Volkswagen - Portal dos Jornalistas

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Volkswagen - Portal dos Jornalistas
Uma história de pessoas e suas
realizações. Novo site do
Núcleo da Cultura Odebrecht
www.culturaodebrecht.com.br
Volkswagen
Edição 661
Foi um tiro
Esses 13 anos de vida que celebramos com esta edição
mais do que especial de Jornalistas&Cia passaram muito
rápido, como um tiro. Outro dia mesmo estávamos diante de uma “revolucionária” máquina de fax, passando,
um a um, os “exemplares” do então FaxMOAGEM, para
corajosos assinantes que em nós acreditaram, entre
eles os pioneiros Audálio Dantas e Banco Bradesco,
ambos ainda hoje fiéis leitores do informativo.
O fax ficou no passado, inclusive no nome, que virou Jornalistas&Cia.
Em que pese a comparação desses 13 anos de estrada
com um tiro, somos da paz e do bem e é isso que nos move.
Nossa vocação é a de promover reencontros, identificar e divulgar oportunidades, colocar na vitrine nossos valorosos profissionais, mostrar as coisas boas (e também as não tão boas assim) para um número cada vez
maior de leitores – número que estimamos ser hoje da ordem de 35 mil,
entre aqueles que nos lêem nesse imenso Brasil e outros a quem chegamos, graças à revolucionária internet, no exterior.
Falo estimados 35 mil leitores porque realmente é difícil calcular o número exato, tal a multiplicação, impossível de controlar, de nossos quase 3
mil disparos semanais, seja por conta da retransmissão para outros emails, seja pela impressão em papel, que depois segue para murais, onde
a leitura é compartilhada por dezenas, centenas de jornalistas, em locais
(redações e agências) de alto adensamento profissional.
Nossa maior pesquisa é a repercussão das notícias que publicamos. E
esta pode ser comprovada por um sem-número de depoimentos que
colecionamos ao longo da história.
Não existe coisa mais gostosa para um editor do que ouvir de seus leito-
24 a 30 de setembro de 2008
res afirmações do tipo “eu não consigo começar minha 4ª.feira enquanto
J&Cia não chega”. É música para os ouvidos. E, felizmente, na nossa
história essa tem sido uma sinfonia permanente.
E assim esperamos que continue e esse é o nosso compromisso maior.
Como homenagem a esses 13 anos, cuidamos com esmero da edição
que está chegando às suas mãos e aos seus olhos (quem sabe, ao seu
coração). Ela está recheada de matérias especiais que a muitos, temos
certeza, vão surpreender e encantar. Será, a nosso juízo, uma edição para
ler, reler e guardar.
Na primeira parte, até a página 5, os leitores poderão acompanhar o noticiário quente da semana; e na segunda, matérias que vão mostrar casais
de jornalistas, irmãos jornalistas, filhos de jornalistas, mulheres jornalistas que chegaram lá e um pouco do que aconteceu na história de nossa
atividade nesses 13 anos de vida de J&Cia, inclusive alguns dos nomes
que se foram antes do combinado, deixando o jornalismo mais triste.
Ao concluir, quero aqui fazer um agradecimento público aos nossos patrocinadores, anunciantes, assinantes e leitores, sem os quais obviamente
não existiríamos. E outro, especial, à equipe que tem sido motor dessa
trajetória de sucesso: o editor-executivo Wilson Baroncelli; o diretor comercial Sílvio Ribeiro; as editoras regionais Cristina Vaz de Carvalho,
no Rio, e Kátia Morais, em Brasília; as correspondentes Ana Cecília
Rezende / Raquel Vianna, em Minas Gerais, Mariana Trindade, na
Bahia, Sarah Castro, em Santa Catarina, e Thell de Castro, no Interior
de São Paulo; o estagiário e assistente de Redação Luiz Anversa; o chargista Mário César; e nosso produtor e designer Paulo Sant’Ana. E não
poderia esquecer a colaboração que esta edição teve de Célia Chaim
(que também tem sido nossa editora-contribuinte na série J&Cia Entrevista) e de Pedro Venceslau, valorosos e reconhecidos colegas.
Boa leitura!
Eduardo Ribeiro
As páginas que a ditadura censurou de Estadão e JT em exposição na PUC-SP
„ Vai até sábado (27/9), no Centro de Documentação e Informação Científica Prof. Casemiro dos
Reis Filho (Cedic) da PUC-SP (rua
Monte Alegre, 984, Prédio
ERBM), a mostra 1968, mordaça
no Estadão, com as páginas origi-
nais dos jornais O Estado de
S.Paulo e Jornal da Tarde censuradas durante a ditadura e com
anotações dos censores nunca
apresentadas ao público. A exposição acontece em comemoração
aos 28 anos do Centro. A entrada
é franca e os horários são: 9 às
21h, durante a semana, e das 9
às 14h, no sábado. Outras informações com Marco Barone
([email protected]), no 113277-8891, ramal 22.
Após São Paulo, Vejinha prepara-se para bater recorde também no Rio
„ As Vejinhas São Paulo e Rio
estão em festa. O especial Comer & Beber, que circulou no último final de semana em São
Paulo, saiu com 464 páginas, 210
delas de publicidade – recorde
absoluto da Vejinha e a maior re-
vista, em número de páginas, já
publicada pela Abril. São números melhores até que os da maior concorrente do gênero, a Eating & Drinking, que saiu este ano
com 434 páginas, das quais 200
de publicidade. A edição foi preparada, segundo informou a este
J&Cia o diretor Carlos Maranhão, pelos seguintes profissionais: Wanderley Sanches (editor), Arnaldo Lorençato (Restaurantes e Vinhos), Fabio Wright
(Bares), Juliana de Faria (Comidinhas), Valdécio de Oliveira
(edição de Arte), Marcos Rogério da Silva (designer), Mário
Rodrigues e Fernando Moraes
(fotógrafos), Taciana Azevedo e
Ana Sílvia Simões (checadoras),
Kiki Romero (produção visual) e
Carlos Neri (capa). A festa prossegue no primeiro final de semana de outubro, quando chegará
às bancas o especial Comer &
Beber de Veja Rio. O espelho ainda não está pronto, mas a revista também deverá ser a maior da
história de Veja Rio, com cerca de
350 páginas.
Volkswagen
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Edição 661
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SÃO PAULO
Sandra Boccia sucede Roberta Rossetto na Pequenas Empresas
„ Sandra Boccia, atual editora na
Marie Claire, assume, a partir desta 5ª.feira (25/9), a Direção de Redação da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Substitui, no cargo, Roberta Rossetto
([email protected]),
que está deixando a Editora Globo
(desliga-se oficialmente em 30/9)
para regressar à H.Stern, empresa onde já havia trabalhado por oito
anos, entre 1996 e 2004. Ali, vai
se dedicar a projetos de responsabilidade social e também coorde-
nar a equipe de Comunicação e
Assessoria de Imprensa em todo
o Brasil e também de Estados
Unidos, Argentina, Alemanha,
França e Israel. Sandra (sboccia@
edglobo.com.br), que antes de seu
atual trabalho colaborou em veícu-
Renato Krausz deixa o Agora São Paulo e começa na VIP
„ Renato Krausz deixou há pouco
mais de uma semana a Chefia de
Reportagem do Agora São Paulo,
onde estava desde o lançamento,
em 1999, e começou como editorsênior da VIP, a convite do diretor
de Redação Celso Miranda. Em
janeiro próximo ele completaria 15
anos de Grupo Folha, tendo atuado
também em Folha de S.Paulo, Notícias Populares e Folha daTarde (os
dois últimos já extintos), em diversas funções (repórter, repórter especial, editor e secretário de Reda-
ção). Na Abril, seu novo e-mail é
renato.krausz@ abril.com.br.
„ Ricardo Osman está de volta
ao Diário do Comércio, após período trabalhando na IstoÉ. Chega para a vaga de Davi Franzon
que foi para o iG.
los como O Globo, Valor Econômico, Veja e Exame, era desde 1994
editora de Internacional e Viagens
de Marie Claire. Ela se reportará a
Nelson Blecher, diretor do Núcleo
de Jornalismo de Negócios.
„ Denise Juliani deixou a Gazeta
Mercantil, onde editava Finanças,
e começou na última 2ª.feira (22/
9) como editora de Economia do
Jornal da Tarde, na vaga que permanecia aberta desde a saída, em
julho, de Valmir Zambrano.
Diário de S.Paulo monta estúdio para interagir na programação da Rádio Globo
„ O Diário de S.Paulo inaugura,
na próxima 3ª.feira (7/10), às 17h,
o Estúdio Osmar Santos, consolidando um projeto que vem sendo discutido há seis meses entre o jornal e a Rádio Globo e que
viabilizará a entrada permanente
de repórteres do jornal na programação da rádio, com qualidade
de estúdio. O próprio Osmar
Santos, homenageado pelas
duas casas, cortará a fita, abrindo oficialmente o estúdio, no programa Globo Cidade, comandado por Osvaldo Pascoal. O objetivo, segundo informou o editorchefe do Diário, Luiz André
Alzer, é ampliar as entradas ao
vivo que a Redação já realiza na
programação da Rádio Globo:
“Adaptamos uma sala de reuniões, que foi transformada em
estúdio, com equipamentos que
a rádio Globo aqui instalou e um
grande painel com fotos de diferentes momentos da vida e da
carreira do Osmar, que é um símbolo do rádio brasileiro.”
„ A operação para aumentar a
sinergia entre os produtos foi um
trabalho de parceria desenvolvido por Alzer com o gerente-executivo da Rádio Globo de São
Paulo, Marcus Aurélio, e com o
ASSESSORIAS-SP
Eleno Mendonça acumula nova Diretoria na DPZ. Zaccaria Jr.
começa na Madeira Energia. Simone Leal deixa Anfavea
„ Eleno Mendonça está assumindo novas funções na DPZ, onde há
quatro anos comanda a Diretoria de
Comunicação. Ele agora passa a
acumular a recém-criada Diretoria
de Relações Governamentais, que
trata, entre outros assuntos, de concorrências públicas e do relacionamento da agência com seus atuais
e futuros clientes governamentais.
„ Zaccaria Junior assumiu a Chefia de Relações Institucionais da
CURTAS-SP
„ A Rádio Globo estreou, nesta
3ª.feira (23/9), em São Paulo, o projeto Globo Esportivo nas Universidades, que já existe no Rio de Janeiro
e começou recentemente também
em Belo Horizonte. Na estréia, o Globomóvel, estúdio móvel da emissora, esteve no campus da Metodista, em São Bernardo do Campo, dali
transmitindo ao vivo, no início da
noite, o Globo Esportivo, com Oscar Ulisses e participação dos alu-
Madeira Energia S/A – Mesa, concessionária responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Santo
Antônio, no Rio Madeira (Porto Velho, Rondônia), que tem como acionistas Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig, Banif e
Santander. Zaccaria foi assessor de
Relações Institucionais da Pirelli,
editor-assistente da revista e do site
Primeira Leitura e já passou pela
Assessoria Especial de Geraldo Al-
nos e espectadores presentes.
„ José Mojica Marins, o Zé do Caixão, é o editor convidado do caderno Variedades do Jornal daTarde que
circula nesta 5ª.feira (25/9). Será um
caderno com a cara dele, repleto de
histórias sombrias. Entre outras
matérias, está a dos endereços malassombrados de São Paulo; a história de pessoas que trabalham “entre
a vida e a morte”,como funcionários
do Instituto Médico Legal; coveiros e
maquiadores de cadáveres; o perfil
diretor-executivo da rádio no Brasil, Giovanni Faria. Cerca de 15
profissionais do jornal passaram
por uma oficina de Radiojornalismo, para aprender as técnicas e
também noções de locução,
construção de linguagem radiofônica e exercícios de improviso.
„ “A idéia é que tenhamos uma
atuação constante na programação da rádio, com a participação
dos repórteres em vários programas da grade, como os diários
Globo Cidade SP e Globo Esportivo, além de giros pela redação
que vão entrar no ar ao longo da
tarde” – diz Alzer, acrescentan-
do que “nas manhãs de domingo, teremos o quadro Diário da
Fama, que leva o mesmo nome
da coluna e vai tratar do mundo
das celebridades”. Segundo garante, “o projeto é ambicioso
porque não vai limitar a participação dos jornalistas do Diário em
apenas um ou dois horários, mas
sim ao longo de toda a programação e de acordo com o calor
das notícias do dia. Como o estúdio foi montado numa sala
grande e com uma grande mesa,
teremos inclusive a possibilidade
de promover debates com vários convidados”.
ckmin, no Governo de São Paulo, e
CDN. O novo e-mail dele é zaccaria
@madeiraenergia.com.br.
„ Simone Leal despediu-se recentemente da Anfavea, após 21 anos
respondendo pela área de relações
públicas da entidade. Está disponível a propostas e pode ser contatada pelo e-mail simoneleal.rp@gmail.
com ou 11-9133-2274 / 3582-8670.
„ Luiz Vitiello incorporou-se há
alguns dias à equipe da Via News,
de Pedro Cadina. Com mais de 32
anos de atuação em comunicação
corporativa como cliente, grande
parte coordenando a Comunicação
da Petróleo Ipiranga, em São Paulo, Vitiello vive sua primeira experiência de fornecedor, no staff de
uma agência de comunicação. Os
novos contatos profissionais dele
são [email protected] e
11-7657-4910.
„ Bianca de Castro é a nova coordenadora de Comunicação Corporativa da Herbalife, passando a responder pelas áreas de relações
públicas, imprensa, comunicação
interna, responsabilidade social,
publicidade e eventos esportivos,
culturais e médicos da empresa.
Bianca foi anteriormente da Edelman, ali atuando por cinco anos na
Divisão de Consumo. O novo email dela é [email protected]
e o telefone, 11-3879-7895.
„ Renata Camargo, vinda da Publicom, onde atuou como gerente
de Núcleo para Novartis, Kraft Foods e General Shopping Brasil, assumiu a Gerência de Gestão de
Clientes da TV1 Editorial, agência
de conteúdo do Grupo TV1, dirigida por Ernesto Bernardes. Os
novos contatos dela são 11-36770826 e [email protected] .
„ Rosângela Bezerra deixou, na
última 6ª.feira (19/9), a Assessoria
de Imprensa do Grupo Pão de Açúcar, onde esteve durante quase
cinco anos. Ainda não definiu os
próximos passos profissionais. Os
contatos dela são rosangela.beze
[email protected] e 11-8821-4150.
de um homem conhecido por Cemitério, que coleciona caixões em casa;
e a história de uma banda chamada
Sociedade Grã Ordem Mojiquista,
seguidora fiel do cineasta. De quebra, a aventura de um repórter do JT
que vai escrever sobre a aventura de
passar uma noite na casa do cineasta, décimo convidado do projeto que
circula sempre na última semana de
cada mês. Já participaram, entre outros, Caco Barcellos, Mauricio de
Sousa e Maitê Proença.
HUMOR
Por Mário César de Oliveira
([email protected])
Volkswagen
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AGENDA-SP
Consultor Jurídico lança Anuário da Justiça Paulista
„ O site Consultor Jurídico, dirigido
por Márcio Chaer, lança, na próxima 2ª.feira (29/9), com o apoio da
Unip, o Anuário da Justiça Paulista
2008, uma espécie de retrato em
corpo inteiro do Tribunal de Justiça
de São Paulo, o maior do mundo.
Diz Chaer sobre o projeto: “Por qualquer ângulo que se olhe, o TJ-SP é
uma enormidade: ele conta hoje
com mais de 700 julgadores, entre
desembargadores, juízes de segundo grau e juízes convocados, para
dar conta de cerca de 500 mil recursos que chegam a cada ano. Na primeira instância, o número de processos em tramitação já ultrapassa
os 17 milhões. E foi para jogar uma
SÃO PAULO – INTERIOR (*)
„ Em Ribeirão Preto, movimentações nas agências Milagre do Verbo, que contratou Godi Júnior (exFonte Assessoria e que continua
editor de conteúdo do portal Tele
História e editor da revista Bem Viver); e Outras Palavras, onde come-
luz sobre o mundo do Judiciário paulista que a equipe do Consultor Jurídico fez o Anuário”.Além dos dados
biográficos dos desembargadores e
juízes de segundo grau, ele traz a
resenha das decisões mais importantes proferidas pelo tribunal em
2007, um ranking dos municípios que
produzem mais leis inconstitucionais
no Estado de São Paulo e reportagens especiais mostrando como trabalham os 1.180 juízes que atendem
à população dos 646 municípios paulistas e como funcionam a Justiça
Federal e a Justiça do Trabalho no
mais rico e mais populoso estado
do Brasil. A festa de lançamento está
marcada para o Maksoud Plaza (al.
çou Fernanda Cicillini (ex-Rádio
UFSCar FM, de São Carlos, e Folha
de S.Paulo, em Ribeirão Preto).
CURTAS-INTERIOR
„ A EPTV de Ribeirão, afiliada Globo, criou um núcleo especial com
cinco profissionais para cobrir as
Campinas, 150), a partir das 19 horas. Informações pelo 11-3094-7492,
com Elizabeth ou Ana Cláudia.
24/9 (4ª.feira) – „ A empresária
Lourdes Magalhães convida para
o coquetel de lançamento da sua
Primavera Editorial e dos primeiros
títulos do catálogo da empresa, La
Lhorona, de Marcela Serrano, e 31
Profissão Solteira, de Cláudia Aldana, na Livraria da Vila do Shopping Cidade Jardim (av. Magalhães
de Castro,12.000 – pista local da
Marginal do Pinheiros, entre as pontes Cidade Jardim e Morumbi).
Outras informações com Betânia
Lins (betania.lins@printeccomuni
cacao.com.br) no 11-5182-1806.
28/9 (domingo) – „ Hildebrando
Pafundi ([email protected]) lan-
ça na Livraria Nobel do Shopping
ABC (av. Pereira Barreto, 42, Santo André), a partir das 14h, Janela
da liberdade e outras histórias (Editora Espaço IDEA), seu primeiro
livro infantil. Durante o evento,
também estarão à venda os livros
anteriores do autor, No ritmo sensual da dança (contos) e Cotidiano
e imaginário do ano 2000 (diário).
1º/10 (4ª.feira) – „ A Aberje realiza a
2ª Reunião de seu Comitê de Desenvolvimento Profissional, das 8h30 às
11h30, com as presenças de Olinta
Cardoso, diretora de Comunicação
Institucional da Vale, e Alfredo José
Assumpção, presidente da Fesa Global Recruiters. Informações com
Emily Stalder, pelo 11-3662-3990 ou
[email protected].
Eleições 2008, sob a liderança do
chefe de Redação Sérgio Trindade. A emissora, aliás, já definiu
também o nome do profissional
que mediará os debates dos candidatos a prefeito das cidades da
região: Chico Ferreira. A gerente
de Jornalismo da EPTV Ribeirão é
Edith Gonçalves.
„ A editora-chefe e apresentadora Luciane do Valle foi escalada
pela TV Uniara para ancorar a série
de encontros com os candidatos
a prefeitos de Araraquara, que a
emissora sediará entre os dias 22
e 29 de setembro.
(*) Com a colaboração de Thell de Castro ([email protected] e 16-8147-0543), do portal Tele História (www.telehistoria.com.br).
O Brasil dos correspondentes
„ Será lançado em Brasília, na próxima 2ª.feira (29/9), no Bar Monumental (Cls 201 Bl C, s/nº, loja 33),
a partir das 19h, o Brasil dos Correspondentes (Editora Mérito), obra
que reúne artigos de vários correspondentes estrangeiros que atuam
no País, produzida em comemora-
ção aos 30 anos da ACE – Associação dos Correspondentes Estrangeiros. Organizado por Jan Rocha,
Verónica Goyzueta e Thomas
Milz, o livro conta 30 anos da história do Brasil pela ótica de correspondentes que aqui trabalham. São
fragmentos da história, da econo-
mia e da cultura do País, ilustrados
com documentos, imagens, capas
de jornais e revistas, que saíram
diretamente das gavetas e arquivos
pessoais para as páginas do livro, o
que o torna também um documento importante para quem quer conhecer a história da imprensa estrangeira no Brasil. Já lançado em
São Luís, Natal e Santos, sempre
com o apoio da TAM, o livro chega
a São Paulo no dia 9/10, em evento
marcado para a Fnac Pinheiros. Alberto Dines assina a apresentação
e as fotos são de Roberto Cattani
e Paulo Fridman. Outros detalhes
da obra no link www.youtube.com/
watch?v=U_Kq7xyiOVs .
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Volkswagen
RIO DE JANEIRO
Gustavo de Almeida começa na IstoÉ
Maíra Magro, que foi do Valor Econômico em São Paulo, da Gazeta
Mercantil em Minas Gerais e, por
último, morou nos Estados Unidos,
trabalhando para a ONG Article 19.
„ Fernanda Pontes foi para a coluna Gente Boa, de Joaquim Ferreira dos Santos, no Segundo
Caderno de O Globo. Entrou no
lugar de Telma Alvarenga, que foi
morar em Salvador. Fernanda vem
da editoria Rio, na qual foi substituída por Isabela Bastos, que estava no Jornal de Bairros. A Rio
cedeu ainda Daniel Engelbrecht
para o Departamento Jurídico do
jornal, pois ele acaba de se formar
em Direito. Para a vaga aberta, virá
em outubro Rogério Daflon, do
Esporte, logo que voltar de férias.
E para o Esporte vai Tatiana Fur-
tado, também do Bairros.
„ Ana de Souza (ana.souza.allia
[email protected]) está no Extra, cuidando da programação de show e
teatro para o caderno Sessão Extra. Os eventos gratuitos continuam com Simone Gondim. Ana
trabalhou no caderno D, de O Dia,
até julho e depois fez frilas para a
Folha de S.Paulo.
Sant’Anna, pelo que pedimos desculpas. Ele tomou a iniciativa de
responder, então, ao que fora perguntado desde o início: trabalhou
em O Globo, no JB, e passou os
últimos tempos em agências de
publicidade. Em quase tudo, muito parecidos.
„ Ana Lúcia Rangel, ex-assessora da CBF, vai ministrar o curso de
extensão Assessoria de Comunicação em Esportes, no campus
Rebouças da Universidade Estácio
de Sá (rua do Bispo, 83). Com início previsto para 8/10, o curso tem
no programa os fundamentos do
trabalho, incluindo imprensa, RP e
eventos; a evolução do Jornalismo
esportivo nas várias mídias; o diaa-dia da atividade, o relacionamento com atletas, entidades e patrocinadores, além de casos ilustrativos. As inscrições podem ser feitas pelo www.estacio.br.
„ Mehane Albuquerque (mara
[email protected]) escreveu, com a publicitária Lia Medeiros, um trabalho sobre Comunicação e Sustentabilidade, apresentado ao público da Rio Oil &
Gas, no Riocentro, na semana que
passou. Na palestra de apresentação, as autoras mostraram o
que uma empresa pode fazer para
integrar corretamente todos os
grupos com os quais se relacio-
na, comunicar suas ações de forma clara e eficiente, e gerar credibilidade.
xa de ser Globo Online e passa a
se chamar O Globo, a capa na
internet terá o mesmo header do
impresso, e a produção de conteúdo será mais integrada entre as
redações. O papel amplia a interatividade com o leitor, herança
digital. A F/Nazca Saatchi&Saatchi
criou uma campanha publicitária
que vai aparecer em todas as mídias do grupo, incluindo o novo slogan Muito além do papel de um
jornal, em substituição ao anterior
Faz diferença.
„ Liana Milanez, gerente-executiva da Rádio MEC, foi a representante das oito emissoras que compõem o grupo de rádios da EBC,
a empresa pública de Comunicação, na 7ª Bienal Internacional de
Rádio, no México, entre 8 e 12 de
setembro. O tema do encontro
era A rádio frente ao futuro: O
impacto da convergência tecnológica. Participaram da Bienal 76
convidados de 16 países. Paralelamente aos debates, foram realizados 11 cursos para estudantes
e profissionais de rádio.
nários que atuam na Coordenação
de Jornalismo da Câmara dos Deputados (61-3216-1525). Sob o comando de Christian Morais, chegaram por lá Márcia Becker, vinda
da TV Câmara, Camila Santana e
a estagiária Ana Helena Melo.
„ Beatriz Ribeiro é a nova sócia
de Ratão, Luiz Antunes, na E-CO
Soluções em Comunicação (613201-0125 / 3202-0124). A agência
está cuidando da divulgação regi-
onal da SAP, multinacional de desenvolvimento de softwares de
negócios, e do XXVI Congresso
Brasileiro de Psiquiatria, trabalhos
desenvolvidos em parceria com as
agências TV1 e Assessora, de São
Paulo. Bia já atuou em empresas
como Coca-Cola, Instituto Ronald
McDonald, Bondinho Pão-de-Açúcar e Andreoli MSL.
ASSESSORIAS-RJ
Firjan: Sant’Anna não é Santana
„ Na edição anterior, J&Cia noticiou a contratação recente de João
Santana pela Firjan. Do nome, temos que corrigir apenas a ortografia, pois o correto é João
Sant’Anna. Mas da biografia publicada nada se aproveita, pois pertence ao homônimo, que continua
envolvido com campanhas políticas. J&Cia falou com Sant’Anna na
Firjan, confirmou sua chegada e
pediu dados profissionais, que ele
preferiu não fornecer. Uma infeliz
coincidência de informações, na
checagem feita por J&Cia, levou ao
erro e à nota incorreta, com ampla
repercussão, o que contrariou
AGENDA-RJ
26/9 (6ª.feira) – „ Sai a nova revista
Programa do JB. As seções foram
reformuladas e há novas colunas.
„ Na mesma 6ª, a Aberje realiza o
curso Endomarketing: prioridades
empresariais através do estratégico alinhamento interno. O instru-
tor é Saul Bekin, criador do termo
endomarketing. No programa estão o marketing e os relacionamentos apoiados na comunicação, o
desenvolvimento da lealdade dos
funcionários, e de quem é a responsabilidade pela sustentabilidade, entre outros tópicos. As informações podem ser conferidas no
www.aberje.com.br.
CURTAS-RJ
„ O Globo unificou as marcas do
jornal impresso e do site, desde o
último domingo, 21/9. O site dei-
Mais um ano
de informação
com qualidade.
Parabéns equipe
Jornalistas & Cia!
www.approach.com.br
„ Gustavo de Almeida (gustavo
[email protected]) começou na IstoÉ no início da última
semana. Ele era sub da Geral e
chefe de Reportagem interino de
O Dia e estava também no Blog
da Segurança, no site do jornal;
antes disso, foi editor de Cidade
do JB, mas é a primeira revista de
sua carreira. A IstoÉ recebe ainda
BRASÍLIA
„ João Paulo Charleaux deixou
Brasília com destino a São Paulo.
Ele despediu-se do cargo de coordenador de Comunicação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para Brasil, Argentina, Chile,
Uruguai e Paraguai, em Brasília,
onde permaneceu por sete anos,
e começou como editor-assistente de Internacional no Estadão.
„ No Jornal de Brasília, registro para
o retorno de férias, nesta 2ª.feira
(22/9), do chefe de Redação Freddy
Charlson. Por lá também foram
contratados o repórter de Política
Valdecyr Rodrigues e as estagiárias Ana Leitão e Vilhena Soares.
E trocaram de postos na redação,
Gisela Cabral, que era de Cidades
e foi para Economia, e Larissa Leite, que fez o caminho inverso.
ASSESSORIAS-DF
„ Completa-se o quadro de funcio-
CURTA-DF
Rádio Câmara destaca em série 20 anos da Constituição
„ Até a próxima 6ª.feira (26/9), a
Rádio Câmara transmite, de 8h às
23h, reportagem especial sobre os
20 anos da Constituição, que serão comemorados em 5 de outubro. A série traz opiniões e informações dos constituintes, parlamentares, ex-parlamentares, especialistas de diversas áreas e representantes da sociedade civil. A reportagem é de Alexandre Pôrto,
com edição de Aprígio Nogueira,
produção de Lucélia Cristina e
Lena Araújo, e trabalhos técnicos
de Milton Santos.
„ A Rádio Senado apresenta nes-
ta 6ª.feira (26/9), às 18h, o especial Machado de Assis: da infância
pobre à consagração como escritor. O programa, que tem uma hora
e meia de duração e que é reprisado aos sábados (10h) e domingos
(17h), traz uma entrevista com o
filósofo e acadêmico Sérgio Paulo Rouanet, e trechos de Machado interpretados pelo ator Marco
Antunes.
„ Antonio Carlos Leite, diretor de
Redação de A Notícia Agora (ES),
substituirá Alexandre Bach, editorchefe do Diário Gaúcho (RS), no fórum sobre jornais populares que a
Secom, da Presidência da República, realizará para os assessores de
comunicação do Governo Federal,
em 1º de outubro, às 9h, no Auditório do Anexo I, do Palácio do Planalto. Antonio Carlos dividirá a mesa
com Teodomiro Braga, diretor-executivo do jornal Super Notícias (MG),
e Octavio Guedes, editor-executivo do Extra (RJ). Outras informações
pelo telefone 61-3411-4818 ou e-mail
[email protected].
Pingos nos is – „ A TV Brasil, onde
trabalha Lídia Neves (que ganhou a
Bolsa de Investigação Jornalística da
Fundação Avina – ver edição 660), é
o Canal Integración, que não é a TV
Brasil, Rede Pública de Televisão re-
21 anos
anos
21
Maturidade e Identidade
da Comunicação
www.casadanoticia.com.br
(11) 2503-7611/5536-9086
centemente criada. Operado pela
EBC Serviços, o Canal Integración é
especializado em América do Sul e
transmitido internacionalmente em
português e espanhol.
Volkswagen
Edição 661
Página 5
MINAS GERAIS (*)
Exposição conta história de dois séculos da imprensa brasileira
„ Será inaugurada nesta 6ª.feira
(26/9), no Palácio das Artes (Espaço Mari’Stella Tristão), uma exposição inédita patrocinada pela Vale
em homenagem aos 200 anos de
história da imprensa brasileira. Dividida em três módulos, a exposição conta a história da imprensa
nacional, a linha do tempo percorrida até os dias atuais e as particularidades regionais. A mostra destaca, entre outros temas, o primei-
ro jornal, as revistas, a censura, os
acontecimentos políticos, a tecnologia e as novas formas de levar as
notícias aos leitores. O módulo
regional, que conta a história da
imprensa mineira, foi desenvolvido com o apoio do Sindicato dos
Jornalistas de Minas. A mostra,
que será aberta ao público no sábado (27/9), poderá ser vista até
12 de outubro. A entrada é franca
e os horários são: às 2ªs.feiras, das
18h às 21h; de 3ª a sábado, das
9h30 às 21h; e aos domingos, das
16h às 21 horas. Outras informações no 31-3236-7400.
VAIVÉM-MG
„ Karla Mendes deixou a editoria
de Economia do Estado de Minas
e foi para o Correio Braziliense, em
Brasília, do mesmo grupo – os Diários Associados. Outra que saiu
da Economia do Estado de Minas
foi Izabela Ferreira Alves, ainda
(*) Com a colaboração de Ana Cecília Rezende ([email protected]) e de Raquel Vianna
([email protected]), da Link Comunicação.
sem ter definido os próximos passos profissionais. Uma das vagas
foi ocupada por Paula Takahashi,
vinda da Rede Comunicação.
„ Renata Nunes, subeditora de Cidades de O Tempo, deixou o jornal.
„ Aline Reskala retornou esta
semana ao Hoje em Dia, depois de
período em licença-maternidade.
Agora é a vez da editora de Cultura Viviane Moreno sair para ter
bebê. Ela será substituída no período por César Macedo. Ainda por
lá, Lucas Prates está cobrindo as
férias de Renato Cobucci na editoria de Fotografia.
BAHIA (*)
Itapoan FM tira o Se liga bocão da Transamérica e estréia o Levanta Cidade
„ O programa Se liga bocão está
deixando a Transamérica a caminho
da Itapoan FM, com estréia prevista para o próximo dia 6/10, às
18 horas. Milene Rios e Me Acuda acompanham o apresentador
Zé Eduardo e Luciana Fialho chega para reforçar a equipe. O formato atual será mantido. Outra estréia
programada para a primeira 2ª.feira de outubro pela Itapoan é o Levanta Cidade, jornal diário, das 8h
às 9h, com noticiário local e de
economia, que abrirá espaço para
a participação dos ouvintes. Será
apresentado por Márcio Martins
e terá comentários políticos de
Samuel Celestino, que também
escreve para A Tarde, e esportivos
de Édson Almeida. A festa de lançamento e de apresentação para
o mercado está marcada para esta
4ª.feira (24/9), no restaurante Barbacoa.
dos por Renata Souza, gerenteexecutiva da Abap-BA, os estudantes foram recebidos pela sócia
Suely Temporal que na oportunidade discutiu com eles assuntos
sobre gestão de agência de comu-
nicação, comunicação corporativa
e planejamento em assessorias
de imprensa.
ASSESSORIA-BA
„ Laila Pinheiro (lpinheiro@dow.
com) está deixando a unidade local
da Dow e a Bahia para assumir, em
São Paulo, na sede da empresa, a
Comunicação Interna para o Brasil.
CURTA-BA
„ Na última semana, a Agência
de Textos recebeu a visita de alunos de comunicação e administração das Faculdades Vasco da
Gama e da Unibahia. Acompanha-
(*) Com a colaboração de Mariana Trindade (71-3341-6350 / 9239-3229 e [email protected]), da Darana Comunicação
CURTAS
„ A brasileira Patrícia Hespanha,
que havia cinco anos ocupava a
cadeira de presidente da Seleções
do Reader´s Digest no Brasil, vai
assumir a mesma função no México. Deixa o posto para o sucessor Luís Henrique Fichman, que
respondia pela Diretoria de Marketing, como a maior empresa de
marketing direto do País, com a
venda de 750 mil livros e 900 mil
cds por ano, além de uma revista
com circulação média de 400 mil
exemplares/mês.
„ O professor Bernardo Kucinski,
consultor do Observatório de Mídia e que assessorou o presidente
Lula no primeiro mandato, é um
dos entrevistados de Paulo Vieira
Lima, no programa Cenários, que
vai ao ar nesta 4ª.feira (24/9), às 17h
(reprise às 5ªs.feiras às 10h e às
6ªs, às 20h), na Rádio Mega Brasil
Online, que pode ser sintonizada
no www.megabrasil.com.br. Crítico severo da mídia e do capital internacional, Kucinski diz, na entrevista, a propósito da atual crise
econômica, que a mídia não é inocente e está ligada aos interesses
do capital estrangeiro. “O conteúdo do noticiário tem um forte peso
dos comentaristas internacionais
traduzidos e traz informações da-
das por economistas nacionais
alheios à realidade brasileira, compromissados com linhas de pensamento de suas escolas de origem e distantes da realidade das
pessoas comuns” – afirmou.
„ Terminam nesta 5ª.feira (25/9) as
inscrições para o 26º Curso Abril de
Jornalismo, o programa de treinamento para recém-formados (do
período de 2007 e 2008). Os interessados podem se inscrever pelo
www.cursoabril.com.br . As vagas
disponíveis são para jornalismo,
design, fotografia, rádio e tevê, mídias digitais e cinema. O Curso Abril
vai acontecer em janeiro de 2009.
SITES, BLOGS E AFINS...
Cláudia Moretz-Sohn é a novidade no site do Globo
„ Cláudia Moretz-Sohn entrou
como editora para o site do Globo,
vindo da Secretaria Estadual de
Saúde. Chega para o lugar de Cilene Guedes, transferida para a
área de Plataformas Digitais, como
coordenadora de Mobilidade. Outros mais assumem postos de coordenação: Tesla Coutinho responde por Audiência Métrica, Márcio Carvalho por Otimização de
Busca e Márcio McCulloch por
Parcerias e E-commerce.
„ Luciano Trigo, em sua coluna
Máquina de Escrever, no portal G1
(http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever) passa a publicar, todas
as 5as.feiras, uma entrevista com
escritor brasileiro. O primeiro é
Deonísio da Silva, que lançou recentemente, pela Novo Século,
seu sétimo romance, Goethe e
Barrabás, a história de um professor que encontra uma última chance de redenção, depois de escolhas erradas na vida.
„ O boletim semanal Direito na
Mídia, que analisa as principais
reportagens e artigos jurídicos publicados na imprensa, editado por
Ricardo Maffeis, completou esta
semana dois anos de existência.
A edição comemorativa pode ser
lida no blog homônimo (http://
direitonamidia.blogspot.com),
onde também é possível se cadastrar para recebimento do boletim.
„ Percy Faro (percyfaro@gmail.
com) está desde a semana passada com sua coluna Autos & Fatos
no site Coisas de Agora (www.coi
sasdeagora.com.br), de Ricardo
Hernandes. Percy, que contabiliza mais de 38 anos de carreira,
dedica-se há 23 ao setor automotivo, tendo atuado em publicações
AFINAL, O QUE SERIA DOS NÚMEROS SEM AS LETRAS?
O Prêmio BM&FBOVESPA chega a sua 20ª edição com uma novidade: este ano também vai premiar o tema
derivativos. Você tem até o dia 24 de outubro para inscrever até três trabalhos por correio ou internet.
Acesse www.bmfbovespa.com.br/imprensa e conheça mais detalhes sobre o regulamento e os prêmios.
como 4x4, Moto, Oficina Mecânica, O Mecânico e Jornauto. Ele
integrou a equipe que fundou a
revista Carro e foi produtor e apresentador do programa Carro, da TV
Gazeta, além de editor do Jornal
Veículos, do Diário do Grande ABC.
„ Aldo Antonio Schmitz, do Instituto Superior de Comunicação, começa a ministrar na próxima 2ª.feira (29/9), exclusivamente pela internet, o curso Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia.
Detalhes no www.iscom. com.br
ou pelo e-mail [email protected].
Volkswagen
Edição 661
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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
13 HISTÓRIAS DE IRMÃOS JORNALISTAS
Uns nos braços dos outros (ou nem tanto)
As divergências entre eles, se as há, disfarçaram. Mas o que se depreende das declarações dos irmãos jornalistas
que J&Cia entrevistou, compondo 13 diferentes histórias, é que amam com igual intensidade a profissão.
Por Wilson Baroncelli
ADRYANA E CARINA ALMEIDA
“Derrubamos o mito de que trabalhar com família é complicado”
„ As carreiras das irmãs Adryana e Carina Almeida, sócias-diretoras da agência de comunicação Textual, do Rio de Janeiro,
bem poderiam estar retratadas
em outra parte desta edição especial, pois são filhas do internacionalmente consagrado fotógrafo Evandro Teixeira, editor de
Fotografia do JB. Mas aí o foco
seria a relação com ele, e não
entre elas, embora transbordem
o COB na cobertura dos VII Jogos
Sul-Americanos, que o Brasil sediou naquele ano. “Tive um pouco de estranhamento no início,
pois não era a minha área de atuação, mas foi uma surpresa ter
dado tão certo, a sinergia que houve. Derrubamos o mito de que trabalhar com família é complicado”.
Mas ela alerta para o fato de que
isso também funciona porque as
duas tomam alguns cuidados: “É
claro que o fato de sermos irmãs
gera mais intimidade, mais liberdade no trato. Mas no trabalho
nossa postura é estritamente profissional. E o pessoal da agência
de admiração pelo pai e confessem ter ingressado na profissão
por causa dele, ainda que em funções distintas: Carina no texto e
Adryana na fotografia.
„ Carina, que se formou em Jornalismo e em Economia, diz que
no princípio o pai não queria que
ela fosse jornalista, mas sim que
assumisse a carreira de economista. “Ele vivia me arrumando
estágios em bancos. O jeito foi
absorveu bem isso”.
„ Casada com o também jornalista Marcelo Moreira, da TV Globo, Adryana concorda com a irmã
de que a casa acaba sendo uma
extensão do trabalho, principalmente agora que está em período de amamentação de sua segunda filha, de três meses (a primeira tem 12 anos): “Ainda bem
que hoje tem computador, telefone e internet e a gente pode
resolver muita coisa sem se deslocar. Mesmo assim, como moro
perto da agência, sempre que
posso, entre uma mamada e outra, dou um pulo lá”.
ÁLVARO FILHO, OCTÁVIO E CECÍLIA COSTA
A genética falou mais alto
„ “As coisas estão muito piores
do quando comecei na profissão.
Era tudo muito claro, não havia
dúvidas. Hoje não recomendo o
jornalismo a ninguém, a não ser
que tenha talento indiscutível. Fiz
isso com a minha filha, que cursou Direito”. Em aparente contradição, o autor da frase, Octávio
Costa, diretor da Editora Três em
Brasília, tem dois irmãos jornalistas – Álvaro Filho, o Varô, especialista em automobilismo, mas
que há muito abandonou as redações; e Cecília, que atuou em algumas das principais redações do
Rio e hoje é editora-assistente da
Revista do Livro, da Biblioteca
Nacional, colunista do site da ABI,
além de escritora consagrada.
Para reforçar a contradição, seu
pai, Álvaro Costa, os tios Odylo,
filho e José, além do avô paterno, Odylo, e do avô materno,
Hamilton Barata, são/eram jornalistas. “Com essa linhagem, não
tive alternativa, precisei cumprir o
meu destino”, brinca Octávio, ele
eu unir as duas
coisas: trabalhei
na Economia do
JB por sete anos”.
De lá, saiu para
implement ar a
área de comunicação em uma empresa de consultoria e daí decidiu
criar a Textual. Não
se lembra bem
em que ano foi, mas convidou a
irmã, quatro anos mais nova, que
trabalhava com o pai na Fotografia do JB, para dividir com ela o
comando da empresa: “Tem
dado supercerto, foi uma química boa. Temos visões e temperamentos complementares. A desgraça nisso de fazer negócio em
família é que a gente acaba fa-
Carina e Adryana Almeida
lando de trabalho até nos finais
de semana”.
„ Adryana, que foi por nove anos
fotógrafa do JB sob o comando
do pai, lembra ter ido para a Textual em 2002 e que sua primeira
tarefa foi montar a equipe de fotografia da agência para atender
„ As duas falam com orgulho do
pai, a quem consideram um mestre, talento nato, exemplo de disciplina e excelência no trabalho,
e que agora se tornou cliente da
agência: elas produziram, editaram e divulgaram o livro 68: Destinos. Passeata dos 100 mil, que
conta a trajetória de vida de 100
pessoas captadas pelas lentes de
Evandro naquela passeata de 26
de junho de 1968, no Rio. Carina
diz que o pai é um ótimo cliente,
mas muito exigente: “Isso é
bom, porque acaba sendo um
estímulo para a gente”.
próprio um jornalista de grande
experiência.
„ O seu desencanto com a profissão para os mais jovens se deve
basicamente às precárias condições do mercado de trabalho atual. Mas Cecília ele estimulou, ao
insistir para que ela, aos 21 anos,
então estudante de História e de
Literatura, em férias, fosse trabalhar como secretária na Revista
Econômica do JB. “Logo eu, que
sou totalmente desorganizada.
Meu pai foi contra, porque, embora dirigisse o Jornal do Commercio, achava que aquilo não era
ambiente pra mulher. E eram
mesmo muito poucas”. Depois,
formada, não teve jeito, a genética falou mais alto: começou na
Revista Bolsa, então sob o comando de Noênio Spinola. “Eu, que
só escrevia contos, recebi como
primeira incumbência fazer matéria sobre não-ferrosos. Aprendi
open-market na rua”.
O tempo realmente passa rápido
qu an d o tra b a l h am os
com vitalidade. Parabéns,
Jornalistas & Cia, pelos 13 anos.
Uma homenagem da Unilever.
u n i l e v e r. c o m . b r
Volkswagen
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Página 7
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
MANUELA E GIANNI CARTA
A genética falou mais alto (2)
„ Também Manuela
Carta, publisher de CartaCapital, e Gianni Carta, correspondente da
revista na Europa, filhos de Mino,
tiveram que cumprir seu destino
genético. Gianni diz que, de certa
forma, era natural que Manuela e
ele enveredassem pela carreira de
jornalista: “Ainda na Itália, meu avô,
Giannino, era jornalista, e depois,
no Brasil, trabalhou em O Estado
de S.Paulo. As conversas nos longos almoços preparados aos domingos pelo meu pai, dos quais
participavam minha avó, Clara, mulher de Giannino e autora de livros,
e a irmã dela, zia Bruna, crítica de
cinema e também escritora, giravam em torno de política internacional, nacional, arte e, claro, gastronomia. Digamos que havia sempre discórdias, vozes se alçavam,
e isso nos ajudava a formar nossas próprias opiniões. Também aju-
dou o fato de minha mãe, Daisy,
ávida leitora de jornais, revistas e
livros, sempre ter nos encorajado
a ler. E quando o tio Luís, irmão
jornalista do meu pai, nos convidava para almoçar na sua casa, os
assuntos eram os mesmos”.
„ Manuela confirma a prevalência
genética: “Na verdade, acho que
não decidi ser jornalista, nasci jornalista. Até tentei ser redatora de
publicidade (cheguei a estagiar na
Almap e na DPZ), mas não me
entusiasmei. Um dia, no 3º ano da
faculdade, manifestei a meu pai o
interesse em escrever. Ele, que na
época dirigia a revista Senhor, me
ofereceu um frila sobre a chegada
da marca Calvin Klein ao Brasil.
Depois de um breve estágio, me
contrataram”. Ela diz que partilhou
com Gianni as redações de IstoÉ
e, agora, CartaCapital, “mas eu no
Brasil e ele em algum lugar no exterior, como correspondente. Ain-
PAULO E CHICO CARUSO
nos shows que realizam Brasil afora – que, além de humor, tem música.
„ Paulo, o mais velho (nasceu 15
minutos antes), conta que desenhavam já com quatro ou cinco
anos de idade. “Aos 17, o Chico arrumou um emprego: foi desenhar
na Folha da Tarde. Quando estava
doente ou não podia ir por alguma
razão, eu ia no lugar e ninguém
percebia. Passava um jipe do jor-
Dupla de dois
„ O humor, tanto quanto o jornalismo, sempre marcou a vida dos
gêmeos Paulo e Chico Caruso.
Embora sejam ambos cartunistas,
nunca trabalharam juntos, exceto,
como conta Chico, num jornal chamado Bolão, que faziam na época
em que cursavam a Faculdade de
Arquitetura, em São Paulo, e, hoje,
Jornalistas & Cia: há 13 anos
conectando os jornalistas e agências
de RP do Brasil
The Jeffrey Group: há 15 anos
conectando as grandes marcas e os
jornalistas de toda a América Latina
CACALO E JUCA KFOURI
Do Morumbi à PQP
„ Juca (José Carlos do Amaral)
Kfouri dispensa apresentações.
Considerado um dos mais influentes jornalistas de esportes do País,
ficou, entre outros trabalhos, anos
em Placar (onde chegou a diretor),
dirigiu Playboy e hoje tem atuação
múltipla, na Rádio CBN, na ESPN
e ESPN Brasil, coluna na Folha,
blog no UOL. Cacalo (Luiz Carlos
do Amaral) Kfouri, três anos mais
velho, igualmente bem-sucedido
profissionalmente, mas com bem
menos exposição pública, é repórter fotográfico reconhecido, hoje
fazendo controle de qualidade de
conteúdo da EBC na internet e frilas. Largou o curso de Engenharia
para se dedicar à fotografia. Começou como secretário de Produção
em Playboy, trabalhou no projeto
da Vejinha, na Realidade, Documento Abril, Estadão... e fez frilas
para Placar, quando o irmão era
chefe de Reportagem.
„ “Nunca fui beneficiado por ser
irmão do Juca. Ele sempre foi profissional, separava bem as coisas
e nunca inventou trabalho pra me
ajudar”, diz Cacalo. Juca confirma:
“Ele só teve prejuízo comigo. Em
Placar, por exemplo, se havia dois
jogos pra cobrir, um no Morumbi e
outro na PQP, Cacalo ia pra PQP”.
Às vezes perdeu mesmo, porque
os que não gostavam de Juca
(sempre muito direto e crítico -–
características que, aliás, Cacalo
também tem) não iam oferecer trabalho para o irmão dele... “Não nos
vemos muito, porque os horários
não batem”, diz Cacalo. “Mas se
precisar, ele está lá. Quando acordei num hospital em Recife, após
um enfarte, ele já estava ao lado
da cama”.
„ Não chegam a um acordo sobre
as duas únicas matérias que teriam feito juntos, quando Juca era
diretor de Playboy. Cacalo diz que
foram as entrevistas de Cristiane
da quando estudávamos no Dante
Alighieri (anos 70), eu dei pitaco no
jornal que ele editou e ele deu pitaco no que eu ensaiei editar, o
Gazetim-tim-tim”.
„ Segundo Gianni, o jornalismo,
“como bem disse a Manuela, não
era uma profissão com a qual sonhávamos – era algo que fazia parte de nosso dia-a-dia. Quando, em
1980, lancei o Jornal do EstuDante, no Dante Alighieri, ela me ajudou a editá-lo. O jornal, político e
cultural, foi proibido pelos diretores da escola (a censura chegava
até às escolas), mas vendemos
todos os exemplares e organizamos uma greve. Naquele ano fui
para os Estados Unidos estudar
numa escola pública secundária, e
comecei a escrever uma coluna de
política no jornal da escola. Na universidade, ainda na Califórnia, resolvi fazer Ciências Políticas, e ao
mesmo tempo comecei a escrever uma coluna de política no diário da faculdade. Também fazia reportagens de tênis e perfis de alu-
Manuela e Gianni Carta
nos. Naquela época, comecei a
fazer uns frilas para o Brasil. Meu
sonho era ser cientista político,
mas, pouco a pouco passei a escrever sobre política”.
„ Ele corrige a irmã quanto a não
estarem juntos no mesmo espaço:
“Em 1988 voltei ao Brasil, e trabalhei seis meses em IstoÉ. Da minha mesa avistava a Manu martelando suas matérias. Há 15 anos
sou correspondente da CartaCapital na Europa, e semanalmente converso com ela. Outro dia, ela achou
um diário meu que remonta a meados dos anos 70; rimos muito das
besteiras que eu escrevia”.
nal pegando todo mundo, porque
precisavam estar lá às seis da
manhã. Havia umas figuras folclóricas, como o colunista (Luiz) Álvaro Assumpção, que chegava àquela
hora, de porre e smoking, vindo
direto das baladas. Eu adorava ficar na redação. Não queria mais
nada. Um lugar divertido, fazendo
o que gostava e ainda pagavam?”
„ Como bons irmãos, brigam o
tempo todo, mas são inseparáveis.
Chico lembra que sempre roubava os carrinhos de Paulo. A avó lhe
dava outros e ele roubava de novo.
“Eu era maior e vivia batendo nele.
Até que um dia ele cresceu e eu
tive que parar”.
„ Paulo, que mora em São Paulo
e faz charges ao vivo no programa
Roda Viva, da TV Cultura, diz que
Chico, residindo no Rio, é o próprio exemplo da globalização: trabalha na Globo.
Torloni e Washington Olivetto; Juca
afirma que foram este e Ricardo
Semler. Rita, secretária de Juca e
guardiã de seus arquivos, garante:
foi só Olivetto. Cacalo insiste: “As
fotos da chamada da entrevista de
Cristiane são minhas”. Não importa. Segundo Juca, a parceria ficou
nisso porque o irmão também adora perguntar: “Não ia dar certo”.
(Aqui, peço licença para uma intervenção pessoal e para discordar de
Juca. Trabalhei com os dois, em
Placar – onde, aliás, conheci Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia –,
e apenas com Cacalo, na sucursal
paulista da Rio Gráfica e Editora,
hoje Editora Globo. Viajei inúmeras
vezes com este para cobrir jogos
na PQP, por Placar, e competições
náuticas, por Vela&Motor. O fotógrafo “perguntador”, meu amigo
até hoje, sempre ajudou muito nas
matérias que fiz.)
„ Outros jornalistas na família? O
avô, Luiz Amaral, primeiro repórter a encontrar a Coluna Prestes e
que Juca afirma ter sido fascista.
Tem também a irmã Maria Luiza,
a Mana, especialista em música
brasileira, que mantém o site
www.discosdobrasil.com.br . E os
filhos de Juca, André, hoje na
ESPN, e Daniel, fotógrafo já consagrado, com trabalhos publicados
em Placar, Folha de S.Paulo, AFP
e outros. Cacalo demoveu da idéia
um dos seus, Fernando, que fez
Direito e agora é promotor.
Chico e Paulo Caruso
Volkswagen
Edição 661
Página 8
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
DANIELA E MARCO CHIARETTI
diam a parentes e vizinhos. “Eram
notícias da família, das férias, da
rua, escritas a caneta e reproduzidas com a tecnologia do carbono”,
conta Marco. “Acho que chegamos
a noticiar, se não me engano, a
morte do Costa e Silva”.
„ Daniela diz lembrar-se vagamente dessa época, mas afirma que
desde sempre quis ser jornalista.
“Quer dizer, primeiro eu queria ser
astronauta. Era muito romântica”.
Marco discorda: “Conversa, essa
história de astronauta. Ela sempre
soube que seria jornalista. Eu é que
não me dediquei exclusivamente
à profissão”. Isso apesar de ter começado primeiro, em 78, como
revisor na Abril, antes mesmo de
cursar Jornalismo (ela iniciou em
82, na Gazeta Mercantil). Marco
formou-se na Cásper Líbero, deu
aulas, esteve em Veja, Folha de
S.Paulo, UOL, foi correspondente
confirma: “Era desenhista industrial na Votorantim. Um dia fui almoçar com o Kaíke na Veja, mas
ele não pôde e acabei saindo com
o fotógrafo Sérgio Dutti. Fiquei
interessado por aquele trabalho de
apuração, mas não pela fotografia,
pois eu gostava era de contar histórias. Fiz vestibular, passei e como
já estava com 25 anos aceitei estagiar numa assessoria ganhando
salário mínimo. O Kaíke me ajudou
a pagar a faculdade. Minha mãe
dizia: ‘Você não dá pra isso, você é
bom em matemática’”.
„ A partir daí, Klester trabalhou em
algumas redações por onde Kaíke
já havia passado, como Veja, onde
protagonizou um episódio que deixou o irmão abalado: “Klester foi
seqüestrado por grileiros quando
fazia uma reportagem na Amazônia. Ficou um bocado de tempo
amarrado na mata até que conseguiu se soltar e andou quilômetros
em busca de ajuda. Quando fez
contato comigo, coube a mim contar para os meus pais”.
„ Apesar de terem orientado suas
carreiras em diferentes direções
mais novo, tem carreira igualmente consagrada, mas com bem
menos exposição pública. Começou como repórter geral de esportes no Estadão, onde o irmão era
editor de Esportes Amadores, e
de lá se transferiu para a revista
Placar. Ali, tendo por mestre José
Pinto, deu uma guinada na profissão e tornou-se fotógrafo, área
em que fez nome por muitos
anos. Agora na tevê (faz o Histórias do Esporte, na ESPN Brasil),
voltou a ser novamente repórter.
„ Os irmãos Kotscho só trabalharam juntos em duas ocasiões, dois
frilas: uma entrevista com o cantor e compositor Luiz Gonzaga e
uma reportagem em Canapi, interior de Alagoas, sobre Pompílio
Malta, irmão de Rosane Collor.
Nesta brigaram. Ricardo conta que
todo mundo tinha medo de Malta,
inclusive o prefeito: “E vai o Alemão querer subir na caixa d’água
da delegacia pra fotografar a pisci-
na da casa do homem, único lugar
onde havia água em Canapi. Batemos boca mesmo, porque podiam
nos matar. Aliás, uns jagunços dele
nos deram cinco minutos pra sair
da cidade”. Alemão confirma a história da foto, mas diz que a ameaça veio depois, quando saíam da
cidade e novamente discutiram:
“Imagina que o Ricardo viu um
escudo do São Paulo num pé-sujo
sor de imprensa do jogador Kaká.
dela. Um exemplo: fui a Salvador
fazer um perfil do então ministro
Gilberto Gil. Ele estava pintando o
cabelo e depilando o peito e as
axilas para o Carnaval. Não queria
fotos. Ela, com todo o jeito, o con-
venceu. A foto acabou saindo em
seis colunas na primeira página do
jornal. Eu a considero, sem exagero, uma das melhores repórteres
do Brasil.”
Jornalistas desde criancinhas
„ Descontado o exagero do tempo, o título é
quase verdade para retratar a carreira dos irmãos Daniela, repórter especial de Meio Ambiente do Valor Econômico, e Marco Chiaretti, editor-chefe de Conteúdo Digital do Grupo Estado.
Com cerca de nove anos, ele, e
abaixo dos sete, ela, os dois produziam um jornal caseiro que ven-
KLESTER CAVALCANTE E KAÍKE NANNE
O repórter e o executivo
„ Klester Cavalcante e Kaíke
Nanne têm algumas redações em
comum, mas nunca trabalharam
juntos. “Eu sou o primeiro jornalista da família”, diz Kaíke, atual diretor do Núcleo Semanais da Editora Abril. “Comecei na Folha de
Pernambuco, depois passei para a
TV Manchete, não gostei, fui para
o Jornal do Commercio e era chefe da sucursal de Veja no Recife
quando o Klester começou a se
interessar pela profissão”. O irmão
RICARDO E RONALDO KOTSCHO
Até que Malta os separe
„ Ricardo Kotscho é praticamente uma figura pública. Com mais
de 40 anos de profissão, foi repórter premiado, assessor de imprensa do presidente Lula, escreveu
livros, entre outras atividades.
Agora mesmo acaba de criar um
blog no iG, o Balaio do Kotscho,
portal onde desde abril é colunista e repórter especial. Seu irmão
Ronaldo, o Alemão, dois anos
MONICA E MARLENE BERGAMO
Entre tapas e beijos
Depoimento de Monica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo:
„ “Minha relação com a Marlene
é maravilhosa e vai muito além de
uma relação de irmã. É de mãe e
filha, filha e mãe, tudo junto – moramos juntas, e boa parte do tempo sozinhas, até quase nossos 30
anos. E, claro, é uma relação de
brigas tremendas também (agora
que estamos mais velhas, nem
tanto). Decidimos por nossas profissões (fotógrafa e repórter) antes
ainda dos 20 anos e já fizemos
centenas de pautas juntas: de
Osasco a Saint Martin, no sul da
França, passando por Rio, Brasília,
Salvador e muitos outros lugares
do coração do Brasil. A Marlene
começou a trabalhar na Folha bem
antes que eu (uns dez anos) e
quando fui contratada pelo jornal
tive a oportunidade de dividir muitas pautas com ela. De briga em
briga, conseguimos resultados que
considero maravilhosos por causa
do JB em Buenos Aires e por três
anos ficou afastado do jornalismo
e de São Paulo, atuando como executivo da Data Sul, em Joinville.
Lida com internet desde 1995.
„ Daniela também passou por
UOL e Veja, mas em épocas diferentes. Esteve na Alemanha, foi
redatora-chefe de Marie Claire,
entre outras atividades. Nunca trabalhou com Marco. “Não sei como
seria. Eu sou ligada em Economia,
ele em Cultura e, lógico, internet”.
Kaíke Nanne e Klester Cavalcanti
(Klester gosta mesmo é de escrever livros-reportagem e Kaíke tornou-se executivo), falam-se com
freqüência. “Ele sempre me pede
para dar uma olhada nos originais
de seus livros”, conta Kaíke.
„ Eles têm ainda uma irmã, Kemine, publicitária, que mora nos EUA.
Klester atualmente edita a revista
Domingo, do JB, na Editora Peixes,
em São Paulo.
Volkswagen
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Página 9
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
K I KO E PAU
AULLO NO G U E I R A
Sobre conversas e orgulho
„ Paulo e Kiko Nogueira são dois fazedores de
revistas, ambos formados na escola da Abril.
Paulo de lá se desgarrou, convidado que foi a assumir a Direção
Editorial da Editora Globo, que recentemente deixou, para ser, a
partir de 2009, correspondente da
Época em Londres. Kiko ainda lá
permanece, à frente da Redação
da Viagem e Turismo. Filhos de
Emir Nogueira, profissional que
fez história no jornalismo brasileiro, ambos têm pelo pai – e um pelo
outro – um profundo respeito e
uma grande admiração.
„ Vejam o que fala Kiko: “Uma das
lembranças mais vívidas da minha
infância é a das noites em que meu
pai chegava da Folha de S.Paulo.
Ele se sentava no chão da sala, em
frente à tevê, enquanto minha mãe
preparava qualquer coisa para ele
comer. Pouco depois chegava meu
irmão Paulo. E aí começava um
momento especial: o da conversa.
O da discussão. Eu assistia a tudo
num sofá ao lado do Velho. Falavase de cinema, política, religião,
música (e também do desempenho do Hugo Carvana e da Denise
Bandeira na série Plantão de Polícia, que passava naquela hora). Eu
só ouvia.”
„ Paulo confirma: “Jornalismo
sempre foi assunto na mesa de
casa. Meu pai trabalhou na Folha
por muitos anos. Era uma alegria
vê-lo chegar da redação cheio de
jornais, e era um momento mágico visitá-lo na Folha, na Barão de
Limeira. As máquinas de escrever
faziam um barulho majestoso em
seu caos criativo, e este é sem
dúvida um dos sons de minha vida.
O som do fechamento da Folha de
antigamente.” E vai além: “Tantos
anos depois, jornalismo continua
a ser assunto de mesa da família.
Virei, como meu pai, jornalista.
Bem como meu irmão caçula,
Kiko, tão mais novo que é uma
espécie de primogênito meu.
Quando almoçamos juntos, ou na
casa de nossa mãe ou onde seja,
o jornalismo sempre é tema de
debates. Venho agora mesmo de
um almoço familiar, e lá estávamos
Kiko e eu refletindo sobre o impacto digital nas revistas sob o olhar
atento e inteligente de mais um
Nogueira jornalista: nossa irmã
Cláudia.”
„ Kiko recorda como cedeu aos
encantos do jornalismo, de certo
modo inspirado no exemplo do pai
e nas conversas com o irmão mais
velho: “Meu pai morreu. Meu irmão acabou fazendo uma belíssima carreira jornalística. Comandou
revistas. Ele me mostrou a primeira Rolling Stone e me apresentou
o mundo maravilhoso do jornalismo americano. Tentei ser músico,
mas logo vi que, para dar certo, eu
teria que dedicar mais do que
meus finais de semana ao
rock´n´roll. Virou um hobby. O Paulo é um devoto das revistas. Hoje
é também um apóstolo do jornalismo digital. Mas o Paulo é, sobretudo, uma grande conversa.
Quando nos encontramos, falamos. Muito. De quase tudo. Cada
um montado em suas convicções,
nós discutimos, debatemos e até,
eventualmente, concordamos.
Mas seguimos, tantas noites após
aquelas dos meus tempos de garoto, fazendo o que meu pai gostava.”
„ E se o assunto é confetes, Paulo devolve: “É com orgulho que
vejo o profissional em que Kiko se
transformou. Kiko é um dos melhores editores de revistas do País.
Tem sensibilidade para captar pautas interessantes, versatilidade
suficiente para trabalhar em que
qualquer tipo de publicação – e
principalmente sabe para onde
uma revista tem que ir. Ou de onde
deve se retirar. Kiko tem também
personalidade, luz própria – e é
com orgulho (escondido, admito)
que o vejo desafiar com tanto fundamento e freqüência algumas de
minhas idéias sobre jornalismo.”
CARLOS E RODRIGO TRAMONTINA
“Pai” zeloso, “filho” orgulhoso
„ Um é famoso, fez carreira na
televisão e trabalha na Globo. O
outro decidiu seguir também carreira no jornalismo, mas optou pela
assessoria de imprensa, trabalhando atualmente na Peugeot, em São
Paulo. Além de irmãos têm em
comum a voz idêntica. A separálos no tempo, uma diferença de18
anos na idade.
„ Carlos diz que se decidiu pelo
jornalismo “porque, em primeiro
lugar, era um péssimo aluno nas
exatas. Depois, sempre li muito,
A sua
fui orador da turma nos cursos primário, ginasial e colegial. Participava de apresentações públicas sem
dificuldade. Decidi pelo Jornalismo
escrito, mas ao sair da faculdade
procurei emprego em vários lugares e consegui um estágio na Globo, onde estou até hoje”. Já sobre
as razões do irmão... “Nunca conversamos sobre os motivos que o
levaram a optar pelo Jornalismo”,
confessa.
„ E a influência do irmão famoso,
teria pesado na escolha de Rodri-
grifeem comunicação
www.planin.com 11 2138-8900
Paulo e ele acabou optando pela
PUC-SP e veio morar comigo para
mais facilmente ser introduzido
nas ‘manhas’ do jornalismo a partir das nossas conversas.”
„ A versão é integralmente corroborada por Rodrigo: “Quando
anunciei minha decisão em prestar vestibular para Jornalismo, ele
foi enfático ao afirmar que eu teria
de vir a São Paulo. Dizia que, se eu
quisesse realmente me desenvolver na área, o local seria na capital,
centro de tudo, onde tudo acontece. Fiz provas então apenas nas
faculdades paulistanas. Passei em
três e optei pela PUC, até pela proximidade com a casa dele, em Perdizes, onde fui morar.”
„ Sobre a semelhança de vozes,
muitas histórias. Carlos relembra:
“Muitas vezes ele atendia telefonemas de pessoas que me procuravam, e elas, sem perceber com
quem falavam, contavam tudo pensando que eu estava na linha. Só
depois é que a confusão era desfeita.”
„ Numa ocasião, quando Rodrigo
ainda morava com Carlos, ligou
para lá numa tarde alguém da chefia da Globo. “Atendi e a pessoa
me explicou o que estava acontecendo”, conta Rodrigo. “Respondi:
‘Fulano, você vai me desculpar,
mas sou o irmão dele. O Carlos não
está’. Acabei tomando uma bronca. ‘Carlos, isso não é hora de brin-
go? Ele mesmo conta: “Não sei dizer
quanto o Carlos me
influenciou na escolha da profissão.
Nunca conversamos
demoradamente sobre isso. A situação
era curiosa. Afinal, eu
tinha um irmão famoso. Lembro- me,
com muita clareza,
de um fato comum em minha infância, vivida em Ibitinga/Araraquara (ambas no interior do Estado).
Quando alguém da família via uma
entrada dele na tevê, gritava para
todos ouvirem: ‘O Beto tá na televisão!!!’ Era uma correria danada
pra ver o irmão mais velho na telinha”. (N.R.: Beto diz respeito ao
Alberto que Carlos Tramontina tem
no meio do nome.)
„ Mas quem pensa que o irmão
cadeira. Estou falando sério e vamos levar esse assunto para uma
reunião amanhã!’ Precisei de mais
alguns minutos para convencê-lo
da pequena confusão armada”.
Rosana, a mulher de Carlos, até
hoje confunde a voz de ambos ao
telefone.
„ Rodrigo diz lembrar-se muito
bem também da primeira vez em
que o acompanhou à Globo, às 5h,
para assistir ao vivo a apresentação do Bom Dia São Paulo: “Os
colegas dele perguntavam, ‘Tramonta, trouxe seu filho?’. E ele,
‘Não, meu irmão mais novo’. A réplica vinha na mesma hora. ‘Você
é louco, Tramonta? Não explicou
para ele que Jornalismo é fria?
Parte da família Tramontina numa festa à fantasia: (a partir da esquerda) Nathália (filha de Carlos), Juliana (esposa
de Rodrigo), Carlos e sua esposa Rosana, Rodrigo
mais velho não daria pitacos na do
irmão mais novo engana-se: “Eu
me meti na vida estudantil do Rodrigo quando ele disse que pretendia cursar jornalismo no interior.
Insisti para que ele viesse para São
Rodrigo, você está ainda no primeiro ano, dá tempo de mudar de
idéia...’ Bom, não mudei e não me
arrependo disso. Mas nunca trabalhamos juntos. Até porque trilhamos caminhos distintos na carreira. Numa ocasião pontual, ele me
contratou como frila para traduzir
do inglês um material do qual ele
necessitava quando estava escrevendo seu segundo livro, Morada
dos Deuses.”
Volkswagen
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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
LÚCIO FLÁVIO, RAIMUNDO, LUIZ E ELIAS PINTO JR.
Locomotiva amazônica
„ Lúcio Flávio Pinto é
certamente o jornalista
amazonense mais conhecido do
País e também um dos mais conhecidos no exterior. Comandando desde 1987 o seu Jornal Pessoal, mais longeva publicação alternativa do País e a única ainda
em atividade – quinzenal, não aceita publicidade, vive de venda avulsa e ele a escreve praticamente
sozinho –, tornou-se uma referência em questões amazônicas. Também ficou famoso por ser alvo de
dezenas de processos movidos
pela família Maiorana, dona do
maior grupo de comunicação do
Estado do Pará, em função de críticas e matérias que publicou em
seu JP. O que muitos não sabem
é que ele, filho de Elias Pinto, que,
entre 1952 e 1954, manteve em
Santarém o jornal O Baixo Amazonas, onde começou a trabalhar aos
16 anos, puxou feito uma locomotiva os três irmãos para a profissão (“Não foi protecionismo, não.
Eles tinham talento.”): Raimundo,
hoje no comando do portal Pará
Negócios; Luiz, que atua como frila
e o ajuda no JP; e Elias Jr., diagramador e ilustrador do JP. Raimundo foi seu aluno num curso que
deu em 1968 e depois o substituiu
CLEY, SIMÃO E WILLE SCHOLZ
são de jornalista, mas só Wille, o
mais velho, herdou a paixão do pai
e, depois de experiências também
em tevê e assessoria, ficou mesmo em rádio e está hoje na CBN,
em Curitiba. Simão, o caçula, passou por várias emissoras de tevê
e hoje trabalha no Balanço Geral,
da TV Record, em São Paulo; é casado com Janaína Pirola, editora
do Profissão Repórter, da Globo. E
Cley optou pelos impressos, tendo passado por O Estado do Paraná, JT, Diário do Grande ABC, O
Globo, Agência Estado, Valor Econômico e Veja; atualmente traba-
Cada um na sua
„ Não é de todo impossível que
no campo “natural de” da certidão
de nascimento dos irmãos Cley,
Simão e José Wille Scholz conste: “Rádio Guairacá, Mandaguari,
PR”. Se não consta, deveria, pois
eles praticamente nasceram dentro da emissora que o pai comandava naquela cidade do Norte do
Paraná: ela funcionava num apartamento e a família morava em
outro, conjugado. Dos sete irmãos,
apenas os três seguiram a profis-
como correspondente do Estadão
em Belém (Lúcio ficou 18 anos no
jornal e Raimundo, 16). Luiz, ele
levou para São Paulo, na primeira
vez em que trabalhou na capital
paulista – ilustrava a página chamada Jornal Pessoal, que Lúcio então publicava em A Província do
Pará. E Elias Jr. também foi seu
aluno num curso sobre imprensa
alternativa, quando lançou uma pu-
blicação nessa linha chamada Bandeira 3. “Foi engraçado porque, no
encerramento, ele, com apenas 16
anos, fez uma única pergunta:
quando é que jornalista se aposenta?”, lembra Lúcio. Foi o único local em que os irmãos trabalharam
juntos. “Era um jornal mensal de
24 páginas e durou apenas sete
edições. Levei outros seis meses
só pra pagar as dívidas”.
13 anos passam muito rápido. Por isso,
nada melhor que uma pausa para comemorar.
A assessoria de imprensa do HSBC parabeniza
o Jornalistas&Cia. no seu 13º aniversário.
E-mail: [email protected]
HSBC Bank Brasil S.A. - Banco Múltiplo
lha na Chefia de Reportagem do
Estadão. Cley diz que os três são
jornalistas, “mas cada um na sua:
Wille no rádio, Simão na tevê e eu
no jornal. Nunca trabalhamos juntos, mas espero que um dia possamos desenvolver um projeto
conjunto”. E, pelo visto, o “bicho
jornalístico” continuará contaminando a família: Mariana, filha de
Wille, está se formando pela UFPR
e já trabalha numa revista de esportes náuticos; o outro filho dele,
Leonardo, vai prestar vestibular
para jornalismo no fim do ano.
www.letraselucros.com.br
A informação que gera
e preserva a riqueza
13 HISTÓRIAS DE FILHOS DE JORNALISTAS
Apaixonados pelos pais e pelas notícias
Muitos, no início, renegam a origem. Querem distância da profissão que separa pais e filhos em alguns dos melhores momentos
da vida, como é o caso do jornalismo. Se os pais são famosos, então, seguir a carreira e enfrentar as naturais comparações e
cobranças é um ônus muitas vezes pesado demais para carregar. Os pais, muitas vezes querendo “uma vida melhor” para os filhos,
tentam desestimulá-los, mostrando as mazelas da profissão. Para o bem ou para o mal, são muitos, em nossa profissão, os filhos
que seguem os pais, como mostram as 13 histórias a seguir, algumas em que os filhos já ameaçam até mesmo superar os pais,
contadas pelo editor convidado Pedro Venceslau
“ME APAIXONEI POR ISSO DE ACHAR A NOTÍCIA”
(Renata Cafardo, filha de Pedro Cafardo)
„ Renata Cafardo, chefe de Reportagem do caderno Vida&, do
Estadão, sempre soube o que queria ser quando crescesse. Desde
pequena montava pequenos jornais, revistas e programas de tevê
em casa, escrevia textos sobre
notícias verdadeiras ou fictícias e
entrevistava as pessoas nas festas de família. Ou seja, brincava de
jornalista. A influência do pai, Pedro Cafardo, hoje editor do Valor
Econômico, foi, claro, determinante. “Posso dizer com tranqüilidade
que meu pai foi quem mais influenciou a escolha da minha profissão”, conta. “Como meu pai foi
editor muito cedo e acabou exer-
cendo cargos de chefia durante
quase toda a sua carreira, eu tinha
uma visão do jornalismo mais do
lado de quem comanda, digamos
assim. Ao começar no jornal como
repórter vi um outro lado e me
apaixonei por isso de achar a notícia, organizar a apuração, dar o
furo, escrever...”. A mãe, Rumely,
também é jornalista, mas atuou
grande parte da carreira como assessora de imprensa. O DNA da
família não pára por aí. “Tenho um
primo mais novo, o Thiago Cafardo, que é jornalista e trabalha no
Ceará. E sou casada com Herton
Escobar, também do Estadão.
Minha madrasta, Erica Benute,
também é jornalista. Quando criança, eu adorava ver a movimentação do fechamento, as decisões
sendo tomadas, as pessoas escrevendo. Eu me sentia importante.
Mais tarde, já na faculdade, ajudava meu pai a fazer títulos nos fins
de semana e notinhas de primeira
página”.
„ Renata formou-se na Cásper Líbero, em 1998. Seu primeiro emprego foi como assistente de Elio
Gaspari. Depois trabalhou durante um ano na Band e em 1999
morou nos EUA, onde fez especialização na New York University e
um estágio na TV Globo de lá.
„ Há 13 anos, quando nasceu
J&Cia, Renata estava no 1º ano de
faculdade de Jornalismo, na Cásper Líbero. Seu pai era editor-chefe do Estadão.
Volkswagen
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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
“SEI QUE ESTA É UMA PROFISSÃO MUITAS VEZES INGRATA”
(Mario Bucci, filho de Eugênio Bucci)
„ Antes de decidir-se cedo estava na cara qual seria a
pelo Jornalismo, Mario escolha. Em 1995, quando cursaBucci, estudante de Jor- va a 2ª série, Mario montou um
nalismo da PUC-SP, pen- jornalzinho junto com os colegas
sou seriamente em fazer Publici- de escola. “Meu pai me ajudou
dade e Direito. Quando, enfim, com alguns detalhes no começo,
bateu o martelo, recebeu apoio mas me deixou tocar a idéia do
total do pai, Eugênio Bucci. “Ele meu jeito”. Outra forte lembrança
concordou com a minha escolha e do tempo de criança é a rotina do
até me apoiou, mas ressaltou que pai. “Em geral, voltava para casa
é um mercado bastante disputa- tarde e em alguns finais de semado e que esta é uma profissão na não saía com a família pois premuitas vezes ingrata. Mais tarde, cisava trabalhar. Ás vezes eu visitodas as impressões se confirma- tava o lugar em que meu pai trabaram, tanto as que meu pai me pas- lhava, a Editora Abril”.
„ Mario está no 3º ano de Jornasou quanto as que eu formulara”.
„ Apesar da indefinição, desde lismo da PUC-SP. Por enquanto,
sua única experiência na profissão
foi como estagiário, por sete meses, da Rádio Bandeirantes. “O
fato de ser filho de jornalista pode
ajudar e também atrapalhar, depende muito da sua postura, dos
seus chefes e dos colegas. Em
geral, ter um pai jornalista gera
uma cobrança imensa, não só de
outras pessoas como sua também. Deve-se aprender uma forma de lidar com isso”.
„ Há 13 anos, quando J&Cia nasceu, Mario tinha oito anos e estava na 2ª série. Na época, seu pai
trabalhava na Abril.
“TENHO DE PROFISSÃO O MESMO TEMPO QUE J&CIA TEM DE VIDA”
(Henrique Fruet, filho de Luiz Henrique Fruet)
„ Henrique Fruet, diretor da Al- pai uma máquina de escrever porbatroz Comunicação, nunca cogi- tátil. Ele levava o trambolho para a
tou seguir outra profissão. “Ou casa dos amigos e lá escrevia as
melhor, cogitei sim: quando crian- lições e trabalhos escolares. “Toça, meu sonho era ser dono de dos sempre queriam cair no meu
banca de jornais”. Seu desejo era grupo. Eu dividia os trabalhos em
ter ao dispor dezenas e dezenas tópicos, reescrevia o material, junde gibis e revistas. “Sempre sou- tava, dava título, paginava etc.. Só
be que era uma profissão ingrata anos depois, já trabalhando numa
em relação ao ritmo de trabalho. redação, é que me lembrei disso
Quando meu pai trabalhava em e me dei conta de que havia acuVeja, por exemplo, eu mal o via no mulado os cargos de copidesque
final da semana. Ele estava sem- e editor...”. Por opção e consenso,
pre muito cansado”. Helena Fruet, pai e filho nunca trabalharam junirmã mais nova, seguiu o mesmo tos. “Como quando eu comecei a
destino e hoje trabalha na Record- trabalhar ele ocupava cargos de
News, depois de ter passado por direção ou chefia, sempre evitaVeja. A caçula, Marina, livrou-se da mos. Segui meu próprio caminho.
“sina” e trabalha na Justiça do Tra- Só mais recentemente, quando
balho, seguindo os passos da mãe, escrevo um texto bacana, envio
Vera Helena. “Mas mesmo os para ele dar uma olhada antes de
membros da família que não são fechar”.
jornalistas sabem tudo da profis- „ Henrique formou-se na PUC, em
são. Pauta, pescoção, fechamen- 2000. Começou a trabalhar logo no
to, fonte etc. são palavras bem fa- 1º ano de faculdade, na finada Folha da Tarde. O fato de ser filho de
miliares para todos”.
„ Quando pré-adolescente, Hen- jornalista ajuda? “Ajudou muito na
rique pediu de aniversário para o formação. Não sei se teria tido a
oportunidade de ler tudo o que li
se não tivesse um pai jornalista”.
Mas ele não nega: o primeiro emprego teve ajuda do pai. “O Nilson
Camargo, que era diretor de Redação da Folha da Tarde (e continua no cargo, com o jornal transformado no Agora São Paulo), havia frilado para o meu pai alguns
anos antes. Quando soube que eu
era ‘filho do Fruet’, me recebeu
muito bem e me encaminhou para
a editoria de Turismo, para uma
vaga de estagiário de menos de R$
150 por mês. No jornalismo (como
em qualquer outra área), o QI
(quem indica) existe. A diferença é
que as redações não têm condições de manter um funcionário
apenas pelo QI. Quem não mostrar serviço dança”.
„ Uma coincidência: foi há 13 anos
que Henrique começou na profissão... “Tenho de profissão o mesmo tempo que J&Cia tem de vida.
E desde o início sou um leitor assíduo da publicação, vale ressaltar.
Antes, lia sobre os amigos do meu
pai; agora, me informo sobre eles e
Helena, Henrique e
Luiz Henrique Fruet
também sobre os colegas que colecionei pelo caminho. Há 13 anos,
meu pai dirigia a revista Globo Ciência, que viria a se tornar Galileu”.
“MEU PAI DISSE: ‘VOCÊ NÃO DEVERIA FAZER ISSO, É UMA VIDA DESGASTANTE DEMAIS’”.
(Marcelo Onaga, filho do Romeu Onaga)
„ O pai de Marcelo, Romeu Ona- com o Estadão, o Jornal da Tarde
ga, sempre foi um leitor compulsi- e a Folha”. Foi uma boa influência.
vo de jornais. “Lembro que acor- Com dez anos, o pequeno Marcedava cedo e lá estava ele na sala, lo já havia adquirido o saudável
hábito de ler jornal diariamente.
“Gostava do JT. Lembro de uma
série de capas em que o nariz do
Maluf crescia a cada dia que passava o prazo que ele havia imposto para descobrir petróleo em São
Paulo. Por uma grande coincidência, o JT foi o jornal em que mais
tempo trabalhei”.
„ Além de Romeu e Marcelo, boa
parte da “velha guarda” da família
Onaga era formada por jornalistas.
“Eu adorava ouvir as histórias de
meu tio, Hideo, um dos maiores
repórteres de sua época. As avenRomeu e Marcelo Onaga
turas dele eram fascinantes”.
„ Mas por pouco Marcelo não virou tenista. Jogador desde os nove
anos, chegou a disputar alguns torneios profissionais. Por pressão da
família, que não admitia a hipótese de ele parar de estudar, foi para
a faculdade. Além do Jornalismo,
prestou para Odontologia e Administração. Passou em Odonto, mas
não contou para ninguém. “Meu
pai me disse: ‘Você não deveria
fazer isso, é uma vida desgastante demais’. A reação mais forte, no
entanto, veio do meu tio Hideo. Ele
brigou com meu pai – por ter me
deixado fazer – e me deu uma
bronca. Disse que eu estava louco, que o mercado de trabalho era
reduzido, que eu não teria finais de
semana... Mas depois que come-
cei a trabalhar, já no primeiro ano
da faculdade, os críticos viraram
fãs. Eles adoravam ouvir minhas
histórias, ler minhas matérias”.
„ Marcelo formou-se na Cásper
Líbero e começou lá mesmo, na
TV Gazeta, fazendo estágio. Depois, foi para a extinta revista Match Point e, de lá, para a Folha de
S.Paulo. Ele sente falta dos papos
sobre jornalismo com a família.
“Meu pai faleceu no ano passado
e, logo depois, meus tios. Eles fazem muita falta”. Uma dica para filhos de jornalistas que querem
seguir a profissão? “Ouçam seus
pais”.
„ Há 13 anos, Marcelo trabalhava
no Jornal da Tarde. E seu pai, na
Petrobras.
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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
“ACABEI PEGANDO GOSTO PELA COISA”
(Mauricio Noriega, filho de Luiz Noriega)
„ Antes de optar pelo tações do mercado, a concorrênJornalismo, Mauricio cia, muitas vezes desleal, os baiNoriega jogou vôlei por xos salários, as restrições ao condez anos e só abando- vívio familiar, entre outras dificulnou as quadras porque achou que dades inerentes à profissão, que
não tinha estatura suficiente para mais tarde Mauricio pôde sozinho
seguir em frente. “Também pen- perceber. “Mas os aspectos posisei em ser professor de educação tivos dos quais ele me falava, como
física, psicólogo, físico nuclear, al- a possibilidade de conhecer o mundo, o sentimento de dever cumgumas coisas (risos)”.
„ Mas o convívio com o pai, Luiz prido e algumas grandes amizades,
Noriega, um dos grandes narrado- também se confirmaram”.
res esportivos das décadas de 70 „ Diferentemente do pai, que inie 80, acabou sendo determinante ciou a carreira em rádio, na Difuna escolha pela profissão. “Vendo sora Olímpica, no interior de São
a forma apaixonada, ética e profis- Paulo, Mauricio começou trabasional com que ele se dedicava foi lhando na assessoria de imprensa
que, entendo hoje, acabei pegan- da Federação Paulista de Basquete, por indicação do pai. Logo foi
do gosto pela coisa”.
„ Formado pela Cásper Líbero em para a Folha da Tarde (atual Agora
1989, Noriega, o filho, nunca so- São Paulo), e passou a trilhar um
freu oposição do pai, apesar dos caminho pelos grandes veículos da
constantes alertas sobre as limi- área: A Gazeta Esportiva, Lance,
Rádio Bandeirantes, até chegar ao
SporTV, onde atualmente é comentarista.
„ Ao longo da carreira que construiu até aqui, poucas vezes cruzou profissionalmente com o pai.
Foram apenas alguns trabalhos
que fizeram juntos, em revistas
dirigidas que a empresa de comunicação da qual são sócios publica
e em debates em programas de
rádio e tevê. “Sempre aprendi
muito nessas ocasiões”.
„ Aprendeu, principalmente, valores que acha que hoje estão em
falta no Jornalismo. “Havia mais
lealdade e respeito entre os profissionais. Não existia tanta vaidade. Infelizmente, hoje, o garoto põe
a cara na telinha da tevê e acha que
é artista. Não somos artistas, somos jornalistas trabalhando em
televisão, o que é muito diferente”.
Luiz e Maurício Noriega
O filho lamenta também que hoje,
por causa da cultura do nepotismo
na política brasileira, é “feio” seguir a carreira do pai. “Mas não é.
Acho que é uma homenagem. Eu
me orgulho”.
“EU QUERIA SER VETERINÁRIA”
(Teté Ribeiro, filha de Zé Hamilton Ribeiro)
lista – e com a irmã mais velha,
Ana Lúcia, sempre decidida pelas
redações, Teté agia como ovelha
negra: “Meio que por rebeldia,
queria ser diferente do resto da
família. Mas sempre gostei de ler
e escrever, então acho que estava
só brigando com o ‘sistema’”.
„ Mas foi cursando Filosofia que
descobriu sua paixão por Jornalismo. Aos 20 anos, e sem pressa
de entrar no mercado, só aceitou
a sugestão do pai de fazer umas
traduções para a produtora Ver e
Ouvir, de Narciso Kalili, seu colega em Realidade, que produzia o
programa Globo Ciência, para ter
um dinheiro para sair e viajar nas
férias. “O ambiente de trabalho era
cheio de energia, vivo, pulsante. Eu
tinha que ficar meio período numa
salinha no 2º andar vendo as matérias da CNN e traduzindo, mas
com a festa que era o 1º andar, a
redação do programa, eu não resistia e ficava lá mais tempo do que
era preciso. Passei a estudar à noite e comecei a fazer reportagens.
Migrei para o Jornalismo sem parar para pensar no assunto”.
„ Com a transição natural, as oportunidades para o pai se opor à opção dela não existiram, ao contrário do que acontecera com a irmã:
“Meu pai nunca foi a favor”. Zé
Hamilton falava que jornalista nunca ia se livrar de chefe e que era
besteira entrar numa profissão sabendo disso.
„ Apesar disso, ele nunca deixou
de ser um repórter apaixonado.
“Meu pai me fazia pensar que ser
jornalista era uma coisa meio Indiana Jones, de grandes aventuras”.
Percepção natural para a filha de
um jornalista ganhador de sete prêmios Esso e que há 26 anos é repórter do Globo Rural. “Quando era
mais nova, achava que todos eram
assim na profissão. A gente mudava de cidade porque ele ia dirigir
um jornal em Ribeirão Preto, depois Rio Preto, depois Campinas,
e aí era aquela movimentação:
casa, escola e clube novos. Então,
a gente chegava nas cidades com
a impressão de que ele tinha ido lá
encontrar um tesouro perdido ou
salvar aquela cidade de uma situação injusta”.
„ Atualmente, além de colaborar
para a Folha, Teté é autora de livros
como A Nova York de Sex and the
City. E o mesmo Jornalismo que
aproximou seus pais no elevador
da Editora Abril, quando Zé era repórter de Quatro Rodas e Maria
Cecília, revisora de Cláudia, também foi o responsável por sua
união com Sérgio Dávila, correspondente da Folha em Washington.
(Naomi Suzuki, filha da Nair Suzuki)
„ Quando Naomi e o irmão eram redações, Naomi não teve dúvida na
pequenos, a mãe, Nair Suzuki, os hora de escolher a profissão. “‘Naslevava para a creche da Folha de ci’ no meio jornalístico e desde peS.Paulo, que ficava no mesmo pré- quena acompanho a carreira da midio da redação. Assim, entre uma nha mãe”. Apesar de saber que a
apuração e outra, podia descer e escolha da filha era uma conseqüência natural da relação entre elas,
dar um beijo nas crias.
„ Com um pouco mais de idade, Nair não gostou muito da idéia no
Naomi começou a acompanhar os começo, mas depois deu muita forplantões de fim-de-semana da mãe, ça. Falava para a filha que o jornalisagora dentro da redação de O Es- ta trabalhava muito e não tinha hotado de S.Paulo. “Ficava brincando rário. Mesmo convivendo com isso,
na máquina de escrever e achava o Naomi queria mesmo era vivenciar
máximo quando eles discutiam a o lado bom da profissão da mãe: “Ela
manchete e os títulos das matérias também me falava que era uma proe no dia seguinte eu lia lá no jornal”. fissão dinâmica, intensa e que exi„ Acostumada com o ambiente das gia apuração dos fatos”. E era isso
que ela queria: ler muito, escrever
bem, investigar a apurar os fatos.
„ Formou-se na Metodista e começou a trabalhar na assessoria de
imprensa do Grupo Bandeirantes
de Comunicação, com uma ajudinha da mãe, que conhecia a dona
da agência. Antes disso, Naomi fez
alguns trabalhos em revistas de
moda e estagiou na agência Fonte
de Comunicação.
„ Diariamente se espelhando na
mãe e mentora, como ela mesma
afirma, ainda conta muito com a
opinião dela para tomar as suas
decisões. Apesar disso, acredita
que ser filha de Nair não atrapalha
sua carreira porque trabalham em
áreas diferentes: Naomi é asses-
sora de imprensa na agência
Comcept e Nair é editora-adjunta
do caderno Negócios do Estadão.
Além disso, a filha também é formada em moda pela Santa Marcelina: “O cliente que atendo aqui na
assessoria é a Adidas; então consigo unir as duas coisas”.
„ Desde cedo admiradora da carreira da mãe (“Espero ainda conseguir ser uma profissional tão respeitada quanto ela”), Naomi acredita
que a principal diferença do Jornalismo de hoje e o de quando Nair
começou é o avanço da tecnologia
e, conseqüentemente, a velocidade com que as informações chegam e a rapidez das atualizações:
“O Jornalismo hoje é globalizado”.
„ Quando criança, Teté Ribeiro,
filha do repórter José Hamilton
Ribeiro, do Globo Rural, queria ter
um macaco como animal de estimação. Para tanto, aos sete anos,
criou uma armadilha para capturálos. Na escola, contou a experiência em uma redação. O pai achou
aquilo tão engraçado que publicou
o texto no caderno para crianças
do jornal Dia e Noite, de São José
do Rio Preto, que ele dirigia. Foi o
primeiro trabalho que ela teve publicado. Apesar dessa experiência
precoce, a decisão pelo Jornalismo aconteceu muito depois. “Eu
nunca pensei que ia virar jornalista. Minha vida inteira queria ser
veterinária. Mas acabei fazendo
faculdade de Filosofia na USP”.
„ Antes de se decidir, passou um
tempo fazendo teatro e outro tanto afirmando com certeza absoluta que faria tudo menos Jornalismo. Sendo filha mais nova de um
casal de jornalistas – a mãe, Maria Cecília, apesar de formada em
Letras Clássicas, atua como jorna-
“NASCI NO MEIO JORNALÍSTICO”
Zé Hamilton e Teté Ribeiro
Volkswagen
Edição 661
Página 13
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
“TÁ BOM, MAURO, JÁ QUE VOCÊ QUER SER JORNALISTA, SÓ NÃO SEJA ESPORTIVO”
(Mauro Beting, filho de Joelmir Beting)
„ Neto, filho, sobrinho, dade: ‘Tá bom, Mauro, já que você
primo, afilhado, padri- quer ser jornalista, só não seja esnho, irmão e marido de portivo’”. O desejo da mãe só foi
jornalistas, Mauro Be- seguido no início da carreira, quanting diz ter sido maravilhoso fra- do ele trabalhou com Política. Mas
cassar na sua tentativa de se for- não teve jeito: a paixão pelo futemar em Direito. Depois de termi- bol falou mais alto e ele acabou
nados os cinco anos de faculdade, indo cobrir esportes a partir de
mas de ter sido reprovado em duas 1990.
matérias, disse que o curso foi um „ “O jornalismo é uma profissão
embasamento cultural muito im- atraente”, essa era a imagem que
portante. Mas foi esse o motivo tinha enquanto acompanhava seu
da sua opção definitiva pelo Jorna- pai nos estúdios da Jovem Pan e
lismo: “Aprendi a ler com jornais e da TV Record, o ajudava a passar
revistas. Não tive escolha, tinha cola nas laudas que desciam pelos canos para a edição da Folha e
uma escola em casa”.
„ Apesar disso, seu pai, Joelmir quando tentava falar com o pai
Beting, nunca disse nada que pu- absorto no trabalho “.
desse direcioná-lo nesse sentido. „ Joelmir Beting começou a exerNa verdade, sua mãe é quem fez cer sua profissão no sistema de
uma tentativa de impedir que ele som da praça da matriz de Tambaú,
fosse jornalista esportivo. “Ela só cidade do interior paulista, e como
pediu uma coisa quando me viu secretário do Padre Donizeti. Na
dando aula de Jornalismo na facul- capital, iniciou a carreira como re-
pórter de O Esporte e revisor do
Diário Popular. Já a trajetória do filho Mauro começou na Cásper Líbero, onde iniciou o curso de Jornalismo que foi terminar na Fiam.
Na vida profissional, começou a
trabalhar na Band com a ajuda do
pai: “Comecei como estagiário na
Band, onde meu pai esteve por dez
anos. Ele já era comentarista da
Globo, mas eu conhecia muita
gente por lá, pela amizade que tinham com ele”.
„ Apesar de no princípio ter ajudado, o fato de ser filho de um jornalista tão conhecido tem seu lado
negativo. “Até o fim dos dias irão
dizer que só trabalho em duas rádios, duas revistas, quatro televisões, quatro sites e um jornal (tudo
isso hoje) porque sou filho dele”.
„ Há 13 anos, Mauro era comentarista do SporTV e da Rádio Gazeta e colunista da Folha da Tarde;
Joelmir e Mauro Beting
tinha um ano de casado com Helen Martins, apresentadora e repórter do Globo Rural. Joelmir era
comentarista da TV Globo e da rádio CBN e colunista de mais de 40
jornais. A admiração que tem pelo
reconhecido trabalho do pai pode
ser resumida em poucas palavras:
“Joelmir é o melhor jornalista que
um filho pode ter como pai e o
melhor pai que um jornalista pode
ser”.
“HOJE AS PESSOAS PENSAM MUITO MAIS NO MERCADO”
(Mariana Nadai, filha de Elvira Lobato)
„ Na hora de escolher a carreira, filha gostava de vê-la sofrer e queMariana Nadai, ficou em dúvida ria sofrer um pouco também. “Fientre Jornalismo e História. Optou quei com essa impressão de que
pela segunda alternativa, mas um seria uma profissão onde estaria
ano depois pediu transferência envolvida em muitas áreas diferenpara... Jornalismo. A mãe, Elvira tes, inclusive História”. As impresLobato, comentava com as ami- sões se confirmaram quando cogas, em tom de brincadeira, que a meçou a estagiar na revista Brasileiros, depois de ter passado por
Em Tempo, Gazeta de Pinheiros,
Sala de Aula e Nova Escola. Ela diz
que ser filha de jornalista tem algumas desvantagens: mesmo que
a cobrança não seja externa, sente-se na obrigação de fazer um
“MEU PAI FICOU MUITO FELIZ E ORGULHOSO”
(Herbert Henning, filho de Hermano Henning)
„ Herbert Henning estava nos tan Connection, e boletins para as
Estados Unidos, há 13 anos, quan- rádios Eldorado, de São Paulo,
do foi contaminado definitivamen- Gaúcha, de Porto Alegre, e Novite pelo “vírus do jornalismo”, como dade, de Manaus.
ele mesmo define. “Para me man- „ Mas mesmo antes disso ele titer em Nova York, onde fui fazer nha contato íntimo com o jornaliscursos de cinema, acabei indo tra- mo. Filho de Hermano Henning,
balhar numa produtora que fazia Herbert acompanhou de perto a
materiais de televisão e programas carreira do pai, que fazia questão
jornalísticos para o Brasil”. Entre as de levá-lo e ao irmão mais novo,
produções estavam matérias para André, que também trabalha na
a TV Cultura, Manchete, Multishow área, para dentro de estúdios de
e GNT, programas como o Manhat- rádio e redações nas quais traba-
onde você vê atitude,
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excelente trabalho “para que não
nos comparem”.
„ Para Mariana, a principal diferença entre o Jornalismo de agora e
da época em que sua mãe começou é que antes as questões políticas eram muito mais presentes.
“Minha mãe entrou no Jornalismo
para fazer diferença, mudar algo
em nosso País. Hoje as pessoas
pensam muito mais no mercado”.
„ Há 13 anos, Mariana, que hoje
trabalha no Almanaque Abril, estava na 4ª série e Elvira no Klick Educação.
lhou. “Cheguei a fazer viagens profissionais com ele aqui no Brasil e
no exterior”.
„ As experiências foram inúmeras,
curiosas e precoces. Antes dos 14
anos, Herbert contabilizava um vôo
de helicóptero no Maranhão durante uma reportagem para a TV Manchete, um vôo de balão no interior
de São Paulo, para uma matéria do
Fantástico, e conheceu boa parte
da Europa quando o pai era correspondente.
„ Mesmo novo não deixava de ajudar: “O que eu podia fazer era carregar equipamento de tevê e pequenas tarefas de ‘assistente de
produção’, como comprar sanduíches e refrigerantes para a equipe”. Por isso, quando comunicou
seu pai da decisão, não ouviu nenhuma reprovação, pelo contrário,
“ficou muito feliz e orgulhoso”.
„ Herbert começou a cursar Jornalismo na Universidade Federal
da Bahia, mas concluiu na Metodista de São Paulo. E iniciou a carreira no extinto Jornal da Bahia,
como repórter de Geral. Antes, fez
um estágio no escritório do SBT
em Washington, que era dirigido
pelo pai. Hermano começou a vida
jornalística nos estúdios da Rádio
Difusora de Guararapes, no interior de São Paulo, onde nasceu. Só
entrou na faculdade muito tempo
depois e, em vez de Jornalismo,
cursou Direito.
„ Há 13 anos, Hermano preparava as malas para voltar ao Brasil.
Eram seus últimos meses como
correspondente da Globo nos Estados Unidos. Quando voltou à terra natal, tornou-se âncora de telejornais do SBT.
Volkswagen
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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
“NUNCA HOUVE DIFERENÇA ENTRE CASA E TRABALHO”
(Juliana Kunc Dantas, filha de Audálio Dantas)
„ “No café da manhã, o Ribeiro, Caco Barcellos. As reuassunto sempre é jorna- niões de família eram praticamenlismo. No almoço e no te atualizações dos bastidores dos
jantar também”, conta veículos. “Todo mundo tem noviJuliana Kunc Dantas, estudante dades para contar. Minha família é
de Jornalismo da Cásper Líbero e quase uma redação inteira”. Porfilha de Audálio Dantas e de Va- que, além de seus pais, sua sobrinha é jornalista e radialista, o irmão
nira Kunc.
„ Fato curioso; o pai foi paraninfo e o tio, produtores de tevê, e o prida turma da mãe antes mesmo de mo, cineasta.
se conhecerem. A opção pela car- „ Quando tinha quatro anos, Julireira foi, portanto, um processo ana aprendeu a passar fax para a
natural. “Não houve nem possibili- mãe. Aos 14, ajudou a fazer assesdade de meus pais concordarem soria de imprensa da exposição
ou não com isso. Simplesmente 100 Anos de Cordel, organizada
aconteceu”.A casa de Juliana sem- pelo pai. Palavras como lauda, paupre foi freqüentada por “dinossau- ta e diagramação sempre soaram
ros” como Ricardo Kotscho, Juca familiares. A responsabilidade foi
Kfouri, Ziraldo, José Hamilton aumentando...
„ “Ficar vendo minha mãe escrever no conteúdo e na forma, acompanhar a correria de fechamento
quando meu pai fazia matérias diárias para o Diário Popular foi determinante para a minha formação”.
„ Juliana começou bem a carreira. Logo no primeiro ano de faculdade pegou uma carona com o pai
no projeto de um livro de arte-reportagem sobre a vida e obra do
escritor Graciliano Ramos. Embarcou ao lado dele e do fotógrafo Tiago Santana e os acompanhou
nas visitas às comunidades alagoanas. Voltou e fez um making of
de texto e foto para o site da faculdade.
„ Há 13 anos, Audálio se aposentou, mas nunca parou de trabalhar.
Juliana, Vanira e Audálio Dantas
Hoje, além de manter ao lado da
esposa a empresa Audálio Dantas
Comunicação & Projetos Culturais,
é vice-presidente da ABI. Juliana
estava apenas na 1ª série do Ensino Fundamental.
“TENHO QUE CONFESSAR: SOU FILHA CORUJA MESMO”
manha. Meu pai e meu tio Ronaldo Kotscho (hoje na ESPN) se tornaram jornalistas aqui no Brasil –
apesar de só terem aprendido a
falar português depois dos sete
anos (eles só falavam alemão).Tem
ainda meu primo Diogo Kotscho,
filho do Ronaldo, que trabalha
como assessor de imprensa”.
„ Ela se orgulha de nunca ter precisado pedir a ajuda do pai para
conseguir trabalho. Nem furos de
reportagem: “Quando meu pai era
assessor de imprensa do Lula e eu
ia fazer alguma reportagem lá no
PT, acho que nem olhava na cara
dele. Tinha medo de que as pessoas achassem que eu poderia ter
alguma informação privilegiada por
ser filha. E o pior é que acabava
acontecendo o contrário... Ele che-
gava a passar algo exclusivo pra um
amigo e não passava pra mim! “.
„ Há 13 anos, Mariana estava na
Rede Record, como repórter. E o
pai, no SBT.
(Mateus Cripa, filho de Marcos Cripa)
„ No colégio, Mateus Cripa fazia conhecer todas as etapas que o
um jornal com os amigos e pro- trabalho envolvia. Em casa, aprofessores que era sucesso de pú- veitava os momentos em que o
blico. Bastou o pai, o jornalista pai não estava para sentar-se à
Marcos Cripa, elogiar o trabalho frente da máquina de escrever e
para Mateus resolver que era imitá-lo: “Gostava muito de tudo
o que ele fazia”.
aquela profissão que iria seguir.
„ Quando adolescente, apaixo- „ Ainda sim, quando contou ao
nou-se pelo cotidiano agitado do pai sua opção ouviu alguns respai – “às vezes trabalhava de ma- mungos: “O trabalho é muito insdrugada, às vezes de manhã” – e tável e mal remunerado”. Marcos
passou a visitar as redações para Cripa alertou-o também para as
exigências cada vez maiores de
um mercado cada vez menor. E
deu um veredicto: “Você vai ter
que trilhar seu caminho com as
próprias pernas”. O pai acha que é
a melhor forma de ele entender e
saber lidar com as dificuldades
impostas pelo mercado. Por isso,
o ainda estudante está à procura
de um estágio.
„ Mas, mesmo assim, para o filho a ajuda do pai vai ser fundamental. “A faculdade é muito importante mas é na prática que realmente aprendemos”. E experiência é que não falta para o pai, que
já passou por praticamente todos
os campos do jornalismo: assessoria de imprensa, assessor de
campanha política, repórter de
impresso, chefe de reportagem
em televisão, professor e coordenador do curso de Jornalismo da
PUC-SP, além de ser mestre em
Comunicação pela USP.
„ Diante de toda essa bagagem,
Mateus tem receio de ser constantemente cobrado para repetir
o sucesso do pai. “Na faculdade,
já exigem mais por ser filho do
professor. Acredito que essa cobrança também vai se repetir no
trabalho, mas espero que isso
mude, porque é um peso e uma
responsabilidade muito grandes”.
Entretanto, a experiência paterna
ajuda na hora de tomar decisões
e discutir sobre a profissão. “Conversamos sobre as mudanças e
os rumos do mercado”. Por isso,
Mateus acredita que antigamente os jornalistas tinham mais vontade de informar realmente a verdade. “Hoje o jornalismo é muito
comercial, cada vez menos informativo”.
2º CLICHÊ: A 14ª HISTÓRIA. NA ATIVA, MAS DE OLHO NO LEGADO DO PAI
„ Antonio trabalhou várias vezes
com o pai. “Entre as mais marcantes, lembro-me do período em que
colaboramos com o Shopping
News, por volta de 1998, quando o
jornal enfrentava mais uma dura crise, e tive a chance de contribuir com
a editoria de Cidades, e aprender
muito com ele. Junto comigo, foram
alguns outros amigos da faculdade,
que também aproveitaram a oportunidade. E, ainda mais importante,
foi a chance de realizar com o Biondi a pesquisa para o livro O Brasil
Privatizado, que vendeu mais de 140
mil exemplares”. Ser filho de jorna-
lista ajuda ou atrapalha na carreira?
“Ajuda bastante e é algo que me
honra e alegra. Mas não se trata de
uma ajuda interesseira, de empurrõezinhos e coisas afins e sim de
uma continuidade e proximidade naturais dessas relações. Hoje, cuidamos da memória do Biondi, por meio
do projeto O Brasil de Aloysio Biondi, que pode ser conhecido pelo site
www. aloysiobiondi.com.br”.
„ Há 13 anos, Antonio estava terminando o 3º ano do colegial no Gracinha. E o pai estava voltando de Goiânia, após passar cerca de um ano à
frente do Diário da Manhã.
(Mariana Kostcho, filha de Ricardo Kotscho)
„ Foi com o pai, Ricardo, que dio-escuta e uma passagem pelo
Mariana Kotscho aprendeu: o jor- SBT. “Ao contrário de muitos pais
nalismo é mais do que uma profis- jornalistas, que dizem não desejar
são – é uma opção de vida. “Quan- esta profissão para os filhos, tenho
do pequena, eu adorava ir pra re- certeza de que, no fundo, meu pai
dação com ele. Ficava brincando ficou muito feliz. Ele adora a prode repórter nas máquinas de es- fissão que escolheu, é um jornacrever. Nos plantões na Folha, por lista apaixonado. Isso me fez ser
exemplo, eu e minha irmã escreví- também apaixonada pelo jornalisamos historinhas para a Folhinha mo. Ele acompanha minha carrei– isso com uns nove, dez anos”. ra, mas não é de dar muito palpite
Uma das brincadeiras prediletas – o que até acho bom...”
era fingir-se de repórter de televi- „ Mariana pegou algumas manias
são. Improvisava um microfone e do pai. Quando morou no Ceará,
saía entrevistando quem apareces- pela Rede Globo, por exemplo, vise na frente. Não por acaso, con- ajava para o sertão com uma pauseguiu realizar cedo o sonho. As- ta e voltava com cinco matérias.
sim que se formou, aos 21 anos, “Jornalismo na minha família até
foi efetivada repórter da Rede Re- parece praga. Meu bisavô e minha
cord, depois de quatro anos na rá- tia-avó eram jornalistas lá na Ale-
“VOCÊ VAI TER QUE TRILHAR SEU CAMINHO COM AS PRÓPRIAS PERNAS”
(Antonio Biondi, filho de Aloysio Biondi)
„ Antonio Biondi, filho de Aloy- Jornalismo. Depois de quase uma
sio Biondi, está cursando Direito década estudando e trabalhando
na USP. O segundo curso é, por com isso, entendi que gostaria e
assim dizer, uma bagagem extra. poderia complementar minha forJornalista formado pela ECA em mação no Direito. E hoje transito
2002, ele tomou a decisão sobre a nesses dois mundos, mas mais
carreira que queria seguir ainda na para o Jornalismo”. Ele e o irmão
escola, quando ficou fascinado pela Pedro, também jornalista, e a irmã,
experiência de fazer uma publica- Bia, que é música, sempre freqüenção – o Grito Escrito – do grêmio taram com prazer as redações por
do colégio Gracinha. “Vi os efeitos onde Aloysio passou. A molecada
que o jornal causou, como gerar adorava circular pela Folha, Shopdebate, incomodar os acomodados, ping News, DCI & Visão, Diário da
provocar mudança. E resolvi cursar Manhã...
Volkswagen
Edição 658
Página 15
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
13 HISTÓRIAS DE MULHERES JORNALISTAS
Elas nunca foram tão poderosas
Na edição especial sobre o Dia Internacional da Mulher, publicada em março deste ano, J&Cia ouviu pessoas importantes
do Jornalismo no Rio. Elas falaram de suas conquistas e do que faltava alcançar e, neste último quesito, um comentário
recorrente foi o fato de haver ainda poucas mulheres em cargos de direção. Nos últimos 13 anos, J&Cia viu o panorama se
alterar para melhor. E foi buscar agora 13 mulheres (estão numeradas por ordem de citação de 1 a 13) que chegaram lá, para
contarem o que mudou no decorrer desse tempo, em um mosaico de opiniões. O texto é da editora regional deste J&Cia, Cristina
Vaz de Carvalho
Nas revistas, maioria esmagadora
„ Chama a atenção o fato de, pela
primeira vez no Rio, três das principais revistas semanais serem
dirigidas por mulheres. Por ordem
de chegada, temos Eliane Lobato na IstoÉ, Lucila Soares na Veja
e Ruth Aquino na Época.
„ Eliane Lobato (1)
está há oito anos
em IstoÉ, os dois últimos como chefe
de Redação do Rio,
substituindo Aziz Filho. Ela comenta:
“Demorou, hein?
Veja tem 40 anos,
IstoÉ, 35 e Época,
uns 10 anos. Acho
que é um marco, mesmo”. E lembra: “Uma revista importante, CartaCapital, é a única dirigida por homem, o Maurício Dias”. Sobre os
motivos para essa mudança, Eliane diz: “Sinceramente, credito ao
Carlos Marques, diretor Editorial da
Três, ter sido o primeiro a entregar
uma revista a uma mulher, a investir na força da mulher. Podemos perguntar: por que nunca antes? Em
décadas e décadas, com certeza
houve outras competentes, antes
de nós. No começo, eu achava as
redações lotadas e loteadas, porque nós significávamos mão-deobra mais barata. Hoje isso mudou,
temos cargos e salários compatíveis com os dos homens. E vejo
que há mais investimento na capacitação profissional, independentemente de gênero”.
„ Lucila Soares (2), que entrou na
Veja em 1999, chefia a sucursal
desde outubro do ano passado e
procura dar continuidade às mudanças iniciadas por seu antecessor,
Lauro Jardim.Também na Veja Rio,
a redatora-chefe Cristina Grillo (3)
exerce um cargo inédito para o gênero. “Sinal dos tempos que tenha
aumentado o número de mulheres.
Acho isso uma coisa muito bemvinda, mas não necessariamente
perseguida. O importante é ter pessoas competentes e sérias nesses
cargos, e as mulheres poderem
competir numa situação que leva
em conta suas credenciais profissionais. Mas o que está acontecendo nas sucursais do Rio é completamente atípico, uma coincidência.
Não se podem fazer ilações a partir
desse número”, acredita Lucila. Indagada sobre a quebra de barreiras
para as mulheres chegarem aos altos cargos, ela analisa: “O que existia era uma avaliação de que mulheres não tinham, digamos, personalidade talhada para comandar. Podiam ser muito competentes, mas
os cargos de comando exigiam características – como firmeza e liderança – que não eram consideradas
próprias da condição feminina. Mais
do que qualquer outra coisa, isso
está mudando, e também em relação aos homens. A moderna ges-
Jornal, televisão, rádio, internet – elas estão em toda parte
tão de RH exige deles características que não são consideradas masculinas. Entram na roda habilidade
para negociação, flexibilidade, sensibilidade. É o começo de um caminho”.
„ Ruth Aquino (4), depois de passagem pela sede de Época em São
Paulo, como redatora-chefe, assumiu em meados deste ano a direção no Rio, cargo que acumula
com a coluna Nossa Antena, na
revista. O colunismo deve ser uma
experiência inédita para ela, mas
o mesmo não pode ser dito sobre
o cargo. Entre 1996 e 2000, Ruth
foi diretora de Redação de O Dia.
Naquele tempo, em todo o Brasil,
além dela havia apenas outra mulher no comando de uma redação,
em Fortaleza. Muitos(as) acreditaram que, após as pioneiras, outras
viriam, o que não ocorreu. Nos jornais, várias mulheres freqüentam
o aquário, mas hoje não há, no Rio,
diretoras de redação.
Ana Branco
„ Gigi Carvalho (5), diretora-presidente do Grupo O Dia, herdou a
empresa de seu pai, Ari Carvalho.
Apesar da longa convivência com
as questões da mídia – além de filha de Ari, foi casada com Walter
de Mattos Jr., hoje dono do Lance
– Gigi nunca tivera trabalho remunerado. Como ela mesma admitiu,
em público, por ocasião do lançamento do tablóide Meia Hora, sua
formação era de esposa e mãe.
Mesmo assim, assumiu o posto no
início de 2004. Para resolver algumas questões familiares, poderia
ter contratado um administrador
profissional, mas não o fez. Sob seu
comando, além de lançar o novo jornal popular, a redação já passou por
duas reformulações, a empresa
contornou problemas financeiros.
Para 2009, está prevista a mudança de formato físico de O Dia, de
standard para um berliner adaptado às condições da gráfica. E Gigi
continua a lutar com bravura. Numa
entrevista a Veja, em março do ano
passado, definiu seu posicionamento pessoal: “Continuamos com a
cara pintada, prontos para a guerra
(do mercado)”.
„ Experiência profissional era o que
não faltava a Alice Maria (6), diretora-geral da GloboNews, quando
Evandro Carlos de Andrade a convidou, em 1996, para participar da
montagem do primeiro canal brasileiro de tevê allnews. O projeto
completa 12 anos e Alice Maria hoje
colhe os frutos da maturidade do
canal, que se confunde com a própria tevê paga no Brasil, enfrentando os desafios da concorrência e
da renovação interna.
„ Paula Cesarino (7) dirige, há
cerca de cinco anos, a Folha de
S.Paulo no Rio, para onde veio
substituir Marcelo Beraba. Em
sua gestão, a sucursal ampliou a
presença do Rio no jornal, valorizada por prêmios importantes da
nossa imprensa. Até fevereiro,
Paula faz um curso na Europa;
cumpre o período sabático com
que a Folha premia por tempo de
casa seus principais colaboradores. Da mesma forma, Heloísa
Magalhães (8), chefe de Redação
da sucursal do Valor Econômico
desde que o jornal foi fundado, em
2000, pode se orgulhar
do conceito de que desfruta a equipe sob seu
comando.
„ Desde fevereiro de
2002, Mariza Tavares
(9) é a diretora-executiva da CBN, braço do Jornalismo para todo o Sistema Globo de Rádio.
Ela constata: “Vejo nas
redações um número cada vez
maior de mulheres. Na direção, ainda não, mas isso aumenta com
muita velocidade. É o caminho natural, desde que as mulheres deixaram as baias dos cadernos femininos. Antes, chegavam até determinado patamar, apesar do número de anos dessas mulheres
nas chefias. Houve uma leva de
desbravadoras. É um processo”.
Atualmente, porém, não nota diferença de tratamento: “Nas chefias, são poucos os postos e, hoje
em dia, o que conta é a meritocracia. As redações chegaram a tal nível de complexidade que é preciso tecer uma rede de várias competências”.Mariza ressalta ainda as
diferenças regionais: “Quem chefia nossa regional Rio é uma mulher, das mais jovens, a Carolina
Morand. Minha única tristeza é ver
esse quadro ainda muito restrito
ao Rio e São Paulo. Faço palestras
País afora e noto a ansiedade de
quem está no interior. Espero que
esse exemplo positivo possa ser
capitalizado por mais mulheres”.
„ Raquel Almeida (10) é a gerente de Plataformas Digitais da Infoglobo, cargo que assumiu no início deste mês, depois de editar o
Globo Online – marca que deixa de
existir a partir desta semana – desde 2004. Ela responde agora pelo
conteúdo, nos diversos suportes
que não o papel, dos jornais O Globo, Extra, Expresso e Diário de
S.Paulo. Raquel lembra: “Quando
comecei, 16 anos atrás, já havia
muitas editoras, mas os aquários
ainda eram masculinos. Agora há
mulheres em praticamente todos
eles, mas poucas na direção. Acho
que isso mudou tão pouco... É
maior a presença das mulheres em
cargos de liderança, mas o cenário ainda é muito masculino. Felizmente, estamos caminhando”.Vê,
porém, sinais claros de mudança:
“Na empresa, temos mulheres em
postos importantes: Ana Paula
Pessoa, diretora corporativa de
Recursos Estratégicos, e Sandra
Sanches, diretora-executiva de
Negócios da Unidade Globo. Não
é por ser mulher ou homem, o
importante é buscar a melhor composição para o produto. A busca é
por qualidade mesmo, conhecimento, por caber naquela função”.
Ela vê a ascensão das mulheres
ligada também às grandes mudanças ocorridas nas redações: “Talvez uma razão para isso seja a rotina de produção que o Jornalismo
exige. As novas tecnologias obrigam a adotar nova rotina, o negócio também prevê isso. O olhar
multifunção é uma característica
feminina, porque as mulheres foram e são multitarefas o tempo
inteiro.”
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Volkswagen
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
Nas associações de classe, elas já têm tradição
„ Suzana Blass (11),
presidente do Sindicato
dos Jornalistas do Município do Rio, repete a
tradição de uma entidade com forte presença feminina que teve, antes dela, Janice Caetano e a pioneira Beth Costa, mais tarde presidente também da Fenaj. Suzana
fala de sua trajetória: “Não estava
nos meus planos, de jeito nenhum.
Ao montarem a chapa que concorreria à eleição, meu nome foi consenso, pois queriam alguém sem
ranço, e eu tinha trânsito bom entre Sindicato e redação. Nunca tive
atuação partidária; no auge da militância, era ainda muito jovem. Fui
à Passeata dos 100 Mil com a minha escola, e tinha apenas dez
anos de idade”. Ao listar as características das mulheres no comando, lembra a ruptura de sua geração: “A mulher é mais executiva,
arregaça as mangas e faz as coisas, tem uma certa ansiedade para
ver os resultados. Além disso, a
maturidade nos dá mais elegância
para lidar com as questões. Nossa
geração de mulheres teve que brigar muito, por tudo. Éramos contestadoras, sempre quebrando alguma regra.Tomamos uns trancos,
mas conseguimos muita coisa”. E
conclui: “Viver esta posição tem
sido muito rico para mim. Eu estava do outro lado, reclamando. Agora, chegou minha vez de conviver
com a rejeição”.
„ A Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira empossou em agosto Alícia Martínez
Pardíes (12), correspondente da
agência italiana Ansa. Ela sucedeu
a Paula Gobbi na Presidência da
entidade, da qual já foi vice-presidente.
„ Na Abraji, do Jornalismo Investigativo, Angelina Nunes (13) substituiu o fundador Marcelo Beraba
em janeiro deste ano. Ali, metade
da diretoria é composta por mulheres. “Nas redações, no mercado, é crescente o número de mulheres, e assim, é natural que ocupem mais postos de comando”, diz
Angelina. Mas nem sempre foi
desta maneira: “Quando me for-
mei, só tive chefes homens, na
tevê, no rádio, em jornal. Nos anos
80, cheguei a ouvir: ‘Gosto de trabalhar com mulher porque faz serviço de Rolls Royce por um salário
de Fusca’. Hoje isso mudou; pelo
que posso ver, para cargos iguais,
os salários são iguais. Mas somente de uns 15 anos para cá as mulheres começaram a ocupar os
cargos de chefia. E as vejo cada
vez mais nesses cargos”. Mesmo
considerando as peculiaridades de
sua área, o Investigativo, ela vê
igualdade no trato dos gêneros e
lembra, como Mariza Tavares, a
distância que existe entre as mulheres dos grandes centros e o resto do País: “Acho que o meio jornalístico é um meio masculino.
Exigem-se respostas imediatas,
tem que ir muito para a rua, há o
risco de sofrer violência. Mas as
mulheres que pegam no pesado –
e na área de Polícia elas são muitas – são recompensadas do mesmo jeito. A possibilidade de ascensão está vinculada à competência.
Sempre galguei minhas posições
Suzana Blass
por merecimento, e nunca fui discriminada, nem quando estava grávida. Mas sei que, no interior, tudo
é mais difícil”. De forma semelhante à presidente do Sindicato Suzana Blass, de quem é amiga, Angelina coloca lado a lado características como tenacidade e conciliação:
“Mulher, quando pega uma tarefa, vai até o fim. Por questões de
trabalho mesmo, sem precisar forçar. A experiência traz isso para a
gente: não dá para brigar por qualquer besteira”.
13 HISTÓRIAS DE CASAIS DE JORNALISTAS
Amor, eterno amor... posto que é chama, que seja infinito enquanto dure
O amor é lindo. Entre jornalistas, mais ainda. Opa! Devagar com o andor que o santo é de barro! Ter um casamento feliz e duradouro
entre parceiros em geral ansiosos e dedicados a uma atividade estressante como jornalismo é coisa para psiquiatra analisar. Aliás,
entre os casais, tem uma que abandonou as redações para clinicar. Quem sabe Mara (ou Freud) explique. Abaixo, você confere 13
histórias de amor, de carinho, de compreensão de gente que se aproximou pelo jornalismo, dele tirou o sustento, ao menos por
uma boa parte do tempo, e, contrariando a lógica, continuam juntos – até prova em contrário –, muito bem casados. Os textos são
de Célia Chaim, exceção dos dois últimos, escritos por Eduardo Ribeiro.
CASAMENTO NA PRESENÇA DOS FILHOS
Andréa Assef e Biô Barreira
„ A “igreja” que une jornalistas é
a redação. Foi na redação da IstoÉ
Dinheiro que Andréa encontrou
Biô, editor de Fotografia. Eles acabam de se casar, na presença de
seus quatro filhos: Marcelo, filho
do primeiro casamento de Biô;
Mariana, também filha de um casamento anterior de Andréa; e Isabel e Nina, filhas dos dois. O Jornalismo os aproximou, só isso.
Andréa e Biô não acordam e dormem pensando no trabalho. Ela,
hoje na Letras & Lucros, filha mimada de Osvaldo Assef, especia-
lista em relações públicas, e da
jornalista Lídia Neves, continua
sendo mimada e “cheia de novidades”. Dizer que não sabe fazer
nem café não é subestimá-la. “Não
sei nada de cozinha e não quero
aprender”, diz sob o sorriso de Biô.
Anos atrás, ela comia mais que um
bebê aqueles potinhos de comida
para crianças. “Agora ele não deixa”. Ela encontrou seu verdadeiro
parceiro; ele começou a viver uma
história de amor com a mulher
adorável, criativa, inusitada, competente e fora da ordem que passou por várias redações.
PARCEIROS NO TRABALHO
Eduardo Elias e Carla Gomes
„ Os dois batem um bolão na
ESPN. Os dois chamam a atenção
pela beleza e pelo talento. Edu é
um curinga indispensável, capaz de
juntar em qualquer rua, inclusive da
China, os piores chutadores, homens e mulheres que aceitam fazer a brincadeira, e permitem criar
um quadro muito divertido para a
tevê. Ni-Hao, sucesso enorme
como mascote olímpico da emissora, foi seu companheiro na visita
à Praça da Paz Celestial para procurar pelo atleta do século em um
evento. Capaz também de ser o
“UM ENTENDE A VIDA MALUCA DO OUTRO”
Oscar Pilagallo e Beatriz Alessi
„ Oscar, jornalista que se bandeia
para a categoria de escritor, conheceu Beatriz na BBC de Londres. Ele
fazia as suas transmissões num estúdio envidraçado quando viu Beatriz passando do outro lado do vidro. Passou uma, duas, e ele no
ar. Só então se conheceram. Estão casados desde 1991, pais de
Sofia, 13 anos. É a terceira união
dele, a que deu certo. “Acho ótima
a união entre dois jornalistas porque um entende a vida maluca do
outro”. Ela trabalha com Ana Paula
Padrão na produtora Tuareg, que
faz o SBT Realidade. Ele fez livros
para a Folha de S.Paulo e, ao que
parece, não quer mais voltar ao diaa-dia das redações. A casa que
BEM-SUCEDIDOS, COM E SEM PATRÃO
morou em Londres está alugada,
para pagar o financiamento – que
lá sai sem nenhuma burocracia. Da
sua passagem pela capital inglesa
ele não esquece que trabalhamos
juntos, ilegais, como garçons de
um hotel de “médio fino trato”. Ele
me socorria quando eu perdia paciência com um hóspede, soltava
alguns palavrões. Em troca, ao final do café da manhã, eu passava
o hoover (aspirador) no salão.
Como garçons provamos para nós
mesmos que o nosso negócio era
ser jornalista (embora eu, num
outro hotel, igualmente ilegal, tenha recebido a proposta de ser
promovida para cuidar da limpeza
apenas do 4º andar).
Joaquim Castanheira e Angélica Consiglio
„ Os dois trabalham em áreas diferentes, ele editor-executivo da
IstoÉ Dinheiro, ela fundadora da
Planin, em 1993, empresa que começou na área de assessoria de
imprensa e hoje integra o Worldcom Public Relations Group, um
dos mais importantes grupos independentes de agências de relações públicas do mundo, com pre-
condutor de um programa (apresentador não, êta palavrinha feia!),
de fazer rir, brincar, informar e até
conquistar Carla, repórter que enfrenta com categoria até os mais
raivosos técnicos sem recorrer a
nenhuma artimanha feminina para
conseguir a informação. Pergunta
o que quer, às vezes ouve o que
não quer, mas não desiste. No trabalho são parceiros, jamais marido
e mulher. Eles se conheceram no
Rally dos Sertões em 2003, mas só
se reencontraram em 2005 na
ESPN. Cada um viaja a trabalho para
lugares diferentes. Um impulsiona
o outro. E o ciúme, aquela quase
inevitável praga, fica para trás.
sença direta em 43 países. Ela e
Joaquim não têm filhos, “o que é
até bom para nossa rotina de trabalho”, diz. “Viver com um jornalista é bom também porque os dois
entendem as exigências da profissão”. Ciúmes, Angélica admite ter.
Vai explicar para ela que esse ciúme não tem sentido, dado que ela
é mais jovem e também é bem
sucedida com a sua “butique” de
comunicação, que ela mesma
criou. E ele (sorry, Joaquim!), é
bem-sucedido mas tem patrão.
Volkswagen
Edição 661
Página 17
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
MELHOR MESMO É COMER FORA
MILTON NO FOGÃO, SUZANA NA ADEGA
Milton Gamez e Suzana Barelli
„ “Não viemos aqui pra namorar,
tá certo?” É assim que esse casal
de jornalistas, com 11 anos de
união, se cruza entre as revistas
IstoÉ Dinheiro e Menu, da Editora
Três, várias vezes por dia. Miltinho
é economia pura. Suzana, ex-repórter de Economia na Folha de
S.Paulo e no Valor Econômico, especializou-se em gastronomia e
também é mestre em vinhos.
Quem vê Miltinho, sério, diante do
computador, quem sabe escrevendo sobre a crise americana, não
imagina que, aos domingos, possa encontrá-lo pilotando o fogão.
A comida é dele, a escolha do vinho é dela. O bom – para ele – é
que a revista que ela dirige traz das
mais simples às mais elaboradas
receitas. Calma Miltinho! Vem tudo
escrito, passo-a-passo, pra você
nunca perder a mão. Os dois, vez
por outra, podem ser encontrados
num prazeroso café da manhã, na
Padaria Euroville, no bairro da Pompéia, onde moram, e que também
é ponto de encontro de muitos
outros jornalistas da região.
PUC, ela de manhã, ele à noite.
Envolvida na política estudantil,
essa diferença de “turno” não atrapalhou. “No finzinho do curso a
gente se encontrou para ficar juntos”. Cada um defendendo as suas
idéias, que não eram sempre convergentes, deu certo. “A gente
enxerga o mundo da mesma maneira. O tipo de dedicação que
você tem que dar a seu trabalho,
seus horários. Não vou dizer que
nas outras profissões as pessoas
não se dediquem, mas a nossa
vida é diferente, não tem hora para
nada”. Silvana é do tipo que gosta
disso. Ele também, tanto que concordou em ter filhos depois de dez
anos de casados. Tiraram o atraso
e tiveram três: Marina, 12 anos,
André, dez e Marcelo, seis. Ela não
deixa por pouco: “Todos eles são
Quaglio Oinegue”.
do sol raiar de verdade que começaram a se cobiçar. Ela casou, descasou, ele noivou e desnoivou, até
que há dez anos se casaram. É
uma tragédia, ele admite, “mas
jornalista, para dar certo, a união
tem que ser com pessoa da mesma profissão”. Por quê? “Uma das
coisas, responde Sabino, se você
não for médico e chegar em casa
tarde, como é habitual para jornalistas, sua mulher vai achar que
você tem uma amante. Em casa
somos um fiasco. Minha mulher
brinca comigo assim: quando ela
precisa trocar uma lâmpada pede
para o marido da empregada fazer
o serviço. ‘É o marido de aluguel’”.
A televisão nova, cheia de botões,
último tipo, ficaram só olhando,
desligada. Não sabiam qual botão
apertar. Logo, logo, a filha do primeiro casamento de Luciana, Luísa, vai dar um banho em vocês –
os dois jornalistas que sabem muito o que escrever, o que pautar, o
que ler, opinar, discutir, vão aprender com ela como é fácil lidar com
essas coisas de “tecnologia”.
„ Sabininho tem hoje 42 anos e
Luciana, que disse “chega!” ao
jornalismo para cuidar de Luísa, 41.
Christian. Diz Kátia:
„ “É meio assim, como na música Catavento e Girassol, de Guinga e Aldir Blanc, interpretada por
Leila Pinheiro: ‘...meu catavento
tem dentro o que há do lado de
fora do teu girassol. Entre o escancaro e o contido, eu te pedi
sustenido e você riu bem...’ –
muitas semelhanças e diferenças, que no fim das contas, até
agora 13 anos de união, acabam
rendendo aprendizagens. Traduzindo em miúdos, o cotidiano,
nesses bons anos, são de cum-
plicidade, de velhos amigos. A
semelhança na profissão só facilita certos diálogos, e esses são
explorados com capricho. Trocamos idéias e ajudamos um ao outro, mais em conceitos do que na
prática, pois temos tarefas diferentes a cumprir, eu uma free-lancer, que trabalha em casa, e ele
um coordenador de Jornalismo
da Câmara dos Deputados, que
corre com o dever pra cumprir. O
dia-a-dia é movimentado, com
muitas informações. Aqui em
casa, lê-se até bula de remédio,
por conta do Christian. Há disputas pela palavra, ou um cantinho
de silêncio pra ler ou apenas pensar um pouco. Em momentos
especiais, como o de eleições, ou
de acontecimentos relevantes do
País, dorme-se e acorda-se respirando política, pois ouve-se todos os noticiários, pronunciamentos, entrevistas etc. ... Pra desligar um pouco, há que se sair de
casa ou se trancar num quarto,
ouvindo um bom rock‘n’roll.
Laurentino Gomes e Mara Ziravello
„ Se você acredita que não con- listas. O destino quis que a união
segue viver fora de uma redação, de ambos passasse novamente
leia a história de Laurentino Go- por essa provação. Deu certo. Esmes, 31 anos de profissão, sem- tão juntos já há muitos anos.
pre em posições na ponta dos ex- „ Sabiamente, ele decidiu largar
pedientes, aquelas em que jorna- tudo para escrever livros de histólistas ganham dinheiro, prestígio ria e perambular pelo Brasil, como
(ou desprestígio), e de Mara Zira- se estivesse na caravana do filme
vello, também jornalista por 25 Bye-Bye Brasil, para fazer palestras
anos. Curiosamente, ambos foram – não daquelas chatas, a que se
casados anteriormente com jorna- vai por obrigação e senta-se bem
no fundo do auditório para cochilar
ou sumir quando quiser. Quem um
dia na vida assistiu a uma palestra
chata, que não acaba nunca, sabe
do que se trata. Laurentino também.
„ Mara, jornalista em ação por 25
anos, exerce hoje o trabalho de
psicóloga e estuda psicanálise.
“Tanto no meu caso quanto no
dela, o Jornalismo nos deu uma
vida muito rica, um mergulho profundo em realidades muito diferentes, um conhecimento geral que
te capacita a fazer qualquer coisa
na vida”. A decisão de sair das redações sem deixar de ser jornalista fez bem para os dois. O livro
1808, de Laurentino, já vendeu
mais de 400 mil exemplares no
Brasil e em Portugal. A vida é mais
leve e o tempo mais longo.
„ Bye-bye fechamentos.
ta por cima”. Cresceu ali e fora.
Voltou sem que ninguém desse
um pio sobre qualquer forma de
privilégio.
„ Casou em 2006 com Lygia, que
trabalha para uma revista da Rede
Record. Os dois são jovens (têm
29 anos), mas aprenderam que o
segredo da vida é o respeito mútuo. “O que não é diferente em
muitas outras profissões e em
outros casamentos”, diz Cacá.
Dario Palhares e Adriana Teixeira
„ Quem tem alguma rio!), mas o melhor mesmo, para
intenção de casar com os dois, é comer fora de casa. Em
uma jornalista e esperar seu segundo casamento, ele e ela
dela um prato de comi- não carregam atritos pelas peculida nas noites de 2ª a 6ª, desista. aridades dos horários e não perNove entre dez não cozinham. Na dem muito tempo em casa falancasa de Dario, sócio na Grecco Co- do sobre os respectivos dia-a-dia.
municações, e Adriana, editora de Requisito básico para esse tipo de
Variedades do Diário de S.Paulo, a união: não ter – ou engolir – ciúregra é confirmada. Ela sai tarde mes. Outro adotado pelo casal
do jornal e não se formou em Dario e Adriana: sobrando tempo,
“prendas domésticas”. Ele apren- esqueça a rotina do jornalismo no
deu alguma coisa (quem diria, Da- cinema ou em viagens.
“A GENTE ENXERGA O MUNDO DA MESMA MANEIRA”
Eduardo Oinegue e Silvana Quaglio
„ Casados há 22 anos e, segundo medicina, gestão ambiental e comela, “todo esse tempo porque nós panhias abertas. É fácil trabalhar
dois somos tinhosos”, Eduardo e com marido jornalista, sendo você
Silvana têm um longo currículo pro- da mesma profissão? Silvana não
fissional em grandes veículos de fica em cima do muro: “Não! Acho
imprensa. Trabalham juntos e por que ser da mesma profissão do
conta própria há apenas três anos, marido não é fácil, embora nesse
na Análise Editorial, empresa su- meio isso seja muito comum. Talperespecializada que produz, en- vez porque provavelmente se entre outras coisas, anuários setori- tenda melhor sobre a rotina do traais em áreas como advocacia, balho”. Os dois se conheceram na
A TEVÊ DESLIGADA
Marco Antonio Sabino e Luciana Bonafé
„ Eu o conheci como Sabininho, alçar seu primeiro vôo como repórum repórter e tanto que certo dia ter. A ousadia, que poderia pareme perguntou alguma coisa pare- cer pretensão a outros olhos, para
cida com “o que eu vou ser quan- mim foi uma alegria sem tamanho.
do eu crescer?, Ou seja, aqui na Não é que o meu Sabininho estarevista (Exame) meu futuro é ser va se tornando dono de seu próeditor, como você?” “Pelo que prio percurso profissional? E foi
imagino, Sabininho, seu destino nesse percurso que ele encontrou
será mais ou menos esse”. Ele foi Luciana Bonafé, pauteira dos três
franco: “Não é isso que eu quero”. primeiros jornais da TV Globo.
Se alguém pensou que eu iria fi- „ Os dois se conheceram na Rácar brava com ele, se enganou. Dei dio Bandeirantes. Ela apresentava
a maior força, sem que ninguém jornais à noite; ele, chefe de Resoubesse. Passado pouco tempo, portagem, chegava na hora em que
assistindo tevê, vi meu Sabininho ela saía, às 7 da manhã. Foi antes
DESLIGAR? SÓ OUVINDO UM BOM ROCK‘N’ROLL
Christian Morais e Kátia Morais
„ Também este J&Cia tem lá suas
peculiaridades familiares influenciadas pelo Jornalismo. A editora
regional Kátia Morais, que semanalmente envia as novidades da
Capital da República, divide o mesmo teto com o atual coordenador
de Jornalismo da Câmara dos Deputados, Christian Morais (bingo!!!) há 13 anos. Quando nascíamos como FaxMOAGEM, eles
celebravam no Rio uma união que,
mais tarde, os levaria a Brasília, fruto de um concurso prestado por
A VIDA É BELA FORA DA REDAÇÃO
RESPEITO MÚTUO
Carlos Sambrana e Lygia Rebello
„ Ele é quase um garoto-prodígio.
Quando muitos imaginavam que,
jovem jornalista, tinha arrumado
emprego na revista IstoÉ Dinheiro
porque sua irmã era casada com o
chefão, mostrou que não estava ali
pelo emprego, mas pelo trabalho
de jornalista que começava a exercer. Por não se aproveitar em nenhum momento do quase parentesco, Cacá, como é chamado, deu
exatamente o que se chama “vol-
Volkswagen
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Página 18
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
MEDO DE AVIÃO
Fernando e Claudia Calazans
„ Ele é considerado um tra vira craque, desanca cartolas,
dos melhores, se não o não escreve sobre aquelas táticas
melhor, colunista de Es- com que o treinador explica. Ler o
portes do País. Escreve Calazans é uma delícia, mesmo
no jornal O Globo, mas sua coluna para quem não é muito ligado em
é diferente de tudo o que tem por futebol – o que é bem difícil no Rio
aí. Fernando não fala muito, mas de Janeiro do Flamengo. Ele e
quando escreve é afiado. Não ba- Cláudia, que trabalhou em assesjula, não se impressiona quando soria de imprensa, pesquisas, se
um jogador de uma hora para ou- conheceram numa festa, da ma-
neira mais enviesada possível, através da irmã dela, que trabalhara
com ele nos bons tempos do Jornal do Brasil. Vão fazer 20 anos de
casamento em março.
„ “Quando éramos namorados eu
era redator e ficava até tarde no
jornal, mas depois a gente saía para
comer e beber alguma coisa. Ela
ia me buscar”.
„ Em casa, não falam sobre o tra-
balho, especialmente o dele, onde
reina o futebol. Sem filhos, viajam
nas férias para a Europa e, tudo
indica, levam uma vida muito boa,
harmoniosa, ajudada, com certeza, pelo enorme respeito mútuo.
A fraqueza do marido de Claudia:
tem medo de avião. “De avião não,
ele diz, de aeroporto, mas confesso que sou preguiçoso”.
JORNALISMO SIM, MAS SEM OBSESSÃO
Everaldo Gouveia e Arlete Taboada
„ Eles se conheceram na faculda- formalidade, estão juntos por opção
de, origem, aliás, de muitos casa- mesmo. Entre as coisas marcantes,
mentos – inclusive dos inúmeros Everaldo lembra da viagem que fique não dão certo, por acontece- zeram logo após a formatura pela
rem antes do tempo. Mas no caso América, deixando todo o resto para
de Everaldo Gouveia e Arlete Tabo- trás. Antes de retornar a São Paulo,
ada a história foi diferente. Come- decidiram viver em Manaus e lá moçaram a namorar no campus da raram por um ano e meio. Em São
UMC, em Mogi das Cruzes, em Paulo, seguiram carreiras distintas,
1989, continuaram in love mesmo ela mais focada em assessoria de
após mudarem de turma e estão imprensa e ele, em redação. Foi dujuntos até hoje, muito próximos das rante muitos anos do Diário Popuduas décadas de união. Nada de lar/Diário de S.Paulo e por aquele
jornal acabou, após alguns anos na
diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, ocupando a Presidência da entidade, em duas gestões, nos anos 1990. Foram tempos difíceis, mas também recompensadores, sobretudo pela compreensão da parceira, que garantiu
a ele a força necessária para seguir
até o fim. Hoje Everaldo integra a
equipe de comunicação da campanha de Marta Suplicy à Prefeitura
de São Paulo e Arlete é professora
do curso de Rádio da Universidade
São Judas, ali discorrendo sobre
parte da experiência vivida nos tempos de Excelsior e Eldorado. Não
têm filhos nem parentes próximos
atuando no Jornalismo. Jornalismo?
Sim, gostam muito, é óbvio, mas
não é obsessão. Chegam até a dedicar parte do tempo em que ficam
juntos para trocar informações e
conselhos sobre as atividades recíprocas. Mas sem qualquer exagero. Afinal, a vida é feita também de
outros desafios e prazeres.
13 ANOS DE FATOS E FALTAS
O que vimos nascer e morrer em 13 anos de vida
Agora você acompanha uma seleção de alguns acontecimentos marcantes noticiados por J&Cia nesses seus 13 anos e de perdas
de companheiros que se foram nesse período (com antecipados pedidos de desculpas por excessos ou omissões), trabalho feito
sob a coordenação do editor-executivo Wilson Baroncelli com a colaboração do assistente Luiz Gustavo Anversa
OS FATOS
nia ainda maior com seu público- sem nome definido (seria o Valor então oferecidos na internet, Alek„ Entrou no ar em 15/10/1996 a
GloboNews, canal de tevê por assinatura da Globo dedicado 24 horas por dia ao jornalismo. Desde
então, o comando do canal está
nas mãos de Alice Maria.
„ Chegou às bancas no dia 19/10/
1997 o diário esportivo Lance!, que
Walter de Mattos Jr. montou
após deixar O Dia. É atualmente o
principal jornal esportivo do País.
„ Em 22/5/1998, foi a vez da revista Época, que chegava para concorrer diretamente com Veja e IstoÉ.
Os alvos principais eram os 340 mil
leitores que semanalmente compravam revistas nas bancas, ao sabor de seus próprios humores.
„ Após completar três anos de
existência, a partir da edição 154
(7 a 13/10/1998) o FaxMOAGEM
passou a se chamar Jornalistas&
Cia, título que o colocou em sinto-
alvo e com o mercado.
„ A TV Globo inaugurou sua nova
sede em São Paulo, no aniversário
da cidade, em 25/1/1999, com a
estréia do Jornal Hoje, produzido
e apresentado da capital paulista.
Como âncora, a também editoraexecutiva Sandra Annemberg.
„ Cercado de rigoroso sigilo, foi
lançado em 22/3/1999 o Agora São
Paulo, jornal do Grupo Folha que
substituiu a Folha da Tarde. O editor responsável era Nilson Camargo, egresso da FT, que lá permanece até hoje.
„ João Roberto Marinho (Organizações Globo) e Luís Frias (Grupo Folha) anunciaram no dia 10/10/
1999 que as duas empresas lançariam, juntas, um novo jornal de
Economia no 2º trimestre de 2000,
com investimentos de R$ 50 milhões e sede em São Paulo. Ainda
Econômico), o novo diário, formato standard, fruto dessa parceria
inusitada, empregaria cerca de 300
pessoas, metade delas na redação. A previsão era de que atacasse diretamente a Gazeta Mercantil, havia anos em relativo sossego, e desse um “chega pra lá” nos
projetos de Orestes Quércia, então dono do Diário Popular, de lançar o seu próprio jornal de Economia (ele adquiriu o DCI – ver nota
mais à frente). Quércia acabou criando o Panorama Brasil, com Roberto Müller Filho no comando,
veiculado apenas na internet.
„ Em 29/3/2000 entrava no ar o
portal iG (internet grátis), projeto
vinculado ao GP Participações, do
Banco Garantia. À frente do empreendimento, que prometia balançar os conteúdos editoriais até
sandar Mandic, criador do primeiro provedor de acesso brasileiro, e
Matinas Suzuki Jr., egresso da
Folha de S.Paulo.
„ Num trágico episódio, Antônio
Marcos Pimenta Neves, então
diretor de Redação do Estadão,
assassinou sua ex-namorada e repórter do jornal, Sandra Gomide,
em 20/8/2000. Pimenta deixou o
jornal e desde então entrou numa
maratona jurídica que tem garantido, de forma provisória, sua liberdade.
„ Em abril de 2001 o Diário Popular, de São Paulo, então com 116
anos, passava às mãos das Organizações Globo. As negociações
tiveram pouquíssimos movimentos públicos, como a presença de
Roberto Irineu Marinho na inauguração do novo parque gráfico do
jornal de Orestes Quércia, um ano
antes. Assumiu como novo diretorsuperintendente o espanhol Juan
Ocerin. O jornal viria posteriormente a mudar seu nome para o atual
Diário de S.Paulo.
„ O final de 2001 e os anos de
2002 e 2003 foram marcados pela
crise, decorrente em grande parte do estouro da bolha da internet e dos investimentos precipitados de vários grupos de comunicação, que, endividados em dólar, sofreram um duro golpe com
a maxidesvalorização do real no
segundo mandato de Fernando
Henrique Cardoso. Foi um período marcado por cortes de investimentos, demissões, engavetamento de projetos, caracterizado
como um dos piores da história
da mídia brasileira. Nesse período todo, J&Cia durante semanas
virou uma espécie de ave de mau
agouro, tantas e tamanhas eram
as notícias más. Felizmente a crise acabou e J&Cia pôde voltar a
dar notícias boas em muito maior
quantidade que as negativas.
„ J&Cia não cobriu, por óbvio, os
atentados às torres gêmeas de
Nova York em 11 de setembro de
2001. Mas como saiu com uma
edição (303) no dia 12, pôde fazer
um registro do que alguns grandes veículos divulgaram sobre
eles. O informativo registrou as
edições extras de O Globo, O Dia,
JB, Época e IstoÉ, e, após contatos com os diretores de Redação,
descreveu como seria a cobertura de Folha de S.Paulo, Estadão,
Estado de Minas, Zero Hora, JB,
Valor Econômico, Gazeta Mercantil e Correio Popular, de Campinas.
Uma curiosidade igualmente registrada: o presidente da RBS,
Nélson Sirotsky, de férias em
Nova York, também trabalhou na
cobertura.
„ O DCI, diário econômico paulista que vinha sendo editado precariamente havia alguns anos com
base em autorização judicial, renasceu das cinzas pelas mãos do
ex-governador do Estado Orestes
Quércia em 17/2/2002. A operação, mantida em sigilo, contemplou o arremate da marca em leilão feito meses antes pela Receita Federal, por conta das dívidas
acumuladas pela empresa que a
detinha, À frente do novo DCI (que
começaria circulando na Grande
São Paulo, em Campinas, Santos
e São José dos Campos e em junho de 2004 passaria a ter distribuição nacional) estava Getúlio
Bittencourt. O antigo DCI deixou
de circular e Getúlio também deixou o jornal anos depois.
„ Começou a circular em 1º/5/
2002, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, o popular Super
Notícia, com enfoque em conteú-
do da cidade, polícia, esporte,
emprego e prestação de serviços.
O jornal, hoje um dos mais vendidos do País, é da Sempre Editora,
que edita O Tempo.
„ Ao apagar das luzes de 2002,
mais precisamente no dia 7/12,
um grupo de 60 jornalistas que
havia participado de um seminário internacional sobre jornalismo
investigativo na ECA-USP decidiu
criar uma associação nos moldes
da Investigative Reporters and
Editors, dos EUA, mantida pelos
próprios jornalistas. Nascia ali a
Abraji, ainda então sem nome. A
idéia, de Marcelo Beraba, na época diretor da sucursal da Folha de
S.Paulo no Rio, teve o apoio de
um grupo grande de jornalistas.
„ Depois de quase sete décadas,
o programa radiofônico A Voz do
Brasil ganhava, em 1º/9/2003, novas cara, formato e vozes. A mudança restringiu-se aos 25 minu-
Volkswagen
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Página 19
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
tos produzidos pela
Agência Brasil (Radiobrás). Segundo o então
presidente da empresa,
Eugênio Bucci, “mudamos o foco mas não
mudamos a pauta; modernizamos
sem desvirtuar os princípios básicos do projeto; e tratamos de aprimorar o conteúdo para garantir informações mais precisas e claras
para o cidadão”. A iniciativa sofreu
fortes resistências e ataques ao
longo de toda a gestão Bucci, inclusive por setores do próprio governo.
„ Elsie Dubugras, editora especial da revista Planeta, comemorou
100 anos de vida em plena atividade, em 2/3/2004. Ela se tornou jornalista na própria revista, 31 anos
antes, quando tinha nada menos do
que 69 anos (vinha de experiências
em outras áreas, inclusive vários
anos na PanAm). Começou pelas
mãos de Ignácio de Loyola Brandão, que então dirigia a revista. Ela
viria a falecer, de problemas respiratórios, em 2/3/2006.
„ O Grupo Folha e o UOL anunciaram sua fusão em 4/1/2005, tornando-se, segundo nota conjunta que distribuíram na ocasião, “o
segundo conglomerado de mídia
do Brasil, com faturamento estimado em R$ 1,3 bilhão”. A família
Frias manteve o controle da nova
empresa, com 79% de participação, sendo os 21% restantes da
Portugal Telecom.
„ Foi ao ar em 20/5/2005 a BandNews FM, o mais significativo
projeto de rádio que se fez no
Brasil, desde a criação, anos antes, da CBN, pelas Organizações
Globo: uma rede nacional de
emissoras transmitindo em FM,
com jornalismo 24 horas por dia
no ar. Estruturada inicialmente
nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Porto
Alegre, previa chegar em curto
prazo a Brasília, Curitiba, Recife,
Salvador e Santos, sob o comando de Marcello D’Angelo, diretor geral, que ficou no comando
por cerca de dois anos.
„ A Abril assinou, em 20/4/2005,
os contratos de alongamento de
seus débitos de curto prazo com
um grupo de bancos, num total
de R$ 524,9 milhões, sendo R$
485,9 milhões da Editora e outros
R$ 39 milhões da Dinap, a distribuidora de revistas que integra o
Grupo Abril. O valor correspondia
a 68% do passivo financeiro consolidado da companhia. A dívida
deveria ser amortizada em três
parcelas, com pagamento nos
meses de dezembro de 2006
(20%), 2007 (40%) e 2008 (40%).
„ Dois dias depois, em 22/4, comunicado assinado por Roberto
Irineu Marinho, dirigido aos funcionários das Organizações Globo,
informava que o processo de renegociação das dívidas da Globopar concluíra-se naquela data e
que a proposta apresentada pela
empresa fora aprovada por 81%
dos credores em assembléia realizada em Londres. Com isso, poderia liquidar a dívida – da ordem
de U$ 1 bilhão – ao longo de oito
anos e em condições compatíveis
com os resultados gerados pelos
negócios do grupo.
„ Com 120 jornalistas, quatro edições (Rio Preto, Sorocaba, Bauru
e Jundiaí) e uma agência de notícias, nascia oficialmente em 16/
11/2005 a rede de jornais Bom
Dia, que o empresário J. Háwilla, dono do Grupo Traffic (marketing esportivo e entretenimento)
montou no Interior de São Paulo.
Matinas Suzuki Jr. era o diretor
geral – não é mais.
„ Em 20/6/2005, a ABI voltou a
ter oficialmente uma representação em São Paulo, após anos de
ausência, sob a direção de Audálio Dantas, também vice-presidente da ABI Nacional. Ele presidiu o Sindicato dos Jornalistas de
SP durante os anos de chumbo e
a Fenaj pouco depois, sendo o
primeiro presidente da entidade
eleito pelo voto direto.
„ O Brasil entrou efetivamente no
circuito dos diários gratuitos, a
exemplo do que já ocorria nos
principais centros, como Europa
e Estados Unidos, em 6/7/2006,
com o lançamento do Destak, em
São Paulo. O jornal foi constituído
com 70% de investimento do empresário brasileiro André Jordan e
30% do grupo Cofina, um dos
maiores grupos editoriais de Portugal. A versão carioca do jornal
foi lançada em 7/7/2008. O diretor Editorial era e ainda é Fábio
Santos. Depois dele, viria o Metro, dos grupos Publimetro e
Band.
„ Outra publicação que começou
a circular no segundo semestre de
2006, em 9/10, foi a revista mensal Piauí. O título foi escolhido a
partir de uma pesquisa para o
mote do conteúdo pretendido
para a publicação: “o Brasil que
ninguém conhece”. A intenção era
mostrar uma face do País que não
aparece nos meios de comunicação mais convencionais. Como
publisher, João Moreira Salles;
na redação, instalada no Rio de Janeiro, nomes como Mário Sérgio
Conti, diretor, Dorrit Harazim e
Marcos Sá Corrêa, editores, entre outros.
„ Chegou às bancas em 7/3/
2007 a revista Época Negócios,
com uma tiragem de 100 mil
exemplares e o chamado formato Marie Claire (diferenciado das
demais revistas de Economia e
Negócios). Nasceu com uma edição robusta, de 210 páginas, 80
delas de publicidade paga, com
uma proposta de abordar permanentemente (e também praticar
internamente) o tema inovação.
O diretor de Redação era e é Nelson Blecher.
„ Em 28/6/2007 foi a vez da 1ª
edição de Brasileiros, revista
mensal de reportagem fundada
por Hélio Campos Mello (ex-IstoÉ e Estadão) e Patrícia Rousseaux, tendo Nirlando Beirão e
Ricardo Kotscho como diretores-adjuntos. A proposta do novo
título era contar boas histórias de
brasileiros dentro e fora do País,
anônimos e famosos, ricos e
pobres, brancos e pretos.
„ Engolfada a partir de fevereiro
de 2007 numa crise sem prece-
dentes em seus 35 anos de vida,
a Editora Três entrou no dia 14/5
com pedido na Lei de Recuperação Judicial, que lhe daria um prazo da ordem de 60 dias para apresentar à Justiça seu plano de recuperação. O plano da empresa
foi aprovado pela assembléia de
credores em 20/5/2008. Desse
modo, a empresa voltou à normalidade e pôs fim a todas as negociações que chegaram a ser estabelecidas no auge da crise, inclusive com Nelson Tanure, do Grupo CBM.
„ Com uma equipe de 250 jornalistas em todo o Brasil e investimentos de US$ 7 milhões, entrou
no ar em 27/9/2007 o novo canal
da Rede Record, o RecordNews.
Ele começou a transmitir às 20h
(horário em que, 54 anos atrás, foi
ao ar a primeira transmissão da
emissora), com uma entrevista
com o presidente Lula. Na parceria entre as duas emissoras administradas pela Igreja Universal, a
Record passou a gerar o conteú-
do, sob o comando de Douglas
Tavolaro, que acumulou a função
com a de diretor de Jornalismo da
própria Rede Record
„ O presidente Lula editou no dia
10/10/2007 a MP 398, que criava
a Empresa Brasil de Comunicação
(EBC), órgão que iria gerir o sistema com a tevê e as emissoras de
rádio públicas e a Agência Brasil.
A empresa pública, uma sociedade anônima de capital fechado,
teria capital inicial de R$ 200 milhões. A MP foi aprovada na Câmara em 26/2/2008 e no Senado
em 12/3/2008.
„ A ABI celebrou seu centenário
em 7/4/2008, mas as comemorações vão se estender até março
de 2009, com exposições, seminários e edição de obras. J&Cia
marcou a data com uma edição
especial, que também homenageou o Dia do Jornalista e os 200
anos da imprensa brasileira.
o Estadão. Foi também o principal
comentarista político da TV Globo
e atuou no Manhattan Connection,
de Lucas Mendes, no GNT. Era
casado com Sonia Nolasco, correspondente da Gazeta Mercantil
em Nova York.
„ Marcos Faerman (12/2/1999),
55 anos, de enfarte, em São Paulo. Gaúcho, participou de vários
projetos inovadores da imprensa
brasileira, entre eles o Jornal da
Tarde, Pasquim e Bondinho. Mas
foi com o tablóide Versus que concretizou sua mais ousada experiência editorial, abrindo espaço para
a intelectualidade de vanguarda.
Era professor da Cásper Líbero,
editor-chefe da revista Hebraica e
repórter das revistas Educação e
Problemas Brasileiros.
„ Barbosa Lima Sobrinho (16/7/
2000), 103 anos, no Rio de Janeiro. Foi o mais novo e o mais velho
presidente da ABI, entidade que
comandou em três ocasiões: 1926
a 1927, 1930 a 1932; 1978 a 2000;
também presidiu o seu Conselho
Administrativo, de 1974 a 1977.
Embora sua história seja bastante
conhecida, chama a atenção o fato
de ter sido o primeiro signatário do
pedido de impeachment do presidente Collor, em 1992.
„ Aloysio Biondi (21/7/2000), 64
anos, de complicações cardíacas,
em São Paulo. Defensor de idéias
independentes no jornalismo econômico brasileiro, colaborava com
diversos veículos (Diário Popular,
Correio Braziliense, Caros Amigos,
Bundas, Educação e portal
MyWeb) e lecionava na Cásper Líbero. Teve seu auge no DCI, ali formando uma legião de seguidores,
por conta das posições críticas que
assumia publicamente contras as
chamadas unanimidades.
„ Tim Lopes (2/6/2002), 51 anos,
brutalmente assassinado durante
a realização de uma reportagem
sobre bailes funk nos subúrbios do
Rio de Janeiro para a TV Globo. Tim
passou por O Globo, O Dia e Jor-
nal do Brasil antes de ingressar na
Globo, em 1996. Era fonte privilegiada de J&Cia, como registrado
na edição 340: “Notícia nenhuma
era pequena demais, irrelevante
demais para ele. (...) Não haverá
oportunidade de agradecer ao Tim
a desmedida atenção que o J&Cia
teve o privilégio de receber nesses seis anos de convivência”.
„ Alessandro Porro (11/10/2003),
72 anos, de enfisema pulmonar,
em São Paulo. Italiano de Nápoles,
tinha mais de 50 anos de jornalismo. Foi um dos principais profissionais da Abril durante três décadas, período em que trabalhou
como correspondente de várias
publicações (principalmente Veja)
em Londres, Paris, Roma, Buenos
Aires, Madri e Tel-Aviv. Foi ainda
diretor de Realidade e da sucursal
de Veja no Rio, passou por Bloch
Editores e SBT, e assinou a coluna
Swan, em O Globo, com a morte
de Zózimo Barrozo do Amaral,
em 1997.
As faltas
„ Elpídio Marinho de Mattos (7/
6/1996), 78 anos, por suicídio, em
São Paulo. Funcionário da Gazeta
Mercantil por mais de duas décadas, ele havia aderido meses antes ao programa de demissões
voluntárias do jornal, mas quando
foi fazer sua rescisão, no dia 5, recebeu apenas parte do que tinha
direito.
„ Franz Paul Heilborn, o Paulo
Francis (4/2//1997), 66 anos, de
ataque cardíaco, em Nova York,
onde morava. Um dos mais polêmicos jornalistas brasileiros, começou a carreira como crítico de teatro e despontou na grande imprensa na Última Hora, pelas mãos de
Samuel Wainer. Exilado no período da ditadura, colaborou com o
Pasquim e com a revista Visão,
então dirigida por Said Farhat. De
volta ao País, foi convidado por
Cláudio Abramo a assinar uma
coluna na Folha de S.Paulo, Diário
da Corte, que depois mudou para
Volkswagen
Edição 661
Página 20
ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
„ O ano de 2003 foi implacável com os donos
dos jornais do Rio: em
seis meses, tirou de
cena os responsáveis
pelo sucesso de três
dos principais veículos da cidade;
em fevereiro (8), Manoel Francisco do Nascimento Brito, que levou o Jornal do Brasil a uma posição de respeitabilidade no País inteiro, na década de 70; em julho
(4), Ary Carvalho, mentor da grande mudança de O Dia no cenário
carioca, a partir dos anos 80; e,
um mês depois (6/8), Roberto
Marinho, idealizador e pilar do
maior império de comunicação do
Brasil, as Organizações Globo. O
desaparecimento dos três marcou
o fim de uma era no jornalismo
carioca.
„ Fernando Sabino (11/10/2004),
81 anos, de câncer, no Rio de Janeiro. Um dos maiores escritores
brasileiros contemporâneos, foi
jornalista bissexto: correspondente do Diário Carioca em Nova York,
correspondente do JB e de Manchete na Europa, correspondente
do JB em Londres, e fez reportagens em Cuba para veículos do
Rio, Minas, Bahia e Pernambuco.
Publicou cerca de 50 livros.
„ Mauro Borja Lopes, o Borjalo
(18/11/2004), cartunista, 79 anos,
de câncer, no Rio de Janeiro. Mineiro, começou publicando seus
desenhos no Esporte da Folha de
Minas e depois em Política do Diário de Minas. Mudou-se para o Rio
a convite de Manchete, tendo trabalhado também em O Cruzeiro e
A Cigarra. Teve charges e cartuns
publicados em jornais europeus.
Atuou também em tevê e encerrou sua carreira na Globo, onde se
notabilizou pela criação da Zebrinha e do Plim-plim.
„ Narciso Vernizzi (12/7/2005), 86
anos, de aneurisma, em São Paulo. Conhecido como o Homem do
Tempo, começara na profissão 57
anos antes, na Rádio Panamericana, e em 1963 passou a trabalhar
na área que o consagraria, a previsão do tempo, prestação de serviço então inédita no rádio brasileiro. Os filhos, Celso e Sérgio, seguiram seus passos.
„ Luiz Alberto Bahia (28/11/2005),
82 anos, de falência múltipla dos
órgãos, no Rio. Dirigiu o extinto
jornal Correio da Manhã, do Rio de
Janeiro, entre 1959 e 1962, integrou o Conselho Editorial da Folha
de S.Paulo desde a sua criação, em
1978, e foi colunista da página 2
do jornal de 1977 a 1980. Também
foi conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio, onde se
aposentou, em 1993, e da Sociedade Brasileira de Instrução, ligada à Universidade Cândido Mendes.
„ Tales Alvarenga (3/2/2006), 61
anos, em decorrência de problemas pulmonares, em São Paulo.
Diretor Editorial das revistas Veja
e do Grupo Exame, iniciou a carreira em 1968, em Belo Horizonte,
como repórter do Estado de Minas, ali permanecendo até 1972,
quando, acompanhando a confraria dos mineiros que desembarcou
em São Paulo naquele período,
transferiu-se para o Jornal da Tarde. Mais quatro anos e pôs os pés
em Veja, de onde nunca mais sairia: foi editor-assistente de Educação e Ciência, editor de Geral e de
Política, editor-executivo, diretoradjunto, até ocupar o cargo de diretor de Redação, no período 1998/
2004.
„ Fernando Gasparian (7/10/
2006), 76 anos, de infecção generalizada seguida de parada cardíaca, em São Paulo. Empresário,
após o golpe militar de 64, passou
a ser perseguido pela ditadura. Ficou conhecido por criar um semanário de oposição, o Opinião, lançado em 23/10/1972. Lançou também as revistas Argumento, Ensaios de Opinião e Cadernos de Opinião. Em 1973, assumiu a editora
Paz e Terra, colocando como acionistas Alceu Amoroso Lima, Barbosa Lima Sobrinho, Celso Furtado, Dias Gomes, Érico Veríssi-
mo e Fernando Henrique Cardoso, entre outros. Em 1976, chegou
a editar vários exemplares do Jornal de Debates. Todas suas publicações foram atingidas pela censura do regime militar. Em 1977,
criou a Livraria Argumento, em São
Paulo. No ano seguinte, transferiua para o Rio de Janeiro. Gasparian
retornou a São Paulo em 1984.
Dois anos depois, foi eleito deputado federal pelo PMDB.
„ Octavio Frias de Oliveira (30/
4/2007), 94 anos, de insuficiência
renal grave. Publisher do Grupo
Folha, adquiriu a Folha de S.Paulo
em 1962 e foi protagonista da
modernização da mídia brasileira
na segunda metade do século. Frias pertenceu a uma geração de
empreendedores pioneiros dos
quais ele era um dos últimos remanescentes e o único a se manter em atividade profissional até
um ano antes de sua morte. A trajetória de sua vida virou livro pelas
mãos de Engel Paschoal, com o
apoio da Mega Brasil e deste
J&Cia e patrocínio do Grupo Telefônica.
„ Murilo Felisberto (11/5/2007),
aos 67 anos, em decorrência de
um câncer no fígado, em São Paulo. Mineiro de Lavras e formador
de toda uma geração de talentosos profissionais, que ainda hoje
se espalham por múltiplas atividades editoriais, Murilo transitou, de
forma marcante, tanto pelo jornalismo quanto pela publicidade. Um
dos fundadores do Jornal da Tarde, onde chegou em 1965 e que
dirigiu por duas ocasiões, entre
1968 e 1978 e depois, entre 2000
e 2003, foi também diretor de Criação da DPZ, ali permanecendo
por 16 anos, entre 1984 e 2000.
„ Joel Silveira (15/8/2007), 88
anos, de câncer, no Rio. Sergipano de nascimento, mudou-se para
o Rio aos 18 anos e era considerado por muitos o repórter mais importante do Brasil, função que exerceu durante toda a vida. Começou
no semanário de literatura Dom
Casmurro, de Álvaro Moreyra,
passando depois para a revista Diretrizes, de Samuel Wainer. Pelos
Diários Associados, foi destacado
por Assis Chateaubriand para
cobrir a 2ª Guerra Mundial, e acompanhou os soldados brasileiros na
Itália durante 11 meses. Na volta,
reuniu textos sobre o tema no livro Histórias de pracinha, recentemente reeditado sob o título O inverno da guerra. Ao todo, teve cerca de 40 livros publicados. Trabalhou em Última Hora, O Estado de
S.Paulo, Diário de Notícias, Correio
da Manhã, com uma longa passagem pela revista Manchete.
„ A família Onaga perdeu três de
seus membros, todos jornalistas
em São Paulo, em menos de seis
meses, no segundo semestre de
2007. O primeiro foi Romeu, no dia
6/7, aos 78 anos, aposentado havia quatro, desde que deixou a assessoria de imprensa da Petrobras,
onde esteve por uma década. Era
pai de Marcelo Onaga, atualmente editor da revista Exame. Em 24/
8 foi a vez de Hideo Onaga, aos
85 anos, um dos mais respeitados
repórteres de sua geração e pioneiro do jornalismo econômico no
Brasil. Ele foi um dos principais
responsáveis, em 1972, pela transformação da Gazeta Mercantil de
mero boletim comercial num dos
mais importantes veículos econômicos do País. Por fim, em 4/12,
um enfisema pulmonar levou Ruy
Onaga, que era o único vivo de
uma família de cinco irmãos, quatro deles jornalistas. Ruy trabalhou
por mais de 30 anos na revista Visão como secretário de Produção
e era considerado um dos grandes
revisores da imprensa brasileira
numa época em que essa era uma
função relevante. Tinha 84 anos.
„ Paulo Patarra (21/1/2008), 74
anos, de um câncer na garganta
que tratava havia um ano, em São
Paulo. Ele comandou a redaçãoícone da imprensa brasileira, a da
extinta Realidade, no final dos anos
1960, mas que também passou
por Última Hora, Quatro Rodas, TV
Globo e SBT, entre outros veícu-
los. Conforme seu desejo, o corpo foi doado à Faculdade de Medicina da USP.
„ Sérgio de Souza (25/3/2008),
73 anos, vítima de complicações
por uma perfuração no duodeno,
em São Paulo. Outro integrante da
chamada “geração Realidade”, fundador e diretor da revista Caros
Amigos havia onze anos, era considerado o pai da edição de texto
no Brasil. Criou publicações que
muitos classificaram como alternativas, entre as quais O Bondinho e
Ex, mas ele rejeitava essa classificação. Preferia defini-las como “publicações jornalísticas comprometidas com a informação e idéias,
não alinhadas com o pensamento
único dominante na grande mídia”.
„ Paulo Alberto Monteiro de Bar-
ros, o Artur da Távola (9/5/2008),
72 anos, em decorrência de problemas cardíacos, em Brasília. Távola começou sua carreira política
em 1960 quando elegeu-se deputado estadual no Rio. Viveu exilado na Bolívia e no Chile, entre 1964
e 1968. Em seu retorno ao Brasil,
adotou o pseudônimo Artur daTávola. Mais antigo funcionário da
Rádio MEC, estreou em 1957, na
apresentação de um programa
sobre música clássica. Foi colunista de O Globo durante 15 anos,
escrevendo sobre televisão. Também teve passagens pela extinta
Bloch, O Dia e TV Cultura. Foi um
dos fundadores do PSDB, exercendo mandatos de deputado federal
até 1995 e de senador (1995-2003).
Fazia o programa Quem tem medo
de música clássica?, para a TV Senado, e escrevia para O Dia.
„ Fernando Barbosa Lima (6/9/
2008), 72 anos, de infecção generalizada, no Rio. Ainda muito jovem,
começou a trabalhar como desenhista publicitário; fundou depois
uma produtora de tevê, Esquire,
mais tarde transformada em agência de publicidade, e logo passou
para a televisão comercial. Em 55
anos de carreira, foi um dos nomes
mais importantes desse meio, até
hoje. Criou programas que fizeram
história, como Jornal de Vanguarda, Preto no Branco, Abertura e
outros que ainda são veiculados:
Sem Censura, da TV Rio, hoje na
TV Brasil, e Cara a Cara, na Band.
Presidia ultimamente o conselho
deliberativo da ABI. Era filho de
Barbosa Lima Sobrinho.
„ Lourenço Diaféria (16/9/2008),
75 anos, em decorrência de problemas cardíacos, em São Paulo.
Considerado o maior cronista paulistano, iniciou a carreira jornalística na Folha da Manhã (hoje Folha
de S.Paulo), em 1956, e começou
a escrever crônicas em 1964. Ali
ficou até 1977, quando foi preso
pelo regime militar pelo conteúdo
de uma crônica – Herói. Morto.
Nós. – considerada ofensiva às
Forças Armadas. Passou também
por Jornal da Tarde, Diário Popular,
Diário do Grande ABC, rádios Excelsior, Gazeta, Record e Bandeirantes, além da TV Globo. Publicou
diversos livros.
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