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N Ú ME RO 0 2 M A I O 20 1 0 N UM B E R 0 2 M AY 2 010 06 30 38 68 75 15 2 editorial Editorial Prova suPerada TEST OVERCOME Caros leitores e amigos, Dear readers, dear friends, O segundo número de um projecto destes é sempre o mais difícil. É a prova de resistência. Já não é novidade, é preciso manter a equipa motivada, que faz mais mil e uma coisas para além da Full Cover. Mas o entusiasmo manteve-se e até cresceu com a reacção que esta revista teve nos quatro cantos do mundo. Foi para nós o grande sinal de que se trata de um projecto de futuro, totalmente identificado com o DNA do Grupo MDS, concretizando a nossa ambição internacional, a abertura à comunidade do risco e dos seguros, o contributo para a formação e informação do mercado e dos seus principais agentes. As you can probably imagine, the second issue is the hardest to deliver. It is a true test of endurance. While this undertaking is no longer novel, you need to maintain the motivation of a team that engages in a million pursuits in addition to Full Cover magazine. However, the excitement has not faded. In fact it has swelled, given the feedback we've had from the four corners of the world. To us, this meant that Full Cover has a bright future ahead. Right now it feels like a natural extension of our business. Full Cover is an embodiment of our international aims, and our desire to embrace the risk and insurance community. We also see it as an educational and informative tool meant for the market and its foremost agents. Este segundo número é particularmente rico. É um orgulho grande poder contar com a presença do CEO do Lloyd’s, Richard Ward, do Jorge Luzzi, talvez o mais renomado gestor de risco do mundo nos dias de hoje, do Steve Jackson, um dos principais responsáveis por fazer da Cooper Gay um actor chave no mercado latino-americano, do Hei Wong, que da China responde sempre a todos os questionamentos com pronta competência e um sorriso. Uma novidade neste número: a extraordinária entrevista ao Álvaro Siza, um dos mais importantes arquitectos do mundo, sobre o risco do risco. É uma perspectiva diferente, que manteremos em próximos números. Outros dossiers e artigos do maior interesse completam a edição, que espero surpreenda como a primeira. Our second issue is especially substantial. Our pages proudly welcome the Lloyd’s CEO, Richard Ward; Jorge Luzzi, probably the bestknown risk manager at this writing; Steve Jackson, one of the brains behind Cooper Gay’s remarkable rise in Latin America; last but not least, Hei Wong, from China, who answers every question with and a smile. We've got something new for you: An extraordinary interview with Álvaro Siza, architect of world renown, on the risks of drafting. We’re aiming at a broader perspective that we will maintain throughout future issues. Other reports and articles round out the magazine which, I hope, will surprise and delight you. Este segundo número sai já depois de consolidada a Joint-Venture entre a Sonae e o Grupo Suzano. A MDS passou a ser uma empresa luso-brasileira. E isso reflecte-se já muito nesta revista. Com certeza se irá intensificar dado os mercados brasileiros e da América Latina serem para nós estratégicos. This issue is coming out now that the Sonae and Suzano Group have consolidated their joint venture. MDS is now a Portuguese-Brazilian company. That is immediately noticeable throughout the magazine. Such an international scope is likely to gain more and more prominence, as South American markets, and especially the Brazilian market, are strategically significant to us. Este número é vosso, até ao Outono com o nº 3. Here's your magazine. See you next autumn, with no. 3. J o s é M a nue l Fo ns e c a ceo MDs holDing chairM an brokers link “Foi para nós o grande sinal de que se trata de um projecto de futuro, totalmente identificado com o DNA do Grupo MDS (...)” “To us, this meant that Full Cover has a bright future ahead. Right now it feels like a natural extension of our business for us.” 3 Director Managing Director José Manuel Fonseca Maio 2010 May 2010 * MAIO MAY 2010 NÚME RO 02 M AI O 2010 Coordenadora Editor Fernanda Palmeira NUMB ER 0 2 M AY 2 0 1 0 06 Número 02 Number 02 30 Editores Deputy Editors Alexandrina Piloto António Fernandes Fernanda Palmeira Liliana Baptista Sandra Pereira 38 68 75 15 Conselho Editorial Senior Associate Editors Propriedade Property MDS – Corretor de Seguros, S.A. Av. da Boavista – 1277/81 – 2º 4100-130 Porto Tel. +351226082410 Fax. +351226082461 www.mds.pt Ana Salgueiro Ana Cristina Borges Ana Mota Carla Alves Filomena Salgado Oliveira Francisco Constantino Geoff Kinsella Hans-Dieter Didjurgeit Hei Wong Jorge Gonçalves Jorge Henriques Jorge Mafalda José Morgado José Manuel Fonseca Luís Caldas Maurício Esquino Miguel Rangel Paula Rios Pedro Castro Caldas Roberto Nauenberg Tiago Mora Tiago das Neves Publicidade Advertising [email protected] Subscrição Subscription [email protected] Coordenação Editorial Editorial Managment Anagrama www.pure.ativism.pt Design Mola Ativism www.mola.ativism.pt Impressão Fernandes & Terceiro, S.A. 4 índice contents índice contents 03. Editorial 06. Richard Ward CEO do Lloyd’s em entrevista à Full Cover CEO of Lloyd’s speaks to Full Cover 15. Multinational Network Pooling Employee Benefits 30. Steve Jackson A Cooper Gay e a operação na América Latina Cooper Gay and the operation in Latin America 38. Jorge Luzzi The Global Risk Manager 52. Anatomia de um furacão Anatomy of a hurricane 56. Observatório Legal Legal Observatory 107. Seguros em Órbita Insurance in Orbit 120. Sonae Sierra Walk the Talk O valor da sustentabilidade The value of sustainability 126. Lugares Comuns Trivia por | by Pedro Castro Caldas 132. 25º Aniversário MDS MDS 25th Anniversary 138. Marca MDS com sotaque brasileiro MDS: talking brazilian 142. Fairfax no mercado brasileiro Fairfax in the brazilian market 146. Biblioteca Library por | by Luís Filipe Caldas 60. O mercado brasileiro de seguros The brazilian insurance market por | by Denise Bueno 64. Herco Prevenção de Perdas à Gestão de Risco Loss Prevention to Risk Manegement 68. New World Insurance Brokers Link @ China 74. Conferência Brokers Link em Saigão Brokers Link Asian Conference Construindo alianças eficazes Building effective alliances 75. Risco e Mudança Climática Risk and Climate Change Responsabilidade Ambiental e o desafio das alterações climáticas Environmental Liability and the challenge of climate changes 96. Os riscos do risco Drawing the lines 104. Grupo Suzano Suzano Group Uma história de sucesso com 85 anos An 85 year Sucess Story 5 r ichard ward 6 richard ward Bio: Richard Ward integrou o Lloyd’s como Chief Executive Officer em Abril de 2006 e faz parte do Council do Lloyd’s e do Lloyd’s Franchise Board. O Lloyd’s é o mais importante especialista do mercado de seguros e presta serviços em termos de seguros em mais de 200 países e territórios em todo o Mundo. Richard Ward trabalhou anteriormente, durante mais de dez anos, no International Petroleum Exchange (IPE), sediado em Londres, a segunda maior bolsa de comércio de energia – redenominada ICE Features- como Chief Executive Officer e Vice-Presidente. Antes de estar no IPE, desempenhou uma série de cargos superiores na British Petroleum (BP) e foi Director de Marketing e “Business Development” para derivados de energia, em todo o mundo, nos “Tradition Financial Services”. Entre 1982 e 1988, Richard Ward trabalhou como Físico Sénior no Conselho de Ciência e Investigação de Engenharia, dirigindo uma série de projectos de investigação e desenvolvimento. É membro do Conselho da ‘Heart and City Charity’ e membro da Comissão da Associação de Genebra, a mais importante “think tank”, que reúne os maiores seguradores e resseguradores do mundo. Richard Ward tem uma licenciatura em Química, com informação final de Muito Bom e um Doutoramento em Química Física pela Universidade de Exeter. É casado, tem dois filhos e vive em Londres. Bio: Richard Ward joined as Chief Executive Officer of Lloyd’s in April 2006 and sits on the Council of Lloyd’s and the Lloyd’s Franchise Board. Lloyd's is the world's leading specialist insurance market providing insurance services to businesses in over 200 countries and territories across the globe. Richard previously worked for over ten years at the London-based International Petroleum Exchange (IPE), the second largest energy trading exchange – re-branded ICE Futures – as both Chief Executive Officer and Vice-Chairman. Prior to the IPE, Richard held a range of senior positions at British Petroleum (BP) and was Head of Marketing & Business Development for energy derivatives worldwide at Tradition Financial Services. Between 1982 and 1988, Richard worked as a Senior Physicist with the Science and Engineering Research Council, leading a number of research and development projects. He is a Council member of Heart of the City Charity and a Board Member of the Geneva Association, the leading think tank of the world’s largest insurers and reinsurers. Richard has a 1st Class Honours degree in Chemistry, and a PhD in Physical Chemistry from Exeter University. He is married with two children and lives in London. um cientista no lloyd’s A scientist at Lloyd’s Richard Ward “o que agora enfrentamos não é uma crise dos seguros, mas uma crise bancária.” “What we currently face is not an insurance crisis, but a banking crisis.” chieF executive oFFicer lloyd’s Desde entregar telegramas de bicicleta até se tornar CEO no Lloyd’s, Richard Ward fala sobre a sua vida pessoal, background profissional e como trocou o mundo da ciência pelo mercado dos seguros. From delivering telegrams on a bicycle to becoming CEO of Lloyd’s, Richard Ward talks about his personal life, professional background and how he exchanged the world of science for the insurance market. Qual foi o seu primeiro emprego? What was your first job? richard ward (rw): Fazer a entrega de telegramas de bicicleta. Porém, o meu primeiro emprego, em termos de carreira, foi como cientista e investigador. richard ward (rw): My first job was delivering telegrams on my bicycle for the Post Office. My first professional job, however, was as a research scientist. Foi para o sector Financeiro logo no início? Que fazia anteriormente? Did you move into Financial sector right from the beginning? What were you doing before? rw: Fui cientista, investigador e chefe de uma equipa de investigação na British Petroleum. Ofereceram-me emprego no comércio de derivados como parte do programa de desenvolvimento de gestão. rw: I was working as a research scientist for British Petroleum and heading up a research team. I was then offered a role in derivatives trading as part of their management development programme. Foi Presidente executivo do international Petroleum exchange, sediado em londres, antes de se transferir para o lloyd’s. o que foi que o atraiu no cargo do lloyd’s? You were chief executive of the London-based International Petroleum exchange before moving to Lloyd's. What attracted you to the role at Lloyd's? rw: Foi uma proposta a que simplesmente não consegui resistir. Foi um privilégio ser convidado para chefiar uma instituição britânica como o Lloyd’s, com uma história de mais de 300 anos, e tão envolvida não só com a City, mas com o país. Quem poderia recusar? A acrescentar rw: The offer was simply something I could not resist. It was a privilege to be asked to lead a British institution such as Lloyd’s, that has over 300 years of history and is so intertwined with not just the City, but the country – who would say no? Added to this, Lloyd’s sits at the forefront of insurance and financial services, so I could not think of a better place to move to. 7 r ichard ward “Foi uma proposta a que simplesmente não consegui resistir. Foi um privilégio ser convidado para chefiar uma instituição britânica como o Lloyd’s.” “The offer was simply something I could not resist. It was a privilege to be asked to lead a British institution such as Lloyd’s.” a isto, o Lloyd’s está na vanguarda dos serviços de seguros e financeiros; assim, foi-me impossível pensar num cargo mais aliciante. Na BP, já tinha passado da área científica para a dos negócios, uma mudança e um desafio que apreciei. Pensei que a mudança do IPE para o Lloyd’s seria uma excelente oportunidade de passar para uma indústria em que não havia trabalhado antes. Quais foram os que considerou serem os seus maiores desafios quando entrou no loyd’s? rw: Culturalmente, muitos dos colaboradores do Lloyd’s tinham os seus hábitos e precisavam de estímulo para melhorar a eficiência do mercado e dar o passo seguinte. Quando teve ocasião de conhecer o mercado, o que é que o surpreendeu ou achou diferente daquilo que tinha pensado antes de fazer parte do grupo? rw: Visto de fora, o “underwriting room” (área de subscrição) e a maneira como os subscritores e corretores fazem os negócios podem parecer ligeiramente antiquadas, mas esta é uma das maneiras mais eficientes de colocar os riscos muito especializados. decorridos quatro anos, quais são os desafios enfrentados pelo lloyd’s? I had already gone from science to business at BP and I enjoyed the change and the challenge. So with that still on my mind, I thought that a move from the IPE to Lloyd’s would be a great chance to move in to an industry that I had not worked in before. What did you see as the biggest challenges that you faced when you joined Lloyd's? rw: Culturally, many at Lloyd’s were set in their ways, and needed that push to improve the efficiency of the market and to take the next step. once you had time to get to know the market, what surprised you or you found different than you first thought as an outsider? rw: From an outside point of view, the Underwriting Room and the way the underwriters and brokers do business may seem slightly antiquated, but it is one of the most efficient ways to for specialist risks to be placed. Four years on, what are the challenges that Lloyd's face? rw: Managing the insurance cycle is still front of mind. With rates flat, and down in some lines, it’s imperative that we write quality business for profit and not for market share. Is the brand of Lloyd's stronger now? rw: Gerir o ciclo de seguros está ainda na linha da frente. Com as taxas fixas e, em algumas linhas, baixas, é imperioso subscrevermos negócios de qualidade para termos lucros e não para ter quota de mercado. a marca lloyd’s está agora mais forte? “A estrutura do mercado de subscrição de riscos significa que os beneficiários de seguros podem diversificar o seu risco.” “The subscription market structure means that policyholders can diversify their risk, while our central fund acts as a last resort for both syndicates and insurance buyers.” 8 rw: Com certeza. Continuámos a construir a marca Lloyd’s nos últimos anos e ela tornou-se cada vez mais forte. A nossa Análise Estratégica, executada a partir de uma postura de força mais do que de uma postura defensiva, está quase terminada. Fazemos perguntas como ‘de que maneira podemos tirar proveito de oportunidades’ e ’onde se deve focalizar o nosso negócio’, em comparação com análises anteriores que se concentraram nas mudanças a fazer para melhorar a maneira como agimos. o lloyd’s tem vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes na presente situação económica? rw: Sim. O Lloyd’s proporciona um nível de segurança que os outros tentam alcançar. A estrutura do mercado de subscrição de riscos significa que os beneficiários de seguros podem diversificar o seu risco, enquanto as nossas reservas centrais actuam como último recurso para os sindicatos e para os compradores de seguros. Alguns comentadores disseram que os negócios começarão a vir para o Lloyd’s, graças a esta salvaguarda. Do ponto de vista do investimento, temos sido conservadores nos nossos activos; por esse motivo, a nossa subscrição pode assumir mais riscos. Embora esta estratégia de investimento possa ter parecido demasiado adversa ao risco nas épocas de boom, registámos lucros no investimento na primeira metade de 2009, enquanto muitos registaram perdas, e mantivemo-nos estáveis durante a crise financeira. rw: Definitely. We have continued to build the Lloyd’s brand over recent years and it has gone from strength to strength. We have nearly finished our Strategic Review, which is being conducted from a position of strength as opposed to a defensive position. We are asking questions like ‘how can we capitalise on opportunities’, and ‘where should our business focus be’, compared to past reviews that have looked in to what changes we may need to make to improve how we operate. Does Lloyd's have a competitive advantage to its competitors in this current economic climate? rw: Yes we do. Lloyd’s offers a level of security that others struggle to. The subscription market structure means that policyholders can diversify their risk, while our central fund acts as a last resort for both syndicates and insurance buyers. Some commentators have said that business will start coming to Lloyd’s due to this security. From an investment point of view, we have been conservative in our assets so that we can take on more risk in our writing. While this investment strategy may have seemed too risk adverse in the boom times, we recorded an investment profit for the half year for 2009, while many others recorded losses, and have remained stable throughout the financial crisis. the Global recession has negatively impacted on many financial services entities. How has Lloyd's fared? rw: We have fared quite well. Lloyd’s learnt important lessons about dealing with toxic assets in the 1990s and we have transformed our own business since; overhauling our risk management and market oversight. While we are not immune to the financial crisis, a number of commentators have suggested we are a relative safe harbour in this storm, and our ratings have remained stable compared to our peers. a recessão global teve um impacto negativo em muitas entidades de serviços financeiros. como é que o lloyd’s a tem atravessado? rw: Muito bem. Aprendemos lições importantes acerca do tratamento de activos “tóxicos” na década de 90 do século passado e, a partir daí, transformámos os nossos negócios, reformulando a nossa gestão do risco e vigilância do mercado. Embora não estejamos imunes à crise financeira, alguns comentadores têm sugerido que, nesta tempestade, somos um porto de abrigo relativamente seguro. As nossas operações financeiras têm continuado estáveis em comparação com as dos nossos pares. Quais são, na sua opinião, as perspectivas para a indústria de resseguros no próximo ano? rw: No momento presente, o ambiente é estimulante. Há relatórios segundo os quais, em Janeiro, a renovação de resseguros teve uma queda de 6% nos EUA, queda essa que atingiu os 10% no Reino Unido. Uma vez que há também uma ausência de grandes catástrofes, esta situação deverá manter-se. acha que o regime regulador da indústria será esmagado em resultado da destruição do mundo bancário? rw: O que agora enfrentamos não é uma crise dos seguros, mas uma crise bancária. Ao contrário dos bancos, a indústria de seguros está a operar com normalidade, aceitando o risco e pagando os sinistros. Esperamos que os reguladores compreendam e apreciem a diferença. Para o sector financeiro no seu todo, aquilo de que precisamos é de uma melhor regulamentação - não de mais quantidade - que seja proporcionada e equilibrada. A implementação da Solvência II em 2012 é o principal desafio regulatório que defronta o Lloyd’s . Apoiamos firmemente a Solvência II, que achamos ser um desenvolvimento positivo para a conciliação da regulamentação dos seguros dentro da União Europeia e o aumento dos padrões de exigência de gestão de risco. não há dúvida que londres está na mira como centro dos seguros do Mundo. os mercados locais tornam-se cada vez mais fortes e mais negócios são mantidos localmente. o que é que o lloyd’s tem feito para se opor a esta tendência? rw: Embora os mercados emergentes estejam a crescer, estão longe de igualar a importância de Londres e Nova Iorque. Porém, aparte essa situação, reconhecemos a importância dos mercados emergentes e desempenhamos um papel activo na realização de negócios nesses mercados. Abrimos o nosso primeiro escritório na China há quase três anos e fomos o primeiro ressegurador autorizado no Brasil, tendo aberto o primeiro escritório no Rio de Janeiro no ano passado. Também abrimos filiais em Portugal, na Suécia e na Irlanda, todas no ano passado. Estamos ainda a trabalhar com os reguladores na Índia, a fim de sermos autorizados a ter acesso a esse mercado. What do you think is the outlook for the reinsurance industry over the coming year? Entrada do edifício do Lloyd's The Lloyd's building - the entrance rw: It’s a challenging environment at present. There are reports that January reinsurance renewals have dropped 6% in the US and as much as 10% in the UK. With a lack of any major catastrophes as well, this looks to continue. Do you think that the regulatory regime under which the industry operated will be impacted as a result of the meltdown in the banking world? rw: What we currently face is not an insurance crisis, but a banking crisis. Unlike the banks, the insurance industry is working normally, accepting risk and settling claims, and we hope that regulators understand and appreciate the difference. For the financial sector as a whole, what we need is better regulation – not more – and it must be proportionate and balanced. The implementation of Solvency II in 2012 is the principal regulatory challenge facing Lloyd’s. We strongly support Solvency II and consider it a positive development in harmonising insurance regulation within the EU and raising standards in risk management. there is no doubt that London is under attack as the insurance centre of the world. Regional markets are becoming stronger and more business is being retained locally. What has Lloyd's done to counter this trend? rw: While emerging markets are growing, they are far from equaling the dominance of London and New York. With that aside, however, we recognize the importance of emerging markets and actively play a part in doing business there. We opened our first office in China nearly three years ago, and we were the first admitted reinsurer in Brazil, opening an office in Rio de Janeiro last year. We have also opened offices in Portugal, Sweden and Ireland – all last year. We are also working with regulators in the India to be allowed to access that market. “O que agora enfrentamos não é uma crise dos seguros, mas uma crise bancária.” “What we currently face is not an insurance crisis, but a banking crisis.” 9 richard ward o lloyd’s vai continuar a abrir filiais pelo Mundo fora? Qual será a próxima? Will Lloyd's continue to open operations around the World? Where next? rw: Trabalhamos em parceria com o mercado para ver onde há procura. Temos muito interesse em trabalhar na Índia e estamos a analisar opções no Médio Oriente. rw: We work in partnerships with the market to see where there is demand. We are very keen to work in India, and we are still reviewing options in the Middle East. outro desafio que londres enfrenta é o presente regime fiscal do reino unido. Qual a sua opinião sobre os resseguradores que estão a retirar a sua actividade do reino unido? acha que é uma tendência que vai continuar? Qual será o seu impacto na indústria e na posição de londres? Another challenge to London is the current UK tax regime. What do you think about those Reinsurers who are moving their operations out of the UK? Do you think this is a trend that is likely to continue? What impact will this have on the industry and London's position? rw: O facto de estarmos ainda a ver organizações que se reinstalam no estrangeiro e outras que estão abertamente a pensar nisso sugere que o Governo precisa de estar atento e escutar as preocupações do sector para manter o Reino Unido competitivo. rw: The fact that we are still seeing organisations redomiciling offshore and others openly considering it, suggests that the Government needs to take heed and listen to businesses’ concerns to keep the UK competitive. Os impostos são, como é óbvio, um elemento na competitividade global de uma localização, mas não são o único. A nossa função é assegurar que o Lloyd’s continua a ser o mercado de eleição, valorizando os muitos benefícios de fazer negócios neste país, sendo todos eles independentes do regime de impostos. Tax is obviously one element in a location’s overall competitiveness, but is by no means the only element. Our job is to ensure that Lloyd's remains the market of choice by enhancing the many benefits of trading here, which are all independent of the tax regime. Dito isto, é essencial que o Reino Unido seja competitivo no que diz respeito aos impostos, para manter a sua posição como centro financeiro e resistir a perdas significativas de capital e actividade económica. Parece existir uma mudança na maneira como a lloyd’s está a fazer a distribuição dos seus produtos. a abertura do mercado a corretores que não são do lloyd’s é vista por muitos como uma simplificação do mercado. o que pensa desta observação? rw: O Lloyd’s é um mercado de corretores e eles são alguns dos nossos stakeholders fundamentais; por essa razão, faz sentido abrir-lhes o mercado e não levantar barreiras artificiais à sua participação. Permitir que todos os corretores coloquem os negócios deixa-nos mais alinhados com os nossos concorrentes. Os corretores que quiserem negociar com o Lloyd’s terão que ter o mesmo nível de qualidade que os corretores do Lloyd’s. Por esta razão não estamos a simplificar o mercado. como é que a alteração dos estatutos foi realmente entendida pela comunidade de corretores? os corretores locais têm realmente vindo a inscrever-se? rw: Quando mudámos o LRO não esperávamos que se inscrevesse uma grande quantidade de corretores. Foi mais para nos alinhar com os nossos concorrentes e tornar o mercado acessível no futuro. Passemos agora à questão espinhosa do comércio electrónico. o lloyd’s está muito atrás de outros mercados na utilização do comércio electrónico. Por que razão? rw: Há, na realidade, uma grande utilização de tecnologia no mercado do Lloyd’s e não estamos, de modo algum, atrás de nenhum outro mercado. O nosso ponto central passa por assegurar que toda a informação é distribuída electronicamente, deixando a colocação real do 10 That said, it is vital that the UK is competitive in tax terms in order to maintain its position as a financial centre and to stem significant losses of capital and economic activity from the UK. there seems to be a shift in the way that Lloyd's is distributing its products. the opening of the market to non-Lloyd's brokers is seen by many as a 'dumbing down' of the market. What are your thoughts on this comment? rw: Lloyd’s is a broker market, and they are one of our key stakeholders, so it makes sense to open up the market to them and not have any artificial barriers to their participation. Allowing all brokers to place business brings us more in to line with our competitors. Brokers wishing to do business with Lloyd’s will still need to pass the same quality standards as Lloyd’s brokers, so we are not ‘dumbing down’ the market. How has the change in the by-laws actually been perceived by the broking community? Have regional brokers actually been signing up? rw: When we changed the LRO we were not expecting a flood of brokers to sign up. It was more about bringing us in to line with our competitors and making the market accessible in the future. now let us turn to the thorny question of electronic commerce. Lloyd's is a long way behind other markets in the use of electronic trading. Why is this the case? rw: There is actually extensive use of technology in the Lloyd’s market and we’re not behind other market at all. Our focus is to ensure that all information is distributed electronically, leaving the actual placement of risk - the trade between broker and underwriter – to be conducted in the most appropriate manner, whether face-to-face of electronically. Face-to-face trading is a corner stone of how Lloyd’s does business and we do not see this changing. We are currently undertaking several initiatives that will see technology support the trading process, but electronic trading is not something that we are looking to do. richard ward risco - o negócio entre o corretor e os subscritores – ser conduzido da maneira que for mais apropriada, quer seja cara a cara ou por via electrónica. O negócio 'face-to-face' é uma pedra angular na maneira como o Lloyd’s faz negócios e não achamos que isto venha a mudar. Estamos neste momento a tomar várias iniciativas que verão a tecnologia como suporte dos negócios, mas o comércio electrónico não é algo de que andemos à procura. Parece haver, da parte de muitos, a ideia errada de que, utilizando uma plataforma electrónica para negociar, se anuncia a extinção do modelo corretor/ segurador. Que opinião tem a este respeito? rw: Os corretores e os seguradores fazem a negociação de uma enorme quantidade de questões complexas quando se coloca um risco e isto não pode ser substituído por meios electrónicos. Onde a tecnologia oferece uma ajuda extraordinária é no suporte a este processo. como tem evoluído a utilização de soluções tecnológicas pelo mercado desde que tomou posse como ceo? rw: Lembro-me de apresentar os resultados anuais do Lloyd’s em 2005 e dizer que estava a registar-se um grande progresso, de boa qualidade, no uso da tecnologia. Desde esse momento a utilização da tecnologia faz parte dos negócios de todos os dias. Agora o Lloyd’s aprecia, por meio da electrónica, mais de 90% dos sinistros e dos prémios; e também todas as novas apólices são emitidas electronicamente. there appears to be a misconception by many that using an electronic trading platform will signal the demise of the broker/underwriter role. What are your views on this? rw: Brokers and underwriters negotiate a large raft of complex issues when a risk is being placed, and this can not be replaced by electronic means. Where technology helps dramatically is in supporting this process. “Estamos neste momento a tomar várias iniciativas que verão a tecnologia como suporte dos negócios.” How has the market's use of electronic solutions evolved since you took over as ceo? rw: I remember presenting Lloyd’s 2005 Annual results and saying that a lot of good progress was being made in the use of technology. Since then the use of technology is simply part of everyday business. Lloyd’s now sees over 90% of claims and premiums processed via the technology repositories, as well as all new policies are issued electronically. Brokers and managing agents are also taking advantage of new electronic market infrastructure to streamline transactions, lowering their costs and at the same time improving the quality of service to their clients. “We are currently undertaking several initiatives that will see technology support the trading process, but electronic trading is not something that we are looking to do.” We have also successfully launched the Lloyd’s Exchange, which is a messaging hub that will allow the sending and receiving of electronic messages between brokers and underwriters to an ACORD standard. This allows underwriters and brokers to send endorsements, placement messages and other detailed communications using a common standard and a single system interface. The market has greatly supported this, with over 60% of brokers and 80% of managing agents by capacity signing up to use it. Os corretores e agentes estão também a aproveitar as novas infra- estruturas de mercado electrónicas para dinamizar as transacções, reduzindo os seus custos e, ao mesmo tempo, melhorando a qualidade do serviço prestado aos clientes. Também lançámos, com sucesso, o Lloyd’s exchange, um centro de mensagens que vai permitir o envio e a recepção de mensagens electrónicas entre corretores e seguradores, a um nível ACORD. Isto permite que os seguradores e os corretores enviem pedidos de alteração, mensagens de colocação e outras comunicações detalhadas utilizando um nível de qualidade comum e um único interface. O mercado deu a isto um grande apoio, tendo-se inscrito para o utilizar mais de 60% de corretores e 80% de agentes. Vista panorâmica do edifício do Lloyd's ao anoitecer Panoramic view of Lloyd's building at dusk 12 Rever legendas richard ward consegue imaginar o dia em que o lloyd’s siga outros mercados, como o iPe? can you see the day that Lloyd's follows other markets such as IPe? rw: O IPE e o Lloyd’s são mercados completamente diferentes e não podem comparar-se. O IPE é um mercado de compra e venda, com o preço como única variável, ao passo que o Lloyd’s se ocupa de negociações detalhadas entre corretores e seguradores acerca de soluções à medida dos riscos dos clientes. rw: The IPE and Lloyd’s are completely different markets, and can not be compared. The IPE is a buy/sell market with price being the only variable, while Lloyd’s is about in-depth negotiations between brokers and underwriters regarding tailored solutions for clients’ risks. Para terminar, e como estamos no início de 2010, quais foram as suas decisões para o ano novo, se por acaso as tomou? se tivesse de subscrever algumas resoluções a tomar pelo lloyd’s, quais seriam? rw: Para o mercado, seria que continuasse a ser disciplinado na subscrição de negócios, com vista à obtenção de lucros, e não só para obter quota de mercado. Para o próprio Lloyd’s, que continue a tomar iniciativas que melhorem a eficiência do mercado e o acesso a este. onde nasceu/foi educado? Frequentou a universidade? rw: Nasci a oeste de Londres e tenho uma Licenciatura com a informação final de Muito Bom e um Doutoramento em Química Física pela Universidade de Exeter. As it is early in 2010, what were your new Year's resolutions if any? If you had to write some resolutions for Lloyd's, what might they be? rw: For the market, it would be to continue to be disciplined in writing business for profit and not for market share. For Lloyd’s itself; to continue to deliver initiatives that improve the efficiency of, and access to, the market. Where were you born/educated? Did you attend university? rw: I was born west of London and I obtained a First Class Honours degree and a PhD in Physical Chemistry from Exeter University. Are you married? Do you have children? rw: I’m married with two children. É casado? tem filhos? What are your main hobbies? rw: Sou casado e tenho dois filhos. rw: Dinghy sailing, hockey and skiing. Quais são os seus ‘hobbies’? rw: Andar de ‘dinghy’ (pequeno barco a remos), jogar hóquei e fazer ski. Vista em pormenor do edifício do Lloyd's Detailed view of Lloyd's building 13 richard ward José Ribeiro, nascido a 8 de Fevereiro de 1961 em Coimbra, casado com 3 filhos, frequentou o ensino primário e secundário no St. Jullian's School em Carcavelos. Formou-se em Matemática Aplicada na Faculdade de Ciências de Lisboa com média final de 18,3 valores, tendo posteriormente concluído um Mestrado em Matemática Pura no Instituto Superior Técnico (IST) enquanto foi assistente de 1984 a 1987. José Ribeiro um português no lloyd’s A Portuguese at Lloyd’s Em 1987 começou a sua carreira empresarial tendo sido convidado pela ALICO (AIG) para exercer as funções de actuário-chefe e responsável pela área de fundos de pensões. Em 1990 foi convidado para o cargo de director coordenador da Victoria Vida (Grupo Munich Re) onde foi nomeado administrador no ano de 1992, tendo ficado nesta empresa até 1995. Durante este período teve oportunidade de trabalhar em vários projectos na Alemanha e concluir um MBA em Gestao Internacional na Universidade Católica de Lisboa. Em 1995 foi convidado para regressar à AIG nos Estados Unidos, sendo pouco depois transferido para o Brasil, para assumir a posição de director regional da AIG para a América Latina sedeado no Rio de Janeiro. Em 1996 é também nomeado presidente/CEO da AIG para o Brasil cargo que mantém até 1998. Neste ano abandona a AIG para ser CEO do Grupo Delphos no Brasil (joint-venture do Banco Bradesco com a Munich Re, entre outros sócios locais e internacionais) onde fica até 2002. No grupo Delphos teve a oportunidade de criar novas empresas na área da Internet e serviços financeiros tendo tido a sua primeira experiência fora da actividade seguradora. Em 2002 é convidado pelo Grupo Willis para regressar à Europa e à actividade seguradora assumindo a posição de CEO da Willis para a América Latina, sedeado em Londres. Nesta posição assume responsabilidade pelas 17 empresas da Willis espalhadas pela América Latina. Em 2007 abandona a Willis a convite do Lloyd's para assumir a posição de Administrador (CEO) responsável pela Área Internacional do Lloyd's que inclui as seguintes regiões: Europa (incluindo Reino Unido), Ásia, América Latina, África e Austrália. Esta região representa cerca de 18 mil milhões de dólares em prémios de seguro. Nas horas livres gosta de fazer jogging, vela e ensinar matemática aos filhos. 14 José Ribeiro, born February 8, 1961 in Coimbra, is married and has 3 lovely children. He attended primary and secondary education at St. Jullian's School in Carcavelos. He earned a degree in Applied Mathematics at the Faculdade de Ciências de Lisboa (University of Lisbon - Faculty of Science) with a final grade average of 18.3 (out of 20). He went on to earn an M. Sc. in Pure Mathematics at the Instituto Superior Técnico (IST) while working there as a teaching assistant from 1984 through 1987. In 1987 he began his business career, having been invited by ALICO (AIG) to take up a post as chief-actuary and oversee their pension fund department. In 1990, he was appointed Coordinating Manager of Victoria Vida (Munich Re Group) where he became chairman in the year 1992. He held the job until 1995. During this period, he was involved in several projects in Germany and earned an MBA in International Management from the Catholic University of Lisbon. In 1995, he was invited to return to AIG in the United States. A short while later, he transferred to Brazil, where he became AIG Regional Director for Latin America, setting up his head office at Rio de Janeiro. 1996 brought him an appointment as CEO of AIG in Brazil, a position he held until 1998. That year, he left AIG to become CEO to the Delphos Group in Brazil (a joint-venture where Bradesco Bank, Munich Re, and other local and international partners pool their resources), which lasted until 2002. With the Delphos Group, he enjoyed the opportunity of creating new Web-based companies and financial services. This was his first business experience outside the field of insurance. In 2002, the Willis Group invited him back to Europe — and to the insurance business — offering him a job as CEO with Willis for Latin America, with a home office in London. He had to lead 17 Willis-held companies throughout Latin America. In 2007, he left Willis to become Director for International Markets at Lloyd’s, with responsability for the following regions: Europe (including the United Kingdom), Asia, Latin America, Africa and Australia. This region represents 18 billion dollars in insurance premiums. During his spare time he likes to jog, sail, and teach math to his children. Multinational Network Pooling employee Benefits Multinational Network Pooling GEB: Generali Employee Benefits Uma das maiores redes mundiais One of the largest global networks entrevista com Paolo Marini Interview with Paolo Marini Eficiência ou adversidade fiscal? Fiscal efficiency, or just a tax burden? Fringe Benefits em contexto de multinacional Fringe Benefits for multinational companies 15 multinational network p o oling Employee benef its Multinational Network Pooling Multinational pooling (Pools) é o processo pelo qual uma empresa, com dois ou mais locais de risco, coloca os seus seguros numa rede de seguradoras com representação em vários países. Os objectivos? Obtenção de resultados financeiros e um maior controlo dos riscos. Multinational pooling (the establishment of Pools) is the process whereby a company, controlling two or more risk sites, places insurance with a network of insurers represented across several countries. The goal? Obtaining financial results and better risk management. Na área de Employee Benefits as Pools permitem, de uma forma coordenada, a colocação dos seguros ligados aos benefícios dos colaboradores em cada país. Este processo traduz-se na dispersão de risco a nível internacional e consequente partilha de parte das margens geradas a nível global com a Casa Mãe de uma Empresa Multinacional. Os dois principais objectivos da gestão de benefícios através do mecanismo das Pools são a obtenção de resultados financeiros e um maior controlo dos riscos. As Pools assumem assim, antes de mais, um importante papel como veículo financeiro ao serviço das Multinacionais, pelas poupanças de custos passíveis de serem obtidas através de economias de escala. Texto / Text: Ana Mota A ideia-base é utilizar as margens dos países com boa sinistralidade para reduzir ou eliminar as perdas dos países onde possam ter ocorrido mais ou maiores sinistros. Em vez de ser um cliente relativamente pequeno em muitos países, a multinacional pode tornar-se um grande cliente a nível global. Directora Employee benefits Mds emploee benefits managing director When it comes to Employee Benefits, Pools permit the coordinated placement of insurance related to employee benefits in each country. This process leads to the even distribution of risk at the international level and thus the sharing of globally-generated margins with the Head Office of a Multinational Corporation. The two main goals in managing benefits through pools are the financial results and greater control over risk. Pools become, first and foremost, a significant financial vehicle at the service of multinational companies, as they save on costs in a manner possible only within the context of scale economies. The basic idea is to use margins available in countries with good loss expectancy in order to reduce or eliminate losses in countries where more significant disasters may have occurred. So instead of becoming a small client throughout a number of countries, the multinational company becomes a major client on a global scale. mds e-mail: como funciona | how it works [email protected] Subsidiária local Local Affiliate Subsidiária local Local Affiliate Subsidiária local Local Affiliate companhia local POOL Local Company POOL companhia local POOL Local Company POOL companhia local POOL Local Company POOL Final do Ano: Resseguro de 100% do Risco / Close of Fiscal Year: 100% Risk Reinsurance seguradora assume totalidade do risco Insurer takes on total risk dividendo dividend Final do Ano: “Multinational Pooling Report” / Close of Fiscal Year: Multinational Pooling Report casa-mãe da empresa multinacional Multinational Company Head Office 16 multinational network p o o ling Employee ben efits A Casa-Mãe poderá optar por distribuir o dividendo pelos países participantes, aumentando assim a motivação para as suas subsidiárias participarem na Pool e contribuírem para a redução dos seus custos locais com benefícios. Apesar do processo “Multinational Pooling” ser oferecido há mais de 40 anos, trata-se de um mercado em franco crescimento e ainda longe de um estado de real maturação. Embora com diferentes vantagens potenciais consoante o perfil da multinacional, o mecanismo das Pools é uma solução adequada para qualquer empresa multinacional. O número de empresas multinacionais que desfruta actualmente das vantagens de “Multinational Pooling” rondará as 2500, o que é um número francamente baixo. Sobretudo se tivermos em conta que é uma solução adequada a qualquer empresa que se tenha internacionalizado. As multinacionais que o fizeram são apenas as mais conhecidas, logo, uma pequena fatia deste mercado. Na realidade a falta de maturidade deste mercado começa nas próprias multinacionais, que estão muito longe de aproveitar todas as vantagens e soluções a que a sua internacionalização dá acesso. A constituição de uma Pool e os serviços associados a uma network são, nos nossos dias, importantes instrumentos de gestão para todas as empresas que internacionalizem a sua operação e atribuam “employee benefits” fora do seu país de origem. Claro que as multinacionais de maior dimensão, com subsidiárias por todo o Mundo, terão a expectativa de obter dividendos mais elevados. Uma das características relevantes para o sucesso das “Multinational Pooling”, e que as tornam irrecusáveis, é serem uma solução completamente isenta de quaisquer custos para a empresa porque apresenta vantagens intrínsecas para a Seguradora/ Network: ao aumentar o número de países participantes, e consequentemente o número de pessoas seguras, permite a dispersão do risco, o que leva à redução da volatilidade da sinistralidade global e à libertação de parte da margem do prémio de risco. The Head Office may choose to distribute dividends among participating countries, thus providing incentive to affiliates, who will be more willing to take part in the Pool and contribute to local cost reduction with benefits. Although Multinational Pooling has been available for over 40 years, the market is currently growing, and is still a long way from real maturation. The pool mechanism is a suitable solution to any multinational company. However, different companies will draw on distinct potential advantages depending on their profiles. The number of multinationals currently enjoying the advantages in Multinational Pooling is now around 2500, which is a rather small figure. Especially if you consider that this product would be of benefit to any company that has gone international. The multinationals that have adopted the Pool system, are the key players; therefore, they represent a comparatively small slice of the pie. The lack of maturity in the market is attributable to the multinationals themselves, as they do not make the most of the advantages and solutions available to them through their internationalization. The constitution of a Pool and network-associated services are, nowadays, important management tools for any company going international and awarding employee benefits outside their home country. Naturally, larger multinational companies, with affiliates worldwide, may expect more significant dividends. One of the key facts in the success of multinational pooling, which makes it impossible to refuse, is that the solution is completely free of cost to the company. By this we mean that it comes with intrinsic advantages to the Insurer/Network: By increasing the number of participating countries, and consequently the number of people insured, it allows risk dispersion, leading to a reduction in the volatility associated with global loss expectancy and the partial clearance of insurance premium margins. “O número de empresas multinacionais que desfruta actualmente das vantagens de ‹‹Multinational Pooling›› rondará as 2500.” Em vez de ser um cliente relativamente pequeno em muitos países, a Multinacional torna-se um grande cliente a nível global: •A dispersão de risco além-fronteiras permite à Seguradora/devolver à CasaMãe parte das margens geradas a nível global •A Casa-Mãe poderá distribuir esse dividendo pelos países participantes - aumentando assim a sua motivação para participar na “Multinational Pool” e reduzir os seus custos locais com benefícios •Ideia - base: utilizar as margens dos países com boa sinistralidade para reduzir ou eliminar as perdas dos países com mais sinistros Instead of becoming a small client throughout a number of countries, the multinational company becomes a major client at the global level: • Cross-border risk dispersion, allowing the Insurer to return a part of global profit margins to the Head Office. • The Head Office may then distribute such dividends among participating countries, thereby improving their incentive to take part in the Pool and contribute to local cost reduction with benefits. • The fundamental concept: Use profit margins from countries with good loss expectancy to reduce or eliminate losses in countries more adversely affected “The number of multinationals currently enjoying the advantages in Multinational Pooling is now around 2500.” 17 multinational network p o oling Employee benef its Pressupostos: • O País 1 não tem participação local porque se trata de um grupo pequeno. • O País 2 distribui localmente 90% do saldo. • O País 3 distribui localmente 50% do saldo. • De uma forma geral a multinacional pode retornar em média de 8% a 12% dos prémios através do dividendo internacional. Evidentemente, a experiência dos contratos de seguro pode variar de ano para ano, e consequentemente os resultados da cada Pool e respectivos dividendos. Premises: • Country one does not participate locally because the group is small-scale. • Country 2 distributes 90% of its balance locally. • Country 3 distributes 50% of its balance locally. • Generally, a multinational may return 8% to 12% of premiums through international dividend. Evidently, the experience with insurance contract may change year to year, and as a consequence, so will the results from each Pool and its respective dividends. “(…) Ao aumentar o número de países participantes, e consequentemente o número de pessoas seguras, permite a dispersão do risco.” “(...) By increasing the number of participating countries, and consequently the number of people insured, it allows risk dispersion.” Exemplo financeiro dos Ganhos Potenciais | Financial Example of Potential Gains PAÍS | Country 1 2 3 Total Prémio Premium 100,000 200,000 300,000 600,000 Sinistros Claims 50,000 120,000 145,000 315,000 Despesas Contratuais Contract Expense 25,000 40,000 45,000 110,000 Saldo Balance 25,000 40,000 110,000 175,000 0 36,000 55,000 91,000 25,000 4,000 55,000 84,000 Dividendo Local Local Dividend Dividendo Internacional International Dividend Além da expectativa de mais-valias financeiras – a distribuição de dividendos – outro dos factores mais valorizados por multinacionais, provavelmente mais relevante para as de menor capacidade, é o acesso à informação global obtida pela Casa-Mãe através da Seguradora/Network. In addition to expected financial gains — the distribution of dividends — another factor multinationals really prize, and which may be more significant to smallerscale companies, is the access to global information obtained by the Head Office through the Insurer/ Network. A Network disponibiliza ainda à Casa-Mãe da Multinacional sumários dos planos de benefícios em vigor nas suas várias subsidiárias. The Network also provides the multinational’s Head Office with summaries of the benefits programs in place at their affiliates. Esta informação pode ser particularmente útil para a Casa-Mãe averiguar se os benefícios e os inerentes custos estão em linha com as suas “guidelines” nesta área, podendo actuar para conferir uma maior harmonização global. This information may prove especially useful if the Head Office wishes to find out whether benefits and their inherent costs are aligned with their directives on the matter, and may wish to implement greater global harmonization of rules and regulations worldwide. As Network disponibilizam também anualmente relatórios de perdas e ganhos – Pooling Report – onde se informa não só o resultado global, mas também de forma detalhada a performance de cada país. The Networks also provide annual profit/loss statements — pooling reports — reporting not only global results but also breaking down performance per country. Esta informação constitui uma importante ferramenta de gestão, permitindo à Casa-Mãe averiguar o porquê de uma sinistralidade elevada em determinado país/subsidiária: Risco inerente à própria actividade? Inadequação das condições de trabalho? Necessidade de reforçar os níveis de segurança? Em praticamente qualquer país do mundo, e em complemento aos Pooling Reports, a Network disponibiliza igualmente informação sobre quais os benefícios habitualmente atribuídos, o nível de protecção da Segurança Social, legislação aplicável, etc. Este acesso que, além de mais é gratuito, não está facilmente disponível às multinacionais que não adiram a uma Pool. Algumas das Networks apresentam, ainda, soluções adaptadas aos colaboradores deslocados e expatriados. Este tipo de colaboradores, com elevado grau de mobilidade dentro da organização, necessita de soluções flexíveis e adequadas, de difícil enquadramento nos planos disponibilizados pelas Seguradoras locais. 18 This information constitutes an important management tool, allowing the Head Office to determine why a certain country or affiliate presents high loss expectancy: Risk inherent in the business itself? Inadequate working conditions? Is there a need to reinforce security measures? Practically in every country on Earth, to complement Pooling Reports, the Network also provides information on what benefits are usually awarded, the level of protection afforded by Social Security, applicable laws, etc. Such access is not only free but not easily available to multinationals who do not participate in a pool. Some Networks also provide solutions which have been tailored to expatriate/off-country employees. This kind of employee, who enjoys a great deal of mobility within the organization, needs flexible, adequate solutions that are difficult to obtain from local insurers. multinational network p o o ling Employee ben efits A Network pode representar a parceria ideal para suprir estas carências existentes a nível local, inclusive ao nível dos requisitos técnicos e clínicos inerentes ao processo de passagem de um seguro para outro, dado que todo esse movimento fica extremamente facilitado ao ocorrer dentro de Seguradores da própria Network. The Network may represent an ideal partnership through which one can fill local gaps, inheriting all the technical and clinical demands associated with the transfer from one insurance program to another, as of that movement is immensely facilitated when it occurs within insurance companies belonging to the same Network. Resumo das vantagens | Overview of the advantages •Coordenação Central, melhorando o Controlo e Monitorização dos Planos Employee Benefits implementados • Central coordination improving control and monitoring of employee benefit plans that are in place •Informação sobre o tipo de planos de benefícios e o nível de protecção da Segurança Social em todas as regiões do Mundo • Information on all types of benefit plan and the level of protection afforded by Social Security throughout the world •Informação sobre a performance e prática das guidelines de cada subsidiária • Information on affiliate adherence to guidelines • Financial dividends •Dividendo Financeiro •Conta de perdas e ganhos centralizada, combinando e maximizando a performance financeira das apólices Employee Benefits • Loss and gain accounting is centralized, combining and maximizing financial performance of employee-benefit policies • Possibility of harmonized benefits — facilitates employee mobility •Possibilidade de criar harmonização de benefícios – facilitando a mobilidade de colaboradores • No additional cost •Sem custos adicionais • Local contract, local service: Maintaining share of income •Contratos locais e Serviço local - ex: manutenção de participação nos resultados • Increase in local negotiation capacity — scale economy effect •Aumento da capacidade de negociação local – efeito economias de escala Riscos Cobertos | Covered Risk Aplica-se sobretudo ao Seguro de Vida (riscos de Morte e Invalidez), mas também a Acidentes Pessoais e, de uma forma geral, a todos os seguros de pessoas com uma cobertura de risco. This pertains mostly to Life Insurance (death and disability risk), but also to personal accidents and, in general, all insurance provided to persons with risk coverage. Os seguros de Saúde podem ser incluídos na “Pool” mas, na maior parte dos casos, trata-se de uma operação pouco lucrativa pelas margens geralmente negativas geradas por estes seguros. Health insurance may be included in the Pool, although for the most part this is not a lucrative move, as more often than not, this kind of insurance generates negative margins. Os planos de Reforma apenas apresentam margens quando exista um risco (morte, longevidade) que esteja seguro. Assim, não são poolable planos de poupança puros. Pension Plans only generate margins when there is an insured risk (death, longevity). Even so, standard savings plans aren’t poolable. “Os seguros de Saúde podem ser incluídos na ‹‹Pool›› mas, na maior parte dos casos, trata-se de uma operação pouco lucrativa.” “Health insurance may be included in the Pool, although for the most part this is not a lucrative move.” 19 multinational network p o oling Employee benef its Requisitos habituais para constituir uma Pool Common requisites to form a Pool •Normalmente, um mínimo de 100 pessoas seguras no total, mas sem mínimos por país •Mínimo de dois países com contratos em vigor com seguradoras pertencentes à Network •Mínimo de US$ 20,000 de prémio anual agregado • Normally, a minimum of 100 insured persons, without per country minimums. • A minimum of two countries holding valid contracts belonging to the Network Insurers. • A minimum of US$ 20,000 annual aggregate premium. Há cerca de nove Multionatinal Network Pools actualmente a operar no Mundo, sendo normal que as multinacionais seleccionem mais do que uma Pool para permitir, em cada país, a escolha local da seguradora mais adequada à cobertura dos riscos. A selecção deve ter por base as que apresentam as características mais adequadas para a expansão geográfica da empresa, bem como aquelas que fornecem o melhor serviço local. There are about nine Multinational Network Pools currently operating in the world. Multinational companies typically select more than one Pool to work with, allowing them to choose the best insurer to cover a given risk in each country. The selection must be based on the insurers that demonstrate the highest geographic expansion potential to the company, as well as those providing the best local service. Num estádio mais avançado, a experiência de Pooling pode levar à gestão dos riscos através de Cativas. Estas podem chegar a poupanças adicionais de mais 3% a 7%, mas é necessário ter consciência que se passa a assumir os riscos tal como uma Seguradora. At a more advanced stage, the pooling experience may lead to risk management through captives. Captives may yield additional savings of 3%-7%, but we must always remember risk will then be handled as any Insurance company would do. Para se dar este passo é indispensável avaliar bem os riscos, os limites de resseguro disponíveis e assegurar que existe capacidade técnica e administrativa de gestão. Alguns conselhos antes de avançar no estabelecimento de acordos de multinational pooling •Estabelecer localmente um Plano de Benefícios, mas de acordo com guidelines da Multinacional •Ter consciência que, pela sua envolvência internacional, pode ser um processo demorado •Procurar suporte de consultoria •As práticas em cada país são muito diferenciadas, pelo que importa ser flexível e paciente •Ter em atenção as relações das subsidiárias com o mercado local. As soluções de Pooling têm de ser entendidas com uma melhoria e não como uma imposição da Casa Mãe To take such a step, one must carefully assess the risk involved, the reinsurance limits available, and determine that there is technical and administrative management capacity. A few tips before entering into multinational pooling agreements • Establish a local benefit plan according to multinational guidelines • Be aware that the international factors involved may make this a lengthy process • Seek consultants • Practices vary from country to country, so it is important to be flexible and patient • Look into the relationships that affiliates maintain with their local markets. Pooling solutions must be understood as an improvement to the business, not as an imposition from the Head Office Fases para a implementação de uma Pool | Steps to implement a Pool FASE I - DefinIR OBJECTIVOS Definir os objectivos e hierarquizar as prioridades com a implementação de uma Pool: • Redução de custos • Melhoria das condições de subscrição dos riscos (underwriting) • Melhoria do controle dos seguradores locais • Mais e melhor informação de gestão • Informação financeira anual detalhada por apólice • Facilidade na mobilidade de colaboradores entre países Fase 2 - Recolha de Informação sobre as seguradoras da(s) Pool(s) A forma mais simples é solicitar o preenchimento de um questionário para avaliar da imagem e solidez financeira das seguradoras. Este processo deve ter o suporte de um Broker ou consultor local. 20 Step I - Define Goals Defining goals and getting your priorities straight when you implement a Pool: • Cost reduction • Improving risk underwriting • Improving control over and for local insurers • More and improved management information • Detailed, annual financial statement per policy • Facility of the mobility of workers between countries Step 2 – Gather Information on the Insurers that Make up the Pool The easiest way is to conduct a survey on the public image and affluence of insurers. This process must be supported by a local broker or consultant. multinational network p o o ling Employee ben efits Fase 3 – Análise Step 3 - Analysis A análise dos resultados deve ter em conta os aspectos qualitativos e quantitativos. É importante, além do factor custo considerar as coberturas oferecidas e os níveis de serviço. When you analyse results, quality as well as quantity must be considered. Other than the cost factor, you must consider the coverage and service levels on offer. Fase 4 – Implementação Step 4 - Implementation Após selecção das Networks com maior potencial, deverá ser dada indicação local às subsidiárias de quais as seguradoras com que devem trabalhar (representantes desses mesmos Pools). Terá de ser garantido, no mínimo, a manutenção das melhores condições locais. Nesta fase é essencial o suporte de broker ou consultor. Once you have selected the highest-potential Networks, local affiliates should be advised on the insurers they should work with (representatives of those Pools). At the very least, one must secure the maintenance of the best local conditions available. At this stage, the support of a broker or consultant is essential. Tipos de Pools | Pool Types Existem dois tipos de Multinational Networks: There are two kinds of Multinational Networks: A: A: As pools tipo A apresentam como principal vantagem a maior facilidade de coordenação operacional entre os diferentes países, pois o centro de coordenação é o próprio grupo segurador. A centralização dos processos dá maior flexibilidade e agiliza bastante as decisões. Type A pools demonstrate one major advantage: easier operational coordination among different countries, as the coordination center is the insurance group itself. Centralized processes provide greater flexibility and speedier decision-making. As que pertencem a um só grupo segurador, exemplos: GEB (grupo Generali), Zurich e Pool AIG Como desvantagem, a escolha da Companhia em cada país está limitada à seguradora do grupo nesse país. Those that belong to a single insurance group, e.g.: GEB (Generali Group), Zurich and the AIG Pool A drawback is that the Company’s choice in each country is limited to the group insurer in that specific country. GENERALI Generali Employee Benefits (GEB) é parte integrante do grupo Assicurazioni Generali. Com sede em Trieste, a Assicurazioni Generali SpA (Generali) foi criada em 1831. O Grupo Generali é uma das maiores seguradoras da Europa como investidor no mercado de capitais e está entre as cinco principais seguradoras do Mundo em termos de facturação de prémios de seguros. Criada em 1966, a GEB tem sede em Bruxelas e escritórios regionais em Frankfurt, Londres, Viena, Hong Kong e Parsippany (E.U.A.). Beneficia do suporte financeiro do grupo do Grupo Generali e opera em mais de 70 países através de equipas especialistas em Employee Benefits e exclusivamente dedicadas a este área. Esta rede é reconhecida pelas multinacionais como flexível e muito próxima na resolução dos problemas. É líder e a mais experiente rede na gestão de cativas na área de EB. Generali Employee Benefits (GEB) is incorporated into the Assicurazioni Generali Group. With a head office in Trieste, Assicurazioni Generali SpA (Generali) was established in 1831. The Generali Group is one of the largest insurance companies in Europe and, an investor in the capital market, and one of the top five insurers in the world regarding insurance premium turnover. GEB was created in 1966, with a head office in Brussels and regional branches in Frankfurt, London, Vienna, Hong Kong and Parsippany (USA). GEB benefits from the financial support of the Generali Group. It operates across 70 countries through dedicated teams specializing in Employee Benefits. The network is acknowledged by multinationals to be flexible and highly proficient when it comes to problem-solving. It is the leading company concerning management of EB captives. Zurich Employee Benefits Network - ZEBN Com sede em Zurich, na Suíça, a rede ZEB nasceu há cerca de 30 anos da necessidade de oferecer soluções adaptadas às necessidades dos clientes multinacionais do grupo segurador Zurich. Está presente em cerca de 50 países e a representação é feita maioritariamente por seguradoras do grupo. With a head office in Zurich, Switzerland, the ZEB Network was born some 30 years ago out of a need to offer solutions tailored to the necessities of the multinational clients of the Zurich insurance group. It operates in 50 countries and is represented mostly by group-driven insurers. AIG A AIG Global Benefits Network é composta por seguradoras AIG (84) e por outras empresas associadas do Grupo. Esta estrutura permite dar-lhe assistência em mais de 100 países. A primeira multinational Pool data de 1953 e actualmente é umas das pools que se encontra mais preparada para dar suporte às empresas multinacionais na gestão de cativas na área de EB. Entre os seus clientes contam-se algumas das mais prestigiadas empresas mundiais, incluindo 50 das 100 referenciadas pela revista Fortune. Está presente nos mercados emergentes, como China, Europa Oriental, Índia e Vietname e de uma forma geral, a rede AIG distingue-se pelo desenvolvimento de soluções inovadoras. AIG Global Benefits Network is comprised of AIG insurers (84) and other group associates. This structure allows it to provide support in over a hundred countries. The first multinational pool emerged in 1953, and nowadays it is one of the pools best positioned to support multinational corporations in captive EB management. Among its clients you will find a number of prestigious world-class companies, including 50 of the Fortune 100 highest-ranking businesses. You will find it operating in emerging markets, such as China, Eastern Europe, India and Vietnam. In general, the AIG network is well known for its development of innovative solutions. 21 multinational network p o oling Employee benef its B: B: As pools tipo B, de uma forma geral, escolhem em cada país os seguradores melhor referenciados na gestão de employee benefits, o que pode ser uma garantia de qualidade de serviço. Sendo seguradores de referência à partida são os preferidos localmente. Type B pools will, in general, choose the best-ranked insurers in each country to deal with employee benefits, which may guarantee quality of service. With a solid reputation, these will be preferred local partners. As que agregam diferentes seguradoras, exemplos: IGP, Insurope e Swiss life. No entanto, a coordenação central não apresenta o mesmo grau de agilidade e rapidez nas decisões, pois as Companhias pertencem normalmente a grupos seguradores distintos, sendo por isso também mais difícil obter condições bonificadas para subsidiárias com um menor número de colaboradores. Those that are aggregates of several insurance companies, such as IGP, Insurope and Swiss life. However, central coordination is not as flexible or fast, as companies will belong to distinct insurance groups; for the same reason, it is that much harder to obtain the best deals for affiliates with a smaller number of employees. IGP Fundado em 1967, o IGP foi um dos pioneiros nos processos de Multinational Pooling e é líder em termos do número de multinacionais e pessoas seguras em gestão nas suas Pools. IGP é uma divisão da John Hancock E.U.A., que é uma subsidiária da Manulife Financial Corporation. Destaca-se por ser um grupo segurador líder em serviços financeiros com sede em Toronto, no Canadá. É a maior empresa de seguro de vida na América do Norte e a quarta maior do Mundo em produtos de capitalização. Com sede em Boston, opera em 65 países e é uma das redes com maior prestígio e das mais reconhecidas pelas Multinacionais. A escolha das seguradoras representantes em cada país baseia-se nos critérios de estabilidade, forte know-how e liderança na área de EB. O IGP actua em cada mercado através de executivos de conta apoiados por vários departamentos que prestam suporte quer a nível técnico, quer a nível de Marketing. Tem escritórios em Bruxelas, Singapura e Tóquio que assistem directamente o atendimento da rede na Europa e na Ásia. Hoje, o IGP trabalha com cerca de 820 empresas multinacionais e mais de 5.220 filiais em todo o Mundo. A rede IGP organiza regularmente para os seus clientes multinacionais seminários sobre vários temas de recursos humanos e mais especificamente na área de benefícios. Established in 1967, IGP pioneered Multinational Pooling and leads the field in terms of the number of multinationals and persons insured through its Pools. IGP is a division of John Hancock USA, which is a subsidiary of Manulife Financial Corporation. It stands out as a leader in financial services and its current head office is in Toronto, Canada. IGP is the largest life insurance company in North America and fourth largest in the world concerning capitalization products. With offices in Boston, it operates in 65 countries and is one of the most prestigious networks and a preferential partner to multinational corporations. Choice of insurer per country is based on criteria of stability, established know-how, and leadership in EB. IGP is present in international markets through account executives, supported by several departments rendering technical and marketing support. It has branch offices in Brussels, Singapore and Tokyo that drive network service throughout Europe and Asia. Currently, IGP is working with 820 multinational corporations and more than 5,220 affiliates worldwide. The IGP organizes regular seminars for its multinational clients on several human resources topics, and especially dealing with benefits. insurope A INSUROPE é uma associação de seguradoras Vida independentes entre si, cuja cooperação é supervisionada e controlada por um Comité Executivo. Foi criada no final dos anos 60 com o objectivo de dar suporte às empresas multinacionais suas clientes na área de EB. Está representada em mais de 80 países no Mundo inteiro. Tem sede na Bélgica (em Bruxelas) e cinco escritórios de coordenação nos E.U.A. - Nova Iorque Michigan, Califórnia e em dois locais, em Connecticut, que gerem também as operações da América Latina e Canadá. Tem ainda uma operação montada no Reino Unido e escritório em Singapura e Xangai para apoio ao negócio na zona da Ásia Pacífico. Além da estrutura especializada que trabalha nos escritórios centrais, a rede dispõe de equipas especializadas em cada um das seguradoras representantes da rede. Tem actualmente sob gestão cerca de 550 contas multinacionais, que correspondem a cerca de 5.500 planos locais. Curiosamente, apesar de ser uma rede com origem e sede na Europa, o negócio proveniente de empresas multinacionais americanas representa cerca de 55% do total. INSUROPE is an association of mutually independent life insurers. Their cooperation is supervised and controlled by an Executive Committee. It was established in the late 1960s to provide support on EB to its multinational clients. It is represented throughout 80 countries worldwide. With head offices in Belgium (Brussels) and five coordinating branch offices in the USA - New York, Michigan, California, and two Connecticut sites, which also manage operations in Latin America and Canada. It also runs an operation in the United Kingdom and offices in Singapore and Shanghai to support business in the Asia/Pacific region. Not only does the network boast a dedicated structure in place at the head office, but also specialist teams in each of the insurers participating in the network. It currently manages some 550 multinational accounts, which correspond with 5,500 local plans. Curiously enough, being a European network, business from American multinationals represents around 55% of their turnover. swiss life A Swiss Life Network é uma associação de algumas das principais empresas de seguro de vida e das redes mais antigas - acerca de 50 anos - a operar nesta área, com representação em mais de 70 países. A Swiss Life Network tem sua sede em Zurique, na Suíça, onde trabalham equipas de profissionais especializadas e é reconhecida pela sua experiência e pelo grau de confiança que proporciona aos seus clientes. Swiss Life Network in association of some of them leading life insurers and some of the oldest networks - approximately 50 years old - operating in the field, and is represented throughout 70 countries. Swiss Life Network has a head office in Zurich, Switzerland, where specialist professionals drive its business. Swiss Life is known for its experience and the degree of trust it places in its clients. 22 multinational network p o o ling Employee ben efits Principais networks a operar nos mercados Europeu e da América Latina Main networks operating throughout the European and Latin American markets AIG *92 PAÍSES | COUNTRIES GENERALI *86 IGP *60 INSUROPE *79 SWISS LIFE *64 ZURICH *51 Zurich Argentina Cia. De Seguros ARGENTINA Alico Seguros Generali SMG Life HSBC - New York Life Galicia Vida Compañia de Seguros AUSTRALIA Aig Australia Comminsure AMP Life Limited AXA Hannover Life Tower Life/ Zurich Australian Life Wiener Städtische Zuerich VersicherungsAktiengesellschaft AUSTRIA Gothaer/Aig Europe Generali Victoria-Volksbanken Uniqa BAHRAIN Alico Bahrain National Life - - - - BELGIUM Ethias/Aig Europe Generali Fortis Insurance Fortis Insurance Delta Lloyd Vivium BRAZIL Unibanco Uniseg Generali Mapfre Brazil HSBC Seguros Icatu Hartford Seguros Companhia de Seguros Minas Brasil Vida e Previdência BULGARIA CANADA CHILE CHINA COLOMBIA CYPRUS Generali - Uniqa Insurance plc - Bulstrad DSK Life AIG Life Sun Life Financial Manulife Financial Standard Life Great West Life Industrial Aliiance Insurance La Interamericana ING Chile Mapfre Compañia de Seguros de Vida de Chile - Cruz Del Sur Chilena Consolidada Seguros de Vida AIA Generali Taiping Ping An Ping An Life New China Life AIG Colombia Generali Pan American de Colombia - Seguros Bolivar Compañia de Seguros Bolivar S.A. ALICO - - Universal Life Aspris Pronia - AMCICO AIG Life Generali AXA zivotní pojist'ovna Uniqa pojistovna a.s. Kooperativa ING Nationale-Nederlanen Topdanmark/AIG Europe A/P Pension PFA Pension Danica Pension Danica Pension/PFA Pension/IHI Nordea Liv & Pension CZECH REPUBLIC DENMARK AIG Life Bulgaria FINLAND FRANCE GERMANY GREECE HONG KONG HUNGARY INDIA IRELAND Tapiola Tapiola Mandatum Life Madatum Life Ilmarinen Fennia Life Quatrem Generali AXA France Vie GAN Swiss Life Groupe Médéric Gothaer/AIG Europe Generali/Central Krankenversicherung Victoria Alte Leipziger Swiss Life Zurich Deuscher Herold Lebensversicherungs AG ALICO AIG Life/ Interamerican Generali Ethniki Hellenic General Universal Life (Hellas) Aspis Pronia - AIA Generali AXA China Region Manulife Sun Life Hong Kong Zurich Life AHICO AIG Life Generali AEGON Hungary Groupama UNION Biztosito ING Nationale-Nederlanden Kotak Mahindra Life Insurance ICICI Prudential Life Insurance Company TATA - AIG Generali Max New York Life HDFC Standard Life Friends First/AIG Life Irish Life Irish Life Assurance Hibernian Life & Pensions Irish Life Eagle Star Life Assurance ITALY AIG Life/Unionvita Generali Fondiaria-SAI S.p.A Fondiaria-SAI S.p.A Apulia Previdenza Zurich Investment Life Spa/ Zurich Insurance Ireland JAPAN ALICO/AIG Star/AIG Edison Mitsui Dai-ichi Asahi Mutual/AXA Meiji Yasuda Life Nippon Life Baloise Life Foyer Vie Fortis Luxembourg Fortis Insurance Luxembourg Swiss Life Dexia Life & Pensions - Middle Sea - - - - AIG-Mexico Generali Seguros Monterrey New York Life Grupo Nacional Provincial Seguros Inbursa Zurich Vida Compania de Seguros S.A. - - - RMA Watanaya - Zurich Vida Compania de Seguros S.A. NETHERLANDS Achmea/AIG Europe Generali ASR Insurance Delta Lloyd Zwitserleven - NEW ZEALAND LUXEMBOURG MALTA MEXICO MORROCCO AIA Sovereign Tower New Zealand AXA New Zealand Hannover Life - NIGERIA - - - - - - NORWAY Vital Forsikring/Gjensidge Vital Forsikring Storebrand Storebrand Danica Pension/Vital Forsikring Nordea Liv/Vital Forsikring PANAMA PERU POLAND PORTUGAL ALICO Generali PALIC Sagicor Life Assa Compania de Seguros - Pacifico Vida Mapfre - Pacifico Vida - Rimac International Seguros AMPLICO AIF Life Generali Warta Life Assurance Commercial Union Compensa Zycie ERGO Hestia S.A. Zurich Companhia de Seguros Alico/aig Life Ireland Generali Victoria Seguros T-Vida/Tranquilidade Groupama Seguros ALICO Qatar Insurance Company ACE - - - AIG Life Asigurari Generali - Aviva Asigurari de Viata - Omniasig Life AIG Life Ingosstrakh Aviva Insurance Company, ZAO ERGO Life Ltd. Rosgosstrakh Insurance Company ERGO Life Ltd. - Zurich Life Insurance Company Ltd. QATAR ROMANIA RUSSIA SAUDI ARABIA ALICO - - - - - - - - - AIA Great Eastern Aviva HSBC Insurance NTUC Income Insurance TM Asia Life Singapore Ltd. AMSLICO Generali AXA zivotní pojist'ovna a.s. Uniq Poistovna Kooperativa poist'ovna ING NationaleNterlanden poist'ovna a.s. SLOVENIA - Generali Victoria-Wolksbanken - - Zavarovalnica Tilia d.d. SOUTH AFRICA - Hollard Old Mutual Life Sanlam Momentum Life Alexander Forbes life Zurich Vida España SENEGAL SINGAPORE SLOVAK REPUBLIC ALICO/AIG Life La Estrella (Generali) Caja de Seguros Reunidos, CASER España S.A. Vida Caixa LF Group/AIG Europe Generali Pan Europe/Euro Accident SPP SPP Liv Danica Pension Zurich Life Swiss Mobilar/AIG Europe Generali/Helvetica/Sanitas AXA Winterthur life Bâloise Swiss Life/Helsana Zurich Lebensversicherungs - Gerellschaft/Zurich SPAIN SWEDEN SWITZERLAND TUNISIA - Maghrebia - - - - TURKEY Ameriacan Life Hayat Sigorta Generali/Anadolu Hayat/ Anadolu Sigorta Yapi Kredi Emeklilik A.S,/ Yapi Kredi Sigorta A.S. Basak Groupama Emeklilik/ Basak Groupama Sigorta New Life Yasam Sigorta A.S. Anadolu Hayat Emeklilik ALICO Oman Insurance Company - - - Zurich Life U.A.E. UKRAINE UNITED KINGDOM UNITED STATES URUGUAY VENEZUELA *Total de países | Total of countries ALICO AIG Life Generali Garant Life - Uniqa Life Rosgosstrakh - AIG Life/Remedi Generali/Europ Assitance/ BUPA AXA PPP/Canada Life Canada Life/BUPA UnumProvident Zurich Eagle Star Life AIG American General Sun Life Financial/ UnitedHealth Group Prudential Prudencial Financial Fort Dearborn Life UNUM Group /Zurich US, A&H ALICO Mapfre Mapfre Uruguay - - - Seguros Venezuela Seguros Venezuela Mapfre La Seguridad - Seguros Comerciales Bolivar Surich Seguros S.A. Fonte: BI, 9 Março 2009 | Source: BI, 9 March 2009 23 multinational network p o oling Employee benef its GEB: Generali Employee Benefits Uma das maiores redes mundiais One of the largest global networks Paolo Marini Director – Vendas, Marketing & Comunicação dos escritórios do geb a nível mundial Em que consiste o GEB? What does GEB consist of? PAOLO MARINI (PM): O ‘Generali Employee Benefits’ (GEB) é uma unidade estratégica do grupo Generali, com sede em Bruxelas e escritórios em localizações-chave em todo o mundo: Londres, Frankfurt, Viena, Hong Kong, Xangai, Singapura, Dubai, New Jersey, Atlanta, São Francisco. Em 2010 planeamos abrir mais dois escritórios, na Índia e em Miami, Florida, com cerca de 100 especialistas dedicados unicamente aos ‘employee benefits’ internacionais. São todos profissionais de seguros experientes, com uma média de mais de 15 anos em cargos superiores, que falam várias línguas e estão à vontade para tratar, a nível de administração, com empresas multinacionais e os seus assessores. Cerca de 1400 companhias multinacionais confirmam diariamente a sua confiança na nossa organização, contando com o GEB para as necessidades de seguros dos seus colaboradores. PAOLO MARINI (PM): Generali Employee Benefits (GEB) is a strategic unit of the Generali group, with headquarters in Brussels, with offices in key locations around the world: London, Frankfurt, Vienna, Hong Kong, Shanghai, Singapore, Dubai, New Jersey, Atlanta, San Francisco. We plan to open two additional offices in 2010 in India and Miami, FL. Some 100 specialists uniquely devoted to international employee benefits staff these locations. They are all experienced insurance professionals, with average seniority of over 15 years, speaking several languages and at ease in dealing at management level with multinational corporations and their advisors. Some 1.400 multinational companies confirm their trust in our organization daily by relying on GEB for their personnel’s insurance needs. Director – Sales, Marketing & Communication of GEB’s international offices. Bio: Paolo Marini tem a responsabilidade global das vendas, marketing e comunicação dos escritórios do GEB a nível mundial. É uma função característica de uma sede, que implica muitas viagens, assim como um conhecimento seguro dos mercados de ‘employee benefits’ em todo o Mundo, a direcção de cerca de 50 pessoas espalhadas por todos os continentes e a relação com vários clientes, corretores e consultores Bio: Paolo Marini has the global responsibility for sales, marketing and communication activities carried out throughout the world by GEB’s international offices. It is a head office function implying a lot of travel as well as a certain knowledge of the employee benefits markets around the world, management of about 50 people scattered across all continents and relationship with several major clients, brokers and consultants. 24 Quando teve início este programa e porque razão se formou como unidade integrada de ‘Employee benefits’ com gestão internacional? PM: Numa atitude inovadora, a Generali fundou a sua rede de ‘employee benefits’ há quase 45 anos, em 1966. Se os clientes que, nas décadas de 60 e 70, nos escolheram ainda hoje estiverem vivos, são todos nossos clientes. Já festejámos com vários desses clientes os 40 anos de parceria, confirmando assim a longevidade do nosso modelo de negócio. A razão principal desta atitude, tão perspicaz naquela altura, foi a firme convicção, que temos ainda hoje, de que as empresas grandes não podem ser dirigidas por uma abordagem desconexa, isoladas por país ou mesmo por subsidiária. Estes clientes merecem ser tratados a nível de grupo, sem uma visão limitada, concentrada numa única árvore, enquanto se perde de vista a floresta no seu todo. Em quantos países está representado? PM: Actualmente, o GEB reúne mais de 120 companhias de seguros a operar em 95 países e continua a crescer a bom ritmo. A Índia e o Kasaquistão são apenas as operações mais recentes. Planeamos entrar no Vietname em 2010. Seguimos os nossos clientes multinacionais onde quer que os negócios os levem e, simultaneamente, contribuímos para a expansão do grupo Generali. A nossa rede inclui companhias que são propriedade da Generali, joint ventures e parceiros sem relações dependentes de acções com o grupo Generali, todos eles ligados pelos mesmos tratados de resseguro. Em cada um destes 85 mercados, ‘nework links’ bem informadas, seleccionadas entre os nossos parceiros locais, representam o GEB no terreno e servem os nossos clientes segundo o mais alto nível de competência e integridade. When did this program begin and why was it formed as an integrated and internationally managed unit of Employee benefits? PM: With a pioneering move Generali founded its employee benefits network almost 45 years ago, in 1966. All the clients that chose us in the sixties and seventies are still with GEB today, if they still exist. With several of them we already celebrated 40 years of partnership, thus confirming the longevity of our business model. The main reason for such a far-sighted move at that time was the firm belief, which we still hold today, that large corporations cannot be handled with a fragmented approach, in isolation by country or even by factory. These clients deserve to be treated at group level, free from narrow views concentrating on a single tree while losing sight of the forest. How many countries is it represented in? PM: Today GEB gathers over 120 admitted insurance companies in 95 countries and it is steadily growing. India and Kazakhstan are just the most recent additions and we plan to enter Vietnam in 2010. We follow our multinational clients wherever their business takes them and at the same time we contribute to the expansion of the Generali group. Our network includes Generali-owned companies, joint ventures and partners with no shareholding relationship to the Generali group, all linked with the same reinsurance treaties. In each of these 95 markets, knowledgeable “network links” selected within our local partners represent GEB on the ground and serve our clients according to the highest standard of competence and integrity. multinational network p o o ling Employee ben efits Que espécie de ‘Pools’ comercializa o GEB e quais são as diferenças entre eles? What kind of Pools does GEB commercialise and what differences are to be found between them? PM: O GEB oferece vários tipos de ‘pools’, diferentes nos níveis de protecção dos resultados e nos métodos de partilha de riscos com os Clientes. O leque de oferta compreende, entre outros, instrumentos de compensação de resultados como mecanismos de ‘stop loss’ total a parcial das perdas que transitam de um exercício para os seguintes, com ou sem franquia. Não se trata de produtos fechados: cada um é o resultado de uma negociação específica, reflecte a experiência de determinado cliente e denota um certo grau de personalização que é a norma quando os nossos Clientes se encontram entre as maiores empresas do Mundo. Na realidade, a partir do estudo de satisfação do cliente que realizámos em 2008 entre corretores, consultores e clientes, verificou-se que a flexibilidade era um dos mais fortes trunfos do GEB. A acrescentar a isto, o GEB é o líder mundial do resseguro de riscos de ‘employee benefits’ para Cativas: um nicho de mercado que está em rápida expansão e que introduz níveis novos de complexidade e lealdade mais elevados na relação com um grupo multinacional. PM: GEB provides several types of pools, differing in the levels of protection of the revenue and the method of sharing risk with the clients. They range from full to partial stop-loss, to loss carry forward, with or individual excess of loss protection... These are not off-the-shelf products: each of them is the result of a specific negotiation, reflects the experience of one single client and features a certain degree of customization which is the norm when your counterparts are the world’s biggest corporations. In fact, from the customer satisfaction survey we carried out in 2008 among brokers, consultants and clients, it turned out that flexibility was one GEB’s strongest assets. In addition, GEB is the world leader in reinsurance of employee benefits risks to captive insurance companies: a special niche which is fast expanding and which brings the relationship with a multinational group to whole new levels of complexity and loyalty. Quais são as principais diferenças entra a oferta do GEB e a de outras redes? PM: Precisamente desde a sua fundação, o GEB funcionou numa base de resseguro a partir de cada segurador local para a sede, diferindo do modo de operar da concorrência, permitindo sempre que se encare a relação com o cliente a partir de um ponto de vista verdadeiramente global. A nossa representação geográfica, o investimento em infra-estruturas tecnológicas e administrativas para gerir resseguros a partir de 120 companhias cedentes, às quais os nossos clientes podem aceder, e, finalmente, o grande entusiasmo e profissionalismo dos nossos colaboradores contam certamente muito no sucesso do GEB hoje e nas suas perspectivas de futuro. Por fim, certamente que nos dá paz de espírito sabermos que a protecção dos colaboradores está entregue a um grupo segurador caracterizado por quase dois séculos de actividade ininterrupta e algumas das melhores informações financeiras do ramo. What main differences are there between GEB’s offer and that of other networks? PM: Since its foundation, GEB has always operated on the basis of reinsurance from each local insurance carrier to the head office, differing from the operating mode of the competition and always allowing us to view the relationship with a client from a truly global standpoint. Our sheer geographic representation, the investments in technological and administrative infrastructures to manage reinsurance from 120 ceding companies which our clients can access and finally the passion and professionalism of our people do count very much in GEB’s success today and its prospects for the future. Finally, it certainly gives peace of mind to know that employees’ security is entrusted to an insurer featuring nearly two centuries of interrupted activity and some of the industry’s best financial ratings. 25 multinational network p o oling Employee benef its Fringe Benefits em contexto de multinacionais Fringe Benefits for multinational companies Eficiência ou adversidade fiscal? Fiscal efficiency, or just a tax burden? O objectivo de garantir um nível de rendimento equivalente aos colaboradores de multinacionais, localizados em diferentes Estados, muitos deles deslocalizando-se geograficamente ao longo da sua vida activa ao serviço da mesma organização, constitui, sem dúvida, um dos maiores desafios que actualmente se colocam a estas entidades. Indo além da remuneração base ou fixa, estas organizações oferecem hoje aos seus colaboradores um conjunto, mais ou menos amplo, de incentivos e benefícios, podendo apresentar a seguinte tipologia de agregação: •Compensação por resultados Modalidades de participação nos resultados ou de incentivo a melhores desempenhos com base em lucros da entidade patronal; Texto / Text: Ana Teixeira de Sousa consultora fiscal •Transporte individual Pagamento de despesas, fornecimento de trans porte ou de viatura individual; sócia da FSO consultores fiscal consultant partner at FSO consultores Bio: Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Pós-graduação em ‘Estudos Europeus / Direito Comunitário’ na mesma Universidade 15 anos de experiência na área fiscal, a maioria dos quais passados no Departamento Fiscal de duas das “Big Four” como responsável pela área Human Capital e Employee Benefits e pela área dos Planos e Fundos de Pensões, tendo saído para integrar a FSO Consultores. Professora convidada do Mestrado em Gestão Fiscal do ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. 26 Bio: Degree in Law from the Law School of the Universidade Católica Portuguesa in Lisbon. Post-graduate certificate in “European Studies/EC Law” at the same University. 15 years’ experience on tax matters. Most of the period was spent at the Tax Department within two of the “Big Four,” leading the sections for Human Capital and Employee Benefits; and for Pension Plans and Funds, respectively. She left to join FSO Consultants. One of the guest lecturers at the MBA in Fiscal Management at the ISCTE. •Segurança e Protecção Esquemas complementares de segurança social e protecção na vida/invalidez; •Saúde Protecção do próprio e do seu agregado familiar na doença; •Serviços Pessoais Fornecimento de bens e serviços relacionados com necessidades individuais, no exercício profissional e nos tempos livres; •Educação e Formação Compensação de despesas com formação e educação do próprio e dos seus familiares. Por outro lado, a centralização na atribuição de alguns destes benefícios é uma medida de melhoria de gestão Nowadays, multinational corporations face a significant hurdle. They must ensure that employees are paid according to a principle of equivalence, especially those who move from one country to another throughout their active lives at the service of the same organization. More than a base, fixed salary, these organizations now offer their employees a number of incentives and benefit plans, which may be grouped in the following way: • Compensation for company revenue Participation in company revenue or incentives for good performance based on the employer's profits; • Individual transportation Paid expenses, arranged transportation or company car; • Security and protection/coverage Complements to social security, life/disability coverage; • Health The employee and their family receive health coverage; • Personal Services Supply of goods and services connected with indivi dual needs both professional and personal; • Education and Training Payment of education and training expenses, for the individual and their family. Centralizing the attribution of some benefits goes a long way toward improving management and more rational human resource policies. However, to determine a fair and balanced compensation scale and remove obstacles to the free circulation of workers can be helped or hindered by a number of factors, namely local rules and regulations concerning multinational network p o o ling Employee ben efits e racionalização das políticas de recursos humanos. Contudo, o objectivo de nivelamento de benefícios e eliminação de obstáculos à livre circulação de trabalhadores pode ser facilitado ou dificultado por um conjunto de factores, nomeada-mente pela regulamentação local aplicável em termos de legislação laboral, de segurança social ou fiscal. Efectivamente, são áreas em que não existe harmonização, mantendo-se os Estados plenamente soberanos para fixar as suas próprias regras. A título exemplificativo, mas bem ilustrativo daquilo que tem sido o esforço das empresas, Estados e da própria União Europeia para ultrapassar os obstáculos de ordem fiscal à mobilidade dos trabalhadores, atente-se ao caso dos Planos de Pensões subscritos por empresas a favor dos trabalhadores. Um primeiro grande passo dirigido à eliminação das fronteiras fiscais decorre da jurisprudência do Tribunal de Justiça Europeu nos já celebres casos Danner (C-136/00) e Skandia (C-422/01) em que o Tribunal determinou que as contribuições para fundos de pensões estrangeiros devem beneficiar das mesmas deduções fiscais daquelas contribuições que são entregues a fundos de pensões nacionais. Nesta sequência a Comissão Europeia notificou, em 2003, Portugal, Espanha, Bélgica e França para adaptarem as suas legislações, o que Portugal concretizou em 2005, quer a nível do IRS quer em sede de IRC. Não obstante, mantêm-se um conjunto de obstáculos ou factores de distorção fiscal que, não só poderão dificultar a atribuição transfronteiriça de benefícios decorrentes de Planos de Pensões internacionais, como exigem uma rigorosa quantificação de custos e um adequado conhecimento das legislações fiscais nacionais e planeamento tributário, de entre os quais destacamos: labour laws, social security or tax laws. In fact, there is no international harmonization here. States and governments are entirely free to determine local rules. A significant example, not untypical of the efforts that companies, governments and the EU itself do to overcome tax hurdles that impede worker movement, are the Pension Plans subscribed by companies on behalf of their employees. One of the first steps geared towards the elimination of fiscal borders comes from the rulings of the European Court of Justice on the now-famous trials of the Danner (C-136/00) and Skandia (C-422/01) cases, where the Court determined that contributions toward foreign pension plans must benefit from the same tax deductions as contributions handed over to national pension funds. As a result, in 2004 the European Commission notified Portugal, Spain, Belgium and France that they should adapt their legislation. Portugal complied in 2005, adapting both the IRS (personal income tax) and the IRC (company income tax). Yet a set of obstacles or fiscal distortions remain. These may not only impede the cross-border award of benefits tied with international pension plans but they also demand strict cost management and adequate knowledge of national fiscal regulations and tax structures, among which the following stand out:paid out. Other states, however, where certain kinds of plans may be concerned, follow a “TEE” scheme, which entails the taxation of contributions and not benefits. This lack of country-to-country coherence, associated with worker mobility, may lead to double taxation or non-taxation, which must be resolved or attenuated via Double Taxation Agreements. 27 Multinational network P o oling eMPloyee BeneF its i. regimes de dedução fiscal das contribuições para planos de pensões i. tax-deduction schemes on contributions towards pension plans Existem diferenças substanciais nos regimes e limites da dedução fiscal, em cada Estado, a nível das contribuições entregues pelas empresas e pelos indivíduos. Atente-se, a título ilustrativo, no seguinte quadro resumo: There are substantial differences among schemes and limits to tax deductions in each country, which is why companies and individuals provide varying contributions. The following table summarizes a number of differences: dedução Fiscal de contribuições para Planos de Pensões (simplificação) | tax-Deduction on contributions toward Pension Plans (simplified) conTribuição | COnTRIBuTIOn PaÍs | COunTRY enTiDaDe eMPregaDora | EMPLOYER TrabalhaDor | wORkER BelgiuM 12% ou 32% da Massa salarial* 12% or 32% of payroll basis* 12% ou 32% 12 or 32%* united kingdoM até £215.000** up to £215,000** até 100% do salário anual** up to 100% of annual salary** united states até 25% do salário** up to 25% of salary** até $15.500** up to $15,500** JaPan até JPy 23.000 ou JPy 46.000 por mês* up to JPY 23,000 or JPY 46,000 a month* n/a* n/A* netherlands limitada pelos limites dos benefícios e contribuições Limited by restrictions on benefits and contributions limitada pelos limites dos benefícios e contribuições Limited by restrictions on benefits and contributions sPain até €10.000 ou €12.500** up to €10,000 or €12,500** até €10.000 ou €12.500 up to €10,000 or €12,500 Portugal até 15% ou 25% da massa salarial up to 15% or 25% of payroll basis até €2.000/ano up to €2,000 a year * Plano de contribuição Definida ** Planos fiscalmente elegíveis /* Plan with predefined contribution ** Fiscally eligible plans ii. tributação das contribuições na fase da entrega | capitalização | pagamento de benefícios ii. tax on contributions upon delivery | capitalization | payment of benefits A maior parte dos Estados segue um regime de “EET” que significa que as contribuições não são tributadas na fase da entrega nem da capitalização mas apenas na fase do pagamento de benefícios. No entanto, em alguns Estados, ou relativamente a determinado tipo de Planos, segue-se o regime “TEE” que nos reconduz à tributação das contribuições e não dos benefícios. Esta falta de harmonização, associada à mobilidade dos trabalhadores, pode conduzir a situações de dupla tributação ou não tributação, que terão que ser resolvidas ou atenuadas por recurso a Acordos de Dupla Tributação. Most governments adhere to an “EET” scheme, meaning that contributions toward payment plans are not taxed when they are remitted to the pension fund, nor when they are capitalized, but only when benefits are paid out. Other states, however, where certain kinds of plans may be concerned, follow a “TEE” scheme, which entails the taxation of contributions and not benefits. This lack of country-to-country coherence, associated with worker mobility, may lead to double taxation or non-taxation, which must be resolved or attenuated via Double Taxation Agreements. Concluindo, parece ser absolutamente essencial uma constante monitorização, por parte das empresas, multinacionais ou não, da acção dos Estados e instituições europeias, nomeadamente decisões do Tribunal de Justiça Europeu, que tentam encontrar uma solução adequada para os obstáculos fiscais à transferência de direitos de pensão acumulados para fundos de pensões dentro e fora dos EstadosMembros, combinando a manutenção dos direitos de pensão com uma maior mobilidade laboral. 28 In essence, there appears to be the need for constant vigilance from companies, whether multinational or not. Governments and European institutions are constantly working to find an adequate solution to the fiscal obstacles to the transfer of accrued pension rights across pension funds both in and outside EU Member-states, combining the maintenance of pension rights with greater mobility for workers. steve Jackson 30 steve Jackson um apaixonado pela américa latina A passion for Latin America Steve Jackson “toda a américa latina é um mercado emergente” “The whole of Latin America is an emergent market” director das holdings cooPer gay Para a aMÉrica latina MAnAGInG DIRectoR, LAtIn AMeRIcA, cooPeR GAY HoLDInGs Steve Jackson tem muitos desejos. Quer trabalhar numa indústria seguradora mais eficiente na cobertura das pessoas contra catástrofes naturais, mas também ambiciona mais transparência neste sector e mais tempo para dedicar à família. Com 27 anos de experiência na Cooper Gay, um dos maiores brokers de seguros e resseguros do Mundo, dirige actualmente a operação da América Latina, onde se sente praticamente “em casa”. E não tem dúvidas de que o futuro será feito de grandes oportunidades de negócio. Steve Jackson has many wishes. He wants to work in an insurance industry which is more efficient in covering people against natural disasters, but also seeks more transparency in the sector - and more time to devote to his family. With 27 years of experience at Cooper Gay, one of the biggest insurance and reinsurance brokers in the World, Steve is currently managing its operations in Latin America, where he feels almost at home. And there’s no doubt that the future will be one of great business opportunities. ser um profissional do mercado segurador não era, certamente, o seu desejo de infância. Porque acabou por escolher esta carreira profissional? When you were a child, you probably didn’t wish to work in the insurance market. Why did you choose this job? Why the insurance market? steve Jackson (sJ): Tem toda a razão, nenhuma criança diz que quando for grande quer trabalhar no mercado segurador. E eu não fui excepção. Na verdade, lembro-me que cheguei a desejar trabalhar na gestão de hotéis, mas depois não segui esse caminho. Mas o meu pai já lidava com este sector e quando acabei os estudos estava sem ideias sobre o que fazer e foi ele que me aconselhou a experimentar trabalhar na rede de corretores do Lloyd's. steve JAcKson (sJ): You are absolutely right, no child says that he wants to work in the insurance market. And I wasn’t an exception. In fact, I remember that I even wanted to work in hotel management, but I didn’t follow that path. But my father worked in this business and when I left school I had no idea what to do and it was him that suggested that I should try to work in the Lloyd’s insurance brokers network. Que memórias tem do trabalho do seu pai no mercado segurador? como é que uma criança via aquele trabalho? sJ: Na verdade, o meu pai passou 25 anos a trabalhar na indústria seguradora. Trabalhava na Royal Insurance Company e passou esses 25 anos a viver em diversas partes do Mundo. A principal recordação que tenho era a de ver o meu pai sempre a viajar. De dois em dois anos mudávamos de país. What do you remember about your father's job? How did a child see the industry? sJ: Actually, my father worked for 25 years in the insurance market. He worked for The Royal Insurance Company and spent those 25 years working in different parts of the World. As a child, I didn’t really appreciate the industry. What I recall is my father travelling a lot and having to move country every two years. 31 steve Jackson “Comecei como estagiário de corretor e a pouco e pouco comecei a achar aquele trabalho muito interessante.” “I started as a trainee broker and gradually I realised that it was a very interesting job.” hoje confirma que essa necessidade de viajar se mantém nesta actividade. People travelled a lot at that time and can you confirm that it is still the same today? sJ: Completamente. Tenho em Londres a minha base, mas efectivamente viajo muito por todo o Mundo. Eu nasci em Lexter, no Norte de Inglaterra, mas não vivi lá muito tempo. Quando fiz um ano comecei a viajar com os meus pais e a viver em diferentes cidades, incluindo em África e na América Latina. Ter visto os meus pais a viajar por todo o Mundo fez-me querer viajar também, mas ao mesmo tempo querer ter uma base, que está em Londres, onde vivo há 27 anos. É importante ter uma base para onde regressar após as viagens. sJ: Absolutely. I am based in London, but I really travel a lot around the whole World. I was born in Lexter, in the North of England, but did not live there long. At the age of 1 I moved with my parents to different cities of the World, including in Africa and Latin America. I saw my parents travelling a lot around the World, and that’s why I also wanted to travel, but at the same time I want to have a base, and my base is in London, where I have lived for 27 years. It’s important to have a base to come back to. How did you start your carreer? como foram os primeiros passos nesta sua carreira? sJ: Entrei na Cooper Gay há 27 anos. Foi aí que comecei como estagiário de corretor e a pouco e pouco comecei a achar aquele trabalho muito interessante, sobretudo porque conhecia muitas pessoas de sítios muito diferentes do Mundo. Quando saí da escola não tinha qualquer qualificação relevante para este trabalho. Foi a partir daí que comecei a frequentar os cursos que me permitiam realizar os exames necessários para progredir nesta carreira profissional. como define o seu papel dentro da cooper gay? Qual é a sua missão? sJ: Actualmente estou a gerir toda a operação da Cooper Gay na América Latina. Como já vivi na região, compreendo bem a cultura local e tenho a sorte de ter aprendido a falar espanhol desde muito cedo, desde os 3 ou 4 anos. tem mais dificuldades com o Brasil? “Cada país tem o seu próprio estilo de abordagem ao mercado segurador e de negociação. O México é muito diferente da Colômbia, por exemplo, e ambos são muito diferentes do Chile.” “Each country has its own style of approach to the insurance market and trading. Mexico is very different from Colombia, for example, and both are very different from Chile.” 32 sJ: Sim, é verdade. Infelizmente não consigo lidar tão bem com a língua portuguesa, como lido com a espanhola. É certo que graças à experiência que tenho tido com os mercados português e brasileiro já consigo perceber e até ler português, mas não sei falar a língua. A leitura não é tão difícil porque se assemelha muito ao espanhol, mas entender uma conversação já é muito mais complicado. ter vivido a cultura da américa latina é hoje uma mais-valia para o seu trabalho? sJ: Para quem não entende a mentalidade da América Latina é natural que esta pareça difícil de compreender à primeira vista. Na verdade, a postura da região face aos seguros não é muito diferente da europeia, até porque estamos a falar de uma indústria muito globalizada. As coberturas e os produtos são relativamente similares em todo o Mundo. No entanto, a forma como se actua nestes países pode ser diferente, assim como a forma como se aprecia determinada cobertura ou como se encaram os produtos. E, obviamente, cada país tem o seu próprio estilo de abordagem ao mercado segurador e de negociação. O México é muito diferente da Colômbia, por exemplo, e ambos são muito diferentes do Chile. Que países são mais maduros em termos de indústria seguradora? sJ: Eu lido sobretudo com a área de seguros para catástrofes e aqui todos estão mais ou menos ao mesmo nível de maturidade porque já lidam com estes seguros e com o mercado londrino há muito tempo. A linha de produtos que não está tão desenvolvida é a de seguros pessoais e também a área das responsabilidades, que ainda está relativamente pouco desenvolvida nestes países. sJ: I started 27 years ago at Cooper Gay as a trainee broker and gradually I realised that it was a very interesting job, particularly because I had the opportunity to meet lots of people from different places. When I left school I didn’t have any relevant qualifications for the job. Then I started to take the relevant exams and made some progress in my career. How do you define your role at cooper Gay? What’s your mission? sJ: At the moment, I’m managing director of the Latin American operations at Cooper Gay. I’ve lived in Latin America, I’ve always had an appreciation and a good understanding of the local culture and I‘m lucky because I learned Spanish at a very early age. I have spoken Spanish since I was 3 or 4 years-old. so you probably have more difficulties with Brazil… sJ: Yes, it’s true. Unfortunately, I can’t deal with the portuguese language as well as I deal with Spanish. Thanks to the experience I have had with the Portuguese and Brazilian markets, I can understand and even read portuguese, but I can’t speak the language. Reading is not so difficult because it’s similar to Spanish, but understanding a conversation is very difficult for me. As you lived in a Latin American culture, do you think it is an advantage in your work? sJ: For those who don’t understand the mentality of Latin America it’s difficult to understand at first. In fact, they see the insurance market as no different to any European country, as we are talking about a highly globalized industry. The services and the products are relatively similar throughout the world. But the way it works in these countries may be different, as well as how to appreciate certain coverage or the way they view their products. And of course, each country has its own style of approach to the insurance market and trading. Mexico is very different from Colombia, for example, and both are very different from Chile. Which countries have a more mature insurance market? sJ: I work specifically with natural catastrophes and in this area all the countries are at relatively the same level of maturity because they have dealt with this insurance and the London market for a long time. The product line that is not so developed is personal lines and also the area of responsibility, which is still relatively undeveloped in these countries. 33 steve Jackson “Acredito que há um grande potencial nas linhas de seguros pessoais, cujo mercado local é ainda muito pouco competitivo face à indústria europeia ou norte-americana.” “I believe there is great potential in personal lines, competition in the local market is still low compared to the European or North American markets.” Mas que países da américa latina podem ser considerados emergentes neste mercado segurador? But what Latin America countries could be considered emergent markets in this insurance industry? sJ: Do ponto de vista das linhas de seguros pessoais, toda a América Latina pode ainda ser considerada com um mercado emergente. Há talvez alguns países com maior robustez do ponto de vista regulatório. O Chile pode ser um exemplo e a Colômbia também. Mas há outros países latino-americanos que têm ainda muito para melhorar a este nível. sJ: On personal lines, the whole Latin America can be considered an emergent market. Maybe there are some countries with greater robustness of the regulatory environment. Chile could be an example and Colombia as well. But there are other Latin American countries that still have a lot to improve at this level. e a que linhas de produtos reconhece maior potencial de crescimento nos próximos tempos? sJ: Eu acredito que há um grande potencial nas linhas de seguros pessoais, cujo mercado local é ainda muito pouco competitivo face à indústria europeia ou norte-americana. E ao nível das responsabilidades, a população está a ficar mais desperta para os seus direitos e para aquilo que pode exigir e reivindicar. Estamos a falar de países com elevada densidade populacional, muita pobreza e muitas necessidades de protecção que estão ainda a descoberto. a pobreza é uma das dificuldades a enfrentar na abordagem a este mercado? sJ: Efectivamente é um grande desafio para os profissionais, até porque a pobreza é também responsável por grande parte da instabilidade política que se vive nestes países. Mas há sinais positivos, de crescimento económico, que talvez possam atenuar um pouco os índices de pobreza. como antevê o futuro deste mercado latino-americano? sJ: Eu acredito que a América Latina tem um grande potencial, sem dúvida, e olhando especificamente para a minha área é fácil perceber que muitos países da América Latina têm uma grande exposição a catástrofes naturais. Veja-se o caso do México, por exemplo, que já foi afectado por sismos, furacões e inundações. Haverá necessidade de proteger a Economia do impacto destas catástrofes, mas o facto de a densidade populacional também estar a aumentar motiva maiores necessidades nas linhas de seguros pessoais. E a Cooper Gay estará lá para cobrir essas necessidades. Temos um longo historial de envolvimento com a América Latina, onde operamos desde o final dos anos sessenta. Actualmente temos uma posição muito relevante neste mercado latino-americano, nos principais países, com um nome que já ganhou notoriedade. Por isso estamos confiantes na captação de oportunidades emergentes. como avalia a maturidade do mercado brasileiro de seguros? e como perspectiva a sua evolução? sJ: O Brasil está relativamente bem desenvolvido ao nível do mercado segurador e na área de bancassurance está especialmente bem desenvolvido, em comparação com outros mercados latinoamericanos. O que não está tão desenvolvido é o resseguro e esse é um problema para os operadores, que precisam desse suporte para os seus negócios. 34 And what kind of product lines have more potential to grow in the future? sJ: I believe there is great potential in personal lines, competition in the local market is still low compared to the European or North American markets. And at the level of responsibility, the population is becoming more awake to their rights and what they can demand and claim. We are talking about countries with large populations, lots of poverty and big needs for protection in areas which are still uncovered. so, poverty is one of the difficulties to faced in this market? sJ: Indeed it’s a huge challenge for the professionals, because poverty is also responsible for much of the political instability that happens in these countries. But there are positive signs of economic growth, which could reduce some poverty. How do you see this Latin American market in the future? sJ: I believe that Latin America has a great potential, without any doubt, and specifically from my areas point of view, Latin America countries have a large exposure to natural catastrophes. Look at Mexico, for example, which has been affected by earthquakes, hurricanes and floods. There will always be the need to protect the Economy from the impact of these disasters, but the fact that the population density is increasing also motivates the greatest needs in the personal product lines. And Cooper Gay will be there to meet those needs. We have a long history of involvement with Latin America, which has been operating since the late sixties. Currently, we have a very important position in the Latin American market, in the major countries, and with a great brand name. That’s why we believe there are some emerging opportunities. How do you see the maturity of the Brazilian insurance market? And how do you predict its evolution? sJ: Brazil is relatively well developed in the insurance market and is especially well developed in the area of bancassurance in comparison with other Latin American markets. What is not so developed is the reassurance market and this is a problem to insurance players that need some support for their business. steve Jackson a importância do escritório de Miami The importance of the Miami office "Recentemente a Cooper Gay decidiu abrir um novo escritório em Miami, em resposta à evolução dinâmica do mercado latino-americano. Nos últimos dez anos, quase todos os territórios da região registaram os efeitos da globalização. Hoje, em alguns seguradores mundiais como a Liberty, Zurich, Mapfre e conta Chartis, o mercado latino-americano representa mais de 50% do rendimento subscrito e essa situação só tende a aumentar ainda mais. Miami é a capital financeira não oficial da região e foi escolhida por muitos destes players globais como pólo regional e, como tal, muitas das decisões de subscrição de resseguro são tomadas lá. Do outro lado da equação de resseguro, a cidade é também anfitriã de um número crescente de resseguradores regionais especializados cuja quota de mercado está a aumentar rapidamente. O propósito do escritório de Miami da Cooper Gay passa pela a prestação de serviços aos escritórios situados em cada região, aumentar e melhorar a nossa relação comercial com os resseguradores locais” “Cooper Gay recently decided to open a new office in Miami in response to the evolving dynamic of the Latin American Market. Over the past ten years or so almost all territories in the region have experienced the effects of globalization. Today in a number of markets global Insurers such as Liberty, Zurich, Mapfre and Chartis account for over 50% of the total income written and this situation is only likely to increase further. Miami as the unofficial financial Capital of the region has been chosen by many of these global players as their regional hub and as such many of the Reinsurance buying decisions are taken there. On the other side of this Reinsurance equation, the City is also host to a growing number of regional specialist Reinsurers whose market share is rapidly increasing. Cooper Gay Miami’s role is to service the regional head offices and increase and improve our trading relationship with the local Reinsurers.” Fonte: Mike Hernandez Source: Mike Hernandez Vice-Presidente Sénior para os Assuntos Regionais, Cooper Gay América Latina Senior Vice President for Regional Treaty, Cooper Gay Latin America 35 steve Jackson “o Brasil oferece excelentes oportunidades” “Brazil offers excellent opportunities” cooper gay no Mundo A Cooper Gay foi fundada em 1965 por Derek Cooper e David Gay. De acordo com dados estatísticos de 2008, é o 5º maior broker de resseguro do Mundo, com mais de 25 escritórios em 19 países e mais de 660 colaboradores. Principais linhas de negócio: property, responsabilidade civil, engenharia e construção, riscos profissionais & financeiros, riscos políticos & terrorismo, marítimo & aeroespacial, recursos naturais, resseguro, wholesale. VN 2009: 100 milhões de libras cooper gay na américa latina A Cooper Gay está presente na América Latina desde a década de 80. Este mercado representa aproximadamente 20% do volume de negócios da Cooper Gay Holdings Limited. O mercado da América Latina representa 2,5 % do negócio segurador Mundial. Que importância tem o mercado brasileiro para a cooper gay? How important is the Brazilian market to cooper Gay? sJ: É um mercado ainda relativamente novo para nós, mas sabemos que tem potencial. Antes de lá entrar esperámos até ter sinais de que o mercado ressegurador iria abrir, por isso só temos uma operação forte no Brasil há quatro anos. Hoje estamos em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. É um mercado enorme e, como tal, torna-se numa excelente oportunidade para nós e para outros operadores. Sentimos que vamos enfrentar uma forte concorrência nos próximos anos. sJ: It is still a relatively recent market for us, but we know it has a huge potential. We waited until we saw signs that the reinsurance market would open, so we have only had a strong operation in Brazil for four years. We are in Rio de Janeiro and Sao Paulo. It is a huge market and it’s an excellent opportunity for us and for other players. We feel that we will be facing some big competitors in a couple of years. como descreve a sua relação com a Mds Brasil? sJ: Temos uma óptima relação, que começou com José Manuel Fonseca e a equipa portuguesa. Estamos atentos a boas oportunidades de negócio que possam resultar dessa parceria. Para a MDS Brasil, este novo mercado aberto é uma novidade a que ela se está ainda a adaptar e para a Cooper Gay é a oportunidade para trabalhar com um grande broker do Brasil. Ambos temos de entender os mercados uns dos outros, as nossas idiossincrasias e a forma como tudo funciona. lembra-se de quando conheceu José Manuel Fonseca? sJ: Fomos apresentados há uns quatro anos, por um amigo comum, que trabalha em Vigo. Fiquei muito bem impressionado. Obviamente não me esqueci desse encontro. Temos excelentes relações com a MDS, em Portugal, e acredito que há muito para explorar na nossa relação de negócio, com benefícios para ambas as partes. How do you describe your relationship with MDs Brazil? sJ: We have a great relationship established with José Manuel Fonseca and the Portuguese team, and we are open to great business opportunities that may occur. To Lazam, this newly opened market is an innovation that needs some adjustments and for Cooper Gay it’s the opportunity to work with a great broker in Brazil. We both have to understand each other’s markets, our idiosyncrasies and the way everything works. Do you remember how did you met José Manuel Fonseca? sJ: We were introduced four years ago, by a mutual friend that works in Vigo. I was very impressed. Obviously, I didn’t forget that meeting. We have a great relationship with MDS and I believe that there is a lot to explore in our business, with advantages for both sides. Do you have any predictions to the insurance market? cooper Gay Worldwide Cooper Gay was founded in 1965 by Derek Cooper and David Gay. According to 2008 statistics, Cooper Gay is the world's fifth largest reinsurance broker with more than 25 offices in 19 countries and over 660 employees. Main business areas: property, casualty, construction & engineering, professional & financial risks, political risks & terrorism, marine & aerospace; natural resources, reinsurance, wholesale. Turnover 2009: £100 million cooper Gay in Latin America With a presence in Latin America since the 1980's. Latin America represents approximately 20% of Cooper Gay Holdings Limited turnover. The Latin American market represents 2,5 % of World Insurance. 36 como prevê a evolução do mercado segurador? sJ: Olhando para o futuro, antevejo uma indústria com muito menos papel, o que é algo positivo. Também antevejo um futuro mais científico e transparente, onde os prémios são calculados de forma mais científica. E gostaria de ver a indústria seguradora a dar uma resposta eficiente a outros aspectos prioritários para as populações e que são cada vez mais falados porque afectam todo o Mundo, como o são as catástrofes naturais. Fico sempre muito triste quando vejo que a indústria seguradora não consegue dar resposta a uma catástrofe. No futuro é preciso encontrar uma forma de proteger melhor as pessoas. sJ: I see an industry with much less paper, which is something positive. I also believe the future will be more clear and scientific, where premiums will be calculated in a more scientific way. I would like to see the insurance industry being able to give an efficient response to other priority aspects to populations around the world, like natural catastrophes, which affect the whole world. I become very sad when I see the insurance industry unable to respond to a natural catastrophe. In the future, we must find a way to protect people even better. today how do you define cooper Gay? And how do you see it in the future? como define hoje a cooper gay? e como a vê no futuro? sJ: A Cooper Gay é hoje um dos principais brokers de seguro e resseguro independentes do mundo. Temos uma presença global e uma dimensão verdadeiramente internacional, com uma rede de 25 escritórios na Europa, Américas, Ásia e Ásia-Pacífico. Detemos uma posição de mercado única e acreditamos que a podemos expandir à escala mundial, através de ambiciosos planos de crescimento para o futuro. sJ: Cooper Gay is one of the world's leading independently owned insurance and reinsurance brokers. We have a global presence and truly international reach, with a network of over 25 offices operating from countries across Europe, the Americas, Asia and Australasia. We have a unique market position and believe that we can extend it on a worldwide scale, with ambitions growth plans for the future. Fora do mercado segurador, quem é steve Jackson? outside the insurance market, who is steve Jackson? sJ: Algumas pessoas acreditam que nem sequer existe algum Steve Jackson fora do trabalho. Tenho 45 anos e uma das minhas resoluções de Ano Novo é tentar reservar mais tempo para a família e para praticar desporto. Gosto de ténis, de golfe e de squash, mas não tenho tido tempo para praticar. E obviamente quero passar mais tempo com os meus filhos, de 16 e 13 anos. Quero dedicar-me mais à família. sJ: Some people believe there is no Steve Jackson outside work. I’m 45 years-old and one of my New Year’s resolutions is to find more time to dedicate to my family and to play sports. I like tennis, golf and squash, but I don’t have time to play. And, obviously, I want to spend more time with my kids, who are 16 and 13 years old. I really want to dedicate more time to my family. Jorge luZZi 38 Jorge luZZi The Global Risk Manager Jorge Luzzi os desafios de trabalhar na Pirelli The challenges of working in Pirelli Prémios de carreira: Outro marco importante na carreira de Jorge Luzzi é o RIMS Goodell Award, o prémio que recebeu em 2002 e que mais aprecia. Foi a primeira vez que o prémio foi atribuído a um não anglo-saxónico e esta organização representa um mercado onde as questões de Risk Management estão mais desenvolvidas. “Para mim foi um grande orgulho receber este prémio”. Lifetime awards: Another highlight in Jorge Luzzi’s career was the RIMS Goodell Award, which he received in 2002. It’s a favorite by far. This was the first time the award was given to a non-AngloSaxon. This organization represents a market where Risk Management issues benefit from heightened awareness. “I am very proud of this award.” Quando Jorge Luzzi começou a sua carreira estava longe de imaginar os desenvolvimentos profissionais que viria a ter e os desafios que teria de ultrapassar. Mas com uma personalidade aberta aos contactos pessoais e uma disponibilidade para relacionamento internacional, o caminho estava facilitado e o desenvolvimento profissional como Risk Manager garantido. When Jorge Luzzi started his career, he could not possibly imagine the professional path he would follow, or the hurdles he would have to overcome. Open to meeting new people and engaging them one-on-one, willing to pursue an international career, the path ahead was clear and professional development as a Risk Manager was the way to go. Com pais de origem italiana e suíça, Jorge Luzzi nasceu na América do Sul, em Buenos Aires, Argentina, mas formou-se em Itália tornando-se um coração aberto ao mundo. O seu crescimento e formação na região da Lombardia, bem como a sua origem sul-americana, foram provavelmente os ingredientes necessários para se tornar um profissional de reconhecida competência, com grande sensibilidade para as relações humanas e diferenças culturais entre países. Possui quatro passaportes - suíço, italiano, argentino e, o mais recente, brasileiro, adquirido por casamento com a sua mulher, a qual viria a conhecer graças a um tema em comum: o Brasil. Filha de um alto quadro da Nestlé no Brasil, a sua mulher acabou por viajar para esse país ainda muito jovem. Mais tarde regressou à Suíça para uma pós-graduação. Born to italian and swiss parents in Buenos Aires, Argentina, he studied in Italy, where he discovered that his heart was open to the world. Growing up in Lombardy, gifted with a South American background, he became a competent professional attuned to human relationships and cultural differences among countries. He currently holds four passports — swiss, italian, argentinean and now a brazilian one, through his marriage. He met his wife thanks to a shared interest in Brazil. She was the daughter of a highly positioned Nestlé official in Brazil, and had lived in the country from an early age. Later in life she would return to Switzerland for postgraduate studies. A carreira de Jorge Luzzi começou no início da década de 80, num representante de uma seguradora japonesa e logo a seguir num corretor de seguros, a actual Marsh. Foi curto o período em que esteve nestas duas empresas e em que desempenhou funções de prestação de serviços a Risk Managers, tendo mudado para uma empresa farmacêutica. Jorge Luzzi’s career began in the early 1980s, working at a branch of a Japanese insurance broker and soon after at another broker that would become the company we now know as Marsh. He didn’t stay long at either company, where he assisted Risk Managers. Luzzi took a job with a pharmaceutical company. 39 Jorge luZZi Vista exterior do edifício sede da Pirelli, durante o dia Exteriour view of Pirelli headquarters, by day A empresa em causa era a suíça Ciba-Gigy (actualmente Novartis), próxima das suas origens. Nessa altura ficou colocado no Departamento de Seguros, então autónomo e não integrado em qualquer outra área, por exemplo a contabilidade. Já existia na Suíça um corretor cativo que lidava apenas com o risco químico, dada a sua especificidade e por ser muito difícil de colocar este risco no mercado de seguros. Este corretor era responsável também pela cativa de seguros da empresa e foi um dos primeiros contactos que Luzzi teve com a moderna abordagem de Risk Management. This was Swiss company, Ciba-Gigy (now trading as Novartis), a company he felt culturally close to. At the time he was placed with the Insurance Department which was then autonomous, rather than subordinated to another area, such as Accounts. Switzerland already boasted a captive insurer that dealt only in chemical risks; these were highly specific and extremely hard to shop for in the insurance market. This broker was also responsible for the company’s insurance captive and offered one of Luzzi’s first encounters with modern approaches to Risk Management. da suíça para o Brasil From Swiss to Brazil “O desafio era grande: colocar os riscos brasileiros nos programas globais do Grupo Pirelli com seguradores internacionais.” “Major challenge: placing brazilian risk within the Pirelli Group global programs and with international insurance brokers.” 40 Em 1987 ingressa no Grupo Pirelli e fica destacado, por um período de quatro meses, na Suíça num Departamento Central/Corporativo de Seguros, sediado em Basileia, de que albergava a gestão de uma rede de brokers cativos. Uma abordagem muito particular de como o Grupo geria os seguros, o que actualmente já não acontece. In 1987, Luzzi joined the Pirelli group and was placed, for four years, in Switzerland. There he joined the Central/Corporate Insurance Department, with a head office in Basel that centralized the management of a captive broker network. This was a rather peculiar approach to insurance management and is no longer current. Em 1993, continuando no Grupo Pirelli, troca a Suíça pelo Brasil. Entre as razões que justificam essa deslocalização há duas que, segundo Luzzi, mostram a grande evolução deste tema no seio da companhia: a primeira está relacionada com o facto de a empresa abandonar o conceito de brokers cativos para passar ao conceito de Risk Management, com um departamento próprio para estes temas. A outra, de nível mais conjuntural, está relacionada com a existência de incertezas e indefinições na América do Sul sobre estes temas e uma eventual alteração no mercado de seguros no Brasil. Assim, inicia funções neste país para implantar o conceito de gestão de risco como o entendemos agora. In 1993, still with the Pirelli Group, Luzzi leaves Switzerland for Brazil. Among the reasons behind the move, Luzzi points out two that typify remarkable evolution within the company: The first is connected with the company discarding the concept of captive brokers and embracing the Risk Management concept, and instating a specialist department for each relevant area. The other one is connected with the uncertainty and lack of definition in South America where risk management themes are concerned, and possible changes in the Brazilian insurance market. The way he saw his job was, he would implement the concept of risk management as we have come to understand it. A vida não foi fácil para este gestor vindo da Europa. O desafio era grande: colocar os riscos brasileiros nos programas globais do Grupo Pirelli com seguradores internacionais, pois havia questões regulamentares importantes para ultrapassar com a autoridade do sector, o IRB. Este departamento, com um desempenho muito positivo, viria a concentrar no Brasil, já em 2001, todas as actividades de Risk Management do Grupo Pirelli na América Latina, América do Norte, Extremo Oriente e Austrália (Oceânia). Uma verdadeira função corporativa que servia vários negócios e países a partir de São Paulo, no Brasil. Segundo Luzzi, esta abordagem faz todo o sentido pois se assim não for não se consegue ter poder negocial. The European manager was in for a bumpy ride. Major challenge: Placing Brazilian risk within the Pirelli Group global programmes and with international insurance brokers raised significant regulatory issues that he had to take up with the sector authority in Brazil, the IRB. His department delivered very positive outcomes and Brazil, as early as 2001, would become the center of all Pirelli Risk Management activities in South America, North America, Far East and Australia. True and inspiring corporate leadership serving several businesses and countries from São Paulo, Brazil. According to Luzzi, this is the only way to maintain leverage in business. Jorge luZZi Na altura, e ainda hoje, o mercado brasileiro é por si só muito grande para o Grupo e que quase rivaliza com Itália, estando o grupo organizado com dois grandes centros corporativos em Milão, Itália, e outro em São Paulo, Brasil. O funcionamento deste departamento assentava numa gestão centralizada no departamento chefiado por Luzzi, incluindo a responsabilidade por grandes países como a China e os Estados Unidos. Em Itália eram geridas as outras regiões do mundo como a Europa, Médio Oriente e África. Em 2005, por decisão do Grupo, foi solicitado que Luzzi voltasse a Itália para chefiar todas as actividades de gestão de risco do Grupo Pirelli a nível mundial. At the time, much like today, the Brazilian market was vast and nearly outperformed Italy. The Group is organized around two major corporate centers in Milan, Italy and São Paulo, Brazil. The department ran on centralized management led by Luzzi, and took on responsibility for large countries such as China and the United States. Italy managed other parts of the world, namely Europe, Middle East and Africa. In 2005, the Group asked Luzzi to return to Italy and there lead all Pirelli risk management activities at the global level. como se forma um gestor de risco how to make a Risk Manager Hoje em dia as funções de um Risk Manager podem ser muito variadas e obrigam a lidar com todos os tipos de riscos que os negócios colocam, o que dá origem a situações por vezes difíceis de gerir. Esta é uma realidade que Jorge Luzzi está habituado a ultrapassar. Luzzi diz que “cresceu com a profissão…” e considera que aprendeu a fazer ao longo da sua carreira. Refere ainda que ser Risk Manager é uma actividade muito particular e diferente da maior parte das funções numa empresa. “A pessoa que segue o Risk Management, ou numa visão mais restrita os seguros, tem que ser especial.” É uma actividade que percorre transversalmente a empresa e é necessário conhecer todos os detalhes de cada área. Quando se está em presença de um novo produto ou serviço é necessário conhecer com alguma profundidade os aspectos críticos desse negócio ou produtos que se estão a comercializar de forma a encontrar cobertura de seguro adequada. Só conhecendo as especificidades de cada negócio é que se consegue estabelecer um adequado e bom programa de seguros para essa actividade ou negócio, considera Luzzi. E refere que “se há manhã há alguma dificuldade na gestão do pessoal da empresa, por exemplo saúde ou acidente de trabalho, é necessário ter conhecimento dessas realidades de uma forma bastante concreta, para se montar um programa de seguros que seja capaz de responder às questões fundamentais que são colocadas”. Nowadays, the duties assigned to a Risk Manager can be quite varied and will make him or her deal with all kinds of risk inherent in a number of businesses, which can give rise to delicate situations. Jorge Luzzi is well used to managing the near-unmanageable. He tells us that he “grew into the job” and, throughout his career, he learned by doing. To him, being a Risk Manager is a very specific job, quite different from most business duties. “Anyone going into Risk Management, insurance in general, has to be special.” The job demands that you get to know the inner workings of each company department. “A pessoa que segue o Gerenciamento de Risco, ou numa visão mais restrita os seguros, tem que ser especial.” When you come across a new product or business, you have to deepen your understanding of the critical aspects inherent in the business or product so as to determine the best possible coverage. You really have to know the traits and quirks of a business before you lay down a good, solid insurance plan for that business, Luzzi explains. “Imagine that there’s a difficulty with staff management, like a health concern or an accident in the workplace. You need to know what the company is about and how it operates in order to define an insurance plan to address the key concerns at stake.” “Anyone going into Risk Management, insurance in general, has to be special.” Publicidade Pirelli: Stella Bianca e Stelvio Pirelli advertising: Stella Bianca e Stelvio 41 Jorge luZZi Bicocca degli arcimboldi O Grupo Pirelli guarda algumas relíquias deveras interessantes. Uma das mais impressionantes é uma casa senhorial privada de meados do século XV, a Bicocca degli Arcimboldi. Originalmente a propriedade pertenceu à família Arcimboldi que a usava para festas de caçadas e períodos de veraneio. Mais tarde, a Bicocca foi mudando de proprietário para outras famílias italianas e teve vários fins ao longo do tempo, tornando-se parte do património da Pirelli em 1917. Quando o edifício foi construído, a área era campo aberto e encontrava-se às portas de Milão. A sua arquitectura assenta numa tipologia de dois andares de forma rectangular com dimensões de quarenta por treze metros, sendo um exemplo bastante representativo das residências privadas daquele tempo e que chegou quase inalterado até aos nossos dias. A sua decoração original contava com frescos nas paredes retratando aspectos da vida quotidiana daquele tempo. Uma parte significativa destas obras de arte conseguiu vencer a força destruidora do tempo e ainda hoje é possível admirar a sua beleza nos aposentos deste edifício. Actualmente é usada pelo Grupo Pirelli como espaço para conferências de imprensa, reuniões sociais ou eventos com parceiros especiais da empresa. The Pirelli Group treasures a few remarkable relics. One of the most impressive is a manor from the mid-fifteenth century, the Bicocca degli Arcimboldi. The property originally belonged to the Arcimboldi family, who used to summer there. It doubled as their hunting lodge, as it were. The Bicocca manor changed hands, from one Italian family to the next, and served a number of uses. It was acquired by the Pirelli Group in 1917. When the building was erected, it stood in open country outside Milan. It is a two-storey, rectangular building, forty meters long and thirteen meters wide. Bicocca manor is typical of cotemporary private residences. The architectural style has reached our days with little change. The original decor included frescoes on the walls, portraying scenes from 15th-century life. A significant portion of these frescoes have stood the test of time. You can still admire their beauty. Currently, it is used by the Pirelli group to host press conferences, social gatherings or events with special company partners. 42 Jorge luZZi o gerenciamento de risco na Pirelli Risk Management at Pirelli “O principal problema nos Estados Unidos é ser um mercado que trabalha com indemnizações muito altas.” Neste grande conglomerado industrial com uma diversidade de negócios e riscos, há poucas actividades na empresa que não estejam ligadas ou tenham impactos com o Risk Management. A estrutura actual do departamento orienta-se por ter áreas que lidam com riscos específicos no grupo e em alguns casos existem situações onde há uma pessoa responsável por um país e empresa para lidar com todos os riscos a estes associados. Muitos elementos desta função não estão localizados na área corporativa, estão em cada país reportando hierarquicamente à gestão local, mas funcionalmente ao Risk Management. “The main problem with the United States is that the market works with extremely burdensome indemnity payments.” Esta última situação acontece com a área de Product Liabiliy na América do Norte. Para este risco, neste mercado, existe uma equipa própria chefiada por um responsável pela área de Contencioso e Jurídico, com as valências e competências técnicas na equipa que são necessárias para acompanhar todos os problemas nos produtos vendidos. Para Luzzi, o principal problema nos Estados Unidos é ser um mercado que trabalha com indemnizações muito altas. O risco é de baixa frequência, não são processos que ocorrem frequentemente, mas se ocorrerem podem vir a ter proporções muito significativas. No entanto, a cobertura de seguros para este risco é uma cobertura mundial de responsabilidade civil, de âmbito mundial com condições específicas para o mercado da América do Norte. A nível dos riscos patrimoniais existe um Chefe de Engenharia, responsável por uma equipa de três engenheiros, que acompanha todo o património a nível mundial. Esta equipa é responsável pelas inspecções às fábricas e pelos programas próprios de Risk Engineering, com actividades semelhante aos desenvolvidos pelos programas das seguradoras. Dentro do Grupo de seguradores da Pirelli está também a Factory Mutual, igualmente responsável pelas inspecções às fábricas, mas as recomendações são feitas pela Pirelli e são eles que fazem todo o processo de follow-up e conclusão dessas medidas. Este processo é considerado bastante sério pelos seguradores, que confiam neste controlo levado a cabo pelo próprio segurado. Outro grande risco gerido pela área corporativa de gestão de riscos é a Business Continuity, um tema muito importante para a Pirelli. Por exemplo, comenta Luzzi, se fornecem pneus para uma competição desportiva - o Campeonato do Mundo de Rallies (WRC) - são apresentadas soluções alternativas de fornecimento caso não seja possível fornecer pneus a partir da fábrica inicialmente definida. Para abordarem esta estratégia trabalham também com os seus próprios fornecedores de matériasprimas e apresentam soluções de business continuity com clientes. 44 Pirelli is a major industrial conglomerate holding a number of businesses. There aren’t many activities throughout the group entirely disconnected from the needs of Risk Management. The current structure of the department includes divisions to handle group-specific risks and, in some cases, there is a single individual responsible for one country/company risk management account who handles all the risk associated with that account. Many among such staff are not placed in corporate departments but are deployed in each country and report directly to local management; functionally, to the Risk Management department. This is the case with Product Liability in North America. To handle this specific risk within this market, there is a specialist team led by a Litigation and Forensics expert that ensures his or her team offers a skill pool deep enough, and wide enough, to tackle any issues with the products being covered. Luzzi believes that the main problem with the United States is that the market works with extremely burdensome indemnity payments. To them, risk is infrequent but, when things go wrong, the amount of money involved is quite significant. However, insurance coverage pertaining to this risk is worldwide civil responsibility coverage, with a number of specificities for the North American market. For property risk, a Chief of Engineering leads a three-engineer team that oversee all property accounts worldwide. This team is responsible for factory inspections and appropriate Risk Engineering programmes, carrying out activities similar to those developed by insurers. Within the Pirelli insurance group is Factory Mutual, which is also responsible for factory inspections. However, recommendations are conveyed by Pirelli, who also designs the entire follow-up process, seeing it through to the end. This process merits the insurers' trust, and they rely on the controls carried out by the person insured. Another major risk managed by corporate risk management is Business Continuity, a topic that Pirelli takes very seriously. For example, says Luzzi, if you secure a supply of car tyres for a competition — such as the World Rally Championship — a number of alternative suppliers are listed to defend against the original supplier’s default. Such a strategy means that Pirelli works with their own suppliers of raw material, and present business continuity solutions to their clients based on this work. Outros riscos que estão no radar deste Risk Manager são os riscos políticos e de reputação. Os primeiros aparecem em certos mercados e têm de ser geridos com muita delicadeza. A mais pequena falha pode prejudicar gravemente as operações nesses mercados, com consequências importantes para todo o grupo. Quanto às questões de reputação, não foi possível até agora encontrar algum produto segurador para transferir este risco. Por isso, comenta Luzzi, gerir o risco de reputação passa por manter a imagem de produtos de alta qualidade. Algo que procuram manter, sendo este um tema muito importante para a Pirelli. E mesmo que houvesse uma alternativa de transferência não seria “…totalmente securitária” salienta Luzzi. Para ilustrar esta situação, Jorge Luzzi dá como exemplo um caso da sua indústria e explica as medidas que têm sido implementadas. “Há alguns anos, num Grande Prémio de Fórmula 1, nos Estados Unidos, um concorrente do mercado de pneus tinha que entregar os pneus para essa corrida. Antes do início da prova foi identificado um defeito nos pneus e o chefe de qualidade dessa empresa não autorizou que a corrida fosse efectuada com os seus pneus. Foi considerado um risco muito elevado”. Luzzi salienta que a opção tomada pelos seus concorrentes, do ponto de vista técnico, foi muito correcta pois colocou a segurança acima de tudo. Pretendia-se assim garantir o menor risco possível e as menores consequências negativas para a empresa. Contudo apresentou-se como um gravíssimo problema de reputação. As pessoas ficaram com a impressão que os responsáveis da empresa estavam com medo que os seus produtos pudessem colocar em perigo a vida dos condutores, o que colocou a empresa numa situação de má imagem junto da opinião pública. Sobre como a Pirelli procura ultrapassar estes problemas, Luzzi explica: “vamos imaginar que estamos numa situação de fornecimento para provas de Rally ou uma competição de motociclismo. Se por algum motivo não são fornecidos pneus para alguma prova, isto trará uma má reputação para a empresa e um impacto económico negativo significativo”. Para obviar esta situação, são escolhidas algumas fábricas no mundo para fazer este tipo de produção especial, por exemplo, Turquia, Itália, Brasil e Estados Unidos. E para não terem problemas de qualidade nos produtos fornecidos por diferentes fábricas, desenvolvem muito trabalho para manter a mesma qualidade em todas as fábricas. Outra situação é o desenvolvimento de planos de contingência para a área logística. Para os produtos produzidos em Itália serem entregues na Holanda, as rotas normais de distribuição passam por França. Neste caso particular, fizeram planos de contingência para a logística com rotas alternativas e produção em fábricas com outras rotas para fornecer esses pontos específicos. Anúncio Pirelli Other risks of particular interest to this Risk Manager are political and reputation risk. The former arises in certain markets and must be managed with a good deal of tact. The slightest misstep could seriously damage operations within those markets and carry consequences for the whole group. Pirelli advertisement As for matters of reputation, so far it has not been possible to find any insurance products to handle such risks. Therefore, Luzzi believes that managing reputation risk has much to do with maintaining the public perception that the products supplied are highquality. This is something to strive for at Pirelli. Should there even be a risk transfer alternative, Luzzi points out, “it would not provide complete security.” Luzzi elaborates, recalling a racing event. “A few years ago, at a Formula 1 Grand Prix in the United States, tyre supply was negotiated with a certain company. Before the race began, somebody identified a defect in the tyres, and the company’s head of QA did not let the event proceed with their tyres. He thought the risk was too high.” Luzzi emphasizes that the option Pirelli’s competitors embraced was the right thing to do from the technical standpoint, as they decided to put safety first. The object was to guarantee the smallest possible risk and as little negative impact on the company as possible. However, a serious reputation problem emerged. People got the impression that company heads were afraid that their products would endanger drivers’ lives, and that tarnished the company’s reputation in the public eye. To clarify the way Pirelli tries to overcome such problems, Luzzi explains: “Let’s imagine that we are to supply tyres for a rally our a motorcycling competition. If, for any reason, we don’t supply tyres for a given tryout or stage of the event, the company’s reputation will suffer, and experience negative economic impact.” To better cope with the situation, a few factories throughout the world are selected to handle this kind of special production, for example, Turkey, Italy, Brazil and United States. To circumvent quality issues with a number of products supplied by different factories, Pirelli strives for the same quality levels across all the selected factories. Another situation is the development of logistics contingency plans. To deliver Italian-made products in Holland, normal supply routes have to go through France. In this particular case, logistics contingency plans were brought together, including alternative routes and production from factories benefiting from other delivery routes to supply specific locations. “(…) gerir o risco de reputação passa por manter a imagem de produtos de alta qualidade.” “(...) managing reputation risk has much to do with maintaining the public perception that the products supplied are high-quality.” 45 Jorge luZZi Mercado dos seguros - tempos turbulentos Insurance Market - Turbulent times “(…) o apoio governamental à AIG, e que impediu que a empresa caísse, preveniu um impacto financeiro mundial importante.” “(...) government support to AIG, which prevented the company's downfall, was a good way to avoid worldwide economic commotion.” Comentando o que aconteceu no mercado de seguros nos últimos dois anos, Luzzi refere que foi uma “grande surpresa”. O que aconteceu no ano 2008, salienta, foi de grande impacto nos bancos, nas seguradoras e na indústria, algo histórico. Commenting on the events that befell the insurance market over the past two years, Luzzi mentions that they were “a huge surprise.” What came to pass in 2008, he emphasizes, seriously impacted banks, insurers and the industrial sector. It was unforeseen. Nas Seguradoras uma quebra tão forte e inesperada normalmente não acontece de forma súbita. O que acontece é que estas empresas vão lentamente perdendo força e acabam por sair do mercado ou são compradas ou fazem parcerias. Para Luzzi, essa é a vantagem do mundo dos seguros, pois normalmente trabalha com situações que podem acontecer e muitas vezes não acontecem, os sinistros. Mas acrescenta que a reclamação e pagamento de um sinistro pode ser um problema muito complicado e implicar somas monetárias muito significativas para as empresas de seguros. Nos bancos, refere, há sempre a necessidade de cumprir com as responsabilidades. Por isso considera que as empresas de seguros não estão tão expostas a estas situações tão drásticas. Insurers hardly ever take such major, unexpected blows in a single moment. What happens, rather, is that the company's drive peters out and it leaves the market altogether, or gets bought up and establishes partnerships. To Luzzi, there lies an advantage unique to the insurance world, as it usually works with situations that can, but often do not happen — disasters and accidents. He adds that claims on, and payment for the outcomes of disaster can be quite complicated and entails very large sums. In banks, he says, there’s always the need for compliance. They must shoulder a liability, always. For that very reason he considers that insurance companies are not as vulnerable to dramatic pitfalls as banks are. Things were looking hairy, says Luzzi. Should AIG fall, the damage would radiate and affect a number of sectors. AIG served 60 million American pensioners out of 250 million and was also a major reinsurance supplier to direct insurance companies; furthermore, it financed large estate companies. The risk manager believes that government support to AIG, which prevented the company's downfall, was a good way to avoid major, worldwide economic commotion. “The decision was a correct one,” he claims. “Obviously you can ask yourself, how can you bail out someone who’s caused that much harm?” But, he adds, “When you weigh the pros and cons, it was the right thing to do.” The way Jorge Luzzi sees it, when a businessman does something wrong, you can't shield them from the consequences. However, if AIG was not supported, hosts of businessmen would pay heavily for the mistakes of a handful. The best thing to do was to keep AIG afloat. The outcome, he believes, is that Risk Managers have reacted and adapted their way of thinking. A situação actual foi dramática, refere Luzzi, pois se a AIG caísse haveria um impacto bastante significativo e alastrar-se-ia a muitas áreas. Esta seguradora suportava 60 milhões de pensionistas norte-americanos num universo de 250 milhões e era também um grande fornecedor de resseguro de companhias de seguro directo e financiava empresas importantes a nível do imobiliário. Para este gestor de risco, o apoio governamental à AIG, e que impediu que a empresa caísse, preveniu um impacto financeiro mundial importante. “A decisão foi correcta neste aspecto”, considera. “Obviamente que também se pode questionar como é que se pode beneficiar alguém que causou tanto prejuízo” mas, conclui este gestor, “pesando os prós e os contras a decisão foi correcta”. Para Jorge Luzzi, se um empresário faz algo errado há que deixá-lo morrer, mas se não se segurasse a AIG iriam morrer tantos outros empresários e que não tiveram culpa alguma, pelo que se tornou a melhor decisão manter a solvabilidade desta empresa. Como consequência, Jorge Luzzi entende que estes acontecimentos mudaram um pouco a maneira de pensar dos Risk Managers. Apesar de ter sido uma prática seguida há muito tempo, nomeadamente os Risk Managers pedirem informação às companhias de seguros sobre a sua saúde financeira, com estes acontecimentos este questionar é permanente e muito mais exigente. Pela sua experiência, há exemplos de empresas de seguros muito sólidas financeiramente, mas quando chega a altura de pagar o sinistro, falham o que prometem. Nesse aspecto, o mercado esteve sempre interessado na informação financeira das empresas de seguros, considera Luzzi, mas agora deixou de ser algo acessório para passar a ser algo fundamental e, muitas vezes, o factor de decisão principal. 46 Although Risk Managers requesting insurance companies to disclose data on their financial health is nothing new, after the worldwide economic meltdown this practice was stepped up. In Luzzi’s experience, there are very solid insurance companies that fail to deliver on their promises of payment after an adverse event has occurred. The market has always shown an interest in financial company data, but this is no longer a secondary aspect. It has become fundamental and often constitutes the key factor in market decisions. 1950 Ascari Farina “No passado era o segurador que questionava a seriedade do cliente a quem oferecia seguros, analisava os seus regulamentos e procedimentos internos, medidas de segurança para evitar sinistros, entre outros. Hoje eles continuam a fazer essas perguntas mas nós, os clientes, também fazemos perguntas aos seguradores. Questionamos a sua saúde financeira, a capacidade de pagar sinistros devidamente e no prazo adequando”. Luzzi recorda ainda as diferenças nas abordagens quando entra em contacto com um potencial segurador para a Pirelli. “Antes falavam da sua dimensão, dos produtos inovadores e que tinham bom preço. Hoje a primeira coisa que falam é sobre a sua solidez financeira, os recentes aumentos de capital efectuados e que tem um balanço sólido. Estes passaram a ser argumentos de venda quando antes não eram.” Este risco de contraparte, que preocupa muito o Risk Manager nos dias de hoje, tem uma explicação muito simples para Luzzi. “Nestas questões relativas à solidez das companhias de seguros, o Risk Manager teve desculpa para a primeira vez, mas se suceder uma segunda vez, já não terá desculpa…” “In the past, the insurer doubted the client’s governance and would go over internal rules and regulations, riskprevention measures and other company policies. While this kind of probing has not gone away, we clients also probe our insurers. We look into their financial health and their ability to pay for damages in an adequate, timely manner.” Luzzi recalls the change in approach methods when contacting a potential insurer to work with Pirelli. “They would discuss the size of their company, their groundbreaking products, and their attractive pricing. The first thing they tell you about now is their financial health, increases to their capital, and their solid financial balance. These things became selling points.” Luzzi believes there is a simple explanation for the risk of retribution, which truly concerns Risk Managers these days. “When it comes to solid insurance companies, they forgive you for one slip and one slip alone. Your next mistake will be your last.” risk Managers mais exigentes More demanding Risk Managers A Pirelli é uma companhia europeia com presença mundial. No entanto, o normativo europeu tem sempre prioridade pela sua exigência para esta empresa, refere Luzzi. Acrescenta que, com esta preocupação com questões ambientais a crescer, resolveram aproveitar as oportunidades de negócio Pirelli is a European company with worldwide concerns. However, Luzzi emphasizes, European regulations are always given priority, because they are exacting. He adds that, environmental issues being on the rise, Pirelli has decided to seize a number of new business opportunities and are currently selling “(…) com esta preocupação com questões ambientais a crescer, resolveram aproveitar as oportunidades de negócio (…)” “(...) environmental issues being on the rise, Pirelli has decided to seize a number of new business opportunities (…)” 47 48 Jorge luZZi surgidas e neste momento vendem produtos ecológicos, por exemplo gasóleo ecológico, filtros antipartículas para os veículos automóveis, entre outros. Os negócios industriais, por razões históricas, sempre foram fontes de poluição e contaminação dos solos. Para a Pirelli, estas sempre foram questões com as quais a empresa se preocupou e no Grupo existe hoje em dia uma empresa dedicada a serviços de limpeza e reabilitação de locais poluídos. Esta unidade de negócios surgiu a partir de necessidades internas do Grupo e posteriormente evoluiu para a prestação de serviços de limpezas ecológicas para terceiros. Agora estão a vender serviços para fora e até mesmo a alguns concorrentes noutras áreas. Isto demonstra, na opinião de Jorge Luzzi, uma abordagem totalmente comprometida com o ambiente, em encontrar soluções ambientalmente aceitáveis. Sobre a situação específica dos seguros para as questões ambientais, Luzzi reconhece a dificuldade das seguradoras em encontrarem soluções adequadas às questões actualmente colocadas, fundamentalmente por não serem soluções economicamente viáveis para o cliente. Refere que se essas soluções estiverem disponíveis, eles são sempre compradores. eco-friendly products, such as green diesel, particle filters for cars, and others. Historically, industrial businesses have always generated pollution, and contaminated the soil around them. Pirelli has always demonstrated concern with these factors. The Group currently holds a company whose business is to clean and rehabilitate polluted sites. This business unit was born of internal need within the Group and later began to serve third parties. These days, they even work for Pirelli’s competitors in other areas. Jorge Luzzi says that demonstrates full commitment to the environment and finding environmentally acceptable solutions. On the specific matter of environmental insurance, Luzzi admits that it is difficult for insurers to come up with solutions to present concerns, especially because it is hard to offer economically viable solutions to the client. He adds that cost-effective solutions never fail to turn a prospect into a buyer. organizações de gestão de risco Risk Management Organizations O envolvimento com as organizações de Gestão de Risco na carreira profissional de Jorge Luzzi começou cedo. Foi presidente da ABGR, a associação brasileira e da Alarys, a organização para a América Latina. Actualmente é membro do Board of Directors da Ifrima e é Vice-presidente da FERMA. Para Luzzi, a grande questão nestas organizações é encontrar pessoas disponíveis para dedicarem tempo e energia a estas tarefas. “Nem todas as pessoas estão dispostas a dedicar parte do seu tempo a estas questões e nem todas as empresas estão disponíveis para deixar que os seus colaboradores se envolvam nestas actividades profissionais” comenta, enquanto aproveita para acrescentar que as necessidades económicas que estas actividades colocam solucionam-se com a angariação de patrocínios para eventos que se realizam. As limitações de tempo são mais difíceis de resolver nestas organizações profissionais, mas considera que terá que haver sempre alguém que se disponibilize para dedicar tempo privado e energia para contactos políticos e dinamização das actividades da organização. Para Luzzi, a função destas organizações é defender a profissão, defender as empresas onde se está a trabalhar e promover iniciativas que permitam às empresas fortalecerem as suas actividades de gestão de risco. Sobre as actividades em que está envolvido, Luzzi comenta a actual situação da FERMA. “Marie-Gemma Dequae foi uma presidente fantástica, muito reflexiva, dedicada às análises. Já Peter den Dekker é uma pessoa mais executiva, gosta de tomar acções”. Na opinião de Luzzi há uma mudança de filosofia com a nova presidência, o que implica que numa primeira fase é fácil, mas se os trabalhos se prolongam por muito tempo Jorge Luzzi got his start with Risk Management early in his career. He chaired the Brazilian association ABGR and Alarys, the South American organization. Currently he serves in the Ifrima Board of Directors and as VP at FERMA. For Luzzi, the biggest hurdle these organizations have to overcome is finding people willing to devote time and energy to risk management. “Not everyone is willing to set aside some of their time to these matters. Not every company will allow their employees to engage in this business,” he explains. Luzzi adds that these activities necessitate expenditure, but costs can be met by raising sponsorship money from a number of events. Time is a significant, hard-to-manage factor. But there will always have to be someone that will put in some of their own time and energy to develop political contacts and drive the organization's activities. Luzzi believes that these organizations are meant to defend the business, defend the companies one is working in, and promote initiatives that will let companies grow their risk management activities. Regarding his current duties, Luzzi comments on the situation at FERMA. “Marie-Gemma Dequae was a fantastic president. She thought about things deeply and devoted herself to analysis. Now Peter den Dekker is more of an executive, he likes to take action.” It is Luzzi’s opinion that there’s a change in philosophy under the new chairman, which means that things may seem easy at first but, when meetings drag on, it's hard to keep going at full tilt. He adds: “I really like Peter, though, and the way FERMA is structured.” However, Luzzi finds that FERMA must yet overcome a number of challenges. Its leaders aren’t always available, nor do they have as much time as they wish. Making the federation a key player in Europe, respond “(...) as necessidades económicas que estas actividades colocam solucionam-se com a angariação de patrocínios (...)” “(...) these activities necessitate expenditure, but costs can be met by raising sponsorship money (...)” 49 Jorge luZZi é difícil manter o ritmo, refere. E acrescenta “Mas gosto muito do Peter e gosto muito da estrutura da FERMA”. Por outro lado Luzzi considera que a FERMA tem muitos desafios. A disponibilidade e empenho por parte dos seus dirigentes são uma das grandes dificuldades da organização. Tornar a federação uma referência na Europa, ser uma organização que reage e defende os interesses dos Risk Managers e as empresas na Europa são outros pontos que estão permanentemente actuais. Por último, trabalhar sobre a educação colocando alguma homogeneização sobre este tema na Europa e fazer seminários e acções de formação são alguns dos desafios que se colocam a esta organização. to and defend the interests of Risk Managers and European companies will never cease to be compelling issues. Finally, working on education, striving towards uniform understanding of Risk Management in Europe and holding seminars and workshops are a few of the challenges the organization must face. Luzzi believes this Federation is strongly backed by the insurance market. “It is imperative to mention that the insurance market works to galvanize FERMA and promote educational activities on the matter.” These operators come to the table with a mix of altruistic and selfish reasons, he believes. “It’s about the clients — their support is a marketing move, and they’re looking to win over potential clients.” Mas Luzzi considera que a esta Federação tem um grande apoio do mercado de seguros. “É imperativo dizer que o mercado de seguros colabora neste esforço de dinamizar a FERMA e promover acções educativas sobre este tema.” Estes operadores contribuem com alguns objectivos altruísticos e outros não tanto, considera. “Estes são os clientes deles e portanto este apoio serve como acção de marketing, que procura ganhar a simpatia de potenciais clientes”. Isso não quer dizer que o Risk Manager vai perder peso, considera Luzzi. O que significa é se o Risk Manager vai ficar com outros pelouros tais como a Compliance e a Corporate Governance e, refere Luzzi, na Europa, da forma como a vê, vai ser difícil ao Risk Manager nas empresas europeias passar a ser um Risk Officer. Para fundamentar esta opinião Luzzi esclarece que quer o comprador de seguros há 25 ou 30 anos, quer o conceito de corretor cativo foram o ponto de partida para o que temos hoje: o Risk Manager que continua a comprar Seguros, mas controla o Risk Engineering/Loss Prevention, Business Continuity, por exemplo. Estas actividades que reportam agora ao Risk Manager são um grande avanço na profissão, que está a caminhar também para o Enterprise Risk Management. Mas o desafio, na opinião de Luzzi, é saber se o Risk Manager vai passar a ter também, sob sua responsabilidade, a Compliance e a Corporate Governance, e assim passar a ser um verdadeiro Risk Officer. A actividade de Enterprise Risk Management é muito ampla, começa com o conceito de riscos seguráveis, evolui para a situação de se passar a gerir 50 O Brasil é o país de eleição para Jorge Luzzi, não só por razões profissionais, mas por razões pessoais. Luzzi confidencia que a língua falada em casa é o português, pois a mulher é brasileira e filhas nasceram no Brasil. Por vezes chegam a falar em português para que ninguém os perceba quando querem falar em público, agora que estão a viver em Itália. No seu escritório, em Itália, tem um quadro pintado por um autor apoiado por acções mecenato da Pirelli no Brasil. Quando regressou a Itália, este foi o presente oferecido pelos funcionários que o compraram à Pirelli por um real. Para a Pirelli, o Brasil é uma grande força impulsionadora em todos os sentidos. É um dos mercados mais importantes onde opera e está neste mercado desde o início dos anos 20, comenta Luzzi. enterprise risk Management “O Risk Manager está a ganhar peso na Empresa?” É desta forma que Luzzi aborda um tema que está a gerar bastante discussão e que apaixona os Risk Managers. Hoje as empresas estão a deparar-se com situações onde vão ter necessidade de ter um Chief Risk Officer, mas o que para Luzzi é fundamental é clarificar ou definir se o Risk Officer é ou não o Risk Manager. Brasil “Are Risk Managers becoming prominent within companies?” This is how Luzzi broaches a controversial subject that fuels passions among Risk Managers. Nowadays, companies come across situations where they must have a Chief Risk Officer. For Luzzi, the fundamental thing is to clarify or determine whether a Risk Officer is a Risk Manager. That doesn’t mean that Risk Managers will lose prominence, says Luzzi. What it means is, if you saddle Risk Managers with other duties, such as Compliance and Corporate Governance, European Risk Managers will have a hard time of becoming Risk Officers. Luzzi clarifies that insurance buyers 25 or 30 years ago, as well as captive insurers, were the starting point for what we have today: Risk Managers that still act as insurance buyers, but control Risk Engineering/Loss Prevention, Business Continuity and maybe more. These activities now report to the Risk Manager, which is a major breakthrough for the profession. The future points to convergence with Enterprise Risk Management. The challenge, says Luzzi, is whether Risk Managers will also take on the duties of Compliance and Corporate Governance, thus becoming true Risk Officers. Enterprise Risk Management is a wide field. It begins with the concept of insurable risk, grows to include Loss Prevention and Business Continuity and finally embraces all company risks. Yet at the end of the day, Luzzi tells us, the real Enterprise Risk Manager is the company CEO. When you start to discuss the risks of building a new factory in a new country, that’s a strategic decision for the company to make, and that’s Enterprise Risk Management. Num estudo sobre a marca Pirelli feito há alguns anos no Brasil foram encontrados alguns resultados interessantes. Nos pontos mais recônditos do país, a Pirelli é considerada um fabricante de pneus brasileiros, face a outros fabricantes estrangeiros que não são considerados produtores nacionais, atestando assim a importância da marca no Brasil, e do próprio Brasil para a marca. Mas esta longa permanência no Brasil nem sempre foi um mar de rosas. Perderam e ganharam dinheiro e foram confiscados pelo governo, assegura Luzzi. Querem continuar neste importante mercado, o centro da América latina e que se está a transformar numa potência mundial. “É para mim muito gratificante ver o mercado brasileiro para a Pirelli ser a plataforma para chegar a outros pontos da América Latina e América do Norte e parte da Ásia”. É no Brasil que conhece José Manuel Fonseca, há cerca de uma década, quando ainda era membro da ABGR e depois quando foi presidente dessa associação e da ALARYS. Foram os grandes impulsionadores da amizade entre a associação brasileira de Risk Managers e a APOGERIS, a congénere portuguesa. “Foi um esforço conjunto para aproximar as duas associações” refere Luzzi. Jorge luZZi BRAzIL Brazil is Luzzi's adoptive home, not just for professional but also personal reasons. He owns that he speaks Portuguese at home, wife and daughters being Brazilian. Sometimes they have conversations to maintain a level of privacy in public, now that they are living in Italy. His Italian office is beautified by a painting that would not have come to be if not for Pirelli's patronage of the arts in Brazil. When Luzzi returned to Italy, he received the painting as a gift from his employees, who bought it off Pirelli for one Brazilian real. For Pirelli, Brazil is a major driving force in every way. It is one of the most significant markets. Indeed the Group has had concerns there since the 1920s, Luzzi comments. A few years ago, a study on the Pirelli brand in Brazil turned up a few interesting bits of information. In the country’s remotest areas, Pirelli is believed to be a Brazilian tyre-maker, unlike other foreign companies, which are perceived as foreign. That goes to show how significant the brand is to Brazil, and how significant Brazil is to the brand. Pirelli’s history in Brazil has not always been about smooth sailing. The company made, and then lost, a lot of money. It suffered through nationalization. Pirelli wants to maintain a presence in this market, which they see as the center of Latin America and is becoming a world power. “I find it very gratifying that Pirelli sees the Brazilian market as a hub, a starting point to reach other spots in North and Latin America, even parts of Asia.” While in Brazil, he met José Manuel Fonseca, when he was still a member of the ABGR and chaired that association and ALARYS. The two of them were behind the strengthening of the bond between the Brazilian Risk Management association and APOGERIS, the Portuguese counterpart. “We pooled our strengths to bring the two of them closer,” Luzzi recalls. o conceito de Loss prevention e Business Continuty na empresa, até abranger todos os riscos da empresa. No entanto, no final do dia, o Enterprise Risk Manager é, segundo Luzzi, o CEO da companhia. Quando se começa a falar nos riscos de construção de uma nova fábrica num novo pais é uma decisão estratégica da empresa, isto é Enterprise Risk Management, refere. Para Luzzi, o que o Risk Manager vai fazer numa situação destas é preparar e colocar informação sobre a situação de risco de uma determinada opção e quais os seus possíveis impactos na empresa, mas a decisão final será sempre do CEO da empresa. Isto não invalidada e nem impede que a actividade do Risk Manager, como mero comprador de seguros, esteja a mudar para algo mais abrangente e complexo, e que lide com outros riscos além dos riscos meramente seguráveis. Esta é a situação particular da Pirelli refere. As Luzzi sees it, what a Risk Manager must do at a moment like this is prepare and deploy information on the risks of a given option and possible outcomes or effects. However, at the end of the day, the critical step forward is up to the CEO. This does not hinder or keep the Risk Manager, as a mere buyer of insurance, from changing to something more complex, wider in scope, and dealing with risks other than insurable ones. This is especially the case with Pirelli. Luzzi explains that there are people calling themselves Chief Risk Officers who cannot be said to handle as many duties as he does. “I only got the title, Chief Risk Officer, not the platform that comes with it. That is not something to aim at.” Luzzi conclui que há algumas situações ou pessoas que se intitulam Chief Risk Officer mas, quando se analisa o que fazem, o que se verifica é que é menos do que ele faz na sua empresa. “Apenas consegui o título de Chief Risk Officer. Essa não deve ser a situação que se procura”. Questões culturais Cultural Issues As diferenças na Gestão do Risco por influência dos aspectos culturais são um dos temas que apaixonam Jorge Luzzi, que considera que para cada risco as diferenças tendem a revelar-se de várias formas. Sobre os riscos à propriedade, quer o Estado seja muito exigente ou não, como a empresa o é isso não vai afectar a forma como vão ser geridos os riscos sobre o património, refere Luzzi sobre a situação da Pirelli. Relativamente à Responsabilidade Civil o mesmo já não acontece, considera Luzzi. O mercado dos Estados Unidos (norte-americano) merece uma atenção quase exclusiva por parte das estruturas da sua empresa. Nos mercados onde este tema ainda não está muito desenvolvido são geridos com menor dedicação de recursos. Em termos de riscos ambientais também há abordagens muito diferentes. A Pirelli está presente em mercados onde as exigências colocadas não são das mais altas. No entanto, esta é uma empresa consciente e empenhada nos temas ambientais e procura conciliar as suas preocupações com cada situação em particular. Jorge Luzzi is fascinated by cultural issues as they reflect on Risk Management. He claims that each type of risk calls up different reactions. Concerning property risk, whether Government is as demanding as a company ought to be, Luzzi states that Pirelli manages property risk in a uniform manner. Touching on civil liability, he finds that this is not the case. The US market deserves almost exclusive attention from the company. Where markets do not place such great store on the matter, fewer resources are allocated to manage risk. When it comes to environmental risk, approaches vary widely. Pirelli maintains a presence in markets that are not quite exacting. However, this is a company with a strong moral compass, committed to environmental matters, carefully judging events case-by-case. Human Resource risks also present cultural challenges. In countries where health services are government-run, and efficiently run to booth, company intervention is kept to a minimum. In countries where those services are not as efficient or comprehensive, company intervention to minimize health hazards among workers is stepped up. Na gestão dos riscos ligados aos Recursos Humanos também há diferentes realidades. Nos países onde os serviços de saúde são assegurados pelos estados e estes prestam um bom serviço, a intervenção da empresa é mínima. Nos países onde esses serviços não são tão eficientes e abrangentes, a intervenção da empresa para minimizar riscos que afectem a saúde dos trabalhadores é mais significativa. 51 catástroFes naturais nAtURAL DIs AsteRs wilma 2005 Anatomia de um furacão Anatomy of a hurricane a experiência da advanta Advanta´s experience A incidência dos raios solares no oceano provoca o aquecimento da massa de ar situada próximo da sua superfície e a consequente evaporação da massa de água superficial provocando uma corrente de ar ascendente, húmido e quente, acabando por formar as nuvens, mais acima, quando a temperatura diminui a níveis que levam à condensação dessa massa de ar húmida. Como facilmente se percebe do anterior, quanto mais humidade e calor existirem, mais evaporação irá ocorrer, o que originará, potencialmente, o surgimento de sucessivas tempestades. Este fenómeno toma especial relevância em zonas do globo onde a temperatura das águas é mais quente e onde a incidência dos raios solares é mais intensa. texto / text: Paulo Miguel P. V. Pereira DIRECTOR DA ADVANTA LOSS ADJUSTERS PORTUGAL DIRECTOR OF ADVANTA LOSS ADJUSTERS PORTUGAL 52 Bio: • Mais de 12 anos de experiência no tratamento de grandes perdas nos mercados de seguros e resseguros. Bio: • More than 12 years experience handling with large losses for the insurance and reinsurance markets Formação: • 1997 – 2002: Revenga y Asociados Porto (RTS) – Director • 2002 – 2005: Revenga International Group (RIG) – Director • 2005 – 2010: Advanta Loss Adjusters Portugal - Director education and training: • 1997 – 2002: Revenga y Asociados Porto (RTS) Director • 2002 – 2005: Revenga International Group (RIG) – Director • 2005 – 2010: Advanta Loss Adjusters Portugal – Director especialidades: Energia/Produção de Electricidade Todos os Riscos Industriais e Comerciais specialties: Energy / Power Generation Industrial & Commercial All Risks Para a formação de um furacão haverá que reter que a evaporação de massa de água, além de ser em quantidade suficiente, deve ocorrer em zonas do oceano onde a temperatura varie entre 26,5 ºC e 27 ºC, isto é, em zonas próximas dos trópicos. Em segundo lugar, a tempestade deve situar-se ou deslocar-se a 5º de latitude norte ou sul do Equador, onde a força de Coriolis começa a ocorrer. Trata-se de um fenómeno originado pela rotação da Terra em torno do seu eixo que induz um movimento de rotação à tempestade (massa de ar), que começa a rodar sobre si mesma no sentido anti-horário no hemisfério norte e no sentido horário no hemisfério sul. À medida que se afasta do Equador, a força de Coriolis é mais intensa, de tal forma que a rotação será mais rápida e os ventos tornar-se-ão mais intensos. Assim que o furacão alcança o Continente, o calor e a humidade necessários para a sua manutenção tornam-se insuficientes e aí tem início o seu declínio, sendo que contribui também para esta diminuição gradual da sua potência um maior atrito com a superfície terrestre e consequentemente uma perda de energia. When sunbeams strike the ocean, they heat up the air closest to the water surface. The evaporation of surface water generates an updraft, both moist and warm, which then goes on to condense into cloud mass in the upper atmosphere, where temperatures allow for it. As you can easily tell from the above, the more heat and moisture you have, the more evaporation. This is the beginning of a storm engine. The phenomenon is especially relevant in areas of the world where water temperature is warmer on average and solar rays strike the surface with greater intensity. For a hurricane to occur, evaporation must not only reach a certain volume but also take place where ocean temperatures range from 26.5 ºC to 27ºC — around the tropics. The storm must emerge, or move along 5º latitude north or south of the equator, where the Coriolis effect is brought into play. The Coriolis force is caused by the Earth’s rotation on its axis. Because of it, storms begin to spin on their own centre; counterclockwise in the northern hemisphere, clockwise in the southern hemisphere. As a storm withdraws from the equator, the Coriolis effect gains intensity, speeding up rotation and boosting the winds. As a hurricane strikes the mainland, the heat and humidity that sustain it are spent, and that’s where the storm begins to wane. Another relevant factor is the attrition and resistance posed by land masses, diminishing the energies powering the storm. catástroFes naturais nAt URAL DIs AsteRs Furacão Wilma, México Hurricane Wilma, Mexico No interior dos furacões os ventos poderão variar entre 117 e 300 km/h, sendo que esta intensidade condicionará o diâmetro do furacão, que poderá atingir os dois mil quilómetros e deslocar-se por vários milhares de quilómetros. Tipicamente a velocidade de translação do furacão ronda os 20 a 25 km/h, sendo assinalável o facto de no centro do furacão (olho) a tempestade ser mais calma. Nesta zona, a pressão é muito baixa, podendo ocorrer ventos de tão-somente 30 km/h. O maior risco de destruição ocorre habitualmente quando o furacão atinge a costa, após ter percorrido uma grande extensão sobre o oceano, sendo a terra invadida pela água provocando a devastação. Within a hurricane, winds may reach speeds from 117 to 300kph. Wind intensity will determine the radius of the storm. Hurricanes may grow to 2,000km in diameter and travel for thousands of miles. Typically, hurricanes travel at 20 to 25kph. At the eye of the hurricane, the storm is less turbulent. Within the eye, atmospheric pressure is extremely low and winds may drop to velocities in the order of 30kph. Risk to persons and property is greater when hurricanes make a direct hit on the coastline after having travelled a vast expanse of the ocean. Water crashes over the shore, causing great devastation. algumas referências históricas São raros os furacões que chegam a terra ainda com velocidades do vento de categoria 5. Contudo a história relata o caso do famoso Gilbert, no México que, em 1988 matou milhares de pessoas, o grande furacão Mitch, que se formou em Outubro de 1998 atingindo as Honduras e a Nicarágua e que causou a morte de 10 mil pessoas devido às enchentes e deslizamentos de terras, além de inundações costeiras. Dos furacões categoria 5 mais recentes destacamos o Katrina. Os ventos alcançaram mais de 280 km/h e causaram grandes prejuízos na região litoral do sul dos Estados Unidos em Agosto de 2005, com especial incidência em torno da região metropolitana de Nova Orleães. Este furacão, que causou a morte a mais de 1.000 pessoas, paralisou muita da extracção de petróleo e gás natural dos EUA, uma vez que boa parte do petróleo é extraído no Golfo do México. Um dos últimos furacões de categoria 5 que atingiu terra com efeitos mais devastadores foi o denominado Wilma, que atingiu a Península de Yucatán, no México, a 22 de Outubro de 2005. Seguiram-se, em 2007, outros dois furacões nessa categoria (Dean e Félix), contudo com efeitos em terra menos importantes. A few historical incidents “No interior dos furacões os ventos poderão variar entre 117 e 300 km/h, sendo que esta intensidade condicionará o diâmetro do furacão.” “Within a hurricane, winds may reach speeds from 117 to 300kph. Wind intensity will determine the radius of the storm.” Only rarely do category 5 hurricanes hit land. There was Hurricane Gilbert, which struck Mexico in 1988 and killed thousands of people. Mitch, formed in October 1998, wrought havoc in Honduras and Nicaragua, causing the death of ten thousand people through floods, landslides and coastal flooding. Katrina was an outstanding category 5 hurricane. Winds gained speeds upwards of 280kph and caused immense damage to the southwestern coast of the United States in August 2005. The New Orleans metropolitan area was right in the brunt of it. This hurricane, having killed more than a thousand, put a halt to a number of US gas and oil drilling operations, as many of these are carried out in the Gulf of Mexico. One of the latest category 5 hurricanes to strike land with devastating effects was Wilma.Wilma bore down on the Yucatan Peninsula of Mexico, on 22 October 2005. There were two other hurricanes in the same category in 2007 (Dean and Felix) which, however, were not so destructive on land. 53 catástroFes naturais nAtURAL DIs AsteRs a advanta e o furacão wilma Advanta and hurricane wilma a-z coMo se BaPtiZaM os Furacões? Durante centenas de anos os nomes dos furacões eram atribuídos de acordo com o dia santo em que os mesmos ocorriam. Nos finais do século XIX foi implementado o sistema de atribuição de nomes aos furacões com recurso ao nome de mulheres. A partir de 1979, a “U.S. National Weather Service” (Agência Federal Norte Americana, responsável pelo acompanhamento da actividade dos furacões) começou a nomear os furacões tanto pelo nome de mulheres como de homens. São atribuídos por ordem alfabética, exceptuando os casos das letras Q, U e Z. A Organização Mundial de Meteorologia (“World Meteorological Organization”) usa seis listas oficiais em rotação (uma por cada ano). Apenas são adicionados novos nomes no caso de um furacão causar um número elevado de mortes ou de ser altamente oneroso. Esse nome é retirado e substituído por um novo. HoW ARe HURRIcAnes nAMeD? For hundreds of years, hurricanes were named after the patron saint of the day they occurred in. In the late 19th c. a new system was brought in where hurricanes were named after women. From 1979, the U.S. National Weather Service, a federal agency that monitors hurricane activity, started to give hurricanes both masculine and feminine appellations. Names are assigned in alphabetical order, excepting the letters Q, U and Z. The World Meteorological Organization uses six official rotating lists (one for each year). New names aren’t added unless a hurricane causes a high death toll or catastrophic damage. That hurricane’s designation is struck from the list and replaced with a new one. 54 À ADVANTA foi-lhe concedida pelos principais Resseguradores envolvidos neste sinistro a oportunidade de regular uma boa parte dos sinistros resultantes dos danos causados pelo furacão Wilma, mormente dos ocasionados a empreendimentos turísticos de luxo e centros comerciais situados na zona de Cancún e um pouco mais a sul na Riviera Maya. Deste trabalho, que nos ocupou por um período largo de meses distribuídos por 2005 e 2006, deparámo-nos com algumas particularidades no decurso dos respectivos processos, consubstanciando uma diferente perspectiva de como os sinistros são tramitados num mercado distinto do europeu, que importa partilhar. Dos efeitos devastadores deste fenómeno hidro-meteorológico na zona hoteleira de Cancún, destacam-se a destruição das impermeabilizações de coberturas e consequente entrada de água para o interior dos edifícios, caixilharia e vidros de janelas partidos, muros e tectos (interiores e exteriores) em gesso cartonado destroçados, sendo ainda consideráveis os danos infligidos a equipamentos electromecânicos, mobiliário e demais existências pelo abundante contacto com a água. Dada a dimensão da catástrofe que afectou cerca de mil hotéis nessa zona, bem como o grau de destruição a que foram sujeitas as infra-estruturas de acesso (aeroporto, estradas e demais vias de comunicação), o arranque das operações de remoção de escombros e o início das actividades de reparação tardaram várias semanas. Por esta razão, uma das preocupações fundamentais foi minimizar o impacto da humidade no interior dos edifícios numa tentativa de evitar o avolumar dos danos, quer em elementos de construção dos edifícios e respectivos conteúdos directamente afectados pelo evento, quer naqueles que não haviam até então sofrido qualquer afectação interior. Em virtude da forte pressão concorrencial entre os inúmeros operadores turísticos existentes na região, na grande maioria de origem estrangeira, estes são obrigados a promover uma grande taxa de renovação das suas unidades hoteleiras, tanto ao nível dos serviços que prestam ao cliente como, fundamentalmente, do aspecto visual dos edifícios e infra-estruturas de lazer. Sendo ainda uma zona de excelência quanto às condições atmosféricas durante um largo período do ano, nomeadamente a temperatura ambiente regularmente elevada, o tipo de construção é habitualmente muito aligeirado quando comparado com o existente na Europa, privilegiando materiais de menor resistência a condições atmosféricas mais adversas, dando contudo uma aparência contrária. Como é natural, no caso de um evento como um furacão de categoria 5 que assole aquela região, os danos serão fortemente potenciados pela concorrência destes dois factores. Um outro aspecto interessante que encontrámos durante o período da nossa intervenção relaciona-se com a diferente abordagem das apólices emitidas localmente, salientando-se a garantia específica para este tipo de fenómenos da natureza (riscos hidrometeorológicos), nomeadamente através da aplicação de sub-limites aos designados “bens à intempérie”, assumindo particular importância, no âmbito do The main reinsurers involved in this disaster granted ADVANTA the opportunity to handle a good number of events arising from the damage caused by Wilma, mostly the damage suffered by luxury tourist resorts and shopping malls in the Cancún area and a little further south, in the Maya Riviera. Our work took several months over 2005-2006. We came across a number of specificities regarding legal process and had the opportunity to find out how claims are handled in a market which is unlike the European insurance market. We would now like to share some of that experience. This weather event took a heavy toll on the Cancún area. Roof insulations were torn apart and water entered a number of buildings. Window panes were smashed, and their frames shattered. Roofs, inner and outer walls were simply wrecked. Machines of all kinds suffered considerable damage. Furniture and other assets were significantly degraded by the vast amount of water they came into contact with. Given the scope of the catastrophe, affecting upwards of a thousand hotels in the area, as well as the damage to transport infra-structures (airport, roads, other vehicle and pedestrian lanes), debris removal and repair operations were delayed by several weeks. For this reason, one of the main concerns was to minimize the impact of humidity on the insides of buildings. This was an attempt to contain further damage to building parts and building contents, whether these had been directly affected by the event or not. Competition is very, very strong in the area. The tourist industry is primarily composed of foreign companies that continually strive to renovate their hotels and renew the services they provide in order to keep up with the competition. Furthermore, the weather tends to be very pleasant throughout a large portion of the year. This means that construction is, so to speak, structurally lighter than typical European construction. Builders favor less resistant materials that appear solid enough to withstand harsh weather damage. However, this is not the case. So when a category 5 hurricane afflicts the area, you can expect high damage. Another interesting aspect we found during our intervention is connected with the approach to policies issued locally. There is a specific cover for this kind of weather phenomenon (hydro-meteorological risk), namely through the application of insurance sublimits to hydro-meteorological-sensitive assets. During assessments, it is especially relevant to identify damaged goods that may fall under this definition, subjecting the claims awarded to the sublimit defined by the relevant policy. Obviously, then, the final award will be greatly conditioned by application of this criterion. Conflict may well arise, and indeed it was so. We had to resort to local legal counsel to solve the claim. We had to integrate several assets into our hydro-meteorologicalsensitive asset category, such as: outside escalators, restaurants built on metallic frameworks with thatch roofs and no walls (complete lateral exposure to outside factors), ornamental outer walls in plaster, among other structures commonly employed in touristic infrastructures — running counter to the expectations of policy holders and even local insurers. catástroFes naturais nAt URAL DIs AsteRs “(…) uma das preocupações fundamentais foi minimizar o impacto da humidade no interior dos edifícios numa tentativa de evitar o avolumar dos danos (…)” cinco categorias de furacões Five categories of hurricanes 1 Danos ligeiros. Ventos entre 119 e 153 km/h | Light damage. winds between 119 and 153kph 2 Danos moderados. Ventos entre 154 e 177 km/h | Moderate damage. winds between 154 and 177kph 3 Danos generalizados. Ventos entre 178 e 209 km/h | widespread damage. winds between 178 and 209kph 4 Danos extremos. Ventos entre 210 e 249 km/h | Extreme damage. winds between 210 and 249kph 5 Danos catastróficos. Ventos acima de 249 km/h | Catastrophic damage. wind speed above 249kph “(…) One of the main concerns was to minimize the impact of humidity on the insides of buildings. This was an attempt to contain further damage (…)” A classificação dos furacões divide-se em cinco categorias segundo as velocidades atingidas e danos causados em terra, de acordo com a escala Saffir-Simpson (criada em 1971 pelo Eng. Herbert Saffir e pelo Dr. Robert Simpson): Below is a table to illustrate the Saffir-Simpson classification of hurricanes into five categories, determined by speed and damage on land, created in 1971 by Dr. Herbert Saffir and Robert Simpson: processo de peritagem, a identificação dos bens sinistrados passíveis de serem classificados nesta definição, sujeitando as correspondentes indemnizações apuradas ao sub-limite definido na apólice para esta garantia. Torna-se óbvio que a indemnização final será grandemente condicionada aplicando-se este critério, convertendo-se facilmente numa situação de conflito e que foi dirimida com a colaboração dos serviços jurídicos de um gabinete local especializado. A título de exemplo, vimo-nos na necessidade de integrar nesta classificação escadas rolantes exteriores, restaurantes construídos à base de estruturas metálicas com cobertura em colmo e totalmente abertos lateralmente, paredes ornamentais exteriores em gesso cartonado, entre outras estruturas, comummente usadas nestes empreendimentos, em oposição às expectativas dos Segurados e mesmo dos Seguradores locais. Apesar de aparentemente os Segurados não terem seguido algumas das recomendações transmitidas, particularmente o reforço dos sistemas de drenagem, melhoria dos materiais de construção dos edifícios, etc., porventura motivados pelos factores a que já fizemos referência anteriormente, o facto é que um plano de emergência eficaz perante um furacão teria reduzido substancialmente os danos, a que se poderia indubitavelmente aliar um conjunto significativo de melhorias ao nível da protecção dos edifícios e seus conteúdos. Outro ponto fundamental é a imediata intervenção de peritos e de equipas especializadas em mitigação de danos que seguramente aportarão uma maisvalia importante neste tipo de ocorrências assim como a existência de um plano de contingência adequado a este tipo de fenómenos. Although the policy holders did not, to all appearances, follow some of the recommendations conveyed to them, namely upgrading their drainage systems, improving construction materials, and others, and considering that they may have been motivated by factors described above, the fact remains that an effective contingency plan regarding hurricanes would have greatly attenuated the damage suffered. Buildings and the assets therein would have suffered a good deal less. Another fundamental matter is the immediate intervention of experts and specialist teams to mitigate damage. This would no doubt prove valuable in the context we've been discussing. Finally, there really should be a contingency plan to accommodate extreme weather phenomena. as maiores catástrofes naturais ou furacões The largest hurricanes or natural disasters ranking RAnkInG Furacão huRRICAnE ano YEAR Danos ($) DAMAGE ($) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 katrina andrew wilma charley ivan rita Frances hugo Jeanne allison 2005 1992 2005 2004 2004 2005 2004 1989 2004 2001 81.000.000.000 26.500.000.000 20.600.000.000 15.000.000.000 14.200.000.000 11.300.000.000 8.900.000.000 7.000.000.000 6.900.000.000 5.000.000.000 55 oBservatório legal LeGAL oBseRvAtoRY o que se pode ter por risco: valor prático de alguma teoria What you might call a risk: The concrete value of theory Seguros, resseguros e novos riscos Insurance, and upcoming risks © TelMo Mille r Em abordagem filosófica, mas com senso prático, “risco” pode significar, conforme circunstâncias e contexto: o acontecimento indesejado que pode ou não ocorrer; a causa de um acontecimento indesejado, mas possível; a probabilidade de um acontecimento indesejado; o valor estatisticamente estimado de um acontecimento; ou uma probabilidade conhecida e não uma incerteza (Stanford Encyclopedia of Philosofy). São parte, mas apenas parte, de tal universo os ditos riscos seguráveis que, no amplo complexo da actividade seguradora e resseguradora, se caracterizam essencialmente por determinarem ou implicarem: um processo invertido de formação do custo (determina-se previamente o preço para assumir riscos cujo custo, suportado e repartido por diversos intervenientes, só depois se poderá apurar); ciclos temporais e espaciais multiformes e descontínuos; uma rede vasta e complexa de seguradores e resseguradores com diferentes níveis de intervenção na cadeia do risco e do seu seguro; uma elaborada estrutura económica e financeira, suportada por uma fina e muito específica arquitectura legal para tomar, partilhar, dividir e combinar riscos seguráveis, no tempo e no espaço. texto / text: A combination of philosophical and pragmatic principles can define risk, according to circumstance and context, as: An undesired event that may or may not take place; the cause of said event when the event is undesirable but possible; the likelihood of said event; the statistical probability of such an event; or a known probability that trumps uncertainty (according to the Stanford Encyclopedia of Philosophy). Insurable risk is but a part of that universe. Within the broad scope of insurance and reinsurance activities, such risk determines or implies: An inverted cost estimate process (you set the price beforehand when you take on a risk whose costs, borne by, and divided among a number of actors, can only at the end be summed); discrete multiform space and time cycles; a vast, complex network of insurers and reinsurers stationed along the steps of the risk/insurance chain; an intricate economic and financial structure underpinned by the minutiae of legal rules and regulations; all of this to take on, share, divide and combine insurable risk along time-space axes. Luís Filipe Caldas Bio: • Jurista e Advogado • Mestre em Direito Europeu (FDUL) e Mestre em Direito Criminal (FDUC) • Pós Graduado em: Direito Penal Económico e Europeu (FDUC), Direito das Sociedades Comerciais (ISG), Direito Bancário da Bolsa e dos Seguros (FDUC), Direito da Regulação e da Concorrência (FDUL), Legística e Ciência da Legislação (FDUL) • Diplomado do PADE – Programa de Alta Direcção de Empresas – AESE – Escola de Direcção e Negócios Licenciado em Direito (FDUL) • Advogado agregado com Distinção • Membro da Direcção da Secção Portuguesa da AIDA – Association Internationale du Droit des Assurances • Membro da Comissão Jurídica do IPCG – Instituto Português de Corporate Governance • Membro da Direcção da APOGERIS – Associação Portuguesa de Gestão de Risco • Antigo Director Executivo de Companhias de Seguros dos Grupos AGF e Allianz • Advogado em Serra Lopes, Cortes Martins & Associados, Sociedade de Advogados RL. 56 Bio: • Jurist and Lawyer • Master’s degree in European Law (FDUL - University of Lisbon Law School) and Master’s degree in Criminal Law (FDUC - University of Coimbra Law School) • Postgraduate qualifications in Economic and European Criminal Law (FDUC), Company Law (ISG - Higher Institute of Management), Stock Exchange and Insurance and Banking Law (FDUC), Regulation and Competition Law (FDUL), Principles and Science of Legislation (FDUL) • PADE diploma – Senior Management Programme – AESE School of Management and Business • Licentiate degree in Law (FDUL) • Full Lawyer, with Distinction • Board member of the Portuguese Section of AIDA – Association Internationale du Droit des Assurances • Member of the Legal Committee of the IPCG – Portuguese Corporate Governance Institute • Board member of APOGERIS – Portuguese Risk Management Association • Former Executive Director of Insurance Companies in the AGF and Allianz Groups • Lawyer with Serra Lopes, Cortes Martins & Associados, Sociedade de Advogados RL. “novos” riscos seguráveis “new” insuraBle risk Pertencem ainda a tal universo dinâmico de riscos seguráveis o que podemos designar por meta-riscos: acontecimentos inesperados e imprevisíveis; inesperadas acumulações de acontecimentos; imprevisíveis novas consequências de acontecimentos em si previsíveis; imprevisíveis consequências ou acumulações de consequências de acontecimentos em si previsíveis. Cabem neles ou acrescentam-se a esses meta-riscos, as catástrofes de larga escala ou os riscos sistémicos, que frequentemente se arrumam, pela força das circunstâncias, entre riscos naturais ou humanos, entre riscos externos ou riscos criados (Anthony Giddens) ou, como é mais prudente admitir, na explosiva combinação entre riscos naturais e riscos criados pela humanidade. Another component of this insurable-risk set is what one might term meta-risk: Unexpected, unpredictable events; unpredictable chains of events; new and unforeseen consequences of events in and of themselves predictable; unforeseen consequences or build-ups of events in and of themselves predictable. To such meta-risk you may add large-scale catastrophe or systemic risk, which are often placed among natural or human hazards, among external or artificial risk (Anthony Giddens) — usually at the junction where natural and man-made risk collide head-on. Cabem já em tal universo de riscos seguráveis, certamente sob condições legais e contratuais que os delimitem e limitem, mas ainda assim os tornem suportáveis pela comunidade, uma enorme plêiade So there’s a universe of hazards for which people are responsible. They are governed by laws and contract terms whose goal is to mitigate them and make them bearable to human communities. Such hazards may have all-natural causes, stem from artificial risk, and now include the "new" risk of environmental hazard (where there are no victims or direct damage to anything other than the ecosystem). oBservatório legal Le GAL oBseRvAtoRY de riscos naturais (de riscos decorrentes de causas naturais), um universo vasto de riscos criados ou provocados pela humanidade e, eventualmente, também, o “novo” risco dos danos ambientais (sem vítimas ou danos directos que não a própria natureza ou o seu sistema). A concentração de “investimento por metro quadrado” agiganta, como antes se não conhecia, as consequências possíveis de riscos seguráveis “clássicos”, associando a potenciais perdas directas de enorme envergadura, danos consequenciais directos e indirectos, a montante e a jusante, de largo espectro e impacto, e expondo, em um só acontecimento possível, seguros de diferentes tipos. A severidade das perdas indemnizáveis e a diversidade dos tipos de seguro convocadas pelos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque são apenas uma das evidências da importância das novas dimensões dos riscos seguráveis “clássicos”. A potencial natureza sistémica de alguns riscos (vida e saúde, ciberriscos, produtos de grande consumo como os medicamentos ou diversos produtos alimentares…) criou novos riscos, porque a sua natureza pandémica ou sistémica é si um novo risco. os riscos internos ao sisteMa e do sisteMa Se a matéria-prima da actividade de seguradores e resseguradores é, como fica visto, tão complexa, tão complexos ou às vezes ainda mais são os riscos internos ao perímetro da própria actividade: os que, por diferentes possíveis causas, se podem potenciar por causas internas a cada seguradora, como a falta de competência profissional ou de experiência da sua estrutura de governo e de controlo; os que podem resultar da imprevista (ainda que previsível) evolução dos ciclos económicos que, em formulações não coincidentes, afectam o mercado, os riscos, os preços e os seus custos; os que resultem ou dos riscos próprios ou da imprudente gestão dos activos financeiros operacionais que respaldam as responsabilidades de seguradores e resseguradores ou da sua inadequação no, tipo e no tempo, a tais responsabilidades; os riscos de inadequada ou contingente protecção das responsabilidades de cada segurador ou ressegurador com protecções de resseguro solventes; os erros de inadequadas políticas de subscrição de riscos; o The concentration of investment per square foot brings about the unprecedented swelling of consequences tied to "classic" insurable risk, associating broad-spectrum, direct and indirect damage, upstream and downstream, to massive potential losses; exposing several kinds of insurance in one fell swoop. "Classic" insurable risk has taken on new, relevant dimensions. Consider, as evidence, the volume of indemnifiable loss and the diversity of insurance products called upon during the aftermath of 9/11 in New York. The systemic nature of some kinds of risk (life and health, cyber-risk, mass-consumption products such as medicine or foods) has created new risks, as their spread and growth poses new risks in itself. risks inherent in the systeM Insurers and reinsurers deal with complex issues. No less intricate are the challenges they face within their own business. Trouble may stem from causes internal to each company, such as the lack of professional skill or limitations in their control/hierarchical structure; from unforeseen, if predictable, evolution of economic cycles which impact markets, risks, prices and costs; from their own risk protection strategies or reckless management of operational financial assets that level out the responsibilities shared among insurers and reinsurers or their mishandling of such responsibility; from inadequate safeguards of each insurer or reinsurer through reinsurance protection of verified liquidity; from inadequate risk undersigning policies; insufficient estimation of, or provision for, responsibilities stemming from outstanding claims, be they reported or unreported; from risks that arise from unforeseen (even unpredictable) changes to legal frameworks, which have always limited this business; last but not least, undesirable contamination of insurance activities by high-risk financial operations that include a great deal of manipulative activity, as the last couple of years have shown. “A concentração de ‹‹investimento por metro quadrado›› agiganta, como antes se não conhecia, as consequências possíveis de riscos seguráveis “clássicos” (…)” “The concentration of investment per square foot brings about the unprecedented swelling of consequences tied to “classic” insurable risks (…)” 57 oBservatório legal LeGAL oBseRvAtoRY cálculo insuficiente e/ou o provisionamento insuficiente das responsabilidades decorrentes de sinistros pendentes, conhecidos ou não; os riscos decorrentes de modificações legais imprevistas (até imprevisíveis) que sempre condicionam o exercício de uma actividade tão específica; e “last but not the least” a indesejável contaminação da actividade seguradora por operações financeiras de alto risco e de elevada manipulação, como os tempos recentes revelaram. os desaFios da regulação e da suPervisão Vistas fugazmente as questões dos riscos que são matéria prima da actividade seguradora e resseguradora e as questões dos riscos operacionais inerentes aos próprios seguradores e resseguradores (mas necessariamente evitáveis ou pelo menos controláveis), resta agora ver, não como risco mas como desafio, não como ameaça, mas como oportunidade, as enormes exigências que em matéria de “compliance” legal, financeira e comportamental, se colocam aos seguradores e resseguradores europeus, e, em movimento convergente mas distinto, aos seguradores americanos, mas também, pela osmose normativa sempre alcançada por via das grandes organizações internacionais de cooperação entre reguladores do sector financeiro e pela dimensão internacional das operações, aos principais mercados e aos principais operadores de todo o mundo. “As novas regras sobre capitais e recursos dos seguradores e resseguradores com sede ou actividade na União Europeia (...) exigirão aos operadores um quase certo reforço de capitais próprios (…)” “The new rules on capital and resources handled by insurers or reinsurers with head office or branches within the EU (…) will almost certainly demand that businesses inject new capital into their stores (…)” 58 As novas regras sobre capitais e recursos dos seguradores e resseguradores com sede ou actividade na União Europeia (identificadas pela designação de Solvência II), ou as regras paralelas que se seguem ou estudam nos EUA, exigirão aos operadores um quase certo reforço de capitais próprios, uma prudência acrescida nas gestão dos activos financeiros, uma prudente clarividência na fixação de preços e nas políticas concorrenciais e uma acrescida transparência e uniformidade nos métodos e nas regras de relato financeiro. As exigentes regras comportamentais exigidas por lei aos operadores financeiros em geral, e em especial a seguradores e resseguradores, pela sua especial e complexa responsabilidade fiduciária, criam uma nova e organizada oportunidade de solidez e eficiência para seguradores e resseguradores mas, quando a não aproveitem, cria-lhes também um risco essencial e demolidor: o risco reputacional. É todo este contexto tão específico que justifica que a regulação e supervisão do sector segurador mantenham a sua especificidade e a sua autonomia e que o direito dos seguros e toda a sua “soft law”, sem prejuízo do espaço amplo de convivência que em si guardam e até provocam, não se diluam no campo impreciso da moda ou do poder. O recente estudo sobre “Systemic Risc in Insurance” da Geneva Association, demonstrando que só actividades financeiras periféricas da actividade seguradora podem representar um risco sistémico, bem justificam a singularidade e a autonomia do sector. challenges in regulation and suPervision After a quick glance at the matters of risk essential to insurance and reinsurance activities, and at the risks inherent in the insurance and reinsurance business (which ought to be avoided, or at least provided for), we must consider that legal, financial and behavioural compliance enjoined upon American and European insurers and reinsurers are not risks but challenges, and most definitely not a threat but an opportunity. Global organizations for cooperation among financial movers and shakers help standardize the rules, especially because the top markets and businesses in the world operate internationally; for which reason Europe and the US tend to converge on a number of issues. The new rules on capital and resources handled by insurers or reinsurers with head office or branches within the EU (grouped under the Solvency II category), or the parallel rules enforced in the US, will almost certainly demand that businesses inject new capital into their stores, step up careful management of financial assets, act with cautious foresight on deciding prices and competition strategies, and enforce greater transparency and homogeneity in their financial reporting rules and methods. Stringent behaviour rules imposed upon financial operators in general, and insurers and reinsurers especially, given their unique role in financial markets, bring about a new, structured opportunity for attaining consolidation and efficiency. Insurers and reinsurers that do not avail themselves of such an opportunity incur catastrophic risk: Damage to their reputation. This whole, intricate picture justifies that the regulation and supervision of the insurance sector maintain their specificity and autonomy and that insurance law, along with all that is termed “soft law,” maintaining also their naturally broad scope, and do not abide by fads or change at the whim of the powers that be. The Geneva Association’s recent study, “Systemic Risk in Insurance,” demonstrates that only the peripheral financial activities of insurance businesses can constitute systemic risk, is a definite blow for the specificity and autonomy of this sector. Mercad o Brasileiro BRAzILIAn MARKet Mercado Brasileiro Brazilian Market Consolidação dá ritmo aos seguros no Brasil Consolidation is key in Brazilian insurance texto / text: Denise Bueno “O interesse pelo mercado de seguros do Brasil justifica-se por vários motivos. Além de todos os indicadores econômicos positivos, a projeção para o PIB em 2010 está em 5%.” “Interest in Brazil’s insurance market stems from a number of motives. In addition to all the positive economic indicators, GDP growth estimates point to 5%.” 60 A indústria de seguros brasileira vive o melhor momento da sua história. Praticamente todas as semanas surgem notícias de grande importância sobre o sector. Os factos vão desde a emissão da maior apólice de garantia do Mundo para viabilizar o Project Finance da Usina Santo Antonio, no Rio Madeira, passam pela divulgação do inicio da operação de quase 80 grupos estrangeiros na área do resseguro e consolidam-se com os anúncios das mais de 30 fusões e aquisições realizadas desde o início de 2008. Essas notícias tornam claro porque a revista Economist publicou uma de suas melhores capas em Novembro: “Brazil takes off”. Realmente, o Brasil decolou/levantou voo. Uma oportunidade e tanto para todos os players que se relacionam directa e indirectamente com o meio securitário. Afinal, a indústria de seguros brasileira é ainda uma criança quando comparada aos países que mais têm investido no Brasil, como a Inglaterra, a Alemanha, a França, a Suíça, a Espanha, os Estados Unidos e o Japão. Enquanto a participação do seguro no Produto Interno Bruto do país é de 3,5%, a média nos países atrás mencionados chega a ser de 10%. E o interesse pelo mercado de seguros do Brasil justifica-se por vários motivos. Além de todos os indicadores econômicos positivos, a projeção para o PIB em 2010 está em 5%; o país tem uma população de quase 200 milhões de habitantes sedentos por crédito e consumo, é um dos principais fornecedores da China e ainda foi escolhido para sediar a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016, eventos que demandarão bilhões de dólares em investimentos. Projeções das seguradoras sinalizam que o faturamento do setor crescerá 10% em 2009, atingindo a faixa de R$ 102 bilhões. Um resultado e tanto considerando que o PIB deve encerrar o ano com uma evolução de 1%. Estudo encomendado pela Confederação Nacional das Seguradoras prevê The Brazilian insurance industry is currently enjoying its finest period. Major news has been cropping up every week for months now. Starting with the world’s largest ever warranty policy to prepare for the Usina Santo Antonio (located at Rio Madeira) Finance Project, to the massive operation conducted by nearly 80 foreign groups under reinsurance schemes and the 30odd mergers and acquisitions between 2008 and now. This is why The Economist published one of its most impactful cover articles in November: “Brazil takes off”. It has taken off indeed. There’s a world of opportunity out there if you’re a contender in the insurance market. After all, the Brazilian insurance industry is quite incipient when compared to the development enjoyed by the countries that lead investment in Brazil, such as England, Germany, France, Switzerland, Spain, United States and Japan. The insurance market’s contribution to the country’s GDP is 3.5%. The average in the countries mentioned above is 10%. Interest in Brazil’s insurance market stems from a number of motives. In addition to all the positive economic indicators, GDP growth estimates point to 5%; the country is home to nearly 200 million people who are actively seeking out credit and consuming a variety of goods, is one of China’s main suppliers and will host the World Soccer Cup in 2014 and the Olympics in 2016, events that will demand billiondollar investments. Estimates from insurance companies indicate that sector turnover may grow as much as 10% in 2009, to R$ 102 billion. Quite the result, if you stop to think that the GDP will see out Q4 having grown 1%. A study commissioned by CNSeg, the national insurance company association, forecasts positive growth throughout all sector segments. Company turnover are expected to exceed R$ 140 billion in 2012. General insurance will represent 30.6%, personal lines policies and savings plans 46,8%, health, 12% and insurance involving capitalization, 10%. Mercad o Brasileiro BRAzILIAn MARKet crescimento positivo para todos os segmentos do sector. A perspectiva é de que o facturamento das Companhias de Seguros ultrapasse R$ 140 bilhões em 2012, cabendo à área de seguros gerais/ramos elementares uma fatia de 30,6%, as apólices de pessoas e planos de previdência com 46,8%, saúde, com 12% e capitalização com 10%. A consolidação tornou-se uma rotina nos últimos dois anos, permitindo a entrada de gente nova no mercado e gerando a necessidade de aportes de capital para fazer frente as exigências de solvência do órgão regulador. “A consolidação deverá permanecer ao longo dos próximos anos no Brasil”, afirma Roberto Westenberger, líder da área de Seguros da PricewaterhouseCoopers. Para ele, as seguradoras médias vão conquistar os clientes com serviços exclusivos e por classes sociais específicas. Já as grandes seguradoras vão explorar a presença geográfica que os bancos estão proporcionando. “O apoio dos bancos ao setor é de extrema importância para o crescimento do setor”, diz. Entre as maiores operações temos, sem dúvida alguma, a recente movimentação ocorrida entre as maiores instituições financeiras presentes no mercado brasileiro. Com a necessidade de recuperar a rentabilidade perdida com a queda dos juros e perda de receita com tarifas, muitos banqueiros perceberam que o Brasil exibia uma indústria de seguro sólida e rentável, com produtos modernos e com grande potencial de crescimento. Resultado: os quatro maiores bancos – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander – reorganizaram suas operações e rumam a uma acirrada disputa na venda de seguros a partir de 2010. Assim, o desenho que se começa a vislumbrar no sector é ter os bancos dominando a venda de seguros massificados e as seguradoras especializadas liderando grandes riscos e nichos que exigem especialização, como riscos financeiros. Consolidation has become routine over the past two years. Many new contenders have entered the market and capital injections are needed to satisfy current rules and regulations on solvency. “Consolidation should become an established fact over the coming years in Brazil,” claims Roberto Westenberger, insurance leader at PriceWaterhouseCoopers. To him, medium-sized insurers will captivate their clients with exclusive services and cater to specific social groups. Major insurers will exploit the geographic ubiquitousness provided by banks. “Bank support to this sector is vital to our growth,” he says. Banks do provide some of the larger-scale operations. Realizing the need to recoup lost profitability due to falling interest rates and loss of profit on tariffs, many bankers realized that Brazil offered a solid, profitable insurance industry, with modern products and great potential for growth. As a result, the four largest banks operating in Brazil – Bank of Brazil, Itaú Unibanco, Bradesco and Santander – reorganized their operations and now compete fiercely for insurance sales. 2010 will surely see heightened competition in insurance sales. The outlook for insurance: Banks will hold sway over mass insurance sales, and specialized insurers will take on riskier operations and niches that demand specialization, such as financial risks. “Com a necessidade de recuperar a rentabilidade perdida com a queda dos juros e perda de receita com tarifas, muitos banqueiros perceberam que o Brasil exibia uma indústria de seguro sólida e rentável.” “Realizing the need to recoup lost profitability due to falling interest rates and loss of profit on tariffs, many bankers realized that Brazil offered a solid, profitable insurance industry.” 61 Mercad o Brasileiro BRAzILIAn MARKet Principais fusões e aquisições na indústria de seguros | Main mergers and acquisitions in the insurance industry alvo tARGet coMPrador BUYeR negociação neGotIAtIon data DAte valor vALUe icaTu harTForD icatu comprou a participação de 50% da hartford no brasil now holds 50% of hartford in Brazil 2009 não revelado undisclosed PanaMericana seguros caixa econômica Federal comprou o banco Panamericano e levou a seguradora Bought bank, Panamericano, got insurer as package deal 2009 r$ 750 milhões R$ 750 million iTau Xl riscos corPoraTiVos itaú controle da companhia, restando acordo operacional de resseguro com a Xl holds company, operational reinsurance agreement with XL remains 2009 não revelado undisclosed MeDial aMil 51% do capital 51% of capital 2009 r$ 632 milhões R$ 632 million bank oF braZil Principal Main renegociou por mais 23 anos a exclusividade no canal do banco Secured another 23-year exclusive deal with the Bank 2009 não revelado undisclosed oDonToPreV braDesco 43,5% da odontoPrev 43,5% of OdontoPrev 2009 r$ 660 milhões R$ 660 million irb brasil re banco do brasil Bank of Brazil ainda não definido undefined so far 2009 não revelado undisclosed brasilVeiculos e aliança Do brasil Mapfre ainda não concluída; envolve ramos elementares e vida To be concluded; involving property and life insurance 2009 não revelado undisclosed iTaú unibanco Porto seguro associação em carro e casa, criando a PsiuPar Associate for car and home insurance, establishing PSIuPAR 2009 estimado em quase r$ 236 milhões estimated at nearly R$ 2 billion unibanco aig itaú comprou o banco e levou a seguradora Bought bank, got insurer as package deal 2009 não revelado undisclosed unibanco aig saúDe Tempo Participações 100% do capital total 100% of capital 2009 r$ 55 milhões R$ 55 million aig unibanco Participação da aig (49%) na unibanco aig seguros AIG to hold 49% of unibanco AIG Seguros 2009 us$ 820 milhões uS$ 820 million Tokio Marine santander adquiriu a totalidade de vida e previdência que o grupo japonês havia adquirido do abn amro em 2005 Fully acquired life and pensions insurance business that the Japanese group had acquired from ABn Amro in 2005 2009 Mongeral aegon 50% do capital total 50% of capital 2009 não revelado undisclosed MarÍTiMa yasuda 50% do capital total 50% of capital 2009 estimado em r$ 336 milhões estimated at R$ 336 million Minas, braZil Zurich 100% do capital total 100% of capital 2008 r$ 236 milhões R$ 236 million nossa caiXa icatu hartford Parceria para a venda de títulos de capitalização Partnership for sale of capitalization bonds 2008 r$ 64 milhões R$ 64 million aDVenT Paraná banco recomprou a participação de 80% vendida ao fundo de private equity em 2005 Reacquired 80% participation sold to a private equity fund in 2005 2008 r$ 102 milhões R$ 102 million inDiana liberty 100% do capital total 100% of capital 2007 não revelado undisclosed ciTiinsurance Metlife compra mundial inclui o brasil world acquisition includes Brazil 2007 us$ 11 biliões uS$ 11 billion roMa Mapfre 100% do capital total 100% of capital 2007 não revelado undisclosed naTiowiDe Mapfre carteira de vida e previdência Life and pensions portfolio 2007 não revelado undisclosed sulaMérica aXa Parceria em grandes riscos Partnership for large risk 2006 sem valor financeiro no monetary value hsbc hDi 100% da carteira de automóvel e seguro de bens 100% of car and property insurance portfolio 2005 estimado em r$ 236 milhões estimated at R$ 300 million nossa caiXa Mapfre adquiriu 51% na nossa caixa Vida e Previdência em leilão Acquired 51% of nossa Caixa Vida e Previdência at auction 2005 r$ 225 milhões R$ 225 million MagaZine luiZa cardif Parceria na luizaseg (50% para cada - joint venture) Partnership with LuizaSeg (50% for each joint venture) 2005 r$ 7.5 milhões R$ 7.5 million aXa Porto carteira de automóvel Car insurance portfolio 2004 não revelado undisclosed soMa Metlife 100% do capital total 100% of capital 2004 não revelado undisclosed sulaMérica aeTna ing aquisição mundial incluiu o brasil world acquisition includes Brazil 2002 não revelado undisclosed cigna ace aquisição mundial incluiu o brasil world acquisition includes Brazil 1999 não revelado undisclosed unibanco seguros aig 49% do capital total 49% of capital 1996 não revelado undisclosed Vera cruZ Mapfre 30% do capital total 30% of capital 1992 não revelado undisclosed não revelado undisclosed Fonte: Notícias veiculadas na mídia Source: News circulated by the media 62 herco excelência na consultoria de risco Excellence in Risk Consulting Herco da Prevenção de Perdas à gestão de risco From Loss Prevention to Risk Management texto / text: texto / text: Carlos Schlegel Neto Jorge Luiz A. Gonçalves GESTOR DE OPERAçõES DIRETOR COMERCIAL OPERATIONS MANAGER COMMERCIAL MANAGER Bio: • Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. • Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. • Engenheiro de Produtos na área de telecomunicações e elétrica. • Professor de Análise e Gestão de Riscos, em cursos de pósgraduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, e professor de Gerenciamento de Riscos em cursos de pós-graduação. • 14 anos de experiência em Análise de Riscos e Segurança de Processos. • Atualmente na gestão da Herco, coordena a equipe e atua na visão estratégica da empresa. Bio: • Formado em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa - Portugal. • Engenheiro de Processos em indústrias de cimento e de celulose. • Coordena a avaliação de DMP e PMP em grandes corporações e participou na elaboração de apólice All Risk. • 20 anos de experiência em Análise de Riscos e Segurança de Processos. • Atualmente na área comercial e na visão estratégica da Herco. Bio: • Specialized in Work Safety Engineering, earning his degree from the University of Santa Catarina State, Brazil – the UDESC. • Earned a degree in electrical engineering from the Federal University of Santa Catarina, the UFSC. • Product engineer in telecommunications and electricity. • Taught graduate classes in Risk Analysis and Management, part of a Work Safety Engineering programme, and also Risk Management graduate classes as part of a Risk Management and Insurance programme. • 14 years’ experience in Risk Analysis and Process Security. • Currently serves in the board at Herco, coordinates teams and intervenes in the company’s strategic vision. 64 Bio: • Degree in Chemical Engineering from the Instituto Superior Técnico de Lisboa – Portugal. • Process engineer with cement- and cellulose-processing companies. • Coordinates DMP and PMP assessment for large corporations and participated in the drafting of All Risk policies. • 20 years’ experience in Risk Analysis and Process Security. • Currently serves in Herco’s commercial division and intervenes in the company’s strategic vision. A Herco é uma empresa prestadora de serviços de consultadoria de riscos com um vasto campo de actuação. As áreas de intervenção vão desde a Avaliação de Riscos Industriais à implementação de cultura de Gerenciamento de Riscos. Com importantes clientes e significativas referências no mercado brasileiro, as suas áreas de actuação são quatro: segurança de processos, meio ambiente, treinamentos e seguros. Herco is a consultancy firm with the expertise to cover a number of fields. Current capacity includes industrial risk assessment, as well as implementation of risk managment culture. Serving clients of note, having established a solid reputation in the Brazilian market, Herco focuses on four domains: process safety, environment, training and insurance. A vasta experiência desta consultora em estudos de Análise de Riscos e participação ativa na aplicação de softwares e técnicas para Análise de Riscos proporcionam à Herco a permanência no exclusivo banco de dados de fornecedores da Petrobras. Foi desta forma que a Herco recebeu o convite da Petrobras para início de participação em estudos que avaliem o risco industrial presente em suas unidades. The consultancy’s broad experience with Risk Analysis and active participation in the development of Risk Analysis techniques and software has garnered the company a permanent position in Petrobras’s exclusive supplier database. Petrobras invited Herco to participate in surveys evaluating industrial risk at Petrobras sites. Os trabalhos de análise de riscos industriais acabam trazendo um impacto sobre o processo de gestão de riscos, ou seja, quando a solução do tratamento do risco é a sua transferência. Assim, ao conseguir-se um profundo conhecimento, por parte da Herco, sobre os riscos de uma empresa, pode-se mais facilmente começar qualquer iniciativa na área de seguros. As atividades desenvolvidas pela Herco estão dividas em 4 áreas de atuação: segurança de processos, meio ambiente, treinamentos e seguros. Atualmente há diversos serviços que são oferecidos, onde podemos destacar os de maior representação: Inspeção de Riscos e Classificação de Áreas (inseridos na área de Segurança de Processos) e Análise Quantitativa de Riscos (incluídos na área de meio ambiente). A Inspeção de Riscos é a atividade de maior penetração dentro do ambiente da empresa. É através deste serviço que a Herco analisa o status do risco presente no cliente. A inspeção é realizada com base numa técnica de análise de riscos - Risk Screening - que tem como pressuposto avaliar detalhadamente todos os processos/ambientes da empresa. A técnica consiste em inspecionar as condições das instalações, avaliar os sistemas de proteção, procedimentos operacionais e de manutenção, presença de substâncias perigosas, cumprimento de normas e aplicar os conceitos de What-If e HAZOP a cada subsistema inspecionado. Industrial risk analysis impacts the risk management process and it will often be found that the best way to handle risk is to transfer it. So when Herco amasses a body of knowledge on the risks a company takes, it is much easier to decide on insurance initiatives. Herco focuses on 4 operational domains: Process safety, environment, training and insurance. Currently, there are several services on offer. Foremost among them: Risk Inspection and Area Classification (included in Process Safety) and Quantitative Risk Analysis (included in the “environment” domain). Risk Inspection is the activity that delves deeper into a company’s environment. It is through this service that Herco analyses the risk status at a given client site. Inspection is based on a technique, Risk Screening, which goes over all the company processes and environments in fine detail. The technique consists in detailed inspection of company premises, assessment of protection systems, operational and maintenance procedures, presence of hazardous substances, compliance with rules and regulations, and the application of What-If and HAZOP concepts to each subsystem under inspection. Area Classification is the mapping of volumes where an explosive atmosphere might occur (due to leakage or spillage from plant, pipes, vats, accessories, and others). With Area Classification, areas (volumes) are defined where special care must be taken; also, the relocation or use of specific electrical equipment adapted to that kind of explosive atmosphere, staff training and security guidelines. A Classificação de Áreas é o mapeamento de volumes onde existe a possibilidade de ocorrer uma atmosfera explosiva (devido a eventuais vazamentos em equipamentos, tubulações, tanques, acessórios etc). Dessa forma são definidas áreas (volumes) onde deverão ser tomados cuidados especiais, assim como a realocação ou utilização de equipamentos elétricos específicos para esse tipo de atmosfera explosiva, treinamento de pessoal e medidas de segurança estabelecidas em normas. O diferencial da Herco na metodologia de Classificação de Áreas está na ferramenta utilizada para a realização deste estudo. Através do uso de software são simuladas as hipóteses e produtos especificamente presentes no cliente. Os resultados apresentam valores mais confiáveis e menos conservativos, impactando em significativa redução de custos pós-classificação e em riscos convenientemente avaliados. A Análise Quantitativa de Riscos é um estudo, normalmente demandado por um órgão governamental, que visa avaliar o impacto de possíveis cenários acidentais, sejam de produtos tóxicos ou inflamáveis, sobre a população e instalação de terceiros. Os impactos avaliados podem ser desde nuvens tóxicas até incêndios, explosões ou ainda BLEVEs (bolas de fogo). Os efeitos físicos avaliados passam por um estudo de freqüência para se determinar o nível de risco da instalação e aceitabilidade deste perante os critérios estabelecidos pelos órgãos governamentais. Recentemente a Herco aprimorou seu programa de gerenciamento de riscos e controle de perdas, passando a se configurar como Programa de Gestão de Riscos Operacionais. Neste atual conceito de implementação desta metodologia, a Herco avalia o sistema de gestão de riscos, incluindo SSMA (segurança, saúde e meio ambiente) existente na empresa, agregando a avaliação do impacto causado em áreas financeiras, administrativas, seguros e afins, conforme o diagrama - página 66. What sets Herco apart when it comes to Area Classification is the tool employed in this kind of survey. Herco deploys software to model hypotheses and specific products found at the client sites. The results present more reliable, less conservative numbers, leading to significant cost reduction postclassification and adequate risk assessment. Quantitative Risk Analysis is usually requested by a government body and it assesses the impact of several disaster scenarios caused by toxic or flammable products and the damage borne by persons and property. Assessed impacts may range from fires to toxic clouds, explosions, even BLEVEs (“boiling liquid exploding vapor explosion”). The physical effects assessed are verified through a frequency survey to determine the facility’s hazard level and its relative acceptability vis-à-vis government criteria. Recently, Herco fine-tuned its risk management and loss control programme, which is now configured as an Operational Risk Management Programme. Pursuing its current methodology, Herco assesses the risk management system, including the safety, health and environment (SHE) guidelines in place at the client company, aggregating the assessment of impacts to financial, administrative, insurance and related domains, as illustrated in the diagram - page 66. “A Inspeção de Riscos é a atividade de maior penetração dentro do ambiente da empresa.” “Risk Survey is the activity that delves deeper into a company’s environment.” 65 herco gestão de riscos operacionais | operational risk management insuMos InPUts cultura organiZ. oRGAnIz. cULtURe Pessoas PeoPLe instalações FAcILItIes Política ssMa Hse PoLIcY norMas stAnDARDs aMBiente envIRonMent eng. de risco RIsK enGIneeRInG Qualidade qUALItY Processos PRocesses Manutenção MAIntenAnce eQuiPaMento eqUIPMent “O mais recente avanço mercadológico da Herco ocorreu em 2009, pela entrada no setor offshore.” “The latest service breakthrough at Herco occurred in 2009 as it entered the offshore sector.” contrato contRAct seguro InsURAnce leis LAWs O mais recente avanço mercadológico da Herco ocorreu em 2009, pela entrada no setor offshore. A Herco fechou seu primeiro contrato para realização de atividades offshore. As atividades foram desenvolvidas embarcadas no navio sonda NS-16 (Peregrine 1), operado para a Petrobras pela Etesco. Junto com a Petrobras, a Herco foi uma das empresas brasileiras pioneiras na participação no Loss Prevention em 2004 (Conferência Internacional de Segurança de Processos, promovido pelo EFCE – European Federation of Chemical Engineering, que acontece a cada três anos), e mantém a sua participação para as edições de 2007 e 2010. Suas mais novas parcerias estão na área de confiabilidade e de sistemas de gestão de risco. Em confiabilidade, a atuação se dá na segurança funcional, através da avaliação dos níveis de proteção "SIL" - Safety Integrity Level, em conjunto com a Risknowlogy, empresa Suíça que conta com consultores de alta especialização e completa competência no segmento, pertencentes ao programa de certificação da TÜV. Política gr RM PoLIcY aQuisições AcqUIsItIons Financeiro FInAncIALs coMPras PRocUReMent Uma importante parceria está na aliança estabelecida com a Syntex, empresa líder mundial no fornecimento de sistemas de gestão de riscos (software para ERM – Entreprise Risk Management). Através desta parceria, a Herco estará trazendo para o Brasil a mais avançada ferramenta de Gerenciamento de Riscos Corporativos. Com o objetivo de manter a vanguarda na aplicação de novas técnicas, fer-ramentas ou serviços, a Herco mantém como fonte de informação a busca por parcerias e a participação em cursos e seminários internacionais. 66 logística LoGIstIcs Fornecedores sUPPLIeRs interdePendência InteRDePenDencIes seg. PatriMonial secURItY risco eM locais de 3os RIsK At 3rd PARtY sItes The latest marketing-mix breakthrough at Herco occurred in 2009 as it entered the offshore sector. Herco signed its first contract to conduct offshore operations. Activities were carried out on the NS-16 (Peregrine 1) vessel, run by Etesco for Petrobras. Along with Petrobras, Herco pioneered Brazilian participation in Loss Prevention 2004 (International Symposium on Loss Prevention and Safety Promotion in the Process Industries, promoted by the EFCE European Federation of Chemical Engineering, a triennial event), and again attended the conference in 2007. Herco’s latest partnership focuses on functional safety through the assessment of the SIL (Safety Integrity Level) protection levels. Herco’s partner is Risknowlogy, a Swiss company, unique for their blend of refined specialization and utter command of their segment. Herco’s next goal when it comes to seeking out new partners is an alliance with a world leader in the supply of ERM – Enterprise Risk Management software. Once this partnership materializes, Herco will secure a leading Corporate Risk Management tool and introduce it in Brazil. With the goal in mind to stay ahead of the curve when it comes to new techniques, tools and services, Herco is ever on the lookout for new partners, and international courses and seminars. herco história da herco | herco's history A Herco Consultoria de Riscos iniciou suas atividades em 1971 operando como uma corretora cativa do grupo Hering. Como principal ferramenta desenvolveu metodologias de Gerenciamento de Riscos, alcançando resultados em pouco tempo. A idéia deu certo. Em 1993, a Herco recebeu o desafio de estender suas atividades para fora do grupo. Neste momento iniciou-se o aprimoramento de técnicas que possam atender a todos os tipos de riscos e empresas. Entre os primeiros clientes de porte significativo, o destaque vai para a atuação em siderurgia (Usiminas) e financeiro (Caixa). A carência no mercado pela especialização no processo de análise de riscos operacionais/industriais e a interface deste com o mercado segurador, alavancou a participação em outras empresas de grande porte tais como CSN, Açominas, Itaipu, Telemar, Cosipa, Copel e Petrobras. sobre a importância de um efetivo Programa de Gerenciamento de Riscos. Um destaque do resultado dos trabalhos prestados pela Herco aconteceu numa grande empresa brasileira, onde após um levantamento criterioso de riscos operacionais fomos confrontar as exposições às perdas da empresa com os limites contratados pela apólice de seguro patrimonial. Nesta análise dos riscos transferidos para o mercado segurador, identificamos que o valor contratado para cobertura de “quebra de máquinas” era totalmente insignificante para os riscos desta atividade industrial. A nossa orientação foi de aumentar o valor deste item em mais de 20 vezes. A defesa para aumento de cobertura junto ao diretor industrial e conselho de acionistas foi baseada em nosso trabalho de levantamento de riscos nas instalações industriais da empresa. O processo de especialização da Herco se intensificou a partir de 1996, onde passou a investir de forma mais intensa em pesquisa tecnológica, sendo pioneira, juntamente com a Petrobras e CETESB, na aquisição do PHAST, software líder no mercado em Análise Quantitativa de Riscos. No caso específico de trabalhos na Petrobras, a avaliação desta para a escolha da Herco foi ainda mais criteriosa. A Petrobras possui um minucioso processo de seleção de seus fornecedores, no qual inclui a experiência na área específica a ser participada. Superada esta fase de convencimento a se transferir mais risco ao mercado segurador, a empresa alterou seus limites de cobertura, de acordo com nossa orientação e, consequentemente, reajustou seu prêmio de seguro. Poucos meses depois aconteceu um grave sinistro, cujas causas do evento estavam totalmente amparadas pelo clausulado de quebra de máquinas, e como o limite de cobertura tinha sido reajustado, a empresa foi plenamente ressarcida de seus prejuízos. Este estudo de análise de riscos realizado pela Herco evitou que esta empresa tivesse uma perda de sensivelmente 580 milhões de dólares. Durante este período, especificamente em 1999, a ADDmakler adquiriu a Herco fazendo parte de mais um capítulo desta história. A ADDmakler, estrategicamente, manteve o perfil tecnológico da Herco, separando as atividades de corretora das de engenharia. A partir de então a Herco se tornou exclusivamente uma empresa de engenharia de riscos com foco em segurança de processos. Esta forma prática de implementação dos serviços pela Herco faz com que os clientes absorvam de maneira mais eficaz a metodologia e a cultura de gerenciamento de riscos. A filosofia de trabalho da Herco inclui o conceito de se estar sempre disposto para encarar novos desafios e mercados, buscando as melhores soluções em gerenciamento de riscos para seus clientes. A ligação com a área de seguros se manteve para ocasiões onde há a necessidade de suporte mais especializado para algum cliente, como por exemplo, as grandes contas, o elevado grau de criticidade ou ainda grandes sinistros. Através da experiência adquirida da Herco, pode-se avaliar com maior confiabilidade o risco existente no cliente. Este fato acaba gerando certa empatia entre o cliente e o grupo, em termos de objetividade no processo de avaliação de riscos. Outra ligação estratégica mantida é o auxílio na prospecção de novos clientes para o lado da corretagem. A independência da Herco, em relação ao mercado de seguros, permite entrar em clientes que normalmente como corretora haveria mais dificuldade. O maior marketing que a Herco possui são os próprios clientes. Os resultados das atividades efetuadas pela equipe da Herco trazem resultados imediatos na redução de riscos e podem ser percebidos financeiramente na redução das perdas, ou na economia ao implantar as medidas de redução ou eliminação dos riscos avaliados. A visão objetiva da Herco em transformar o risco em uma potencial perda financeira para a empresa ajuda a convencer acionistas e diretores Herco Consultoria de Riscos (Risk Consultancy) was established in 1971 and operated as a captive of the Hering group. It chose to develop risk management methodologies as its main tool and produced results before long. The ideas panned out. In 1993, Herco was faced with a new challenge: Extend its activities and operate beyond the confines of its group. Then began the refining of techniques to serve all kinds of risk, all kinds of companies. Among the first notable clients were ironwork company Usiminas and the Caixa financial institution. The market needed specialist knowledge on industrial/operational risk analysis and on the risk analysis/insurance market interface. Such a demand catalyzed work with large companies such as CSN, Açominas, Itaipu, Telemar, Cosipa, Copel and Petrobras. Specialization at Herco picked up the pace from 1996 onwards. The company began to invest more aggressively on technological research and, with Petrobras and CETESB onboard, acquired PHAST, a leading Quantitative Risk Analysis software programme. As for work with Petrobras, it must be said that they applied strict criteria in their assessment of Herco. Petrobras employs a detailed supplier selection method, one of the parameters being the supplier’s experience in their respective field. During this assessment period, it was in the year 1999 that ADDmakler took over Herco. At ADDmakler, they were smart enough to maintain Herco’s technological profile, segregating engineering from brokerage activities. From then on, Herco focused exclusively on risk engineering and, more specifically, process safety. The connection with insurance was maintained, as there may be a need to provide specialist support to a client — especially with large accounts, highly critical operations, major disasters. Herco’s experience has led to more reliable assessments of risk at client sites. Thus emerges a certain empathy between client and company; Herco wants to assess risk objectively, and the client appreciates Herco’s approach. Another strategic advantage is Herco's pull. Being independent from the insurance market, it gets a foot in the client’s door more easily than a number of insurance brokers could. Herco’s greatest marketing asset is word-of-mouth from the clients themselves. The results achieved by Herco teams lead to immediate risk reduction and financial impact is quickly perceived through loss reduction; at the very least, there will be noticeable savings as measures to reduce or eliminate the risks assessed are implemented. Herco’s objective intent, to turn risk into potential financial loss to the company, wins over boards and shareholders and makes them understand the importance of effective Risk Management Programmes. One significant event occurred at a Brazilian company where, after a thorough survey of operational risks, we verified company exposure to loss against the limits dictated by their property insurance policy. Through this analysis of the risk transferred to the insurance market, we noticed that the values agreed upon regarding Machine Breakdown cover were completely inadequate to the risks posed by their industrial activities. We recommended that they step up the coverage by 20 orders of magnitude. The head of industrial operations and shareholders were presented with a recommendation for increased coverage based on our risk assessment work at the company’s industrial facilities. Once the persuasion stage was through, the company revised its coverage limits according to our recommendation and, as a consequence, readjusted its insurance premium. A few months later, a serious accident took place, the causes of which were fully covered by the clauses on Machine Breakdown. As the coverage limit had been readjusted earlier, the company was fully reimbursed. This risk analysis survey conducted by Herco saved the company from a USD$580m loss. Herco’s practical approach to service implementation leads to greater client uptake of risk management methodologies and culture. Herco’s working philosophy can be summed up like this: Always be ready to face new challenges and markets. Always find the best risk management solutions for your clients. 67 new world ins urance Brokers link @ china New World Insurance hei wong – o amigo, o parceiro e o líder Hei Wong – The friend, the partner and the leader A New World Insurance (NWI) é o membro da BrokersLink que se encontra em Hong Kong e na China Continental, e um parceiro muito próximo da MDS. Com uma experiência de mais de 20 anos de corretagem, a NWI é um dos corretores mais importantes da China. Como a MDS, faz parte de um conglomerado de empresas muito importante – o New World Group. O CEO da NWI, Hei Wong, esteve no Porto no 25º aniversário da MDS e falou com a Full Cover acerca da sua empresa e do seu relacionamento com a MDS. 68 New World Insurance (NWI) is the BrokersLink member for Hong Kong and mainland China, and a very close partner to MDS. With over 20 years experience in the brokerage business, NWI is one of the leading brokers in its territory. It shares with MDS the fact of also being part of a very important conglomerate of companies – New World Group. NWI’s CEO Hei Wong was in Oporto for MDS’ 25th anniversary, and talked with Full Cover about his company and the relationship with MDS. legenda / caption: Hei Wong CEO NEW WORLD INSURANCE new world ins urance new world group Conglomerado sediado em Hong Kong, com enormes investimentos nesta cidade, em Macau, na China e no ultramar. O ‘turnover’ anual do grupo é de mais de 5 biliões de dólares americanos, com uma capitalização de mercado de mais de 20 biliões. Com 54000 empregados, o grupo abrange uma gama diversificada de negócios em Hong Kong, na China Continental, em Macau e noutros territórios. Encontra-se entre os cinco principais promotores de desenvolvimento imobiliário de Hong Kong, mas também investe fortemente na China, com uma carteira de propriedades muito diversificada que abrange projectos que vão desde comunidades residenciais, escritórios e vivendas, até complexos multi-uso e hotéis. O turismo é, na realidade, outra área de actividade muito importante: o grupo é proprietário de muitos hotéis, alguns dos quais administrados pelas cadeias Hyatt e Mariott e outros geridos directamente pelo New World Hotel Management. O desenvolvimento de infra-estruturas é ainda outra área chave, que inclui projectos dignos de atenção em quatro áreas importantes: Energia, Água, Estradas e Portos. A área de retalho do New World Group compreende 23 armazéns de vendas com a marca New World na China Continental e quatro ‘outlets’ com a marca ‘Bali Chuntian’, em Xangai. Através da sua divisão de Serviços de Arrendamento, o New World Group também tem interesses no Arrendamento de Propriedades, na Realização de Contratos, em Serviços de Transportes e Financeiros. O New World Group exerce ainda actividade noutros sectores, tais como Serviços. e Telecomunicações. New World Group is a Hong Kong based leading conglomerate with huge investment in Hong Kong, Macau, China and overseas. The group’s annual turnover is over US$5 billion, with a market capitalization over US$20 billion. With 54,000 employees, the group embraces a diversified range of businesses in Hong Kong, Mainland China, Macau and other territories. It s among the top 5 property developers in HK, but it also invests strongly in China, with a well-diversified property portfolio, comprising projects ranging from residential communities, service apartments and villas, multi-use complexes and hotels. Tourism is, in fact, another main area of operation: the group owns many hotels, some managed by the Hyatt and Mariott chains, and other managed directly by New World Hotel Management. Infrastructure development is yet another key area, including noteworthy projects in four major segments: Energy, Water, Roads and Ports. The retail arm of New World group comprises 23 “New World” branded department stores in Mainland China and four “Bali Chuntian” branded outlets in Shanghai. Through its Service & Rental division, New World group is also involved in Facilities Rental, Contracting, Transport and Financial Services, New World group also operates in other sectors such as Services. A final area that deserves being highlighted is Telecommunications. uM universo de oPortunidades a world oF oPPortunities A tendência económica actual, mesmo em épocas de crise, impõe um novo conceito de globalização baseado na interligação das economias e na visão do mundo como propriedade das companhias. As crescentes permutas entre as economias ocidentais e o Extremo Oriente são um dos sinais mais visíveis desta tendência. Current economic trends, even in times of crisis, impose a new conception of the world based in the interconnectedness of economies, and on the consideration of the world as companies’ back yard. One of the most visible signs of these trends is the ever growing exchanges between Western economies and the Far East. Como Hei Wong assinala, “com a globalização, um número cada vez maior de empresas industriais europeias e norte-americanas está a deslocar-se para o Extremo Oriente. Como o preço da produção é elevado, o facto de transferirem os seus recursos para a Ásia dá-nos a oportunidade de ter negócios em conjunto”. As Hei Wong points out, “with the globalization more and more European and North American manufacturing businesses are moving into the Far East. As the cost of production is high, the fact that they are moving their resources to Asia gives us an opportunity to do business together”. Fazendo o percurso contrário, mais “investidores chineses estão a vir para a Europa, como responsáveis pelo desenvolvimento do sector imobiliário ou de construção de edifícios de escritórios”. Os investimentos chineses também estão presentes em países de língua oficial portuguesa, como Angola e o Brasil. Na opinião de Hei Wong, este fluxo de investimentos proporciona muitas oportunidades de colaboração entre a NWI e a MDS, uma vez que estes investimentos se concretizarão na necessidade de dar assistência a clientes fora do seu país de origem. “Temos de ter alguém que exerça funções no local e que fale a língua, enquanto trabalhamos com os clientes na sede”, explica Hei Wong. O CEO da NWI vai ainda mais longe e diz que estas oportunidades devem ser activamente aproveitadas e que os corretores devem “atirar-se com dinamismo a projectos asiáticos e europeus” e “deste modo colher todos os benefícios que o presente contexto possa oferecer”. Para agir deste modo, a relação muito próxima entre parceiros como a NWI e a MDS é decisiva. o relacionaMento entre a Mds e a nwi… coMo tudo coMeçou Hei Wong recorda como conheceu José Manuel Fonseca, CEO da MDS, há cerca de quatro anos, em Singapura. Os dois CEOs conversaram durante algum tempo, partilhando a sua experiência e a maneira de ver os negócios. Torna-se interessante referir que, neste primeiro contacto, Hei Wong notou imediatamente haver entre eles claras semelhanças: “Embora vivamos em continentes diferentes, temos muitas parecenças. Tanto a MDS como a NWI são apenas companhias subsidiárias de um conjunto pertencente a uma família. Os dois grupos actuam fora do país que é a sua base – a Sonae, principalmente na Europa, e nós principalmente em Hong Kong e na China Continental”. Mas as semelhanças iam ainda mais longe. Por um lado, tanto Hei Wong como José Manuel Fonseca partilhavam a maneira de conduzir os negócios e de fazer alianças comerciais. Por outro, ambos acreditavam fortemente nos benefícios das redes internacionais de corretores independentes. Enquanto José Manuel Fonseca tinha sido responsável pelo início da BrokersLink, uma rede que nessa altura estava sediada na Europa, Hei Wong era o rosto da PanAsian Alliance, uma rede com objectivos semelhantes aos da BL, embora sediada na região da Ásia banhada pelo Oceano Pacífico. In the inverse direction, more “Chinese investors are coming into Europe, like property developers or office building owners.” Chinese investments are also present in Portuguese speaking countries, like Angola and Brazil. In Hei Wong’s opinion, these investment flows bring many opportunities for collaboration between NWI and MDS, as these investments will materialize in clients need to be assisted outside their country of origin. “We’ve got to get someone that does the local part that speaks the language, while we work with the clients in the head office”, Hei Wong explains. NWI CEO goes even further by saying that these opportunities should be actively pursued, as brokers should “pitch proactively for some Asian and European projects”, and thus reap all the benefits that the current context can provide. To do so, the close relationship between partners such as NWI and MDS is crucial… the relationshiP Between Mds and nwi: how it all started Hei Wong recalls meeting José Manuel Fonseca, CEO of MDS, about 4 years ago in Singapore. The two talked for a while, and shared their experiences and vision of the business. Interestingly, in this first contact, Hei Wong immediately found clear resemblances: “Although we are in different continents, we share a lot of similarities. Both MDS and NWI are only owned subsidiaries of a conglomerate owned by a family. Both groups operate outside their base country – Sonae in mainly in Europe and we are mainly in Hong Kong and mainland China.” But similarities went even further. On the one hand, both Hei Wong and José Manuel Fonseca shared a common way of conducting business and of doing business alliances. On the other, both believed strongly in the benefits of international networks of independent insurance brokers. While José Manuel Fonseca had been responsible for the inception of BrokersLink – a European based network at the time, Hei Wong was the face of PanAsian Alliance, a network with similar purposes to BL, but centered in the Asia Pacific region. One year later, Hei Wong was in Oporto celebrating MDS’ 22nd anniversary, and talking about “the future development of the two networks.” Um ano mais tarde, Hei Wong estava no Porto a festejar o 22º aniversário da MDS e falava no “desenvolvimento futuro das duas redes”. 69 new world ins urance “Tanto Hei Wong como José Manuel Fonseca partilhavam a maneira de conduzir os negócios e de fazer alianças comerciais.” “Both Hei Wong and José Manuel Fonseca shared a common way of conducting business and of doing business alliances.” 70 A relação entre os dois CEOs, as duas empresas e as duas redes continuou a evoluir com uma rapidez espantosa e terminou na fusão da BrokersLink Europa, da PanAsian Alliance e da Alinter (outra rede, sediada na América Latina). A parceria resultante, tanto entre os brokers como entre as redes, permitiu que a MDS e a NWI ficassem numa posição ainda melhor para enfrentar os desafios que pudessem surgir no futuro. The relationship between the two CEOs, the two companies, and the two networks kept evolving at an astounding speed, ending up in the merger of BrokersLink Europe, PanAsian Alliance and Alinter (another network based in Latin America). The resulting partnership, both between brokers and networks, allowed MDS and NWI to be in an ever better position to face the challenges that the future might bring. os desaFios the challenges Segundo Hei Wong, a chave para poder enfrentar os desafios, por um lado da globalização e, por outro, das idiossincrasias de cada país é “ser-se inovador, empreendedor, mas também capaz de cumprir em cada região”. According to Hei Wong, the key to be up to the challenges that, on one hand globalization, and on the other hand each country’s idiosyncrasies poses, is “to be innovative, entrepreneur, but also to be able to deliver locally”. No futuro, os corretores de seguros terão de oferecer “uma solução que não seja a tradicional” de fazer negócios, o que significa oferecer “um serviço VIP” para a assistência a cada cliente. In the future, insurance brokers have to provide “an alternative solution to the traditional way” of doing business, and that means providing “a VIP service”, to care about each client. Utilizando um ponto de vista regional, Hei Wong identifica alguns países na região asiática do Pacífico que poderiam ser “importantes para a rede global, como o Japão, a Coreia e a Indonésia”. As diferenças culturais, a mentalidade de cada um destes países e o grau de desenvolvimento dos mercados de corretagem locais são os principais desafios que a BrokersLink e os seus membros em cada país podem ajudar a ultrapassar. From a regional point of view, Hei Wong identifies some countries in Asian Pacific region that could be “important for the global network like Japan, Korea, and Indonesia". The cultural differences, the mentality in each of these countries and the development stage of the local insurance broking markets are the major challenges that BrokersLink and its local members can help overcoming. new world ins urance adn da new world insurance | new World Insurance DnA inovação InnovAtIon soluções Por Medida tAILoR-MADe soLUtIons Polít.rec. huManos HUMAn ResoURces PoLIcY esPírito de FaMília FAMILY sPIRIt resPonsaBilidade social socIAL ResPonsABILItY actualmente, com a globalização, internacionalização e com as leis em alteração, os clientes têm outras preocupações a juntar às habituais. “os seguros têm de mudar de acordo com isto. Temos de ter algo de novo para mudar o produto”, diz hei wong. o lema da companhia é “o seu problema diz-me respeito”. os prejuízos e riscos financeiros não são os únicos desafios. Por exemplo, a nwi pode ajudar na comercialização dos negócios do cliente. “alguns produtos relativos a seguros podem ajudar a promoção de mais negócios, estando na retaguarda quando se tenta encontrar quem esteja disposto a investir nos nossos negócios. não se trata apenas de uma transferência de risco”. os serviços de seguros são um negócio de pessoas e os colaboradores são vistos como sendo um dos elementos mais valiosos para a nwi. esta companhia desenvolveu “estratégias abrangentes que incluem a formação e oportunidades para os colaboradores ganharem experiência, tornando-se profissionais”. os estagiários acabados de sair da universidade são colocados num programa de gestão em vários departamentos. Porém, uma licenciatura não é tudo: os licenciados recém-formados representam cerca de 15 por cento dos empregados; os outros 85 por cento vêm da indústria. a nwi tem cerca de 90 colaboradores, um grupo coeso que festeja os aniversários em conjunto. a nwi, desde o mais simples colaborador ao ceo, está comprometida com causas sociais. “organizamos voluntários entre o nosso pessoal e, por vezes, visitamos o lar para idosos ou oferecemos utensílios escolares aos mais carenciados”. nowadays, with the globalization and internationalization, and with the laws changing, clients have other concerns on top of their usual worries. “Insurance has to change accordingly to that. You have to have something new to change your product”, says hei wong. The company`s motto is “your problem is my business”. Damages and financial risks aren’t the only challenges. nwI can help marketing the client’s business, for example. “Some insurance products can help to promote more business, being behind when you’re trying to find someone willing to put money in your business. It is not only risk transfer”. nwI has about 90 employees, a close group that celebrates birthdays together. Insurance services are a people’s business and employees are seen as one of the most important assets to nwI. The company has developed “comprehensive strategies, including training and opportunities to employees, for them to practice being a professional”. The trainees, fresh out of the university, are put into a management program in different departments. But a degree is not everything: fresh graduates represent about 15 per cent of the employees; the other 85 per cent come from the industry. nwI encourages everyone to take a professional course. nwi – uM interveniente chave no Mercado A NWI foi criada em 1988 como corretor cativo do New World Group, um conjunto muito importante em Hong Kong, Macau, na China Continental e no ultramar. Iniciou as suas actividades em Hong Kong e no Canadá depois de uma joint-venture com um banco francês, Banque Indosuez (actualmente Crédit Agricole). Inicialmente, a NWI era uma companhia de corretagem de seguros regional com a sede em Hong Kong, escritórios representativos na China e algumas filiais em Macau, Malásia, Tailândia, Singapura e Canadá. Quando a China começou a atribuir licenças aos corretores em finais de 1999, a NWI formou em 2002 a primeira joint-venture com uma companhia estatal. No ano seguinte, a China Insurance Regulatory Commission (CIRC) atribuiu finalmente licença à NWI. Hoje “a NWI é um dos poucos corretores em joint-venture da China e tem uma licença à escala nacional que engloba a área de retalho, a corretagem de seguros, os seguros de vida e não vida, assim como corretagem de resseguros”. “numa sociedade diversificada, temos de ter algo em comum. são as obras de caridade. Dar à comunidade une as pessoas de religiões diferentes, até mesmo os livres-pensadores. e na china temos muitos”. nwI, from simple employees to the CEO, is committed to social causes. “we organized volunteers amongst our staff and sometimes we go and visit the elderly home or donate some school packs to the poor people”. “In a diversify society, we have to have something in common. That is charity work. Giving back to the community unites people from different religions and even free thinkers – in China we have a lot of free thinkers”. nwi – a key Player in the Market NWI was formed in 1988 as the captive broker of the New World Group, a leading conglomerate in Hong Kong, Macau, mainland China and overseas. It started its operations in Hong Kong and Canada after a joint venture with a French bank called Banque Indosuez (Crédit Agricole nowadays). Initially, NWI was a regional insurance broking company with headquarters in Hong Kong, and representative offices in China and a few branch offices in Macau, Malaysia, Thailand, Singapore, and Canada. When China started giving licenses to the insurance brokers, by the end of 1999, NWI made the first joint venture with a state owned company in 2002. One year later the China Insurance Regulatory Commission (CIRC) finally gave NWI its license. Today, “NWI is one of the few foreign joint venture insurance brokers in China and has a nationwide license that involves retail, insurance broking, life and non life, as well as reinsurance broking”. 71 new world ins urance “A SRB tem trabalhado com a NWI e neste momento podemos dizer apenas que os serviços prestados pelo nosso parceiro são Rápidos e Excelentes. É com antecipado prazer que esperamos trabalhar com a NWI no futuro!” “SRB has been working with NWI and for now we can only say that the service provided by our partner is both Quick and Excellent. We look forward working with them in the future!” Stephan Egli, SRB, BrokersLink member in Switzerland “Por vezes são as coisas pequenas que marcam a diferença. Quando um dos nossos clientes estava em viagem pela China e precisou de uma confirmação urgente sobre a cobertura do seu seguro, a New World veio imediatamente em seu auxílio! Este é um exemplo importante do que temos experimentado com a New World ao longo dos anos - um apoio imediato, eficiente e profissional.” “Sometimes it's the little things that make all the difference. With one of our clients travelling in China and needing urgent confirmation of cover, New World came to the rescue - immediately! This is a great example of what we have experienced over the years from New World - prompt, efficient and professional support.” Mike Backner, Bridge Insurance Brokers Ltd, Manchester, BrokersLink member in the UK Perfil | Profile - new world insurance Inclui serviços de gestão de risco e consultadoria de seguros; Risk management and insurance consultancy services; É um dos maiores corretores independentes de Hong Kong, que administra 75 milhões de dólares americanos em Prémios Anuais; One of the largest independent brokers in Hong Kong, managing USD 75 million in Annual Premiums; Tem uma equipa de corretores e especialistas de grande nível profissional que tratam de todas as espécies de negócios; Highly professional team of brokers and specialists, who handle all classes of business; Foi uma das primeiras corretoras estrangeiras a receber uma licença para actuar na China e que abrange todo o país; One of the very first foreign insurance brokers awarded a full nationwide license to operate in China; Tem sede em Hong Kong e quatro escritórios muito importantes em Beijing, Xangai, Wuhan e Guangzhou, que proporcionam uma completa cobertura de serviços a todo o país. Headquarters in HK and four major offices in Beijing, Shanghai, Wuhan and Guangzhou that can offer full service coverage to the whole country. Principais clientes | Major clients: • • • • • • • • • 72 Asia Television Ltd CALyON Corporate and Investment Bank Embry Holdings Ltd GlaxoSmithKline Ltd Hong Kong Productivity Council, KWG Property Holding Ltd Linfax Holding Hong Kong Ltd Société Générale Whirlpool (Hong Kong) Ltd yue yuen Industrial (Holdings) Ltd, etc new world ins urance Hei Wong ceo new world insurance Hei Wong é actualmente o CEO da New World insurance, na qual iniciou funções em 1992. Hei Wong is presently the CEO of New World Insurance, where he started working in 1992. Tem um Bacharelato em Comércio pela Universidade Murdoch, Perth, WA, Austrália, e um MBA, terminado na Universidade de Bangkok. Em virtude de ter sempre considerado o conhecimento como um trunfo pessoal de grande valor, fez também uma ‘fellowship’ na Universidade de Deakin, Austrália, um programa conjunto entre esta universidade e o australiano e neo zelandês Institute of Insurance and Finance. Actualmente Hei Wong está a fazer o Doutoramento em Finanças na Shanghai University of Finance and Economics. Hei has a Bachelor degree in Commerce from Murdoch, Perth WA University, Australia, and a MBA, finished in Bangkok University. Because knowledge was always a much valued personal asset, Hei also did a fellowship program with Deakin University, Australia, a joint program between this university and the Australian and New Zealand Institute of Insurance and Finance. Presently, Hei is doing his PhD in Finance in the Shanghai University of Finance and Economics. Hei Wong tem uma larga experiência da indústria de seguros, na qual iniciou funções em 1981, numa companhia de seguros local, propriedade do Financial Services Group, sediado em Hong Kong. Como já foi referido, em 1992 Hei Wong entrou para a New World Insurance a fim de iniciar uma joint-venture na Tailândia. Em 1997, Hei Wong transferiu-se para o escritório regional da NWI em Singapura e assumiu o controlo de toda a actividade do Sueste da Ásia. Em 1999, o NW Group decidiu concentrar os negócios na Grande China e Hei Wong foi escolhido para organizar a actividade neste país. Hei Wong has a vast experience in the insurance industry, where he started working in 1981 in a local insurance company owned by the Hong Kong based Financial Services Group. As mentioned, in 1992 Hei joined New World Insurance to start a joint venture in Thailand. In 1997 Hei moved to NWI regional office in Singapore to take over all South East Asian operation. In 1999, the NW group decided to focus its business in greater China, and Hei was chosen to set up the China operation. 73 Brokers link saigon Brokers Link Asian Conference construindo alianças eficazes Building Effective Alliances 74 O dinamismo da BrokersLink, rede internacional de brokers de seguro, não pára. Um sinal claro do empenho e motivação dos seus membros foi a realização de mais uma conferência regional, que teve lugar entre 4 e 6 de Fevereiro em Saigão, Vietname. At BrokersLink, they’re go-getters. Dynamic. Unstoppable. BrokersLink members are committed and highly motivated. Case in point: They put together another regional conference in Saigon, Vietnam, from February 4 through 6. A conferência, organizada pela AEGIS Consultants Co. Ltd, membro da rede para este país, dirigiu-se primordialmente aos membros asiáticos da BrokersLink, tendo contado com cerca de 50 participantes. José Manuel Fonseca, presidente da rede, fez questão de estar presente e partilhar com todos o seu entusiasmo relativamente a este projecto. A Cooper Gay, parceiro privilegiado da rede para a área de resseguro, e o membro americano – Frank Crystal & Co também não quiseram deixar de participar, considerando a reunião uma excelente oportunidade para fortalecer as suas relações com os presentes. A conferência teve como tema “Construir parcerias eficazes” (“Building Effective Alliance Partnerships”) e foi um momento especial para discutir o futuro da BrokersLink, nomeadamente em termos de novas formas de responder ainda melhor àquelas que são as expectativas de clientes cada vez mais exigentes e com necessidades mais complexas. A troca de perspectivas e conhecimento entre os membros foi uma constante. Foram discutidas as melhores práticas, procurando sempre determinar como estas poderiam ser colocadas ao serviço dos clientes. O evento contou com um forte apoio do mercado segurador, que não quis deixar de se associar a mais esta iniciativa organizada pela BrokersLink. A Liberty, a Chartis e a Bao Minh Insurance Corporation marcaram presença. A QBE foi o patrocinador principal, acompanhada pela Liberty, pela Chartis, pela PTI insurance e pela PetroVietnam Insurance Corporation. No final da reunião todos manifestaram vontade de estar presentes naquele que é o grande acontecimento anual da BrokersLink – a conferência Global Anual, que este ano se realizará em Lisboa, Portugal, entre os dias 17 e 19 de Junho. The Conference was organized by AEGIS Consultants Co. Ltd, a network member in the country, and was geared primarily toward the Asian members of BrokersLink. 50+ companies attended. José Manuel Fonseca, network chairman, just had to be there so he could share his enthusiasm with the project. Cooper Gay, a privileged network partner that handles reinsurance, and American member Frank Crystal & Co. were also delighted to attend, as they thought the conference might be an excellent opportunity to consolidate relationships with other network members. The Conference came together under the theme “Building Effective Alliance Partnerships” and provided a special opportunity to discuss the future of BrokersLink — and ways to deal with increasingly demanding clients and their complex needs. Information and knowledge exchange was a constant throughout. We debated best practices and sought to determine how these can serve the clients' best interest. The event was strongly supported by the insurance market. Sector companies were very willing to associate their brands with this BrokersLink initiative. Liberty, Chartis and Bao Minh Insurance Corporation attended. QBE was the main sponsor, followed by Liberty, Chartis, PTI Insurance and PetroVietnam Insurance Corporation. At the close of the conference, everybody agreed that they would like to attend the major, annual BrokersLink event — the Annual Global Conference. This year it will be held in Lisbon, Portugal, between June 17 and 19. Risco e Mudança Climática Risk and Climate Change Prevenir ou remediar? Prevention or remediation? O desafio da mudança climática The climate change challenge Da teoria à prática From theory to practice Responsabilidade Ambiental Environmental Liability Os 10 anos mais quentes a partir de 1990 10 of the hottest years occurred since 1990 A Responsabilidade Ambiental no Brasil Environmental Liability in Brazil O novo regime The new framework Importante passo político, ínfimo passo ambiental A major political step and environmental disappointment Responsabilidade Ambiental Environmental Liability Cimeira de Copenhaga The Copenhagen Summit © DON FARRAL.PHOTOGRAPHER'S CHOICE RF.GETTy IMAGES r isco e Mudança cliMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe responsabilidade ambiental Environmental Liability Prevenir ou remediar? Prevention or remediation? 76 Várias catástrofes ambientais, casos de Chernobyl ou do Prestige, obrigaram à tomada de medidas firmes de protecção ao meio ambiente. A publicação da Directiva 35/2004/CE estabeleceu vários princípios e é um marco no que diz respeito à responsabilidade ambiental. Several environmental disasters, such as Chernobyl or The Prestige, forced to take strong measures to protect the environment. The publication of the Directive 35/2004/CE established several principles and is a milestone in regard to environmental liability. Podemos dizer com segurança que o “ambiente” é um tema de permanente actualidade e que figura entre as preocupações (nem sempre concretizadas, é certo) de governos e associações já há várias décadas. Ao longo dos anos, tragédias ambientais (e não só) como Bhopal, Exxon Valdez, Doñana, Prestige, Chernobyl, têm povoado os nossos sonhos mais negros e feito o ser humano pensar que não basta “deixar andar”, sendo necessário actuar, de forma consciente e proactiva, em primeiro lugar para os prevenir e, depois, não sendo isto já possível, para os remediar. We may safely state that the environment should always be front-page news; also, that it has concerned governments and other organizations for several decades, even if action has been slow for the most part. Over the years, environmental disasters like Bhopal, Exxon Valdez, Doñana, Prestige, Chernobyl and the like have embodied some of our darkest fears. These tragedies, however, demonstrate that you can't just "let it ride" and expect things to take care of themselves. One has to take action. First off you must prevent disaster. Failing that, you have to attenuate or remedy the damage caused. Risco e Mudança Climát ica Ris k and Climate Chan ge E este “remediar” assume formas particularmente complexas no seio da Responsabilidade Ambiental, onde o dano em causa é um dano distinto daqueles a que nos temos vindo a habituar, e o titular do direito à indemnização já não é uma pessoa ou empresa em particular, mas toda uma comunidade, se quisermos, em última instância toda a Humanidade. Não será o ambiente um “património da Humanidade”? Se nos Estados Unidos este é já um tema familiar há algumas décadas, na Europa assume uma premente actualidade com a publicação da Directiva 35/2004/CE, relativa à Responsabilidade Ambiental. Esta directiva, já transposta para a maioria das legislações dos Estados membros (nomeadamente Portugal), vem estabelecer alguns princípios inovadores: o do poluidor pagador, o do dano “à biodiversidade” (danos às águas e aos habitats naturais), o da necessidade de o operador, perante a iminência de um dano ambiental, desencadear todas as medidas necessárias à sua prevenção, o da reparação dos danos uma vez produzidos (e, em ambos os casos, prevenção e reparação, sem qualquer limite para as despesas em que o operador tenha de incorrer), uma responsabilidade objectiva, sem culpa, para as actividades consideradas mais perigosas para o ambiente… Um outro aspecto importante prende-se com o facto de a Directiva deixar à discricionariedade dos Estados membros a consagração ou não da obrigatoriedade de garantias financeiras para assegurar o cumprimento das obrigações que recaem sobre os operadores. No caso de Espanha, e logo a seguir de Portugal, o legislador entendeu consagrar na lei essa obrigatoriedade, o que, certamente, vai levar a um grande desenvolvimento do mercado de seguros nesta área já que, pelo que sabemos, se trata da única das garantias previstas na lei que está, para já, disponível. Remediation is particularly complex when we discuss environmental liability. The damage at stake is different from the kind of damage we usually deal in. Claimants are no longer specific natural or legal persons but entire communities or, if you will, humankind at large. Does not the environment belong to everyone, is it not our collective heritage? To people in the USA this topic is quite familiar and has been for a couple of decades. In Europe, it has come to the fore with the publication of Directive 35/2004/CE, regarding environmental liability. The directive has been translated into the legal corpus of most Member States (including Portugal) and establishes a number of innovative principles, such as the “polluter pays” principle, the “damage to biodiversity” (water bodies and natural habitats), the need for the operator, faced with imminent environmental damage, to launch all necessary preventative measures, the reparation of caused damage (in either case, prevention and reparation expenses have no upper limit), objective, no-blame responsibility for activities considered hazardous to the environment... “Se nos Estados Unidos este é já um tema familiar há algumas décadas, na Europa assume uma premente actualidade com a publicação da Directiva 35/2004/ CE (…)” “To people in the USA this topic is quite familiar and has been for a couple of decades. In Europe, it has come to the fore with the publication of Directive 35/2004/CE (...)” Fazendo o paralelismo entre Portugal e o Brasil diria que, independentemente da existência de uma obrigatoriedade concreta em Portugal, para certas empresas de contratar esta garantia, existem muitas outras (as não previstas no Anexo III) que são responsáveis, embora em sede de culpa, pelos danos ambientais que causarem e que terão toda a vantagem em dispor de um seguro que garanta uma parte significativa das responsabilidades previstas na lei. Assim, diríamos que, também no Brasil, haverá todo o interesse para as empresas, nomeadamente as que exerçam certo tipo de actividades e com uma certa dimensão, em contratar uma garantia deste tipo que protegerá o seu património em caso de dano ambiental e que, certamente, as preparará para enfrentar uma regulamentação, a qual, mais cedo ou mais tarde, será inevitável. Este é um tema que corresponde a uma preocupação global que, partindo dos EUA, se estendeu à Europa e certamente continuará a constituir preocupação legislativa de outros países, nomeadamente as chamadas ”economias emergentes”, como é o caso do Brasil. Another relevant issue is that the Directive allows Member States to decide whether or not they will make financial collateral/warranties mandatory to ensure compliance with the duties assigned to operators. The case in Spain and Portugal: Lawmakers have deemed fit to enforce such a mandatory warranty, which will certainly boost a dedicated insurance segment. As far as we know, and at this writing, this is the only type of warranty demanded by law. Now if you compare Portugal and Brazil, let us state that, although in Portugal a number of companies are required to subscribe to such a warranty, many others are not bound to do so (namely those not contemplated by Annex III), albeit responsible for the environmental damage they cause. These companies will enjoy numerous advantages by taking out insurance policies to cover a significant part of the responsibility anticipated by the Law. Thus we might aver that, in Brazil, a number of companies are bound to feel similar interest, namely those carrying out certain operations of considerable size. Such companies may want to subscribe to a warranty as indicated above, to protect their assets and estate under situations involving environmental damage. They would then be best prepared to face updates on regulation which will, sooner or later, become inevitable: The environment is a growing concern the world over, starting with the USA and spreading to Europe. This concern is not going away and is likely to take more and more of the lawmakers' agenda in a number of countries, especially those with so-called "emerging economies", as is the case with Brazil. 77 R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge Os dez anos mais quentes registaram-se a partir de 1990 Ten of the hottest years occurred since 1990 O desafio da mudança climática The climate change challenge Os desastres naturais coexistiram com a humanidade ao longo da História, mas as últimas décadas foram testemunha da importância que esses fenómenos adquiriram devido ao extraordinário aumento dos danos por eles causados. Natural disasters have coexisted with humanity throughout History. Last decades have seen how natural disasters have attached great importance because of sharply increase in losses caused by them. Texto / Text: Antonio Salgado Gorostizaga Divisão de Riscos Globais MAPFRE | INTERNACIONAL DIVISION GLOBAL RISKS MAPFRE EMPRESAS A maior parte desse aumento deve-se a mudanças económicas, demográficas e geográficas, tais como o considerável crescimento dos valores em risco, o aumento da actividade seguradora, a maior concentração de valor nas regiões expostas (zonas costeiras, por exemplo) ou o crescimento da densidade da população. Porém, existe outro factor de risco que se manifesta cada vez com maior intensidade como causa potencial da frequência e gravidade dos desastres naturais: a mudança climática. Most of the increase is due to economic, demographic and geographic changes as are the significant increase of values at risk, the increase in insurance penetration, the higher value concentration in exposed regions as coastal areas or the increase in population density. But there is another risk factor which is strongly rising as a potential cause of frequency and severity of natural disasters: climate change. A Evidência Científica THE SCIENTIFIC EVIDENCE Como resultado das recentes investigações, existe um amplo consenso na comunidade científica sobre o aumento da temperatura da Terra e sobre o facto de que a actual mudança climática, o chamado aquecimento global – à margem das variações cíclicas próprias do planeta – tem sua origem na elevada concentração de gases de efeito estufa (GEI), como o dióxido de carbono e o gás metano, nas camadas superiores da atmosfera. Esses gases permitem a passagem da radiação de onda curta do Sol através da atmosfera, mas também absorvem parte da radiação de onda extensa, que é liberada da superfície da Terra, e que fica presa na atmosfera, mantendo o planeta quente e alterando seu sistema climático. Recent research has resulted in broad scientific consensus that the Earth’s climate is warming and that - although some changes occur on a cyclical basis throughout history - current climate change, or "global warming", is being driven by rising levels of greenhouse gasses (GHG) such as carbon dioxide (CO2) and methane present in the upper atmosphere. They allow short-wave radiation from the sun to enter the atmosphere, but absorb some of the long-wave radiation that is reflected back from the Earth’s surface. The rays are trapped in the atmosphere, keeping the Earth warm and disrupting its climate system. Desde a Revolução Industrial, época em que a queima de combustíveis de origem fóssil aumentou extraordinariamente que a temperatura da Terra cresceu progressivamente. All ten of the hottest years on record have occurred since 1990, with 2.005 being the warmest. There is evidence that the last few decades have been warmer than any other comparable period in the last 400 years. The concentrations of GHG are increasing and doing so at a faster rate than once projected. That is linked to the use of fossil fuels and other human activities. Os dez anos mais quentes desde que começaram a ser feitos os registos de temperaturas ocorreram a partir de 1990, sendo 2005 o ano em que houve as temperaturas mais altas. Há provas de que as últimas décadas foram mais quentes que em qualquer outro período comparável dos últimos 400 anos. As concentrações de GEI estão a elevar-se a um ritmo superior ao previsto. Esse fenómeno está relacionado com o uso de combustíveis fósseis e a outras actividades humanas. 78 Since the industrial revolution, when burning of fossil fuels increased dramatically, the Earth’s temperatures have risen sharply. © MEL CURTIS.DIGITAL VISION.GETTy IMAGES risco e Mudança c liMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe 79 R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge O resultado é que a temperatura da Terra está aumentando a uma velocidade alarmante. A temperatura da superfície do mar subiu entre 0,2 e 0,6 graus Célsius no século passado, ao mesmo tempo que sobem as temperaturas. The result is that the Earth’s temperature is increasing at an alarming rate The sea surface temperature has increased by between 0,2 and 0,6 degrees Celsius in the past century, while air temperatures are warming at the same time. Hoje existe um vasto consenso científico de que a mudança climática é uma realidade e que vai dar lugar a mudanças significativas nos fenómenos meteorológicos. O que parece certo, diante de todos os dados científicos de que dispomos, é a existência real da mudança climática, dado que ainda existem dúvidas sobre a natureza exacta, o lugar e a intensidade das manifestações dessa mudança, já que os fenómenos meteorológicos são influenciados por uma complexa rede de factores inter-relacionados. Nowadays there is a vast scientific consensus that climate change is occurring and it will lead to significant changes in weather events. So, what appears to be a certainity from scientific data is the existence of climate change as a fact while the exact nature, location and intensity of such events remain uncertain due to the fact that weather related events are impacted by a complex set of interrelated factors. Consequências CONSEQUENCES Em 2005 alcançaram-se máximos históricos na quantia das indemnizações pagas pelas companhias de seguros: no total 83 bilhões de dólares. Esta cifra é 70% superior à anterior cifra recorde de 48 bilhões de dólares alcançada em 2004. Nomes tão conhecidos como “Katrina”, “Rita”, “Ivan”ou “Wilma” foram os responsáveis por esse aumento. 2005 year was one for the record books with insured losses reaching US$ 83 billion. This figure is about 70% higher than the prior Record of US$ 48 billion in 2004. Well known names as "Katrina", "Rita", "Ivan" or "Wilma" pushed figures up to said levels. Os danos causados por desastres naturais multiplicaram-se nos últimos trinta anos. Os dez furacões que causaram mais danos ocorreram nos últimos dez anos, sendo sete deles nos dois últimos anos. Não resta qualquer dúvida quanto à gravidade das catástrofes causadas por fenómenos meteorológicos. No entanto, uma pessoa poderia perguntar até que ponto essa acumulação de fenómenos climáticos violentos, principalmente tempestades e furacões, é simplesmente um episódio isolado ou produto de ciclos naturais ou se, ao contrário, estamos diante de uma tendência de progressiva piora causada pela mudança climática. A evidência científica não apresentou até o momento nenhuma resposta concludente nesse aspecto. “Em 2005 alcançaram-se máximos históricos na quantia das indemnizações pagas pelas companhias de seguros: no total 83 biliões de dólares.” “2005 year was one for the record books with insured losses reaching US$ 83 billion.” Por enquanto não é possível demonstrar com evidência significativa que o aumento da frequência e da intensidade dos furacões em 2005 se deva especificamente à mudança climática. No entanto, os modelos climáticos indicam certamente que alguns dos efeitos da mudança climática, como a subida das temperaturas e, por conseguinte, a evaporação da água do mar, poderiam favorecer a aparição de condições para a formação de tempestades tropicais e furacões. É um facto que, em 2005, a superfície das águas do Caribe alcançou níveis muito altos de temperatura, o que coincidiu com a mais alta actividade registada na formação de tempestades tropicais na região caribenha. E tem mais: sete dessas tempestades se transformaram em potentes furacões, com as devastadoras consequências que todos nós conhecemos. Portanto, mesmo que não possamos afirmar categoricamente, o aumento da frequência dos diferentes desastres poderia ser uma consequência lógica da mudança climática. 80 Losses arising from natural catastrophes have raised substantially in the last 30 years. The top 10 costliest hurricanes have all occurred within the past 10 years, with seven of those occurring in the last two years. Severity of weather related catastrophes is beyond all doubt. However, one should ask oneself to what extent this accumulation of violent climatic phenomena, essentially storms and hurricanes, s simply an isolated episode or a product of natural cycles or to the contrary we are looking at a worsening trend caused by climate change. Scientific evidence does not come up with a conclusive answer on this aspect. For the time being it is not possible to demonstrate with significant evidence that the increase in frequency and intensity of the 2005´s hurricanes is specifically due to climate change. However, climate models do indicate that some of the effects of climate change such as increase in temperatures and consequently the evaporation of sea water could favour conditions for the forming of tropical storms and hurricanes. It is a fact that in 2005, the surface of Caribbean waters reached very high temperature levels which coincided with the highest activity recorded in the formation of tropical storms in the Caribbean. Moreover, seven of these were transformed into powerful hurricanes with the effect that we all remember. Therefore, although we can not conclude this categorically, the increase in the frequency of the different catastrophes may be a logical consequence of climate change. d ossier a MBiente envIRonM ent FILe outros fenómenos não catastróficos como fonte de risco Other non catastrophic phenomena as sources of risk Os aspectos mais conhecidos da mudança climática correspondem às grandes catástrofes, mas a mudança climática pode dar lugar a outros fenómenos que, sendo menos extremos, podem constituir uma importante fonte de risco nas próximas décadas. Através da Agência Europeia de Meio Ambiente, a União Europeia começou a avaliar e a calcular a vulnerabilidade dos Estados-membros nesse sentido. São três os fenómenos que, sem dúvida, têm uma especial importância: em primeiro lugar, o aumento das temperaturas. Nas próximas décadas vão se produzir aumentos de temperatura em diferentes partes da Europa, e Espanha será uma das áreas mais afectadas, com aumentos de até 4,5 graus Célsius. Com os aumentos de temperatura, a Agência Europeia do Meio Ambiente determinou, como segunda das principais mudanças, a redução da quantidade e qualidade dos recursos hídricos. No caso da Península Ibérica, as perdas poderiam alcançar até 50% em algumas bacias hidrográficas. Por último, a elevação do nível do mar devido ao degelo das calotas polares é o terceiro dos riscos principais identificados. Durante o século XX foram registados aumentos entre 0,8 e 3 milímetros ao ano, e os prognósticos apontam que o ritmo de elevação se multiplicará por dois e até por quatro nas próximas décadas. Esses efeitos da mudança climática são motivos de séria preocupação para o mercado segurador, em particular para o mercado de seguros de residência e de acidentes, devido à sua repercussão em muitas actividades e no funcionamento do sistema socioeconómico. The most well known aspects of climate change correspond to large catastrophes. However, climate change can give rise to other phenomena that, although less extreme, may constitute an important source of risks in the forthcoming decades. Through the European Environment Agency, the European Union has started to evaluate and estimate the vulnerability of the Member States in this regard. Undoubtedly there are 3 phenomena which are particularly important: First of all, the increase in temperatures. Over the forthcoming decades there will be varying increases of temperature in different parts of Europe and Spain will be one of the worst affected areas with increases of up to 4,5 degrees Celsius. Together with the increases in temperature, the European Environment Agency has identified as another of the principal changes, the reduction in quantity and quality of the hydro resources. In the case of the Iberian Peninsula, the losses could be as much as 50% in some hydrographic basins. Lastly, the increase in the sea levels, due to the melting of polar ice caps, is another of the principal identified risks. During the 20 th Century, increases of between 0,8 and 3 milimetres/year were registered and predictions point to increases of between 2 and 4 times in the speed of the rises over the next decades. These effects of climate change are a big concern for the insurance industry, particularly the property and casualty market, because of their repercussion on many activities and the whole socio-economic system. eFeito no sisteMa socioeconóMico eFFect on tHe socIo econoMIc sYsteM Sem dúvida, as actividades agrárias serão as mais afectadas pelas mudanças climáticas nas próximas décadas. Em geral, a contribuição dessas actividades para o produto interno bruto nos estados-membros da União Europeia é baixa. No entanto, em países como a Espanha e outros do sul da Europa, em que há uma maior contribuição, poderia haver importantes repercussões. Without doubt it will be agrarian activities that are most affected by climate changes over the coming decades. In general, the contribution to Gross National Product of these activities in the European Union Member States is low. However, in countries such as Spain and others in southern Europe where the proportion is higher, there could be considerable repercussions. A transformação das condições climáticas pode fazer com que algumas áreas sejam propensas a seca e a ondas de calor, provocando uma piora do processo de desertificação, bem como a perda de colheitas, redução dos recursos hídricos, danos a ecossistemas, migração forçada de grupos humanos e um aumento considerável de risco de incêndios florestais. The changing of climatic conditions may leave some areas prone to drought and heat waves and this could result in the creation of deserts, destroyed crops, the reduction of water resources, damage to ecosystems, the forced migration of communities and an increased risk of wildfires. a elevação do nível do Mar A elevação do nível do mar é uma das consequências mais conhecidas e mais preocupantes da mudança climática. Na Europa, as áreas costeiras abrigam um alto percentual da população e dos ecossistemas que constituem uma importante fonte de alimentos. A Dinamarca, o Reino Unido e os Países Baixos estão especialmente expostos a este risco. A elevação do nível do mar, já apreciável, tornará essas regiões mais vulneráveis a fenómenos como inundações, erosão de costas e aumento do conteúdo salino de aquíferos e estuários. As consequências têm sérias implicações para a sustentação dos recursos e a população humana que habita esses lugares. tHe RIse In seA LeveL The rise in sea level is another of the better known and more worrying consequence of climate change. In Europe, the coastal zones make up a high percentage of the population and ecosystems that constitute important food sources. Denmark, the U.K. and the Netherlands are particularly exposed in this respect. The rise in sea level, already apparent, will make these zones more vulnerable to phenomena such as floods, erosion of beaches and other coastal zones, increase in the saline content in waterways and estuaries, etc. The consequences have serious implications for the sustainability of resources and the human population that inhabit them. 81 R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge A Agência Europeia do Meio Ambiente realizou cálculos que demonstram a gravidade dos danos associados a essas mudanças. The European Environment Agency has carried out calculations which demonstrate the seriousness of losses associated with these changes. Para regiões como os Países Baixos, uma elevação do nível do mar de apenas um metro poderia obrigar ao realojamento de mais de dez milhões de pessoas, quase 70% da população. Essas circunstâncias significariam também perdas de aproximadamente 150 bilhões de euros, cerca de 70% do produto interno bruto. Outros países, como a Alemanha e a Polónia, poderiam sofrer numerosas perdas materiais, que afectariam seriamente o conjunto da economia da União. Countries such as Holland are seeing that an increase in sea level of only 1 metre could oblige them to relocate more than 10 million inhabitants, almost 70% of the population. These circumstances would also mean losses of around 150.000 million Euros, almost 70% of the Gross National Product. A Agência Europeia não avaliou os efeitos para a Espanha nesse ponto, mas sem fazer cálculos sobre movimentos forçados da população ou perdas materiais, é fácil imaginar até que ponto a situação poderia representar um desastre para nosso país. Uma parte significativa da riqueza da Espanha (até 12%) está baseada em actividades relacionadas a seu litoral: o turismo. © ELUSIVE PHOTOGRAPHY.flickr.GETTy images Se pensarmos que a elevação de um único centímetro no nível do mar representa a perda de um metro linear de praia, pode-se compreender com facilidade até que ponto a elevação do nível do mar constitui um risco importante para nosso país. Other countries such as Germany and Poland could also suffer important material losses which could seriously affect the European economy. The European Agency has not evaluated what the situation could be for Spain on this point. However, without making calculations of population relocation or material losses, it is easy to imagine to what extent the situation could represent a disaster for our country. A significant proportion of Spain’s wealth (as much as 12%) is based on activities linked to its coastline: tourism. If we consider that a rise of only 1 centimetre in the sea level represents the loss of one lineal metre of beach, it is easy to understand up to what extent the rise in sea level represents a significant risk for our country. Para regiões como os Países Baixos, uma elevação do nível do mar de apenas um metro poderia obrigar ao realojamento de mais de dez milhões de pessoas, quase 70% da população. Amesterdão, Holanda Countries such as Holland are seeing that an increase in sea level of only 1 metre could oblige them to relocate more than 10 million inhabitants, almost 70% of the population. Amsterdam, Holland 82 O que podem fazer as companhias de seguros What insurers can do O sector sofreu o enorme impacto das grandes perdas sofridas em consequência das temporadas de furacões de 2004 e 2005. O mais preocupante é que essas perdas parecem fazer parte de uma tendência global de progressivo aumento dos desastres causados por fenómenos meteorológicos e das indemnizações conseguintes. Não só os Estados Unidos foram golpeados, mas também o Japão teve em 2004 uma estação de tufões catastróficos, tempestades intensas e inundações, que estão ocorrendo com maior frequência na Europa. De acordo com o Risco financeiro da mudança climática, relatório elaborado pela Associação de Seguradores Britânicos (ABI) a cada ano, desde 1990 ocorreram pelo menos 20 fenómenos no Mundo inteiro que as companhias de seguros poderiam classificar como grandes catástrofes naturais pela sua gravidade. Nos 20 exercícios anteriores a 1990, só houve três anos que experimentaram mais de 20 fenómenos dessa gravidade. Os danos segurados sofridos nos 20 exercícios anteriores a 1990 alcançaram uma média de três bilhões de dólares ao ano, frente aos 16 bilhões de dólares anuais registados entre 1990 e 2004. Muitos cientistas estão convencidos de que a imprevisibilidade cada vez maior do clima é resultado do aquecimento global. No sector dos seguros estão a chegar à mesma conclusão. The industry was shocked by the large losses it sustained as a result of 2004 and 2005 hurricane seasons. But worryingly it seems that these losses are part of a global trend of increasing weather related catastrophes and insured losses. Not only has the United States been hit, but in 2004 Japan had a record breaking typhoon season, and storms and flooding are increasing in Europe. According to the Financial Risk of Climate Change, a report by the Association of British Insurers (ABI), there have been at least 20 events globally every year since 1.990 that have been severe enough to be classed as big natural catastrophes by reinsurers. In the 20 years before 1990, there were only 3 years that experienced more than 20 such events. “(…) a mudança climática é uma oportunidade para o mercado tradicional de seguros de danos catastróficos.” “(…) climate change provides an opportunity for the traditional catastrophe market.” Não é só a crescente frequência dos fenómenos que preocupa os asseguradores, mas também a velocidade com que aumenta essa frequência. Um relatório da Associação de Investidores da Área Meio Ambiental dos Estados Unidos (CERES), intitulado "The Availability and Affordability of Insurance Under Climate Change", revelou que os danos segurados relacionados com meteorologia estão a crescer nos Estados Unidos a um ritmo dez vezes superior ao das gratificações dos seguros e da economia em geral. Em teoria, a maior variabilidade do clima deveria supor mais oportunidades de negócio para as companhias de seguros e resseguro. Nesse sentido, os principais resseguradores afirmam manter uma taxa anual de crescimento de prémios superior a 9%. Assim, a mudança climática é uma oportunidade para o mercado tradicional de seguros de danos catastróficos. Mas, se tal como indica o relatório de CERES, os prémios não crescem no mesmo ritmo que os danos, o sector enfrenta mais perdas imprevistas, um possível deficit de capital e a ameaça de insolvência. Average insured losses were only US$ 3 billion a year in the 20 years preceding 1990, compared with US$ 16 billion a year between 1990 and the end of 2004. Insured losses for 2005 are not included in these figures. Many scientists are convinced that the increasingly volatile weather is a result of global warming. Many in the insurance industry are coming to the same conclusion. It is not only the increasing frequency of events that is worrying insurers, but the speed at which that frequency is increasing. A CERES - which is an association of United States environmental investors- report entitled "The Availability and Afforddability of Insurance Under Climate Change" found that insured weather related losses in the United States are growing 10 times faster than insurance premiums and the overall economy. In theory, increasingly volatile weather should mean more business opportunities for insurers and reinsurers. In this sense, the biggest reinsurers report a compound annual growth rate of more than 9%. So, in this sense, climate change provides an opportunity for the traditional catastrophe market. But, if as CERES report suggests, premiums are not keeping pace with losses, then the industry faces more unexpected losses, a possible capital deficit and business could be threatened with insolvency. 83 r isco e Mudança cliMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe MoMento de actuar tIMe FoR ActIon Agora que o mercado segurador começou dar maior atenção à mudança climática, a questão é saber o que se pode fazer para evitar que ela se transforme num problema. Now that the industry has started taking more notice of climate change, the question is what it can do to stop it becoming a problem. Muitos acham que a chave para fazer frente à mudança climática é o investimento e a colaboração na pesquisa científica, com o fim de poder determinar com toda exactidão seu impacto. Nos últimos anos, seguradores e resseguradores, como Swiss Re, Münchener Rück, a Associação de Asseguradores Britânicos (ABI), a Allianz ou o Lloyd’s, publicaram diversos relatórios sobre o fenómeno. Melhorar os modelos de risco será essencial para o sucesso das iniciativas empreendidas frente à mudança climática. Muitos pensam que os modelos devem mudar para reflectir as mais recentes conclusões científicas. O futuro será diferente, e os modelos já não deveriam pautar-se unicamente em padrões baseados no comportamento do clima. Alguns dos principais desenhistas de modelos de riscos já adaptaram seus modelos, mas provavelmente se requereria uma revisão constante. Many believe the key to tackling climate change is investment and collaboration in scientific research, so the industry can assess its impact fully. Over the past few years insurers and reinsurers as Swiss Re, Munchener, The Association of British Insurers (ABI), Allianz or Lloyd´s have released reports on climate change. Improving risk models will be essential to the industry´s success in tackling climate change. Many think models should change to reflect the latest scientific findings. The future is going to be different from the past and models should no longer rely solely on historical weather patterns. Some of the main risk modellers have already adapted their existing models but probably they need to be continually reviewed. investigação, novos Modelos e colaBoração coM os governos InvestIGAção, novos MoDeLos e coLABoRAção coM os GoveRnos Uma maior actividade de pesquisa e a criação de modelos mais pontuais permitirá às seguradoras e aos resseguradores fixar preços mais ajustados para os riscos e rever as suas condições de cobertura. Além de melhorar o trabalho de pesquisa e de criação de modelos, o sector deve colaborar com os governos para que se faça o possível e se possam reduzir os riscos e mitigar os possíveis danos. Nesse sentido, é provável que seja necessário um maior esforço para que as estratégias regionais de planeamento contemplem os riscos da mudança climática, os planos de desenvolvimento e a infra-estrutura sejam flexíveis e as actividades vulneráveis mudem para lugares mais seguros. Better research and more accurate models should enable insurers and reinsurers to price risks correctly and review their terms and conditions of coverage. As well as improving research and modelling, the industry should collaborate with governments to ensure everything possible is done to reduce risk and mitigate potential losses. In this sense, probably more effort is needed to ensure that regional planning strategies take account of climate change risks, that development and infrastructure plans are resilient and that vulnerable activities are moved to safer locations. “A forma como o mercado Segurador aborda a questão da mudança climática é vital, essencial para a saúde da economia.” Além disso, os seguradores promoverão melhores códigos de edificação à medida que cheguem ao mercado novas tecnologias e produtos desenhados para mitigar danos potenciais. Por exemplo, a Associação de Seguradores Britânicos (ABI) apresentou propostas concretas ao executivo do Reino Unido para a gestão do risco de inundação, comprometendo-se a proporcionar cobertura se o governo puser em prática planos para melhorar os meios de defesa e gestão contra as inundações. “The way the insurance industry tackless the issue of climate change is vital, essential for a healthy economy.” Also, insurers have to promote improved building codes as technology and mitigation products come on the market. For instance, the Association of British Insurers (ABI) has put forward specific proposals to the Government for flood risk management, committing itself to providing insurance if the Government put plans in place to improve flood defences and flood management. It appears that considerable progress has been made. The way the insurance industry tackless the issue of climate change is vital, essential for a healthy economy. Without insurance you can not run a business. The problem of insurability have implications for the economy as a whole. Parece que já foi possível um avanço considerável. A forma como o mercado Segurador aborda a questão da mudança climática é vital, essencial para a saúde da economia. Sem seguro não é possível dirigir um negócio. A MDS agradece a amabilidade da MAPFRE por ter permitido a reprodução deste artigo sobre O Desafio da Mudança Climática, anteriormente publicado no nº97 da sua revista "Gestão de Riscos e Seguros". 84 MDS thanks MAPFRE for its kind permission to reproduce the following article on The Climate Change Challenge, already printed in its magazine "Gestão de Riscos e Seguros", 97th edition. R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge A Responsabilidade Ambiental no Brasil Environmental Liability in Brazil Da teoria à prática From theory to practice O Brasil possui uma riqueza incomparável no que se refere à sua biodiversidade. A fim de procurar proteger seu meio ambiente, frequentemente ameaçado pela ação predatória do Homem, vimos nascer, nas últimas décadas, dezenas de normativos. Brazil is home to an incomparable wealth of animal and plant species. To protect the environment, which has time and again receded before Man’s predatory encroachment, dozens of rules and regulations have been drafted over the past few decades. A primeira lei de alcance nacional que tratou do assunto é de 1981, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Definiu a responsabilidade objetiva do infrator, ou seja, a aplicação das sanções independentemente da culpa, bastando haver prova da atividade do causador e nexo causal com o dano ocorrido. Exceção é feita para a multa simples, que exige responsabilidade subjetiva. Consagrou o princípio da responsabilidade solidária, pelo qual todo causador de dano (partícipe) responde por ele solidariamente, sendo possível, todavia, a discussão da responsabilidade individual, em ação regressiva. The first national law to address the matter came in 1981, the Law on a National Environmental Policy (“Lei da Política Nacional do Meio Ambiente”). It defined a strict liability on the part of the offender, that is, penalties are enforced regardless of blame, so long as there is evidence of the offender’s activity and a causal nexus with the damage verified. An exception is the minimum-value administrative fine, which demands tort liability. The same law enshrined the principle of joint liability, in light of which all those involved in causing damage must answer for it. However, individual liability may be ascertained under regular recourse. A Constituição Federal Brasileira de 1988 inseriu o direito ao meio ambiente no rol dos direitos fundamentais, elencados no seu art. 5º. Além de tratar do tema em diversos preceitos ao longo do texto, dedicou a ele ainda o art. 225, estabelecendo que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Outra norma que merece destaque neste contexto é a Lei dos Crimes Ambientais, de 1998, que determinou que a pessoa, tanto física quanto jurídica, que praticar atividade potencialmente poluidora, em desacordo com o previsto na lei, poderá ser punida no âmbito administrativo, civil e penal. O valor da multa pode chegar até a R$ 50 milhões. Mas a lei não trouxe apenas punições severas; também incorporou métodos e possibilidades para sua não-aplicação, desde que o infrator comprove a recuperação do dano ambiental ocorrido ou, de outra forma, compense o dano causado à sociedade. “Pode-se afirmar que o arcabouço jurídico brasileiro, em matéria de direito ambiental, é bastante completo; suas normas são bem abrangentes, seguindo inclusive tendências internacionais” “One can say that Brazilian legal frameworks regarding environmental law are fairly comprehensive; rules and regulations are wide in scope and adhere to international standards” Pode-se afirmar que o arcabouço jurídico brasileiro, em matéria de direito ambiental, é bastante completo; suas normas são bem abrangentes, seguindo inclusive tendências internacionais, tal como ocorre com o princípio do poluidor-pagador, a questão da responsabilidade objetiva, bem como a solidariedade entre pessoa jurídica e pessoas físicas relacionadas com um ato danoso. Por essa razão, é possível concluir sumariamente que o Brasil não carece de legislação neste campo, mas, talvez, de efetividade na aplicação da lei. 86 The Brazilian Federal Constitution of 1988 included the right to the environment in the roster of fundamental rights outlined in article 5. The topic was addressed throughout the text, and further deepened in article 225, which determines that “every person has the right to an ecologically sound environment, which is the common inheritance of every person and essential to a healthful life; it falls to government and state authorities, as well as communities, to defend it and preserve it for the sake of present and future generations.” Another law deserving of mention in this context is the Law on Environmental Crime, of 1998. This law establishes that both natural and legal persons undertaking potentially polluting activities in defiance of legal directives may be subject to administrative, civil and criminal prosecution. Fines may reach up to R$ 50 million. However, the law has brought in more than severe punishment; it has also incorporated methods and possibilities for redress and reparation. Offenders must, to that end, prove that environmental damage has been remedied, or provide society with restitution. One can say that Brazilian legal frameworks regarding environmental law are fairly comprehensive; rules and regulations are wide in scope and adhere to international standards, such as the “polluter pays” principle, the matter of strict liability and the joint liability of legal and natural persons vis-à-vis harmful action. For this reason, it is possible to state that Brazil is not in sore need of legislation, rather of effective enforcement. Texto / Text: Ivy Cassa advogada e consultora nas áreas de seguros e previdência privada no Brasil lawyer and a consultant on insurance and private welfare services in Brazil e-mail: [email protected] © DAN SAELINGER.GETTy IMAGES risco e Mudança c liMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe Reactores Nucleares / Nuclear Reactors 87 R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge Isso porque, na grande maioria dos casos, ainda que exista previsão em lei, que sejam observados os trâmites legais e a ação seja julgada de maneira ponderada, a simples observação desse processo não garante necessariamente a reparação do dano causado ao meio ambiente e, indiretamente, a toda a população que com ele se relaciona. Em nosso mundo moderno, no qual as relações são cada vez mais complexas e os riscos adquirem uma dimensão social, é difícil conceber reparar um dano, notadamente em matéria ambiental, utilizando-se apenas do patrimônio do responsável. A teoria da responsabilidade objetiva já foi um primeiro avanço, ao permitir a responsabilização independentemente da culpa, com base em critérios objetivos relacionados com determinadas atividades. Mais um progresso nesse sentido foi a criação do seguro de responsabilidade civil, que cumpre verdadeiramente sua função ao indenizar a vítima por um dano causado, sem que esta precise contar, para sua satisfação, com os recursos do causador. In the modern world, where relationships become increasingly complex and risks take on a social dimension, it is difficult to conceive of a reparation — especially where the environment is concerned — resorting to nothing but the assets held by those responsible. “O Brasil não carece de legislação neste campo mas, talvez, de efetividade na aplicação da lei” “Brazil is not in sore need of legislation, rather of effective enforcement” Encontrar um culpado, privá-lo de alguns direitos e até mesmo da sua liberdade não é suficiente para que se possa devolver ao meio ambiente aquilo que lhe foi destruído. E nesse ponto é que surge, também em matéria ambiental, a necessidade da contratação de um seguro que, como instrumento de socialização de riscos, garante a indenização pelos prejuízos experimentados, mesmo quando estes são de grandes proporções. O seguro ambiental vem ganhando cada vez mais espaço no mundo. Recentemente, com a publicação da Directiva 2004/35/ CE, a União Europeia deu um passo adiante estabelecendo, para determinadas empresas, a obrigação da contratação de garantias financeiras relacionadas com responsabilidade ambiental inerente à atividade que desempenham, a partir de 2010, uma das quais pode ser o referido seguro. O Brasil, por toda a sua abastança em recursos naturais, apresenta também um grande potencial para o desenvolvimento do seguro ambiental. Entretanto, nosso mercado segurador pouco cresceu nesse campo e tal seguro não tem ainda grande expressividade, muitas vezes aparecendo somente como uma cobertura acessória. Em regra, as condições gerais dos seguros de responsabilidade civil excluem a cobertura para poluição ambiental (exceto no caso do RC-Produtos, que oferece cobertura automática). Tal cobertura acaba por ser oferecida nas condições especiais e é restrita à poluição súbita, ou seja, aquela causada por um evento repentino e não esperado. Dificilmente, como ocorreu na União Europeia, seria estabelecida a obrigatoriedade da contratação de um seguro nestes moldes no Brasil. Não pela ausência de necessidade social, mas por ser incompatível com a legislação existente, com o atual estágio de desenvolvimento de políticas sobre este assunto em nosso país e pela própria cultura securitária brasileira, que é bastante peculiar. De um modo ou de outro, seja obrigatório, seja facultativo, sem dúvida o seguro ambiental deve desenvolver-se consideravelmente nos próximos anos, no Brasil e em outros países, pois se trata de um segmento de grande importância e ainda não explorado na sua totalidade. O direito ao meio ambiente equilibrado não pode ficar apenas na letra da lei; sua eficácia deve ser buscada constantemente pela sociedade, e o seguro ambiental só vem a colaborar para esse propósito. 88 Given most cases, where actions, processes and behaviours are envisioned by law, where due process is observed and matters are tried impartially, mere observance does not guarantee that damages to the environment will be remedied or that the people harmed will be compensated. The theory of strict liability was itself a breakthrough. It permits assignment of responsibility regardless of blame, based on objective criteria connected with certain activities. Another step in the right direction was the creation of liability insurance, a tool that truly comes into its own when it compensates a victim for damages, yet does not necessitate that those responsible relinquish their assets in order to satisfy the victim. To find a culprit, to deprive him or her of rights and maybe even their freedom, is not enough to remedy environmental destruction. Thus comes into play the need for insurance. As an instrument to socialize risk, it guarantees indemnification for losses suffered, even when these take on large proportions. Environmental insurance is gaining more and more acceptance throughout the world. Only recently, the EU published Directive 2004/35/CE, defining, for a number of companies, their obligation to arrange for financial collateral in connection with environmental liability regarding their activities, starting 2010. One of these arrangements may be environmental insurance. Brazil, given its cornucopia of natural resources, is fertile soil for the development of environmental insurance. However, our insurance market has not really grown in that direction, and environmental insurance is often presented as accessory coverage rather than a mature, full-fledged policy. As a rule, liability insurance excludes environmental pollutionspecific coverage (except for Product Liability, which offers automatic coverage). Such coverage is, at the end of the day, offered under special conditions and is restricted to sudden pollution, i.e., pollution caused by sudden, unexpected events. It would not be easy to bring in mandatory insurance under such terms in Brazil the way it happened in the European Union. Not because there is no social need, but because it would prove incompatible with current legislation, the current state of policy development regarding this matter in our country and also due to insurance culture in Brazil, which is rather unique. One way or another, optional or mandatory, there is no doubt that environmental insurance must undergo serious development in the coming years, not only in Brazil but abroad. This is a highly significant segment which has yet to be fully exploited. The right to an ecologically sound environment must find expression outside law books; society must strive for it at all times. Environmental insurance is a much-needed contribution to the struggle. R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge Responsabilidade Ambiental Environmental Liability O novo regime The new framework Texto / Text: Paula Rios A lei portuguesa conta com uma Directiva já transposta para a maioria dos estados-membros da União Europeia e que tem como base o princípio do poluidor pagador. Eis os objectivos essenciais do novo regime. The Portuguese law contains a Directive enforced in most EU member states wich is based on the polluter pays principle. Here are the key principles of the new regime. O DL 147/2008 de 29 de Julho transpôs para o direito português a Directiva 35/2004 /CE, relativa à Responsabilidade Ambiental. Trata-se de uma Directiva já transposta para a maioria dos estados-membros da União Europeia e que, salvaguardadas algumas das possibilidades de opção previstas na própria directiva, deixadas ao critério dos Estados membros, estabelece um regime comum europeu de responsabilidade ambiental, com base no princípio do poluidor pagador. Decree no. 147/2008, of 29 July, has transposed into Portuguese law Directive 35/2004/CE, pertaining to environmental liability. This Directive is already enforced in most EU member states and, save for a few possible opt-outs included in the text of the directive, which may or may not be implemented by member states, it establishes a European framework for environmental liability, based on the "polluter pays" principle. ADMINISTRADORA MDS consulting EXECUTIVE DIRECTOR Podemos definir como traços/objectivos essenciais do novo regime os seguintes: We may state that the fundamental goals and traits of the new framework are as follows: • First to prevent and only afterwards remediate; MDS consulting •Prevenir e só depois reparar o dano ambiental; e-mail: [email protected] •Princípio do poluidor-pagador – o operador que causa danos ambientais ou cria a ameaça iminente desses danos deve, em princípio, custear as medidas de prevenção ou reparação necessárias; •Criação de responsabilidade solidária no caso de vários responsáveis e, quando o causador do dano for uma pessoa colectiva, as obrigações incidem solidariamente sobre os respectivos administradores, gerentes e directores; •Criação de responsabilidade objectiva (sem culpa) para operadores de certas actividades consideradas como mais susceptíveis de provocar danos ambientais; •Criação de responsabilidade subjectiva (baseada na culpa) para as outras actividades; •A par da responsabilidade civil, criação de responsabilidade administrativa pela prevenção e reparação dos danos ambientais; a lei é implementada através de poderes conferidos a entidades administrativas, neste caso a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que é a “autoridade competente” prevista na lei; 90 • “polluter pays” principle – those responsible for environmental damage, or for establishing conditions leading to imminent environmental damage must, on principle, incur the costs of prevention and reparation as needed; • Definition of joint liability where many parties are found responsible and, where the person responsible for damage is a legal person, obligations fall jointly upon chairpersons, managers and directors; • Creation of no-fault strict liability for persons dealing in certain activities deemed more likely to cause environmental damage; • Creation of tort liability (based on attribution of blame) regarding other activities; • Alongside traditional liability, the creation of administrative liability for the prevention and reparation of environmental damage; laws are enforced through powers vested in administrative bodies, in this case, the Agência Portuguesa do Ambiente (APA) [Portuguese Environment Protection Agency] which is the “relevant authority” described by the law under discussion; risco e Mudança c liMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe • No caso de responsabilidades, quer objectiva quer subjectiva, exige-se que o operador tome medidas quando houver ameaça iminente para o meio ambiente; de salientar que não há limites de valor para essas despesas, são as que forem consideradas necessárias, quer para prevenir, quer para repor o ambiente no seu estado inicial ou, quando tal não seja possível, tomar as medidas preconizadas; • Whether strict or tort liability are concerned, operators are required to take steps whenever there may arise threats to the environment; let us especially note that: There are no upper limit to such expenses; cost is calculated based on necessity, whether to prevent or restore the environment to its prior condition or, where this is not possible, all necessary steps demanded by law must be taken; • Conceito de dano ambiental – abrange os danos causados às espécies e habitats naturais protegidos (entendidos estes danos como efeitos adversos para a manutenção do seu estado de conservação favorável), os danos causados à água (que afectem o estado ecológico das águas em questão) e os danos causados ao solo (contaminação que crie um risco para a saúde humana). De referir que, a par deste regime e dos danos por ele previstos, se mantêm todos os regimes de responsabilidade previstos nos Estados membros, sendo os danos chamados “tradicionais”, resultantes de lesões corporais e materiais, indemnizáveis ao abrigo desses regimes; • The concept of environmental damage covers harm done to protected plant and animal species and habitats (said damage being understood as effects harmful to the maintenance of favourable preservation circumstances), damage caused to water (affecting the ecological state of water bodies) and damage caused to soil (contamination leading to jeopardy of human health). Let us not forget that, in addition to this framework and the kinds of damage it describes, all other liability frameworks defined within each member state are still valid. So-called "traditional" damage arising from bodily and material harm may still be indemnified under such frameworks; • A responsabilidade pela aplicação do regime está a cargo da APA (autoridade competente), que deve ser notificada de imediato pelo operador em caso de dano ou ameaça de dano, e que pode dele exigir uma série de comportamentos preventivos ou reparadores; • The APA (appointed as the relevant authority) must enforce the framework. The APA must also be immediately notified by operators of any damage or imminent damage, and may impose upon the operator a set of preventative or remediation steps; • Obrigatoriedade de constituição de garantias financeiras por parte dos operadores sujeitos a responsabilidade objectiva, que poderá ser suprida através da constituição de fundos, garantias bancárias ou contratação de seguros. Esta obrigatoriedade tornou-se efectiva em 1 de Janeiro de 2010, visando esta dilação permitir que os mercados financeiros se prepassem para esta nova requerência. Todavia, cumpre referir a este respeito que, provavelmente por o diploma, no seu art.22º (Garantia financeira obrigatória), no nº 4, referir que “podem ser fixados limites mínimos para os efeitos da constituição das garantias financeira sobrigatórias, mediante portaria a aprovar…”, ter sido expectável, durante o tempo que medeou entre a entrada em vigor do diploma (Agosto de 2008) e Janeiro de 2010, que a autoridade competente emitiria algum tipo de regulamentação ou, no mínimo, directrizes sobre a concretização de alguns aspectos da garantia financeira (como montantes, etc), sendo que, durante todo esse tempo, não houve qualquer tomada de posição da APA sobre o que iria fazer neste sentido. Surpreendentemente, depois de um alargado silêncio, logo no início de Janeiro de 2010 a APA envia uma carta a todas as empresas sujeitas a garantia obrigatória (Anexo III da lei) exigindo-lhes, até ao fim do mês, prova da garantia e fundamentação dos valores da mesma. Outra atitude têm vindo a ter as autoridades espanholas que, além de terem desenvolvido um verdadeiro trabalho de equipa com os sectores envolvidos, nomeadamente o segurador, tendo faseado no tempo, e deixando o critério a cada região, a entrada em vigor da garantia obrigatória, que não será efectiva, em nenhum caso, antes de Maio de 2010. Ainda, em Espanha, não subsistem dúvidas sobre qual a responsabilidade que é objecto da garantia financeira, uma vez que a própria lei enunciou as situações passíveis de ser excluídas da garantia. O que, lamentavelmente, não se passa em Portugal, o que pouco contribui para a certeza e segurança jurídicas nesta área. • Persons incurring strict liability must procure financial warranties. These may be supplied through the creation of certain funds, bank warranties or insurance policies. The mandatory character of the above was brought in on 1 January 2010 so that financial markets would have time to prepare for this novel requirement. However, it would be apposite to mention that, probably because the Decree (under article 22, paragraph 4) declares that minimum limits may be defined regarding mandatory financial warranties, pursuant to a future dispatch, one might reasonably expect that, between the date the law entered into force (August 2008) and January 2010, the relevant body of government would issue some kind of regulation on the matter or, at the very least, a few directives on the material establishment of some aspects pertaining to the financial warranty (well-defined sums and other aspects). Two years gone, and the APA have not divulged where they stand on the subject. Surprisingly enough, after a protracted silence, at the very beginning of January 2010, the APA mailed a letter to every single company bound by law to contract mandatory warranties (Annex III to the law under discussion) demanding that they submit proof of such warranties and the monetary values associated with same, by the end of the month. Spanish authorities have taken a different tack. Not only have they developed true teamwork in cooperation with relevant sectors, namely the insurance sector, but they also let the system phase in, as it were. Also, they left it up to each of their provinces to decide on the date when warranties become mandatory; at any rate, nothing is to change before May 2010. Moreover, there is no doubt in Spain as to what constitutes liability incurring the obligation of financial warranty, as the text of the law itself described all possible exemptions. Regrettably, no such thing has taken place in Portugal, which does not contribute to the establishment of legal stability or certainty in the field. 91 R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge Produtos disponíveis Available products Ao longo de toda a discussão que presidiu à elaboração da Directiva o mercado segurador europeu nesta área manteve-se um mercado de nicho, com soluções limitadas e ainda muito “coladas” às responsabilidades tradicionais (danos a pessoas e bens). O factor de progresso, penso, foi sendo representado pelos Pools de seguro e resseguro que, em alguns países europeus, como a França, a Espanha, a Itália, a Holanda e o Reino Unido, se “atreviam” a algumas coberturas mais “ousadas “ (nomeadamente a da poluição gradual, em certos casos). Mas, com o advento da Directiva e da sua transposição para os Estados membros, assim como com a introdução de novos conceitos como o do “dano à biodiversidade”, começam a surgir produtos que, utilizando já os novos conceitos previstos na lei, dão cobertura a uma parte significativa das responsabilidades aí previstas. Naturalmente, essa oferta começa por surgir das seguradoras americanas a operar na Europa, devido à sua já longa experiência neste tema. Também os pools europeus se começam a adaptar à nova realidade, dispondo já de produtos que garatem parte das novas responsabilidades. Entretanto, existem já seguradoras europeias, e ibéricas, que dispõem de produtos adaptados. Grosso modo, e sem querer generalizar, as coberturas habituais nestes novos produtos são as seguintes: “Também os pools europeus se começam a adaptar à nova realidade, dispondo já de produtos com as novas garantias.” “European pools are beginning to adapt to the changes. New products have emerged with adequate warranties.” •poluição gradual, para além da súbita e acidental; •garantia da responsabilidade civl - danos a pessoas e a bens; •garantia da responsabilidade administrativa ambiental - “dano à biodiversidade”, à água e solo; •assumpção de várias das obrigações previstas na lei, nomeadamente: Custos de Limpeza Fora do Local Seguro, Custos de limpeza do Local seguro que o segurado esteja legalmente obrigado a pagar e sejam provocados por condições poluentes; Custos de Defesa; Despesas de Atenuação. Naturalmente, e como qualquer produto de seguro, estas apólices contém delimitações e exclusões. Algumas das apólices – nem todas, pois verifica-se já alguma evolução – para que possam funcionar, exigem que haja uma “condição de poluição” – o que não acontece na lei, que apenas refere “dano ambiental” (que pode surgir de outros factores que não condições de poluição), e excluem, sempre, algumas situações, nomeadamente os danos causados com dolo ou intenção. Por esta razão, seria extremamente importante haver um esclarecimento sobre o conteúdo mínimo da responsabilidade obrigatoriamente transferível. 92 Throughout the discussion as the Directive was drafted, insurers regarded this field as a niche market, offering rather limited solutions modelled on traditional concepts of liability (damage to persons and property). Progress came about, I believe, through the insurance and reinsurance pools offered by a number of daring European countries such as France, Spain, Italy, Holland and the UK, where "bolder" cover schemes were put in place (for instance, the concept of gradual pollution). With the Directive entering into force, and then being adopted into the legal corpus of member states, as well as with the introduction of new concepts, such as “damage to biodiversity”, a few products are now emerging to employ these new legal concepts to cover a significant part of the liabilities defined by law. Naturally, American insurers have already begun to put forth feelers and start operations in Europe, capitalizing on their experience with the subject. European pools are beginning to adapt to the changes, with new products that cover part of the new liabilities. European and Iberian brokers already offer adapted products. I do not mean to generalize or over-simplify, but habitual coverage for these new products is as follows: . Gradual pollution, in addition to sudden and accidental pollution; . Traditional liability cover – damage to persons and property; . Cover on environmental administrative responsibility – “damages to biodiversity,” water and soil; • Assumption of several legal requirements, namely: Clean-up costs outside the insured location, Clean-up costs for the insured location where the policy holder is legally compelled to pay and damage has been caused by polluting conditions; Defence costs; Attenuation/mitigation/remediation costs We are, of course, dealing with insurance. These policies include limitations and exemptions. Some policies – not all, and things are evolving – must, in order to work, demand that there be a “pollution condition”. The law does not provide for this, mentioning only “environmental damage” (which may arise from other factors than pollution), and always exclude a number of situations, namely criminal intent. For this reason, it would be extremely important to clarify and specify the minimum scope of the liability that has to be subject to a financial warranty. © SOT-TAXI JAPAN. GETTy IMAGES risco e Mudança c liMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe Floresta Japonesa, Saltama Japanese forest, Saltama conclusão Conclusion A nova regulamentação cria um novo mercado, não só para consultores e corretores de seguros e seguradores, como para consultores ambientais, engenheiros do ambiente, peritos, etc. Vemos este desenvolvimento como algo extremamente positivo e, enquanto stakeholders, temos contribuído para o debate e para a procura de soluções e continuaremos a fazê-lo. Trata-se de uma grande oportunidade para o mercado, além de, mais uma vez, o mercado segurador poder dar um contributo decisivo para um tema de tanta relevância a vários níveis. Por isso é fundamental que todos, embora com a clara consciência de que, por ser algo tão novo, requer uma grande humildade e um permanente espírito de aprendizagem, nos empenhemos em construir as soluções necessárias para dar resposta a estas novas responsabilidades, novas exigências. Este é um tema incontornável que veio para ficar. Permitam-me citar uma frase que acho fantástica, de um especialista em Direito Ambiental que me honra com a sua amizade, o Prof. Mário Melo Rocha: “Há 30 anos, quem pensava neste tema era um visionário; hoje, quem não considerar seriamente este tema, só pode ser um tolo!”. E é bem verdade. Eu, pessoalmente, gosto muito mais de estar no primeiro grupo. O dos visionários, claro. Mas, nesta altura do “campeonato”, já me contento por estar no dos lúcidos. New laws, new markets. Not only for consultants and insurance brokers but also for environmental consultants, environmental engineers and a host of other experts. We see this as a tremendously positive development. As stakeholders, we have been party to the ongoing debate in the search for viable solutions, and will continue to act in that capacity. We’re facing a huge opportunity. Once again, the insurance market could make a positive mark on a topic that is so relevant at so many levels. It is essencial that we all realize that we're dealing with a widening field of expertise and market opportunities that requires the utmost humility and the willingness to go on learning, to keep on building solutions that can accommodate new liabilities, responsibilities and demands. Environmental liability is not a fad. It is here to stay. Allow me to quote one of my favorite sentences, proffered by a specialist in Environmental Law, whose friendship I am deeply thankful for, Prof. Mário Melo Rocha: “Thirty years ago, if you had the environment in mind, you were a visionary; these days, if you disregard the subject, you have to be a complete fool.” Hear, hear. Personally, I would like to include myself in the first group. The visionary group, of course. This far up the creek, though, I’d settle for “clear-thinking”. 93 R isco e Mudança Cli mát ica Ris k an d Climate Cha nge Cimeira de Copenhaga The Copenhagen Summit Importante passo político, ínfimo passo ambiental A major political step and environmental disappointment A cimeira de Copenhaga sobre o clima, decorrida durante duas semanas de Dezembro de 2009 na capital dinamarquesa, defraudou quase todas as expectativas em relação a passos concretos para uma efectiva protecção ambiental. Mas um acordo de última hora reacendeu a luz ao fim do túnel. The Copenhagen climate summit held last December, 2009, at the Danish capital, let down almost everybody. No significant measures to protect the environment were brought to the negotiations table. But a last-minute agreement provides a shred of hope. Aos participantes da reunião, promovida sob a chancela das Nações Unidas, o Mundo parecia exigir a adopção de medidas urgentes para regredir, ou pelo menos conter, os níveis de emissões de gases com efeito de estufa. Mas durante os 15 dias de trabalhos, sobressaíram sobretudo as divergências políticas e económicas das nações que compõem o planeta Terra. To those participating in the summit, promoted by the United Nations, the world demanded the adoption of urgent measures to diminish or at the very least contain the emission of greenhouse gases. Throughout the fifteen-day meeting, talks were conflicted and weighed down by political and economic differences expounded by the nations attending the summit. Perante a perspectiva da conferência terminar sem qualquer tipo de resultado prático, os representantes dos Estados Unidos, Brasil, China, África do Sul e Índia envolveram-se numa maratona negocial (durante a noite anterior ao término dos trabalhos) que culminou no chamado Acordo de Copenhaga. De teor não vinculativo, o texto seria formalmente aceite pelos restantes membros da conferência. Cabe agora a cada país decidir sobre a adesão efectiva àquele que é o resultado mais palpável de um momento raro na História, no qual estiveram juntos mais de 100 chefes de Estado ou Governo. Em termos práticos, o Acordo de Copenhaga determina que os países signatários comprometem-se a anunciar os objectivos nacionais ao nível da emissão de gases nocivos para a atmosfera. As metas declaradas estarão sujeitas a escrutínios internacionais, mas não haverá sanções aos países que não as cumpram, já que o acordo não tem cariz legal. “O Acordo de Copenhaga determina que os países signatários comprometem-se a anunciar os objectivos nacionais ao nível da emissão de gases nocivos para a atmosfera.” “What the Agreement demands in concrete terms is that countries party to the Agreement undertake to announce their national goals regarding the emission of gases harmful to the atmosphere.” O próprio presidente norte-americano, Barack Obama, concordou que o pacto alcançado é insuficiente para assegurar a diminuição necessária das emissões de gases com efeito de estufa, independentemente de rotular o texto como “significativo” e “sem precedentes”. Ban ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, reconheceu que Copenhaga é apenas o início de um processo mas exortou todos os países a assinarem formalmente o Acordo, num sinal de concordância com o caminho a seguir. 94 Fearing that the summit would not in the end produce anything meaningful or practical, the representatives of the United States, Brazil, China, South Africa and China met for a round of negotiations on the night that preceded the closing day of the summit and brought forth the Copenhagen Agreement. It is non-binding, but supposedly accepted on purely formal terms by the remaining attendees. Now it is up to each country to decide whether they will abide by the agreement or not. The Copenhagen Agreement is the most tangible result of a rare moment in History: Over 100 heads of government meeting at any single place for a common purpose. What the Agreement demands in concrete terms is that countries party to the Agreement undertake to announce their national goals regarding the emission of gases harmful to the atmosphere. The outcomes thus declared will be subject to international scrutiny, but there will be no sanctions meted out to defaulting countries, as the Agreement is not legally binding. The President of the United States, Barack Obama, admitted that this understanding among countries is insufficient and will not provide a workable decrease in greenhouse gas emissions, although he qualified the text of the Agreement as significant and unprecedented. Ban Ki-moon, Secretary-general to the United Nations, acknowledged that Copenhagen is merely the start of a process. He exhorted all countries to formally sign the Agreement, signalling his agreement with the path begun at Copenhagen. © BRENT WINEBRENNER. GETTy IMAGES risco e Mudança c liMática RIsK AnD cLIMAte cHAnGe Reflexo de Edifício em Copenhaga, Dinamarca Building reflection in Copenhagen, Denmark Em termos gerais, a cimeira gerou um sentimento de fracasso. Comunidades de cientistas e Organizações Não Governamentais leram os resultados como a manifestação da incapacidade dos líderes mundiais em atingir o consenso relativamente às questões ambientais, após dias repletos de acusações e diferendos entre os países ricos e os países pobres. O acordo “não resolve nenhum dos obstáculos políticos para uma acção ambiental efectiva”, referiu a WWF. No entanto, entre as inúmeras críticas, surgiram vozes a exaltar o modo como as preocupações ambientais passaram a estar na agenda política de potências como os EUA ou a China (os dois maiores emissores de gases de estufa) ou o papel activo que pode estar reservado às economias emergentes. Em termos concretos, houve aplausos para a criação do fundo monetário – com contribuições dos países desenvolvidos – que sustentará um programa de três anos (2010-2013) com vista a auxiliar os países mais pobres a lidar com os impactos das alterações climatéricas (seca, inundações e outras calamidades) e a dinamizar projectos para a produção de energias limpas. Overal, a mood of despondence hung over the Summit. Scientifical organizations and NGOs feel that the proceedings at Copenhagen show world leaders are unable to reach consensus on environmental matters, having witnessed the continued accusations and mud-flinging between rich and poor countries. The WWF claims that the agreement clears none of the political obstacles to effective environmental action. “Entre as inúmeras críticas, surgiram vozes a exaltar o modo como as preocupações ambientais passaram a estar na agenda política de potências como os EUA ou China.” “Amidst the general outcry, a few were happy that environmental concerns are now part of the political agendas of world powers such as the US or China.” Entre a sensação de oportunidade perdida, restou pelo menos a esperança de uma nova dinâmica global. Yvo de Boer, secretárioexecutivo da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, sintetizou o próximo desafio: transformar o pacto político da capital dinamarquesa em “algo real, mensurável e verificável”. A epopeia para salvar o planeta deverá ter novo episódio crucial em Dezembro de 2010, na Cidade do México, onde se aguarda que as intenções do Acordo de Copenhaga se transformem em rigorosas leis internacionais. However, amidst the general outcry, a few were happy that environmental concerns are now part of the political agendas of world powers such as the US or China (jointly responsible for the largest volume of greenhouse gas emissions on Earth) and pointed out that emerging economies are gaining the foreground when it comes to concrete action. The instatement of a monetary fund sustained by developed countries was generally praised. This fund will provide for a 3-year programme (2010-2013) whose goal it is to help poor countries cope with the effects of climate change (droughts, floods and other adverse events) and foster clean-energy projects. Though it is generally felt that Copenhagen was a missed opportunity, there is hope that a new global dynamic will emerge. Yvo de Boer, Executive Secretary to the UN Framework Convention on Climate Change, summed up the coming challenge: To transform the political pact birthed at the Danish capital into something “real, measurable and verifiable.” Our quest to save the planet will continue, with another crucial episode in December 2010, hosted by Mexico City. It is expected that the intentions set forth by the Copenhagen Agreement will become strict and demanding international laws. 95 os riscos d o risco DRAWInG tHe LInes Os riscos do risco Drawing the lines álvaro siza – uma referência da arquitectura mundial Álvaro Siza – A referential figure in world architecture A palavra "risco" é uma palavra tipicamente moderna. A consciência do risco parte do pressuposto moderno de que aquilo que está para vir, o futuro, não é apenas um capricho dos deuses. A modernidade libertou o Homem para a ideia de que é mais do que um espectador passivo do destino e, por isso, através dos instrumentos científicos por si conquistados, tem um poder de compreensão, previsão e intervenção que está além do domínio obscuro do oráculo dos adivinhos e dos áugures. O primeiro registo da palavra acontece na língua castelhana no século XIV, mas ainda sem o significado moderno que assumirá durante o século XVI: ‘probabilidade de perigo ou de malogro de determinada coisa’. Remotamente poderá ter a sua origem etimológica em resecare (cortar, cercear) que tinha também uma conotação marítima: escolho que fere o casco de uma embarcação, por referência aos rochedos que ameaçavam os navios na sua aproximação à costa, fazendo-os perigar. O uso singular de ‘risco’ em português como traço, linha traçada no acto de desenhar ou projectar, não é difícil de entender neste contexto significativo: não há desenho ou projecto livre do perigo de encalhar ou mesmo naufragar na sua aproximação ao motivo que pretende representar. “(…) não há desenho ou projecto livre do perigo de encalhar ou mesmo naufragar na sua aproximação ao motivo que pretende representar.” “Any design or project may founder and fail as you approach your desired goal.” 96 O risco está associado etimologicamente ao mar e aos perigos marítimos. Não se pode estranhar, portanto, que as seguradoras tenham tido um incremento significativo, se não mesmo o seu início, na época das Descobertas. O ímpeto empreendedor dos primeiros descobridores aconselhava um seguro, não para cobrir, em primeiro lugar, as perdas avultadas dos naufrágios ou das piratarias, mas para não comprometer o futuro dos armadores e valer socialmente às famílias das vítimas. Álvaro Siza (Matosinhos, 1933) nasceu junto ao mar e no meio de pescadores. Viu os mesmos rostos que viu Augusto Gomes. Álvaro Siza desenha há muitos anos. Desenha desde criança. Quando a mão se aventura sobre o papel, sabe por onde cortar, por onde abrir canais de representação. Mas, às vezes, até o capitão mais experimentado não pode impedir que o seu navio se afunde. O desenho é um risco. The word ‘risk’ is typically modern. Our awareness of risk stems from the modern assumption that the future is not determined by the whim of a god. Modernity has set man free. More than a passive spectator under the thumb of fate, hard-earned scientific tools have provided mankind with powers of understanding, foresight and intervention beyond the murky prophecies of oracles and augurs. The first record of the word in Spanish dates back to the 14th c., although it would not take on its modern meaning until the 16th century: a chance that a given thing might fail or come to harm. Its etymological root may come from the Latin verb resecare (to tear, to cut), which also bore a maritime connotation: it was used to describe the collision between a rock and the hull of a boat, alluding to the jagged rocks that imperiled ships as they drew near to the shore. The unique Portuguese usage that makes “risk” (risco) synonymous with “line,” the kind of line you draw on paper as your project takes shape, is not hard to understand in this context. Any design or project may founder and fail as you approach your desired goal. Etymologically, risk is associated with the sea and the dangers of sailing. One is not overly surprised to learn that insurance companies were significantly developed, if not actually started as modern companies, at the time of the Portuguese Discoveries. The enterprising momentum that carried the first explorers was a strong argument in favor of insurance. Not to cover the damage caused by shipwreck and pirate, but to protect the careers of ship owners and provide succor to the families of the victims. Álvaro Siza (Matosinhos, 1933) was born by the sea and grew among fishermen. He saw the same faces as painter and lecturer Augusto Gomes. Álvaro Siza has been drawing for years. He began as a child. When his hand ventures across a blank piece of paper, he knows where to cut and erase, where the channels of representation will lead you. Sometimes, even the hardiest of skippers will be powerless as the ship sinks. Drawing is risk. os riscos d o risco DRAWIn G tHe LInes Fundação Iberê Camargo, Brasil Iberê Camargo Foundation, Brazil 97 os riscos d o risco DRAWInG tHe LInes há uma ambiguidade essencial na palavra ‘risco’, uma espécie de ironia. como é que um arquitecto lê esta ambiguidade, se é que as ambiguidades têm leitura? álvaro siZa (as): O que se vai vendo por aí não é muito ambíguo. No que diz respeito à arquitectura, o que se vê à nossa volta não é ambíguo, mas concordo que é um perigo… É curioso verificar que a primeira escola de arquitectura foi a ‘Aula do Risco’. [referência à ‘Aula do Risco’ criada pela primeira vez em 1594 por Filipe II na Ribeira das Naus e recriada mais tarde, em 1720, por D. João V. Esta Aula assumiria um papel preponderante na reconstrução da cidade de Lisboa na sequência do terramoto de 1755]. Depois a expressão popularizou-se: ‘fazer um risco’, pedir ‘um risco’ ao arquitecto. As pessoas que pedem ‘um risco’ mal sabem o risco que correm… Já pensou no traço do desenho como um aventureiro que a mão não controla? as: A aventura, o não pré-concebido ou programado, está sempre presente na Arte. Picasso dizia que, quando começava a desenhar ou pintar, nunca sabia o que podia sair da sua mão. Não tinha programado ‘vou fazer isto ou aquilo’. Mas nem sempre assim é. Está estudado que o próprio Picasso tinha quadros feitos a partir de fotografias. Mas é verdade que ele fazia desenhos com um traço único, contínuo, sem interrupções, desenhos magníficos. o siza também faz assim… as: Não, isso é difícil. Já tenho tentado, mas é muito difícil. Aí é que está o grande risco porque quase nunca sai bem. Há dias em que, por razões várias, há como que um fosso entre a mente e a mão, falta comunicação; e então os desenhos são mal feitos, sem espontaneidade, porque falha esse mecanismo que mexe com tudo, que põe em relação a mão, a mente, os olhos, o espírito, tudo, e de uma forma espontânea. Mesmo um desenhador experimentado como siza sente essa impossibilidade de a mão obedecer a uma ordem da mente e, portanto, o risco fugir ao controle da mão? as: Sim, mas nem sempre. Por exemplo, com um bocadinho de whisky o traço corre melhor [risos]. Só que aí o risco é doutra natureza. Aí somam-se ainda mais riscos ao risco… Eu desenho constantemente, mas não exclusivamente. Não tenho aquele exercício permanente que dá, se é que dá, uma largueza e espontaneidade de acção que poucos têm. e com o risco da arquitectura acontece o mesmo? as: Aí é diferente. Em primeiro lugar eu uso o esquisso apenas como pesquisa. Aí não há grande risco porque também não há a preocupação de corresponder a uma encomenda, a uma expectativa. É uma pesquisa. Essa liberdade, ou não condicionamento, permite uma determinada representação de uma ideia que depois é criticada, confrontada ou mesmo abandonada. E, portanto, não há aquela concentração de uma vida que havia no caso do Picasso. Conta-se que certa vez uma pessoa o procurou para lhe comprar um desenho e ele fez o desenho num minuto ou em segundos. E pediu uma fortuna por ele. A pessoa diz-lhe: ‘então você demorou uns segundos a fazer o desenho e pede uma fortuna por ele?’ Picasso respondeu-lhe: ‘Não, não. Não foram uns segundos, foram muitos anos’. 98 there’s an essencial ambiguity in the word ‘risk’ (risco), a kind of irony. How does an architect perceive this ambiguity? What do you read into that? * áLvARo sIzA (As): The things you see around you aren’t that ambiguous. As far as architecture is concerned, what you see around you is not ambiguous, but I do agree there’s danger there. It’s funny to learn that the first architecture school in Portugal was the Aula do Risco. [Siza means the lecture, Aula do Risco instated 1594 by Filipe II at Ribeira das Naus and reinstated later, in 1720, by D. João V. This Lecture would play an instrumental role in the rebuilding of Lisbon after the 1755 quake.] Then the phrase became popular parlance: “to make a risk” [drawing something], asking the architect for “a risk” [a draft line or two]. People asking for a line or two don’t usually know where to draw the line... Have you ever considered the line flowing from your pen as a kind of explorer that your hand does not control? As: Adventure, things that are not preconceived or programmed, will always be there in Art. Picasso said that, when he began to draft or paint, he had no idea what would come out. He hadn’t decided on doing this, that or the other. It is not always so. It’s been noted that Picasso himself painted pieces from photos. Don’t forget that he did produce drawings that ended as they began, a single, uninterrupted line. Magnificent drawings. Fundação Iberê Camargo, Brasil Iberê Camargo Foundation, Brazil sometimes you do that yourself... As: No, that’s difficult. And I’ve tried, but it’s very difficult. There’s a major risk there, because it hardly ever comes out any good. There are days when, for a number of reasons, there’s this gap between your brain and your hand, communication’s breaking down. That’s when drawings go wrong, they’re not spontaneous, because there’s a glitch in that mechanism that controls everything, that coordinates your hand, your mind, eyes, spirit, everything, and spontaneously at that. so, even an experienced draftsman like siza feels the disconnect between the hand and the mind? that your lines will not be controlled? As: Yes, but not always. A drop of whisky can really improve your flow [laughter]. But there you’re taking more chances. You’re piling one risk on top of another... I draw all the time, but not exclusively. I don’t engage in that permanent exertion that gives you — assuming it does give you that — the kind of flair and spontaneity that very few people demonstrate. Is it the same with the drafting of an architectural project? As: That’s different. First off, because I use my sketches as part of my research method. No great risk there, because I’m not concerned whether I am meeting expectations or deadlines. It’s research. That freedom — you’re not restrained — allows a given representation on paper which can then be critiqued, antagonized, maybe even abandoned. So I can’t claim that lifetime of concentration that made a Picasso. There’s this anecdote that someone approached Picasso to buy a drawing and he produced one in a matter of seconds. Then he asked for a small fortune. The prospective buyer asked: so you spent a few seconds on that sketch and you want me to pay through the nose? Picasso answered: No, no. It wasn’t a few seconds, it was my whole life. * TN: “Line/Risk Lecture” – the lexical ambiguity is untranslatable “(…) a primeira escola de arquitectura foi a ‘Aula do Risco’.” “(…) the first architecture school in Portugal was the ‘Aula do Risco’.” os riscos d o risco DRAWIn G tHe LInes Fundação Iberê Camargo, Brasil Iberê Camargo Foundation, Brazil “Sem risco não há invenção e inovação.” “Where there’s no risk, there’s no invention, no innovation.” Mesmo quando tomamos o risco como sinónimo de projecto – siza diz algures que o projecto é como o personagem de romance que sempre escapa ao domínio do autor – há o perigo de ele se escapar? even when you realize that you can’t dissociate “risk” and “project” — you said once that a project is like a character in a novel that will always elude the writer’s control — can you really lose control? as: Sim, mas isso já não tem a ver com o risco em si mesmo, o risco-movimento que representa algo, que deixa um sulco, mas com o processo de projectar: proposta, crítica, aproximação. Projectar é experimentar, deitar fora, dar um passo em frente, eventualmente voltar atrás. Se não há a concentração neste processo crítico, longo e aborrecido, não raras vezes há o risco de sair uma coisa superficial, fácil, repetitiva, amaneirada. Não se vai ao fundo dos problemas, mas aplicam-se receitas. Não há o rigor necessário e, portanto, os lapsos, os erros passam para a obra por falta de confrontação crítica. As: Yes, but that no longer has to do with the act of drawing, your movement as you draw to represent something, to make a mark. It has to do with the steps involved in a project: You submit a proposal, it is critiqued, and the parties involved try to find common ground. Projects are all about experimenting, discarding things, taking one step forward, backtracking sometimes. If you don’t focus during this critical, tedious process, there’s a very serious risk that the project will be shallow, facile, repetitious, bland. You don’t dig deep for real answers, you’re working from formulae. You don’t make demands as you should, and so mishaps and errors will materialize during construction because nobody developed a serious critique. acha que alguma seguradora se atravessava por um aventureiro assim como é o risco do desenho? as: Acho que já há seguradoras que fazem seguro dos projectos ou da sua concretização em obra. Noutros países é indispensável haver um seguro que cubra eventuais erros, esquecimentos, enganos de projecto. A primeira vez que tive necessidade de fazer um seguro aqui para uma obra no estrangeiro, não consegui. Os seguros também comportam um risco. Veja-se o que acontece nos Estados Unidos, por exemplo: as companhias de seguros controlam de tal forma o processo que um arquitecto que não consiga o apoio de uma companhia de seguros arrisca-se a ficar no desemprego. Apreciando o curriculum, a companhia segura ou não o projecto do senhor fulano de tal. E se o fulano de tal não arranja quem o segure, não pode fazer o trabalho. Acho que para lá caminhamos. Mas isto comporta uma certa ironia: a ideia de fugirmos ao risco pode impedir a qualidade. Procura-se uma tal segurança que a componente de risco e inovação, tecnológica e não só, que sempre esteve na arquitectura, fica riscada. Há um condicionamento muito forte do trabalho. O potencial de criação pode ficar amputado. Sem risco não há invenção e inovação. Amarrado às seguradoras, o arquitecto não pode senão jogar à defesa… Do you believe any insurance company would support the adventure and risk of drawing? As: I think there are insurance companies out there insuring projects, or the implementation of said projects, during the construction phase. A number of countries demand coverage for project errors and omissions. The first time I needed to take out insurance in Portugal for a project that would be built abroad, I was unable to secure a policy. Insurance companies deal with risk, too. Just take a look at the situation in the United States. Insurance companies wield great power over the process. An architect that doesn’t get an insurance company behind her will probably be out of a job. They go over your CV and decide whether they will cover your project. If you can’t find a company to cover you, you can’t take the job. I believe we’re moving in that direction. This is somewhat ironic. You’re always trying to evade risk, but that may hinder quality in the end. People are demanding such levels of security that risk and innovation, which have always been a part of architecture, could be erased from the picture. Your work is bound by strong constraints. Creative potential might be stifled. Where there’s no risk, there’s no invention, no innovation. When you’re tied to insurance companies, you have to be on the defensive all the time. 99 os riscos d o risco DRAWInG tHe LInes “Hoje, com a complexidade da construção (e da concepção), é impossível abarcar tudo e manter a capacidade de coordenar tudo.” “Nowadays, construction and design grow increasingly complex, you just can’t embrace every single field of expertise and coordinate everything.” a pala do Pavilhão de Portugal deve ter assustado as seguradoras… that arcing platform you gave the Portuguese expo ’98 pavilion must have terrified insurance companies... as: Na altura o engenheiro é que assumiu a responsabilidade. Não sei se foi feito algum seguro. Em Portugal, a responsabilidade é dividida pela equipa projectista. E parece-me bem assim. Há uma equipa e cada uma das especialidades assume a sua quota-parte de responsabilidade. O arquitecto como coordenador da equipa – um conceito que hoje está tremido – assume a responsabilidade por tudo, mas depois é possível identificar qual é o sector do projecto que se responsabiliza directamente por qualquer problema que surja e que tenha a ver com o projecto. Em Espanha não é assim, o arquitecto é responsável por tudo. Primeiro porque a formação do arquitecto em Espanha tem uma vertente técnica muito mais importante. Um arquitecto pode mesmo calcular as estruturas. Hoje, com a complexidade da construção (e da concepção), é impossível abarcar tudo e manter a capacidade de coordenar tudo. O papel do arquitecto está exactamente em estabelecer as pontes entre as várias especialidades como elemento de construção do projecto. Não se trata de criar consensos ou coisas assim. Não. A construção do projecto vem da conjugação e ponderação dos interesses de vários aspectos da obra que muitas vezes começam por ser contraditórios; e, portanto, projectar é tornar não contraditório o que à partida poderá aparecer como tal. Em Espanha, se caírem umas escadas, o arquitecto é o responsável, embora não tendo sido ele que as projectou. Em Portugal, neste aspecto, há menos risco porque este é partilhado. Mas há outros riscos: como seja o de não ser possível elaborar determinado projecto em equipa, na verdadeira acepção da palavra, por causa deste conceito redutor da especialidade. Pode sempre aparecer um a dizer: nisso o arquitecto não mete bedelho porque essa é a minha especialidade e eu é que sei. Independentemente dos modelos, o que é importante é compreender que a arquitectura é um todo e o trabalho de arquitecto tem de ser o de coordenador. As: At that time, the civil engineer took full responsibility for it. I don’t know that any insurance was taken out. In Portugal, liability is divided among the members of the project team. That seems fair to me. There’s a team and each specialty takes on their share of responsibility. The architect, as team coordinator — this concept is a bit sketchy nowadays — takes full responsibility for everything, but it is possible to identify which sector of the project is directly responsible for any project-related issues that come up. Not so in Spain. Over there, the architect is responsible for everything. Spain demands that architects go through a lot more technical training. They can crunch numbers related to the structures. Nowadays, construction and design grow increasingly complex, you just can’t embrace every single field of expertise and coordinate everything. The architect builds bridges between specialists, he or she unites the elements of construction. This isn’t about achieving consensus, or anything. No. Project construction is about reconciling and pondering the best interest of the work in progress, solving contradictions; developing a project is to turn ‘contradiction’ into ‘combination’. In Spain, if a staircase collapses, they lay blame at the architect’s door. It doesn’t matter that he didn’t design the staircase. In Portugal there's a lesser chance of that because risk is shared. There are other risks: The impossibility of working on a project as a team, in the truest sense of the word, because of that reductive concept, the concept of specialty. You can always have people come up and say: The architect should bloody well stay out of it because that’s my specialty and I’m the one with the expertise. Regardless of the way you organize, the bottom line is, architecture is a whole, a team effort. Your job as an architect is to coordinate. em espanhol, ‘risco’ significa desfiladeiro, penhasco. em algum momento sentiu vertigem perante o desafio do desenho, quer seja o risco de arquitectura, quer o desenho por divertimento? as: Quanto ao desenho por divertimento: há dias em que a coisa vai bem, olho para o desfiladeiro e fico satisfeito. Há outro dias em que não. Há dias em que não vale a pena insistir. Mas isso é uma prova de amadorismo. Quem se dedica por inteiro, tem um controle contínuo sobre o que faz. É uma coisa que se vai ganhando, que se aprende. Em relação à arquitectura, há imensas dificuldades que surgem ao longo do processo, regulamentos em movimentação contínua, por exemplo, e isto aumenta os riscos. Há hoje a ilusão de querer um conforto absoluto, com condições térmicas perfeitas no interior da casa, o que implica maquinaria, consumo elevado de energia, painéis solares obrigatórios, etc. Às vezes penso que um dia as pessoas só podem sair de casa dentro de uma cápsula para não estranharem. De resto, quanto ao projecto, e quando surgem dificuldades ou dúvidas graves, há duas formas de escapar: uma é dizer ‘não consigo resolver, desde que seja aprovado, vai assim’; outra é resolver com trabalho, com persistência. Claro que há nisto um impedimento insuperável porque há prazos, porque há eleições, etc. 100 the spanish word ‘risco’ means canyon, or cliff. Have you ever felt a kind of vertigo before you got started on a drawing, whether you were beginning to sketch a building, or just doing it for fun? As: On drawing for fun: Some days it works for you, you look over the edge of the cliff and you’re pleased. Sometimes it just doesn’t happen. Sometimes it's just not worth it. But giving up is amateurish. If you’re in it heart and soul, you exert continuous control over what you do. This is something you acquire over time, you learn it. Regarding architecture, there are many difficulties that arise during the process, rules and regulations in constant flux, for instance, and this compounds the chances you take. These days people live under the delusion that they must enjoy absolute comfort, you have to have the perfect temperature in the house, which calls for machinery, high energy consumption, mandatory solar panels, things like that. Sometimes I think the day will come when people don’t leave the house unless they’re surrounded by a shell, you know, so they don’t experience discomfort. As for projects, when serious doubt or a difficulty come up, there are two ways to go about the whole thing. One is, you tell yourself, I can’t solve it; as long as it’s approved, it’s good enough. The other one is to have at it, to persist. Obviously there are hurdles, because you have deadlines, elections, who knows what else. a sua experiência torna as coisas mais fáceis, com menos riscos… Your experience makes things easier for you, less risky... as: A experiência é perigosa, porque pode tornar as pessoas mais conformistas. Claro que a experiência tem também uma capacidade criativa, mas num grau reduzido. As: Experience is dangerous, because it can turn you into a conformist. Naturally, experience gives you some creative capability, though it is on a lesser scale. nunca sentiu a sensação, perante uma encomenda, de pensar: o que vou fazer com isto? Have you ever asked yourself, on looking at a commissioned project, “What am I going to do with this?” as: Ai, isso sempre, mas depois passa. O primeiro passo é sempre esse… As: All the time, but I get over it. That’s always the first step... Mas também deve haver momentos duma certa intuição… Does intuition play a role? as: A intuição, sim, é um risco. A intuição funciona, mas exige um percurso. Não é um flash. A intuição não poupa ao trabalho de elaboração, avanço, recuo, modificação, abandono. As horas de trabalho para resolver os problemas concretos que se deparam e dar convicção a uma ideia intuitiva podem ser muitas. E são efectivamente muitas e com grandes riscos. Pavilhão de Portugal, Lisboa Portuguese Pavillion, Lisbon As: Intuition, now there’s a risk. It works, but you have to go to certain lengths. It’s not this sudden flash. Intuition doesn’t save you the hours of drafting, moving forward, backward, modification, abandonment. The hours put into solving real problems and developing intuitive notions into something firm can grow and grow. They do grow, and there's always great risk. Entrevista preparada e composta por Nuno Higino. Gravada no gabinete do arquitecto Carlos Castanheira a 30 de Janeiro de 2010 Interview prepared and composed by Nuno Higino. Recorded at the office of architect Carlos Castanheira on January 30, 2010. 101 os riscos d o risco DRAWInG tHe LInes Álvaro Siza uma referência da arquitectura mundial A referential figure in the world architecture Álvaro Siza é o arquitecto português mais reconhecido nacional e internacionalmente, cujo trabalho ao longo dos anos se pode considerar dos mais consistentes e coerentes (e completos) entre todos os trabalhos de arquitectura produzidos nos últimos 50 anos. Esta consistência e coerência não é baseada numa repetição estilística, mas sim numa evolução progressiva do acto de desenhar e, por tal, o trabalho de Siza é imediatamente reconhecido onde quer que esteja. 102 Cada obra de Álvaro Siza é uma visão, são detalhes desenhados numa envolvente apenas detectada por ele, com rigor, concentração e foco. As suas obras revelam, não interpretam a verdade do contexto. Considerado hoje como um dos mestres da arquitectura, com 76 anos de vida e mais de 50 de actividade profissional, continua a afirmar-se pela sua arquitectura, sempre surpreendente, sempre actual de inovação. Álvaro Siza has achieved worldwide recognition and a status other Portuguese architects can only aspire to. He has produced one of the most consistent, coherent and comprehensive bodies of work in all of architecture in the past 50 years. Such consistency and coherence does not rely on repetition. The architect hones and refines his drafting skill every single day. For this very reason, you can immediately pick out any of Siza’s buildings, wherever you may find it. Each one of his buildings is a vision. Details mesh and combine in his head as he concentrates, focuses and lays down his thoughts. His works reveal, they do not just interpret. Now justly considered one of the world’s masters of architecture, 76 years young with a 50-year track record under his belt, Siza’s work is ever fresh and zesty and groundbreaking. Biografia sumária short Bio Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira nasceu em Matosinhos em 1933. Estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1949 e 1955, sendo a sua primeira obra construída em 1954. Álvaro Joaquim Melo Siza Vieira was born in Matosinhos (near Oporto), in 1933. From 1949-55 he studied at the School of Architecture, University of Oporto. Ensinou na ESBAP – Escola Superior de Belas Artes do Porto - entre 1966 e 1969, tendo regressado em 1976 como Professor Assistente de "Construção". Foi Professor Visitante na Escola Politécnica de Lausanne, na Universidade de Pensilvânia, na Escola de Los Andes em Bogotá, na Graduate School of Design of Harvard University como "Kenzo Tange Visiting Professor" e leccionou na Faculdade de Arquitectura do Porto. From 1955-58 he collaborated with Arch. Fernando Távora. He taught at the School of Architecture (ESBAP) from l966-69 and was appointed Professor of "Construction" in 1976. He has been a Visiting Professor at the Ecole Polythéchnique of Lausanne, the University of Pennsylvania, Los Andes University of Bogotá and the Graduate School of Design of Harvard University; From 1949-55 he studied at the School of Architecture, University of Oporto. Exerce a profissão na cidade do Porto. He works in the city of Oporto. É membro da American Academy of Arts and Science e "Honorary Fellow" do Royal Institute of British Architects, do AIA/American Institute of Architects, da Académie d'Architecture de France e da European Academy of Sciences and Arts. He is a member of the American Academy of Arts and Sciences, Honorary Fellow of the Royal Institute of British Architects, AIA/American Institute of Architects, Académie d'Architecture de France and European Academy of Sciences and Arts. Doutor "Honoris Causa" pela Universidade Politécnica de Valencia (1992), pela Escola Politécnica Federal de Lausanne (1993), pela Universidade de Palermo (1995), pela Universidade Menendez Pelayo, Santander (1995), pela Universidad Nacional de Ingeniería de Lima, Peru (1995), pela Universidade de Coimbra (1997), pela Universidade Lusíada (1999) pela Universidade Federal de Paraíba, João Pessoa - Brasil (2000); pela Università degli Studi di Napoli Federico II, Polo delle Scienze e delle Tecnologie, Nápoles – Itália (2004); pela Universidade de Arquitectura e Urbanismo de Bucareste “Ion Mincu” – Roménia (2005); pela Universidade de Engenharia de Pavia – Itália (2007). Doctor "Honoris Causa" by the University of Valencia (1992), by the École Polithécnique Federal de Lausanne (1993), by the University of Palermo (1995), by Menendez Pelayo University, in Santander (1995), by the Universidad Nacional de Ingeniería of Lima, Peru (1995), by the University of Coimbra (1997) and by the Universidade Lusíada (1999), by Paraíba Federal University (2000), Federico II University, Naples (2004); University of Architecture and Urbanism of Bucarest “Ion Mincu”, Romenia (2005); University of Engeneering in Pavia, Italy (2007). gruP o s uZano sUzA no GRo UP grupo suzano Suzano Group Uma história de sucesso com 85 anos An 85 year Sucess Story “E tudo começou quando o ucraniano Leon Feffer, em 1921, emigrou para o Brasil com pouco mais de 18 anos.” “It all began when the Ukrainian Leon Feffer emigrated to Brazil in 1921, having just turned eighteen.” 104 Em 2009 o Grupo Suzano completou 85 anos, com muita força e vigor. Um atestado da sua bem sucedida trajetória, sempre apoiada na crença de um Brasil justo e de futuro. In 2009, the Suzano Group turned “85 years young.” We have beat a successful path and have always kept the faith in a socially just Brazil with a bright future on the horizon. Constantes atitudes empreendedoras, que caracterizam a família Feffer, transformaram um simples negócio de produção de envelopes em um dos mais sólidos, dinâmicos e diversificados congomerados empresariais privados brasileiros, com faturamento superior a US$ 3,5 bilhões. Mais de 5 mil colaboradores e outros cerca de 20 mil empregados indiretos movimentam a própria empresa e as diversas regiões onde ela atua. The ongoing entrepreneurship of the Feffer family has transformed a mere envelope production business into one of the most solid, dynamic and diverse privatelyheld conglomerates of Brazil, with a turnover of 3,5+ US billions. More than five thousand employees and some 20,000 outsourced personnel work in a number of sites and regions. Este dinamismo, esta determinação em crescer de forma estruturada, esta definição de oferecer produtos e serviços diferenciados estão entre os fatores que caracterizam a Suzano. E tudo começou quando o ucraniano Leon Feffer, em 1921, emigrou para o Brasil com pouco mais de 18 anos, ao lado da mãe, um irmão e duas irmãs. Naquela época, a economia brasileira era apoiada na cafeicultura, o setor industrial ainda era incipiente e quase todos os produtos eram importados. Diante desse desafio – país estranho, língua diferente, pessoas desconhecidas – e perante esse enorme potencial, Leon estabeleceu-se como comerciante em São Paulo. Entre as várias mercadorias que vendia, estava o papel. E, em meados dos anos 30, abriu também uma tipografia e uma pequena fábrica de envelopes. Em 1939 a veia empreendedora de Leon saltou forte e fez com que se desfizesse de todo o patrimônio que já havia construído, inclusive a casa da família, a fim de obter os recursos necessários para montar uma fábrica. Percebendo que a produção brasileira de papel era insuficiente e que a importação seria prejudicada com o inicio da II Gerra Mundial, Leon Feffer decide investir na fabricação de papel. E assim, instalada no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo, nasce a primeira unidade industrial do Grupo Suzano. Nome que, aliás, surgiu apenas 1955, quando Leon Feffer incorporou a Indústria de Papel Euclides Damiani, localizada na cidade de Suzano, a cerca de 40 km da capital paulista. The nonstop dynamics, the determination to grow in a structured manner and the will to provide diverse products and services are some of the key characteristics of the Suzano Group. It all began when the Ukrainian Leon Feffer, around the age of eighteen, emigrated to Brasil, along with his mother, one brother and two sisters. At the time the Brazilian economy was heavily dependent on coffee growing. Industries were taking their first steps. Most commodities were imported. Faced with a challenge — being a stranger among strangers, a new country and an alien language — but also in view of great potential, Leon set up a shop in São Paulo. Among the many goods he sold, foremost was paper. In the mid-1930s, he started a printers’ shop and a small envelope factory. Leon's enterprising spirit really broke out in 1939. He sold off all the assets he had accrued, including his family home, so he could start a new factory. Realizing that Brazil did not manufacture enough paper and imports would suffer as World War II got rolling, Leon Feffer decided to invest on paper-making. Thus the first industrial unit of the Suzano Group was commissioned in the Ipiranga district of the city of São Paulo. Suzano, the name, was adopted in 1955, when Leon Feffer bought off the Euclides Damiani paper-making outfit, which was then located in the town of Suzano, some 40km from the Paulistan capital. gruP o s uZ ano sUzAno GRo UP Leon Feffer, fundador do Grupo Suzano Leon Feffer, founder of the Suzano Group leon FeFFer, o hoMeM Leon FeFFeR, tHe MAn Além do homem de negócios que era, Leon dedicou parte da sua vida a várias atividades comunitárias. Participou em instituições como a Casa de Cultura de Israel, a Federação Israelita do Estado de São Paulo, o Hospital Albert Einstein (já há vários anos considerado como referência na América Latina), o Colégio Renanscença, entre outras. Foi um dos fundadores do clube “A Hebraica” (um dos mais ativos clubes esportivos e recreativos da cidade de São Paulo) e, desde 1956 até seu falecimento, exerceu o cargo de cônsul de Israel no Brasil. A partir da década de 1970, acompanhou a transição da liderança do Grupo Suzano para seu filho Max, que conduziu bem sucedida expansão nas áreas papel e celulose, embalagens e petroquímica. More than just a businessman, Leon devoted part of his life to several community activities. He patronized organizations such as the Israel Culture House (Casa de Cultura de Israel), the Israeli Federation of São Paul State (Federação Israelita do Estado de São Paulo), the Albert Einstein Hospital (known for years throughout Latin America as a world-class hospital), the Renascença School, and many others. He was one of the founding members of the Hebraica Club (A Hebraica – one of the most dynamic sports and recreation clubs in the city of São Paulo) and, from 1956 and to the year of his death, served as Israeli Consul in Brazil. From the 1970s onward, he tended to his succession, transferring leadership of the Suzano Group to his son Max, who drove successful expansion into sectors such as cellulose, packaging and oil. suzano e sonae A joint venture formada entre os Grupos Suzano e a Sonae veio reforçar a parceria já existente desde 2002 na corretora de seguros brasileria Lazam-MDS. Baseada na semelhança de valores entres estes dois grupos – gestão sólida e profissional, controle familiar, perenidade e foco no longo prazo - a holding assim formada reúne todos os investimentos na área de corretagem de seguros e resseguros, reforçando a competitividade internacional da MDS Holding e permitindo aproveitar o crescimento do mercado de seguros brasileiro, bem como apostar na expansão dos negócios na América Latina, consolidando, assim, a estratégia de crescimento. Com uma carteira de prêmios que se aproxima de US$2 bilhões, esta parceria é a única não americana ou inglesa entre as maiores empresas de seguros e de resseguros que atuam em mercados de alto potencial de crescimento. No total, são cerca de 1 200 colaboradores em 21 países, todos sob a direção da Comissão Executiva liderada por José Manuel Fonseca. suzano and sonae David Feffer, presidente, e Daniel Feffer, vice-presidente do Grupo Suzano David Feffer, president, and Daniel Feffer, vicepresident of the Suzano Group a sucessão sUccessIon Max Feffer era um empreendedor nato que, desde jovem, colaborou com o pai na expansão do Grupo Suzano. Nos anos 50 liderou a equipe de cientistas que pesquisava matérias primas alternativas para a produção de celulose a partir do eucalipto, experiências essas que mais tarde iriam revolucionar a fabricação de papel no Brasil e nas Américas. Como profissional de grande visão estratégica, também foi responsável pela diversificação e consolidação do Grupo, realizando investimentos no setor petroquímico e profissionalizando a gestão. Max Feffer was a born leader who started working with Leon early in his life to expand the Suzano Group. In the 1950s he led the team of scientists who were looking into alternative raw materials to produce cellulose from eucalipti. These experiments would revolutionize papermaking in Brazil and the Americas. As a professional gifted with strategic foresight, he was responsible for the diversification and consolidation of the Group, leading a number of investments in the oil sector and contributing toward the establishment of professional management. The Suzano-SONAE joint venture arises from our partnership, which began in 2002 with the Brazilian insurance broker, LAZAM-MDS. Based on shared values between the groups — solid, professional management; family-held business; focus on duration and the long term — this holding covers all investments in insurance and reinsurance brokerage, boosting the international competitiveness of MDS Holding and capitalizing on the growth of the Brazilian insurance market; also, on the growth of business in Latin America; thus consolidating our growth strategy. With a portfolio verging on US$2Bn, this partnership is the one non-American or British company among the largest insurance/reinsurance firms present in high-growth markets. On the whole, there are 1,200 employees throughout 21 countries, led by the Executive Board under José Manuel Fonseca. 105 gruP o s uZano sUzA no GRo UP a importância do papel A empresa firmou seu pioneirismo nos mercados nacional e internacional ao “descobrir” a celulose de eucalipto. Na Unidade de Suzano, além da produção de papel, Leon e seu filho Max passaram a desenvolver experimentos e pesquisas na busca de alternativas para a celulose até então importada. Mas foi somente após uma série de ensaios de cozimento, lavagem e branqueamento nos laboratórios da Universidade da Flórida, em Gainsville, Estados Unidos, com diversas espécies de madeiras, que se comprovaram os resultados obtidos aqui no Brasil. Assim, a partir do final da década de 50, começaram a ser fabricados os primeiros lotes de papel produzidos através do eucalipto e, em poucos anos, o Brasil passou de importador a exportador de celulose. Inicialmente, a celulose de eucalipto aqui fabricada era misturada à importada. Somente em 1961, a Suzano Papel e Celulose passou a produzir papel com 100% de fibra nacional, o que foi uma mudança extremamente importante para o setor no Brasil e em todo o mundo. Nos anos que se seguiram, nas décadas de 60 e 70, o Grupo investiu fortemente na expansão da fábrica e na diversificação do mix de produtos, uma de suas grandes características até hoje. the importance of paper The company pioneered the exploitation of eucaliptus cellulose, thus establishing a reputation in national and international markets. At the Suzano Unit, in addition to paper-making, Leon and his son Max encouraged experiments and research into alternatives to imported cellulose. It was only after a number of lab trials in the University of Florida, Gainsville, USA, using several wood samples, that the results obtained in Brazil were validated. So it was that from the late 1950s the first batches of eucaliptus-cellulose paper rolled out of the mill and, in a few years, Brazil went from being an importer to becoming an exporter of cellulose. At first, national cellulose was mixed with imported cellulose. It was only in 1961 that Suzano Papel e Celulose began production of 100%-national fiber paper, which represented a major change to the country and the world. Over the coming decades, the Group invested heavily in the expansion of their factory and built a diverse product portfolio, which remains one of the Group’s key strengths to this day. 106 Por sua proximidade com as artes, especialmente a música, e sua expressiva presença no cenário cultural paulistano, Max Feffer exerceu, no final dos anos 70, o cargo de Secretário de Estado da Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo e foi o responsável pela criação de projetos musicais existentes até aos dias de hoje, como o Festival de Jazz e o Festival de Inverno de Campos do Jordão. Em 1999, sua mente criativa e artística deu vida ao Instituto Ecofuturo, uma organização não governamental que visa promover o desenvolvimento sustentável através de investimentos e ações em educação, leitura e meio ambiente. Atualmente, o Instituto Ecofuturo, sob a presidência de Daniel Feffer (um dos filhos de Max), possui 83 bibliotecas comunitárias instaladas em seis estados brasileiros, realiza um dos maiores concursos nacionais de redação para jovens e adolescentes e é responsável pelo Parque das Neblinas, área de mais de 2 700 hectares, a cerca de 100 km de São Paulo, com Mata Atlântica totalmente preservada, hoje utilizada para visitação e estudos. E foi graças a iniciativas como estas que Leon (falecido em 1999) e Max Feffer (falecido precocemente em 2001) deixaram marcas indeléveis na história do desenvolvimento industrial do Brasil e no desenvolvimento socioambiental, provando, ou comprovando, que empresários diferenciados podem aliar o sucesso nos negócios a uma consistente ação social. Com o falecimento prematuro de Max, David Feffer, o mais velho dos seus quatro filhos, assumiu a presidência do Grupo Suzano e imprimiu um ritmo forte aos negócios, gerando as condições necessárias para um crescimento vigoroso e sustentado. Entre seus principais marcos estão a criação, em 2003, da Suzano Holding, consolidando o modelo de gestão, com foco em transparência e excelência empresarial; a reestruturação da Suzano Petroquímica passando, a partir de 2004, a ser a primeira empresa de controle familiar a aderir ao nível 2 de Governança Corporativa da Bovespa; a profissionalização das empresas do Grupo, com rígidos critérios de governança corporativa; e a construção de uma nova unidade de celulose de mercado em Mucuri, no extremo sul da Bahia. Also keen on the arts, especially music, and feeling how relevant they were to the culture of São Paulo, Max Feffer became State Secretary for Culture, Science and Technology in the late 1970s. He was behind the inception of musical projects that exist to this day, such as the Jazz Festival and the Winter Festival at Campos do Jordão. In 1999, his creative, artistic mind breathed life into the Instituto Ecofuturo (“Eco-future Institute”), an NGO that advocates and promotes sustainable development through investment in education, reading and environmental preservation. Currently the Instituto Ecofuturo, led by Daniel Feffer (one of Max’s children), owns 83 community libraries throughout six Brazilian states, holds one of the largest nationwide writing contests for children and teens and is responsible for the Parque das Neblinas (“Mist Park”), a nature preserve covering 2,700 hectares, sited 100km from the city of São Paulo. The Park holds an Atlantic forest, completely preserved, currently a preferential location for visits and school trips. It was thanks to initiatives like this that Leon (deceased in 1999) and Max Feffer (who passed away prematurely, in 2001) made their perennial mark in the history of Brazilian industrial, social and environmental development; proving that entrepreneurs can combine thriving businesses with consistent social action. Max being taken so early in his life, David Feffer, eldest of four, took over the chairmanship at the Suzano Group and drove business with a will, laying the groundwork for vigorous, sustainable growth. One of many milestones under his management is the 2003 establishment of Suzano Holding, which consolidates our management model, focusing on transparency and excellence in business. Another is the restructuring of Suzano Petroquímica (oil industry) which, in 2004, became the first family business to sign onto Bovespa Corporate Governance, Level 2; and then there was the application of professional standards throughout Group companies, following strict corporate governance criteria; also, the construction of a new cellulose unit in Mucuri, at the far south of Bahia. uMa gestão exeMPlar exeMPLARY MAnAGeMent A partir de uma visão que prioriza a gestão profissional de alta performance, a parceria com o mercado de capitais e o controle familiar, as empresas do Grupo Suzano destacam-se nas mais diversas áreas de negócios por valorizarem a inovação, por atenderem aos requisitos de governança corporativa e pelo legítimo compromisso socioambiental. Starting with a vision that prioritizes high-quality and high-performance professional management, a presence in the capital market and family control, the Suzano Group companies stand out from the pack as they value innovation, stick to corporate governance demands and legitimate social/environmental commitments. Com uma trajectória marcada pela capacidade de inovar, de assumir riscos e de ousar na proposta de novos modelos de negócio e produtos, na busca de soluções geradoras de valor agregado para a organização e para a sociedade. Ours is the path of innovation, risk-taking. We aim to develop new business models and products, to seek out solutions that bring combined value to the organization and society at large. Os seguros em órbita Insurance in orbit As órbitas do seguro de satélites The orbits of satellite insurance O mercado de seguro e resseguro aeroespacial Space insurance and reinsurance market Os riscos que vêm do céu Risks that come from the sky O tempo no espaço Space weather Holos - Empresa portuguesa integra consórcio europeu Holos - Portuguese company joins European Consortium os seguros eM órBi ta InsURAnce I n oRBIt o mercado de seguro e resseguro aeroespacial Space insurance and reinsurance market As órbitas do seguro de satélites The orbits of satellite insurance Após serem colocados em órbita, os satélites não podem ser reparados ou substituídos. É por isso vital que qualquer profissional envolvido neste mercado domine todos os segredos do mundo aeroespacial. texto / text: Marco Aurélio Braga MEMBRO DO CONSELHO CONSULTIVO DA MDS BRASIL MEMBER OF THE ADVISORY BOARD OF MDS BRAZIL After being placed in orbit, satellites can’t be repaired or replaced. It is therefore vital that anyone involved in this market master all the secrets around the world of aerospace industry. Após ser lançado em órbita, o curso seguido pelo satélite é o mesmo de todos os corpos celestiais em órbita ao redor do Sol, consequentemente, elíptico. Em termos gerais, tudo se relaciona com forças centrífugas e gravitacionais, onde a força da gravidade conduz o satélite à Terra e a centrífuga exerce força contrária, resultando num equilíbrio que o mantém numa distância constante do nosso planeta. A vida útil de um satélite em órbita dependerá de como o projecto de engenharia foi desenvolvido, com vista a acomodar o plano de negócios que visa a atender as demandas dos clientes que irão gerar receitas e lucros esperados. Diferentemente dos equipamentos construídos para serem instalados dentro de uma planta industrial, os satélites, após serem posicionados em órbita, não podem ser reparados ou substituídos. Por conseguinte, a maioria de seus componentes vitais são redundantes, o que significa que eles são duplicados e podem ser ligados imediatamente se um componente falhar. Sendo assim, o conhecimento sobre o seguimento aeroespacial é relevante para qualquer profissional envolvido neste mercado. E um corretor, devido à importância dos serviços de consultoria, deve entender os preceitos básicos das dinâmicas financeiras e operacionais deste ramo. O mercado de Seguro e Resseguro aeroespacial, devido à sua natureza conservadora, vive uma perspectiva diferente comparada à natureza inovadora e complexa da indústria aeroespacial, onde as empresas operadoras de satélites impõem pressão permanente sobre os principais fornecedores de equipamentos de telecomunicações, para que sejam construídos equipamentos mais potentes, produtivos e sofisticados. Os elevados valores e riscos envolvidos na fabricação, lançamento e operação de um satélite fazem com que o mercado aeroespacial de seguros fique em constante expectativa da ocorrência de sinistro, não obstante os cuidados extremos na avaliação de riscos, aplicados pelos subscritores. Neste cenário, os custos do seguro são voláteis, pois duas perdas seguidas em lançamentos 108 After being launched in orbit, the path followed by a satellite is the same of all celestial bodies in orbit around the sun which is elliptical. Generally speaking is all about centrifugal and gravitational forces where the pull of gravity drives the satellite to earth and the centrifugal force drives the satellite away from the earth resulting that the satellite maintains a constant distance from earth. The numbers of years of life of a satellite in orbit will depend upon the engineering project structured to accommodate the business plan developed to meet specific clients demand that will generate expected revenues and profits. Different from equipments built to be installed within a industrial plant, satellites after positioned in orbit can not be repaired or replaced like those, therefore most of the vitals components of a satellite are redundant, which means they are reduplicated and can be turned on immediately if one component fails. Therefore the understanding of the aerospace business is relevant for any professional servicing this industry and a broker due to its essential consultant services must also understand the basics of its financial and operational dynamics. The risks Space insurance and reinsurance market due to its conservative nature leaves in a different perspective compared to the very innovative and complex nature of the space industry where satellite operators impose permanent pressure on prime suppliers of commercial telecommunications satellites to build more powerful, productive and therefore sophisticated satellites. The high values and risks involved in manufacturing, launch and operate a satellite makes the space insurance market to leave in a constant loss expectation despite the strong risk assessment undertaken by underwriters. In this scenario insurance cost is very volatile where two Launch losses in a row can definitely change the market trend, being very peculiar to operators to seek for insurance early in the satellite manufacturing stage to avoid unexpected changes upwards specially on dual launch vehicles where the first satellite operator to procure insurance in the market will definitely enjoy better rate than late ones due to reinsurance capacity constrain per launch. os seguros eM órBita InsURAnce I n oRBIt podem definitivamente mudar os rumos do mercado. Por isso, é muito comum os operadores comprarem cobertura de seguro quando ainda no estágio inicial de fabricação, com o intuito de evitarem mudanças inesperadas de acréscimo nas taxas, especialmente nos casos de lançamentos por veículos lançadores que permitam lançar dois satélites de forma concomitante: o primeiro operador a acessar o mercado de seguro será definitivamente beneficiado por melhores taxas do que os que retardarem o seu processo de colocação, isto devido à capacidade restrita de resseguro para cada lançamento. Os custos de seguro são considerados o terceiro maior custo nas operações de lançamento. Por essa razão, merecem atenção cuidadosa por parte dos operadores, pois o programa de seguro a ser estruturado é relevante. A aquisição de um novo satélite e os serviços requeridos de lançamento são operações muito complexas, que demandam trabalho de equipe, constante monitoramento e revisões internas. A consultoria do corretor desde o início do processo de aquisição é sensilvemente benéfica e eficiente na redução de custos. Esse serviço é particularmente importante na fase de negociação dos contratos, no que tange aos elementos de seguro. Insurance cost is considered to be the 03rd major cost in a satellite launch mission therefore deserving a careful attention from satellite operators where the insurance program to be structured is relevant. The procurement of a new satellite and the required launch services is a very complex mission which demands dedicated team work, constant monitoring and internal review. The broker advice since the beginning of the satellite procurement process is of tremendous benefit as well as cost effective to satellite operators. This advice is particularly important to the contracts under negotiations which have insurance implications. “Os elevados valores e riscos envolvidos na fabricação, lançamento e operação de um satélite fazem com que o mercado aeroespacial de seguros fique em constante expectativa da ocorrência de sinistro.” “The high values and risks involved in manufacturing, launch and operate a satellite makes the space insurance market to leave in a constant loss expectation.” A estruturação e implementação dos programas de seguro para o lançamento e a fase “in orbit” (operação em órbita), envolvem várias atividades fundamentais na fase de pré-subscrição, assim como no processo de colocação do resseguro. Tais serviços giram em torno de revisões dos contratos de aquisição de satélites, especialmente no item contratual de seguros; revisão do contrato de Serviço de Lançamento e da Nota de Acordo de financiamento dos bancos e financiadores, para garantir que todos os termos e condições são adequados, acessíveis e necessários ao segurado. Dão suporte ao segurado nas questões técnicas provenientes dos resseguradores, ao fabricante do satélite e ao provedor dos serviços de lançamento. Ajudam na confecção da apresentação técnica para seguradores e resseguradores assim como a organizar roadshow e apresentação técnicas aos resseguradores nos locais a se acordado com o segurado. To structure and implement the launch and initial in orbit insurance program involves several very important activities in the preunderwriting phase as well as in the placement process. Such works revolves around reviewing of satellite purchase contracts, specially the insurance requirements, review of Launch Services Agreements and Bank/ Lender Notice Purchase Agreement, to ensure that all terms and conditions are adequate, available and not unnecessary to the insured. Support underwriter technical questions with insured, the satellite manufacturer, and the launch vehicle provider. Assist in preparing technical briefing to insurers and reinsurers as well coordinate road-show and host technical briefings at places to be agreed with insured. The preparation of the policy wording will be the culmination of all these efforts which will involve the engineering, financial and legal departments of the insured, all before approaching the lead reinsurance markets to obtain terms. Usually most common coverages available are All Risk Material Damage and Malfunction type of policy where all is covered except exclusions, as well Third Party Liability and Loss of Revenue. In summary, the insurance of space risk is very difficult and complex due to its characteristics which go from small numbers of risks which is against statistical method the basic prerequisite for any kind of insurance, as well diversity and rapid change in technology, high values, high exposure to total loss in a few minutes of a launch. A elaboração do clausulado da apólice representa o auge de todos esses esforços e envolverá os departamentos de engenharia, financeiro e jurídico do segurado, tudo isso antes de se acessar os mercados resseguradores líderes para obtenção de termos. Usualmente, a maioria das coberturas disponíveis são para apólices do tipo “All Risks” para danos materiais e mau funcionamento, nas quais todos os riscos estarão cobertos, com exceção das exclusões, como também cobertura para Responsabilidade Civil e Perda de Receita. Em síntese, o seguro de riscos aeroespaciais é considerado como difícil e complexo devido às suas características que vão desde um pequeno número de riscos, o que é prejudicial a métodos estatísticos - um pré-requisito básico para qualquer tipo de seguro- como também à diversidade e rápida mudança de tecnologias, altas Importâncias Seguradas e alta exposição à perda total nos poucos minutos de lançamento. 109 os seguros e m ór bita ins urance in o rbit Curiosidades sobre satélites | Satellite q&a Quantos satélites já foram lançados? Já foram lançados mais de 500 satélites e, em média, a previsão é de lançamento de 25 a 30 satélites por ano. How many satellites have been launched so far? More than 500 satellites have been launched. On average, we expect to launch 25 to 30 new ones a year. Quanto custam? Os satélites podem chegar a ter um custo aproximado de US$ 300 milhões, que somados ao custo de lançamento em torno de U$100 milhões, chegam ao valor total de U$400 milhões em geral. How much does a satellite cost? The satellites themselves cost about US$300M. Add that to launch costs, which represent US$100M more, and you have a US$400M total. Quais os Valores em Risco/LMI envolvidos? Não existe LMI já que essa classe de risco é considerada “catastrófica”. Logo teria que existir valor em risco igual a 100% do valor do satélite, além do custo do lançamento Quais as empresas que lançam satélites? A empresa francesa Arienne, a americana Proton, a chinesa Long March, entre outros. Quais os clientes da MDS Brasil neste ramo? StarOne, a maior operadora de satélites do Brasil Quais os maiores sinistros? Satélite SES K1 – US$ 350 milhões e Solidariedad 1 - US$ 250 milhões. O Satélite SES K1 teve perda total durante o lançamento onde o 2º estágio do foguete não funcionou. O Solidariedad 1 apresentou perda total devido à mal funcionamento quando em órbita, com falha no processador de controle do satélite. Qual o momento do projecto que concentra maior risco? O maior risco está relacionado com o lançamento em órbita do satélite devido à complexidade do ato de lançar um satélite e posicioná-lo na órbita correta. Qualquer erro pode ser fatal, como por exemplo um excesso de vibração do veículo lançador ocasionando um lançamento em órbita incorreta. Quanto tempo demora a desenvolver estes projectos? 1 ano, incluindo a consultoria de seguros. Marco Aurélio Braga Membro do Conselho Consultivo da MDS Brasil Member of the Advisory Board of MDS Brazil 110 What are the Risk/LMI values involved? There is no LMI, as this risk class is considered “catastrophic.” The risk value would have to cover 100% of the value tied up with the satellite, in addition to launch costs. What companies currently launch satellites? French company Arienne, American company Proton, Chinese company Long March and a few others. Does MDS Brazil have any clients in this line of business? StarOne, the largest satellite operator in Brazil. Can you name a few large losses? SES K1 satellite – US$350M and Solidariedad 1 – US$250M. The SES K1 suffered a complete loss during launch as the second stage rocket failed to fire. Solidariedad 1 experienced a totally crippling malfunction in orbit. The satellite’s control CPU broke down. What is the single riskiest moment during a project like this? The greatest risk has to do with the launch into orbit. Doubt: Explain why in a concise manner Launching and positioning a satellite so that it achieves the intended orbit is a complex procedure and any errors could prove fatal, say excess vibration from the launch vehicle, which would launch the satellite into an incorrect orbit. How long does it take to develop these projects? 1 year, including insurance consultancy. Marco Aurélio Braga, formado em Engenharia e Administração de Empresas, foi sócio fundador da Miral Seguros, empresa que hoje integra o Grupo MDS. Marco Aurélio Braga graduated in Engineering and Business Administration, was founding partner of Miral Seguros now part of MDS Group. Durante a sua carreira em seguros e resseguros desde 1981 que se especializou na prestação de serviços aos clientes, começando nas negociações dos contratos, incluindo aqueles com Agentes Financiadores através da estruturação de seguro e resseguro de Riscos Operacionais e programas de Riscos de Engenharia para grandes clientes da indústria pesada e de ponta, bem como clientes na área de petróleo no segmento “upstream” e “downstream”. Possui muitos anos de experiência com programas de seguro e resseguro para empresa operadora de satélites uma vez que atua no mercado de seguros de satélites faz quase 20 anos. Marco Aurélio Braga é membro do Comitê Executivo da MDS Brasil – RJ e membro do Conselho da ABECOR-RE – Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Resseguro. During his career in insurance and reinsurance since 1981 Mr. Braga has specialized in providing complete client service commencing at the earliest stages of contract negotiations, including lenders, by structuring insurance and reinsurance operational risks and Engineering risks programs for large clients of the heavy and complex industry, as well as clients in the oil upstream and downstream arena. Mr. Braga has many years of experience in handling satellite operator insurance and reinsurance programs and has been working on the satellite insurance market for almost twenty years now. Marco Aurélio Braga is a member of the Executive Committee of MDS Brasil - Rio de Janeiro and a member of the Council of ABECOR-RE Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Resseguro, a Brazilian Association of Reinsurance Brokers. os seguros eM órBi ta InsURAnce I n oRBIt o tempo no espaço Space weather Os riscos que vêm do céu Risks that come from the sky texto / text: Dr. Rudolf Kreutzer ALLIANZ CENTER FOR TECHNOLOGy e-mail: [email protected] -HTTP://ESA-SPACEWEATHER.NET/ HTTP://WWW.SWPC.NOAA.GOV/ HTTP://WWW.SPACEWEATHER.COM/ HTTP://WWW.GEOMAG.BGS.AC.UK/SPWEATHER.HTML Por mais avisos de perigos que o céu tenha feito outrora, a actividade no espaço sugere actualmente riscos para o mundo moderno. Much as the sky once gave the ancients warnings of danger, space activity today indicates risks for the modern world. O tempo no espaço é um fenómeno muito antigo, tão antigo como o Sol e as estrelas que apareceram antes dele. Toda a vida na Terra está habituada às suas manifestações naturais, como a Aurora Boreal ou as enormes explosões solares de radiações, que podem ter tido profundos efeitos na extinção de espécies. Os homens estão também a habituar-se à mais recente espécie de tempo no espaço, os seus próprios detritos espaciais. Space weather is a very old phenomenon, as old as the sun and the stars that came before it. All life on earth is accustomed to its natural manifestations like the Aurora Borealis or enormous solar bursts of radiation that may have had profound effects on species extinction. Humans are also getting used to the newest kind of space weather, their own orbital debris. Os gestores de risco estão a tomar uma consciência cada vez maior dos efeitos que tanto os fenómenos naturais como os detritos humanos podem ter em infra-estruturas como redes telefónicas e eléctricas. Os especialistas discutem sobre o que são estes efeitos e a que ponto chega a sua força. Contudo, alguns desastres históricos enormes parecem estar ligados directamente ao tempo no espaço e a crescente dependência da sociedade da electrónica, em especial da electrónica sem fios, representa uma exposição cada vez maior a importantíssimos fenómenos climáticos no espaço. Em geral, o tempo no espaço apresenta quatro aspectos (ver caixa, na página 114). Os elementos solares como explosões e tempestades, geralmente chamados manchas solares, afectam a Terra de imediato. Ao mesmo tempo, somos bombardeados constantemente por elementos interestelares, como raios cósmicos. Os 112 Increasingly, risk managers are becoming aware of the effects that both natural phenomena and human debris can have on infrastructure like telephone networks and electricity grids. Experts debate what and how strong these effects are. However, some historical large losses seem to be directly linked to space weather, and the increasing dependence of society on electronics, especially wireless electronics, means a growing exposure to peak space weather events. In general, space weather comes in four varieties (see box, page 114). Solar elements like flares and storms, commonly called sunspots, affect earth most immediately. At the same time, we are constantly bombarded by interstellar elements like cosmic rays. Meteorites and other solid objects such as comets can also be classified as space weather or at least understood as elements in the space environment. Finally, the fourth group, space debris in our orbit, is a man-made risk that increases every year. All of them affect the earth and our activity in different ways. os seguros e m ó rbita insurance in orbi t meteoritos e outros elementos sólidos, como os cometas, também podem ser classificados como tempo no espaço, ou ser entendidos, pelo menos, como elementos que se encontram no ambiente do espaço. Por fim, o quarto grupo, os resíduos espaciais que gravitam na nossa órbita constituem um risco com origem no homem e que aumenta de ano para ano. Todos eles afectam a terra e a nossa actividade de maneiras diferentes. Always there Sempre presentes However, since the formation of the earth, natural space weather has affected its development. Careful studies of the climate, for example, indicate that solar activity has directly influenced atmospheric cooling and warming. This may have played the key role in the switch from ice ages to warm periods. Os elementos solares e interestelares interagem com a atmosfera terrestre e têm um enorme impacto na natureza. As radiações polares são certamente o resultado mais espectacular do tempo solar. Aparecem quando o vento solar interage com as partículas carregadas da ionosfera, a parte mais afastada da atmosfera, que concentra essas partículas carregadas perto dos pólos magnéticos. Porém, o tempo no espaço natural tem afectado o desenvolvimento da Terra desde a sua formação. Estudos cuidados do clima, por exemplo, indicam que a actividade solar tem exercido uma influência directa no arrefecimento e aquecimento da atmosfera, o que pode ter sido o principal motivo da transformação dos períodos glaciares em períodos quentes. O ciclo de onze anos em que aumenta e diminui a actividade das manchas solares parece estar ligado também aos ciclosclimáticos (ver tabela). A radiação cósmica ioniza a estratosfera, que é a parte da atmosfera imediatamente acima da camada de nuvens. Esta ionização provoca a condensação das nuvens, que produzem mais chuva. A variação de onze anos do nível da água do Nilo corresponde de perto ao ciclo de actividade solar. Pensa-se também que as explosões de raios gama no exterior da galáxia podem reduzir a concentração do ozono na parte superior da atmosfera, representando, em consequência, um risco para a vida na superfície da Terra. Por outro lado, alguns estudos indicam que as tempestades geomagnéticas causadas pelo vento solar podem desorientar as aves migratórias, os pombos e as baleias no seu instinto de regresso ao ponto de partida. Solar and interstellar elements interact with the earth’s atmosphere, with profound impacts on nature. The polar lights are certainly the most spectacular result of solar weather. They appear when solar wind interacts with charged particles in the ionosphere, the outermost part of the atmosphere, which concentrates these charged particles near the magnetic poles. “Os gestores de risco estão a tomar uma consciência cada vez maior dos efeitos que tanto os fenómenos naturais como os detritos humanos podem ter em infra-estruturas como redes telefónicas e eléctricas.” “Risk managers are becoming aware of the effects that both natural phenomena and human debris can have on infrastructure like telephone networks and electricity grids.” O fracasso tecnológico O nosso mundo altamente tecnológico está particularmente exposto aos efeitos electromagnéticos do tempo no espaço. As tempestades solares, por exemplo, geram fortes chuvas de partículas e gigantescas correntes na ionosfera que provocam importantes alterações no campo geomagnético. Os condutores eléctricos que se encontram no campo magnético em mutação, sejam eles cabos, canos ou água do mar, dão origem a correntes conhecidas como “correntes induzidas geomagneticamente” (“geomagnetically induced currents”) ou CIGs (“GIC’s"). Quanto maior forem a mancha solar e o condutor, tanto mais alta serão a voltagem e, possivelmente, as CIGs. As correntes eléctricas naturais que correm através do mar e da terra – “correntes telúricas” - variam grandemente durante as ejecções em massa no halo em volta do sol. Os seus efeitos na infra-estrutura eléctrica podem ser sérios. O primeiro acontecimento histórico em que as CIGs parecem relacionadas com um grande dano foi o colapso do telégrafo a 2 de Setembro de 1859.No dia anterior, os cientistas tinham detectado The 11-year cycle in which sunspot activity increases and decreases seems to be linked to weather cycles as well (see table). Cosmic radiation ionizes the stratosphere, the part of the atmosphere just above the cloud layer. This ionization causes clouds to condense and generate more rain. The 11-year variation of the water level of the Nile corresponds closely to the solar activity cycle. It is also thought that bursts of gamma rays from outside the galaxy can reduce the ozone con-centration in the upper atmosphere, and therefore pose a risk to life on earth’s surface. Some studies indicate, on the other hand, that geomagnetic storms caused by solar wind can be dis-orienting for the homing instincts of migratory birds, homing pigeons and whales. Technological breakdown Our highly technological world is particularly exposed to the electromagnetic effects of space weather. Each solar storm, for example, generates intensive showers of particles and gigantic currents in the ionosphere which induce major alterations in the geomagnetic field. Electric con-ductors in the changing magnetic field, whether cables, pipes or seawater, run currents called “geomagnetically induced currents”, or GICs. The bigger the sunspot and the longer the conduc-tor, the higher the voltage and possibly the GIC. While there are natural electric currents running through the earth and sea known as “telluric currents”, they vary wildly during coronal mass ejec-tions. The effects on electrical infrastructure can be profound. The first historical event when GICs ap-pear to be linked to a large loss was a telegraph breakdown on September 2, 1859. The day before, scientists detected a spectacular solar flare, followed by the largest aurora ever reported. At the same time, the extreme geomagnetic storm overloaded telegraph lines worldwide, caus-ing short circuits and fires in telegraph stations and ultimately a breakdown in service. During a similarly large magnetic storm accompanied by vivid auroras visible as far as Hawaii and Cuba on March 13, 1989, electric power lines of the Hydro-Québec power network were hit by GICs. A destroyed transformer led to a blackout of 3 million people, though experts disagree as to whether GICs were related to the event, which ended with a C$ 10 million loss. However, at the same time a destroyed transformer in New Jersey also caused a blackout in the US, and power outages in Europe in 2003 also took place during heavy solar activity. Beyond power generation, GICs are thought to interfere with signal transmissions, causing, say, train delays. They are known to have led to severe problems with metal transatlantic phone ca-bles, while 113 os seguros eM órBi ta InsURAnce I n oRBIt variedades Mais coMuns de teMPo esPacial tHe Most coMMon KInDs oF sPAce WeAtHeR ProTuberâncias, eXPlosões explosões (rebentamentos) violentas na superfície solar produzem explosões extremamente intensas de radiação como ondas de rádio, raios X e radiação ultravioleta. chegam à superfície da Terra à velocidade da luz, em cerca de oito minutos. PROTuBERAnCES, FLARES Violent explosions on the sun’s surface produce extremely intensive bursts of radiation such as radio waves, X-rays and ultraviolet radiation. They reach the Earth’s surface with the speed of light in abou t eight minutes. VenTos solares (lenTos) Fluxos constantes, dirigidos para fora, de gás ou plasma ionizados (protões, electrões, partículas alfa) deixam a superfície do sol e expandem-se no espaço a uma velocidade de aproximadamente 400km por segundo, chegando â Terra em 4-5 dias. na Terra deformam o campo geomagnético e dão origem à aurora boreal e austral. (SLOw) SOLAR wInD Constant outward flows of ionized gas or plasma (protons, electrons, alpha particles) leave the surface of the Sun and expand into space with a speed of approx. 400 km/sec, reaching the Earth in 4 - 5 days. There they deform the geomagnetic field and create the Aurora Borealis and Australis. TeMPesTaDes solares (ráPiDas) conhecidas vulgarmente como manchas solares e chamadas pelos especialistas “ejecções coronais em massa” (em série), são impressionantes ejecções de nuvens de plasma. expandem-se no espaço a uma velocidade de cerca de 1000km por segundo. se uma delas entrar em erupção (irromper) na direcção da Terra, pode atingi-la em cerca de dois dias. este fenómeno, conhecido como ”choque em arco”, produz variações extremas do campo geomagnético terrestre. (FAST) SOLAR STORMS Commonly known as sunspots and called “coronal mass ejections” by experts, these are tre-mendous isolated ejections of plasma clouds. They expand into space with a speed of around 1000 km/sec. If one of them erupts in the direction to the earth, it can reach the earth in about 2 days. This so-called “bow shock” produces extreme variations of the earth’s geomagnetic field. raios cósMicos, eXPlosões De raios gaMa esta radiação, assim como partículas únicas, podem ter origem em acontecimentos cósmicos gigantescos de há biliões de anos-luz. em épocas de actividade solar mínima podem entrar na atmosfera terrestre e fazer reacção com os seus gases. COSMIC RAYS, GAMMA RAY BuRSTS This radiation and single particles may come from gigantic cosmic events billions of light-years away. In times of minimum of solar activity, they can penetrate the earth’s atmosphere and react with its gases. VenTos e TeMPesTaDes inTeresTelares são grandes nuvens errantes de plasma causadas por ejecções coronais em massa provenientes do exterior do nosso sistema solar. InTERSTELLAR wInDS AnD STORMS These are vast wandering plasma clouds caused by coronal mass ejections from outside our solar system. eleMenTos inTerPlaneTários InteRPLAnetARY eLeMents MeTeoriTos, coMeTas, asTeróiDes estes elementos sólidos vulgares podem colidir com naves espaciais e satélites ou chocar com a Terra. METEORITES, COMETS, ASTEROIDS These common solid elements may collide with spaceflight and satellites or may impact on Earth. eleMenTos orbiTais oRBItAL eLeMents DeTriTos esPaciais há inúmeros fragmentos feitos pelo homem lixo e satélites desactivados perdidos em diversas órbitas. Foram descobertos mais de 18 mil objectos com mais de 10 cm. SPACE DEBRIS There are innumerable man-made fragments, trash and dead satellites straying at various orbits. Over 18 000 objects larger than 10 cm have been tracked. eleMenTos solares soLAR eLeMents eleMenTos inTeresTelares InteRsteLLAR eLeMents 114 Fonte/source: British geological survey os seguros e m ó rbita insurance in orbi t Ciclo de 11 anos das manchas solares e o aumento da actividade solar desde 1865 The 11-year sunspot cycle and the increase in solar activity since 1865 uma espectacular explosão solar, seguida pela maior aurora alguma vez descrita. Ao mesmo tempo, a violentíssima tempestade geomagnética submeteu a uma carga excessiva as linhas de telégrafo em todo o mundo, causando curto-circuitos e incêndios em estações de telégrafo e, finalmente, o colapso deste serviço. Durante uma tempestade magnética de importância semelhante, acompanhada de auroras de brilho intenso, visíveis a grande distância, no Hawaii e em Cuba, no dia 13 de Março de 1989, os fios eléctricos da rede Hydro-Québec foram atingidos por CIGs. Um transformador destruído causou um corte de energia que afectou três milhões de pessoas, embora os especialistas não estejam de acordo quanto à causou um prejuízo de 10 milhões de dólares canadianos. Contudo, ao mesmo tempo, um transformador destruído, em New Jersey, também foi a causa de um corte de energia nos Estados Unidos. Interrupções no fornecimento de energia na Europa, em 2003, também se verificaram durante uma intensa actividade solar. the switch to fiber optic cables seems to have solved that problem. However, the me-tallic power cables that deliver the power to boost fiber optic signals are still affected. Modern mobile phone users are familiar with the problem of sunspots interfering with transmission. This is especially severe at dawn or dusk, when the sun lies low in the sky, and solar radio bursts radiate horizontally into the antennas of cell site base stations. “O primeiro acontecimento histó rico em que as CIGs parecem relacionadas com um grande dano foi o colapso do telégrafo a 2 de Setembro de 1859.” “The first historical event when GICs appear to be linked to a large loss was a telegraph break-down on September 2, 1859.” Pensa-se que, além de interferir na produção de energia, as CIGs também interferem na transmissão dos impulsos eléctricos, causando, por exemplo, atrasos nos comboios. Sabe-se que causaram problemas sérios nos cabos telefónicos transatlânticos de metal, ao passo que a mudança para cabos de fibra óptica parece ter resolvido esse problema. Porém, os cabos eléctricos metálicos que distribuem a energia que impulsiona os impulsos da fibra óptica ainda são afectados. Os utilizadores modernos de telefones móveis estão familiarizados com o problema da interferência das manchas solares nas transmissões, o que se nota principalmente ao romper do dia ou ao anoitecer, quando o sol se encontra baixo no horizonte, e as explosões de raios solares são emitidas horizontalmente para as antenas das BTS. High above the earth Space travel is obviously an area where space weather poses a major concern. Space debris and planetary elements like asteroids are a constant worry for satellites and manned space travel, while solar storms represent a deadly danger for life forms. Astronauts outside their ships can suffer a lethal dose of radiation during solar storms. It was by pure luck that the Apollo 11 astronauts missed a massive solar flare, a phenomenon little understood at that time, which would have killed them or at least destroyed their electronics. Satellites also face risks from increased UV radiation by extraordinary solar activity. The radi-ation makes the atmosphere expand, surrounding satellites at lower orbits and slowing them down so that they eventually fall to earth. The crash of the space station Skylab in 1979 is a fa-mous example. In addition, solar storms can cause electrostatic discharges which destroy elec-tronic devices like solar panels. It is thought have caused, for example, the a total loss of the Nozomi Mars Probe in 2002. Most critical are telecommunications signals. Solar storms change the properties of the iono-sphere, disturbing signals or modifying them. This can mean GPS satellites have to be discon-nected, as was the case in 2003 and 2005. It can also cause the failure of military 115 © photo: nasa (1), nasa - steelhill (1) os seguros e m ór bita ins urance in o rbit A grande altura e a grande distância da terra As viagens espaciais são, como é óbvio, uma área na qual o tempo no espaço é causa de grandes preocupações. Os detritos espaciais e os corpos planetários, como os asteróides, representam uma preocupação constante para os satélites e as viagens espaciais tripuladas pelo Homem e as tempestades solares representam um perigo mortal para os seres vivos. Os astronautas que saem das naves recebem uma dose letal de radiações durante as tempestades solares. Foi por pura sorte que os astronautas da Apollo 11 escaparam a uma explosão solar de grande amplitude, um fenómeno pouco conhecido no tempo e que lhes teria tirado a vida ou, na melhor das hipóteses, destruído o seu equipamento electrónico. Os satélites também enfrentam riscos provenientes das radiações ultra- violeta, intensificadas por uma actividade solar fora do normal. As radiações provocam a expansão da atmosfera, rodeando os satélites de órbitas inferiores e reduzindo de tal modo a sua velocidade que eles acabam por cair na terra. A queda da estação espacial Skylab em 1979 é disso um exemplo célebre. Além disso, as tempestades solares podem provocar descargas electrostáticas que são a causa da destruição de aparelhos electrónicos, como painéis solares. Pensa-se ter sido um destes fenómenos que provocou, por exemplo, a perda total da Sonda Nozomi, enviada a Marte em 2002. O Skylab caiu na terra em 1979 quando a radiação solar aqueceu a atmosfera. Os impulsos das telecomunicações são muito sensíveis. As tempestades solares modificam as propriedades da ionosfera, perturbando ou modificando os impulsos. Isto pode significar que os satélites GPS têm de ser desligados, como aconteceu em 2003 2005. Podem verificar-se também avarias de sistemas de radar militares e outros sistemas de transmissão em ondas curtas, como emissões televisivas, o traçado de mapas, levantamentos topográficos e levantamento e exploração de terrenos. Mais perto da Terra, o tráfego aéreo também é afectado. Em especial nas rotas polares, o pessoal de bordo e os passageiros estão expostos a uma intensidade de radiações mais elevada, e têm de ser acompanhados, de modo a seguirem as normas de segurança. Durante as tempestades solares, estas radiações aumentam muito, pondo em risco as pessoas e interferindo nas comunicações por rádio e no equipamento electrónico dos aviões. Por todas estas razões, as tempestades solares implicam o desvio dos aviões para rotas de latitudes baixas, o que torna os voos mais longos e pode fazer aumentar os custos até mais de 100 000 dólares americanos. Previsão do tempo Que nos espera? No que diz respeito à actividade solar, esta tem revelado ter um ciclo muito constante, que atinge o pico de 11 em onze anos. Em 2008, atingimos um ponto baixo. O próximo pico é tabela da página 115, tem-se observado, desde 1865, um aumento de tempestades geomagnéticas. Ao mesmo tempo, a intensidade do campo geomagnético tem vindo a, de forma ligeira mas continuada, desde que foi medida pela primeira vez. Proporcionou à vida na Terra uma protecção importante dos elementos solares e interestelares, mas vai diminuindo lentamente. warmed the atmosphere. radar systems and other shortwave transmission systems like TV broadcasting, mapping, land surveying and exploration. Closer to earth, air traffic is also affected. Especially on pole routes, flight personnel and pas-sengers are exposed to higher radiation intensity, and they have to be monitored for compliance with safety rules. During solar storms, this radiation increases greatly, endangering not only people but also interfering with radio communication and the electronic equipment of the plans. For all these reasons, solar storms mean that planes have to deviate to routes at lower latitudes, which lengthens the flight and can raise its costs by more than US$100,000. “Os detritos espaciais e os corpos planetários, como os asteróides, representam uma preocupação constante para os satélites e as viagens espaciais tripuladas pelo homem.” “Space debris and planetary elements like asteroids are a constant worry for satellites and manned space travel.” Na generalidade, nos próximos anos temos de esperar um aumento dos acontecimentos ‘normais’ do tempo do espaço que estão relacionados com o sol. Para além disso, os especialistas sabem que pode ocorrer outro acontecimento, 116 Skylab fell to earth in 1979 when solar radiation Predicting the weather What lies ahead? As far as solar activity is concerned, for centuries it has shown a very constant cycle that peaks every 11 years. In 2008, we hit a low point. The next peak is expected around 2011 and 2012. In addition, as the table on page 115 shows, a general increase in geomagnetic storms has been observed since 1865. At the same time, the strength of the geomagnetic field has been decreasing slightly but continuously since it has been first measured. It provides im-portant protection for life on Earth against solar and interstellar elements, so that protection will slowly diminish. Generally we have to expect an increase of “normal” solar related space weather events in the next years. Beyond that, experts know that there might be an additional unforeseeable large event independent of the 11-year solar cycle or emerging out of the depths of space. © photo: nasa (1), soho consortium (1) © photo: nasa (1), nasa - steelhill (1) os seguros e m ó rbita insurance in orbi t Esta ejecção coronal em massa em 2002 Esta imagem da NASA mostra como uma fotografada pela nave SOHO em órbita em volta ejecção coronal em massa deforma o campo do sol chegou à Terra cerca de dois dias depois. magnético da Terra. This coronal mass ejection in 2002 photographed This NASA image shows how a coronal mass by Sun-orbiting SOHO spacecraft reached the Earth ejection warps the Earth’s magnetic field. about two days later imprevisível e importante, que seja independente do ciclo solar de 11 anos ou surja da imensidão do espaço. Os elementos electrónicos estão a tornar-se cada vez mais microscópicos, subtis e ubíquos. Assim, pode aumentar a probabilidade de erros ligeiros relacionados com o tempo do espaço, tanto no seu fabrico como na sua aplicação. De igual modo, as infra-estruturas mais sensíveis, como geradores de electricidade, telecomunicações, finanças, combustíveis, alimentos ou água, estão a tornar-se cada vez mais dependentes da electricidade e da electrónica. Observa-se uma tendência específica nas telecomunicações, nas quais a comunicação sem fios, a comunicação por satélite e a importância dos cabos de comunicação a longa distância estão a aumentar. São todas sensíveis ao tempo no espaço, o que as expõe a interrupções, em especial nos países mais desenvolvidos. As investigações, nacionais e internacionais, sobre o tempo no espaço continuam e, provavelmente, intensificar-se-ão no futuro. Ao mesmo tempo, consideráveis riscos relacionados com o tempo no espaço podem constituir uma parte importante na avaliação da administração do risco, até mesmo em indústrias exteriores como as telecomunicações, que são afectadas directamente pelo tempo do espaço. Na sociedade actual, altamente interligada e global, os acontecimentos do tempo no espaço podem ter efeitos com consequências graves. É provável que este risco antigo se torne ainda mais importante no mundo de amanhã. A MDS agradece a amabilidade da Allianz Global Corporate and Specialty por ter permitido a reprodução deste artigo sobre O Tempo no Espaço, anteriormente publicado na edição da Primavera 2009 da sua revista "Global Risk Dialogue". A MDS responsabililza-se pela correcção da tradução para Português. Electronic elements are becoming more and more microscopic, pervasive and ubiquitous. Thus, the probability of space weather-related soft errors in manufacturing and application may in-crease. Similarly, critical infrastructures, whether they be power generation, telecoms, finance, fuel, food or water, are becoming ever more dependent on electricity and electronics. A specific trend can be observed in telecommunication, where wireless communication, satellite-based communication and the importance of long-distance communication cables is on the rise. They all are susceptible to space weather. This exposes them to business interruptions, especially in highly developed countries. National and international research into space weather is continuing and is likely to intensify in the future. At the same time, considering space weather risks can form a valuable part of a risk management assessment, even outside industries like telecommunications which are directly affected by space weather. In today’s highly interlinked global society, there are a numerous knock-on effects space weather events can have, and this ancient risk is likely to grow more important in tomorrow’s world. MDS thanks Allianz Global Corporate and Specialty for its kind permission to reproduce this article on Space Weather, already printed in its magazine "Global Risk Dialogue" Spring.2009 edition. MDS assumes responsability for the accuracy of the translation into portuguese. 117 os seguros e m ór bita ins urance in o rbit HOLOS Empresa portuguesa integra consórcio europeu Portuguese company joins European Consortium A HOLOS (www.holos.pt) empresa Portuguesa de tecnologias de informação, parceira da Google e do SAS Institute, em colaboração com o UNINOVA (Instituto de Investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), tem estado activamente envolvida da execução de projectos de investigação aplicada nesta área. Em 2008 a ESA - Agência Espacial Europeia, convidou a HOLOS a integrar o consórcio Europeu para a criação do sistema operacional de «Space Wheather» para o Centro de Controlo de Missões, num investimento que ultrapassa o milhão de euros. A HOLOS é responsável pela gestão e apresentação dos dados, assim como pelo desenvolvimento das componentes de monitorização e de alarme. O sistema operacional consiste na criação de um super banco de dados de indicadores, directa ou indirectamente relacionados com «Space Wheather», provenientes de múltiplas fontes, entre outras, telemetria de satélites, informação sobre acontecimentos em missões, dados recolhidos em estações terrestres espaciais ou meteorológicas comuns. Desta forma iniciou-se a criação de um repositório de dados que permitirá ao longo dos anos ter uma visão global sobre esta temática procurando identificar relações causa-efeito até agora desconhecidas e antecipar a ocorrência de acontecimentos permitindo evitar as suas consequências. Aplicando técnicas de descoberta de conhecimento, também conhecidas por «Knowledge discovery» ou «Data mining», usuais na área dos Seguros para análise dados, procuram-se ultrapassar as limitações dos modelos existentes pela extracção de padrões dos dados. É neste contexto que a HOLOS e a MDS estudam em conjunto, desde 2009, a viabilidade de apresentar ao mercado de Seguros novos produtos que tirem partido de um conhecimento cada vez mais profundo dos impactos do «Space Wheather», não só no nicho de seguros Espaço, mas também nos sistemas de fornecimento eléctrico, sistemas de telecomunicações, incêndios, entre outros. Recorde-se que a criação de uma secção dedicada à astrofísica no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, em 1925, assinalou a entrada de Portugal no grupo de países que contribui para o estudo do Sol. Lançaram-se assim as sementes do estudo da disciplina «Space Wheather» com colaboração de cientistas portugueses, tendo o Observatório desempenhado um papel crucial por não ter interrompido as observações durante a Segunda Guerra Mundial. 118 HOLOS (www.holos.pt), a Portuguese information technology company, partnered with Google, the SAS Institute and UNINOVA (Instituto de Investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), has been actively involved in applied science projects in this field. In 2008, the ESA – European Space Agency – invited HOLOS to join a European consortium to implement an operational space weather system for its Mission Control Centre. The investment represents a sum upwards of a million euros. HOLOS is responsible for the management and submission of data, as well as the development of monitoring and alert components. The operational system will be comprised of a super database on indicators both directly and indirectly connected with space weather, gleaned from a number of sources, like satellite telemetry, mission events, data from space stations or common ground-based weather stations. This is the beginning of a data bank that will, over the coming years, develop global awareness and knowledge on the field, identifying cause-effect relationships hitherto unknown, and anticipate events in order to avoid unwanted consequences. Applying knowledge discovery and data mining techniques, which are common in insurance data analysis, one seeks to transcend the limitations of existing models thanks to the extraction of data patterns. HOLOS and MDS, since 2009, have begun to study the feasibility of releasing new products into the insurance market that bank on evolving knowledge about space weather impact, not only as far as the space segment is concerned, but also pertaining to power supply, telecommunications, fires, and other relevant segments. Finally, let us recall that the creation of an astrophysics department in the Astronomical Observatory of the University of Coimbra in 1925 brought Portugal into the group of countries that contribute to our research into the sun. This was the beginning of the discipline now known as space weather, where Portuguese scientists no doubt played a valuable role. The Observatory played a crucial role as it did not interrupt its observations throughout World War II. 119 sonae sierra Manauara Shopping, Manaus - Brasil Manauara Shopping, Manaus - Brazil 120 sonae sierra o valor da sustentabilidade The value of sustainability Sonae Sierra -Walk the Talk desenvolvendo excelência em centros comerciais Developing excellence in Shopping Centers Nos últimos anos, a Sonae Sierra posicionou-se no mercado internacional como especialista em Centros Comerciais, desenvolvendo uma estratégia de crescimento muito forte. O modelo de negócio inclui o desenvolvimento e promoção do centro comercial, a detenção da sua propriedade e a gestão do imóvel. O que traduzindo para a linguagem corrente seria o Development, o Investment/Asset Management e o Property Management. Over the past few years, Sonae Sierra has carved a niche for itself in international markets as a specialist in Shopping Centres, developing a very strong expansion strategy. Their business model includes the development and promotion of each centre, owning the real estate and managing it. In current parlance, we’re talking about Development, o Investment/Asset Management and Property Management A perspectiva da Sonae Sierra é uma perspectiva integrada, quando desenvolve o centro comercial fá-lo com a intenção de continuar a ser proprietária e de gerir as operações. Esta abordagem facilita a perspectiva de longo prazo e permite-lhe uma diferenciação da concorrência, uma vez que não é muito usual os seus concorrentes terem uma abordagem tão integrada como a Sonae Sierra. Uma das vantagens deste modelo de negócio é conseguir ter uma abordagem estratégica em termos de sustentabilidade. Como têm uma perspectiva de longo prazo, permitem-se equacionar certas questões e integrar aspectos ambientais, de segurança e responsabilidade social corporativa. Por oposição a outro operador que, ao não ter esta perspectiva integrada desde o início, dificilmente poderá equacionar esses aspectos. Para corporizar esta abordagem de sustentabilidade foram desenvolvidas, a par do programa de Responsabilidade Social Corporativa, iniciativas de Segurança e Saúde, bem como o programa Ambiental. Estas iniciativas não estão isentas de risco, a Sonae Sierra sabe que será exigido um maior investimento, mas que poderá ser recuperado num período de médio a longo prazo, diminuindo os custos de operação. Por exemplo, em termos de eficiência energética, de materiais que vão usar, de funcionalidade e versatilidade do edifício, os ganhos vão reflectir-se na operação do imóvel. Sonae Sierra goes for an integrated approach. When they develop a centre, they fully intend to own it and manage its operations. Such a working method is more amenable to long-term prospects and is the reason why it outshines the competition. It’s not typical for their competitors to deploy such a comprehensive strategy. One of the advantages inherent in this business model is that one can channel strategy toward sustainability. What matters is the long run, so there is time to factor in environmental, safety and corporate civil responsibility. Operators that do not benefit from an integrated perspective right at the outset can hardly follow the same path. Several Safety, Environmental, Corporate Social Responsibility and Health initiatives were developed to embody a sustainable approach. These aren’t risk-free initiatives. Sonae Sierra knows greater investment will be necessary. However, expenditures could be recouped in the medium- to long-term, thereby diminishing operational costs. For example, in terms of energy efficiency, of materials to be used, functionality and versatility of the building, positive impacts will be reflected on the estate’s performance. 121 sonae sierra “Nesta situação económica mundial, as questões de Gestão de Riscos e Sustentabilidade são cada vez mais importantes.” “The world economy being as it is now, Risk Management and Sustainability become increasingly relevant.” gerir riscos MAnAGInG RIsK Por outro lado, poder-se-ia pensar que a crise financeira que se abateu na economia mundial, e com consequências muito significativas para todo o sector imobiliário, seria uma desculpa para restringir ou eliminar estes investimentos de retorno a longo prazo. Sendo esta abordagem um dos factores críticos para o sucesso da Sonae Sierra, estas iniciativas não foram abandonadas. A razão para manter estes investimentos é simples: o posicionamento da empresa nestas matérias é de longo prazo e os investimentos nestas áreas vão ser rentabilizados num prazo mais dilatado, quando a crise estiver ultrapassada. You might think that the financial crisis that melted the world economy, with significant consequences throughout the real estate sector, would be an excuse to limit, maybe even wipe out such long-term strategies on investment. The approach is critical to Sonae Sierra’s success. It’s business as usual. A simple reason to maintain this kind of investment strategy: The company has been in the market for a long time and investment will return at a slower pace, when the crisis is long past. Com a crise financeira a colocar bastante pressão nos resultados económicos e financeiros, poderse-ia questionar se se iria manter este profundo e significativo investimento na área da Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade. A resposta é sim e a justificação passa por manter as competências chave da empresa - Responsabilidade Corporativa, Ambiente e Segurança. Nesta situação económica mundial, as questões de Gestão de Riscos e Sustentabilidade são cada vez mais importantes e determinantes para o sucesso de qualquer negócio e a Sonae Sierra, que já investiu significativamente, não irá abrandar ou muito menos parar o investimento quando num contexto internacional essas questões são mais valorizadas. “The company is well aware that a reputation takes a long time to build and a single day to destroy.” 122 The world economy being as it is now, Risk Management and Sustainability become increasingly relevant and fundamental to success in any business. Sonae Sierra has made a significant investment and is not about to slow down or suspend investment, especially not at the international level, where investment is even more of a factor. walk the talk WALK tHe tALK Para a Sonae Sierra, a maneira como aborda esta estratégia de sustentabilidade pode resumir-se a uma expressão: “Walk the talk”. Ao definir-se como a melhor especialista em centros comerciais, a empresa não está apenas convencida que ocupa uma posição no topo, quer ser vista como a maior especialista. Para tal é necessário um comportamento consistente com os seus objectivos. Sonae Sierra believes that their approach to sustainability can be boiled down to a single phrase: “Walk the talk.” Positioning themselves as the finest shopping centre specialists, the company does not simply believe it is at the top. They want to be perceived as the ultimate specialists in the field. Behaviour must then be consistent with goals. Esta consistência de comportamentos terá de estar patente na forma como gere os centros, como se relaciona com os lojistas e como promove os novos centros comerciais. Também nos centros mais antigos, alvos de grandes remodelações, tudo tem de ser coerente com o que se propõe fazer. “A empresa está consciente que uma reputação demora muito tempo a construir e “um dia a destruir.” What with the financial crisis heating up the pressure to deliver results, you might ask whether this longterm, high-impact investment is to be maintained in the areas of Corporate Social Responsibility and Sustainability. The answer is yes. The company has to nurture core competencies and areas — Corporate Responsibility, Environment and Safety. Outra das importantes características que a Sonae Sierra considera na sua abordagem é a transparência. É necessário ser transparente naquilo que faz para não haver dúvidas que está a seguir o caminho da sustentabilidade. A empresa está consciente que uma reputação demora muito tempo a construir e “um dia a destruir”. Esta sensibilização também é feita ao nível de todos os colaboradores. Mas esta preocupação com a reputação tem impactos financeiros a outros níveis. Quando procura investidores para serem parceiros nos seus centros comerciais, estes aceitam essa parceria numa expectativa de rentabilidade do investimento. Caso não consigam essa rentabilidade a que se propuseram num projecto, também perdem essa credibilidade. Por exemplo, se ocorrer um problema grave, este pode por em causa o desempenho dos outros centros. Se deflagrar um incêndio que destrua esse centro, tal pode por em risco a reputação da empresa como uma companhia que se preocupa e está atenta às questões de segurança e protecção contra incêndios. Consistent behaviour must be demonstrated in the way centres are managed, their relationship with store owners and the way new centres are marketed and promoted. Older centres targeted for major renovation must obey the same principle of consistency. Another significant trait in Sonae Sierra's methods is transparency. Transparency must govern all the company does. There must be no doubt that Sonae Sierra travels the path of sustainability. The company is well aware that a reputation takes a long time to build and a single day to destroy. Every single employee is made aware of that fact. Concern with reputation has had financial impacts at other levels. When seeking out investment partners, people come onboard that expect a return on their investment. If the returns on a given project fail to materialize, credibility will be at stake. Let’s imagine something serious happens that casts a pall of suspicion over the performance of other centres. Should a fire break out and burn down a single centre, this could damage the company’s reputation as a caring company that pays attention to safety and to fire hazards. sonae sierra Se forem confrontados com um grande desastre ambiental provocado pelo centro comercial, o mesmo põe em risco a reputação da empresa e todo o trabalho desenvolvido na última década em implementação de um sistema de gestão ambiental. Uma vez que a empresa está empenhada nestes temas, as acções desenvolvidas para conquistar a confiança por parte dos stakeholders foram variadas e em diferentes áreas. No entanto, existe um programa que pela sua dimensão e impacto que causou na empresa, bem como pela abrangência internacional, se transformou num factor bastante importante e que contribuiu significativamente para criar melhores condições de segurança, bem como uma reputação importante nesta área: o Projecto Personae. Vocacionado para as áreas de Segurança e Saúde das pessoas, veio trazer contributos importantes para outras áreas da Sonae Sierra. Na área da Segurança e Saúde começaram por desenvolver as linhas gerais com o estabelecimento de uma Política de Segurança e Saúde, com o compromisso expresso do responsável máximo da empresa formalizada num documento público e divulgado por todas as instalações da empresa. Nesta política são especificadas as metas que a empresa assume e torna públicas para conseguir ser uma referência nesta área. Destaque ainda para a criação de um comité de acompanhamento para estes temas, onde estão presentes membros do Conselho de Administração e representantes das áreas envolvidas. A formação e comunicação que este projecto gerou, bem como as ferramentas que criou e estabeleceu, foram muito importantes para consolidar estas preocupações em toda a estrutura da Sonae Sierra. Desde o início que foram desenvolvidas várias acções de formação com a população trabalhadora de cada centro, colaboradores da Sierra, prestadores de serviços e lojistas. Outros instrumentos de comunicação foram o Safety Tip e o Quick Wins, que estabeleceram uma comunicação para toda a empresa a nível mundial com sugestões de melhoria de cada centro para ser partilhado com outros centros. A iniciativa motivou todos os centros a contribuir com novas ideias e sugestões de melhoria bastante simples e, na maior parte das vezes, de custo bastante reduzido. A major environmental disaster caused by the centre tarnishes the company’s reputation and all the work developed over the past decade to implement an environmental management system. As the company is deeply committed to these issues, several wide-ranging initiatives took place to earn the trust of stakeholders. However, a single programme, thanks to comprehensiveness and impact to the company, as well as international scope, has become a key factor in the improvement of security and the company's reputation in this area: the Personae Project. Geared toward personal safety and health, it brings significant gains to other Sonae Sierra endeavours. In Safety and Health, the company started by developing a general safety and health policy, the company’s CEO having expressed their full commitment in a public document disseminated throughout the company. The policy specifies the goals that the company has published, committed to and intends as stepping stones on the path to world-class renown. “Na área da Segurança e Saúde começaram por desenvolver as linhas gerais com o estabelecimento de uma Política de Segurança e Saúde.” “In Safety and Health, the company started by developing a general safety and health policy.” Another significant addition was the appointment of a monitoring committee for these subjects, which includes members of the Board and representatives from the relevant fields. The training and communication derived from this project, as well as the tools thereby created and established, were instrumental in the consolidation of such concerns throughout the Sonae Sierra structure. Right from the start, a number of training initiatives were launched that involved the workers at each centre, Sierra employees, contractors and store owners. Another communication instrument is the Safety Tip, which has become the focal point of internal corporate communication at the global level and conveys suggestions on shopping centre improvements that are shared with other centres. The initiative has motivated all centres to contribute new thoughts and suggestions for improvement that are usually quite simple and, for the most part, low-cost. Also worthy of mention is the Safety Award. Any store at a Sonae Sierra shopping centre can run for the award. The initiative is prized by all store owners. Each store must apply individually. The rules are clearly defined and made known to all the stores. Uma referência para o Safety Award, um prémio atribuído mundialmente a lojistas nos centros comerciais da Sonae Sierra. A iniciativa, muito valorizada por todos os lojistas, implica que loja faça a sua candidatura. Está tudo definido num regulamento que é do conhecimento de cada loja. diFerentes Países: diFerentes aBordagens da rePutação? DIFFeRent coUntRIes: vARYInG APPRoAcHes to RePUtAtIon? A dimensão internacional da Sonae Sierra obrigou a empresa a estar presente em cada país com a língua local. O inglês já é a língua oficial, mas para que a comunicação de temas importantes tenha sucesso, é vital que o seu acesso seja facilitado. Sonae Sierra’s international scope means that it has to work with a slew of local languages. English is to all intents and purposes a preferred language but, for important themes to come across, it is vital that access to it be made easier. Esta dimensão da diversidade de culturas sempre preocupou a Sonae Sierra. Embora seja o mesmo programa para toda a empresa nos países onde está presente, há necessidade de fazer ajustes às realidades nacionais e às condições locais. Uma das razões principais é o impacto que cada situação pode trazer na reputação da Sonae Sierra. Estes impactos estão influenciados pela dimensão que a empresa possa ter num mercado em concreto. Cultural diversity has always been respected by Sonae Sierra. The company follows a uniform set of rules in any given country, however it must adapt to national and local factors. One of the reasons for it is the way events can impact Sonae Sierra’s reputation. Impacts are determined by the scope of a company’s presence in a given market. Company heads understand that in Germany, to name one country, their reputation is influenced by their short history in the country. 123 sonae sierra “O mesmo programa para toda a empresa nos países onde está presente, mas há necessidade de fazer ajustes às realidades nacionais e às condições locais.” “The company follows a uniform set of rules in any given country, however it must adapt to national and local factors.” Os responsáveis entendem, por exemplo, que na Alemanha a reputação está influenciada pelo breve historial que têm no país. Na fase inicial da construção, a reputação que possuíam não era muito significativa. Mas esta tem de ser encarada de outra maneira a partir do momento em que abriram os seus centros comerciais, há dois anos. Em Portugal o cenário é bem diferente. A Sonae Sierra está há muito mais tempo neste mercado, faz parte bem visível do Grupo Sonae, que por si só representa muito na sociedade portuguesa, tem muita visibilidade e impacto na opinião pública e é líder no sector. Logo, o nível de reputação que não se compara com outros países onde estão presentes. Em Portugal, qualquer impacto na reputação, para o bem e para o mal, irá reflectir-se de uma forma significativa na imagem percebida por todos os seus “Stakeholders”. Mas existem outras nuances. Como já tem um histórico de reputação, se houver algum problema em Portugal, o processo de recuperação dessa imagem perdida pode ser menos crítico, quando comparado com um país onde está presente há menos tempo. Num país onde começa a actividade, qualquer pequeno erro pode ter um grande impacto na reputação da empresa e ser muito difícil a recuperação por não haver um historial de presença. Algo que também influência é o desempenho da empresa nesse país. No caso de países novos, como a empresa não é conhecida, tem dificuldade em atrair talentos. O mesmo acontece em mercados mais fechados. Things are quite different in Portugal. Sonae Sierra has operated in that market for a much longer period of time, is a prominent component of the Sonae Group which enjoys a prestigious reputation within Portuguese society, a high public profile, remarkable influence with public opinion; business-wise it stands head and shoulder above the competition. That is a level of reputation not enjoyed in other countries where the group holds concerns. In Portugal, any impacts to reputation, for good or ill, reflect significantly on the public image perceived by all stakeholders. However, that’s not the whole picture. With a long, prestigious past behind it, any problems arising in Portugal can be easier to solve and a good public image an easier thing to recover. Not so in a country where the company is just starting out. When you begin working in a new country, any slight fault could have damaging repercussions, and repairing one's public image can be a lot more difficult — you don't have a history there. Another important factor is your performance within the country. In the new country, you’re not a well-known business, and it isn’t easy to hire talent. The same thing happens with more isolated markets. diversidade cultural cULtURAL DIveRsItY Para diferentes países, diferentes riscos? Esta foi uma pergunta que se colocou a quem iniciou este projecto. No entanto, quando começam um novo centro, têm a preocupação de integrar características locais, o que é valorizável em cada mercado. Procuram não ter que se adaptar, mas sim incorporar nos centros comerciais as características e o que é específico de cada local nas particularidades de cada centro, procurando assim potenciar o negócio. Different countries, different risks? That question arises whenever you begin an international project. On greenlighting a new centre, the company incorporates local characteristics, seeking out the things each market values. The key is not to adapt but to adopt. New shopping centres accommodate sitespecific traits to drive business. A abordagem não passa por aplicar um conjunto de características próprias sem incorporar especificidades do local, mas construir um centro comercial de características únicas e adaptado ao local, procurando também reduzir a sua exposição a riscos locais. Além disso, a aceitação por parte da comunidade é muito maior quanto maior for a identificação que os potenciais clientes e visitantes possam vir a ter com o centro. Nesta matéria, toda a área de Sustentabilidade tem uma grande intervenção. Em acções de Responsabilidade Social Corporativa, apesar do sistema ser o mesmo e as preocupações em cada país diferentes, o resultante das acções terá de ser diferente uma vez que está adaptado ao país, e cada um tem preocupações diferentes. Por exemplo, no Brasil as pessoas preocupam-se com acções de formação às famílias e de apoio na área da edução e solidariedade social, formação para quem não teve possibilidade de estudar, por oposição às acções desenvolvidas na Alemanha onde não existe este tipo de carências. 124 At the early stages of construction, their reputation was anything but significant. That all started to change when the company opened their shopping centres two years ago. The approach is not to implement a set of custom features in disregard of local characteristics but to tailor the shopping centre to the place while you try to reduce exposure to local risk. Community acceptance is far more pronounced when potential clients find that they can relate to the shopping centre. This is where Sustainability comes in. With Corporate Social Responsibility, although the system is the same and concerns vary from country to country, the outcome of an initiative has to be different — after all, the initiative fits the country, and countries have concerns of their own. For example, in Brazil people pay mind to training for families and support to education and social solidarity, and training for people with deficient schooling. Other countries, like Germany, do not pose the same needs and require other initiatives. sonae sierra riscos eMergentes eMeRGInG RIsK Sobre futuros riscos presentes nas preocupações da empresa, destaque para as questões ligadas à ética empresarial devido à grave crise que o mundo atravessa. On future risk as part of the company’s concerns, we must highlight business ethics, a fundamental issue in the context of the world economic crisis. Se o controlo por parte do Estado irá crescer, também as exigências por parte da opinião pública face às empresas irão aumentar. Assim, as questões de transparência, o cumprimento de questões de ética ou de código de conduta e de Governo das Sociedades irão ser cada vez mais importantes. Esta matéria preocupa a Sonae Sierra, uma vez que esta situação se verificou por haver deficiente gestão de risco nas empresas. Actualmente, a principal preocupação é conseguir financiamento para manter o processo de expansão. Caso não venha a ser conseguido, tornase necessário repensar a presença em alguns mercados. Na área de Sustentabilidade, apesar de melhoras significativas na segurança dos centros, a grande preocupação contínua centrada na segurança das pessoas. Cada vez que se repete um incidente que poderia gerar algum acidente grave, este foi claramente provocado por alguma falha humana. Tudo é determinado pelo comportamento individual. O que cada pessoa faz é determinante no resultado ou não de um acidente e, por consequência, no resultado final da empresa. Esse comportamento individual depende muito dos colaboradores da Sonae Sierra, mas também dos prestadores de serviços e lojistas. O grande desafio para quem está nos centros é conseguir que estes três grupos estejam alinhados nestes temas de segurança. If government oversight over companies increases, so will the demands of public opinion. Therefore, transparency issues, compliance with ethics or codes of conduct, as well as government regulations and corporate governance are likely to become more and more prominent. This is among Sonae Sierra’s concerns. The current climate stems from deficient corporate government. Currently, their chief concern is to secure funding in order to maintain their expansion strategy. Should funding not be available, it will be necessary to rethink the company’s presence in a number of markets. With Sustainability, despite significant improvements to safety in shopping centres, the chief concern is still the safety of persons. Every repeat of an incident hazardous to life and limb is clearly the product of human error. “A aceitação por parte da comunidade é muito maior quanto maior for a identificação que os potenciais clientes e visitantes possam vir a ter com o centro.” “Community acceptance is far more pronounced when potential clients find that they can relate to the shopping centre.” Everything is determined by individual behaviour. What each person does is instrumental to the outcome of an incident and, consequently, to the company’s results. Individual behaviour is in the hands of Sonae Sierra employees, contractors and store owners. The greatest challenge to those who lead the centres is to align these three groups of people on matters of security. 125 lu gares coMuns tRIvIA lugares comuns trivia © eu génio c as Tro calD as O Day After The Day After 1 de noveMBro de 1755: “No anno pois do nascimento de Christo de 1755, no primeiro dia de Novembro, em hum Sabbado, quasi ás dez horas, estando o céu sereno e quieto o mar, precedendo hum ruido subterraneo mui horroroso que acompanhou o tremor: começou o territorio de Lisboa a tremer de sorte, que dentro de pouco tempo se sentio abbalar a terra por varios modos. No principio foy mais brando o aballo. Mas pouco depois crescendo cada vez mais o tremor, começaram primeiramente a estallar os fórros e sobrados, logo despegandose os rebocos, depois a abateremse com grande estampido as bovedas, cahindo ou abrindose por ultimo paredes e torres…” noveMBeR 1, 1755: texto / text: Pedro Castro Caldas Bio: • Licenciado em Engenharia Mecânica (IST) (1976) com formação complementar em “Large Power Plants Project Management” na ABB (CH) (ex BBC); Bio: • Five year university degree in Mechanical Engineering (IST – Instituto Superior Técnico) (1976) with additional training in Large Power Plants Project Management at ABB (CH) (ex-BBC); • Funções de “Project Management” na Divisão de Energia da Mague; • Responsible for Project Management in the Energy Division of Mague; • Funções de Direcção Técnica de Seguros nas áreas Não-Vida, na Tranquilidade, na HDI (Grupo Hannover) e desde 1993 na Ocidental Seguros e noutras parcerias de Seguros do Millennium bcp onde no período de 1994 a 2004 foi membro do “EUREKO Risk Management Group”; • Responsible for Technical Insurance Management in NonLife areas at Tranquilidade, HDI (Hannover Group) and, since 1993, at Ocidental Seguros and in other Millennium bcp partnerships where from 1994 to 2004 he was a member of the EUREKO Risk Management Group; • Vice-Presidente da Comissão Técnica Não Vida da APS – Associação Portuguesa de Seguradores. 126 • Vice-Chairman of the Non-Life Technical Committee of the APS – Portuguese Association of Insurers. “In the year of Our Lord 1755, on the first day of November, a Saturday, almost ten of the clock, the sky unperturbed and the ocean stilled, here came a deep awful rumble with the tremor: The land where Lisbon sits was atremble, and in no time shook this way and that. At first the quake was negligible. Yet it grew and it grew; first went the cracking roof beams and floors, then the stucco came undone; with great commotion arches, walls and towers collapsed...” lu gares coMuns tRIv IA É assim que o Padre António de Figueiredo, no seu escrito “comentário sobre o terramoto e incêndio de Lisboa” descreve a catástrofe que se abateu sobre a cidade “e outras partes do Reino” de que foi testemunha ocular, em que terão perecido entre 15.000 a 70.000 pessoas, conforme as estimativas, referindo o autor mais adiante no mencionado escrito, que logo após o terramoto “a providencia e liberalidade do nosso Clementissimo Monarca, mandou clausurar as Freiras em recolhimentos mui acomodados, reparar mosteiros arruinados, ajudar a outros com madeira, pontões e dinheiro,…mandando vir soldados, para que desembaraçassem as ruas e caminhos e derrubassem com cordas as paredes arruinadas…”. Das 20 000 casas existentes em Lisboa, apenas 3 000 podiam ser usadas a seguir ao sismo; 32 igrejas, 60 capelas, 31 mosteiros, 15 conventos e 53 palácios foram totalmente destruídos ou severamente danificados. 22 de Novembro de 2007 : “De acordo com os elementos recolhidos, e notícias veiculadas pela comunicação social ocorreu uma violenta explosão por volta da 18.45 h num bloco habitacional situado na Praceta Afonso Paiva em Setúbal, tendo os três últimos andares ficado totalmente destruídos, e afectadas as partes comuns do edifício, resultando da explosão 3 feridos graves e 37 feridos ligeiros. Durante os seis meses que se seguiram, foram adjudicadas obras de contenção estrutural do edifício e efectuadas perícias técnicas para aferição da viabilidade de reforma do edifício. Em face da necessidade de agilizar e consertar meios humanos, materiais e financeiros para promover a recuperação do imóvel, os seguradores abdicaram da aplicação da regra proporcional face a uma situação de manifesto infra-seguro nomeadamente para efeitos de reabilitação das partes comuns” (extractos de relatório da Luso-Roux). O que liga estes dois acontecimentos diferentes em dimensão e consequências, separados por mais de 250 anos, é a certeza que acontecimentos catastróficos de maior ou menor dimensão afectando o património e as pessoas aconteceram e acontecerão, colocando-se sempre a questão de saber se estamos preparados e habilitados com os Thus Father António de Figueiredo describes the catastrophe that befell the city and other parts of the country in his written comment on the earthquake and fire that laid waste to Lisbon. Estimates point to a number of deaths from 15,000 to 70,000. Father António later points out that, soon after the quake, “the generosity and munificence of our most merciful monarch had nuns lodged in secluded locations, had ruined monasteries repaired, and set help in the form of diverse timbers, trusses and money (...) sending for soldiers to clear the streets and alleys and topple the remaining walls of broken houses (...).” Of the 20,000 houses then extant in Lisbon, only 3,000 were fit for habitation after the quake. 32 churches, 60 chapels, 31 monasteries, 15 convents and 53 palaces were razed to the ground or damaged beyond repair. November 22, 2007: “According to the information available, a violent explosion took place around 6.45 PM at a residential building in the Alfonso Paiva Square, Setúbal. The top three floors were completely destroyed and the entire building sustained damage. The explosion caused three wounded in critical condition and injured another 37. Over the following 6 months, the building underwent structural containment work and was assessed by experts to determine whether the building is still amenable to reconstruction. Faced with the need to speed up coordination of personnel, materiel and financial resources to recover the estate, insurers set aside the proportional rule as they had encountered a situation dominated by infrainsurance, namely where the recovery of the common parts of the building were concerned.” (Luso-Roux report.) The connection between these two events — granted, they are dissimilar in scope and consequence — is that disasters affecting people and property can and will happen. The question is, are we ready to face the day after? Reconstruction, be it twenty thousand homes, or just one? You could argue that the munificence of monarchs that send assistance, or the generosity of insurers that provide indemnity without regard to proportion, are ever-present means of salvation, at least in Portugal. However, the Setúbal case clearly demonstrates that financial resources are not always allocated in the “32 igrejas, 60 capelas, 31 mosteiros, 15 conventos e 53 palácios foram totalmente destruídos ou severamente danificados.” “32 churches, 60 chapels, 31 monasteries, 15 convents and 53 palaces were razed to the ground or damaged beyond repair.” 127 lu gares coMuns tRIvIA “Os modelos de riscos catastróficos existem em quase todos os países da Europa, embora só alguns tenham natureza obrigatória de cobertura de determinados riscos.” “Nearly every European country has its own catastrophic risk model. Only a few implement mandatory coverage of certain risks.” meios necessários e suficientes para o “day after” da reconstrução, quer seja de vinte mil casas quer seja de um mero edifício isolado. Dir-se-à que “a providência dos Monarcas” ao disponibilizarem instrumentos de socorro, e a “liberalidade dos seguradores” ao indemnizarem sem que tenham cobrado os prémios adequados aos valores de reconstrução em risco, ou ambas, garantem sempre, pelo menos em Portugal, a Salvação. Contudo, o caso de Setúbal constitui um paradigma de como facilmente se mostra à evidência, a insuficiência de alocação de recursos financeiros para fazer face às reconstruções do “day after”, e a consequente potencial falência desses recursos se usados em larga escala. Ou seja, no predominante regime de propriedade horizontal que impera, os capitais seguros das partes comuns resultantes do somatório das permilagens das fracções, estão muito aquém dos necessários e suficientes, para fazer face a reabilitações estruturais de edifícios abalados, quer seja em resultado de uma explosão isolada como foi o caso, ou como será o caso de um sismo de média ou larga escala. É neste contexto que tem particular relevância a “modelização e securitização de riscos catastróficos” como uma das prioridades do mercado segurador, seja numa perspectiva de cada segurador face às capacidades proporcionadas pelos resseguradores, seja na formação de pools e/ou com o recurso a modalidades de resseguro financeiro, ou de soluções alternativas que não se confinam, necessariamente, ao mercado ressegurador, de forma a satisfazer indemnizações em resultado de sinistros extraordinários, em que as soluções de seguro tradicionais se mostrem insuficientes para fazer face às reconstruções do “day after”. Os modelos de riscos catastróficos existem em quase todos os países da Europa, embora só alguns tenham natureza obrigatória de cobertura de determinados riscos, enquanto noutros os sistemas são facultativos, havendo fora da Europa fundos facultativos nomeadamente nos EUA e Japão. Assim, em Espanha, cobrindo nomeadamente fenómenos sísmicos, existe o “Consorcio de Compensación de Seguros”, que é uma entidade pública com personalidade jurídica própria, que opera num quadro legal igual aos dos seguradores privados, dispondo de uma garantia financeira ilimitada do Estado no caso dos recursos financeiros não se mostrarem suficientes. Em França, a inclusão da cobertura de fenómenos sísmicos é obrigatória em apólices de ramos patrimoniais, existindo um regime de compensação estatal, estando a “Caisse Centrale de Reassurance” apta a fornecer coberturas ilimitadas. Na Bélgica, nas apólices facultativas de incêndio, a cobertura de “catástrofes naturais” é obrigatória, existindo um “fundo nacional de calamidades” criado em 1976 que intervém caso sejam ultrapassados certos limites de indemnização fixados na Lei. 128 best possible manner when it comes to day-after reconstruction, and that these resources could be spread too thin. Under the current horizontal property system, the sum total of insured capitals pertaining to fractions are insufficient to cover reconstruction costs for the common parts of damaged buildings, whether the cause be an isolated explosion or a massive earthquake. Hence the particular relevance of modelling and securitizing catastrophic risk as priorities in the insurance market, whatever your perspective may be: As an insurer who must rely on reinsurer capabilities; as an agent drawing on pooled resources or financial reinsurance facilities, or alternative solutions not necessarily limited to the reinsurance market. Indeed there should be more than one way to resolve claims derived from extraordinary events where traditional insurance packages prove inadequate to day-after needs. Nearly every European country has its own catastrophic risk model. Only a few implement mandatory coverage of certain risks. Others preserve optional solutions, such as the US and Japan. In Spain, there is a “Consorcio de Compensación de Seguros” (Insurance Compensation Consortium), which deals with seismic phenomena. It is a staterun organization operating under the same legal framework as private insurers and relies on limitless financial collateral from the State whenever financial resources prove insufficient. In France, property insurance must include coverage of seismic phenomena. There is a framework for state compensation: The “Caisse Centrale de Reassurance” is empowered to provide unlimited coverage. Belgium implements mandatory “natural disaster” coverage in its optional fire hazard policies, and there is a national calamity fund, established in 1976, set to intervene whenever certain indemnity levels are overrun. lu gares coMuns tRIv IA Na Noruega, a cobertura de fenómenos sísmicos é obrigatória nas apólices de incêndio, tendo sido criado em 1961 o “fundo nacional norueguês para assistência a danos da natureza” com o objectivo de compensar danos causados por riscos da natureza. Na Turquia, a cobertura de fenómenos sísmicos é obrigatória através do “pool turco de seguros obrigatórios” que é uma entidade pública que cede o risco em grande parte em resseguro internacional. Na Alemanha, desde 1991 existe uma denominada “extensão do seguro de danos causados por fenómenos naturais”, em que as coberturas disponibilizadas, não sendo obrigatórias, cobrem entre outros riscos da natureza os fenómenos sísmicos. Nos EUA, não há regra geral coberturas obrigatórias, excepto na Califórnia, onde os seguradores são obrigados a oferecer a cobertura de terramotos a quem subscrever apólices de habitação, existindo um sistema de ajuda directa do Estado através de um mecanismo de resseguro disponibilizado pela “Califórnia Earthquake Authority”. No Japão, a cobertura de fenómenos sísmicos não é obrigatória, sendo fixado pelo Parlamento um limite total máximo indemnizável por um terramoto para todas os seguradores de danos a habitações, existindo desde 1996 uma entidade (“Japan Earthquake Reinsurance Co”) criada por todas as companhias de seguro não vida que através de mecanismos de resseguro partilha o risco com o Estado. Na Nova Zelândia, a cobertura de fenómenos sísmicos é obrigatória desde 1994 para todos os proprietários de habitações, existindo uma “erthquake comission” estatal, que intervém através de um “programa de resposta a catástrofes” que tem por missão mitigar e recuperar os efeitos de desastres geológicos. In Norway, fire hazard policies must cover seismic phenomena. The national Norwegian fund for relief of natural damage was created in 1961 to compensate for natural hazards. In Turkey, seismic phenomena must be covered through the Turkish mandatory insurance pool, a state-run organization which manages risk mostly through international reinsurance. Germany implemented an “insurance extension to damage from natural phenomena” in 1991. The available coverage presents several options to cover, among other hazards, seismic phenomena. The US do not, as a rule, favour mandatory coverage, except in California, where insurers are legally compelled to offer earthquake coverage to anyone who takes out insurance on real estate. There is a state assistance scheme through a reinsurance mechanism made available by the California Earthquake Authority. Japan does not implement mandatory earthquake coverage. Parliament has ruled on a maximum compensation amount pertaining to property insurance. The Japan Earthquake Reinsurance Co. was created in 1996 by all non-life insurers and it is this organization which, through reinsurance mechanisms, shares the burden of risk with the Japanese state. “(...) em Portugal, estimava-se que um fundo proposto ao Governo desde 2003/2004 para cobrir grandes riscos catastróficos, pudesse estar a funcionar em 2007.” “(...) in Portugal, the government was expected to consider a catastrophe fund over 2003/2004, to be implemented in 2007.” In New Zealand, earthquake coverage has been mandatory since 1994 and all homeowners must be insured. There is a state earthquake commission which acts through a disaster response programme to attenuate and deal with the consequences of geological disasters. Finally, in Portugal, the government was expected to consider a catastrophe fund over 2003/2004, to be implemented in 2007. It would initially be sustained by the State and afterwards financed by a levy on multi-risk property policy insurants. This fund would be an extra resource pool derived from insurers’ business to face day-after reconstruction... because there may well be a day after. Finalmente em Portugal, estimava-se que um fundo proposto ao Governo desde 2003/2004 para cobrir grandes riscos catastróficos, pudesse estar a funcionar em 2007, suportado inicialmente pelo Estado, sendo depois financiado por contribuições resultantes de uma taxa a cobrar aos segurados de Apólices de multi-riscos habitação. O objectivo era que este fundo funcionasse como uma reserva extra dos seguros feitos junto dos seguradores, precisamente para as reconstruções do “day after”... quando este vier a ocorrer. Bibliografia: Bibliography: “1775 sobre as causas dos terramotos” (FLAD/Público) “La cobertura aseguardora de las catástrofes naturales” (Consórcio de Compensación de Seguros) “Modelização e securitização de riscos catastróficos” (ISP/Eduardo Farinha Pereira) “Situação internacional- análise dos principais sistemas” (APS) “Catnat Insurance Schemes” (AON) “National Catastrophe Risk Protection and Public Policy” (Willis) 129 © TIME LIFE PICTURES.MANSELL.TIME LIFE PICTURES.GETTy IMAGES lu gares coMuns tRIvIA Ilustração de navios no mar 130 o dia de todos os abalos The earth rumbled e edifícios em terra num O Terramoto de 1755 gerou gravuras fantasiosas como se o Inferno se instalasse em Lisboa. No trágico sábado, a 1 de Novembro, comemora-se o dia de Todos os Santos. O primeiro abanão surge às 9h30 da manhã. Seguem-se outros dois, mais prolongados. Nas escalas actuais, o terramoto alcança 8,7 da escala de Richter. Grande parte dos edifícios não resiste. A zona da baixa é um amontoado de escombros, tal como as emblemáticas Catedral de Santa Maria e casa da Ópera. A destruição prossegue por uma onda gigante que afunda barcos e inunda as zonas baixas da cidade. Depois do maremoto, o fogo. Fruto da junção das chamas que deflagram de forma espontânea ou por actos de vandalismo, um gigantesco incêndio transforma a cidade já descomposta num braseiro que leva dias a extinguir-se. Há milhares de desalojados. Estima-se que 10 a 30 mil pessoas morrem em consequência da catástrofe mas há fontes que apontam 90 mil vítimas mortais. A reconstrução da cidade é liderada pelo Marquês de Pombal, ministro de D. José, com base numa planta ortogonal. O ministro preocupa-se também em elaborar um inquérito, enviado aos párocos de todo o país, no sentido de averiguar causas e efeitos do terramoto. O questionário inclui perguntas como “Que novidade se viu nos mares, nas fontes e nos rios? A maré vazou primeiro, ou encheu? Se abriu a Terra algumas ‘bocas’, o que nelas se notou, e se rebentou alguma fonte de novo. Se houve incêndio, que tempo durou? E que dano fez?". É dado o prazo de “um mês” para a devolução das respostas e proposto aos sacerdotes que se documentem junto a pessoas “inteligentes” da paróquia para a clarificação de “pontos duvidosos”. Esta tentativa de entender cientificamente o fenómeno leva a que o Marquês de Pombal seja identificado como precursor da sismologia em Portugal. The 1755 quake fired the imagination of illustrators and engravers, who painted dire pictures of desolation, On that tragic Saturday, November 1, people were celebrating All Hallows. The first tremor came at 9.30 in the morning. Two others ensued and lasted a while longer. It is estimated that the quake reached 8.7 on the Richter scale. Most buildings in Lisbon could not withstand such force. Downtown Lisbon crumbled. The Santa Maria cathedral and the Opera house, jewels on the city's crown, were lost forever. A massive wave engulfed seagoing vessels and flooded the lower parts of town. After the water came fire. Accidents and arson brought about a blanket of fire that swept the ruined city, turning it into a hell-pit that would take days to cool down and put out. Thousands were left homeless. It is estimated that ten to thirty thousand people died in the catastrophe. However, some sources claim the death toll had reached 90,000. Reconstruction of the city is spearheaded by the Marquess of Pombal, Minister to king D. José, and it is based on an orthogonal plan. The minister also prepared a survey which he sent out to parish priests all over the country, to ascertain causes and effects of the quake. The survey included questions such as “Did you notice anything unusual about the ocean, wellsprings or river? Did the tide ebb first, or did it flow? Did the Earth open up anywhere, and if it did open any troughs, what else did you notice? Have any new wellsprings gushed forth? Were there fires? If so, for how long? How much damage did they cause?” Priests were given a month to return their answers and asked to gather evidence from “intelligent” parishioners to clarify “doubts.” This attempt to try and frame the quake scientifically is the reason why the Marquess of Pombal is named as a forerunner of seismology in Portugal Illustration of ships on the sea tumulto durante o terramoto de 1755, em Lisboa. and buildings on shore in a tumult during the catastrophic earthquake, Lisbon 1955. 132 Mds 25 anos MDs 25 YeARs Mds - 25 anos de passos seguros... MDs - 25 years of assured steps... …celebrados com clientes, parceiros, seguradores e membros da Brokers Link de todo o mundo. ...were celebrated with our clients, partners, insurers and Brokers Link members all over the world. O jantar comemorativo dos 25 anos da MDS decorreu a 30 de Outubro 2009 no Porto Palácio Hotel. The 25th anniversary celebration dinner was held October 30, 2009, at the Porto Palácio Hotel. Além de contar com alguns dos seus principais clientes e parceiros, estiveram ainda presentes Daniel Feffer, VicePresidente do Grupo Suzano (Brasil), novo accionista da MDS Holding, assim como algumas das principais figuras da Sonae, entre elas, Paulo Azevedo, Belmiro de Azevedo e Ângelo Paupério. It was our honour and pleasure to welcome some of our main clients and partners, and other illustrious guests, such as Daniel Feffer, Vice-President of the Suzano Group (Brazil), new shareholder in MDS Holding, as well as a number of Sonae's key figures, Paulo Azevedo, Belmiro de Azevedo and Ângelo Paupério among them. 133 Renata Feffer, Daniel Feffer e Belmiro de Azevedo Renata Feffer, Daniel Feffer and Belmiro de Azevedo Adriano Ribeiro (Administrador MDS) e Miguel Ramos (Salvador Caetano e piloto Campeonato FIA GT - patrocinado pela MDS) Adriano Ribeiro (MDS Manager) and Miguel Ramos (Salvador Caetano and MDSsponsored FIA GT championship pilot) Xavier Cordeiro (Administrador Fidelidade-Mundial), Maria Edite Sousa (esposa Miguel Monteiro), Miguel Monteiro (Fidelidade-Mundial), Justino Carlos (Grupo AdP) Xavier Cordeiro (Fidelidade-Mundial manager), Maria Edite Sousa (wife of Miguel Monteiro), Miguel Monteiro (Fidelidade-Mundial), Justino Carlos (AdP Group) 134 Carlos Pereira (Flex 2000), José Oliveira (MDS) Patrick Chan (NWI - Hong Kong), Edoardo Leusciatti (SRB - Suíça), Jorge Henriques (MDS) Roberto Nauemberg (MDS Brasil), Daniela Nauemberg Daniel Feffer (Vice Presidente do Grupo Suzano) Daniel Feffer (Suzano Group VP) Paula Rios (Administradora MDS Consulting) Paulo Rios (Executive Director MDS Consulting) José Manuel Fonseca e Mauricio Esquino (CEO Alinter) José Manuel Fonseca and Mauricio Esquino (CEO of Alinter) Paulo Azevedo (CEO Sonae) e Ângelo Paupério (CEO SonaeCom) Paulo Azevedo (Sonae CEO) and Ângelo Paupério (CEO SonaeCom) 135 Paulo Azevedo (CEO Sonae), Daniel Feffer (Vice-Presidente Grupo Suzano), Renata Feffer Paulo Azevedo (CEO of Sonae), Daniel Feffer (Suzano Group VP), Renata Feffer Belmiro de Azevedo (Chairman Sonae), Ana Cristina Borges (MDS), Fernando Nogueira (Presidente ISP) Belmiro de Azevedo (Chairman Sonae), Ana Cristina Borges (MDS), Fernando Nogueira (Chairman ISP) Sérgio Alves (Grupo Suzano) Sérgio Alves (Suzano Group) Pinto de Sousa (Sonae Indústria), António Frada (Soares da Costa), Adelino Pereira (MDS), Luís Oliveira Sá (Cordoaria Oliveira Sá) Margarida Azevedo e José Manuel Fonseca Margarida Azevedo and José Manuel Fonseca Pedro Tochas (Mestre de Cerimónias e Animador) Pedro Tochas (Master of Ceremonies, Entertainer) José Manuel Fonseca e Belmiro de Azevedo (Chairman Sonae) José Manuel Fonseca and Belmiro de Azevedo (Chairman of Sonae) 136 Mds 25 anos MDs 25 YeARs richard snow legenDa: CAPTIOn: Richard Snow (BFL - Canada), Sue Gray (esposa Richard Snow), Carla Alves (Seguros Continente), José Manuel Fonseca (CEO MDS) Duas semanas após a sua estadia em Portugal para o jantar dos 25 anos da MDS, Richard Snow, da BFL, parceiro da Brokers Link no Canadá, sofreu um acidente de automóvel fatal. Two weeks after his visit to Portugal to attend the 25th anniversary dinner at MDS, Richard Snow of BFL, Brokers Link partner in Canada, was involved in a fatal car crash. Richard Snow era um exemplo de vida. Além de um excelente profissional, era acima de tudo, um fantástico ser humano que aproveitava a vida em pleno. Richard Snow was a man you could look up to. Not only was he a world-class professional but also a fantastic human being who lived life to the fullest. Iremos sentir a sua falta, na certeza de que ficará para sempre ligado à MDS e à Brokers Link. We will miss him. He will always be a part of MDS and Brokers Link. 137 Mds Brasil MDs BRAzIL Marca MDS com sotaque brasileiro MDS: Talking brazilian Após a joint-venture entre a Sonae e o Grupo Suzano, e na continuação de uma actividade de sucesso no Brasil, o final de 2009 assistiu a um marco histórico na ambição internacional do Grupo MDS: a expansão da marca ao mercado brasileiro. After the Sonae-Suzano joint-venture, and a proven track record in Brazil, late 2009 brought us to a milestone for the MDS Group: Brand expansion in the Brazilian market. MDS já é marca no Brasil. A decisão foi tomada no final de 2009, dando seguimento à estratégia de internacionalização e consolidação que tem vindo a ser seguida pelo Grupo. MDS has now become a recognized brand in Brazil. The decision was made in late 2009, pursuing a Group strategy in internationalization and consolidation. Um passo natural após o forte crescimento da operação brasileira, potenciado por diversas e importantes aquisições, de onde se destacam a ADDmakler e Miral, e que conduziram o Grupo Lazam-MDS à 3ª posição do ranking de brokers. It is only a natural step given the remarkable growth in the Brazilian operation, fuelled by several noteworthy acquisitions, namely ADDmakler and Miral. This game plan elevated the Lazam-MDS group to number 3 in the broker ranking. Face a esta realidade, sentiu-se a necessidade de criação de uma identidade única forte que aglutinasse a pluralidade de marcas existentes no segmento de consultoria de seguros e risco no Brasil, nomeadamente, Lazam-MDS, ADDmakler e Miral. Therefore, it became necessary to establish a unique identity to consolidate the many brands existing within the insurance and risk consultancy field in Brazil, such as Lazam-MDS, ADDmakler and Miral. A marca Herco, pela especificidade de actuação na área de Análise de Riscos, Controle de Perdas e implantação de Programas de Gerenciamento de Risco, e Larim, corretor de resseguro, irão manter a actual identidade. Uma decisão que espelha a forte aposta nestes segmentos de negócio. uMa Marca aciMa de tudo internacional A WoRLD-cLAss BRAnD A existência de uma marca única e aglutinadora permite reforçar a uma escala global os valores e objectivos partilhados por todas as equipas que integram o universo MDS. The existence of a single, consolidating brand is meant to reinforce the values and objectives shared by all the teams that form a part of the MDS universe, at a global scale. Trata-se da marca da Holding, da marca em Portugal e agora no Brasil. Trata-se da marca que encerra em si, acima de tudo, uma ambição de crescimento. The MDS brand represents the Holding company, the Portuguese brand, and now the Brazilian brand as well. Above all, it is the brand that aims to grow and thrive. Além disso, e de um ponto de vista operacional e de comunicação, a marca MDS, através da sua simplicidade, revela-se apropriada e com elevada elasticidade para utilização em outros mercados. Furthermore, when you look at it from an operational and communicative standpoint, the MDS brand is uncomplicated. That makes it flexible enough and adequate to other markets. integração e coMunicação coM o Mercado InteGRAtIon Into, AnD coMMUnIcAtIon WItH, tHe MARKet Como resultado do trabalho de rebranding iniciado em 2007 pela MDS Portugal, a marca no Brasil ganha assim vantagens na sua rápida implementação. Trata-se de “tirar partido de todo o investimento na marca até agora realizado”, afirma José Manuel Fonseca, presidente da MDS, considerando que este é um passo muito importante no processo de integração das várias empresas e realidades. With the rebranding operation initiated 2007 by MDS Portugal, the Brazilian brand has leveraged quick implementation in Brazil. What we’re dealing with here is “taking advantage of all the investment in the brand so far,” claims José Manuel Dias da Fonseca, chairman of MDS, who also considers this a major step regarding the integration of a number of companies and operations. “It will enhance our communication with the market and among ourselves; it will convey an image of solidity and coherence; it will reinforce the identity of the global/international project led by the MDS Group,” he adds. “Vai ajudar-nos a comunicar melhor com o mercado, a comunicar melhor entre nós, a transmitir uma imagem de força e coerência e a reforçar a identidade do projecto global e internacional do Grupo MDS, a que todos pertencemos”, finaliza. Todo o processo de implementação da nova marca está agora em fase de desenvolvimento e integrará toda a comunicação com clientes, imprensa e mercado. O projecto é liderado pelas duas responsáveis pelo Marketing em Portugal e no Brasil, Liliana Baptista e Renata Grecco, respectivamente. 138 The Herco brand, specializing in Risk Analysis, Loss Control and implementation of Risk Management Programs, and Larim, reinsurance broker, will maintain their current brand identity. This decision stems from a dedicated investment on those segments. The entire brand implementation process is now underway, and will integrate all communication with clients, the press and the market. The project is led by the two heads of Marketing in Portugal and in Brazil, Liliana Baptista and Renata Grecco, respectively. Mds Brasil MDs BRAzIL Mds grouP uma das maiores empresas de corretagem de seguros e resseguro One of the world’s largest insurance and reinsurance brokerage Em Julho de 2009, com a formação da joint-venture entre a Sonae e o Grupo Suzano, nasce uma das maiores empresas do mundo em corretagem de seguros e resseguro – o Grupo MDS. A parceria entre aqueles dois grupos empresariais remontava já ao ano de 2002 e esta última operação entrava assim em linha com a estratégia de ambos na consolidação da presença nos seus mercados de actuação. No universo do Grupo MDS encontram-se a MDS S.A., corretora líder no mercado português, a MDS Brasil, 3º maior broker brasileiro, a Herco, a Larim, a Cooper Gay, 4º maior broker de resseguro mundial, e a Seguros Continente. In July 2009, Sonae and the Suzano Group formed a joint-venture to establish one of the world’s largest insurance and reinsurance brokerage firms – MDS SGPS. The partnership between these two groups goes back as far as 2002. The operation described above naturally follows from their joint strategy to consolidate their position in their respective markets.The MDS Holding universe includes MDS Plc., leading brokerage firm in the Portuguese market, MDS Brazil, 3rd largest broker in Brazil, Herco, Larim, Cooper Gay, 4th largest reinsurance broker in Brazil, and Seguros Continente. SONAE SuzANO 50,01% 49,99% poRtUgAL BRAZIL MDS GROuP Risk Retail Risk Consulting Reinsurance 100% 100% 100% 100% 100% 32,12% MDS MDS HERCO MDS CONSULTING LARIM COOPER GAY poRtUgAL BRAZIL BRAZIL poRtUgAL BRAZIL U.K. MDS AUTO Tiago neves assume cargo de coo da MDs brasil Tiago neves takes up the role of COO of MDS Brazil O gestor Tiago Neves assumiu recentemente a função de Chief Operating Officer (COO) da MDS Brasil com objectivo de consolidar toda a operação do negócio e apoiar a integração a MDS no Brasil com o Grupo MDS no mundo. Com larga experiência em cargos de alta direcção – passou pela Caixa Geral de Depósitos, Unibanco e Banif Banco de Investimentos – colaborou ainda como professor no MBA da Brazilian Business School. Tiago Neves é especialista em Administração de Instituições Financeiras – Banking e possui o MBA Executivo da Fundação Dom Cabral. Tiago Neves recently took up the position of Chief Operating Officer (COO) of MDS Brazil with the objective of consolidating the whole business operation and to support the integration of MDS Brazil into the MDS Group worldwide. With great experience in positions of high management – he worked at the Caixa Geral de Depósitos, Unibanco and Banif Investment Bank – he also worked as a professor for the MBA program of the Brazilian Business School. Tiago Neves is a specialist of Administration of Financial Institutions – Banking and has an Executive MBA from the Fundação Dom Cabral. 139 Mds Brasil MDs BRAzIL o lançamento da marca em imagens the brand première in images Blumenau Paulo Lückmann (HDI), Germano Antonio Nunes Silvestrin (HSBC), Alcides João Pavanello (MDS), Marco Cabanero (SulAmérica) São Paulo Público convidado (executivos de seguradoras e clientes) Guests (clients and insurance companies' executives) Blumenau Hans Dieter Didjurgeit (Herco), Leandro Rinaldi, Nelson Carlos Sabel, Valda Stange, Alcides Pavanello e Ari Leandro Gonçalves (MDS) Jaraguá do Sul Tiago Neves e Ari Leandro Gonçalves (MDS), Jaime Richter 140 Hans Dieter Didjurgeit (Herco) Mds Brasil MDs BRAzIL Jaraguá do Sul Vicente Donini (Marisol), Décio Bogo (Auto Viação Canarinho), Tiago Neves (MDS) São Paulo Jacques Goldenberg e José Manuel Fonseca (MDS); Daniel Feffer (Suzano Holding), Hans Dieter Didjugeit (Herco) Blumenau Germano Silvestrin (HSBC), Marco Aurélio Cabaneiro (SulAmérica), Antenor Vasselai, Hans Dieter Didjurgeit (Herco), Paulo Lückmann (HDI) São Paulo José Manuel Fonseca (MDS) Jaraguá do Sul Alcides Pavanello (MDS), Maria de Lourdes Ulber Araldi (Liberty), Cecília Konel (Prefeita de Jaraguá do Sul), Carioni Pavanello (MDS) 141 FairFax Financial holdings Avenida Paulista à noite, São Paulo - Brasil Paulista Avenue at night, São Paulo - Brazil 142 FairFax F inancial holdings Fairfax Financial holdings Gigante canadiano estreia-se no mercado segurador brasileiro Canadian giant enters Brazilian insurance market texto / text: Jacques Bergman CEO FAIRFAX BRASIL PARTICIPAçõES LDA. Bio: Bio: • Professor do Curso de • Professor of Risks Management Especialização em Risks Specialization Course (PECE Management(PECE/POLI- USP) / POLI-USP) and Insurance e do Curso de Seguros ( FIA/ Course (FIA/FEA-USP), Adjunct FEA – USP), Professor Adjunto Professor at School of Chemistry da Escola de Química da of Rio de Janeiro Federal Universidade Federal do Rio University from 1980 to 1988. de Janeiro de 1980 a 1988; • Acting in the Insurance industry • Colaborador da Indústria de since 1991, first with SulAmerica, Seguros, em primeiro lugar na Jacques was Managing Director SulAmérica, Jacques Bergman in Itaú Seguros (1995 – 2006) foi Managing Director da Itaú and later, COO of Itaú XL Seguros Seguros (de 1999 a 2006) e Corporativos (2006 – 2009). depois COO da Corporação de Currently, he is CEO of Fairfax Seguros Itaú XL (de 2006 a Brazil Participações Ltda. 2009). É actualmente CEO da Fairfax Brasil Participações Lda; education and training: • Graduated in Chemical Formação: Engineering by Federal University • Licenciado em Engenharia of Rio de Janeiro, Master Química pela Universidade in Production Engineering, Federal do Rio de Janeiro, Specialization in Planning and Mestre em Engenharia de Valuation of Agro-Industrial Produção, com a Especialização Projects by Bradford University em ‘Planning and Valuation of in England, DEA in Energy Agro-Industrial Projects’ pela Administration and Ph.D. in Universidade de Bradford, Process Valuation by French Inglaterra, DEA em ‘Energy Petroleum Institute / Dijon Administration’ e Doutoramento University. A Fairfax Financial Holdings Limitada (TSX: FFH e FFH.U) recebeu, da Superintendência de Seguros Privados do Brasil (SUSEP), uma aprovação reguladora preliminar com vista à fundação de uma nova companhia de seguros, totalmente brasileira, de propriedade e acidentes, a Fairfax Seguros Corporativos S.A. Fairfax Financial Holdings Limited (TSX: FFH and FFH.U) has received preliminary regulatory approval from the Superintendence of Private Insurance in Brazil (SUSEP) for the establishment of a new wholly-owned Brazilian property and casualty insurance company, Fairfax Brasil Seguros Corporativos S.A. “Apraz-nos iniciar, no dinâmico mercado brasileiro, um empreendimento novo com um idealista brasileiro da área de seguros muitíssimo respeitado e bem sucedido, Jacques Bergman”, disse o Presidente e CEO, Prem Watsa. “Jacques Bergman tem um dos melhores ‘curricula’ do mercado comercial brasileiro. É com um prazer antecipado que esperamos trabalhar com Jacques Bergman como Presidente do nosso novo empreendimento, a Fairfax Brasil, assim como com os muitos profissionais talentosos da sua equipa de administração, para desenvolver o novo negócio e os seus produtos”. “We are pleased to be starting a new insurance venture in the vibrant Brazilian market with a highly respected and successful Brazilian insurance visionary, Jacques Bergman.” said Prem Watsa, Chairman and CEO. “Jacques has one of the best track records in the Brazilian commercial insurance market. We look forward to working with Jacques as President of our new venture, Fairfax Brasil, and the many accomplished professionals on his management team to develop the new business and its products.” Jacques Bergman, Presidente da Fairfax Brasil, tem mais de 20 anos de experiência no mercado brasileiro de seguros, tendo desempenhado diversas funções na Itaú Seguros. Mais recentemente, foi Chief Operating Officer da Itaú XL Seguros Corporativos, S.A., uma das maiores seguradoras comerciais do Brasil. “Entusiasma-nos iniciar este novo empreendimento com uma organização de renome mundial como a Fairfax”, disse Jacques Bergman, Presidente da Fairfax Brasil. “Com a nossa combinação de tantos anos de experiência coroada de êxito dos seguros brasileiros e com a abundância de seguros e experiência de investimentos a nível mundial que tem a Fairfax, é com antecipado prazer que esperamos construir uma extraordinária história de êxito no mercado de seguros em crescimento no Brasil”. À data da recepção da aprovação final por parte da SUSEP, a Fairfax Brasil planeia estender a sua actividade, em todos os ramos comerciais, a todo o Brasil, com um enfoque principal nos seguros de propriedade, energia, acidentes, segurança, marítimos, financeiros, riscos específicos, cascos de navios e aviação. A Fairfax Brasil tem a sede em São Paulo, no Brasil, e o seu capital inicial é de 65 milhões de reais. Jacques Bergman, President of Fairfax Brasil, has over 20 years experience in the Brazilian insurance market, with over 10 years working at various positions in Itaú Seguros. Most recently Mr. Bergman was the Chief Operating Officer of Itaú XL Seguros Corporativos S.A., one of the largest commercial insurers in Brazil. “We are excited to be starting this new venture with a world-class organization such as Fairfax,” said Mr. Bergman, President of Fairfax Brasil. “With our collective combination of many years of successful experience in Brazilian insurance and Fairfax’s wealth of insurance and investment experience around the world we look forward to building a tremendous success story in the growing Brazilian insurance market.” Upon receipt of final SUSEP approval, Fairfax Brasil plans to carry out its operations across Brazil, in all lines of commercial business, with a primary focus on property, energy, casualty, surety, marine, financial lines, special risks, hull and aviation. Fairfax Brasil is headquartered in São Paulo, Brazil and will have initial capital of 65 million Reais. Fairfax Financial Holdings Limited is a financial services holding company which, through its subsidiaries, is engaged in property and casualty insurance and reinsurance and investment management. em ‘Process Valuation’ pelo French Petroleum Institute da Universidade de Dijon. A Fairfax Financial Holdings Limitada é uma companhia titular de serviços financeiros que, através das suas filiais, trata de seguros de propriedade e acidentes, assim como da administração de resseguros e investimentos. 143 FairFax Financial holdings Fairfax holding em poucas palavras Fairfax Holding In brief A Fairfax teve início em 1985, com a compra de uma pequena companhia canadiana de seguros de transportes em camião, com um total de activos de apenas 31 milhões de dólares e uma equidade comum de accionistas de 7.6 milhões de dólares. Estes números aumentaram mil vezes nos 24 anos que se seguiram. A Fairfax opera agora pelo mundo fora, em mais de 50 países, e, no fim do terceiro trimestre de 2009, tinha activos de 30 biliões de dólares e uma equidade comum de accionistas de 7.5 biliões de dólares. O valor contábil (ou escritural) da Fairfax tem contabilizado (satisfeito a obrigação) a uma taxa (tarifa) anual de 25% desde há mais de 24 anos e o seu preço em acções tem capitalizado, nesse período, a uma taxa anual de 23% Fairfax began in 1985 with the purchase of a small Canadian trucking insurance company with total assets of only $30 million and common shareholders’ equity of $7.6 million. Those figures have increased 1,000-fold in the 24 years since. Fairfax now has operations around the globe in over 50 countries and, at the end of the third quarter of 2009, Fairfax had assets $30 billion and $7.5 billion of common shareholders equity. Fairfax’s book value has compounded for over 24 years at an annual rate of 25% and its stock price has compounded over that period at an annual rate of 23%. A Fairfax Financial Holding Limited é uma holding de serviços financeiros cujo objectivo social é criar valor a longo prazo para os accionistas através da obtenção de uma alta taxa de crescimento capitalizado do valor contabilístico por acção. A companhia tem a presente administração desde Setembro de 1985. Objectivos • O objectivo principal da FFH é capitalizar o valor escritural por acção, a longo prazo, em 15% anualmente, conduzindo a Fairfax e as suas filiais para benefícios, a longo prazo, dos clientes, colaboradores e accionistas - à custa de lucros a curto prazo, se tal for necessário. • O enfoque é o crescimento em valor escritural por acção a longo prazo e não lucros trimestrais. A companhia espera crescer através de recursos internos, assim como de aquisições amigáveis. • Queremos ser sempre financiados de forma sustentável. • Fazemos um “disclosure” anual completo, aos nossos accionistas. Estrutura • As companhias FFH são descentralizadas e dirigidas pelos presidentes, com excepção da avaliação do desempenho, planeamento da sucessão, aquisições e financiamento, que são feitos pela Fairfax ou com a sua colaboração. Encoraja-se a cooperação entre companhias, em benefício da Fairfax no seu todo. • Na Fairfax, a comunicação completa e aberta com as suas filiais é uma condição essencial. Em todo o Grupo encorajam-se a posse de acções e os grandes incentivos. A sede da Fairfax será sempre uma companhia holding muito pequena e não uma companhia operacional. Valores • A honestidade e a integridade são essenciais em todas as nossas relações e nunca serão comprometidas. A nossa orientação é para os resultados e não para a política. • Somos membros de uma equipa e não ‘egos’. Não achamos o estilo de confrontação adequado. Damos valor à lealdade - à Fairfax e aos nossos colegas. Somos trabalhadores, mas não à custa da nossa família. • Reflectimos sempre sobre as oportunidades, mas damos ênfase à protecção que é inconveniente e procuramos maneiras de minimizar perdas de capital. • Somos empreendedores. Encorajamos as situações em que se corram riscos calculados. Não há mal em falhar, mas devemos aprender com os nossos erros. Nunca comprometeremos a companhia em quaisquer projectos ou aquisições. Acreditamos em divertir-nos – a trabalhar! 144 Fairfax Financial Holdings Limited is a financial services holding company whose corporate objective is to build long term shareholder value by achieving a high rate of compound growth in book value per share over the long term. The company has been under present management since September 1985. Objectives • FFH main objective is compound our book value per share over the long term by 15% annually by running Fairfax and its subsidiaries for the long term benefit of customers, employees and shareholders – at the expense of short term profits if necessary. • Focus is long term growth in book value per share and not quarterly earnings and expects to grow through internal means as well as through friendly acquisitions • We always want to be soundly financed • We provide complete disclosure annually to our shareholders Structure • FFH companies are decentralized and run by the presidents except for performance evaluation, succession planning, acquisitions and financing, which are done by or with Fairfax. Cooperation among companies is encouraged to the benefit of Fairfax in total • Complete and open communication between Fairfax and its is an essential requirement at Fairfax • Share ownership and large incentives are encouraged across the Group. • Fairfax head office will always be a very small holding company and not an operating company Values • Honesty and integrity are essential in all of our relationships • and will never be compromised • We are results oriented — not political • We are team players — no "egos”. A confrontational style is not appropriate. We value loyalty — to Fairfax and our colleagues • We are hard working but not at the expense of our families • We always look at opportunities but emphasize downside protection and look for ways to minimize loss of capital • We are entrepreneurial. We encourage calculated risk-taking. • It is all right to fail but we should learn from our mistakes • We will never bet the company on any project or acquisition • We believe in having fun — at work! “A Fairfax Brasil planeia estender a sua actividade, em todos os ramos comerciais, a todo o Brasil, com um enfoque principal nos seguros de propriedade, energia, acidentes, segurança, marítimos, financeiros, riscos específicos, cascos de navios e aviação.” “Fairfax Brasil plans to carry out its operations across Brazil, in all lines of commercial business, with a primary focus on property, energy, casualty, surety, marine, financial lines, special risks, hull and aviation.” 145 BiBlioteca LIBRARY © Vas co Vil hen a Biblioteca Library contrato de Previdência Privada PRIvAte WeLFARe contRAct Visão e comentário do outro lado do Atlântico Vision and commentary across the Atlantic Reunir num só livro todos os aspectos mais relevantes sobre Previdência Privada é, no mínimo, um projecto audaz em qualquer país do mundo. Antes de mais pela forma clara e sistematizada como reúne e trata os vários aspectos, tão diferenciados entre si, que condicionam as escolhas que devem ser equacionadas quando se pensa na reforma (aposentadoria). A importância crescente dos sistemas privados - como extensão e complemento essencial dos Regimes Públicos - é hoje um fenómeno praticamente universal, nas sociedades ditas desenvolvidas, como consequência da necessidade da sustentabilidade do financiamento da Previdência. Na sociedade brasileira, a factores como o envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida acresce ainda o facto de o regime público estabelecer um tecto nos benefícios, o que implica que uma fatia da população tem obrigatoriamente de financiar de forma privada um complemento que permita repor o seu nível de rendimentos quando atinge a situação de reforma. O livro está estruturado de forma que permite aos leigos terem facilmente a sua iniciação ao tema e os que, de alguma forma, já são conhecedores encontrarem uma sistematização de tudo o que é relevante para aprofundarem os seus conhecimentos. Começamos por ter um resumo do sistema de Segurança Social estatal, pilar da Previdência Social, incluindo a sua evolução histórica, um resumo dos factores que contribuem para a dinamização da previdência privada, passando pelo seu enquadramento jurídico, pela tipificação dos Planos, dos benefícios e dos aspectos contratuais mais relevantes, nomeadamente ao nível dos contratos de seguros. Igualmente úteis são as definições dos conceitos e terminologias ligados a este tema, conjugado com a descrição do papel dos diferentes agentes e reguladores que actuam nesta área, permitindo de forma clara compreender melhor toda esta temática. Em síntese, não sendo conhecedora da legislação e da oferta do mercado brasileiro nesta área, a forma como o mesmo foi abordado entusiasmoume desde o início e levou-me a pensar quão interessante seria dispormos de estudos similares para outros mercados, incluindo o de Portugal. Os meus parabéns à Ivy Cassa e votos de que o seu contributo sirva de exemplo além-fronteiras! To collect in one single book all the relevant features of Private Welfare is, at the very least, an ambitious project, no matter where in the world you try to do it. The book employs a systematic approach to the subject that is also quite clear. It makes sense of a complex topic and skillfully navigates the choices involved when you consider your retirement. The growing relevance of private systems as extensions to, and complements of, Public Welfare, is now an all-but-universal phenomenon in the developed world. It stems from the need to promote sustainability in Welfare funding. In Brazil, with an aging population and longer life expectancies, plus a government cap to benefits, a part of the population turns to private schemes, which they see as a way to maintain a comfortable income when they reach retirement age. The book is conveniently structured and amenable to those less familiar with the subject. More experience readers will find a systematic approach to all things relevant in the field; a resource for people looking to deepen their knowledge of these matters. The book opens with an outline of the government Social Security system, including an historical overview, a summary of the factors that drive private welfare, legal frameworks, a breakdown of available pension plans, benefits and contracts, and insurance contracts in connection with the topic. Another useful feature is the definition of specialized concepts and terminology, combined with descriptions for each agent and regulator/legislator’s role in this field. In a nutshell: I was not familiar with Brazilian legislation on the subject, nor with the workings of their market. The straightforward approach in the book won me over from the start and inevitably led me to thinking it would be extremely interesting to have similar studies about other markets, including the Portuguese. Ivy Cassa is to be lauded for the effort, which all of us should look up to! texto / text: autor: Ivy Cassa editora: Editora MP e do IBDS (1ªedição, 2009) Author: Ivy Cassa Publisher: Editora MP and IBDS (1st edition February, 2009) Estudos de Direito do Seguro Coordenado pelo Instituto Brasileiro de Direito de Seguros – IBDS Insurance Law Studies Coordinated by the Instituto Brasileiro de Direito de Seguros (Brazilian Institute for Insurance Law) – IBDS Ana Mota DIRECTORA EMPLOyEE BENEFITS MDS EMPLOYEE BENEFITS MANAGING DIRECTOR MDS e-mail: [email protected] 146 Freedom of thought Being free to find the best possible insurance and reinsurance solution for our clients is something Cooper Gay is hugely passionate about. We’re independent, which allows us to choose the solution that’s right for you. Contact: Geoff Kinsella t: +44 (0) 20 7204 4996 e: [email protected] of over 25 offices in countries across the Americas, Europe, Cooper Gay & Co Ltd. 52 Leadenhall Street London EC3A 2EB t: +44 (0) 20 7480 7322 f: +44 (0) 20 7481 4695 Asia and Australasia. www.coopergay.com Founded in 1965, the Cooper Gay Group is a leading independent insurance and reinsurance intermediary. Headquartered in London, the Group has a global network asia | australasia | europe | latin america | north america Cooper Gay & Co Ltd. is a registered Lloyd’s Broker and is regulated by the Financial Services Authority. 148