A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR
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A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração André Augusto Asevedo da Silva Marcos Aurélio Mirandola Natanael Caíres da Silva Sidney Luiz A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR NA ELIMINAÇÃO DA RUPTURA E EQUILÍBRIO DO FLUXO DE CAIXA Supermercado Santa Laura LINS SP 2008 Lins ANDRÉ AUGUSTO ASEVEDO DA SILVA MARCOS AURÉLIO MIRANDOLA NATANAEL CAÍRES DA SILVA SIDNEY LUIZ A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR NA ELIMINAÇÃO DA RUPTURA E EQUILIBRIO DO FLUXO DE CAIXA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação da Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro e orientação técnica da Profª M. Sc Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS SP 2008 Silva, André Augusto Asevedo; Mirandola, Marcos Aurélio; Silva, A847c Natanael Caires; Luiz, Sidney. Curva ABC: Supermercado Santa Laura Ltda. / André Augusto Asevedo Silva; Marcos Aurélio Mirandola; Natanael Caires da Silva; Sidney Luiz Lins, 2008. 98p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2008 Orientadores: Maris de Cássia Ribeiro; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Controle de Estoque. 2. Curva ABC. 3. Supermercado Santa Laura. I Título. DEDICATÓRIA CDU 658 ANDRÉ AUGUSTO ASEVEDO DA SILVA MARCOS AURÉLIO MIRANDOLA NATANAEL CAÍRES DA SILVA SIDNEY LUIZ A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR NA ELIMINAÇÃO DA RUPTURA E EQUILÍBRIO DO FLUXO DE CAIXA Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: ____/____/____ Banca Examinadora: Profª Orientadora M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro. Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP-SP. Assinatura:_________________________________ 1º Prof(a):_______________________________________________________ Titulação._______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:________________________________ 2º Prof(a):_______________________________________________________ Titulação._______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:________________________________ DEDICATÓRIA A Deus, o único e verdadeiro, digno de receber toda honra e glória, por ser a fonte de toda inspiração e por sempre estar ao meu lado. A todos os meus familiares, especialmente a minha mãe Rita a quem devo tudo o que sou e a minha noiva Tatiane que completa minha vida. A todos os professores (as) do curso de Administração, especialmente a Máris e Heloísa pela competente e dedicada orientação. Aos meus amigos do grupo pela garra e por não pouparem esforços em momento algum para o sucesso desse trabalho. André DEDICATÓRIA Dedico primeiramente a Deus por me dar forças para poder estar vivendo esse grande momento de alegria. A minha esposa Adriana e aos meus filhos Ingrid e Igor, que nos momentos de dificuldade sempre me apoiaram e me incentivaram ajudando a superar todos os obstáculos. A minha família, minha Mãe Aparecida, meus irmãos Aluyse, Edvaldo, Rita e Regina e principalmente ao meu pai Alcides, que não mediu esforços para que eu pudesse realizar esse sonho. Aos meus parceiros de grupo pela dedicação, paciência e compreensão em todos os momentos dessa longa caminhada. Aos meus amigos e amigas os quais tive a honra e o privilégio de conhecer nesse curso e que passaram a fazer parte da minha vida. Marcos DEDICATÓRIA Agradeço a Deus por proporcionar somente alegria na minha vida, através das minhas realizações e das pessoas que fazem parte da minha vida. A Luci minha esposa por estar sempre ao meu lado, dando seu apoio incondicional a realização deste sonho, e em todos os momentos das nossas vidas. A minha filha Talita por ter paciência e compreender as minhas ausências nos momentos de estudo e trabalho. A minha mãe Filomena, ao meu pai Alfredo (in memórian) pelo amor e incentivos que me proporcionaram em toda a minha vida. Aos meus irmãos: Cleuselita, Amarildo, Mauro, Roberto, Cleonice, que são os irmãos mais maravilhosos do mundo. A todos os outros meus familiares que me apoiaram. A todos os professores a quem tive oportunidade de compartilhar esses quatro anos de estudo, pela dedicação e aprendizado que me proporcionaram. Aos meus grandes amigos e colaboradores Marcos, André, Sidney Luiz, pelo profissionalismo e competência, o que proporcionou a conclusão deste projeto com sucesso. Natanael DEDICATÓRIA É com muito orgulho e gratidão que nesse momento importante da minha vida, tenho tantas pessoas para agradecer essa grande conquista, de um modo geral seriam centenas, mas entre elas estão as especiais. Dedico em especial e de coração cheio de amor a minha linda e maravilhosa esposa Edna, que com muita paciência e dedicação suportou minha ausência durante todo esse tempo, aos meus filhos Danilo e Amanda que ainda criança já souberam se comportar e a suportar a espera do pai. Aos meus pais que são como pérolas na minha vida, pela educação que me deram e o desejo de vencer. Aos meus irmãos que sempre me deram força, aos familiares da minha esposa que sempre me consideraram um vencedor. Aos meus amigos do grupo que sempre compreenderam e contribuíram profissionalmente para as nossas decisões. Ao meu amigo Rodrigo (Digão), que foi um incentivador para que eu optasse por uma faculdade, e principalmente ao meu querido Deus, que sem o seu dom eu não conseguiria nem expor essas palavras. Sidney (Maradona) AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter nos ajudado a realizar mais este sonho, iluminando nossos passos e nos guiando no caminho da fé. A empresa Supermercado Santa Laura, através do proprietários e funcionários, por ter nos fornecido as informações necessárias, nos dando total abertura e liberdade para a realização desse estudo, permitindo assim o sucesso obtido. Aos professores orientadores Máris de Cássia Ribeiro, Heloisa Helena Rovery, Ana Beatriz Lima, que com seus conhecimentos nos ajudaram, apoiaram e acreditaram em nosso trabalho. Aos amigos Ricardo Gonçalves, Irso Tófoli, Ricardo Horita, Paulo Jair Viotto, Eduardo Teraoka Tófoli, Paulo Jose Manzolli Godinho, Denise, Cibele Aparecida Barbosa, Antonio José Faria Martins, Professor Paulo Leandro, e a todos aqueles professores que contribuíram com seus conhecimentos na elaboração de nosso trabalho e acreditaram em nosso propósito. A nossa orientadora, que com especial carinho, dedicação, respeito e amizade, sempre nos atendeu esclarecendo nossas dúvidas, tornado possível à realização deste trabalho. RESUMO Atualmente as empresas varejistas estão inseridas numa economia cada vez mais instável e com a concorrência cada vez mais acirrada, sendo que a administração eficiente do estoque é um ponto fundamental para a saúde financeira dessas empresas visando alcançar vantagens competitivas. Sendo assim, existem várias ferramentas que auxiliam no processo de controle e gestão do estoque com o objetivo de disponibilizar os produtos aos clientes na quantidade certa, na hora certa, e com o preço certo. Uma dessas ferramentas é a chamada curva ABC. Assim, com esse instrumento, as mercadorias em estoque na quantidade ideal compatível com a participação que elas têm sobre o faturamento bruto, estando classificadas em três classes. A classe A corresponde a 20% dos itens e a 65% do faturamento bruto, a classe B corresponde a 30% dos itens e a 25% do faturamento bruto e a classe C corresponde a 50% dos itens e a 10% do faturamento bruto da empresa. Teoricamente, outro ponto importante em que a curva ABC atua é na eliminação da ruptura, que provoca sérios problemas para o varejista, como gôndolas vazias e clientes insatisfeitos que muitas vezes migram para o concorrente. Por fim a curva ABC, no que tange a base teórica, tem o papel de equilibrar o fluxo de caixa, de forma a disponibilizar e projetar os recursos financeiros para aquisição de mercadorias conforme as porcentagens das classes da curva ABC. Diante do exposto, foi realizada uma pesquisa no Supermercado Santa Laura Ltda de Lins, com o objetivo de verificar se a curva ABC efetivamente auxilia na eliminação da ruptura e no equilíbrio do fluxo de caixa, com o intuito de reduzir custos e maximizar a lucratividade da empresa. Palavras chave: Curva ABC. Fluxo de Caixa. Ruptura. ABSTRACT Nowadays the retailing companies are inserted in an economy each more unstable and with a competition each more tough, at that the efficient stock administration is the fundamental point to the financial company health, that looks for hand competitive advantages. So, there are many tools that help in the control process and the stock administration. Whit objective of to available the products to the customers in the right quantity, in the right time and the right price. One of these tools is named ABC curve. Thus this tool, wer will the commodities in stock in the ideal quantity compatible, whit the participation that day have about the brutal invoice, and being divided by three classes: The class A corresponds 20% of items and 65% of brutal invoice. The class B corresponds 30% of items and 25% of brutal invoice. And the class C corresponds 50% of items and 10%, of company s brutal invoice. In the theory, another important point the ABC curve acts is in the rupture banning, and it makes serious problems for the retailer as empty gondolas and disgrunthed customers that many times migrate to the contestant. Finally the ABC curve, has the objective of to equilibrate the cash flow and of form the disponibilize project the financial resources for commodities acquisition according the ADC curve classes percentages. In front of it, was realized a research in the Supermercado Santa Laura Ltda, in Lins, with the objective to prove if the ABC curve effectively helps in the rupture banning and in the equilibrate the cash flow, to reduce casts to maximize the company gain. Key words: ABC Curve. Cash Flow. Rupture. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Organograma do Supermercado Santa Laura............................. 21 Figura 2: Faixada do Supermercado Santa Laura...................................... 26 Figura 3: Curva ABC................................................................................... 34 Figura 4: Modelo de fluxo de caixa.............................................................. 58 Figura 5: Segunda quinzena do fluxo de caixa de maio.............................. 59 Figura 6: Segunda quinzena do fluxo de caixa de junho............................. 60 Figura 7: Segunda quinzena do fluxo de caixa de julho.............................. 62 Figura 8: Curva A do mês de maio.............................................................. 67 Figura 9: Curva A do mês de junho............................................................. 71 Figura 10: Curva A do mês de julho............................................................ 75 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Análise da curva A do mês maio................................................. 66 Tabela 2: Análise da curva B do mês maio................................................. 68 Tabela 3: Análise da curva C do mês maio................................................. 69 Tabela 4: Análise da curva A do mês junho................................................ 70 Tabela 5: Análise da curva B do mês junho................................................ 70 Tabela 6: Análise da curva C do mês junho................................................ 72 Tabela 7: Análise da curva A do mês julho................................................. 73 Tabela 8: Análise da curva B do mês julho................................................. 73 Tabela 9: Análise da curva C do mês julho................................................. 74 LISTA DE SIGLAS APAS: Associação Paulista de Supermercados BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Social CDBS: Certificados de Depósitos Bancário CD s: Centros de Distribuição CVM: Comissão de Valores Mobiliário DFC: Demonstração dos Fluxos de Caixa DOAR: Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos ECR: Resposta Eficiente ao Consumidor EDI: Intercâmbio Eletrônico de Dados MRP: Planejamento de Requisição de materiais NIC: Norma Internacional de Contabilidade PEPS: Primeiro que Entra Primeiro que Sai PDV: Ponto-de-Venda RPA: Regime Periódico de Apuração TEF: Transferência Eletrônica de Fundos UEPS: Último que Entra Ultimo que Sai SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................. 14 CAPÍTULO I A EMPRESA SUPERMERCADO SANTA LAURA.............. 17 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA............................................................... 17 1.1 Fundação........................................................................................ 17 1.2 Descrição Legal da Empresa.......................................................... 18 1.3 Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa........................ 19 1.4 Missão............................................................................................ 19 1.5 Visão............................................................................................... 20 1.6 Organograma.................................................................................. 20 1.7 Definição de Cargos e Funções..................................................... 20 1.7.1 Descrição de Cargos...................................................................... 21 1.7.2 Descrição de Cargos no Supermercado Santa Laura.................... 21 1.8 Departamentos............................................................................... 23 1.9 Setores........................................................................................... 23 1.10 Tecnologia...................................................................................... 24 CAPÍTULO II A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR NA ELIMINAÇÃO DA RUPTURA E EQUILIBRIO DO FLUXO DE CAIXA....... 26 2 ESTOQUES.................................................................................... 26 2.1 Gestão de Estoques....................................................................... 26 2.1.1 Papel dos Estoques na Empresa................................................... 27 2.1.2 Análise do Estoque......................................................................... 27 2.1.3 Custos dos Estoques...................................................................... 29 2.1.4 Pressões para Manutenção de Baixo Níveis de Estoques............. 29 2.2 Análise ABC.................................................................................... 30 2.2.1 A Classificação ABC no Controle de Estoque................................ 30 2.2.2 O Uso da Curva ABC nas Empresas.............................................. 31 2.2.3 A Técnica ABC............................................................................... 32 2.2.4 Classificando os Estoques e Determinando Prioridades Através da Análise ABC............................................................................................. 34 2.3 O Fenômeno da Ruptura................................................................ 36 2.3.1 O Custo da Ruptura........................................................................ 38 2.4 Fluxo de Caixa................................................................................ 39 2.4.1 Origem do Fluxo de Caixa.............................................................. 39 2.4.2 O Conceito de Fluxo de Caixa........................................................ 39 2.4.3 Para que Serve o Fluxo de Caixa................................................... 40 2.4.4 Objetivos do Fluxo de Caixa........................................................... 41 2.4.5 Fluxo de Caixa Projetado............................................................... 42 2.4.5.1 Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa Planejado........................... 42 2.4.6 Fluxo de Caixa Real....................................................................... 43 2.4.7 Modelo de Demonstração do Fluxo de Caixa................................. 44 2.4.8 Fluxo de Caixa como Instrumento Gerencial.................................. 45 2.5 Conciliando Curva ABC, Ruptura e Fluxo de Caixa....................... 46 2.5.1 A Intralogística................................................................................ 46 2.5.1.1 Recebimento................................................................................... 47 2.5.1.2 Armazenamento............................................................................. 48 2.5.1.3 Reposição....................................................................................... 50 2.5.1.4 O Setor de Compras....................................................................... 50 2.5.1.5 O Departamento Financeiro........................................................... 52 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO SUPERMERCADO SANTA LAURA. 53 3 INTRODUÇÃO............................................................................... 53 3.1 Relato e Discussão dos Critérios Utilizados para Implantação da Curva ABC e das Demonstrações de Fluxo de Caixa do Supermercado Santa Laura................................................................................................... 54 3.1.1 Análise da Empresa e suas Necessidades.................................... 54 3.2 Planejamento do Fluxo de Caixa.................................................... 55 3.2.1 Análise do Departamento Financeiro............................................. 56 3.2.2 Características do Modelo de Fluxo de Caixa................................ 56 3.2.3 Demonstração do Fluxo de Caixa do Supermercado Santa Laura 58 3.2.4 Análise do Fluxo de Caixa do Supermercado Santa Laura............ 65 3.3 Implantação da Curva ABC no Supermercado Santa Laura.......... 66 3.3.1 Análise da Curva ABC no Supermercado Santa Laura.................. 67 3.4 Análise das Rupturas no Supermercado Santa Laura................... 78 3.5 Parecer Final sobre o Estudo de Caso .......................................... 80 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................. 82 CONCLUSÂO............................................................................................... 83 REFERÊNCIAS............................................................................................. 84 APÊNDICES................................................................................................. 87 14 INTRODUÇÃO Com o nível crescente da competição e concorrência no mercado, as organizações desenvolveram estratégias que visam torná-las menos vulneráveis às mudanças que ocorrem nos ambientes interno e externo. Na última década três importantes fatos influenciaram os administradores a se dedicarem com maior atenção ao gerenciamento dos estoques de mercadorias. O primeiro deles foi à redução das taxas de inflação. O dinheiro deixou de perder valor de forma intensa e, com isso, investir em estoques deixou de ser uma atividade geradora de lucro. Em segundo vem o desenvolvimento dos sistemas computadorizados de gestão, que foram se adaptando e se especializando no ambiente organizacional. Assim, a implementação de sistemas informatizados obrigou os profissionais envolvidos no processo de compras e vendas a se interessarem em aprender as técnicas de planejamento de estoques e a passarem a estabelecer políticas de gestão de mercadorias de maneira mais profissional. E, por último, o aumento da competição. (CHÃO..., 2008) Essa concorrência intensificou-se com a entrada de grandes grupos, nacionais e internacionais no mercado brasileiro. A rápida divisão da fatia de mercado forçou também a melhoria dos métodos de gestão nos estoques de mercadorias. Com isso, o direcionamento estratégico antes aplicado basicamente para as áreas comerciais e financeiras, passou a ser disseminado para outros setores que começaram a colaborar significativamente para o sucesso do negócio. Considerando todos estes aspectos, o administrador precisa saber que o bom gerenciamento do estoque é decisivo para o sucesso do negócio. Neste contexto, a curva ABC tem papel fundamental na análise dos estoques em geral, pois permite ao administrador conhecer quais os produtos que giram mais rápido e que precisam ser melhores trabalhados ou substituídos por outros de maior giro. A análise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor monetário 15 ou quantidade, dos itens do estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dáse à denominação item classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C. (ALT; MARTINS. 2006, p. 211). O fenômeno de ruptura é considerado um dos maiores vilões, tanto no setor produtivo que vê suas instalações paradas por falta de matéria-prima, como no setor varejista que perde seu cliente para a concorrência pelo fato de não ter a mercadoria na gôndola. Segundo Alt e Martins (2006, p.83) Baixos níveis de estoques, podem fazer com que a empresa trabalhe num linear arriscado, em que qualquer detalhe, por menor que seja, acabe prejudicando ou parando a produção . Gerenciar o fluxo de caixa é trabalhoso, mas é vital para a saúde financeira da empresa. O fluxo de caixa é a consolidação das informações das contas a pagar e a receber. Para o seu gerenciamento é preciso administrar o prazo médio de rotação de estoque, dos recebimentos das vendas e do pagamento de mercadorias. Todos na empresa devem ter a consciência do gerenciamento do fluxo de caixa, desde o departamento de compras e vendas aos profissionais de marketing. É preciso estar em sintonia fina com o departamento financeiro. O caixa é o sangue da empresa. O negócio pode ser lucrativo, mas sem gerá-lo de forma competente, coordenando as entradas e saídas de dinheiro, a empresa pode quebrar esse caixa. Pensar (e dedicar tempo com isso) no fluxo de caixa da empresa é sempre muito saudável, quer a empresa esteja atravessando bons ou maus momentos. Na verdade, pensar é pouco, pois o correto seria utilizar gerencialmente o instrumento. (FREZATTI, 2006, p.24). Assim, em abril de 1976, surgiu o Supermercado Santa Laura. Atualmente com 320 m², 16 colaboradores treinados e dedicados ao atendimento de seus clientes, 3 chekouts e aproximadamente 7.000 itens oferecidos a preços competitivos, o Supermercado Santa Laura busca a todo o momento superar as expectativas de seus clientes. O Supermercado Santa Laura tem como missão: oferecer produtos e serviços de primeira qualidade, 16 visando o bem estar dos funcionários, clientes e da comunidade, tendo em vista a responsabilidade social e ambiental . O Supermercado Santa Laura está localizado a Rua João Moreira da Silva nº 870 na cidade de Lins e possui padaria, açougue, hortifruti, mercearia, perfumaria, produtos de limpeza, bazar e utensílios domésticos. Aceita cartões de crédito, cheques pré-datados, tiquet´s alimentação e refeição, além de contar com uma ampla carteira de clientes a prazo. O Supermercado Santa Laura tem um grande compromisso com seus clientes, oferecendo uma ampla variedade de produtos e serviços. O alto padrão de qualidade em todos os departamentos: marketing, financeiro, recursos humanos, administrativos e departamento de estoques são aspectos fundamentais para a satisfação e retenção desses clientes e de grande importância para a sustentabilidade da empresa. O objetivo da pesquisa, é abordar as teorias referentes à Gestão de Estoque enfatizando a curva ABC e o fenômeno de ruptura, contribuindo para uma melhor performance do fluxo de caixa. Diante do exposto surgiu o seguinte questionamento: A curva ABC, elimina a ruptura e equilibra o fluxo de caixa da empresa? Em resposta a tal questionamento levantou-se a hipótese de que através da curva ABC e do fluxo de caixa, a empresa tem a oportunidade de estar comprando seus produtos da melhor forma, auxiliando seu gestor no processo de tomada de decisões e aumentando sua lucratividade num segmento cada vez mais competitivo. Os métodos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram: método de estudo de caso, método de observação sistemática e método histórico, especificados no capitulo III. O trabalho esta assim estruturado: Capítulo I aborda sobre o histórico da empresa, sua evolução e participação no cenário atual; Capítulo II discorre o aspecto teórico e os vários entendimentos de autores consagrados pela literatura organizacional; Capítulo III demonstra o estudo de caso realizado no Supermercado Santa Laura. Por fim é apresentada a proposta de intervenção e a conclusão. 17 CAPÍTULO I A EMPRESA SUPERMERCADO SANTA LAURA 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA 1.1 Fundação A empresa foi fundada em 06 de abril de 1976, pelo casal Aparecida Manzeppi Mirandola e Alcides Mirandola, na cidade de Lins, à Rua João Moreira da Silva, nº 840, com a razão social Bar e Mercearia Santa Laura. Com a ajuda dos cinco filhos, com muita garr0a e dedicação o sonho de ter o próprio negócio tornou-se realidade. No ano de 1980, foi feita a primeira reforma e ampliação das instalações com o objetivo de aumentar o mix de produtos e conseqüentemente alavancar as vendas. O filho mais velho, Sr. Aluyse Alcides Mirandola, buscando recursos de terceiros, promoveu uma mudança significativa e assim começou a traçar estratégias para o crescimento da empresa. Com os diversos planos econômicos e as altas taxas de inflação, a empresa passou por um período muito difícil e ficou estagnada até que em 1992 o filho mais novo do casal Alcides e Aparecida, tomou a frente dos negócios. O Sr. Marcos Aurélio Mirandola, técnico em processamento de dados, recém casado, movido pelo desejo de prosperar como comerciante começou a transformação do pequeno bar em uma pequena mercearia. Em 1993, ampliou-se o setor de mercearia transformando-o em autoserviço, isto é, o cliente entrava e escolhia o que queria comprar. O sucesso foi muito grande, as donas de casa encarregavam-se de fazer a propaganda bocaa-boca e logo as vendas não paravam de crescer. Iniciou-se então a construção de um novo prédio comercial. No ano de 1995, o Sr. Marcos Aurélio Mirandola compra a parte dos irmãos mais velhos na sociedade e termina a construção do novo prédio comercial. 18 No dia 04 de novembro de 1996, foi inaugurado o Supermercado Santa Laura. Com modernas e amplas instalações, 240m² de área de vendas, dois chekouts, aproximadamente 3.000 itens e quatro funcionários, a empresa consolidou-se no mercado varejista de alimentos. As vendas não paravam de crescer, o número de funcionários dobrou em pouco tempo e foi surgindo à necessidade de realizar mais uma ampliação. Assim, com o intuito de atender a expectativa e objetivo de crescimento, no ano de 2002, com os recursos da Caixa Econômica Federal, o Supermercado Santa Laura passa por mais uma importante estruturação, ampliando suas instalações e seu mix de produtos. Com um novo conceito de mercado, a loja passa a contar com açougue, padaria e hortfrutti, além de mais de 7.000 itens a disposição do consumidor. Diante de novos hábitos de consumo e as crescentes transformações do cenário macroeconômico, a empresa preparava-se para ser competitiva nesse setor cada vez mais concorrido. Atualmente, o Supermercado Santa Laura possui 320m² de área de vendas, três chekouts, 16 colaboradores e mais de 7.000 itens disponíveis aos clientes. Recentemente o Supermercado associou-se a Rede Sempre Juntos de Supermercados com o intuito de alavancar as vendas, diminuir as despesas e maximizar o lucro. O Supermercado Santa Laura é afiliado a Apas (Associação Paulista de Supermercados) há mais de 10 anos, onde periodicamente são realizados treinamentos para os funcionários e capacitação de gerentes e diretores, além de fornecer assessoria jurídica e contábil. A Apas promove anualmente um congresso onde vários fornecedores montam estandes com o objetivo de fazer contatos e fechar grandes negociações, além de promover palestras e seminários com os maiores profissionais do setor alimentício e grandes personalidades do mundo empresarial. 1.2 Descrição legal da empresa O Supermercado Santa Laura atua no ramo do varejo, no setor de alimentos e está cadastrado com o CNPJ Nº 00275258/0001-09 e com a 19 inscrição estadual Nº 4191010886119. Está localizado à R: João Moreira da Silva, 870, no bairro Rebouças, na cidade de Lins, estado de São Paulo. É uma empresa optante pelo regime de lucro real, ou seja, regime periódico de apuração (RPA). È uma sociedade com cotas de participação limitada (LTDA) e possui em sua composição três sócios, sendo que o sócio majoritário é o Sr. Marcos Aurélio Mirandola, 37 anos, casado, dois filhos, cuja gerência da empresa lhe é atribuída, e suas irmãs, Rita de Cássia Mirandola Cirilli, 44 anos, casada, três filhos, moradora na cidade de Lins e Regina Célia Mirandola Real, 48 anos, casada, dois filhos, moradora na cidade de Ariquemes/RO. 1.3 Responsabilidade social e ambiental da empresa A empresa preocupada com o bem estar social da comunidade e do meio ambiente, engaja-se em muitas ações, envolvendo seus funcionários, clientes e fornecedores. A empresa doa seu lixo reciclável a Cooperativa coletora existente na cidade. A empresa também é coletora de óleo de cozinha e faz parte do projeto De olho no óleo, realizado pelo Lins Rotary Club em parceria com diversas empresas. O Supermercado Santa Laura participa de varias ações benevolentes realizadas pelas entidades filantrópicas da cidade, como festas juninas em escolas, jogos estudantis e quermesses nas diversas igrejas espalhadas pela cidade. 1.4 Missão Prestar serviço a todo e qualquer cliente, oferecendo mercadorias de primeira qualidade, a preço justo, prezando pela qualidade de vida dos colaboradores, tendo em vista a responsabilidade social, a preservação do meio ambiente e o bem-estar de toda a comunidade. 20 1.5 Visão Tornar-se uma empresa sólida e competitiva, aperfeiçoando seus processos administrativos, financeiros, recursos humanos, marketing e tecnologia, gerando valor agregado ao cliente e preservando o lucro. 1.6 Organograma Fonte: Elaborado pelos autores Figura 1 1.7 Organograma do Supermercado Santa Laura Definição de cargos e funções Descrever um cargo significa relacionar o que o ocupante faz, como faz, sob quais condições faz e por que faz. A descrição de cargo é um retrato simplificado do conteúdo a das principais responsabilidades do cargo. O formato comum de uma descrição de cargo inclui o tÍtulo do cargo, o sumario das atividades a serem desempenhadas e as principais responsabilidades do cargo. Muitas vezes, inclui também as relações de comunicação do cargo com outros cargos. O trabalho da maioria das pessoas hoje exige que elas decidam o que fazer em uma situação em vez de simplesmente evocar uma rotina pré-estabelecida. Elas têm que resolver problemas, tomar 21 decisões, planejar linhas de ação, alocar recursos e, não raramente, desenhar seus próprios métodos de trabalho, técnicas e ferramentas.(MILKOVICK; BOUDREAU, 2000, p. 82). 1.7.1 Descrição de cargos Descrição de cargos está relacionada à área de recursos humanos, as informações precisam estar acessíveis em documentos a todos os interessados, de forma padronizada. Trata-se do registro das funções, tarefas e responsabilidades que normalmente são atribuídas a uma ou mais pessoas. Segundo Milkovich e Boudreau (2000), esse documento é a descrição da função. As descrições típicas contêm três seções que as identificam, definem e descrevem: a) identificação: a primeira seção pode conter o nome da função, o número de funcionários que a realizam, onde está localizada (departamento, unidade) e seu código, caso seja usado. Seu propósito é identificar claramente a função e distingui-la de outras com nomes ou tarefas semelhantes; b) definição: a segunda seção reflete o propósito da função, por que ela existe e como se encaixa com as demais, com a organização e seus objetivos gerais. Pode-se também incluir aqui o que é considerado com seu desempenho satisfatório. A intenção é obter um retrato vivido da tarefa; c) descrição: a terceira seção é uma elaboração dos itens da descrição, ou sumário. Ela mostra as principais responsabilidades dessa função, o trabalho específico realizado, o quão proximamente é supervisionada e quais os controles que limitam a ação daquele que a desempenha. 1.7.2 Descrição de cargos do Supermercado Santa Laura A delimitação dos cargos é de extrema importância para todas as empresas para que haja um bom funcionamento e entendimento dos 22 colaboradores. O Supermercado Santa Laura possui em sua estrutura os seguintes cargos: a) padeiro e confeiteiro: confecção de pães, bolos e doces, além de controlar a produção e o estoque de matéria prima; b) repositor: abastecer mercadorias do seu setor, anotar falta de mercadorias, conferir etiquetas dos produtos, conferir prazos de validades e manter a limpeza do setor; c) conferente: receber e conferir mercadorias observando quantidades, qualidade, prazos de validade e condições físicas dos produtos; d) fiscal de caixa: coordena e controla as ações referentes à movimentação das operadoras de caixa como fechamento do caixa e providenciar troco; e) operador de caixa: registrar mercadorias e receber numerários, conferência do numerário que vai ser usado no dia, controle do seu caixa, anotar vales, convênios, fechamento de caixa e limpeza do setor; f) atendente de padaria: atendimento a clientes, reposição de mercadorias no balcão, organização e limpeza do setor; g) açougueiro: atendimento a clientes, cortar, preparar, embalar, moer e pesar carnes, abastecer o balcão, receber e armazenar as mercadorias nos freezers e câmara fria, limpeza do setor, controlar quebras de carne e sugerir compra de mercadorias; h) supervisor de perecíveis: coordenar, organizar e direcionar o setor de mercadorias perecíveis, mantendo o grupo coeso, resolver pendências com clientes e fornecedores, enviar relatórios relativos ao setor, controlar prazos de validade e dar treinamento aos colaboradores; i) auxiliar de informática: digitar notas fiscais no sistema, lançar quebras e trocas de produtos, emitir relatórios a gerência, controle de estoque, digitar cartas, cadastrar produtos e clientes; j) motorista: entrega de mercadorias em domicílio e transporte de mercadorias em geral; l) gerente: atender clientes, vendedores, contatos com fornecedores, auxiliar no gerenciamento da loja, supervisionar colaboradores, 23 elaborar promoções, administrar frente da loja, administrar retaguarda da loja, fazer publicidade e relações públicas, fazer previsões orçamentárias, controles fiscais e outros. 1.8 Departamentos O Supermercado Santa Laura apresenta os seguintes departamentos: a) administrativo: cuida das atividades ligadas a burocracia da empresa como fechamento de caixa, conferência de notas fiscais, contatos com fornecedores, cobrança e outras atividades; b) marketing: está relacionada às atividades ligadas a propaganda, ao relacionamento com clientes e ao mix de produtos, bem como promoções , merchandising e comunicação interna da loja; c) contabilidade: faz a contabilidade gerencial, emite relatórios à gerência como livro de entrada, livro caixa e mapas resumos diversos, além de organizar os documentos fiscais, auxiliando a contabilidade geral; d) compras: é responsável por suprir a empresa de produtos e insumos, negociando com fornecedores: prazos, quantidades, datas de entrega e possíveis trocas. Além de servir de ponte aérea com o departamento de marketing e financeiro; e) financeiro: cuida das contas a receber e a pagar, dos investimentos, de projetos de crescimento, dos inventários, balanços e do controle geral da empresa; f) informática: são vinculados à coleta de dados, lançamento de notas fiscais no sistema, cadastro de mercadorias, clientes e fornecedores, alterações de preços, ajuste de estoque, digitação de cartas, comunicação on-line com clientes e fornecedores e outros relatórios. 1.9 Setores 24 O Supermercado Santa Laura apresenta um mix de produtos variados que vão desde alimentícios até utensílios domésticos. São mais de 7.000 itens que estão divididos em seis grandes setores: a) mercearia: fazem parte desse setor, produtos alimentícios em geral como latarias, massas, biscoitos, cereais e snacks, além de utensílios domésticos e armarinhos; b) limpeza e higiene: é formado por itens para limpeza de casa, banheiro e cozinha, além de produtos de higiene pessoal, cosméticos e linha de produtos infantis; c) bebidas: esse setor oferece uma gama variada de bebidas especiais como vinho, whiskys, conhaques, sucos, refrigerantes, água mineral e a tradicional cerveja; d) açougue: apresentam- se nesse setor uma variedade muito grande de carnes suínas, bovinas e aves, além de embutidos e carnes exóticas; e) padaria: além do pão francês, são fabricados vários itens de confeitaria como doces, bolos e salgadinhos diversos; f) quitanda: esse setor também é conhecido como hortfruti por apresentar uma enorme variedade de frutas, legumes e verduras, além de ovos e produtos naturais diversos. 1.10 Tecnologia A empresa está em fase de reestruturação e ampliação da sua área tecnológica. Foram adquiridos no final de 2007 três impressoras fiscais, novos teclados, um terminal para etiquetas de código de barras, um concentrador de dados e um equipamento de transferência eletrônica de fundos, o TEF. Além disso, dois softwares foram licenciados para auxiliarem nas operações da loja, um programa de frente de caixa denominado Arius e um programa de retaguarda chamado Intersólidus. O Arius permite as operações de registro e venda de produtos com a documentação fiscal exigida pela legislação. Já o intersólidus permite a administração o monitoramento da venda, dos estoques, de contas a pagar e a receber, ajuste de preços e 25 relatórios gerenciais diversos. O sistema Intersólidus é dividido em 7 módulos sendo, base, movimento, financeiro, vendas, compras, fiscal e o on-line. No momento, devido a sua infra-estrutura, a empresa só trabalha com três módulos: base, financeiro e movimento As balanças do açougue, padaria e quitanda são integradas ao sistema, permitindo assim maior rapidez no processo. O Supermercado Santa Laura com o intuito de diferenciar-se da concorrência, busca adequar o layout da loja tornando-o mais atrativo. Assim, por intermédio da Caixa Econômica Federal e com os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), o Supermercado Santa Laura desenvolveu um projeto de renovação de seus equipamentos de refrigeração e comunicação visual da loja. Os recursos utilizados irão possibilitar maior rapidez no atendimento, bem como maior fluxo de clientes e faturamento. Fonte: Supermercado Santa Laura Figura 2:Fachada do Supermercado Santa Laura 26 CAPITULO II A CURVA ABC COMO FERRAMENTA AUXILIAR NA ELIMINAÇÃO DA RUPTURA E EQUILÍBRIO DO FLUXO DE CAIXA 2 ESTOQUES 2.1 Gestão de Estoques A gestão de estoque constitui uma série de ações que permitem verificar se estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados. O termo controle de estoque, dentro da logística, é em função da necessidade de estipular níveis de materiais e produtos que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos. Esses materiais e produtos que compõem os estoques são: matéria-prima, material auxiliar, material de manutenção, material de escritórios, material e peças em processos e produtos acabados. E a razão pela qual é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoques está relacionada com os custos associados tanto ao processo como aos custos de estocar. Devemos nos preocupar e determinar quais os níveis para cada item que poderemos manter economicamente. (POZO, 2007, p. 38). Existem vários indicadores para análise e controle dos estoques, que segundo os autores Martins e Alt (2006) são: a) inventários físicos: consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso haja diferença entre o inventário físico e os registros de controle de estoques, devem ser feitos ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias; b) acurácia dos controles: terminado o inventário, a acurácia dos controles mede a porcentagem de itens correto, tanto em quantidade, quanto em valor; c) níveis de serviços: é o indicador de quão eficaz foi o estoque para atender as solicitações dos usuários. Assim, quanto mais requisições 27 forem atendidas, nas quantidades e especificações solicitadas, tanto maior será o nível de serviço; d) giro de estoques: mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou; que é igual o valor consumido no período dividido pelo valor do estoque médio do período; e) cobertura de estoque: indica o número de unidades de tempo, por exemplo, dias em que o estoque médio será suficiente para cobrir a demanda. 2.1.1 Papel dos Estoques na Empresa Conforme os autores Martins e Alt (2006), o estudo do papel dos estoques nas empresas é tão antigo quanto o estudo da própria administração, o mesmo funciona como elemento regulador, quer do fluxo de produção, no caso do processo manufatureiro, quer do fluxo de vendas, no processo comercial, os estoques sempre foram alvo de atenção dos gerentes. Entende-se por estoques quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constitui estoques, tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção. (MOREIRA, 2002, p. 463). Hoje todas as empresas, procuram de uma forma ou de outra, obter uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na quantidade desejada, é facilitada por meio da administração eficaz dos estoques. 2.1.2 Análise do Estoque Os estoques representam parcela substancial dos ativos das empresas, devem ser encarados como um fator potencial de gestão de negócios e de 28 lucro, portanto deve-se verificar se estão tendo utilidade adequada ou sendo um peso morto, não apresentando retorno sobre o capital neles investidos. A gestão de estoque tem, além da preocupação com quantidades, a busca constante de redução dos valores monetários de seus estoques, atuando para mantê-los o mais baixo e dentro do nível de segurança, tanto financeiro, quanto aos volumes para atender à demanda. Mesmo não sendo uma função executiva, tal função constitui uma das atividades mais importantes de uma empresa de manufatura e varejo. De acordo com Pozo (2007), muitas empresas chegam à falência por imobilizar elevadas somas de capital em estoques, faltando-lhes recursos financeiros para capital de giro. Segundo o autor, uma atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever o valor do estoque em intervalos de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o planejado, e tomar as devidas ações quando houver desvios de rotas. Para Pozo (2007), os fatores que justificam a avaliação de estoques são: a) assegurar que o capital imobilizado em estoques sejam o mínimo possível; b) assegurar que estejam de acordo com a política da empresa; c) garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu conteúdo; d) assegurar que o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão; e) evitar desperdícios com obsolescência, roubos, extravios e outros. O valor real do estoque é feito por dois processos: um por meio das fichas de controle de cada item de estoque, e o segundo por meio de inventário físico. Segundo Pozo (2007), há os seguintes procedimentos para avaliar os estoques: a) método PEPS, baseado na cronologia das entradas e saídas, onde o procedimento de baixa dos itens de estoque é feito por ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que sairá, e assim utilizar seus valores na contabilização do estoque; 29 b) Método UEPS, baseia-se na cronologia das entradas e saídas, e considera que o primeiro a sair deve ser o último que entrou em estoque, portanto, sempre terá uma valorização do saldo baseado nos últimos preços. Esse procedimento é utilizado em economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para definição de preços de venda e refletindo custos mais próximos da realidade de mercado. 2.1.3 Custos dos Estoques Para Martins e Alt (2006), a necessidade de manter estoques acarreta uma série de custos às empresas. Esses custos podem ser classificados em três grandes categorias: a) custos diretamente proporcionais: ocorrem quando os custos crescem com aumento da quantidade média estocada, ou seja, quanto maior o estoque maior a quantidade de capital investido; b) custos inversamente proporcionais: são custos ou fatores de custos que diminuem com o aumento do estoque médio, isto é, quanto mais elevados os estoques médios, menores serão tais custos; c) custos independentes: são aqueles independentes do estoque médio mantido pela empresa, geralmente é um valor fixo, independente da quantidade estocada. 2.1.4 Pressões para Manutenção de Baixo Níveis de Estoques Segundo Martins e Alt (2006), os estoques são uma forma de desperdício, devendo ser eliminados ou reduzidos a um mínimo possível. Para isso, existem muitas medidas que pode acabar com esse problema, ou pelo menos atenuá-lo. As principais medidas são: melhorar a precisão, em termos de qualidades e prazos, das previsões de vendas; diminuir o ciclo de manufatura e conseguir parcerias com fornecedores, para ter melhores preços, condições de pagamentos e prazos, além de qualidade assegurada. 30 A manutenção de estoques traz vantagens e desvantagens para a empresa. Compete ao administrador de materiais encontrar o ponto de equilíbrio adequado à empresa em certo momento, embora os benefícios decorrentes do pronto atendimento sejam mais difíceis de serem avaliados do que os custos decorrentes. (MARTINS; ALT, 2006, p. 192). 2.2 Análise ABC De acordo Martins e Alt (2006), a análise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques, consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses a 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação de classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C. Não existem formas totalmente aceitas de dizer qual o percentual do total dos itens que pertencem à classe A, B ou C. Os itens A são os mais significativos, podendo representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B variam de 10% a 45%, e os itens C representam o restante. Mas a experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total, são da classe A, enquanto uma grande quantidade, em torno de 50%, são da classe C e 30% a 40% são da classe B. (MARTINS; ALT, 2006). Os itens da classe A devem receber mais atenção, pois uma economia ou melhoria em sua utilização representa uma economia no total dos gastos do estoque. Muitas empresas utilizam um conceito chamado de criticidade dos itens de estoque, onde ocorre uma avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação da empresa, na imagem da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por outro e na velocidade de obsolescência. Uma análise detalhada dos estoques é uma exigência que se faz a todo administrador, e este dispõe de vários indicadores, como o do giro de estoque, da cobertura, da acurácea e de análise ABC . (MARTINS; ALT, 2006, p. 217). 2.2.1 A classificação ABC no Controle de Estoque 31 Segundo Alvarenga e Novaes (2000) a maior parte das atividades empresariais que lidam com grandes números de itens de materiais, apresentam comportamento típico no que se refere o controle entre valor de um lado e quantidade do outro, portanto, é comum o emprego da classificação ABC no controle de estoque. De acordo com os mesmos, não se pode tratar a reposição de um item de valor elevado com o mesmo critério que se adota para repor um item de valor baixo. Se isso ocorresse, o custo seria excessivo, no caso de proceder uniformemente tomando como referência os itens de valor mais elevados, ou, o resultado seria catastrófico, no caso de controlar os estoques como se tudo tivesse a importância de itens com valor baixo. O tratamento através da curva ABC permite, então, a escolha dos procedimentos mais adequados para cada categoria. De acordo com os autores não se recomenda utilizar essa regra indiscriminadamente, porque cada caso é um caso, sendo mais conveniente e correto definir os pontos de corte entre as classes A, B e C por meio de levantamento e dados reais. Na prática, o tratamento de um produto de classe A sempre terá implicações mais importantes. As questões da classe C, por sua vez, serão abordadas de tal forma a não se gastar mais recursos que os eventuais resultados, no entanto, não se deve abandonar tudo que se insere na casse C, pois, o que hoje é C, poderá passar à classe A daqui a algum tempo. 2.2.2 O Uso da Curva ABC nas Empresas De acordo com o autor Pozo (2007), o princípio da classificação ABC ou curva 80 20 é atribuído a Vilfredo Paretto, um renascentista italiano do século XIX, que em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população (20%). A partir de então, tal princípio de análise tem sido estendido a outras áreas e atividades tais como a industrial e 32 a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX. A curva ABC tem sido bastante utilizada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para o planejamento da distribuição, para a programação da produção e uma série de problemas usuais de empresas, quer sejam estas de características industriais, comerciais ou de prestação de serviços. Trata-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa. 2.2.3 A Técnica ABC Segundo o autor Pozo (2007), dentro da logística empresarial e mais especificamente na administração de materiais, a curva ABC tem seu uso mais específico voltado para estudos de estoques acabados, vendas, prioridades de programa de produção, tomada de preços em suprimentos e dimensionamento de estoque. Toda a sua ação tem como fundamento primordial tomar uma decisão e ação rápida que possa levar seu resultado a um grande impacto positivo no resultado da empresa. A curva ABC assim é chamada em razão de os dados obtidos serem divididos em três categorias distintas, que segundo o autor Pozo (2007) são: a) classe A: são os itens mais importantes e que devem receber toda a atenção no primeiro momento do estudo. Os dados aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são orientativos e não são regras); b) classe B: são os itens intermediários e que deverão ser tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens da classe A, são os segundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem, em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo 30% dos itens estudados (esses valores são orientativos, e não são regras); 33 c) classe C: são itens de menor importância, embora volumoso em quantidades, mas com valor monetário reduzido, permitindo maior espaço de tempo para sua análise e tomada de ação. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens da classe A e B terem sido avaliados. Em geral somente 5% do valor monetário total representam esta classe, porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são orientativos, e não são regras). Fonte: MARTINS; ALT, 2006, p. 214 Figura 3 : Curva ABC Segundo Pereira (1999), uma classificação ABC de itens de estoque tida como típica apresenta uma configuração na qual 20% dos itens são considerados A e que estes respondem por 65% do valor de demanda ou consumo anual. Os itens B representam 30% do total de número de itens e 25% do valor de demanda ou consumo anual. Tem-se ainda que os restantes 50% dos itens e 10% do valor de consumo anual serão considerados de classe C. Os índices citados servirão de base para realização deste projeto Embora se reconheça que tais percentuais de classificação possam variar de empresa para empresa, é importante observar que o princípio ABC no qual uma pequena percentagem de itens é responsável por uma grande percentagem do valor de demanda ou consumo anual, normalmente ocorre. Apesar da configuração acima ser válida como padrão típico, em se tratando 34 de curva ABC a classificação não deve ter como regra rígida ser composta por três classes. (PEREIRA, 1999) A análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de controle de um item e o impacto deste item sobre os custos e a rentabilidade, o que de certa maneira pode variar de empresa para empresa. Deve-se ter em mente ainda que, apesar da análise ABC ser usualmente ilustrada através do valor de consumo anual, este é apenas um dos muitos critérios que pode afetar a classificação de um item. Segundo Pereira (1999), outros fatores também afetam a importância de um item, e podem ser utilizados, como critérios qualificadores numa análise ABC tais como: custo unitário; cuidados de armazenagem para um item; custos de falta de material; mudanças de engenharia (projeto). 2.2.4 Classificando os Estoques e Determinando Prioridades através da análise ABC. Segundo Pereira (1999), em várias empresas, uma análise ABC é preparada freqüentemente para determinar o método mais econômico para controlar itens de estoque, pois, através dela torna-se possível reconhecer que nem todos os itens estocados merecem a mesma atenção por parte da administração ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os clientes. Assim, conduzir uma análise ABC é com freqüência um passo muito útil no projeto de um programa de ação para melhorar a performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os custos operacionais. O critério ABC, pode estabelecer níveis de serviços diferenciados para as diversas classes, de forma a reduzir o capital empregado em estoques, ou podem-se usar métodos diferentes para controlar o estoque e, assim, minimizar o esforço total de gestão. Os materiais considerados como classe A merecem um tratamento administrativo preferencial no que diz respeito à aplicação de políticas de 35 controle de estoques, já que o custo adicional para um estudo mais minucioso destes itens é compensado. Em contrapartida, os itens tidos como classe C, não justificam a introdução de controles muito precisos, devendo receber tratamento administrativo mais simples. Os itens que foram classificados como B poderão ser submetidos a um sistema de controle administrativo intermediário entre aqueles classificados como A e C. Tais considerações valem tanto para ambientes nos quais se busca gerenciar a formação de estoques por demanda dependente ex: modelos como MRP e Kanban, como para ambientes nos quais se gerencie a formação de estoques por demanda independente ex: modelos como ponto de pedido, reposição periódica ou estoque mínimo. Ainda segundo Pereira (1999), é inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais variados tipos de análise onde se busca priorizar o estabelecimento do que é mais ou menos importante num extenso universo de situações e, por conseqüência, estabelecer-se o que merece mais ou menos atenção por parte da administração, particularmente no que diz respeito às atividades de gestão de estoques. Porém, a simples aplicação do princípio ABC sem considerar aspectos diferenciados inerentes aos materiais quanto à sua utilização, aplicação e aquisição, poderá trazer distorções quanto à classificação de importância e estratégias de utilização dos mesmos. A utilização da curva ABC é extremamente vantajosa, porque se pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela controla mais rigidamente os itens de classe A e, mais superficialmente, os de classe C, e pode ser usada em várias unidades de medidas como peso, tempo, volume, custo unitário. O grande mérito do uso da Curva ABC é a classificação dos itens de estoques em critérios ou classes A, B e C, em vista de seus custos e quantidades . (POZO, 2007, p. 92). Segundo Pozo (2007), a montagem da curva ABC processa-se em quatro passos: 36 a) inicialmente, devem-se levantar todos os itens do problema a ser resolvido, com os dados de suas quantidades, preços unitários e totais; b) o segundo passo é colocar todos os itens em uma tabela em ordem decrescente de preços totais e sua somatória total; c) o próximo passo é dividir cada total de cada item pela somatória total de todos os itens e colocar as porcentagens obtidas em suas respectivas colunas; d) finalmente dividem-se todos os itens em classe A, B e C, de acordo com a prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema. 2.3 O fenômeno de ruptura Segundo pesquisa da Associação ECR Brasil, a falta de produtos nas gôndolas gera um prejuízo de 8% no segmento varejista, sendo assim, combater esse problema é uma das maiores prioridades do setor, de forma a realizar estudos e desenvolver métodos para diminuição da ruptura. Dados confirmam essa preocupação, pois metade dos clientes compra outras marcas quando não encontram sua marca preferida nas gôndolas e 30% desses trocam de estabelecimento por serem mais fiéis à marca do que ao ponto-de-venda (PDV), por conseqüência, migram para o concorrente. Estudos comprovam que se os índices de ruptura com marcas já consolidadas e em mercados aquecidos forem altos, podem ser mais significantes ainda em produtos de menor giro e em mercados que apresentem atividade de economia menor. Revela ainda que 27% dessas rupturas acontecessem por atraso na entrega das mercadorias pelos CD s às lojas. (RUPTURA...2006) Independente do tamanho do problema, o segmento como um todo perde. Fabricante e comerciante deixam de vender e o consumidor final fica sem o produto, perde tempo e dinheiro se deslocando atrás da mercadoria. Um cuidado que deve ser tomado é com o cadastro dos produtos para que não haja duplicidade, gerando assim discrepâncias na hora de elaborar o 37 mix, balancetes e por conseqüência excessos de sortimentos. Para resolver isso a indústria criou o código de barras como forma de registro. Uma vez definido os sortimentos da loja, é obrigatório que ele esteja 100% disponíveis para a venda ao cliente levando em consideração quantas marcas, modelos, tamanhos, sabores, e quais características de cada linha poderão suprir a necessidade do público. Fatores como mercado, concorrência, sazonalidade, formato e tamanho da loja implicam nas estratégias de abastecimento dos PDV s. (RUPTURA...2006). Existem três caminhos para reduzir a ruptura: a) definir o sortimento; b) saber a quantidade que vai ser oferecida (ter previsão de venda); c) definir parâmetros para cada produto. O ideal era que as unidades não tivessem estoques e focassem no atendimento ao cliente, mas o fornecimento dia-a-dia é impossível. Por causa dessa inviabilidade, o comprador tem que saber qual a hora de pedir uma reposição ao fornecedor, quantas unidades estão no estoque, quantos serão pedidos a mais, o volume de pedidos, o nível de serviços proposto pelo fornecedor, custo de obter e manter o estoque. (RUPTURA...2006). À área de compras também compete o cuidado com os níveis de estoque da empresa, pois embora altos níveis de estoque possam significar poucos problemas com a produção, acarretam um custo exagerado para a sua manutenção. Esses altos custos para mantêlos são resultantes de despesas com o espaço ocupado, custo de capital, pessoal do almoxarifado e controles. Baixo nível de estoque, por outro lado, podem fazer com que a empresa trabalhe num limiar arriscado, em que qualquer detalhe, por menor que seja, acabe prejudicando ou parando a produção. A empresa poderá enfrentar, por exemplo, reclamações de clientes. (MARTINS; ALT, 2006, p. 83). Esses critérios diminuem o risco da ruptura. Mas nada disso adianta se não houver confiança na data de entrega e no estado que a mercadoria chegará ao depósito. Fatores como greve no porto e aumento do giro das mercadorias também podem causar ruptura. Uma alternativa que os lojistas costumam fazer é preencher o espaço vazio da gôndola com um produto similar. A maioria das vezes essa alternativa gera insatisfação no cliente por não encontrar a marca preferida, bem como prejudica a análise do sortimento da loja e gera discrepância na hora de 38 comprar, pois, o gestor vai comprar conforme o giro e na hora que o produto titular chegar o substituto irá sobrar na prateleira e no estoque gerando mais prejuízos. Outro aspecto é quando o comprador aproveita promoções dos fabricantes e acaba ocupando as gôndolas com produtos de baixo giro, escondendo assim aquelas marcas já consolidadas e fidelizadas pelos consumidores. Isso pode acarretar produtos vencidos, empoeirados e eternizados nos estoques. O comprador tem que estar atento também na questão da compra fracionada, pois existem produtos com baixo giro, mas que se faz necessário ter à disposição do cliente, e caso seja comprada em demasia irá gerar prejuízos por impedir o capital de girar. A ruptura invisível é aquela em que o gestor deixa de comprar um determinado produto que seja essencial. E para que isso não aconteça é necessário que ele conheça os hábitos de seus clientes através de pesquisas, como, colaboradores perguntando ao cliente se ele encontrou o que precisava e também as famosas caixas de sugestões. O gestor deve ficar de olho nos períodos sazonais, como férias, calor, frio, copa do mundo e disponibilizar os produtos conforme a faixa econômica dos clientes. O consumidor é quem dita às regras e o administrador não pode de forma alguma deixar de trabalhar com determinada marca por motivos de brigas com o fornecedor ou sentimentos próprios antes de ter uma pesquisa embasadora que apóie sua decisão. O varejista a cada dia tem percebido o quanto o fenômeno de ruptura tem prejudicado o crescimento do setor, e estratégias são necessárias para que o negócio tenha continuidade como, contratar consultores especializados, e ter indispensavelmente diálogo com os consumidores. (RUPTURA... 2006, p. 34). 2.3.1 O custo da ruptura Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor. Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002) 39 podem-se determinar os custos de falta de estoque ou Custo de Ruptura das seguintes maneiras: a) por meio de lucros cessantes, devidos a incapacidade do fornecimento. Perdas de lucros, com cancelamento de pedidos; b) por meio de custeios adicionais, causados por fornecimentos em substituição com material de terceiros; c) por meio de custeios causados pelo não cumprimento dos prazos contratuais como multas, prejuízos, bloqueio de reajuste; e d) por meio de quebra de imagem da empresa, e em conseqüência beneficiando o concorrente. 2.4 Fluxo de caixa 2.4.1 Origem do fluxo de caixa De acordo com Campos Filho (1999) a demonstração de fluxo de caixa foi normatizada pelo pronunciamento do Board do Financial Accounting Standards Board (Fasb), pelo boletim nº 95, que instituiu o fluxo de caixa em substituição à Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos (Doar), datado de novembro de 1987, sendo colocado em vigor a partir de julho de 1988. O Brasil passou a utilizar não de forma obrigatória, mas até mesmo com um aconselhamento da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), a partir de 1992, com a revisão da Norma Internacional de Contabilidade NIC 7, que recebia a denominação, até então, de Demonstração das Mutações na Posição Financeira, que fora aprovada em julho de 1977. 2.4.2 O conceito de fluxo de caixa Fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores monetários) de 40 um dado período - pode ser diário, semanal, mensal, etc. O fluxo de caixa é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, de despesas, de saldos de aplicações, e todos os demais que representem as movimentações de recursos financeiros disponíveis da organização. (CAMPOS, 2008). O fluxo de caixa é um instrumento (planilha) pelo qual o administrador financeiro planeja e administra os numerários da empresa, isto é, as entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa. Funciona como uma agenda sofisticada onde são registrados todos os recebimentos esperados e pagamentos programados, num certo período. O administrador financeiro necessita saber quando vencem os compromissos regulares da empresa assim como os seus valores a receber e, num confronto, saber se haverá caixa suficiente. (TÒFOLI, 2008, p. 69). 2.4.3 Para que serve o fluxo de caixa Segundo Campos (2008), o Fluxo de Caixa é um instrumento de controle que auxilia na previsão, visualização e controle das movimentações financeiras de cada período. A sua grande utilidade, é permitir a identificação (especialmente prévia, mas também posterior) das sobras e faltas no caixa, possibilitando ao profissional planejar melhor suas ações futuras ou acompanhar o seu desempenho. Em uma empresa, o ideal é que o período de acompanhamento seja diário, mas autônomos que usem o sistema exclusivamente como instrumento gerencial podem se virar com períodos maiores semanal ou até mensal dependendo da sua liquidez. Períodos menores permitem maior eficiência nos investimentos e aplicação financeira dos saldos positivos, mas em compensação geram maior esforço ou custo de acompanhamento, no fenômeno conhecido como overhead. É importante encontrar o seu ponto de equilíbrio. Para Campos (2008), de uma forma ou de outra, um controle de fluxo de caixa bem feito é uma grande ferramenta para lidar com situações de alto custo de crédito, taxas de juros elevadas, redução do faturamento e outros fantasmas que rondam os empreendimentos, além disso, permite: 41 a) avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os desembolsos futuros já identificados; b) calcular os momentos ideais para reposição de estoque ou materiais de consumo, considerando os prazos de pagamento e as disponibilidades; c) verificar a necessidade de realizar promoções, liquidações, reduzir ou aumentar preços; d) saber se é ou não possível conceder prazos de pagamentos aos clientes; e) saber se é ou não possível comprar à vista dos fornecedores, para aproveitar alguma promoção; f) ter certeza da necessidade ou não de obter um empréstimo de capital de giro; g) antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa. Campos (2008), afirma que organizar e manter o fluxo de caixa dá trabalho, mas é recompensador. É necessário alimentar as planilhas no início de cada novo período. Especialmente, estar disposto a manterem atualizadas, com a antecedência que for possível, as colunas de valores previstos, e analisá-las sempre que necessário, para de fato poder colher o principal fruto desta ferramenta: a possibilidade de prever com maior precisão quando haverá sobra e quando haverá falta de dinheiro em caixa. A análise antecipada também permite tomar as providências necessárias para que haja disponibilidade de caixa nas datas de vencimento de impostos, taxas, prestações, financiamentos e outros desembolsos com data certa, que incorrem em multas e juros caso atrase. 2.4.4 Objetivos do fluxo de caixa De acordo com Silva (2007), as informações sobre os fluxos de caixa de uma empresa são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da empresa em gerar caixa e valores equivalentes ao caixa e às necessidades da empresa para utilizar esses fluxos. 42 Propicia aos analistas financeiros uma fonte segura para melhor elaborar seus planejamentos financeiros, como também serve a outros usuários entenderem a forma com que a empresa gerou o caixa, ou até mesmo como utilizou os recursos e valores equivalentes ao caixa, se uma mudança na política de estocagem ou de crédito teve resultados favoráveis ou desfavoráveis, como também se um determinado ganho de margem de lucro foi realmente benéfico, tendo-se em vista o volume investido em giro. (SILVA, 2007). Dessa forma, conseguir-se-á examinar as habilidades da empresa em gerar lucros futuros para liquidar empréstimo por meio do fechamento tranqüilo e contínuos do ciclo de operações da empresa. 2.4.5 Fluxo de caixa projetado Conforme Tófoli, (2008, p. 69), O fluxo de caixa planejado (ou projetado) trata de planejar, antever, os fluxos de dinheiro num período futuro . O objetivo básico do fluxo de caixa planejado é o de projetar as entradas e saídas de recursos financeiros, num determinado período, avaliando a necessidade de captar recursos ou aplicar os excedentes de caixa. Com o fluxo de caixa feito antecipadamente, o gestor poderá antever situações de falta ou excesso de dinheiro no caixa, quantos e quais serão os compromissos para o período, assim como, a previsão de ingresso de numerários provenientes das vendas à vista e de recebimentos de clientes que compram a prazo. Assim, o fluxo de caixa planejado é uma ferramenta que permite prognosticar os encaixes e desencaixes do período, fornecendo ao gestor informações antecipadas de estrangulamentos e excessos de caixa. 2.4.5.1 Fatores que afetam o fluxo de caixa planejado 43 De acordo com Tófoli (2008), ao elaborar o planejamento do fluxo de caixa para o próximo período, o gestor de caixa deve levar em conta os fatores que afetam o fluxo de caixa, como: a) compras extras; b) dilatação no prazo concedido aos clientes; c) elevação dos valores da folha de pagamento; d) altos custos financeiros; e) queda nas vendas; f) aumento da inadimplência; g) aumento das vendas, exigindo mais capital de giro; h) destinação de saldos positivos para objetivos diferentes daqueles planejados; i) mau gerenciamento dos ciclos operacional e financeiro, pela defasagem dos prazos concedidos aos clientes e recebidos dos fornecedores e/ ou na demora da renovação dos estoques e outros. Esses fatores influenciam no fluxo de caixa planejado e mais fortemente no fluxo de caixa real, pois se ocorrerem e não fizerem parte do planejamento, haverá rompimento nos valores esperados provocando à necessidade de se rever a política de caixa do período. É fundamental que haja sincronismo de procedimentos entre todos os setores para que as decisões a serem tomadas sejam compartilhadas e analisadas com o administrador financeiro, para, juntos, avaliar os impactos que provocarão. 2.4.6 Fluxo de caixa real Paralelamente ao fluxo de caixa planejado (ou projetado), o administrador financeiro deve elaborar o fluxo de caixa real, ou seja, o registro dos valores efetivamente transacionados. Significa que deve lançar na planilha todos os ingressos e todas as saídas de dinheiro do caixa da empresa e em seguida fazer uma comparação com o fluxo de caixa planejado daquele interregno, observando as diferenças por ventura existente entre ambos e avaliando as justificativas encontradas. (TÓFOLI, 2008). 44 Se o motivo das divergências residirem em um planejamento falho rever os critérios adotados anteriormente e, se, entretanto, for por realização de algum ato imprevisto, discutir o assunto com a área envolvida. É importante essa confrontação entre os dois fluxos de caixa (planejado e real), primeiro para avaliar as fontes de informações utilizadas e os critérios de planejamentos e aprimorá-los, se preciso e em segundo detectar falhas de comunicação entre áreas e falta de envolvimento geral. 2.4.7 Modelo da demonstração dos fluxos de caixa O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar o administrador de determinada empresa nas tomadas de decisões. É através deste mapa que os custos fixos e variáveis ficam evidentes, permitindo-se desta forma um controle efetivo sobre determinadas questões empresariais. Segundo Campos Filho (1999) a estrutura da demonstração dos fluxos de caixa (DFC), compõe-se de quatro grandes grupos: a) disponibilidades: caixa, depósitos bancários à vista e aplicação de alta liquidez.O conceito de disponibilidades é o mesmo que a maioria das pessoas geralmente tem. Abrange o dinheiro em caixa, o saldo das contas correntes nos bancos e as aplicações financeiras em CDBS, fundos de investimentos, cadernetas de poupanças e outras aplicações financeiras assemelhadas com prazo de vencimento em até três meses da data da aplicação. Aplicações financeiras com prazo de vencimento maior serão classificadas no grupo de investimento; b) atividades operacionais: geralmente, envolvem a produção e entrega dos bens e a prestação de serviços, recebimentos operacionais de: clientes por vendas a vista, clientes por vendas a prazo, clientesadiantamentos, rendimentos de aplicações financeiras, juros de empréstimos concedidos, dividendos recebidos, outros recebimentos, pagamentos operacionais à: fornecedores de matérias-primas, fornecedores de mercadorias, adiantamentos a fornecedores, salários e encargos, utilidades e serviços, tributos, encargos 45 financeiros, outros pagamentos. O conceito operacional é basicamente o mesmo que a maioria dos profissionais tem. Em linhas gerais, correspondem as contas da demonstração de resultados. Há algumas diferenças que serão comentadas posteriormente. O detalhamento desse grupo precisa ser adaptado a cada tipo de empresa. Para a correta demonstração dos principais pagamentos e recebimentos operacionais, o detalhamento pode ainda ser feito com o que se costuma chamar de centro de custos, de resultados, ou ainda de atividades; c) atividades de investimentos: aplicações financeiras (com prazo de vencimento maior que três meses), empréstimos concedidos, participações em controladas/coligadas, participações em outras empresas, terrenos obras civis, móveis-utensílios-instalações, máquinas-ferramentas-equipamentos, veículos de uso, equipamentos de processamentos de dados, software/aplicativos de informática. A maneira mais fácil de definir investimento é por meio da relação descrita e o conceito é, basicamente, o mesmo que a maioria dos profissionais já tem. Em linhas gerais, corresponde ao grupo ativo permanente do patrimônio; d) atividades de financiamentos: empréstimos bancários, financiamentos/leasing, recursos próprios, (-) dividendos pagos. O conceito de financiamento utilizado aqui é diferente do conceito predominante no mercado. Quando se fala financiamento, no contexto de empresa, geralmente envolve a aquisição de um bem financiado com recursos de terceiros. Aqui, financiamentos é um bom conceito mais abrangente, inclui os recursos de terceiros e recursos próprios recebidos. Nesse conceito, quando os sócios colocam dinheiro na empresa, a estão financiando. Outra novidade é o posicionamento dos dividendos pagos dentro do grupo financiamento, com uma conta retificadora dos recursos próprios. 2.4.8 Fluxo de caixa como instrumento gerencial 46 O mecanismo do fluxo de caixa é bastante simples, mas nenhum sistema de informações pode funcionar sem que os dados relevantes sejam constantemente atualizados nele. Da mesma forma, o sistema não tem qualquer utilidade se os dados não forem analisados periodicamente, e se a organização não tiver confiança neles. Outro aspecto a ser levado em conta é o das dependências: o Fluxo de Caixa precisa de dados que nascem em um bom método de controle de contas a pagar, contas a receber, acompanhamento de saldos de aplicações bancárias, faturamento, despesas e outros. Antes de se preocupar com sistemas agregadores, como o Fluxo de Caixa, precisa-se dar atenção a estes outros métodos de coleta de dados específicos. E isto tem vantagens adicionais, como levar a um melhor acompanhamento das suas posições em relação a clientes, fornecedores, taxas públicas, etc. Não há como ter um relatório de fluxo de caixa atualizado se não registra regularmente as faturas e nem acompanha se os seus clientes estão pagando-as em dia, por exemplo. 2.5 Conciliando curva ABC, ruptura e fluxo de caixa. 2.5.1 A intralogística A intralogística, como é chamada à logística do portão para dentro da empresa, é um aspecto importante que deve ser gerenciado pelo administrador, tanto no varejo como na indústria. A otimização dos espaços como layouts e equipamentos de movimentação e armazenagem adequados, a acuracidade dos estoques e a redução de custos operacionais dizem respeito a todos que mantém uma organização. Conforme Campos (2006) a função da intralogística é ter o produto certo, na hora certa, no local certo, na quantidade certa e ao menor custo possível, ou seja, os produtos devem estar disponíveis para o consumo final. E o mais importante, deve atender às necessidades do consumidor. 47 A intralogística começa pela escolha acertada de mercadorias ou insumos em quantidade equivalente à demanda. E tê-la ao menor custo significa computar não só o custo ou o preço de compra, mas também o tempo de entrega de manuseio, a embalagem e a mão de obra exigida. A área de armazenamento deve ser dimensionada para um volume de estoque suficiente, a fim de evitar a ruptura e suportar o prazo de entrega das mercadorias solicitadas. Para que a intralogísitca tenha um mínimo de eficiência são necessárias as presenças de pessoas capacitadas e treinadas. No processo atua o comprador, o recebedor, o encarregado de depósito e guarda da mercadoria e o repositor. Esses quatro elementos trabalhando em sinergia, de forma sintonizada, podem dar um grau de excelência para o setor. 2.5.1.1 Recebimento O recebimento é uma das áreas que merecem constantes cuidados na empresa. O colaborador que atua no recebimento dever ter treinamento adequado, e ter, entre outros atributos, conhecimento no negócio em que atua, conhecimento do produto e conhecimento do fornecedor. Ele é responsável por conferir a quantidade, a qualidade, os prazos de validade e a notas fiscais dos produtos que chegam. Esse profissional tem que ter o cuidado de observar tudo aquilo que recebe, checar se as embalagens externas apresentam algum tipo de alteração, se estão sujos ou danificados. Deve direcionar a estocagem correta dos produtos, observando o conceito de PEPS, cuidando para que o manejo do produto seja adequado. A área de compras, financeira e recebimento devem estar em constante comunicação para reduzir às falhas no processo. Sob o ponto de vista de Martins e Alt (2006), o recebimento de uma empresa é mais bem compreendido com uma combinação de cinco elementos principais: a) espaço físico: o correto dimensionamento do espaço físico envolve espaço para fila de caminhões, plataformas compensadoras de altura, espaço para separação e conferência; 48 b) recursos de informática: a disponibilidade de recursos de informática pede, por exemplo, terminal EDI e de leitura óptica de código de barras, programas de comunicação com fornecedores e loja; c) equipamentos de carga e descarga: para carga e descarga, podem ser usados equipamentos apropriados como paletes, empilhadeiras e esteiras de distribuição; d) .pessoas: pessoal qualificado é imprescindível, não se aceitam mais elementos que só exerçam uma função, e sim colaboradores polivalentes, com nível de instrução adequado e treinado. O homem que recebe uma carga deve estar habilitado a inserir dados no sistema, determinar o destino da carga recebida e, em muitos casos, transportá-la para o local destinado; e) procedimentos normalizados: dá-se ênfase ao que deve ser feito em caso de exceção, principalmente dispondo até que ponto o colaborador tem autonomia de decisão. 2.5.1.2 Armazenamento De acordo com Alvarenga e Novaes (2000), ao longo do processo logístico aparecem fluxos de mercadorias entre pontos diversos da rede. Nas interfaces desse processo, isto é, nos pontos de transição de um fluxo para o outro, entre manufatura e transferência, ou entre transferência e distribuição física surge à necessidade de se manterem os produtos estocados por um certo período de tempo. Esse tempo de permanência pode ser muito curto, necessário apenas para se fazer a triagem da mercadoria recém chegada e distribuí-la. Nesses pontos da interface da rede logística localizam-se os diversos tipos de instalação de armazenagem. Um tipo comum é o depósito voltado à armazenagem e despacho de mercadorias de uma indústria, de uma grande loja ou de uma firma varejista. Para Alvarenga e Novaes (2000), os objetivos dos depósitos são: 49 a) receber: as mercadorias chegam ao armazém ou depósito e devem ser descarregadas, conferidas e encaminhadas ao ponto de estocagem; b) movimentar: após o recebimento, a mercadoria é deslocada dentro do armazém até o ponto onde deverá ficar armazenada; c) armazenar: a armazenagem propriamente dita das mercadorias, constitui uns dos componentes desse sistema, pode durar pouco tempo, em alguns casos, e períodos relativamente longos, em outros; d) preparar pedidos: em certos tipos de armazém os pedidos são separados num local específico do depósito e depois movimentados para outro tipo de fluxo de movimentação a reposição das áreas de vendas ou área de produção. Tanto CDs como depósitos devem ser planejados após um estudo de dimensionamento da operação logística que apontará a área de estocagem e layouts ideais para cada caso específico. Campos (2006) entende que, um layout otimizado, dever ser parecido com a área de produção ou da loja e devem se levar em conta, entre outros aspectos os fluxos de movimentação no depósito. Entre eles os fluxos cruzados idas e vindas pelo mesmo trajeto devem ser eliminados adotando- se a mão única de direção. Segundo Campos (2006), aquelas mercadorias que vendem mais aquelas classificadas como giro A, da curva ABC devem ficar mais próximas das portas ou das docas de saídas, para facilitar o acesso dos operadores e reduzir as distâncias percorridas. Já as de giro C que se movimentam menos, vão para o fundo do depósito. As mercadorias devem ser armazenadas na vertical, aproveitando-se ao máximo o pé direito e a capacidade do depósito. As estruturas comumente utilizadas incluem estantes, prateleiras, racks desmontáveis e estrutura portapaletes. O objetivo final é ter mais mobilidade no depósito, principalmente se for muito pequeno, e receber carga paletizadas. Além disso, o armazenamento deve seguir o conceito de PEPS, para evitar que a mercadoria perca seu prazo de validade e evite possíveis danos físicos ao produto. 50 O correto monitoramento do armazenamento de mercadorias reduz desperdícios e evita a formação da ruptura na empresa. 2.5.1.3 Reposição A movimentação de produtos do depósito à área de vendas ou à área de produção dá-se o nome de reposição, isto é, conforme as mercadorias são vendidas ou consumidas em uma unidade de produção, deve-se haver o abastecimento constante para que não falte o produto, evitando assim o fenômeno de ruptura e conseqüentemente queda nas vendas ou no caso de uma indústria, a paralisação da produção. (RUPTURA..., 2006). O profissional, além de responder por essa migração de produtos, é quem vai determinar qual espaço que cada segmento vai ocupar, a quantidade, a maneira de organizar e expor. Tudo isso baseado no fluxo médio e trabalhando com margens que possam suprir possíveis picos de consumo ocasionados por promoções, ofertas, datas especiais, sazonalidades e outras demandas. Uma reposição eficaz aliada à correta gestão de estoque reduz significativamente o fenômeno de ruptura. 2.5.1.4 O setor de compras A visão moderna de compras está relacionada com o sistema intralogístico de uma empresa, com atividades-pares envolvidas em ações estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para finalidade comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva no mercado. A área de compras não é um fim em si próprio, mas uma atividade de apoio fundamental ao processo produtivo, suprindo-o com todas as necessidades de mercadorias. Compras também é um excelente e substancial sistema de redução de custos de uma empresa, por meio de negociações de preços, na busca de materiais alternativos e de incessante desenvolvimento de novos fornecedores . (POZO,2007, p.147) 51 O setor de compras tem responsabilidade preponderante nos resultados de uma empresa em face de sua ação de suprir a organização com recursos materiais para seu perfeito desempenho e atender às necessidades de mercado. Toda atividade de uma empresa somente será possível se for abastecida com informações e produtos. Para que ela possa movimentar-se adequadamente e eficazmente, é necessário que as mercadorias estejam disponíveis no momento certo e com as especificações corretas, e o sistema será continuo, satisfazendo, assim, o processo operacional. A inadequação das especificações, prazos, performance e preços causam transtornos ao processo operacional como atrasos na produção, não atendimento da qualidade, elevação dos custos, ruptura e insatisfação do cliente. A ruptura figura como um dos principais problemas a serem enfrentados pelos administradores das empresas. O gerenciamento correto do estoque pode contribuir para reduzir drasticamente esse fenômeno. O primeiro passo a ser dado para melhorar a gestão de estoque é a gerência deixar de priorizar a venda e ter consciência que a empresa também é um centro de compras. (CHÃO..., 2008). O comprador tem uma visão mais comercial. É ele o responsável pela negociação de compras e deve ter em mente a capacidade do estoque pelo pagamento, por checar preço, comparar, definir as datas de chegada, avaliar as quantidades que vai comprar, entre outras atividades. Ele deve ter uma visão empresarial do negócio como um todo. O setor de compras deve estar em constante comunicação com o departamento financeiro e deve utilizar a técnica da curva ABC como ferramenta para auxiliar suas compras e assim reduzir as rupturas e não comprometer o fluxo de caixa da empresa. A gestão da aquisição a conhecida função de compras assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiro, deixando cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucro. (MARTINS; ALT, 2006, p 81). 52 O ideal é ter um estoque que respeite o giro do produto. Se a intenção é ter um estoque acima do normal de uma determinada mercadoria o ideal é que ela seja alvo de algum tipo de promoção que vise o giro rápido, nesse caso vale à pena comprar mais para vender mais, sem comprometer o investimento e nem ocupar espaço por tempo indevido. (CHÃO..., 2008). 2.5.1.5 O departamento financeiro Segundo Pedroso (2006), o caixa é tudo o que se pode ter em mãos, o que tem liquidez. Pode ser gerado em espécie na empresa, com a venda de estoque, nos bancos e no mercado financeiro. O fluxo de caixa é a consolidação das informações das contas a pagar e a receber. Para seu gerenciamento, é preciso administrar o prazo médio de rotação dos estoques, do recebimento das vendas e do pagamento das mercadorias. É o prazo médio de pagamento das compras que ajuda a manter o fluxo de caixa. Diante desse conceito, todos na empresa devem ter a consciência do gerenciamento do fluxo de caixa. O departamento de compras precisa ter uma sintonia fina com o financeiro. A utilização da curva ABC ajuda nesse processo. Saber o giro das mercadorias mais vendidas, as de classificação A e conciliar os seus pagamentos com os dias de maior fluxo de recebimento pode ser uma boa saída para que a empresa possa atingir um grau de excelência na gestão do caixa. Para Martins e Alt (2006), há uma ênfase, cada vez maior, das empresas no fluxo de caixa. A agilização da atividade logística leva a uma rapidez da geração do caixa pelas empresas. 53 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO SUPERMERCADO SANTA LAURA 3 INTRODUÇÃO Em diversos estudos realizados sobre gestão de estoque nota-se que as empresas, de um modo geral, vem se preocupando cada vez mais em gerenciar de maneira correta o seu bem mais precioso, o estoque. Evitar o fenômeno de ruptura, através de uma boa administração de compras e reduzir o risco de estourar o orçamento de caixa, são constantes desafios que um empresário encontra no dia a dia de sua organização. Com o intuito de demonstrar a importância da gestão de estoque e a correta gestão do caixa em uma empresa, foi realizada uma pesquisa no Supermercado Santa Laura localizado a Rua João Moreira da Silva nº 870, Bairro Rebouças, Lins, com o objetivo de implantar as técnicas referentes à gestão de estoque enfatizando a curva ABC e o fenômeno de ruptura, contribuindo para uma melhor performance do fluxo de caixa da empresa. Foram descritas na pesquisa a ferramenta utilizada para o controle e classificação de estoque, a curva ABC, as demonstrações do fluxo de caixa e as principais dificuldades encontradas na implantação dessas ferramentas, bem como as dificuldades apresentadas no processo de eliminação das rupturas. Para a realização da presente pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e técnicas: Método Estudo de caso: foi realizado o estudo de caso no Supermercado Santa Laura analisando os aspectos relacionados à gestão do estoque. Método de observação sistemática: foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos aplicados na gestão do estoque, como suporte para o desenvolvimento do estudo de caso. 54 Método histórico: foram observados os dados da evolução da história da empresa e da gestão do estoque, como suporte para o estudo de caso. Para a eficácia da aplicação dos métodos, foram utilizadas as seguintes técnicas: Roteiro de estudo de caso (Apêndice A); Roteiro de observação sistemática (Apêndice B); Roteiro do Histórico da empresa (Apêndice C); Roteiro de entrevista para o estoquista (Apêndice D); Roteiro de entrevista para o responsável pelo sistema de informática (Apêndice E); Roteiro de entrevista para o proprietário (Apêndice F) Segue relato e discussão da pesquisa. 3.1 Relato e discussão dos critérios utilizados para implantação da curva ABC e das demonstrações de fluxo de caixa do Supermercado Santa Laura. 3.1.1 Análise da empresa e suas necessidades Após inúmeras visitas ao Supermercado Santa Laura, constatou-se, por meio de métodos e técnicas de pesquisa já mencionadas, que a empresa não disponibiliza nenhum tipo de controle de estoque e de administração de caixa, sendo que o proprietário realiza esse tipo de controle informalmente, contando apenas com sua intuição e boa memória. Diante desse fato, a empresa necessita de várias ferramentas para proporcionar ao proprietário, estimativas que permitam administrar de uma maneira simples e profissional as atividades de compras e as atividades financeiras da empresa. Nesse contexto, a utilização da curva ABC como ferramenta de gestão e controle de estoque e a implantação do fluxo de caixa, como peça fundamental para gerenciar todos os dados financeiros e proporcionar uma visão mais precisa da saúde financeira da empresa, torna-se indispensável para suprir as necessidades do supermercado. 55 Dessa forma, decidiu-se desenvolver um trabalho que não se limita apenas em avaliar a forma pelo qual o Supermercado Santa Laura administra seu estoque e seu caixa, comparando os resultados com pesquisas teóricas e sim, comprometer-se com a empresa implantando ferramentas práticas que irão apoiar o proprietário a gerenciar seu negócio de maneira mais produtiva e auxiliá-lo no processo de tomada de decisões. 3.2 Planejamento do fluxo de caixa Segundo Assaf Neto e Silva (1995), o fluxo de caixa é de fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Para se manterem em operação, as empresas devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos. A insuficiência de caixa deve determinar corte nos créditos, suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria descontinuidade em suas operações. A gestão do caixa é uma técnica que quando bem executada, favorece a lucratividade, miniminiza custos e evita o risco de insolvência. Diante dessa afirmativa conclui-se que o administrador não pode abrir mão dessa ferramenta, ignorando os encaixes e desencaixes da sua empresa, não conhecendo através de previsão, a situação da liquidez em determinado período futuro. Com base nesse contexto, foi desenvolvido um modelo de fluxo de caixa, visando a eficácia no gerenciamento da liquidez, consistência nas informações e de fácil aplicabilidade pelo usuário. Para a elaboração desse modelo, foi necessário conhecer profundamente a rotina já estabelecida na empresa, qual a política para pagamento dos compromissos, como é feito o recebimento de clientes, conhecer os procedimentos adotados pelo funcionário que trabalha nessa área, enfim, como são feitos os encaixes e desencaixes na empresa. Em função desses aspectos, o grupo desenvolveu um acompanhamento no departamento financeiro e conseqüentemente desenvolveu uma análise 56 geral que visa apoiar a elaboração de uma ferramenta eficaz e adequada para as necessidades do supermercado. 3.2.1 Análise do departamento financeiro Por meio de constantes visitas a empresa, começou-se a entender e a familiarizar-se com as peculiaridades e necessidades do supermercado, estreitando o relacionamento com os sócios e funcionários da casa, a fim de facilitar o processo de implantação dessa ferramenta de gestão. O controle financeiro é executado pelo proprietário e por uma funcionária do setor. A funcionária controla as contas a pagar, a movimentação bancária e as contas a receber. É obedecida uma rotina pré-estabelecida com o intuito de facilitar o controle e agilização do processo. Essa rotina consiste em arquivar na respectiva data de vencimento, as duplicatas provenientes dos fornecedores em um livro de entrada, denominado caderno de duplicatas a pagar. Quando ocorre o pagamento, é dada baixa nesse caderno, e as duplicatas são encaminhadas para a tesouraria para serem quitadas junto aos bancos. As contas a receber são confrontadas com o sistema Arius e depois quitadas no próprio sistema após o seu recebimento. As receitas do Supermercado Santa Laura são formadas principalmente por vendas realizadas a vista, cheque pré-datado, vendas a prazo no cartão de crédito, convênio com clientes e empresas e cartões de débito. Após o fechamento dos caixas, a funcionária confere os valores, organiza-os em uma planilha e anota em um livro denominado vendas do dia, depois repassa essa planilha juntamente com os valores para a tesouraria. Essa por sua vez dá o encaminhamento adequado aos numerários. Apesar de uma certa organização das contas a pagar e a receber, a empresa não disponibiliza nenhuma informação gerencial adequada para uma tomada de decisão, principalmente futura, daí a necessidade de uma ferramenta como o fluxo de caixa. 3.2.2 Características do modelo de fluxo de caixa 57 De acordo com Hoji (2004), o fluxo de caixa é um esquema que representa as entradas e saídas de caixa ao longo do tempo. Em um fluxo de caixa, deve existir pelo menos uma saída e pelo menos uma entrada ou viceversa. Diante do exposto os autores adaptaram um modelo de fluxo de caixa perfeitamente aplicável em um supermercado, atendendo as necessidades da empresa pesquisada e de fácil utilização e entendimento para os usuários. 58 Fonte: Empresa Junior Unisalesiano, 2008 Figura 4: Modelo de fluxo de caixa 3.2.3 Demonstração do fluxo de caixa do Supermercado Santa Laura 59 A demonstração do fluxo de caixa do mês de maio mostrou que, no início do mês as entradas foram maiores que as saídas, porém a partir da segunda quinzena, a situação ficou inversa devida aos altos pagamentos para fornecedores e impostos como mostra a figura abaixo: 60 Fonte: Supermercado Santa Laura Figura 5: Segunda quinzena do fluxo de caixa de maio O mesmo ocorreu, conforme se observa na figura abaixo, o fluxo de caixa do mês de junho. Outra vez os pagamentos de fornecedores fizeram com que o caixa, no período de 15 a 30 de junho ficasse negativo, forçando a 61 empresa a utilizar o cheque especial e conseqüentemente o pagamento de juros. 62 Fonte: Supermercado Santa Laura Figura 6: Segunda quinzena do fluxo de caixa de junho No mês de julho novamente o caixa foi insuficiente para honrar os diversos compromissos da empresa. Conclui-se que, através da observação e 63 pesquisa do grupo, o setor de compras da empresa não está observando o período pelo qual o caixa está com saldo positivo e comprando um pouco acima do normal, já que o pagamento de fornecedores na segunda quinzena desse mês foi bem maior que nos meses anteriores. De acordo com Faria (2001), o fluxo de caixa deve ser uma preocupação constante da empresa. Portanto, para a administração eficaz do fluxo de caixa, todos os setores da empresa devem interagir. 64 Fonte: Supermercado Santa Laura Figura 6: Segunda quinzena do fluxo de caixa de julho 65 3.2.4 Análise do fluxo de caixa do supermercado Santa Laura Nas análises feitas pelos autores, concluiu-se que na segunda quinzena dos meses de maio, junho, julho e agosto, o caixa ficou negativo. O proprietário nos informou que, nesse período, o índice de recebimento de clientes é muito pequeno e as vendas à vista tendem a diminuir, enquanto que as duplicatas de fornecedores continuam a vencer nas mesmas proporções daquelas que são pagas na primeira quinzena. Dessa forma, concluiu-se que, a política de compra adotada pelo Supermercado Santa Laura não está adequada aos dados obtidos pelo fluxo de caixa pesquisado, causando desencaixes maiores que os encaixes diários da empresa. Segundo Assaf Neto e Silva (1995), uma das mais importantes aplicações gerenciais do fluxo de caixa operacional é permitir o estabelecimento periódico dos valores máximos, suportáveis pela geração interna de caixa da empresa, de amortizações de dívidas. O que se pode extrair, em outras palavras, com as informações contidas neste fluxo de fundos é a possibilidade de adequar melhor o perfil de pagamento dos passivos da empresa com sua capacidade de geração de caixa. Outro fator que pode ter causado essas distorções entre as entradas e saídas de caixa pode ser o fato de a relação de compra e venda não estar adequada para a empresa, isto é, a compra foi maior que a expectativa das vendas. O proprietário informou que no final do mês de julho adquiriu um lote de compra da Unilever no valor de R$ 8.541,50 de mercadorias de higiene pessoal e limpeza. O mesmo nos afirmou que essa compra derivou de uma negociação efetivada pela associação de supermercados a qual faz parte, e que os preços estavam imperdíveis, além de serem objetos de um jornal de ofertas confeccionados para distribuição local. Pesquisas realizadas mais a fundo nas contas a pagar do Supermercado Santa Laura, apontaram que essa compra prejudicou o fluxo de caixa do mês de agosto, elevando assim o saldo negativo do caixa, ocasionando despesas com juros. Ainda nesse período, a empresa adquiriu um volume alto de carnes, especificamente o coxão mole para promoção, com vencimento dessa 66 duplicata para o dia 21 de agosto, o que ocasionou novamente problemas com o caixa. Além disso, essa compra gerou insatisfação por partes dos clientes devido à alta demanda nas vendas e consequentemente a falta do produto. Outro fator que chamou a atenção foi o valor dos juros pagos pelo uso do cheque especial nos períodos pesquisados. Esse fato foi ocasionado devido a má administração do fluxo de caixa e pela política de compra adotada pela empresa que, segundo os dados levantados, não correspondem a realidade das entradas de numerários da empresa. 3.3 Implantação da curva ABC no Supermercado Santa Laura De acordo com Moreira (1996), uma companhia mantém centenas e, com freqüência, milhares de itens em estoque. Gerenciar os estoques de todos esses itens com a mesma atenção e os mesmos métodos pode ser bastante dispendioso, obrigando a que se encontre alguma forma de dar atenção diferenciada a certos itens. Para isso é necessário que se adote um critério, que permita distinguir claramente a importância da mercadoria segundo esse critério. Itens que demandam altos investimentos durante o ano merecem atenção especial, porque quaisquer economias obtidas no estoque significam disponibilidade de recursos para investimentos em outras necessidades da empresa. Tudo o que se segue, ou seja, a metodologia ABC, é aplicável em qualquer caso de classificação de itens, de quaisquer naturezas e sob qualquer critério. O Supermercado Santa Laura atualmente não dispõe de nenhuma técnica de gestão de estoque que visa identificar, controlar e classificar os produtos a fim de facilitar o processo de decisão de compra. O proprietário dessa organização nos informou que possui apenas um caderno onde faz o controle das compras anotando com um X as mercadorias que devem ser negociadas naquela semana. O mesmo também nos afirmou que sabe de cabeça o giro de todas as mercadorias que comercializa e que nunca utilizou nenhuma técnica de gestão de estoque para ajudá-lo nesse processo. Diante dessa afirmativa, a diretoria da empresa convenceu-se a instalar o módulo de vendas do sistema Intersólidus, já que este possibilita a 67 visualização da classificação ABC dos produtos vendidos no supermercado servindo de ferramenta para o processo de compra e tomada de decisões. O módulo proposto ainda permite a observação da margem de lucro de cada item vendido e sua participação no total consolidado pela empresa. Portanto, o uso dessa ferramenta é imprescindível para a análise desse estudo de caso cujo intuito é possibilitar maior rapidez e segurança para o setor de compras e diminuição de custos para o setor financeiro da empresa visto que, o estoque é um grande ativo da empresa e deve ser gerenciado com muito cuidado e responsabilidade. Os estoques são componentes importantes dos ativos circulantes, principalmente nas empresas comerciais e industriais, por representarem grandes volumes de dinheiro aplicado em relação aos demais ativos circulantes. São ainda os ativos circulantes de menor liquidez. Os estoques são representados por matérias-primas, componentes, insumos, produtos em processos e produtos acabados e se constituem nos bens comercializados pelas empresas comerciais e destinados à produção e venda pelas empresas industriais. Por esse motivo, a administração dos estoques deve ser objeto de políticas que traduzam resultados eficazes em sua gestão.(LEMES JUNIOR; RIGO;CHEROBIN, 2005, p.314). Com base nesse conceito e na resposta afirmativa da diretoria, que investiu na compra desse módulo de gestão, foi pesquisado através do sistema Intersólidus, os meses de maio, junho, julho e agosto tornando possível assim a observação e análise da curva ABC dos mais de 7.000 itens comercializados no Supermercado Santa Laura. 3.3.1 Análise da curva ABC no Supermercado Santa Laura Observou-se que dos 7.000 itens cadastrados somente pouco mais da metade são vendidos durante o mês. Conclui-se que, existem muitos produtos parados no estoque prejudicando o fluxo de caixa e onerando a empresa. Ainda há mercadorias que o giro é muito lento e não justificam a sua presença no rol de produtos cadastrados. Contudo, observou-se que o pão francês é o produto campeão de vendas em todos os meses pesquisados, seguidos de alguns tipos de carnes, cervejas, refrigerantes, arroz, feijão, leite, tomate e batata. Numa análise mais 68 profunda, observa-se que o frango assado é o produto mais vendido aos domingos desbancando a venda do pão francês cuja data é o segundo maior dia de vendas de pães perdendo apenas para o sábado. Outro fator que deve ser abordado nessa pesquisa são as promoções realizadas pela empresa com o objetivo de atrair novos clientes e maximizar as vendas. Nas visitas do grupo ao Supermercado, notou-se que os produtos que chamam mais a atenção do consumidor são os itens listados na classe A, enquanto os itens listados nas classes B e C, apesar de receberem muita atenção no que diz respeito à exposição, preço reduzido e merchandising, não sofrem grandes aumentos de venda se comparados aos produtos da classe A. Segundo Dias (1993), a uniformidade de dados coletados é de primordial importância para a consistência das conclusões da curva ABC, principalmente quando esses dados são numerosos. No mês de maio foram comercializados na empresa cerca de 3.441 produtos sendo 254 listados na classe A, 1.007 produtos na classe B e 2.180 produtos correspondentes à classe C. Para facilitar as conclusões e discussões sobre esse estudo de caso, foi colhida uma amostra de 26 itens de cada classe para efeito de análise e ponderações visando simplificar e objetivar o entendimento dessa ferramenta. Na tabela abaixo figuram os produtos campeões de venda no mês de maio. Esses produtos correspondem a 27% do faturamento e como se nota, o pão francês lidera o ranking com 3,98% do total consolidado pela empresa Tabela 1: Análise da curva A do mês maio Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Produtos pao frances carne moida 2 acougue mussarela pedaco costela bovina kg oleo de soja sadia 900ml cerveja skol 600ml leite longa vida lady integral 1l coxao duro kg coxao mole acougue leite longa vida matilat integral arroz bonachao t.1 5kg tomate salada kg cerveja skol lata cerveja crystal lata 350ml Qt.Total 1686,596 601,194 322,491 522,061 956 1307 1248 241,212 224,194 1155 198 595,129 934 969 continua Faturamento R$ 8.385,11 R$ 4.966,90 R$ 3.581,16 R$ 3.149,14 R$ 3.020,50 R$ 2.436,13 R$ 2.419,02 R$ 2.340,29 R$ 2.252,79 R$ 2.119,69 R$ 2.080,13 R$ 2.026,22 R$ 1.932,25 R$ 1.706,04 % 3,98% 2,36% 1,70% 1,49% 1,43% 1,16% 1,15% 1,11% 1,07% 1,01% 0,99% 0,96% 0,92% 0,81% Markup 38,10% 12,72% 31,13% 12,33% 11,25% 17,23% 22,81% 14,07% 13,11% 19,32% 14,38% 75,30% 97,03% 107,13% 69 conclusão Ranking Produtos 15 bisteca suina 16 coxa e sobrecoxa 17 paleta acougue 18 ovo embalado dz 19 frango assado 20 batata kg 21 asa de frango kg 22 cerveja crystal 600ml 23 feijao douradinho 2kg 24 ponta peito acougue 25 capa contra filet acougue 26 refrigerante coca cola 2lt gelada Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 264,802 410,681 157,968 510 122 710,878 302,417 906 148 153,047 182,574 345 Faturamento R$ 1.700,15 R$ 1.566,38 R$ 1.415,99 R$ 1.377,00 R$ 1.329,80 R$ 1.322,07 R$ 1.312,44 R$ 1.310,38 R$ 1.267,80 R$ 1.243,60 R$ 1.212,72 R$ 1.207,50 % 0,81% 0,74% 0,67% 0,65% 0,63% 0,63% 0,62% 0,62% 0,60% 0,59% 0,58% 0,57% Markup 24,25% 33,60% 18,98% 58,82% 18,09% 25,37% 32,43% 21,26% 24,78% 8,76% 17,26% 31,58% De posse desses dados pode-se construir um gráfico visualizando a trajetória da curva A no período pesquisado: Produtos Classe A R$ 9.000,00 30,00% R$ 8.000,00 25,00% Faturamento R$ 6.000,00 20,00% R$ 5.000,00 15,00% R$ 4.000,00 R$ 3.000,00 10,00% Acumulado R$ 7.000,00 R$ 2.000,00 5,00% R$ 1.000,00 M M E 3 N AR C 2 0,00% 1 O PAO ID FR A U AN S 2 5 7 O 4 C SAR AC CE LE LE O O IT O ST ELA U S G E DE E L LO A PE U E N 6 C S O B DA G O V CO A ER JA VI 10 VE SA INA D J A DI LE A KG LA IT S A E D KO 900 Y LO 9 C m L 8 I N O X C NT 6 0 l G A A OX EG 0M 11 VI O M AO RA L AR DA OL D L R MA E UR 1L O Z TI L A C O K B A G O 12 ON T I UG 14 T A C NT U C ER 1 OM HA EG E V E 3 C A T O RA JA ER E S T.1 L CR VE AL 5K YS JA AD G T A SK A K O 16 15 L L L L G C BI AT A AT O ST A 17 XA E 35 PA E CA 0M S L S 18 LE OB UI O TA RE NA VO A C 19 EM CO OX FR B U A AN ALA GU E D G 2 22 O O 1 AS 20 AS DZ C BA SA 23 ERV A 26 F E E J DE T A DO F A T I R EF 25 24 JAO C RA A K R C N P R IG AP ON DO YS GO G T A ER U T A K AN C O A P R A L 6 G TE NT EIT DIN 00 R H ML CO A O O C FIL AC 2K A ET O G C U O LA AC GU 2L OU E G T G UE EL AD A R$ - Produtos Faturamento Part Acumulado Fonte: Elaborado pelos autores Figura 7: Curva A do mês de maio Da mesma forma, os itens da classe B merecem muita atenção por parte do administrador da empresa, pois representam 25 % do faturamento e a falta desses produtos podem apresentar redução no ganho total da empresa já que 70 seu mark-up é relativamente alto. Na tabela abaixo estão representados alguns itens da classe B no mês de maio Tabela 2: Análise da curva B do mês maio Ranking Produtos 255 cerveja fass lt 350ml 256 repolho kg 257 acucar refinado dolce 1kg 258 bisnaguinhas panco 259 feijao anceli preto 1kg 260 leite longa vida lady desnatado 1 261 papel higienico scott neutro 262 salgadinhos elma chips fandangos 263 mandioca kg 264 leite em po itambe 400 pacote ref 265 prestobarba ultra grip pele sensi 266 linguica calabresa batavo 267 extrato tomate elefante 140gr 268 cerveja belco 600ml 269 carlton c/10 red 270 mini pao hot dog of. 271 leite condensado moca 272 almeirao un 273 rucula un 274 alho centenario 200gr 275 papel higienico neve neutro 276 gillette prestobarba 3 277 cerveja schincariol gelada .600m 278 maionese soya 500g 279 pao hamburguer 280 carvao cafelandia 4kg Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 189 93,98 127 49 34 70 68 48 76,645 22 33 21,852 133 124 4 645 55 79 70 57 32 23 84 74 314 21 Faturamento R$ 139,86 R$ 138,82 R$ 138,43 R$ 136,71 R$ 135,32 R$ 134,91 R$ 134,64 R$ 134,40 R$ 133,82 R$ 131,56 R$ 131,34 R$ 130,57 R$ 130,34 R$ 130,20 R$ 130,00 R$ 129,00 R$ 128,15 R$ 128,01 R$ 127,96 R$ 127,73 R$ 127,36 R$ 126,50 R$ 126,00 R$ 125,85 R$ 125,60 R$ 125,58 % 0,07% 0,07% 0,07% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% Markup 5,71% 47,71% 29,76% 31,00% 35,37% 22,70% 24,53% 42,13% 74,61% 20,08% 80,09% 43,97% 36,11% 17,98% 9,17% 33,33% 20,10% 45,55% 44,51% 33,89% 33,56% 58,96% 28,05% 22,35% 33,33% 66,11% Os itens relacionados na classe C, são os produtos que não tem uma boa performance de vendas e correspondem a 10 % do total do faturamento da empresa. No entanto, deve-se tomar muito cuidado para que esses produtos não ocorram em ruptura pois são mercadorias que, embora tenham pouco giro de venda, são produtos que o consumidor necessita ter em sua casa por diversas necessidades. O comprador deve ficar atento e comprar esses itens na quantidade certa, no momento certo e com preço justo. Na tabela que segue, estão listados alguns itens que representam a classe C no mês de maio do total de itens do Supermercado Santa Laura. 71 Tabela 3: Análise da curva C do mês maio Ranking Produtos 1275 azeitona quero 100g 1276 molho tomate salsaretti peneirado 1277 espinafre un 1278 margarina mila 500gr 1279 big doce tubo 180g 1280 chiclete trident white menta 1281 chocolate garoto talento 100g ch 1282 nissin lamen carne com tomate 1283 farinha de aveia quaker flocos f 1284 doritos queijo nacho 66g 1285 pacoca deyse cas. 1286 macarrao orsi ave maria miudinho 1287 bala freegells menta 160 1288 absorvente sempre livre especial 1289 sardinha gomes da costa com oleo 1290 sabao em po tixan flor sol caixa 1291 refil aparelho sanitario gleyd sa 1292 waffer triunfo choco/lim 1293 cereal sucrilhos kellogg's chokos 1294 whisky natu nobilis 1295 fralda bl m 1296 palha aco magica n 2 1297 guardanapos de papel dualette 24x 1298 nescafe matinal 50gr refil 1299 sal fruta eno envelope tradiciona 1300 tempero sazon sabor do nordeste Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 12 9 13 8 8 8 8 28 10 17 13 12 12 7 7 6 7 17 4 1 8 24 24 10 18 10 Faturamento R$ 23,88 R$ 23,85 R$ 23,84 R$ 23,84 R$ 23,84 R$ 23,84 R$ 23,84 R$ 23,82 R$ 23,80 R$ 23,80 R$ 23,79 R$ 23,76 R$ 23,76 R$ 23,73 R$ 23,73 R$ 23,70 R$ 23,66 R$ 23,63 R$ 23,62 R$ 23,60 R$ 23,60 R$ 23,52 R$ 23,52 R$ 23,50 R$ 23,50 R$ 23,50 % Markup 0,01% 64,46% 0,01% 58,68% 0,01% 46,71% 0,01% 37,96% 0,01% 61,08% 0,01% 0,00% 0,01% 39,25% 0,01% 35,42% 0,01% 50,63% 0,01% 27,27% 0,01% 45,24% 0,01% 32,00% 0,01% 60,98% 0,01% 55,50% 0,01% 32,42% 0,01% 28,25% 0,01% 50,22% 0,01% 36,27% 0,01% 33,00% 0,01% 35,01% 0,01% 25,53% 0,01% 172,22% 0,01% 42,03% 0,01% 39,88% 0,01% 87,70% 0,01% 35,84% No mês de junho, foram comercializados durante o mês cerca de 3.360itens, sendo 254 produtos listados na classificação A, 1.007 itens da classe B e 2.099 itens relacionados na classe C. Os itens relacionados na curva A apresentaram o mesmo desempenho do mês de maio, com pequenas mudanças no ranking de vendas. Nessa amostra observa-se também a presença de alguns itens como ovos, asa de frango, batata e mortadela, além da maminha , todos alvos de promoções nesse período pesquisado, como segue na tabela abaixo: Tabela 4: Análise da curva A do mês junho Ranking 1 2 3 4 Produtos pao frances carne moida 2 acougue oleo de soja sadia 900ml costela bovina kg Qt.Total 1503,068 508,748 1069 465,965 continua Faturamento R$ 7.473,02 R$ 4.618,34 R$ 3.132,34 R$ 3.076,55 % 3,86% 2,38% 1,62% 1,59% Markup 38,11% 18,83% 7,73% 15,75% 72 conclusão Ranking Produtos 5 mussarela pedaco 6 coxao mole acougue 7 coxao duro kg 8 leite longa vida lady integral 1l 9 cerveja skol lata 10 frango assado 11 arroz bonachao t.1 5kg 12 asa de frango kg 13 tomate salada kg 14 leite longa vida matilat integral 15 cerveja skol 600ml 16 bisteca suina 17 paleta acougue 18 refrigerante coca cola 2lt gelada 19 cerveja crystal lata 350ml 20 coxa e sobrecoxa 21 cerveja crystal 600ml 22 ovo embalado dz 23 maminha acougue 24 mortadela perdigao 25 batata kg 26 contra filet acougue Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 244,011 238,469 232,377 1104 963 147 137 300,617 446,861 797 766 177,059 136,193 363 805 292,526 851 445 112,251 118,161 536,364 88,331 Faturamento R$ 3.014,20 R$ 2.602,56 R$ 2.413,19 R$ 2.185,92 R$ 1.900,75 R$ 1.602,30 R$ 1.572,76 R$ 1.496,45 R$ 1.478,56 R$ 1.469,85 R$ 1.457,45 R$ 1.394,42 R$ 1.329,39 R$ 1.270,50 R$ 1.226,04 R$ 1.224,77 R$ 1.223,02 R$ 1.201,50 R$ 1.186,59 R$ 1.166,52 R$ 1.160,80 R$ 1.131,95 % 1,56% 1,34% 1,25% 1,13% 0,98% 0,83% 0,81% 0,77% 0,76% 0,76% 0,75% 0,72% 0,69% 0,66% 0,63% 0,63% 0,63% 0,62% 0,61% 0,60% 0,60% 0,58% Markup 40,37% 14,68% 12,83% 23,75% 87,98% 18,09% 10,28% 27,64% 34,88% 20,14% 19,67% 34,94% 21,16% 31,58% 79,18% 26,30% 23,89% 58,82% 8,74% 64,54% 37,88% 20,22% Diante da pesquisa efetuada no Supermercado Santa Laura, notou-se que os produtos listados na classe B do mês de junho, variam tanto em preços, como nas seções onde estão localizadas. Portanto são itens importantíssimos na composição do mix de produtos da empresa e devem ser alvos de promoções e ofertas, devido a sua grande aceitação pelo consumidor. Na tabela abaixo segue a amostra da curva B do mês de junho: Tabela 5: Análise da curva B do mês junho Ranking 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 Produtos biscoito danone break'up rechead molho tomate salsaretti 350gr lat achocolatado nescau 2.0 leite longa vida pantanal bolo salgado pilha panassonic pequena papel higienico bl 60 mt queijo ralado opa grosso la de aco urca mini pao hot dog of. saco de lixo lixo facil 50lt Qt.Total 107 71 37 84 8,784 45 44 122 81 600 36 continua Faturamento R$ 127,33 R$ 127,09 R$ 125,43 R$ 125,16 R$ 122,59 R$ 121,05 R$ 121,00 R$ 120,78 R$ 120,69 R$ 120,00 R$ 119,83 % 0,07% 0,07% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% Markup 45,12% 47,93% 30,89% 24,17% 39,56% 54,60% 50,27% 26,92% 83,95% 33,33% 60,03% 73 conclusão Ranking 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 Produtos sal cisne mac.renata esp. n 8 500g fralda johnsons noturna xg c20 feijao anceli preto 1kg papel higienico scott neutro fumo mineirao maionese helmans 500 vagem bandeja cerveja kaiser lata 350ml gelada hamburguer bertin granel 90gr cartao telefonico 30un queijo ralado lady alho mendes 500gr farinha de trigo renata 1kg Qt.Total 122 50 7 24 59 119 30 68 96 14,766 23 69 19 38 280 sabao em po tixan maciez caixa 1 Fonte: Supermercado Santa Laura Faturamento R$ 119,56 R$ 119,50 R$ 118,30 R$ 117,52 R$ 116,82 R$ 116,62 R$ 115,80 R$ 115,60 R$ 115,06 R$ 115,06 R$ 115,00 R$ 113,85 R$ 113,62 R$ 113,24 29 R$ 112,99 % 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% Markup 27,27% 34,27% 34,23% 25,18% 24,53% 40,00% 29,97% 70,00% 34,67% 31,42% 42,86% 60,19% 49,50% 20,65% 0,06% 26,50% De posse desses dados pode-se construir um gráfico para visualizar a classificação B no mês de junho 67,00% 125,00 66,50% 120,00 66,00% 115,00 65,50% 110,00 65,00% 105,00 64,50% 100,00 64,00% Acumulado 130,00 25 5 25 BIS 6 C M O O IT LH O O DA TO N O 25 MA NE 7 T B 25 AC E S RE 8 H AL A LE O S K ' IT CO AR UP E L E 26 LO AT TT RE 0 N AD I 3 CH PI G O 50 E LH A G A 26 261 A P 25 VID NE R D S L 2 9 Q P A A N B O A P CA A T U PE AS L A U EI L S O N 2 J O H O S TA . 0 R IG N I C A L N A AL IE G L 26 A N I PE AD 5 2 SA 64 26 DO CO QU O 3 O B E C M 26 O I N LA P A L N A 8 D I P D G 60 FR E E LI A O A R O M T A L 26 7 XO H C S D M O S A A LI O T U O J O C. XO D R 27 R H O C 0 26 N E P A 9 S N A 26 F A G A PE FE ON TA 6 CIL OF S L I JA S A 5 . H O NO E S L C 0 L IG A P T IE N TU . N ISN 27 N C R 8 4 IC E L N 5 E 27 C A 0 O I 2 27 E R X 0 M 27 S C P R G G 5 VE AI 1 O ET C H J O FU TT O 20 AM A N E S M O NE 1 K BU KA R IS E 2 7 3 E M U T G G H 27 U E R L V A E L I N E R O 6 R A G M IR C B TA E A A AR E M N O T R 35 B S 27 AO TIN 0M AN 500 28 28 0 27 9 7 T G L G DE 1 S F R AB AR 2 QU EL RA E JA AC A 7 E E N L AO O INH 8 A IJO FO EL AD A N E L P A M A D H O R A IC 9 0 G RA P O E T M L A O 3 R E D 0 R C TIX IG N O U AE A O D N ES L A S N N M R E 5 DY E R A N 00 A O CIE TA GR R Z EF C 1K EI AI G C XA AO 1 3K G Faturamento Produtos Casse B Produtos Faturamento Aculado Figura 8: Curva A do mês de junho Fonte: Elaborado pelos autores Observa-se a seguir a amostra da curva C do mês de junho no Supermercado Santa Laura: 74 Tabela 6: Análise da curva C do mês junho Ranking Produtos 1262 cobertura garoto branco 500gr 1263 desodorante clear gel antitranspi 1264 desodorante gillete clear gel coo 1265 pe moleque deyse 1266 gelatina apti morango 1267 mac.galo arg.500g semola 1268 saco de lixo lixo facil 15lt 1269 escova dental tek macia 1270 macarrao orsi 500g parafuso espec 1271 salgadinhos keleck presunto 55g 1272 ervilha/milho quero tp 1273 doce folheado 1274 adocante finn envelope 1275 agua mineral 500ml gelada 1276 suco mid pera 1277 suco fit abacaxi 1278 detergente ype coco 1279 fuba mimoso kodilar 1k 1280 goiabinha kg 1281 chocolate em barra arcor toffees 1282 pao de forma pullman plus vita li 1283 tapete barbante 40 x 60 damasco s 1284 hastes flexiveis york com 75 unid 1285 vinagre chemim tinto escuro 1286 agua sanitaria qboa 5lt 1287 sabonete francis caixinha rosa Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 2 2 2 12 42 10 11 11 11 31 16 1,554 5 27 26 26 22 11 2,705 6 5 5 18 24 3 27 Faturamento R$ 21,96 R$ 21,96 R$ 21,96 R$ 21,96 R$ 21,84 R$ 21,80 R$ 21,78 R$ 21,78 R$ 21,78 R$ 21,70 R$ 21,68 R$ 21,68 R$ 21,65 R$ 21,60 R$ 21,58 R$ 21,58 R$ 21,56 R$ 21,56 R$ 21,55 R$ 21,54 R$ 21,50 R$ 21,50 R$ 21,42 R$ 21,36 R$ 21,36 R$ 21,33 % 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% Markup 26,21% 39,34% 39,34% 45,24% 48,57% 40,65% 54,69% 0,00% 32,00% 55,56% 68,85% 39,51% 49,31% 77,78% 40,68% 40,68% 30,67% 59,35% 32,78% 32,96% 30,30% 59,26% 0,00% 41,27% 31,28% 31,67% No mês de julho, o Supermercado Santa Laura vendeu a seus clientes o equivalente a 3519 itens diferentes, sendo 254 produtos da classe A, 1.047 itens da classe B e 2.218 itens listados efetivamente na classe C. Através das constantes pesquisas realizadas na empresa, o grupo notou que as promoções realizadas com os produtos listados na curva A provocaram mudanças drásticas tanto no ranking de vendas como no mark-up, alterando a dinâmica dessa ferramenta como mostra a tabela abaixo. Observa-se que o coxão mole avançou para o terceiro lugar no ranking de vendas e o peito de frango também melhorou sua performance: Tabela 7: Análise da curva A do mês julho Rancking Produtos 1 pao frances 2 carne moida 2 acougue Qt.Total 1158,533 571,515 continua Faturamento % R$ 5.760,33 2,73% R$ 5.183,28 2,46% Markup 38,11% 19,64% 75 Rancking Produtos 3 coxao mole acougue 4 mussarela pedaco 5 oleo de soja sadia 900ml 6 costela bovina kg 7 coxao duro kg 8 pao frances 9 cerveja skol lata 10 coxa e sobrecoxa 11 leite longa vida matilat integral 12 cerveja skol 600ml 13 tomate salada kg 14 leite longa vida lady integral 1l 15 feijao jolinho 2kg 16 refrigerante coca cola 2lt gelada 17 arroz bonachao t.1 5kg 18 arroz ramagem 5kg t.1 19 peito de frango 20 mortadela perdigao 21 arroz aene t.1 5kg 22 frango assado 23 bisteca suina 24 asa de frango kg 25 cerveja crystal lata 350ml 26 contra filet acougue Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 342,168 278,588 941 410,777 267,727 538,24 1073 632,704 1088 915 516,392 931 158 431 136 156 322,677 139,994 158 120 162,504 260,295 713 95,782 Faturamento R$ 3.452,82 R$ 3.450,33 R$ 2.804,18 R$ 2.754,19 R$ 2.717,02 R$ 2.676,21 R$ 2.151,30 R$ 1.863,96 R$ 1.819,40 R$ 1.761,12 R$ 1.742,39 R$ 1.721,97 R$ 1.670,84 R$ 1.508,50 R$ 1.493,28 R$ 1.437,33 R$ 1.392,25 R$ 1.382,17 R$ 1.355,84 R$ 1.308,00 R$ 1.296,11 R$ 1.295,71 R$ 1.249,08 R$ 1.242,67 % 1,64% 1,64% 1,33% 1,31% 1,29% 1,27% 1,02% 0,88% 0,86% 0,84% 0,83% 0,82% 0,79% 0,72% 0,71% 0,68% 0,66% 0,66% 0,64% 0,62% 0,61% 0,61% 0,59% 0,59% conclusão Markup 15,10% 41,67% 12,45% 16,40% 14,95% 38,12% 90,95% 22,83% 10,57% 21,05% 34,97% 21,52% 21,33% 31,58% 8,93% 10,72% 13,83% 64,55% 7,13% 18,09% 35,18% 27,64% 6,10% 20,46% Os itens listados na classe B do mês de julho obedeceram a seguinte formação conforme mostra a tabela abaixo: Tabela 8: Análise da curva B do mês julho Ranking 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 Produtos achocolatado toddy 400g mamao papaya kg refrigerante coca cola pet 600 derby c/10 prata papel higienico scott neutro fumo mineirao sabao em po omo multiacao 500gr cafe jaguari 500g feijao sta cruz preto 1kg mocoto kg la de aco assolan creme de leite lider tp 200 cafe vo rosa 500gr creme dental colgate leve 100g pa rosca de coco kg papel higienico bl c4 continua Qt.Total 40 39,763 73 6 68 137 37 26 26 32,011 80 115 28 79 15,728 84 Faturamento R$ 135,60 R$ 135,44 R$ 135,05 R$ 135,00 R$ 134,64 R$ 134,26 R$ 132,23 R$ 129,48 R$ 129,48 R$ 127,37 R$ 127,20 R$ 126,50 R$ 126,00 R$ 125,61 R$ 125,30 R$ 124,53 % 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% 0,06% Markup 41,84% 32,93% 34,06% 9,17% 24,53% 40,00% 31,23% 21,46% 24,50% 32,64% 62,24% 41,03% 20,00% 59,00% 32,78% 50,95% 76 Ranking Produtos 271 acucar refinado uniao 1kg 272 leite longa vida lady desnatado 1 273 cerveja kaiser lata 350ml gelada 274 cerveja prosit 600ml 275 esponja de limpesa scoth brite 276 cerveja bavaria lata 350ml gelada 277 refrigerante coca cola pet 1lt 278 alho sollar 200gr 279 papel alum. rochedo nº30 280 biscoito marilan cream cracker 4 Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 104 66 103 135 77 100 54 60 36 40 Faturamento R$ 123,76 R$ 123,65 R$ 123,60 R$ 121,50 R$ 120,12 R$ 120,00 R$ 118,80 R$ 118,80 R$ 118,80 R$ 118,00 conclusão % Markup 0,06% 21,43% 0,06% 21,92% 0,06% 34,83% 0,06% 20,00% 0,06% 0,00% 0,06% 69,01% 0,06% 18,92% 0,06% 46,13% 0,06% 0,00% 0,06% 39,81% Sob o ponto de vista de Dias (1993), a curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto a sua administração. Diante desse conceito, afirma-se que, os itens relacionados na classe C do mês de julho são itens que, apesar do pouco giro, possuem margem de venda acima das demais classes, o que permite a empresa gerar maior valor agregado no total consolidado do final do período. Na tabela que segue, observam-se os itens de classificação C do mês pesquisado. Tabela 9: Análise da curva C do mês julho Ranking 1302 1303 1304 1305 1306 1307 1308 1309 1310 1311 1312 1313 1314 1315 1316 1317 1318 1319 1320 1321 Produtos refrigerante fanta diet 2litros bacon taquaritinga chamyto chocolate com 6 480g sabonete francis caixinha branco ervilha quero tp sabonete francis flor de iris vit chiclete arcor big tatoo macarrao orsi 1k espaguete especi desodorante nivea rollon pearl b suco fresh laranja biscoito mabel leite 400g suco tang morango biscoito marilan pit stop suco apti manga 45g cac.eirilar c.madeira 18 doce de leite quero doce jessica leit/coco desodorante rexona rollon teens a suco del valle laranja 1 lt nissin lamen carne continua Qt.Total 9 1,516 4 24 23 23 45 6 3 38 9 27 10 52 1 7 7 4 5 25 Faturamento R$ 22,68 R$ 22,66 R$ 22,60 R$ 22,57 R$ 22,54 R$ 22,54 R$ 22,50 R$ 22,50 R$ 22,44 R$ 22,42 R$ 22,41 R$ 22,41 R$ 22,40 R$ 22,36 R$ 22,35 R$ 22,33 R$ 22,33 R$ 22,32 R$ 22,25 R$ 22,25 % 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% Markup 20,00% 30,01% 36,14% 38,47% 38,03% 40,00% 0,00% 36,36% 0,00% 55,26% 42,29% 40,68% 40,88% 48,28% 0,00% 0,00% 45,00% 50,81% 29,74% 39,06% 77 Ranking Produtos 1322 vanish tira manchas 1323 amaciante ype 500 fresh 1324 nissin lamen yakissoba oriental 1325 biscoito nabisco club social int 1326 mini goiabinha parati 1327 condicionador dove therapy 250ml Fonte: Supermercado Santa Laura Qt.Total 5 15 28 9 7 3 Faturamento R$ 22,25 R$ 22,20 R$ 22,12 R$ 22,07 R$ 22,05 R$ 22,05 % 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% 0,01% conclusão Markup 49,33% 48,00% 46,30% 39,24% 48,58% 40,27% De posse desses dados pode-se construir um gráfico que representa a classificação C no mês de julho: Produtos Classe C R$ 22,70 90,25% R$ 22,60 90,20% R$ 22,50 Faturamento 90,30% 90,15% R$ 22,40 R$ 22,30 90,10% R$ 22,20 90,05% R$ 22,10 90,00% R$ 22,00 Acumulado R$ 22,80 89,95% R$ 21,90 89,90% R$ 21,70 89,85% 13 02 R EF R IG 1 ER 13 30 AN 05 4 C SA HA 1 TE BO M 303 FA NE YTO BA NT 13 TE C C A D 07 O FR HO N IET SA AN CO TA 2 BO 13 C LA QU LIT 09 N I R E 1 S TE AR O 13 MA 13 TE 30 CA C IT S 10 CA 08 FR 6 E IXI OM ING N R C A R D ES RA HI NC VI HA 6 4 A O O CL IS LH BR 80G D O ET F A A O R R S E LO QU NC AN I 1 AR R E O TE K E CO DE RO T S 13 1 NIV PA R B IRIS P 12 31 EA G IG V BI 1 S R UE TA IT SC UC O TE T L O 13 13 OIT O F LO ES O 14 13 O R N P PE E BI S MA S EA CI SC U C B H R O O EL LAR L B 1 I 13 31 TO TA LE AN 13 N I 5 16 G TE JA 19 S M C UC AR M 40 D AC O IL O ES AN RA 0G . 1 A E O D 13 317 IR PT P NG O I IT L I O 1 D R S O AR M A 8 13 NT DO CE C AN TO 20 E CE D .M GA P SU RE J E L AD 45 C XO ESS EI EIR G O T D NA ICA E Q A 1 E 8 R 13 L V O LE UE 13 L IT R 2 A 24 13 1 N LL LON /C O 1 O E 13 N 32 22 IS T C 25 ISS 3 O V S LA E BI IN AM AN IN L RA EN N S S A I A L S 13 C AM CI H M JA A O 27 IT E AN TI EN 1 O N T R C C L O N YA E Y A M AR T N A K P D IC 13 BIS IS E ANC NE IO 26 C SO 50 O 0 H N AD MI C BA FR AS O NI G LUB OR ES R DO OI SO IEN H A VE BI CI TA N A TH HA L L ER P INT AP AR Y AT 25 I 0M L R$ 21,80 Produtos Faturamento Acumulado Figura 6: Curva A do mês de julho Fonte: Elaborado pelos autores O mês de agosto obteve o mesmo desempenho em relação aos meses pesquisados pelo grupo, o que o torna dispensável para a análise e conclusões nesse momento. A análise da curva ABC embora pareça simples, é uma peça de relativa importância para o administrador tomar decisões assertivas, principalmente no setor de compras e no setor financeiro e merece maior atenção na sua utilização no dia a dia de uma organização. 78 A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades, para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa.(DIAS, p. 77, 1993). 3.4 Análise das rupturas no Supermercado Santa Laura Nas diversas visitas a empresa, o grupo questionou o proprietário a respeito das rupturas ocorridas no período pesquisado. O Sr Marcos nos afirmou que as rupturas são freqüentes e isso atrapalha o desempenho da empresa no aspecto financeiro, pois o cliente não encontra o que procura e acaba trocando de supermercado, conseqüentemente afeta as vendas e a competitividade da empresa. As causas mais freqüentes das rupturas, segundo o proprietário são o atraso nas entregas dos fornecedores, a não entrega de um ou mais produtos pelas industrias e distribuidoras e a falta de reposição adequada durante os dias de maior movimento. De acordo com Dias (1993), existem certos componentes de custos que não podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor. Nos meses pesquisados, alguns produtos foram monitorados pelo grupo, obedecendo à metodologia ABC. Nos mês de maio houve ruptura de café caboclo embalagem á vácuo de 500g. Esse produto foi muito procurado no começo do mês devido às compras efetivas dos clientes fiéis do supermercado. Isso gerou insatisfação por parte de alguns clientes, que mesmo levando um produto similar, fizeram as reclamações ao proprietário. Ainda no mês de maio, sofreram ruptura os seguintes produtos: fubá Kodilar, hastes flexíveis York, pilha Panassonic pequena, salgadinho Elma Chips, leite longa vida Lady, maminha, coxa e sobre-coxa de frango, farinha de trigo Nita e cerveja Schincariol 600ml. No mês de junho, algumas mercadorias foram alvo de rupturas como: azeite Galo 200ml, presunto Ceratti, salsicha Dagranja, papel higiênico Personal, cartão telefônico, macarrão Renata, escova dental Jonhson e adoçante Zero Cal. Alguns itens em promoção acabaram devidos à alta 79 demanda como o café Xororó e a pizza Santa Laura, esse último de fabricação própria, mas que não foi suficiente para atender toda a demanda. No mês de julho vários produtos tiveram ruptura, principalmente devido ao atraso de um fornecedor em específico, um distribuidor de alimentos de Uberlândia no qual muitos produtos foram comprados em virtude de preços baixos, porém a empresa em questão demorou mais que o previsto para a entrega dos produtos. Produtos como sabão em pó, amaciante de roupas, ervilha, milho verde, chuveiro elétrico e achocolatados foram alvos de falta de estoque. Outro fator que prejudicou as vendas no mês de julho, foram as promoções realizadas com panfletos de ofertas. Alguns produtos como coxão mole, refrigerante Poty e creme de leite Mococa acabaram antes da hora e não foi possível fazer a reposição. Apesar dessas faltas o mês em questão foi o de melhor desempenho dos quatro meses pesquisados. O proprietário nos informou que as vendas superaram as expectativas. O mês de agosto foi marcado pela falta de alguns produtos como: café Caboclo, outra vez o produto teve ruptura devido a não entrega pelo fornecedor, sabão em pó Tixan, leite condensado Moça, feijão embalagem de 1 kg, sal refinado Cisne, leite longa vida Hercules e pão de forma Pullman. O proprietário afirmou que algumas rupturas são sanadas com empréstimos feitos junto a parceiros da associação a qual faz parte. O supermercado pega emprestado até o produto chegar, depois devolve sem problema nenhum. Mas muitas vezes a falta de funcionários ou o tempo indisponível acaba invibializando o processo e a ruptura é notável. No entendimento do grupo, a curva ABC pode minimizar esse fenômeno e até eliminá-lo se a administração usar essa ferramenta para avaliar suas compras. Na medida em que se usa esse instrumento o empresário reduz o nível de erro e fica alerta quanto ao melhor fornecedor para se negociar. A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo. Comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para reduzir custos. (DIAS, 1993, p.260). 80 3.5 Parecer final sobre o estudo de caso Após o levantamento das informações e implantação das técnicas de gestão abordadas, o questionamento de que: a curva ABC elimina a ruptura e equilibra o fluxo de caixa da empresa, foi respondida, pois foi constatado que o Supermercado Santa Laura não esta utilizando a ferramenta ABC e as demais técnicas de gestão de estoque para evitar o fenômeno de ruptura na empresa, obtendo dessa forma fluxos de caixa insatisfatórios. No período pesquisado obtiveram-se os seguintes resultados: a) nos meses de maio, junho, julho e agosto o caixa ficou negativo durante a segunda quinzena de cada mês, proporcionando o pagamento efetivo de juros por estar usando o cheque especial. O fluxo de caixa é um instrumento que permite o gestor analisar esse problema e tomar decisões futuras; b) as compras efetuadas pelo supermercado não estão obedecendo aos critérios utilizados pela curva ABC. Nota-se claramente que os produtos da classe A não estão sendo bem trabalhados, principalmente em promoções, onerando o caixa da empresa e causando insatisfação para os clientes. Um exemplo marcante disso foi a falta do Café Caboclo em duas ocasiões onde o produto estava em oferta. O setor de compras falhou por não acertar com o fornecedor o prazo de entrega e a quantidade certa do produto, já que este entraria em promoção. Outro exemplo foi a promoção do Coxão Mole durante o mês de julho. O produto é considerado um dos mais vendidos no supermercado e sua compra foi insuficiente para atender a demanda. Se a empresa utilizasse a curva ABC, com certeza o processo de compra seria diferente se observado sua classificação no ranking de produtos campeões de venda. Ou a compra seria maior, em função da sua grande procura, ou haveria a substituição por outro produto menos vendável; c) outro fator que se pode comentar é o fato de que alguns produtos não tiveram um bom desempenho de vendas quando colocados em promoção. A classificação ABC pode identificar para o gestor aqueles produtos que merecem maior atenção e viabilizar sua 81 participação em tablóides de ofertas. Um bom exemplo foi uma promoção realizada pelo supermercado com o produto Ervilha Quero 200gr. Esse item pertence a classe C e, apesar de ter um mark-up alto não agregou valor a promoção; d) o fenômeno de ruptura é evidente no supermercado Santa Laura devido ao setor de compras não utilizar a curva ABC para realizar seus negócios. Comprar bem não significa apenas comprar mais barato. Comprar bem é proporcionar ao cliente final a mercadoria no lugar certo, no tempo certo, com preço justo e na quantidade certa. e) O fenômeno de ruptura também foi causado por dificuldade da empresa em saldar seus compromissos, devido a má administração do caixa. Um exemplo desse fato foi a compra realizada junto a empresa Unilever com o valor de mais de oito mil reais em mercadorias consideradas curva B e C. Além de onerar o fluxo de caixa da empresa, o fato prejudicou novas compras de mercadorias causando falta de produtos em alguns setores da empresa; f) por fim, o setor de compras vem apresentando compras acima do giro normal se comparado com a curva ABC de produtos. Compras mal elaboradas, principalmente sem a prévia observação das técnicas de gestão oneram a empresa, prejudica seu fluxo de caixa e causa falta de produtos na loja, estabelecendo um processo de insatisfação geral no ambiente organizacional. Conclui-se então que o Supermercado Santa Laura deve dar maior atenção ao fluxo de caixa, utilizar a curva ABC de vendas como suporte e através dela otimizar sua política de compras com o intuito de preservar a competitividade, a diminuição de custos e a maximização de resultados. 82 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Diante da pesquisa realizada no Supermercado Santa Laura, no período de maio a agosto de 2008, propõe-se a mudanças na rotina de compra da empresa, a fim de eliminar as distorções no momento de repor o estoque, o que possibilitará uma melhor aplicação dos recursos direcionados para compra do estoque e consequentemente equilibrarem o seu fluxo de caixa. Dentro do processo de compra e controle do estoque do Supermercado Santa Laura, sugere a utilização do método de análise da curva ABC. Para esta análise a empresa deverá utilizar efetivamente o software já existente para auxiliar no processo de avaliação e controle dos itens, o que proporcionará uma melhor tomada de decisão no momento da reposição de estoque. Sugere também que o gestor faça o uso da ferramenta do fluxo de caixa para que o mesmo possa ter uma melhor visão da saúde financeira da empresa, isso fará que ele direcione melhor seus recursos no processo de reposição do estoque. 83 CONCLUSÃO Após a realização do estudo de caso, conclui-se que a correta utilização da curva ABC e do fluxo de caixa agrega significativamente valores a empresa, permitindo a diminuição de custos e conseqüentemente maior retorno financeiro, Nos últimos anos, o tema gestão de estoques vem sendo aplicados pelas empresas de modo geral, principalmente por apresentar vantagem competitiva e diminuição de custos operacionais. No passado ter estoques era considerado estratégia competitiva de mercado, principalmente pela economia instável e inflação alta. Hoje estoque excedente significa ônus para as empresas devido à estabilidade de preço e facilidade de crédito. O estoque é o bem mais precioso de uma empresa e deve ser determinado com seriedade. Uma excelente gestão dos estoques é imprescindível para o sucesso de uma organização. A curva ABC viabiliza informações precisas, demonstrando o desempenho de cada classe de produtos, permitindo o gestor dimensionar os recursos financeiros para cada classe, obtendo economias de escalas significativas no processo de aquisição de produtos. De acordo com nossas pesquisas a curva ABC também permite ao usuário o correto dimensionamento das compras eliminado o fenômeno de ruptura. Verifica-se, segundo vários autores, a grande preocupação das empresas de não deixar que os produtos faltem nas prateleiras, pois a ruptura traz insatisfação aos clientes e beneficiam diretamente os concorrentes. 84 REFERÊNCIAS ALVARENGA, C. A; NOVAES, N. G. A. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. ASSAF NETO, A. ; SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas, 1995. CAMPOS, A. Fluxo de Caixa: Instrumento Essencial para Profissionais Independentes. Disponível em http://www.efetividade,net/2008/01/09/fluxo-decaixa-instrumento essencial-para-profissionais/independentes/. acesso em: 25/05/2008. CAMPOS FILHO, A. Demonstração dos fluxos de caixa: Uma ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999. CAMPOS, V. Para organizar a casa. Super Varejo. São Paulo, ano VII, n. 74, p. 136-138, Set. 2006. CHÃO de loja. Vitrine do Varejo. 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Acesso em: 28 de jan. 2008. em: 87 APÊNDICES 88 APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO Apresentação e caracterização da empresa, histórico, missão, valores, estrutura organizacionais e setores que compõe o processo da gestão de estoque. 2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO a) descrição do processo da gestão de estoque no Supermercado Santa Laura; b) descrição de técnicas adotadas no desenvolvimento da gestão de estoque; c) depoimentos dos responsáveis dos setores envolvidos; d) descrição da ferramenta curva ABC na gestão de estoque. 3 DISCUSSÃO Confronto entre a teoria analisada através da revisão bibliográfica e a prática obtida através dos dados coletados em pesquisa no Supermercado Santa Laura Lins-SP com a finalidade de demonstrar a importância da gestão de estoque. 4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E POSSÍVEIS SUGESTÕES SOBRE MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÔES NOS PROCEDIMENTOS 89 APÊNDICE B I Roteiro de Observação Sistemática DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Localização: Cidade: Estado: Atividade Econômica: Porte: II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Histórico da empresa 2 Benefícios da gestão de estoque 3 Importância da gestão de estoque 4 Importância do departamento de gestão estoque na empresa 90 APÊNDICE C I Roteiro do Histórico da Empresa DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Empresa: Endereço: Ramo de Atividade: Porte: Data da Fundação: Tipo de Sociedade: II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA SUPERMERCADO SANTA LAURA 1 Primeiros proprietários do Supermercado Santa Laura 2 Evoluções das instalações 3 Atividade econômica 4 Portifólio de produtos 5 Evolução do controle de estoque 91 APÊNDICE D I Roteiro de Entrevista para o Estoquista DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Tempo de empresa: Cargo/Função: Escolaridade: Especialidade: Experiências profissionais anteriores: Experiências profissionais atuais: Cidade: Estado: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Quais as dificuldades encontradas no recebimento de mercadorias? _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2 Quais os procedimentos utilizados para o abastecimento de mercadorias nas gôndolas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Qual o procedimento adotado para a identificação do fenômeno de ruptura? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Na sua opinião quais as conseqüências que o fenômeno de ruptura trás para a empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 92 5 Qual o procedimento adotado para armazenar os produtos no estoque? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5.1 E na área de venda? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 93 APÊNDICE E Roteiro de Entrevista para o responsável pelo Sistema de Estoque I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Tempo de empresa: Cargo/Função: Escolaridade: Especialidade: Experiências profissionais anteriores: Experiências profissionais atuais: Cidade: Estado: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Quais as dificuldades encontradas para operação do sistema de estoque? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Como você analisa os dados para evitar rupturas e o excesso de mercadoria no estoque? _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 3 O que pode ser melhorado no sistema atual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.1 Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 94 APÊNDICE F I Roteiro de Entrevista para o Proprietário DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Tempo de empresa: Cargo/Função: Escolaridade: Especialidade: Experiências profissionais anteriores: Experiências profissionais atuais: Cidade: Estado: II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 A curva ABC pode influenciar positivamente na formação do fluxo de caixa da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Como você analisa o fenômeno de ruptura dentro da sua empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 No seu entendimento, qual a importância da relação entre curva ABC e fluxo de caixa? _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 4 Na sua ótica, como a implantação de um fluxo de caixa pode melhorar o desempenho da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 95 5 Você utiliza a curva ABC como ferramenta para controle e equilíbrio do fluxo de caixa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5.1 Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 96 Apêndice G Exemplos de Ruptura Foto 1 Ruptura na gôndola do produto Leite Ninho. Foto 2 Ruptura na gôndola do produto Absorvente Sempre Livre. 97 Foto 3 Panorama visto do andar superior. Foto 4 Panorama parcial das instalações. 98 Foto 5 Ponta de gôndola do produto Leite Condensado. Foto 6 Vitrine da padaria. This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.