Revista Educando em Mogi nº 58.indd

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Revista Educando em Mogi nº 58.indd
novembro/dezembro
2011 - Ano X
nº
A revista Educando em Mogi é um projeto da
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes por
meio da Secretaria de Educação
58
em
Educação e Esporte
Formando cidadãos para o futuro
Editorial
A Revista Educando em Mogi traz nesta edição um especial sobre os 75º Jogos Abertos do Interior realizados em
Mogi das Cruzes neste ano. Foram 12 dias em que a nossa
cidade respirou esporte. Antes deste grandioso evento, muitas atividades foram desenvolvidas, estimulando a prática
esportiva e toda uma pesquisa sobre a história das olimpíadas caipiras (como são conhecidos os Jogos), as modalidades disputadas e as cidades participantes. Parabéns a todos
pelo envolvimento.
Destacamos nessa edição, o projeto Joguinhos Abertos.
As crianças se divertiram, aprenderam e foram atletas por
alguns dias, levando para sempre os ensinamentos que só o
esporte traz. E esta é a importância de tudo o que foi feito
neste ano, levar para nossas crianças noções de disciplina,
cooperação, socialização e, principalmente, saúde. Destacando a parceria fundamental entre educação e esporte.
Nesta edição, trazemos entrevistas especiais com atletas
em atividade e ex-atletas que contaram para nós um pouco
de sua experiência e os benefícios que o esporte trouxe para
sua vida. Das glórias de Miguel Nagib nas quadras de vôlei e de Fernando Soraggi com sua
equipe de ouro na piscina aos destaques atuais
de Danila Ramos, no boxe e Reinaldo Barreiros, no handebol.
Não podemos nos esquecer de Roberto Pires, que contou sua história no tênis de campo
e Petre Ivanovici, nosso destaque nas pistas de
atletismo. Agradecemos ainda a Lucila Martins
e Marcos Paulo Tavares Furlan que foram até a
EM Benedito Ferreira Lopes para uma animada entrevista com os alunos.
Agradecemos a todos pela colaboração e às
escolas, principalmente, pelo empenho de sempre nos grandes desafios de nossa cidade. Vamos continuar seguindo o que diz o lema dos
nossos Jogos: Esporte Agora e Sempre! E até
2013 em que receberemos mais uma edição
deste grande evento em Mogi.
Expediente
Prefeitura Municipal
de Mogi das Cruzes
Secretaria Municipal de Educação
Coordenadoria de Comunicação Social
Av. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277
Centro Cívico – Mogi das Cruzes – SP
CEP 08790-900
Tel.: (11) 4798-5085
Fax: (11) 4726-5304
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■ Conselho
Editorial
Maria Geny Borges Avila Horle
Eulália Anjos Siqueira
Kelen Cristiane dos Santos Chacon
Maria Estela Ribeiro Fernandes
Marilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti
■ Jornalista Responsável
Kelli Correa Brito – MTB 40.010
■ Coordenação Editorial
Bernadete Tedeschi Vitta Ribeiro
■ Colaboraram nesta edição
Ana Maria Tertuliano Américo
Débora Soares Alves Teixeira
Norberto Pereira da Silva
Palmira Lúcia Campetelli Rosa
Luciana Cazarine Lima de Marchi
Cintia Siqueira Ribeiro
Paula Leme Assis
Cláudia Maria Bava
Paulo Marcelo da Silva Lima
Maria Cristina Perpétuo dos Santos Soares
Camila Nogueira
Vera Lúcia Maradei de Almeida e Souza
Eduardo Marin Lelis
Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz
Kelli Correa Brito
Antoinet Lucy de Miranda
Gabriel Fungaro Cares
■ Nossa capa
E.M. Profª. Guiomar Pinheiro Franco
Ney Sarmento (CCS)
■ Fotos
Arquivos das Escolas Municipais
Ney Sarmento (CCS)
■ Fotolito, impressão e acabamento
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Mogi das Cruzes/SP
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www.marpress.com.br
■ Projeto Gráfico e Diagramação
Jorge Ricardo (CCS)
■ Tiragem
4.000 exemplares
A Revista Educando em Mogi nº 58 é
uma publicação da Secretaria Municipal de
Educação de Mogi das Cruzes, por meio
da Coordenadoria de Comunicação Social,
e não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados.
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Índice
4
8
Ampliando a prática esportiva na Secretaria
Municipal de Educação de Mogi das Cruzes
Desfile Cívico-Militar sobre os Jogos Abertos
11
12
Vivendo o esporte
14
16
21
Ampliando o repertório esportivo
Projeto Joguinhos Abertos
No ritmo dos atletas
18
O envolvimento com os
Jogos Abertos do Interior
22
30
Um olhar para as crianças
24
Esporte e cidadania
As experiências dos atletas veteranos de Mogi
Atletas de Hoje e Sempre
36
Esporte, Saúde, Escola
38
39
Festival de Atletismo
Declaração de amor à Mogi das Cruzes
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
4
Ampliando
a prática
esportiva
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Ana Maria Tertuliano Américo
Em 2004, a Secretaria Municipal de Educação assumiu
o Projeto Sanção Premial, que concedia isenção de IPTU
aos clubes que aderissem à iniciativa, abrindo suas portas e
colocando seus espaços físicos à disposição dos alunos das
redes públicas de ensino para o desenvolvimento de atividades recreativas e esportivas.
A partir de então começaram dentro da Secretaria Municipal
de Educação ações voltadas ao desenvolvimento das práticas
recreativas e esportivas com um olhar inovador, utilizando espaços fora do âmbito escolar. Este novo sistema propiciou aos
alunos conhecer os diversos clubes da cidade, ampliando assim
a sua vivência de mundo, trazendo oportunidade de melhoria
da qualidade de vida, bem como a captação de novos talentos
nas diversas modalidades esportivas oferecidas.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
na Secretaria Municipal de
Educação de Mogi das Cruzes
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
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As ações no âmbito esportivo e recreativo, dentro da Secretaria Municipal de
Educação, foram crescendo e atendendo
cada vez mais os nossos alunos.
Com o Projeto Sanção Premial: “Brincando também se aprende” (complemento que o Projeto ganhou em nossa Secretaria), tivemos o surgimento de vários
talentos em diversas modalidades praticadas nos clubes participantes do Projeto.
Vale aqui relembrar alguns nomes
como: Tiago Lourenço Januário – modalidade beisebol – Clube Bunkyo, que
ganhou uma vaga como atleta na equipe
do Clube em Mogi das Cruzes. Tivemos
também alguns nomes notáveis na modalidade judô, como Ingrid Xavier da Silva e
Vitor Anael Santos Costa Silva. No Kosmos Clube, destaque para Victor Moya
de Araújo e Juan Victor Soares, que obtiveram excelentes colocações em disputas
nos campeonatos de tênis de mesa.
Na modalidade de natação foram inúmeros aqueles que nos encheram de alegria, conquistando várias medalhas com
os ensinamentos recebidos pela querida
professora Maria de Lourdes Rocha, a
“Lourdinha”, do Clube Náutico Mogia-
no, como o Felipe Alves Correa da Silva (PC) que nunca
se deixou abater por sua condição, nos mostrando sempre
que o que vale é acreditar em nosso ideal. Na época tínhamos a modalidade de futsal sendo trabalhada no Clube Vila
Santista, no Clube Campestre e na ADPM, e muitas foram
as competições em que nossos alunos voltaram com medalhas no peito. No futebol de campo do Clube Comercial,
as equipes das categorias sub-12 e sub-14 chegaram a ser
bicampeãs no Campeonato da Liga Municipal de Futebol.
Em 2006, tivemos a criação do Projeto Bom de Bola, em
parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, onde
clubes e centros esportivos de nossa cidade eram núcleos e
proporcionavam a prática de modalidades esportivas variadas, tais como: handebol, futsal, ginástica artística e outros.
Com a crescente necessidade de atendermos cada vez mais
nossos alunos, abrindo o leque de opções dentro da prática
esportiva, criamos o Projeto Peixinho, oferecendo natação
para crianças das 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental. O
projeto passou mais tarde a se chamar Projeto Pequeno Nadador e tinha por objetivo ensinar os quatro estilos de nados
e proporcionar experiências motoras no meio líquido.
No decorrer desses anos, tivemos outras parcerias, como
por exemplo o “Projeto Social Inclusão pelo Esporte”, que
oferecia a prática de várias modalidades esportivas, com o
apoio da Universidade de Mogi das Cruzes. Destacamos
também o Projeto Basquete Vivo, em parceria com o Clube de Campo de Mogi das Cruzes, a Secretaria Municipal
de Esporte e Lazer e o Mogi das Cruzes Basketball Clube,
atendendo alunos objetivando a aprendizagem e a competição. E ainda o Projeto Esporte Social, um convênio entre o
Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal
de Mogi das Cruzes, onde eram desenvolvidas atividades
esportivas e recreativas para crianças entre 9 e 11 anos.
E no crescente dessas ações na área esportiva, caminhamos assim para a ampliação dos trabalhos na área da Ginástica Artística, que começou a ter bons frutos com o Projeto
Bom de Bola e, com isso,surgiu a necessidade de se ampliar
e aprofundar os trabalhos. Inauguramos então o Centro
Ana Maria Tertuliano Américo é coordenadora da Área de Educação Física e de Projetos
Esportivos da Secretaria Municipal de Educação de Mogi das Cruzes. É professora de Educação Física e pedagoga com especialização
em Atividades em Academias e Alfabetização.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
de Ginástica Artística “Prof. Adolfo Martini”, em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, onde
fazemos um trabalho de base e aperfeiçoamento dentro da
ginástica, contribuindo assim para o surgimento de novos
atletas que com certeza muito bem nos representarão nas
mais diversas competições do gênero.
Com o grande compromisso de atendermos nossos alunos
cada vez mais em sua formação como um todo, valorizando
todas as suas potencialidades e preocupados em desenvolvê-las, tendo como objetivo maior formarmos cidadãos plenos,
a administração municipal lançou em 2009 o Programa Escola
de Tempo Integral.
Por meio deste programa, os alunos permanecem nove
horas diárias na escola, onde são oferecidas cinco refeições
balanceadas e atividades nas áreas intelectual, cultural, esportiva e recreação e, ainda, aulas de reforço escolar, informática, leitura e literatura, educação ambiental, inglês e
xadrez no contraturno escolar. Sendo estas atividades coordenadas por profissionais específicos das áreas pedagógica,
esportiva e cultural.
No que se refere à área esportiva, oferecemos uma gama
de modalidades, tais como: atletismo, futsal, basquete, vôlei,
handebol, karatê, judô, taekwondo, boxe, tênis, natação e
capoeira. Estas modalidades são trabalhadas quando possível dentro dos espaços oferecidos pelas escolas e em vários outros espaços diferenciados da nossa cidade, fazendo
assim valer a nossa visão de “cidade educadora”, onde os
mais diversos locais como: clubes, associações, centros esportivos, parques e outros, são utilizados para a prática das
diversas modalidades esportivas.
Para continuarmos atendendo com qualidade a nossa
clientela, pleiteamos o Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Hoje, temos dois mil alunos sendo
atendidos por esta iniciativa, participando de atividades esportivas e culturais, dando assim um suporte ainda maior
para o nosso Programa Escola de Tempo Integral.
Inúmeras são as ações voltadas ao esporte sendo realizadas pela Secretaria Municipal de Educação, crescendo cada
vez mais, trazendo para a vida dos nossos alunos o gosto
pelo Esporte, educando e propiciando uma vida mais sadia
e alegre efetivamente. Para que façamos valer essas ações,
contamos com o trabalho e dedicação dos profissionais da
área de Educação Física, que hoje fazem parte do nosso
quadro de funcionários, bem como aqueles que são contratados por empresa terceirizada.
A ampliação dessas ações voltadas ao
Esporte na Secretaria Municipal de Educação tem contribuído e muito para a colocação desses profissionais no mercado
de trabalho, abrindo portas, dando oportunidade de realização e valorização profissional. Para todo trabalho que está em
franco crescimento, não pudemos deixar
de nos preocupar também com a formação desses profissionais, oferecemos um
curso de capacitação específico a eles
com uma proposta que atinge também
toda a equipe escolar.
E com o grande evento esportivo inédito
em nossa cidade, realizado em novembro,
a grande competição paulista, conhecida
também como as “Olimpíadas Caipiras”,
a 75ª Edição dos Jogos Abertos em Mogi
das Cruzes, com certeza foi o momento
de consolidar o nosso trabalho e ações que
vem sendo desenvolvidas junto aos nossos
alunos ao longo desses anos. Agora mais
especificamente tivemos um trabalho voltado para os Jogos Abertos, que foi explorado nas mais diversas formas, onde podemos verificar a grande criatividade dos
nossos professores de Educação Física ao
elaborarem o Projeto Joguinhos Abertos
das escolas municipais.
Vejo com grande alegria e satisfação,
cada vez mais se abrir espaços para o
desenvolvimento de práticas esportivas
em nossas escolas, dando oportunidades
aos nossos alunos de conhecerem e vivenciarem as mais variadas modalidades
esportivas. É muito gratificante fazer parte desse processo tão rico que a Secretaria Municipal de Educação de Mogi das
Cruzes abraçou com tanto respeito, valorizando e acreditando cada vez mais no
profissional de Educação Física, dando
oportunidade de crescimento dessa área
que é de fundamental importância na formação de nossos alunos.
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Especial - Jogos Abertos do Interior
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Desfile
Cívico-Militar
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
sobre os Jogos Abertos reúne 10 mil pessoas na Avenida Cívica
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Os 75º Jogos Abertos do Interior foram o tema do Desfile
Cívico-Militar que abriu as comemorações do 1º de setembro
deste ano, data em que Mogi das Cruzes festejou seus 451 anos.
Neste dia, 10 mil mogianos estiveram na Avenida Cívica para
prestigiar atletas de todas as idades, além de militares, expedicionários, grupos, bandas, fanfarras, crianças e jovens que
demonstraram a importância da prática esportiva e, principalmente, de Mogi sediar um grandioso evento como os Jogos.
Ao todo, 2,5 mil pessoas desfilaram representando as 33
modalidades que foram disputadas em Mogi e ainda, as
226 cidades participantes e seus 15 mil atletas. Toda a educação mogiana se uniu para o Desfile: a rede municipal, a
estadual, a Fatec, as Universidades e outras instituições de
ensino se uniram para contar a história dos Jogos Abertos.
O Desfile levou para a Avenida a história dos Jogos desde
a Grécia Antiga até a primeira edição
da Olímpiada Caipira, como são chamados os Jogos Abertos, em Monte Alto no ano de 1936. O Caquito,
mascote do evento, também participou do Desfile. Os participantes
também apresentaram a importância
do evento para Mogi das Cruzes, que
sediou a competição em novembro.
Crianças, jovens e adultos transformaram a Avenida em uma grande arena
de esportes, às vezes uma grande piscina e por um momento, uma rede
simulou uma quadra de vôlei. Não
só a prática esteve em evidência, mas
também os valores trazidos pelo esporte, como superação, respeito, socialização, disciplina, entre outros.
O evento emocionou atletas de todas
as idades. Um dos momentos marcantes foi a participação de grandes nomes
do esporte mogiano em um carro de
bombeiros. Estavam presentes Akcel
de Godoy e Lucila Martins, medalhistas de natação, a boxeadora Danila
Ramos, Ítalo Felipe de Almeida do Taekwondo, as judocas Gabriela da Silva
Clemente e Tainá Oliveira da Silva e o
tenista Rodrigo Kojima.
“Sou muito grato a Mogi. Cheguei
aqui em 72 e fiquei. Quero agradecer a
atenção e o carinho com os ex-atletas.
É gratificante, representei Mogi em várias competições regionais, nacionais e
internacionais e foi uma emoção muito
grande desfilar hoje”, comentou Akcel.
Ampliando o
repertório esportivo
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Este ano, Mogi das Cruzes foi sede da 75ª edição dos Jogos
Abertos do Interior. Tão importante quanto este momento
histórico é possibilitar aos nossos alunos da Educação Básica estabelecer “relações entre o seu cotidiano, suas vivências
sócio-culturais, históricas e geográficas com as de outros grupos e gerações”, como prevê o documento teórico referencial
para o professor na sua prática: as Matrizes Curriculares para
a Educação Básica de Ciências Naturais e Sociais da Secretaria
Municipal da Educação de Mogi das Cruzes. Sendo assim, as
escolas não poderiam deixar de propor ações pedagógicas voltadas a este momento esportivo tão importante.
Como professora, resolvi elaborar uma sequência de atividades onde fosse possível transpor para o universo infantil a grandeza deste acontecimento. Iniciei o trabalho,
organizando rodas de conversas com meus alunos sobre
a temática. Como resultado, percebi que enquanto muitos
recordavam as Olimpíadas, poucos conheciam as modalidades além das mais populares, como: futebol, vôlei, basquete
e futsal. Portanto, além de integrá-los ao evento seria necessário ampliar o repertório esportivo da turma.
A partir dos resultados dessa primeira fase, apresentei
aos alunos a história dos Jogos Abertos, sua organização
– assemelhada às Olimpíadas -, as modalidades desconhecidas por eles seguidas de uma explicativa da importância do
evento, o porquê de nossa cidade ter sido escolhida como
sede da competição e a necessidade deles cederem os espaços escolares para alojar os atletas de outras cidades, motivo
pelo qual os alunos ficaram ausentes por um período de 15
dias no correr do mês de novembro.
Nas aulas de informática, os alunos puderam ver as imagens de todas as modalidades que fizeram parte da competição, assim como um pequeno histórico sobre cada uma. Com
base nas informações adquiridas, os alunos foram orientados
a escolher quatro modalidades para serem vivenciadas durante as aulas de Educação Física, atentando para o ambiente
que foi devidamente adaptado para a prática das mesmas.
A primeira experiência deles foi com o atletismo: provas
de pista (corrida de velocidade e com obstáculos) e provas de
campo (salto em distância e arremesso de peso/pelotas), agora
estão vivenciando a dama e posteriormente, tênis de mesa e
ginástica rítmica. Como fechamento das atividades, os alunos
apresentaram uma coreografia de ginástica rítmica.
Com base no desenvolvimento prático das modalidades,
os alunos foram envolvidos nas habilidades motoras básicas
de correr, saltar e arremessar, como também no desenvolvimento da linguagem corporal.
Para além dos resultados obtidos, principalmente se considerarmos o entusiasmo e a curiosidade das crianças pelo conhecimento das modalidades esportivas, fica a expectativa de que
o esporte venha ocupar um espaço na vida futura das crianças.
Espero ainda que essas atividades, além de ampliar o repertório
esportivo dos alunos por meio das experiências obtidas com os
estudos e participação, possam ser incentivo para surgimento
de grandes atletas.
Cíntia Siqueira Ribeiro é professora da EM
José Alves dos Santos (1º ano) e EM (R) Geralda Ferraz de Campos (3º ano). É estudante do
4º semestre de Pedagogia.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Cíntia Siqueira Ribeiro
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Vivendo o
esporte
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Projeto Joguinhos Abertos da
E.M. Profª Marlene Muniz Schimidt
Norberto Pereira da Silva e Palmira Lúcia Campetelli Rosa
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Neste ano, nossa cidade recebeu os Jogos Abertos do
Interior, evento que nos proporcionou uma grande oportunidade de conhecer várias modalidades esportivas, bem
como grandes atletas que representaram suas respectivas
cidades. Foram mais de 200 cidades e uma infinidade de
atletas, além de toda a equipe de arbitragem e logística que
os Jogos necessitam e tudo isso bem perto de nós.
Portanto, nada melhor que oportunizar às crianças de
nossa cidade a condição de vivenciar o esporte, pegando
carona neste grande evento. Pensando nisso, foi criado o
“Projeto Joguinhos Abertos”, a fim de criar uma série de
ações nas escolas municipais.
Para então atingir este objetivo, resolvemos unificar as três
unidades escolares que atendem um público de áreas mais
afastadas (EM Profª Marlene Muniz Schimidt, na Vila Moraes, EM Fujitaro Nagao, no Cocuera, e EM Profª Cecília
de Souza Lima Vianna, Taiaçupeba), aproveitando o fato da
disponibilidade de ônibus. Nosso projeto visou a realização
das ações na Associação dos Agricultores do Cocuera, onde
são realizadas as atividades das escolas Marlene Muniz Schimidt e Fujitaro Nagao, atendendo assim um número maior
de crianças para que o resultado fosse melhor.
Pelo fato de trabalharmos com crianças que teriam dificuldade de acompanhar os Jogos de perto, nossa missão
foi fazer com que participassem de um evento que fez uma
analogia com o grande evento realizado em nossa cidade.
Devemos sempre lembrar que o Esporte possibilita à criança
o estabelecimento de conceitos e valores que podem contribuir para a formação de um cidadão ético e responsável em seu
meio social. Conceitos como liderança, cooperação, solidariedade, trabalho em equipe e qualidade de vida, podem ser trabalhados no ambiente educativo proporcionado pelo esporte.
O incentivo à permanência no ambiente escolar através de
projetos esportivos favorece o desenvolvimento integral do
aluno, pois sua participação estaria vinculada ao aprendizado
escolar, aumentando a identificação com o ambiente, proporcionando uma maior valorização de professores e funcionários.
Promover o gosto pela prática esportiva e demais manifestações corporais entre as crianças e motivá-las, em busca
de superação, já que a disputa é saudável.
Promover a interação e integração entre os alunos das diferentes unidades escolares, num momento de alegria, lazer,
descontração e congraçamento.
Dar oportunidade para as crianças conhecerem outras
modalidades além de proporcionar conhecimento sobre a
grandiosidade dos Jogos em nossa cidade.
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Aconteceram ações isoladas, onde crianças que já possuem uma vivência em determinada atividade transmitiram o conhecimento para os alunos das escolas que não
as realizam. Tivemos a participação de aproximadamente
650 crianças com atividades desenvolvidas nos períodos da
manhã e tarde.
No mês de agosto, ocorreram o Festival de Hip Hop e
as clínicas de Judô e Taekwondo, vivenciadas por profissionais das próprias escolas envolvidas. Além disso, no mês de
setembro realizamos um Festival de Atletismo, que serviu
de preparação das crianças para o Festival de Atletismo, realizado em outubro no antigo Centro Esportivo da UMC
e que contou com a participação de todas as escolas de período integral.
CONCLUSÃO
Houve total interação entre as escolas envolvidas e percebemos que realmente existe uma carência no sentido de
uma maior abrangência das atividades esportivas dentro das
escolas municipais, mas principalmente tentando estabelecer
uma maior relação entre as oficinas esportivas com o ensino
regular. A aceitação por parte das crianças foi muito grande;
principalmente, para aquelas que nunca tiveram a oportunidade de se deslocar para participar de uma ação desse nível.
Mais ações de integração entre as escolas municipais devem ser organizadas entre os profissionais envolvidos.
Norberto Pereira da Silva é coordenador de Esportes da E.M. Profª Marlene Muniz Schimidt.
Palmira Lúcia Campetelli Rosa é coordenadora de Artes da E.M. Profª Marlene Muniz Schimidt.
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AÇÕES
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Especial - Jogos Abertos do Interior
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Projeto
Joguinhos
Abertos
na EM Des. Armindo Freire Mármora
Luciana Cazarini Lima de Marchi é professora
de Educação Física da EM Des. Armindo Freire
Mármora e da E.E. Alzira Fernandes Scungisqui.
Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação
e Educação pela Universidade de Braz Cubas.
A ideia do projeto surgiu com o intuito de aproveitarmos o tema
Jogos Abertos do Interior, uma vez que Mogi das Cruzes foi a cidade
sede neste ano, e incentivar o conhecimento e a prática de diversas modalidades esportivas que compõem tal evento.
Entende-se o esporte como bem cultural que valoriza e desenvolve
atitudes e princípios ligados ao convívio social e ético, promovendo
condições de bem-estar físico e social.
Assim, foram traçados alguns objetivos, como: a) promover acesso
dos alunos ao esporte e suas diversas modalidades, enquanto um bem
cultural, possibilitando a interação social e a vivência de valores humanos entre grupos; b) incentivar o conhecimento teórico e prático sobre
as modalidades esportivas desenvolvidas nas escolas de tempo integral;
c) favorecer o conhecimento de outras modalidades esportivas aos alunos que não praticam na escola; d) oportunizar a integração entre os
alunos das escolas envolvidas e e) desenvolver atividades centradas no
prazer e no seu caráter lúdico.
Para a efetivação do projeto, propusemos algumas ações para serem
realizadas ao longo dos meses de junho a outubro deste ano, como:
votação do mascote no site oficial; amistosos entre escolas municipais;
jogos interclasses e a participação em campeonatos.
Iniciamos o projeto com a votação do mascote e explicando o histórico do Jogos Abertos aos nossos alunos. Em seguida, iniciamos amistosos das modalidades esportivas que temos em nossa escola de tempo
integral, como descrito abaixo:
Judô - tivemos lutas entre alunos de 4ª série com as escolas municipais
Dr. Luiz Beraldo de Miranda e Profª Etelvina Cáfaro Salustiano;
Futsal - realizamos jogos entre turmas do 3º e 4º anos com as escolas Profª Etelvina Cáfaro Salustiano, Profª. Guiomar Pinheiro Franco e
Prof. Mario Portes;
Xadrez – jogos dos nossos alunos da 4ª série com alunos das escolas
municipais Profª Guiomar Pinheiro Franco e Prof. Mario Portes;
Atletismo – em agosto de 2011, 16 alunos participaram do “I Campeonato de Atletismo Escolar Rumo a 2016”, no Ibirapuera, em São
Paulo.
Com estas ações, percebemos o aumento do interesse e o envolvimento dos alunos durante os eventos, demonstrando motivação para
aprender e melhorar o desempenho nos esportes envolvidos.
Acreditamos que desta forma, utilizamos o evento Jogos Abertos do
Interior para ampliar e estimular o acesso aos bens culturais, como o
esporte, procurando incentivar e envolver um grande número de alunos
na participação de diversas atividades.
Este projeto teve início em junho e demos continuidade até o mês de
outubro. Para o desenvolvimento deste projeto, contamos com professores que atuam nas oficinas da escola de tempo integral.
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Luciana Cazarini Lima de Marchi
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No ritmo
dos atletas
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Joguinhos Abertos da E.M. Dr.
Benedito Laporte Vieira da Motta
No dia 3 de agosto de 2011, a EM Dr.
Benedito Laporte Vieira da Motta, em
Nova Jundiapeba, realizou a cerimônia
de abertura da primeira edição dos Joguinhos Abertos. O evento, organizado
pelos professores do Programa Segundo Tempo, teve como objetivo a divulgação dos Jogos Abertos do Interior
realizado em nossa cidade neste ano, assim como a importância e a necessidade
das práticas esportivas.
A cerimônia de abertura foi realizada
pela diretora da unidade escolar, Márcia
Leal de Almeida Guilherme, que conduziu a entrada dos alunos participantes
do Programa Escola de Tempo Integral, onde cada classe representou uma
das cidades que participaram do evento.
Um momento muito especial da cerimônia de abertura foi a presença do
campeão paraolímpico e coordenador
de paradesporto da Secretaria Municipal
de Esporte e Lazer, Dirceu Pinto. O atleta realizou a volta olímpica sob aplausos
dos alunos e funcionários da escola.
O evento foi importante também para proporcionar a integração entre os alunos do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, que foram convidados a prestigiar o evento.
Algumas alunas do Ensino Fundamental realizaram uma
apresentação de ginástica rítmica utilizando aros e foram
muito aplaudidas pelos presentes, assim como a aluna Letícia, da Escola Estadual Vania Cassará que também realizou
uma apresentação de ginástica rítmica.
Nos dias seguintes, os alunos participaram das competições de atletismo, realizadas no Centro Esportivo de
Jundiapeba, onde tiveram a oportunidade de participar das
provas de corrida e arremesso de peso.
Na quadra da escola foram realizados os jogos de futsal,
onde cada classe foi dividida em times que competiram entre si. Na programação, também ocorreram as competições
de basquete e handebol e clínicas de karatê e judô.
Ao final do evento, todos os alunos receberam medalhas confeccionadas por eles próprios, valorizando assim a
dedicação e o empenho de todos na realização do evento,
proporcionando também a valorização dos sentimentos de
superação, dedicação e participação.
Débora Soares Alves Teixeira é pedagoga,
pós-graduada em Psicopedagogia e coordenadora pedagógica da EM Dr. Benedito Laporte
Vieira da Motta.
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Débora Soares Alves Teixeira
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Jogos Abertos do Interior
Um olhar para
os pequenos
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Este relato refere-se a algumas das atividades aplicadas
com os educandos do 1º ano da EM Dr. Milton Cruz. Iniciamos o trabalho com a contextualização histórica e com
a necessidade da escolha do Mascote dos Jogos Abertos
do Interior. O dado que mais surpreendeu os alunos foi o
número de esportistas que Mogi recebeu, algo em torno de
15 mil atletas durante os dias de competição.
As maiores dúvidas resumiram-se em duas perguntas:
“Onde esse povo vai ficar, dormir e comer? Cabe na cidade?”. Para os educandos do 1º ano foi muito curioso o fato
de que pessoas que eles não conhecem, iriam dormir, ficar e
comer na escola deles; sem que eles pudessem tomar conta
de suas coisas, como os cartazes, o quadro de incentivo da
sala e os brinquedos.
Para amenizar a estranheza, levei o mapa do Estado de
São Paulo e mostrei todas as cidades que participaram dos
Jogos, mencionei que cada cidade ficará em uma escola,
municipal ou estadual. Ao identificar as cidades de origem
dos atletas e a distância percorrida por cada equipe, eles
acalmaram-se como um encantamento. Iniciou-se então
uma série de questionamentos sobre as outras cidades, mas
prosseguimos com os símbolos dos Jogos.
Os meus alunos do 1º ano e da 4ª série, com base nas
informações dos símbolos da nossa cidade, desenharam alguns modelos de mascotes que representassem os Jogos.
Muitos deles desenharam japoneses e caquis, outros desenharam alfaces, cogumelos, mas um desenhou a cobra (ex-
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Paula Leme Assis
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Especial - Jogos Abertos do Interior
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plicou que desenhou por causa do rio Tietê).
Todos participaram e ficaram felizes quando comuniquei
que iríamos votar no site da Prefeitura de Mogi das Cruzes
para escolher o Mascote dos Jogos. Apresentei as opções,
que eram o caqui com três nomes Caquito, Caco e Cacolino
e um menino com mais três opções de nomes: Mogianinho,
Atletinha e Mogianito. Uma aluna gritou: “Acertei sabia que
ia ser caqui!”. Os outros alunos a olharam feio, mas logo
voltaram à calma e foram votar.
Quando a eleição terminou e o Caquito ganhou, foi uma
alegria para eles. Então, começaram a imaginar como seriam
os gritos da torcida, escrevi algumas ideias na lousa e foi eleito
o grito: “Vai, Caquito. Vai, Mogi. Essa terra é do caqui!”. Combinamos que faríamos cartazes para torcer na época dos Jogos.
Um aluno contou: “Só podia ser caqui por que a gente
come até na escola, o meu primo de São Paulo não come
caqui na escola dele”. Os outros alunos concordaram com
a sua justificativa.
Trabalhamos algumas das modalidades nas aulas de Educação Física, explicando e vivenciando algumas práticas. Os
alunos desenharam a modalidade preferida e planejamos um
encontro de modalidades, onde cada aluno vestiu-se com o
equipamento de seu esporte favorito e explicou suas regras.
Na nossa escola, temos algumas possibilidades de trabalho com as modalidades esportivas, como futebol, vôlei,
basquete, handebol, tênis de mesa, damas, xadrez e atletismo. Algumas escolas integrais ou que possuem o Programa
Segundo Tempo possuem outras possibilidades de modalidades, como judô, boxe, natação, ginástica rítmica e artística, tênis, capoeira, taekwondo, futsal e karatê.
Ao estudar algumas regras das modalidades dos Jogos, escolhi confeccionarmos novos tabuleiros de dama para que os alunos pudessem levar para a casa e ensinar para as suas famílias.
Também fizemos os discos e pino para o jogo da Malha com
materiais reciclados. Selecionei o jogo da Malha para socializar
o seu histórico uma vez que é um esporte pouco popular.
Segundo o site http://www.jogosabertos2011.com.br/
modalidade/malha: “a primeira prova do jogo de Malha
existente data do século XVII, na França. No entanto,
indícios apontam que a prática é bem mais antiga, tendo,
inclusive, feito parte da rotina de soldados do Império Romano, quando era jogado com moedas. A modalidade foi
introduzida no Brasil por imigrantes portugueses e existem
registros de sua prática em São Paulo, em 1890.
A unificação das regras e a regulamentação da modalidade aconteceram em 1933, com a criação da Federação
Paulista de Malha. Logo depois, outros estados seguiram o
exemplo e associações foram criadas. As partidas são disputadas por duplas que lançam discos contra pinos, colocados
no outro lado da cancha. A cada pino derrubado, o jogador
soma quatro pontos; e dois, caso chegue ao círculo traçado no chão em torno do pino. Se derrubar, e ainda ficar
dentro do círculo, conta oito pontos.
Vence quem atingir 150 pontos ou a
pontuação fixada".
Outro site consultado e divulgado aos
alunos foi o http://www.eventos.uepg.
br/cdr/JOSUEPAR2011 RegulamentoProvisorio.pdf. Neste site, encontrei
as regras de diversas modalidades do
XX JOSUEPAR (Jogos dos Servidores
das Universidades do Paraná), destaco
o Artigo 52 inciso XVIII – “O final da
partida é anunciado pelo árbitro quando: a) estiverem faltando dois pontos
para uma das equipes e, na verificação
final, houver uma das malhas colocadas mais próxima ao pino; b) faltando
quatro pontos para uma das equipes e,
estando essa equipe em primeiro lugar,
com um dos arremessos derrubar o
pino, evitando assim o empate da partida; c) o atleta não pode retirar a malha
antes de o árbitro contar os pontos”.
Após, ler e explicar as informações
acima, iniciamos a confecção do jogo
com as tampinhas que havíamos coletados com os alunos e fomos jogar. Os
alunos adoraram e começaram a informar os placares das disputas caseiras.
Essas atividades são simples e podem ser aplicadas com todos os educandos, independentemente da faixa
etária ou nível escolar. Trabalhar as
modalidades esportivas prepara os alunos para enfrentar os conflitos do cotidiano e auxilia a lidar com as perdas
e frustrações, a observar as suas vitórias e as dos colegas e a vibrar por suas
conquistas e a dos outros.
Paula Leme Assis
é professora nas escolas municipais Dr.
Milton Cruz e Prof.
Adolfo Martini.
Especial - Jogos Abertos do Interior
21
O envolvimento com os
Jogos Abertos
do Interior 2011
Cláudia Maria Bava e Paulo Marcelo da Silva Lima
Escola integral
A escola foi contemplada em 2010 com o ensino integral
e trabalhando em conjunto com o programa Segundo Tempo, vem desenvolvendo um belo projeto, introduzindo a
prática esportiva como um hábito diário na vida dos alunos.
Os mesmos são orientados por profissionais capacitados
e comprometidos com a educação e o esporte, pois, como
o próprio nome se refere “Escola Integral”. Nossa unidade
trabalha integralmente lado a lado para alcançarmos sucesso, tendo sempre como meta: o aluno.
A escola dispõe de um espaço físico propício para receber
nossos atletas mogianos que se alojaram em nossa unidade:
quadra coberta, cozinha com instalações modernas, vestiários com chuveiros, salas amplas para o alojamento, além da
própria identidade da escola, que tem como lema: “Receber
bem a todos”, que são colocados sob os nossos cuidados.
A escola segue o mesmo lema esportivo de nossa cidade:
“Esporte agora e sempre”. Nossos alunos fizeram cartazes
dando boas-vindas à delegação mogiana.
Cláudia Maria Bava é pedagoga e professora responsável
pelo CEDIC da EM Profª Guiomar Pinheiro Franco
Paulo Marcelo da Silva Lima é coordenador de Esportes da
EM Profª Guiomar Pinheiro Franco
Referências bibliográficas:
www.jogosabertos2011.com.br
www.tvtem.globo.com
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Os Jogos Abertos do Interior se transformaram em um
dos mais importantes momentos do esporte nacional. Cumprindo seu objetivo de integrar atletas de diversas modalidades, reunindo em um único espaço, delegações de mais de
200 cidades do Estado de São Paulo.
Mogi das Cruzes foi escolhida cidade sede dos Jogos
Abertos de 2011. A cidade tem tradição no esporte e, com
equipes de natação e basquetebol masculino, chegou a ser
campeã paulista na década de 90.
O atual secretário municipal de Esporte e Lazer, Nilo
Guimarães é natural de Mogi das Cruzes, foi técnico da seleção mogiana de basquete, que passou a ter reconhecimento no cenário nacional através do esporte.
O município desenvolve um crescente incentivo à prática
de esportes com projetos como a Escola de Tempo Integral
e outras iniciativas da administração municipal. Nossa escola, a EM Profª Guiomar Pinheiro Franco, que conta com
o período integral, recepcionou com grande orgulho uma
das delegações esportivas e para nossa alegria foi a da nossa
cidade: Mogi das Cruzes.
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
22
Eleição do Mascote dos Jogos Abertos 2011
Esporte e
cidadania
Uma das formas de trabalhar a democracia com as crianças é inseri-las
na dinâmica do processo de eleição,
apresentando-lhes desde as práticas
de divulgação, estudo do histórico dos
candidatos até a votação em meios
eletrônicos com a simulação de uma
urna eletrônica e o encerramento com
a apresentação do vencedor da eleição.
Pensando nisso, realizamos a votação
do mascote dos Jogos Abertos de 2011 na
EM Verª Astréa Barral Nébias, iniciando
pela afixação de um cartaz de 1,5 metros
por 3 metros com o objetivo de anunciar a eleição do mascote dos Jogos
Abertos e seus candidatos.
As professoras, então, realizaram o
trabalho de divulgação, com base no
material organizado pela equipe gestora,
preparando as crianças para a votação,
contando-lhes as razões de um dos candidatos ser um caqui, o que este grande
evento representava e as modalidades
esportivas que foram contempladas nas
competições.
No dia da votação, cada classe foi
chamada para votar em uma urna eletrônica preparada para cada ano/série.
Esta dinâmica foi orientada pelo orientador de informática, que auxiliou no
manuseio da urna eletrônica.
Ao final do voto, cada aluno recebeu
um comprovante de votação nominal,
que foi colado no caderno ou guardado pela criança diretamente, conforme
critério do professor.
Após a votação, os resultados parcial e total foram disponibilizados
para cada professor. Com os quais,
o professor realizou diversas atividades em que foram contempladas:
a resolução de problemas, a construção de gráficos e tabelas e o tratamento da informação.
E por fim, a votação teve seu resultado
exibido em um painel próprio que foi fixado no pátio da escola. O Caquito não
foi só o vencedor na escola, ele foi eleito
com cerca de 15 mil votos para representar toda a cidade de Mogi das Cruzes.
Maria Cristina Perpétuo dos Santos Soares é diretora da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.
Camila Nogueira é vice-diretora da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.
Vera Lúcia Maradei de Almeida e Souza é coordenadora da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.
Eduardo Marin Lelis é orientador de informática da E.M. Verª Astréa Barral Nébias.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Maria Cristina Perpétuo dos Santos Soares
Camila Nogueira
Vera Lúcia Maradei de Almeida e Souza
Eduardo Marin Lelis
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
24
As experiências
dos atletas
veteranos de Mogi
“No que diz respeito
ao empenho, ao
compromisso, ao esforço,
à dedicação, não existe
meio termo. Ou você faz
uma coisa bem feita ou
não faz”. (Ayrton Senna)
A frase de Ayrton Senna expressa o que consagrados atletas
mogianos corroboraram em entrevista realizada em agosto de
2011 na EM Benedito Ferreira Lopes – CAIC aos alunos das
8ªs séries, sob a orientação da profª Maristela Furtado.
Agraciados pela presença de Lucila Martins, renomada
nadadora de Mogi das Cruzes da década de 60 com 1.050
medalhas obtidas em campeonatos nacionais e internacionais, além de uma coleção de troféus e homenagens
conquistados em competições no Brasil e no exterior. E
o também mogiano, “sensei” Marcos Paulo Tavares Furlan, presidente da Federação Paulista de Karatê Kyokushin
e atleta das décadas de 80 e 90. Bicampeão sulamericano,
Furlan é um incentivador do esporte como pilar para a melhoria da qualidade de vida, do amor e respeito.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Lucimara Ferreli de Campos Bueno Ferraz
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
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As considerações dos atletas apontaram diferenças no
esporte brasileiro ao longo dos tempos e algumas situações que carecem de novos olhares para a formação dos
atletas e, principalmente, para a área de Educação Física
nos currículos escolares.
No Brasil, podemos dividir este contexto esportivo em diversos momentos e confirmá-los conforme as declarações
dos atletas. A prática esportiva esteve na maioria das vezes
sob os olhares da área médica com ênfase nos discursos
pautados na higiene, na saúde e na eugenia dos interesses
militares a partir da década de 60, conforme afirma Darido
“dos grupos políticos dominantes, que viam no esporte um
instrumento complementar de ação ... a Educação Física
passou a ter função de selecionar os mais aptos para representar o país em diferentes competições. O governo apoiou
a Educação Física nas escolas objetivando a formação de
uma juventude forte e saudável.”(p.12). Lucila Martins vivenciou este momento na década de 60, começou nadando
no Rio Tietê aos três anos e sem nenhuma técnica, na chamada prainha próximo ao Clube Náutico. Aos dez anos,
com a construção de uma pequena piscina no Clube, começou a se destacar no esporte devido ao trabalho do Sargento
Expedito que queria “ensinar como respirar direito, bater
perna e todas as etapas para aprender a nadar”, contou.
Com o trabalho do técnico Fernando Soraggi, participou
de sua primeira competição, em que ficou em 2º lugar na
modalidade que seria sua especialidade: nado de costas.
“Naquela época não se tinha nenhuma ajuda, tudo que se
fazia era por amor ao esporte, não existia patrocínio. Mas,
mesmo assim nunca paguei um agasalho, uma roupa ou uma
viagem, uma inscrição para participar de um campeonato.
O clube oferecia tudo, inclusive um ‘incentivo’ para garantir
a participação do atleta que deveria se preocupar somente
com seu treinamento”, lembrou Lucila. “Minha família não
tinha condições, não tinha dinheiro para compras quando
participava de competições fora do país. Minha vida foi só
treinamento e competição”. Afirma ainda que não têm queixas de nada, que a falta do dinheiro nunca atrapalhou seu
desempenho, pois participava e dava tudo de si, recebendo
o que precisava para o treinamento, sempre com o apoio
da família e incentivo dos amigos. Lucila vê os patrocínios
de hoje oferecidos somente ao atleta quando já atingiu um
nível de qualidade na competição, como “dificultador” para
aquele iniciante e acredita que deveriam acontecer desde o
início, na base da prática de qualquer esporte.
Para Furlan, sua carreira esportiva na década de 80 começou muito diferente. Para representar o Brasil no exterior, foi sempre muito difícil, ele teve inclusive, que parar de
estudar por um tempo. “Para poder se dedicar aos treinamentos e conquistar espaço no esporte, ou se estudava ou
se treinava, não era possível manter as
duas coisas, pois os treinos eram muito
desgastantes. Competi por nove, quase
dez anos e só quando encerrei a carreira de profissional, é que dei continuidade aos estudos”. Para Furlan, a preocupação com os treinos, era condição
essencial para garantir uma boa classificação e só então conseguir patrocínio
e/ou apoio. Ainda que na usa modalidade, a federação conseguisse “alguma
coisa para o atleta”, ou os países sedes
cedessem ou pagassem as passagens
para as participações internacionais.
Vale ressaltar que o esporte de alto
rendimento prestigiado nas instituições escolares deu lugar ao prestígio
dos clubes e dos grandes patrocinadores. É preciso ressaltar, no entanto, que
apesar das mudanças do discurso, há
diferença nas épocas dos dois. Lucila
recebia tudo pago, apoio e incentivo
para se dedicar aos treinos, se classificar e não se preocupar com as condições para participar das competições,
estas não foram as mesmas condições
em que viveu o atleta Furlan.
Para receber algum apoio era preciso
apresentar os melhores resultados e,
para tal, era necessário muita dedicação e treinamento. Furlan afirma que
dos 20 campeonatos que participou
fora do país, 18 foram pagos com recursos próprios e para conseguir apoio
ou a passagem paga pela Federação,
era preciso se classificar muito bem,
despendendo muito esforço e muito treino. Era grande a dificuldade e
quando ele se classificava e precisava
conseguir dinheiro para participar dos
campeonatos, trabalhava na academia
dando aulas para, em seguida, representar o país.
A importância da educação no
esporte, segundo os atletas
Para Furlan, o esporte é um dos pilares da educação. Hoje em dia ouve-se os pais reclamarem que as crianças
estão na rua ou não tem o que fazer
sua família. Porém, quando aos nove
iniciou suas atividades na natação, o
clube que representava determinou
que voltasse aos estudos, pois havia
sido impedida de participar de uma
competição porque não estava estudando. Matriculada na Escola Técnica
Industrial no colegial e em continuidade, concluiu sua formação como professora de Educação Física.
O esporte desenvolve as habilidades
físicas
Sabemos dos efeitos que as atividades físicas causam no organismo, pois
quando nos exercitamos o cérebro
libera substâncias como a endorfina
melhorando o funcionamento do sistema nervoso central, além de proporcionar a sensação de bem-estar, elevar
a autoestima e reduzir os sintomas
depressivos e de ansiedade. Aos pulmões, as atividades físicas aumentam
a rede de pequenos vasos que irrigam
os alvéolos pulmonares melhorando
e aproveitando melhor a capacidade
pulmonar. Para o coração, a atividade
física reduz os fatores de risco para
problemas como pressão arterial e colesterol elevado. Os estímulos físicos
melhoram a vascularização e garantem
o melhor funcionamento deste órgão,
permitindo para um mesmo esforço,
um trabalho cardíaco menor.
Não podemos esquecer os benefícios das atividades físicas para músculos, pois estimulam o desenvolvimento
das fibras musculares, fortalecendo a
massa muscular e aumentando a flexibilidade. Nos ossos, os estímulos reduzem os riscos de osteoporose e fraturas
na velhice. (Fonte: Folha de S. Paulo
– Caderno Especial - 27/11/1997, publicada por Darido em 2007).
Os alunos que entrevistaram os atletas ficaram curiosos em saber em que,
para estes atletas, a Educação Física
nas escolas pode favorecer ao esporte,
de maneira que a partir deste espaço
os alunos possam buscar profissiona-
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
e por meio da prática do esporte desenvolve-se não só a disciplina e a socialização, mas a formação da pessoa
de forma integral. Assim, o esporte é
um dos pilares, uma ferramenta para
a educação que deveria estar mais
adequado às idades escolares e mais
estruturado. Furlan, que em 1987 era
aluno de Karatê, não imaginava ser um
atleta internacional, faixa preta e que
representaria o País. Como aluno foi
tomando gosto pelo esporte, ficando
cada vez mais na academia para treinar,
participando de campeonatos, depois
como professor e agora dono de uma
academia. É graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em
Marketing e Inteligência Competitiva.
Da mesma forma, Lucila se coloca
a favor das atividades físicas e práticas
esportivas associadas às questões da
educação e afirma “o esporte faz parte
da educação e a educação do esporte”.
Situação que vivenciou quando terminou seus estudos do ensino primário
na época, permanecendo dois anos
sem estudar devido às dificuldades de
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
28
lizar-se e um dia representar a cidade
e mesmo o país. “O esporte desenvolve tudo, mente, corpo, saúde, ajuda no
desenvolvimento integral da pessoa. O
esporte resgata a criança, o adolescente e o adulto e a escola é o principal local pra isso”, respondeu Lucila. Furlan
considera a prática esportiva essencial
para a formação da pessoa.
Furlan e Lucila, como professores
e atletas, consideram a disciplina de
Educação Física um dos recursos para
que os alunos possam apreciar as práticas esportivas, não como recreação,
mas na disseminação dos fundamentos
das modalidades esportivas.
A Prefeitura Municipal de Mogi das
Cruzes tem investido no programa da
Escola de Tempo Integral e demonstrando preocupação com o esporte na
escola oferecendo o karatê, o judô, o
basquete, o vôlei e outras modalidades
esportivas. Um dos objetivos é que o
acesso e a prática despertem o gosto
pelo esporte e, acima de tudo, favoreça
o desenvolvimento motor, físico, social, afetivo e cognitivo da criança.
Existe uma tentativa de mudar a imagem da Educação Física nas escolas
municipais, inserindo no público-alvo a
ideia de trazer as diferentes modalidades
para a rotina destes alunos. No CAIC,
este ano foi oferecido uma oficina de
basquete com a participação dos jogadores do time oficial da cidade, uma oficina
de karatê com os alunos da Academia
Kyokushin, do professor Furlan e a realização desta entrevista com o objetivo
de ampliar as probabilidades de participação dos adolescentes em práticas esportivas, como corrobora a professora
Ana Maria Tertuliano, responsável pela
área de Educação Física e pelos projetos
esportivos na Secretaria Municipal de
Educação de Mogi das Cruzes. “Queremos ampliar as possibilidades e estimular
a participação, porque sou profissional
desta área e acredito muito no esporte,
na formação do cidadão, não só para ser
um atleta consagrado, mas na prática do
esporte para a formação de um cidadão
melhor. Quem pratica esporte zela pela
própria saúde, evita, por exemplo, as
“drogas” e, assim, busca uma melhor
qualidade de vida. Esta é uma questão
que muito me preocupa: a qualidade da
Educação Física oferecida nas escolas, a
melhoria do espaço físico e do material
necessário até a melhoria da formação
dos profissionais que atuam desde as
creches até as séries finais do Ensino
Fundamental”, disse.
O que Jogos deixarão para Mogi
Para Furlan, os Jogos Abertos do
Interior, realizados em Mogi das Cruzes, deixaram um legado muito bom.
Ele afirma que “todo o investimento
realizado em infraestrutura, reformas e
construções de novos espaços ficaram
para as comunidades usarem após os
jogos. A consciência esportiva mobilizada através das ações da Secretaria de
Esportes e da Educação, com apresentações e a divulgação do evento, aproxi-
As metas para o futuro
“A natação é a minha vida”, afirma
Lucila, “é o que eu sei e o que gosto”.
Desde que parou de competir e voltou a lecionar, ela quer ensinar o que
aprendeu. Sua meta é participar, voltou
a nadar e quer estar no meio, mesmo
que não consiga ganhar. “A maior gratificação para um atleta é poder passar
para frente tudo aquilo que aprendeu.
Dei aula de natação por mais de 20
anos e, hoje, vejo professores e atletas
que foram meus alunos e estão aí, ensinando o que aprenderam comigo e
participando de competições. Isso traz
um sentimento muito bom”.
Furlan diz que não atua mais em
competições. “Minha meta é divulgar
o esporte, passar o que eu aprendi,
hoje sou técnico e continuo no esporte
com a academia”. A Furlan Academia
Kyokushin estará participando do programa “Sanção Premial”, em parceria
com a Prefeitura Municipal de Mogi
das Cruzes. O programa concede desconto no IPTU a clubes da cidade que
recebem alunos de escolas públicas.
“Faremos um verdadeiro projeto social, pois os alunos estarão frequentan-
do as aulas e aprendendo a filosofia do
kyokushin ou kickboxing ichiegki”.
Para Furlan, seu conselho a quem está
começando é ser persistente, ter força
de vontade e não desistir do objetivo.
Sempre que surgir obstáculos, é preciso
contorná-los. “Temos que aprender a
conciliar as situações, treinar e ser disciplinado. Participar das atividades esportivas marca a infância e a adolescência,
permite estar aberto aos desafios e ter
um bom condicionamento físico. O
Karatê prega a humildade e a disciplina.
É, acima de tudo, uma disciplina para si,
para uso pessoal, como defesa. Aquele
que se acha o ‘máximo’ acaba deslocado, pois o ensinamento e a rigidez da
disciplina pregam outro tipo de comportamento e atitude”.
Como todos os professores e atletas,
Furlan e Lucila procuram, acima de
tudo, ajudar na formação do caráter e
inserir noções de cidadania a todos os
novatos que com olhos brilhantes se espelham nos atletas veteranos de Mogi.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
ma o esporte e os esportistas da população, mostra a cultura mogiana tendo em
vista que muitos que nos visitaram não
a conheciam, além do reconhecimento
daqueles que gostam de esporte aos que
vivem do esporte”.
Lucila acredita que foi o primeiro
passo para incentivar novos atletas. Conhecer, ver e estar perto de ídolos é também um legado para as novas gerações.
Os dois participaram dos Jogos. Furlan
coordenarou três modalidades: Karatê,
Kickboxing e o Karatê Kyokushin. Lucila participou da Liga Aquática de Mogi
estando à disposição da Comissão para
ajudar no que fosse necessário, com o
objetivo de que os 15 mil atletas, mais os
acompanhantes e técnicos, retornassem
às suas cidades com as melhores impressões dos Jogos Abertos de Mogi.
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Referências Bibliográficas:
Lucimara
Ferreli
de Campos Bueno
Ferraz é diretora da
EM Benedito Ferreira Lopes - CAIC e
professora de pós-graduação em Psicopedagogia da UMC.
Darido, Suraya Cristina. Para ensinar educação física: Possibilidades de intervenção
na escola. Campinas, SP: Papirus, 2007.
Freire, João Batista. Educação de corpo
inteiro: teoria e praticada educação física.
São Paulo: Scipione, 2009.
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Atletas de Hoje e Sempre
Kelli Correa Brito
Um exemplo
das quadras
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Miguel Nagib
Aos 82 anos, Miguel Nagib é um exemplo de vida. Empresário de destaque na região, Miguel foi um dos grandes
nomes do voleibol mogiano. O início na carreira esportiva
não podia deixar de ser diferente, foi na escola com o professor de Educação Física. Ele estudava no Ginásio do Estado, onde hoje fica a Diretoria de Ensino – Região Mogi das
Cruzes. “Começamos a jogar voleibol na quadra de saibro no
ginásio que fizemos com as nossas próprias mãos, ali o professor Hugo Ramos nos ensinou a jogar voleibol”, contou.
Com o destaque na escola, ele começou a participar de
competições interescolares. Jogou pela primeira vez em ginásio coberto no Ginásio do União, onde hoje fica o Mogi
Plaza, no Mogilar. A partida foi contra o Big Six, clube do
Pinheiros. Um dos momentos inesquecíveis de Miguel no esporte foi a vinda da seleção japonesa para Mogi das Cruzes.
“Em 1971, o Japão veio com a seleção principal. A seleção japonesa fez três exibições em São Paulo e uma delas foi aqui”.
A vinda desta seleção à Mogi das Cruzes foi um trabalho
do professor de Educação Física, José Carlos Muller da Silveira, conhecido como Tuta. Aos 18 anos, Miguel participou
de seu primeiro Jogos Abertos do Interior em Rio Claro. Disputou os Jogos até 1970, mas continuou sua carreira no vôlei
até 1982. “Mogi sempre teve uma das melhores equipes de
voleibol do Estado de São Paulo. Embora não pertençamos
ao Vale do Paraíba, éramos os melhores do Vale. Durante uns
12, 15 anos, fomos campeões dos Jogos Regionais”. Junto à
carreira esportiva, se formou em odontologia pela Universidade de São Paulo em 1957, profissão que exerceu até 2008.
Miguel teve quatro filhos e um deles faleceu. Está casado com Joana D´arc de Souza Nagib, ex-Miss Mogi e Miss
Interior. Todos os filhos praticam esporte até hoje. Para o
ex-atleta, o esporte é um importante aliado da saúde e as pessoas que praticam ou praticaram esporte tem que ser tomadas como exemplo, principalmente para as crianças. “Todas
as pessoas que eu conheço que praticaram esporte durante
muito tempo, estão muito bem, tenho amigos de 70, 85 anos.
Todos têm que tomar essas pessoas como exemplo, estão até
hoje andando e indo a bailes. Eles são exemplos para essas
crianças”. Para os pais, Miguel deixa um recado. “É através
do esporte que se tira as crianças da rua, o melhor caminho
para educar um filho hoje é colocá-lo no esporte”.
A vinda dos Jogos Abertos para Mogi foi comemorada por
Miguel Nagib. “É uma coisa maravilhosa, a verdade é que
recebemos cerca de 20 mil pessoas, que em primeiro lugar
conheceram nossa cidade e se surpreeenderam. Mogi é uma
das melhores cidades do interior de São Paulo, tudo nos favorece”, disse.
Fernando Soraggi
O mineiro de Formiga, Fernando Soraggi chegou em Mogi
das Cruzes em 1963 para estudar. Na cidade, se formou na
primeira turma de Química, mas a vida de Fernando estava
nas piscinas e não nos laboratórios. Ainda em Minas Gerais,
já era destaque na natação e com apenas 20 anos, foi convidado por Martim Abib e Carlos Augusto Ferreira Alves,
o Carlito para liderar a natação do Clube Náutico Mogiano.
Com a piscina do clube reformada, as coisas começaram
a acontecer. “Eu era muito entusiasmado e tinha uma turma
muito boa de jovens”. Soraggi deixou a química e começou a
estudar Educação Física em Santos, já que Mogi não contava
com o curso. Foi colega de classe de ninguém menos que Pelé.
“Pelé não sabia nadar, fui eu quem o ajudou”, contou.
Soraggi treinou a grande nadadora mogiana, Lucila Martins, que ainda hoje participa de competições e José Antonio de Oliveira, o Careca, já falecido. “Ele foi campeão sulamericano muito jovem, era excepcional”. “Careca e Lucila
abriram as portas para as grandes conquistas do Náutico,
que foi o único clube do interior que ganhou um brasileiro”, contou. Soraggi também destacou José Luciano Nava
Namorado, falecido na década de 70 e que esteve entre os
quatro melhores do mundo.
Neste período, o Náutico passou a ser referência nacional
e internacional. “Nenhum outro esporte na cidade, conseguiu o que a natação conseguiu. Durante 12 anos, o Náutico
enviou atletas para a seleção nacional. Fui da equipe técnica
da seleção de 68 até a década de 80”, disse Soraggi. Com o
sucesso da natação mogiana, nos anos 70 Mogi ganhou sua
primeira faculdade de Educação Física, uma piscina de 50
m e foi uma das primeiras cidades do interior a ter piscina
aquecida. Em 73, sediou o campeonato brasileiro e o Clube Náutico foi vice-campeão. A natação também se destacou nas competições regionais, Mogi foi campeã dos Jogos
Abertos por seis anos consecutivos e nos Jogos Regionais,
foram 10 anos de vitórias.
Para Soraggi, o esporte faz parte do desenvolvimento da
criança. “O esporte tem que ser levado como educação, tem
que fazer parte da formação da criança. Mogi é privilegiada
por ter valores individuais e tradição em algumas modalidades, não só na natação, como no judô e no basquete”, disse.
Para ele, os Jogos Abertos foram um marco para cidade.
“Acho fantástico de ter trazido os Jogos Abertos para Mogi,
vai surtir um grande efeito e despertar o interesse da comunidade e, principalmente, das crianças”, comemorou.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
A época
de ouro da
natação
mogiana
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Especial - Jogos Abertos do Interior
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Atletas de Hoje e Sempre
Kelli Correa Brito
Do sonho de
menino ao
brilho nas pistas
de Atletismo
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Petre Ivanovici
Um menino na platéia do Troféu Brasil de Natação, realizado em 1979 em Mogi das Cruzes, teve ali seu primeiro
despertar para o esporte: “assisti a prova bem próximo à
piscina, isso foi determinante para mim, ali acendeu a chama que me atraiu para o esporte”, contou. O garoto era
Petre Ivanovici, atleta mogiano que representou a cidade
e o País em várias competições de atletismo. Hoje aos 42
anos, Petre é graduado em Educação Física e trabalha na
organização de eventos esportivos.
A paixão começou ainda na escola. “Sempre tinha brincadeira de corrida e eu me destacava. Comecei com esporte
escolar e fui evoluindo”, comentou. As competições começaram, em 1984 com a participação em provas de 800 e
1.500 metros. “Disputei todos os torneios estaduais e brasileiros e também participei de campeonatos mundiais no exterior”. Aos 16 anos, ele já fazia parte da seleção brasileira
e competiu ao lado de grandes nomes do esporte, como
Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa.
Defendendo Mogi das Cruzes, Petre foi medalhista por
duas vezes nos Jogos Abertos. “Havia muita solidariedade
nos alojamentos, almoçávamos junto, íamos de Kombi para
as competições, estas situações a gente não esquece”, lembrou. A carreira no atletismo foi até 1993 e depois optou pelo
triatlo, esporte olímpico que une natação, ciclismo e corrida.
Pela modalidade, foi tricampeão brasileiro nos anos de 1999,
2000 e 2001 e chegou a disputar um campeonato mundial.
Petre ficou animado com a realização dos Jogos Abertos
do Interior em Mogi. “Fiquei bastante surpreso, os Jogos é
uma competição monstruosa, um ato de bastante coragem e
arrojo trazê-los para a cidade. O impacto vai ser bastante significativo e o importante é o legado que isso deixa, principalmente, para as crianças que vão ver, se motivar e se mobilizar
para praticar esportes”, comentou. Para ele, este foi o primeiro passo para Mogi sediar outras competições de alto nível.
O esporte não trouxe só conquistas nas pistas para Petre,
mas trouxe benefícios que o tempo não apaga. “Sou bastante grato ao esporte, que me permitiu uma formação pessoal
como homem, cidadão e também profissional. Me trouxe
oportunidades que talvez fora do esporte eu não tivesse.
Pude conhecer outros lugares, outras culturas”. Sobre a superação no esporte, o ex-atleta deu uma lição de vida. “Vejo
na minha formação profissional que, graças ao esporte, não
desisto e sou perseverante mesmo diante dos desafios mais
difíceis. Você pega a derrota como um motivador, transformar a dor em motivação”.
Roberto da Silva
Pires Júnior
O mogiano Roberto da Silva Pires Júnior sempre foi ligado
ao esporte. Seu pai, Roberto da Silva Pires foi um grande incentivador do esporte na cidade e na região. “Comecei a praticar tênis de campo por volta dos 12 anos. Havia uma equipe
na cidade com o técnico Décio Gomes, que hoje mora nos
Estados Unidos, e o preparador físico, Sérgio Leite”, contou.
Os treinos aconteciam no Clube Náutico Mogiano e depois
foram para o Clube de Campo. Nessa época, a equipe representava Mogi das Cruzes nos Jogos Regionais e nos Abertos.
“Participei dos Abertos em 86 em Rio Claro e 87 em Santos.
Na época não nos classificávamos sempre para os Abertos.
Hoje crescemos bem”, disse. Um dos momentos especiais
da carreira de Roberto no tênis foi em uma edição dos Jogos
Regionais em Mogi na década de 80. “As quadras estavam
lotadas e a cobrança era maior”, contou. Para ele, representar
a cidade é um grande orgulho. “Primeiro porque que temos
uma responsabilidade grande, você se cobra um pouco mais,
gera até um certo nervosismo. Sentimos o peso da responsabilidade, mas ao mesmo tempo é um prazer muito grande”.
Roberto participou de competições entre cidades e interclubes. Uma das lembranças do ex-atleta é o companheirismo nas viagens. “Só o fato de você ter muitos esportistas,
mas todos defendendo a mesma cidade já gerava um companheirismo muito grande. Eu ia jogar tênis e a equipe do
basquete ia em peso ver o jogo. Eles eram meus amigos. O
alojamento era muito divertido, nós brincávamos com as
outras equipes, como o tênis de mesa”.
Hoje aos 41 anos, Roberto é dentista, pai de dois meninos e ainda pratica o tênis de campo. O mais velho com
10 anos frequenta as quadras desde os seis. O menor, de
três anos de idade, já está na natação. “Apoio meus filhos
em qualquer área esportiva, estando ligados ao esporte fico
feliz com eles”.
Este apoio aos filhos é resultado da contribuição que o
esporte trouxe à vida de Roberto. “O esporte contribui demais, antes de mais nada na disciplina. Quando você entra
para o esporte e se dedica a ele, você está ligado a uma atividade física o que é fundamental. Ajuda no organização e no
equilíbrio emocional, você aprende a administrar melhor as
coisas, os dois momentos: a derrota e a vitória”, observou.
Sobre os Jogos Abertos na cidade, Roberto é só elogios.
“Acho excelente, enalteceu o nome da cidade. Foi uma
oportunidade fantástica de desenvolvimento de atividades
esportivas na região".
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
O esporte
para além das
quadras de
tênis de campo
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Especial - Jogos Abertos do Interior
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Atletas de Hoje e Sempre
Kelli Correa Brito
Pensando
nas futuras
gerações do
handebol
Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Reinaldo Barreiros
Aos 11 anos de idade, Reinaldo Barreiros começou a jogar handebol em um projeto social em Guarulhos (SP). A
partir de então, foi ascendendo a categorias de competição.
A estrutura desse projeto que o revelou quando criança, ele
trouxe para os pequenos mogianos com o nome de Mãos
na Bola. Esta é uma das preocupações do atleta, que hoje,
aos 34 anos, coordenada e joga na equipe de handebol da
Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Mogi das Cruzes: fazer uma geração de atletas de handebol que seja integralmente da cidade.
Aos 15 anos, Reinaldo foi morar em Recife. Neste período,
foi atleta da seleção brasileira nas categorias infanto-juvenil
e júnior, onde ficou até os 20 anos. Um ano antes, ficou em
Portugal jogando pelo Porto. Na volta, jogou por universidades da Grande São Paulo. O handebol é destaque no esporte
universitário e muitas universidades concedem bolsas integrais aos atletas. O jogador conciliou os estudos de engenharia com o esporte e se formou em 2001.
Sempre teve vontade de formar uma equipe forte de handebol em Mogi, o que conseguiu em 2002 com a edição dos
Jogos Regionais na cidade. Neste ano, a equipe chegou à
final e quebrou a hegemonia de São José dos Campos. “Foi
maravilhoso ser campeão aqui dentro porque desencadeou
todo um ciclo da cidade”, contou. As vitórias não pararam
por aí, o time sempre está no podium desde então.
A campanha nos Jogos Abertos foi um pouco mais trabalhosa, mas também vitoriosa. De um quarto lugar em 2004,
a equipe foi campeã em 2006 e 2007 e é a atual tetracampeã
da segunda divisão. Reinaldo falou sobre a emoção de jogar
na cidade neste ano. “Jogar em Mogi é mais do que só vir
e vestir a camisa, tem o projeto das crianças, o programa
Escola de Tempo Integral, temos um carinho muito grande
pela cidade”, disse. A equipe ficou com o segundo lugar na
primeira divisão da modalidade e no mesmo mês, levou o
título da Liga Paulista de Handebol.
“Estamos cotados entre as seis equipes melhores do país,
temos atletas olímpicos na equipe”, comentou Reinaldo. Ele
lembra que para todos o esporte foi fundamental. “O handebol nos ajudou a fazer uma boa universidade, aprender cidadania e a sair da rua. Eu lanço mão do desporto como uma
ferramenta para transformar a sociedade. Eu faço hoje o que
alguém já fez por mim”, disse. Para as crianças que estão começando e curtiram os Jogos Abertos em Mogi das Cruzes,
ele dá um recado: “Aproveita que a sua cidade está vivendo
esporte e se envolva nos projetos”.
Danila Ramos
Em seu primeiro ano na Faculdade de Educação Física no
Clube Naútico Mogiano, Danila Fernanda de Freitas Ramos
viu uma matéria com os atletas do Boxe de Mogi das Cruzes
na TV e se encantou com o esporte. “Decidi procurar o
técnico de Boxe de Mogi, Juscelino Alves, o Juça. Conversei
com ele e comecei a treinar. Desde desse dia não parei mais.
Estou há 7 anos no Boxe”, contou.
O esporte trouxe para a vida de Danila, grandes conquistas, inclusive para a sua vida pessoal. “Viajei para o exterior,
conheci culturas diferentes e foi através do Boxe que conheci meu marido e atual técnico, Marcos Martinez”. Ela
conheceu o treinador argentino durante o Campeonato Panamericano de Boxe, disputado no Equador em 2007. “Ele
me treina juntamente com o Juça. Essa foi uma das minhas
maiores conquistas”.
A atleta mogiana participou da primeira apresentação do
Boxe Feminino nos Jogos Abertos de 2005 em Botucatu
e sagrou-se campeã nesta edição. Esse ano será sua sexta
participação, já foi campeã nos anos de 2005 e pela segunda
divisão em 2008 e 2009. “É uma grande responsabilidade
defender Mogi nas competições. A cidade é considerada
forte no Boxe e as pessoas nos respeitam muito”, observou.
Danila foi campeã paulista em 2007, 2008 e 2011 e disputou
campeonatos internacionais.
Sua maior conquista é recente. Neste ano, após três lutas duras, foi campeã brasileira. Em toda sua carreira, já disputou 65
lutas e tem apenas 15 derrotas. Assim como as vitórias estimulam os atletas, as derrotas também fazem parte do aprendizado. “Um grande atleta é feito de derrotas, isso nos faz crescer,
amadurecer. Demorei 6 anos para ser campeã brasileira, treinei
meus erros, persisti e consegui, graças a Deus”.
A atleta dá aulas de boxe para crianças na escola de tempo integral Cempre Dra. Ruth Cardoso, no Jardim Layr. Com
o trabalho, Danila observou que foi possível conscientizar as
crianças de que o boxe não é um esporte violento e que pode
contribuir na disciplina, na formação do cidadão, na socialização, integração, além do desenvolvimento cognitivo e físico da
criança. A boxeadora também ensina natação para bebês.
Para ela, os Jogos Abertos foram uma grande festa para
o esporte em Mogi das Cruzes. “É um dos maiores eventos
esportivos da América Latina, isso engrandeceu e enriqueceu muito mais a cidade em vários aspectos”. Na competição, a atleta saiu vitoriosa no ringue do Clube Vila Santista,
Danila ficou com o ouro em sua categoria. “Mogi sempre
me apoiou e me incentivou em tudo”.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Um orgulho
mogiano nos
ringues
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Antoinet Lucy de Miranda
Esporte é saúde! Se “esporte é saúde”, esporte é VIDA!
Nós, profissionais da Educação, temos em nossas mãos
algumas gerações de pessoas nas quais podemos formar
suas opiniões. Se não, podemos ajudar nesta formação. Sendo assim, é nosso dever canalizar pensamentos de nossos
alunos para a prática desportiva, desde uma simples caminhada até a prática de esportes competitivos.
Muitos dos problemas de saúde do homem moderno têm
como causas a inatividade, o sedentarismo. E nada é mais
comprovado que o movimento regular do corpo humano traz benefícios, que são estendidos por uma vida toda:
aquele que pratica esportes é mais resistente a várias doenças, a várias situações que colocam em risco a integridade
do corpo humano. Importante salientar que nosso corpo
estando bem, nossa cabeça também assim o estará.
O hábito que nossos pequenos adquiriram, ficando horas e horas diante de uma TV ou de um vídeo game, traz
transtornos que mais tarde serão sentidos. Então, por que
não ajudar nossos alunos e orientá-los para uma existência
mais saudável?
Como educadora, rendo minhas homenagens à Prefeitura
Municipal de Mogi das Cruzes, que teve a iniciativa de trazer para nossa cidade os “Jogos Abertos do Interior”, importante competição com várias modalidades desportivas,
tanto em nosso estado de São Paulo, quanto em nosso País.
Sou coordenadora pedagógica de uma escola municipal,
Antoinet Lucy de Miranda é coordenadora
pedagógica da EM Eng.
Cláudio Abrahão. É graduada em Pedagogia e
Letras e pós-graduada
em Direito Educacional
e Psicopedagogia.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Esporte,
Saúde e
Escola
onde todos nós trabalhamos a finalidade do esporte, sua grandeza e seus
benefícios em nossas vidas. Temos, assim, a oportunidade de despertar nos
estudantes o valor da prática desportiva, o valor da VIDA! O professor tem
influência gigantesca sobre cada aluno
e precisa valer-se disto para melhorar a
qualidade de vida de cada criança.
Como ex-atleta, sei da necessidade de manter-me ativa, desde sempre. Pratiquei natação competitiva no
Clube Náutico Mogiano, na chamada
“época áurea da natação” junto com a
grande atleta Lucila Martins que este
em nossa escola para uma palestra.
Passei com meus amigos atletas parte
da infância e toda adolescência. Nossa
cidade ficou conhecida em todo território nacional, graças também aos nossos pais que nos incentivaram durante
todos os dias de treinos e competições.
Estavam sempre a postos quando
pensávamos em desistir devido ao cansaço, afinal estudávamos e treinávamos
até, em algumas ocasiões, três vezes ao
dia, nadando até 10.000 metros. Dentre as mais variadas competições de
que participávamos, muitas vezes subimos ao pódio nos Jogos Abertos do
Interior, em muitas cidades do Estado
de São Paulo. São sensações únicas, as
quais até hoje me lembro.
Conhecer as mais diversas modalidades desportivas, definir aquela que
mais se adapta a cada pessoa e conhecer a importância do movimento para
cada um de nós são atitudes e conhecimentos que nós, professores, podemos levar aos nossos alunos, tendo a
certeza, enfim, do dever cumprido. E,
talvez, até descobrir um futuro grande
desportista!
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educando em Mogi - nº 58 - ano X
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Festival de
Atletismo
Cerca de 600 alunos da
rede municipal se divertem
e aprendem no evento
Em volta da pista do Centro Esportivo da Universidade de
Mogi das Cruzes (UMC), no Mogilar, o aluno Raidouglas Costa Oliveira, 10 anos, da EM Profª Cenira Araújo Pereira, na
Chácara Guanabara, fez o seu aquecimento para participar da
prova de 75 m. O garoto fez parte de um grupo de 550 alunos que participaram, na manhã do dia 21 de outubro, do 2º
Festival de Atletismo das Escolas Municipais, promovido pela
Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e apoio da UMC.
O Centro ficou repleto de alunos entre seis e 16 anos das
17 escolas municipais, que participam do programa Escola
de Tempo Integral, a EMESP Profª Jovita Franco Arouche,
o projeto da LBV – Criança: futuro no presente e ainda a EM
Profª Cleonice Feliciano e Centro Esportivo da Vila Jundiaí,
que integram o programa Segundo Tempo, parceria entre a
administração municipal e o Ministério do Esporte.
“O atletismo é o pai de todas modalidades e as crianças adoraram o Festival. Foi uma forma muito interessante de encerrarmos o projeto ‘Joguinhos Abertos’, que foi desenvolvido
nas escolas municipais como forma de tematizar e divulgar os
Jogos Abertos do Interior, que serão realizados em nossa cidade no mês de novembro”, comentou Ana Maria Tertuliano
Américo, coordenadora de Projetos Esportivos e da área de
Educação Física da Secretaria Municipal de Educação.
Os alunos estavam animados com o festival. Todas as
crianças receberam medalhas pela participação. “É a primeira vez que eu venho aqui, foi muito legal e divertido”,
contou Raidouglas. Para Alessandra Candido Pereira, 9
anos, da EM Profª Etelvina Cáfaro Salustiano, o festival foi
uma lição de vida. “É importante participar, mesmo que a
gente perca, faz parte da vida”, disse. Crianças e jovens disputaram provas de 50 metros, 75 metros, salto e arremesso
de pelota.
Os pais também prestigiaram o evento. “Achei o festival maravilhoso. É um incentivo para o esporte na vida da
criança e eles são o futuro do esporte no nosso País”, disse Solange Prado, mãe de Vinicius Prado, 8 anos, aluno da
EM Profª Guiomar Pinheiro Franco. O objetivo do evento
foi incentivar a prática de esportes como um bem cultural
promovendo valores, como ética cidadania e cidadania e integração entre as escolas.
à Mogi das Cruzes
Gabriel Fungaro Cares
Outro dia refleti e peguei-me a perguntar;
Porque em Mogi das Cruzes nasci, cresci e continuei a morar;
E do fundo do meu coração a resposta em poesia quero a cidade doar;
Em forma de verso e prosa minha homenagem à cidade quero dedicar.
Começo homenageando Nossa Padroeira que é a Nossa Senhora de Santana,
Que fez da minha cidade, uma cidade fraterna, veia de uma cidade interiorana,
Porém uma cidade simples, acolhedora e porque não dizer em forma de gíria:
Minha cidade é sim! Caipira e como um caipira dizer como minha cidade é bacana;
Cidade cortada por um rio imponente, inoperante e hostilizado.
Rio Tietê, nome indígena pelo qual é conhecido reverenciado e chamado,
Que quando atravessa as marginais da capital, chora em borbúrias de espumas de despejo,
E eu ergo a mão pro céu e clamo "meu Deus, que falta de respeito!"
Do desrespeito onde o esgoto mata a sua vida animal,
Acabando com a sua beleza da nascente na sua cidade de Salesópolis com toda a sua forma natural,
Vou continuando a minha homenagem como antes havia começado,
E como poeta quero em verso e prosa ver Mogi das Cruzes sempre cantado;
Mogi das Rodovias, das Ferrovias e Universidades;
Tendo como fronteiras outras ilustres e belas cidades;
Cidade que sempre acolhe um irmão, seja ele brasileiro ou vindo ou de uma outra região e porque não citar outra nação,
Venha pra Mogi você vai sentir-se como se estivesse em sua casa, meu irmão;
Cidade onde o progresso sempre alcança;
Incentivando no esporte e na educação a nossa criança;
Cidade fenomenal que vista do alto da descida da serra a noite nos faz lembrar um grande enfeite de Natal,
Agradando não só aos mogianos e também a todos os amigos que descem a serra vindo da capital,
Não podemos nos esquecer da distância que encurta a nossa cidade das cidades lindas cidades das belas praias do litoral,
Cidade onde os mantos verdes nos homenageiam,
Cercada das florestas das montanhas que nos rodeiam;
Não posso esquecer daquele agricultor que por mais simples que seja homenagear;
Porque é através das suas mãos a agricultura e o “Cinturão Verde” como é chamado Mogi se faz destacar;
Faça frio, chuva ou sol o agricultor solitário planta sua muda pra depois vê-la crescer;
E no fim desse processo, o alimento é transportado para a capital e os grandes centros abastecer;
Termino esta poesia sabendo que muitos desta cidade deixei de homenagear,
Pra eles quero dizer de coração!
Obrigado a você de Mogi das Cruzes seja de nascimento ou não,
Você como eu, com trabalho fortalece nossa cidade dentro do Estado destacando-se dentro da nossa grande “Nação”,
Obrigado Mogi das Cruzes, agradeço a minha cidade no seu aniversário de coração...
Gabriel Fungaro Cares é natural de Mogi
das Cruzes. Atualmente é aposentado e atua
no ramo imobiliário como corretor de imóveis.
Possui várias poesias, pensamentos, contos.
Algumas poesias foram editadas nos livros Encontro III, IV.
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Declaração de amor
Especial - Jogos Abertos do Interior
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Educação
Secretaria Municipal