n ú mero 0 2 maio 2 0 1 0 number 0 2 may 2 0 1 0

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n ú mero 0 2 maio 2 0 1 0 number 0 2 may 2 0 1 0
N Ú ME RO 0 2
M A I O 20 1 0
N UM B E R 0 2
M AY 2 010
06
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2
editorial
Editorial
Prova
suPerada
TEST
OVERCOME
Caros leitores e amigos,
Dear readers, dear friends,
O segundo número de um projecto
destes é sempre o mais difícil. É
a prova de resistência. Já não é
novidade, é preciso manter a equipa
motivada, que faz mais mil e uma
coisas para além da Full Cover.
Mas o entusiasmo manteve-se e
até cresceu com a reacção que esta
revista teve nos quatro cantos do
mundo. Foi para nós o grande sinal
de que se trata de um projecto de
futuro, totalmente identificado com
o DNA do Grupo MDS, concretizando
a nossa ambição internacional, a
abertura à comunidade do risco e
dos seguros, o contributo para a
formação e informação do mercado
e dos seus principais agentes.
As you can probably imagine, the
second issue is the hardest to deliver.
It is a true test of endurance. While
this undertaking is no longer novel,
you need to maintain the motivation
of a team that engages in a million
pursuits in addition to Full Cover
magazine. However, the excitement
has not faded. In fact it has swelled,
given the feedback we've had from
the four corners of the world. To
us, this meant that Full Cover has
a bright future ahead. Right now
it feels like a natural extension
of our business. Full Cover is an
embodiment of our international
aims, and our desire to embrace
the risk and insurance community.
We also see it as an educational
and informative tool meant for the
market and its foremost agents.
Este segundo número é
particularmente rico. É um
orgulho grande poder contar com
a presença do CEO do Lloyd’s,
Richard Ward, do Jorge Luzzi, talvez
o mais renomado gestor de risco
do mundo nos dias de hoje, do
Steve Jackson, um dos principais
responsáveis por fazer da Cooper
Gay um actor chave no mercado
latino-americano, do Hei Wong,
que da China responde sempre a
todos os questionamentos com
pronta competência e um sorriso.
Uma novidade neste número:
a extraordinária entrevista ao Álvaro
Siza, um dos mais importantes
arquitectos do mundo, sobre
o risco do risco. É uma perspectiva
diferente, que manteremos
em próximos números.
Outros dossiers e artigos do maior
interesse completam a edição, que
espero surpreenda como a primeira.
Our second issue is especially
substantial. Our pages proudly
welcome the Lloyd’s CEO, Richard
Ward; Jorge Luzzi, probably the bestknown risk manager at this writing;
Steve Jackson, one of the brains
behind Cooper Gay’s remarkable rise
in Latin America; last but not least,
Hei Wong, from China, who answers
every question with and a smile.
We've got something new for you: An
extraordinary interview with Álvaro
Siza, architect of world renown, on
the risks of drafting. We’re aiming
at a broader perspective that we will
maintain throughout future issues.
Other reports and articles round
out the magazine which, I hope,
will surprise and delight you.
Este segundo número sai já depois
de consolidada a Joint-Venture entre
a Sonae e o Grupo Suzano. A MDS
passou a ser uma empresa luso-brasileira. E isso reflecte-se
já muito nesta revista. Com certeza
se irá intensificar dado os mercados
brasileiros e da América Latina
serem para nós estratégicos.
This issue is coming out now that
the Sonae and Suzano Group have
consolidated their joint venture.
MDS is now a Portuguese-Brazilian
company. That is immediately
noticeable throughout the magazine.
Such an international scope is likely
to gain more and more prominence,
as South American markets, and
especially the Brazilian market,
are strategically significant to us.
Este número é vosso,
até ao Outono com o nº 3.
Here's your magazine. See you
next autumn, with no. 3.
J o s é M a nue l Fo ns e c a
ceo MDs holDing
chairM an brokers link
“Foi para nós o grande
sinal de que se trata
de um projecto
de futuro, totalmente
identificado com o DNA
do Grupo MDS (...)”
“To us, this meant that Full
Cover has a bright future
ahead. Right now it feels
like a natural extension
of our business for us.”
3
Director
Managing Director
José Manuel Fonseca
Maio 2010
May 2010
*
MAIO
MAY
2010
NÚME RO 02
M AI O 2010
Coordenadora
Editor
Fernanda Palmeira
NUMB ER 0 2
M AY 2 0 1 0
06
Número 02
Number 02
30
Editores
Deputy Editors
Alexandrina Piloto
António Fernandes
Fernanda Palmeira
Liliana Baptista
Sandra Pereira
38
68
75
15
Conselho Editorial
Senior Associate Editors
Propriedade
Property
MDS – Corretor de Seguros, S.A.
Av. da Boavista – 1277/81 – 2º
4100-130 Porto
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www.mds.pt
Ana Salgueiro
Ana Cristina Borges
Ana Mota
Carla Alves
Filomena Salgado Oliveira
Francisco Constantino
Geoff Kinsella
Hans-Dieter Didjurgeit
Hei Wong
Jorge Gonçalves
Jorge Henriques
Jorge Mafalda
José Morgado
José Manuel Fonseca
Luís Caldas
Maurício Esquino
Miguel Rangel
Paula Rios
Pedro Castro Caldas
Roberto Nauenberg
Tiago Mora
Tiago das Neves
Publicidade
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Subscrição
Subscription
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Coordenação Editorial
Editorial Managment
Anagrama
www.pure.ativism.pt
Design
Mola Ativism
www.mola.ativism.pt
Impressão
Fernandes & Terceiro, S.A.
4
índice
contents
índice
contents
03.
Editorial
06.
Richard Ward
CEO do Lloyd’s em
entrevista à Full Cover
CEO of Lloyd’s speaks to Full Cover
15.
Multinational
Network Pooling
Employee Benefits
30.
Steve Jackson
A Cooper Gay e a operação
na América Latina
Cooper Gay and the operation
in Latin America
38.
Jorge Luzzi
The Global Risk Manager
52.
Anatomia de um furacão
Anatomy of a hurricane
56.
Observatório Legal
Legal Observatory
107.
Seguros em Órbita
Insurance in Orbit
120.
Sonae Sierra
Walk the Talk
O valor da sustentabilidade
The value of sustainability
126.
Lugares Comuns
Trivia
por | by Pedro Castro Caldas
132.
25º Aniversário MDS
MDS 25th Anniversary
138.
Marca MDS com
sotaque brasileiro
MDS: talking brazilian
142.
Fairfax no mercado brasileiro
Fairfax in the brazilian market
146.
Biblioteca
Library
por | by Luís Filipe Caldas
60.
O mercado brasileiro
de seguros
The brazilian
insurance market
por | by Denise Bueno
64.
Herco
Prevenção de Perdas à Gestão de Risco
Loss Prevention to Risk Manegement
68.
New World Insurance
Brokers Link @ China
74.
Conferência Brokers
Link em Saigão
Brokers Link Asian Conference
Construindo alianças eficazes
Building effective alliances
75.
Risco e Mudança Climática
Risk and Climate Change
Responsabilidade Ambiental e o
desafio das alterações climáticas
Environmental Liability and the challenge
of climate changes
96.
Os riscos do risco
Drawing the lines
104.
Grupo Suzano
Suzano Group
Uma história de sucesso com 85 anos
An 85 year Sucess Story
5
r ichard ward
6
richard ward
Bio:
Richard Ward integrou o Lloyd’s
como Chief Executive Officer em Abril
de 2006 e faz parte do Council do
Lloyd’s e do Lloyd’s Franchise Board.
O Lloyd’s é o mais importante
especialista do mercado de seguros
e presta serviços em termos de
seguros em mais de 200 países
e territórios em todo o Mundo.
Richard Ward trabalhou
anteriormente, durante mais de dez
anos, no International Petroleum
Exchange (IPE), sediado em Londres,
a segunda maior bolsa de comércio
de energia – redenominada ICE
Features- como Chief Executive
Officer e Vice-Presidente.
Antes de estar no IPE, desempenhou
uma série de cargos superiores
na British Petroleum (BP) e foi
Director de Marketing e “Business
Development” para derivados de
energia, em todo o mundo, nos
“Tradition Financial Services”.
Entre 1982 e 1988, Richard
Ward trabalhou como Físico
Sénior no Conselho de Ciência
e Investigação de Engenharia,
dirigindo uma série de projectos de
investigação e desenvolvimento.
É membro do Conselho da ‘Heart
and City Charity’ e membro da
Comissão da Associação de Genebra,
a mais importante “think tank”,
que reúne os maiores seguradores
e resseguradores do mundo.
Richard Ward tem uma licenciatura
em Química, com informação final
de Muito Bom e um Doutoramento
em Química Física pela Universidade
de Exeter. É casado, tem dois
filhos e vive em Londres.
Bio:
Richard Ward joined
as Chief Executive Officer
of Lloyd’s in April 2006 and sits
on the Council of Lloyd’s and
the Lloyd’s Franchise Board.
Lloyd's is the world's leading
specialist insurance market
providing insurance services to
businesses in over 200 countries
and territories across the globe.
Richard previously worked for over ten
years at the London-based International
Petroleum Exchange (IPE), the second
largest energy trading exchange –
re-branded ICE Futures – as both Chief
Executive Officer and Vice-Chairman.
Prior to the IPE, Richard held
a range of senior positions at British
Petroleum (BP) and was Head of
Marketing & Business Development
for energy derivatives worldwide
at Tradition Financial Services.
Between 1982 and 1988, Richard
worked as a Senior Physicist with
the Science and Engineering Research
Council, leading a number of research
and development projects.
He is a Council member of Heart
of the City Charity and a Board
Member of the Geneva Association,
the leading think tank of the world’s
largest insurers and reinsurers.
Richard has a 1st Class Honours
degree in Chemistry, and a PhD
in Physical Chemistry from Exeter
University. He is married with
two children and lives in London.
um cientista no lloyd’s
A scientist at Lloyd’s
Richard
Ward
“o que agora enfrentamos não é uma crise
dos seguros, mas uma crise bancária.”
“What we currently face is not an insurance crisis,
but a banking crisis.”
chieF executive oFFicer lloyd’s
Desde entregar telegramas de bicicleta
até se tornar CEO no Lloyd’s, Richard Ward
fala sobre a sua vida pessoal, background
profissional e como trocou o mundo da
ciência pelo mercado dos seguros.
From delivering telegrams on a bicycle
to becoming CEO of Lloyd’s, Richard Ward
talks about his personal life, professional
background and how he exchanged the
world of science for the insurance market.
Qual foi o seu primeiro emprego?
What was your first job?
richard ward (rw): Fazer a entrega de telegramas
de bicicleta. Porém, o meu primeiro emprego, em
termos de carreira, foi como cientista e investigador.
richard ward (rw): My first job was delivering
telegrams on my bicycle for the Post Office. My first
professional job, however, was as a research scientist.
Foi para o sector Financeiro logo no início?
Que fazia anteriormente?
Did you move into Financial sector right from
the beginning? What were you doing before?
rw: Fui cientista, investigador e chefe de uma equipa
de investigação na British Petroleum. Ofereceram-me
emprego no comércio de derivados como parte
do programa de desenvolvimento de gestão.
rw: I was working as a research scientist for British
Petroleum and heading up a research team. I was then
offered a role in derivatives trading as part of their
management development programme.
Foi Presidente executivo do international
Petroleum exchange, sediado em londres,
antes de se transferir para o lloyd’s. o que
foi que o atraiu no cargo do lloyd’s?
You were chief executive of the London-based
International Petroleum exchange before moving
to Lloyd's. What attracted you to the role at Lloyd's?
rw: Foi uma proposta a que simplesmente não
consegui resistir. Foi um privilégio ser convidado
para chefiar uma instituição britânica como
o Lloyd’s, com uma história de mais de 300 anos,
e tão envolvida não só com a City, mas com
o país. Quem poderia recusar? A acrescentar
rw: The offer was simply something I could not resist.
It was a privilege to be asked to lead a British institution
such as Lloyd’s, that has over 300 years of history
and is so intertwined with not just the City, but the
country – who would say no? Added to this, Lloyd’s sits
at the forefront of insurance and financial services,
so I could not think of a better place to move to.
7
r ichard ward
“Foi uma proposta
a que simplesmente
não consegui resistir.
Foi um privilégio
ser convidado
para chefiar uma
instituição britânica
como o Lloyd’s.”
“The offer was simply
something I could not
resist. It was a privilege
to be asked to lead
a British institution
such as Lloyd’s.”
a isto, o Lloyd’s está na vanguarda dos serviços
de seguros e financeiros; assim, foi-me
impossível pensar num cargo mais aliciante.
Na BP, já tinha passado da área científica para a dos
negócios, uma mudança e um desafio que apreciei.
Pensei que a mudança do IPE para o Lloyd’s seria
uma excelente oportunidade de passar para uma
indústria em que não havia trabalhado antes.
Quais foram os que considerou serem os seus
maiores desafios quando entrou no loyd’s?
rw: Culturalmente, muitos dos colaboradores
do Lloyd’s tinham os seus hábitos e precisavam
de estímulo para melhorar a eficiência
do mercado e dar o passo seguinte.
Quando teve ocasião de conhecer o mercado, o que
é que o surpreendeu ou achou diferente daquilo
que tinha pensado antes de fazer parte do grupo?
rw: Visto de fora, o “underwriting room”
(área de subscrição) e a maneira como os
subscritores e corretores fazem os negócios
podem parecer ligeiramente antiquadas, mas
esta é uma das maneiras mais eficientes de
colocar os riscos muito especializados.
decorridos quatro anos, quais são os
desafios enfrentados pelo lloyd’s?
I had already gone from science to business at BP
and I enjoyed the change and the challenge. So with
that still on my mind, I thought that a move from
the IPE to Lloyd’s would be a great chance to move
in to an industry that I had not worked in before.
What did you see as the biggest challenges
that you faced when you joined Lloyd's?
rw: Culturally, many at Lloyd’s were set in
their ways, and needed that push to improve the
efficiency of the market and to take the next step.
once you had time to get to know the market,
what surprised you or you found different
than you first thought as an outsider?
rw: From an outside point of view, the
Underwriting Room and the way the underwriters
and brokers do business may seem slightly
antiquated, but it is one of the most efficient
ways to for specialist risks to be placed.
Four years on, what are the
challenges that Lloyd's face?
rw: Managing the insurance cycle is still front
of mind. With rates flat, and down in some
lines, it’s imperative that we write quality
business for profit and not for market share.
Is the brand of Lloyd's stronger now?
rw: Gerir o ciclo de seguros está ainda na linha
da frente. Com as taxas fixas e, em algumas
linhas, baixas, é imperioso subscrevermos
negócios de qualidade para termos lucros
e não para ter quota de mercado.
a marca lloyd’s está agora mais forte?
“A estrutura do
mercado de subscrição
de riscos significa
que os beneficiários
de seguros podem
diversificar o seu
risco.”
“The subscription
market structure means
that policyholders can
diversify their risk,
while our central fund
acts as a last resort for
both syndicates and
insurance buyers.”
8
rw: Com certeza. Continuámos a construir a marca
Lloyd’s nos últimos anos e ela tornou-se cada vez
mais forte. A nossa Análise Estratégica, executada a
partir de uma postura de força mais do que de uma
postura defensiva, está quase terminada. Fazemos
perguntas como ‘de que maneira podemos tirar
proveito de oportunidades’ e ’onde se deve focalizar
o nosso negócio’, em comparação com análises
anteriores que se concentraram nas mudanças a
fazer para melhorar a maneira como agimos.
o lloyd’s tem vantagens competitivas em relação aos
seus concorrentes na presente situação económica?
rw: Sim. O Lloyd’s proporciona um nível de
segurança que os outros tentam alcançar. A
estrutura do mercado de subscrição de riscos
significa que os beneficiários de seguros podem
diversificar o seu risco, enquanto as nossas reservas
centrais actuam como último recurso para os
sindicatos e para os compradores de seguros. Alguns
comentadores disseram que os negócios começarão
a vir para o Lloyd’s, graças a esta salvaguarda.
Do ponto de vista do investimento, temos sido
conservadores nos nossos activos; por esse
motivo, a nossa subscrição pode assumir mais
riscos. Embora esta estratégia de investimento
possa ter parecido demasiado adversa ao risco
nas épocas de boom, registámos lucros no
investimento na primeira metade de 2009,
enquanto muitos registaram perdas, e mantivemo-nos estáveis durante a crise financeira.
rw: Definitely. We have continued to build the Lloyd’s
brand over recent years and it has gone from strength to
strength. We have nearly finished our Strategic Review,
which is being conducted from a position of strength
as opposed to a defensive position. We are asking
questions like ‘how can we capitalise on opportunities’,
and ‘where should our business focus be’, compared
to past reviews that have looked in to what changes
we may need to make to improve how we operate.
Does Lloyd's have a competitive advantage to its
competitors in this current economic climate?
rw: Yes we do. Lloyd’s offers a level of security
that others struggle to. The subscription market
structure means that policyholders can diversify
their risk, while our central fund acts as a last
resort for both syndicates and insurance buyers.
Some commentators have said that business will
start coming to Lloyd’s due to this security.
From an investment point of view, we have been
conservative in our assets so that we can take on more
risk in our writing. While this investment strategy
may have seemed too risk adverse in the boom times,
we recorded an investment profit for the half year for
2009, while many others recorded losses, and have
remained stable throughout the financial crisis.
the Global recession has negatively impacted on many
financial services entities. How has Lloyd's fared?
rw: We have fared quite well. Lloyd’s learnt important
lessons about dealing with toxic assets in the 1990s
and we have transformed our own business since;
overhauling our risk management and market
oversight. While we are not immune to the financial
crisis, a number of commentators have suggested
we are a relative safe harbour in this storm, and our
ratings have remained stable compared to our peers.
a recessão global teve um impacto negativo
em muitas entidades de serviços financeiros.
como é que o lloyd’s a tem atravessado?
rw: Muito bem. Aprendemos lições importantes
acerca do tratamento de activos “tóxicos”
na década de 90 do século passado e, a partir
daí, transformámos os nossos negócios,
reformulando a nossa gestão do risco e vigilância
do mercado. Embora não estejamos imunes
à crise financeira, alguns comentadores têm
sugerido que, nesta tempestade, somos um
porto de abrigo relativamente seguro. As nossas
operações financeiras têm continuado estáveis
em comparação com as dos nossos pares.
Quais são, na sua opinião, as perspectivas para
a indústria de resseguros no próximo ano?
rw: No momento presente, o ambiente é
estimulante. Há relatórios segundo os quais,
em Janeiro, a renovação de resseguros teve
uma queda de 6% nos EUA, queda essa que
atingiu os 10% no Reino Unido. Uma vez
que há também uma ausência de grandes
catástrofes, esta situação deverá manter-se.
acha que o regime regulador da
indústria será esmagado em resultado
da destruição do mundo bancário?
rw: O que agora enfrentamos não é uma crise dos
seguros, mas uma crise bancária. Ao contrário
dos bancos, a indústria de seguros está a operar
com normalidade, aceitando o risco e pagando
os sinistros. Esperamos que os reguladores
compreendam e apreciem a diferença.
Para o sector financeiro no seu todo,
aquilo de que precisamos é de uma melhor
regulamentação - não de mais quantidade
- que seja proporcionada e equilibrada.
A implementação da Solvência II em 2012 é
o principal desafio regulatório que defronta o
Lloyd’s . Apoiamos firmemente a Solvência II,
que achamos ser um desenvolvimento positivo
para a conciliação da regulamentação dos
seguros dentro da União Europeia e o aumento
dos padrões de exigência de gestão de risco.
não há dúvida que londres está na mira como
centro dos seguros do Mundo. os mercados locais
tornam-se cada vez mais fortes e mais negócios
são mantidos localmente. o que é que
o lloyd’s tem feito para se opor a esta tendência?
rw: Embora os mercados emergentes
estejam a crescer, estão longe de igualar
a importância de Londres e Nova Iorque.
Porém, aparte essa situação, reconhecemos
a importância dos mercados emergentes
e desempenhamos um papel activo na
realização de negócios nesses mercados.
Abrimos o nosso primeiro escritório na China há
quase três anos e fomos o primeiro ressegurador
autorizado no Brasil, tendo aberto o primeiro
escritório no Rio de Janeiro no ano passado.
Também abrimos filiais em Portugal, na Suécia e
na Irlanda, todas no ano passado. Estamos ainda
a trabalhar com os reguladores na Índia, a fim de
sermos autorizados a ter acesso a esse mercado.
What do you think is the outlook for the
reinsurance industry over the coming year?
Entrada do edifício do Lloyd's
The Lloyd's building - the entrance
rw: It’s a challenging environment at present.
There are reports that January reinsurance
renewals have dropped 6% in the US and as
much as 10% in the UK. With a lack of any major
catastrophes as well, this looks to continue.
Do you think that the regulatory regime under
which the industry operated will be impacted as
a result of the meltdown in the banking world?
rw: What we currently face is not an insurance
crisis, but a banking crisis. Unlike the banks, the
insurance industry is working normally, accepting
risk and settling claims, and we hope that regulators
understand and appreciate the difference.
For the financial sector as a whole, what we
need is better regulation – not more – and
it must be proportionate and balanced.
The implementation of Solvency II in 2012 is the
principal regulatory challenge facing Lloyd’s.
We strongly support Solvency II and consider
it a positive development in harmonising
insurance regulation within the EU and
raising standards in risk management.
there is no doubt that London is under
attack as the insurance centre of the world.
Regional markets are becoming stronger and
more business is being retained locally. What
has Lloyd's done to counter this trend?
rw: While emerging markets are growing, they
are far from equaling the dominance of London
and New York. With that aside, however, we
recognize the importance of emerging markets
and actively play a part in doing business there.
We opened our first office in China nearly three
years ago, and we were the first admitted
reinsurer in Brazil, opening an office in Rio
de Janeiro last year. We have also opened offices
in Portugal, Sweden and Ireland – all last year.
We are also working with regulators in the
India to be allowed to access that market.
“O que agora
enfrentamos não é
uma crise dos seguros,
mas uma crise
bancária.”
“What we currently
face is not an
insurance crisis, but
a banking crisis.”
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richard ward
o lloyd’s vai continuar a abrir filiais pelo
Mundo fora? Qual será a próxima?
Will Lloyd's continue to open operations
around the World? Where next?
rw: Trabalhamos em parceria com o mercado
para ver onde há procura. Temos muito
interesse em trabalhar na Índia e estamos
a analisar opções no Médio Oriente.
rw: We work in partnerships with the
market to see where there is demand. We are
very keen to work in India, and we are still
reviewing options in the Middle East.
outro desafio que londres enfrenta é o presente
regime fiscal do reino unido. Qual a sua opinião
sobre os resseguradores que estão a retirar a
sua actividade do reino unido? acha que é uma
tendência que vai continuar? Qual será o seu
impacto na indústria e na posição de londres?
Another challenge to London is the current UK
tax regime. What do you think about those
Reinsurers who are moving their operations out
of the UK? Do you think this is a trend that is
likely to continue? What impact will this have
on the industry and London's position?
rw: O facto de estarmos ainda a ver organizações
que se reinstalam no estrangeiro e outras que estão
abertamente a pensar nisso sugere que o Governo
precisa de estar atento e escutar as preocupações
do sector para manter o Reino Unido competitivo.
rw: The fact that we are still seeing organisations
redomiciling offshore and others openly
considering it, suggests that the Government
needs to take heed and listen to businesses’
concerns to keep the UK competitive.
Os impostos são, como é óbvio, um elemento
na competitividade global de uma localização,
mas não são o único. A nossa função é assegurar
que o Lloyd’s continua a ser o mercado de
eleição, valorizando os muitos benefícios de
fazer negócios neste país, sendo todos eles
independentes do regime de impostos.
Tax is obviously one element in a location’s overall
competitiveness, but is by no means the only element.
Our job is to ensure that Lloyd's remains the market
of choice by enhancing the many benefits of trading
here, which are all independent of the tax regime.
Dito isto, é essencial que o Reino Unido seja
competitivo no que diz respeito aos impostos,
para manter a sua posição como centro
financeiro e resistir a perdas significativas
de capital e actividade económica.
Parece existir uma mudança na maneira como a
lloyd’s está a fazer a distribuição dos seus produtos.
a abertura do mercado a corretores que não são do
lloyd’s é vista por muitos como uma simplificação
do mercado. o que pensa desta observação?
rw: O Lloyd’s é um mercado de corretores e eles
são alguns dos nossos stakeholders fundamentais;
por essa razão, faz sentido abrir-lhes o mercado e
não levantar barreiras artificiais à sua participação.
Permitir que todos os corretores coloquem os
negócios deixa-nos mais alinhados com os nossos
concorrentes. Os corretores que quiserem negociar
com o Lloyd’s terão que ter o mesmo nível de
qualidade que os corretores do Lloyd’s. Por esta
razão não estamos a simplificar o mercado.
como é que a alteração dos estatutos foi
realmente entendida pela comunidade
de corretores? os corretores locais têm
realmente vindo a inscrever-se?
rw: Quando mudámos o LRO não esperávamos
que se inscrevesse uma grande quantidade de
corretores. Foi mais para nos alinhar com os nossos
concorrentes e tornar o mercado acessível no futuro.
Passemos agora à questão espinhosa do
comércio electrónico. o lloyd’s está muito
atrás de outros mercados na utilização do
comércio electrónico. Por que razão?
rw: Há, na realidade, uma grande utilização
de tecnologia no mercado do Lloyd’s e não
estamos, de modo algum, atrás de nenhum
outro mercado. O nosso ponto central passa por
assegurar que toda a informação é distribuída
electronicamente, deixando a colocação real do
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That said, it is vital that the UK is competitive in
tax terms in order to maintain its position as a
financial centre and to stem significant losses of
capital and economic activity from the UK.
there seems to be a shift in the way that
Lloyd's is distributing its products. the opening
of the market to non-Lloyd's brokers is seen
by many as a 'dumbing down' of the market.
What are your thoughts on this comment?
rw: Lloyd’s is a broker market, and they are one of
our key stakeholders, so it makes sense to open up the
market to them and not have any artificial barriers
to their participation. Allowing all brokers to place
business brings us more in to line with our competitors.
Brokers wishing to do business with Lloyd’s will still
need to pass the same quality standards as Lloyd’s
brokers, so we are not ‘dumbing down’ the market.
How has the change in the by-laws actually been
perceived by the broking community? Have
regional brokers actually been signing up?
rw: When we changed the LRO we were not
expecting a flood of brokers to sign up. It was more
about bringing us in to line with our competitors
and making the market accessible in the future.
now let us turn to the thorny question of electronic
commerce. Lloyd's is a long way behind other markets
in the use of electronic trading. Why is this the case?
rw: There is actually extensive use of technology in
the Lloyd’s market and we’re not behind other market
at all. Our focus is to ensure that all information
is distributed electronically, leaving the actual
placement of risk - the trade between broker and
underwriter – to be conducted in the most appropriate
manner, whether face-to-face of electronically.
Face-to-face trading is a corner stone of how Lloyd’s
does business and we do not see this changing. We are
currently undertaking several initiatives that will see
technology support the trading process, but electronic
trading is not something that we are looking to do.
richard ward
risco - o negócio entre o corretor e os subscritores –
ser conduzido da maneira que for mais apropriada,
quer seja cara a cara ou por via electrónica.
O negócio 'face-to-face' é uma pedra angular na
maneira como o Lloyd’s faz negócios e não achamos
que isto venha a mudar. Estamos neste momento
a tomar várias iniciativas que verão a tecnologia
como suporte dos negócios, mas o comércio
electrónico não é algo de que andemos à procura.
Parece haver, da parte de muitos, a ideia errada
de que, utilizando uma plataforma electrónica para
negociar, se anuncia a extinção do modelo corretor/
segurador. Que opinião tem a este respeito?
rw: Os corretores e os seguradores fazem
a negociação de uma enorme quantidade de
questões complexas quando se coloca um risco
e isto não pode ser substituído por meios
electrónicos. Onde a tecnologia oferece uma
ajuda extraordinária é no suporte a este processo.
como tem evoluído a utilização de soluções
tecnológicas pelo mercado desde que tomou
posse como ceo?
rw: Lembro-me de apresentar os resultados
anuais do Lloyd’s em 2005 e dizer que estava
a registar-se um grande progresso, de boa
qualidade, no uso da tecnologia. Desde esse
momento a utilização da tecnologia faz parte
dos negócios de todos os dias. Agora o Lloyd’s
aprecia, por meio da electrónica, mais de 90%
dos sinistros e dos prémios; e também todas as
novas apólices são emitidas electronicamente.
there appears to be a misconception by many
that using an electronic trading platform will
signal the demise of the broker/underwriter
role. What are your views on this?
rw: Brokers and underwriters negotiate a large raft of
complex issues when a risk is being placed, and this can
not be replaced by electronic means. Where technology
helps dramatically is in supporting this process.
“Estamos neste
momento a tomar
várias iniciativas que
verão a tecnologia
como suporte dos
negócios.”
How has the market's use of electronic solutions
evolved since you took over as ceo?
rw: I remember presenting Lloyd’s 2005
Annual results and saying that a lot of good
progress was being made in the use of technology. Since
then the use of technology is simply part of everyday
business. Lloyd’s now sees over 90% of claims and
premiums processed via the technology repositories,
as well as all new policies are issued electronically.
Brokers and managing agents are also taking advantage
of new electronic market infrastructure to streamline
transactions, lowering their costs and at the same
time improving the quality of service to their clients.
“We are currently
undertaking several
initiatives that will see
technology support the
trading process, but
electronic trading is
not something that we
are looking to do.”
We have also successfully launched the Lloyd’s
Exchange, which is a messaging hub that will allow
the sending and receiving of electronic messages
between brokers and underwriters to an ACORD
standard. This allows underwriters and brokers to
send endorsements, placement messages and other
detailed communications using a common standard
and a single system interface. The market has greatly
supported this, with over 60% of brokers and 80% of
managing agents by capacity signing up to use it.
Os corretores e agentes estão também a aproveitar
as novas infra- estruturas de mercado electrónicas
para dinamizar as transacções, reduzindo os seus
custos e, ao mesmo tempo, melhorando
a qualidade do serviço prestado aos clientes.
Também lançámos, com sucesso, o Lloyd’s exchange,
um centro de mensagens que vai permitir o envio
e a recepção de mensagens electrónicas entre
corretores e seguradores, a um nível ACORD.
Isto permite que os seguradores e os corretores
enviem pedidos de alteração, mensagens de
colocação e outras comunicações detalhadas
utilizando um nível de qualidade comum e
um único interface. O mercado deu a isto um
grande apoio, tendo-se inscrito para o utilizar
mais de 60% de corretores e 80% de agentes.
Vista panorâmica do edifício
do Lloyd's ao anoitecer
Panoramic view of Lloyd's
building at dusk
12
Rever legendas
richard ward
consegue imaginar o dia em que o lloyd’s
siga outros mercados, como o iPe?
can you see the day that Lloyd's follows
other markets such as IPe?
rw: O IPE e o Lloyd’s são mercados completamente
diferentes e não podem comparar-se. O IPE é um
mercado de compra e venda, com o preço como
única variável, ao passo que o Lloyd’s se ocupa
de negociações detalhadas entre corretores e
seguradores acerca de soluções à medida dos
riscos dos clientes.
rw: The IPE and Lloyd’s are completely different
markets, and can not be compared. The IPE is
a buy/sell market with price being the only
variable, while Lloyd’s is about in-depth
negotiations between brokers and underwriters
regarding tailored solutions for clients’ risks.
Para terminar, e como estamos no início de 2010,
quais foram as suas decisões para o ano novo, se por
acaso as tomou? se tivesse de subscrever algumas
resoluções a tomar pelo lloyd’s, quais seriam?
rw: Para o mercado, seria que continuasse a ser
disciplinado na subscrição de negócios, com
vista à obtenção de lucros, e não só para obter
quota de mercado. Para o próprio Lloyd’s, que
continue a tomar iniciativas que melhorem
a eficiência do mercado e o acesso a este.
onde nasceu/foi educado?
Frequentou a universidade?
rw: Nasci a oeste de Londres e tenho
uma Licenciatura com a informação final
de Muito Bom e um Doutoramento em
Química Física pela Universidade de Exeter.
As it is early in 2010, what were your new Year's
resolutions if any? If you had to write some
resolutions for Lloyd's, what might they be?
rw: For the market, it would be to continue
to be disciplined in writing business for profit
and not for market share. For Lloyd’s itself; to
continue to deliver initiatives that improve the
efficiency of, and access to, the market.
Where were you born/educated?
Did you attend university?
rw: I was born west of London and I obtained
a First Class Honours degree and a PhD in
Physical Chemistry from Exeter University.
Are you married? Do you have children?
rw: I’m married with two children.
É casado? tem filhos?
What are your main hobbies?
rw: Sou casado e tenho dois filhos.
rw: Dinghy sailing, hockey and skiing.
Quais são os seus ‘hobbies’?
rw: Andar de ‘dinghy’ (pequeno barco a remos),
jogar hóquei e fazer ski.
Vista em pormenor
do edifício do Lloyd's
Detailed view of Lloyd's building
13
richard ward
José Ribeiro, nascido a 8 de Fevereiro
de 1961 em Coimbra, casado com 3
filhos, frequentou o ensino primário
e secundário no St. Jullian's School
em Carcavelos. Formou-se em
Matemática Aplicada na Faculdade
de Ciências de Lisboa com média
final de 18,3 valores, tendo posteriormente concluído um Mestrado
em Matemática Pura no Instituto
Superior Técnico (IST) enquanto foi
assistente de 1984 a 1987.
José
Ribeiro
um português no lloyd’s
A Portuguese at Lloyd’s
Em 1987 começou a sua carreira
empresarial tendo sido convidado
pela ALICO (AIG) para exercer as funções de actuário-chefe e responsável
pela área de fundos de pensões. Em 1990 foi convidado para o cargo de director coordenador da Victoria Vida (Grupo Munich Re) onde foi nomeado administrador no ano de 1992, tendo ficado nesta empresa até 1995.
Durante este período teve oportunidade de trabalhar em vários projectos
na Alemanha e concluir um MBA em Gestao Internacional na Universidade
Católica de Lisboa. Em 1995 foi convidado para regressar à AIG nos Estados
Unidos, sendo pouco depois transferido para o Brasil, para assumir a posição
de director regional da AIG para a América Latina sedeado no Rio de Janeiro.
Em 1996 é também nomeado presidente/CEO da AIG para o Brasil cargo que
mantém até 1998. Neste ano abandona a AIG para ser CEO do Grupo Delphos
no Brasil (joint-venture do Banco Bradesco com a Munich Re, entre outros
sócios locais e internacionais) onde fica até 2002.
No grupo Delphos teve a oportunidade de criar novas empresas na área da
Internet e serviços financeiros tendo tido a sua primeira experiência fora da
actividade seguradora. Em 2002 é convidado pelo Grupo Willis para regressar
à Europa e à actividade seguradora assumindo a posição de CEO da Willis para
a América Latina, sedeado em Londres. Nesta posição assume responsabilidade pelas 17 empresas da Willis espalhadas pela América Latina.
Em 2007 abandona a Willis a convite do Lloyd's para assumir a posição de
Administrador (CEO) responsável pela Área Internacional do Lloyd's que
inclui as seguintes regiões: Europa (incluindo Reino Unido), Ásia, América
Latina, África e Austrália. Esta região representa cerca de 18 mil milhões de
dólares em prémios de seguro.
Nas horas livres gosta de fazer jogging, vela e ensinar matemática aos filhos.
14
José Ribeiro, born February 8, 1961 in
Coimbra, is married and has 3 lovely
children. He attended primary and
secondary education at St. Jullian's School
in Carcavelos. He earned a degree in
Applied Mathematics at the Faculdade de
Ciências de Lisboa (University of Lisbon
- Faculty of Science) with a final grade
average of 18.3 (out of 20). He went on
to earn an M. Sc. in Pure Mathematics at
the Instituto Superior Técnico (IST) while
working there as a teaching assistant
from 1984 through 1987.
In 1987 he began his business career,
having been invited by ALICO (AIG)
to take up a post as chief-actuary and
oversee their pension fund department. In 1990, he was appointed Coordinating
Manager of Victoria Vida (Munich Re Group) where he became chairman in the year
1992. He held the job until 1995.
During this period, he was involved in several projects in Germany and earned an
MBA in International Management from the Catholic University of Lisbon. In 1995,
he was invited to return to AIG in the United States. A short while later, he transferred
to Brazil, where he became AIG Regional Director for Latin America, setting up
his head office at Rio de Janeiro. 1996 brought him an appointment as CEO of AIG
in Brazil, a position he held until 1998. That year, he left AIG to become CEO to the
Delphos Group in Brazil (a joint-venture where Bradesco Bank, Munich Re, and other
local and international partners pool their resources), which lasted until 2002.
With the Delphos Group, he enjoyed the opportunity of creating new Web-based
companies and financial services. This was his first business experience outside the
field of insurance. In 2002, the Willis Group invited him back to Europe — and to the
insurance business — offering him a job as CEO with Willis for Latin America, with
a home office in London. He had to lead 17 Willis-held companies throughout Latin
America.
In 2007, he left Willis to become Director for International Markets at Lloyd’s, with
responsability for the following regions: Europe (including the United Kingdom),
Asia, Latin America, Africa and Australia. This region represents 18 billion dollars in
insurance premiums.
During his spare time he likes to jog, sail, and teach math to his children.
Multinational
Network
Pooling
employee Benefits
Multinational Network Pooling
GEB: Generali Employee Benefits
Uma das maiores redes mundiais
One of the largest global networks
entrevista com Paolo Marini
Interview with Paolo Marini
Eficiência ou adversidade fiscal?
Fiscal efficiency, or just a tax burden?
Fringe Benefits em contexto de multinacional
Fringe Benefits for multinational companies
15
multinational network p o oling
Employee benef its
Multinational Network Pooling
Multinational pooling (Pools) é o processo pelo qual uma empresa,
com dois ou mais locais de risco, coloca os seus seguros numa rede
de seguradoras com representação em vários países. Os objectivos?
Obtenção de resultados financeiros e um maior controlo dos riscos.
Multinational pooling (the establishment of Pools) is the process
whereby a company, controlling two or more risk sites, places insurance
with a network of insurers represented across several countries.
The goal? Obtaining financial results and better risk management.
Na área de Employee Benefits as Pools permitem,
de uma forma coordenada, a colocação dos seguros ligados aos benefícios dos colaboradores em
cada país. Este processo traduz-se na dispersão
de risco a nível internacional e consequente partilha de parte das margens geradas a nível global com
a Casa Mãe de uma Empresa Multinacional.
Os dois principais objectivos da gestão de benefícios através do mecanismo das Pools são a obtenção
de resultados financeiros e um maior controlo dos
riscos.
As Pools assumem assim, antes de mais, um importante papel como veículo financeiro ao serviço das
Multinacionais, pelas poupanças de custos passíveis
de serem obtidas através de economias de escala.
Texto / Text:
Ana Mota
A ideia-base é utilizar as margens dos países com
boa sinistralidade para reduzir ou eliminar as perdas dos países onde possam ter ocorrido mais
ou maiores sinistros. Em vez de ser um cliente relativamente pequeno em muitos países, a multinacional
pode tornar-se um grande cliente a nível global.
Directora
Employee benefits
Mds
emploee benefits
managing director
When it comes to Employee Benefits, Pools permit the
coordinated placement of insurance related to employee
benefits in each country. This process leads to the
even distribution of risk at the international level and
thus the sharing of globally-generated margins with
the Head Office of a Multinational Corporation.
The two main goals in managing benefits through pools
are the financial results and greater control over risk.
Pools become, first and foremost, a significant financial
vehicle at the service of multinational companies,
as they save on costs in a manner possible only within
the context of scale economies.
The basic idea is to use margins available in countries
with good loss expectancy in order to reduce or eliminate
losses in countries where more significant disasters may
have occurred. So instead of becoming a small client
throughout a number of countries, the multinational
company becomes a major client on a global scale.
mds
e-mail:
como funciona | how it works
[email protected]
Subsidiária local
Local Affiliate
Subsidiária local
Local Affiliate
Subsidiária local
Local Affiliate
companhia local POOL
Local Company POOL
companhia local POOL
Local Company POOL
companhia local POOL
Local Company POOL
Final do Ano: Resseguro de 100% do Risco / Close of Fiscal Year: 100% Risk Reinsurance
seguradora assume totalidade do risco
Insurer takes on total risk
dividendo
dividend
Final do Ano: “Multinational Pooling Report” / Close of Fiscal Year: Multinational Pooling Report
casa-mãe da empresa multinacional
Multinational Company Head Office
16
multinational network p o o ling
Employee ben efits
A Casa-Mãe poderá optar por distribuir o dividendo pelos países participantes, aumentando assim a
motivação para as suas subsidiárias participarem na
Pool e contribuírem para a redução dos seus custos
locais com benefícios.
Apesar do processo “Multinational Pooling” ser
oferecido há mais de 40 anos, trata-se de um mercado em franco crescimento e ainda longe de um
estado de real maturação. Embora com diferentes
vantagens potenciais consoante o perfil da multinacional, o mecanismo das Pools é uma solução
adequada para qualquer empresa multinacional.
O número de empresas multinacionais que desfruta actualmente das vantagens de “Multinational
Pooling” rondará as 2500, o que é um número francamente baixo. Sobretudo se tivermos em conta
que é uma solução adequada a qualquer empresa
que se tenha internacionalizado. As multinacionais
que o fizeram são apenas as mais conhecidas, logo,
uma pequena fatia deste mercado.
Na realidade a falta de maturidade deste mercado
começa nas próprias multinacionais, que estão
muito longe de aproveitar todas as vantagens e soluções a que a sua internacionalização dá acesso.
A constituição de uma Pool e os serviços associados
a uma network são, nos nossos dias, importantes
instrumentos de gestão para todas as empresas que
internacionalizem a sua operação e atribuam “employee benefits” fora do seu país de origem.
Claro que as multinacionais de maior dimensão,
com subsidiárias por todo o Mundo, terão a expectativa de obter dividendos mais elevados.
Uma das características relevantes para o sucesso
das “Multinational Pooling”, e que as tornam irrecusáveis, é serem uma solução completamente
isenta de quaisquer custos para a empresa porque
apresenta vantagens intrínsecas para a Seguradora/
Network: ao aumentar o número de países participantes, e consequentemente o número de pessoas
seguras, permite a dispersão do risco, o que leva
à redução da volatilidade da sinistralidade global e à
libertação de parte da margem do prémio de risco.
The Head Office may choose to distribute dividends
among participating countries, thus providing incentive
to affiliates, who will be more willing to take part in the
Pool and contribute to local cost reduction with benefits.
Although Multinational Pooling has been available
for over 40 years, the market is currently growing,
and is still a long way from real maturation. The pool
mechanism is a suitable solution to any multinational
company. However, different companies will draw on
distinct potential advantages depending on their profiles.
The number of multinationals currently enjoying the
advantages in Multinational Pooling is now around
2500, which is a rather small figure. Especially if you
consider that this product would be of benefit to any
company that has gone international. The multinationals
that have adopted the Pool system, are the key players;
therefore, they represent a comparatively small slice of
the pie.
The lack of maturity in the market is attributable to
the multinationals themselves, as they do not make the
most of the advantages and solutions available to them
through their internationalization.
The constitution of a Pool and network-associated
services are, nowadays, important management tools
for any company going international and awarding
employee benefits outside their home country.
Naturally, larger multinational companies, with affiliates
worldwide, may expect more significant dividends.
One of the key facts in the success of multinational
pooling, which makes it impossible to refuse, is that the
solution is completely free of cost to the company.
By this we mean that it comes with intrinsic advantages
to the Insurer/Network: By increasing the number of
participating countries, and consequently the number
of people insured, it allows risk dispersion, leading
to a reduction in the volatility associated with global
loss expectancy and the partial clearance of insurance
premium margins.
“O número de empresas
multinacionais que desfruta
actualmente das vantagens
de ‹‹Multinational Pooling››
rondará as 2500.”
Em vez de ser um cliente relativamente
pequeno em muitos países, a Multinacional
torna-se um grande cliente a nível global:
•A dispersão de risco além-fronteiras
permite à Seguradora/devolver à CasaMãe parte das margens geradas a nível
global
•A Casa-Mãe poderá distribuir esse
dividendo pelos países participantes
- aumentando assim a sua motivação
para participar na “Multinational Pool”
e reduzir os seus custos locais com
benefícios
•Ideia - base: utilizar as margens dos países com boa sinistralidade para reduzir
ou eliminar as perdas dos países com
mais sinistros
Instead of becoming a small client throughout
a number of countries, the multinational
company becomes a major client at the global
level:
• Cross-border risk dispersion, allowing
the Insurer to return a part of global profit
margins to the Head Office.
• The Head Office may then distribute such
dividends among participating countries,
thereby improving their incentive to take
part in the Pool and contribute to local
cost reduction with benefits.
• The fundamental concept: Use profit
margins from countries with good loss
expectancy to reduce or eliminate losses in
countries more adversely affected
“The number of multinationals
currently enjoying the
advantages in Multinational
Pooling is now around 2500.”
17
multinational network p o oling
Employee benef its
Pressupostos:
• O País 1 não tem participação local porque se trata de um
grupo pequeno.
• O País 2 distribui localmente 90% do saldo.
• O País 3 distribui localmente 50% do saldo.
• De uma forma geral a multinacional pode retornar em média
de 8% a 12% dos prémios através do dividendo internacional.
Evidentemente, a experiência dos contratos de seguro pode
variar de ano para ano, e consequentemente os resultados
da cada Pool e respectivos dividendos.
Premises:
• Country one does not participate locally because the group is
small-scale.
• Country 2 distributes 90% of its balance locally.
• Country 3 distributes 50% of its balance locally.
• Generally, a multinational may return 8% to 12% of premiums
through international dividend. Evidently, the experience with
insurance contract may change year to year, and as a consequence,
so will the results from each Pool and its respective dividends.
“(…) Ao aumentar
o número de países
participantes,
e consequentemente
o número de pessoas
seguras, permite
a dispersão do risco.”
“(...) By increasing
the number of
participating countries,
and consequently
the number of people
insured, it allows
risk dispersion.”
Exemplo financeiro dos Ganhos Potenciais | Financial Example of Potential Gains
PAÍS | Country
1
2
3
Total
Prémio
Premium
100,000
200,000
300,000
600,000
Sinistros
Claims
50,000
120,000
145,000
315,000
Despesas Contratuais
Contract Expense
25,000
40,000
45,000
110,000
Saldo
Balance
25,000
40,000
110,000
175,000
0
36,000
55,000
91,000
25,000
4,000
55,000
84,000
Dividendo Local
Local Dividend
Dividendo Internacional
International Dividend
Além da expectativa de mais-valias financeiras
– a distribuição de dividendos – outro dos factores mais valorizados por multinacionais, provavelmente mais relevante para as de menor capacidade,
é o acesso à informação global obtida pela Casa-Mãe
através da Seguradora/Network.
In addition to expected financial gains — the distribution
of dividends — another factor multinationals really
prize, and which may be more significant to smallerscale companies, is the access to global information
obtained by the Head Office through the Insurer/
Network.
A Network disponibiliza ainda à Casa-Mãe da
Multinacional sumários dos planos de benefícios em
vigor nas suas várias subsidiárias.
The Network also provides the multinational’s Head
Office with summaries of the benefits programs in place
at their affiliates.
Esta informação pode ser particularmente útil para
a Casa-Mãe averiguar se os benefícios e os inerentes custos estão em linha com as suas “guidelines”
nesta área, podendo actuar para conferir uma maior
harmonização global.
This information may prove especially useful if the
Head Office wishes to find out whether benefits and
their inherent costs are aligned with their directives on
the matter, and may wish to implement greater global
harmonization of rules and regulations worldwide.
As Network disponibilizam também anualmente
relatórios de perdas e ganhos – Pooling Report – onde
se informa não só o resultado global, mas também de
forma detalhada a performance de cada país.
The Networks also provide annual profit/loss statements
— pooling reports — reporting not only global results
but also breaking down performance per country.
Esta informação constitui uma importante ferramenta de gestão, permitindo à Casa-Mãe averiguar
o porquê de uma sinistralidade elevada em determinado país/subsidiária: Risco inerente à própria
actividade? Inadequação das condições de trabalho?
Necessidade de reforçar os níveis de segurança?
Em praticamente qualquer país do mundo, e em
complemento aos Pooling Reports, a Network disponibiliza igualmente informação sobre quais os benefícios habitualmente atribuídos, o nível de protecção da Segurança Social, legislação aplicável, etc.
Este acesso que, além de mais é gratuito, não está
facilmente disponível às multinacionais que não
adiram a uma Pool.
Algumas das Networks apresentam, ainda, soluções
adaptadas aos colaboradores deslocados e expatriados. Este tipo de colaboradores, com elevado
grau de mobilidade dentro da organização, necessita de soluções flexíveis e adequadas, de difícil
enquadramento nos planos disponibilizados pelas
Seguradoras locais.
18
This information constitutes an important management
tool, allowing the Head Office to determine why a certain
country or affiliate presents high loss expectancy: Risk
inherent in the business itself? Inadequate working
conditions? Is there a need to reinforce security measures?
Practically in every country on Earth, to complement
Pooling Reports, the Network also provides information on
what benefits are usually awarded, the level of protection
afforded by Social Security, applicable laws, etc.
Such access is not only free but not easily available
to multinationals who do not participate in a pool.
Some Networks also provide solutions which have been
tailored to expatriate/off-country employees.
This kind of employee, who enjoys a great deal of
mobility within the organization, needs flexible,
adequate solutions that are difficult to obtain from
local insurers.
multinational network p o o ling
Employee ben efits
A Network pode representar a parceria ideal para
suprir estas carências existentes a nível local, inclusive ao nível dos requisitos técnicos e clínicos inerentes ao processo de passagem de um seguro para
outro, dado que todo esse movimento fica extremamente facilitado ao ocorrer dentro de Seguradores
da própria Network.
The Network may represent an ideal partnership
through which one can fill local gaps, inheriting all
the technical and clinical demands associated with
the transfer from one insurance program to another,
as of that movement is immensely facilitated when it
occurs within insurance companies belonging to the
same Network.
Resumo das vantagens | Overview of the advantages
•Coordenação Central, melhorando o Controlo e Monitorização dos Planos
Employee Benefits implementados
• Central coordination improving control and monitoring of employee
benefit plans that are in place
•Informação sobre o tipo de planos de benefícios e o nível de protecção
da Segurança Social em todas as regiões do Mundo
• Information on all types of benefit plan and the level of protection
afforded by Social Security throughout the world
•Informação sobre a performance e prática das guidelines de cada
subsidiária
• Information on affiliate adherence to guidelines
• Financial dividends
•Dividendo Financeiro
•Conta de perdas e ganhos centralizada, combinando e maximizando
a performance financeira das apólices Employee Benefits
• Loss and gain accounting is centralized, combining and maximizing
financial performance of employee-benefit policies
• Possibility of harmonized benefits — facilitates employee mobility
•Possibilidade de criar harmonização de benefícios – facilitando a
mobilidade de colaboradores
• No additional cost
•Sem custos adicionais
• Local contract, local service: Maintaining share of income
•Contratos locais e Serviço local - ex: manutenção de participação nos
resultados
• Increase in local negotiation capacity — scale economy effect
•Aumento da capacidade de negociação local – efeito economias de escala
Riscos Cobertos | Covered Risk
Aplica-se sobretudo ao Seguro de Vida (riscos
de Morte e Invalidez), mas também a Acidentes
Pessoais e, de uma forma geral, a todos os seguros
de pessoas com uma cobertura de risco.
This pertains mostly to Life Insurance (death and
disability risk), but also to personal accidents and, in
general, all insurance provided to persons with risk
coverage.
Os seguros de Saúde podem ser incluídos na
“Pool” mas, na maior parte dos casos, trata-se
de uma operação pouco lucrativa pelas margens
geralmente negativas geradas por estes seguros.
Health insurance may be included in the Pool, although
for the most part this is not a lucrative move, as more
often than not, this kind of insurance generates
negative margins.
Os planos de Reforma apenas apresentam margens
quando exista um risco (morte, longevidade) que
esteja seguro. Assim, não são poolable planos de
poupança puros.
Pension Plans only generate margins when there is
an insured risk (death, longevity). Even so, standard
savings plans aren’t poolable.
“Os seguros de Saúde
podem ser incluídos
na ‹‹Pool›› mas,
na maior parte dos
casos, trata-se de
uma operação pouco
lucrativa.”
“Health insurance
may be included in the
Pool, although for the
most part this is not
a lucrative move.”
19
multinational network p o oling
Employee benef its
Requisitos habituais para constituir uma Pool
Common requisites to form a Pool
•Normalmente, um mínimo de 100 pessoas
seguras no total, mas sem mínimos por país
•Mínimo de dois países com contratos em vigor
com seguradoras pertencentes à Network
•Mínimo de US$ 20,000 de prémio anual
agregado
• Normally, a minimum of 100 insured persons,
without per country minimums.
• A minimum of two countries holding valid contracts
belonging to the Network Insurers.
• A minimum of US$ 20,000 annual aggregate
premium.
Há cerca de nove Multionatinal Network Pools
actualmente a operar no Mundo, sendo normal que
as multinacionais seleccionem mais do que uma
Pool para permitir, em cada país, a escolha local
da seguradora mais adequada à cobertura dos riscos. A selecção deve ter por base as que apresentam
as características mais adequadas para a expansão
geográfica da empresa, bem como aquelas que fornecem o melhor serviço local.
There are about nine Multinational Network Pools
currently operating in the world. Multinational
companies typically select more than one Pool to work
with, allowing them to choose the best insurer to cover
a given risk in each country.
The selection must be based on the insurers that
demonstrate the highest geographic expansion potential
to the company, as well as those providing the best local
service.
Num estádio mais avançado, a experiência de
Pooling pode levar à gestão dos riscos através de
Cativas. Estas podem chegar a poupanças adicionais de mais 3% a 7%, mas é necessário ter consciência que se passa a assumir os riscos tal como uma
Seguradora.
At a more advanced stage, the pooling experience may
lead to risk management through captives.
Captives may yield additional savings of 3%-7%, but
we must always remember risk will then be handled as
any Insurance company would do.
Para se dar este passo é indispensável avaliar bem
os riscos, os limites de resseguro disponíveis e assegurar que existe capacidade técnica e administrativa de gestão.
Alguns conselhos antes de avançar
no estabelecimento de acordos
de multinational pooling
•Estabelecer localmente um Plano de Benefícios,
mas de acordo com guidelines da Multinacional
•Ter consciência que, pela sua envolvência
internacional, pode ser um processo demorado
•Procurar suporte de consultoria
•As práticas em cada país são muito diferenciadas, pelo que importa ser flexível e paciente
•Ter em atenção as relações das subsidiárias com
o mercado local. As soluções de Pooling têm de
ser entendidas com uma melhoria e não como
uma imposição da Casa Mãe
To take such a step, one must carefully assess the
risk involved, the reinsurance limits available, and
determine that there is technical and administrative
management capacity.
A few tips before entering into
multinational pooling agreements
• Establish a local benefit plan according to multinational
guidelines
• Be aware that the international factors involved
may make this a lengthy process
• Seek consultants
• Practices vary from country to country, so it is
important to be flexible and patient
• Look into the relationships that affiliates maintain
with their local markets. Pooling solutions must
be understood as an improvement to the business,
not as an imposition from the Head Office
Fases para a implementação de uma Pool | Steps to implement a Pool
FASE I - DefinIR OBJECTIVOS
Definir os objectivos e hierarquizar as prioridades com a implementação de uma Pool:
• Redução de custos
• Melhoria das condições de subscrição dos riscos (underwriting)
• Melhoria do controle dos seguradores locais
• Mais e melhor informação de gestão
• Informação financeira anual detalhada por apólice
• Facilidade na mobilidade de colaboradores entre países
Fase 2 - Recolha de Informação sobre as seguradoras da(s) Pool(s)
A forma mais simples é solicitar o preenchimento de um questionário para avaliar da imagem e solidez financeira das seguradoras. Este processo deve ter o suporte de um Broker ou consultor local.
20
Step I - Define Goals
Defining goals and getting your priorities straight when you implement a Pool:
• Cost reduction
• Improving risk underwriting
• Improving control over and for local insurers
• More and improved management information
• Detailed, annual financial statement per policy
• Facility of the mobility of workers between countries
Step 2 – Gather Information on the Insurers that Make up the Pool
The easiest way is to conduct a survey on the public image and affluence of insurers.
This process must be supported by a local broker or consultant.
multinational network p o o ling
Employee ben efits
Fase 3 – Análise
Step 3 - Analysis
A análise dos resultados deve ter em conta os aspectos qualitativos e quantitativos.
É importante, além do factor custo considerar as coberturas oferecidas e os níveis de serviço.
When you analyse results, quality as well as quantity must be considered. Other
than the cost factor, you must consider the coverage and service levels on offer.
Fase 4 – Implementação
Step 4 - Implementation
Após selecção das Networks com maior potencial, deverá ser dada indicação local às subsidiárias de quais as seguradoras com que devem trabalhar (representantes desses mesmos Pools).
Terá de ser garantido, no mínimo, a manutenção das melhores condições locais. Nesta fase
é essencial o suporte de broker ou consultor.
Once you have selected the highest-potential Networks, local affiliates should be advised on the insurers they should work with (representatives of those Pools).
At the very least, one must secure the maintenance of the best local conditions available.
At this stage, the support of a broker or consultant is essential.
Tipos de Pools | Pool Types
Existem dois tipos de Multinational Networks:
There are two kinds of Multinational Networks:
A:
A:
As pools tipo A apresentam como principal vantagem a maior facilidade de coordenação operacional
entre os diferentes países, pois o centro de coordenação é o próprio grupo segurador. A centralização
dos processos dá maior flexibilidade e agiliza bastante as decisões.
Type A pools demonstrate one major advantage: easier
operational coordination among different countries, as
the coordination center is the insurance group itself.
Centralized processes provide greater flexibility and
speedier decision-making.
As que pertencem a um só grupo segurador, exemplos: GEB (grupo Generali), Zurich e Pool AIG
Como desvantagem, a escolha da Companhia em cada
país está limitada à seguradora do grupo nesse país.
Those that belong to a single insurance group, e.g.:
GEB (Generali Group), Zurich and the AIG Pool
A drawback is that the Company’s choice in each
country is limited to the group insurer in that specific
country.
GENERALI
Generali Employee Benefits (GEB) é parte integrante do grupo Assicurazioni Generali. Com sede em Trieste, a Assicurazioni Generali SpA (Generali) foi criada em 1831. O Grupo Generali é uma das maiores
seguradoras da Europa como investidor no mercado de capitais e está entre as cinco principais seguradoras do Mundo em termos de facturação de prémios de seguros.
Criada em 1966, a GEB tem sede em Bruxelas e escritórios regionais em Frankfurt, Londres, Viena, Hong Kong e Parsippany (E.U.A.). Beneficia do suporte financeiro do grupo do Grupo Generali e opera
em mais de 70 países através de equipas especialistas em Employee Benefits e exclusivamente dedicadas a este área.
Esta rede é reconhecida pelas multinacionais como flexível e muito próxima na resolução dos problemas. É líder e a mais experiente rede na gestão de cativas na área de EB.
Generali Employee Benefits (GEB) is incorporated into the Assicurazioni Generali Group. With a head office in Trieste, Assicurazioni Generali SpA (Generali) was established in 1831. The Generali Group is one of the
largest insurance companies in Europe and, an investor in the capital market, and one of the top five insurers in the world regarding insurance premium turnover.
GEB was created in 1966, with a head office in Brussels and regional branches in Frankfurt, London, Vienna, Hong Kong and Parsippany (USA). GEB benefits from the financial support of the Generali Group.
It operates across 70 countries through dedicated teams specializing in Employee Benefits.
The network is acknowledged by multinationals to be flexible and highly proficient when it comes to problem-solving. It is the leading company concerning management of EB captives.
Zurich Employee Benefits Network - ZEBN
Com sede em Zurich, na Suíça, a rede ZEB nasceu há cerca de 30 anos da necessidade de oferecer soluções adaptadas às necessidades dos clientes multinacionais do grupo segurador Zurich.
Está presente em cerca de 50 países e a representação é feita maioritariamente por seguradoras do grupo.
With a head office in Zurich, Switzerland, the ZEB Network was born some 30 years ago out of a need to offer solutions tailored to the necessities of the multinational clients of the Zurich insurance group.
It operates in 50 countries and is represented mostly by group-driven insurers.
AIG
A AIG Global Benefits Network é composta por seguradoras AIG (84) e por outras empresas associadas do Grupo. Esta estrutura permite dar-lhe assistência em mais de 100 países.
A primeira multinational Pool data de 1953 e actualmente é umas das pools que se encontra mais preparada para dar suporte às empresas multinacionais na gestão de cativas na área de EB.
Entre os seus clientes contam-se algumas das mais prestigiadas empresas mundiais, incluindo 50 das 100 referenciadas pela revista Fortune.
Está presente nos mercados emergentes, como China, Europa Oriental, Índia e Vietname e de uma forma geral, a rede AIG distingue-se pelo desenvolvimento de soluções inovadoras.
AIG Global Benefits Network is comprised of AIG insurers (84) and other group associates. This structure allows it to provide support in over a hundred countries.
The first multinational pool emerged in 1953, and nowadays it is one of the pools best positioned to support multinational corporations in captive EB management.
Among its clients you will find a number of prestigious world-class companies, including 50 of the Fortune 100 highest-ranking businesses.
You will find it operating in emerging markets, such as China, Eastern Europe, India and Vietnam. In general, the AIG network is well known for its development of innovative solutions.
21
multinational network p o oling
Employee benef its
B:
B:
As pools tipo B, de uma forma geral, escolhem em
cada país os seguradores melhor referenciados na
gestão de employee benefits, o que pode ser uma garantia de qualidade de serviço. Sendo seguradores
de referência à partida são os preferidos localmente.
Type B pools will, in general, choose the best-ranked
insurers in each country to deal with employee benefits,
which may guarantee quality of service. With a solid
reputation, these will be preferred local partners.
As que agregam diferentes seguradoras, exemplos:
IGP, Insurope e Swiss life.
No entanto, a coordenação central não apresenta o
mesmo grau de agilidade e rapidez nas decisões, pois
as Companhias pertencem normalmente a grupos
seguradores distintos, sendo por isso também mais
difícil obter condições bonificadas para subsidiárias
com um menor número de colaboradores.
Those that are aggregates of several insurance
companies, such as IGP, Insurope and Swiss life.
However, central coordination is not as flexible or fast,
as companies will belong to distinct insurance groups;
for the same reason, it is that much harder to obtain
the best deals for affiliates with a smaller number of
employees.
IGP
Fundado em 1967, o IGP foi um dos pioneiros nos processos de Multinational Pooling e é líder em termos do número de multinacionais e pessoas seguras em gestão nas suas Pools.
IGP é uma divisão da John Hancock E.U.A., que é uma subsidiária da Manulife Financial Corporation. Destaca-se por ser um grupo segurador líder em serviços financeiros com sede em Toronto, no Canadá.
É a maior empresa de seguro de vida na América do Norte e a quarta maior do Mundo em produtos de capitalização.
Com sede em Boston, opera em 65 países e é uma das redes com maior prestígio e das mais reconhecidas pelas Multinacionais. A escolha das seguradoras representantes em cada país baseia-se nos
critérios de estabilidade, forte know-how e liderança na área de EB.
O IGP actua em cada mercado através de executivos de conta apoiados por vários departamentos que prestam suporte quer a nível técnico, quer a nível de Marketing. Tem escritórios em Bruxelas, Singapura
e Tóquio que assistem directamente o atendimento da rede na Europa e na Ásia.
Hoje, o IGP trabalha com cerca de 820 empresas multinacionais e mais de 5.220 filiais em todo o Mundo.
A rede IGP organiza regularmente para os seus clientes multinacionais seminários sobre vários temas de recursos humanos e mais especificamente na área de benefícios.
Established in 1967, IGP pioneered Multinational Pooling and leads the field in terms of the number of multinationals and persons insured through its Pools.
IGP is a division of John Hancock USA, which is a subsidiary of Manulife Financial Corporation. It stands out as a leader in financial services and its current head office is in Toronto, Canada. IGP is the largest life
insurance company in North America and fourth largest in the world concerning capitalization products.
With offices in Boston, it operates in 65 countries and is one of the most prestigious networks and a preferential partner to multinational corporations.
Choice of insurer per country is based on criteria of stability, established know-how, and leadership in EB. IGP is present in international markets through account executives, supported by several departments
rendering technical and marketing support. It has branch offices in Brussels, Singapore and Tokyo that drive network service throughout Europe and Asia.
Currently, IGP is working with 820 multinational corporations and more than 5,220 affiliates worldwide.
The IGP organizes regular seminars for its multinational clients on several human resources topics, and especially dealing with benefits.
insurope
A INSUROPE é uma associação de seguradoras Vida independentes entre si, cuja cooperação é supervisionada e controlada por um Comité Executivo. Foi criada no final dos anos 60 com o objectivo de dar
suporte às empresas multinacionais suas clientes na área de EB.
Está representada em mais de 80 países no Mundo inteiro. Tem sede na Bélgica (em Bruxelas) e cinco escritórios de coordenação nos E.U.A. - Nova Iorque Michigan, Califórnia e em dois locais, em
Connecticut, que gerem também as operações da América Latina e Canadá.
Tem ainda uma operação montada no Reino Unido e escritório em Singapura e Xangai para apoio ao negócio na zona da Ásia Pacífico.
Além da estrutura especializada que trabalha nos escritórios centrais, a rede dispõe de equipas especializadas em cada um das seguradoras representantes da rede. Tem actualmente sob gestão cerca
de 550 contas multinacionais, que correspondem a cerca de 5.500 planos locais.
Curiosamente, apesar de ser uma rede com origem e sede na Europa, o negócio proveniente de empresas multinacionais americanas representa cerca de 55% do total.
INSUROPE is an association of mutually independent life insurers. Their cooperation is supervised and controlled by an Executive Committee. It was established in the late 1960s to provide support on EB
to its multinational clients.
It is represented throughout 80 countries worldwide. With head offices in Belgium (Brussels) and five coordinating branch offices in the USA - New York, Michigan, California, and two Connecticut sites, which also
manage operations in Latin America and Canada. It also runs an operation in the United Kingdom and offices in Singapore and Shanghai to support business in the Asia/Pacific region.
Not only does the network boast a dedicated structure in place at the head office, but also specialist teams in each of the insurers participating in the network. It currently manages some 550 multinational accounts,
which correspond with 5,500 local plans.
Curiously enough, being a European network, business from American multinationals represents around 55% of their turnover.
swiss life
A Swiss Life Network é uma associação de algumas das principais empresas de seguro de vida e das redes mais antigas - acerca de 50 anos - a operar nesta área, com representação em mais de 70 países.
A Swiss Life Network tem sua sede em Zurique, na Suíça, onde trabalham equipas de profissionais especializadas e é reconhecida pela sua experiência e pelo grau de confiança que proporciona aos seus
clientes.
Swiss Life Network in association of some of them leading life insurers and some of the oldest networks - approximately 50 years old - operating in the field, and is represented throughout 70 countries.
Swiss Life Network has a head office in Zurich, Switzerland, where specialist professionals drive its business. Swiss Life is known for its experience and the degree of trust it places in its clients.
22
multinational network p o o ling
Employee ben efits
Principais networks a operar nos mercados Europeu e da América Latina
Main networks operating throughout the European and Latin American markets
AIG
*92
PAÍSES | COUNTRIES
GENERALI
*86
IGP
*60
INSUROPE
*79
SWISS LIFE
*64
ZURICH
*51
Zurich Argentina
Cia. De Seguros
ARGENTINA
Alico Seguros
Generali
SMG Life
HSBC - New York Life
Galicia Vida
Compañia de Seguros
AUSTRALIA
Aig Australia
Comminsure
AMP Life Limited
AXA
Hannover Life
Tower Life/
Zurich Australian Life
Wiener Städtische
Zuerich VersicherungsAktiengesellschaft
AUSTRIA
Gothaer/Aig Europe
Generali
Victoria-Volksbanken
Uniqa
BAHRAIN
Alico
Bahrain National Life
-
-
-
-
BELGIUM
Ethias/Aig Europe
Generali
Fortis Insurance
Fortis Insurance
Delta Lloyd
Vivium
BRAZIL
Unibanco Uniseg
Generali
Mapfre Brazil
HSBC Seguros
Icatu Hartford Seguros
Companhia de Seguros Minas
Brasil Vida e Previdência
BULGARIA
CANADA
CHILE
CHINA
COLOMBIA
CYPRUS
Generali
-
Uniqa Insurance plc
-
Bulstrad DSK Life
AIG Life
Sun Life Financial
Manulife Financial
Standard Life
Great West Life
Industrial Aliiance Insurance
La Interamericana
ING Chile
Mapfre Compañia
de Seguros de Vida de Chile
-
Cruz Del Sur
Chilena Consolidada
Seguros de Vida
AIA
Generali
Taiping
Ping An
Ping An Life
New China Life
AIG Colombia
Generali
Pan American de Colombia
-
Seguros Bolivar
Compañia de Seguros
Bolivar S.A.
ALICO
-
-
Universal Life
Aspris Pronia
-
AMCICO AIG Life
Generali
AXA zivotní pojist'ovna
Uniqa pojistovna a.s.
Kooperativa
ING Nationale-Nederlanen
Topdanmark/AIG Europe
A/P Pension
PFA Pension
Danica Pension
Danica Pension/PFA
Pension/IHI
Nordea Liv & Pension
CZECH REPUBLIC
DENMARK
AIG Life Bulgaria
FINLAND
FRANCE
GERMANY
GREECE
HONG KONG
HUNGARY
INDIA
IRELAND
Tapiola
Tapiola
Mandatum Life
Madatum Life
Ilmarinen
Fennia Life
Quatrem
Generali
AXA France Vie
GAN
Swiss Life
Groupe Médéric
Gothaer/AIG Europe
Generali/Central
Krankenversicherung
Victoria
Alte Leipziger
Swiss Life
Zurich Deuscher Herold
Lebensversicherungs AG
ALICO AIG Life/
Interamerican
Generali
Ethniki Hellenic General
Universal Life (Hellas)
Aspis Pronia
-
AIA
Generali
AXA China Region
Manulife
Sun Life Hong Kong
Zurich Life
AHICO AIG Life
Generali
AEGON Hungary
Groupama
UNION Biztosito
ING Nationale-Nederlanden
Kotak Mahindra Life
Insurance
ICICI Prudential Life
Insurance Company
TATA - AIG
Generali
Max New York Life
HDFC Standard Life
Friends First/AIG Life
Irish Life
Irish Life Assurance
Hibernian Life & Pensions
Irish Life
Eagle Star Life Assurance
ITALY
AIG Life/Unionvita
Generali
Fondiaria-SAI S.p.A
Fondiaria-SAI S.p.A
Apulia Previdenza
Zurich Investment Life Spa/
Zurich Insurance Ireland
JAPAN
ALICO/AIG Star/AIG Edison
Mitsui
Dai-ichi
Asahi Mutual/AXA
Meiji Yasuda Life
Nippon Life
Baloise Life
Foyer Vie
Fortis Luxembourg
Fortis Insurance
Luxembourg
Swiss Life
Dexia Life & Pensions
-
Middle Sea
-
-
-
-
AIG-Mexico
Generali
Seguros Monterrey
New York Life
Grupo Nacional Provincial
Seguros Inbursa
Zurich Vida
Compania de Seguros S.A.
-
-
-
RMA Watanaya
-
Zurich Vida
Compania de Seguros S.A.
NETHERLANDS
Achmea/AIG Europe
Generali
ASR Insurance
Delta Lloyd
Zwitserleven
-
NEW ZEALAND
LUXEMBOURG
MALTA
MEXICO
MORROCCO
AIA
Sovereign
Tower New Zealand
AXA New Zealand
Hannover Life
-
NIGERIA
-
-
-
-
-
-
NORWAY
Vital Forsikring/Gjensidge
Vital Forsikring
Storebrand
Storebrand
Danica Pension/Vital
Forsikring
Nordea Liv/Vital Forsikring
PANAMA
PERU
POLAND
PORTUGAL
ALICO
Generali
PALIC
Sagicor Life
Assa Compania de Seguros
-
Pacifico Vida
Mapfre
-
Pacifico Vida
-
Rimac International Seguros
AMPLICO AIF Life
Generali
Warta Life Assurance
Commercial Union
Compensa Zycie
ERGO Hestia S.A.
Zurich Companhia
de Seguros
Alico/aig Life Ireland
Generali
Victoria Seguros
T-Vida/Tranquilidade
Groupama Seguros
ALICO
Qatar Insurance Company
ACE
-
-
-
AIG Life Asigurari
Generali
-
Aviva Asigurari de Viata
-
Omniasig Life
AIG Life
Ingosstrakh
Aviva Insurance Company,
ZAO
ERGO Life Ltd.
Rosgosstrakh
Insurance Company
ERGO Life Ltd.
-
Zurich Life Insurance
Company Ltd.
QATAR
ROMANIA
RUSSIA
SAUDI ARABIA
ALICO
-
-
-
-
-
-
-
-
-
AIA
Great Eastern
Aviva
HSBC Insurance
NTUC Income Insurance
TM Asia Life Singapore Ltd.
AMSLICO
Generali
AXA zivotní pojist'ovna a.s.
Uniq Poistovna
Kooperativa poist'ovna
ING NationaleNterlanden poist'ovna a.s.
SLOVENIA
-
Generali
Victoria-Wolksbanken
-
-
Zavarovalnica Tilia d.d.
SOUTH AFRICA
-
Hollard
Old Mutual Life
Sanlam
Momentum Life
Alexander Forbes life
Zurich Vida España
SENEGAL
SINGAPORE
SLOVAK REPUBLIC
ALICO/AIG Life
La Estrella (Generali)
Caja de Seguros Reunidos,
CASER
España S.A.
Vida Caixa
LF Group/AIG Europe
Generali Pan Europe/Euro
Accident
SPP
SPP Liv
Danica Pension
Zurich Life
Swiss Mobilar/AIG Europe
Generali/Helvetica/Sanitas
AXA Winterthur life
Bâloise
Swiss Life/Helsana
Zurich Lebensversicherungs
- Gerellschaft/Zurich
SPAIN
SWEDEN
SWITZERLAND
TUNISIA
-
Maghrebia
-
-
-
-
TURKEY
Ameriacan Life Hayat
Sigorta
Generali/Anadolu Hayat/
Anadolu Sigorta
Yapi Kredi Emeklilik A.S,/
Yapi Kredi Sigorta A.S.
Basak Groupama Emeklilik/
Basak Groupama Sigorta
New Life Yasam Sigorta A.S.
Anadolu Hayat Emeklilik
ALICO
Oman Insurance Company
-
-
-
Zurich Life
U.A.E.
UKRAINE
UNITED KINGDOM
UNITED STATES
URUGUAY
VENEZUELA
*Total de países | Total of countries
ALICO AIG Life
Generali Garant Life
-
Uniqa Life
Rosgosstrakh
-
AIG Life/Remedi
Generali/Europ Assitance/
BUPA
AXA PPP/Canada Life
Canada Life/BUPA
UnumProvident
Zurich Eagle Star Life
AIG American General
Sun Life Financial/
UnitedHealth Group
Prudential
Prudencial Financial
Fort Dearborn Life
UNUM Group /Zurich US,
A&H
ALICO
Mapfre
Mapfre Uruguay
-
-
-
Seguros Venezuela
Seguros Venezuela
Mapfre La Seguridad
-
Seguros Comerciales Bolivar
Surich Seguros S.A.
Fonte: BI, 9 Março 2009 | Source: BI, 9 March 2009
23
multinational network p o oling
Employee benef its
GEB: Generali Employee Benefits
Uma das maiores redes mundiais
One of the largest global networks
Paolo Marini
Director – Vendas, Marketing
& Comunicação dos escritórios
do geb a nível mundial
Em que consiste o GEB?
What does GEB consist of?
PAOLO MARINI (PM): O ‘Generali Employee
Benefits’ (GEB) é uma unidade estratégica do grupo
Generali, com sede em Bruxelas e escritórios em
localizações-chave em todo o mundo: Londres,
Frankfurt, Viena, Hong Kong, Xangai, Singapura,
Dubai, New Jersey, Atlanta, São Francisco.
Em 2010 planeamos abrir mais dois escritórios,
na Índia e em Miami, Florida, com cerca de 100
especialistas dedicados unicamente aos ‘employee
benefits’ internacionais. São todos profissionais de
seguros experientes, com uma média de mais de
15 anos em cargos superiores, que falam várias
línguas e estão à vontade para tratar, a nível de
administração, com empresas multinacionais e os
seus assessores. Cerca de 1400 companhias multinacionais confirmam diariamente a sua confiança
na nossa organização, contando com o GEB para as
necessidades de seguros dos seus colaboradores.
PAOLO MARINI (PM): Generali Employee Benefits
(GEB) is a strategic unit of the Generali group,
with headquarters in Brussels, with offices in key
locations around the world: London, Frankfurt,
Vienna, Hong Kong, Shanghai, Singapore, Dubai, New
Jersey, Atlanta, San Francisco. We plan to open two
additional offices in 2010 in India and Miami, FL.
Some 100 specialists uniquely devoted to
international employee benefits staff these locations.
They are all experienced insurance professionals, with
average seni­ority of over 15 years, speaking several
languages and at ease in dealing at management
level with multinational corporations and their
advisors. Some 1.400 multinational companies
confirm their trust in our organization daily by
relying on GEB for their personnel’s insurance needs.
Director – Sales, Marketing
& Communication of GEB’s
international offices.
Bio:
Paolo Marini tem
a responsabilidade global
das vendas, marketing
e comunicação dos escritórios
do GEB a nível mundial.
É uma função característica
de uma sede, que implica
muitas viagens, assim como
um conhecimento seguro
dos mercados de ‘employee
benefits’ em todo o Mundo,
a direcção de cerca
de 50 pessoas espalhadas
por todos os continentes
e a relação com vários clientes,
corretores e consultores
Bio:
Paolo Marini has the global
responsibility for sales, marketing
and communication activities
carried out throughout the world
by GEB’s international offices.
It is a head office function
implying a lot of travel as well
as a certain knowledge of the
employee benefits markets
around the world, management
of about 50 people scattered
across all continents and
relationship with several major
clients, brokers and consultants.
24
Quando teve início este programa e porque razão
se formou como unidade integrada de ‘Employee
benefits’ com gestão internacional?
PM: Numa atitude inovadora, a Generali fundou
a sua rede de ‘employee benefits’ há quase 45 anos,
em 1966. Se os clientes que, nas décadas de 60 e
70, nos escolheram ainda hoje estiverem vivos, são
todos nossos clientes.
Já festejámos com vários desses clientes os 40 anos
de parceria, confirmando assim a longevidade do
nosso modelo de negócio.
A razão principal desta atitude, tão perspicaz
naquela altura, foi a firme convicção, que temos
ainda hoje, de que as empresas grandes não podem
ser dirigidas por uma abordagem desconexa,
isoladas por país ou mesmo por subsidiária. Estes
clientes merecem ser tratados a nível de grupo,
sem uma visão limitada, concentrada numa única
árvore, enquanto se perde de vista
a floresta no seu todo.
Em quantos países está representado?
PM: Actualmente, o GEB reúne mais de 120 companhias de seguros a operar em 95 países e continua a crescer a bom ritmo. A Índia e o Kasaquistão
são apenas as operações mais recentes. Planeamos
entrar no Vietname em 2010.
Seguimos os nossos clientes multinacionais onde
quer que os negócios os levem e, simultaneamente,
contribuímos para a expansão do grupo Generali.
A nossa rede inclui companhias que são propriedade
da Generali, joint ventures e parceiros sem relações
dependentes de acções com o grupo Generali, todos
eles ligados pelos mesmos tratados de resseguro.
Em cada um destes 85 mercados, ‘nework links’
bem informadas, seleccionadas entre os nossos
parceiros locais, representam o GEB no terreno
e servem os nossos clientes segundo o mais alto
nível de competência e integridade.
When did this program begin and why was it
formed as an integrated and internationally
managed unit of Employee benefits?
PM: With a pioneering move Generali founded its
employee benefits network almost 45 years ago,
in 1966. All the clients that chose us in the sixties
and seventies are still with GEB today, if they still
exist. With several of them we already celebrated
40 years of partnership, thus confirming the
longevity of our business model. The main reason
for such a far-sighted move at that time was the
firm belief, which we still hold today, that large
corporations cannot be handled with a fragmented
approach, in isolation by country or even by
factory. These clients deserve to be treated at group
level, free from narrow views concentrating on
a single tree while losing sight of the forest.
How many countries is it represented in?
PM: Today GEB gathers over 120 admitted insurance
companies in 95 countries and it is steadily growing.
India and Kazakhstan are just the most recent
additions and we plan to enter Vietnam in 2010.
We follow our multinational clients wherever
their business takes them and at the same time we
contribute to the expansion of the Generali group.
Our network includes Generali-owned companies,
joint ventures and partners with no shareholding
relationship to the Generali group, all linked with
the same reinsurance treaties. In each of these 95
markets, knowledgeable “network links” selected
within our local partners represent GEB on the
ground and serve our clients according to the
highest standard of competence and integrity.
multinational network p o o ling
Employee ben efits
Que espécie de ‘Pools’ comercializa o GEB e quais
são as diferenças entre eles?
What kind of Pools does GEB commercialise and
what differences are to be found between them?
PM: O GEB oferece vários tipos de ‘pools’, diferentes nos níveis de protecção dos resultados e nos
métodos de partilha de riscos com os Clientes. O
leque de oferta compreende, entre outros, instrumentos de compensação de resultados como
mecanismos de ‘stop loss’ total a parcial das perdas
que transitam de um exercício para os seguintes,
com ou sem franquia. Não se trata de produtos
fechados: cada um é o resultado de uma negociação específica, reflecte
a experiência de determinado cliente e denota
um certo grau de personalização que é a norma
quando os nossos Clientes se encontram entre as
maiores empresas do Mundo. Na realidade, a partir
do estudo de satisfação do cliente que realizámos
em 2008 entre corretores, consultores e clientes,
verificou-se que a flexibilidade era um dos mais
fortes trunfos do GEB.
A acrescentar a isto, o GEB é o líder mundial
do resseguro de riscos de ‘employee benefits’ para
Cativas: um nicho de mercado que está em rápida
expansão e que introduz níveis novos de complexidade e lealdade mais elevados na relação com
um grupo multinacional.
PM: GEB provides several types of pools, differing
in the levels of protection of the revenue and the
method of sharing risk with the clients. They range
from full to partial stop-loss, to loss carry forward,
with or individual excess of loss protection... These
are not off-the-shelf products: each of them is the
result of a specific negotiation, reflects the experience
of one single client and features a certain degree
of customization which is the norm when your
counterparts are the world’s biggest corporations.
In fact, from the customer satisfaction survey we
carried out in 2008 among brokers, consultants
and clients, it turned out that flexibility was one
GEB’s strongest assets. In addition, GEB is the
world leader in reinsurance of employee benefits
risks to captive insurance companies: a special
niche which is fast expanding and which brings
the relationship with a multinational group to
whole new levels of complexity and loyalty.
Quais são as principais diferenças entra
a oferta do GEB e a de outras redes?
PM: Precisamente desde a sua fundação, o GEB
funcionou numa base de resseguro a partir de cada
segurador local para a sede, diferindo do modo
de operar da concorrência, permitindo sempre que
se encare a relação com o cliente a partir de um
ponto de vista verdadeiramente global.
A nossa representação geográfica, o investimento
em infra-estruturas tecnológicas e administrativas para gerir resseguros a partir de 120 companhias cedentes, às quais os nossos clientes podem
aceder, e, finalmente, o grande entusiasmo e
profissionalismo dos nossos colaboradores contam
certamente muito no sucesso do GEB hoje e nas
suas perspectivas de futuro. Por fim, certamente
que nos dá paz de espírito sabermos que a protecção dos colaboradores está entregue a um grupo
segurador caracterizado por quase dois séculos de
actividade ininterrupta e algumas das melhores
informações financeiras do ramo.
What main differences are there between
GEB’s offer and that of other networks?
PM: Since its foundation, GEB has always operated
on the basis of reinsurance from each local insurance
carrier to the head office, differing from the operating
mode of the competition and always allowing us to
view the relationship with a client from a truly global
standpoint. Our sheer geographic representation,
the investments in technological and administrative
infrastructures to manage reinsurance from 120
ceding companies which our clients can access and
finally the passion and professionalism of our people
do count very much in GEB’s success today and its
prospects for the future. Finally, it certainly gives
peace of mind to know that employees’ security
is entrusted to an insurer featuring nearly
two centuries of interrupted activity and some
of the industry’s best financial ratings.
25
multinational network p o oling
Employee benef its
Fringe Benefits em contexto de multinacionais
Fringe Benefits for multinational companies
Eficiência ou adversidade fiscal?
Fiscal efficiency, or just a tax burden?
O objectivo de garantir um nível de rendimento
equivalente aos colaboradores de multinacionais,
localizados em diferentes Estados, muitos deles
deslocalizando-se geograficamente ao longo da
sua vida activa ao serviço da mesma organização,
constitui, sem dúvida, um dos maiores desafios
que actualmente se colocam a estas entidades.
Indo além da remuneração base ou fixa, estas organizações oferecem hoje aos seus colaboradores
um conjunto, mais ou menos amplo, de incentivos
e benefícios, podendo apresentar a seguinte tipologia de agregação:
•Compensação por resultados
Modalidades de participação nos resultados ou
de incentivo a melhores desempenhos com base em lucros da entidade patronal;
Texto / Text:
Ana Teixeira de Sousa
consultora fiscal
•Transporte individual
Pagamento de despesas, fornecimento de trans porte ou de viatura individual;
sócia da FSO consultores
fiscal consultant
partner at FSO consultores
Bio:
Licenciada em Direito
pela Faculdade de Direito
da Universidade Católica
Portuguesa de Lisboa.
Pós-graduação em ‘Estudos
Europeus / Direito Comunitário’
na mesma Universidade
15 anos de experiência na
área fiscal, a maioria dos quais
passados no Departamento
Fiscal de duas das “Big Four”
como responsável pela área
Human Capital e Employee
Benefits e pela área dos Planos
e Fundos de Pensões,
tendo saído para integrar
a FSO Consultores.
Professora convidada
do Mestrado em Gestão
Fiscal do ISCTE – Instituto
Superior de Ciências do
Trabalho e da Empresa.
26
Bio:
Degree in Law from the Law
School of the Universidade
Católica Portuguesa in Lisbon.
Post-graduate certificate in
“European Studies/EC Law”
at the same University.
15 years’ experience on tax
matters. Most of the period was
spent at the Tax Department
within two of the “Big Four,”
leading the sections for Human
Capital and Employee Benefits;
and for Pension Plans and
Funds, respectively. She left
to join FSO Consultants.
One of the guest lecturers
at the MBA in Fiscal
Management at the ISCTE.
•Segurança e Protecção
Esquemas complementares de segurança social
e protecção na vida/invalidez;
•Saúde
Protecção do próprio e do seu agregado familiar na doença;
•Serviços Pessoais
Fornecimento de bens e serviços relacionados com necessidades individuais, no exercício profissional e nos tempos livres;
•Educação e Formação
Compensação de despesas com formação e educação do próprio e dos seus familiares.
Por outro lado, a centralização na atribuição de alguns
destes benefícios é uma medida de melhoria de gestão
Nowadays, multinational corporations face a significant
hurdle. They must ensure that employees are paid
according to a principle of equivalence, especially those
who move from one country to another throughout their
active lives at the service of the same organization.
More than a base, fixed salary, these organizations
now offer their employees a number of incentives and
benefit plans, which may be grouped in the following
way:
• Compensation for company revenue
Participation in company revenue or incentives
for good performance based on the employer's profits;
• Individual transportation
Paid expenses, arranged transportation or company car;
• Security and protection/coverage
Complements to social security, life/disability coverage;
• Health
The employee and their family receive health
coverage;
• Personal Services
Supply of goods and services connected with indivi
dual needs both professional and personal;
• Education and Training
Payment of education and training expenses, for the individual and their family.
Centralizing the attribution of some benefits goes
a long way toward improving management and more
rational human resource policies.
However, to determine a fair and balanced compensation
scale and remove obstacles to the free circulation of
workers can be helped or hindered by a number of
factors, namely local rules and regulations concerning
multinational network p o o ling
Employee ben efits
e racionalização das políticas de recursos humanos.
Contudo, o objectivo de nivelamento de benefícios
e eliminação de obstáculos à livre circulação de
trabalhadores pode ser facilitado ou dificultado por
um conjunto de factores, nomeada-mente pela
regulamentação local aplicável em termos de
legislação laboral, de segurança social ou fiscal.
Efectivamente, são áreas em que não existe harmonização, mantendo-se os Estados plenamente
soberanos para fixar as suas próprias regras.
A título exemplificativo, mas bem ilustrativo daquilo que tem sido o esforço das empresas, Estados
e da própria União Europeia para ultrapassar
os obstáculos de ordem fiscal à mobilidade dos
trabalhadores, atente-se ao caso dos Planos de
Pensões subscritos por empresas a favor dos
trabalhadores.
Um primeiro grande passo dirigido à eliminação
das fronteiras fiscais decorre da jurisprudência do
Tribunal de Justiça Europeu nos já celebres casos
Danner (C-136/00) e Skandia (C-422/01) em que
o Tribunal determinou que as contribuições para
fundos de pensões estrangeiros devem beneficiar
das mesmas deduções fiscais daquelas contribuições que são entregues a fundos de pensões
nacionais. Nesta sequência a Comissão Europeia
notificou, em 2003, Portugal, Espanha, Bélgica
e França para adaptarem as suas legislações, o que
Portugal concretizou em 2005, quer a nível do IRS
quer em sede de IRC.
Não obstante, mantêm-se um conjunto de obstáculos ou factores de distorção fiscal que, não só
poderão dificultar a atribuição transfronteiriça
de benefícios decorrentes de Planos de Pensões
internacionais, como exigem uma rigorosa quantificação de custos e um adequado conhecimento
das legislações fiscais nacionais e planeamento
tributário, de entre os quais destacamos:
labour laws, social security or tax laws. In fact, there
is no international harmonization here. States and
governments are entirely free to determine local rules.
A significant example, not untypical of the efforts
that companies, governments and the EU itself do to
overcome tax hurdles that impede worker movement,
are the Pension Plans subscribed by companies on
behalf of their employees.
One of the first steps geared towards the elimination of
fiscal borders comes from the rulings of the European
Court of Justice on the now-famous trials of the Danner
(C-136/00) and Skandia (C-422/01) cases, where the
Court determined that contributions toward foreign
pension plans must benefit from the same tax deductions
as contributions handed over to national pension
funds. As a result, in 2004 the European Commission
notified Portugal, Spain, Belgium and France that
they should adapt their legislation. Portugal complied
in 2005, adapting both the IRS (personal income tax)
and the IRC (company income tax).
Yet a set of obstacles or fiscal distortions remain.
These may not only impede the cross-border award of
benefits tied with international pension plans but they
also demand strict cost management and adequate
knowledge of national fiscal regulations and tax
structures, among which the following stand out:paid
out. Other states, however, where certain kinds of
plans may be concerned, follow a “TEE” scheme, which
entails the taxation of contributions and not benefits.
This lack of country-to-country coherence, associated
with worker mobility, may lead to double taxation or
non-taxation, which must be resolved or attenuated
via Double Taxation Agreements.
27
Multinational network P o oling
eMPloyee BeneF its
i. regimes de dedução fiscal
das contribuições para planos
de pensões
i. tax-deduction schemes
on contributions towards
pension plans
Existem diferenças substanciais nos regimes e limites da dedução fiscal, em cada Estado, a nível das
contribuições entregues pelas empresas e pelos indivíduos. Atente-se, a título ilustrativo, no seguinte
quadro resumo:
There are substantial differences among schemes
and limits to tax deductions in each country, which
is why companies and individuals provide varying
contributions. The following table summarizes a
number of differences:
dedução Fiscal de contribuições para Planos de Pensões (simplificação) | tax-Deduction on contributions toward Pension Plans (simplified)
conTribuição | COnTRIBuTIOn
PaÍs | COunTRY
enTiDaDe eMPregaDora | EMPLOYER
TrabalhaDor | wORkER
BelgiuM
12% ou 32% da Massa salarial*
12% or 32% of payroll basis*
12% ou 32%
12 or 32%*
united kingdoM
até £215.000**
up to £215,000**
até 100% do salário anual**
up to 100% of annual salary**
united states
até 25% do salário**
up to 25% of salary**
até $15.500**
up to $15,500**
JaPan
até JPy 23.000 ou JPy 46.000 por mês*
up to JPY 23,000 or JPY 46,000 a month*
n/a*
n/A*
netherlands
limitada pelos limites dos benefícios e contribuições
Limited by restrictions on benefits and contributions
limitada pelos limites dos benefícios e contribuições
Limited by restrictions on benefits and contributions
sPain
até €10.000 ou €12.500**
up to €10,000 or €12,500**
até €10.000 ou €12.500
up to €10,000 or €12,500
Portugal
até 15% ou 25% da massa salarial
up to 15% or 25% of payroll basis
até €2.000/ano
up to €2,000 a year
* Plano de contribuição Definida ** Planos fiscalmente elegíveis /* Plan with predefined contribution ** Fiscally eligible plans
ii. tributação das contribuições na fase
da entrega | capitalização | pagamento
de benefícios
ii. tax on contributions upon
delivery | capitalization | payment
of benefits
A maior parte dos Estados segue um regime de
“EET” que significa que as contribuições não são
tributadas na fase da entrega nem da capitalização
mas apenas na fase do pagamento de benefícios. No
entanto, em alguns Estados, ou relativamente a determinado tipo de Planos, segue-se o regime “TEE”
que nos reconduz à tributação das contribuições e
não dos benefícios. Esta falta de harmonização, associada à mobilidade dos trabalhadores, pode conduzir a situações de dupla tributação ou não tributação, que terão que ser resolvidas ou atenuadas por
recurso a Acordos de Dupla Tributação.
Most governments adhere to an “EET” scheme, meaning
that contributions toward payment plans are not taxed
when they are remitted to the pension fund, nor when
they are capitalized, but only when benefits are paid
out. Other states, however, where certain kinds of
plans may be concerned, follow a “TEE” scheme, which
entails the taxation of contributions and not benefits.
This lack of country-to-country coherence, associated
with worker mobility, may lead to double taxation or
non-taxation, which must be resolved or attenuated via
Double Taxation Agreements.
Concluindo, parece ser absolutamente essencial
uma constante monitorização, por parte das empresas, multinacionais ou não, da acção dos Estados e
instituições europeias, nomeadamente decisões do
Tribunal de Justiça Europeu, que tentam encontrar
uma solução adequada para os obstáculos fiscais
à transferência de direitos de pensão acumulados
para fundos de pensões dentro e fora dos EstadosMembros, combinando a manutenção dos direitos
de pensão com uma maior mobilidade laboral.
28
In essence, there appears to be the need for constant
vigilance from companies, whether multinational
or not. Governments and European institutions are
constantly working to find an adequate solution to
the fiscal obstacles to the transfer of accrued pension
rights across pension funds both in and outside EU
Member-states, combining the maintenance of pension
rights with greater mobility for workers.
steve Jackson
30
steve Jackson
um apaixonado pela américa latina
A passion for Latin America
Steve
Jackson
“toda a américa latina é um mercado emergente”
“The whole of Latin America is an emergent market”
director das holdings cooPer gay Para a aMÉrica latina
MAnAGInG DIRectoR, LAtIn AMeRIcA, cooPeR GAY HoLDInGs
Steve Jackson tem muitos desejos.
Quer trabalhar numa indústria seguradora
mais eficiente na cobertura das pessoas contra
catástrofes naturais, mas também ambiciona
mais transparência neste sector e mais tempo
para dedicar à família. Com 27 anos
de experiência na Cooper Gay, um dos maiores
brokers de seguros e resseguros do Mundo,
dirige actualmente a operação da América
Latina, onde se sente praticamente “em casa”.
E não tem dúvidas de que o futuro será feito
de grandes oportunidades de negócio.
Steve Jackson has many wishes. He wants to
work in an insurance industry which is more
efficient in covering people against natural
disasters, but also seeks more transparency
in the sector - and more time to devote to
his family. With 27 years of experience at
Cooper Gay, one of the biggest insurance
and reinsurance brokers in the World, Steve
is currently managing its operations in Latin
America, where he feels almost at home.
And there’s no doubt that the future will
be one of great business opportunities.
ser um profissional do mercado segurador não
era, certamente, o seu desejo de infância. Porque
acabou por escolher esta carreira profissional?
When you were a child, you probably didn’t wish
to work in the insurance market. Why did you
choose this job? Why the insurance market?
steve Jackson (sJ): Tem toda a razão, nenhuma
criança diz que quando for grande quer trabalhar
no mercado segurador. E eu não fui excepção. Na
verdade, lembro-me que cheguei a desejar trabalhar
na gestão de hotéis, mas depois não segui esse
caminho. Mas o meu pai já lidava com este sector
e quando acabei os estudos estava sem ideias sobre
o que fazer e foi ele que me aconselhou a experimentar trabalhar na rede de corretores do Lloyd's.
steve JAcKson (sJ): You are absolutely right, no child
says that he wants to work in the insurance market.
And I wasn’t an exception. In fact, I remember that
I even wanted to work in hotel management, but I
didn’t follow that path. But my father worked in this
business and when I left school I had no idea what
to do and it was him that suggested that I should try
to work in the Lloyd’s insurance brokers network.
Que memórias tem do trabalho do seu
pai no mercado segurador? como é que
uma criança via aquele trabalho?
sJ: Na verdade, o meu pai passou 25 anos a
trabalhar na indústria seguradora. Trabalhava na
Royal Insurance Company e passou esses 25 anos
a viver em diversas partes do Mundo. A principal
recordação que tenho era a de ver o meu pai sempre
a viajar. De dois em dois anos mudávamos de país.
What do you remember about your father's
job? How did a child see the industry?
sJ: Actually, my father worked for 25 years in
the insurance market. He worked for The Royal
Insurance Company and spent those 25 years
working in different parts of the World. As a
child, I didn’t really appreciate the industry.
What I recall is my father travelling a lot and
having to move country every two years.
31
steve Jackson
“Comecei como
estagiário de corretor
e a pouco e pouco
comecei a achar
aquele trabalho muito
interessante.”
“I started as a trainee
broker and gradually
I realised that it was
a very interesting job.”
hoje confirma que essa necessidade de viajar
se mantém nesta actividade.
People travelled a lot at that time and can
you confirm that it is still the same today?
sJ: Completamente. Tenho em Londres a minha
base, mas efectivamente viajo muito por todo o
Mundo. Eu nasci em Lexter, no Norte de Inglaterra,
mas não vivi lá muito tempo. Quando fiz um
ano comecei a viajar com os meus pais e a viver
em diferentes cidades, incluindo em África e na
América Latina. Ter visto os meus pais a viajar por
todo o Mundo fez-me querer viajar também, mas
ao mesmo tempo querer ter uma base, que está em
Londres, onde vivo há 27 anos. É importante ter
uma base para onde regressar após as viagens.
sJ: Absolutely. I am based in London, but I really
travel a lot around the whole World. I was born in
Lexter, in the North of England, but did not live
there long. At the age of 1 I moved with my parents
to different cities of the World, including in Africa
and Latin America. I saw my parents travelling a lot
around the World, and that’s why I also wanted to
travel, but at the same time I want to have a base,
and my base is in London, where I have lived for 27
years. It’s important to have a base to come back to.
How did you start your carreer?
como foram os primeiros passos nesta sua carreira?
sJ: Entrei na Cooper Gay há 27 anos. Foi aí que
comecei como estagiário de corretor e a pouco
e pouco comecei a achar aquele trabalho muito
interessante, sobretudo porque conhecia
muitas pessoas de sítios muito diferentes do
Mundo. Quando saí da escola não tinha qualquer
qualificação relevante para este trabalho. Foi
a partir daí que comecei a frequentar os cursos
que me permitiam realizar os exames necessários
para progredir nesta carreira profissional.
como define o seu papel dentro da
cooper gay? Qual é a sua missão?
sJ: Actualmente estou a gerir toda a operação
da Cooper Gay na América Latina. Como já vivi
na região, compreendo bem a cultura local e
tenho a sorte de ter aprendido a falar espanhol
desde muito cedo, desde os 3 ou 4 anos.
tem mais dificuldades com o Brasil?
“Cada país tem
o seu próprio estilo
de abordagem
ao mercado segurador
e de negociação.
O México é muito
diferente da Colômbia,
por exemplo, e ambos
são muito diferentes
do Chile.”
“Each country has its
own style of approach
to the insurance market
and trading. Mexico
is very different from
Colombia, for example,
and both are very
different from Chile.”
32
sJ: Sim, é verdade. Infelizmente não consigo lidar
tão bem com a língua portuguesa, como lido com
a espanhola. É certo que graças à experiência que
tenho tido com os mercados português e brasileiro
já consigo perceber e até ler português, mas não
sei falar a língua. A leitura não é tão difícil porque
se assemelha muito ao espanhol, mas entender
uma conversação já é muito mais complicado.
ter vivido a cultura da américa latina é hoje
uma mais-valia para o seu trabalho?
sJ: Para quem não entende a mentalidade da
América Latina é natural que esta pareça difícil
de compreender à primeira vista. Na verdade,
a postura da região face aos seguros não é muito
diferente da europeia, até porque estamos a falar de
uma indústria muito globalizada. As coberturas
e os produtos são relativamente similares em todo
o Mundo. No entanto, a forma como se actua nestes
países pode ser diferente, assim como
a forma como se aprecia determinada cobertura
ou como se encaram os produtos. E, obviamente,
cada país tem o seu próprio estilo de abordagem
ao mercado segurador e de negociação. O México
é muito diferente da Colômbia, por exemplo,
e ambos são muito diferentes do Chile.
Que países são mais maduros em
termos de indústria seguradora?
sJ: Eu lido sobretudo com a área de seguros para
catástrofes e aqui todos estão mais ou menos
ao mesmo nível de maturidade porque já lidam
com estes seguros e com o mercado londrino há
muito tempo. A linha de produtos que não está
tão desenvolvida é a de seguros pessoais e também
a área das responsabilidades, que ainda está
relativamente pouco desenvolvida nestes países.
sJ: I started 27 years ago at Cooper Gay as a trainee
broker and gradually I realised that it was a very
interesting job, particularly because I had the
opportunity to meet lots of people from different
places. When I left school I didn’t have any relevant
qualifications for the job. Then I started to take the
relevant exams and made some progress in my career.
How do you define your role at cooper Gay?
What’s your mission?
sJ: At the moment, I’m managing director of the Latin
American operations at Cooper Gay. I’ve lived in
Latin America, I’ve always had an appreciation and
a good understanding of the local culture and I‘m
lucky because I learned Spanish at a very early age.
I have spoken Spanish since I was 3 or 4 years-old.
so you probably have more difficulties with Brazil…
sJ: Yes, it’s true. Unfortunately, I can’t deal with
the portuguese language as well as I deal with
Spanish. Thanks to the experience I have had
with the Portuguese and Brazilian markets, I can
understand and even read portuguese, but I can’t
speak the language. Reading is not so difficult
because it’s similar to Spanish, but understanding
a conversation is very difficult for me.
As you lived in a Latin American culture, do
you think it is an advantage in your work?
sJ: For those who don’t understand the mentality
of Latin America it’s difficult to understand at
first. In fact, they see the insurance market as
no different to any European country, as we are
talking about a highly globalized industry. The
services and the products are relatively similar
throughout the world. But the way it works in
these countries may be different, as well as how to
appreciate certain coverage or the way they view
their products. And of course, each country has its
own style of approach to the insurance market and
trading. Mexico is very different from Colombia, for
example, and both are very different from Chile.
Which countries have a more
mature insurance market?
sJ: I work specifically with natural catastrophes and
in this area all the countries are at relatively the same
level of maturity because they have dealt with this
insurance and the London market for a long time.
The product line that is not so developed is personal
lines and also the area of responsibility, which is
still relatively undeveloped in these countries.
33
steve Jackson
“Acredito que há
um grande potencial
nas linhas de
seguros pessoais,
cujo mercado local
é ainda muito pouco
competitivo face
à indústria europeia
ou norte-americana.”
“I believe there is great
potential in personal
lines, competition in
the local market is
still low compared to
the European or North
American markets.”
Mas que países da américa latina podem ser
considerados emergentes neste mercado segurador?
But what Latin America countries could be considered
emergent markets in this insurance industry?
sJ: Do ponto de vista das linhas de seguros
pessoais, toda a América Latina pode ainda
ser considerada com um mercado emergente.
Há talvez alguns países com maior robustez
do ponto de vista regulatório. O Chile pode
ser um exemplo e a Colômbia também. Mas
há outros países latino-americanos que têm
ainda muito para melhorar a este nível.
sJ: On personal lines, the whole Latin America
can be considered an emergent market.
Maybe there are some countries with greater
robustness of the regulatory environment. Chile
could be an example and Colombia as well.
But there are other Latin American countries
that still have a lot to improve at this level.
e a que linhas de produtos reconhece maior
potencial de crescimento nos próximos tempos?
sJ: Eu acredito que há um grande potencial nas
linhas de seguros pessoais, cujo mercado local é
ainda muito pouco competitivo face à indústria
europeia ou norte-americana. E ao nível das
responsabilidades, a população está a ficar mais
desperta para os seus direitos e para aquilo que
pode exigir e reivindicar. Estamos a falar de
países com elevada densidade populacional,
muita pobreza e muitas necessidades de
protecção que estão ainda a descoberto.
a pobreza é uma das dificuldades a enfrentar
na abordagem a este mercado?
sJ: Efectivamente é um grande desafio para os
profissionais, até porque a pobreza é também
responsável por grande parte da instabilidade
política que se vive nestes países. Mas há sinais
positivos, de crescimento económico, que talvez
possam atenuar um pouco os índices de pobreza.
como antevê o futuro deste
mercado latino-americano?
sJ: Eu acredito que a América Latina tem um grande
potencial, sem dúvida, e olhando especificamente
para a minha área é fácil perceber que muitos países
da América Latina têm uma grande exposição a
catástrofes naturais. Veja-se o caso do México, por
exemplo, que já foi afectado por sismos, furacões
e inundações. Haverá necessidade de proteger
a Economia do impacto destas catástrofes, mas
o facto de a densidade populacional também
estar a aumentar motiva maiores necessidades
nas linhas de seguros pessoais. E a Cooper Gay
estará lá para cobrir essas necessidades. Temos um
longo historial de envolvimento com a América
Latina, onde operamos desde o final dos anos
sessenta. Actualmente temos uma posição muito
relevante neste mercado latino-americano, nos
principais países, com um nome que já ganhou
notoriedade. Por isso estamos confiantes na
captação de oportunidades emergentes.
como avalia a maturidade do mercado brasileiro
de seguros? e como perspectiva a sua evolução?
sJ: O Brasil está relativamente bem desenvolvido ao
nível do mercado segurador e na área de bancassurance está especialmente bem desenvolvido,
em comparação com outros mercados latinoamericanos. O que não está tão desenvolvido é o
resseguro e esse é um problema para os operadores,
que precisam desse suporte para os seus negócios.
34
And what kind of product lines have more
potential to grow in the future?
sJ: I believe there is great potential in personal lines,
competition in the local market is still low compared
to the European or North American markets. And at
the level of responsibility, the population is becoming
more awake to their rights and what they can
demand and claim. We are talking about countries
with large populations, lots of poverty and big needs
for protection in areas which are still uncovered.
so, poverty is one of the difficulties
to faced in this market?
sJ: Indeed it’s a huge challenge for the professionals,
because poverty is also responsible for much of
the political instability that happens in these
countries. But there are positive signs of economic
growth, which could reduce some poverty.
How do you see this Latin American
market in the future?
sJ: I believe that Latin America has a great potential,
without any doubt, and specifically from my areas
point of view, Latin America countries have a large
exposure to natural catastrophes. Look at Mexico,
for example, which has been affected by earthquakes,
hurricanes and floods. There will always
be the need to protect the Economy from the impact
of these disasters, but the fact that the population
density is increasing also motivates the greatest needs
in the personal product lines. And Cooper Gay
will be there to meet those needs. We have
a long history of involvement with Latin America,
which has been operating since the late sixties.
Currently, we have a very important position
in the Latin American market, in the major countries,
and with a great brand name. That’s why we
believe there are some emerging opportunities.
How do you see the maturity of the Brazilian insurance
market? And how do you predict its evolution?
sJ: Brazil is relatively well developed in the insurance
market and is especially well developed in the area
of bancassurance in comparison with other Latin
American markets. What is not so developed is the
reassurance market and this is a problem to insurance
players that need some support for their business.
steve Jackson
a importância do escritório de Miami
The importance of the Miami office
"Recentemente a Cooper Gay decidiu abrir um novo escritório em Miami,
em resposta à evolução dinâmica do mercado latino-americano.
Nos últimos dez anos, quase todos os territórios da região registaram os efeitos
da globalização. Hoje, em alguns seguradores mundiais como a Liberty, Zurich,
Mapfre e conta Chartis, o mercado latino-americano representa mais de 50%
do rendimento subscrito e essa situação só tende a aumentar ainda mais. Miami
é a capital financeira não oficial da região e foi escolhida por muitos destes
players globais como pólo regional e, como tal, muitas das decisões
de subscrição de resseguro são tomadas lá. Do outro lado da equação
de resseguro, a cidade é também anfitriã de um número crescente
de resseguradores regionais especializados cuja quota de mercado está
a aumentar rapidamente. O propósito do escritório de Miami da Cooper Gay
passa pela a prestação de serviços aos escritórios situados em cada região,
aumentar e melhorar a nossa relação comercial com os resseguradores locais”
“Cooper Gay recently decided to open a new office in Miami in response
to the evolving dynamic of the Latin American Market. Over the past ten years
or so almost all territories in the region have experienced the effects
of globalization. Today in a number of markets global Insurers such as Liberty,
Zurich, Mapfre and Chartis account for over 50% of the total income written
and this situation is only likely to increase further. Miami as the unofficial
financial Capital of the region has been chosen by many of these global players
as their regional hub and as such many of the Reinsurance buying decisions
are taken there. On the other side of this Reinsurance equation, the City
is also host to a growing number of regional specialist Reinsurers
whose market share is rapidly increasing. Cooper Gay Miami’s role
is to service the regional head offices and increase and improve
our trading relationship with the local Reinsurers.”
Fonte: Mike Hernandez
Source: Mike Hernandez
Vice-Presidente Sénior para os Assuntos Regionais, Cooper Gay América Latina
Senior Vice President for Regional Treaty, Cooper Gay Latin America
35
steve Jackson
“o Brasil oferece excelentes oportunidades”
“Brazil offers excellent opportunities”
cooper gay
no Mundo
A Cooper Gay foi fundada em 1965 por
Derek Cooper e David Gay. De acordo com
dados estatísticos de 2008, é o 5º maior
broker de resseguro do Mundo, com mais
de 25 escritórios em 19 países e mais
de 660 colaboradores.
Principais linhas de negócio: property,
responsabilidade civil, engenharia e
construção, riscos profissionais & financeiros, riscos políticos & terrorismo, marítimo
& aeroespacial, recursos naturais, resseguro, wholesale.
VN 2009: 100 milhões de libras
cooper gay na
américa latina
A Cooper Gay está presente na América
Latina desde a década de 80. Este
mercado representa aproximadamente
20% do volume de negócios da Cooper
Gay Holdings Limited. O mercado da
América Latina representa 2,5 % do
negócio segurador Mundial.
Que importância tem o mercado brasileiro para
a cooper gay?
How important is the Brazilian market
to cooper Gay?
sJ: É um mercado ainda relativamente novo para nós,
mas sabemos que tem potencial. Antes de lá entrar
esperámos até ter sinais de que o mercado ressegurador iria abrir, por isso só temos uma operação forte no
Brasil há quatro anos. Hoje estamos em Brasília, no Rio
de Janeiro e em São Paulo. É um mercado enorme e,
como tal, torna-se numa excelente oportunidade para
nós e para outros operadores. Sentimos que vamos
enfrentar uma forte concorrência nos próximos anos.
sJ: It is still a relatively recent market for us, but
we know it has a huge potential. We waited until we
saw signs that the reinsurance market would open,
so we have only had a strong operation in Brazil for
four years. We are in Rio de Janeiro and Sao Paulo.
It is a huge market and it’s an excellent opportunity
for us and for other players. We feel that we will be
facing some big competitors in a couple of years.
como descreve a sua relação com a Mds Brasil?
sJ: Temos uma óptima relação, que começou com
José Manuel Fonseca e a equipa portuguesa. Estamos
atentos a boas oportunidades de negócio que possam
resultar dessa parceria. Para a MDS Brasil, este novo
mercado aberto é uma novidade a que ela se está ainda
a adaptar e para a Cooper Gay é a oportunidade para
trabalhar com um grande broker do Brasil. Ambos
temos de entender os mercados uns dos outros, as
nossas idiossincrasias e a forma como tudo funciona.
lembra-se de quando conheceu José Manuel Fonseca?
sJ: Fomos apresentados há uns quatro anos, por um
amigo comum, que trabalha em Vigo. Fiquei muito
bem impressionado. Obviamente não me esqueci
desse encontro. Temos excelentes relações com a
MDS, em Portugal, e acredito que há muito para
explorar na nossa relação de negócio, com
benefícios para ambas as partes.
How do you describe your relationship
with MDs Brazil?
sJ: We have a great relationship established with José
Manuel Fonseca and the Portuguese team, and we are
open to great business opportunities that may occur.
To Lazam, this newly opened market is an innovation
that needs some adjustments and for Cooper Gay it’s
the opportunity to work with a great broker in Brazil.
We both have to understand each other’s markets,
our idiosyncrasies and the way everything works.
Do you remember how did you met
José Manuel Fonseca?
sJ: We were introduced four years ago, by a
mutual friend that works in Vigo. I was very
impressed. Obviously, I didn’t forget that
meeting. We have a great relationship with MDS
and I believe that there is a lot to explore in our
business, with advantages for both sides.
Do you have any predictions to the insurance market?
cooper Gay
Worldwide
Cooper Gay was founded in 1965
by Derek Cooper and David Gay.
According to 2008 statistics, Cooper
Gay is the world's fifth largest
reinsurance broker with more than
25 offices in 19 countries and over
660 employees. Main business areas:
property, casualty, construction &
engineering, professional & financial
risks, political risks & terrorism,
marine & aerospace; natural
resources, reinsurance, wholesale.
Turnover 2009: £100 million
cooper Gay
in Latin America
With a presence in Latin America
since the 1980's. Latin America
represents approximately 20%
of Cooper Gay Holdings Limited
turnover. The Latin American market
represents 2,5 % of World Insurance.
36
como prevê a evolução do mercado segurador?
sJ: Olhando para o futuro, antevejo uma indústria
com muito menos papel, o que é algo positivo. Também antevejo um futuro mais científico e transparente, onde os prémios são calculados de forma mais
científica. E gostaria de ver a indústria seguradora a
dar uma resposta eficiente a outros aspectos prioritários para as populações e que são cada vez mais falados porque afectam todo o Mundo, como o são as
catástrofes naturais. Fico sempre muito triste quando vejo que a indústria seguradora não consegue
dar resposta a uma catástrofe. No futuro é preciso
encontrar uma forma de proteger melhor as pessoas.
sJ: I see an industry with much less paper, which
is something positive. I also believe the future will
be more clear and scientific, where premiums will
be calculated in a more scientific way. I would
like to see the insurance industry being able to
give an efficient response to other priority aspects
to populations around the world, like natural
catastrophes, which affect the whole world. I become
very sad when I see the insurance industry unable
to respond to a natural catastrophe. In the future,
we must find a way to protect people even better.
today how do you define cooper Gay?
And how do you see it in the future?
como define hoje a cooper gay? e como a vê no futuro?
sJ: A Cooper Gay é hoje um dos principais brokers de
seguro e resseguro independentes do mundo. Temos
uma presença global e uma dimensão verdadeiramente internacional, com uma rede de 25 escritórios na Europa, Américas, Ásia e Ásia-Pacífico. Detemos uma posição de mercado única e acreditamos
que a podemos expandir à escala mundial, através
de ambiciosos planos de crescimento para o futuro.
sJ: Cooper Gay is one of the world's leading
independently owned insurance and reinsurance
brokers. We have a global presence and truly
international reach, with a network of over
25 offices operating from countries across
Europe, the Americas, Asia and Australasia.
We have a unique market position and believe
that we can extend it on a worldwide scale,
with ambitions growth plans for the future.
Fora do mercado segurador, quem é steve Jackson?
outside the insurance market, who is steve Jackson?
sJ: Algumas pessoas acreditam que nem sequer
existe algum Steve Jackson fora do trabalho. Tenho
45 anos e uma das minhas resoluções de Ano Novo é
tentar reservar mais tempo para a família e para praticar desporto. Gosto de ténis, de golfe e de squash,
mas não tenho tido tempo para praticar. E obviamente quero passar mais tempo com os meus filhos,
de 16 e 13 anos. Quero dedicar-me mais à família.
sJ: Some people believe there is no Steve Jackson
outside work. I’m 45 years-old and one of my
New Year’s resolutions is to find more time to
dedicate to my family and to play sports. I like
tennis, golf and squash, but I don’t have time to
play. And, obviously, I want to spend more time
with my kids, who are 16 and 13 years old. I
really want to dedicate more time to my family.
Jorge luZZi
38
Jorge luZZi
The Global Risk Manager
Jorge
Luzzi
os desafios de trabalhar na Pirelli
The challenges of working in Pirelli
Prémios de carreira:
Outro marco importante
na carreira de Jorge
Luzzi é o RIMS Goodell
Award, o prémio que
recebeu em 2002 e
que mais aprecia. Foi
a primeira vez que o
prémio foi atribuído a
um não anglo-saxónico
e esta organização
representa um mercado
onde as questões de
Risk Management estão
mais desenvolvidas.
“Para mim foi um
grande orgulho receber
este prémio”.
Lifetime awards:
Another highlight in Jorge
Luzzi’s career was the
RIMS Goodell Award,
which he received in
2002. It’s a favorite by
far. This was the first
time the award was
given to a non-AngloSaxon. This organization
represents a market
where Risk Management
issues benefit from
heightened awareness.
“I am very proud
of this award.”
Quando Jorge Luzzi começou a sua carreira
estava longe de imaginar os desenvolvimentos
profissionais que viria a ter e os desafios que
teria de ultrapassar. Mas com uma
personalidade aberta aos contactos pessoais e
uma disponibilidade para relacionamento
internacional, o caminho estava facilitado e o
desenvolvimento profissional como Risk
Manager garantido.
When Jorge Luzzi started his career, he could
not possibly imagine the professional path
he would follow, or the hurdles he would have
to overcome. Open to meeting new people
and engaging them one-on-one, willing to
pursue an international career, the path ahead
was clear and professional development
as a Risk Manager was the way to go.
Com pais de origem italiana e suíça, Jorge Luzzi
nasceu na América do Sul, em Buenos Aires,
Argentina, mas formou-se em Itália tornando-se
um coração aberto ao mundo. O seu crescimento
e formação na região da Lombardia, bem como a
sua origem sul-americana, foram provavelmente
os ingredientes necessários para se tornar um
profissional de reconhecida competência, com
grande sensibilidade para as relações humanas e
diferenças culturais entre países. Possui quatro
passaportes - suíço, italiano, argentino e, o mais
recente, brasileiro, adquirido por casamento com
a sua mulher, a qual viria a conhecer graças a um
tema em comum: o Brasil. Filha de um alto quadro da Nestlé no Brasil, a sua mulher acabou por
viajar para esse país ainda muito jovem. Mais tarde
regressou à Suíça para uma pós-graduação.
Born to italian and swiss parents in Buenos Aires,
Argentina, he studied in Italy, where he discovered
that his heart was open to the world. Growing up in
Lombardy, gifted with a South American background,
he became a competent professional attuned to human
relationships and cultural differences among countries.
He currently holds four passports — swiss, italian,
argentinean and now a brazilian one, through his
marriage. He met his wife thanks to a shared interest
in Brazil. She was the daughter of a highly positioned
Nestlé official in Brazil, and had lived in the country
from an early age. Later in life she would return to
Switzerland for postgraduate studies.
A carreira de Jorge Luzzi começou no início da
década de 80, num representante de uma seguradora japonesa e logo a seguir num corretor de
seguros, a actual Marsh. Foi curto o período em
que esteve nestas duas empresas e em que desempenhou funções de prestação de serviços a Risk
Managers, tendo mudado para uma empresa
farmacêutica.
Jorge Luzzi’s career began in the early 1980s, working
at a branch of a Japanese insurance broker and soon
after at another broker that would become the company
we now know as Marsh. He didn’t stay long at either
company, where he assisted Risk Managers. Luzzi took
a job with a pharmaceutical company.
39
Jorge luZZi
Vista exterior do edifício
sede da Pirelli, durante o dia
Exteriour view of Pirelli
headquarters, by day
A empresa em causa era a suíça Ciba-Gigy (actualmente Novartis), próxima das suas origens. Nessa
altura ficou colocado no Departamento de Seguros,
então autónomo e não integrado em qualquer
outra área, por exemplo a contabilidade. Já existia
na Suíça um corretor cativo que lidava apenas com
o risco químico, dada a sua especificidade e por
ser muito difícil de colocar este risco no mercado
de seguros. Este corretor era responsável também
pela cativa de seguros da empresa e foi um dos primeiros contactos que Luzzi teve com a moderna
abordagem de Risk Management.
This was Swiss company, Ciba-Gigy (now trading as
Novartis), a company he felt culturally close to. At the
time he was placed with the Insurance Department
which was then autonomous, rather than subordinated
to another area, such as Accounts. Switzerland already
boasted a captive insurer that dealt only in chemical
risks; these were highly specific and extremely hard to
shop for in the insurance market. This broker was also
responsible for the company’s insurance captive and
offered one of Luzzi’s first encounters with modern
approaches to Risk Management.
da suíça para o Brasil
From Swiss to Brazil
“O desafio era
grande: colocar os
riscos brasileiros nos
programas globais
do Grupo Pirelli
com seguradores
internacionais.”
“Major challenge:
placing brazilian risk
within the Pirelli Group
global programs
and with international
insurance brokers.”
40
Em 1987 ingressa no Grupo Pirelli e fica destacado,
por um período de quatro meses, na Suíça num
Departamento Central/Corporativo de Seguros,
sediado em Basileia, de que albergava a gestão
de uma rede de brokers cativos. Uma abordagem
muito particular de como o Grupo geria os seguros,
o que actualmente já não acontece.
In 1987, Luzzi joined the Pirelli group and was placed,
for four years, in Switzerland. There he joined the
Central/Corporate Insurance Department, with a head
office in Basel that centralized the management of a
captive broker network. This was a rather peculiar
approach to insurance management and is no longer
current.
Em 1993, continuando no Grupo Pirelli, troca a
Suíça pelo Brasil. Entre as razões que justificam essa
deslocalização há duas que, segundo Luzzi, mostram a grande evolução deste tema no seio da companhia: a primeira está relacionada com o facto de
a empresa abandonar o conceito de brokers cativos para passar ao conceito de Risk Management,
com um departamento próprio para estes temas. A
outra, de nível mais conjuntural, está relacionada
com a existência de incertezas e indefinições na
América do Sul sobre estes temas e uma eventual
alteração no mercado de seguros no Brasil. Assim,
inicia funções neste país para implantar o conceito
de gestão de risco como o entendemos agora.
In 1993, still with the Pirelli Group, Luzzi leaves
Switzerland for Brazil. Among the reasons behind the
move, Luzzi points out two that typify remarkable
evolution within the company: The first is connected
with the company discarding the concept of captive
brokers and embracing the Risk Management concept,
and instating a specialist department for each relevant
area. The other one is connected with the uncertainty
and lack of definition in South America where risk
management themes are concerned, and possible
changes in the Brazilian insurance market. The way he
saw his job was, he would implement the concept of risk
management as we have come to understand it.
A vida não foi fácil para este gestor vindo da
Europa. O desafio era grande: colocar os riscos brasileiros nos programas globais do Grupo Pirelli com
seguradores internacionais, pois havia questões
regulamentares importantes para ultrapassar com
a autoridade do sector, o IRB. Este departamento,
com um desempenho muito positivo, viria a concentrar no Brasil, já em 2001, todas as actividades
de Risk Management do Grupo Pirelli na América
Latina, América do Norte, Extremo Oriente e
Austrália (Oceânia). Uma verdadeira função corporativa que servia vários negócios e países a partir
de São Paulo, no Brasil. Segundo Luzzi, esta abordagem faz todo o sentido pois se assim não for não
se consegue ter poder negocial.
The European manager was in for a bumpy ride. Major
challenge: Placing Brazilian risk within the Pirelli
Group global programmes and with international
insurance brokers raised significant regulatory issues
that he had to take up with the sector authority in
Brazil, the IRB. His department delivered very positive
outcomes and Brazil, as early as 2001, would become
the center of all Pirelli Risk Management activities in
South America, North America, Far East and Australia.
True and inspiring corporate leadership serving several
businesses and countries from São Paulo, Brazil.
According to Luzzi, this is the only way to maintain
leverage in business.
Jorge luZZi
Na altura, e ainda hoje, o mercado brasileiro é por
si só muito grande para o Grupo e que quase rivaliza com Itália, estando o grupo organizado com
dois grandes centros corporativos em Milão, Itália,
e outro em São Paulo, Brasil. O funcionamento
deste departamento assentava numa gestão centralizada no departamento chefiado por Luzzi,
incluindo a responsabilidade por grandes países
como a China e os Estados Unidos. Em Itália eram
geridas as outras regiões do mundo como a Europa,
Médio Oriente e África. Em 2005, por decisão do
Grupo, foi solicitado que Luzzi voltasse a Itália para
chefiar todas as actividades de gestão de risco do
Grupo Pirelli a nível mundial.
At the time, much like today, the Brazilian market
was vast and nearly outperformed Italy. The Group
is organized around two major corporate centers in
Milan, Italy and São Paulo, Brazil. The department ran
on centralized management led by Luzzi, and took on
responsibility for large countries such as China and the
United States. Italy managed other parts of the world,
namely Europe, Middle East and Africa. In 2005, the
Group asked Luzzi to return to Italy and there lead all
Pirelli risk management activities at the global level.
como se forma um gestor de risco
how to make a Risk Manager
Hoje em dia as funções de um Risk Manager podem
ser muito variadas e obrigam a lidar com todos os tipos
de riscos que os negócios colocam, o que dá origem a
situações por vezes difíceis de gerir. Esta é uma realidade que Jorge Luzzi está habituado a ultrapassar.
Luzzi diz que “cresceu com a profissão…” e considera que aprendeu a fazer ao longo da sua carreira.
Refere ainda que ser Risk Manager é uma actividade
muito particular e diferente da maior parte das funções numa empresa. “A pessoa que segue o Risk
Management, ou numa visão mais restrita os seguros,
tem que ser especial.” É uma actividade que percorre
transversalmente a empresa e é necessário conhecer
todos os detalhes de cada área.
Quando se está em presença de um novo produto ou
serviço é necessário conhecer com alguma profundidade os aspectos críticos desse negócio ou produtos que se estão a comercializar de forma a encontrar cobertura de seguro adequada. Só conhecendo
as especificidades de cada negócio é que se consegue
estabelecer um adequado e bom programa de seguros para essa actividade ou negócio, considera Luzzi.
E refere que “se há manhã há alguma dificuldade na
gestão do pessoal da empresa, por exemplo saúde ou
acidente de trabalho, é necessário ter conhecimento
dessas realidades de uma forma bastante concreta,
para se montar um programa de seguros que seja
capaz de responder às questões fundamentais que são
colocadas”.
Nowadays, the duties assigned to a Risk Manager can
be quite varied and will make him or her deal with all
kinds of risk inherent in a number of businesses, which
can give rise to delicate situations. Jorge Luzzi is well
used to managing the near-unmanageable. He tells us
that he “grew into the job” and, throughout his career,
he learned by doing. To him, being a Risk Manager is
a very specific job, quite different from most business
duties. “Anyone going into Risk Management, insurance
in general, has to be special.” The job demands that
you get to know the inner workings of each company
department.
“A pessoa que segue
o Gerenciamento
de Risco, ou numa
visão mais restrita
os seguros, tem que
ser especial.”
When you come across a new product or business,
you have to deepen your understanding of the critical
aspects inherent in the business or product so as to
determine the best possible coverage. You really have
to know the traits and quirks of a business before you
lay down a good, solid insurance plan for that business,
Luzzi explains. “Imagine that there’s a difficulty with
staff management, like a health concern or an accident
in the workplace. You need to know what the company
is about and how it operates in order to define an
insurance plan to address the key concerns at stake.”
“Anyone going into Risk
Management, insurance
in general, has to be
special.”
Publicidade Pirelli: Stella
Bianca e Stelvio
Pirelli advertising: Stella
Bianca e Stelvio
41
Jorge luZZi
Bicocca degli arcimboldi
O Grupo Pirelli guarda algumas relíquias deveras interessantes. Uma das mais impressionantes é uma casa senhorial privada de meados do século XV,
a Bicocca degli Arcimboldi.
Originalmente a propriedade pertenceu à família Arcimboldi que a usava para festas de caçadas e períodos de veraneio. Mais tarde, a Bicocca foi mudando
de proprietário para outras famílias italianas e teve vários fins ao longo do tempo, tornando-se parte do património da Pirelli em 1917.
Quando o edifício foi construído, a área era campo aberto e encontrava-se às portas de Milão. A sua arquitectura assenta numa tipologia de dois andares
de forma rectangular com dimensões de quarenta por treze metros, sendo um exemplo bastante representativo das residências privadas daquele tempo
e que chegou quase inalterado até aos nossos dias.
A sua decoração original contava com frescos nas paredes retratando aspectos da vida quotidiana daquele tempo. Uma parte significativa destas obras
de arte conseguiu vencer a força destruidora do tempo e ainda hoje é possível admirar a sua beleza nos aposentos deste edifício.
Actualmente é usada pelo Grupo Pirelli como espaço para conferências de imprensa, reuniões sociais ou eventos com parceiros especiais da empresa.
The Pirelli Group treasures a few remarkable relics. One of the most impressive is a manor from the mid-fifteenth century, the Bicocca degli Arcimboldi.
The property originally belonged to the Arcimboldi family, who used to summer there. It doubled as their hunting lodge, as it were. The Bicocca manor changed
hands, from one Italian family to the next, and served a number of uses. It was acquired by the Pirelli Group in 1917.
When the building was erected, it stood in open country outside Milan. It is a two-storey, rectangular building, forty meters long and thirteen meters wide. Bicocca
manor is typical of cotemporary private residences. The architectural style has reached our days with little change.
The original decor included frescoes on the walls, portraying scenes from 15th-century life. A significant portion of these frescoes have stood the test of time.
You can still admire their beauty.
Currently, it is used by the Pirelli group to host press conferences, social gatherings or events with special company partners.
42
Jorge luZZi
o gerenciamento de risco na Pirelli
Risk Management at Pirelli
“O principal problema
nos Estados Unidos
é ser um mercado
que trabalha com
indemnizações muito
altas.”
Neste grande conglomerado industrial com uma
diversidade de negócios e riscos, há poucas actividades na empresa que não estejam ligadas ou
tenham impactos com o Risk Management. A
estrutura actual do departamento orienta-se por
ter áreas que lidam com riscos específicos no grupo
e em alguns casos existem situações onde há uma
pessoa responsável por um país e empresa para
lidar com todos os riscos a estes associados. Muitos
elementos desta função não estão localizados na
área corporativa, estão em cada país reportando
hierarquicamente à gestão local, mas funcionalmente ao Risk Management.
“The main problem
with the United States
is that the market
works with extremely
burdensome indemnity
payments.”
Esta última situação acontece com a área de
Product Liabiliy na América do Norte. Para este
risco, neste mercado, existe uma equipa própria chefiada por um responsável pela área de
Contencioso e Jurídico, com as valências e competências técnicas na equipa que são necessárias
para acompanhar todos os problemas nos produtos
vendidos.
Para Luzzi, o principal problema nos Estados
Unidos é ser um mercado que trabalha com indemnizações muito altas. O risco é de baixa frequência,
não são processos que ocorrem frequentemente,
mas se ocorrerem podem vir a ter proporções
muito significativas. No entanto, a cobertura de
seguros para este risco é uma cobertura mundial
de responsabilidade civil, de âmbito mundial com
condições específicas para o mercado da América
do Norte.
A nível dos riscos patrimoniais existe um Chefe de
Engenharia, responsável por uma equipa de três
engenheiros, que acompanha todo o património a
nível mundial. Esta equipa é responsável pelas inspecções às fábricas e pelos programas próprios de
Risk Engineering, com actividades semelhante aos
desenvolvidos pelos programas das seguradoras.
Dentro do Grupo de seguradores da Pirelli está
também a Factory Mutual, igualmente responsável pelas inspecções às fábricas, mas as recomendações são feitas pela Pirelli e são eles que fazem
todo o processo de follow-up e conclusão dessas
medidas. Este processo é considerado bastante
sério pelos seguradores, que confiam neste controlo levado a cabo pelo próprio segurado.
Outro grande risco gerido pela área corporativa de
gestão de riscos é a Business Continuity, um tema
muito importante para a Pirelli. Por exemplo,
comenta Luzzi, se fornecem pneus para uma competição desportiva - o Campeonato do Mundo de
Rallies (WRC) - são apresentadas soluções alternativas de fornecimento caso não seja possível fornecer pneus a partir da fábrica inicialmente definida.
Para abordarem esta estratégia trabalham também
com os seus próprios fornecedores de matériasprimas e apresentam soluções de business continuity com clientes.
44
Pirelli is a major industrial conglomerate holding a
number of businesses. There aren’t many activities
throughout the group entirely disconnected from the
needs of Risk Management. The current structure of the
department includes divisions to handle group-specific
risks and, in some cases, there is a single individual
responsible for one country/company risk management
account who handles all the risk associated with that
account. Many among such staff are not placed in
corporate departments but are deployed in each country
and report directly to local management; functionally,
to the Risk Management department.
This is the case with Product Liability in North America.
To handle this specific risk within this market, there is a
specialist team led by a Litigation and Forensics expert
that ensures his or her team offers a skill pool deep
enough, and wide enough, to tackle any issues with the
products being covered.
Luzzi believes that the main problem with the United
States is that the market works with extremely
burdensome indemnity payments. To them, risk is
infrequent but, when things go wrong, the amount of
money involved is quite significant. However, insurance
coverage pertaining to this risk is worldwide civil
responsibility coverage, with a number of specificities
for the North American market.
For property risk, a Chief of Engineering leads
a three-engineer team that oversee all property
accounts worldwide. This team is responsible for
factory inspections and appropriate Risk Engineering
programmes, carrying out activities similar to those
developed by insurers.
Within the Pirelli insurance group is Factory Mutual,
which is also responsible for factory inspections.
However, recommendations are conveyed by Pirelli,
who also designs the entire follow-up process, seeing
it through to the end. This process merits the insurers'
trust, and they rely on the controls carried out by the
person insured.
Another major risk managed by corporate risk
management is Business Continuity, a topic that
Pirelli takes very seriously. For example, says Luzzi,
if you secure a supply of car tyres for a competition —
such as the World Rally Championship — a number of
alternative suppliers are listed to defend against the
original supplier’s default. Such a strategy means that
Pirelli works with their own suppliers of raw material,
and present business continuity solutions to their clients
based on this work.
Outros riscos que estão no radar deste Risk
Manager são os riscos políticos e de reputação. Os
primeiros aparecem em certos mercados e têm de
ser geridos com muita delicadeza. A mais pequena
falha pode prejudicar gravemente as operações
nesses mercados, com consequências importantes
para todo o grupo.
Quanto às questões de reputação, não foi possível
até agora encontrar algum produto segurador para
transferir este risco. Por isso, comenta Luzzi, gerir
o risco de reputação passa por manter a imagem
de produtos de alta qualidade. Algo que procuram
manter, sendo este um tema muito importante
para a Pirelli. E mesmo que houvesse uma alternativa de transferência não seria “…totalmente
securitária” salienta Luzzi. Para ilustrar esta situação, Jorge Luzzi dá como exemplo um caso da sua
indústria e explica as medidas que têm sido implementadas. “Há alguns anos, num Grande Prémio
de Fórmula 1, nos Estados Unidos, um concorrente do mercado de pneus tinha que entregar os
pneus para essa corrida. Antes do início da prova
foi identificado um defeito nos pneus e o chefe de
qualidade dessa empresa não autorizou que a corrida fosse efectuada com os seus pneus. Foi considerado um risco muito elevado”.
Luzzi salienta que a opção tomada pelos seus concorrentes, do ponto de vista técnico, foi muito
correcta pois colocou a segurança acima de tudo.
Pretendia-se assim garantir o menor risco possível e as menores consequências negativas para a
empresa. Contudo apresentou-se como um gravíssimo problema de reputação. As pessoas ficaram com a impressão que os responsáveis da
empresa estavam com medo que os seus produtos
pudessem colocar em perigo a vida dos condutores, o que colocou a empresa numa situação de má
imagem junto da opinião pública.
Sobre como a Pirelli procura ultrapassar estes problemas, Luzzi explica: “vamos imaginar que estamos numa situação de fornecimento para provas
de Rally ou uma competição de motociclismo. Se
por algum motivo não são fornecidos pneus para
alguma prova, isto trará uma má reputação para a
empresa e um impacto económico negativo significativo”. Para obviar esta situação, são escolhidas algumas fábricas no mundo para fazer este
tipo de produção especial, por exemplo, Turquia,
Itália, Brasil e Estados Unidos. E para não terem
problemas de qualidade nos produtos fornecidos
por diferentes fábricas, desenvolvem muito trabalho para manter a mesma qualidade em todas as
fábricas.
Outra situação é o desenvolvimento de planos de
contingência para a área logística. Para os produtos produzidos em Itália serem entregues na
Holanda, as rotas normais de distribuição passam
por França. Neste caso particular, fizeram planos
de contingência para a logística com rotas alternativas e produção em fábricas com outras rotas para
fornecer esses pontos específicos.
Anúncio Pirelli
Other risks of particular interest to this Risk Manager
are political and reputation risk. The former arises in
certain markets and must be managed with a good
deal of tact. The slightest misstep could seriously
damage operations within those markets and carry
consequences for the whole group.
Pirelli advertisement
As for matters of reputation, so far it has not been
possible to find any insurance products to handle
such risks. Therefore, Luzzi believes that managing
reputation risk has much to do with maintaining the
public perception that the products supplied are highquality. This is something to strive for at Pirelli. Should
there even be a risk transfer alternative, Luzzi points
out, “it would not provide complete security.” Luzzi
elaborates, recalling a racing event. “A few years ago, at
a Formula 1 Grand Prix in the United States, tyre supply
was negotiated with a certain company. Before the race
began, somebody identified a defect in the tyres, and the
company’s head of QA did not let the event proceed with
their tyres. He thought the risk was too high.”
Luzzi emphasizes that the option Pirelli’s competitors
embraced was the right thing to do from the technical
standpoint, as they decided to put safety first. The
object was to guarantee the smallest possible risk and
as little negative impact on the company as possible.
However, a serious reputation problem emerged. People
got the impression that company heads were afraid that
their products would endanger drivers’ lives, and that
tarnished the company’s reputation in the public eye.
To clarify the way Pirelli tries to overcome such
problems, Luzzi explains: “Let’s imagine that we are to
supply tyres for a rally our a motorcycling competition.
If, for any reason, we don’t supply tyres for a given
tryout or stage of the event, the company’s reputation
will suffer, and experience negative economic impact.”
To better cope with the situation, a few factories
throughout the world are selected to handle this kind
of special production, for example, Turkey, Italy, Brazil
and United States. To circumvent quality issues with
a number of products supplied by different factories,
Pirelli strives for the same quality levels across all the
selected factories.
Another situation is the development of logistics
contingency plans. To deliver Italian-made products
in Holland, normal supply routes have to go through
France. In this particular case, logistics contingency
plans were brought together, including alternative
routes and production from factories benefiting from
other delivery routes to supply specific locations.
“(…) gerir o risco de
reputação passa por
manter a imagem
de produtos de alta
qualidade.”
“(...) managing
reputation risk has
much to do with
maintaining the public
perception that the
products supplied are
high-quality.”
45
Jorge luZZi
Mercado dos seguros - tempos turbulentos
Insurance Market - Turbulent times
“(…) o apoio
governamental
à AIG, e que impediu
que a empresa caísse,
preveniu um
impacto financeiro
mundial importante.”
“(...) government
support to AIG,
which prevented the
company's downfall,
was a good way to avoid
worldwide economic
commotion.”
Comentando o que aconteceu no mercado de seguros nos últimos dois anos, Luzzi refere que foi uma
“grande surpresa”. O que aconteceu no ano 2008,
salienta, foi de grande impacto nos bancos, nas
seguradoras e na indústria, algo histórico.
Commenting on the events that befell the insurance
market over the past two years, Luzzi mentions that they
were “a huge surprise.” What came to pass in 2008, he
emphasizes, seriously impacted banks, insurers and the
industrial sector. It was unforeseen.
Nas Seguradoras uma quebra tão forte e inesperada
normalmente não acontece de forma súbita. O que
acontece é que estas empresas vão lentamente perdendo força e acabam por sair do mercado ou são
compradas ou fazem parcerias. Para Luzzi, essa é
a vantagem do mundo dos seguros, pois normalmente trabalha com situações que podem acontecer e muitas vezes não acontecem, os sinistros. Mas
acrescenta que a reclamação e pagamento de um
sinistro pode ser um problema muito complicado
e implicar somas monetárias muito significativas
para as empresas de seguros. Nos bancos, refere, há
sempre a necessidade de cumprir com as responsabilidades. Por isso considera que as empresas de
seguros não estão tão expostas a estas situações tão
drásticas.
Insurers hardly ever take such major, unexpected
blows in a single moment. What happens, rather, is
that the company's drive peters out and it leaves the
market altogether, or gets bought up and establishes
partnerships. To Luzzi, there lies an advantage unique
to the insurance world, as it usually works with
situations that can, but often do not happen — disasters
and accidents. He adds that claims on, and payment for
the outcomes of disaster can be quite complicated and
entails very large sums. In banks, he says, there’s
always the need for compliance. They must shoulder a
liability, always. For that very reason he considers that
insurance companies are not as vulnerable to dramatic
pitfalls as banks are.
Things were looking hairy, says Luzzi. Should AIG
fall, the damage would radiate and affect a number of
sectors. AIG served 60 million American pensioners
out of 250 million and was also a major reinsurance
supplier to direct insurance companies; furthermore,
it financed large estate companies. The risk manager
believes that government support to AIG, which
prevented the company's downfall, was a good way
to avoid major, worldwide economic commotion. “The
decision was a correct one,” he claims. “Obviously
you can ask yourself, how can you bail out someone
who’s caused that much harm?” But, he adds, “When
you weigh the pros and cons, it was the right thing to
do.” The way Jorge Luzzi sees it, when a businessman
does something wrong, you can't shield them from the
consequences. However, if AIG was not supported, hosts
of businessmen would pay heavily for the mistakes of
a handful. The best thing to do was to keep AIG afloat.
The outcome, he believes, is that Risk Managers have
reacted and adapted their way of thinking.
A situação actual foi dramática, refere Luzzi, pois se
a AIG caísse haveria um impacto bastante significativo e alastrar-se-ia a muitas áreas. Esta seguradora
suportava 60 milhões de pensionistas norte-americanos num universo de 250 milhões e era também
um grande fornecedor de resseguro de companhias
de seguro directo e financiava empresas importantes a nível do imobiliário. Para este gestor de risco,
o apoio governamental à AIG, e que impediu que a
empresa caísse, preveniu um impacto financeiro
mundial importante. “A decisão foi correcta neste
aspecto”, considera. “Obviamente que também
se pode questionar como é que se pode beneficiar
alguém que causou tanto prejuízo” mas, conclui
este gestor, “pesando os prós e os contras a decisão foi correcta”. Para Jorge Luzzi, se um empresário faz algo errado há que deixá-lo morrer, mas se
não se segurasse a AIG iriam morrer tantos outros
empresários e que não tiveram culpa alguma, pelo
que se tornou a melhor decisão manter a solvabilidade desta empresa. Como consequência, Jorge
Luzzi entende que estes acontecimentos mudaram
um pouco a maneira de pensar dos Risk Managers.
Apesar de ter sido uma prática seguida há muito
tempo, nomeadamente os Risk Managers pedirem
informação às companhias de seguros sobre a sua
saúde financeira, com estes acontecimentos este
questionar é permanente e muito mais exigente.
Pela sua experiência, há exemplos de empresas de
seguros muito sólidas financeiramente, mas quando
chega a altura de pagar o sinistro, falham o que prometem. Nesse aspecto, o mercado esteve sempre
interessado na informação financeira das empresas
de seguros, considera Luzzi, mas agora deixou de
ser algo acessório para passar a ser algo fundamental
e, muitas vezes, o factor de decisão principal.
46
Although Risk Managers requesting insurance
companies to disclose data on their financial health is
nothing new, after the worldwide economic meltdown
this practice was stepped up. In Luzzi’s experience,
there are very solid insurance companies that fail to
deliver on their promises of payment after an adverse
event has occurred. The market has always shown an
interest in financial company data, but this is no longer
a secondary aspect. It has become fundamental and
often constitutes the key factor in market decisions.
1950 Ascari Farina
“No passado era o segurador que questionava a
seriedade do cliente a quem oferecia seguros, analisava os seus regulamentos e procedimentos internos, medidas de segurança para evitar sinistros,
entre outros. Hoje eles continuam a fazer essas perguntas mas nós, os clientes, também fazemos perguntas aos seguradores. Questionamos a sua saúde
financeira, a capacidade de pagar sinistros devidamente e no prazo adequando”. Luzzi recorda ainda
as diferenças nas abordagens quando entra em contacto com um potencial segurador para a Pirelli.
“Antes falavam da sua dimensão, dos produtos inovadores e que tinham bom preço. Hoje a primeira
coisa que falam é sobre a sua solidez financeira, os
recentes aumentos de capital efectuados e que tem
um balanço sólido. Estes passaram a ser argumentos
de venda quando antes não eram.”
Este risco de contraparte, que preocupa muito o
Risk Manager nos dias de hoje, tem uma explicação
muito simples para Luzzi. “Nestas questões relativas à solidez das companhias de seguros, o Risk
Manager teve desculpa para a primeira vez, mas se
suceder uma segunda vez, já não terá desculpa…”
“In the past, the insurer doubted the client’s governance
and would go over internal rules and regulations, riskprevention measures and other company policies. While
this kind of probing has not gone away, we clients also
probe our insurers. We look into their financial health
and their ability to pay for damages in an adequate,
timely manner.” Luzzi recalls the change in approach
methods when contacting a potential insurer to work
with Pirelli. “They would discuss the size of their
company, their groundbreaking products, and their
attractive pricing. The first thing they tell you about
now is their financial health, increases to their capital,
and their solid financial balance. These things became
selling points.”
Luzzi believes there is a simple explanation for the risk of
retribution, which truly concerns Risk Managers these
days. “When it comes to solid insurance companies,
they forgive you for one slip and one slip alone. Your
next mistake will be your last.”
risk Managers mais exigentes
More demanding Risk Managers
A Pirelli é uma companhia europeia com presença
mundial. No entanto, o normativo europeu tem
sempre prioridade pela sua exigência para esta
empresa, refere Luzzi. Acrescenta que, com esta
preocupação com questões ambientais a crescer,
resolveram aproveitar as oportunidades de negócio
Pirelli is a European company with worldwide
concerns. However, Luzzi emphasizes, European
regulations are always given priority, because they
are exacting. He adds that, environmental issues being
on the rise, Pirelli has decided to seize a number of
new business opportunities and are currently selling
“(…) com esta
preocupação com
questões ambientais
a crescer, resolveram
aproveitar as
oportunidades de
negócio (…)”
“(...) environmental
issues being on the
rise, Pirelli has decided
to seize a number
of new business
opportunities (…)”
47
48
Jorge luZZi
surgidas e neste momento vendem produtos ecológicos, por exemplo gasóleo ecológico, filtros antipartículas para os veículos automóveis, entre outros.
Os negócios industriais, por razões históricas, sempre foram fontes de poluição e contaminação dos
solos. Para a Pirelli, estas sempre foram questões
com as quais a empresa se preocupou e no Grupo
existe hoje em dia uma empresa dedicada a serviços de limpeza e reabilitação de locais poluídos. Esta
unidade de negócios surgiu a partir de necessidades
internas do Grupo e posteriormente evoluiu para a
prestação de serviços de limpezas ecológicas para
terceiros. Agora estão a vender serviços para fora e
até mesmo a alguns concorrentes noutras áreas. Isto
demonstra, na opinião de Jorge Luzzi, uma abordagem totalmente comprometida com o ambiente, em
encontrar soluções ambientalmente aceitáveis.
Sobre a situação específica dos seguros para as questões ambientais, Luzzi reconhece a dificuldade das
seguradoras em encontrarem soluções adequadas
às questões actualmente colocadas, fundamentalmente por não serem soluções economicamente viáveis para o cliente. Refere que se essas soluções estiverem disponíveis, eles são sempre compradores.
eco-friendly products, such as green diesel, particle
filters for cars, and others.
Historically, industrial businesses have always
generated pollution, and contaminated the soil around
them. Pirelli has always demonstrated concern with
these factors. The Group currently holds a company
whose business is to clean and rehabilitate polluted
sites. This business unit was born of internal need
within the Group and later began to serve third parties.
These days, they even work for Pirelli’s competitors
in other areas. Jorge Luzzi says that demonstrates
full commitment to the environment and finding
environmentally acceptable solutions.
On the specific matter of environmental insurance,
Luzzi admits that it is difficult for insurers to come up
with solutions to present concerns, especially because
it is hard to offer economically viable solutions to the
client. He adds that cost-effective solutions never fail
to turn a prospect into a buyer.
organizações de gestão de risco
Risk Management Organizations
O envolvimento com as organizações de Gestão de
Risco na carreira profissional de Jorge Luzzi começou
cedo. Foi presidente da ABGR, a associação brasileira
e da Alarys, a organização para a América Latina.
Actualmente é membro do Board of Directors
da Ifrima e é Vice-presidente da FERMA. Para Luzzi,
a grande questão nestas organizações é encontrar
pessoas disponíveis para dedicarem tempo e energia a estas tarefas. “Nem todas as pessoas estão
dispostas a dedicar parte do seu tempo a estas questões e nem todas as empresas estão disponíveis
para deixar que os seus colaboradores se envolvam nestas actividades profissionais” comenta,
enquanto aproveita para acrescentar que as necessidades económicas que estas actividades colocam solucionam-se com a angariação de patrocínios para eventos que se realizam. As limitações de
tempo são mais difíceis de resolver nestas organizações profissionais, mas considera que terá que haver
sempre alguém que se disponibilize para dedicar
tempo privado e energia para contactos políticos e
dinamização das actividades da organização.
Para Luzzi, a função destas organizações é defender a profissão, defender as empresas onde se está
a trabalhar e promover iniciativas que permitam às
empresas fortalecerem as suas actividades de gestão
de risco. Sobre as actividades em que está envolvido, Luzzi comenta a actual situação da FERMA.
“Marie-Gemma Dequae foi uma presidente fantástica, muito reflexiva, dedicada às análises. Já
Peter den Dekker é uma pessoa mais executiva,
gosta de tomar acções”. Na opinião de Luzzi há
uma mudança de filosofia com a nova presidência, o que implica que numa primeira fase é fácil,
mas se os trabalhos se prolongam por muito tempo
Jorge Luzzi got his start with Risk Management early
in his career. He chaired the Brazilian association
ABGR and Alarys, the South American organization.
Currently he serves in the Ifrima Board of Directors and
as VP at FERMA. For Luzzi, the biggest hurdle these
organizations have to overcome is finding people willing
to devote time and energy to risk management. “Not
everyone is willing to set aside some of their time to these
matters. Not every company will allow their employees
to engage in this business,” he explains. Luzzi adds that
these activities necessitate expenditure, but costs can
be met by raising sponsorship money from a number of
events. Time is a significant, hard-to-manage factor.
But there will always have to be someone that will put
in some of their own time and energy to develop political
contacts and drive the organization's activities.
Luzzi believes that these organizations are meant
to defend the business, defend the companies one
is working in, and promote initiatives that will let
companies grow their risk management activities.
Regarding his current duties, Luzzi comments on the
situation at FERMA. “Marie-Gemma Dequae was a
fantastic president. She thought about things deeply
and devoted herself to analysis. Now Peter den Dekker
is more of an executive, he likes to take action.” It is
Luzzi’s opinion that there’s a change in philosophy
under the new chairman, which means that things may
seem easy at first but, when meetings drag on, it's hard
to keep going at full tilt. He adds: “I really like Peter,
though, and the way FERMA is structured.”
However, Luzzi finds that FERMA must yet overcome
a number of challenges. Its leaders aren’t always
available, nor do they have as much time as they wish.
Making the federation a key player in Europe, respond
“(...) as necessidades
económicas que estas
actividades colocam
solucionam-se
com a angariação
de patrocínios (...)”
“(...) these activities
necessitate expenditure,
but costs can be met
by raising sponsorship
money (...)”
49
Jorge luZZi
é difícil manter o ritmo, refere. E acrescenta “Mas
gosto muito do Peter e gosto muito da estrutura da
FERMA”.
Por outro lado Luzzi considera que a FERMA tem
muitos desafios. A disponibilidade e empenho por
parte dos seus dirigentes são uma das grandes dificuldades da organização. Tornar a federação uma
referência na Europa, ser uma organização que
reage e defende os interesses dos Risk Managers e
as empresas na Europa são outros pontos que estão
permanentemente actuais. Por último, trabalhar
sobre a educação colocando alguma homogeneização sobre este tema na Europa e fazer seminários e
acções de formação são alguns dos desafios que se
colocam a esta organização.
to and defend the interests of Risk Managers and
European companies will never cease to be compelling
issues. Finally, working on education, striving towards
uniform understanding of Risk Management in Europe
and holding seminars and workshops are a few of the
challenges the organization must face.
Luzzi believes this Federation is strongly backed by the
insurance market. “It is imperative to mention that
the insurance market works to galvanize FERMA and
promote educational activities on the matter.” These
operators come to the table with a mix of altruistic and
selfish reasons, he believes. “It’s about the clients —
their support is a marketing move, and they’re looking
to win over potential clients.”
Mas Luzzi considera que a esta Federação tem um
grande apoio do mercado de seguros. “É imperativo dizer que o mercado de seguros colabora neste
esforço de dinamizar a FERMA e promover acções
educativas sobre este tema.” Estes operadores contribuem com alguns objectivos altruísticos e outros
não tanto, considera. “Estes são os clientes deles e
portanto este apoio serve como acção de marketing, que procura ganhar a simpatia de potenciais
clientes”.
Isso não quer dizer que o Risk Manager vai perder
peso, considera Luzzi. O que significa é se o Risk
Manager vai ficar com outros pelouros tais como
a Compliance e a Corporate Governance e, refere
Luzzi, na Europa, da forma como a vê, vai ser difícil ao Risk Manager nas empresas europeias passar a
ser um Risk Officer. Para fundamentar esta opinião
Luzzi esclarece que quer o comprador de seguros há
25 ou 30 anos, quer o conceito de corretor cativo
foram o ponto de partida para o que temos hoje:
o Risk Manager que continua a comprar Seguros,
mas controla o Risk Engineering/Loss Prevention,
Business Continuity, por exemplo.
Estas actividades que reportam agora ao Risk
Manager são um grande avanço na profissão, que
está a caminhar também para o Enterprise Risk
Management. Mas o desafio, na opinião de Luzzi, é
saber se o Risk Manager vai passar a ter também, sob
sua responsabilidade, a Compliance e a Corporate
Governance, e assim passar a ser um verdadeiro
Risk Officer.
A actividade de Enterprise Risk Management é
muito ampla, começa com o conceito de riscos
seguráveis, evolui para a situação de se passar a gerir
50
O Brasil é o país de eleição para Jorge
Luzzi, não só por razões profissionais, mas por razões pessoais. Luzzi
confidencia que a língua falada em
casa é o português, pois a mulher é
brasileira e filhas nasceram no Brasil.
Por vezes chegam a falar em português para que ninguém os perceba
quando querem falar em público,
agora que estão a viver em Itália.
No seu escritório, em Itália, tem um
quadro pintado por um autor apoiado
por acções mecenato da Pirelli no
Brasil. Quando regressou a Itália,
este foi o presente oferecido pelos
funcionários que o compraram à
Pirelli por um real. Para a Pirelli, o
Brasil é uma grande força impulsionadora em todos os sentidos. É um
dos mercados mais importantes onde
opera e está neste mercado desde o
início dos anos 20, comenta Luzzi.
enterprise risk Management
“O Risk Manager está a ganhar peso na Empresa?”
É desta forma que Luzzi aborda um tema que está
a gerar bastante discussão e que apaixona os Risk
Managers. Hoje as empresas estão a deparar-se com
situações onde vão ter necessidade de ter um Chief
Risk Officer, mas o que para Luzzi é fundamental é
clarificar ou definir se o Risk Officer é ou não o Risk
Manager.
Brasil
“Are Risk Managers becoming prominent within
companies?” This is how Luzzi broaches a controversial
subject that fuels passions among Risk Managers.
Nowadays, companies come across situations where
they must have a Chief Risk Officer. For Luzzi, the
fundamental thing is to clarify or determine whether
a Risk Officer is a Risk Manager.
That doesn’t mean that Risk Managers will lose
prominence, says Luzzi. What it means is, if you saddle
Risk Managers with other duties, such as Compliance
and Corporate Governance, European Risk Managers
will have a hard time of becoming Risk Officers. Luzzi
clarifies that insurance buyers 25 or 30 years ago, as
well as captive insurers, were the starting point for
what we have today: Risk Managers that still act as
insurance buyers, but control Risk Engineering/Loss
Prevention, Business Continuity and maybe more.
These activities now report to the Risk Manager,
which is a major breakthrough for the profession.
The future points to convergence with Enterprise
Risk Management. The challenge, says Luzzi, is
whether Risk Managers will also take on the duties of
Compliance and Corporate Governance, thus becoming
true Risk Officers.
Enterprise Risk Management is a wide field. It begins
with the concept of insurable risk, grows to include
Loss Prevention and Business Continuity and finally
embraces all company risks. Yet at the end of the day,
Luzzi tells us, the real Enterprise Risk Manager is the
company CEO. When you start to discuss the risks
of building a new factory in a new country, that’s a
strategic decision for the company to make, and that’s
Enterprise Risk Management.
Num estudo sobre a marca Pirelli
feito há alguns anos no Brasil foram
encontrados alguns resultados interessantes. Nos pontos mais recônditos do país, a Pirelli é considerada
um fabricante de pneus brasileiros,
face a outros fabricantes estrangeiros
que não são considerados produtores
nacionais, atestando assim a
importância da marca no Brasil, e
do próprio Brasil para a marca.
Mas esta longa permanência no
Brasil nem sempre foi um mar de
rosas. Perderam e ganharam
dinheiro e foram confiscados pelo
governo, assegura Luzzi. Querem
continuar neste importante mercado, o centro da América latina
e que se está a transformar numa
potência mundial. “É para mim
muito gratificante ver o mercado
brasileiro para a Pirelli ser a plataforma para chegar a outros pontos da América Latina e América
do Norte e parte da Ásia”.
É no Brasil que conhece José Manuel
Fonseca, há cerca de uma década,
quando ainda era membro da ABGR
e depois quando foi presidente dessa
associação e da ALARYS. Foram os
grandes impulsionadores da amizade entre a associação brasileira
de Risk Managers e a APOGERIS,
a congénere portuguesa. “Foi um
esforço conjunto para aproximar
as duas associações” refere Luzzi.
Jorge luZZi
BRAzIL
Brazil is Luzzi's adoptive home,
not just for professional but also
personal reasons. He owns that he
speaks Portuguese at home, wife
and daughters being Brazilian.
Sometimes they have conversations to
maintain a level of privacy in public,
now that they are living in Italy.
His Italian office is beautified by a
painting that would not have come to be
if not for Pirelli's patronage of the arts
in Brazil. When Luzzi returned to Italy,
he received the painting as a gift from
his employees, who bought it off Pirelli
for one Brazilian real. For Pirelli, Brazil
is a major driving force in every way. It
is one of the most significant markets.
Indeed the Group has had concerns
there since the 1920s, Luzzi comments.
A few years ago, a study on the
Pirelli brand in Brazil turned up a
few interesting bits of information.
In the country’s remotest areas,
Pirelli is believed to be a Brazilian
tyre-maker, unlike other foreign
companies, which are perceived
as foreign. That goes to show how
significant the brand is to Brazil, and
how significant Brazil is to the brand.
Pirelli’s history in Brazil has not always
been about smooth sailing. The company
made, and then lost, a lot of money. It
suffered through nationalization. Pirelli
wants to maintain a presence in this
market, which they see as the center of
Latin America and is becoming a world
power. “I find it very gratifying that
Pirelli sees the Brazilian market
as a hub, a starting point to reach
other spots in North and Latin
America, even parts of Asia.”
While in Brazil, he met José Manuel
Fonseca, when he was still a member
of the ABGR and chaired that
association and ALARYS. The two of
them were behind the strengthening
of the bond between the Brazilian
Risk Management association and
APOGERIS, the Portuguese counterpart.
“We pooled our strengths to bring the
two of them closer,” Luzzi recalls.
o conceito de Loss prevention e Business Continuty
na empresa, até abranger todos os riscos da
empresa. No entanto, no final do dia, o Enterprise
Risk Manager é, segundo Luzzi, o CEO da companhia. Quando se começa a falar nos riscos de construção de uma nova fábrica num novo pais é uma
decisão estratégica da empresa, isto é Enterprise
Risk Management, refere.
Para Luzzi, o que o Risk Manager vai fazer numa
situação destas é preparar e colocar informação
sobre a situação de risco de uma determinada opção
e quais os seus possíveis impactos na empresa, mas
a decisão final será sempre do CEO da empresa. Isto
não invalidada e nem impede que a actividade do
Risk Manager, como mero comprador de seguros,
esteja a mudar para algo mais abrangente e complexo, e que lide com outros riscos além dos riscos
meramente seguráveis. Esta é a situação particular
da Pirelli refere.
As Luzzi sees it, what a Risk Manager must do at a
moment like this is prepare and deploy information
on the risks of a given option and possible outcomes or
effects. However, at the end of the day, the critical step
forward is up to the CEO. This does not hinder or keep
the Risk Manager, as a mere buyer of insurance, from
changing to something more complex, wider in scope,
and dealing with risks other than insurable ones. This
is especially the case with Pirelli.
Luzzi explains that there are people calling themselves
Chief Risk Officers who cannot be said to handle as
many duties as he does. “I only got the title, Chief Risk
Officer, not the platform that comes with it. That is not
something to aim at.”
Luzzi conclui que há algumas situações ou pessoas
que se intitulam Chief Risk Officer mas, quando se
analisa o que fazem, o que se verifica é que é menos
do que ele faz na sua empresa. “Apenas consegui o
título de Chief Risk Officer. Essa não deve ser a situação que se procura”.
Questões culturais
Cultural Issues
As diferenças na Gestão do Risco por influência dos
aspectos culturais são um dos temas que apaixonam Jorge Luzzi, que considera que para cada risco
as diferenças tendem a revelar-se de várias formas.
Sobre os riscos à propriedade, quer o Estado seja
muito exigente ou não, como a empresa o é isso não
vai afectar a forma como vão ser geridos os riscos
sobre o património, refere Luzzi sobre a situação da
Pirelli.
Relativamente à Responsabilidade Civil o mesmo
já não acontece, considera Luzzi. O mercado dos
Estados Unidos (norte-americano) merece uma
atenção quase exclusiva por parte das estruturas da sua empresa. Nos mercados onde este tema
ainda não está muito desenvolvido são geridos com
menor dedicação de recursos.
Em termos de riscos ambientais também há abordagens muito diferentes. A Pirelli está presente em
mercados onde as exigências colocadas não são das
mais altas. No entanto, esta é uma empresa consciente e empenhada nos temas ambientais e procura conciliar as suas preocupações com cada situação em particular.
Jorge Luzzi is fascinated by cultural issues as they
reflect on Risk Management. He claims that each type of
risk calls up different reactions.
Concerning property risk, whether Government is as
demanding as a company ought to be, Luzzi states that
Pirelli manages property risk in a uniform manner.
Touching on civil liability, he finds that this is not the
case. The US market deserves almost exclusive attention
from the company. Where markets do not place such
great store on the matter, fewer resources are allocated
to manage risk.
When it comes to environmental risk, approaches vary
widely. Pirelli maintains a presence in markets that are
not quite exacting. However, this is a company with a
strong moral compass, committed to environmental
matters, carefully judging events case-by-case.
Human Resource risks also present cultural challenges.
In countries where health services are government-run,
and efficiently run to booth, company intervention is kept
to a minimum. In countries where those services are not
as efficient or comprehensive, company intervention to
minimize health hazards among workers is stepped up.
Na gestão dos riscos ligados aos Recursos Humanos
também há diferentes realidades. Nos países onde
os serviços de saúde são assegurados pelos estados
e estes prestam um bom serviço, a intervenção da
empresa é mínima. Nos países onde esses serviços
não são tão eficientes e abrangentes, a intervenção
da empresa para minimizar riscos que afectem a
saúde dos trabalhadores é mais significativa.
51
catástroFes naturais
nAtURAL DIs AsteRs
wilma 2005
Anatomia de um furacão
Anatomy of a hurricane
a experiência da advanta
Advanta´s experience
A incidência dos raios solares no oceano provoca o
aquecimento da massa de ar situada próximo da sua
superfície e a consequente evaporação da massa de
água superficial provocando uma corrente de ar ascendente, húmido e quente, acabando por formar as
nuvens, mais acima, quando a temperatura diminui
a níveis que levam à condensação dessa massa de ar
húmida.
Como facilmente se percebe do anterior, quanto mais
humidade e calor existirem, mais evaporação irá ocorrer, o que originará, potencialmente, o surgimento de
sucessivas tempestades. Este fenómeno toma especial
relevância em zonas do globo onde a temperatura das
águas é mais quente e onde a incidência dos raios solares é mais intensa.
texto / text:
Paulo Miguel P. V. Pereira
DIRECTOR DA ADVANTA LOSS
ADJUSTERS PORTUGAL
DIRECTOR OF ADVANTA LOSS
ADJUSTERS PORTUGAL
52
Bio:
• Mais de 12 anos de experiência
no tratamento de grandes
perdas nos mercados de
seguros e resseguros.
Bio:
• More than 12 years experience
handling with large losses for
the insurance and reinsurance
markets
Formação:
• 1997 – 2002: Revenga
y Asociados Porto
(RTS) – Director
• 2002 – 2005: Revenga
International Group
(RIG) – Director
• 2005 – 2010: Advanta Loss
Adjusters Portugal - Director
education and training:
• 1997 – 2002: Revenga
y Asociados Porto (RTS) Director
• 2002 – 2005: Revenga
International Group (RIG) –
Director
• 2005 – 2010: Advanta Loss
Adjusters Portugal – Director
especialidades:
Energia/Produção de Electricidade
Todos os Riscos Industriais
e Comerciais
specialties:
Energy / Power Generation
Industrial & Commercial All Risks
Para a formação de um furacão haverá que reter que
a evaporação de massa de água, além de ser em quantidade suficiente, deve ocorrer em zonas do oceano
onde a temperatura varie entre 26,5 ºC e 27 ºC, isto
é, em zonas próximas dos trópicos. Em segundo lugar, a tempestade deve situar-se ou deslocar-se a 5º
de latitude norte ou sul do Equador, onde a força de
Coriolis começa a ocorrer. Trata-se de um fenómeno originado pela rotação da Terra em torno do seu
eixo que induz um movimento de rotação à tempestade (massa de ar), que começa a rodar sobre si
mesma no sentido anti-horário no hemisfério norte
e no sentido horário no hemisfério sul. À medida que
se afasta do Equador, a força de Coriolis é mais intensa,
de tal forma que a rotação será mais rápida e os ventos
tornar-se-ão mais intensos.
Assim que o furacão alcança o Continente, o calor e
a humidade necessários para a sua manutenção tornam-se insuficientes e aí tem início o seu declínio,
sendo que contribui também para esta diminuição
gradual da sua potência um maior atrito com a superfície terrestre e consequentemente uma perda de
energia.
When sunbeams strike the ocean, they heat up the air
closest to the water surface. The evaporation of surface
water generates an updraft, both moist and warm, which
then goes on to condense into cloud mass in the upper
atmosphere, where temperatures allow for it.
As you can easily tell from the above, the more heat
and moisture you have, the more evaporation. This is
the beginning of a storm engine. The phenomenon is
especially relevant in areas of the world where water
temperature is warmer on average and solar rays strike
the surface with greater intensity.
For a hurricane to occur, evaporation must not only
reach a certain volume but also take place where ocean
temperatures range from 26.5 ºC to 27ºC — around
the tropics. The storm must emerge, or move along 5º
latitude north or south of the equator, where the Coriolis
effect is brought into play. The Coriolis force is caused
by the Earth’s rotation on its axis. Because of it, storms
begin to spin on their own centre; counterclockwise in
the northern hemisphere, clockwise in the southern
hemisphere. As a storm withdraws from the equator, the
Coriolis effect gains intensity, speeding up rotation and
boosting the winds.
As a hurricane strikes the mainland, the heat and
humidity that sustain it are spent, and that’s where
the storm begins to wane. Another relevant factor is
the attrition and resistance posed by land masses,
diminishing the energies powering the storm.
catástroFes naturais
nAt URAL DIs AsteRs
Furacão Wilma, México
Hurricane Wilma, Mexico
No interior dos furacões os ventos poderão variar entre
117 e 300 km/h, sendo que esta intensidade condicionará o diâmetro do furacão, que poderá atingir os
dois mil quilómetros e deslocar-se por vários milhares
de quilómetros. Tipicamente a velocidade de translação do furacão ronda os 20 a 25 km/h, sendo assinalável o facto de no centro do furacão (olho) a tempestade
ser mais calma. Nesta zona, a pressão é muito baixa,
podendo ocorrer ventos de tão-somente 30 km/h.
O maior risco de destruição ocorre habitualmente
quando o furacão atinge a costa, após ter percorrido
uma grande extensão sobre o oceano, sendo a terra
invadida pela água provocando a devastação.
Within a hurricane, winds may reach speeds from 117 to
300kph. Wind intensity will determine the radius of the
storm. Hurricanes may grow to 2,000km in diameter and
travel for thousands of miles. Typically, hurricanes travel
at 20 to 25kph. At the eye of the hurricane, the storm is
less turbulent. Within the eye, atmospheric pressure is
extremely low and winds may drop to velocities in the
order of 30kph.
Risk to persons and property is greater when hurricanes
make a direct hit on the coastline after having travelled a
vast expanse of the ocean. Water crashes over the shore,
causing great devastation.
algumas referências históricas
São raros os furacões que chegam a terra ainda com velocidades do vento de categoria 5. Contudo
a história relata o caso do famoso Gilbert, no México que, em 1988 matou milhares de pessoas,
o grande furacão Mitch, que se formou em Outubro de 1998 atingindo as Honduras e a Nicarágua
e que causou a morte de 10 mil pessoas devido às enchentes e deslizamentos de terras, além de
inundações costeiras.
Dos furacões categoria 5 mais recentes destacamos o Katrina. Os ventos alcançaram mais de 280
km/h e causaram grandes prejuízos na região litoral do sul dos Estados Unidos em Agosto de 2005,
com especial incidência em torno da região metropolitana de Nova Orleães. Este furacão, que
causou a morte a mais de 1.000 pessoas, paralisou muita da extracção de petróleo e gás natural dos
EUA, uma vez que boa parte do petróleo é extraído no Golfo do México.
Um dos últimos furacões de categoria 5 que atingiu terra com efeitos mais devastadores foi o
denominado Wilma, que atingiu a Península de Yucatán, no México, a 22 de Outubro de 2005.
Seguiram-se, em 2007, outros dois furacões nessa categoria (Dean e Félix), contudo com efeitos
em terra menos importantes.
A few historical incidents
“No interior dos
furacões os ventos
poderão variar
entre 117 e 300 km/h,
sendo que esta
intensidade condicionará o diâmetro
do furacão.”
“Within a hurricane,
winds may reach
speeds from 117 to
300kph. Wind intensity
will determine the
radius of the storm.”
Only rarely do category 5 hurricanes hit land. There was Hurricane Gilbert, which struck Mexico in 1988
and killed thousands of people. Mitch, formed in October 1998, wrought havoc in Honduras and Nicaragua,
causing the death of ten thousand people through floods, landslides and coastal flooding.
Katrina was an outstanding category 5 hurricane. Winds gained speeds upwards of 280kph and caused
immense damage to the southwestern coast of the United States in August 2005. The New Orleans
metropolitan area was right in the brunt of it. This hurricane, having killed more than a thousand, put a halt
to a number of US gas and oil drilling operations, as many of these are carried out in the Gulf of Mexico.
One of the latest category 5 hurricanes to strike land with devastating effects was Wilma.Wilma bore down
on the Yucatan Peninsula of Mexico, on 22 October 2005.
There were two other hurricanes in the same category in 2007 (Dean and Felix) which, however, were not
so destructive on land.
53
catástroFes naturais
nAtURAL DIs AsteRs
a advanta e o furacão wilma
Advanta and hurricane wilma
a-z
coMo se BaPtiZaM os Furacões?
Durante centenas de anos os nomes
dos furacões eram atribuídos de
acordo com o dia santo em que os mesmos ocorriam. Nos finais do século XIX
foi implementado o sistema de atribuição de nomes aos furacões com
recurso ao nome de mulheres. A partir
de 1979, a “U.S. National Weather Service”
(Agência Federal Norte Americana, responsável pelo acompanhamento da
actividade dos furacões) começou a
nomear os furacões tanto pelo nome de
mulheres como de homens. São atribuídos por ordem alfabética, exceptuando os casos das letras Q, U e Z. A
Organização Mundial de Meteorologia
(“World Meteorological Organization”)
usa seis listas oficiais em rotação (uma
por cada ano). Apenas são adicionados
novos nomes no caso de um furacão
causar um número elevado de mortes
ou de ser altamente oneroso. Esse
nome é retirado e substituído por um
novo.
HoW ARe HURRIcAnes nAMeD?
For hundreds of years, hurricanes were
named after the patron saint of the
day they occurred in. In the late 19th
c. a new system was brought in where
hurricanes were named after women.
From 1979, the U.S. National Weather
Service, a federal agency that monitors
hurricane activity, started to give
hurricanes both masculine and feminine
appellations. Names are assigned in
alphabetical order, excepting the letters
Q, U and Z. The World Meteorological
Organization uses six official rotating
lists (one for each year). New names
aren’t added unless a hurricane causes a
high death toll or catastrophic damage.
That hurricane’s designation is struck
from the list and replaced with a new one.
54
À ADVANTA foi-lhe concedida pelos principais
Resseguradores envolvidos neste sinistro a oportunidade de regular uma boa parte dos sinistros resultantes
dos danos causados pelo furacão Wilma, mormente
dos ocasionados a empreendimentos turísticos de luxo
e centros comerciais situados na zona de Cancún e um
pouco mais a sul na Riviera Maya.
Deste trabalho, que nos ocupou por um período largo de meses distribuídos por 2005 e 2006, deparámo-nos com algumas particularidades no decurso
dos respectivos processos, consubstanciando uma
diferente perspectiva de como os sinistros são tramitados num mercado distinto do europeu, que importa
partilhar.
Dos efeitos devastadores deste fenómeno hidro-meteorológico na zona hoteleira de Cancún, destacam-se
a destruição das impermeabilizações de coberturas e
consequente entrada de água para o interior dos edifícios, caixilharia e vidros de janelas partidos, muros
e tectos (interiores e exteriores) em gesso cartonado
destroçados, sendo ainda consideráveis os danos infligidos a equipamentos electromecânicos, mobiliário
e demais existências pelo abundante contacto com a
água. Dada a dimensão da catástrofe que afectou cerca
de mil hotéis nessa zona, bem como o grau de destruição a que foram sujeitas as infra-estruturas de acesso
(aeroporto, estradas e demais vias de comunicação),
o arranque das operações de remoção de escombros e
o início das actividades de reparação tardaram várias
semanas. Por esta razão, uma das preocupações fundamentais foi minimizar o impacto da humidade no
interior dos edifícios numa tentativa de evitar o avolumar dos danos, quer em elementos de construção dos
edifícios e respectivos conteúdos directamente afectados pelo evento, quer naqueles que não haviam até
então sofrido qualquer afectação interior.
Em virtude da forte pressão concorrencial entre os
inúmeros operadores turísticos existentes na região,
na grande maioria de origem estrangeira, estes são
obrigados a promover uma grande taxa de renovação
das suas unidades hoteleiras, tanto ao nível dos serviços que prestam ao cliente como, fundamentalmente,
do aspecto visual dos edifícios e infra-estruturas de
lazer. Sendo ainda uma zona de excelência quanto às
condições atmosféricas durante um largo período do
ano, nomeadamente a temperatura ambiente regularmente elevada, o tipo de construção é habitualmente
muito aligeirado quando comparado com o existente
na Europa, privilegiando materiais de menor resistência a condições atmosféricas mais adversas, dando
contudo uma aparência contrária. Como é natural,
no caso de um evento como um furacão de categoria
5 que assole aquela região, os danos serão fortemente
potenciados pela concorrência destes dois factores.
Um outro aspecto interessante que encontrámos durante o período da nossa intervenção relaciona-se
com a diferente abordagem das apólices emitidas localmente, salientando-se a garantia específica para
este tipo de fenómenos da natureza (riscos hidrometeorológicos), nomeadamente através da aplicação
de sub-limites aos designados “bens à intempérie”,
assumindo particular importância, no âmbito do
The main reinsurers involved in this disaster granted
ADVANTA the opportunity to handle a good number
of events arising from the damage caused by Wilma,
mostly the damage suffered by luxury tourist resorts and
shopping malls in the Cancún area and a little further
south, in the Maya Riviera.
Our work took several months over 2005-2006. We
came across a number of specificities regarding legal
process and had the opportunity to find out how claims
are handled in a market which is unlike the European
insurance market. We would now like to share some of
that experience.
This weather event took a heavy toll on the Cancún area.
Roof insulations were torn apart and water entered a
number of buildings. Window panes were smashed,
and their frames shattered. Roofs, inner and outer walls
were simply wrecked. Machines of all kinds suffered
considerable damage. Furniture and other assets were
significantly degraded by the vast amount of water
they came into contact with. Given the scope of the
catastrophe, affecting upwards of a thousand hotels in the
area, as well as the damage to transport infra-structures
(airport, roads, other vehicle and pedestrian lanes),
debris removal and repair operations were delayed by
several weeks. For this reason, one of the main concerns
was to minimize the impact of humidity on the insides of
buildings. This was an attempt to contain further damage
to building parts and building contents, whether these
had been directly affected by the event or not.
Competition is very, very strong in the area. The tourist
industry is primarily composed of foreign companies that
continually strive to renovate their hotels and renew
the services they provide in order to keep up with the
competition. Furthermore, the weather tends to be very
pleasant throughout a large portion of the year. This
means that construction is, so to speak, structurally
lighter than typical European construction. Builders
favor less resistant materials that appear solid enough to
withstand harsh weather damage. However, this is not
the case. So when a category 5 hurricane afflicts the area,
you can expect high damage.
Another interesting aspect we found during our
intervention is connected with the approach to policies
issued locally. There is a specific cover for this kind of
weather phenomenon (hydro-meteorological risk),
namely through the application of insurance sublimits
to hydro-meteorological-sensitive assets. During
assessments, it is especially relevant to identify damaged
goods that may fall under this definition, subjecting the
claims awarded to the sublimit defined by the relevant
policy. Obviously, then, the final award will be greatly
conditioned by application of this criterion. Conflict
may well arise, and indeed it was so. We had to resort
to local legal counsel to solve the claim. We had to
integrate several assets into our hydro-meteorologicalsensitive asset category, such as: outside escalators,
restaurants built on metallic frameworks with thatch
roofs and no walls (complete lateral exposure to outside
factors), ornamental outer walls in plaster, among
other structures commonly employed in touristic
infrastructures — running counter to the expectations of
policy holders and even local insurers.
catástroFes naturais
nAt URAL DIs AsteRs
“(…) uma das
preocupações
fundamentais foi
minimizar o impacto
da humidade no
interior dos edifícios
numa tentativa
de evitar o avolumar
dos danos (…)”
cinco categorias de furacões
Five categories of hurricanes
1
Danos ligeiros. Ventos entre 119 e 153 km/h | Light damage. winds between 119 and 153kph
2
Danos moderados. Ventos entre 154 e 177 km/h | Moderate damage. winds between 154 and 177kph
3
Danos generalizados. Ventos entre 178 e 209 km/h | widespread damage. winds between 178 and 209kph
4
Danos extremos. Ventos entre 210 e 249 km/h | Extreme damage. winds between 210 and 249kph
5
Danos catastróficos. Ventos acima de 249 km/h | Catastrophic damage. wind speed above 249kph
“(…) One of the main
concerns was to
minimize the impact of
humidity on the insides
of buildings. This was
an attempt to contain
further damage (…)”
A classificação dos furacões divide-se em cinco categorias segundo as velocidades atingidas e danos causados em
terra, de acordo com a escala Saffir-Simpson (criada em 1971 pelo Eng. Herbert Saffir e pelo Dr. Robert Simpson):
Below is a table to illustrate the Saffir-Simpson classification of hurricanes into five categories, determined by speed and
damage on land, created in 1971 by Dr. Herbert Saffir and Robert Simpson:
processo de peritagem, a identificação dos bens
sinistrados passíveis de serem classificados nesta definição, sujeitando as correspondentes indemnizações apuradas ao sub-limite definido na
apólice para esta garantia. Torna-se óbvio que a
indemnização final será grandemente condicionada aplicando-se este critério, convertendo-se
facilmente numa situação de conflito e que foi dirimida com a colaboração dos serviços jurídicos de
um gabinete local especializado. A título de exemplo, vimo-nos na necessidade de integrar nesta
classificação escadas rolantes exteriores, restaurantes construídos à base de estruturas metálicas
com cobertura em colmo e totalmente abertos
lateralmente, paredes ornamentais exteriores em
gesso cartonado, entre outras estruturas, comummente usadas nestes empreendimentos, em oposição às expectativas dos Segurados e mesmo dos
Seguradores locais.
Apesar de aparentemente os Segurados não terem
seguido algumas das recomendações transmitidas,
particularmente o reforço dos sistemas de drenagem, melhoria dos materiais de construção dos
edifícios, etc., porventura motivados pelos factores a que já fizemos referência anteriormente,
o facto é que um plano de emergência eficaz perante um furacão teria reduzido substancialmente
os danos, a que se poderia indubitavelmente aliar
um conjunto significativo de melhorias ao nível da
protecção dos edifícios e seus conteúdos. Outro
ponto fundamental é a imediata intervenção de
peritos e de equipas especializadas em mitigação
de danos que seguramente aportarão uma maisvalia importante neste tipo de ocorrências assim
como a existência de um plano de contingência
adequado a este tipo de fenómenos.
Although the policy holders did not, to all appearances,
follow some of the recommendations conveyed to them,
namely upgrading their drainage systems, improving
construction materials, and others, and considering
that they may have been motivated by factors described
above, the fact remains that an effective contingency plan
regarding hurricanes would have greatly attenuated the
damage suffered. Buildings and the assets therein would
have suffered a good deal less. Another fundamental
matter is the immediate intervention of experts and
specialist teams to mitigate damage. This would no doubt
prove valuable in the context we've been discussing.
Finally, there really should be a contingency plan to
accommodate extreme weather phenomena.
as maiores catástrofes naturais ou furacões
The largest hurricanes or natural disasters
ranking
RAnkInG
Furacão
huRRICAnE
ano
YEAR
Danos ($)
DAMAGE ($)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
katrina
andrew
wilma
charley
ivan
rita
Frances
hugo
Jeanne
allison
2005
1992
2005
2004
2004
2005
2004
1989
2004
2001
81.000.000.000
26.500.000.000
20.600.000.000
15.000.000.000
14.200.000.000
11.300.000.000
8.900.000.000
7.000.000.000
6.900.000.000
5.000.000.000
55
oBservatório legal
LeGAL oBseRvAtoRY
o que se pode ter por risco: valor prático de alguma teoria
What you might call a risk: The concrete value of theory
Seguros, resseguros e novos riscos
Insurance, and upcoming risks
© TelMo Mille r
Em abordagem filosófica, mas com senso prático,
“risco” pode significar, conforme circunstâncias
e contexto: o acontecimento indesejado que pode
ou não ocorrer; a causa de um acontecimento indesejado, mas possível; a probabilidade de um
acontecimento indesejado; o valor estatisticamente
estimado de um acontecimento; ou uma probabilidade conhecida e não uma incerteza (Stanford
Encyclopedia of Philosofy).
São parte, mas apenas parte, de tal universo os ditos
riscos seguráveis que, no amplo complexo da actividade seguradora e resseguradora, se caracterizam
essencialmente por determinarem ou implicarem:
um processo invertido de formação do custo (determina-se previamente o preço para assumir riscos cujo custo, suportado e repartido por diversos
intervenientes, só depois se poderá apurar); ciclos
temporais e espaciais multiformes e descontínuos;
uma rede vasta e complexa de seguradores e resseguradores com diferentes níveis de intervenção na
cadeia do risco e do seu seguro; uma elaborada estrutura económica e financeira, suportada por uma
fina e muito específica arquitectura legal para tomar, partilhar, dividir e combinar riscos seguráveis,
no tempo e no espaço.
texto / text:
A combination of philosophical and pragmatic
principles can define risk, according to circumstance
and context, as: An undesired event that may or may
not take place; the cause of said event when the event
is undesirable but possible; the likelihood of said
event; the statistical probability of such an event; or a
known probability that trumps uncertainty (according
to the Stanford Encyclopedia of Philosophy).
Insurable risk is but a part of that universe. Within the
broad scope of insurance and reinsurance activities,
such risk determines or implies: An inverted cost
estimate process (you set the price beforehand when
you take on a risk whose costs, borne by, and divided
among a number of actors, can only at the end be
summed); discrete multiform space and time cycles;
a vast, complex network of insurers and reinsurers
stationed along the steps of the risk/insurance
chain; an intricate economic and financial structure
underpinned by the minutiae of legal rules and
regulations; all of this to take on, share, divide and
combine insurable risk along time-space axes.
Luís Filipe Caldas
Bio:
• Jurista e Advogado
• Mestre em Direito Europeu (FDUL)
e Mestre em Direito Criminal
(FDUC)
• Pós Graduado em: Direito Penal
Económico e Europeu (FDUC),
Direito das Sociedades Comerciais
(ISG), Direito Bancário da Bolsa e
dos Seguros (FDUC), Direito da
Regulação e da Concorrência
(FDUL), Legística e Ciência da
Legislação (FDUL)
• Diplomado do PADE – Programa de
Alta Direcção de Empresas – AESE –
Escola de Direcção e Negócios
Licenciado em Direito (FDUL)
• Advogado agregado com Distinção
• Membro da Direcção da Secção
Portuguesa da AIDA – Association
Internationale du Droit des Assurances
• Membro da Comissão Jurídica
do IPCG – Instituto Português de
Corporate Governance
• Membro da Direcção da APOGERIS – Associação Portuguesa de
Gestão de Risco
• Antigo Director Executivo de
Companhias de Seguros dos Grupos
AGF e Allianz
• Advogado em Serra Lopes, Cortes
Martins & Associados, Sociedade de
Advogados RL.
56
Bio:
• Jurist and Lawyer
• Master’s degree in European Law
(FDUL - University of Lisbon Law
School) and Master’s degree in
Criminal Law (FDUC - University of
Coimbra Law School)
• Postgraduate qualifications in
Economic and European Criminal Law
(FDUC), Company Law (ISG - Higher
Institute of Management), Stock
Exchange and Insurance and Banking
Law (FDUC), Regulation and Competition Law (FDUL), Principles and
Science of Legislation (FDUL)
• PADE diploma – Senior Management
Programme – AESE School of Management and Business
• Licentiate degree in Law (FDUL)
• Full Lawyer, with Distinction
• Board member of the Portuguese
Section of AIDA – Association Internationale du Droit des Assurances
• Member of the Legal Committee
of the IPCG – Portuguese Corporate
Governance Institute
• Board member of APOGERIS – Portuguese Risk Management Association
• Former Executive Director of Insurance Companies in the AGF and
Allianz Groups
• Lawyer with Serra Lopes, Cortes
Martins & Associados, Sociedade de
Advogados RL.
“novos” riscos seguráveis
“new” insuraBle risk
Pertencem ainda a tal universo dinâmico de riscos
seguráveis o que podemos designar por meta-riscos: acontecimentos inesperados e imprevisíveis;
inesperadas acumulações de acontecimentos; imprevisíveis novas consequências de acontecimentos
em si previsíveis; imprevisíveis consequências ou
acumulações de consequências de acontecimentos
em si previsíveis. Cabem neles ou acrescentam-se
a esses meta-riscos, as catástrofes de larga escala ou os riscos sistémicos, que frequentemente se
arrumam, pela força das circunstâncias, entre riscos naturais ou humanos, entre riscos externos ou
riscos criados (Anthony Giddens) ou, como é mais
prudente admitir, na explosiva combinação entre
riscos naturais e riscos criados pela humanidade.
Another component of this insurable-risk set is what
one might term meta-risk: Unexpected, unpredictable
events; unpredictable chains of events; new and
unforeseen consequences of events in and of themselves
predictable; unforeseen consequences or build-ups
of events in and of themselves predictable. To such
meta-risk you may add large-scale catastrophe or
systemic risk, which are often placed among natural
or human hazards, among external or artificial risk
(Anthony Giddens) — usually at the junction where
natural and man-made risk collide head-on.
Cabem já em tal universo de riscos seguráveis, certamente sob condições legais e contratuais que os
delimitem e limitem, mas ainda assim os tornem
suportáveis pela comunidade, uma enorme plêiade
So there’s a universe of hazards for which people are
responsible. They are governed by laws and contract
terms whose goal is to mitigate them and make them
bearable to human communities. Such hazards may
have all-natural causes, stem from artificial risk, and
now include the "new" risk of environmental hazard
(where there are no victims or direct damage to
anything other than the ecosystem).
oBservatório legal
Le GAL oBseRvAtoRY
de riscos naturais (de riscos decorrentes de causas
naturais), um universo vasto de riscos criados ou
provocados pela humanidade e, eventualmente,
também, o “novo” risco dos danos ambientais (sem
vítimas ou danos directos que não a própria natureza ou o seu sistema).
A concentração de “investimento por metro quadrado” agiganta, como antes se não conhecia, as
consequências possíveis de riscos seguráveis “clássicos”, associando a potenciais perdas directas de
enorme envergadura, danos consequenciais directos e indirectos, a montante e a jusante, de largo
espectro e impacto, e expondo, em um só acontecimento possível, seguros de diferentes tipos. A
severidade das perdas indemnizáveis e a diversidade dos tipos de seguro convocadas pelos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque
são apenas uma das evidências da importância das
novas dimensões dos riscos seguráveis “clássicos”.
A potencial natureza sistémica de alguns riscos
(vida e saúde, ciberriscos, produtos de grande consumo como os medicamentos ou diversos produtos
alimentares…) criou novos riscos, porque a sua natureza pandémica ou sistémica é si um novo risco.
os riscos internos
ao sisteMa e do sisteMa
Se a matéria-prima da actividade de seguradores e
resseguradores é, como fica visto, tão complexa, tão
complexos ou às vezes ainda mais são os riscos internos ao perímetro da própria actividade: os que,
por diferentes possíveis causas, se podem potenciar
por causas internas a cada seguradora, como a falta
de competência profissional ou de experiência da sua
estrutura de governo e de controlo; os que podem
resultar da imprevista (ainda que previsível) evolução dos ciclos económicos que, em formulações não
coincidentes, afectam o mercado, os riscos, os preços
e os seus custos; os que resultem ou dos riscos próprios ou da imprudente gestão dos activos financeiros operacionais que respaldam as responsabilidades
de seguradores e resseguradores ou da sua inadequação no, tipo e no tempo, a tais responsabilidades; os
riscos de inadequada ou contingente protecção das
responsabilidades de cada segurador ou ressegurador com protecções de resseguro solventes; os erros
de inadequadas políticas de subscrição de riscos; o
The concentration of investment per square foot brings
about the unprecedented swelling of consequences tied
to "classic" insurable risk, associating broad-spectrum,
direct and indirect damage, upstream and downstream,
to massive potential losses; exposing several kinds of
insurance in one fell swoop. "Classic" insurable risk
has taken on new, relevant dimensions. Consider, as
evidence, the volume of indemnifiable loss and the
diversity of insurance products called upon during the
aftermath of 9/11 in New York.
The systemic nature of some kinds of risk (life and
health, cyber-risk, mass-consumption products such
as medicine or foods) has created new risks, as their
spread and growth poses new risks in itself.
risks inherent
in the systeM
Insurers and reinsurers deal with complex issues. No
less intricate are the challenges they face within their
own business. Trouble may stem from causes internal
to each company, such as the lack of professional skill
or limitations in their control/hierarchical structure;
from unforeseen, if predictable, evolution of economic
cycles which impact markets, risks, prices and costs;
from their own risk protection strategies or reckless
management of operational financial assets that level
out the responsibilities shared among insurers and
reinsurers or their mishandling of such responsibility;
from inadequate safeguards of each insurer or reinsurer
through reinsurance protection of verified liquidity;
from inadequate risk undersigning policies; insufficient
estimation of, or provision for, responsibilities
stemming from outstanding claims, be they reported or
unreported; from risks that arise from unforeseen (even
unpredictable) changes to legal frameworks, which
have always limited this business; last but not least,
undesirable contamination of insurance activities by
high-risk financial operations that include a great deal
of manipulative activity, as the last couple of years have
shown.
“A concentração de
‹‹investimento por
metro quadrado››
agiganta, como antes
se não conhecia, as
consequências possíveis
de riscos seguráveis
“clássicos” (…)”
“The concentration of
investment per square
foot brings about the
unprecedented swelling
of consequences
tied to “classic”
insurable risks (…)”
57
oBservatório legal
LeGAL oBseRvAtoRY
cálculo insuficiente e/ou o provisionamento insuficiente das responsabilidades decorrentes de sinistros
pendentes, conhecidos ou não; os riscos decorrentes
de modificações legais imprevistas (até imprevisíveis) que sempre condicionam o exercício de uma
actividade tão específica; e “last but not the least” a
indesejável contaminação da actividade seguradora
por operações financeiras de alto risco e de elevada
manipulação, como os tempos recentes revelaram.
os desaFios da regulação
e da suPervisão
Vistas fugazmente as questões dos riscos que são matéria prima da actividade seguradora e resseguradora
e as questões dos riscos operacionais inerentes aos
próprios seguradores e resseguradores (mas necessariamente evitáveis ou pelo menos controláveis), resta agora ver, não como risco mas como desafio, não
como ameaça, mas como oportunidade, as enormes
exigências que em matéria de “compliance” legal,
financeira e comportamental, se colocam aos seguradores e resseguradores europeus, e, em movimento
convergente mas distinto, aos seguradores americanos, mas também, pela osmose normativa sempre
alcançada por via das grandes organizações internacionais de cooperação entre reguladores do sector
financeiro e pela dimensão internacional das operações, aos principais mercados e aos principais operadores de todo o mundo.
“As novas regras sobre
capitais e recursos
dos seguradores
e resseguradores com
sede ou actividade
na União Europeia (...)
exigirão aos operadores
um quase certo reforço
de capitais próprios (…)”
“The new rules on
capital and resources
handled by insurers
or reinsurers with
head office or branches
within the EU (…)
will almost certainly
demand that businesses
inject new capital
into their stores (…)”
58
As novas regras sobre capitais e recursos dos seguradores e resseguradores com sede ou actividade na
União Europeia (identificadas pela designação de
Solvência II), ou as regras paralelas que se seguem ou
estudam nos EUA, exigirão aos operadores um quase certo reforço de capitais próprios, uma prudência
acrescida nas gestão dos activos financeiros, uma
prudente clarividência na fixação de preços e nas políticas concorrenciais e uma acrescida transparência
e uniformidade nos métodos e nas regras de relato
financeiro.
As exigentes regras comportamentais exigidas por
lei aos operadores financeiros em geral, e em especial a seguradores e resseguradores, pela sua especial
e complexa responsabilidade fiduciária, criam uma
nova e organizada oportunidade de solidez e eficiência para seguradores e resseguradores mas, quando a
não aproveitem, cria-lhes também um risco essencial
e demolidor: o risco reputacional.
É todo este contexto tão específico que justifica que
a regulação e supervisão do sector segurador mantenham a sua especificidade e a sua autonomia e que o
direito dos seguros e toda a sua “soft law”, sem prejuízo do espaço amplo de convivência que em si guardam
e até provocam, não se diluam no campo impreciso da
moda ou do poder.
O recente estudo sobre “Systemic Risc in Insurance”
da Geneva Association, demonstrando que só actividades financeiras periféricas da actividade seguradora
podem representar um risco sistémico, bem justificam a singularidade e a autonomia do sector.
challenges in regulation
and suPervision
After a quick glance at the matters of risk essential to
insurance and reinsurance activities, and at the risks
inherent in the insurance and reinsurance business
(which ought to be avoided, or at least provided for),
we must consider that legal, financial and behavioural
compliance enjoined upon American and European
insurers and reinsurers are not risks but challenges, and
most definitely not a threat but an opportunity. Global
organizations for cooperation among financial movers
and shakers help standardize the rules, especially
because the top markets and businesses in the world
operate internationally; for which reason Europe and
the US tend to converge on a number of issues.
The new rules on capital and resources handled by
insurers or reinsurers with head office or branches
within the EU (grouped under the Solvency II category),
or the parallel rules enforced in the US, will almost
certainly demand that businesses inject new capital
into their stores, step up careful management of
financial assets, act with cautious foresight on deciding
prices and competition strategies, and enforce greater
transparency and homogeneity in their financial
reporting rules and methods.
Stringent behaviour rules imposed upon financial
operators in general, and insurers and reinsurers
especially, given their unique role in financial markets,
bring about a new, structured opportunity for attaining
consolidation and efficiency. Insurers and reinsurers
that do not avail themselves of such an opportunity
incur catastrophic risk: Damage to their reputation.
This whole, intricate picture justifies that the regulation
and supervision of the insurance sector maintain their
specificity and autonomy and that insurance law, along
with all that is termed “soft law,” maintaining also
their naturally broad scope, and do not abide by fads or
change at the whim of the powers that be.
The Geneva Association’s recent study, “Systemic
Risk in Insurance,” demonstrates that only the
peripheral financial activities of insurance businesses
can constitute systemic risk, is a definite blow for the
specificity and autonomy of this sector.
Mercad o Brasileiro
BRAzILIAn MARKet
Mercado Brasileiro
Brazilian Market
Consolidação dá ritmo
aos seguros no Brasil
Consolidation is key
in Brazilian insurance
texto / text:
Denise Bueno
“O interesse pelo
mercado de seguros
do Brasil justifica-se
por vários motivos.
Além de todos
os indicadores
econômicos positivos,
a projeção para o PIB
em 2010 está em 5%.”
“Interest in Brazil’s
insurance market
stems from a number
of motives. In addition
to all the positive
economic indicators,
GDP growth estimates
point to 5%.”
60
A indústria de seguros brasileira vive o melhor
momento da sua história. Praticamente todas as
semanas surgem notícias de grande importância
sobre o sector. Os factos vão desde a emissão da
maior apólice de garantia do Mundo para viabilizar o Project Finance da Usina Santo Antonio, no
Rio Madeira, passam pela divulgação do inicio da
operação de quase 80 grupos estrangeiros na área
do resseguro e consolidam-se com os anúncios das
mais de 30 fusões e aquisições realizadas desde o
início de 2008.
Essas notícias tornam claro porque a revista
Economist publicou uma de suas melhores capas
em Novembro: “Brazil takes off”. Realmente, o
Brasil decolou/levantou voo. Uma oportunidade e
tanto para todos os players que se relacionam directa e indirectamente com o meio securitário.
Afinal, a indústria de seguros brasileira é ainda uma
criança quando comparada aos países que mais têm
investido no Brasil, como a Inglaterra, a Alemanha,
a França, a Suíça, a Espanha, os Estados Unidos
e o Japão. Enquanto a participação do seguro no
Produto Interno Bruto do país é de 3,5%, a média
nos países atrás mencionados chega a ser de 10%.
E o interesse pelo mercado de seguros do Brasil justifica-se por vários motivos. Além de todos os indicadores econômicos positivos, a projeção para o PIB
em 2010 está em 5%; o país tem uma população de
quase 200 milhões de habitantes sedentos por crédito e consumo, é um dos principais fornecedores
da China e ainda foi escolhido para sediar a Copa
em 2014 e as Olimpíadas em 2016, eventos que
demandarão bilhões de dólares em investimentos.
Projeções das seguradoras sinalizam que o faturamento do setor crescerá 10% em 2009, atingindo a faixa de R$ 102 bilhões. Um resultado e
tanto considerando que o PIB deve encerrar o ano
com uma evolução de 1%. Estudo encomendado
pela Confederação Nacional das Seguradoras prevê
The Brazilian insurance industry is currently enjoying
its finest period. Major news has been cropping up
every week for months now. Starting with the world’s
largest ever warranty policy to prepare for the Usina
Santo Antonio (located at Rio Madeira) Finance Project,
to the massive operation conducted by nearly 80
foreign groups under reinsurance schemes and the 30odd mergers and acquisitions between 2008 and now.
This is why The Economist published one of its most
impactful cover articles in November: “Brazil takes off”.
It has taken off indeed. There’s a world of opportunity
out there if you’re a contender in the insurance market.
After all, the Brazilian insurance industry is quite
incipient when compared to the development enjoyed
by the countries that lead investment in Brazil, such as
England, Germany, France, Switzerland, Spain, United
States and Japan. The insurance market’s contribution
to the country’s GDP is 3.5%. The average in the
countries mentioned above is 10%.
Interest in Brazil’s insurance market stems from a
number of motives. In addition to all the positive
economic indicators, GDP growth estimates point to
5%; the country is home to nearly 200 million people
who are actively seeking out credit and consuming
a variety of goods, is one of China’s main suppliers
and will host the World Soccer Cup in 2014 and the
Olympics in 2016, events that will demand billiondollar investments.
Estimates from insurance companies indicate that
sector turnover may grow as much as 10% in 2009, to
R$ 102 billion. Quite the result, if you stop to think
that the GDP will see out Q4 having grown 1%. A
study commissioned by CNSeg, the national insurance
company association, forecasts positive growth
throughout all sector segments. Company turnover
are expected to exceed R$ 140 billion in 2012. General
insurance will represent 30.6%, personal lines policies
and savings plans 46,8%, health, 12% and insurance
involving capitalization, 10%.
Mercad o Brasileiro
BRAzILIAn MARKet
crescimento positivo para todos os segmentos do
sector. A perspectiva é de que o facturamento das
Companhias de Seguros ultrapasse R$ 140 bilhões
em 2012, cabendo à área de seguros gerais/ramos
elementares uma fatia de 30,6%, as apólices de
pessoas e planos de previdência com 46,8%, saúde, com 12% e capitalização com 10%.
A consolidação tornou-se uma rotina nos últimos
dois anos, permitindo a entrada de gente nova no
mercado e gerando a necessidade de aportes de capital para fazer frente as exigências de solvência do
órgão regulador. “A consolidação deverá permanecer ao longo dos próximos anos no Brasil”, afirma
Roberto Westenberger, líder da área de Seguros da
PricewaterhouseCoopers. Para ele, as seguradoras
médias vão conquistar os clientes com serviços exclusivos e por classes sociais específicas. Já as grandes seguradoras vão explorar a presença geográfica que os bancos estão proporcionando. “O apoio
dos bancos ao setor é de extrema importância para
o crescimento do setor”, diz.
Entre as maiores operações temos, sem dúvida
alguma, a recente movimentação ocorrida entre
as maiores instituições financeiras presentes no
mercado brasileiro. Com a necessidade de recuperar a rentabilidade perdida com a queda dos juros
e perda de receita com tarifas, muitos banqueiros
perceberam que o Brasil exibia uma indústria de
seguro sólida e rentável, com produtos modernos
e com grande potencial de crescimento. Resultado:
os quatro maiores bancos – Banco do Brasil, Itaú
Unibanco, Bradesco e Santander – reorganizaram
suas operações e rumam a uma acirrada disputa na
venda de seguros a partir de 2010.
Assim, o desenho que se começa a vislumbrar no
sector é ter os bancos dominando a venda de seguros massificados e as seguradoras especializadas
liderando grandes riscos e nichos que exigem especialização, como riscos financeiros.
Consolidation has become routine over the past two
years. Many new contenders have entered the market
and capital injections are needed to satisfy current
rules and regulations on solvency. “Consolidation
should become an established fact over the coming
years in Brazil,” claims Roberto Westenberger,
insurance leader at PriceWaterhouseCoopers. To him,
medium-sized insurers will captivate their clients
with exclusive services and cater to specific social
groups. Major insurers will exploit the geographic
ubiquitousness provided by banks. “Bank support to
this sector is vital to our growth,” he says.
Banks do provide some of the larger-scale operations.
Realizing the need to recoup lost profitability due to
falling interest rates and loss of profit on tariffs, many
bankers realized that Brazil offered a solid, profitable
insurance industry, with modern products and great
potential for growth. As a result, the four largest banks
operating in Brazil – Bank of Brazil, Itaú Unibanco,
Bradesco and Santander – reorganized their operations
and now compete fiercely for insurance sales. 2010 will
surely see heightened competition in insurance sales.
The outlook for insurance: Banks will hold sway over
mass insurance sales, and specialized insurers will
take on riskier operations and niches that demand
specialization, such as financial risks.
“Com a necessidade
de recuperar
a rentabilidade
perdida com a queda
dos juros e perda
de receita com tarifas,
muitos banqueiros
perceberam que
o Brasil exibia uma
indústria de seguro
sólida e rentável.”
“Realizing the need to
recoup lost profitability
due to falling interest
rates and loss of
profit on tariffs, many
bankers realized
that Brazil offered
a solid, profitable
insurance industry.”
61
Mercad o Brasileiro
BRAzILIAn MARKet
Principais fusões e aquisições na indústria de seguros | Main mergers and acquisitions in the insurance industry
alvo
tARGet
coMPrador
BUYeR
negociação
neGotIAtIon
data
DAte
valor
vALUe
icaTu harTForD
icatu
comprou a participação de 50% da hartford no brasil
now holds 50% of hartford in Brazil
2009
não revelado
undisclosed
PanaMericana seguros
caixa econômica
Federal
comprou o banco Panamericano e levou a seguradora
Bought bank, Panamericano, got insurer as package deal
2009
r$ 750 milhões
R$ 750 million
iTau Xl riscos
corPoraTiVos
itaú
controle da companhia, restando acordo operacional de resseguro com a Xl
holds company, operational reinsurance agreement with XL remains
2009
não revelado
undisclosed
MeDial
aMil
51% do capital
51% of capital
2009
r$ 632 milhões
R$ 632 million
bank oF braZil
Principal
Main
renegociou por mais 23 anos a exclusividade no canal do banco
Secured another 23-year exclusive deal with the Bank
2009
não revelado
undisclosed
oDonToPreV
braDesco
43,5% da odontoPrev
43,5% of OdontoPrev
2009
r$ 660 milhões
R$ 660 million
irb brasil re
banco do brasil
Bank of Brazil
ainda não definido
undefined so far
2009
não revelado
undisclosed
brasilVeiculos
e aliança Do brasil
Mapfre
ainda não concluída; envolve ramos elementares e vida
To be concluded; involving property and life insurance
2009
não revelado
undisclosed
iTaú unibanco
Porto seguro
associação em carro e casa, criando a PsiuPar
Associate for car and home insurance, establishing PSIuPAR
2009
estimado em quase
r$ 236 milhões
estimated at nearly
R$ 2 billion
unibanco aig
itaú
comprou o banco e levou a seguradora
Bought bank, got insurer as package deal
2009
não revelado
undisclosed
unibanco aig saúDe
Tempo Participações
100% do capital total
100% of capital
2009
r$ 55 milhões
R$ 55 million
aig
unibanco
Participação da aig (49%) na unibanco aig seguros
AIG to hold 49% of unibanco AIG Seguros
2009
us$ 820 milhões
uS$ 820 million
Tokio Marine
santander
adquiriu a totalidade de vida e previdência que o grupo japonês havia adquirido
do abn amro em 2005
Fully acquired life and pensions insurance business that the Japanese group had
acquired from ABn Amro in 2005
2009
Mongeral
aegon
50% do capital total
50% of capital
2009
não revelado
undisclosed
MarÍTiMa
yasuda
50% do capital total
50% of capital
2009
estimado em
r$ 336 milhões
estimated at
R$ 336 million
Minas, braZil
Zurich
100% do capital total
100% of capital
2008
r$ 236 milhões
R$ 236 million
nossa caiXa
icatu hartford
Parceria para a venda de títulos de capitalização
Partnership for sale of capitalization bonds
2008
r$ 64 milhões
R$ 64 million
aDVenT
Paraná banco
recomprou a participação de 80% vendida ao fundo de private equity em 2005
Reacquired 80% participation sold to a private equity fund in 2005
2008
r$ 102 milhões
R$ 102 million
inDiana
liberty
100% do capital total
100% of capital
2007
não revelado
undisclosed
ciTiinsurance
Metlife
compra mundial inclui o brasil
world acquisition includes Brazil
2007
us$ 11 biliões
uS$ 11 billion
roMa
Mapfre
100% do capital total
100% of capital
2007
não revelado
undisclosed
naTiowiDe
Mapfre
carteira de vida e previdência
Life and pensions portfolio
2007
não revelado
undisclosed
sulaMérica
aXa
Parceria em grandes riscos
Partnership for large risk
2006
sem valor financeiro
no monetary value
hsbc
hDi
100% da carteira de automóvel e seguro de bens
100% of car and property insurance portfolio
2005
estimado em
r$ 236 milhões
estimated at
R$ 300 million
nossa caiXa
Mapfre
adquiriu 51% na nossa caixa Vida e Previdência em leilão
Acquired 51% of nossa Caixa Vida e Previdência at auction
2005
r$ 225 milhões
R$ 225 million
MagaZine luiZa
cardif
Parceria na luizaseg (50% para cada - joint venture)
Partnership with LuizaSeg (50% for each joint venture)
2005
r$ 7.5 milhões
R$ 7.5 million
aXa
Porto
carteira de automóvel
Car insurance portfolio
2004
não revelado
undisclosed
soMa
Metlife
100% do capital total
100% of capital
2004
não revelado
undisclosed
sulaMérica aeTna
ing
aquisição mundial incluiu o brasil
world acquisition includes Brazil
2002
não revelado
undisclosed
cigna
ace
aquisição mundial incluiu o brasil
world acquisition includes Brazil
1999
não revelado
undisclosed
unibanco seguros
aig
49% do capital total
49% of capital
1996
não revelado
undisclosed
Vera cruZ
Mapfre
30% do capital total
30% of capital
1992
não revelado
undisclosed
não revelado
undisclosed
Fonte: Notícias veiculadas na mídia
Source: News circulated by the media
62
herco
excelência na consultoria de risco
Excellence in Risk Consulting
Herco
da Prevenção de Perdas à gestão de risco
From Loss Prevention to Risk Management
texto / text:
texto / text:
Carlos Schlegel Neto
Jorge Luiz A. Gonçalves
GESTOR DE OPERAçõES
DIRETOR COMERCIAL
OPERATIONS MANAGER
COMMERCIAL MANAGER
Bio:
• Especialização em Engenharia
de Segurança do Trabalho,
pela Universidade do Estado
de Santa Catarina – UDESC.
• Graduado em Engenharia
Elétrica pela Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC.
• Engenheiro de Produtos na área
de telecomunicações e elétrica.
• Professor de Análise e Gestão
de Riscos, em cursos de pósgraduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho, e professor
de Gerenciamento de Riscos
em cursos de pós-graduação.
• 14 anos de experiência em Análise
de Riscos e Segurança de Processos.
• Atualmente na gestão da Herco,
coordena a equipe e atua na
visão estratégica da empresa.
Bio:
• Formado em Engenharia Química
pelo Instituto Superior Técnico de
Lisboa - Portugal.
• Engenheiro de Processos em
indústrias de cimento e de celulose.
• Coordena a avaliação de DMP e
PMP em grandes corporações e
participou na elaboração de apólice
All Risk.
• 20 anos de experiência em Análise
de Riscos e Segurança de Processos.
• Atualmente na área comercial e na
visão estratégica da Herco.
Bio:
• Specialized in Work Safety
Engineering, earning his degree from
the University of Santa Catarina
State, Brazil – the UDESC.
• Earned a degree in electrical
engineering from the
Federal University of Santa
Catarina, the UFSC.
• Product engineer in
telecommunications and electricity.
• Taught graduate classes in Risk
Analysis and Management, part of a
Work Safety Engineering programme,
and also Risk Management graduate
classes as part of a Risk Management
and Insurance programme.
• 14 years’ experience in Risk
Analysis and Process Security.
• Currently serves in the
board at Herco, coordinates
teams and intervenes in the
company’s strategic vision.
64
Bio:
• Degree in Chemical Engineering
from the Instituto Superior Técnico de
Lisboa – Portugal.
• Process engineer with cement- and
cellulose-processing companies.
• Coordinates DMP and PMP assessment for large corporations and
participated in the drafting of All Risk
policies.
• 20 years’ experience in Risk Analysis
and Process Security.
• Currently serves in Herco’s commercial division and intervenes in the
company’s strategic vision.
A Herco é uma empresa prestadora de
serviços de consultadoria de riscos com
um vasto campo de actuação. As áreas de
intervenção vão desde a Avaliação de Riscos
Industriais à implementação de cultura de
Gerenciamento de Riscos. Com importantes
clientes e significativas referências no
mercado brasileiro, as suas áreas de actuação
são quatro: segurança de processos, meio
ambiente, treinamentos e seguros.
Herco is a consultancy firm with the expertise
to cover a number of fields. Current capacity
includes industrial risk assessment, as well as
implementation of risk managment culture.
Serving clients of note, having established
a solid reputation in the Brazilian market,
Herco focuses on four domains: process
safety, environment, training and insurance.
A vasta experiência desta consultora em estudos
de Análise de Riscos e participação ativa na aplicação de softwares e técnicas para Análise de Riscos
proporcionam à Herco a permanência no exclusivo banco de dados de fornecedores da Petrobras.
Foi desta forma que a Herco recebeu o convite da
Petrobras para início de participação em estudos
que avaliem o risco industrial presente em suas
unidades.
The consultancy’s broad experience with Risk Analysis
and active participation in the development of Risk
Analysis techniques and software has garnered
the company a permanent position in Petrobras’s
exclusive supplier database. Petrobras invited Herco
to participate in surveys evaluating industrial risk at
Petrobras sites.
Os trabalhos de análise de riscos industriais acabam
trazendo um impacto sobre o processo de gestão de
riscos, ou seja, quando a solução do tratamento do
risco é a sua transferência. Assim, ao conseguir-se
um profundo conhecimento, por parte da Herco,
sobre os riscos de uma empresa, pode-se mais
facilmente começar qualquer iniciativa na área de
seguros.
As atividades desenvolvidas pela Herco estão dividas em 4 áreas de atuação: segurança de processos, meio ambiente, treinamentos e seguros.
Atualmente há diversos serviços que são oferecidos,
onde podemos destacar os de maior representação:
Inspeção de Riscos e Classificação de Áreas (inseridos na área de Segurança de Processos) e Análise
Quantitativa de Riscos (incluídos na área de meio
ambiente).
A Inspeção de Riscos é a atividade de maior penetração dentro do ambiente da empresa. É através
deste serviço que a Herco analisa o status do risco
presente no cliente. A inspeção é realizada com base
numa técnica de análise de riscos - Risk Screening
- que tem como pressuposto avaliar detalhadamente todos os processos/ambientes da empresa.
A técnica consiste em inspecionar as condições das
instalações, avaliar os sistemas de proteção, procedimentos operacionais e de manutenção, presença
de substâncias perigosas, cumprimento de normas
e aplicar os conceitos de What-If e HAZOP a cada
subsistema inspecionado.
Industrial risk analysis impacts the risk management
process and it will often be found that the best way to
handle risk is to transfer it. So when Herco amasses a
body of knowledge on the risks a company takes, it is
much easier to decide on insurance initiatives.
Herco focuses on 4 operational domains: Process safety,
environment, training and insurance. Currently, there
are several services on offer. Foremost among them:
Risk Inspection and Area Classification (included
in Process Safety) and Quantitative Risk Analysis
(included in the “environment” domain).
Risk Inspection is the activity that delves deeper into a
company’s environment. It is through this service that
Herco analyses the risk status at a given client site.
Inspection is based on a technique, Risk Screening,
which goes over all the company processes and
environments in fine detail. The technique consists in
detailed inspection of company premises, assessment
of protection systems, operational and maintenance
procedures, presence of hazardous substances,
compliance with rules and regulations, and the
application of What-If and HAZOP concepts to each
subsystem under inspection.
Area Classification is the mapping of volumes where
an explosive atmosphere might occur (due to leakage
or spillage from plant, pipes, vats, accessories, and
others). With Area Classification, areas (volumes)
are defined where special care must be taken; also,
the relocation or use of specific electrical equipment
adapted to that kind of explosive atmosphere, staff
training and security guidelines.
A Classificação de Áreas é o mapeamento de volumes
onde existe a possibilidade de ocorrer uma atmosfera explosiva (devido a eventuais vazamentos em
equipamentos, tubulações, tanques, acessórios etc).
Dessa forma são definidas áreas (volumes) onde
deverão ser tomados cuidados especiais, assim como
a realocação ou utilização de equipamentos elétricos específicos para esse tipo de atmosfera explosiva,
treinamento de pessoal e medidas de segurança estabelecidas em normas.
O diferencial da Herco na metodologia de Classificação
de Áreas está na ferramenta utilizada para a realização
deste estudo. Através do uso de software são simuladas as hipóteses e produtos especificamente presentes no cliente. Os resultados apresentam valores mais
confiáveis e menos conservativos, impactando em
significativa redução de custos pós-classificação e em
riscos convenientemente avaliados.
A Análise Quantitativa de Riscos é um estudo, normalmente demandado por um órgão governamental, que visa avaliar o impacto de possíveis cenários
acidentais, sejam de produtos tóxicos ou inflamáveis, sobre a população e instalação de terceiros. Os
impactos avaliados podem ser desde nuvens tóxicas até incêndios, explosões ou ainda BLEVEs (bolas
de fogo). Os efeitos físicos avaliados passam por um
estudo de freqüência para se determinar o nível de
risco da instalação e aceitabilidade deste perante os
critérios estabelecidos pelos órgãos governamentais.
Recentemente a Herco aprimorou seu programa de
gerenciamento de riscos e controle de perdas, passando a se configurar como Programa de Gestão de
Riscos Operacionais. Neste atual conceito de implementação desta metodologia, a Herco avalia o sistema de gestão de riscos, incluindo SSMA (segurança, saúde e meio ambiente) existente na empresa,
agregando a avaliação do impacto causado em áreas
financeiras, administrativas, seguros e afins, conforme o diagrama - página 66.
What sets Herco apart when it comes to Area
Classification is the tool employed in this kind of
survey. Herco deploys software to model hypotheses
and specific products found at the client sites. The
results present more reliable, less conservative
numbers, leading to significant cost reduction postclassification and adequate risk assessment.
Quantitative Risk Analysis is usually requested by a
government body and it assesses the impact of several
disaster scenarios caused by toxic or flammable
products and the damage borne by persons and
property. Assessed impacts may range from fires to
toxic clouds, explosions, even BLEVEs (“boiling liquid
exploding vapor explosion”). The physical effects
assessed are verified through a frequency survey to
determine the facility’s hazard level and its relative
acceptability vis-à-vis government criteria.
Recently, Herco fine-tuned its risk management and
loss control programme, which is now configured
as an Operational Risk Management Programme.
Pursuing its current methodology, Herco assesses the
risk management system, including the safety, health
and environment (SHE) guidelines in place at the client
company, aggregating the assessment of impacts
to financial, administrative, insurance and related
domains, as illustrated in the diagram - page 66.
“A Inspeção de
Riscos é a atividade
de maior penetração
dentro do ambiente
da empresa.”
“Risk Survey is the
activity that delves
deeper into a company’s
environment.”
65
herco
gestão de riscos operacionais | operational risk management
insuMos
InPUts
cultura
organiZ.
oRGAnIz.
cULtURe
Pessoas
PeoPLe
instalações
FAcILItIes
Política ssMa
Hse PoLIcY
norMas
stAnDARDs
aMBiente
envIRonMent
eng. de risco
RIsK
enGIneeRInG
Qualidade
qUALItY
Processos
PRocesses
Manutenção
MAIntenAnce
eQuiPaMento
eqUIPMent
“O mais recente
avanço mercadológico
da Herco ocorreu em
2009, pela entrada
no setor offshore.”
“The latest service
breakthrough at Herco
occurred in 2009 as it
entered the offshore
sector.”
contrato
contRAct
seguro
InsURAnce
leis
LAWs
O mais recente avanço mercadológico da Herco
ocorreu em 2009, pela entrada no setor offshore.
A Herco fechou seu primeiro contrato para realização de atividades offshore. As atividades foram
desenvolvidas embarcadas no navio sonda NS-16
(Peregrine 1), operado para a Petrobras pela Etesco.
Junto com a Petrobras, a Herco foi uma das empresas brasileiras pioneiras na participação no Loss
Prevention em 2004 (Conferência Internacional
de Segurança de Processos, promovido pelo EFCE
– European Federation of Chemical Engineering,
que acontece a cada três anos), e mantém a sua
participação para as edições de 2007 e 2010.
Suas mais novas parcerias estão na área de confiabilidade e de sistemas de gestão de risco. Em
confiabilidade, a atuação se dá na segurança funcional, através da avaliação dos níveis de proteção
"SIL" - Safety Integrity Level, em conjunto com a
Risknowlogy, empresa Suíça que conta com consultores de alta especialização e completa competência no segmento, pertencentes ao programa de
certificação da TÜV.
Política gr
RM PoLIcY
aQuisições
AcqUIsItIons
Financeiro
FInAncIALs
coMPras
PRocUReMent
Uma importante parceria está na aliança estabelecida com a Syntex, empresa líder mundial no
fornecimento de sistemas de gestão de riscos (software para ERM – Entreprise Risk Management).
Através desta parceria, a Herco estará trazendo
para o Brasil a mais avançada ferramenta de
Gerenciamento de Riscos Corporativos. Com o
objetivo de manter a vanguarda na aplicação de
novas técnicas, fer-ramentas ou serviços, a Herco
mantém como fonte de informação a busca por
parcerias e a participação em cursos e seminários
internacionais.
66
logística
LoGIstIcs
Fornecedores
sUPPLIeRs
interdePendência
InteRDePenDencIes
seg.
PatriMonial
secURItY
risco eM
locais de 3os
RIsK At 3rd
PARtY sItes
The latest marketing-mix breakthrough at Herco
occurred in 2009 as it entered the offshore sector.
Herco signed its first contract to conduct offshore
operations. Activities were carried out on the NS-16
(Peregrine 1) vessel, run by Etesco for Petrobras.
Along with Petrobras, Herco pioneered Brazilian
participation in Loss Prevention 2004 (International
Symposium on Loss Prevention and Safety Promotion
in the Process Industries, promoted by the EFCE European Federation of Chemical Engineering, a
triennial event), and again attended the conference in
2007.
Herco’s latest partnership focuses on functional
safety through the assessment of the SIL (Safety
Integrity Level) protection levels. Herco’s partner is
Risknowlogy, a Swiss company, unique for their blend
of refined specialization and utter command of their
segment.
Herco’s next goal when it comes to seeking out
new partners is an alliance with a world leader in
the supply of ERM – Enterprise Risk Management
software. Once this partnership materializes, Herco
will secure a leading Corporate Risk Management tool
and introduce it in Brazil. With the goal in mind to stay
ahead of the curve when it comes to new techniques,
tools and services, Herco is ever on the lookout for new
partners, and international courses and seminars.
herco
história da herco | herco's history
A Herco Consultoria de Riscos iniciou suas atividades em 1971 operando como uma corretora cativa do grupo Hering. Como principal ferramenta desenvolveu metodologias de
Gerenciamento de Riscos, alcançando resultados
em pouco tempo. A idéia deu certo. Em 1993, a
Herco recebeu o desafio de estender suas atividades para fora do grupo.
Neste momento iniciou-se o aprimoramento de
técnicas que possam atender a todos os tipos
de riscos e empresas. Entre os primeiros clientes de porte significativo, o destaque vai para a
atuação em siderurgia (Usiminas) e financeiro
(Caixa). A carência no mercado pela especialização no processo de análise de riscos operacionais/industriais e a interface deste com o
mercado segurador, alavancou a participação
em outras empresas de grande porte tais como
CSN, Açominas, Itaipu, Telemar, Cosipa, Copel
e Petrobras.
sobre a importância de um efetivo Programa de
Gerenciamento de Riscos.
Um destaque do resultado dos trabalhos prestados pela Herco aconteceu numa grande empresa
brasileira, onde após um levantamento criterioso
de riscos operacionais fomos confrontar as exposições às perdas da empresa com os limites contratados pela apólice de seguro patrimonial.
Nesta análise dos riscos transferidos para o mercado segurador, identificamos que o valor contratado para cobertura de “quebra de máquinas” era totalmente insignificante para os riscos
desta atividade industrial. A nossa orientação foi
de aumentar o valor deste item em mais de 20
vezes. A defesa para aumento de cobertura junto
ao diretor industrial e conselho de acionistas foi
baseada em nosso trabalho de levantamento de
riscos nas instalações industriais da empresa.
O processo de especialização da Herco se intensificou a partir de 1996, onde passou a investir
de forma mais intensa em pesquisa tecnológica,
sendo pioneira, juntamente com a Petrobras e
CETESB, na aquisição do PHAST, software líder
no mercado em Análise Quantitativa de Riscos.
No caso específico de trabalhos na Petrobras, a
avaliação desta para a escolha da Herco foi ainda
mais criteriosa. A Petrobras possui um minucioso processo de seleção de seus fornecedores,
no qual inclui a experiência na área específica a
ser participada.
Superada esta fase de convencimento a se transferir mais risco ao mercado segurador, a empresa
alterou seus limites de cobertura, de acordo
com nossa orientação e, consequentemente,
reajustou seu prêmio de seguro. Poucos meses
depois aconteceu um grave sinistro, cujas causas do evento estavam totalmente amparadas
pelo clausulado de quebra de máquinas, e como
o limite de cobertura tinha sido reajustado, a
empresa foi plenamente ressarcida de seus prejuízos. Este estudo de análise de riscos realizado
pela Herco evitou que esta empresa tivesse uma
perda de sensivelmente 580 milhões de dólares.
Durante este período, especificamente em 1999,
a ADDmakler adquiriu a Herco fazendo parte de
mais um capítulo desta história. A ADDmakler,
estrategicamente, manteve o perfil tecnológico
da Herco, separando as atividades de corretora das
de engenharia. A partir de então a Herco se tornou
exclusivamente uma empresa de engenharia de
riscos com foco em segurança de processos.
Esta forma prática de implementação dos serviços pela Herco faz com que os clientes absorvam
de maneira mais eficaz a metodologia e a cultura
de gerenciamento de riscos. A filosofia de trabalho da Herco inclui o conceito de se estar sempre
disposto para encarar novos desafios e mercados, buscando as melhores soluções em gerenciamento de riscos para seus clientes.
A ligação com a área de seguros se manteve para
ocasiões onde há a necessidade de suporte mais
especializado para algum cliente, como por
exemplo, as grandes contas, o elevado grau de
criticidade ou ainda grandes sinistros. Através da
experiência adquirida da Herco, pode-se avaliar
com maior confiabilidade o risco existente no
cliente. Este fato acaba gerando certa empatia
entre o cliente e o grupo, em termos de objetividade no processo de avaliação de riscos.
Outra ligação estratégica mantida é o auxílio na
prospecção de novos clientes para o lado da corretagem. A independência da Herco, em relação
ao mercado de seguros, permite entrar em clientes que normalmente como corretora haveria
mais dificuldade.
O maior marketing que a Herco possui são os
próprios clientes. Os resultados das atividades
efetuadas pela equipe da Herco trazem resultados imediatos na redução de riscos e podem ser
percebidos financeiramente na redução das perdas, ou na economia ao implantar as medidas de
redução ou eliminação dos riscos avaliados.
A visão objetiva da Herco em transformar o
risco em uma potencial perda financeira para a
empresa ajuda a convencer acionistas e diretores
Herco Consultoria de Riscos (Risk Consultancy) was
established in 1971 and operated as a captive of the
Hering group. It chose to develop risk management
methodologies as its main tool and produced results
before long. The ideas panned out. In 1993, Herco was
faced with a new challenge: Extend its activities and
operate beyond the confines of its group.
Then began the refining of techniques to serve all
kinds of risk, all kinds of companies. Among the first
notable clients were ironwork company Usiminas and
the Caixa financial institution. The market needed
specialist knowledge on industrial/operational risk
analysis and on the risk analysis/insurance market
interface. Such a demand catalyzed work with large
companies such as CSN, Açominas, Itaipu, Telemar,
Cosipa, Copel and Petrobras.
Specialization at Herco picked up the pace from
1996 onwards. The company began to invest more
aggressively on technological research and, with
Petrobras and CETESB onboard, acquired PHAST,
a leading Quantitative Risk Analysis software
programme.
As for work with Petrobras, it must be said that they
applied strict criteria in their assessment of Herco.
Petrobras employs a detailed supplier selection
method, one of the parameters being the supplier’s
experience in their respective field.
During this assessment period, it was in the year 1999
that ADDmakler took over Herco. At ADDmakler, they
were smart enough to maintain Herco’s technological
profile, segregating engineering from brokerage
activities. From then on, Herco focused exclusively
on risk engineering and, more specifically, process
safety.
The connection with insurance was maintained, as
there may be a need to provide specialist support to a
client — especially with large accounts, highly critical
operations, major disasters. Herco’s experience has
led to more reliable assessments of risk at client sites.
Thus emerges a certain empathy between client and
company; Herco wants to assess risk objectively, and
the client appreciates Herco’s approach.
Another strategic advantage is Herco's pull. Being
independent from the insurance market, it gets a
foot in the client’s door more easily than a number of
insurance brokers could.
Herco’s greatest marketing asset is word-of-mouth
from the clients themselves. The results achieved by
Herco teams lead to immediate risk reduction and
financial impact is quickly perceived through loss
reduction; at the very least, there will be noticeable
savings as measures to reduce or eliminate the risks
assessed are implemented.
Herco’s objective intent, to turn risk into potential
financial loss to the company, wins over boards
and shareholders and makes them understand the
importance of effective Risk Management Programmes.
One significant event occurred at a Brazilian company
where, after a thorough survey of operational risks,
we verified company exposure to loss against the
limits dictated by their property insurance policy.
Through this analysis of the risk transferred to the
insurance market, we noticed that the values agreed
upon regarding Machine Breakdown cover were
completely inadequate to the risks posed by their
industrial activities. We recommended that they
step up the coverage by 20 orders of magnitude. The
head of industrial operations and shareholders were
presented with a recommendation for increased
coverage based on our risk assessment work at the
company’s industrial facilities.
Once the persuasion stage was through, the
company revised its coverage limits according to our
recommendation and, as a consequence, readjusted
its insurance premium. A few months later, a serious
accident took place, the causes of which were fully
covered by the clauses on Machine Breakdown. As
the coverage limit had been readjusted earlier, the
company was fully reimbursed. This risk analysis
survey conducted by Herco saved the company from
a USD$580m loss.
Herco’s practical approach to service implementation
leads to greater client uptake of risk management
methodologies and culture. Herco’s working
philosophy can be summed up like this: Always be
ready to face new challenges and markets. Always
find the best risk management solutions for your
clients.
67
new world ins urance
Brokers link @ china
New World Insurance
hei wong – o amigo, o parceiro e o líder
Hei Wong – The friend, the partner and the leader
A New World Insurance (NWI) é o membro da BrokersLink
que se encontra em Hong Kong e na China Continental, e um
parceiro muito próximo da MDS. Com uma experiência de
mais de 20 anos de corretagem, a NWI é um dos corretores
mais importantes da China. Como a MDS, faz parte de um
conglomerado de empresas muito importante – o New World
Group. O CEO da NWI, Hei Wong, esteve no Porto no 25º
aniversário da MDS e falou com a Full Cover acerca da sua
empresa e do seu relacionamento com a MDS.
68
New World Insurance (NWI) is the BrokersLink member for
Hong Kong and mainland China, and a very close partner
to MDS. With over 20 years experience in the brokerage
business, NWI is one of the leading brokers in its territory.
It shares with MDS the fact of also being part of a very
important conglomerate of companies – New World
Group. NWI’s CEO Hei Wong was in Oporto for MDS’ 25th
anniversary, and talked with Full Cover about his company
and the relationship with MDS.
legenda / caption:
Hei Wong
CEO NEW WORLD INSURANCE
new world ins urance
new world
group
Conglomerado sediado em Hong Kong, com
enormes investimentos nesta cidade, em
Macau, na China e no ultramar. O ‘turnover’
anual do grupo é de mais de 5 biliões de dólares
americanos, com uma capitalização de mercado
de mais de 20 biliões. Com 54000 empregados,
o grupo abrange uma gama diversificada de
negócios em Hong Kong, na China Continental,
em Macau e noutros territórios. Encontra-se
entre os cinco principais promotores de desenvolvimento imobiliário de Hong Kong, mas
também investe fortemente na China, com uma
carteira de propriedades muito diversificada
que abrange projectos que vão desde comunidades residenciais, escritórios e vivendas, até
complexos multi-uso e hotéis. O turismo é,
na realidade, outra área de actividade muito
importante: o grupo é proprietário de muitos
hotéis, alguns dos quais administrados pelas
cadeias Hyatt e Mariott e outros geridos directamente pelo New World Hotel Management.
O desenvolvimento de infra-estruturas é ainda
outra área chave, que inclui projectos dignos de atenção em quatro áreas importantes:
Energia, Água, Estradas e Portos. A área de
retalho do New World Group compreende 23
armazéns de vendas com a marca New World
na China Continental e quatro ‘outlets’ com a
marca ‘Bali Chuntian’, em Xangai. Através da
sua divisão de Serviços de Arrendamento, o
New World Group também tem interesses no
Arrendamento de Propriedades, na Realização
de Contratos, em Serviços de Transportes e
Financeiros. O New World Group exerce ainda
actividade noutros sectores, tais como Serviços.
e Telecomunicações.
New World Group is a Hong Kong based leading
conglomerate with huge investment in Hong Kong,
Macau, China and overseas. The group’s annual
turnover is over US$5 billion, with a market
capitalization over US$20 billion. With 54,000
employees, the group embraces a diversified range
of businesses in Hong Kong, Mainland China,
Macau and other territories. It s among the top
5 property developers in HK, but it also invests
strongly in China, with a well-diversified property
portfolio, comprising projects ranging from
residential communities, service apartments and
villas, multi-use complexes and hotels. Tourism
is, in fact, another main area of operation: the
group owns many hotels, some managed by the
Hyatt and Mariott chains, and other managed
directly by New World Hotel Management.
Infrastructure development is yet another key
area, including noteworthy projects in four major
segments: Energy, Water, Roads and Ports. The
retail arm of New World group comprises 23 “New
World” branded department stores in Mainland
China and four “Bali Chuntian” branded outlets in
Shanghai. Through its Service & Rental division,
New World group is also involved in Facilities
Rental, Contracting, Transport and Financial
Services, New World group also operates in other
sectors such as Services. A final area that deserves
being highlighted is Telecommunications.
uM universo de oPortunidades
a world oF oPPortunities
A tendência económica actual, mesmo em épocas
de crise, impõe um novo conceito de globalização
baseado na interligação das economias e na visão
do mundo como propriedade das companhias. As
crescentes permutas entre as economias ocidentais
e o Extremo Oriente são um dos sinais mais visíveis
desta tendência.
Current economic trends, even in times of crisis,
impose a new conception of the world based in
the interconnectedness of economies, and on the
consideration of the world as companies’ back yard.
One of the most visible signs of these trends is the ever
growing exchanges between Western economies and
the Far East.
Como Hei Wong assinala, “com a globalização, um
número cada vez maior de empresas industriais
europeias e norte-americanas está a deslocar-se
para o Extremo Oriente. Como o preço da produção
é elevado, o facto de transferirem os seus recursos
para a Ásia dá-nos a oportunidade de ter negócios
em conjunto”.
As Hei Wong points out, “with the globalization
more and more European and North American
manufacturing businesses are moving into the Far
East. As the cost of production is high, the fact that
they are moving their resources to Asia gives us an
opportunity to do business together”.
Fazendo o percurso contrário, mais “investidores
chineses estão a vir para a Europa, como responsáveis pelo desenvolvimento do sector imobiliário ou
de construção de edifícios de escritórios”. Os investimentos chineses também estão presentes em países de língua oficial portuguesa, como Angola e o
Brasil.
Na opinião de Hei Wong, este fluxo de investimentos proporciona muitas oportunidades de colaboração entre a NWI e a MDS, uma vez que estes investimentos se concretizarão na necessidade de dar
assistência a clientes fora do seu país de origem.
“Temos de ter alguém que exerça funções no local
e que fale a língua, enquanto trabalhamos com os
clientes na sede”, explica Hei Wong. O CEO da NWI
vai ainda mais longe e diz que estas oportunidades
devem ser activamente aproveitadas e que os corretores devem “atirar-se com dinamismo a projectos
asiáticos e europeus” e “deste modo colher todos os
benefícios que o presente contexto possa oferecer”.
Para agir deste modo, a relação muito próxima entre
parceiros como a NWI e a MDS é decisiva.
o relacionaMento entre a Mds
e a nwi… coMo tudo coMeçou
Hei Wong recorda como conheceu José Manuel
Fonseca, CEO da MDS, há cerca de quatro anos,
em Singapura. Os dois CEOs conversaram durante
algum tempo, partilhando a sua experiência e a
maneira de ver os negócios. Torna-se interessante
referir que, neste primeiro contacto, Hei Wong
notou imediatamente haver entre eles claras semelhanças: “Embora vivamos em continentes diferentes, temos muitas parecenças. Tanto a MDS como a
NWI são apenas companhias subsidiárias de um
conjunto pertencente a uma família. Os dois grupos actuam fora do país que é a sua base – a Sonae,
principalmente na Europa, e nós principalmente
em Hong Kong e na China Continental”. Mas as
semelhanças iam ainda mais longe. Por um lado,
tanto Hei Wong como José Manuel Fonseca partilhavam a maneira de conduzir os negócios e de
fazer alianças comerciais. Por outro, ambos acreditavam fortemente nos benefícios das redes internacionais de corretores independentes. Enquanto
José Manuel Fonseca tinha sido responsável pelo
início da BrokersLink, uma rede que nessa altura
estava sediada na Europa, Hei Wong era o rosto da
PanAsian Alliance, uma rede com objectivos semelhantes aos da BL, embora sediada na região da Ásia
banhada pelo Oceano Pacífico.
In the inverse direction, more “Chinese investors
are coming into Europe, like property developers or
office building owners.” Chinese investments are also
present in Portuguese speaking countries, like Angola
and Brazil.
In Hei Wong’s opinion, these investment flows bring
many opportunities for collaboration between NWI
and MDS, as these investments will materialize in
clients need to be assisted outside their country of
origin. “We’ve got to get someone that does the local
part that speaks the language, while we work with the
clients in the head office”, Hei Wong explains. NWI CEO
goes even further by saying that these opportunities
should be actively pursued, as brokers should “pitch
proactively for some Asian and European projects”,
and thus reap all the benefits that the current context
can provide.
To do so, the close relationship between partners such
as NWI and MDS is crucial…
the relationshiP Between Mds
and nwi: how it all started
Hei Wong recalls meeting José Manuel Fonseca, CEO of
MDS, about 4 years ago in Singapore. The two talked
for a while, and shared their experiences and vision
of the business. Interestingly, in this first contact,
Hei Wong immediately found clear resemblances:
“Although we are in different continents, we share a
lot of similarities. Both MDS and NWI are only owned
subsidiaries of a conglomerate owned by a family. Both
groups operate outside their base country – Sonae in
mainly in Europe and we are mainly in Hong Kong
and mainland China.” But similarities went even
further. On the one hand, both Hei Wong and José
Manuel Fonseca shared a common way of conducting
business and of doing business alliances. On the other,
both believed strongly in the benefits of international
networks of independent insurance brokers. While José
Manuel Fonseca had been responsible for the inception
of BrokersLink – a European based network at the
time, Hei Wong was the face of PanAsian Alliance, a
network with similar purposes to BL, but centered in
the Asia Pacific region.
One year later, Hei Wong was in Oporto celebrating
MDS’ 22nd anniversary, and talking about “the future
development of the two networks.”
Um ano mais tarde, Hei Wong estava no Porto a festejar o 22º aniversário da MDS e falava no “desenvolvimento futuro das duas redes”.
69
new world ins urance
“Tanto Hei Wong
como José Manuel
Fonseca partilhavam
a maneira de conduzir
os negócios e de fazer
alianças comerciais.”
“Both Hei Wong and
José Manuel Fonseca
shared a common way
of conducting business
and of doing business
alliances.”
70
A relação entre os dois CEOs, as duas empresas e
as duas redes continuou a evoluir com uma rapidez espantosa e terminou na fusão da BrokersLink
Europa, da PanAsian Alliance e da Alinter (outra
rede, sediada na América Latina). A parceria resultante, tanto entre os brokers como entre as redes,
permitiu que a MDS e a NWI ficassem numa posição
ainda melhor para enfrentar os desafios que pudessem surgir no futuro.
The relationship between the two CEOs, the two
companies, and the two networks kept evolving at
an astounding speed, ending up in the merger of
BrokersLink Europe, PanAsian Alliance and Alinter
(another network based in Latin America). The
resulting partnership, both between brokers and
networks, allowed MDS and NWI to be in an ever
better position to face the challenges that the future
might bring.
os desaFios
the challenges
Segundo Hei Wong, a chave para poder enfrentar os
desafios, por um lado da globalização e, por outro,
das idiossincrasias de cada país é “ser-se inovador,
empreendedor, mas também capaz de cumprir em
cada região”.
According to Hei Wong, the key to be up to the
challenges that, on one hand globalization, and on
the other hand each country’s idiosyncrasies poses, is
“to be innovative, entrepreneur, but also to be able to
deliver locally”.
No futuro, os corretores de seguros terão de oferecer
“uma solução que não seja a tradicional” de fazer
negócios, o que significa oferecer “um serviço VIP”
para a assistência a cada cliente.
In the future, insurance brokers have to provide “an
alternative solution to the traditional way” of doing
business, and that means providing “a VIP service”, to
care about each client.
Utilizando um ponto de vista regional, Hei Wong
identifica alguns países na região asiática do Pacífico
que poderiam ser “importantes para a rede global,
como o Japão, a Coreia e a Indonésia”. As diferenças culturais, a mentalidade de cada um destes países e o grau de desenvolvimento dos mercados de
corretagem locais são os principais desafios que a
BrokersLink e os seus membros em cada país podem
ajudar a ultrapassar.
From a regional point of view, Hei Wong identifies
some countries in Asian Pacific region that could be
“important for the global network like Japan, Korea,
and Indonesia". The cultural differences, the mentality
in each of these countries and the development stage
of the local insurance broking markets are the major
challenges that BrokersLink and its local members can
help overcoming.
new world ins urance
adn da new world insurance | new World Insurance DnA
inovação
InnovAtIon
soluções Por Medida
tAILoR-MADe soLUtIons
Polít.rec. huManos
HUMAn ResoURces PoLIcY
esPírito de FaMília
FAMILY sPIRIt
resPonsaBilidade social
socIAL ResPonsABILItY
actualmente, com a globalização,
internacionalização e com as leis
em alteração, os clientes têm
outras preocupações a juntar às
habituais. “os seguros têm de
mudar de acordo com isto. Temos
de ter algo de novo para mudar o
produto”, diz hei wong.
o lema da companhia é “o seu
problema diz-me respeito”. os
prejuízos e riscos financeiros
não são os únicos desafios. Por
exemplo, a nwi pode ajudar na
comercialização dos negócios
do cliente. “alguns produtos
relativos a seguros podem ajudar
a promoção de mais negócios,
estando na retaguarda quando
se tenta encontrar quem esteja
disposto a investir nos nossos
negócios. não se trata apenas de
uma transferência de risco”.
os serviços de seguros são
um negócio de pessoas e os
colaboradores são vistos como
sendo um dos elementos mais
valiosos para a nwi. esta companhia
desenvolveu “estratégias
abrangentes que incluem a
formação e oportunidades para
os colaboradores ganharem
experiência, tornando-se
profissionais”. os estagiários
acabados de sair da universidade
são colocados num programa de
gestão em vários departamentos.
Porém, uma licenciatura não é tudo:
os licenciados recém-formados
representam cerca de 15 por cento
dos empregados; os outros 85 por
cento vêm da indústria.
a nwi tem cerca de 90
colaboradores, um grupo coeso
que festeja os aniversários em
conjunto.
a nwi, desde o mais simples
colaborador ao ceo, está
comprometida com causas sociais.
“organizamos voluntários entre
o nosso pessoal e, por vezes,
visitamos o lar para idosos ou
oferecemos utensílios escolares
aos mais carenciados”.
nowadays, with the globalization
and internationalization, and with
the laws changing, clients have
other concerns on top of their usual
worries. “Insurance has to change
accordingly to that. You have to
have something new to change your
product”, says hei wong.
The company`s motto is “your
problem is my business”. Damages
and financial risks aren’t the only
challenges. nwI can help marketing
the client’s business, for example.
“Some insurance products can help to
promote more business, being behind
when you’re trying to find someone
willing to put money in your business.
It is not only risk transfer”.
nwI has about 90 employees, a close
group that celebrates birthdays
together.
Insurance services are a people’s
business and employees are seen as
one of the most important assets to
nwI. The company has developed
“comprehensive strategies, including
training and opportunities to
employees, for them to practice being
a professional”. The trainees, fresh
out of the university, are put into a
management program in different
departments. But a degree is not
everything: fresh graduates represent
about 15 per cent of the employees;
the other 85 per cent come from the
industry. nwI encourages everyone to
take a professional course.
nwi – uM interveniente chave
no Mercado
A NWI foi criada em 1988 como corretor cativo
do New World Group, um conjunto muito importante em Hong Kong, Macau, na China Continental
e no ultramar. Iniciou as suas actividades em Hong
Kong e no Canadá depois de uma joint-venture com
um banco francês, Banque Indosuez (actualmente
Crédit Agricole).
Inicialmente, a NWI era uma companhia de corretagem de seguros regional com a sede em Hong
Kong, escritórios representativos na China e algumas filiais em Macau, Malásia, Tailândia, Singapura
e Canadá.
Quando a China começou a atribuir licenças aos
corretores em finais de 1999, a NWI formou em
2002 a primeira joint-venture com uma companhia estatal. No ano seguinte, a China Insurance
Regulatory Commission (CIRC) atribuiu finalmente
licença à NWI. Hoje “a NWI é um dos poucos corretores em joint-venture da China e tem uma licença
à escala nacional que engloba a área de retalho, a
corretagem de seguros, os seguros de vida e não
vida, assim como corretagem de resseguros”.
“numa sociedade diversificada,
temos de ter algo em comum.
são as obras de caridade. Dar à
comunidade une as pessoas de
religiões diferentes, até mesmo
os livres-pensadores. e na china
temos muitos”.
nwI, from simple employees to the
CEO, is committed to social causes.
“we organized volunteers amongst
our staff and sometimes we go and
visit the elderly home or donate some
school packs to the poor people”.
“In a diversify society, we have to
have something in common. That
is charity work. Giving back to the
community unites people from
different religions and even free
thinkers – in China we have a lot of
free thinkers”.
nwi – a key Player in the Market
NWI was formed in 1988 as the captive broker of the
New World Group, a leading conglomerate in Hong
Kong, Macau, mainland China and overseas. It started
its operations in Hong Kong and Canada after a joint
venture with a French bank called Banque Indosuez
(Crédit Agricole nowadays).
Initially, NWI was a regional insurance broking
company with headquarters in Hong Kong, and
representative offices in China and a few branch offices
in Macau, Malaysia, Thailand, Singapore, and Canada.
When China started giving licenses to the insurance
brokers, by the end of 1999, NWI made the first joint
venture with a state owned company in 2002. One
year later the China Insurance Regulatory Commission
(CIRC) finally gave NWI its license. Today, “NWI is
one of the few foreign joint venture insurance brokers
in China and has a nationwide license that involves
retail, insurance broking, life and non life, as well as
reinsurance broking”.
71
new world ins urance
“A SRB tem trabalhado com a NWI e neste
momento podemos dizer apenas que os serviços
prestados pelo nosso parceiro são Rápidos
e Excelentes. É com antecipado prazer que
esperamos trabalhar com a NWI no futuro!”
“SRB has been working with NWI and for now
we can only say that the service provided
by our partner is both Quick and Excellent.
We look forward working with them in the future!”
Stephan Egli, SRB, BrokersLink member in Switzerland
“Por vezes são as coisas pequenas que marcam
a diferença. Quando um dos nossos clientes
estava em viagem pela China e precisou
de uma confirmação urgente sobre a cobertura
do seu seguro, a New World veio imediatamente
em seu auxílio! Este é um exemplo importante
do que temos experimentado com a New World
ao longo dos anos - um apoio imediato,
eficiente e profissional.”
“Sometimes it's the little things that make all the
difference. With one of our clients travelling in China
and needing urgent confirmation of cover,
New World came to the rescue - immediately!
This is a great example of what we have experienced
over the years from New World - prompt, efficient
and professional support.”
Mike Backner, Bridge Insurance Brokers Ltd, Manchester, BrokersLink member in the UK
Perfil | Profile - new world insurance
Inclui serviços de gestão de risco e consultadoria de seguros;
Risk management and insurance consultancy services;
É um dos maiores corretores independentes de Hong Kong, que administra 75 milhões de dólares americanos em Prémios Anuais;
One of the largest independent brokers in Hong Kong, managing USD 75 million in Annual Premiums;
Tem uma equipa de corretores e especialistas de grande nível profissional que tratam de todas as espécies de negócios;
Highly professional team of brokers and specialists, who handle all classes of business;
Foi uma das primeiras corretoras estrangeiras a receber uma licença para actuar na China e que abrange todo o país;
One of the very first foreign insurance brokers awarded a full nationwide license to operate in China;
Tem sede em Hong Kong e quatro escritórios muito importantes em Beijing, Xangai, Wuhan e Guangzhou,
que proporcionam uma completa cobertura de serviços a todo o país.
Headquarters in HK and four major offices in Beijing, Shanghai, Wuhan and Guangzhou that can offer full service coverage to the whole country.
Principais clientes | Major clients:
•
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•
•
•
•
•
•
•
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Asia Television Ltd
CALyON Corporate and Investment Bank
Embry Holdings Ltd
GlaxoSmithKline Ltd
Hong Kong Productivity Council, KWG Property Holding Ltd
Linfax Holding Hong Kong Ltd
Société Générale
Whirlpool (Hong Kong) Ltd
yue yuen Industrial (Holdings) Ltd, etc
new world ins urance
Hei Wong
ceo new world insurance
Hei Wong é actualmente o CEO da
New World insurance, na qual iniciou
funções em 1992.
Hei Wong is presently the CEO of New
World Insurance, where he started
working in 1992.
Tem um Bacharelato em Comércio
pela Universidade Murdoch, Perth,
WA, Austrália, e um MBA, terminado
na Universidade de Bangkok. Em
virtude de ter sempre considerado
o conhecimento como um trunfo
pessoal de grande valor, fez também
uma ‘fellowship’ na Universidade
de Deakin, Austrália, um programa
conjunto entre esta universidade
e o australiano e neo zelandês
Institute of Insurance and Finance.
Actualmente Hei Wong está a fazer
o Doutoramento em Finanças na
Shanghai University of Finance and
Economics.
Hei has a Bachelor degree in Commerce
from Murdoch, Perth WA University,
Australia, and a MBA, finished in
Bangkok University. Because knowledge
was always a much valued personal
asset, Hei also did a fellowship program
with Deakin University, Australia, a
joint program between this university
and the Australian and New Zealand
Institute of Insurance and Finance.
Presently, Hei is doing his PhD in
Finance in the Shanghai University of
Finance and Economics.
Hei Wong tem uma larga experiência
da indústria de seguros, na qual iniciou funções em 1981, numa companhia de seguros local, propriedade do
Financial Services Group, sediado em
Hong Kong. Como já foi referido, em
1992 Hei Wong entrou para a New
World Insurance a fim de iniciar uma
joint-venture na Tailândia. Em 1997,
Hei Wong transferiu-se para o escritório regional da NWI em Singapura
e assumiu o controlo de toda a actividade do Sueste da Ásia. Em 1999,
o NW Group decidiu concentrar
os negócios na Grande China e Hei
Wong foi escolhido para organizar a
actividade neste país.
Hei Wong has a vast experience in the
insurance industry, where he started
working in 1981 in a local insurance
company owned by the Hong Kong based
Financial Services Group. As mentioned,
in 1992 Hei joined New World Insurance
to start a joint venture in Thailand. In
1997 Hei moved to NWI regional office
in Singapore to take over all South East
Asian operation. In 1999, the NW group
decided to focus its business in greater
China, and Hei was chosen to set up the
China operation.
73
Brokers link
saigon
Brokers Link Asian Conference
construindo alianças eficazes
Building Effective Alliances
74
O dinamismo da BrokersLink, rede internacional de brokers de seguro,
não pára. Um sinal claro do empenho e motivação dos seus membros
foi a realização de mais uma conferência regional, que teve lugar entre
4 e 6 de Fevereiro em Saigão, Vietname.
At BrokersLink, they’re go-getters. Dynamic. Unstoppable. BrokersLink
members are committed and highly motivated. Case in point: They put
together another regional conference in Saigon, Vietnam, from February
4 through 6.
A conferência, organizada pela AEGIS Consultants Co. Ltd, membro da rede para
este país, dirigiu-se primordialmente aos membros asiáticos da BrokersLink,
tendo contado com cerca de 50 participantes.
José Manuel Fonseca, presidente da rede, fez questão de estar presente e partilhar com todos o seu entusiasmo relativamente a este projecto. A Cooper Gay,
parceiro privilegiado da rede para a área de resseguro, e o membro americano
– Frank Crystal & Co também não quiseram deixar de participar, considerando
a reunião uma excelente oportunidade para fortalecer as suas relações com os
presentes.
A conferência teve como tema “Construir parcerias eficazes” (“Building Effective
Alliance Partnerships”) e foi um momento especial para discutir o futuro da
BrokersLink, nomeadamente em termos de novas formas de responder ainda
melhor àquelas que são as expectativas de clientes cada vez mais exigentes e com
necessidades mais complexas. A troca de perspectivas e conhecimento entre
os membros foi uma constante. Foram discutidas as melhores práticas, procurando sempre determinar como estas poderiam ser colocadas ao serviço dos
clientes.
O evento contou com um forte apoio do mercado segurador, que não quis deixar de se associar a mais esta iniciativa organizada pela BrokersLink. A Liberty,
a Chartis e a Bao Minh Insurance Corporation marcaram presença. A QBE foi
o patrocinador principal, acompanhada pela Liberty, pela Chartis, pela PTI
insurance e pela PetroVietnam Insurance Corporation.
No final da reunião todos manifestaram vontade de estar presentes naquele que
é o grande acontecimento anual da BrokersLink – a conferência Global Anual,
que este ano se realizará em Lisboa, Portugal, entre os dias 17 e 19 de Junho.
The Conference was organized by AEGIS Consultants Co. Ltd, a network member in
the country, and was geared primarily toward the Asian members of BrokersLink.
50+ companies attended.
José Manuel Fonseca, network chairman, just had to be there so he could share his
enthusiasm with the project. Cooper Gay, a privileged network partner that handles
reinsurance, and American member Frank Crystal & Co. were also delighted
to attend, as they thought the conference might be an excellent opportunity to
consolidate relationships with other network members.
The Conference came together under the theme “Building Effective Alliance
Partnerships” and provided a special opportunity to discuss the future of BrokersLink
— and ways to deal with increasingly demanding clients and their complex needs.
Information and knowledge exchange was a constant throughout. We debated best
practices and sought to determine how these can serve the clients' best interest.
The event was strongly supported by the insurance market. Sector companies
were very willing to associate their brands with this BrokersLink initiative.
Liberty, Chartis and Bao Minh Insurance Corporation attended. QBE was the main
sponsor, followed by Liberty, Chartis, PTI Insurance and PetroVietnam Insurance
Corporation.
At the close of the conference, everybody agreed that they would like to attend the
major, annual BrokersLink event — the Annual Global Conference. This year it will
be held in Lisbon, Portugal, between June 17 and 19.
Risco e Mudança Climática
Risk and Climate Change
Prevenir ou remediar?
Prevention or remediation?
O desafio da mudança climática
The climate change challenge
Da teoria à prática
From theory to practice
Responsabilidade Ambiental
Environmental Liability
Os 10 anos mais quentes a partir de 1990
10 of the hottest years occurred since 1990
A Responsabilidade Ambiental no Brasil
Environmental Liability in Brazil
O novo regime
The new framework
Importante passo político, ínfimo passo ambiental
A major political step and environmental disappointment
Responsabilidade Ambiental
Environmental Liability
Cimeira de Copenhaga
The Copenhagen Summit
© DON FARRAL.PHOTOGRAPHER'S CHOICE RF.GETTy IMAGES
r isco e Mudança cliMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
responsabilidade ambiental
Environmental Liability
Prevenir ou remediar?
Prevention or remediation?
76
Várias catástrofes ambientais, casos de Chernobyl ou
do Prestige, obrigaram à tomada de medidas firmes de
protecção ao meio ambiente. A publicação da Directiva
35/2004/CE estabeleceu vários princípios e é um marco
no que diz respeito à responsabilidade ambiental.
Several environmental disasters, such as Chernobyl or
The Prestige, forced to take strong measures to protect the
environment. The publication of the Directive 35/2004/CE
established several principles and is a milestone in regard
to environmental liability.
Podemos dizer com segurança que o “ambiente” é um tema de
permanente actualidade e que figura entre as preocupações (nem
sempre concretizadas, é certo) de governos e associações já há
várias décadas. Ao longo dos anos, tragédias ambientais (e não
só) como Bhopal, Exxon Valdez, Doñana, Prestige, Chernobyl,
têm povoado os nossos sonhos mais negros e feito o ser humano
pensar que não basta “deixar andar”, sendo necessário actuar,
de forma consciente e proactiva, em primeiro lugar para os prevenir e, depois, não sendo isto já possível, para os remediar.
We may safely state that the environment should always be front-page
news; also, that it has concerned governments and other organizations
for several decades, even if action has been slow for the most part. Over
the years, environmental disasters like Bhopal, Exxon Valdez, Doñana,
Prestige, Chernobyl and the like have embodied some of our darkest
fears. These tragedies, however, demonstrate that you can't just "let
it ride" and expect things to take care of themselves. One has to take
action. First off you must prevent disaster. Failing that, you have to
attenuate or remedy the damage caused.
Risco e Mudança Climát ica
Ris k and Climate Chan ge
E este “remediar” assume formas particularmente complexas
no seio da Responsabilidade Ambiental, onde o dano em causa é
um dano distinto daqueles a que nos temos vindo a habituar, e o
titular do direito à indemnização já não é uma pessoa ou empresa em particular, mas toda uma comunidade, se quisermos, em
última instância toda a Humanidade. Não será o ambiente um
“património da Humanidade”?
Se nos Estados Unidos este é já um tema familiar há algumas décadas, na Europa assume uma premente actualidade com a publicação da Directiva 35/2004/CE, relativa à Responsabilidade
Ambiental. Esta directiva, já transposta para a maioria das legislações dos Estados membros (nomeadamente Portugal), vem estabelecer alguns
princípios inovadores: o do poluidor pagador, o do dano “à biodiversidade” (danos às
águas e aos habitats naturais), o da necessidade de o operador, perante a iminência de
um dano ambiental, desencadear todas as
medidas necessárias à sua prevenção, o da
reparação dos danos uma vez produzidos (e,
em ambos os casos, prevenção e reparação,
sem qualquer limite para as despesas em que
o operador tenha de incorrer), uma responsabilidade objectiva, sem culpa, para as actividades consideradas mais perigosas para
o ambiente…
Um outro aspecto importante prende-se
com o facto de a Directiva deixar à discricionariedade dos Estados membros a consagração ou não da obrigatoriedade de garantias
financeiras para assegurar o cumprimento
das obrigações que recaem sobre os operadores. No caso de Espanha, e logo a seguir de
Portugal, o legislador entendeu consagrar na
lei essa obrigatoriedade, o que, certamente,
vai levar a um grande desenvolvimento do
mercado de seguros nesta área já que, pelo
que sabemos, se trata da única das garantias
previstas na lei que está, para já, disponível.
Remediation is particularly complex when we discuss environmental
liability. The damage at stake is different from the kind of damage
we usually deal in. Claimants are no longer specific natural or legal
persons but entire communities or, if you will, humankind at large.
Does not the environment belong to everyone, is it not our collective
heritage?
To people in the USA this topic is quite familiar and has been for a
couple of decades. In Europe, it has come to the fore with the publication
of Directive 35/2004/CE, regarding environmental liability. The
directive has been translated into the legal corpus of most Member
States (including Portugal) and establishes a number of innovative
principles, such as the “polluter pays” principle,
the “damage to biodiversity” (water bodies and
natural habitats), the need for the operator,
faced with imminent environmental damage,
to launch all necessary preventative measures,
the reparation of caused damage (in either case,
prevention and reparation expenses have no
upper limit), objective, no-blame responsibility
for activities considered hazardous to the
environment...
“Se nos Estados
Unidos este é já um
tema familiar
há algumas décadas,
na Europa assume
uma premente
actualidade com
a publicação da
Directiva 35/2004/
CE (…)”
“To people in the USA
this topic is quite
familiar and has been
for a couple of decades.
In Europe, it has come
to the fore with the
publication of Directive
35/2004/CE (...)”
Fazendo o paralelismo entre Portugal e o
Brasil diria que, independentemente da
existência de uma obrigatoriedade concreta
em Portugal, para certas empresas de contratar esta garantia, existem muitas outras (as não previstas no
Anexo III) que são responsáveis, embora em sede de culpa, pelos danos ambientais que causarem e que terão toda a vantagem
em dispor de um seguro que garanta uma parte significativa das
responsabilidades previstas na lei. Assim, diríamos que, também
no Brasil, haverá todo o interesse para as empresas, nomeadamente as que exerçam certo tipo de actividades e com uma certa
dimensão, em contratar uma garantia deste tipo que protegerá
o seu património em caso de dano ambiental e que, certamente,
as preparará para enfrentar uma regulamentação, a qual, mais
cedo ou mais tarde, será inevitável. Este é um tema que corresponde a uma preocupação global que, partindo dos EUA, se
estendeu à Europa e certamente continuará a constituir preocupação legislativa de outros países, nomeadamente as chamadas
”economias emergentes”, como é o caso do Brasil.
Another relevant issue is that the Directive
allows Member States to decide whether or not
they will make financial collateral/warranties
mandatory to ensure compliance with the
duties assigned to operators. The case in Spain
and Portugal: Lawmakers have deemed fit to
enforce such a mandatory warranty, which will
certainly boost a dedicated insurance segment.
As far as we know, and at this writing, this is the
only type of warranty demanded by law.
Now if you compare Portugal and Brazil, let
us state that, although in Portugal a number
of companies are required to subscribe to such
a warranty, many others are not bound to do so
(namely those not contemplated by Annex III),
albeit responsible for the environmental damage
they cause. These companies will enjoy numerous
advantages by taking out insurance policies
to cover a significant part of the responsibility
anticipated by the Law. Thus we might aver
that, in Brazil, a number of companies are bound
to feel similar interest, namely those carrying
out certain operations of considerable size. Such companies may
want to subscribe to a warranty as indicated above, to protect their
assets and estate under situations involving environmental damage.
They would then be best prepared to face updates on regulation which
will, sooner or later, become inevitable: The environment is a growing
concern the world over, starting with the USA and spreading to Europe.
This concern is not going away and is likely to take more and more of
the lawmakers' agenda in a number of countries, especially those with
so-called "emerging economies", as is the case with Brazil.
77
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
Os dez anos mais quentes registaram-se a partir de 1990
Ten of the hottest years occurred since 1990
O desafio da mudança climática
The climate change challenge
Os desastres naturais coexistiram com a humanidade
ao longo da História, mas as últimas décadas foram
testemunha da importância que esses fenómenos
adquiriram devido ao extraordinário aumento dos danos
por eles causados.
Natural disasters have coexisted with humanity throughout
History. Last decades have seen how natural disasters have
attached great importance because of sharply increase in
losses caused by them.
Texto / Text:
Antonio Salgado
Gorostizaga
Divisão de Riscos Globais
MAPFRE | INTERNACIONAL
DIVISION GLOBAL RISKS
MAPFRE EMPRESAS
A maior parte desse aumento deve-se a mudanças económicas,
demográficas e geográficas, tais como o considerável crescimento
dos valores em risco, o aumento da actividade seguradora, a maior
concentração de valor nas regiões expostas (zonas costeiras, por
exemplo) ou o crescimento da densidade da população. Porém,
existe outro factor de risco que se manifesta cada vez com maior
intensidade como causa potencial da frequência e gravidade dos
desastres naturais: a mudança climática.
Most of the increase is due to economic, demographic and geographic
changes as are the significant increase of values at risk, the increase
in insurance penetration, the higher value concentration in exposed
regions as coastal areas or the increase in population density. But there
is another risk factor which is strongly rising as a potential cause of
frequency and severity of natural disasters: climate change.
A Evidência Científica
THE SCIENTIFIC EVIDENCE
Como resultado das recentes investigações, existe um amplo
consenso na comunidade científica sobre o aumento da temperatura da Terra e sobre o facto de que a actual mudança climática,
o chamado aquecimento global – à margem das variações cíclicas próprias do planeta – tem sua origem na elevada concentração de gases de efeito estufa (GEI), como o dióxido de carbono
e o gás metano, nas camadas superiores da atmosfera. Esses gases
permitem a passagem da radiação de onda curta do Sol através
da atmosfera, mas também absorvem parte da radiação de onda
extensa, que é liberada da superfície da Terra, e que fica presa na
atmosfera, mantendo o planeta quente e alterando seu sistema
climático.
Recent research has resulted in broad scientific consensus that the
Earth’s climate is warming and that - although some changes occur
on a cyclical basis throughout history - current climate change, or
"global warming", is being driven by rising levels of greenhouse gasses
(GHG) such as carbon dioxide (CO2) and methane present in the upper
atmosphere. They allow short-wave radiation from the sun to enter the
atmosphere, but absorb some of the long-wave radiation that is reflected
back from the Earth’s surface. The rays are trapped in the atmosphere,
keeping the Earth warm and disrupting its climate system.
Desde a Revolução Industrial, época em que a queima de combustíveis de origem fóssil aumentou extraordinariamente que
a temperatura da Terra cresceu progressivamente.
All ten of the hottest years on record have occurred since 1990, with
2.005 being the warmest. There is evidence that the last few decades
have been warmer than any other comparable period in the last 400
years. The concentrations of GHG are increasing and doing so at a faster
rate than once projected. That is linked to the use of fossil fuels and other
human activities.
Os dez anos mais quentes desde que começaram a ser feitos
os registos de temperaturas ocorreram a partir de 1990, sendo 2005
o ano em que houve as temperaturas mais altas. Há provas de que
as últimas décadas foram mais quentes que em qualquer outro
período comparável dos últimos 400 anos. As concentrações de
GEI estão a elevar-se a um ritmo superior ao previsto. Esse fenómeno está relacionado com o uso de combustíveis fósseis
e a outras actividades humanas.
78
Since the industrial revolution, when burning of fossil fuels increased
dramatically, the Earth’s temperatures have risen sharply.
© MEL CURTIS.DIGITAL VISION.GETTy IMAGES
risco e Mudança c liMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
79
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
O resultado é que a temperatura da Terra está aumentando a uma
velocidade alarmante. A temperatura da superfície do mar subiu
entre 0,2 e 0,6 graus Célsius no século passado, ao mesmo tempo
que sobem as temperaturas.
The result is that the Earth’s temperature is increasing at an alarming
rate The sea surface temperature has increased by between 0,2 and
0,6 degrees Celsius in the past century, while air temperatures are
warming at the same time.
Hoje existe um vasto consenso científico de que a mudança climática é uma realidade e que vai dar lugar a mudanças significativas nos fenómenos meteorológicos. O que parece certo, diante
de todos os dados científicos de que dispomos, é a existência real
da mudança climática, dado que ainda existem dúvidas sobre a
natureza exacta, o lugar e a intensidade das manifestações dessa
mudança, já que os fenómenos meteorológicos são influenciados
por uma complexa rede de factores inter-relacionados.
Nowadays there is a vast scientific consensus that climate change
is occurring and it will lead to significant changes in weather events.
So, what appears to be a certainity from scientific data is the existence
of climate change as a fact while the exact nature, location and
intensity of such events remain uncertain due to the fact that weather
related events are impacted by a complex set of interrelated factors.
Consequências
CONSEQUENCES
Em 2005 alcançaram-se máximos históricos na quantia das indemnizações pagas pelas companhias de seguros: no total 83 bilhões de dólares. Esta cifra é 70% superior à anterior cifra recorde
de 48 bilhões de dólares alcançada em 2004. Nomes tão conhecidos como “Katrina”, “Rita”, “Ivan”ou “Wilma” foram os responsáveis por esse aumento.
2005 year was one for the record books with insured losses reaching
US$ 83 billion. This figure is about 70% higher than the prior Record of
US$ 48 billion in 2004. Well known names as "Katrina", "Rita", "Ivan"
or "Wilma" pushed figures up to said levels.
Os danos causados por desastres naturais
multiplicaram-se nos últimos trinta anos. Os
dez furacões que causaram mais danos ocorreram nos últimos dez anos, sendo sete deles
nos dois últimos anos. Não resta qualquer
dúvida quanto à gravidade das catástrofes
causadas por fenómenos meteorológicos.
No entanto, uma pessoa poderia perguntar
até que ponto essa acumulação de fenómenos climáticos violentos, principalmente
tempestades e furacões, é simplesmente um
episódio isolado ou produto de ciclos naturais ou se, ao contrário, estamos diante de
uma tendência de progressiva piora causada
pela mudança climática. A evidência científica não apresentou até o momento nenhuma
resposta concludente nesse aspecto.
“Em 2005
alcançaram-se
máximos históricos
na quantia das
indemnizações pagas
pelas companhias
de seguros: no total
83 biliões de dólares.”
“2005 year was one for
the record books with
insured losses reaching
US$ 83 billion.”
Por enquanto não é possível demonstrar
com evidência significativa que o aumento
da frequência e da intensidade dos furacões
em 2005 se deva especificamente à mudança
climática. No entanto, os modelos climáticos
indicam certamente que alguns dos efeitos
da mudança climática, como a subida das
temperaturas e, por conseguinte, a evaporação da água do mar,
poderiam favorecer a aparição de condições para a formação de
tempestades tropicais e furacões.
É um facto que, em 2005, a superfície das águas do Caribe alcançou níveis muito altos de temperatura, o que coincidiu com a mais
alta actividade registada na formação de tempestades tropicais na
região caribenha.
E tem mais: sete dessas tempestades se transformaram em potentes furacões, com as devasta­doras consequências que todos nós
conhecemos. Portanto, mesmo que não possamos afirmar categoricamente, o aumento da frequência dos diferentes desastres
poderia ser uma consequência lógica da mudança climática.
80
Losses arising from natural catastrophes have raised substantially
in the last 30 years. The top 10 costliest hurricanes have all
occurred within the past 10 years, with
seven of those occurring in the last two years.
Severity of weather related catastrophes
is beyond all doubt. However, one should ask
oneself to what extent this accumulation of
violent climatic phenomena, essentially storms
and hurricanes, s simply an isolated episode or
a product of natural cycles or to the contrary
we are looking at a worsening trend caused by
climate change. Scientific evidence does not
come up with a conclusive answer on this aspect.
For the time being it is not possible to
demonstrate with significant evidence that the
increase in frequency and intensity of the 2005´s
hurricanes is specifically due to climate change.
However, climate models do indicate that some of
the effects of climate change such as increase in
temperatures and consequently the evaporation
of sea water could favour conditions for the
forming of tropical storms and hurricanes.
It is a fact that in 2005, the surface of Caribbean
waters reached very high temperature levels
which coincided with the highest activity
recorded in the formation of tropical storms
in the Caribbean. Moreover, seven of these were transformed into
powerful hurricanes with the effect that we all remember.
Therefore, although we can not conclude this categorically, the
increase in the frequency of the different catastrophes may be a logical
consequence of climate change.
d ossier a MBiente
envIRonM ent FILe
outros fenómenos não catastróficos como fonte de risco
Other non catastrophic phenomena as sources of risk
Os aspectos mais conhecidos da mudança climática correspondem às grandes catástrofes, mas a mudança climática pode dar
lugar a outros fenómenos que, sendo menos extremos, podem
constituir uma importante fonte de risco nas próximas décadas.
Através da Agência Europeia de Meio Ambiente, a União
Europeia começou a avaliar e a calcular a vulnerabilidade dos
Estados-membros nesse sentido. São três os fenómenos que,
sem dúvida, têm uma especial importância: em primeiro lugar,
o aumento das temperaturas. Nas próximas décadas vão se produzir aumentos de temperatura em diferentes partes da Europa,
e Espanha será uma das áreas mais afectadas, com aumentos
de até 4,5 graus Célsius. Com os aumentos de temperatura, a
Agência Europeia do Meio Ambiente determinou, como segunda das principais mudanças, a redução da quantidade e qualidade dos recursos hídricos.
No caso da Península Ibérica, as perdas poderiam alcançar até
50% em algumas bacias hidrográficas. Por último, a elevação do
nível do mar devido ao degelo das calotas polares é o terceiro dos
riscos principais identificados.
Durante o século XX foram registados aumentos entre 0,8 e 3
milímetros ao ano, e os prognósticos apontam que o ritmo de
elevação se multiplicará por dois e até por quatro nas próximas
décadas. Esses efeitos da mudança climática são motivos de séria preocupação para o mercado segurador, em particular para o
mercado de seguros de residência e de acidentes, devido à sua
repercussão em muitas actividades e no funcionamento do sistema socioeconómico.
The most well known aspects of climate change correspond to
large catastrophes. However, climate change can give rise to other
phenomena that, although less extreme, may constitute an important
source of risks in the forthcoming decades.
Through the European Environment Agency, the European Union has
started to evaluate and estimate the vulnerability of the Member
States in this regard. Undoubtedly there are 3 phenomena which are
particularly important: First of all, the increase in temperatures.
Over the forthcoming decades there
will be varying increases
of temperature in different parts of Europe and Spain will be one
of the worst affected areas with increases of up to 4,5 degrees
Celsius. Together with the increases in temperature, the European
Environment Agency has identified as another of the principal
changes, the reduction in quantity and quality of the hydro resources.
In the case of the Iberian Peninsula, the losses could be as much as
50% in some hydrographic basins.
Lastly, the increase in the sea levels, due to the melting of polar
ice caps, is another of the principal identified risks. During the 20
th Century, increases of between 0,8 and 3 milimetres/year were
registered and predictions point to increases of between 2 and 4 times
in the speed of the rises over the next decades.
These effects of climate change are a big concern for the insurance
industry, particularly the property and casualty market, because of
their repercussion on many activities and the whole socio-economic
system.
eFeito no sisteMa socioeconóMico
eFFect on tHe socIo econoMIc sYsteM
Sem dúvida, as actividades agrárias serão as mais afectadas pelas
mudanças climáticas nas próximas décadas. Em geral, a contribuição dessas actividades para o produto interno bruto nos estados-membros da União Europeia é baixa. No entanto, em países
como a Espanha e outros do sul da Europa, em que há uma maior
contribuição, poderia haver importantes repercussões.
Without doubt it will be agrarian activities that are most affected by
climate changes over the coming decades. In general, the contribution
to Gross National Product of these activities in the European Union
Member States is low. However, in countries such as Spain and others
in southern Europe where the proportion is higher, there could be
considerable repercussions.
A transformação das condições climáticas pode fazer com que
algumas áreas sejam propensas a seca e a ondas de calor, provocando uma piora do processo de desertificação, bem como a
perda de colheitas, redução dos recursos hídricos, danos a ecossistemas, migração forçada de grupos humanos e um aumento
considerável de risco de incêndios florestais.
The changing of climatic conditions may leave some areas prone
to drought and heat waves and this could result in the creation of
deserts, destroyed crops, the reduction of water resources, damage
to ecosystems, the forced migration of communities and an increased
risk of wildfires.
a elevação do nível do Mar
A elevação do nível do mar é uma das consequências mais conhecidas e mais preocupantes da mudança climática. Na Europa,
as áreas costeiras abrigam um alto percentual da população e dos
ecossistemas que constituem uma importante fonte de alimentos. A Dinamarca, o Reino Unido e os Países Baixos estão especialmente expostos a este risco.
A elevação do nível do mar, já apreciável, tornará essas regiões
mais vulneráveis a fenómenos como inundações, erosão de costas e aumento do conteúdo salino de aquíferos e estuários. As
consequências têm sérias implicações para a sustentação dos recursos e a população humana que habita esses lugares.
tHe RIse In seA LeveL
The rise in sea level is another of the better known and more worrying
consequence of climate change.
In Europe, the coastal zones make up a high percentage of the
population and ecosystems that constitute important food sources.
Denmark, the U.K. and the Netherlands are particularly exposed in
this respect.
The rise in sea level, already apparent, will make these zones more
vulnerable to phenomena such as floods, erosion of beaches and
other coastal zones, increase in the saline content in waterways and
estuaries, etc. The consequences have serious implications for the
sustainability of resources and the human population that inhabit
them.
81
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
A Agência Europeia do Meio Ambiente realizou cálculos que demonstram a gravidade dos danos associados a essas mudanças.
The European Environment Agency has carried out calculations which
demonstrate the seriousness of losses associated with these changes.
Para regiões como os Países Baixos, uma elevação do nível do mar
de apenas um metro poderia obrigar ao realojamento de mais de
dez milhões de pessoas, quase 70% da população. Essas circunstâncias significariam também perdas de aproximadamente 150
bilhões de euros, cerca de 70% do produto interno bruto. Outros
países, como a Alemanha e a Polónia, poderiam sofrer numerosas
perdas materiais, que afectariam seriamente o conjunto da economia da União.
Countries such as Holland are seeing that an increase in sea level
of only 1 metre could oblige them to relocate more than 10 million
inhabitants, almost 70% of the population. These circumstances would
also mean losses of around 150.000 million Euros, almost 70% of the
Gross National Product.
A Agência Europeia não avaliou os efeitos para a Espanha nesse ponto, mas sem fazer cálculos sobre movimentos forçados da
população ou perdas materiais, é fácil imaginar até que ponto
a situação poderia representar um desastre para nosso país.
Uma parte significativa da riqueza da Espanha (até 12%) está baseada em actividades relacionadas a seu litoral: o turismo.
© ELUSIVE PHOTOGRAPHY.flickr.GETTy images
Se pensarmos que a elevação de um único centímetro no nível
do mar representa a perda de um metro linear de praia, pode-se
compreender com facilidade até que ponto a elevação do nível do
mar constitui um risco importante para nosso país.
Other countries such as Germany and Poland could also suffer
important material losses which could seriously affect the European
economy.
The European Agency has not evaluated what the situation could be
for Spain on this point. However, without making calculations of
population relocation or material losses, it is easy to imagine to what
extent the situation could represent a disaster for our country.
A significant proportion of Spain’s wealth (as much as 12%) is based on
activities linked to its coastline: tourism.
If we consider that a rise of only 1 centimetre in the sea level represents
the loss of one lineal metre of beach, it is easy to understand up to what
extent the rise in sea level represents a significant risk for our country.
Para regiões como os
Países Baixos, uma
elevação do nível do
mar de apenas um
metro poderia obrigar
ao realojamento de
mais de dez milhões de
pessoas, quase 70% da
população.
Amesterdão, Holanda
Countries such as
Holland are seeing that
an increase in sea level
of only 1 metre could
oblige them to relocate
more than 10 million
inhabitants, almost 70%
of the population.
Amsterdam, Holland
82
O que podem fazer as companhias de seguros
What insurers can do
O sector sofreu o enorme impacto das grandes perdas sofridas em
consequência das temporadas de furacões de 2004 e 2005. O mais
preocupante é que essas perdas parecem fazer parte de uma tendência global de progressivo aumento dos desastres causados por
fenómenos meteorológicos e das indemnizações conseguintes.
Não só os Estados Unidos foram golpeados, mas também o Japão
teve em 2004 uma estação de tufões catastróficos, tempestades
intensas e inundações, que estão ocorrendo com maior frequência
na Europa.
De acordo com o Risco financeiro da mudança climática, relatório
elaborado pela Associação de Seguradores Britânicos (ABI) a cada
ano, desde 1990 ocorreram pelo menos
20 fenómenos no Mundo inteiro que as
companhias de seguros poderiam classificar como grandes catástrofes naturais
pela sua gravidade. Nos 20 exercícios anteriores a 1990, só houve três anos que
experimentaram mais de 20 fenómenos
dessa gravidade.
Os danos segurados sofridos nos 20 exercícios anteriores a 1990 alcançaram uma
média de três bilhões de dólares ao ano,
frente aos 16 bilhões de dólares anuais
registados entre 1990 e 2004. Muitos
cientistas estão convencidos de que a imprevisibilidade cada vez maior do clima é
resultado do aquecimento global. No sector dos seguros estão a chegar à mesma
conclusão.
The industry was shocked by the large losses it sustained as a result
of 2004 and 2005 hurricane seasons. But worryingly it seems that
these losses are part of a global trend of increasing weather related
catastrophes and insured losses. Not only has the United States been
hit, but in 2004 Japan had a record breaking typhoon season, and
storms and flooding are increasing in Europe.
According to the Financial Risk of Climate Change, a report by the
Association of British Insurers (ABI), there have been at least 20
events globally every year since 1.990 that have been severe enough
to be classed as big natural catastrophes by reinsurers. In the 20 years
before 1990, there were only 3 years that experienced more than 20
such events.
“(…) a mudança
climática é uma
oportunidade para o
mercado tradicional
de seguros de danos
catastróficos.”
“(…) climate change
provides an opportunity
for the traditional
catastrophe market.”
Não é só a crescente frequência dos fenómenos que preocupa os asseguradores,
mas também a velocidade com que aumenta essa frequência. Um relatório da Associação de Investidores
da Área Meio Ambiental dos Estados Unidos (CERES), intitulado
"The Availability and Affordability of Insurance Under Climate
Change", revelou que os danos segurados relacionados com meteorologia estão a crescer nos Estados Unidos a um ritmo dez vezes
superior ao das gratificações dos seguros e da economia em geral.
Em teoria, a maior variabilidade do clima deveria supor mais
oportunidades de negócio para as companhias de seguros e resseguro. Nesse sentido, os principais resseguradores afirmam manter
uma taxa anual de crescimento de prémios superior a 9%. Assim,
a mudança climática é uma oportunidade para o mercado tradicional de seguros de danos catastróficos. Mas, se tal como indica o
relatório de CERES, os prémios não crescem no mesmo ritmo que
os danos, o sector enfrenta mais perdas imprevistas, um possível
deficit de capital e a ameaça de insolvência.
Average insured losses were only US$ 3 billion a
year in the 20 years preceding 1990, compared with
US$ 16 billion a year between 1990 and the end of
2004. Insured losses for 2005 are not included in
these figures.
Many scientists are convinced that the increasingly
volatile weather is a result of global warming. Many
in the insurance industry are coming to the same
conclusion. It is not only the increasing frequency
of events that is worrying insurers, but the speed at
which that frequency is increasing.
A CERES - which is an association of United States
environmental investors- report entitled "The
Availability and Afforddability of Insurance Under
Climate Change" found that insured weather related
losses in the United States are growing 10 times
faster than insurance premiums and the overall
economy.
In theory, increasingly volatile weather should mean more business
opportunities for insurers and reinsurers. In this sense, the biggest
reinsurers report a compound annual growth rate of more than 9%.
So, in this sense, climate change provides an opportunity for the
traditional catastrophe market.
But, if as CERES report suggests, premiums are not keeping pace with
losses, then the industry faces more unexpected losses, a possible
capital deficit and business could be threatened with insolvency.
83
r isco e Mudança cliMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
MoMento de actuar
tIMe FoR ActIon
Agora que o mercado segurador começou dar maior atenção à
mudança climática, a questão é saber o que se pode fazer para
evitar que ela se transforme num problema.
Now that the industry has started taking more notice of climate change,
the question is what it can do to stop it becoming a problem.
Muitos acham que a chave para fazer frente à mudança climática é o investimento e a colaboração na pesquisa científica, com
o fim de poder determinar com toda exactidão seu impacto.
Nos últimos anos, seguradores e resseguradores, como Swiss
Re, Münchener Rück, a Associação de Asseguradores Britânicos
(ABI), a Allianz ou o Lloyd’s, publicaram diversos relatórios sobre
o fenómeno.
Melhorar os modelos de risco será essencial para o sucesso das iniciativas empreendidas frente à mudança climática. Muitos pensam que os modelos devem mudar para reflectir as mais recentes conclusões científicas. O futuro será diferente, e os modelos
já não deveriam pautar-se unicamente em padrões baseados no
comportamento do clima. Alguns dos principais desenhistas de
modelos de riscos já adaptaram seus modelos, mas provavelmente se requereria uma revisão constante.
Many believe the key to tackling climate change is investment and
collaboration in scientific research, so the industry can assess its
impact fully. Over the past few years insurers and reinsurers as Swiss
Re, Munchener, The Association of British Insurers (ABI), Allianz or
Lloyd´s have released reports on climate change.
Improving risk models will be essential to the industry´s success in
tackling climate change. Many think models should change to reflect
the latest scientific findings. The future is going to be different from
the past and models should no longer rely solely on historical weather
patterns. Some of the main risk modellers have already adapted their
existing models but probably they need to be continually reviewed.
investigação, novos Modelos
e colaBoração coM os governos
InvestIGAção, novos MoDeLos
e coLABoRAção coM os GoveRnos
Uma maior actividade de pesquisa e a criação de modelos mais
pontuais permitirá às seguradoras e aos resseguradores fixar
preços mais ajustados para os riscos e rever as suas condições de
cobertura. Além de melhorar o trabalho de pesquisa e de criação
de modelos, o sector deve colaborar com
os governos para que se faça o possível e se
possam reduzir os riscos e mitigar os possíveis danos. Nesse sentido, é provável que
seja necessário um maior esforço para que as
estratégias regionais de planeamento contemplem os riscos da mudança climática, os
planos de desenvolvimento e a infra-estrutura sejam flexíveis e as actividades vulneráveis mudem para lugares mais seguros.
Better research and more accurate models should enable insurers
and reinsurers to price risks correctly and review their terms and
conditions of coverage.
As well as improving research and modelling, the industry should
collaborate with governments to ensure
everything possible is done to reduce risk
and mitigate potential losses. In this sense,
probably more effort is needed to ensure that
regional planning strategies take account
of climate change risks, that development
and infrastructure plans are resilient and
that vulnerable activities are moved to safer
locations.
“A forma como
o mercado Segurador
aborda a questão da
mudança climática
é vital, essencial para
a saúde da economia.”
Além disso, os seguradores promoverão
melhores códigos de edificação à medida
que cheguem ao mercado novas tecnologias
e produtos desenhados para mitigar danos
potenciais.
Por exemplo, a Associação de Seguradores
Britânicos (ABI) apresentou propostas concretas ao executivo do Reino Unido para
a gestão do risco de inundação, comprometendo-se a proporcionar cobertura se o
governo puser em prática planos para melhorar os meios de defesa e gestão contra as
inundações.
“The way the
insurance industry
tackless the issue
of climate change
is vital, essential for
a healthy economy.”
Also, insurers have to promote improved
building codes as technology and mitigation
products come on the market.
For instance, the Association of British Insurers
(ABI) has put forward specific proposals to
the Government for flood risk management,
committing itself to providing insurance if the
Government put plans in place to improve flood
defences and flood management. It appears that
considerable progress has been made.
The way the insurance industry tackless the
issue of climate change is vital, essential for a
healthy economy. Without insurance you can
not run a business. The problem of insurability
have implications for the economy as a whole.
Parece que já foi possível um avanço considerável. A forma como o
mercado Segurador aborda a questão da mudança climática é vital, essencial para a saúde da economia. Sem seguro não é possível
dirigir um negócio.
A MDS agradece a amabilidade da MAPFRE por ter permitido a reprodução
deste artigo sobre O Desafio da Mudança Climática, anteriormente
publicado no nº97 da sua revista "Gestão de Riscos e Seguros".
84
MDS thanks MAPFRE for its kind permission to reproduce the following article
on The Climate Change Challenge, already printed in its magazine
"Gestão de Riscos e Seguros", 97th edition.
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
A Responsabilidade Ambiental no Brasil
Environmental Liability in Brazil
Da teoria à prática
From theory to practice
O Brasil possui uma riqueza incomparável no que se
refere à sua biodiversidade. A fim de procurar proteger
seu meio ambiente, frequentemente ameaçado pela
ação predatória do Homem, vimos nascer, nas últimas
décadas, dezenas de normativos.
Brazil is home to an incomparable wealth of animal
and plant species. To protect the environment, which
has time and again receded before Man’s predatory
encroachment, dozens of rules and regulations have been
drafted over the past few decades.
A primeira lei de alcance nacional que tratou do assunto é de
1981, Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Definiu a responsabilidade objetiva do infrator, ou seja, a aplicação das sanções independentemente da culpa, bastando haver prova da atividade do causador e nexo causal com o dano ocorrido. Exceção
é feita para a multa simples, que exige responsabilidade subjetiva. Consagrou o princípio da responsabilidade solidária, pelo
qual todo causador de dano (partícipe) responde por ele solidariamente, sendo possível, todavia, a discussão da responsabilidade individual, em ação regressiva.
The first national law to address the matter came in 1981, the Law on
a National Environmental Policy (“Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente”). It defined a strict liability on the part of the offender,
that is, penalties are enforced regardless of blame, so long as there is
evidence of the offender’s activity and a causal nexus with the damage
verified. An exception is the minimum-value administrative fine,
which demands tort liability. The same law enshrined the principle of
joint liability, in light of which all those involved
in causing damage must answer for it. However,
individual liability may be ascertained under
regular recourse.
A Constituição Federal Brasileira de 1988
inseriu o direito ao meio ambiente no rol
dos direitos fundamentais, elencados no seu
art. 5º. Além de tratar do tema em diversos
preceitos ao longo do texto, dedicou a ele
ainda o art. 225, estabelecendo que “todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.”
Outra norma que merece destaque neste
contexto é a Lei dos Crimes Ambientais, de
1998, que determinou que a pessoa, tanto
física quanto jurídica, que praticar atividade
potencialmente poluidora, em desacordo
com o previsto na lei, poderá ser punida no
âmbito administrativo, civil e penal. O valor
da multa pode chegar até a R$ 50 milhões.
Mas a lei não trouxe apenas punições severas; também incorporou métodos e possibilidades para sua não-aplicação, desde que
o infrator comprove a recuperação do dano
ambiental ocorrido ou, de outra forma,
compense o dano causado à sociedade.
“Pode-se afirmar que
o arcabouço jurídico
brasileiro, em matéria
de direito ambiental,
é bastante completo;
suas normas são bem
abrangentes, seguindo
inclusive tendências
internacionais”
“One can say that
Brazilian legal
frameworks regarding
environmental law are
fairly comprehensive;
rules and regulations
are wide in scope and
adhere to international
standards”
Pode-se afirmar que o arcabouço jurídico
brasileiro, em matéria de direito ambiental, é bastante completo; suas normas são bem abrangentes,
seguindo inclusive tendências internacionais, tal como ocorre
com o princípio do poluidor-pagador, a questão da responsabilidade objetiva, bem como a solidariedade entre pessoa jurídica
e pessoas físicas relacionadas com um ato danoso.
Por essa razão, é possível concluir sumariamente que o Brasil não
carece de legislação neste campo, mas, talvez, de efetividade na
aplicação da lei.
86
The Brazilian Federal Constitution of 1988
included the right to the environment in the
roster of fundamental rights outlined in article
5. The topic was addressed throughout the text,
and further deepened in article 225, which
determines that “every person has the right to
an ecologically sound environment, which is
the common inheritance of every person and
essential to a healthful life; it falls to government
and state authorities, as well as communities, to
defend it and preserve it for the sake of present
and future generations.”
Another law deserving of mention in this context
is the Law on Environmental Crime, of 1998.
This law establishes that both natural and
legal persons undertaking potentially polluting
activities in defiance of legal directives may be
subject to administrative, civil and criminal
prosecution. Fines may reach up to R$ 50
million. However, the law has brought in more
than severe punishment; it has also incorporated
methods and possibilities for redress and
reparation. Offenders must, to that end, prove
that environmental damage has been remedied,
or provide society with restitution.
One can say that Brazilian legal frameworks
regarding environmental law are fairly
comprehensive; rules and regulations are wide
in scope and adhere to international standards, such as the “polluter
pays” principle, the matter of strict liability and the joint liability of
legal and natural persons vis-à-vis harmful action.
For this reason, it is possible to state that Brazil is not in sore need of
legislation, rather of effective enforcement.
Texto / Text:
Ivy Cassa
advogada e consultora
nas áreas de seguros
e previdência privada
no Brasil
lawyer and a consultant
on insurance and private
welfare services in Brazil
e-mail:
[email protected]
© DAN SAELINGER.GETTy IMAGES
risco e Mudança c liMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
Reactores Nucleares / Nuclear Reactors
87
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
Isso porque, na grande maioria dos casos, ainda que exista previsão em lei, que sejam observados os trâmites legais e a ação seja
julgada de maneira ponderada, a simples observação desse processo não garante necessariamente a reparação do dano causado
ao meio ambiente e, indiretamente, a toda a população que com
ele se relaciona.
Em nosso mundo moderno, no qual as relações são cada vez mais
complexas e os riscos adquirem uma dimensão social, é difícil conceber reparar um
dano, notadamente em matéria ambiental, utilizando-se apenas do patrimônio do
responsável.
A teoria da responsabilidade objetiva já foi
um primeiro avanço, ao permitir a responsabilização independentemente da culpa, com
base em critérios objetivos relacionados com
determinadas atividades. Mais um progresso
nesse sentido foi a criação do seguro de responsabilidade civil, que cumpre verdadeiramente sua função ao indenizar a vítima por
um dano causado, sem que esta precise contar, para sua satisfação, com os recursos do
causador.
In the modern world, where relationships become increasingly complex
and risks take on a social dimension, it is difficult to conceive of a
reparation — especially where the environment
is concerned — resorting to nothing but the
assets held by those responsible.
“O Brasil não carece
de legislação neste
campo mas, talvez,
de efetividade
na aplicação da lei”
“Brazil is not in
sore need of legislation,
rather of effective
enforcement”
Encontrar um culpado, privá-lo de alguns
direitos e até mesmo da sua liberdade não é
suficiente para que se possa devolver ao meio
ambiente aquilo que lhe foi destruído. E nesse ponto é que surge,
também em matéria ambiental, a necessidade da contratação
de um seguro que, como instrumento de socialização de riscos,
garante a indenização pelos prejuízos experimentados, mesmo
quando estes são de grandes proporções.
O seguro ambiental vem ganhando cada vez mais espaço no
mundo. Recentemente, com a publicação da Directiva 2004/35/
CE, a União Europeia deu um passo adiante estabelecendo, para
determinadas empresas, a obrigação da contratação de garantias
financeiras relacionadas com responsabilidade ambiental inerente
à atividade que desempenham, a partir de 2010, uma das quais
pode ser o referido seguro.
O Brasil, por toda a sua abastança em recursos naturais, apresenta
também um grande potencial para o desenvolvimento do seguro
ambiental. Entretanto, nosso mercado segurador pouco cresceu
nesse campo e tal seguro não tem ainda grande expressividade,
muitas vezes aparecendo somente como uma cobertura acessória.
Em regra, as condições gerais dos seguros de responsabilidade civil
excluem a cobertura para poluição ambiental (exceto no caso do
RC-Produtos, que oferece cobertura automática). Tal cobertura
acaba por ser oferecida nas condições especiais e é restrita à poluição súbita, ou seja, aquela causada por um evento repentino e não
esperado.
Dificilmente, como ocorreu na União Europeia, seria estabelecida a obrigatoriedade da contratação de um seguro nestes moldes no Brasil. Não pela ausência de necessidade social, mas por ser
incompatível com a legislação existente, com o atual estágio de
desenvolvimento de políticas sobre este assunto em nosso país e
pela própria cultura securitária brasileira, que é bastante peculiar.
De um modo ou de outro, seja obrigatório, seja facultativo, sem
dúvida o seguro ambiental deve desenvolver-se consideravelmente nos próximos anos, no Brasil e em outros países, pois se
trata de um segmento de grande importância e ainda não explorado na sua totalidade.
O direito ao meio ambiente equilibrado não pode ficar apenas na
letra da lei; sua eficácia deve ser buscada constantemente pela
sociedade, e o seguro ambiental só vem a colaborar para esse
propósito.
88
Given most cases, where actions, processes and behaviours are
envisioned by law, where due process is observed and matters are
tried impartially, mere observance does not guarantee that damages
to the environment will be remedied or that the people harmed will be
compensated.
The theory of strict liability was itself a
breakthrough. It permits assignment of
responsibility regardless of blame, based
on objective criteria connected with certain
activities. Another step in the right direction was
the creation of liability insurance, a tool that
truly comes into its own when it compensates a
victim for damages, yet does not necessitate that
those responsible relinquish their assets in order
to satisfy the victim.
To find a culprit, to deprive him or her of rights
and maybe even their freedom, is not enough
to remedy environmental destruction. Thus
comes into play the need for insurance. As
an instrument to socialize risk, it guarantees
indemnification for losses suffered, even when
these take on large proportions.
Environmental insurance is gaining more and more acceptance
throughout the world. Only recently, the EU published Directive
2004/35/CE, defining, for a number of companies, their obligation
to arrange for financial collateral in connection with environmental
liability regarding their activities, starting 2010. One of these
arrangements may be environmental insurance.
Brazil, given its cornucopia of natural resources, is fertile soil for the
development of environmental insurance. However, our insurance
market has not really grown in that direction, and environmental
insurance is often presented as accessory coverage rather than a
mature, full-fledged policy.
As a rule, liability insurance excludes environmental pollutionspecific coverage (except for Product Liability, which offers automatic
coverage). Such coverage is, at the end of the day, offered under special
conditions and is restricted to sudden pollution, i.e., pollution caused
by sudden, unexpected events.
It would not be easy to bring in mandatory insurance under such terms
in Brazil the way it happened in the European Union. Not because
there is no social need, but because it would prove incompatible with
current legislation, the current state of policy development regarding
this matter in our country and also due to insurance culture in Brazil,
which is rather unique.
One way or another, optional or mandatory, there is no doubt that
environmental insurance must undergo serious development in the
coming years, not only in Brazil but abroad. This is a highly significant
segment which has yet to be fully exploited.
The right to an ecologically sound environment must find expression
outside law books; society must strive for it at all times. Environmental
insurance is a much-needed contribution to the struggle.
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
Responsabilidade Ambiental
Environmental Liability
O novo regime
The new framework
Texto / Text:
Paula Rios
A lei portuguesa conta com uma Directiva já transposta
para a maioria dos estados-membros da União Europeia
e que tem como base o princípio do poluidor pagador.
Eis os objectivos essenciais do novo regime.
The Portuguese law contains a Directive enforced
in most EU member states wich is based on the polluter
pays principle. Here are the key principles of
the new regime.
O DL 147/2008 de 29 de Julho transpôs para o direito português
a Directiva 35/2004 /CE, relativa à Responsabilidade Ambiental.
Trata-se de uma Directiva já transposta para a maioria dos estados-membros da União Europeia e que, salvaguardadas algumas
das possibilidades de opção previstas na própria directiva, deixadas ao critério dos Estados membros, estabelece um regime
comum europeu de responsabilidade ambiental, com base no
princípio do poluidor pagador.
Decree no. 147/2008, of 29 July, has transposed into Portuguese law
Directive 35/2004/CE, pertaining to environmental liability. This
Directive is already enforced in most EU member states and, save for a
few possible opt-outs included in the text of the directive, which may or
may not be implemented by member states, it establishes a European
framework for environmental liability, based on the "polluter pays"
principle.
ADMINISTRADORA
MDS consulting
EXECUTIVE DIRECTOR
Podemos definir como traços/objectivos essenciais do novo regime os seguintes:
We may state that the fundamental goals and traits of the new
framework are as follows:
• First to prevent and only afterwards remediate;
MDS consulting
•Prevenir e só depois reparar o dano ambiental;
e-mail:
[email protected]
•Princípio do poluidor-pagador – o operador que causa danos ambientais ou cria a ameaça iminente desses danos deve,
em princípio, custear as medidas de prevenção ou reparação
necessárias;
•Criação de responsabilidade solidária no caso de vários responsáveis e, quando o causador do dano for uma pessoa colectiva, as obrigações incidem solidariamente sobre os respectivos administradores, gerentes e directores;
•Criação de responsabilidade objectiva (sem culpa) para operadores de certas actividades consideradas como mais susceptíveis de provocar danos ambientais;
•Criação de responsabilidade subjectiva (baseada na culpa)
para as outras actividades;
•A par da responsabilidade civil, criação de responsabilidade administrativa pela prevenção e reparação dos danos ambientais;
a lei é implementada através de poderes conferidos a entidades
administrativas, neste caso a Agência Portuguesa do Ambiente
(APA), que é a “autoridade competente” prevista na lei;
90
• “polluter pays” principle – those responsible for environmental
damage, or for establishing conditions leading to imminent
environmental damage must, on principle, incur the costs of
prevention and reparation as needed;
• Definition of joint liability where many parties are found
responsible and, where the person responsible for damage is a
legal person, obligations fall jointly upon chairpersons, managers
and directors;
• Creation of no-fault strict liability for persons dealing in certain
activities deemed more likely to cause environmental damage;
• Creation of tort liability (based on attribution of blame) regarding
other activities;
• Alongside traditional liability, the creation of administrative
liability for the prevention and reparation of environmental
damage; laws are enforced through powers vested in administrative
bodies, in this case, the Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
[Portuguese Environment Protection Agency] which is the
“relevant authority” described by the law under discussion;
risco e Mudança c liMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
• No caso de responsabilidades, quer objectiva quer subjectiva, exige-se que o operador tome medidas quando houver
ameaça iminente para o meio ambiente; de salientar que não
há limites de valor para essas despesas, são as que forem consideradas necessárias, quer para prevenir, quer para repor
o ambiente no seu estado inicial ou, quando tal não seja possível, tomar as medidas preconizadas;
• Whether strict or tort liability are concerned, operators are
required to take steps whenever there may arise threats to the
environment; let us especially note that: There are no upper limit
to such expenses; cost is calculated based on necessity, whether to
prevent or restore the environment to its prior condition or, where
this is not possible, all necessary steps demanded by law must be
taken;
• Conceito de dano ambiental – abrange os danos causados às
espécies e habitats naturais protegidos (entendidos estes danos como efeitos adversos para a manutenção do seu estado de conservação favorável), os danos causados à água (que
afectem o estado ecológico das águas em questão) e os danos
causados ao solo (contaminação que crie um risco para a saúde humana). De referir que, a par deste regime e dos danos
por ele previstos, se mantêm todos os regimes de responsabilidade previstos nos Estados membros, sendo os danos
chamados “tradicionais”, resultantes de lesões corporais e
materiais, indemnizáveis ao abrigo desses regimes;
• The concept of environmental damage covers harm done to
protected plant and animal species and habitats (said damage
being understood as effects harmful to the maintenance of
favourable preservation circumstances), damage caused to water
(affecting the ecological state of water bodies) and damage caused
to soil (contamination leading to jeopardy of human health). Let
us not forget that, in addition to this framework and the kinds of
damage it describes, all other liability frameworks defined within
each member state are still valid. So-called "traditional" damage
arising from bodily and material harm may still be indemnified
under such frameworks;
• A responsabilidade pela aplicação do regime está a cargo da
APA (autoridade competente), que deve ser notificada de
imediato pelo operador em caso de dano ou ameaça de dano,
e que pode dele exigir uma série de comportamentos preventivos ou reparadores;
• The APA (appointed as the relevant authority) must enforce
the framework. The APA must also be immediately notified by
operators of any damage or imminent damage, and may impose
upon the operator a set of preventative or remediation steps;
• Obrigatoriedade de constituição de garantias financeiras por
parte dos operadores sujeitos a responsabilidade objectiva,
que poderá ser suprida através da constituição de fundos,
garantias bancárias ou contratação de seguros. Esta obrigatoriedade tornou-se efectiva em 1 de Janeiro de 2010, visando
esta dilação permitir que os mercados financeiros se prepassem para esta nova requerência.
Todavia, cumpre referir a este respeito que, provavelmente por
o diploma, no seu art.22º (Garantia financeira obrigatória), no
nº 4, referir que “podem ser fixados limites mínimos para os
efeitos da constituição das garantias financeira sobrigatórias,
mediante portaria a aprovar…”, ter sido expectável, durante o
tempo que medeou entre a entrada em vigor do diploma (Agosto
de 2008) e Janeiro de 2010, que a autoridade competente emitiria algum tipo de regulamentação ou, no mínimo, directrizes
sobre a concretização de alguns aspectos da garantia financeira
(como montantes, etc), sendo que, durante todo esse tempo,
não houve qualquer tomada de posição da APA sobre o que iria
fazer neste sentido. Surpreendentemente, depois de um alargado silêncio, logo no início de Janeiro de 2010 a APA envia uma
carta a todas as empresas sujeitas a garantia obrigatória (Anexo
III da lei) exigindo-lhes, até ao fim do mês, prova da garantia e
fundamentação dos valores da mesma.
Outra atitude têm vindo a ter as autoridades espanholas que,
além de terem desenvolvido um verdadeiro trabalho de equipa
com os sectores envolvidos, nomeadamente o segurador, tendo
faseado no tempo, e deixando o critério a cada região, a entrada em vigor da garantia obrigatória, que não será efectiva, em
nenhum caso, antes de Maio de 2010. Ainda, em Espanha, não
subsistem dúvidas sobre qual a responsabilidade que é objecto
da garantia financeira, uma vez que a própria lei enunciou as situações passíveis de ser excluídas da garantia. O que, lamentavelmente, não se passa em Portugal, o que pouco contribui para
a certeza e segurança jurídicas nesta área.
• Persons incurring strict liability must procure financial
warranties. These may be supplied through the creation of certain
funds, bank warranties or insurance policies. The mandatory
character of the above was brought in on 1 January 2010 so
that financial markets would have time to prepare for this novel
requirement.
However, it would be apposite to mention that, probably because the
Decree (under article 22, paragraph 4) declares that minimum limits
may be defined regarding mandatory financial warranties, pursuant
to a future dispatch, one might reasonably expect that, between the
date the law entered into force (August 2008) and January 2010, the
relevant body of government would issue some kind of regulation
on the matter or, at the very least, a few directives on the material
establishment of some aspects pertaining to the financial warranty
(well-defined sums and other aspects). Two years gone, and the APA
have not divulged where they stand on the subject. Surprisingly
enough, after a protracted silence, at the very beginning of January
2010, the APA mailed a letter to every single company bound by law to
contract mandatory warranties (Annex III to the law under discussion)
demanding that they submit proof of such warranties and the monetary
values associated with same, by the end of the month.
Spanish authorities have taken a different tack. Not only have they
developed true teamwork in cooperation with relevant sectors, namely
the insurance sector, but they also let the system phase in, as it were.
Also, they left it up to each of their provinces to decide on the date when
warranties become mandatory; at any rate, nothing is to change before
May 2010. Moreover, there is no doubt in Spain as to what constitutes
liability incurring the obligation of financial warranty, as the text of
the law itself described all possible exemptions. Regrettably, no such
thing has taken place in Portugal, which does not contribute to the
establishment of legal stability or certainty in the field.
91
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
Produtos disponíveis
Available products
Ao longo de toda a discussão que presidiu à elaboração da
Directiva o mercado segurador europeu nesta área manteve-se
um mercado de nicho, com soluções limitadas e ainda muito
“coladas” às responsabilidades tradicionais (danos a pessoas e
bens). O factor de progresso, penso, foi sendo representado pelos Pools de seguro e resseguro que, em alguns países europeus,
como a França, a Espanha, a Itália, a Holanda e o Reino Unido,
se “atreviam” a algumas coberturas mais “ousadas “ (nomeadamente a da poluição gradual, em certos casos).
Mas, com o advento da Directiva e da sua
transposição para os Estados membros, assim como com a introdução de novos conceitos como o do “dano à biodiversidade”,
começam a surgir produtos que, utilizando
já os novos conceitos previstos na lei, dão
cobertura a uma parte significativa das responsabilidades aí previstas. Naturalmente,
essa oferta começa por surgir das seguradoras americanas a operar na Europa, devido à sua já longa experiência neste tema.
Também os pools europeus se começam
a adaptar à nova realidade, dispondo já
de produtos que garatem parte das novas
responsabilidades. Entretanto, existem já
seguradoras europeias, e ibéricas, que dispõem de produtos adaptados.
Grosso modo, e sem querer generalizar, as
coberturas habituais nestes novos produtos
são as seguintes:
“Também os pools
europeus se começam
a adaptar à nova
realidade, dispondo
já de produtos com
as novas garantias.”
“European pools
are beginning to
adapt to the changes.
New products have
emerged with adequate
warranties.”
•poluição gradual, para além da súbita e
acidental;
•garantia da responsabilidade civl - danos
a pessoas e a bens;
•garantia da responsabilidade administrativa ambiental
- “dano à biodiversidade”, à água e solo;
•assumpção de várias das obrigações previstas na lei, nomeadamente: Custos de Limpeza Fora do Local Seguro, Custos
de limpeza do Local seguro que o segurado esteja legalmente
obrigado a pagar e sejam provocados por condições poluentes; Custos de Defesa; Despesas de Atenuação.
Naturalmente, e como qualquer produto de seguro, estas apólices contém delimitações e exclusões. Algumas das apólices –
nem todas, pois verifica-se já alguma evolução – para que possam
funcionar, exigem que haja uma “condição de poluição” – o que
não acontece na lei, que apenas refere “dano ambiental” (que
pode surgir de outros factores que não condições de poluição),
e excluem, sempre, algumas situações, nomeadamente os danos
causados com dolo ou intenção. Por esta razão, seria extremamente importante haver um esclarecimento sobre o conteúdo
mínimo da responsabilidade obrigatoriamente transferível.
92
Throughout the discussion as the Directive was drafted, insurers
regarded this field as a niche market, offering rather limited solutions
modelled on traditional concepts of liability (damage to persons and
property). Progress came about, I believe, through the insurance and
reinsurance pools offered by a number of daring European countries
such as France, Spain, Italy, Holland and the UK, where "bolder"
cover schemes were put in place (for instance, the concept of gradual
pollution).
With the Directive entering into force, and then
being adopted into the legal corpus of member
states, as well as with the introduction of new
concepts, such as “damage to biodiversity”,
a few products are now emerging to employ
these new legal concepts to cover a significant
part of the liabilities defined by law. Naturally,
American insurers have already begun to put
forth feelers and start operations in Europe,
capitalizing on their experience with the
subject. European pools are beginning to adapt
to the changes, with new products that cover
part of the new liabilities. European and Iberian
brokers already offer adapted products.
I do not mean to generalize or over-simplify, but
habitual coverage for these new products is as
follows:
. Gradual pollution, in addition to sudden and
accidental pollution;
. Traditional liability cover – damage to persons
and property;
. Cover on environmental administrative
responsibility – “damages to biodiversity,”
water and soil;
• Assumption of several legal requirements, namely: Clean-up
costs outside the insured location, Clean-up costs for the insured
location where the policy holder is legally compelled to pay and
damage has been caused by polluting conditions; Defence costs;
Attenuation/mitigation/remediation costs
We are, of course, dealing with insurance. These policies include
limitations and exemptions. Some policies – not all, and things are
evolving – must, in order to work, demand that there be a “pollution
condition”. The law does not provide for this, mentioning only
“environmental damage” (which may arise from other factors than
pollution), and always exclude a number of situations, namely criminal
intent. For this reason, it would be extremely important to clarify and
specify the minimum scope of the liability that has to be subject to a
financial warranty.
© SOT-TAXI JAPAN. GETTy IMAGES
risco e Mudança c liMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
Floresta Japonesa, Saltama
Japanese forest, Saltama
conclusão
Conclusion
A nova regulamentação cria um novo mercado, não só para
consultores e corretores de seguros e seguradores, como para
consultores ambientais, engenheiros do ambiente, peritos, etc.
Vemos este desenvolvimento como algo extremamente positivo
e, enquanto stakeholders, temos contribuído para o debate e para
a procura de soluções e continuaremos a fazê-lo. Trata-se de
uma grande oportunidade para o mercado, além de, mais uma
vez, o mercado segurador poder dar um contributo decisivo para
um tema de tanta relevância a vários níveis. Por isso é fundamental que todos, embora com a clara consciência de que, por
ser algo tão novo, requer uma grande humildade e um permanente espírito de aprendizagem, nos empenhemos em construir
as soluções necessárias para dar resposta a estas novas responsabilidades, novas exigências. Este é um tema incontornável que
veio para ficar. Permitam-me citar uma frase que acho fantástica, de um especialista em Direito Ambiental que me honra com
a sua amizade, o Prof. Mário Melo Rocha: “Há 30 anos, quem
pensava neste tema era um visionário; hoje, quem não considerar seriamente este tema, só pode ser um tolo!”.
E é bem verdade. Eu, pessoalmente, gosto muito mais de estar
no primeiro grupo. O dos visionários, claro. Mas, nesta altura do
“campeonato”, já me contento por estar no dos lúcidos.
New laws, new markets. Not only for consultants and insurance
brokers but also for environmental consultants, environmental
engineers and a host of other experts. We see this as a tremendously
positive development. As stakeholders, we have been party to the
ongoing debate in the search for viable solutions, and will continue
to act in that capacity. We’re facing a huge opportunity. Once again,
the insurance market could make a positive mark on a topic that is so
relevant at so many levels. It is essencial that we all realize that we're
dealing with a widening field of expertise and market opportunities
that requires the utmost humility and the willingness to go on learning,
to keep on building solutions that can accommodate new liabilities,
responsibilities and demands. Environmental liability is not a fad. It is
here to stay. Allow me to quote one of my favorite sentences, proffered
by a specialist in Environmental Law, whose friendship I am deeply
thankful for, Prof. Mário Melo Rocha: “Thirty years ago, if you had
the environment in mind, you were a visionary; these days, if you
disregard the subject, you have to be a complete fool.”
Hear, hear. Personally, I would like to include myself in the first group.
The visionary group, of course. This far up the creek, though, I’d settle
for “clear-thinking”.
93
R isco e Mudança Cli mát ica
Ris k an d Climate Cha nge
Cimeira de Copenhaga
The Copenhagen Summit
Importante passo político,
ínfimo passo ambiental
A major political step and
environmental disappointment
A cimeira de Copenhaga sobre o clima, decorrida durante
duas semanas de Dezembro de 2009 na capital
dinamarquesa, defraudou quase todas as expectativas em
relação a passos concretos para uma efectiva protecção
ambiental. Mas um acordo de última hora reacendeu a luz
ao fim do túnel.
The Copenhagen climate summit held last December,
2009, at the Danish capital, let down almost everybody.
No significant measures to protect the environment were
brought to the negotiations table. But a last-minute
agreement provides a shred of hope.
Aos participantes da reunião, promovida sob a chancela das
Nações Unidas, o Mundo parecia exigir a adopção de medidas urgentes para regredir, ou pelo menos conter, os níveis de emissões
de gases com efeito de estufa. Mas durante os
15 dias de trabalhos, sobressaíram sobretudo
as divergências políticas e económicas das
nações que compõem o planeta Terra.
To those participating in the summit, promoted by the United Nations,
the world demanded the adoption of urgent measures to diminish or at
the very least contain the emission of greenhouse gases. Throughout
the fifteen-day meeting, talks were conflicted
and weighed down by political and economic
differences expounded by the nations attending
the summit.
Perante a perspectiva da conferência terminar sem qualquer tipo de resultado prático,
os representantes dos Estados Unidos, Brasil,
China, África do Sul e Índia envolveram-se
numa maratona negocial (durante a noite
anterior ao término dos trabalhos) que culminou no chamado Acordo de Copenhaga.
De teor não vinculativo, o texto seria formalmente aceite pelos restantes membros da
conferência. Cabe agora a cada país decidir
sobre a adesão efectiva àquele que é o resultado mais palpável de um momento raro na
História, no qual estiveram juntos mais de
100 chefes de Estado ou Governo.
Em termos práticos, o Acordo de Copenhaga
determina que os países signatários comprometem-se a anunciar os objectivos nacionais
ao nível da emissão de gases nocivos para a
atmosfera. As metas declaradas estarão sujeitas a escrutínios internacionais, mas não
haverá sanções aos países que não as cumpram, já que o acordo não tem cariz legal.
“O Acordo de
Copenhaga determina
que os países signatários
comprometem-se
a anunciar os objectivos
nacionais ao nível
da emissão de
gases nocivos para
a atmosfera.”
“What the Agreement
demands in concrete
terms is that countries
party to the Agreement
undertake to announce
their national goals
regarding the emission
of gases harmful
to the atmosphere.”
O próprio presidente norte-americano,
Barack Obama, concordou que o pacto alcançado é insuficiente para assegurar a diminuição necessária das emissões de gases
com efeito de estufa, independentemente de
rotular o texto como “significativo” e “sem
precedentes”. Ban ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas,
reconheceu que Copenhaga é apenas o início de um processo mas
exortou todos os países a assinarem formalmente o Acordo, num
sinal de concordância com o caminho a seguir.
94
Fearing that the summit would not in the end
produce anything meaningful or practical, the
representatives of the United States, Brazil,
China, South Africa and China met for a round
of negotiations on the night that preceded the
closing day of the summit and brought forth the
Copenhagen Agreement. It is non-binding, but
supposedly accepted on purely formal terms by
the remaining attendees. Now it is up to each
country to decide whether they will abide by the
agreement or not. The Copenhagen Agreement
is the most tangible result of a rare moment in
History: Over 100 heads of government meeting
at any single place for a common purpose.
What the Agreement demands in concrete
terms is that countries party to the Agreement
undertake to announce their national goals
regarding the emission of gases harmful to the
atmosphere. The outcomes thus declared will be
subject to international scrutiny, but there will
be no sanctions meted out to defaulting countries,
as the Agreement is not legally binding.
The President of the United States, Barack
Obama, admitted that this understanding
among countries is insufficient and will not
provide a workable decrease in greenhouse gas
emissions, although he qualified the text of the
Agreement as significant and unprecedented.
Ban Ki-moon, Secretary-general to the United Nations, acknowledged
that Copenhagen is merely the start of a process. He exhorted all
countries to formally sign the Agreement, signalling his agreement
with the path begun at Copenhagen.
© BRENT WINEBRENNER. GETTy IMAGES
risco e Mudança c liMática
RIsK AnD cLIMAte cHAnGe
Reflexo de Edifício
em Copenhaga, Dinamarca
Building reflection
in Copenhagen, Denmark
Em termos gerais, a cimeira gerou um sentimento de fracasso.
Comunidades de cientistas e Organizações Não Governamentais
leram os resultados como a manifestação da incapacidade dos líderes mundiais em atingir o consenso relativamente às questões
ambientais, após dias repletos de acusações
e diferendos entre os países ricos e os países
pobres. O acordo “não resolve nenhum dos
obstáculos políticos para uma acção ambiental efectiva”, referiu a WWF.
No entanto, entre as inúmeras críticas, surgiram vozes a exaltar o modo como as preocupações ambientais passaram a estar na
agenda política de potências como os EUA ou
a China (os dois maiores emissores de gases
de estufa) ou o papel activo que pode estar
reservado às economias emergentes. Em termos concretos, houve aplausos para a criação
do fundo monetário – com contribuições dos
países desenvolvidos – que sustentará um
programa de três anos (2010-2013) com
vista a auxiliar os países mais pobres a lidar
com os impactos das alterações climatéricas (seca, inundações e outras calamidades)
e a dinamizar projectos para a produção de
energias limpas.
Overal, a mood of despondence hung over the Summit. Scientifical
organizations and NGOs feel that the proceedings at Copenhagen show
world leaders are unable to reach consensus on environmental matters,
having witnessed the continued accusations and mud-flinging between
rich and poor countries. The WWF claims that the
agreement clears none of the political obstacles to
effective environmental action.
“Entre as inúmeras
críticas, surgiram
vozes a exaltar o modo
como as preocupações
ambientais passaram
a estar na agenda
política de potências
como os EUA ou China.”
“Amidst the general
outcry, a few were happy
that environmental
concerns are now part
of the political agendas
of world powers such
as the US or China.”
Entre a sensação de oportunidade perdida,
restou pelo menos a esperança de uma nova
dinâmica global. Yvo de Boer, secretárioexecutivo da Convenção das Nações Unidas
sobre Alterações Climáticas, sintetizou o
próximo desafio: transformar o pacto político
da capital dinamarquesa em “algo real, mensurável e verificável”. A epopeia para salvar
o planeta deverá ter novo episódio crucial em
Dezembro de 2010, na Cidade do México, onde se aguarda que as
intenções do Acordo de Copenhaga se transformem em rigorosas
leis internacionais.
However, amidst the general outcry, a few were
happy that environmental concerns are now
part of the political agendas of world powers
such as the US or China (jointly responsible for
the largest volume of greenhouse gas emissions
on Earth) and pointed out that emerging
economies are gaining the foreground when it
comes to concrete action. The instatement of a
monetary fund sustained by developed countries
was generally praised. This fund will provide
for a 3-year programme (2010-2013) whose
goal it is to help poor countries cope with the
effects of climate change (droughts, floods and
other adverse events) and foster clean-energy
projects.
Though it is generally felt that Copenhagen
was a missed opportunity, there is hope that a
new global dynamic will emerge. Yvo de Boer,
Executive Secretary to the UN Framework
Convention on Climate Change, summed up the
coming challenge: To transform the political pact
birthed at the Danish capital into something
“real, measurable and verifiable.” Our quest
to save the planet will continue, with another
crucial episode in December 2010, hosted by
Mexico City. It is expected that the intentions set
forth by the Copenhagen Agreement will become strict and demanding
international laws.
95
os riscos d o risco
DRAWInG tHe LInes
Os riscos do risco
Drawing the lines
álvaro siza – uma referência da arquitectura mundial
Álvaro Siza – A referential figure in world architecture
A palavra "risco" é uma palavra tipicamente
moderna. A consciência do risco parte do
pressuposto moderno de que aquilo que está
para vir, o futuro, não é apenas um capricho
dos deuses. A modernidade libertou o Homem
para a ideia de que é mais do que um
espectador passivo do destino e, por isso,
através dos instrumentos científicos por si
conquistados, tem um poder de compreensão,
previsão e intervenção que está além do
domínio obscuro do oráculo dos adivinhos e
dos áugures. O primeiro registo da palavra
acontece na língua castelhana no século XIV,
mas ainda sem o significado moderno que
assumirá durante o século XVI: ‘probabilidade
de perigo ou de malogro de determinada
coisa’. Remotamente poderá ter a sua origem
etimológica em resecare (cortar, cercear) que
tinha também uma conotação marítima:
escolho que fere o casco de uma embarcação,
por referência aos rochedos que ameaçavam
os navios na sua aproximação à costa,
fazendo-os perigar. O uso singular de ‘risco’
em português como traço, linha traçada no
acto de desenhar ou projectar, não é difícil de
entender neste contexto significativo: não há
desenho ou projecto livre do perigo de
encalhar ou mesmo naufragar na sua
aproximação ao motivo que pretende
representar.
“(…) não há desenho
ou projecto livre do
perigo de encalhar ou
mesmo naufragar na
sua aproximação ao
motivo que pretende
representar.”
“Any design or project
may founder and
fail as you approach
your desired goal.”
96
O risco está associado etimologicamente
ao mar e aos perigos marítimos. Não se pode
estranhar, portanto, que as seguradoras
tenham tido um incremento significativo,
se não mesmo o seu início, na época das
Descobertas. O ímpeto empreendedor dos
primeiros descobridores aconselhava um
seguro, não para cobrir, em primeiro lugar,
as perdas avultadas dos naufrágios ou das
piratarias, mas para não comprometer o futuro
dos armadores e valer socialmente às famílias
das vítimas.
Álvaro Siza (Matosinhos, 1933) nasceu junto
ao mar e no meio de pescadores. Viu os
mesmos rostos que viu Augusto Gomes. Álvaro
Siza desenha há muitos anos. Desenha desde
criança. Quando a mão se aventura sobre
o papel, sabe por onde cortar, por onde abrir
canais de representação. Mas, às vezes, até
o capitão mais experimentado não pode
impedir que o seu navio se afunde.
O desenho é um risco.
The word ‘risk’ is typically modern.
Our awareness of risk stems from the modern
assumption that the future is not determined by
the whim of a god. Modernity has set man free.
More than a passive spectator under the thumb
of fate, hard-earned scientific tools have
provided mankind with powers of understanding,
foresight and intervention beyond the murky
prophecies of oracles and augurs. The first
record of the word in Spanish dates back to the
14th c., although it would not take on its modern
meaning until the 16th century: a chance that
a given thing might fail or come to harm. Its
etymological root may come from the Latin verb
resecare (to tear, to cut), which also bore
a maritime connotation: it was used to describe
the collision between a rock and the hull of a
boat, alluding to the jagged rocks that imperiled
ships as they drew near to the shore. The unique
Portuguese usage that makes “risk” (risco)
synonymous with “line,” the kind of line you
draw on paper as your project takes shape, is not
hard to understand in this context. Any design or
project may founder and fail as you approach
your desired goal.
Etymologically, risk is associated with the sea
and the dangers of sailing. One is not overly
surprised to learn that insurance companies
were significantly developed, if not actually
started as modern companies, at the time of the
Portuguese Discoveries. The enterprising
momentum that carried the first explorers was
a strong argument in favor of insurance. Not to
cover the damage caused by shipwreck and
pirate, but to protect the careers of ship owners
and provide succor to the families of the victims.
Álvaro Siza (Matosinhos, 1933) was born by the
sea and grew among fishermen. He saw the
same faces as painter and lecturer Augusto
Gomes. Álvaro Siza has been drawing for years.
He began as a child. When his hand ventures
across a blank piece of paper, he knows where to
cut and erase, where the channels of
representation will lead you. Sometimes, even
the hardiest of skippers will be powerless as the
ship sinks. Drawing is risk.
os riscos d o risco
DRAWIn G tHe LInes
Fundação Iberê Camargo, Brasil
Iberê Camargo Foundation, Brazil
97
os riscos d o risco
DRAWInG tHe LInes
há uma ambiguidade essencial na palavra ‘risco’,
uma espécie de ironia. como é que um arquitecto
lê esta ambiguidade, se é que as ambiguidades
têm leitura?
álvaro siZa (as): O que se vai vendo por aí
não é muito ambíguo. No que diz respeito à
arquitectura, o que se vê à nossa volta não é
ambíguo, mas concordo que é um perigo… É
curioso verificar que a primeira escola de
arquitectura foi a ‘Aula do Risco’. [referência à ‘Aula
do Risco’ criada pela primeira vez em 1594 por Filipe II na
Ribeira das Naus e recriada mais tarde, em 1720, por D. João
V. Esta Aula assumiria um papel preponderante na
reconstrução da cidade de Lisboa na sequência do terramoto
de 1755]. Depois a expressão popularizou-se:
‘fazer um risco’, pedir ‘um risco’ ao arquitecto.
As pessoas que pedem ‘um risco’ mal sabem o
risco que correm…
Já pensou no traço do desenho como um
aventureiro que a mão não controla?
as: A aventura, o não pré-concebido ou programado, está sempre presente na Arte.
Picasso dizia que, quando começava a desenhar
ou pintar, nunca sabia o que podia sair da sua
mão. Não tinha programado ‘vou fazer isto ou
aquilo’. Mas nem sempre assim é. Está estudado
que o próprio Picasso tinha quadros feitos a partir
de fotografias. Mas é verdade que ele fazia
desenhos com um traço único, contínuo, sem
interrupções, desenhos magníficos.
o siza também faz assim…
as: Não, isso é difícil. Já tenho tentado, mas é
muito difícil. Aí é que está o grande risco porque
quase nunca sai bem. Há dias em que, por razões
várias, há como que um fosso entre a mente e a
mão, falta comunicação; e então os desenhos são
mal feitos, sem espontaneidade, porque falha
esse mecanismo que mexe com tudo, que põe em
relação a mão, a mente, os olhos, o espírito, tudo,
e de uma forma espontânea.
Mesmo um desenhador experimentado como siza
sente essa impossibilidade de a mão obedecer a
uma ordem da mente e, portanto, o risco fugir ao
controle da mão?
as: Sim, mas nem sempre. Por exemplo, com um
bocadinho de whisky o traço corre melhor
[risos]. Só que aí o risco é doutra natureza. Aí
somam-se ainda mais riscos ao risco… Eu
desenho constantemente, mas não exclusivamente. Não tenho aquele exercício permanente
que dá, se é que dá, uma largueza e espontaneidade de acção que poucos têm.
e com o risco da arquitectura acontece o mesmo?
as: Aí é diferente. Em primeiro lugar eu uso o
esquisso apenas como pesquisa. Aí não há grande
risco porque também não há a preocupação de
corresponder a uma encomenda, a uma expectativa. É uma pesquisa. Essa liberdade, ou não
condicionamento, permite uma determinada
representação de uma ideia que depois é
criticada, confrontada ou mesmo abandonada.
E, portanto, não há aquela concentração de uma
vida que havia no caso do Picasso. Conta-se que
certa vez uma pessoa o procurou para lhe
comprar um desenho e ele fez o desenho num
minuto ou em segundos. E pediu uma fortuna por
ele. A pessoa diz-lhe: ‘então você demorou uns
segundos a fazer o desenho e pede uma fortuna
por ele?’ Picasso respondeu-lhe: ‘Não, não. Não
foram uns segundos, foram muitos anos’.
98
there’s an essencial ambiguity in the word ‘risk’ (risco),
a kind of irony. How does an architect perceive this
ambiguity? What do you read into that? *
áLvARo sIzA (As): The things you see around you aren’t
that ambiguous. As far as architecture is concerned,
what you see around you is not ambiguous, but I do
agree there’s danger there. It’s funny to learn that the
first architecture school in Portugal was the Aula do
Risco. [Siza means the lecture, Aula do Risco instated
1594 by Filipe II at Ribeira das Naus and reinstated
later, in 1720, by D. João V. This Lecture would play an
instrumental role in the rebuilding of Lisbon after the
1755 quake.] Then the phrase became popular
parlance: “to make a risk” [drawing something],
asking the architect for “a risk” [a draft line or two].
People asking for a line or two don’t usually know
where to draw the line...
Have you ever considered the line flowing from your pen
as a kind of explorer that your hand does not control?
As: Adventure, things that are not preconceived or
programmed, will always be there in Art. Picasso said
that, when he began to draft or paint, he had no idea
what would come out. He hadn’t decided on doing this,
that or the other. It is not always so. It’s been noted that
Picasso himself painted pieces from photos. Don’t forget
that he did produce drawings that ended as they began,
a single, uninterrupted line. Magnificent drawings.
Fundação Iberê Camargo, Brasil
Iberê Camargo Foundation, Brazil
sometimes you do that yourself...
As: No, that’s difficult. And I’ve tried, but it’s very
difficult. There’s a major risk there, because it hardly
ever comes out any good. There are days when, for a
number of reasons, there’s this gap between your brain
and your hand, communication’s breaking down. That’s
when drawings go wrong, they’re not spontaneous,
because there’s a glitch in that mechanism that controls
everything, that coordinates your hand, your mind,
eyes, spirit, everything, and spontaneously at that.
so, even an experienced draftsman like siza feels the
disconnect between the hand and the mind? that your
lines will not be controlled?
As: Yes, but not always. A drop of whisky can really
improve your flow [laughter]. But there you’re taking
more chances. You’re piling one risk on top of
another... I draw all the time, but not exclusively. I
don’t engage in that permanent exertion that gives you
— assuming it does give you that — the kind of flair and
spontaneity that very few people demonstrate.
Is it the same with the drafting of an architectural
project?
As: That’s different. First off, because I use my sketches
as part of my research method. No great risk there,
because I’m not concerned whether I am meeting
expectations or deadlines. It’s research. That freedom
— you’re not restrained — allows a given representation on paper which can then be critiqued, antagonized, maybe even abandoned. So I can’t claim that
lifetime of concentration that made a Picasso. There’s
this anecdote that someone approached Picasso to buy
a drawing and he produced one in a matter of seconds.
Then he asked for a small fortune. The prospective
buyer asked: so you spent a few seconds on that sketch
and you want me to pay through the nose? Picasso
answered: No, no. It wasn’t a few seconds, it was my
whole life.
* TN: “Line/Risk Lecture” – the lexical ambiguity is untranslatable
“(…) a primeira escola
de arquitectura foi a
‘Aula do Risco’.”
“(…) the first
architecture school
in Portugal was the
‘Aula do Risco’.”
os riscos d o risco
DRAWIn G tHe LInes
Fundação Iberê Camargo, Brasil
Iberê Camargo Foundation, Brazil
“Sem risco não há
invenção e inovação.”
“Where there’s no risk,
there’s no invention,
no innovation.”
Mesmo quando tomamos o risco como sinónimo de
projecto – siza diz algures que o projecto é como o
personagem de romance que sempre escapa ao
domínio do autor – há o perigo de ele se escapar?
even when you realize that you can’t dissociate “risk”
and “project” — you said once that a project is like a
character in a novel that will always elude the writer’s
control — can you really lose control?
as: Sim, mas isso já não tem a ver com o risco em si
mesmo, o risco-movimento que representa algo,
que deixa um sulco, mas com o processo de
projectar: proposta, crítica, aproximação. Projectar
é experimentar, deitar fora, dar um passo em
frente, eventualmente voltar atrás. Se não há a
concentração neste processo crítico, longo e
aborrecido, não raras vezes há o risco de sair uma
coisa superficial, fácil, repetitiva, amaneirada. Não
se vai ao fundo dos problemas, mas aplicam-se
receitas. Não há o rigor necessário e, portanto, os
lapsos, os erros passam para a obra por falta de
confrontação crítica.
As: Yes, but that no longer has to do with the act of
drawing, your movement as you draw to represent
something, to make a mark. It has to do with the steps
involved in a project: You submit a proposal, it is
critiqued, and the parties involved try to find common
ground. Projects are all about experimenting,
discarding things, taking one step forward, backtracking sometimes. If you don’t focus during this critical,
tedious process, there’s a very serious risk that the
project will be shallow, facile, repetitious, bland. You
don’t dig deep for real answers, you’re working from
formulae. You don’t make demands as you should, and
so mishaps and errors will materialize during
construction because nobody developed a serious
critique.
acha que alguma seguradora se atravessava por um
aventureiro assim como é o risco do desenho?
as: Acho que já há seguradoras que fazem seguro
dos projectos ou da sua concretização em obra.
Noutros países é indispensável haver um seguro
que cubra eventuais erros, esquecimentos, enganos
de projecto. A primeira vez que tive necessidade de
fazer um seguro aqui para uma obra no estrangeiro,
não consegui. Os seguros também comportam um
risco. Veja-se o que acontece nos Estados Unidos,
por exemplo: as companhias de seguros controlam
de tal forma o processo que um arquitecto que não
consiga o apoio de uma companhia de seguros
arrisca-se a ficar no desemprego. Apreciando o
curriculum, a companhia segura ou não o projecto
do senhor fulano de tal. E se o fulano de tal não
arranja quem o segure, não pode fazer o trabalho.
Acho que para lá caminhamos. Mas isto comporta
uma certa ironia: a ideia de fugirmos ao risco pode
impedir a qualidade. Procura-se uma tal segurança
que a componente de risco e inovação, tecnológica
e não só, que sempre esteve na arquitectura, fica
riscada. Há um condicionamento muito forte do
trabalho. O potencial de criação pode ficar
amputado. Sem risco não há invenção e inovação.
Amarrado às seguradoras, o arquitecto não pode
senão jogar à defesa…
Do you believe any insurance company would support
the adventure and risk of drawing?
As: I think there are insurance companies out there
insuring projects, or the implementation of said projects,
during the construction phase. A number of countries
demand coverage for project errors and omissions. The
first time I needed to take out insurance in Portugal for a
project that would be built abroad, I was unable to
secure a policy. Insurance companies deal with risk, too.
Just take a look at the situation in the United States.
Insurance companies wield great power over the
process. An architect that doesn’t get an insurance
company behind her will probably be out of a job. They
go over your CV and decide whether they will cover your
project. If you can’t find a company to cover you, you
can’t take the job. I believe we’re moving in that
direction. This is somewhat ironic. You’re always trying
to evade risk, but that may hinder quality in the end.
People are demanding such levels of security that risk
and innovation, which have always been a part of
architecture, could be erased from the picture. Your
work is bound by strong constraints. Creative potential
might be stifled. Where there’s no risk, there’s no
invention, no innovation. When you’re tied to insurance
companies, you have to be on the defensive all the time.
99
os riscos d o risco
DRAWInG tHe LInes
“Hoje, com a
complexidade da
construção
(e da concepção),
é impossível abarcar
tudo e manter a
capacidade de
coordenar tudo.”
“Nowadays,
construction and design
grow increasingly
complex, you just can’t
embrace every single
field of expertise and
coordinate everything.”
a pala do Pavilhão de Portugal deve ter assustado
as seguradoras…
that arcing platform you gave the Portuguese expo ’98
pavilion must have terrified insurance companies...
as: Na altura o engenheiro é que assumiu a
responsabilidade. Não sei se foi feito algum seguro.
Em Portugal, a responsabilidade é dividida pela
equipa projectista. E parece-me bem assim. Há uma
equipa e cada uma das especialidades assume a sua
quota-parte de responsabilidade. O arquitecto
como coordenador da equipa – um conceito que
hoje está tremido – assume a responsabilidade por
tudo, mas depois é possível identificar qual é o
sector do projecto que se responsabiliza directamente por qualquer problema que surja e que tenha
a ver com o projecto. Em Espanha não é assim, o
arquitecto é responsável por tudo. Primeiro porque
a formação do arquitecto em Espanha tem uma
vertente técnica muito mais importante. Um
arquitecto pode mesmo calcular as estruturas. Hoje,
com a complexidade da construção (e da concepção), é impossível abarcar tudo e manter a
capacidade de coordenar tudo. O papel do
arquitecto está exactamente em estabelecer as
pontes entre as várias especialidades como
elemento de construção do projecto. Não se trata de
criar consensos ou coisas assim. Não. A construção
do projecto vem da conjugação e ponderação dos
interesses de vários aspectos da obra que muitas
vezes começam por ser contraditórios; e, portanto,
projectar é tornar não contraditório o que à partida
poderá aparecer como tal. Em Espanha, se caírem
umas escadas, o arquitecto é o responsável, embora
não tendo sido ele que as projectou. Em Portugal,
neste aspecto, há menos risco porque este é
partilhado. Mas há outros riscos: como seja o de não
ser possível elaborar determinado projecto em
equipa, na verdadeira acepção da palavra, por causa
deste conceito redutor da especialidade. Pode
sempre aparecer um a dizer: nisso o arquitecto não
mete bedelho porque essa é a minha especialidade e
eu é que sei. Independentemente dos modelos, o
que é importante é compreender que a arquitectura
é um todo e o trabalho de arquitecto tem de ser o de
coordenador.
As: At that time, the civil engineer took full responsibility for it. I don’t know that any insurance was taken
out. In Portugal, liability is divided among the
members of the project team. That seems fair to me.
There’s a team and each specialty takes on their share
of responsibility. The architect, as team coordinator
— this concept is a bit sketchy nowadays — takes full
responsibility for everything, but it is possible to
identify which sector of the project is directly
responsible for any project-related issues that come
up. Not so in Spain. Over there, the architect is
responsible for everything. Spain demands that
architects go through a lot more technical training.
They can crunch numbers related to the structures.
Nowadays, construction and design grow increasingly
complex, you just can’t embrace every single field of
expertise and coordinate everything. The architect
builds bridges between specialists, he or she unites the
elements of construction. This isn’t about achieving
consensus, or anything. No. Project construction is
about reconciling and pondering the best interest of the
work in progress, solving contradictions; developing a
project is to turn ‘contradiction’ into ‘combination’. In
Spain, if a staircase collapses, they lay blame at the
architect’s door. It doesn’t matter that he didn’t design
the staircase. In Portugal there's a lesser chance of that
because risk is shared. There are other risks: The
impossibility of working on a project as a team, in the
truest sense of the word, because of that reductive
concept, the concept of specialty. You can always have
people come up and say: The architect should bloody
well stay out of it because that’s my specialty and I’m
the one with the expertise. Regardless of the way you
organize, the bottom line is, architecture is a whole, a
team effort. Your job as an architect is to coordinate.
em espanhol, ‘risco’ significa desfiladeiro,
penhasco. em algum momento sentiu vertigem
perante o desafio do desenho, quer seja o risco de
arquitectura, quer o desenho por divertimento?
as: Quanto ao desenho por divertimento: há dias em
que a coisa vai bem, olho para o desfiladeiro e fico
satisfeito. Há outro dias em que não. Há dias em que
não vale a pena insistir. Mas isso é uma prova de
amadorismo. Quem se dedica por inteiro, tem um
controle contínuo sobre o que faz. É uma coisa que
se vai ganhando, que se aprende. Em relação à
arquitectura, há imensas dificuldades que surgem ao
longo do processo, regulamentos em movimentação
contínua, por exemplo, e isto aumenta os riscos. Há
hoje a ilusão de querer um conforto absoluto, com
condições térmicas perfeitas no interior da casa, o
que implica maquinaria, consumo elevado de
energia, painéis solares obrigatórios, etc. Às vezes
penso que um dia as pessoas só podem sair de casa
dentro de uma cápsula para não estranharem. De
resto, quanto ao projecto, e quando surgem
dificuldades ou dúvidas graves, há duas formas de
escapar: uma é dizer ‘não consigo resolver, desde
que seja aprovado, vai assim’; outra é resolver com
trabalho, com persistência. Claro que há nisto um
impedimento insuperável porque há prazos, porque
há eleições, etc.
100
the spanish word ‘risco’ means canyon, or cliff. Have
you ever felt a kind of vertigo before you got started on
a drawing, whether you were beginning to sketch a
building, or just doing it for fun?
As: On drawing for fun: Some days it works for you, you
look over the edge of the cliff and you’re pleased.
Sometimes it just doesn’t happen. Sometimes it's just not
worth it. But giving up is amateurish. If you’re in it heart
and soul, you exert continuous control over what you do.
This is something you acquire over time, you learn it.
Regarding architecture, there are many difficulties that
arise during the process, rules and regulations in
constant flux, for instance, and this compounds the
chances you take. These days people live under the
delusion that they must enjoy absolute comfort, you
have to have the perfect temperature in the house, which
calls for machinery, high energy consumption,
mandatory solar panels, things like that. Sometimes I
think the day will come when people don’t leave the
house unless they’re surrounded by a shell, you know,
so they don’t experience discomfort. As for projects,
when serious doubt or a difficulty come up, there are
two ways to go about the whole thing. One is, you tell
yourself, I can’t solve it; as long as it’s approved, it’s
good enough. The other one is to have at it, to persist.
Obviously there are hurdles, because you have
deadlines, elections, who knows what else.
a sua experiência torna as coisas mais fáceis, com
menos riscos…
Your experience makes things easier for you, less
risky...
as: A experiência é perigosa, porque pode tornar as
pessoas mais conformistas. Claro que a experiência
tem também uma capacidade criativa, mas num
grau reduzido.
As: Experience is dangerous, because it can turn you
into a conformist. Naturally, experience gives you some
creative capability, though it is on a lesser scale.
nunca sentiu a sensação, perante uma encomenda,
de pensar: o que vou fazer com isto?
Have you ever asked yourself, on looking at a
commissioned project, “What am I going to do with
this?”
as: Ai, isso sempre, mas depois passa. O primeiro
passo é sempre esse…
As: All the time, but I get over it. That’s always the first
step...
Mas também deve haver momentos duma certa
intuição…
Does intuition play a role?
as: A intuição, sim, é um risco. A intuição
funciona, mas exige um percurso. Não é um flash.
A intuição não poupa ao trabalho de elaboração,
avanço, recuo, modificação, abandono. As horas de
trabalho para resolver os problemas concretos que
se deparam e dar convicção a uma ideia intuitiva
podem ser muitas. E são efectivamente muitas e
com grandes riscos.
Pavilhão de Portugal, Lisboa
Portuguese Pavillion, Lisbon
As: Intuition, now there’s a risk. It works, but you have
to go to certain lengths. It’s not this sudden flash.
Intuition doesn’t save you the hours of drafting, moving
forward, backward, modification, abandonment. The
hours put into solving real problems and developing
intuitive notions into something firm can grow and
grow. They do grow, and there's always great risk.
Entrevista preparada
e composta por Nuno Higino.
Gravada no gabinete do
arquitecto Carlos Castanheira
a 30 de Janeiro de 2010
Interview prepared and
composed by Nuno Higino.
Recorded at the office
of architect Carlos Castanheira
on January 30, 2010.
101
os riscos d o risco
DRAWInG tHe LInes
Álvaro
Siza
uma referência da arquitectura mundial
A referential figure in the world architecture
Álvaro Siza é o arquitecto português
mais reconhecido nacional e
internacionalmente, cujo trabalho ao
longo dos anos se pode considerar
dos mais consistentes e coerentes (e
completos) entre todos os trabalhos
de arquitectura produzidos nos
últimos 50 anos.
Esta consistência e coerência não é
baseada numa repetição estilística,
mas sim numa evolução progressiva
do acto de desenhar e, por tal, o
trabalho de Siza é imediatamente
reconhecido onde quer que esteja.
102
Cada obra de Álvaro Siza é uma visão,
são detalhes desenhados numa
envolvente apenas detectada por ele,
com rigor, concentração e foco. As
suas obras revelam, não interpretam
a verdade do contexto.
Considerado hoje como um dos
mestres da arquitectura, com 76 anos
de vida e mais de 50 de actividade
profissional, continua a afirmar-se
pela sua arquitectura, sempre
surpreendente, sempre actual de
inovação.
Álvaro Siza has achieved worldwide
recognition and a status other
Portuguese architects can only aspire to.
He has produced one of the most
consistent, coherent and comprehensive
bodies of work in all of architecture in
the past 50 years.
Such consistency and coherence does not
rely on repetition. The architect hones
and refines his drafting skill every single
day. For this very reason, you can
immediately pick out any of Siza’s
buildings, wherever you may find it.
Each one of his buildings is a vision.
Details mesh and combine in his head as
he concentrates, focuses and lays down
his thoughts. His works reveal, they do
not just interpret.
Now justly considered one of the world’s
masters of architecture, 76 years young
with a 50-year track record under his
belt, Siza’s work is ever fresh and zesty
and groundbreaking.
Biografia sumária
short Bio
Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira nasceu em Matosinhos em 1933. Estudou
Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1949 e 1955, sendo
a sua primeira obra construída em 1954.
Álvaro Joaquim Melo Siza Vieira was born in Matosinhos (near Oporto), in 1933.
From 1949-55 he studied at the School of Architecture, University of Oporto.
Ensinou na ESBAP – Escola Superior de Belas Artes do Porto - entre 1966 e 1969,
tendo regressado em 1976 como Professor Assistente de "Construção".
Foi Professor Visitante na Escola Politécnica de Lausanne, na Universidade de
Pensilvânia, na Escola de Los Andes em Bogotá, na Graduate School of Design of
Harvard University como "Kenzo Tange Visiting Professor" e leccionou na
Faculdade de Arquitectura do Porto.
From 1955-58 he collaborated with Arch. Fernando Távora. He taught at the School
of Architecture (ESBAP) from l966-69 and was appointed Professor of "Construction"
in 1976.
He has been a Visiting Professor at the Ecole Polythéchnique of Lausanne, the
University of Pennsylvania, Los Andes University of Bogotá and the Graduate School
of Design of Harvard University; From 1949-55 he studied at the School of
Architecture, University of Oporto.
Exerce a profissão na cidade do Porto.
He works in the city of Oporto.
É membro da American Academy of Arts and Science e "Honorary Fellow" do
Royal Institute of British Architects, do AIA/American Institute of Architects, da
Académie d'Architecture de France e da European Academy of Sciences and Arts.
He is a member of the American Academy of Arts and Sciences, Honorary Fellow of
the Royal Institute of British Architects, AIA/American Institute of Architects,
Académie d'Architecture de France and European Academy of Sciences and Arts.
Doutor "Honoris Causa" pela Universidade Politécnica de Valencia (1992), pela
Escola Politécnica Federal de Lausanne (1993), pela Universidade de Palermo
(1995), pela Universidade Menendez Pelayo, Santander (1995), pela Universidad
Nacional de Ingeniería de Lima, Peru (1995), pela Universidade de Coimbra
(1997), pela Universidade Lusíada (1999) pela Universidade Federal de Paraíba,
João Pessoa - Brasil (2000); pela Università degli Studi di Napoli Federico II, Polo
delle Scienze e delle Tecnologie, Nápoles – Itália (2004); pela Universidade de
Arquitectura e Urbanismo de Bucareste “Ion Mincu” – Roménia (2005); pela
Universidade de Engenharia de Pavia – Itália (2007).
Doctor "Honoris Causa" by the University of Valencia (1992), by the École
Polithécnique Federal de Lausanne (1993), by the University of Palermo (1995), by
Menendez Pelayo University, in Santander (1995), by the Universidad Nacional de
Ingeniería of Lima, Peru (1995), by the University of Coimbra (1997) and by the
Universidade Lusíada (1999), by Paraíba Federal University (2000), Federico II
University, Naples (2004); University of Architecture and Urbanism of Bucarest “Ion
Mincu”, Romenia (2005); University of Engeneering in Pavia, Italy (2007).
gruP o s uZano
sUzA no GRo UP
grupo suzano
Suzano Group
Uma história de sucesso com 85 anos
An 85 year Sucess Story
“E tudo começou
quando o ucraniano
Leon Feffer, em
1921, emigrou para
o Brasil com pouco
mais de 18 anos.”
“It all began when
the Ukrainian Leon
Feffer emigrated
to Brazil in 1921, having
just turned eighteen.”
104
Em 2009 o Grupo Suzano completou 85 anos,
com muita força e vigor. Um atestado da sua
bem sucedida trajetória, sempre apoiada na
crença de um Brasil justo e de futuro.
In 2009, the Suzano Group turned “85 years
young.” We have beat a successful path and
have always kept the faith in a socially just
Brazil with a bright future on the horizon.
Constantes atitudes empreendedoras, que caracterizam a família Feffer, transformaram um simples negócio de produção de envelopes em um dos
mais sólidos, dinâmicos e diversificados congomerados empresariais privados brasileiros, com
faturamento superior a US$ 3,5 bilhões. Mais de 5
mil colaboradores e outros cerca de 20 mil empregados indiretos movimentam a própria empresa e
as diversas regiões onde ela atua.
The ongoing entrepreneurship of the Feffer family has
transformed a mere envelope production business into
one of the most solid, dynamic and diverse privatelyheld conglomerates of Brazil, with a turnover of 3,5+
US billions. More than five thousand employees and
some 20,000 outsourced personnel work in a number
of sites and regions.
Este dinamismo, esta determinação em crescer de
forma estruturada, esta definição de oferecer produtos e serviços diferenciados estão entre os fatores
que caracterizam a Suzano. E tudo começou quando o ucraniano Leon Feffer, em 1921, emigrou para
o Brasil com pouco mais de 18 anos, ao lado
da mãe, um irmão e duas irmãs. Naquela
época, a economia brasileira era apoiada na cafeicultura, o setor industrial ainda era
incipiente e quase todos os produtos eram importados. Diante desse desafio – país estranho, língua diferente, pessoas desconhecidas –
e perante esse enorme potencial, Leon estabeleceu-se como comerciante em São Paulo. Entre as
várias mercadorias que vendia, estava o papel. E, em
meados dos anos 30, abriu também uma tipografia
e uma pequena fábrica de envelopes.
Em 1939 a veia empreendedora de Leon saltou
forte e fez com que se desfizesse de todo o patrimônio que já havia construído, inclusive a casa da
família, a fim de obter os recursos necessários para
montar uma fábrica. Percebendo que a produção
brasileira de papel era insuficiente e que a importação seria prejudicada com o inicio da II Gerra
Mundial, Leon Feffer decide investir na fabricação
de papel. E assim, instalada no bairro do Ipiranga,
na cidade de São Paulo, nasce a primeira unidade
industrial do Grupo Suzano. Nome que, aliás, surgiu apenas 1955, quando Leon Feffer incorporou
a Indústria de Papel Euclides Damiani, localizada
na cidade de Suzano, a cerca de 40 km da capital
paulista.
The nonstop dynamics, the determination to grow
in a structured manner and the will to provide
diverse products and services are some of the key
characteristics of the Suzano Group. It all began when
the Ukrainian Leon Feffer, around the age of eighteen,
emigrated to Brasil, along with his mother, one brother
and two sisters. At the time the Brazilian economy
was heavily dependent on coffee growing. Industries
were taking their first steps. Most commodities were
imported. Faced with a challenge — being a stranger
among strangers, a new country and an alien language
— but also in view of great potential, Leon set up a shop
in São Paulo. Among the many goods he sold, foremost
was paper. In the mid-1930s, he started a printers’
shop and a small envelope factory.
Leon's enterprising spirit really broke out in 1939.
He sold off all the assets he had accrued, including his
family home, so he could start a new factory. Realizing
that Brazil did not manufacture enough paper and
imports would suffer as World War II got rolling, Leon
Feffer decided to invest on paper-making. Thus the first
industrial unit of the Suzano Group was commissioned
in the Ipiranga district of the city of São Paulo. Suzano,
the name, was adopted in 1955, when Leon Feffer
bought off the Euclides Damiani paper-making outfit,
which was then located in the town of Suzano, some
40km from the Paulistan capital.
gruP o s uZ ano
sUzAno GRo UP
Leon Feffer,
fundador do Grupo Suzano
Leon Feffer,
founder of the Suzano Group
leon FeFFer, o hoMeM
Leon FeFFeR, tHe MAn
Além do homem de negócios que era, Leon dedicou parte da sua vida a várias atividades comunitárias. Participou em instituições como a Casa de
Cultura de Israel, a Federação Israelita do Estado
de São Paulo, o Hospital Albert Einstein (já há vários anos considerado como referência na América
Latina), o Colégio Renanscença, entre outras. Foi
um dos fundadores do clube “A Hebraica” (um dos
mais ativos clubes esportivos e recreativos da cidade de São Paulo) e, desde 1956 até seu falecimento, exerceu o cargo de cônsul de Israel no Brasil.
A partir da década de 1970, acompanhou a transição da liderança do Grupo Suzano para seu filho
Max, que conduziu bem sucedida expansão nas
áreas papel e celulose, embalagens e petroquímica.
More than just a businessman, Leon devoted part of
his life to several community activities. He patronized
organizations such as the Israel Culture House (Casa de
Cultura de Israel), the Israeli Federation of São Paul State
(Federação Israelita do Estado de São Paulo), the Albert
Einstein Hospital (known for years throughout Latin
America as a world-class hospital), the Renascença School,
and many others. He was one of the founding members of
the Hebraica Club (A Hebraica – one of the most dynamic
sports and recreation clubs in the city of São Paulo) and,
from 1956 and to the year of his death, served as Israeli
Consul in Brazil. From the 1970s onward, he tended to his
succession, transferring leadership of the Suzano Group to
his son Max, who drove successful expansion into sectors
such as cellulose, packaging and oil.
suzano e sonae
A joint venture formada entre os Grupos Suzano e a
Sonae veio reforçar a parceria já existente desde 2002
na corretora de seguros brasileria Lazam-MDS.
Baseada na semelhança de valores entres estes dois
grupos – gestão sólida e profissional, controle familiar,
perenidade e foco no longo prazo - a holding assim
formada reúne todos os investimentos na área de
corretagem de seguros e resseguros, reforçando a
competitividade internacional da MDS Holding e
permitindo aproveitar o crescimento do mercado de
seguros brasileiro, bem como apostar na expansão dos
negócios na América Latina, consolidando, assim, a
estratégia de crescimento.
Com uma carteira de prêmios que se aproxima de
US$2 bilhões, esta parceria é a única não americana
ou inglesa entre as maiores empresas de seguros e de
resseguros que atuam em mercados de alto potencial
de crescimento. No total, são cerca de 1 200
colaboradores em 21 países, todos sob a direção da
Comissão Executiva liderada por José Manuel Fonseca.
suzano and sonae
David Feffer, presidente,
e Daniel Feffer, vice-presidente
do Grupo Suzano
David Feffer, president,
and Daniel Feffer, vicepresident of the Suzano Group
a sucessão
sUccessIon
Max Feffer era um empreendedor nato que, desde jovem, colaborou com o pai na expansão do
Grupo Suzano. Nos anos 50 liderou a equipe
de cientistas que pesquisava matérias primas
alternativas para a produção de celulose a partir
do eucalipto, experiências essas que mais tarde iriam
revolucionar a fabricação de papel no Brasil e nas
Américas. Como profissional de grande visão estratégica, também foi responsável pela diversificação e
consolidação do Grupo, realizando investimentos no
setor petroquímico e profissionalizando a gestão.
Max Feffer was a born leader who started working with
Leon early in his life to expand the Suzano Group. In the
1950s he led the team of scientists who were looking
into alternative raw materials to produce cellulose from
eucalipti. These experiments would revolutionize papermaking in Brazil and the Americas. As a professional
gifted with strategic foresight, he was responsible for the
diversification and consolidation of the Group, leading a
number of investments in the oil sector and contributing
toward the establishment of professional management.
The Suzano-SONAE joint venture arises from our
partnership, which began in 2002 with the Brazilian
insurance broker, LAZAM-MDS.
Based on shared values between the groups — solid,
professional management; family-held business; focus on
duration and the long term — this holding covers all
investments in insurance and reinsurance brokerage,
boosting the international competitiveness of MDS
Holding and capitalizing on the growth of the Brazilian
insurance market; also, on the growth of business in
Latin America; thus consolidating our growth strategy.
With a portfolio verging on US$2Bn, this partnership is
the one non-American or British company among the
largest insurance/reinsurance firms present in
high-growth markets. On the whole, there are 1,200
employees throughout 21 countries, led by the Executive
Board under José Manuel Fonseca.
105
gruP o s uZano
sUzA no GRo UP
a importância
do papel
A empresa firmou seu pioneirismo nos mercados
nacional e internacional ao “descobrir” a celulose de
eucalipto. Na Unidade de Suzano, além da produção
de papel, Leon e seu filho Max passaram a desenvolver
experimentos e pesquisas na busca de alternativas
para a celulose até então importada. Mas foi somente
após uma série de ensaios de cozimento, lavagem e
branqueamento nos laboratórios da Universidade da
Flórida, em Gainsville, Estados Unidos, com diversas
espécies de madeiras, que se comprovaram os
resultados obtidos aqui no Brasil. Assim, a partir do
final da década de 50, começaram a ser fabricados os
primeiros lotes de papel produzidos através do
eucalipto e, em poucos anos, o Brasil passou de
importador a exportador de celulose.
Inicialmente, a celulose de eucalipto aqui fabricada
era misturada à importada. Somente em 1961, a
Suzano Papel e Celulose passou a produzir papel com
100% de fibra nacional, o que foi uma mudança
extremamente importante para o setor no Brasil e em
todo o mundo. Nos anos que se seguiram, nas décadas
de 60 e 70, o Grupo investiu fortemente na expansão
da fábrica e na diversificação do mix de produtos, uma
de suas grandes características até hoje.
the importance
of paper
The company pioneered the exploitation of eucaliptus
cellulose, thus establishing a reputation in national and
international markets. At the Suzano Unit, in addition to
paper-making, Leon and his son Max encouraged
experiments and research into alternatives to imported
cellulose. It was only after a number of lab trials in the
University of Florida, Gainsville, USA, using several
wood samples, that the results obtained in Brazil were
validated. So it was that from the late 1950s the first
batches of eucaliptus-cellulose paper rolled out of the
mill and, in a few years, Brazil went from being an
importer to becoming
an exporter of cellulose.
At first, national cellulose was mixed with imported
cellulose. It was only in 1961 that Suzano Papel e
Celulose began production of 100%-national fiber paper,
which represented a major change to the country and the
world. Over the coming decades, the Group invested
heavily in the expansion of their factory and built a
diverse product portfolio, which remains one of the
Group’s key strengths to this day.
106
Por sua proximidade com as artes, especialmente a música, e sua expressiva presença no cenário
cultural paulistano, Max Feffer exerceu, no final
dos anos 70, o cargo de Secretário de Estado da
Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo e foi o
responsável pela criação de projetos musicais existentes até aos dias de hoje, como o Festival de Jazz
e o Festival de Inverno de Campos do Jordão. Em
1999, sua mente criativa e artística deu vida ao
Instituto Ecofuturo, uma organização não governamental que visa promover o desenvolvimento
sustentável através de investimentos e ações em
educação, leitura e meio ambiente. Atualmente,
o Instituto Ecofuturo, sob a presidência de Daniel
Feffer (um dos filhos de Max), possui 83 bibliotecas comunitárias instaladas em seis estados brasileiros, realiza um dos maiores concursos nacionais
de redação para jovens e adolescentes e é responsável pelo Parque das Neblinas, área de mais de 2
700 hectares, a cerca de 100 km de São Paulo, com
Mata Atlântica totalmente preservada, hoje utilizada para visitação e estudos.
E foi graças a iniciativas como estas que Leon (falecido em 1999) e Max Feffer (falecido precocemente em 2001) deixaram marcas indeléveis na
história do desenvolvimento industrial do Brasil
e no desenvolvimento socioambiental, provando,
ou comprovando, que empresários diferenciados
podem aliar o sucesso nos negócios a uma consistente ação social.
Com o falecimento prematuro de Max, David
Feffer, o mais velho dos seus quatro filhos, assumiu a presidência do Grupo Suzano e imprimiu
um ritmo forte aos negócios, gerando as condições necessárias para um crescimento vigoroso e
sustentado. Entre seus principais marcos estão a
criação, em 2003, da Suzano Holding, consolidando o modelo de gestão, com foco em transparência e excelência empresarial; a reestruturação da
Suzano Petroquímica passando, a partir de 2004, a
ser a primeira empresa de controle familiar a aderir
ao nível 2 de Governança Corporativa da Bovespa;
a profissionalização das empresas do Grupo, com
rígidos critérios de governança corporativa; e a
construção de uma nova unidade de celulose de
mercado em Mucuri, no extremo sul da Bahia.
Also keen on the arts, especially music, and feeling
how relevant they were to the culture of São Paulo,
Max Feffer became State Secretary for Culture, Science
and Technology in the late 1970s. He was behind the
inception of musical projects that exist to this day, such
as the Jazz Festival and the Winter Festival at Campos
do Jordão. In 1999, his creative, artistic mind breathed
life into the Instituto Ecofuturo (“Eco-future Institute”),
an NGO that advocates and promotes sustainable
development through investment in education, reading
and environmental preservation. Currently the Instituto
Ecofuturo, led by Daniel Feffer (one of Max’s children),
owns 83 community libraries throughout six Brazilian
states, holds one of the largest nationwide writing
contests for children and teens and is responsible for the
Parque das Neblinas (“Mist Park”), a nature preserve
covering 2,700 hectares, sited 100km from the city of
São Paulo. The Park holds an Atlantic forest, completely
preserved, currently a preferential location for visits
and school trips.
It was thanks to initiatives like this that Leon
(deceased in 1999) and Max Feffer (who passed
away prematurely, in 2001) made their perennial
mark in the history of Brazilian industrial, social
and environmental development; proving that
entrepreneurs can combine thriving businesses with
consistent social action.
Max being taken so early in his life, David Feffer, eldest
of four, took over the chairmanship at the Suzano
Group and drove business with a will, laying the
groundwork for vigorous, sustainable growth. One of
many milestones under his management is the 2003
establishment of Suzano Holding, which consolidates
our management model, focusing on transparency and
excellence in business. Another is the restructuring of
Suzano Petroquímica (oil industry) which, in 2004,
became the first family business to sign onto Bovespa
Corporate Governance, Level 2; and then there was
the application of professional standards throughout
Group companies, following strict corporate governance
criteria; also, the construction of a new cellulose unit in
Mucuri, at the far south of Bahia.
uMa gestão exeMPlar
exeMPLARY MAnAGeMent
A partir de uma visão que prioriza a gestão
profissional de alta performance, a parceria com o
mercado de capitais e o controle familiar, as empresas do Grupo Suzano destacam-se nas mais
diversas áreas de negócios por valorizarem a inovação, por atenderem aos requisitos de governança corporativa e pelo legítimo compromisso
socioambiental.
Starting with a vision that prioritizes high-quality
and high-performance professional management, a
presence in the capital market and family control, the
Suzano Group companies stand out from the pack as
they value innovation, stick to corporate governance
demands and legitimate social/environmental
commitments.
Com uma trajectória marcada pela capacidade de
inovar, de assumir riscos e de ousar na proposta de
novos modelos de negócio e produtos, na busca de
soluções geradoras de valor agregado para a organização e para a sociedade.
Ours is the path of innovation, risk-taking. We aim
to develop new business models and products, to
seek out solutions that bring combined value to the
organization and society at large.
Os seguros em órbita
Insurance in orbit
As órbitas do seguro de satélites
The orbits of satellite insurance
O mercado de seguro e resseguro aeroespacial
Space insurance and reinsurance market
Os riscos que vêm do céu
Risks that come from the sky
O tempo no espaço
Space weather
Holos - Empresa portuguesa integra consórcio europeu
Holos - Portuguese company joins European Consortium
os seguros eM órBi ta
InsURAnce I n oRBIt
o mercado de seguro e resseguro aeroespacial
Space insurance and reinsurance market
As órbitas do seguro
de satélites
The orbits of satellite
insurance
Após serem colocados em órbita, os satélites não podem ser reparados
ou substituídos. É por isso vital que qualquer profissional envolvido
neste mercado domine todos os segredos do mundo aeroespacial.
texto / text:
Marco Aurélio Braga
MEMBRO DO CONSELHO
CONSULTIVO DA MDS BRASIL
MEMBER OF THE ADVISORY
BOARD OF MDS BRAZIL
After being placed in orbit, satellites can’t be repaired or replaced. It is
therefore vital that anyone involved in this market master all the secrets
around the world of aerospace industry.
Após ser lançado em órbita, o curso seguido pelo satélite é o
mesmo de todos os corpos celestiais em órbita ao redor do Sol,
consequentemente, elíptico. Em termos gerais, tudo se relaciona com forças centrífugas e gravitacionais, onde a força da gravidade conduz o satélite à Terra e a centrífuga exerce força contrária, resultando num equilíbrio que o mantém numa distância
constante do nosso planeta.
A vida útil de um satélite em órbita dependerá de como o projecto de engenharia foi desenvolvido, com vista a acomodar o plano
de negócios que visa a atender as demandas dos clientes que irão
gerar receitas e lucros esperados.
Diferentemente dos equipamentos construídos para serem instalados dentro de uma planta industrial, os satélites, após serem
posicionados em órbita, não podem ser reparados ou substituídos. Por conseguinte, a maioria de seus componentes vitais são
redundantes, o que significa que eles são duplicados e podem ser
ligados imediatamente se um componente falhar.
Sendo assim, o conhecimento sobre o seguimento aeroespacial é
relevante para qualquer profissional envolvido neste mercado. E
um corretor, devido à importância dos serviços de consultoria,
deve entender os preceitos básicos das dinâmicas financeiras e
operacionais deste ramo.
O mercado de Seguro e Resseguro aeroespacial, devido à sua natureza conservadora, vive uma perspectiva diferente comparada
à natureza inovadora e complexa da indústria aeroespacial, onde
as empresas operadoras de satélites impõem pressão permanente sobre os principais fornecedores de equipamentos de telecomunicações, para que sejam construídos equipamentos mais
potentes, produtivos e sofisticados.
Os elevados valores e riscos envolvidos na fabricação, lançamento e operação de um satélite fazem com que o mercado aeroespacial de seguros fique em constante expectativa da ocorrência
de sinistro, não obstante os cuidados extremos na avaliação de
riscos, aplicados pelos subscritores. Neste cenário, os custos do
seguro são voláteis, pois duas perdas seguidas em lançamentos
108
After being launched in orbit, the path followed by a satellite is the
same of all celestial bodies in orbit around the sun which is elliptical.
Generally speaking is all about centrifugal and gravitational forces
where the pull of gravity drives the satellite to earth and the centrifugal
force drives the satellite away from the earth resulting that the satellite
maintains a constant distance from earth.
The numbers of years of life of a satellite in orbit will depend upon
the engineering project structured to accommodate the business plan
developed to meet specific clients demand that will generate expected
revenues and profits.
Different from equipments built to be installed within a industrial
plant, satellites after positioned in orbit can not be repaired or replaced
like those, therefore most of the vitals components of a satellite are
redundant, which means they are reduplicated and can be turned on
immediately if one component fails.
Therefore the understanding of the aerospace business is relevant
for any professional servicing this industry and a broker due to its
essential consultant services must also understand the basics of its
financial and operational dynamics.
The risks Space insurance and reinsurance market due to its
conservative nature leaves in a different perspective compared to
the very innovative and complex nature of the space industry where
satellite operators impose permanent pressure on prime suppliers of
commercial telecommunications satellites to build more powerful,
productive and therefore sophisticated satellites.
The high values and risks involved in manufacturing, launch and
operate a satellite makes the space insurance market to leave in
a constant loss expectation despite the strong risk assessment
undertaken by underwriters. In this scenario insurance cost is very
volatile where two Launch losses in a row can definitely change the
market trend, being very peculiar to operators to seek for insurance
early in the satellite manufacturing stage to avoid unexpected changes
upwards specially on dual launch vehicles where the first satellite
operator to procure insurance in the market will definitely enjoy better
rate than late ones due to reinsurance capacity constrain per launch.
os seguros eM órBita
InsURAnce I n oRBIt
podem definitivamente mudar os rumos do mercado. Por isso,
é muito comum os operadores comprarem cobertura de seguro quando ainda no estágio inicial de fabricação, com o intuito
de evitarem mudanças inesperadas de acréscimo nas taxas, especialmente nos casos de lançamentos por veículos lançadores
que permitam lançar dois satélites de forma
concomitante: o primeiro operador a acessar
o mercado de seguro será definitivamente
beneficiado por melhores taxas do que os que
retardarem o seu processo de colocação, isto
devido à capacidade restrita de resseguro para
cada lançamento.
Os custos de seguro são considerados o terceiro maior custo nas operações de lançamento.
Por essa razão, merecem atenção cuidadosa
por parte dos operadores, pois o programa de
seguro a ser estruturado é relevante. A aquisição de um novo satélite e os serviços requeridos de lançamento são operações muito
complexas, que demandam trabalho de equipe, constante monitoramento e revisões internas. A consultoria do corretor desde o início do processo de aquisição é sensilvemente
benéfica e eficiente na redução de custos. Esse
serviço é particularmente importante na fase
de negociação dos contratos, no que tange aos
elementos de seguro.
Insurance cost is considered to be the 03rd major cost in a satellite
launch mission therefore deserving a careful attention from
satellite operators where the insurance program to be structured is
relevant. The procurement of a new satellite and the required launch
services is a very complex mission which demands dedicated team
work, constant monitoring and internal
review. The broker advice since the beginning
of the satellite procurement process is of
tremendous benefit as well as cost effective to
satellite operators. This advice is particularly
important to the contracts under negotiations
which have insurance implications.
“Os elevados valores
e riscos envolvidos
na fabricação,
lançamento e operação
de um satélite fazem
com que o mercado
aeroespacial de
seguros fique em
constante expectativa
da ocorrência de sinistro.”
“The high values
and risks involved
in manufacturing,
launch and operate
a satellite makes the
space insurance market
to leave in a constant
loss expectation.”
A estruturação e implementação dos programas de seguro para o lançamento e a fase
“in orbit” (operação em órbita), envolvem
várias atividades fundamentais na fase de
pré-subscrição, assim como no processo de
colocação do resseguro. Tais serviços giram
em torno de revisões dos contratos de aquisição de satélites, especialmente no item
contratual de seguros; revisão do contrato de
Serviço de Lançamento e da Nota de Acordo
de financiamento dos bancos e financiadores,
para garantir que todos os termos e condições são adequados, acessíveis e necessários ao segurado. Dão
suporte ao segurado nas questões técnicas provenientes dos resseguradores, ao fabricante do satélite e ao provedor dos serviços
de lançamento. Ajudam na confecção da apresentação técnica
para seguradores e resseguradores assim como a organizar roadshow e apresentação técnicas aos resseguradores nos locais a se
acordado com o segurado.
To structure and implement the launch and
initial in orbit insurance program involves
several very important activities in the preunderwriting phase as well as in the placement
process. Such works revolves around
reviewing of satellite purchase contracts,
specially the insurance requirements, review
of Launch Services Agreements and Bank/
Lender Notice Purchase Agreement, to ensure
that all terms and conditions are adequate,
available and not unnecessary to the insured.
Support underwriter technical questions with
insured, the satellite manufacturer, and the
launch vehicle provider. Assist in preparing
technical briefing to insurers and reinsurers
as well coordinate road-show and host
technical briefings at places to be agreed with
insured.
The preparation of the policy wording will
be the culmination of all these efforts which
will involve the engineering, financial and
legal departments of the insured, all before
approaching the lead reinsurance markets to
obtain terms.
Usually most common coverages available are
All Risk Material Damage and Malfunction
type of policy where all is covered except exclusions, as well Third
Party Liability and Loss of Revenue.
In summary, the insurance of space risk is very difficult and complex
due to its characteristics which go from small numbers of risks which
is against statistical method the basic prerequisite for any kind of
insurance, as well diversity and rapid change in technology, high
values, high exposure to total loss in a few minutes of a launch.
A elaboração do clausulado da apólice representa o auge de todos esses esforços e envolverá os departamentos de engenharia,
financeiro e jurídico do segurado, tudo isso antes de se acessar os
mercados resseguradores líderes para obtenção de termos.
Usualmente, a maioria das coberturas disponíveis são para apólices do tipo “All Risks” para danos materiais e mau funcionamento, nas quais todos os riscos estarão cobertos, com exceção
das exclusões, como também cobertura para Responsabilidade
Civil e Perda de Receita.
Em síntese, o seguro de riscos aeroespaciais é considerado como
difícil e complexo devido às suas características que vão desde
um pequeno número de riscos, o que é prejudicial a métodos estatísticos - um pré-requisito básico para qualquer tipo de seguro- como também à diversidade e rápida mudança de tecnologias, altas Importâncias Seguradas e alta exposição à perda total
nos poucos minutos de lançamento.
109
os seguros e m ór bita
ins urance in o rbit
Curiosidades sobre satélites | Satellite q&a
Quantos satélites já foram lançados?
Já foram lançados mais de 500 satélites e, em média, a previsão é de lançamento de 25 a 30 satélites por ano.
How many satellites have been launched so far?
More than 500 satellites have been launched. On average, we expect to launch
25 to 30 new ones a year.
Quanto custam?
Os satélites podem chegar a ter um custo aproximado de US$ 300 milhões,
que somados ao custo de lançamento em torno de U$100 milhões, chegam
ao valor total de U$400 milhões em geral.
How much does a satellite cost?
The satellites themselves cost about US$300M. Add that to launch costs, which
represent US$100M more, and you have a US$400M total.
Quais os Valores em Risco/LMI envolvidos?
Não existe LMI já que essa classe de risco é considerada “catastrófica”.
Logo teria que existir valor em risco igual a 100% do valor do satélite,
além do custo do lançamento
Quais as empresas que lançam satélites?
A empresa francesa Arienne, a americana Proton, a chinesa Long March,
entre outros.
Quais os clientes da MDS Brasil neste ramo?
StarOne, a maior operadora de satélites do Brasil
Quais os maiores sinistros?
Satélite SES K1 – US$ 350 milhões e Solidariedad 1 - US$ 250 milhões.
O Satélite SES K1 teve perda total durante o lançamento onde o 2º estágio
do foguete não funcionou.
O Solidariedad 1 apresentou perda total devido à mal funcionamento
quando em órbita, com falha no processador de controle do satélite.
Qual o momento do projecto que concentra maior risco?
O maior risco está relacionado com o lançamento em órbita do satélite devido à complexidade do ato de lançar um satélite e posicioná-lo na
órbita correta. Qualquer erro pode ser fatal, como por exemplo um excesso
de vibração do veículo lançador ocasionando um lançamento em órbita
incorreta.
Quanto tempo demora a desenvolver estes projectos?
1 ano, incluindo a consultoria de seguros.
Marco
Aurélio
Braga
Membro do Conselho Consultivo da MDS Brasil
Member of the Advisory Board of MDS Brazil
110
What are the Risk/LMI values involved?
There is no LMI, as this risk class is considered “catastrophic.” The risk value
would have to cover 100% of the value tied up with the satellite, in addition to
launch costs.
What companies currently launch satellites?
French company Arienne, American company Proton, Chinese company Long
March and a few others.
Does MDS Brazil have any clients in this line of business?
StarOne, the largest satellite operator in Brazil.
Can you name a few large losses?
SES K1 satellite – US$350M and Solidariedad 1 – US$250M.
The SES K1 suffered a complete loss during launch as the second stage rocket
failed to fire.
Solidariedad 1 experienced a totally crippling malfunction in orbit. The satellite’s
control CPU broke down.
What is the single riskiest moment during a project like this?
The greatest risk has to do with the launch into orbit.
Doubt: Explain why in a concise manner
Launching and positioning a satellite so that it achieves the intended orbit is a
complex procedure and any errors could prove fatal, say excess vibration from
the launch vehicle, which would launch the satellite into an incorrect orbit.
How long does it take to develop these projects?
1 year, including insurance consultancy.
Marco Aurélio Braga, formado em
Engenharia e Administração de
Empresas, foi sócio fundador da
Miral Seguros, empresa que hoje
integra o Grupo MDS.
Marco Aurélio Braga graduated
in Engineering and Business
Administration, was founding partner
of Miral Seguros now part of MDS
Group.
Durante a sua carreira em seguros
e resseguros desde 1981 que se
especializou na prestação de serviços
aos clientes, começando nas
negociações dos contratos,
incluindo aqueles com Agentes
Financiadores através da estruturação de seguro e resseguro de Riscos
Operacionais e programas de Riscos
de Engenharia para grandes clientes
da indústria pesada e de ponta, bem
como clientes na área de petróleo no
segmento “upstream” e “downstream”. Possui muitos anos de experiência com programas de seguro e
resseguro para empresa operadora
de satélites uma vez que atua no
mercado de seguros de satélites faz
quase 20 anos. Marco Aurélio Braga
é membro do Comitê Executivo
da MDS Brasil – RJ e membro
do Conselho da ABECOR-RE –
Associação Brasileira das Empresas
de Corretagem de Resseguro.
During his career in insurance
and reinsurance since 1981 Mr.
Braga has specialized in providing
complete client service commencing
at the earliest stages of contract
negotiations, including lenders, by
structuring insurance and reinsurance
operational risks and Engineering
risks programs for large clients of
the heavy and complex industry, as
well as clients in the oil upstream and
downstream arena. Mr. Braga has
many years of experience in handling
satellite operator insurance and
reinsurance programs and has been
working on the satellite insurance
market for almost twenty years now.
Marco Aurélio Braga is a member
of the Executive Committee of MDS
Brasil - Rio de Janeiro and a member
of the Council of ABECOR-RE Associação Brasileira das Empresas de
Corretagem de Resseguro, a Brazilian
Association of Reinsurance Brokers.
os seguros eM órBi ta
InsURAnce I n oRBIt
o tempo no espaço
Space weather
Os riscos que vêm do céu
Risks that come from the sky
texto / text:
Dr. Rudolf Kreutzer
ALLIANZ CENTER FOR TECHNOLOGy
e-mail:
[email protected]
-HTTP://ESA-SPACEWEATHER.NET/
HTTP://WWW.SWPC.NOAA.GOV/
HTTP://WWW.SPACEWEATHER.COM/
HTTP://WWW.GEOMAG.BGS.AC.UK/SPWEATHER.HTML
Por mais avisos de perigos que o céu tenha feito outrora,
a actividade no espaço sugere actualmente riscos para
o mundo moderno.
Much as the sky once gave the ancients warnings of danger,
space activity today indicates risks for the modern world.
O tempo no espaço é um fenómeno muito antigo, tão antigo
como o Sol e as estrelas que apareceram antes dele. Toda a vida na
Terra está habituada às suas manifestações naturais, como a Aurora
Boreal ou as enormes explosões solares de radiações, que podem
ter tido profundos efeitos na extinção de espécies. Os homens estão
também a habituar-se à mais recente espécie de tempo no espaço,
os seus próprios detritos espaciais.
Space weather is a very old phenomenon, as old as the sun and the
stars that came before it. All life on earth is accustomed to its natural
manifestations like the Aurora Borealis or enormous solar bursts of
radiation that may have had profound effects on species extinction.
Humans are also getting used to the newest kind of space weather, their
own orbital debris.
Os gestores de risco estão a tomar uma consciência cada vez maior
dos efeitos que tanto os fenómenos naturais como os detritos humanos podem ter em infra-estruturas como redes telefónicas e
eléctricas. Os especialistas discutem sobre o que são estes efeitos e
a que ponto chega a sua força. Contudo, alguns desastres históricos
enormes parecem estar ligados directamente ao tempo no espaço e
a crescente dependência da sociedade da electrónica, em especial
da electrónica sem fios, representa uma exposição cada vez maior a
importantíssimos fenómenos climáticos no espaço.
Em geral, o tempo no espaço apresenta quatro aspectos (ver caixa, na página 114). Os elementos solares como explosões e tempestades, geralmente chamados manchas solares, afectam a Terra
de imediato. Ao mesmo tempo, somos bombardeados constantemente por elementos interestelares, como raios cósmicos. Os
112
Increasingly, risk managers are becoming aware of the effects that both
natural phenomena and human debris can have on infrastructure like
telephone networks and electricity grids. Experts debate what and how
strong these effects are. However, some historical large losses seem to
be directly linked to space weather, and the increasing dependence of
society on electronics, especially wireless electronics, means a growing
exposure to peak space weather events.
In general, space weather comes in four varieties (see box, page 114).
Solar elements like flares and storms, commonly called sunspots, affect
earth most immediately. At the same time, we are constantly bombarded
by interstellar elements like cosmic rays. Meteorites and other solid
objects such as comets can also be classified as space weather or at least
understood as elements in the space environment. Finally, the fourth
group, space debris in our orbit, is a man-made risk that increases every
year. All of them affect the earth and our activity in different ways.
os seguros e m ó rbita
insurance in orbi t
meteoritos e outros elementos sólidos, como os cometas, também
podem ser classificados como tempo no espaço, ou ser entendidos,
pelo menos, como elementos que se encontram no ambiente do
espaço. Por fim, o quarto grupo, os resíduos espaciais que gravitam
na nossa órbita constituem um risco com origem no homem e que
aumenta de ano para ano. Todos eles afectam a terra e a nossa actividade de maneiras diferentes.
Always there
Sempre presentes
However, since the formation of the earth, natural space weather has
affected its development. Careful studies of the climate, for example,
indicate that solar activity has directly influenced atmospheric cooling
and warming. This may have played the key role in the switch from ice
ages to warm periods.
Os elementos solares e interestelares interagem com a atmosfera terrestre e têm um enorme impacto na natureza. As radiações
polares são certamente o resultado mais espectacular do tempo solar. Aparecem quando o vento solar interage com as partículas
carregadas da ionosfera, a parte mais afastada
da atmosfera, que concentra essas partículas
carregadas perto dos pólos magnéticos.
Porém, o tempo no espaço natural tem afectado o desenvolvimento da Terra desde a sua
formação. Estudos cuidados do clima, por
exemplo, indicam que a actividade solar tem
exercido uma influência directa no arrefecimento e aquecimento da atmosfera, o que
pode ter sido o principal motivo da transformação dos períodos glaciares em períodos
quentes.
O ciclo de onze anos em que aumenta e diminui a actividade das manchas solares parece
estar ligado também aos ciclosclimáticos (ver
tabela). A radiação cósmica ioniza a estratosfera, que é a parte da atmosfera imediatamente acima da camada de nuvens. Esta ionização
provoca a condensação das nuvens, que produzem mais chuva. A variação de onze anos
do nível da água do Nilo corresponde de perto
ao ciclo de actividade solar.
Pensa-se também que as explosões de raios
gama no exterior da galáxia podem reduzir a
concentração do ozono na parte superior da
atmosfera, representando, em consequência,
um risco para a vida na superfície da Terra.
Por outro lado, alguns estudos indicam que
as tempestades geomagnéticas causadas pelo
vento solar podem desorientar as aves migratórias, os pombos e as baleias no seu instinto
de regresso ao ponto de partida.
Solar and interstellar elements interact with the earth’s atmosphere,
with profound impacts on nature. The polar lights are certainly the
most spectacular result of solar weather. They appear when solar wind
interacts with charged particles in the ionosphere, the outermost part
of the atmosphere, which concentrates these charged particles near
the magnetic poles.
“Os gestores de risco
estão a tomar uma
consciência
cada vez maior
dos efeitos que tanto
os fenómenos naturais
como os detritos
humanos podem ter
em infra-estruturas
como redes telefónicas
e eléctricas.”
“Risk managers
are becoming aware
of the effects that both
natural phenomena
and human debris can
have on infrastructure
like telephone networks
and electricity grids.”
O fracasso tecnológico
O nosso mundo altamente tecnológico está particularmente exposto aos efeitos electromagnéticos do tempo no espaço. As tempestades solares, por exemplo, geram fortes chuvas de partículas
e gigantescas correntes na ionosfera que provocam importantes
alterações no campo geomagnético. Os condutores eléctricos que
se encontram no campo magnético em mutação, sejam eles cabos,
canos ou água do mar, dão origem a correntes conhecidas como
“correntes induzidas geomagneticamente” (“geomagnetically induced currents”) ou CIGs (“GIC’s"). Quanto maior forem a mancha
solar e o condutor, tanto mais alta serão a voltagem e, possivelmente, as CIGs. As correntes eléctricas naturais que correm através
do mar e da terra – “correntes telúricas” - variam grandemente
durante as ejecções em massa no halo em volta do sol.
Os seus efeitos na infra-estrutura eléctrica podem ser sérios. O
primeiro acontecimento histórico em que as CIGs parecem relacionadas com um grande dano foi o colapso do telégrafo a 2 de
Setembro de 1859.No dia anterior, os cientistas tinham detectado
The 11-year cycle in which sunspot activity
increases and decreases seems to be linked
to weather cycles as well (see table). Cosmic
radiation ionizes the stratosphere, the part
of the atmosphere just above the cloud layer.
This ionization causes clouds to condense and
generate more rain. The 11-year variation of
the water level of the Nile corresponds closely to
the solar activity cycle.
It is also thought that bursts of gamma rays
from outside the galaxy can reduce the ozone
con-centration in the upper atmosphere, and
therefore pose a risk to life on earth’s surface.
Some studies indicate, on the other hand, that
geomagnetic storms caused by solar wind can
be dis-orienting for the homing instincts of
migratory birds, homing pigeons and whales.
Technological breakdown
Our highly technological world is particularly
exposed to the electromagnetic effects of
space weather. Each solar storm, for example,
generates intensive showers of particles and
gigantic currents in the ionosphere which induce
major alterations in the geomagnetic field.
Electric con-ductors in the changing magnetic
field, whether cables, pipes or seawater, run
currents called “geomagnetically induced
currents”, or GICs. The bigger the sunspot
and the longer the conduc-tor, the higher the
voltage and possibly the GIC. While there are
natural electric currents running through the
earth and sea known as “telluric currents”, they vary wildly during
coronal mass ejec-tions.
The effects on electrical infrastructure can be profound. The first
historical event when GICs ap-pear to be linked to a large loss was a
telegraph breakdown on September 2, 1859. The day before, scientists
detected a spectacular solar flare, followed by the largest aurora
ever reported. At the same time, the extreme geomagnetic storm
overloaded telegraph lines worldwide, caus-ing short circuits and
fires in telegraph stations and ultimately a breakdown in service.
During a similarly large magnetic storm accompanied by vivid
auroras visible as far as Hawaii and Cuba on March 13, 1989, electric
power lines of the Hydro-Québec power network were hit by GICs. A
destroyed transformer led to a blackout of 3 million people, though
experts disagree as to whether GICs were related to the event, which
ended with a C$ 10 million loss. However, at the same time a destroyed
transformer in New Jersey also caused a blackout in the US, and power
outages in Europe in 2003 also took place during heavy solar activity.
Beyond power generation, GICs are thought to interfere with signal
transmissions, causing, say, train delays. They are known to have
led to severe problems with metal transatlantic phone ca-bles, while
113
os seguros eM órBi ta
InsURAnce I n oRBIt
variedades Mais coMuns de teMPo esPacial
tHe Most coMMon KInDs oF sPAce WeAtHeR
ProTuberâncias, eXPlosões
explosões (rebentamentos) violentas na superfície solar produzem
explosões extremamente intensas de radiação como ondas
de rádio, raios X e radiação ultravioleta. chegam à superfície
da Terra à velocidade da luz, em cerca de oito minutos.
PROTuBERAnCES, FLARES
Violent explosions on the sun’s surface produce extremely
intensive bursts of radiation such as radio waves, X-rays
and ultraviolet radiation. They reach the Earth’s surface
with the speed of light in abou t eight minutes.
VenTos solares (lenTos)
Fluxos constantes, dirigidos para fora, de gás ou plasma ionizados
(protões, electrões, partículas alfa) deixam a superfície do sol
e expandem-se no espaço a uma velocidade de aproximadamente
400km por segundo, chegando â Terra em 4-5 dias.
na Terra deformam o campo geomagnético e
dão origem à aurora boreal e austral.
(SLOw) SOLAR wInD
Constant outward flows of ionized gas or plasma (protons,
electrons, alpha particles) leave the surface of the Sun and
expand into space with a speed of approx. 400 km/sec, reaching
the Earth in 4 - 5 days. There they deform the geomagnetic
field and create the Aurora Borealis and Australis.
TeMPesTaDes solares (ráPiDas)
conhecidas vulgarmente como manchas solares e chamadas pelos
especialistas “ejecções coronais em massa” (em série), são impressionantes ejecções de nuvens de plasma. expandem-se no espaço
a uma velocidade de cerca de 1000km por segundo. se uma delas
entrar em erupção (irromper) na direcção da Terra, pode atingi-la
em cerca de dois dias. este fenómeno, conhecido como ”choque em
arco”, produz variações extremas do campo geomagnético terrestre.
(FAST) SOLAR STORMS
Commonly known as sunspots and called “coronal mass ejections”
by experts, these are tre-mendous isolated ejections of plasma
clouds. They expand into space with a speed of around 1000
km/sec. If one of them erupts in the direction to the earth, it
can reach the earth in about 2 days. This so-called “bow shock”
produces extreme variations of the earth’s geomagnetic field.
raios cósMicos, eXPlosões De raios gaMa
esta radiação, assim como partículas únicas, podem ter origem
em acontecimentos cósmicos gigantescos de há biliões de
anos-luz. em épocas de actividade solar mínima podem entrar
na atmosfera terrestre e fazer reacção com os seus gases.
COSMIC RAYS, GAMMA RAY BuRSTS
This radiation and single particles may come from
gigantic cosmic events billions of light-years away. In
times of minimum of solar activity, they can penetrate
the earth’s atmosphere and react with its gases.
VenTos e TeMPesTaDes inTeresTelares
são grandes nuvens errantes de plasma causadas por ejecções
coronais em massa provenientes do exterior do nosso sistema solar.
InTERSTELLAR wInDS AnD STORMS
These are vast wandering plasma clouds caused by coronal
mass ejections from outside our solar system.
eleMenTos inTerPlaneTários
InteRPLAnetARY eLeMents
MeTeoriTos, coMeTas, asTeróiDes
estes elementos sólidos vulgares podem colidir com
naves espaciais e satélites ou chocar com a Terra.
METEORITES, COMETS, ASTEROIDS
These common solid elements may collide with spaceflight
and satellites or may impact on Earth.
eleMenTos orbiTais
oRBItAL eLeMents
DeTriTos esPaciais
há inúmeros fragmentos feitos pelo homem lixo e satélites
desactivados perdidos em diversas órbitas. Foram
descobertos mais de 18 mil objectos com mais de 10 cm.
SPACE DEBRIS
There are innumerable man-made fragments, trash and dead satellites
straying at various orbits. Over 18 000 objects larger than 10 cm
have been tracked.
eleMenTos solares
soLAR eLeMents
eleMenTos inTeresTelares
InteRsteLLAR eLeMents
114
Fonte/source: British geological survey
os seguros e m ó rbita
insurance in orbi t
Ciclo de 11 anos das manchas
solares e o aumento da
actividade solar desde 1865
The 11-year sunspot cycle and
the increase in solar activity
since 1865
uma espectacular explosão solar, seguida pela maior aurora alguma vez descrita. Ao mesmo tempo, a violentíssima tempestade
geomagnética submeteu a uma carga excessiva as linhas de telégrafo em todo o mundo, causando curto-circuitos e incêndios em
estações de telégrafo e, finalmente, o colapso
deste serviço.
Durante uma tempestade magnética de importância semelhante, acompanhada de
auroras de brilho intenso, visíveis a grande
distância, no Hawaii e em Cuba, no dia 13
de Março de 1989, os fios eléctricos da rede
Hydro-Québec foram atingidos por CIGs. Um
transformador destruído causou um corte de
energia que afectou três milhões de pessoas,
embora os especialistas não estejam de acordo
quanto à causou um prejuízo de 10 milhões
de dólares canadianos. Contudo, ao mesmo
tempo, um transformador destruído, em New
Jersey, também foi a causa de um corte de
energia nos Estados Unidos. Interrupções no
fornecimento de energia na Europa, em 2003,
também se verificaram durante uma intensa
actividade solar.
the switch to fiber optic cables seems to have solved that problem.
However, the me-tallic power cables that deliver the power to boost
fiber optic signals are still affected. Modern mobile phone users are
familiar with the problem of sunspots interfering with transmission.
This is especially severe at dawn or dusk, when
the sun lies low in the sky, and solar radio
bursts radiate horizontally into the antennas of
cell site base stations.
“O primeiro
acontecimento histó­
rico em que as CIGs
parecem relacionadas
com um grande
dano foi o colapso
do telégrafo a 2
de Setembro de 1859.”
“The first historical
event when GICs
appear to be linked to
a large loss was
a telegraph break-down
on September 2, 1859.”
Pensa-se que, além de interferir na produção de energia, as CIGs também interferem
na transmissão dos impulsos eléctricos, causando, por exemplo, atrasos nos comboios.
Sabe-se que causaram problemas sérios nos
cabos telefónicos transatlânticos de metal, ao
passo que a mudança para cabos de fibra óptica parece ter resolvido esse problema. Porém,
os cabos eléctricos metálicos que distribuem a
energia que impulsiona os impulsos da fibra óptica ainda são afectados. Os utilizadores modernos de telefones móveis estão familiarizados com o problema da interferência das manchas solares nas
transmissões, o que se nota principalmente ao romper do dia ou ao
anoitecer, quando o sol se encontra baixo no horizonte, e as explosões de raios solares são emitidas horizontalmente para as antenas
das BTS.
High above the earth
Space travel is obviously an area where space
weather poses a major concern. Space debris
and planetary elements like asteroids are a
constant worry for satellites and manned space
travel, while solar storms represent a deadly
danger for life forms. Astronauts outside their
ships can suffer a lethal dose of radiation
during solar storms. It was by pure luck that
the Apollo 11 astronauts missed a massive solar
flare, a phenomenon little understood at that
time, which would have killed them or at least
destroyed their electronics.
Satellites also face risks from increased UV
radiation by extraordinary solar activity. The
radi-ation makes the atmosphere expand,
surrounding satellites at lower orbits and
slowing them down so that they eventually fall
to earth. The crash of the space station Skylab
in 1979 is a fa-mous example. In addition,
solar storms can cause electrostatic discharges
which destroy elec-tronic devices like solar
panels. It is thought have caused, for example, the a total loss of the
Nozomi Mars Probe in 2002.
Most critical are telecommunications signals. Solar storms change
the properties of the iono-sphere, disturbing signals or modifying
them. This can mean GPS satellites have to be discon-nected, as was
the case in 2003 and 2005. It can also cause the failure of military
115
© photo: nasa (1), nasa - steelhill (1)
os seguros e m ór bita
ins urance in o rbit
A grande altura e a grande distância
da terra
As viagens espaciais são, como é óbvio, uma área na qual o tempo no espaço é causa de grandes preocupações. Os detritos espaciais e os corpos planetários, como os asteróides, representam
uma preocupação constante para os satélites e as viagens espaciais tripuladas pelo Homem e as tempestades solares representam um perigo mortal para os seres vivos. Os astronautas que
saem das naves recebem uma dose letal de radiações durante as
tempestades solares. Foi por pura sorte que os astronautas da
Apollo 11 escaparam a uma explosão solar de grande amplitude,
um fenómeno pouco conhecido no tempo e que lhes teria tirado
a vida ou, na melhor das hipóteses, destruído o seu equipamento
electrónico.
Os satélites também enfrentam riscos provenientes das radiações ultra- violeta, intensificadas por uma actividade solar fora
do normal. As radiações provocam a expansão da atmosfera, rodeando os satélites de órbitas inferiores e reduzindo de tal modo
a sua velocidade que eles acabam por cair na terra. A queda da
estação espacial Skylab em 1979 é disso um exemplo célebre.
Além disso, as tempestades solares podem provocar descargas
electrostáticas que são a causa da destruição de aparelhos electrónicos, como painéis solares. Pensa-se ter sido um destes fenómenos que provocou, por exemplo, a perda total da Sonda
Nozomi, enviada a Marte em 2002.
O Skylab caiu na terra em 1979 quando
a radiação solar aqueceu a atmosfera.
Os impulsos das telecomunicações são muito sensíveis. As tempestades solares modificam as propriedades da ionosfera, perturbando ou modificando os impulsos. Isto pode significar que
os satélites GPS têm de ser desligados, como aconteceu em 2003
2005. Podem verificar-se também avarias de sistemas de radar
militares e outros sistemas de transmissão em ondas curtas,
como emissões televisivas, o traçado de mapas, levantamentos
topográficos e levantamento e exploração de terrenos.
Mais perto da Terra, o tráfego aéreo também é afectado. Em
especial nas rotas polares, o pessoal de bordo e os passageiros
estão expostos a uma intensidade de radiações mais elevada, e
têm de ser acompanhados, de modo a seguirem as normas de
segurança. Durante as tempestades solares, estas radiações aumentam muito, pondo em risco as pessoas
e interferindo nas comunicações por rádio e
no equipamento electrónico dos aviões. Por
todas estas razões, as tempestades solares
implicam o desvio dos aviões para rotas de
latitudes baixas, o que torna os voos mais
longos e pode fazer aumentar os custos até
mais de 100 000 dólares americanos.
Previsão do tempo
Que nos espera? No que diz respeito à actividade solar, esta tem revelado ter um ciclo
muito constante, que atinge o pico de 11 em
onze anos. Em 2008, atingimos um ponto
baixo. O próximo pico é tabela da página
115, tem-se observado, desde 1865, um
aumento de tempestades geomagnéticas.
Ao mesmo tempo, a intensidade do campo
geomagnético tem vindo a, de forma ligeira
mas continuada, desde que foi medida pela
primeira vez. Proporcionou à vida na Terra
uma protecção importante dos elementos
solares e interestelares, mas vai diminuindo
lentamente.
warmed the atmosphere.
radar systems and other shortwave transmission systems like TV
broadcasting, mapping, land surveying and exploration.
Closer to earth, air traffic is also affected. Especially on pole routes,
flight personnel and pas-sengers are exposed to higher radiation
intensity, and they have to be monitored for compliance with safety
rules. During solar storms, this radiation
increases greatly, endangering not only people
but also interfering with radio communication
and the electronic equipment of the plans. For
all these reasons, solar storms mean that planes
have to deviate to routes at lower latitudes,
which lengthens the flight and can raise its
costs by more than US$100,000.
“Os detritos espaciais
e os corpos planetários,
como os asteróides,
representam uma
preocupação constante
para os satélites e as
viagens espaciais
tripuladas pelo homem.”
“Space debris and
planetary elements like
asteroids are a constant
worry for satellites and
manned space travel.”
Na generalidade, nos próximos anos temos
de esperar um aumento dos acontecimentos ‘normais’ do tempo do espaço que estão relacionados com o sol. Para além disso,
os especialistas sabem que pode ocorrer outro acontecimento,
116
Skylab fell to earth in 1979 when solar radiation
Predicting the weather
What lies ahead? As far as solar activity is
concerned, for centuries it has shown a very
constant cycle that peaks every 11 years. In
2008, we hit a low point. The next peak is
expected around 2011 and 2012. In addition, as
the table on page 115 shows, a general increase
in geomagnetic storms has been observed since
1865. At the same time, the strength of the
geomagnetic field has been decreasing slightly
but continuously since it has been first measured.
It provides im-portant protection for life on
Earth against solar and interstellar elements, so
that protection will slowly diminish.
Generally we have to expect an increase of
“normal” solar related space weather events
in the next years. Beyond that, experts know that there might be an
additional unforeseeable large event independent of the 11-year solar
cycle or emerging out of the depths of space.
© photo: nasa (1), soho consortium (1)
© photo: nasa (1), nasa - steelhill (1)
os seguros e m ó rbita
insurance in orbi t
Esta ejecção coronal em massa em 2002
Esta imagem da NASA mostra como uma
fotografada pela nave SOHO em órbita em volta
ejecção coronal em massa deforma o campo
do sol chegou à Terra cerca de dois dias depois.
magnético da Terra.
This coronal mass ejection in 2002 photographed
This NASA image shows how a coronal mass
by Sun-orbiting SOHO spacecraft reached the Earth
ejection warps the Earth’s magnetic field.
about two days later
imprevisível e importante, que seja independente do ciclo solar
de 11 anos ou surja da imensidão do espaço.
Os elementos electrónicos estão a tornar-se cada vez mais microscópicos, subtis e ubíquos. Assim, pode aumentar a probabilidade de erros ligeiros relacionados com o tempo do espaço,
tanto no seu fabrico como na sua aplicação. De igual modo, as
infra-estruturas mais sensíveis, como geradores de electricidade, telecomunicações, finanças, combustíveis, alimentos ou
água, estão a tornar-se cada vez mais dependentes da electricidade e da electrónica. Observa-se uma tendência específica nas
telecomunicações, nas quais a comunicação sem fios, a comunicação por satélite e a importância dos cabos de comunicação a
longa distância estão a aumentar. São todas sensíveis ao tempo
no espaço, o que as expõe a interrupções, em especial nos países
mais desenvolvidos.
As investigações, nacionais e internacionais, sobre o tempo no
espaço continuam e, provavelmente, intensificar-se-ão no futuro. Ao mesmo tempo, consideráveis riscos relacionados com
o tempo no espaço podem constituir uma parte importante na
avaliação da administração do risco, até mesmo em indústrias
exteriores como as telecomunicações, que são afectadas directamente pelo tempo do espaço. Na sociedade actual, altamente interligada e global, os acontecimentos do tempo no espaço
podem ter efeitos com consequências graves. É provável que
este risco antigo se torne ainda mais importante no mundo de
amanhã.
A MDS agradece a amabilidade da Allianz Global Corporate and Specialty por
ter permitido a reprodução deste artigo sobre O Tempo no Espaço, anteriormente
publicado na edição da Primavera 2009 da sua revista "Global Risk Dialogue".
A MDS responsabililza-se pela correcção da tradução para Português.
Electronic elements are becoming more and more microscopic, pervasive
and ubiquitous. Thus, the probability of space weather-related soft errors
in manufacturing and application may in-crease. Similarly, critical
infrastructures, whether they be power generation, telecoms, finance,
fuel, food or water, are becoming ever more dependent on electricity
and electronics. A specific trend can be observed in telecommunication,
where wireless communication, satellite-based communication and
the importance of long-distance communication cables is on the rise.
They all are susceptible to space weather. This exposes them to business
interruptions, especially in highly developed countries.
National and international research into space weather is continuing
and is likely to intensify in the future. At the same time, considering
space weather risks can form a valuable part of a risk management
assessment, even outside industries like telecommunications which are
directly affected by space weather. In today’s highly interlinked global
society, there are a numerous knock-on effects space weather events
can have, and this ancient risk is likely to grow more important in
tomorrow’s world.
MDS thanks Allianz Global Corporate and Specialty for its kind permission to reproduce
this article on Space Weather, already printed in its magazine "Global Risk Dialogue"
Spring.2009 edition. MDS assumes responsability for the accuracy
of the translation into portuguese.
117
os seguros e m ór bita
ins urance in o rbit
HOLOS
Empresa portuguesa
integra consórcio europeu
Portuguese company joins
European Consortium
A HOLOS (www.holos.pt) empresa Portuguesa de tecnologias de
informação, parceira da Google e do SAS Institute, em colaboração com o UNINOVA (Instituto de Investigação da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), tem estado activamente envolvida da execução de projectos de investigação aplicada nesta área. Em 2008 a ESA - Agência Espacial
Europeia, convidou a HOLOS a integrar o consórcio Europeu
para a criação do sistema operacional de «Space Wheather»
para o Centro de Controlo de Missões, num investimento que ultrapassa o milhão de euros. A HOLOS é responsável pela gestão e
apresentação dos dados, assim como pelo desenvolvimento das
componentes de monitorização e de alarme.
O sistema operacional consiste na criação de um super banco
de dados de indicadores, directa ou indirectamente relacionados com «Space Wheather», provenientes de múltiplas fontes,
entre outras, telemetria de satélites, informação sobre acontecimentos em missões, dados recolhidos em estações terrestres
espaciais ou meteorológicas comuns.
Desta forma iniciou-se a criação de um repositório de dados que
permitirá ao longo dos anos ter uma visão global sobre esta temática procurando identificar relações causa-efeito até agora
desconhecidas e antecipar a ocorrência de acontecimentos permitindo evitar as suas consequências. Aplicando técnicas de descoberta de conhecimento, também conhecidas por «Knowledge
discovery» ou «Data mining», usuais na área dos Seguros para
análise dados, procuram-se ultrapassar as limitações dos modelos existentes pela extracção de padrões dos dados.
É neste contexto que a HOLOS e a MDS estudam em conjunto,
desde 2009, a viabilidade de apresentar ao mercado de Seguros
novos produtos que tirem partido de um conhecimento cada vez
mais profundo dos impactos do «Space Wheather», não só no
nicho de seguros Espaço, mas também nos sistemas de fornecimento eléctrico, sistemas de telecomunicações, incêndios,
entre outros.
Recorde-se que a criação de uma secção dedicada à astrofísica
no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, em
1925, assinalou a entrada de Portugal no grupo de países que
contribui para o estudo do Sol. Lançaram-se assim as sementes
do estudo da disciplina «Space Wheather» com colaboração de
cientistas portugueses, tendo o Observatório desempenhado um
papel crucial por não ter interrompido as observações durante a
Segunda Guerra Mundial.
118
HOLOS (www.holos.pt), a Portuguese information technology
company, partnered with Google, the SAS Institute and UNINOVA
(Instituto de Investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade Nova de Lisboa), has been actively involved in applied
science projects in this field. In 2008, the ESA – European Space
Agency – invited HOLOS to join a European consortium to implement
an operational space weather system for its Mission Control Centre.
The investment represents a sum upwards of a million euros. HOLOS is
responsible for the management and submission of data, as well as the
development of monitoring and alert components.
The operational system will be comprised of a super database on
indicators both directly and indirectly connected with space weather,
gleaned from a number of sources, like satellite telemetry, mission
events, data from space stations or common ground-based weather
stations.
This is the beginning of a data bank that will, over the coming years,
develop global awareness and knowledge on the field, identifying
cause-effect relationships hitherto unknown, and anticipate events in
order to avoid unwanted consequences. Applying knowledge discovery
and data mining techniques, which are common in insurance data
analysis, one seeks to transcend the limitations of existing models
thanks to the extraction of data patterns.
HOLOS and MDS, since 2009, have begun to study the feasibility
of releasing new products into the insurance market that bank on
evolving knowledge about space weather impact, not only as far as
the space segment is concerned, but also pertaining to power supply,
telecommunications, fires, and other relevant segments.
Finally, let us recall that the creation of an astrophysics department
in the Astronomical Observatory of the University of Coimbra in 1925
brought Portugal into the group of countries that contribute to our
research into the sun. This was the beginning of the discipline now
known as space weather, where Portuguese scientists no doubt played
a valuable role. The Observatory played a crucial role as it did not
interrupt its observations throughout World War II.
119
sonae sierra
Manauara Shopping, Manaus - Brasil
Manauara Shopping, Manaus - Brazil
120
sonae sierra
o valor da sustentabilidade
The value of sustainability
Sonae Sierra -Walk the Talk
desenvolvendo excelência em centros comerciais
Developing excellence in Shopping Centers
Nos últimos anos, a Sonae Sierra posicionou-se no mercado internacional como especialista em Centros Comerciais, desenvolvendo
uma estratégia de crescimento muito forte. O modelo de negócio
inclui o desenvolvimento e promoção do centro comercial,
a detenção da sua propriedade e a gestão do imóvel.
O que traduzindo para a linguagem corrente seria o Development,
o Investment/Asset Management e o Property Management.
Over the past few years, Sonae Sierra has carved a niche for itself in
international markets as a specialist in Shopping Centres, developing
a very strong expansion strategy. Their business model includes the
development and promotion of each centre, owning the real estate and
managing it. In current parlance, we’re talking about Development,
o Investment/Asset Management and Property Management
A perspectiva da Sonae Sierra é uma perspectiva
integrada, quando desenvolve o centro comercial
fá-lo com a intenção de continuar a ser proprietária e de gerir as operações. Esta abordagem facilita
a perspectiva de longo prazo e permite-lhe uma
diferenciação da concorrência, uma vez que não é
muito usual os seus concorrentes terem uma abordagem tão integrada como a Sonae Sierra.
Uma das vantagens deste modelo de negócio é conseguir ter uma abordagem estratégica em termos
de sustentabilidade. Como têm uma perspectiva de
longo prazo, permitem-se equacionar certas questões e integrar aspectos ambientais, de segurança e
responsabilidade social corporativa. Por oposição
a outro operador que, ao não ter esta perspectiva
integrada desde o início, dificilmente poderá equacionar esses aspectos.
Para corporizar esta abordagem de sustentabilidade foram desenvolvidas, a par do programa
de Responsabilidade Social Corporativa, iniciativas de Segurança e Saúde, bem como o programa
Ambiental. Estas iniciativas não estão isentas de
risco, a Sonae Sierra sabe que será exigido um maior
investimento, mas que poderá ser recuperado num
período de médio a longo prazo, diminuindo os
custos de operação. Por exemplo, em termos de
eficiência energética, de materiais que vão usar,
de funcionalidade e versatilidade do edifício, os
ganhos vão reflectir-se na operação do imóvel.
Sonae Sierra goes for an integrated approach. When
they develop a centre, they fully intend to own it and
manage its operations. Such a working method is more
amenable to long-term prospects and is the reason
why it outshines the competition. It’s not typical for
their competitors to deploy such a comprehensive
strategy.
One of the advantages inherent in this business model
is that one can channel strategy toward sustainability.
What matters is the long run, so there is time to
factor in environmental, safety and corporate civil
responsibility. Operators that do not benefit from an
integrated perspective right at the outset can hardly
follow the same path.
Several Safety, Environmental, Corporate Social
Responsibility and Health initiatives were developed
to embody a sustainable approach. These aren’t
risk-free initiatives. Sonae Sierra knows greater
investment will be necessary. However, expenditures
could be recouped in the medium- to long-term,
thereby diminishing operational costs. For example,
in terms of energy efficiency, of materials to be used,
functionality and versatility of the building, positive
impacts will be reflected on the estate’s performance.
121
sonae sierra
“Nesta situação
económica mundial,
as questões de Gestão
de Riscos e Sustentabilidade são cada vez
mais importantes.”
“The world economy
being as it is now,
Risk Management and
Sustainability become
increasingly relevant.”
gerir riscos
MAnAGInG RIsK
Por outro lado, poder-se-ia pensar que a crise
financeira que se abateu na economia mundial,
e com consequências muito significativas para todo
o sector imobiliário, seria uma desculpa para restringir ou eliminar estes investimentos de retorno
a longo prazo. Sendo esta abordagem um dos factores críticos para o sucesso da Sonae Sierra, estas
iniciativas não foram abandonadas. A razão para
manter estes investimentos é simples: o posicionamento da empresa nestas matérias é de longo prazo
e os investimentos nestas áreas vão ser rentabilizados num prazo mais dilatado, quando a crise estiver
ultrapassada.
You might think that the financial crisis that melted
the world economy, with significant consequences
throughout the real estate sector, would be an
excuse to limit, maybe even wipe out such long-term
strategies on investment. The approach is critical to
Sonae Sierra’s success. It’s business as usual. A simple
reason to maintain this kind of investment strategy:
The company has been in the market for a long time
and investment will return at a slower pace, when the
crisis is long past.
Com a crise financeira a colocar bastante pressão
nos resultados económicos e financeiros, poderse-ia questionar se se iria manter este profundo
e significativo investimento na área da Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade.
A resposta é sim e a justificação passa por manter
as competências chave da empresa - Responsabilidade Corporativa, Ambiente e Segurança.
Nesta situação económica mundial, as questões de
Gestão de Riscos e Sustentabilidade são cada vez
mais importantes e determinantes para o sucesso
de qualquer negócio e a Sonae Sierra, que já investiu significativamente, não irá abrandar ou muito
menos parar o investimento quando num contexto
internacional essas questões são mais valorizadas.
“The company is well
aware that a reputation
takes a long time to
build and a single
day to destroy.”
122
The world economy being as it is now, Risk
Management and Sustainability become increasingly
relevant and fundamental to success in any business.
Sonae Sierra has made a significant investment and
is not about to slow down or suspend investment,
especially not at the international level, where
investment is even more of a factor.
walk the talk
WALK tHe tALK
Para a Sonae Sierra, a maneira como aborda esta
estratégia de sustentabilidade pode resumir-se
a uma expressão: “Walk the talk”. Ao definir-se
como a melhor especialista em centros comerciais, a empresa não está apenas convencida que
ocupa uma posição no topo, quer ser vista como a
maior especialista. Para tal é necessário um comportamento consistente com os seus objectivos.
Sonae Sierra believes that their approach to
sustainability can be boiled down to a single phrase:
“Walk the talk.” Positioning themselves as the finest
shopping centre specialists, the company does not
simply believe it is at the top. They want to be perceived
as the ultimate specialists in the field. Behaviour must
then be consistent with goals.
Esta consistência de comportamentos terá de estar
patente na forma como gere os centros, como se
relaciona com os lojistas e como promove os novos
centros comerciais. Também nos centros mais
antigos, alvos de grandes remodelações, tudo tem
de ser coerente com o que se propõe fazer.
“A empresa está
consciente que uma
reputação demora
muito tempo
a construir e “um dia
a destruir.”
What with the financial crisis heating up the pressure
to deliver results, you might ask whether this longterm, high-impact investment is to be maintained
in the areas of Corporate Social Responsibility and
Sustainability. The answer is yes. The company has
to nurture core competencies and areas — Corporate
Responsibility, Environment and Safety.
Outra das importantes características que a Sonae
Sierra considera na sua abordagem é a transparência. É necessário ser transparente naquilo que faz
para não haver dúvidas que está a seguir o caminho da sustentabilidade. A empresa está consciente que uma reputação demora muito tempo a
construir e “um dia a destruir”. Esta sensibilização
também é feita ao nível de todos os colaboradores.
Mas esta preocupação com a reputação tem
impactos financeiros a outros níveis. Quando procura investidores para serem parceiros nos seus
centros comerciais, estes aceitam essa parceria numa expectativa de rentabilidade do investimento. Caso não consigam essa rentabilidade
a que se propuseram num projecto, também perdem essa credibilidade. Por exemplo, se ocorrer um problema grave, este pode por em causa
o desempenho dos outros centros. Se deflagrar um
incêndio que destrua esse centro, tal pode por em
risco a reputação da empresa como uma companhia que se preocupa e está atenta às questões de
segurança e protecção contra incêndios.
Consistent behaviour must be demonstrated in the way
centres are managed, their relationship with store
owners and the way new centres are marketed and
promoted. Older centres targeted for major renovation
must obey the same principle of consistency.
Another significant trait in Sonae Sierra's methods
is transparency. Transparency must govern all the
company does. There must be no doubt that Sonae
Sierra travels the path of sustainability. The company
is well aware that a reputation takes a long time to
build and a single day to destroy. Every single employee
is made aware of that fact.
Concern with reputation has had financial impacts at
other levels. When seeking out investment partners,
people come onboard that expect a return on their
investment. If the returns on a given project fail to
materialize, credibility will be at stake. Let’s imagine
something serious happens that casts a pall of suspicion
over the performance of other centres. Should a fire
break out and burn down a single centre, this could
damage the company’s reputation as a caring company
that pays attention to safety and to fire hazards.
sonae sierra
Se forem confrontados com um grande desastre ambiental provocado pelo centro comercial,
o mesmo põe em risco a reputação da empresa e
todo o trabalho desenvolvido na última década em
implementação de um sistema de gestão ambiental.
Uma vez que a empresa está empenhada nestes
temas, as acções desenvolvidas para conquistar a
confiança por parte dos stakeholders foram variadas e em diferentes áreas. No entanto, existe um
programa que pela sua dimensão e impacto que
causou na empresa, bem como pela abrangência
internacional, se transformou num factor bastante
importante e que contribuiu significativamente
para criar melhores condições de segurança, bem
como uma reputação importante nesta área: o Projecto Personae. Vocacionado para as áreas de Segurança e Saúde das pessoas, veio trazer contributos
importantes para outras áreas da Sonae Sierra.
Na área da Segurança e Saúde começaram por
desenvolver as linhas gerais com o estabelecimento de uma Política de Segurança e Saúde, com
o compromisso expresso do responsável máximo
da empresa formalizada num documento público
e divulgado por todas as instalações da empresa.
Nesta política são especificadas as metas que a
empresa assume e torna públicas para conseguir ser
uma referência nesta área.
Destaque ainda para a criação de um comité de
acompanhamento para estes temas, onde estão
presentes membros do Conselho de Administração
e representantes das áreas envolvidas. A formação e
comunicação que este projecto gerou, bem como as
ferramentas que criou e estabeleceu, foram muito
importantes para consolidar estas preocupações
em toda a estrutura da Sonae Sierra. Desde o início
que foram desenvolvidas várias acções de formação com a população trabalhadora de cada centro,
colaboradores da Sierra, prestadores de serviços e
lojistas.
Outros instrumentos de comunicação foram o
Safety Tip e o Quick Wins, que estabeleceram uma
comunicação para toda a empresa a nível mundial
com sugestões de melhoria de cada centro para ser
partilhado com outros centros. A iniciativa motivou todos os centros a contribuir com novas ideias
e sugestões de melhoria bastante simples e, na
maior parte das vezes, de custo bastante reduzido.
A major environmental disaster caused by the centre
tarnishes the company’s reputation and all the work
developed over the past decade to implement an
environmental management system.
As the company is deeply committed to these issues,
several wide-ranging initiatives took place to earn the
trust of stakeholders. However, a single programme,
thanks to comprehensiveness and impact to the
company, as well as international scope, has become
a key factor in the improvement of security and the
company's reputation in this area: the Personae
Project. Geared toward personal safety and health,
it brings significant gains to other Sonae Sierra
endeavours.
In Safety and Health, the company started by
developing a general safety and health policy,
the company’s CEO having expressed their full
commitment in a public document disseminated
throughout the company. The policy specifies the goals
that the company has published, committed to and
intends as stepping stones on the path to world-class
renown.
“Na área da Segurança
e Saúde começaram
por desenvolver
as linhas gerais com
o estabelecimento
de uma Política de
Segurança e Saúde.”
“In Safety and Health,
the company started
by developing
a general safety and
health policy.”
Another significant addition was the appointment
of a monitoring committee for these subjects, which
includes members of the Board and representatives
from the relevant fields. The training and
communication derived from this project, as well
as the tools thereby created and established, were
instrumental in the consolidation of such concerns
throughout the Sonae Sierra structure. Right from the
start, a number of training initiatives were launched
that involved the workers at each centre, Sierra
employees, contractors and store owners.
Another communication instrument is the Safety Tip,
which has become the focal point of internal corporate
communication at the global level and conveys
suggestions on shopping centre improvements that are
shared with other centres. The initiative has motivated
all centres to contribute new thoughts and suggestions
for improvement that are usually quite simple and, for
the most part, low-cost.
Also worthy of mention is the Safety Award. Any store
at a Sonae Sierra shopping centre can run for the
award. The initiative is prized by all store owners.
Each store must apply individually. The rules are
clearly defined and made known to all the stores.
Uma referência para o Safety Award, um prémio atribuído mundialmente a lojistas nos centros comerciais da Sonae Sierra. A iniciativa, muito
valorizada por todos os lojistas, implica que loja
faça a sua candidatura. Está tudo definido num
regulamento que é do conhecimento de cada loja.
diFerentes Países: diFerentes
aBordagens da rePutação?
DIFFeRent coUntRIes: vARYInG
APPRoAcHes to RePUtAtIon?
A dimensão internacional da Sonae Sierra obrigou
a empresa a estar presente em cada país com a língua local. O inglês já é a língua oficial, mas para que
a comunicação de temas importantes tenha
sucesso, é vital que o seu acesso seja facilitado.
Sonae Sierra’s international scope means that it has
to work with a slew of local languages. English is to
all intents and purposes a preferred language but,
for important themes to come across, it is vital that
access to it be made easier.
Esta dimensão da diversidade de culturas sempre
preocupou a Sonae Sierra. Embora seja o mesmo
programa para toda a empresa nos países onde está
presente, há necessidade de fazer ajustes às realidades nacionais e às condições locais. Uma das
razões principais é o impacto que cada situação
pode trazer na reputação da Sonae Sierra. Estes
impactos estão influenciados pela dimensão que
a empresa possa ter num mercado em concreto.
Cultural diversity has always been respected by Sonae
Sierra. The company follows a uniform set of rules in
any given country, however it must adapt to national
and local factors. One of the reasons for it is the way
events can impact Sonae Sierra’s reputation. Impacts
are determined by the scope of a company’s presence
in a given market. Company heads understand that
in Germany, to name one country, their reputation
is influenced by their short history in the country.
123
sonae sierra
“O mesmo programa
para toda a empresa
nos países onde está
presente, mas há
necessidade de fazer
ajustes às realidades
nacionais e às
condições locais.”
“The company follows
a uniform set of rules
in any given country,
however it must
adapt to national
and local factors.”
Os responsáveis entendem, por exemplo, que na
Alemanha a reputação está influenciada pelo breve
historial que têm no país. Na fase inicial da construção, a reputação que possuíam não era muito
significativa. Mas esta tem de ser encarada de outra
maneira a partir do momento em que abriram os
seus centros comerciais, há dois anos.
Em Portugal o cenário é bem diferente. A Sonae
Sierra está há muito mais tempo neste mercado,
faz parte bem visível do Grupo Sonae, que por si
só representa muito na sociedade portuguesa, tem
muita visibilidade e impacto na opinião pública e é
líder no sector. Logo, o nível de reputação que não
se compara com outros países onde estão presentes. Em Portugal, qualquer impacto na reputação,
para o bem e para o mal, irá reflectir-se de uma
forma significativa na imagem percebida por todos
os seus “Stakeholders”.
Mas existem outras nuances. Como já tem um histórico de reputação, se houver algum problema em
Portugal, o processo de recuperação dessa imagem
perdida pode ser menos crítico, quando comparado com um país onde está presente há menos
tempo. Num país onde começa a actividade, qualquer pequeno erro pode ter um grande impacto na
reputação da empresa e ser muito difícil a recuperação por não haver um historial de presença.
Algo que também influência é o desempenho da
empresa nesse país. No caso de países novos, como
a empresa não é conhecida, tem dificuldade em
atrair talentos. O mesmo acontece em mercados
mais fechados.
Things are quite different in Portugal. Sonae Sierra
has operated in that market for a much longer period
of time, is a prominent component of the Sonae
Group which enjoys a prestigious reputation within
Portuguese society, a high public profile, remarkable
influence with public opinion; business-wise it stands
head and shoulder above the competition. That is a
level of reputation not enjoyed in other countries where
the group holds concerns. In Portugal, any impacts to
reputation, for good or ill, reflect significantly on the
public image perceived by all stakeholders.
However, that’s not the whole picture. With a long,
prestigious past behind it, any problems arising in
Portugal can be easier to solve and a good public
image an easier thing to recover. Not so in a country
where the company is just starting out. When you
begin working in a new country, any slight fault could
have damaging repercussions, and repairing one's
public image can be a lot more difficult — you don't
have a history there. Another important factor is your
performance within the country. In the new country,
you’re not a well-known business, and it isn’t easy
to hire talent. The same thing happens with more
isolated markets.
diversidade cultural
cULtURAL DIveRsItY
Para diferentes países, diferentes riscos? Esta foi
uma pergunta que se colocou a quem iniciou este
projecto. No entanto, quando começam um novo
centro, têm a preocupação de integrar características locais, o que é valorizável em cada mercado.
Procuram não ter que se adaptar, mas sim incorporar nos centros comerciais as características e
o que é específico de cada local nas particularidades de cada centro, procurando assim potenciar
o negócio.
Different countries, different risks? That question
arises whenever you begin an international project.
On greenlighting a new centre, the company
incorporates local characteristics, seeking out the
things each market values. The key is not to adapt but
to adopt. New shopping centres accommodate sitespecific traits to drive business.
A abordagem não passa por aplicar um conjunto de
características próprias sem incorporar especificidades do local, mas construir um centro comercial
de características únicas e adaptado ao local, procurando também reduzir a sua exposição a riscos
locais. Além disso, a aceitação por parte da comunidade é muito maior quanto maior for a identificação que os potenciais clientes e visitantes possam
vir a ter com o centro.
Nesta matéria, toda a área de Sustentabilidade tem
uma grande intervenção. Em acções de Responsabilidade Social Corporativa, apesar do sistema ser
o mesmo e as preocupações em cada país diferentes, o resultante das acções terá de ser diferente
uma vez que está adaptado ao país, e cada um tem
preocupações diferentes. Por exemplo, no Brasil as
pessoas preocupam-se com acções de formação às
famílias e de apoio na área da edução e solidariedade social, formação para quem não teve possibilidade de estudar, por oposição às acções desenvolvidas na Alemanha onde não existe este tipo de
carências.
124
At the early stages of construction, their reputation
was anything but significant. That all started to
change when the company opened their shopping
centres two years ago.
The approach is not to implement a set of custom
features in disregard of local characteristics but to
tailor the shopping centre to the place while you try to
reduce exposure to local risk. Community acceptance
is far more pronounced when potential clients find
that they can relate to the shopping centre.
This is where Sustainability comes in. With Corporate
Social Responsibility, although the system is the
same and concerns vary from country to country,
the outcome of an initiative has to be different —
after all, the initiative fits the country, and countries
have concerns of their own. For example, in Brazil
people pay mind to training for families and support
to education and social solidarity, and training for
people with deficient schooling. Other countries, like
Germany, do not pose the same needs and require
other initiatives.
sonae sierra
riscos eMergentes
eMeRGInG RIsK
Sobre futuros riscos presentes nas preocupações da
empresa, destaque para as questões ligadas à ética
empresarial devido à grave crise que o mundo atravessa.
On future risk as part of the company’s concerns, we
must highlight business ethics, a fundamental issue in
the context of the world economic crisis.
Se o controlo por parte do Estado irá crescer, também as exigências por parte da opinião pública face
às empresas irão aumentar. Assim, as questões de
transparência, o cumprimento de questões de ética
ou de código de conduta e de Governo das Sociedades irão ser cada vez mais importantes. Esta matéria
preocupa a Sonae Sierra, uma vez que esta situação
se verificou por haver deficiente gestão de risco nas
empresas. Actualmente, a principal preocupação é
conseguir financiamento para manter o processo de
expansão. Caso não venha a ser conseguido, tornase necessário repensar a presença em alguns mercados.
Na área de Sustentabilidade, apesar de melhoras
significativas na segurança dos centros, a grande
preocupação contínua centrada na segurança das
pessoas. Cada vez que se repete um incidente que
poderia gerar algum acidente grave, este foi claramente provocado por alguma falha humana.
Tudo é determinado pelo comportamento individual. O que cada pessoa faz é determinante no
resultado ou não de um acidente e, por consequência, no resultado final da empresa. Esse comportamento individual depende muito dos colaboradores
da Sonae Sierra, mas também dos prestadores de
serviços e lojistas. O grande desafio para quem está
nos centros é conseguir que estes três grupos estejam alinhados nestes temas de segurança.
If government oversight over companies increases,
so will the demands of public opinion. Therefore,
transparency issues, compliance with ethics or codes
of conduct, as well as government regulations and
corporate governance are likely to become more
and more prominent. This is among Sonae Sierra’s
concerns. The current climate stems from deficient
corporate government. Currently, their chief concern
is to secure funding in order to maintain their
expansion strategy. Should funding not be available, it
will be necessary to rethink the company’s presence in
a number of markets.
With Sustainability, despite significant improvements
to safety in shopping centres, the chief concern is
still the safety of persons. Every repeat of an incident
hazardous to life and limb is clearly the product of
human error.
“A aceitação por parte
da comunidade é
muito maior quanto
maior for a
identificação que os
potenciais clientes e
visitantes possam vir a
ter com o centro.”
“Community acceptance
is far more pronounced
when potential clients
find that they can relate
to the shopping centre.”
Everything is determined by individual behaviour.
What each person does is instrumental to the outcome
of an incident and, consequently, to the company’s
results. Individual behaviour is in the hands of Sonae
Sierra employees, contractors and store owners. The
greatest challenge to those who lead the centres is
to align these three groups of people on matters of
security.
125
lu gares coMuns
tRIvIA
lugares comuns
trivia
© eu génio c as Tro calD as
O Day After
The Day After
1 de noveMBro de 1755:
“No anno pois do nascimento de Christo de 1755, no primeiro dia de
Novembro, em hum Sabbado, quasi ás dez horas, estando o céu sereno
e quieto o mar, precedendo hum ruido subterraneo mui horroroso que
acompanhou o tremor: começou o territorio de Lisboa a tremer de sorte,
que dentro de pouco tempo se sentio abbalar a terra por varios modos.
No principio foy mais brando o aballo. Mas pouco depois crescendo cada
vez mais o tremor, começaram primeiramente a estallar os fórros e
sobrados, logo despegandose os rebocos, depois a abateremse com
grande estampido as bovedas, cahindo ou abrindose por ultimo paredes
e torres…”
noveMBeR 1, 1755:
texto / text:
Pedro Castro Caldas
Bio:
• Licenciado em Engenharia
Mecânica (IST) (1976) com
formação complementar
em “Large Power Plants
Project Management” na
ABB (CH) (ex BBC);
Bio:
• Five year university degree in
Mechanical Engineering (IST –
Instituto Superior Técnico) (1976)
with additional training in Large
Power Plants Project Management
at ABB (CH) (ex-BBC);
• Funções de “Project
Management” na Divisão
de Energia da Mague;
• Responsible for Project
Management in the Energy
Division of Mague;
• Funções de Direcção Técnica
de Seguros nas áreas Não-Vida,
na Tranquilidade, na HDI
(Grupo Hannover) e desde
1993 na Ocidental Seguros e
noutras parcerias de Seguros
do Millennium bcp onde no
período de 1994 a 2004 foi
membro do “EUREKO Risk
Management Group”;
• Responsible for Technical
Insurance Management in NonLife areas at Tranquilidade, HDI
(Hannover Group) and, since
1993, at Ocidental Seguros and in
other Millennium bcp partnerships
where from 1994 to 2004 he
was a member of the EUREKO
Risk Management Group;
• Vice-Presidente da
Comissão Técnica Não
Vida da APS – Associação
Portuguesa de Seguradores.
126
• Vice-Chairman of the
Non-Life Technical Committee
of the APS – Portuguese
Association of Insurers.
“In the year of Our Lord 1755, on the first day of November, a Saturday,
almost ten of the clock, the sky unperturbed and the ocean stilled, here came
a deep awful rumble with the tremor: The land where Lisbon sits was
atremble, and in no time shook this way and that. At first the quake was
negligible. Yet it grew and it grew; first went the cracking roof beams and
floors, then the stucco came undone; with great commotion arches, walls and
towers collapsed...”
lu gares coMuns
tRIv IA
É assim que o Padre António de Figueiredo, no
seu escrito “comentário sobre o terramoto e
incêndio de Lisboa” descreve a catástrofe que
se abateu sobre a cidade “e outras partes do
Reino” de que foi testemunha ocular, em que
terão perecido entre 15.000 a 70.000 pessoas,
conforme as estimativas, referindo o autor mais
adiante no mencionado escrito, que logo após o
terramoto “a providencia e liberalidade do nosso
Clementissimo Monarca, mandou clausurar as
Freiras em recolhimentos mui acomodados,
reparar mosteiros arruinados, ajudar a outros
com madeira, pontões e dinheiro,…mandando
vir soldados, para que desembaraçassem as ruas
e caminhos e derrubassem com cordas as paredes
arruinadas…”. Das 20 000 casas existentes em
Lisboa, apenas 3 000 podiam ser usadas a seguir
ao sismo; 32 igrejas, 60 capelas, 31 mosteiros,
15 conventos e 53 palácios foram totalmente
destruídos ou severamente danificados.
22 de Novembro de 2007 : “De acordo com os
elementos recolhidos, e notícias veiculadas pela
comunicação social ocorreu uma violenta explosão
por volta da 18.45 h num bloco habitacional
situado na Praceta Afonso Paiva em Setúbal,
tendo os três últimos andares ficado totalmente
destruídos, e afectadas as partes comuns do
edifício, resultando da explosão 3 feridos graves
e 37 feridos ligeiros. Durante os seis meses que se
seguiram, foram adjudicadas obras de contenção
estrutural do edifício e efectuadas perícias técnicas
para aferição da viabilidade de reforma do edifício.
Em face da necessidade de agilizar e consertar
meios humanos, materiais e financeiros para
promover a recuperação do imóvel, os seguradores
abdicaram da aplicação da regra proporcional
face a uma situação de manifesto infra-seguro
nomeadamente para efeitos de reabilitação das
partes comuns” (extractos de relatório da Luso-Roux).
O que liga estes dois acontecimentos diferentes
em dimensão e consequências, separados por
mais de 250 anos, é a certeza que acontecimentos
catastróficos de maior ou menor dimensão
afectando o património e as pessoas aconteceram
e acontecerão, colocando-se sempre a questão de
saber se estamos preparados e habilitados com os
Thus Father António de Figueiredo describes the
catastrophe that befell the city and other parts of the
country in his written comment on the earthquake
and fire that laid waste to Lisbon. Estimates point to
a number of deaths from 15,000 to 70,000. Father
António later points out that, soon after the quake,
“the generosity and munificence of our most merciful
monarch had nuns lodged in secluded locations, had
ruined monasteries repaired, and set help in the form
of diverse timbers, trusses and money (...) sending for
soldiers to clear the streets and alleys and topple the
remaining walls of broken houses (...).” Of the 20,000
houses then extant in Lisbon, only 3,000 were fit for
habitation after the quake. 32 churches, 60 chapels,
31 monasteries, 15 convents and 53 palaces were
razed to the ground or damaged beyond repair.
November 22, 2007: “According to the information
available, a violent explosion took place around 6.45
PM at a residential building in the Alfonso Paiva
Square, Setúbal. The top three floors were completely
destroyed and the entire building sustained damage.
The explosion caused three wounded in critical
condition and injured another 37. Over the following
6 months, the building underwent structural
containment work and was assessed by experts to
determine whether the building is still amenable to
reconstruction.
Faced with the need to speed up coordination of
personnel, materiel and financial resources to recover
the estate, insurers set aside the proportional rule as
they had encountered a situation dominated by infrainsurance, namely where the recovery of the common
parts of the building were concerned.” (Luso-Roux
report.)
The connection between these two events — granted,
they are dissimilar in scope and consequence — is that
disasters affecting people and property can and will
happen. The question is, are we ready to face the day
after? Reconstruction, be it twenty thousand homes, or
just one?
You could argue that the munificence of monarchs
that send assistance, or the generosity of insurers that
provide indemnity without regard to proportion, are
ever-present means of salvation, at least in Portugal.
However, the Setúbal case clearly demonstrates that
financial resources are not always allocated in the
“32 igrejas, 60
capelas, 31 mosteiros,
15 conventos
e 53 palácios foram
totalmente destruídos
ou severamente
danificados.”
“32 churches, 60
chapels, 31 monasteries,
15 convents and 53
palaces were razed to
the ground or damaged
beyond repair.”
127
lu gares coMuns
tRIvIA
“Os modelos de
riscos catastróficos
existem em quase
todos os países da
Europa, embora
só alguns tenham
natureza obrigatória
de cobertura de
determinados riscos.”
“Nearly every European
country has its own
catastrophic risk model.
Only a few implement
mandatory coverage
of certain risks.”
meios necessários e suficientes para o “day after”
da reconstrução, quer seja de vinte mil casas quer
seja de um mero edifício isolado.
Dir-se-à que “a providência dos Monarcas” ao
disponibilizarem instrumentos de socorro, e a
“liberalidade dos seguradores” ao indemnizarem
sem que tenham cobrado os prémios adequados
aos valores de reconstrução em risco, ou ambas,
garantem sempre, pelo menos em Portugal, a
Salvação. Contudo, o caso de Setúbal constitui
um paradigma de como facilmente se mostra à
evidência, a insuficiência de alocação de recursos
financeiros para fazer face às reconstruções do
“day after”, e a consequente potencial falência
desses recursos se usados em larga escala. Ou
seja, no predominante regime de propriedade
horizontal que impera, os capitais seguros das
partes comuns resultantes do somatório das
permilagens das fracções, estão muito aquém
dos necessários e suficientes, para fazer face a
reabilitações estruturais de edifícios abalados,
quer seja em resultado de uma explosão isolada
como foi o caso, ou como será o caso de um sismo
de média ou larga escala.
É neste contexto que tem particular relevância
a “modelização e securitização de riscos
catastróficos” como uma das prioridades do
mercado segurador, seja numa perspectiva de cada
segurador face às capacidades proporcionadas
pelos resseguradores, seja na formação de pools
e/ou com o recurso a modalidades de resseguro
financeiro, ou de soluções alternativas que não
se confinam, necessariamente, ao mercado
ressegurador, de forma a satisfazer indemnizações
em resultado de sinistros extraordinários, em que
as soluções de seguro tradicionais se mostrem
insuficientes para fazer face às reconstruções do
“day after”.
Os modelos de riscos catastróficos existem em
quase todos os países da Europa, embora só
alguns tenham natureza obrigatória de cobertura
de determinados riscos, enquanto noutros os
sistemas são facultativos, havendo fora da Europa
fundos facultativos nomeadamente nos EUA e
Japão.
Assim, em Espanha, cobrindo nomeadamente
fenómenos sísmicos, existe o “Consorcio de
Compensación de Seguros”, que é uma entidade
pública com personalidade jurídica própria, que
opera num quadro legal igual aos dos seguradores
privados, dispondo de uma garantia financeira
ilimitada do Estado no caso dos recursos
financeiros não se mostrarem suficientes.
Em França, a inclusão da cobertura de
fenómenos sísmicos é obrigatória em apólices
de ramos patrimoniais, existindo um regime de
compensação estatal, estando a “Caisse Centrale
de Reassurance” apta a fornecer coberturas
ilimitadas.
Na Bélgica, nas apólices facultativas de incêndio, a
cobertura de “catástrofes naturais” é obrigatória,
existindo um “fundo nacional de calamidades”
criado em 1976 que intervém caso sejam
ultrapassados certos limites de indemnização
fixados na Lei.
128
best possible manner when it comes to day-after
reconstruction, and that these resources could be
spread too thin. Under the current horizontal property
system, the sum total of insured capitals pertaining to
fractions are insufficient to cover reconstruction costs
for the common parts of damaged buildings, whether
the cause be an isolated explosion or a massive
earthquake.
Hence the particular relevance of modelling and
securitizing catastrophic risk as priorities in the
insurance market, whatever your perspective may be:
As an insurer who must rely on reinsurer capabilities;
as an agent drawing on pooled resources or financial
reinsurance facilities, or alternative solutions not
necessarily limited to the reinsurance market. Indeed
there should be more than one way to resolve claims
derived from extraordinary events where traditional
insurance packages prove inadequate to day-after
needs.
Nearly every European country has its own
catastrophic risk model. Only a few implement
mandatory coverage of certain risks. Others preserve
optional solutions, such as the US and Japan.
In Spain, there is a “Consorcio de Compensación de
Seguros” (Insurance Compensation Consortium),
which deals with seismic phenomena. It is a staterun organization operating under the same legal
framework as private insurers and relies on limitless
financial collateral from the State whenever financial
resources prove insufficient.
In France, property insurance must include coverage
of seismic phenomena. There is a framework for state
compensation: The “Caisse Centrale de Reassurance”
is empowered to provide unlimited coverage.
Belgium implements mandatory “natural disaster”
coverage in its optional fire hazard policies, and there
is a national calamity fund, established in 1976, set
to intervene whenever certain indemnity levels are
overrun.
lu gares coMuns
tRIv IA
Na Noruega, a cobertura de fenómenos sísmicos
é obrigatória nas apólices de incêndio, tendo sido
criado em 1961 o “fundo nacional norueguês para
assistência a danos da natureza” com o objectivo
de compensar danos causados por riscos da
natureza.
Na Turquia, a cobertura de fenómenos sísmicos
é obrigatória através do “pool turco de seguros
obrigatórios” que é uma entidade pública que
cede o risco em grande parte em resseguro
internacional.
Na Alemanha, desde 1991 existe uma denominada
“extensão do seguro de danos causados por
fenómenos naturais”, em que as coberturas
disponibilizadas, não sendo obrigatórias, cobrem
entre outros riscos da natureza os fenómenos
sísmicos.
Nos EUA, não há regra geral coberturas
obrigatórias, excepto na Califórnia, onde os
seguradores são obrigados a oferecer a cobertura
de terramotos a quem subscrever apólices de
habitação, existindo um sistema de ajuda directa
do Estado através de um mecanismo de resseguro
disponibilizado pela “Califórnia Earthquake
Authority”.
No Japão, a cobertura de fenómenos sísmicos
não é obrigatória, sendo fixado pelo Parlamento
um limite total máximo indemnizável por um
terramoto para todas os seguradores de danos a
habitações, existindo desde 1996 uma entidade
(“Japan Earthquake Reinsurance Co”) criada
por todas as companhias de seguro não vida que
através de mecanismos de resseguro partilha o
risco com o Estado.
Na Nova Zelândia, a cobertura de fenómenos
sísmicos é obrigatória desde 1994 para todos
os proprietários de habitações, existindo uma
“erthquake comission” estatal, que intervém
através de um “programa de resposta a catástrofes”
que tem por missão mitigar e recuperar os efeitos
de desastres geológicos.
In Norway, fire hazard policies must cover seismic
phenomena. The national Norwegian fund for relief of
natural damage was created in 1961 to compensate
for natural hazards.
In Turkey, seismic phenomena must be covered
through the Turkish mandatory insurance pool, a
state-run organization which manages risk mostly
through international reinsurance.
Germany implemented an “insurance extension
to damage from natural phenomena” in 1991. The
available coverage presents several options to cover,
among other hazards, seismic phenomena.
The US do not, as a rule, favour mandatory coverage,
except in California, where insurers are legally
compelled to offer earthquake coverage to anyone who
takes out insurance on real estate. There is a state
assistance scheme through a reinsurance mechanism
made available by the California Earthquake
Authority.
Japan does not implement mandatory earthquake
coverage. Parliament has ruled on a maximum
compensation amount pertaining to property
insurance. The Japan Earthquake Reinsurance Co.
was created in 1996 by all non-life insurers and
it is this organization which, through reinsurance
mechanisms, shares the burden of risk with the
Japanese state.
“(...) em Portugal,
estimava-se que
um fundo proposto
ao Governo desde
2003/2004 para
cobrir grandes
riscos catastróficos,
pudesse estar a
funcionar em 2007.”
“(...) in Portugal,
the government was
expected to consider
a catastrophe fund
over 2003/2004, to be
implemented in 2007.”
In New Zealand, earthquake coverage has been
mandatory since 1994 and all homeowners must
be insured. There is a state earthquake commission
which acts through a disaster response programme to
attenuate and deal with the consequences of geological
disasters.
Finally, in Portugal, the government was expected to
consider a catastrophe fund over 2003/2004, to be
implemented in 2007. It would initially be sustained
by the State and afterwards financed by a levy on
multi-risk property policy insurants. This fund would
be an extra resource pool derived from insurers’
business to face day-after reconstruction... because
there may well be a day after.
Finalmente em Portugal, estimava-se que um
fundo proposto ao Governo desde 2003/2004 para
cobrir grandes riscos catastróficos, pudesse estar a
funcionar em 2007, suportado inicialmente pelo
Estado, sendo depois financiado por contribuições
resultantes de uma taxa a cobrar aos segurados de
Apólices de multi-riscos habitação. O objectivo
era que este fundo funcionasse como uma reserva
extra dos seguros feitos junto dos seguradores,
precisamente para as reconstruções do “day
after”... quando este vier a ocorrer.
Bibliografia:
Bibliography:
“1775 sobre as causas dos terramotos” (FLAD/Público)
“La cobertura aseguardora de las catástrofes naturales” (Consórcio de Compensación de Seguros)
“Modelização e securitização de riscos catastróficos” (ISP/Eduardo Farinha Pereira)
“Situação internacional- análise dos principais sistemas” (APS)
“Catnat Insurance Schemes” (AON)
“National Catastrophe Risk Protection and Public Policy” (Willis)
129
© TIME LIFE PICTURES.MANSELL.TIME LIFE PICTURES.GETTy IMAGES
lu gares coMuns
tRIvIA
Ilustração de navios no mar
130
o dia de todos os abalos
The earth rumbled
e edifícios em terra num
O Terramoto de 1755 gerou gravuras fantasiosas como se o Inferno
se instalasse em Lisboa. No trágico sábado, a 1 de Novembro,
comemora-se o dia de Todos os Santos. O primeiro abanão surge
às 9h30 da manhã. Seguem-se outros dois, mais prolongados. Nas
escalas actuais, o terramoto alcança 8,7 da escala de Richter. Grande
parte dos edifícios não resiste. A zona da baixa é um amontoado de
escombros, tal como as emblemáticas Catedral de Santa Maria e casa
da Ópera. A destruição prossegue por uma onda gigante que afunda
barcos e inunda as zonas baixas da cidade. Depois do maremoto, o
fogo. Fruto da junção das chamas que deflagram de forma espontânea
ou por actos de vandalismo, um gigantesco incêndio transforma a
cidade já descomposta num braseiro que leva dias a extinguir-se. Há
milhares de desalojados. Estima-se que 10 a 30 mil pessoas morrem em
consequência da catástrofe mas há fontes que apontam 90 mil vítimas
mortais. A reconstrução da cidade é liderada pelo Marquês de Pombal,
ministro de D. José, com base numa planta ortogonal. O ministro
preocupa-se também em elaborar um inquérito, enviado aos párocos
de todo o país, no sentido de averiguar causas e efeitos do terramoto. O
questionário inclui perguntas como “Que novidade se viu nos mares,
nas fontes e nos rios? A maré vazou primeiro, ou encheu? Se abriu a
Terra algumas ‘bocas’, o que nelas se notou, e se rebentou alguma fonte
de novo. Se houve incêndio, que tempo durou? E que dano fez?". É
dado o prazo de “um mês” para a devolução das respostas e proposto
aos sacerdotes que se documentem junto a pessoas “inteligentes” da
paróquia para a clarificação de “pontos duvidosos”. Esta tentativa
de entender cientificamente o fenómeno leva a que o Marquês de
Pombal seja identificado como precursor da sismologia em Portugal.
The 1755 quake fired the imagination of illustrators and engravers, who
painted dire pictures of desolation, On that tragic Saturday, November
1, people were celebrating All Hallows. The first tremor came at 9.30
in the morning. Two others ensued and lasted a while longer. It is
estimated that the quake reached 8.7 on the Richter scale. Most buildings
in Lisbon could not withstand such force. Downtown Lisbon crumbled.
The Santa Maria cathedral and the Opera house, jewels on the city's
crown, were lost forever. A massive wave engulfed seagoing vessels and
flooded the lower parts of town. After the water came fire. Accidents
and arson brought about a blanket of fire that swept the ruined city,
turning it into a hell-pit that would take days to cool down and put out.
Thousands were left homeless. It is estimated that ten to thirty thousand
people died in the catastrophe. However, some sources claim the death
toll had reached 90,000. Reconstruction of the city is spearheaded by
the Marquess of Pombal, Minister to king D. José, and it is based on an
orthogonal plan. The minister also prepared a survey which he sent out
to parish priests all over the country, to ascertain causes and effects
of the quake. The survey included questions such as “Did you notice
anything unusual about the ocean, wellsprings or river? Did the tide ebb
first, or did it flow? Did the Earth open up anywhere, and if it did open
any troughs, what else did you notice? Have any new wellsprings gushed
forth? Were there fires? If so, for how long? How much damage did they
cause?” Priests were given a month to return their answers and asked to
gather evidence from “intelligent” parishioners to clarify “doubts.” This
attempt to try and frame the quake scientifically is the reason why the
Marquess of Pombal is named as a forerunner of seismology in Portugal
Illustration of ships on the sea
tumulto durante o terramoto
de 1755, em Lisboa.
and buildings on shore in
a tumult during the
catastrophic earthquake,
Lisbon 1955.
132
Mds 25 anos
MDs 25 YeARs
Mds - 25 anos
de passos seguros...
MDs - 25 years
of assured steps...
…celebrados com clientes,
parceiros, seguradores e
membros da Brokers Link de
todo o mundo.
...were celebrated with our
clients, partners, insurers and
Brokers Link members all over
the world.
O jantar comemorativo dos
25 anos da MDS decorreu a
30 de Outubro 2009 no Porto
Palácio Hotel.
The 25th anniversary
celebration dinner was held
October 30, 2009, at the Porto
Palácio Hotel.
Além de contar com alguns
dos seus principais clientes
e parceiros, estiveram ainda
presentes Daniel Feffer, VicePresidente do Grupo Suzano
(Brasil), novo accionista da
MDS Holding, assim como
algumas das principais figuras
da Sonae, entre elas, Paulo
Azevedo, Belmiro de Azevedo
e Ângelo Paupério.
It was our honour and pleasure
to welcome some of our main
clients and partners, and other
illustrious guests, such as
Daniel Feffer, Vice-President of
the Suzano Group (Brazil), new
shareholder in MDS Holding,
as well as a number of Sonae's
key figures, Paulo Azevedo,
Belmiro de Azevedo and Ângelo
Paupério among them.
133
Renata Feffer, Daniel Feffer e Belmiro de Azevedo
Renata Feffer, Daniel Feffer and Belmiro de Azevedo
Adriano Ribeiro (Administrador MDS) e Miguel Ramos
(Salvador Caetano e piloto Campeonato
FIA GT - patrocinado pela MDS)
Adriano Ribeiro (MDS Manager) and Miguel
Ramos (Salvador Caetano and MDSsponsored FIA GT championship pilot)
Xavier Cordeiro (Administrador Fidelidade-Mundial), Maria Edite Sousa (esposa Miguel
Monteiro), Miguel Monteiro (Fidelidade-Mundial), Justino Carlos (Grupo AdP)
Xavier Cordeiro (Fidelidade-Mundial manager), Maria Edite Sousa (wife of Miguel
Monteiro), Miguel Monteiro (Fidelidade-Mundial), Justino Carlos (AdP Group)
134
Carlos Pereira (Flex 2000),
José Oliveira (MDS)
Patrick Chan (NWI - Hong Kong), Edoardo Leusciatti
(SRB - Suíça), Jorge Henriques (MDS)
Roberto Nauemberg (MDS Brasil), Daniela Nauemberg
Daniel Feffer (Vice Presidente do Grupo Suzano)
Daniel Feffer (Suzano Group VP)
Paula Rios (Administradora MDS Consulting)
Paulo Rios (Executive Director MDS Consulting)
José Manuel Fonseca e Mauricio Esquino (CEO Alinter)
José Manuel Fonseca and Mauricio Esquino (CEO of Alinter)
Paulo Azevedo (CEO Sonae) e Ângelo Paupério (CEO SonaeCom)
Paulo Azevedo (Sonae CEO) and Ângelo Paupério (CEO SonaeCom)
135
Paulo Azevedo (CEO Sonae), Daniel Feffer
(Vice-Presidente Grupo Suzano), Renata Feffer
Paulo Azevedo (CEO of Sonae), Daniel Feffer
(Suzano Group VP), Renata Feffer
Belmiro de Azevedo (Chairman Sonae), Ana Cristina Borges
(MDS), Fernando Nogueira (Presidente ISP)
Belmiro de Azevedo (Chairman Sonae), Ana Cristina Borges
(MDS), Fernando Nogueira (Chairman ISP)
Sérgio Alves (Grupo Suzano)
Sérgio Alves (Suzano Group)
Pinto de Sousa (Sonae Indústria), António Frada (Soares da Costa),
Adelino Pereira (MDS), Luís Oliveira Sá (Cordoaria Oliveira Sá)
Margarida Azevedo e José Manuel Fonseca
Margarida Azevedo and José Manuel Fonseca
Pedro Tochas (Mestre de Cerimónias e Animador)
Pedro Tochas (Master of Ceremonies, Entertainer)
José Manuel Fonseca e Belmiro de Azevedo (Chairman Sonae)
José Manuel Fonseca and Belmiro de Azevedo (Chairman of Sonae)
136
Mds 25 anos
MDs 25 YeARs
richard snow
legenDa:
CAPTIOn:
Richard Snow (BFL - Canada),
Sue Gray (esposa Richard
Snow), Carla Alves (Seguros
Continente), José Manuel
Fonseca (CEO MDS)
Duas semanas após a sua estadia em Portugal
para o jantar dos 25 anos da MDS, Richard Snow,
da BFL, parceiro da Brokers Link no Canadá,
sofreu um acidente de automóvel fatal.
Two weeks after his visit to Portugal to attend
the 25th anniversary dinner at MDS, Richard Snow
of BFL, Brokers Link partner in Canada, was involved
in a fatal car crash.
Richard Snow era um exemplo de vida. Além de
um excelente profissional, era acima de tudo,
um fantástico ser humano que aproveitava a vida
em pleno.
Richard Snow was a man you could look up to.
Not only was he a world-class professional but also
a fantastic human being who lived life to the fullest.
Iremos sentir a sua falta, na certeza de que ficará
para sempre ligado à MDS e à Brokers Link.
We will miss him. He will always be a part of MDS
and Brokers Link.
137
Mds Brasil
MDs BRAzIL
Marca MDS com sotaque brasileiro
MDS: Talking brazilian
Após a joint-venture entre a Sonae e o Grupo Suzano,
e na continuação de uma actividade de sucesso no
Brasil, o final de 2009 assistiu a um marco histórico
na ambição internacional do Grupo MDS: a expansão
da marca ao mercado brasileiro.
After the Sonae-Suzano joint-venture, and a proven track
record in Brazil, late 2009 brought us to a milestone for the
MDS Group: Brand expansion in the Brazilian market.
MDS já é marca no Brasil. A decisão foi tomada no final de
2009, dando seguimento à estratégia de internacionalização e
consolidação que tem vindo a ser seguida pelo Grupo.
MDS has now become a recognized brand in Brazil. The decision was
made in late 2009, pursuing a Group strategy in internationalization
and consolidation.
Um passo natural após o forte crescimento da operação
brasileira, potenciado por diversas e importantes aquisições,
de onde se destacam a ADDmakler e Miral, e que conduziram o
Grupo Lazam-MDS à 3ª posição do ranking de brokers.
It is only a natural step given the remarkable growth in the Brazilian
operation, fuelled by several noteworthy acquisitions, namely
ADDmakler and Miral. This game plan elevated the Lazam-MDS
group to number 3 in the broker ranking.
Face a esta realidade, sentiu-se a necessidade de criação de uma
identidade única forte que aglutinasse a pluralidade de marcas
existentes no segmento de consultoria de seguros e risco no
Brasil, nomeadamente, Lazam-MDS, ADDmakler e Miral.
Therefore, it became necessary to establish a unique identity to
consolidate the many brands existing within the insurance and risk
consultancy field in Brazil, such as Lazam-MDS, ADDmakler and Miral.
A marca Herco, pela especificidade de actuação na área
de Análise de Riscos, Controle de Perdas e implantação de
Programas de Gerenciamento de Risco, e Larim, corretor de
resseguro, irão manter a actual identidade. Uma decisão que
espelha a forte aposta nestes segmentos de negócio.
uMa Marca aciMa de tudo internacional
A WoRLD-cLAss BRAnD
A existência de uma marca única e aglutinadora permite
reforçar a uma escala global os valores e objectivos partilhados
por todas as equipas que integram o universo MDS.
The existence of a single, consolidating brand is meant to reinforce
the values and objectives shared by all the teams that form a part of
the MDS universe, at a global scale.
Trata-se da marca da Holding, da marca em Portugal e agora no
Brasil. Trata-se da marca que encerra em si, acima de tudo, uma
ambição de crescimento.
The MDS brand represents the Holding company, the Portuguese
brand, and now the Brazilian brand as well. Above all, it is the brand
that aims to grow and thrive.
Além disso, e de um ponto de vista operacional e de
comunicação, a marca MDS, através da sua simplicidade,
revela-se apropriada e com elevada elasticidade para utilização
em outros mercados.
Furthermore, when you look at it from an operational and
communicative standpoint, the MDS brand is uncomplicated. That
makes it flexible enough and adequate to other markets.
integração e coMunicação
coM o Mercado
InteGRAtIon Into, AnD coMMUnIcAtIon
WItH, tHe MARKet
Como resultado do trabalho de rebranding iniciado em 2007
pela MDS Portugal, a marca no Brasil ganha assim vantagens na
sua rápida implementação. Trata-se de “tirar partido de todo o
investimento na marca até agora realizado”, afirma José Manuel
Fonseca, presidente da MDS, considerando que este é um passo
muito importante no processo de integração das várias empresas
e realidades.
With the rebranding operation initiated 2007 by MDS Portugal, the
Brazilian brand has leveraged quick implementation in Brazil. What
we’re dealing with here is “taking advantage of all the investment in
the brand so far,” claims José Manuel Dias da Fonseca, chairman of
MDS, who also considers this a major step regarding the integration
of a number of companies and operations.
“It will enhance our communication with the market and among
ourselves; it will convey an image of solidity and coherence; it will
reinforce the identity of the global/international project led by the
MDS Group,” he adds.
“Vai ajudar-nos a comunicar melhor com o mercado, a comunicar
melhor entre nós, a transmitir uma imagem de força e coerência
e a reforçar a identidade do projecto global e internacional do
Grupo MDS, a que todos pertencemos”, finaliza.
Todo o processo de implementação da nova marca está agora em
fase de desenvolvimento e integrará toda a comunicação com
clientes, imprensa e mercado. O projecto é liderado pelas duas
responsáveis pelo Marketing em Portugal e no Brasil, Liliana
Baptista e Renata Grecco, respectivamente.
138
The Herco brand, specializing in Risk Analysis, Loss Control
and implementation of Risk Management Programs, and Larim,
reinsurance broker, will maintain their current brand identity. This
decision stems from a dedicated investment on those segments.
The entire brand implementation process is now underway, and will
integrate all communication with clients, the press and the market.
The project is led by the two heads of Marketing in Portugal and in
Brazil, Liliana Baptista and Renata Grecco, respectively.
Mds Brasil
MDs BRAzIL
Mds grouP
uma das maiores empresas de corretagem de seguros e resseguro
One of the world’s largest insurance and reinsurance brokerage
Em Julho de 2009, com a formação da joint-venture entre a Sonae e o Grupo Suzano, nasce uma das maiores empresas do mundo em corretagem de
seguros e resseguro – o Grupo MDS. A parceria entre aqueles dois grupos empresariais remontava já ao ano de 2002 e esta última operação entrava assim
em linha com a estratégia de ambos na consolidação da presença nos seus mercados de actuação. No universo do Grupo MDS encontram-se a MDS S.A.,
corretora líder no mercado português, a MDS Brasil, 3º maior broker brasileiro, a Herco, a Larim, a Cooper Gay, 4º maior broker de resseguro mundial, e a
Seguros Continente.
In July 2009, Sonae and the Suzano Group formed a joint-venture to establish one of the world’s largest insurance and reinsurance brokerage firms – MDS SGPS. The
partnership between these two groups goes back as far as 2002. The operation described above naturally follows from their joint strategy to consolidate their position
in their respective markets.The MDS Holding universe includes MDS Plc., leading brokerage firm in the Portuguese market, MDS Brazil, 3rd largest broker in Brazil,
Herco, Larim, Cooper Gay, 4th largest reinsurance broker in Brazil, and Seguros Continente.
SONAE
SuzANO
50,01%
49,99%
poRtUgAL
BRAZIL
MDS GROuP
Risk Retail
Risk Consulting
Reinsurance
100%
100%
100%
100%
100%
32,12%
MDS
MDS
HERCO
MDS
CONSULTING
LARIM
COOPER GAY
poRtUgAL
BRAZIL
BRAZIL
poRtUgAL
BRAZIL
U.K.
MDS AUTO
Tiago neves assume cargo de coo da MDs brasil
Tiago neves takes up the role of COO of MDS Brazil
O gestor Tiago Neves assumiu recentemente a função de Chief Operating Officer (COO) da MDS Brasil com objectivo de consolidar
toda a operação do negócio e apoiar a integração a MDS no Brasil com o Grupo MDS no mundo.
Com larga experiência em cargos de alta direcção – passou pela Caixa Geral de Depósitos, Unibanco e Banif Banco de Investimentos –
colaborou ainda como professor no MBA da Brazilian Business School.
Tiago Neves é especialista em Administração de Instituições Financeiras – Banking e possui o MBA Executivo da Fundação Dom Cabral.
Tiago Neves recently took up the position of Chief Operating Officer (COO) of MDS Brazil with the objective of consolidating the whole business
operation and to support the integration of MDS Brazil into the MDS Group worldwide.
With great experience in positions of high management – he worked at the Caixa Geral de Depósitos, Unibanco and Banif Investment Bank –
he also worked as a professor for the MBA program of the Brazilian Business School.
Tiago Neves is a specialist of Administration of Financial Institutions – Banking and has an Executive MBA from the Fundação Dom Cabral.
139
Mds Brasil
MDs BRAzIL
o lançamento da marca em imagens
the brand première in images
Blumenau
Paulo Lückmann (HDI), Germano Antonio Nunes Silvestrin (HSBC),
Alcides João Pavanello (MDS), Marco Cabanero (SulAmérica)
São Paulo
Público convidado (executivos de seguradoras e clientes)
Guests (clients and insurance companies' executives)
Blumenau
Hans Dieter Didjurgeit (Herco), Leandro Rinaldi, Nelson Carlos Sabel,
Valda Stange, Alcides Pavanello e Ari Leandro Gonçalves (MDS)
Jaraguá do Sul
Tiago Neves e Ari Leandro Gonçalves (MDS), Jaime Richter
140
Hans Dieter Didjurgeit (Herco)
Mds Brasil
MDs BRAzIL
Jaraguá do Sul
Vicente Donini (Marisol), Décio Bogo (Auto Viação Canarinho), Tiago Neves (MDS)
São Paulo
Jacques Goldenberg e José Manuel Fonseca (MDS); Daniel Feffer (Suzano Holding),
Hans Dieter Didjugeit (Herco)
Blumenau
Germano Silvestrin (HSBC), Marco Aurélio Cabaneiro (SulAmérica), Antenor Vasselai,
Hans Dieter Didjurgeit (Herco), Paulo Lückmann (HDI)
São Paulo
José Manuel Fonseca (MDS)
Jaraguá do Sul
Alcides Pavanello (MDS), Maria de Lourdes Ulber Araldi (Liberty), Cecília
Konel (Prefeita de Jaraguá do Sul), Carioni Pavanello (MDS)
141
FairFax Financial holdings
Avenida Paulista à noite, São Paulo - Brasil
Paulista Avenue at night, São Paulo - Brazil
142
FairFax F inancial holdings
Fairfax Financial holdings
Gigante canadiano estreia-se
no mercado segurador brasileiro
Canadian giant enters
Brazilian insurance market
texto / text:
Jacques Bergman
CEO FAIRFAX BRASIL
PARTICIPAçõES LDA.
Bio:
Bio:
• Professor do Curso de
• Professor of Risks Management
Especialização em Risks
Specialization Course (PECE
Management(PECE/POLI- USP)
/ POLI-USP) and Insurance
e do Curso de Seguros ( FIA/
Course (FIA/FEA-USP), Adjunct
FEA – USP), Professor Adjunto
Professor at School of Chemistry
da Escola de Química da
of Rio de Janeiro Federal
Universidade Federal do Rio
University from 1980 to 1988.
de Janeiro de 1980 a 1988;
• Acting in the Insurance industry
• Colaborador da Indústria de
since 1991, first with SulAmerica,
Seguros, em primeiro lugar na
Jacques was Managing Director
SulAmérica, Jacques Bergman
in Itaú Seguros (1995 – 2006)
foi Managing Director da Itaú
and later, COO of Itaú XL Seguros
Seguros (de 1999 a 2006) e
Corporativos (2006 – 2009).
depois COO da Corporação de
Currently, he is CEO of Fairfax
Seguros Itaú XL (de 2006 a
Brazil Participações Ltda.
2009). É actualmente CEO da
Fairfax Brasil Participações Lda;
education and training:
• Graduated in Chemical
Formação:
Engineering by Federal University
• Licenciado em Engenharia
of Rio de Janeiro, Master
Química pela Universidade
in Production Engineering,
Federal do Rio de Janeiro,
Specialization in Planning and
Mestre em Engenharia de
Valuation of Agro-Industrial
Produção, com a Especialização
Projects by Bradford University
em ‘Planning and Valuation of
in England, DEA in Energy
Agro-Industrial Projects’ pela
Administration and Ph.D. in
Universidade de Bradford,
Process Valuation by French
Inglaterra, DEA em ‘Energy
Petroleum Institute / Dijon
Administration’ e Doutoramento
University.
A Fairfax Financial Holdings Limitada (TSX:
FFH e FFH.U) recebeu, da Superintendência
de Seguros Privados do Brasil (SUSEP), uma
aprovação reguladora preliminar com vista
à fundação de uma nova companhia de seguros, totalmente brasileira, de propriedade e
acidentes, a Fairfax Seguros Corporativos S.A.
Fairfax Financial Holdings Limited (TSX:
FFH and FFH.U) has received preliminary
regulatory approval from the Superintendence
of Private Insurance in Brazil (SUSEP) for the
establishment of a new wholly-owned Brazilian
property and casualty insurance company,
Fairfax Brasil Seguros Corporativos S.A.
“Apraz-nos iniciar, no dinâmico mercado brasileiro, um empreendimento novo com um idealista brasileiro da área de seguros muitíssimo respeitado e bem sucedido, Jacques Bergman”, disse
o Presidente e CEO, Prem Watsa. “Jacques Bergman
tem um dos melhores ‘curricula’ do mercado
comercial brasileiro. É com um prazer antecipado
que esperamos trabalhar com Jacques Bergman
como Presidente do nosso novo empreendimento,
a Fairfax Brasil, assim como com os muitos profissionais talentosos da sua equipa de administração, para
desenvolver o novo negócio e os seus produtos”.
“We are pleased to be starting a new insurance
venture in the vibrant Brazilian market with a highly
respected and successful Brazilian insurance visionary,
Jacques Bergman.” said Prem Watsa, Chairman and
CEO. “Jacques has one of the best track records in
the Brazilian commercial insurance market. We look
forward to working with Jacques as President of our new
venture, Fairfax Brasil, and the many accomplished
professionals on his management team to develop the
new business and its products.”
Jacques Bergman, Presidente da Fairfax Brasil, tem
mais de 20 anos de experiência no mercado brasileiro de seguros, tendo desempenhado diversas funções na Itaú Seguros. Mais recentemente, foi Chief
Operating Officer da Itaú XL Seguros Corporativos,
S.A., uma das maiores seguradoras comerciais do
Brasil.
“Entusiasma-nos iniciar este novo empreendimento com uma organização de renome mundial
como a Fairfax”, disse Jacques Bergman, Presidente
da Fairfax Brasil. “Com a nossa combinação de tantos anos de experiência coroada de êxito dos seguros
brasileiros e com a abundância de seguros e experiência de investimentos a nível mundial que tem
a Fairfax, é com antecipado prazer que esperamos
construir uma extraordinária história de êxito no
mercado de seguros em crescimento no Brasil”.
À data da recepção da aprovação final por parte da
SUSEP, a Fairfax Brasil planeia estender a sua actividade, em todos os ramos comerciais, a todo o Brasil,
com um enfoque principal nos seguros de propriedade, energia, acidentes, segurança, marítimos,
financeiros, riscos específicos, cascos de navios
e aviação. A Fairfax Brasil tem a sede em São Paulo,
no Brasil, e o seu capital inicial é de 65 milhões de
reais.
Jacques Bergman, President of Fairfax Brasil, has over
20 years experience in the Brazilian insurance market,
with over 10 years working at various positions in Itaú
Seguros. Most recently Mr. Bergman was the Chief
Operating Officer of Itaú XL Seguros Corporativos S.A.,
one of the largest commercial insurers in Brazil.
“We are excited to be starting this new venture with
a world-class organization such as Fairfax,” said
Mr. Bergman, President of Fairfax Brasil. “With our
collective combination of many years of successful
experience in Brazilian insurance and Fairfax’s wealth
of insurance and investment experience around the
world we look forward to building a tremendous success
story in the growing Brazilian insurance market.”
Upon receipt of final SUSEP approval, Fairfax Brasil
plans to carry out its operations across Brazil, in all
lines of commercial business, with a primary focus on
property, energy, casualty, surety, marine, financial
lines, special risks, hull and aviation. Fairfax Brasil is
headquartered in São Paulo, Brazil and will have initial
capital of 65 million Reais.
Fairfax Financial Holdings Limited is a financial services
holding company which, through its subsidiaries,
is engaged in property and casualty insurance and
reinsurance and investment management.
em ‘Process Valuation’ pelo
French Petroleum Institute
da Universidade de Dijon.
A Fairfax Financial Holdings Limitada é uma companhia titular de serviços financeiros que, através das suas filiais, trata de seguros de propriedade
e acidentes, assim como da administração de resseguros e investimentos.
143
FairFax Financial holdings
Fairfax holding
em poucas palavras
Fairfax Holding
In brief
A Fairfax teve início em 1985, com a compra de uma
pequena companhia canadiana de seguros de
transportes em camião, com um total de activos de
apenas 31 milhões de dólares e uma equidade
comum de accionistas de 7.6 milhões de dólares.
Estes números aumentaram mil vezes nos 24 anos
que se seguiram. A Fairfax opera agora pelo mundo
fora, em mais de 50 países, e, no fim do terceiro
trimestre de 2009, tinha activos de 30 biliões de
dólares e uma equidade comum de accionistas de
7.5 biliões de dólares. O valor contábil (ou escritural)
da Fairfax tem contabilizado (satisfeito a obrigação) a
uma taxa (tarifa) anual de 25% desde há mais de 24
anos e o seu preço em acções tem capitalizado,
nesse período, a uma taxa anual de 23%
Fairfax began in 1985 with the purchase of a small
Canadian trucking insurance company with total assets
of only $30 million and common shareholders’ equity of
$7.6 million. Those figures have increased 1,000-fold in
the 24 years since. Fairfax now has operations around
the globe in over 50 countries and, at the end of the third
quarter of 2009, Fairfax had assets $30 billion and $7.5
billion of common shareholders equity. Fairfax’s book
value has compounded for over 24 years at an annual
rate of 25% and its stock price has compounded over that
period at an annual rate of 23%.
A Fairfax Financial Holding Limited é uma holding
de serviços financeiros cujo objectivo social é criar
valor a longo prazo para os accionistas através da
obtenção de uma alta taxa de crescimento
capitalizado do valor contabilístico por acção. A
companhia tem a presente administração desde
Setembro de 1985.
Objectivos
• O objectivo principal da FFH é capitalizar o valor
escritural por acção, a longo prazo, em 15%
anualmente, conduzindo a Fairfax e as suas filiais
para benefícios, a longo prazo, dos clientes,
colaboradores e accionistas - à custa de lucros a
curto prazo, se tal for necessário.
• O enfoque é o crescimento em valor escritural por
acção a longo prazo e não lucros trimestrais.
A companhia espera crescer através de recursos
internos, assim como de aquisições amigáveis.
• Queremos ser sempre financiados de forma
sustentável.
• Fazemos um “disclosure” anual completo, aos
nossos accionistas.
Estrutura
• As companhias FFH são descentralizadas e
dirigidas pelos presidentes, com excepção da
avaliação do desempenho, planeamento da
sucessão, aquisições e financiamento, que são
feitos pela Fairfax ou com a sua colaboração.
Encoraja-se a cooperação entre companhias, em
benefício da Fairfax no seu todo.
• Na Fairfax, a comunicação completa e aberta com
as suas filiais é uma condição essencial. Em todo o
Grupo encorajam-se a posse de acções e os grandes
incentivos. A sede da Fairfax será sempre uma
companhia holding muito pequena e não uma
companhia operacional.
Valores
• A honestidade e a integridade são essenciais em
todas as nossas relações e nunca serão comprometidas. A nossa orientação é para os resultados e não
para a política.
• Somos membros de uma equipa e não ‘egos’. Não
achamos o estilo de confrontação adequado.
Damos valor à lealdade - à Fairfax e aos nossos
colegas. Somos trabalhadores, mas não à custa da
nossa família.
• Reflectimos sempre sobre as oportunidades, mas
damos ênfase à protecção que é inconveniente e
procuramos maneiras de minimizar perdas de
capital.
• Somos empreendedores. Encorajamos as situações
em que se corram riscos calculados. Não há mal em
falhar, mas devemos aprender com os nossos
erros. Nunca comprometeremos a companhia em
quaisquer projectos ou aquisições. Acreditamos em
divertir-nos – a trabalhar!
144
Fairfax Financial Holdings Limited is a financial services
holding company whose corporate objective is to build
long term shareholder value by achieving a high rate of
compound growth in book value per share over the long
term. The company has been under present management
since September 1985.
Objectives
• FFH main objective is compound our book value per
share over the long term by 15% annually by running
Fairfax and its subsidiaries for the long term benefit of
customers, employees and shareholders – at the
expense of short term profits if necessary.
• Focus is long term growth in book value per share and
not quarterly earnings and expects to grow through
internal means as well as through friendly acquisitions
• We always want to be soundly financed
• We provide complete disclosure annually to our
shareholders
Structure
• FFH companies are decentralized and run by the
presidents except for performance evaluation,
succession planning, acquisitions and financing, which
are done by or with Fairfax. Cooperation among
companies is encouraged to the benefit of Fairfax in
total
• Complete and open communication between Fairfax
and its is an essential requirement at Fairfax
• Share ownership and large incentives are encouraged
across the Group.
• Fairfax head office will always be a very small holding
company and not an operating company
Values
• Honesty and integrity are essential in all of our
relationships
• and will never be compromised
• We are results oriented — not political
• We are team players — no "egos”. A confrontational
style is not appropriate. We value loyalty — to Fairfax
and our colleagues
• We are hard working but not at the expense of our
families
• We always look at opportunities but emphasize
downside protection and look for ways to minimize loss
of capital
• We are entrepreneurial. We encourage calculated
risk-taking.
• It is all right to fail but we should learn from our
mistakes
• We will never bet the company on any project or
acquisition
• We believe in having fun — at work!
“A Fairfax Brasil
planeia estender a sua
actividade, em todos
os ramos comerciais,
a todo o Brasil,
com um enfoque
principal nos seguros
de propriedade,
energia, acidentes,
segurança, marítimos,
financeiros, riscos
específicos, cascos
de navios e aviação.”
“Fairfax Brasil
plans to carry out
its operations across
Brazil, in all lines of
commercial business,
with a primary focus
on property, energy,
casualty, surety,
marine, financial
lines, special risks,
hull and aviation.”
145
BiBlioteca
LIBRARY
© Vas co Vil hen a
Biblioteca
Library
contrato
de Previdência
Privada
PRIvAte
WeLFARe
contRAct
Visão e comentário do outro lado do Atlântico
Vision and commentary across the Atlantic
Reunir num só livro todos os aspectos
mais relevantes sobre Previdência
Privada é, no mínimo, um projecto
audaz em qualquer país do mundo.
Antes de mais pela forma clara e sistematizada
como reúne e trata os vários aspectos, tão
diferenciados entre si, que condicionam as
escolhas que devem ser equacionadas quando
se pensa na reforma (aposentadoria).
A importância crescente dos sistemas
privados - como extensão e complemento
essencial dos Regimes Públicos - é hoje
um fenómeno praticamente universal,
nas sociedades ditas desenvolvidas, como
consequência da necessidade da sustentabilidade
do financiamento da Previdência.
Na sociedade brasileira, a factores como o
envelhecimento da população e o aumento
da esperança de vida acresce ainda o facto de
o regime público estabelecer um tecto nos
benefícios, o que implica que uma fatia da
população tem obrigatoriamente de financiar
de forma privada um complemento que
permita repor o seu nível de rendimentos
quando atinge a situação de reforma.
O livro está estruturado de forma que
permite aos leigos terem facilmente a sua
iniciação ao tema e os que, de alguma forma,
já são conhecedores encontrarem uma
sistematização de tudo o que é relevante para
aprofundarem os seus conhecimentos.
Começamos por ter um resumo do sistema de
Segurança Social estatal, pilar da Previdência
Social, incluindo a sua evolução histórica,
um resumo dos factores que contribuem
para a dinamização da previdência privada,
passando pelo seu enquadramento jurídico,
pela tipificação dos Planos, dos benefícios
e dos aspectos contratuais mais relevantes,
nomeadamente ao nível dos contratos de seguros.
Igualmente úteis são as definições dos
conceitos e terminologias ligados a este
tema, conjugado com a descrição do papel
dos diferentes agentes e reguladores que
actuam nesta área, permitindo de forma clara
compreender melhor toda esta temática.
Em síntese, não sendo conhecedora da legislação
e da oferta do mercado brasileiro nesta área, a
forma como o mesmo foi abordado entusiasmoume desde o início e levou-me a pensar quão
interessante seria dispormos de estudos similares
para outros mercados, incluindo o de Portugal.
Os meus parabéns à Ivy Cassa e votos de que o seu
contributo sirva de exemplo além-fronteiras!
To collect in one single book all the relevant features
of Private Welfare is, at the very least, an ambitious
project, no matter where in the world you try to do it.
The book employs a systematic approach to the
subject that is also quite clear. It makes sense of
a complex topic and skillfully navigates the choices
involved when you consider your retirement.
The growing relevance of private systems as
extensions to, and complements of, Public Welfare,
is now an all-but-universal phenomenon in
the developed world. It stems from the need to
promote sustainability in Welfare funding.
In Brazil, with an aging population and longer life
expectancies, plus a government cap to benefits,
a part of the population turns to private schemes,
which they see as a way to maintain a comfortable
income when they reach retirement age.
The book is conveniently structured and amenable
to those less familiar with the subject. More
experience readers will find a systematic approach
to all things relevant in the field; a resource for people
looking to deepen their knowledge of these matters.
The book opens with an outline of the government
Social Security system, including an historical
overview, a summary of the factors that drive
private welfare, legal frameworks, a breakdown of
available pension plans, benefits and contracts, and
insurance contracts in connection with the topic.
Another useful feature is the definition
of specialized concepts and terminology,
combined with descriptions for each agent and
regulator/legislator’s role in this field.
In a nutshell: I was not familiar with Brazilian
legislation on the subject, nor with the workings
of their market. The straightforward approach
in the book won me over from the start and
inevitably led me to thinking it would be
extremely interesting to have similar studies
about other markets, including the Portuguese.
Ivy Cassa is to be lauded for the effort,
which all of us should look up to!
texto / text:
autor: Ivy Cassa
editora: Editora MP e do IBDS (1ªedição, 2009)
Author: Ivy Cassa
Publisher: Editora MP and IBDS
(1st edition February, 2009)
Estudos de Direito do Seguro
Coordenado pelo Instituto Brasileiro
de Direito de Seguros – IBDS
Insurance Law Studies
Coordinated by the Instituto Brasileiro de Direito de
Seguros (Brazilian Institute for Insurance Law) – IBDS
Ana Mota
DIRECTORA EMPLOyEE BENEFITS MDS
EMPLOYEE BENEFITS MANAGING DIRECTOR MDS
e-mail:
[email protected]
146
Freedom
of thought
Being free to find the best possible insurance and reinsurance
solution for our clients is something Cooper Gay is hugely
passionate about. We’re independent, which allows us to
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Founded in 1965, the Cooper Gay Group is a leading
independent insurance and reinsurance intermediary.
Headquartered in London, the Group has a global network
asia
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australasia
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|
latin america
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north america
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Lloyd’s Broker and is regulated by
the Financial Services Authority.
148