mim, mas acima de tudo
vais estar junto de pessoas que te estimam.
A partida, uma vez mais, vai ser em silêncio,
o silêncio que aumenta a cada segundo que passa
na caminhada da despedida. É um novo despertar
de memórias que me invadem… fico em lágrimas,
que derramam a tua ausência, no entanto, mais do
que nunca entrego a vida às mãos do tempo, e,
permaneço onde me deixaste a aguardar a tua chegada, essa será a maior preciosidade que irei guardar, a mais importante.
À minha frente, uma imagem tua, a minha
vista permanece imóvel e a minha mente voa em
círculos, como que parecendo insectos subaquáticos raros que estão perdidos. Para mim é tão simples te contar o que me fazes sentir, o murmurar
constante e suave das ondas; dos rochedos revestidos de tonalidades aveludadas de infinita e insustentável beleza; recordas-me as miríades de flores
a flutuar nos oceanos, as estrelas que à noite
espreitam por entre os ramos; a brancura dos teus
pensamentos originais…
Sei que vais, também tu, superar os limites
que determinam a razão, a força, o crer, a vontade
de possibilitar a um outro povo longínquo, uma
nova dimensão que lhes permita identificar a verdade da incerteza. Será que me podes convidar a
uma das tuas viagens fascinantes?
É meu desejo que tu, bravo e nobre Infante,
com o teu carácter simplesmente melodioso e delicadamente puro, possas contribuir com as danças
das asas brancas que esvoaçam ao ar livre…
recordo-me das tuas frases: “ não podes adquirir
fama em cima do que ainda vais fazer”, pois ainda
não aconteceu e que “nenhum acto grandioso foi
alcançado sem entusiasmo”. Espero que sejam
estas algumas das tuas directrizes como homem e
como militar…
Nunca te esqueças que eu sou tua, nunca te
esqueças que tu és a verdade, nunca te esqueças
que não estas só…
Saudades….
Familiar anónimo
41
Agrupamento MIKE/BrigInt/KFOR
NO STRESS
Anedota
O Exército encomendou um super computador, o XPTO 08, e
decidiu testá-lo em pleno combate.
No campo de batalha, o General coloca uma questão ao
XPTO 08:
- Computador! Devemos recuar ou reforçar o ataque?
O computador pensa um pouco e passado alguns segundos
e responde numa voz metálica:
- Sim!
Todos os presentes são apanhados de surpresa e ficam
confusos. O General hesita um pouco e pergunta:
- Sim… o quê???
O computador pensa mais um pouco e responde:
- Sim, meu General!
Sudoku…
Para quem ainda não sabe o que é o Sudoku, fica aqui a explicação:
O objectivo é preencher os quadrados com os números 1 a 9,
de tal forma que em cada domínio não haja números repetidos.
Um domínio é constituído por uma linha, uma coluna ou um
bloco de 3x3. À partida o problema é apresentado com um
número variável (normalmente à volta de 30) de quadrículas já
preenchidas, as quais condicionam o preenchimento das restantes.
Para saber mais, visite: www.sudoku.name/rules/pt
Aniversariantes
Companhia
Posto e nome
Data do aniversário
ALFA Coy
1SAR EUSEBIO MARTINHO FREITAS MENDES
01 de Setembro
BRAVO Coy
SOLD MARIA ELISA MOUTA DA FONSECA
01 de Setembro
CMD/EM
MAJ JOSÉ MIGUEL ANDRADE SEABRA PERALTA PIMENTA
05 de Setembro
CHARLIE Coy
CADJ PEDRO MIGUEL VELOSO PEREIRA
05 de Setembro
CMD/EM
CAP JORGE MARQUES RODRIGUES
06 de Setembro
BRAVO Coy
1SAR VALTER FILIPE SILVA MOREIRA
12 de Setembro
ALFA Coy
SOLD MARIA JOAO HENRIQUES BONITO
12 de Setembro
BRAVO Coy
1CAB SAMUEL GONÇALO MACEDO
13 de Setembro
BRAVO Coy
2SAR ARLETE DA FONSECA BESSA
14 de Setembro
CHARLIE Coy
1SAR DOMINGOS SEQUEIRA TOMÉ
16 de Setembro
BRAVO Coy
1CAB SONIA IOLANDA GONÇALVES TEIXEIRA
16 de Setembro
CHARLIE Coy
2CAB ANTÓNIO JORGE CARVALHO OLIVEIRA
18 de Setembro
ALFA Coy
TEN LUCIO MANUEL DA COSTA LOPES
21 de Setembro
ALFA Coy
SOLD DAVID ROMÃO FERREIRA
23 de Setembro
BRAVO Coy
SOLD NUNO MIGUEL CORREIA ROCHA
27 de Setembro
42
“UT
UNUM
SINT”
Hino do Agrupamento MIKE
Com vigor nos preparamos,
Sem deixar cair ninguém,
As tristezas partilhamos,
E alegrias também.
Honraremos a Bandeira
Com bravura e valentia
Trabalho, dedicação
Será o nosso guia.
Refrão:
Soldados de Portugal;
Com vontade e pensamento
Vamos com alento;
MIKE o nosso Agrupamento.
Por terras distantes e longínquas
Soldados Portugueses vão levar
O nome e a coragem
Dum povo nobre e secular.
Soldados do Agrupamento
Unidos como um até à glória
Vencem o perigo e a morte
Sempre em busca da vitória.
[Refrão]