Jornal - Associação Brasileira de Angus
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Jornal - Associação Brasileira de Angus
MAIO/JUNHO DE 2013 ANO 14 - Nº 62 Angus @ newS Jornal Foto: Devanir Parra/Angus INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS Impresso Especial 9912316261 – DR/RS Agência Ciranda CORREIOS 2 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EDITORIAL Angus, uma raça para todo o Brasil A Paulo de Castro Marques pecuária brasileira é um gigante que movimenta mais de R$ 75 bilhões somente dentro da porteira. Além disso, gera cerca de US$ 6 bilhões/ano em divisas e deve fechar o ano com quase 10 milhões de toneladas de carne. Temos o maior rebanho comercial do mundo, rivalizamos com os Estados Unidos como os maiores exportadores de carne e somos o segundo maior produtor de proteína vermelha. São números dignos de um negócio espetacular. Segundo dados do IBGE, cerca de 80% das mais de cinco milhões de propriedades rurais no Brasil têm pelo menos um bovino. Esse Brasil dá certo e esta é a melhor parte - há um tremendo potencial para evoluir ainda mais. Produtividade é a palavra de ordem. E a raça Angus está dando sua contribuição para melhorar os indicadores zootécnicos da pecuária brasileira. Os números divulgados pela Asbia recentemente representam apenas um, mas significativo exemplo. Afinal, o Angus é a opção genética Nina x Touro Foto do criador Renato Segura Ramires Junior que mais cresce na preferência do produtor e já é a segunda em número de doses comercializadas. E isso acontece porque o Angus é uma raça nacional, desenvolvida para atender as necessidades da pecuária do Brasil Central. O gado cruza Angus está ganhando o Centro-Oeste, assim como o Sudeste e já começa a aparecer no Norte e Nordeste. Bom para o Brasil, para os selecionadores de Angus e a pecuária brasileira como um todo. Usar genética Angus é ter a certeza de agregar precocidade, fertilidade, conformação e lucro. Quem ainda tem dúvidas é convidado a procurar o nosso departamento técnico, conhecer um pouco melhor o Angus e experimentar. Não é sem motivo que nove em cada dez bezerros de cruzamento industrial são Angus. Grande abraço e boa leitura a todos. Paulo de Castro Marques Presidente da Associação Brasileira de Angus NESTA EDIÇÃO Terneiro de qualidade Abate Programado VPJ Edio Sander torna o difícil mais fácil Os resultados de Denver Exposições Ranqueadas Angus e Brangus agora mais próximos Leilões Chancelados Perfil: Ricardo Macedo Gregory FOTO PREMIADA - Angus@newS publica fotos de profissionais, criadores e leitores que apresentarem a raça Angus e o seu meio de uma forma inusitada. Envie sua foto para: [email protected] EXPEDIENTE Opinião: Eficiência e Gestão Associação Brasileira de Angus Diretoria Biênio 2013/2014 Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1º Vice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Marco Gomes Costa - Diretor Vice Presidente: Wilson Brochman - Diretor Vice Presidente: Rogério Stein - Diretor de Marketing: Gustavo Goulart - Diretor Administrativo: Sérgio Colaço - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Diretor Financeiro: Maurício Weiand Lampert - Diretor de Núcleos: Leo Warszawski – Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Valdomiro Poliselli Júnior, Nelson Serpa, Fabio Gomes - Membros Natos (ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Fernando Bonotto, Reynaldo Titoff Salvador, José Roberto Pires Weber, Antônio Martins Bastos, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Mariana Tellechea, Roberto Soares Beck, Cláudia Indarte Silva - Membros Suplentes: Frederico Fittipaldi Pons, Fernando Osório, Fernando Pons - Conselho Técnico - Ricardo Macedo Gregory – Presidente, Rogério Rotta, Roberto Vilhena, Felipe Cassol, Angela Linhares, Fernando Gonçalves, Amilton Cardoso Elias Representante ANC. Angus@newS Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected]) Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, jorn. Nicolau Balaszow e articulistas - Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Agência Ciranda - Para anunciar, ligue 51 3231.6210 // 51 8116.9789 e 8116.9786 Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br :: [email protected] Associação Brasileira de Angus - Largo Visconde de Cairu, 12 - conj. 901 - CEP 90.030-110 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - [email protected] - Fone: 51 3328.9122 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Capa: Foto Devanir Parra/Angus 3 8 12 16 18 22 32 37 39 Angus@newS REPORTAGEM Maio/Junho de 2013 3 Terneiro de qualidade é retorno garantido Fotos: Angus / Divulgação Produzir com apurada seleção genética, com campos nativos melhorados ou com pastagens, aliado a correto manejo e sanidade, só pode ter como resultado o aumento da velocidade do giro da propriedade e, óbvio, maior lucratividade, permitindo receita e novos investimentos. cado da carne, Lund faz uma indagação aos criadores. “Por que não produzir terneiros de anhar mais peso, mais qualidade, quando as vantaqualidade, maior valor gens são tantas e os resultaagregado, no mesmo dos compensam plenamente os campo, no mesmo tempo e com custos de investimento?”. o mesmo número de vacas. À medida que se barateiam Estas são as vantagens bási- os custos da inseminação, a cas ou benefícios da produção produção de um bom terneiro de terneiros de qualidade, de libera a vaca mais cedo para genética superior, comparati- se recuperar e estar pronta vamente a terneiros comuns. para outra gestação, lembra A opinião é do médico veteri- o analista. “Também se reduz nário e analista de mercados, o tempo de ocupação da área Eduardo Lund. Proprietário de campo com bons terneiros. da Lund Negócios, em Pelotas, Eles ganham peso mais rapiRS, com amplo conhecimen- damente e se aprontam antes, to no campo de análises da obtendo maior valor agregado produção pecuária e no merPor Alexandre Gruszynski G Quem produz tem sobrepreço na venda. Quem compra, tem lucro certo! por que saem da propriedade mais cedo e tem mercado garantido no segmento do novilho jovem, aumentando o giro do negócio”, aponta. Menos qualidade: mais tempo, menor lucro Comparativamente, observa Lund, o terneiro sem qualidade demora mais para chegar num peso ideal ou será vendido com um peso mais baixo em relação ao de boa qualidade. “Tanto o terneiro de qualidade quanto o comum usam a mesma vaca e o mesmo campo, mas os resultados são diferentes” afirma. Ele faz a análise considerando os nove meses de gestação e mais seis a oito meses para a venda. “O terneiro de qualidade terá entre 160 a 200 kg, e será vendido possivelmente acima dos R$ 4,00 o quilo. Já o sem qualidade terá um máximo de 150 kg e na venda poderá até obter cotação similar, mas valerá menos por ser mais leve. Esta é a principal diferença. O produtor de terneiros tem que fazer esta avaliação, porque a agropecuária é um negócio que tem que gerar lucro, e o terneiro de qualidade é um investimento com lucro certo”, afirma o analista. Um terneiro Angus bem selecionado tem um preço de venda variando entre 3% a 10% superior ao terneiro comum. E este diferencial no preço de venda o produtor consegue através da genética, que é no conjunto da produção pecuária o investimento mais barato entre todos os itens que compõem a cadeia produtiva da carne. A opinião é do zootecnista, especialista em gestão no agronegócio, Mário Macedo, titular do escritório Mário Macedo Negócios, em Rosário do Sul, RS. Macedo também destaca que a comida que o terneiro selecionado vai ingerir é a mesma que o outro vai comer, as vacinas e medicamentos são os mesmos para os dois, assim como o manejo, mas o retorno financeiro que o terneiro selecionado vai trazer ao produtor será indiscutivelmente maior que o custo da sua produção, que afinal é o mesmo da produção de um terneiro comum. Conversão alimentar “O animal de qualidade converte o alimento mais rapidamente, ganhando mais peso em menor espaço de tempo. Se considerarmos um diferencial de R$ 0,10 a mais pelo quilo vivo, um animal sem qualidade poderá ser vendido com peso de 200 quilos, mas no mesmo tempo o de qualidade poderá chegar aos 240 quilos. Serão 40 quilos a mais que o produtor converterá em remuneração”, exemplifica. Citando praças de comercialização no Sul do Brasil, na região entre Bagé e Lavras do Sul, no Rio Grande do Sul, Macedo conta que lotes de fêmeas Angus são comercializadas a R$ 4,31 o kg vivo. E os machos conseguem em média 10% a mais, chegando a R$ 4,80 e até a R$ 5,00 pelo quilo vivo, sendo que alguns lotes mais destacados até superam os R$ 5,00 pelo quilo vivo. “Já nos terneiros azebuados ou sem qualidade e acabamento, os preços são bem mais baixos, o que mostra que os investimentos em bons animais tem mercado garantido e preços sempre e cada vez mais atraentes”, afirma Macedo, lembrando que com os programas de carne de qualidade, como o da Angus, por exemplo, os ganhos com animais de qualidade superior tendem a crescer ainda mais. >>> 4 Angus@newS REPORTAGEM Maio/Junho de 2013 Investimentos voltam como lucros Foto: Angus / Divulgação “À medida que se investe na qualidade dos animais com inseminação (IATF), se tem benefícios em todas as ramificações do processo, seja na obtenção de um novilho precoce, com marmoreio na carne, maior peso em menor tempo, seja em reprodutores de performance garantida. O custo é plenamente compensado pelo retorno que estes produtos rendem na hora da venda”. O comentário é do criador Jorge Torelly, da AML Agropecuária, de Livramento RS. Com muita propriedade, Torelly realça que cada produtor tem seu sistema de criação e os custos são variáveis, dependendo de cada sistema, por isso fica difícil quantificar, generalizar. “Mas o retorno que se tem criando e cruzando com Angus é plenamente compensado pelas qualidades intrínsecas da raça. O que a raça proporciona cobre plenamente os custos”, garante o experiente Torelly. Eficiência reprodutiva Aumentar a eficiência reprodutiva dos rodeios de vacas adultas e fazer com que 1,3 milhão de novilhas concebam, aos dois anos de idade, ao invés dos três anos, como ocorre com a maioria delas, deve ser o objetivo de todos ligados ao setor pecuário. Estes são dois pontos cruciais para aumentar a produção: a produtividade por vaca exposta à reprodução e a qualidade dos terneiros, permitindo boas respostas zootécnicas e econômicas ao TÉCNICOS CREDENCIADOS setor. A opinião, embasada em estudos, pesquisas e larga experiência, inclusive como produtor, é do professor das Faculdades de Agronomia e Veterinária da UFRGS, Ph. D José Fernando Piva Lobato. Pesquisador da área de Sistemas de Produção, Manejo e Seleção Animal, Lobato destaca que conforme os dados de estoque bovino da Secretaria da Agricultura gaúcha, de cada 100 vacas existentes no Estado, 44 não desmamam, não cumprem o seu papel de produzir um terneiro por ano. Com os pés no chão, são de fato 24 vacas que não desmamam terneiros, no raciocínio de que deveríamos ter 80% de desmame. “O produtor tem que se dar conta que o custo maior que ele tem é a ineficiência reprodutiva do seu rebanho, sejam vacas adultas, sejam novilhas, que não concebem por falta de desenvolvimento e de boa genética. Quanto custa ter no campo uma vaca ou novilha que não produz terneiro?”, questiona o professor. Lobato mostra que na média, de cada 100 vacas, desmama-se 56 terneiros, sendo 28 machos e 28 fêmeas. E com 28 fêmeas não há pressão para seleção e descarte de novilhas. “Se temos só 28 fêmeas, não tem o que descartar, precisamos de todas para a reposição de vacas de descarte e, assim, não tem como eliminar as piores”, afirma ele. A responsabilidade da produção de bons novilhos fica somente com touros oriundos de fato de programas de melhoramento genético. Matematicamente estes dados mostram que a ineficiência reprodutiva atrasa todo o processo de produção pecuária. ristas podem estar assustados com o avanço das lavouras de soja sobre os campos até então de pecuária de cria, mas que, “se depois da colheita da soja for plantado forrageiras de inverno/primavera e usado com rodeios de cria e para a recria de novilhas, teremos mais de 80 terneiros desmamados para cada 100 vacas, ao invés de apenas 56 como temos agora”. Debaixo do martelo Dizendo que os resultados de comercialização falam por si só, o experiente leiloeiro Fábio Crespo atribui aos investimentos feitos principalmente no melhoramento de touros, os terneiros de qualidade que temos hoje. “O terneiro de genética Angus, por exemplo, tem valorização de 25% e até mais na sua comercialização, em relação a outros”, compara Crespo, que acompanha de fato o processo de comercialização debaixo do seu martelo. De onde virão As exigências cada vez maioos terneiros? Lobato, que participou ati- res do mercado em relação à vamente como palestrante e qualidade e precocidade dos debatedor no 41º e 44º Fórum animais, motivam os criadores Permanente do Agronegócio, a investir na produção diferenrealizados em Santa Maria e ciada porque os resultados fidurante a Fenasul, em maio, nanceiros, comprovadamente, em Esteio, RS, onde foi abor- serão compensadores, avisa dado o tema “De onde virão os Fábio. terneiros?” , diz que os pecua- O plantio de forrageiras após a colheita da soja pode ampliar a oferta de terneiros Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação UF PR SC SC RS RS RS RS RS RS CIDADE Arapongas Lages Lages Porto Alegre Bagé Porto Alegre Alegrete Vacaria Cachoeira do Sul NOME Antônio Francisco Chaves Neto Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo Adevolmir Silva Dimas Correa Rocha Fábio Azeredo Fernando Furtado Velloso Flávio Montenegro Alves Ivan Pedro Verdi Guazzelli Joel Rocha Scroferneker TELEFONES 43 3275.1811 / 43 9972.0309 49 9146 5455 49 8839 7790 51 9904.3356 53 9946.6031 51 3392.6502 / 51 9835.8100 55 3422.7595 / 55 9974.3024 54 9117.0773 51 3724.2495 / 51 9975.1985 UF RS RS PR RS RS RS SP RS SP CIDADE Cachoeira do Sul São Borja Cascavel Pelotas S. do Livramento Sto. Antônio Patrulha S. J. do Rio Preto Uruguaiana Promissão NOME José Carlos Guasso Josemin de Lima Guerreiro Luis Augusto Copetti Luiz Sérgio Santos de Faria Luiz Walter Leal Ribeiro Pedro Adair F. dos Santos Rednilson Morelli Goes Renato Pinto Paiva Tito Mondadori TELEFONES 51 9602.0365 / 51 9995.8189 55 3431.6497 / 55 9977.6644 45 9972.3425 53 3225.3805 / 53 9983.0813 55 9112.3916 / 55 3242.1312 51 9837.6501 / 55 9969.1464 17 9201.9181 55 3412.5339 / 55 9977.7281 14 8147.7797 6 Angus@newS INFORME Maio/Junho de 2013 Catanduva vence prova da Embrapa Feicorte, a Nacional de Angus O touro “Catanduva 01750 Verídico 1531 - 1112”, de propriedade da Cabanha Catanduva, de Glorinha, RS, agora sob o comando de Fabiana Defferrari Gomes, integrante da categoria Elite, foi o vencedor da 3ª Prova de Avaliação a Campo de Re- touro “SW 483 Proteção Brigadier Bartolomé”, da Agropecuária Proteção. Com duração total de 10 meses (agosto de 2012 a maio 2013) os tourinhos provenientes de 11 propriedades de seis municípios gaúchos, foram avaliados com base nos seguintes padrões: 40% do valor da prova para o ganho médio de peso diário; 10% para peso final ajustado com 18 meses; 10% em média diária de olho de lombo; 15% média de gordura na picanha e na costela e 25% na morfologia do animal, avaliado por três inspetores técnicos. Para Joal Brazzale Leal, pesprodutores Angus, realizada pela quisador da Embrapa Pecuária Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, Sul e coordenador da prova, os RS, com o apoio da Angus Brasil. primeiros colocados são animais A segunda colocação, Elite, ficou de ponta. “Estes três exemplares para “Maya Haragano Hornero podem ser levados para qualquer Pity”, da Cabanha da Maya, de julgamento de argola no próxiBagé, RS, de Zuleika Torrealba, mo ano, com ótimas chances de e a terceira colocação foi para o sucesso”, diz o técnico. Fomento ao Carne Angus em Canoinhas A raça Angus foi tema de palestra proferida no último dia 24 de maio, no Parque de Exposições Ouro Verde, em Canoinhas, SC. Para um público de 80 pecuaristas da região, o secretário de estado da Casa Civil de Santa Catarina e presidente do Núcleo de Criadores da Raça Angus, Nelson Serpa, e a médica veterinária Fernanda Nogueira Kuhl, técnica do Programa Carne Angus Certificada, apresentaram dados sobre a raça (pelagens, características produtivas, entre outros) e os benefícios aos produtores do Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. Presentes personalidades como o secretário regional, Ricardo Pereira Martin; o deputado estadual Antônio Aguiar; o prefeito de Canoinhas, Beto Faria; além de pecuaristas como Sadi Evers, da Agropecuária Mafra, e Nivaldo Dzyekanski, da Brasil Florestal Ltda, de Itaiópolis, SC. Projeto para fomento à produção da carne Angus de qualidade, o Programa Carne Angus Certificada conta hoje com frigoríficos parceiros em seis estados (RS, PR, SP, GO, MS e MT) e Santa Catarina está no foco da Associação para futuras parcerias. De acordo com Fernanda Kuhl, a disseminação de informações sobre a raça e sobre o programa especificamente contribui com a expansão da produção de gado Angus em terras catarinenses. “Santa Catarina está situada em uma região estratégica e a intenção é levar maior conhecimento sobre a raça aos criadores daquela região", ressaltou a técnica. Cadeia da carne foi tema em Mafra Para divulgar aos produtores de Santa Catarina o principal projeto em andamento da Associação Brasileira de Angus e fomentar o uso da genética Angus nos rebanhos locais, o inspetor técnico da Angus Brasil, Adevolmir Lima da Silva palestrou para cerca de 60 produtores no Sindicato Rural de Mafra, SC, em 10 de maio. Ele objetivou sua fala sobre as diretrizes e os anseios do Programa Carne Angus Certificada, e o alvo principal foram os produtores de terneiros, a base do processo de produção. “O programa de certificação da raça Angus vem ganhando cada vez mais espaço no cenário nacional. Muitas parcerias já foram feitas com grandes frigoríficos, atualmente são 17 plantas frigoríficas pagando bem pela carcaça inserida no Programa. Expandimos a parceria para seis Estados atualmente e esse número tende a crescer”, informou o técnico da Angus Brasil, no evento organizado pelo Núcleo Catarinense de Angus, juntamente com o Sindicato Rural de Mafra. Ele disse também que o objetivo é atingir da melhor forma possível o consumidor final, que é quem faz de fato a avaliação do produto Carne Angus Certificada. “E só vamos conseguir ainda mais sucesso aumentando o número de abate de animais com sangue Angus para atender a essa alta demanda do novo consumidor de carnes no Brasil”. Adevolmir lembrou aos presentes a liderança da raça Angus entre as taurinas no cenário nacional. “A Angus comercializou quase três milhões de doses de sêmen em 2012, com crescimento de 29% sobre o ano anterior, e há expectativa de superar esta marca em 2013”, destacou o Inspetor Técnico da Angus Brasil. Mais uma vez São Paulo, a Big Apple brasileira, se transforma na grande vitrine da raça Angus para o Brasil, entre 17 e 20 de junho. No período realiza-se a 19ª Feicorte, palco da XIII Exposição Nacional da Raça Aberdeen Angus, na pista indoor do Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. É presença garantida de selecionadores, técnicos e investidores, além dos tradicionais contatos entre os dirigentes da Angus Brasil e do Programa Carne Angus Certificada com o mercado. O certame marca mais uma importante etapa do Ranking Nacional de Angus – após cumpridas as fases de Avaré, Londrina, Uruguaiana e Esteio (Outono Angus Show). A mostra de Angus de São Paulo – a Feicorte - é organizada e coordenada pela Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), com o apoio do Núcleo de Criadores de Angus de São Paulo (Angus São Paulo). Na escolha dos campeões atua o técnico uruguaianense Renato Pinto Paiva. Os julgamentos de classificação de machos ocorrem dia 19, a partir das 9h. No mesmo dia, às 18h, no estande Angus, é momento para o coquetel de lançamento do Anuário Angus, e às 20h acontece o Leilão Prime Angus, mais um evento chancelado pela Angus Brasil. No dia 20, às 9h, inicia o julgamento de fêmeas e às 18h o coquetel de entrega de prêmios aos prorietários dos animais vencedores deste ano. CP CRV Lagoa inicia mais uma prova Consagrada pelos resultados obtidos nas edições anteriores, a sétima edição da Prova para Toruos Angus do Centro de Performance (CP) da central CRV Lagoa já está em curso, com a participação de machos Angus nascidos entre 01/08 e 30/11 de 2012. A prova é a avaliação genética de raças taurinas e zebuínas mais completa do Mercado. O período de adaptação será de até 42 dias e a duração completa da prova será de 180 dias. Ao final, será promovido o leilão dos classificados como Top 30%. Um dos diferenciais do trabalho realizado pelo CP é a mensuração da eficiência alimentar por meio do Grow Safe System, que fornece informações complementares aos índices de seleção, como o consumo individual de alimentos, proporcionando uma medida precisa sobre o custo e a eficiência de crescimento dos animais. A adesão aos testes realizados pelo sistema é voluntária. O controle da dieta é rigoroso para que o potencial produtivo seja evidenciado, considerando-se a integridade fisiológica e funcional dos animais avaliados, uma vez que eles representam a elite de cada um dos rebanhos participantes. A assessoria nutricional é realizada pela Coan Consultoria. O técnico responsável pela prova, zootecnista Cristiano Leal, argumenta que o even- to está consolidado junto aos criadores de Angus como uma eficiente ferramenta para a seleção de reprodutores nacionais para uso em produção, seja para confinamentos ou para o regime de campo. Segundo ele, na última edição o leilão foi total sucesso e foram contratados três jovens reprodutores Angus com perfil para atender a demanda na pecuária nacional. “Eles já estão em coleta e com sêmen disponível ao mercado, fomentando a raça e a genética geniunamente nacional”, argumenta o técnico. O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, observa que a entidade apoia o CP CRV Lagoa, por entender ser uma importante vitrine para os criadores demonstrarem a capacidade da raça para produção em sistemas intensivos, comprovando sua genética e aptidão para a produção de carne de qualidade. Os tourinhos integrantes do CP CRV Lagoa ficam confinados em sistema uniforme, sendo rigidamente avaliados em várias características produtivas e reprodutivas como Peso, Perímetro Escrotal, Qualidade de Carcaça, AOL, EGS e Marmoreio. E ao final da prova serão selecionados os TOP 30% para venda em novo concorrido leilão. Mais informações na Angus Brasil, 51.3328.9122 ou diretamente na CRV Lagoa, pelo telefone 16.2105.2234. 8 Maio/Junho de 2013 CARNE Angus@newS Abate programado, o sistema nacional da VPJ Fotos: Divulgação VPJ poder dividir o programa com 10% de diferença de peso a menos”, explica Adriano Oliseus produtores integrados. Para ingressar no sistema, veira. Segundo Adriano, os anitodos os animais devem possuir, no mínimo, 50% de san- mais desmamados com peso gue Angus e as características abaixo de 240 kg vão para o que os identifiquem como um programa de recria/engorda produto certificado na hora do a pasto, onde no dia seguinabate. Por isso, é importante te à desmama ou chegada na que o produtor tenha conheci- fazenda (no caso de animais mento do sistema de certifica- comprados) já começam a reção de animais vivos da Angus ceber o fornecimento de proBrasil, para garantir que esteja teinado na proporção de 500 criando e engordando um ani- g/dia até o final da seca com mal que no futuro será aceito modestos ganhos de peso. “A pela programação de melhores partir da brotação dos pastos, preços e premiações. Não são aceleramos o ganho de peso todas as Cruzas Angus que se com fornecimento de uma misencaixam no requisitos da cer- tura múltipla em 1 kg/cab/dia tificação. O produtor deve es- até as novilhas atingirem peso tar atento às regras: animais de 390 kg, o que normalmencom chifres, de característi- te ocorre até o mês de março/ cas leiteiras e, principalmente, abril, com ganho de peso diácom idade superior a 24 meses rio de aproximados 1,2 kg. A no abate, não passam na cer- partir daí, oferecemos uma raUtilizando sua experiência acumulada ao longo de 10 anos em suas tificação e, construtivamente, ção concentrada na proporção fazendas no Centro-Oeste, o Grupo VPJ busca a expansão de seu sistema de não recebem sobrepreços nem de 5 kg dia, com ganho médio premiações. Daí a importância de 1,6 kg/dia no período de fornecimento de carne de alta qualidade a mercados diferenciados do uso de touros e/ou sêmen 40 dias até atingirem os 440 kg. Os machos continuam reAngus na produção. cebendo 5 kg de ração balanO sistema de engorda para Para entender o sistema, são da produção das fazendas Por Horst Knak basta dizer que os produtos do Grupo. Entretanto, assi- produção de um animal que se ceada por dia até alcançarem do Grupo VPJ, pertencente ao nala Adriano, o crescimento enquadre no sistema de certi- 480 kg, quando serão abacriador Valdomiro Poliselli Jr, da indústria está baseado na ficação se divide em dois ca- tidos”, detalha o gerente da odo produtor rural que direciona seus produtos a lojas expansão de parcerias com minhos, utilizados pela VPJ VPJ. A terminação, com fornecompreender o que o próprias, empórios, butiques produtores de bezerros (as), Pecuária em suas fazendas consumidor deseja será de carne, restaurantes de alta invernistas e confinadores, que próprias com muito sucesso. cimento de alta energia na reum vitorioso. Se o público gastronomia, hotéis e as me- produzem de forma integrada “Bezerros e bezerras são des- cria/engorda e na finalização, busca uma carne diferencia- lhores churrascarias em todo ao programa estabelecido pela mamados aos 7 meses e já se incrementa grande concentrada, cabe ao sistema produtivo o Brasil. Desta forma, explica empresa, o Abate Programado iniciam na recria/engorda. No ção de gordura de cobertura caso da VPJ Pecuária, todos entremeada, características identificar as características o gerente da VPJ Alimentos, VPJ. deste produto e fornecê-lo ao Antônio Augusto Miranda, Nele, o produtor pré-esta- os animais desmamados com da raça Angus que se intensimercado. De olho nestas pre- o que se quer é aproximar o belece seu calendário de abate peso acima de 240 kg seguem ficam com a ingestão complemissas, o Grupo VPJ desen- produtor rural do consumidor da fazenda durante o ano jun- diretamente para o confina- mentar de energia e proteína volve uma filosofia de produ- final, mostrando ao primeiro o to ao Frigorífico VPJ. Além mento, ficando por um período contínua ao pasto - que neste ção testada em suas fazendas que o cliente final deseja. dos benefícios que a cruza An- aproximado de 150 dias com caso é o principal alimento. no Centro-Oeste e que busca Segundo o gerente da VPJ gus traz, a empresa ainda pre- ganho diário de 1,6 kg. A en- É importante observar, explica a adesão de novos produto- Pecuária, Adriano Oliveira, mia o fazendeiro pela exatidão gorda termina aos 12 meses Adriano Oliveira, que o Angus res. Os resultados vêm dando basicamente, os animais usa- da entrega dos animais para com 480 kg de peso vivo para difere das raças zebuínas, que muito certo e a empresa tem dos no sistema de produção o abate. Segundo Adriano, a os machos e as fêmeas com só concentram gordura depois de gordos. interesse em divulgá-los e di- são aqueles direcionados pelo VPJ também estimula a cria>>> vidir suas experiências com programa de certificação da ção fornecendo touros, sêmen empresários e produtores que Associação Brasileira de An- e orientação técnica eficiente queiram incrementar suas gus (Angus Brasil). São, no para facilitar a vida do produproduções, principalmente nos mínimo, 50% de sangue An- tor. Em mais de 20 anos atuO produtor pré-estabelece Estados do centro-oeste, norte gus em base de vacas zebuí- ando com seriedade no mercaseu calendário de abates e nordeste, onde está a grande nas ou de outros cruzamen- do pecuário, a VPJ acumulou concentração da produção de tos. Hoje, parte dos animais experiência suficiente para lhe junto ao frigorífico VPJ animais Cruza Angus do País. abatidos pela VPJ Alimentos garantir a credibilidade para T 10 Angus@newS CARNE Maio/Junho de 2013 Fotos: Divulgação VPJ O Angus ganha peso e deposita gordura ao mesmo tempo e este é um dos fatores de diferenciação da raça e de sua carne, tão valorizada no mercado. “No programa tiramos os melhores resultado das características dos animais. Ou seja, aqueles com bom ganho de peso, que já desmamam pesados, são acelerados. Damos de tudo a ele para que esteja terminado o mais rápido possível, conseqüentemente, trazendo receita mais rápida para a fazenda”, explica. Já os animais um pouco mais tardios vão para um programa mais econômico em regime de pasto suplementado e entram para abate em outra época, tornando o sistema de oferta de matéria-prima para o frigorífico mais equalizada. “No final, se o produtor juntar os dois métodos, verá sua lucratividade em alta, pois estará tirando o melhor resultado de cada grupo de animais e garantindo fornecimento da indústria parceira”, contabiliza o gerente da VPJ. Em nível de frigorífico, os resultados são controlados e conhecidos. Segundo o gerente da VPJ Alimentos, Antônio Au- gusto Miranda, os rendimentos mensurados em animais do programa de certificação da VPJ Alimentos variam sempre entre 53 e 55% de rendimento de carcaça quente. Por isso, a empresa não teme em concentrar esforços para ampliar o sistema. Os planos de expansão deste programa a outras regiões e outros produtores estão de vento em popa. “Estamos divulgando nossos métodos e sistema de produção para que novos produtores de todo o País possam desfrutar dos ganhos que o sistema de produção integrado oferece”, ex- plica Antônio Augusto. Segundo ele, os produtores só têm a ganhar apostando na tecnologia genética e nas ferramentas Angus, que incluem um pacote de genética, certificação, sis- tema de produção, engorda e compra garantida através da parceria com a VPJ Alimentos, que conhece e atua no melhor mercado consumidor para carnes de alta qualidade. VPJ Pecuária importa do Uruguai Uma das pioneiras na criação e seleção da raça Aberdeen Angus fora do Rio Grande do Sul, a VPJ Pecuária acaba de realizar a importação de 30 fêmeas vivas e 200 embriões congelados da renomada Cabanha Cambá-Pytá, um dos mais reconhecidos e premiados criatórios de Angus do Uruguai. Foram escolhidas genéticas dos principais touros Angus do mundo, especialmente americana, que agregarão muitas características positivas ao rebanho Angus nacional. “Esta genética trará um reforço ao já seleto rebanho da VPJ. São fêmeas de origem dos melhores touros americanos, genética muito rara no Brasil. Touros como Bar Emulation EXT, um dos touros mais influentes no rebanho mundial, OCC Emblazon, Samfer Perform (Facon) e Nichols Performan. E as vacas são principalmente de base Traveler 6807 e Bar Emulation EXT”, destaca Adriano Oliveira, gerente de pecuária da VPJ. Segundo ele, a seleção dos animais foi totalmente focada para a qualidade de carcaça peso, volume, precocidade e marmoreio -, fatores que resultam numa carne macia, saborosa e suculenta. Valdomiro Poliselli Júnior com Adriano Oliveira Fazenda Barbanegra 1º restaurante 100% Angus no Brasil Fotos: Eduardo Rocha/Angus Neste 2013 o Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil, comemora uma década de uma existência, sempre marcada pelo crescimento, e acaba de integrar o elo que faltava à sua atividade na cadeia da carne de alta qualidade: o restaurante. Isso mesmo, a partir de maio deste ano, o Fazenda Barbanegra, de Porto Alegre, RS, passa a ser o pri- meiro restaurante 100% Angus do Brasil, licenciado como fornecedor à sua seleta clientela da legítima Carne Angus Certificada. “Isso significa que toda a carne oferecida pelo Fazenda Barbanegra provém de animais certificados pelo nosso programa e beneficiada apenas por nossos frigoríficos parceiros”, certifica Reynaldo Titoff Sal- vador, fundador e atual diretor do Programa Carne Angus Certificada. “Nosso trabalho objetiva ampliar a oferta de carne Angus certificada em todos os elos do mercado, colocando o produto totalmente à disposição do consumidor final. Além dos frigoríficos parceiros, a carne Angus certificada também já chegou ao varejo ainda em 2011, através dos sanduíches Mc Donald’s. Faltava o restaurante nesse processo”, observou, orgulhoso, o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, também presente ao almoço comemorativo à novidade, oferecido em parceria pela Angus Brasil e Restaurante Fazenda Barbanegra. Os irmãos Roberto Majo e Heloísa Ramos, sócios do Fazenda Barbanegra, comemoram a parceria e têm grande expectativa a partir do creden- ciamento do restaurante. “A carne Angus é cada vez mais valorizada pelos consumidores devido às suas qualidades indiscutíveis. Com a integração no Programa Carne Angus Certificada, o Barbanegra quer contribuir para fortalecer essa aliança positiva para a carne brasileira de alto padrão”, ressaltou Roberto Majo. O Restaurante Fazenda Barbanegra fica na Rua Ten. Cel. Fabrício Pilar, 791, em Porto Alegre, RS – Fone: 51.3333.0492 O Programa Carne Angus Certificada foi responsável pelo abate de 231.600 animais em 2012, com crescimento superior a 29% sobre o ano anterior. A expectativa da Associação Brasileira de Angus é manter o ritmo de evolução, atraindo mais pecuaristas e parceiros tanto em abate quanto em comercialização. Mais informações: www.angus.org.br Foto: Horst Knak/Agência Ciranda 12 Maio/Junho de 2013 Angus@newS CARNE Tornando o difícil mais fácil A chave da produtividade é otimizar a genética e ter eficiência Por Eduardo Fehn Teixeira C ontabilista por formação e produtor rural que trabalha com Angus de olho na eficiência máxima, Edio Sander, também atual presidente da Cooperaliança, em Guarapuava, PR (parceira do Programa Carne Angus Certificada), mostra por que, em sua propriedade, o projeto para 2013 prevê o abate dos novilhos com peso de 520 kg e as novilhas com 420 kg. O rendimento de carcaça gira em torno de 55% e 52,5%, respectivamente. Ele entrega seus animais para abate na Cooperaliança, dentro do Programa Carne Angus Certificada, e a cooperativa atualiza mensalmente o percentual de classificação. “Até o dia 30 de abril havíamos alcançado 100%. Mas é difícil fechar o ano nesse percentual”, revela o produtor. Ao informar que trabalha numa área útil de apenas 75 hectares, onde pratica a integração lavoura/ pecuária (ou ILP), avisa que o projeto de produção para 2013 é de 720 novilhos/as. Para ele, toda e qualquer atividade econômica tem como objetivo a geração de lucros. No entanto, as propriedades rurais têm características próprias. Assim, além da busca da rentabilidade, o produtor rural precisa se preocupar com as questões sociais, ambientais e de sustentabilidade. “Em propriedades rurais de pequeno porte, a diversificação, e especificamente em nosso caso, a integração lavoura/pecuária, são atividades que garantem a sobrevivência e a lucratividade do nosso negócio”, aponta Sander. quiridos de produtores de bezerros, em parceria, o procedimento é idêntico nas suas fases. Edio Sander conta que o lucro da propriedade é apurado por atividade. Assim, embora haja total integração no planejamento e execução das ações, agricultura e pecuária tem seus relatórios distintos. “A somatória dos dois é que nos informa a rentabilidade por hectare”, diz. A opção pelo sistema de confinamento e pela produção de animais hiperprecoces, conforme o criador, faz parte de um sistema de produção. “Tudo é muito estudado e muito técnico. Com a adoção de uma tecnologia definida em todas as fases, a produção do hiperprecoce é automática. Na pior das hipóteses teremos um animal superprecoce”, explica ele. Confinamento e hiperprecoces Na produção de novilhos, ele utiliza dois sistemas. Na atividade de ciclo completo, cria, recria e engorda, adota o sistema 200/100/100. Ou seja, Foco deve desmama com 200 dias, recria ser nas vacas 100 dias e terminação 100 Mostrando que os probledias. E na atividade de recria/ engorda, quando os animais mas precisam ser pensados e resolvidos em sua origem, ou são adseja, antes de se tornar problema, Edio Sander revela que a Cooperaliança deParticipação no resultado dá lucro. senvolveu um projeto de fomento à produção E participação no lucro dá resultado. de bezerros, que prevê Esse é o segredo do sucesso! a adoção de tecnolo- Como bom contador, Sander aministra tudo de olho na planilha de custos gias de produção com o objetivo melhorar a rentabilidade do produtor, independentemente do preço de venda, a partir do aumento da taxa de natalidade e do peso na desmama. E, segundo ele, os produtores que adotam essas técnicas, mesmo que em parte, estão obtendo bons resultados. Neste ponto, Sander surpreende, apontando o real problema gerador das queixas de alguns produtores sobre a baixa produtividade/rentabilidade nos bezerros. “Essas queixas não deveriam partir dos produtores de bezerros, mas sim das matrizes (vacas) junto aos seus donos. “Se ele der às suas fêmeas a comida necessária, elas lhe darão os bezerros em quantidade e peso suficientes para garantir rentabilidade”, justifica Sander. Ele revela que em seu projeto de trabalho, que é o mesmo da Cooperaliança, que usa genética Angus e visa à produção de novilhos para abate dentro do Programa Carne Angus Certificada, prevê a geração de um bezerro que em torno dos seis meses esteja pesando em média 240 kg. Produtor e terminador unidos Essa modalidade de união de interesses entre o produtor de bezerros e o terminador já é bem difundida na região de Guarapuava. “E a conhecida parceria entre diferentes elos da cadeia da carne, visando à otimização de cada etapa, resultando na produção do animal de abate ideal”, argumenta o produtor. Segundo diz, tanto um como o outro estão buscando essas parcerias, visando garantias de venda, fornecimento, escala, liquidez e, acima de tudo, participar de um processo de transparência, sustentabilidade e rentabilidade. Alguns segredos do sucesso Sander conta que todo o processo teve início junto com as atividades da Aliança Mercadológica, lá nos anos 90. “Com a evolução e a adoção de novas tecnologias, trabalhamos hoje com uma lotação em torno de 20 bezerros/ha nas pastagens de verão, e 10/12 no inverno nas pastagens de aveia/azevém. A suplementação, em ambos os períodos, é na base de 1,5% do peso vivo. Nessa fase, a relação custo/ beneficio é altamente positiva, principalmente no verão em áreas de pastagem de tifton”, revela ele, ressaltando, entretanto, que o tifton é altamente exigente em fertilidade. >>> 14 Angus@newS CARNE Maio/Junho de 2013 Parceria entre os elos da cadeia Confinamento: uma necessidade “Essa é uma fase que não tem opção. O confinamento é um custo/benefício pouco atrativo, porém necessário. A alimentação é à base de silagem de milho e ração balanceada, com expectativa de um GPD em torno de 1,5 kg”, argumenta o produtor. Para ele, a rentabilidade é diretamente proporcional à quantidade de conhecimento e tecnologia aplicada no processo de produção. “Temos os custos externos, os que o mercado nos impõe, e os internos, que nós produzimos, e é aí que concentramos nosso esforço. Aplicar as melhores tecnologias, usar os melhores produtos, pagar os melhores salários e contratar sempre melhores profissionais. Tudo isso para produzir a um custo mais baixo”, raciocina. Investir dá lucro certo Edio Sander observa que seus funcionários são os seus parceiros prestadores de ser- Grupo vai à Tres Marias Seguindo a tradição, a central Solução Genética preparase para levar à Cabanha Tres Marias, em julho, mais um grupo de criadores e técnicos para um dia de campo especialmente preparado para o grupo de brasileiros. Na ocasião, segundo informa Felipe Cassol, um dos diretores da Seleção Genética, serão repassadas todas as doadoras, ou seja, o grupo das mais qualificadas vacas da consagrada cabanha argentina (representada no Brasil pela Solução Genética), e serão avaliados também mais de 250 touros comerciais, filhos dos touros pais da Tres Marias. “Após é feito um desfile de todos os animais de elite, e avaliação de um grande grupo de terneiras e novilhas. No total, passam na vista dos brasileiros durante a visita, mais de 600 animais selecionados, atestando e confirmando toda a qualidade que a Solução Genética tanto prega”, afirma Cassol. viço. Além de receberem um valor fixo, mensalmente, eles também participam do resultado. “Participação no resultado dá lucro, e participação no lucro dá resultado. Adotamos essa regra”, surpreende ele. E deixando escapar uma ponta de orgulho, Sander conta que as visitas à sua propriedade são constantes. “O que causa mais curiosidade é a maneira simples como trabalhamos. Tudo o que nós “sabemos” fazer se torna fácil. O vestibular só é difícil se você não sabe ou não estudou a matéria”, conclui. tivismo é, sem dúvida, a forma Atitude: mais democrática e sustentável a melhor solução para o desenvolvimento da proComparando seu trabalho dução agropecuária, não só no com o de outras propriedades Sul do Brasil, mas em qualquer similares à sua em outros lo- região. Atitude de ter coragem, cais, como no Rio Grande do de se preparar e de ter senso Sul ou Santa Catarina, Sander coletivo sempre será a melhor comenta que cada região tem saída rumo ao sucesso”, prega as suas características de solo, o dirigente da Cooperaliança. clima, geografia, seu ambiente. Edio Sander encerra a enMas ele garante que o que real- trevista fazendo questão de mente faz a diferença é a atitu- afirmar que a demanda por de dos produtores. “O coopera- carne de qualidade é uma rea- lidade. “Organizar a produção e a comercialização é o desafio. E produto de qualidade com regularidade é a regra. E a organização dos produtores em cooperativa é o caminho”, sentencia. Para o gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, o trabalho de Sander é uma exemplo a ser seguido. “O pecuarista Edio Sander possui uma visão diferenciada de pecuária. Tenho aprendido com ele muitas lições. A chave é explorar ao máximo o potencial dos animais, maximizando seu desempenho no tempo. Um terneiro ganhando menos que seu potencial genético tem um custo de oportunidade muito alto... Na visão de Edio, um contador de mãos cheias, devemos potencializar ao máximo a rentabilidade de nosso capital imobilizado, a terra. Produzir, com eficiência!”, enfatiza Medeiros. Cooperaliança em visita técnica à Cotripal O presidente da Cooperaliança, de Guarapuava, PR, Edio Sander, e o médico veterinário João Paulo Boese, acompanhados do diretor e do gerente do Programa Carne Angus Certificada, respectivamente Reynaldo Titoff Salvador e Fabio Schuler Medeiros, foram recepcionados no início de março (dia 8) nas instalações industriais da Cotripal, em Panambi, RS, pelo gerente industrial do frigorífico daquela cooperative, Roque Andreola, e pelo supervisor da indústria, Cleber Lunardi. Com caráter técnico, a visita teve como objetivo principal a integração e a troca de experiências entre as cooperativas, que têm como atividade a produção de Carne de Qualidade, atuando como parceiras do Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. “A unidade frigorífica da Cotripal, habilitada pelo SISBI para comercialização de carne bovina e suína em todo território nacional, é uma unidade moderna, construída de acordo com princípios de higiene, segurança alimentar e bem estar animal” explica Fábio Medeiros. Com capacidade para abate de mais de 200 novilhos por dia, a cooperativa conta ainda com abate de suínos e fábrica de embutidos de alta qualidade. Além da unidade industrial, os visitantes conheceram os supermercados da cooperativa, referência regional em qualidade, e estreitaram o relacionamento com a diretoria da Cotripal, em almoço de integração realizado na Associação de Funcionários da Cooperativa. Após o almoço, o grupo foi recepcionado na cabanha Soldera, dedicada à produção de reprodutores rústicos Angus naquela região. “Integração e troca de experiências são conceitos que preconizamos dentro do Programa Carne Angus Certificada. Acreditamos que a troca de experiências entre as duas cooperativas é extremamente interessante. A Cooperaliança mostrou seu sistema de organização da cadeia de produção, único no Brasil, e a Cotripal apresentou a excelência de sua unidade industrial e seu “know-how” com a produção de alimentos cárneos com valor agregado”, sustenta Reynaldo Salvador. 16 Maio/Junho de 2013 Angus@newS INTERNACIONAL Quase mil exemplares Angus em Denver 2013 Fotos: Shelia Stannard/Divulgação A raça Angus voltou a impressionar na 107ª National Western Stock Show, em Denver (Colorado, Estados Unidos), tanto pela qualidade quanto pela quantidade dos animais e ainda pelos negócios. A agenda da raça Angus, organizada pela American Angus Association (AAA) e pela Red Angus Association of America (RAAA), se extende todos os anos por 16 dias do mês de Janeiro. Além dos julgamentos, palestras técnicas e eventos sociais, há 6 leilões promovidos pelas associações de criadores em que os animais da exposição podem ser comercializados. Em Denver 2013, a raça Angus esteve representada por 991 produtos (613 de pelagem preta e 298 de pelagem vermelha), todos PO. Já os negócios ultrapassaram a marca dos US$ 3,5 milhões. Paralelamente à programação no parque de exposiçoes, o luxuoso Renaissance Denver Hotel foi sede neste ano do In- ternational Livestock Congress – USA. O tema central do congresso foi “O maior desafio da carne: alimentar o mundo II – correspondendo ao desafio”. Diversos painéis trataram de temas como produção de carne e impactos ambientais, sustentabilidade, a preferência de mercados estrangeiros e as deficiências de países exportadores concorrentes aos Estados Unidos, além de outros temas relacionados aos mercados nacional e internacional. Conforme a AAA, os 613 Aberdeen Angus estiveram divididos em 401 fêmeas e 242 machos. Destes, 328 produtos eram de argola, 155 participaram no julgamento de argola dos juniors, 120 eram rústicos (40 trios) e mais 40 constituíram 4 carloads. Além disso, houve um julgamento de carcaças que envolveu mais 80 touros PO pretos com idade entre 12 e 14 meses. O Jurado de Aberdeen Angus de argola foi Doug Parrett, premiado professor de zootec- nal Angus Junior Association nia na Universidade do Estado (NJAA). A RAAA, por sua vez, indo Illinois e já atuou como juiz de 8 raças de corte em 34 Es- forma que participaram 200 tados mais Canadá, Austrália e animais de argola, 27 produtos rústicos e mais 71 exemplares Nova Zelândia. O Grande Campeão foi no julgamento de argola dos Sankey’s Justified 101, de juniors. Os julgamentos dos Janeiro de 2011, filho de bovinos Red Angus estiveram Sankey’s Lazer 609 of 6N sob a responsabilidade de Paul e pertence a Chris e Sharee Maulsby, administrador do TeSankey, Louisiana. Reservado xas A&M Beef Center no Estade Grande Campeão: Dameron do do Texas, e Willie Altenburg, First Impression. Grande Cam- que é Associate Vice President peão de Denver 2012, tentou o of Beef Marketing na empresa de inseminação artificial Gebi-Grande Campeonato. A Grande Campeã foi nex/CRI no Estado do ColoraEXAR Envious Blackbird do. O Grande Campeão foi Ben1760, de Março de 2011, filha de Dameron First Class e per- chmark Better Beef, de Fevetence a Ashley Cox, do Oregon. reiro de 2010, filho de Basin Reservada de Grande Campeã: EXT 45T5 e pertence à Six WB PVF Lucy 1052, Cameron Mile Red Angus Ltd. e BenWard, do Estado do Missouri, chmark Red Angus, ambas do filha de PVF Windfall SCC Canadá. Reservado de Grande 9005 e nasceu em Fevereiro Campeão: MRLA New Era de 2011. Jack Ward, que foi o 87Y. Filho de MRLA 53W, ele juiz da raça Angus na Expoin- é de Janeiro de 2011 e a Six ter 2012, é o pai de Cameron, Mile Red Angus Ltd., do Canao qual foi junior da Natio- dá, é a proprietária. Grande Campeã: Keifers LuLu Y55. Nascida em Maio de 2011, ela é filha de Majestic Lightning 717 SGMR e é de propriedade de Jeffrey Keifer, do Estado da Pennsylvania. Reservada de Grande Campeã: Six Mile Lakota 112Y. Filha de VGW Game Plan 816, ela nasceu em Maio de 2011, é da seleção da canadense Six Mile Red Angus Ltd., mas pertence a Christy Collins, do Estado de Oklahoma. Em termos de comercialização, foram realizados 6 leilões oficiais. Enquanto cinco ofertaram produtos Aberdeen Angus e foram organizados pela AAA e Colorado State Angus Association, um ofertou produtos Red Angus e foi capitaneado pela RAAA. Esses remates acumularam US$ 3,53 milhões, com vendas somente à vista. (Por Stefan S. Schneider – com American Angus Association e Red Angus Association of America) Gira Angus do Uruguai Entre os dias 3 e 4 de Maio, a Sociedade de Criadores de Aberdeen Angus do Uruguai realizou sua Gira Angus, visitando diversos estabelecimentos em Durazno e Rio Negro, região central do país, além de promover diversas palestras técnicas. Com um excelente público, o prestigiado evento dedicou-se a mostrar as vantagens da criação da raça, sempre em busca da produção de carne de qualidade. O presidente da associação, Lucas Greminger, afirmou que estes encontros são fundamentais para que todos os criadores se integrem no programa de carne, podendo conhecer os sistemas de criação e os produtores que lideram a corrida tecnológica em seu país. Para dar uma idéia, o estabelecimento El Caballero, um dos primeiros a serem visitados, possui um plantel de 5 mil animais e seu trabalho foi apresentado pela equipe técnica, muito elogiado pelos presentes. Além desta, foram visitadas as propriedades de Rincón de las Mulas, La Pituca, Ganadera Cumber e La Martineta. Para o diretor do Instituto Nacional de Carnes (Inac), Pablo Caputi, para seguir me- lhorando sua posição no mercado internacional de carnes, aproveitando as múltiplas vantagens a partir da união de esforços públicos e privados, “o principal esforço do Uruguai é comportar-se como um líder. Falando sobre as bases do negócio pecuário atual e as conseqüências na estratégia das empresas, Caputi assinalou que ser líder não é ser melhor nem pior, mas sim ser distinto, implicando em mais direitos e mais obrigações e o Uruguai está em condições de assumir uma liderança, que vai potencializar suas vantagens competitivas. O diretor do Inac destacou que o sistema de rastreabili- dade deve ser uma aposta de todos, uma forma de dar uma cara à produção, possibilitando que o consumidor consiga identificar quem produziu a carne que ele vai consumir, pois é em que ele mais confia. Mal comparando, afirmou, a carne uruguaia deve ter reputação igual aos carros alemães, os relógios suíços... Segundo ele, o fato de todo o rebanho bovino uruguaio ser rastreado, ter uma genética reconhecida e possuir boas suas garantias sanitárias possibilitaram o acesso a 120 mercados pelo mundo. “Este fato nos dá segurança contra adversidades pontuais”, observou. 18 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Expo Londrina 2013 Reconquista, Terra Costa e Corticeira brilham SP, que faturou o prêmio de Terceiro Melhor Macho. O título de Reservada Grande Campeã ficou com a fêmea “Maya 217 Henriqueta Hornero Florida”, de Zuleika Torrealba, da Cabanha da Maya, de Bagé, RS, enquanto o Terceiro Prêmio foi para “Cia. Azul Katrina TE 1401”, de Paulo de Castro Marques. Fotos: Devanir Parra/Angus A Reconquista Agropecuária, de José Paulo Cairoli, do Alegrete, RS, e a Cabanha Terra Costa, de Marco Antonio Costa, de Santo Antonio da Patrulha, RS, assim como a Cabanha da Corticeira, de Luiz Anselmo Cassol, de São Borja, RS, foram as grandes vencedoras da segunda etapa do Ranking Nacional da Angus Brasil, realizada durante a 53ª Expo Londrina, em Londrina, PR, no período de 10 a 14 de abril. A mostra de Angus este ano reuniu 104 animais machos e fêmeas da raça, apresentados por 22 criadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A escolha dos campeões de Londrina foi realizada nos dias 12 e 13 de abril, a cargo do experiente criador argentino Ariel Macagno, que já reúne atuações como juiz em mostras de Angus do quilate de Avaré, em São Paulo, e Uruguaiana, no Estado gaúcho. Os destaques O touro “Reconquista 1957 Sufoco Traveler”, apresentado pela parceria Reconquista/ Terra Costa, conquistou em 12 de abril o título de Grande Campeão da raça Angus na Expo Londrina 2013. Com 22 meses de idade, o reprodutor fixou para a propriedade uma dobradinha em exposições ranqueadas pela Angus Brasil nas duas primeiras etapas deste ano, já que a Reconquista havia faturado o grande campeonato, porém de fêmeas, em março, em Avaré, SP, com “Reconquista 1725TE Regalada Z.G.C.”. Já no dia 13, a fêmea “LC Tifani T1192 Candombe”, da Cabanha da Corticeira, depois de acirrada disputa em pista, foi escolhida pelo jurado como a Grande Campeã da raça Angus na Expo Londrina. Os vencedores “Receber este reconhecimento em uma grande feira como a de Londrina, agrega grande valor para nossa produção, ao nosso trabalho de seleção. Participamos desta exposição há 15 anos e este prêmio foi mais uma consagração para toda a nossa equipe e para nosso parceiro Marco Costa”, comemorou Cairoli. Já Luiz Felipe Cassol, filho de Luiz Anselmo e diretor da Cabanha da Corticeira, ressaltou a relevância da conquista de um grande campeonato, especialmente numa exposição nacional com a de Londrina. Ele observou que com a conquista deste título, a fêmea de produção da Corticeira já trazia retorno imediato em resultados para o criador Marco Antônio Vargas, da Cabanha GMAV, de Caxias do Sul, RS, que adquiriu 50% do exemplar em 2012. “A Expo Londrina é uma das mais importantes exposições de Angus do Brasil. E estamos mais do que satisfeitos, porque atingimos o objetivo de cada criador, que é conquistar o reconhecimento de toda a sua linhagem dentro de um grande evento”, revelou. O grande campeonato de machos ainda destacou outros dois reprodutores: “PWM Nolan”, da Casa Branca Agropastoril, de Paulo de Castro Marques, em Fama, MG, que foi Reservado de Grande Campeão, e “FSL 1068 Fenômeno”, da FSL Angus Itu, de Antônio Maciel Neto, de Itu, Palavra do presidente “Londrina se firma cada vez mais como um dos palcos do melhor do Angus no Brasil”, avalia o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques. Segundo ele, a proximidade com São Paulo e o bom relacionamento de criadores com tradicionais selecionadores de Angus especialmente gaúchos, dá o tom empresarial dos criadores de Angus paranaenses. Marques aponta ainda que paralelamente a isso, a certificação da carne Angus, através da parceria firmada no ano passado entre o Programa Carne Angus Certificada e a Cooperativa Aliança (a CooperAliança), de Guarapuava, PR, está alavancando cada vez mais a expansão da genética Angus em importantes regiões de pecuária do Paraná. Reforçando essa avaliação, o experimentado técnico da Angus Brasil no Paraná, Antônio Francisco Chaves Neto, o Toninho, informa que um dos indicativos dessa preferência por Angus resulta que 47% do sêmen vendido no Paraná em 2012 foi de Angus. A opinião do jurado Tradicional selecionador argentino de Angus, em sua cabanha Coni Antú, na região de Palermo, e também experiente jurado internacional da raça, Nelso Ariel Macagno, que já atuou em importantes mostras brasileiras da raça, se mostrou satisfeito com o número e a qualidade dos animais nas filas de pista de Londrina. “Com alguns poréns, que consideramos até naturais por se tratar nesses casos de novos criadores, a grande maioria dos animais que examinamos se mostravam corretos em tipo, e apresentando muita funcionalidade”, observou o jurado. Etapas do Ranking Angus O Ranking Nacional Angus foi aberto este ano na exposição de Avaré, SP, no início de março. A segunda etapa ocorreu na Expo Londrina, depois em Uruguaiana, RS em abril e em Esteio, RS, durante o Outono Angus Show, em maio. Agora as disputas do ranking nacional seguem na Feicorte, em São Paulo, em junho, com a última etapa programada para a Expointer, no final de agosto e início de setembro, no parque Assis Brasil, em Esteio, RS. >>> Jurado argentino Ariel Macagno voltou a atuar em pistas brasileiras 22 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Angus e Brangus, agora mais próximos Fotos: Devanir Parra/Angus Paulo Marques e Raul Torrent sacramentaram parceria Aconteceu durante a Expo Londrina. O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, e o presidente da Associação Brasileira de Brangus, Raul Victor Torrent, aproveitaram o encontro durante a destacada exposição para anunciar a parceria entre as duas entidades. O objetivo principal: fomentar institucionalmente a genética das raças co-irmãs. “As duas associações estão iniciando os trabalhos de fomento em conjunto com o objetivo de levar ao mercado o melhor das duas genéticas. Chegou a hora de fazermos um trabalho voltado para o desenvolvimento das duas raças”, afirmou Paulo de Castro Marques. Para Raul Torrent, “é uma aproximação para caminharmos juntos. Não podemos deixar de reconhecer nossa raça mãe e essa deverá ser uma parceria muito grande e intensa”, prometeu. Em encontro, em 12 de abril, na casa do Brangus, instalada no interior do parque da Expo Londrina, Castro Marques enalteceu as semelhanças das duas raças, motivo para que naturalmente haja tal proximidade. “Ambas têm a possibilidade de produzir animais com alta qualidade em ciclo curto, dispõem de animais prontos para o abate num período de até 22 meses, o que facilita a divulgação conjunta das duas genéticas”, reforçou. E Torrent completou lembrando que “o mundo está precisando de mais carne. Porém, de carne com qualidade. E ambas as raças buscam a melhor taxa de conversão alimentar para que isso seja possível”, sentenciou. Paulo Marques assinalou que o princípio do trabalho será o fortalecimento conjunto da genética Angus, que está presente na base das duas raças, sendo que em una se apresenta pura (Angus) e na outra de forma sintética (Angus + Nelore). “Visualizamos que uma raça não é concorrente da outra. É justamente o contrário: juntas, tornam-se muito mais fortes”, disse. “As duas raças já caminham há muito tempo sozinhas, no Brasil e no mundo, e na essência de nossas associações não haverá grandes modificações. Apenas, a partir de agora, vamos trabalhar juntos para produzir a genética e a carne que o mundo precisa”, observa Raul Torrent. Ao término das conversas, ambos fizeram questão de afirmar que os trabalhos da parceria não envolvem os programas de fomento à produção de carne ou as áreas de seleção genética das associações. A aproximação está em seu início, tendo prováveis desdobramentos em médio prazo. Mercado paranaense em alta Fábio Medeiros abriu o ciclo de palestras O Angus cresce a olhos vistos no Paraná. É o que se verifica visitando e falando com os criadores na Expo Londrina. A proximidade com os Estados da região Sudeste do País, o clima favorável, uma pecuária de ciclo curto que busca sempre melhoramento de padrão e especialmente as alianças mercadológicas, junto com a importância das exposições na região, colocam a genética Angus em primeiro lugar na pauta de interesses e negócios. E foram justamente esses temas que ditaram as palestras e debates do evento realizado no dia 12 de abril, na casa da Angus Brasil, durante a Expo Londrina 2013. Apoio total O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, mostrou-se bastante satisfeito ao verificar o vivo interesse dos criadores paranaenses, eficiente produção. “Existem dois tipos de seleção de gado: por apreciação visual, na qual o produtor pode analisar características externas como frame, pelo e estrutura/ musculatura, entre outros, e por dados objetivos, na qual são avaliadas as DEP’s (Diferença Esperada na Progênie), importantes para delinear as próximas gerações de touros”, explicou o técnico. Cassol disse também que as exposições são muito importantes como ferramenta de seleção comparativa, pois ali estão os melhores produtos de cada criador. “Isso ajuda a fazer a seleção que o produtor está precisando na fazenda, Um elo com o Brasil além de ser um importante O gerente do Programa palco comercial para a raça”, Carne Angus Certificada, Fásintetizou. Os criadores prebio Medeiros, abriu o ciclo de sentes apontaram que, além palestras falando sobre a imde Londrina, que já tem larga portância do Estado para o tradição, cidades paranaenses Seleção genética Programa Carne Angus Certicomo Ponta Grossa, Campo Membro do Conselho Técficada, da Angus Brasil, e citou alguns fatores para justificar nico da Angus Brasil, Luis Mourão e Maringá, entre oua liderança da raça no merca- Felipe Cassol enfatizou a im- tras, são locais com estrutura do de sêmen naquela região. portância da seleção genética, para lançarem futuras exposi“O Paraná é fundamental segundo ele, a base para uma ções. >>> e acrescentou ser de extrema importância o fomento a futuras exposições de animais Angus no Paraná. “São boas oportunidades para os pecuaristas locais agregarem valor genético ao seus plantéis, e a Associação dará todo o apoio necessário para que ainda este ano tenhamos eventos com julgamento e áreas comerciais no Estado”, garantiu. Na ocasião, pecuaristas paranaenses e técnicos da entidade fizeram uma análise do mercado da raça Angus na região e traçaram metas para incrementar ainda mais a expansão da genética no Paraná. para o elo com os Estados do Sudeste do Brasil, assim como com o Centro Oeste. O paranaense tem como produzir animais adaptados para os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, por exemplo, além de ter a possibilidade de suprir genética a produtores de terneiros das alianças mercadológicas, que buscam animais certificados para atender à demanda por carne de qualidade”, apontou. Ele também observou que o perfil da região está alinhado com a maneira de produção da raça Angus. “O pecuarista paranaense necessita ter uma pecuária de ciclo curto, com animais precoces e com eficiência produtiva. Além disso, o clima também favorece, tendo em vista a fácil adaptação para outras regiões”, disse o técnico. 24 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Leilão Royal Angus consagrado O Leilão Royal Angus foi o destaque da Expo Londrina na área de negócios. Realizado na noite de 12 de março no recinto Horácio Sabino Coimbra, durante a feira, sob a chancela da Angus Brasil, a quinta edição do Royal Angus alcançou faturamento total de R$ 376,24 mil, fixando média de R$ 9,97 mil nas fêmeas de elite, e R$ 5,73 mil para as fêmeas rústicas. Promovido pela Reconquista Agropecuária, de José Paulo Cairoli, do Alegrete, e Cabanhas da Corticeira, de Luiz Anselmo Cassol, de São Borja, e Terra Costa, de Marco Antônio Gomes Costa, de Santo Antônio da Patrulha, todas do RS, o pregão teve seu ponto alto com a venda de cinco pacotes de sêmen do touro “Reconquista 1957 Sufoco Traveler”, que havia sido eleito o Grande Campeão da Expo Londrina 2013 horas antes. Os pacotes com a genética do touro de propriedade de José Cairoli e Mar- co Costa, contendo 10 doses de sêmen cada, arrecadaram um total de R$ 10 mil. Os touros especiais colocados à venda no leilão foram arrematados à média de R$ 9 mil. Os lotes de prenhezes alcançaram o valor de R$ 12,16 mil. O leiloeiro Elton Baccarin, da Rural Business Leilões, enfatizou a boa participação de novos investidores em Angus, principalmente do Paraná. Foi o caso de Ivo Arnt Filho, da Fazenda Itagy, de Tibagi, PR, um estreante na compra de Angus Puro de Origem em Londrina. Ele adquiriu sete fêmeas prenhas, com a meta de montar uma cabanha para produção de animais selecionados. “Estou situado em uma região de clima ameno, com uma ótima topografia, ideal para produção de animais Angus, e pretendo aproveitar esta vantagem para intensificar meus trabalhos com a raça”, sintetizou. Conexão Angus O 6º Leilão Conexão Angus fechou com total liquidez, comercializando 706 animais. Organizado pelo técnico da Angus Brasil, Antônio Chaves (Toninho), o remate puxou boas médias para os bezerros, negociados em R$ 908,49 para as fêmeas e R$ 1.178,66 para os machos. DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE LONDRINA Fotos: Devanir Parra/Angus Grande Campeão Reservado de Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada de Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea GRANDE CAMPEÃO Nome: RECONQUISTA 1957 SUFOCO TRAVELER Tat: TE1957 Registro: O148870 DENTE: DL Nasc: 07/06/2011 Idade: 673 Dias - 22 meses AOL: 121,50 EGS: 5,80 P8: 5,90 Peso: 793 Ponderal: 1130 ALT: 1,36 Perímetro Escrotal : 43,2 Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: RECONQUISTA 925 CARAPUÇA JULIETA QUEBRACHO Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Expositor: MARCO COSTA E JOSÉ PAULO D. CAIROLI Estabelecimento: FAZENDA RECONQUISTA Cidade: ALEGRETE /RS RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: PWM NOLAN Tat: TECB930 Registro: O145367 DENTE: 2 Nasc: 07/04/2011 Idade: 734 Dias - 24 meses AOL: 136,90 EGS: 12,50 P8: 10,40 Peso: 895 Ponderal: 1170 ALT: 1,37 Perímetro Escrotal : 37,5 Pai: Sav net worth 4200 Mãe: Reconquista 609 Gruta Discutido Canyon Criador: PAULO DE CASTRO MARQUES Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES Estabelecimento: CASA BRANCA AGROPASTORIL Cidade: FAMA /MG 3º MELHOR MACHO Nome: FSL 1068 FENÔMENO Tat: TE1068 Registro: O144233 DENTE: 2 Nasc: 18/12/2010 Idade: 844 Dias - 28 meses Peso: 981 Ponderal: 1120 ALT: 1,43 Perímetro Escrotal : 45,5 Pai: Sav Heavy Hitter 6347 Mãe: Tres Marias 7216 Hornero 6140 TE Criador: FSL ANGUS ITU LTDA. Expositor: ANTÔNIO MACIEL NETO Estabelecimento: FSL ANGUS ITU Cidade: ITU /SP GRANDE CAMPEÃ Nome: LC TIFANI T1192 CANDOMBE Tat: T1192 Registro: O141994 DENTE: 4 Nasc: 04/05/2010 Idade: 1072 Dias - 35 meses Peso: 711 Ponderal: 630 ALT: 1,32 Est. Gest.: Prenha Pai: Tres Marias 7033 Candombe 6164 TE Mãe: Quitela 539 da Corticeira Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS RESERVADA GRANDE CAMPEÃ Nome: MAYA 217 HENRIQUETA HORNERO FLORIDA Tat: 217 Registro: O150399 DENTE: 2 Nasc: 06/07/2011 Idade: 644 Dias - 21 meses AOL: 94,10 EGS: 15,20 P8: 11,80 Peso: 619 Ponderal: 910 ALT: 1,30 Est. Gest.: Prenha Pai: Tres Marias 5887 Hornero TE Mãe: Maya te131 Florida Traveler Impala Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGÉ /RS 3ª MELHOR FÊMEA Nome: CIA.AZUL KATRINA TE 1401 Tat: TE1401 Registro: O143001 DENTE: 4 Nasc: 24/08/2010 Idade: 960 Dias - 32 meses Peso: 720 Ponderal: 720 ALT: 1,33 Est. Gest.: Prenha Pai: Tres Marias 6301 Zorzal TE Mãe: Cia.Azul 041 7trouxas Gabo 567 Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES Estabelecimento: CASA BRANCA AGROPASTORIL Cidade: FAMA /MG 26 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Expo Outono de Uruguaiana Animais superiores no berço da raça no Brasil Fotos: Elder Filho/Angus Mais uma vez Uruguaiana, na Fronteira Oeste rio-grandense, região considerada o berço da raça Angus no Brasil, mostrou durante a 11ª Expo Outono de Angus, a elevada qualificação dos animais selecionados por suas tradicionais cabanhas, este ano com especial destaque aos exemplares rústicos. A mostra, a primeira integrante do Ranking Nacional da raça realizada no Rio Grande do Sul, teve iní- cio no dia 26 de abril, quando o jurado e criador paranaense Christopher Filippon abriu a escolha dos campeões. Ele examinou em pista os 17 trios de rústicos, entre machos e fêmeas tatuados Puros de Origem (PO) e Puros por Cruza- mento (PC). À tarde e no dia seguinte foram apontados os campeões de argola. Este ano, entre outras cabanhas, o destaque nos rústicos ficou para a Cabanha Umbu, de Ângelo Bastos Tellechea, de Uruguaiana, RS, e nos animais de argola para a Cabanha da Corticeira, de Luiz Anselmo Cassol, de São Borja, RS. A Expoutono de Uruguaiana foi uma realização do Núcleo Angus Três Fronteiras, sediado em Uruguaiana, RS, com apoio da Angus Brasil. O presidente do Núcleo, Ignácio Tellechea, apontou ser esta uma exposição de relevância para os criadores do Rio Grande do Sul. “Este ano tivemos maior número de animais. Foram 77 fêmeas e 32 machos de argola e 17 trios de rústicos em pista, todos exemplares apresentando um nível excepcional. E os proprietários fica- ram bastante satisfeitos com o trabalho do jurado Filippon”, enfatizou o dirigente. Para o jurado Christopher Filippon, os animais tanto rústicos como os de argola foram bastante consistentes, bastante homogêneos, volumosos, com tipo e características raciais destacadas e com qualidade, aspectos que saltam aos olhos de técnicos e de selecionadores, numa região bastante tradicional do Rio Grande do Sul como Uruguaiana. Já o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, enfatizou a maior importância da exposição, por ser a primeira etapa do circuito nacional no ano a ser realizada no Rio Grande do Sul, local de origem da raça no País. “A Expoutono nos traz uma boa idéia da evolução dos animais para as próximas exposições nacionais, sendo que duas delas tam- ANIMAIS CAMPEÕES DE URUGUAIANA Grande Campeão Reservado de Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada de Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea >>> Angus@newS EXPOSIÇÕES Entre os machos PC, o trio Grande Campeão pertence à Gap Genética, com os animais de tatuagens D169, D179 e D061 e o trio Reservado de Grande Campeão foi para a Cabanha Umbu com os animais de tatuagens 6160, 6054 e 6048. Aqui os campeões de argola Entre os animais de argola, o título de Grande Campeão foi para o animal “LC Tonel TE T196”, levado à pista pelo selecionador de Nas fêmeas PC, o prêmio Angus Luiz Anselmo Cassol, bém são realizadas no Rio Grande do Sul – a Outono de lote Grande Campeão foi da Cabanha da Corticeira, Angus Show e a Expointer”, para a Cabanha Umbu, com o de São Borja, RS. Como Retrio de tatuagens 6691, 6679 servado de Grande Campeão observou o presidente. e 6671. Já o título de trio Re- ficou “Reconquista 1957 servado de Grande Campeão Sufoco Traveler”, da parceOs campeões rústicos No setor de fêmeas rústi- foi para os animais de tatua- ria entre José Paulo Dornelcas tatuadas PO, o trio Grande gens D166, D050, D042, da les Cairoli (da Reconquista Campeão é de propriedade da Gap Genética, propriedade de Agropecuária, de Alegrete, Cabanha Rincon Del Sarandy, Eduardo Macedo Linhares, RS) e Marco Antônio Gomes de Cláudia Silva, de Uruguaia- em Uruguaiana, RS. Costa (da Cabanha Terra Nos machos PO o lote Costa, de Santo Antonio da na, RS, com os animais de tatuagens TE 2101, TE 2064 e Grande Campeão foi apre- Patrulha, RS). E o terceiro TE 2026. O prêmio ao lote Re- sentado pela Cabanha Umbu, melhor macho foi “Cia Azul servado de Grande Campeão com os animais de tatuagens Magnata FIV TE1694”, da ficou para a Cabanha Umbu, 1852, 1738 e 1728. O trio Cia Azul Agropecuária, de de Ângelo Bastos Tellechea, de Reservado de Grande Cam- Susana Macedo Salvador, em Uruguaiana, RS, com os ani- peão ficou para a Gap Gené- Uruguaiana, RS. mais de tatuagens 2005, 1993 tica com o trio de tatuagens Entre as fêmeas de argoe 1943. E o terceiro melhor 4065, TE4039 e TE4041, e o la, o título de Grande Campeã trio foi apresentado pela Caba- Terceiro Melhor Trio foi para foi também para o animal nha Basca, de Mariana Franco os animais da Cabanha do da Cabanha da Corticeira Tellechea, de Uruguaiana, RS, Posto, de Sérgio Bastos Tel- “LC Tifani T1192 Candomcom os animais de tatuagens lechea, de Uruguaiana, RS, be”. A Cabanha do Posto, de com os animais de tatuagens Sérgio Bastos Tellechea, de 491TE, 486TE e 479. TE2044, TE2040 e TE2038. Maio/Junho de 2013 27 Consistentes, homogêneos e volumosos, os animais chamaram a atenção do jurado Maya Genética, Cort Genética, CRV Lagoa, e as cabanhas Rincon Del Sarandy, Umbu e São Bibiano, doaram um total de 300 doses de sêmen para serem leiloadas em prol do Núcleo Angus Três Fronteiras. A arrecadação do evento, chancelado pela Angus Brasil, segundo o técnico Renato Pinto Paiva, um dos organizadores do remate que teve Remate Ao final da exposição as a chancela da Angus Brasil, o centrais de genética Semex, pregão superou os R$ 10 mil, ABS Pecplan, Solução Ge- com venda dos pacotes de sênética, Alta Genetics/Progen, men doados pelas centrais. Uruguaiana, RS ficou com o título de Reservada de Grande Campeã, com “Red Emperor TE1440 Tellechea”, e a terceira melhor colocada foi para a Cabanha Rincon Del Sarandy, de Claudia Silva, de Uruguaiana, RS, com o animal “Rincon Bendita TE1746 Del Sarandy”. DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE URUGUAIANA GRANDE CAMPEÃO Nome: LC TONEL TE T196 Tat: TET196 Registro: O142079 DENTE: 6 Nasc: 28/05/2010 Idade: 1062 Dias - 35 meses Peso: 972 ALT: 1,40 Ponderal: 880 Perímetro Escrotal : 43 Pai: Sav 8180 Traveler 004 Mãe: Negrita 370 da corticeira Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: RECONQUISTA 1957 SUFOCO TRAVELER Tat: TE1957 Registro: O148870 DENTE: DL Nasc: 07/06/2011 Idade: 687 Dias - 22 meses AOL: 82,40 EGS: 4,70 P8: 6,20 Peso: 798 ALT: 1,31 Ponderal: 1110 Perímetro Escrotal : 42 Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: RECONQUISTA 925 CARAPUÇA JULIETA QUEBRACHO Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Expositor: MARCO ANTÔNIO COSTA E JOSÉ PAULO CAIROLI Estabelecimento: FAZENDA RECONQUISTA Cidade: ALEGRETE /RS 3º MELHOR MACHO Nome: CIA.AZUL MAGNATA FIV TE1694 Tat: TE1694 Registro: O160181 DENTE: DL Nasc: 03/07/2012 Idade: 295 Dias - 9 meses AOL: 61,40 EGS: 4,90 P8: 7,00 Peso: 479 ALT: 1,24 Ponderal: 1510 Perímetro Escrotal : 35 Pai: TRES MARIAS 8311 ADVANCE 5854 TE Mãe: CIA.AZUL KIMBA 1351 Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR Expositor: SUSANA MACEDO SALVADOR Estabelecimento: CIA AZUL AGROPECUÁRIA Cidade: URUGUAIANA /RS GRANDE CAMPEÃ Nome: LC TIFANI T1192 CANDOMBE Tat: T1192 Registro: O141994 DENTE: 6 Nasc: 04/05/2010 Idade: 1086 Dias - 36 meses AOL: 86,40 EGS: 11,00 P8: 18,00 Peso: 732 ALT: 1,32 Ponderal: 640 Est. Gest.: Prenha Pai: Tres Marias 7033 Candombe 6164 TE Mãe: Quitela 539 da Corticeira Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS RESERVADA GRANDE CAMPEÃ Nome: RED EMPEROR TE1440 TELLECHEA Tat: TE1440 Registro: O150513 DENTE: DL Nasc: 02/09/2011 Idade: 600 Dias - 20 meses AOL: 72,40 EGS: 6,60 P8: 13,00 Peso: 640 ALT: 1,28 Ponderal: 1010 Est. Gest.: Prenha Pai: RUBETA 4444 QUEBRANTADOR Mãe: EMPEROR DO CARUMBÉ 1311 Criador: SÉRGIO BASTOS TELLECHEA Expositor: SÉRGIO BASTOS TELLECHEA Estabelecimento: CABANHA DO POSTO Cidade: URUGUAIANA /RS 3ª MELHOR FÊMEA Prêmio Nome: RINCON BENDITA TE1746 DEL SARANDY Tat: TE1746 Registro: O143072 DENTE: 4 Nasc: 12/11/2010 Idade: 894 Dias - 29 meses AOL: 93,40 EGS: 5,90 P8: 11,00 Peso: 724 ALT: 1,36 Ponderal: 770 Est. Gest.: C/Cria Pai: Tres Marias 6241 Payador TE Mãe: Três Marias 7166 Araña Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY Expositor: CABANHA RINCON DEL SARANDY Estabelecimento: CABANHA RINCON DEL SARANDY Cidade: URUGUAIANA /RS 28 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Qualidade no Outono Angus Show Fotos: Robispierre Giuliani/Angus Jurado Antônio Martins Bastos Filho e Leo Warszawsky E ntre os dias 16 a 20 de maio foi realizada no parque Assis Brasil, em Esteio, RS, o 9ª Outono Angus Show, que a partir deste ano passou à categoria de exposição nacional, pontuando ao Ranking Angus. A mostra, integrante da programação da Fenasul, foi organizada pelo Núcleo Centro Litorâneo de Criadores de Angus, numa promoção conjunta com a Angus Brasil. Os julgamentos de classificação, com os campeões sendo conhecidos nos dias 17 e 18, esteve novamente a cargo do tradicional criador e jurado internacional de Angus, titu- lar da Cabanha São Bibiano, de Uruguaiana, RS, Antonio Martins Bastos Filho. Antoninho, como é conhecido entre os criadores, trabalhou examinando cerca de 120 animais, entre machos e fêmeas, nas categorias de exemplares de argola e rústicos. Animais em evolução “De modo geral, nos deparamos em pista com uma incrível padronização dos animais, que apresentavam as principais características raciais desejadas na raça Angus. E isso é altamente positivo, numa demonstração de que estamos vivendo um grande momento para a raça”, avaliou o experiente jurado. Conhecedor de outras edições da feira, ele se disse impressionado com a visível evolução da raça, seja em animais de argola ou nos rústicos. “O que foi visto nestes dois dias de exposição em Esteio nos traz a certeza de que o Angus brasileiro evolui geneticamente de maneira impressionante. Os animais produzidos no País não devem nada aos originários de países como o Uruguai e a Argentina”, comparou Antoninho Bastos. O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, presente ao evento, frisou a importância do ingresso da feira no seletivo circuito do ranking de exposições nacio- nais de Angus. “Com certeza esta é mais uma exposição de bastante relevância para a raça Angus. A Fenasul entra definitivamente para o calendário de exposições nacionais por conta da sua estrutura e importância na região”, afirmou o dirigente. Já Leo Warszawsky, presidente do núcleo Centro Litorâneo de Criadores de Angus, considerou excelente o nível dos animais e o efetivo comparecimento das principais cabanhas selecionadoras da raça, especialmente da região Sul do Brasil. “Este ingresso de nossa mostra no ranking nacional da raça já representou um avanço para nossa exposição neste ano, e acredito que daqui para frente o crescimento será algo natural, com a presença de cada vez mais criadores de várias partes do País que disputam o ranking da raça”, observou. Aqui os campeões de argola O touro “Biguá 5711 Bismarck 5682 TEI” foi selecionado como o Grande Campeão entre os machos de argola. Propriedade da Parceria Santa Amélia Bayucuá (Estância Santa Amélia – Santa Vitória do Palmar, RS), o animal, de 992 kg e 25 meses de idade, superou mais de 30 concorrentes. O título de Reservado Grande Campeão ficou com o touro “Reconquista 1957 Sufoco Traveler”, de José Paulo Dornelles Cairoli, da Fazenda Reconquista, no Alegrete, RS, e Marco Antonio Gomes Costa, da Cabanha Terra Costa, de Santo Antônio da Patrulha, RS. E o 3º Melhor Macho de argola foi “Maufer 014 TE Kila Zorzal Coronel”, de Maurício e Fernando L. Weiand, da Cabanha Maufer, de Cruzeiro do Sul, RS. Nas fêmeas de argola, a Grande Campeã foi “Terra Costa TE22 Baroneza Naco 1501”, de Marco Antônio Gomes Costa, da Cabanha Terra Costa, de Santo Antônio da Patrulha, RS. “Espinilho 9025”, de Roberto Soares Beck, da Estância do Espinilho, de Cruz Alta, RS, ficou com o título de Reservada Grande Campeã, enquanto “Catanduva TE 418 Unique Gramático 1315”, de Zuleika Borges Torrealba, Gonçalo Torrealba e Fabio Gomes, apresentada pela Cabanha da Maya, de Bagé, RS, ficou com a premiação de Terceira Melhor Fêmea. Na Feira de Terneiros, show de genética Especialmente os terneiros, certificados pelo programa Terneiro Angus, e já précredenciados racialmente ao Programa Carne Angus Certificada, fizeram um verdadeiro espetáculo de padronização e elevados preços durante a tradicional feira da Fenasul, a 11ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas, realizada no dia 16 de maio, durante a exposição. Sob o martelo irriquieto do leiloeiro Alexandre Crespo, trabalhando para a Santa Úrsula Remates, que promoveu o evento juntamente com a Angus Brasil e a Federação da Agricultura do RS/Farsul, foram comercializados 750 animais jovens, todos com sangue Angus. O leilão, no dia 16 de maio, foi realizado na Pista ‘J’ do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, RS. A qualidade genética dos animais ofertados resultou na receita de R$ 700 mil, fixando a elevada média geral de R$ 4,26 pelo kg vivo: 40% mais que em 2012. Os dois lotes mais valorizados do leilão foram apresentados pela Fazenda Ranchinho, de Edgardo Marques da Rocha Velho. As oito novilhas prenhas puxaram média por kg vivo de R$ 5,49, bem acima dos valores praticados no mercado. “Os valores diferenciados e acima do mercado obtidos nesta venda são um sinal de que a raça vem mostrando constante evolução, tanto em qualidade genética como em demanda, resultando em terneiros cada vez mais valorizados, disse a gerente da Angus Brasil, Juliana Brunelli. Julgamento de classificação Separados por categoria, os terneiros, terneiras e novilhas passaram por um julgamento prévio ao remate, a cargo do experiente professor da Ufrgs, Dr. José Fernando Piva Lobato. E os criadores foram premiados de acordo com o desempenho de seus animais na avaliação. Confira, a seguir, os vencedores por categoria: Categoria Terneiros Cas- trados: 13 animais de Paulo Jardim, com média de 206 kg; Categoria Terneiros Inteiros: 23 animais de José Felicetti, com média de 197 kg; Categoria Terneiras: 16 animais de Edgardo Maciel, com média de 198 kg; Categoria Novilhas prenhas: 8 animais de Edgardo Marques da Rocha Velho, com média de 350 kg; Categoria Novilhas: 15 animais de Ronaldo Santos, com média de 277 kg. >>> 30 Maio/Junho de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Os campeões rústicos do Outono Show Fotos: Robispierre Giuliani/Angus Trio Grande Campeão PC As premiações aos expositores foram entregues em evento de confraternização realizado ao meio-dia do dia 18, juntamente com a entrega da premiação do Ranking de Rústicos de 2012. A próxima e quinta etapa do calendário nacional de exposições da raça Angus será realizada durante a 19ª Feicorte, de 17 a 21 de junho, em São Trio Grande Campeã Fêmeas PO Trio Grande Campeão PO Paulo, SP. Boas disputas marcaram os julgamentos dos animais rústicos. Os principais entreveros juntaram a parceria Santa Amélia Bayucuá, Walter Szortika Tessmann (Cabanha HT Angus) e Marcos Agenor Begrow (da Agropecuária Rancho Begrow), que aprsentaram, respectivamente, os trios vencedo- res entre as Fêmeas PO, Machos PO e Machos PC. O trio Grande Campeão nas fêmeas PO foi composto por “Biguá 5867 Mana TE”, “Biguá 5862 Zorzal TE” e “Biguá 5855 Traveler TEI”, exemplares da Estância Santa Amélia Bayucuá. Nos machos, o título de trio Grande Campeão PO ficou com os touros “WP Butiá 100 Net Worth X 4533”, “WP Butiá 082 TEI Net Worth X Camb 214” e “WP Butiá 073 TEI Final Answer X Camb 85”, da Cabanha HT Angus, de Camaquã, RS. O trio Reservado de Grande Campeão foi formado por “Biguá 5868 Mana TEI”, “Biguá 5860 Zorzal TE” e “Biguá 5852 Maná, da Estân- cia Santa Amélia Bayucuá, enquanto o trio “Terra Costa TE74 Chalita Naco 685”, “Terra Costa 64 Camargo Naco 993” e “Terra Costa 61 Chitão Candombe 1401”, da Cabanha Terra Costa, de Marco Antônio Gomes Costa, de Santo Antônio da Patrulha, RS, ficou com o prêmio de 3º Melhor conjunto. Entre os PC, os Grandes Campeões foram “B148”, “B146” e “Rancho Begrow B140”, da Agropecuária Rancho Begrow, de Carazinho, RS, com o trio composto por “WT Butiá WC027”, “WT Butiá WC026” e “WT Butiá WC023”, da Cabanha HT Angus, no posto de Reservado de Grande Campeão. DADOS CAMPEÕES OUTONO ANGUS SHOW Grande Campeão Reservado de Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada de Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea GRANDE CAMPEÃO Nome: BIGUÁ 5711 BISMARCK 5682 TEI Tat: TEI5711 Registro: O149475 DENTE: 2 Nasc: 11/04/2011 Idade: 765 Dias - 25 meses Peso: 992 ALT: 1,52 Ponderal: 1250 Perímetro Escrotal : 44 Pai: SAV BISMARK 5682 Mãe: BAYUCUA TE Criador: PARCERIA SANTA AMÉLIA BAYUCUÁ Expositor: PARCERIA SANTA AMÉLIA BAYUCUÁ Estabelecimento: ESTÂNCIA SANTA AMÉLIA Cidade: SANTA VITÓRIA DO PALMAR /RS RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: RECONQUISTA 1957 SUFOCO TRAVELER Tat: TE1957 Registro: O148870 DENTE: DL Nasc: 07/06/2011 Idade: 708 Dias - 23 meses AOL: 127,70 EGS: 8,40 P8: 10,20 Peso: 826 ALT: 1,41 Ponderal: 1120 Perímetro Escrotal : 41 Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: RECONQUISTA 925 CARAPUÇA JULIETA QUEBRACHO Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Expositor: MARCO ANTÔNIO COSTA E JOSÉ P. CAIROLI Estabelecimento: FAZENDA RECONQUISTA Cidade: ALEGRETE /RS 3º MELHOR MACHO Nome: MAUFER 014 TE KILA ZORZAL CORONEL Tat: 014TE Registro: O141964 DENTE: 6 Nasc: 21/06/2010 Idade: 1059 Dias - 35 meses Peso: 1020 ALT: 1,45 Ponderal: 930 Perímetro Escrotal : 40 Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE Mãe: ASD 618 MAJOR GEMADA KILA Criador: MAURÍCIO E FERNANDO L. WEIAND Expositor: MAURÍCIO E FERNANDO L. WEIAND Estabelecimento: CABANHA MAUFER Cidade: CRUZEIRO DO SUL /RS GRANDE CAMPEÃ Nome: TERRA COSTA TE22 BARONEZA NACO 1501 Tat: TE22 Registro: O149547 DENTE: DL Nasc: 30/08/2011 Idade: 624 Dias - 20 meses AOL: 111,50 EGS: 18,10 P8: 24,70 Peso: 622 ALT: 1,35 Ponderal: 940 Est. Gest.: Prenha Pai: RECONQUISTA 1301 NACO CACHAFAZ FENOMENA Mãe: RECONQUISTA 1501 ORQUÍDEA CANDOMBE GLACIER Criador: MARCO ANTÔNIO GOMES COSTA Expositor: MARCO ANTÔNIO GOMES COSTA Estabelecimento: CABANHA TERRA COSTA Cidade: SANTO ANTÔNIO PATRULHA /RS RESERVADA GRANDE CAMPEÃ Nome: ESPINILHO 9025 Tat: 9025 Registro: O142175 DENTE: 6 Nasc: 15/02/2010 Idade: 1185 Dias - 39 meses Peso: 816 ALT: 1,42 Ponderal: 660 Est. Gest.: Prenha Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: ESPINILHO 7030 Criador: ROBERTO SOARES BECK Expositor: ROBERTO SOARES BECK Estabelecimento: ESTÂNCIA DO ESPINILHO Cidade: CRUZ ALTA /RS 3ª MELHOR FÊMEA Nome: CATANDUVA TE418 UNIQUE GRAMÁTICO 1315 Tat: TE418 Registro: O143743 DENTE: 4 Nasc: 05/07/2010 Idade: 1045 Dias - 34 meses Peso: 704 ALT: 1,38 Ponderal: 640 Est. Gest.: C/Cria Pai: CATANDUVA GRAMÁTICO STRYKER 4128-TE15 Mãe: CATANDUVA 1315 RIHANA 1102-76 Criador: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA DEFFERRARI GOMES Expositor: ZULEIKA TORREALBA, GONÇALO TORREALBA E FÁBIO LUIZ GOMES Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGÉ /RS 32 Maio/Junho de 2013 LEILÕES CHANCELADOS Angus@newS Red Concert fatura R$ 601,44 mil com genética e arte Fotos: Divulgação Fabiana e Fábio Gomes Show dos tenores do Teatro Colón, Esteban Hildebrand e Nazareth Aufe, abrilhantou o leilão M ais uma vez o tradicional leilão Red Concert surpreendeu a todos com uma espetacular demonstração de arte e de genética Angus de alto nível. O leilão, chancelado pela Angus Brasil, fechou com faturamento de R$ 601,44 mil, fixando média de R$ 21,48 mil. Realizada na noite de 24 de maio, no Centro de Eventos Casa do Gaúcho, no parque Harmonia, em Porto Alegre, RS, a sexta edição do Red Concert começou brindando os criadores gaúchos e de vá- rias partes do Brasil e via Canal Rural, com um memorável show dos tenores do Teatro Cólon, de Buenos Aires, que de forma impactante, emocionaram os presentes. Ora um, ora outro ou atuando juntos, eles cantaram clássicos italianos como “O Sole Mio” e “Nessun Dorma”, entre outros sucessos, literalmente emocionando a platéia, que na seqüencia, atenta, acompanhava ao remate durante jantar à francesa. Mas as novidades se multiplicavam durante o requintado evento. O espetáculo foi assistido de perto pela prin- cesa franco-austríaca Laetitia D’Aremberg Habsburg, proprietária da Cabanha Las Rosas, do Uruguai, e parceira no remate com a venda de um exemplar, e de longe, via Canal Rural, pela criadora Zuleika Torrealba, da Cabanha da Maya, de Bagé, que não pode comparecer por motivos de saúde. Tudo isso enquanto num fino ambiente montado pela decoradora Gina Eichemberg, eram expostas obras de arte da grife La Victória, de Ariel Capielo. Ao mesmo tempo, o selecionador Fábio Gomes, proprietário da Cabanha Catanduva, promotora do evento, tomava a palavra para informar que, dali para diante, o comando da Cabanha estaria a cargo de sua filha, a advogada e veterinária Fabiana Gomes, e que sua sede não mais seria Cachoeira do Sul, mas o município de Glorinha, distante apenas 40 minutos de Porto Alegre. Dias antes, na coletiva de lançamento do leilão, em Porto Alegre, Fábio Gomes disse aos jornalistas que, com Fabiana à frente da cabanha, ele agora terá tempo para se dedicar ao estudo de textos jurídicos (ele é advogado), ler, escrever e reescrever livros seus e, especialmente, passar mais tempo em Paris, cidade em que mais gosta de estar, mas que pelos compromissos, nunca conseguiu permanecer por mais de meros alguns dias. E nesta mesma ocasião, Fabiana também surpreendeu a todos, deixando escapar que, além da lavoura de soja e pastagens em Cachoeira do Sul, agora, na nova sede em Glorinha, também vai se dedicar à produção de hortigranjeiros orgânicos, com as estufas já em fase de implantação. “Gosto, lógico, de lidar com os animais, de selecionar, e minha paixão é lidar com embriões”, observou Fabiana. E o resultado esteve à altura. Um total de 28 exemplares foi comercializado à média de R$ 21,48 mil. O exemplar de mais alto valor foi a vaca “Catanduva TE 446”, adquirida pelo selecionador e ex-presidente da Angus Brasil, Joaquim Francisco de Assumpção Mello, da Cabanha Santa Eulália, de Pelotas, RS, por R$ 60 mil. O exemplar trazido pela Cabanha Las Rosas, da princesa Laetitia, foi arrematado por Zuleika Torrealba, da Cabanha da Maya, de Bagé, RS, por R$ 57,6 mil. Um outro destaque foi venda da “Catanduva TE 1825” por R$ 57,6 mil para a Cabanha Pantano, de Rio Pardo, de propriedade de José Machry. Antes de iniciar o leilão deste animal, Fábio Gomes anunciou que o valor arrecadado seria totalmente doado para a Fundação Semear, que cuida de crianças e adolescentes em Porto Alegre. “A afluência do público, somada à satisfação e à alegria demonstradas pelos presentes, junto com a valorização dos nossos animais, recompensou o esforço que fizemos”, reafirmou Fábio Gomes. O próximo evento da cabanha já está programado para o dia 27 de outubro: o Rústicos Catanduva, às 20 horas, na pista J do parque de exposições Assis Brasil, em Esteio, RS. A oferta será de 40 touros PO e 20 lotes especiais de fêmeas. Paipasso Red liquida e fatura R$ 3,8 milhões A Cabanha Paipasso encerrou suas atividades liquidando seu plantel de animais Angus e Brangus em leilão realizado no parque da Associação Rural de Santana de Livramento, RS, nos dias 8 e 9 de maio. O mega evento, que teve a chancela da Angus Brasil, alcançou faturamento total de R$ 3,8 milhões. Uma das maiores selecionadoras de animais Angus no Brasil, a Cabanha Paipasso comercializou 538 animais Angus no remate. Foram vendidos 106 machos, sendo 61 terneiros, pela média de R$ 2,7 mil, e 45 touros de sobreano, pelo valor médio de R$ 5,5 mil. O leilão ainda ofertou 432 fêmeas Angus, registrando média de R$ 3,4 mil. Apenas com a oferta dos animais Angus, o evento comercial atingiu a receita de R$ 1,9 milhão. Também foram comercializados animais com genética Brangus. Foram vendidas 498 fêmeas e 97 machos, com mé- de São Paulo. Um terço dos prova o grande interesse de animais foi para fora do Rio outros estados pela genética dia de R$ 3,2 mil. Fernando Osório, sócio Grande do Sul. Isso com- Angus”, constatou Osório. proprietário da Cabanha Paipasso, comemorou o valor obtido com o remate e a procura de fazendas de outras regiões pela genética Angus. “Conseguimos liquidar o plantel nos dois dias de leilão”, observou, destacando as boas médias obtidas pelos animais Angus. “30% dos compradores foram de fazendas do Paraná e 5% 34 Maio/Junho de 2013 Campos Neutrais vende tudo em apenas 90 minutos Agilidade, bom público comprador, liquidez, alegria e alta qualidade em Red Angus em pista foram os principais diferenciais que marcaram o 1º Leilão Campos Neutrais, que em apenas 90 minutos comercializou a totalidade da oferta. Promovido pela Cabanha Albardão, de propriedade do selecionador Carlos Inácio Talavera Campos, em Santa Vitória do Palmar, RS, o pregão foi realizado dia 27 de abril, na pista do parque rural de Pelotas, região Sul do Estado gaúcho, durante a Expoutono de Pelotas. Chancelado pela Angus Brasil e transmitido via C2 Rural, o remate negociou para diversos Angus@newS LEILÕES CHANCELADOS Leilão Calafate Produção fez pista limpa em Pelotas Carlos Campos, que ficou satisfeito com a boa presença de produtores no seu evento. Para as próximas vendas da cabanha, ele pretende se dedicar ainda mais para trazer compradores de outros estados, seguindo a atual expansão que a raça vem conquistado Brasil afora. De acordo com Carlos Campos, os lotes ofertados no remate são fruto de um trabalho de mais Ana Carolina Ferreira Kessler de 20 anos de investimentos em Qualidade em pista, liquidez sêmen e reprodutores de ponta, orientados sempre pelo Sumário e muito boa participação de produtores de diversas regiões do compradores do Rio Grande do de Touros do Promebo. Estado gaúcho marcaram a reSul e também para o Paraná alização, no dia 25 de abril, na Destaques todas as 150 fêmeas Red Angus O lote mais valorizado foi rural de Pelotas, RS, do Leilão PC, alcançando faturamento de R$ 312 mil. Lotes de vacas com o de número 21, composto por Calafate Produção Angus e Red cria ao pé e de novilhas foram seis vacas com cria ao pé, ven- Angus. Em pouco mais de hora e arrematados para a cidade de dido para a Fazenda Bela Vista, meia toda a oferta apresentada Londrina, PR, para o criador de Rio Grande, RS, pelo valor pela Fazenda Calafate já havia Rubens Kowalski. E o maior médio de R$ 4.080,00 por ani- sido comercializada, em pista comprador do leilão foi o cria- mal. Outros destaques ficaram ágil que registrou lances dispudor Cláudio Cury, da cidade de com as vacas com cria ao pé, tados em vários dos lotes, comSanta Vitória do Palmar, RS, que puxaram média de R$ 3,82 provando o elevado interesse pela que adquiriu os principais lotes mil; novilhas à média de R$ 2,3 oferta. Propriedade do médico vetemil, terneiras a R$ 1,45 mil, node vacas. “Nossos clientes levaram vilhas vendidas á média de R$ rinário Genuino Farias Ferreira, para suas propriedades uma ge- 2,32 mil e as vacas de primeira com 57 anos de seleção Angus nética vencedora, com garantia cria (com dois anos de idade), no município Rio Grande, RS, ímpar de sucesso na descen- ao preço médio de R$ 3,36 mil. a Fazenda Calafate apresentou dência, e isto não tem preço”, O remate foi conduzido pela Ca- em pista liberalmente à venda orgulhava-se o selecionador sarão Remates, de Pelotas, RS. 233 terneiros Angus certifica- dos pela Angus Brasil, através do Programa Carne Angus Certificada, com peso médio de 183 kg. Mais 243 vacas, sendo 216 com prenhez confirmada por ultrassonografia e 27 com serviço sem prenhez detectável, ao peso médio geral de 477 kg. Os terneiros Angus certificados alcançaram o valor liquido R$ 824,00, com média de R$ 4,50 pelo kg vivo. As vacas penhas o valor médio líquido R$ 1,6 mil. “Sem dúvida, a qualidade, padrão racial e uniformidade dos animais foram essenciais para o êxito alcançado”, afirma Rodrigo Crespo, que juntamente com o irmão, leiloeiro André Crespo, conduziram o leilão a cargo da Casarão Remates. “Estamos muito felizes com o sucesso do Leilão Calafate, no entusiasmo de estarmos no caminho certo, com o reconhecimento ao produto que ofertamos”, observou a médica e administradora da Fazenda Calafate, Ana Carolina Ferreira Kessler. Angus Produção atendeu às expectativas O 5º Leilão Virtual Angus Produção, realizado dia 22 de abril via Canal Rural e com a chancela da Angus Brasil, limpou a pista alcançando faturamento total de R$ 434 mil. Fixou média de R$ 9,1 mil para os machos e de R$ 5,3 mil para as fêmeas. E comprovou a continuidade da crescente demanda por Angus no Brasil. Promovido pela Casa Branca Agropastoril, propriedade de Paulo de Castro Marques, de Fama, MG, este ano contou com a parceria da 3E Agropecuária, de Renato Ramirez, de José Bonifácio, SP; da VPJ Pecuária, de Valdomiro Poliselli Júnior, de Mococa, SP, e da Estância Pon- che Verde, de Cristopher Filippon, de Cascavel, PR. No comando do martelo atuou a leiloeira Remate. O lote de maior cotação, vendido como destaque do evento, foi o de número 23, da Casa Branca Agropastoril. Neste lote foram vendidas três fêmeas pelo valor de R$ 18 mil para o Ran- Fazenda e Haras Ipê Em remate chancelado pela Angus Brasil e realizado dia 23 de maio, na Rural de Alegrete, RS, a Fazenda e Haras Ipê, do Alegrete, propriedade do criador Heitor Etchepare Neto, alcançou média geral de R$ 1,7 mil, faturando um total de 272,55 mil som,ente com a raça Angus, entre pretos e red – o remate também ofertou gado geral. Nos Aberdeen (pretos), as vacas com cria se venderam à média de R$ 3,25 mil e as novilhas prenhas se valorizaram à média de R$ 1,4 mil. Já na pelagem vermelha, as vacas Angus fixaram média de R$ 1,84 mil e as novilhas prenhas foram arrematadas à média de R$ 1,57 mil. Entre os negócios de destaque, a Cabanha Catanduva, de Fabiana Defferrari Gomes, de Glorinha, RS, arrematou uma receptora prenha por R$ 5,5 mil. A prenhez é do touro “SAV Bismark 5682” com a fêmea “Catanduva TE 422 Universal”. O titular da Ipê, Heitor Etchepare Neto, ficou satisfeito com os resultados do leilão. cho Vargas, de Caxias do Sul, RS, de propriedade do criador Marco Antonio Vargas. “Ficamos satisfeitos com os resultados obtidos no remate deste ano. Todos os promotores do evento comercializaram exemplares com possibilidade de desenvolver um ótimo trabalho nas propriedades de seus compradores. E temos a certeza de que os investidores nesses animais ficarão satisfeitos com os resultados positivos que vão obter a partir da genética adquirida”, avaliou Paulo de Castro Marques, da Casa Branca Agropastoril, o pregão ocorreu de acordo com as expectativas dos promotores, ressaltou. Remate Santa Clara Com a comercialização de 600 fêmeas e 20 touros Angus e também de outras raças, o 34º Remate de Elite Cabanha Santa Clara, de Edmundo Barbará Ferreira, realizado dia 26 de abril, no parque de exposições General Serafim Dornelles Vargas, em São Borja, RS, alcançou faturamento total de R$ 682 mil. A média ficou em R$ 5 mil por touro ofertado e em R$ 1,5 mil por fêmea. “Após este j34º pregão, a cada ano nosso foco na pressão de seleção dos animais aumenta”, informou Edmundo Ferreira, comemorando mais uma edição com pista limpa. Ele também observou que boa parte dos pecuaristas presentes e compradores representavam cabanhas com grande tradição. Angus@newS PARCEIROS Maio/Junho de 2013 35 Para onde vão os carrapatos no inverno? Por Octaviano Pereira Neto “A s pessoas têm memória curta” e isso acontece quando queremos esquecer o que nos incomoda, fato que ocorre com a infestação de carrapatos, quando sofremos com problemas no verão/ outono e acreditamos que o problema “sumiu” após o inverno. As condições climáticas do inverno, tais como temperaturas mais baixas e menor umidade do ar, reduzem a infestação do carrapato, mas não significa que o problema desaparece. Se nada for feito, explodirá novamente na próxima primavera O ciclo do vida do carrapato divide-se em duas fases distintas. A de vida parasitária, no bovino, onde a larva muda para as formas de ninfa e depois adulta, há o acasalamento e os prejuízos à produção animal. Este período dura em média 22 dias, sem grandes variações, pois o parasito tem alimento e temperatura constantes para seu desenvolvimento no hospedeiro. A outra é a fase de vida livre, iniciada com a queda da teleógina (fêmea repleta de sangue) no solo, a produção dos ovos e a liberação das larvas que irão infestar novamente os bovinos. Já sua duração, diferente da anterior, tem influência de fatores ambientais, podendo durar semanas ou meses, conforme o clima e o ano. São artimanhas que os carrapatos desenvolveram ao longo de sua existência para sobreviver ao ambiente desfavorável e manter sua espécie viável através do tempo. Segundo Pereira (1982) dentre as estratégias de sobrevivência dos parasitos estão: a dilatação no período pré-postura; o retardo na postura efetiva, na incubação e na eclosão dos ovos; uma menor atividade das larvas (economia energética); dentre outras ações que visam garantir a sobrevivência do parasito até que as condições ambientais sejam mais favoráveis. Qual o significado prático destas informações? Somando as diferentes etapas durante a fase de vida livre podemos ver que o carrapato poderá sobreviver por mais de 150 dias no ambiente, atravessando o inverno sem grandes dificuldades, mesmo em condições climáticas hostis. Teleóginas que caem no outono irão produzir as larvas que facilmente comporão a infestação da próxima primavera. Mesmo durante o inverno, se as larvas subirem no hospedeiro se iniciará a fase parasitária, independente do clima, e de cada larva que chega à adulta surgirão 3.000 larvas novas para infestar seu rebanho. Um crescimento exponencial e assustador. Estes conhecimentos são importantes para o estabelecimento de Programas de Controle do Carrapato que visam reduzir a in- festação no animal e no ambiente, impactando as novas gerações de larvas infestantes. Acatak® se encaixa bem nessa estratégia. A morte de inúmeras larvas no inverno, se bem que reduz a infestação parasitária na primavera, leva o produtor à falsa sensação que o problema reduziu e ele acaba adotando medidas de controle mais brandas e, em geral, de eficácia questionável. Estas medidas favorecem a volta do problema aos patamares anteriores. Aja no controle do carrapato no outono/ inverno, reduzindo a disponibilidade de ovos e larvas para a primavera, quando as condições são ótimas ao desenvolvimento parasitário. Use o clima como aliado neste processo! Não esqueça disso! Méd. Vet., Mestre em Zootecnia Gerente Técnico – Bovinos ® - Marca registrada de Novartis AG, Basiléia, Suíça. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação sem a autorização da Novartis Saúde Animal As referências citadas estão à disposição dos interessados – octaviano. [email protected] 36 Maio/Junho de 2013 OPINIÃO Angus@newS Carnes com contraste Fotos: Divulgação Por Paulo Real Alves da Silva A ssistindo ao programa Fantástico da Globo, no dia 10 de março, que apresentou reportagem sobre abatedouros e frigoríficos, me deparei com verdadeiros absurdos denunciados: alguns abatedouros não apresentavam a menor condição, no aspecto higiênico sanitário; carcaças eram manipuladas na presença de cães e gatos, e vísceras eram jogadas para alimentar suínos. Os bovinos eram abatidos de forma cruel, sem qualquer preocupação quanto à observação às práticas do Bem Estar Animal e boas práticas de fabricação, sem falar em questões ambientais, de sustentabilidade e sonegação fiscal. E o assunto, com críticas severas, também foi alvo de publicações em outros veículos de Comunicação no Brasil, que por certo se pautaram pelo programa da Globo. Médico veterinário, com atuação de mais de 20 anos em indústrias exportadoras, fiquei bastante preocupado e ao mesmo tempo indignado com tais abordagens. Como podemos ainda ter no nosso País estabelecimentos operando nessas condições? Felizmente as autoridades agiram de forma rápida, apurando os fatos, autuando e lacrando esses abatedouros. Num País como o Brasil, detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo, com quase 200 milhões de cabeças, sendo o maior exportador de carne in natura, dotado de indústrias com capacitação pessoal e tecnológica de ponta, fatos dessa natureza são inadmissíveis. Dispomos hoje de matéria prima de qualidade, processo e fiscalizações que asseguram a remessa de produto superior a qualquer mercado do mundo. Baseados nos programas de Garantia da qualidade, planos de controle, partindo das BPF apregoadas no bem-estar animal. Além de tratarmos os animais com dignidade, também sendo uma exigência de mercado, essas técnicas são premissas para produção de carne com qualidade, diminuindo os níveis de adrenalina e cortisol (hormônio do stress). O primeiro atributo que define a qualidade da carne Paulo Silva: experiência em pecuária e frigoríficos na hora da compra é a cor, caracterizada como vermelho (boas práticas de fabricação) que ao Aberdeen Angus – e já brilhante vivo – cereja, que rastreabilidade, BEA (bem- temos produtos com qualidade fica comprometida sem o uso estar animal) APPCC (análise equivalentes aos de Uruguai e das técnicas de bem-estar. A de perigos e pontos críticos de Argentina. fidelização do retorno a comIsto é fruto de produtores pra, cujo principal atributo é a controle), análise de resíduos, sustentabilidade, e indústrias que se profissionalizam, enga- maciez, vem reforçando a imlegalizadas dotadas de servi- jados e comprometidos com portância quanto a manejos na ço de inspeção que garantem novas tecnologias e atentos às fazenda, embarque, transporte, o processo. Para cumprimen- necessidades do mercado. Além até o abate. Só assim a indústo dos programas é necessário de melhorar genética, que vem tria terá condições na contivigilância e monitoramento sendo fomentada por grandes nuidade do processo, produzir constante estando sempre em grupos industriais, investem carne com a qualidade exigida alerta durante todo processo em pastagens, irrigação, diferi- no mercado. nas unidades industriais, o que mento de campos, e alguma suTécnicas de bem-estar, estorna a rotina diária dos cola- plementação. Com isso, ainda pecialmente no transporte e boradores da Garantia da qua- que com alguns problemas de fase pré-abate, evitam contulidade uma verdadeira cruzada. acabamento, produzimos um sões e hematomas que produCom exigênzem mutilações cias constantes os na carcaça e, auditores fiscais, portanto, perdas (tanto internos – Devemos ter orgulho e bater importantes para MAPA, quanto extoda a cadeia. No ternos das missões no peito, porque aqui se campo sanitário, in t ern a cio n a i s ) produz uma das melhores é importante saacabaram por nos lientar o controle preparar e capaci- carnes do mundo de cisticercose, tar, tornando nosfasciolose, tubersas unidades processadoras boi jovem, de excelente padrão culose, além da prenhez nas com segurança alimentar das racial, quase na sua totalidade fêmeas, que causam enormes melhores do mundo, se não a a campo, com qualidade dife- perdas. Para que tenhamos melhor. As missões da União renciada e custos compatíveis. matéria-prima de qualidade, Também evoluímos da tra- não só sob ponto de vista saEuropéia reconheceram nossa capacidade de produção com dição do ‘’a laço, espora, man- nitário, mas também com carqualidade, volume e preços go e cachorro’’, substituídas caças na qualidade requerida competitivos, porém eles es- gradualmente pelas técnicas pela indústria, precisamos de queceram-se de fazer ‘’o tema de casa’’. Vejam-se as recentes fraudes das misturas de carnes bovina com eqüina. Conhecedor de algumas unidades processadoras de carne mundo afora, constato a qualidade dos estabelecimentos fiscalizados no Brasil. Houve melhoria significativa da matéria-prima, em especial no Rio Grande do Sul, onde predominam animais das chamadas raças britânicas - com desta- animais jovens, com carcaças com peso por volta de 220 kg, conformação, acabamento, marmoreio e alta AOL (área de olho de lombo). Os consumidores brasileiros e pelo mundo estão cada vez mais atentos, percebem o valor e se dispõem a pagar pela diferenciação e qualidade do produto. A demanda interna per capita, que em 2011 foi de 39,67 kg, aumentando para 42,33 kg em 2012, segue crescente (Fonte: Scot Consultoria). Quem poderá encarar o desafio? Quem poderá produzir para atender essa demanda? Com certeza o Brasil, e o Rio Grande em particular, especializando-se nos nichos de mercado de diferenciação, agregando qualidade, produzindo cortes especiais, a partir das carcaças originadas de rebanhos de raças britânicas, com maciez, marmoreio, suculência e sabor. Nosso rebanho está cada vez mais apurado, com carcaças bem terminadas, manejadas e processadas de forma correta; as indústrias são idôneas, possuem totais condições higiênicas e sanitárias de receber os animais, processar as carcaças e embalar cortes da mais alta qualidade. Por isso, devemos ter orgulho e bater no peito, para dizer com segurança e firmeza: ‘’Consumidores, se tranqüilizem! Aqui se produz uma das melhores carnes do mundo’’. Médico Veterinário Produtor rural e profissional da indústria frigorífica Angus@newS PERFIL Maio/Junho de 2013 37 Angus no DNA Por Marina Corrêa Q uando Ricardo Macedo Gregory olha hoje seus exemplares Angus reluzentes em cima das pastagens da Estância da Barragem, em Quaraí, RS, sabe que o resultado da qualidade obtida ali está ligado ao pioneirismo de seus antepassados. O exemplo da inovação sempre acompanhou o trabalho do veterinário, que divide hoje seu tempo entre a fazenda, a presidência do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Angus e sua atividade docente junto à Ufrgs, onde atua desde 1978. A habilidade na criação do gado foi passada de geração em geração e Gregory fez sua parte: hoje quem administra a estância a seu lado é a filha Joana Gregory Luz. Mas até a filha assumir a administração da estância, há um histórico interessante a ser exposto. A relação da família com a criação de Angus começa com o bisavô de Gregory, Cel. Antônio Oliveira de Macedo, um dos primeiros criadores de Angus no Brasil. Juntamente com o Dr. Riet, da Estância Camoati, em Uruguaiana, RS, trouxe para sua propriedade, São José do Capivari, em Alegrete, RS, no ano de 1917, três exemplares Angus da Escócia, registrados no então Serviço de Registro Genealógico Rio-Grandense, sob os HBB 30, 31 e 32. Eram um touro e duas vaquilhonas. Gregory conta que o bisavô era um homem inquieto e empreendedor. Para se ter idéia, a estância em questão abrigou o primeiro banheiro carrapaticida da região. Outro detalhe interessante é que a sede ficava em um ponto geograficamente central do campo com a mangueira toda de pedra, como uma pizza, com portões para todas as invernadas, com a finalidade de facilitar a recolhida e a largada dos animais manejados diretamente para seus potreiros. “Com este espírito, ele resolveu participar com animais da raça Angus da exposição comemorativa aos cem anos da Independência, em 1922. Partiram então, dois animais, Alegrete 1 e Alegrete 2, rumo ao Rio de Janeiro, em uma viagem inicial- Ricardo Macedo Gregory e a filha Joana conduzem o trabalho da Estância da Barragem mente de trem até o Porto de em 1981, a utilizar a técnica Rio Grande e, depois, de navio de Transferência de Embriões até o Rio de Janeiro, em uma (TE). jornada que durou aproximadaCom todo esse histórico, mente doze dias”, relata. quando chegou a vez de Gregory O ineditismo não parou por assumir seu próprio negócio, já aí na família. O avô de Gregory, havia todo um histórico familiar Dr. Amarílio Vieira de Macedo, de envolvimento com a raça Anmanteve um plantel de vacas gus. Os anos de experiência fiAngus apenas com a intenção zeram com que Gregory, acima de servir para produção de tou- de ser criador, fosse um exímio ros a serem usados nas vacas selecionador. Qualificação não gerais para produção de bons lhe faltava. Formou-se veterinánovilhos. Mais tarde, na déca- rio em 1974 e em 1977 obteve da de 1960, um de seus filhos, tio de Gregory, Claudio Herculano Macedo, A Estância da Barragem então administrador das es- investe em tecnologia sem tâncias do seu esquecer a história da sua avô, reiniciou a seleção do formação plantel Angus, inicialmente com animais PC e depois com o título de Doutor em Medicina PO. Deste trabalho, entre as Veterinária, em Hannover, na décadas de 1970 e 1980, sua Alemanha. Chegou a ser profescabanha, a Santa Helena, con- sor assistente junto à Univerquistou dois Grandes Campe- sidade de Hannover de 1977 a onatos de fêmeas Angus na 1978, quando voltou ao Brasil Expointer: o primeiro com uma e iniciou a dar aulas na Ufrgs. vaca preta, “Blondetta HD de A atividade como selecionador Santa Helena”. Já o segundo, iniciou em 1995. Junto com o fato inédito: pela primeira vez irmão, Rafael Macedo Gregory, uma vaca Red Angus, “Colo- formaram uma parceria com rada HD de Santa Helena”, a Cabanha Paineiras, de Uruconquistava o cobiçado prêmio. guaiana, RS, e montaram um No programa de seleção da programa de coleta de embriCabanha Santa Helena foi in- ões. Mais adiante, consolidou cluído, já desde os primórdios outra parceria, desta vez com do trabalho, o Promebo, como a Cabanha Azul, de Quaraí, RS, ferramenta de avaliação e se- com um volume já maior de valeção. A Santa Helena também cas em regime de coleta de emfoi uma das pioneiras no Brasil, briões. O trabalho próprio na Barragem A Estância da Barragem, hoje administrada por Gregory e a filha Joana, que é veterinária, Mestre e Doutoranda em Reprodução Animal junto ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Animal da Ufrgs, participou pela primeira vez em 2001 de sua primeira mostra de rústicos, na Expointer. Conquistaram o grande campeonato com machos e o melhor touro rústico. Até então, a cabanha participou de todas as edições conquistando quatro grandes campeonatos e dois reservados de grandes campeonatos com machos e dois grandes campeonatos e dois reservados de grandes campeonatos com fêmeas. Também levaram animais para as Exposições de Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento, resultando, em 2011 e 2012, na obtenção do vice-campeonato do ranking de expositores de rústicos da região Oeste do Rio Grande do Sul e, em 2012, culminando com o campeonato deste mesmo ranking. “Iniciamos no último ano nossa participação com animais de argola e este ano pretendemos participar com nove animais”, diz o criador. As idas à cabanha, hoje, são na frequência da intensidade das atividades que Gregory faz questão de acompanhar, como a escolha dos acasalamentos, seleção e registro dos terneiros, escolha de trios e de animais para as exposições, manejo alimentar, etc. Quando está na estância, a rotina inicia ainda de madrugada, regada por chimarrão que divide com o capataz João Leguizamo, pessoa com a qual, troca idéias sobre as lides a serem executadas. Uma das últimas aquisições em prol da produção da Estância da Barragem foi um pivô central para auxiliar no cultivo das pastagens. Gregory conta que este sempre foi um sonho, a exemplo do que é feito em outros países de pecuária evoluída, a produção de uma reserva para períodos de escassez forrageira. “Estamos com o pivô parado, ainda há muita burocracia para colocá-lo em funcionamento. Com isto ainda não pude ver o meu sonho girando e fazendo crescer rapidamente as pastagens. Espero que a até a próxima primavera isto finalmente ocorra”, avalia Gregory. Gregory na Angus Brasil Tanta experiência lhe rendeu atuação na Associação Brasileira de Angus. Participou em três mandatos da Dra. Susana Macedo Salvador como conselheiro e, de 2007 a 2009, foi presidente do Conselho Técnico da associação. Conforme Gregory, durante este período, implementou o Programa do Terneiro Angus Certificado, que tem se mostrado um sucesso, inclusive bem afinado com o belo programa Carne Angus Certificada, que já começa a mostrar resultados diretos para o produtor de reprodutores Angus e nos números expressivos de comercialização de sêmen. “Estou novamente à frente do Conselho Técnico da Angus, a convite do presidente Paulo de Castro Marques, com um ótimo time de colegas conselheiros, com objetivo de dar sequência ao trabalho da Dra. Susana, além de fomentar algumas ações, especialmente na área de seleção, como valorização das avaliações por Ultrassonografia, dar continuidade à unificação dos programas conjuntos de seleção com o Uruguai e Argentina, fomentar as provas de avaliação a campo e a cocho de animais jovens e também reativar o programa de provas de progênie. Para atingir estes objetivos, contamos em muito com a participação proativa de nosso corpo de técnicos”, descreve. 38 Maio/Junho de 2013 Angus@newS PARCEIROS Obrigado Schaff Angus Valley! Por Marcelo Maronna Dias No agronegócio, mais especificamente no gado de corte, existe uma grande maioria de pessoas que gostam e até exercitam de alguma forma, o prazer de sentirse zootecnistas. Digo isto, porque como veterinário, atuando há 25 anos na área de bovinos de corte, e há quase 20 no setor de inseminação artificial junto à CRI, acredito que contribuímos com os criadores indicando animais que por suas performances, progênies, provas, fenótipo, famílias e tantas outras características podem influenciar positivamente nos programas de seleção de bovinos de todo o Brasil. Conheci vários rebanhos, especialmente gaúchos, onde muito aprendi na convivência e troca de experiências com criadores, técnicos, colegas e funcionários que considero os meus professores nesta trajetória profissional. Mas foi, há nove anos, em um Integrantes do Beef Tour 2012 em visita a Schaff Angus Valley recebidos pela família Kelsie, Kelly, Martie Jo and Kourtney Schaff “Beef Tour” organizado pela CRI (Cooperative Resources International), que tive o prazer de conhecer uma propriedade que colocou diante de meus olhos um conceito diferente de Angus: a “Schaff Angus Valley”. Inicialmente fiquei impressionado pelas vacas que Kelly Schaff nos mostrou como mães de seus produtos. Posteriormente pelo conceito de Angus que nos passou, com um profundo conhecimento em relação aos seus animais e pelo envolvimento de sua família e seus colaboradores no negócio. Finalmente consegui ver onde é possível o Angus chegar através dos touros produzidos na SAV. Durante nove anos consecutivos visitando a SAV, pude constatar que o nível dos animais parece crescer ano a ano, evidenciando um programa genético consolidado que coloca vários touros no mercado, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento da raça. Essa opinião sempre foi consenso entre os participantes brasileiros, uruguaios e argentinos dos “Beef Tours” . Na América do Sul, mais especialmente no Brasil, Argentina e Uruguai é indiscutível a influência dos touros SAV. Como gaúchos, pela proximidade de nossos países coirmãos, em 2012 vimos em Palermo, Durazno, Bolívar e Prado resultados de touros SAV campeões de pista, como Traveler 004, Net Worth, Density, Bismarck entre outros, mostrando que além de performance, os touros SAV imprimem fenótipos impecáveis nos rebanhos puros. Evidentemente que como supervisor da CRI no Sul do Brasil me refiro aos rebanhos puros porque estes são o foco regional. No entanto, como CRI Brasil que vendeu quase 500 mil doses de Angus provado importado no ano de 2012 no Brasil, temos motivos para festejar a qualidade dos terneiros que nascerão nos cruzamentos com vacas Nelore pelo país afora, influenciando decisivamente nos programas dos clientes que produzem carne de qualidade. Por ser da CRI, cito touros da SAV que a empresa comercializa, que fizeram, fazem e ainda farão muito pelo Angus. Apenas de 2013, destaco três importantes feiras brasileiras: Londrina, Uruguaiana e Fenasul, onde Traveler 004, Bismarck e Density alternaram-se entre os campeões de argola e rústicos da raça Angus. Enfim, o que podemos dizer de um banco genético que nos apresentou: um touro fora de série como Traveler 004 ou Final Answer (um dos recordistas em vendas de doses na raça e sendo detentor do maior número de produtos registrados nos Estados Unidos em 2012) e pai de Priority, Right Answer e Pioneer que já nos brindou com o excepcional Potential. Ainda: Heritage, Providence ou mesmo Density e Net Worth que vendeu mais de 80.000 doses no Brasil sendo campeão em pistas e recordista de vendas para o cruzamento industrial sendo pai de Free Spirit tão usado nos rebanhos brasileiros e argentinos. O que falar de Bismarck, que além de excepcional, é pai de SAV Brand Name disputado por todos os rebanhos puros da America do Sul. Neste momento, nos resta aguardar quais alegrias nos trarão SAV Cinch, SAV Angus Valley e SAV Resource que darão continuidade a este trabalho e foram incorporados na bateria 2013 de touros CRI. Aproveito a oportunidade para dizer de forma sincera a família Schaff: obrigado, mas muito obrigado por abrirem suas portas, nos receberem, mostrarem seu trabalho e nos oferecerem a oportunidade de trabalhar com sua genética em forma de sêmen e embriões no Brasil. Tenho certeza de que vários colegas técnicos e criadores concordam que hoje SAV é o que de melhor existe no Aberdeen Angus no mundo. Médico veterinário, supervisor da CRI Genética Brasil no RS/SC As novas tecnologias de melhoramento Por Leonardo Campos E xpectativas das Associações de Criadores de Bovinos de Corte, diante das novas tecnologias genéticas aplicadas ao Melhoramento Animal, em especial a Seleção Genômica A biotecnologia oferece algumas ferramentas promissoras para a seleção, podendo revolucionar o melhoramento animal. Entre estas ferramentas, a Seleção Genômica (SG) é a tecnologia mais promissora, desde o surgimento da utilização da Inseminação Artificial. Em adição, vai facilitar o melhoramento de caracteres que são difíceis ou de custo elevado para melhorar por meios convencionais. Em 2020 o uso da informação de sequenciamento genômico será rotina. Antes de aplicar a tecnologia de DNA é necessário (Gould, 2003), algo sempre importante em qualquer programa de melhoramento genético: (1) Determinar nossas metas e objetivos de seleção; (2) Definir a quantidade de informação necessária para se tomar decisões adequadas (risco a ser assumido); e (3) Calcular o valor da informação, quanto ao Retorno do Investimento. A técnica de SG apresenta um alto custo ainda, apesar de rapidamente decrescente. No modelo de SG preconizado por pesquisadores que trabalham com as diversas Associações de Gado de Corte, como Dorian Garrick, por exemplo, toda amostra de DNA e recurso financeiro deve contribuir para o desenvolvimento do sistema de predição. O ciclo recomendado seria: O criador coleta a amostra de DNA e envia para a Associação; A Associação organiza e armazena as amostras e as envia para a Genotipagem; Os resultados da Genotipagem são incorporados no processo formador e melhorador da equação de predição; Realização da avaliação genética combinando a informação molecular e convencional; A ferramenta genômica (DEP genômica ou DEPG) é repassada ao criador para seleção. Os recursos financeiros são investidos em “retreinamento” para melhorar a equação de predição, em uma contínua atualização dos efeitos dos marcadores existentes. Dorian Garrick, em 2011, no trabalho - “The nature, scope and impact of genomic prediction in beef cattle in the US”, em conclusão, afirma que: - Combinar as informações, como a incorporação de Valores Genéticos Moleculares nas Avaliações Genéticas Centralizadas, está ainda no início. Mas, esta última ação, provocará mudanças nas pequenas Associações de Raça que falharem em mobilizar recursos e conhecimentos, na geração de mudanças em seus sistemas de Avaliação Genética. - Esperava-se que a predição genômica tornasse mais fácil a seleção nas pequenas Associações de Raça, com poucos animais registrados. Entretanto, a necessidade atual de treinamento dentro de cada raça, somente servirá para aumentar a distância tecnológica entre as raças e vai acelerar as mudanças naquelas que tem um mercado maior. Segundo Van Tassel, outro pesquisador de destaque nesta área, referindo-se aos impactos futuros da nova tecnologia, o aumento do uso da SG pode diminuir o valor do pedigree, obtendose informações mais precisas dos genes de cada animal e, também, qual o conjunto de genes que é responsável por cada característica econômica. Portanto, a tecnologia vai implicar em uma menor importância de se saber quem são os pais do reprodutor ou da doadora e a performance de seus irmãos e ancestrais. Em longo prazo a situação deve afetar: (1) As Associações de Raça que têm o controle dos registros genealógicos; e (2) Os Programas de Avalia- ção Genética e Teste de Progênie tradicional, que também devem ter sua importância reduzida conforme a SG se desenvolva e seja aplicada em volume maior. Dorian Garrick (2012) no paper - “A case-study of the American Hereford Association & Iowa State University collaboration in genomics”, informa que a genômica aumentará a acurácia da Avaliação Genética, sendo que: 1. É uma tecnologia atualmente em maturação e que funciona melhor em algumas características e raças do que em outras; e 2. Funciona melhor com mais dados históricos, a serem usados no Grupo de Treinamento, ou seja, o conjunto de animais usados para estimar a equação de predição. As Associações de Raça trabalhando com as instituições de pesquisa devem mobilizar os recursos financeiros necessários para desenvolvimento da tecnologia em conjunto. Coordenador Técnico PROMEBO® [email protected] Angus@newS OPINIÃO Maio/Junho de 2013 39 Custos de produção mais altos na pecuária exigem maior eficiência e gestão Por Renato Fagundes Bittencourt P ara esta análise, consideramos o Índice Scot de Custo de Produção da Pecuária de Corte. Tomamos como base 100 agosto de 1994, para identi- ficar o comportamento dos custos de produção da pecuária de corte de alta tecnologia (AT) e pecuária de corte de baixa tecnologia (BT), até maio de 2013. As evoluções da inflação e da cotação da arroba do boi gordo em Barretos-SP também foram levadas em conta. Veja a figura 1. Os custos de produção subiram mais que a inflação em praticamente todo o período analisado. O oposto vale para a cotação da arroba do boi gordo. Os custos da pecuária de corte (BT) e pecuária de cor- te (AT) subiram 114,9% e 111,2%, respectivamente, desde maio de 2003, enquanto a arroba do boi gordo subiu 90,9%. Na figura 2, pode-se observar a variação dos custos com os alimentos concentrados energéticos e do preço da arroba do boi gordo, desde agosto de 1994. Os custos com alimentação energética subiram 2.221,3% no período, enquanto a arroba do boi gordo subiu 324,7%. Considerações finais O ganho em escala é um caminho para aumentar o lucro do empreendimento e diluir os custos fixos, já que o cenário é de custo por unidade produzida cada vez maior, se mantida a produtividade. Para 2013, o cenário com relação aos custos com os alimentos concentrados deve ser mais tranquilo para o pecuarista, com a previsão de safra recorde de milho e soja no Brasil, e a previsão de safra boa nos Estados Unidos. Estes fatores colaboraram, por exemplo, para a queda nos preços do milho e da soja, que em São Paulo, ficaram 24,3% e 19,2% mais baratos, res- pectivamente, desde o início do ano. Mas ainda é cedo para dizer que este será o cenário até final do ano, há a questão do atraso no plantio do milho nos Estados Unidos, porém, ainda não se sabe qual o real impacto deste atraso na safra norteamericana. Para o mercado do boi gordo, a expectativa é de que seja mais um ano de oferta capaz de pressionar os preços. zootecnista Scot Consultoria www.scotconsultoria.com.br Evolução dos custos de produção da pecuária de corte de alta (AT) e baixa (BT) tecnologias, inflação e preços da arroba do boi gordo em São Paulo, de agosto de 1994 a maio de 2013. Evolução dos preços de concentrados energéticos e dos preços do boi gordo, desde agosto de 1994. Agosto/94=100. Figura1 Figura2 Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
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