igarapé lourdes - Ecosystem Marketplace
Transcription
igarapé lourdes - Ecosystem Marketplace
DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO, ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1 TERRA INDÍGENA IGARAPÉ LOURDES A KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental é uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, dedicada à luta em defesa dos direitos dos povos indígenas, à conservação da natureza e ao uso sustentado da biodiversidade. Criada em 1992, a Kanindé busca soluções inovadoras que promovam o desenvolvimento econômico justo e ambientalmente sustentável. Rua D. Pedro II, 1892, sala 7, Bairro Nª Srª das Graças, CEP 76804-116 – Porto Velho-RO Fone/fax: 55 69 3229-2826 www.kaninde.org.br [email protected] COORDENAÇÃO GERAL Israel Correa Vale Junior COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ivanete Bandeira Cardozo CONSELHO DELIBERATIVO Ivaneide Bandeira Cardozo Monica Nascimento Urariwe Surui Amarildo Gavião Antonio Tapa Gavião Arnaldo Pabe Gavião Cena Kere’ap Gavião Chambete Gavião Colombo Gavião Delson Gavião Digüt Gavião Emilio Gavião Iran Gavião Isabel Gavião Jonas Gavião João Gavião José Gavião Josias Sebirop da Silva Rodrigo Gavião Marcio Gavião Matilde Gavião Miguel Gavião Moisés Seri Gavião Pitkawa Gavião Raimundo Gavião Sebastião Gavião Valdemar Gavião ABERTURA DE TRILHAS Cristiano Andrey S. Vale – Biológo CONSELHO FISCAL Maiquel de Lima Siqueira Wladir da Cruz Vasques Irlan das Chagas Silva TEXTO Ivaneide Bandeira Cardozo – Historiadora Samuel Vieira Cruz - Antropólogo Israel Correa Vale Junior- Biológo Amilca Adamy – Geólogo/Analista ambiental Alcilene Pereira Paes –Turismologa Aldimar Lima dos Reis – Biólogo Adnilson de Almeida Silva – Geógrafo Ana Paula Franco dos Anjos Ataíde de Almeida Rúbio – Identificador de campo - Mateiro Emerson Nunes Aguiar – Economista Gustavo Gurgel do Amaral – Geógrafo Juliano Rodrigues Oliveira – Biólogo/IBAMA Kleber Henrique Silva Belém – Geográfo Luiz Sérgio Ferreira Martins – Biólogo/IBAMA Ricardo Alexandre Medonça de Melo – Biólogo Marilene Vasconcelos da Silva – Bióloga Ivanete Bandeira Cardozo – Bióloga Luiz Carlos Maretto – Eng. Florestal/Analista ambiental Maria Aparecida de Oliveira Azevedo Lopes – Ms. Psicologia Marcelo Rodrigues dos Anjos – Biólogo Marcos Pérsio Dantas Santos – Doutor em Zoologia Stefani Freitas Maia Menezes – Geógrafa Tereza de Jesus C. Rodrigues – Historiadora Verônica Ariadne Romano – Geógrafa Alberto Arara Álvaro Noep Arara Célio Arara Cícero Arara Francisco Arara Firmino Arara Marcelo Arara Mário Arara Sebastião Arara Adonias Sebirop da Silva Afonso Gavião ESTAGIÁRIOS Ana Paula Albuquerque de Melo (Biologia) Carlos Anderson de Souza Sinfontes (Biologia) Daniele Gomes Texeira (Direito) Ederson Lauri Leandro (Turismo) Glauko Correa da Silva (Biologia) Rosineide Castilho Figueiredo (Biologia) Helen de Lima Coimbra (Ensino médio) Lilian Meire Soares Silva (Ensino médio) Lucas Rommel (Biologia) Michael de Oliveira (Biologia) Josenir Rodrigues Neves (Ensino médio) MAPAS: ELABORAÇÃO E ARTE Airton Gaio Junior Elenice Duran Silva Israel Corrêa do Vale Júnior FOTOGRAFIAS Adnilson de Almeida Silva Alexis Bastos Fred Bastos Luis Carlos Maretto Ivaneide Bandeira Cardozo Israel Corrêa do Vale Júnior Samuel Vieira Cruz Marcos Pérsio Dantas Santos ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DA FUNAI FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO Francisco de Assis de Figueiredo – Téc. Agropecuária Jorge Luís Marafiga Leal - Auxiliar de Sertanista Tennesson Gonçalves Oliveira – Téc. Agropecuária Vicente Batista Filho – Téc. Agropecuária Osman Ribeiro Brasil - Sertanista PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Teia Comunicação - Adriana Zanki Cordenonsi IMPRESSÃO Gráfica Coan Ficha Catolográfica D536 Diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão Terra Indígena Igarapé Lourdes / Organizadores: Ivaneide Bandeira Cardozo, Israel Correa Vale Júnior. – Porto Velho (RO): Kanindé, 2012. 92p.: il.; -- (Diagnóstico, etnozoneamento e plano de gestão em Terras Indígenas; 1) Vários autores Inclui bibliografia ISBN 978-85-7764-046-1 1. Terra Indígena - Rondônia - Brasil. 2. Terra Indígena - Meio Ambiente - Conservação. 3. Terra Indígena - Política - Gestão Ambiental. I. Cardozo, Ivaneide Bandeira (Org.). II. Vale Júnior, Israel Correa (Org.). III. Coletânea: Diagnóstico, etnozoneameto e plano de gestão em Terras Indígenas, 1. IV. Título. CDU: 39(811.1=1-82) Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549 DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO, ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1 TERRA INDÍGENA IGARAPÉ LOURDES A KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental é uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, dedicada à luta em defesa dos direitos dos povos indígenas, à conservação da natureza e ao uso sustentado da biodiversidade. Criada em 1992, a Kanindé busca soluções inovadoras que promovam o desenvolvimento econômico justo e ambientalmente sustentável. Rua D. Pedro II, 1892, sala 7, Bairro Nª Srª das Graças, CEP 76804-116 – Porto Velho-RO Fone/fax: 55 69 3229-2826 www.kaninde.org.br [email protected] COORDENAÇÃO GERAL Israel Correa Vale Junior COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ivanete Bandeira Cardozo CONSELHO DELIBERATIVO Ivaneide Bandeira Cardozo Monica Nascimento Urariwe Surui Amarildo Gavião Antonio Tapa Gavião Arnaldo Pabe Gavião Cena Kere’ap Gavião Chambete Gavião Colombo Gavião Delson Gavião Digüt Gavião Emilio Gavião Iran Gavião Isabel Gavião Jonas Gavião João Gavião José Gavião Josias Sebirop da Silva Rodrigo Gavião Marcio Gavião Matilde Gavião Miguel Gavião Moisés Seri Gavião Pitkawa Gavião Raimundo Gavião Sebastião Gavião Valdemar Gavião ABERTURA DE TRILHAS Cristiano Andrey S. Vale – Biológo CONSELHO FISCAL Maiquel de Lima Siqueira Wladir da Cruz Vasques Irlan das Chagas Silva TEXTO Ivaneide Bandeira Cardozo – Historiadora Samuel Vieira Cruz - Antropólogo Israel Correa Vale Junior- Biológo Amilca Adamy – Geólogo/Analista ambiental Alcilene Pereira Paes –Turismologa Aldimar Lima dos Reis – Biólogo Adnilson de Almeida Silva – Geógrafo Ana Paula Franco dos Anjos Ataíde de Almeida Rúbio – Identificador de campo - Mateiro Emerson Nunes Aguiar – Economista Gustavo Gurgel do Amaral – Geógrafo Juliano Rodrigues Oliveira – Biólogo/IBAMA Kleber Henrique Silva Belém – Geográfo Luiz Sérgio Ferreira Martins – Biólogo/IBAMA Ricardo Alexandre Medonça de Melo – Biólogo Marilene Vasconcelos da Silva – Bióloga Ivanete Bandeira Cardozo – Bióloga Luiz Carlos Maretto – Eng. Florestal/Analista ambiental Maria Aparecida de Oliveira Azevedo Lopes – Ms. Psicologia Marcelo Rodrigues dos Anjos – Biólogo Marcos Pérsio Dantas Santos – Doutor em Zoologia Stefani Freitas Maia Menezes – Geógrafa Tereza de Jesus C. Rodrigues – Historiadora Verônica Ariadne Romano – Geógrafa Alberto Arara Álvaro Noep Arara Célio Arara Cícero Arara Francisco Arara Firmino Arara Marcelo Arara Mário Arara Sebastião Arara Adonias Sebirop da Silva Afonso Gavião ESTAGIÁRIOS Ana Paula Albuquerque de Melo (Biologia) Carlos Anderson de Souza Sinfontes (Biologia) Daniele Gomes Texeira (Direito) Ederson Lauri Leandro (Turismo) Glauko Correa da Silva (Biologia) Rosineide Castilho Figueiredo (Biologia) Helen de Lima Coimbra (Ensino médio) Lilian Meire Soares Silva (Ensino médio) Lucas Rommel (Biologia) Michael de Oliveira (Biologia) Josenir Rodrigues Neves (Ensino médio) MAPAS: ELABORAÇÃO E ARTE Airton Gaio Junior Elenice Duran Silva Israel Corrêa do Vale Júnior FOTOGRAFIAS Adnilson de Almeida Silva Alexis Bastos Fred Bastos Luis Carlos Maretto Ivaneide Bandeira Cardozo Israel Corrêa do Vale Júnior Samuel Vieira Cruz Marcos Pérsio Dantas Santos ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DA FUNAI FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO Francisco de Assis de Figueiredo – Téc. Agropecuária Jorge Luís Marafiga Leal - Auxiliar de Sertanista Tennesson Gonçalves Oliveira – Téc. Agropecuária Vicente Batista Filho – Téc. Agropecuária Osman Ribeiro Brasil - Sertanista PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Teia Comunicação - Adriana Zanki Cordenonsi IMPRESSÃO Gráfica Coan Ficha Catolográfica D536 Diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão Terra Indígena Igarapé Lourdes / Organizadores: Ivaneide Bandeira Cardozo, Israel Correa Vale Júnior. – Porto Velho (RO): Kanindé, 2012. 92p.: il.; -- (Diagnóstico, etnozoneamento e plano de gestão em Terras Indígenas; 1) Vários autores Inclui bibliografia ISBN 978-85-7764-046-1 1. Terra Indígena - Rondônia - Brasil. 2. Terra Indígena - Meio Ambiente - Conservação. 3. Terra Indígena - Política - Gestão Ambiental. I. Cardozo, Ivaneide Bandeira (Org.). II. Vale Júnior, Israel Correa (Org.). III. Coletânea: Diagnóstico, etnozoneameto e plano de gestão em Terras Indígenas, 1. IV. Título. CDU: 39(811.1=1-82) Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549 DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO, ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1 TERRA INDÍGENA IGARAPÉ LOURDES ELABORAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO Ivaneide Bandeira Cardozo COORDENAÇÃO DA EQUIPE DE CAMPO Israel Correa Vale Junior ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO Ivaneide Bandeira Cardozo Israel Correa Vale Junior MARÇO DE 2012 PROMOÇÃO PARCERIA APIA APIG ASSOCIAÇÃO DO POVO INDÍGENA ARARA ASSOCIAÇÃO DO POVO INDÍGENA GAVIÃO EXECUÇÃO Associação de Defesa Etnoambiental ORGANIZAÇÃO INDÍGENA PADEREÉHJ SUMÁRIO 1. Etno-história............................................................................................... 08 Apresentação.................................................................................................. 08 Agradecimentos.............................................................................................. 10 Introdução...................................................................................................... 12 Os Karo Rap................................................................................................... 13 Os Ikolen........................................................................................................ 13 Contatos com outras sociedades...................................................................... 14 Os Karo e Ikolen se conhecem........................................................................ 16 Regularização Fundiária.................................................................................. 19 Rios e Igarapés................................................................................................ 19 Moradia.......................................................................................................... 19 Energia........................................................................................................... 19 Hidrelétricas................................................................................................... 19 Comunicação.................................................................................................. 20 Meios de Transporte........................................................................................ 20 Saneamento Ambiental................................................................................... 20 Atendimento de Saúde.................................................................................... 21 Educação Escolar Indígena.............................................................................. 21 Cosmologia.................................................................................................... 22 A Lenda do Milho........................................................................................... 22 Atividades Produtivas...................................................................................... 24 Caça e Pesca.................................................................................................. 24 Cultura material.............................................................................................. 24 Associações Indígenas..................................................................................... 25 Pressão sobre o meio ambiente....................................................................... 25 Superposição com a Reserva Biológica do JARU............................................. 25 Mineração...................................................................................................... 25 2. Levantamento biológico.................................................................................... 26 Vegetação....................................................................................................... 26 Ictiofauna (peixes)........................................................................................... 32 Herpetofauna (répteis e anfíbios)..................................................................... 35 Avifauna (aves)............................................................................................... 38 Mastofauna (mamíferos de médio e grande porte).......................................... 46 4 3. Etnozoneamento...................................................................................................47 Introdução.........................................................................................................48 Mapa Etnozoneamento......................................................................................49 Normas Gerais para a Terra Indígena................................................................. 50 Zona de Proteção Integral.......................................................................50 Zona de Produção..................................................................................52 Zona de Recuperação............................................................................54 Zona Sagrada..........................................................................................55 Zona de Caça........................................................................................ 56 Zona Primitiva........................................................................................57 Zona de Resgate.....................................................................................58 Importância da Terra Indígena Igarapé Lourdes..................................................59 4. Plano de Gestão....................................................................................................60 O Plano de Gestão............................................................................................ 61 Aspectos Institucionais.......................................................................................61 Infra-estrutura e equipamentos..........................................................................62 Recursos Humanos NAL.................................................................................... 64 Estrutura Organizacional...................................................................................65 Associações Indígenas....................................................................................... 65 Enquadramento das áreas de atuação por programas temáticos......................... 66 Programa de Proteção............................................................................ 66 Programa de Estudos e Pesquisas............................................................ 68 Programa de Educação............................................................................70 Programa de Regularização Fundiária......................................................72 Programa de Infra-estrutura.................................................................... 73 Programa de Administração....................................................................75 Programa de Cooperação Institucional....................................................76 Programa de Saúde.................................................................................78 Programa de Alternativas Econômicas..................................................... 80 Programa de Valorizacão Cultural........................................................... 82 Avaliação e Revisão do Plano de Gestão................................................. 84 Bibliografia..................................................................................................................85 5 FIGURA 1. Mapa da T.I. Igarapé Lourdes desenhado por Amarildo Gavião 6 TERRA INDÍGENA IGARAPÉ LOURDES Unidade Gestora Administrador Endereço CEP Telefone Município e Estado Coordenadas Geográficas Coordenacão Regional de Ji-Paraná Vicente Batista Filho Rua Manoel Franco, 1780, Nova Brasília - Ji-Paraná/RO 76.908-610 69 34119404 Ji-Paraná - Rondônia entre os paralelos 10010’07” a 10012’19” e 10032’52”” a 10050’44” de latitude sul e os meridianos 61047’02” a 61027’54” e 61051’47” a 61031’19” de longitude Oeste - Greenwich. 185.533,5768 hectares (cento e oitenta e cinco mil, quinhentos e trinta e três hectares, cinquenta e sete ares e sessenta e oito centiares) e o perímetro é de 270,583 Km. Data de criação e número do decreto Decreto nº 88.609 de 09/08/83 Atividades ocorrentes Educação ambiental Educação formal Fiscalização Não existe. Ensino fundamental. Operações fiscalizadoras realizadas pela FUNAI para detectar invasão de pescadores, madeireiros e fazendeiros. Pesquisa Avifauna, mastofauna, icitiofauna, herpetofauna, vegetação e etno-história. Atividades Conflitantes Caça, pesca e desmatamento. 7 I. ETNO-HISTÓRIA APRESENTAÇÃO O Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Igarapé Lourdes foi elaborado com a finalidade de servir como instrumento de planejamento de Gestão Ambiental da Terra Indígena. Foi realizado em 2004 e os dados constantes no mesmo se referem à este período. Para sua realização contamos com o apoio da USAID – United States Agency International Development e Amigos da Terra Suécia, que alocaram recursos para complementar os levantamentos do Diagnóstico e realizar o Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Importante e necessário registrar a parceria da FUNAI - Fundação Nacional do Índio - da Organização Padereéhj, da Associação do Povo Indígena Arara e da Associação do Povo Indígena Gavião. Neste livro o leitor irá encontrar um resumo das pesquisas realizadas, na terra indígena Igarapé Lourdes. O inteiro teor do Diagnóstico e do Plano de Gestão constam do” Relatório Etnoambiental e do Plano de Gestão da Terra Indígena do Igarapé Lourdes”. A importância deste livro deve-se ao fato de disponibilizar para os indígenas e o público em geral, informações sobre a etno-história, a socioeconomia, a vegetação, a mastofauna, avifauna, ictiofauna, herpetofauna, o meio fisico e o etnozoneamento do território. O Plano de Gestão traz as diretrizes para a implementação das ações para a administração do território indígena. Caso o leitor deseje mais informações deve solicitar uma cópia do Relatório as associações dos povos indígenas Ikolen e Karo e da Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental. 8 9 AGRADECIMENTOS Agradecemos aos povos indígenas Karo Rap e Ikolen que nos receberam, participaram e executaram juntos todas as etapas do diagnóstico, nos ensinando e compartilhando dos seus conhecimentos. Ao IBAMA, FUNAI, FUNASA, SEDUC, Dioceses de Ji-Paraná, Museu Emilio Goeldi, CUNPIR, e ao Msc. Alexandre Camilo, Almir Narayamoga Surui e Dr. Paulo Sergio Bernarde pelo apoio e orientação. À USAID, Amigos da Terra Suécia e Consórcio Amazoniar que tornaram possível o sonho de realizarmos o estudo da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Agradecemos a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste diagnóstico. 10 11 INTRODUÇÃO Na Terra Indígena Igarapé Lourdes habitam dois povos indígenas, os Gavião, autodenominados Ikolen, e os Arara, que se identificam como Karo Rap, os quais, sujeitos às dinâmicas e pressões advindas de frentes de expansão da sociedade nacional, travaram contatos entre si – ainda que tensos, com trocas culturais, casamentos e, finalmente, após o contato com regionais – seringueiros e seringalistas – conflitos e mortes, realizaram laços de amizade e aliança através de novos casamentos e novas formas de organização e articulação, hoje através da Associação Panderej, que congrega, entre outros, ambos povos indígenas. Além destes dois grupos, há remanescentes de um terceiro, denominado “Babekawei”, pelos Ikolen1; pelo menos duas mulheres e um homem, casados na aldeia Paygap, de Pedro Agamenon Arara. Há informação de outros Babekawei vivendo fora da Terra Indígena, no espaço rural e urbano no município de Ji-Paraná. Os Karo, assim como com os Babekawei, são falantes de língua do tronco tupi, da família ramarama e os Ikolen são do Tupi Mondé. 1 Uruku, Urubu ou Urumi segundo outros autores. 12 OS KARO RAP O povo Karo Rap, conhecidos como Arara habitam as aldeias Iterap e Paygap, com uma população de 208 pessoas falantes da família lingüística Tupi Rama Rama. Aldeias: Iterap (Nosso Lugar) e Paygap (Buritizal). Sobre esta etnia há poucos registros publicados, são referidos por Curt Nimuendaju, entre as décadas de 1920 e 19406, voltando a ser referidos por Mindlin em 2001. Há estudos lingüisticos, conduzidos pelos doutores Denny Moore e Nílson Gabbas Júnior, desde 1975, cujos registros e relatórios de campo foram de suma importância para a construção desta memória. OS IKOLEN O povo indígena Ikolen (Gavião de Rondônia), habita a terra Indígena Igarapé Lourdes, são falantes da familia linguistica Tupi Mondé, e possuem uma população de aproximadamente 523 pessoas, que se distribuem em seis aldeias - Ikolen, Cacoal, Nova Esperança, Castanheira, Igarapé Lourdes e Ingazeira. As primeiras referências sobre esta etnia datam da década de 1940, e pouco se estudou sobre sua cultura ancestral. Harald Schults (apud Mindlin) refere o povo Gavião, pela primeira vez, em 1955 – quando passou por Rondônia. É a primeira informação sobre um povo falante de uma língua da família Tupi Mondé, apesar destes, através de Digüt, informarem conhecer a expedição de Rondon, da adoção de Fernando Txerepoabá no começo dos anos 1940, pelo seringalista Barros e dos informes do Sr. José Benedito de Oliveira, sobre contatos no rio Azul no ano de 1944, entre índios e regionais. Os Ikolen sofreram a evangelização missionária desde a década de 1940, apesar disto, mantém viva a memória ancestral. Nimuendaju2 (1924; 1944) apesar de referir-se ao povo Karo (Arara) e Urumi, do tronco lingüístico tupi rama-rama, na bacia do rio Machado, nada registra sobre os povos Tupi-Mondé: os Ikolen, chamados Gavião, contatados na década de 1940, os Cinta-Larga (1968), os Suruí (autodenominados Paiter, contatados em 1969) e os Zoró (1978). 2 “Textos Indigenistas”, Curt Nimuendaju, Edições Loyola, São Paulo, 1982. 13 CONTATOS COM OUTRAS SOCIEDADES Os Ikolen e Karo tiveram vários contatos com outros povos indígenas e com os não indígenas, todos com história de conflitos e paz, de casamentos interétnicos e de inserção na economia regional, e com altas taxas de mortalidade com epidemias transmitidas pelos recém-chegados, como gripe, sarampo, pneumonia e malária. Em 1977 os Karo tiveram contato com os Ikolen havendo festas e casamentos, mas em 1979 se afastaram e foram para seu território que havia sido demarcado. Na década de 40 os Karo e Urubu3 mantinham encontros intermitentes com seringueiros e colonos estabelecidos na região, iniciando relações sociais e comerciais. Assim mesmo, os Urubu atacaram de surpresa e mataram traba-lhadores do seringal Santa Maria alguns anos depois. Desde 1947 estas duas etnias (Karo e Babekawei) manti-nham contatos ocasionais no Seringal Santa Maria cujo proprietário, Sr. Barros, e seus emprega- dos, passaram a utilizá-los na extração da seringa, remunerando-os com roupas, mantimentos e outros bens. Em 1959 os Ikolen atacaram três aldeias dos Karo que existiam na época, matando sete pessoas.4 Os Karo fugiram para um seringal (Riachuelo), daí saíram para outro (no rio Urupá), contraíram sarampo na mata, o que causou muitas mortes.5 Em 1966, com a chegada do Serviço de Proteção ao Indio e os missionários protestantes da Missão Novas Tribos (New Tribes), ligados no Brasil à Igreja Batista, que haviam chegado à região no ano anterior,6 iniciou-se um trabalho de reaproximação entre os Karo e os Ikolen, que resultou na coexistência pacifica de ambos no interior da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Os índios relatam contatos pontuais com a missão Rondon e com o próprio Marechal no começo do século XX e a visita, em meados dos anos 50, do antropólogo Harald Schultz. (Leonel, 1983). 3 Também denominados Uruku, Urumi ou Babekawei – na literatura e depoimentos tomados. Alguns remanescentes desta etnia sobrevivem, casados com Karo e Ikolen, na TI Igarapé Lourdes. 4 Em “Couro dos Espíritos”, Betty Mindlin registrou depoimentos transcritos adiante sobre o episódio. 5 Moore informa que, em 1978, nas idades 16-25 anos viviam só 7 Araras na T.I. Igarapé Lourdes, por causa da alta taxa de mortalidade daqueles anos. 6 Depoimento do Sr. Horst Stute – missionário que chegou à região em 1965. 14 15 OS KARO E IKOLEN SE CONHECEM 7 Os Arara viviam nos formadores do Igarapé Lourdes, do Igarapé Setembrino, do Prainha e do Riachuelo, não muito longe dos Gavião, que habitavam o divisor de águas, na Serra da Providência, nas águas do Igarapé Madeirinha e outros afluentes do rio Branco. Um Gavião foi caçar, encontrou uma trilha dos Arara. Voltou para a sua casa avisando aos outros Gavião, dizendo que vira um rastro, um caminho de um índio estranho. Convocaram uma reunião, chamando parentes de outras aldeias, para irem juntos observar a novidade. Era mesmo uma vereda dos Arara. Ninguém queria esperar, queriam ver logo quem era essa gente. Assim foi. O primeiro a dar a notícia dos Arara, voltando da caçada, viu um galho cortado com faca, levou para mostrar para a sua comunidade. - Vejam só, encontrei um galho cortado, não é quebrado, é partido com uma coisa estranha. Nunca tinham visto faca. O homem Gavião, chamado Dzaria-ti, chamou os companheiros: - Vamos falar com esses homens, vamos entrar em contato com eles! Dormiram na viagem, de manhãzinha recomeçaram a caminhar. Na viagem, os Gavião mataram um tamanduá, assaram. Por isso se atrasaram. No outro dia caminharam, seguiram viagem. De manhã, lá pelas oito horas, viram um índio Arara no caminho, soprando flauta de taquara, acompanhado por duas mulheres. Os Gavião ponderaram: - Estão vindo para cá, vamos falar com eles; se não obedecerem, podemos matar. O Arara estava vindo na frente, as duas mulheres o seguiam. Os Gavião cercaram, eram numerosos, fizeram como que uma fila, útil se fossem prender os três, mas esconderam-se quase todos. O último Gavião explicou que essa trilha era de seu povo, acrescentando: - Ó meu amigo, eu sou seu amigo! O estrangeiro assustou-se muito ao ver o homem Gavião, ouvir sua voz, uma língua diferente. As duas mulheres abraçaram-se trêmulas de medo, o Arara virou para trás. O Gavião mostrou uma flecha para o índio Arara oferecendo. O estrangeiro conseguiu pegar a flecha da mão do Gavião, apesar do tremor; vieram mais dois Gavião, deram-lhe presentes. O Arara segurou o braço das duas mulheres. Os outros Gavião escondidos apareceram, vinham fazer a paz. Na mesma hora puseram cocar na cabeça do estrangeiro, deram-lhe flechas, colares, muitos cintos, muito artesanato, era um sem fim de dons. O Arara e as duas mulheres ficaram pesados com tantos presentes. Acabando de enfeitar o novo amigo, os Gavião convidaram: - Vocês vão comigo para a minha casa! Foram para o acampamento onde tinham assado o tamanduá. Deram comida para os três Arara. Pouco depois o Arara sinalizou para os Gavião que queria voltar, deixaram um filho em casa, mas os interlocutores não entenderam, acharam que queria avisar a comunidade. Deixaram que fossem, e voltaram à aldeia. 7 In, Mindlin, Betty – Couro dos Espíritos, Editora SENAC, São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2001. 16 17 18 REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA A Terra indígena Igarapé Lourdes é demarcada e homologada pelo Decreto 88.609/83 de 09 de agosto de 1983. Com a demarcação ficaram fora dos limites da terra indígena importantes territórios ocupados pelos Ikolen e Karo Rap, que atualmente são reivindicados pelos povos indígenas para ampliação da área. RIOS E IGARAPÉS O Igarapé Lourdes é a principal bacia hidrográfica da terra indígena que possui as sub-bacias do Igarapé Água Azul, Tarumã, Ji-Paraná, Jatuarana, Setembrino, Prainha, Providência, Lourdes e Perdido. MORADIA As aldeias possuem casas de madeira com cobertura de telhas de amianto, de madeira com cobertura de palha, casas de palha, casas de alvenaria (FUNAI). As casas feitas de palha demonstram a técnica indígena de construção de habitações e outras edificações (galinheiros, chiqueiros, etc). As principais construções de palha são as malocas, que servem como moradia para algumas famílias. Esse tipo de habitação, apesar de ser tradição da cultura indígena, atualmente é muito raro de ser encontrado nas aldeias da Terra Indígena Igarapé Lourdes. ENERGIA A Terra Indígena Igarapé Lourdes possui uma precária geração e distribuição de energia elétrica. Isso se dá porque apenas duas das aldeias, Paygap e Ikolen, são atendidas com energia distribuída pelas Centrais Elétricas de Rondônia – CERON. As aldeias Cacoal, Ingazeira e Nova Esperança não têm energia, as demais aldeias funcionam com motor gerador, que quase sempre estão parados por não ter combustível ou por falta de manutenção. HIDRELÉTRICAS A discussão sobre a possível construção da hidrelétrica do rio Machado ou Ji-Paraná vem ocorrendo desde 1990. Em 1991 os indígenas Ikolen e Karo protestaram contra a construção, fechando a ponte do rio Machado na cidade de Ji-Paraná. Furnas vêm coletando dados sobre volume e velocidade das águas no rio Machado e seus afluentes, para a análise de viabilidade do empreendimento e possível construção da hidrelétrica. Desde o início de 2005 estes dados vem sendo repassados à Eletronorte. Vale salientar que os indígenas não foram consultados por Furnas, nem pela Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte), haja vista a construção impactar parte da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Durante a realização do diagnóstico os Ikolen e Karo foram categóricos em afirmar que não aceitam a construção da hidrelétrica, principalmente porque esta irá inundar parte de seu território. 19 COMUNICAÇÃO Os meios de comunicação utilizados nas aldeias variam de telefonia celular a rádios amadores pertencentes à FUNAI e a FUNASA, bem como através de emissoras de rádio e televisão - esta última somente com acesso via antena parabólica. Mas a distribuição dos meios de comunicação não é igual em todas as aldeias. Quanto à telefonia, a aldeia Ikolen possui telefonia celular rural e as aldeias Iterap e Paygap têm acesso à telefonia celular através da antena instalada em Ji-Paraná. MEIOS DE TRANSPORTE Os meios de transporte utilizados pelos indígenas são divididos por etnia, ou seja, o povo Karo possui 01 caminhão GMC, modelo G100, ano 2000, 01 barco de alumínio e 01 carroça pertencente à comunidade; 01 barco de alumínio, 01motor de popa de 15hp e 01 motocicleta 125 cilindradas pertencentes à FUNAI e 01 barco de alumínio pertencente à FUNASA, os quais são utilizados também pela comunidade. O povo Ikolen possui 01 caminhão GMC, modelo G100, ano 2000, 01 barco de alumínio de 8m, 01 barco de alumínio de 6m, 02 barcos de alumínio de 4m e 01 barco de madeira de 10m, 01 motor rabeta de 7hp, 01 motor de popa de 25 hp e 02 motores de popa de 15hp. SANEAMENTO AMBIENTAL O saneamento ambiental das aldeias da Terra Indígena Igarapé Lourdes é praticamente inexistente. O abastecimento de água se dá via poços amazônicos e artesianos. A água dos poços amazônicos é utilizada para vários afazeres, inclusive para consumo, podendo causar doenças relacionadas à contaminação do lençol freático superficial. O tratamento da água, independente de sua procedência, é mínimo. Alguns fervem antes do consumo, outros utilizam filtros de barro ou hipoclorito de sódio (oferecidos pela FUNASA), mas estes procedimentos são pouco utilizados. A destinação dos resíduos nas aldeias é inadequada, sendo que o tratamento mais usual dado ao lixo é a queimada. Nenhuma das aldeias possui rede de esgotamento sanitário. A grande maioria dos moradores utiliza-se de “privadas” comunitárias construídas pela própria comunidade ou pela FUNASA, ou locais próximos das aldeias. O descaso é tanto que a FUNASA construiu as privadas no centro da aldeia Iterap e são grande foco para proliferação de doenças. 20 ATENDIMENTO DE SAÚDE O atendimento à saúde indígena nas aldeias era efetuado pela FUNASA - Fundação Nacional de Saúde - até julho de 2004, em parceria com a CUNPIR - Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas. O atendimento na aldeia era feito por 06 Agentes Indígenas de Saúde (05 homens e 01 mulher) distribuídos nas aldeias: Iterap, Paygap, Ikolen, Igarapé Lourdes, Castanheira e Cacoal. A equipe de profissionais de saúde da FUNASA trabalha em sistema de rodízio com auxiliares de enfermagem e odontólogos que muito raramente vão às aldeias. As doenças que prevalecem são endêmicas como a tuberculose, malária, leishmaniose e verminoses. Há ainda casos de desnutrição, subnutrição e síndrome de Down. Há ainda muitos casos de cáries dentárias por falta de tratamento odontológico. Para as mulheres grávidas o pré-natal é realizado na cidade de Ji-Paraná. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA Na Terra Indígena Igarapé Lourdes a SEDUC - Secretaria Estadual de Educação - mantém professores lotados na Representação de Ensino - REN, do município de Ji-Paraná, os quais ministram aulas e supervisionam os professores indígenas, contratados em caráter emergencial e que são responsáveis pela alfabetização das crianças, de jovens e adultos. Ao todo são 14 professores indígenas, sendo 13 homens e 01 mulher. Existem 08 escolas distribuídas nas aldeias. O ensino é o fundamental bilíngüe, sendo boa parte dos materiais didáticos produzidos na língua materna no formato de cartilhas com linguagem missionária. 21 COSMOLOGIA Os Ikolen e os Karo Rap buscam manter suas cerimônias tradicionais, como pajelança, encontro dos pajés (que ocorre no mês agosto), o uso da medicina tradicional, a Ipena’op Kanã Wajo Akanâ Pe (Festa do Jacaré), a Ip Japijeje Te’et Na Na Te’a (Festa da Pescaria). Com o contato outras festas foram incorporadas como as festas juninas, Natal, Ano Novo, aniversários e o Dia do Indio. Moore informava, em 1978, que três anos antes os Gavião tinham abandonado quase todas as crenças e rituais tradicionais, “... A última grande festa com muitos jacarés vivos, com chicha, etc, foi mais ou menos em 1970. Um chefe de posto proibiu festas exceto duas: a “Festa do Milho Verde”, dos Goihanei, no inverno e a “Festa do Pajé”...”. Moore informa que o servidor da FUNAI acreditava que “... as festas prejudi- cariam a saúde e baixaria a produção”. As festas foram retomadas a partir de 1976 (antes todos freqüentavam a igreja e tinham deixado de fazer festa), que o pajé está trabalhando de novo (1978) e há algumas festas. Entre abril e junho de 1977 havia muito movimento de festa e de pajé na aldeia Cachoeira. O pajé estava trabalhando para curar o velho Kepe, pai do Wilson e Colombo, que tinha um problema do coração. O pajé chamou os espíritos Oritxitxia que apareceram de noite na frente do povo e do pesquisador (sic). Quando o doente morreu a festa acabou – eles queimaram a casa do finado e não falam mais seu nome. (Moore, 1978). Apesar da pressão dos missionários e da sociedade nacional, os Ikolen e Karo Rap continuam com suas práticas tradicionais de pajelança. A LENDA DO MILHO COMO GOIHANEI O TROUXE 8 O Goihanei é o dono do milho verde, foi ele que o trouxe para o povo Gavião. E é ele que cuida para que haja boas safras, todo ano tem de comemorar e vestir as roupas de Goihanei, que são feitas da palha do buriti. Usam cocar, penacho, roupas de índio, roupas de Goihanei, o homem do milho. Conta que é muito importante que seu povo não esqueça e que os chamem Goihanei, mas só quem os conhecem, e quem os vê, é o Pajé. As índias iam apanhar Xum Xum-ra e tinha um pouco que estava no chão. Quando chegavam, a índia grávida perguntava: - E aí? Tinha muita fruta lá? - Não, respondíamos, nós trouxemos um pouquinho. Chamam-se Goihanei, porque vivem nas águas. Todas as índias iam naquela árvore para se alimentar – o nome dela é Xum-Xum-ra (Tsyn-Tsyn-ra). E esta festa não é inventada, já vem de muitos anos – desde o começo do povo que estava nascendo daquela pedra, daquela rocha. Os Gavião ainda tem sementes do milho originais que Goihanei lhes trouxe. É importante lembrar como é que veio o milho: Primeiro a mulher engravidou, sem fazer relação, sem usar homem. Tem uma fruta que se chama Xum Xum-ra (Tsyn Tsynra), que nasce de uma árvore muito grande, grossa e bonita, muito especial para o povo Gavião. Então ela ia e dizia: - Vou ver se acho pelo menos um pouco para eu comer! Aí, quando chegava clã, ela sentava, abria as pernas e de sua vagina, saia o Arco-Íris. Ia lá ao alto da árvore, balançava e as frutas caíam. Era muita fruta. Ela juntava, enchia o paneiro. Vinha para a maloca com o paneiro cheio, cheinho. Vinha para sua casa na aldeia e, ao entrar as outras mulheres se assustavam: - Puta merda, onde tu pegaste tanta fruta mulher? - Ah, achei ali mesmo e juntei – respondia. Mas as demais mulheres desconfiaram, pois a história sempre se repetia.Então, resolveram segui-la para ver o que estava acontecendo. Então viram quando ela abriu as pernas e o Arco-Íris saiu de lá de dentro. Correram 8 Narrado por Catarino Sebirop Gavião a Samuel Cruz – Notas e fitas gravadas em campo, 2004. 22 para avisar os homens que foram olhar e viram que era verdade o que as mulheres lhes contaram. E a mulher foi lá, colheu algum e levou para casa. Mas tinha um macaco prego que pegou algum e correu. Pegaram um facão e cortaram o Arco-Íris, perto da mulher, não mais do que 70 centímetros. Um homem pegou o milho do macaco, que ficou gritando. O homem perguntou: - De quem é este milho? Então um pedaço, menor, correu para dentro dela e o outro fugiu para cima, no rumo do céu. O que ficou para dentro virou gente – menino. O que foi para cima virou o Arco-Íris que nós vemos até hoje. O menino nasceu, cresceu, virou gente e aquele que foi para cima, se comunicava com a mulher: - Como está o nosso filho? - Ah, já está grande – ela respondia. - Vou fazer uma roça aqui pro meu filho, disse o pai. Vai ter muito milho e só você vai saber. Quando foi no outro dia o milho já estava grande. E era milho mesmo. Bastava ele falar que ia ter milho, que ia fazer roça, que já estava aí. Já estava pronto. E a mulher respondeu: - O milho é meu! O homem devolveu o milho para a mulher e perguntou onde ela o havia colhido. E ela respondeu: - Tem uma roça, e foi mostrá-la aos índios. Tinha 4 índias – aquelas que não gostavam dela – e ela as convidou, junto com o povo, para irem até sua roça para que acreditassem que tinha muito milho. E o pai do menino castigou aquelas 4 mulheres – quebrou as enviras com as quais elas amarravam o milho e as transformou em pombas. E as 4 mulheres começaram a voar como pombas; e estas pombas que vemos voando hoje, são descendentes daquelas transformadas pelo Arco-Íris. Isso quer dizer, se chama Goihanei. 23 ATIVIDADES PRODUTIVAS Os Ikolen e Karo Rap praticam a agricultura tradicional indígena e a não indígena com sistemas agro-florestais, criação de bovinos, suínos, piscicultura, galinhas e animais silvestres, além da prática do extrativismo para coleta de castanha e óleo de copaíba, pesca tradicional e confecção de artesanato. Entre as espécies cultivadas estão a mandioca, milho, amendoim, feijão, arroz, pupunha, cará, batata doce, taioba, inhame, algodão, urucum, mamão, fava, banana, café, côco, melancia e frutas cítricas. A Terra Indígena Igarapé Lourdes possui um Plano de Manejo não Madeireiro de Uso Múltiplo e Comunitário para que possam utilizar os recursos da floresta como óleo de copaíba, coleta de castanha e açaí. CAÇA E PESCA Os Ikolen e Karo Rap caçam animais silvestres utilizando técnicas como tocaias, imitação do som dos animais e rastreamento das pegadas dos animais. A pesca é realizada com o arco e flecha, que geralmente tem ponta de pupunha ou ponta de osso de onça, sendo atualmente utilizadas flechas com pontas de metal, arpão, zagaia, linhada, anzol, tarrafa e malhadeiras. O uso do timbó é bastante freqüente, em algumas épocas do ano, no verão, sendo utilizadas as espécies “timbó de cipó” e o de casca de árvore timbaúba ou orelha de macaco (Enterolobium maximum). CULTURA MATERIAL Produzem diversos tipos de artes, como cocar, pulseiras, colares, brincos, anéis, que são confeccionados com côco de tucumã, inajá e ossos de animais; Cestos, paneiros e redes confeccionados com fibras de árvores, palha de babaçu, algodão cru ou cipó. As mulheres produzem a maior parte do artesanato, sendo que os homens confeccionam a arte plumária. 24 ASSOCIAÇÕES INDÍGENAS Existem 02 associações representativas dos povos da Terra Indígena Igarapé Lourdes e 01 que representa várias etnias incluindo os Ikolen e os Karo Rap. Estas organizações promovem a interlocução com a sociedade nacional e internacional na defesa dos direitos indígenas. 1. Associação do Povo Indígena Arara – APIA: é a representante do Povo Arara, aldeias Iterap e Paygap. 2. Associação do Povo Indígena Gavião – APIG: substituindo a antiga Associação Agrária dos Povos Indígenas do Igarapé Lourdes – AAPIL. É a representante do Povo Gavião, aldeias Igarapé Lourdes, Ikolen, Ingazeira, Cacoal, Nova Esperança e Castanheira. 3. PADEREÉHJ: Organização Indígena representante de 11 etnias, inclusive os povos Karo e Ikolen. PRESSÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE A retirada ilegal de madeira, a pecuária e a invasão de fazendeiros, caçadores e pescadores são os principais danos causados à biodiversidade da Terra Indígena Igarapé Lourdes. SUPERPOSIÇÃO COM A RESERVA BIOLÓGICA DO JARU A Terra Indígena Igarapé Lourdes está sobreposta à REBIO Jaru na parte norte compreendendo a bacia dos igarapés Água Azul, Tarumã e Providência. MINERAÇÃO Há ocorrência de cassiterita, laterita manganesifera, rochas graníticas, ouro, manganês. Existem 10 pedidos de pesquisa de ouro, por empresas mineradoras na terra indígena, sendo 09 feitos pela Mineração Itamaracá Ltda e 01 pela Mineração Acará Ind. e Com. Ltda. 25 2. LEVANTAMENTO BIOLÓGICO VEGETAÇÃO Na terra indígena ocorrem dois tipos de cobertura vegetal distintas: Floresta Ombrófila Aberta, a mais extensa, seguida da Floresta Ombrófila Densa, menos extensa. Abaixo a lista de espécies botânicas encontradas nos estudos: Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Família Sapotaceae Micropholis venulosa Abiorana Branca - - - Pouteria sp. Abiu Mahv djipivah - Comem o fruto Pouteria guianensis Abiu Branco Ma ‘ eg sevaá Pacangapirucap Comem o fruto Pouteria sp. Abiu Bravo - - - Pouteria sp. Abiurana Borotap/Djurip Bacangab - Ipterega/Dapepepe Maipchepeap/ - Pouteria caimito (R.et P.) Pitter Carvãozinho Tumburichip Pouteria sp Guapeba - Manilkara bella Parajú Ducpcaib Manilkara surinamensis (Miq) Maçaranduba - Macaco e caititu comem fruto Tacaia Corén Fruto vermelho comestível Eglerodendron paryry Pariri - - Fruto doce comestível Pouteria sp Abiu folha grande Botaiadaroi Maivop - Ochroma pyramidale Urb. Algodão Bravo - - - Eriotheca macrophilla Imbiruçu Amboroptapó Moagá - Ceiba pentandra (L.) Gaerth Samauma - - - Gen. sp Sapota Macho Ebipea Marimãe Jabuti e anta comem o fruto Brosimum parinarioides Ducke. Amapá Dabepaacab - - Ficus frondosa Apuí Amarelo Agúi Napeegá - Castilloa ulei Warburg. Caucho Idigiv Macoba Comem o fruto Bagassa guianensis Aubl. Garrote - - - Ficus clusiifolia Schott Figueira Vermelha Agój Napegá - Clarisia sp. Guariuba Ibotina - - Brosimum paraense Muirapiranga - - - Naucleopsis caloneura Muiratinga Família Bombacaceae Família Moraceae - - - Naucleopsis caloneura ducke Muiratinga - - - Maquira sclerophylla (Ducke) Muiratinga Folha Fina - - - C.C.Berg - - - Maquira guianensis (Aublet) Hub Muiratinga Folha Miuda - - - Garubuc Itamp - Abixeregá Amim Cabo de machado de Brosimum acutifolium Hub. Mururé Pseudolmedia murure Standl. Pama Amarela pedra (Gavião) - - - Brosimum guianemsis (Aubl.) Hu Pama Folha Miuda A bia Pabixihg - Comem o fruto Sorocea guilleminiana Gaud. Pama Fura Fura Perebea molis Pama Caucho - - - Pama Preta - - - Pama branca Itãn Tapibeb Nambú come muito Platypodium elegans Amendoim - - - Vatairea sp. Angelim Amargoso Babepèn Aeptchan - Pseudolmedia faevis Família Fabaceae 26 Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Hymenolobium sp. Angelim Rajado Bebetia Epchapparaimp Passa folha em cachorro p/ caçar Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh. Coração De Negro Xuli - - Diplotropis sp. - - - Vasa kóli kokùhv Naroeimbí - Envira Sangue Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh Sucupira Preta Família Leguminosae Andira retusa Angelim Manteiga - - - Dinizia excelsa Angelim Pedra Babepèn Maepquin - Parkia pendula Benth. ex Walp. Angelim Saia Ma’eg sara peé Chapinmuén - Piptadenia sp. Angico - - - Poeppigia procera Prest Apijô/Pintadinho Derebecavip - - Piptadenia macrocarpa Arapiraca - - - Schysolobium paraiba Bandarra Vasdákaiápé Ioroberra - Miroxylon balsamum Harms Cabriuva/Balsamo - Maipcap - Torresia acreana Cerejeira Akàhv Maretii - Dipterix odorata Cumaru Tamucap/Quibe/Tibeb Tiuap/Iuacap Come a fruta e o caroço Peltogyne paniculata Escorrega Macaco Bétagav Pureab Tomam o chá para ficar forte Vataireopsis cf. iglesiasii Fava Amarela - - - Ormosia sp. Feijão Bravo - - - Zollernia paraensis Genipapinho Ariandãn - Passa no corpo para matar Inga cf. buorgoni (Aubl.) Wild. Inga Branco Bolirapékir Japó Usam o fruto na alimentação Inga sp. Ingá - - - Inga thibaudina DC. Ingá Vermelho Nambú Ivov ápeé Magupechavepmap - Hymenaea oblongifolia Hub. Jutaí da Varzea - - Bauhinia sp. Mororó Dadak / Itirincabenãn Maepiunhun - Erythrina glauca Mulungu Barien Iauãn Veado come a flor vermelha Parkia sp. Orelha de Macaco Djapabip Jató Tamoncaoa Matopcap Pterocarpus amazonum Benth. Pau Sangue Amsh. - Jacu, paca e veado comem o fruto Schysolobium amazonicum Pinho Cuiabano Páxuvàhi Chatiirá Utilizam a borracha Poeppigia procera Prest. Pintadinho/Apijô Naricavic Oarogap - Peltogyne sp. Roxinho Ivahv Paramê Lenha boa Pterocarpus violaceus Sangueiro/Sanguineo Icará - - Vataireopsis speciosa Sucupira Amarela - - - Tachigali paniculata Aubl. Taxi Preto - - - Sclerolobium goeldianum Taxi Vermelho - - - Piptadenia suaveolens Miq. Angico Branco Kopéteg Maipquipe Lenha boa Pithecellobium saman Jacq. Bordão de Velho/ Ibó Tunachap - Família Mimosoideae Feijão Cru Piptadenia sp. Fava Branca - - - Pithecellobium sawan Fava Mel Vaquicuriapé Djavaveiro Vagem doce, paca come Cássia multijuga Faveira Ferro - - - 27 VEGETAÇÃO Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Inga sp. Inga Ferro Zápóvápeé Japó Comem o fruto Pithecellobium sp Ingarana - - - Minquartia sp. Aquariquara - - - Minquatia guianensis Aquariquara Lisa - - - - - - Família Olacaceae Família Caesalpinoideae Macrolobium acaciaefolium sp. Arapari Copaifera sp. Copaiba - - - Cupaifera reticulata Ducke Copaiba Angelim Púluv Dicontiupe - Copaifera multijuga Hyn Copaiba Marimari Pêreb Chocontiapé - Apuleia sp. Garapeira Pakòhv Penacai A casca serve para passar nas pulseiras e colares para brilhar Hymeneae stilbocarpa Jataí - - - Hymenaea courbaril Jatoba Bade Matê - Hymenaea parvifolia Huber Jutai Mirin Bade kúv Itchãn Comem o fruto Hymenaea parvifolia Huber Jutai Cafe Djugap/Gabiá Djacurne Bom para caibro de casa Martiodendron elatum Pororoca Injupepabcaib Magorainhãn - Dialium guianense (Aubl.) Sandw Tamarindo - - - Sclerolobium tinctorium var. Taxi Branco - - - Família Annonaceae Rollinia exsucca (Dun.) DC. Ata Brava Andusuap - - Ruizodendon sp. Envira Branca - - - Onychopetalum lucidum R. E. Fries Envira Caju - - - Envira Cascuda - - - Anaxagorea dalichocarpa Sandw Envira de Porco - - - Vabev Maepaoron Corda de paneiro e construção de casa - - Anona montana Fusaea longifolia Envira Quiabo Ruizodendrn sp. Imbira Branca/Envira Branca - Diclinanona sp Manga de Anta Bariconib Sien - Duguetia lanceolata Pindaíba/Envira Vassoura Pitcham Narinhâne - Euterpe precatoria Açai Bihv kúhv Eu Utilizam o caule para fazer casa Bactris gasipaes Pupunha D´jobará Iomit Usado para fazer artesanato Luehea speciosa Açoita Cavalo Duquip - - Apeiba echinata Gaertn. Pente de Macaco Inhauab/Ipep Mapea/Maipchapporaimp? Attaleia speciosa Babacu Pasav Matecap Utilizam a palha para cobrir casa Oenocarpus bacaba M. Bacaba - - - Maximiliana maripa (Correa) Inajá Tiri Machianãn Usado para artesanato Astrocarium murumuru Mart. Murmuru - - - Astrocaryum murumuru Mart. Muru Muru - - - Família Palmaceae Família Tiliaceae Família Arecaceae 28 Oenocarpus bataua Mart. Patoá - - - Socratea exomiza Mart. Paxiubinha - - - Iriartea deltoidea Ruiz & Pav. Paxiubão - - - Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Astrocaryum aculeatum G. F. W. Tucumã Malóhjaá Oongá Usado para artesanato Família Clusiaceae Platonia insignis Mart. Bacuri de Anta - - - Rheedia brasiliensis Mart. Bacuri Liso - - - Borirapé torô Família Mimosaceae Stryphnodendron guianensis Bajinha/Fava cordão Javairauú Veado e paca gostam do fruto Cedrelinga catenoeformis Cedro Mara/Cedrorana Ipibbeu Coe - Parkia pendula Parica - Ainaepipa - Sterculia speciosa Schum. Bolão Andarun Mogamoga - Theobroma cacao L. Cacau da Mata Akóa Agaia Fruto comestível semente branca Arabipquip - - Família Sterculiaceae Theobroma microcarpum M. Cacaurana Vermelha Theobroma sp. Cupuaçu / Cupuí Aconana Agaiabapaop Fruto delicioso comestível Sterculia pruriens Xixá da Folha Grande - - - Sebastiana klotzchiana Branquilho Ipcor Morocoi - Ricinus communis Carrapateiro - - Remédio para dor de barriga Sagotia racemosa Baill. Desconhecida - - - Sapiummarmietti Hub Leiteira/Burra Leiteira - - - Acalypha sp. Maria Preta Cabanden Teaip - Cróton sp Marmeleiro - - - Hevea brasiliensis Seringueira Bàra Chitigá - Protium hebetatum D.Daly Breu Branco Amberecarcori Agaiatchá - Tetragastriss sp Breu Folha Fina Ambereting Aguaiamã - Protium tenuifolium Breu Manga Ambereb Aguaimã - Protium paraense Cuatr. Breu Mescla Vateabecú Mantingãn - Banara nitida Cabelo de Cutia Latio Matop - Cassearia lavitensis Kunth. Desconhecida - - - Casearia gossypiosperma Espeteiro Betipe Xereuipe - Casearia gossypiospermum Laranjinha Mapaia - - Ampelocera ruizii kuhlm. Cafezinho Paticap Nambuchegoá Come o fruto Ampelocera edentula Kuhlm Envira Iodo Dibenãn Acabippip - Celtis sp Farinha Seca Taruabimapea Pechaveiamapi Faz tinta com a casca dentro Família Euphorbiaceae Família Burseraceae Família Flacourtiaceae Família Ulmaceae da cuia Periquiteira/Candiuva Dincariap Chirãe - Poupartia sp Cajarana - - - Anacardium giganteum Caju Açu - - - Uriti Choanhá - Trema micrantha (l.) Blume Família Anacardiaceae Anacardium giganteum Hancock Cajuí Astronium lecointei Ducke Gonçaleiro/Gonçalo Alves Uaraún/Djaracab Iuabu/Peuiip - Astronium lecointei Ducke Maracatiara Bojá kùnj Maipchacotepant - 29 VEGETAÇÃO Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Família Verbenaceae Lantana camara L. Cambará Rosa Uatacuricuqui Maeppeonup - Vitex triflora Vahl. Tarumã Ipquip - - Nectandra magapotamica Canela Amarela/Bosta Borarap Morap - Ocotea spixiana Canela Branca - - - Aiouea saligna Meissn Canela Vermelha - - - Mezilaurus itauba Taub. Itauba Zòlov Itaubacá - Ocotea miriantha Louro Abacate/ Arimenabip Morot - Família Lauraceae Canela Abacate Ocotea sp. Louro Bosta - - - Ocotea sp. Louro Branco Ipetugap - - - Remédio de cachorro para Família Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart. Canela de Cutia Metrodorea flavida Krause Fel de Paca Mangae - Esenbeckia leiocarpa Guarantã Dabeap Carangarap Cabo de machado Zanthoxylum rhoifolium Maminha de Porca - - - Canela de Velho Mandic - - Hirtella sp. Caripé Branco Gatcharap Tidiriuai - Licania apetala Fritsch Caripé Vermelho Gatcharap Tidiriuai - Licania sp. Macucu Ferro Amitcherigap Pemechiepe - Hirtella sp. Macucu Vermelho Amitcherigap Pemechiepe - Licania kunthiana Milho Torrado - - - ficar caçador Família Violaceae Rinorea publifora Família Chrysobalanacea Família Bignoniaceae Pecamaãn Inhangapé - Jacaranda copaia (Aubl.) Caxeta Alaga Inhame - Tabebuia serratifolia Nichols. Ipê Amarelo Zav pé (Vajá ádú) també Utilizam a madeira como pilão Tabebuia impetiginosa Ipê Roxo Akabin Tumbepepê Serve como pilão Bertholletia excelsa Castanheira Mahv gàhv Inhagap Comem o fruto Gustavia hexapetala (Aubl.) Desconhecida - - - Cariniana estrellensis Jequitiba Rosa/Vermelho Botenãn Magorainhãn Eschweilera grandifolia (Aubl.) Mata Mata Branco/Ripeiro Mandip Magueppê Eschweilera odorata (Poepp.) Miers. Mata Mata Roxo - - Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. Caroba/ Pará Pará Família Lecythidaceae Couratari sp. Tauari Branco Uabeb Maguaranhã - Couratari macrosperma Tauari Vermelho Dibe Magorainhãn A Envira é usada para cobrir casa Qualea dinizii Ducke Catuaba Manamãn Peop - Vochysia vismiifolia Cedrilho Uatakcuricuqui Maepuup - Cedro Rosa Kójà ìhv Coe - Família Vochysiaceae Família Meliaceae Cedrela odorata 30 Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Guarea pterorhachis Harms. Desconhecida - - - Guarea pterorhachis Harms. Desconhecida - - - Guarea sp. Jito-Branco - - - Guarea sp. Jitó Branco - - - Guarea purusana C. D. C. Jitó Vermelho - - - Swietenia macrophylla King Mogno Nekóahr Caibê - Trichillia sp. Murici Vermelho Djókan gav vòhv Maeptachi Comem o fruto Cupiuba Ipogalhan Chirãe - Desconhecida - - - Cecropia sp. Embauba - - - Cecropia leucoma Embauba Branca Barpétapoh Papapac Faz corda de arco Pourouma sp. Embauba Torem Apogàhv Erenin Animal come fruto. A folha serve Família Celastraceae Goupia glabia Família Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Família Cecropiaceae para passar no arco (Gavião) Família Boraginaceae Cordia sp Freijo - - - Cordia bicolor Frejó Branco - - - Gemadinha - - - Guanandi - - - Jaracatiá Ibógapéa Cininhã Usam para fazer mingau de milho Guapira venosa Lundell João Mole Ipsoni - - Neea sp.. João Mole Ipsoni - - Macucu Roxo - - - Mirindiba Amarela/ Ipcor Morocoi - Tanimbuca - - - Mirindiba Roxa - - - Morototó Arabip - - Mutamba - - - Pau Conserva - - - Pau d’alho Itone Maiptcheuap - Família Rubiaceae Guettarda angelica Família Guttiferae Symphonia globulifera Família Caricaceae Jacaratia spinosa Aubl. Família Nyctaginaceae Família Ochnaceae Ouratea sp. Família Combretaceae Terminalia sp. Buchenavia sp. - Família Araliaceae Didymopanax morototoni Dcne et Planch Família Rhmnaceae Columbrina acreana Família Proteaceae Roupala montana Família Phytolacaceae Gallesia gorazema Moq. 31 VEGETAÇÃO Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso Família Opiliaceae Agonandra brasiliensis Pau Marfim - - - Benth. & Hook - - - - Aspidosperma macrocarpon Mart. Peroba Macapquipe Maepquip - Aspidosperma Populifolium Peroba Mica Gorenhãn Maepchá - Geissospermum reticulatum Quina Quina Amarela Gáh rúhv Quina quina Fazem chá para curar doença Geissospermum sp. Quina Quina Branca Gáh rúhv Quina quina Fazem chá para curar doença Jerimungap Amãn - Icarap - - Icarap Motopgap - Família Apocynaceae Couma macrocarpa Barb. Rodr. Sorva Família Myristicaceae Osteophloeum platyspermum Ucuúba Branca Mart. Virola duckei Virola ICTIOFAUNA PEIXES Durante o inventário de ictiofauna (peixes) foram levantados 5 ordens, 18 famílias e 74 espécies. Algumas das espécies capturadas como o Ramphichthys sp e o Aequidens viridis são consideradas espécies raras e representam fortes indicadores ambientais de qualidade. Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Família Serrasalmidae 32 Myleus sp Pacú Bolívkábe Pako Myleus sp1 - - - Myleus sp2 - - - Myleus cf. micans - - - Serrasalmus humeralis Piranha Iijìhj Ihyãy Serrasalmus rhombeus - - - Serrassalmus natereri - - - Serrasalmus sp - - - Serrasalmus sp1 - - - Serrasalmus sp2 - - - Serrasalmus sp3 - - - Serrassalmus aureus - - - ICTIOFAUNA PEIXES Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Serrasalmus spilopleura - - - Serrasalmus striolatus - - - Acestrorhyncus falcatus Cachorrinha Ipnanut - Acestrorhyncus falcirostris - - - Acestrorhyncus microlepis - - - Brycon brevicauda Matrinxã Zabekit Yoway Bûk Brycon pelegrino - - - Brycon pesu - - - Brycon sp - - - Triportheus culter Sardinha Dzabe - Triportheus elongatus - - - Triportheus sp - - - Charax gibbosus Cachorra Ipnanut - Hydrolicus scomberoides - - - Hydrolicus sp - - - Curimata cyprinoides Branquinha Ipkaxapótka Pamã Curimata hypostoma - - - Curimata cf. microcephala - - - Curimata roseni - - - Erythrinus erythrinus Jeju Itiw - Hoplerythrinus unitaeniatus - Hoplias malabaricus Traíra Paro - Boulengerella ocellata Bicuda Bixàhj Éme Boulengerella sp - - Curimatã Bolov Sóvàh Parat Laemolyta taeniata Piau Ixàvo Kokan Leporinus fasciatus Piau – Flamengo - - Leporinus desmotes - - - Leporinus friderici - - - Leporinus affinis - - - Leporinus sp - - - Potamorhina altamazonica - - - Flexinha/Cruzeiro Iyarek - Cochliodon sp Bodó/Cascudo Ijà Anêya Hipostomus plecostomus - - - Família Characidae Família Cynodontidae Família Curimatidae Família Erythrinidae - Família Ctnolucidae Família Prochylodontidae Prochylodus nigricans Família Anastomidae Família Hemiodontidae Hemiodus immaculatus Família Loricaridae 33 ICTIOFAUNA PEIXES Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Hipostomus sp - - - Hipostomus sp1 - - - Hipostomus sp2 - - - Hipostomus sp3 - - - Peckoltia vittata - - - Lasiancystrus scolymus - - - Loricaria cataphracta Bodó-cachimbo - - Spatuloricaria evansi - - - Sturisoma nigrirostum - - - Sturisoma robustum - - - Poraquê Yogo - Hemisorubim Platirhyncus Braço de moça - - Megalonema sp1 Mandi Ódjìràh Inã Pimelodella sp - - - Pymelodus ornatus - - - Pseudoplatystoma fasciatum Surubim Koran - Sorubim lima Bico de pato - - Cangati Namãuã - Aequidens viridis Cara Ixatôwa - Retroculus lapidifer - - - Crenicichla lugubris Jacundá - - Pachypops sp.1 Corvina Dábea - Pachyurus schomburgkii - - - Plagioscion squamosissimus Pescada - - Turvira/ Sarapó - - Ituí - - Arraia - - Família Electroforidae Electrophorus Eletricus Família Pymelodidae Família Auchenipteridae Tatia sp Família Cichlidae Família Sciaenidae Família Hypopomidae Hypopomus sp Família Ramphyctidae Rhamphichthys sp Família Potamotrygonidae Potamotrygon hystrix 34 HERPETOFAUNA RÉPTEIS E ANFÍBIOS Foram registradas vinte e três espécies de anuros pertencentes a sete famílias. Hylidae foi a família mais abundante (09 espécies), seguida de Leptodactylidae (07), Bufonidae (03). Registradas dezenove espécies de serpentes pertencentes as famílias Colubridae (14 espécies), Boidae (03), Viperidae (01) e Elapidae (01). Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Família Aromobatidae - - - Rhaebo guttatus (Schneider, 1799) Cururu I’mádíhn Mãygarã xu Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768 ) Cururu I’mádíhn Mãygarã xu Rhinella marina (Linnaeus, 1758) Cururu I’mádíhn Mãygarã xu - - Perereca Góag Were Hypsiboas calcaratus (Troschel in Schomburgk, 1848) Perereca Góag Were Hypsiboas fasciatus (Günther, 1859 “1858) Perereca Góag Were Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) Perereca Góag Were Osteocephalus sp Perereca Góag Were Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862 Perereca Góag Were Phyllomedusa tarsius (Cope, 1868) Perereca Góag Were Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882 Perereca Góag Were Scinax ruber (Laurenti, 1768) Perereca Góag Were Leptodactylus andreae Müller, 1923 Sapo Koroja Ûy Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Sapo Koroja Ûy Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) Sapo Koroja Ûy Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) Sapo Koroja Ûy Leptodactylus rhodomystax Boulenger, 1884 “1883″ Sapo Koroja Ûy Leptodactylus sp Sapo Koroja Ûy Pristimantis fenestratus (Steindachner, 1864) Sapo Koroja Ûy - - - - - - Lagartixa Kég keg - Arthrosaura kockii (Lidth de Jeude, 1904) - - - Bachia sp - - - Cercosaura eigenmanni (Griffin, 1917) - - - Lepossoma sp - - - Camaleão Asasó Ãrarãt Allobates marchesianus (Melin, 1941) Família Bufonidae Família Dendrobatidae Adelphobates quinquevittatus (Steindachner, 1864) - Família Hylidae Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758) Família Leptodactilidae Família Microhylidae Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799) Família Ranidae Lithobates palmipes (Spix, 1824) Família Gekkonidae Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) Família Gymnophthalmidae Família Iguanidae Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Família Polychrotidae 35 HERPETOFAUNA RÉPTEIS E ANFÍBIOS Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Anolis fuscoauratus D’Orbigny, 1837 Calango Gahverí’gív Yáo xahwerop Anolis nitens (Wagler, 1830) Calango Gahverí’gív Yáo xahwerop Anolis punctatus Daudin, 1802 Calango Gahverí’gív Yáo xahwerop Anolis transversalis Duméril, 1851 Calango Gahverí’gív Yáo xahwerop - - - Coleodactylus amazonicus (Andersson, 1918) - - - Gonatodes hasemani Griffin, 1917 - - - Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) - - - Calango verde Gero Yáo Crocodilurus lacertinus — PIANKA & VITT 2003 - - - Kentropyx altamazonica (Cope, 1876) - - - Kentropyx pelviceps Cope, 1868 - - - Plica plica (Linnaeus, 1758) Abraça-pau - Yóga yóga Plica umbra (Linnaeus, 1758) Abraça-pau - Yóga yóga Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) - - - Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) Cobra veadeira Mamin bòh - Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) - - - Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) Sucuri I’mádíhn Mãygarã xu Família Scincidae Mabuya nigropunctata (Spix, 1825) Família Sphaerodactylidae Família Teiidae Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) Família Tropiduridae Família Boidae Família Colubridae Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) - Clelia clelia (Daudin, 1803) Muçurana Baj pev maybûk Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) Papa lesma Zavápòh - Dipsas indica Laurenti, 1768 Papa lesma Zavápòh - Drepanoides anomalus (Jan, 1863) - - - Drymarchon corais (Boie, 1827) - - - Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) - - - Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) - - - Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758) - - - Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) - - - Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) Cobra cipó Tolovírí Maybûk Oxyrhopus petola (Linnaeus, 1758) - - - Siphlophis compressus (Daudin, 1803) - - - Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861) - - - Coral Bola kár poh Wãk wãk Jararaca Baj Sapóv Kir (juvenil) - - Família Elapidae Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) Família Viperidae Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) Xúlúg Xúlúg (adulto) 36 Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Família Chelidae Platemys platycephala (Schneider, 1792) - - - Jabuti Amóa Móa Jacaré-açú Vavó Wayo Família Testudinidae Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) Família Alligatoridae Melanosuchus niger (Spix, 1825) Nomes indígenas na língua Tupi-Mondé (povo Ikolen) e Rama Rama (povo Karo) de diversas espécies de répteis e anfíbios da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Tabela elaborada conforme informações repassadas pelos pesquisadores indígenas utilizando guias de identificação de répteis e anfíbios da Amazônia: Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) Sucuri I’mádíhn Mãygarã xu Bothriopsis bilineata (Wied, 1821) Cobra papagaio Baj Kóhr Koro’pe Corallus caninus (Linnaeus, 1758) Periquitambóia Baj Kóhr - Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) Jararaca Baj Sapóv Kir - Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) adulto Jararaca Xúlúg Xúlúg - Lachesis muta (Linnaeus, 1766) Surucucu Baj kerev Ximãran Crotalus durissus Linnaeus, 1758 Cascavel Baj kerév - Boa constrictor Linnaeus, 1758 Jiboia Baj pohj Mãygarã xa Clelia clelia (Daudin, 1803) Muçurana - - Atractus sp Cobra da terra Bola kár poh Atõ Micrurus sp (corais em geral) Coral Bola kár poh Wãk wãk Clelia clelia (Daudin, 1803) juvenil Muçurana Baj pev maybûk Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) Bicuda Tolovírí Maybûk Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) Cobra cipó Tolovírí Maybûk Anolis sp Calango Gahverí’gív Yáo xahwerop Dipsas indica Laurenti, 1768 Papa lesma Zavápòh - Plica plica (Linnaeus, 1758) Abraça-pau - Yóga yóga Melanosuchus niger (Spix, 1825) Jacaré-açú Vavó Wayo Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) Calango verde Gero Yáo Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) Cobra veadeira Mamin bòh - Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) Jabuti Amóa Móa Podocnemis sp Tartaruga Ixábéa Móa Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Camaleão Asasó Ãrarãt Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) Lagartixa Kég keg - Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 Cobra cega Vató káhv - Pristimantis sp Sapo Koroja Ûy Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758) Perereca Góag Were Scinax ruber (Laurenti, 1768) Perereca Gálav xídúg Noron noron Rhinella sp Cururu Talaláh Mururuy juvenil (rabo branco) 37 AVIFAUNA Um total de 288 espécies de aves foram registradas na Terra Indígena Igarapé Lourdes, município de Jí-Paraná – Rondônia. Essas espécies estão distribuídas em 59 famílias, das quais Thamnophilidae (32), Tyrannidae (27), Thraupidae (15), Psittacidade (14) e Dendrocolaptidae (13), são as mais representativas quanto à riqueza de espécies. A avifauna amostrada apresenta vários níveis de endemismos (Haffer, 1985; Haffer, 1990). Das 288 espécies registradas, 30%(86) são endêmicas da Amazônia, das quais 04 (Pyrrhura perlata, Capito dayi, Rhegmatorhina hoffmannsi e Lepidothrix nattereri), estão restritas à sub-região zoogeográfica Madeira-Tapajós (Stotz et al., 1996). Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Tinamus tao Temminck, 1815 Azulona - Tinamus major (Gmelin, 1789) inhambu-de-cabeça-vermelha Vatehr Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) - EnAM inhambu-preto - Crypturellus soui (Hermann, 1783) Tururim - Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) - EnAM inhambu-relógio - Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó - pato-corredor - Ortalis guttata (Spix, 1825) - EnAM Aracuã Támóh kun Penelope jacquacu Spix, 1825 - EnAM jacu-de-spix Tamóh Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) - EnAM Cujubi - Pauxi tuberosa (Spix, 1825) - EnAM mutum-cavalo Vakoj uru-corcovado Tokolh Biguatinga - Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi Bága béh Butorides striata (Linnaeus, 1758) Socozinho - Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande - Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783) garça-real - Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena Paja vuj coró-coró - Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 - EnAM urubu-da-mata - Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta Majakò Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei - Leptodon cayanensis (Latham, 1790) gavião-de-cabeça-cinza - Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) gavião-tesoura - Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 Gaviãozinho - Harpagus bidentatus (Latham, 1790) gavião-ripina - Família Tinamidae Gray, 1840 Família Anatidae Leach, 1820 Neochen jubata (Spix, 1825) Família Cracidae Rafinesque, 1815 Família Odontophoridae Gould, 1844 Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789) Família Anhingidae Reichenbach, 1849 Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) Família Ardeidae Leach, 1820 Família Threskiornithidae Poche, 1904 Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789) Família Cathartidae Lafresnaye, 1839 Família Accipitridae Vigors, 1824 38 Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) gavião-bombachinha-grande - Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) Sovi - Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) gavião-preto - Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó - Pseudastur albicollis (Latham, 1790) gavião-branco - Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês - Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) gavião-real Ikóló Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) gavião-de-penacho - Daptrius ater Vieillot, 1816 - EnAM gavião-de-anta Zè Ibycter americanus (Boddaert, 1783) Gralhão - Caracara plancus (Miller, 1777) Caracará - Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro - Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) Acauã Besarav Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817) falcão-caburé - Micrastur mintoni Whittaker, 2002 falcão-críptico - Falco rufigularis Daudin, 1800 Cauré - pavãozinho-do-pará Bákálav súhr jacamim-de-costas-verdes Tamali Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes Xigitohr Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda Xigir tóhr túg Picaparra - quero-quero - maçarico-solitário - Jaçanã - Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa - Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886) pararu-azul Tohr Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818) pomba-amargosa - Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo - Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu - Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) Pariri I djòh Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé Kasalh kihr Ara macao (Linnaeus, 1758) Araracanga - Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha-grande Kasalh tere Ara severus (Linnaeus, 1758) maracanã-guaçu Géreg géregà Família Falconidae Leach, 1820 Família Eurypygidae Selby, 1840 Eurypyga helias (Pallas, 1781) Família Psophiidae Bonaparte, 1831 Psophia viridis Spix, 1825 - EnAM Família Rallidae Rafinesque, 1815 Família Heliornithidae Gray, 1840 Heliornis fulica (Boddaert, 1783) Família Charadriidae Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) Família Scolopacidae Rafinesque, 1815 Tringa solitaria Wilson, 1813 Família Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854 Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Família Columbidae Leach, 1820 Família Psittacidae Rafinesque, 1815 39 AVIFAUNA Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783) maracanã-do-buriti - Aratinga weddellii (Deville, 1851) - EnAM periquito-de-cabeça-suja Gérétihr Pyrrhura perlata (Spix, 1824) - EnAM tiriba-de-barriga-vermelha - Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766) periquito-de-asa-dourada Kìhn Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) - EnAM marianinha-de-cabeça-amarela - Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) - EnAM curica-de-bochecha-laranja - Pionus menstruus (Linnaeus, 1766) maitaca-de-cabeça-azul - Amazona farinosa (Boddaert, 1783) papagaio-moleiro - Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788) papagaio-campeiro Avalav Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) - EnAM Anacã - Cigana Sec sec Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato - Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) - EnAM chincoã-de-bico-vermelho - Coccyzus americanus (Linnaeus, 1758) papa-lagarta-de-asa-vermelha - Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca Àjbehv Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto - Tapera naevia (Linnaeus, 1766) Saci - Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824) peixe-frito-verdadeiro - coruja-da-igreja - Megascops watsonii (Cassin, 1849) - EnAM corujinha-orelhuda Po po Lophostrix cristata (Daudin, 1800) coruja-de-crista - Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790) Murucututu - Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) Caburé - mãe-da-lua Kalir sahr Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) bacurau-ocelado - Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789) Tuju - Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848) bacurau-de-lajeado - Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) Bacurau - Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) - EnAM Acurana - Chaetura brachyura (Jardine, 1846) andorinhão-de-rabo-curto - Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti - Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto - Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) - EnAM balança-rabo-de-garganta-preta - Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro - Phaethornis philippii (Bourcier, 1847) - EnAM rabo-branco-amarelo - Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes Piruhn Família Opisthocomidae Swainson, 1837 Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) Família Cuculidae Leach, 1820 Família Tytonidae Mathews, 1912 Tyto alba (Scopoli, 1769) Família Strigidae Leach, 1820 Família Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851 Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) Família Caprimulgidae Vigors, 1825 Família Apodidae Olphe-Galliard, 1887 Família Trochilidae Vigors, 1825 40 Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783) asa-de-sabre-cinza - Thalurania furcata (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura-verde - Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde - Trogon melanurus Swainson, 1838 surucuá-de-cauda-preta Sálá kuhv Trogon viridis Linnaeus, 1766 surucuá-grande-de-barriga-amarela Sálá kuhv Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha Sálá kuhv Trogon rufus Gmelin, 1788 surucuá-de-barriga-amarela - Trogon collaris Vieillot, 1817 surucuá-de-coleira Sálá kuhv Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) - EnAM surucuá-pavão - Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande Ixano’ aá Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno Ixano’ aá Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766) martim-pescador-da-mata Ixano’ aá Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829) udu-de-bico-largo - Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul - Brachygalba lugubris (Swainson, 1838) ariramba-preta - Galbula cyanicollis Cassin, 1851 - EnAM ariramba-da-mata I pi’ur pi’ur Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva I pi’ur pi’ur Galbula dea (Linnaeus, 1758) - EnAM ariramba-do-paraíso I pi’ur pi’ur Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776) jacamaraçu - Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856) macuru-de-testa-branca - Notharchus tectus (Boddaert, 1783) macuru-pintado - Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) - EnAM rapazinho-estriado - Malacoptila rufa (Spix, 1824) - EnAM barbudo-de-pescoço-ferrugem Djav karáv Nonnula rubecula (Spix, 1824) macuru - Monasa nigrifrons (Spix, 1824) chora-chuva-preto Tamikunv Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) chora-chuva-de-cara-branca Tamikunv Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782) urubuzinho - capitão-de-cinta - Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758 tucano-grande-de-papo-branco Gurav Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823 tucano-de-bico-preto Djókáhn Selenidera gouldii (Natterer, 1837) - EnAM saripoca-de-gould Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 - EnAM araçari-miudinho-de-bico-riscado Bata súhr Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 - EnAM araçari-de-pescoço-vermelho - Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 - EnAM pica-pau-anão-dourado Serevá Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783) benedito-de-testa-vermelha Kere’ ùhv Piculus flavigula (Boddaert, 1783) pica-pau-bufador - Família Trogonidae Lesson, 1828 Família Alcedinidae Rafinesque, 1815 Família Momotidae Gray, 1840 Família Galbulidae Vigors, 1825 Família Bucconidae Horsfield, 1821 Família Capitonidae Bonaparte, 1838 Capito dayi Cherrie, 1916 - EnAM Família Ramphastidae Vigors, 1825 Família Picidae Leach, 1820 41 AVIFAUNA Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) - EnAM picapauzinho-chocolate - Celeus elegans (Statius Muller, 1776) pica-pau-chocolate - Celeus torquatus (Boddaert, 1783) pica-pau-de-coleira Serev adarov Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca Serevá adahr vóhv Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783) pica-pau-de-barriga-vermelha - Pygiptila stellaris (Spix, 1825) choca-cantadora - Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849) papa-formiga-de-bando Indún Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) - EnAM formigueiro-de-peito-preto Indún Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) - EnAM choquinha-de-olho-branco Piripirpir Epinecrophylla haematonota (Sclater, 1857) choquinha-de-garganta-carijó Piripirpir Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) - EnAM choquinha-miúda Piripirpir Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) - EnAM choquinha-de-garganta-clara Piripirpir Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817) choquinha-de-flanco-branco Piripirpir Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 - EnAM choquinha-de-asa-comprida - Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878) uirapuru-selado Kar piúhv Thamnomanes caesius (Temminck, 1820) ipecuá Indún Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) - EnAM tovaquinha Indún Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) chorozinho-de-asa-vermelha Indún Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) - EnAM choca-d’água - Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada Indún Thamnophilus schistaceus d’Orbigny, 1835 - EnAM choca-de-olho-vermelho Indún Thamnophilus aethiops Sclater, 1858 choca-lisa Indún Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 - EnAM choca-canela - Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814) papa-formiga-barrado Indún Sclateria naevia (Gmelin, 1788) papa-formiga-do-igarapé - Schistocichla rufifacies (Hellmayr, 1929) - EnAM formigueiro-de-cara-ruiva - Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) - EnAM solta-asa - Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) - EnAM guarda-floresta Indún Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) - EnAM guarda-várzea - Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) - EnAM papa-formiga-de-sobrancelha Í´uhv Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) formigueiro-de-cara-preta Í´uhv Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) - EnAM chororó-pocuá - Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) chororó-negro Indún Hypocnemis subflava Cabanis, 1873 cantador-galego - Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) - EnAM rendadinho Indún Família Thamnophilidae Swainson, 1824 Phlegopsis nigromaculata (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) - EnAM mãe-de-taoca Xiav kurui Rhegmatorhina hoffmannsi (Hellmayr, 1907) - EnAM mãe-de-taoca-papuda Indún chupa-dente-de-cinta - Grallaria varia (Boddaert, 1783) tovacuçu Iririi Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) - EnAM tovaca-patinho - Família Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873 Conopophaga aurita (Gmelin, 1789) Família Grallariidae Sclater & Salvin, 1873 Família Rhinocryptidae Wetmore, 1930 (1837) 42 Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Liosceles thoracicus (Sclater, 1865) - EnAM corneteiro-da-mata - Formicarius colma Boddaert, 1783 galinha-do-mato Mavxilalúhr Formicarius analis (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) pinto-do-mato-de-cara-preta Mavxilalúhr Sclerurus mexicanus Sclater, 1857 vira-folha-de-peito-vermelho Basev pogi Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 - EnAM vira-folha-de-bico-curto Indún Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816) vira-folha-pardo Indún Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818) arapaçu-pardo Indún Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) - EnAM arapaçu-da-taoca Indún Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868) arapaçu-rabudo Indún Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde Indún Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819) arapaçu-de-bico-de-cunha Sérev Túg Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) - EnAM arapaçu-elegante Sereva Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) - EnAM arapaçu-riscado Sereva Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) - EnAM arapaçu-de-garganta-amarela Sereva Família Formicariidae Gray, 1840 Família Scleruridae Swainson, 1827 Família Dendrocolaptidae Gray, 1840 Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850) - EnAM arapaçu-de-bico-curvo Indún Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco Sereva Nasica longirostris (Vieillot, 1818) - EnAM arapaçu-de-bico-comprido - Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) - EnAM arapaçu-galinha - Hylexetastes perrotii (Lafresnaye, 1844) - EnAM arapaçu-de-bico-vermelho Indún Xenops minutus (Sparrman, 1788) bico-virado-miúdo Indún Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844) barranqueiro-camurça Duj duj Automolus infuscatus (Sclater, 1856) - EnAM barranqueiro-pardo Duj duj Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) - EnAM limpa-folha-de-sobre-ruivo - Synallaxis rutilans Temminck, 1823 - EnAM joão-teneném-castanho Indún Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) - EnAM joão-teneném-becuá Indún Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) - EnAM uirapuruzinho Indún Pipra rubrocapilla Temminck, 1821 cabeça-encarnada Kiug Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) - EnAM uirapuru-de-chapéu-branco Kiug Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso Indún Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) - EnAM maria-leque Indún Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847) papa-moscas-uirapuru Indún Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho Indún Schiffornis amazona (Sclater, 1860) flautim-da-amazônia - Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817) chorona-cinza Indún Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-preto Indún Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) caneleiro-preto Indún Pachyramphus minor (Lesson, 1830) - EnAM caneleiro-pequeno Indún Família Furnariidae Gray, 1840 Família Pipridae Rafinesque, 1815 Família Tityridae Gray, 1840 Família Cotingidae Bonaparte, 1849 43 AVIFAUNA Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Lipaugus vociferans (Wied, 1820) cricrió Tuja Xipholena punicea (Pallas, 1764) - EnAM anambé-pompadora Indún Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) - EnAM anambé-azul Indún Querula purpurata (Statius Muller, 1776) anambé-una Indún Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 - EnAM saurá-de-pescoço-preto Indún Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 - EnAM patinho-de-coroa-dourada Indún Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) - EnAM patinho-de-coroa-branca - Piprites chloris (Temminck, 1822) papinho-amarelo Indún Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823) abre-asa Indún Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846 cabeçudo Indún Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) - EnAM estalador-do-norte - Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) bico-chato-da-copa - Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884) bico-chato-de-cabeça-cinza - Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) - EnAM ferreirinho-estriado Indún Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) - EnAM maria-sebinha Indún Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868) poiaeiro-de-pata-fina Indún Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha Indún Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande Indún Myiopagis gaimardii (d’Orbigny, 1839) maria-pechim Indún Attila spadiceus (Gmelin, 1789) capitão-de-saíra-amarelo Indún Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859 irré Indún Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira Indún Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823) vissiá - Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi Iv xi po’uhr Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei Indún Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-ferrugínea Indún Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri - Tyrannus savana Vieillot, 1808 tesourinha Dagá vuj Empidonomus varius (Vieillot, 1818) peitica Indún Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu - Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari Indún Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara Indún Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860 vite-vite-uirapuru Indún Atticora fasciata (Gmelin, 1789) - EnAM peitoril Xoli kúv piv Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora Indún Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande Xoli kuhv Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio Indún uirapuru-veado Indún Família Incertae sedis Família Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907 Família Tyrannidae Vigors, 1825 Família Vireonidae Swainson, 1837 Família Hirundinidae Rafinesque, 1815 Família Troglodytidae Swainson, 1831 Microcerculus marginatus (Sclater, 1855) 44 Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra Indún Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) catatau Gav xipo bag Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô Indún Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) - EnAM uirapuru-verdadeiro Patitetuia bico-assovelado - Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823 sabiá-da-mata Hoxihr Turdus lawrencii Coues, 1880 - EnAM caraxué-de-bico-amarelo Hoxihr Turdus albicollis Vieillot, 1818 sabiá-coleira Indún cambacica Indún Saltator maximus (Statius Muller, 1776) tempera-viola Indún Saltator coerulescens Vieillot, 1817 sabiá-gongá - Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) - EnAM pipira-de-bico-vermelho Indún Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha Indún Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) - EnAM tiê-galo Indún Lanio surinamus (Linnaeus, 1766) - EnAM tem-tem-de-topete-ferrugíneo - Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) - EnAM saíra-de-bando Indún Tangara chilensis (Vigors, 1832) - EnAM sete-cores-da-amazônia Indún Tangara episcopus (Linnaeus, 1766) sanhaçu-da-amazônia Paxihr Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro Paxihr Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela Indún Paroaria gularis (Linnaeus, 1766) cardeal-da-amazônia Aro vuhr Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha Indún Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul Indún Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758) saí-de-perna-amarela Indún Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) saíra-de-papo-preto Indún Ammodramus aurifrons (Spix, 1825) cigarrinha-do-campo Indún Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu Indún Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823) baiano - Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) coleirinho Indún Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) curió Vazer atínij Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto Indún Habia rubica (Vieillot, 1817) tiê-do-mato-grosso Indún Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847) azulão-da-amazônia Kuj kuj Família Polioptilidae Baird, 1858 Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 Família Turdidae Rafinesque, 1815 Família Coerebidae d’Orbigny & Lafresnaye, 1838 Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) Thraupidae Cabanis, 1847 Emberizidae Vigors, 1825 Cardinalidae Ridgway, 1901 Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947 Phaeothlypis fulvicauda (Spix, 1825) pula-pula-de-cauda-avermelhada - Icteridae Vigors, 1825 Psarocolius viridis (Statius Muller, 1776) - EnAM japu-verde Indún 45 AVIFAUNA Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) japu Iraláh Cacicus cela (Linnaeus, 1758) xexéu Barav Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim Indún Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande Atáv Euphonia laniirostris d’Orbigny & Lafresnaye, 1837 gaturamo-de-bico-grosso Indún Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834 fim-fim-grande Indún Fringillidae Leach, 1820 MASTOFAUNA Foram registradas na Terra Indígena Igarapé Lourdes um total de 171 avistamentos, durante 286,2 km, com um total de 36 espécies. 46 Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé Ateles chamek Macaco-preto Alimé Lagothrix lagotricha Macaco Barrigudo Alimé Kòhr Alouatta seniculus Macaco guariba Pékó Callicebus brunneus Macaco zogue Mádùhn Saimiri ustus Macaco-de-cheiro Basáj madjig Pithecia irrorata Macaco Velho/Parauacú Basáj kòràh Cebus apella Macaco- Prego Basáj Kàhv Chiropotes albinasus Macaco Cuxiú Basáj pev Callithrix emiliae Macaco soim Djìn gùhv Dasypus kaplery Tatu-quinze-quilos Mazòj Tamanduá tetradactyla Tamanduá-Mirim Xikólía Mazama americana Veado Vemelho Iti Mazama gouazoupira Veado Roxo Iti pev Pecari tajacu Caititu Bebe kór Tayassu pecari Porcão/Queixada Bebe Dasyprocta fuliginosa Cutia Vakin Sciurius ignitus Quatipuru roxo Báj Kír pev Sciurius spadiceus Quatipuru vermelho Báj Kír 3. ETNOZONEAMENTO TEXTO Ivaneide Bandeira Cardozo Alberto Arara Álvaro Noep Arara Célio Arara Cícero Arara Francisco Arara Firmino Arara Marcelo Arara Mário Arara Sebastião Arara Adonias Sebirop da Silva Afonso Gavião Amarildo Gavião Antonio Tapa Gavião Arnaldo Pabe Gavião Cena Kere´ap Gavião Chambete Gavião Colombo Gavião Delson Gavião Digüt Gavião Emilio Gavião Iran Gavião Isabel Gavião Jonas Gavião João Gavião José Gavião Josias Sebirop da Silva Rodrigo Gavião Marcio Gavião Matilde Gavião Miguel Gavião Moisés Seri Gavião Pitkawa Gavião Raimundo Gavião Sebastião Gavião Valdemar Gavião 47 INTRODUÇÃO O etnozoneamento é um instrumento de planejamento que vem sendo utilizado na elaboração de Planos de Gestão Ambiental das terras indígenas por organizações indígenas, governo e outras instituições que atuam em terras indígenas, em busca do desenvolvimento sustentável, que respeite e valorize a cultura indígena. No etnozoneamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes, os Karo e Ikolen buscaram fazer o ordenamento territorial, garantindo a exploração e o manejo dos recursos naturais, recuperação, conservação e preservação ambiental, proteção das áreas sagradas, resgate de regiões perdidas pelo avanço dos invasores e valorização cultural. Os indígenas elaboraram o mapa do etnozoneamento durante a Validação do Diagnóstico Etnoambiental e para cada zona foram planejadas as ações a serem desenvolvidas. Para a elaboração do quadro de zoneamento foram estabelecidos critérios que fossem de fácil entendimento de todos. Para a Zona de Proteção Integral foi levada em consideração a alta riqueza de espécies que necessitam de proteção, até mesmo pelo fato de algumas delas ocorrerem apenas naquela região da Terra Indígena Igarapé Lourdes (endemismo). Outro ponto foi a dificuldade de acesso nestes locais, aumentando ainda mais a certeza de que não sofrerá posteriormente nenhuma alteração antrópica. 48 Uma caracterização marcante da área foi a Serra da Providência ser um divisor de águas e onde estão as principais nascentes da terra indígena. Quando delimitada a Zona de Produção, foram utilizados critérios como a localização dos roçados e conseqüentemente todas as áreas que estão sendo utilizadas para a produção (ao redor das aldeias). A Zona de Recuperação foi delimitada exclusivamente pelo fato de ser uma área que necessita de recuperação, por ter sofrido desmatamento pelos invasores, ou seja, uma área que segundo os índios é digna de recomposição. A Zona Sagrada foi caracterizada pela existência de cemitérios e lugares onde os espíritos habitam. A Zona de Caça foi caracterizada pelos locais onde caçam os Karo e Ikolen. A Zona Primitiva foi caracterizada pelo seu estado de conservação e por não conter desmatamento, onde as atividades serão voltadas para a proteção. A Zona de Resgate teve como critério toda a região anteriormente ocupada pelos Karo e Ikolen e que ficou fora da demarcação. Definidos os critérios, os Karo e Ikolen demarcaram as áreas de abrangência das 07 zonas, que podem ser vistas no mapa ao lado. 61”45’ MATO GROSSO RONDÔNIA 10”15’ do acha uM áo ran i-P a Ri o J 18”15’ 61”80’ 1 10”30’ 10”30’ 2 do cha á ran Pa Ji- 4 5 6 10 8 9 13 12 11 10”45’ 7 10”45’ Rio ou Ma 3 15 14 Ji-Paraná 61”45’ Zona de Resgate Karo Zona de Resgate Ikolen Zona de Proteção Integral Zona de Produção Zona Sagrada Zona de Recuperação Zona de Caça Karo Zona de Caça Ikolen Zona Primitiva Aldeias: 1. Aldeia Ingazeira Boeirapé vaá 2. Aldeia Igarapé Lourdes / Posto Indígena FUNAI 3. Aldeia Iterap 4. Aldeia do Pedro Paygap 5. Aldeia Cacoal Akóhvh vaá 6. Aldeia do João Pabir vaá Koró Nova Esperança 7. Aldeia Ikolen 2 / Posto Indígena FUNAI 8. Aldeia Ikolen 1 9. Aldeia Abandonada 10. Aldeia Manikito 11. Aldeia Xibotigih 12. Aldeia Màhvgúveirj 13. Aldeia Padaé 14. Aldeia Uhv 15. Aldeia Zezinho Gaiapaá - Limite da TI 61”80’ Escala 1:100.000’ 2 0 2 4 6 8 10 12 Km Projecão geográfica (Lat/Long) Datum - SAD 69 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia - IBGE Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé 49 NORMAS GERAIS PARA A TERRA INDÍGENA 3.1 Zona Proteção Integral 3.1.1 Descrição É aquela onde se preserva os recursos naturais. As atividades humanas são restritas à proteção da natureza 3.1.2 Objetivo Geral Preservar os recursos naturais. 3.1.3 Objetivos específicos • Proteger fauna e flora; • Proteger as nascentes, Serra da Providência; • Evitar processos erosivos, assoreamento de cursos d´água; • Proteger áreas de ecossistemas frágeis de grande vulnerabilidade ambiental. 3.1.4 Resultados esperados • Ecossistemas frágeis protegidos, garantindo a preservação da biodiversidade local. 3.1.5 Indicadores • Presença abundante de animais; • Vegetação intacta; • Águas não contaminadas e abundantes. • Beleza cênica preservada. 3.1.6 Normas Gerais • Não é permitido o desmatamento e a presença humana nesta zona. • A pesquisa só será permitida no caso de não haver a possibilidade de ser realizada em outros locais. 3.1.7 Atividades • Realizar vigilância e fiscalização para impedir a entrada de invasores. 50 51 3.2 Zona de Produção 3.2.1 Descrição É aquela destinada à produção de roças, à localização das aldeias, ao manejo florestal de uso múltiplo, pesquisa científica e cultural; 3.2.2 Objetivo Geral É aquela que contém áreas necessárias à administração, manutenção, roças e serviços da Terra Indígena. Estas áreas são escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com seu caráter natural. 3.2.3 Objetivos específicos • Sediar residência para funcionários, alojamento para pesquisadores, manutenção e serviços gerais; • Sediar postos de fiscalização e indígenas, atendendo todas as atividades indicadas para estes; • Controlar acessos para as aldeias e interior da terra indígena; • Promover o manejo florestal de uso múltiplo e de roçados; • Desenvolver atividades produtivas. 3.2.4 Resultados esperados • Residências, Postos de Saúde, Escolas, Centro de Vivência e Postos Indígenas construídos; • Postos de vigilância funcionando; • Manejo de uso múltiplo e de roçados sendo desenvolvidos. 52 3.2.5 Indicadores • Número de roças manejadas; • Estado de conservação das residências, Postos de Vigilância e Postos Indígenas; • Número de pessoas que visitaram as aldeias; • Safra colhida. 3.2.6 Normas Gerais • A infra-estrutura necessária para as atividades apontadas para esta Zona deverá ser implementada nas aldeias já existentes, e nas demais áreas definidas para os postos de fiscalização; • A pesquisa só será permitida mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e FUNAI. 3.2.7 Atividades •Valorização cultural; •Construção de toda infra-estrutura necessária na terra indígena; •Desenvolvimento de pesquisas; •Manejo florestal de uso múltiplo; •Manejo de pesca e animais silvestres; •Educação ambiental; •Ecoturismo; •Extrativismo; •Manejo de roças; •Educação formal; •Atendimento à saúde; •Lazer. 53 3.3 Zona de recuperação 3.3.1 Descrição Toda a área desmatada por invasores da terra indígena. Esta deve ser reflorestada com espécies nativas ou de uso econômico. 3.3.2 Objetivo Geral Deter a degradação dos recursos e recuperar a área. 3.3.3 Objetivos específicos Recuperar os ambientes naturais com espécies nativas ou de uso econômico. 3.3.4 Resultados esperados • Ambientes recuperados; • Projeto de reflorestamento encaminhado à FUNAI e IBAMA. 3.3.5 Indicadores: • Número de mudas plantadas; • Número de áreas recuperadas; • Número de projetos de reflorestamento desenvolvidos. 3.3.6 Normas Gerais • Permitido o desenvolvimento de pesquisa voltado para recuperação de áreas degradadas; • Esses trabalhos serão orientados por projeto específico; • A pesquisa só será permitida mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e FUNAI. 3.3.7 Atividades • Plantio de mudas nativas; • Desenvolvimento de pesquisas sobre recuperação de áreas degradadas. 54 3.4 Zona Sagrada 3.4.1 Descrição É aquela destinada à proteção cultural e espiritual, onde somente os pajés e pessoas por ele autorizadas têm acesso. 3.4.2 Objetivo Geral Preservar os ambientes naturais, que são utilizados como áreas sagradas. 3.4.3 Objetivos específicos • Preservar locais sagrados; • Valorizar a cultura indígena; • Preservar os rituais espirituais; • Resgatar locais sagrados. 3.4.4 Resultados esperados • Locais sagrados preservados; • Indígenas realizando rituais sagrados. 3.4.5 Indicadores • Número de locais sagrados resgatados; • Número de rituais realizados; • Locais sagrados preservados; • Jovens conhecendo rituais sagrados. 3.4.6 Normas Gerais • Não será permita a presença de nenhuma pessoa nesta Zona, apenas sendo permitada a entrada do pajé ou de alguém por ele autorizado; • Não será permitido o desmatamento nesta Zona; • Serão apoiadas atividades que promovam o conhecimento sobre os rituais sagrados; • Não será permitida pesquisa nesta zona. 3.4.7 Atividades • Realização de rituais na zona sagrada pelos pajés; • Fiscalização e vigilância. 55 3.5 Zona de caça 3.5.1 Descrição Área onde é permitida a caça, respeitando o período de reprodução dos animais. 3.5.2 Objetivo Geral Caça de subsistência, desenvolvida de forma controlada. 3.5.3 Objetivos específicos • Promover o manejo de fauna; • Respeitar o período reprodutivo; • Desenvolver pesquisas sobre a fauna; • Monitoramento da fauna. 3.5.4 Resultados esperados • Fauna manejada; • Caça garantida para as gerações futuras; • Pesquisa de fauna sendo desenvolvida. 3.5.5 Indicadores • Número de animais caçados; • Número de pesquisas de fauna desenvolvidas; • Aumento da presença de animais nesta Zona. 3.5.6 Normas Gerais • Não será permitida a caça por não indígenas; • Serão respeitados os períodos reprodutivos; • Permitido o manejo da fauna; • Serão apoiadas atividades de pesquisa sobre fauna; • Não convidar não indígenas para caçar ou pescar na Terra Indígena Igarapé Lourdes. 56 3.6 Zona primitiva 3.6.1 Descrição É aquela onde não pode haver desmatamento, porém se permite atividades de manejo de uso múltiplo e de animais. 3.6.2 Objetivo Geral Conservar o ambiente natural, permitindo o manejo e apoiando as atividades de pesquisa científica. 3.6.3 Objetivos específicos • Proteger toda a área dos igarapés Azul, Orquídea e Rio Machado; • Proteger a fauna e a flora; • Possibilitar a realização de pesquisas científicas em ambientes mais íntegros; • Serão permitidas atividades extrativistas. 3.6.4 Resultados esperados • Região protegida contra a entrada de invasores; • Cobertura natural e fauna preservada. 3.6.5 Indicadores • Região sem invasão; • Número de operações de vigilância e fiscalização realizadas; • Número de relatórios produzidos; • Número de inquéritos abertos. 3.6.6 Normas Gerais • Esta Zona terá fiscalização permanente pelos indígenas e periódica pela FUNAI; • A fiscalização incluirá, eventualmente, períodos noturnos e será feita de acordo com as normas estabelecidas pelo Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente. • As pesquisas científicas poderão ser autorizadas nesta Zona, mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e FUNAI; • As pesquisas científicas serão realizadas de acordo com as normas da FUNAI e disposições legais vigentes; • Só será permitida infra-estrutura voltada para a fiscalização; • A fiscalização e a visitação ocorrerão por meio fluvial e a pé; • Não será permitida a permanência de espécies exóticas; • Todo lixo gerado, orgânico ou não, deverá ser removido do local e depositado em locais oficialmente definidos, por quem o produziu. 3.6.7 Atividades • Construir Posto de Vigilância no Igarapé Azul com rio Machado; • Realizar fiscalização de 03 em 03 meses e vigilância permanente. 57 3.7 Zona de Resgate 3.7.1 Descrição É toda a região de ocupação ancestral que ficou fora dos limites da terra indígena. 3.7.2 Objetivo Geral Resgatar áreas que ficaram fora da demarcação. 3.7.3 Objetivos específicos • Anexar à terra indígena áreas que ficaram fora da demarcação; • Exigir indenização do Governo Federal pelas áreas que ficaram fora da demarcação e hoje são cidades. 3.7.4 Resultados esperados • Reserva Biológica do Jaru sendo anexada à Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Decreto de ampliação da terra indígena publicado; • Povo Indígena Karo e Ikolen indenizado pela perca do território. 3.7.5 Indicadores • Decreto publicado; • Indenização recebida. 3.7.6 Normas Gerais • FUNAI apresentará ao Ministério da Justiça proposta de ampliação da Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Será feita gestão junto aos órgãos públicos responsáveis, para que os Karo e Ikolen sejam indenizados; • FUNAI elaborará proposta de indenização ao povo indígena Karo e Ikolen; • Desenvolvimento de projetos econômicos ambientalmente sustentáveis na zona de resgate, exceto na parte que incluir a Reserva Biológica do Jaru. 3.7.7 Atividades • Elaboração de documentos pela FUNAI solicitando a ampliação da terra indígena; • Elaboração de documentos solicitando a indenização pela área perdida. 58 IMPORTÂNCIA DA TERRA INDÍGENA A Terra Indígena Igarapé Lourdes localiza-se no Bioma Amazônia. Tal configuração lhe fornece características climatológicas e fitogeográficas próprias que influenciam na determinação de suas diversas coberturas vegetais: Floresta Ombrófila Aberta, a mais extensa, seguida da Floresta Ombrófila Densa, menos extensa e floresta de altitude, na região da Serra da Providência, além de área de ecótono (transição entre tipos de vegetação), apresentando espécies animais e vegetais raras e incomuns para a região Noroeste do Estado de Rondônia. Nesta também vivem duas etnias indígenas de diferentes troncos lingüísticos, culturais e sociais. Assim, entendemos que a Terra Indígena Igarapé Lourdes é representativa e importante para o Programa Nacional de Áreas Protegidas, por ser Área de Extrema Importância para a Conservação da Natureza, conforme o Projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade da Amazônia Brasileira” do Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO/Ministério do Meio Ambiente, sendo fundamental para a manutenção dos processos ecológicos e culturais da região, oferecendo interesse especial do ponto de vista científico, cultural e educativo. 59 4. PLANO DE GESTÃO TEXTO Ivaneide Bandeira Cardozo Adonias Sebirop da Silva Jonas Gavião Israel Correa Vale Junior Afonso Gavião João Gavião Ana Paula Albuquerque Amarildo Gavião José Gavião Samuel Vieira Cruz Antonio Tapa Gavião Josias Sebirop da Silva Alberto Arara Arnaldo Pabe Gavião Rodrigo Gavião Álvaro Noep Arara Cena Kere´ap Gavião Marcio Gavião Célio Arara Chambete Gavião Matilde Gavião Cícero Arara Colombo Gavião Miguel Gavião Francisco Arara Delson Gavião Moisés Seri Gavião Firmino Arara Digüt Gavião Pitkawa Gavião Marcelo Arara Emilio Gavião Raimundo Gavião Mário Arara Iran Gavião Sebastião Gavião Sebastião Arara Isabel Gavião Valdemar Gavião 60 O PLANO DE GESTÃO O Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes enfoca a necessidade de se planejar as ações para a terra indígena em seus vários aspectos: proteção, pesquisa, alternativas econômicas, cultura, saúde, educação e administração. ASPECTOS INSTITUCIONAIS A Terra Indígena Igarapé Lourdes é administrada pelo Núcleo de Apoio Local de Ji-Paraná (NAL), que é subordinado à Administração Executiva Regional de Porto Velho, que responde diretamente à Administração geral da FUNAI em Brasília. 61 INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS* * situação encontrada em 2004. Para suporte ao desenvolvimento das atividades de fiscalização, administração, o Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná conta com 01 imóvel de 900m², contendo os mobiliários relacionados no quadro a seguir. A infra-estrutura necessária a ser construída, está definida no programa de infra-estrutura. EQUIPAMENTOS NÚCLEO DE APOIO LOCAL Uso atual Equipamentos Observações Administração Mesas, cadeiras, armários, Contém salas do chefe da aparelhos de ar-condicionado administração, da fiscalização, e 06 computadores do Serviço de Assistência, além de sanitários feminino e masculino e copa Garagem Com capacidade para 02 veículos Posto Indígena 01 radiofonia, 01 fogão Apenas o Posto Indígena Ikolen tem uma boa estrutura. 62 EQUIPAMENTOS EXISTENTES Equipamentos Existentes Quantidades Automóvel em péssimo estado de conservação 01 Pick up Montana 01 Mesas 08 Cadeiras 12 Radiotransceptor 01 Computadores 06 Motor de popa 25 hp 01 Terminal do SIVAM que não funciona 01 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS Equipamentos Quantidades GPS 06 Notebook 01 Máquina fotográfica digital 02 Datashow 01 Televisão 02 DVD 02 Aparelhagem de som 01 Barco 02 Motor de popa de 25 hp 02 Veículo traçado 4 x 4 02 Ar condicionado central 01 Cadeira para auditório 100 63 RECURSOS HUMANOS NAL* * situação encontrada em 2004. Estão lotados no Núcleo de Apoio Local (NAL) de Ji-Paraná dezessete servidores da FUNAI, incluindo o chefe da administração, que não possui portaria e acumula o cargo de chefe do Posto Indígena (PIN) Ikolen, os quais são responsáveis pelo desenvolvimento de todas as atividades administrativas e operacionais. No quadro a seguir estão sintetizadas as informações sobre o pessoal do NAL: Nome Cargo Formação Aristodeni Figueiredo de Arruda Auxiliar de serviços gerais 2º Grau completo Arlene Amaral de Carvalho Agente administrativo Magistério Arnaldo Rosa Ferreira Auxiliar de serviços gerais 1º Grau Catarino Sebirop Gavião Auxiliar de serviços gerais Fundamental Francisco de Assis de Figueiredo Chefe do PIN Iterap Técnico em Agropecuária Ligia Neiva Assistente técnico de ensino Assist. técnica de ensino Mirna Soares Temóteo Professora de 1º grau Assist. técnica de ensino Pedro Parintintin Auxiliar de serviços gerais Alfabetizado Raimundo Castro de Oliveira Auxiliar de serviços gerais Alfabetizado Salete de Araújo Brandão Auxiliar administrativo 2º grau Sandro Pinto de Melo Chefe do PIN Zoró Técnico em Agropecuária Tanuzio Gonçalves de Oliveira Chefe do PIN Rio Branco Técnico em Agropecuária Tennesson G. de Oliveira Chefe do PIN Igarapé Lourdes Técnico em Agropecuária Valdevino Temóteo da Cunha Auxiliar de sertanista Vicente Batista Filho Chefe do PIN Ikolen Técnico em Agropecuária Vicente Ferreira Lima Filho Chefe do PIN Cajuí Técnico em Agropecuária Jorge Luís Marafiga Leal Auxiliar de Sertanista Comunicação e artes – 2º Grau Fonte: Fundação Nacional do Índio, outubro/2004. Necessidade de contratar via concurso público: • 02 servidores para os postos de vigilância que serão construídos; • 02 auxiliares de serviços gerais; • 02 motoristas. Necessidade de criar as seguintes Portarias: • Chefe do NAL; • Chefe do Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente – SPIMA; • Chefe do Serviço de Assistência – SAS; • Chefe do Serviço de Administração – SAD. Necessidade de criar os seguintes FG - Função Gratificada: • Chefe Financeiro; • Chefe do Serviço de Atividades Produtivas; • Chefe de Gabinete. 64 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL* * situação encontrada em 2004 Dentro da atual estrutura organizacional da FUNAI, a responsabilidade sobre a Terra Indígena Igarapé Lourdes é da Coordenação Regional da FUNAI de Ji-Paraná, que atuam com técnicos locais para atender às demandas dos povos indígenas a ela jurisdicionados. ASSOCIAÇÕES INDÍGENAS* * situação encontrada em 2004 As associações indígenas APIA – Associação do Povo Indígena Arara, APIG – Associação do Povo Indígena Gavião e Organização PADEREÉHJ não possuem infra-estrutura e equipamentos para seu funcionamento, exceto a PADEREÉHJ que tem uma sede, com poucos móveis que estão em estado razoável de conservação. Todas as associações necessitam de capacitação técnica em gestão administrativa e financeira, bem como de apoio ao fortalecimento institucional. Sem quadro técnico, nem recursos financeiros para pagar pessoal, fica muito difícil manter as atividades e o funcionamento. A APIA e APIG precisam ser estruturadas material, financeira e politicamente. A capacitação para seus quadros tem que envolver desde cursos na área de política indígena e ambiental à elaboração de projetos, gestão, valorização cultural e administração financeira, entre outros. Outra necessidade é a de organização dos livros contábeis, atas, e principalmente regularização junto a Receita Federal, INSS, Secretaria de Fazenda Municipal e outras formalidades para que possam obter certidões negativas e apresentar projetos às instituições públicas e privadas. É importante ainda para o fortalecimento das associações indígenas, trabalharem um modelo de organização que respeite a cultura indígena, e que ao criarem seus organogramas estes possam refletir a organização social do povo Karo e Ikolen. 65 ENQUADRAMENTO DAS ÁREAS DE ATUAÇÃO POR PROGRAMAS TEMÁTICOS O enquadramento das áreas de atuação, espaços específicos de gerenciamento da Terra Indígena, por programas temáticos visa favorecer a execução das ações programadas, facilitando a visualização do que fazer e onde fazer, dentro das linhas de ação estabelecidas. Nesta abordagem do planejamento, as ações, associadas aos programas temáticos e às áreas estratégicas, estão organizadas e apresentadas em forma de planilhas, com orçamento estimado. Nas ações referentes ao quadro de pessoal, não estimamos valores, já que dependem de concurso público. As ações gerenciais estão estruturadas por temas: Proteção, Estudos e Pesquisas, Educação, Regularização Fundiária, Infra-estrutura, Administração, Cooperação Institucional, Saúde, Alternativas Econômicas, Valorização Cultural. 4.1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO 4.1.1 Objetivo Geral O Programa de Proteção abrangerá o acompanhamento dos aspectos ambientais das atividades desenvolvidas na Terra Indígena Igarapé Lourdes aqui planejadas, especialmente aquelas que dizem respeito à proteção do território, assim como acompanhamento e avaliação dos efeitos produzidos por atividades geradoras de impacto. 4.1.2 Objetivos Específicos • Proteger os limites e o interior da Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Proporcionar meios para a vigilância e fiscalização da Terra Indígena Igarapé Lourdes. 4.1.3 Resultados Esperados • Terra Indígena Igarapé Lourdes protegida; • Postos de Vigilância construídos; • Funcionários e indígenas atuando na defesa da terra indígena. 4.1.4 Indicadores • Banco de dados contendo informações sobre ações de proteção; • Número de parcerias realizadas com outras organizações nas ações de proteção; • Número de cursos de treinamento e capacitação para indígenas e aqueles que trabalham na terra indígena; • Número de funcionários e indígenas capacitados. 66 4.1.5 Atividades e Normas • Planejar as ações de vigilância e fiscalização; • Solicitar ao setor de proteção do patrimônio indígena da FUNAI em Brasília apoio para a proteção; • Monitorar os impactos causados pela estrada que atravessa a terra indígena; • Monitorar impactos sobre a fauna e flora. 4.1.6 Ações Gerenciais Gerais Internas: detalhar e implementar o sistema de proteção da Terra Indígena. • Sistematizar rotinas de vigilância e fiscalização para controle e proteção do interior da Terra Indígena e dos seus limites. Elaborar Manual de Procedimentos; • Estabelecer as principais rotas de vigilância e fiscalização e identificá-las em mapa específico, incluindo as regiões de maior pressão; • Elaborar mensalmente a rotina de vigilância e fiscalização, definindo responsáveis, escalas mais adequadas, logística necessária e locais prioritários; • Adotar estratégias de vigilância e de fiscalização integradas e complementares, abrangendo a REBIO JARU juntamente com o IBAMA, o Batalhão de Polícia Florestal e a FUNAI, envolvendo, quando possível, ONGs e comunidade; • Organizar estratégia de destinação de equipamentos apreendidos; • Implementar um sistema de atendimento às denúncias; • Relatar e sistematizar as informações obtidas na fiscalização; • Sistematizar os relatórios apresentados pelos fiscais e vigilantes indígenas; • Incorporar os dados sistematizados ao banco de dados da Terra Indígena; • Operacionalizar 2 bases para dar apoio à vigilância e fiscalização: 01 na entrada que dá acesso à Terra Indígena , 01 no rio Machado com o igarapé Azul; • Dotar o Sistema de Proteção com os equipamentos e materiais necessários; • Georreferenciar os pontos de interesse levantados e as fotografias; • Treinar e capacitar o pessoal envolvido com a fiscalização e a vigilância; • Identificar os limites da Terra Indígena nas áreas de acesso não permitido; • Colocar placas e marcos nos limites; • Formalizar e reforçar parcerias com órgãos públicos, tais como Polícia Militar e Batalhão Ambiental, Polícia Federal, FUNAI, SEDAM, Ministério Público e com ONGs ambientais e locais, para auxiliar na vigilância e fiscalização; • Reflorestar a mata ciliar; • Promover ações de educação socioambiental e de alternativas sustentáveis para a população do entorno; • Encaminhar mapas da terra indígena para os órgãos públicos; • Adquirir mapoteca; • Adquirir livros sobre legislação; • Manutenção das operações de vigilância e fiscalização. 67 4.2 PROGRAMA DE ESTUDOS E PESQUISAS 4.2.1 Objetivo Geral Desenvolvimento de pesquisas científicas. 4.2.2 Objetivos Específicos • Desenvolver pesquisas sobre os recursos hídricos, fauna, flora, recursos minerais e cultura indígena; • Criar banco de dados sobre a terra indígena; • Promover intercâmbio com instituições e ONGs; • Realizar convênios e termos de cooperação técnica com instituições que queiram desenvolver pesquisa na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Apoiar pesquisas que valorizem a cultura indígena; • Capacitar indígenas e aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes nas mais diversas áreas de pesquisa; • Desenvolver um Programa de Educação Ambiental. 4.2.3 Resultados Esperados • Pesquisas indicadas no Diagnóstico sendo realizadas na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Indígenas capacitados para participarem de estudos e pesquisas; • Indígenas participando no desenvolvimento de pesquisas das mais diversas áreas temáticas; • Funcionários da FUNAI capacitados para acompanharem pesquisadores; • Banco de dados formados e disponíveis para apoio a pesquisa. 4.2.4 Indicadores • Número de pesquisas realizadas; • Número de pedido de pesquisa na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Número de indígenas capacitados; • Número de funcionários capacitados; • Banco de dados funcionando. 4.2.5 Atividades e Normas • Desenvolver pesquisas na Terra Indígena Igarapé Lourdes nas mais diversas áreas temáticas; • Pesquisadores tem que encaminhar pedido de autorização de pesquisa ao povo indígena e à FUNAI, contendo o projeto, seu curriculum, e um resumo executivo do projeto; • Antes de ser dada autorização à pesquisa, o pesquisador deve realizar reunião com indígenas e FUNAI, para explicar de forma clara e simples do que se trata a pesquisa; • Deve ser definido pelos povos indígenas Karo e Ikolen como se dará a repartição de benefícios oriundos de pesquisa; • No caso de capacitação as comunidades devem indicar quem irá participar e como se dará o retorno destes conhecimentos para os beneficiários. 4.2.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Implantar um sistema permanente de fomento à pesquisa científica na Terra Indígena, por meio de convênios e acordos de cooperação com universidades e instituições de pesquisa, no âmbito regional, nacional e internacional; 68 • Divulgar a Terra Indígena como área propícia para pesquisas sobre o Bioma Amazônia, inclusive pesquisas de longa duração; • Fornecer infra-estrutura e apoio logístico aos pesquisadores previamente autorizados pelos indígenas e FUNAI, também facilitando o seu deslocamento na Terra Indígena e na região; • Criar estratégias para que os pesquisadores da área da Terra Indígena compreendam a importância dos resultados do seu trabalho para a tomada de decisões de manejo e contribuam diretamente com alguns programas; • Solicitar o apoio e a participação dos pesquisadores no planejamento do monitoramento (desenvolvimento de metodologias, fornecimento de dados, etc), nos programas educativos (palestras, cursos, material impresso, dados para interpretação, etc) e na divulgação científica (palestras, conteúdo para mídia de divulgação científica, etc); • Solicitar que, além dos relatórios de praxe, os pesquisadores e/ou instituições também disponibilizem um resumo executivo da pesquisa realizada, em linguagem simples, para ser utilizado em programas de divulgação e de educação e informação ambiental para visitantes e comunidades do entorno; • Promover oficinas e outros encontros abertos, com a participação dos pesquisadores, para a apresentação da produção científica; • Realizar treinamentos específicos, visando inserir as comunidades como parceiras nas atividades de campo; • Organizar expedições para o reconhecimento de campo das áreas remotas da Terra Indígena, ainda não conhecidas; • Incorporar ao banco de dados da Terra Indígena as pesquisas e seus resultados, com sistema que permita identificar as lacunas do conhecimento, importantes para o cumprimento dos objetivos específicos definidos para a Terra Indígena; • Disponibilizar para os pesquisadores todos os dados existentes sobre a Terra Indígena e a região que possam ser importantes para o desenvolvimento dos projetos; • Incentivar o desenvolvimento das linhas de pesquisa, definidas durante o planejamento do presente documento; • Implantar um sistema permanente de monitoramento ambiental da Terra Indígena por meio de convênios e acordos de cooperação com universidades e instituições de pesquisa; • Planejar, implementar e coordenar o Sistema de Informações Georreferenciadas (SIG) da Terra Indígena; • Incorporar no Banco de Dados as informações obtidas no programa de monitoramento e nos demais programas (proteção e manejo, pesquisa, educação, etc), mantendo um Banco de dados único; • Propiciar cursos de treinamento para o pessoal destinado a efetuar a coleta de dados para o monitoramento; • Monitorar a regeneração natural da área desmatada, conforme o etnozoneamento; • Registrar todos os avistamentos (observação direta) de espécies da fauna; • Monitorar o comportamento do público participante dos programas educativos e a sua aceitação das atividades propostas; • Incorporar os registros e demais resultados do monitoramento ao banco de dados da Terra Indígena; • Desenvolver pesquisa sobre os recursos hídricos; • Desenvolver pesquisas sobre os recursos minerários; • Ampliar a pesquisa sobre manejo de quelônios; • Ampliar a pesquisa sobre peixes da região; • Publicar cartilha sobre fauna da terra indígena; • Desenvolver pesquisa sobre pequenos mamíferos e entomologia. 69 4.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO O Programa de Educação visa atender às necessidades de educação formal e ambiental, que respeite a diversidade cultural, valorizando a cultura dos Karo e Ikolen e a língua materna Tupi Mondé e Rama Rama. 4.3.1 Objetivo Geral Melhorar o atendimento à educação na terra indígena Igarapé Lourdes. 4.3.2 Objetivos Específicos • Introduzir no Programa Curricular da Secretaria de Educação (SEDUC) as informações contidas no Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Valorizar a cultura dos povos indígena Karo e Ikolen; • Desenvolver um Programa de Educação Ambiental para a terra indígena; • Capacitar indígenas, funcionários da FUNAI e servidores de outras instituições para atuarem em apoio à valorização da cultura indígena; • Avaliar o desenvolvimento do Projeto Açaí; • Garantir a contratação de professores indígenas e não indígenas, com salários compatíveis com os pagos aos professores da Rede Pública de Ensino. 4.3.3 Resultados Esperados • Aulas ministradas nas escolas das aldeias, contendo informações levantadas pelo Diagnóstico; • Indígenas Karo e Ikolen realizando festividades e rituais indígenas; • Programa de Educação Ambiental sendo desenvolvido na Terra Indígena; • Projeto Açaí melhorado; • Professores indígenas e não indígenas atuando nas escolas indígenas. 4.3.4 Indicadores • Programa de Educação Ambiental elaborado e sendo implementado; • Número de professores contratados; • Número de escolas funcionando; • Projeto Açaí reestruturado; • Número de rituais e festividades indígenas realizados pelos Karo e Ikolen; • Número de atividades de Educação Ambiental realizadas. 4.3.5 Atividades e Normas • O programa de Educação Ambiental deve ser elaborado por indígenas e colaboradores que detenham conhecimento sobre o tema; • O Projeto Açaí deve ser avaliado pelos indígenas em conjunto com os professores, sendo suas avaliações encaminhadas para a SEDUC, que deverá incorporar seus resultados ao Projeto; • Ao elaborarem o projeto de construção das escolas na terra indígena, este deverá respeitar a arquitetura Karo e Ikolen, garantindo ainda que o material usado nas construções seja durável. 70 • As escolas devem conter biblioteca, salas de aula, cozinha, refeitório, sala de audiovisual, auditório, sala de professores, sala de diretoria, laboratório, pátio interno, quadras de esportes, sala de informática, banheiros feminino e masculino; • A construção do Centro de Vivência deve respeitar a arquitetura indígena; • Os professores não indígenas a serem lotados nas aldeias devem ter conhecimento sobre a cultura indígena; • Antes dos professores não indígenas serem lotados nas aldeias, devem passar por uma capacitação sobre antropologia, indigenismo, receberem todas as informações disponíveis sobre os povos indígenas Karo e Ikolen; • Os professores não indígenas devem aprender a falar a língua Tupi Mondé e Rama Rama; • O ensino na sala de aula deve ser bilíngüe; • Ao realizar festividades os professores devem valorizar a cultura indígena, apoio à realização de seus rituais; • Deverá ser publicado material didático sobre a terra indígena Igarapé Lourdes e os povos Karo e Ikolen; • As construções das casas de professores devem respeitar a cultura indígena; • Deverá ser ensinada nas salas de aulas legislação indígena; • O setor de Educação da SEDUC e SEMED deve atuar em acordo com a FUNAI e os povos indígenas; • Na aquisição de livros para biblioteca, deve-se dar especial atenção à aquisição de literatura sobre povos indígenas; • Durante a avaliação do programa de educação, recomenda-se que sejam convidados pesquisadores e outros indivíduos que atuem na questão indígena; • Ao se conseguir o Ponto de Cultura, deve-se apresentar projeto ao MEC para capacitação de indígenas; • Deve-se fazer todos os esforços para realização de cursos, palestras, seminários que tratem e valorizem a cultura indígena; • Ao trabalhar com o entorno da Terra Indígena deve-se buscar um bom entrosamento com os moradores e fornecer informação, legislação, mapas e literatura que tratem da questão indígena, e de preferência que ajudem no conhecimento sobre o povo Karo e Ikolen; • A valorização do conhecimento dos indígenas é fundamental para a sobrevivência da cultura dos Karo e Ikolen. 4.3.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Dotar a TI de uma base de apoio ao programa de educação e um local apropriado - Centro de Visitantes - para recepcionar e reunir grupos de pessoas participantes das atividades de educação (Lourdes e Iterap); • Agregar os dados do diagnóstico com o material didático utilizado na educação formal (etnobotânica, etno-geografia, etno-fauna, etno-história); • Publicar o material produzido no diagnóstico; • Material produzido no diagnóstico sendo estudado em sala de aula; • Organizar o calendário e os programas de visitação para as escolas da região e programas especiais de visitação orientada para a comunidade do entorno, lideranças e formadores de opinião. 71 4.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO • Elaborar um calendário de ocorrências naturais (eventos biológicos) a serem observadas pelos indígenas, tais como, piracema, floração e frutificação de espécies arbóreas; • Capacitar funcionários da Terra Indígena e outros parceiros interessados para o monitoramento de impactos: conduta de mínimo impacto, relações humanas, e outras temáticas correlacionadas à recepção e condução de visitantes para que atuem nas atividades de educação ambiental; • Avaliar periodicamente o andamento e os resultados alcançados com as atividades da educação formal; • Produzir um calendário escolar nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama; • Construir bibliotecas nos Postos Indígenas Lourdes e Iterap e no Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná; • Adquirir livros para as bibliotecas, principalmente livros sobre povos indígenas; • Desenvolver projetos com mulheres indígenas. 4.4 PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA O Programa de Regularização Fundiária buscar regularizar os problemas de limites da terra indígena. 4.4.1 Objetivo Geral Ampliação dos limites da Terra Indígena Igarapé Lourdes. 4.4.2 Objetivos Específicos • Anexar a Reserva Biológica do Jaru à Terra Indígena; • Povo Ikolen e Karo receberem indenização pelas áreas que ficaram fora da demarcação; • Solucionar os problemas de fechamento de coordenadas no Memorial Discritivo. 4.4.3 Resultados Esperados • Terra indígena com os limites ampliados; • Memorial descritivo publicado; • Povos Karo e Ikolen indenizados. 4.4.4 Indicadores • Decreto de ampliação dos limites; • Indenização paga aos povos indígenas. 72 4.4.5 Atividades e Normas • Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná solicitará a formação de Grupo de Trabalho para elaborar a proposta de ampliação dos limites da terra indígena; • Proposta de ampliação será encaminhada ao Presidente da FUNAI; • Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná encaminhará ao Ministério da Justiça pedido de indenização aos povos Karo e Ikolen pela área perdida durante a demarcação; • Povo Indígena Karo e Ikolen elaborarão proposta de como será aplicado os recursos da indenização em favor de toda comunidade; • Reaviventar os limites da terra indígena em conjunto com as associações indígenas; • Divulgar no entorno da terra indígena seus limites e a legislação em vigor. 4.4.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Reaviventar os limites da Terra Indígena; • Solucionar o problema da sobreposição da Terra Indígena e da REBIO Jaru; • Anexar a REBIO Jaru à Terra Indígena; • Funai exigir indenização pelas áreas de ocupação indígena que ficaram fora da demarcação (zona resgate); • Solucionar os problemas do memorial descritivo da Terra Indígena. 4.5 PROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA Este subprograma trata dos meios que viabilizam o funcionamento da terra indígena e do Núcleo de Apoio Local (NAL) de Ji-Paraná, indicando a manutenção da infra-estrutura existente e a necessidade de construir novas estruturas no interior da Terra Indígena e no NAL. 4.5.1 Objetivo Geral Garantir a infra-estrutura necessária para o perfeito funcionamento do NAL e da Terra Indígena. 4.5.2 Objetivos Específicos • Dotar e manter a infra-estrutura da Terra Indígena de forma apropriada ao atendimento da educação, saúde, valorização da cultura e desenvolvimento das atividades produtivas; • Dotar a Terra Indígena dos postos de vigilância necessários para o desenvolvimento das ações de proteção. 4.5.3 Resultados Esperados • Terra Indígena com a infra-estrutura necessária construída; • Postos de fiscalização funcionando. 73 4.5 PROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA 4.5.4 Indicadores • Equipamentos e instalações construídas (100%); • Postos de Saúde, Casa de enfermeiros, Casa do chefe de Posto, Casa do Rádio, Casa da Copaíba e Casas de Farinha construídos (100%). 4.5.5 Atividades e Normas • Elaborar projetos arquitetônicos respeitando a cultura indígena; • Adquirir equipamentos propostos no Programa; • Buscar recursos junto à FUNAI e outras entidades para garantir as construções, aquisição e manutenção dos equipamentos. 4.5.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Viabilizar a construção de 02 Postos Indígenas de Vigilância e equipá-los com veículos, barcos, motores, mobiliário e utensílios domésticos; • Viabilizar a construção de Postos de Saúde, Casa de enfermeiros, Casa do chefe de Posto, Casa do Rádio, Casa da Copaíba e Casas de Farinha, dotando todas com os equipamentos necessários para seu devido funcionamento; • Viabilizar a construção de Escolas Pólo; • Construção de curral e Casa e trânsito na aldeia Paygap; • Melhoria das vias de acesso, reestruturação da rede elétrica, telefonia rural; • Viabilizar, juntamente com os demais órgãos responsáveis, a implantação do Sistema de Sinalização nas áreas de acesso a Terra Indígena; • Perfurar poços artesianos e canalizar água para as casas da aldeia; • Construir privadas em locais apropriados; • Implantação de uma farmácia contendo a medicação necessária e atendimento odontológico. 74 4.6 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO Este subprograma trata dos meios que viabilizam o funcionamento administrativo daTerra Indígena. 4.6.1 Objetivo Geral Garantir o funcionamento da Terra Indígena, abordando a necessidade de capacitação, ampliação do quadro de pessoal e manutenção das atividades administrativas. 4.6.2 Objetivos Específicos • Assegurar o bom funcionamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Dotar e manter a infra-estrutura da Terra Indígena de forma apropriada ao atendimento de suas necessidades; • Manutenção da infra-estrutura da Terra Indígena e Núcleo de Apoio Local; • Capacitar funcionários e indígenas para a boa administração da Terra Indígena Igarapé Lourdes. 4.6.3 Resultados Esperados • Terra Indígena funcionando adequadamente; • Quadro funcional preenchido e pessoal capacitado; • Recursos financeiros suficientes para sua demanda; • Planejamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes avaliado e ajustado anualmente. 4.6.4 Indicadores • Quadro funcional preenchido em pelo menos 80% até o terceiro ano de execução do Plano de Gestão; • 100% dos equipamentos e instalações em boas condições de operação e uso; • Nº de cursos de treinamento e capacitação. 4.6.5 Atividades e Normas • Complementar o quadro funcional de modo a atender as necessidades da Terra Indígena; • Fazer gestão junto à FUNAI Brasília para dispor de Portaria de: chefe do NAL, chefe do Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente-SPIMA, chefe do Serviço de Assistência – SAS, chefe do Serviço de Administração – SAD; e das funções gratificadas: chefe do Financeiro, chefe do Serviço de Atividades Produtivas, chefe de Gabinete; • Normas e legislação da Terra Indígena sendo executada. 75 4.6 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO 4.6.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Compor o quadro de pessoal para atender à demanda estabelecida da Terra Indígena; • Fazer gestão junto à administração FUNAI Brasília para atender à demanda existente no quadro de pessoal; • Estabelecer a organização administrativa da Terra Indígena garantindo a participação das associações e indígenas indicados pela comunidade; • Capacitar o quadro funcional da FUNAI e das associações indígenas em suas diversas atividades (proteção, apoio à pesquisa e monitoramento, educação ambiental, administração, entre outros) e promover cursos de atualização; • Promover cursos de Primeiros Socorros para todos os servidores da Terra Indígena Igarapé Lourdes e indígenas indicados pelas comunidades; • Providenciar revisão e manutenção periódicas das instalações e equipamentos, materiais e vias internas da Terra Indígena; • Planejar e implantar estratégia de captação e investimento de recursos, a partir da identificação e articulação com fontes potenciais de financiamento/investimento, nacionais e internacionais; • Promover a integração da gestão da Terra Indígena e demais áreas protegidas; • Promover cursos de capacitação em gestão administrativo-financeira e vigilância. 4.7 PROGRAMA DE COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL 4.7.1 Objetivo Geral O Programa de Cooperação Institucional visa promover articulação entre os diversos órgãos governamentais, entidades não governamentais e associações indígenas para a garantir a implementação do Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes. 4.7.2 Objetivos Específicos • Desenvolver a articulação entre diversas instituições governamentais e não governamentais para garantir apoio à implementação do Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes. • Garantir no orçamento da FUNAI, SEDUC, SEMED e Prefeituras de Ji-Paraná e Rondolândia recursos financeiros para desenvolvimentos das ações propostas no Plano de Gestão. 4.7.3 Resultados Esperados • Convênios e Termos de Parcerias assinados; • Plano de Gestão implementado. 76 4.7.4 Indicadores •Número de convênios e termos de parcerias assinados; •Porcentagem das ações propostas no Plano de Gestão executadas. 4.7.5 Atividades e Normas • FUNAI e Associações Indígenas buscando parceiros para implementar o Plano de Gestão; • Associações Indígenas e FUNAI elaborando projetos para serem desenvolvidos na Terra Indígena; • Organizações não governamentais convidadas pelos indígenas e FUNAI executando projetos na Terra Indígena. • Os termos de parcerias e convênio só serão assinados com anuência por escrito dos representantes dos povos indígenas Karo e Ikolen; • Os projetos para implantação do Plano de Gestão deverão ser elaborados em conjunto com os povos indígenas; • As relações interinstitucionais devem ser formalizadas legalmente entre povos indígenas, FUNAI e a entidade conveniada; • Qualquer entidade que se dispuser a trabalhar na Terra Indígena tem que ter o projeto elaborado em conjunto com os povos indígenas; • Não será permitida a entrada de entidades ou organizações que não tenham autorização por escrito dos indígenas e anuência da FUNAI; • Deve-se cumprir a lei vigente que regulamenta a entrada de pessoas ou entidades em terras indígenas. 4.7.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Operacionalizar a relação da Terra Indígena com o Programa Demonstrativo de Povos Indígenas (PDPI); • Promover Termos de Parceria e Cooperação com ONGs, Universidades e Órgãos Públicos para desenvolver os programas propostos; • Articular com câmaras municipais, prefeituras, associações comunitárias de entorno e outras parcerias, o apoio e o fortalecimento da gestão da Terra Indígena; • Buscar parcerias com universidades e instituções de pesquisa para o desenvolvimento de pesquisas nas linhas prioritárias definidas neste documento, discutir a definição de outras linhas de pesquisa relevantes e viabilizar estágios para estudantes; • Buscar parcerias com ONG’s ambientalistas e locais, bem como universidades, visando o planejamento e implantação do Programa de Educação Ambiental; • Articular a realização de intercâmbio ou troca de experiências com instituições governamentais e não-governamentais atuantes em áreas naturais protegidas nacionais e internacionais, preferencialmente as que tenham particularidades ou problemáticas correspondentes às da Terra Indígena; • Estabelecer parcerias com os órgãos governamentais necessários para o apoio às atividades de fiscalização, prevenção e combate à incêndios, pesquisa e monitoramento; • Promover articulação interinstitucional entre aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes. 77 4.8 PROGRAMA DE SAÚDE O Programa de saúde visa garantir o atendimento de saúde no interior da Terra Indígena e fora desta. Este deve ser elaborado pelos indígenas em parceria com profissionais de saúde das mais diversas áreas com o apoio da FUNASA. Este documento traz apenas algumas sugestões levantandas pelos indígenas durante a validação do diagnóstico. 4.8.1 Objetivo Geral Garantir que os povos indígenas Karo e Ikolen tenham atendimento à saúde. 4.8.2 Objetivos Específicos • Realização pela FUNASA em conjunto com os povos indígenas Karo e Ikolen de um Programa de Saúde específico para ser implantado na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Contratação de profissionais de saúde para atuarem na Terra Indígena; • Valorização da medicina tradicional. 4.8.3 Resultados Esperados • Povos indígenas com saúde; • FUNASA e FUNAI atuando de forma articulada; • Profissionais de saúde atendendo nas aldeias; • Agente Indígena de Saúde e Agente Indígena de Saneamento capacitados para atuarem na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Medicina indígena valorizada; • Pajés atuando junto com profissionais de saúde; • Postos de Saúde equipados e funcionando; • Equipe volante composta por médicos, odontólogos, laboratoristas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem prestando atendimento nas aldeias. 4.8.4 Indicadores • Número de atendimentos à indígenas reduzido; • Número de internações; • Número de atividades realizadas em conjunto FUNASA e FUNAI; • Número de profissionais contratados; • Número de profissionais lotados nas aldeias; • Número de Postos de Saúde equipados e em funcionamento; • Número de capacitações realizadas; • Número de atividades realizadas em conjunto com Pajé e profissionais de saúde; • Número de vezes em que a equipe volante prestou atendimento nas aldeias; • Programa de saúde elaborado e em execução. 4.8.5 Atividades e Normas • Realizar diagnóstico epidemiológico na terra indígena; • Contratação de 14 auxiliares de enfermagem que serão lotados nas aldeias, e se revezarão de 20 em 20 dias; • Contratação de 01 clinico geral, 01 pediatra, 01 odontólogo, 01 enfermeira padrão, 01 laboratorista, 01 bioquimico, para prestarem atendimento nas aldeias; 78 • Construir residências para os profissionais de saúde e equipar os postos de saúde com todo material necessário; • Capacitar profissionais de saúde para atuarem na Terra Indígena; • Dotar as aldeias de farmácia básica, valorizando a medicina indígena; • Capacitação sobre medicina indígena, realizada pelos Pajés; • Desenvolvimento de pesquisas sobre saúde indígena; • Todo e qualquer projeto de saúde desenvolvido na Terra Indígena, tem que ter o conhecimento e autorização por escrita dos Karo e Ikolen e anuência da FUNAI conforme a lei vigente; • As repartições de benefícios oriundos destes projetos devem ser decididas pelos Karo e Ikolen; • O desenvolvimento de pesquisa sobre plantas medicinais deve ter autorização prévia por escrito dos Karo e Ikolen e anuência da FUNAI; • As descobertas sobre medicamentos oriundos de plantas medicinais e dos conhecimentos indígenas, devem ser patenteados em nome dos povos indígenas Karo e Ikolen; • Todo pesquisador antes de desenvolver sua pesquisa tem que apresentar seu projeto de forma clara e simples ao povo Karo e Ikolen, que decidirão se o projeto deve ou não ser desenvolvido; • Os profissionais de saúde não indígenas devem ser capacitados para aprenderem a língua Tupi Mondé e o Rama Rama; • Os representantes indígenas nos Conselhos de Saúde não devem ser indígenas contratados pela FUNASA - Fundação Nacional de Saúde ou qualquer outra entidade que preste o atendimento de saúde na Terra Indígena, p 0ois isto impede o controle social; • O salário dos Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento devem ser iguais aos pagos aos profissionais de saúde não indígenas, que exercem profissão semelhante; • As ações de saúde na Terra Indígena Igarapé Lourdes devem ser avaliadas de três em três meses, e o resultado da avaliação enviado à FUNASA, para que insira em seu planejamento. 4.8.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Capacitar Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento; • Dotar as aldeias de profissionais de saúde: auxiliar de enfermagem, laboratorista; • Melhorar os Postos de Saúde e dotá-los com medicamentos e equipamentos adequados para o atendimento aos pacientes; • A cada mês as aldeias deverão receber uma equipe de saúde composta por: médicos, odontólogos, bioquímicos, auxiliares de enfermagem, enfermeiras, laboratoristas, com os equipamentos adequados para prestar atendimento aos indígenas; • Promover cursos de saneamento ambiental para os indígenas e não indígenas que vivem nas aldeias; • Fortalecer a medicina tradicional; • Capacitar o POLO Base e o Distrito Sanitário Especial Indígena sobre medicina tradicional; • Promover cursos sobre medicina tradicional para os indígenas mais jovens. Os cursos deverão ser ministrados pelos indígenas que entendem do assunto; • Patentear conhecimentos dos povos indígenas sobre ervas medicinais, para evitar a biopirataria; • Capacitar Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento sobre medicina tradicional; • Promover cursos de antropologia da saúde para os profissionais que trabalham com saúde indígena na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Promover intercâmbio com outros indígenas que trabalham com saúde. 79 4.9 PROGRAMA DE ALTERNATIVAS ECONÔMICAS O Programa visa apoiar o desenvolvimento de atividades que gerem melhoria na renda dos povos indígenas Karo e Ikolen e que sejam ambientalmente sustentáveis. 4.9.1 Objetivo Geral Melhoria na geração da renda familiar. 4.9.2 Objetivos Específicos • Desenvolvimento de atividades agrícolas, que produzam o menor impacto ambiental possível. • Manejo de roças; • Manejo Florestal de usos múltiplos; • Manejo da fauna; • Melhoria da infra-estrutura de produção; • Desenvolvimento de um projeto de apoio à produção do artesanato indígena; • Fortalecimento das marcas APIA – Associação do Povo Indígena Arara, APIG – Associação do Povo Indígena Gavião e Organização PADEREÉHJ. 4.9.3 Resultados Esperados • Aumento na geração de renda das famílias Karo e Ikolen; • Plano de Manejo de Uso Múltiplo sendo implementado; • Melhoria na piscicultura existente; • Projeto de criação de animais silvestres sendo desenvolvido nas aldeias; • Infra-estrutura produtiva construída; • Associações indígenas fortalecidas com seus produtos no mercado. 4.9.4 Indicadores • Porcentagem de aumento na renda familiar; • Porcentagem de peixes consumidos nas aldeias; • Quantidade de óleo de copaíba e castanha vendido; • Número de projetos de criação de animais silvestres desenvolvidos; • Número de Casas de Farinha e galpão construídos; • Associações indígenas funcionando. 4.9.5 Atividades e Normas • Aprovar e homologar o Plano de Manejo Florestal de Uso Múltiplo junto ao IBAMA; • Articular com instituições que prestam assistência técnica para dar apoio à Terra Indígena; • Elaborar e implementar Projeto de criação de animais silvestres; • Incentivar o manejo de roças; • Construir casas de farinha, galpão e curral; • Buscar recursos financeiros para resolver os problemas contábeis das associações indígenas; • Prover as associações indígenas de pessoal administrativo; • Capacitar indígenas em gestão administrativo-financeira. 80 • Buscar apoio para o fortalecimento institucional das associações indígenas. • Promover atividades de coleta de frutos silvestres; • Buscar mercado para produtos indígenas; • Criar logomarca para os produtos Karo e Ikolen; • Divulgar marca indígena; • Registrar a marca indígena no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI); • Criar um site divulgando os produtos indígenas; • Realizar festividades tradicionais ligadas à produção; • Confeccionar calendário agrícola indígena; • Elaborar projetos produtivos a serem apresentados às instituições apoiadoras da produção agrícola; • Toda e qualquer atividade produtiva realizada dentro da Terra Indígena deve respeitar o meio ambiente e a legislação vigente; • Nenhum projeto produtivo pode ser desenvolvido sem a permissão dos povos Karo e Ikolen; • Os projetos de pesquisa na área de produção devem ser apresentados aos povos indígenas de forma clara e linguagem simples, e sua execução só ocorrerá com a permissão dada por escrito pelos povos Karo e Ikolen com anuência da FUNAI; • O projeto de Ecoturismo proposto durante a Validação do Diagnóstico deve ser elaborado e implementado com pessoal que tenha conhecimento sobre a cultura indígena e a região amazônica, devendo respeitar a cultura Karo e Ikolen e o zoneamento realizado para a Terra Indígena Igarapé Lourdes. 4.9.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Desenvolver manejo de caça e pesca; • Manejo de copaiba, castanha e seringueiras; • Desenvolver a produção de milho indígena; • Construir casas de farinha e equipá-las; • Buscar mercado para os produtos Karo e Ikolen; • Criar animais silvestres em cativeiro para consumo e venda; • Plantar hortaliças e pomar; • Desenvolver, registrar e divulgar o logotipo dos produtos da Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Construir Posto de Venda dos produtos indígenas em Ji-Paraná; • Viabilizar o escoamento da produção indígena; • Promover a melhoria e o manejo das roças indígenas; • Divulgar e expor à venda os artesanatos indígenas; • Desenvolver Projeto de turismo. 81 4.10 PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO CULTURAL O Programa é o mais importante para os povos indígenas Karo e Ikolen e visa valorizar a cultura destes povos. 4.10.1 Objetivo Geral Desenvolver atividades que valorizem todos os aspectos da cultura dos povos indígenas Karo e Ikolen, fortalecendo os laços entre estes povos. 4.10.2 Objetivos Específicos • Realizar atividades culturais próprias do povo Karo e Ikolen; • Realizar projetos que valorizem as artes indígenas; • Promover atividades culturais que valorizem as danças e cantos indígenas; • Produzir material audiovisual sobre a cultura Karo e Ikolen; • Fortalecer os rituais de pajelança; • Promover intercâmbio cultural com outros povos indígenas; • Divulgar a cultura Karo e Ikolen. 4.10.3 Resultados Esperados • Língua Tupi Mondé e Rama Rama sendo falada por todos na Terra Indígena; • Histórias dos povos Karo e Ikolen sendo ensinadas nas escolas; • Material didático produzido com histórias, desenhos, geografia, fauna e flora dos povos Karo e Ikolen; • Material audiovisual produzido sobre a cultura Karo e Ikolen; • Festas e cantos indígenas realizados na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Rituais indígenas divulgados na mídia; • Realização de cursos e oficinas de produção de artesanato Karo e Ikolen; • Rituais sagrados sendo realizados; • Medicina tradicional sendo usada nas aldeias; • Pajés fortalecidos; • Rituais perdidos ou esquecidos sendo resgatados; • Pesquisas sobre a cultura sendo desenvolvidas na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Arquitetura indígena valorizada. 4.10.4 Indicadores • Número de atividades culturais indígenas desenvolvidas; • Número de cursos e oficinas sobre artes indígenas desenvolvidos; • Número de malocas construídas; • Número de projetos de pesquisa desenvolvidos; • Número de material audiovisual desenvolvido e publicado; • Porcentagem do aumento de falantes das línguas Tupi Mondé e Rama Rama; • Número de festas indígenas realizadas; • Número de atendimentos feitos pelos pajés; • Número de entrevistas, palestras e seminários realizados; • Número de rituais sagrados realizados. 82 4.10.5 Atividades e Normas • A cultura Karo e Ikolen será valorizada na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Qualquer projeto de pesquisa sobre a cultura Karo e Ikolen tem que ter autorização por escrito dos indígenas e anuência da FUNAI; • O pesquisador deve enviar cópia do projeto antecipadamente e agendar reunião com o povo indígena, para explicar de forma clara e simples a proposta e tirar as dúvidas levantadas. Só depois de esclarecidos é que o povo Karo e Ikolen enviam sua decisão por escrito ao pesquisador via FUNAI; • As associações indígenas, FUNAI, SEDUC, FUNASA e demais que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes deverão apoiar e buscar ajudar na realização de atividades culturais; • Serão realizadas palestras, seminários e outras atividades culturais no entorno da Terra Indígena e em outras localidades visando divulgar a cultura Ikolen e Karo; • A atuação dos Pajés será respeitada; • As informações produzidas pelo diagnóstico serão publicadas e utilizadas nas escolas; • As festas tradicionais serão apoiadas e incentivadas; • As línguas Tupi Mondé e Rama Rama devem ser ensinadas nas escolas da Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Os não indígenas devem fazer cursos para falar as línguas Tupi Mondé e Rama Rama; • No programa escolar a ser desenvolvido na Terra Indígena, deve ser valorizada a cultura indígena; • As associações indígenas devem ser fortalecidas institucionalmente; • Os projetos, convênios e termos de parcerias com entidades não governamentais e governamentais devem, entre seus objetivos, incluir o apoio à valorização cultural; • Não será permitida nenhuma atividade na Terra Indígena que prejudique a cultura Karo e Ikolen; • Não será permitida nenhuma atividade na Terra Indígena que desrespeite os valores espirituais dos povos Karo e Ikolen. 4.10.6 Ações Gerenciais Gerais Internas • Promover festas tradicionais dos povos indígenas Karo e Ikolen; • Promover cursos de história dos povos indígenas Karo e Ikolen, ministrados pelos indígenas mais velhos; • Promover capacitação em confecção de artesanato e armas indígenas (arco e flecha); • Promover cursos nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama para indígenas e aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes; • Promover rituais de pajelança; • Publicar histórias nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama; • Publicar materiais didáticos nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama; • Construir 02 Centros de Vivência Indígena onde se possa promover a troca de informações e expor produtos (Aldeias Iterap e Igarapé Lourdes); • Promover torneios de esporte indígena; • Promover palestras e seminários sobre a Terra Indígena Igarapé Lourdes e seus povos; • Promover a troca de informações culturais com outros povos indígenas; • Produzir material audiovisual sobre os povos indígenas Karo e Ikolen. 83 AVALIAÇÃO E REVISÃO DO PLANO DE GESTÃO Este Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes, por decisão dos povos indígenas Karo e Ikolen, FUNAI e representantes de demais entidades participantes da Validação do Diagnóstico, deverá ser avaliado a cada seis meses e revisado de três em três anos. Deve-se durante a avaliação e revisão envolver todos que vivem na Terra Indígena, e aqueles que desenvolvem atividades ou projetos com os povos Karo e Ikolen. A Avaliação semestral tem como objetivo analisar os avanços e entraves e promover reajustes no Plano de Gestão. O Plano de Gestão traz programas e sugestões de atividades prioritárias a serem desenvolvidas, porém se faz necessária a elaboração de projetos específicos para as ações propostas. Os projetos específicos devem ser elaborados sempre pelos povos indígenas Karo e Ikolen, com parcerias e assessoramento de técnicos devidamente habilitados no tema proposto. 84 BIBLIOGRAFIA ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO BARROSO-HOFFANN, Maria & LIMA, Antonio Carlos de Souza(Orgs). Etnodesenvolvimento e políticas públicas: bases para uma nova política indigenista.. Contra Capa Livraria/LACED, Rio de Janeiro,2002. COULON, Alain. Etnometodologia, Petrópolis: Vozes, 1995. FUNAI. Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal. PPTAL. Levantamento Etnoecológicos em Terras Indígenas na Amazônia Brasileira: uma metodologia, 2004. Guia Metodológica de Capacitacion em Gestion Ambiental Urbana para Organismos No Gubernamentales de América Latina Y El Caribe. CEUR/ PUCMM. Santiago de Los Caballeros, 1996. JENSEN, Allen Arthur. Sistemas indígenas de classificação de aves: aspectos comparativos, ecológicos e evolutivos. – Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi,1998 Magalhães, Edvard Dias(Org.). Legislação indigenista brasileira e normas correlatas – Brasília: FUNAI/DEDOC, 2002. Manual para administração de organizações indígenas. Instituto Socioambiental e AFINCO, 2002. Ministério da Educação e do Desposto, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacioCoordenação de de para as escolas indígenas, MEC/SEF, Brasília, 1998 MITRAUD, Silvia (Orgs). Manual de Ecoturismo de Base Comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. WWF Brasil.Brasília, 2003. PLANAFLORO; Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia. Governo de Rondônia, 2002. Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Uru-eu-wau-wau. Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental, 2003. Roteiro Metodológico de Planejamento Parque NacioCoordenação de de , Reserva Biológica, Estação Ecológica. Edições IBAMA, MMA, UNDP. SILVA, Aracy Lopes da. A Questão Indígena na Sala de Aula, Editora Brasiliense, São Paulo, SP, 1987 WWF-Brasil, Manejo de Fauna na Reserva Xavante Rio das Mortes, MT: Cultura Indígena e Método Cientifico Integrados Para a Conservação, vol. 4, 2000. ETNO-HISTÓRIA A POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: 1962. ARRUDA, Rinaldo Sérgio Vieira. Imagens do índio: signos da intolerância. In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; VIDAL, Lux Boelitz; FISCHMANN, Roseli. (Orgs.). Povos indígenas e tolerância: construindo práticas de respeito e solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001. 296p. BITTENCOURT, Libertad Borges. O movimento indígena organizado na América Latina: a luta para a exclusão. Disponível em <http://anphlac.hpg.ig.com.br/ensaiob15.htm#_ftn1> Acesso em: 14 de junho de 2004. BRASIL, Brasil indígena. Brasília: Secretaria de Imprensa, 1992. 51p. CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO DE RONDÔNIA – CIMI/RO Panewa especial. Nº 02, março de 1998. Porto Velho: 1998. p. 26. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 13 ed. 2003. CUNHA, Manuela Carneiro. (Org.). História dos Índios do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. DAVIS, Shelton H. Vítimas do milagre: o desenvolvimento e os índios do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 208p. FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI. Museu do Índio: guia. Rio de Janeiro: Museu do Índio. 1979. KRENAK, Aílton. Uma visita inesperada. In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; VIDAL, Lux Boelitz; FISCHMANN, Roseli. (Orgs.). Povos indígenas e tolerância: construindo práticas de respeito e solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001. 296p. LANGDON. E. Jean. A tolerância e política de saúde do índio no Brasil: são compatíveis os saberes biomédicos e os saberes indígenas? In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; VIDAL, Lux Boelitz; FISCHMANN, Roseli. (Orgs.). Povos indígenas e tolerância: construindo práticas de respeito e solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001. 296p. LEONEL JÚNIOR, Mauro de Mello. Relatório de avaliação da situação dos Gavião (Digüt) – P.I. Lourdes. São Paulo: FIPE, 1983. MEDEIROS, Edílson Lucas de. Rondônia, terra dos Karipunas. Porto Velho: Rondoforms, 2003. p.101-105. MELATTI, Júlio Cezar. Índios do Brasil. 5ed. São Paulo: Hucitec, 1986. 220p. MINDLIN, Betty - Couro dos Espíritos, Editora SENAC, São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2001. MOORE, Denny. Relatório sobre o Posto Indígena Lourdes da Oitava Delegacia Regional, segundo diretrizes de levantamentos de dos para elaboração de projetos. Brasília: UNB, 1978. ORGANIZAÇÃO INDÍGENA PADEREÉHJ. Projeto Karo Ikoló: construindo com as próprias mãos. Ji-Paraná: Panderej, 2002. Panewa especial. Nº 03, julho de 2002. Porto Velho: 2002. p. 17-27. PLANO AGROPECUÁRIO E FLORESTAL DE RONDÔNIA – PLANAFLORO. Projeto executivo de alternativas econômicas do PLANAFLORO: áreas indígenas Zoró, Rio Mequéns, Latundê, Igarapé Lourdes e Karitiana. Porto Velho: 1995. 178p. REIS, Rosângela das Dores. Igarapé Lourdes: da escola ao cotidiano das escolas indígenas. Ji-Paraná: 1998. p.59. 85 BIBLIOGRAFIA Relatório complementar de avaliação das invasões no Posto Indígena Lourdes (PIL), dos índios Gavião e Arara (Karo). São Paulo: FIPE/USP, 1984. Relatório de pesquisa de campo na Reserva dos Índios Gavião e Arara em Rondônia: Maio e junho de 1987. Belém: Museu Goeldi, 1987. RIBEIRO, Darcy. Culturas e línguas indígenas do Brasil, educação e ciências sociais. Rio de janeiro: 1957. SAMPAIO, Wany; SILVA, Vera da. Os povos indígenas de Rondônia:contribuições para a compreensão de sua cultura e de sua história. Porto Velho: Editora UNIR, 1997. p. 39-42. TADEU, Walfrido. História de Rondônia. Disponível em: <http://www.portalrondonia.asp> Acesso em 15 de junho de 2004. TEIXEIRA-PINTO, Márnio. IEIPARI: sacrifício e vida social entre os índios Arara. São Paulo: Hucitec, 1997.413p. GRANDES MAMÍFEROS - MASTOFAUNA AYRES, M. Jr., M. Ayres, D. L. Ayres & A. S. Santos. Aplicações Estatísticas nas Áreas de Ciências Biológicas e Biomédicas. Sociedade Civil Mamirauá, Belém. MCT/CNPq, Bioestat 2.0. 2000. BOBADILLA, U. L. Abundância, tamanho de agrupamento e uso do hábitat por cuxiús de Uta Hick Chiropotes satanas utahicki Hershkovitz, 1985 em dois sítios na Amazônia Oriental: implicações para a conservação. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará. 1998. BODMER, R. E.; T.G. Fang & L.M. Ibanez. Primates and ungulates: a comparison of susceptibility to hunting. Primate Conservation 9:79-84. 1988. BROWN, K. S. Jr. Diversidade biológica máxima no Alto Rio Juruá: Origens, avaliação, utilização e gestão, e o papel dos povos tradicionais na sua conservação. 1995. BUCKLAND, S. T., D. R. Anderson, K. P. Burnham & J. L. Laake. Distance Sampling: Estimating Abundance of Biological Popualtions. London: Chapman & Hall. 1993. EMMONS, L. H. & F. Feer. Neotropical Rainforest Mammals. A Field Guide, Second Edition. University of Chicago Press, Chicago. 1997. FERRARI, S. F. & M. A. Lopes. New data on the distribution of primates in the region of the confluence of the Jiparaná and Madeira rivers in Amazonas and Rondônia, Brazil. Goeldiana Zoologia 11:1-12. 1992. FERRARI, S. F., M. A. lopes, E. H. Cruz Neto, M. A. E. S. Silveira, E. M. Ramos, P. C. M. Ramos, D.M. Tourinho & N. F. A. Magalhães. Primates and conservation in the Guajará-Mirim State Park. Rondônia, Brzil. Neotropical Primates 3:81-82. 1995. FERRARI, S. F., E. H. Cruz Neto, S. Iwanaga, H.K.M. Côrrea & P.C.S. Ramos. An unusual primate community at the Estação Ecológica Serra dos Três Irmãos. Rondônia, Brazil. Neotropical Primates. 4:55-56. 1996. FERRARI, S. F., S. Iwanaga & J. L. da Silva. Platyrrhines in Pimenta Bueno. Rondônia. Neotropical Primates 4:151-153. 1996. FERRARI, S. F., L. Sena & M. P. C. Schneider. Definition of a new species of marmoset (Primates, Callitrichinae) from southwestern Amazonia based on molecular, ecological, and zoogeographic evidence. Livro de resumos do IX congresso da sociedade Brasileira de primatologia, pp. 80-81. 1999. FERRARI, S. F., S. Iwanaga, M. R. Messias, E. M. Ramos, P. C. Ramos, E. H. Cruz Neto & P. E. G. Coutinho. Titi monkeys (Callicebus spp., Atelidae: Platyrrhini) in the Brazilian state of Rondônia. Primates 41: 191-196. 2000. LOPES, M. A. . Conservação do Cuxiú-preto, Chiropotes satanás satanás (Platyrrhini, Primates), e de outros mamíferos na Amazônia Oriental. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará, Belém. 1993. NRC/Ntional Research Council. Techniques for the Study of Primate Population Ecology. Washington D. C.: National Academy Press. 1981. PERES, C. A. Primate community structure at twenty western Amazonian flooded and unflooded forests. Journal of Tropical Ecology, 13:381485p. 1997. REDFORD, K. H. The empty forest. BioScience, 42 (6): 412-422p. 1992. SÁ, R. M. L Effects of the Samuel Hydroelectric Dam on Mammal and Bird Communities in a Heterogenus Amazonian Lowland Forest. Tese de doutoramento, University of florida, Gainesville.1995. AVIFAUNA BROWN, K. S. 1977. Centros de evolução, refúgios quaternários e conservação de patrimônios genéticos na região neotropical: padrões de diferenciação em Ithorniinae (Lepidóptera; Nymphalidae). Acta Amazônica 7:75-137. COHN-HAFT, M.; WHITTAKER, A. & STOUFFER, P. C. 1997. A new look at the “species-poor” Central Amazon: tha avifauna north of Manaus, Brazil. In Studies in Neotropical Ornithology Honoring Ted Parker (J. V. Remsen Jr, Ed.). Ornithol. Monogr. N. 48. CRACRAFT, J., 1985. Historical biogeography and patterns of diferentiation within the South American avifauna: areas of endemism. In: BUCKLEY, P. A. et. al. eds. Neotropical Ornithology. Washington, American Ornithologists’ Union. p. 49-84 (Ornithological Monographs n. 36). FEARNSIDE, P.M. 1987. Deforestation and international economic development projects in Brazilian Amazonia. Conserv. Biol. 1:214-221. FEARNSIDE, P.M. 1989. A ocupação humana de Rondônia: impactos, limites e planejamento. Assessoria Editorial e Divulgação Científica. Brasília, Brazil. HAFFER, J. 1974. Avian speciation in tropical South America. Publ. Nuttall. Ornithol. Club, no. 14, Cambridge, Mass.: Nuttall Ornithological Club. HAFFER, J. 1985. Avian zoogeography of the Neotropical Ornithology. Washington, American Ornithologists’ Union. p. 113-46. (Ornithological Monographs n. 36). 86 HAFFER, J. 1990. Avian Species Richness in Tropical South America. Studies on Neotropical Fauna and Environment. 25(3):157-183. HAFFER, J. 1992. Parapatric species of birds. Bull. B.O.C.. 112(4):250-263. HELLMAYR, C.E. 1910. The birds of the Rio Madeira. Nov. Zool. 17:257-428. JOHNS, A. D. 1991. Responses of Amazonian rain forest birds to habitat modification. Journal of Tropical Ecology 7: 417-37. KARR, J. R., & ROTH, R. R. 1971. Vegetation structure and avian diversity in several New World areas. The American Naturalist, 105:423-35. MIRANDA-RIBEIRO, A. & SOARES, E.E. 1920. Os psittacideos da “comissão-Rondon”. Com. Linhas Telegraph. Estratégicas Matto-Grosso ao Amazonas, publ. 63, Anexo 5, pp.6-14. MÜLLER, P. 1973. The dispersal centers of terrestrial vertebrates in the Neotropical Realm. W. Junk. The Hague. Netherlands. PELZELN, A. 1868-1870. Zur Ornithologie Brasiliens. Resultate von Johann Natterers Reisen in den Jahran 1817 bis 1835. Druck und Verlag von A. Pichler’s Witwe & Sohn , Vienna, Austria. PRANCE, G.T. 1973. Phytogeographic support for the theory of Pleistocene forest refuges in the Amazon basin, based on evidence from distribution patterns in Caryocaraceae, Chrysobalanaceae, Dichapetalaceae and Lecythidaceae. Acta Amazonica 3:5-28. ROTH, P. 1984. Repartição do hábitat entre psitacídeos simpátricos no sul da Amazônia. Acta Amazônica, 14 (1-2): 175-221. STOTZ. D. F.; FITZPATRICK, J. W.; PARKER III, T. A. ; MOSKOVITS, D. K. 1996. Neotropical birds: ecology and conservation. Chicago, University of Chicago Press. 478p. STOTZ, D.F.; LANYON, S.M.; SCHULENBERG, T.S.; WILLARD, D.E.; PETERSON, A.T. & FITZPATRICK, J.W. 1997. An avifaunal survey of two tropicaç forest localities on the middle Rio Jiparaná, Rondônia, Brazil. Ornithological Monographs 48:763-781. TERBORGH, J. W.; DEMASTER, J. W. & EMMONS, L. 1984. Annotated checklist of birds and mammal species of Cocha Cashu Biological Station, Manu National Park, Peru. Fieldiana (Zoology) 21: 1-29. THIOLLAY, J. M. 1992. Influence of selective logging on bird species diversity in a guianian rain forests. Conservation Biology, 6 (1): 47-63. WILLIS, E. O. & ONIKI, Y. 1992. As aves e as formigas de correição. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, sér. Zool. 8 (1): 123-50. RÉPTEIS E ANFIBIOS ÁVILA-PIRES, T.C.S. Lizards of Brazilian Amazônia (Reptilia: Squamata). Zool. Verh. Leiden 299, 20.iv.1995: 1-706. BERNARDE, P.S., Kokubum, M.N.C., Machado, R.A., Anjos, L. Uso de habitats naturais e antropicos pelos anuros em uma localidade no Estado de Rondônia, Brasil (Amphibia: Anura). Acta Amazônica 29(4):555-562. 1999. CAMPBELL, H. W. & S. P. CHRISTMAN (1982). Field techniques for herpetofaunal community analysis. In: SCOTT, N. J., JR. (ed.): Herpetological Communities. Wildlife Research Report 13. U.S. Department of the Interior, Fish and Wildlife Service. 13: 193-200. CUNHA, O. R. e F. P. Nascimento. 1993. Ofídios da Amazônia. As cobras da região leste do Pará. Bol.Mus.Para. Emilio Goeldi, ser. Zool. 9:1 – 191. DIXON, J. R. 1989. A key and checklist to the Neotropical snakes Genus Liophis with country lists and maps. Smithsonian Herpetological Information Service 79:1-40. DUELLMAN, W. E. 1990. Herpetofaunas in Neotropical rainforests: comparative composition, history, and resource use. Pp. 455-505 In: Gentry, A H. (ed.), Four Neotropical Rainforests. Yale University Press, New Haven. FROST, D. R. 2000. Amphibian species of the world. Disponível on line em : http://research.amnh.org/herpetology. MARTINS, M. e M.E. Oliveira. 1998. Natural history of snakes in forests of the Manaus region, Central Amazônia, Brazil. Herpetological Natural History 6:78-150. NASCIMENTO, F.P., T.C.S. Ávila-Pires, & O.R. Cunha, 1988. Répteis Squamata de Rondônia e Mato Grosso coletados através do programa Polonoroeste. Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi, Zool., 4(1):21-66. PETERS, J. A. & OREJAS-MIRANDA, B. 1970. Catalogue of the Neotropical Squamata. Part I. Snakes. Bull. U. S. Natl. Mus. 297:1-347. SCOTT, N. J. , Jr, R. C. MAXWELL, º W. THORNTON, JR., L. A. FITZGERALD E J. W. FLURY. 1989. Distribution, Habitat and Future of Harter’s Water Snake, Nerodia harteri, in Texas. J. Herpetol. 23:373-389 SILVA Jr, N.J. The snakes from Samuel Hydroeletric Power plant and vicinity, Rondônia, Brazil. Herpetological Natural History, 1 (1) 1993, pages 37-86. TOCHER, M. D., C. Gascon, e J. Mayer. 2001. Community composition and breeding success of Amazonian frogs in continuous Forest and matrix habitat aquatic sites. Yale University Press, New Haven. VANZOLINI, P. E. 1986. Levantamento herpetológico na área do Estado de Rondônia sob a influência da Rodovia Br 364. Programa Polonoroeste, CNPq, Relat. Pesq. 1:1-50. ZIMMER, K. J.; PARKER III, T. A.; ISLER, M. L. & ISLER, P. R. 1997. Survey of a southern Amazonian avifauna: the Alta Floresta region, Mato Grosso, Brazil. In Studies in Neotropical Ornithology Honoring Ted Parker (J. V. Remsen Jr, Ed.). Ornithol. Monogr. N. 48. 87 BIBLIOGRAFIA PEIXES (ICTIOFAUNA) CARVALHO, I.R.; Amadio, S.A.; ZUANON, J. A. S. 2002. Estrurura populacional de espécies do gênero Hemiodus (Characiformes: Hemiodontidae) em dois ambientes distintos: Lago Catalão (AM) e Parque Estadual do Cantão (TO). Anais da XI Jornada de iniciação Científica PIBIC/INPA. Manaus, AM. 148-149. DO VALE, J. D. 2003. Composição, diversidade e abundância da ictiofauna na área do Catalão, Amazônia central. Dissertação de Mestrado. INPA/UFAM, Manaus, 66p. FAVORITO-AMORIM, S.E. 1998. Relações filogenéticas da ordem Symbranchiformes e revisão sistemática da família Symbranchiidae (Teleostei; Acanthopterygii). Tese. Universidade de São Paulo. FERREIRA, E.; Santos, G.M. & Jegu, M. 1988. Aspectos ecológicos da ictiofuana do rio Mucajaí, na área da ilha Paredão, Roraima, Brasil. Amazoniana, 10(3): 339-352. FERREIRA, E.J.G. Peixes comerciais do médio Amazonas: região de Santarém, Pará. Brasília: Edições IBAMA, 1998. FERREIRA, E. J. G. 1993. Composição, distribuição e aspectos ecológicos da ictiofuana de um trecho do rio Trombetas, na área de influência da futura UEH Cachoeira Porteira, Estado do Pará , Brasil. Acta Amazônica, 23 (1-4; supl.): 1-88. (publicado em 1995). Fundação Djalma Batista-Convênio FDB/INPA, 2002. Estudo das espécies ícticas e opções de manejo piscícola no Parque Estadual do Cantão – Estado do Tocantins. Governo do Estado do Tocantins, Relatório do Parque Estadual do Cantão. 120p. GÉRY, J. 1977. Characoids of the world. T. F. H. publications, Inc. Governo do Estado de Rondônia, 1998. Zoneamento Sócio econômico Ecológico do estado de Rondônia. Componente Solos e Componente Ictiofauna. Governo de Rondônia. GOULDING, M. 1979. Ecologia da pesca do rio Madeira. CNPq/INPA, Manaus, 172p. GOULDING, M.; BARTHEM, R. Ecologia, migração e conservação de peixes amazônicos: CNPq, Tefé, 1997. JUNK, W. J. 1983. As águas da região Amazônica. In: Salatti, E; Schubart, H. O. R.; Junk, W. J.; OLIVEIRA, A. E. (eds). Amazônia: Desenvolvimento, Integração e Ecologia. CCNPq/Brasiliense. São Paulo, 328p. KELLER, F. 1874. The Amazon and Madeira Rivers. Chapman ane Hall, London. KOCH, W.R.; MILANI, P.C.; GROSSER, K.M.Guia ilustrado; peixes Parque Delta do Jacuí. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 2000. 91p.,il. KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology. Harper Collins Publishers, New York, USA, 654p. LAGO, A. R. C; Bittencourt, M. M.; 2002. Aspectos demográficos de Pellona flavipinnis (Clupeiformes: Pellonidae) em ambientes de várzea na Amazônia Central. Anais da XI Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/ INPA. Manaus: INPA. 120-122. LAUZANNE, L.; LOUBENS G. Peces del rio mamore. Paris 1985. LIMA, C. A. Os frutos do tambaqui: ecologia, conservação e cultivo na Amazônia. Tefé, AM: Sociedade Civil Mamirauá; Brasília: CNPq, 1998. LOWE-McCONNELL, R. H., 1987. Ecologycal studies in tropical fish communities. Cambridge University Press, Cambridge, UK. 382p. LOWE-McCONNELL, R. H. 1999. Fauna de peixes neotropicais. In: Estudos ecológicos em comunidades tropicais / R. H. Lowe-McConnell; tradução Vazzoler, A. E. M; Agostinho, AA; Cunnhingham, P. T. M. Editora da Univ. São Paulo. 534p. MENDONÇA, F. P. 2002. Ictiofauna de igarapés de terra firme: estrutura das comunidades de duas bacias, Reserva Florestal Adolfo Ducke, Amazônia central. Dissertação de Mestrado. INPA/UFAM, Manaus. 51p. MENEZES, N.A. 1996. Methods for assessing freshwater fish diversity. Capítulo 19, pp 289-295. In: Bicudo, C.E.M.; Menezes, N.A (eds.). Biodiversity in Brasil – A first approach. CNPq, Brasília. 326p. PEREIRA, R. Peixes de nossa terra. São Paulo, Nobel, 1982. PETTS, G. E. 1994. Rivers: Dinamic components of catchament ecosystems; In Callow, P.; Petts, G. E. (eds). The river handbook. Blackwell Science. Oxford. 2 93-22) Projeto Catalão, 1999. Estrutura e Dinâmica do Ecótono Catalão. Instituto nacional de Pesquisas da Amazônia. PPI-3090. QUEIROZ, H.L & CRAMPTON, W.G.R.; Estratégia para manejo de recursos pesqueiros em Mamirauá. Brasília: Sociedade Civil Mamirauá: CNPq, 1999. Recursos pesqueiros do médio Amazonas: biologia e estatística pesqueira. Brasília: Edições IBAMA, 2000. 350p. Recursos pesqueiros do Médio Amazonas: abordagem socioeconômica/ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Brasília: IBAMA, 1999. RUBIANO, A. L. M. 1999. Táticas reprodutivas de sete espécies de Characiformes em área de várzea na Amazônia Central (lago do Rei). Dissertação de mestrado. 116p. SANTOS , G. M.; FERREIRA, E. J. G. 1999. Peixes da bacia Amazônica: In: Lowe McConnell, R. H. Estudos ecológicos de comunidades de pei8xes tropicais, Edusp, São Paulo. SANTOS, G. M. 1982. Caracterização, hábitos alimentares e reprodutivos de quatro espécies de “ aracus” e considerações ecológicas sobre o grupo do lago Janauacá – AM (Osteichthyes, Characoidei, Anostominidae). Acta Amazônica, 12 (4): 713-39. SANTOS, G. M. 1991. Pesca e Ecologia dos peixes de Rondônia. Tese de doutorado. INPA/FUA, Manaus, 213p. 88 SANTOS, G.M.; JEGU, M.; MERONA, B.de. Catálogo de peixes comerciais do baixo rio Tocantins; projeto Tucuruí. Manaus, ELETRONORTE/ CNPq/INPA, 1984.il. SILVANO, R.A.M. Peixes do alto rio Juruá São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2001. TORRENTE-VILARA, G. 2003. Padrões nos parâmetros biológicos de três espécies de aracus (Characiformes: Anastomidade) em lagos de várzea da Amazônia central, Dissertação de Mestrado. INPA/UFAM, , Manaus, 90p. VANNOTE, R. L.; MINCHALL, G.W.;; CUMMININGS, K. W.; SEDELL, J. L.; CUSHING, C. E. 1980. The river continuum concept. Can J. fish Aquatic Sci. 37 (130-137). VAZZOLER, AE. A. 1996. Biologia da Reprodução de Peixes teleósteos teoria e prática. EDUEM, Maringá, São Paulo, 169p. WALKER, I. 1991. Algumas considerações sobre um programa de zoneamento da Amazônia. In Val, AL.; Figliuolo, R.; feldberg, E. (eds) Bases Científicas para Estratégias de Preservação e Desenvolvimento da Amazônia, v. 1, INPA, Manaus. VEGETAÇÃO ASSOCIAÇÃO de Defesa Etnoambiental. Avaliação Ecológica Rápida Reserva Biológica do Traçadal. Porto Velho/RO, Kanindé, 195p, 2001. BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, Levantamento de Recursos Naturais. Folha SC – 20 Porto Velho, V. 16, Rio de Janeiro, 1978. CAINE, S.A & CASTRO, G.M. de O. 1956. Application of some phytosociological techniques to Brasilian Rain Forest. Amer. J. Bot., 43(3): 205217. COIMBRA JR., C.E.A. 1985. Estudos de ecologia humana entre os Suruí (Parque Indígena Aripuanã, Rondônia). Plantas de importância econômica. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, Belém. EITEN , G. 1977, The Cerrado Vegetation of Brazil. The Botanical Review 38 (2): 201-234. FORSTER M. 1973, Strukturanal eines tropischen Regenwaldes in Kolumbien. Allg. Forst. U. J. – ztg., 144 (1): 1-8. FUNDAÇÃO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro, IBGE, 89p,1992. KELLMAN, M.C. 1975. Plant geography. London, Methuen. 135 p. LAMPRECHT, H. 1962. Ensayo sobre unos metodos para el Análisis estructural de los Bosques tropicales. Acta científica venozolana, 13 (2) : 57-65. _____. 1964. Ensayo sobre la estructura florística de la parte sur-oriental del Bosque Universitario “ El Caimital “ – Estado Barinas. Rev. For. Venez., 7 (10-11) : 77 – 119. MARETTO, L.C. 2002. Plano de Manejo Floresta Sustentável, Porto Velho, 125 p.l MINISTÉRIO da Agricultura e do Abastecimento. (Rio Branco). Lista de Espécies Florestais do Acre (Ocorrência com Base em Inventários Florestais). Rio Branco/Ac, EMBRAPA, 77 p,1999. MORÁN, Emílio F., 1946. A ecologia humana das populações da Amazônia. Petrópolis, RJ :Vozes, 1990 (Coleção Ecologia & ecosofia). NIMER, E. 1991. Clima. Pg. 61-71 . . In: IBGE. Geografia do Brasil, . Clima. Pg. 61-71. In: IBGE. Geografia do Brasil, Região Norte, Vol.3. IBGE. Rio de Janeiro. RIBEIRO, J.E.S.; HOPKINS, M.J.G.; VICENTINI, A ; SOTHERS, C.A; COSTA, M.A.S.; BRITO, J.M.; SOUZA, M.A.D.; MARTINS, L.H.P.; LOHMANN, L.G.; ASSUNÇÃO, P.A.C.L.; PEREIRA,E.C.; SILVA, C.F.; MESQUITA, M.R. & PROCÓPIO, L.C. 1999. Flora da Reserva Duck: Guia de Identificação das Plantas Vasculares de uma Floresta de Terra-Firme na Amazônia Central. INPA, Manaus. 816p. RONDÔNIA Governo do Estado.(Porto Velho). “Relatório Final Cobertura Vegetal”. Diagnóstico Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia e Assistência Técnica para Formulação da Segunda Aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico. V. 1, Porto Velho, Julho de 1998. VELOSO, H.P., RANGEL FILHO, A.L.R. & LIMA, J.C.A.1991. Classificação da Vegetação Brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio de Janeiro. 123p. MEIO FÍSICO ADAMY, A. Organizado por. Zoneamento Ecológico-Econômico Brasil – Bolívia. Eixo Rio Abunã – Vale do Guaporé. Infome Final. s.l. CPRM/ SUDAM/OEA. 2000, 3v. AMARAL Fº., Z. P. do, NEVES Fº., J. P., CUNHA, N. G. da. Pedologia. In: Brasil – Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radambrasil. Folha SC.20 Porto Velho. Rio de Janeiro, 1978. ASSOCIAÇÃO DE DEFESA ETNOAMBIENTAL. Avaliação Ecológica Rápida da Reserva Biológica do Traçadal. Porto Velho/RO, Kanindé, 195p, 2001. BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, Levantamento de Recursos Naturais. Folha SC – 20 Porto Velho, V. 16, Rio de Janeiro, 1978. CAMARGO, M.N., KLAMT & KAUFFMAN, J.H. Classificação de Solos Usada em Levantamentos Pedológicos no Brasil. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Campinas, SP, 1987, 12:11-33. CARNEIRO, P. da P. Ecooperação: a cooperação com o meio ambiente através da teoria quântica. Cap. A Amazônia. Rio de Janeiro: P.P. Carneiro, 1993. p. 55-60. 89 BIBLIOGRAFIA DIRETORIA DE PATRIMÔNIO INDÍGENA – DPI. Decreto nº 88.609, de 09.08.83. Fonte: D.O.U. Pág. 14.330. Data: 11.08.1983. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Mapa de Levantamento de Reconhecimento de Média Intensidade dos Solos do Estado de Rondônia. CEPA – RO. Escala 1:1.000.000. 1982/1984. FEITOSA, F. A. C. & MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações. Coordenadores. Fortaleza: CPRM, LABHID-UFPE, 1997. 412 p: il. FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de Geomorfologia: Inselbergue. Séries Manuais Técnicos em Geociências. Número 5, 1995, Rio de Janeiro, p.31. FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI, Ministério do Interior. Memorial Descritivo de Demarcação e Descrição do Perímetro. 19 de Abril de 1985. GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA, Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral Coordenadoria de Projetos Especiais PLANAFLORO. Unidades De Conservação De Rondônia. SEPLAN, SEDAM, PNUD. Porto Velho. Projeto BRA/94/007.1998. GOVERNO DO ESTADO DE RONDÕNIA. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia. Solos, Geomorfologia, Aptidão Agrícola e Uso do Solo. SEPLAN, PLANAFLORO. Porto Velho, 2000. GUERRA, A. J. T., CUNHA, S. B. da. Geomorfologia: Atualização de Base e Conceitos. Processos Endogenéticos na Formação do Relevo. Cap.2 . s.a., p.76 e 77. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Mapas de Declividade. Folhas: Ji-Paraná – MI-1683; Folha: Igarapé São Gabriel – MI-1684; Folha: Serra da Providência – MI-1617e Folha: Fazenda Castanhal – MI-1618. Escala 1/100.000. 1981. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA. Pressão Antrópica – TIIL – Ji-Paraná. junho de 2004. KATO, H. T., COSTA, E. G. da ; SOUZA, R. S. Projeto Centro – Leste de Rondônia. Convênio DNPM-CPRM. Porto Velho, 1983. Nota Explicativa. 1 v. LATRUBESSE, E., RODRIGUES, S., MAMEDE, L. Sistema de Classificação e Mapeamento Geomorfológico: uma Nova Proposta. GEOSUL, vol. 14, nº 27: 682-687, 1998. LEAL, J. W. L. et alii. Geologia. In: Brasil – Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radambrasil. Folha SC.20 Porto Velho. Rio de Janeiro, 1978. LEINZ, V., MENDES, J. C. Vocabulário Geológico. 3ª Ed., revista e ampliada. São Paulo, Edit. Nacional, 1963, p.546. LEMOS, R. C.e SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Relevo. 3ª Ed. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1996. 84p., p.54. MINERAÇÃO ITAÍBA. Justificativas para desistência das pesquisas geológicas da bacia do rio Ji-Paraná, Bacia do rio Ji-Paraná. Relatório de Pesquisa, 1978. MIZUGUCHI, Y., ALMEIDA, J. R. de, PEREIRA, L. A. Introdução à Ecologia. São Paulo : Ed. Moderna, 1981. p. 79-81, 138-139. MORAIS, P. R. C. e CAMPOS, J. C. V. Mapa Hidrogeológico do Estado de Rondônia. Escala 1:1.000.000. CPRM, 1998. ASSOCIAÇÃO DE DEFESA ETNOAMBIENTAL – KANINDÉ. Vistoria de Campo 10 e 12/03 de 2004 – Terra Indígena Igarapé Lourdes – Ji-Paraná – RO – Brasil – Localização em UTM, pontos e observações. EQUIPE TÉCNICA: BANDEIRA, Ivaneide; VALE, Israel; MARETTO, Luis; GAVIÃO, Wellington; Tenesson - FUNAI. Abril de 2004. PINTO Fº, F. P. et alii. Projeto Sudeste de Rondônia. Convênio DNPM/CPRM. Porto Velho. 1977, 4 v. PLANO AGROPECUÁRIO E FLORESTAL DE RONDÔNIA – PLANAFLORO. Áreas Indígenas: Zoró, Rio Mequéns, Rio Branco, Roosevelt, Sete de Setembro, Tubarão Latundê, Igarapé Lourdes, Karitiana.” PNUD, PLANAFLORO, CETS - FGV, CTA, CETS/FGV. Novembro/1995. RAMALHO, R. Projeto Noroeste de Rondônia. Geomorfologia. Relatório Preliminar. Porto Velho. CPRM, 1972. RESENDE, M.; CURI, N. &SANTANA, D.P. Pedologia e Fertilidade do Solo: Interações a Aplicações. Piracicaba - Associação Brasileira para Pesquisa de Potássio e do Fosfato; Lavras -ESAL; Brasília - Mec. 1988. 81p. SECRETARIA DO ESTADO E DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL – SEDAM. Zoneamento Econômico Ecológico Ambiental do Estado de Rondônia – ZEEA-RO: Mapas de Geologia, Geomorfologia, Climatologia, Hidrografia, Pedologia, Uso do Solo, Aptidão Agrícola. 2001. Revisado em junho de 2003. SCANDOLARA, J. E., RIZZOTTO, G. J., AMORIM, J. L. de, QUADROS, M. L. do E. S., BAHIA, R. B. C. A Evolução Geológica do Segmento Sudoeste do Cráton Amazônico – Estado de Rondônia e Adjacências. CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Residência de Porto Velho, Rondônia. Panorama do conhecimento geológico por ocasião do VI Simpósio de Geologia da Amazônia, em Manaus, de 13 a 17 de junho de 1999, p.251331. SEDAM – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental. Atlas GeoAmbiental de Rondônia, L. C. Fernandes, S. C. P. Guimarães, (coordenadores), Porto Velho, 2001. SILVA, M. J. G. da. Boletim Climatológico de Rondônia – Ano 2002. Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental – SEDAM. Porto Velho, 2003. SISTEMA DE PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA – SIPAM – RONDÔNIA. Carta Imagem da Cena de Igarapé Lourdes – RO. Cena nº 231067 - Datum SAD69. Data da Cena 24.07.2003. SOEIRO, R. S., MARTINS, E. G., TORRES, L. C. A. Projeto Manganês na Serra da Providência. Convênio DNPM / CPRM. Porto Velho, 1977. Projeto Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da Amazônia Legal. Escala 1:1.000.000. 1990. 90 ZERE BAHI PABIHV VÁA (Líder) BABE KAPIV Homem na beira do rio NEPIAHV JÁVE ZERE BAHI ZÁBEHJ XI ZERE BAHI BEBE KUHJ AKAAV VÁÁ KOROJ (Líder) DJÁ PÉH TIH BABEKAWÔ MADJÉHJ KASÁHIÉHJ ÀBIHV VÁÁ IHV KÓSÒHR BABEKAWÔ ZAV POHJ ZERE BAHI BESALÁVÀH XI KOJABAH (Líder) TZAPEABÁH BAJ PÓHJ IKOLEN E KARO PEJÓ VÁH Onde houve contato entre Arara e Gavião MOROKOY XÃKA SERINGAL ZAGA POHJ GORÁ AXOEHJ ABIHU VÁA ZERE BAHI SULSÚL KATAHV VÁA CONFLITO IKOLEN E KARO Local do primeiro contato SANTA MARIA ZERE BAHI VAV A ÀRAH ALDEIA INGAZEIRA TAPERA DO TXIPOSEGOV ITXAWOP-TO CASA NA PEDRA XUM XUM MO’IVÁA ALDEIA IGARAPÉ LOURDES TAPERA DO PITIKÁWA TAPERA DO CHAMBETE XÔ WÃ GÃT Espírito Perigoso AMI SÓR VÁA Parente do Diabo PASSÁU KOKUHVA COLOCAÇÃO DO MANIQUITO ZERE BAHI I TÁ VAHV XI TXIKOBIPOH Primeiro contato Gavião ZÁBERÓHVÉHJ XI XÔ RÔG VAVÓ TIH MOYERE ARARA NA KA XA TÕT Espírito do Pajé Perigoso GÀLÀÉHJ SÁV XI XIBÉHN (Líder) COLOCAÇÃO DO BENEDITO ARARA PARATO (Karo) SORABÁH IGARAPÉ MADEIRINHA MALOLOTH(Ikolen) ALDEIA ITERAP SERINGAL DO BARROSO TSAN TSAN PESÁU PEWÁH AGAMENON APÛGA IHV KÓ SÓR YANÊMAMÂT Homem Gago Perigoso ANTIGA ALDEIA ALDEIA DO PEDRO PAIGABH ARARA ALDEIA CACOAL Local do primeiro contato BOSAV PÁGA VÁA IXÓHV (Líder) TIKIRI PÀ HJ VÁÁ KOJABÁH (Líder) TAKOR PÓHV AKAV VÁA BASAJ ÁDÓH (Líder) ALDEIA DO JOÃO “PABIR VAÁ KORÓ” TAPERA DO PEREIRA ALDEIA IKOLEN ALDEIA “UHV” YA MO XAP ALDEIA DO CARÁ ALDEIA “MÀHVGÚVEIRJ” ALDEIA “PADAÉ” NOVA COLINA DJÀTÉH TIH MINROP XAP YOKIN XUP XAPÊYAKOROKÕT KA Homem Ancestral MARAMARÁ ÃXAP Mapa Etno-história Maloca Abandonada Barreiro Babekawô Conflito Ikolen Seringal Karo Itxawop-to (Serra) Zona Sagrada Ikolen Karo Karo e Ikolen Contato Aldeias Aldeia Karo Não índios Aldeia Ikolen Índios Zona de Caça Zona Urbana ZERE BAHI ZAV VÉTÁH ZALIÁHVTIH VAHÁH PEHV AKAV VÁA ZERÁR PEHV (Líder) Mapa Sobreposição PARCERIA APIA APIG ASSOCIAÇÃO DO POVO INDÍGENA ARARA ASSOCIAÇÃO DO POVO INDÍGENA GAVIÃO EXECUÇÃO Associação de Defesa Etnoambiental ORGANIZAÇÃO INDÍGENA PADEREÉHJ Esta publicação foi produzida graças ao apoio do povo americano por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O conteúdo é de responsabilidade de seus realizadores e não necessariamente reflete as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos. PROMOÇÃO PARCERIA APIA APIG ASSOCIAÇÃO DO POVO INDÍGENA ARARA ASSOCIAÇÃO DO POVO INDÍGENA GAVIÃO EXECUÇÃO Associação de Defesa Etnoambiental ORGANIZAÇÃO INDÍGENA PADEREÉHJ Esta publicação foi produzida graças ao apoio do povo americano por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O conteúdo é de responsabilidade de seus realizadores e não necessariamente reflete as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos. PROMOÇÃO
Similar documents
Modelo - Relatório de Gestão 2010
CTL - Coordenação Técnica Local DAGES - Diretoria de Administração e Gestão DEA - Despesas de Exercícios Anteriores DN - Decisão Normativa DOU - Diário Oficial da União DPF - Departamento de Políci...
More information