Centro de Comunicação Social do Exército

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Centro de Comunicação Social do Exército
Centro de Comunicação Social do Exército | Brasília-DF | domingo | 19 de abril de 2015
ESPECIAL
Em 1645, dezoito patriotas inconformados com o domínio do invasor holandês, sob a liderança do português
João Fernandes Vieira e conduzidos por André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias, na
harmonia das três raças fortes - branco, negro e índio -, assinaram a proclamação: “Nós abaixo assinados, nos
conjuramos e prometemos, em serviço da liberdade, não faltar, a todo o tempo que for necessário, com toda a ajuda
de fazendas e de pessoas, contra todo o risco que se oferecer, contra qualquer inimigo, em restauração da nossa Pátria...”.
Estava firmado o compromisso de luta contra o jugo estrangeiro ao país.
Homens rudes, com invulgar sentimento nacional, semearam naquele momento a semente do patriotismo que hoje anima e
enche de orgulho cada integrante do Exército de Caxias. Tinha início uma trajetória de mais de três séculos, alternando o sacrifício
das lutas pela integridade territorial, integração nacional e defesa da nossa soberania, com a aspereza dos treinamentos no dia-a-dia
dos quarteis.
A história do Exército Brasileiro confunde-se com a formação da nossa nacionalidade, na exata medida em que a vida dos nossos
soldados insere-se na sociedade a que servem e da qual provêm.
Neste ano em que alcançamos 367 anos, homenageamos também duas fontes perenes de inspiração do mais puro e verdadeiro
patriotismo.
Há 150 anos nascia Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, cuja trajetória de vida foi caracterizada por
desafios, dificuldades e perseverança, típicos da vida militar.
Ninguém o superou no esforço épico pela integração nacional, muito menos pela grandeza e sentimento humanitários na proteção
dos indígenas brasileiros.
Rondon, o grande pioneiro e desbravador, é a mais bela síntese de cidadão-soldado do Brasil do Século XX.
No próximo dia 8 de maio, celebraremos, também, os 70 anos da vitória na memorável campanha da Força Expedicionária Brasileira
na Segunda Guerra Mundial, construída por homens e mulheres comuns, mais uma vez negros, índios, pardos e brancos, enviados para
lutar em solo estrangeiro, muito longe da Pátria e em defesa dos ideais de liberdade e democracia tão caros ao povo brasileiro.
Hoje, o Braço Forte e a Mão Amiga se desdobram no processo de Transformação para configurar uma nova Força Terrestre
que assegure ao Exército de sempre a capacidade de atender aos novos desafios exigidos por um Brasil protagonista na comunidade
internacional.
Uma nova Força Terrestre para o mesmo Exército, sempre presente nos mais remotos rincões do território, a proporcionar
estabilidade, segurança, defesa e ações em prol do desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e social.
Uma nova Força Terrestre para o mesmo Exército, sempre democrático, apartidário e inteiramente dedicado ao serviço da
Nação, desenvolvendo suas atividades em ambiente respeitoso, humano, fraterno, digno, honesto, disciplinado, responsável e solidário.
Uma nova Força Terrestre para o mesmo Exército, sempre orgulhoso de sua história e apegado aos valores que o sustentam
e lhe dão coesão, com forte senso de responsabilidade social, consciente da necessidade de ir além do que prescreve a destinação
tradicional de uma força armada, ciente do papel de provedor de necessidades básicas de populações cuja segurança e até mesmo
sobrevivência não encontram alternativas que não as proporcionadas pelo “Braço Forte - Mão Amiga”.
Parabéns Exército Brasileiro!
Parabéns aos nossos que diuturnamente cumprem suas missões de soldado com devoção, movidos tão somente pelo amor ao
dever, ao Exército e ao Brasil. Aos que neste momento guarnecem nossas fronteiras; aos que neste momento se desdobram nas inóspitas
frentes de trabalho; aos que neste momento lutam pela paz no Haiti; aos que nesse momento se dedicam à missão pacificadora na
Comunidade da Maré, onde o Sargento Mikami doou sua vida, como fizeram os heróis de Guararapes. Reverenciamos a sua honra
e coragem para vencer desafios, e o seu sentimento do dever, exemplos para todos nós.
Assim, mais do que receber um fraternal reconhecimento de consideração, estima, respeito e confiança, o Exército faz por
merecê-lo, atento ao que disse o historiador Gustavo Barroso: “Todos nós passamos. O Brasil fica. Todos nós desaparecemos, o
Brasil fica. O Brasil é eterno. E o Exército deve ser o guardião vigilante da eternidade do Brasil”.
Brasília, DF, 19 de abril de 2015.
General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas
Comandante do Exército