abel xavier

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abel xavier
ABEL
XAVIER
“ Temos de chegar onde o
racismo está enraizado ”
Dossier:
9ª Semana Contra o Racismo
e Violência no Desporto
Futebol Feminino:
SINDICATO
Apresenta PROJECTO
1
apoio jurídico:
Sana e Jô libertam-se
de Valladolid e Leiria
EDITORIAL
Vistas largas ou curtas?
“Não nos iludamos: a dignidade da profissão de futebolista depende
de todos. De ti também. Não fiques de fora da nossa equipa”
Joaquim Evangelista
Presidente do SJPF
A proposta de alargamento devia resultar de um prévio e reflectido
debate institucional. Numa conjuntura difícil para os portugueses,
o presidente da Liga e os clubes demonstraram ter falta de visão
Joaquim Evangelista, Presidente da Direcção
Áreas de Intervenção
Assessoria Jurídica e Fiscal
Formação e Qualificação Profissional
Protecção Social e Seguros
Defesa da Saúde
Fundo de Solidariedade Social
Estágio do Jogador
Football Jobs - O Portal do Emprego
Futebol Feminino, Futsal e Futebol de Praia
Acordos e Benefícios
As mudanças recentemente verificadas na Federação,
na Liga e paralelamente no Governo, acrescidas
da posição assumida pelo Sindicato privilegiando o
diálogo, perspectivavam, numa conjuntura económica
difícil, um clima de cooperação e partilha de esforços.
Inopinadamente, surge a proposta de alargamento
apresentada pela Liga que, ao arrepio do que se expôs,
veio criar novos problemas numa conjuntura adversa.
Independentemente do mérito ou demérito do
“alargamento” certo é que a proposta em apreço
mereceu a condenação geral dos diversos agentes do
futebol sustentada em vários e pertinentes argumentos.
Assim, e em primeiro lugar, trata-se de uma proposta
unilateral. Na verdade , dizendo o tema (alargamento)
respeito a todos, qualquer proposta deve resultar de um
prévio e reflectido debate institucional.
Em segundo lugar, a proposta contraria as conclusões
dos diversos estudos elaborados sobre a matéria,
nomeadamente pela Liga, que vão no sentido oposto.
Em terceiro lugar, qualquer proposta deve respeitar
os princípios da oportunidade e da verdade desportiva
os quais são aqui ostensivamente ofendidos. A
apresentação quase no fim da época, por um lado,
a ausência de “descidas” por outro e, finalmente,
a implementação a título imediato desta medida é
inaceitável.
Em quarto lugar, tem plena legitimidade a questão
de saber como é que uma Liga que não garante o
+
2
O CHUMBO DA FPF
À PROPOSTA DA LIGA
A FPF cumpriu o seu dever ao travar uma
proposta de alargamento da Liga que não
representava todo o futebol
cumprimento das obrigações (nomeadamente salariais)
num universo de 32 clubes o vai garantir quando este
número aumenta.
Em quinto lugar, ao contrário do que se apregoa,
esta proposta não garante a efectivação de postos de
trabalho. Aliás, quando alguém promete a quem está
em dificuldades sabendo que não vai cumprir está,
por um lado, a incorrer em responsabilidade e, por
outro, a agravar a situação dessas pessoas ofendendo
notoriamente o principio da boa-fé.
Neste enquadramento factual, compreende-se que
o presidente da Liga tenha ficado refém de uma
promessa eleitoral e também se compreende a posição
dos clubes do fundo da tabela que, no limite, querem
garantir pela via administrativa aquilo que deve decorrer
do mérito desportivo.
Compreende-se mas não se concorda. Por um lado,
o presidente da Liga tem de ter a humildade de
recuar e reconhecer todos os inconvenientes que a
proposta encerra. Os clubes, por sua vez, têm que
garantir definitivamente um modelo de licenciamento
eficaz e igualitário que premeie o mérito e penalize o
incumprimento.
Dirigismo desportivo
Uma nota final, para esclarecer e evitar toda e qualquer
confusão: quando me refiro publicamente a “dirigentes
menores” não pretendo beliscar minimamente os seus
+
clubes. Sei bem qual é o valor e a importância destes
clubes, cultural, social, histórica e desportivamente.
Infelizmente, muitos desses clubes (profissionais) são
dirigidos por amadores que constantemente invocam
o seu voluntarismo e altruísmo para justificar todos os
actos de gestão, muitas vezes danosa.
Paralelamente, rodeiam-se de pessoas incompetentes,
cerceando o acesso a quem poderia ajudar a gerir
e projectar o futuro dos clubes. Dirigentes que
diariamente invocam a situação de falência do futebol
português mas que nunca colocam o seu lugar à
disposição. Em suma e neste contexto podemos
concluir que há clubes grandes com dirigentes
pequenos e clubes pequenos com dirigentes grandes.
Nota conclusiva
A questão do “alargamento” assim colocada
revela uma visão redutora da realidade com as
consequências adversas que daí advêm. O presidente
da Liga, como os demais dirigentes que apoiaram
a proposta, demonstraram, infelizmente, ter vistas
curtas. Trata-se de um problema de visão que pode e
deve ser corrigido.
Numa conjuntura difícil que aflige todos os
portugueses, importa conjugar esforços e estabelecer
um diálogo permanente que implique cedências
mutuas. Imprescindível se torna, portanto, TER
VISTAS LARGAS.
A FINAL DA CHAMPIONS
EM PORTUGAL
O CLIMA VIVIDO
NA ARBITRAGEM
O Estádio da Luz vai receber a final da
Champions em 2014. Portugal está na rota dos
grandes eventos e mostra-se lá fora
A publicação na Internet de informação pessoal
dos árbitros é mais um episódio grave para um
sector com tudo menos paz
03
memória
ABEL XAVIER
“
Fui um dos primeiros
negros do Everton
”
ASF - Agência de Serviços Fotográficos - [email protected], Imagens que fazem história
ENTREVISTA
Dossier: 9ª Semana Contra o
Racismo e Violência no Desporto
P.14
Gabinete Jurídico:
Sana rescinde com Valladolid
P.26
SJPF lança livro dos 40 anos:
Entrevista a António Simões
P.44
Edição e propriedade
SJPF, Rua Nova do Almada, nº 11
3º Drt., 1200-288 Lisboa
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Director
Joaquim Evangelista
Director adjunto
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Redacção
Tiago Abreu
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Miguel Zambujo
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Fotográficos; Lusa;
Colaboradores
Gustavo Pires
José Neto e Manuel Sérgio
Projecto Futebol Feminino.
O desafio aos clubes grandes
P.48
Prémios SJPF
Janeiro e Fevereiro
P.33
10/01/1942 - 28/02/2012
3 Editorial 4 Índice 5 Memória: Jaime Graça 6 Zoom: Futebol é União! 8 Entrevista: Abel Xavier
14 Dossier: 9.ª Semana contra o Racismo e a Violência no Desporto 26 Notícias: Gabinete Jurídico
28 Notícias 33 Prémios SJPF 42 Aniversário SJPF: 40 anos resultam em livro
44 Aniversário SJPF: Entrevista a António Simões 46 Glórias: Jaime Graça
48 Futebol Feminino: Sindicato apresenta projecto 52 As Nossas Internacionais: Quem é Ana Borges
54 Opinião: Manuel Sérgio 55 Opinião: Gustavo Pires 56 Lazer 60 Clipping
61 O Meu Estádio: Quim Berto 62 Regresso à infância: Sandro
Lazer: Relógios
P.56
membro
Impressão
Light Ideas, Lda.
Tiragem
2000 Exemplares
Dep. Legal 256825/07
2
O MEU ESTÁDIO: Quim Berto P.6
04
Jaime Graça em Inglaterra
durante o Campeonato
do Mundo de Futebol.
Julho de 1966.
Imagem da felicidade do Magriço Jaime Graça durante o Campeonato do Mundo
de 1966, em Inglaterra, onde foi totalista e Portugal alcançou um brilhante
terceiro lugar. Na foto, o futebolista mostra o galhardete do Vitória de Setúbal,
clube que se preparava para abandonar, e o galhardete do Benfica, para onde
iria tranferir-se, após um grande Mundial.
05
zoom
Futebol é União!
O Sindicato dos Jogadores organizou a 9ª edição da Semana Contra o Racismo e Violência no Desporto e convocou o esforço dos parceiros
do futebol na luta contra todas as formas de discriminação social. Mais uma vez, os futebolistas foram origem e veículo de transmissão
de uma mensagem que passou, por exemplo, nos estádios portugueses e se pretende que afecte toda a sociedade: Futebol é União!
6
7
ENTREVISTA
ABEL
XAVIER
Temos
de
agir
e
chegar
onde
“o racismo está enraizado
”
Abel Xavier (Nampula, 30 de Novembro
de 1972) jogou em 14 clubes de oito
países diferentes. Português com sangue
africano, fez carreira na Europa e
acabou-a na América, chegou à Selecção
Portuguesa (20 internacionalizações;
2 golos), disputou um Europeu e um
Mundial e tornou-se num dos ícones da
sua geração, fruto de uma personalidade
forte, de uma imagem característica
e de um discurso marcante, capaz de
abordar temas que vão do futebol até
à religião. Abel Xavier considera-se um
cidadão do Mundo e aceitou o desafio
do Sindicato dos Jogadores Profissionais
de Futebol para ser o embaixador da
Semana contra o Racismo e Violência
vno Desporto, que decorreu entre 24
de Fevereiro e 2 de Março.
“
Portugal tem uma
história de integração, mas
não podemos ficar à espera
que aconteça algum caso
para depois agir
”
8
Ficámos com a ideia de que aceitou
com grande entusiasmo o convite para
ser o embaixador da Semana Contra
o Racismo e Violência no Desporto.
Eu tenho um grande respeito e consideração
pelas pessoas e instituições que lutam por
causas nobres. Aceitei o convite do Sindicato
dos Jogadores e do presidente Joaquim
Evangelista com muita satisfação.
O racismo afectou-o na sua carreira?
Não podemos esconder a verdade: existe
racismo em vários sectores da sociedade.
No futebol, o que acontece é que por vezes
existem pessoas que se aproveitam desta
grande indústria para propagar determinados
comportamentos que simplesmente não
deviam existir no século XXI. Por razões
óbvias, senti o racismo. Até antes
09
ENTREVISTA
“
É preciso
distinguir clubite e
fanatismo de racismo
e xenofobia
”
de ser jogador de futebol, na minha
infância... a minha família, como tantas
outras famílias africanas chegadas a
Portugal, sentiu discriminação. Sermos
julgados e não termos acesso às
mesmas coisas pela cor da pele não
é justo. No futebol, o que existe em
Portugal é essencialmente rivalidade
clubística. O problema do racismo é
mais social. Quando cheguei a Portugal,
em 1975, chegaram também milhares
de pessoas que foram viver em bairros
clandestinos. É claro que essas pessoas
se fecharam nas comunidades com que
se identificavam, mas quando tentaram
integrar-se sentiram discriminação.
Mas houve alguma ocasião em que
esteve em campo e deixou de sentir
prazer em jogar?
Sofri alguns episódios, mas na maioria
das vezes é preciso distinguir clubite
e fanatismo de racismo e xenofobia.
Muitas vezes, o que acontece entre
colegas nasce no calor do jogo, na
intensidade do momento. É como se
um jogador estivesse a fazer tudo para
ganhar vantagem sobre o adversário, no
fundo é como quando simula uma falta
para enganar o árbitro... É claro que
às vezes também se ultrapassam todos
os limites e aí, claro, defendo castigos
exemplares. Se falarmos dos casos de
racismo que nascem entre os adeptos,
muitas vezes estamos a falar de pessoas
infiltradas que tentam amplificar alguns
comportamentos junto das massas. Mas
voltando à questão, eu nunca dei grande
importância a qualquer um destes casos,
porque era um jogador que me concentrava
muito nas minhas tarefas dentro de campo.
Quem são os principais agentes
preventivos dos casos de racismo.
Devem ser os jogadores ou as instituições?
10
Devemos agir ao mais ao nível dos
exemplos ou apostar em castigos cada
vez mais pesados?
Quem pode agir são sempre as pessoas.
Estamos num mundo global, não podemos
controlar tudo, mas temos de encontrar
aquelas pessoas que estão verdadeiramente
preocupadas com estes problemas e
têm uma mensagem a passar. Temos
de ampliar essa mensagem, temos de
aproveitar o poder da informação, porque só
assim podemos chegar onde o racismo estiver
verdadeiramente enraizado. Depois, nós temos
de ser fiscais de nós próprios, por exemplo,
temos de ter coragem de passar a mensagem
à pessoa que está ao nosso lado no estádio e
tem um comportamento errado.
Fala-se muito de como é importante
integrar, ou saber receber, mas um
jogador também deve esforçar-se
na adaptação a um país estrangeiro.
O Abel Xavier jogou em oito países
diferentes. Como é que se adaptava?
É isso, o grande segredo quando
chegamos a um país estrangeiro é ter
capacidade de integração e isso passa
desde logo por conhecer a língua.
Temos de nos esforçar, lutar e às vezes
isso significa ir aprender. Muitas vezes
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há jogadores que se excluem pura e
simplesmente porque não procuram
integrar-se, falar o idioma local,
interagir... quando fui para Holanda
quis começar a falar holandês, quando
fui para a Turquia quis igualmente
aprender; em Itália falava italiano...
este esforço, quando é feito, também é
reconhecido e valorizado por quem está
a receber-nos.
ENTREVISTA
Apesar de tudo, ou dos casos que
vão aparecendo, Portugal é um país
exemplar quanto ao Racismo?
Creio que sim, mas nós temos de ser
preventivos, somos nós que temos
de ter a responsabilidade de apelar à
consciência das pessoas. Hoje em dia
a maioria dos cidadãos vive bastantes
dificuldades e facilmente é tentado a
comportamentos ou manifestações que
não teria noutras condições. Portugal
tem uma história de integração, mas não
podemos ficar à espera que aconteça
algum caso para depois agir.
Jogou em tanto países, onde é que
sentiu Racismo?
Em Inglaterra percebi uma situação
curiosa. Há 12 anos, quando fui para
o Everton, constatei que a cidade de
Liverpool estava dividida entre o Everton
e o Liverpool por questões de ideologia,
de cultura, de educação. O Everton
era um clube racista, o Liverpool, onde
também cheguei a jogar, não. E foi o
futebol que ajudou o Everton a mudar. Eu
fui um dos primeiros jogadores negros
do Everton enquanto o John Barnes, que
é negro, foi um dos grandes jogadores
e inclusivamente capitão do Liverpool.
Um dia vi o jogo da bancada no estádio
do Everton e reparei que não havia um
adepto negro. E estamos a falar de há
12 anos. Eu tive de interagir com os
adeptos e eles depois corresponderam à
minha vontade. O racismo é um fenómeno
arcaico e temos de ser nós, pessoas, que
temos de agir para a integração social.
Como é possível que a mensagem
flua mas haja gente agarrada ao
passado?
Temos de gerar pessoas melhores. A
minha carreira de futebolista foi um
veículo para me tornar um homem
melhor, evoluído, aberto, liberal e
valorizado. Estou agora melhor preparado
do que se tivesse um diploma. Viajei,
aprendi, tenho uma maneira diferente
de pensar. Tive a oportunidade de fazer
“
Fui um dos
primeiros jogadores
negros do Everton
(...). Não havia
um negro na
bancada
”
uma carreira muito rica, diversificada,
bastante diferente da maioria dos meus
colegas. Fui um nómada, aprendi muito
e sei que isso me vai ajudar a educar os
meus filhos.
Tem estado afastado do futebol.
Estou atento e quero regressar. E fá-loei com pessoas competentes e nunca
para ser um tipo submisso. Um mundo
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que é gerido apenas pelos resultados e
conflitos, não é um mundo para mim.
Vou investir fortemente no futebol
para construir algo mais marcante mas
não quero ser apenas mais um que se
deixou descaracterizar aos olhos do
povo português. Ainda há pouco tempo
recebi convites para voltar a jogar. Estou
consciente de que a minha imagem e o
que fiz na carreira podem ser atrativos.
Podia estar a jogar já amanhã mas eu
tenho um rumo definido. Acredito que
é preciso uma renovação no futebol
português porque os discursos bonitos
são inconsequentes. Há um mercado
externo que quer entrar em força em
Portugal e nós não permitimos que entre.
Não podemos ser competitivos e não
executar reformas.
O que aprendeu na experência em
Los Angeles? Toda aquela envolvência
mexeu consigo?
A vida levou-me para determinadas
realidades e a conhecer determinadas
pessoas que eu não estava à espera. Se
eu tive de estar em LA naquela altura
é porque isso tinha de acontecer. Por
exemplo, aprendi muito com o David
Beckham. Somos amigos e tenho projectos
futuros que de certa forma o envolvem.
Mas acerca da experiência em Los
Angeles... quando olho para trás, para as
transformações que o futebol me permitiu
fazer à minha vida, penso que não mudei a
forma de pensar. Sou o mesmo.
“O Sindicato faz a defesa dos pilares deste desporto”
O Abel Xavier teve momentos na
carreira em que necessitou da
ajuda do Sindicato?
O Sindicato ajudou-me na sequência
dos castigos que tive ao serviço da
Selecção Nacional. É importante
sentir que temos apoio quando
estamos fora do nosso país; estamos
a tentar representar e dignificar o
nome de Portugal e é conveniente
que nos possam ajudar nesse papel.
Há momentos em que um jogador
pode sentir-se isolado, por vezes
necessita de ajuda em questões
laborais, mas o ideal é que possa
abstrair-se desses problemas
para que o seu rendimento seja
máximo. Essa ajuda existe, por
vezes os jogadores é que não têm
noção da força que podem reunir
na luta pelos seus problemas. A
classe dos jogadores tem de saber
que, se quiser, tem força para
parar a indústria do futebol. É bom
que todos os jogadores, todas as
grandes referências dos grandes
campeonatos, a nível europeu,
tenham noção deste papel e
entendam que todos juntos, unidos,
podem ter muita força.
Reconhece ao Sindicato dos
Jogadores capacidade de
intervenção?
O Sindicato dos Jogadores é
uma instituição que assume um
papel preponderante, porque faz a
defesa e a protecção daqueles que
são os pilares mais importantes
deste desportol: os futebolistas.
Há outros agentes importantes,
reconhecemos que são necessários
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outros contributos e competências
para tornar o futebol na grande
modalidade global que é, mas os
jogadores é que estão na origem
de tudo. Hoje em dia existem
problemas graves de gestão
na grande parte dos clubes e
os jogadores é que sofrem as
consequências – neste âmbito o
Sindicato tem feito um trabalho
notável em muitas situações
concretas; e esse trabalho deve
ser reconhecido por todas as
entidades do futebol.
dossier
Semana Contra
o Racismo
e Violência
no Desporto
Martim Moniz, Lisboa, tarde de sábado.
O pequeno campo de futebol ali
construído nunca seria suficiente para
todos os miúdos que queriam dar uns
pontapés na bola, inspirados pelo lema
que os envolvia: “Futebol é União”.
Estávamos em plena Semana Contra o
Racismo e Violência no Desporto, uma
iniciativa do Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol realizada 24
de Fevereiro e 2 Março, apoiada pela
Câmara Municipal de Lisboa e que
potenciou todo o carácter multicultural
e integrador da praça Martim Moniz.
Ali não havia distinção raças, no
máximo havia distinção de equipas
porque, lá está, nem todos cabiam
ao mesmo tempo naquele pequeno
campo de futebol ‑ foi Chainho, antigo
futebolista de Estrela da Amadora e no
FC Porto, entre outros, que ajudou a
guiar os miúdos.
A dose repetiu-se ao longo dos dias,
mas nem só desta animação social
se fez esta Semana Contra o Racismo
e Violência no Desporto, a nona
edição organizada pelo Sindicato dos
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Jogadores. Também nos estádios da
Liga Zon Sagres e da Liga Orangina
decorreram acções de sensibilização,
com os jogadores a envergarem t-shirts
alusivas à iniciativa e mostrando faixas
com o tal slogan, “Futebol é União”.
E houve ainda a dimensão institucional
do evento, marcado pela assinatura
de Memorandos de Entendimento
que fixaram as intenções dos
parceiros do futebol no combate ao
racismo, à violência e a qualquer
forma de exclusão social. O anfitrião
e embaixador foi Abel Xavier, um
ex-internacional que também vestiu
o fato de orador para alertar para o
que verdadeiramente interessava.
“Devemos aprofundar a colaboração
entre instituições e parceiros, numa
união de esforços que possibilite
que o desporto em geral e o futebol
em particular se desenvolva num
ambiente em que são garantidas a
liberdade, a segurança, a justiça e o
respeito pela dignidade humana”.
Aí, o Sindicato dos Jogadores
esforçou-se por cumprir o seu papel
– no último dia do programa, a 2
de Março, também organizou um
workshop subordinado ao tema da
Inclusão Social no e pelo Desporto
para Clubes e Associações, uma
iniciativa enquadrada no Projecto
SPIN (Inclusion Sports Network),
apoiado pela Comissão Europeia.
Joaquim Evangelista, presidente do
15
Sindicato dos Jogadores, destacou
em várias oportunidades o facto de
Portugal não ser um país marcado
por episódios racistas graves. Mas
é bom lembrar o objectivo destas
acções: devem ser essencialmente
“preventivas” e ir mais além,
combatendo a violência, a xenofobia
e o bullying.
dossier
Memorando
de Entendimento
O Compromisso dos Parceiros do Futebol
Os principais parceiros do
futebol português, juntamente
com o Governo, a Câmara
Municipal de Lisboa e os três
jornais desportivos, uniram-se
ao Sindicato dos Jogadores na
assinatura do Memorando de
Entendimento Contra o Racismo,
a Violência, A Xenofobia, a
Intolerância e a Discriminação no
Futebol.
O Documento foi subscrito
no dia 24 de Fevereiro.
“Devemos ser determinados
a evitar que o futebol possa
ser usado como plataforma
para comportamentos racistas,
xenófobos e violentos”, sintetizou
Abel Xavier, o embaixador da
Semana e anfitrião de uma
cerimónia onde estavam Augusto
Baganha (presidente do Instituto
do Desporto de Portugal, em
representação da Secretaria
de Estado da Juventude e
do Desporto), Manuel Brito
(Vereador da Câmara Municipal
“
Fernando Gomes
Presidente da FPF
de Lisboa), Fernando Gomes
(presidente da Federação
Portuguesa de Futebol),
Joaquim Evangelista (presidente
do Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol),
Gustavo Sousa (presidente
da Associação Portuguesa de
Árbitros de Futebol), Silveira
Ramos (presidente da Associação
Nacional de Treinadores de
Futebol), Vítor Serpa (director
do jornal A Bola), António
Magalhães (director-adjunto do
jornal Record) e João Sanches
(chefe de redacção do jornal O
Jogo). Apenas Mário Figueiredo
(presidente da Liga Portuguesa
de Futebol Profissional) esteve
ausente, devido a motivos de
agenda.
“Queria dar os parabéns ao
SJPF por organizar mais uma
semana contra o Racismo e
Violência no Desporto”, afirmou
Augusto Baganha, num elogio
depois partilhado pelos parceiros
de assinatura do Memorando.
Manuel Brito destacou o facto de
o evento esta sediado no Martim
Moniz. “A Praça do Martim
Moniz é um local marcado pela
multiculturalidade. Por exemplo,
aqui ao lado temos um jardim de
infância com 75 alunos e 50 são
estrangeiros. Esta é uma praça
de cruzamento de culturas e
de povos. O Desporto tem uma
característica que por vezes é
subvertida: Não nos distinguimos
pela cor da pele, mas pela
cor das camisolas”, afirmou o
vereador do Município de Lisboa.
Fernando Gomes, presidente da
FFP, realçou por outro lado o
facto de Abel Xavier se associar
à iniciativa. “Gostava de deixar
uma palavra para um jogador
com um passado brilhante, por
vários países clubes, encontrando
sempre forma de se integrar,
sendo sempre a mesma pessoa e
o mesmo homem que começou a
jogar desde criança”.
“
Independentemente da raça, do
A Praça do Martim Moniz é um
sexo, da idade da religião ou convicção,
local marcado pela multiculturalidade.
o Desporto é uma actividade transversal
Esta é uma praça de cruzamento de
”
a todos os cidadãos
Manuel Brito
culturas e de povos
Vereador do Desporto
da Câmara Municipal de Lisboa
16
”
17
dossier
Imprensa junta-se na luta
“A Bola”, “Record” e “O Jogo”
Os três diários desportivos
portugueses – “A Bola”,
“Record” e “O Jogo” –
associaram-se à Semana
contra o Racismo e Violência
no Desporto e, para além
da divulgação do evento,
assinaram o Memorando de
Entendimento proposto pelo
Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol,
assumindo assim o
compromisso de luta contra
o flagelo do racismo, da
xenofobia e da violência no
desporto.
“A Bola associa-se com
empenho e com interesse
à iniciativa do Sindicato.
Continua a ser importante
que o desporto, em geral,
e o futebol, em particular,
ganhem consciência de que o
seu espaço é essencialmente
um espaço de tolerância,
de liberdade e de relações
humanas”, disse Vítor
Serpa, director de “A Bola”.
António Magalhães, director-adjunto de Record, realçou
a importância do desporto
enquanto mecanismo de
inclusão social. “O futebol, e o
desporto em geral, assumiuse como um espaço que
ajudou a esbater diferenças e
a desfazer barreiras sociais,
religiosas e culturais. Nesse
sentido, deu contributo
precioso para uma sociedade
mais tolerante. Nos últimos
tempos, porém, sucederam-se
maus exemplos que voltam
a colocar o tema racismo na
ordem do dia e no topo das
preocupações das entidades
responsáveis”.
Também José Manuel Ribeiro,
director de O “Jogo”, que se
fez representar na Semana
contra o Racismo pelo chefe
de redacção João Sanches,
destacou a força do desporto
na criação de uma sociedade
mais justa e equilibrada.
“No combate ao racismo, o
futebol é um general coberto
de medalhas, chefe do Estado
Maior de um exército imenso
que leva mais de um século de
triunfos arrasadores sobre o
preconceito. O desporto nunca
se perdeu no caminho, nunca
o fará e ninguém conseguirá
ser melhor nem mais eficaz
nessa guerra”.
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19
dossier
Workshop
Inclusão Social no e pelo Desporto
A Semana Contra o Racismo e
Violência no Desporto acabou
a 2 de Março. A nona edição
desta iniciativa levada cabo
pelo Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol ficou
marcada, no último dia, pela
realização de um workshop
subordinado ao tema da Inclusão
Social no e pelo Desporto.
José Carlos, vice-presidente
do Sindicato dos Jogadores,
era o espelho do orgulho e da
satisfação quando encerrou os
trabalhos. “Para além de todo o
conhecimento e experiência que
partilhámos, só o simples facto
de todos estarmos aqui a mostrar
disponibilidade para novas formas
de parceria e colaboração mostra
logo o sucesso deste workshop.
Estamos muito satisfeitos”, disse o
antigo futebolista e internacional
português.
Joaquim Evangelista, presidente
do Sindicato, fez igualmente um
balanço extremamente positivo
do workshop e de toda a Semana
Contra o Racismo, lembrando
a importância do papel de
responsabilidade social cumprido
pelo Sindicato dos Jogadores.
“Naquilo que nos é exigível, não
deixaremos de actuar. Esperemos
é que os outros façam também
o seu trabalho. Esta não é
a prioridade ou missão do
Sindicato, mas temos consciência
do nosso papel, do papel dos
jogadores e do impacto que
eles têm na sociedade e, nessa
medida, esta ação visa essa
responsabilidade social”, disse.
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol (SJPF),
no seguimento das acções
desenvolvidas na promoção
das boas práticas desportivas
e na inclusão social através
do desporto, foi convidado a
integrar o projecto europeu SPIN
“
Mostrámos
disponibilidade para
novas formas de
parceria, o que desde
logo mostra o sucesso
deste workshop
”
José Carlos
Vice-presidente do SJPF
– Inclusão Social pelo Desporto,
apoiado pela Comissão Europeia.
Nesse âmbito, enquadrado
na organização da 9ª Semana
Contra o Racismo e Violência
no Desporto, promoveu este
workshop subordinado ao tema
das boas práticas de Inclusão
20
Social no e pelo Desporto, para
Clubes e Associações desportivas.
O evento decorreu no Hotel
Mundial, em Lisboa, junto ao
Martim Moniz, e a adesão revelouse bastante interessante, com a
presença de instituições como a
Fundação Aga Khan, SOS Racismo,
Associação Nacional de Futebol
de Rua, Projecto Távola Redonda,
Clube de Futebol Benfica,
Olímpico do Montijo e FC São
Francisco. Nos diferentes painéis,
destaque para as intervenções
de representantes dos seguintes
projectos: Escola.Futebol.
Cidadania (Joaquim Evangelista);
Projecto Futebol Feminino (José
Carlos); Projecto Bola P’ra Frente
(Eunice Lopes); Projecto Escola
de Judo Nuno Delgado (Inês
Almeida); Projecto SPIN (Salomé
Marivoet); e Projecto Dar à Costa
(Carolina Remédios).
21
dossier
Refugiados em Portugal
O futebol pode ser jogado por todos
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol, no
seguimento dos compromissos
enquadrados no projecto SPIN
(Sports Inclusion NetWork),
organizou um jogo de futebol
assinalando o dia dos refugiados,
enquadrado ainda no programa da 9ª
edição da Semana contra o Racísmo
e a Violência no Desporto.
O objectivo foi alertar para os
constrangimentos legais e sociais
que impedem o acesso dos
refugiados à prática desportiva.
Entre os presentes, destaque para
jogadores de futebol que tentaram
fazer carreira nos seus países de
origem. Um desses casos, foi o de
Aka N’Guessan Du Bonheur, um
jovem costa-marfinense, de 20 anos,
que nos contou estar desde muito
novo ligado ao futebol.
Aka fez toda a sua formação e início
de carreira no Omnisport Korhogo,
mas problemas políticos e sociais
no seu país fizeram-no abandonar
tudo. Partiu então “às escuras” para
a Rússia, onde tentou arranjar asilo
e um clube para jogar. Dadas as
dificuldades encontradas naquele
país, Aka N’Guessan não teve outra
solução senão abandonar e partir
para outro país. Neste caso para
Portugal.
“Na Rússia, os clubes não apostam
em jogadores na minha situação,
visto que os processos são
demasiado caros e demorados, o que
faz com que acabe por não valer a
aposta e o investimento”, explicou à
revista Jogadores
Apesar desta contrariedade, Aka
N’Guessan não desistiu, tendo
arranjado alguns trabalhos precários
para amealhar dinheiro com o
objectivo de viajar para Portugal. Em
território luso conseguiu asilo e agora
quer ver a sua situação regularizada.
Voltar ao seu país, pelo menos para
já, está fora dos seus planos. “Quero
jogar futebol em Portugal”, disse.
Situação semelhante vive Konate
Aboul. Este costa-marfinense de
22 anos, viu a sua vida mudar por
completo em tempo de eleições
presidenciais no seu país, por
viver numa cidade do opositor
ao presidente eleito ‑ a situação
era demasiado perigosa. Face
“
Quero jogar futebol
em Portugal. O futebol
é o meu sonho
”
Aka N’Guessan Du Bonheur
aos tumultos e atentados diários,
chegou a perder amigos. “Foram
momentos que nunca mais quero
passar”, diz Konate, que teve a ajuda
de um amigo para sair do seu país
para a Rússia. Lá, conseguiu asilo
e chegou a jogar futebol, mas sem
poder dedicar-se a sério. Era o que
pretendia fazer agora, em Portugal,
isso e viver tranquilamente. “Chutar
uma bola, para mim, é um enorme
prazer.”
No jogo promovido pelo Sindicato, a
equipa de refugiados foi composta
ainda por dois irmãos afegãos:
22
Hamid Taheri, de 18 anos e Omed
Taheri, com 20. A sua família fugiu
para a Ucrânia devido à guerra;
passaram 12 anos na Europa de
Leste, onde Hamid e Omed jogaram
no Dusha 13, mas os processos
burocráticos com a legalização
fizeram com que tivessem de
abandonar a Ucrânia em busca de
um futuro melhor. Em Portugal,
e ao abrigo da lei em vigor, que
permite asilo durante um período
de 4 meses, os dois irmãos têm tido
dificuldades no que diz respeito à
legalização, embora com a ajuda de
instituições de solidariedade social
consigam os vistos de permanência
que vão protelando a sua situação.
Hamid assume que gostava de
continuar em Portugal, até porque
tem o objectivo de concluir o ensino
secundário (está actualmente no
10º ano).
Aqui ficam quatro exemplos de quem
acabou desviado de uma vida nos
países de origem, devido às políticas
e dramas sociais encontrados.
23
dossier
Protocolo SJPF/ACIDI
Parceria contra as formas de discriminação no Futebol
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol e a ACIDI
(Alto Comissariado para a Imigração
e o Diálogo Intercultural) assinaram
um Protolo contra o Racismo, a
Violência, a Xenofobia, a Intolerância
e Discriminação no Futebol.
A cerimónia de assinatura
deste documento, que regista
as parcerias que virão a ser
promovidas pelas duas instituições,
decorreu na tenda sede da Semana
Contra o Racismo e Violência no
Desporto, no Martim Moniz, em
Lisboa, e contou com a presença
do secretário de Estado adjunto
do ministro adjunto dos Assuntos
Parlamentares, Feliciano Barreiras
Duarte. Este elogiou a iniciativa
de cooperação entre o Sindicato e
da ACIDI e referiu que o Governo
cumpre o seu dever ao associar-se
a este tipo de projectos.
Rosário Farmhouse, Alta
Comissária para a Imigração e
Diálogo Intercultural, reforçou
o papel do desporto enquanto
factor de integração social e
congratulou-se com a possibilidade
de a ACIDI poder estabelecer
parcerias com o Sindicato dos
Jogadores. “Na verdade, esta é já
a 9ª Semana contra o Racismo.
Devemos aproveitar a experiência
que o Sindicato apresenta na
realização destas iniciativas e
24
potenciar outras ideias”. Para
além de Joaquim Evangelista, do
secretário de Estado e de Rosário
Farmhouse, quem assistiu à
assinatura do Protocolo foi Abel
Xavier, o embaixador da Semana
contra o Racismo. “Nunca é de
mais apelar à consciência das
pessoas, temos de reunir as
forças de todas as instituições e
fazer do combate ao racismo uma
iniciativa constante”, afirmou.
25
25
notícias
Justa causa
Sana rescinde
com o Valladolid
O internacional português
Sana assinou em Março,
na sede do Sindicato dos
Jogadores Profissionais
de Futebol, em Lisboa,
a rescisão unilateral do
contrato que o ligava ao
Valladolid, alegando justa
causa devido à existência
salários em atraso. O
vice-campeão do mundo
sub-20 aguarda agora pelo
reconhecimento formal do
pedido de rescisão, por
parte da FIFA, mas está
em condições de analisar
propostas de trabalho para a
próxima temporada.
Sana foi acompanhado pelo
Sindicato dos Jogadores
ao longo e a degradação
das suas condições de
trabalho em Espanha impôs
como única solução, de
acordo com o patrocínio
SJPF, colocar um termo na
sua relação laboral com o
Valladolid. “Fiz tudo o que
estava ao meu alcance, mas
além do incumprimento de
que fui vítima, acabei ainda
excluído pelo treinador e
pelo plantel. Valeu-me o
apoio do Sindicato e do
seleccionador nacional, Ilídio
Gabinete Jurídico
esclarece
Vale, treinador que esteve
sempre ao meu lado”, afirma
Sana. “Passei dificuldades
e o Sindicato chegou a
adiantar-me dinheiro para
poder pagar o quarto onde
dormia. Com este apoio,
espero agora dar esta fase
“
Até que dia deve ser
satisfeita a retribuição?
A retribuição deverá ser paga
até ao dia 5 do mês seguinte
ao da prestação do trabalho.
Ao contrário do estabelecido
quanto à forma de pagamento,
não há lugar no que toca ao
tempo do pagamento a que
outra coisa seja acordada
entre entidade patronal e
trabalhador.
O direito ao salário é um direito
fundamental e indisponível
sendo as normas que sobre
ele incidem insusceptíveis de
alteração ainda que por acordo
Valeu-me o
apoio do Sindicato
e do seleccionador
nacional
”
como terminada, pagar a
quem devo e concentrar-me
no futuro da minha carreira”,
disse ainda o jogador.
Joaquim Evangelista,
presidente do Sindicato
dos Jogadores, também
comentou o caso Sana.
“Infelizmente estas situações
estão a ocorrer um pouco
por todo o lado, mas ganham
particular gravidade quando
o jogador se encontra no
estrangeiro e não tem
ninguém a quem recorrer.
O Sindicato pretende
garantir que quem joga no
estrangeiro pode contar com
todo o apoio”.
Sindicato Outros casos
Hélder Sequeira e Luís Gomes
Tiago David Caeiro
Resolução de um diferendo que opunha
os jogadores ao antigo clube, o Futebol
Clube de Famalicão.
Desfecho favorável numa disputa que o
opunha um antigo clube, o Juventude
de Évora.
José Mário Lopes
Cleiton Silva, Bruno Abreu, Rui Silva
Desfecho favorável numa divergência
que os opunha ao seu antigo clube, Associação Desportiva Pontassolense.
Celso Eduardo Macedo
Conclusão de um litígio com um antigo
clube que representou, o Associação
Desportiva de Camacha.
26
Resolução de um desacordo com o seu
antigo clube, Sport Clube Praiense.
André Serrão
Resolução do Diferendo com o Grupo
Desportivo de Ribeirão.
Dionísio Fernandes
Bom acordo com o Sport Clube
Torreense Futebol SAD.
das partes.
Em conclusão, um jogador
que ao dia 6 do mês seguinte
àquele que prestou trabalho
não tenha recebido ainda a sua
retribuição é um jogador com
salário em atraso, ainda que só
por um dia.
De que forma deve ser
satisfeita a retribuição?
A retribuição deverá ser satisfeita
em numerário ou através de
cheque nominativo, vale postal
ou depósito bancário, salvo se
outra forma de pagamento for
acordada entre as partes.
Aonde deve ser paga
a retribuição?
A retribuição deve ser satisfeita
na localidade onde a entidade
patronal tiver a sua sede, salvo
acordo em contrário.
Rescisão com justa causa
por falta do pagamento de
salários.
Nos termos do Contrato
Colectivo de Trabalho
constitui justa causa de
rescisão por iniciativa do
jogador a “falta culposa
do pagamento pontual da
retribuição na forma devida
ou o seu atraso por mais de
30 dias”.
Assim, o jogador que
tenha 30 dias de atraso
no pagamento do seu
salário pode, cumprindo
as formalidades legais,
promover a rescisão com
justa causa do seu contrato
de trabalho.
INFORMA-TE
Gabinete Jurídico
Tel. 213219590
Tlm. 914393320
[email protected]
Revogação
Jô abandona União de Leiria
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol mediou
o acordo de revogação contratual
entre o brasileiro Jô e a União de
Leiria.
Jô, ou Josiel Alves de Oliveira,
avançado de 22 anos, entrou em
litígio com o clube, queixou-se de
ordenados em atraso, recorreu
ao SJPF e chegou a reunir-se
em Lisboa com o presidente do
organismo, Joaquim Evangelista.
Este entrou em contacto com João
Bartolomeu, presidente da União
de Leiria e ambos estabeleceram
um princípio de acordo para a
revogação do contrato.
Jô estava suspenso de toda a
actividade pela União de Leiria e
as posições de ambas as partes
extremaram-se. No final do
processo, o futebolista agradeceu o
apoio do SJPF e concentrou-se num
regresso ao Brasil, mas deixando
uma porta aberta para um regresso
a Portugal. “Não é um adeus, é um
até já. Fiquei satisfeito que tudo se
27
resolvesse sem mais problemas.
Agora pretendo seguir a minha vida
no Brasil e ser feliz. Obrigado ao
Sindicato por todo o apoio”, disse o
jovem brasileiro.
Jô tinha chegado a Portugal
no início desta temporada,
proveniente da Juventus de Rio
Branco, clube onde tinha sido
eleito o melhor jogador e para o
qual acertou o regresso.
notícias
Alargamento da Liga?
Principais parceiros dizem “não”
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol
posicionou-se claramente contra
a proposta de alargamento
da Liga, apresentada
unilateralmente pelos clubes,
em defesa da sustentabilidade
e credibilidade do futebol.
Joaquim Evangelista considerou
inoportuna esta discussão e
vincou a posição do organismo.
A Federação Portuguesa de
Futebol, os seus sócios ordinários
e os principais clubes, FC Porto,
Benfica, Sporting e Braga
também defenderam o “não” ao
alargamento.
“Hoje em dia 80 por cento dos
clubes têm salários em atraso.
Temos de fazer a defesa do
futebol português e da sua
sustentabilidade, porque essa
é a garantia dos direitos e das
condições de trabalho para os
jogadores. Não existem condições
desportivas e económicas
para o alargamento, não
podemos acreditar que uma liga
insustentável a 32 clubes possa
ser sustentável com 36”, afirmou
Joaquim Evangelista.
O presidente do Sindicato foi
acusado de não estar ao lado
dos pequenos clubes, mas
desmistificou esse argumento:
“Não se trata de estar ao lado
dos pequenos ou dos grandes,
trata-se de estar ao lado do
futebol e dos jogadores. Não se
pode concretizar uma medida
destas sem a união e discussão
entre todos os parceiros do
“
Estamos contra.
Trata-se de estar do lado da
sustentabilidade do futebol e
dos jogadores
”
Joaquim Evangelista
Presidente SJPF
futebol. Acusaram-me de estar
a defender o desemprego, como
se nós não soubéssemos quais
são os expedientes que os clubes
hoje em dia utilizam para fazer
“A FPF estará sempre disponível para
encontrar soluções (...) tendo em conta
a sua admissibilidade regulamentar”
inscrições em montar um plantel.
Grave é prometer o que não
se pode cumprir sem medir as
consequências.”, diz Joaquim
Evangelista.
Depois do chumbo ao
alargamento, os defensores
da proposta ainda reuniram
com a Federação Portuguesa
de Futebol. Fernando Gomes,
o presidente da FPF, avisou
que o seu organismo “estará
sempre disponível para
encontrar soluções de consenso,
tomadas com ponderação,
rigor e coerência, tendo
sempre em consideração a
sua admissibilidade jurídica e
regulamentar”.
“Sou totalmente contra. Os objectivos do
alargamento não são proporcionar mais
jogos, mas sim que não desça ninguém”
Fernando Gomes
Presidente da FPF
Pinto da Costa
Presidente do FC Porto
“Não concordo com a proposta. Não é
nada benéfico para o futebol fazer um
campeonato a 18 clubes”
“A proposta de alargamento é uma machada
no futebol português. O campeonato deixa
de ter credibilidade”
Luís Duque
Administrador da Sporting SAD
Luís Filipe Vieira
Presidente do Benfica
28
Ordenados em atraso
Jogadores do Leixões pedem apoio ao Sindicato
As notícias dos ordenados em atraso
nas ligas profissionais alastraram
nos últimos meses, com clubes
como a União de Leiria, Vitória de
Setúbal e Vitória de Guimarães
a assumirem publicamente o
problema. O plantel do Leixões foi o
primeiro a pedir uma reunião com
Sindicato - os quatro meses de
ordenados em atraso e o cenário
de dimissão do presidente da SAD
exigiu respostas imediatas.
Joaquim Evangelista fez saber que
o Sindicato avançará com o fundo
de apoio previsto para os casos mais
graves e também garantiu que vai
pedir uma audiência ao presidente
da Liga, tendo como objectivo
discutir o incumprimento salarial
e as suas consequências. Mais
adiantou que as soluções passam
por discutir a eficácia do modelo de
licenciamento e o reforço do Fundo
de Garantia Salarial como medida
destinada a minimizar o problema.
“Não é aceitável que sejam sempre
os jogadores a pagar a factura dos
erros de gestão dos dirigentes”,
alertou. Em Leiria, por exemplo,
os futebolistas denunciaram “três
e quatro meses de salários em
atraso”. Em Setúbal o problema já
tinha sido assumido pelo presidente,
Fernando Oliveria; e em Guimarães,
clube recentemente marcado por
um processo eleitoral, no dia 14 de
Março os jogadores emitiram um
comunicado no qual explicaram
a situação grave em que estavam
29
envolvidos, estabelecendo um
prazo para que a Direcção do
clube regularizasse o problema. A
estratégia do comunicado também
já tinha sido utilizada pelo plantel
do Leixões, há cerca de dois meses,
mas sem grandes resultados. De
resto, como tem vindo a público,
clubes como Trofense (três meses
em atraso) e Espinho (dois meses
em atraso, mais alguns meses ainda
da época passada) vivem situações
igualmente graves.
notícias
Governo apresenta
Logo SJPF para 2012
Plano Nacional de Ética no Desporto
No passado dia 27 de
Fevereiro, no auditório do
Teatro Camões, decorreu a
apresentação do Plano Nacional
de Ética no Desporto(PNED).
Trata-se de uma iniciativa
do Governo que visa, através
de um conjunto de acções
estruturadas e planificadas,
promover os valores inerentes
ao desporto consagrados em
documentos como a Carta
Olímpica (COI) e o Código de
Ética do Desporto (Conselho
da Europa). O objectivo é um
combate a fenómenos como
a corrupção, a violência, o
doping, a intolerância, o racismo
e a xenofobia, num contexto
de práticas desportivas que
importa realçar em ano de
jogos olímpicos e dos VIII Jogos
Desportivos da CPLP.
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol,
nascido a 23 de Fevereiro
de 1972, comemora ao
longo de 2012 os 40 anos de
existência e para assinalar
a efeméride (e marcar uma
presença mais notada junto
dos seus sócios) lançou
uma nova imagem. O novo
O Fair Play, o respeito pelas
regras do jogo, o jogo limpo,
o respeito pelo próximo, a
responsabilidade, a amizade,
a entreajuda, o bem-estar, a
valorização humana do indivíduo,
o voluntariado, a educação,
entre outros, são valores que se
querem que sejam assimilados e
vividos na prática desportiva.
Entre as várias personalidades
presentes nesta cerimónia,
destaque para a presença do
ministro-adjunto e dos Assuntos
Parlamentares, Miguel Relvas, e do
secretário de Estado do Desporto e
da Juventude, Alexandre Mestre.
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol (SJPF),
embaixador deste plano, esteve
no evento representado pelo seu
presidente de direcção,
Joaquim Evangelista.
Sindicato reforça-se
Solidariedade após formas de pressão
João Lobão no Departamento Jurídico
Joaquim Evangelista, presidente
do Sindicato dos Jogadores,
colocou-se ao lado dos árbitros
e apelou à contenção verbal dos
dirigentes. “Estou solidário. Os
árbitros devem reconhecer que é
possível fazer melhor, mas acho
inaceitável a pressão existente”,
afirmou.
logo está visível em toda a
informação institucional,
ao longo deste ano. O
seu desenvolvimento foi
inspirado em Eusébio da
Silva Ferreira, o melhor
jogador português de todos
os tempos e também um
dos principais responsáveis
pela fundação do Sindicato.
Liga croata
O internacional português ajudou
o Dínamo de Zagreb a festejar o
sétimo título consecutivo na liga
croata. O antigo defesa do Sporting
foi titular no triunfo em casa do
Sibenik por 0-3, jogo que garantiu
o campeonato para o clube de
Zagreb, a cinco jornadas do final
da competição.
SJPF com os árbitros
O campeonato chegou à última
fase e a arbitragem entrou
em polémica. A generalidade
dos clubes queixaram-se
sucessivamente do trabalho dos
árbitros, mas não houve forma de
pressão como o conhecimento,
na internet, de informação
pessoal dos homens do apito.
Tonel
bicampeão
Nova imagem
João Lobão, jurista, é o reforço
do Sindicado dos Jogadores
Profissionais de Futebol para o
Departamento Jurídico, uma área
decisiva no funcionamento do
Sindicato e para a qual o objectivo
é proporcionar aos associados
uma capacidade de resposta o
mais eficaz e célere possível.
30
As inúmeras questões jurídicas
que se colocam aos futebolistas,
nomeadamente ao nível laboral,
marcam a intervenção do
Sindicato junto dos futebolistas
das várias divisões do futebol
nacional, mas também daqueles
que jogam no estrangeiro e
recorrem aos serviços SJPF.
31
Recorde-se que Tonel, 32 anos,
transferiu-se do Sporting para o
Dínamo de Zagreb em 2010/11
e logo na temporada de estreia
venceu o Campeonato e a Taça da
Croácia. Agora bisou na Liga. “Foi
excelente ser campeão de novo.
Um título é sempre importante e
este não foge à regra”, afirmou
ao diário desportivo Record.
Quanto ao futuro, Tonel – cujo
contrato termina no próximo mês
de Dezembro - não escondeu o
desejo de rumar a outra liga mais
competitiva. “Não tenho vontade
de ficar, mas vamos ver. Pretendo
cumprir o meu vínculo”, concluiu.
notícias
FIFPro e UEFA unem forças
Novo Memorando de Entendimento
A FIFPRO e a UEFA assinaram
um Memorando de Entendimento
que estabelece, entre outros,
uma estreita colaboração no
ataque aos problemas descritos
no Livro Negro da FIFPro sobre
a Europa de Leste. Durante os
próximos três anos a Divisão
Europa da FIFPro e a UEFA
tentarão combater problemas
como o do incumprimento salarial
e o desrespeito pelos contratos
e pelos direitos dos jogadores.
Ao mesmo tempo, os dois
organismos unem esforços contra
outros problemas de resolução
urgente, como resultados
combinados, a violência, o
racismo e a discriminação.
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol, parte
integrante da FIFPro Divisão
Europa e representado pelo seu
presidente, Joaquim Evangelista,
congratula-se com a “criação de
condições de diálogo entre os
protagonistas do futebol europeu e
a definição de estratégias a seguir
e a implementar”. “Significa que
que estamos à mesa com os
principais parceiros do futebol”,
ressalva Joaquim Evangelista.
Entre os objectivos identificados
para o período 2012-2015, realce
para a luta contra o “match
fixing”, com a atenção a focarse em medidas preventivas e
que passam principalmente pela
informação prestada a jogadores,
dirigentes, treinadores e árbitros.
Quanto à cooperação em matéria
de licenciamento de clubes e
“fair play” financeiro, pretendese um intercâmbio dos factos
ocorridos ao nível das situações
de incumprimento, dos contratos
paralelos e outras más práticas
existentes nos clubes profissionais.
32
Objectivos
1. Combate aos resultados
combinados (match-fixing)
2. Cooperação no licenciamento dos clubes e no fairplay
financeiro
3. Cooperação no diálogo social
4. Promoção das equipas
nacionais
5. Combater qualquer tipo de
discriminação e violência
6. Promover reintegração dos
jogadores sem contrato
7. Promover a formação dos
jogadores
O reconhecimento dos melhores
Fixe estes nomes: Rodrigo (Benfica), Lima (Sp. Braga), Candeias (Nacional),
Licá e Steven Vitória (Estoril). Eles são os melhores jogadores de Janeiro
e Fevereiro na 1ª e 2ª Ligas. No Fair Play, o Sporting de Braga luta pelo título
sem ver um único cartão vermelho!
33
Liga ZON Sagres
Janeiro
Fevereiro
jogador
jogador
RODRIGO
LIMA
melhor
melhor
Benfica
Sp. Braga
Nome:
RODRIGO Moreno
Machado
Nacionalidade:
Espanhola
Nascimento:
1991-03-06 (21 anos)
Naturalidade:
Rio de Janeiro – Brasil
Posição: Avançado
Altura: 1,80 m
Peso: 74 kg
Clubes: Nigrán CF, Celta
de Vigo, Real Madrid,
Bolton e Benfica
Nome:
Rodrigo José LIMA dos Santos
Nacionalidade:
Brasileira
Nascimento:
1983-08-11 (28 anos)
Naturalidade:
Monte Alegre ‑ Brasil
Posição: Avançado
Altura: 178 cm
Peso: 78 kg
Clubes: Mixto, Paysandu, Iraty,
Corinthians-PR, Paraná, Juventus-SP, Santos, Avaí, Belenenses
e Sp. Braga
O avançado internacional espanhol foi
uma peça determinante para a conquista
de pontos decisivos na luta que os
encarnados moveram pela conquista do
título de campeões. No mês de Janeiro,
“o camisola 19” apontou 3 golos. Rodrigo
surgiu com grande qualidade e foi dos
que contribuiu para sentar Saviola no
banco. E naturalmente, em Março foi o
melhor da I Liga.
O avançado Lima tem estado em plano
de evidência nesta segunda volta do
campeonato e o mês de Fevereiro não
foi excepção, tendo apontado seis golos,
incluindo um hat-trick na 19ª jornada
diante do Gil Vicente e um “bis” ao Vitória
de Setúbal, uma jornada antes. Por ser
um jogador tão influente na manobra do
Sp. Braga, o prémio de Melhor Jogador de
Fevereiro é no mínimo justo.
34
35
Liga ZON Sagres
Um valor
em afirmação
Janeiro e Fevereiro
jovem
melhor
Daniel Candeias nasceu a 25/02/1988
em Fornos de Algodres, no distrito
da Guarda, e é um jovem extremo,
que iniciou a carreira no clube da sua
terra, colectividade onde conquistou
dois titulos distritais e se sagrou por
uma vez o melhor marcador.
Na época 2001/02, destacou-se
a jogar pela selecção da Guarda,
onde o seu trato na bola não ficou
indiferente aos olheiros portistas,
que o recrutaram. Já no FC Porto, na
temporada seguinte, marcou os dois
golos da final de um torneio interassociações que deu a vitória da sua
selecção sobre a de Lisboa.
Em 2002/03, na sua primeira época
como Junior-C, jogou na equipa
satélite do FC Porto, o Padroense. Os
muitos golos que marcou contribuiram
para a chamada à selecção sub16, em Outubro de 2003. A estreia
apareceria na dupla jornada contra
a França, em Dezembro do mesmo
ano. Ao segundo jogo marcaria o
seu primeiro golo. No forte torneio
internacional de Idanha-a-nova
marcou um golo em cada um dos três
jogos, cimentando o seu lugar e o seu
CANDEIAS
Nacional
Nome:
Daniel João Santos CANDEIAS
Nacionalidade: Portuguesa
Nascimento:
1988-02-25 (24 anos)
Naturalidade:
Fornos de Algodres - Portugal
Posição: Extremo
Altura: 177 cm
Peso: 76 kg
Clubes: FC Porto (jun.), Varzim, Rio
Ave, Recreativo, Paços de Ferreira,
Portimonense e Nacional da Madeira
36
37
valor. Na época de 2006/07 sagrou-se
campeão de juniores pelo FC Porto,
sendo depois emprestado ao Varzim,
onde deu nas vistas. Em 2008/09
voltou ao FC Porto para começar a
pré-época tendo ficado no plantel até
janeiro, altura em que foi emprestado
ao Rio Ave. A concorrência nas alas
era enorme: Cristian Rodriguez, Tarik
e Hulk só para citar alguns. Apesar
disso, ainda teve a oportunidade de se
sagrar campeão nacional e vencedor
da Taça de Portugal nessa mesma
época.
Em 2009/10, Candeias foi emprestado
ao Recreativo de Huelva, a sua
primeira experiência no estrangeiro,
que que acabou por não correr
da melhor forma, tendo voltado a
Portugal para ser novamente cedido
ao Paços de Ferreira.
Na temporada seguinte, por via de um
negócio entre o FC Porto e o Nacional
da Madeira, o passe do jovem
extremo luso passou para o lado dos
madeirenses. Mesmo assim, seria
emprestado ao Portimonense.
Agora, no Nacional da Madeira, tem
sido um dos jogadores-chave.
LIGA ORANGINA
jogador
jovem
melhor
melhor
Janeiro e Fevereiro
Fevereiro
Estoril
Nome:
Luís Carlos Pereira Carneiro
(LICÁ)
Nacionalidade:
Portuguesa
Nascimento:
1988-09-08 (23 anos)
Naturalidade:
Lamelas – Portugal
Posição: Avançado
Altura: 1,81 m
Peso: 70 kg
Clubes: O Crasto (jun.), Social
Lamas, Académica, Tourizense,
Trofense e Estoril-Praia
38
Prémio juventude
não chega...
O percurso no futebol de Luís
Carlos Pereira Carneiro, mais
conhecido por Licá, começou no
“O Crasto”, clube local de Castro
D’Aire, onde alinhava pelas equipas
mais jovens.
A sua ascenção deu-se quando
na época 2006/07 ingressou nos
seniores do Social de Lamas. Mais
uma vez, evidênciou qualidades
e fez com que a Académica o
contratasse. Tal como muitos dos
jovens que passam na “Briosa”,
também Licá teve de rodar no
clube-satélite: o Tourizense. A
época de 2007/08, foi dividida por
estes dois emblemas. Licá mostrou
mais uma vez evolução favorável
tendo na época seguinte ficado
no plantel principal da briosa,
aparecendo em jogos da Taça da
Liga e estreando-se como titular
39
para o campeonato, à oitava jornada,
diante do Belenenses.
Nas duas épocas seguintes, foi
emprestado sempre ao Trofense,
onde marcou golos importantes que
colocaram o emblema da Trofa na luta
pela subida ao principal escalão do
futebol nacional.
Esta época (2011/12), assinou
contrato pelo Estoril, e em boa
hora o fez, porque tem sido uma
das principais figuras da sempre
competitiva II Liga. No final de
Fevereiro, mês em que apontou três
golos, era o segundo melhor marcador
do campeonato, com 12 golos, numa
equipa que liderava o campeonato
com dez pontos de vantagem para o
segundo classificado - motivo mais
do que suficiente para aparecer nas
notícias como potencial reforço de
equipas da I Liga.
LIGA ORANGINA
Janeiro
Prémio
Fair Play
jogador
melhor
STEVEN
VITÓRIA
1ª Volta
Portimonense
Sp. Braga
Estoril
Liga ORANGINA
Liga ZON SAGRES
Nome:
STEVEN de Sousa Vitória
Nacionalidade:
Portuguesa
Nascimento:
1987-01-11 (25 anos)
Naturalidade:
Toronto, Canadá
Posição: Defesa
Altura: 195 cm
Peso: 86 kg
Clubes: FC Porto (jun.), Tourizense,
Olhanense, Sporting da Covilhã
e Estoril Praia
Os extremos que se tocam
Não é frequente uma equipa
que disputa os primeiros
lugares do campeonato ser
ao mesmo tempo a mais
disciplinada, mas o Sporting
de Braga alcançou esse
feito na primeira volta da
Liga Zon Sagres, recebendo
menos cartões (33 amarelos
e zero vermelhos) do
que todas as outras e
conquistando o Prémio Fair
Play atribuído pelo Sindicato
dos Jogadores. Os extremos
FAIR PLAY Janeiro
Sete golos marcados esta época,
três dos quais num só jogo, contra
o Arouca, já em Janeiro, mês em
que foi eleito o melhor jogador da
II Liga! Se os melhores ataques
também começam na defesa, então
o central do Estoril é dos jogadores
que mais contribui para essa ideia.
Steven está em grande.
Sp. Braga
40
tocam-se: na Liga Orangina,
a equipa mais disciplina foi o
Portimonense (44 amarelos;
1 duplo amarelo), embora
os algarvios não estejam
a conseguir aliar a folha
disciplinar ao rendimento
dentro do campo - estão
no último lugar, em zona
de despromoção. Destaque
ainda para os prémios Fair
Play de Janeiro (Braga e
Moreirense) e Fevereiro
(FC Porto e Penafiel).
FAIR PLAY Fevereiro
Moreirense FC
FC Porto
41
FC Penafiel
40 ANOS
Aniversário SJPF
40 ANOS
A História resulta em livro
O Sindicato dos Jogadores
Profissionais de Futebol
cumpriu no passado dia 23 de
Fevereiro o seu 40º aniversário.
A data coincidiu, precisamente,
com o lançamento da Semana
Contra o Racismo e Violência
no Desporto, um dos grandes
projectos a que o Sindicato
se propôs para este ano de
2012. Ao mesmo tempo, o
Sindicato apresentou a nova
imagem referente ao 40º
aniversário. E ficou a saber-se
que brevemente será lançado
um livro que fixará a História
da instituição: “SJPF, 40 anos
de História”.
“Assinalámos o nosso
aniversário com orgulho e
sentido de dever cumprido,
mas um acontecimento desta
dimensão significa ao mesmo
tempo maior responsabilidade
– nestas quatro décadas
desenvolvemos trabalho,
conquistámos direitos para
os futebolistas, mas temos
o obrigação de continuar a
defendê-los e cumprir outros
projectos futuros”, disse
Joaquim Evangelista, numa
conferência de Imprensa
realizada no dia 23 de
Fevereiro.
O presidente do Sindicato
dos Jogadores agradeceu a
todos os que de forma directa
ou indirecta ajudaram a
construir o actual Sindicato,
nomeadamente aos seus
antecessores, Artur Jorge,
Agostinho Oliveira, Vasco
Gervásio, José Eduardo
Sampaio, Shéu Han, Adelino
Barros, José Couceiro e António
Carraça. É esse percurso dos
diferentes presidentes que
ficará registado no livro “SJPF,
40 anos de História”, da autoria
de Afonso de Melo e Nuno Dias,
uma obra que tem o prefácio de
Jorge Sampaio e Jorge Santos,
os primeiros juristas que
trabalharam nesta casa.
A obra descreve, por exemplo, as
circunstâncias em que é gerado
o Sindicato no início dos anos 70
do século passado, numa altura
marcada pelo combate à chamada
42
Lei de Opção, um mecanismo que
os clubes utilizavam para poderem
segurar os seus futebolistas. A
notoriedade de Eusébio e António
Simões, jogadores várias vezes
impedidos de se transferirem
para o estrangeiro, ampliou
a insatisfação e a união dos
jogadores.
Após a Lei de Opção, as conquistas
foram várias. O Sindicato dos
Jogadores cresceu, está mais
próximo dos associados, ganhou
influência, está representado
nas instituições nacionais e
internacionais, cumpre diversos
projectos de intervenção social,
mas continua com a sua acção
marcada pela defesa das
condições laborais dos jogadores.
Desde 1972 em campo pelos Jogadores
43
40 ANOS
O António Simões tinha
propostas para sair?
Tinha vários clubes interessados,
entre eles o Boca Juniors da
Argentina, com uma excelente
proposta até para o Benfica.
Mas a resposta podia ser
simplesmente um não, por mais
contactos que pudessem existir.
De resto, os nossos contratos
eram automaticamente renovados
por vontade do clube. Éramos
propriedade dos clubes.
António Simões
Os clubes tinham todos os direitos
“ e os jogadores nenhuns
António Simões, uma das principais
figuras do Benfica e da Selecção
Nacional dos anos 60, recorda as
circunstâncias em que nasceu o
Sindicato dos Jogadores Profissionais
de Futebol, uma instituição que
ao longo de 2012 cumpre o 40º
aniversário, mas que teve a sua génese
em factos ainda anteriores a 1972.
Como é que se envolveu na
génese do Sindicato?
Estávamos em 1967, tinha apenas
23 anos. Naquela altura era
complicado apontar algo que
pudesse colocar em causa o
Benfica, mas era preciso fazer
alguma coisa pelo estatuto do
profissional de futebol. Já tínhamos
algumas condições, já íamos para
estágio, a comida já era razoável,
a logística funcionava, mas para a
sociedade em geral os profissionais
de futebol eram apenas vistos
como “jogadores da bola”. Era isso
que se dizia! “Jogadores da bola”.
”
O António Simões era bastante
novo mas pensava em mais do
que jogar...
Repare, nem era uma questão de
dinheiro, o que percebi foi que era
necessário fazer algo pela dignidade
da profissão. E aí mandei-me! Era um
jovem!
Qual era o seu problema com o
Benfica?
Naquela altura os clubes tinham todos
os direitos e os jogadores nenhuns.
44
Aliás, só depois é que chegou a
chama “Lei de Opção”, que obrigava
os clubes a igualarem uma proposta
que pudesse aparecer. De certo modo
foi o meu caso que veio ajudar a criar
essa lei que, aliás, era boa para nós, a
nível nacional, porque obrigou a que
os clubes, para nos segurarem, se
antecipassem a possíveis propostas
que pudessem aparecer. Mas a nível
internacional esta lei não significava
nada: independentemente da proposta,
o clube podia dizer não.
Como conheceu Jorge Sampaio?
Conheci o Dr. Jorge Sampaio por
recomendação de alguém que nos
era próximo. Sabe que ele é um
grande apaixonado pelo futebol?
Dizia-me que ia a pé e à chuva
ver os jogos do grande Benfica
da década de 60. Começámos
as reuniões e aí formou-se logo
ideia que era importante lutar
pela criação de um Sindicato. “É
necessário fazer alguma coisa para
que isto não se repita”. Depois,
existem nomes importantes neste
processo que devemos igualmente
referir: Pedro Gomes, Eusébio (pelo
grande impacto da sua figura),
Toni, Hilário e o Artur Jorge (que,
aparecendo mais tarde, se revelou
importantíssimo devido à sua
formação académica).
Como eram esses dias?
Primeiro arrancámos com a força
dos homens da bola, foi tudo
espontâneo. Depois, com o Dr.
Jorge Sampaio, alcançámos outro
nível – é ele o responsável pelos
estatutos. Lembro-me de no início
lá ir eu a caminho do Ministério das
Corporações, às vezes acompanhado
pelo Pedro Gomes, outras pelo
Hilário, mais tarde com o Toni...
E o Governo recebia-os?
Notei muita resistência. Sabia que
estava no auge, que tinha nome,
mas na altura era impensável
falar em direitos de jogadores
ou trabalhadores. Lembro-me de
na altura fazer declarações para
uma reportagem de “A Bola” e ter
dito isto: “O meu direito é não ter
direitos nenhuns”. Foi uma boa
frase para um miúdo de 23 anos.
Se calhar o facto de ser
jogador do Benfica também
lhe permitia dizer coisas que
outras pessoas não podiam.
É verdade, eu estava à vontade para
dizer uma frase dessas – também era
a força do futebol e do Benfica. Estou
seguro que se não fosse jogador do
Benfica não teria conseguido abrir
portas como consegui.
Sentiam alguma forma de
clandestinidade? Tomavam
precauções?
Sim, as nossas reuniões eram
feitas com discrição. Talvez eu
fosse o mais irreverente, mas
sentia que estava a fazer algo
espontâneo e justo. Criei muitos
amigos, mas também ganhei
incompatibilidades. A paixão por
um clube não pode colocar em
causa os valores da Justiça. De
qualquer forma, fomos criando
as condições para que em 1972
conquistássemos finalmente o
direito de estar organizados.
E nasce finalmente o
Sindicato.
E é a partir daí que se inicia a
consolidação, com o Artur Jorge
decisivo, graças à sua formação.
De mim costumam dizer que
fui o D. Afonso Henriques do
Sindicato, fui eu que dei a pátria
45
ao Sindicato. Depois, como o Dr.
Jorge Sampaio estava conotado
com a oposição ao regime, quem
passou a acompanhar mais o
Sindicato foi o Dr. Jorge Santos.
Sente-se reconhecido?
Isto não é uma questão de
procurar mérito, é uma questão
de responder ao que o futebol
nos pediu. O meu mérito foi
não ter recuado, não ter medo,
ter coragem. Quando somos
jovens temos menos medo e
mais coragem. É por isso que
a juventude é tão importante
na sociedade. Todos foram
importantes, mas eu tive o
privilégio de dar o primeiro passo.
Como vê o Sindicato hoje?
Esta capacidade de intervenção
activa é muito importante.
E vai para além de questões
contratuais ou laborais, porque
os problemas que afectam o
futebol e os jogadores surgem a
vários níveis. Veja a questão do
alargamento da Liga. Existe algum
estudo capaz de provar que esta
seria uma decisão benéfica para
o futebol? O país tem condições
económicas e financeiras para
suportar o alargamento? Se o
futebol não é capaz de gerar
dinheiro para os clubes existentes,
se já existem ordenados em
atraso, se já existem clubes
falidos, como é que a solução é o
alargamento da Liga? Com esta
proposta, mais uma vez o futebol
fez uma grande manifestação de
irresponsabilidade. E mais uma vez
o Sindicato teve neste domínio
uma palavra muito importante!
glÓRIAs
Foi uma das grandes figuras do futebol português nas décadas de sessenta
e setenta. Alcançou a glória com as camisolas do Vitória de Setúbal,
do Benfica e da Selecção Nacional. E… salvou Eusébio da morte.
Jaime da Silva Graça nasceu a 10
de Janeiro de 1942, em Setúbal.
Desde muito novo que ganhou
o bichinho pelo futebol. O seu
irmão Emídio Graça, internacional
português que chegou a jogar no
Sevilha, era a sua referência.
Aos 15 anos, Jaime jogava no
Palmelense. Dois anos mais
tarde mudou-se para o Vitória de
Setúbal. O virtuosismo de Jaime
encantou os dirigentes sadinos e
as gentes de Setúbal. Era craque
e ninguém ficava indiferente ao
seu talento. Em 1961/62, ajudou
o Vitória a subir à I Divisão e até
1966 (data em que se transferiu
para o Benfica) foi sempre uma
das grandes figuras da equipa.
Na época de 1964/65, ainda
antes de se mudar para a Luz, o
médio brilhou intensamente com a
camisola vitoriana conquistando a
Taça de Portugal. Na final, o Vitória
de Setúbal derrotou o Benfica
por 3-1 e Jaime marcou um dos
golos. Foi ele que, juntamente
com Mário Coluna, subiu à tribuna
presidencial para receber o
troféu das mãos do Presidente da
República.
Estreou-se na Selecção Nacional
(36 internacionalizações e
quatro golos) a 24 de Janeiro de
1965, frente à Turquia (5-1). Foi
precisamente o primeiro jogo dos
Foi sete vezes
campeão nas
nove épocas que
jogou no Benfica
Magriços na caminhada rumo
ao brilhante terceiro lugar no
Mundial de 1966, em Inglaterra. O
Campeonato do Mundo mudou a
sua vida. Jaime Graça foi totalista
e assinou contrato com o Benfica.
Em Agosto de 1966, logo após
o Mundial, estreou-se com a
camisola encarnada ajudando
a reeditar nas águias a linha
ofensiva da Selecção – o próprio,
Coluna, José Augusto, António
Simões, Eusébio e José Torres.
Esteve durante nove épocas no
Benfica. Venceu sete campeonatos
nacionais e três Taças de Portugal,
além de ter disputado uma final
da Taça dos Clubes Campeões
Europeus em 1967/68 (derrota por
1-4, frente ao Manchester United).
Mas a sua aventura no Benfica
começou de forma atribulada.
Estava apenas há seis meses no
clube quando após um jogo em São
João da Madeira, e já no Estádio
da Luz, o treinador Fernando Riera
submeteu os jogadores a sessões
de hidromassagem. Aconteceu
então o improvável. Um curtocircuito ceifou a vida de Luciano
e se não fosse Jaime Graça a
levantar-se e a desligar o quadro
eléctrico uma maior tragédia teria
acontecido. Com esse acto salvou
a sua vida, a de Eusébio, a de
Camolas, a de Carmo Pais e a de
Malta da Silva. Valeram-lhe os seus
46
conhecimentos de electricista,
ofício que aprendeu em Setúbal
antes de se tornar num “senhor
da bola”.
Entre 1973 e 1975 a sua estrela
começou a empalidecer e decidiu
regressar ao Vitória de Setúbal. Na
cidade do Sado jogou mais duas
épocas. Tinha 35 anos quando
despediu-se da I Divisão. Rumou
aos Açores para jogar e treinar o
Oliveirense de São Miguel. Entre
outras equipas nacionais, Jaime
Graça orientou ainda o Operário,
onde lançou o antigo internacional
português Pauleta, melhor
marcador da história da Selecção
Nacional, com 47 golos, contra 41
do “rei” Eusébio.
Em 1986, coadjuvou José Torres
no Mundial de 1986, no México.
Jaime Graça regressou ao Benfica
e ali se manteve nas camadas
jovens do clube.
Morreu a 28 de Fevereiro de 2012,
vítima de doença prolongada,
precisamente no dia em que o
Benfica fez 108 anos.
47
FUTEBOL FEMININO
Jogadoras lançam o desafio ao futebol português
Depois de uma primeira medida,
a nomeação de Carla Couto
como embaixadora para o futebol
feminino, o Sindicato dos Jogadores
apresentou todo seu projecto para
a modalidade, que contempla a
criação de um gabinete próprio,
liderado pelo vice-presidente José
Carlos. O projecto foi oficializado
em conferência de Imprensa no
dia 26 de Março e, para além dos
nomes atrás referidos, contou com
a presença de Joaquim Evangelista
e José Carlos, presidente e vicepresidente do Sindicato, ainda
de Mónica Jorge, directora da
Federação Portuguesa de Futebol
Sindicato lança novo projecto
Futebol Feminino
Objectivo: Apoiar e valorizar as jogadoras portuguesas
O Sindicato dos Jogadores apresentou o Projecto Futebol Feminino,
criando um gabinete para a modalidade e nomeando o coordenador
José Carlos e a embaixadora Carla Couto. Veja todas as medidas.
48
para o futebol feminino e Fátima
Duarte (presidente da Comissão
para a Cidadania e Igualdade de
Género). O objectivo do Sindicato dos
“Há muito trabalho para
fazer e temos de ser nós
a fazê-lo, porque acreditamos na nossa qualidade”
Carla Couto, Embaixadora
Jogadores é potenciar a visibilidade
e os apoios para uma modalidade
que se encontra em crescimento no
nosso país mas carece de incentivos
para se consolidar. Mónica Jorge,
directora da FPF, desafiou os clubes
grandes a apostarem no futebol
feminino. “Vamos ver qual será o
primeiro clube grande a ter coragem
de aderir ao futebol feminino. Já
que chamamos grande clube,
também será grande nesse aspecto”.
Joaquim Evangelista, presidente
do Sindicato, destacou as palavras
de Mónica Jorge em relação à
necessidade de intervenção dos
“grandes”. “A grandeza de um
clube não se mede apenas pelos
resultados desportivos, mas também
pela sua capacidade de intervenção
social. Veremos o que os clubes vão
fazer neste domínio”, disse.
O presidente do Sindicato destacou
o facto de este projecto também
combater a discriminação de
género, porque pretende criar
“ O Sindicato, pela sua
responsabilidade, não
podia passar ao lado de
um projecto destes”
José Carlos, Coordenador
condições para a participação
de mais mulheres no futebol, e
apresentou as medidas que o
organismo se propõe realizar
(ver quadro).
Projecto SJPF
Medidas Organizativas/Operacionais
Medidas de Intervenção política
a) Criação de um Gabinete de Futebol Feminino
b) Nomeação de José Carlos coordenador para o Projecto
c) Nomeação de Carla Couto embaixadora SJPF
d) Indicação de Carla Couto para o Comité de Futebol Feminino da FIFPro
e) Extensão dos serviços SJPF ao Futebol Feminino
f) Atribuição dos prémios de “Melhor Jogadora”, “Melhor Marcadora”
e “Melhor Portuguesa no Estrangeiro”
g) Promoção nos suportes de comunicação SJPF (revista, site e redes sociais)
h) Criação de um logótipo identificador do Projecto Futebol Feminino
a)Educação/Qualificação: Análise do Estatuto de Alta Competição;
protocolos/parcerias com universidades (formação)
b) Saúde: Lesões e seguros (desenvolvimento dos mecanismos de apoio
necessários)
c) Contrato Colectivo de Trabalho: Estabelecimento de um contrato colectivo
de trabalho com as condições mínimas para a profissão
d) Elaboração de estudos que permitam o entendimento e a discussão
da realidade do Futebol Feminino em Portugal
e) Promoção nas escolas, através do projecto SJPF Escola.Futebol.Cidadania
49
FUTEBOL FEMININO
Selecção
Nacional
Sindicato apresenta projecto
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de
Futebol apresentou o projecto Futebol Feminino
às jogadoras da Selecção Nacional A. A 2
de Abril, aproveitando o estágio realizado no
Cartaxo, Joaquim Evangelista e José Carlos
– presidente do Sindicato e coordenador do
projecto em causa – enunciaram as medidas
que se propõe colocar em marcha no apoio às
futebolistas e na promoção da modalidade. As
jogadoras nacionais acolheram o projecto e
sabem agora que podem contar não apenas com
os serviços SJPF, mas também com a promoção
da modalidade e com a discussão de temas
urgentes para a sua actividade. As internacionais
portuguesas representam o expoente máximo do
futebol feminino, mas o Projecto enquadra-se em
toda a realidade nacional.
50
51
As nossas internacionais
“
“
Nem sequer imaginava ir
para Espanha, quanto mais agora
para os Estados Unidos
Sonho jogar no Sporting.
É pena não terem equipa
Qual é a solução para uma futebolista
que gosta de ir à praia mas joga em
Saragoça, a mais de 300 kms do mar?
Ou vai à praia “de vez em quando” ou
transfere-se para a Califórnia, um dos
estados mais abençoados da América
para ir a banhos. Parece brincadeira
mas Ana Borges, uma internacional
portuguesa de apenas 21 anos, vai dar
o salto para uma das melhores ligas do
Mundo (a W-League, porque este ano a
principal liga americana foi cancelada),
ainda por cima para um clube da costa
Leste dos Estados Unidos. A melhor
jogadora da Selecção Nacional presente
na última da Algarve Cup ainda não
acredita mas, é um facto, a partir de
Maio vai jogar no Santa Clarita Blue
Heat – é mesmo na Califórnia e o
Oceano Pacífico fica pouco mais de
meia-hora de caminho...
“Às vezes ainda penso que estou a
dormir. Nem sequer imaginava ir para
Espanha, quanto mais agora os Estados
Unidos”, diz-nos Ana Borges. Após
a Algarve Cup, esta atacante ainda
regressou ao Prainsa Zaragoza, clube
onde chegou em 2008, mas quatro anos
depois já é tempo de dizer adeus.
No outro lado do Atlântico, vai competir
contra aquelas que aprendeu a admirar,
embora ela própria não seja uma
jogador qualquer. O seleccionador
nacional, António Violante, disse que Ana
Borges tem características especiais:
“Acelera, vai-se embora e tem frieza na
hora de finalizar”. A receita permitiulhe marcar três golos no Algarve. “É
verdade, a minha principal qualidade
é a velocidade”, confirma. Curioso foi
o facto de ter passado pelas posições
de lateral e ala, para agora assumir
”
um papel de goleadora; ou então
saber-se que quando era mais jovem
nem achava grande piada a correr
atrás de uma bola. “Jogava na escola
mas quando me falavam para ir
treinar a uma equipa não achava isso
muito interessante... correr atrás de
uma bola? Numa equipa? De resto,
às vezes há miúdas que têm jeito
mas não sabem onde ir jogar; essa é
uma diferença em relação ao futebol
masculino; precisamos de mais
equipas, e precisamos que os clubes
grandes também apostem no futebol
feminino”, avisa.
Ana Borges nasceu em Gouveia
e começou a jogar no Fundação
Laura Santos. “Um dia um vizinho
convenceu-me a ir a um treino; fui
de calças de ganga e sapatilhas
normais. Não tinha noção...” Afinal
tinha jeito porque logo aos 18 anos foi
para Espanha. Segue-se os Estados
Unidos, onde nem sequer está muito
confortável com o inglês. “Terei mais
portuguesas comigo e além disso
naquela zona há muita gente a falar
castelhano”.
Apesar das dificuldades, aí está uma
grande oportunidade de carreira
internacional para mais uma jogadora
portuguesa. “Se o futebol feminino
continuar a evoluir em Portugal e se
tiver sorte penso que posso jogar ao
melhor nível nos próximos dez anos”,
diz-nos. Só não sabe se concretizará
outro sonho. “Adoro futebol, gosto
muito de ver o meu Sporting.
Também sonho jogar pelo Sporting,
aliás, em pequenina dizia que iria
jogar no meu clube. É pena que não
tenham uma equipa...”
52
Nacionalidade
Portuguesa
Naturalidade
Gouveia (15/06/1990
Idade
21 anos
Posição
Ala/avançada
Altura
1,58 m
Peso
49 kg
Clubes
Fundação Laura Santos
Prainsa Zaragoza
SC Blue Heat
47
53
”
opinião
Homo Sapiens e Demens
A cultura ocidental, à luz do Iluminismo, não cessa
de exaltar o homo sapiens, ou seja, o homem
enquanto ser de grande saber e racionalidade.
Chega mesmo ao ponto de chamá-lo sapienssapiens, sábio-sábio. O cristianismo proclama-o,
“urbi et orbi”, filho de Deus, irmão de Jesus Cristo.
E assim, porque se sabe a primeira das criaturas,
nasce, nele, como erva daninha, uma imparável
vontade de domínio, ignorando e desprezando a
autonomia dos demais seres vivos, incluindo povos
e nações. Por seu turno, a filosofia foi construindo,
paulatinamente, as bases racionais deste domínio.
Descarte (1596-1650) tentou ensinar que o ser
humano deve ser “o mestre e o dono da natureza”.
Francis Bacon (1561-1626), o introdutor do
método científico, criou a expressão “saber é
poder”, dando à palavra “poder” o significado de
domínio absoluto sobre a Natureza e até sobre a
mulher, dado que à mulher a identificaram com
a Natureza. A ciência orgulha-se de cultores de
génio, como Galileu (1564-1642), Copérnico
(1473-1543) e Newton (1643-1727). Só que
as características da ciência, onde estes três
sábios tiveram presença inesquecível, era (como
se sabe) materialista e mecânica, reducionista
e dualista, linear e determinista. E eis aí o ser
MANUEL SÉRGIO
“
Filósofo do Desporto
Os problemas de resolução
mais difícil, que nos surgem no
treino desportivo, não são físicos
– são humanos!
”
humano “quebrando os laços de coexistência
com os demais seres (…), esquecendo a teia
de interdependências de todos os seres, de sua
comunhão com os vivos e da solidariedade entre
todos” (Leonardo Boff, O Despertar da Águia,
Vozes, Petrópolis. 2009, p. 17).
No entanto, ferve e referve, grita e palpita o apelo
de todos os explorados e marginalizados, e até de
todos os homens de boa vontade, por um mundo
diferente, pela emergência de uma civilização
assente na coopetição e não na competição –
coopetição, quero eu dizer: competição com
cooperação, uma competição solidária e não uma
competição hostil. A construção de um mundo
novo, no terceiro milénio, há-de resultar de um
progressivo desenvolvimento da democracia
54
integral e portanto na economia, na ciência, na arte,
na cultura, no desporto, etc. E há-de ainda resultar
de um conceito de Povo que assim resumo: todos
os cidadãos são chamados a ser Povo, a rejeitar
as relações senhor-servo e a criar uma economia
social de mercado onde se estabeleçam relações de
coopetição e não de competição tão-só. O desporto,
por exemplo, enquanto lazer, saúde, educação ou
espetáculo, deve ser concretizado tendo em conta
a eminente dignidade do ser humano e portanto
de todos os praticantes. Os Governos, os Comités
Olímpicos, as Autarquias, o Movimento Associativo,
atuando de maneira concertada, hão-de assumir
políticas de promoção e desenvolvimento do
Desporto donde possa antecipar-se o Homo Sapiens
e não tanto o Homo Demens. Há, dentro de cada
um de nós, o Homo Sapiens e o Homo Demens,
que o mesmo é dizer: ora nos revelamos como
pessoas de sabedoria admirável, ora manifestamos
uma insensatez inesperada. Que o Desporto se
converta num espaço onde se aprende a passar da
insensatez à sabedoria...
Como? É tão fácil: basta que o Desporto não seja
unicamente uma Atividade Física! Os problemas
de resolução mais difícil, que nos surgem no treino
desportivo, não são físicos – são humanos!
É preferível o treinador ser amado ou temido?
Na sua obra mais famosa “O Príncipe”, Nicolau
Maquiavel (1469-1527) fez a seguinte pergunta: “É
preferível um líder ser amado ou temido?” Podemos
desde já adiantar que Maquiavel chegou à seguinte
conclusão: “É importante ser amado e temido,
porém, é melhor ser temido que amado.” Maquiavel
explica que o amor é um sentimento volúvel e
inconstante, na medida em que as pessoas são
naturalmente egoístas e frequentemente podem
mudar a sua lealdade. Em contrapartida, o medo
da punição é um sentimento que não pode ser
modificado ou ignorado tão facilmente, pelo que, de
uma maneira geral, as pessoas tendem a respeitar
aqueles que temem.
A pergunta de Maquiavel, muito provavelmente,
é frequentemente colocada pelos mais diversos
treinadores por esse mundo fora que têm de dirigir
equipas onde, quer do ponto de vista interno quer
do ponto de vista externo, se disputam os mais
diversos interesses.
Por isso, o treinador, na sua arte, entre o temor e
o amor, tem de saber gerir a distância entre ele
próprio e a equipa que lidera. Não é fácil.
No jogo que é o campeonato, de uma maneira
geral, as coisas acontecem de modo diferente
do previsto e apresentam um aspeto diverso
daquele que tinham à partida. Se um engenheiro
pode, calmamente, acompanhar a progressão da
sua obra, pelo contrário, o treinador encontra-se
constantemente no centro de um eterno redemoinho de:
Informações falsas e verdadeiras e de uma comunicação social sem piedade;
Erros cometidos devido ao medo, à negligência, ou
à precipitação de dirigentes incultos e ignorantes;
Hipotéticas ou reais violações da sua autoridade,
Gustavo Pires
Presidente do Fórum Olímpico de Portugal
“
O treinador, na sua arte,
entre o temor e o amor, tem de
saber gerir a distância entre ele
próprio e a equipa que lidera.
Não é fácil.
”
por motivos quer errados, quer certos, por parte
dos jogadores;
Sentimentos de dever mal compreendidos no
calor da refrega;
Indolência e provocações dos adversários mais
atrevidos;
Exaustão e desânimo nos momentos da derrota
azarada;
Irritação pelos acasos da bola que nenhum
mortal poderá alguma vez prever.
Em conformidade, o treinador é vítima de “100
mil pressões”, das quais:
Unas têm uma tendência intimidante que o
levam a criar distância relativamente à equipa;
Outras têm uma tendência encorajante que o
levam a aproximar-se da equipa.
55
E o treinador tem de aguentar tal como uma rocha
aguenta o bater das vagas. Só com experiência,
coragem e estabilidade de caráter ele adquire a
competência necessária para gerir todo o tipo de
incidentes quer sejam de sinal positivo quer negativo. Contudo, se a sua competência se estrutura
na experiência de todos os dias, ela só se fortalece
no conhecimento estruturado da reflexão teórica
que a deve fundamentar.
Assim sendo:
1. O treinador é temido quando coloca os
jogadores perante a obrigatoriedade do esforço extraordinário, do sofrimento, das privações, do medo
da derrota e do horror da morte certa enquanto
atletas que, no desespero da situação sem fugas,
obrigam a equipa a lutar em busca da excelência
sobre a qual deve organizar a vitória desejada.
2. O treinador é amado quando, pela sua imensa
força de vontade que se manifesta na perseverança, através de decisões intuitivas, espontâneas
e comungadas, na intimidade afetiva do grupo e
no ambiente de reflexão litúrgica que deve ser
o balneário, é capaz de construir as soluções
técnicas, táticas e estratégicas que conduzirão a
equipa à vitória desejada.
Assim sendo, para além de Maquiavel, é na gestão par-
cimoniosa entre o temor e o amor que o treinador
tem de sustentar a sua liderança no respeito pelo
amor-próprio e o dos próprios jogadores.
Ele tem de, intuitivamente, saber gerir a distância
das suas relações com os jogadores. Se estiver
muito próximo acaba por se tornar vulgar, se estiver muito longe perde o contacto com a dimensão
humana da equipa. Ele tem de ser amado porque
está próximo mas tem também de ser temido
porque está longe. Só assim ele será respeitado.
LAZER
carros
Audi A6 Avant 3.0 V6 TDI 245 CV
Pequeno mas muito
irrequieto e atrevido
Renault Twingo Gordini RS
A Renault recuperou a mítica “alcunha” Gordini para
baptizar os seus modelos mais desportivos.
O motor que anima o Twingo RS Gordini é o 1.6 de
133 CV e a Renault decidiu não apostar na sobrealimentação. Preferiu “puxar” a potência do bloco 1.6,
mas o reverso da medalha é que a sua verdadeira
alma só se faz sentir a partir das 5000 rpm. Daí até
ao redline consegue ser um motor emocionante
e capaz de fazer subir a adrenalina. Mas a caixa
manual de cinco velocidades oferece rapidez
suficiente para camuflar alguma falta de ânimo nos
baixos regimes. O som do motor é agradável.
A suspensão é mais firme do que em qualquer
Twingo e isso ajuda a um comportamento dinâmico
muito divertido. A direcção também cumpre o
seu papel, já que está mais directa e permite
ganhar confiança em estradas mais sinuosas. Os
rija e eficaz quando a estrada é mais sinuosa.
A bagageira chega aos 560 litros que podem
crescer até aos 1680 litros com os bancos traseiros
rebatidos.
Bem equipada, esta carrinha tem tudo para agradar
à família, em especial a quem vai ao volante. A
navegação recorre a mapas do Google, permite
uma ligação de dados para que haja Internet no
carro, mas tem também um trackpad que permite
escrever direcções sem tirar os olhos da estrada.
Consumo, prestações e tecnologia são os
grandes atributos na carrinha Audi A6. Além da
cara rejuvenescida nota para o evidente salto
tecnológico e para a mecânica. Se o motor 3.0
TDI tem força em todos os regimes, a verdade
é que a caixa automática de dupla embraiagem
de sete velocidades, S-Tronic, dá uma boa ajuda,
também na redução de peso. Em modo normal fica
obcecada com os consumos e faz trocas de caixa
madrugadoras para que a média de combustível
não dispare. Mas em modo sport, as passagens
acontecem já perto do redline e tornam a condução
muito entusiasmante. O comportamento em curva
é fantástico, mesmo para uma carrinha que mede
quase cinco metros de comprimento.
O chassis é muito equilibrado e a suspensão
dinâmica consegue uma proeza difícil de alcançar:
confortável quando rolamos em estrada, mas mais
Cilindrada (cc)
Potência (CV)
Binário máximo (N.m)
Velocidade máxima (km/h) 0-100 km/h (s) Consumo médio (l/100 km)
Emissões de CO2 (g/km) Preço (euros) 2967
245
500
243
6,3
5,9
156
78 550
Para famílias apressadas
travões também são específicos desta versão, mais
potentes e mais resistentes à fadiga. O chassis
é equilibrado, mas quando queremos algo mais
emocionantes deparamo-nos com um entrave: o
ESP, de série, não pode ser desligado nem sequer
tem um modo Sport.
No interior não falta a placa numerada comum a
todas as versões Gordini. O ambiente mistura o
negro e o azul a combinar com a carroçaria – no
volante, no conta-rotações, na caixa de velocidades,
nas portas e nos bancos.
Cilindrada (cc)
1598
Potência (CV)
133
Binário máximo (N.m)
160
Velocidade máxima (km/h) 201
0-100 km/h (s) 8,7
Consumo médio (l/100 km)
7
Emissões de CO2 (g/km) 165
Preço (euros) 21 500
56
57
LAZER
LAZER
relógios
Puro e duro
GIRARD-PERREGAUX O modelo Girard-Perregaux 1966 Lady Fases da Lua é um exemplo da excelência relojoeira e da sua fidelidade aos códigos de elegância.
IWC O novo Worldtimer é ideal para quem precisa manter uma noção dos diferentes fusos horários.
PANERAI O Radiomir California 3 Days é um tributo à história e ao relógio que se converteu num marco da construção de relógios para mergulhadores profissionais.
Para controlar o
“Need For Speed: The Run” é um verdadeiro
arcade, não oferecendo grandes dificuldades de
condução. A quantidade de carros licenciados
presente é enorme (BMW, Ford, Porsche, Aston
Martin, Nissan, entre outros – a Ferrari está
ausente).
O objectivo é atravessar os EUA de costa a costa.
Vence quem chegar em primeiro. O protagonismo
pertence a Jack Rourke que se envolve com uma
mafia a quem deve dinheiro. Entra assim numa
corrida ilegal. Existem diferenças mínimas na
condução dos vários tipos de veículos, mas nada
de extraordinário. Já os cenários por onde passa
a corrida são de cortar a respiração. Montanhas,
deserto, cidades, neve, chuva, há de tudo um pouco.
O modo de progressão é feito por etapas, onde o
jogos
jogador tem de ultrapassar diversas missões, que
podem ser ganhar posições na corrida, bater o
relógio ou derrotar rivais. Não é possível efectuar
melhorias nos carros mas pode trocar de automóvel
durante a corrida.
Em suma, “Need For Speed: The Run” vale pela
qualidade gráfica, pela poderosa banda sonora, pelo
carros licenciados e pela jogabilidade arcade.
tempo
Queimar gorduras
VACHERON CONSTANTIN Os Métiers d’Art da Vacheron Constantin ligam as épocas, perpetuando artesanatos de tempos remotos.
RICHARD MILLE O grande realce do Richard Mille 056 Felipe Massa Sapphire é o facto da sua caixa feita ser inteiramente em cristal de safira.
HARRY WINSTON O Opus X da Harry Winston captura a forma e a dimensão do tempo através da rotação síncrona de módulos circulares.
58
Está com peso a mais? Quer ficar em forma?
Faça exercício e “Move Fitness” pode ajudá-lo
nessa, por vezes, árdua tarefa.
Uma das particularidades de “Move Fitness” é
ser totalmente em português. Depois, sempre
dá outro gosto fazer exercício com personal
trainers “famosos”. Para as senhoras, pode
ser mais interessante o Rui Unas e o Kapinha,
que emprestam as suas vozes aos treinadores
masculinos, enquanto a vertente feminina é
assegurada por Liliana Santos e por Mafalda
Matos.
Ao todo são cerca de 30 exercícios e outras
surpresas, onde são necessários os dois
comandos Move para chegar à melhor forma.
Entre movimentos com técnicas de combate
59
ou treinos que englobam mente e físico, tudo
conta para melhorar a performance física,
sempre com um conta calorias presente para
saber quantas foram queimadas em cada
exercício.
Para além do modo mais sério do jogo
estão ainda disponíveis outros modos mais
descontraídos que permitem queimar calorias.
País: Portugal
Record Online
Period.: Diária
Âmbito: Online
ID: 40399930
clipping
24-02-2012
Pag.: 1 de 3
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O MEU ESTÁDIO
Futebol > Nacional
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Sindicato apoia Saná
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24-02-2012
17:23
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Infografias
Centenário do Titanic
Pág: 33
17:16
Cores: Cor
Period.: Diária
Âmbito: Desporto e Veículos
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EPA
País: Portugal
ID: 40383403
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Andebol
Portugal na final do Campeonato Mediterrâneo
DEVIDO A SALÁRIOS EM ATRASO NO VALLADOLID
SJPF
apoia
Sana
Atletismo
Tadesse tenta bater recorde Mundial em Lisboa
Área: 21,31 x 21,53 cm²
17:12
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Olhanense
Sérgio Conceição: «Faltam-nos três ou quatro
vitórias para garantirmos a manutenção»
Iniciativa SJPF:
Apresentação da
Semana Contra o Racismo
e Violência no Desporto
17:12
Outras modalidades
Canoagem: Campeões no Portugual Winter Trial
17:07
Freamunde
Nicolau Vaqueiro: «Temos valor para sair desta
situação»
17:06
Nacional
Sindicato apoia Saná
17:01
P. Ferreira
Melgarejo: «Quero muito fazer a pré-temporada
no Benfica»
Mais notícias
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Cores: Cor
do que
Curtirgal164336 curtiram. Cadastre-se para ver 24,64
cm²
País: Portu
x
seus amigos gostam.
Área: 16,14
Period.: Diária
1
Corte: 1 de
los
orto e Veícu
Âmbito: Desp
Tiragem: 12000
06-04-2012
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de
94 o internacional
459
Futebol (SJPF)
está a
apoiar
ID: 411
português Saná, vice-campeão do Mundo sub20, dado que o jogador do Valladolid está com
salários em atraso.
Atividade recente
Criar uma conta ou entre para ver
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Em comunicado, o SJPF explica que Sana
denunciou a existência de ordenados em atraso
no clube, devido aos problemas financeiros. O
mesmo comunicado avança que o Sindicato
está a analisar "questões jurídicas complexas
que se colocam na relação contratual entre
clube e jogador".
Na próxima semana Joaquim Evangelista irá deslocar-se a Valladolid onde irá encontrar-se
com o internacional jovem.
ID: 407
07410
13-03-201
2
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: 161374
País: Port
ugal
Period.:
Âmbito:
ção Ger
al
Marcador
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Diária
Informa
Resultados | Classif. | Goleadores | Próx. jornada
Cor
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de
Primeira Liga
4 x 35,6
(Futebol Nacional, Futebol)
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+ Notícias
24/02
Marítimo
25/02
Académica
-
Benfica
26/02
P. Ferreira
-
Nacional
16:00
Beira-Mar
-
V. Setúbal
16:00
26/02
Olhanense
FC Porto
Sp. Braga
SportTV4
Futebol Futebol
Nacional Liga Europa Liga Orangina Liga
Fotos Liga Zon Sagres -
-
Sporting
26/02
27/02
SportTV1
Benfica FC Porto Fotos Futebol Fotos Futebol Nacional 20ª jornada
26/02
26/02
SJPF
preocupado com ordenados em atraso nos
clubes portugueses
SJPF
reúne-se com o
plantel do Leixões
Plug -in social do Facebook
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ESP
SportTV2
20:15
U. Leiria
20:15
Gil Vicente
Medidas:
16:00
18:15
Rio Ave
-
Feirense
20:15
-
V. Guimarães
20:15
SportTV3
Características:
(sem cadeiras) - Inauguração:
100M x 69 M - Lotação: 35.990
SportTV HD
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Guimarães
Idade: 40 anos
Posição: Defesa
Clubes: Benfica de Castelo Branco; Vitória de Guimarães;
Sporting; Benfica; Varzim; Estrela da Amadora, Santa Clara e Vizela
TVI
Rádio Record / Antena 1
ING
ALE
FRA
ITA
BRA
Outras ligas
Zon Sagres P. Ferreira Sporting V. Guimar ães Jogos em direto
Liga Europa
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ID: 40650536
Comentários
09-03-2012
Tiragem: 8500
Pág: 25
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 30,75 x 34,73 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Sp. Braga é equipa mais disciplinada da Liga
Mais votados
1-0
Man City | FC Porto
4-0
CSKA Moscovo | Real Madrid
1-1
Liga Zon Sagres
Menos votados
V. Guimarães | Benfica
DR
� Pedro Vieira da Silva
O Sporting de Braga recebeu, ontem, dois prémios, ambos atribuídos pelo Sindicato
de Jogadores Profissionais de
Futebol. Lima foi eleito melhor
jogador do mês de fevereiro,
enquanto os guerreiros do Minho foram galardoados com o
troféu de equipa mais disciplinada da primeira volta da Liga.
Alan, capitão dos arsenalistas,
recebeu o prémio fair-play em
nome do conjunto de Leonardo Jardim, que continua apontado… ao título.
Lima, ponta de lança brasileiro dos arsenalistas, venceu o
prémio de melhor jogador…
pela terceira vez esta época. O
atacante, que leva 16 golos em
21 jogos (Lima tem uma média de 0,76 golos, apenas superada por Cardozo, do Benfica,
que tem média de 0,80 golos,
tendo o paraguaio apontado
16 em 20 jogos) marcou sete
golos na Liga e um na Liga Europa durante o mês passado,
tendo bisado frente ao Vitória de Setúbal e feito um hat-
Mais antigos
0-1
Sporting | Legia
Liga dos Campe ões
Lima é o melhor jogador
do mês de fevereiro
Para comentar faça login ou, registe-se aqui.
Mais recentes
Besiktas | Sp. Braga
1-0
O troféu foi entregue por Re- fazemos muitas faltas. Qual é
Sporting | P. Ferreira
1-0
belo, representante do Sindi- o segredo? O segredo é tenV. Setúbal | FC Porto
cato dos Jogadores e um dos tar jogar sempre na bola. Às
1-3
futebolistas mais disciplinados vezes não é possível, mas treiU. Leiria | Beira-Mar
0-0
da história do futebol portu- namos sempre assim e vamos
Olhanense: Sérgio Conceição: «Faltam-nos tr ês ou quatro vitórias
manuten
paração»
o campo da mesma forguêspara
– sógarantirmos
viu um cartãoaverMais jogos em direto
ma», sintetizou.
melho
Freamunde: Nicolau Vaqueiro: «Temos valor para sair desta situa
ção»na carreira, por acuAntes Jogo
1ª parte
Intervalo
2ª parte
Quanto ao prémio entremulação de amarelos –, tendo
3-2012
15-0
Nacional: Sindicato apoia Saná
1.ª
prol.
2.ª
prol.
Pen
áltis
Alan dito que todos estão «or- gue a Lima, Alan concorda
40750553
P. Ferreira: Melgarejo: «Quero muito fazer a pré-temporada no Benfica
» pelaID:
«totalmente» com a distinção.
gulhosos»
distinção.
«Respeitamos
muito os ad- «Plenamente. Não foi só nesFotogaleria
Benfica: Jorge Jesus: «Temos 2 jogos importantes e n ão um particular
»
versários. Isto é a prova que so- tes mês, já teve outros meses
Benfica: Jorge Jesus: «Esperava eliminat ória mais equilibrada do FC Porto»
mos uma grande equipa, não fantásticos», enfatizou
17:12
17:07
17:06
17:01
15:26
14:51
14:36 Benfica: Jesus: «Todos queriam estar no lugar no Benfica »
Final
Mais fotogalerias
14:20 Benfica: Jorge Jesus: «Sem Javi somos diferentes a defender »
Depois de Lima ter assumido, no final do jogo com o GuiInquérito
Lima e Alan com os
troféus
14:18
Benfica: Javi García convocado para Coimbra
marães, que o Sporting de Braga iria lutar pelo título – ontem
-trick com o Gil Vicente.
Sindicato
deeJogadores
derança
dos melhores mar- o brasileiro já mudou o discurso… --, foi a vez do trinco líbio
Que resultado vai o Benfica obter em
14:07 FC Porto: Defour
Mangala para
ausentes
do treino
Djamal assumir, em declarações ao site blogolo, que os guerCoimbra, frente à Académica?
Os golos apontados por a região Norte.
cadores da Liga.
13:57 V. Guimarães: Júlio Mendes: «Sócios optam por um novo modelo
dedo
gest
ão» vão mesmo lutar pelo título.
reiros
Minho
Lima contribuíram, de forma
«Fico feliz por receber este
 Vitória



«No início da temporada queríamos acabar entre os três 
13:52
FC Porto: Mangala
ção «O
francesa
sub -21
decisiva, para a boa
carreira
prémio,
é sinal dispensado
que o meu tra-da sele
Alan:
segredo
primeiros. Agora que estamos nesse posto, vamos lutar pelo 
 Empate



do Braga, que ocupa
o terceibalho
e da equipa
é reconhejogar sempre
título. Estamos três pontos atrás do Porto e vamos jogar contra
13:47
Sporting: Adeptos
do Legia
detidosé presentes
a tribunal
 Derrota



ro lugar, com os mesmos 49 cido. Espero fazer por mere- na bola»
eles. Estou em Braga para ganhar títulos. O nosso objetivo era 
13:42 Sporting: Schaars nos convocados da Holanda
pontos do Benfica e a três do cer o bom trabalho de todos
Alan, capitão do Braga, receBrasil
líder FC Porto. 10:54 Mar ítimo: esta Tchô rescinde
época», afirmoue ovolta
ata- ao beu
o prémio fair-play, troféu
O artilheiro-mor dos arsena- cante, que está a fazer uma atribuído pelo Sindicato dos
10:14 FC Porto: Cronologia de uma época em sobressaltos
listas recebeu, ontem de ma- grande temporada, dividin- Jogadores e que distingue a
Grémio
adiouque
Cebola
nhã, na pedreira, o09:47
troféuFC Porto: das do com
Cardozo,
tam-devido...
equipaà goleada
mais disciplinada da I
mãos de Lucas, delegado
do bémNono
leva 16
marcados,
a li-semLiga
na primeira
volta.
07:44 Sporting: duelo
seguido
perder
em casa
entrar na Liga dos Campeões... mas se podemos ser campeõesVotar
nacionais, porque não?», questionou o trinco líbio, que fez
Total de votos: 3744
questão de elogiar Lima: «É um avançado muito completo,
mais completo que o Hugo Almeida», esclarecendo que a sua
relação com Leonardo Jardim, com que já havia trabalhado no
Beira-Mar, é sobretudo «profissional». «Não abuso. Não quero
que me tomem por puxa-saco...», brincou.
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Alan e Lima jogam à defesa
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Record Auto
História de Record
Emprego
F1
«Luta pelo título? Jogo a jogo…»
Sp. Braga e Lima
distinguidos pelo Sindicato
O Sporting de Braga está a
três pontos do FC Porto, em
igualdade pontual com o Benfica, mas Lima mostra-se cauteloso quando o tema resvala
para a luta pelo título.
«O Sporting de Braga, primeiro, pensa jogo a jogo. Temos de procurar vencer os jogos, depois fazemos as contas
no fim», destacou Lima, que
tem sido apontado ao FC Porto e também a emblemas estrangeiros.
O capitão dos arsenalistas,
Alan, alinha pelo mesmo diapasão, garantindo que o Spor-
Liga Zon Sagres
Liga Europa
Liga Orangina
Portugueses
Taça Portugal
Real Madrid
Râguebi
Taça da Liga
Mundial de Clubes
Ténis
Record TV
DR
ting de Braga não
está ob- bem a época e sóMundial?2010
depois penJogo da vida
Triatlo
Anunciar on-line
Jogos
2.ª Divisão
cecado com a chegada
à li- sar no futuro», finalizou.
Vela
Copa América
Carlos Laranjeira - 20
3.ª Divisão
Assinaturas
Tempo
derança.
anos de carreira
Voleibol
Mundial Sub-20
Seleções
«Ainda há muitos
jogos, Título de melhor
Outras
Futsal
Contactos
Fora de campo
vamos pensar jogo a jogo, marcador éModalidades
meta
Futebol de praia
Tentações
Opinião
Andebol
cada jogo é para vencer»,
Lima, ambicioso,
confessa
Directórios
Futebol feminino
Cine estreias
Atletismo
Editorial
afirmou.
que adoraria acabar
a época
Arbitragem
no topo da lista.Basquetebol
«Ficarei feliz
Cronistas
Notícias por RSS
Liga Record
Inatel
se acontecer. Ainda
há muiLima decide futuro
Ciclismo
Crónicas na rede
Promoções
Apostas
nãoPatins
é
no final daResultados
época e tos jogos, mas também
Hóquei em
Blogs
O vínculo queclassificações
liga Lima aos o primeiro objetivo.
JudoSe os goPoker
Multimédia
guerreiros do Minho termina los vão saindo é pelo trabalho
Internacional
em 2013, mas o atacante não de conjunto de todos. Se for
quer, para já, definir o seu fu- o melhor marcador vou ficar
turo. «Tenho mais um ano de feliz e agradecer a todos os
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de focar-me
empresa
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Cofina.
Consulte as Lima
condições
com o legais
troféu de
do utilização.
melhor jogador do mês de fevereiro
ting de
Braga»,
rematou.
mais nisso. Quero
terminar
SJPF marca presença na reunião
da FPF sobre o alargamento da 1ª Liga
60
Área: 16,85 x
Period.: Diária
mais ambicioso que dupla brasileira
«Vamos lutar pelo título»
Cores: Cor
País: Portugal
14:41 V. Setúbal: José Mota perent ório na antevisão ao duelo com o Beira -Mar
14:38 Benfica: Jorge Jesus: «Fico satisfeito que o N élson esteja convocado
»
Djamal
Pág: 38
Tiragem: 49755
sexta -feira / 24 fevereiro de 2012
ação
Âmbito: Inform
Geral
Corte: 1 de 1
33,79 cm²
Um palco mítico
Quim Berto chegou ao Sporting,
ainda passou no Benfica, mas não foi
Alvalade ou a Luz que o marcaram. O
que lhe ficou na memória foi o Estádio
Municipal de Guimarães, hoje o D.
Afonso Henriques. “Foi ali que que
conquistei muitas vitórias”, começa por
dizer-nos, destacando um triunfo que
não lhe sai da cabeça: “estávamos na
época de 1996/97 e o Vitória venceu
por 1-0 o Benfica”. O único golo dessa
partida foi apontado precisamente por
Quim Berto, de penalty, e o resultado
que acabou por ditar o despedimento
de Paulo Autuori do comando técnico
dos encarnados.
Nessa época, o FC Porto sagrou-se
tri-campeão (era a caminhada para
“penta”) e o Vitória de Guimarães ficou
em 4º lugar, à frente do Salgueiros
e do Benfica, que acabou numa das
piores classificações da sua história,
o 6º posto. Quim Berto jogou durante
cinco épocas no clube da cidade berço,
onde chegou inclusive a ser capitão de
equipa, realizando no total 143 jogos
e marcado 11 golos. “Não era fácil
jogar naquele ambiente. É um estádio
mítico que tem sempre muita gente na
bancadas, ainda para mais são adeptos
muito activos que amam o Vitória e que
acompanham o clube para qualquer
lado; quando alguma coisa não corre
bem, o ambiente pode ficar bem pesado
e difícil para o nosso lado”, diz, entre
sorrisos. “Foi de facto um estádio que
me ficou na memória e no coração,
passei lá 3 anos como capitão e apesar
de alguns momentos menos bons,
só me lembro da glória conquistada”,
conclui.
Desde o Campo da Atouguia até
às actuais instalações, o Vitória de
Guimarães passou por vários recintos.
A formação vimaranense jogou no José
Minotes, no Campo da Perdiz e no
Benlhevai, assim como na Amorosa.
A 3 de Janeiro de 1965, a equipa
do Vitória começou a disputar jogos
no Estádio Municipal de Guimarães.
Só mais tarde, em 1991, aquando
da remodelação que tinha em vista
a recepção do Mundial de Sub-21, o
mesmo passou a ser conhecido como
Estádio D. Afonso Henriques.
Em 2002, assiste-se a mais uma
renovação do Estádio D. Afonso
Henriques por causa da entrada
da cidade na rota dos palcos do
Campeonato Europeu de 2004.
61
regresso à infância
Quando teve noção de que gostava de futebol?
Muito cedo, com 9 ou 10 anos.
Muitos jogos de bairro?
Muitos mesmo!
E onde jogavam?
No meu bairro havia um quadrado e fazíamos disso o
campo de futebol.
Posição?
Era cada um por si.
Dividiam-se as equipas por clubes?
Era mais por rua o que gerava uma grande rivalidade
porque ninguém gostava de perder.
Alcunha?
Na altura nunca tive, só agora é que me chamam
“Capitas”.
Assumia que era algum jogador conhecido?
Na altura sim. Fazia-me passar pelo Futre ou pelo
Pacheco.
Para além da bola, o que não podia faltar?
A vontade, acima de tudo.
As balizas eram marcadas com pedras?
Sim, sempre com as pedrinhas.
Mudava e terminava aos quantos?
Dependia. Se houvesse equipas mudava aos cinco e
terminava aos 10, mas em caso de não haver equipas
era até de noite!
Primeiro a bola ou a namorada?
A bola, nessa altura nem se pensava nisso.
O gordo é que ia à baliza?
Era normalmente o dono da bola, que também não
tinha muito jeito.
Muitos joelhos esfolados?
Alguns (risos).
SANDRO
Naval, médio, 35 anos
“Fazia-me passar pelo Futre ou pelo Pacheco”
Havia algum ”chato” que não gostava de ver a malta a jogar?
Só a dona do apartamento que ficava atrás de uma das
balizas porque muitas vezes tinha os vidros partidos.
Continua a ter ligação com os amigos dessa altura?
Felizmente com muitos apesar de alguns de estarem
fora do País, mas quando nos encontramos é como se
fosse ontem.
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