Visualizar/Abrir - Biblioteca Digital de Obras Raras da USP

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Visualizar/Abrir - Biblioteca Digital de Obras Raras da USP
REDATOR-CHEFE:
JOÃO MAUQUES DE CASTRO
Redatores:
J. Clemente A. Moura
Luiz Oriente.
Mauro C. Souza Dias
Cecilio J. Carneiro
Orlando de Campos
Diretor - P E D R O T A U F I K C \ M A 5 M I E
Secretario — R O B E R T O M O R E I R A L I M \
ANO
III
Periódico literário
humorístico e noticioso
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 18 de Outubro de 1935
Coisas d e F i m
de A n o
O ano letivo está por terminar.
A política fervilha. A s propagandas para os diversos cargos da Diretoria do Centro se processam da
maneira mais Untisalesca possível.
Plataformas, cheias de promessas encantadoramente atraentes,
são lidas e distribuídas aos primeiros anos, pois só estes ainda
acreditam e m promessas e plataformas .
Chopadas, iantares. bailes e ouFros divertimentos são oferecidos
aos estudantes, na esperança de:
aumentar o numero de adeptos.
Partidos, que não parecem
observar c o m rigor a ética nas
suas propagandas, fazem injustas
e gratuitas acusações á atual Diretoria, quanto a seus componentes, e quanto a sua orientação.
Estas acusações b e m demonstram
que seus autores nunca se interessaram pelos destinos do Centro e
que não estão ao par de seus problemas . A chapa que utiliza esses
meios de propaganda é encabeçada por u m colega que só se inscreveu sócio do Centro ha poucos
mezes. Alguns elementos da mesm a se acham e m grandes atrazos
com a Tezouraria.
Empregam em seus cartazes
dísticos desta ordem: "Gente nova" "Orientação certa"
Cabe ao BISTURÍ, órgão oficial do Centro, refutar estas insinuações e esclarecer certas duvidas.
Queremos lembrar a estes colegas que esta "gente antiquada", e
esta "orientação errada" é que
deram ao Centro a picina, o ginásio, o campo de futebol, e m breve
a pista, além do vultuoso patrimônio e m ações e o prestigio que
hoje desfruta e m todo Brasil.
Nenhuma entidade acadêmica
possue o que possuímos. Portan-
Redação:
Avenida Dr. Arnaldo
N.° 13
S o n h o d e u m a Noite
de Verão
Noite alta, ceu risonho..
Dutra era então u m sacerdote
N a alcova silenciosa e escura o budista no longinquo Hindustão.
jovem Dutra se revolve aflito no Tomava conta de u m pequeno temseu berço. N ã o consegue conciliar plo ás margens do Ganges, ao qual
o sono de maneira alguma. Levan- acorriam aos milhares os fieis seEnumeraremos alguns dos tra- ta-se e põe-se a medir o aposento quiosos por ouvir a palavra abenbalhos da diretoria ora e m exer- e m largas passadas, fuma cigarros çoada do santo varão. Os seus sáapós cigarros, toma doses violentas bios preceitos e mandamentos escício .
de bromural, m a s nada de vir o tavam registados no livro sagrado
A sede foi remodelada e dotada sono. As palpebras rebeldes, por K a m a Dutra, até nossos dias. N o
mais que ele as tente cerrar, per- entanto, como n e m só de orações
dos seguintes melhoramentos: manecem escancaradas, a zombar vive o h o m e m , o b o m sacerdote cossnooker, sala de leitura c o m re- de Morfeu. Senta-se finalmente o tumava, aos sábados, fazer semana
vistas e jornaes de todo Brasil, re- esbelto assistente á sua meza de es- inglesa, deixando então o templo
novamento dos diversos jogos de tudos, sobre a qual jaz, a espreitá- ás moscas. Era seu habito passar
lo, u m caderno azul de amplas pro- o "week-end" perto de u m a das
salão, etc.
porções. São as suas preleções fi- vertentes do Ganges, para onde se
siológicas editadas pela empreza Fi- dirigia no seu soberbb elefante
—. Qprito âAS esptorte^ foram <$£
nocchiaro. N u m assomo de trágico branco, o sagrado proboscideo dos
tuados campeonatos internos e o desespero o nosso cientista abre o hindus. Lá, como não Ütouvesse poCentro se inscreveu e m todas as " ^aselfômcí^mergtffil! "fTa^Ma^Teitu- ^Keéa^^á^ «cosriE&rèssf-iG Tscsafr^ÍKmas&^>
competições oficiais apresentando ra c o m o ar de quem vai ingerir despia-se de todos os preconceitos
e vestes importunas, conservando
u m remédio b e m amargo.
os competidores devidamente uniCinco minutos depois Dutra ron- apenas u m a reduzida tanga na reformizados. O material de espor- ca descompassadamente, com o cai- gião do baixo ventre. Entregava-se
tes do nosso estádio t a m b é m foi xa craneana de encontro á primei- então ao seu passa-tempo favorito:
caçar sapo c o m bodoque. Os pobres
ra pagina de sua obra.
renovado.
Observemo-lo: a sua fisionomia batraquios, ao avistá-lo, de longe,
Quanto a parte social o Centro até ha pouco deformada por u m já abriam no pé, pois a sua fama
promoveu três grandes bailes u m rictus de amargura volta lentamen- de sanguinário correra mundo. D u dos quaes já tem sua comissão pa- te á normal placidez. E, oh mila- tra, porém, impassivel, perseguiagre, u m sorriso ditoso entreabre os sobre o seu garboso JZlephas introcinadora que o repetirá anual- devagar os seus lábios, pondo á dicus, não lhes dando tréguas. Imomente dando ao Centro u m lucro mostra 28 dentinhos de leite. E bilizava-os com certeira estilingaliquido superior a 20 contos de u m manso filete de saliva recem- da no espaço occipito-atloideu e,
elaborada deslisa serenamente pela depois de apanhá-los com suas garréis.
comissura labial do belo adormeci- ras aduncas^ abria-lhes as entrado e, como a "lagrima celeste" do nhas, sempre a procurar o pneuLevou a efeito um banquete em
h o m e n a g e m ao Prof. Vasconcelos. poeta, treme, treme, treme e cai si- mogastrico. Punha-se então a grilencioso sobre a virginal alvura do tar e Q saltar, quando alcançados
os seus negros intentos.
fasciculo aberto.
Formou com alunos da FaculEis sinão quando... catrapuz!
E' o sub-conciente de Dutra que
dade u m chorinho e u m a orquesQue sucedeu ? Caiu do elefante?
desperta.
tra típica fornecendo-lhes instruA substancia cinzenta do fisiolo- Não. Caiu m a s foi da cadeira onde
tor e magnificos instrumentos.
gista reconstroe aos poucos, m a s na a soporifera leitura de suas aulas
precisão de todos os seus detalhes, o pregara horas antes.
Caravanas para Marilia, Rio de episódios memoráveis vividos por
Não se inaguou, pelo contrario,
Janeiro, Jundiaí, Presidente Pru- ele e m outras incarnações, retroce- até lucrou com o fato, pois hoje,
dente, Paraná e outras localida- dendo assim na ampulheta do tem- quando alguém pede ao jovem DutrtH que lhe indique u m remédio
des foram organizadas, sem pre- po, até estacar no século II A.C..
E o sábio que dorme revive e m contra a insônia, ele replica com.
ferencia na escolha de seus com- sonhos o esplendor desse passado. ar cientifico:
ponentes, como injustamente se
— Qual remédio, qual nada! Leia
as minhas aulas!
propala. Varias outras já estão
to, a acusação, que ora se faz, é
destituída de qualquer veracidade
e compromete q u e m a formula.
c o m as negociações bastante
adiantadas para partirem nas ferias.
Devemos recordar que ainda
faltam cinco mezes para terminar
a gestão ou seja quasi meio ano.
Qualquer critica no m o m e n t o será
precipitada. A. atividade do Centro é bastante intensa e o esforço
dos seus Diretores só não o enxerga q u e m não o quer fazer.
Dutra caçando sapos para o laboratório de jisiologia nas
margens do Rio Ganges.
Pelo lápis do Xinon
2
o bisturí
CONTO
0 m e u grande amigo Simplicio
Mascarenhas nascera de u m a cezariana infeliz que lhe levou aó túmulo a ilustre progenitora.
Sujeito singular, o Simplicio. Aos
oito mezes, suas cordas vocais já
se enrijavam e o seu aparelho fonador já articulava perfeitamente
os mais difíceis vocábulos. Não
lhe pintou â clara epiderme, no
momento propicio, o sarampo inclemente, n e m a
dentição veiu
acompanhada de distúrbios intestinais.
Cresceu forte como u m tendão de
Aquiles, mais corado do que u m a
artéria b e m injectada.
Rapaz simpático,.mais do que os
nervos e gânglios deste nome, o
Simplicio tinha todavia u m grande
defeito: era chato como u m omoplata. Talvez fosse por isso que as
mulheres o detestavam.
E, infelizmente, as mulheres eram
a hérnia do m e u amigo. Isto é,
eram o seu ponto fraco. O Simplicio não podia ver saias' n e m no
varal. E assim foi que se apaixonou pela Henriqueta, u m a rapariguinha adiposa como o corpo dito
de Bichat, muito baixinha e feia,
c o m u m a vasta cabeleira ruiva e
uns olhos negros muito brilhantes.
Por aqueles cabelos encaracolados
e aqueles olhos de jaboticaba ó Simplicio daria a própria vida!
C o m o brilhavam aqueles órgãos
visuais !«i0 esquerdo, principalmente, que parecia u m a fagulha viva
na cavidade orbitaria da Henriqueta.
U m belo dia, efetuou-se o casamento. E após ele, a desgraça do
nosso h o m e m se processou. E' qúe
,a exuberância capilar da Henriqueta era falsa. A cabeleira era
postiça, a cabeça pelada e o olho
esquerdo, a -fagulha viva que ofuscava ha tanto tempo a vista do
Simplicio, era de vidro.
MEDICO
0 m e u grande amigo, ao presencear o desmoronamento dos seus
castelos, fez-se branco como u m
leucocito.
T o m o u depois de u m revolver,
encerrou-se no quarto, desfechou
u m projétil na fossa temporal direita e caiu ensangüentado no assoalho, onde foi encontrado e m decubito ventral.
Lavoá-Ziê
PARECE INCRÍVEL
Findou o dia de trabalho e m nossa Faculdade.
Fecharam-se as portas.-Alunos e
funcionários já se foram.
Pouco a pouco foi-se escasseando a luz do dia. Afinal caiu a noite. Trevas completas se estabeleceram. U m silencio atemorizante invadiu o casarão vazio.
espessos que lhe dificultam a visão,
havia dado aula nessa tarde. A sua
profunda erudição e sua voz inaudivel conseguiram fazer dormir
alunos, assistentes e o próprio Professor, que, embora tendo lutado
com u m a tenacidade sobreumana
para repelir a fortíssima onda de
sono que se espalhara pela classe,
também acabara por adormecer.
Laboratório Paulista
d e Biologia
Subitamente u m ruido cavo se
fez ouvir; dir-se-ia u m trovão longínquo .
Este conceituado Laboratório está construindo na rua São Luiz, u m
amplo e moderno edifício para onde deverá transferir as suas instalações. Os seus proprietários tiveram a gentileza de convidar o Diretor desta folha p>ara visita-lo.
Lá comparecemos e tivemos
oportunidade de constatar a m a gestosidade da edificação que até
nos mínimos detalhes é o que ha
de mais moderno, higiênico e confortável. Será sem duvida u m dos
miais b e m instalados laboratórios
de produtos farmacêuticos da A m e rica do Sul.
Os seus diretores técnicos são sumidades da envergadura de Carini,
Mingoja e outros também de renom e internacional.
Segundo nos informaram, pretend e m fundar cursos de Anatomia
Patológica, Microbiologia, Parasitologia, etc-, para estudantes de Mecidina e médicos. Para isso possuem salas apropriadas e já estão
encomendados microscópios. A sua
variada
biblioteca será também
posta a disposição dos interessados.
Dentro de alguns meses será inaugurado solenemente o novo prédio
e logo após terão inicio os cursos.
C o m o vemos o Laboratório Paulista de Biologia não é apenas .uma
"fabrica de remédios", m a s u m Instituto de Ciência.
O Faria, que mora na secretaria,
tendo estranhado o barulho, levantou-se semi-nu'. Armou-se de arco,
flexa e zagaia, enfim, de todo o m a - 0 nobre Faria passeou o olhar
inquisidor pela classe. Viu então
terial usado nas fileiras do exercito abissinio. Subiu as escadas e, tre- quadros obscenos e repelentes; basta dizer que a cena mais casta e
m e n d o incrivelmente, foi verificar
pura que pode ser relatada era
o que sucedera.
constituída pelo Dr. Paula Santos
Que seria?
(dén, dén!) que, c o m suas botinas
Subiu, chegou ao terceiro andar; sujas, imundecia a cabeça do nosso
o ruido se tornou mais evidente. colega Pacheco n o m e feio, cujos
longos bigodes hirsutos se intromePartia de u m dos anfiteatros.
tiam pelas bocas escancaradas do
O nosso guarda, cada vez mais
Walter e do Toledo, que se achatremulo, aproximou-se, e, n u m rasv a m sentados a seus lados (natugo de coragem que dá o excesso do
ralmente por u m estereotropismo
medo, abriu a porta do anfiteatro
positivo).
de Fisiologia.
O esbelto Faria, em iracundo asPercebeu, então, furibundo, a
somo, conseguiu acordar a chuços a
causa desse ruido que agora mais
caterva adormecida.
parecia u m rosnar soturno de feras
indomáveis.
Mirifico espectaculo se lhe deparou aos olhos.
A classe integra, una como u m só
bloco, jaz e m profundo estado letargico, dormindo e roncando animalescamente.
E, capricho da natureza, a hipnose da arenga fora tão perfeita que
o palrador também não resistiu e
acabou sossobrando inerme por detraz da mesa.
Ouviram-se soluços, gritos, urros
e ranger de dentes, m a s aos poucos
a turma toda ensangüentada conseguiu libertar-se da letargia e safar-se para a rua.
C o m o explicar esse fenômeno fisiológico?
A sala ficou vazia finalmente,
m a s só a troco de ingente esforço
muscular é que o nosso amável delegado a poude evacuar.
Muito fácil. U m assistente, aquele cujos vidros dos óculos são tão
ThesaurOcrypsonychrochysides
BIODINA
Lâctozim AI fã
ik 'Bicdina aclua e m fedas ás
intecções Tcccndurindo o organismo
ao seu estado novmal
Fermento iatico, Proteolitico,
Bacteriolitico Aglutinante
Vence rapidamente as infecções intesfinaes
Preparado liquido, contido em ampoulas para uso oral.
O primeiro que surgiu e se evidenciou no campo da Bateriologia com este acondicionamento (1912), e que se mantém,
mesmo
depois de 10 anos, sempre vivíssimo graças ao processo cientifico
especial adotado para a sua preparação.
,*
O Clinico após umas injecções de
Bicdina pode estar com a conciencia
tranquila, por ter feito tudo a favor do
seu doente. 'Bicdina. não tem similares,
nem é similar a nenhum outro produto.
E' o único produto que pôde ser injetado na veia sem perigo,
O FERMENTO
ALFA dificulta a reprodução das bactérias do
por conter as proteínas reduzidas ao estado de ultra-peptonas
Tifo, do Paratifo, da Disenteria; multiplica-se muito mais rapidamente do què elas. E' infinitamente mais ativo que todas as pre- (de acordo c o m as ultimas pesquizas dos Professores Figari, Sivori,
parações zimoterapicas existentes no comercio.
Rebaudi e Menniti, do Instituto-Maragliano de Gênova) .
O uso do FERMENTO
ALFA não requer dieta e preparação
especial: não é digerido e encontra-se nas fezes. (Provas do Labo- A garantia da BIODINA resulta dos estudos dos dois grandes
ratório Bateriologico de Padova e Rovigo). E inócuo em todas as
e consagrados mestres que orgulham a Ciência: O Prof. Mezzadoses (Provas em animaes) :'Fornece Vitaminas no estado nascente,
droli, titular da Cátedra de Tecnologia das Fermentações da R.
é bateriofagico para o bacilo do Tifo, Paratifo, Vibrião, colérico,
Universidade
de Bologna, M e m b r o do Conselho Nacional de PesBacilo da Disenteria (Exp.Prof. O.Casagrandi): tem um poder eletivo sobre os centros nervosos do Grande Simpático: normaliza as
quizas, e o Prof. Casagrandi, Diretor do R. Instituto de Higiene de
funções peristalticas.
Padua, M e m b r o do Conselho Nacional de Pesquizas, e encarregado
E' útil tombem aos sadios, especialmente ás pessoas que se depelo Estado Italiano dos controles biológicos dos Medicamentos.
dicam aos trabalhos intelectuaes.
Instituto Esperimentaí de Bactêríologia Industrial
Sob o controle do Estado
—
B O L O G N A - Itália
o biiMurí
A 1U- ç* 1TÍ'AV
3
Caravana ao Norte do Paraná
A esias horas deverá estar circulando pelas livrarias um livro
d-e poesias do snr. Jamil Almansur Haddad.
Ao livro deu o nosso colega o titulo de "Alkamar, a minha amante" Nele o autor enfeixa os seus versos que são sempre atraentes,
sempre sonoros, sempre de beleza nova na inspiração.
Decendendo de Árabes, é ele brasileiro ou paulista, apenas pelas
razões do berço. Mas, na suá poesia, está, e de um modo pletorico,
o Oriente. Toda sensualidade oriental, iodo o perfume e ioda a mania dos harens
perpassam incandescentes, tumultuosos, nos seus
versos:
"Na hora em que tua boca verter, sem resabios,
Seu vinho voluptuoso na ânsia dos meus lábios,
Ha de sentir tua alucinação
Que tu és o meu harem e éu sou o feu sultão!"
ou mais adiante, neste verso inolvidavel, em que ele. faz Alkamar
dizer-lhe na hora lirica:
"Eu estou nua, toda nua, toda vestida para o amor!"
Todo o livro revela-nos um epicurista integral, tanto que ele. até
aconselha:
"Não deixarás nunca para amanhã o pecado que puderes
cometer noje
Está certo.
P. CIE.
AINDA A ANGIOLOGIA
Antes de mais nada, é necessá- da eternidade, depois de tantos
rio desfazer-se a noção errada, que àrios de sistoles e diámles, não foi
por ai corre, de que "Angiologia" encontrado no local onde na véssignifica "estudo dos anjos" Esta pera havia sido colocado.
Mil hipóteses formularam-se. As
parte da Anatomia estuda os vasos
mais desencontradas conjecturas
(os do organismo, apenas...) e u m
outro órgão que o Campana afir- vieram á baila.
m a não existir n u m a de suas coleAlguém afirmou que o romantisgas: o coração.
simo Nelson, vulgo "Bôa vontade"
Aproveitamos a oportunidade pan u m surto de hipersenthnentalisra protestarmos contra u m a expres- m o , resolvera construir u m barco
são muito e m uso nos nossos meios feito todo de fragmentos de soe que absolutamente nãc$ corres- nhos e de retalhos de ilusões, no
ponde á realidade. Já devem os qual pensava aventurar-se pelos
leitores ter ouvido muito freqüen- mares encapelâdos do amor...
temente frases como esta: "FulaE que, naturalmente, esse barco
no tem u m a coração dé pedra!" havia de ter por leme nada menos
Errado, meus senhores, erradís- que u m coração, pois que o meliTluõ'Nelson'vivia â cantar todo risimo!
Estribando e m trabalhos recen- sonho:
tissimos efectuados durante a ul"Coração, governador da embartima quaresma, o duo anatômico cação do amor..."
"Efraim and Lacaz" afirma a toOutros, porém, achavam que o
do momento que, e m quinhentos Efraim havia naturalmente de preT
cadáveres dissecados, não foi pos- cisar de u m coração, para subssível encontrar u m , pelo menos, tituir o seu, roubado ha tanto temque possuísse coração de pedra. po pela oriental colega...
Si a gramática perdoa erro tão
Mas, de repente, aparece na salamentável, o niesmo não pode fala, a estourar de rir, o velho amizer a Anatomia, ciência positiva
go Fortes, o memorável cabo eleientre as mais positivas.
toral das Perdizes, mais conhecido
0 snr. Mozart Araújo, argumenpor Jean Valjêan ou Surunga.
to transformista ambulante, apreIlusionista de circo, prestidigitasentou u m a solução muito interessante para contornar tal dificulda- dor inveterado, o gozadissimo m á gico havia, n u m a de suas formode. Propqz ele que, quando se
sas inspirações forçadas ,engulido
queira dizer "Fulano tem u m coração de pedra", digâ-Se simples- o coração procurado! E perguntamente isto: "Fulano tem u m co- va aos colegas, com ares de charadista de almanack:; leitor amiração meio absolutamente."
go, onde está o coração ?
E foi assim que a idéa m ã e do
As gargalhadas foram gerais. E
Mozart esclareceu os espíritos e
no dia seguinte, eliminado o nobre
Salvou a gramática.
C o m o iamos dizendo, essas au- órgão por outros menos nobres, lá
foi ele recolocado no seu lugar,
las de Angiologia têm dado pano
para mangas! Cada dia, u m a novi- para alegria e tranqüilidade de todade aparece. Agora, para variar, dos os colegas e amigos do pândego Surunga.
deixou de aparecer alguma coüsa
e desapareceu outra: sumiu-se u m
Lavoá-Ziè
coração. Sim, senhores! U m cora.
S. Paulo. Setembro de 1930.
ção, que dormia tranqüilo o sono
D E P A R T A M E N T O D E CHARAD A S C. A. O. C.
argúcia e observação u m a prolongada pratica do "metier"
A escolha recaiu na pessoa do sa-
Entre oa vários melhoramentos paz detective e assistente de mediintroduzidos no Centro acadêmico cina legal, Dr. Arnaldo A m a d o FerOswaldo Cruz pela profícua admi- reira,rtiaisconhecido por Sherlock
nistração de Carlos Virgílio, Savoy,
conta-se a Creação d u m departamento de charadas, equiparado ao
departamento cientifico, destinado
a coligir charadas, promover concursos com prêmios e elucidar as
preleções de alguns professores desta escola.
Dada a dificuldade d e elucidar
as aulas dos ditos professores, o
sr. Presidente do Centro, após longas noites de insônia resolveu nomear para diretor do Departamento de Charadas u m téchftico no assunto que aliasse ao espirito de
Flagrante apanhado
Holmes que tão b e m se conduzih no
deslinde do caso do roubo dos Cranéos do Prof. Bõvero, e que tão boa
impressão deixou nos meios policiais do Brasil.
A seguir apresentamos u m a charada da autoria do nosso colega Finoechiaro.,
5 silabas.
T e m penas m a s não é passarinho.
Fede gambá m a s não é gambá.
Corre mais que veado e não é veado.
Resposta: BERSAGLIERI.
em
frente á Estação de Londrina
Concurso de carecas
A gerencia de conhecido laboratório farmacêutico, pretendendo
lançar brevemente na praça u m
novo preparado pilogenico, resolveu abrir u m concurso de carecas,
para fins exclusivos de propaganda. Esse concurso, realizado na
nossa Faculdade, obteve u m sucesso dos mais animadores. Venceuo brilhantemente o velho mestre
Boverô, que, pondo a calva á mostra, assombrou os julgadores. E m
segundo lugar entrou empatada a
famosa dupla Lordy & Locchi, cujas "boites" craneanas ainda ostentam, á custa de ingentes esfor-
ços, pequenos tufos pilosos, que no
entanto dia a dia vão cedendo terreno á insidiosa clareira occipital.
E m terceiro lugar foi classificado o
famigerado "Jaboo" do elevador,
cuja careca, por estar mascarada
de pigmento melanico, não obteve
a classificação a que teria direito.
O primeiro colocado recebeu c o m o
prêmio u m finíssimo pente de tartaruga. Os demais"* classificados somente obtiveram, como prêmio de
consolação, cada u m u m frasco do
referido tônico capilar. Nossas sinceras congratulações.
Laboratório Paulista de Biologia
Rua Tymbiras N. 2 e 4
CAIXA
P O S T A L , 1392
S. P A U L O
P A L U D A N — Feliz associação do quinino, azul de methyleno e arrhenál. Para o tratamento radical do páludismo agudo e crônico.
A M P O L A S de 5 cc. para adultos é 2 cc. para creânças. Injeções
endovenosas;.>e intramusculares.
C O M P R I M I D O S — Cada comprimido contém gr. 0,20 de sulfato
de quinino associado a azul dé methyleno e arrhenal.
ASPIR — Citrobismuthato de sodiò, activo em iodos os períodos
da siphilis. N ã o produz estomatites n e m albuminuria.
A M P O L A S de 2 cc. para injecçõés intramusculares, cada 3 dias.
I O D À M Í N A ^ Combinação orgânica de iodo b e m tolerada pelo
organismo.
ÈLlXlR dè gosto agradável' (2-3 colheres das dé sopa ao dia) e
A M P O L A S (injecçõés diárias).
Em todos os casos ,em qtie é indicado um tratamento iodico.
íódo-bismuthatò dcquinino. Sal insoluvel de côr vermelha, que
contém 20 % de Bi-metallicÓ. Acçãb prompta e segura na
syphilis.
:.íh
A M P O L A S de 2 ,y>, cc. Injecçõés intramusculares com 3-4 dias
de intervalló^.y
S U L F O M E R C O L — Sulfato de Hg. collóidâl. estável, indolor, não.
mancha a pelle.
A M P O L A S de 1.' e 2.° gráo. Injecçõés e m dias alternados.
G L Y C O N A T O D E C Á L C I O — E m solução de 10 <%,, preferido porque
não é cáustico, não determina reacções é nao aügmenta a
retenção chlórürica. Nos tuberculosos melhora o estado geral.
Permite u m tratamento calciotherapico prolongado.
R A D I Õ V I T À M Í N A — Producto alimentar e' therapeuticò que contem
malte e óleos irradiados por raios ultra-viólétas. Àcção ântirachitica, 3 colheres das de sopa, por dia.
C H O L Q V I T A — ELIXIR vitaminado de chlòrophylla, agradável ao
paladar, regenerador do sangue, estimula as glândulas endocrinas. Três colheres, das de sopa por dia.
S O R O F E R R U G I N Õ S O A R S E N I C A L — A M P O L A S contendo ferro arsênico e éstrienina. È' u m tônico reconstituinte ideal. Cx. 12
A M P O L A S dè 2 cc. Injecçõés diárias.
S O R O N E V R O T I C O — Càcodyiato, gíycerOphosphatos e éstrienina e m
amp. de 2 cc. E' u m tônico do systema nervoso. Injecçõés
diárias, não dolorosas.
E N D O H E P A T I N A — Extracto de figado glycerinado. Methodo dieteticò de tratamento das anemias, 3 colhersínhas"'• de café
por dia.
E Q U I S E R O L — X A R O P E de soro de cavallos submettidos a freqüentes
sangrias. Três colheres, das de sopa, por dia
H I S T O C A L C I O — C O M P R I M I D O S de sáes de cálcio associados e, extractos opotherapicos, que fixam ó cálcio no organismo. Indicado na mineralização dós tecidos, 2 â 4 comprimidos
por diâ.
^
OVIFOSFIL — A M P O L A S injèctàveis de lecithina flaS gèttimâs de
tivos. RècbriSstituihte das cèllülas nervosas. Cx. \1 ámp7. de
2 cc. Injecçõés diárias.
o bisturí
4
Ecos do Conflito ítalo - Etiopico
Deveres d e u m Bedel
1) Não reconhecer outra autori6) Tocar a campainha no míniO torvelinho em que se acha en- Brumpt, vulgo "Carvão Nacional'
dade a não ser a de Deus nos
m o 5 minutos antes da hora
volvida quasi toda a Europa decéu e a do Faria na terra.
de terminar a aula.
vido ao antagonismo entre o "Du2)
Badalar
os
professores
na
au7)
Passar
cola nos exames es3."
luta
—
Peso
leve
—
10
assaltos
ce" e o "Negus" não deixou de se
sência dos alunos.
critos.
refletir também entre nós. Já cons- Giuseppe Oria, vulgo "Beppe Amazza-Faccie"
tituem quasi u m acontecimento diá3) Badalar os alunos na ausên-8) Fazer gestos eficientes nos
versus
exames práticos.
rio as cenas de pugilato entre acia dos professores.
Luiz, o Queimado da Fisiologia.
queles que adotam o ponto de vis4) Receber pequenas quantias 9) Receber insultos pesados com
ta itálico e os que, ou porque o ca-u m perene sorriso nos lábios.
dos alunos, a titulo de manibelo não nega ou por outro qualfestação de agrado.
10) Carregar piano quando não
quer motivo, estão prontos a der- 4." luta (semi-final) — Peso médio
5) Marcar presença em 75% das
estiver disposto a cumprir os
12 assaltos
ramar o seu sangue pela causa do
faltas dos alunos.
artigos precedentes.
Rei dos Reis. 0 coitado do Faria.
Carmo, "II Arditto"
já desesperado por ter de viver seversus
parando contendores inflamados.
Ernesto, vulgo "Café Forte".
resolveu finalmente, após ter obtido a acquiescencia dós dois partiA c a d ê m i c o s d e Medicina
dos, organizar u m espetáculo pugi- 5." luta (final) — Peso pesado —
VESTIR-SE N A
listico de amadores pertencentes a
15 assaltos.
uma e outra facção. Essa pugna
épica, no estilo do legendário com- Alfonso, vulgo "II Leone di Torino"
versus
bate dos três Horacios contra os
três Curaceos, será realizada já no Berthelot, o dos Esqueletos (que
próximo mez, no ginásio do Centro.
lutará de boné e guarda-chuva).
Êm % " ^ 4 SÃO PAULO \*^
Os encontros serão os seguintes:
í.* luta — Peso mosca — 10 assaltos
Renattino Locchi, vulgo "II ballüa"
Como veremos, o programa das
versus
lutas é dos mais atraentes. Faria,
é vestir-se c o m nobreza c distinção
Jaboo, o Moreno do Elevador. qué irá servir de juiz, pede que as
Preços especiais para os Universitários
torcidas se manifestem dentro da
TRAV. DO COMERCIO, 2 TEL. 2-4541 j
maior ordem, reservando-se ele o
(Ksa. da 15 de Novembro) - sobreloja
sala 1
S Ã O PAUItO
|
2." luta — Peso galo — 8 assaltos
direito de vedar o acesso ao "ring"
Aguiare Puppo, vulgo "H Térrore a quem julgar conveniente. Aguard'Abaxupiques"
demos pois o resultado destas senversus
sasionais pelejas.
ALFAIATARIA
^ACADÊMICA
P o 11 i c e - V er s u s
FOTOGRAFIAS
Max
Rosenfeld
E diante de nós perpassaram de
novo, aquelas cenas tetricas das
arenas da antiga Roma.
Era no dia da posse solene do
vo mestre Edmundo Vasconcelos.
achava-se tal como os gladiadores
romanos, lutando com advemario
de igual valor, diante de uma mulRua Libero Badaró, 51. 9." and. em frente á "Drogaria Ypiranga'
tidão
no- irrefreável, pronta a fletir
ou extender o polegar, indicando
Telef. 2-5716.
ou não si se deveria eliminar o iniA jovem sala da congregação
migo. Contente notou, a assistêniá.A.A.A.
cheia de todos os congregados e cia toda extender o "poílice" e eis
não congregados, ia receber mais que com certeira flechada põe fora
u m dileto congregado, nascido e da luta o terrível adversário.
criado pela mesma congregação.
Era o "pollice-versus" que se reO velho e sábio mestre Celestipetia.
no Bourroul apresentava-se com Diante de si estava a meza julnotável peça oratória e com belo gadora, arregalou os olhos e vibrou
estilo peripatetico, digno dos me- de entusiasmo, quando viu o juiz,
Uma das mais notáveis aquisições da terapêutica moderna
lhores encomios "o mais velho a Luciano Gualberto. também aproUSO O R A L e APPLICAÇÃO LOCAL
receber o mais jovem". As suas va-lo, comprimindo com o polegar
palavras ditas com aquela eloqüên- u m vasto charuto, (que distraidaESTAFILOFAGINA
Bacteriofago anti-estafilococico. Ação
cia e calma tão dignas dele, arre- mente levara aos lábios em senticurativa surpreendente e rápida no
bataram a multidão que ouvia con- do contrario, isto é, com a parte
antraz, furunculose, osteomielite, acne,
tristada o seu verbo... muito bem acesa) como a vara que usava Nedermatoses estafilococicas, etc
estudado na véspera. "Ele faz, nós ro em espetáculos similares de
Bacteriofago anti-coli. Pielites, cisiites,
ÇOLIFAGINA
fazemos, eles fazem". Nenhum er- outrqra.. *
pielonefrites, colites, etc.
rinho. 0 seu final foi coroado por
Estava vencida a batalha. Veni,
Bacteriofago anti-disenterico polivalenDISENTERIFAGINA
comovido gesto. .. lascou u m os- Vidi, Vinci. Voltado da arena,
te, ativo contra SHIGA e FLEXNER.
culo bem gostoso na fronte sem ru- curvou-se em amabilidades diante
TIFOFAGINA
Bacteriofago anti-tifico e paratifico.
gas do jovem professor Vascon- da memória . de antigos degladiaESTREPTOFAFINA
ANTI-ESTREPTOBACTERIOFAGO
celos. Ergue-se então este. Retri- .dpres da mesma cadeira que ia
COCICO.
bue o beijo. Tosse como tossem
ocupar, e terminou, brilhantemenos grandes oradores. Era o discur- te a sua oração.
IMPORTANTE — Para uso por via bucal, é indispenso, que ia transportar qs ouvin- De fato foi uma bôa oração.
sável adicionar-se u m pouco de bicarbonato em
tes á antiga arena romana. Sua Mostrou ser; tão bom na arte de
regular volume de água (V2 copo ou 1 copo),
voz leve a principio, foi-se elevan- falar como o é na arte de cortar.
para
evitar a ação do suco gástrico sobre o bado até que, qual forte trovão, re- Ao mestre amigo e vencedor, o
cteriofago.
bôa gravemente e sem eco, nos tim- "Bisturi" felicita calorosamente e
B R E V E M E N T E A' V E N D A
panos ansiosos dos presentes.
á .congregação por tão notável
PLURIFAGINA
— BACTERIOFAGO POLIVALENTE
Com os olhos querendo saltar aquisição-.
.
-•-. ./ ; ' \"
das orbitas, fixados come os de u m ./Kiss-me
ISacteriofagos desallmmiiiados para
mágico, sobre a massa a Conduz aõ
USO' ÊNDOVEBíOSO
campo de batalha. Aqui disse ele:
BACTERIQFAGOS
ESTAFILOFAGINA ENDOVENOSA
ÇOLIFAGINA ENDOVENOSA
3." . anista
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Rüá. Vergueiro 231 — Tel. 7-0482
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JOSÉ' FINOCCHIARO
.;
SECCflB 0!
DOS mi
palmente o Testut-Latarget (tratado), o Testut-Latarget •(compêndio), o Testut-Jacob (compêndio)-, o Chiarugi, o Rondoni;
p. Aschoff,0 Brugsch, o Forgué,,,o Cley e assim por diante.
n une
RIO Técnica:
DE JANEIRO
Dieção
Prof. Dr. Mario Magalhães
Filial em São Paulo Rua Benjamin Constant 31 . .
5
. o bisturi
Fisionomias
d e Outrora
Os annòs são quilos, tenho cer-
e (o que dá u m a imagem mais vi-
b o m antes do tempo, parece que
teza. Q u e m é velho, não só perdeu
va) representadas n u m prato da-
também renunciou ao reino deste
cabelos como também ganhou pe-
riam n u m a gorda e espessa maoar-
m u n d o antes do tempo. N ã o tem
so. U m h o m e m maduro que ficou
ronada...
siquér u m a gota de azedume. Estuda com o coração; não faz muita
ilustre sem criar barriga; é rei sem
coroa. Os médicos, gente sedentária por excelência constituem
a
E esse outro de óculos, ao la-
questão de "saber" o que encerram
do? Sua atitude elegante de intelectual parisiense nao ilude: é o prof.
classe de indivíduos que mais sujeiPires de Campos. Naquele tempo,
ta está aos encantos da adiposidade. Ainda mais quando se sentam
n u m a cátedra... E as hemorroidas
m e s m o que não d ê m na vista, devem
ser freqüentíssimas e m tal
classe...
ainda não se divorciara dos cabe-
os livros, porque
os " a m a "
E'
agradável para todos, especialmen-
go. Christiano de Souza, veterano
das vias urinarias de S. Paulo.
T a m b é m está diferente! Hoje, é u m
senhor sereno, sem gosto n e m desgosto' pela vida, da qual parece
apenas u m espectador, incapaz de
aplaudir ou de vaiar. A m a a caricia dos braços do Socêgó. E' u m
velho bomzirihó por excelência.
te para os importunos, que encon-
boos e Prelobans. Distinção e re-
Queni diria que esses adolescentes bizonhos, reunidos abi pelo
"teara de futebol "S. Paulo-Baía",
Esse rapaz semi-deitado na fren- iriam mais tarde reunir-se n u m a
te do grupo, de olhos pequenos, or- douta Congregação ?..-..
finamento o vestem mais que rou-
nado de costelêtas, é o nosso ami-
los ... E, no logar deles, ostenta
agora u m a abóbada polida e escorregadia, que desafia todos os Ja-
tram na sua grande bondade u m a
ponta acerada de ironia.
Quem sabe quantas "cabriólas"
não faz a Sorte travessa c o m esses
Aposto como qualquer u m deles
gosta mais do " S . Paulo-Baía" do
que da Congregação...
Talvez porque a Congregação os
faz lembrar... da idade.
abnegados senhores, antes de presenteal-os c o m a careta amável da
Dr. Alfinete.
Velhice!... O h ! Essa Velhice, detestável
presente
de grego, que
quando chega traz comsigo u m pu-
O BISTURI
nhado de dons satíricos, como se-
As colunas do " O Bisturi" serão franqueadas a todos os estudantes das Escolas superiores de São Paulo, que endereçarem suas colaborações ao nosso
Diretor, Pedro Taufik Camasmie, á avenida Paulista, 18, Caixa postal, 2031, ou
entregarem diretamente aos redatores
deste periódico.
Só serão aceitos artigos devidamente
assinados, ainda que, pela vontade; do
autor, devam ser publicados sob pseudônimo. Á publicação destes artigos
assinados não significa comunhão de
idéias entre a redação e o autor.
A Direção reserva-se o direito de publicar ou não, as colaborações recebidas.
jam a dignidade cômica de u m ventre macisso, a azeda cidadã Dona
Experiência, (a mais infernal das
desmancha-prazeres) e a mais antiga das ilusões humanas que rasteja
aos pés da verdade: a Sabedoria.
Muito curiosa seria a apreciação
das mudanças que o T e m p o irreve-
Quadro
de futebol dos alunos da Faculdade de Medicina da Bahia em 1903
rente exerce sobre os indivíduos da
jaão menos curiosa* classe médica,
pas. Quando anda, pisa fino, te-
deformando-lhes
m e n d o magoar os trajes, que chei-
as
fisionomias,
ora com carinho e moderação, ora
ram "Or Bleu"
com desleixo e crueldade.
E logo atraz, na terceira fileira?
Esta pagina estampa uma sugestiva fotografia, cuja idade baixa a
Zeferino do Amaral* pronto! Ninguém errou. Q u e m não vê o quei-
do cinema, pois data de 1903. E'
xo balôfo de seu filho Walter e o
u m retrato baiano: velho, m a s fir-
olhar agressivo de seu.filho Clau-
Esses moços, que naquele tem-
dino? E' u m heróe, esse Zeferino.
po eram calouros de medicina da
E' u m dddrrr: médico e autor de
me.
Baía, representam hoje figuras no-
dois médicos. Seu corpo aumen-
táveis e m nosso meio médico.
tou de espessura.
Em
suas expressões pueris, não se per-
Cirurgião de
truz, parece dár facadas no ven-
cebe u m laivo siquer dessa trágica
tre, quando faz laparatomias.
civilização de post-Guerra. Porém,
Técnica e a Anatomia não gostam
pôde jurar^se que eles ainda acre-
dele, porque ele às morde, e m be-
A
Á Casa Vallardi
chama
a atenção
nova suas
dicina e
respeitosamente
dos svs. alunos
cbvas de me~
nvincinalmente:
ANATOMIA H U M A N A
do Prof. Giulio Chiarugi
ca
Patologia Generale
A. P. Mathews
Lustig-Kondoni-tíaleotti
EMBRIOLOeiA
Patologia Chirurgica
ditavam no efeito das serenatas ro-
neficio do doente. Sobrêpõé-se a
mânticas e das quadrinhas de Cas-
essas cousas: só servem para atra-
GIULIO CHIARUGI
tro Alves...
palhar a operação. Suas aulas são
MALATTIE C U T A N E E
Radaeli
Patologia Medica
Anatomia Patológica
sempre nuas e cruas, cheias de enQuem é esse jovem moreno á di-
sinamentos úteis e de monosilabps
reita, de olhos negros e bovinos, a
e gestos inúteis. E m tempo: não é
sorrir, de braços cruzados ? E' En- baiano e sim atibaiano.
jolras, senhores, o notável Enjolras Vampré. Tornou-se u m chis-
Não é fácil advinhar quem é o
pagueante professor de Neurologia,
jovem de rosto comprido, é bigo-
depois de aumentar três vezes de
des tristes, na m e s m a fileira... E'
corpo, de olhos e de sorriso. D á
o prof. Celestino Borroul! M u d o u
aulas abundantes, de hora e meia,
muito, não ? Hoje é o mais inter-
entremeiadas
pelado professor do mundo.
de risótas sonoras
movidas a eletricidade.
Adquiriu
Res-
ponde a quinhentas perguntas por
T. FOKGUE
A.STRÜ|V\PELL
F. K Á U F F M A N N
MEDICINA
INTERNA
Mohr e Staehelin
LE EMOPATIE
SEMIÓTICA
A. ERRATA
Trattato di Pediatria
E. FEER
A. Rubi no
Diagnostica Medica
'•'"'
Cicconardi
atitudes neuropáticas, de tanto dar
dia, das sete da m a n h ã ás sete da
Diapsliio DitferenzialG
ENDOCRINOLOGIA
exemplos de moléstias nervosas aos
noite. Menos prof essor do que m e -
Herbert French
N. Pende
seus alunos. Tudo isso tem saber s
dico, dá aulas populares, que Os
E muitas outras conhecidas obras
Para informações e pedidos os srs.
alunos podem dirigir' se ao agente
cheira á distração... Entretanto,
enfermeiros è os próprios doentes
essas preleções adoráveis fogem a
se orgulham de compreender. En-
tudo quanto é sistemático e ordena-
sina mais com o coração do que
do. Representadas n u m esquema
gráfico, suas aulas dariam n u m
com o cérebro. Era velho, remo-
inextrincavel emaranhado de linhas
vez.
çou e agora
envelheceu
de u m a
Curvado antes do tempo, e
J. FINOCCHIARO - 3. ano
"Rua Vevgueive,
231 ~ T e l e p & e n e 7-0**2,
o bisturi
6
Caravana
Secção de Consultas
Respondemos
por
intermédio
desta folha, a toda e qualquer pergunta, naturalmente relacionada
com assuntos médicos.
Dr. Locçhi — Realmente o senhor
teve u m a genial idéa, (modéstia á
parte). Os técnicos de companhias
cinematográficas americanas, deverão acolher com grande simpatia
os seus ensinamentos sobre "The
looking manners" a serem observados pelos atores e atrizes de filmes. Envie-lhes u m exemplar.
Dr. Aquino — Cremos, que o m o tivo, de os seus alunos "isolarem"
quando o snr. pronuncia o n o m e
"Sá Vaia" deve ser o de eles não
gostarem muito "dele" ou porque
"ele" dá peso.
Dr. Lordy. — Aceitamos a sua
opinião de que o cordão umbelical,
depois do parto não tem mais importância.
Dr. Odorico. -^- A sua pergunta
é u m tanto indiscreta, por isso responderemos por carta.
Dr. Jayme Pereira. — Aquela sua
pergunta não é "integralmente"
respondivel, ou melhor, escapa ás
nossas alçadas (não é modéstia).
Dr. Âniz Azem. — Se o ofereno
lhe fez bem, continue a usa-lo por
alguns mezes ainda.
Dr. Cavalcanti —
(Jayme). D e
m o d o nenhum, Dr Cavalcanti. N ã o
desanime, o snr. irá tomar "bromural" E' preciso ter muito descanço e calma, aliás esta é conseqüência daquele.
— Muito bem! disse-lhe o amável colega. "Estou gostando de
ver o seu interesse pelo Centro. O
seu esforço é digno de elogio. V á
continuando assim, a trabalhar c o m
amor e afinco, que você ainda irá a
Presidente!
-r* Oh! Não, amigo Savoy. Este
m e u serviço é todo desinteressado.
E m todo caso, não digo que eu ainda não chegue a ocupar cargo de
destaque no Centro. Mas ir a Presidente, como você diz, é muita
bondade sua!
Paraná
Dr. Faria. — N ã o nos foi possível decifrar a sua caligrafia. Escreva de m o d o mais legível.
Urganizada pelo Camasmie seguiu no m e z passado
u m a caravana de professores, assistentes e alunos de nossa Faculdade e m visita á região da Companhia de Terras
Norte do Paraná. V ê m - s e no clichê os Dirèctófes da
Companhia ladeados de elementos componentes da; ca-
Bisturizadas
N a véspera da partida dà últim a caravana, estava no Centro o
esforçadissimo amigo Napolitano,
a tomar, c o m carinho e dedicação
verdadeiramente invulgares, as ultimas providencias para que nada
faltasse á turma durante a longa
viagem, quando chegou o Savoy.
orte d o
Ao
— "Ora, m e u amigo", retruca o
Savoy — " 0 que eu digo é que você irá a Presidente Prudente..."
A pedido dos colegas componentes da caravana a Presidente Prudente, consignamos aqui o agradecimento daqueles á pessoa do ilustre chefe Renato de Toledo, pela
pródiga distribuição, que m a n d o u
fazer no trem de pasteis premiados
c o m cheques de 1 a 100$000.
»**
PÍENIS A M E N T O S
A fome é uma
sensação geral lo- Com
água o leiteiro inteligente en-
caíizàda no estômago. riquece.
Zé Dutra. João do Bar.
A primavera é a estação das flores
Num dos cartazes de propaganda política lemos outro dia:
"Para o nosso Centro, só Ha ú m
presidente"
Ora bolas! E' claro! Tinha1 graça
então haver dois presidente n u m
só Centro ?
Lavoá-Ziê
e dos amores.
Lordy.
Para vencer com galhardia,
E' preciso lutar noite e dia. Não são apenas os judeus que sa(do livro: "Romanos e suas lutas") bem ganhar^dinheiro.
Vasconcelos Finocchiaro.
Fabrica Nacional d e m o v e i s assépticos
para Hospitais, Casas de Saúde e
N azare
Consultórios Médicos
pelo lápis do Léo
Salas d e Esterilização, instrumentos de
Cirurgia, Química, Bacteriologla e
Eletricidade medica
m a g o da garganta
grande atrápalhador:
passe jaboo na careca
e chame o encerador.
Brasillo Tauffik Camasmie
Advogado
Rua João Bricola, 2 — 2.o andar — Salas, 25-26
TELEFONE 2-7861 — São Paulo
-
Paulo Taufik Camasmie
Engenheiro - S.9.S.9.
INOut'*»
LUTZ.FERllAlfD
CS A . 9.DA.
Rua João Bricola, 2 — 2.o andar== Salas, 25-25-A
R u a
Direita
TELEFONE, 2-7861 — São Pault
SÃO PAULO
N.