comércio bilateral brasil-china balança comercial

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comércio bilateral brasil-china balança comercial
EDIÇÃO 11_JANEIRO 2015
COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-CHINA
BALANÇA COMERCIAL
No ano de 2014, a corrente de comércio Brasil-China totalizou US$ 77,9 bilhões, de acordo com os dados divulgados pelo
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-
rior. O número reflete uma queda de 6% em relação ao ano
anterior, ainda que represente o segundo maior resultado de
toda a série histórica.
Gráfico 1 – CORRENTE DE COMÉRCIO BRASIL - CHINA ENTRE 2004 E 2014 (US$ MILHÕES)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Elaboração: CEBC
83.330
90.000
77.103
80.000
77.956
75.476
70.000
60.000
50.000
36.102
30.000
20.000
10.000
0
56.288
36.443
40.000
9.152
2004
23.367
12.190
16.392
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
As exportações somaram US$ 40,6 bilhões, representando
um declínio de 12% em comparação com o ano de 2013. Já as
importações advindas do país asiático totalizaram US$ 37,3
bilhões, refletindo um pequeno aumento de 0,1%. Com estes
resultados, o saldo da balança comercial entre os dois países
fechou o ano de 2014 com US$ 3,2 bilhões favoráveis ao Brasil.
O China Brazil Update é uma publicação do CEBC, que tem por objetivo atualizar os
empresários brasileiros e chineses e os representantes de governo sobre as principais
notícias de investimentos e comércio entre os dois países, reunindo, sob a ótica
empresarial, dados e fatos da agenda bilateral.
CHINA/BRAZIL UPDATE
Tabela 1 − BALANÇA COMERCIAL ENTRE BRASIL E CHINA − 2014 EM COMPARAÇÃO COM 2013 (US$ MILHÕES)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Elaboração: CEBC
EXPORTAÇÃO
IMPORTAÇÃO
SALDO
CORRENTE
2013
2014
Var. %
2013
2014
Var. %
2013
2014
Var. %
2013
2014
1º Trimestre
7.718
9.582
24%
8.823
9.748
10%
-1.104
-166
85%
16.541
19.330
17%
Janeiro
1.705
2.178
28%
3.107
4.005
29%
-1.402
-1.827
-30%
4.812
6.183
28%
Fevereiro
2.109
2.847
35%
2.863
2.977
4%
-754
-130
83%
4.972
5.824
17%
Março
3.905
4.557
17%
2.853
2.766
-3%
1.052
1.791
70%
6.757
7.323
8%
2º Trimestre
15.238
14.298
-6%
8.762
8.656
-1%
6.476
5.642
-13%
24.001
22.954
-4%
Var. %
Abril
4.712
4.487
-5%
2.834
2.915
3%
1.877
1.573
-16%
7.546
7.402
-2%
Maio
5.630
5.020
-11%
2.864
3.100
8%
2.767
1.920
-31%
8.494
8.119
-4%
Junho
4.896
4.791
-2%
3.064
2.642
-14%
1.831
2.149
17%
7.960
7.433
-7%
3º Trimestre
12.954
10.755
-17%
10.220
9.608
-6%
2.734
1.147
-58%
23.175
20.363
-12%
Julho
4.092
4.134
1%
3.397
3.166
-7%
695
968
39%
7.489
7.299
-3%
Agosto
4.764
3.716
-22%
3.370
3.078
-9%
1.395
637
-54%
8.134
6.794
-16%
Setembro
4.098
2.906
-29%
3.454
3.364
-3%
644
-458
-171%
7.552
6.270
-17%
4º Trimestre
10.115
5.981
-41%
9.499
9.328
-2%
617
-3.347
-643%
19.614
15.309
-22%
Outubro
3.640
2.044
-44%
3.708
3.498
-6%
-68
-1.454
-2047%
7.349
5.542
-25%
Novembro
3.133
1.850
-41%
2.997
3.128
4%
137
-1.277
-1033%
6.130
4.978
-19%
Dezembro
3.341
2.087
-38%
2.794
2.702
-3%
547
-615
-212%
6.135
4.789
-22%
Acumulado
46.026
40.616
-12%
37.304
37.340
0,1%
8.722
3.276
-62%
83.330
77.956
-6%
CEBC 2
CHINA/BRAZIL UPDATE
Tabela 2 − BALANÇA COMERCIAL DAS UNIDADES FEDERATIVAS DO BRASIL COM A CHINA EM 2014
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Elaboração: CEBC
2014
Unidade Federativa
Exportações
(US$ milhões)
Saldo
Importações
(US$ milhões) (US$ milhões)
Minas Gerais
8.824
1.718
7.106
Mato Grosso
4.983
133
4.850
Pará
4.709
51
4.658
Rio Grande do Sul
4.455
1.301
3.154
Goiás
1.884
242
1.642
Rio de Janeiro
3.367
2.121
1.247
Mato Grosso do Sul
1.481
489
992
Bahia
1.736
898
838
Maranhão
602
70
532
3.365
2.942
424
Tocantins
286
77
209
Amapá
117
21
96
Piauí
102
78
24
Distrito Federal
70
67
2,7
Acre
Paraná
0,2
1,1
-0,9
Roraima
0
5,5
-5,5
Sergipe
0,37
26
-25
11
116
-104
Paraíba
2,3
128
-125
Alagoas
3,8
173
-169
Rio Grande do Norte
Rondônia
14
297
-283
885
1.400
-516
Pernambuco
10
591
-581
Ceará
61
721
-660
Espírito Santo
Santa Catarina
979
5.217
-4.238
Amazonas
29
4.935
-4.906
São Paulo
2.546
13.519
-10.973
Uma análise do comércio bilateral por unidades federativas sugere que a maior parte das economias estaduais se beneficia da expansão da economia chinesa, potencial compradora dos produtos presentes nas pautas de exportação dos
estados brasileiros.
De acordo com as especificidades regionais, no período recente, o crescimento econômico de estados como Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Mato Grosso foi influenciado positivamente
pela participação de produtos de base natural no total exportado, e pela complementaridade em relação à pauta de exportações para a China.
As principais exceções ocorrem nos estados do Amazonas,
Santa Catarina e São Paulo, em decorrência da Zona Franca
de Manaus e da importação de insumos utilizados pela indústria nacional.
Por sua vez, estados exportadores de produtos de origem
natural com maior nível de beneficiamento, como o Rio Grande
do Sul e Paraná − com destaque para itens como celulose e óleo
de soja − também obtiveram superávits com o país asiático.
3 CEBC
CHINA/BRAZIL UPDATE
PAUTA DE EXPORTAÇÃO
A redução no valor das exportações brasileiras para a
China, em 2014, teve como causa principal a tendência de
queda dos preços internacionais das principais commodities
exportadas pelo país. Nesse sentido, é possivel observar que
a soja e o minério de ferro, produtos responsáveis por 71,2%
do total da pauta, tiveram um crescimento quantitativo de
1% e 5%, respectivamente. Apesar do aumento da quantidade
exportada, os dois produtos encerraram o ano com quedas de
3,1% e 22,8% no valor total.
Tabela 3 − PAUTA DE EXPORTAÇÃO − 2014 EM COMPARAÇÃO COM 2013
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Elaboração: CEBC
2013
EXPORTAÇÕES
PRODUTOS OU FAMÍLIAS DE PRODUTOS
US$
(milhões)
2014
Ton (mil)
US$
(milhões)
Ton (mil)
Var. (%) US$
Var.(%)
Ton (mil)
Participação na
pauta em 2014
(US$)
Soja, mesmo triturada
17.148
32.252
16.615
32.664
-3,1%
1%
40,9%
Minérios de ferro e seus concentrados
15.933
170.709
12.303
179.877
-22,8%
5%
30,3%
Óleos brutos de petróleo
4.035
5.976
3.473
5.576
-13,9%
-7%
8,6%
Celulose
1.347
2.681
1.424
3.061
5,7%
14%
3,5%
Açúcares
1.432
3.496
880
2.282
-38,6%
-35%
2,2%
Couros e peles, não preparados
429
187
554
188
29,1%
1%
1,4%
Carne de aves
441
190
519
228
17,7%
20%
1,3%
Ferro-ligas
497
57
504
42
1,4%
-26%
1,2%
Óleo de soja
517
529
340
396
-34,3%
-25%
0,8%
Tabaco não manufaturado
454
56
334
44
-26,5%
-22%
0,8%
Algodão, não cardado nem penteado
189
96,6
333
180,6
75,8%
87%
0,8%
Pasta química de madeira, para dissolução
230
273
282
310
22,8%
14%
0,7%
Couros preparados
210
14
271
15
29,3%
14%
0,7%
587
80
256
36
-56,5%
-54%
0,6%
2.577
-
2.529
-
-1,9%
-
6,2%
Cobre afinado
e ligas de cobre, em formas brutas
PAUTA
DE IMPORTAÇÃO
Outros
De forma geral, o padrão das exportações brasileiras para
o país asiático se manteve igual ao verificado nos anos anteriores, uma vez que as vendas para a China se concetraram
no envio de soja, minério de ferro e óleos brutos de petróleo,
que, somados, representam 79,8% da pauta.
Cabe destacar a forte tendência de crescimento de alguns
produtos oriundos do agronegócio, na qual houve um crescimento acentuado no valor exportado de itens como couros e
peles não preparados (29,1%), carne de aves (17,7%) e algodão
(75,8%). Destaque também deve ser dado às exportações de
celulose, que apresentaram um aumento de 5,7% no valor, e
14% na quantidade exportada.
Em 2014, as exportações brasileiras destinadas à China
representaram 18% de todas as vendas do país para o mundo.
Houve uma leve queda em relação ao ano anterior, quando a saída de produtos brasileiros para o parceiro asiático representou
19% dessas transações. De todo modo, a representatividade
das vendas brasileiras para a China continua maior do que em
anos anteriores, como pode ser observado no gráfico 2.
CEBC 4
Gráfico 2 – PARTICIPAÇÃO DA CHINA NAS EXPORTAÇÕES
DO BRASIL PARA O MUNDO ENTRE 2010 E 2014
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Elaboração: CEBC
20%
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
17,3%
17%
2011
2012
15%
2010
19%
18%
2013
2014
CHINA/BRAZIL UPDATE
PAUTA DE IMPORTAÇÃO
constatar que as compras de máquinas e aparelhos elétricos
encerraram o ano com um módico acréscimo de 0,3%, ao mesmo tempo que se verificou uma queda de 12,1%, em dólares
no setor de máquinas e aparelhos mecânicos.
As importações brasileiras oriundas da China em 2014
mantiveram-se concentradas nos setores de máquinas e aparelhos elétricos e mecânicos, que, somados, corresponderam
a 48,4% do montante de tais operações. No entanto, pode-se
Tabela 4 − PAUTA DE IMPORTAÇÃO – 2014 EM COMPARAÇÃO COM 2013
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) Elaboração: CEBC
2013
IMPORTAÇÕES
PRODUTOS OU FAMÍLIAS DE PRODUTOS
US$
(milhões)
2014
Qte
(10 mil)
US$
(milhões)
Qte
(10 mil)
Var. (%)
Var.(%)
- US$ Qte (10 mil)
Participação na
pauta em
2014 (US$)
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos e suas partes
10.869
49.612
10.897
49.640
0,3%
0,1%
29,2%
Aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia
2.519
10.570
3.029
11.237
20,2%
6,3%
8,1%
Aparelhos e partes para rádio e televisão
1.907
2.100
1.512
1.793
-20,7%
-14,6%
4,1%
Circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos
1.024
93.225
982
100.674
-4,1%
8,0%
2,6%
Transformadores elétricos, conversores elétricos estáticos
537
195.263
548
225.252
1,9%
15,4%
1,5%
Aquecedores elétricos de água
449
6.479
492
6.235
9,7%
-3,8%
1,3%
Máquinas e aparelhos mecânicos e suas partes
8.132
876
7.151
869
-12,1%
-0,8%
19,2%
Partes e acessórios para máquinas e equipamentos mecânicos
1.547
6.782
1.317
4.696
-14,9%
-30,8%
3,5%
Máquinas automáticas para processamento de dados
835
6.822
673
5.551
-19,3%
-18,6%
1,8%
Máquinas e aparelhos de ar condicionado
477
53
542
54
13,8%
1,1%
1,5%
Bombas e compressores de ar ou de vácuo
466
4.119
495
3.762
6,2%
-8,7%
1,3%
Máquinas e aparelhos para impressão
550
122
492
96
-10,6%
-21,2%
1,3%
Produtos químicos orgânicos
2.184
-
2.230
-
2,1%
-
6%
978
-
1.388
-
41,9%
-
3,7%
Ferro fundido, ferro e aço
Plásticos e suas obras
1.006
-
1.070
-
6,4%
-
2,9%
Veículos automóveis, tratores, ciclos e suas partes
1.034
79,7
1.002
79,5
-3,1%
-0,2%
2,7%
Partes e acessórios para tratores e veículos automóveis especiais
421
7.604
450
7.586
7%
-0,2%
1,2%
Partes e acessórios para motocicletas e outros ciclos
236
273
252
245
6,8%
-10%
0,7%
Automóveis de passageiros
115
2,38
74
1,5
-35,7%
-36,9%
0,2%
Veículos automóveis para usos especiais
90
0,036
58
0,016
-35,1%
-55,2%
0,2%
Motocicletas (incluídos os ciclomotores)
52
18
51
17
-2,4%
-2,0%
0,1%
Obras de ferro fundido, ferro ou aço
1.017
1,04
978
1,24
-3,8%
19,4%
2,6%
Vestuário e seus acessórios, exceto de malha
884
232
935
269
5,8%
16,3%
2,5%
Filamentos sintéticos ou artificiais
745
-
809
-
8,7%
-
2,2%
Instrumentos e aparelhos de óptica; aparelhos médico-cirúrgicos
789
976
780
1.209
-1,2%
23,9%
2,1%
Adubos ou fertilizantes
512
-
681
-
33%
-
1,8%
O setor de veículos automóveis, tratores, ciclos e suas partes, apresentou, também, um declínio em dólares de 3,1%.
Entre os produtos desta categoria, cabe ressaltar a forte
diminuição nas importações de automóveis de passageiros
e veículos automóveis para usos especiais, que encerraram
o ano com quedas, em dólares, de 35,7% e 35,1%, respectivamente. Por sua vez, o aumento de 7% no valor das importações de partes e acessórios para tratores e veículos pode ser
consequência da instalação e inauguração de unidades fabris
de montadoras chinesas no Brasil.
Por outro lado, alguns itens da pauta apresentaram aumentos consideráveis, como no caso das importações de ferro fundido, ferro e aço, que tiveram crescimento, em valor, de
41,9%, e adubos e fertilizantes, com aumento de 33%.
Gráfico 3 – EVOLUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DE CARROS DA
CHINA (MILHARES DE UNIDADES)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Elaboração: CEBC
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
77,1
23,8
11,3
2010
15
9,6
2011
2012
2013
2014
5 CEBC
CHINA/BRAZIL UPDATE
UPDATE EMPRESARIAL – INVESTIMENTOS BILATERAIS ANUNCIADOS DE JULHO A DEZEMBRO DE 2014
FONTE: IMPRENSA *
MISSÃO CHINESA CONHECE EXPERIÊNCIAS
COM BAMBU NO ACRE
OUTUBRO – 2014
AGRONEGÓCIO
Pesquisadores e técnicos de instituições chinesas visitaram o Acre para conhecer iniciativas práticas com o bambu e
discutir oportunidades de parceria em pesquisas. Em Rio Branco, as atividades coordenadas pela Embrapa Acre, Fundação
de Tecnologia do Acre (Funtac) e Casa Civil incluíram a realização de reuniões técnicas com órgãos de pesquisa e de apoio
ao desenvolvimento da cultura do bambu no Estado e visitas a
cultivos nativos.
CHINA LIBERA IMPORTAÇÃO DE
VARIEDADES GENETICAMENTE
MODIFICADAS DE SOJA E MILHO
A atividade fez parte das ações de intercâmbio previstas
no Memorando de Entendimento entre Brasil e China, vigente
desde 2011, visando a cooperação bilateral em Ciência e Tecnologia para desenvolvimento do bambu.
AGOSTO – 2014
O Ministério da Agricultura da China publicou, em agosto de
2014, a aprovação de importação de novas variedades geneticamente modificadas de soja e milho.
Para a soja, estão liberadas as variedades A2704-12 (Bayer),
MON89788 (Monsanto) e 305423 (Pionner). Para o milho foram aprovadas as variedades MON88017 (Bayer), MON89034
(Monsanto), NK603 (Monsanto), GA21 (Syngenta) e MIR604
(Syngenta).
COURO REGISTRA PREVISÃO DE US$ 500
MILHÕES EM NEGÓCIOS NA CHINA
SETEMBRO – 2014
O Brasil foi um dos grandes destaques da feira de couros
All China Leather Exhibition (ACLE), realizada em Xangai, na
China. As vinte e quatro empresas de curtume brasileiras
que participaram do evento realizaram negócios promissores para os próximos doze meses, com previsão de vendas
podendo chegar a US$ 500 milhões. Exclusivamente nos
três dias de feira, mais de US$ 26 milhões em couros e peles
do Brasil foram comercializados.
A participação do Brasil na ACLE teve o apoio do Projeto Setorial Brazilian Leather, iniciativa do Centro das Indústrias de
Curtumes do Brasil (CICB) e da Apex-Brasil.
CHINA ABRE MERCADO PARA TABACO
PRODUZIDO EM SANTA CATARINA E NO
PARANÁ
NOVEMBRO – 2014
A China ampliou o protocolo de importação do tabaco
brasileiro. A assinatura do acordo aconteceu em novembro,
em Pequim, na sede da Agência de Supervisão da Qualidade,
Inspeção e Quarentena da China (AQSIQ). Com a ampliação,
as produções catarinense e paranaense também poderão ser
exportadas para o mercado chinês. Até então, apenas o tabaco
gaúcho (tabacos claros para cigarros) e dos estados da Bahia e
Alagoas (tabacos escuros para charutos) podiam ser embarcados para o país asiático.
CHINA RETIRA OFICIALMENTE EMBARGO À
CARNE BOVINA BRASILEIRA
NOVEMBRO – 2014
A presidente Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi
Jinping assinaram o protocolo para liberação da venda de carne bovina brasileira para o mercado chinês, embargada desde
2012. O encontro ocorreu durante um intervalo na reunião de
Cúpula do G20, em Brisbane, na Austrália. Com o acordo bilateral, a expectativa do governo brasileiro é vender entre US$
800 milhões e US$ 1,2 bilhão em carnes para a China em 2015.
ABRAPA PROMOVE ALGODÃO DO BRASIL
NA CHINA
SETEMBRO – 2014
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) esteve em missão comercial na China e recebeu, nos dias
24 e 26 de setembro, industriais chineses para apresentar os
números do algodão brasileiro e conversar sobre a possibilidade de mais negócios envolvendo os dois países. A comitiva da Abrapa passou por Xangai, Qingdao e Pequim.
CEBC 6
* O Update Empresarial é um resumo de notícias publicadas nos principais
veículos de informação e o conteúdo é de responsabilidade das fontes.
CHINA/BRAZIL UPDATE
BRASIL E CHINA ASSINAM PROTOCOLO PARA
EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS DE PET FOOD
LANÇADO EDITAL PARA TERRAPLANAGEM NO
TERRENO DA FÁBRICA DA SINOTRUK
NOVEMBRO – 2014
OUTUBRO – 2014
O então Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, confirmou a assinatura do protocolo com o
governo chinês que retira a suspensão, imposta em 2012, para
exportação de alimentos destinados a animais de estimação
(pet food). O acordo foi efetivado com o ministro da Agência
de Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena da China
(AQSIQ), Zhi Shuping, em cerimônia que contou também com
a participação do secretário de Relações Internacionais do
MAPA, Marcelo Junqueira, e do embaixador do Brasil em Pequim, Valdemar Carneiro Leão.
Mais uma etapa para a instalação da fábrica de caminhões
da chinesa Sinotruk foi realizada com o lançamento do edital
para a execução dos serviços de terraplanagem no terreno
onde será instalada a unidade de produção da empresa, no
Parque Industrial da Serra Catarinense (SC).
Para execução da obra, em cerca de 1,7 milhão de metros
quadrados, serão investidos cerca de R$ 6 milhões do Governo
Estadual, que serão repassados à Prefeitura de Lages. A fábrica, que já foi incluída no programa de incentivos federais Inovar-Auto, será a primeira unidade da Sinotruk fora da China.
Com um investimento de aproximadamente R$ 300 milhões previsto para a construção, a instalação da montadora
vai gerar quatrocentos empregos na primeira etapa e desenvolver a economia local. A previsão é de que a fábrica produza
os primeiros caminhões no início de 2016, com capacidade para
cinco mil veículos por ano.
SHINERAY PREPARA INÍCIO DE PRODUÇÃO DE
MOTOS EM PERNAMBUCO
OUTUBRO – 2014
AUTOMOTIVO
CHINESA BYD ANUNCIA INVESTIMENTO EM
FÁBRICA DE ÔNIBUS ELÉTRICOS
AGOSTO – 2014
Com 60 mil metros quadrados de área construída e investimento de R$ 130 milhões, a Shineray se prepara para inaugurar
sua primeira unidade fabril fora da China. A planta industrial
será instalada no Cabo de Santo Agostinho (PE), mais precisamente no Complexo Industrial Portuário (Suape).
A fabricante de carros e baterias chinesa BYD anunciou investimento de R$ 200 milhões para a construção de uma fábrica em Campinas (SP). A expectativa da empresa é gerar quatrocentos e cinquenta empregos diretos na produção de ônibus
elétricos, baterias e painéis solares. A unidade de Campinas
também abrigará a montagem de painéis solares e o Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa no Brasil, focado em estudos e tecnologias para veículos elétricos, baterias,
smart grid (rede inteligente de distribuição de energia), energia solar e iluminação.
QUEM É?
Especializada em veículos elétricos, baterias recarregáveis e
novas energias, a BYD tem 180 mil funcionários em onze parques
industriais em toda a China, e conta com plantas industriais e
escritórios nos Estados Unidos, Europa, Japão, Coreia do Sul,
Índia, Taiwan, Hong Kong e Brasil. Na área de novas energias, a
BYD desenvolve produtos sustentáveis e inovadores, como painéis
fotovoltaicos, sistemas de armazenagem de energia, veículos
híbridos e elétricos, lâmpadas e componentes de LED, entre outros
produtos associados à economia verde.
7 CEBC
CHINA/BRAZIL UPDATE
AVIAÇÃO
ENERGIA
EMBRAER ASSINA ACORDO PARA VENDER
SESSENTA AVIÕES PARA A CHINA
CONCLUSÃO DA VENDA PELA EDP BRASIL
DE 50% NAS CENTRAIS HÍDRICAS DE JARI E
CACHOEIRA CALDEIRÃO
JULHO – 2014
Em cerimônia de assinatura que contou com a presença
dos presidentes das duas nações, durante a visita de Estado
do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, a Embraer firmou
um acordo de venda para até vinte E190-E2 com a ICBC Financial Leasing Co., Ltd. (ICBC Leasing), da China, sendo dez
pedidos firmes e dez direitos de compra. Além disso, a Embraer concluiu também um acordo para a venda de quarenta
aeronaves para a companhia aérea chinesa Tianjin Airlines,
uma subsidiária do HNA Group. O contrato, avaliado em US$
2,1 bilhões a preço de lista, inclui vinte E-Jets e vinte E-Jets
E2, o que faz da Tianjin Airlines o primeiro cliente dos E-Jets
E2 na China.
GE CELMA ENTRA NA CHINA
AGOSTO – 2014
A EDP − Energias do Brasil S.A. concluiu a venda de uma
participação de 50% na empresa detentora dos direitos de desenvolvimento do projeto da central hidroelétrica de Jari e de
50% na empresa detentora dos direitos de desenvolvimento
do projeto da central hidroelétrica de Cachoeira Caldeirão à
CWEI Participações Ltda, subsidiária da China Three Gorges
Corporation.
O valor total da transação, pago pela CWEI à EDP Brasil, foi
de R$ 420,6 milhões, sendo R$ 420,2 milhões relativos à venda
de 50% da participação detida pela EDP no empreendimento
Centrais Hídricas Santo Antônio do Jari e R$ 400 mil relativos à
venda de 50% da participação detida pela EDP no empreendimento Cachoeira Caldeirão.
OUTUBRO – 2014
A GE Celma, unidade brasileira de reparo e manutenção de
motores aeronáuticos da GE, está se preparando para diversificar sua carteira de clientes e fornecer, a partir de 2015,
equipamentos para a China. A empresa será a prestadora de
serviços de revisão para a chinesa Comac. Os primeiros equipamentos, da família CF-34, deverão ser entregues à companhia chinesa em 2015.
QUEM É?
Localizada em Petrópolis – RJ, a GE Celma é responsável pela
manutenção de turbinas de aviões do mundo todo há mais de
sessenta anos e já revisou mais de oito mil turbinas para cerca de
sessenta companhias aéreas. Entre os principais clientes estão a
Continental Airlines, FedEx, KLM, Avianca, Latam Airlines Group,
e as brasileiras TAM, Gol e Azul.
CEBC 8
STATE GRID INVESTIRÁ R$ 1 BILHÃO NO BRASIL
EM 2015
AGOSTO – 2014
De acordo com Cai Hongxian, presidente da State Grid,
a companhia chinesa pretende dar continuidade ao ciclo de
investimentos no país, com uma previsão de aportes de R$ 1
bilhão para 2015. Até o momento, os ativos da State Grid no
Brasil somam R$ 7,2 bilhões, e os projetos greenfield já previstos pela companhia somam, aproximadamente, R$ 3 bilhões.
CHINA/BRAZIL UPDATE
MINERAÇÃO
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
VALE E COSCO ASSINAM ACORDO PARA
NAVIOS VLOCS
SANY INVESTIRÁ US$ 300 MILHÕES EM
NOVA FÁBRICA NO BRASIL
SETEMBRO – 2014
Vale e China Ocean Shipping Company (Cosco) firmaram, em
Pequim, acordo que contempla a cooperação estratégica entre
as duas empresas no transporte marítimo de minério de ferro.
Quatro navios VLOCs (very large ore carrier), com capacidade para
400 mil toneladas, que atualmente pertencem e são operados
pela Vale, serão transferidos para a Cosco e afretados para a Vale
em contrato de longo prazo, de vinte e cinco anos.
JULHO – 2014
A Sany Indústria do Brasil, subsidiária da multinacional de
origem chinesa Grupo Sany, quinto maior fabricante de máquinas de construção do mundo, assinou um compromisso de
investimento de US$ 300 milhões em nova fábrica na cidade de
Jacareí (SP).
QUEM É?
As máquinas da marca Sany são vendidas no país desde 2007,
quando a companhia começou a operar como importadora. Quatro anos depois, inaugurou sua unidade de montagem (CKD) em
São José dos Campos (SP).
China Ocean Shipping Companies Group é formado por oito
subsidiárias que possuem e operam uma frota comercial de
mais de quinhentos navios, ultrapassando mais de 15 milhões de
toneladas deadweight, incluindo navios para containers, ro-ro’s,
navios para carga geral, madeireiros, refrigerados, passageiros/
carga geral, graneleiros e petroleiros. Ao todo, a frota serve 1,1 mil
portos em mais de cento e cinquenta países e regiões do mundo.
A nova fábrica permitirá a criação de mais de mil postos de
trabalho, além da fabricação, em território brasileiro, de máquinas e equipamentos ainda sem produção nacional. O acordo
prevê também a concessão de vagas para estágio nas fábricas
do grupo na China a estudantes brasileiros do programa Ciência
sem Fronteiras.
QUEM É?
A Sany Group é uma empresa de engenharia com sede em
Changsha, na China. O foco principal do grupo é a área de
máquinas de construção, especificamente bombas de concreto
em grande escala, incluindo escavadeiras, guindastes e turbinas
eólicas. A empresa é a maior fabricante de máquinas para concreto
do mundo, com cinco parques industriais na China e bases de
produção na Índia, Indonésia, Alemanha, Estados Unidos e Brasil.
Atualmente, a Sany emprega cerca de 70 mil pessoas em mais de
150 países.
9 CEBC
CHINA/BRAZIL UPDATE
XIAOMI INICIA SUAS OPERAÇÕES NO BRASIL
AGOSTO – 2014
TECNOLOGIA
BUSCADOR BAIDU ESTREIA NO BRASIL
JULHO – 2014
A multinacional de Internet Baidu, segunda maior ferramenta de busca no mundo, lançou o seu buscador em português, desenvolvido especificamente para o mercado brasileiro.
A empresa também assumiu o compromisso de instalar no
Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento através de um
acordo de cooperação técnica assinado com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. O investimento previsto é de R$
120 milhões em três anos, e as áreas de atuação serão data mining e machine learning.
O site do buscador pode ser acessado no seguinte link:
http://www.baidu.com.br/
QUEM É?
Baidu é o segundo maior buscador do mundo e o mais acessado na
China, ultrapassando inclusive o Google. Além do principal produto
de pesquisa na web, o Baidu oferece ferramentas de pesquisa
verticais, como Maps, Image Search e Vídeo Search, entre outros.
Em 2008, lançou o seu motor de pesquisa no Japão. Desde então,
expandiu as operações para a Tailândia, Egito e Brasil.
BRASIL E CHINA FIRMAM ACORDOS EM
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E ESPAÇO
JULHO – 2014
Durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao país, o
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) firmou três
acordos com empresas e o governo da China. Foi assinado um
acordo de cooperação entro o MCTI e a empresa de telecomunicações Huawei com o objetivo de capacitar profissionais nas áreas
de processamento de grande massa de dados, computação em
nuvem e segurança.
Cabe destacar também o aprofundamento da cooperação espacial entre os dois países. O Brasil e a China vêm trabalhando em
conjunto nesta área desde 1988. Na ocasião, a Agência Espacial
Brasileira (AEB) e a Administração Nacional Espacial da China
(CNSA) assinaram um memorando de entendimento com o objetivo de promover a cooperação nas áreas de dados de satélite de
sensoriamento e suas aplicações, capacitação de especialistas e
desenvolvimento de serviços comerciais internacionais em atividades de sensoriamento remoto.
CEBC 10
A fabricante de smartphones Xiaomi, conhecida como a
“Apple chinesa”, iniciou oficialmente suas operações no Brasil com a abertura de seu primeiro escritório em São Paulo.
Por enquanto, a empresa deve atuar no comércio de equipamentos, desenvolvimento de software e suporte técnico,
sem investimentos na fabricação local de smartphones e
tablets. Os produtos poderão ser importados e vendidos em
lojas próprias da marca, como já ocorre na China, e também
por meio de operadoras.
EMPRESA NACIONAL FIRMA ACORDO COM
CHINESES NO SETOR AEROESPACIAL
AGOSTO – 2014
A empresa Orbital Engenharia Ltda, de São José dos Campos (SP), firmou Acordo de Cooperação no setor aeroespacial
com a China Great Wall Industry Corporation (CGWIC) e com o
Shanghai Institute of Space Power-sources (Sisp). A empresa
brasileira representará comercialmente as duas instituições
chinesas no Brasil e o acordo prevê, também, o desenvolvimento de projetos e produtos.
O convênio é fruto da rodada de negociações realizada
no país asiático entre empresas brasileiras e chinesas, promovida com o apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) em
dezembro de 2013.
BRASILEIRA QRANIO FAZ PARCERIA NA
CHINA
SETEMBRO – 2014
A Qranio, empresa brasileira de jogos digitais de educação e
entretenimento, firmou parceria com a China Mobile para iniciar
operações na China. Criada em 2011, a startup tem um milhão de
jogadores cadastrados, sendo 80% deles, brasileiros. Pretende,
porém, dobrar o número de usuários com a chegada à Ásia.
BAIDU COMPRA SITE DE COMPRAS
COLETIVAS PEIXE URBANO
OUTUBRO – 2014
O Baidu comprou o site de vendas online de cupons de desconto Peixe Urbano. O negócio marca o primeiro investimento
direto da empresa chinesa no Brasil. O site de ofertas vai continuar a operar de forma independente e com os mesmos executivos na liderança. Dessa forma, o Baidu pretende se beneficiar do conhecimento da equipe sobre o mercado local. Com o
negócio, a companhia chinesa ingressa no comércio eletrônico
no Brasil e abre caminho para acelerar sua expansão no país.
CHINA/BRAZIL UPDATE
CHINESA RAISECOM OFICIALIZA OPERAÇÃO
NO BRASIL
MODA BRASILEIRA DESEMBARCA NA CHINA
SOB CONCEITO BRASIL BEYOND
OUTUBRO – 2014
NOVEMBRO – 2014
A Raisecom, companhia chinesa especializada em soluções
de acesso e elementos de rede, anunciou, durante a Futurecom, o início de sua atividade no Brasil. Dario Zipris, CEO da
empresa no país, projeta faturamento de R$ 30 milhões a R$
50 milhões para a operação local, em três anos. A empresa estima um investimento de R$ 7 milhões no mercado nacional.
Também está nos planos da companhia a instalação de uma
fábrica no Brasil.
Entre os dias 17 e 20 de novembro, a cidade de Xangai recebeu vinte marcas brasileiras para participar da ação Discover the
Brazilian Originality Beyond Trends, promovida pela Apex-Brasil
em parceria com a Abest, a Abit − por meio do Programa Texbrasil − e a Abicalçados. A iniciativa na cidade chinesa foi composta
por workshops com especialistas para apresentação do setor de
moda na China, visitas técnicas guiadas às principais empresas
multimarcas do país, rodada de negócios, evento de posicionamento de imagem e um editorial com as marcas.
EMPRESA CHINESA VESTIRÁ MAIS DE 100 MIL
PARTICIPANTES NAS OLIMPÍADAS DE 2016
DEZEMBRO - 2014
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 contarão com o apoio oficial
da chinesa 361° Sport para vestir 106,5 mil participantes −
entre voluntários, equipes de apoio e outros colaboradores
− sendo a primeira vez que uma marca esportiva chinesa patrocina o evento. Os mais de cem mil uniformes serão fabricados no Vietnã, onde a 361º faz o material não comercializado
no mercado chinês. As peças devem começar a ficar prontas
no início de 2015.
OUTROS
CORREIOS E ALIBABA GROUP ASSINAM
MEMORANDO DE ENTENDIMENTO
JULHO – 2014
Os Correios e o Alibaba Group firmaram um memorando de
entendimento para facilitação do comércio internacional entre
Brasil e China. Em linhas gerais, o documento indica a intenção
de melhorar os procedimentos de logística entre os dois países,
além de ajudar o acesso de empresas brasileiras – sobretudo as
micro, pequenas e médias – ao mercado chinês, por meio das plataformas Alibaba.com, AliExpress, Tmall.com e Alipay.
QUEM É?
Com mais de 7 mil lojas na China e quase 8 mil em outros trinta
e quatro países, ações na bolsa desde 2009 e faturamento de
U$S 800 milhões em 2013, a 361° está entre as três principais
marcas esportivas na China. No Brasil, a empresa não tem uma
loja própria, mas começou a venda de tênis no varejo e online em
outubro de 2014.
PRIMEIRA DAS SETE BARCAS CHINESAS
ENCOMENDADAS PELO GOVERNO DO ESTADO
DO RIO É ENVIADA AO BRASIL
NOVEMBRO – 2014
Concluída, a primeira das sete embarcações encomendadas pelo governo do estado do Rio ao estaleiro China Shipping Group/AFAI partiu da cidade de Guanghzou, em meados
de novembro, em direção ao porto carioca. As outras seis
embarcações do mesmo porte serão integradas à frota até
agosto de 2015.
11 CEBC
CHINA/BRAZIL UPDATE
UPDATE EMPRESARIAL – CONTRIBUIÇÕES DA SEÇÃO CHINESA DO CEBC
CHERY INAUGURA FÁBRICA EM JACAREÍ
AGOSTO – 2014
Inaugurada em agosto de 2014, em Jacareí, interior de São
Paulo, a Chery Brasil iniciou uma nova fase no mercado brasileiro. Construída em um terreno com mais de um milhão de metros quadrados, a nova fábrica recebeu investimentos de mais
de um bilhão de reais e conta com três unidades produtivas,
montagem, soldagem e pintura, além de um prédio administrativo e uma pista de testes.
A fabricante exibiu no Salão de São Paulo 2014 o primeiro veículo montado na recém-inaugurada unidade, o compacto Celer.
Simultaneamente, a empresa já começa a traçar a segunda
etapa de investimentos no país. Está nos planos a produção
do Tiggo, um utilitário esportivo (SUV, na sigla em inglês), e
a instalação de um centro tecnológico, com um investimento
previsto de R$ 20 milhões.
CHINESA HUAWEI MOSTRA INTERESSE NA
AMÉRICA LATINA
JULHO - 2014
A chinesa Huawei Technologies mostrou interesse no mercado latino-americano com a abertura da segunda Information
and Communications Technology (ICT) Expo, realizada na Cidade do Panamá em julho de 2014. Manuel Vexler, diretor de
marketing da Huawei para a América Latina, indicou a região
como a chave para o crescimento da empresa no futuro.
De acordo com Vexler, em seu setor de atuação a Huawei é o
principal fornecedor para países como o Brasil, Argentina, Venezuela, México e Colômbia, e a empresa espera crescer entre
25% e 30% ao ano na região.
REUNIÃO ENTRE CHINA E CELAC
PROPORCIONA BASES PARA INTENSIFICAÇÃO
DA COOPERAÇÃO ENTRE OS PAÍSES
JANEIRO – 2015
O presidente Xi Jinping anunciou durante a cerimônia de
abertura do primeiro encontro ministerial China – CELAC (Comunidade de Países Latino-Americanos e Caribenhos) que o
comércio entre a China e a região pode alcançar US$ 500 bilhões em dez anos. Além disso, indicou também que os investimentos chineses na América Latina podem chegar a US$ 250
bilhões em uma década.
A economia da China continuará com crescimento entre
médio e alto nos próximos anos, trazendo mais oportunidades
para o mundo, incluindo os Estados da América Latina e Caribe, assinalou o mandatário chinês.
No ano passado, o presidente Xi e os lideres da CELAC anunciaram o estabelecimento do Fórum China – CELAC. O presidente chinês propôs um quadro de cooperação envolvendo
diversos empréstimos, fundos e projetos nas áreas de infraestrutura, agricultura, energia, manufaturas, tecnologia, intercâmbio entre pessoas e outros setores.
CHINA/BRAZIL UPDATE
UPDATE INSTITUCIONAL
O INSTITUTO DE ESTUDOS BRASILCHINA PROMOVE, EM PARCERIA COM A
TSINGHUA UNIVERSITY, O PROGRAMA
EXECUTIVO ESTADO, MERCADO E
INOVAÇÃO NA CHINA HOJE
O programa executivo Estado, Mercado e Inovação na Chi­na
Hoje, promovido pelo Instituto de Estudos Brasil-China (IBRACH) e a Tsinghua University – com apoio do CEBC - será realiza­do
no Rio de Janeiro, no dia 9 de abril, e em Pequim, na School for
Public Policies and Management da Tsinghua University, dos
dias 13 a 17 de abril de 2015.
Apesar da importância econômica e política da China, o conhecimento sobre o país asiático no Brasil ainda é escasso. A
comunidade empresarial, representantes do setor público e
demais profissionais interessados em um maior intercâmbio
com a China carecem de recursos humanos especializados, bem
como de um intercâmbio bilateral convergente com a importância das relações econômicas e políticas entre os dois países.
Direcionado a gestores dos setores público e privado, o Programa para Executivos tem como objetivo oferecer os meios
para um entendimento estratégico da economia chinesa, em
particular de como a China se organiza para enfrentar os desafios de uma economia de inovação. O curso oferece aulas com os
principais professores da Tsinghua, painéis de especialistas do
governo chinês e acadêmicos e visitas a empresas inovadoras,
ministérios e think tanks.
O programa tem duração de uma
semana, de 13 a 17 de abril de 2015, e
será ministrado na School for Public
Policies and Management da Tsinghua
University, em Pequim. Um seminário
dedicado à organização econômica
e política da China contemporânea
precede a ida a Pequim e será realizado
no dia 9 de abril, no Rio de Janeiro.
Para informações adicionais, favor contatar
Paula Carvalho pelo e-mail: [email protected]
13 CEBC
CHINA/BRAZIL UPDATE
CEBC RECOMENDA
RADAR
LIVROS
ESTUDOS E
PESQUISAS
CEBC RECOMENDA: MARKETS OVER MAO:
THE RISE OF PRIVATE BUSINESS IN CHINA
Neste livro, Nicholas R. Lardy, um dos
maiores especialistas do mundo em economia chinesa, traça o papel crescente
das forças de mercado no país asiático e
refuta o argumento amplamente divulgado de que o progresso econômico chinês repousa sobre o controle do governo
na economia. De acordo com Lardy, existe pouca evidência de que na década de
liderança do ex-presidente Hu Jintao (2003-13) o papel e a importância das empresas estatais tenha crescido drasticamente, como muitos argumentam. Pelo contrário, o livro oferece
provas persuasivas de que o papel das grandes empresas estatais é superestimado e argumenta que no futuro as principais
fontes de crescimento da China terão origem nas empresas
privadas. Desta forma, Lardy propõe desregular e aumentar a
concorrência nos setores da economia chinesa em que as empresas estatais permanecem protegidas, especialmente nas
áreas de energia e finanças.
LARDY, Nicholas R. Markets over Mao: The Rise of Private Business
in China. Institute for International Economics, U.S. 2014.
ESPECIALISTA RECOMENDA*: CHINA ON THE
GROUND IN LATIN AME­RICA
O livro China on the Ground in Latin America é uma ótima opção de leitura para
quem está interessado em conhecer a
atuação comercial e de investimento da
China na América Latina e Caribe (ALC).
Ellis não se limita a descrever a relação
do país asiático com as principais economias da ALC, mas também traça com
detalhes o envolvimento da China em
diversos países do Caribe. Em paralelo,
o autor aborda questões que vão além
da esfera comercial, buscando entender
como a presença chinesa na região tem
impactado o meio ambiente e despertado questões de segurança nacional.
Divulgado em setembro de 2014 pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o estudo intitulado LAC Investment in China: A New Chapter in Latin America and the
Caribbean-China Relations leva em consideração uma grande amostra de empresas latino-americanas e caribenhas, e
analisa como suas estratégias de entrada na China respondem a padrões específicos em setores distintos. O estudo
lança uma nova luz sobre como as empresas da região ganharam posição no país asiático e fornece recomendações
de políticas de apoio à iniciativa privada em relação à inserção no mercado chinês.
Acesse: http://goo.gl/U98Fhj
A mais recente atualização do China Economic Update, publicada em outubro de 2014 pelo Banco Mundial, apresenta
uma série de atualizações sobre a evolução das políticas econômicas e sociais em andamento na China. Nesta edição é
interessante notar a relação entre as medidas tomadas pelo
governo para trazer bases mais sustentáveis ao crescimento econômico e a desaceleração verificada no país asiático.
Acesse: http://goo.gl/fAfzc7
A pesquisa The People’s Republic of China’s Potential Growth Rate: The Long-Run Constraints, lançada em novembro
de 2014, pelo Asian Development Bank, analisa a trajetória
da taxa de crescimento potencial da China durante os últimos 30 anos. A partir da análise dos fatores que determinaram historicamente o crescimento do país, a pesquisa
procura compreender as causas da recente diminuição na
taxa de crescimento da China, assim como avaliar os possíveis cenários durante o 13º plano quinquenal (2016-2020).
Acesse: http://goo.gl/NY4xNL
A OECD publicou, em março de 2014, o relatório China Structural Reforms for Inclusive Growth, que apresenta uma análise das áreas de política pública que serão determinantes
para o desenvolvimento social da China. Apesar das altas e
contínuas taxas de crescimento, a segunda maior economia
do mundo ainda enfrenta importantes desafios relativos ao
sistema de proteção e inclusão social. O relatório propõe iniciativas para fortalecer o desempenho econômico do país em
prol de um crescimento inclusivo.
Acesse: http://goo.gl/uE9reL
ELLIS, R. Evan. China on the Ground in Latin America, Palgrave Macmillan, 2014.
*André Soares atua como China Consultant no Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID)
CEBC 14
Acesse os estudos e pesquisas na versão eletrônica do China-Brazil
Update, disponível no site do CEBC: www.cebc.org.br
CHINA/BRAZIL UPDATE
FEIRAS
SIAL CHINA 2015 – THE ASIAN FOOD MARKETPLACE
6 a 8 de maio, Xangai, China
Endereço: Nº. 2345 Long Yang Rd. 1# South Lobby (Near Fang Dian Rd)
Website: http://www.sialchina.com/index.html
Há quinze anos a SIAL China tem sido um dos principais eventos do mercado de alimentos no país asiático. O participante desta edição terá a oportunidade de conhecer e interagir
com os principais players chineses dos setores de alimentos,
bebidas e hotelaria, além de poder promover seus produtos
em um dos mais dinâmicos mercados do mundo na área de
alimentação. Para o ano de 2015, a SIAL China espera receber
2,7 mil expositores e 55 mil visitantes.
Para enviar contribuições de conteúdo,
críticas ou sugestões, entre em contato com a Secretaria Executiva do CEBC:
[email protected] / +55 21 3212 4350 /
www.cebc.org.br.
THE 15th CHINA INTERNATIONAL PETROLEUM & PETROCHEMICAL TECHNOLOGY AND EQUIPMENT EXHIBITION (CIPPE)
PATROCÍNIO:
26 a 28 de março, Pequim, China
Endereço: New China International Exhibition Center, Beijing
Nº 88, Yuxiang Road, Tianzhu, Shunyi District, Beijing
Website: http://goo.gl/rv0gqU
A CIPPE é uma das maiores exposições do mundo voltadas
para a indústria petroquímica. A edição anterior do evento
contou com 1,8 mil expositores de sessenta e cinco países e
65 mil visitantes, tendo recebido apoio de gigantes domésticas do setor de óleo e gás e áreas relacionadas, como CNPC,
Sinopec, CNOOC, CSIC, CIMC Raffles, Honghua, entre outras.
O CEBC
O Conselho Empresarial Brasil-China é formado por duas seções
independentes, uma no Brasil, outra na China. Dedica-se à promoção
do intercâmbio econômico Brasil-China e, sobretudo, a fomentar o
diálogo entre empresas dos dois países. O CEBC propõe-se a contribuir
para um bom ambiente de comércio e investimentos, assim como a
entender e divulgar as novas tendências observadas no dinâmico
relacionamento Brasil-China. Atualmente, o CEBC é composto por
cerca de 70 das mais importantes empresas e instituições brasileiras
e chinesas com investimentos e negócios nos dois países.
COMO SE ASSOCIAR
Para mais detalhes sobre o processo de associação ao CEBC, entre em
contato com a Secretaria Executiva por meio do e-mail cebc@cebc.
org.br ou pelo telefone (21)3212-4350.
EQUIPE
Julia Dias Leite (Secretária Executiva)
Christiane Sauerbronn (Coordenadora Institucional)
Santiago Bustelo (Coordenador de Análise)
Tulio Cariello (Analista Internacional)
Karen Grimmer (Analista de Relações Internacionais)
Jordana Gonçalves (Assistente Administrativo)
DIAGRAMAÇÃO: Presto Design
15 CEBC
CHINA-BRAZIL UPDATE
ESTE CONTEÚDO É PARTE INTEGRANTE DO CHINA-BRAZIL UPDATE | EDIÇÃO 11 – JANEIRO DE 2015
Conteúdo de responsabilidade do patrocinador
O Banco Bradesco, com presença em todo o Brasil, apresenta produtos e serviços para diferentes perfis de
clientes e também atua com a proposta de suprir as demandas de empresas interessadas em estabelecer e
estreitar relações comerciais nos mercados brasileiro e chinês. Para isso, o segmento Corporate mantém
uma gestão de relacionamento centralizada, oferecendo soluções estruturadas – Tailor Made e de Mercado
de Capitais – e gerentes especializados em visões de risco, mercado e setores econômicos. Os atendimentos
são exclusivos para que as empresas recebam soluções customizadas de acordo com os negócios realizados.
Ao mesmo tempo, as Agências e Subsidiárias no Exterior (Nova York, Londres, Grand Cayman, Luxemburgo,
Hong Kong, Buenos Aires e México) têm como objetivo a obtenção de recursos no mercado internacional
para repasses a clientes, principalmente por meio de financiamento a operações de comércio exterior brasileiro. Para mais informações acesse o site www.bradesco.com.br
NOVOS ESTÍMULOS MONETÁRIOS DEVERÃO SER ADOTADOS NA
CHINA DIANTE DA DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA NO PRIMEIRO
TRIMESTRE DESTE ANO
Fabiana D’Atri
Acreditamos que a economia chinesa seguirá desacelerando
neste ano, migrando para uma taxa de crescimento abaixo de
7%. Esse cenário é compatível com a sinalização dada pelo governo chinês de que a economia do país entra em uma nova fase,
definida como o “novo normal”, o que deve motivá-lo a revisar a
meta de crescimento deste ano, de 7,5% para 7%. Dessa forma,
mantemos uma visão mais cautelosa para 2015, ressaltando o
já conhecido e esperado ajuste do setor imobiliário residencial,
que deverá se somar à perda de ritmo no segmento imobiliário
comercial e à redução significativa das receitas públicas advindas da venda de terras, comprometendo a política fiscal daqui
para frente.
Diante disso, crescem as apostas de que o governo do país seguirá aliviando a política monetária para evitar uma desaceleração
mais acentuada através de cortes adicionais da taxa de juros, da
redução do compulsório e de outros instrumentos. Entre esses,
destaca-se a já anunciada flexibilização das regras de depósitos
para este começo de ano, na qual serão considerados os depósitos interbancários de instituições não financeiras para a contabilização da razão entre empréstimos e depósitos – aumentando a capacidade de empréstimo dos bancos. Por outro lado, a
política fiscal deverá ser mais restritiva, tendo em vista a desaceleração no ritmo de crescimento das receitas – que avançaram
8,3% no acumulado até novembro do ano passado. No mesmo
período, as despesas mostraram alta de 10,1%, revelando o aperto pelo qual passarão as contas públicas neste ano. Esse cenário
se agrava à medida que lembramos que parte relevante da arrecadação do governo local e dos governos locais – ao redor de
25% e 35%, respectivamente – advém da venda de terras. Essa,
diante da desaceleração dos novos lançamentos, começou a recuar em ritmo importante.
A despeito desses desafios, alguns fatores positivos para a
economia chinesa podem ser levantados para este ano. Dentre esses1 , destacamos que (I) a continuidade da mudança do
modelo a favor do consumo em detrimento dos investimentos
fortalecerá a demanda doméstica; (II) a queda do preço do petróleo será positiva para a economia, com aumento da renda disponível e diminuição dos custos das empresas; (III) essa redução
dos custos com energia impulsionará as reformas nos sistemas
de preços, reduzindo subsídios e aumentando a eficiência energética; (IV) os avanços na flexibilização da regra do sistema de
registro dos cidadãos chineses (conhecido como hukou) estimularão a urbanização e o consumo das famílias; (V) são esperadas
privatizações, como reflexo da reforma das empresas estatais
e do ajuste do endividamento dos governos locais, que estão
transferindo parte de seus ativos para o setor privado a fim de
ajustar suas dívidas; (VI) a recuperação da economia mundial,
com destaque para os EUA, ajudará as exportações e (VII) a liberalização das taxas de juros será favorável à melhoria da alocação de recursos no país.
Mesmo que seja difícil refutar esses argumentos a favor do
crescimento, nosso entendimento é que a grande maioria deles
– ligados especialmente às reformas estruturais e à mudança
de modelo de crescimento – acontecerá lenta e gradualmente,
impactando especialmente a economia chinesa no longo prazo.
Vale mencionar ainda o viés baixista vindo do possível aumento
da inadimplência – ligado à desaceleração do setor imobiliário e
ao aumento do endividamento dos governos locais –, expondo
a saúde do sistema financeiro, além dos riscos já mencionados.
Conforme publicado em artigo elaborado pela Bloomberg,
http://goo.gl/JegTKT (consultado em 14/01/2015)
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