16 - BIBLIOTECA NACIONAL - Hemeroteca Digital Brasileira

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16 - BIBLIOTECA NACIONAL - Hemeroteca Digital Brasileira
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NOVA biografia us
Shelley, por Èdmund
Blunden,
me
que
mandaram da Inglaterra,
sugere uma meditação sobre
a conjunção copúlativa "é".
"Quando nos faltam conceitos", diz Goethe,, "ocorrenos üm.termo". Ora, aquele
é um termo freqüente da
historiografia literária e uma
fonte de confusões. No binômio "Corneille e Racine",
o "e" ainda pode passar,
tratando-se de dois poetas
tão diferentes que nem á
mania das comparações na
escola chega a confundi-los.
Meio ridículo é o "Ariosto e
,Tasso" de críticos riâo-italianos que não leram nem o
primeiro nem o outro, praticando-se a mesma coisa com
os indefesos»' •'Esquilo a Sn,1.
focles". Perigoso é, modernamente, o binômio "Proüst
e -Joyce!\ misturando dois
estilos, duas épocas, dois
mundos diferentes. Nietzsche devia protestar públicamente contra a absurda
combinação "Goethe è Schiller" que, baseando-se nas
relações pessoais dos dois
poetas, substituiu na memória da nação a poesia clássica de Goethe pela eloquência classicista de Schiller,
sacrificando a literatura ao
gosto dos professores. Gaso
de conseqüências algo semelhantes é "Byron e Shelley".
"Byron e Shelley" — a
expressão binaria transforma em fato literário as relações de dois amigos, na ítá. lia em exílio voluntário;
com ar de condescendência
acrescentaram o nome de
terceiro "italiano", de Keats,
o pobre tísico que morreu
moço naquela mesma terra.
A combinação implica quase
fatalmente um julgamento
crítico: Byron seria grande;
Shelley, algo menor; e Keats,
coitado, "também" é lembrado. Acontece que os europeus continentais mantêm
esse conceito até hoje, não
conhecimento da
tomando "dos
valores, realiinversão
zada na Inglaterra. Lá,
Keats está acima das discussões, considerado como
valor shakespeariauo; Byron
já não é lido. E o inquieto
Shelley, ligado a eles por um
frágil "é", continua uma vida póstuma, agitadíssima,
quase tão agitada como a sua
. breve existência terrestre.
O adolescente, belo como
um anjo, atraiu todos que o
encontraram no canúnho, e
destruiu-os todos, como se
fosse um anjo do mal. Expulso da Universidade de
Oxford por motivo do ba-
Este suplemento não
pode ser vendido
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-— este justificava a famosa
frase de um papa: "Non An»
íjli, sed angeli". Mas teria
sido um anjo do mal! Então,
salvaram-lhe o nome, ligando-o por meio de um peque*
níssimo "e" a um título aristocrático, indiscutido — e o
binômio "Byron e Shelley"
estava pronto. . *
Na verdade as relações
entre Byron e Shelley, os
dois exilados na Itália, só
foram dè natureza pessoal e
por assim dizer geográfica.
Não há relações entre a poesia do primeiro e a do outro,
Byron foi classicista, pessimista c libertino aristocráticò; Shelley é romântico, otijVVsta e libertador democrático. Aquele "e", em vez de
salvá-lo, só podia prejudicar
a'a,;%-:V,-;;compreensão dá sua poe-
REMBRANDT—Auto-ret*ato — Mweu de Viena
II
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SHEL
?
. ;Devemos àquele,"e" a va. lorização tardia' de Keats,
cujo nome estava ligado aos
dois outros esmo o de um
pobre parente. Reconheceudo o anacrojnismo do estilo
de ByrOn, admirador de Poa
pe, os críticos aprenderam
"classicisapreciar melhor o
mo autenticamente grego" de
Keats, cuja estrela subiu até
alturas shakespearianas. E
mais uma vez foi Shelley o
Pois aquele
prejudicado.
"grego" Keats foi na verdade também um romântico,
mas com a capacidade de se
disciplinar, criando então
. uma poesia de equilíbrio
clássico-romântico, assim como é a de Baudclairc — em
suma
OTTO MARIA CARPEAUX
0-
rulho com que professava
convicções ateitas e republicanas, raptou uma mocinha
de 16 anos, Harriet West*
brook; após a tentativa infeliz de uma cruzada para
converter ao ateismo os ir=
landeses católicos, abandonou mulher e filhos, fugindo
eom Mary Godwin, cuja irmã Fanny se suicidou por
amor pelo jovem poeta; depois de se ter consumado
outro suicídio, o de Harriet,
Shelley foi para a Itália, respírar o ar clássico e pagão,
adorar belas italianas, viver
em sonhos de libertação da
humanidade e em irresponsabilidade completa, escrevendo a tragédia lírica "Prométheus Ünbound", enorme
rapsódia luciférica. Tudo
na sua poesia foi inspiração
vital; tudo na sua vida foi
ifusão poética, e quase' pf-
rece o momento supremo da
sua poesia a sua morte nas
vogas do golfo de Livorno.
Shelley confundira a vida
com a poesia. Depois confundiram-lhe a poesia com a
vida. A Inglaterra victoriana perdoou antes a Byron,
apesar das atitudes de desafio deliberado, dó que a
Shelley que teria destruido
os outros e a si mesmo por
irresponsabilidade morai. E
os burgueses de 1850 tinham
instintivamente razão: Byron foi grande aristocrata, e
o que temos nós outros com
os "spleens" desses Lords?
Mas Shelley foi um filho
"gentry",
já liperdido da
gada a classe média- A poesia de Byron fora a expressão de sua posição social.
Mas Shelley, destinado a levar uma existência razoável,
mãnlwu cm motivos poétl-
cos a sua vida; e homens aos
quais motivos poéticos ficam
deviam
incompreensíveis,
considerá-lo como egoísta
antipático, senão como louco.
Basta porém folhear a antologia divulgadíssima de
Palgrave, obra da época vietoriana, para saber que a
magia verbal de Shelley, que
d o maior músico da palavra entre os poetas ingleses j
venceu as antipatias. O homem Shelley não fora um
inglês ao gosto daqueles ingleses. Mas o criador de
versos como —
"O-World! O Life! O Time!
On whose last steps I climb,
írembling ai íhat where I
had stood before;
When v.'il return the glory
oí your prime?
No more - 0 bíysr more!"
"A thing of beauty is a
joy
for ever".
O romântico Shelley não
possuia porém aquela disciplina, e por isso é que cor
meçaram a negar à sua poesia a qualidade de um "joy
for ever". A poesia de Shelley— poesia de sonhos musicais — é romantismo cm
sentido germânico. A ideologia revolucionária de Shelley é romantismo em sentido
francos. Em todo caso, êle
tornou-se intensamente antipátíco aos anti-românicos
do século XX. Assim como
contra
investiu
Maurras
Hugo, assim e pelos mesmos
motivos investiram os neonorte-americe humanistas
nos contra Shelley: acharr.n
"Anglus, rr.d
que êle fora
non angelus", senão üm «-.oí
anjos revoltados. "Qiíoín
<>osta de Milton", disse P.E.
More, "não será cape:-: cio
gostar de Shelley", sem im.:ginar que pouco ina-ií» tarde
o sucessor mais radical do
Tieo-humanismo iria condenar o herético Milton e o
revolucionário Sliéfl£y ao
mesmo tempo. Gpn) c.'oit'>,
T. S. Eliot che;ou a- duvidar até da intefeõniiíit dp
criador ' do "3 'rc vi *úv:v ; X b\'Cxuv.i :-\ 1.'' i>0<)
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Ciro tios Anjos o conságrauo iüii«ancját» «a
"Amanuciise Bclmiro" e "Abdias" e on» das «o"Letras e Artes'* acaba de ser no.
laberadores d&
meado pára o alto cargo de diretor do JPASEL
Escolha muito justa, porquanto Ciro do* Anjos,
a par dc seus grandes méritos de escritor, sematividade
pre revelou qualidades invulgares para
ternesse
administrativa em várias fnnções que
„. reno vem exercendo.
B isso quer dizer, além de tudo* gue o criador do "Amanuense Bclmiro'» ficara definitivamente no Rio de Janeiro.
â GRANDE FEIRA DO UYRO"
De uns meses paía cá que as liquidações *;?*É?ÊÊZ
dizer
fô livrarias da rua São José. Agora, entretanto, pode.se
*'WffU*mi*&u**
com
que esse movimento culminou
Jg
de <*™J**»
ra do Livro, cm que aparece o maior numero coro
«omiderâo
mmlioaae; brasileiras e estrangeiras, vendidas
A Feira deriva, porém de °nia_fau' vel desconto de 50 por cento.
secretario da bduciaJva oficial. Foi o sr. Fioravanti di Plero, criou
a
pela wsotacao
Federal
quem
cação e Cultura do Distrito
ao
n° 4-í de 11 de agosto último, visando facultar essa vantagem
muito
Empreendimento
publico a partir do mes de setembro.
com
a orientação do gene.
consentaneo
dc
aplausos
digno
e
" justo
empenhado em meRepública,
da
ra! Gaspar Dutra, presidente
em_
todos os setores.
brasileiros
vida
dos
lhorar as condieõees de
da mesma
livrarias
Feira,
outras
a
com
é
O interessante
que
com
remarcaçoes
rua, que já vinham liquidando, fizeram novas
abatimentos mais sensíveis ainda.
"AS ALIANÇAS"
de
!
Já se acha no prelo, devendo ser lançado no próximo demêsLedo
estréia
dc
romance
Editora,
o
Agir
Livraria
I outubro, pela
"As imaginações" e "Ode e Elegia
Ivo, o poeta de
Trata-se dc ura romance que, embora presidido pelas ünftas
mestras que caracterizam êsse gênero literário, se afasta singularmente dos tipos que ora imperam entre nós, sitnando-se elaramen.
te dentro do romanesco s--m se inclinar para a observação sóciológica.
domo o titulo indica, é a bistória de um casamento, o exame
de dois temperamentos diferentes unidos prlos laços matrimoniais.
'"tt-nor
Utilizando «ma técnica, que varia desde o monólogo
até à narração direta do3 acontecimentos, e asando simultâneamente dois planos — o do tvmpo presente e— o da recuperação uo
Lcao Ivo joga com
tempo perdido, por intermédio da memória
bem sugestivo
cunho
dão
um
técnica
de
que
vários elementos
de
estréia.
romance
ao seu
— obra que abrirá caminho pai-* a puCom "As alianças" "A
travessia" e "0 patamar'* — Ledo Ivo
outros,
blicação de dois
filia.se ao "realismo feérico" qae caracleriza certos romancis; tns que não desnresam o artifício e a magia verbal, como Virgínia
; Woolf e Jean Giraudoux.
Como julgávamos a lífo*
ratura norfeamerfeana
-_»»r-—^
NTRE tücfos os criíieos
de Moine de Btrarv
um dedicou o melhor
efe sua existência a estucCdfo: e êste foi o "Docteur és
tettres et en théofogie'* —
À. De La VaHette-MonbrurL
O sétt *Essai de biographíe
hístorique et psychologique
Snr. M. efe Biran" é das
coisas mais minuciosas e
honestas que conheça, Gonservo desde os tempos da
última guerra a seu* "Moine
de Biran, critique et dtscipíe
de Pascal" anotado: e fei
êste um tivro que me acontpanhou durante a convalescença de grave moféstia em?
1918. Volíette
Monbrtin
ainda não satisfeito deste
culto exaustivo à memória
do filósofo, mstitue uma So**
ciedade biraniona dè que
foi presidente de honro —
Henrt Bergson.
Reteio com
crescente
"Journal
amor o
intime*': e
quero hoje transcrever afgu~
mas idéias de Monbrun o
respeito de seu biografado.
Com isto satisfaço melhor o
curiosidade de uma de mi»
nhas leitorcà que, havendo
lido um de meus úítimos artigos sobre Maine de B1»
ron me soíicito novos escla*reci mentos a respeito deste
metafísico de quem ReverCotfard dizia: "E* o mestre
de todos nós".
Duas grandes lições de»
preendem-se da Ibnaa e doterosa odisséia de AAaFne de
Eis como um dos nossos escriBiran em sua procuro do
tores julgava a literatura norteRio de Janeiro
ainerieaha numa"O crônica publica- verdade. Â primeira è .do
Mundo LiteraDirei or: Ernoni Reis
aa na revista
máxima importâncio:
"Eu diria qoe
o
1922:
em
rio",
SUPLEMENTO DOMINICAL
a literatura norte-anerif-ma é ci- condenação da filosofia ra~
nemática, o que significa que
LETRAS E ARTES
cionalista que se mostrou ò
ela segue os temas e processos
Orientação de:
íuz dos próprias experiêr>
das fitas cinematográficas, semmoldados no mesmo assunto, cias, inteiramente incapaz
pre
Jorge Lacerda
variando apenas os personagens^.
dè satisfazer as exigências
Não podia haver generalização
SEÇÕES A CARGO DE: AL.
Realmente,
sempre
infeliz.
mais
... íii
t\ — -»
da alma humana. Se a cr1',Hú ...i SAÍ..
houve e*-r>a literatura nos EstaBROCA,
BRITO
COSTA,
tica moderna fez por muito
dos Unidos, mas considerá-la ft
DJALMA VIANA. PERNANnão
literatura
norte-americana
tempo em torno de M. de
DO, LEME, JOÃO CONDE,
passa de nina tolice.
M Li UiLO MEN DES, PEREBirar» uma espécie de consGRINO JÚNIOR E SANTA
piraçâo do silêncio, é que
ROSA
7/ EDIÇÃO DE "REGRAS
sem dúvida nenhuma há reColaboradores: Adonias FiPRATOAS PARA BEM
lho, Alcântara Silveira, Ai.
conhecido em Biran como
ecu Amoroso Lima. Almeida
ESCREVER"
em Pascali um defensor sisFischer, Alphonsus Guimadei.
Barbosa,
ao
morrer,
Ruy
Pilho.
Machado,
Aníbal
rães
temático dos direitos" do ro*
xou vaga a cadeira que ocupava
Antônio Rangei Bandeira Asde
Lena .Academia Brasileira
Zôo humana no que têm de
cendino Leite, Augusto Fre.
decidiram
Os
imortais
Iras.
que
leq ítimò, i nstituindo pór seu
Augusto
derico
Schmidt,
um espirito altamente dotado
só
"
Cássia;
Myer. Bivno Acloli,
como o da Águia de Haya potle*»... próprio exemple o. mais du-,
no Ricardo, Cecília' Meireles.
ria
substitui-lo no Petit Tria?
ro combate nâo só contra a
Ciro trdos
Clmsrhnó Martins,'¦¦¦V
então,
Lande-,,
Escolhen-se,
non.
T.
C-fisvi-'
An.ios
orgulhosa filosofia esfoidalino Frçirç para suceder a Ruy
Barbosa,;
Tavares
Cláudio
dds corpora. ; na (que só
mais
iii/pórtanté;
na!
considera o hoDantas,, Mota»¦¦:¦. Dora Ferreira
• V/ '
- çffes culturais dò B.rásil.:'
*.ria Silva, fíiirivt a ¦ /-»
; Laúdeflftó
mem
em. seu estado de fórÉ da autoria'dò
*w\ Geraldo Ferraz, Gabriel
":cfe.
í|qjjt-:séf§^''cjuprido
Freire este pequeno.livro intitu_a;;je
Munhoz da Rocha. Gtierrei.
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Praticas,
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..escrevei!',
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I Joüff.mm-Bih iro.. Jorae: fte:
de henhu^ò-ífsfespfiq^^. co-,
Editora A NOtTÈ acaba de. larV'
{.' Lima. Tose Francisco Goejbqy;
"Ivo,
das
uma
áutór
.Insê Simeào Leal. Ledo
mo; também çòntro esto fi?.
\. {ai-.,;S*ãófòr.rseü
penas mais fecundas que já p<'SLuis Jardim. Mfl'h'6,.-''l?tV) tit
losofia faisomentetàcíonaf
, suimos, ,e jestp. volume ;lb<?i ..tçria
''rnelas ;. 'Manuel iüí> Bandeira;
Marcos Koncler,- Reis». Mario!! ....assegurado a gloria que assinalou., que prèten^s' banhir Deus
' suas', atividades., .intelectuais.^
dn Si'va Bri.iõ. AWwi (••.- n
deste mundo carcomido. E*
Isto porque/ sem nenhuma (Iiír
na. Marques Rebelo. Murilo •
"Regras
;
Praticas para
vida,
neste sentido —- principalM-n('.os. Octnvio de Faria.
bem escrever" é uma pequena
'.&#(¦,
Otto Maria Carpeaux. Renzo
mente .neste «senti do -—que
Massíarani. fíi-Mro Couto, Ro- JSP.bra-pj*ima.i;i,. „.i..:,!.:;,..-,,
'.^.'"-vi, .''?'*':¦'¦*
.preocupação que norteou;.. se faz mister Ouvir-Sèo àhá-geTíiOjiiCoir^ini
', ,,A;.sau,dosto,.
escritor. .Laudelino., tema pdsca lino,, çm que cerV
s»er. Rosário
o..
.Fusco, Sérgio
ÍUQ i
Mnlidt. 'Si-mi Io' de Melo, T :*s- I Freire foi a de fúzev jdcsf.e li»
tos burgueses literários enles f vro um pequeno' BreviaHõí
so da Silveira. Tntnistoc!ps
Linhares. Vicente Ferreira da s
xerqaram uma "bòutads":
Mv£ \\HSon Figueiredo ej Historiador? não; psicólogo
filosofia:nâo vale
Placer.
Xavier
Ii
-'"-^.'JVáoi naturalmente nao /Todo
uma hora de ateníao*'. Fot
llustradores: Alfredo Ccs-*»' sou historiador ¦—declara Emil
LudwÍQ]j—'mas sim um psicô* em idêntico sentido .que-Bí*
Pacheco,
chiatli.
Armando
Durante trinta e cinco mr\ *—tendo compreend 30
logo.
Athos Bulcão, Eroeric Mar.
anos, meu único objetivo tem
cier. Fayga Ostrower. Ibero
sido conhecer melhor o coração que nâo se podia íilosofar/
Camargo; Luiz Jardim. Osdos homèfísitfidò' a minha obra excluindo, o priorij o aoso»
wa!do Govlrti. Percy Deanei
não tem outro \ propósito sinâo
Santa Rosa e Van Rogger.
¦ tsse.". .-•¦: ¦..•,;r ¦•--,-;-.-Trí.T-T-;'T>- luto, conetue êste conceito
A 8V1ANHÃ
t
At,a
UUti c 0 UJ iQZuiiiititiw US
*wr
dos os sistemas agnósticos
surgidos no decorrer do
"A fjíbsoséculo dezenove;,
fia do refativo tucfo falseou,
tudo sofisticou: é tempo de
restabelecer a verdade ab*
soluto em seus. direitos". A.
esto á-"fuo torefo, M. dè
Biran consagrou a maior
parte de suo existência.
Cristão de noscenço, foi-lhe
necessário móis de trintai
anos poro encontrar os trtutos de suo linhagem perdidos no escuridão do ateismo
dos fins dO século dezoito ?
Podemos mesmo dizer que
êle nos atinge mais na aima que Descartes, pois que
no autor do "Discurso sobre
"o dúvida não
o método"
era senão um processo de
raciocínio", enquanto no
"Journoí intime",
autor do
encarando apenas as coisa*
do místico, esto dvwda é
muito mais perigosa. Maine de Biran, como tem cb*
servacío Augusto INticoFas no
dizer de Vallette-Monbrun,
partiu da meto em que chegou Jouff roif e por uma disposição inversa; atingiu o
ponto dè onde êste houvsra
partido. Deste beco escuro,
que no opinião de seu prefaciadór ero o ceticismo de
Bayle e o sensualismo de
Cqbanis, seu esp£r?to, osptrondo ò verdadeiro vrdb, clirigiu-se poro uma luz mais
o\ta que nem todo gente
consegue divisor por entre o
cerração pesada1 dó mundo,
"o rerno dè Deus não
pois
se dó, no dizer do próprio
Biran, se o caminho do ascencão não lhe está preparodo'*. Havendo gasto o
melhor de sua vidb, dispondo-se 00 acesso desta luz
divina — Maine de Biran
conseguiu compreender que
o religião resolve sozinha os
problemas da filosofia. Sem
fatiqar-nos, ensina-nos onde
reside a realidade absoluta.
Diz-nos também que, encarondo as coisas sob o, controte dos sentidos ou sègun-
*#*•*¦¦
*•**#-
f *!****'*'-*
p-
*—*- -** -*--1
^
r,
mesmo segundo uma razão
ortíficial e de convenção^ vivemos dentro de uma Husão perpetue, É* elevandonos paro Deus, procurando
tibertor-nos de certos planos
a;' 'os da dialética leigo que
podemos alcançar as coisos
como são realmente. Foi
por uma seqüência contínua
de progressos simultâneos
da ciência e no rerigião que
Maine de Biran-, reunindo
com justo visão, fé e psicofogia, consegue • construir
uma filosofia- transcendente, sem o excessivo" drama
literário dè Blaiss Pascol.
Tal filosofia desdenhando
todas as limitações dos sentidos ou das paixões,, em
que se entEelaçoram o sensualisma e Iodos os sistemas
que dele se aproximam,
montem energicamente
com os direitos do razão humono aderida a seu objeto
os dirertos desta
próprio,
"ra2ão superior,
que plana
sobre tòâah as coisas deste
mundo" e liga o mundo fenomenal^ ao mundo noumenal,. o tempo o eternidade.
Moine de Biran levou a
vida fazendo psicologia,
que ê o filosofia dos homens interiores. Podèr-sero dizer que êle se confinou
em um só tivro, o livro fnti"como de suo alma, mas,
mo cado homem traz em si
o formo da humana condi-'
ção", confessa ndo-se, êste
novo Montaigne fez uma
obro dè importância uni versal, que, como os "Ensaios",
jornais perecerá.
Saboreondb-se os profundas análises que o profundo
psicólogo de suo próprio aima nos deixou, todo espírito refletida é fevado o pen-^
sar que o vácua que mora
no fundo dè nós todos, e
de que recuma em certas
horas um verdadeiro diesespêro suicida que nado pode
preencher, é por sem dúvida
o lugar de Deus, o lugar do
Deus perdida'.
;'.;- . •.,.:.";
¦.: .0 QUE LEBEMPS BBEXEr.'..-i'
;escíèvendo pára á Livraria-José
Carpeaux está
Otto Mari-?"líistórià
'Literatura
Russ_',, em que estudará
d^
Olímpio uma
terra..
na
letras
déDbstoiewsfcy, $ob uni
das
o desenvolvimento
está
terminando,também,o'.sen grande
novo plano.:- Carpeaux
trabalho' em três volumes;^ ^Literaturas do Ocidente ? . ;,; v.,
:',5??-'"'¦¦¦'"-¦'¦" "-,;V;;.-;U^#^
it.{'"1:- tfr%%w :^â9-fl
• •Dentro em petierj apiarcícíérá o primeiro volumeí$% •tComê?
;da Globo confiada
dé Bâlzaft, nàedicão erudita
diá Huniâná"i
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¦íionâi';
a- deliciosa novela
fará
D^ásè.:
vOlü^iè
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^ignóhfí,'3ístoyi4;:.âe ''"''' provinciana'apaixonada'
J" '•' 'i'-'' '*£&t
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pop^i^-èoeia^aíániidq^..:;:,.,^^
)W*áymF'tim\^*V%b&-iW % ;....,...... r:^,;::i
,,, :.,i,:*^,^
"Província
m
J& está para aparecer ò'novo nômerr> da
São Pedro", a excelente revista de cultura,, editada em Porto
Alegre.
u
•' •
(
_
-;,
"Cranlèrd^ de Eli^beth! Gaskelí^ traduzido; pela • escritora:
Raquel de Qúéíròz è étiítafJó' pela L^arja'José plimpioVrie^é-;;
larà ao! nòsst> público úrfiâdíis.grandes romancistas, inglesas M;
sécuio passado,, «das prtí»éirasv; a inj^eressajr-s,e., pelos, pròblérná^'
sociais. .
f'..:
!
. •
* * *
. vlrâ.desper^ar^eertaRiepte, interesse a .seleção de cartaz â&
Voltaire, publicada juntamente com uma biografia do • patriàr-;
Livraria
de Brita Broca a ser editada';;. pela
ca de Ferney,, obra'¦]:x<i..•;•"¦.'::/.•''';
l''^':'''.';.',
:!"'.".':.'/..;:':
José Olímpio.;V
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; Rüth GuirríarSeSi a airtorã de "Àgúa •Funda", jâ erítrég^
de oütrp;romance,: êste ;ménos ^esçritiv^
a Globo os originais '.'<Jüripre
ela .^gcfm.V'^^ "^T^I^Jft^^ft^
e mais intrpspéctivo.
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de escrever .-sempre^
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Ws.
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Através do s su plemèntos
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DJALMA VIANA
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PALAVRAS
crer no que digo
mesmo porque manda Deus
PODEM
que se diga a verdade;
Mentir não o faço desde meaino, quando cursava o colégio
áos padres. E' possível que
também a falta de imaginação*
hábito do trabalho sobre do(jumentos, a herança do velho
tvô negociante, é possível que
tudo isso tenha concorrido para me tornar assim um sujeito
fluro, quase violento, que gos.
ca de resolver suas coisas na
batata. Inventar, com a senvergonhice do sr. Joel Silveira, não sei. Pesa.me nos ombros a responsabilidade c, culpa da minha profissão, enten.
do perfeitamente as fraquezas humanas.
Coloquei-me, assim, . desde
que -me impuseram a obrigação
de redigir estas notas, a servi,
ço do que me parece ser a verdade. Pouco importa a cor da
pele da vítima. O que me preocupa, e repito, mais uma vez,
c não trair a justiça que ma
ensinaram a amar, não transiglr, cm momento algum, com
quem quer que seja. Mesmo o
rei, se rei houvesse, eu não o
pouparia. Rei não havendo, apesar dos ares pretenciosos do
sr. Luiz Carlos Prestes c da
sua corte, è não me cabendo
por destino qualquer vocação
política', res tara ni .me os suplementos literários — divertiniènto e tnibnlhò para os domin gos.
Sobre os suplementos, pois,
ê que realizo aninha aliança
com a verdade. Mas, como a
verdade c tudo o mais neste
mundo parece pedir provas, organizei também eu, como o sr.
João Conde, um arquivo que,
não sendo implacável, é pelo
Organizando.o
útil.
menos
aprendi que classificar c guiar(dar representa uma arte. Quando nada, um prazer. O
'j consolo,
por exemplo, de °u"
Jorge Amado chamar
sr.
o
|vir
hoje o sr. Osvaldo de Andrade
de imbecil depois de o ter chajnado dc "mestre" — e verifl'car
que, discordando de si prócoerência não st per.
i^rlo,
'dia... a Sábio
João. Conde, sei
'..agora
que o arquivo não é. luxo, como pensava.
Para mim,.que trato com os
suplementos, c que os respeito
os srs. Frederico Barata,
;como
: Jorge Lacerda c Raul Lima, o
! arquivo é uma espécie de trajibuco. Uma arma indispensa| vcl nas mãos' de um soldado
bisonho, como eu. Tendo-o a.
'gora,
mais fácil será penetrar
floresta
e vencer o pobre
j.aaa
Inundo dos artigos c dos poeimãs. Vencer, principalmente,^ a
ingratidão dos autores. Arma'do.
como estou, posso finalmcnzombar dos perigos.
te
'.
Assim, pois, .tranqüilo como
um anjo, encontro o suplemenl
to literário de A MANHA. Leio.
as notas, releio a mim mesmo, e acabo me defendo sobre
o artigo do sr. Sérgio Milliet.
Existencialismo é o tema. Uma
gravura de Peter Bruegel, no
alto, parece demonstrar o que
ivealmente é a filosofia de Paul
Enfim,
Sartre.
puxando.me
pela mão, o sr. Alcântara Silvéira se coloca diante de Hebliei,' escrevendo bem, comentanAo lado,
do com segurança.
numa entrevista, o sr. Roland
Corbisier se despede que êle
vai mas 6 para a França, bus, car. livros. Enquanto não eheSam, porém, os llvroá franceses, vejamos os livros argentL
nos, trôs pelo menos, na-.palma da mão do sr. Raul Nao
'¦?arío;
'
¦¦""'.
Leiamos os contos, vejam as
Ilustrações. O sr. Dalton -Tre-Visan .outro premiado.no con"Letras o Artes", cxL
torso de
I» suas qualidades. Se bom é
© sen conto, extraordinária 6
d ilustração de Santa Rosa. Beía, sem dúvida, e não menos ex-,
¦ipressiva què a de Ibero Camar?
Tgo,. esta objetivando um eplksôdlo do conto do sr. José Viei.
>ra. Mas, recuada a ficção, e
.passando a "olá do sr. lasso
fda Silveira que fala de Cruz a
o que prende, a atenção
''ê.Souza,entrevista
do sr. Çassiano
a
São
arquivos do
os
.Ricardo.
, sr. João Conde. .Percy Deanc
í Ilustra á pitoresca história de
r sua viagem a São Paulo.
,
' E, grande página pelo valor
tio assunto, aquela dedicada ao
folclore o assinada pelo si*. Jo-
se Mmeào leal. o poeta MurlIo Mendes, firme, ern sua se^ão de música. Firme também
o sr. Batista da Gosta. Quanto
às artes plásticas, quem brilha
é o sr. Santa Rosa. Então, 6.
suplemento, que se diria comoutra
pletò ainda apresenta
página, de informação literária,
enriquecida com pequenas no.
tas criticas. .
Finalmente, sobre o grande
soneto clássico, a estranha e
vigorosa ilustração de Goeldi.
Um traço forte e sensível
que superaria, longe, a mostra
no
dc Lula Cardoso Aires,
'¦ Correio da Manhã". E superaria, ainda a "muilier dc
branco", de Ibero Camargo, no
mesmo jornal. O suplemento,
porém, oferecia mais que ilustrações, mais que o soneto de
Baudelaire traduzido pelo sr.
Guilherme dc Almeida. Oferccia, além da seção tio sr. José
Conde, c da crônica do poeta
Ledo Ivo, c da crítica do sr.
Roberto Al vim Corrêa, ,um con.
to — uni bom conto do sr. Au.
relio Buarquc de Holanda. Soartigo
oferecia um
bretudo
magnífico de d. Lúcia Miguel
Pereira.
Mas para que não faltasse n
nota política, um; curioso artigo
do sr. ^Otto Lara Rezende "me-,
quo
êle próprio denomina de
dilação serena" sòbre o inte.
grálisnio é o sr. Plínio Salgado. Por coincidência, no supleincuto do "Diário de Noticias",
também, há outro artigo, as.
simulo pelo sr. Fábio Alves Ribeiro, sobre o. mesmo assunto.
Uma vez acusado dc integralis«
ta, como fui pelo sr. Mario da
Silva Brito, embora não o sen.
do, quero afirmar aqui
que
quase me tornei com o artigo do
sr, Otto. O jornalista conta
uma história comprida, acaba
por preferir Carlitos a Napoleão, diz que deseja é sorrir, o
afunda na revelação de seus
sentimentos pessoais sem, cnleitor
tretanto, esclarecer o
porque o integralismo merece
lançado,
ser combalido. Mal
dêsse
Carlos
certo
artigo
o
por
Lacerda de relativa instrução.
O mesmo, porém, já não
acontece coih o sr. Fábio Ri.
beiro. Sabendo onde mete o
"TARDE
DA LIBERDADE
E DA RESISTÊNCIA
FRANCESA"
Realizar-se-á definitivamente
no dia 1 de outubro próximo,
no auditorium da A. B. I., a
"TARDE DA LIBERDADE E
DA RESISTÊNCIA FRANCESA"
que teve de ser suspensa anteriorincntc por motivo de doeuça dc Aníbal Machado. Já complelamente restabelecido o ilustre escritor e nosso eminente co—
laborador, a Associação Brasileira de Escritores reiniciou os
trabalhos de organização dessa
"Tarde" dc literatura c arte
que está sendo! esperada com o
maior interesse nos nossos circulos intelectuais e artísticos.
Além de Anibal Machado, que
pronunciará uma conferência sôbre a poesia da Liberdade c da
Resistência Francesa, participarão no ato Henriette RisnerMorincau, que declamará versos
dos poetas resistentes e Germainc Sablon, que cantará aigumas peças do "Cancioneiro
da Resistência".
. Michel Simon fará uma eaovd ação dos poeta» franceses aos
poetas Jiraolieiros e o: Èncarregado d*e Negócios da França, sehhor. Etienne dc Croy entregara
a. Anibal Machado a comenda
da Legião de Honra que lhe foi
concedida pelo Governo. Fráncês.
M&
.
f
,-
•
í-i*
¦
ESCOLHA DIFÍCIL
-ITm grande problema será,
sem dúvida, a escolha da equipe
de escritores que deverá traduzir toda a obra de Mareei
Proust para o. português, por
iniciativa da Livraria do Globo.
Traduzir Proust será, ha ver*
dade, um trabalho' penoso, ár*
duo, exigindo, não somente capacidade, como também amor.
Muitas dificuldades não poderão ser vencidas senão por uma
perfeita sintonia com o espírito
prpustiano. Maurício Rosemblatt, dentro em pouco, nos dirá
quais os escritores' esç^Wdos'
para tão difícil tarefa,
/
DE FREUD A MEDEIROS E ALBUaDERQUE
Em 1919, quando não havia ainda traduzida para o francês
nariz, o colaborador do "Diá-*
obra de Freud, Medeiros e Albuquerque realizou m
nenhuma
rio", explica com serenidade o
do Rio de Janeiro, sob os auspícios da Sociedade dc
inteligência Policlinica
com
demonstra
'.iriflíVi e Psiquiatria uma conferência sôbrc as teorias do
Na"'
seu ponto dc vista. Lamentadepois incluída no livro
viénense,
vel apenas que, para destruir o H' f • «Kl rnes/rc
"Graves e Fuleis". Medeiros enviou o livro a
sr. Plínio Salgado, cite o sr.
conseguiu ler a conferência pelo
Cotrim Neto c não sc baseie BHp9 Freud,- que
muito bem o espanhol.
compreender
fato de.
nos livros d0 próprio sr. Pb.
carta muito lisonjeirn
uma
com
E
respondeu
nio . Salgado. No entanto, se
entre outras coidizia,
na
autor,
o
qual
para
comparado ao do sr. Otto, seu
"Ef
agradável e
idéia
uma
o seguinte:
artigo é, sem dúvida, admira- E ¦ ¦ '¦ -^^è^^^^^^^^^^^v^^t^ sas,
as
palavras que a
conforatdora pensar que
vel. pela sua penetração e culse as vezes são
mundo
afora,
atira
pelo
gente
tura.
mal compreendidas e depreciadas pelos que
Muito bem, digamos agora ao
nos cercam, despertam um, interesse , simpático
ler a crônica de d. Rachel de
™.™.„...,^,,,.v,,;,.,, çni pessoas que estão separadas de nós por lerQueiroz que, evitando a politl. ras e mares, por diferenças de raças e línguas. Isso nos eleva acima
ca, não poupa os médicos. Dc- das restrições mesquinhas e pessoais e faz-nos sentir o poder dó
liciosa, sua crônica. Um amor ,pçnsaniéfíio c de todas as coisas que servem para unir os homens".
de crônica, diria, não estivesse
perto do sr. Rubem Na varra,
AS CONFERÊNCIA DE ANDRÉ' SIEGFRID
tão gentil, falando de pintura.
uns
mesmo
vale
o
Enfim,
que
Estão despertando grande interesse as conferências de André
bons bagaços é o rodapé dc d.
Siegfrid
nesta capital onde se encontra a convite do Ministério
Vera Pacheco Jordão. AdmiraExteriores. Siegfrid é, realmente, um dos mais lúRelações
das
apontando
vel,
exclamarei,
sociais e políticos do inundo mocom o dedo a vivaeidade do cídòs analistas dos problemas
lembrar
dc
mais
será
c hão
p acolhimento que o seu livn»
seu estilo e a erudição bem derno;
*'Les Ktals Unis d'Aujourdhui" teve por parte dos estudiosos do
orientada. O sr. Raul Lima,
Esse francês surpivendia-nos, então, com
do lado de dentro, recorda Brasilhá uns quinze anos. dos
nossos vizinhos dó norte, a nós, que
explicação
admirável
uma
Aluisio Branco, um escritor que,
civilização
nãô mòresse, seria hoje tão liá quinze anos atrás, ainda mal çompreeiidihmòs a
compa. americana.
seus
querido quanto
nheiros de província c dc ge*» .
INICIATIVAS QUE EX16EM MAIS ESTÍMULOS
ração.
O unindo porém, é assim.
Morre Aluisio Branco, um suE' estranho como grandes iniciativas editoriais morrem,
Jeito dc fulano, e ai fica para entre nós, sem a devida repercussão, quer na crítica, quer no
a semenle, recusndo pela própria público, que, aliás, se orienta pela crítica. Isto se dá, princimorte, o tal que "Odesgraça o
Jornal". palmente com determinadas traduções, dignas de maior intesuplemento de
escrúNão pensem as comadres^ que rêsse, já pela importância universal das obras, já pelo
Aí
temos,
referidas
edições.
foram feitas as
por
ínè refiro ao sr. Ernesto Feder, pulo com que"Diálogos",
de Platão, da Globo, traduzidos direbom camarada, sem dúvidn, exemplo, os
mas de quebradeira intelectual tamente cio gíegò — ò; £júa representa muita coisa numa terra
pior que a pior pindaíba. Re. de tão pouca erudição, como a nossa — e enriquecido cõíti um
firo-me, naturalmente, ao que longo prefácio, verdadeira introdução ao conhecimento
da
usa presilha no cérebro e, pen- filosofia
comentário
nenhum
não
vimos
Pois
quase
platônica'.
sando fazer a critica literária
mais
ou menos despercebido. O
aí,
ficou
o
livro
sobre
por
que
do velho suplemento, faz real.
"A
vontade de Poder", de Nietzsche,
mente a melhor terapêutica dos mesmo podemos dizer do
de introdução e noo também uma edição valiosíssima, acrescida
fígados. Como deve gozar
"Crônica
dos Forsytc", "Os
nosso Carlos Drummond de An- tas. Grandes romances como a
drade! Sua poesia, tão séria, Quarenta Dias de Neusa Dagh" também não são, com frequenjulgada assim por um demen- cia, devidamente. comentados.
te! O grave, porém, c que paPrecisamos apreciar melhor essas iniciativas que já depõem
ra o poeta pode se transformar
"louco
da eloqüentemente, sobre a elevação do nosso nivel editorial.
no diabo, é que o
ser . êle
descobriu
Paraíba"
"também ura homem". ExclaA VOGA DO LIVRO FRANCÊS CONTINUARA'
ma, patético, meio nervoso, farojando o ar:
Tem-se falado, errônea e precipitadamente, na decadênE êle ,é um homem l
Água fria, amigo, é boa para cia do livro francês entre nós. Mas parece que há um equívoco
estas coisas. Matreiro, ficando nisso tudo. De fato, até pouco antes da guerra, vivíamos inteiem Rui porque sô de Rui en. ramente absorvidos pela literatura francesa, a ponto de ignotende, o sr. Luiz Viana FilhQ rarmos da maneira mais lamentável as outras, sobretudo a
parece desafiar novamente -dáo norte-americana. Vindo a guerra, a ausência do livro francês
Que
sr. Homero Pires.
nosso mercado do livro em língua inbaianos se arrebentem que o e introdução- ampla em
interessar-nos enormemente
degas, aqui, Vtii veranear um glesa, fez com que passássemos a
ficou, apesar de tudo, esnão
pouco na ficção: gostei, é ver- por este último. Mas o francês
dade, do conto do sr. Almeida quecido. Hoje, quando as edições francesas começam a apareFischcr. Também, gostei, já cer de novo em nossas livrarias, acreditamos que não faltará
agora cm outras esferas, dos público para elas. Isso nãò quer dizer que vamos deixar de lado
artigos dos srs. Manoclito de o livro em inglês. Continuaremos a lê-lo com empenho, junOrnelas e Cândido Mota Filho, tamente com o francês. O que não se dará é apenas o exclusiE, para concluir a viagem sôO francês correrá parelha agora com o
bre o suplemento de "O Jor- vismo deste último?
em nosso interesse.
nal", o rodapé — aliás uma inglês e o espanhol, mas sempre vivo
péssima sobremesa — do sr.
Uma pena,
Samuel Putman.
ÚLTIMOS CARTAZES
sem dúvida, que uni sujeito
de
venha" de tão longe para dizer
Orlando de Carvalho, um dos mais lúcidos estudiosos
"Política
dé
coisas que estamos cansados
políticos e sociais que possuímos, publica
saber. Fiquemos por aqui mes- problemas
do Município" (ensaio histórico), num volume com capa de
mo, com os nossos¦•; gênios que
Rosa (Agir),
estes, com a graça de Deus, ra. Santa
'
/
*
ramente realizam conferências.
* *
Escrever, escrevem. E escre«
Quem não se lembra, com saudade de John Barrymorc,
vèm, muito, como o sr. Pedro Dan
"Diário
um
dos maiores astros do tempo do cinema mudo ? Pois a
tas, do
Carioca", que tece
vida
dêsse astro foi alguma coisa de mais romanesco e mais
como uma aranha impassível
"medo que se pode imaginar. Isso veremos no liimpressionante
as feias de intermináveis
"Esplendor
e decadência de John Barrymore", de Gene
mórias"...
vro
Ora, , que estamos agora em Fowler, traduzido pelo sr. Raymundo Magalhães Júnior e
,
face do sr. Portinarit o pintor editado pela Globo.
do Estado Novo. O sr. Antônio
* *
Bento, — braba gente essa gen"Fome de Pão", do jornalista Adolfo Porto, reúne vários
te do " Diário" I -^enfurecido,
falando de "liberdade de cria- artigos sobre problemas concernentes, na maior parte às po¦' (.
cão artística", procura defender pulações rurais, que o autor muito bem conhece.
*
*
a Pampulha que, dizem, é uma
igreja tão horripilante quan"Rômola", o grande romance histórico de George Elliot,
to os pecados de Du Barry, Se
o ar. Beato tem razão, não sei. única vez em que a grande pintora da vida provinciana inO que sei é que ninguém pen* glesa abordou êsse gênero, acaba de aparecer em tradução de
sou em ferir a "liberdade de Marques Rebelo,
* *
criação" de ninguém. Apenas o
bispo e m católicos mineiros
Uma reedição muito interessante: a dos "Contos' de Mau*
condenaram a igreja. te um bisescolhidos e traduzidos .por Mario Quintana e lança*
po, a não ser .que o sr. Bento passant, Globo. Lêr Maupassant é aprender na
literatura o que
não tenha sido bento em crian- da pelo
aprender,,
.,
se
tem
também
sua
liberdade
pode
a
ta,
* *
de escolher a sua igreja. Trau"Diário", do
quilize.se o sr. Bento, que õ
Leitura utilíssima, fácil e sensacional é a do
bispo não benzerá a igreja.
"Fórum
PolítiDesconfiado, talvez experimen- Conde Cisne, ultimamente editado na coleção
Nacional,
em
tradução
da
Editora
de
Enio
co",
Silveira.,
Nilo
tado cora as incoerências da viBrenno
di Grado,
»>
da, o bispo cismou com essa hís- Ferreira e
>|C 3j» 1fi
tória de igreja em forma de pa.
nela e, além do mais ,cdifiçado
"De Nápoles a Paris", contos da vida expedicionária, de
por um arquiteto, o sr. Oscar Nie Celso Furtado
(£élio Valverde), são páginas leves, pitorescas,
mayer que é comunista c tem
"carnet".
interesse
de
documentário
sobre o que poderíamos chamar a
lá o seu
sentimental
vida
dos
soldados.
Em igreja, sr. Beafy,
quem
l brasileiros na Itália, O autor
"
"''---,
mandei c o bisuosabe narrar com sincelera...-
wBMm í
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v •-
¦-¦
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—1
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LRfãá& £ AfMTKS
Página 4
-.. é:^m¥
«ta. . - . '•-' *\
» :.IU-
"GOETHE MATOU KLEIST"
.^ÉllllIlllMBMM
|k
orro scHNímER
„ -'-'"¦"¦"*• •.*»¦fmjfflrjftmnj»jjüinji^{^»7uím^
X,,„,.,.
OR volta do meio dia de 2fl
tiovsmbro de 1S11> ^m
Pde
homem. <üos seus trinta e
poucos an03, o uma senhora,
ainda jovem, partiram da BerpoUm rumo aos arredores de
tsdam e hotspedaram^se no aibergue de Stimming> às margen3
do Wansee. Passaram a tarde
Levaram hora»
atsgremente.
passeando em torno do lago.a
embevecidos,
An:eciaram.
outono!
quo so prepaisagem
parava para o inverno já próximo. Depois jantaram, leliz-ss
como em pkna lua do mel» o
rccolh-ram-3o aos seus quartos
onde lr/arcm toda a noite es-'
crevendo car*».-!".
da
museu» e o grande prêmio"Préliteratura alemã chama-so
mio Kleist".
Diiícil explicar tamanha í»iustiçâ sofrida em vida. Mas vôjamos..
Em poucos ano» do intenstesirna atividade? o Jovem peóta
criara toda umaWJ* sério do dra*
Família Schmas históricos:
"Pedro, o Eronntu'*,
rotteustein'*
"Leopoldo da Áustria" o "Bebort
Guiscard". sen* lalat da comodia "O Cântaro Quebrada'' o
numerosas poesias. Tran3bor-,
dando, do projetos e prevendo
um futuro glorioso.- o Jov«?m
Kleist ansiava por encontrar-se»
face a face, com Goethe*- cuja
Toglória éle ambicionava.
mado de juvenil presunção declarara mesmo, um dia» que arrançaria à fronte do Goe*ho acovoa de louros.
Em princípios de 1803 reedizou-se o almejado encontro.
Desconfiara Goethe das intenções sacrílegas? O autor do
"Fausto' mostrou-se do unia
frieza glacial e castigou o jo~
vem posta com um desdém soberano. Quando Kleist leu ei"Robert Guisguns trâ'cho3 do
card". a obra prima prestes a
estar concluída. Goeth? não -'ou
uma palavra. Humilhado, deprimido em extremo. Kleist lovou dessa yteita a maior decepção da vida.
E' sabido que o ilustre escritor. o poeta consumado, tinha
ebtivamonte a fobia dos jovens,
dos iconoclastas Igual despreza
mo3trou por Hoffmann e seus
contos. Kleist inspirava-lhe uma
antipatia espontânea. Nâo pôde
Ao.* primeiros raios do sol do
dia sogumtc, alegres e despreocupaàoT como no véspera, tomaram ligeira refeição, pediram
00 hoteleiro que. daí a pouco,
lhes mandasse servir café e rum
'a^o. um pouco
a margem do
dikíahtp, o tornarem a sair.
Nõo teria passa-ío meia hora
quando dois tíno?> com brev-J
int?rve.!o, romperam a pa2 matinal Na Verde rolva- coi pé3
de urna árvore, rente è.^ águ^s
do lago, jaziam dois cadáveres
cu'a id-ntidade. à mão çlqs carias deixadas, não foi difícil estcbsbcer. Soubo-se que a morta era a Sra. Adolfina Vogel.
O suicida, em cujo aposento,
além de vúvjas ecirtas. se encontraram uma tradução do
"Dom Quixoto" e as "Odes" do
"A
Klon-5torit. abertas à página
morte do Clarissa", era um escrHor e dramaturgo então pouco
conhictfo, e tanto mais famoso
dopois: o sombrio e enigmático
üchirich von Klaht.
Como explicar o terrível drama? Durante muito tempo, a
critica apresentou as mais diversas interpretações. Não sem
vazão, porque na realidade a
suicida de Potsdam é uma das
liguras mais estranhas dc toda
a literatura germânica. O dramaturgo o poeta de imaginação
a um tempo possante o doentia,
de caráter bizarro o inteligência
tão »uill «juanl1» morbidamenie
torturada, já cometera toda uma
eérie de loucuras antes de recorrer a um desfecho dc tal maneira dramático.
Dentro 03 vários intérpretes
houve mesmo quem Julgasse
Heimich von Kleist um Werther
o levoa
político. O amor 4 que
ter-i»
morle»
e
bo desespero
essa
pásido o amor à pátria,
tiia então subjugada por Napoleão e mais humilhada ainda
pelas divisões intestinos do quo
Elo
pelo infortúnio da guerra.
ansiava
ardor,
amava-a com
por reerguê-la das ruinas. Cor.denado â. inação, sua impotêttcia o teria impelido porá a mor-
/^»~—t—
II
reprimir sua satisfação quànd*
durante a
alguém, mais tarde*
"Cântaro
do
querepresentação
brado", de» um assovio quo loriu o jovem vQc*s com© uma
chicotada cm público.
— O» indivíduo não estava orrado. Eu teria feito o mesmo se
as conveniências houvesse»*
permitido — comentou Goethe
quando o duque da Weimcrcensurou, indignado* o gesto do
manifestante.
Kleist nunca so refes desse
assovio dado por quem» animado de ííla. sxcacsSvc» nsds mal?
pretendia senão agradar a Goethe, presente ao espetáculo.
"Goethe matou Kleict" tornou-se
posteriormente uma frase muito
repetida.
II •
wílQQQiSòtfài&Oaltt
flIÊ-I^S
BI
'.'X..',-;
¦ •¦ -c « MO&Wa
-^ "¦v-*^^'-^^
'*'
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.-^ma^^ssamBSÈm:»^..
^SflSfflSlilill ^S?^*^BS3i!^ffiS''':-'-'-'-!il^^^^^ 5 ^ na ssKvSh ^^^
tsf-
<í3í8S!8Sis^fSÍBSi887SSWX-X{-:-z-ixo™
¦
-
Entretanto» justamente essa
"O Cântaro
comédia em versos,
quebrado",, que acirrou a luta
entre Goethe e Kleist. é» que
toda a literatura germânica possul do mais saboroso no genero.
"llcinnch
von KLeini, au.i vinte e dom anos
_,_uj,i, .,
Kleist
sentiu o chão vacilar.
'Umno nos' momentos em que se mostrava aegvfi, sentía-se que
Uma vez mais. refugiou-se no
nete residia um sofrimento oculto,>
Foi primeiro à
estrangeiro.
França, depois à Suiça. Não
em força, ninguém cm sofrimen- ò. sua ea:?aiito3a bravura o gosto
gostava de Paris. Achava irres- to", escreveu Hebbel.
da3 letras ç artes e a r^aixão
das muíUprc».
pirável a atmosfera da grande
Nossa fatídica noite de outuNada rnaia expressivo do quo
cidade. Desiludido, acabrunha- bro de 1803, enquanto as chado em extremo» quis suicidar-se. mas vorazes reduziam a um pu- o depoimento'do velha Wreland
° °^ta Ç0030
e só a muito custo seu amigo nhado do cinza negra íâda uma que chocou Ç».ve*
"...Fiquei estupoterminada:
Pfuel pôde demovê-lo da idéia. Juventude de trabalhos e sonhos,
facto: so 03 espíritos de Esquilo,
Não conseguiu impedir, porém,
perdeu-se ama das obras pri
do S-jíocIcs e dc Shclccsnearo so
que, num assomo de desatento. mas âa Ktcratura universal: o rcani3seni pára
compot uma
Kleist transferisse para o torre- drama de Bobert Guiscard, o tragóc"a, seria a mesma que
"Robort
no psíquico sua loucura suicida conquistador normando, funda- so
escora» de
pode
e lançasse às chamas quase dor o domohVor de impérios, Guiscard** dc Kleist. & partir
toda a sua obra.
conquistador de Constantinopia, deste recr 'v!a "" ' \> "'""*
"Poucos igualaram-se a Kleist aventureiro sem
par que reunia convicção de que Seist está
pxcúozilr.c o u prís-adief^ a
grande lacuna da nossa fitodramáticer que aena
ratura
Goethe conseguineni
Schiller
ram preencher".
//
Consumada a obra de destruiçãe, Efcist continuo» pere-»
çjrinandc* pela França e • Suíço
o íinabnente tornou» 6> Alomc^!
nha, fisicamente prostrade» es^
E SHELLEY
de vista — um egoísta anti» sensível aos valores poéticos pmraabnente isolado. Coma qu©
«hclomons- deShclle, ma. embaraçado
bound5*. E sendo Eliot não páricoouum
3gg^SÍfel*SSíg! I
critica
de
Ehot,
fez
a
inspirara
A
tro".
pela
poesia
fce;g> b^s sua resignação duapenas a maior poeta de Hn*
de
na
uma
tentativa
salvar
os
rou portec tJrraves oínd» repassos
^ua inglesa em nosso tempo Shelley todos
daque- Shelley, chamando a aten- nasceu a j?oct» e draniaturgo.
mas também o crítico lite- vida, c abstraindo-se "Aríe.w
valores perma- Su« ^x? ™a**°3V^™
çâo para os .»
¦ ,. de
rário de maior influência no Ia poesia ,.a vida
* f.
e, em rán;da sucessão» «ipareA
wO lÍnfítri5o'V "Penfesifia",.
mundo anglo-saxônico — torna-se biografia de un» atentes da sua ideologia: pe- cènu
"Catarina
to menos o libertador, o
do Hoilbronn**. e atf,
Shelley estava julgador a sua louco.
"Michaí-l KoWhaas"> MA
Os estu- Prometeo» seria poeta para novelas*
"O Tew»8irio- \
poesia afundou-se numa on- Mas isso passou.
do
marquesa
çyV
da de hostilidade assim cn- dos biográficos de Herbert o nosso tempo. Mas a mar- te no Chr!o'\ Tt Noiyqdo em
da revisão não parou aí.
mo o seu corpo se afundara Rea d conseguiram limpar o cha "derniereri"
e várias nar-*
re*
da crítica São Dc«isngos'>
Q
nas vogas do golfo de Livor- poeta dé várias manchas»
Depois* anan-i
menores.
rativae.
velando que êle nSo^foi um anglo-saxõníca é a revalori- do çra- 1003^ a Áustria retoma a
no.
monstro nem um anjo e sim
^ist esOs europeus continentais um homem^ embora homem zQqão ão romantismo pelo luta contra''^ápalèâW
WA
HeIllia>ln,,
Batalha da
americano Joseph Warren creve
não tomaram conhecimento de estirpe
ana
aegninteV ""O /Pitócipo
O
no
e,
prometéia.
agrilhoaBeachí
o
Prometeo
"revisão
dos
valores".
dessa
ao diser dé 1^modernista e sociaHs- fo da poesia romântica vol- de Hotófurco"» "»'pedSro,.dsl-.toProtegeu-os contra o erro poeta
ch«d^yárjncr
Stephen Spender, não in- tGa a ^er libertado. As "re- que da ó^e.draindt£caMl.
uma força maior do que o ta
visões de valores" tradicioJá então à vèflrar
A explicação é arbitrária, e poeta e crítico Eliot: a pao Iiniila m»5xime. Ò''do=
atingira
em
natmente consagrados
não procedo. Klsist nâo foi um lavrínha "eM. Sheíley ficou
morto superava tudo.
sejo
da
favor de estilos esquecidos
místico poeta da morte, como considerado como o "Byron
19
21
de novemnio ,de ,1811*
dia
.No;
não foi um verdadeiro poeta do
injustamente
desprezaou
E!ei«» ms! «gafava
toti
Hcinsich
amor, ou da justiça» ou da pá- menor"» e logo como maior
mas
"A
necessárias;
dos
sao
trinta e cínce anca.
roEscolha", *.*Depoi» de
tria. Foi, isto sim, o vulcânico o âo que Byron, porque o
"Durante a sua hrevô »sstítêiieviem
saudado
sempre
seriam
rnanoe
foi
pela
que
que
por
do
era
paroor.*-incomparável poeta
aristocrata desdenhoso
tica como uma auspiciosa, csoutros estilos cia — escrevem E. e Gr. Rornieu
de ««*»««
mo, dominado dc verdadeiro ttt~ menos simpático às mocida- tréia, o jovem escritor fíumi- detrimento
««" *****"*™ *y
— «fora alguns antíges que mal
^""T
ror poético» que nas suas nar- des soltas de 1920 do
Será impôsa^arc^e^
mmfundiveiái?
Piscej
Xavier
nen
o
^te^
8eu voíoar,: êle
que
«ativas, poesias o dramas pro- "dionisíaco"
com «m livro de¦ çpntoa 0o- síVef admirar Milton e Shetja
sd
<Klsist)
encontro» meampre^
Shelley que ze Histórias Curtaa" (Livraria
curava, antes de tudo, um dbEf
tempo?
mesmo
Gnqueuta
fey
ao
ensão
e
desdém.
»jue
uma
E'
obra
Agir Editora).
safogo.para a sua transbor- passara a vida embriagado
"A Esco.
Conmorte»
emes
depois
de
sua
de
o
êxito
reafirma
Dondante imaginação.
de amor e poesia. Enfim, a lha" e o nome dé Xavier PImcci* muito possível admirar
tão \
nifortunio
um
tinuava
pária,
O trágico do sou destino, quo vida de Shelley passou a ter como figura de »rimeira linha ne e Shelley ao mesmo tem- persistente nco se explica por ,
"Byron e Shelley" é um
acabou por levá-lo ao deses- maior significação do que a
da geração nova.
po.
"Donne e simples asar.' O crime do Kleist j
Nesses contos tão bem cons- absurdo;
pêro não foram apenas os seus
mas
foi. asm- dúvida, ter desagradado
truidos, dispensando o pitoressofrimentos Íntimos, más a per- sua poesia, e Maurois escre"Keats e SheH
ao irur.ííísairnor ao toão-podero-j
nn
SheTfev
co- fácil, o autor procura, antes
tináda da pouca porto em no- veu-lhe a biografia na qual
so.
das
orthllca
fixação
que então remava, do alto
dc tudo, a
é razoável. Será possível
de maneira paixões
gar-lho a3 mais modestas com- não se refere
trata
Não
se
Olimpo, sobre as letras
seu
humanas.
do
. ponsaçõos e o êxito confortador, alguma à obra do "Ariel".
de um apressada. Xavier Placcr acrescentar à afirmação de do mundo; Goethe. No, dia cm
mesmo depois de tor enriquecilaboriosamente a maie- qualquer
outro valor da que êsség dois scmi-deuàeg so
de Shelley só é trabalha
"...e enfrentaram, traveu-so uma luta
do o teatro do sou pcís com Mas a vida
ria plástica do conto. Dando
um
inglesa
poesia
da
função
em
compreensível
não
só
nos
excelentes
obras imortais. Só mais lavdc.
páginas
som piedade. O mais íraco teve
pela concentração de vida, como Shelley". Deste modo, lemuito mais tardo, descobriram o sua poesia. E' mesmo típica
segurança do estilo. Agiu- vanta-se de novo das vogas que deixar seus ossos", i
gênio do Kleist. A pátria er- dos românticos essa confu» pela
do com honestidade e conscièn»
Nossa luta, Kleist sucumbita.
pueu-lho um pedestal. Nes são entre vida e poesia, e • cia artística, êle já no,s dá ho. ih incompreensão a cabeça Maj» que Í3Sor'-g^bre a sua obra
grandes cidades há avenidas e
je, com os seus do;s primeiros angélica
do poeta ing^s peso-i quase un» século &Q £&»&
Sua quando se tenta separá-las,
escolas com seu nome.
livros, a garantia dc uma bela
"Ânghts
etangejus" lêncio;
Shelley;
, .
casa natal é transformada em resulta — conforme o ponto carreira literária..
<CoTiciu8ão da 1.* pá;í>
"DOZE HISTÓRIAS
L&TüãS
BQitilHQO, 22-9-1945
ARTES
¦¦«¦riftf^pp
a tremer
desde o momento em
COMEÇOU
que recebeu o téleio*
íscma, Haviam dado pela
sua fraude. Isto é, não era
bem uma fraude. Isso se fazia muito comum ente. Havia até tradutores que perpetravam verdadeiras con' Sensações dê livros de res=
i peito, de alta cultura. Como aquele célebre **best. setler" que serviu até para
uma grossa polêmica entre
vários causídicos da cr dade.
quo ele fizera foram aiguns cortes sem importani «da, frases redundantes de
| pouco interesse para o leiI tor. Fora mesmo xim fa; vor, um ato de bondade, de
magnânima bondade ter
feito os cortes. E agora
aquele telefonema. £ logo
de quem? De um sujeito
que podia lá ser um bom
comerciante de livros, não
havia dúvida, mas um rematado ignorante de coisas
de cultura, do espírito.
O chefe rompeu o seu
círculo de togo:
—* Bom dia, jovem.
f — Bom dia, doutor.
• Ah! o chefe viera mesmo
a calhar. Ajudara-o a botar o pensamento em coisas
muito mais prosaicas, mas
apaziguador.as.
Mas na hora de acertar
as. coisas ete saberia mostrar a todos aqueles imbeeis que a tradução estava
era muito bem feita. Bem
í feita e — isto sim — muitissimo mal paga. Ou quej rcriam cies uma obra de
arte em troca daqueles poucos cruzeiros que lhe pagaram? Pois sim!
Novamente o chefe emergiu-o:
— O senhor acertou
aquele catálogo?
,' —- Sim, doutor, acertei.
; Botei-o depois naquela es{ante, a 12.
Catálogo... Bem, sempre é melhor do que ser
explorado em trabalho de
pensamento, de inteligência. E melhor pago. Chegava, assinava o ponto, ficava remanchando por ali,
e pronto. No fim do mês
eram 3.000 cruzeiros redondos. Engraçado: na sua
verdadeira vocação era um
—- vá lá! — incompreendido. O tempo enorme que
- levava, despesas com dicionários, papel, aluguel de
máquina. E as consultas a
bibliotecas sobre citações
obscuras do livro? Havia
Uma até que devia ter sido
"biuff" do autor, Não en'
contrara nada sobre o por,r,co de Ganarede. Enfim, um
trabalhe insano. E agora
aquele telefonema. E que
u01ha, você dê
telefonema!
um pulinho até aqui para
ver uns saltos que o revisor
encontrou, está bem?"
O revisor! Vai ver que
é um garoto de eolégio querendo se mostrar ao patrão,
ou tentando mesmo um aumento de ordenado. A casa paga tão pouco aos que
She servem... Que é que
um molecote podia saber
de literatura! Os cortes
©ram mais do qüe necessàj rios para o leitor apressa!' do de hoje. E econômicos
CULPADO
Conto de ADALARDO CUNHA
"Letras e Artes")
de
Concurso
Grande
no
(Classiíicado
•*
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—"*¦**¦
**V* —
—»¦
Os saltos estão assi*
nalados aqui no olho.
—- Olho ou página falsa?
A petulância do suieitinho explicando:
Página falsa ou olho,
é a mesma coisa. Nós aqui,
por comodidade, dizemos
olho.-E' mais rápido, sabe?
Ahn...
O revisor acendeu-lhe o
cigarro pendente morto dos
lábios.
Obrigado. Gomo é que
o senhor deu pelo salto!1
Pelos saltos?..Sim, sim;..
—Os nomes dos personagens estavam grafados
de vários modos, e, ao me
reportar ao original...
Aí estava! Então ele tinha razão. Aquele sujeitinho nunca que descobriria
o salto {os saltos...) se
não fosse por causa dos nomes grafados errado.
Mas nós, os tradutores, nos permitimos tácitamente esses cortes, para
melhor entendimento do
leitor. E, diga-se de passagem, o nosso leitor é pre^rcoso d?mais para apreciar isso que é, para o leitor. americano, quasi uma
necessidade.
O senhor já esteve nos
Estados Unidos?
Ia dizer que sim, mas
lembrou-se logo de que o
gerente o conhecia bem e
confessou:
Não. Mas isso é obvio...
Com aquele "óbvio" acachapara o sujeitinho impertinente. Depois fez se
de preocupado e pôs-se a
virar e desvirar as páginas
do livro. E mentiu:
-— Eu era capaz de jurar
este pedaço
que traduzi
"The
man... death...
aqui.
his móther..." Quem sabe
^V as páginas se perderam por
i\:^^
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^*ü * ^*1 \%\
**Li.«Jxumj»M»-Mii,—'ii
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**&'*!
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*%>&*L:**-0Z*f
1
Ilustração de OSWALDO GOELDI
pressão do livro! Umas S0
ou 60 páginas a menos...
E sem prejuízo para o leitor, está visto, que teria toda a matéria principal do
original intacta. O que tirara eram idéias repisadas '
pelo autor, E até mesmo
enfadonhas.
Outra vez o chefe:
—O senhor está sentiudo alguma coisa?
— Não, doutor, E' que
dormi mal esta noite.
For que mentira? Bem.»
as coisas têm de ser levadas assim mesmo. O chefe
nunca que compreenderia o f
seu problema. Se é que
aquela bobagem pudesse
ser considerada um problema. Verdade que aquele
salto de 12 páginas foi au**
dacioso. Mas o inglês estava tão difícil naquele trecho que ele temera, por
escrúpulo — sim, por escrúpulo! — traduzi-lo errado. Contudo, o revisor
não poderia pegar o saiio,
pois não partia o sentido na
ligação. Só se foi aquele outro
gerente havia dito
"uns (osaltos"). -O da morte
da mãe do próprio autor.
E andava muito certo em
leitor have\ ficaria mais barata a im- cortá-lo, pois o
ria de sofrer muito com o
episódio, tão lancinante estava exposto... Revisor
besta!
i
Entrou. Os olhos por trás
dos óculos dançavam nervosos. A boca cerrada não
alargava as rugas das comissuras, que podiam trair
o seu sentimento de culpa.
A telefonista e a dactilógrafa tinham um sorriso irônico pendurado nos olhos;
O gerente estava telef onando e não pôde sorrir-lhe co»
mo ele esperava. Então todos já sabiam. Fora desmascarado. Proclamara-se
tradutor criterioso, diferente dos medalhões que
pegavam os originais e davam para mocinhas protegidas traduzirem, assinando depois a versão. Apontara mesmo ao gerente um
bem conhecido. E agora ali
estava ele, certo, certíssimo da sua culpa, à mercê
de unia telefonista cretina
p de uma dactilógrafa está«pida. Que sabiam elas de literatura, principalmente de
literatura inglesa?
O gerente tampou, o fone com a mão.
~ Olá! Escuta, o nosso re*
visor disse que encontrou,
sem querer, «ns saltos na
sua tradução. Vá até a saIa de revisão que ele lhe
mostrará. E* por aquela
porta.
E voltou ao telefone.
—- Aquela porta! Era só
abri-la e todos voltariam o
rosto para observá-lo. A
ele, o tradutor criterioso!
O tradutor sem escrúpulos,
é o que diriam. Sem um
pingo de critério. Saltar
daquela maneira!
Vim ver os pulos..,
Não era para menos. O
messujeitinho era aquele
"softiite'*.
mo, de óculos
Naturalmente para * ameni*
zar-lhe a burrice.
Faz favor, sente-se.
Sentar. Então ele não
percebia que naquela conjuntura a única posição
apropriada era a de pé?
Não, obrigado. Estou
muito bem assim.
Tirou um maço de cigarros e ofereceu ao sujeitinho, que se serviu de um.
Guardou o maço. Depois
lembrou-se de que não tirara o dele e voltou a tra«
zer o maço para fora. O
incidente encabulou-o porque os outros sorriram;»;.:;
'
Mas não. A numeração
das laudas da tradução estava certa: 29, 30, 31, 32..,
O silêncio do revisor quase
o irritou. Percebendo o es«
tado de espírito do moço
tradutor, o outro duetilizou
a tensão:
O senhor sabe por que
o porco anda de cabeça
para baixo?
Não sabia.
E' porque tem vergonha da mãe ser porca.
Não riu. Disse apenas:
"E' boazinha" e continuou
a fingir que estava interessado no livro. E remoía-se.
Sujeitinho mais estúpido!
Sente-se.
Obrigado. Não quero.
Estou bem.
As frases saíam-lhe poniuadas.
Um outro revisor acerc o u - s e para abreviar
aquela complicação propositadamente longa.
Este salto corresponde à página 35; este outro
a página 83. Este aqui...
Intrometido!
Cretino!
Então não via que ele estava mesmo prolongando
«quilo para ter tempo de
de assentar as idéias? Que
fosse ajudar o diabo!
— Quer urn cigarro?
O 2o revisor disse que
não. Não fumava. E lá se
foi o maço novamente in>v,
<Cv»d»f *»¦ 15/ pis)
,
'•:',..
.
'
Xft
**
..*'
V
ÒOMÍNÒO, 2Í#-i$*l6
¦i/tr!R^s^E%W':rÉs
régiho 6
P0EMS NOVOS
DE FRANÇA
C RI AN Ç AS
"Poesie 43",. publicação francesa, lança o sen primeiro tomo —
— Poetes prisoniers". Apresentá-o Pierre SEGHÉRS, advertindo
logo que não se traià de um grupo de escritores, senão de novos
poetas,
y#
".
Pára estes fieis cantores da :4'vie reclu.se" a poesia ê a noiva,
a mulher, a esperança-i a verdade, que os consola ou fortalece, escrev-. Seghers.
Neste volume de cento e poucas página*; ai estão reunidos, os
que sófreramna carne, o flagelo nazista, unidos peta identidade
do terna) ¦— o amor, a mulher, a criança, o lar sempre distantèt
o tempo a prece, 0 homem que luta se dilacera.. .o prisioneiio,
.CHARLES Autrand revela-nos um temperamento forte, uma
personalidade escultural. Sua poesia penetra a cada passai naa
bloco, bloco de vida,
simplicidade das linhar, sóbrias^ de um Hpura
e calma" tão natu~
amada
sua
afirma de
como êle mesmo
"um
vida".
cubo de
ral como
Surpreénáe-iios com imagens audaciosas largados, espontaneamente, no ritmo largo e poderoso como sua própria ins-
Conto de NELY DUTRA
CADEIRA era alta demais e as pernas da
A * menina estavam baloueando. Comia abacate, fazendò de quando cm vez, ara_
bescos nc ar com a colher
vasia. . .
O gosto da fruta era me.
lhor do que o da merenda que
levava para o colégio. "Mas
a merenda é tão boa! Marina
todo o dia pede um pouquiLili
nho" estava pensando
quando o primo entrou.
Espigado, com cabelos crêspos e escuros, meio curvado
ao peso dos livros, e o boné
relaxadamente jogado para
traz, êle falou:
ó. Lili!
A menina nem sequer o
o'hou. Continuou brincando
com a colher vasia.
Beto atirou os livros na mesa do meio da sala e puxan»
do uma cadeira sentou_se calado. Abriu um caderno com
a bandeira nacional na capa
e resmungou aborrecido poraue o lápis não tinha ponta.
Procurou uma lâmina numa
latinha velha.
A menina estava olhando:
Tu vai te corta, Beto.
Não tem mais abacate ?
— perguntou p menino, fingindo não ter ouvido o co„
mentário da prima.
Lili encolheu as pernas c
respondeu zangada:
Não tem. Já comi tudo.
Puxa ! Tu vais te err>
panturrar.
Não tens nada com isto.
Tomo purgante depois. Mas
falou tão estavanadamente
que o prato caiu no chão.
—Rápida, pulou da cadeira e
agachada, as pernas gordas
vestidas com meias cinzentas,
meteu o dedo num pouco de
creme que ainda restava num
dos pedaços da vasilha que.,
brada. Lambeu-o satisfeita e
virando-se para o primo dis_
se muito altiva:
Viste ? Comi tudo.
—- Bem feito. Quebuaste o
prato. E a tia Ondina vai te
dar uma sova porque sujaste
o chão. Bem feito.
A menina avançou e bateulhe na mão que segurava o lá.
pis:
Nojento. Se tu não tivesses chegado eu tinha co_
mido todo o meu abacate.
Corriam-lhe lágrimas. E fun¦¦/
gava repetindo: Nojento.
Beto" segurouJhe as mãos
e sacudiu-a com violência.
—. Malcriada. Vais ficar
gorda e feia como a Marina.
Vão fazer troça de ti, na aula.
És bobalhona e feiosa. Va.
mos — gritou zangado. Pede
perdão. Anda -— ordenou.
Lili continuou calada, de
cabeça baixa.
Beto bateu-lhe na mão com
a régua.
Agora na outra. Piá
aprender.
Não choro — disse a
menina. Tu me pagas. Vou
rasgar todos os teus desenhos.
Nunca! Por causa disto
vais apanhar mais. Senta —
empurrou-a para a cadeira —
jura qúè tu não vais pegar
os imeus desenhos.
Lili sabia que o tesouro de
Beto eram os desenhos) Cha.
mavam de ninho (gostavam
muito de mistérios e não queriam que alguém entendesse
as suas combinações e brin.
quedos), o buraco da parede,
no porão, onde o primo escondia os cadernos escolares
aproveitados para desenhar.
Havia retratos dos tios que
moravam na fazenda e do
cavalo baio que puxava a
carroça. E até a carinha
miúda da prima, com olhos
verdes, franja e cabelos lisos. Beto desenhara a prima
e troçara muito: "Teu cabelo
parece piaçava".
Folhas e folhas de riscos
vermelhos, azuis, verdes, ama.
relos.
O tesouro de Beto.
Lili sabia mas a mágua era
mais forte do que o carinho
que sentia pelo primo.
Tu és tão bruto que vais
ficar pequenininho como • o
anão da .história. Cada bolo
vai "te diminuir um pouquinho — e continuou ameaçan.
do. Quando fores bem menorsinho que eu quero vêr
se podes me bater. Nunca
mais quero te vêr, Vou pedir
prá mamãe que te mande prá
fazenda, de novo. E promete:
Quando eu ficar grande me
caso com o Cláudio. Êle é bonito. Corre mais ligeiro que
tu.
Bonito, não —> contra,
riou Beto. E' feio. Parece um
ôvo de Páscoa. Tu vais casar
comigo.
Abaixou-se para beijar a
cabeça da prima.
.-r- Foi só de bobagem que
eu disse que tu és feia. Tava
brabo porque não me guar.
daste abacate. Olha prá mim:
Tu és a minha mulherzinha ?
A menina sorriu:
Quando é que a gente
vai se casar? ,
—• Uc. Quando a gente
crescer. ;
-ü-'Faz as contas, Beto. Eu piração,
tenho sete, tu \ tem nove.
¦
¦ i
¦
são
?
anos
Quantos
O menino contou nos dedos.
,
Nove, dez, onze... Falta 12 anos.
Posso te beijar ? — per.
guntou a prima.
Pode. Só uma vez.
Lili ficou na ponta dos pés
e'" beijou-lhe o nariz.
Tu, crês que no meu sono há pirâmides,
— Tu és tão bonito! Deixa
eu passar a mão no teu ca- pirâmides que se erguem para a noite,
belo?
estáveis cabos de alta tensão,
Não. Agora vamos andar
mais duras que o granito
de balanço. Vem, ordenou.
E o chão ? Está tão sujo !
tu crês que esta solidez me limito
Vou pedir prá Julia limpar
«
antes que a mamãe chegue. e se apoia nos meus ossos *
Ela foi no médico com o papai. Vou ganhar uma irmã- na interseção do meus ossos
zinha. Tu sabias?
Não me importo.,Vamos afogada nos músculos
andar de balanço, anda. Se- tu crês no meu sono e vigílias endurecidos por uma couraço
não fica tarde.
A menina não reparava tu crês que sou forte
na impaciência do primo, e
muito séria, cheia de ciúme,
Quero falar-te do sofrimento
perguntou-lhe:
Tu vai gostar sempre de
mim ? Mesmo que a "irmãzi- quando nossas lâmpadas abafadas se apagam
nha seja mais bonita que eu ? quando teus olhos
glaucos como as águas dos mores do
Só gosto de ti — garan[norte
tiu Beto.
emergem
superfície
da
à
A mamãe só fala nela —
peU
dia.
Todo
o
Lili.
queixou-se
da carne dócil
—- E* sempre assim quando
vem irmão prá gente. Não e nem percebes a pressão da fronte que adormece . «o meu
faz mal. Eu gosto de ti. Va[ombro
mos ligeiro.
Se tu gostas tanto — pro- ou a languidez de tua carne identificada à minha
meteu a menina — eu vou esta hora é tua
brincar de mulherzinha e marido contigo, lá no porão. Tu Teu sangue estua tão dentro do meu que em certos mequeres ?
[mentos duvido^
Quero, sim.
Passou-lhe o braço pelo om- da existência de barreiras »;.;
bro.
' —
Tu tás crescendo ligeiro, limites
Vamos apostar quem obstáculos
Lili.
,
chega antes? Mas as últimas
palavras já foram ditas en- e permaneces calma e pura
quanto corriam para o jar- natural como um,cubo de vida
dim.
';.
.•
Um trecho do famoso artigo
Alfredo Pujol. desanem que "Carne",
de Júlio Ricou a
beiro:
"A Carne" no seu conjunto
—¦ escrevia êle — é um livro
desonesto. Há ali a harmonia
de um raro estilo; há descrições magestosas; há períodos
coruscantes, frases potentíssimas; há palavras de uma sonoridade encantadora; palavras
que falam, que choram, que
cantam» há coloridos vigorosíssimos, esbrazeados, relampéjantes. Mas a banalidade dos
tipos é deplorável; o todo é
chocho, pulha, reles, pomográfico, chato, sem uma direçãp
estética, sem unidade psico]úgica, sem arte, sem verdade,
sem honestidade".
Ík Duas concepções de
romance
,'
i
1
I
i
Numa carta a George Snrd,
Balzac definia admiravelmente a sua concepção de romance
a dela.
e "A
senhora procura pintar o
homem como êle devia ser; eu
procuro-o tal como"ele êv
Creia-me que ternos razão
{ftós dois, Os dois caminhos
conduzem ao mesmo fim. Gosto mais dos seres excepcionais
e eu mesmo sou um deles. Preciso delçs, aliás, para fazer sobressair meus tipos vulgares e
nunca os sacrifico sem necessidade. Mas esses seres vulgares interessam mais a mim
do que à senhora. Eu os amplio e os idealizo, em sentido
inverso: no da sua fealdade, de
sua estupidez. Dou às deformidades proporções assustadoras e grotescas. A senhora
prefere não ver as coisas e os
seres que lhe causam pesadeno bonito e rio
los. Idealizar
"obra
belo &
própria da mulher".
yk Um julgamento de João
Ribeiro
"ImNum pequeno artigo no
parcial", em 1919, sobre Eça
dizia que o romancista português nada construiu, mas demolia alegremente, dando o
mais belo ritmo às ruinas que
Acrescentando
esboroavam".
adiante:
pouco
"Suas obras de edificação são
fastidiosamente medíocres".
x A precursora d® roman»
ei brasileiro ¦ .'•;•
A primeira romancista bra-
¦
.-¦....¦•-..
-
CHARLES AUTRAND
POEMA
Curiosidades literárias
"A
* Alfredo Pujol e
Carne" —
¦
«
sileira, ou antes, a precursora
brasileiro, passa
do romance
por ser Tereza Margarida da
Silva e Orta, nascida em São
1712 e autora do roPaulo em
mance "Aventura de Diofanes"
em que jmita o Fenelon do
"Telemaco".
quando te chamo com a voz de minha alma
e a alma por sua vete se acalma
ignoras o sofrimento
e na limpidez verde de teus olhos
tua doçura ultrapassa a minha sede
Quero falar-te do sofrimento
Quero falar-te do meu sofrimento
lâmina de aço que te contem e mais te condensa
que envolve de sombra tua luz
* Gomo Lawrence escrevia um romance • Quero que tua boca sinta minha respiração cortada
"Estou avançando bastante no
meu romance —- escreve D. H.
Lawrence numa de suas cartas.
— Por pra o mundo verdadeiramente' para mim é o de minha alma a refletir-se no romance em que trabalho. O
mundo exterior pode ser, no
máximo, suportado".
o rítimo cortado de minha vida
„
a cadência cortada do sangue em minhas veias
nas artérias vermelhas como os desejos que me fizeste
[esquecer
quero falar-te de minha sede e de minha fome
desta ternura tão tua /
desta doçura tão tua
i< A modéstia de Mario de
ondas mansas na fronte
Alencar
Numa carta a Hermes Foutes, publicada ha muitos anos
Mario de
numa revista literária,
Alencar dizia: "A minha fortuna literária vem dos meus amigos que, com o seu talento e sua
simpatia em relação aos meus escritos superou o apreço do publico. É por eles que ainda contínuo os meus sonhos de escritor
e prossigo no esforço de que afi*
obra mingua*
nal resulta"•
minha "*¦:-'¦
da»",.-
de tuas mãos calmas à fronte
de tua fronte calma de minhas mãos pesados
de tua pureza à minha febre,
.
Um dia hei de falar-te de meu sofrimento
e o frio do mar me separará de ti«-.
B«rbos«)'
vL{Tradução de Çtáwdf© T«y«re$
^^gm^-f.
'^«£j*rr
'>'*'¦¦-- -&W.
mmmm.m
m*-^*^ttf **»*¦**?"."
'"^k/
ii%TMÚS ÍS4RTES
•*..
Pãgffta 7
VISTA PARCIAL DE
ILHA DAS CABRAS
Capitai» Mártirfha
titos Mares Guia,, da CftrO^esfoo
ísoraçâo Musicai "Santa
Cecilia., de «lha das Cabras, .&"- ,
fado de Minas íGarais ÍEsíradada '
Ferre-Deste de MwasJ,
sentei*ciou, ííüto dos costumeiros
en«atos -gue faziam « som des imsembocár peto iSeos d@
¦ai
Jumentos
«lisa e ir atàrarrtar os ;ouvidOa.do Tabelião Simplicio, is vol*as «om .«ns. •vômitos secos
qua
«ao ,cessavem nunca:
-., — ^®* feanda precisa ter tini-»
forme. ».
fEsalou-se, ¦naturaímehíe-numa
..«tinida rde quem espera
,pelo
própria afeito das #aia*re«.
tolA, o clarinetista, jpana
quem
tudo no inundo .está errado, ataIhíHJ-o, tJncontinentL 'dizendo:
Mas precisa ter uni.orme
com©., senhor? Quem sabe se o
senhor acha que para a gente ter
esse tal de uniforme basta só falar ? Nãoo, hWessa.
E se-recolheu, triunfante, esperando tombem pelo efeito.de suas
palavras. Entanto cada quaL coma
acontece com referência ao Bra»
sil, entendeu de dar 1ã seus "paipirezirihos", à exceção do Janjão Cachoeira que, durante a teríulia, permaneceu quieto c absconso, fiel ao seu bombo, por
sinal que dando ares de -quem
sofre de •laringite, em consequência de um pedaço de çachiné ou
saco de estopa velha que ike
amarraram ao pescoço para sustet
um dos pratos.
Lolô, verificada a sua "renrE
trée" em cena, de novo destramélou o papo, que esse é o
seu fadárioj "TiAbé", do bombardino, conversava em s°gmdn
com Juquinha, o solista, a um
• canto da sala; Mitridates arengava
sugestões;
Apgaua
desenvolvi*
, considerações, enquanto Ataualpa.
| 6 dentista.,' do piston., gesticulava,
-, malcriado, devolvendo uns apô*
-que tolo, o declamador,
;jj dos com
! o indefectível, o inefável, enfim
< O clarinetista, o-brindara, tazen»
'
do-lhe abstração do aditivo Dr.,
£ quando Dos Mares Cuia, Capitão
V de longo curso da Guarda Nadotos, durante uma tarde inteira, lhe
'
£ entre ditos xistosos e tamnàf e-maestro da Corporação Mufora por demais penosa. E por bem alguma brincadeira sem
"Santa
grasicál
Cecília", de novo isto, o
que é bastante, e mais em ça, aguardavam o instante em que
sentenciou:
..
virtude de ura drástico
o deveria ser dado inicio ao ensaio.
- — Bom, toom, toquemos a vai- farmacêutico,.;por detrás da que
Zé Anísio, retardatãrio, já chega
porta,
sa "Danúbio Azul".
lhe ministrara, está agora ressofilando fogo para acender o seu
. . .; ... Tralá, lálálá, .traia....
E ounando estúpida e agiradamente. O
toco de cigarro.
E o Tabelião,
tra vez o som dos instrumentos,
desenlace
é
esperado
a cada passegundo as últimas notícias que
' r até'então
acomodados na batalha
so.
Há também alguns soluços chegaram por intermédio de uma
de Canes.,,se Iro-scuindo peta viela • ; espaçados nò corredor contíguo ao das cantoras,
mal, O último enescura e colonial ds Siá Elisa quarto e
têrro a que assistira e acompanhara
deque se amiudaram,
;
• en-íarpelado ¦
acima, foi dar de encontro .aos pois que o
numa ópa roxa e
padre entrou conduouvidos do Tabelião Simplicio,
zindo o viático e os apetrechos empunhando uma tocha sem vela,
'•'desta'feita;'-porém'/ mais
súáve', exigidos para o ato da Extrema
o deixara aterrorizado.
Chegou
•".»• coisa que em geral não se verifiUnção.
Mas ta-is soluços, verda- ¦mesmo a comentar com o Juiz:
ca, mormente se o ensaio é ini-r-T- Pichórra, Doutor, a
deiras emissões sem lastro com o
gente faz
ciado com o dobrado "Cap. San- que desejavam transmitir aos cir- tanto sacrifício
viver e quanpara
tos Gardoni".
cunstantes qualquer corsa que do chega no fim, em que tudo
€ entre a valsa intitulada "Da- cheirasse a sentimento, 'Em'verda-podiam ser nos faz crer podermos descansar
nübio AzuP e .0 sossego infinito taxados de "bestas".
decentemeinte:, surge uma banda
da noite .por Ilha das Cabras, pa- de, a doença, 1qnga demais, de. dessas..;..
recia que o Tabelião Simplicio, há muito preparara a fam'lia paTodavia estava nos planos do
no fundo de sua cama, a bengala ¦ra .receber, os espensais do TabeCapitão Martinho, por força de
com que esbordôa a porta do lião Simplicio com a morte.
um pedido que lhe fizera nas
quarto chamando por algüem;- ao- ' • Enquanto^ 'porém,' isso se pas- vésperas o Presidente.do Diretório
lado, dava os últimos aprestos.pa-., sava na Rua de Cima, no sobrado futuro P.S.D. local, interrom.ra a -longa viagem em .busca da do-casarã'o do Tabelião Simplicio, per os ensaios até que o Tabelião
Eternidade. Apesar do sossego, já o ensaio, na Rua de Baixo, terRaul resolvesse uma coisa ou outudo indicava que ia chover. O minava
pateticamente com os tra. O suposto ensaio, dessarte.
vento, erguendo os papeü'-pelas'; ¦ derradeiros sons da valsa "Danú- possuía outros objetivos, mais
bio Azul", sem que .0 maestro transcendentes, aliás, e ninguém
esquinas e pelas ruas, amortecia
o calor abafado. Simplicio'estava : Capitão Martinho voltasse às' carmesmo poderia sequer perserutar
nevoenfo. Seus -olhos tinham cagas com aquela história de uni- •os secretos, desfgnios que se aniforme.
Mas verdade seja dita: rihavam em forma de cone nc
taratas.
De fato, nessa .noite a
vila se entristecera como quê, O ¦O Capitão sempre foi irredutível
cérebro do Maestro-Capitão.
tabelião, envolto em crepe,,t.ran>- nos .seus propósitos.
E os seus
mitia a mente do pessoal de Ilha decretos jamais deixaram de traReunidos todos na sala pródas Cabras Xum.» sentimento >-dé. zer o cunho, ©; -selo, a marca da
com alguns buracos e uma
pria,
Essa caracterisbandeira a meio pau.
Alguns, irrevogabilidade.
"com
folhinha do Moinho Inglês Somariscos, de longe em longe,1 tica êle a adquiriu no trato
ciedade Anônima, pendendo da
aclaravam, inum átimo,. ,o,s -seres
'coi- ... os, homens da própria banda. Das parede, bem como, de um prego
15 figuras que a compunham, noJnda transitando^ ás casas, as
no portal, o almanaque das Pílu'tudo.
sas,
Mostravam .mesmo;-do>. vé flhe eram.-filhOSí Apenas Lolô, «Ias do Dr. Ross,
que transmite
o clarinetista, era, no dizer da
outro lado do rio, o -casario branvelhos
hábitos
aos
do Capitão as
"ovelha desgarrada".
co de Dona'5inícã.: Depois 'se fe-:. muitos, a
variações do tempo, o sobredito
Todavia se reiutava no princípio,
chavam e, de -novo, tudo se conCapitão distribuiu a cada músico
com algumas incursões até o meio, •uma
fundia -na escuridão.
lista encimada pela sua lon— Como vai o homem ? iperlogo cedia ,no ;fim, depois de ai;-.;i
larga rubrica e em que se
e
ga
guns circungiros -e vários circun- .pedia um adjutório
gunrava tambem alguém na es»
para a compra
lòquios.
Essa condição de reclacuridão.
^uniforme.
A
cada
do
um deu o
—íMal, responderam -duas ve-*
mador, porém, -não a julgueis que
de trinta dias para a apreprazo
nascia do fato de ser êle ;por
lhas, sempre à cata de >moíivos
sentação das respectivas listas -e
ventura algum .músico excelente.
os
beiços
para destrèncarem
atrafoi logo dizendo:
'longos
Oh! nâo, vinha-lhe da circunbvis os
repomos.
¦— Segundo me informou o
-Não melhorou nada com os tância de ser o único clarinetista
meu genro que, como .os senho'banda.,
da
a qual êle explorava e -res sabem, é alfaiate, cada uniremédios do Dr. Fulg-ncio Marconvenientemente.
uns? — atalhava outro.
formo fica cm trezentos cruzei.
Quer saber de uma <rcr>isa. ;:: : -¦
Ilil
11
ros. -Mais o boné, cinqüenta cru''seu'*
compadre ?
No dia seguinte,, ali por volta zeiros, sonm tudo trezentos e cinAhn...
das 7 horas da noite, Simplicio,
Dentro, pois, de dois
quenta.
—- -Pois -piorou -e muito,, dis",|JI
t»H»
C*J"
»wlllpiw(
< tUO
VKKiliÜ.U
meses, a benda, uniformizada e
M|
se-D >nurn tom -de qrem pretendia
alguns, raros -músicos vão se aíhepertencente ao partido cios Maradescer os últimos -degraus -da es- ¦gando da
porta da casa do Mãesgunços, hoje de cima, estará apta
"tro-Capitão. —rcada,.
satisfazer as exigências do pro^
• Wo casarão de 'Sümp-ílíco- 'havia
Boa noite.
gresso do lugnr.
sossego e ipaz de pés pelo- assoa"Boa noite.
*f
Lolô quis apresentar sugestões,
ího.
A .ginástica.«com ©5 vômiEtc-.
mai> «o Maestro Capitão foi ..pe-
{A BANDA)
DANTAS MOTTA
Ilustração de LUÍS JARDIM
remptório;
— Não adianta, somos a maioria.
Caso o senhor não esteja
de acordo, por favor escafâda-se.
Por causa de clarinetista, não:
mandarei buscar um que quer vir
para cá em.-.. Pouso Alto.
E dispensando os circunstantes,
Justificou tal dispensa, valendo-se
de dois motivos que me pareceram plausíveis: o primeiro atinente à moléstia do Tabelião Simplicio, com o que Lolô, mais outra
vez, não.concordou, alegando, entre outras coisas, que êle. além
de não ir à missa aos domingos,
sendo um impio, um hereje. perseguiu, enquanto pôde, a banda.
"Pois
que vi para os quintos dos
Infernos esse gafanhoto das costas tortas, antes mesmo de vomitar o restante dos bofes quo
lhe sobram".
Acresce que o Maestro-Caoirão.
impassível, passou a cuidar da segunda
parte de sua bem clara
"exposição
de motivos",
entre*
meando-a de algumas considera-'
"nações judiciosas e oportunas.:
da há mais que ensaiarmos".
"A
parte mais difícil, comoreendida pelo "Kirie" e pelo "Credo
in uno Deo", pertence ao conjunfo do Ma:or BenHca, e é do conheclmento de todos. Quanto ao
restante: o dobrado de rua será
o "José Bia'5", da lavra do Mãestro Perroni; para os leilões dois
galopes, uni fox-trof, um tango
e o samba "Requebra Mulata", de
autoria do meu filho Lolô (movimehto geral de atenção), e com"Hoposto expressamente para a
ra da Saudade".
a
A darmos crédito, porém,
temos
maledicência alheia,
que
"ser
de Lolô aquele
convir não
s^mba. Preferimos mesmo, contra elementares e irrecusáveis
princíp'os, abundar na ooinião de
Zequinha Amandio, clarinetista
da banda fronteira, e que diz, sem
tergiversações, ser o dito samba
de autoria de t-m tal Calimério,
"hespanhomorto por ocasião da
Ia", na dispensa da casa do
Lolô.
E comentava o Z?quinha, aliás
"O diploma de
com certa graça:
compositor do Lolô ve'u pregado
nas costas de um atestado de
óbito"..
Ml
Trinta dias vagaram com as Ustas os abnegados nuVcos da
'banda",
Todas as casas, as da
cidade * as do campo, foram va*
rejadas pelos H músicos e fareAliás, oor um
jadas pelo Lolô.
dever de justiça, em nvm sempre
inato, desejo consignar aqui um
reparo: Lolô nesse particular de
pedir nunca deixou de ser jêitoso. Sem querer, e subrepticiamente, alterou os planos do Capítão e, nas estradas livres que
derivam da Serra do Mirantão. do
Xamboti, do Parrecida, etc, frente âs casas dos caboclos e com o
olho matreiro voltado para os pintos, galinhas, porcos e leitões,
engenhou também a realização de
um teilão, tendo em mira o proo
duto das arrematações,
com
que pudesse, sem maiores delongas, suprir as possíveis deficiências das listas.
A noite, de regressò, trazia lá uma oú outra ga*
linha, um frango, uma meia dúzia de ovos.
Uái, Lolô, você está virando comprador de galinha agora ?
Virei sim senhor.' Que é aue
Não povocês têm com isso ?
de não ?
Excusado seria dizer que o leilão se realizou, rendendo, ao todo, com algumas caixinhas de
segredo, um pito de barro, dois
bicos de mamad?ira e uma Parrafa de óleo, esta última pendente
da asa de um vaso, um ron^o e
cinqüenta mil réis.' Mais uma
vez venceu a pertm^cia do Mãestro Cao't50.
Sevro. que fazia o trombone
de nrmeira, iá sonhando com o
un'rorm3, pTisava no d;a em rua
Até
pud-Drse ex:b?-lo à Z;z;nha.
mesmo o Lolô, nesse particular
bastante honrado, n"o ex^luui a
¦h!r>nteçe de tram?r uma conqu;sta
I'ha dfs r-bras todiqualouer.
rib* errm só uniformes.
Fi na mèhhã do 27. de -acosto
de 1942, d!a de-^Mo à Snnta
C^cM^, nadroeVa do lu^r p orote^ora da banda,
procedida de
atii.ns foguetes e roiõ?s, a rjltã
benda romoeu as ^Ivorrdas,
no
seu uniforme azul,
execut?ndc
a mar-ha do f^pr^^eiro. em v,u>stitir^ão ao do^ra^o "lo5é B;?s"
Tal mutação foi ronven^ntem-^nte
explicada denois pelo M^^s^-rd
numa roda em que fi^urnvEm ns
grandes da terra: conse"u5ncia do
boné branco e do uniforme azul
marinho.
- Aqui sirvo-mte do noticiário dado pel'"0 Candieiro": "À no:te,
nos salões do Foro, profusam^o
ilum"nr;dos e gentMm^nte ced:^os
pelo Ds.. Último de. Castro. in'egêrrmo Juiz de 'D:re:tó, da Comarca, verificou-se um nnimndo
baile, com o que a bsnda menifestou, de público, á sua gratidão
à Sociedade de Ilha das Cabras,
pelo apoio dispensado. Em nome
do povo, num improviso de fino
lavor literário, falou, saudando c
Maestro Capitão Martinbo Hos
Mares Cuia, que ostentava, na lauma lira, oresonte da Cosa
pela,
"Pedro
Wein:?riH", do Rio, o ilustrado concidadão oa'r:c:o |. P?n'o
Fernandes, func:onírio aposon^rdo
d'"A Equitativa" e provéto correspondente d'"A Noite".
No:te horrível para Simplicio.
Apesar de no fim da vida, a;nda
"imunda".
pôde taxar a música de
IV
Amanhece.
Alguns
mús:cos,
transviadós, são vistos pelas ruárs.
Fardados, fazem-nos lembrar dos
tempos
Severo
da revolução.
apresenta um ar de festa acabaLolô já' não se mo.stra tão
da.
Teria
encantado como dantes.
só
dia
de
a glória advinda
um
sido
Não sei.
O
de um uniforme?
leitor sagaz, inteligente mesmo,
sabe como deve s:er difícil ao homem ocultar algo que, exibido,
tenha, pelo menos; o mérito de
forrá-lo de possíveis comolexos.
Lolô caminha um tanto pensativo.
Em verdade seu uniforme
não é uma vestimenta diáriaDentro em pouco, estará no fundo da mala com uma ou duas
pedras de naftalina. E êle no seu
terno de brim kaki, sentado numa
Cadeira e com os cotovelos apoiados na mesa de jantar, mal humorado como sempre, matutando,
talvez, na sua futura nomeação
para o cargo de Administrador do
Cemitério tvlunici^al.
As veias do pescoço, engrossadas por força de tanto acompanhar nele o movimento da linOs zigôgua, formam um 88.
mas suicam-ihe a fronte. Todo
éle afinal são rugas. Vai a mala.
Revolve a roupa. Coioca por um
instante o boné na cabeça. Olha
Toma da clarineta
no es~e''-o.
^Conclwe na 15,» pág.)
y<
¦¦¦'N.-
«s^a ¦
**T
íTôtÊiuo
jb^Tíi;iis-ii,
â
DOMINGO, aZ^1^4i6
ii/i.r£ò
LETRAS M
DOMINGO, 22^V94S
ARTES ¦
Pagine 5
UMA GARTA DE COlS
GUIMARÃES JÚNIOR
' '<¦
y.
&-WM
>
.^.RA eu fazer misécida(
Jrias ! Sou um
V-/dao reconhecidamente pacato, da hábitos morigerados, tímido e desconfiado, incapaz de alterar a
voz ou dar um palpite nas
mesmo
rodas literárias,
naquelas dos meus amigos. Ora eu fazer misérias !
^as ò fato é que me excedi no último dia em que
passei em São Paulo. Excedi-me nas exigências, a
l/~?
propósito de certas confissões íntimas dos escritores paulistas e pratiquei
determinados atos que, já
agora, de cabeça fria e livre de influências estra* «C*?j
'^.
o
nhas, fico um tanto sur.-~-,
*
N
íí^ví fà'£a* €5»
preso e encabulado.
/
E' verdade que na mi< >
tentativa
nha
primeira
desses atos fui surpreendido com um zelo enorme. Assim é que na visita'íeita à Biblioteca Municipal, o crítico Sérgio
r
\
Milliet não me deixou livre um só momento, e
quando fui com o mesmo
*****
'$$$$*$¦ tffi
wf»4^*
visitar a seção de doy* H
cumentos, êle ainda #se
conservou todo o tempo
**
-^o
*%aiírt!1S5=^
<$***&
• " «HÍ ' 5fS
&>»
ao meu lado com os olhos
/& È & 0&
desmesuradamente aber •
tos a olhar para as minhas
mãos e meus bolsos, a ver
com certeza se estes auvolume.
de
mentariam
Mesmo assim, num mo'*, 0
"^
tf
',«*:r
mento de descuido, quan"^
y
>
.
»«*a
, *
do uma série de caricaturas tomava um caminho
menos honesto, o crítico
percebeu a tempo e disse:
— Bem, essas aí eu lhe
farei presente.
E foi cancelada a visita
às outras seções. Na saida sua fisionomia, embora cansada, era sem dúvida de alívio. Vou ao encontro de Mario da Silva
ti
Brito e, depois de uma
longa conversa, consigo
algo que felizmente não
*\
me deu remorsos. O re* . •-• -"
morso só viria depois,
- - ¦
—i3j**h
*,**
y
quando saí da casa de OsO rovald de Andrade.
"PARIS"
do
3
meses
de
natura
LüNDRKS, 8 dc" fídcmbro clc
Chão" há
mancista de
mesmo
e
outra
pelo
JOURNAL"
; 1874.
dois dias que me*convidatempo do "XIX Siecle", ambos
¦; Meu curo Loonairau.
ra a ir à sua casa e eu,
de Paris. Já se sabe que
jornais
«'¦ Ikccbi a lua èstimadíssima
com um medo danado de
a assinatura deve ser para Londo
cheia
do
corrente,
(i
citrlá tié
lá aparecer, porque, com;
dres. Indaga e comunica-nte.
cxprcssõps lisongeiras, expresSc t€ fôV possível conseguir
toda a certeza, o escritor
soes dignas dum amigo como lu,
me falaria em Antropofaque alguma casa de Paris me
e as quais muito me penhonun.
de
mande algumas amostras
gia e até aquele momento
Kstou à espera dc remoção
ealpicos
cores
/com
flancla de
eu nada conhecia a res(islo é: conto, já com o ovo
etc,
largura,
os
e
preços,
pretos
no...) Sc cíá vier, que pechin:
peito. Iria fazer um fiasmulher escolher,
minha
para
co dos diabos. Enfim, não
eha! Não imaginas que horror
especial.
favor
fazes.me
- vai por úle Londres! Daqui a
seria por causa do assunas minhas intermiDesculpa
apagai*
a
vai
pouco tempo o eol
to que eu iria perder tão
massadas.
návèis
Janterna, c ficaremos às escuras,
ótima oportunidade. Conmauresposta
da
tua
Depois
eom
a
noü,
Admirei-1.ic muito
sultando o dicionário de
dar-tc-ei o dinheiro para pagacia da p.Yftidn tio Àcâeio para
mestre Aurélio e com um
mento de jornais etc. Diz a
Spa. Não só êle não me resmaistrinha que eu eempre rezo
pouco de mistificação, a
pondeu a uma ear!<>. que lhe es«m padrenosso a Appolio e
situação para mim seria
crevi uliimamenle, como tamuma Ave-Maria a Orplieo, pam
menos embaraçosa, Foi o
bém não achou ocasião
paijá
que os liiunfos aumentem dc
.i
que fiz.
participar_mc a sua viagem!
't'*»vUP V
Com v.igar eu te contarei novídades a esse respeito e oatros.
Peço-te o obséquio de me :?n-
«lagares quanto cusfa uma assi«.
¦
'
-
jte
be de lã marron, e com
um apertado abraço," me
deixou à vontade, refestelado numa poltrona. Passo a olhar as estantes.
Num fundo da sala vejo
os seus célebres quadros,
de Picasso e Chirico. A
conversa foi longa, longa
e cheia de pitoresco: bla' '¦'
Quero saber de outros
fatos e, lançada a pergunta, deixo o escritor prósseguir:
"
Quando regressei da
Europa em 1912, escrevi o
meu primeiro poema que
"O último
se intitulava:
passeio de um tuberculoso, pela cidade, de bons'
/'
Esclarece o romancista:
"Jorge Amado, com o
,
seu conhecido máu gosto,
inventou coisas a meu resexempeito, dizendo, por
"Vida
de
pio, no seu livro
Luis Carlos Prestes", que
eu andava de fraque vermelho na época do modernismo. Pura mentira.
nao poupando até os próprios amigos. De inimigos, então, nem se fala, E'
grande o anedotário a êsse
respeito. Quero saber se
isso é coisa antiga. O escritor sorri e me pergunta porque tanta indiscrição, se pretendo publicar
aquela nossa conversa, Ju-
-¦¦'.'...
do Rio de Janeiro para ir
de barca a Niterói." Não
é preciso dizer que fui expulso da banca, mas os
dois outros examinadores
me aprovaram. Os colegas
ali na saía, composta na
maioria dc alunos baru=
carregaram
lhentos, me
entre vivas e gargalhadas.
':-~W^<--r-y&y-.
._
...
**
¦
«
mi ,„I|ILM
Jl
hora para hora. Adeus. Os nossos' respeitos c saudades a tua
excelente família o tu recebe
urna dúzia de abraços do teu
i Luis Guimarães Jr,.
Quando 0 táxi.me tleixotíem frente à casa de
Osvald, o romancista apareceu-me metido num ro-
/.
VI 1^8 AO EM SÃO
/«*•»'
uL
Oi
O FRACASSO DE UMA EXPEDIÇÃO
kS
Jk
Ilustração de SANTA ROSA
III
gues, anedotas e piadas
antropofágicas. Sim, amigos, misíifiquei um pedaço e deixei no escritor a
certeza dc que eu entendia do assunto. Antes de
subir para o seu gabinete,
onde mexi nos seus livros, documentos, e escondi tanta coisa, não quero
deixar de contar as confissões que arranquei de
'
Osvald.
•
Vou envolvendo - o e
guardando na imaginação
a conversa. Quiz saber de
sua primeira manifestação
literária e Osvald, puxai]do de seu enorme charuto uma fumaçada, me diz:
Foi um plágio, "•':!"*"
-Que?
Sim, um plágio. Eu
" Meu
lhe conto :
primo
de
Sousa
Paulo Inglês
chegara do Rio, e aqui,
em São Paulo, onde eu
morava, isto em 1902, me
histórias
contara várias
que me deslumbraram.
Entre elas havia uma que
me deixou bastante impressionado. Ouvi calado
toda a descrição. Tratava-se de uma moça que
tinha morrido de amor em
São Vicente e aparecia todas as noites. Ora, saí dali
e não perdi tempo. Aproveiiei a idéia do primo e
Hz um conto que a famtlia muito apreciou\W"
de". Esta minha primeira
idéia de fazer poemas foi
devido ao meu fracasso
em querer traduzir Heredia em versos metrificados. O poema do tuberculoso foi recebido com
grande escândalo. Não fiz
mais versos até a Semana
de Arte Moderna em 1922.
Da Europa trazia idéias
novas. Chegado aqui pu"O Pirbliquei na revista
ralho", que fundei e dirigí, o primeiro artigo reclamando uma orientação
nacional para a pintura.
Fui o primeiro a defender Aniia Malíaiti dos
ataques de Monteiro Lobato cm 1917. Também
fui eu quem lancei Mario
de Andrade em artigo pu"Jornal do Coblicado no
mércio" de S. Paulo, inti"O meu
tulado
poeta futurista". Depois disso, sempre combatido er incomo
publiquei
preendido,
meu primeiro livro com
Guilherme de Almeida.
Foram duas peças teatrais
Tinha 26
' em francês.
anos."
Que precocidade, seu
Osvald !
Nada disso.
Nesse momento lembrolhe que se conta em tom
de anedota a sua chegada
ao Rio, naquela época}
com idéias e índumenjaria
, modernista. ..
ro seriamente que não. ,
Não sou repórter, apenas
é uma curiosidade inocente. E aqui estou eu traindo o amigo e revelando
esses pedaços de conversas de uma noite encantadora e divertida. Mas,
passemos a palavra ao escritor:
"Aos 13 anos de idade,
aluno do Ginásio S. Bento, eu era perseguido por
um lente. Por ocasião dos
exames quando dava a
minha prova de corogra"Por¦D üBr* J&ftr^A ^*flP$kSl fi*
Bi
i
||P
fia, caiu-me o ponto
tos de segunda ordem". O
professor que comumente
mandava os alunos decorar a matéria sem se incomodar com cartas ou
mapas, decidiu, diante da
banca, que eu fizesse de
cabeça uma viagem imagináriado Sul ao Norte do
Brasil, sem entrar nos
portos de primeira ordem.
Comecei pelo Rio Granaquilo
fazia
que
pensou
**
de, Santa Catarina e Pafuturismo.
.
âo
parte
raná. Quando quase ia
folga
ao rc- entrando em Santos,^tive
Não dou
respondenmancista que,!
tempo ainda de atingir
minha, São Sebastião, Angra dos
do uma pergunta
"
E'(verdade,
fui Reis e, afinal, disse: "Rio
declara 2
preso 13 vez||t das quais de Janeiro". O professor
oito .como ctüfeista e as fez um escarcéu dos diaoutras por brí|á e contra- bos para demonstrar a mivenção, Tive |te um due- nha ignorância. A raia ti"
Io fracassa dc/j
nha sido danada. Mas fi'p-adrade é.
conOsvald idte:
quei calmo e disjse
"
Senhor
um homem flfce faz bla- vmcèntèniente :
"porto
v'áues a wo^iÉ^-ik.^d^ professor, entrei no
Já que você relembrou
um fato dessa época, vou
contar um outro interessante que se deu. Vila Lobos, tendo chegado a São
Paulo para assistir a instalação do primeiro movimento modernista no Brasil, com um caio arruinado, apareceu no palco do
Teatro Municipal de chinelo e casaca. A vaia foi
tremenda e todo o mundo
Daí por diante fiquei com
•
fama de "pisador".
â
Já é tarde e os documentos ainda não foram conseguidos. O escritor convida-me para subir até o seu gabinete de
trabalho. O seu escritório
é de uma desordem alarmante. Livros de cabeça
pra baixo, pelas estantes,
em cima de cadeiras e
cantos da sala. Na mesa
de trabalho uma quantidade enorme de cadernos
de todos os feitios tamanhos e cores. Osvald anota em pequenos cadernos
— contei 23 — todo o material e observação que colhe na rua para os seus
Sempre está
romances.
com um desses pequeninos cadernos no bolso e,
se ouve numa mesa de
café ou num bonde alguma conversa ou fato interessante, anota-o para
depois transportar para os
livros. Num enorme caderno manuseio os originais desses romances. Bastante riscados e trabalhados. Vejo anotações pelos
cantos das páginas naqueIa sua letra um tanto dee irrequieta.
sordenada
Pergunto qual dos seus livros que mais ",gosta.
— " Nenhum
diz êle.
" Embora minha predileem vá uara este último
"Beque estou fazendo —
co do Escarro".
Olhando
tanta desordem, vou cautelosamente
selecionando a um canto o
material que me interessa. Pego em alguns livros
já esgotados, retiro de um
velho álbum antigas fotografias raras, faço um
monte de originais de livros, artigos e poemas. Na
pasta de cartas, que nao
é lá muito grande, escolho
algumas. A pilha está crêscendo, mas eu tenho a had e escamotear
bilidade
naquela balbúrdia de papéis espalhados. O difícil,
vejo agora, é poder sair
da casa do escritor sem
deixar desce.danças. Por
sorte, fui cci.i o capote
emprestado. Capote que
servia para resguardar outro físico mais corpulento
do que o meu. fèsse capote foi a minha salvação,
i Despeço-me. Saí da casa
do romancista com o meu
peso acrescido de alguns
quilos. Mas saí trartquilamente naquela madrugada
friorenta pelas velhas ruas
paulistanas com a conciência também pesada. O
remorso porém não durou
muito. Na manhã seguinte quando preparava as
malas, aparece-me Osvald
de Andrade no meu quarto de hotel. Fiquei surpreso. O escritor, risonho,
vai logo me dizendo:
¦— " Seu Conde, não é
que a minha mulher deu
a por falta de alguns retratos e originais ?
Não pode ser, seu
Osvald, sou honestíssimo.
Mas Osvald dá uma boa
gargalhada e observa :
" Não tenha susto,
meu caro tudo isso aí é seu,
Está muito mais bem
guardado com você. Eu
tenho a maior satisfação
em lhe presentear. E olhe
que depois lhe vou dar
outras coisas mais.
?,
-i'
•**'
yíim
FOTOGRAFIA DE AUGUSTO MEYER AOS
15 ANOS DE IDADE
DEDICATÓRIA DE MAURICE
BARRES A JOSÉ' VERÍSSIMO
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J. G.
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.-..,-:ií/ :¦..y .^i''A,f,.\.' .*-*
"
MÍiÍ""'"'
JS!s*«-:':"""
E agora termino estas
crônicas com a revelação
de todos os meus pecados
cometidos. Mas estou com
tranqüila.
a consciência
Porque para o futuro tudo
isso constituirá um acervo
poderoso para um melhor
conhecimento dos homens
de letras do meu país. Sou
um cidadão à margem da
<•*«"¦'
literatura, mas luto, abor- Ws.
reco, sofro, sonho, e amo ,,yyyy:¦'-.-¦•
:¦; . ...
„.,.,.
,,, ...
verdadeiramente as coisas
do espírito,
procurando wMwmm
contribuir para que as ge¦
mm ¦ '¦
rações vindouras, através &y:y: ¦,yy----r-^
de documentos, confissões,
exigências,
depoimentos,
tenham um conhecimento
mais seguro do clima em
que viveram os homens "À
José Veríssimo, áms
de letras desse nosso tempo. Tempo tí\o trágica'
mente angustiado e tão ments et sympathie.
tragicamente rico.
\
ií.k
^JÉlliS
vvãá^89GHÍS
L"..V
1
k
de Ia France, remer.çf*
, MAURICE BARRES"
>»—
-***!.! ." ¦ ui_Í?5Í
•jé^aSK'K:'-- 'i-t&Vf,':*%£$* -
¦ ^-'
:$»
*¦
'í':í-J.'/
ffJHíMIlliGOt-l^.WS
LETRAS0ARTEh
.{réglww ***
"Os Servõf da ÍVforte"
tando a sobrinha de pouco»
meses e desaparecendo'. Ando
_-r_r.xj.uBUIÇAO
a
gelo, em seu delírio, ouve
,k ano em curso, para a
com
voz da mãe chamando-o
r-f
Mteraíura nacional, é,
insistênciae saia vagai pelos
¦'
inegavelmente, .uma dás mais
campos como se fosse dirigido
importantes e positivas dos
força supor uma misteriosa
últimos tempos.. E'• incontesha faperior. Acaba sozinho
•',;¦• tãyel que temos, tido, nêòte
zenda, como um espectro, co.
ano que já se aproxima do
mo uma assombração.
seu término, grandes é signiClaudia, grávida, pisada no
c..•;;•: ficativas estréias em diversos
"Os servos da morte" foca. marcou com o irrecorrível esventre, brutalmente, por
o
desgraça.
tígimVdà
família
gêneros literários. Se o ano rigos e as dificuldades que
liza a vida de uma
Quincas, geme no leito sengênero ©ferece,
da
de
passado foi o da poesia, com
dentro
Paulino Duarte,
tindo r1" ^s horríveis. Termipresa entre os limites
a revelação de um João Ca—
cegueira,
marO romance do escritor baia.
na amarrada, possuída pela
_ma fazenda de cacau
grande noite de sua
bral de Melo Neto; de um no, realizado
inteiramente
esposa
a
o
arrasa
desgraça
sente
que
preseaça
fúria.
cada pela
Bueno de Rivera, de um Annum clima de aluciuações e
avalanche raivosa, morta, como uma perseguinunià
ta,
é
este
Emílio, depois de vaticinar
tonio Rangel Bandeira,
de tragédia, ao <?ua1 » luta de todos os seus membros pei°
dentro da
permanente,
ção
vingança que caio da prosa, em suas várias
sentimentos e o entrechoque roteiro sombrio da loucura, casa, no delírio de Ângelo, na à grande
Paulino Duarte,
ria sobre
modalidades. O aparecimento
explodem violen- do delírio, do crime..O autor
na sua im.
dé
e,
paixões
Cláudia
de
Voz
"Sagarana",
de
Volume "Rosa,
morre abandonado em seu
de
reagir,
de
tamente, arrastando os seus tiembora
não
pode
defender,
potência,
procura
catre imundo. O capataz de
contos de Guimarães
a
humanos, marcados por
fantasmas
dòs
fugir
imprecisa,
pos
não
maneira
pode
uma
Anselmo acaba louco furioso.
foi üm acontecimento que
estranha morbidez, na tese de que, os que vivera
silêncios
os
uma
enchem
lhe
que
Osório Barbosa e a esposa,
conseguiu agitar um pouco o
inde acontecimentos
en.
voragem
sonhos
os
e
Deus,
jamais
de
afastados
prolongados
têm o mesmo destino. Todos
marasmo reinante em nosso
sofrisacodem e machucam a euulrarão tranqüilidade e featros
um
de
que
tranqüilos
terminam mal, todos são per.
mundo dás letras, dando orisensibilidade, — traz licidade. Quase todas as peràs vezes,
nossa
atinge,
da
mento
que
seguidos pelo fantasma
gema uma onda de entusiase acaba
si uma certa soma de in- sonagens do romance deste
em
demência;
da
raias
as
morte.
^
de
da
loucura e
mo em torno desse. livro
"Os ser.
fluências benéficas de escrito. estreante de talento, camimorrendo tragicamente. RoE' esse o clima de
estréia. Houve, como sem pie
como Julien
deca.
estrangeiros
mais
aluei,
res
drigo, cada vez
nham, nesse clima de
vos da morte", denso, pesaacontece no Brasil, um certo
Woolf e Wasbebida
Virgínia
na
cheio
Green,
tragédias,
dente,
de
procurando
e
nações
do, fantasmal. As suas perexagero nos louvores aos melhe dá essa rara
violensuas
serman.
às
apreenque
de
trégua
e
uma
sonagens caminham sempre
ritos do livro do novo contise objetiva- de avantesmas
ab=
fixação
de
a
farrapo
força
ura
é
vicio,
ao
crises,
tas
soes, em direção
em direção à desagregação e
ta patrício, — exagero natucambados tumultos que se prode
dentro
ção
jeto que perambula
anulação, a morte,
â ruina." Positivamente, o aural em uma raça apaixonada
das
ma.
subterrâneo
no
os
termina
cessam
casa;
leante pela
um fatalismo terrível que
tor abusou, até certo ponto,
e trooical como a nossa —
consciências.
fé,
das cenas trágicas, sacnfican.
po=
mas, ninguém, de boa
tedo, às vezes, a própria veros,
de negar que essa estréia
similhança da história. Parenha grande significação litece-nos que esse abuso foi prorária, represente mesmo uma
com
do ano
das mais importantes
positadb, pretendendo
"Sagarana"
revêisso o romancista baiano de.
em trânsito.
fender a sua tese de que os
lou_nos um contista de grande
viver
podem
homens não
força escores? ion ai, de estilo
de
ausência
na
castitranqüilos
incisivo, de linguagem
dedas
alto
poucas
D3us. E' uma
ça — Dossuidor de um
apontamos no
marficiências
que
caracterização,
de
poder
*
jjvro __ embora esse mesmo
cando as figuras que desfilam
defeito seja comum em granem seu livro de forma sudes autores das letras uniyerIde! tendes estradas,
onde
gestiva e definitiva.
vou
Só
por
aí!
Não \ não vou por
s?is __ pois achamos que a
Tendes jardins, tendes canteiros,
Todavia, uma outra estréia
passos...
¦>
meus
tese
próprios
Me levam
demonstração' de uma
Tendes pátrias, tendes tetos,
ninvao)
verificada recentemente, a de
(em
eu
pergunto
Se as coisas que
..„
não justifica o sacrifício da
responde, Eu tenho a minha loucura
Adonias Fi*ho. com o roman.
[guém
noite
na
arder
a
facho
verossimilhança*nas obras de
"Vem por aqui?"
Levanto-a como um
ce «Os ^êrvos da morte" (Lidizeis
vós;
me
Por
{escura,
que
ficção. Entretanto, com que
vraria José Olímpio Editora),
láescorregar nos becos - lamacentos
nos
Prefiro
cântico
força, com que intensidade
•
E sinto espuma e sangue e
talvez tenha rraior imoovtânnos ventos,
Redemoinhar
Adonias Filho criou esse amsangrentos,
cia do que a do contista mios
arrastar
pes
farrapos
Com
biente quase que sobrenatu.
neiro, embora as trombetas
ninaí.;.;.
n.i>i
y..h
mais
ir
A
me
por
guiam,
é
ral que domina todo o volu.
que
Deus e o Diabo
da pUbÍic'd"de não hajam
[guem.
me! Raros escritores brasiaparecimento
seu
saudado
mãe:
tiveram
foi
..;
todos
mundo
\
leiros terão tanto poder de
Se eu vim ao
Todos tiveram pai,
com tanta insistência quanto
acabo,
nem
virgens
florestas
fixação dos processos tumulSó para desflorar
Mas eu, que nunca principio
a que se sucedeu ao lança,
inexDiabo.
areia
o
na
e
Deus
tuários que se desonvolvem
E desenhar meus próprios pés
Nasci do amor que ha entre
mento de *S-\r*arana". Isso,
{piorada
na profundidade do sêr. Poua
entretanto, sem empanar
nada
cos arrostarão,.com igual êxi.
O mais que eu faço não vale
significação do aparecimento
intenções.
. to, os perigos que êeses mer.
Ah! que ninguém me dê piedosas
do. contista das; Alterosas em
. m .
Ninguém me peça definições.
gulhos no interior das consnossos meios literários. Tal"Vem
Como pois sereis vós .v;
ciências costumam oferecer.
por aqui!
Ninguém me diga:
machados, ferramentas, coravez mais importante por se
Que me dareis
soltou,
se
vai
venda
que
-escritor
um
s;
tgem
Inegavelmente, estamos dianbastanA minha vida é
tratar; de um
alevantou.
se
te de um robusto temperaE'
te jovem nue se realiza, como
*_' uma onda quemais
meus obstáculos ?
derrubar
eu
Para
se
animou...
mento de romancista.
que
um átomo a
romancista, de uma maneira
nas vossas veias sangue velho dos avós,
Corre
Embora com mais deficien.
Não importa. Virei, se possível, beijá-la,
penetrando
"Sagarana", mas
» •impressionante^
fácil...
é
o
amais
vós
qüe
E
cias do que
vou.
cononde
mundo
sei
no
Não
para
segurança
^
com
Eu amo o Longe e a Miragem,
também com máicrès qualida.
— Sei que não vou por ai l
traditório e paradoxal, som.
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
des/ "Os servos da morte",
brio e quase queinescrütável
em nossa opinião, representa,
da alma humana, — trabaagora, a mais importante
até
lhando. portanto,- material de
estréiadó anov > :í
mais difícil manejo e transos pepondo com felicidade
ALMEIDA FISCHER
RO
NEG
CÂNTICO
(FRAGMENTO)
JOSÉ'
ÒQUÍSt EDITA HA MANCA
Myriam Harry, muito conliecida como romancista publica
"En
agora, um estudo critico
Margc de Jules Lemaítrc".
*
.. ..
i
*..*••
I^afont; ~Aimé ""ovo'*
ftltum
•"•.,'
certamento
di' '-os
.--
«m
Bubstancicso estudo fsôbre Pau!
Va.c^, lüiü u.i.. caria prefacio
do próprio Valery.
André de Richard, um escrltor estranho, ainda jovem, cora
certa semelhança com o nosso
lança mu novo
Lúcio Cardoso,
"Le
Mauvais" — o
romance
lnadolescência
uma
de
drama
feliz que nao pode escapar ao
seu destino. '•».;, "*; --•
. * *
No terreno da pesquisa lite1 raria, Auguste Oupoy, também
literatura comparada
mestre de "Elvire,
inspiratrice
apresenta
de Laroartinc", curioso tra-
• Vtajhn enhrw £«*« í»l»?her qUC ^3
galeria da» hc-roása* ronianl!ao lado de
cas poderia formar "Dama
das
Maria Duplessis, a
Camelias".
«
'.-.¦ Logo rieno's da morte do cri*!co, Benjamin. Cremieu,. reenditou se em if.rfris <» seu lom "Le
ce tão pouco conhpculo
Piemier de la Classe".
,,
¦y\
G
I
O
CARTA BE H0ELDERL1N ASCBILIER
W
1t
_—..*___*
A.lllltn
Nueríingcn cm Stuílgart, h dc
setembro de Í795
POESIA PURA
Importante estudo biográfico
e critico sobre Mcrimé é este do
Marquês a A de Ltippé, intitulado "Mcriiné*'. em que nos revela a vitU nonco eonltecida,
i publica e privada do autor úa
"Carinen** — fjraade escritor e
homem de bem.
* •
E
lo. Creio também que, para reatambém dos pobres e azedos frulizar um sistema '¦' do pensamento,
tos que produzo.
a
é absolutamente necessária
e*
Aborrecido comigo mesmo
mesma
Da
imortalidade.
da
Idéia
cerca,
me
o
que
com que tudo
• •
forma, para um sistema de ação.
numa commergulhando
Oonacabei
sr.
respeitável
de
o
é
Um livro de sensação
por este meio ppder provar
"Us Hommes
selheiro, que sô agora, e
: Creio
pleta abstração;.. procuro desenAndré Simonc
até
PERDOE,
de um
que pbnib ò!s céticos têm rade maneira tâp pouco briyólver em mim a idéia filosofia.
qui oht trálii ia Francc".
e até que ponto não,
zão,
dá
progresso infinito
lhante, eu lhe remeta a colabomuitas vezes como
Sinto-me
ir;eó
procuro demonstrar que
ração que o sr. tão generosamenüm romancista da linhagem
um .exilado; quando. me lembro
messivel processo a ser feito em
te me autorizou a lhe mandar.
espiritual de Charles Morgan:
na
das horas que passamos juntos.
cada' sistema, e que consiste
A doença e o tédio me impeMarius Gront, com seu romannem
sr., com sua generosidade,
num
O
união do sujeito e do objeto
'ôn.
diram de fazer o que eu própriace: "Un homme perdu".
despoe
se irr":,va com o
Absoluto, (EU, ou como p qUelmente desejava.
vemuitas
em
lido
espelho
esque
Absoluto
num
ram chamar),
Talvez o sr. me permitirá do
:
bôa'vontade,
de
minha
Digno de discussão e comenzes, apesar
tético, intuitivo e ao m^smo temenviar-lhe isto de outra vez.
de
pontos
tarlos pelos novos "Kietzche",
ei a impossível reconhecer a figuré
—
só
teórico,
possivelpor
meao
po
Pertenço realmente^
sugere é 'o.
vista que
do Mestre que eu queria reflera
infinl—, ao sr.
meio de uma aproximação
-1;,
¦•''
nullíus
res.
como
nos
especialista
H
11
dc
tir. Oreio que só çs homens rata como a quadrãtura do efreuDe forma, que © sr. pode dispor
em estudos sociais.
ros têm este privilegio de saber
dar sem receber, e' de poder inflamar até no gelo. Quanto a
mim, —- ai de mim! -- sinto a
; toda hora, que não sou um homem raro. Sinto-me duro e frio
l e mergulhado num horrível lnverno. Tão de ferro é o meu céu,
São de psdra sou eu!
E se deixe morrer ao seu deslumbramento,
Em outubro, - provavelmente,
Toam desejarão a esplendida aventura
¦=
do
sonho
alimento
e
nascerá
vou
sabe
procurar um emprego
para
Quem
De, uni dia, embora já sem forças, recolhê-la,
Frankf'irt.
em
preceptor
compreemivol
De um mundo mais perfeito e
Como um dom, um milagre diferente,
Talvez seria um bom jeito de
lhe pedir desculpas por este par»
íavrório que lhe estou escrevencinza*
apenas,
¦.'
seja,
importa
eu
Não
•
que
ânsias
do,
dizer-lhe que, de certo modo,
decerto,
em
Quem não indagará,
tomei por um dever, fazer-lhe
— Onde a terei? em qne caminhos? cm que Não importa. Virei, se posivél, beijá-la,
!J.
[cstrèM Como
uma prestação de contas de ml*
quem beija, a própria mãe, no rosfé,
nha vida. Mas mesmo dando esPeáináoJhe perdão de machucá-la.
ta
desculpa, eu não seria compledistancia^
««
divina
£í«. que horizonte Q*vlt
Não imforia* Ouvirei, talvez a sua falat
sincero. Porque a vertamente
Ondef e procurará, sofregamenteK
dade é que meu único orgulho •
uma benção, como um Unitivo,
Como
Com uma stde lerrivel, sua fonte
meu único consolo é este úe poRecordando a ilusão do meu sol posto
)
der dirigir-me ao sr., e contar»
De infinita, de mágica frescura,.
t_f de, sô mm vez, ter passado, ao de teve*
lhe alguma coisa de mim. SemNum acaso feíis, as mãos pelo seu rosto.
pre,
_
•_
J&SÍstíxA.MÜggUUi--t An»c»"« iiifvmP
•.ni: _amtrauvr
Em que pais rmioio ou primitivot
Hoelderlin".
de Barrw)
de
Natftnftel
(Trad,
l
Não faz mal que éguém fique a
__
Van Tieghcm, especialista em
¦•¦
vem diliteratura c;>nípârada,
• de novo sohre o
zer-nos alg»
. p,,v^ -¦<*- "T w v-i!-sw. no Hvro
"Mtuwet. Thomme. et. Poeu¦¦-'¦''¦
••'vre L '<¦'-¦¦ ¦ • ' •¦'¦'
R
j>
'
/
¦fj htlt
>l
«fl 'J ¦» S T% H Jlv,»í
'í.í -¦•.'
ÜOMlNGO, 22-9-1*46
dos vários ar"A Orítigos sobre
"A
DEPOIS
gem do Jazz" e
Música Negra", creio que
poderemos nos transportar
para a América do Norte,
nos primeiros tempos da
escravatura.
Sendo ponto sobre o qual
ninguém mais discute, o do
grau de civilização dos grupos africanos importados,
e também o da caudalosa
torrente de música negra
que veio fecundar e fertilizar *a substancia musical
trazida pelos europeus, já
, temos o direito de nos referir a uma produção musical afro-americana.
Manifestou se ela, a principio, com fortes caracteristicas herdadas. Música
e
coral, principalmente,
cantos memoriados.
Não se encontrou nessa
. época nenhum vestígio de
música popular, nesse conceito de arte feita para o
povo; e, sim mais própriamente, a música feita pelo
povo, num sentido mesmo
folclórico. A música afrotempo
desse
americana
era, pois, memoriada, sem
autor identificável (criada
anonimamente, quero dizer), traüsiftitidà de geração em geração por via
oral, e encerrando encantadores interesses eulturais e raciais.
Neste primeiro grupo
que muito influenciou o
"jazz",
os
incluiríamos
"negro- espirituais"
os
"worksongs"
"shouts",
i
as
"laboros
songs",
ou
~ Na literatura é preciso terae verdadeira coragem para dizer que o soneto d'Arvers nâo é
uma obra prima.
LÉTTiAS
È
penso por falta de um horário apropriado para sua
irradiação, e que não tenha
GHARmuito anúncio.
LES DELAUNAY dá a
de
composição
seguinte
"Jelly Roll Morton Red
"Black
Hot Peppers" para
"The
Bottatn Stomp",
Chant" gravados em setembro de 1926; GEORGE MITGHELL (cornet), KID ORY (tromboSIMEON
OMER
ne),
LLY
J
E
do de que a redução paia
(clarineta),
30 minutos do programa ROLL MORTON (pia"Amigos da América" obe- no), JOHN
ST. GYR
LINDdeceu à orientação do de(banjo), JOHN
partamento comercial da- SAY (baixo) e ANDREW
quela emissora. A direção HILAIRE (bateria). Para
da "Rádio América" admi- o disco de ARMSTRONG
"Parlophone" R-571 —
te a possibilidade de um em
"Mahogany Hall Stomp" o
retorno aos 60 minutos de
irradiação. Esta seção só é pessoal é: LOUIS ARMS"Letras e ArTRONG (piston), J. G.
publicada em
HIGGINBOTHAM
tes" dos domingos.
CHARLIE
SALVIANO G. PAIVA
(trombone),
— HOLMES (alto sax.), AL— (Rio de Janeiro)
Magnífica a sugestão para BERT NIGHOLS (clarineta e alto sax.), THEO
fornecermos uma lista dós
"clássicos"
HILL (tenor sax.), LUÍS
do
discos
"jazz".
RUSSELL (piano), EDde
Tratando-se
tarefa demorada e que pe- DIE GONDON (banjo),
Ia sua finalidade exige'uma LONNIE JOHNSON
GEORGBj
das
seleção
cuidadosa
(violão),
"POP"
FOSTER (baixo),
expressivas,
mais
obras
BARBARIN
iremos publicando, ao pé e, PAUL
dos artigos, uma lista das
(bateria). Ano de gravailustrem ção: 1928..
que
gravações
melhor o assunto de cada
NOTA —: Para os leitores quo
um. A principio elas serão
se Interessam por cinema temattela:
nho umft exoslente
poucas e difíceis de obter,
me
perLACERDA
(JORGE "furo"...) que
mas, para depois de 1920,
o cineasta
doe o
vai ficar
BIAPORA
RUBEM "Seção
vá juntando uns dinheiride Cinema" descom a
nhos...
Parabéns prós
te suplemento.
WALDEMAR M. F. FIdois.
B. O.
LHO-(S Paulo)--"No'
Endereço: Rua Phineus, 87 —
S. PAULO. 4
Mundo do Jazz" está sus-
Música Afro-Americana
BATISTA DA COSTA
"blucs", e também algumas
baladas-narratívas cujo assunto. litero-melodico se
"folklore",
prende ao
Na verdade não se sabe
muito bem quais dessas
formas cristalizaram cm
primeiro lugar, supondo-se,
por isso, que tenha havido
um certo grau de simultaneidade na a floração dos
diversos tipos de música
afro-americana, exposto cada um a influências locais,
o que lhe reforçou ou enconseqüentefraqueceu,
mente, características formais específicas.
Logo após a guerra civil,
quando os brancos (principalmente os do norte dos
EE. UU.) dirigiram suas
simpatias meio-contemporizadoras para as manifestações artísticas do negro,
lograram, à semelhança de
um catalitico, obter geraí
"negro-spiriaceitação dos
tuals". Puderam assim essas canções religiosas adquirir uma certa precedência no conhecimento do
mundo musical sôbr© os
demais cantos negros, so-
bretudo porque atingiram
desde logo a divulgação
por meio da música recoíhida e levada à pauta por
brancos, além do que, a sua
maioria se apoiava numa
simbologia de iniíudivel
bíblico.
parentesco
"spirituals"
falareDos
mos com mais calma no segundo domingo de outubro,
se Deus quiser!
CORRESPONÊNCIA
1
(São
RITA MOTA
—Com o cinema
Paulo)
"que
todos gosacontece
tam dele e o discutem pelas
razões as mais diversas do
mundo; rarissimos, porém,
os que abordam argumentos legitimamente cinematográíicos. Lamento que
"Mau Pretenha perdido
ságio" que o Rio está vendo agora. E* preciso conhecer JOSH WHITE. Um
atraso do correio aéreo
originou a publicação rctardada daquelas notas sôbre a fita.
EDITH G. VIEIRA
— Fui informa(S. Paulo)
0 HUMOR DE JULES RENARD
••¦*..*
. —- O cúmulo do patriotismo:
fugir de um céu azul da Prússia.
« *
Quando não se tem de
quem falar, fala-se de todo numdo.
•— Um homem simples, um homem com capacidade para eserever sua firma legivel.
. — "Les Sovers Vatard", de
lluymanns é um Zola de metal, um materialisme de aWmink>.
vevdadeiro e mais interessante do
que a alma do vinho ou a alma
da garrafa, pois não há razão
para emprestar-se alma a um
objeto...
« » *
"Journal", de Jules: ReApresentamos aqui alguns trechos selecionados do admirável
desse
nard, por onde se poderá apreciar o humk, a fantasia e a finara de observação
descendente de La Bruuère,
— Baudelaire: "A alma dfr vicidos para me dispensarem de
— Os editores são tão gentis,
nho canitava nas garrafas"...
ler Homero e Ccrvantes.
quando não editamos nossos Jlfalsa poesia que se preoEsta
es—
e
Existem narradores
vros com eles.
cupa
em substituir o que existe
* * •
se
vê.
o
Narra-se
critores.
que
Não se escreve o que se vê: cs- pelo que não existe. Para um ar—- Aquiles e Don Quixote são,
tista, o vinho na garrafa é mais
creve-se o que se é.
ao lado de Deus, bastante conhe-
-- Quando me diaem que pos-«
suo talento, não é necessário quo
mo repitam: compreendo-o perfeitamente.
"CAMINHO
•— Flaubert era tão bondoso
que levava a sério todos os principiantes.
NOTA SOBRE
DE MUSICA"
» * *
O horror dos burgueses »
burguesia.
V*
PéffVM 11
ÁU TES
ASCENDINO
LEITE
¦>
•»
Lamartine sonha cinco minutos e escreve uma hora. A
arte é o contrário disso.
• « *
* *
As injurias de Leon Bloy
são os de um pobre diabo. Não
inquietam. Chamar alguém do
Idiota ou porco é exibir o .seu próprio mau humor; não é pintar
nem distinguir um homem do outro. Não basta chamar a Barrés de "camelo".
Em Caminho de Música, losua vocação de critico e, por
dificuldade inicial se
davia
interà
chegar
quase sempre é o critico
me parece intransponível meio dele,depôde
o critico musical em
fala,
verdades
algumas
que
pretação
UMA
* *
ao tomar o livro do sr.
era todo primeiro plano — um crítico
de nucleares, comportadas artística.
Caminho
Muricy,
Andrade
um
reproduzindo
—» ÍSua eloqüência está para a
• _ George Sand, a vaca leitei para quem,
o processo da criação
Música, para objeto desta noseus conceitos, a perfeição
dos
modercrítica
da
resultado
O
verdadeira
eloqüência assim coia da literatura.
ta: a dificuldade de quem não
é essa coisa fria, admiranecessidanão
a
não
na
proscreveu
mo
Mirbeau
para Mirabeau.
conhece a teoria musical, dc
encaminhar vel e inútil mas aquilo que imda
música
de
de Brito Broca)
para
(Trad.
quem não é siquer um musico- o critico ao cerne desses proble- porta no controle da inteligêuBalzac podia ser sido o únimano. E todas as div?gações
eo que possuia o direito de esmas. Ao contrário, esta neces- cia, isto é, em se achar o espidirteuldaa
essa
seguem
se
que
da poesia, rito tão interessado nos proble'
erever mal.
encon- fiidadc, tal como a inscrita
fundamento
um
só
de
oferecem
lhe
quanse
POLEMISTA
UM
no
mas
que
firmemente
* *
está
tvam, já não digo diante dos programa dc todo o critico que to o aparelho sensorial. Mas
enAcácio França, colaborador do
o crítico é um botânico. Eu leitores mas no meu próprio
mer- quando ao crítico musical suliterá-» tenha realmente em novista
sentimento
o
o
é
ou
suplemento
literário
o
tender:
panamericauo de A
analista
cede
conheciespírito
seu
»ou um jardineiro.
gülhár
das
o
na
famoso,
páginas
transparece
MANHÃ,
tornou-se
com
rio que
proartista preocupado
mento exato da verdade e de
os
arte,
suas
Bahia,
da
do sr. Andrade Muricy capaz,
finalidade
pelas
polemicai, na
cesso e a
suas ramificações mais mislcTudo é belo. E' preciso fa- por si só, de cnlciar qualquer riosas
teos
e
imprensa,
pelas
de
expressão
principalmente
elementos
e fecundas. Esse o critéfav de um porco, como de uma, espírito sensível à expressão rio em que se fundam as pági- mas vocacionais, o estilo e a ofensivas contra o atual deputadas idéias.
que do Altamirando Requião, tamflor.
nas deste excelente livro dc cs- técnica, — o conhecimento concm
bém jornalista e escritor. Quantf * *
Acontece que o livro do sr»
formulado
tetica — (estética, pura e sim- nos revela,
caMuricy é, no seu condo Requião atacou o pintor
Andrade
reflexões
e
próprias,
ceitos
como af fica, intenUm homem escreveu uma
enuma obra de arte, de cri- plesmcntc,
Presciliano Silva, Acácio Franpessoais,
junto,
ohsractcristicamcnte
earta de amor a uma mulher que tica de arte, cheio de penetran- cionalmente escrito)—não das
nos
ça defendeu eom brilho este- úicontra poucos paralelos
particular
não lhe responde. Procura a cau- tes idéias e de reflexões da tante o objeto
tarde,
Defendeu, mais
timo.
estética
de
modernos tratados
sa do silêncio e encontra-a: es- mais alta importância sobre a pesquisas do sr. Andrade Mu- já escritos no Brasil.
também das crítjRibeiro
João
ricy.
cas de Requião e reuniu os arti-queceu de pôr o selo.
criação estética superior, no
;
ao leitor atingir a
caráter
custa
o
* *
Não
é
claro,
manifestações
Ressalvado,
suas
dc
gos dessas duas campanhas num
plano
do problema da
ca- livro.
alguns
de
complexidade
do
improvisação
de
ordem
nà
pensae
O filho de Verlaine parece- plásticas
criação artística e, afinal, escla- pitulos desse Caminho de Músimento que a anima.
ise com Rimband. <
"entoua seu respeito, se se ca, tenho a convicção dc que
rcccv-sc
de
Homem arredado
**'*
voltarei a ler, muitas vezes, por
# métodos
rages" c círculos literários e deixar conduzir pelos
ELSA E OS IMBECIS
dês- necessidade de estudo, de orienanálise
c
dc
dc
Para que a obra prima che- votado à meditação, o autor de
perquirição
critico cheio de saúde espi- ração certa sobre determinados
gue a ti, pelo menos faze-lhe A Nova Literatura Bmsileira se
Elsa Triolct, a esposa de Louis
de compreensão humana
ritual,
dedise
assuntos dc comum predileção, Aragón,
vem, há muito tempo,
um sinal.
hoje lão famosa quanto
e de sensibilidade. Por todos
e ainda, por prazer intelectual, o marido, exprimia todo o seu
"t *
eando ao estudo dos problemas
da arte, pref cientemente da esses onsaios surpreende-sc uma os notáveis ensaios que o sr. horror pela palestra dos imhe«*
Minha literatura: cartas a música,
experiência considerável no esque tem em-iquecído
Andrade Muricy acaba de nos CÍS«
mini mesmo que deixo os outros com o resultado de suas pesqiii- tudo e no sentimento da arte,
"ConversarítttsJA
tfrisaios
volume,
em
—
com um tolo
oferecer
"
seriedade
lerem.¦•¦•
'
experiência feita de
são
—¦
sas. Acentue-sc a significação
o mesmo quo
é
última
—
em
palavra,
ela
-.
¦
dizia
qúe,
£¦¦#¦'«
•¦•' do titulo deste novo trabalho
interior e da qual participam
. -.. »afirmadecisiva
e.
franca*
um
uma
perneta"..
com
"' «eu;
passear
música o todos os dons de Jrjação do au- (
caminho
dá
-">
Todos os animais falam, ex-.
pelo
'
ção dc. consciência estética»;
b£-9 mH.irfutv> iviurícs rsaJíS?!,» -4OT.fr --~=í=——~^^Z
TÈtõ q papagaio ç^Tlat^i :
*•¦*'*.
Dois jovens muito "pauloVirginizados".
1 -
\
Y
\
í
:^v'
"***?¦-
iJfógiltS *2
SOLANGE
Lmmcã
DOMINGO, 22-$-1946
LETRAS £ A&TES
APO ESIA DE MARCOS
KONDER REIS
de Xavier rkcer
mREU CORRÊA
POBRE ESQUEMA
'"Fina,
f*. SiAMAyA-^EStílattge.
'Gem
<?s
pequena *râgue*«a.
Tífso da Silvei™
|[*•»*• -cawios
¦
vntio.
sm
i
apartados
—
o
é
apenas
na ocasião
«uvas do
mm «duas trancas megras.,
sua ânsia de totalizaca© ocorre
«lembrava -uma
.poesia,
aca- Na
REIS
-mundo
mm
por mais paradoxal
do
iWCOS^KONDER
«palavras,
ao
«c
elevam
cias se
gestos
"íDavid*!,
|»oeisso
'"arcai
mme
pareça. Porque o -deliiha Sè íptfblicar
mão racionalizado*!, mias
©ifariinha. .Doze a-nos a-cceninfci- »..ygX
-ver•¦
ide
uma
*
movimentos fundamentais
4
"quer
>ta»
<de
hâ
«que
^cotitliano,
«m
livro
mtzer
pessoa,
segimdo
seu
tos. ® que
«vezes ibaisam a©
às
extreser humano são ©s seguiuimiti to dekara ipara traz ms rme- sos. .Ninguém, *m »n»»s» 15sta- issituamrrse aio terra-a-terra Jla vi•- cadeza e de mma polidez
O
me
tes:
«nesmo
a
-as
as
pruíeincapaz,
^bonecas,
-do, icnríhecc M «nas aaoesios,
«dos âe tescun»
episódios <da ittfftn- «nas,
¦—-> primeiro, o de procurar o
-um mcqueno grupo dc <da. esmcam
força
«Dom
m
«infantis..
«er
Teter mwmentos Tir mm simples termo de «iria
não
pirraças
cia,
jprocuram
ueredito <tjue
o durante mma palestra, ©ai por- alimento; segundo, o de procurar
dos «ares «in-gens, aéeltescift- Ti- » «iiTigos. -E mS»
tttrB»vití'!, mem » jDfômcros que apenas— roçaram
^[uc mos choeam a violência íle « amor; terceiro, o de procurar
como
*m
«hu «momentos -de .htexplipâvel íêsse «stramiiB
coração do poeta
:"^oc£it«>8e'M,
"liírco
<tt1cfjria
os
taera
anex•tristeza e dc »nft»Hn
"'Grite de Alegria"" *
e mortas imagens s, «rincipaimen- o abrigo; <juarto4 o de expandir
próxhno
«os
de expressões rç- jo tumulto intimo; quinta, o do
mesnesse
s»tsesstmoutros que segáhíem
íííl!cav.ol;; tconiheeia |á
Adeus" — para novamente se te, o emprego
Pimentos, ,os «tíhccsKrtltos, as do- . ano roteiro rpoíStm», <c»ttsegairâo aelacionarem -com o suprareal, Ijarbailvas, tanto menos -dejusti- meditar o mistério.
poelorosas perguntas -Bem n-esposta.
ítarná-lo auaas «oaheeido e MÚ* atrawés de ümagèns de mma «vida ¦ f icáveis quando se trata
Com a or4cm em que os enuu.£
-conterrâneos,
a
destaca
se
mais
«ra
sia,
«o
-que
que
&dus
dos
sque
«sonhos
vivem
irado
an
ainda
estabelecer
!à móftc sonhava
«assada
não pretendo
ciei,
•rudeza do contraste.
de uns sobre outros.
guardava icm •t-egreite, sque «escoo- -ou, mesrao^ éé ^ramáe môWico ¦poeta, apenas tranformadas meprecedência
••Do
Sei que são -comuns os casos
dia mom spndor. .Estava pois na- tom geraL Atuitos «abei»» que
Ja sua sensibilidade, transfiguprimeiro desses movimen-pu«poeta
-que
nu
comporta
.de
iaterior,
•radas
apenas
ê
se
porque
cie
em mme *
poeta
seu tumulto
nasceram a caça, a pesca, a
quef e minuto «de cristal,
4os,
pelo
blicott uns íivros, <e, messes 41? •modificadas pela sua mova ati- .sua «vida real de uma maneira agricultura. Do segundo, a faae -disser
-Atttudo •multo diferente daquela que milia,
vros, alguma «Oisa um forma tude diante da vida.
^iErtlreáberto ibcítãe, «entreíeq.ue se desdobrou no clan,
-dc-"
artisConhccimente
criação
que
ma
"fisa,
sua
«dfi
dc
ser
apresenta
vezes
poesia.
surgiram a arquiteparece
às
terceiro,
©o
que
filiada
menofi -do ^centro muclear sespíro, úe inquietação e de au- tica. Mas tammém é raro aque- tura Xque gerou a escultura e a
deriva
um '.pouco ode «menina t >outrii «pie da visão periférica da obra tgústias acabrunhantes, sprovo- de que consegue iludir-nos por
pintura), a indumentária, o mo«de muHier",
pouco
I
verdadeiros desva- £sse poder «He transfiguração. birário. Vieram do (|Uíii'to deidn poeta «catarinense, ©m ipoeta cando-lhe
nc»- -í:
diferente dos -poetas :do passa- •rios, profumâas aiucinasSes
estudo que ainda está por ses movimentos, a dança, a muiE Sidangc morreu. £.onta-o em ílo,
"Bem e o Mal, sc mm
mor
asstm
versws^eram
cujos
entre a jnaioria <i*»s ska, a poesia. Do quinto, a relitazer,
o
entre
luta
sa
de
duas «colunas., com abundância
-matéria,
•nossos
-entre
«viul.cartão
de
ft
o
a
dizer
e
prójíriu
a filosofia, a ciência.
o esnirito
poetas, Csse de investi<de -hoje.
detalhes, ms imatulSuos
^conhecidos a impressão que lios fica •— so gar ma sua própria vida, os mo- gião,
vam
torna
os
'brut«B
ia
que
de metimanufaturei. iNa .íiaguaguciu
As indústrias
que
do povo. fa. poesia -.de Marcos c que mos fica alguma timpres- tivos
sócio-ipsicolôgicos
etário, seb mm caliecafhe de sen- Kondeicomo o coassim
fabris,
rase
«está
acima
versos
„
Beis,
sensibilina
sua
:fla leitura dos
jnais atuaram
#e»ôm,
st,0
sapão — ® 'tá-ultime carnaval de
do
primeiro e
da sensibilidade soemum dos desse -estranho e alucinante -ütfade e ee projetaram na sua mérdo, nasceram
-está ma mrimeira
é o.claa
Solnngc —
Estado
O
terceiro,
"Cemitério".
áo
leitores, isOlando-se num plano
Dlr^eJa, anesmo, obra,
complexifica,
pae
página. Simples -e .-doloroso. Foi
evolue
se
ainda
que
quase inacessiwel aos que
«Já que consignei as expressões ra
que Ôsscs versos exprimem uma
deso «caso 'que, satisfazendo antigo inão
conjunto
o
todo
envolver
liniciaram
mos
caminhos
mas
se
pre- mnti-PDéticas nos versos dc Marsensibilidade mórbida,
0
. sonha dn tÜlbn, â rose fi-Mira-Ihe <la arte
-ntudeiiia.
cs»- «os Konder Reis, desejo assina- ses Fundamentais movimentos. do
foram
admitir
que
íci-imes
«primeira
vuz
uma
:ano,
este
negação
pela
c
conseqüência
é
-comAntigamente :o poeta vinha ciltos num momento de
ilar, também eerío liuittorismo jogo
fantasia de ttavaiana.. Ligada a
cada um deles: ausência, pausa,
entrese
'com
em
-com
delírio
que
a repouso.
malctats,
as
suas
rua
• vizinhas da «mesma idade, a pe- para »
pleto
que Sie quebra, às vezes,,
-con-quenaSolange, -vaidosa e contem • -os síus pincéis e as tintas da cruzam imagens eStravagantes gravidade dos seus versos,
e alucina- traste que resulta numa impres«te, vinha tiríneantíb «o (Carnaval»
O esquema tem alguma mtilisua imaginação, 'pintar ao ar li- tde instintos bestiais "orgias
*ma•espelho
como
.místicas,
dc ia- ções
vre, mirar-se no
.são picaresca e por isso Iam- dade. Mostra-nos, por exemplo,
Sábado domingo, segunda...
lamorte",
da
bordel
no
-©hl, com -que rapidez, para sua
cabras
rodeados
de
silg<rs tranqüilos,
que as artes plásticas, de um
"fíigolõ de virgens. mortas", íbém anti-poéhca.
outro,
de
rítmicas,
artes
canas
exóticas,
l
filias
c
náiades
iam
do,
fides
e
de
ms
-alegria,
Mas os valores positivos siio
'fazer passando o tar arrebois-engolfados em sau- "Gigolo de cadáveres", "Quero
As priparar
Sc ela pudesse
ma sua poesia e co- têm raízes dlvcrsissimas.
dominantes
¦»
Ressurmovimena
um
-eslrtílas
dc
vieram
ressurreição!
Quero
ocliorar as a
tempo; se a vida fosse um Carguc, ouvir
mio amostras desses valores, co- meiras
As segundas do
naval que mão tivesse .fim'! Ter .suas mâguas, as suas saudades reição t".
Ihidas a esmo, vou alinhar, iso- to utilitário.
termovimento
gratuito. É prede
misNada
um
anoele
suportar
mer-mettse
os
seuspcmtres.
estudar
Além do excessivo
que
iladamente, as seguintes imagens,
rivcl professor de .matemática, térios guardudos( sovtnamentc mé da poesia de Marcos Konder que só uma grande sensibilida- ciso, pois, cautela nas costumeino surrão do siíbco-nsciente. Na- Reis, não podemos deixar de fa- dc de artista poderia conceber: ras aproximações entre as artes
fazclr 'exercícios, 'Copiar os pon'o
terde um e outro grupo.
chegava
agora
E
da de entictons ou dc nuances zer»restrições a certos vocábulos
já
tos.....
Mc
era
tue
Com
indefinidoras»
ceiro dia. >0 •ultimo dur! íEra
êlc-usa
jé preciso também não aproxi. Quando se ilem os lábios entumeauti-poéticos de que
"Foi
'brauco. "Ou sofria.,
ibem.
conno
aproveitá-lo
do
chocantes,
arte c jogo, pois são co.sas
vocábulos
preto
mar
preciso
abusa,
cidos de beijos guardados
. para o espelho •'tio"bomxuiarto da eu não sofria. Bu 'era a cria- tnndentcs, improferiveis mesmo
se excluem.
mutuamente
que
-mundo,
bonita.
ou
feliz
do
ia
mais
tura
mãe:
por-se
cm prosa,
Que bebo sói de madrugada na . Religião, filosofia, ciência, são
o mais desgraçado dos mortais.
Olhou-^c alguns instantes, subi:A poesia de Marcos Kondor
concha das magnólias evidontementemente irmãs e so
to «fastou-rse depressa para o
Sc era um desgraçado, inulti- iReis parece inspirada mos pnn¦*
-*
*
é.
situam na cumiada, por nasce-o
trfis a sua desgraça
interior da casn. Masmi-ila dc «volsegundo os
rimbaudianos
plicavA
por
cipios
canções
e
de
Vomitando
ta, -uma -caixa de -fósforos na
pedaços
rem do mais desinteressado
c descarrava-a vem rimas dolo- quais o poeta deve "esgotar tômoribundos
sonhos
também do mais tolal, movimenmão. Pobre Sohmgc, mão sabia rosammile :reliuscadas íc icm ima- -das as formas do amor, do soto humano. Apenas, acontece que
Üm-urdidao.
, cia que a fatalidade, deusa
Sc
gens parientemente
frimento c da loucura" e a poeuma
da meditação do mistério, de quo
cospe
cs'5rei
tísica
a
"é
cronSva
menina
;e
Uma
cega.
era feliz, fazia a mesma operapiedosa
:método de exaltar
um
sia
-no
travesseiro surgem, nasce também o tumulrosa
Ia dc '«ma -vitima. 3Sua (intenção,
eão aritmética e servia essa iféultrapassar «o homem".
vida
c
a
to interior, que se vai expandir
o
naturalmente era -Tazor com
licidade em taças de 'cristnl, -co- Rimbaud, aliás, é t> seu itinoraem dança, música, poesia. Razão
do
moral
sinalclássico
Todo o sofrimento
mo se alguém mais, além do rio poético, o poeta da
sua'
palito apagado o
que estar três artes acabam
zinho da :facc, igual n tantos oupoeta, pudesse participar da •maior admiração. Dai aquelas •pobre está contido mcsles versos: por
manifestando o transcen-a
sempre
tros que em .outras. measiões
embriaguez .tftís seus sonhos.
tão freqüentes ua
alternaçêes,
E,
dente.
por efeito de contágio,
csqmnas
Vós os que ficais nas
mãe «tive fizera, .com j materna!
lhoje ,pclo contra- sua pDesüi, de pomba e leão,
de
O
poeta
tumulto extravasar-se,
esse
vai
ülcera*,
de
simples
mordidas
mu-mo.
nncraçãn -a
Carinho,
-caramujo -do rdc instinto e alma, dc matépia
mo
fecha
,rio,
se
maneira indireta,
de
embora
ajuda
c rapiUü. Mas pára que
e demônio... Bebendo humilhação com a mào mas
de
vsanto
rlôbreespirito
c
mas
:mundo
tntuidor,
seu
do
plástico, que,
artes
grupo
estendida...
'certo
da mãe, sc já agora ela não 6
'Üo subconsciente, Mas. entre a vida de um c de
se desdiante,
cm
gas
galerias
de
ide
outros
ponto
mais aquela ;ei'nnrça
:Nho
diferençarl
'dc
'onde
utilitaoutro,
vagas
mos
chegam
só
sentido
quanta
seu
de
prendem
tempos? iEla ípróprla, por suas
imagens., sombras imprecisas, «residirá nisso, porventura, a linE, ncstfoutro:
rio.
.aguélo
inãos,'.e a seu gostq.. daria
falsidade que nos
da
alegrias
'"toilctte".
c
estrangulados
soluços
pressão
ultimo TSJtoqHe .na
O curioso é que, cm virtude da
.Marcos tíonder Reis deixam certas explosões dc in.s- Mastigando desesperadamenle o
iDopois., guando os pais a «vissom, ireprimidas. -essa
do
unidade de espirito, ura certo
-geração -de ,pne- tintos tnordazes ma poesia
vos jogam vomo paralelismo se estabelece entre
haviam-se de admirar:... sorrir pertence ii
üfue
$ão
ExJleis?
Konder
[bofetadas...
tas. Poeta rniaflcrao, a suatpue- Sr. Marcos
.
e gostar. >E .riscou o -fósforo;
as artes do espaço e as do tem-"
cor*
Jlimlmud
.em
«entre
as
situada
que
plosões
sia
mede
ser
c
paramas eis que, ao fa-zê-to. Me -aceso
"Os Cegos", po, não obstante sua origem
respondiam a um impulso natuque mais sc caracterizam pelo
de
exceção
Com
tiu-se, .cscapafido-se-roe
múA
-da
diferentes.
essência
sua
hermetismo, pela .inaccssihilida- xa'l do seu temperamento.,
;*Jas mãos. tFoi tudo -num irclamsica è uma arquitetura como tão
ré ÍJoemia,, O que é mm doe pontos culminai!'ipagá'.
de, motivo por .que, a-reio, ja- sua vida devassa
•» ffpgo »lnE©mÍi«M -as .tiraos
de
versos,
coletânea
dessa
tes
"Illummations"
bem viu Paul Valéry. Da músiera
poeta das
jtlrikns <dc -papei vcelofone ode sua mais chegará até ao povw.
melhores dos seus poemas sao ca desprendeu-se a dança, como
A moesia -de Marcos Itonflcr limoulsivo c atrevido tanto ma
sala de rhavaiana, ftransTormande
aqueles em 'que o poeta mergu- da arquitetura se desprendeu a
atíbitamotíte mumn -sô Sábareda a íléís se «Itua mm tra .plano su- vida lutistica come na sua vida lha da infância, revivendo im- escultura: o dançarino é uma
sua jbonlta fantasia. íDesespera- iprn-ireatista Tarameirie sc «pró- ireal. *üma era o reflexe da ou- presões fugidias que jamais se estátua que se move. E desprenda, 5olange saiu át>s fritos. f,Ora,
ximando do monde «físico. HE â tra. Du melhor, a sua experiêmapagaram -de sou espirito. Im- deu-se a poesia, como o "afresco'*
-cia
«ontiimauma
era
artística
de
rmarea-nte
ê
a
sede
o -vento ainda alimentou -mais o
mola
sua
(pressões transmitidas caleidos- se transmudou era tela autônofogo,, demorou a -vir :gente, e Sívf inito c dc wmer %»e amrasa » ção da sua experiência liumamá, copicamente, mistura de sonhou ma.
•quando aparceeu >nno .fui sem (.alma do ;poeta. Amor mo sen 'as
com todas as suas fugas para infantis com sonhos adultos, o
Continuando a ação unificante,
¦grande «dificuldade -que <© ilomi- -duplo sciítldo:; »mor -di\4no è
regiões metafísicas. Ao pas- tauc vem imostrar cque o menino
espírito embebeu de beleza as
o
-Itonder
Itels «continua vivendo mo poeta e o
•«araui. Swttautes ^depois, entre mrofano. SSotas mme mão soam so que jcom Marcos
0 aHgazarra ic ciuniosidattc, a asais- munca -em surdina, mem se ass*>- acontece o contrário, '©uem m meeta «continua menino. Vê-se coisas iiue eram úteis simples' tência levada Solange, com ruimente. Dai, as artes industriais.
ciam mitm .-conjunto marmoni»- «onhece pessoalmente, (descobre, «flue Marcos Konder ftete api'0=
' '
k
:do.... "
Mas Tf«e se mrmzami m mu floge, essa antinomia entre "»-o •veíteu aqueles conselhos «de Rai«o.
O Estado,- disse eu, é o clan
-poesia.
-arrjjSe
*ner
às
sua
e
«em
a
ipoeta
memte.,
famosa
ma
isolada
sua
soam
Maria Éifl-e
que se complexifica e distendo
',
—quo
desbocado
ser
agttazes
ide
parece
em
lítropeios
abranger todos esses funimessoa,
cidade
n
amanhece
Tranqüila
^Carta a mm jovem poeta", pois para
mesta 3qu«rtta4cira -âe ©inzas. Mal jção, dc rtwvúítlsmt? 9 4e deíi^o. vá o termo, pois outro não me que se -utiliza, para informar a damentais movimentos. Sua ori»
em
;ec adiváiHha io «que iórani ms ,Üins
das gem primeira ê o movimento
sua mensagem
íntima
Sua
amor.
do
""imagens des seuspoética,
-de Carnaval «es -«escassos «vestisonhos, dos procura
•gios das ruas. A« «coisas têm um
substância a família. Seria bom
-de
recordações*',
«objetes
suas
-ar «ngênuo, irepousado, 'casVo. í;
"seu
ÜSMIIMES H 0T.URN0S
que ele jamais esquecesse essa
mergulhando no
próprio
«tivesse
substância e essa origem. E, ao
és recomo «c a cidade
*%3m TÔsto noturno", do es- mundo*'»
tdo
tromance
leitores
Vários
de
envolver,
atmosfera
por força de sua enerpente submergido,:
-Nos «versos "Poema", com que gia expansiva, todos os movimencrilior gaudho üeinâlâo Meura, Í-Liv. do Gltíbo. €ol. Tuca*Ma aubmarina. 3sía transpaencerra o volume, o poeta se tos fundamentais, não olvidasse
'rêucía tes-verdeada das águas, a
no) pr0nunoiando-.se «obre a mesma, descobriram certa se- -liberta
de todas as cadeias que que essa energia de expansão lheintiCardoso,
Lúcio
de
cainovela
de
mmeba ta-zui
um ipequeno
melhanca com -uma coilheDida
o prendem à terra para -librar- veio do movimento de meditar
em
«ãe. Cant-os fantásticos,
se no universo, pois que tinha o mistério, que deu ao homem o
jtttovinuuflo :de 'câmara ílcnta, tulada ^Inácio"..
"entrevreta marcada com
devera
sobre
o
racionais e
tum
promma
interessante
qual
Eis
aí
perito
açompanhana o íúret-uo uninuscu"além das senso das estruturas
na
inspirado
Via-iLátea^
a
Moura
se
Reihaldo
para
-ou
totais.
|
Teria
-Eleito
lhora
da
nunciar-se
crítica.
a
éor
to.
qireV
nebulosas", entrevista que nada
'insensibilidade? :NSo asei. Lúcido,
novela de Lúcio Dardoso? ^uais os aspectos em que mais mais
O que põe a.religião, a filoque a sua queda no inolho o cortejo passar e não .con»
se aproximam os dois escritores ? Proble- finito, é esse
a ciência,em. plano supesofia,
particularmente
infinito que ele tanNem ao mesigo comover-me. 'Perdoa,
nossa crítica.
a
"asrior
seu, tornando-as por cerapaixonantes
ao
de
para
certe,
roa*,
-busca
a
e que considera
to
Solannos ter surpreza.
forma
intangíveis e sagradas,
cericâe sem fim". E nessa arre- ta
ge. ^i6 «que own teu .neme -eu semartes, — nas artes
nas
«como
E
metida louca pelos itinerários
í'f-.'lnao. Sopre prefisenti eáte«rnriiJna.
nas artes
<
- iMâkOEL® Bkmk
mágicos de sua imaginação o rítmicas, por natureza;
ide SC—
1./.«n nn innmo /ir»
de
contágio
via
encontra, afinal, a porta piásücas por e vive a
poeta
istíoriíifea, ríiumca *le seiítiora, amagratuita
manifesta
Marcelo íiarna pertence ao numero dos poetas simbolisías
sem limites que lhe franqueará se
dame ou «dona.; Solange, nome
elas
também^
liberdade
criadora,
em
do
de
fila
foi
cnefe
grupa
esquecidos. 3Lm JRôrto Alegre êle
a entrada messe mundo que vem
«tlc mt>Íva (impossível tlt- musa de
se
Pois,
resguardadas.
devem
ser
"surgindo
Foí
-entre
Eduardo
Guimarães.
o
admirável
-do
outros,
numa explosão
que íigurou,
"Via
concomo
poeta, -irmão tle SBeatriz, íOfôlia, uma
elas,
contra
atentasse
hoa idéia a da .Sociedade Felipe d'01iveira a de editar
nome para
neve e -de luz", e que o levará tra a religião, a filosofia, a ciênAnabel Lcen Soiangc -um?»
hoje
de
críticos
aos
opartunidade
«do
dando
.rfVferi^o
Sacra"
ioi-áín,
'gravado
poeta,
ao "Deus Vivo e à Liberdade". cia, o Estado secaria a íoute de
«obre
ser
-grande
público
e
ao
para lhe apreciarem a técnica e os méritos
Jiroto a ednas (daftas üurevtssimas,,
sua própria magnitude,
Hajaí, Zkwta Catarina,
ipocsia.
para conhecô-le,
ifflasíl^ei
^esas,
entre
¦
¦*
W0*^SéÊÉiê
:'\
*
*
^^KWfc.jw
.:••';;
-*^
,-w.t-4>
%'
k £ T Jí. /t S
DOMINGO,. 22-S^I946
vlní...
Ziembinski
scí-miacreditou'
O transeunte
ENFIM
nunca
c
teatro
no
pre
no nosso teatro. Empossivei' dizer porque,' mas era coma uma
dessas fatalidades» o teatr» brasiieíro hão con^flsià nunca
acompanhar o ritmo 8c des?avolvimento das outras artes em
que, graças a Deus» brilhamos.
como podemos- Mas isto agora:
não interessa o que interessa &
que enfim Ziemhinskt veio e
velo o grupo doa Comediantes e
veio o bom teatro.
O nome de 0* Neüí^no cartaz do Ginástico, tinha a força
de um convite. Vsmos assistir
"Desejo", versão brasileira de
Miroel Silveira, de "Dcsire under the Elms". O teatro de Eugene G' Neill respira numa atmosfera dramática tão espessa»,
que sua en-cnnção é uma tenra
tativa que fala sozinha sabre
"Dà:
'j.-o
s
dos Convyir-n.
fò
sejo"é uma cadência; dramática
que acon.ece à vida de alguns
homens e uma mulher numa
rude fazenda da Nova Inglaterra por volta de 1850. Não sé
poderá dizer que é o romance
da ambição pela terra ou pela
amor, que é a história de uma
paixão ou de um caráter. Porque tendo tudo isso, não é de
nada disso
que tira- sua ex!s"Desejo"
é na rcalidntência.
de, apesar de sua sangrenta
construção, a deml.:rgi.'i üc i:m
episódio de amor. Uma dem.urgia amorosa que brota coma
um caetus nas paredes de pcdra da casa de Efrain Cahot, no
coração de Ahbie Pu.man e fioresce nas mãos de Eben. A coisa acontece assim: — O velho
Efrain Cahot tem três filhos e
uma fazenda com uma ca:;a de
pedra. Os dois filhos mnis velhos, Simão e Pedro, são da primeira mulher e nada de especiai os marca. São homens de
seu tempo e de scu meio, bovinos e doméslicos, apesar da
centelha de aventura pioneira
que ns atira aos eldorados da
NnCalifórnia do século XIS.
'-<-•'-~s
os
fcw^õri,s
temrjo
que1^
e domésticos podiam ser aventureiros, como. hoje po_ei.i- :>u"
aviadores.
O terceiro filho» Eben Cabot,
provem do segundo matrimônio
e sua mãe feneceu como uma
flor pisada pelas botas do velho Cabot. Ebon, cr-rs r ç S--"i
à mãe no encargo dos scrviç.is
domdsiiicjs, tp.o.ideu ua u'L. o.xa o'-o'adi'n:i de .«"eu ir. bn'!io.
o sofrimento da mãe» Está certo
de que foi o pai que a matou»
eom a sua implacável ásperoza. Seu jovem coração? se alimenta desta amargura e se cmbriaga do desejo de vingança e
de ódio. O ódio, o grande precursor do amor, ronda de todos
£
Pógiira, li
^ tô T E X
ZIEMBINSKI VEIO
«
•
ANTÔNIO CAO
os lados a casa de Cabot. SImão e Pedro odeiam a velho,
porque sua persistênica dc viver lhes retarda o sonha da hcrança da fazenda e ua pari ida
para os caminhos de ouro da
Califórnia. Eben o; odeia; porque êle lhe roubou; a. mãe. O
velho Cabot também odeia, tudo
c vive incrustado nas pedras de
sua fazenda construindo, uma
solidão. Mas ás veze3 existe o
diabo. E num dia de primaveras
o diabo entra no couro; da velho e o velha sai numa-, charrete alucinada pelas estradas c
traz ao voltar uma n<iva mulher, ambiciosa» ardente e bela.
É Abbie Putman. k chegada da
madrasta, Simão e Pedro tomam seus sacoa de viagem e
partem para a Califórnia. Estes são homens sem maldição e
sem eleição e setis planos dccorrerão por certo com todo sucesso. São homens do mundo
e do tempo, c o mundo e o- tempo conhecem seus filhos, e para
eles todos os problemas se so:
lueionam honestamente, mesmo sc fôr preciso fazer algu~.
ma trapaça. Porque a trapaça
è a moral do mundo e do- tempo. Quando Abbie Putman che~
ga c se apodera da casa, o j.ovem Eben cresce era rancor e
sede de vingança. É a_ usurpadnrn do lugar de sua mãe, é sua
inimiga.
, Mas o mesmo diabo que enno couro do velha Cabot»
' trará
incorporou-se também na cheirosa pele dc Abbie e envenenou
o coração de Eben.
Sobre a fogueira do ódio e da
vingança ergue-se o clarão, do.
amor, c a mulher trai o se» marido è o filho se apodera da
mulher do pai e com satânico
prazer, dos cornos de qne ailovna a cabeça da velha constrói
a vingança da mãe e é descansa de seu fantasma. Nasce um
filha, e o velha de diaba no
couro a julga seut e faz- crer a
Eben que Abbie o concebe» por
um frio calculisma nara se apo-
ao assunta: —¦ Prêmios âa Acaãmia — vnsístí»mos na tese que procuramos defender no último- domingo:
VOLTANDO
a causa principal âa ma insignificante vepeveussão literária é a modéstia do seu valor econômico. A Academia & ai
instituição o,ue maior número de prêmios concede todos os;
anos no Brasil: nada menos de nave.. Mas iodos eles de pequeno valor Cr% 4.00Q,QO apenasJT, havendo somente um na> wion^tante de Cr$ 10.000,00. 5Tenão vejamos a relação, gwal desses
prêmios:
_ ''Prêmio Machado de Assis", de Cr$ 10.000,00, pela
conjunto de obra literária de escritor brasileira que tenha puv
blicado pelo menos um livro altamente recomendávé', no triênio âe 1944-1946;
de Ct$ 4.000,00; eada wn\ destinados a
II —. Nove prêmios"publicados
"inéditos"
em 1946"y em Unguaporou
livros
Estes
autores brasileiros.
prêmios são es seguintes::
tuguesa, de"Prêmio
___
Olavo Bilac!% para POESIA,
a)
"Prêmio
Coelho Neto", para ROMANCE.
0} —
Afonso- Armos"f, para CONTQ e NOVELA.
e) "Prêmio
d) — "Prêmio Sílvio Roméra" para CRÍTICA e ÍBSTÓRIA LITERÁRIA.
et £. "Prêmio Joaquim Nabuco", para HISTÓRIA SOCIAL,,
OU MEMÓRIAS.
POLÍTICA "Prêmw
Artur Azevedo"t para TEATRO.
fi —
"Prêmio
joãa Ribeira»,, para FILOLOGIA»
gy —
' ETNOFOLCLORE.
a
GRAFIA e "Prêmio
mWT¥>r
. h) —..
José Veríssimo)S't para ENSAIO e ERWDIi) _ "Prêmios Carlos de Laef\ para CRÔNICAS, VIAGENS e quaisquer outros escritos que se não enquadrem precísamente nas alíneas precedentes.
Como se vê, prêmios numerosos e para todos os gêneros literários. E, o que è mais, embora düuidos em pequenas par»
celas de quatro mü cruzeiros, eles atingem um total de 46 mil,
o que representa, em última análise, a mais considerável soma
âa dinheiro empregada no Brasil em iniciativas do gênero.
A não ser o Instituto Brasileiro de Educação e Cultura, que
os nossos prêpromete prêmios de 50 mil cruzeiros e até mais,
ao total
inferiores
de
quantias
mios culturais são todos eles
"Prêmio Fehpe
O
A"aâe»ia.
a"rnvtnrt
do oue disvende com o
"Prêmio
^Oliveira" é apenas de Cr§ 5.000,00; o "prêmio Graça Aranha
simbólico")- exa
(que tem sido ultimamente um simples
da Academia Paulista dc Letras é ãe Cn?
de CrS 3.000 00; o"Prêmio
Calôgeras"', instituído pelo sr, va10.000,000. Sé o
lentim Bancas, para ser conferido pela Associação Brasileira,
de Escritores, atinge uma soma reatmenre eteuada: Cr§ 25.000,01/.
Os outros todos, porém, são mais ou menos do mesmo nivel dos
bem
prêmios âa Atademia. Ora, ao, que vos parece, o andaria
regulamento
reuisse
Assfà
se
avisada a Casa ãe Machado de
dos seus prêmios, reduzindo-lhes o niXrHero e aumcntan<?c-lhcs
a dotação. Em lugar ãe nove prêmios ãe Gr$ 4.00QtOa cada um
comenta dcacneaneem o- amor,
"Ninguém, mata nhvlado:
guem". Isto,, pmxMir- é outra hisíória. Vamos aos Comediantes».
Ziembinslii è Sandro, Olga e Orlanda Gu-y.
<J dirigente dos Comediantes
demonslro uma. perfe.ta' noção
d'o^ "'role'*' de "metteur en; scèlis;'" amis» até aqui talvez nãotenhamos, conhecido euúe nós.
Zienibinslti, segundo.' a lição de
Pitoeff, representa todos os: per«onagens, na- sentida de que
lhes infunde ái vida física, mode'a as iiia:;caras humanas que
escolhe,, como. escolhe e BÍtimai
as íu.onaçocs: da voz: e dos gestos,, mas também, e sonreludo,
sopra, nas: narinas de cada ator
a atmosfera il« alma teatral
que lhe cabe. Dar corpo a uni:
sopro divino;, deve ser a tarefa
de Zicmbinskii.. Numa; peça dea de 0*Neill, a
miurg.ca como "metteur
en scèdemiurgia do
ne" transporta o, espectador &
plenitude dbi absoluto teatral,
abrindo o porta de todos os outros absolutos e dando ao tcatra- a concepção de Pitoeff —
moral, social e metafísica. Concepção que, bem. enteniud.o, não
bole iradi»! com Os valores puramente artísticos: do- teatro,
que sãa amorais;, associais e independentes; da meta física.
jcm-se a impressão de que
um
Ziembinslri; iiâo> esquece
inomonlo o1 caráter ¦didáticopoético' du> eucenaçân-'.
Dos ai.ores, è- precisa lembrar
lambem; que raramente os tem
havida hons; na Brasili. João
Caetano á uma história que os
nossos avós cantam e noscos
avós? tinham! péssimo- gosto e
nós. não? e&taivainos; lá pára ver.
Depois-, disso* nós. mais- ou> menos- os; cauhecemas, e mesmo
quanda eram. bons atores faziam- péssima teatro.
01rfa e Sand-co.- aparecem cm
grande estilo» numa força piásfcica a&« vezes assombrosa e cspa Inundo, sfibue a* cousa» um
sopro- dramática iíiEesistivcl e
nwtôntico-. José Orlando Guy e
<derar da fazenda. Eben rompe
com a amante, e esta, para demonstrar seu amor, mofai o fi'lho querido qne se erguera, como um obstáculo ao amor.
Esta a história. Sobre cia se
poderia escrever muito, «obre/u:Io sobre o seu dtcaoMPfc» flna-1; quando os dois amantes se'
entregam nas mãos da policia
à justiça de Deus, este Deusque é o mesmo Deus de Efrain
111
Hk *4^-'-mf
1
Ziembinski
Cabot, um "Deus Juro e snz;nha". Um Deus dificil* responfiável por todas as coisas.
Mas não é nosso intuito falar sobre 0* Neill e o sentido
de sua peça, que é uma réplica
talvez ao verso de Üscar Wilde
na "Bailada do cárcere de Reading;",, de que os homens mao objeto dD» amor..
tam sempre
Como o "fratelli a un tempo»
stesso Amore e Morte",, de Leo>
pardi. No primeiro ato,, quan>~
do ainda" não havia Abbie».
quando não havia amor, os IV
lhas; que viviam no odio> fa—
Iam vagnmerte- em matar aiguem. Mas; Simão, como. um;
eco-dc todos os que não canhe-
e vm apenas de €r$ W.(ÜX)$% ar Acadeiwa. p&&eria> amnaUndar
suai dotação orçamentária pa-roj €%$ füÜJ&BÕjgblt ($ traí cruzeiros:
& mais; somentef e distribuir todws os amss sé dbüsr grandes
eadat nm — o> "Prêmã® Machado,
primiosr— de 2S mil cruzmro®
"Pwnúm
de Assis":r para prosa, e o>
©l'av0> Mítesa^ pmai.poesia*
Evidentemente úm prêmio litev&n® 4te"haMoí
25> «wt cruzeiros; n&
Bsasil'% i& significaria algymat. ao%sa\ e
prq.Qsam.ents. de:
despertar mais vivo, interesse wm mossas altos efaculas, culturais. Alias, por acasiãa da passagem da. Centenário- de Machado
de Assis, par proposta, ddí comSssã® encarregada de elaborar o
programa da^uéias comemorações?, & g/mêinw instituiu', dois,
prêmios desse tipo — um. de C>$ 9ÕtQ0B,9W e um. de CfcÇ . —.
3Gv0GQ>,GO;, qm infelizmente caimm. rm mais «emíj^ío? esqueci»
memtOy nao chegando) jainvsâs a* sw emcedidbsp por wm simples
motivai de omissão: orçarrwntârna.*»
A Academia^ dentxa da. tmfeoí geral qm inspiroik os maio»
graãos "Prêrnãos Machado) de tâsstâ* de$ Ministério' da- Educacão; poderia instituir, portanto* em vez és W pequenos prêmios anuaiSf no valor total de ffimít cruzeiros,, ff que dilui e
degrada', m sua importância-, dbis grandes prendas de 25 mil cada
um —para prosa e poesia, apenas, — na. soma global de 50
mil cruzeiros.. Se assim, procedesse as Academia vM-a. prestar
evidentemente mais um. belo e grande serviço às nossas letrasf
contribuindo de modo considerável para o progresso cultural
do pais.
*
Em sessão pública das mais
brilhantes, a Academia recebeu
ha última quinta-feira,, o sr.
André Siegfried. O economista
francês foi saudado peto sr. Rodrigo Otávio Filho que fez um
discurso elegante, discreto e fino. Au sr. Siegfried coube fazer uma conferência sobre a
língua francesa. Foi uma horade puro encantamento- espirltval a que êle nos deu.
Fluente, claro e preciso, êle.
falou durante cerca de uma: hora sobre as earecleristicas fimdamentais da língua- francesa,
das qunisl de resto, sua laleslra
admirável foi úm exemplo, Fa->
lando, aliás, da língua france»
sa, êle nos deu em última anáUse, um estuda' penetrante e feliz da psicologia do próprio povo francês,, de cujas qualidades
essenciais a> bela língua de
Franca ê um fiei espelho. ....
'/tf
,
Faleceu,, '«* siatuuia pausada,
mais aníinm dos servidores
"e
da
devotados
mais
[Jéis
gos,
Academia: a continuo Antônio
Barbosa. Tendo entrado para a
Academia desde que se inangnrcj o Petit Trianon, êle ali servta ha 23 anos — e era por todos estimada.
Os $rs±, Pedro Calmon e A/a»
Jardeü ftiiim tt&rusunUuri-sat fazendiv «si dbi^ filhos do velho
Cahat^ STmõflr-.CR' Pedro. Orlando
o camG&X, xvzo' inácnsnmeie
"b<MH«o e domesponês-, UrutOii
tícor r ebeir.ando a teWa",-.como
*v üUfirlrami» 0'Neill. fr. um» vocffçüt* wníca»-inegável. Êsse instiua). na. leartro observa-y tambem, emttwra menos dèseavolvido, tiiiiv Jbrdfel! Fillioi
Zicmrbi?islfei. esí'A suberfiia no
velho. Cabot. Passagens-, (tomo
aquela dat. grande' moi»4íefta' da
Miliriauaii rçmmdta» arranca do
HiindVy d* alma a» eonvicçao do
que: Deus não 4- nada fácil; esto
Deus i qwc «stá m»a pedras, —
assumem; uma pujança d:..mática contagiosa, a inesquecível,
O^ velha'- vive neste momento, Io
absoluta^ drama» a> coração, da
peça. Níntai mais existir,, nada
exiatiu,.. nenv » fazenda» nem
Abbie- nen^ Ebcnv nen» mesmo
«r» demoniov. fi!c eslà. s«zinho.
Sô coiw Dteus e' coma Deus. Tudo. cm. redor è um> supra do
Deus. & sua- preseaça que vive
nos; objetos;, nas pcssoa3, na
terra e nos-, movimentas. Esto
mistério;, que- ninguém- entendo
e do qual: vive- a solitário» iropregnnrá deste momento; em diante O' episódio inteira.. 0: própria dclegadr* de polícia1 o; pressentirá,, quando no. final! lança
um olhar- de cobiça sobre a fázenda-. Elrra mesmos está dominado rior êsfe sentimento, qnando pronuncia a ultima palavra
do último'ato £Ôbre a beleza da
madrugt!a na fazenda. Mhs a
madrugada não cxste,, <p% a fazenda» também não. Só Deus
existe noi coração; dos solitáZiembinsUi, justamente
rios.
como- Pitoeff é «ro ator Bi linguc. Os- raros e pequenos defeiios de pronuncia enr dois ou
três tons d'e "e" aberto1 ou fcchr.dO são; largamente comoensaclos pc!o. sentido profundo
que o estrangeiro descobre em
cada palavra div üíigua nova,
muito» mais rápida mente- que o
nacional, afeito ao. '^isto- rotineiro- do- verbo1, ft: vcaimento
assombrosa a valorlzaç-âa da
palavra na boca,, nos olhos1, nas
mãos,, no» corpa toda de Efrain
Cabot.
Ê precisa; que todo a mundo
que gosta; dc teatro vá ver os
comediantes, vá ver as primeiras flores do* grande teatro no
Brasil;, este teatro- que hoje começamos; a ter, porque cmfim
Ziembinski. ve*o-.....
Sobre a cenário; dc Eras G<)ncalvos; uma. palavra'. Cremos
que. a solução dada peí> jovem
pintor e eenartsta satisfaz, coi*tamente. fi!"e preersuu- adaptai'
a: figuração: de OWeilli ao ]icqueno- palca dó! Ginástico' c com
issa- achoni uma fármulh» qne se
ajusta- bem Si marcação^ que o
díiretor imprimiu. & peça.
n/fo> du ttitiva\, hmvninmto a
morte nepentihai de Barbosa, fizeránv-llw a ePogú» eonwwdò.
Q> ar., hevip €<mieipw propôs
nm voto» eongratiilafôma- na ata
pela nmmnl^BtçSai da Constituição). aovnJtetmdk» sua significa*
raa es imoryrMmwa^
Na nroxima quinta?fefra\ às
tH haras^êsTi Peregjrfim J-imior
fará uma eanf&rêncfa sôlire o
patronot :dé. sua . cadWtiet» João
Franciscot tts&aa. Essa ettnfevencia* faz par.tte da séjríe. éta *Cim
cia di» (tiriqiiventenáriir'* « vara
ela não.- fttóéívl wriüitèk éspe»
ciais, sendo- franca a entrada.
Ma préteima dia T> de outubro
tomara posse da cqdeira n. 3,
substituindo Filinto dWtiteida,
o sr. Roberto- Simonsen^,qne será saudado pelo sr. Josi €arloÈ
de Macedo Soares.
N'a próxima sessãohla Acadé*
mia o. sr. Luís Edmundo vai í
reabrir o. debate sobre a «jues» -'
1(40 da Linuiia Brasileira.
j
pnbll»
A Academia resolveu
"Ftnrilegio
oar uma ed:cão- do
da Poesia. Brasileira'*, de Var»
nhagen, em c. voJumesK m0*™*
e comentada pala< sr* Rodoljo
Garcia
&
X
¦&
,:
|#**
•'
-mi
'' •KL.
.r'TrSfc.
' S*-,'AÜBftS3-;;
'™*
<*
kETRASâE -s:AR.%B*.
:,r""^",-
¦¦'¦--
¦--
-, ¦'"• ¦ ' ' ' '"""—'
'.-¦-
''•#'•.•;•.'.•.'•:*•'..'
¦'
.
i
i
i
"'¦;
D&MtftâÔ, àã^-194è
¦!••-- '"I l|
-''¦-—'
••''"'
•'-
uma pena que nem Iodos conheWASSERMANN
JAKOB
.çam êsse poeta, cuja poesia fala
como muitos outros que nuo tra~- «GoJovin y El Crimen
—
de perto à nossa sensibilidade
zcm revelação alguma. No entradução
Angélico"
dc
lido
6
livrinllo
seu
de tropicais tão acostumados
tanto
respectivamente de P. OUeste sol, estes rios e ca.
com
uma só vez, suas quase duzenAlfredo
e
ver Branchfeld
—
choeirais,.
esta natureza enfim
tas páginatí passando entre nosKueda,
Santiago
Cahn
Santo Tomás de Aquibarbudo dedicou
vate
o
—
sos dedos muito cclercuicntc.
a
Aires
Buenos
que
"Del
Editor
' . MARIO PB ANDRADE p
_
Ente y de
no
**<iase
não
«padre JeBuino.do Monte
leitura,
lira.
a
porém,
sua
toda
a
Terhiinada
Loaad'»,
Essência",
«.
la
de
um
seushcPublicarão
nome
Ale. Silv.,
dc
Faria"c
Carmelo"-r
guardamos
Depois que Otávio
"(I
— Edição
Buenos Aires.
róis ou heroinas, já esquecemos
traduziram
14 do SM AN
Filho
Adonias
o enredo dc todas as histórias.
do Ministério de EducaProcesso Maurizius", Wasscr.
histórias
prefiro
OLIVEIRA RIBEIRO NE-•
A que eu saiba, não há uma
Das doze
mann ficou conhecido até da<
ção e Saúde, 1945 ~"Lucila", em forma de diário.
iadeste
TO'— "Cantos de Glória
tradução
portuguesa
coritentau
se
niesmo
caixeirinhas que
"Sermo
E' com, saudade c ao
V
—
original
tractatus^de
mais
li;
et
Livraria Martins Editomoso
E' não somente--a
da Scnlioi?
coih os romances
P—
—•; 1946
um
tcnu>o rcspdto quc ,a gente
endespvrta
ra
pouco
essência"
passa,
a
quc
ente et
como
que "Um
AndraLeandro Dupré.' Por isso não i
aa no livro quc Mano dc dc.ua
marido", ou
do doumenores
interesse.
a
escritos
de
tre
os
chamamos
sem propósito que
"A Mariposa e a Chama" tam- •tor Angélico, como a verdadeile terminou às véspera*nos lcmComo o músico quc deve tocar
atenção dos .leitores para a tra"filosofia
consenorte. Saudade porque
o instrumento
autor
o
pede acordo com
bém agrada pois
ra introdução à
dução argentina destas duas noumasoisto é,
bramos do bom i»^ggg
sem
ou
dedilha,
excelente
leitor
isso,
o
Por
a
assopra
deixar
rene".
quc
guiu
velas, que embora não reflitam
í>Pdlt''c.1
o
Alncito porque o l'vl°
e
executar,,
de
Gondiny,
caso
Lituma
por
Luis
o
tentando
de
não.
lução
versão
para
todo o valor do romancista, ponaquela
"Clair de Lune", do
feliz e
depois que ele morreu
é
Reyna,
bem
de
conto
proo
Wagner
deste
exemplo,
aiberto
final
sem
lidas
prejuízo
feverc.ro,
jjem ser
dc
CaíScnoile dc 25 dc
Debussy cm trombone de yára,
fessores da Universidade
não repete o chavão antigo
Mesmo
quem deporque
c
"O
gum.
ano
1>1C0a
ura
caso
,v
constituir
em
deve
autor
Peru,
já lú vai
do
o
abusa
um
assim o poeta precisa venej.u?
tolica
csque
seja realmente conhecer
"Retrato da moça
Nesta publicação do SPIIA.N
leitoos
dc acordo com os seus seu ti<le
broche",
sopara
motivo
júbilo
do
contentar
se
critor não pode
— nue dc tão rara quase mn'.nem
aos
Scntc.se
afeiçoados
quc
de verde", etc
mentos, com a força ou o volures brasileiros
mente com sutis obras primas.
conhece (o meu vo uma
Para
crutem
metafísica.
da
Placer
ane
do seu estro. Não pensa asqualquer
Xavier
problemas
Traz ainda este volume extenDiumíbi presente do Carlos
Oliveira Ribeiro Neto e é
sftsim
compreender Husserí —• pai da
sa a nos revelar, algo que ele
so estudo de Lázaro Liacho
— c Kiekcrgaard
mond de Andrade),.-,-^M^
o quc seja, quc
sabe
mesmo
fcnomenologia
nem
Wasscrde
ibre
pena pois com isto está levando
a vida e a obra
o diz
com éle próprio
— pai do existencialismo, — o
'importante figura-da
^W
sua poesia para uma direção crno «eu coração ou ria süã «1só
aos
jaz
indispensável
que
mann,
"Do
vem
consecuriosa e
ele
essência"
em
da
dia
ente c
rada, c o exemplo temos neste
ma. No
que
a :>
compreendem bem um roman,: e colonial paulista que)
êsse
senliiucnleitura
uma
exteriòrisar
seu último livro que canta a
ser
preparatória
via
guir
elsta quando lhe conhecem ,\
uuíre Jesuino dó Monte Carne-c
teentão,
„
no
fundamental
papel,
to
aproe
o
se
sobre
glória da Faculdade de Direita
jogá-lo
qual
da, estudo
o músico, pintor, arquitetoesta
R.F.
São Paulo, a terra brasileira,
remos o livro quc dele esperade
um
dos
sequiosomente
fundou
-—
tòjve- entalhado.'." .-Porse vt a
certo
estou
E
mos.
a noite paulista e outras glória;
que
para
nossos ilustrados críticos
—
liafirmação do autor ja
dois
Vera
Seus
vê-!o
Francisco
romance.
um
de nossa pátria. Prefiro
será
o
escrever seus rodapés...
"Puntos criticofi dc la
coimportância do volume, dado
"Golovin" e "Kl Criíncn Andesabrouma
flor
ser
tem
enxergados
cantando
vros
quc
que
'série dc "0
vulto dá figura estudada. .IteaicoutempoMatemática
cha na ponta de um galho, un?
mo tentativas.
c uma
gíilico" pertencem à
mente o padre Jcsuiiio mesmo
AU'. SÍlV.: ;
rança" Losãdá, Buenos
regato' que murmura por entre
Escândalo do Fidalgo Ernesto",
figura impar que estava
vesperlim'
Aires.
a estrela
sem
pedras';
como
.
isto é: são novelas curtas,
j, espera de um sujeito
.firniamenno
alto
brilhando
do
Sente-se
seus
lirpiff)
pretensões.
grandes
Mário para se revelar aos
Francisco Vera, professor arto, porque êsles são x>s verdaas escreveu
Wassermann
que
A^lltlLU
dc
uma
autor
peé
próprios patrícios.
deiros temas, os motivos inspt
sem
gentino,
e
esforço
multo
sem
"Historia
Vele a pena ler este volume,
e
poderosa
temradores de sua poesia, nascich»
quenina
nao se.
passar algum
precisar
"Coleção Jacinto", da
divulgou
pois mesmo aqueles quc
da Matemática" que
A
como
prisões,
para entoar minuetos ou valsas
,
po observando "0
brairitcressnhí por estes problemas
leitores
os
entre
nome
seu
NOITE.
românticas e nunca para excA
MauEditora
Proccso
com
via
aconteceu
històvicos saberão apreciar
volume,
Este
quase
sileiros.
cutar hinos barulhentos, E' por
Elas não aumentam
.iarizius".
agora as suas
da de mn homem quc teve a iracursos dc
dos
Transformando
resumido
todo
isso que nem sempre seus caiu
nem diminuem o valor literário
seu
o
dácht de tudo c que em tudo
ampliando
pelo A.
atividades,
extensão
dc glória apresentam barprofessados
tos
6
do autor, mas
justamente por
na
pintura,
(Menos
de mais
cassou.
sul-americaUniversidades
participando
em
e sonoridade
monia
perfeitas.
programa,
lidas
ser
devem
para
isso que
Índice,
aliás)-. Saberão tambem aprçseguinte
da vida da cultura, a
traz
o
acaso:
nas,
uns
versos,
perto
Citemos
por
fique
üe
se
que
não
pensando
valoi
"A Noite", ao lado do
que
ciar (mais uma vez) o
sc verifica a imporEditora
qual
pelo
unicameno romancista escrevia
"Noite amiga, fecunda e foiti?
Mário dc Andrade como pesqiumovimento • do livro em geral,
tanciã c a atualidade dos pon—
te livros superiores.
sabe
—
üc
como
coleconsiderados
sador que
inúmeras
críticos"
criar
tos
[ccira,
acaba dê
""lilatií em crises la maternaAle. Silv.
era um dos trezentos e einqucnseinenteira
céu
perfeita,
a
justificam
ções
qmc
a
espalhar
pelo
mUUl"El
tertium
ta cm que o escritor &ç
tica?" (Ca. I);
mente o apoio da inteligência c
de estrelas de ouro e luz num
' IKT*
dividia.
sc
üu
matemática
la
en
Dennon datur
plieava.
"Dafniá
[campo azul.
a preferência do público.
—
y
"La Materna- j ¦'-'¦"
Longo
"coleção
atual" Cap. ID;
boa,
madrinha
protetora
Ale. Silv.
"HI>;
Noite
tre estas, sabressai a
Cloe", Sfopena, s. d.
da lavoura
tica dei ftlglo XX" (Cap. "Gra
milagre
deste
verde
Jaehito", destinada aos livros
noDiscutem a autoria desta
"Axiomatica" (Cap IV);
abençoada pela cruz do sul."
IUYMUNDO DE MLjurídicos, quc ambiciona reunir
vela
grega, como se discute até
matemática"
-.'/. NEZES. "Emilio de Melógica
matica,
y
em volumes, sob a responsabiHo"Matemática finistista
hoje a existência real de "Daf(cp. V);
Vejam como soa falso aquele
nezes". Martins, Editolidado de autores consagrados,
forma,
De
mero.
"verde
(cap.
qualquer
infinitista"
matemática
milagre da lavoura" no
rcy
ra, 1D4G.
o quc de melhor sc venha a_
"La crlsis de la imen- nis e Cloe", que Schopenliaucr
" estréias" de ouro c luz
VI);
Raymundo
das
meio
direi,
de
alizar coiriò estudo
\ predileção que
atração
da
simbolo
em
VII)
erigiu
(cap.
transfinito"
cion y ei
num campo azul". Por que nâo
to. Selecionando rigorosamende Menezes tem pelos boêmios
de
belo
um
é
sexos,
poema
dos
ViA
cantar somente as estrelas ou a
ft; pretende, já na seleção, orié notável: tendo escrito
às modas
K F
resistir
de
capaz
amor
daNei
,
noite feiticeira? Por que não fade Paula
entar os leitores.
d'a Boôtriiâ "Emilio
dc todos os tempos,
literarnas
Menezes,
de
lar ein Liberdade, cm Glória, em
como
Iniciando essa coleção,
nos agora
ais Mais citada do que lida, a
estando
Anchicta, quando sua lira nasde
acaba
volume,
ja
seu primeiro
o último boêmio"
padesses
historia
"Código
pois
pastores
"Martin Francisco,
ecu para cantar os passarinnos,
de
ser publicado o
preparando
re.ee ter sido, de fato,' o ponto
üuie
o luar e os mal-me-qticres?
FranAri
dc
espirito
Penal",
de
Processo
um boêmio
no munromance
do
de
partida
.
boêmio
co. Em 3.» edição, indispensá.
marães Passos, poeta e
Ale. Silv.j
do. Um prefacio erudito e, pois,
iiaevel em qualquer biblioteca esComo se vc\ ao autor nao
valoritradutor,
do
instrutivo,"
pecializada, êsse é um > livro
essam muito os brasileiros qu*
A PROFESSORA HILDA —
zou sobremodo o volume notios
nem
inafirmar
esteja
se
à
— Livraria José
pátria
pode
que
foram úteis
Cardoso
Lucio
ciado. Versão direta de Júan
a coioao
definitivamente
corporado
1946.
políticos quc ajudaram
Olyinpio,
espanhol do
Valera, prosador
em que
moderno espirito jurídico bracar o pais na situação
romance
do
autor
XIX,
século
sileiro. Escrito - com clareza, os
se encontra. Para Mc é na pura
0 sr. Lucio Cardoso é um dos "Pcpita Jimencz",
cuja tradunuma
expressos
comentários
nossos romancistas mais fecun- ção brasileira existe por ai.
boêmia... ,. ^oijo
—
essa
DALLOWAY
deMRS.
os
assuntos
por
didática,
simpatia
forma
tive
Nunca
dos. Mas essa fecundidade não
—
soltradução
Virgínia Wolf
R, Fnsco
compostos com método, não cnííeraçáo passada, que vivia uma
prejudica cm nada a qualidade.
biblioentre
de Mário Quintana — Linossa
a
Lucio
do
riquece
apenas
sr.
trocadilho
livro
novo
cada
A
tando
y^
.
.tado Globo, 1946 ——
vraria
nada
so.
Cardoso, surpreendemos um nografia jurídica. Valoriza-a,
empada e um chopp,
r
OGS13.
V/VJ1W
*
des.
bretudo quando sentimos nas
vo passo para uma perfeição li"¦
zendo de útil, avesso vivo
Hoje,
de
Houve no mundo í^arissimas
de
objeticada
densas
intelectual
aproxima
se
suas
.
terária que
páginas,
ta geração
Duas dela*
cm.mulheres geniais.
vidade c penetração critica, um
vez mais, num sentido de -amexageradamente apegada a
Inglaterra,
na
—
e foram
nàscei-am
dc
quem
natniral e vivo estilo literário.
e força, só comparável
OSWALDINO MARQUES
sas seríssimas, cornar
plitude
"Tragédia
Wolf.
Virgínia
"Cantos
do
e
Bronte
Emily
sr.
coledo
uma
de
o
Burguesa"
Primeiro livro
-deseja resolver
de Walt Whifc.
problema
%
"Código
acalia
desta
com
E'
leio
que
de
—
PeA
justamente
Processo
Faria.
de
dc
entanto
Introdução
Otávio
man"
ção.
mundo. No
t
de sair, pela primeira vez em
de Nuy-Annibal M. Machado ., —•
nal", dc Ari Franco, poderá inprazer algumas páginas
ele
língua
portuguesa, um doa seus
Olymplo
José
dicar os livros futuros. E os
Livraria
No drama dessa professora
mundo de Menezes em que
mais famosos que enri.dos
romances
—
ter:
uma
efe1946 .—•
Editora
futuros autores. Contam.sc,
do interior que sofria
dá vida nova ao anedotano
Me-,
o movide
e
Emilio
qüece
poderosamente
de
dos
rivel mania
tivamente,
já
programados,
perseguição,
Paula Wei c
deste
ano.
editorial
mehto
mununi
indiscutível
se
firmou
em
Marques
de
utilidade
vivia
mergulhada
dswaldino
obras
nezes.
Em "Mrs. Dalloway", sem fa.
do dolorosamente solitário —
como um dos melhores tradutoPena, entretanto, é que o auque, contribuindo para solução
vor"uma obra prima*de romanna curta e densa história de
res da* poesia de língua inglesa
do certos problemas, não deitor — que tem jeito para a.coi—•
ce, o leitor brasileiro poderá ter
Car-.
Luçio
nos
o
sr.
muito
inteligência
danação,
Há
uma
entre nós.
que
xam de auxiliar os estudiosos
sa e bastante
da
idéia
uma
das
terreno
do mundo maravilhoso é
nos
suplemcuapresenta
Esno
nos
leis.
vê-lo
doso
das
ficar
habituamos
a
teime cm
ha interpretação
inquietante
esses
escreRinal
que se abrigou uafi
licoisas
melhores
os
literários
quc
já
todos,
da
esforçando
para
e
se
tos
piada.
anedota
pecialjzados quase
escritas
mais.
escrito,
bem
feito
pela autora de
nutivro
páginas
tornar acessíveis a grande
vros divergem no conteúdo. Al- veu. É um
homens deviam ter
"The Waves". Com
um estilo
agreste
Pende
uma
disso.
os
versos
varrido
leitores
mero de
poesia
por
alguma coisa além
guns, de tese ou de fundo teócomo ura
cintilante
de
feérico
e
o
um
Menezes
tem
dé
de
Masters,
desolada,
Lee
poder
oun
c
Edgard
fundo
de
Raymundo
que
so que
rico; outros, técnicos,'
descrer*
sol,'
ela
diamante
ao
leitor
até
—
em algum, livro
T. S. . Elliot, de um Longston
prender a atenção do
bem poderia
prático. Todos porém necessá—
bado*
marcado
dia
um
crise
oupelas
—
de
uma
Weldcn
o desenlacc
que
Hughes, de um James
focalizar uma
rios k consulta imediata.
próximo
ali
neste
do
as
e
ladàs
todas
Big-Ben..Ê
"Coleção
a
dá
interesse
a
êle
nos
talvez
não
nosso
Agora
Johnson.
passado
tra figura do
Jacinto", pois,
Com a
Dalloway,
está
isso
deiClarissa
prepa*
de
nem
mas
de
inumeráveis'
alguns
tradução
por
seus
aos
poemas
pessoas,
a
mostrar
a Editora A Noite se propõe
Os leitorc»
rando uma festa,
fosse.
xa dc existir: o da falta de fé,
Withmon — os mais conhecidos
leitores uma vida .que
' ?
entregar ao leitor de língua
estranharão
almas
certas
de
—
de
limitação
digno
possivelmente
da
Ha
do
lírica
da
exemplo
um
poeta
que
eles
oportunidade,
com
para
portuguesa,
matéria deste romance, que ie.
setts versos à si próprio ao ar
que substituíram o egoísmo peser imitado. Porque — cmnn
os melhores livros jurídicos.
iavanta uma série de quadros, si«
sofrimento
e
o
—
esperança,
falta.
os
astros
la
árvores,
lhe
as
entre
não
livre,
talento
escrevi
mestuaçõès e detalhes que não pe»
si
de
fecundo pela oferta
e oa rios. Além dos versos OswaJL
Nem jeito.
romaàesc'».
tencem a© trivial
mo.
tlino Marques aiudá presenteia
ALC. SILV,
ai resl
Entretanto,
justamente
um
com
seus
leitores
prefácio
É, finalmente, o drama da auwoolfiana:
lição
de
ii*
a grande
e noticia biográfica do poeta
sência de Deus até a hora últiusualmente
o
material
ra
ela,
Ma»
norte-americano. Áonihal
ma. E este tema nada tem de
empregado na confecção de unu
sua
chado se encarrega
por
precioso ou invulgar: pertence
novela não tinha a importâncii
1—
ves de enriquecer 0 livro còm
Mann
a todos os dias, desenrola-se em
Thomaz
"Freud, Goethe, Wagner,
que se lhe costumou dar. Cou
o seu conhecido estudo, de mutodas as cidades do muudo.
"Doa sua estranha visão da vida l
—
volamè
este pequeno
XAVIER PLACER
Tolstoi, Poseidon, Bue"Professora Hilda", neira que de
—»
do drama do homem, ela cons«
é
Com
a
meinos
pre*
Histórias
Curtas"
cem páginas
ze
de
nos Aires.
traiu uma estética surpreendeu»
Luo
sr.
• Livraria Agir Editora. 1945
magistralmente
afirma
aproximara
os
se
cioso
que
para
conferenQuatro magistrais
te original, que reflete a gra»
ascen>
cio
Cardoso a poderosa
"A Moniuuíi
pela primeira vez de Walt WithA gente passa por estas doze cias do autor de
I:terádeza de seu pensamento e o po*
vida
marca
sua
man.
ção que
histórias de Xavier Placer sem sr Mágica". A primeira sobre Freud
«nos,
der de sua técnica. Tudo isto s»
trinta
êle
Aos
ria.
simples
possui
nqfá
nesta
calig
Não
sem ser atraído por é, realmente, original e nos ensicomover,
a
eüconira cr» f!Mr«= DaUoway'*
honra
uma
bagagem
qual-.
mor*
da
em
sí,
que
tradução
o
exame
sob
a
a
considerar
na
dos.
psicanálise
personagens
que
qualquer
quer grande escritor que üves=
mente quando
'versos, se truta «e tradulirti angulo novo. O trabalho soas vivem., som se deter num tre.
Isso
conversai
flores,
lembranças,
se
atingido
os
cinqüenta.
tarefa árdua nrt
ção de
bre Wagner record o de Ailthey
páçhp interessante ou numa
Jis.
educada^
certeza
de
hanaiá
assistido
Basta
'
pela
pessoas
vencem.
porque,
por
•
qual poucos
A respeito do mesmo compositor.
.gliia bem escrita.
cidade di
é
da
êle
romauce,
cussões,
visão
da
missão
do
a
inteuçâo
a
salientar
enquanto
Vale a pena entrar cm contato
A contribuição do autor pap/í
Londi^es, e a somlw» inevitávd
principalmente um artista, c ledo tradutor, desejando dar aos
com o ensaísta Thomaz Mann,
n evolução dó gênero preferido
iaBeleza
do
nada
a
da morte, que espreita a* criajtU'
vanta
para
uma
imagein
seus. patrícios
(cm• por Maupassant, seja quanto â
tão grande quanto o romancis•
'^Sr^-j,.-'.
'¦
o
corporá-la
vida
à
¦¦--'^
o
é
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lealmente,
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SOARES.
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Filosofia
Biografia
Novela
Romance
Ensaio
Conto
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CLASSIFICADO 0 CONTO 00 SR. ADALARBÔ CUNHA - SOVAS RECOMENDAÇÕES AOS CONCORRENTES C0«-^w<«Â
extraordinário, além de toda fixncutativa q numero de originais que vimos recebendo para o nosso eoncurCONTINUA
so dc contos. De tal forma que, st continuar a crescer a
obrigado» a restringir as nossas
onda de concorrentes, seremos
"Correspondência". Já não suo mais
na
mesmos,
aos
respostas
quarenta, c sim cinqüenta ou sessenta concorrentes a demandarem
limítir-nos a simsemanalmente. Desejaríamos
um julgamento, "Desclassificado",
"Classificado";
inas se no
ou
pies indicações:
efeito que
o
sabemos
bem
no
bastará
isso;
caso
último
primeiro,
'porém,,
não veremos
tal secura pode produzir. Dentro em pouco,
outra solução para atender o numero assoberbante de concorreutes Convém acentuar que o critério de seleção ainda não está
rigorosa como desejávamos. Dissemos c repetimos, destinar-se o
concurso, dc preferencia, aos escritores novos e inéditos. Tal.eireunst-meja não nos levará, entretanto, a admitirmos quem não iriostre vocação de escritor, não revele mérito literário. E a simples
facilidade de escrever, de redigir não basta para ser escritor e muito. menos para fazer-se um conto. Passam.nos, constantemente,
pelas mãos, páginas bem escritas, sem erros, sem tolices, em boa
sintaxe nas quais, apesar de tudo não encontramos nenhum mérito literário. Insistamos pois, no nosso apelo: queremos escritores: que estes não se receiem em cnviar.nos suas produções; dêlcs
depende a elevação do nivel do concurso. Não se imasinc, também. que a seção "Correspondência" lem a feição de Um trbunal
ou de uma banca examinadora, onde vamos distribuindo puxões de
orelha. O caráter até certo ponto educativo que procuramos dar
ao certame, levou-nos a atender dessa feriria os concorrentes, fazemlo observações e sugestões d-? possível utilidade para os prin.
cipíantes, us plumitívos. Certamente, os que já demonstrarem
qualidades suficientes-, escaparão a tais admiüfculos; Qi:::nLo aos
desclassificados, desculpam- a nossa franqueza. Não pode ser de
outra maneira, meus amigos. Recebemos muitas cartas cheias de
esperanças verdadeiramente enternecedoras e sentimos ter dc derrubar alguns castelos. Mas. a literatura não é um j-;go de xadrez
nem uma simples recreação: é algo de mais sério, de muito mais
sério. A b:nevol.Ancia excessiva será duplamente condenável num
país como o Braril, onde prevalece um critério frouxo e de pouca
responsabilidade no julgamento das coisas literárias.
CORRESPONDÊNCIA
WILSON DCS SANTOS ROCHÁ — HIO — Não è própriamente nm conto, e sim uma
rcdayio, uma composição. Dada, porem a idade do autor —
quinzi anos apenas — podese esperar coisa melhor. Redinum
gc com facilidade, mas
tom ainda bastante convencianal. Por óra desclassificado.
ALCIONE DE VASCONCELOS
— A autora p~diu-nos para no
cuso de classificação entretjnrnos a importância a qne ela teria direito á União das Operarias de Jesus- I^ouvamoe o seu
gesto de caridade, mas para
gne a União fosse beneficiada seria preciso qne o conto
fosse melhor.
LUÍS EDMUNDO SODRfi —
Agradecemos
os cumprimentos.
lembra,
O conto "Obsessão"
porem, agudos de tenor subnrbano. Desclassificado.
—
MANOEL
CORDOUM
Juiz de Fora — O limite que
imptiscmos resulta da circunstaucia de cscaisez de espaçoOs conlos muito longos iriam
ocupar grande "Pega!
parte do suplePega lamento. Este
drão" desclassificado.
AÜLETE FARIA — Rio —
Piero Deliu a sua "Espera felis". Desclassificado.
DEMOSTHENES GONZELES
— "A Valsa" desclassificadoB. NOGUEIRA — "O Canario", qne o autor denomina de
conlo exqnisito, não è ião exqnisito assim, mas foi desci assificado.
DA
FERREIRA "cheSERAFIM
ROSA — Rio — Muito, "Hisvrotante" também a sua
¦toritt dum poema". Desclassificada.
IV. A. CORDEIRO — Rio —
Sobre o conto "O Anel" diz o
autor: "O personagem é ficticio, mas o fato, é verdadeiro'*.
Verdadeira, mas o senhor não
soube transforma-lo num bom
conto. Desclassificada.
ARC1UNO TAVARES — Embora não redigindo mal, não
chegou a fazer contos em conFoi
dições de 3er classificado.
"O
o qne acontece com "O Poder
Navio
de uma canção" e
que Deus lhe deu".
LUCAS. ALVIM — Petropoüs
Terrivelmente melodramatico "Uma Cruz na Estrada".
outro.
Desclassificado. Tente
GUIMAPAIS
ERNESTO
RÃES — Nâo contem"A lolicei,
Ultima
mus muito vulgar
Façanha". Desclassificado.
CARLOS ALCEU JUNQUEIRA,
São Paulo — Agradecemos as ,
palavras de estimulo. O limite não pôde ser nltrupttssado.
Os que,' porém, o desobedecerem serão considerados ou nao,
critério
nm
de acordo com
particular. O concurso é permanente, não havendo, por lanto, prazo — para n entrega de
originais e nem limitação de
os concorreunumeros para
tes.
—
LOBO
JOÃO CA LISTO
revela
Seu conlo
qualidades.
Continue. Não chegou, porem,
a ser classificado.
ORLANDO BASTOS — Suo
Pniilo. Sen conto esta nas mesmas condições do do concorrente acima. Bem escrito, mas
um tanto banal. Procure fazer
melhor.
OSÓRIO — Rio — Aconselhamos a ler os grandes contistas, Só então poderá compreender o que se deseja- como
conlo. Por ora, desclassificado,
TARAMIS — Bem
CLARUS
"Passageiro
de Segnnfraco o
Desclassificado.
da".
RICARDO BARBATANA
ando
Nas mesmas condições
terior.
—
Classificado.
SÉRGIO
Aguarde publicação
NABOR FERNANDES — Rio
Muito cheio ds lugares convms o "Poder da Inocência".
Desclassificado.
GEORGES WILHEIM — São
— Pressente-se no autor
Paulo
de "Um caso muito atoa" tendencias literárias. Deve conlinuar. O conto, porém,> nâo pode ser classificado.
LUÍS TOLEDO MACHADO —
"O Balisa" não está mau, embora não chegue a ser classifi-
b) Termhiudo o mês, %.uberá
cado. Veja se faz melhor. Meao leitor desse dia — por meio
nos banal do que êsle ultimo.
de votor enviado num coupon
J. C. DA ROCHA SOBRINHO
—
—
redige
estampado êm A MANHA
Tem
qualidades,
"Cheque"
contos
esdos
não
bem. Mas o
pu—
qual o melhor
bjiçadòs. Os votos serão rece—
tá em condições de ser clássibidns até o fim do mês prártficado.
H. M. D. — Rio — O conto
mo, quando se
procederá à
"A Historia de meu filho" foi
resultado
apuração, sendo o
imediato
no
número
desclassificado.
publicado
além da
vencedor
ao
e
cabendo
A
VOTAÇÃO
PARA
O COUPON
cruzeiros,
300
importância
de
POPULAR
com qne já fora contemplado,
Continuamos hoje a publicamais a prêmio de ROO cruzei—
ção do conpon do concurso na
ros.
da
da 1.a secção
3.s
pagina
c) O concurso será franquea—
"MANHÃ". Como já declaraa todos os escritores brashdo
mos. deve ele ser remetido, deleiros. sem exceção. Fazemos,
—
para
pois de. preenchido
entretanto um apelo aos noA MANHÃ — praça Mduá, 7,
"Grande Concurso de Contos ' vos ou ainda inéditos para se
valerem desta oportunidade de
de "Letras * Artes". ¦-¦ Couporem A prova suas aptidões,
pon.
já que um dos principais obieo
Neste, o leitor assinala
tivos do concurso è contribuir
melhor conto, dos contemplapara estimulo das vocações lidos, publicado pelo suplementer árias.
to durante o mês.
d) Os originais nâo deverão
Hâ um prazo de i mês para
de três páginas e meio
exceder
a remessa desse conpon.
dactilografados,
almaço)
(tipo
Desta forma, o premiado do
eom dois espaços, ou seis págimês pelo concurso popular sâ
nas em manuscrito com a con—
será proclamado no fim do dição ds ser a letra perfeitamês seguinte. O prêmio estamente legível.
belecido corresponde à impore) Oi autores poderão usar
sem
tância de 500 cruzeiros
de
pseudônimo, revelando,, pocontrtr os 300 cruzeiros pagos
rêm
confidencialmente, o no—
na o ¦ nsião em qne o conto foi
me, coò* a indicação de ser oü
classificado pela comissão jul«
não pnbli"ado o mesmo,
gadora.
classificado ou premiado o conto. Os originais nâo serão'deO PAGAMENTO DOS CONTOS
CONTEMPLADOS
volvidosO pagamento dos contos conf) Toda corresjwndência retemplados no concurso è efelativa ao concurso deverá endereçar-se à R"darão da A MAtuudo dos sábados e âs segnn"i
trazendo a indicação
dns-feirns na Caixa de
NffÃ
"GRANDE CONCURSO
DE
Noite". Para melhor orienta"LEIRAS h AHintercuMdas
erJ
CONTOS
DE
ção poderãa
TES". Será mantida uma seção
procurar na portaria de A MAno Suplemento LiNHÃ 5." rtiidor do Edifício de
"A Noite", o sr. Rodolfo Fct- permanente
à referida
terario destinada
correspondência. Ninguém fireira, que prestará todos os eselarecimentos necessários.
cura sem uma resposta.
contemplados
aos
A Comissão julgadora é consQuanto
dos Estados, A MANHÃ provititnida petos seguintes escritodenciará a remessa da imvorres: — Adonias Filho, Lúcio
destinaao
Cardoso, Marques Rebelo. Matância diretamente
Emprêda
aaência
à
ou
tário,
nncl Bandeira e Brito Broca,
sa *it Noite", caso exista na
que será o secretário do Concurso.
localidade.
AS BASES DO CONCURSO
AVISO AOS CONCORRENTES
Repelimos, a seguir as bases
concorrentes
aos
Pedimos
do concurso:
sempre o nome e o
anunciar
a) O concurso ietá caráter
pseudônimo no próprio origi-^
sepermanente^ devendo ioda ilusnal do conto a fim de facilitar
mana ser publicado, com
o nosso trabalho.
tração, um conto escolhido peO CONTO CLASSIFICADO
Ia Comissão Julgadora, entre
esta semana
Foi classificado
de
os recebidos nesse espaço
"Culpado*, do sr.
conto
o
autor
ao
tempo, conferindo-se
ArtãTárdè Cunha, hoje publtd importância de 300 cruzeicado.
ros;
'
(Conclusão da 5." pá„ina)
CULPADO!
tacto para o bolso.
O senhor não ia fu>
mar?
grafa continuava sorrindo
Ah! sim...
E para cúmulo,
Tirou o cigarro do bolso pelos olhos."chícíet".
e ficou com ele entre os de- mastigava
>— Escuta, Oliveira (elo
dos, a mão .espalmada na
. tratava o gerente assim
mesa.
do úlO Io revispr, o de óculos mesmo), você soube
"soítlite", aproveitou para
mostrar-lhe um erro dè
: *
concordância.
demais!
era
Isso já
Que
¦
(Conclusão dà 7.*
1
un>
é qüe
estüdantézinho è frêhtè a êíe solfeja umapâgésçáde ginásio poderia compre- \a quas^.çornplstá. sà por,,in/eliencTer da; língua tta ; lítefa- ..cidade. v.nSq.., se, ,,eo;tryb;cas6Q.,no
#*&(%& .agudo, Volta à mesa.;-, Penisa em
tural t,'j •;;,PwH;:w.v'- .-, '^a-qjtfr
ieyadjrrsj?. ;ítEstáá sojzinhô' erà Ilha
; _^.(j senhor veja
-Gabres-'' ;'Está''' sózinhoi'- "rio
**/\ tropa, na \ sua' maioria rdas.
'mundo.- v0 uniforme foi 'üma»í:és'früstradai;
entra- "r-Q-ár
Está":$M'sji$osb
composta- dé üegros,
ptrdtitI':
",]•;.,
',.....
Na
sòíídâo
dum |aího.
.'""
ràni......
2.'„ ¦,.'...,-,. ;i Depois,'! tudo ..ép deserto^,
o m[ Sorriu complacente. Po- c^m2nsurável.'.'d2s,erí0. ;>.•-¦ Vai. àV4ò>
brc'''révifof:í ^inibr^^de'):»;- jhinhái Mss o aíiiversí/ío do- Prsr
dos os révisorés do mun- feito só para o ano. Fala-se muito na elevação do atual Cônsgo
doí Mas aquiesceu:
de Monsenhor.
'.'pMj.'•/• Sim»
*- E*. D&, fato. Foi um à categoria
bisr
cbrijèíStüi-as
timo sucesso de livraria
dos Estados Unidos?
— Já. E' um ótimo livro.
Mas e os saltos? Como é
que aconteceu uma coisa
dessa?
Enfiou a mão no bo^ô
para esconder o tremor. E
displicente:
•— Coisinha atoa. O revisor exagerou. Eu volto
amanhã para acertar.
¥ÍSTA PARCIAL DE ILHA DAS CABRAS
japSO.
!
¦ry^'it?-y.: :.ií-5 * '•"'yr:'f'
:
y
Pra p|ue
outro não
-i- Bem,
tarei para
diátíutii* ..isso rt:D
compreenderia..*
amáriliã eu vòltraduzir os sal»
¦ *
tos assinalados;.;:>; - y, -
{
E saiu, Na outra sala o
gerente discutia com a ielefoQisía sobre unia Hgação
interurbana.
"Hem feito, sua seriai--*
ta }" pensou. Mas a daçtiló-
;|||
Q;
p)ú
,v%m{''párá
r!que
|ò'.nâp/é^tâp^cedp
p Santo Crisma. .'.(Enrim,:.tjha.^das
Cabras' pouca oportunidade oler
reee para quem queira exibir-se.
"Também
que adianta a gente saíi
fardado pela rua?" pergunrou
Lo!ô. E continuou matutando:
*Q
povo não me respeitamssmo...
E sem farda a gente, é tal qual
.ym capitão do Exér.citp à paisana; precisa ssmprev alegar.a sua
Borra pacondiçço de oficial...
'..
terra ê
Esta;
uniforme.
ra esse
riern
tfõ or^*n--ra que
gèrrte^morre mais aqui,'.>'•!*[',.j^K''".-l'
w
Foi' quando Terezinha chegou
dizendo-lhe, .çusm 3 prata Jacinta, de tanto beber, morreu de hidropsia no Hospita 1". ! -• Lófô deu
--;
um saltou e berrou:
'—-' Pròta nsÓ sár^hàra1' sii.estújjida,,' Foi',', urM .^ranefe.. mulher,
OUVIU?
.'..-!"'''„'!,• .•;:; :-'.-,?.-,
,E saiu,, nurna desabalada sem
j|m, a procurai do JvÍasstro-Capi>
tão, avisá-lo do ocorrido e donvp'
;
cár a banda pára* ô enterro.
• Precísafricnte àãs4 hõrasdâ tar*
de, num dia de semana, a vila
deserta, o "caixão da fábrica. Se»
guro por quatro indivíduos que
fòrarn iníirpad^s ^ pelo delegado
paira tar fírrV* surgiu?: ria Rua àà
Hospital, e dentro dele —¦ JACINTA de tal.
•Àtrrs, aó seu uniforme azulmarinho, a banda gemia, trágicamente a marcha fúnebre de
Chopin. "-,-. .
Lofô atravessou o LaegQ da MaIriz. Solfejando, inda pôde ter,
nos olhos dos qüe paraaíi acQrreram, o escândalo; já dentro da>
'
Matriz, esgue?rou-se por un-ia
das colunas e foi segredar aosi
Ouvidos do Dr. Promotor:
. ¦-.. Nâo, doutor, o filho dessa
mulher, chamado João Quiabo, e
que hoje reside na cidade de Tu-Paulo, é
pan, no Estado de São
músico também. E o senhor sabs: Ps músicos, como os bachareis, sempre tiveram solidariedá;.
de de classe"? ,.\ j"'.y.'
„..
•' À
pédidó da .família .a.i.ndá não
enlutada a, banda, não tpcau .no
trajeto compreendido pe.la.Rua onde. se.assenta -o casarâo-spbracib
do Simplicio.
Outros óbitos de indigentes
ocorreram, depois, com certa in*
Ststência em Ilha das Cabras, como os de Sinhâns Cata, Chic-uinha
Caga, Benedito Sapo, Manuel SaCi.
Tfxtmoala, Toninho. Xanxo
nhâna Camelo. A todos a banda
deu a graça- de sua comparíncia.
Qucndo morreu' o Tabelião Simplicio, a banda, por deliberação
não tocou:
expressa do morto,
com
enterro
mes compareceu ao
ps Instrumentos enlaçados por
à exceção do
uma fita preta,
Lolô que alegara ser preta a cor
h'0'e, já ha
de seu instrumento,
enterros sem banda de música em
Ilha d-s Cabras.
Fslizmçnte.
*<
Dantas Motta*
—-Mas isso não se faz.
Assim...
As mãos suavam no boiso. Não esperava por aquiIo. Pensou que o outro tivesse um pouco mais de
consideração. Não era um
Fiassassino, um ladrão.
"ladrão'*.
cou pensando no
Afinal de contas ele já havia recebido o, dinheiro—
5.000 cruzeiros — e o trabalho estava incompleto.
Revisor de uma figa.
— Amanhã eu trago tudo
direiítriho. E até amanhã,
'Oliveira;!
2ví.„JlJ JStS
O matraquear da máquina
Mo òd-^xòu ouvir ^..res*
posta do outro. ;
Será1 que ele respondeu?,
"È^qUánioV^sper^a'^-^^vadory decidiu que iria- tomar um curso intensifica*»
do de inglês. Era preciso,
Ele, que viera da provincia com tantas, apresenta»
ções, precisava ser mais
honesto, mais direito.* O
seu nome. ..O. elevador
passou lotado e ele desceu
pelas escadas.
- Mas não voí tou no dia
seguinte. Nerfi nunca mais.
O pai morrera na provincia e ele teve que ir tomar
conta dos negócios da fa*
xmlia. Parece que uma cria*
>ão de galinhas Leghom. j
*
.~».v-**ii **«-ÍÍ-V»
""' *;^~^*3
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¦:»»»..
'¦"Hk-.-^i»»''•.
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11001JAHFIBO. DOMÍNGO, 11 DÊ SETEMBRO 0f m*
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OS GRANDES SON1TIST AS
DA LÍNGUA FORT Ü0ÜESÀ
...••!..r..i-
-,'f. í,*'- fj"»*' •."•'?*'»*"*
GREGORIO DE MATOS
(1633-1696)
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4
Ilustração de SANTA ROSA
PEQUEI, SENHOR: MAS NÃO PORQUE HEI PECADO
DA VOSSA ALTA PIEDADE ME DESPIDO:
'ANTES,
QUANTO MAIS TENHO DELINQUIDO,
VOS TENHO A PERDOAR MAIS EMPENHADO,
SE BASTA A VOS IRAR TANTO PECADO,
A ABRANDAR-VOS SOBEJA UM SO' GEMIDO:
QUE A MESMA CULPA QUE VOS HÁ OFENDIDO,
VOS TEM PARA O PERDÃO LISONJEADO.
SE UMA OVELHA PERDIDA, }Â COBRADA,
GLÓRIA TAL, E PRAZER TÃO REPENTINO
VOS DEU, COMO AFIRMAIS NA SACRA HISTÓRIA,.
EU SOU, SENHOR, OVELHA DESG4RRADA\
COBRAI-A, E NÃO QUEW4IS, PASTOR DIVINO, •
'&
vms-À CléRli
N/l VOSSA OVFJM*
.