à SAÚDE

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à SAÚDE
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RO 2013 • A
N
M
ZEM B
NO
54
•N
º1
3
87
VE
DE
O/
BR
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA
Menosprezo
à SAÚDE
Governo
deixou de
investir
R$ 94 bilhões
nos últimos
12 anos
WMA aprova revisão da Declaração
de Helsinki em Assembleia no Ceará
Pesquisa reprova
planos de saúde
Delegados aprovam
ações e contas da AMB
CERTIFICADO
DE ATUALIZAÇÃO
PROFISSIONAL
O Certificado de Atualização Profissional (CAP), com
validade de cinco anos, é documento padronizado e emitido
pela Associação Médica Brasileira e pelas Sociedades
de Especialidade, que atesta os novos conhecimentos
do médico, habilitando-o ao exercício de sua especialidade.
Todos os médicos portadores de Título de Especialista
ou Certificado de Área de Atuação podem participar
do processo de atualização profissional e obter o CAP.
Para sua obtenção, é necessário acumular 100 pontos
ao longo de um período de cinco anos (com pontuação
máxima de 40 pontos/ano) por meio de participação
em diferentes atividades de atualização credenciadas
pela Comissão Nacional de Acreditação – CNA.
Para se cadastrar, o médico deve acessar o site
www.cna-cap.org.br e seguir as instruções na
aba médicos/cadastre-se. Nessa área, o médico
também poderá conferir a sua pontuação.
Comissão Nacional de Acreditação - CNA
WWW.CNA-CAP.ORG.BR
O
BR
DE
O/
ZEM B
RO 2013 • A
NO
54
•N
N
M
º1
3
87
VE
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA
Menosprezo
à SAÚDE
Governo
deixou de
investir
R$ 94 bilhões
Conteúdo
2
Editorial
3
Palavra do presidente
4
Entrevista com
Antonio Carlos Lopes
5
6
10
Entrevista com
Ronaldo Caiado
Assembleia anual da
Associação Médica Mundial
volta ao Brasil depois de
37 anos
Brasileiro assume
a presidência
do Junior Doctors
12
Delegados aprovam ações e
contas da diretoria
14
Governo pressiona e
Mais Médicos agora é lei
16
Governo: menosprezo
à saúde
nos últimos
12 anos
WMA aprova revisão da Declaração
de Helsinki em Assembleia no Ceará
Pesquisa reprova
planos de saúde
Delegados aprovam
ações e contas da AMB
18
Científico aprova Medicina
Nuclear como especialidade
20
Pesquisa reprova
planos de saúde
22
Conselho avalia proposta da
ANS sobre hierarquização
24
Educação continuada
26
Rol amplia cobertura dos
planos de saúde
27 Câmara técnica
de implantes
27 Comissão de combate
ao tabagismo
28 Agenda
30
Especialidades/ notas
31 Federadas/ notas
32
Livros/ títulos e certificados
www.amb.org.br
Mais saúde em 2014
Associação Médica Mundial
A matéria que abre esta última edição do ano do Jornal da Associação Médica Brasileira mostra o menosprezo do governo federal com a saúde do povo brasileiro. Demonstra como vem diminuindo, ano a ano, a participação da União no financiamento do sistema de saúde, transferindo sua responsabilidade para os sobrecarregados
Estados e municípios.
Esse descaso está sendo contestado pela Associação Medica Brasileira, que
entrou com ação cobrando do Ministério da Saúde explicações sobre o motivo de
ele ter deixado de investir R$ 17 bilhões no setor no ano passado. Dados recentemente divulgados pelo Sistema Interno de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) ampliam esses números para quase R$ 94 bilhões, se considerados os últimos 12 anos.
Também merece destaque nesta edição, com ampla cobertura, a reunião da
Associação Medica Mundial (WMA), realizada de 16 a 19 de outubro, no Ceará,
que voltou a acontecer no Brasil após 37 anos – a última assembleia em nosso país
foi em São Paulo, em 1976.
Além de discussões dsobr temas relevantes envolvendo problemas com a medicina em vários países, importantes decisões para a área da saúde em nível mundial também foram tomadas. Exemplo disso foi a aprovação de mudanças na Declaração de Helsinki, após quase dois anos de revisões. Esta foi a sétima revisão
desde a sua criação, em Helsinki, em 1964. Durante o evento, nosso colega Nivio
Moreira, coordenador do Comitê de Médicos Jovens da AMB, também foi eleito o novo presidente do Junior Doctors Network, entidade que congrega médicos residentes de diferentes países. Para finalizar, em Fortaleza também ocorreu a
posse da nova presidente da WMA: Margaret Mungherera tornou-se a primeira
mulher africana a assumir o posto de presidente da Associação Médica Mundial.
Apesar da luta das entidades médicas, o “Mais Médicos” agora é lei, sancionada pela presidente Dilma no mês de outubro. O assunto também é discutido nesta edição e, como não poderia deixar de ser, também tomou conta da maior parte
das discussões durante a Assembleia Delegados, realizada na sede da Associação
Paulista de Medicina, que aprovou as ações e contas da AMB. O novo programa
do Ministério de Saúde ainda é tema central das duas entrevistas apresentadas nesta edição: tanto o deputado Ronaldo Caiado como o professor Antonio Carlos Lopes não pouparam críticas à forma como o governo conduziu o processo de contratação dos médicos estrangeiros para o programa.
Em relação aos planos de saúde, este número do Jamb apresenta duas matérias: a primeira, sobre o novo rol de procedimentos da ANS, obrigatório a partir
de 2014. A segunda diz respeito à pesquisa realizada pela Associação Paulista de
Medicina e Datafolha, confirmando queixas, falhas no atendimento, dificuldades
para realização de exames, entre outros pontos.
Outras matérias que merecem destaque nesta edição: a medicina nuclear foi
aprovada pelo Conselho Científico como nova especialidade da AMB; o Conselho de Defesa Profissional prossegue com a avaliação da proposta da ANS sobre
hierarquização de procedimentos; as reuniões da Câmara Técnica de Implantes
e das Comissões de Combate ao Tabagismo e Obesidade, além dos programas de
educação medica continuada.
Todas essas ações que vêm sendo firmemente desenvolvidas pela AMB, com
certeza, terão ainda mais fôlego no próximo ano. Desejamos boas-festas e um feliz 2014 com mais saúde.
Para reflexão: “A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; Mas,
só pode ser vivida olhando-se para frente.”
Jane Maria Cordeiro Lemos
Diretora de Comunicações
2
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
DIRETORIA
Presidente
Florentino de Araújo Cardoso Filho
Primeiro vice-presidente
Jorge Carlos Machado Curi
Segundo vice-presidente
Newton Monteiro de Barros
Vice-presidentes
Lairson Vilar Rabelo; Antonio Fernando
Carneiro; Carlos David A. Bichara;
Sidneuma Ventura; Álvaro R. Barros Costa;
Petrônio A. Gomes; José Luiz Weffort;
Celso Ferreira Ramos Filho; José Fernando
Macedo; Murillo R. Capella.
Secretário-geral
Aldemir Humberto Soares
1º Secretário
Antonio Jorge Salomão
1º Tesoureiro
José Luiz Bonamigo Filho
2º Tesoureiro
Murilo Rezende de Melo
Diretores
Acadêmico
Marcos Pereira de Ávila
Atendimento ao Associado
Guilherme B. Brandão Pitta
Científico
Edmund Chada Baracat
Comunicações
Jane Maria Cordeiro Lemos
Cultural
Hélio Barroso dos Reis
DAP
Robson Freitas de Moura
Defesa Profissional
Emílio César Zilli
Economia Médica
Roberto Queiroz Gurgel
Marketing
José Carlos V. Collares Filho
Proteção ao Paciente
Rogério Toledo Júnior
Relações Internacionais
Miguel Roberto Jorge
Saúde Pública
Modesto A. de Oliveira Jacobino
Assuntos Parlamentares
José Luiz Dantas Mestrinho
Diretora Responsável
Jane Maria Cordeiro Lemos
Editor Responsável
Aldemir Humberto Soares
Conselho Editorial
Antonio Jorge Salomão;
José Luiz Bonamigo Filho;
Edmund Chada Baracat;
Florentino de Araújo Cardoso Filho.
Editor Executivo
César Teixeira (MTB 12.315)
Colaboração
Ana Paula Davim, Helena Fernandes
Departamento Comercial
Fone (11) 3178-6809/6801
Tiragem
50.000 exemplares
Periodicidade
Bimestral
Impressão
RR Donnelley
Filiado à ANATEC
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01333-903 – São Paulo – SP
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Assinatura
Anual R$ 60,00; avulso R$ 10,00
Fone (11) 3178-6800, ramal 130
Editora Manole
Editor gestor: Walter Luiz Coutinho
Editora: Karin Gutz Inglez
Produção editorial: Julia Carvalho, Juliana
Morais e Cristiana Gonzaga S. Corrêa
Capa: Rafael Zemantauskas
Projeto gráfico e diagramação: Sopros Design
Fotografia de capa: Fridmar Damm/Corbis/Latinstock
Os anúncios e opiniões publicados no JAMB são de inteira
responsabilidade de seus anunciantes e autores.
A AMB e a Editora Manole não se responsabilizam pelo seu conteúdo.
Tiragem auditada pela BDO
Florentino Cardoso
um ano de lutas
Estamos no final de mais um ano, 2013, no qual tivemos
grandes desafios e lutas relacionadas ao médico, à medicina e à saúde da população.
Avançamos na aproximação com nossas federadas e sociedades de especialidade, sempre ouvindo,
discutindo e aprimorando nossas relações, focadas
no bem coletivo. Alegra-nos o engrandecimento e representatividade das nossas sociedades, de muitas das
nossas associações estaduais. Entidades fortes, fazem-nos individualmente ainda mais fortes.
O momento exige de nós prudência, preocupação, discernimento, inteligência e bastante força para
enfrentarmos os enormes desafios que temos: novos
juntam-se aos antigos, alguns que ameaçam o médico
e a saúde do nosso povo. Por exemplo, o desastroso e
mal concebido programa “Mais Médicos” do governo
federal. Não somos contra médicos formados no exterior virem trabalhar no Brasil. Todavia, precisam ser
bem avaliados em relação a conhecimentos, habilidades, atitudes e na nossa língua.
A caótica saúde pública brasileira precisa ser melhorada, porém vê-se que o governo não quer enfrentar
três principais problemas: subfinanciamento, má gestão
e corrupção. A AMB concebeu, lançou (em nossa sede
em fevereiro de 2011, com a OAB Nacional e a ANM –
Academia Nacional de Medicina), abraçou e lutou pelo
projeto de lei de iniciativa popular para colocar 10% da
receita corrente bruta da união no SUS. Várias outras entidades aderiram, especialmente a CNBB, a Comissão de
Saúde da Assembleia Legislativa de MG e os Conselhos
de Saúde, possibilitando entregar ao Congresso Nacional cerca de 2,3 milhões de assinaturas. Temos mostrado exemplos da gestão temerária, quando observamos a
situação de hospitais no RJ (Ipanema, Bonsucesso, Servidores etc.), todos sob a responsabilidade do Ministério
da Saúde, da degradante situação de pacientes em corredores e até no chão em emergências das grandes cidades,
da longa fila de espera para consultas, exames, cirurgias.
A corrupção no setor saúde está estampada semanalmente nos nossos jornais.
Infelizmente, há “viés de contaminação” de gestores do sistema de saúde público, nos três níveis (municipal, estadual e federal), misturando politicagem e
visão eleitoreira, quando deveria preponderar a competência técnica. E, como no Brasil, há eleições a cada
dois anos, sofremos ainda mais. Fala-se fortemente
do “Mais Médicos” como principal bandeira eleitoral,
para o governo que tem péssima avaliação na saúde
e “trampolim” para outros que querem eleger-se. Não
podemos misturar saúde com politicagem, porque
a população sofre ainda mais. Agoniza e morre sem
adequada assistência. Não somente a assistência está
ruim, também o ensino e a pesquisa no setor saúde.
Escolas de medicina sem a qualidade desejada e a pesquisa clínica a reboque de outros países. Que sejam
bem avaliados os egressos dos nossos cursos de medicina, as nossas escolas! Que a burocracia cesse e nossa
pesquisa possa deslanchar!
Defendamos nossas bandeiras com altivez, dignidade, verdades, força e perseverança, pois “a verdade é filha
do tempo, não da autoridade”, assim como “a justiça tarda, mas não falha”. Estejamos unidos e vitórias virão.
A saúde é nosso bem maior e o povo brasileiro merece respeito.
Feliz Natal a todos e um 2014 venturoso para nosso
povo bom e trabalhador.
Florentino Cardoso
Presidente da Associação Médica Brasileira
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
3
Arquivo pessoal
Antonio Carlos Lopes
Antonio Carlos Lopes é doutor em Cardiologia e livre-docente em Clínica Médica pela Escola
Paulista de Medicina, diretor e professor titular de Clínica Médica da Universidade Federal de
São Paulo e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Um dos mais respeitados
nomes da medicina nacional falou ao Jamb sobre o programa Mais Médicos.
Qual a sua visão sobre o programa Mais Médicos?
Antonio Carlos Lopes – Ninguém contesta que são
necessários médicos nas regiões afastadas. Nossa preocupação
é com a oferta da saúde integral, pois o médico sozinho não
consegue melhorar as condições de saúde local. É necessário,
além de mais médicos, mais enfermeiras, mais farmacêuticos,
enfim, o que é preconizado pelo próprio Ministério da Saúde
com a equipe multiprofissional. Os médicos brasileiros se
afastam dessas localidades, pois não têm como trabalhar
nelas, pela falta de estrutura e de uma carreira de estado que
os proteja. Aqueles que se arriscaram sofrem com o que
ocorre hoje: o médico empregado pela prefeitura está sendo
demitido para dar lugar ao profissional contratado com verba
do governo federal. E por que o governo, nos últimos anos, não
se preocupou em oferecer essas condições? Por que só agora,
um ano antes das eleições, despertou para tal preocupação?
Está claro que se trata de um programa eleitoreiro. Sob o
ponto de vista humanístico, somos solidários aos cubanos,
à disposição de trabalharem num local que não conhecem,
sem infraestrutura. O que contestamos são as características
do trabalho escravo, pois eles estão confinados a apenas
uma região, com passaportes retidos e salários indignos.
Infelizmente, sabemos que não poderão fazer muita coisa, a não
ser sob o risco do infortúnio e de pagar um preço alto por isso.
O programa irá melhorar a saúde do brasileiro?
Antonio Carlos Lopes –De forma alguma, porque pressupor
atenção básica sem ter examinado o doente antes é um
grande erro. A simplicidade da sua doença não dependerá
da competência do médico em diagnosticá-lo, pois aquilo
que pode ser atenção básica para o médico mal preparado
poderá não ser para o melhor preparado, que conseguirá
fazer prognósticos, vislumbrar complicações etc. Por isso,
o doente deve ser visto como um todo, da maneira mais
completa possível, com atenção integral, incluindo toda a
infraestrutura necessária. Atenção básica é só para quem tem
formação básica, e serve somente para “quebrar galho”, como
se diz popularmente. Convivo diariamente com pacientes
indicados para atendimento na atenção básica, mas que, na
verdade, apresentam diagnósticos extremamente complicados.
Como se pressupõe atenção básica sem examinar o doente
antes? Repito: atenção básica é igual à medicina quebra4
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
-galho. E é esse tipo de medicina que o governo está
oferecendo aos mais carentes com o Mais Médicos.
Na sua opinião, como as entidades
médicas atuaram no episódio?
Antonio Carlos Lopes –Tiveram um comportamento
muito conformista. Não se conseguiu a política de
resgate que se pretendia. Trilhou-se o caminho errado
de críticas aos estrangeiros, que não tinham nenhuma
culpa na situação, embora por trás deste programa
exista uma ideologia política. Creio que as entidades
poderiam ter feito uma melhor articulação política com
o governo para não se chegar ao ponto de desgaste atual.
O diagnóstico que não foi feito é o porquê de os médicos
estarem realmente incomodados. Não é por causa
dos cubanos, por reserva mercado, corporativismo ou
vaidade, como dizem. Além do aspecto eleitoreiro, o fato
principal foi o governo ter interferido na medicina: no
sistema de graduação e de residência médica; invadido
o direito das Especialidades, interferido na emissão do
título de especialista e nas ações dos conselhos; tudo para
valorizar apenas a atenção básica, o que é um absurdo.
Foi isso que deixou a classe médica desconfortável,
contrária a essa política insana do governo. A nossa
medicina é secular, de alto nível, da graduação à
residência médica, da pesquisa à produção científica,
sendo referencial, em muitos casos, para o mundo.
Levamos muitos anos para chegar a esse nível e tudo
isso não pode ser destruído por questões eleitoreiras.
E a recente proposta do governo de um
novo imposto exclusivo para a saúde?
Antonio Carlos Lopes –É mais uma visão daqueles que
não enxergam a saúde como se deve. No ano passado,
R$ 17 bilhões não foram usados pelo Ministério da
Saúde. Para que mais dinheiro se não se usa o que tem?
É mais uma proposta absurda, pois o problema é de má
gestão. Falta bom senso a essas pessoas que dirigem a
saúde. São políticos que só querem holofotes. Se esses
cargos fossem ocupados por pessoas qualificadas e
capazes, e não pelo currículo de compartilhar a mesma
ideologia, a saúde brasileira não estaria nesse patamar. ■
Arquivo pessoal
Ronaldo Caiado
Médico ortopedista voltado para a área de cirurgia vertebral, o deputado
Ronaldo Caiado (DEM/GO), líder de seu partido, manteve posição sempre
firme e coerente contra a MP 621/13, que criou o Programa Mais Médicos.
Nesta entrevista ao Jamb, ele fala sobre tema.
O senhor acredita que esse programa poderá alterar
Qual a sua leitura sobre a aprovação
os indicadores da Saúde em nosso país?
do programa Mais Médicos?
Ronaldo Caiado – Vamos a um cálculo rápido: se hoje ao
Ronaldo Caiado – Foi uma decisão terminantemente
paciente do SUS for solicitado um exame bem simples, a média
política e eleitoreira. O governo usou da situação caótica
de tempo de retorno ao consultório é de três meses; para exames
da saúde no país e, em vez de investir na carreira de
mais sofisticados, mamografia ou endoscopia, o paciente só vai
Estado e no financiamento da saúde, resolveu usar do
retornar entre seis a oito meses. Ora, o governo não investiu
mesmo marketing feito na Venezuela às vésperas das
de forma alguma em infraestrutura, no aparelhamento dos
eleições, quando Hugo Chávez importou 35.000 médicos
e agentes de saúde. O mesmo se repete aqui, pois sabemos hospitais, muito menos na criação de novas unidades para atender
a toda essa demanda. Então, vai existir um engarrafamento
que a estratégia é trazer mais 16.000 médicos, e fica clara
completo e sem nenhuma solução por parte do governo. É
a utilização de cabos eleitorais disfarçados de médicos
preciso lembrar que só no governo Dilma, de 2011 a 2013, foram
para atender a população brasileira. Além de jogar sobre
fechados 12.679 leitos nos hospitais públicos, o que mostra o
os ombros do médico brasileiro a responsabilidade
total desinteresse no atendimento da população brasileira.
sobre o caos da saúde, ainda dizem que agora estariam
resolvendo assunto. Mas a solução para isso é criar a
Como o senhor avalia a atuação das
carreira de Estado para médicos e aprovar o aumento
entidades médicas contra a MP 621?
do financiamento da saúde, tendo como base 10% da
Ronaldo Caiado – Eu tenho que parabenizar o presidente da
verba bruta da União, o que acrescentaria mais R$ 40
AMB pela firmeza ao enfrentar essa discussão de cabeça erguida,
bilhões às ações na área. O que nós estamos vendo é que
estão usando a boa fé da população e iludindo as pessoas. atuando corajosamente conosco no plenário e exigindo que o
médico tenha qualificações mínimas para exercer a medicina
Somente daqui mais ou menos um ano é que a sociedade
no Brasil. A AMB está de parabéns, por seu presidente e
vai tomar conhecimento do golpe de que foi vítima.
pela a equipe técnica que nos assessorou durante toda a luta.
Na sua visão, por que o médico tem sido tão desvalorizado? Infelizmente eu não posso fazer a mesma referência ao Conselho
Ronaldo Caiado – Esse processo de escolher um inimigo Federal de Medicina (CFM), que preferiu negociar com o
governo, abrindo mão de uma prerrogativa que foi dada a nós
para ganhar eleições é uma prática conhecida. Quando
médicos em 1957 pelo então pelo presidente Juscelino Kubitschek,
o governante tem uma postura populista, e não de
que é a de registrar e fiscalizar a profissão no país. Isso fragilizou
estadista, sempre usa esse mecanismo. Tenta repassar
ainda mais nossa categoria, já agredida pelo veto da Presidente da
a alguém a responsabilidade sobre sua incapacidade,
República ao Ato Médico, que retirou de nós a regulamentação
seu insucesso e sua incompetência. Os escolhidos,
de uma profissão secular de tamanha importância.
justamente no momento em que as pesquisas mostram
que 78% da população desaprova o atendimento da
O que pensa da criação de uma nova
área de saúde, foram os médicos. E o que o governo
Contribuição Social para a Saúde?
fez? Em vez de tomar medidas no sentido de corrigir
Ronaldo Caiado – É inquestionável o quanto esse governo
essas falhas, resolveu demonizar a figura do médico
é afrontoso à sociedade brasileira. É incapaz de explicar seus
brasileiro, jogando em seus ombros essa conta que não
gastos e prioriza obras apenas de interesse político, tudo com
é nossa. Com uma campanha publicitária vultuosa,
o dinheiro da população. E, quando se exige aumento de verba
o governo tem feito as pessoas acreditarem que a
para a Saúde, ele diz que tem que cobrar da população. Essa
responsabilidade é dos médicos. Assim, o governo
proposta da CSS, na verdade, é a volta da CPMF. Isso é uma
passou a surfar nessa onda, enganando a população,
afronta, uma postura desrespeitosa e nós esperamos derrubar
falando mal dos médicos brasileiros com o objetivo
esse projeto, não deixando sequer que ele chegue ao plenário. ■
de eleger um candidato, que é o ministro da Saúde.
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
5
Fotos: Maísa Thomaz e Orlando Ribeiro
WMA
ASSEMBLEIA ANUAL DA
ASSOCIAÇÃO MÉDICA
MUNDIAL VOLTA AO BRASIL
DEPOIS DE 37 ANOS
A
cidade de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, Ceará, teve o
privilégio de receber, entre 16 e 19
de outubro, a Assembleia Anual da
Associação Médica Mundial (World
Medical Association – WMA), para discutir questões de extrema importância para
a classe médica e a saúde da população de
todo o mundo. O evento voltou ao Brasil depois de 37 anos – a última Assembleia da
WMA no país foi realizada em São Paulo,
em 1976.
As atividades começaram com a realização das reuniões do Junior Doctors Network
(JDN), grupo composto por médicos jovens
que se associam à WMA para troca de experiências. O encontro elegeu o novo presidente para o biênio 2013/2014, o brasileiro
6
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
Nivio Moreira, atual coordenador do Comitê de Médicos Jovens da AMB (mais detalhes
sobre o JDN na página 10).
No primeiro dia da Assembleia, membros do conselho e representantes de entidades médicas de todo o mundo analisaram mudanças em diretrizes e resoluções da
WMA e também avaliaram propostas para
novas medidas. O principal objetivo dessas
discussões, que envolveram médicos de diferentes países, foi a busca pela excelência em
saúde na assistência à população.
Os temas abordados envolveram assuntos médico-sociais, como resoluções sobre
violência contra mulheres e crianças, o direito de reabilitação de vítimas de tortura, o
programa de gerenciamento e diagnóstico
de doenças fúngicas – uma proposta da As-
sociação Médica Brasileira – e o papel dos
médicos na prevenção do tráfico e da adoção
ilegal de menores. Decidiu-se também por
se divulgar uma declaração emergencial da
WMA condenando o tratamento da homossexualidade como doença em alguns países.
Durante as discussões do primeiro dia, o
presidente da AMB, Florentino Cardoso, o diretor de Relações Internacionais da AMB, Miguel Jorge, e o ex-presidente da WMA e ex-presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral,
abordaram a atual situação da saúde pública no
Brasil, principalmente as ações do governo brasileiro relacionadas ao programa Mais Médicos. O conselho da Associação Médica Mundial avaliou e aprovou resolução de apoio à
AMB (veja nota no quadro na página 9).
envolvem preocupações globais. A Sessão
Científica teve como tema principal “Estilos
de vida e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)”.
Hábitos saudáveis de alimentação
Howard Bauchner, da Associação Médica
Americana (AMA), mostrou dados sobre a
realidade dos Estados Unidos em relação a
dieta e saúde e destacou o aumento do número de obesos americanos e a importância
de políticas públicas concretas para prevenir a obesidade no país, que já se tornou uma
epidemia. Luiz Claudio Castro, representando a AMB, abordou a obesidade infantil durante a sessão científica da WMA. Ele ressaltou a importância de se promover a saúde e
o bem-estar durante o desenvolvimento da
criança, o que tem ajudado muito a reduzir a
mortalidade infantil, por exemplo (em queda
constante no Brasil nos últimos 20 anos). Ele
também chamou a atenção para que a obesidade seja vista, diagnosticada e tratada como
uma doença, não apenas como um estado.
Comitê de ética médica
O principal tema em debate relacionado à
ética médica foi a revisão da Declaração de
Helsinki (DoH), um dos documentos internacionais mais importantes em relação ao
controle ético sobre pesquisa clínica em seres humanos. As mudanças propostas foram
apresentadas na tarde do primeiro dia de dis- Atividade Física
cussões e, após ajustes e consenso dos mem- Jeremy Lazarus, representante da Associabros do conselho da WMA, a nova versão da ção Médica Americana (AMA), abordou o
DoH foi aprovada na Assembleia Geral do tema “médicos como modelos para a atiúltimo dia de discussões (mais detalhes no vidade f ísica”. Comentou pontos da rotina
quadro na página 9).
médica que afetam a qualidade de seu traNo segundo dia, representantes de as- balho, como as horas seguidas de trabalho,
sociações médicas ao redor do mundo de- o estresse e a pressão diária. Representanbateram assuntos de relevância em saú- do a AMB, Carlos Serrano Jr. falou sobre
de, medicina e bem-estar da população, que “atividade f ísica e promoção da saúde”. CarMembros da diretoria da
AMB reunidos durante a
Assembleia da WMA
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
7
Evento reuniu lideranças
médicas internacionais
Mungherera, nova presidente da WMA
los abordou aspectos que diminuem cada
vez mais o hábito de fazer atividade f ísica,
como os aparelhos eletrônicos (as pessoas
passam mais tempo em frente à TV), a falta de segurança para caminhar nas ruas e o
padrão de alimentação que tem sido incentivado pela sociedade de consumo, como o
fast-food. Ele também mostrou estudos sobre a influência direta do aumento da atividade f ísica na redução do diabetes tipo 2 e
de doenças cardiovasculares.
Tabaco e saúde pública
O representante da Associação Médica Finlandesa, Heikki Palve, mostrou a realidade da
Finlândia e as políticas que foram aplicadas
em seu país para, cada vez mais, reduzir o
fumo e deixar os ambientes livres de tabaco.
Alberto Araújo, representando a AMB,
trouxe para discussão o papel dos profissionais de saúde no controle das políticas do tabaco. Alberto ressaltou que o médico deve
fazer uso de sua posição estratégica na prevenção e no combate ao fumo. “Para colaborar
com isto, a AMB tem um programa de apoio
aos médicos fumantes”, finalizou Alberto.
Álcool e saúde pública
A representante da Associação Médica Finlandesa, Mervi Kattrlus, compartilhou as ações
e políticas da União Europeia (EU) contra os
efeitos nocivos do álcool. O tema do abuso do
álcool por adolescentes também foi abordado
por Sérgio de Paula Ramos, representante da
AMB, destacando que o abuso do álcool gera
2,5 milhões de mortes todo ano e apontando
que a propaganda da indústria da cerveja exer8
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
ce grande influência no incentivo ao consumo
da bebida por parte dos adolescentes.
Nova presidência da WMA
Margaret Mungherera tornou-se a primeira
mulher africana a assumir o posto de presidente da Associação Médica Mundial. Em seu
primeiro discurso como presidente da WMA,
no penúltimo dia da Assembleia, ela ressaltou
a importância de as associações médicas nacionais lutarem a favor dos pobres.
“Não há nenhuma parte do globo que não
tenha pessoas pobres, que não podem acessar
serviços de saúde; pessoas com doenças mentais que são discriminadas; pessoas que são vítimas de tortura. Como médicos, temos o privilégio de poder fazer algo sobre isso. Podemos
fazer individualmente, mas podemos fazer ainda melhor por meio da medicina organizada,
por meio das Associações Médicas Nacionais e
da Associação Médica Mundial”, disse Margaret.
Para seu ano presidencial, Margaret escolheu alguns focos de trabalho: doenças não
transmissíveis, saúde materna e saúde mental. Ela ressaltou que esses problemas, em
muitas áreas do mundo, especialmente as
mais pobres, não possuem recursos aplicados. Ela também pediu para que as associações médicas nacionais defendam cinco estratégias: prática baseada em evidências;
forte atenção à saúde; medicina preventiva; força de trabalho adequada, qualificada e
motivada em saúde; e, por último, relacionamento e parcerias, especialmente com setores de fora do segmento médico, para abordar os determinantes sociais da saúde, como
tabaco e falta de saneamento.
Florentino Cardoso, presidente da AMB
Fotos: Maísa Thomaz e Orlando
Associação Médica Mundial publica revisão
da Declaração de Helsinki durante assembleia no Brasil
O secretário da Saúde do estado do Ceará
e ex-ministro de estado da fazenda, Ciro Ferreira Gomes, prestigiou a cerimônia e ressaltou a importância das discussões da Assembleia da WMA. “A causa do povo é uma tarefa
de todos nós. Os senhores, mais do que quaisquer outros, que deram suas vidas para a vocação de salvar pessoas, devem encontrar ideias
inovadoras para celebrar, um dia – e que este
não seja distante – um mundo capaz de garantir qualidade de vida a todos os cidadãos”.
O presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, agradeceu a presença de todos os membros da WMA e representantes de países do mundo todo. “Estamos
muito felizes com os temas debatidos e com a
qualidade das apresentações e debates, inclusive na sessão científica, onde pudemos trocar
experiências sobre os determinantes sociais,
como estilo de vida, tabagismo, alcoolismo,
obesidade e doenças crônicas não transmissíveis”. Falou também da honra de receber no
Ceará a assembleia geral da WMA. Finalizou
desejando parabéns a todos os médicos pelo
transcurso do dia do Médico, 18 de outubro. ■
Para garantir maior proteção para as pessoas que participam de
pesquisas clínicas, a Associação Médica Mundial (WMA) propôs
mudanças em sua Declaração de Helsinki (DoH).
Depois de um processo de dois anos de revisões, a WMA adotou e
publicou uma versão revisada da Declaração de Helsinki em pesquisa
clínica, que irá celebrar seu aniversário de 50 anos no próximo ano.
Membros da Assembleia Anual da WMA em Fortaleza (CE), no Brasil,
apoiaram as mudanças na Declaração, que não só proporcionam maior
proteção para grupos vulneráveis envolvidos em pesquisas, mas também
incluem uma nova disposição para compensar as pessoas prejudicadas
como resultado de sua participação na pesquisa. Além disso, há requisitos
expandidos para acordos pós-estudo para garantir que os participantes
envolvidos na pesquisa continuem a ter acesso ao tratamento que foi
benéfico a eles e possam ser informados sobre os resultados da pesquisa.
A presidente da WMA, Margaret Mungherera, ressaltou a importância da
revisão: “As mudanças aprovadas são para o fornecimento de um maior
grau de proteção para as pessoas envolvidas em pesquisa. Nós passamos
dois anos consultando as Associações Médicas dos países membros da
WMA, especialistas externos e o público e estamos satisfeitos de hoje
termos uma declaração que exige maior transparência sobre a pesquisa
médica e maior responsabilidade sobre a segurança do paciente”.
Miguel Jorge, diretor de relações internacionais da AMB, fez parte do
grupo da WMA que revisou a DoH e comentou a importância de ela
ser colocada em prática no Brasil. “A AMB reconhece a importância
da DoH como um conjunto de princípios éticos consumado por
sociedades médicas de todo o mundo e entende que o Brasil necessita
estar alinhado com todos os países onde pesquisas são feitas”.
Essa foi a sétima revisão da Declaração de Helsinki desde a sua criação,
com notas de esclarecimentos adicionadas em 2002 e 2004. É um dos mais
importantes regulamentos internacionais éticos na pesquisa biomédica.
Ela foi originalmente adotada pela 18ª Assembleia Geral da WMA em
Helsinki, na Finlândia, em 1964, e consiste em princípios éticos que
estabelecem orientações claras para pesquisas médicas envolvendo seres
humanos. Confira a nova versão da Declaração de Helsinki em: http://
www.wma.net/en/20activities/10ethics/10helsinki/index.html ■
Associação Médica Mundial apoia AMB e condena políticas contrárias à revalidação de diploma internacional
Na última sessão da Assembleia, membros da WMA e representantes de associações nacionais de todo o mundo aprovaram
documento manifestando apoio aos médicos brasileiros na luta contra o programa Mais Médicos, condenando qualquer política
ou prática que interrompa os padrões aceitos para revalidação do diploma internacional de assistência em medicina. A WMA
pede que o governo brasileiro respeite o Código Internacional de Ética Médica. A Assembleia também endossa que o governo
brasileiro trabalhe em conjunto com a classe médica e escolas de medicina do país em todos os problemas relacionados à educação
médica, certificação dos médicos e da prática em medicina, além de respeitar o papel da Associação Médica Brasileira.
A resolução de apoio à AMB foi estabelecida e aprovada pela WMA no contexto do programa Mais Médicos, criado pelo governo
federal. Dentre outras medidas, o Brasil está importando médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma e sem realizar
exames que comprovem a fluência na língua portuguesa. ■
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
9
Junior Doctors
BRASILEIRO ASSUME
A PRESIDÊNCIA DO
JUNIOR DOCTORS
Membros da diretoria do Junior Doctors Network
reunidos ao final do evento, em Fortaleza
10
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
saúde, políticas de atuação médica – para o
bem-estar do profissional de medicina, por
exemplo – e também buscaram formas de
melhorar a relação entre médicos jovens ao
redor do mundo e impulsionar a participação deles no JDN.
O secretário-geral da WMA, Otmar
Kloiber, participou do encontro e destacou a
importância do Junior Doctors ser composto por médicos independentes, ou seja, que
representam apenas indivíduos, e não outros
Fotos: Maísa Thomaz e Orlando
D
urante encontro do Junior Doctors
Network (JDN), antes da Assembleia
Anual da Associação Médica Mundial (WMA) no Brasil, ocorreu a eleição dos membros da diretoria do JDN
para 2013 e 2014. Nivio Moreira, coordenador do Comitê de Médicos Jovens da AMB, foi
eleito presidente do JDN. Participaram da votação médicos residentes de diferentes países.
Em dois dias de encontro, eles discutiram
e trocaram experiências sobre propostas em
Reunião de trabalho do JDN
durante a Assembleia da WMA
interesses, para trocar ideias e experiências,
visando à melhoria constante e ao desenvolvimento de políticas na área médica.
Nivio compartilhou o exemplo do Brasil
para impulsionar a atuação dos médicos jovens
no Brasil e América Latina: “criamos o departamento de Médicos Jovens da AMB para estabelecer uma política de integração entre eles, e
estimulamos a implantação de semelhante departamento nas associações médicas regionais
e em países da América Latina”. ■
Nivio Moreira: novo presidente
do Junior Doctors Network
Repercussão
“É muito interessante vir a um encontro como este porque os médicos jovens do meu país são bastante ativos,
trabalhando com políticas, educação médica e bem-estar de médicos jovens. Mas nós não temos, necessariamente,
ideia do que é feito ao redor do mundo”.
Paxton Bach – Canadá
“A discussão e a interação entre membros do JDN é muito importante. Por exemplo, a primeira vez que soube do
programa Mais Médicos, entrei em contato com o Nivio Moreira aqui no Brasil para saber o que estava acontecendo
e poder repassar as informações em meu país”.
Fernando Rivas - Espanha
“No meu país, não tínhamos uma entidade específica para médicos jovens e estamos iniciando uma este ano.
Neste encontro do JDN, pudemos conhecer as experiências dos outros países em relação a organização, estrutura
e atividades realizadas. A JDN deve ser uma plataforma para motivar os médicos jovens no Japão”.
Kazuhiro Abe – Japão
“Tivemos uma valiosa troca de experiências entre as diferentes nacionalidades, que mostraram os assuntos mais relevantes
em seus países, e pudemos perceber que, mesmo entre continentes, problemas importantes são, na verdade, muito comuns”.
Thorsten Hornung – Alemanha (ex-presidente do JDN)
“Temos ótimos planos para trabalhar juntos com o JDN. Vamos realizar campanhas e projetos de defesa profissional
e de assuntos de interesse de ambas as organizações. Também vamos avaliar como incorporar o JDN em nossos encontros.
Podemos ter uma voz mais forte diante de problemas-chave que nos afetam”.
Josko Mise – presidente da Federação Internacional de Estudantes de Medicina (IFMSA)
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
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Assembleia de delegados
DELEGADOS APROVAM
AÇÕES E CONTAS
DA DIRETORIA
A
Assembleia Geral e a Assembleia Ordinária de Delegados da AMB aprovaram, no dia 25 de outubro, em reunião na sede da Associação Paulista
de Medicina, em São Paulo, o relatório de atividades e a prestação de contas da
atual diretoria, incluindo o relatório de auditoria e o balanço patrimonial. Também foram votadas e aprovadas a proposta orçamentária para o exercício de 2014, o valor da
contribuição associativa para o próximo ano
e o Regimento Eleitoral da AMB.
O 1º tesoureiro da AMB, José Bonamigo, apresentou a prestação de contas da diretoria relativa ao período de 1º de outubro de
2012 a 30 de setembro de 2013. Ele destacou
a importância das parcerias que foram realizadas, como a com a Merck Sharp para o
lançamento do portal Univadis – plataforma
gratuita de acesso a conteúdo científico em
saúde –; com a Interfarma, para a elaboração
de um código de conduta entre classe médi-
12
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
ca e indústria farmacêutica; e da realização do
Censo Médico da AMB, feito com consultoria
da Ernst & Young, encerrado em 31 de outubro.
Ele ressaltou a necessidade de promover o aumento no número de associados e também de
buscar outras alternativas de renda.
“Temos que buscar receitas por meio de
outras fontes, como realização de eventos,
parcerias etc. Além disso, incentivar a base de
arrecadação com as Sociedades de Especialidade e voltar a realizar algo que já está previsto no estatuto há muito tempo, que é a integração entre Federadas e Sociedades de
Especialidade. Vamos trabalhar e preparar
uma proposta mais detalhada para discutir
em 2014”, disse Bonamigo.
O conselheiro Cleber Costa de Oliveira leu
o parecer do Conselho sobre as contas, aprovando os relatórios da diretoria, de auditoria e
do balanço patrimonial. Também foram aprovados o aumento da anuidade associativa para
2014 em R$ 1,00 em relação à cobrança de
2013, e a previsão orçamentária proposta pela
diretoria para o próximo ano.
Um dos principais pontos aprovados foi a
mudança de alguns artigos do Regimento Eleitoral da AMB. As eleições do próximo ano para
preenchimento dos cargos da Diretoria e de
Delegados, previstas para a segunda quinzena do mês de agosto, serão realizadas por meio
de Assembleia Geral, sendo que cada Federada
poderá enviar seus votos por correspondência
ou de forma eletrônica, entre outras alterações.
José Bonamigo: prestaçao de contas
“É cada Federada que determinará o tipo
de votação a ser realizado nas próximas eleições, se de forma presencial ou por internet,
já que agora o regimento prevê também essa
forma de votação”, explica o secretário-geral
da AMB, Aldemir Soares.
No mesmo dia da Assembleia, a Associação Paulista de Medicina realizou reunião
para definir a forma de votação que a Federada irá utilizar no pleito de agosto de 2014.
“A tendência é que utilizemos, pela primeira vez em nossa história, o meio eletrônico
para votação, pois ele facilita muito o processo para os associados”, afirmou o presidente
da APM, Florisval Meinão.
Durante a Assembleia dos Delegados, também foram discutidos o cenário atual da classe
médica, como o programa Mais Médicos, e as
propostas para enfrentar as medidas do governo. José Bonamigo comentou os investimentos
que serão feitos em comunicação, principalmente por meio de redes sociais, para mostrar
a realidade da saúde pública brasileira.
“Estamos apostando muito na comunicação,
com expectativa de forte ajuda de todos os nossos parceiros, Federadas e Sociedades de Especialidade, para fazermos uma verdadeira revolução, como nunca tivemos nas redes sociais,
para mostrar a verdadeira realidade daquilo
que se passa no setor de saúde. Vamos olhar a
real situação do sistema público de saúde, mostrar os erros do governo, o que é caótico, o que
não funciona, mostrar porque os centros cirúrgicos estão vazios etc.”, comentou o presidente
da AMB, Florentino Cardoso.
Eleuses Paiva: apoio às ações da classe médica
O ex-presidente da AMB e deputado federal Eleuses Paiva (PSD/SP) foi convidado a apresentar como foi a aprovação do Mais Médicos e os caminhos a serem tomados a partir do
fato de que o programa agora é lei. “Perdemos
uma batalha apenas, mas ainda temos muita
luta pela frente”, disse. Por fim, o delegado do
Rio Grande do Sul, Armindo Pydd, também fez
uma solicitação de votos de louvor ao presidente da AMB, Florentino Cardoso, e ao deputado
Eleuses Paiva, pelo trabalho em defesa da medicina brasileira, o qual foi aprovado por unanimidade e com aclamação pela Assembleia. ■
Conselho Fiscal
Em reunião realizada no dia 11 de outubro, na
sede da AMB, em São Paulo, o Conselho Fiscal da
AMB aprovou a prestação de contas da entidade
referente ao período de 01/04/13 a 30/09/13.
Foram aprovados o relatório semestral de
atividades da diretoria da AMB, o relatório de
auditoria, o balanço patrimonial e a proposta
orçamentária para o exercício 2014, além da fixação
das contribuições associativas para o próximo ano.
Estavam presentes os conselheiros Aristóteles
Comte de Alencar Filho, Flávio Faloppa, Cléber
Costa de Oliveira, Eduardo F. de Assis Braga
e o 1º tesoureiro da AMB, José Bonamigo.
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
13
Saúde pública
Governo
pressiona e
Mais Médicos
AGORA é Lei
F
oram necessários apenas dois dias
de sessões para a Câmara dos Deputados aprovar o relatório do deputado Rogério Carvalho (PT/SE)
referente à MP 621/13, que cria o
programa Mais Médicos.
Antes da votação, ocorreu reunião entre
líderes da base governista e representantes
de entidades médicas. Porém, por entender
que não houve evolução nas propostas que
atendessem ao pleito da entidade e pela dificuldade em dialogar com o relator (veja nota
a respeito divulgada pela AMB na página
15), o presidente da AMB, Florentino Cardoso, retirou-se do encontro, reunindo-se com
líderes da base oposicionista no sentido de
elaborar destaques a serem apresentados durante a votação em plenário (Foto acima).
“Não conseguimos a sintonia que desejávamos com o relator nos pontos que julgávamos mais importantes. Sem expormos nossas ideias e, consequentemente, sem diálogo,
achamos por bem deixar o encontro”, lembra
Cardoso.
Na reunião, o Conselho Federal de Medicina concordou que o registro dos médicos
estrangeiros que trabalharão nos municípios
brasileiros passasse a ser feito pelo Ministé-
14
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
rio da Saúde. Encaminhado para o Senado, o
projeto foi aprovado em votação simbólica
no dia 16 de outubro, embora o senador José
Agripino (DEM-RN) tenha apresentado uma
emenda supressiva, que mantinha aos conselhos regionais a competência para emissão
do registro provisório dos médicos participantes. A proposta de Agripino foi derrotada por 41 a 16. Na semana seguinte, a presidente Dilma, em cerimônia no Palácio do
Planalto, sancionou o projeto, transformando-o em Lei (Nº 12871/2013), com um veto:
no texto não consta o artigo que abria a possibilidade de intercambistas do programa ingressarem em uma “carreira médica específica” após os três anos de trabalho na iniciativa.
“Continuamos afirmando que a saúde pública brasileira tem três principais problemas: subfinanciamento, má gestão e corrupção. O governo não enfrenta nenhum deles.
A população sofre desassistida. Que venham
médicos formados fora do Brasil, mas com
diplomas revalidados e sabendo falar nosso
idioma! Que todos os estrangeiros sejam tratados iguais e não tenhamos trabalho escravo! A saúde é nosso bem maior e o médico
merece respeito”, avalia o presidente da AMB
sobre o programa Mais Médicos.
Médicos reprovados
Dos 2.515 habilitados pelo Ministério da Saúde
até a segunda rodada do programa Mais Médicos, criado pelo governo federal para atuar na
atenção básica, prioritariamente no interior do
país, 66 profissionais foram reprovados no Revalida, exame federal para reconhecer o diploma de medicina obtido no exterior. No entanto,
eles poderão continuar exercendo livremente a
medicina no país, pois o programa não exige a
revalidação do diploma.
A informação foi publicada pelo jornal
Folha de S. Paulo, em novembro, após a reportagem do jornal cruzar os nomes da lista dos resultados do exame com os inscritos
no programa.
“Esses profissionais deveriam ser proibidos de atender à população, pois não conseguiram passar numa fase que é considerada
prova fácil e de conceitos básicos para médicos brasileiros”, diz o presidente da AMB. ■
Principais pontos da MP Mais Médicos aprovada na Câmara
• O texto aprovado prevê que o registro de médicos seja feito pelo Ministério da Saúde, e não mais pelos Conselhos
Regionais de Medicina (CRMs).
• Inclusão no programa de uma carreira de Estado dos médicos a ser implantada nos próximos anos (Vetado pela presidente Dilma).
• Ficou de fora do texto aprovado a criação de um fórum consultivo para tratar de diferentes temas da Saúde.
• Em vez de criar estágio obrigatório de dois anos no SUS para os recém-formados em medicina, 30% da carga horária da
graduação deverá ser gasta em serviço de urgência e emergência do SUS.
• Cria o programa de residência em Medicina Geral de Família e Comunidade, cuja realização será pré-requisito para 70%
das demais residências.
• Exame de avaliação para o curso de graduação em Medicina, a cada dois anos, a partir de 2015. Para os programas de
residência, a avaliação será anual, também a partir de 2015.
• O médico formado no exterior que participa do Mais Médicos terá de revalidar o diploma se quiser continuar no
programa passados quatro anos.
• O SUS terá prazo de cinco anos para adotar as unidades básicas de saúde com qualidade de equipamentos e
infraestrutura.
• A partir de 31 de dezembro de 2018, o número de vagas de residência precisa ser igual ao número de formandos em
medicina.
• Permissão para que os médicos aposentados participem do programa.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em relação a notícias divulgadas na mídia de que a Associação Médica Brasileira participou de acordo
em reunião com líderes da base governista para votação da MP 621/13, que cria o programa Mais Médicos,
a AMB tem a esclarecer que:
1) Retirou-se da reunião pelas dificuldades de diálogo com o relator Rogério Carvalho e por entender que
não houve evolução nas propostas de modo a contemplar os pleitos da entidade;
2) Não reconhece nenhum acordo sobre o tema firmado com a base governista envolvendo o nome da AMB;
3) Conforme divulgado em seu site (www.amb.org.br) e em sua página no Facebook, reuniu-se com líderes da
oposição (DEM, PPS e PSD) no sentido de construir propostas para os destaques a serem levados a
plenário durante a votação da MP 621/13.
São Paulo, 08 de outubro de 2013
Associação Médica Brasileira
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
15
Saúde pública
MENOSPREZO À SAÚDE
M
ais uma vez o governo sinaliza
que saúde realmente não é a prioridade da atual gestão: em vez de
apoiar o projeto de lei de iniciativa popular que colheu cerca de 3
milhões de assinaturas e que acrescentaria já
em 2014 mais R$ 46 bilhões ao orçamento da
saúde, preferiu apresentar uma proposta que,
se aprovada, aumentará em apenas cerca de
R$ 6 bilhões o orçamento do próximo ano.
Em 2000, a União era responsável por 59%
do financiamento da saúde pública do país. Ao
longo dos últimos 12 anos, no entanto, foi reduzindo sua participação e transferindo sua responsabilidade para Estados e Municípios, que,
no mesmo período, aumentaram seus investimentos no setor de 41% para 55%.
No próximo ano, o orçamento atual terá
um acréscimo de R$ 7 bilhões (representado
pela variação do PIB de 8,4% entre 2012 e 2013).
Desses, R$ 1,5 bilhão, o que representa 21% do
orçamento, será destinado somente ao Programa Mais Médicos. Dessa forma, outros progra-
mas, projetos ou atividades do Ministério da
Saúde para o setor público serão penalizados.
PL de iniciativa popular
Em 2013, o agravamento da situação de
subfinanciamento do SUS chegou a tal magnitude que movimentos sociais passaram a
exigir a vinculação de 10% da Receita Corrente Bruta da União para aplicação na área
da saúde. A AMB, inicialmente com o apoio
da Ordem dos Advogados do Brasil e da
Academia Nacional de Medicina, lançou um
projeto de lei de iniciativa popular – o PLP
123/2012, que tramita atualmente na Câmara apensado a projeto do Deputado Federal
Darcísio Perondi. Pelo PLP, logo no primeiro
ano de vigência (em 2014), a Saúde deveria
ter um aporte adicional de R$ 46 bilhões, valor que em 2018 corresponderia a R$ 59,7 bilhões a mais no orçamento projetado, de R$
R$ 125 bilhões (Tabela 1).
Merece destaque o fato de que o projeto de
lei de iniciativa popular elevaria a participação
Tabela 1 Comparação entre regra atual e projeto de iniciativa popular
– Segundo projeções da receita corrente e PIB do Governo –
Exercício
2014
R$
90,1
2015
2016
2017
2018
97,7
105,9
115
125
Exercício
R$
• JAMB •
Piso Federal da Saúde
(Projeto de iniciativa popular)
Em % da RCL
Em % da RCL
12,4%
12,7%
12,7%
12,7%
12,7%
Acréscimo anual em
relação à regra atual
2014
136,2
18,7%
46,1
2015
143,9
18,7%
46,1
2016
2017
2018
156,2
169,8
184,7
18,7%
18,7%
18,7%
50,3
54,8
59,7
Valores em Bilhões de R$
16
Piso Federal da Saúde
(Regra atual)
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
da União a patamares ainda inferiores aos praticados quando da aprovação da EC nº 29/00.
Os R$ 46 bilhões de recursos adicionais colocariam a participação da União em 54% do total
de despesas públicas do setor, quando em 2000
essa participação era de 59%.
Matéria publicada pelo jornal do Conselho
Federal de Medicina, com base em dados fornecidos pelo SIAFI, também confirma o descaso do governo brasileiro com a Saúde: em 12
anos, conforme demonstra a tabela 2, ele deixou de investir quase R$ 94 bilhões no setor.
Proposta do governo
Reforçando o menosprezo pela a saúde, o governo oferece agora a vinculação do piso constitucional da saúde a 15% da Receita Corrente Líquida (RCL). Além de o percentual ser
bastante inferior ao pleiteado no PLP – 10%
da Receita Corrente Bruta (RCB) equivale a
18,74% da RCL da União de 2014 – a proposta ainda sugere que o percentual seja atingido somente a partir do quinto ano de vigência da alteração legislativa (portanto, a partir
de 2018). Considerando os parâmetros do governo para a RCL entre 2014 e 2018, o acréscimo proposto é da ordem de R$ 5,9 bilhões no
primeiro ano (em 2014), e de R$ 22,8 bilhões,
no último (em 2018). Ou seja, a proposta
com vinculação do piso constitucional a 15%
da RCL não atende o pleito social e, pior, não
viabiliza os recursos necessários para atendimento da população pelo Sistema Único de
Saúde (Tabela 3).
Sensíveis a isso, os deputados membros
da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara rechaçaram tal proposta, aprovando o substitutivo do deputado Osmar Terra (PMDB/RS) que, embora também utilize
como base a RCL, apresenta percentuais superiores: 15% em 2014; 16% em 2015; 17% em
2016; 18% em 2017 e 18,7% em 2018. A proposta, no entanto, deve passar ainda pelas Comissões de finanças e Tributos e de Constituição e Justiça para depois ir a Plenário. ■
Tabela 2 Orçamento geral da União - Ministério da Saúde*
Ano
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Total
Dotação
autorizada
Total pago**
Total pago
Dotação autorizada
64.615.383.529,66
57.221.9313.058,35
-7.393.452.471,31
62.606.809.598,76
57.664.701.560,71
-4.942.108.038,05
53.109.404.583,40
49.363.667.541,32
-3.745.737.042,08
59.519.860.654,01
52.511.183.749,69
-7.008.6766.904,32
63.098.505.297,21
52.404.996.732,64
-10.693.508.564,57
66.723.419.835,52
59.195.531.175,44
-7.527.888.660,07
72.868.919.476,20
63.379.308.816,28
-9.489.610.659,93
70.138.953.845,45
62.292.956.597,29
-7.845.997.248,16
78.123.982.661,17
69.112.100.156,93
-9.001.882.504,24
80.279.411.496,30
75.650.818.892,45
-4.628.592.603,85
85.735.199.997,06
77.752.977.557,18
-7.982.222.439,88
95.927.702.594,00
82.630.460.707,93
-13.297.241.886,07
852.747.553.568,73
759.180.634.546,21
-93.566.919.022,52
Fonte: SIAFI/Elaboração: CFM
* Valores atualizados pelo IGP-DI, da FGV
** Inclui os restos a pagar pagos
Tabela 3 Comparação entre regra atual e proposta do governo
– Segundo projeções da receita corrente e PIB do Governo –
Exercício
2014
2015
2016
2017
2018
Exercício
2014
2015
2016
2017
2018
Valores em Bilhões de R$
R$
90,1
97,7
105,5
115,0
125,0
Piso Federal da Saúde
(Regra atual)
Em % da RCL
12,4%
12,7%
12,7%
12,7%
12,7%
Piso Federal da Saúde
(Proposta do Governo)
R$
Em % da RCL
96,0
105,2
117,2
131,4
147,8
13,2%
13,7%
14,1%
14,5%
15%
Acréscimo anual em relação
à regra atual
5,9
5,7
11,6
16,4
22,8
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
17
Conselho Científico
Fotos: César Teixeira
CIENTÍFICO APROVA
MEDICINA NUCLEAR
COMO ESPECIALIDADE
A
reunião do Conselho Científico do
mês de setembro, realizada no auditório da sede da Associação Médica Brasileira, contou com cerca
de 50 participantes, entre membros
da diretoria e representantes de Sociedades
de Especialidade. Dentre os temas da pauta,
a MP 621/13, que cria o programa mais médicos, dominou a maior parte das discussões.
No entanto, foram discutidos também:
Medicina Nuclear
Durante o encontro, o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear
(SBMN), Celso Darío Ramos, realizou uma
18
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
breve exposição a respeito de sua entidade. A SBMN foi fundada em 1961, mas era,
até então, representada na AMB pelo Colégio Brasileiro de Radiologia. Após apreciação no Conselho Científico, a entidade teve
o pedido de filiação na Associação Médica
Brasileira aprovado. “Isso dá respaldo e força política para a nossa sociedade”, comemorou Ramos.
Comunicação
O 1º Tesoureiro da AMB, José Bonamigo,
também esteve presente para divulgar a contratação de uma empresa terceirizada para
organizar as ações de comunicação.
Celso Darío Ramos fez a apresentação da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear
“Com o volume de atitudes que o governo
teve recentemente, a reação dos médicos obviamente foi enérgica e desorganizada. Nós
colocamos muitas questões à tona e isso, do
ponto de vista da comunicação, nem sempre é eficiente. É importante ter duas ou três
ideias, enfatizá-las e dar um período de tempo suficiente para que elas permeiem a opinião pública e causem a reflexão necessária”,
esclareceu Bonamigo.
Atuação política
A reunião do conselho também contou com a
presença do deputado federal e ex-presidente
da AMB Eleuses Paiva, que tratou de aspectos
polêmicos do relatório da MP 621/13. Ele pediu o empenho e a interferência das especialidades no sentido de pressionar parlamentares
a alterar o texto da MP, pois “a aprovação da
MP da forma como ela se encontra será o fim
da medicina como é praticada hoje”, disse. ■
Eleuses Paiva: pontos polêmicos
sobre o programa Mais Médico
José Bonamigo: ações na
área de comunicação
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
19
Saúde suplementar
PESQUISA REPROVA
PLANOS DE SAÚDE
A
Associação Paulista de Medicina,
em parceria com o Datafolha, realizou pesquisa junto à população
adulta que utilizou planos de saúde
nos últimos 24 meses no Estado de
São Paulo. O resultado mostrou queixas recorrentes sobre dificuldades para a marcação de consultas, falhas no atendimento em
pronto-socorro, dificuldades para realização de exames, cirurgias e procedimentos de
maior custo, entre outros pontos.
Do grupo que recorreu aos planos nos últimos 24 meses, 79% do entrevistados relataram problemas. Projetando o número para
os 10,4 milhões de usuários, chega-se à razão de 8,2 milhões de pacientes enfrentando
dificuldades. O agravante é que a média de
problemas apresentada é de 4,3 por entrevistado, o que resulta em algo em torno de 32
milhões de situações adversas.
A investigação estimulada sobre a utilização de serviços e percepção de problemas
tem como principais reclamações consultas médicas (66%) e exames e diagnósticos
(47%). O pronto-atendimento, terceiro serviço mais utilizado, é destacadamente o que
apresenta maior índice de problemas (80%).
Consultas
No item consultas médicas, as queixas mais
frequentes foram: demora na marcação de
consultas (52%); médico saiu do plano (28%); e
demora na autorização de consulta (25%). Vale
lembrar que, em pesquisa anterior do Datafolha junto a profissionais de medicina, 9 em
cada 10 entrevistados relataram insatisfação
por problemas diversos, como pressões exercidas pelos planos para que se reduzam exames,
procedimentos distintos, além de interferências até em pedidos de internações.
Ocorrência de problemas nos serviços do plano de saúde
Estimulada, em %
14
ConsultasMédicas
Médicas
Consultas
» Principal problema em 2013 é a demora na marcação de consultas.
Média de
problemas
Índice de Usuários com problema
Foram estimulados 6 tipos de problemas
Não teve
problema
Teve
problema
34
66
2013
(por pessoa)
2013
52
Demora na marcação de consultas
28
Médico saiu do plano
25
Demora na autorização da consulta
24
Falta de médicos nas especialidades
19
Demora na autorização de exames durante a consulta
9
Restrição para realização de exames durante a consulta
Base: Ocorreu algum problema – 2013 - 835 entrevistas (margem de erro máxima de 3 pontos percentuais)
Índice de Usuários com problema: Entre os que utilizaram o serviço nos últimos 24 meses, taxa de entrevistados que tiveram pelo menos um problema.
P5. Pensando nos últimos 24 meses, você utilizou seu plano de saúde para Consultas Médicas?
P6. Falando sobre Consultas Médicas, pensando no seu plano principal, nos últimos 24 meses, com que frequência: ___?
20
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
2013: 2,4
Exames e diagnósticos
Quanto aos exames e diagnósticos, as queixas
são recorrentes sobre demora para marcação
(28%), poucas opções de laboratórios e clínicas especializadas (27%) e tempo para autorização do exame ou procedimento (18%).
Pronto-socorro
Local de espera lotado é o principal problema apontado pelos usuários do pronto-atendimento (74%). A demora em ser atendido
também é um aspecto importante, mencionado por 55% dos usuários. Outras reclamações
bem citadas são demora ou negativa para realização de procedimentos necessários (16%),
locais inadequados para receber medicação
(13%) e negativa de atendimento (9%).
Recorrendo ao SUS
Tantos são os problemas e dificuldades que
30% das pessoas declaram que recorreram
ao SUS ou ao atendimento particular por
falta de opções de atendimento no plano de
saúde, um aumento de 10 pontos em relação
à pesquisa do ano anterior do Datafolha, o
que significa, na prática, 50% de agravamento nesse item. ■
Ocorrência de problemas nos serviços do plano de saúde
Estimulada, em %
20
Pronto Atendimento
» Local de espera lotado é o principal problema apontado pelos usuários do Pronto
Atendimento. Demora para ser atendido também é um aspecto importante, mencionado por
55% dos usuários.
Média de
problemas
Índice de Usuários com problema
Foram estimulados 6 tipos de problemas
(por pessoa)
2013: 2,2
2013
74
20
Não teve
problema
Teve
problema
80

2013
Local espera lotado
55
Demora muito para ser atendido
16
Demora ou negativa para realização de procedimentos necessários
13
Locais inadequados para receber medicação
9
Negativa de atendimento
5
Demora ou negativa na transferência para leito hospitalar
Base: Ocorreu algum problema – 2013 – 506 entrevistas (margem de erro máxima de 4 pontos percentuais)
Crescimento significativo em relação a 2012
Índice de Usuários com problema: Entre os que utilizaram o serviço nos últimos 24 meses, taxa de entrevistados que tiveram pelo menos um problema.
P5. Pensando nos últimos 24 meses, você utilizou seu plano de saúde para Pronto socorro ou Pronto Atendimento?
P9. Agora falando sobre pronto socorro, com que frequência aconteceu com o seu plano, nos últimos 24 meses ___?
Ocorrência de problemas nos serviços do plano de saúde
Estimulada, em %
23
Internações Hospitalares
» A falta de opção de hospitais é a principal reclamação.
Média de
problemas
(por pessoa)
Índice de Usuários com problema
30
Não teve
problema
2013: 1,8
2013
Foram estimulados 8 tipos de problemas
59
Teve
problema
Teve poucas opções de hospitais
13
Demora na liberação de exames dentro do hospital durante o atendimento
12
Dificuldade ou demora para o plano autorizar a internação
8
Falta de vaga para internação
5
Negativa ou demora de transferência para hospital especializado
41
2
Transferência para outro hospital sem concordância do paciente
2
Dificuldade ou demora para internação na UTI
2013
1
Alta hospitalar antes da hora
Base: Ocorreu algum problema – 2013 – 166 entrevistas (margem de erro máxima de 8 pontos percentuais)
Índice de Usuários com problema: Entre os que utilizaram o serviço nos últimos 24 meses, taxa de entrevistados que tiveram pelo menos um problema.
P5. Pensando nos últimos 24 meses, você utilizou seu plano de saúde para para internações hospitalares?
P7. Agora falando sobre atendimento hospitalar e internações, com que frequência aconteceu com o seu plano, nos últimos 24 meses ___?
Ocorrência de problemas nos serviços do plano de saúde
Estimulada, em %
26
Cirurgias
» Demora para autorizar e a falta de cobertura de materiais especiais são os principais
problemas apontados pelos usuários do serviço.
Índice de Usuários com problema
Média de
problemas
Foram estimulados 4 tipos de problemas
(por pessoa)
2013: 1,2
2013
Não teve problema
Teve problema
76
24
17
Demora para o plano autorizar a cirurgia
9
Falta de cobertura para materiais especiais
2
Negativa de cobertura cirúrgica
1
Falta de cobertura para tratamentos específicos
2013
Base: Ocorreu algum problema – 2013 – 141 entrevistas (margem de erro máxima de 8 pontos percentuais)
Índice de Usuários com problema: Entre os que utilizaram o serviço nos últimos 24 meses, taxa de entrevistados que tiveram pelo menos um problema.
P5. Pensando nos últimos 24 meses, você utilizou seu plano de saúde para cirurgias?
P10. Agora falando sobre procedimentos ou cirurgias, com que frequência aconteceu com o seu plano, nos últimos 24 meses ___?
Ocorrência de problemas nos serviços do plano de saúde
Estimulada, em %
17
Exames Diagnósticos
» A demora para marcar e as poucas opções de locais são as principais dificuldades mencionadas.
Índice de Usuários com problema
Média de
problemas
Foram estimulados 4 tipos de problemas
(por pessoa)
Não teve
problema
Teve
problema
53
47
2013
2013: 1,8
2013
28
Demora para marcação de exames ou procedimentos
27
Poucas opções de laboratórios ou clínicas especializadas
18
Demora para autorização do exame ou procedimento
10
O plano não cobriu algum exame ou procedimento
Base: Ocorreu algum problema – 2013 – 746 entrevistas (margem de erro máxima de 4 pontos percentuais)
Crescimento indicativo em relação a 2012
Índice de Usuários com problema: Entre os que utilizaram o serviço nos últimos 24 meses, taxa de entrevistados que tiveram pelo menos um problema.
P5.Pensando nos últimos 24 meses, você utilizou seu plano de saúde para Exames diagnósticos como Raio X, exames de sangue, ultrassonografia, entre outros?
P8. Agora falando sobre exames de laboratório, com que frequência aconteceu com o seu plano, nos últimos 24 meses ___?
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
21
Defesa profissional
O
Conselho de Defesa Profissional voltou a se
reunir no dia 29 de outubro, sob a coordenação do diretor de Defesa Profissional da AMB,
Emilio Cesar Zilli, para dar prosseguimento às discussões sobre a proposta de hierarquização de procedimentos médicos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.
A partir do modelo proposto pela ANS, que previa o desdobramento dos 42 portes da Classificação
Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM) em 126 subportes, Miyuki Goto, assessora técnica da CBHPM, apresentou a contraproposta
da AMB. Ela contempla a redução dessas categorias
para 100 subportes, permitindo o enquadramento de
1.125 procedimentos, 47% do total, já na primeira fase
da implantação do processo.
A minuta apresentada traz ainda mudanças relacionadas à alteração do Comitê Consultivo de Hierarquização sugerido no texto inicial, com a participação da
AMB. Será encaminhada proposta de Regimento Interno do Comitê Consultivo de Hierarquização, com maior
participação e atribuições exclusivas à associação.
A alternativa trazida pela entidade foi aprovada em assembleia. Entre os principais argumentos le-
22
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
vantados para a adoção da proposta, Zilli destacou
a “preocupação em judicializar o texto da Resolução
Normativa, garantir a governança, defender a manutenção da CBHPM e transformar o Comitê Consultivo de Hierarquização em uma alçada efetiva”, afirmou.
A proposta foi apoiada por outras entidades presentes na reunião, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), representado por Aloísio Tibiriçá, e a Associação Paulista de Medicina (APM), pelo presidente
Florisval Meinão. Márcio Bichara, secretário de Saúde Suplementar da Federação Nacional dos Médicos
(Fenam), também declarou “total apoio às decisões da
AMB relacionadas à CBHPM”.
Na reunião, também foi discutida a questão da contratualização a ser implantada pela ANS. As sugestões
das entidades médicas, feitas pela Comissão de Saúde
Suplementar (Comsu), representando AMB, CFM e
Fenam, foram apresentadas e podem ser acessadas em
www.amb.org.br. ■
Comissão
de Combate
à Obesidade
César Teixeira
César Teixeira
CONSELHO AVALIA PROPOSTA DA
ANS SOBRE HIERARQUIZAÇÃO
A
Comissão de Combate à Obesidade esteve reunida na sede da AMB no dia 10 de outubro, sob
a coordenação de Rogério Toledo. Durante o
encontro, os participantes deram prosseguimento às discussões para viabilização do projeto de cartilhas informativas sobre a doença. ■
CURTA
a página
da
no
Acompanhe as principais notícias da entidade e informações de interesse da categoria médica
www.facebook.com/AMBoficial
Associação Médica Brasileira
Educação continuada
Univadis lança novos cursos
Plataforma já possui mais de 50 mil profissionais cadastrados no Brasil
Mais de 50 mil profissionais de saúde já integram a plataforma Univadis, que acaba de disponibilizar quatro novos
cursos sobre o diagnóstico e o tratamento do delirium, da
dor no tornozelo, da dismenorreia e da anafilaxia. A proposta é oferecer ferramentas alinhadas ao dia a dia do profissional de saúde e às necessidades dos pacientes. Somente nesses cursos envolvemos as seguintes especialidades:
psiquiatria, ortopedia, ginecologia e alergologia. Além
disso, os mesmos também auxiliam no atendimento inicial,
feito por um clínico-geral.
É importante ressaltar que a escolha dos cursos é resultado de um alinhamento da AMB com a plataforma,
Edmund Baracat - Diretor Científico da AMB
Veja aqui os quatro
cursos novos:
Os três cursos mais
procurados foram:
Delirium: um guia para o
diagnóstico e o tratamento
O delirium é uma doença comum, mas
frequentemente não é diagnosticada da maneira
correta, pois é causada por uma interação entre
fatores predisponentes e desencadeantes. A
proposta do módulo é melhorar o diagnóstico e o
tratamento, além de apontar formas de prevenção.
Duração estimada: 1h. Pontos: 0.5 AMB crédito(s).
Diarreia aguda: um guia para
avaliação e tratamento
Nesse módulo, o profissional aprende a
avaliar pacientes com diarreia aguda e
suas possíveis causas. Também dispõe de
informações sobre os exames mais relevantes
e as opções de tratamento. Duração
estimada: 1h. Pontos: 0.5 AMB crédito
Dor no tornozelo: um guia para o
diagnóstico e o tratamento
O curso busca contribuir para diagnóstico e
tratamento eficazes e que permita ao médico saber
quando encaminhar o paciente para um especialista.
Duração estimada: 1h. Pontos: 0.5 AMB crédito(s).
Dismenorreia: uma atualização do
diagnóstico e tratamento
Módulo sobre como diagnosticar e tratar
pacientes com dismenorreia e identificar os que
precisam de investigações adicionais. Duração
estimada: 1h. Pontos: 0.5 AMB crédito(s).
Anafilaxia: uma atualização do tratamento
A anafilaxia é aguda e pode ser fatal. Nesse curso,
o médico aprenderá como tratar adultos, além
de identificar os medicamentos mais indicados.
Duração estimada: 1h. Pontos: 1.5 AMB crédito(s).
24
além de estudos sobre as necessidades dos profissionais
em nosso país.
Sempre atentos em oferecer o melhor, realizamos monitoramento diário no portal e, com isso, identificamos
também os cursos mais procurados no Univadis, desde
sua chegada ao Brasil. São eles: diarreia aguda, emergências
dermatológicas e ECG em pacientes com dor torácica.
Compartilho com vocês breves resumos desses cursos
e também peço que, quando possível, dividam no Fale Conosco do Univadis suas impressões sobre a plataforma.
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
Emergências dermatológicas: um
guia para diagnóstico e tratamento
Um guia para o médico conhecer as
características clínicas e tratamentos das
quatro doenças dermatológicas que mais
causam emergências na área: eritrodermia,
síndrome da pele escaldada estafilocócica,
síndrome de Stevens-Johnson e necrólise
epidérmica tóxica. Duração estimada:
1h. Pontos: 0.5 AMB crédito(s).
ECG em pacientes com dor torácica:
diagnóstico e tratamento
A proposta do curso é contribuir no
aprendizado da interpretação do
eletrocardiograma (ECG) ao avaliar pacientes
com dores torácicas e tratar desde as
causas mais comuns até as potencialmente
fatais, como infarto do miocárdio. Duração
estimada: 1h. Pontos: 1.5 AMB crédito(s).
Simples. Completo. Seu.
150 cursos do BMJ Learning em português e
acreditados pela Associação Médica Brasileira.
Totalmente gratuitos no Univadis.
Registre-se agora em www.univadis.com.br
ROL AMPLIA
COBERTURA
DOS PLANOS
DE SAÚDE
A
partir de janeiro de 2014, os beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos terão direito a
mais 87 procedimentos, incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e cirurgias.
A medida é resultado de consulta pública realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS) e a principal novidade na lista de procedimentos é a inclusão de tratamento para o câncer em casa,
com medicamentos via oral. Serão ofertados medicamentos para o tratamento de tumores de grande prevalência como estômago, f ígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário.
O novo rol também contempla o cuidado integral à saúde e o tratamento multidisciplinar ao prever,
na cobertura obrigatória, consulta com fisioterapeuta, além de ampliar o número de consultas e sessões
de seis para 12 com profissionais de especialidades
como fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia
ocupacional. Pacientes, por exemplo, que queiram se
submeter a laqueadura, vasectomia, cirurgia bariátrica, implante coclear e os ostomizados ou estomizados
têm direito a 12 sessões de psicologia.
Novos procedimentos
Também foram incluídas 28 cirurgias por videolaparoscopia, possibilitando procedimentos menos invasivos e redução dos riscos ao paciente e do tempo de
internação, além de tratamento de dores crônicas nas
costas por radiofrequência e tratamento de tumores
neuroendócrinos por medicina nuclear. Outra novidade foi a obrigatoriedade do fornecimento de bolsas
coletoras intestinais ou urinárias para pacientes ostomizados. Além das bolsas, também devem ser ofertados ao paciente os equipamentos de proteção e se26
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
Ilustração: Plinio Ricca
Saúde suplementar
gurança utilizados conjuntamente com elas, como as
barreiras protetoras de pele.
Além de inclusões, a ANS ampliou o uso de outros 44 procedimentos já ofertados no rol da agência.
Entre eles, o exame pet scan, que passa de três para
oito indicações: além de tumor pulmonar para células não pequenas, linfoma e câncer colorretal, o exame passa a ser indicado também para a detecção de
nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer
de esôfago. O exame de angiotomografia coronariana também foi ampliado para pacientes de risco baixo e intermediário para doenças coronarianas, assim
como a tomografia de coerência ótica – que agora
também tem indicação coberta pelas operadoras para
patologias retinianas, entre elas: edema macular cistóide e edema macular diabético.
Consulta pública
A revisão do rol de procedimentos e eventos em saúde foi realizada a partir de consulta pública realizada
entre junho e agosto deste ano e recebeu 7.340 contribuições – o maior número entre as 53 consultas públicas já realizadas pela ANS. Das contribuições, 50%
foram de consumidores, 16% apresentadas por representantes de operadoras de planos de saúde, e 16%
por prestadores de serviços de saúde e gestores em
saúde. A Resolução Normativa editada pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre o novo
Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde foi publicada no dia 22 de outubro, no Diário Oficial da União.
A medida é válida para consumidores com planos de
saúde de assistência médica contratados após 1º de janeiro de 1999 e também para os beneficiários de planos adaptados à Lei nº 9.656/98. ■
CÂMARA TÉCNICA DE IMPLANTES
César Teixeira
Comissão de
Combate ao
Tabagismo
N
o dia 5 de novembro, a Comissão de Combate ao
Tabagismo esteve reunida na sede da Associação
Médica Brasileira, sob a coordenação de Antonio
Pedro Mirra. Entre os assuntos discutidos, analisou-se
a divulgação do material “Evidências Científicas sobre
formou que a questão está sendo tratada em conjunto
com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, com
uma análise de preços desses materiais, para viabilizar
o órgão de regulação. Também foi sugerido que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) fosse convidado na próxima reunião da Câmara, para discussão mais específica e técnica do assunto. ■ César Teixeira
A
Câmara Técnica de Implantes esteve reunida por
duas vezes na sede da Associação Médica Brasileira nos últimos dois meses. Na pauta do encontro, em setembro, o representante da Fecooeso, Reinaldo Ramalho, apresentou uma minuta de Projeto de
Lei que propõe a regulamentação de preço dos produtos de saúde – órteses, próteses e materiais especiais –
bem como a criação de uma Câmara de Regulação do
Mercado semelhante à Lei 3742/2003, que contempla
apenas medicamentos.
Durante a reunião, discutiu-se ainda modelos
de compliance na área de produtos hospitalares a partir dos moldes do Sunshine Act, lei americana que prevê a declaração das fontes de rendimento dos profissionais de saúde, com o objetivo de, dessa maneira,
desvincular qualquer acréscimo proveniente do valor
do procedimento.
Na manhã de 1º de novembro, o grupo, sob a coordenação de Luiz Carlos Sobania, voltou a se reunir
para dar continuidade à discussão da minuta da lei sobre regulação do mercado de produtos para a saúde
(OPME). O representante da Anvisa, Bruno Abreu, in-
Tabagismo para Subsídio ao Poder Judiciário”, produzido com o apoio da AMB.
Também na pauta, tratou-se da inclusão do
tratamento de tabagismo na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos
(CBHPM), cuja solicitação já foi encaminhada pela
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Outro assunto da agenda foi o levantamento que
está sendo realizado pelas federadas sobre as escolas médicas que contam com o tema tabagismo em
sua grade curricular.
Na reunião, discutiu-se ainda a possibilidade de
conversão do Tabagismo em uma área de atuação e ficou acertado que especialidades com algum tipo de
envolvimento no assunto serão convidadas a ingressar na coordenação. A formação de profissionais médicos aptos a tratar o Tabagismo foi outro tópico debatido. Foram avaliadas a disponibilidade de cursos de
capacitação, incluindo o curso oferecido pela AMB,
e a possibilidade de um Congresso próprio sobre o
tema, a partir de contatos de instituições externas que
possam viabilizar o evento. ■
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
• JAMB •
27
Agenda
SETEMBRO
OUTUBRO
Diretoria
Diretoria
2
(SP) - Diretoria Executiva
3
(DF) - Comissão Mista – José Bonamigo e Diogo Sampaio
4
(DF) - Mobilização contra a MP 621/13 na Câmara dos Deputados – José
Bonamigo
5
(SP) - Posse do Secretário de Saúde de SP – Antonio Salmão
6
(SP) - Câmara Técnica de Implantes – Luiz Carlos Sobania
9
(SP) - Reunião sobre o Censo AMB 2013 – José Bonamigo e Murilo Melo
10
(DF) - Comissão Mista – José Bonamigo
(DF) - Votação da MP 621/2013 – José Bonamigo, Diogo
Sampaio e Florentino Cardoso
1
(ES) - Posse de Diretoria CRM-ES – Hélio Barroso dos Reis
3
(RJ) - Posse CREMERJ – Celso Ramos
4
(SP) - I Fórum de Telerradiologia do CFM/CBR – Aldemir Soares
8
(DF) - Mobilização MP621 – José Bonamigo, Antonio Salomão
e Jorge Curi
9
(RJ) - Comissão Executiva da COMSU – Emílio Zilli
9 a 12
(PR) - 42° Congresso Brasileiro de Radiologia – Aldemir Soares
9 a 13
(RS) - 12º Congresso de Clínica Médica – José Bonamigo
14 e 15
(CE) - Reunião Junior Doctor WMA – Nívio Moreira
10
(SP) - Comissão de Obesidade – Rogério Toledo
11
(SP) - Conselho Fiscal da AMB – José Bonamigo e Murillo Melo
10
(SP) - Reunião com Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica – Aldemir
Soares
10
(SP) - Reunião com Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – Aldemir Soares
13 a 19
12
(PE) - Reunião AMB/AMPE e Sociedade Estadual de Especialidade – Aldemir
Soares, José Bonamigo, Jane Lemos e Antonio Salomão
(CE) - Assembléia da WMA – José Bonamigo, Antonio Jorge
Salomão, Murilo Melo, Jorge Curi, Maria Sidneuma Ventura,
Petrônio Gomes, José Luiz Weffort, Celso Ferreira Ramos,
Murillo Capella, Hélio Reis, Emílio Zilli, Miguel Jorge, Roberto
Gurgel, Jane Cordeiro Lemos, Rogério Toledo, José Collares e
José Luiz Mestrinho
14
(SP) - Reunião sobre o Censo AMB 2013 – José Bonamigo
16 a 19
(DF) - 9ª Sessão Plenária do CFM – Aldemir Soares
18
(CE) - Diretoria Plena durante a Assembléia da WMA
21
(SP) - 10th Latin American Conference of Clinical Research
2013 – Antonio Salomão
23
(SP) - Comissão de Dor – Newton Barros
23
(SP) - Reunião com Editora Manole – Aldemir Soares
23
(RS) - Evento do SIMERS – José Bonamigo
24
(SP) - Diretoria Executiva – Aldemir Soares
13
(PE) - Conselho Deliberativo – José Bonamigo, Aldemir Soares, Jane Lemos e
Antonio Salomão
16
(SP) - Reunião com PreviSul – Aldemir Soares
17
(DF) - Reunião da Câmara Técnica de Diagnóstico por Imagem – Aldemir
Soares
18 a 20
(DF) - Sessões Plenárias Extraordinárias do CFM – Aldemir Soares
18
(SP) - Reunião da Comissão de Medicina Paliativa – Newton Barros
25
(SP) - Assembleia de Delegados – Aldemir Soares, Antonio
Salomão, José Bonamigo, Jorge Curi
23
(SP) - Reunião com Sociedades (SBNC/ABN/SBPT/ABP/ABORL) sobre
Medicina do Sono – Aldemir Soares
28
(SP) - Reunião com a SBCCV – Aldemir Soares
29
(SP) - Conselho de Defesa Profissional da AMB – Emílio Zilli
24
(SP) - Diretoria Executiva
30
(DF) - Comissão de Assuntos Políticos (CAP) – José Bonamigo e
José Luiz Mestrinho
30
(DF) - Comissão Mista de Especialidade (CME) – Aldemir Soares
30
(SC) - Abertura da 10ª Convenção Nacional Unicred – Murillo
Capella
25
(SP) - 47º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
– Emílio Zilli
25
(SP) - Reunião da CNHM – Emílio Zilli e Fábio Sandoli de Brito
26
(SP) - Reunião com Especialidades e AMB – Aldemir Soares, José Bonamigo,
Florentino Cardoso, Edmund Baracat e Antonio Salomão
26
(SP) - Conselho Científico – Edmund Baracat, Aldemir Soares e José
Bonamigo.
Presidência
28
1
Presidência
8
(DF) - Mobilização dos Médicos – MP 621
13 a 19
(CE) - Assembléia da WMA
16
(CE) - Conselho Cientifico
22
(CE) - Mesa Redonda: Programa Mais Médicos
24
(SP) - Reunião com Fábio Freire – Referente ao Guia de Residência
24
(SP) - Reunião com Giberto Martins Borges – Blog Cry in Unison
(Indignant Shout)
24
(SP) - Diretoria Executiva
24
(SP) - 9º Congresso Internacional de Ultrassonografia
4
(DF) - Mobilização contra a MP 621/13 na Câmara dos Deputados
12
(PE) - Reunião AMB/AMPE e Sociedade Estadual de Especialidade
13
(PE) - Reunião do Conselho Deliberativo (AMPE)
25
(SP) - Assembleia de Delegados
26
(SP) - Reunião do Conselho Científico
25
(CE) - Comemoração de 36 anos da realização do 1º transplante
renal no Ceará
27
(SP) - Palestra sobre o Programa Mais Médicos no Cremesp
29
(SP) - Conselho de Defesa Profissional da AMB
30
(SP) - Debate “Tendências nas Políticas Públicas de Saúde – Regulação, Acesso e Financiamento” – Johnson & Johnson
30
(SP) - SANOFI Talk Show – Lançamento do 2º Relatório de
Responsabilidade Social Corporativa da Sanofi no Brasil
30
(SP) - Reunião com Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Sociedade Brasileira de Mastologia
30
(SP) - Reunião com Associação Medicina Intensiva Brasileira
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA
aulas online disponíveis no programa
DIRETRIZES
Quase 100 aulas baseadas em
diretrizes estão disponíveis
no Programa de Educação
Médica Continuada.
Acesse pelo site www.emc.org.br
PÍLULAS DE ESTATÍSTICA
• Por que estatística?
• Probabilidade
• Contar e medir
• Tendência central
• Desvio padrão
• Hipóteses
• Distribuição normal
• Provas paramétricas
• Regressão linear
• Qui quadrado
• Pequeno receituário
ATUALIZAÇÕES EM
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
• Ressucitação cardiopulmonar
• Via aérea
• Insuficiência respiratória aguda
• Ventilação mecânica
• Dor torácica
• Crise hipertensiva
• Arritmias
• Choque
• Sepse e choque séptico
• Equilíbrio ácido-básico
• Sedação e analgesia
• Cetoacidose diabética e estado
hiperosmolar
• Acidente vascular cerebral (AVC)
• Urgência e emergência
• Atendimento ao politraumatizado
• Trauma torácico
• Trauma abdominal
• Trauma craniencefálico
• Trauma raquimedular
• Trauma na criança
DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DA
DEPENDÊNCIA E
USO NOCIVO DO ÁLCOOL
• Epidemiologia
• Etiologia da dependência do álcool
• CID 10
• Uso nocivo
• Instrumentos de rastreamento
• Síndrome de abstinência do álcool
• Intoxicação alcoólica aguda
• Intervenção não-farmacológica
• Técnicas de aconselhamento
• Intervenção breve
• Intervenções farmacológicas
• Situações especiais
DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DO
TABAGISMO
• Epidemiologia
• Consequências
• Prevenção
• Diagnóstico
• Dependência da nicotina
• Tratamento medicamentoso
• Tratamento não-medicamentoso
• Tratamento de pacientes especiais
ATUALIZAÇÃO EM SEPSE
• Quadro clínico e diagnóstico
• Fisiopatogênica
• Conceito e epidemiologia
• Diagnóstico do agente etiológico
• Tratamento do agente infeccioso
• Reposição volêmica
• Avaliação da perfusão
tecidual no choque séptico
• Drogas vasoativas
• Estratégia para tratamento
precoce e adequado da sepse
PARTICIPE! Saiba como: www.emc.org.br • [email protected] • (11) 3178-6800 ramal 256
Notas
Especialidades
Nobel de
medicina 2013
Geriatria
e Gerontologia
O
s cientistas americanos James E. Rothman e
Randy W. Schekman e o alemão Thomas C.
Südhol foram agraciados com o Prêmio Nobel
de Medicina 2013, segundo anúncio do Instituto Karolinska, de Estocolmo.
A escolha foi por descobertas da engrenagem
que regula o trânsito vesicular, um sistema de transporte essencial nas células, gerando impacto na compreensão da forma como a carga é entregue dentro
e fora da célula. A descoberta traz implicações em
trabalhos sobre diversas doenças, incluindo distúrbios neurológicos e problemas imunológicos, assim
como o diabetes.
Rothman trabalha no departamento de biologia
da Universidade de Yale e seu colega, Schekman, na
Universidade de Berkeley, no departamento de biologia celular, ambos nos Estados Unidos. Já o cientista alemão Südhof atua na Universidade de Stanford,
também americana.■
Rol da ANS
A
Justiça Federal deferiu pedido de liminar, em
ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal no Piauí (MPF/PI), determinando à ANS (Agência Nacional de Saúde) a inclusão
do procedimento denominado Implante Transcateter de Bioprótese Valvar Aórtica (TAVI) em seu rol
de procedimentos de referência básica, em favor de
usuários com idade superior a 60 anos ou aos que,
por orientação médica, independente da idade, seja
recomendada a realização deste.
A decisão é inédita e tem efeito nacional, em
conformidade com o posicionamento do Superior
Tribunal de Justiça em ações dessa natureza, o que
envolve inúmeros beneficiários. Já reconhecida pela
AMB e pela CFM, a técnica mostra-se bem-sucedida em pacientes que não possuem as condições necessárias para a realização de cirurgia cardíaca – cerca de 33% dos enfermos acima de 75 anos. Estima-se
que quase 200 mil brasileiros acima de 60 anos possuam estenose aórtica severa. ■
30
• JAMB •
NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
conta com novo espaço na web destinado à população: www.
sbgg.org.br/publico. O portal apresenta informações referentes a envelhecimento saudável, longevidade, bem como
dicas para alcançar qualidade de vida e, também, relacionadas às políticas públicas para a terceira idade. Por meio de
um sistema de busca de profissionais, a população poderá
encontrar geriatras e gerontólogos associados à SBGG com
título de especialista, e pela seção fale conosco será possível
encaminhar dúvidas e sugestões à entidade.
Cardiologia
O livro comemorativo do 70°
aniversário da SBC foi apresentado pelo presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
Jadelson Andrade, que assina a
obra, durante o Congresso Brasileiro da Especialidade. Com a
capa do livro ostentando o logotipo dos 70 anos, a obra em
sucessivos capítulos resgata a história da SBC, desde sua
criação, por Dante Pazzanese, em 1943. Apresenta as fotografias das primeiras sedes, conta a historia da evolução
dos congressos, o desenvolvimento da Cardiologia nacional, que por sua vez levou à criação dos grupos de estudos
e dos vários Departamentos, e mostra como foram se multiplicando as sociedades estaduais.
Cabeça e Pescoço
A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
(SBCCP) tem nova diretoria para a gestão 2013-2015. Presidente: Rogério Aparecido Dedivitis; 1º Secretário: Marco
Aurélio Valmondes Kulcsar; 1º Tesoureiro: Leandro Luongo Matos; Diretor Científico: Flavio Carneiro Hojaij; Diretor de Defesa Profissional: Antonio Jose Gonçalves.
Cirurgia
da Mão
O 34º Congresso de
Cirurgia da Mão
de 2014 será realizado entre 27 e 29 de março, em Maceió, Alagoas. Esta
edição já tem dois convidados internacionais confirmados,
ambos do departamento de cirurgia ortopédica da Clínica Mayo, de Rochester, nos Estados Unidos: Alexander Y.
Shin e Bassem T. Elhassan. O evento conta com site específico para informações e inscrições: http://www.mao2014.
com.br/. Outras informações também poderão ser obtidas
pelo e-mail [email protected], ou pelo
telefone (11) 5084-4246. ■
Federadas
Geriatria e Gerontologia
O XVII Congresso Médico Amazônico será realizado
de 14 a 17 de agosto de 2014, em Belém, no Pará. Mais
detalhes sobre o evento, programação e inscrições podem ser obtidos pelos telefones (91) 3230-1622 e (91)
3230-4177, ou pelo site www.congressomedicoamazonico.com.br.
Pernambuco
Durante as comemorações do Dia do Médico, as entidades médicas de Pernambuco – Associação Médica
(AMPE), Conselho Regional (CREMEPE ) e Sindicato Médico (SIMEPE) – outorgaram Medalha de Honra
ao Mérito São Lucas a três médicos que se destacaram
pela sua atuação profissional, baseadas nos preceitos
técnicos e éticos e pelo trabalho desenvolvido em prol
da comunidade médica e da sociedade. Nesse ano, os
condecorados foram Helena Carneiro Leão – especialista em Reumatologia e médica do trabalho, Ney Cavalcanti, médico endocrinologista, e Renato Dornelas
Câmara, médico cirurgião.
Minas Gerais
A AMMG, em parceria com o Mentoring by Extensus,
está promovendo um curso de Finanças e Investimentos Pessoais voltado para a realidade do médico. O objetivo é oferecer aos associados oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos e informações práticas
que melhorem o seu entendimento em relação à administração dos próprios recursos financeiros. O curso tem aulas uma vez por semana na própria sede da
AMMG. Mais informações em www.extensus.com,
através do e-mail [email protected] ou do telefone (31) 3273-3582. Paraná
O Conselho Fiscal da Associação Médica do Paraná e
a Assembleia de Delegados da AMP aprovaram, por
unanimidade, a venda da sede campestre da AMP, localizada em São José dos Pinhais. A venda, já consumada, servirá para angariar recursos para a ampliação
do Centro de Eventos localizado na sede da AMP, no
bairro Água Verde, em Curitiba. Entre os projetos de
ampliação de sua sede, a AMP estuda a aquisição em
definitivo do prédio vizinho à Associação. No projeto,
estão previstas as construções de um novo grande auditório, com 700 lugares, novas salas de aula, todas interligadas por multimídia com transmissão simultânea
para todo o Estado, um novo estacionamento e o Museu da Medicina Paranaense.■
Notas
Carreira de Estado
A
comissão especial que analisa a proposta de emenda
à Constituição que cria a carreira de médico de Estado (PEC 454/09) aprovou, no dia 20 de novembro, o
relatório com parecer favorável do deputado Eleuses Paiva
(PSD-SP).
A PEC, de autoria do deputado Ronaldo Caiado, estabelece a remuneração inicial de R$ 15.187,00, semelhante à de
juízes e promotores, contratação apenas por concurso público, entre outros.
Em seu relatório, o deputado Eleuses Paiva destaca que
“mais do que uma expectativa, temos a convicção de que, com a
implementação da carreira de Estado para médicos, o Congresso Nacional estará oferecendo, à sociedade em geral e ao gestor
federal em particular, imensa contribuição, no sentido do saneamento de alguns problemas crônicos da saúde brasileira”.
O relator defendeu ainda em seu parecer que a criação da
Carreira de Estado para médicos fortalecerá o Sistema Único de Saúde.
“A aprovação desta PEC, nos termos do Substitutivo, é
uma das manifestações mais contundentes dos últimos tempos em defesa do SUS. Com essa medida, abandona-se a retórica e assume-se definitivamente a adoção de práticas suficientemente fortes para tornar realidade o mandamento
constitucional do direito universal e igualitário à saúde”, conclui Paiva em seu relatório.■
Revalida
D
esde que foi criado, em 2011, o pior resultado obtido pelos profissionais que prestaram o Revalida, exame utilizado para revalidar diplomas de quem se formou no exterior, aconteceu este ano, com a aprovação de apenas 9,7% dos
médicos. Dos 1.595 profissionais que participaram da primeira
fase, apenas 155 foram habilitados para a avaliação prática, que
deverá ocorrer no próximo mês. Desde a sua oficialização, em
2011, essa é considerada a maior taxa de reprovação. No ano
passado, o percentual de classificados para a segunda etapa foi
de 12,5%. Em 2011, apenas 96 alunos (14,2%) foram aprovados.
Não foi divulgado pelo Inep, órgão do Ministério da Educação
responsável pelo exame, o país onde os aprovados obtiveram o
diploma. Apenas que, neste ano, 52,8% dos inscritos são brasileiros. Hoje, o Revalida é utilizado por 37 universidades públicas para a revalidação do diploma de medicina. ■
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
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Livros
MANUAL DE TRATAMENTO DA DOR DOR AGUDA E DOR DE
ORIGEM ONCOLÓGICA.
TRATAMENTO NÃO INVASIVO
Fauzia F. Naime
Editora Manole
O livro tem o propósito de facilitar o entendimento
do tratamento da dor e das formas pelas quais agem
os analgésicos, conhecimento que é requisito essencial
para combater o sofrimento e oferecer melhor
qualidade de vida aos pacientes.
Títulos de
especialista
Homeopatia
7 de Dezembro – Local a definir –
Inf.: www.amhb.org.br
Medicina Física e Reabilitação
13 e 14 de Dezembro – São Paulo (SP) –
Inf.: (11) 2176-1573 ou (11) 2176-1597
MANUAL DE ALEITAMENTO
MATERNO
Sociedade Brasileira de Pediatria
Organizador: Luciano Borges Santiago
Editora Manole
Organizado pelo Departamento Científico de
Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de
Pediatria, o livro fundamenta e busca ampliar a ação
dos pediatras na orientação das famílias sobre essa
prática tão natural quanto vulnerável a interferências
socioculturais.
CÂNCER DE BEXIGA
Marcos Dall’Oglio, Alexandre
Crippa e Miguel Srougi
Grupo Editorial Nacional
O câncer de bexiga é o nono câncer mais diagnosticado no
mundo. A origem da doença pode ser secundária ao
tabagismo, a profissões expostas ao uso de produtos
químicos e à água contaminada por metais. Portanto, trata-se
de uma doença muito preocupante e que atinge
principalmente homens e mulheres na sexta e na sétima
décadas de vida. Na obra, o leitor encontrará os tratamentos
mais atuais sobre essa doença que é a segunda principal
neoplasia maligna do sistema urinário.
BRAUNWALD – TRATADO DE
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Robert Bonow, Douglas Mann,
Douglas. Zipes e Peter Libby
Editora Elsevier
O livro abarca toda extensão da prática cardiovascular. Dos 94
capítulos, 24 são inteiramente novos e, destes, nove cobrem
tópicos não abordados nas edições anteriores. Foram
acrescentados 46 novos autores reconhecidos em suas
respectivas disciplinas. Entre os muitos temas tratados estão:
ética na medicina cardiovascular; genética das arritmias;
avanços no campo da imagem cardiovascular; critérios de uso
apropriado das novas tecnologias da American College of
Cardiology; avaliação e tratamento da insuficiência cardíaca
aguda e da fibrilação atrial; nutrição e medicina complementar.
Ortopedia e Traumatologia
9, 10 e 11 de Janeiro de 2014 – Campinas (SP) –
Inf.: www.sbot.org.br
Oftalmologia
23 de Janeiro de 2014 (teórica I e teórico-prática),
24 de Janeiro de 2014 (teórica II), Janeiro a Abril
de 2014 (prática) – São Paulo (SP) (teóricas e
teórico-prática); prova prática a definir –
Inf.: (11) 3266-4000 ou www.cbo.com.br
Cirurgia da Mão
26 de Março – Maceió (AL) –
Inf.: (82) 3202-4900
Otorrinolaringologia
22 de março de 2014 – Inf. tel. (11) 5053-7500
ou www.aborlccf.org.br
Patologia
4 e 5 de abril de 2014 – Inf. Tel.
( 11) 5080-5298 ou [email protected]
Clínica Médica
1 de fevereiro de 2014 - Inf. www.sbcm.org.br
Cirurgia Cardiovascular
2 de abril de 2014 - Inf. tel. (11) 38490341 ou [email protected]
Endoscopia
22 de março de 2014 - Inf. tel. (11)
3148-08200 ou www.sobed.org.br
Certificados
de área de
atuação
Nutrição Parenteral e Enteral
1 de Dezembro – Olinda (PE) –
Inf.: (11) 3889-9909
PROFISSIONALISMO MÉDICO
PAULISTA E REFORMA NA
SAÚDE ADHEMARISTA
Fabio de Oliveira Almeida
Editora EduFSCar
A obra traz uma análise histórica e pesquisa
documental sobre o percurso da medicina, relaciona a
lógica do profissionalismo com políticas estatais e com
uma expressão de liderança política em um estudo que
aprofunda o conhecimento da medicina em São Paulo
ao longo de um período de mudanças amplas e
significativas na saúde.
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NOVEMBRO/DEZEMBRO
2013
Nutrição Parenteral e Enteral Pediátrica
1 de Dezembro – Olinda (PE) –
Inf.: (11) 3889-9909
Ecocardiografia
21 de Fevereiro de 2014 – São Paulo –SP –
Inf.: www.prova.dic.eco.br
Endoscopia Digestiva
22 de março de 2014 - Inf. tel. (11)
3148-08200 ou www.sobed.org.br
Dr. Kennedy Augusto C.Nejar CRM/SP 86174 - Resp.técnico IPEMED SP
*
CURSOS RECONHECIDOS PELO MEC
PÓS-GRADUAÇÃO MÉDICA
PÓS
INÍCIO DAS AULAS - FEVEREIRO/ 2014
IPEMED/SP SÃO PAULO | Rua Dr. Nogueira Martins, 706 Bairro Saúde - Cep: 04143-020
www.ipemed.com.br - 0800 940 7594
IPEMED/MG BELO HORIZONTE | IPEMED/BA SALVADOR | IPEMED/RJ RIO DE JANEIRO | IPEMED/DF BRASÍLIA
IPEMED | USA BOSTON | 00 xx 1 857 241 3880 - IPEMED | FRANÇA PARIS | 00 33 1 53 32 17 27
*Desconto associado ao compromisso da doação de um presente novo ou usado, de qualquer valor, para a CAMPANHA “AJUDE-NOS A AJUDAR”.