2013 - Revista Viver Brasil
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2013 - Revista Viver Brasil
ENTREVISTA JULIÁN EGUREN, DA USIMINAS: “CHINA É UMA AMEAÇA” M www.revistaviverbrasil.com.br ţŪŁŤŢţťŁ ŁşūũŁřŧĦŢŢ Do jardim criado com influências do pai e da Ħ surgir um dos maiores museus de arte contemporânea do Ħ atingir a marca de 1 milhão de visitantes Planos para 2013 Empresários que começaram a investir no ano passado apostam em mais crescimento Monotrilho em vantagem Na corrida para ver qual é o melhor Ħ o sistema sai na frente Cadeiras vazias 9 77198 4 05300 9 ISSN 1984-0535 Inhotim 00097 A alma de Ťţ têm prefeitura indefinida e sete devem ter nova eleição BH Savassi Foto da obra em janeiro de 2013. Conclusão em fevereiro de 2014. LF/Mercado Novotel BH Savassi Ligue 2552 3000 e conheça o investimento que não tem comparação. Localização Avenida do Contorno, esquina com Getúlio Vargas. O ponto mais surpreendente no bairro mais charmoso da cidade. Leitos de hotel BH cresce, mas apresenta déficit* em leitos de hotel de qualidade. Taxa de juros Com a tendência de queda da SELIC, aplicações financeiras perdem fôlego. Experiência Há 14 anos a Maio, a Paranasa e a Accor lançam os maiores sucessos em empreendimentos hoteleiros. Desenvolvimento e Incorporação: Construção: Arrendamento: Informações: www.maioempreendimentos.com.br *Fonte pesquisa: IBGE Segurança, valorização e renda mensal. VIVER Ł Número 97 - 18 de janeiro 2013 Entre.... 24 Política Sete cidades mineiras devem ter novas eleições 28 Capa A fama e a expansão de Inhotim: 1 milhão de visitantes 36 Entrevista Julián Eguren: “A China é um jogador desleal” 44 Expectativas Empresários na contramão: apostas em crescimento 51 Especial Minas Gerais Projetos, investimentos, obras do estado em 2013 68 Transporte Qual o melhor transporte público? Monotrilho sai na frente 8 74 Empresa Neoplan aprova 218 projetos por ano pela lei de incentivo 76 Mercado imobiliário Construtora se especializa em casas de luxo 79 Especial 50 anos do BDMG O crescimento, as inovações, a história do seu meio século 100 Previsão O que dizem os búzios, a numerologia, a astrologia 112 Comportamento O que mudou na vida de quatro pessoas em 90 dias 120 Turismo Four Seasons George V e sua suíte de 170 m2, em Paris = COLUNISTAS = ARTICULISTAS 20 Coluna PCO Paulo Cesar de Oliveira 22 Entre Aspas Cláudia Rezende e 51 Giro Angelina Freitas 110 Viver Melhor Fernando Torres 118 Cantinho do Chef Luciana Avelino 142 Zoom Márcia Queirós e Alessandra Valente 26 Por um governo transparente Paulo Cesar de Oliveira 34 Geração perdida Wagner Gomes 42 Folhetim 2012 Paulo Paiva 73 Royalties para a educação Arnaldo Niskier 122 Gastronomia Terraço Itália: as histórias desse cartão-postal de SP 125 Hotelaria Hotel da Bahia reabre com cara nova 127 Especial Mineirão Tudo pronto para a estreia com Atlético e Cruzeiro 140 Passeio Cultural Mostra de cinema movimenta Tiradentes 146 Bate-papo Olavo Machado: “Precisamos ter mais competência” 147 Festas Câmara homenageia 99 personalidades 99 Conversando com ela: o turista Eduardo Fernandez 126 Professor Walmy Wana Hermógenes Ladeira 162 Valério ameaçou e Lula pagou pra ver. E agora? Carlos Lindenberg = CRÔNICA 108 Gentalha, gentalha Bruno Fernandes VIVER Janeiro 18 - 2013 Editorial Bem-vindo, 2013! É com muita vontade de trabalhar que iniciamos mais um ano em terras verdes e amarelas. A revista Viver Brasil chega ao seu 5º ano de circulação disposta a perseguir seus principais objetivos: consolidar-se cada vez mais como uma publicação de conteúdo diversificado, com vários sotaques e personagens de valor. Ser um alto-falante da população, do empresariado, das necessidades que enxergamos como fundamentais à nossa sociedade. E, pelo começar do ano, teremos muitas coisas para defender! Entre os problemas de grande impacto que precisam ser solucionados, está a iminente falta de energia que bate à porta. Já passamos por situação semelhante anos atrás, por conta da desestruturada rede de energia que atende o país. A chance de ter um bis do racionamento é grande... As apostas estão com são Pedro jorrando água nas hidrelétricas. Aproveitando o início do ano, quando as expectativas são sempre renovadas, nas páginas a seguir, conversamos com personalidades de diversos setores, para entender o que se espera de 2013. De maneira geral, todos acreditam que a temporada será de crescimento. É o mais provável. Mesmo com o desenvolvimento econômico e social pífio que tivemos em 2012, o momento agora é de preparar o campo para a Copa do Mundo em 2014, em ano de Copa das Confederações. Por conta disso, o país deverá ter um volume significativo de investimentos para todas as vertentes, da infraestrutura aos serviços. Portanto, o caminho agora se chama trabalho, trabalho e trabalho. Vamos em frente! Um ótimo ano a todos e até mais. Gustavo Cesar de Oliveira, diretor – [email protected] Diretor-geral Paulo Cesar de Oliveira Diretores Gustavo Cesar de Oliveira Paulo Cesar Alkimim de Oliveira Diretor-executivo Carlos Lindenberg Diretor de redação Homero Dolabella Editora-executiva Silvânia Arriel Chefe de redação Maria Eugênia Lages Subeditora Luciana Avelino Editora-adjunta Cláudia Rezende Redação Ana Elizabeth Diniz, Eliana Fonseca, Eliane Hardy, Fernando Torres, Márcia Queirós, Miriam Gomes Chalfin e Terezinha Moreira Repórteres colaboradores Flávio Penna e Sueli Cotta Articulistas Bruno Fernandes, Eduardo Fernandez, Hermógenes Ladeira, José Martins de Godoy, Lázaro Gonzaga, Olavo Machado, Matheus Cotta, Paulo Paiva e Wagner Gomes Correspondentes internacionais (Paris) Igor Tameirão (Nova Iorque) Angelina Freitas Editora de web Denise Motta Assistente de web Celso Filho Revisão Maria Ignez Villela Secretária de redação Tamara de Jesus Diretora de arte Oriádina Panicali Machado Editor de arte Renato Luiz Equipe de arte Adroaldo Leal, Gilberto Silva e Luciano Cabral Fotógrafos colaboradores Leo Fontes, Pedro Vilela, Tião Mourão Superintendente de finanças Cinthia Portela Superintendente de operações Eliana Paula Coordenadora de marketing Isabel Borges Gerente de eventos Gustavo Serpa Superintendente comercial (MG) Marco Antonio Gonçalves Assistente comercial Sumaya Mayrink Departamento comercial (MG) (31) 3503-8888 - Alessandra Valente, Ana Paula Fádel, Chandréia Prandini, Dária Mineiro, Jordana Melo, Hevelyne Buzatti, Lívia Bosco, Rigléia Carvalho e Sandra Câmara Diretora comercial (SP) Lilica Mazer Departamento comercial (SP) (11) 2127-0000 - Eduardo Pizzo, Karen Marraccini, Viviane Ramos e Zenaide Pereira [email protected] Gerente de Circulação Luiz Cuin Assinaturas (31) 4063-8156 Impressão Log&Print Gráfica e Logística S.A. Entregas Fast Entregas Distribuição em bancas Disa - Distribuidora Sant’ Anna [email protected] www.revistaviverbrasil.com.br Tiragem quinzenal 60.000 exemplares Viver Brasil é uma publicação da VB Editora e Comunicação Ltda. São Paulo: Jacques Felix, 19, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP – CEP: 04509-000 – Tel.: (11) 2127-0000 Minas Gerais: Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000 – (31) 3503-8888 - www.revistaviverbrasil.com.br 10 VIVER Janeiro 18 - 2013 O nosso trabalho é fazer com que toda micro e pequena empresa também chegue aos quarenta O Sebrae-MG tem muito o que comemorar. São 40 anos dedicados à promoção da competitividade e do desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas. Uma história que, desde 1972, contribui para o fortalecimento da economia mineira, para a geração de emprego e renda e para o sucesso de milhares de empreendedores. Pessoas que encontram no Sebrae-MG o apoio de que precisam para abrir, diversificar ou ampliar seus negócios. 0800 570 0800 | www.sebraemg.com.br Fale Conosco Consumismo infantil A reportagem sobre o consumismo infantil caiu muito bem na época do Natal. Está na hora de os pais pararem para pensar nessa compra desenfreada só para agradar aos pequenos. Querem, compram, logo após já desistem do produto. Acredito que precisamos passar mais valores a eles e fiquei preocupada com a fala de Marina Sá, mestre em políticas públicas, de que “o consumismo gera obesidade, estresse familiar, erotização precoce”. Parabéns à repórter Terezinha Moreira. Helena Reis Muito oportuna a matéria sobre o consumismo infantil no final do ano. Acho que deveria haver restrição da publicidade nos intervalos dos programas infantis. Regina Mata A reportagem vem contribuir para o debate sobre consumismo infantil. Acredito que a publicidade deve continuar, os pais é que precisam se preocupar mais com a educação dos filhos, não deixarem tanto à frente da TV, do computador. Desse modo não necessitaria 12 restringir a propaganda, porque as crianças não teriam o desejo desenfreado de possuir. A solução é mais simples. Otávio Silva Voluntários Parabéns à Viver Brasil pela matéria sobre os voluntários. Fico impressionada com o desprendimento dessas pessoas e com o exemplo de vida. Adelaide Soares Cupido às avessas Atual, interessante e curiosa a matéria que a Viver Brasil fez sobre os rastros de traição que as pessoas deixam nas redes sociais. Parabéns ao repórter Fernando Torres. Maria Elisa Costa Entrevista Muito ponderada a presidente do STF, Cármen Lúcia Antunes. A entrevista ficou sensata, para cima. José Soares Pereira A presidente do STF, Cármen Lúcia, diz que “o cidadão brasileiro está se organizando, se aliando a outros para lutar por aquilo que quer.” Não vejo isso, talvez por ser um pouco pessimista com tudo o que ocorre na política e ninguém faz nada, não vai para as ruas, não pressiona. Parece que estamos apáticos. Mas tomara que ela tenha razão, que assumamos nosso papel de cidadão. Parabéns pela entrevista. João dos Santos Língua na ponta Ao ler a reportagem sobre a necessidade de uma segunda língua fiquei estarrecida com a posição que o Brasil ocupa, o 46º lugar entre 54 países pesquisados, na fluência de inglês. Estamos mal até nisso. Acredito que o país tem que investir mais na qualidade da educação. Hoje a fluência em inglês é mais do que necessária. Parabéns à revista Viver Brasil pôr expor essa situação. Regina Freitas VIVER MINAS Vamos invadir as praças Fiquei muito contente com a matéria Vamos invadir as praças. Deveremos ter a quadra de tênis do parque municipal reformada até o final do ano. Atair Barbosa Machado VIVER Janeiro 18 - 2013 Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000 E-mail: [email protected] Comentários sobre o conteúdo editorial da Viver Brasil, sugestões e críticas a matérias. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço. Além do nome do autor, o e-mail também poderá ser publicado. Por razões de espaço ou clareza, os textos poderão ser publicados resumidamente o Buffet Catharina foi premiado em excelência gastronômica pelo Instituto de Qualidade Minas. A informação correta é que foi reconhecido no Prêmio Regional da Qualidade | Região Metropolitana pela adequação ao modelo de excelência na gestão. Artigo Wagner Gomes Maquineísmo econômico É certo que a grande maioria de nossa mídia, escrita, falada e televisada, dá um enfoque enorme ao que é ruim. Numa análise muito simplória acho que é instinto de sobrevivência na medida em que é ruim e escândalo vende muito e dá Ibope. Por outro lado também, esta mídia viveu por muitos anos tendo pouco de bom para contar e parece estar desacostumada com a evolução do país, não só na economia, mas em diversas áreas. Veja bem que escândalos policiais ficam o dia inteiro na mídia em coberturas exageradas, enquanto o fato está ocorrendo. Todavia, depois que a coisa esfria, perdem o interesse de acompanhar e divulgar, quem foi responsabilizado, o que é feito em boa parte das vezes como notas pequenas. Antigamente vivíamos sendo questionados por não seguirmos exemplos norte-americanos ou europeus. Porém, hoje, não vejo tanta ênfase dada ao nosso modelo que, bom ou VIVER Janeiro 18 - 2013 z No especial Mineirão, página 24, foi publicada foto como se fosse do arquiteto Oscar Niemeyer. É do engenheiro Gil César Moreira de Abreu, responsável pela obra ruim, tem trazido resultados diferentes dos que lá ocorrem, inclusive nos permitindo atravessar tempos difíceis para o mundo, de uma maneira mais leve. Roberto Parenzi ESPECIAL MINEIRÃO Parabéns pela edição especial sobre a reinauguração do Mineirão. Fábio Carneiro Correa Erratas z Na edição, 95, página 94, no Cantinho do Chef saiu publicado que Para anunciar: Tel.: (31) 3503-8888 Fax: (31) 3503-8888 Releases [email protected] Assinaturas: Tel: (31) 3503-8860 13 Leitor Repórter Foto da praça Raul Soares Enviada por: Bráulio Camilloto Arantes 14 “Quero ver-te à luz do dia para saber se é verdade o que a noite me dizia com tanta seguridade” CECÍLIA MEIRELES É a sua vez de mostrar que tem faro jornalístico. Fo to grafou uma cena inusitada? Visitou um lugar paradisíaco e fez foto digna de cartão-postal? Registrou um momento ím par que me rece ser compartilhado com outras pessoas? Agora você te rá a oportunidade de mostrar seu talen to. Envie sua foto para a re- vista Vi ver Bra sil . As melhores serão publicadas e você terá seu dia como repórter fotográfico. O endereço para en vio é: redacao@ revistaviverbrasil.com.br. As fotos deverão estar em alta resolução. No e-mail, deverão constar os dados do autor (nome, telefone, endereço e RG) e uma breve descrição da foto. VIVER Janeiro 18 - 2013 www.revistaviverbrasil.com.br POR CELSO FILHO PROMOÇÕES COM TUDO Thiago Poncherello ACESSADAS No fim de 2012, o portal Tudo BH comemorou seus primeiros meses de vida, presenteando os leitores com promoções. Os sortudos ganharam convites para cinema, tratamentos estéticos e cestas recheadas de surpresas. Em 2013, tem mais novidades! Curta a fan page do Tudo no Facebook e fique atento. www.facebook.com/TudoBH 1 2 3 4 5 Que venha 2013 Eu quero... Compra pra mim? Querem morar em um clube FASHION ON-LINE A nova Viver Fashion está nas bancas, mas você também pode conferi-la na internet. Acesse o site oficial da revista e veja quais foram os destaques da edição número 4, como as principais tendências para o verão 2012-2013 e um brilhante editorial de joias. www.viverfashion.com.br BH 115 anos Desafio de ir e vir Siga a Viver no twitter (@viver_brasil) e no Facebook e concorra a promoções exclusivas. Estes selos indicam conteúdo extra. LEITOR REPÓRTER DO TUDO Presenciou algo que merece ser matéria? Quer denunciar algo que está errado? No jornal Tudo BH, você tem a oportunidade de ter seu dia de jornalista. Acesse o portal e mande sua notícia pelo ícone do Leitor Repórter. Participe! www.jornaltudobh.com.br/leitor-reporter Ofertas válidas de 28/12/2012 a 24/01/2013. 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O kit exclusivo acima é válido somente para compras no mesmo cupom fiscal. cada Em Destaque MÁRCIA QUEIRÓS Rede Globo/Estevam Avellar Tempero mineiro 18 A Rede Globo estreou neste mês a microssérie Canto da Sereia , baseada em obra homônima de Nelson Motta. A temática tem dendê, com cenas em Salvador, mas a direção geral é mineira. Quem assina é José Luiz Villamarim, de Três Marias, região Central do estado. “Me formei economista em Belo Horizonte, onde trabalhei na área durante algum tempo, mas logo comecei a fazer vídeos e documentários. Pouco depois, ingressei na Rede Globo, fazendo estágio como assistente de direção em Anos Rebeldes”, lembra. Villamarim possui vasto currículo, que inclui novelas e séries, como Rei do Gado, Mulheres Apaixonadas , Torre de Babel e o recém-sucesso Avenida Brasil. Indagado sobre as montanhas, responde: “Você sai de Minas, mas Minas não sai de você. Fui criado lá e tenho espírito mineiro. Foi um local que me influenciou muito no comportamento, na cultura, na boa conversa e na questão de literatura. Mineiro lê muito... Acho que são as montanhas”, acredita. Um de seus projetos é fazer cinema em Cataguases, baseado na obra do escritor, também mineiro, Luiz Ruffato. VIVER Janeiro 18 - 2013 Qualidade e beleza para deixar sua casa do seu jeito. Especializada no que há de melhor em eletros multimarcas nacionais e importados. COIFA GRANADA SUGGAR 90CM INOX COOK TOP SUGGAR 5 QUEIMADORES PAINEL TOUCH | SUCÇÃO: 820M³/H | 3 VEL . 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É que a presidente terá dificuldade de tirar proveito eleitoral do desempenho da economia, pois tudo indica que enfrentará um cenário de crescimento do país bem diferente ao de 2010, quando foi eleita. Após alta de mais de 5% no PIB em três dos quatro anos do segundo mandato do ex-presidente Lula, com pico de 7,5% no ano da eleição de Dilma, o indicador avançou 2,7% em 2011, no primeiro ano do seu governo, e só por milagre chegará a 1,5%, em 2012. Dobrando o faturamento A Forno de Minas, tradicional fabricante de pão de queijo que saiu ,mas voltou às mãos do empresário Helder Mendonça para crescer, tem planos ambiciosos para 2013. A empresa espera faturar com a venda da típica iguaria, uma receita da dona Dalva, mãe de Helder, mais de 245 milhões de reais neste ano. Parece fermento. A alta sobre 2012, quando a Forno de Minas faturou 160 milhões de reais, é de mais de 50%. 20 Mesmo muita gente apostando que ele não é candidato ao governo de Minas, o ministro Fernando Pimentel é o nome certo do PT para disputar a sucessão do governador Anastasia. Com um detalhe, ele terá o apoio da presidente Dilma que quer vê-lo governando o seu estado natal. A propósito, pesquisa interna encomendada pelo PSDB aponta que, se Pimentel for candidato, é o nome mais forte do PT. Centenário O Plaza Athénée é famoso como um dos hotéis mais emblemáticos de Paris, com a sua fachada do século 19 decorada com gerânios vermelhos, seus toldos e seus manobristas elegantemente vestidos. O Thêatre des Champs-Elysées tem a fama de ser um dos melhores teatros de Paris. Ambos têm sido o coração e a alma da avenue Montaigne há um século. Hoje, os dois locais unem forças para comemorar o centenário de forma inesquecível – com excelente programação festiva de seis datas começando no dia 30 de maio deste ano. Filarmônica Divulgação Os fãs da música de concerto podem agendar. A Orquestra Filarmônica de Minas, sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá, homenageará o bicentenário de nascimento do alemão Richard Wagner e do italiano Giuseppe Verdi. A temporada começa em 26 de fevereiro. VIVER Janeiro 18 - 2013 Cheio de luz Novela inédita A editora Cosac Naify vai homenagear o escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, no início deste ano, com o lançamento de sua novela inédita, Elefante. Morto em janeiro, o escritor recebeu o novo prêmio pelo romance autobiográfico Vermelho amargo, lançado pela mesma editora. Movimentação no CNJ Começa a ser notada movimentação atípica no Conselho Nacional de Justiça. É que em março o ministro mineiro Carlos Alberto Reis de Paula, do Tribunal Superior do Trabalho, deixa o cargo de conselheiro do CNJ para assumir a presidência do TST. Expocasa BH prepara-se para receber a Expocasa, evento que reunirá congresso, feira e salão de imóvel. Realizada pelo Creci-MG e CMI/Secovi-MG, a Expocasa será realizada no Expominas, entre os dias 7 e 11 de agosto. Segundo o presidente do Creci-MG, Paulo Tavares, o evento dará maior visibilidade ao estado. Wellington Pedro/Imprensa MG O presidente da Cemig, Djalma Morais, está entre os 30 melhores executivos do mundo. Ele foi eleito dentre mais de 3 mil dirigentes, em votação da revista Harvard Business Review e da escola de negócios Insead. Desde 1999, quando assumiu a Cemig, a companhia passou por completa reestruturação. Hoje, é a maior distribuidora de energia elétrica do país e está presente em 23 estados brasileiros, além de operar uma linha de transmissão no Chile. Quadros de Olímpia emSalve Jorge Novamente as obras da artista Olímpia Couto aparecem em destaque nos cenários da Rede Globo, na novela Salve Jorge, nas residências dos personagens de Giovanna Antonelli e Antonio Calloni, o Mustafá. A artista plástica inclui-se hoje, sem dúvida, entre os artistas mineiros que se destacam por apresentar uma obra já estruturada, estável e consolidada, de reconhecida e importante presença na melhor produção de arte no Brasil. Tião Mourão Conceito Suggar Muita gente tem se impressionado com os produtos premium da Suggar (leia-se Lúcio Costa) que não devem nada aos eletrônicos mais sofisticados do mercado, para não dizer melhores. Para a competente diretora comercial da Suggar, Ana Maria Avelar, a cada dia são maiores os elogios não só em Minas, mas em todo o Brasil, a começar por São Paulo. Projeto de lei Foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara projeto de lei de autoria do ex-deputado Humberto Souto, que propõe a inclusão dos conteúdos ética, cidadania e defesa do consumidor no currículo da educação básica. O projeto, agora, segue para a Comissão de Constituição e Justiça. VIVER Janeiro 18 - 2013 Serra de novo Fotos: Divulgação Ninguém tem mais dúvidas de que o candidato derrotado duas vezes à Presidência e uma à prefeitura de SP, José Serra, tem dado sinais que vai atormentar a vida de Aécio Neves tão logo saia como pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Serra já diz que o candidato em 2014 deve ser o governador paulista Geraldo Alckimim e que tem um dossiê sobre o senador mineiro. Em 2009 o paulista Serra já fazia ameaças e levou Aécio a ficar quieto. A briga começa dentro do partido... Colaboração: Ana Cortez, Eliane Hardy e Flávio Penna 21 Entre Aspas Shutterstock CLÁUDIA REZENDE E DENISE MOTTA [email protected] “Não, bolinho não tem não. Bolinho engorda, gente” Presidente Dilma Rousseff, em Moscou, sobre a comemoração de seu aniversário De maneira dolosa e fraudulenta, empregaram veículos em campanha eleitoral, desviando-os da finalidade pública” Promotor José Renato Rodrigues Bueno, sobre os 12 vereadores para quem o Ministério Público pediu cassação Não acredito no Marcos Valério. O Lula está tranquilo” Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul Os procuradores não tocaram nos papéis que deixei lá.” Marcos Valério, sobre documentos que comprovariam o envolvimento de Lula no esquema do mensalão Choque de gestão foi a expressão que utilizamos para marcar o resgate da governabilidade de Minas, engolfada em 2003 pela maior crise financeira de sua história” Aécio Neves (PSDB), senador, sobre o choque de gestão, que completa 10 anos em 2013 22 ACONTECEU Ministérios públicos se movimentam contra a PEC 37/2011 e lançaram campanha contra a proposta que quer colocar fim ao poder investigativo que hoje é exercido pelos órgãos em assuntos criminais. Isso ficaria a cargo apenas das polícias. Promotores e procuradores não querem isso de jeito nenhum, mas os delegados são a favor. Houve juiz que recusou investigação, porque havia sido feita pelo MP, como ocorreu em Minas, no caso Hipolabor. Gente nova na Amans Prefeito de Mirabela, Carlúcio Mendes Leite (PSB) foi o vencedor da disputa pela presidência da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amans), no dia 10 de janeiro. Ele desbancou o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB). A diferença entre os dois foi significativa, de dez votos (25 a 15). E, no discurso de posse, Carlúcio já deixou claro que quer diminuir a predominância de Montes Claros sobre a região. “Não podemos discutir o norte de minas só por Montes Claros. Nós precisamos ter uma visão ampla”, disse. Ele também pretende bater na tecla do FPM, insistindo para que ocorra regularidade nos repasses aos municípios. CAIU NA REDE @iranbarbosa: Para quem se esqueceu, eu não: aumento do meu salário aprovado ano passado pela CMBH será SIM doado às escolas públicas de BH zzz @depjuliodelgado: Do vice-presidente do PSB, Roberto Amaral: “Temos um candidato próprio que é o VIVER Janeiro 18 - 2013 PRÉ-CARNAVAL Leilão de comissões Apesar de o recesso dos vereadores de BH só terminar em fevereiro, as articulações para escolha de integrantes de comissões não dão trégua. Rumores indicam que grupo do PT do B deseja a assediada comissão de Legislação e Justiça. A de Administração Pública pode ficar nas mãos do PT. Para a de Meio Ambiente é cogitada Elaine Matozinhos (PTB). Já para a de Transporte, é citado o nome de Preto (DEM). CARNAVAL & SEMANA SANTA DESTINOS NACIONAIS Pré-Carnaval e Carnaval aéreo + 7 noites de hospedagem + café da manhã + traslados + seguro viagem Queda de braço Porto Seguro - BA O prefeito Marcio Lacerda (PSB) luta para impor um secretariado com perfil técnico, mas precisa conciliar sua vontade com o projeto Aécio 2014. Comenta-se, no meio político, que Lacerda sofre com o mesmo problema já enfrentado pelo governador Antonio Anastasia. O governador, vale lembrar, nomeou Eros Biondini (PTB) secretário graças a um acordo político e não ao tão desejado perfil técnico ensejado sempre por ele. Fotos: Divulgação Pontal Praia Hotel - 7 noites + City tour 76, 136, Saída 2/Fev - A partir de R$ 920, ou R$ 236, + 9x ........................R$ Saída 9/Fev - A partir de R$ 1.632, ou R$ 408, + 9x ...............R$ Fortaleza - CE Adaba Mistral Hotel - 7 noites + City tour* Saída 2/Fev - A partir de R$ 1.285, ou R$ 322, + 9x ..............R$ Saída 9/Fev - A partir de R$ 1.838, ou R$ 461, + 9x ..............R$ 107, 153, Natal - RN Hotel Antibes Residence - 7 noites + City tour com litoral sul Saída 3/Fev - A partir de R$ 1.349, ou R$ 341, + 9x ...............R$ Saída 10/Fev - A partir de R$ 1.646, ou R$ 413, + 9x .............R$ 112, 137, DESTINOS INTERNACIONAIS Semana Santa Cancun Flamingo Resort (Saída 24/03) aéreo + 7 noites + All Inclusive + traslados + seguro viagem A partir de R$ 4.822,32 ou R$ 1.213, 32 + 9x ........................R$ 401, (BASE US$ 2.264, - PBMG CUN 07.043) Curaçao Hotel Howard Johnson (Saída 24/03) A chapa esquentou A pauta mensalão gerou discórdia por aqui. O deputado Durval Ângelo (PT) e o senador Eduardo Azeredo (PSDB) bateram boca via Twitter. O primeiro citava o tucano como criador do mensalão, o segundo acusava Durval de falta de caráter. Júlio Delgado para presidência da Câmara” 20 anos de prisão. Daqui a três estão na rua matando de novo. zzz @HelioCosta15: Assassinos de universitária Barbara Andrade, baleada em BH, são condenados a VIVER Janeiro 18 - 2013 zzz @rogeriocorreia_: Lagoa da Pampulha exala gás poluente aéreo + 7 noites + café da manhã + traslados + seguro viagem A partir de R$ 3.307, 89 ou R$ 832, 89 + 9x ...........................R$ 275, (BASE US$ 1.553, - PBMG CUR 07.044) Compre com seu agente de viagens e peça por pacotes da Viagens Master. Consulte também outras datas, destinos e quantidade de noites. Preços por pessoa, em apartamento duplo, sujeitos a reajuste sem prévio aviso. Preços válidos saídas nas datas específicas. Favor consultar outras datas. *City tour com Cumbuco ou Beach Park sem ingresso. Aéreo: Confins/destino/Confins. Traslados: aeroporto/hotel/aeroporto. Não inclui taxa de embarque. Financiamos com cartões de crédito e cheques. Preços para destinos internacionais foram calculados conforme câmbio do dia 08/08/12 sendo US$ 1 = R$ 2,13 e serão recalculados conforme o câmbio vigente na data da compra. Confirmação de reservas sujeita à disponibilidade. Material liberado para publicação 10/01/2013. P O L Í T I CA Prefeituras problemáticas Divulgação Vinte e um municípios mineiros ainda têm a administração pública indefinida. Em sete, deve ocorrer nova eleição MIRIAM GOMES CHALFIN Q uase um mês depois da posse dos prefeitos eleitos em 2012, 21 municípios mineiros ainda estão com a administração indefinida. Pelo menos sete cidades poderão ter nova eleição, sendo que o Tribunal Regional Eleitoral de Minas ( TRE-MG) determinou a realização do pleito apenas em Biquinhas e São João do Paraíso, dia 7 de abril. Foram confirmadas eleições também em Cachoeira Dourada, Piedade dos Gerais e Rochedo de Minas, mas ainda sem data marcada. Já Ibiá e Diamantina ainda aguardam julgamento de recursos para confirmar ou não o segundo pleito. Há ainda 12 municípios com pendências judiciais, à espera do julgamento do mérito no TRE. Na maioria dos casos, o prefeito eleito conseguiu liminar e fica no cargo até que se tenha a decisão. Além disso, os candidatos que venceram em Paulistas e São Francisco aguardam parecer do Tri24 bunal Superior Eleitoral (TSE). Para o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, essa indefinição é extremamente perniciosa para a democracia porque coloca em questão a vontade popular expressa no voto. “Não questiono a legalidade, mas a quebra de confiança no poder do voto, na legitimidade política. Acaba que o Judiciário assume as vezes da disputa entre partidos. O caminho correto seria a reforma política, e não o segundo ou terceiro turno das eleições no tapetão”, defende. Para ele, muitos candidatos concorrem sem condição legal (por exemplo, tiveram as contas rejeitadas) porque o sistema de controle de políticas públicas – os legislativos, Ministério Público, tribunais de conta e Controladoria Geral da União – é falho e carece de pessoal. “Mas o problema maior está na sociedade civil brasileira, que se queixa, mas não sabe defender seus direitos. Ou sabe, mas nada faz, com exceção de poucas iniciativas, como os observatórios sociais do Brasil”, completa. De qualquer forma, o que se quer saber é como essa incerteza – que é recorrente e, em alguns casos, custa a se resolver – pode refletir no desenvolvimento da cidade. Na eleição de 2008, o município de Conceição do Mato Dentro (região Central), por exemplo, realizou dois pleitos. A VIVER Janeiro 18 - 2013 situação só foi definida em novembro de 2010, ou seja, quase três anos após o início oficial do mandato. Em Ipatinga (Vale do Rio Doce), depois de vários recursos judiciais, a escolha do prefeito foi acertada somente em maio de 2010. Na histórica Mariana, foram sete trocas na cadeira do prefeito, depois de várias batalhas na Justiça Eleitoral e comum. Com a instabilidade, vários projetos foram simplesmente esquecidos. O patrimônio cultural foi um dos mais afetados com a descontinuidade do governo. “Quando isso ocorre, o município acaba não tendo estratégias de longo prazo. Tudo começa e não termina, contatos e convênios chegam sem ser prioridade da equipe de governo seguinte. Um caos, perda de tempo e de recursos”, opina Rudá Ricci. Eleito em Mariana com 54% dos votos válidos, o prefeito Celso Cota Neto (PSDB) confirma que a instabilidade política afastou o município dos grandes centros de decisões. “Ficamos fora de projetos importantes, como o PAC das Cidades Históricas. Perdemos contatos e importância no cenário regional”, destaca o político. Na opinião dele, o maior desafio será converter a boa arrecadação em qualidade de vida para os moradores, além de concluir as obras que foram abandonadas na última gestão. “Queremos índices sociais confortáveis de educação, segurança e saúde e, com isso, devolver ao município o espaço no cenário político nacional perdido nos últimos anos”, acrescenta o prefeito, que ocupou o cargo por dois mandatos consecutivos, de 2000 a 2008. A professora Helcimara de Souza Telles, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vê a situação com outros olhos. “O fato de muitas prefeituras estarem sub judice significa que há fiscalização e controle de fraudes. Isso impede VIVER Janeiro 18 - 2013 PENDÊNCIAS ELEITORAIS Municípios com nova eleição já confirmada pelo TRE (em 7 de abril de 2013): QBiquinhas (região Central) QSão João do Paraíso (Norte) Onde haverá novo pleito, ainda sem data definida: Motivo da cassação do candidato eleito Cidade Cachoeira Dourada (Triângulo Mineiro) Captação ilícita e conduta vedada Rejeição de contas públicas (registro Piedade dos Gerais (Central) indeferido no TRE, com recurso no TSE) Rochedo de Minas (Zona da Mata) Oferecimento de vantagens a eleitores Onde poderá haver novo pleito (recursos deferidos no TRE e indeferidos no TSE) Cidade Diamantina (Jequitinhonha) Ibiá (Alto Paranaíba) Motivo da cassação do candidato eleito Rejeição de contas pela Câmara Municipal Rejeição de contas públicas pelo TCU Municípios onde o prefeito eleito obteve liminar, mas ainda está pendente o julgamento do mérito no TRE Água Boa (Vale do Rio Doce) Camanducaia (Sul) QCapela Nova (Central) QMirabela (Norte de Minas) QNovo Oriente de Minas (Vale do Mucuri) QOlaria (Zona da Mata) Orizânia (Zona da Mata) Pedrinópolis (Alto Paranaíba) QRomaria (Alto Paranaíba) QSantana de Cataguases (Zona da Mata) QSerra dos Aimorés (Vale do Mucuri) QVerdelândia (Norte de Minas) Q Q Q Q Municípios que aguardam julgamento do TSE: QPaulistas (Vale do Rio Doce) QSão Francisco (Norte de Minas) Fonte: Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais que políticos que cometeram equívocos no passado assumam o cargo, tornando as eleições mais limpas e fortalecendo a democracia”, argumenta. A cientista política também acredita que essa fiscalização aumenta a confiança dos eleitores nas instituições democráticas e no próprio processo eleitoral. Mas alerta para que os cidadãos reflitam mais antes de escolher seus candidatos. Segundo Helcimara, as pendências judiciais implicam o atraso da posse. “A cidade não ficará abandonada porque alguém vai assumir o comando até que os processos sejam concluídos”, diz. É o caso de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Tanto a chapa vencedora quanto a segunda colocada tiveram problemas jurídicos e, portanto, os recursos foram indeferidos pelo TSE. Assim, o presidente da Câmara Municipal, Maurício Maia (PSDB), assumiu o comando da prefeitura interinamente, até que seja marcada uma nova eleição. O secretário municipal de Governo, Ronaldo Lopes, informa que Maia “encontrou a prefeitura em situação muito difícil”, com atraso na folha de pagamento dos funcionários públicos, deflagração de greve por parte dos garis e dívida de 3,5 milhões de reais. No último dia 10, foi decretado estado de emergência financeira e administrativa na cidade, pelo prazo de 60 dias, podendo ser prorrogado. 25 Paulo Cesar de Oliveira Por um governo transparente Se teremos ou não apagão – ou racionamento para ficar diferente do período FHC – já é irrelevante. O que preocupa mesmo é a nossa incapacidade, demonstrada, de sustentar um crescimento econômico minimamente necessário para a manutenção do processo de ascensão social no país. Hoje, por mais que o governo queira convencer o povo que não há risco iminente de falta de energia, só o acaso, representado por radical mudança no regime de chuvas, nos tira desta situação. Pelo lado do governo não há nada que se possa fazer, em caráter emergencial, para mudar o quadro atual. E diga-se, a bem da verdade, que só não está maior o risco do apagão porque tivemos desaceleração no setor industrial no ano passado, na continuidade de Não podemos continuar a desmoralizar a oposição e impor-se, pela força da verba, ao parlamento, ao ponto de silenciar... um processo que se iniciou em 2011, que permitiu que se poupasse um pouco dos reservatórios das usinas. Impressionante nossa capacidade de agirmos sem planejamento, na base da improvisação. O apagão do início dos anos 2000, uma década depois, ainda assombra os donos do poder. Algumas coisas para minorar o problema é claro que foram realizadas. Colocaram-se em construção usinas que estavam programadas, finalizaram-se outras em construção e outros projetos tiveram andamento, depois de enfrentarem longas, maçantes e antigas discussões sobre a privatização – vá lá, concessão –, ou não de alguns setores. Fôssemos menos ideologicamente atrasados, e já teríamos modelos definidos para a produção de energia, de transportes públicos e outros serviços. Aliás, é de fundo ideológico, sob o manto do populismo, esta questão de redução de tarifas de energia elétrica. Com a alteração no processo de concessão das usinas, o que deseja o 26 governo, garantem especialistas da área, é estatizar a produção da energia em nome de um velho conceito de segurança nacional. Quem é do ramo garante que a redução de 20% nas tarifas é apenas cortina de fumaça e que ela será, na verdade, um subsídio, pago com recursos do Tesouro. Objetivamente, pago pelo próprio povo. Está na hora de o governo ser mais transparente. De saber dialogar com o povo, de buscar as reais parcerias. A presidente Dilma, como de resto todos os demais presidentes brasileiros, não tem a liderança para conduzir o país. Não falo de capacidade gerencial. Falo de liderança mesmo, como, por exemplo, de Churchill, na Inglaterra da 2ª Guerra Mundial. Foi líder capaz de fazer o povo entender a necessidade de sacrifícios em nome da pátria e pela vitória. Sei que é pedir demais isso, mas que alguém, pelo menos, siga a tática dele de não mentir. De buscar apoio através da transparência. Enganar pode dar ótimos índices de aprovação. Pode até garantir eleição ou reeleição, mas não faz de ninguém líder ou estadista. É disso que estamos sentindo falta. De estadistas, de líderes reais. Tanto no Executivo quanto no Legislativo e Judiciário não necessitamos de líderes. Necessitamos de competência, saber jurídico e independência que alguns dos membros do Supremo souberam demonstrar agora. Enfim, além de pessoas, precisamos, com urgência, de um projeto de país, como adverte o presidente da Fiemg, Olavo Machado. De projeto de governo andamos cheios. É urgente que tenhamos uma definição daquilo que buscamos e da forma que vamos buscar para nosso futuro. Não podemos continuar a desmoralizar a oposição e impor-se, pela força da verba, ao parlamento, ao ponto de silenciar o poder símbolo da democracia. O Brasil precisa de todos os seus poderes atuantes e comprometidos. Basta de continuarmos adiando o futuro. Sempre fomos chamados de país do futuro, mas sem energia, estradas, portos, saúde, educação, segurança, tecnologia, só para citar algumas de nossas carências, não chegaremos a ele. Até para se atingir o futuro é necessário que haja infraestrutura disponível.. Paulo Cesar de Oliveira, jornalista VIVER Janeiro 18 - 2013 ES PEC IAL CAPA SUCESSO DE PÚBLICO 28 VIVER Janeiro 18 - 2013 Leo Fontes INHOTIM ATRAI 1 MILHÃO DE VISITANTES, ESTÁ EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO E ESPERA A AUTOSSUSTENTABILIDADE COM A CONSTRUÇÃO DE COMPLEXO DE HOTÉIS, TEATRO, CENTRO DE CONVENÇÕES EM SEU ENTORNO ELIANA FONSECA / SILVÂNIA ARRIEL O vermelho que escorrega, a parede que parece vidro, ou é? A escuridão, os feixes de luzes tão perfeitos que caem ao chão, vão ao teto, mudam quando se vê de outro ângulo. Os sons, o violento movimento das ondas, as vísceras expostas, as bolas que deslizam pela água, os crânios pretos e dourados, o ímã que une as peças na enorme galeria de vidro, observadas pela natureza, os pássaros, as borboletas, os esquilos... O filme, o retrato que VIVER Janeiro 18 - 2013 cada um vê, revê, surpreende, improvável em descrição fiel, crua. Atrai como as obras do pernambucano Tunga mais gente a Inhotim, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, antes tão fora do estabelecido circuito da arte, difícil de chegar. Mas que levou até lá, pelas estradas estreitas, mais de 1 milhão de pessoas. Coloca em contato com 90 das 500 obras contemporâneas, de 100 artistas, de 30 nacionalidades, ajeitadas, combinadas com a natureza, 29 E S P E C IA L CA PA Fotos: Leo Fontes PRISCILA POCHINI e a família: primeira vez em Inhotim a 60 quilômetros da capital mineira. “Não há como não gostar”, afirma a paulista Isabel Pochini, estudante de artes visuais. Há a botânica, irresistível, as obras, também. “É bem diferente de estar em uma galeria fechada. Leva a gente a tantas reflexões.” As que teve no primeiro dia, haveria outro, mais um se preciso fosse para essa exibição, benquista há tanto tempo, colocada no roteiro de coisas a vivenciar. Veio com o marido Marco Antônio Zechini, a princípio não tão afeito às artes modernas, e as filhas Priscila, arquiteta, e Gisele, estudante. Hospedaram-se em Brumadinho, perto do parque. “Vou tirar a foto que você queria”, dizia Priscila à irmã ao mirar um pássaro na obra do japônes Yayoi Kusama, em cima do teto do Centro de Educação & Cultura Burle Marx. Andam de um lado ao outro, há 110 hectares a serem percorridos, assistidos, divididos com outros visitantes estrangeiros e brasileiros, que aumentam 50% ano a ano nesse local em constante evolução. Que começou como jardim, depois três, quatro pavilhões de arte, abertos à visitação com hora marcada. “Percebia o brilho dos olhos das pessoas, a emoção, a felicidade aflorada. A partir daí resolvi levar a sério”, 30 VISITANTES: mais de 1 milhão GALERIA de Adriana Varejão: azulejos OBRAS DO hotel butique, que abre as portas neste ano diz o criador, o empresário Bernardo Paz. Abriu as portas, transformou o local em Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos, zelou mais pela lida com as pessoas. “Elas merecem respeito, mas não é o que ocorre no Brasil.” Hoje são 21 galerias, com funcionários solícitos, simpáticos por todos os lados, sempre dispostos a ajudar, a mostrar as obras, dar informações sobre as plantas. “Ali é um telescópio de Olafur Eliasson”, aponta a motorista do carrinho elétrico. Está à frente a obra do dinamarquês, atrás havia ficado a coleção de pontos de ônibus de concreto fincados na areia branca, da francesa Dominique Gonzalez-Foerster, bem na saída da galeria da carioca Adriana Varejão. Onde estão, no pavilhão de concreto que parece boiar sobre espelho-d’água, a Linda do Rosário, a obra da parede semidestruída com vísceras, e o Celacanto provoca maremoto, o enorme painel de azulejos portugueses, no segundo andar, que retém naquele espaço o violento movimento das ondas. Há perto dali a galeria do também carioca Cildo Meireles, com o Desvio para o vermelho, mais adiante a True Rouge, a primeira do instituto, de Tunga, as temporárias, as recentes. A da carioca Lygia Pape, a do vão VIVER Janeiro 18 - 2013 MUSEU ABERTO Por dentro de Inhotim, em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte O AUMENTO DE VISITANTES 2006 7.114 (de outubro a dezembro) 2007 101.602 2008 94.967 2009 147.942 2010 160.309 2011 2012 245.216 293.062 Total: 1.050.212 visitantes 97% dos espectadores afirmam que o local é ótimo e excelente, O INÍCIO DE TUDO E TRAJETÓRIA Na década de 1980, o empresário Bernardo Paz começa a idealizar Inhotim, recebe a visita do paisagista Roberto Burle Marx. “Fiz um jardim bonito, com influência da minha mãe e do meu pai, que gostavam de coisas bonitas. Acredito que a beleza em todos os sentidos é fundamental”, diz QDepois do jardim, sente falta de algo. “Comecei a construir alguns pavilhões de arte” QEm 2002 é criado o Instituto Cultural Inhotim, sem fins lucrativos, para a conservação, exposição e produção de trabalhos contemporâneos. Também desenvolve ações educativas e sociais QAbre as portas, em 2005, com visitas somente para a rede escolar de Brumadinho e grupos específicos Q No ano seguinte, a obra particular chega ao grande público, sem a necessidade de agendamento Q Em 2008 é reconhecido como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) pelo governo de Minas e um ano depois pelo federal índice que se mantém desde 2007. “É um fato inédito no Brasil e no mundo”, diz Ronald Sclavi, diretor de comunicação do Instituto Inhotim Q É realizado, em 2009, Nove Novos Destinos para lançar 9 obras permanentes Q Em 2010, recebe o título de jardim botânico pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos Q No segundo semestre deste ano será inaugurado o hotel butique, com 42 apartamentos Q O parque ocupa 110 dos 2 mil hectares 90 obras expostas, 410 guardadas em reserva técnica, de 100 artistas de 30 nacionalidades Funciona de 9h30 às 16h30, de terça a sexta-feira De 9h30 às 17h30, sábado, domingo e feriado 20 reais a entrada O QUE DEVE VIR Complexo com hotéis, centro de convenções, teatro, mais galerias Inhotim Escola no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, com espaços de convivência e auditório. Haverá exposições de arte contemporânea, cursos, oficinas, mostra de cinema, atividades artísticas e educativas, teatro, dança de quarta e quinta-feira, 28 reais sexta, sábado e domingo Terça-feira é gratuita Maiores de 60 e estudantes pagam meia-entrada Fonte: Instituto Inhotim VIVER Janeiro 18 - 2013 31 E S P E C IA L CA PA escuro que leva aos fios de luzes do alto ao chão, serena a visão, e não se resumem a isso, há mais a serem olhadas nos longos intervalos preenchidos pela natureza. É preciso doação de tempo, de 3 a 4 dias para ver tudo com tranquilidade, que o local pede. “Inhotim é um lugar que você não consegue traduzir em palavras, contar para os outros. É preciso conhecer. Pode ir 4 vezes até lá e em todas elas tomar um susto”, diz Bernardo Paz. De tanta grandiosidade, interatividade, variedade aos olhos, aos sentidos, que mudam com a visão, a evolução, o passar da vida. “Quando criei Inhotim, não estava preparado para o que se transformou e agora tenho que o levar à frente.” Quer construir complexo com hotéis, teatro, centro de convenções, no entorno do local, em busca de sua esperada autossustentabilidade, que ainda não veio. “Gastei muito dinheiro, não dá nem para contar e há dívidas que pago. Não tenho recursos para estes novos projetos.” De transformar Inhotim em cidade, ter aeroporto, hospedagem. Ir e ficar naquele lugar, onde começa a aparecer essa urbanização nas fundações, paredes erguidas do hotel butique. São 42 quartos, que devem ser abertos no segundo semestre deste ano. “No seu entorno, surgirão empreendimentos (alimentação, hotelaria, inovação tecnológica, entretenimento etc), que irão garantir a sustentabilidade e perenidade do lugar”, informa Ronald Sclavi, diretor de comunicação. Há planos, sempre há de expansão. “Temos uma gigantesca área para avançar.” Extrapolar de Brumadinho, ter mais visibilidade fora do país, olhar para dentro, a muitos anos à frente. “Temos que clarear as cabeças das crianças e das pessoas que não têm privilégio de frequentar um lugar como Inhotim. Partimos para atacar violentamente os aspectos educacionais e de inclusão”, diz Bernardo Paz. 32 Fotos: Leo Fontes JARDIM BOTÂNICO: atrai tanto o público quanto as obras GALERIA DE TUNGA: três pisos que impressionam VIVER Janeiro 18 - 2013 FIOS DE LUZES, de Lygia Pape Facilita a entrada, gratuita às terças-feiras, levou 100 mil crianças da periferia de Belo Horizonte até lá. Desenvolve projetos sociais. Vai chegar à praça da Liberdade, ao Palacete Dantas e Solar Narbona, com o Inhotim Escola, exposições de arte contem- porânea, atividades, cursos, oficinas, mostras de cinema, apresentações de música, teatro e dança. “A beleza destrói o ódio, a disputa, traz outros níveis de raciocínio, de sensibilidade.” Quer esticar mais a acessibilidade à arte, esse projeto, iniciado em 2007, que exigiu muito investimento, mas não divulga valores. “Eu me sinto frustrado porque é difícil convencer as pessoas a colaborarem com o projeto. Alguns setores do Brasil não estão nem aí para a cultura”, afirma o empresário. Vai contra, luta para manter, aumentar, dar mais visibilidade ao museu e jardim botânico, que abriga um dos maiores acervos abertos ao público no Brasil e no mundo. Continuar a montar esse retrato contemporâneo, exibir novas obras, galerias. “Em breve anunciaremos novidades”, afirma Ronald Slavi. Ao público que chegou a 1 milhão, deve atrair mais gente, como ímã da beleza das obras de Tunga, do alto ao chão, os feixes de luz, as vísceras, os espelhos com fita azul, do artista polonês Edward Krasinski, os compensados de madeira, da paulista Renata Lucas, o jardim. Esse ímã natural, bom de ver, assistir, participar. Wagner Gomes Geração perdida Gertrude Stein foi uma escritora, poetisa e feminista estadunidense que, vivendo em Paris, teria sido a primeira a se referir a lost generation, termo que mais tarde veio a ser popularizado por Ernest Hemingway, um de seus amigos, em dois de seus mais famosos livros: O Sol Também se Levanta e A Movable Feast. Só que eles se referiam a uma geração constituída por um grupo de celebridades literárias e das artes que viveram em Paris e em outras regiões da Europa, ainda no tempo da 1ª Guerra Mundial e no começo da Grande Depressão. Esse preâmbulo me leva a pensar no grande dilema que hoje assalta os jovens dos países ricos, aqueles que se situam entre os 20 e 30 anos. Com bagagem acadêmica invejável, pois estudaram muito mais que a geração que os antecedeu, esses jovens encontraram um terreno fértil para se desenvolverem atrelados às mais modernas tecnologias de comunica- Esse descompasso do chamado mundo rico com os países emergentes está gerando um novo fenômeno que desemboca na imigração... ção, falando fluentemente diversos idiomas e vivendo em um mundo pleno de liberdades. Ainda assim, não encontram oportunidades de trabalho, em sua origem, em que possam testar as habilidades adquiridas com tanto entusiasmo e esperança, que se vão esfacelando ao sabor da nua e crua realidade que os cerca. Diante da crise que se acentua a cada dia, o mal-estar que ataca essa geração reflete a sensação que asfixia os seus melhores sonhos de juventude. Esse panorama, que se alastra pelos países ricos, ainda não aportou no Brasil, que, paradoxalmente, está flertando com o pleno emprego, gerado pelo recente crescimento econômico pelo qual passou. Esse descompasso do chamado mundo rico com os países emergentes está gerando um novo fenômeno que desemboca na imi34 gração desses jovens talentos. Na era do pós-tudo, a geração perdida busca encontrar seus próprios caminhos e, no caso do Brasil, ao aqui chegar, não se sente estranha neste mundo novo, que assume dimensões de paraíso. A principal característica do estilo literário de Gertrude Stein, criadora da expressão geração perdida, era constituída por suas frases inacabadas, que mais tarde eram retomadas para que, através de suas repetições, o sentido se completasse. Imagino que essa visão seja hoje compartilhada por esses intrépidos jovens que deixam a Europa e os Estados Unidos, afugentados pela ideia de se tornarem reféns da crise, das medidas de austeridade e dos crescentes níveis de desemprego. A Organização Internacional de Migrações (OIM) revelou que 107 mil europeus deixaram o continente, após a eclosão da crise, em direção, principalmente, a países latino-americanos, como o Brasil. Esse profissional, empenhado em demonstrar que merece a chance de ser absorvido pelo mercado global de trabalho, vai agregar imenso valor na outra ponta. Essa fuga da geração perdida, ou da geração desperdiçada, transforma-se em um movimento virtuoso, ao permitir evitar o desperdício desses talentos, habilidades e qualificações, cuja criação nos poupa o investimento de recursos sem, em contrapartida, ocupar vagas de nossos patrícios, em função do quase pleno emprego que por aqui, ainda, observamos. Já o lado perverso dessa fuga de cérebros revela que, pelo menos, um em cada cinco universitários de 48 países menos desenvolvidos vai para o exterior em busca de oportunidades, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, em Genebra. De acordo com a entidade, há cerca de 2 milhões de imigrantes intelectuais procedentes de países menos desenvolvidos. Nesse caso, esse fenômeno contribui para acentuar as desigualdades internacionais, dificultando a disponibilidade dos trabalhadores qualificados e afetando, assim, as reais perspectivas de crescimento dos países em desenvolvimento. Wagner Gomes, administrador de empresas VIVER Janeiro 18 - 2013 5$',27(5$3,$0$7(5'(, &203520,662&20$ 48$/,'$'(3(/$9,'$ 6(59,d26((48,3$0(1726 '(Ô/7,0$*(5$d®2 (P XP HVSDoR DFROKHGRU D 5DGLRWHUDSLD 0DWHU 'HL DVVRFLD DWHQGLPHQWR KXPDQL]DGR TXDOLGDGH GH YLGD EHPHVWDUHWHFQRORJLDGHSRQWD ([HPSORGHSLRQHLULVPRHYDQJXDUGDWHFQROyJLFDLQYHVWH HP HTXLSDPHQWRV H WUDWDPHQWRV DYDQoDGRV UHXQLQGR WpFQLFDVGH~OWLPDJHUDomRFRPRDUDGLRWHUDSLDJXLDGD SRULPDJHP&RQH%HDP&7HDUDGLRFLUXUJLD (VWDPRVSURQWRVSDUDDWHQGrOR 9HULILTXHQRVVRVFRQYrQLRVHPDUTXHVXDFRQVXOWD 5XD*RQoDOYHV'LDV6XEVROR_6DQWR$JRVWLQKR %HOR+RUL]RQWH_0*_7HO ZZZUDGLRWHUDSLDPDWHUGHLFRPEU 'U(UQDQH%URQ]DWW 'LUHWRU7pFQLFR0pGLFR &500* 54(0* Entrevista Julián Eguren Presidente da Usiminas diz que a América Latina, com seus 600 milhões de habitantes, tem que se unir em busca de solução para se proteger contra o país asiático. “Sozinho, será muito mais difícil” “China é grande ameaça” SUELI COTTA O crescimento da economia brasileira abaixo do esperado frustrou o governo e o setor produtivo. Muitos empresários não escondem a preocupação com os problemas estruturais e com a dificuldade do país em encontrar respostas rápidas para as constantes crises internacionais. A desindustrialização, a falta de investimentos em infraestrutura e a entrada de produtos da China com preços abaixo do custo de produção estão entre os pontos mais vulneráveis da economia. Para o presidente da Usiminas, o argentino Julián Eguren, é necessária a união de forças dos países latino-americanos em busca de solução para a concorrência com produtos chineses e, nesse caso, o governo tem sido omisso. O senhor completa um ano na Usiminas. Como está sendo trabalhar no mercado brasileiro? No final de janeiro, vou completar um ano na Usiminas e em fevereiro foi nomeada a diretoria conjunta. Passou rápido, foram muitas mudanças, muitas coisas aconteceram e tem sido um grande aprendizado. Eu tenho disponibilizado o meu tempo a visitar clientes, para percorrer a usina e a cada dia vou aprendendo uma coisa. O Brasil é muito desafiante, é um país rico em oportunidades e não alcançamos ainda a dimensão de todas as oportunidades que uma empresa como a Usiminas tem em um parque industrial como o do Brasil. A Usiminas fez 50 anos, como encontrou a siderúrgica, uma empresa mineira, com fortes laços no estado? Os 50 anos da Usiminas são somente uma parte, porque a história é tão rica, de coragem, de pessoas que decidiram fazer uma siderúrgica em um lugar em que antes não havia nada. Era a realização de um sonho. Não é o sonho de uma empresa, é o sonho de um país. As pessoas que realizaram isso, que concentraram a usina em Ipatinga, pensaram um país diferente. Construíram uma empresa capaz de criar relacionamento com a sua comunidade e transformar a vida 36 VIVER Janeiro 18 - 2013 das pessoas que estão perto e que trabalham na usina. Os funcionários estão há 20, 30, 40 anos na usina. A Usiminas conseguiu, ao longo desses 50 anos, construir uma cultura de valores que compartilha com seus trabalhadores. E isso é uma enorme fortaleza. É uma empresa que obteve êxito e juntou seus interesses com os interesses das pessoas. Durante esse tempo, o que o senhor pôde perceber de melhor e de pior na economia brasileira para administrar uma empresa como a Usiminas? Uma dificuldade que o país tem é no sistema logístico: rodovias, ferrovias, portos, comunicação. Os problemas nesse setor são muitos. A verdade é que o país precisa de investimentos em infraestrutura para recuperar parte da sua competitividade perdida. O senhor tem demonstrado também uma preocupação com o processo de desindustrialização do país. Na sua opinião, qual é o maior erro cometido pelo governo brasileiro? Eu não falaria de erro, mas de omissão. A China é um aspirador de recursos naturais, compra soja, minério, açúcar, petróleo, tudo o que o Brasil produz. Eles precisam ser administrados nos ciclos quando as commodities caem. Quando a China deixar de comprar, o que o Brasil vai fazer? Temos que aproveitar esse dinheiro para gerar um parque industrial e ter base de manufatura. E porque não falamos tanto da manufatura? Esse é o melhor emprego que uma sociedade pode ter. É de longo prazo, que está ligado a um investimento que se faz. Não é como uma loja que pode abrir e fechar com facilidade. É capital investido. E aí você tem emprego, educação, saúde. A política econômica enfraquece as empresas? O governo prioriza um setor da economia que não é o industrial. Está consciente disso porque toma algumas medidas. A queda na taxa VIVER Janeiro 18 - 2013 de energia elétrica é uma delas e é fator positivo. O fim da guerra entre os portos, os grandes planos de investimentos que o governo tem são outras medidas. Mas o setor privado precisa ajudar. As parcerias público- privadas têm que ser um instrumento para se executar rapidamente esse plano de investimentos que o governo quer fazer. Está lançando essas medidas para recompor o setor industrial, mas isso não acontece de imediato. Entrevista Julián Eguren O governo tem tomado medidas pontuais, como com a indústria automotiva. São suficientes? Nós temos que pensar seriamente que a solução para proteger o mercado interno é a integração regional. Tivemos um fórum na Argentina, onde a presidente Dilma foi com alguns ministros para discutir justamente isso. A América Latina contra o perigo da primarização, da desindustrialização. Hoje existe consciência de que a ameaça não é entre Argentina e Brasil ou o Chile. Vem de fora e é muito grande, a China. Temos que encontrar uma maneira de nos proteger. Essa relação do Brasil com a China dificulta para as empresas? Essa dinâmica de comércio atrapalha as indústrias. Que venham os carros, as motos da China. Mas não são empregos que se criam aqui no Brasil. Isso é preocupante. O mundo tem um problema. A China é grande ameaça que a América Latina tem. A solução passa pela integração latino-americana. A China é um jogador desleal. As empresas lá são todas do estado. Como você compete com uma empresa que tem padrão diferente, sem conceito de lucro e prejuízo, regulações ambientais. O único conceito deles é dar emprego. Como o Mercosul pode mudar essa relação? Depende da capacidade da América Latina de acertar e articular uma “A China é um jogador desleal. As empresas lá são todas do estado. Como você compete com uma empresa que tem padrão diferente, sem regulações ambientais” Fotos: Pedro Vilela 37 Entrevista Julián Eguren solução conjunta. Sozinho será muito mais difícil. A América Latina tem hoje uma grande complementariedade. Somos 600 milhões de pessoas. Só Argentina e Brasil possuem 250 milhões de pessoas, quase como nos Estados Unidos. Quando você pensa em somar, vê que Argentina e Brasil tem PIB per capita que é o dobro da China e da Índia. Dirigir essa renda interna para o consumo de bens fabricados na região é muito interessante. A América Latina tem que sentar e encontrar o caminho. O governo tem tomado medidas pontuais, como os incentivos ao setor automotivo. Elas tiveram reflexo na indústria siderúrgica? Com certeza, se há maior produção, a Usiminas vende mais, ajuda sim. Mas são medidas que tem que estar articuladas dentro de plano maior para beneficiar outros setores industriais, como queda de energia e de impostos, desoneração da folha de pagamento. Qual é o modelo que o Brasil quer ter e quais as ações precisa tomar para que isso aconteça? Estamos falando em médio e longo prazo. “O custo em logística é um gargalo que o país tem que resolver. São investimentos que de alguma maneira colaboram para que a indústria tenha mais competividade” Fotos: Pedro Vilela 38 O chamado custo Brasil é um problema? Não gosto de falar de custo Brasil. É como se ninguém fosse responsável. A Fundação Dom Cabral tem um estudo interessante em que compara o gasto de uma companhia norteamericana com parte da sua receita em logística e uma brasileira. A brasileira gasta o dobro da norteamericana. O custo em logística é um gargalo que o país tem que resolver. São investimentos que de alguma maneira colaboram para que a indústria tenha mais competitividade. São custos que o país precisa trabalhar. Com a falta de competência em tratar dessa questão, o senhor acha que o governo deveria abrir mais espaço para a iniciativa privada, como com as parcerias público-privadas? Eu acho que ter criado a figura das PPPs é um passo muito importante. Se depois vai ter medidas adicionais, melhor. Mas ter esse modelo em que a iniciativa privada pode participar é um grande ganho. Com a crise econômica internacional, como a Usiminas foi afetada, perdeu mercado? Com certeza, foi muito afetada. As importações atingiram em 2010 quase 25% do consumo interno. Um patamar muito alto. Nós estamos convencidos de que se pensarmos o negócio como uma cadeia completa de valores, se começarmos a competir como uma cadeia completa de valores teremos grandes chances de vencer a concorrência dos importados. Temos que articular com nossos clientes, com fornecedores. Temos que saber de que maneira vamos nos organizar e de como o governo pode participar. Hoje estamos nessa etapa, visitando clientes. O Brasil tem um parque industrial muito sofisticado, competitivo. O parque industrial é de Primeiro Mundo. Temos aço de qualidade e competitivo. Precisamos articular uma solução competitiva para nossos clientes. E esse é o plano que a Usiminas está trabalhando hoje e vamos obter sucesso. Vai ser como cadeia completa de valor. Temos que fortalecê-la para podermos competir. Mas o mercado interno conseguiu absorver parte dessa produção com a crise? Com crescimento do PIB em 1,5%, a expectativa inicial era de que o Produto Interno Bruto crescesse em 3%, o consumo entre 4% e 6%, você teria uma elasticidade. Mas como o PIB cresceu 1,5% e o consumo 2,5 a 3%. Como contornar essa situação? A Usiminas continua com o grande trabalho interno também para desenhar uma nova forma de comercializar o aço. Tem que ser capaz de articular soluções com VIVER Janeiro 18 - 2013 DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE GLOBAL MARKETING Elaboração de projetos especiais e incentivados Captação de investidores e patrocinadores Realização de grandes eventos culturais e esportivos Desenvolvimento de novas mídias e projetos de sustentabilidade Criação de projetos editoriais personalizados Rua Cuiabá, 1244 - Prado - Belo Horizonte (MG) - (31) 3275-0032 - www.gruponeoplan.com.br Entrevista Julián Eguren “O Brasil tem que, em algum momento, simplificar o sistema tributário, que é um pouco confuso. Existem muitas taxas” Fotos: Pedro Vilela 40 seus clientes para outros clientes. Articular soluções para a indústria. Também será um grande trabalho interno de configuração industrial, buscar mais eficiência, padrões internacionais por linhas, consumo. É um trabalho muito grande e, com certeza, terá resultado. Qual a principal estratégia, nesse caso? O industrial e o comercial. São os dois pontos que têm mais importância hoje na Usiminas. Quando falamos do foco industrial, referimos a ter uma usina que precisa comparar com os melhores do mundo. Temos que perseguir a excelência industrial em cada uma das áreas onde a Usiminas opera. Comparar a utilização, o consumo, a produtividade. Estamos no Brasil, mas competimos com produtos que vêm de fornecedores muito agressivos e temos que ser iguais ou mais e estarmos cada vez mais perto do cliente. Nós temos um centro com 135 pesquisadores. A Usiminas é líder na América Latina em patentes e esse centro está à disposição de nossos clientes. Estamos totalmente integrados com as áreas de investigação de pesquisa de nossos clientes para encontrarmos juntos produtos, aços, modelos e conceitualizar o caminho que vai tomar a sua indústria e o que nós podemos fazer desde o início. Disponibilizamos toda nossa estrutura de talento, que a Usiminas possui, para juntos desenvolvermos um novo produto. Qual é hoje o maior cliente da Usiminas, a Petrobras? A Petrobras é um cliente importante, os fabricantes de tubos, equipamentos, as montadoras, os fornecedores de autopeças. O setor industrial em geral é um grande cliente. A Usiminas está destinada a atender o mercado industrial do Brasil e temos que evoluir e buscar soluções, em serviços, acompanhamento, estoque, tamanho do produto. Temos que gerar um valor para nosso cliente. Quando o senhor chegou da Argentina, se assustou com as altas taxas tributárias praticadas no país? O Brasil tem que, em algum momento, simplificar o sistema tributário, que é um pouco confuso. Existem muitas taxas, que foram supostamente criadas para um período, mas permanecem ou desaparecem e uma nova aparece. Em algum momento, o país vai ter que pensar em fazer a reforma tributária para simplificar toda essa equação. Neste um ano que mora no Brasil o senhor presenciou as eleições municipais, já se fala em 2014, o que acha do processo eleitoral? Nós estamos afortunadamente em uma democracia plena, completa e isso é fundamental para todos. É um processo limpo, transparente. Há um questionamento sobre a mudança da sede da Usiminas para São Paulo. Sinceramente, todo mundo me faz essa pergunta, porque a Arcelormittal mudou. A ArcelorMittal é a ArcelorMittal, a Usiminas é a Usiminas. A Usiminas não vai mudar nunca de Minas Gerais. É uma empresa mineira por excelência. Todos os investimentos maiores estão no estado e a Usiminas se sente muito bem sendo uma companhia mineira. Temos excelente relacionamento com o governo do estado. O governador Antonio Anastasia e sua equipe de trabalho fazem uma verdadeira parceria. Se você tem um problema vai lá e as pessoas escutam, analisam. Temos profundo relacionamento com todos os setores empresariais aqui. A Usiminas se sente muito confortável no estado e não há nenhum motivo para pensar em mudar-se. O senhor teve dificuldade em escolher um time de futebol? A Usiminas é toda atleticana. Não tive dificuldade nenhuma, continuamos com a tradição da empresa. VIVER Janeiro 18 - 2013 Paulo Paiva Folhetim 2012 Por fim no ano passado não ocorreu o fim do mundo. As previsões maias ou suas interpretações estavam erradas. Então, a vida continua. O que restou do mundo que não acabou e do ano que se findou? Uma Europa mais pobre com sua economia estagnada e milhares de desempregados. Ficou a possibilidade de acabar o sonho da integração do continente europeu. Sonho ou ilusão? O mundo não acabou, mas a França acabou para Gérard Depardieu e Brigitte Bardot. Nos Estados Unidos restou um novo governo para Obama, fortalecido com apoio das minorias e da esquerda norte-americana. Com esse capital ele terá que enfrentar os desafios da busca de consenso congressual para impedir profunda crise fiscal e, como consequência, uma recessão, e também evitar a queda da hegemonia dos Estados Unidos no mundo. Restou a China não crescendo tão rapidamente como no passado porque o mercado externo encolheu. O mundo não acabou, por conseguinte os conflitos étnicos e religiosos e a tensão crescente continuam no Oriente Médio e na África. O mundo acabou, sim, para os escritores Eric O mundo não acabou e o Atlético está na Libertadores. Restaram os acidentes nas rodovias federais e a violência crescente. O mundo acabou para muitos jovens, vítimas da violência... Hobsbawn e Carlos Fuentes, para as estrelas Whitney Houston, Donna Summers e Sylvia Kristel e para o astronauta Neil Armstrong. Não restou nenhuma esperança de solução próxima para os problemas mundiais. No Brasil, de 2012 restou crescimento pífio do PIB desnudando os problemas da economia como baixa competitividade, principalmente em razão da ineficiente gestão pública, dos investimentos insuficientes e da infraestrutura deteriorada. A indústria de transformação restou menor. Restaram as bravatas para baixar no grito taxas de juros e preço de energia. Restaram, ainda, maior intervenção do governo na economia, carga tri42 butária em elevação e redução no valor do patrimônio das empresas estatais. Ademais, restou uma inflação roçando o limite superior da meta, apesar do controle artificial de preços administrados como o dos derivados do petróleo. Como o mundo não acabou, 2013 herdou uma inflação em ascensão. Mas restou também a taxa básica de juros mais baixa da história recente do país. Restaram a conclusão do julgamento do mensalão e a condenação dos réus. A corrupção continuou com um novo escândalo sob a liderança da chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo. Restaram ainda sinais de uma possível crise institucional, se não surgirem lideranças com bom senso para negociar os conflitos iminentes. Restou uma classe média emergente e consumista. Restaram muitos empregos e poucos desempregados. Ah, restou também o Corinthians campeão mundial. O mundo acabou, sim, para Wando, Chico Anísio, Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Hebe Camargo, Joelmir Beting e Oscar Niemeyer. Em Minas Gerais, restou uma economia crescendo acima da média nacional graças às commodities, sempre injustamente apontadas aqui como as vilãs da economia, e ao mercado chinês. Restou a reinauguração do Mineirão. O mundo não acabou e o Atlético está na Libertadores. Restaram os acidentes nas rodovias federais e a violência crescente. O mundo acabou para muitos jovens, vítimas da violência nas cidades e nas estradas. Restaram novas administrações municipais, mas o sonho da única novidade da política brasileira nos últimos tempos construída quatro anos atrás em Belo Horizonte – uma aliança entre PT e PSDB – foi desfeito. Se o mundo não acabou, acabou o sonho da construção inovadora de um caminho alternativo na política brasileira. Mas, como o mundo não acabou, restou ainda o sonho de que o ano novo ilumine, por toda parte, mentes e corações na busca de paz, solidariedade, prosperidade e justiça. Restou, sobretudo, a esperança nas pessoas porque, como Milton Nascimento e Fernando Brant, insistimos que é preciso possuir “a estranha mania de ter fé na vida” e nos homens. Paulo Paiva, professor da Fundação Dom Cabral, ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC VIVER Janeiro 18 - 2013 Seu corpo é seu mundo. Para ele, não devem existir fronteiras para o tratamento. A Oncocentro, há mais de dez anos, orgulha-se em trazer para Minas Gerais o estado da arte no tratamento do câncer. Os tratamentos individualizados e a abordagem multidisciplinar são baseados em protocolos e condutas reconhecidos internacionalmente. A aplicação da tecnologia está aliada a uma relação de carinho, amizade e respeito com nossos pacientes. Razão de nossas conquistas. Tudo isso bem ao seu lado. Endereços Oncocentro Belo Horizonte: Rua Juiz de Fora, 941 – Barro Preto – Tel.: (31) 2126-8600 Sete Lagoas: Rua Teófilo Otoni, 224 – Centro – Tel.: (31) 3771-3085 Itabira: Av. João Soares da Silva, 135 – Penha – Tel.: (31) 3831-2987 Uberlândia: Av. Afonso Pena, 1.609 – Nossa Senhora Aparecida – Tel.: (34) 3214-4964 Dr. Bruno Lemos Ferrari Diretor Técnico Médico CRM-MG: 26.609 RQE-MG: 13.531 ES PEC IAL E S P E C TAT IVAS COM TUDO EM 2013 EMPRESÁRIOS QUE COMEÇARAM A INVESTIR NO ANO PASSADO APOSTAM EM MAIS CRESCIMENTO MIRIAM GOMES CHALFIN O s números oficiais ainda não foram divulgados, mas o Brasil ficou, em 2012, aquém das expectativas. O PIB, que é a soma de todas as riquezas, deverá ficar perto de 1%, bem abaixo da previsão inicial, de 4,5%. A indústria foi a maior prejudicada, por causa do alto custo de produção e das quedas na exportação – reflexo da crise europeia e do baixo crescimento dos Estados Unidos e da China. Se confirmado esse índice, o resultado será o pior desde 2009, o fatídico ano pós-crise financeira internacional, quando o PIB retraiu 0,6%. A inflação, por sua vez, ficou acima da meta de 4,5% e chegou a 5,84% em 2012. Mas nem tudo está perdido: se o crescimento do Brasil deixou a desejar e a inflação subiu mais do que devia, manter a taxa básica de juros dentro do previsto (7,25%) foi um ponto positivo. Mas isso só foi possível depois que o governo federal mudou as regras do rendimento da caderneta de poupança. “Pela primeira vez, o governo entrou de cabeça para atacar o problema das taxas de juros e exi- 44 giu, dos bancos oficiais, a redução. Foi um marco”, diz o coordenador de Pesquisas e Desenvolvimento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG, Wanderley Ramalho. Ele lembra, entretanto, que os números são bem diferentes na ponta do consumo. Ou melhor, astronômicos e sem qualquer explicação: os juros cobrados por financeiras independentes e administradoras de cartões ultrapassaram a casa de 300%, e os do cheque especial chegaram perto de 150% ao ano. Para 2013, a previsão é de conseguir inverter os dados: crescimento maior do PIB e inflação menor. “Para isso, será preciso melhorar os investimentos, principalmente públicos, em infraestrutura. Nos últimos anos, o Brasil vinha crescendo muito em função do consumo, mas esse modelo já está esgotado”, explica o economista. Apesar do cenário pouco animador, empresários que investiram em 2012 – e pretendem continuar nesse ritmo este ano – já começaram a co- Shutterstock VIVER Janeiro 18 - 2013 MARES 2012 Investimento de 5 milhões de reais na filial paulista Ampliação do mercado nos EUA e em Montreal 2013 Previsão de faturar 20% a mais que em 2012 Abertura de show room nos Estados Unidos e expansão da atuação no Reino Unido ERIKA DOS MARES GUIA: “Tivemos que fazer três reposições de pedidos” Divulgação lher bons frutos e se dizem otimistas. O segmento de construção civil, por exemplo, aposta fichas em novos empreendimentos, principalmente com vistas às copas das Confederações e do Mundo e de olho no incremento do turismo. Aqui se encaixa a Maio Empreendimentos, que investiu pesado em projetos hoteleiros no Daniel de Cerqueira último ano. Apesar de não revelar números, o diretor Jânio Valeriano Alves garante que o crescimento foi de 10% a 12% e que a meta é fechar 2013 com índice entre 15% e 20%. Neste primeiro trimestre, a companhia inicia a operação do Site Afonso Pena, que conta com o Ibis Hotel e o Ibis Budget, em Belo Horizonte. Já as obras SUGGAR 2012 Conquista do primeiro lugar nacional na produção de lavadoras de roupas e tanquinhos, com mais de 1 milhão de itens. Faturamento de 476 milhões de reais (25% a mais do que em 2011) 2013 LÚCIO COSTA: “O Brasil é a aposta dos estrangeiros” VIVER Janeiro 18 - 2013 Expectativa de crescer pelo menos 15%. Conclusão da expansão da fábrica, com mais 16.400 mil metros quadrados dos sites hoteleiros Belvedere e Savassi – que somam investimentos de 345 milhões de reais – continuam a todo vapor, para entrega no início do próximo ano. Mas os planos não param por aqui. “Continuaremos a atuar fortemente no segmento de hotéis, ampliando nossas operações no Rio de Janeiro e em outras praças. Também iremos aumentar a participação no segmento Minha Casa, Minha Vida, em que entramos em 2012”, avisa Jânio. Outra novidade serão os projetos no segmento que inclui empreendimentos com usos residencial, comercial (com salas, lajes corporativas e lojas) e hoteleiro no mesmo lugar. Segundo o diretor, serão lançados dois empreendimentos residenciais no bairro Buritis, região Oeste de BH. O primeiro deles, já em fase de pré-lançamento, é o Privileggio Residencial Clube, duas torres de apartamentos, com 48 unidades cada. “Um dos diferenciais é, sem dúvida, a área de lazer. Similar ao que encontramos em um clube, ela terá mais de 20 itens, incluindo piscina raia, 45 E S P E C IA L E X P E C TAT IVAS ADCOS 2012 Crescimento de 20% em relação a 2011 e lançamento de 34 novos itens 2013 Expectativa de crescer pelo menos 25%, abrir mais um GUERRA FILHO: “Será um ano de grandes desafios” deque molhado, home cinema.” O Grupo EPO também festejou o bom resultado de 2012, quando registrou crescimento de 20% em relação ao ano anterior. O diretor-presidente Gilmar Dias diz que a empresa entregou 11 obras comerciais e residenciais, no total de quase 70 mil metros quadrados construídos. Uma das principais conquistas foi a finalização da primeira fase do Center Minas, centro de compras e “um dos maiores empreendimentos iniciados pelo grupo”. O planejamento de 2013 inclui o início de 11 obras, totalizando mais de 79 mil metros quadrados. “Tudo isso sem contar as 16 que já estão em andamento e que somam cerca de 245 mil metros quadrados. Cinco delas serão entregues ainda neste ano”, destaca Dias. Segundo ele, um dos empreendimentos comerciais de destaque é o Vista, quarto prédio do empreendimento comercial Paisagem Escritório Parque, no bairro Santa Lúcia, região Centro-Sul da capital. Assim como os outros edifícios do complexo, esse projeto acompanha o relevo do terreno e prevê um heliponto. Com relação aos residen46 ponto de venda em shopping e lançar novos produtos ciais, os principais lançamentos do grupo são os prédios Sol e Terra, construções sofisticadas e ecologicamente corretas. Gilmar Dias lembra que, em duas décadas, a empresa concluiu cerca de 300 edificações, totalizando nada menos que 600 mil metros quadrados construídos. “O segredo para EPO tanto sucesso se baseia no atendimento personalizado, no uso de tecnologias de ponta, na implantação de produtos sustentáveis e nas relações duradouras com os clientes”, atesta o diretor-presidente do grupo EPO, que tem 1.500 colaboradores diretos e indiretos. Ao contrário da indústria pesaFotos: Pedro Vilela 2012 Registra crescimento de 20% em comparação a 2011. Entrega de 11 obras, entre comerciais e residenciais, no total de quase 70 mil metros quadrados construídos 2013 Início de 11 novas obras, totalizando 79 mil metros quadrados, e entrega de, pelo menos, cinco edificações já em construção GILMAR DIAS: atendimento personalizado VIVER Janeiro 18 - 2013 da, principalmente de exportação, os fabricantes de bens de consumo apresentaram resultados positivos no último ano, especialmente por causa do aumento da renda do brasileiro. É o caso do presidente da Suggar, Lúcio Costa. Além de ser líder nacional na fabricação de exaustores e coifas, a empresa mineira conquistou, em 2012, o primeiro lugar também na produção de lavadoras de roupas e tanquinhos – mais de 1 milhão de itens. Além disso, bateu o próprio recorde de importação de produtos, com nada menos que 700 contêineres vindos de fora. Falando em importados, eles são maioria no portfólio: 145, do total de 154. “Estamos focando mais nos importados. São produtos de menor porte, com tecnologia norte-americana ou europeia, fabricados principalmente na China.” O bom desempenho refletiu-se no faturamento 25% maior (476 milhões de reais). “Na verdade, isso foi propiciado por um conjunto de fatores: juros mais baixos, ascensão das classes C e D, manutenção do emprego e isenção do IPI”, explica. Para este ano, a meta é crescer pelo menos 15%. “Se esse cenário se mantiver, e considerando-se a carência de produtos na maioria dos lares brasileiros (segundo pesquisa do IBGE, 53% deles não têm máquina de lavar roupa), 2013 será espetacular para o setor”, prevê o empresário. Também em 2013, a Suggar mantém os investimentos em automatização e na expansão da fábrica, hoje com 40 mil metros quadrados. Serão concluídos, ainda no primeiro semestre, mais 16.400 metros quadrados. E ainda há possibilidade de se concretizar a joint venture com uma gigante italiana, que deu o pontapé na negociação, de olho no crescimento do país. “Enquanto a Europa está em crise, nós temos um mercado do tamanho da nossa imaginação. O Brasil é a aposta dos estrangeiros.” O segmento de serviços também VIVER Janeiro 18 - 2013 GUILHERME LEITE e Luís Borba: aposta na culinária mediterrânea RESTAURANTE BALDARATTI E CALIFORNIA COFFEE 2012 Conclusão do investimento de 650 mil reais na montagem da unidade gourmet do restaurante, na Savassi. Crescimento de 16% na rede de café e de 30% no Baldaratti Cidade Administrativa 2013 Investimento de 200 mil reais na remodelação das 7 lojas do café e em treinamento de pessoal. Perspectiva de crescer entre 15% e 20% nos dois segmentos ficou no azul no ano passado. O diretor-executivo do restaurante Baldaratti e da franquia do California Coffee em BH, Luís Borba, apostou na culinária mediterrânea e já começou a ter resultados. Em dezembro passado, ele e o sócio, Guilherme Leite Borba, comemoraram um ano do Baldaratti na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, com a inauguração da unidade gourmet, na Savassi. O novo espaço, montado em um casarão tombado, do século 19, demandou investimento de 650 mil reais. “Foi uma oportunidade. Vi que o imóvel estava sendo alugando e resolvi, com meu sócio, fazer o mesmo projeto da Cidade Administrativa no local”, explica. Um diferencial são as massas produzidas, diariamente, na própria cozinha. “O negócio é oferecer gastronomia contemporânea com viés mediterrâneo, mas usando ingredientes da nossa região.” Outro atrativo é o próprio casarão, erguido para abrigar a comissão construtora de Belo Horizonte, registrada em 1896. “Defino o gourmet como um pequeno oásis na Savassi”, completa Luís Borba. Aliás, a unidade foi 47 inaugurada exatamente no dia do aniversário de 115 anos de Belo Horizonte, em 12 de dezembro passado. Neste ano, os sócios vão investir em novos serviços no restaurante da Cidade Administrativa e na renovação das sete lojas do California Coffee, incluindo mais opções na carta de cafés – hoje 40 – e produtos alimentícios saudáveis, implantação do programa de fidelidade e treinamento de funcionários. Na rede, serão aplicados cerca de 200 mil reais. “O foco é investir em serviço e no relacionamento com o cliente, tornando a experiência do café ainda mais prazerosa”, pontua. Por ano, são vendidos mais de 120 mil expressos nas lojas do California, que registrou crescimento em torno de 16% em 2012. Para este ano, a meta é chegar a 15% e 20% nos dois segmentos. Quem apostou em beleza e moda também se saiu bem. A Adcos Cosmética de Tratamento, por exemplo, fechou o último ano com chave de ouro. Somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a marca tem cinco lojas, o crescimento foi de 20% em relação a 2011. “O segmento de dermocosméticos aumenta a cada ano. E a Adcos traz como diferencial o constante investimento em pesquisa e tecnologia de ponta para gerar tratamentos eficazes”, diz o master franqueado na Grande BH, Guerra Filho. De origem capixaba, a empresa está há 19 anos no mercado brasileiro, quatro no europeu e já conta com representação nos Estados Unidos. Além do centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos no Espírito Santo, tem parceria com laboratórios na França e na Espanha. Em 2012, lançou nada menos que 34 novos itens. Para 2013, quando a marca comemora duas décadas de atuação no mercado nacional, estão em desenvolvimento produtos com princípios ativos de última geração. “Será um ano de grandes desafios e surpresas, 48 Pedro Vilela E S P E C IA L E X P E C TAT IVAS JÂNIO VALERIANO: “Continuaremos a atuar fortemente em hotéis” MAIO EMPREENDIMENTOS 2012 Crescimento de 10% a 12% em relação a 2011, com investimentos principalmente no ramo hoteleiro 2013 A meta é crescer entre 15% e 20%, ampliando a atuação para outras praças. Ainda no primeiro trimestre, inicia a operação do Site Afonso Pena, com dois hotéis, em BH. Ampliação no segmento Minha Casa, Minha Vida. Lançamento de projetos no segmento mixed use mas não posso adiantar nada”, avisa Guerra Filho. Por enquanto, ele pode anunciar que mais um shopping na região centro-sul de BH terá ponto de venda da marca. Com as novidades e mais uma loja, o master franqueado estima crescer no mínimo 25% neste ano. No setor de moda, a empresária Erika dos Mares Guia investiu, no ano passado, 5 milhões de reais para expandir a atuação em São Paulo, com a abertura da filial paulista da Mares, nos Jardins. Com 400 metros quadrados, a nova loja reúne as melhores marcas nacionais e 37 estrangeiras. “A curadoria dessas marcas é um grande diferencial: oferecemos não só italianas e francesas superconhecidas, como Dolce&Gabbana e Valentino, mas também as mais consagradas grifes inglesas, gregas, indianas, libanesas, russas”, afirma. Além disso, a Mares conquistou as principais capitais dos Estados Unidos e de Montreal, no Canadá. “Comemoramos o sucesso das exportações em 2012, quando tivemos que fazer três reposições de pedidos”, acrescenta Erika. Para este ano, ela prevê crescimento de pelo menos 20% em relação a 2012, apesar de não citar valores. Entre as estratégias, estão abertura de show room nos Estados Unidos, já em negociação, e expansão das vendas para o Reino Unido. Hoje, a Mares conta com 74 funcionários, três lojas próprias – duas em Belo Horizonte e uma em São Paulo – e 40 pontos de venda em multimarcas no Brasil. No exterior, está presente em 32 locais. VIVER Janeiro 18 - 2013 Aposentado e pensionista: seu crédito aumentou para sua tranquilidade não parar de crescer. Aproveite a ótima oportunidade e solicite o seu Crédito Consignado com vantagens exclusivas. v v v v v Rápido e sem complicação Melhores taxas Melhores prazos Sem consulta ao SPC/Serasa Desconto direto na folha E solicitando um crédito acima de R$ 2.000,00, você ganha um brinde exclusivo*. BH I BH II BH III Rua Espírito Santo, 490 - Loja 49 - Centro - Belo Horizonte Av. Afonso Pena, 784 - Centro - Belo Horizonte Av. 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Para servidores públicos: juros de 2,05% a.m. a 3,98% a.m. e 37,49% a.a. a 59,73% a.a. - CET máx.: 4,91% a.m. e 79,18% a.a.&RQVXOWHRXWUDVWD[DVSUD]RVHGHPDLVFRQGL·ÅHVSDUDFRQFHVVµRGR HPSU¸VWLPRoQDQFLDPHQWRHPXP&RUUHVSRQGHQWH$XWRUL]DGR%0*6REUHDVRSHUD·ÅHVGHVFULWDVLQFLGLU±,2)6$&6$&'HoFLHQWHV$XGLWLYRV %$&(12XYLGRULD8WLOL]HVHXFU¸GLWRGHIRUPDFRQVFLHQWHHVRPHQWHHPFDVRGHQHFHVVLGDGH3URSRVWDSXEOLFDGDHPGH]HPEUR Fotos: Divulgação POR A N G E L I N A F R E I TA S Rose bar Fica dentro do Gramercy Park Hotel. Um 5 estrelas que foi todo reformado pelo famoso arquiteto Ian Schrager. Todas as terças e quintas-feiras, das 7 às 10 horas da noite, o bar fica aberto ao público, e apresenta shows de jazz. Depois as portas se fecham e só entra com reservas. E para conseguir uma é missão quase impossível. Tem ambiente elegante, romântico, decorado com obras de arte e sofisticado. No bar, eles servem deliciosos coquetéis. Vão do aperitivo clássico a variadas combinações de drinques. Boa sugestão para as noites frias. Picasso em preto e branco Está um espetáculo a mostra Picasso Black and White no museu Guggenheim de Nova Iorque. É a primeira grande exposição que exibe a vida do artista ao longo da sua carreira. São 118 obras, sendo pinturas, esculturas e trabalhos em papel do período de 1904 a 1970. A apresentação cronológica inclui empréstimos significativos, muitas dessas obras nunca foram expostas antes. O motivo recorrente de preto, branco e cinza é evidente no seu período azul e rosa. Algumas vieram emprestadas de museus, colecionadores privado e público da Europa e Estados Unidos, incluindo numerosas telas da família Picasso. Não percam essa exposição, ela fica até o final de janeiro. 50 Novo hot spot Sair para jantar em NY é quase que uma obrigação. É por isso que os novaiorquinos adoram quando um restaurante aparece na praça. Descobrir novos hot spots faz parte da rotina dos que vivem em Manhattan. O grupo Tao fez parceria com o chef Laurent Tourodé e inauguraram em Uptown o Arlington Club, um steakhouse e sushi . O grupo é proprietário do Lavo e do Tao, dois restaurantes bem badalados em Nova Iorque. O Arlington está bombando, fica lotado todas as noites. São dois ambientes, uma parte reservada para o bar, onde fica muita gente bebendo em pé, bem ao estilo norte-americano. A comida é boa, o lugar bem agitado e o preço é alto. Fica na Lexington Avenue, 1.032, entre as ruas 73 e 74. VIVER Janeiro 18 - 2013 M GOVERNO Minas encerrou 2012 com desempenho da economia acima da média nacional e prepara investimentos em obras de infraestrutura M I NAS G E RAI S ECO N O M IA Acima da média Estado consegue desempenho positivo no cenário nacional e o maior crescimento do PIB da região Sudeste. A meta neste ano é que sejam liberados 5,3 bilhões de reais para obras Shutterstock 52 VIVER Janeiro 18 - 2013 SUELI COTTA O desempenho da economia mineira em 2012, mesmo tímido, foi acima da média nacional, segundo todos os indicadores divulgados até então. Os investimentos não foram como o planejado, mas mesmo menores do que o previsto ficaram dentro das metas estabelecidas pelo governador Antonio Anastasia. Para este ano, o orçamento aprovado na Assembleia Legislativa é de 68,1 bilhões de reais e os investimentos até 2014 estão garantidos, independentemente das turbulências internacionais e do desempenho da economia brasileira. A estimativa neste ano é de que sejam liberados 5,3 bilhões de reais para a realização de obras em todo estado, valor 68,25% maior do que o de 2012, além de outros 6,6 bilhões de recursos das empresas controladas pelo governo. Boa parte dos recursos virá dos empréstimos do governo de Minas no BNDES, Banco do Brasil e instituições financeiras internacionais. Serão De acordo com o IBGE, a nossa participação no PIB brasileiro foi a melhor, mais que todos os outros estados” Antonio Anastasia Divulgação VIVER Janeiro 18 - 2013 utilizados em obras de infraestrutura viária e de transportes, desenvolvimento econômico e urbano. “ Te m o s c e rc a d e 8 b i l h õ e s para fazermos investimentos em todas as áreas do estado, uma situação confortável até o final do nosso mandato”, afirma o governador Antonio Anastasia. A expectativa é a de que os projetos anunciados e outros programas p re v i s t o s t e n h a m a n d a m e n t o mais ágil a partir de agora. O maior temor, no entanto, é o de que o governo federal não consiga melhorar o desempenho da economia brasileira e se repita em 2013 o mesmo PIB de cerca de 1% em 2012, menor entre os países emergentes e um dos piores da América Latina. Mesmo a economia mineira tendo reagido melhor aos efeitos da crise financeira internacional, os estragos foram inevitáveis. “Não há dúvida de que o crescimento econômico aquém do previsto prejudica a economia dos estados, que têm como base das suas receitas o ICMS, tributo fundamentalmente alicerçado na atividade econômica”, afirma o governador. Quando há redução da atividade econômica, cai o valor do ICMS. “Naturalmente, nós temos dificuldade em manter o nosso quadro de investimentos e custeio. Por outro lado, a redução do PIB significa um peso não só nas contas, como também na redução da capacidade brasileira de gerar empregos e riqueza. Isso é terrível e foi uma notícia muito ruim em 2012. Vamos trabalhar e torcer para que 2013 seja melhor.” Me s m o c o m o c e n á r i o n a cional e internacional pouco 53 E CO N O M IA animador, o desempenho da economia mineira tem superado a média nacional. “De acordo com o IBGE, a nossa participação no PIB brasileiro foi a melhor, mais que todos os outros estados, colocando Minas Gerais em uma posição de destaque no cenário econômico”, diz. O estudo do IBGE apontou que Minas teve o maior crescimento do PIB da região Sudeste. Esse resultado, no entanto, não se deu da noite para o dia. O equilíbrio das contas, a cobrança por melhores resultados, o aperfeiçoamento da máquina administrativa e a criação de condições adequadas para o estado se desenvolver e atrair novas empresas são considerados fundamentais nesse processo. Para o senador Aécio Neves (PSDB), o choque de gestão, adotado no início do seu governo, em 2003, com a realização de uma ampla reforma na máquina administrativa “tem sido determinante para que a economia mineira se destaque no país, criando um ambiente seguro para mais investimentos e desenvolvimento. O rigor no planejamento e a ousadia nos investimentos em infraestrutura e nas parcerias com a iniciativa privada, somados à prioridade dada às áreas sociais”. Para o senador, que tem o governo de Minas como o seu maior Fotos: Divulgação O choque de gestão tem sido determinante para que a economia mineira se destaque no país, criando um ambiente seguro” trunfo para se apresentar como um bom administrador para a população brasileira, em uma eventual disputa à Presidência da República, não há dúvida de que “com a condução firme do governador Anastasia, que vem aprofundando as boas práticas de gestão pública, Minas continuará avançando”. Aécio Neves ORÇAMENTO DO ESTADO 2013 R$ 68,1 bilhões Investimentos gerais R$ 5,3 bilhões Investimentos das estatais (Cemig, Gasmig, Codemig e BDMG) R$ 6,6 bilhões Empréstimos aprovados 54 R$ 2,5 bilhões ( crescimento de 817% em relação a 2012) VIVER Janeiro 18 - 2013 O desempenho da economia mineira, desde a implantação do choque de gestão, acabou despertando o interesse do Banco Mundial, que não só reconhece o resultado desse trabalho na administração pública no estado, como indica o método mineiro de gestão para países que buscam o socorro da instituição. Atendendo ao convite da direção do banco, o gover nador Antonio Anastasia esteve recentemente em Washington, onde fez palestra para autoridades da Rússia sobre o trabalho desenvolvido no estado e os resultados obtidos na área de gestão, dos programas para erradicação da pobreza, desenvolvimento da economia e atração de novos investimentos ao estado. Também chamam a atenção alguns programas desenvolvidos nas áreas de planejamento e gestão, desenvolvimento social e econômico, saúde, meio ambiente, ciência, tecnologia, agropecuária e defesa social. Além disso, a ONU, a Universidade de Oxford, da Inglaterra, e o Banco Interamericano de De- senvolvimento consideram Minas Gerais uma fonte de experiências inspiradoras para subsidiar programas de combate à pobreza e ações voltadas ao planejamento e à gestão pública. Minas é hoje referência internacional em vários segmentos e tem servido de modelo nos Estados Unidos, Filipinas, Colômbia, Moçambique, França, Bolívia, Canadá, Angola e a Austrália. Os interesses vão desde o método e gestão aos processos licitatórios internacionais praticados no estado, segundo a secretária Renata Vilhena. “O modelo adotado em Minas chama a atenção pelo pioneirismo, eficiência, bom desempenho e resultados concretos”, diz. To d a s a s a t i v i d a d e s das secretarias, empresas, autarquias e fundações ligadas ao estado trabalham com metas, em acordos de resultados, que são negociadas entre os servidores e suas equipes, das equipes com os secretários de es- tado e levadas ao governador Antonio Anastasia, que acompanha de perto o desempenho de cada setor. Para Vilhena, esse monitoramento permite uma eficiência maior no cumprimento das ações traçadas para cada setor e corrigir os rumos se houver o comprometimento ou atraso em alguma meta alcançada. Esse rígido controle da máquina pública e das contas permitiu que, apesar do tempo de c r i s e, o g ov e r n o c o n s e g u i s s e cumprir 87% orçamento aprovado, mesmo com a queda na arrecadação do ICMS. O modelo adotado em Minas chama a atenção pelo pioneirismo, eficiência, bom desempenho e resultados concretos” Renata Vilhena VIVER Janeiro 18 - 2013 55 M I NAS G E RAI S I NVESTI M E NTO O que virá? Estado fica em 3º lugar na atração de empresas estrangeiras e trabalha para a instalação de indústrias na área de defesa e tecnologia SUELI COTTA S e depender do governador Antonio Anastasia e de sua equipe econômica, otimismo é o que não falta para que Minas Gerais continue chamando a atenção. Mesmo não acreditando que haverá crescimento do PIB de 5% como prevê o governo federal, a expectativa do governador é a de que o índice chegue de 3 a 3,5% . Em 2012, a economia mineira cresceu acima da média nacional e continuou atraindo investimentos, mesmo com a crise econômica mundial. Minas Gerais foi o estado brasileiro que mais chamou a atenção de empresas estrangeiros, à frente de Rio de Janeiro e São Paulo. Foram assinados 158 protocolos de intenções para investimentos em diversos setores, que somam 17,4 bilhões de reais, com a criação de 66.379 empregos (26.821 diretos e 39.558 indi56 Pedro Vilela DOROTHEA WERNECK: “Começamos 2013 com o pé direito, teremos notícias boas” retos), entre os meses de janeiro e novembro. “Nós temos notícias excelentes. A vinda da Six Semicondutores é o exemplo mais vistoso desse nosso esforço. A primeira empresa brasileira de semicondutores, que vai ser construída na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A diversificação da nossa indústria farmacêutica com a vinda da Bion, que voltará a fazer insulina no Brasil é outro exemplo”, diz o governador. Ele cita também a fábrica na área de serviços, como a da Ambev, em Uberlândia, e da Coca- Cola, em Itabirito, a Panasonic, em Extrema, a duplicação da Helibras, a vinda da indústria de locomotivas, a volta da GE em Contagem, a fábrica da Mercedes que estava desativada e volta a fazer caminhões. “Tudo isso é fruto desse esforço, que não é só do governo, é também VIVER Janeiro 18 - 2013 NOVAS EMPRESAS 26.821 empregos diretos Investimentos de Assinados 158 protocolos de intenções R$17,4 bilhões Criação de 66.379 empregos 39.558 empregos diretos PRIORIDADES: infraestrutura PROGRAMA CAMINHOS DE MINAS Prevê a pavimentação de 7.500 quilômetros em 230 estradas Q Investimento R$ 2 bilhões Iniciada execução de 1,7 mil quilômetros Q PROGRAMA ESTADUAL DE PAVIMENTAÇÃO DE ACESSOS RODOVIÁRIOS Inclui 154,4 quilômetros de 21 trechos rodoviários Q Investimento R$ 249 milhões Dos 225 trechos previstos no programa, 208 estão prontos Q Foram pavimentados 5.138 quilômetros de estradas Q Investimento R$ 3,76 bilhões PROGRAMA AEROPORTUÁRIO Investimento de R$ 235 milhões em 2013, Q para reforma, ampliação, modernização e adequação dos aeroportos Minas tem 93 aeroportos, 14 deles com aviação comercial regular QDe 2003 a 2012 foram investidos R$ 369 milhões em 23 aeroportos Q O que será feito Reforma nos aeroportos de Januária, Pirapora e Teófilo Otoni: R$ 24 milhões Licitação de obras em Itajubá, Patos de Minas, Governador Valadares, Almenara e Caxambu: R$ 117,6 milhões QLicitação de projetos executivos para a reforma e ampliação dos aeroportos em Pará de Minas, Serro, Três Corações e Poços de Caldas: R$ 42,3 milhões QLicitação de estudos de viabilidade e projetos executivos para reforma e ampliação dos aeroportos de Itambacuri, Muriaé e Pouso Alegre: R$ 43,2 milhões QAutorização para a aquisição de equipamentos para os aeroportos de Diamantina, Patos de Minas e São João del Rei: R$ 8,5 milhões Q Q VIVER Janeiro 18 - 2013 57 I N VE ST I M E NTO do empresariado e da sociedade mineira”, afirma Anastasia, que espera para este ano atrair ainda mais investimentos. Praticamente todos os dias o governador Antonio Anastasia checa os dados da economia mineira e cobra da secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, as metas estipuladas por ele. O estado trabalha para atrair, principalmente, as empresas voltadas para a tecnologia da informação e da indústria da defesa. “Os investimentos que a Iveco tem feito na área de defesa com a fabricação do veículo blindado Guarani e agora também o carro de bombeiros significam um perfil de economia nova no mercado”, diz. Estão na lista dos investimentos a nova unidade da Case New Holland, em Montes Claros, e a fábrica de plásticos da Mitsui, em Santa Vitória. Para a secretária Dorothea Werneck, todos estes indicadores demonstram que Minas Gerais está no caminho certo. “O ano de 2012 trouxe não só a multiplicidade de investimentos em todas as regiões, atingimos quase 18 milhões de reais.” Para 2013, diz que, apesar das dificuldades e dos desafios do governo federal, está otimista. “O estado se consolida em uma situação muito clara de que aqui as coisas acontecem. Começamos 2013 com o pé direito, teremos notícias boas durante o ano, de projetos que estão se consolidando e mais do que isto, Minas é um estado que tem governança, a presença do governador, os prêmios de liderança que recebe são os principais fatores de atração de investimentos para o estado.” Para manter o controle de todas as áreas, o secretário Extraordinário de Coordenação dos Investimentos, Fuad Noman, tra58 Wellington Pedro/Imprensa MG Minas vem fazendo desde o governo Aécio um grande programa de investimentos em todas as áreas” Fuad Noman balha com a prioridade definida pelas secretarias de estado. Mas frisa que os projetos são fruto de um planejamento consistente e bem definido, estudado ao longo de 10 anos. “Minas vem fazendo desde o governo Aécio um grande programa de investimentos em todas as áreas. A nossa dificuldade era ter o dinheiro para colocá-los em prática. Quando o governo pode buscar esses recursos, com os empréstimos, nós estamos indo em frente.” Dentre os projetos prioritários anunciados e que estão em execução, Noman cita o programa Caminhos de Minas, lançado no ano passado e que prevê a pavimentação de 7.500 quilômetros de estradas. “São 230 estradas fazendo a interligação com os municípios. A primeira parte do programa inclui 63 obras em 40 projetos.” Serão investidos neste projeto, pelo menos 2 bilhões de reais. O governador Antonio Anastasia também anunciou investimentos de 235 milhões de reais para melhoria da malha aeroportuária do estado, que prevê obras de ampliação, modernização, reforma e adequação dos aeroportos em Minas Gerais, para permitir o acesso aeroviário a todas as regiões do estado. O programa prevê intervenções em 93 aeroportos, 14 deles com aviação comercial regular. Para o governador, o Brasil clama por obras de infraestrutura e os investimentos do estado têm sido significativos. VIVER Janeiro 18 - 2013 LF/Mercado Somos o que construímos Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil industrial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores construtoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da responsabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos. www.paranasa.com.br M I NAS G E RAI S P R OJ ETOS Divulgação Obras à frente Codemig libera recursos para construção de prédio na Cidade Administrativa, estudo de terras em Araxá, mapeamento geológico no estado, centros de exposições e incremento do turismo 60 VIVER Janeiro 18 - 2013 Leo Drumond / Agência Nitro SUELI COTTA B oa parte do cronograma de obras definidas pelo governador Antonio Anastasia para os próximos dois anos será realizada com recursos da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerias (Codemig). A estatal foi responsável pelo investimento de 1,1 bilhão de reais na construção da Cidade Administrativa, a maior obra realizada pelo governo nos últimos anos. O complexo, que abriga a estrutura do estado, foi idealizado pelo ex-governador Aécio Neves e projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Inaugurada em março de 2010, a Cidade Administrativa está, inclusive, no cronograma de obras do governo para este ano. Serão realizadas intervenções complementares e construído o prédio de serviços. A Codemig também é responsável pela coordenação de projetos nas áreas de mineração, gás, exploração de novas jazidas minerais, cultura e turismo e nos programas rodoviários considerados prioritários pelo estado, como o Proacesso, Caminhos de Minas e ProMG. Além disso, atua em atividades que ajudam a gerar opor- CIDADE ADMINISTRATIVA em BH: investimento de 1,1 bilhão de reais tunidades para Minas, segundo o diretor de Mineração e Novos Negócios, Marcelo Nassif, responsável por vários projetos. O resultado desse trabalho pode ser observado em várias frentes. Na área de mineração, a Codemig mantém parceria com a CBMM e a Vale na produção de fosfato, em Araxá. As rochas fosfáticas são utilizadas como fertilizante, o calcário, para correção do solo, e os componentes, para nutrição animal. Além de produzir Divulgação TERRAS RARAS em Araxá: estudo impulsionado VIVER Janeiro 18 - 2013 novas receitas para o estado, Nassif lembra o fato de o trabalho estar a pleno vapor desde o ano passado. Esse investimento impulsionou o estudo nas chamadas terras raras de Araxá, que é o grupo de elementos químicos utilizados na fabricação de aparelhos eletrônicos encontrados atualmente na China e que estão presentes também na cidade. A extração do nióbio, metal que dá mais resistência ao aço, é abundante na região e corresponde a 75% de toda a produção mundial. A CBMM e a Codemig criaram a Comipa, para gerenciar as jazidas, e estão sendo investidos 250 milhões de reais para a produção de até 110 toneladas anuais de ferronióbio. Estimulada pela riqueza do solo mineiro, a estatal faz minucioso mapeamento de todas as suas riquezas naturais. O mapa geológico do estado vai concentrar informações da cartografia para facilitar a pesquisa mineral e o levantamento aerogeofísico, com dados em alta resolução do subsolo para serem utilizados por empresas do setor que tenham interesse em se instalar em Minas. “Nós investimos 3 milhões nas áreas potenciais, para novas pesquisas. Com isso, 61 P R OJ E TOS vai gerar risco menor para os investidores. A ideia é atrair novas oportunidades de investimentos e aumentar a competitividade, viabilizando bons negócios para Minas.” Outra aposta da Codemig está na produção de gás natural, em parceria com a Cemig e a iniciativa privada. A expectativa, segundo Nassif, é de que as grandes reservas identificadas em Morada Nova de Minas, na bacia do São Francisco, comecem a produzir em dois anos. Estudos indicam que gás natural encontrado na região pode chegar a 37 milhões de metros cúbicos por dia, em 10 anos. O que representa 7 milhões a mais do que o que o Brasil importa da Bolívia. Do gás para as pedras preciosas e semipreciosas, a Codemig também foca seus interesses e recursos na construção de um grande centro de exposições em Teófilo Otoni. A obra, de 25,8 milhões de reais, está praticamente concluída e deve ser entregue à população ainda no início do ano. O complexo contará com três auditórios, um deles com capacidade para 1,2 mil pessoas em eventos como congressos, palestras, apresentações musicais e teatrais. Os outros dois auditórios, constituídos de Wellington Pedro/Imprensa MG CASE NEW HOLLAND: nova unidade em Montes Claros módulos flexíveis, terão capacidade para acomodar, cada um, 400 pessoas, dependendo do porte do evento a ser realizado. Na outra ponta do estado, em São João del-Rei, será construído um grande centro de exposições, nos mesmos moldes, para alavancar a economia da região. O custo da obra está orçado em 30 milhões de reais. A área cultural também ganhará investimentos para a construção da Estação da Cultura Presidente ItaDivulgação CENTRO DE EXPOSIÇÕES, em Teófilo Otoni: três auditórios 62 mar Franco. O projeto está em fase de licitação e deve ser concluído até 2014. A ideia, de acordo com Marcelo Nassif, é criar um moderno espaço cultural com salas para exposições, estudo e conserto. O espaço cultural já está definido e será na área onde o Tribunal de Justiça de Minas Gerais pretendia construir a sua nova sede, no bairro Prado. Projetos para incrementar o turismo no estado também constam no cronograma de obras da Codemig. Estão incluídas as cidades de Araxá, Poços de Caldas, Caxambu, Lambari e Cambuquira, com revitalização do parque das águas, das termas e cassinos. Na área de desenvolvimento econômico, a Codemig trabalha para atrair novos empreendimentos para Minas Gerais, como a nova unidade da Case New Holland, em Montes Claros. “Nosso objetivo é criar os distritos industriais e levar o desenvolvimento para as regiões”, diz o diretor. Nessa lógica para a atração de novas empresas, segundo ele, os fornecedores também acabam se instalando no mesmo local, garantindo mais recursos e empregos de qualidade. VIVER Janeiro 18 - 2013 BIG M I NAS G E RAI S O B RAS Para acelerar Governo investe em programas rodoviários em Minas, na melhoria do Anel Rodoviário e na ampliação do metrô de Belo Horizonte SUELI COTTA A s limitações impostas pela legislação eleitoral e a crise financeira internacional inibiram o avanço de novos programas e investimentos em Minas em 2012. Alguns programas considerados prioritários foram mantidos com recursos do tesouro estadual, como é o caso dos 64 rodoviários. Entre 2011 e 2012, o governo investiu pelo menos 2,6 bilhões de reais em infraestrutura. Os projetos que mais receberam recursos foram o ProAcesso, com a liberação de 800 milhões de reais para a pavimentação dos acessos rodoviários, e o ProMG, que demandou 500 milhões para recuperação e manutenção das estradas sob a responsabilidade do governo do estado. A partir deste ano, com os empréstimos conseguidos pelo governo de Minas junto a organismos financeiros, a expectativa é a de ampliar os investimentos e os programas cha- VIVER Janeiro 18 - 2013 METRÔ DE BELO HORIZONTE, rodovia MG–050 e a alça sul que liga a capital a Nova Lima Fotos: Pedro Vilela mados estruturadores nas áreas de desenvolvimento social, saúde, educação, defesa social, infraestrutura e desenvolvimento econômico. No cronograma da Secretaria de Transportes e Obras Públicas para 2013 e 2014, estão assegurados 3,1 bilhões de reais para os principais programas rodoviários mantidos pelo governo, além da liberação de 285 milhões que serão usados na Parceria Público Privada (PPP) da MG–050. Serão realizadas obras de duplicação da estrada entre Itaúna e Divinópolis, conclusão do trecho em Mateus Leme, implantação de terceiras faixas, correção de traçado em diversos trechos, alargamento de pontes e serviços de manutenção rotineira e recuperação da rodovia. A Região Metropolitana de Belo Horizonte, em especial o Vetor Nor- te, também receberá boa parcela dos recursos previstos no orçamento do estado para este ano. Serão destinadas verbas para melhorar os acessos e criar condições para permitir o crescimento econômico da região, que sofre com as mudanças decorrentes da construção da Cidade Administrativa. A estrutura é pensada também para atender a demanda para a Copa das Confederações, evento que acontece neste ano e a Copa do Mundo de 2014. Para 2013 estão previstas obras nas avenidas Cristino Machado, implantação do plano emergencial no Anel Rodoviário, construção de terminais metropolitanos de integração do transporte coletivo e expansão da rede de metrô de BH. Estão assegurados 4 bilhões de reais para as intervenções. Entre 2011 e 2012, o estado investiu 150 milhões em obras nas avenidas Cristiano Machado, Pedro 1º, Antonio Abrahão Caram e Presidente Antônio Carlos. Serão destinados 416 milhões de reais para as obras de duplicação do trecho da rodovia LMG–800, do entroncamento da MG–424 até o aeroporto de Confins e para a revitalização da MG–424, desde o cruzamento com a MG–010 até o entroncamento com a LMG–800. No cronograma, também está previsto o acesso ao futuro centro de tecnologia e capacitação aeroespacial de Lagoa Santa e a construção do contorno norte de Lagoa Santa. Com a transferência da responsabilidade da obra do Anel Rodoviário do governo federal para o estadual, está sendo elaborado o projeto de engenharia para o seu melhoramento, com a adequação das vias e construção de novos viadutos. Até a ANEL RODOVIÁRIO, avenida Cristiano Machado, pista de ciclismo e Pedro 1º VIVER Janeiro 18 - 2013 65 O B RAS OBRAS NA AVENIDA Santos Dumont e Antônio Carlos execução das obras, será implantado um plano emergencial, que prevê a criação do serviço de atendimento integrado ao usuário com monitoramento permanente da via. Serão instalados painéis móveis de mensagem variável, além de câmeras, faixa exclusiva para veículos pesados, áreas de escape, melhorias na sinalização horizontal e telas antiofuscantes. Para colocar em execução essas medidas, o governo vai gastar 100 milhões de reais. Dentre as intervenções na capital para os eventos esportivos mundiais, o governo vai investir, até 2014, pelo menos 187 milhões nos terminais metropolitanos de integração do transporte público coletivo para melhorar os serviços. Sete terminais integram o sistema BRT, coordenado pela prefeitura. Para o projeto do metrô, conduzido pela empresa pública Metrominas, formado pela empresa Trem Metropolitano de Belo Horizonte S.A, pertencente ao governo de Minas, e prefeitura de Belo Horizonte e Contagem, estão assegurados 3,1 bilhões de reais. Desse total, 1 bilhão será repassado pelo governo federal, 750 milhões de financiamento a ser obtido pelo estado e restante do governo de Minas, prefeituras e iniciativa privada. O projeto do metrô prevê a expansão da linha atual (1) no sentido oeste até o bairro Novo Eldorado, em Contagem, além da implantação de duas novas que se conectarão à linha 1. A 2 será construída a partir da linha 1 entre as estações Calafate e Gameleira, seguindo também em direção à região do Barreiro. Para o entroncamento das duas linhas será erguida a estação Nova Suíça. A linha 3, subterrânea, será construída a partir do entroncamento com a linha 1 na estação Lagoinha, indo em direção à Savassi, passando pela praça Sete. Já está em fase de contratação a elaboração dos projetos básicos de engenharia das linhas 1, 2 e 3 do metrô. Também está disponível, via internet, a consulta pública para implantação da PPP para obras e operação do metrô de Belo Horizonte. Outro projeto, o da construção do rodoanel, passando pelos municí- pios de Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem, será construído com a participação da iniciativa privada. O governo de Minas tornou disponível, via internet, o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para que as empresas interessadas se manifestem, até o mês de março. Em outras frentes, o governo tem realizado intervenções nas encostas para minimizar os efeitos das chuvas em 18 municípios mais atingidos, com investimentos de até 792 milhões de reais. Também atua na expansão e melhoria da infraestrutura do estado nas áreas de saúde, educação, defesa social e equipamentos públicos. Em 2011 e 2012, foram concluídas 158 obras com 662 milhões de reais. Na infraestrutura da área da saúde são realizadas obras de construção, reforma e ampliação de unidades de assistência à saúde em todo o estado. Segundo dados do governo, entre 2011 e 2012 foram concluídas 20 unidades em 13 municípios, com investimentos de 80 milhões. Fotos: Pedro Vilela LINHA VERDE E estação do BRT na Pampulha (ao lado) 66 VIVER Janeiro 18 - 2013 ES PEC IAL T R AN S P O R T E MONOTRILHO NA DIANTEIRA NA CORRIDA PARA VER QUAL É O MELHOR MEIO DE TRANSPORTE PARA BH, O SISTEMA AINDA INÉDITO NO BRASIL LEVA VANTAGEM Fotos: Divulgação CLÁUDIA REZENDE O para e arranca de Belo Horizonte é um dos tormentos dos motoristas e dos usuários de transporte público da cidade já faz bem uns 10 anos. De microssolução em microssolução, até hoje a capital não teve obra ou interferência que desse, de verdade, um fim a esse movimento repetitivo e chato. Agora, a bola da vez é o BRT, o trânsito rápido de ônibus, que está sendo implantado em grandes corredores do Vetor Norte e da região Centro-Sul. Mas há dúvidas, e muitas, dos especialistas sobre a sua eficiência para BH. A aposta é de que será mais um paliativo. Na linha do que poderia ser feito para melhorar de vez o trânsito, a unanimidade é o metrô, o mais eficiente e de maior capacidade do mundo. Caro, na falta dele, a luz que aparece no fim do túnel vem do monotrilho, que, em vez da terra, usa o céu para transportar os passageiros. Não é só metaforicamente falando. A grande diferença entre metrô e monotrilho está na estrutura de cada um. Enquanto o metrô – o verdadeiro, e não o trem de superfície que existe em Belo Horizonte – utiliza os subterrâneos para não incomodar quem passa por cima, o monotrilho usa o ní68 vel de cima para não atrapalhar quem está embaixo. Explicando: os vagões do monotrilho circulam por estruturas suspensas, como se fossem passarelas, a cerca de 15 metros do solo. Geralmente, são instaladas nos canteiros centrais das avenidas, utilizando um corredor de dois metros de largura para isso. A discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada um dos grandes modais foi feita pelo engenheiro de produção Uarlem José de Faria Oliveira, em monografia de pós-gradua- ção pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ele criou um quadro comparativo em que analisou o BRT, o VLT (veículo leve sobre trilhos), o monotrilho e o metrô. O BRT é um sistema que utiliza pista exclusiva para ônibus. A plataforma de embarque é elevada, e os veículos só param nas estações. Os passageiros só acessam o coletivo com o tíquete pago. O VLT tem funcionamento semelhante ao do BRT, já que utiliza pista exclusiva e não concorre com os outros meios de transporte por um esVIVER Janeiro 18 - 2013 PERSPECTIVAS de estações de monotrilho em Belo Horizonte paço no trânsito. A grande diferença é que ele corre sobre trilhos, enquanto o BRT corre sobre pneus. Ou seja, no quadro do engenheiro, foram analisados três transportes sobre trilhos e um sobre rodas. A conclusão a que chegou e que pode ser confirmada pelo quadro é a de que o BRT, dos quatro, é o que tem menos vantagens. A única, aliás, apontada, é o custo de produção. Gasta de 15 milhões a 20 millhões de dólares por quilômetro construído. Por outro lado, o VLT custa de 20 milhões a 50 milhões de dólares o quilômetro, o monotrilho, de 40 milhões a 70 milhões de dólares, e o metrô, de 80 milhões a 120 milhões de dólares. Dos quatro modelos, o BRT é o que tem menor capacidade máxima de transporte – 10 mil a 30 mil passageiros por hora por sentido – e o metrô é o que tem mais – de 25 mil a 80 mil por hora por sentido. O VLT e o monotrilho quase empatam. O primeiro consegue levar de 10 mil a 40 mil passageiros por hora por sentido e o segundo, de 15 mil a 50 mil. Outros quesitos em que o BRT VIVER Janeiro 18 - 2013 perde é em ruído (elevado), conforto (menor, por causa de freadas e semáforos), capacidade de atrair usuários de carro de passeio (baixa) e emissão de carbono por passageiro (alta). Em interferência no trânsito, custo de desapropriação e interferência durante a construção, que são considerados altos no quadro, ele empata com o VLT. O monotrilho tem descrições melhores que os dois em todos os quesitos e perde para o metrô em interferência durante a construção. Por outro lado, ganha em ruído (menor) e custo de desapropriação. De acordo com Uarlem Oliveira, em geral, o sistema sobre trilhos é o ideal para linhas troncais – aquelas existentes em locais em que há grande demanda –, a partir de 10 mil a 15 mil passageiros por hora. As alimentadoras, que vão abastecer as troncais e que geralmente saem dos bairros para a estação, não precisam ser sobre trilhos, observa. “Para alimentadora, é ônibus mesmo. É o único que tem alta capilaridade. Não existe outro.” Segundo o pesquisador, a grande vantagem do monotrilho é ser mais barato que o metrô, podendo ter a mesma eficiência dele, com menor tempo de construção e sem a necessidade de cavar túneis. As peças para instalação do monotrilho podem ser pré-moldadas e montadas à noite, não interferindo no trânsito diurno, que costuma ser pesado. Não há desapropriação e não interfere em redes subterrâneas, como de esgoto. As principais críticas ao monotrilho são relacionadas à questão urbanística, pelo fato de ele ser instalado sobre corredores suspensos, similares a viadutos – mas que tem a vantagem de permitir ao passageiro ver a paisagem, completa –, à evacuação em caso de pane – há fabricantes que têm sistema parecido com o de avião (rampas infláveis) e outros que usam passarela de ligação entre os vagões de um sentido e de outro, para transferir os passageiros – e à capacidade, inferior à do metrô. Com relação ao BRT, Uarlem 69 E S P E C IA L T RAN S P O R T E Oliveira acredita que as análises feitas são superficiais. “É muito bom para cidades de médio porte e dependendo de como a cidade é construída, se tem avenidas largas que comportam.” Para Belo Horizonte, ele acredita que a solução BRT é paliativa e de curto prazo. “Daqui a 10 anos, vão estar pensando de novo em solução para o trânsito. Se gastassem mais agora, o problema estaria resolvido para os próximos cem anos”, sugere. Na opinião do pesquisador, o monotrilho atenderia bem a cidade, já prevendo o perfil dela no futuro. “Não é à toa que São Paulo está fazendo três linhas de monotrilho.” É consenso entre técnicos e acadêmicos que o ideal para qualquer cidade de grande porte é que existam vários modais se complementando e que um não é melhor que outro, já que cada um é adequado para um tipo de problema que se quer atacar. A ideia de criar monotrilho em Belo Horizonte ganhou defensores nos últimos dois anos, principalmente depois da iniciativa de São Paulo, de implantar 24,5 quilômetros do sistema, com capacidade para 48 mil passageiros por hora – a maior do mundo – e, também, diante da dificuldade relacionada à concretização do metrô por aqui – por falta de verba e de vontade política. Entre os que são a favor do modal, estão entidades de classe e empresariais, como a Sociedade Mineira de Engenheiros, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG) e a Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), além de acadêmicos das principais universidades de BH. Um dos que se manifestam a favor do monotrilho é o professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec, Márcio Aguiar, que coordena essa área na instituição. Segundo ele, toda a cidade deveria ter vários modais. No caso de Belo Horizonte que, no momento, possui apenas os ônibus e o trem de superfície e desenvolve o BRT, o professor acha 70 BRT X VLT X MONOTRILHO X METRÔ Velocidade Sistema Custo médio de Capacidade máxima Capacidade média implantação (mil passageiros/ mínima (mil (US$ mi/km) hora) passageiros/hora (km/h) BRT 15 a 40 10 a 30 2.000 25 a 60 VLT 20 a 50 10 a 40 2.000 25 a 40 Monotrilho 40 a 70 15 a 50 3.000 40 a 60 Metrô 80 a 120 25 a 80 10.000 40 a 90 Fonte: monografia “Comparação pública feita em Vitória – Proposta de implantação de sistema de transporte monotrilho na Região Metropolitana de Vitória”, de Uarlem José de Faria Oliveira, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) PROJETOS PARA BELO HORIZONTE LINHAS DESENVOLVIDAS PELA SME 1. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/Dom Pedro 2º/ Carlos Luz/Mineirão/UFMG /aeroporto da Pampulha/estação de Integração Pampulha/Dom Pedro 1º/MG–010/Cidade Administrativa/aeroporto de Confins 2. Avenida Nossa Senhora do Carmo/Barão Homem de Melo/Raja Gabaglia/ Contorno/ Nossa Senhora do Carmo/ramais de acesso à MG–030 (até o Serena Mall/Nova Lima e à alameda Vila da Serra) 3. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/Contorno/ Getúlio Vargas/Contorno 4. Avenida Amazonas (Belo Horizonte)/BR–381 (Contagem)/BR–381 (Betim) 5. Avenida Risoleta Neves (estação de integração São Gabriel)/avenida das Indústrias (Santa Luzia) 6. Lagoinha (estação de integração com a rodoviária e o metrô)/ Dom Pedro 2º (Vila São José)/avenidaTancredo Neves (Castelo) 7. Estação Eldorado (integração com o metrô)/avenida João César Oliveira (Contagem)/ramal Avenida Fonte: Luiz Otávio Silva Portela, engenheiro civil, membro da Comissão de Transportes da Sociedade Mineira de Engenheiros PROTÓTIPO do trem de São Paulo VIVER Janeiro 18 - 2013 Ruído (dB) Conforto Interferência no trânsito Custo em desapropriação Interferência durante a construção Capacidade de atrair usuário de carro 70 a 90 Menor (interferência de freadas e semáforos) Alta Elevado Elevada Baixa 60 a 80 Médio (interferência de semáforos e trânsito) Alta Elevado Elevada Média 60 a 80 Maior (para somente em estações, menor tempo Mínima Baixo Média Alta Mínima Médio Baixa Alta de trajeto e possibilidade de ver a paisagem) 75 a 100 Maior (para somente em estações, menor tempo de trajeto) Fotos: Divulgação MONOTRILHO DE SÃO PAULO O 1º do Brasil e o maior do mundo Extensão: 100 km QLinhas: 5 QCusto: 2,8 bilhões de reais para os primeiros 32 km QAltura: Entre 12 e 15 m QVelocidade mín.: 35 km/h QVelocidade máx: 80 km/h QCapacidade: 48 mil passageiros por hora por sentido QTrecho 1: Vila Prudente/São Mateus – 13 km QTrecho 2: São Mateus/Hospital Cidade Tiradentes – 11,5 km QFrota: 54 trens, com sete carros cada um QLargura do trem: 3,1 m QComprimento do trem: 85,3 m QAltura do piso ao teto: 2,1 m Q Fonte: Metrô SP VIVER Janeiro 18 - 2013 que há equívocos. Isso porque, diz, a cidade se inspira no modelo de Curitiba, que, a partir da década de 1960, começou a pensar o BRT. Depois disso, a cidade começou a ser planejada tendo o BRT em sua estrutura e, por isso, o sistema deu certo. No caso de Belo Horizonte, não ocorreria assim, já que a cidade está estruturada de uma forma e terá um sistema BRT adicionado a ela. Aguiar também acredita que o BRT, na capital mineira, terá boa fluência no percurso, mas vai encontrar problemas nas pontas, ou seja, nas estações de embarque e desembarque, já que haverá acúmulo de carros para um espaço limitado. O mesmo problema ele vislumbra para o túnel da Lagoinha, na avenida Cristiano Machado. Com relação aos modais sobre trilhos, o professor defende que não se pode considerar o existente em Belo Horizonte como metrô, porque um dos princípios do modal é ser segregado dos demais meios e buscar a demanda onde ela estiver, o que não ocorre. Ele ressalta, como outros especialistas, que o metrô é o melhor sistema, mas é caro, demanda mais tempo e é difícil de ser construído. “Até para calcular orçamento é difícil, porque você tem de escavar o subterrâneo e não sabe o que pode encontrar, como aconteceu em São Paulo (quando houve deslizamento de terra na construção da linha 4).” Os cálculos dos especialistas são de que um quilômetro de metrô leve um ano para ser construído, enquanto, no caso do monotrilho, é possível fazer cinco quilômetros em um ano. Segundo Márcio Aguiar, o monotrilho é o mais adequado, por exigir pouca desapropriação, ter custo de um terço do metrô, ser rápido, segregado, silencioso, ter maior capacidade de rampa que o metrô – mais de acordo com o relevo de Belo Horizonte – e exigir menor área para fazer curvas. Para o engenheiro civil Luiz Otávio Silva Portela, membro da Comissão de Transportes da SME, existem dois tipos de solução para o transporte 71 E S P E C IA L T RAN S P O R T E de massa da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que seriam abaixo ou acima do chão. Ele não considera a possibilidade no nível do chão, caso do BRT e do VLT, porque, na opinião dele, não há mais espaço para isso na região e o alargamento das vias é difícil devido ao alto valor que deveria ser empenhado em desapropriação, dos prejuízos sociais e econômicos e do elevado tempo que esse processo demanda. As alternativas no chão têm, ainda, o problema da poluição ambiental, fator “que tem sido esquecido pelas autoridades”, acrescenta. A solução debaixo do chão, ou seja o metrô, teria os problemas de custo e de tempo e, ainda, o de construção. “No caso de Belo Horizonte, com relevo montanhoso, metrô subterrâneo implicaria estações bastante profundas, o que seria também um fator de acréscimo de custo e de prazo”, diz o engenheiro. Como o modelo acima do chão, o monotrilho é elétrico, não há aumento de poluição sonora e atmosférica. O BRT tem motor a combustão e, por isso, não é alternativa que vá poupar o meio ambiente. E, quanto à crítica que pesa contra o modal, de poluição visual, Luiz Otávio considera que ela é menor que a de rampas de viadutos, por serem estreitas. Além disso, o visual moderno do monotrilho é ponto a favor, na opinião de Luiz Otávio. No quesito tempo de implantação, o engenheiro chama a atenção para o fato de que o BRT ou o VLT, das soluções acima do chão – já que ele também poderia ser pensado em nível acima, se instalado em viadutos –, é o mais demorado, devido ao processo de desapropriação de imóveis comerciais e residenciais. Outro ponto favorável ao monotrilho, conforme o membro da SME, é a forma de operação. Ele dispensa operador, por ser totalmente automático e computadorizado. Por outro lado, o VLT exige operador e o BRT, motorista. Além disso, o 72 Divulgação OBRAS DO monotrilho em São Paulo monotrilho teria mais capacidade que o BRT – até 550 passageiros por composição, com quatro vagões cada, contra 160 passageiros por composição de BRT. Luis Otávio lamenta que as autoridades de BH não queiram “acreditar na capacidade de transporte do monotrilho. A solução acima do chão com o modal monotrilho é a mais interessante, conveniente e factível de utilizar para o transporte de massa, devidamente integrada aos demais modais já existentes.” O presidente da organização não governamental SOS Mobilidade, José Aparecido Ribeiro, que é também assessor de mobilidade da ACMinas, conta que, antes de defender a causa monotrilho, membros da associação foram a São Paulo para conhecer melhor o sistema. “Achamos que é o mais viável para Belo Horizonte, pelo custo, rapidez e demanda da cidade”, diz. Segundo ele, existe a tendência de se achar que o metrô é melhor, mas, devido ao alto custo e ao tempo elevado de construção, acaba não sendo. E há outro fator, conforme José Aparecido, que é o de ele, às vezes, ser muito para a demanda da cidade. Um metrô é capaz de transportar 200 mil passageiros, por hora, por exemplo, mas poucas cidades têm essa demanda nos horários fora de pico. Na opinião dele, o monotrilho de- veria ser a segunda opção de modal. O VLT só deveria ser pensado para regiões planas, como a da Pampulha, e em que é possível interligar muitos bairros por um ponto centralizador. E tem o problema de ocupar uma faixa de rolamento, apesar de ser para colocação de vagões com mais capacidade de transporte que o BRT, que também ocupa uma faixa, mas transporta menos pessoas. “Consome um espaço que a cidade não tem”, afirma. O metrô tem o problema do custo e do tempo de construção. Além disso, ele acredita que a viabilização do metrô em BH passa pelas empresas de transporte de ônibus, que têm a concessão de uso do sistema e fariam resistência à implantação de um meio diferente. A BHTrans informou que não considera o monotrilho como a prioridade no atual plano de mobilidade do governo, por não se tratar de um meio de transporte de alta capacidade (em relação ao BRT e metrô), embora não o descarte como mais um modal. Segundo o órgão, o enfoque é na conclusão do BRT nos corredores da Antônio Carlos, da Cristiano Machado, da Pedro 2º, da Amazonas e da área central, integrando-o ao projeto de expansão do metrô, que será a principal modalidade de transporte da cidade, conforme a BHTrans. VIVER Janeiro 18 - 2013 Arnaldo Niskier Royalties para a educação O que se deve louvar, no veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo 3º da Lei de Royalties, é a sua coerência democrática. Respeitou direitos adquiridos em contratos anteriormente assinados. Com isso, os poços do pré-sal já licitados, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em São Paulo, os maiores produtores brasileiros, renderão para os seus municípios, sem quebra de continuidade. Outra decisão relevante foi a de tornar exclusiva da educação a renda futura dos poços a serem licitados. Serão bilhões de reais de reforço ao caixa de municípios combalidos, sem condições de oferecer uma educação de qualidade. Temos problemas de sobra no ensino público nacional, a merecer esse ponderável reforço. A questão que se coloca, agora, é a da competência para investir (e não gastar) adequadamente. Os recursos do óleo e do gás são finitos e se não aproveitarmos essa última oportunidade, francamente, estaremos trilhando o caminho errado quanto ao futuro. O que se reivindica do setor é um revolucionário projeto de capacitação gerencial, cursos de alta gestão, a serem proporcionados por instituições universitárias reconhecidas. Além de 100% dos royalties, 50% de todo o rendimento do fundo social a ser constituído irão para a educação, num aporte histórico. Se não aproveitarmos essa oportunidade, seguramente, em nossa geração, não haverá outra. Os recursos serão somados ao mínimo constitucional existente (18% do orçamento da União e 25% dos orçamentos de estados e de municípios), corrigindo uma distorção VIVER Janeiro 18 - 2013 do esperado Plano Nacional de Educação, que não previu de onde sairiam os recursos para os seus inúmeros projetos de desenvolvimento. Estamos falando da partiha de 400 bilhões de reais, o que não é pouco. O governo precisa continuar a fazer a sua parte, nesse complicado panorama de competividade internacional. Resolvida a questão dos recursos financeiros e partindo do pressuposto de que serão bem aplicados, voltam-se nossas atenções para a escorchante política de tributos. Estamos na liderança mundial, com quase 40% de uma cobrança incompreensível. Já não seria o momento de diminuir progressivamente os tributos que oneram as folhas de salários? Nossa economia pede uma injeção de ânimo no espírito dos empresários brasileiros, que devem investir mais e criar empregos palatáveis aos nossos jovens. Para se ter uma ideia clara da situação encontrada, o Brasil é 43% mais caro do que os Estados Unidos, em relação a esses elementos de entropia sistêmica. Não se pode, pois, estranhar que as taxas de investimentos estejam em queda e o país sofra com a perspectiva oficial de um pibizinho, o que é profundamente lamentável. Retrocesso puro. O pretexto de resolver de vez o gargalo financeiro da educação deve ser acompanhado de outras providências oficiais, para que possamos ter um crescimento autossustentado. Boa gestão não é isso? Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, presidente do CIEE/ Rio e ex-diretor de jornalismo das Empresas Bloch 73 E M P R E SA Atuação ampla Leo Fontes RICARDO JÚDICE, Francisco Caram e Luiz Rodrigues: multinegócios Neoplan aprova 218 projetos por ano pela lei de incentivo, realiza salão internacional de esportes e desenvolve o Afródromo MIRIAM GOMES CHALFIN C onseguir a aprovação de projeto pela lei de incentivo não é tarefa fácil. Imagina, então, a média de 218 por ano. Impossível? Não para o grupo mineiro Neoplan, que obteve a aprovação de nada menos que 3.500 projetos em 16 anos de atuação. “Atingimos esse número no fim de 2011. Foi um recorde nacional, o que é motivo de orgulho e 74 acabou transformando a empresa em referência no país”, diz o diretor de Novos Negócios, Ricardo Júdice. Segundo ele, a ideia de trabalhar nesse segmento, principalmente em nível federal, partiu do atual presidente Francisco Caram, que vislumbrou uma grande oportunidade de negócio. “Desenvolvemos os planos para pessoas físicas e jurídicas, em todas as etapas: elaboração, aprovação, captação de recursos e prestação de contas.” A expertise no segmento acabou abrindo nova porta para a Neoplan: a realização de eventos culturais, esportivos e educacionais. “Começamos trabalhando com feiras, exposições e circuitos culturais, e isso se transformou em um negócio muito VIVER Janeiro 18 - 2013 maior. Em 2012, começamos a atuar em eventos de maior porte, principalmente aproveitando as arenas que serão usadas na Copa do Mundo”, explica Júdice. Neste ano, por exemplo, o grupo vai trazer ao Brasil o Campeonato Mundial de Freestyle Motocross. Já estão agendadas as etapas de Porto Alegre e de Salvador. Vale ressaltar que essas apresentações serão inéditas em solo nacional. Consultoria é outro viés de atuação. Aqui são atendidos clientes como empresas, secretarias, prefeituras, institutos e federações. “Muitos não conhecem a fundo a lei de incentivo. Juntando o know how de quem planeja projetos e realiza eventos, oferecemos aquilo que melhor convém ao cliente, considerando sua realidade financeira e o público que quer atingir. Às vezes, a empresa nem sabe que pode utilizar recursos do Imposto de Renda, para projetos em nível federal, do ICMS (estadual) e do ISS (municipal). Temos amplo cardápio de serviços a oferecer, ou podemos construir um novo a quatro mãos”, explica Ricardo Júdice. Um dos diferenciais é que o grupo mantém contato direto com investidores, fazendo a intermediação de negócios. Outro ramo que também é sucesso na Neoplan é a linha editorial. A empresa faz livros sobre temáticas variadas, como turismo mineiro e brasileiro, gastronomia, arquitetura, moda e biografias de personalidades. Aqui, além de uma rigorosa pesquisa, é feita também a busca de patrocínio. O livro Tendências, por exemplo, reúne obras de paisagistas, decoradores, arquitetos e designers mineiros que quiseram fazer parte do projeto e contaram com verbas provenientes de patrocínio e de anunciantes. Depois dessa publicação, vieram outras sobre gastronomia, moda e hotelaria. “Isso tudo está transformando a Neoplan em um escritório de multinegócios.” Segundo o diretor, a ideia VIVER Janeiro 18 - 2013 RAIO X Um pouco mais sobre a Neoplan Cerca de Projetos aprovados clientes ativos (número atingido em 2011) 400 Q Q 3.500 Fundação: 1996 Atuação: em todo o Brasil e no exterior (a partir de parceria com o escritório Décima Colina, de Portugal) PRINCIPAIS SERVIÇOS: Q Desenvolvimento e gerenciamento personalizado de projetos culturais, esportivos, sociais, turísticos e ambientais QBusca de investidores e patrocinadores para projetos nacionais e internacionais QServiço financeiro e contábil para projetos incentivados QRealização de eventos próprios e consultorias a empresas de todos os setores e órgãos governamentais EMPRESAS DO GRUPO: Q Instituto Sociocultural e Ecológico do Brasil (Iscebra): pesquisa, consultoria e elaboração de projetos sociais, culturais e ecológicos Q Associação de Desenvolvimento de Projetos (ADP): focada nas leis de incentivo à cultura e ao esporte Centro de Educação, Capacitação e Apoio a Projetos (Cecap): instituto de capacitação profissional, educacional e empreendedorismo Q Neo Editorial: elaboração e produção de livros, guias e catálogos de caráter artístico e cultural Q é “difundir o conceito de marketing global, de desenvolvimento de várias plataformas de mídia, de projetos com a marca da sustentabilidade, de negócios múltiplos”. Com a diversificação, o grupo vem mantendo, nos últimos cinco anos, média de crescimento anual entre 10% e 20% – levando em conta indicadores como número de projetos e de clientes e faturamento. Em 2012, o percentual foi de 15%. Para este ano, a meta é continuar no mesmo ritmo. “O grande desafio é manter o recorde nacional de projetos aprovados.” Para 2013, além das etapas do mundial de motocross, já está em desenvolvimento o Afródromo. Trata-se de um grande empreendimento de valorização da cultura afro e de revitalização da Cidade Baixa de Salvador, que começa no Carnaval deste ano. O cliente aqui é o artista Carlinhos Brown, que teve a ideia de criar um espaço alternativo para os desfiles. “A meta é engrandecer a cultura afro em todo o país nos próximos 20 anos. A Neoplan é a única empresa fora da Bahia contratada para participar desse projeto”, informa Júdice. Outro grande evento já marcado para este ano é o Intersports Brazil Hall, que vai acontecer de 7 a 10 de março, no Expominas, em BH. Será um salão de produtos esportivos e licenciamentos, com uma grande feira, congresso internacional de marketing esportivo, rodada de negócios e atrações esportivas e culturais. E tudo isso com atenção voltada também para a sustentabilidade. Segundo Ricardo Júdice, o evento terá um programa de compensação de emissões de gases poluentes. “É o primeiro evento nesse formato na América Latina, com expectativa de atrair 40 mil visitantes”, afirma o diretor, que comemora a carteira com mais de 400 clientes ativos, em todo o país e nos mais variados segmentos. Entre eles o Instituto Ayrton Senna, com exclusividade dos projetos incentivados pela organização em todo o Brasil. Ricardo Júdice também destaca nomes como banco BMG, mineradora Kinross, Grupo Orguel, pugilista Popó e Sport Club Internacional de Porto Alegre. 75 M E R CA D O I M O B I L IÁR I O Foco no luxo Algarve se especializa na construção de casas, desde a terraplenagem até o auxílio na decoração, cresce de 10% a 15% e entra em sintonia com o desenvolvimento sustentável MIRIAM GOMES CHALFIN T ransformar uma ideia em concreto, literalmente. Foi construindo sonhos que a Algarve Engenharia fez sua história – ou melhor, faz há 20 anos. “Eu e um amigo trabalhávamos numa grande construtora, que fazia obras industriais, de saneamento e de acabamento. Vimos nesta última um nicho de mercado e resolvemos nos arriscar. Montamos a Algarve para construir casas de alto luxo diretamente para o consumidor final”, lembra o dire76 tor Fernando Augusto Lemos Viegas, 46 anos. O maior desafio foi conquistar os clientes. “A empresa era recém-formada, nós, jovens, tínhamos que mostrar competência, passar credibilidade”, diz ele que, quando ainda era estudante de engenharia, não imaginava que teria sua própria construtora. As primeiras obras foram pequenos anexos em edificações já existentes. Até que um jurista e a esposa acreditaram na dupla e co- locaram nas mãos dela o projeto da casa dos sonhos, no condomínio Canto das Águas, em Rio Acima, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A construção abriu as portas para novos projetos, inicialmente no mesmo local. A partir daí, a Algarve ampliou a atuação, erguendo imóveis personalizados em diversos condomínios próximos de BH, como Alphaville, Vale dos Cristais, Morro do Chapéu e vilas Castela e Alpina. De lá para cá, foram nada VIVER Janeiro 18 - 2013 Fotos: Gustavo Xavier LAZER E ACONCHEGO em Casa Branca, na Grande BH, e na sede de fazenda em Pirapora (dir.) Pedro Vilela ALGARVE Raio X da empresa Entrou no mercado em junho de 1992 Ramo da engenharia: construção de casas de alto luxo diretamente para o consumidor final Atuação: Belo Horizonte, municípios da Grande BH e interior de Minas (cidades como Conselheiro Lafaiete e Pirapora) Número de funcionários: 70 diretos Obras concluídas: cerca de 150 Obras em 2012: 10 em execução Expectativa de crescimento em 2012: de 10% a 15% VIVER Janeiro 18 - 2013 FERNANDO VIEGAS: “Trabalho com os pés no chão” menos que 150 casas. Somente em 2012, a Algarve soma 10 construções. Para este ano, já estão engatadas pelo menos mais quatro novas casas. Em geral, as obras demoram de um ano e meio a dois para serem concluídas. “A empresa faz desde a terraplenagem até auxiliar na decoração, que tem ligação direta com a arquitetura e a execução civil. O planejamento inclui os projetos de marcenaria, iluminação e automação, por exemplo”, explica Viegas. Apesar da oscilação do mercado da construção civil, o empresário estima crescer de 10% a 15% no ano passado, em relação a 2011. “Trabalho com os pés no chão, para dar atenção de perto aos clientes e cumprir prazos.” Segundo Viegas, o nicho em que atua é muito particular porque lida com a execução de um sonho. “A pessoa que quer morar em uma casa sempre sonhou com isso. Em geral, é um imóvel definitivo, e não uma forma de investimento só para ter lucro depois. Por isso, é tudo muito personalizado”, comenta o diretor. Ele lembra que a Algarve está em sintonia com o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, os projetos priorizam a iluminação natural e o reaproveitamento da água de chuva e de resíduos, além da utilização de materiais ecologicamente corretos. O segredo do sucesso? O foco. “Quando você foca em alguma coisa, tem mais chance de ser melhor no que faz e, consequentemente, de se diferenciar no mercado.” A receita não para de dar certo: “A conquista de que mais me orgulho é ter credibilidade, é ouvir pessoas falando bem da empresa”. 77 VIVER FASHION NAS MELHORES BANCAS. UM PRODUTO TUDO SOBRE MODA, COMPORTAMENTO E TENDÊNCIAS. O MELHOR DAS PASSARELAS PASSA POR AQUI. ASSINE: 31 4063-8156 | 11 3512-9472 VBCOMUNICACAO.COM.BR M BDMG Banco comemora 50 anos cada vez mais comprometido com o desenvolvimento de Minas e tem o desafio de ser ousado e criativo Entrevista Matheus Cotta de Carvalho Presidente do BDMG diz que banco comemora 50 anos cada vez mais comprometido com o desenvolvimento e ciente de que está em um mercado muito competitivo Ousado e criativo 80 VIVER Janeiro 18 - 2013 TEREZINHA MOREIRA O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) está cheio de motivos para comemorar seus 50 anos. A instituição financeira chegou ao fim de 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos, 11% a mais que o 1,35 bilhão de 2011. Os desembolsos para micro e pequenas empresas com faturamento de até 10 milhões de reais cresceram 56%, passando de 208 milhões de 2011 para 325 milhões em 2012. No caso das médias e grandes empresas, o aumento ficou em 5%, subindo de 909 milhões de reais em 2011 para 954 milhões no ano passado. A carteira total de operações chegou a 5,5 bilhões de reais, 13% acima dos 4,9 bilhões do ano passado. O patrimônio líquido do banco encerrou o ano em 1,4 bilhão de reais contra 1,15 bilhão do ano anterior. Crescimento de 24%. O BDMG financia empresas privadas e municípios. De 2007 até 2012, foram atendidos mais de 400 municípios, que tomaram 770 milhões de reais em desembolso. AViver Brasil conversou com o presidente da instituição, Matheus Cotta de Carvalho, que falou sobre o banco, seus resultados e projetos para este ano. Confira. Ao longo dos 50 anos, o BDMG contribuiu muito para o desenvolvimento de empresas mineiras e do estado como um todo. Como se dá a atuação do banco hoje? Eu diria que hoje o BDMG tem participação fundamental no apoio ao desenvolvimento da infraestrutura, principalmente dos municípios mineiros e também por meio da estruturação de projetos que permitem o desenvolvimento de uma estrutura mais contemporânea no estado de Minas Gerais, de VIVER Janeiro 18 - 2013 acordo com as necessidades de sua economia. Isso é condição fundamental para que possamos ter um ciclo de desenvolvimento futuro compatível com o que imaginamos ser o necessário. O banco, portanto, se prepara para suportar esse processo, apoiando diretamente os municípios, por meio de financiamentos, e também as empresas mineiras, o próprio Fotos: Pedro Vilela “É necessário que um banco de desenvolvimento se caracterize e desenvolva um conjunto de instrumentos para apoiar as empresas que queiram inovar e o BDMG tem feito isso” estado e o setor privado, por meio de projetos que possibilitem o trabalho conjunto do setor público com o privado nesta agenda de desenvolvimento da infraestrutura. Essa é uma das dimensões com que podemos contribuir nessa nova agenda do desenvolvimento econômico. Há algum trabalho específico para incentivar o investimento em inovação em MG? A inovação é fundamental no ciclo do desenvolvimento, que é a economia do conhecimento. A inovação é o grande elemento diferenciador das economias bem-sucedidas das que não são tão bem-sucedidas. Portanto, é necessário que um banco de desenvolvimento se caracterize e desenvolva um conjunto de instrumentos para apoiar as empresas que queiram inovar, e o BDMG tem feito isso. Já desenvolveu linhas de crédito em parceria com a Fapemig, concedendo crédito em condições excepcionais para as empresas que querem inovar, com taxas de juros baixas, de forma muito facilitada, com sistema de garantia bastante flexível. Tudo isso para facilitar para o empreendedor que quer inovar em Minas Gerais. Além disso, sempre aportamos recursos em fundos, que têm como objetivo apoiar start-ups, empresas que queiram desenvolver projetos de inovação, linha em que vamos continuar atuando firmemente. O BDMG tem alguma linha de crédito ou programa voltado para a micro e pequena empresa? Temos o firme interesse em continuar apoiando as micro e pequenas empresas. Isso, para nós, é muito importante, porque 81 E NT R EV I STA essas empresas normalmente têm dificuldade de acesso ao crédito. Então, o banco pode funcionar de uma maneira inovadora para atender suas necessidades. Lançamos neste ano o BDMG Web, uma plataforma informatizada que, juntamente com nosso call center e com todas as cooperativas de crédito e entidades empresariais que compõem a nossa rede de distribuição, pretende atuar em todo o estado, oferecendo crédito em condições bastante facilitadas para o micro e pequeno empreendedor. Tudo isto: infraestrutura, apoio aos municípios, à inovação, às micro e pequena empresas, se dando simultaneamente ao que é tradicional, ao que o banco tem feito com muita desenvoltura nos últimos anos, que é exatamente estar atento aos projetos estratégicos para o desenvolvimento de Minas Gerais, independentemente de tamanho, dando suporte e trabalhando em articulação com o Indi e com o governo do estado. Há alguma parceria no que se refere aos projetos estratégicos para o estado? Em 2012, tivemos dois bons exemplos. Um foi a Six Semicondutores, instalada em Minas Gerais. É uma empresa muito importante, em parceria com a IBM e a EBX, que permitirá que Minas saia na frente na produção desse insumo importante para a indústria de eletroeletrônico. Estamos agora finalizando o acerto para o apoio à Biomm, empresa que produz insulina, cujo segmento, o de biotecnologia, é muito importante e é considerado prioritário. É um investimento de vulto e permite apoiar uma empresa com potencial de inovação. Mas 82 Pedro Vilela “A gente sabe que, para que o estado possa desenvolver de forma mais harmônica, é fundamental que os municípios melhorem a infraestrutura que oferece aos empresários locais e a seus próprios cidadãos” essa é uma empresa grande e, neste sentido, o banco continua firme na sua pretensão de ser um elo entre os grandes empreendimentos do estado e o governo de Minas Gerais. Quais segmentos demandam mais financiamentos no BDMG? O banco ainda se caracteriza pelos investimentos, principalmente, nas empresas privadas, mas tem desenvolvido, nos últimos quatro anos, linha específica voltada para os municípios, o que já nos permite ter carteira de aproximadamente 800 milhões de reais. E a gente pretende continuar atuando nesse segmento. Em 2012, desembolsamos mais 200 milhões de reais para os municípios e já conseguimos alcançar um número superior a 400 municípios mineiros apoiados com recursos do BDMG e, para 2013, temos capital de mais 200 milhões de reais, que está sendo feito pelo nosso acionista, com recursos do BNDES, que serão aplicados integralmente nos municípios mineiros. A demanda maior dos municípios tem a ver com a queda na arrecadação em virtude da redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que os deixaram sem recursos para investimentos? Os municípios têm carência de recursos para investir. Normalmente, os recursos são dedicados ao pagamento das folhas salariais e ao custeio da máquina administrativa, sobrando pouco para investimentos. A gente sabe que, para que o estado possa se desenvolver de forma mais harmônica, é fundamental que os municípios melhorem a infraestrutura que oferece aos empresários locais e a seus próprios cidadãos. E, nesse sentido, a tarefa do banco é viabilizar e disponibilizar recursos para que os municípios possam, eles próprios, investir, ajudando o estado na tarefa de desenvolvimento da nossa infraestrutura econômica e social. VIVER Janeiro 18 - 2013 E NT R EV I STA Qual o montante financiado pelo BDMG em 2012? O banco desembolsou, em 2012, montante aproximado de 1,5 bilhão de reais. Em 2011, foi cerca de 1,350 bilhão. Pretendemos, nos próximos anos, continuar avançando no total desembolsado para chegar, ao fim de 2014, com aproximadamente 2 bilhões de desembolso/ano. Tudo isso para viabilizar o aumento da nossa carteira de financiamentos, que hoje gira em torno de 5,5 bilhões de reais. Queremos deixá-la próxima de 8 bilhões de reais, objetivando alcançar retorno na faixa de 7% a 8% sobre o patrimônio do banco. Para isso, temos de atuar de maneira mais agressiva no que se refere ao processo de alavancagem do banco, ou seja, a utilização de seu próprio patrimônio na obtenção de financiamentos, junto aos investidores, que possam nos financiar nesse objetivo de aumento de nosso desembolso anual e de nossa carteira. Tem algum segmento na iniciativa privada que demanda mais recursos? O BDMG não tem nenhum tipo de política voltada para desenvolvimento de apoios específicos a setores econômicos. A nossa intenção é ter apoio amplo e genérico junto à economia do estado, buscando projetos que possam ter impacto positivo na dinâmica do desenvolvimento do nosso estado, em particular, os projetos sustentáveis, que respeitem todos os requisitos de sustentabilidade, que hoje são condições quase indispensáveis ao desenvolvimento de um bom ambiente de negócios, e também os projetos com componentes de inovação, que são essenciais nessa nova economia, em que o conhecimento passa a ser a chave principal de uma 84 Pedro Vilela “O banco continuará comprometido com seu propósito de ser o banco de desenvolvimento do estado de Minas Gerais, um banco ousado, criativo, mas, ao mesmo tempo, ciente de que estamos em um mercado muito competitivo e é necessário atenção e cautela à sua operação” economia competitiva. O que esperar do BDMG em 2013? Há alguma proposta nova para este ano? Temos várias. O banco está permanentemente se reavaliando. Fazemos grande esforço de melhoria da nossa eficiência. Para isso, neste ano, faremos ajustes visando melhorar o atendimento ao nosso cliente, dando maior agilidade, desburocratizando o acesso ao banco. Isso é essencial para que o BDMG seja bemsucedido na tarefa de aumentar sua carteira. Se não formos capazes de atender nosso cliente de maneira cada vez mais adequada, dificilmente teremos sucesso nas estratégias amplas do banco. Essa, com certeza, será uma linha de desenvolvimento. O BDMG continuará, certamente, buscando boas fontes de recursos para sua própria operação no mercado interno e externo. Recentemente, o banco recebeu o reconhecimento e tornou-se Investiment Grade, portanto, agora, temos a possibilidade de ir ao mercado financeiro internacional e obter recursos a preços bastante competitivos e iremos, com certeza, explorar as várias possibilidades que o mercado internacional oferece, visando obter esses recursos para que possam ser aplicados no banco e, em última análise, no desenvolvimento da economia do estado. O que esperar do BDMG para os próximos 50 anos? O banco continuará comprometido com seu propósito de ser o banco de desenvolvimento do estado de Minas Gerais, um banco ousado, criativo, mas, ao mesmo tempo, ciente de que estamos em um mercado muito competitivo e é necessário atenção e cautela à sua operação. Mas um banco cada vez mais profissionalizado, cada vez mais focado na obtenção de retornos e resultados positivos para a economia do estado. VIVER Janeiro 18 - 2013 5 0 A N OS D O B D M G FÁBRICA DA HOLCIM: recursos do BDMG para ampliação da unidade Crédito ágil Com planos de dobrar carteira de clientes até 2014, BDMG apoia projetos inovadores e sustentáveis e prefeituras de todo o estado 86 VIVER Janeiro 18 - 2013 ELIANA FONSECA O primeiro passo para os próximos 50 anos já é uma realidade no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que em seu planejamento quer chegar a uma carteira de 25 mil clientes até 2014, o dobro da atual, com financiamento e apoio crescente para micro, pequenas, médias e grandes empresas, projetos inovadores e sustentáveis, e prefeituras de todo o estado. Com taxas de juros e tempo de financiamento considerados os melhores do mercado, somados à transparência nas relações de crédito, o BDMG tem agregado nos últimos anos, agilidade, parceria, diminuição da burocracia, tornando o crédito mais acessível, com uma equipe preparada para compreender o projeto e auxiliar cada cliente no que for preciso. O resultado são projetos tão diversos quanto essenciais para a economia do estado que incluem sonhos de micros e pequenos empresários até projetos de grande porte. A estratégia do BDMG é atender, com suas linhas de financiamento, a todos os segmentos do mercado. A gerente de divisão de produtos e inteligência competitiva do BDMG, Sarah Laine de Castro, destaca a Fotos: Divulgação ECOVEC recebeu apoio para implantação no BH-Tec A agilidade nesse momento é um dos maiores atrativos como a aprovação, de cadastro em até duas horas” Sarah Laine de Castro NOVO SOMMA: obras das prefeituras VIVER Janeiro 18 - 2013 agilidade no momento de financiamento e consequente implantação de projetos. “O banco faz a análise de crédito, sem exigir nenhum relacionamento prévio para poder financiar, sem exigir qualquer tipo de reciprocidade ou valor agregado”, diz a gerente. A agilidade, nesse momento, é um dos maiores atrativos como a aprovação de cadastro em até duas horas e liberação de crédito em até dois dias. No caso de projetos maiores, que demandam financiamentos de grande porte, o BDMG conta com uma equipe de 30 consultores pronta para analisar o plano de negócios da empresa e ajudar no roteiro de solicitação, estudando a viabilidade do projeto, o preenchimento da documentação. Há, também, uma linha de crédito especial, o programa Novo Somma, para as prefeituras mineiras, que contam com recursos para a modernização dos municípios e a melhoria da qualidade de vida da população mineira. Segundo Sarah Laine, o BDMG desenvolveu uma expertise sem concorrentes no mercado, capaz de auxiliar no roteiro da solicitação do financiamento, com prazos de até 15 anos e carência de três anos, além de questões complexas como legislação e toda a documentação necessária. Desde 2003, já foram liberados pelo BDMG cerca de 770 milhões de reais para cerca de 400 municípios e oito milhões de mineiros. No caso das micro e pequenas empresas, que têm faturamento de até 10,5 milhões, o BDMG liberou 325 milhões de reais este ano e, para as médias e grandes empresas, 954 milhões de reais. Em 2012, o volume de liberação de linhas de financiamento deve chegar a 1,5 bilhão de reais. Uma das empresas que contou com 87 5 0 AN OS D O B D M G Pedro Vilela ROBERTO BITTAR: parceria para criar produtos de inclusão social o apoio do BDMG foi a Holcim, para o projeto de ampliação de sua fábrica que investirá, no total, cerca de 1,4 bilhão, sendo 250 milhões financiados pelo BDMG. Essa unidade, que produz cimento tipo portland, ampliará sua capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas de cimento por ano para 3,6 milhões de toneladas/ano. Para o gerente do Departamento de Negócios I do BDMG, Ronaldo Amaral de Santana, a obra contribui com o desenvolvimento econômico não só da região Central, mas de todo o estado. Projetos inovadores e sustentáveis também estão no foco do banco que criou, no ano passado, a linha Pró-Inovação, que financia projetos de desenvolvimento ou implantação de inovação de produtos e serviços. O valor financiável é de até 2 milhões de reais e, atualmente, já foram liberados 30 milhões para 50 companhias. A empresa de biotecnologia Ecovec 88 recebeu apoio de 500 mil reais para a implantação, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), de um centro de prestação de serviços de diagnóstico por biologia molecular. O centro fará análises da presença viral no mosquito Aedes Aegypti por meio da tecnologia batizada de MI-Dengue. Esse sistema usa uma espécie de armadilha para gerar dados de localização do mosquito, informando quais as áreas que devem ser priorizadas no controle do Aedes. O uso do MI-Dengue possibilitou a diversos municípios diminuir a incidência dos casos da doença e, há estudos que comprovam a redução de até 50% das ocorrências. Há também projetos únicos no mercado como a PPV Informática, do empresário Roberto Bittar, que nasceu em 2002 para criar soluções de ensino de música via tecnologia da informação. Passou, em 2007, a criar teclados sonoros para defi- cientes, mas havia entraves para o projeto como a dificuldade em conquistar apoio financeiro, atrair indústrias para a produção em escola e comercializar os produtos diretamente para deficientes, sem intermediários. Em 2011, o BDMG entrou como parceiro do projeto e, a partir daí, Bittar pôde construir as matrizes para injeção e moldagem dos plásticos e borrachas, desenvolvendo softwares do microprocessador e os modelos das placas de circuito dos teclados. “Minas Gerais pode se tornar referência nacional e até mundial em produtos de tecnologia assistiva. Este seria o primeiro e fundamental passo para a inclusão social de fato, que viabilizaria o acesso à educação, ao lazer, ao mercado de produtos e serviços, ao emprego e renda e à comunicação das pessoas com deficiência”, ressalta Bittar. VIVER Janeiro 18 - 2013 BD MG BÉ M ITA DESENVOLVIMENTO Quem acredita em quem produz, investe. Acreditar em Minas Gerais é um dos pontos altos da parceria entre a Itambé e o BDMG, o banco que há 50 anos rende benefícios a milhões de mineiros. 5 0 A N OS D O B D M G O início Banco é idealizado por JK para impulsionar a industrialização do estado e fecha 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos ELIANA FONSECA E TEREZINHA MOREIRA A ideia nasceu bem antes da concretização da instituição. Foi em 1951, que o governador de Minas, Juscelino Kubitscheck, começou a idealizar o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) , ao desejar uma instituição estadual de investimento capaz de estimular a criação de indústrias de bens de consumo e produção. E também aproveitar a grande capacidade energética a ser criada em Minas Gerais para a construção de hidrelétricas. Em 1962, com a fundação do BDMG, essa proposta foi muito além – foi decisiva para a evolução da economia mineira. Cinquenta anos depois de sua criação, o BDMG fechou 2012 com 1,5 bilhão de reais em desembolsos e o desejo de que o próximo cinquentenário seja de ousadia e criatividade, com competitividade, sempre no foco que sonhou JK e que integrou toda a sua trajetória – o desenvolvimento da economia do estado. Para contar essa história, o presidente do BDMG, Matheus Cotta de Carvalho, lembra de programas essenciais como o de cafeicultura, que transformou Minas no maior produtor do país, o de desenvolvimento do cerrado, que foi modelo para a exploração racional do cerrado; e o Projeto Jaíba, concebido pelos governos estadual e federal LINHA DO TEMPO 1962 1963 1964 Fotos: Divulgação Fundação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Obregon de Carvalho foi o primeiro presidente 90 Criado o Departamento de Estudos e Planejamento para preparar estudos e capacitar o banco para a prestação de assistência financeira e técnicoempresarial Em abril o economista Paulo Camilo de Oliveira Penna assume a presidência do BDMG e inicia as operações de crédito. O primeiro financiamento foi para a indústria de artefatos Hércules. No primeiro ano, o banco aprovou 30 operações de crédito e movimentou 2 milhões de dólares VIVER Janeiro 18 - 2013 Indústria sustentável. Este é o nosso compromisso. O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável se constrói através da competitividade, da inovação e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo. É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador. É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços. Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que escolhemos para a nossa indústria. Um investimento da indústria 5 0 AN OS D O B D M G no Norte de Minas e que implantou mais de 60 mil hectares irrigados, com intensa participação do BDMG, que apoiou os produtores e empresas rurais que investiram na região. Foi graças ao apoio do banco que se concretizaram importantes vetores da economia de Minas como a implantação dos polos automobilístico, siderúrgico e da indústria mecânica pesada e também para a modernização de vários outros setores como frigorífico, laticínios, têxtil, curtume, cimenteiro, químico, fertilizantes, refloresta- 1965 mento, celulose e moveleiro Matheus Cotta de Carvalho observa que, nesses últimos 50 anos, o BDMG foi importante em três aspectos fundamentais para impulsionar a economia. O primeiro foi no processo de industrialização da economia do estado, quando teve um papel primordial. “Naquela época, o sistema financeiro ainda era muito precário, não tinha condição de dar suporte ao desenvolvimento da indústria em Minas.” O segundo momento foi no desenvolvimento da agroindústria 1967 1968 É fundada a Associação dos Funcionários do BDMG, com 68 trabalhadores Iniciado o Programa de Recuperação da Agroindústria Açucareira de Minas 1971 do estado, setor no qual o BDMG teve participação relevante, principalmente na expansão do cerrado como fronteira agrícola mineira e brasileira. Já no momento atual, segundo Carvalho, o BDMG renova o compromisso com a economia mineira e com setores produtivos do estado e também sua agenda de suporte ao desenvolvimento. “O BDMG mantém o seu compromisso e propósito de ser um instrumento propulsionador do desenvolvimento da economia mineira”, observa. 1972 1969 Firmada parceria com o BNDES e a UFMG para viabilizar a tecnologia de utilização do minério apatita, em Araxá, para produção de fertilizantes fosfatados Fotos: Divulgação Concluído o primeiro diagnóstico da economia mineira. O BDMG lidera a criação da Associação de Bancos de Desenvolvimento 1974 O BDMG apoia a criação do Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa Inaugurados o Palácio das Artes e a rodoviária de Belo Horizonte, obras que tiveram financiamento do BDMG 92 1975 O BDMG financiou 50% dos 44 projetos do Proálcool implantados em Minas Inaugurada a sede do BDMG em Belo Horizonte VIVER Janeiro 18 - 2013 5 0 AN OS D O B D M G 1976 Instituído o Plano de Modernização Gerencial, com estrutura funcional 1987 1977 1978 1979 Banco financia expansão das linhas de transmissão da Cemig para a usina de São Simão e projetos das usinas de Emborcação e Nova Ponte. Participa da constituição da Açominas Por meio de programas especiais, o BDMG estimula e financia a agricultura de cerrado, incorporando milhares de hectares ao agronegócio mineiro Financia a implantação da Brasmag em Bocaiúva, a única produtora de magnésio metálico e suas ligas no Hemisfério Sul. Banco amplia área de atuação e financia cerca de 50 projetos de hotéis 1988 1981 BDMG investe na RMBH ao financiar obras de infraestrutura como o viaduto da Lagoinha, trincheira da praça da Cemig e a execução da via Leste-Oeste 1989 BDMG apoia obras em 350 municípios mineiros Por meio do BDMG Cultural, participa da restauração do santuário do Caraça Criado o BDMG Cultural. Financiamento do Projeto Jaíba 1998 1990 Lançado o documento Economia Mineira – 1989: diagnósticos e perspectivas 1999 Criação do projeto Raio de Luz para formar crianças e adolescentes. Fundado o Instituto de Cidadania dos Funcionários do BDMG 2001 Criado o projeto Novo Somma para a modernização dos municípios mineiros. Lançado o Prêmio BDMG Instrumental, pelo BDMG Cutural, pioneiro do gênero Realização do 1º seminário Geraminas 94 VIVER Janeiro 18 - 2013 1982 Fotos: Divulgação 1983 1984 Inaugurado edifício anexo do BDMG em BH Coordena o IPO da Cia. Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira Banco assina convênio com a SLU 1992 Banco estimula e financia a mineirização da Fiat. Fornecedores mineiros da empresa italiana saltam de 25% para 75% em uma década. Criado o Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico com ênfase em tecnologia da informação VIVER Janeiro 18 - 2013 2003 2005 Instituída a linha de crédito Fundese Estrada Real Criação de programa especial para a modernização do setor de laticínios 2006 Investimento na nova planta industrial da Itambé 1993 1997 Implantação do programa de qualidade em desenvolvimento para aplicação da metodologia de gestão pela qualidade total nas ações do BDMG Ampliação do apoio a pequenas e microempresas. Início das transmissões do Jornal BDMG, pela Rede Minas 2008 2009 Governança corporativa com base na transparência, equidade, responsabilidade corporativa e prestação de contas. Convênio com o BID para aplicação de recursos no Programa de identificação de Projetos para o Desenvolvimento Sustentável de MG Patrimônio do BDMG supera R$ 1 bilhão. Pela primeira vez em sua história, o valor de recursos liberados ultrapassa esse montante 95 5 0 A N OS D O B D M G As mudanças Lembranças de quem participou da construção da bem-sucedida história do banco em Minas ANA ELIZABETH DINIZ O BDMG tem muita história para contar ao longo desse tempo em que o país e Minas atravessaram por momentos políticos e econômicos desafiadores. Para contar um pouco disso, a Viver Brasil convidou o economista Paulo Paiva, presidente do conselho de administração do BDMG, professor da Fundação Dom Cabral e ex-ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC. Paiva volta no tempo ao lembrar que o Brasil tem um modelo de economia muito peculiar que começou no pós-guerra como forma de apoiar o processo de industrialização. “Havia escassez de capital. Foi quando o governo criou um instrumento de financiamento implantado em vários estados. Quem pensou esse modelo foi Juscelino Kubitscheck, mas o governador Magalhães Pinto, quem instituiu, em 1962, o banco. Era mais um sonho de JK se tornando realidade.” Fundado como autarquia e, posteriormente, transformado em empresa pública, “o BDMG esteve presente nas principais iniciativas de crescimento da economia mineira, ao longo dos últimos 50 anos. Esse modelo foi criado como braço financeiro do governo para estimular a industrialização no estado, participando de projetos de consolidação do setor siderúrgico, na implantação da indústria automobilística, no desenvolvimento do cerrado e de irrigação no Jaíba, entre tantos outros”, diz Paiva. 98 Daniel de Cerqueira Quando o processo de industrialização esgotou, o BDMG se reinventou, criou novas fórmulas de apoiar a economia” Paulo Paiva Como banco de fomento, a instituição teve que se adaptar às demandas. “Quando o processo de industrialização esgotou, o BDMG se reinventou, criou novas fórmulas de apoiar a economia, como o programa Novo Somma, que contempla projetos de disposição adequada de resíduos sólidos nos municípios e o apoio às micro, pequenas e médias empresas.” Essa capacidade de se moldar aos novos tempos é uma moeda de dois lados, avalia Paiva. “Mostra a ousadia do banco de se reinventar a cada momento e a prudência bancária, o cuidado com sua operacionalidade.” Recentemente, o BDMG recebeu autorização para participar como acionista da fábrica de semicondutores (chips) do Hemisfério Sul, que será implantada em Ribeirão das Neves, e da BiommTechnology, que terá fábrica de insulina em Nova Lima, com investimento de 330 milhões de reais, sendo que o banco participará com 85 milhões. “O BDMG tem participado dos fundos de inovação, nova forma de apoio à economia e ao crédito às indústrias”, pontua Paiva. Muda a economia, o país e as demandas das empresas. O banco tem hoje o seu foco de investimento atrelado à sustentabilidade. “Há 50 anos, a linha de desenvolvimento do banco era sinônimo de crescimento industrial. Hoje, apenas isso não é suficiente. Apoiar o desenvolvimento significa ajudar a manter o crescimento com sustentabilidade.” VIVER Janeiro 18 - 2013 Eduardo Fernandez Conversando com ela: o turista – Olá, dona Dilma: feliz 2013, para a senhora, para o Brasil e para o mundo! – Obrigada, Eduardo. Para você também! Você não passou esse número de telefone para ninguém, não é? – Passei não; descobri o número por acaso, tenho a honra de falar direto com a senhora, como estragar essa chance? Muitos até já me ofereceram dinheiro em troca desse número, mas não vendo, não dou nem empresto! – E aí, você passou bem o ano? – Passei sim, embora um pouco envergonhado. – O que houve? – É que recebi em minha casa um turista norueguês. Arquiteto, ele ficou encantado com a arquitetura de Brasília, mas não conseguiu subir na torre de TV digital, uma das mais novas atrações turísticas da cidade. – Mas por quê? – Fomos lá numa quarta-feira, descobrimos que ela só abre nos fins de semana. Voltamos no sábado, mas só pode entrar quem chegar antes das 15h30! Veja só, dona Dilma, a torre fecha antes do pôr do sol, outra grande atração da nossa capital! Adorou a catedral. Depois, ficou frustrado: queria fazer outros passeios e não conseguimos achar um mapa com as linhas de ônibus da cidade – Mas, e eu com isso? – A senhora poderia dar um puxãozinho de orelha no governador; afinal, deveria ser possível apreciar de lá o pôr do sol, reconhecidamente um dos mais lindos do mundo! O meu amigo saiu decepcionado. – Vou ver o que posso fazer. – Depois, ele queria retirar dinheiro em um caixa eletrônico, mas quase tivemos que ir ao aeroporto, VIVER Janeiro 18 - 2013 pois caixa nenhum permitia saque com cartão emitido no estrangeiro. Acabamos encontrando um, mas foi difícil! – Sim, mas ele gostou da cidade, não é? Ficou de voltar? – Prometeu não. Eu fiquei com vergonha também porque, pertinho do Palácio do Planalto, havia um montão de lixo na rua! Foi chato. Ele não falou nada, mas pela cara dele.... Aí, passamos ao lado do novo estádio. Quando soube que a capacidade dele será de cerca de 60 mil pessoas ele ficou chocado! – Por quê? – É que ele já sabia que a média de público no Brasileirão é de 12 mil! Fiquei sem saber o que dizer quando ele perguntou como seria usado o estádio posteriormente! Eu até disse que não era um estádio, e sim uma arena, que poderia ser utilizada para shows, encontros religiosos e outros eventos. Pois ele insistiu em que não conseguia entender a diferença entre estádio e arena... Danado, esse turista! – Mas, afinal, ele gostou ou não da cidade? – Adorou a catedral. Depois, ficou frustrado: queria fazer outros passeios e não conseguimos achar um mapa com as linhas de ônibus da cidade! – Mas, afinal, eu não sou governadora do DF; isso deveria ser visto pelo governador! – Mas um puxãozinho de orelha da senhora faria uma boa diferença, hem?!?!? – Mas eu não posso me meter em assuntos internos de cada estado, ou do DF! – Mas se, para garantir as vendas de automóveis, a senhora pode dar isenção de impostos, reduzindo as receitas dos estados, por que não pode dar um telefonemazinho, cobrando maiores providências? – Mas, Eduardo, ninguém fala assim comigo! – Mais uma razão para a gente continuar a manter contato, não? A senhora não vai mudar o número do telefone só por isso, vai? – Não, não vou; pode voltar a ligar. Valeu. Até mais. Eduardo Fernandez Silva, consultor 99 ES PEC IAL P R E VI SÃO OS REGENTES DE O QUE DIZEM OS BÚZIOS, A NUMEROLOGIA, A ASTROLOGIA, O I CHING E O HORÓSCOPO CHINÊS SOBRE O ANO QUE COMEÇA ANA ELIZABETH DINIZ T odo início de ano é a mesma coisa. As pessoas fazem planos, promessas, tentam se convencer de que tudo será diferente. Quando vêm, o ano já acabou e nada mudou. Em vez de alicerçarem o futuro em cima do presente, elas se agarram a conjecturas, em pacotes prontos que prometem milagres. “Lidamos com a vida de maneira alienada, pensamos que o tempo da história é o desdobramento de decisões, agregações, vontades, atos, repetição de hábitos, construídos pelas decisões individuais e coletivas. No entanto, a temporalidade da existência é elástica, somos passado, presente e futuro. Temos sempre essas referências que funcionam como mola existencial que vai se reinventando. Através 100 das reelaborações do passado, criamos nosso futuro”, analisa Alexandre Marques Cabral, teólogo e professor de filosofia da religião da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Quase como autômato, o ser humano acredita que os ponteiros do relógio avançam impunemente, sem estabelecer vínculos com os tempos. “Todos os momentos da nossa vida têm relação entre si. Nós, ocidentais, vivemos alheios à experiência mais profunda do tempo, aquela em que a vida está sendo construída, o presente. Perdemos de vista o caráter autocriativo da existência e nesse sentido achamos que o futuro vem de fora como se não estivesse sendo plasmado no presente, por meio das referências que construímos”, VIVER Janeiro 18 - 2013 Este será um ano de valorização da família, das uniões, dos acordos” Aparecida Liberato diz Alexandre Cabral. Sendo assim, focados no futuro como se ele fosse um evento dissociado, as pessoas “o rejeitam com maldições, fórmulas mágicas, rezas, oráculos, tentando driblar sua responsabilidade perante a construção da história”, emenda o teólogo. Para ele, não é preciso ser um grande médium para saber que o futuro é o desdobramento de nossas decisões presentes. “Em 2013, dois terços da humanidade continuará abaixo da linha da pobreza, a bancada evangélica, que usa a política para obter benefícios próprios, vai enriquecer cada vez mais. O fundamentalismo religioso no Brasil estará mais crescente, o número de mortes causadas por homofobia vai continuar aumentando e pelo quarto ano consecutivo, veremos os Estados Unidos e o México adotarem práticas religiosas cerceadoras da liberdade da expressão homoafetiva e sexual”, afirma Alexandre Cabral. Ainda tem mais: “Veremos o surgimento de novas técnicas para disseminação da corrupção. O que está vindo à tona é muito pequeno em relação à pandemia de ocorrências na história política nacional.” O teólogo, que não precisa de bola de cristal e nem de poderes paranormais para prever o futuro, vai tecendo uma longa lista de eventos vindouros. “Veremos a reedição de políticas a serviço dos interesses econômicos de grandes corporações que mandam no mundo, empresários bestificados pelo interesse econômico, a maquiagem do desenvolvimento cultural no Brasil. Continuaremos sofrendo na pele a experiência de pré-hecatombe ecológica movida por interesses econômicos, a subserviência dos países de minoria econômica àqueles que têm cadeira cativa na Organização das Nações Unidas (ONU), crianças morrendo de fome pelo mundo afora. O Brasil vai continuar produzindo sobras alimentares que dariam para matar a fome do planeta inteiro.” Há quem se valha de outros recursos para buscar referências que possam delinear o futuro próximo. Para a astrologia chinesa, por exemplo, cada ano é regido por um animal que em 2013 será a serpente. O ano novo chinês terá início no dia 10 de fevereiro e vai terminar em 30 de janeiro de 2014. “A serpente é considerada enigmática e, sob sua influência, o novo ano será propício para buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, além de ser uma fase favorável para cultivar a reflexão e a observação cuidadosa. Será preciso ter metas definidas e agir com praticidade, mas de maneira planejada. Se as pessoas mantiverem o foco em seus objetivos e traçarem estratégias de ação, será mais fácil lidar com os imprevistos e surpresas de última hora que poderão surgir nesta fase”, explica Maristela Botelho, instrutora do Instituto Mineiro de Tai Chi e Cultura Oriental. Para ela, o novo ano também trará a possibilidade de alcançar o reconhecimento dos esforços, além de favorecer a pesquisa científica, o comércio, as finanças e as atividades relacionadas à arte, beleza, pensamento filosófico, religião e assuntos místicos. Um ano dado à reflexão, planejar e procurar respostas. “As pessoas estarão mais voltadas para planejar e ponderar sobre as matérias excedentes do que agir de imediato. O ano da serpente nunca foi tranquilo. Muitos desastres que se iniciaram no ano do dragão tendem a culminar no da serpente. Esses dois signos têm uma relação muito próxima e as calamidades dos anos Divulgação VIVER Janeiro 18 - 2013 101 E S P E C IA L P R EVI SÃO da serpente resultam frequentemente dos excessos cometidos durante o reinado dos dragões”, diz Maristela. Os chineses têm essa proximidade e diálogo com os animais, vistos como sinalizadores da trajetória humana na Terra. “A sabedoria venerável da serpente será evidente em muitas facetas da nossa vida, particularmente aqueles que requerem decisões. Embora tudo possa ter um ar fresco e calmo à superfície, o ano da serpente é sempre imprevisível. A parte dianteira fresca da serpente esconde as maneiras profundas e misteriosas da sua natureza. Deve-se ter em conta que uma vez que a serpente se desenrola para atacar, ela move-se como relâmpago e nada pode ser mais repentino e devastador do que ela. Melhor olhar, ver onde pisa, pois a serpente não é misericordiosa”, avisa Maristela. Responsabilidade é a palavra-chave de 2013 que, segundo a numerologia é ano seis (a soma dos numerais de 2013). “Este será um ano de valorização da família, das uniões, dos acordos. A influência do número seis vai permitir que a justiça seja fortalecida, assim como a atenção e cuidado às pessoas. Vai haver tendência em se buscar um mundo mais harmonioso, depois de tantas instabilidades em 2012. Conversar, buscar apoio, fazer acordos, estabelecer uniões trabalho conjunto são as maneiras como o mundo poderá solucionar os enormes problemas que afetam a todos”, explica a numeróloga Aparecida Liberato. O ano novo, diz ela, trará 102 de volta o apreço pela valorização do lar, dos encontros em casa de amigos. As reuniões de comunidades em associações, clubes, templos religiosos, organizações que visam à busca do apoio mútuo. “A cor para 2013 é o azul royal, que traz a sensação de tranquilidade, harmonia, serenidade. Ela é relaxante e permite o diálogo, a sensibilidade, suaviza as tensões do dia a dia facilitando o equilíbrio e a sensatez. Como cor fria, traz quietude e confiança e está associada à responsabilidade, à beleza, ao céu, ao oceano, à água. Neste ano as artes vão florescer trazendo beleza e criatividade.” Yansã, orixá das tempestades não só as da natureza como também as internas, de cada ser humano, vai reinar em 2013. “Ela vai governar até setembro quando Ogum toma o domínio, lutando para que todos tenham os seus caminhos abertos”, prevê o babalorixá Geraldo Chamone. Para ele, o ano traz alguns elementos interessantes, como a numerologia de 2013 que é seis, número que representa Oxalá Guian, o Oxalá novo. “É um orixá da paz, mas que carrega espada para mostrar que defende os justos. Por Yansã ser tempestuosa, veremos as mulheres se sobressaindo em seus cargos, como por exemplo, a nossa presidente, que terá sucesso em seus propósitos. No geral, 2013 será um ano de grandes vitórias e conquistas”, afirma o babalorixá. Chamone diz não ver uma exigência espiritual Pedro Vilela O homem não impõe exigências nem condições prévias, mas procura soluções fáceis e rápidas” Sérgio Condé VIVER Janeiro 18 - 2013 A BH DO FUTURO É A GENTE QUE FAZ. Belo Horizonte está vivendo a maior transformação da sua história. E é a sua participação que está fazendo toda a diferença. Os recursos do IPTU são investidos em obras e programas sociais que trazem benefícios para todos. É você e a Prefeitura trabalhando juntos por mais desenvolvimento e qualidade de vida. Pague seu IPTU em dia. Quem quitar duas ou mais parcelas até o dia 21 de janeiro recebe 7% de desconto. NÃO PARA DE TRABALHAR POR VOCÊ. E S P E C IA L P R EVI SÃO Não vi epidemias, mas precisaremos zelar bastante pelo nosso corpo físico Geraldo Chanome Pedro Vilela 104 direcionada especificamente para 2013, mas seria bom que cada indivíduo se lembrasse do maior mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.Os búzios fazem algumas prospecções para o 2013. “Na economia, nos sairemos bem melhor do que o esperado. Na política, ainda haverá muitas transformações para melhor, principalmente para o Brasil. No campo da saúde será preciso um pouco mais de atenção dos governantes. Não vi epidemias, mas precisaremos zelar bastante pelo nosso corpo físico. Apesar das grandes agressões ao nosso planeta, os seres encarnados estão cada vez mais conscientes da necessidade da preservação dos reinos mineral, vegetal e animal para termos um mundo melhor. Vejo pequenos contratempos na agricultura, pois teremos muitas tempestades e mudanças climáticas”, finaliza Chamone. Saturno, o último planeta visível a olho nu no nosso sistema solar, é o regente de 2013. “Durante todo o ano estaremos revestidos de sua energia. Paciência, persistência, pragmatismo, determinação e trabalho são as palavras-chave para o próximo ano. Ele é o velho sábio, o mestre que nos ensina a caminhar pela a vida da melhor forma que pudermos. Saturno nos cobra tudo que negligenciamos e, às vezes, a duras penas”, ensina a astróloga Marilda Ferraresi. Essa será uma ótima oportunidade para estabelecer prioridades e concretizar. “Aprenda a valorizar a experiência, a lidar com limites e obstáculos, ser econômico e organizado com seu dinheiro. Saturno premia por merecimento”, pontua a astróloga. Sérgio Condé jogou o I Ching para saber sobre a qualidade do tempo previsto para 2013 . O hexagrama sorteado foi o 11, a paz, cuja mensagem é “o pequeno parte, o grande se aproxima. Boa fortuna e sucesso”. No entanto, a primeira e segunda linhas mudam para o hexagrama 15, a modéstia. “A mensagem do I Ching não é apocalíptica, no sentido de anunciar um fim do mundo, pelo contrário, é favorável ao extremo, pois tanto o hexagrama 11 quanto o 15 estão entre os mais auspiciosos. Quando lemos o pequeno parte se refere à influência de homens inferiores e obscuros deixando seus lugares de poder. O grande se aproxima diz respeito a homens superiores e luminosos vindos para assumir seus lugares de poder”, analisa Condé. Ao fazer análise global do I Ching, ele pondera: “No âmbito humano representa época de harmonia social. Os poderosos se voltam para os humildes, enquanto esses se mostram amistosos em relação àqueles, terminando assim toda hostilidade. O princípio luminoso está no interior, no centro, em posição decisiva. O princípio da escuridão encontra-se do lado de fora. Assim, o princípio luminoso exerce poderosa influência, e o princípio obscuro submete-se. Desse modo ambos recebem o VIVER Janeiro 18 - 2013 Motivos para comemorar não faltam para o Grupo Recreio. Em 2012 fomos a concessionária que mais vendeu VW no Brasil. Comece 2013 com o pé direito, de preferência pisando no acelerador. lll#gZXgZ^dcZi#Xdb#Wg 7Zad=dg^odciZBjg^V8ViV\jVhZhK^dhVG^dYZ?VcZ^gd8VbedhYdh<dniVXVoZh K^ig^VK^aVKZa]VHZggV8Vg^VX^XV<jVgVeVg^ B^aVZK^idg^VlV\ZciVbWbhdbVgXVhYd<gjedGZXgZ^d# E S P E C IA L P R E VI SÃO Pedro Vilela A sabedoria venerável da serpente será evidente em muitas facetas da nossa vida, particularmente aquelas que requerem decisões” Maristela Botelho O ANO DA SERPENTE: propício para buscar equilíbrio entre a razão e a emoção 106 que lhes corresponde.” O ichinólogo acredita que, quando em uma sociedade os bons elementos detêm o comando em suas mãos, exercem influência sobre os maus que, então, mudam para melhor. “Aqui são, portanto, os elementos pequenos, fracos e maus que estão partindo, enquanto os grandes, fortes e bons ascendem. Isso traz boa fortuna e sucesso.” Para a humanidade, a visão do I Ching, diz Condé, anuncia possibilidade de melhora do nível de consciência geral. “Individualmente, faz um apelo à nossa escolha: que o melhor em nós reine e o que é inferior em nós se submeta, para assim entrar em sintonia com o novo tempo anunciado.” Ele lembra que existe lei taoísta que diz que: “Tudo que chega ao máximo se transforma no seu oposto” e essa máxima pode ser aplicada ao poder onde a influência dos homens inferiores chegou ao máximo. “O I Ching anuncia um momento de transformação na direção oposta em que homens superiores chegam para ter influência para o bem de todos. Nesse sentido, posso concordar que isto seja um fim de mundo. O fim de uma qualidade inferior dando lugar a uma superior de mundo”, comenta Condé. Na prática, o milenar oráculo aconselha as pessoas a se unirem a da mesma espécie (superior) para realizar empreendimentos decisivos e a não se deixarem cair em partidarismos separatistas, pois a vitória depende da união das forças. A mensagem final é: “A atitude despretensiosa que acompanha a modéstia torna o homem capaz de realizar até mesmo empreendimentos difíceis; ele não impõe exigências nem condições prévias, mas procura soluções fáceis e rápidas. Onde não são levantadas pretensões, não surgem resistências”, afirma Condé. VIVER Janeiro 18 - 2013 Requinte Praticidade Inovação Rua Grajaú 368 - Bairro Anchieta Belo Horizonte - MG - Telfax: 31-3287-4040 www.facebook.com/arteebrilho www.arteebrilho.com.br Bruno Fernandes Gentalha, gentalha Pobre não pode ver dinheiro. Pobre não sabe ter dinheiro. Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. Pior que o rico esnobe, só o pobre metido à besta. Onde já se viu um sujeito sem diploma ser presidente do meu país? Não voto em ex-metalúrgico que mal sabe falar o português correto. Essa gente não tem classe nem bagagem para assumir o poder. E o PT perdeu a grande chance de provar à tal “elite conservadora e reacionária” que o preconceito exemplificado acima é, de fato, totalmente descabido. O discurso outrora transformador, pautado na ética e honestidade, hoje só convence seus asseclas aloprados, que são muitos e barulhentos. Os ingênuos e truculentos militantes intelectualmente abduzidos pela desgastada retórica da igualdade social que pautou o crescimento do partido, mas provou-se tratar de uma lorota perversa, esvaziada pela consolidação da corrupção sistêmica e do fisiologismo partidário como modus operandi de governo, tudo isso sustentado pela fundamental ajuda de um caríssimo marketing político. É nítida a impressão de que o país está submisso ao deslumbre autoritário que ganhou do chefe o direito de substituí-lo por um dia... Porém, os danos causados pelo lulopetismo não se encerram no assalto bilionário ao erário, na sofisticada institucionalização dos crimes de colarinho branco, no bizarro aparelhamento da máquina pública, na afronta petulante às poucas instituições sérias e idôneas que nos restam, ou nas constantes e até agora frustradas, tentativas de censurar a imprensa. O fato é que o PT, na contramão do que prega sua ladainha igualitária, age com extrema eficiência ao fomentar a intolerância entre classes sociais. Os primeiros desdobramentos da Operação Porto Seguro atestam peculiaridades presentes também em diversos escândalos anteriores que, infelizmente, potencializam o rancor dos maldosos que ainda fazem cara de repulsa para os 108 novos colegas de aeroporto e reclamam indignados do “povo que anda frequentando Miami”. E se esses não estão com a razão, pelo menos não lhes anda faltando motivos para pensar que sim, suas ressalvas têm fundamento. Os cofres públicos estão sendo devassados com a deselegância típica de convidados esfomeados que comem até passar mal na festa do primo abastado, para depois entupirem os bolsos de restos e lembranças. A súcia em Brasília se digladia sobre o nosso dinheiro com a voracidade dos imbecis que abandonam o motorista agonizante para saquear a carga derramada do caminhão acidentado, seja ela de cervejas, laranjas podres ou lixo tóxico. Não importa. Roubam porque veem, porque está lá, em abundância, sem proteção ou controle. Nessa lógica canalha, o que é público torna-se privado a partir do mínimo acesso permitido. É nítida a impressão de que o país está submisso ao deslumbre autoritário do subalterno que ganhou do chefe o direito de substituí-lo por um dia e daí chegou atrasado, esticou os pés em cima da mesa e convidou amigos de outros departamentos para conhecerem a secretária gostosa que ele chama na sala a cada 20 minutos. E o pior é que nossa secretária nem ao menos é gostosa. Ela é uma espécie de dona Florinda sebosa que recebeu autorização do chefe para negociar a chave do cofre do banco com antigos ladrõezinhos de toca-fitas elevados ao status de gângsteres em troca de mimos como cirurgias plásticas, caronas em avião particular (um luxo!) e bilhetes para cruzeiros cafonas. Além de muito dinheiro, claro. Nesse cortiço habitado por ignorantes que vendem a mãe pelo desconto no aluguel, os síndicos fazem o que dá na veneta, inclusive perseguição a uma certa ovelha negra que resolveu contrariá-los e mostrar a todo o Brasil que, não importa o quanto a gentalha infiltrada no Planalto se esforce para provar o contrário, berço humilde não é sinônimo de falta de educação ou caráter, e que sucesso e prestígio podem ser alcançados dignamente, com esforço, estudo e muito estilo. Bruno Fernandes, publicitário. http://twitter.com/Brunodo12 VIVER Janeiro 18 - 2013 POR FERNANDO TORRES Academia na rua Parques, praças e lagoas de Belo Horizonte são um convite à prática de atividades físicas, ainda mais com a chegada do verão. Para quem precisa de um empurrãozinho para sair de casa, grupos de diversas modalidades transformam locais públicos em verdadeiras academias. Conheça alguns deles: Fotos: Léo Fontes O QUÊ: tai chi chuan ONDE: parque municipal, centro QUANDO: sábado, às 8h QUANTO: gratuito Crises de rinite levaram o historiador Marcello Giffoni a praticar tai chi chuan, e a rápida recuperação o estimulou a se aprofundar na arte marcial chinesa. Ele se tornou instrutor especializado da linha Yang e, em abril, completa 10 anos de aulas no parque municipal. “No início, eram sete alunos. Hoje, já somos 60”, comemora. As aulas trabalham as bases do tai chi, como respiração e coordenação, além de introduzir 24 posturas. “O objetivo é incentivar o autoconhecimento a partir da percepção do corpo como um todo” O QUÊ: treino funcional ONDE: praça do Papa, Mangabeiras QUANDO: sábados, às 11h QUANTO: gratuito Está em alta se exercitar com o peso do próprio corpo com movimentos como agachar, saltar e pular. São os chamados exercícios funcionais. “A maior vantagem desse treino é trabalhar a musculatura do corpo como um todo”, afirma o personal trainer Kenji Takahashi, que, desde junho de 2011, reúne em torno de 25 pessoas de todas as idades na praça do Papa. Além de quatro a seis repetições de exercícios como agachamento e avião – “o desafio é se equilibrar em um pé só com os braços abertos, em paralelo ao chão” –, as aulas incluem aquecimento, relaxamento e alongamento 110 Pedro Vilela O QUÊ: grupo de corrida ONDE: lagoa Seca, Belvedere QUANDO: 3ª e 5ª, às 19h; sábado, às 8h QUANTO: R$ 199 ao mês Correr na esteira pode ser entediante. Pensando nisso, o personal trainer Carlos Rodrigues criou, em 2009, um grupo de corrida na lagoa Seca. De lá pra cá, o treino ganhou filiais na praça da Assembleia e nos bairros São Bento e Mangabeiras. “A ideia é trabalhar com quem não gosta de atividade física, mas quer se manter ativo”, diz. E nem pense em matar aula! Se o atraso for superior a 15 minutos, a equipe liga e convoca o fugitivo a comparecer Confira os horários alternativos no site efeitopersonal.com Leo Fontes O QUÊ: SUP ioga ONDE: lagoa dos Ingleses, Alphaville QUANDO: sábado e domingo, às 9h QUANTO: R$ 65 a aula A novidade surgiu da ideia de praticar ioga na prancha de stand up paddle, esporte que mistura surfe e remo. Desde janeiro, os mineiros têm aulas da técnica, também chamada de ioga paddle. “Ambas as atividades valorizam o equilíbrio, a postura e a capacidade cardiorrespiratória”, compara a educadora física e instrutora de ioga Daniela Ribeiro. As asanas (posturas) começam em terra, com sequências lentas de mantras. “Na água, fazemos o surya namaskar (saudação ao Sol), o back bending (flexão da coluna vertebral) e a postura savasana (relaxamento)”, diz Daniela VIVER Janeiro 18 - 2013 Sorvete liberado A prateleira dos aficcionados em musculação têm um novo suplemento. Nada de pós ou cápsulas, mas, sim, sorvete de Whey Protein, a proteína isolada do soro do leite, usada pelos atletas para auxiliar o processo de reconstrução muscular. A novidade gelada, que atende pelo nome de Time4 Ice Whey Cream, tem 164 kcal, 20 g de proteínas e 14 g de fibras em pote de 170 g, nos sabores chocolate, baunilha, café e chocolate branco. “Demoramos três anos para chegar à fórmula final, que também não leva açúcar e gordura”, conta a farmacêutica Giselle Sell. O processo de fabricação é bastante artesanal, com matériasprimas importadas – é o argumento para explicar o preço de 17 reais a unidade. Pode ser consumido logo após os treinos, mas apenas duas vezes ao dia, para evitar a sobrecarga dos rins pelo excesso de proteína. Margarina não é vegan Shutterstock Na edição de 16/12, a Viver Melhor publicou uma receita de sobremesa vegan. O veganismo é uma filosofia que se baseia na alimentação 100% vegetal (exclui até mesmo leite e ovos), tendo como base a ética aos direitos dos animais. Porém, a coluna errou: a lista de ingredientes inclui margarina. “Apesar de ser uma gordura vegetal, a maioria das marcas leva leite em pó e sebo animal na composição”, explica o nutricionista Vinícius Augusto, da Nuthree Soluções. Para não cair neste erro, os veganos devem ficar atentos aos rótulos. A Becel e a Margarella estão entre as marcas sem lactose – porém, como as fórmulas sempre mudam, é bom checar. Existem outros tipos de gordura vegetal sólida, como a manteira de cacau e a gordura de coco. “Em seu estado natural, elas ajudam a limpar as artérias internamente”, explica. A gordura hidrogenada, também chamada de trans, é outra alternativa vegana, porém tem o efeito de aumentar o mau colesterol. RESULTADO DO CONCURSO CULTURAL VIVER MELHOR z Luiz Fernando de Barros: cesta de produtos naturais do Empório Nutri z Nayara Alves Oliveira: massagem Lomi-lomi no Amás Simplesmente Spa z Taiana Cristina de Farias: sessão de selagem biológica capilar no Maison Rocha PARABÉNS AOS VENCEDORES! VIVER Janeiro 18 - 2013 C O M P O R TAM E NTO Shutterstock O que mudou na vida de quatro pessoas com objetivos diferentes, acompanhadas pela Viver Brasil por três meses Noventa dias depois FERNANDO TORRES É possível virar a mesa com sucesso em apenas 90 dias? A Viver Brasil mostra que sim. Na 90ª edição da revista, de 21 de setembro, a reportagem convocou quatro pessoas com diferentes objetivos para serem realizados no prazo médio de três meses. É claro que o script da vida de Cíntia, Rodrigo, Fernando e Augusto teve reviravoltas e contratempos, mas todos, de uma forma ou de outra, cumpriram suas metas em parte ou integralmente. Noventa dias depois, objetivos alcançados, ciclo concluído. E agora, o que fazer? “É hora de celebrar. A comemoração é muito importante para marcar e reforçar positivamente o caminho trilhado. É um marco”, afirma o psicólogo e administrador Moacyr Castellani, especialista em coach profissional e executivo. O momento de compensação também ajuda a elevar a autoestima e a aumentar o magnetismo pessoal, além de favorecer o esforço para outras metas. O fechamento do ciclo ainda é propício para avaliar e planejar a sequência dos próximos passos, seja no plano espiritual, profissional ou físico. “Em alguns casos, atingir a meta definida é apenas a primeira etapa do projeto. Quem abre um novo negócio, por exemplo, almeja o êxito e, agora, estabelece um novo mapa de ações, atitudes e competências 112 para alcançar novo resultado”, avalia o coach Hegel Botinha, que também atua como professor de cursos de liderança. É necessário também definir estratégias para a manutenção do processo, de forma que a conquista não se perca na rotina. Questionamentos e reavaliações sempre são bem-vindos, especialmente nas histórias em que a meta não foi alcançada. “A pergunta-chave é se a proposta inicial ainda faz sentido no fim do ciclo. Pode ser o momento de reformular os sonhos e estabelecer o que realmente vale para a própria vida”, pondera Castellani. A propósito, ninguém precisa se sentir fracassado por não ter conseguido vivenciar a totalidade das mudanças a que havia se proposto. “Alguns resultados podem ser ousados demais para um curto período de tempo. Porém, só o fato de haver mobilização já é uma vitória. Talvez, até aquela parcela da conquista já seja o suficiente.” Colocar tudo no papel é primordial para realmente se apropriar da reflexão e observar a própria evolução. “É quando as pessoas percebem se realmente há motivação interna para seguir em frente, e quais atitudes e competências ela deve desenvolver para cumprir o que planejou. Se não escrever, as ideias permanecem nubladas na mente e têm maior dificuldade de conclusão”, orienta Botinha. VIVER Janeiro 18 - 2013 TRÊS ANOS DE EXPERIÊNCIAS FANTÁSTICAS. TRÊS ANOS DE DESEJOS E EXCLUSIVIDADE. TRÊS ANOS DE ROBB REPORT BRASIL. ÚNICA, PARA OS APRECIADORES DO QUE A VIDA TEM DE MELHOR. um produto www.robbreport.com.br C O M P O R TAM E NTO “ESCREVI MEU PROJETO DE MESTRADO” A saga do advogado RODRIGO CAPANEMA, 35, encontra-se em um momento de suspense. Em setembro, ele decidiu ingressar no curso de mestrado em direito empresarial nas Faculdades Milton Campos. Mas, algumas surpresas estavam por vir. Nesse meio tempo, Rodrigo saiu de seu antigo trabalho e abriu o próprio escritório de advocacia. “O plano de mudança até existia, mas não estava programado para 2012”, diz. A novidade foi motivo de comemoração, mas também dificultou o cronograma de estudos. “Fiquei perdido com os horários de transição. Precisei me reorganizar e, em dado momento, cheguei a me questionar se iria seguir com o projeto do mestrado”, revela. Com o auxílio de um coach, Rodrigo relacionou prós e contras por escrito e concluiu que, sim, iria manter o desafio, principalmente porque a proposta de pesquisa se alinha com o novo trabalho. Como as provas oral e dissertativa só irão acontecer em fevereiro, o advogado aproveita o tempo para se dedicar aos estudos. “Estou cumprindo as 10 horas semanais a que me propus, comecei a fazer aulas particulares de inglês e também conversei com os professores do curso para traçar a linha de pesquisa”, diz. A principal vitória até aqui foi definir e redigir o esboço do projeto de mestrado. “É uma tarefa trabalhosa e demandou muita disciplina. Mas senti prazer ao escrever, pois me direcionou ao tema da dissertação.” Leo Fontes 114 Divulg ação “CORRI A VOLTA DA LAGOA DA PAMPULHA” Sem nunca ter corrido regularmente, o advogado FERNANDO BAPTISTA, 30, decidiu encarar os 18 quilômetros da 14ª Volta Internacional da Pampulha A empreitada contava com desafio extra, já que, um ano antes, ele sofreu acidente de moto e nunca mais se exercitou. Para dar conta do recado, Fernando treinava quatro vezes por semana. “Comecei com seis quilômetros, em uma média de sete minutos por quilômetro. Em poucas semanas, evoluí para oito e média de 5 minutos e 30 segundos”, conta. Aos poucos, o advogado chegou aos 13 quilômetros e, três semanas antes da prova, deu a largada final: correu 18 quilômetros em 1 hora e 45 minutos. “Ter feito todo o trajeto antes do dia marcado foi muito satisfatório”, comemora. O treino e o esforço extra, porém, ameaçaram o dia D e renderam fortes dores musculares no glúteo médio e na parte posterior da coxa. Até o dia da corrida, Rodrigo teve que ficar sem treinar. Com medo de não conseguir, decidiu diminuir a velocidade no dia da prova. “Quase no meio da volta, comecei a sentir muita dor. Por duas vezes, parei de correr e andei cerca de 400 metros. Ao cruzar a linha de chegada, 2 horas e 14 minutos depois, a dor não me deixava nem pisar direito no chão, mas a sensação de dever cumprido foi indescritível.” De lá pra cá, o moço já fez outros planos. Em julho, pretende correr a meia-maratona do Rio, de 21 quilômetros. “Como voltei a nadar, também pretendo participar de provas de triatlo”, adianta. VIVER Janeiro 18 - 2013 as, fique tr ri fé s a n er z fa i a v cê o que vo Não importa !! nós estaremos aqui! Sinônimo de Segurança e Traquilidade WWW.EMIVE.COM.BR (31) 3298-5151 Av. Raja Gabáglia, 3.079 - São Bento Belo Horizonte/MG CEP: 30350-563 anquilo, C O M P O R TAM E NTO Leo Fontes “ABRI UM NOVO NEGÓCIO” Parece que a empresária CÍNTIA CARDOSO, 33, realmente nasceu para o mundo dos negócios. Dona da fábrica Diva Cachaça, ela decidiu investir na criação de uma loja virtual especializada em bolos diferenciados e produtos artesanais sem glúten, indicados para pessoas com doença celíaca (intolerância ao glúten). E, assim, em novembro, nasceu a Fuê Lilás. “Fiz algumas degustações com amigos e, pouco a pouco, o burburinho começou. Já temos pedidos quase que diariamente, apenas com a divulgação boca a boca”, diz Cíntia. Outro motivo de vitória é o contrato recémfechado com o Empório Nutri, loja de produtos naturais na Savassi. “A primeira remessa incluiu biscoito de chia, brownie, pizza e panqueca, tudo sem glúten. Agora é torcer para que o consumidor se sinta atraído pelos produtos e aprove as receitas.” Para os próximos meses, ela pretende investir em propaganda e assessoria de imprensa. Também planeja fazer o marketing pessoal via redes sociais e no site da loja, divulgando pelo menos uma receita por mês. Também não deixou de lado outro projeto pessoal: inaugurar loja multimarcas e uma linha de camisetas personalizadas, em parceria com a estilista Nathália Roberto. Mas isso é outra história... “EMAGRECI SEIS QUILOS” A meta do gerente administrativo AUGUSTO REZENDE, 28, era passar o réveillon 10 quilos mais magro. No fim de setembro, com 76 quilos e 1,64 metro de altura, ele apresentava 28 kg/m² de Índice de Massa Corporal (IMC), o que já caracterizava obesidade. A conta, porém, não fechou bem como Augusto pretendia. Em dezembro, a balança registrou seis quilos a menos, e não os 10 almejados. “Passei por momentos muito estressantes e acabei descontando na comida, especialmente refrigerantes e frituras. Também relaxei na academia de musculação. Fiz um mês certinho e depois parei”, admite. Ele confessa que também descuidou um pouco das atividades aeróbicas: embora tenha alcançado e mantido a média de seis quilômetros por percurso, não conseguiu sustentar a regularidade de três vezes semanais, como havia se proposto. “Mas corri pelo menos uma vez por semana”, lembra. Mesmo assim, Augusto tem muito a comemorar. Ele reduziu a circunferência abdominal de 99 para 88 centímetros e o percentual de gordura corporal de 28,5% para 25%. Com 70 quilos, seu IMC foi para 26,11 kg/ m², o que caracteriza sobrepeso e não mais obesidade. “Também melhorei bastante o condicionamento físico e me sinto mais disposto. Encaro esses três meses como o pontapé inicial para, em 2013, correr atrás do prejuízo e eliminar os quatro quilos que faltam.” 116 Pedr o Vil ela VIVER Janeiro 18 - 2013 POR LUCIANA AVELINO Fotos: Léo Fontes Medalhão de linguado com alho-poró e molho de vinho do Porto (porção: para 10 pessoas) DO MEDALHÃO 100 g de catupiry folha de alho-poró 1, 6 kg de filé de linguado sal e pimenta a gosto 150 g de manteiga sem sal DO MOLHO: 100 g de mostarda à l’ancienne 500 ml de vinho do Porto 2 unidades de alho-poró 1 litro de fundo de peixe 200 g de cebola 300 ml de creme de leite fresco tomilho a gosto sal e pimenta a gosto CLÁUDIA FERRARI Graduada em gastronomia pela universidade Estácio de Sá, a chef comanda há 17 anos o Buffet Flamb’art. Entre as experiências profissionais internacionais, trabalhos no The French Laundry, Masa’s e Alex (Estados Unidos), Meurice, Clos des Sens e Joel Rebuchon (França). No Brasil, destaque para as parcerias executadas com nomes como Emmanuel Bassoleil, Alex Atala, Christophy Lidy e Flávia Quaresma. 118 VIVER Janeiro 18 - 2013 zzz DO MEDALHÃO: limpe os filés de linguado, tempere com sal e pimenta– do-reino a gosto. Em uma frigideira, refogue a cebola e o alho poró fatiado na manteiga, tempere com sal e pimenta, acrescente a mostarda e o tomilho. Quando estiver bem macio, acrescente o catupiry e reserve. Passe as folhas de alho poró em água quente. Coloque o recheio refogado nos filés de linguado, enrole e amarre com as folhas de alho poró. Coloque em uma assadeira e leve ao forno moderado até que esteja cozido. Sirva com o molho de vinho zzz DO MOLHO: reduza o vinho do Porto em uma panela até a metade, acrescente o fundo de peixe, deixe reduzir mais um pouco e tempere a gosto. Finalize com o creme de leite. Se necessário, engrosse com maisena ou farinha de trigo VIVER Janeiro 18 - 2013 Dante Borges Fotografia Modo de preparo: e mais... Café com poesia Para gourmands que andam nos arredores da praça da Liberdade, o espaço gastronômico do Museu das Minas e do Metal é boa pedida. Instalado na construção rosa tombada, de 1897, com estilo neoclássico, tem no menu opções de saladas, crepes, sanduíches, tortas e sobremesas. Cachaça gourmet “Incrível como o Flamb’art traduz o luxo em forma de sabor.” Danielle Benício, estilista. Pedro Vilela A 5ª edição do Festival Cachaça Gourmet, que acontece em BH até 3/2, reúne 40 pratos elaborados com diversos rótulos da bebida, como o do restaurante de Matuzalém Gonzaga, participante desde o primeiro evento. Miriam Cerutti, idealizadora do projeto, propõe a rota da cachaça, para o público conhecer o processo da produção mineira. “O objetivo é expandir o evento para o interior e os outros estados.” Da alta costura à alta gastronomia. Sempre apresentando o melhor. www.flambart.com.br | facebook.com/flambart Av. Contorno, 7461 . Lourdes . (31) 2127.7000 TU R ISMO Palácio Four Seasons Hotel George V inaugura nova suíte, com 170 metros quadrados, próxima a Champs-Elysées R econhecido pela revista norte-americana Conde Nast Traveler como o melhor hotel da França em 2011 e oficialmente classificado como palácio pelas autoridades do turismo francês, o Four Seasons Hotel George V, localizado próximo a Champs-Elysées, em Paris, inaugurou em 2012 uma penthouse suíte que entrará no ranking das mais sofisticadas do mundo. Decorada por Pierre Yves Rochon, o famoso designer de interiores que assinou alguns dos grandes palácios do mundo, a nova suite tem como inspiração os grands apartments de Paris. Detalhista e criativo, Rochon se atém aos detalhes e aos materiais luxuosos que dão vida a um ambiente 120 e trabalha com as melhores casas de luxo como Baccarat, Lalique, Lelièvre, Edmond Petit, Veraseta e Bobic (companhia eslovena especializada em iates) para criar cenários especiais. O decorador investiu em um conceito sofisticado, diferente, e para isso contou com a localização privilegiada do imóvel, na Cidade Luz. Se valeu ainda do fato de a cobertura, transformada em palácio, ficar completamente isolada. Tudo estava impregado de muita personalidade. Para esse trabalho de alto nível, Rochon reinventou as regras de apartamento requintado e acolhedor a partir de sala de estar, quarto, sala de jantar de inverno, amplo closet e duas varandas, para satis- fazer os mais sofisticados desejos. Com vista deslumbrante da Torre Eiffel, a cobertura inclui três terraços e jardim de inverno, todos criados por Jeff Leatham, o paisagista das celebridades que atua como diretor turtístico do hotel. O palácio tem 170 metros quadrados e fica no oitavo andar, no número 824. “Meu objetivo foi redefinir a ideia de suíte de hotel, criando um refinado e convidativo apartamento. Para a concepção desse projeto, que se assemelha a um trabalho de alta costura, Rochon teve total liberdade criativa para projetar um espaço único e infinitamente sofisticado, onde os limites entre o interior e o exterior não são rigorosamente definidos”, explica Christopher Norton, vice-presidente VIVER Janeiro 18 - 2013 em Paris Fotos: Divulgação NOVA SUÍTE: vista para a torre Eiffel e quarto com móveis do século 18 regional e gerente geral. Todos os espaços foram muito bem planejados. “A natureza se integra com a parte interna e vice-versa. Com isso em mente, colocamos alguns espelhos nas paredes do terraço para criar uma nova perspectiva, mudar a forma como enxergamos alguns marcos da cidade e ver Paris até mesmo quando estamos olhando para outro lado. Dessa forma, surgiu um ambiente aconchegante, amistoso e acolhedor”, diz Norton. Concebida como apartamento com seis terraços, a mais nova suíte passou por uma reforma que consumiu 18 meses. A ideia foi criar um autêntico refúgio romântico de forma que os hóspedes tenham a sensação de estar em belo palácio em Paris e não em suíte de hotel. Os hóspedes são recebidos no estilo parisiense, com decoração VIVER Janeiro 18 - 2013 que inclui obras de arte do século 18, mobiliário de época e 9 mil flores importadas da Holanda semanalmente. Entre as opções de gastronomia o destaque é o restaurante Le Cinq, estrelado pelo guia Michelin, e a adega de 50 mil garrafas escolhidas a dedo por Eric Baumard, o diretor do restaurante que recebeu o título de melhor sommelier da França em 1992. Tudo na cobertura 824 é provocante. As cores eleitas são suaves, criando sensação de paz e intimidade. Os tons leves do piso de mármore travertino estão em perfeita sintonia com os revestimentos em madeira e tecido, e com o jardim criado por Jeff. A arquitetura interior, discreta, leve e arejada, enfatiza o elegante espaço aberto. A iluminação é gerada por um sistema que pode ser ajustado dependendo da hora do dia: com simples toque no controle remoto é possível mudar a intensidade da luz, seja para sentar e ler um bom livro ou para tomar drinque em taça de cristal Baccarat. Detalhes que impressionam e fazem a diferença estão em cada canto. No centro da sala, uma coluna resguarda o minibar e uma biblioteca com edições antigas. O spa, com piscina deslumbrante, oferece tratamentos assinados pela marca francesa Carita em ambiente que remete ao boudoir de Maria Antonieta. A varanda foi imaginada como a proa de um navio e é decorada com bonsais. SERVIÇO Four Seasons Hotel George V, Paris 31, avenue George V 75008 Paris Tel : +33(1) 49 52 70 00 Q 121 GAS T R O N O M IA Palco para romance Terraço Itália, em São Paulo, já assistiu a pedidos de casamento, é cartão-postal e tem muitas histórias para contar MIRIAM GOMES CHALFIN Q uem disse que um pedido irrecusável de casamento tem que ser feito em Paris? Bem mais perto, o restaurante Terraço Itália, no centro da capital paulista, é o reduto dos românticos. Com vista panorâmica de 360 graus da cidade, no topo do edifício Itália – um dos marcos da arquitetura brasileira, inaugurado em 1965 e com mais de 160 metros de altura –, o espaço é o sonho dos casais apaixonados e palco de casamentos e comemorações de bodas. Há 38 anos trabalhando na casa, o maître Osmar 122 Jesus da Silva já perdeu as contas de quantos pedidos presenciou. “Participei de muitas histórias, mas o que fica na memória são os noivados. Tenho clientes que firmaram compromisso no Terraço e tiveram filhos que fizeram questão de noivar aqui também. Lembro-me de um rapaz que quis fazer o pedido à namorada na mesma mesa que o pai escolheu na época dele”, conta. Um dos casos mais inusitados foi o de um jovem que bebeu champanhe no sapato da namorada na hora do quer casar comigo. Mas o Terraço não é cenário apenas dos pombinhos. O local é tido como cartão-postal da cidade, atração turística obrigatória e ponto de encontro de empresários, políticos, artistas, autoridades nacionais e internacionais... Guardadas as proporções, assim como o Corcovado está para o Rio, o Terraço Itália está para São Paulo, e uma viagem à capital paulista não é completa sem a visita ao restaurante, que comemorou 45 anos em setembro passado. Ciente da importância turística, o espaço fica aberto à visitaVIVER Janeiro 18 - 2013 ção de segunda a sexta-feira, das 15 às 16 horas. “Sempre fica cheio nesse horário. Quando o grupo está sem guia, alguém do restaurante o acompanha”, diz o maître. “Nossa principal conquista é ser cartão-postal, um título dado pelos clientes e pelos paulistanos. Carregamos isso com orgulho e responsabilidade. Sempre queremos superar a expectativa de quem nos visita”, aponta o gerente geral André Marques. Para isso, os mais de 90 funcionários recebem treinamento constante. Uma das exigências é saber inglês. É comum encontrar estrangeiros por lá. “Cada dia é uma caixinha de surpresas. Recebemos gente de todo o mundo. Eu mesmo já atendi famosos como Mick Jagger, Ray Conniff, Roberto Carlos, Pelé e vários políticos”, diz o sommelier Francisco Everardo de Freitas, 49 anos, há 30 no restaurante. Ele conta que entrou na casa como ajudante geral. “Eu só tinha o curso de garçom, mas ainda sem experiência. O Terraço me deu oportunidade de estudar e crescer profissionalmente. Fiz inglês para trabalhar aqui e consegui realizar meu sonho.” De lá para cá, muita coisa mudou para o cearense Freitas, que saiu de casa muito cedo para tentar a vida na cidade grande: casou, teve dois filhos, pôde dar boas condições à família e, há 12 anos, se tornou sommelier. Um dos filhos brindou o casamento no restaurante. “Foi muito gratificante poder proporcionar isso a ele. Tenho muito orgulho de trabalhar aqui.” Há tanto tempo no mesmo local, Freitas também presenciou histórias engraçadas, como a de um rapaz que lhe deu um aquário para tomar conta. Dentro dele, havia um baú com as alianças de noivado. “Fiquei cuidando do peixe por dois dias, até a hora do pedido. Acho que aqui tem uma tradição ou magia para momentos especiais”, comenta. E se a ocasião é inesquecível, nada como brindar com VIVER Janeiro 18 - 2013 Fotos: Divulgação RESTAURANTE, com vista panorâmica: 45 anos champanhe ou um bom vinho. Na carta, são 236 rótulos, 70% deles da Itália – aliás, a casa foi fundada pelo imigrante italiano Evaristo Comolatti, que veio para o Brasil no pós-guerra e criou, com o próprio esforço, um forte grupo no segmento automotivo. “A ideia de montar o restaurante, área que ele não dominava, surgiu como FRANCISCO DE FREITAS: “Cada dia é uma caxinha de supresas” forma de agradecimento à cidade que tão bem o acolhera. A inauguração contou com visitantes ilustres, como a rainha Elizabeth 2ª”, conta André Marques. O gerente geral afirma que o espaço recebe cerca de 9 mil clientes por mês, incluindo os que participam de eventos fechados. O menu degustação, com quatro pratos diferentes e tipicamente italianos, é um dos mais pedidos. Obviamente, o chef Pasquale Mancini também veio da Itália, de cidadezinha do interior da Toscana. Já o maître Osmar entrou como penetra e permanece até hoje. “Eu estudava em uma escola de hotelaria em Águas de São Pedro, o menor município de São Paulo. Quando tinha 18 anos, um gerente do Terraço foi lá para escolher alunos para trabalhar no restaurante. Eu não fui escolhido, mas um colega desistiu de ir e me cedeu a vaga em segredo. Em 10 de dezembro de 1974, me apresentei na empresa, sem falar nada sobre essa troca, e fui contratado como auxiliar de garçom. Fiz cursos, participei de treinamentos e, há 25 anos, sou o maître”, diz. O bom emprego foi fundamental para constituir a família – duas filhas com curso superior e o caçula estudando direito – e comprar apartamento com vista para o Terraço Itália. “Sou tão apaixonado pelo restaurante que fiz 123 Fotos: Divulgação G AST R O N O M I A TERRAÇO ITÁLIA Inauguração: 29 de setembro de 1967 Onde: avenida Ipiranga, 344, centro de São Paulo AMBIENTES Sala Nobre: espaço sofisticado, localizado no 41º andar do edifício Itália e com vista panorâmica voltada para a zona sul de São Paulo, com destaque para a avenida Paulista. Aqui o jantar é servido à luz de velas, com apresentação ao vivo de pianista QSala Panorama: localizada no 42º andar, funciona de terça a sábado, a partir das 21 horas. Duas bandas ao vivo se revezam na pista de dança QSala São Paulo: voltada para eventos corporativos e sociais, com acesso direto e privativo ao terraço panorâmico QBar: fica no 42º lugar, com vista para a serra da Cantareira, na zona norte da capital paulista. Oferece programação musical ao vivo e já foi eleito várias vezes como o melhor lugar para ir a dois em São Paulo Q INAUGURAÇÃO: presença da rainha Elizabeth 2ª 124 BAR DO TERRAÇO: eleito o melhor lugar para ir a dois MAÎTRE OSMAR: “Tenho clientes que ligam no meu celular” questão de poder vê-lo da janela. Minha mulher estranhou a escolha, mas argumentei que o Terraço é o primeiro amor da minha vida. Ela veio depois.” Também na casa, Osmar fez muitas amizades. “Tenho clientes que ligam no meu celular. Alguns me pedem conselhos. E muitos fazem questão que eu os atenda.” E ele não mede esforços para que tudo saia perfeito. “Quando vejo a reserva de um cliente, já deixo a bebida que ele gosta na mesa. Isso é um diferencial”, atesta o maître, que sempre é intimado a fazer parte das fotos tiradas em comemorações. Ele não se envergonha em dizer que muitas vezes se emocionou e até mesmo chorou. “Um episódio que me marcou foi quando um rapaz trouxe os avós, do interior, para conhecer o Terraço, que era sonho antigo. Eles poderiam só visitar o local, mas o neto me disse que economizou durante algum tempo para oferecer um jantar aos dois e realizar esse sonho. Essa atitude me comoveu”, lembra. Sempre de bom humor e atencioso, Osmar até mesmo se tornou conselheiro de noivos. “Quando o rapaz me pergunta onde fica o toalete, já sei que quer uma sugestão de como fazer o pedido à namorada e entregar a aliança.” VIVER Janeiro 18 - 2013 Divulgação H OT E L A R IA RESTAURANTE E LOBBY (abaixo): mobiliário terá peças de designers renomados Visual renovado Tradicional Hotel da Bahia, em Salvador, reabre as portas em fevereiro, agora com a bandeira Sheraton e operado pela CJB FERNANDO TORRES N inguém duvida que Salvador seja um dos principais destinos de Carnaval. Cerca de 500 mil turistas devem cair na folia em 2013, pretexto oportuno para a reinauguração de um ícone da cidade, o tradicional Hotel da Bahia, no bairro Campo Grande. Construído em 1949 pelo ex-governador Otávio Mangabeira, o hotel viveu dias de glória, mas entrou em decadência nas últimas décadas, até fechar em março de 2010. A partir de fevereiro, em plena festa carnavalesca, o prédio de 12 pavimentos abre uma nova fase, agora com o nome de Sheraton da Bahia Hotel, bandeira da multinacional Starwood. A retomada começou há três anos, quando a companhia hoteleira GJP arrematou o edifício em leilão por 31 milhões de reais, visando operá-lo em acordo de franquia. Orçada em 70 milhões, a reforma manteve as linhas modernistas do hotel, tombado VIVER Janeiro 18 - 2013 Fotos: Divulgação pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. “Preservamos a fachada de azulejos em forma de lâmina e as obras de arte internas”, conta o engenheiro Roberto Rocha, diretor de engenharia da CJB. Exemplo disso é o mural cubista Festas Regionais, do tapeceiro soteropolitano Genaro de Carvalho – a obra emoldura o restaurante Genaro, especializado em gastronomia mediterrânea com sotaque baiano. Também permanecem os três painéis do artista argentino Carybé, no saguão do restaurante Corredor da Vitória, com pratos da cozinha internacional e baiana. A área dos apartamentos, por sua vez, foi quase toda reconstruída. De 352 quartos, o hotel passa a ter 284. Desses, 16 são suítes, decoradas em tons de preto e caramelo e acopladas com mimos como a famosa cama Sheraton Sweet Sleeper. Já o mobiliário faz referências aos anos 1950, mas com releitura contemporânea. “As peças do lobby são assinadas por designers consagrados, a exemplo da poltrona Mole, de Sérgio Rodrigues, e os tapetes construtivos, de Fernando Jaeger”, lista a arquiteta Flávia Foegel, do escritório FRS Arquitetura, responsável pelo projeto dos interiores. O 12º andar ainda abriga o lounge Sheraton Club, com vista para a baía de Todos os Santos. Outros atributos especiais: a academia Sheraton Fitness by Core Perfomance, spa com salão de beleza, sauna e piscina e centro empresarial e de convenções com capacidade para 400 pessoas. 125 Hermógenes Ladeira Professor Walmy Wana Em meados da década de 1950, Belo Horizonte, mais precisamente o eterno teatro de emergência Francisco Nunes, foi palco de uma série de espetáculos de hipnotismo. Diga-se de passagem, nada científico, era show mesmo. As pessoas hipnotizadas passavam por uma série de circunstâncias que o hipnotizador lhes sugeria. A viagem de trem. O frio intenso ou então o calor. Momentos de tristeza, com choro. Ou de alegria, com muitas risadas. E assim por diante. Tinha pouco mais de 18 anos e fui um dos espectadores mais interessados. Assisti à apresentação do professor Karl Weissman mais de uma vez. Na avenida Afonso Pena, defronte ao parque municipal, onde está até hoje o Francisco Nunes, existia uma grande livraria, a Oliveira & Costa. Saindo um dia do espetáculo, primeiro ou segundo pouco importa, entrei na dita cuja. Procurava por um livro sobre hipnotismo. Nada muito Ele agradeceu meus cumprimentos e desempenho, sugerindo entretanto que o espetáculo do dia seguinte fosse suspenso e saíssemos da cidade. Era simplesmente o prefeito complicado, uma iniciação, digamos assim. E encontrei. Não me é possível lembrar o nome, são muitos anos passados. Mas vocês vão ver o quanto ele foi eficiente. Como a leitura já era meu passatempo predileto, devorei o livro em três dias. E relia e anotava. E aprendia. Após algumas semanas resolvi praticar. E deu certo. Primeiramente com meu irmão Arnaldo e depois com alguns amigos. Eu conseguia hipnotizar. Foi uma sensação extraordinária. Daí para nova aventura foi um passo. Precisava faturar essa nova habilidade. Decidi montar meu grupo. Chamei dois amigos daquele tempo, infelizmente ambos já falecidos. Um deles cuidaria dos serviços gerais: faixas anunciando o espetáculo, aluguel de teatro, som, eletricidade, hospedagem 126 etc. O outro seria o bilheteiro. E eis que surge mais um companheiro, o Evandro, vizinho da rua Cura D’Ars que também estava estudando a matéria. Formamos o quarteto. Criamos o nome: professor Walmy Wana. E o slogan: o mais jovem hipnotizador do Brasil. Os espetáculos seriam à noite e nos fins de semana. As cidades preferenciais ao redor de Belo Horizonte. Como o Evandro também hipnotizava, nós fazíamos revezamento. E lá fomos: Betim, Divinópolis, Paraopeba, Matozinhos e algumas poucas outras. Resolvemos ir mais longe e decidimos por Curvelo. Uma cidade, à época, mais desenvolvida que qualquer dessas outras. Hospedamo-nos num modesto, mas decente hotel. O teatro era o do cinema. Faixas foram colocadas chamando o público. Folhetos espalhados pela cidade: professor Walmy Wana, o mais jovem hipnotizador do Brasil. Dois espetáculos programados e a perspectiva de público era muito boa. E chegou a primeira noite. Casa cheia. Bilheteria ótima. Um sucesso. Tudo levava a crer. O programa corria normalmente, várias pessoas no palco em sono profundo, o que é ótimo para o hipnotizador. E eu lá, conduzindo o espetáculo, senhor de meu desempenho. Como manda a tradição, ao final fomos acordar os participantes, despertando-os de um sono regenerador e agradecendo sua colaboração. Palmas e mais palmas. E eis que surge o imprevisto. Uma jovem não acorda. Nada grave, mas o seu pai surge querendo esclarecimento. Disse-lhe que não haveria problema, que a moça acordaria naturalmente e muito bem. E o tempo passava. Em momentos assim entendemos a teoria da relatividade. Após cerca de meia hora, que pareceram horas, a jovem acordou como eu dissera. Muito bem disposta, alegre e até mesmo agradecida. Cumprimentei seu pai corroborando minha assertiva anterior. Ele agradeceu meus cumprimentos e desempenho, sugerindo entretanto que o espetáculo do dia seguinte fosse suspenso e saíssemos da cidade. Era simplesmente o prefeito. O professor Walmy Wana, o mais jovem hipnotizador do Brasil, acatou a sugestão, fez as malas e encerrou sua carreira. Hermógenes Ladeira, empresário VIVER Janeiro 18 - 2013 M MINEIRÃO Segundo estádio do país a ficar pronto para a Copa de 2014, Mineirão espera a bola rolar, no dia 3 de fevereiro, com estrutura de primeiro mundo ES PEC IAL ESPORTE À ESPERA DO JOGO MINEIRÃO FOI ENTREGUE À POPULAÇÃO, AGORA É ROLAR A BOLA, O QUE VAI ACONTECER NO DIA 3 DE FEVEREIRO, COM A PARTIDA ENTRE ATLÉTICO E CRUZEIRO CLÁUDIA REZENDE C ontagem regressiva. As obras foram feitas. O Mineirão já está pronto. O que falta agora é a bola rolar, o que está bem perto de acontecer. Torcedores dos dois maiores clubes do estado, ansiosos pela estreia de seus times, já podem começar a contar. No próximo dia 3, o estádio reabre para seu primeiro clássico: Atlético e Cruzeiro colocam a emoção à prova. Para muitos, também será a chance de conferir os novos equipamentos do Mineirão e a infraestrutura que vai receber os jo128 gos da Copa do Mundo de 2014. Quem foi à festa de inauguração, no dia 21 de dezembro do ano passado, teve um aperitivo do novo Mineirão. O estádio foi reaberto em cerimônia oficial, com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT), do governador Antonio Anastasia (PSDB), do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e dos senadores Aécio Neves (PSDB) e Zezé Perrella (PSDB), entre outras autoridades. Depois, veio o público. Aí, era hora de ver por dentro e por fora como ficou o gigante da Pampulha. E não foi só isso. Quem trocou um quilo de alimento por ingresso teve direito a ver o estádio e, também, a assistir ao show da banda mineira Jota Quest, que estreou o espaço para eventos criado na Esplanada do Mineirão. Os artistas fizeram homenagem aos operários que trabalharam na obra, exibindo vídeo com imagens deles. Um dos apaixonados por futebol que não quis esperar fevereiro chegar para conhecer a nova casa dos times mineiros foi o corretor de VIVER Janeiro 18 - 2013 Leo Fontes A CorteForte Maquinas e Equipamentos está no mercado para oferecer equipamentos adequados á sua obra, proporcionando produtividade e redução de custos.É exclusiva na linha de Máquinas Hidráulicas de corte e dobra de ferro e aço para serviços pesados. PRESENTE NAS PRINCIPAIS OBRAS DO PAÍS. zCidade Administrativa MG z Ampliação e Reforma do Cais Comercial do Porto de Vitória/ES z Estádio Maracanã zEstádio Mané Garrincha imóveis Amauri Modesto Soares, 55 o Mineirão. Não que o jovem, Pedro anos, que tem longa história com o Henrique Oliveira Sales, 20 anos, Mineirão. Ele começou a frequen- que trabalha como diretor de detar o estádio quando ainda era me- senvolvimento, não conhecesse o nino. Ia a quase todos estádio. Mas a ocaos jogos, porque o pai sião era especial, pevendia produtos Kidia que o momento bon na casa. Então, fosse compartilhado. ganhava ingressos, E os dois eram só exNÚMERO o que era uma festa pectativa. “Aumentou para Amauri. Ah, sim, demais o espaço, está tudo começou em com aspecto mais 1967, o Mineirão ainlimpo. Agora tem escâmeras compõem o da era um bebê, com tacionamento e mais dois anos. Amauri viu sistema de segurança, que conforto”, diz Pedro. tem também 60 homens. toda a evolução do esEm dias de jogos, o número Amauri espera que tádio, as muitas fases, pode chegar a 600 homens o estádio passe a ser as reformas, as granmais seguro, como em parceria com a PM des partidas. nos tempos em que Na reabertura, o ia com o pai: “Vinha todo o mundo, corretor repetiu o gesto feito pelo não tinha essa briga que há hoje, de pai tantas vezes e levou o filho para um matar o outro”. zEstádio Mineirão z Rótula do Abacaxi ou seja, Via Expressa, que vai interligar a BR-324 ao porto de Salvador, que é considerada um dos principais investimentos do Governo Federal no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. zArco Metropolitano RJ z Projeto Salobo Nova Marabá PA. 350 VIVER Janeiro 18 - 2013 LOCAÇÃO DE MÁQUINAS DE CORTE E DOBRA DE FERRO E AÇO PARA CONCRETO ARMADO. (31) 3229-1716 www.corteforte.com.br [email protected] E S P E C IA L ESPORTE Nível - 2 (segundo subsolo) Vestiários dos atletas, com 2 portões de acesso separados DO LADO DE DENTRO DO ESTÁDIO Estúdios de mídia, zona mista e sala de entrevistas (1 portão de acesso) Áreas da Fifa (1 portão de acesso) Hall vip (1 portão de acesso) Áreas de logística (2 portões) Área médica Nível - 1 (primeiro subsolo) Lanchonetes: - apoio ao público - 22 unidades com 40 m2 cada Lounge vip Hospitalidade leste Banheiros públicos acessíveis e distribuídos uniformemente pelo estádio Áreas técnicas: - salas de apoio técnico para elétrico, ar-condicionado Lounge vip: 808 m2 - 1.405 assentos reservados Hospitalidade leste: 1.583 m2 - 2.758 assentos reservados Hospitalidade oeste: 1.270 m2 - 1.458 assentos reservados camarotes oeste: 55 m2 - 20 assentos reservados cada Hospitalidade oeste Nível - 0 (térreo) Lanchonetes: 6 unidades de 30 m2 cada Banheiros públicos Posto médico: 3 unidades, 1 dedicada ao público de hospitalidade/vip Portões de acesso: 8 para hospitalidade 12 para o público geral 2 para mídia 130 Esplanada nível 0 VIVER Janeiro 18 - 2013 Hospitalidade leste Esplanada nível 1 Nível 1 Lanchonetes: 13 unidades com 40 m2 Banheiros públicos Centro de Operações do Estádio Broadcast Lounge Very Vip: 353 m2 e 210 assentos reservados Hospitalidade leste: 860 m2 - Camarotes leste: 38 unidades de 50 m2 e 20 assentos reservados Hospitalidade oeste: 662 m2 - Camarotes oeste: 36 unidades de 50 m2 e 18 assentos Hospitalidade sul: - restaurante de 1.650 m2 Hospitalidade oeste Esplanada nível 0 Portões de acesso: hospitalidade (8) Portões de acesso: público em geral (12) Lounge vip Hospitalidade sul (restaurante) Nível 2 Lanchonetes: - 19 unidades de 55 m2 cada uma Banheiros públicos flaviovilela Áreas técnicas PARABÉNS MINAS GERAIS. TEMOS MUITO ORGULHO DE TER PARTICIPADO DAS OBRAS DE MODERNIZAÇÃO DO MINEIRÃO. A Tenpro prestou consultoria aos projetos de terraplenagem e drenagem da esplanada do Mineirão e de pavimentação das vias da área externa do Mineirinho. VIVER Janeiro 18 - 2012 tenpro.com.br 00 E S P E C IA L ESPORTE Divulgação ESPLANADA do Mineirão MINEIRÃO DO LADO DE FORA QNível 0 19 espaços comerciais, banheiros e áreas técnicas QNível 1 5 espaços comerciais, Museu do Futebol, banheiros públicos, áreas de logística e técnicas, bilheteria e estacionamento com 1.334 vagas para carros, 61 motos, 67 bicicletas, além de 46 vagas para portadores de necessidades especiais QNível 2 28 espaços comerciais, Museu do Futebol, áreas de logística e técnicas, bilheteria, posto médico, Juizado de Menores, Corpo de Bombeiros. Estacionamentos para 1.187 carros, 31 motos, 30 bicicletas, 6 vagas para PNE, 21 para veículos oficiais, 4 para ônibus e 2 para bombeiros 132 NÚMEROS QCusto R$ 666,3 milhões QTotal de lugares 62.160 QTribuna para jornalistas 388 lugares e 160 estações de trabalho QBanheiros 54 para público geral, 15 na área de hospitalidade e 10 na parte externa QÁrea comercial 7.524 m2, capacidade para 47 lojas QCamarotes 98 com mais de 2 mil assentos QPrimeira partida no novo Mineirão 3/2/2013 Atlético-MG e Cruzeiro O dia da reinauguração do Mineirão foi a ocasião para quem tem história com a casa matar saudade e relembrar bons tempos. O professor universitário Raphael Maia, 30 anos, é uma dessas pessoas. Tem é de sentar num banco ao lado dele para ouvir tanto caso ligado ao estádio. Para começar, ele é o único da família que não torce para o Cruzeiro. Isso por causa de um tio. “Quando eu fiz 4 anos, ele (o tio) me deu uma camisa do Galo e me trouxe ao campo”, lembra. Depois disso, foi ao Mineirão praticamente todas as vezes em que o time jogou. E até já passou apuros. “Quase terminei o noivado por causa disso”, conta Raphael Maia. Aconteceu há uns três anos, quando ele e a noiva tinham um compromisso, mas, para ele, mais importante que ir ao Mineirão, não havia. Por isso, inventou desculpa e correu para o estádio. O azar dele foi VIVER Janeiro 18 - 2013 UM PROJETO INOVADOR PAR A UM GR ANDE CLÁSSICO A BCMF Arquitetos tem muito orgulho de assinar o projeto executivo do Novo Mineirão. O Mineirão, um dos mais tradicionais estádios de futebol do Brasil, passou por uma reformulação completa para a Copa do Mundo de 2014. Um projeto com design marcante da BCMF que irá transformar um ícone de BH em um complexo esportivo multifuncional e inovador bem no coração da Pampulha. Um novo símbolo para a cidade, mais uma grande conquista para a BCMF Arquitetos. www.bcmfarquitetos.com E S P E C IA L ESPORTE tanto que a filmagem da emissora de televisão o pegou. E adivinha quem o viu? Sim, a noiva. Foi um quebra-pau, mas, no final, tudo deu certo. Tanto que, hoje, estão casados. O professor também tem boas lembranças de quando era pequenino. Ele costumava chegar mais cedo e correr para os braços da dona Leni, que era a responsável por encaminhar os meninos para entrar de mãos dadas com os jogadores. Raphael conseguia sempre o privilégio. Entre muitos, já entrou no campo ao lado dos jogadores Éder Aleixo, Reinaldo Rosa e João leite. Para ir tantas vezes ao Mineirão, ele tinha uma aliada, uma senhora vizinha de prédio. “Muitas vezes, eu ia escondido da minha mãe, e essa tia é que me levava. Minha mãe descobriu isso há pouco tempo.” Na reestreia da bola no Mineirão, Raphael quer estar presente, a qualquer custo. “Se for torcida única (para o Cruzeiro), vou entrar na Justiça”, adianta. A reinauguração do Mineirão foi uma festa prestigiada, com a presença das principais autoridades do país e do estado – e disputada – cerca de 20 mil torcedores compareceram ao local. Na cerimônia oficial, as autoridades destacaram a pontualidade na entrega das obras. A fachada, que é tombada pelo patrimônio público, foi preservada. O prefeito Marcio Lacerda disse que o dia 21 de dezembro de 2012 é o momento mais importante na história do Mineirão, desde 5 de setembro de 1965, quando foi inaugurado. Na época, o estádio foi apresentado como um dos mais modernos do mundo. “Quarenta e sete anos depois, temos o Mineirão moderno, seguro, confortável, que volta a ocupar lugar entre os melhores do mundo.” Segundo ele, a reinauguração do estádio simboliza um momento de profunda transformação em Belo Horizonte, que está em ritmo ace134 Fotos: Divulgação ARQUIBANCADAS: capacidade para 60 mil lugares RESTAURANTE com vista panorâmica lerado por causa das obras da Copa das Confederações, no ano que vem, e da Copa do Mundo de 2014. O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, fez questão de demonstrar que tem conhecimento sobre Belo Horizonte e jogadores que já passaram pelos estádios e times daqui. De acordo com ele, todos os estádios são construídos em homenagem aos atletas e lembrou Dirceu Lopes, “que ganhou tudo pelo Cruzeiro”, e Reinaldo, “que exibiu sua arte pelo Atlético”. Também elogiou o cumprimento dos prazos: “isso nos dá a convicção de que Minas Gerais não é responsável apenas pela arte do barroco, mas também pela arte do futebol brasileiro”. Na cerimônia, ex-atletas marcaram presença, como Reinaldo Lima, ex-jogador e ídolo do Atlético-MG, e Procópio Cardoso, ex-técnico, Ademir da Guia, Olegário Toloi (Dudu), Rinaldo Amorim e Dario. “O Mineirão, modernizado, está muito bonito. Dá até vontade de voltar a jogar futebol. Deve ter uma seleção aí de veterano e, se tiver, eu vou querer voltar a pisar a grama do estádio”, VIVER Janeiro 18 - 2013 afirmou Reinaldo. Ele foi lembrado duas vezes durante os discursos, pelo ministro Aldo Rebelo e pela presidente Dilma. Também estiveram no local ex-atletas uruguaios que jogaram no Mineirão contra a seleção brasileira, dois dias após a inauguração, em 1965. Um deles é Hector Silva, para quem o Mineirão ficou “um espetáculo” e “vai fazer bonito na Copa”. Outro uruguaio, Luís Alberto Varela, compareceu ao estádio. Todos eles, brasileiros e uruguaios, receberam placa com os dizeres “nosso reconhecimento pelos serviços prestados ao futebol mundial e à história deste estádio”. O governador Antonio Anastasia destacou que a obra do Mineirão só foi concluída no prazo devido ao comprometimento de muitos atores, em todas as esferas de poder, e NÚMERO 60 bares e um restaurante estão disponíveis para os torcedores. O restaurante tem visão panorâmica do gramado e, para assistir aos jogos no local, será cobrado couvert também ao esforço dos cerca de 3 mil trabalhadores que atuaram no local durante os três anos de intervenção. Ele também lembrou que a constituição da parceria público-privada (PPP) para fazer a obra foi o que possibilitou a conclusão no tempo acertado. Foi Anastasia quem passou a bola oficial da Copa das Confederações para a presidente Dilma Rousseff assinar. A bola vai integrar o acervo do Museu Brasileiro do Futebol, uma das novas atrações que haverá no Mineirão. Dilma relembrou das vezes que foi ao Mineirão, ainda na sua adolescência. “Ao vê-lo transformado neste megaestádio, vejo a capacidade de realização dos mineiros e brasileiros. Somos bons dentro e fora do campo.” Lembrou, ainda, outras obras em andamento na cidade, como preparação para os eventos esportivos: o BRT, a Via 710, o Boulevard Arrudas da avenida Teresa Cristina e a concessão do aeroporto de Confins. “Vamos fazer uma das maiores copas que o mundo já viu. Temos condições de mostrar a que viemos.” Outro que marcou presença na festa foi o empresário Lucas SOLUÇÕES COMPLETAS PARA CONSTRUTORAS, MINERADORAS, PEDREIRAS, SIDERURGIAS E INDÚSTRIAS. Venda, locação, manutenção e recuperação de martelos rompedores, perfuratrizes, mangotes, vibradores, socadores, chaves de impacto, lixadeiras, furadeiras, retíficas, desincrustadores e compressores a diesel. E S P E C IA L ESPORTE Vereza, 25 anos. Ele conta que frequentou muito o Mineirão em 2009 e, agora, depois da obra, pretende voltar mais ao estádio. “Ficou sensacional!”. Segundo ele, a casa agora tem infraestrutura de qualidade, boas cadeiras e banheiros confortáveis. “É um programa para curtir o local. Antes, a atração era apenas o jogo e, agora, também é o estádio”. Para o coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, o Mineirão ficou tão bom quanto qualquer outro estádio de futebol internacional. “A gente sentia falta disso: estádios brasileiros como os da Europa. Está bonito, moderno, aconchegante, dá segurança, dá conforto, dá visibilidade”. Depois da festa de inauguração, o Mineirão foi fechado de novo, até a reabertura para o clássico Atlético e Cruzeiro, no dia 3 de fevereiro. Nesse intervalo, pode ser que ocorra abertura extra, por causa das férias, segundo Ricardo Barra, presidente do consórcio Minas Arena – responsável pelas obras e que irá administrar o Mineirão pelos próximos 25 anos. Durante o mês de janeiro, será finalizada a parte operacional do Mineirão. Os restaurantes, conforme Ricar- AMAURI MODESTO, com o filho Pedro Henrique: frequentador do Mineirão desde criança 136 Fotos: Pedro Vilela RAPHAEL MAIA, que não perde um jogo do Atlético NÚMERO 8.130 placas, pinturas e outros dispositivos integram o sistema de sinalização, e os setores foram diferenciados por cores: laranja, vermelho, roxo e amarelo do Barra, terão diversidade maior, com sanduíches, cachorro-quente, pipoca, mas será mantida a tradição do tropeiro, ícone gastronômico do estádio. A segurança será feita de forma ainda inédita no estado: privada, em parceria com a pública. Uma novidade é a implantação dos orientadores de público, que ficarão responsáveis por ajudar os torcedores sobre assentos e outros serviços. E como ficará a questão dos preços? Ricardo Barra diz que os valores são definidos pelos times, não pelo consórcio. “Dos mais de 60 mil lugares, 54.160 estão nas mãos dos clubes. Quem define os preços são eles. Nós (Minas Arena) definimos só o preço da área de hospitalidade.” No entanto, ele acredita que não haverá aumento grande. Para um dos membros do consórcio Minas Arena – formado pelas construtoras Hap, Construcap e Egesa –, Roberto Senna, da Hap, a obra é um sucesso. Segundo ele, o público vai se surpreender ainda mais no dia 3 de fevereiro: “Vamos esperar o primeiro jogo que eu acho que será um fenômeno, vai ser fantástico!” VIVER Janeiro 18 - 2013 BIG Divulgação AR Q U I T ET U R A MARCELO FONTES, Bruno Campos e Silvio Todeschi Os bastidores do Mineirão BCMF Arquitetos é o único escritório do país que participa de três megaeventos esportivos que vão mudar a cara do Brasil 138 ANA ELIZABETH DINIZ E les foram contemporâneos da Faculdade de Arquitetura da UFMG, já admiravam o trabalho um do outro e se formaram na década de 1990. Trabalharam com grandes arquitetos e tiveram a mesma formação ideológica e conceitual. Não é difícil imaginar que a amizade tenha caminhado para a parceria profissional. Em 2000 nasceu a BCMF Arquitetos formada por Bruno Campos, Marcelo Fontes e Silvio Todeschi que, com talento e criatividade, estão conquistando espaços inimaginados. O reconhecimento veio logo e pouco tempo depois de o escritório ser escolhido para fazer os estudos conceituais VIVER Janeiro 18 - 2013 para a candidatura Rio 2016 (vencendo as quatro cidades concorrentes Chicago, Madri, Rio e Tóquio). Em 2010, assinaram contrato com o consórcio Minas-Arena para assumir o projeto executivo de revitalização do complexo do Mineirão, tornando-se assim o primeiro escritório de arquitetura do Brasil a ter participado dos três megaeventos esportivos que prometem transformar o país: Pan 2007, Rio 2016 e Copa 2014. A repaginação do Mineirão foi um projeto de grande porte, com intervenções em local equivalente a 20 quarteirões, três vezes a do Pan. “Trabalhamos as áreas externas e internas e projetamos a Esplanada, espaço com 200 mil metros quadrados construídos, sendo 80 mil de praça em desníveis, recurso usado para adaptação à topografia existente. O restante é de estacionamento coberto, 7 mil metros quadrados de área comercial, Museu do Futebol, áreas técnicas e de logística”, diz Bruno. Silvio Todeschi acrescenta que, em termos de design, as principais inovações se deram no redesenho completo da Esplanada, que passou a ter nova geometria e a se desdobrar em diversos níveis, refletindo a assimetria do terreno e de sua topografia. “Esse redesenho foi preciso para minimizar o impacto da inserção da imensa área construída ao redor do estádio, facilitar a acessibilidade por todos os lados e valorizar a presença do Mineirão, bem tombado pelo Patrimônio Histórico, na paisagem da Pampulha.” Além disso, explica, com a adoção de platôs escalonados em diversos níveis, conectados por uma série de rampas, planos inclinados e escadas em proporção de arquibancada que se acomodam ao entorno, foi possível também introduzir equipamentos comerciais e de lazer estrategicamente distribuídos em cima da Esplanada, valorizando o espaço. O projeto contempla também a VIVER Janeiro 18 - 2013 relação urbanística do Mineirão. “O estádio começou a ser planejado na década de 1940 e ficou pronto em 1965. Sempre fez parte da orla da lagoa da Pampulha. Nossa preocupação inicial foi saber como inserir 200 mil metros quadrados em volta do estádio de forma que essa intervenção fosse respeitosa, preservasse a vista, que não virasse obstáculo à vizinhança e permitisse acessibilidade por todos os lados. Optamos pelos desníveis”, explica Marcelo. B runo diz que o Mineirão ficou quase como uma acrópole. “A topografia é artificial e intencional, para proporcionar movimento, integrar. Aproximamos as arqui- Estamos ansiosos para ver de perto o funcionamento do estádio durante os jogos e eventos” Bruno Campos bancadas do gramado. A cobertura ficou mais fechada, o que dá sensação mais intimista. Um dos desafios foi intervir em uma estrutura já existente e tombada. Os 88 semipórticos estruturais e a arquibancada superior foram mantidos, o restante foi completamente destruído. Criamos um projeto de nível internacional, totalmente novo, que privilegia a segurança, os equipamentos de última geração, espaços multifuncionais.” É óbvio que qualquer arquiteto ficaria orgulhoso em participar de um projeto dessa envergadura. “O Mineirão é um ícone do esporte e da arquitetura brasileira. O estádio que será usado por milhares de pessoas tem um lugar especial na história de Belo Horizonte, além de estar inserido no contexto da lagoa da Pampulha, no entorno das obras projetadas por Oscar Niemeyer, referência fundamental da história da arquitetura moderna. Assim, para nós foi uma honra e oportunidade única trabalhar nesse projeto de requalificação arquitetônica e urbanística”, acentua Bruno. O trabalho apurado de pesquisa, o acompanhamento da obra, os detalhes finais, tudo a tempo e a hora foram recompensados. Bruno se orgulha pelo cumprimento do cronograma. “Conseguimos entregar, no prazo e com alta qualidade, essa obra histórica para a cidade e o país. Foi emocionante estar presente na cerimônia de inauguração e perceber a reação de todos. Estamos ansiosos para ver de perto o funcionamento do estádio durante os jogos e eventos, além das pessoas usufruindo da Esplanada no dia a dia da cidade.” Do ponto de vista técnico e programático foram introduzidas diversas inovações para adequar a reforma aos novos requisitos do Caderno de Encargos da Fifa, à nova regulamentação expedida pelo Corpo de Bombeiros e à recente Lei Geral da Copa, normas de acessibilidade. Bem como para potencializar as possibilidades de exploração comercial e garantir a sustentabilidade econômica do complexo. Silvio Todeschi lembra que o escritório tem por princípio acompanhar com atenção todo o processo produtivo. “Não terceirizamos nada a fim de que os projetos tenham coerência arquitetônica”, diz ele, enquanto mostra o casarão dos anos 1920, no bairro São Pedro, onde uma equipe flutuante entre 12 e 25 profissionais trabalha literalmente atrás das moitas de bambu, em um galpão, gestando projetos. 139 PASSEIO CINEMA ORIGEM DO CRIME Exibe filmes que construíram a imagem do gângster dos anos 1930 no cinema, como Scarface, de Howard Hawks, e Inimigo Público, de William A. Wellman.Cine Humberto Mauro. Até 24/1, a partir das 17h, entrada gratuita. Informações: (31) 3236-7400 EXPOSIÇÃO SELEÇÃO DA BIENAL DE SP Reúne cerca de 270 obras, de 37 artistas, que fizeram parte da 30ª Bienal de São Paulo. Palácio das Artes e Centro de Arte Contemporânea e Fotografia. De 17/1 a 17/3, entrada gratuita. Informações: (31) 3236-7400 A FALA DAS ROUPAS Mostra inaugural do Centro de Referência da Moda, na rua da Bahia, conta a história da moda no Brasil. Centro de Referência da Moda. Até 30/4, entrada gratuita. Informações: (31) 3277-4384 FESTA Sétima arte em Tiradentes O calendário da sétima arte no Brasil já tem data marcada para começar, com a Mostra de Cinema de Tiradentes. De 18 a 26 de janeiro, a cidade histórica recebe mais de 30 mil pes- soas para prestigiar a produção audiovisual nacional e internacional. Este ano, a programação conta com a exibição gratuita de 120 filmes. Na edição de 2013, o festival presta homenagem à atriz CAMARIM DE VERÃO Edição da tradicional festa traz show da banda Skank. Nutreal (Nova Lima). 26/1, às 18h, R$ 140 (masculino) e R$ 120 (feminino). Informações: (31) 3209-0505 Guto Muniz INFANTIL A FLORESTA ENCANTADA Peça da Cia Tríade de Teatro conta a história de um Lobo Mau que quer mudar de vida e deixar de ser vilão dos contos infantis. Teatro João Ceschiatti. Até 27/1, às 16h, R$ 30. Informações: (31) 3236-7400 140 VIVER Janeiro 18 - 2013 CULTURAL CELSO FILHO MÚSICA Divulgação REBELDES Grupo da novela teen da Rede Record apresenta Turnê de Despedida – Rebeldes para Sempre. Chevrolet Hall. 19/1, às 19h, a partir de R$ 140. Informações: 4003-5588 NALDO Cantor carioca apresenta show da Na Veia Tour. Chevrolet Hall. 26/1, às 23h, a partir de R$ 50. Informações: 4003-5588 DJ TIESTO Holandês toca seus grandes sucessos na capital. Arena Expominas. 2/2, a partir de R$ 80. Informações: (31) 3209-0505 TEATRO Simone Spoladore, exibindo três produções das quais ela faz parte do elenco: Nove Crônicas para um Coração aos Berros , de Gustavo Galvão; A Memória que me Contam, de Lúcia Murat; e Sudoeste, de Eduardo Nunes. Além das homenagens, a mostra ainda contará com mesas de debates, júri de produções, oficinas e palestras. Programe-se pelo www.mostratiradentes.com.br Verão cultural em BH Vai passar janeiro em Belo Horizonte? Não se preocupe com o que fazer. Apesar de ser um mês mais calmo, festivais vão agitar os dias quentes de verão. Em cartaz desde o dia 3, a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança selecionou 154 espetáculos que fizeram sucesso em 2012 na capital e os exibe a preços populares. Os valores variam de 5 a 12 reais e podem ser compraVIVER Janeiro 18 - 2013 dos em pontos do Sinparc, espalhados pela cidade. Mais informações no www.sinparc.com.br O Verão Arte Contemporânea também volta em cena na capital, com programação até o dia 3 de fevereiro. Com agenda agitada, o festival traz 40 atrações, entre peças teatrais, shows e exposições, em 29 espaços da cidade. Programe-se pelo www.veraoarte.com.br BEIJA-ME ANTES QUE O MUNDO ACABE Com direção de Elvécio Guimarães e trilha sonora de Marcus Viana, espetáculo faz adaptação do livro de crônicas As Mentiras que os Homens Contam, de Luis Fernando Verissimo. Palácio das Artes. 30/1, às 21h, R$ 30. Informações: (31) 3236-7400 PALHAÇOS Com texto de Timochenko Wehbi, espetáculo conta o encontro lúdico de um palhaço e um espectador. Teatro João Ceschiatti. Até 27/1, de 5º feira a sábado, às 21h, aos domingos, às 19h, R$ 30. Informações: (31) 3236-7400 141 MÁRCIA QUEIRÓS ALESSANDRA VALENTE Hotéis em São Paulo Érica Drumond conquista o mercado do interior paulista. CEO da Vert Hotéis, a empresária mineira vai inaugurar em Tatuí, Limeira e Fernandópolis três hotéis da bandeira Ramada, que ela representa no Brasil. A empresa de Érica iniciou as atividades em 2010 e já possui três unidades da Ramada em operação: uma em Lagoa Santa (MG) e duas nas capitais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas as metas da empresária vão além. A expectativa é de inaugurar, nos próximos 15 anos, 45 hotéis da marca no país. A Ramada pertence ao maior grupo hoteleiro do mundo, a Wyndham. Érica Drumond comemora também a construção do primeiro hotel de marca própria Vert. Localizado na avenida Uruguai, no Sion, o E-Suíte terá 80 apartamentos e será um midscale, com perfil para longa permanência. A previsão é que seja inaugurado em janeiro de 2014, antes da Copa do Mundo. Tião Mourão Leo Fontes Balangandãs Formada em arquitetura, Flávia Escalda, 33, trocou os projetos de edifícios pelos balangandãs. “Se exerci a arquitetura, foi só na faculdade. Desde essa época, gostava mesmo é de joias. Como não havia curso específico em Minas, fiz moda até ir para Florença estudar desenho de joias”, conta. Depois disso, ninguém segurou a moça, dona da Escalda Design. Ela lança a quarta coleção, inspirada na arte asteca. 142 VIVER Janeiro 18 - 2013 No Patuscada, os melhores ingredientes fazem os mais saborosos pratos. Leo Fontes Com endereço fixo na Barra da Tijuca, no Rio, a atriz mineira Priscila Spinelli, 28, está de passagem por Belo Horizonte. Até fevereiro, ela interpreta a personagem Fabíola na peça Dois Casais em Maus Lençóis, em cartaz na Campanha de Popularização, nos teatros da Biblioteca Pública e do Colégio Arnaldo. “Tenho veia cômica desde criança. Acho fácil fazer as pessoas rirem comigo e de mim”, conta a moça, que já tem no currículo outras produções de comédia. O riso também já rendeu frutos no Rio, onde Priscila fez participações cômicas nas novelas globais Morde e Assopra e Amor, Eterno Amor. “Conversei com os produtores de elenco e, no dia seguinte, eles me chamaram”, comemora. Além de batalhar mais participações na televisão, outro projeto em terras cariocas é a montagem da comédia Programa de Auditório. “Estou em busca de patrocínio”, avisa. VIVER Janeiro 18 - 2013 MONDODESIGN | MargaretMarinho . Foto André Shirm Aposta no riso Av. Bernardo Monteiro, 1548 Funcionários BH Reservas 31-32139296 Serviço de manobrista www.patuscada.com.br Pedro Vilela Missão cumprida Superintendente da Fundação Sidertube, Alberto Camisassa começa 2013 realizado e com o pé direito. Há sete anos, ele trabalha no projeto de reforma do antigo Cine Theatro Brasil, na praça 7, que, em setembro, passa a abrigar a V&M Brasil Centro de Cultura. O espaço será inaugurado com a exposição Guerra e Paz, de Portinari, obra máxima de um dos mais importantes pintores brasileiros. “Pensávamos em fazer um show, mas depois veio a ideia da exposição, que ficará em cartaz 60 dias. É um orgulho, a sensação de realização é grande”, declara. Os painéis foram expostos no ano passado, em São Paulo, onde foram visitados por 2 mil pessoas. Em BH, será última chance de o público vê-los antes de a obra partir para itinerância internacional. Lições de sustentabilidade Pesquisador associado da Fundação Dom Cabral, Lucas Amaral, 24, foi o único mineiro da comitiva de mestrandos que embarcou no final do ano passado para Moçambique, onde passou 20 dias. Aluno do curso de mestrado em Práticas em Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ele e mais 16 colegas colocaram em prática, no país africano, o que aprenderam na pós-graduação. “Valeu a pena conhecer uma realidade diferente. Ficamos em campus rural, onde as comunidades próximas não tinham sequer água encanada”, conta Lucas. 144 Muso do teatro O ator e músico belo-horizontino Alysson Salvador foi eleito pelo site R7, da Rede Record, o muso do teatro brasileiro. Entre os Leo Fontes concorrentes, estavam bonitões e veteranos da dramaturgia, como Thiago Lacerda. Tudo aconteceu depois de Alysson atuar por 20 dias no Sesc Pompeia, em São Paulo, na peça Zumbi, dirigida por João das Neves. A temporada foi suficiente para chamar a atenção do crítico Miguel Arcanjo Prado, que o indicou para a disputa. Alysson foi eleito muso com quase 2 mil votos e, depois da glória, está de volta aos palcos de BH, na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. VIVER Janeiro 18 - 2013 Sozinho, por enquanto Divulgação Ao contrário da maioria dos modelos que iniciam carreira no eixo Rio-São Paulo, o capixaba Alexandre Bonadiman, 24, deu os primeiros passos em Belo Horizonte. “Há 14 anos enceno a paixão de Cristo na minha cidade, Jaguaré (ES). Neste ano chamei a atenção de uma olheira, que me orientou para ser modelo e ator”, diz. O rapaz enviou fotos para cinco agências e a primeira a chamá-lo foi a Ford, de BH. Depois de desfilar em eventos, como o Proação Fashion Day, passou em testes para TV e campanhas publicitárias. “Minas me trouxe aprendizado.” Com 1,81 metro e 79 quilos, o rapaz de olhos azuis afirma estar sozinho e, pelo jeito, pretendentes devem esperar. “Estou solteiro, focado na carreira, hoje a coisa mais bacana na minha vida”, avisa. VIVER Janeiro 18 - 2013 Bate-papo com Olavo Machado POR MÁRCIA QUEIRÓS Petrônio Amaral Foco no trabalho “Indústria que não nasce para crescer nasce para morrer”. Essa é uma das máximas seguidas pelo presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado, que será o primeiro palestrante do ano do Conexão Empresarial, evento realizado pelo grupo VB Comunicação, no dia 4 de fevereiro. Há quase três anos à frente da entidade, ele diz focar as ações na valorização do mercado, criando condições para desoneração dos empresários, crescimento das empresas e geração de empregos. Com apoio explícito de empresários para que continue no cargo (a escolha do próximo presidente será em dezembro deste ano), ele prefere não falar em sucessão, agora, e se concentrar no trabalho. Machado discorreu sobre a experiência na Fiemg, as expectativas para 2013 e os desafios do setor. Confira. 146 A última eleição para presidência da Fiemg teve chapa única. Acredita que isso se repetirá em 2013? A eleição para nova presidência será em dezembro. Não está na hora desse assunto. Senão, irei falar o ano inteiro em sucessão. Acredito que setembro é o melhor momento para começar. Vou lutar pela chapa única, no momento correto. O candidato poderá ser eu ou não. Os empresários é que irão definir. Luto para que seja chapa única, para que não haja dispersão entre a classe. Na verdade, as propostas dos empresários são as mesmas, a maneira de fazer que é diferente. Qual é ênfase da sua gestão? Minha gestão é toda focada na valorização do mercado da indústria mineira, criando condições para que as empresas possam crescer, gerando mais empregos. Outro foco é proporcionar condições para as pequenas indústrias. Indústria que não nasce para crescer, nasce para morrer. Neste ano, continuaremos a incentivar eventos de diferentes setores, como o Minas Trend Preview. O setor de confecção é muito importante, sobretudo pela geração de empregos. Qual a avaliação que o senhor faz do setor industrial em 2012? Foi um ano difícil, mas, por outro lado, em 2012, foram criadas condições para que a indústria possa ocupar espaço maior. A presidente Dilma Rousseff e o governador de Minas, Antonio Anastasia, implementaram políticas que irão valorizar, ao longo de 2013, o trabalho das indústrias. Quais foram as principais medidas? Os juros caíram em 2012, mas os efeitos serão sentidos ao longo deste ano, assim como os resultados das medidas para a desoneração da folha e da queda na conta da energia. A guerra dos portos também irá acabar. Acredito que o primeiro trimestre será sem muitas novidades, mas o crescimento da indústria, em função dessas medidas, será sentido ao longo do ano. Quanto à economia internacional, quais as suas expectativas? Espero que as medidas tomadas nos EUA e na Europa sejam eficazes para estimular a economia. Mas, por outro lado, nós, brasileiros, precisamos ter mais competência e aproveitar o momento para agregar mais valor aos nossos produtos. Qual o principal gargalo do setor? A falta de capital de giro. Competimos com empresas internacionais que têm mais acesso ao capital. O setor de tecnologia avançou? Estamos aparelhando o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec).Neste ano, também sentiremos os efeitos dos investimentos do centro tecnológico, que, com suas pesquisas, irá apoiar a indústria mineira. VIVER Janeiro 18 - 2013 O quê 6Mérito Municipal Onde 6Minascentro Personalidades e instituições foram homenageadas pela Câmara Municipal de Belo Horizonte com o Grande Colar do Mérito Legislativo. Foram agraciadas 99 pessoas e entidades de diferentes áreas de atuação por suas contribuições à cidade em 2012. Em sua 10ª edição, a homenagem teve como patrono o ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente da República, Itamar Franco. A solenidade teve como orador oficial o exdeputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). Fotos: Tião Mourão 6 Flávio Nunes, Décio Freire e Rodrigo Freire 6 Luis Tibé, Miguel Correa Júnior, José Rafael Guerra, Andréa Tonet e Arlindo Porto 6 Carlos Mário da Silva Velloso e Décio Freire 6 José Saad Duailibi, Simone Demolinari e Fernando Vignoli 6 Sílvia Helena, o homenageado Décio Freire e Léo Burguês 6 PCO, Luis Tibé, Gustavo Cesar de Oliveira e Marcílio Soares 6 Luiz Michalick, Marcílio Soares e Igor Tameirão 6 Carlos Mário da Silva Velloso e Yara Tupynambá VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Paulo Solmucci, Sérgio Bruno Zech Coelho e Pelé do Vôlei 6Vereadora Sílvia Helena e o agraciado Gustavo Cesar de Oliveira 6 Vitor Xavier, Léo Burguês e Flávio Dayrell Pentagna Guimarães 6 O presidente da Câmara, Léo Burguês, exibe a placa em homenagem a Itamar Franco e Bruno Siqueira 6 Carlos Mário da Silva Velloso e Yara Tupynambá 147 O quê 6 A volta do Mineirão Onde 6Pampulha Com o grito de guerra “Ô o Mineirão voltou” ecoando além das montanhas, foi reinaugurado o estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. A festa no estádio, um dos mais modernos do mundo, contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, que chegou acompanhada do governador Antonio Anastasia e de autoridades. O jogo de reinauguração será no dia 3 de fevereiro, com o clássico Atlético e Cruzeiro, válido para o Campeonato Mineiro. Fotos: Tião Mourão 6 Vice-governador Alberto Pinto Coelho, ministro Fernando Pimentel, Antonio Anastasia e Dilma Rousseff 6 Prefeito Marcio Lacerda, governador Antonio Anastasia, presidente Dilma Rousseff e o ministro Aldo Rebelo 6 Ministra Helena Chagas e o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro 6 Sob os olhares do governador Anastasia, a presidente Dilma Rousseff autografa a bola da Copa das Confederações 6 Tiago Lacerda, da Secopa, vereador Leo Burguês e o presidente do consórcio Minas Arena, Ricardo Barra 6 Antonio Anastasia, Dilma Rousseff e Aldo Rebelo 6 Arlindo Porto, Alexandre da Silveira, Danilo de Castro, Carlos Antônio Arantes e José Élcio Montese 6 Gil Pereira, João Vitor Xavier e Rubens Lessa 6 Rubens Lessa e José Élcio Montese 6 Rodolfo Torres, João Carlos Ferraz, Gilberto Ramos e Leonardo Colombini 148 6 PCO e Olavo Machado 6 Alberto Pinto Coelho e Alexandre Pinto Coelho VIVER Janeiro 18 - 2013 6 PCO, Roberto Senna, Jô Moraes, Aldo Rebelo e Fábio Ramalho 6 Gilvan de Pinho Tavares e Bonifácio Mourão 6 Carlin Moura e Eros Biondini 6 Gil Pereira e Guilherme Pereira 6 Manuela e Tiago Lacerda, Regina Lacerda, Délio Malheiros e Maria Luiza 6 Angela Gutierrez e Regina Lacerda VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Carlos Rubens Doné e Luiz Carlos Costa O quê 6Festa Onde 6Na Mata Café O Clube de Permuta reuniu associados e convidados para festa de confraternização de fim de ano e para brindar o sucesso de seus negócios em 2012. As perspectivas para 2013 são ainda melhores. A expectativa é de que gere, entre seus associados, negócios de 20 milhões de reais. O objetivo é a troca de produtos e serviços sem utilização de dinheiro. As transações são realizadas com a moeda interna do Clube, o Permutz, que tem equiparação monetária com o real. Fotos: Tião Mourão 6 Marcos Calmon, Leonardo e Juliana Speziali 6 Eduardo Martins, Agilberto Costa e Leonardo Bortoletto, diretor da Web Consult e um dos idealizadores do Clube de Permuta 6 Daniele e Reinaldo Magalhães, André Paiva e Macilene Moreira 6 Antônio Baltazar, Estefânia Meireles, Bruno Baltazar, Jairo e Ana Flávia Lopes 6 Luiza Lanna, PCO, Alexandre e Vera Davis 6 Paulo Cesar Alkimim de Oliveira, diretor do Clube de Permuta, Fernanda Corrêa, Adriana Lanna Valle e Rogério Bechelani 6 Marcos e Alessandra Muniz, Leonardo Bortoletto, Pedro e Cláudia Nogueira Castro 6 Alexandre Tibúrcio e João Vicente da Conceição 150 6 Rachel Mesquita, René Salviano, Karina Magalhães e Rodrigo de Freitas 6 René Salviano, Rachel Mesquita e Antônio Bortoletto 6 Rodrigo Freitas, Ana Miranda, Carol e Elizabeth Bortoletto 6 Leonardo Speziali, Marcos Rocha e Rodrigo Godoy 6 Fabiana Buchesi e Igor Marfará VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Isabela e Gustavo Portes, Lúcia e Vitor Correa 6 Márcio Ladeira, Daniela Laborne Katz, Daniel Katz e Paulo Cesar Alkimim de Oliveira 6 Divaldo Bortoletto, Liége Camargos e Leonardo Bortoletto 6 Leandro Costa, Daniela e Daniel Katz 6 Rodrigo Freitas, Pedro Martins da Costa, João Emílio e Leonardo Bortoletto O quê 6Casamento Onde 6São Paulo Mineiros desembarcaram em São Paulo para o casamento de Marina Lanna Pinto (vestindo Glória Coelho) com Ademir Gartner. Um verdadeiro dream team esteve à frente da organização da festa, na Galeria da Wilma Eid, Estação São Paulo. O menu foi assinado pela mãe da noiva, Mazzô França Pinto, da Cozinha da Mazzô. Produção e decoração foram de Fábio Mariutti e Vic Meirelles. Henrique Secchi, da B Produções, animou a pista e Mariana Carvalho cuidou do cerimonial. Fotos: Jade Stickel 6 Marina e as amigas norte-americanas 6 Marina Lanna e Ademir Gartner 6 Ana Luiza Trivelato, Dorita Freitas Castro, a noiva Marina, Lulu Harmendani e Lúcia Trivelato 6 Ademir e Marina, Ana França Pinto, Pichita Lanna e Mazzô França Pinto 6 Eliana Marques Lisboa, Ângela Rosa e Mazzô França Pinto 152 6 Mazzô França Pinto, Marcelo Vito, Luiza Machado e Glória Lanna 6 Marina e seu pai Miguel França Pinto 6 Júlia Lanna, Paula Lanna e Marina França Pinto 6 Johanna Anastasia Cardoso, Kiki Scarioli, Carol Marques Lanna e Ana Maria França Pinto 6Marina, Mazzô, Miguel e Ana França Pinto VIVER Janeiro 18 - 2013 O quê 6Expansão do Biocor Onde 6Vila da Serra Referência no Brasil e no exterior, o Biocor Instituto concluiu seu mais recente projeto de expansão e inaugurou 120 novas suítes e mais de 100 apartamentos e suítes modernizados. As novas e modernas instalações fazem parte do projeto estratégico de ampliação e reestruturação do hospital junto aos investimentos em novas tecnologias: tomografia computadorizada 3D, hemodinâmica, sistemas de ecocardiografia, sistema de imagenologia digital, entre outros. Fotos: Tião Mourão e Fernando Machado 6 O diretor presidente do Biocor Instituto, Mario Vrandecic 6 Vitor Penido, Erika Vrandecic, Mario Vrandecic e José Rafael Guerra 6 Mario Vrandecic, Bayard Gontijo e Arthur Paixão 6 Ektor Vrandecic, Erika Vrandecic, Heloisa e Mario Vrandecic 6 Vitor Penido, Erika Vrandecic, Mario Vrandecic, José Rafael Guerra e Paulo Lamac 6 Mario Vrandecic e Carlos Corradi VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Heloisa Vrandecic, Erika Vrandecic, Mario Vrandecic, Paulo Lamac e Márcio Flávio Barbosa 6 Mario Vrandecic e equipe de enfermagem do Biocor Instituto 6 Heloisa Vrandecic, Mario Vrandecic, José Rafael Guerra e Nélio Aurélio de Souza 6 Luiz Antônio Senna de Lima, Pedro Donnard, Mauro Prosdóscimo e Mario Vrandecic 6 Lia Sandoval, Juan Sandoval e Mario Vrandecic 153 O quê 6Coquetel Onde 6Savassi Em clima de grande expectativa entre os convidados aficionados pelo novo gadget da Apple, a Claro em Minas promoveu concorrido coquetel para o lançamento do iPhone 5, marcado para a meia-noite do dia 14 de dezembro. Nas primeiras horas do início oficial das vendas, os clientes fizeram fila na porta da loja e todo o estoque já tinha sido vendido. O novo smartphone será comercializado nas versões 16GB, 32GB e 64GB, que estarão à venda nas lojas da operadora no país. Fotos: Tião Mourão 6 Carolina Mattos, Gabriel Guimarães e Valeska Oliveira 6 Gabriel Mendes, Gabriel Guimarães, Marco Túlio e Ângela Lara 6 Hugo Labbate e Maysa Valadares 6 O gerente geral da Claro em Minas, Gabriel Mendes, Cris Guerra, Carol Rache e Carolina Mattos 6 Gabriel Mendes, Rodrigo Ferraz e Gabriel Guimarães 154 6 Graziele Fonseca, Leandro Figueiredo, Giba Andrade e Gabriel Mendes 6 Carolina Rache, Carolina Mattos e Gabriel Guimarães 6 Carlos Altiman e Luiz Cláudio Miranda VIVER Janeiro 18 - 2013 O quê 6Festa Onde 6Bairro da Serra 6 José Antônio Marfará, Thiago Porto e Amália Madonado 6 Hudson e Suzana Barbosa, Jurandir e Luciana dos Santos Alves Silva, Lúcia e Leonardo Xavier 6 Regina e José Antônio Marfará, Amália Maldonado, Thiago Porto, Fabiana Bucheni e Igor Marfará O quê 6Lançamento de livro Onde 6Sede da Fiemg 6 José Luiz Aguiar, José Fernando Coura e Ricardo Antônio Pereira da Silva 6 Graziele Vilela, Geórgia Caetani e Helena Perez VIVER Janeiro 18 - 2013 A Marfará Empreendimentos, do Grupo Marfará, liderado por José Antônio Marfará, reuniu clientes, fornecedores, amigos e toda equipe para animada festa de confraternização no Villa Rizza Bar e Música e brindar o sucesso de seus negócios no ano que passou. A empresa de incorporação e construção de empreendimentos residenciais e comerciais também atua na execução de projetos de restauração e urbanísticos de prédios de centros históricos. Fotos: Tião Mourão 6 José Antônio, Igor Marfará, Marcos e Raquel Fernandes 6 Fabiana Bucheni, Igor Marfará e Hevelyne Buzatti 6 Cristiane, Eduardo Martineli Costa, Marcos e Raquel Fernandes A trajetória da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), que em 2012 comemorou 136 anos de fundação, está contada no livro A história da Escola de Minas 1876-2012 (editora Legraphar). Com prefácio de Mauro Werkema e textos assinados por pessoas ligadas à instituição, o livro foi lançado com palestra do diretor da escola, José Geraldo Arantes de Azevedo Brito. Ilustrado por mais de 400 fotografias, o livro traz lista com nomes de ex-alunos. Fotos: Tião Mourão 6 Olavo Machado Júnior, José Fernando Coura, Gabriel Guimarães e Antônio Padovezi 6 J.D.Vital e Roque Camilo 6 Paulino Cícero de Vasconcellos, 6 Vanessa Peixoto e Liliane Carrieri José Fernando Coura e Celso Castilho 155 O quê 6Documentário Onde 6Sede da Fiemg 6 Hiram Firmino, Antônio Rocha, José Fernando Coura, Sérgio Santos e Elzoires Freitas 6 Delano Ulhoa, José Mendes, Antônio Rocha e Rose Castro 6 Mônica Garcia, Liliane Carrieri, Guilherme Carvalho e Edilene de Araújo 6 Willer Pós, Paulino Cícero de Vasconcellos e Marcelo Nascife O quê 6Jantar Onde 6La Pizzeria 68 6 Guilherme Lourenço, Luiz Gustavo Miranda, Ivan Muls, Alexandre Mello e Linda Abreu Documentário sobre Augusto Trajano de Azevedo Antunes, que recupera imagens históricas da Amazônia dos anos 1950, foi exibido pela primeira vez na capital mineira. Morto em 1996, dr. Antunes foi fundador e comandante do Grupo Cemi. Pioneiro na adoção da sustentabilidade na indústria, ele criou uma cidade no meio da floresta amazônia para seus funcionários. Dirigido por Sérgio Santos, o filme é fruto de um trabalho de compilação de documentos, fotografias e depoimentos. Fotos: Tião Mourão 6 Antônio Padovesi, José Fernando Coura, o presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, e Celso Dias Empresários integrantes da Eurocâmara Minas Gerais, entre eles representantes das câmaras de comércio da França, Itália e Portugal, reuniram-se para jantar de confraternização de fim de ano. Regada a massas e vinhos, a noite teve como anfitrião o empresário lusobrasileiro Fernando Dias, presidente da Eurocâmara e da Master Turismo. Convidados participaram de sorteio de brindes, acompanhados de kits de revistas editadas pela da VB Comunicação. Fotos: Tião Mourão 6 Márcia Queirós, Pierre Dussaud, Jussara Machado e Fernando Dias 6 Geraldo Moura Tavares, Márcia Queirós e Marcos Nogueira 6 André Bandeira, Marcos Nogueira, Geraldo Tavares e Fernando Dias 6 Fernando Dias, Maria Victória Capelão, Fernanda e Armando Baeta 156 VIVER Janeiro 18 - 2013 O quê 6Aniversário Onde 6 Lourdes O diretor geral da Band Minas, José Saad Duailibi, que em pouco tempo conquistou os mineiros com sua simpatia, recebeu convidados no restaurante O Dádiva para festejar seu aniversário. O tom de humor da noite prestigiada ficou por conta do comediante Christian Pior, do Pânico na TV ,que não perdoou os convidados com sua irreverência. O anfitrião recebia ao lado de sua mãe, a diretora internacional da Band, Maria Leonor Saad (Nonô), e da namorada Simone Demolinari. Fotos: Uarlen Valério 6 Paulo Roberto Brandão, Ricardo Guimarães e Aquiles Leonardo Diniz 6 Maria Leonor Saad (Nonô), José Saad Duailibi e governador Antonio Anastasia 6 Lúcio Costa e Humberto Alves Pereira 6 Adriano Buldrini, prefeito Marcio Lacerda, PCO, Carlos Carneiro Costa e Lúcio Costa 6 Régis Souto, Helvécio Flores, Roberto Hilton e Paulo André Nacife 6 Clíssia e Matheus Cotta de Carvalho 6 Luiza Lanna, Carolina Vaz, Aline Lara e Dária Mineiro 6 Lúcio Costa, governador Antonio Anastasia, Humberto Alves Pereira e prefeito Marcio Lacerda 6 Rodrigo Godoy, Henrique Massa e Amaro Neto 6 Lázaro Luiz Gonzaga e governador Antonio Anastasia VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Prefeito Marcio Lacerda, governador Antonio Anastasia, Simone Demolinari e José Saad Duailibi 6 Celso Picchioni, Wagner Espanha, Paulo Assunção e Eduardo Mineiro 157 O quê 6Cosmopolitah! Onde 6Na Mata Café 6 Natália Mavignier, Raquel Godoy e Daniella Salum 6 Marcelo Henrique, André Andrade, Leonardo Belmani e Estevão Nejm 6 Nadim e Renata Donato Sucesso desde seu lançamento, a festa itinerante Cosmopolitah! voltou a agitar Belo Horizonte. Em sua terceira edição, o evento homenageou o artista e designer Andy Warhol. A festa contou com apresentações da banda Big Me e do DJ Expeto. Houve ainda sorteio de um painel da atriz Marilyn Monroe pintado ao vivo no local pelo artista plástico Vinicius Póvoa e inspirado no famoso retrato da atriz pelo ícone da pop art. Fotos: Uarlen Valério 6 Osvaldo Barros e Maria Auxiliadora Bahia O quê 6Corrida Onde 6Pampulha 6 Vinicius Povóa 6 Flávio Herculano e Hélder Mendonça 6 Paulo Nunes, Rodrigo Godoy, Denise Araújo, Mark Paladino e Adriana Borgatti Cerca de 14 mil corredores participaram da 14ª Volta Internacional da Pampulha, com percurso de 17,8 km. O mineiro Giovani dos Santos, de Natércia, sul do estado, sagrou-se campeão, passando o etíope Chala Debele, que ficou com a segunda colocação. No feminino, a vencedora foi Maurine Jelçagat Kipchumba. A corrida é uma das mais famosas do Brasil e é válida pela Liga de Ouro Brasil de Corrida de Ouro. A realização e organização é da Rede Globo e Yescom. Fotos: Divulgação 6 Gabriela Barcelar, Cristina Brotel e Thais Rodrigues de Melo Franco 6 Premiação masculina 6 Premiação feminina 6 Sílvia Mattos, diretora comercial da Globo Minas, Carol e Cristiane Brum 6 Christie Bonfim Meira Cunha, Henrique Câmara Azevedo, Sílvia Mattos e Cláudio Marcassa 158 6 Régis Souto, Sílvia Mattos, prefeito Marcio Lacerda e José Amaro 6 Helton Freitas, Sílvia Mattos, e Marcelo Coury Abraão VIVER Janeiro 18 - 2013 O quê 6Réveillon do Copa Onde 6Rio de Janeiro Celebridades, vips e convidados participaram do tradicional réveillon do Copacabana Palace, que rompeu 2013 de cara nova. Com vista privilegiada da queima de fogos na orla, a festa ocupou os salões Nobre, Golden e os Frontais. O chef executivo Francesco Carli elaborou o bufê do restaurante Pérgula e o chef Nicola Finamore o menu degustação no recém-reformado Cipriani, ao som do pianista Klinger Vieira. Já a área da piscina se transformou em animadíssima pista de dança. Fotos: Paulo Jabur 6 Guilherme Sampaio Ferraz, Cláudia Fialho, Gilda e Eduardo Sardinha 6 Maria Pia Marcondes Ferraz e Sílvia Amélia de Waldner 6 Andréa Natal e o filho Louis e Rodrigo Lovatti 6 Cristine e o prefeito Eduardo Paes 6 Cláudia Fialho e Andréa Natal VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Andréa Natal e Yasmin Brunet 6 Fernanda Machado 6Flávia Alessandra com a filha Olívia e Mariana Rios 6 Nívea Stelman 159 O quê 6Virada do ano Onde 6Juiz de Fora Foi deslumbrante a festa de boas-vindas a 2013 orquestrada pelo colunista Cesar Romero (Tribuna de Minas), Simone Fernandes (Casa Cheia Produções) e João Matos (Fátima Buffet), no Premier Parc Hotel. Noite de prestígio e alto astral dos convidados, com bonita decoração e serviço de alto padrão. Logo após o espetáculo pirotécnico, a banda Barrados no Baile abriu a pista de dança ao som de Dancing Days e a festa se estendeu até às 5 horas da manhã. Fotos: Andréa Ottoni 6 João Matos e Simone Fernandes 6 Cesar Romero, o deputado federal Marcus Pestana, o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira e Daniele 6 Cesar Romero, Vânia de Landa e sua mãe Terezinha de Landa 6 Gabriel Siqueira, Marcos Lúcio e Maria Lúcia Siqueira, Luiza Siqueira e André Calil 6 Cibeli e Marcelo Félix 160 6 Homero Gonçalves Neto e Wanessa Barbosa 6 Eduardo Benjamin dos Santos e Luciana Bellini, Nice e Camilo dos Santos 6 Daniela Falce e André Gamonal VIVER Janeiro 18 - 2013 O quê 6Réveillon particular Onde 6Belvedere A médica e executiva Kazue Higashi e o empresário Carlos Lima abriram sua bela cobertura para brindar com familiares e amigos a chegada de 2013. Festa alinhada, com bufê do Pichita Lanna, supervisionado por Cantídio Lanna, e uma caprichada set list de músicas, criada pelo anfitrião para animar a noite. Para alegria de Kazuê, de Manaus, vieram especialmente para a festa seus pais Hiroyuiki e Masae Higashi e o irmão Ken Higashi. Fotos: J. Urias 6 Diego Lima, Ronaldo Lima e Carlos Lima 6 Hiroyuiki Higashi e Masae, Kazue Higashi, Ken Higashi e Sumie Murakami 6 Ana Maria Vassali, Maria Giovana Vassali e Luiza Lanna 6 Carlos Lima, Carolina e Marcelo Carvalho, Kazue Higashi 6 Carlos Lima, Johana e Tomaz Anastasia Rebelo Horta e Kazue Higashi 6 Kazue Higashi e Carlos Lima com os filhos Kenzo e Yuji 6 Nino Vassali e Ana Maria, Maria Giovana Vassali, Chiara Balestri e Francesco Vassali 6 PCO, Carlos Lima e Nino Vassali VIVER Janeiro 18 - 2013 6 Mônica Sant’Anna, Thomaz Anastasia Rebelo Horta e Rosana Lima 6 Luciane e Bret Denrod, Jacqueline e Nando Amador 6 Lucas Gontijo, Juliana Azeredo e Simão Fonseca 6 Luiza Lanna com a neta Helena Anastasia Rebelo Horta 6 Gustavo Miranda, Juliana e Alderige Maldonado 161 Carlos Lindenberg Valério ameaçou e Lula pagou pra ver. E agora? Se o procurador geral da República, Roberto Gurgel, resolver mesmo, como informa o Estadão, mandar investigar o ex-presidente Lula, o empresário Marcos Valério terá criado o fato político que ameaçou, em setembro, e ao mesmo tempo terá ido à forra, vingando-se do que considera uma desídia do PT, que o teria abandonado durante o julgamento do mensalão. Marcos Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão porque o Supremo Tribunal Federal o considerou o principal idealizador e operador do mensalão. No princípio de setembro do ano passado, eu estive pessoalmente com Marcos Valério, em seu despojado escritório da rua Alagoas, em Belo Horizonte. O julgamento estava em andamento, ele já havia tomado mais de 12 anos de prisão e se mostrava calmo, mas revoltado. Uma semana antes, dera uma entrevista à revista Veja ameaçando envolver o ex-presidente Lula no Mas, de qualquer forma, o fato político ameaçado por Marcos Valério está criado. Lula será investigado. Se tem culpa no cartório ou não é outra coisa processo, numa espécie de recado para o alto, tipo, “não me deixem só”. Marcos Valério avançou nos recados. Em conversa com amigos que o visitavam, falou alto que não pagaria sozinho a conta do mensalão, que estava sendo abandonado pelo PT, que havia mais gente envolvida no processo e que já estava pagando além do que devia. Certo de sua condenação, comentou que estava abandonando a família para que não o vissem sair de casa algemado e que não passaria o resto de sua vida na prisão. Foi quando mencionou pela primeira vez a ideia de que estava disposto a falar muito mais do que havia falado em seus depoimentos, tanto à Polícia Federal quanto à CPI do Mensalão, desde que sua pena pudesse ser reduzida – a chamada delação premiada. 162 O procurador geral da República deve ter se sensibilizado com a proposta de Marcos Valério, mais do que o PT. Enquanto o partido e seus dirigentes, para não dizer, o próprio ex-presidente Lula, não tomaram conhecimento da generosa oferta de Marcos Valério, o procurador Roberto Gurgel pareceu seduzido pela proposta e tomou a termo as supostas novas acusações de Marcos Valério, não sem antes advertir que o ofertante era um jogador e que era preciso tomar cautela diante do que ele prometia falar. Gurgel, no entanto, jogou melhor. Ouviu Marcos Valério dizer, ainda durante o julgamento, que pagou despesas pessoais de Lula com o dinheiro do mensalão – fato, aliás, não confirmado pelo delegado federal que investigou o esquema, ouvido pelo lobo – menosprezou de público as novas declarações de Valério, mas deixou vazá-las para o Estadão e agora, pelo mesmo jornal, avisa, como quem não quer nada, que vai mandar o Ministério Público apurar as supostamente novas denúncias de Marcos Valério. Como Lula não tem mais a prerrogativa do foro privilegiado, ele deverá ser ouvido por um promotor de Justiça e o processo, se for aberto, correrá na primeira instância – embora o promotor federal que o examinar poderá também mandar arquivá-lo, se considerar que não há provas suficientes para tocar o caso adiante. Mas, de qualquer forma, o fato político ameaçado por Marcos Valério está criado. Lula será investigado. Se tem culpa no cartório ou não é outra coisa. É uma faca de dois legumes, como diria um antigo dirigente do Corinthians, Vicente Mateus. Se houver algum indício, Lula terá que se explicar. Se não, estará à vontade para tripudiar sobre os seus adversários que já se aproveitam da circunstância para atacá-lo, com a munição fornecida por Marcos Valério. Ao mesmo tempo, Marcos Valério terá se vingado do reclamado abandono a que teria sido relegado pelo PT e seus companheiros de aventura financeira. Se a Justiça vai considerar suas novas declarações como antenuante para a redução da pena de 40 anos de reclusão, também não se sabe. Como disse o procurador Gurgel, Marcos Valério pode estar jogando. Lula, neste caso, pagou pra ver. Carlos Lindenberg, jornalista VIVER Janeiro 18 - 2013 Construir um bom futuro é o nosso dever de casa. A Gerdau acredita que a educação de qualidade é o caminho para o desenvolvimento sustentável da sociedade. Com programas voltados à melhoria de gestão realizados em Minas Gerais, contribui SDUDTXHDVSUy[LPDVJHUDo}HVSRVVDPFRQVWUXLUVHXVSUySULRVVRQKRV1RVVDFRQ¿DQoDHPXP mundo melhor passa pela educação e por tudo que ela é capaz de transformar. www.gerdau.com