Leia - Associação Brasileira de Angus
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MAIO/JUNHO 2012 ANO 13 - Nº 57 Angus @ newS INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS Impresso Especial 9912270051 – DR/RS Associação Brasileira de Angus CORREIOS 2 Maio/Junho 2012 Angus@newS EDITORIAL Juntos Paulo de Castro Marques U somos mais fortes ma raça torna-se mais forte se os seus criadores estão voltados para os mesmos objetivos de produção, mas também de associativismo. Obviamente que as características zootécnicas de uma opção genética acabam atraindo novos parceiros, mas se não houver integração de todos em torno de uma bandeira, o ritmo de evolução certamente será prejudicado. Ou, pior: como a história da pecuária brasileira demonstra, a personificação de algumas raças acaba por torná-la sem crédito, culminando com o seu desaparecimento. Em outras palavras, é essencial o engaja- mento de todos os criadores para o contínuo fortalecimento da raça Angus. Parodiando o velho ditado, poucas andorinhas não fazem verão. Assim, é preciso que todos, mas todos os apaixonados pelo Angus juntem-se num movimento de valorização da raça. O primeiro passo é associar-se à entidade nacional diretamente ou via núcleos regionais. Na sequência, é essencial ser participativo. Não adianta ser apenas um número. É fundamental fazer-se ouvir, trazer ideias, discutir conceitos, questionar, contribuir. Amigos do Angus, uma entidade de classe, como a nossa ABA, é mais forte quanto mais ativa seja a participação dos seus associados. Esta é uma via de mão dupla com ganhos para todos. Os criadores participam e ajudam a associação a ser mais pujante; e a associação presta mais e melhores servicos. Como disse, os benefícios são de todos os envolvidos e, particularmente, da raça Angus. Então, vamos fortalecer (ainda mais) nossa associação? Esperamos o seu contato para se juntar a nós, especialmente com ideias. Grande abraço. HUMOR - LUCA RISI NESTA EDIÇÃO Artigo - O Mundo da Carne Pastagens produzem melhor carne Notícias do Programa Carne Angus Terneiro Angus Certificado Melhoramento Genético Informe - As notícias Angus Gira angus Brasil - Uruguai Exposições Perfil - José Roberto Pires Weber Opinião - Por que as Deps mudam EXPEDIENTE 3 4 6 12 14 18 22 24 34 38 Associação Brasileira de Angus Diretoria Biênio 2011/2012 Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - Diretor Vice Presidente: Eduardo Macedo Linhares - Diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - Diretor Administrativo e Financeiro: Marco Antônio Gomes da Costa - Diretor de Marketing: Felipe Moura - Diretor de Núcleos: Sérgio Colaço da Silva - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Renato Ramirez, Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros Natos (Ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto, Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo Zechlinski de Oliveira, Fábio Luiz Gomes - Membros Suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - Conselho Técnico: Susana Macedo Salvador – Presidente ([email protected]), José Fernando Piva Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC ([email protected]). Angus@newS Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected]) Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Ana Esteves, jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, Nicolau Balaszow e articulistas - Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Agência Ciranda - 51 3231.6210 // 51 8116.9784 Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br :: [email protected] Associação Brasileira de Angus - Largo Visconde de Cairu, 12 - conj. 901 - CEP 90.030-110 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - [email protected] - Fone: 51 3328.9122 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 3 Uma nova era: Mundo da Carne Reynaldo Titoff Salvador os lanches! A partir desta edição do Angus@newS, o Programa Carne Angus Certificada passa a contar com mais uma ferramenta de interatividade e comunicação com os produtores rurais e a cadeia da Carne Angus como um todo. Através desta nova coluna teremos um canal de comunicação direto, levando informações sobre conquistas, novidades e próximos passos do Programa Carne Angus, um trabalho da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) que tem a missão de valorizar a carne que você produz. N Mais de 1 milhão de pessoas está em contato direto com o conceito da Carne Angus Certificada que tem fundamental importância na produção desta matéria prima diferenciada em épocas de menor oferta de gado em nossas fazendas, além de ser o parceiro responsável pela qualidade industrial dos hambúrgueres Angus desde o abate Fotos: Divulgação esta primeira edição, trago à discussão a nova parceria que considero de fundamental importância para o Programa Carne Angus no Brasil. A Rede McDonald´s. Uma das maiores redes de Fast Food do planeta reconheceu no Programa Carne Angus Certificada e seus parceiros as características ideais para lançamento de uma plataforma de lanches Premium no Brasil, produzidos com 100% de Carne Angus Certificada, e que já são sucesso em outros países onde a rede atua, casos de Estados Unidos, Austrália, Argentina e Uruguai. Este trabalho teve inicio há dois anos, através de criteriosos estudos de viabilidade de volumes, e envolveu etapas de planejamento, testes de produto, desenvolvimento de estratégias comerciais e está fortemente ligado ao Programa de Fomento Pecuário Marfrig, SteakBurger VPJ Alimentos com Carne Angus até a ponta final da cadeia. Para se ter idéia da dimensão deste projeto, cerca de 1,6 milhão de pessoas passam por dia nas lojas da rede no Brasil. Este público está tendo contato com o conceito da Carne Angus Certificada e tendo a oportunidade de provar e comprovar sua suculência e sabor diferenciados. São 200g de Carne Angus Certificada em cada lanche, que mostram todo o sabor e suculência característicos da Carne Angus aos mais variados perfis de consumidores. Hoje, a Linha Angus Premium McDonald´s já chegou a todos os estados das regiões Sudeste, Sul, Centro Oeste e a Bahia! A cadeia de produção do Angus ganhou muito com esta parceria. A muito idealizávamos uma forma de aproveitar nosso novilho de qualidade como um todo, agregando valor a carcaça em todos os seus cortes e não apenas à linha de churrasco, que já alcança preços TOP em todo o Brasil. Nosso McAngus é produzido com cortes especiais de dianteiro e costela que ainda não são os mais demandados pelo consumidor de carne de qualidade e assim agregamos valor de forma complementar aos cortes já campeões na preferência do consumidor. Esta nova iniciativa avança por todo o Brasil em sinergia com a conceituada e linha de hambúrgueres VPJ Angus Prime, que contempla uma ampla variedade de cortes e tamanhos diferenciados que vem conquistando os consumidores desde 2009 e com os recém lançados produtos da linha Seara Angus como o Mega Hit Angus e o Mega Burguer Angus. Ganha, todos: os consumidores, os produtores e criadores de Angus e a raça Angus! Lembre-se que em qualquer atividade econômica a variável preço depende diretamente da relação entre oferta e demanda. Estimular o consumo de carne de qualidade e a buscar a excelência dos produtos que recebem o selo de certificação da Angus são peças fundamentais neste processo, e o caminho para avançarmos na valorização de nossa carne, agregando premiações ainda maiores para nossa produção, e para o crescimento da raça no Brasil. Estamos trabalhando em sinergia - produtor + industria + varejo - buscando valorizar o boi como um todo, criando alternativas de cortes e produtos diferenciados, encantando o consumidor e estimulando seu paladar, além de valorizar a carne de qualidade através da credibilidade conferida por nosso selo de certificação. Até a próxima edição! Diretor do Programa Carne Angus Certificada Caixeta Megaburger Seara com Carne Angus 4 Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 Pastagens garantem melhor carne Fotos: Divulgação Maurício Palma Nogueira Para que haja sucesso econômico em qualquer atividade é necessária a maximização dos meios de produção. Em outras palavras, todos os recursos disponíveis devem estar em plena capacidade de uso quando exigidos e a suplementação a pasto, como ferramenta nutricional para o gado, não deve fugir a esta regra. Por Nicolau Balaszow “A ssim, é primordial que a estratégia de suplementação seja realizada a partir da qualidade das pastagens existentes e, ainda, considerar e valorizar o consumo de forragens presentes durante todo o ano”, orienta o agrônomo e diretor da Bigma Consultoria, de São Paulo, Maurício Palma Nogueira. No seu entendimento é necessário construir um plano adequado à realidade de cada propriedade para que os objetivos possam ser alcançados sem sobressaltos. Além de representar uma fonte de alimentação mais econômica, esse sistema de produção tem credenciado o País na exportação de carne e seus derivados. Áreas mais ao norte A base da produção bovina no Brasil é, como se sabe, de pastagem, mas não se consegue maximizar este tipo de produção devido ao fato de grande parte destas áreas estarem degradadas. Pesquisas apontam que 80% das áreas no território nacional estão em fase inicial ou já bastante degradadas e, aquelas existentes apresentam baixa oferta quantitativa e qualitativa de forragens. A degradação, como se sabe, é decorrente da falta de um manejo cor- reto e de um processo extrativista agressivo, o que deixa o solo fraco e com pouca oferta. O resultado disso é um animal recebendo baixo valor nutricional, o que acarreta o chamado ciclo de pobreza, sempre numa espiral descendente. “O produtor não sabe o quanto produz por hectare”. Esta afirmativa, contundente mas realista, é de Rogério Marchiori Coan, zootecnista e diretor técnico da Coan Consultoria e da Academia Pecuária, além de especialista em produção animal. Ele justifica dizendo que o pecuarista precisa aproveitar melhor a sua área e com isso ganhar capacidade competitiva, num merca- do cada vez mais exigente quanto à padronização das carcaças. “O que temos feito na região Centro-Oeste é sugerir ao criador que ele intensifique o seu processo produtivo, inicialmente melhorando as pastagens que se apresentam em boas condições”, informa. Ao mesmo tempo será preciso recuperar as terras que estão exauridas com boas doses de calcário, fósforo, potássio e adubação com nitrogênio na medida de 50 kg/ha/ ano, para torná-las e mantêlas produtivas. “É preciso classificar estas áreas de pastagens de acordo com o seu potencial”, reitera o técnico. As estimativas de recuperação do solo, conforme o especialista são as seguintes: aquelas terras em condições razoáveis, ao receberem um tratamento adequado, já estarão pron- tas para o seu aproveitamento com capacidade total em um ano. Já as áreas com média qualidade podem ser recuperadas em aproximados três anos, enquanto que as bastante deterioradas levam, em média, cinco anos para estarem prontas para produção. Para se conseguir um melhor desempenho, já na fase de confinamento, Coan sugere organizar um programa de suplementação animal com aditivos de eficiência alimentar como é o caso do novo Virginiamissina que, adicionado no suplemento mineral e protéico, aumenta o poder de engorda dos animais. “Este produto tem apresentado resultados excelentes”, garante ele, e complementa dizendo que no período das águas temse conseguido 120 gramas a mais de ganho de peso por dia com este produto, quando comparado com aqueles que não têm esse princípio ativo. São em torno de 22 a 24 quilos a mais nesses 4 meses. Deste modo, num ciclo ascendente a criação de animais a pasto, traz ganhos ao produtor com o aumento de produtividade e melhoria substancial do ciclo de produção, diminuindo a fase de >>> confinamento. Quase 80% das áreas de pastagem no território nacional estão em fase inicial ou já bastante degradadas Rogério Marchiori Coan Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 5 Segredo é criar escala de produção Fotos: Divulgação bezerro neste total. Nunca a possibilidade de seleção os 360 kg/ha exigidos pelo animal”, sentencia o expeIncra. Quando estudados os riente pesquisador. Os terneiros desmama360 kg, a prenhez de vacas com cria ao pé foi de apenas dos que iniciam a fase de recria devem ser destinados 22,7%. O importante, explica o a potreiros previamente diprofessor, é determinar se os feridos e aí permanecer até campos são aptos a receber junho, julho, quando têm, longo ou, ainda, preparar bato, que o produtor tenha bezerros para a recria após então, acesso às típicas pasconcentrados para ofertar consciência do tipo de solo, o desmame, novilhos ou no- tagens de inverno para o Sul aos animais. “Entendo ser da unidade de mapeamento vilhas de sobreano, animais do Brasil. Leia-se azevém, preciso estimular a escala que ele possui e, a partir daí, em terminação ou vacas em aveia, trevo branco, cornide produção para o ano in- determine qual a taxa de lactação e gestação. As pas- chão ou Lótus Rincón, próteiro, mais do que incentivar crescimento médio de pas- tagens naturais típicas da prias para a região Sul. “No final da primavera, a pastagem. É preciso estar to em sua propriedade, seja metade sul do RS precisam preparado para o outono e nos campos de pastagens ter de 2,5 a 3 mil kg de ma- quando retornam às pastafinal de primavera e, assim naturais do RS ou como nas téria seca, para que as vacas gens naturais, os produtores agilizar a com cria consi- precisam seguir os resultap ro d u ç ã o, gam alta efici- dos de pesquisas gerados até porque ência reprodu- pelo professor Maraschin, os ciclos de É preciso implantar uma escala de tiva. “Considero da Faculdade de Agronomia engorda es- produção para o ano inteiro, além de isto para as va- da Ufrgs, com a oferta métão cada vez cas em lactação dia mínima de 1.500 kg de incentivar o uso de pastagens mais curtos, e que possuem a matéria seca por ha. Ou com sendo necesfunção primor- mais precisão, uma pressão sária rapidez nos processos. braquiárias do Centro-Oeste dial de emprenhar enquanto de pastejo de 12 a 13% de Sem isso a parte do corpo do Brasil”. É importante lactantes e, assim se habili- matéria seca para cada 100 do pecuarista que mais dói saber quanto o pasto cresce tar a desmamar um terneiro kg de peso corporal em um é o bolso”, descontrai o téc- neste solo, mês a mês, nas por ano”, completa Lobato. ha, sempre associado ao diferentes estações do ano e, E acrescenta, um bezerro solo e ao regime de chuvas nico. desta forma, poder determi- (a) de bom peso, adaptado da propriedade”, explica. nar a carga animal que vai ao meio, para dar sequência Esta prática permitirá um Quatro décadas ser colocada sobre ele. Para ao sistema. “Se não em- ganho médio, aproximado, de pesquisas O agrônomo e profes- os rodeios de cria, as pes- prenhar, parir e desmamar, de 500 g/dia, de outubro, sor do Departamento de quisas determinaram que no obviamente não terá reposi- novembro a abril do ano se>>> Zootecnia da Universidade RS as pastagens naturais ção, desfrute e muito menos guinte. Federal do Rio Grande do podem ter de 220 a 320 kg/ Sul (UFRGS), José Fernan- ha, incluindo peso de vaca e do Piva Lobato, apresentou dados gerais e elucidativos quanto ao manejo das pastagens naturais e melhoradas do RS. As informações foram geradas em 40 anos de pesquisas, a partir das teses e dissertações dos alunos de pós-graduação das universidades gaúchas e da Estação Experimental Cinco Cruzes de Bagé, hoje Embrapa. Mario Macedo “É essencial, inicia LoJosé Fernando Lobato O pecuarista tem à sua disposição inúmeras fontes, tanto tecnológicas como o de apoio profissional, para impulsionar o seu negócio através da qualificação do seu campo. Para tanto, ele deve, em primeiro lugar, realizar um levantamento e organizar-se e, em seguida, buscar apoio técnico especializado. D iferentemente de outras regiões brasileiras, no Rio Grande do Sul o maior entrave para a obtenção de pastagens é a sazonalidade, diz o zootecnista e consultor em pecuária, Mário Saraiva Gomes de Macedo. Para ele, no entanto, as dificuldades encontradas com o clima gaúcho não são um impeditivo para uma produção em escala, daí a utilização de sistemas de confinamento ou qualquer outro que permita a intensificação na produção, possibilitando o abate de animais durante todo o ano. No RS existem pastagens perenes, mas não é significativo o seu volume. Macedo lembra que na primavera temos o final da pastagem de inverno e no outono não temos nada, pois no começo de abril o produto termina, deixando o pecuarista a mercê do clima. “Outra lacuna é entre novembro até metade de dezembro, quando acaba o boi da pastagem de azevém e aveia que serve de preparo para o plantio da soja,” exemplifica. Neste sentido, Mário Macedo deixa claro que o criador deve estar preparado para o período em que sai o animal e entra o plantio agrícola. Desta forma, é preciso utilizar a pastagem de azevém de ciclo mais 6 Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 Suporte forrageiro adequado a cada situação Fotos: Divulgação O produtor precisa trabalhar com médias de lotação e ter áreas mais folgadas para, quando acontecerem déficits hídricos, poder manter o suporte forrageiro adequado. Aqui, Lobato reforça o fato de jamais esquecer que a nutrição administrada não pode estar desassociada de programas sanitários, de genética adaptada ao Sul do Brasil, região típica de clima subtropical e que possui restritores ao maior desempenho das raças taurinas. Some-se a esses fatores à necessidade de o produtor dominar as tomadas de decisão sobre o período reprodutivo e, como decorrência disso, o período adequado de pari- ção, de quando desmamar e idade de primeiro serviço das novilhas. “Ainda temos um objetivo médio de uma taxa de desfrute de 28% e isto só será obtido quando a idade de abate dos novilhos e de primeiro serviço das novilhas for com dois anos de idade, concomitante a índices de prenhez de 85% em vacas com cria ao pé”, reforça. O excesso de carga animal e a ausência de manejos mais intensivos, identificados e determinados pelo saber hoje existente, são responsáveis pelos indicadores de produtividade atuais. Com o avanço da agricultura em áreas até hoje destinadas à pecuária, existem próximos aos produtores, além dos concentrados comerciais, uma gama de subprodutos dos grãos das lavouras colhidas que permitem uma intensificação dos sistemas de produção, quando usados estrategicamente. O professor Lobato enfatiza que as carnes produzidas em pastagens naturais e melhoradas no RS, ou mesmo em confinamento com dieta de pouco grão e de curto período de terminação, são extremamente saudáveis. Em recente pesquisa conduzida em conjunto com o médico Iran Castro, no Instituto de Cardiologia do RS, em Porto Alegre, o consumo das carnes oriundas destes dois sistemas de terminação, por funcionários voluntários da Instituição, não alteraram seus índices de glicerídeos e colesterol, mas a carne proveniente de novilhos, sempre alimentados com pastagem, foi significativamente mais rica em ômega 3. CP CRV Lagoa começa a 6ª Prova para touros Angus Já está marcado para o dia 20 de outubro o leilão dos animais classificados como Top 30% na Prova para touros Angus promovida pelo Centro de Performance CRV Lagoa, com o apoio da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil). A Prova, com inscrições encerradas em 8 de junho, programa a recepção dos animais no período de 1º a 15 de Junho. O período de adaptação é de 42 dias e o período de avaliação da tourada é de 180 dias. Já consagrada entre os produtores que tem foco na eficiência em produção pecuária no Brasil, a prova apresenta entre as novidades o aumento em um mês da data de nascimento dos exemplares: agora é de 1º de agosto a 30 de novembro de 2011. Tam- bém se destaca o uso do Grow Safe, um equipamento que mede a conversão alimentar, apontando quais animais são mais eficientes. “Com o Grow Safe consegue-se diferenciar o animal que ganha dois quilos de peso por dia comendo 20 quilos de ração, de outro que ganha 1.800 gramas/dia comendo 15 quilos de ração ou menos”, esclarece Cristiano Leal, Gerente Corte Taurinos da CRV Lagoa. “Esta prova representa também uma excelente oportunidade aos criadores de dar visibilidade à genética da propriedade, a partir da colocação de touros nacionais em coleta na central, lembra o técnico. Características avaliadas Na prova são avaliadas 12 características direta- mente correlacionadas ao resultado econômico da atividade. Essas são harmonizadas através do Índice de Seleção CP especifico para cada raça e contempla as seguintes características: peso, ganho médio diário, perímetro escrotal, qualidade de carcaça (avaliação por ultrassonografia) – AOL (Área de Olho de Lombo) e EGS (Espessura de Gordura Subcutânea), avaliação por escores visuais (conformação, precocidade, musculosidade, umbigo e temperamento), morfologia e eficiência alimentar. Parâmetro de seleção Cristiano Leal destaca que no CP CRV Lagoa, todos os criadores participantes conhecem a ava- liação genética de seus animais e podem compará-la com o rebanho de diferentes criatórios dentro da mesma raça, o que fornece um parâmetro sobre o posicionamento do processo de seleção e uma melhor comercialização. A equipe técnica do CP conta com integrantes do departamento de Corte da CRV Lagoa, em parceria com a Coan Consultoria (nutrição) e Gensys (avaliação genética). Para o gerente de produto Corte Zebu da CRV Lagoa, Ricardo Abreu, “o Centro de Performance consolidase como a avaliação mais completa em um teste de desempenho, por ser totalmente democrática e abrangente na participação de pequenos, médios e grandes criadores e também por identificar jovens talentos com predição do valor genético em características de interesse econômico, atendendo à demanda do mercado por genética nacional provada”. Cristiano Leal lembra que duas de cada quatro doses de sêmen vendidas são de touros nacionais, e uma dessas duas é de touros da prova. Mais informações sobre a prova para touros do CP CRV Lagoa podem ser obtidas pelo telefone (16) 2105-2234, pelo email [email protected] ou pelo site www.crvlagoa. com.br. Ou ainda na sede da Angus Brasil, pelo fone 51.3328.9122. Angus@newS Maio/Junho 2012 7 8 Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 Vem aí o 7º Concurso de Carcaças Angus Fotos: Divulgação/ABA A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) e Marfrig anunciam a data do tradicional concurso de carcaças Angus no Rio Grande do Sul, este ano em sua sétima edição: será no dia 14 de setembro de 2012, em São Gabriel. Mas a novidade deste ano é a realização do primeiro Concurso de Carcaças Angus da região Centro Oeste do Brasil. A unidade de Mineiros, em Goiás (GO), sediará a etapa, no dia 20 de outubro de 2012. O evento de Mineiros pretende reunir produtores de todo aquele estado, mostrando o potencial do cruzamento industrial na região, bem como permitindo a troca de conhecimento entre técnicos e produtores daquela parte do Brasil. Para o diretor do Programa Carne Angus Certificada e ex-presidente da Angus Brasil, selecionador Reynaldo Titoff Salvador, mais do que uma competição, o Concurso de Carcaças é um grande encontro do mundo Angus, ocasião oportuna para discutir o futuro do Programa Carne Angus Certificada. Metas ultrapassadas Em 2011 o 6º Concur- Dias de campo: anote e participe! Visando a divulgação do Programa Carne Angus Certificada e dos programas de fomento e premiações para animais Angus, a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) e seus parceiros estão preparando uma movimentada agenda de dias de campo para esta Primavera. Já está confirmada a realização do tradicional encontro de produtores/RS no dia 15 de Setembro, na região central do Rio Grande do Sul, um dia de campo no município de Mineiros, GO, região onde o fomento pecuário do parceiro Marfrig tem consolidado resultados e grande adesão de produtores interessados. O estado do Mato Grosso do Sul será palco da terceira atividade em evento a ser realizado na região de Bataguassú, MS. Entre os temas que serão discutidos estão a utilização de biotécnicas reprodutivas como a IATF, as vantagens do cruzamento com Angus e a nutrição animal ajustada para produção de carne de qualidade. Estes serão os focos principais dos eventos técnicos. Na próxima edição do Angus@ newS você conhecerá a programação completa. Anote as datas e prepare-se! so de Carcaças Angus e VII Encontro de Produtores de Carne Angus foram realizados em Alegrete, RS, nos dias 23 e 24 de setembro, promoção conjunta da Angus Brasil e de seu parceiro Marfrig. Os eventos superaram o sucesso das promoções anteriores, evidenciando o avanço da raça, que segue conquistando o interesse de mais e mais produtores. Só o Concurso de Carcaças de 2011 contou com mais de 500 animais, ultrapassando a meta fixada pela Angus Brasil – foram 553 machos Angus e Cruza Angus de 14 criatórios do Rio Grande do Sul, todos participantes do Programa Carne Angus Certificada. Ambos os eventos mostraram claramente a evo- lução da qualidade dos animais que integraram o Concurso de Carcaças e o interesse dos criadores na obtenção de novos conhecimentos e aplicação de novas tecnologias que a pesquisa científica tem comprovado a eficiência. As promoções surpreenderam o gerente de fomento do Marfrig, Diego Brasil. Segundo declarou na ocasião, “a grandiosidade do 6º Concurso de Carcaças Angus (de 2011) evidenciou o excelente momento que vivia a pecuária e a raça Angus inserida nesse contexto de carne de qualidade. A análise dos abates mostrando que utilizamos 100% da capacidade da nossa planta só com os animais do concurso sinalizou claramente este potencial”, apontou o técnico. Comitê Carne Angus Visando reunir os diferentes elos da cadeia produtiva da carne, a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) retomou com força total, em novembro de 2011, as atividades do Comitê Carne Angus, que congrega representantes da entidade, do campo e da área da pesquisa. Formado por produtores, especialistas em áreas como qualidade de carne, produção animal e genômica, ex-diretores do Programa Carne Angus Certificada e seus executivos, este comitê constitui um fórum permanente de discussões sobre questões relacionadas ao Programa Carne Angus Certificada, sendo um elemento fundamental de apoio à diretoria na condução do futuro do programa de carnes da entidade. “O objetivo principal é discutir problemas e soluções da raça, aumentar a credibilidade dos nossos produtos e acelerar os processos da utilização da carne Angus”, explicou Jaime Tarouco, professor do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Além do professor Tarouco, compõem o Comitê de Produtores Carne Angus o professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Pedro Felício, a geneticista do Gensys Fernanda Brito, o professor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) Carlos Gottschall. Também os produtores Fernando Costa Beber, da Pulqueria Agropecuária; Marcelo Linhares, da AML agropecuária; Luiz Fernando Campana Rodrigues, da HR Agropecuária; Luiz Felipe Moura, da Scalzilly Agropecuaria e o pecuarista gaúcho Luiz Claudio Pereira. E ainda os ex-diretores do Programa de Certificação da Angus, Fernando Correa Osório, Márcia Dutra de Barcellos, Vivian Potter e Joaquim Mello. Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 9 10 Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 Carne Angus fecha parceria com CooperAliança Foto: Eduardo Fehn Teixeira/Ciranda Edio Sander e Paulo de Castro Marques M arcando o start do Programa Carne Angus Certificada no Paraná, a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) fechou parceria com a Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão – CooperAliança, sediada em Guarapuava/PR. O contrato, assinado durante a ExpoLondrina, na nova sede da Angus Brasil no parque paranaense, visa a certificação da carne produzida por aquela cooperativa, situada na região sudoeste do Paraná, através do Programa Carne Angus Certificada. “O Programa Carne Angus já está presente no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, envolvendo 14 plantas frigoríficas dos parceiros Marfrig, VPJ e Silva. Somente em 2011, foram abatidos cerca de 200 mil animais no Programa, gerando consistentes premiações aos pecuaristas participantes. E é uma satisfação incluir o Paraná nesta nossa iniciativa que vem se mostrando tão exitosa”, ressaltou o presidente da Angus Brasil, selecionador Paulo de Castro Marques. O interesse da Angus em incluir o Paraná no Programa Carne Angus Certificada não é coisa nova. “As negociações com a CooperAliança começaram em 2009, exatamente durante as atividades na Expolondrina. Hoje o programa está consolidado e visualizamos um ótimo cenário para começar a operar naquele o estado, até porque a cooperativa dos produtores de Guarapuava estava buscando melhores condições de remuneração aos animais Angus e Cruza Angus dos seus cooperados”, revela o ex-presidente da Angus Brasil e atual diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador. O Paraná desponta como um grande criador de Angus, com mercado interno promissor e aquecido. Segundo Salvador, em 2011, 42% de todas as doses de sêmen vendidos no Paraná foram de reprodutores Angus, provando que o pecuarista paranaense conhece e valoriza as características da raça, como fertilidade, precocidade e habilidade materna”. “Vale também ressaltar que os pecuaristas do Paraná conseguem abater animais Angus ou Cruza Angus aos 14 meses com peso vivo de 500 kg e peso de carcaça de 270 kg, comprovando que o estado apresenta ótimas condições para a criação de Angus”, aponta Reynaldo Salvador, projetando que até o final de 2012 o Pro- grama Carne Angus Certificada deverá também firmar parcerias com outros grupos locais. A CooperAliança Ao todo são 38 produtores cooperados que produzem animais Angus e Cruza Angus. “Esta parceria significa a valorização do nosso produto, canalizando a oferta de gado para o atendimento ao consumidor que deseja uma carne de real qualidade”, assinalou o presidente da CooperAliança, Edio Sander. A cooperativa abate em torno de 12 mil animais ao ano. “O percentual de animais Angus e cruza Angus chega a 45%, atingindo cerca de 500 novilhos por mês. Com a certificação do Programa Carne Angus, esperamos até o final de 2012 que este número salte para 1,5 mil animais/mês no programa”, antecipa Sander. Foto: Devanir Parra/ABA Reynaldo Salvador (de boné): “ótimo cenário no Paraná” TÉCNICOS CREDENCIADOS Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação UF PR SC RS RS RS RS RS RS CIDADE Arapongas Lages Porto Alegre Bagé Porto Alegre Alegrete Vacaria Cachoeira do Sul NOME Antônio Francisco Chaves Neto Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo Dimas Correa Rocha Fábio Azeredo Fernando Furtado Velloso Flávio Montenegro Alves Ivan Pedro Verdi Guazzelli Joel Rocha Scroferneker TELEFONES 43 3275.1811 / 43 9972.0309 49 9146 5455 51 9904.3356 53 9946.6031 51 3392.6502 / 51 9835.8100 55 3422.7595 / 55 9974.3024 54 9117.0773 51 3724.2495 / 51 9975.1985 UF RS RS PR RS RS RS SP RS SP CIDADE Cachoeira do Sul São Borja Cascavel Pelotas S. do Livramento Sto. Antônio Patrulha S. J. do Rio Preto Uruguaiana Promissão NOME José Carlos Guasso Josemin de Lima Guerreiro Luis Augusto Copetti Luiz Sérgio Santos de Faria Luiz Walter Leal Ribeiro Pedro Adair F. dos Santos Rednilson Morelli Goes Renato Pinto Paiva Tito Mondadori TELEFONES 51 9602.0365 / 51 9995.8189 55 3431.6497 / 55 9977.6644 45 9972.3425 53 3225.3805 / 53 9983.0813 55 9112.3916 / 55 3242.1312 51 9837.6501 / 55 9969.1464 17 9201.9181 55 3412.5339 / 55 9977.7281 14 8147.7797 Angus@newS Maio/Junho 2012 11 12 terneiros/bezerros de 5,5 arrobas é de R$ 640,00 no RS e de R$ 690,00 em São Paulo – onde a cotação já esteve muito acima. Esta queda tem uma explicação, para Nadia: “Nesta época não se compram animais jovens no centro do País. Por outro lado, no Sul haverá dificuldades para a formação das pastagens de inverno, já que as temperaturas ainda são altas e faltam chuvas para acelerar a germinação e o crescimento dos pastos”, avalia. Fotos: Divulgação Terneiro Certificado é atalho para programa de carnes Por Horst Knak P elo menos 5 mil Terneiros Angus Certificados passaram pelas pistas de remates nos meses de abril e maio no Rio Grande do Sul. Chancelados pela Associação Brasileira de Angus, as feiras de terneiros formam uma desejável concentração de produtos para quem quer tomar o atalho da carne de qualidade. Fruto da parceria entre a Angus, Grupo Marfrig e Associação de Núcleos de Produtores de Terneiros de Corte (Anptc-Sul), em sua primeira temporada, o terneiro certificado chegou a valer R$ 4,40 o quilo vivo nos principais pólos produtores. Os animais certificados tiveram uma valorização de 8 a 10%. Fruto deste convênio, técnicos da Angus visitaram as propriedades produtoras, para certificar o padrão racial, qualidade e adequação ao Programa Carne Angus Certificada, desde sua origem. “Adquirindo terneiros certificados, o produtor tem oportunidade de participar Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 imediatamente do Programa Carne Angus Certificada, produzindo carne de qualidade”, pondera Reynaldo Salvador, diretor do programa de carne. Para o frigorífico parceiro, o Marfrig, este sistema também produz resultados. “A compra destes animais permite que o invernador tenha mais tranquilidade na hora fazer a recria e terminação dos terneiros, pois sabe que comprou exemplares com padrão racial, um dos pontos principais do programa”, diz Diego Brasil, gerente de fomento do grupo Marfrig. Ele lembra, porém, que apenas o padrão racial não garante a bonificação: “é preciso tratar o terneiro adequadamente, garantindo um peso adequado e ótimo acabamento de carcaça, para que possa ser abatido até os dois dentes – 24 meses”. Longa estiagem reduziu oferta A temporada foi aberta no final de abril, ainda com a expectativa gerada pela longa estiagem que se arrasta no Rio Grande do Sul há pelo menos sete meses. Por outro lado, fruto da falta de produto no mercado, as vendas estão acontecendo na porteira da fazenda, reduzindo um pouco a oferta de animais jovens nos leilões. Estima-se que a quebra seja de 25 a 30% na oferta, tornando o mercado comprador firme. Por isso, as cotações no Rio Grande do Sul estão em alta desde o início do ano, atesta a consulta da Scot Consultoria, zootecnista Nadia Diniz de Oliveira. Enquanto isso, em São Paulo, Sudeste e Centro-Oeste, o mercado está em baixa. Na média a cotação dos Certificação valoriza Para o presidente da Anptc, Max Soares, todos os elos da cadeia produtiva da carne ganham com as feiras. “A maioria dos animais que foram às pistas foram certificados nesta parceria piloto entre a Angus, Marfrig e Anptc. E a certificação dos animais é a certeza que precisávamos de que nosso produto terá a valorização necessária e estará inserido no mercado”, disse. As feiras aconteceram nas cidades gaúchas de São Sepé, Pinheiro Machado, Bagé, Cachoeira do Sul, Lavras. “A parceria entre a Associação de Angus e núcleos produtores de terneiros e Grupo Marfrig funcionou muito bem, e foi vista com bons olhos pelos produtores rurais”, comentou Ênio Santos, da EDS Remates, lembrando que todos os animais Angus e cruza Angus da região de Caçapava do Sul foram certificados pela associação. Em Caçapava do Sul, de um total de 1.808 terneiros, terneiras e vaqui- lhonas, 32% eram Angus Certificados – 579 animais. Em Pinheiro Machado, os 548 terneiros certificados corresponderam a 44% da oferta total, fruto da parceria com a Anptc-Sul. Nesta última, os terneiros Angus alcançaram a média de R$ 4,40 o kg/vivo, enquanto as terneiras e vaquilhonas Angus valeram R$ 3,69 o kg/ vivo. Paralelamente às feiras chanceladas, também com o apoio da Associação, a Estância Itapitocai, de Ângelo Antonio Bastos Tellechea, de Uruguaiana, RS, realizou seu remate de 720 animais puros (600 terneiros e 120 terneiras). “Os exemplares eram superiores. A genética Angus estava impressa no fenótipo dos animais. Eram animais com padrão racial dignos do Programa Carne Angus Certificada”, disse Renato Paiva, técnico da Associação Brasileira de Angus, lembrando que a oferta foi liquidada em menos de 40 minutos de remate. “A média dos machos foi de R$ 4,16 o quilo e das fêmeas foi de R$ 4,60 o quilo”. O Núcleo Sudeste de Angus também marcou presença nas feiras com as Estâncias Solé, Calafate e Campos da Barra. A Campos da Barra ofertou 60 terneiros, sendo 15 com média de 200 kg, vendidos a R$ 4,05 o kg e 35 com média de 149 kg vendidos a R$ 4,25. A 10ª Feira do Terneiro, Terneira e Vaquilhona, realizada dia 17 de maio, durante a Fenasul, no parque Assis Brasil, em Esteio, também se mostrou um retrato perfeito das vendas aquecidas na pecuária gaúcha. A genética fez a diferença nos negócios concretizados, principalmente para compradores da região metropolitana de Porto Alegre. Esta feira negociou exemplares por R$ 499,08 mil. Os 214 terneiros registraram R$ 4,16 kg/vivo, as 206 vaquilhonas R$ 4,36 kg/vivo e as 111 terneiras R$ 3,79 kg/vivo. Angus@newS Maio/Junho 2012 13 14 Maio/Junho 2012 MELHORAMENTO GENÉTICO Angus@newS EMBRAPA Fotos: Divulgação/ABA Teste de Avaliação de Touros a Campo O s criadores Felipe Moura, João Wolf e Clóvis Gonçalves da Silva foram os grandes vitoriosos na segunda edição do Teste de Avaliação a Campo para Touros Angus, realizado através de parceria entre a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) e a Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, RS, com o apoio do Núcleo Bageense de Criadores de Angus. Classificado em primeiro lugar na categoria Elite, o grande campeão do teste foi o touro de tatuagem J79, propriedade da Agropecuária Ponderosa, Fazenda do Salso, Bagé, RS. É um filho de BT Right Time 24J com Azul 6697 G3 140 Stamina. “Ganhar esta prova indica que nosso sistema de produção, aliado às premissas do mercado, nos mostra que estamos no caminho certo da seleção genética. O prêmio condiz com o programa de melhoramento da empresa”, comemorou Felipe Moura, diretor técnico da Ponderosa Angus Ranch e Scalzilli Agropastoril. O touro iniciou a prova com 234 kg, finalizando o teste com 524 kg, alcançando um dução de Bovinos de Corte ganho de peso de aproxima- e Cadeia Produtiva (Nesdamente 125% no período, pro), Dr. Júlio Barcellos, tendo se destacado também apresentou palestra sobre o por seus dados de carcaça e tema “Produção Intensiva de Carne Bovina com uso de precocidade. Já o segundo coloca- Irrigação” e o pesquisador do na categoria Elite foi o da Embrapa Marcos Yokoo touro da Cabanha dos Ta- falou sobre “Melhoramento pes, de Tapes, RS), de João de carcaça bovina por meio Francisco Bade Wolf, com do ultrassom”. A prova teve tatuagem 1932, um filho de duração de nove meses, com Leachman Heavenly 8141 e coordenação dos pesquisa1294 dos Tapes, que apre- dores da Embrapa Drs. Fersentou um bom desempenho na avaliação da O teste visa identificar Área de Olho de Lombo animais superiores para produção (AOL), além em sistema de pastagem dos seus dados de ganho de peso. E na terceira co- nando Cardoso e Joal Bralocação da categoria Elite zzale Leal. O pesquisador Marcos ficou o exemplar apresentado pelo criador Clóvis Yokoo explicou que o teste Teixeira Gonçalves da Sil- da Angus Brasil e Embrapa va, da Cabanha Santa Né- visa identificar animais sulia, de Jaguarão, RS, touro periores para produção em de tatuagem 2897, filho de sistema de pastagem, por Santa Joana 714 e Santa meio da comparação, dentro Nélia 2504, que obteve um de um mesmo ambiente de dos melhores dados de ga- criação, entre reprodutores nho médio diário de peso do da raça de diferentes regiões do Sul do Brasil. “Com teste. Os resultados foram co- isto, procura-se incentivar nhecidos durante tarde de criadores e promover os campo realizada dia 11 de criatórios do Sul do Brasil, maio, na unidade da Embra- além de divulgar perforpa. Na ocasião, o professor mance e incentivar ainda do departamento de Zoo- mais a criação da raça Antecnia da Universidade Fe- gus no Brasil”. Para o presidente da deral do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e coordenador do Angus Brasil, Paulo de Núcleo de Estudos de Pro- Castro Marques, unir mais uma vez o ‘know-how’ da Embrapa com a seleção genética Angus promovida pela Associação é muito importante e com certeza agrega qualidade às ações realizadas com a raça. “Além da genética que as fazendas levaram este ano, do controle rigoroso da Embrapa sobre os dados avaliados, a principal importância deste teste é a divulgação da raça pelos centros de pesquisa do Brasil e a comprovação de sua adaptabilidade com eficiência produtiva”. O trabalho contou com a participação de 19 animais, inscritos por 13 criadores de Angus com propriedades em oito municípios, todos do Rio Grande do Sul, berço da raça no Brasil. Os reprodutores foram avaliados nas características de desempenho e performance, área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e marmoreio, além de características fenotípicas, como conformação frigorífica, precocidade de terminação e musculosidade. Da cidade de Santa Vitória do Palmar, inscreveram animais as cabanhas Santa Joana e Santa Amélia, Agropecuária Albardão e Estância Tradição. De Dom Pedrito a Cabanha Acácia e Fazenda da Barragem. Do município de Bagé, as fazendas do Baú e do Salso, a Agropecuária Proteção, de Rio Grande, a Estância Santa Eulália, de Pelotas, a Cabanha Santa Nélia, de Jaguarão, Cabanha dos Tapes, de Tapes, e Fazenda Reconquista, do Alegrete. O teste contou também com as parcerias da CRI Genética e da Acatak, e com o apoio da Speedrite, da Tortuga e da Ourofino. Angus@newS Maio/Junho 2012 15 16 Maio/Junho 2012 Angus@newS MELHORAMENTO GENÉTICO Genética Nacional: “Eu acredito!” Fotos: Divulgação Ana Carolina Issler Ferreira Kessler O objetivo desta coluna do seu Angus@newS é apresentar objetivamente o pensamento de importantes selecionadores da raça que defendem o uso de genética nacional na seleção dos rebanhos Angus. C om o aval do Conselho Técnico e da direção da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), este espaço estará sempre aberto a todos os criadores e selecionadores de Angus que desejarem manifestar suas idéias e opiniões sobre este assunto. O resultado esperado é o contínuo aperfeiçoamento da genética nacional da raça, uma das metas que vem sendo perseguidas e incentivadas pela Angus Brasil. Nesta edição temos os argumentos do competente veterinário e criador de Angus Carlos Renato Tonet Ferreira, proprietário da Cabanha Cantagalo, em Quaraí, RS, e da médica e tradicional criadora de Angus, Dra. Ana Carolina Issler Ferreira Kessler, da Cabanha Calafate, de Rio Grande, RS. ANA CAROLINA ISSLER FERREIRA KESSLER Cabanha Calafate – Rio Grande, RS “A Estância Calafate, em Rio Grande, RS, que tem história de mais de 50 anos com produção comercial, exclusivamente da raça Angus, e acredita muito na genética nacional. Este crédito é a base e a característica mais marcante de nossos animais e se reflete na produção qualificada de terneiros. A Calafate faz parte do programa carne angus com produção anual de terneiros angus certificados. Historicamente, adquirimos anu- almente touros nacionais de renomadas cabanhas e, nos últimos 15 anos, com avaliação genética do Promebo. Em nosso programa de inseminação artificial utilizamos também genética Angus brasileira, com aquisição de sêmen de touros de importantes criatórios da raça, no Estado do Rio Grande do Sul”, sintetiza a médica e selecionadora Ana Carolina I. Ferreira Kessler, administradora da Fazenda Calafate, que trabalha com Angus desde 1956. “Acredito que esta escolha foi acertada, pois incluímos as características internacionalmente reconhecidas da raça Angus, com a imprescindível adaptação ao nosso ambiente, acrescida de maior retorno econômico, por ser investimento de menor custo comparado à genética importada”, completa a selecionadora. CARLOS RENATO TONET FERREIRA Cabanha Cantagalo – Quaraí, RS “Com certeza acredito, e muito, na genética Angus nacional. Além de serem animais mais adaptados ao nosso clima e às nossas condições, se tornam importantes alternativas genéticas. A Cabanha Cantagalo produz a 32 anos Angus PO rústico, e tem buscado de forma incessante animais que estejam totalmente adaptados ao nosso meio de produção. Parâmetros avaliados Idade ao abate Peso ao abate Peso de carcaça Rendimento Espessura de gordura subcutânea Espessura de gordura na picanha E tenho conseguido através da genética nacional atingir excelentes resultados. Só como forma de ilustrar o que digo: nas últimas duas participações da Cantagalo na Expointer (2009 e 2011), conquistamos um Trio Grande Campeão Macho, Melhor Touro Rústico e Terceiro Melhor Trio, todos eles filhos de touros nacionais. Buscar produtividade e adaptabilidade: acredito tanto em nossa genética que com auxilio do Programa de Melhoramento Genético Bovino (Promebo) a Cabanha Cantagalo tem selecionado aquele reprodutor que mais se destaca no Promebo (dentro do criatório da Cantagalo) e coletado para usar nos rodeios de cria do seu gado comercial. Os resultados podem ser observados na tabela, que mostra as características de carcaça de novilhos com genética Angus da Cantagalo, criados, recriados e terminados exclusivamente em campo nativo. Ver tabela. São genéticas que conseguem responder bem ao ambiente em que são submetidas e permitem alcançar importantes índices de peso, acabamento e carcaça. E sendo a produção de carne o objetivo final de todo pecuarista de corte, o ambiente e a adaptação dos animais no mesmo se tornam Valores 27 meses 520 kg 260 kg 50% 5 mm 6,5 mm fundamentais para o sucesso. Teoricamente, o sêmen importado é produzido para atender às necessidades locais que, na maioria das vezes, diferem do perfil de criação do gado gaúcho e mais ainda quando se pensa em nível de Brasil. Para concluir vejo com bons olhos o futuro genético nacional. Acredito ser apenas o começo de uma genética que num período não muito distante vai ser tão badalada quanto a genética importada, que por muitas vezes não consegue transmitir todo seu potencial genético devido a realidades absurdamente distintas. É claro que considero importante, ou até indispensável em algumas situações, o uso de genéticas importadas, porém o que defendo é que nem sempre a melhor escolha é a genética importada simplesmente pelo fato de ser importada. É preciso ter clareza nos objetivos que se quer alcançar com a seleção. Acreditar e arriscar em touros nacionais além de normalmente ter um menor custo (valor sêmen) com certeza é um excelente negócio. Carlos Renato Tonet Ferreira Angus@newS Maio/Junho 2012 17 18 Angus@newS INFORME Maio/Junho 2012 Angus Brasil direto no Circuito Feicorte A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) manteve efetiva participação nos eventos que formaram o Circuito Feicorte 2012 Nutrition for Tomorrow, criado este ano para estimular a pre- sença de criadores na principal vitrine brasileira da pecuária, representa pela Feicorte, em São Paulo, SP. Organizado com o formato de feira de negócios, o evento itinerante contou com workshops para CRI Genética lança Catálogo Corte A CRI Genética Brasil lança os Catálogos de Corte Zebu e Europeu 2012 na 18ª Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, entre os dias 11 a 15 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. Os dois catálogos reúnem touros provados, com foco em desempenho e produção, provenientes dos mais renomados criatórios do País. “A síntese desse posicionamento pode ser conferida em detalhes na Coleção C.R.I. 2012”, afirma o gerente de Produto Corte da CRI, Daniel de Carvalho. No Catálogo Taurino Corte, Daniel cita como principais destaques alguns dos touros da genética importada Angus indicados para os rebanhos puros, tais como os raçadores Bismarck, Brand Name, Net Worth, Final Answer, Lookout e Pioneer, além dos grandes produtores de carne em cruzamentos industriais como Brushpopper, Dynamite, Hertbeat, Heritage, Jackson, Matrix, Quiet Lad, Stout, Up Ward, Chisum, Imprint, Powder River, entre outros. Solução Genética A Solução Genética Sêmen e Embriões, de São Luiz Gonzaga, RS, guarda duas grandes novidades para esta Expointer: vai lançar durante a feira internacional de Esteio dois catálogos, um Angus Elite e outro Angus Comercial. Segundo o diretor da empresa, Luis Felipe Cassol, serão pelo menos cinco touros Angus novos na bateria. E todos com o consagrado sangue Três Marias. a discussão dos principais temas relativos ao mercado, contando com a participação ativa da Angus Brasil, aliada aos objetivos de informar e gerar novos negócios na bovinocultura, transmitindo conhecimentos sobre as qualidades do cruzamento industrial do Angus com o zebu (conhecido como o casamento perfeito) e viabilizando o crescimento do mercado de carne bovina de qualidade. O Programa Carne Angus Certificada participou com destaque de todas as edições do circuito, realizado em quatro capitais: Mato Grosso (Cuiabá), Bahia (Salvador), Goiás (Goiânia) e Mato Grosso do Sul Embryo Sul renovada Depois de um ano de franca atuação no Sul do Brasil, a Embryo Sul está agora com uma nova equipe, dirigida diretamente pelo veterinário e especialista em FIV Dr. Rednilson Góis. “A agenda é sempre apertada, mas agora tenho estado com frequência na empresa em Alegrete, RS, e também viajando pelo estado gaúcho, Uruguai e Argentina, atendendo diretamente nas fazendas e conhecendo novos clientes, que já sabem da eficiência de nosso trabalho, que já produziu muitos campeões Brasil afora”, diz Rednilson, que também é técnico credenciado da Angus Brasil. (Campo Grande). A gerente administrativa e financeira da Angus Brasil, Juliana Brunelli, esteve juntamente com o técnico Tito Mondadori, dias 7 e 8 de março, na etapa de Cuiabá, onde segundo ela, o evento superou as expectativas tanto no número de participantes quanto no interesse das pessoas pela raça Angus. “Nosso maior objetivo foi divulgar o Programa Carne Angus Certificada e informar aos criadores como obter melhores resultados com animais cruzados, dirigindo a produção da região para o Marfrig”, destacou Juliana. Na etapa de Salvador, dias 21 e 22 de março, a Angus Brasil esteve representada pela subgerente administrativa da Angus Brasil, Katiulci Santos, e pela supervisora técnica do Programa Carne Angus Certificada, Ana Paula Messas, que falaram sobre detalhes do programa. E o coordenador do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, esteve presente nos dias 18 e 19 de abril na etapa de Goiânia e dias 22 e 23 de maio em Campo Grande. “Levamos ao circuito informações sobre o programa de certificação de carne Angus, juntamente com o fomento ao uso de genética Angus nos rebanhos azebuados”, explicou Fábio Medeiros. Angus brilha no Canal Rural Sucesso já não é mais novidade para a raça Angus. Um grupo de criadores unidos e participativos em todo o Brasil, ligados a uma entidade com direção ágil e atenta a tudo que acontece e ao que é importante para a raça no mercado. É Isso que faz o sucesso da Angus. Todo esse movimento há mais de 12 anos vem sendo reportado nas páginas do jornal Angus@newS, que encanta e informa a todos sobre o mundo Angus. Mas sempre inovando, a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) criou mais um canal de Comunicação com o mundo da pecuária nacional. Trata-se do programa Angus News, lançado no dia 30 de março e que vem sendo veiculado pelo Canal Rural todas as sextas-feiras, a partir das 20h50min. Somando-se à meta de divulgar as qualidades e características da raça que mais cresce no País, programa de TV da Angus aborda o dia-a-dia no campo, com reportagens inéditas, dicas de manejo, mercado da pecuária, opinião de especialistas e entrevistas com quem vive e conhece a realidade da pecuária e do Angus criado no Brasil. Inicialmente mostrou a história e a realidade da raça no mundo e no Brasil. E agora parte para uma fase mais didática e de informação pontual sobre a utilização da Angus como imbatível raça de corte, produtora da melhor carne do mundo. Todos os programas estão à disposição no YouTube! O Angus News TV, assim como o jornal Angus@newS também estão nesta Feicorte, cobrindo tudo o que de importante para a raça está acontecendo na maior vitrine da pecuária para o Brasil. Para o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, o Angus News reforça a visibilidade nacional da raça e cria mais um canal direto com os criadores e usuários da raça. Angus@newS Maio/Junho 2012 19 20 Angus@newS INFORME Maio/Junho 2012 Na Feicorte, a Nacional de Angus Fotos: Divulgação São Paulo se transforma na grande vitrine da raça Angus para o Brasil, entre 10 e 15 de junho. No período realiza-se a 18ª Feicorte, palco da XII Exposição Nacional da Raça Aberdeen Angus, na pista indoor do Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista. Marcando a quarta etapa do Ranking Nacional de Angus – após cumpridas as fases de Avaré, Londrina e Uruguaiana, a mostra de Angus de São Paulo – a Feicorte é organizada e coordenada pela Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), com o apoio do Núcleo de Criadores de Angus de São Paulo (Angus São Paulo). Na escolha dos campeões atua o jurado texano Jim Williams. Os julgamentos de classificação de ma- chos ocorrem dia 13 e de fêmeas dia 14, com saída dos animais programada para dia 15. No dia 13, às 20h, acontece o Leilão Prime Angus, evento chancelado pela Angus Brasil, que oferta fêmeas e prenhezes consagradas. Participam a Casa Branca Agropastoril, com Agropecuária Fumaça, Cabanha Santa Helena e Terra Costa e 3E Agropecuária. Red Concert cresce no embalo da arte Gente de todos os cantos compareceu ao V Catanduva Red Concert, na noite de 25 de maio, na funcional Casa Vetro, em Porto Alegre, RS, mostrando que se mantém em alta o prestígio e a genética Angus do selecionador Fábio Gomes e sua filha Fabiana, em sua Cabanha Catanduva. Com o glamour de uma grande festa da sociedade, o Red Concert mais uma vez brindou seu público com bom gosto na decoração do ambiente (decorado com peças da La Victória), boa música e animais de excelente nível. Este ano mudou o roteiro. Começou com música. Abriu com um imperdível show da cantora tradicionalista uruguaia Maria do Carmo Soares de Lima e dos afinados violinos orquestrados pelo maestro Humberto Gastal. Após o show da cantora uruguaia Maria do Carmo de Lima, Catanduva TE432 Unilateral Stryker 533 foi vendida por R$ 50,4 mil O V Red Concert, promovido pela Cabanha Catanduva, faturou R$ 640,8 mil. O tradicional evento de vendas de exemplares Angus PO de elite colocou em pista 39 lotes, sendo 32 matrizes prenhas de dois e três anos, doadoras comprovadas e vacas com cria, além de doses de sêmen. Obteve aumento de 5,8% na média por animal vendido em comparação com o evento de 2011, pas- sando de R$ 17,29 mil (em 2011) para R$ 18,3 mil em 2012. Os lotes mais caros foram adquiridos pela Cabanha da Maia, Zuleika Torrealba, de Bagé, RS. Foram eles: 50% da novilha prenhe Catanduva TE432 Unilateral Stryker 533, por R$ 50,4 mil (cujo valor foi doado para o Instituto do Câncer Infantil (ICIRS); e 50% da novilha Bonifácia CQ 255 CAT 653TE, por R$ 45,6 mil. “Ficamos muito contentes porque todos aprovaram a alta qualidade da oferta que selecionamos para este ano, destacou a criadora Fabiana Gomes. Já Fábio Gomes comentou que embora as médias não tenham sido extraordinárias, ficou bastante contente porque havia unanimidade quanto ao alto padrão e uniformidade dos animais oferecidos. “Além disso, vimos a valorização em R$ 300,00 pela dose de sêmen do Catanduva Nostradamus, igualando o interesse dos melhores pais do Angus mundial no momento”, completou o selecionador gaúcho, observando que a casa cheia e o belo lugar completaram a noite. No martelo atuou o leiloeiro Guilherme Minssen, com a retaguarda a cargo de Tellechea & Bastos Leilões. Angus@newS Maio/Junho 2012 21 22 Angus@newS INFORME Maio/Junho 2012 Gira Brasil-Uruguai reúne centenas de criadores Fotos: Divulgação C om a presença de mais de 600 pessoas, a Gira Angus Outono 2012 promovida pela Associação Uruguaia de Criadores de Angus em parceria com o Núcleo de Criadores de Angus de Santana do Livramento, RS, e Associação Brasileira de Angus, percorreu seis propriedades na fronteira do Rio Grande do Sul e Uruguai. Na parte brasileira, realizada dia 3 de maio, cerca de 130 produtores brasileiros, argentinos e uruguaios participaram do dia de campo na Cabanha Paipasso Red, Estância da Barragem e Cabanha Cantagalo, localizadas em Quaraí, fronteira com o Uruguai. Estiveram presentes o diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Salvador, e o diretor de Marketing da Associação Brasileira de Angus, Felipe Moura. No lado uruguaio, realizada nos dias 4 e 5 de maio, as presenças superaram as 600 pessoas – recorde de público em mais de 20 anos de giras -, tornando o evento um marco na história da raça naquele país. Foram visitadas cabanhas da província de Artigas – Macedo, Cambá Pytá e Quebracho – estabelecimento de cria comercial. Este último, aliás, deixou os visitantes muito impressionados com a qualidade dos novilhos Angus apresentados. A parte brasileira da gira ficou a cargo do técnico da Associação Brasileira de Angus, Luiz Walter Leal Ribeiro, ficando o lado uruguaio a cargo do presidente da Sociedade Uruguaia de Angus, Lucas Gremminger. “Esta região brasileira é irmã do Uruguai, já compartilhamos do mesmo clima e temos uma geografia semelhante. Nada mais justo de aprendermos uns com os outros no que diz respeito à lida de campo, manejo nutricional e integração com outras culturas”, destacou Fábio Medeiros, coordenador do programa Carne Angus Certificada, que na etapa Brasil da Gira expôs o case de maior sucesso da entidade aos presentes, o trabalho desempenhado na certificação de carne Angus pelo Brasil. Satisfeito com o sucesso do evento, Gil Fernandes, que integrou o grupo organizador da Gira, assinalou que a gira permitiu ao produtor comparar sistemas de produção de vários estabelecimentos dos dois países, além de apresentar o programa de carnes de qualidade. “Estreitamos laços de amizade e solidificamos o Angus nacional como sinônimo de qualidade”, resumiu. Para Lucas Gremminger, presidente da Angus Uruguay, é visível o ótimo trabalho desenvolvido pelos produtores brasileiros. “A combinação do campo, com boa oferta de forragem é o diferencial do Brasil. É sabido que o volume de ex- portação de genética entre os países é muito grande, e percebi que o uso dela está sendo muito bem empregado por aqui”, disse Gremminger, que trabalha com a raça Angus há mais de 22 anos e hoje administra a Estância Curupy Del Salvador, na região de Soriano (Uruguay). O gerente de fomento do Grupo Marfrig, Diego Brasil, destacou que na etapa brasileira da gira estavam presentes os principais fornecedores de carne Angus Certificada. “É importante que haja este congraçamento entre os produtores, em que eles possam trocar experiência sobre manejo e produção destes animais”, disse. A gira foi iniciada na Cabanha Paipasso Red, da Agropecuária Correa Osório, que apresentou seu sistema de criação e lotes de animais de várias categorias. Em seguida, a caravana chegou à Cabanha da Barragem, de Ricardo Macedo Gregory. Durante o almoço, foram apresentadas as diversas categorias do plantel de pedigree e puros por cruza, assim como os touros pais e reprodutores em preparo para as exposições. Ao final da tarde, a gira seguiu seu caminho, para chegar à Cabanha Cantagalo, da Parceria Pecuária Tonet Ferreira. Nos imensos currais de pedra, foram exibidos lotes de terneiros do plantel e produtos de cruzamentos de mães zebuínas e touros Angus. Para o produtor brasileiro Fernando Cardoso Gonçalves, da Fazenda Santa Cecília, de Santiago (RS), participar do evento é enxergar o uso de novas genéticas em seu rebanho Angus. “É com esta integração que podemos solucionar alguns dos problemas em nossa fazenda. A troca de experiências já compensa. Valeu muito a pena andar 250 km para participar da Gira e abrir meus horizontes aos nossos vizinhos”. No lado uruguaio, a primeira parada foi a Estância San Pedro, pertencente à Quebracho S.A. O estabelecimento realiza o ciclo completo, com invernada de seus próprios novilhos. Típico criador do norte uruguaio, o trabalho familiar permite que vivam exclusivamento de sua produção. “Estamos montando um banco de genético de animais Angus e, pelo que presenciei nestes três dias de evento, os animais produzidos no Brasil e Uruguai são superiores, bem acabados e com alto nível genético. Quero exemplares que agreguem quualidade ao nosso plantel argentino”, disse Maritza Restrepo Diez, da Genética Del Plata Beef, na província de Buenos Aires. A Cabanha Macedo foi o próximo destino da gira. A fazenda de Gustavo e Gabriel Riani apresentou seus touros pais e principais mães, além de também mostrar os animais em preparo para a exposição de Prado e mostras do interior. Os integrantes da gira foram recebidos em uma gigantesca barraca onde foi servido o almoço com carne Angus para 600 pessoas e apresentados em desfile cerca de 3 mil animais, entre terneiros, vauqilhonas e vacas com cria. À noite, na Chacra La Rinconada, se serviu uma paella aos convidados e feitas realizadas homenagens aos criadores pioneiros daquela região do Uruguai e Brasil. Chamou a atenção a presença do grupo Angus Jóvenes, ligado à Sociedad de Criadores de Angus del Uruguay, entre 16 e 30 anos. “São estes jovens que nos ajudam no trabalho de fomento a raça entre os mais novos”, explicou Lucas Gremminger. O encerramento da gira ficou a cargo da Cabanha Cambá Pitá, de Mariel Romero, Fernando Barrios e família. No estabelecimento, detentor do título de cabanha do ano por três temporadas consecutivas, foram imediatamente apresentadas as fêmeas a campo, seguindo-se uma visita à sede, com uma espetacular vista ao Cerro do Jarau, fronteiriço com o Brasil. Ali desfilaram as distintas categorias de machos e fêmeas puros, assim com o seleto plantel que garantiu os prêmios em pista. Considerado uma das referências da raça no Uruguai, Marcos Berruti realizou as apresentações, contando as histórias da formação da raça no Uruguai. Angus@newS CARNE Maio/Junho 2012 23 24 Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 Expolondrina 2012: Angus se consolida no Paraná Fotos: Devanir Parra/ABA sociação do Angus. Paulo de Castro Marques Por Eduardo Fehn Teixeira A mostra realizada durante a 52ª ExpoLondrina, promoção da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) que marcou a segunda etapa do Ranking Nacional de Criadores e Expositores, mostrou que a raça está consolidada naquela importante praça de pecuária brasileira. Neste ano, três grandes destaques marcaram o evento: uma pista mais parelha e com boa participação de criadores de outros pontos do País, mostrando que a raça está atingindo um padrão ideal Brasil afora; a inauguração da nova Casa Angus (estande que foi revitalizado) no parque Governador Ney Braga; e a assinatura de contrato de parceria da Angus Brasil, através de seu Programa Carne Angus Certificada, com a CooperAliança – Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão com sede em Guarapuava, PR, que agora passa a absorver os gados paranaenses que atendem aos requisitos do Programa Angus. A exposição de Angus, desenvolvida no período de 10 a 15 de abril, no parque de Exposições Ney Braga, em Londrina/PR, contou com 137 animais machos e fêmeas PO Angus, que foram avaliados em pista pelo jurado e técnico da Angus Brasil Flávio Montenegro Alves, diretor técnico da Cabanha Santo Antão, em Alegrete, RS. “Nossa participação em Londrina este ano foi diferente. Inauguramos nossa sede própria no parque, assinamos contrato com a CooperAliança e, principalmente, nas pistas tivemos animais do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, onde pudemos perceber o alto nível zootécnico dos exemplares”, disse Paulo de Castro Marques, presidente da As- Ações no parque Dentre as atividades que movimentaram o mundo Angus na feira paranaense, o já tradicional Seminário de Produção de Carne de Qualidade, promovido pela Angus Brasil em 10 de abril no Auditório Milton Alcover, no parque, abriu os trabalhos. Foi dividido em três etapas, que conforme explicou o coordenador do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros, foram todas focadas na produção de carne de qualidade e otimização do manejo nutricional e da eficiência nas propriedades. Sucesso, o seminário reuniu mais de 250 participantes. Na sequência o programa de certificação de carne da entidade promoveu degustação de carne Angus nos dois leiloes e um almoço com a imprensa e autoridades com pratos elaborados com cortes carne Angus certificados, além de um coquetel de entrega de prêmios no estande da Angus, no final da feira. Novidade à beira da pista Estavam debaixo de um guarda sol, acompanhando com vivo interesse os julgamentos de classificação de Angus, durante a mostra ranqueada da raça em Londrina/PR. E como poucos conheciam, chamaram a atenção. Eram as novas criadoras Júlia Mendes Lopes e a irmã Natália Mendes, que juntas tocam a Cabanha Constança e as fazendas Alegrete, em Palmeira/ PR e São Pedro, em Água Doce/PR. O novo, na verdade, é o trabalho que passou a ser a meta das irmãs, que embora ainda pouco conhecidas no mundo Angus, até touros para venda no mercado já produzem – tipo 10 por temporada. Elas começaram a trabalhar num rebanho base Angus do avô, que há cerca de 35 anos já sabia da eficiência desta genética britânica. “Ele nos deixou um rebanho geral de base Angus, que também foi cruzado com Hereford buscado em Bagé, no Sul do Brasil”, conta a advogada Júlia, que junto com a designer Natália há quase uma década investem na seleção de Angus PO. Elas criaram a Associação Araucária de Carne Nobre, que é presidida por Júlia e une o traba- lho de 12 pecuaristas das regiões de Palmeira e de Campos Gerais, no Paraná. O Grupo Araucária, como é conhecido, só se dedica ao Angus, através de cruzamento absorvente – ¾ para britânicas e 7/8 para zebuínos. “Somente o nosso rebanho está hoje em 400 cabeças e produzimos os terneiros ideais para nossa região”, apontou Júlia Lopes. Elas acompanharam em detalhe os julgamentos de Angus e marcaram presença firme nos leilões da raça, com importantes investimentos em genética selecionada no Royal Angus. Júlia e Natália, da Cabanha Constança >>> Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 25 26 Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 Mais qualidade na pista Fotos: Devanir Parra/ABA José Roberto Weber N uma pista que a cada ano fica mais qualificada, o jurado e selecionador de Angus Flávio Montenegro Alves (leia-se Cabanha Santo Antão, de Alegrete/RS), apontou nos dias 13 e 14 de abril, os campeões da 52ª ExpoLondrina, segunda etapa do Ranking Nacional de Criadores e Expositores. “É muito bom julgar animais de qualidade”, saiu dizendo Flávio Alves, observando que qualquer das seis fêmeas que formaram a fila final poderia ser a grande campeã. “Elas eram muito semelhantes. As mais jovens serão como as mais velhas no futuro”, arrematou o técnico. Para Flávio Alves, nos machos foi um páreo um pouco mais difícil, “como costuma ser”, lembrou. O jurado disse que a competição entre os produtores do Sul e do resto do País praticamente emparelhou. “O tipo agora é o mesmo, e isto é altamente positivo para a raça”, definiu, comentando que o grande campeão havia sido reservado de grande campeão na Expointer. Flávio Alves diz que os criadores estão ficando cada vez mais profissionais. “Alguns exemplares mostraram exagero no preparo. Mas isto ocorre porque os criadores se dedicam em preparar bem seus animais ... E como resultado de alguns exageros, se viu na pista alguns machos com problemas de aprumos e caminhando com certa dificuldade”. Dentre as exposições oficiais de Angus, Londrina era a única pista onde Flávio Alves ainda não havia julgado. Ele julgou a mostra de Durazno no Uruguai no ano passado, e este ano vai julgar a Exposição do Prado, em Setembro, e a Nacional de Outono na Argentina em junho. Além da excelente assistência durante os julgamentos, compareceram boa parte dos dirigentes da Angus, entre os quais o vicepresidente José Roberto Pires Weber. Os grandes campeões Grande Campeonato – A Cabanha da Corticeira, de São Borja (RS), conquistou o Grande Campeonato de Fêmeas PO da ExpoLondrina com o exemplar LC Tifani, vaquilhona maior, de propriedade do criador Luiz Anselmo Cassol, da Cabanha da Corticeira. “É a maior recompensa que nós poderíamos receber. Mostra que estamos no caminho certo e que nosso trabalho é correto. Foi uma competição acirrada, com grandes concorrentes, e é uma satisfação e um orgulho muito grande levar para São Borja este prêmio”, disse Luis Anselmo Cassol, da Cabanha Corticeira, de São Borja/RS. Nos machos, a grande vencedora foi a Cabanha Basca, de Uruguaiana/RS, propriedade da selecionadora Mariana Franco Tellechea, que apresentou em Londrina o touro jovem Paineiras Lucky Zorzal, eleito Grande Campeão Macho PO. “É nosso primeiro prêmio na feira de Londrina, que já acompanhamos faz muito tempo. E receber esta premiação em uma praça tão qualificada, agrega valor ao nosso produto e sinaliza que o trabalho de pecuária que realizamos na Basca está dando certo”, concluiu, emocionada, a criadora. >>> Jurado Flávio Montenegro Alves Mariana Franco Tellechea Luis Anselmo Cassol Angus@newS EDITORIAL Maio/Junho 2012 27 28 Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 Royal Angus fez média de R$ 9 mil Conexão Angus fatura R$ 876 mil Integrante da programação Angus na Expo Londrina, o 3º Leilão Royal Angus, evento chancelado pela Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), registrou média de R$ 9 mil nas 40 fêmeas Angus PO vendidas (totalidade da oferta), fechando com faturamento total de R$ 378 mil. Foi realizado na noite de 13 de abril, no Recinto Horácio Sabino Coimbra, no Parque de Exposição Ney Braga, em Londrina, PR. Arrematada por R$ 49,2 mil pelo maior comprador da noite, o selecionador Erik Evandro Donatto, titular da Fazenda Santa Helena, de Santa Adélia, SP, a prenhês da fêmea LC Susana com o touro Cumbiero, de Luis Anselmo Cassol, da Cabanha Corticeira, de São Borja, RS, consagrou-se o grande destaque da noite. O Royal Angus deste ano foi promovido pela Reconquista Agropecuária, de José Paulo Cairoli, de Alegrete, RS, juntamente com a Cabanha da Corticeira e a Cabanha Terra Costa, de Marco Costa, de Santo Antônio da Patrulha, RS. No bastidor a Rural Business e a Premier Leilões. Com a comercialização de 22 touros Angus PO e 821 bezerros, bezerras, novilhas e garrotes cruzas Angus, o 5º Leilão Conexão Angus fechou com a fatura de R$ 876.050,00. O pregão, um dos destaques na programação da Associação Brasileira de Angus na Explondrina, foi realizado na noite de 12 de abril, com a chancela da Angus Brasil, no Recinto Abdelkarim Janene, no parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina, PR. A promoção do evento foi da Reconquista Agropecuária, de Alegrete, RS, propriedade de José Paulo Cairoli e seus parceiros genéticos. Na ocasião, que contou com a presença dos dirigentes da Angus Brasil, a entidade realizou ação de degustação de Carne Angus. Os touros PO fizeram média de R$ 7,69 mil. A maior venda da noite neste setor ficou com o touro Reconquista 1618, (contratado da central genética CRV Lagoa), arrematado pelo criador Walter Fontanive Junior por R$ 19,6 mil. O maior comprador foi Santiago Fernin Wirsch, que adquiriu sete touros PO. Já o lote cruza Angus mais valorizado foi arrematado por Ricardo Augusto Grassano, que levou 20 novilhas registradas pelo valor de R$ 1.383,00 cada uma. Fotos: Devanir Parra/ABA Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea Dados dos Animais Campeões de Londrina GRANDE CAMPEÃO: Nome: PAINEIRAS LUCKY ZORZAL Tat: TE5294 Registro: O136796 Nasc: 15/10/2009 Idade: 909 Dias - 30 meses Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE Mãe: PAINEIRAS GRAN CANYON DOROTHY 4469 ALT: 1,43 Perímetro Escrotal : 44 Peso: 1095 Ponderal: 1160 DENTE: 4 Criador: COND. FLÁVIO BASTOS TELLECHEA Expositor: MARIANA FRANCO TELLECHEA Estabelecimento: CABANHA BASCA Cidade: URUGUAIANA /RS RESERVADO GRANDE CAMPEÃO: MAUFER 014 TE KILA ZORZAL Tat: 014TE Registro: O141964 Nasc: 21/06/2010 Idade: 660 Dias - 22 meses Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE Mãe: ASD 618 MAJOR GEMADA KILA ALT: 1,34 Perímetro Escrotal : 42,5 Peso: 890 AOL: 127,90 EGS: 18,30 P8: 18,80 Ponderal: 1290 DENTE: 2 Criador: MAURÍCIO E FERNANDO L. WEIAND Expositor: MAURÍCIO E FERNANDO LAMPERT WEIAND Estabelecimento: CABANHA MAUFER Cidade: CRUZEIRO DO SUL /RS 3º MELHOR MACHO RECONQUISTA 1957 Tat: TE1957 Registro: O148870 Nasc: 07/06/2011 Idade: 309 Dias 10 meses Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: RECONQUISTA 925 CARAPUÇA JULIETA QUEBRACHO ALT: 1,19 Perímetro Escrotal : 37 Peso: 437 AOL: 83,30 EGS: 4,40 P8: 5,10 Ponderal: 1290 DENTE: DL Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Expositor: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Estabelecimento: RECONQUISTA AGROPECUÁRIA Cidade: ALEGRETE /RS GRANDE CAMPEÃ: LC TIFANI T1192 CANDOMBE Tat: T1192 Registro: O141994 Nasc: 04/05/2010 Idade: 708 Dias - 23 meses Pai: TRES MARIAS 7033 CANDOMBE 6164 TE Mãe: QUITELA 539 DA CORTICEIRA ALT: 1,28 Est. Gest.: Prenha Peso: 639 AOL: 92,90 EGS: 15,90 P8: 24,40 Ponderal: 850 DENTE: 2 Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS RESERVADA GRANDE CAMPEÃ: Nome: CIA.AZUL KATRINA TE Tat: TE1401 Registro: O143001 Nasc: 24/08/2010 Idade: 596 Dias 19 meses Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE Mãe: CIA.AZUL 041 7TROUXAS GABO 567 Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR ALT: 1,31 Peso: 594 DENTE: DL Ponderal: 930 AOL: 79,40 EGS: 12,10 P8: 22,00 Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES Estabelecimento: CASA BRANCA AGROPASTORIL Cidade: FAMA /MG 3ª MELHOR FÊMEA: MAUFER 022 RAINHA Tat: 022 Registro: O143644 Nasc: 30/09/2010 Idade: 559 Dias 18 meses Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE Mãe: CATANDUVA 1328 RAINHA TE213169 ALT: 1,28 Peso: 479 DENTE: DL Ponderal: 790 AOL: 88,80 EGS: 17,60 P8: 24,00 Criador: MAURÍCIO E FERNANDO L. WEIAND Expositor: MAURÍCIO E FERNANDO LAMPERT WEIAND Estabelecimento: CABANHA MAUFER Cidade: CRUZEIRO DO SUL /RS Angus@newS MELHORAMENTO GENÉTICO Maio/Junho 2012 29 30 Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 Uruguaiana: prévia da Expointer Fotos: Bibiana Ferreira/Angus M arcando a terceira etapa do Ranking Nacional de Angus – após cumpridas as fases de Avaré e de Londrina foi realizada de 26 a 28 de abril, no parque do Sindicato Rural, a 10ª Exposição de Outono de Uruguaiana. O evento teve organização conjunta do Núcleo Angus Três Fronteiras, sediado em Uruguaiana/RS, e da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), com a seleção dos campeões a cargo do consagrado jurado argentino Martin Facundo Lizaso, criador e considerado um especialista em Angus. A mostra de Angus do outono de Uruguaiana é por certo uma das exposições mais importantes para os criadores do Sul do Brasil, tendo já ficado conhecida como uma prévia da Expointer. “Ela baliza a participação do Angus na Expointer, que é a próxima etapa nacional que acontece no Rio Grande do Sul”, destaca o selecionador Ignácio Tellechea, presidente do Núcleo Angus Três Fronteiras. Este ano foram inscritos 110 machos e fêmeas Angus de argola, de 18 criatórios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e mais 14 trios rústicos, apresentados por sete expositores, todos do Rio Grande do Sul. O julgamento dos rústicos conta pontos para o Ranking Regional da raça. Além da programação técnica, a associação do Angus chancelou na noite de 28 de abril (sábado) o 4º Remate de Elite Núcleo Angus Três Fronteiras, onde foram ofertados os animais que estiveram em pista. O Grande Campeão da mostra de Uruguaiana foi o touro jovem Carumbé Red Brigadier, de Sérgio Bastos Tellechea, da Cabanha do Posto, em Uruguaiana/RS. O Reservado Grande Campeão foi o touro dois anos LC Tonel TE T 196, de Luis Anselmo Cassol, Cabanha da Corticeira, em São Borja, RS. O 3º melhor Macho da exposição foi para o terneiro menor Rincon Raio TE 1875, da Cabanha Rincon Del Sarandy, de Uruguaiana, RS. Nas fêmeas, a Grande Campeã foi a vaca jovem Rincon Orgulhosa TE1568 Del Sarandy, da Cabanha Rincon Del Sarandy, de Uruguaiana, RS. A Reservada Grande Campeã foi a terneira menor Maya 222 Heliodora Nostradamus Janis, de Zuleika Borges Torrealba, da Cabanha da Maya, de Bagé, RS. Já a Terceira Melhor Fêmea foi a terneira maior Biguá 5716 Maná TEI, da parceria Cabanhas Santa Amélia e Bayucuá, de Santa Vitória do Palmar, RS. Nos rústicos, o trio Grande Campeão Machos PO foi o Lote 2, TE 1762, TE1763 e TE1770, da Cabanha Rincon Del Sarandy, de Uruguaiana, RS. O Trio Reservado Grande Campeão foi de lote 1, 375, 382 e 389, da Estância da Barragem, de Quarai, RS, propriedade do expositor Ricardo Macedo Gregory. Nos rústicos PC o Trio Grande Campeão Machos foi o lote 8, tatuagem C201, C213 e C217, de Eduardo Macedo Linhares, da GAP Genética, de Uruguaiana, RS. Já o Trio Reservado Grande Campeão foi o lote 9, tatuagens 1010, 1015 e 1028, da Estância da Barragem. Nas fêmeas PO, o Trio Grande Campeão foi de lote 11 de tatuagens TE 1665, TE1680 e TE1706, da Cabanha Rincon Del Sarandy. E o Trio Reservado Grande Campeão Fêmeas PO foi de lote 10 e tatuagens TE 1756, TE1761 e TE1765, da mesma Cabanha. >>> Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 31 32 Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 Dados dos animais Campeões de Uruguaiana GRANDE CAMPEÃO Nome: CARUMBÉ RED BRIGADIER Tat: 1217 Registro: O136594 Nasc: 19/09/2009 Idade: 951 Dias - 31 meses Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE Mãe: EMPEROR DO CARUMBÉ 1311 ALT: 1,45 Perímetro Escrotal : 46 Peso: 1090 Ponderal: 1110 DENTE: 8 Criador: AGROPECUÁRIA TELLECHEA LTDA. Expositor: SERGIO BASTOS TELLECHEA Estabelecimento: CABANHA DO POSTO Cidade: URUGUAIANA /RS RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: LC TONEL TE T196 Tat: TET196 Registro: O142079 Nasc: 28/05/2010 Idade: 700 Dias - 23 meses Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: NEGRITA 370 DA CORTICEIRA ALT: 1,34 Perímetro Escrotal : 42 Peso: 810 AOL: 88,00 EGS: 6,20 P8: 11,90 Ponderal: 1100 DENTE: 2 Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SAO BORJA /RS 3º MELHOR MACHO Nome: RINCON RAIO TE 1875 Tat: TE1875 Registro: O150711 Nasc: 06/09/2011 Idade: 234 Dias - 7 meses Pai: RED FINE LINE MULBERRY 26P Mãe: RINCÓN FORTALEZA 1090 DEL SARANDY ALT: 1,16 Perímetro Escrotal : 29 Peso: 392 AOL: 48,00 EGS: 2,00 P8: 3,30 Ponderal: 1510 DENTE: DL Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY Expositor: CABANHA RINCON DEL SARANDY Estabelecimento: CABANHA RINCÓN DEL SARANDY Cidade: URUGUAIANA /RS GRANDE CAMPEÃ RINCÓN ORGULHOSA TE Tat: TE1568 Registro: O137213 Nasc: 08/11/2009 Idade: 901 Dias - 30 meses Pai: SAV NET WORTH 4200 Mãe: RINCÓN MUCHACHA 1300 ZORZAL DEL SARANDY ALT: 1,34 Est. Gest.: Prenha Peso: 740 Ponderal: 780 DENTE: 2 Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY Expositor: CABANHA RINCON DEL SARANDY Estabelecimento: CABANHA RINCÓN DEL SARANDY Cidade: URUGUAIANA /RS RESERVADA GRANDE CAMPEÃ MAYA 222 HELIODORA Tat: 222 Registro: O150788 Nasc: 01/08/2011 Idade: 270 Dias - 9 meses Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K.ROB TE12 Mãe: PWM JANIS ALT: 1,15 Peso: 361 DENTE: DL Ponderal: 1200 AOL: 72,40 EGS: 3,00 P8: 4,60 Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGE /RS 3ª MELHOR FÊMEA Nome: BIGUÁ 5716 MANÁ TEI Tat: TEI5716 Registro: O149479 Nasc: 18/04/2011 Idade: 375 Dias - 12 meses Pai: CURA 4925 CLASSIC HEADLINER TE Mãe: BAYUCUA 7787 TE ALT: 1,20 Peso: 442 DENTE: DL Ponderal: 1080 AOL: 68,00 EGS: 4,00 P8: 6,60 Criador: PARCERIA SANTA AMÉLIA BAYUCUÁ Expositor: PARCERIA SANTA AMÉLIA BAYUCUÁ Estabelecimento: ESTÂNCIA SANTA AMÉLIA Cidade: SANTA VITÓRIA DO PALMAR /RS Expoagro de Itapetininga aponta vencedores A 43º Expoagro de Itapetininga, SP, realizada de 20 a 29 de abril, teve a mostra de Angus organizada pelo Núcleo Paulista de Criadores de An- gus (Angus São Paulo). Os julgamentos de classificação da raça, no dia 28/04, estiveram a cargo de Marcelo F. M. Gaeta, e o certame regional do Ranking da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) contou com o apoio do técnico da entidade Rednilson Gois. Campeões Grande Campeã, Rincon Muchas Gracias TE 1638 del Sarandy, Expositor: Paulo de Castro Marques e Rincón Del Sarandy, Fazenda Água Limpa, Fama, MG. Fotos: Divulgação Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea Reservada grande campeã, MC Janete Flora Zorzal TE1099, expositor: Eloy Tuffi, Fazenda MC, Espírito Santo do Pinhal, SP. Terceira melhor fêmea, LC Scarlet TES 161, Expositor, Erik Evando Donatto, Cabanha Santa Adélia, Santo André, SP. Grande Campeão, PWM London, expositor: Paulo de Castro Marques, Fazenda Água Limpa, Fama, MG. Reservado de Grande Campeão, Feliz 292 Netuno 818 KRT, expositor: Augusto Vieira De Rua Pinto Guedes, Cabanha Feliz, Monte Alegre, SP. Terceiro melhor macho, Feliz 300 Noturno Kaballa, expositor, Augusto Vieira De Rua Pinto Guedes, Cabanha Feliz, Monte Alegre, SP. Reconquista brilha na Expo de Maringá No dia 12 de maio o jurado Felipe Moura, diretor de Marketing da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), apontou na pista do parque Francisco Feio Ribeiro, em Maringá, PR, os campeões Angus da 40ª Expoingá. A raça apresentou 34 animais na mostra. A vaca Reconquista TE 1.871 Rebeca Pion- ner Gramático, de Rogério Stein, das Fazendas Stein, de Cascavel, PR / Angus Xagu, Nova Laranjeiras, PR e o touro Reconquista 1575 Pablito Brigadier, exposto por José Paulo Dornelles Cairoli, da Reconquista Agropecuária, de Alegrete, RS, sagraram-se respectivamente a Grande Campeã e Grande Campeão da mostra Angus da Expoingá. Os reservados de grandes campeões foram a fêmea Azul TE 8245 Zorzal, apresentada pelo criador Reno Paulo Kunz, de Cascavel, PR e o macho Mamelle 015 Spironelli, exposto por Radames Spironelli, da Fazenda Santa Marta, Londrina, PR. A Terceira melhor fêmea foi EPV Comodore, exposta pelo criador Cristopher Filippon, da Estância Ponche Verde, de Guaraniaçu, PR; e o terceiro melhor macho, Reconquista 1867 Pioner, foi apresentado pelo criador José Paulo Cairoli, da Reconquista Agropecuária, do Alegrete, RS. O jurado Felipe Moura observou que os animais em pista apresentaram bom padrão racial e estavam bem preparados para o julgamento. “Os criadores e expositores mostraram que trabalham com competência para o aprimoramento genético da raça”, avaliou. A exposição contou com o apoio técnico do veterinário Antônio Francisco Chaves Neto, técnico da Angus Brasil. Angus@newS EXPOSIÇÕES Maio/Junho 2012 33 34 Angus@newS PERFIL Maio/Junho 2012 Das leis do homem para as lides dos animais José Roberto Pires Weber (aqui com Paulo de Castro Marques): um advogado que incorporou as lides do campo e se apaixonou pelo Angus Fotos: Devanir Parra/ABA Por Marina Corrêa D eixar a advocacia na Capital para rumar ao Interior da Campanha riograndense não foi tarefa fácil para José Roberto Pires Weber naquele já longínquo 1984. Apesar de apreciar o campo, a carreira estável como advogado, o gosto pelas leis e o âmbito jurídico que o haviam transformado em professor de direito universitário, fizeram que a partida para cuidar das terras da família em Dom Pedrito, RS, tivesse uma ponta de dor. Com a esposa Suzana e o filho Rodrigo, Weber desembarcou de muda na fazenda Santa Thereza, deixando para trás o agito da Avenida 24 de Outubro, onde residia, para abrir a janela todas as manhãs e se deparar com o verde reluzente das terras da cidade da Paz. Ele não sabia, mas começava aí uma relação com o meio rural que nenhuma carreira brilhante na advocacia o faria voltar atrás. Weber se transformou em um criador de ponta e um homem do campo diplomático no município. Foi por cinco vezes presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, foi vice-prefeito da cidade, presidente da Associação Brasileira de Corriedale, presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), diretor do hospital local, esteve à frente da Febrac, foi vice-presidente da Farsul e ...ufa... faltou fôlego para descrever tantos cargos que o produtor Weber ocupou. A explicação é simples. Atuando em cargos “políticos”, Weber sentia-se mais próximo do mundo jurídico e da cultura. “Foi uma maneira que encontrei de suprir o que eu vivi como advogado. Com a ajuda da minha mulher, Suzana, e do meu filho ainda pequeno na época da mudança, o Rafael, em seguida comecei a amar as lides na estância, que está na família há mais não temos ingerência. Mas o amor pelo que fazemos é gigante. Me perguntam por que eu não vendo as terras, ganho um bom dinheiro e invisto em algo mais rentável? Não tem como: amor a gente não larga”, confessa. Pudera. Foi na fazenda, sob os olhos atentos de Santa Thereza, representada em uma imagem com lugar privilegiado no living da casa principal da estância, que Weber passou seus momentos mais felizes. Viu o filho crescer, criou a filha Roberta no local até que entrasse em idade escolar, viu sua lavoura crescendo, seus animais homônimo em Santana do Livramento e quis fazer uma homenagem. Santa Thereza não é muito conhecida no Brasil, por isso só conseguimos encontrá-la na Europa”, observa. O Angus entra em cena Dedicação e profissionalismo sempre fizeram parte do vocabulário de José Roberto Pires Weber, o que fez com que a mudança radical da vida urbana para a vida rural desse certo... Homem respeitado no meio, não só pela eficiência com que toca a fazenda, mas por sua marcante atuação nas instituições nas quais esteve à frente, Weber é hoje o atual presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito e primeiro vicepresidente da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil). A ligação com o gado Angus teve início em 1991, quando ele lembra de ter ad- Homem respeitado no meio, por sua liderança e competência como criador, Weber utiliza as mais modernas técnicas na criação de Angus de 150 anos e precisava naquele momento que eu assumisse. Mas, como nasci em Porto Alegre e gostava de advogar, resolvi atuar nessas frentes, aliando as duas vertentes que estavam dentro de mim”, explica. O início da criação foi com gado geral, também plantava arroz, soja, criava ovinos e cavalos crioulos. Em todas os segmentos, apesar das dificuldades que a região apresentava (na Campanha as chuvas são escassas) conseguia prosperar e driblar as adversidades. “Lembro do meu avô reclamando do tempo desde que eu era um guri. É uma questão na qual cada vez melhor acabados. A cada amanhecer, a estância Santa Thereza tatuava uma imagem positiva em sua retina. “Só deixamos de morar lá quando as crianças entraram em idade escolar. Nos mudamos para a cidade e dividia meu tempo entre as duas moradas”, conta Weber, destacando que tudo para ele na fazenda é especial, do animal novo que nasce de sua melhor matriz à própria imagem da Santa Thereza, adquirida especialmente para resguardar a estância, em uma viagem da família pela Espanha. “Minha mãe Zilah que escolheu o nome. Muito católica, estudou em colégio quirido seus primeiros lotes. “Comprei um lote de fêmeas prenhas do coronel Hélio Prates da Silveira, e os machos do meu grande amigo Angelo Tellechea. Depois de criar Angus, não se volta atrás. Meu rebanho só cresceu e fui implementando tecnologia de ponta na seleção para consolidar uma criação de Angus de crescente qualidade”, explica. Weber utiliza-se do Promebo desde 1978. Seleciona só os melhores para seu plantel principal. O resto vai pra descarte e é negociado com frigoríficos. Também é usuário de ultrassonografia para avaliação dos exemplares, além de ter sido um dos primeiros produtores do Estado a usar Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Também utiliza técnicas modernas de manejo, como suplementação a campo e cocho separado para os terneiros. Por essas e por outras, Weber está na lista Trace, um controle do Ministério da Agricultura das fazendas aptas a exportar. Um dos pioneiros na implantação do bem sucedido Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil, Weber enfatizou que se de um lado o produtor está sendo melhor remunerado, de outro ganha também a raça, que obtém enorme projeção com a Carne Angus nas prateleiras dos supermercados, e mais recentemente com os sanduíches lançados pelo Mc Donalds feitos com Carne Angus. Remate independente Com a tecnologia a seu favor, Weber seleciona a nata de seu rebanho para ofertar em remates. Os primeiros foram em parceria com o amigo e também criador de Angus Fábio Gomes. Depois de três anos de parceria em remates da Catanduva, Weber sentiu que era hora de voar sozinho. Hoje, já realizou 10 edições de seu remate particular, que acontece anualmente dentro da Farm Show. O evento é um grande acontecimento rural da cidade e reúne produtores de todo Estado, que vão atrás da genética Angus de Weber, por saberem que a seleção é feita com rigor e foco na qualidade. Com 90% de seu rebanho Angus registrado, Weber considera-se criador da raça que tem a qualidade da carne mais reconhecida em todo mundo. “Criar Angus é... tão bom! É a certeza de produzir a melhor carne do mundo”, finaliza. Angus@newS INFORME Maio/Junho 2012 35 36 Angus@newS PARCEIROS Maio/Junho 2012 Fome x Seleção Genética Por Marcos Fernandes da Silveira U ma vez que grande parte dos compradores de touros - os produtores de terneiros não tem um bom manejo alimentar, ele, normalmente, não dá o devido valor ao pai de seus produtos. Por que pagar 50 70% a mais por um touro, se o desmame da sua fazenda está em torno de 170 kg? Quanto de fato um pai agrega de peso numa progênie de média de 170kg? De acordo com o Dr. Scott P. Greiner, cientista de extensão animal da Universidade VA Tech, um desmame, de 210 dias, em torno de 260 kg é um índice econômico adequado para a lucratividade de uma fazenda. A média dos EUA não está muito distante disso. Um terneiro com esse peso faz saltar aos olhos a diferença da genética nele utilizada. Lembre que as DEPs de Peso Desmame de 60 ou 70 £, nos catálogos americanos, são calculadas sobre esses índices! Além de agradar a visão, o criador terá um retorno econômico bem maior vendendo terneiros mais pesados; o que, provavelmente, o animará mais a investir na sua produção. O terminador tampouco costuma valori- Nas visitas que tive a oportunidade de fazer a fazendas dos EUA, descobri que é um bom negócio ser selecionador de genética... nos EUA. Os índices de produtividade lá são incomparáveis com a média brasileira. Ou seja, nós estamos aproveitando muito menos que o potencial do Angus! Olhando pelo lado positivo, temos muito espaço para crescer! Infelizmente, isso não depende apenas do selecionador, mas também do comprador de touros. zar a genética. Quantos compradores sequer perguntam quem é o pai? E por que o fariam? Se ele pode comprar terneiros leves e baratos, o que acaba acontecendo é penalizar lotes mais pesados pagando menos por do pasto, medicamentos, mão-de-obra, etc para produzir nada. Todos estes fatores fazem o comprador de touros achar que a margem do seu negócio é muito estreita; estreita demais para se “gastar” os animais valem bem mais. Mas uma perda que muita gente não enxerga é o quanto a seleção em si fica comprometida pela desnutrição do rebanho. As avaliações de desempenho, mesmo em um programa bem desenvolvido como o PROMEBO, ficam prejudicadas. Há muita diferença entre os indivíduos. Há muito prejuízo aos filhos de primíparas, de vacas que estão repetindo cria e de vacas velhas, mesmo que o programa compense estatisticamente estas categorias. Outro prejuízo grande está no descarte de fêmeas. Como o seleciona- Cada vez ficam mais acessíveis máquinas e técnicas, e menos acessíveis as terras. Logo os produtores chegarão próximo ao potencial que a genética Angus oferece quilo. Se os lotes forem leves e uniformes aí sim ele gosta. É a estória do “tá ruim, mas tá parelho”. O peso ao desmame é uma boa referencia. Além do prejuízo na venda de terneiros, também podemos estender às perdas pela condição nutricional das vacas - mães dos terneiros - e das futuras novilhas. Obviamente, além das vacas produzirem menos leite, todos os índices piorarão; taxas de prenhez, desmame, reposição e, consequentemente, desfrute. As novilhas que foram desmamadas leves dificilmente poderão ser emprenhadas aos 15 meses; ou seja, ficarão um ano inteiro ocupando espaço, consumin- com reprodutores superiores. Alguns até mesmo acham que recriando um terneiro e o utilizando como touros estão economizando! Mas a nossa realidade é pior que isso. Muitos selecionadores também trabalham com alimentação muito aquém do adequado, e eu me incluo neste grupo como selecionador que pouco sabe sobre pastagens. Mas ainda acontece desta falta de oferta alimentar ser usada como estratégia de marketing confundindose fome com rusticidade. Obviamente, todas as perdas acima referidas podem ser aplicadas nos rebanhos puros, porém, nestes casos, os prejuízos são muito maiores, pois dor deve descartar vacas falhadas? O ideal seria eliminar todas as vazias. Porém, ele corre o risco de eliminar as fêmeas que mais produzem leite, pois estas são mais propensas a falhar. E a grande diferença de mérito genético entre produtos de diferentes criatórios está nas matrizes, pois todos tem acesso igual aos pais, através do uso da inseminação. E como fica a avaliação de uma fêmea filha de primípara? Ela provavelmente virará uma vaca pequena, menos bonita e menos produtiva. Ou seja, acabaremos por penalizar as genéticas mais modernas; das primíparas e filhas de primíparas! E como comparar os desempenhos de diferentes touros ou linhagens dentro do rebanho? Qual genética deu melhor resultado em meio à fome? Já observei grandes diferenças entre lotes, porque foi o que se pôde fazer em cada grupo de manejo�. Aí se pensa que tal touro utilizado é melhor que outro. Na fome, qualquer diferença de campo e clima faz uma grande diferença entre lotes, deixando as comparações viciadas. Por fim, quando pensamos no negócio da famosa Schaff Angus Valley, produtora de mais de 400 touros por ano, vendidos a cerca de US$ 12 mil de média, há um detalhe que não pode ser esquecido: seus touros são vendidos aos 12 meses de idade. Qual criador brasileiro não gostaria de poder vender a geração 2012 em 2013? Um dia chegaremos lá! A tendência é a intensificação. Cada vez ficam mais acessíveis máquinas e técnicas, e menos acessíveis as terras. Com plantio direto, irrigação, suplementação com proteinado, inseminação em tempo fixo, etc, os produtores chegarão próximo ao potencial que a genética Angus oferece. Aí a “margem” do criador aumentará; principalmente daquele que já investia em genética desde o tempo das vacas magras. Assim, finalmente, os selecionadores venderão touros pelo valor merecido. E por que não aos 12 meses de idade? Médico veterinário, criador e representante da CRI Genética Brasil Angus@newS Maio/Junho 2012 37 38 Angus@newS OPINIÃO Maio/Junho 2012 Por que as DEPs mudam? Por Leonardo T. Campos A o comparar o Sumário do ano atual com o do ano anterior, os criadores observarão algumas alterações nos valores absolutos das DEPs listadas. Em primeiro lugar é preciso considerar que a ordenação ou o ranking dos touros é bastante semelhante nos dois sumários. O procedimento adotado maximiza a probabilidade de uma ordenação correta dos touros baseando-se nos dados disponíveis. As mudanças dos valores absolutos das DEPs ocorrem devido aos novos dados incorporados na análise. É importante que os criadores utilizem as DEPs mais atuais ao tomarem decisões de seleção, como também em seus anúncios publicitários (por exemplo, nos catálogos de remate). Adicionalmente, o conjunto de dados, em sua totalidade, é continuamente escrutinado quanto à exatidão dos registros; assim, alguns registros presentes em análises anteriores podem ser perdidos ou eliminados no processo de edição para a presente avaliação genética. Da mesma forma, dados antigos (referentes à produções de anos anteriores) continuam a se incorporar na análise, em função de novos criadores participantes do programa. Estes dados podem ter algum efeito na computação das DEPs. No geral, a incorporação de dados adicionais, mesmo de anos anteriores, tende a elevar a exatidão geral da predição. Outra causa de certas alterações nas DEPs, de ano para ano, é o aumento no uso da inseminação artificial (IA). Quanto mais intensamente a IA for usada, melhor se torna a conectabilidade no conjunto de dados da raça, isto é, mais touros são usados através dos di- ferentes rebanhos. Esta maior conectabilidade também leva a uma exatidão de predição maior. Basicamente, cada novo sumário é um pouco mais acurado do que o anterior. Para finalizar, é importante lembrar que as DEPs apresentadas não são diretamente comparáveis entre as diferentes raças ou programas de grupos independentes de melhoramento. Desta forma, uma DEP de 10 kg para ganho do nascimento a desmama em uma raça não tem o mesmo significado que uma DEP de 10 kg em qualquer outra raça ou grupo. O programa de avaliação genética da ANC tem o objetivo bem específico de auxiliar os criadores a encontrar touros dentro de uma determinada raça que podem ser de utilidade em seus programas de seleção. Tem o firme propósito de estabelecer uma descrição genética acurada, em características de importância econômica como: crescimento - mais especificamente, ganhos de peso na desmama e final -, habilidade maternal, facilidade de parto - através do peso ao nascer, fertilidade - através do perímetro escrotal, e características de carcaça, entre outras. Os criadores competentes estão aprendendo a usar esta descrição genética nos programas de melhoramento bem planejados e bem conduzidos, o que poderá assegurar a sobrevivência e futura utilidade de suas raças na indústria de carne bovina. - Conectabilidade: É importante sempre procurar aumentar o número de reprodutores adequadamente comparados através de diferenças de valor genético obtidas de todas as fontes de informação. Nas avaliações genéticas entre os rebanhos de uma raça, é preciso propiciar as condições necessárias para tratar estes diferentes rebanhos como um único rebanho. Para isto, é preciso incrementar os laços diretos e indiretos entre os rebanhos, os quais são formados, basica- mente, através de touros usados em comum, em mais de um rebanho. Na verdade, existe certo sinergismo entre a metodologia de modelos mistos, usada no PROMEBO para avaliação genética dos reprodutores, e a inseminação artificial. Os rebanhos devem, em princípio, empregar a inseminação artificial para que possam estar conectados a outros e com isso, participar efetivamente da avaliação genética da raça. A publicação do sumário de touros é útil para elevar os laços genéticos, pois os próprios touros nele listados, podem ser considerados como touros formadores de laços ou referências, desde que tenham um número razoável de filhos. Assim, todo e qualquer grupo contemporâneo, de qualquer rebanho, deveria ter certo número de filhos (proporcional ao tamanho do grupo), de pelo menos um destes touros listados no sumário da raça. Coordenador do Promebo® [email protected] Angus@newS OPINIÃO Maio/Junho 2012 39 Os sistemas de produção frente às oportunidades de certificação Por Maria E. Canozzi 1 e Júlio O. Barcellos 2 O modo de utilização do espaço agrário é variável e dependente de inúmeros aspectos, conforme demonstrado na figura. Na bovinocultura de corte brasileira essas particularidades são evidentes e inerentes ao conjunto de tecnologias de processos aplicados na empresa rural. Somente no Rio Grande do Sul, conforme Diagnóstico da Bovinocultura de Corte, realizado em 2005, foi identificado 16 tipos de sistemas de produção, classificados de acordo com a espécie animal, com a presença ou ausência de produção vegetal e com a fase de criação. Essa complexidade e diversidade pertinente à atividade de pecuária de corte dificultam a adesão dos produtores a mecanismos de certificação. Sendo assim, uma análise comparativa entre cinco processos de cer- tificação aplicáveis na bovinocultura de corte brasileira, no que diz respeito à gestão da unidade produtiva, do ambiente, dos recursos humanos, às instalações rurais e ao manejo animal, nos permitiram identificar que: A rastreabilidade brasileira, pré-requisito para as demais certificações, por ser esse procedimento uma garantia de minimização do risco associado à saúde animal e humana, através do controle da origem de todos os insumos utilizados na produção, foi a menos exigente, sendo que o manejo animal representou, aproximadamente, 90% dessa certificação; Nas certificações de boas práticas agropecuárias (BPA e GlobalG.A.P.), a distribuição dos itens analisados foi a mais homogênea em relação às demais, provavelmente, por visarem a produção de um alimento seguro, com cuidados ao bem-estar animal, ao meio ambiente, à saúde, à segurança e ao bem-estar dos trabalhadores; Mais de 50% da produção orgânica certificada faz referência à gestão dos recursos humanos e do ambiente, já que a produção deve alcançar o equilíbrio ecológico, por meio da manutenção e melhora da saúde dos ecossistemas e organismos, além de proporcionar a todos os envolvidos boa qualidade de vida; Por fim, na Carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional foram desconsideradas questões que dizem respeito aos colaboradores do processo produtivo, enquanto que as dimensões relacionadas ao manejo animal e ao ecossistema representaram 85,6% dessa certificação. Produzir visando somente produtividade máxima é coisa do passado. O presente exige a diversificação dos sistemas de produção, com o uso de diferenciais de qualidade. As oportunidades são muitas, com diferentes pro- Ecossistema História Produtivo Espaço Agrário Técnico Social postas de produção. Contudo, independente do sistema de produção e do processo de certificação, existe a contínua preocupação com o animal, considerando-se bem-estar, alimentação, instalações, reprodução, genética; a crescente ênfase aos recursos humanos, pois são a propulsão dos sistemas produtivos e responsáveis pela execução das atividades; e, finalmente, a necessidade e obrigação Cultura Econômico de preservação do ambiente, com o mínimo comprometimento da fauna e da flora. 1 Programa de PósGraduação em Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: mecanozzi@yahoo. com.br. 2 Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPRO/UFRGS). Boas práticas de gestão da propriedade rural Por Pamela Alves Consolidar um negócio não é tarefa fácil em nenhuma área, muito menos na pecuária de corte, e fica ainda mais complicado quando o cenário é de crise econômica e alta nos custos de produção, entre outros fatores. É fundamental conhecer os pontos fortes e gargalos de produção. Para que sejam efetivas e tragam resultados, é necessário o entendimento, do gestor e dos colaboradores, das práticas e processos da rotina da fazenda. Cada propriedade tem uma realidade e deve se adequar a uma ou mais estratégias para o sucesso do negócio, entre as quais: Planejamento estratégico – envolve o estabelecimento de metas e organização das tarefas que mantém a atividade funcionando de forma eficiente, como o estabelecimento e cumprimento de cronogramas de vacinações, semeaduras, colheitas, ordenhas e escolha das sementes, entre outros tantos. É através dele que se definem os rumos da propriedade, qual o momento de se investir em novas tecnologias, atividades ou mercados, ou seja, onde investir visando rentabilidade. Benchmarking – é uma prática de comparação de produtos e processos, tais como indicadores zootécnicos, entre propriedades semelhantes, sendo uma delas com desempenho superior. Essa com- paração deve ser contínua, a fim de se obter a melhor forma de gestão. Plano de ação - é o detalhamento das ações para alcançar as metas estabelecidas no planejamento estratégico. Para cada ação prevista no plano deve-se questionar o que fazer, quem será responsável, quando a ação será concluída, qual será o custo, por que ela é importante, onde e como será executada. 5S – é um planejamento sistemático que visa estabelecer a ordem no ambiente de trabalho. Engloba classificação, ordem, limpeza, normatização e manutenção. O objetivo é a melhoria da produtividade e resultados, através da otimização do tempo e ferramentas de trabalho, redução de despesas, melhor aproveitamento de materiais, menor possibilidade de acidentes de trabalho e colaboradores mais satisfeitos. Traz resultados visíveis na rotina da fazenda, em curto prazo. Auditoria/fiscalização – verifica o cumprimento das ações estabelecidas. Caso haja não-conformidades o gestor deve identificar o problema e orientar quanto às ações corretivas. Administração visível – expor aos colaboradores os gargalos das atividades, as metas, quem serão responsáveis pelas mudanças e incentivar a colaboração, como, por exemplo, através da participação na elaboração dos procedimentos e dos lucros ao final de determinado período. Realizar reuniões periódicas para mostrar o andamento das ações. O gestor deve escolher ações que se integrem aos costumes da fazenda e que sejam atingíveis. Independente do procedimento de gestão adotado, que são inúmeros, para consolidar as mudanças, o gestor deve integrar a equipe nos procedimentos, explicando as etapas e mostrando os resultados. O maior esforço no processo é a modificação do pensamento e do comportamento. A gestão eficaz auxilia na solução de problemas e aumenta os resultados da propriedade. Zootecnista Scot Consultoria 40 Maio/Junho 2012 EXPOSIÇÕES Angus@newS
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