Educação Ambiental - Secretaria Municipal de Educação

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Educação Ambiental - Secretaria Municipal de Educação
junho/ julho - 2010
Ano IX
nº
A revista Educando em Mogi é um projeto da
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por
meio da Secretaria de Educação
51
em
Educação
Ambiental:
um olhar para o futuro
Editorial
A questão ambiental ganha cada vez mais destaque na área educacional, envolvendo pais e alunos em prol da preservação do Meio
Ambiente. Cada vez é mais clara a importância da participação
de todos. Essa edição da Revista Educando em Mogi, dedicada à
Educação Ambiental, é reflexo dessa preocupação constante do
ser humano em relação ao futuro do Planeta.
Vamos conhecer as atividades desenvolvidas nas escolas mogianas
para a conscientização dos estudantes e da comunidade em geral pelo
uso racional dos nossos recursos naturais e a destinação correta do
lixo. Essas ações geraram frutos em Mogi e também fora do país.
Um abraço especial aos alunos que tiveram suas frases escolhidas
no I Concurso – Dia da Água, uma parceria das Secretarias Municipais de Educação, Verde e Meio Ambiente e do Semae. Nossas ações ultrapassaram fronteiras e foram destaque em Portugal.
Cumprimentamos também os vencedores do Concurso Internacional no Âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade - “Quando
o Mundo se Torna Tela” e destacamos a participação mogiana no
II Congresso Internacional Escolar – Recursos
Naturais, Sustentabilidade e Humanidade, realizado em maio na cidade de Braga, em Portugal.
A Escola Ambiental de Mogi das Cruzes apresenta relatos sobre o curso de biotecnologia, a
aplicação da tecnologia em Educação Ambiental e a experiência bem sucedida do projeto
Educanvisa, fruto da parceria com a Vigilância
Sanitária Municipal.
A relação entre a Educação Integral e a sustentabilidade ganha um espaço especial e as
escolas nos mostram os primeiros resultados
da implantação das Matrizes Curriculares
Municipais para a Educação Básica – Ciências Naturais e Sociais. A capacitação, realizada em abri,l e o próprio documento já são
referências para nossos educadores.
Expediente
Prefeitura Municipal
de Mogi das Cruzes
Secretaria Municipal de Educação
Coordenadoria de Comunicação Social
Av. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277
Centro Cívico – Mogi das Cruzes – SP
CEP 08790-900
Tel.: (11) 4798-5085
Fax: (11) 4726-5304
www.mogidascruzes.sp.gov.br
■ Conselho
Editorial
Maria Geny Borges Avila Horle
Anne Ivanovici
Cláudia Helena Romanos Pereira
Leni Gomes Magi
Marilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti
■ Jornalista Responsável
Kelli Correa Brito – MTB 40.010
■ Coordenação Editorial
Bernadete Tedeschi Vitta Ribeiro
Lilian Gonçalves
■ Colaboraram nesta edição
Romildo de Pinho Campello
Zenaide Oliveira dos Santos
Paula Leme Assis
Kelli Correa Brito
Claudia Rocha Moretti Lorena
Maria Inês Soares da Costa Neves
Valéria Miranda Batista
Carla Andrea Zigante
Taciano Segóvia Machado
Maury Pereira da Costa Neves
Mário Barbosa
Fabriciano Mendes
Jefferson Adriane de Paula
Eliane Regina Careta Macedo dos Santos
Ciomara Rodrigues Prado de Miranda
Rosa Maria Fusco Ferreira
Sandra M. Bio Ongarelli Garcia
Edilamar Regiane C. Macedo Pazini
Aline Calixto Balbino da Silva Conceição
Ana Maria Guimarães da Silva
Danila Zanni dos Santos Silveira
Patrícia Aparecida Ramires Gabriel
Renata Aparecida Domingos Cruz
Solange Bento dos Santos
Vanusa Alves Basílio
Vivian Almeida Morganti Evangelista
Viviane Alves Palanca
Cintia Melani
Lúcia Helena Martins Gonçalves
Patrícia Aparecida Ramires Gabriel
■ Nossa capa
Perereca nativa da fauna do Parque Municipal
(Foto: Felipe Riente)
■ Fotos
Arquivos das Escolas Municipais
Ney Sarmento (CCS)
■ Fotolito, impressão e acabamento
Marpress Gráfica e Editora
Av. Henrique Peres, 1.500
Mogi das Cruzes/SP
Tel. (11) 4723-6600
www.marpress.com.br
■ Projeto Gráfico e Diagramação
Jorge Ricardo (CCS)
■ Tiragem
3.500 exemplares
A Revista Educando em Mogi nº 51 é
uma publicação da Secretaria Municipal de
Educação de Mogi das Cruzes, por meio
da Coordenadoria de Comunicação Social,
e não se responsabiliza por conceitos
emitidos em artigos assinados.
Índice
4
O Parque do Itapety, Ontem e Hoje
7
8
9
Inspetores da economia
Pais e alunos comemoram Dia da Terra na Emesp
Prefeitura premia vencedores de concurso de frases sobre o uso da água
10
16
Educação Integral e Sustentabilidade
Educação Ambiental mogiana é destaque em Portugal
18
Pé de Caqui
20
22
24
19
Atlântica
Educação Ambiental e Tecnologia
Educar para a cidadania... E sobrevivência!
Educação Ambiental faz a diferença na Vila da Prata
28
26
Todo dia é dia de Índio
Fazendo uso das Matrizes de Ciências Naturais e Sociais
32
34
Educação Integral – Saúde e Sustentabilidade
36
38
Ações pedagógicas em Biotecnologia
O Mundo Sob Nova Direção
Água: Direito de todos, privilégio de poucos
4
Especial Educação Ambiental
do
PARQUE
O
ITAPETY
ontem
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
hoje
e
A História
do Parque
Natural
Municipal
Francisco
Affonso
de MelloChiquinho
Veríssimo
Romildo de Pinho Campello
Zenaide Oliveira dos Santos
No início do século XX, tínhamos um
grande problema de abastecimento de
água em nossa cidade. A água era proveniente de córregos e nascentes que abasteciam chafarizes localizados em vários
pontos da cidade, mas já não atendiam
as necessidades da população. A solução
encontrada pela administração na época
foi fazer um sistema de captação e tratamento de água na Serra do Itapeti, onde
temos um grande volume de água potável de ótima qualidade.
Solucionando o problema da falta
d’água, seria também resolvido o problema do desmatamento, como consta na
pesquisa do professor Jurandyr Ferraz de Campos.
A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes teria que
proteger os mananciais. Para ocorrer efetivamente tal
proteção teve que se adquirir várias glebas de terra
do entorno da captação de água. Com essa atitude
ecológica, os políticos da época preservaram o que
hoje é o nosso Parque Natural Municipal Francisco
Affonso de Mello-Chiquinho Veríssimo.
Enfrentaram muitos problemas, como evitar a venda de uma das primeiras áreas adquiridas para proteger o manancial, área esta denominada de terreno do
Chico de Almeida. O então prefeito da época, Frederico Straube, queria vender a primeira área para adquirir uma outra, só que ele se desligou da Prefeitura
antes e o prefeito que assumiu no seu lugar, Armindo
Faustino de Mello, desistiu da tal venda.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
5
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Especial Educação Ambiental
6
Segundo o professor Jurandyr Ferraz
de Campos em sua pesquisa, Armindo
Faustino de Mello diz:
“...ponderando bem a matéria tratada
nestes autos, cheguei a conclusão de que
não há interesse para a municipalidade a
venda em apreço, pois a sua localização
é situada onde já tem havido devastação
para o consumo de lenha, apresentando
certas áreas o aspecto de terra devastada,
portanto, corroborar com a continuação
do desflorestamento, máxime das terras
do patrimônio municipal”.
Atitude como esta de um político consciente e ecologicamente correto é que
permitiu preservamos um pedacinho da
Mata Atlântica, evitando assim deslizamentos, como temos visto recentemente
no Rio de Janeiro e mesmo em locais na
nossa região.
Na década de 50, o prefeito Henrique
Peres inaugurou um sistema moderno
de captação e tratamento das águas do
rio Tietê para o abastecimento de água
na cidade. O sistema tinha um reservatório de água tratada e possuía tecnologia
de ponta para a época.
Esse sistema, modernizado e expandido, funciona até hoje, através do Semae
– Serviço Municipal de Águas e Esgoto.
As instalações do sistema de abastecimento da Serra do Itapeti foram desativadas e esquecidas por muito tempo
e estão até hoje no local em que foram
construídos, ajudando assim a termos
dados históricos sobre a manutenção da
nossa reserva da Mata Atlântica.
Em 26 de novembro de 1970, o prefeito Waldemar Costa Filho criou pela Lei
Municipal nº 1955, o “Parque Municipal
Itapeti” como Reserva e Horto Florestal,
sendo subordinado ao Conselho Municipal de Turismo. A área foi oferecida
ao público com vocação de um parque
urbano, que foi muito frequentado por
toda a população.
As pessoas tinham o local como uma
área de lazer de fim de semana, sem se
preocupar com a preservação, levando a
degradação ambiental e sérios problemas
de segurança aos usuários.
No ano de 1987, o prefeito Antonio
Carlos Machado, através do Decreto
Municipal nº 1510, formou um Grupo
de Trabalho com pesquisadores de outras instituições e técnicos da própria
Prefeitura para que realizasse estudos
preliminares e a elaborasse diretrizes que
levassem a um plano de manejo para o
Parque Municipal.
Em 1988, por recomendação do Grupo de Trabalho, o então prefeito realizou
obras no antigo prédio de Captação de
Água para sediar um Centro de Pesquisa.
O Centro deveria desenvolver pesquisa
para a preservação de ecossistemas da
Mata Atlântica. No mesmo ano, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade a
Lei nº 3.386, que autorizou o executivo a
firmar convênio com as universidades de
Mogi das Cruzes e Braz Cubas.
No ano de 1989, o prefeito Waldemar
Costa Filho concretizou esse convênio e
vinculou o Parque à Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Meio Ambiente,
Indústria e Comércio.
Nesse mesmo ano, foi criado pelas
universidades o CEMASI - Centro de
Monitoramento Ambiental da Serra do
Itapety com a função de pesquisar e conservar os ecossistemas da Mata Atlântica.
Entre os anos 1990 e 1994, as universidades, por meio do CEMASI realizaram pesquisa de biologia da conservação,
educação ambiental, arqueologia e levantamento histórico, fornecendo dados
para elaboração do Plano de Manejo.
O trabalho realizado desde então possibilitou que a Secretaria Municipal do
Verde e Meio Ambiente em 2009 conseguisse o reconhecimento da área como
Parque Natural Municipal pelo Governo
do Estado de São Paulo, conforme a
legislação federal que criou em 2000 o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Atualmente são realizados trabalhos de
Educação Ambiental com grupos da sociedade, como escolas, igrejas e associações. O Parque está inserido também no
programa “Escola de Tempo Integral”,
em parceria com a Secretaria Municipal
de Educação. Ao todo são cerca de seis
mil pessoas que visitam a área e recebem
informações sobre a Mata Atlântica e
sua biodiversidade durante todo o ano.
Com o reconhecimento da área foi
possível também o acesso aos recursos
de compensação ambiental que foram
usados para a revisão do Plano de Manejo e sua implantação, o que possibilitará
uma nova consolidação das informações
produzidas sobre a área e sua política de
conservação e uso público.
Atualmente o Parque Natural Municipal “Francisco Affonso de Mello - Chiquinho Veríssimo”, que recebeu esse
nome em homenagem a um dos primeiros donos das terras que hoje formam o
Parque, está vinculado à Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.
Romildo de Pinho Campello é formado em
Análise de Sistemas e se especializou na área
ambiental. Atualmente é secretário municipal de
Verde e Meio Ambiente e Ouvidor Municipal.
Zenaide Oliveira dos Santos é pedagoga e educadora na Escola Ambiental de Mogi das Cruzes
eco
no
mia
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Especial Educação Ambiental
Inspetores da
“Transformando hábitos” e
“Iluminando um futuro sustentável”
O projeto “Transformando Hábitos
para a Saúde do Planeta” começou em
nossa escola no ano de 2009 com os
objetivos de transformar os hábitos das
pessoas para a saúde do planeta e de
conscientizar os alunos sobre o uso consciente de água e energia elétrica.
A empresa Golden, em 13 de março de
2010, realizou uma palestra para apresentar o seu projeto “Iluminando um futuro
sustentável” para os educadores de Mogi
das Cruzes. A iniciativa viabiliza a eficiência energética com o objetivo de diminuir o consumo de energia elétrica. Na
palestra foram distribuídas cartilhas para
trabalharmos com os alunos. O material
possui um conteúdo riquíssimo sobre o
uso consciente de energia elétrica, consumo e eficiência energética. Também possui informações sobre iluminação, lâmpadas e suas utilizações. Esclarece sobre o
uso da luz branca nas salas de aula, pois a
luz fria favorece a concentração e estimula o trabalho nos ambientes.
Pensando nisso, iniciei um trabalho em
consonância com os projetos “Transformando hábitos para a saúde do Planeta” e
“Iluminando um futuro sustentável” com
os meus alunos dos 2º anos das escolas
municipais Profª Ana Maria Barbosa Garcia, situada no
bairro Botujuru, e Prof. Adolfo Martini, no bairro Vila Industrial. O objetivo foi conscientizá-los sobre o uso consciente da água e de energia elétrica.
Ao passar das aulas, percebi o envolvimento de todos nas
atividades, porém na hora do lanche ou na hora de ir ao banheiro, eles, às vezes, deixavam a torneira aberta ou a luz acesa.
Identifiquei que necessitavam de um reforço positivo para praticar os bons hábitos em todos os locais.
Para reverter este quadro, precisei do auxílio de todos. Então, resolvi instituir o “Inspetor da economia”: cada dia um
menino e uma menina são escolhidos para serem inspetor e a
inspetora da economia. A função do inspetor da economia é
observar a conduta e lembrar os colegas de apagar a luz ao sair
de um ambiente, fechar a torneira após o uso, economizar materiais escolares, não desperdiçar comida, entre outras ações.
Todos os dias, num ato bem democrático, faço uma votação em que os alunos escolhem um colega para ser o inspetor
da economia do dia. Essa atitude faz com que se crie uma
expectativa entre os alunos que anseiam por serem escolhidos. E, também, prepara-os para exercer a cidadania; a serem
mais críticos para observarem as posturas erradas e corrigi-las;
mais conscientes, admitindo suas limitações e as dos colegas,
ajudando-os quando necessitam. Afinal, desenvolver cidadãos
críticos e conscientes é um dever de todos. Paula Leme Assis é professora
de Ensino Fundamental nas escolas
municipais Profª Ana Maria Barbosa
Garcia e Prof. Adolfo Martini.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Paula Leme Assis
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Especial Educação Ambiental
Pais e alunos
comemoram
Terra
Dia da
na Emesp
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Kelli Correa Brito
O Dia do Planeta Terra, comemorado
no dia 22 de abril, foi festejado durante
dois dias pelos pais, alunos e educadores
da Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª Jovita Franco Arouche, na Vila Lavínia. A festa começou
no feriado de Tiradentes, em 21 de abril,
e terminou no dia seguinte trazendo a
comunidade e visitantes à escola. Todos
puderam conferir a exposição de trabalhos dos alunos e do Clube de Mães,
além de adquirir mudas produzidas na
unidade e degustar produtos naturais.
“Esta é uma semente que estamos
plantando em cada um que esteve conosco nestes dois dias. A expectativa
é que ele saia daqui e leve esta nossa
preocupação com o planeta para sua
casa e seus conhecidos”, disse Roseli
Fragoso, professora da unidade escolar e organizadora da festa. Os visitantes receberam verduras, cedidas
pela Secretaria Municipal de Agricultura, que também enviou caquis para
degustação e a produção de suco e
doces.
A ação faz parte do projeto Plantando Bem-Estar, desenvolvido pelo quarto ano consecutivo na Emesp e que
envolve 70 alunos da Educação Infantil
à Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A novidade deste ano foi a participação
das mães. Crislene da Silva Maciel, mãe
de Cristofer, de 3 anos, aprendeu a dois
meses a produzir uma muda. “Nunca
tinha mexido com plantas antes. Gostei
muito. É importante para que as crianças aprendam desde cedo a importância
de cuidar do planeta”, disse. Na companhia de Regina Célia Batista, ela expôs
as mudas que produziu nestes primeiros meses. “Vimos que é muito pouco
o que estamos fazendo. Queremos que
outras mãe nos acompanhem nesse trabalho”, afirmou Regina.
No dia 21 de abril, duas palestras
aconteceram durante o evento. O empresário Daniel Ribeiro Leopoldino,
especializado no setor de produtos naturais, falou sobre alimentação natural
e a professora Sônia Regina Yamaguchi
trouxe informações sobre a culinária
com casca da banana verde. O
artista plástico mogiano Paulo
Seccomandi pintou o muro
que leva à estufa da escola.
“Acho que quem trabalha com educação especial merece o nosso
apoio”, disse.
Kelli Correa Brito é
jornalista da Secretaria
Municipal de Educação.
Especial Educação Ambiental
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Ionara dos Santos Rocha - 4ª série B
Profª. Elaine Prieto
E.M Profª. Florisa Faustino Pinto
“Hoje a água é transparente, amanhã, se não
soubermos usar, poderá ser invisível.”
Guilherme Sandoval Guimarães - 4ª série C
Profª Nilsa Siva Barradas
E.M. Profº Jacks Grinberg
Uso
da
Prefeitura premia
vencedores de
concurso de
frases sobre o
água
A água é muito importante para todos os seres vivos, então seja “vivo”, quando usá-la.
Yuri Arashiro da Silva - 2º ano B
Profª. Aline de Morais Nogueira de Oliveira
E.M Dermeval Arouca
“A água é importante na nossa vida e tem mil utilidades,
não podemos desperdiçá-la.”
Pablo Henrique de Almeida Pereira - 4ª série B
Profª. Márcia Cândida José dos Santos
E.M” Profª. Emilie Nehme Affonso”
A Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio das Secretarias Municipais de Educação, Verde e Meio Ambiente
e do Semae, realizou, no dia 31 de março, a solenidade
de premiação dos 12 estudantes de Ensino Fundamental da cidade que fizeram as melhores frases dentro do
concurso sobre o uso racional da água. As frases foram
inseridas nas contas de água do Semae, como forma de
conscientização da população. Veja as frases vencedoras.
“Se quiser herdar um grande tesouro, cuide hoje da água.”
“H2O. A fórmula essencial para a vida.”
“Água, a expressão mais cristalina da natureza!”
“Cuidando da água teremos futuro.”
“A água é o bem mais importante para nossa sobrevivência. Seu desperdício causará sede. Economize-a.”
“Gosto muito do rio azul e também da natureza.
Água para lavar e beber – Que beleza!”
“Água, não dá pra viver sem.”
“A água é mágica e todos nós necessitamos dessa magia.”
Bianca Feitosa de Morais - 4ª série A
Profª. Elisete Menezes de Campos
E. M “Engenheiro Cláudio Abrahão”
João Victor Silva Guimarães Prado de Oliveira - 4 ª série A
Profª. Vera Lúcia Pereira Alves de Oliveira
E.M Dr. Isidoro Boucault
Isabella Santana Simões - 4ª série E
Profª. Heidi Ribeiro da Costa Paz
E.M “Benedito Ferreira Lopes” - CAIC
Ingrid Caroline Oliveira S. Machado - 1º Ano
Profª. Adriana Visa Sedano Lorca
E.M “Profº Adolfo Cardoso”
Naiara Cristina Oliveira Lima - 4ª série C
Profª.Lucimeyre Gonçalves
E.M “Profª.Lourdes Maria Prado Aguiar “
Gabriel Robson Dias dos Santos - 4ª série A
Profª. Marina Rosa da Silva
E.M ( R) “Maria Alda Mussolino Lainetti”
Vitória G. Martins dos Santos - 2º Ano D
Profª.Danila Aparecida de Almeida Lauro
CEMPRE – “Drª. Ruth Cardoso”
Juliana Yurika Sakada - 3ª série B
Profª. Tânia Tavares Moreno
E.M “Profª. Cynira Oliveira Castro”
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
“Não faça da água um rascunho;
pois talvez não dê tempo de passar a limpo!”
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Uma Abordagem
Holística da Educação
em Mogi das Cruzes
nestes 450 anos
Claudia Rocha Moretti Lorena
Mogi das Cruzes completa 450 anos neste ano, durante estes
quatro séculos e meio a cidade cresceu a olhos vistos acompanhando a evolução das grandes metrópoles. Obviamente não na
mesma velocidade, porém alguns problemas foram adquiridos
com o tempo com esse progresso, assim como o Mundo todo.
Com o progresso, a Prefeitura Municipal foi aprimorando
seus serviços inclusive no que tange a área de Educação. As
escolas municipais sempre foram sinônimos de qualidade, que
durante anos ficou restrita à Educação Infantil, sendo que no
início desta década ampliou-se o atendimento com escolas de
Ensino Fundamental. Sempre priorizando uma Educação Integral dos alunos. Foram criados vários núcleos para colaborarem com o trabalho educacional, como a Escola Ambiental
de Mogi das Cruzes, o Centro de Atendimento ao Portador de
Necessidades Educacionais Especiais Ricardo Strazzi (Pró-Escolar) e a inserção tecnológica com orientadores de informática nas escolas da rede municipal, atividades que representam
concretamente a preocupação com a qualidade do ensino.
A última empreitada da administração municipal é o programa
“Escola de Tempo Integral” que em ordem crescente vem sendo implantado em novas escolas. Ao falarmos de Educação Integral ou Educação em Tempo Integral, necessitamos fazer um
viés histórico para que possamos compreender a realidade atual.
História da Educação Integral
Numa abordagem sócio-histórica, podemos entendê-la a partir das matrizes ideológicas que se encontram na essência das diferentes práticas e concepções que delinearam e estão norteando
as características da educação contemporânea, como as tríades:
educação – proteção – currículo/ currículo integrado - educação integral – tempo escolar; que procuram viabilizar, no Brasil,
concepções de educação integral e, finalmente, a relação entre
educação integral e tempo escolar ampliado.
Analisando as afirmações de Wallerstein e Bobbio, inferimos
que as três ideologias de que se ocupam divergentes, enquanto
visões sociais de mundo, manipulam, obviamente, representações, crenças, hábitos, construções epistemológicas adequadas a
esta tríade de olhares e que, portanto, as fazem diferentes entre si.
Com a educação não é diferente, ela varia de acordo com
a forma que olham o Mundo e como o entendem. Conservadores, liberais e socialistas (re) apresentam concepções de
Especial Educação Ambiental
Integrale
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Sustentabilidade
Educação
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Especial Educação Ambiental
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educação cujas características – diversas em sua(s) natureza(s) – engendram
práticas também diversas. Visto sob
a perspectiva da dinâmica em que se
inserem as sociedades complexas, há
pontos em que elas convergem e há
pontos – a grande maioria – em que divergem. Mas, fundamentalmente, são
as divergências que as individualizam
e dinamizam as discussões ideológicas.
Sendo assim, podemos afirmar que as
reflexões a respeito de uma formação
mais abrangente reconstroem o início
da civilização humana e com ela norteia as matrizes ideológicas político-filosóficas divergentes.
Ao nos remetermos à Antiguidade,
encontramos a Paidéia grega que, conjuntamente à formação humana completa, trazia em sua essência a ideia que mais
tarde criou o conceito educação integral
como a formação do corpo e do espírito.
Considera o homem abstratamente,
mas como membro da sociedade. É
desta maneira que coloca a educação
em sólida ligação com o mundo dos
valores e insere a formação espiritual
na totalidade humana. O espírito não
é considerado através do ponto de vista puramente intelectual, formal ou de
conteúdo, mas sim em relação com as
suas condições sociais.
Podemos constatar que há, na concepção grega de formação humana,
uma espécie de igualdade entre as reflexões e as ações que constituem essa
formação, sejam elas intelectuais, físicas, metafísicas, estéticas ou éticas. Em
outras palavras, há um sentido de completude que forma, de modo integral,
o Ser do que é humano e que não se
descola de uma visão social de mundo.
Esse modo de ver e perceber a formação do homem corresponde à natureza do que denominamos de educação integral: uma perspectiva que
não hierarquiza experiências, saberes,
conhecimentos. Ao contrário, coloca-os como complementares e fundados
radicalmente no social: “o espírito não
é considerado através do ponto de vista puramente intelectual, formal ou de
conteúdo, mas sim em relação com as
suas condições sociais...”.
No pensamento revolucionário francês, os jacobinos instituíram a escola
primária pública para todas as crianças
no mesmo caminho do projeto de Lepeletier, que propunha “uma educação
comum, radicada na formação integral” constituída na aquisição e no desenvolvimento das faculdades físicas,
intelectuais e morais de cada indivíduo
(Boto 1996, p. 183-185). Mais tarde é com Bakunin e Proudhon, entre outros pensadores do
movimento anarquista, que se estabelecem bases político-ideológicas para a
educação integral forjada pelos ideais
libertários: igualdade, liberdade e autonomia, que são algumas das categorias
que fundam o arcabouço filosófico e
educativo dessa forma de pensar e agir.
A burguesia já possuía uma instrução
integral, Bakunin parte de uma concepção de sociedade igualitária para requisitar essa mesma educação para todos,
ou seja, não apenas para os burgueses.
A concepção libertária de educação
provém de um cunho altamente político emancipador, “experiências criativas
e prazerosas” sintetizadas até aqui objetivam a formação completa do homem,
para que ele o seja, na plenitude filosófico-social da expressão. É assim que essa
educação se faz concomitantemente
sensitiva, intelectual, artística, esportiva,
filosófica, profissional e, obviamente,
política dado às atividades realizadas.
Constitui-se a pedagogia da pergunta, da solidariedade nas tarefas manuais, o espírito coletivo por meio das
atividades esportivas e dos jogos, as
atividades mescladas sem hierarquizações que demonstrassem o predomínio
de umas sobre as outras, constitui-se o
cidadão emancipado, questionador e
construtor de uma história coletiva.
Em terras brasileiras
No Brasil da primeira metade do
século 20, por exemplo, coexistiam
movimentos, tendências e correntes
políticas dos mais variados matizes,
discutindo educação; mais precisamente defendendo a educação integral,
mas com propostas político-sociais e
teórico-metodológicas diversas..
Desse grupo mesclado faziam parte,
por exemplo, os católicos que, por meio
de suas instituições escolares, efetivavam
uma concepção de educação integral calcada em atividades intelectuais, físicas,
artísticas e ético-religiosas aliadas a uma
disciplina rigorosa e também os grupos
dos integralistas, anarquistas e liberais,
como Anísio Teixeira, que defendia e implantou instituições públicas escolares,
entre as décadas de 30 e 50, em que essa
concepção de educação foi praticada.
Mais especificamente, o movimento
integralista defendia a educação integral, tanto nos escritos de Plínio Salgado, seu chefe nacional, como naqueles
elaborados por militantes representativos do Integralismo. Salgado afirma:
“em todos esses escritos um único pensamento: o da educação integral para o
homem integral” (Cavalari, 1999, p. 8).
Destacamos a reflexão de Leopoldo
Aires: “O verdadeiro ideal educativo é o
que se propõe a educar o homem todo”.
“E o homem todo é o conjunto do
homem físico, do homem intelectual,
do homem cívico e do homem espiritual” (apud Cavalari, 1999, p.46).
Para eles, as bases dessa educação
integral eram a espiritualidade, o nacionalismo cívico e a disciplina, ou seja,
fundamentos que podemos caracterizar
como político-conservadores. Para os
anarquistas, ainda ativos no mesmo período, a ênfase recaía sobre a igualdade,
a autonomia e a liberdade humanas, em
uma clara opção pelos aspectos político-emancipadores.
Durante os anos 30, podemos dizer
que o pensamento integralista defendia
a educação integral; já Anísio Teixeira
refletia sobre instituições escolares públicas e as programava tendo como um
de seus propósitos o de constituir uma
formação completa que muito se aproxima de uma “educação integral”.
Anísio Teixeira, um dos mentores intelectuais do Manifesto dos Pioneiros da
Escola Nova de 1932, não nos esquecendo de sua luta pela implantação de um
sistema público de ensino para o País,
abrangente e de boa qualidade, propunha uma educação em que a escola oferecesse às crianças:
“[...] seu programa completo de
leitura, aritmética e escrita, e mais ciências físicas e sociais, e mais artes
industriais, desenho, música, dança e
educação física (...) saúde e alimento à
criança, visto não ser possível educá-la
no grau de desnutrição e abando em
que vive. (Teixeira, 1959, p. 79).”
Na mesma obra anteriormente referenciada, Anísio Teixeira (1959, p. 79),
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Especial Educação Ambiental
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reforçando sua visão de instituição escolar pública, propôs:
“[...] que a escola eduque, forme
hábitos, forme atitudes, cultive aspirações, prepare, realmente, a criança para
a sua civilização – esta civilização tão
difícil por ser uma civilização técnica e
industrial e ainda mais difícil e complexa por estar em mutação permanente.”
O educador tinha em mente a criança do ensino fundamental, a quem
deveria ser dispensada uma formação
completa, calcada em atividades intelectuais, artísticas, profissionais, físicas
e de saúde, além daquelas de cunho
ético-filosófico (formação de hábitos e
atitudes, cultivo de aspirações).
“[...] que a escola eduque, forme
hábitos, forme atitudes, cultive aspirações, prepare, realmente, a criança para
a sua civilização – esta civilização tão
difícil por ser uma civilização técnica e
industrial e ainda mais difícil e complexa por estar em mutação permanente”.
Essa formação completa defendida
por Anísio Teixeira tem como uma de
suas bases a formação para o progresso,
para o desenvolvimento da civilização
técnica e industrial, aspectos político-desenvolvimentistas, o que constitui
pressuposto importante do pensamento/ação liberal. Nesse sentido, a formação completa da criança – via educação – teria como meta a construção do
adulto civilizado, pronto para encarar o
progresso capaz de alavancar o País.
As visões sociais de mundo que,
como diz Löwy, são “conjuntos estruturados de valores, representações,
ideias e orientações cognitivas” (1985,
p. 13), constituindo ideologias diversas, ou seja, diferentes modos de conceber o homem em sua relação com os
outros e com a sociedade em que vive.
É preciso conhecer tais proposições,
refletir sobre as visões sociais que engendram e, como dizia Oswald de Andrade, “em uma atitude antropofágica”, construir concepções próprias de
educação integral para as instituições
públicas de ensino com essas características, alicerçadas na sociedade em
que se inserem e no horizonte de continuidades ou descontinuidades que se
pretende construir.
Uma formação mais completa para
o ser humano-cidadão-aluno.
Educação Integral e
sustentabilidade
Continuando nesta linha de pensamento e transportando para a realidade de nossas escolas municipais, podemos concluir que a preocupação com
a Educação em nossa cidade sempre
esteve acoplada à ideia de Educação
Integral, pois carrega na sua essência a
formação global do aluno.
Já em relação à Educação em Tempo Integral, a formação integral dos
alunos é estendida no que se denomina contraturno, momento em que
é oferecida uma estrutura curricular
complementar formada por oficinas,
estas divididas em: esportivas, culturais
e intelectuais, que proporcionam uma
maior possibilidade na formação integral do aluno.
Nas oficinas intelectuais, temos
a Educação Ambiental que traz em
seus princípios duas vertentes estreitamente ligadas por uma linha tênue
entre a participação da população na
busca de soluções para os problemas
ambientais, na formação de cidadania
norteada pela dimensão ética das práticas pedagógicas, que permeiam as
relações enquanto seres humanos de
forma conceitual, do abstrato ao fundamental nas relações sociais onde a
ética não é um conhecimento cognitivo, mas sim, a forma de ser e existir
que resulta na interação do indivíduo
micro e macroscópica.
Neste contexto, é a Educação Ambiental que traz para o debate a dimensão das práticas pedagógicas na construção integral do aluno para a constituição
da cidadania pautada em uma Educação
para a Sustentabilidade, não só do Planeta como para o próprio Homem.
A Educação Ambiental, vista no
contexto da cidadania, da participação e da ação comunitária, faz parte
de um processo que tem como fundamentos a reflexão e a consciência
sócio-ambiental e coloca em debate
a questão ambiental a qual, salienta
o aspecto interdisciplinar a partir de
uma visão holística
Do ponto de vista pedagógico, a
Especial Educação Ambiental
15
Referências Bibliográficas:
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BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia. São Paulo: Brasiliense, 1988.
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Revolução Francesa. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.
CAVALARI, Rosa Feiteiro. Integralismo: ideologia e organização de
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Educação brasileira e(m) Tempo Integral. Petrópolis: Vozes, 2002.
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Comunitária (Cenpec), 2006. p.12-31. Disponível em: <http://www.
cenpec.org.br/memoria/uploads/F1706_152-05-00009%20Tecendo%20Redes_semin. %E1rio.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2008.
GALLO, Sílvio. Pedagogia do risco: experiências anarquistas em
educação. São Paulo: Papirus,1995.
JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo:
Martins Fontes, 2001.
Claudia Rocha Moretti Lorena é educadora da Escola
Ambiental de Mogi
das Cruzes, graduada
em Ciências Físicas e
Biológicas e Pedagogia, pós-graduada em
Metodologia do Ensino Superior, Ciências
Ambientais e Educação Infantil. Atualmente é mestranda
em Biotecnologia na
Universidade de Mogi
das Cruzes.
KERSTENETZKY, Célia Lessa. Escola em tempo integral já: quando
quantidade é qualidade. Ciência hoje, v.39, n. 231, p.18-23, out. 2006.
LÖWY, Michel. Ideologia e ciências sociais. São Paulo: Cortez, 1985.
JUIZ DE FORA (Prefeitura Municipal). Tempo integral nas escolas:
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s/d. NÃO CITADO.
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TEIXEIRA, Anísio. Centro Educacional Carneiro Ribeiro. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 31, n. 73, p. 78-84,
jan./mar. 1959.
WALLERSTEIN, Immanuel. Após o liberalismo: em busca da reconstrução do mundo. Petrópolis: Vozes, 2002.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Educação Ambiental é, então, vista
como essencial dentro das preocupações com o futuro.
Para que se alcance uma mobilização
coletiva no sentido de transformar,
prevenir e amenizar os problemas de
cunho ambientalista, devemos levar
em conta as diversas relações entre a
realidade natural e social, daí o valor da
discussão interdisciplinar.
A formação de cidadãos críticos, criativos e conscientes depende da Educação Ambiental ser debatida e aberta;
assim, a mesma é também uma relação
intrínseca com a prática de cidadania.
Fica evidente, portanto, que a Educação Ambiental, como uma Educação
Holística dos cidadãos, está enfrentando grandes desafios na tentativa de
uma substancial transformação. Assim,
a Educação Ambiental passa a atuar
como uma estratégia fundamental no
preparo de autores e atores sociais para
uma participação ativa e consciente, na
gestão e na busca de alternativas para a
solução dos problemas ambientais.
Destacamos que o Estado também
possui um papel importantíssimo nesta dura empreitada, no que tange à
melhoria da qualidade do ensino e na
aplicabilidade eficaz das leis. É dever
da iniciativa pública e privada a abordagem sistêmica das questões ambientais
e, consequentemente, preparar os cidadãos para o novo paradigma ético e
responsável que a humanidade precisa
ter diante da sua Casa/Terra.
16
Ambiental
Portugal
Especial Educação Ambiental
Educação
mogiana é
destaque em
Escola Ambiental de Mogi
das Cruzes e Escolas
Municipais participam do
II Congresso Internacional
Escolar – Recursos Naturais,
Sustentabilidade e Humanidade
em Braga/Portugal
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Maria Inês Soares da Costa Neves
Pela primeira vez, Mogi das Cruzes
participou com uma delegação composta por seis educadores de sua rede
municipal de ensino em um congresso
internacional, que ocorreu em Braga,
Portugal, em maio de 2010.
O II Congresso Internacional Escolar: Recursos Naturais, Sustentabilidade e Humanidade é um projeto do
Agrupamento de Escolas de Lamaçães,
de Braga, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Gualtar e a Escola Secundária de Barcelos com o apoio
do Ministério da Educação português,
empresas, artistas, cientistas, gestores e
encarregados de educação.
Frente ao desafio de nossos dias, a pergunta é: Como podemos resolver ou
colaborar com a visão da escola para
enfrentar os problemas ambientais e
sociais que vivenciamos hoje?
Algumas perguntas foram levantadas pela organização do Congresso
frente aos desafios atuais, tornando-se temática do mesmo:
■ Se a juventude demonstra falta de
paixão no seu futuro, não seremos nós
os responsáveis por atear o fogo de artifício – a criatividade, a iniciativa, a inovação ideológica?
■ Se o individualismo é tido como algo
contagioso, não deveríamos promover o
colaboracionismo e demonstrar que os
grupos funcionam desde que cada um
traga o que tem de melhor?
■ Se o mundo tem falta de líderes,
não deveríamos ter programas nacionais de liderança?
■ Face a tudo isto, o que é que a Escola faz e o que lhe falta fazer para a humanização e a conservação da Terra?
A programação contou com três momentos de reflexão e construção coletiva
de conhecimento e trocas de experiências.
O Small Meeting, realizado a partir
do dia 5 de maio, com a presença de
alunos e cientistas, estes com trabalhos reconhecidos internacionalmente, discutiu temas como:
- “Água: Desafios do Século XXI”,
com Mike Edmunds – Reino Unido, professor na Universidade de Oxford, diretor de investigação no Oxford Center for
Water Rsearch e vencedor da Whitaker
Medal da Sociedade de Geologia:
- “A Contribuição da Iniciativa “Barcode of Life” na Descoberta e Monitorização da Biodiversidade”, com Filipe
Costa – Portugal, professor do Departamento de Biologia da Universidade
do Minho e investigador no Centro
de Biologia Molecular e Ambiental da
mesma Universidade.
Em outro momento, a Reunião Alargada reuniu políticos, lideranças e educadores de toda região norte de Portugal,
incluindo as Universidades do Minho e
Coimbra.
No workshop de Educação Ambien-
Especial Educação Ambiental
17
tal, o evento foi selecionado pela Convenção de Diversidade Biológica dentro
do calendário de eventos do Ano Internacional da Biodiversidade (ONU).
Mogi das Cruzes foi representada pela
Escola Ambiental de Mogi das Cruzes
com os banners:
- “Educação Ambiental e Educação Científica, Educação Ambiental e
Tecnologia”;
- “Uma nova inserção no ensino na cidade de Mogi das Cruzes, Projeto Transformando Hábitos para a Saúde do Planeta e Educação Integral”
– “Saúde e Sustentabilidade em Bairros Vulneráveis de Mogi das Cruzes”,
em parceria com a Vigilância Sanitária
Municipal, por meio da educadora em
saúde, Cintia Melani.
Maria Inês Soares da Costa Neves,
coordenadora da Escola Ambiental de
Mogi das Cruzes, apresentou a comunicação oral “Capacitação de Educadores em
Biotecnologia”, tendo como co-autora a
profª Claudia Rocha Moretti Lorena.
A E.M. Prof. Dermeval Arouca foi representada pela coordenadora pedagógica Ana Maria Silva, que apresentou a
comunicação oral “A Educação Mogiana Mudando Mentalidade e Comportamento pela Conservação e Preservação
da Biodiversidade para o Desenvolvimento Global na Sociedade”.
Também participaram a E.M. José
Cury Andere com o “Projeto Valores”,
desenvolvido pelas educadoras Arlene
Usier Pinto, que representou a unidade
escolar e as professoras Angela Prestes
e Cleonice Maria Joaquim no evento. A
E.M. José Alves dos Santos foi representada pela diretora Claudia Aguiar
com o trabalho “Projetos Educacionais
Promovem Sustentabilidade” e a E.M.
Antonio Nacif Salemi contou com a
participação de sua coordenadora pedagógica, Dinalva Braz.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Acima, educadores mogianos com a presidente do II Congresso Internacional Escolar – Dra. Angela
Mendonça. Abaixo, Dra. Zenita Ghunter, da Universidade Federal de Lavras e Edite Estrela, primeira vice-presidente da Comissão do Parlamento Europeu para os Direitos da Mulher e Igualdade dos Gêneros e
membro das Comissões Parlamentares do Ambiente, Saúde Pública e Alterações Climáticas.
Maria Inês Soares da Costa
Neves é coordenadora da Escola
Ambiental de Mogi das Cruzes,
mestranda em Biotecnologia da
Universidade de Mogi das Cruzes,
especialista em Educação Ambiental e bacharel em Ciências da Computação – com projeto de Iniciação
Científica no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – São
José dos Campos).
Especial Educação Ambiental
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Péde
Caqui
Valéria Miranda Batista
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Os alunos do 1º ano B do Ensino Fundamental da Escola
Municipal Narcisa das Dores Pinto aceitaram a proposta da
professora Marlene Santana de Oliveira (veja abaixo o grupo e o trabalho vencedor) para participarem do Concurso
Internacional no Âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade - “Quando o Mundo se Torna Tela”. A proposta
foi feita considerando as características peculiares ao Jardim
Aracy e a proximidade do tema com a realidade dos alunos
A escola está localizada próxima a Serra do Itapeti, resquício de Mata Atlântica. Muitos sítios próximos cultivam
o caqui, fruta que se tornou símbolo da cidade de Mogi
das Cruzes, e ainda os quintais das casas de vários dos
alunos têm caquizeiros.
A diversidade de animais e plantas da
região é rica e vários deles além de circularem pelos quintais das casas costumam
também passar pela escola, como: esquilos, gambás, vários passarinhos, lagartos
e cobras, além da infinidade de insetos.
Para representar a biodiversidade de
nossa região, o grupo de alunos resolveu
retratar um caquizeiro e alguns animais
próximos no quadro “Pé de Caqui”.
As técnicas de arte utilizadas abrangeram colagem, tecelagem, pintura e
desenho. Os pigmentos empregados
foram: carvão, espinafre moído, urucum, pó de casca de uva, açafrão e os
veículos água, óleo de soja e óleo de linhaça. Também foram utilizados: barbantes, folhas de louro e unha de gato.
O resultado do trabalho agradou
muito aos alunos e ele foi premiado,
em maio, pela organização do concurso com o 1º lugar na categoria miúdos.
Agora a expectativa dos alunos é ver
publicada a foto do trabalho nas revistas National Geografic e Science in School.
Valéria Miranda Batista é diretora da Escola
Municipal Narcisa das Dores Pinto.
A obra “Atlântica” foi realizada por
alunos da 3ª série A: Cynthia dos Santos Cardoso, Silvia Alves Pereira, Pedro
Paulo dos Santos Neto; João Victor
Taboada de Siqueira, Luis Fernando
de Almeida Silva e Magaly Silvino de
Mello Campos (veja acima o grupo e
o trabalho vencedor). Eles utilizaram a
técnica têmpera sobre papel.
Para desenvolver primeiramente
seus desenhos as crianças realizaram
uma pesquisa de imagens da flora e
da fauna brasileira, a partir desses
“recortes” fizeram suas escolhas,
criaram composições e ampliaram estes desenhos para chegar ao ideal de
aplicação para o formato A1, exigido
pelo concurso Concurso Internacional no Âmbito do Ano Internacional
da Biodiversidade - “Quando o Mundo se Torna Tela”.
Então se separaram em grupo por
tipo de animais escolhidos e criaram
assim uma nova composição para a
aplicação da técnica natural da têmpera a ovo. Esta tinta foi fabricada pelos
próprios alunos durante o projeto e
estes utilizaram como pigmentos produtos naturais como temperos (curry
e coloral), folhas de plantas (couve e a
flor da violeta) e até mesmo café para
conseguir as cores terrosas. Em maio,
o trabalho foi o vencedor na categoria
1º escalão (Ensino Fundamental).
Carla Andrea Zigante é professora de Educação Artística da E.M
Professor Mario Portes
Atlântica
Carla Andrea Zigante
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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Especial Educação Ambiental
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Educação Ambientale
Te c n o l o g i a
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Maria Inês Soares Costa Neves
Taciano Segóvia Machado
Maury Pereira da Costa Neves
Mário Barbosa
Fabriciano Mendes
Jefferson Adriane de Paula
O uso da tecnologia de informação
como agente motivador no processo
de aquisição de conhecimento vem ao
encontro da necessidade de se trabalhar
a Educação Ambiental de forma interdisciplinar dentro de uma conotação de
educação holística.
Neste contexto de multidisciplinaridade, o projeto “Refloreste Vida” objetiva
a incorporação dos temas transversais na
compreensão da realidade, unindo saberes acadêmicos com o conhecimento
experimental.
Segundo Fazenda, 2006: “O destino
da ciência multipartida seria a falência
do conhecimento, pois na medida em
que nos distanciássemos de um conhecimento em totalidade, estaríamos decretando a falência do ser humano”.
Neste contexto, o uso de ferramentas
computacionais em educação ambiental
visa desenvolver no educador da rede
municipal de Mogi das Cruzes a visão
crítica que lhe permita um protagonismo ativo baseado em informações, de
forma a colaborar nas tomadas de decisões buscando a justiça, a solidariedade,
a tolerância e a igualdade na sociedade
complexa que se faz hoje, potencializando um estilo de vida saudável.
Neste contexto, com conotação edu-
cacional ampla e ideológica, a educação
ambiental e tecnológica está oferecendo um ambiente de aprendizagem não
dentro de um modelo tradicional, mas
fazendo uso de suas experiências desafiadoras dentro de um ambiente com
enfoque diferenciado, preparando o
educando para os desafios de crises do
tempo em que vivemos.
O processo da leitura parte da visão
de si mesmo para o mundo, a Educação
Tecnológica fomenta sensibilidades cognitivas de leitura de mundo do ponto de
vista ambiental, estabelecendo múltiplas
compreensões de experiências individuais e coletivas em consonância com o
ambiente de forma mediadora.
Objetivos gerais
1) Levar aos educadores da Rede Municipal de Educação de Mogi das Cruzes
uma forma de aprendizagem diferenciada,
fortalecendo valores, atitudes, proporcionando conceitos básicos de informática
e meio ambiente de modo a oferecer aos
professores uma ferramenta de aprendizagem adequada e motivadora através do
Portal www.reflorestevida.com
2) Orientar os educadores do sistema municipal de Mogi das Cruzes na
abordagem crítico-reflexivo na siste-
matização de práticas que contribuam
para a aprendizagem.
Tecnologia de Informação Objetivos Específicos
1)Oportunizar momentos significativos de aprendizagem por meio de recursos das salas de informática instaladas nas
escolas municipais de Mogi das Cruzes;
2)Trabalhar interdisciplinaridade no
desenvolvimento de competências e
habilidades;
3)Democratizar a experiência em sala
de informática;
4)Incentivar o uso das salas de informática como recurso motivador e agente
poderoso de efetivação, garantindo a
permanência do projeto na escola.
A confecção do portal de serviços on-line “Refloreste Vida” é feito por uma
equipe da área de Tecnologia da Informação (TI) que não trabalha exclusivamente com este projeto, tem o seu tempo
compartilhado com outros serviços de
TI aplicado à Educação Infantil e Ensino
Fundamental (alunos de 3 a 10 anos).
Por esta particularidade, evitamos
processos de desenvolvimento extremamente burocráticos e adotamos a
Metodologia Ágil de desenvolvimento
de software. Para cada serviço disponibilizado é proposta uma solução, codificação e teste. A confecção de um serviço é realizada, dividindo-se o problema
em pequenas tarefas e acrescentandolhes uma determinada prioridade.
Para cada tarefa, esta é codificada
e testada antes de fazer parte do sistema, após o término de uma tarefa
inicia-se a posterior.
Descrição do Portal Educacional Refloreste Vida
O Portal Refloreste Vida foi dividido
em áreas de interesse permitindo que os
usuários façam pesquisas sobre a Mata
Atlântica. Oferece também inscrições
em Cursos de Educação Ambiental, oferecidos pela Escola Ambiental de Mogi
das Cruzes, além de disponibilizar mate-
rial de livre acesso sobre os temas trabalhados em capacitação de educadores.
Na sessão “Relatos”, os educadores
têm a oportunidade de inserir seus artigos científicos na página, disponibilizando suas experiências.
No Fórum de Discussão, além de
ser um local destinado ao envio de sugestões para a melhoria do serviço e do
projeto “Refloreste Vida”, permite aos
educadores tirar dúvidas, enviando as
perguntas para os professores cadastrados no fórum.
A partir de 2010, o Portal oferece, por
meio da ferramenta Moodle, a capacitação à distância de educadores – “Educação Ambiental, Práticas e Fundamentos”.
No projeto “Refloreste Vida” não poderíamos apenas plantar mudas, necessitávamos envolver todo o processo de
aprendizagem para efetivar a ação. De
forma que em se capacitando o educador e oferecendo a ele ferramentas de
real valor dentro de seus anseios e necessidades, a tecnologia da informação
pode e deve ser tratada como uma alternativa básica para sua formação.
Baseada no conhecimento, vivência e
sensibilização, a ação ambiental faz parte de um processo educacional forte e
consistente, criando elos de formação
continuada de aprendizagem e estimula
novas ações.
Resultados
A tecnologia de informação inserida
no processo formação educadores é algo
que busca conciliar e facilitar o desenvolvimento de projetos e atividades em sala
de aula em educação ambiental de forma
consistente e pragmática.
Maria Inês Soares Costa Neves é
coordenadora da Escola Ambiental
de Mogi das Cruzes. Taciano Segóvia Machado, Maury Pereira da Costa Neves, Mário Barbosa, Fabriciano
Mendes, Jefferson Adriane de Paula
são Orientadores de Informática da
Secretaria Municipal de Educação.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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Especial Educação Ambiental
Educar
para
a
cidadania
...
É
sobre
vivên
cia
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Eliane Regina Careta Macedo dos Santos
De acordo com a Constituição Federal “é obrigação do Poder Público a promoção da educação ambiental em todos
os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do Meio Ambiente” (art. 225, § 1º, VI). Neste contexto, percebe-se a necessidade de integrar
escola e comunidade para que as mudanças de comportamento ocorram não
só na escola, mas também na sociedade
como um todo. Para isto, se faz necessário agir em parceria com os pais e buscar
a conscientização. Isto, com certeza, é
uma tarefa árdua, mas a escola tem papel
fundamental neste processo.
Assim, considerando que todo aprendizado envolve mudança de comportamento, é gratificante quando uma criança
corre na escola para fechar uma torneira
ou pegar um papel no chão. Diante disto, momentos de reflexão foram proporcionados na E.M. Dr. Benedito Laporte
Vieira da Motta com o objetivo de mudar o comportamento na sociedade, ou
seja, educar para a cidadania.
Esta escola está situada no Distrito
de Jundiapeba e atende uma população
carente, inclusive de orientações sobre
direitos, deveres e cidadania. Nas ruas
do distrito, nos deparamos com lixo nas
ruas, nos terrenos baldios e bueiros.
Na Festa Junina da escola em 2009, era surpreendente a
quantidade de lixo deixado no chão ao término da festa.
Assim, tornou-se necessário um trabalho de conscientização com os pais porque do ponto de vista do planeta não
existe “fora”, faz-se necessário, portanto reduzir a quantidade de lixo e reciclar.
A sociedade moderna induz ao consumismo e precisamos
tomar cuidado, como consumidores, para não cairmos nas
armadilhas da indústria e do comércio. No entanto, antes de
tudo isto, é fundamental “jogar lixo no lixo”.
O trabalho na escola foi desenvolvido com crianças de 5 e
6 anos, e teve início por meio de entrevistas enviadas aos pais a fim de instigá-los a
refletir sobre o desperdício de água, o destino impróprio do lixo e a importância de
reciclar. As crianças trouxeram para a escola os papéis de bala consumidos durante
um mês e, assim, pudemos concluir que “de gota em gota se faz o oceano” e que se
todos jogassem apenas um papel de bala no chão o acúmulo seria imenso! Para termos uma ideia da quantidade de resíduos sólidos gerados e descartados diariamente,
vamos tomar a cidade de São Paulo como exemplo, onde cada habitante produz em
média um quilo de lixo domiciliar por dia (conforme Pereira Neto, 1998).
Num segundo momento, talvez o mais significativo do trabalho, os pais juntamente com as crianças do Infantil V (2009) assistiram a um DVD produzido pelas professoras Eliane Regina C. Macedo dos Santos e Tatiane Silva de
Farias com imagens chocantes do lixo no próprio Distrito, nas festas da escola, bem como da destruição do planeta e do destino inadequado do lixo, muitas
vezes jogado em terrenos baldios e nas ruas. O DVD terminava com o apelo:
“FAÇA A SUA PARTE! SEJA A MUDANÇA QUE VOCÊ QUER VER!!
Os pais ficaram sensibilizados com as mensagens e escreveram o que sentiram
ao assistir o DVD, o resultado foi muito bom!
A senhora Andréa Santiago Mendonça, mãe de uma aluna do Infantil V (2009) de-
clarou: “Reconheço que posso fazer mais
para ajudar o planeta. A partir de hoje,
quando for ao supermercado, só saio com
minha sacola de feira”. “Senti um aperto
no peito ao assistir o DVD. Farei tudo
para deixar um mundo melhor e mudar
esta situação”, disse a mãe de um aluno
do Infantil V, Solange Gomes da Silva.
Além disto, as crianças do Infantil V
registraram em forma de livro as ações realizadas no ano de 2009, em prol do Meio
Ambiente. São elas: plantio de girassol na
escola, experiência do ciclo da água e a
importância da mesma para os seres vivos, entrevistas com os pais, o que posso
fazer com o lixo e como posso melhorar
meu planeta. Todos estes assuntos foram
muito discutidos em sala de aula.
Conclui-se, portanto que precisamos reconhecer que o Meio Ambiente não é algo distante, mas que somos
parte dele. O Meio Ambiente, para
José Afonso da Silva, é “a integração
do conjunto de elementos naturais,
artificiais e culturais que propiciam o
desenvolvimento equilibrado da vida
em todas as suas formas. A integração
busca assumir uma concepção unitária do ambiente, compreensiva dos
recursos naturais e culturais” (Direito
ambiental constitucional, p.20).
Faz-se necessário, portanto, nos
unirmos para transformar esta realidade por meio de uma Educação, não
só para a cidadania, mas também para
nossa sobrevivência.
Eliane Regina Careta Macedo dos Santos
é professora de Educação Infantil na E.M.
Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta, graduada em Pedagogia, pós-graduada em Coordenação e Supervisão de Educação Infantil e
Educação Especial.
Referências Bibliográficas:
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de.
Difusos e Coletivos: direito ambiental. São
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BRASIL, Ministério da Justiça. Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília: MJ, 1988.
Site:
http: // www.projetos.unijui.edu.br/.../
selixo/gipec-se-rot-atv03.htm - Em cache Similares (Pereira Neto, 1998)
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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Especial Educação Ambiental
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Educação
Ambiental faz a diferença na
Vila da Prata
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Daniel Munduruku – um novo
olhar sobre o índio
A formação “Fazendo Uso das Matrizes
Curriculares Municipais para a Educação Básica – Ciências Naturais e Sociais”, no início de
abril, trouxe o professor Daniel Munduruku à
Mogi das Cruzes.
Ele nos passou sua experiência de vida
em uma aldeia com o povo indígena “munduruku”, como ele gosta de ser chamado.
Contou um pouco do preconceito que sofreu
quando entrou para a escola aos 9 anos de
idade. Seu avô foi seu maior incentivador
nessa época, ele o ajudou a superar as dificuldades e ver a beleza em ser um “índio”, ou
melhor, em fazer parte do “povo indígena” e
o que isso representa para a sociedade brasileira, pois eles já estavam aqui, antes mesmo
dos portugueses.
Munduruku comentou sobre a importância
que os povos indígenas dão aos mais velhos, o
que não acontece com a nossa sociedade atualmente. O tempo moderno e a correria do dia-dia
nos distância das coisas mais simples, ou seja,
a conversa, o olhar no olho do outro, o que ainda
acontece com os povos indígenas.
Ele ressaltou que o Brasil está aceitando
sua vocação multicultural e sua verdadeira
identidade. Há dez anos não víamos o indígena
falando e ocupando seu papel na sociedade,
como existe hoje graças aos esforços da educação e sua transformação. “Quando eu falo
conversa ao pé da fogueira, coloco o ato de
“educar”, pois o “fogo” é um símbolo de renovação. Educador que não se transforma, vira
“rio podre”, disse.
Levamos essa reflexão para a sala de aula
e no Dia do Índio, 19 de abril, conversamos
com nossos alunos sobre a situação atual
destes povos. Daniel nos passou sua experiência de vida e cabe a cada um de nós passar
essa transformação social e cultural para as
crianças.
A Escola Municipal Dr. Isidoro Boucault, na Vila da Prata, desenvolve seus
projetos sobre Meio Ambiente por meio
de parcerias com a Escola Ambiental e
outras organizações, como a Bio-Brás. A
água foi o tema que predominou nas atividades da escola neste primeiro semestre. A equipe considera que essas ações
feitas na escola são de suma importância
para nossos alunos tanto para interagir
com o tema, como para a sua socialização com os demais alunos. Pequenos
gestos fazem a diferença.
Dia da Água
A questão da preservação da água foi
abordada por Cláudia Rocha Moretti Lorena, professora da Escola Ambiental de
Mogi das Cruzes, para comemorar o Dia
da Água, festejado no dia 22 de março.
Alunos desde a Educação Infantil
ao Ensino Fundamental aprenderam
que a água é um dos mais importantes
patrimônios nosso Planeta, é a condição de vida essencial para a nossa
sobrevivência. A palestrante citou a
Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em 22
de março de 1992, e que se tornou um
fato histórico.
O que mais tocou a equipe foi o trecho
da Declaração em que está escrito: “O
equilíbrio e o futuro do nosso planeta
dependem da preservação da água e de
seus ciclos. Estes devem permanecer in-
tactos e funcionando normalmente para
garantir a continuidade da vida sobre a
Terra, isso só depende de cada ser humano fazer a sua parte”.
Claudia deu dicas de como economizar água em casa com atitudes simples
e ao mesmo tempo eficazes, como:
banhos rápidos, lavar o carro com baldes, escovar os dentes com torneira fechada, juntar as roupas para lavar, etc.
Usando a água com inteligência, certamente ela não vai faltar. É preciso lembrar sempre que Terra é a nossa casa
e precisamos respeitá-la com atitudes
boas e conscientes.
O trabalho rendeu frutos em sala de
aula. Em comemoração ao Dia da Água,
a equipe escolar trabalhou o tema com
vários vídeos, como: “Chuá-Chuaágua”
e a “Gota Borralheira” (Sabesp) e os
livros: “O Mundinho”, “A gota feliz” e
“O Rabanete”. Cada aluno recebeu um
botom com o slogan “Amigos da Água”
e levou para a casa muitas informações
sobre o tema. Na 4ª série, os alunos fizeram frases educativas sobre a água, que
foram enviadas para o concurso promovido pelo Semae, em parceria com as
secretarias municipais do Verde e Meio
Ambiente e Educação. Nosso aluno,
João Victor Silva Guimarães Prado de
Oliveira, foi um dos vencedores com a
frase “Água, a expressão mais cristalina
da natureza”. A equipe parabeniza a todos que participaram.
Projeto Renove
Outro momento importante de nossas atividades sobre Meio Ambiente foi
uma palestra para toda a comunidade
local, pais, filhos e equipe pedagógica
sobre reciclagem de óleo, o que interfere diretamente na preservação da água.
A E.M. Dr. Isidoro Boucault é parceria
da Ong Bio-Brás, por meio do projeto
Renove. A iniciativa promove o recolhimento do óleo de cozinha usado para
que ele seja reutilizado de maneira adequada e não polua as águas do Rio Tietê.
Na palestra, recebemos algumas dicas de como utilizar o óleo corretamente em nosso dia-a-dia, ou seja, ele não
pode ser jogado de qualquer forma em
locais inadequados, o que pode causar
impacto nos rios e no meio ambiente.
Se cada um fizer a sua parte, estaremos
contribuindo de forma significativa
para um futuro melhor ao planeta.
Após a explanação dos universitários,
a diretora Rita de Cássia Rocha de Oliveira Luiz apresentou um material bem
ilustrativo com dicas para evitar o desperdício e um vídeo sobre a experiência
feita com a nascente da água e como ela
fica ao som da música. A equipe serviu
água e pediu que os participantes fizessem uma homenagem a ela com pensamentos e boas energias. Foi feito um
painel na escola, em que os pais, alunos,
universitários e funcionários deixaram
sua mensagem registrada.
Ciomara Rodrigues Prado de Miranda é pedagoga, professora de História e pós-graduada em
Inclusão. Atualmente é a professora responsável pelo Cedic na E.M. Dr. Isidoro Boucault.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Ciomara Rodrigues Prado de Miranda
Especial Educação Ambiental
25
Especial Educação Ambiental
26
Todo
dia
é
dia
de
e preconceituoso que ainda é, muitas
vezes inconscientemente, propagado
por muitos educadores.
Acredita o palestrante que “a principal fórmula de trazer o povo indígena para o respeito da sociedade é
usar como fórmula o respeito por suas
raízes ancestrais”. Deste modo, é possível inovar os métodos educacionais
aplicando a essência da educação tradicional dos povos indígenas, a qual se
preocupa com a tríplice necessidade:
do corpo, da mente e do espírito. É
uma visão sustentada pela ideia de que
cada ser humano precisa viver intensamente seu momento, fazendo com que
a criança viva plenamente seu ser infantil, sem indagações sobre o que ela
pretende ser quando crescer.
Há também a questão da preocupação com o meio ambiente. Daniel não
acredita em consciência ambiental, mas
sustentabilidade. E o aprendizado desta,
começa no berço. Tanto a família, como
a escola e quaisquer outros meios devem
tornar-se exemplos a serem seguidos e
ensinar a cuidar do planeta, cultivando
hábitos saudáveis. Gestos simples, como
não jogar lixo no chão, já servem de contribuição para a manutenção do nosso
planeta. O palestrante ressaltou a necessidade de alterarmos nossa visão de desenvolvimento, de consumo, de progresso, de posse, para estarmos envolvidos
de fato com a Terra.
A nós, educadores, foi lançado um
grande desafio: procurar transmitir a
tradição e contribuição da sociedade
indígena de forma justa e correta, assim como desenvolver a importância
do meio ambiente para o equilíbrio da
natureza na formação do caráter do
cidadão. Ensinar aos alunos alguns valores, como o respeito, é educar, envolver, revelar, significar, enfim, é mostrar
os sentidos da existência.
Índio
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Rosa Maria Fusco Ferreira
Sandra M. Bio Ongarelli Garcia
Rosa Maria Fusco
Ferreira é professora
da E.M. Profª Cynira
Oliveira de Castro
Sandra M. Bio Ongarelli Garcia é coordenadora pedagógica
da E. M. Profª Cynira
Oliveira de Castro
Nos dias 8 e 9 de abril, nós, educadores da rede municipal de Mogi das
Cruzes, tivemos a oportunidade de
participar da palestra proferida por
Daniel Munduruku, o qual destaca ativamente o papel da cultura indígena na
formação da sociedade brasileira. Este
nasceu em Belém, PA, filho do povo
indígena Munduruku. É formado em
Filosofia com licenciatura em História
e Psicologia e doutorando em Educação na USP, é escritor, diretor-presidente do Inbrapi (Instituto Indígena
Brasileiro para Propriedade Intelectual) e autor de mais de 30 livros voltados ao público infantil e juvenil.
Daniel preocupa-se com a forma
que a imagem da comunidade indígena é repassada nos meios de educação.
Dá-se a entender, muitas vezes, que o
índio é um estorvo, um entrave para
o desenvolvimento da sociedade desde os tempos do descobrimento do
Brasil, a partir de uma visão rasa de
produção, de consumo, de riqueza e
pobreza. É um pensamento antiquado
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
27
Fazendo uso
Especial Educação Ambiental
28
das Matrizes de
Ciências
Naturais
“A existência na Terra é
constituída por um conjunto
de fenômenos naturais e
indissociáveis. O ser humano
interage com o meio natural
e social no qual vive desde
muito cedo e esta interação
permeia toda a vida”
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
(Matrizes Curriculares Municipais para Educação Básica
- Ciências Naturais e Sociais)
Sociais
Edilamar Regiane C. Macedo Pazini
Tomando por base esta incrível interação do ser humano com o meio natural onde ele vive, que a E.M. Dom
Paulo Rolim Loureiro, em Pindorama, trabalha há alguns
anos com o “Projeto Terra... Planeta Música”, em que temas geradores norteiam nossa prática no dia-a-dia escolar,
contemplando as Diretrizes Curriculares Municipais para a
Educação da Infância de Mogi das Cruzes, bem como as
Matrizes Curriculares Municipais para a Educação Básica
e, em especial, as Matrizes de Ciências Naturais e Sociais,
pois sabe-se que “cabe à escola ser agente de mudança, favorecendo o desenvolvimento e saberes da experiência para
a construção da autonomia...”. Assim, elaboramos, anualmente, projetos para enriquecer os saberes e experiências
infantis, em quem valoriza-se a pesquisa e o trabalho em
“campo” e experiências na escola.
No ano de 2009, iniciamos o trabalho sobre Meio Ambiente com o conhecimento dos “Moradores do Jardim”
(joaninha, minhoca, formigas, borboletas, centopéia...), em
que os alunos aprenderam englobando todas as áreas de
conhecimento, de maneira a enriquecer cada vez mais o conhecimento das crianças.
“O contato com pequenos animais como formigas e tatus-bola... pode ser proporcionado por meio de atividades
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
e
Especial Educação Ambiental
29
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Especial Educação Ambiental
30
que envolvam a observação, a troca de ideias entre as crianças,
o cuidado e a criação com ajuda do adulto. O professor pode,
por exemplo, promover algumas excursões ao espaço externo
da escola”. (MEC, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, vol. 3, Conhecimento de Mundo, 1998, pág.178)
A minhoca foi o último “Morador do Jardim” que os alunos
estudaram, pois foi trabalhada a sua importância para a terra e
partindo deste ponto, começamos a desenvolver o outro tema
gerador: “Horta... Uma proposta de alimentação saudável”,
que veio com força total. Os professores passaram por capacitação sobre o cultivo de horta em R.O.T.E. (Reunião para Organização do Trabalho Escolar) na Escola Ambiental e depois
os alunos visitaram uma plantação de abobrinhas, o que enriqueceu muito o conhecimento dos alunos e professores, pois
houve a interação das crianças com as plantas, evidenciando o
modo de cuidar e de acompanhar seu crescimento, bem como
diz as Matrizes Curriculares de Ciências Naturais e Sociais.
Um dos parceiros com que a escola conta é o produtor rural
de Quatinga, Tamio Hasegawa. Quando chegou o dia “tão”
esperado por todos para a visitação à plantação de abobrinhas,
ele nos recebeu e deu informações preciosas, além de curiosas,
como por exemplo, o nome das espécies de abobrinhas: Italiana e “Sandy”. Nos ensinou também como plantar a semente,
sobre as doenças que atingem a plantação e que uma semente
produz de 20 a 30 abobrinhas! Os alunos adoraram.
No final do dia, todos levaram abobrinhas para casa (doação
do produtor) e também uma tarefa: elaborar uma receita e relatar para os amigos da sala. As receitas foram variadas: bolinho
de abobrinha, tempurá de abobrinha, sopa de abobrinha, lasanha de abobrinha e ainda... Abobrinha na merenda.
A abobrinha foi um dos alimentos que mais se destacou no
trabalho de enriquecimento da merenda escolar.
No ano de 2009, tivemos também a valorização de alimentos
como o tomate, rabanete, alface e milho (doação de outro parceiro, Jorge Fukuda). O milho foi servido cozido para os alunos
no mês de junho - Festa Junina e eles fizeram a maior festa.
Percebeu-se que com estes projetos de valorização alimentar,
conhecimento de alimentos, valorização do meio ambiente e de
uma alimentação saudável, não há desperdício de merenda escolar, pois todos comem e repetem. Para completar o valioso car-
dápio escolar, nossa Auxiliar de Desenvolvimento da Educação
(ADE), Kátia Cilene Scarcella Garcia, deu uma aula de culinária,
ensinando a todos a receita de um bolo (doce) de abobrinhas
com cobertura de chocolate. O bolo fica com a massa na cor
verde e a receita foi fornecida pelo DAE (Departamento de Alimentação Escolar) em capacitação para as ADEs.
A aula de culinária foi prática e o bolo foi servido como sobremesa depois da merenda escolar.Todos adoraram e comeram muito, até os alunos do Infantil II, que às vezes rejeitam
alguns alimentos por não ter conhecimento.
Esta receita foi levada para casa no dia da aula de culinária
e agora vamos compartilhar com todos a famosa receita do
“bolo de abobrinhas” (veja no quadro das receitas), que foi
trabalhada em sala de aula também com alunos do Infantil IV
e V (2009), explorando a Matemática e a Língua Portuguesa.
Além da receita, os alunos realizaram muitas atividades relacionadas com o tema.
Após a visita e a aula de culinária, chegou o dia de plantarmos a abobrinha na escola, as sementes foram doadas pelo sr.
Tamio e os adubos por alguns pais também parceiros da escola
(Lucia Yamasaki, mãe do Jhum e Helena Saito, mãe da Fernanda). Plantamos na nossa pequena horta escolar.
Além da abobrinha, plantamos tomate, rabanete e temperos. Os alunos também tiveram a oportunidade de degustar
em sala: alface, tomate e a própria abobrinha refogada, sempre
associada a alguma atividade. Como resultado, tivemos alunos
do Infantil V (2009) já escrevendo e lendo no final do ano,
pois trabalhamos a pesquisa, contextualização e prática dentro e fora da sala de aula.“Para tanto são necessárias mudanças nas práticas pedagógicas com a priorização de atividades
de pesquisa, experimentação e exploração que compreendam
conhecimentos empíricos e conceitos científicos”. (Matrizes
Curriculares de Ciências Naturais e Sociais).
Sempre levando em conta a importância de projetos que ampliem o conhecimento do aluno de maneira muito significativa,
em 2010, estamos dando a continuidade à valorização do Meio
Ambiente, plantas e boa alimentação.
Na Semana da Páscoa, os alunos foram a uma plantação de
cenouras, do nosso parceiro, Tamio Hasegawa, que no momento está cultivando cenouras com o nome de “Juliana”. An-
tes da visitação, as professoras preparam os alunos com questionamentos sobre o que eles iriam ver e sobre a importância
de uma alimentação saudável. No dia da visita, o sr. Tamio,
sempre muito atencioso, nos mostrou as sementes, adubos e
fertilizantes em uma aula ao ar livre ao lado da própria plantação. Foi muito interessante e de um riquíssimo conhecimento.
Os alunos observaram que a terra deve ser bem cuidada para
que o solo não fique doente e assim nos dê ótimos alimentos.
Depois dos conhecimentos adquiridos, chegou o momento
mais esperado: cada criança escolheu uma cenoura, naquele
imenso canteiro e pode arrancá-la. Foi uma alegria enorme.
Uns comparavam o tamanho, procurando a maior cenoura,
outros queriam arrancar mais, alguns alunos do Infantil II, não
conseguiram colher a cenoura (era muito grande para eles).
Após a aula no “campo”, com experimentação muito significativa, continuou-se o trabalho na escola. As professoras
trabalharam gráficos, situações problemas, músicas e a receita
Edilamar Regiane C. Macedo Pazini é diretora da E.M. Dom Paulo Rolim Loureiro, pedagoga, pós-graduada em Gestão na Educação Básica, Coordenação e Supervisão na Educação
Infantil e Educação Especial
Referências Bibliográficas
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCN),
Brasília: MEC/SEF 1998
Matrizes Curriculares Municipais para a Educação Básica - 9 anos
- Ciências Naturais e Sociais, Mogi das Cruzes/SP: Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes/2010
do bolo de cenouras, que também fez parte da aula de culinária dada pela ADE Kátia. Os alunos comeram o bolo no dia
da Festa da Páscoa e adoraram. Outra receita trabalhada foi o
tempurá de folhas de cenoura, que os alunos comeram, como
enriquecimento alimentar na merenda escolar dias após a visitação na plantação de cenouras. A receita é bem simples e teve
ótima aceitação entre os alunos (veja no quadro de receitas).
Na medida em que desenvolvemos e sistematizamos os conhecimentos relativos à valorização do Meio Ambiente e o que
ele nos fornece, a formação de um cidadão com consciência
ecológica será efetivada e isto só vai fazer bem para o NOSSO
PLANETA e nossa VIDA... Vamos pensar nisto.
Receitas
Bolo de Abobrinhas
Ingredientes
2 abobrinhas italianas picadas
3 ovos
2 xícaras de açúcar
1 xícara de óleo
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de fermento em pó
Modo de fazer
Bata no liquidificador, a abobrinha, os
ovos, açúcar e o óleo. Em uma tigela,
coloque a farinha e despeje a massa
batida no liquidificador e acrescente
o fermento em pó. Asse em forma
untada e polvilhada com farinha.
Cobertura
Mingau de chocolate, fornecido pelo
DAE (Departamento de Alimentação
Escolar).
Tempurá de folhas de
cenouras
Ingredientes
Folhas de cenouras lavadas e picadas
2 cenouras raladas em ralo grosso
2 ovos
Óleo
Água
Farinha de trigo até dar o ponto de
pingar
Sal a gosto
Modo de fazer
Misture tudo numa tigela e frite em
óleo quente.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Especial Educação Ambiental
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Ações
pedagógicas
Aline Calixto Balbino da Silva Conceição
Ana Maria Guimarães da Silva
Danila Zanni dos Santos Silveira
Maury Pereira da Costa Neves
Patrícia Aparecida Ramires Gabriel
Renata Aparecida Domingos Cruz
Solange Bento dos Santos
Vanusa Alves Basílio
Vivian Almeida Morganti Evangelista
Viviane Alves Palanca
Biotecnologia
em
microorganismos de interesse para a biotecnologia, pudemos
observar os benefícios e os malefícios de microorganismos
como vírus, bactérias, fungos, protozoários e algas unicelulares, detalhando suas características. O estudo dos fungos mereceu um capítulo à parte pela sua relevância em Biotecnologia.
Nas aulas práticas, dentre todas as experimentações, podemos citar como mais significativas as experiências: estragando
mingau, cultivando bactérias e mãos limpas, pois estão associadas a atividades do cotidiano da comunidade e diretamente
ligadas à higiene e saúde, podendo ser aplicadas em sala de aula
de forma a motivar práticas de higiene associadas com conhecimento experimental.
Além de conhecimento, o curso proporcionou contato com
diferentes realidades escolares, pontos de vistas e troca de experiências num ambiente acolhedor estimulando a procura por
novos cursos.
Acreditamos que através dos conhecimentos obtidos ao longo do curso, é possível incorporar às nossas ações pedagógicas o uso prático da biotecnologia nos diversos segmentos da
educação.
Aline Calixto Balbino da Silva Conceição é licenciada em Biologia e professora do Cempre
Dra. Ruth Cardoso; Ana Maria Guimarães da Silva é pedagoga com habilitação em Deficiência
Mental, pós-graduada em Deficiência Mental e
Psicopedagoga e professora da Emesp Profª Jovita Franco Arouche; Danila Zanni dos Santos Silveira é pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e professora das escolas municipais Profª
Regina Célia Najar Ferreira Borelli e Profª Florisa
Faustino Pinto; Maury Pereira da Costa Neves é
bacharel em Ciência da Computação e mestrando em Biotecnologia; Patrícia Aparecida Ramires Gabriel é licenciada em Letras e Pedagogia,
pós-graduada em Gestão Escolar e professora
nas escolas municipais Benedito Ferreira Lopes
(CAIC) e Profº Eulálio Gruppi; Renata Aparecida
Domingos Cruz é pedagoga, pós-graduada em
História, Cultura e Sociedade e professora no
CCII Sra. Thereza Geraldi de Almeida e na E.M.
Profº Eulálio Gruppi; Solange Bento dos Santos
é pedagoga, pós-graduada em Psicopedagogia e
Deficiência Mental e professora na Emesp Profª
Jovita Franco Arouche e Cempre Dra. Ruth Cardoso; Vanusa Alves Basílio é pedagoga e professora na E.M. Dr. Luiz Beraldo de Miranda; Vivian
Almeida Morganti Evangelista é pedagoga, bacharel em Biologia e professora na E.M. Antonio
Pedro Ribeiro e Viviane Alves Palanca é professora na E.M. Profº Eulálio Gruppi.
Referência Bibliográfica:
COSTA NEVES, Maria Inês Soares e LORENA, Cláudia Rocha Moretti, apostila Desvendando Aplicações da Biotecnologia no Ensino
Formal – Práticas de Laboratório, 2009.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
A partir do mês de fevereiro de 2010,
na Escola Ambiental de Mogi das Cruzes
foi oferecida a capacitação “Desvendando Aplicações de Biotecnologia no Ensino Formal”, com práticas em laboratório.
Participaram educadores da rede municipal de ensino de diversos segmentos,
como educação infantil, educação especial e ensino fundamental. Buscou-se levar ao educador práticas de laboratório
que podem ser implantadas em sala de
aula, de forma a demonstrar a presença
da ciência no cotidiano da criança.
De acordo com a coordenadora da
Escola Ambiental, Maria Inês Soares
Costa Neves:
“Biotecnologia é o conjunto de conhecimentos que permite a utilização de
agentes biológicos (organismos, células,
organelas, moléculas) para obter bens ou
assegurar serviços”.
Atualmente produtos e serviços gerados pela biotecnologia nas áreas da
agricultura, medicina, alimentação, meio
ambiente e saúde são amplamente difundidos em todo o mundo. A escola como
um centro gerador de conhecimentos
que oportuniza vivências a comunidade onde está inserida, não poderia estar
alheia a importância deste tema.
Sendo assim, o curso foi organizado
em dois momentos: um teórico (com aulas explanativas, usando recursos áudio
visuais) e o outro prático (com experiências realizadas em laboratório), ambos
com auxílio de uma apostila elaborada
pela coordenadora da Escola Ambiental, Maria Inês S. C. Neves e a educadora
Cláudia Rocha Moretti Lorena.
Os educadores procuraram esta capacitação a fim de conhecer e aprimorar
seu entendimento a respeito do tema,
procurando ampliar sua prática pedagógica no ambiente escolar.
Na parte teórica, temas como Biossegurança, Melhoramento Genético,
a importância dos microorganismos e
Conservação da Diversidade Biológica
foram de extrema relevância dada sua
importância na atualidade. Na aula sobre
Especial Educação Ambiental
33
Especial Educação Ambiental
34
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Maria Inês Soares Costa Neves
Cintia Melani
Educação
IntegralSaúde
Sustentabilidade
Especial Educação Ambiental
35
É função da Vigilância Sanitária diminuir, eliminar e evitar os riscos à saúde.
Pensando em atingir um grande número de pessoas a Vigilância Sanitária
Municipal de Mogi das Cruzes (VISA)
firmou mais uma parceria com a Escola
Ambiental de Mogi das Cruzes de forma a implantar o projeto “Educanvisa”,
promovido pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), visando à
sustentabilidade nas escolas.
A Anvisa, do Governo Federal, inicialmente capacitou as coordenadoras Cintia
gente e também propondo atividades
extracurriculares diferenciadas, como
palestras para alunos e comunidade.
Resultados
Utilizou-se avaliação binária: não e
sim. Após a análise dos dados, foi possível verificar que o projeto se mostrou
EFICAZ no que diz respeito à conscientização. A participação dos pais nos
questionários mostrou que a iniciativa
não ficou apenas na escola, a comunidade envolveu-se e, desta forma, importantes ações foram tomadas a partir
da escola.
Conclusão
Podemos concluir que a capacitação
dos educadores proporcionada pela
Anvisa foi essencial na interface entre a
escola, pais e alunos.
Existe ainda a necessidade de ênfase
ou mudança na abordagem para itens
que não apresentaram mudança de conhecimento e comportamento, sendo
proposta também a mudança do formato do questionário devido a este ser
extenso, além de ser necessário estender
o projeto para toda a rede pública municipal de ensino de Mogi das Cruzes.
Maria Inês Soares Costa Neves é
coordenadora da Escola Ambiental
de Mogi das Cruzes
Cintia Melani é coordenadora da
Vigilância Sanitária Municipal de
Mogi das Cruzes.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Melani, da VISA Municipal e Maria Inês
Soares Costa Neves, coordenadora da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes, para
a implantação do projeto. Participaram
desta capacitação outras cidades, como
Belo Horizonte (MG) e Paulínia (SP).
Num segundo momento, mais precisamente no mês de agosto de 2009, as
coordenadoras foram convidadas pela
Anvisa para ir à Brasília (DF) juntamente com 16 educadoras mogianas. Mais
cinco cidades do Brasil participaram do
encontro com seus respectivos coordenadores. A capacitação envolveu o grupo de forma a proporcionar subsídios a
trabalhar temas como – automedicação,
vigilância sanitária na escola, propaganda enganosa e alimentação e saúde.
A Anvisa ofereceu material didático para os educadores, jogos, folders,
cartazes para divulgação do projeto à
comunidade, além de uma metodologia diferenciada, em que o educador
planeja suas aulas, aplica e documenta
por meio de fotos e depoimentos suas
ações e resultados em sala de aula.
Questionários iniciais e finais foram
aplicados para diagnosticar a situação real
dos alunos, comunidade escolar e pais de
forma a obter um panorama da região
onde a escola está inserida.
Para acompanhar os resultados a serem mensurados no processo de ensino-aprendizagem, as atividades pertinentes
ao projeto foram repassadas à equipe da
Escola Ambiental e VISA Municipal.
Essas instituições acompanharam o projeto visando colaborar em algum desvio
de informação durante o processo vi-
Especial Educação Ambiental
36
Mundo
O
Sob
Nova
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Lúcia Helena Martins Gonçalves
Com a participação, em 2009, no 1º
Prêmio Ecofuturo de Educação para a
Sustentabilidade com o trabalho “O Haicai como instrumento pedagógico no estudo da Paisagem”, ganhei uma inscrição
para a “Conferência Internacional Ethos
2010 – O Mundo Sob Nova Direção”.
Assim, entre os dias 11 e 14 de maio de
2010, em São Paulo, vivenciei momentos
de angústia ao analisar a degradação de
nosso planeta e também de esperança,
ao ver que ainda há chance de salvamento desde que consigamos nos conectar
profundamente à causa ambiental.
A conferência foi toda baseada na
“Carta da Terra”, uma espécie de código de ética do planeta, documento
que, em junho deste ano, completou
10 anos. Os palestrantes convidados
abordaram os quatro principais pontos
deste documento, que foram aprofundados em rodas de diálogos realizados
no Open Space do evento.
Coube ao consultor empresarial Oscar Motomura discorrer sobre o primeiro princípio da Carta da Terra: “Respeito a todas as formas de vida”.
Ele incentivou os gestores a refletirem
sobre as consequências de seus atos. A
partir do mesmo tema, o professor do
Massachusets Institute of Tecnology,
Otto Scharmer, apresentou a “Teoria
U”. Segundo esta teoria, é preciso pro-
Direção
Canção Mínima
No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles)
por mudanças
de atitudes e consciência social, além de
mudanças fundamentais na
liderança e nas formas de cooperação.
A bióloga e escritora americana Janine Benys e o designer Fred Gelli trataram do segundo princípio da Carta
da Terra: “Integridade Ecológica”.
Gelli afirmou que os projetos da natureza aliam elegância e eficiência e que
nós temos esse conhecimento incrustado nas nossas células. Precisamos
apenas recuperar a conexão perdida
com essa forma sofisticada de resolver
problemas. Janine mencionou vários
produtos e processos que estão sendo criados a partir da observação de
plantas e animais. Para ela, devemos
aprender com a floresta e com as comunidades indígenas a desenhar produtos mais sustentáveis e a repensar a
maneira como nos relacionamos com
as pessoas, pois, a crise que vivemos
hoje é de relacionamento.
“Justiça Social e Econômica”, relacionado ao terceiro ponto da Carta,
foi o tema da palestra de Danielle Mitterrand, ex-primeira-dama da França,
uma das referências na luta pelos direitos humanos, acesso à água potável
e aos bens comuns. Ela defendeu que
os direitos humanos e a participação
ampla e ativa da população no processo político estão intimamente ligados à
questão da sustentabilidade.
O filósofo Leonardo Boff tratou
sobre o quarto principio da Carta da
Terra: “Democracia, Não Violência e Paz”. Com palavras impactantes
iniciou sua palestra dizendo “vivemos
tempos de urgência, precisamos buscar respostas
inspiradas em outras fontes
e em outras visões de futuro”.
Para ele, as respostas aos problemas
globais vêm sendo formuladas concretamente por pessoas que buscam práticas
significativas em todos os lugares e em
todas as situações do mundo atual e que
estas pessoas produzem energia positiva.
Tal energia é como a produzida pelo movimento das asas de uma borboleta capaz de movimentar o ar à sua volta e, em
cadeia, movimentar toda a atmosfera.
Agradeço ao Instituto Ecofuturo, à
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes e à Escola Municipal Benedito Ferreira Lopes.
Lúcia Helena Martins Gonçalves é professora de Geografia da E.M. Benedito Ferreira
Lopes e pedagoga com pós-graduação em
Psicopedagogia.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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38
Especial Educação Ambiental
ÁGUA
:
Direito de todos,
privilégio de poucos.
Educando em Mogi - nº 51 - ano IX
Patrícia Aparecida Ramires Gabriel
O projeto foi realizado entre os dias
23 e 27 de março de 2009. A partir do
livro: “A vida que a gente quer depende do que a gente faz” (da série Leituras do Brasil, publicada pelo Instituto
Ecofuturo), percebi a necessidade de
trabalhar a água de uma forma mais
prática, pois acredito que assim as
crianças da Educação Infantil, entre 4
e 5 anos, possam ter uma aprendizagem significativa.
Objetivos
■ Desenvolver a linguagem oral e
senso crítico de observação da água;
■ Despertar o gosto pelo aprendizado científico;
■ Identificar a água no cotidiano e
aprender a utilizá-la adequadamente;
■ Valorizar a água como recurso natural indispensável à vida humana no
planeta;
■ Reconhecer pequenas ações para
economia da água.
Conteúdos curriculares
Realizei essa proposta interdisciplinar
de acordo com o RCNEI para explorar
conceitos trabalhados no plano de curso na área da Educação Infantil, como
Linguagem Oral e Escrita, Natureza e
Sociedade, Conhecimento de Mundo,
Identidade e Autonomia, Música, Matemática, Artes Visuais, Movimento,
onde busquei músicas referentes à água,
envolvendo os órgãos dos sentidos,
os estados físicos da água, fenômenos
e elementos da Natureza, atividades
de recorte, colagem, desenho, pintura,
contagem e observações de experiências práticas relacionadas à Educação
Ambiental.
Metodologia
O projeto foi iniciado com uma roda
de conversas sobre o Dia Mundial da
Água – 22 de março, onde todos puderam expor suas ideias e discutimos
assuntos pertinentes ao tema com perguntas reflexivas lançadas por mim,
como: “De onde vem a água? Como
ela chega até nossas casas? Toda água
está própria para o consumo? Para que
serve a água? Será que é importante
a economia?” E a partir dessas indagações esperei soluções criadas pelas
próprias crianças, deixando-as dissertar sobre seus diferentes pontos de
vista. Essas questões foram o ponto de
partida e nos levaram a refletir sobre
a questão do desperdício da água em
nossas casas, escola, bairro, cidade, estado, país e mundo.
Assistimos ao DVD “Chuá Chuágua”- TV Cultura, que nos despertou
ainda mais o gosto pelas experiências
práticas com a “nossa amiga água” e
continuamos a aula associando a água
à torneira, à chuva, à neve e ao gelo. Foi
então que aproveitei o momento e a
curiosidade das crianças para manipular
a água, fazendo a experiência do gelinho, onde pudemos observar os estados físicos da água: líquido e sólido
Experiências com a água
Perguntas antes da realização da experiência: Como será que se faz gelo? Podemos fabricar gelo? Utilizando o quê?
Materiais para a experiência: água,
forminhas de gelo, recipientes diversos
para manipular e armazenar a água,
freezer ou geladeira.
Como as crianças possuem uma
curiosidade muito grande a experiência
“transformando água em gelo” foi ótima
para eles perceberem os estados físicos
da água, bem como, por ser uma atividade lúdica participaram ativamente de
todo o processo, desde o tentar pegar a
água até como colocar nas forminhas e
levar para a geladeira na cozinha da escola. Enquanto esperávamos aproveitamos
para assistir ao DVD “Era do gelo”.
Deixei o gelo nos recipientes e pedi
que as crianças fizessem a observação
dos mesmos. Enquanto isso, elas representaram suas ideias em forma de desenho, pintura, recorte e colagem. Em
seguida, as crianças foram convidadas a
contar os cubos e brincar com eles a fim
de experimentar as sensações térmicas.
Outras atividades realizadas: Transpor a água de um balde ou
bacia para vasilhas menores que estão longes umas das outras,
como fazer? Escutei soluções dadas pelas crianças e, em seguida, apresentei diversos instrumentos para o auxílio do transporte dessa água: colher, copo, regador, caneca, prato, funil,
peneira, esponja e deixei a criança experimentar e descobrir
qual objeto seria o melhor para execução dessa tarefa.
Assim, as crianças perceberam e vivenciaram a importância da água para o planeta Terra e preservá-la é nosso
dever. Para encerrarmos a semana da água, realizamos uma
passeata pela escola alertando a todos com músicas, cartazes e panfletos ilustrativos confeccionados pelas próprias
crianças e com muita alegria e descontração mobilizamos
toda comunidade escolar. Durante a semana, pude notar
o envolvimento da escola-comunidade que influenciou de
maneira muito positiva a realização desse projeto, pois as
crianças refletiram em casa o que observaram na escola e
a devolutiva dos pais foi um processo muito importante e
gratificante nessa experiência coletiva.
Outras ações do projeto: visita à Escola Ambiental de
Mogi das Cruzes e passeio ao SEMAE.
Processos enfatizados
Para se ter uma relação sustentável como todos os seres
da Terra é preciso seres humanos mais preparados para a
conscientização da água, ou seja, educar para a sustentabilidade do planeta vem desde muito cedo, inicia-se com
o convívio da família, em casa, depois na escola e toda co-
munidade de maneira globalizada. Todos nós somos parte desse processo,
por isso a necessidade de criar novas
práticas pedagógicas que superem as
expectativas dos alunos, motivando-os
e convidando-os a cada vez mais olhar
ao seu redor e contemplar a Natureza,
que só existirá se tivermos a consciência de preservação enraizada em nós.
Através dessa abordagem interdisciplinar e com base na experiência, observação e participação coletiva, com
uma visão holística buscamos conquistar a plena consciência da educação
para a sustentabilidade começando
pela Educação Infantil.
A formação ecológica e o gosto pela
Natureza devem começar pela informação transmitida pela escola, através
dos educadores comprometidos com a
Educação Ambiental e com o futuro do
nosso planeta. Isso reflete na família e na
qualidade de vida dos indivíduos em geral.
A parceria “escola – comunidade - meio
ambiente” trata-se de uma relação ecossistêmica fundamental da educação para
a sustentabilidade. Enfim, “a vida que a
gente quer depende do que a gente faz”.
Patrícia Aparecida
Ramires Gabriel é
professora de Educação Infantil das
escolas municipais
Prof. Eulálio Gruppi
e Benedito Ferreira
Lopes, graduada em
letras e pós-graduada
em Língua Inglesa e
Gestão Escolar.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial Educação Ambiental
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Educação
Secretaria Municipal