TCC RONILDA OLIVEIRA-21-11-11
Transcription
TCC RONILDA OLIVEIRA-21-11-11
1 UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE POS GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CONTROLADORIA E GESTÃO EMPRESARIAL ASSESSORIA CONTÁBIL GERENCIAL PARA PEQUENA EMPRESA RONILDA CHAVES LOPES DE OLIVEIRA Profª Orientadora: MS EuséliaPavéglio Vieira Ijuí (RS) 2011 2 RONILDA CHAVES LOPES DE OLIVEIRA ASSESSORIA CONTÁBIL GERENCIAL PARA PEQUENA EMPRESA Trabalho de conclusão apresentado no Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Controladoria e Gestão Empresarial do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação da Unijui – RS. Profª Orientadora: Ms EUSÉLIA PAVÉGLIO VIEIRA Ijuí - RS, Outubro/2011 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................ 9 1.1 Definição do Tema .......................................................................................................... 9 1.2 Caracterização da entidade............................................................................................ 9 1.3 Problema ........................................................................................................................ 10 1.4 Objetivos ........................................................................................................................ 11 1.4.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 11 1.4.2 Objetivos Específicos.............................................................................................. 11 1.5 Justificativa.................................................................................................................... 11 2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA .......................................................................................... 12 2.1 Contabilidade Gerencial ........................................................................................... 12 2.1.1 Terminologia Aplicada a Contabilidade de Custos ............................................. 14 2.1.1.1 Gastos ................................................................................................................... 14 2.1.1.2 Desembolso ........................................................................................................... 14 2.1.1.3 Custo ..................................................................................................................... 14 2.1.1.4 Despesa ................................................................................................................. 15 2.2 Custos na atividade comercial .................................................................................. 15 2.2.1 Conceito e Finalidade ............................................................................................. 15 2.2.2 Custos Relativos á Aquisição das Mercadorias ................................................... 16 2.2.3 Despesas Relativas à Venda de Mercadorias ....................................................... 16 2.2.4 Os Componentes Fixos do Custo no Comércio .................................................... 17 2.2.4.1 Despesas Operacionais ........................................................................................ 17 2.2.4.2 Despesas Administrativas ................................................................................... 18 4 2.2.4.3 Depreciação .......................................................................................................... 18 2.3 Custo com Pessoal .................................................................................................... 18 2.4 O Sistema de Custeio Variável Aplicado no Comércio .......................................... 19 2.5 Formação do Preço de Venda .................................................................................. 20 2.6 Análise Custo Volume Lucro .................................................................................. 21 2.6.1 Margem de Contribuição....................................................................................... 21 2.6.2 Ponto de Equilíbrio ................................................................................................ 22 2.6.3 Margem de Segurança Operacional ..................................................................... 23 2.6.4 Indicadores Rotatividades Estoques ..................................................................... 24 2.7 Fluxo de Caixa .......................................................................................................... 25 2.7.1 Definições ................................................................................................................ 25 2.7.2 Métodos de Fluxo de Caixa ................................................................................... 26 2.8 Controles internos ..................................................................................................... 29 2.8.1 Ambiente de controle ............................................................................................. 29 3. METODOLOGIA............................................................................................................... 31 3.1 Classificação da Pesquisa ......................................................................................... 31 3.1.1 Quanto aos Objetivos ............................................................................................. 31 3.1.2 Quanto a Abordagem do Problema ...................................................................... 32 3.1.3 Quanto aos Procedimentos Técnicos .................................................................... 32 3.2 Plano de Coleta de Dados ......................................................................................... 33 3.2.1 Instrumentos ........................................................................................................... 33 3.3 Análise e Interpretação dos Dados .......................................................................... 34 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 35 4.1Contextualização do Processo de definição dos controles .............................................. 35 4.1.0 Fluxo de Caixa ............................................................................................................... 35 4.1.1 Demonstrativo de Resultado do Exercício................................................................... 37 4.1.2 Custo do Produto ........................................................................................................... 38 5 4.1.3 Despesas Mensais ........................................................................................................... 38 4.1.4 Preço de Venda Orientativo ......................................................................................... 40 4.1.5 Margem Contribuição Unitária e Total....................................................................... 42 4.1.6 Ponto de Equilibrio Contábil ........................................................................................ 43 4.1.7 Estoques .......................................................................................................................... 44 CONCLUSÃO ........................................................................................................................46 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 48 6 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Exemplo de Fluxo de Caixa pelo Método Direto 27 Quadro 2: Exemplo de Fluxo de Caixa pelo Método Indireto 28 Quadro 3: Modelo de fluxo de caixa proposto 36 Quadro 4: Demonstração do resultado 37 Quadro 5: Informações do volume e custo de Aquisição das mercadorias 38 Quadro 6: Despesas Mensais com Pessoal 39 Quadro 7: Despesas Mensais 39 Quadro 8: Formação do Mark up 40 Quadro 9: Formação do preço de venda 41 Quadro 10: Preço de venda praticado na empresa e PV Orientativo 41 Quadro 11: Margem de contribuição unitária e total – Preço de venda Orientativo 42 Quadro 12:Margem de contribuição unitária e total – Preço de venda Floricultura 42 Quadro 13: Ponto de equilibro Contábil – Preço de venda Orientativo 43 Quadro 14: Ponto de equilibro Contábil – Preço de venda Atual da Floricultura 43 Quadro 15: Margem de Segurança Operacional – Preço de venda orientativo 43 Quadro 16: Margem de Segurança Operacional – Preço de venda orientativo 44 Quadro 17: Numero de dias em estoque 45 7 INTRODUÇÃO Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de ajudar as micro e pequenas empresas, quanto à organização dos dados no dia-a-dia de suas atividades. Independentemente do porte, todas as empresas precisam ter algum tipo de controle para que possam ao final de um período, avaliar se o negócio está gerando lucro ou prejuízo. Desta forma, a assessoria contábil gerencial é um estudo que busca mostrar para as empresas que, um fluxo de caixa, o controle de estoque, o custo do produto, aplicação dos conceitos de 5S, o controle das compras, marketing, utilização de técnicas de layout, entre outras técnicas podem perfeitamente ser feitos em empresas pequenas, até mesmo de maneira manual, ou seja, sem a necessidade premente de tecnologias da informação. O que se propõe mostrar neste estudo, que isso pode ser um pouco mais trabalhoso e levar um pouco mais de tempo, porém dependendo do tamanho do negócio, perfeitamente viável. Quando se fala em controles vem à cabeça sistemas informatizados, sendo que na realidade os controles podem ser efetuados de diferentes formas, e, nem sempre necessitam ser informatizados. Sempre que se pensa em informatização, é porque é mais fácil, mas ainda existem pequenas empresas que não possuem controles nem mesmo manuais, muitas vezes por não poder pagar uma pessoa que desempenha essa função, na maioria das pequenas empresas os próprios proprietários que gerenciam as mesmas, sem domínio da atualização tecnológica. Nesta linha, o estudo foi realizado sobre controles contábeis gerenciais, para empresas de pequeno e médio porte, onde se observou que é possível, aplicar algumas ferramentas na pequena empresa, independentemente de estar informatizada ou não. Este tipo de controles, além de proporcionar uma visão das entradas e saídas, geralmente é o primeiro “choque de realidade” para o proprietário que está implantando um controle desta natureza. Isso é mais 8 freqüente do que se pensa, já que em algumas pequenas empresas familiares, muitas vezes não se separa o caixa da empresa com o bolso do proprietário. Um forte aliado das empresas de pequeno porte para evitar este tipo de situação, é ter um fluxo de caixa bem controlado. Infelizmente, para a maioria das empresas, esta é uma realidade. Há muito por ser feito neste sentido, motivo pelo qual este trabalho foi desenvolvido. Neste sentido, foi desenvolvido no estudo uma proposta de controles pelo sistema de caixa, onde se assume que, se este estiver sendo utilizado com disciplina, diariamente e corretamente, o mesmo proporcionará uma visão clara da situação da empresa e de sua liquidez. Ao mesmo tempo, buscou-se também o controle de estoque que permiti controlar o tempo do produto em estoque assim trabalhando com o mínimo de estoque e com mais compras no mês, para não se ter capital parado. Com a aplicação de conceitos de 5S a organização na empresa, novo arranjo de layout, entre outras atividades, é base para o serviço fluir. Na área de Marketing a elaboração de Planejamento com objetivos e metas para atingir, permite ao gestor um acompanhamento realista da situação e a correção de rumos quando necessário. Com isso, entende-se que implantando esses controles e trabalhando desta forma, pode-se mudar a história, o processo de gestão em busca da melhoria dos resultados deste tipo de empresas. No Capitulo I deste estudo, apresenta-se a sua Contextualização, onde foi desenvolvido o tema, problema, objetivos e justificativa. Na seqüência, o Capitulo II apresenta a Revisão Bibliográfica sobre os principais temas que tratam do assunto de pesquisa, ou seja, contabilidade gerencial. O Capitulo III descreve a metodologia utilizada no desenvolvimento do estudo, seguidos do Capitulo IV que relata o estudo aplicado com a analise dos resultados. Finalmente, o relatório apresenta a conclusão seguida da bibliografia que foi consultada na sua realização. 9 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Este capitulo trata da contextualização do estudo, que envolve desde a definição do tema, seguido da caracterização da entidade, objetivos geral e específicos, seguidos da justificativa. 1.1 Definição do Tema Nesta era da globalização, pode-se comprar produtos de outros países e ter-se a entrega em nossa residência, podendo comprar, vender e até mesmo trabalhar sem sair de casa, essa é a era da informatização a revolução tecnológica e das comunicações, mas mesmo assim, ainda existem empresas de pequeno porte, que não se encontram nesse nível de informatização, e muitas vezes nem possuem controles manuais para instrumentalizar a gestão. Nota-se que para o desenvolvimento de uma empresa de pequeno porte, como para uma grande organização, a base são os controles e a gestão, indiferente do tamanho, as regras são as mesmas, o que muda é a maneira de aplicar conforme o porte da empresa. Pode-se ter controles básicos como de entrada, saída, estoque, financeiro, que darão ao gestor uma visão do negocio para que possa planejar. Neste sentido, o tema abordado no estudo é a assessoria contábil gerencial e sua contribuição na gestão empresarial. 1.2 Caracterização da entidade Este trabalho foi desenvolvido para empresas de pequeno porte, tendo como modelo no trabalho uma de pequeno porte do ramo de flores. Nome da entidade – Flores e Flores Endereço: RS Empresa em fase de crescimento pela localização numa região em pleno desenvolvimento no estado. 10 Tem dois funcionários mais a proprietária que trabalha ativamente também, tendo um faturamento dentro de 70% da sua capacidade produtiva. Essa assessoria para a empresa, tem a proposta de criar controles de estoques, caixa e planejamento para as vendas. 1.3 Problema A contabilidade gerencial no contexto de pequenas e médias empresas tem um papel fundamental para que estas consigam entender a viabilidade e o tamanho do negócio, fornecendo as informações para os proprietários tomarem as decisões. Segundo Atkinson, et al (2008, p.36) “Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, relatar e analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização”. A assessoria contábil é parte do processo de gestão empresarial, pois as informações contábeis gerenciais são, dependendo da situação da empresa, as mais importantes para o processo de decisão. Tanto para o desenvolvimento de uma empresa de pequeno porte como para uma grande organização, a base do sucesso, ou pelo menos do equilíbrio, são os controles e a gestão. Independente do tamanho as regras são as mesmas, o que muda, é a maneira de aplicar as técnicas em função do tamanho do empreendimento. Pode-se ter controles básicos como de entrada, saída, estoque, financeiro, que darão ao gestor uma visão do negocio para que este possa planejar. Mesmo com a evolução tecnológica e do mundo dos negócios existem empresas que não possuem nem mesmo o controle em um caderno, ou seja, o controle manual e esse muitas vezes, é o maior problema das empresas de pequeno porte por serem na maioria familiares. Isso ocorre porque na maioria das vezes os proprietários e seus parentes que trabalham, não fazem distinção do dinheiro da empresa e da família, não existindo assim a separação entre o bolso dos proprietários para o caixa da empresa e isto se constitui em um grande erro das pequenas empresas. Baseado no exposto questiona-se: De que forma a assessoria contábil gerencial pode contribuir com informações para a gestão de pequenas empresas? 11 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral Identificar os Controles Contábeis Gerenciais a serem aplicados na empresa de pequeno porte que subsidiem a gestão da mesma. 1.4.2 Objetivos Específicos - Revisar a Literatura referente à contabilidade gerencial e controles internos; - Identificar onde a empresa precisa de controles; - Criar os controles internos; - Aplicar os controles contábeis gerencial na empresa e; - Verificar quais são os controles e indicadores gerenciais aplicados a gestão empresarial de pequenas empresas. 1.5 Justificativa Essa pesquisa é de suma importância para as empresas de pequeno e médio porte que necessitam de controles internos e não os possuem, pois traz subsídios que podem ser aplicados no dia-a-dia do trabalho. Assim, tem o propósito de preencher essa lacuna existente ou quebrar o tabu que controles internos são para grandes organizações, uma vez que pode ser trabalhado com uma visão de aplicabilidade de controles, independente do tipo e porte das empresas. O estudo tem a preocupação em mostrar métodos de controles que podem ser adaptados a qualquer tipo de empresa, pois se detém em controles internos como, fluxo de caixa, entradas e saídas, estoque e organização. Esse trabalho é importantíssimo para as pequenas empresas e também para o meio acadêmico, pois apresenta um estudo sobre controles internos para empresas de pequeno porte que hoje, na maioria dos casos analisados não existe nada especifico para controle interno. Nesta linha, na condição de acadêmica, tenho a intenção de demonstrar que é possível ter controles em empresas de pequeno porte e familiares. 12 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA A revisão bibliográfica preliminar aponta-nos as dimensões importantes para o trabalho e sua importância no resultado da empresa alvo:A terminologia é fundamental para que a implantação tenha sucesso; o auxílio na tomada de decisões proporcionado pelo sistema de contabilidade gerencial. Partindo do princípio que a abordagem para conceituação da terminologia ande junto com a implantação dos controles, se faz necessário esclarecer como a informação contábil gerencial ajuda os proprietários. O primeiro desafio para o estudo acerca da implantação de uma Assessoria Contábil Gerencial para empresas de pequeno porte familiares é conceituar muitas das terminologias básicas inerentes ao tema, assumindo que os proprietários não dominem o tema. Um exemplo clássico é sobre a definição dos conceitos de custos, preços, resultados, fluxo de caixa, entre outros. 2.1 Contabilidade Gerencial Toda Gestão exige dados relevantes para a tomada de decisão, ai tem a contabilidade Gerencial da porta pra dentro e a contabilidade Financeira da porta pra fora. Trata-se da contabilidade gerencial onde se abrange os usuários internos que necessitam das informações com maior detalhes para a tomada de decisão. E para ter-se um controle interno que tenha todos os detalhes necessários para a tomada de decisão, é necessário ser implementado o fluxo de caixa, controle de custos, estoques, contas a receber e contas a pagar. Nesta linha, Bruni e Famá descrevem que: A contabilidade consiste no processo sistemático e ordenado de registrar as alterações ocorridas no patrimônio de uma entidade. Todavia, a depender do usuário e do tipo de informação requerida, a contabilidade pode assumir diferentes formas, apresentadas como:contabilidade financeira: condicionada às imposições legais e requisitos fiscais; - contabilidade gerencial: voltada à administração 13 de empresas, não se condiciona às imposições legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisões; contabilidade de custos: voltada à análise dos gastos realizados pelaentidade no decorrer de suas operações, (BRUNI E FAMÁ, 2004, p.22). O fluxo de caixa é um dos principais aliados nos controles gerenciais para empresas de pequeno e médio porte, pois com ele se tem a visão diária da situação financeira da empresa o que se tem para pagar e receber, também fornece dados para o controle das compras se for analisado para frente a empresa tem como programar suas compras e com isso não se endividar. O controle dos custos e o levantamento dos mesmos, para que se tenha a realidade é de vital importância. Com isso se consegue fazer o preço de venda do produto, avaliar a margem de contribuição e analisar os resultados. Um sistema de controle de estoques, antes de ser implantado, deve ser planejado, levando-se em consideração alguns dados, tais como: disponibilidade de acompanhamento rigoroso, característica do estoque, existência de espaços físicos etc., analisados estes itens se deve partir para a escolha de um modelo de ficha de estoque que melhor se adapte às condições existentes. Porque o gestor tem que saber o seguinte: Qual o valor do estoque mensal? Quanto vale o estoque?, Quais os produtos mais vendidos? Quais produtos existentes e a quantidade de cada um? A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, com um enfoque especial conferido a varias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos na análise financeira e de balanços, etc.,colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhes mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório, conforme Iudícibus (1997, p. 15). “medidas da condição econômica da empresa, como custo e a rentabilidade de seus produtos, serviços, clientes e atividades, estão disponíveis apenas no sistema de contabilidade gerencial...” (ATKINSON et al , 2008 p.37). Um controle de contas a receber e contas a pagar, pode ser feito através do fluxo de caixa claro que com um cadastro de clientes e fornecedor. Em uma planilha simples pode-se 14 controlar contas a receber, que exige um controle por cliente e data , pois é de onde se tem o capital para girar a empresa . De acordo com Berti (2009) “Custo é o consumo de bens e serviços empregados na produção de outros bens e serviços...” Alguns teóricos são radicalmente contra a divisão atualmente estabelecida entre Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira, que podemos denominar de contabilidade tradicional, é entendida basicamente como o instrumental contábil essencial para a feitura dos relatórios para usuários externos e necessidades regulamentadas. A contabilidade Gerencial e vista principalmente como supridora de informações para os usuários internos da empresa, de acordo com Padoveze (2009, p.9). 2.1.1 Terminologia Aplicada a Contabilidade de Custos A contabilidade tem termos próprios usados também na contabilidade gerencial que se faz necessário esclarecer, para que não tenha-se duvida depois. 2.1.1.1 Gastos Segundo (SCHIER, 2009, p.13) o gasto é definido como “Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega de ativos (normalmente dinheiro)”. Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer setor da empresa. Esse conceito tem aplicação ampla e se aplica a todos os bens e serviços adquiridos. 2.1.1.2 Desembolso Segundo (SCHIER, 2009, p.14) o “desembolso é o pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço. São saídas em dinheiro ou cheque, que ocorrem devido ao pagamento de uma aquisição efetuada à vista ou de uma obrigação assumida anteriormente.” 2.1.1.3 Custo Segundo (SCHIER, 2009, p.14) “custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, 15 isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para fabricação de um produto ou execução de um serviço.” 2.1.1.4 Despesa Segundo (SCHIER, 2009, p.15) “despesa é o bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de receitas. A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa.” 2.2 Custos na atividade comercial O atual cenário competitivo, onde as empresas estão inseridas, exige dos gestores uma maior importância dada às questões relativas aos custos. Essa preocupação não decorre apenas nas empresas industriais e de serviços, mas também nas empresas comerciais. 2.2.1 Conceito e Finalidade Para Bomfim e Passarelli (2008, p.160), Entende-se por custo comercial o total dos dispêndios monetários (imediatos ou futuros) nos quais a empresa incorre para obtenção de uma mercadoria ou de um serviço. Mais simplificado Bernardi (1996, p.102) para qualquer atividade comercial, custos referem-se aos gastos efetuados na compra de mercadorias, objeto da comercialização, que irão gerar as vendas e o resultado da empresa. De acordo com Bomfim e Passarelli (2008, p.161), “Sendo a atividade comercial caracterizada pela compra e venda de mercadorias com objetivo de lucro, o custo comercial deverá ser apurado de forma a evidenciar o custo, a receita e o lucro das mercadorias vendidas”.Ainda de acordo com os autores O custo comercial compreende os cálculos feitos por meio de fichas ou registros próprios, com o objetivo de determinar o preço de aquisição das mercadorias objeto de compra e venda, assim como as despesas diretamente relacionadas com essas operações, tais como transporte, impostos, comissões etc.(BOMFIM E PASSARELLI, 2008, p.161) 16 Segundo Berto e Beulke (2005) os custos no comércio podem ser configurados em dois grandes grupos: Custos relativos à aquisição das mercadorias e despesas relativas à venda das mercadorias. Assim estão conceituados a seguir. 2.2.2 Custos Relativos á Aquisição das Mercadorias Estes custos são todos os gastos incorridos na compra da mercadoria até o momento que está à disposição da empresa. Segundo Bonfim e Passarelli (2008, p.160) Na atividade comercial o preço de aquisição do produto influi direta e poderosamente no preço de venda, constituindo o aspecto básico do custo total da mercadoria, apenas acrescido pelos valores provenientes das despesas diretamente relacionadas com a atividade comercial e pelo mark-up. Concluindo custos relativos à aquisição das mercadorias são gastos incorridos na obtenção das mercadorias destinadas à revenda pelas empresas comerciais. 2.2.3 Despesas Relativas à Venda de Mercadorias As despesas relativas à venda de mercadorias são as despesas como o próprio nome diz que são feitas para que o produto possa ser vendido. Conforme Berto e Beulke (2005, p.43), As despesas relativas à venda das mercadorias, como o próprio nome indica, referem-se às despesas incidentes no ato da venda. Constituem custos variáveis diretos de venda: as despesas financeiras do giro, as despesas diretas com vendas e as despesas tributárias diretas. Estas despesas são tributárias Diretas, Despesas Diretas de Vendas e Despesas Financeiras do giro. Nas despesas tributárias são dedutíveis os impostos e os juros de mora. Segundo Bertó e Beulke (2005) Há duas categorias para cálculo de custos em termos de despesas tributárias, as despesas tributárias não vinculadas diretamente ao valor da venda, que 17 são as despesas de natureza indireta e as despesas tributárias relacionadas diretamente com o valor e o volume de vendas. As despesas de vendas também constituem dois grupos diferenciados que são as despesas de vendas não associadas diretamente ao preço ou ao volume e as despesas diretas de vendas. Como exemplos temos as despesas com comissões de vendas, os fretes de entrega de mercadorias. Em conformidade com Bertó e Beulke (2005, p.44) As despesas de vendas são, conforme já mencionado, de natureza variável, incidindo diretamente sobre o preço de venda das mercadorias, integrando portanto, o marcador, ou markup. De acordo com Bertó e Beulke (2005) As despesas financeiras de giro estão divididas em dois grandes grupos, as relativas ao financiamento do ativo permanente, como exemplo ás edificações e à aquisição de mercadorias e as relativas ao financiamento do ativo circulante que são as que financiam o ciclo operacional, estocagem, prazo de vendas. 2.2.4 Os Componentes Fixos do Custo no Comércio São os custos que a empresa tem para manter o seu funcionamento. A rigor, as despesas fixas existem em todas as áreas das organizações comerciais. São despesas necessárias ao funcionamento da estrutura, e a sua ocorrência está mais atrelada a um período de tempo do que ao volume de vendas. Constituem exemplos típicos das despesas fixas os aluguéis (em sua forma convencional), os seguros, os honorários administrativos, a depreciação etc. (BERTÓ E BEULKE, 2005, p.46) Os componentes fixos no comércio são divididos em despesas operacionais e despesas administrativas. 2.2.4.1 Despesas Operacionais As despesas operacionais são as despesas necessárias á atividade da empresa e à manutenção da mesma. De acordo com Bertó e Beulke (2005, p.46), 18 Despesas operacionais são todas as despesas incorridas para dar, direta ou indiretamente, sustentação estrutural com vistas à realização das operações inerentes ao alcance dos objetivos das organizações comerciais (fundamentalmente a compra e a venda de mercadorias). No comércio, ao contrário de outros setores da economia, essas despesas são fixas. Essas despesas, no comércio independente das vendas serão sempre são fixas. 2.2.4.2 Despesas Administrativas São as despesas que decorrem do esforço desenvolvido pela empresa no sentido de cumprir eficazmente as suas funções administrativas de planejamento, organização e controle. Segundo Bertó e Beulke (2005, p.46), As despesas administrativas compreendem todas as despesas relativas à atividade de administrar a organização comercial no seu mais amplo sentido. Essas despesas, em sua maioria, costumam ter uma natureza fixa em qualquer setor da economia. Enfim despesas administrativas são as despesas obtidas pela administração da empresa. 2.2.4.3 Depreciação Depreciação do imobilizado representa segundo Santos (2009, p.109) a remuneração pelo trabalho prestado, que resulta da perda de eficiência em função da vida útil média esperada. Ainda de acordo com Santos (2009, p.110) o bem é depreciado em função do uso e da ação de elementos da natureza, que poderá torná-lo inadequado, e também obsoleto, em razão do aparecimento de tecnologias mais avançadas. A depreciação é utilizada devido o desgaste dos bens, assim o bem é depreciado até que o seu valor seja somente o residual. 2.3 Custo com Pessoal 19 O Custo com mão de obra segundo Martins (2001, p.143) é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de “direta”. No custo com as pessoas deve-se considerar o salário base, os adicionais, provisão de 13º, provisão de férias, provisão de 1/3 de férias, o FGTS e o INSS no caso do simples não terá INSS. 2.4 O Sistema de Custeio Variável Aplicado no Comércio O custeio variável consiste conforme Santos (2009, p.71) na apropriação de todos os custos de produção aos produtos elaborados de forma direta e indireta (rateios). Bruni e Famá (2004, p.212) argumentam que o processo de formação de custos com base apenas nos gastos variáveis facilita a tomada de decisões. Custos e despesas fixas nunca são rateados. Padoveze (1994, p.235) traz as vantagens do custeio variável a) O custo dos produtos são mensuráveis objetivamente, pois não sofrerão processos arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns; b) O lucro líquido não é afetado por mudanças de incremento ou diminuição de inventários; c) Os dados necessários para a análise das relações custo – volume lucro são rapidamente obtidas do sistema de informação contábil; d) É mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento dos produtos sob o custeio direto, pois os dados são próximos da fábrica e de sua responsabilidade, possibilitando a correta avaliação de desempenho setorial; e) O custeamento direto é totalmente integrado com custo-padrão e orçamento flexível, possibilitando o correto controle de custos; f) O custeamento direto constitui um conceito de custeamento de inventário que corresponde diretamente com os dispêndios necessários para manufaturar os produtos; g) O custeamento direto possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada de decisões. 20 O sistema de custeio variável produz informações importantissimas como a margem de contribuição e é o sistema que proporciona os subsídios necessários para a tomada de decisões nas empresas.Porém esse método de custeio não é aceito para demonstrativos externos, pois fere um os princípios contábeis aceito no Brasil e também não é aceito perante a legislação do imposto de renda. 2.5 Formação do Preço de Venda A competitividade acirrada do mercado não permite que se elabore um preço para o produto sem uma análise completa dos custos que nele estão envolvidos. Conforme Wernke (2001, p.126) A correta formação de preços de venda é questão fundamental para sobrevivência e crescimento das empresas, independente do porte e de área de atuação. É comum observar companhias que não têm a menor noção de lucratividade proporcionada por seus produtos e serviços, bem como das necessidades para atingir os respectivos equilíbrios operacionais. Segundo Vieira, Rossi e Pocai (2003, p.40) A formação do preço de venda de uma mercadoria deve ser bem estudada, pois várias questões deverão ser analisadas: o preço no mercado, as políticas de venda da empresa, os prazos de pagamentos, a existência de produtos similares no mercado, a qualidade dos produtos, as exigências governamentais e os custos, permitindo ainda, um lucro para a empresa. Dessa forma, o empresário deve dar atenção especial a formação do preço de venda, pois este deve ser suficiente para cobrir os custos, as despesas e deixar sobras sob a forma de lucro, não esquecendo de adequar-se ao mercado. Segundo Bomfim e Passarelli (2008, p.504) a maneira mais utilizada, na área comercial, de determinar o preço de um produto baseia-se no princípio do mark-up (sobremarcação) o preço é determinado adicionando-se uma margem de lucro ao custo do produto. De acordo com Padoveze (1994, p.293) o mark-up é um multiplicador sobre o custo dos produtos, mas que é obtido de relações percentuais sobre o preço de venda. 21 Mark-up = custos + despesas + impostos + lucro O mark-up tem por finalidade segundo Vieira, Rossi e Pocai (2003, p.38) cobrir os custos de aquisição, as despesas fixas, as despesas variáveis e os impostos, sendo que a diferença corresponde ao valor do lucro. Portanto um mark-up bem elaborado proporciona a empresa um preço adequado com todos os seus custos alocados, a margem de lucro desejada e ainda se adéqua a realidade do mercado. 2.6 Análise Custo Volume Lucro A análise custo – volume - lucro é composta pela margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional, suas análises contribuem para o administrador tomar decisões rápidas e precisas, também fornece informações da real situação da empresa. 2.6.1 Margem de Contribuição A margem de contribuição é um indicador que contribui para a formação do lucro.De acordo com Padoveze (1994, p.243), Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Segundo Leone (2008, p.380) A margem de contribuição é a diferença entre as receitas e os custos diretos e variáveis identificados a um produto, linha de produtos, serviços, processos, segmentos, enfim, a cada um dos objetos em que se pode dividir a atividade de uma empresa. À margem de contribuição se optem através do seguinte cálculo: MC = PV- (CV+ DV) 22 MC = Margem de Contribuição PV = Preço de Venda CV = Custos Variáveis DV= Despesas Variáveis Leone (2008) argumenta, a margem de contribuição é um indicador de grande auxilio no planejamento e na tomada de decisão, e pode ser a solução de muitos problemas gerenciais. Wernke (2001, p. 44), relaciona as seguintes vantagens da margem de contribuição. a) É um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais. Por exemplo: quando existem restrições de matéria-prima ou horas de trabalho disponíveis ou por preços e quantidades diferentes dos praticados; b) Ajudam a administração a decidir que produtos devem merecer maior esforço de venda ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer a outros produtos; c) São essenciais para auxiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo (ou de comercialização) deve ser abandonado ou não; d) Podem ser usadas para avaliar alternativas quanto a reduções de preços, descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas. As decisões desse tipo são determinadas por uma comparação dos custos adicionais, visando ao aumento da receita de venda. Quanto maior for o índice de margem de contribuição, melhor é a oportunidade de promover vendas. Quanto mais baixo o índice, maior será o aumento do volume de vendas necessário para recuperar os compromissos de promover vendas adicionais; e)A margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros, fundamentando tecnicamente as decisões de venda; f)Basear o cálculo dos preços de venda somente com dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter as atividades a longo prazo; g)É útil para a tomada de decisões de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos. Pode-se perceber que a margem de contribuição contribui para que a empresa tome as decisões, se é ou não vantagem fazer determinada venda. 2.6.2 Ponto de Equilíbrio 23 O Ponto de equilíbrio calcula a quantidade mínima que a empresa deve operar para não ter prejuízo.Segundo Padoveze (1994, p.243), Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar\vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. Ainda de acordo com Padoveze (1994), a informação do ponto de equilíbrio é importante, através dele que se identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar. O ponto de equilíbrio é calculado da seguinte forma: PEu = CF Mcu Onde: PEu = Ponto de Equilíbrio CF = Custos Fixos Mcu = Margem de Contribuição Unitária Em consoante, como vantagens pode-se dizer o seguinte: Dentre as vantagens proporcionadas pela utilização do cálculo de ponto de equilíbrio, está o fato de que a partir dele o gestor poderá ter uma noção de quantas unidades deverão ser vendidas para se obter determinado montante de lucro, bem como os reflexos que terá no resultado da empresa se aumentar os custos fixos, além de poder analisar qual seria a conseqüência de um determinado desconto no preço de venda, e ainda, com um aumento ou diminuição no preço de venda, saber como ficar o resultado (VIEIRA , ROSSI E POCAI,2003, p.45). O ponto de equilíbrio proporciona a empresa as informações sobre a quantidade mínima que é necessária vender, assim a empresa consegue verificar qual é a sua situação atual. 2.6.3 Margem de Segurança Operacional 24 Através da margem de segurança operacional a empresa consegue verificar em que condições ela pode operar. Segundo Warren et al (2008, p.112) a diferença entre a receita de vendas atuais e as vendas no ponto de equilíbrio é chamada de margem de segurança, que indica o decréscimo nas vendas, o qual pode ocorrer antes de atingir um prejuízo operacional. De acordo com Padoveze (1994, p.260) margem de segurança pode ser definida como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto de equilíbrio. MSO = Quantidade Vendida – Quantidade no Ponto de Equilíbrio Através da margem de segurança percebe-se a quantidade de unidades que a empresa tem de vender além do ponto de equilíbrio, ou seja, após cobrir todas as despesas fixas e o custo de aquisição da mercadoria. 2.6.4 Indicadores Rotatividades Estoques A rotatividade dos estoques é baseada nas entradas e saídas do material e no estoque inicial de material. Segundo Wernke (2001, p.160) Um dos principais fatores do sucesso da atividade varejista é a gestão de estoques, que é a responsável pela utilização da maior parte do capital de giro necessário para administrar a loja. Existem diversas metodologias aplicáveis no gerenciamento de estoques (lote econômico de compra, curva ABC de estoques etc). A análise da política de estocagem deve começar pela definição dos dias médios de estoque de cada mercadoria. Para calcular o dia médio de estocagem (DE), usa-se a fórmula: DE = (EA unid.\ VMM unid.) x 30 Onde: DE = dias de estoque EA unid. = estoque atual em unidades VMM unid. = venda média mensal em unidades 25 Objetivo principal do gerenciamento de estoques é assegurar que o produto seja disponível no tempo e nas quantidades desejadas. 2.7 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa já mencionado como um dos itens de controle gerencial, trás para empresa a visão presente e futura, com os dados atualizados diariamente o gestor tem subsídios para administrar. Denomina-se fluxo de caixa de uma empresa ao conjunto de ingressos e desembolsos de numerários ao longo de um período determinado.O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em itens do ativo,(ZDANOWICZ,1985,p 37) 2.7.1 Definições a) Fluxos de caixa – são ingressos e saídas de caixa e equivalentes de caixa. b) Caixa – representa moeda em caixa e depósitos à vista em conta bancária. c) Equivalentes de caixa – são recursos que possuem as mesmas características de liquidez de caixa e de disponibilidade imediata ou até 90 (noventa) dias e que estão sujeitos a insignificante risco de mudança de valor. Como equivalentes de caixa, devem ser consideradas as aplicações financeiras que atendam a essas condições. d) Atividades operacionais – são as principais atividades geradoras de receita da empresa e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento. Podem ser exemplificadas pelo recebimento de vendas, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento de funcionários, etc. e) Atividades de investimentos: são aquisição e venda de ativos de longo prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa. f) Atividades de financiamentos – são atividades que resultam em mudanças no tamanho e na composição do patrimônio líquido e empréstimos a pagar pela 26 empresa, que representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. 2.7.2 Métodos de Fluxo de Caixa Pode se elaborar a demonstração do fluxo de caixa pelo método direto ou indireto sendo mais usado o direto. Vamos ver o modelo de cada um deles para entender um pouco mais. 27 Quadro 1: Exemplo de Fluxo de Caixa pelo Método Direto Fluxo de caixa das atividades operacionais: Venda de mercadorias e serviços (+) Pagamento de fornecedores (-) Salários e encargos sociais dos empregados (-) Dividendos recebidos (+) Impostos e outras despesas legais (-) Recebimento de seguros (+) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Fluxo de caixa das atividade de investimento: Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Fluxo de caixa das atividades de financiamento: Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividade de financiamento (+/-) Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa Caixa e equivalentes de caixa - início do ano Caixa a equivalentes de caixa - final do ano Fonte: Teles (1997, p.69) Segundo autor TELES, o Método Indireto caracteriza-se por: a) Apresentar ajuste do lucro ou prejuízo líquido, pelos efeitos das transações que não envolvem caixa ou equivalente de caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente, provisões de recebimentos ou pagamentos operacionais, passados ou futuros, e itens da receita ou despesa relativa a fluxos de caixa de atividades de investimento ou financiamento; 28 b) Movimentação líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como: estoques, contas a receber, tributos e contas a pagar; c) Movimentação líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos. Quadro 2: Exemplo de Fluxo de Caixa pelo Método Indireto Fluxo de caixa das atividades operacionais: Lucro líquido Depreciação e amortização (+) Provisão para devedores duvidosos (+) Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) Aumento/diminuição em contas a receber (+/-) Aumento/diminuição em estoques (+/-) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Fluxo de caixa das atividade de investimento: Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Fluxo de caixa das atividades de financiamento: Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamento de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividade de financiamento (+/-) Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa Caixa e equivalentes de caixa - início do ano Caixa a equivalentes de caixa - final do ano Fonte: TELES, (1997, p.70). 29 Observa-se nos dois exemplos de fluxo de caixa, o Direto e o Indireto , onde pode-se verificar a diferença de lançamentos conforme o conceito das NBC (Normas Brasileiras de Contabilidade). 2.8 Controles internos Os controles internos abrangem toda a empresa, sendo a principal divisão em: ambiente de controle, controles diretos e controles gerais. Foi abordado um conceito de cada controle, mais no enfoque da controladoria onde se acha mais literatura. 2.8.1 Ambiente de controle É tão somente o que a empresa definir, porque esta na direção da mesma se quer ter uma informação confiável e que possa tomar as decisões através dela ou não, por isso também a empresa deve estar organizada formalmente, com a distribuição de tarefas e responsabilidades, assim o gestor sabe a quem pedir os controles que deseja e também delegar controles por setor. Segundo (CRC-SP/IBRACON, 2000, p.64) Controle direto São controles que estão desenhados para evitar erros e irregularidades que possam afetar o resultado financeiro e as funções de processamento: dividem-se em gerenciais, independentes, de processamento e de salvaguarda dos ativos. - Gerenciais: São exercidas pelo nível superior da organização, por pessoas que não participaram do processo das operações, são os controles orçamentários e de acompanhamento do orçamento. - Independentes são exercidos por pessoas ou departamentos independentes do processo da transação, como, por exemplo: Conciliação entre registros contábeis gerais e individuais; conciliação bancaria; contagem física; confirmação de saldos. - De processamento são exercidas por pessoas que participam do processo da transação, e sua finalidade é assegurar que todos os passos serão cumpridos adequadamente e que haja garantia da integridade do processamento das operações que são: preparação das 30 informações de recebimento que identifiquem o fornecedor, o bem recebido, a data, a quantidade, deposito das cobranças, aprovação da relação dos desembolsos antes de seu pagamento. Esses controles vão existir independente se os processos são manuais ou através de sistema computadorizado. - De salvaguarda dos ativos referem-se à custodia dos ativos, e incluem medidas de segurança que visam resguardar e controlar a existência física dos bens, o acesso irrestrito a eles e fixar limites de autoridade para realizar determinadas operações : controles de entradas e saída de mercadoria; controles da manutenção de ativos e de guarda de títulos de propriedades; num sistema computadorizado, todos os controles de acesso aos arquivos do sistema e de alterações deles. Controles gerais são a organização departamental da empresa onde se tem a distribuição de funções e esta diretamente ligado a limites de autoridade e responsabilidade. 31 3 METODOLOGIA A metodologia tem por finalidade identificar os caminhos para se atingir os objetivos propostos pelo presente estudo. O presente trabalho foi realizado por meio do levantamento de informações e dados numéricos junto à empresa Flores e Flores, sendo com estes traçadas as ações necessárias para elaboração de controles gerenciais, viáveis para a empresa. 3.1 Classificação da Pesquisa A classificação da pesquisa será de acordo com Raupp citado por Beuren (2004) que considerou as particularidades da Contabilidade para enfocar tipologias de delineamento de pesquisas, que se acredita serem mais aplicáveis a esta área do conhecimento, agrupadas em três categorias: pesquisa quanto aos objetivos, pesquisa quanto aos procedimentos e a pesquisa quanto a abordagem do problema. 3.1.1 Quanto aos Objetivos A pesquisa quanto aos objetivos pode ser Exploratória, Descritiva ou Explicativa, foi analisado cada uma. Para Gil (1999, p. 27) a pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa , estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas. A pesquisa descritiva tem a finalidade de dissertar sobre determinados acontecimentos, no caso em estudo, dos processos internos que acontecem na floricultura, os quais envolvem compras, vendas, formação de preços, contas a pagar, a receber, entre outros. Nesta linha, Gil (1999, p. 28) tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Dentre as pesquisas descritivas salientam-se aquelas que tem por objetivo estudar as características de um grupo :sua distribuição por idade, sexo, procedência , nível de escolaridade, nível de renda, estado de saúde física e mental etc. 32 Para Gil (1999, p. 28) a pesquisa explicativa são aquelas pesquisas que tem como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos . Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.Por isso mesmo é o tipo mais complexo e delicado , já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Portanto, o presente estudo abordou a pesquisa exploratória referente ao tema assessoria contábil gerencial, descritiva envolvendo os processos internos de uma empresa e explicativa no que se refere as ocorrências da realidade. 3.1.2 Quanto a Abordagem do Problema A abordagem do problema pode ser qualitativa ou quantitativa. Este estudo se classifica como uma pesquisa qualitativa. Richardson citado por (BEUREN, 2004, p. 90) menciona que “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. Ressalta também que podem “contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento da particularidade do comportamento dos indivíduos”. 3.1.3 Quanto aos Procedimentos Técnicos As técnicas são os procedimentos utilizados para desempenhar uma atividade científica. Pode ser Pesquisa Bibliográfica, Documental ou estudo de Caso. A pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material publicado, constituído de livros. O desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfica é baseado em conteúdos já contidos em livros, entre outros. Uma das principais vantagens é permitir que o investigador seja atraído pelas inúmeras informações existentes. Portanto, esse tipo de pesquisa envolve a consulta junto aos livros, sendo que estes servirão de base no desenvolvimento do referido trabalho.A pesquisa junto aos livros dará o embasamento para o desenvolvimento do trabalho, bem como a análise entre as interpretações dos autores consultados, trazendo diferentes maneiras para se propor essa análise dos dados. Gil (1999, p.50) 33 A Pesquisa Documental foi elaborada a partir de relatórios disponibilizados pela empresa, conforme Gil conceitua da seguinte forma: De acordo com Gil (1999, p.53), a Pesquisa Documental será elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico. Na cooperativa em estudo serão analisados Demonstrativos do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial e relatórios emitidos nos sistemas de informações, enfim, documentos pertinentes a aplicação dos indicadores de desempenho em estudo. O Estudo de Caso é o estudo profundo de um ou poucos objetivos para o seu conhecimento profundo, vem contribuir para a compreensão individual de cada organização. Segundo Gil (1999, p. 72), “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado [...].” A pesquisa propõe analisar e implementar indicadores gerenciais que contribuam na tomada de decisões. 3.2 Plano de Coleta de Dados É a fase em que se organiza a realização da coleta de dados, selecionados para a realização do trabalho. Conforme Yin (2001, p. 105): “As evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas: documentos, registro em arquivo, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos.” Nessa etapa do trabalho o pesquisador conta com o apoio dos gestores e colaboradores da empresa que lhe darão acesso aos dados e informações de que necessita. Assim, foram realizadas conversas informais que buscam obter informações e esclarecimentos que possam contribuir para o desenvolvimento do trabalho. 3.2.1 Instrumentos O presente trabalho tem como instrumento de coleta de dados: Observação: Segundo Gil (1999), a observação constitui elemento fundamental para a pesquisa, utilizada para obtenção de dados, analise e interpretação. A observação pode ser classificada: 34 Observação Simples: observa de maneira espontânea os fatos que ocorrem, informalmente favorece a construção de hipóteses acerca do problema pesquisado. Observação Participante: o pesquisador tem participação real em determinada situação, facilita o rápido acesso a dados sobre situações habituais. Observação Sistemática: tem como objetivo descrever fenômenos e para testar hipóteses, é uma observação planejada, ou seja, é elaborado um plano de observação anteriormente. Entrevista: Conforme Gil (1999) a entrevista é uma técnica, uma forma de dialogo em que o pesquisador busca coletar dados de outra pessoa que é a fonte de informações. Entrevista informal: é o tipo de entrevista menos estruturada possível, tem como objetivo a obtenção geral do problema pesquisado. 3.3 Análise e Interpretação dos Dados Para analisar e produzir dados foram desenvolvidas planilhas, gráficos, quadros que foram transformados em indicadores de gestão que demonstram as informações necessárias para revelar resultados apurados no desenvolvimento do trabalho de conclusão. 35 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capitulo, apresenta o estudo aplicado com a devida analise dos resultados da aplicação dos controles para fomentar a gestão das pequenas empresas. 4.1Contextualização do Processo de definição dos controles O processo ocorreu na empresa Flores e Flores no RS, iniciou com diversas reuniões com a proprietária, nos meses de março a agosto de 2011. Primeiro foi analisada a empresa toda, para se fazer um pré-diagnostico, e para isso, foi necessário permanecer integralmente no horário de funcionamento da empresa durante três dias, observando como funcionava o processo de venda, recebimento de mercadoria, apuração do custo de compra, formação do preço, entre outros, os quais foram feitas anotações de dados para controles. Após esses três dias, foi montado o projeto com o pré-diagnostico para empresa, onde ficaram definidos quais processos a empresa necessita para ter um controle gerencial, sendo eles: - fluxo de caixa - DRE (demonstrativo de resultado) - controle de estoque - custo dos produtos e formação de preços Com o desenvolvimento destes instrumentos de trabalho, a empresa passa a ter um controle gerencial de todos os dados, para poder analisar o desempenho da mesma, os controles feitos para empresa são de fácil entendimento, por se tratar de uma empresa de pequeno porte que não tinha nem um tipo de controle. 4.1.0 Fluxo de Caixa Iniciou-se o desenvolvimento do estudo com a proposição de um fluxo de caixa, com o objetivo de ter ao final do primeiro mês os dados para o fechamento do mês. Juntamente, foi visto um sistema informatizado, feito levantamento de custo, a principio para controle do estoque. 36 Juntamente o fluxo de caixa ao final do primeiro mês, já se teve uma visão da situação financeira da empresa com o total de vendas e despesas. O fluxo foi implementado no Excel, conforme modelo apresentado no quadro 3: Quadro 3: Modelo de fluxo de caixa proposto Fonte: dados conforme pesquisa Esse modelo de fluxo de caixa foi utilizado desde o dia do seu desenvolvimento, sendo que o mesmo esta sendo feito e analisado todos os meses, com ele se tem os dados para o fechamento mensal e analise dos resultados, como também a visão dos próximos dias e 37 meses, que subsidiam a programação de compras, pagamentos, vendas, e outros fatos que podem ocorrer. Conforme o fluxo de caixa, pode-se perceber que a empresa tem alguns pontos a melhorar, para obter lucro, até o momento esta somente alcançando o ponto de equilibro, até mesmo porque a proprietária não está retirando pró-labore. Com isso começou um trabalho de redução de custos onde , foi feito primeiro o levantamento das despesas fixas onde se pode também fazer uma reavaliação dos fornecedores para reduzir o custo de aquisição das mercadorias. 4.1.1 Demonstrativo de Resultado do Exercício Após os dados coletados no fluxo de caixa, foi realizado o lançamento na planilha do DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício), para que a empresa tenha apuração de despesas e receitas do mês e consiga visualizar a situação ocorrida no mês com isso podendo trabalhar na redução de custos, compras, gastos em geral. Quadro 4: Demonstrativo de Resultado Fonte: dados conforme pesquisa De acordo com o quadro 4, no demonstrativo de resultado, pode-se observar que nos três primeiros meses a empresa não obteve lucro mas esteve em seu ponto de equilíbrio, mas 38 com esse dados foi feito um controle dos custos e um trabalho para redução dos mesmos e uma pesquisa maior de preços com os fornecedores na hora da aquisição das mercadorias, percebe-se que passou a obter um resultado um pouco melhor nos três últimos meses analisados. 4.1.2 Custo do Produto No quadro 5 está relacionado os dados dos custos de aquisição das mercadorias junto com o estoque atual e a venda do mês, por meio desse levantamento a empresa tem uma real noção dos gastos para efetuar a compra dos itens que irão ser comercializados gerando resultados para a empresa. Quadro 5: Informações do volume e custo de Aquisição das mercadorias Descrição Produtos Dados referente a aquisição de mercadorias Estoque Atual Venda mês Custo Compra Buquê rosas 12 kalanchoe Calandiva Violeta Floral c/flores campo Tango Floral c/rosas 6 com ASTE Margem Lucro 5 10 10 10 20 30 28 25 30,72 3,00 3,50 2,50 12 6 7 13 3 20 11,17 15 3 20 14,67 12 Fonte: dados conforme pesquisa A margem de lucro estimada no quadro anterior, corresponde a lucro liquido que a empresa deseja obter na venda desses produtos. 4.1.3 Despesas Mensais O quadro 6, relaciona as despesas mensais ligadas ao custo com pessoal e as despesas relativas à venda da mercadoria, ou seja, são aquelas que ocorrem durante o processo de venda. 39 Quadro 6: Despesas Mensais com Pessoal Fonte: dados conforme pesquisa Quadro 7: Despesas Mensais Fonte: dados conforme pesquisa De todas as despesas mensais, a mais representativa na floricultura correspondem as despesas com pessoal que chegam a representar 67% do total de despesas mensais, seguidos de outras que podem ser visualizadas no gráfico 1. 40 Gráfico 1: Participação das despesas Fonte: dados conforme pesquisa Portanto, pode-se verificar que as contas de pessoal, luz agua e força mais simples correspondem a 40% do total de despesas mensais da loja as demais despesas tem uma porcentagem menor , em relação ao faturamento mensal. 4.1.4 Preço de Venda Orientativo O quadro 8 corresponde aos gastos para formar o preço de venda de item a item de alguns tipos de arranjos, buquês, cestas, etc., que a empresa vende. Quadro 8: Formação do Mark up Fonte: dados conforme pesquisa 41 Baseado nos dados fornecidos pela floricultura, foi estruturado o mark up para formar um preço de venda orientativo O quadro 9, demonstra a maneira mais utilizada para determinar o preço do produto, onde é adicionada os índices obtidos no mark up sobre o custo do produto. Com o levantamento da despesa fixa e do faturamento mensal se obteve o Mark-up para aplicar sobre o custo do produto, com esse mark up a empresa tem como saber se esta vendendo somente para manter o negócio ou tendo lucro nos preços trabalhados, em alguns itens foi constado que não estava tendo lucro, nem o custo estava sendo alcançado. Quadro 9: Preço de Venda Orientativo Fonte: dados conforme pesquisa Baseado no mark up calculado, o preço de venda orientativo dos produtos estão apresentados no quadro 9, na sequência, apresenta-se o preço de venda da empresa com as respectivas analises. O quadro 10 demonstra os preços praticados na empresa, onde é apenas adicionado a margem de lucro sobre o custo do produto. Também apresenta um comparativo entre os preços orientativos elaborados neste estudo com os preços praticados. Quadro 10: Preço de Venda Praticado na Empresa e PV Orientativo Fonte: dados conforme pesquisa 42 4.1.5 Margem de contribuição unitária e total Na sequência, apresenta-se a apuração da margem de contribuição unitária e total, utilizando-se dos preços de vendas orientativos e dos preços de vendas praticados pela floricultura. Quadro 11: Margem de contribuição unitária e total – Preço de venda Orientativo Fonte: dados conforme pesquisa Quadro 12: Margem de contribuição unitária e total – Preço de venda Floricultura Fonte: dados conforme pesquisa Pelo preço de venda orientativo, a margem de contribuição total soma R$ 2.281,72 enquanto que pelo preço de venda atual da floricultura, é de R$ 1.157,36, em função de que o preço de venda dos produtos estão menores que os preços orientativos. 43 4.1. 6 Ponto de Equilíbrio Contábil O ponto de equilíbrio contábil corresponde ao ponto onde o volume de vendas equivale a margem de contribuição total gerada, ou seja, onde não existe lucro algum, apenas cobre as despesas mensais. Quadro 13: Ponto de equilibro Contábil – Preço de venda Orientativo Fonte: dados conforme pesquisa Quadro 14: Ponto de equilibro Contábil – Preço de venda Atual da Floricultura Fonte: dados conforme pesquisa Pelo preço de venda orientativo, a floricultura atinge o ponto de equilíbrio quando vender 112 unidades, enquanto que pelo preço de venda atual ela necessita vender 153 unidades. A margem de segurança corresponde a diferença entre as quantidades vendidas e as quantidades do ponto de equilíbrio, a seguir apresenta-se a diferença entre as MSO pelos dois preços, o orientativo e o atual da floricultura. 44 Quadro 15: Margem de Segurança Operacional – Preço de venda orientativo Fonte: dados conforme pesquisa Quadro 16: Margem de Segurança Operacional – Preço de venda Floricultura Fonte: dados conforme pesquisa A margem de segurança operacional pelo preço de venda orientativo ficou em 21.68% dos produtos vendidos, enquanto que pelo preço de venda atual é de -7.02%, ou seja, o produto precisa aumentar as vendas até esse percentual, para cobrir o ponto de equilíbrio, para com isso não comprometer o resultado da empresa. 4.1.7 Estoques Após o fluxo de caixa estar sendo usado, o DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício) sendo feito ao final de cada mês, e dos custos e preços, com isso trazendo dados de como esta o financeiro e o econômico da empresa. Foi adquirido um sistema informatizado de fácil acesso, o sistema foi implementado, feito o treinamento da funcionaria, e o cadastro de todos os itens da loja, esse trabalho levou um tempo por ser somente uma funcionaria que faz. Depois foi feito a contagem do estoque, e dado entrada no saldo do estoque no sistema. Feito isso, a cada venda feita se baixa no sistema, assim o estoque está sendo controlado, no sistema informatizado. Por ser uma empresa do Simples, pequeno porte, tem muitos controles que tem que ser feito e implementado, mas no primeiro momento, com esses controles implementados a 45 empresa consegue visualizar como está suas entradas, contas a receber e suas saídas, contas a pagar, custo do produto vendido, capital de giro, sendo que não tinha nem um controle que pudesse visualizar antes o todo da empresa. O numero de dias em estoque pode ser visualizado no quadro seguinte. Quadro 17: Numero de dias em estoque Bouque rosas 12 kalanchoe Calandiva Floral c/rosas 6 com ASTE Floral c/flores campo Tango Violeta Quantidade Estoque 5 10 10 10 3 3 Quantidade Vendida Numero de Dias de Estoque 20 30 28 25 20 20 8 10 11 12 5 5 Fonte: dados conforme pesquisa 46 CONCLUSÃO O presente trabalho teve como objetivo desenvolver controles para empresa Flores e Flores, visando definir uma estratégia para empresa. O problema levantado na elaboração do trabalho teve como foco saber de que forma a assessoria contábil gerencial pode contribuir para a gestão de pequenas empresas. Na empresa em que foi desenvolvido o trabalho a assessoria trouxe vários benefícios com os controles e processos implementados. Como segue abaixo. O controle de fluxo de Caixa trouxe a projeção financeira, a visualização do dia seguinte, semana, mês e ate mesmo ano seguinte se a empresa projetar, isso traz o controle do financeiro, o que tem a receber e a pagar, se terá caixa, ou não, podendo pensar antes para que não precise tomar uma decisão somente na hora. Ou seja, acompanhando dia a dia o Fluxo de Caixa tem como prevenir-se de eventuais faltas de capital de giro momentâneas. O controle de estoque trouxe menor capital de giro parado, ou seja, tendo o controle pode-se comprar em menos quantidade e não ter capital parado em estoque, porque hoje com a agilidade nas entregas, sabe – se que pode comprar toda a semana ou de quinze em quinze dias, que não fica com capital parado e acaba trabalhando com o capital do fornecedor. O levantamento do custo do produto fez com a empresa deixa-se de ter perdas, porque a em alguns itens foi verificado que a empresa estava tendo perda, ou seja, não estava tirando nem mesmo o custo na hora da venda, sabe-se que atualmente com a concorrência no mercado, muitas vezes as empresas não conseguem ter o lucro desejado, mas tendo o custo do produto consegue trabalhar pelo menos no ponto de equilíbrio para que não tenha prejuízo. 47 O Demonstrativo de Resultado do Exercício, feito em cima dos valores do fluxo de caixa, da ao gestor da empresa a imagem da empresa no mês, como foi as despesas, custos e receitas, podendo com isso trabalhar os custos, despesas e receitas, como já foi feito. Posteriormente o trabalho apresenta todos os cálculos desde o custo de aquisição, o levantamento das despesas, a formação dos preços e principalmente a apuração da margem de contribuição unitária e total, seguido do calculo do ponto de equilíbrio e da margem de segurança operacional, que são informações fundamentais para os gestores tomarem suas decisões. Esse trabalho oportunizou para empresa o conhecimento de dados financeiros que não tinha ,assim como informações organizacionais, controles e dados que foram mostrados para mesma, trazendo condições para crescimento no futuro. Como ocorreu após nove meses de assessoria, abriu sua filial na mesma cidade, conclui-se com isso que a assessoria para empresas de pequeno porte da resultada e que toda a empresa independente de seu tamanho precisa ter controles de Caixa, custos, estoques e etc. Na minha percepção de estudante, sinto que alcancei meu objetivo que era criar ferramentas para que as empresas de pequeno porte consigam ter um controle Contábil Gerencial. Com isso contribui para a sociedade, pois esses tipos de controle podem ser usados por qualquer empresa de porte pequeno, médio e grande. 48 BIBLIOGRAFIA ATKINSON, Anthony A.,BANKER Rajiv D., KAPLAN, Robert S., YOUNG, S. Mark. Contabilidade Gerencial - tradução André Olímpio Mosselman Du Chenoy, revisão técnica Rubens Famá. – 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. BERTI, Anélio. Contabilidade e Análise de Custos - 2 ed. Curitiba: Juruá 2009. BEUREN, Ilse Maria. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade. 2.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004. BERNARDI, Antonio Luiz. Política e Formação de Preços: Uma abordagem Competitiva, Sistêmica e Integrada. São Paulo: Atlas, 1996. BERTÓ, Dalvio José; BEULKE Rolando. Gestão de Custos.São Paulo: Saraiva, 2005. BOMFIM, Eunir de Amorim, PASSARELLI, João. Custos e Formação de Preços. 5 ed. São Paulo: editora IOB, 2008. BRUNI, Adriano Leal, FAMÁ Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 3.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004. CRC-SP/IBRACON. Controles Internos Contábeis e algunsaspectos de Auditoria. São Paulo: Atlas SA. 2000.Coleção Seminários. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1997. LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: Planejamento, Implantação e controle. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: Inclui o ABC. 8 ed, São Paulo: Atlas, 2001. PADOVEZE, Clóvis L.Controladoria Estratégica e Operacional – 2º Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. _________.Contabilidade Gerencial: Um Enfoque em Sistema de Informação Contábil. São Paulo: Atlas, 1994. 49 SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão prática de custos. 1. Ed. 6ª tiragem, Curitiba: Juruá Editora, 2009. SANTOS, Joel José. Contabilidade e Análise de Custos: Modelo Contábil, Métodos de Depreciação, ABC – Custeio Baseado em atividades, Análise Atualizada de Encargos Sociais sobre Salários. 5 ed, São Paulo: Atlas, 2009. TELES, Egberto Lucena. A demonstração do fluxo de caixa como forma de enriquecimento das demonstrações contábeis exigidas por lei. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano XXVI, n.5, p.64-71, jul./1997, p.69. VIEIRA, EuséliaPaveglio; ROSSI, Elisandra Grochanke; POCAI, Simone. Custos na Atividade Comercial. Ijuí: 2003, n.18. WARREN, Carl S; REEVE, James M; e FESS, Philip E. Contabilidade Gerencial. 2 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008. WERNKE, Rodney. Gestão de Custos: Uma Abordagem Prática. São Paulo: Atlas, 2001. YIN, Robert K. Estudo de Caso, planejamento e métodos. 2.ed. São Paulo: Bookman, 2001. ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa : Uma decisão de Planejamento e controleFinanceiro. 6 ed. Porto Alegre: Sagra:DC. Luzzato, 1985.