Opções amigáveis
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Reportagem - Óleos e Derivados Opções amigáveis RPP 11303 oleos.indd 2 25/6/2007 16:13:18 O mercado de tintas tem o privilégio de poder optar por soluções ecologicamente corretas. Entre as várias substâncias não agressivas ao ambiente que compõem a tinta, o óleo vegetal é um item que contribui com esse importantíssimo fator, além de ser fonte renovável. D entre os importantes benefícios que a utilização dos óleos vegetais propicia à formulação das tintas, existe um fator principal: para secagem a estufa ou ao ar, vernizes sanitários, tintas tipográficas, lacas nitrocelulose, esmaltes sintéticos termoplásticos e termofixos para uso industrial em geral. a preocupação com o ambiente. Em outras palavras, o uso desses insumos proporciona às indústrias de tintas produtos de origens vegetais, não agressivos ao ambiente e de fontes totalmente renováveis. “Esse aspecto é de suma importância, principalmente numa indústria onde a maioria das matérias-primas é altamente tóxica e agressiva à natureza”, salienta José Morales, diretor da A.Azevedo. Os óleos e derivados, também conhecidos como oleoquímicos, são utilizados na formulação de determinadas resinas para diferentes tipos de tintas, esmaltes e vernizes. Suas principais características de desempenho nas tintas são brilho, aderência a alguns substratos, plasticidade, resistência a intempéries, velocidade de secagem e endurecimento rápido da película. Os óleos podem ser aplicados em diversos tipos de tintas, como tintas flexográficas, tintas gráficas, tintas de alumínio, vernizes Avanços O aperfeiçoamento do conhecimento técnico e os benefícios concebidos pelos óleos e derivados são dois fatores importantíssimos para o mercado, pois estão contribuindo para um aumento significativo da qualidade das tintas e resinas. “Nos últimos anos, verificamos grandes avanços na agricultura, nas áreas de desenvolvimento de sementes, técnicas de plantio, que visam aumento da produtividade e do rendimento das oleaginosas, o que possibilita às empresas um fornecimento regular dos óleos vegetais”, declara Priscila Melo, gerente da unidade de negócios da Aboissa. Morales, da A.Azevedo, destaca que os óleos vegetais nas tintas agem como plastificantes e proporcionam elasticidade, além de um acabamento mais “aveludado”. Em uma comparação, por exemplo, entre ácidos graxos e óleos na preparação de resinas alquídicas, Anselmo França, representante www.paintshow.com.br RPP 11303 oleos.indd 3 Por Lucélia Monfardini técnico da D’Altomare, destaca as seguintes vantagens do oleoquímico. “As características mais relevantes são menor tempo de processamento; maior liberdade na escolha de poliálcoois; possibilidade de uso de uma determinada mistura de ácidos graxos; eliminação das reações secundárias que ocorrem durante a alcoólise, como a transformação de glicerina na acroleína; melhor controle de poliesterificação; possibilidade de obtenção de polímeros com maior PAINT & PINTURA Julho 2007 87 25/6/2007 16:13:24 químicos, um exemplo que podemos citar é o óleo de soja, por suas aplicações industriais que substitui produtos petroquímicos. Este tipo de desenvolvimento está sendo realizado também com os derivados dos óleos vegetais, onde buscam o melhor aproveitamento deles nas atuais aplicações”. José Morales, diretor da A.Azevedo Eduardo Oliva, coordenador da UniAmerica Brasil 88 Julho 2007 RPP 11303 oleos.indd 4 PAINT & PINTURA peso molecular médio, associado a uma distribuição mais estreita”, lista. França ainda comenta sobre a porcentagem de óleo que pode variar em uma formulação dependendo do tipo de tinta e uso específico. “A porcentagem de óleo é variável, pois o tipo e a quantidade de óleos e derivados utilizados na preparação das resinas determinam a aplicação destes polímeros nas diferentes espécies de tintas, esmaltes e vernizes. Por exemplo, para uma resina alquídica curta em óleo, geralmente se utiliza 30% em peso de ácido graxo”, explica. Eduardo Oliva, coordenardor da UniAmerica Brasil, afirma que existem pesquisas com a finalidade de melhorar o aproveitamento da utilização dos óleos vegetais nesse setor. “Em alguns casos, em substituição a produtos petro- Tipos de óleos A atuação da Aboissa no setor de tintas se estendeu para outros países, além do mercado brasileiro. “Atualmente atendemos distribuidores de matériasprimas e fábricas de tintas na Europa, Estados Unidos, México, Argentina e Colômbia. Há um ano representamos com exclusividade a Ibraquimica, que fabrica diversos derivados de óleos vegetais para este setor”, conta Priscila, antecipando que a empresa estará pela primeira vez expondo seus produtos na Abrafati/2007. A Aboissa disponibiliza vários tipos de óleos e derivados para o mercado de tintas, entre eles estão o ácido graxo destilado de coco, ácido graxo destilado de mamona, ácido graxo destilado de linhaça, ácido graxo destilado de soja, glicerina vegetal bi-destilidada, lecitina de soja, líquido da casca de castanha de caju, óleo de algodão semi-refinado, óleo de linhaça bruto, óleo de linhaça oxidado, óleo de linhaça polimerizado Z2Z3, óleo de linhaça refinado, óleo de oiticica, óleo de mamona www.paintshow.com.br 25/6/2007 16:13:39 Priscila Melo, gerente da unidade de negócios da Aboissa Anselmo França, representante técnico da D’Altomare desidratado GH, óleo de mamona desidratado e polimerizado, óleo de mamona oxidado, óleo de mamona tipo 1, óleo de soja oxidado, óleo de soja polimerizado, óleo de soja refinado, óleo de tungue. Já a D’Altomare, além da variedade de ácidos graxos destilados e fracionados, os quais variam de C8 a C22, também possui ácidos diméricos, indicados para utilização na fabricação de resinas baseadas em poliamidas e nas formulações de tintas de impressão, que conferem interessantes propriedades nas mesmas. França destaca que a D’Altomare A A.Azevedo tem em seu portfólio de produtos os principais tipos de óleos para o mercado de tintas, como óleo de linhaça, óleo de mamona, óleo de mamona hidrogenado, óleo de soja, óleo de coco babaçu, óleo de pinho, entre outros. Oliva, da UniAmerica, afirma que a empresa fornece ao mercado vários tipos de óleos, entre eles, óleo de soja refinado, óleo de soja hidrogenado, óleo de tungue, óleo de linhaça refinado, óleo de oiticida, óleo de mamona nº 1, óleo de mamona desidratado, ácido graxo de babaçu, LCC-Líquido da castanha de caju, ácido graxo de soja, lecitina de soja, óleo de mamona hidrogenado, óleo de linhaça polimerizado, óleo de babaçu refinado, óleo de mamona epoxidado. amplia a cada ano sua equipe de consultores e técnicos para o segmento de tintas, bem como a linha de especialidades oferecidas. “Nosso suporte técnico é muito importante para o esclarecimento de quaisquer dúvidas relacionadas à utilização dos nossos produtos como dispersantes, resinas, antiespumantes e aditivos, ajudando nossos clientes em formulações e processos produtivos”. www.paintshow.com.br RPP 11303 oleos.indd 5 Mercado Na visão de Morales, da A.Azevedo, o consumo de óleos vegetais no mercado de tintas está apresentando um importante crescimento. “Existe um aumento no consumo, principalmente, de produtos mais estruturados, não somente em óleos in-natura, mas também em óleos de soja, mamona, coco e linhaça”. Ele ainda alerta sobre algumas dificuldades que o setor está enfrentando. “A maior dificuldade encontrada para o desenvolvimento desse segmento é a sonegação de impostos. Empresas sem nenhum tipo de histórico industrial estão praticando preços altamente agressivos, canibalizando o mercado e diminuindo a possibilidade de empresas sérias aumentarem investimentos em pesquisa e desenvolvimento”. Para Machado, da D’Altomare, esse mercado vem crescendo, pois oferece produtos de origem renovável, como plantas oleaginosas. “Outro fator que justifica esse aumento é o incentivo do governo federal para a produção de biodiesel no País. A oferta destes óleos no mercado tende a aumentar, diminuindo assim o custo; ou também pode ocorrer o contrário, a produção se concentrará na fabricação de biodiesel, o que acarretará a falta de alguns itens no mercado”, prevê. Já Priscila, da Aboissa, nota que o desenvolvimento de novas tecnologias de resinas e tintas tem causado um impacto de redução no consumo de óleos vegetais ano a ano, principalmente no caso de tintas decorativas. “Porém em outros segmentos de tintas industriais e de diferentes aplicações essas tecnologias não se tornam eficientes, de maneira que o consumo se mantém constante”, analisa. P&P PAINT & PINTURA Junho 2007 89 25/6/2007 16:13:48