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Comunicações PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL AGOSTO 2014 • ANO LXI • Nº 08 Agosto mês vocacional SAV reúne 39 jovens em Guaratinguetá 11 de Agosto santa clara de assis SUMÁRIO Mensagem do Ministro Provincial “O chamado a vivermos nossa vocação à santidade.................................................................................................................... 371 FORMAÇÃO PERMANENTE Carta do Ministro Geral por ocasião da solenidade de Santa Clara......................................................................................... 373 “O cuidado moral e pastoral de nossas famílias”, de Frei Nilo Agostini .................................................................................. 376 SAV Encontro Vocacional: Vitória da ‘Seleção Franciscana’................................................................................................................ 379 Reunião do Conselho do SAV......................................................................................................................................................... 381 Formação e Estudos Notícias do Seminário São Francisco de Assis de Ituporanga.................................................................................................... 383 Rodeio: Missões em Presidente Getúlio........................................................................................................................................ 384 Corpus Christi em Rodeio............................................................................................................................................................... 385 “The Voice II” no Noviciado............................................................................................................................................................ 386 FRATERNIDADES Jubileu de Frei Abel Schneider........................................................................................................................................................ 387 Jubileus da Província no Capítulo das Esteiras............................................................................................................................. 388 Encontro Regional de Agudos........................................................................................................................................................ 389 Vinho sempre novo nos odres do Regional de Curitiba............................................................................................................. 390 Regional Capixaba se reúne na nova residência dos frades em Colatina................................................................................. 391 Dom João Bosco toma posse na Diocese de Osasco.................................................................................................................... 392 Festa de São Pedro Apóstolo de Gaspar na 164ª edição.............................................................................................................. 394 Sagrado festeja seu Padroeiro.......................................................................................................................................................... 397 São Francisco no caminho da Penha.............................................................................................................................................. 398 Xaxim e a presença franciscana....................................................................................................................................................... 400 Encontro do Regional do Contestado............................................................................................................................................ 402 “Dar comida não é assistencialismo”, artigo de Frei Luiz Iakovacz........................................................................................... 403 EVANGELIZAÇÃO Sefras SP: Novo serviço no Jardim Peri Alto................................................................................................................................. 404 Erigida a Quase-Missão de Santa Terezinha do Menino Jesus de Kangandala....................................................................... 406 Bom Jesus em primeiro lugar.......................................................................................................................................................... 408 Visita à Igreja que está em Óbidos, artigo de D. Odilo Scherer................................................................................................. 409 OFM Comunicações . agosto de 2014 Conselho Internacional da JPIC se reúne em Jacarta.................................................................................................................. 410 Nova Encíclica tem “conselhos” franciscanos............................................................................................................................... 411 Ordem nomeia o Visitador Geral para a Província da Imaculada Conceição........................................................................ 412 370 NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES Anselm Grün no Brasil..................................................................................................................................................................... 413 FALECIMENTOS Falece Frei Lency F. Smaniotto........................................................................................................................................................ 414 Um frade idealista e ao lado dos pobres........................................................................................................................................ 415 AGENDA.......................................................................................................................................................................................... 416 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil Rua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected] mensagem Caríssimos irmãos e irmãs, Paz e Bem! O mês de agosto, desde 1981, foi indicado pela CNBB para ser o mês vocacional. Também neste ano somos convidados a refletir sobre o chamado que Deus nos faz para vivermos a nossa vocação à santidade, vivenciando em cada semana uma vocação específica: a vocação sacerdotal; a vocação familiar; a vocação para a vida consagrada e a vocação do laicato na Igreja, nos seus diferentes ministé- rios e serviços, com ênfase especial aos catequistas. Para este ano o tema escolhido pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, é: “Vocações para uma grande Missão”, com o lema “Ide e anunciai” (Mt 11,4b). Vejo nesse tema e lema o ecoar das palavras do Papa Francisco, algumas das quais aqui recordo ao término da 28ª Jornada Mundial da Juventude. Na sua homilia, pronunciada na Praia de Copacabana no dia 28 de julho de 2013, o apelo vocacional para uma grande missão aos quatro cantos da terra foi evidente: “Jesus o chama a ser um discípulo em missão”. Um chamado vocacional que implica no “Ide, sem medo para servir”. Ir sem medo porque “Jesus foi quem primeiro veio para junto de nós e não nos deu somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro”. Vocacionados a ir sem medo, “para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor Comunicações . agosto de 2014 O CHAMADO A VIVERMOS NOSSA VOCAÇÃO À SANTIDADE 371 Comunicações . agosto de 2014 mensagem 372 procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor”. “Ide e anunciai”! Este imperativo e ao mesmo tempo lema deste mês vocacional pode encher-nos de espanto e de medo quando começamos a pensar nas possíveis dificuldades e limitações naturais da nossa condição humana diante da infinita bondade do Pai das misericórdias que nos chama e em nós deposita confiança. As grandes vocações bíblicas não passaram pelos mesmos medos e inquietações? Também aqui o Papa Francisco nos recordou a Palavra do Senhor dirigida ao Profeta Jeremias: “Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te” (Jr 1,8). E continua o Papa: “Quando vamos anunciar Cristo, ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: “Eu estou convosco todos os dias” (Mt 28,20). Ide, sem medo para servir. O principal serviço é o anúncio do Reino para o qual todos somos vocacionados, caminho necessário para a nossa santificação. Já no encontro com os voluntários da JMJ, novamente estava em foque o tema vocação. O Papa foi propositivo e claro ao interpelar: “Sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada; ao contrário, é grande a riqueza da vida que se recebe! Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um; descobri-lo, responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus chama à santidade, a viver a sua vida, mas há um caminho para cada um”. Portanto, o convite de Jesus, ‘vinde e vede’ (Jo 1,39), permanece a regra de ouro da pastoral vocacional. Este ‘vinde e vede’, a exemplo dos nossos fundadores, passa pelo fascínio da pessoa do Senhor Jesus e a beleza do dom total de si à causa do Evangelho (cf. VC 64). Por isso, mais uma vez, convido cada irmão a não perder de vista uma das tarefas que assumimos como Província para este sexênio: Revigorar a animação vocacional, em nós mesmos e também nos nossos jovens. E com as festividades de Nossa Senhora dos Anjos (Porciúncula), Santa Clara de Assis e Santa Beatriz da Silva que celebramos neste mês de agosto, recordo as palavras testamentares de Clara de Assis: “Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia, está a nossa vocação que, quanto maior e mais perfeita, mas a Ele é devida. Por isso diz o Apóstolo: Reconhece a tua vocação” (vv 2-3). Assim, finalizando, invoco a bênção de Deus sobre todos e todas, em especial os confrades, os postulantes, os seminaristas e os vocacionados. E em nome de todos, saúdo e abençoo as nossas coirmãs Clarissas e Concepcionistas. Parabéns a todas pela festividade de Santa Clara de Assis (11 de agosto) e de Santa Beatriz da Silva (17 de agosto)! Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial Formação permanente Irmãs caríssimas, O Senhor vos dê a paz! “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (EG 1). As palavras com as quais se abre a exortação apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco nos fazem mergulhar de imediato na realidade de uma alegria que preenche a vida. É a própria alegria do Cristo, uma alegria difusiva, que deseja comunicar-se. A Igreja nasce em saída: “Ide!” (cf. Papa Francisco, Homilia na S. Missa no Cenáculo, 26.5.2014). As portas do Cenáculo não podem ficar fechadas: Jesus as atravessa para que a alegria do encontro com Ele vivo fortifique os discípulos na unidade e torne os seus pés ligeiros para o anúncio até os extremos confins da terra. “A alegria do Evangelho que enche a vida da comunidade dos discípulos é missionária. […] A intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão reveste essencialmente a forma de comunhão missionária” (EG 21;23). Deus quer promover nas pessoas de fé a “dinâmica do êxodo” (cf. EG 20-23). A palavra do Papa Francisco convida claramente a Igreja a avançar no caminho da evangelização. É uma palavra que interpela cada discípulo e desafia também a nós, Irmãos e Irmãs. Escutando em sintonia convosco este convite, chego até vós com a presente carta, por ocasião da festa da mãe Santa Clara, com o desejo de colher a especificidade desta exortação para vós, que abraçastes e que viveis a forma de vida das Irmãs Pobres. Como o mandato missionário pode ser lido a partir da vida de Clara? O que diz a vós e às vossas comunidades, hoje? Ao permanecer com suas Irmãs entre os muros de São Damião, Clara soube tornar-se evangelizadora, vivendo com simplicidade e plenitude o Evangelho e anunciando com a vida a Boa Nova. Ao dirigir cada dia o seu olhar para o “espelho” que é o Filho de Deus, ela soube deixar-se habitar pelos seus sentimentos, até transformar a sua existência na semelhança plena da imagem d’Ele (cf. 3In 1213). A vida que ela abraça torna-se testemunho: ao permanecer na contemplação do Filho, que desde sempre está no seio do Pai, Clara segue Jesus no seu movimento “em saída” por amor, o seu descer para fazer-se semelhante aos homens (cf. Fil. 2,6-11) e encontrá-los no concreto da vida. A encarnação de Jesus é encontro com a fragilidade, é assunção da pobreza, é entrega na humildade, é inserção na periferia. Deus entra na história habitando os espaços da marginalidade, ali onde o pó das estradas da Galileia sujam os pés, onde as Comunicações . agosto de 2014 Carta do Ministro Geral por ocasião da Solenidade de Santa Clara de Assis 373 Comunicações . agosto de 2014 Formação permanente 374 mãos são marcadas por feridas e calos, onde a vida se joga nas relações cotidianas, nas situações diárias, nas circunstâncias ordinárias. A vida de Clara não deseja ser outra coisa que o seguimento do Filho de Deus que por nós se fez caminho (TestC 5), ao seguir os passos deixados por Ele (cf. 3In 4.25). A sua resposta ao chamado do Pai, que conheceu e acolheu com a ajuda do pai São Francisco, significou concretamente viver com as suas Irmãs no mosteiro de São Damião, permanecendo aberta à vida de Assis, sentindo-se parte da sua história e da sua gente, “permeável” à realidade concreta da vida dos irmãos. Clara vai morar em um lugar pobre, periférico, próximo, e esta escolha possibilita à sua comunidade a proximidade com os marginalizados e os pobres. Esta vizinhança lhe permite sentir o respiro da cidade, conhecer as feridas, os medos, as esperanças, as necessidades do povo. Dedica-lhe uma escuta hospitaleira, como o ventre que acolhe, como uma caixa de ressonância do grito dos pobres ao Pai das misericórdias (TestC 2). Clara vive assim a sua missão: vai ao encontro da Irmã mais próxima, permanece aberta aos irmãos e ao povo, deixa-se impelir pelo desejo de chegar até Marrocos para obter o martírio. Clara, dentro dos confins de São Damião, com o olhar fixo em Jesus, habitada pelos seus sentimentos, pode “deixar entrar” os irmãos e pode “viver em saída” na direção a eles, sem fechar-se na própria sobrevivência e autonomia, mas peregrina e forasteira (cf. RSC VIII,2) a caminho do santuário do Outro e da terra prometida do encontro com o outro. É possí- vel, pois, ao permanecer no mosteiro, estar “em saída”, ser missionário, alcançar as periferias. Mas como se pode traduzir isso para o concreto da vida cotidiana? Uma primeira modalidade foi indicada pelo próprio Papa Francisco: “Mas, e as comunidades de clausura? Sim, também elas, porque estão sempre “em saída” com a oração, com o coração aberto ao mundo, aos horizontes de Deus» (Regina Caeli, 1.6.2014). Se rezar é permanecer na oração de Jesus, dali não se pode sair se não no êxodo do amor que nos impele a Como Jesus, sede “acessíveis”, prontas para acolher a quem se aproxima de vós. abraçar o mundo e cada rosto. O Filho é aquele que vive com o Pai e juntos se fazem presentes ao lado de cada pessoa, em especial dos últimos. Há outras dimensões da missionariedade que cada um de vós e das vossas comunidades pode viver. A vossa vida, marcada pela estabilidade, deve levar-vos a criar raízes em um lugar determinado, a cultivar laços com um território. Estabilidade não é estaticidade e fechamento, pelo contrário é enraizamento e relação vital. Portanto, traz consigo um valor dinâmico. O mosteiro pode alimentar uma relação de “osmose” com o território no qual está inserido, deixando penetrar a respiração afanosa ou cansada de tantos irmãos e irmãs, restituindo o sopro poderoso e leve do Espírito da vida. Nas realidades muitas vezes fechadas à esperança, a comunidade pode ser testemunha dos horizontes mais amplos da presença de Deus: com simplicidade, a mostrar, sem demasiados filtros ou barreiras, uma humanidade autêntica, uma fraternidade possível, na busca do bem recíproco entre as pessoas e do bem comum. Nenhuma estrutura pode e deve prender o dom da misericórdia recebida: “O próprio Senhor nos colocou como modelo, exemplo e espelho para os outros…” TestC 19 ss.) Sois chamadas, como Irmãs Pobres, a viver um movimento de “descentralização”, a redescobrir o centro verdadeiro e vital, o princípio de unidade que vos faz convergir. “Para entender de verdade a realidade, devemos “deslocar-nos”, ver a realidade a partir dos mais diferentes pontos de vista” (Papa Francisco à USG). Há um possível e necessário movimento de “descentralização” a ser realizado a partir de si e a partir da própria comunidade. O mundo não nasce e não termina dentro dos limites dos muros do mosteiro. É fundamental não absolutizar a própria realidade, mas ter o olhar sábio de quem sabe colher a complexidade. Por isso, o melhor ponto de observação se pode encontrar na periferia. Colocar-se ao lado dos mais frágeis, dos muitos rostos anônimos ajuda a compreender melhor onde bate o coração do mundo e a que coisa aspira. Ali, nas existências mais marcadas pelos fracassos e derrotas, podeis deixar cair a semente boa de uma Palavra de vida. É mais uma vez o Mestre a indicar-nos o modo, assim como o vemos fazer com a Samaritana. Jesus senta junto ao poço. Participa do cansaço e da sede da humanidade e ali se deixa encontrar pela mulher, esperando-a no lugar da sua fadiga diária de buscar água. No diálogo com ela, em atitude de escuta da sua sede, Jesus a conduz pelo caminho da verdade e da liberdade até fazê-la reconhecer a sede mais profunda, acompanhando-a com misericórdia: a mulher assim pode partir novamente, tornar-se ela mesma “missionária”. Como Jesus, sede vós também “acessíveis”, prontas a acolher quem se aproxima de vós. Sede espelho da sua misericórdia, para que o encontro com a Verdade possa libertar. “A comunidade missionária vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia”, “entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias”, “dispõe-se a acompanhar, patenteia muita paciência” (EG 24). Ela contempla o sentido religioso de quem na vida de cada dia luta para sobreviver, a fim de “conseguir um diálogo parecido com o que o Senhor teve com a Samaritana” (EG 72), “de pessoa a pessoa”, aprendendo a arte do acompanhamento (cf. EG 127-129). Há uma outra modalidade de viver o mandato missionário que creio possa dizer respeito à vossa específica missão na Igreja, isto é, ser lugar acolhedor para nós irmãos e para tantos missionários que estão expostos em primeira linha na missão ad gentes. Ser regaço acolhedor no seu retorno, ser para eles como uma hospedaria onde encontrar o óleo a ser derramado sobre alguma ferida aberta e o vinho para restabelecer-se e para renovar as ener- gias no contato com Aquele que é o vinho da alegria. Este é um serviço belo que podeis oferecer. Alguns podem ser chamados a anunciar o Evangelho com atividades ou gestos diversos, mas todos somos chamados a viver a caridade com a mesma paixão e solicitude. É possível exercer hoje o mandato missionário através dos meios de comunicação, ao utilizá-los com sabedoria e criatividade, numa “constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre numa linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade” (EG Sede espelho da sua misericórdia, para que o encontro com a Verdade possa libertar. 41). Isto requer formação para um uso inteligente dos meios e conhecimento de linguagens e formas de expressão novas, a fim de comunicar a fé, sobretudo aos mais jovens. Enfim, recorda o Papa que “a Igreja “em saída” é uma Igreja com as portas abertas” (EG 46). O mosteiro não seja um lugar fechado e excludente, mas uma casa aberta que ofereça, especialmente a quem está em busca ou a quem está perdido, a quem deseja parar ou a quem está de passagem, o alívio de uma oração compartilhada e de uma liturgia bem cuidada, a água viva da Palavra, o calor de um abraço cheio de compreensão, o rosto simples e verdadeiro de uma vida bela e de uma fraternidade autêntica. A clausura esteja a serviço de uma re- lação profunda, livre, intensa com o Senhor. A sólida pertença a Ele, contemplado e amado, vos leve a amar com coração livre cada irmão pelo qual Ele deu a vida. Não sejais fechadas nas vossas estruturas: ao permanecer na contemplação, sois chamadas a ser um sinal para os homens e as mulheres do nosso tempo, participando da sua vida, manifestando com alegria e esperança, através da vossa humanidade, a presença do Ressuscitado. Irmãs caríssimas, procurei recolher convosco algumas provocações a partir do convite do Papa Francisco. O Espírito Santo com a sua santa operação (cf. RSC X,9; Rb X,8) mantenha o vosso coração, como aquele da mãe Santa Clara, sempre aberto para acolher e pronto para partir. Ele vos dê a graça de irradiar profunda humanidade, de «ser pessoas que sabem entender os problemas humanos, que sabem perdoar, que sabem orar ao Senhor pelas pessoas» (Papa Francisco, Encontro no Protomosteiro, 4.10.2013). A oração de intercessão vos motive a buscar o bem dos outros e se transforme em um agradecimento a Deus por eles (cf. EG 281-283). À vossa oração confio o caminho de preparação do próximo Capítulo Geral. O Senhor nos conceda viver em plenitude a nossa vocação de irmãos e irmãs, na alegria de uma vida que se faz anúncio! Parabéns! Roma, 15 de julho de 2014 Festa de São Boaventura, Doutor da Igreja Comunicações . agosto de 2014 Formação permanente Fr. Michael Anthony Perry, OFM Ministro Geral 375 Formação permanente A FAMÍLIA NUM TEMPO DE MUDANÇAS Frei Nilo Agostini Comunicações . agosto de 2014 O cuidado moral e pastoral de nossas famílias 376 A família constitui-se, segundo a Igreja, “num patrimônio da humanidade”, num dos seus “mais importantes tesouros”1. Em nossa condição de discípulos missionários de Jesus Cristo, sentimo-nos chamados a trabalhar em prol da família, empreendendo em favor dela os nossos melhores esforços. Sendo a família “um dos bens mais preciosos da humanidade”2, ela permanece a comunidade fundamental, o horizonte de vida permanente, o sustentáculo do humano. Sabemos como é urgente a presença pastoral da Igreja em favor da família, sobretudo em nossos dias. João Paulo II foi enfático em afirmar que “é preciso empregar todas as forças para que a pastoral da família se afirme e desenvolva, dedicando-se a um setor verdadeiramente prioritário, com a certeza de que a evangelização, no futuro, depende em grande parte da Igreja doméstica”3. 1. A necessária atitude pastoral em favor da família Já em 1974, na sua XIV Assembleia Geral, a CNBB incluía como prioridade, no seu então Plano Bienal (1975/1976), a Pastoral da Família. A Comissão Representativa da CNBB, em consonância com a Comissão Episcopal de Pastoral, aprovou e publicou em março de 1975 o documento Em favor da Família, no qual se projetam algumas linhas de ação, assim resumidas: “a) Criar condições para que a família possa realizar sua tríplice missão de formadora de pessoas, de evangelizadora e de construtora da sociedade; b) Levar em consideração a evolução pela qual passa a instituição familiar e bem assim os novos valores que surgem; c) Colaborar na realização de estruturas sociais que permitam às famílias marginalizadas atingir condições mínimas de estabilidade; d) Incentivar e aprimorar a pastoral junto aos casais cristãos, a começar pela preparação séria para a consciente celebração do sacramento do matrimônio”4. Os pontos acima já demonstram uma clareza que foi se impondo pouco a pouco na prática na linha de uma Pastoral Familiar. Esta foi superando o quadro de uma Pas- toral da Família, mais centrada no núcleo familiar como tal, sem ter em contra a incidência dos fatores socioeconômicos e culturais sobre o quadro familiar, o que a Pastoral Familiar procura hoje incluir5. Em nossos dias, diante do considerável número de movimentos, institutos e serviços familiares, a Pastoral Familiar busca um entrosamento de todo esse empenho existente. Sobre isso, já líamos no texto-base da Campanha da Fraternidade de 1994: “Algumas vezes, os movimentos, serviços e institutos parecem centrar-se em suas necessidades internas. Pode acontecer que alguns deles tenham dificuldades em trabalhar mais em união com a Pastoral Familiar paroquial ou diocesana. Nem sempre paróquias e dioceses têm Pastoral Familiar organizada e os movimentos ocupam este vácuo, não sabendo ou não podendo colocar as bases de uma Pastoral Familiar mais ampla e mais completa. Certo é que, devido à sua estruturação, à formação permanente de seus membros, ao número relativamente elevado de seu contingente, esses movimentos poderão dar uma indispensável colaboração na concretização de todas as etapas da Pastoral Familiar”6. A Pastoral Familiar deve permear toda a ação evangelizadora da Igreja, desde os tempos fortes da atividade pastoral (Natal em Família, Campanha da Fraternidade, Semana Nacional da Família) até a proposta de uma educação para o amor, que deve estar presente em todas as pastorais. Como nos diz o Documento de Aparecida, é próprio da Pastoral Familiar “comprometer de maneira integral e orgânica as outras pastorais, os movimentos e associações matrimoniais e familiares a favor das famílias”7. Um dos desafios, sobretudo em situações como a nossa, é integrar na Pastoral Familiar os menos favorecidos. E aqui precisamos superar os clichês que trabalham com os aparentemente “superiores” e os “inferiores” da sociedade, os “cultos” e os “incultos”, os aparentemente “certinhos” e os “errados” etc. É bom dar-se conta que existe toda uma cultura que brota dos empobrecidos, com uma força vital toda própria, assim descrita por João Paulo II em Puebla, no México: “A sua visão de vida, que reconhece a sacralidade do ser humano e do mundo, o seu respeito pela natureza, a humildade, a simplicidade, a solidariedade são valores que hão de estimular o esforço por levar a cabo uma autêntica evangelização inculturada”8. Difíceis condições de vida ameaçam a instituição familiar. Em especial, é preocupante a situação das crianças e dos idosos. Merece contínua atenção a dignidade e participação das mulheres e a responsabilidade do homem e pai de família. “Somos chamados a trabalhar para que tal situação seja transformada e a família assuma seu ser e sua missão no âmbito da sociedade e da Igreja”9. 2. O aporte ético-moral Quando falamos do aporte ético-moral, entra em cena a capacidade de discernimento, fruto de uma consciência reta e verídica, crítica e prudente. Capta-se o que é preciso fazer (= moral), quais os caminhos possíveis e/ou necessários (= moral), qual é o modo de proceder (= postura ético-moral), qual a postura prudencial-crítico-reflexiva de discernimento e de depuração (= ética) que se fazem necessários para tratar da realidade da “família” e quais os parâmetros mais indicados etc. Como se vê, são muitas as questões. Diante delas, podemos reagir dizendo que o ideal evangélico e as normas que dele derivam são claros... Basta ajustar-se. Ninguém duvida do ideal “sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito”, nem do convite “convertei-vos e crede no Evangelho”. Ocorre, porém, que o ponto de partida é tomar as pessoas naquilo que elas são e, a partir daí, esboçar um caminho numa pedagogia do crescimento, da progressão, passo após passo. Na Familiaris Consortio, João Paulo II supõe a pedagogia do crescimento ao afirmar: “A ação pastoral da Igreja deve ser progressiva, também no sentido que deve seguir a família, acompanhando-a passo a passo nas diversas etapas da sua formação e desenvolvimento”10. Este acompanhamento progressivo pode ser captado no próprio caminhar do povo de Israel. Na escravidão do Egito, a convocação e as exigências são umas; para o Comunicações . agosto de 2014 Formação permanente 377 Formação permanente povo que está a caminho da Terra Prometida, no deserto, as exigências são outras; e para o povo que já está na Terra Prometida, o apelo é outro ainda. Fica o ideal comum a ser buscado sempre. Porém, a cada etapa cabem os devidos passos, sem queimar etapas e, assim, sem cair no artifício do “vamos fazer de conta que aqui estou ou estamos”, como se o ideal já estivesse de todo realizado. Deixar de tomar em conta a “situação real” das pessoas, da comunidade, da sociedade e partir de imediato para a cobrança do “ideal”, ou fazer de conta que nele já nos encontramos todos, cria situações que levam a um “faz de conta” artificial, com previsão de quedas, regressões, desilusões, capitulações. É como forçar a criança a ingerir alimentos sólidos quando só consegue ou lhe convém absorver alimentos líquidos. São Paulo ilustra bem a situação que acabamos de tocar ao dizer aos Coríntios: “Dei-vos a beber leite, não vos dei comida sólida, porque ainda não podíeis suportá-la” (1Cor 3,2). Na carta aos Hebreus, lemos: “Ainda necessitais que vos ensinem os pri- meiros rudimentos da Palavra de Deus. Tendes necessidade de leite em lugar de alimentos sólidos” (Hb 5,12). Ou ainda aos Coríntios: “Quando era criança, falava como criança, raciocinava como criança; quando cheguei a ser homem, deixei as coisas de criança agora inúteis” (1Cor 13,11-12). “Jesus não entra em cena ‘cobrando comportamentos’, mas proclamando a todos uma boa-notícia. Significativamente as maiores exigências evangélicas são precedidas do ‘bem-aventurados’. As exigências evangélicas não são ditadas por normas desencarnadas, mas por uma pedagogia do amor. A força ou a fraqueza de uma norma se concretiza no fascínio que ela desperta ou deixa de despertar. Uma vez fascinados por um ideal, os seres humanos são capazes de tudo, inclusive de dar sua vida por uma causa. Mas sem este fascínio se sentem impotentes e mesmo revoltados. A tarefa primeira do agente da Pastoral Familiar não é cobrar comportamentos, mas, a partir da valorização das sementes divinas numa situação, fascinar os ouvintes por um ideal”11. Importa fascinar as pessoas pelas propostas que emanam do Evangelho. Ao mesmo tempo, cuide-se para abrir os caminhos, apontar as possibilidades, criar as condições, evitar degradações, mesmo que se faça necessário proferir palavras com voz profética diante das situações que submergem nossas famílias em condições tanto subumanas quanto de incerteza no rumo a seguir. “Visto que a família é o valor mais querido por nossos povos, cremos que se deve assumir a preocupação por ela como um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da Igreja. Em toda diocese se requer uma pastoral familiar ‘intensa e vigorosa’ para proclamar o evangelho da família, promover a cultura da vida, e trabalhar para que os direitos das famílias sejam reconhecidos e respeitados”12. Concluindo, ressalto como muito oportunas as palavras do Papa Francisco quando pede uma “pastoral inteligente e corajosa para as famílias”, solicitando que “realcemos o plano luminoso de Deus sobre a família, e ajudemos os cônjuges a vivê-lo com alegria em sua vida, acompanhando-os em suas muitas dificuldades”13. Comunicações . agosto de 2014 NOTAS 378 1 Cf. BENTO XVI. Discurso inaugural. V Conferência Geral do Episcopado LatinoAmericano e do Caribe, Aparecida. 13 de maio de 2007; V CONFERÊNCIA GERAL DO ESPISCOPADO LATINOAMERICANO E DO CARIBE. Documento de Aparecida. Brasília/São Paulo: CNBB/Paulinas/Paulus, 2007, n° 114. 2 JOÃO PAULO II. Exortação apostólica Familiaris Consortio. 17ª edição. São Paulo: Paulinas, 2003, n° 1, p. 3. 3 Ibidem, n° 65, p. 109-110. 4 CNBB – Comissão Representativa. Em favor da família. 8ª edição. São Paulo: Paulinas, 1986, p. 7s. 5 Vários estudos buscaram pontuar a evolução da “Pastoral da Família” para a “Pastoral Familiar”. Cf. MOSER, Antônio. A pastoral familiar a partir dos menos favorecidos. REB, 212 (1993), p. 771790; VÁRIOS AUTORES. Introdução à Pastoral Familiar – Estudos, diretrizes e subsídios pastorais. Aparecida: Santuário, 1990; CNBB – Setor Família. Pastoral Familiar – Reflexões e propostas. Aparecida: Santuário, 1990; IDEM. Pastoral Familiar no Brasil. Col. Estudos da CNBB n° 65. São Paulo: Paulinas, 1993; IDEM. 1994 – Ano Internacional da Família. SEDOC, 27 (1994), p. 97108; IDEM. Como organizar a Pastoral Familiar. São Paulo: Paulus, 1994. 6 CNBB – Campanha da Fraternidade 1994. A família como vai? (Texto-base). São Paulo: Salesiana, 1994, n° 128, p. 71. 7 Documento de Aparecida, n° 436, a. 8 J OÃO PAULO II. Discurso de abertura da IV Conferência Geral do CELAM. In: IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. Nova Evangelização, Promoção Humana, Cultura Cristã (Documento de Santo Domingo). Petrópolis: Vozes, 1992, n° 22, p. 23. 9 Documento de Aparecida, n° 432. 10 I DEM. Exortação apostólica ‘Familiaris Consortio’. Op. cit., n° 65, p. 110. 11 MOSER, Antônio. Op. cit., p. 787. 12 Documento de Aparecida, n° 435. 13 P APA FRANCISCO. “Uma pastoral inteligente e corajosa para as famílias”. In: Vatican Insider, 20-02-2014. sav em guaratInguetá FREI JHONES L. MARTINS E FREI GABRIEL DELLANDREA Nos dias 4, 5 e 6 de julho, o Postulantado Frei Galvão, em Guaratinguetá, acolheu 39 jovens para o Encontro Vocacional, sendo estes dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo. A chegada, programada para a sexta-feira no período da tarde, já começou animada com o jogo do Brasil, em que postulantes, frades e vocacionados comemoraram a vitória da seleção. No sábado, após a missa, no café houve uma apresentação de todos e a primeira convocação dos vocacionados: a louça! Todos eles se mostraram prontos a ajudar nas atividades da casa durante o encontro. Em seguida, já em campo, o técnico Frei Diego apresentou sobre: “Vocação no contexto bíblico”, chamando a atenção dos jovens para o discernimento do chamado de Deus e a vocação franciscana. No intervalo, no conhecido caramanchão da ala dos romeiros, aconteceu a forma- ção do coral dos vocacionados. Durante a tarde, de volta ao campo, os vocacionados conheceram um pouco do funcionamento das casas de formação da Província. Em seguida, alguns escolheram entrar em campo literalmente, outros ajudaram na acolhida aos romeiros e trabalhos manuais. O dia terminou com um filme franciscano e com a Bênção do Santíssimo, muito bem preparada pelos postulantes. No domingo de manhã, ao som da fonte do claustro interno Comunicações . agosto de 2014 VITÓRIA DA “SELEÇÃO FRANCISCANA!” 379 sav Comunicações . agosto de 2014 do postulantado, todos entoaram louvores ao Criador pelo novo dia. Depois, o café da manhã e em seguida a missa, com uma considerável participação da comunidade local. Então, como Ação de Graças, o “badalado” Coral dos Vocacionados entoou o canto “Meu Deus e Meu Tudo”, de Frei Wilson Sperandio. Convocados pelo técnico novamente e já em campo, os vocacionados fizeram a avaliação do encontro, que, como uma vitória, foi comemorado e avaliado positivamente. Então, para finalizar com “chave de ouro”, como ninguém é de ferro, um delicioso almoço à moda da casa, preparado pelos postulantes, funcionários e frades de Guará. Esse é um relato de mais uma vitória da seleção franciscana! 380 sav FREI DIEGO ATALINO DE MELO Partilhas e encaminhamentos Nos dias 7 e 8 de julho, o Conselho do Serviço de Animação Vocacional da Província esteve reunido no Convento São Francisco, em São Paulo. Dessa vez, estiveram presentes todos os animadores regionais do SAV, além do Animador Provincial das Vocações e do Secretário da Formação e Estudos. A reunião acontece ordinariamente uma vez por ano, e tem por objetivo proporcionar um momento de formação e estudos, avaliar e rever a caminhada da Animação Vocacional na Província, bem como lançar novas propostas de trabalho e ação. Dentre os assuntos discutidos, destacamos os seguintes: Critérios de Admissão de novos candidatos Tendo em vista a demanda sempre maior de candidatos com realidades cada vez mais distintas, sente- -se a necessidade de se ter cada vez mais clareza quanto aos nossos critérios de admissão dos nossos vocacionados. Para tanto, o SAV encaminhará para a próxima Assembleia uma ampla discussão e estudo dessa questão. Aspirantados Ensino Médio: Frei Rodrigo fez uma apresentação da realidade do Ensino Médio, em Ituporanga. Atualmente são 26 seminaristas, dos quais 3 são da Custódia das Sete Alegrias. Para um possível ingresso no postulantado no próximo ano, há 4 seminaristas. As dificuldades continuam sendo quanto ao baixo nível de escolaridade dos que chegam. Também ressaltou que as reformas para acolher o grupo dos aspirantes, no segundo semestre, já estão concluídas. Além disso, há expectativa e alegria quanto à chegada dos novos confrades que irão compor a fraternidade: Frei Elias Dalla Rosa e Frei Douglas da Silva. Fraternidade de Acolhimento Vocacional (FAV): Para o 2º se- mestre há 16 aspirantes. Frei Diego avaliou a primeira etapa como sendo positiva, destacando a acolhida por parte dos regionais e empenho na formação e acompanhamento dos aspirantes. Outro fator relevante foi a participação dos aspirantes em algumas atividades do SAV e do Pró-Vocações, gerando uma maior integração entre os próprios formandos. Como desafio para o próximo ano, há que se pensar na rotatividade e no tempo de permanência dos aspirantes nas diferentes fraternidades do regional, de modo que não se prejudique a formação dos mesmos. É importante que eles conheçam outras fraternidades, mas que o tempo de permanência e acompanhamento maior seja na própria FAV. Partilha dos Regionais Com todos os Animadores Vocacionais Regionais presentes, a partilha da realidade vocacional da Província foi rica, traçando o panorama geral de nossas atividades. Algumas situações de fraternidades onde os animadores não Comunicações . agosto de 2014 CONSELHo do sav se reúne 381 sav acolheram esta atividade como prioridade ainda são conhecidas. Entretanto, percebe-se que este trabalho tem sido cada vez mais acolhido e promovido tanto pelos animadores quanto pelas fraternidades como um todo. Outro ponto de destaque é o número de vocacionados que fazem seu primeiro contato via internet, que a cada ano se torna maior. Também foi ressaltada a tentativa de algumas fraternidades estabelecerem um contato mais próximo com os trabalhos vocacionais de suas respectivas dioceses e paróquias diocesanas. Há que se trabalhar em rede. Atividades Futuras A maioria dos eventos futuros do SAV já estão no calendário da Província. Assim, dos que ainda não constam, destacamos a realização das próximas Missões Franciscanas da Juventude, em Concórdia, de 22 a 25 de janeiro de 2015, bem como o Encontro Nacional de Jovens da CFMB, em Belo Horizonte, de 16 a 19 de Julho de 2015, para o qual a CFMB pede 45 jovens de cada entidade. Material Vocacional Após ampla consulta dos animadores vocacionais, foi elaborado novo material vocacional, que já está pronto. À medida que o SAV for realizando suas visitas o material irá sendo distribuído. Caso necessário, os mesmos poderão ser enviados por correio. Secretariado da Formação e Estudos Frei César partilhou sobre o andamento do trabalho de elaboração das Diretrizes da Formação e Estudos. Os Regimentos das Casas de Formação também estão sendo reavaliados, o que se torna urgente para a realidade do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, já que assume uma nova configuração a partir deste ano. Além disso, foi partilhada a realidade da formação em Angola, uma vez que se vive um momento em que há muitas vocações, mas sente-se a necessidade de mais formadores para acompanhá-las. Também lembrou o Curso de Formadores da CFMB, que acontecerá no próximo ano, em Petrópolis. MEU CAMINHO Frei Walter Hugo de Almeida Vou deslizando pelo chão afora, No firme passo do meu SIM – diria; Eu fui feliz ontem, e sou, hoje, agora, Na Vocação que eu escolhi um dia!... Comunicações . agosto de 2014 Ser franciscano para mim é ouro, Ser sacerdote para mim, dever, Ser frade e padre é para mim tesouro, E nessa vida eu vou até morrer!... 382 O SIM que um dia dei, conservo puro, Resume meu passado e meu futuro, É Luz a me guiar no chão da vida. Eu lhe desejo uma noite enluarada, E um feliz – atravessar a estrada, Assim como eu percorro o meu caminho... formação e estudos SEMINÁRIO SÃO FRANCISCO DE ASSIS FREI RODRIGO SANTOS REFORMA CONCLUÍDA Após seis meses de obras, a reforma de parte do Seminário foi concluída. A área reservada para acolher a segunda etapa do Aspirantado em 2014 já está preparada para receber os 16 aspirantes que seguem em sua caminhada de formação na vida franciscana. Os dormitórios, com beliches e armários embutidos já foram montados, a sala para a convivência fraterna e a sala de estudo também. Tivemos a ajuda da Fraternidade de Agudos, que nos enviou mesas, bancos e cadeiras para completar aquilo que era necessário, parte do acervo da enorme biblioteca também foi cedido (no que era do interesse desta etapa da formação) e uma van para o transporte dos formandos. Nossos agradecimentos à fraternidade de Agudos que prontamente nos ajudou com este material. RIFAS DA FESTA A Festa do Seminário 2014 se aproxima e, como todo ano, a rifa que é feita junto com a festa já está circulando por toda a cidade de Ituporanga e região. Além disso, os seminaristas levaram para vendê-la em suas paróquias de origem e, com grande satisfação, também contamos com a ajuda das fraternidades que aceitam ajudar, conforme suas possibilidades, a vender esta rifa. Desta forma, o que é o “carro chefe” da festa está indo muito bem nesse ano. Obrigado aos confrades e seminaristas! SEGUNDO SEMESTRE E neste segundo semestre a casa estará cheia! Serão cinco frades compondo a Fraternidade Permanente; o Frei Douglas, frade de profissão temporária que vem fazer estágio em nossa casa neste segundo semestre; 26 seminaristas e 16 aspirantes! Os preparativos para como integrar as duas etapas já foram feitos, em reuniões do Conselho de Formação e Estudos e da Animação Vocacional. Pretende-se aproveitar a união dos aspirantes provenientes das FAVs e os aspirantes do Ensino Médio para que já comecem a se tornar uma turma em preparação para o Postulantado. Novas atividades estão previstas para este semestre, como a reabertura do artesanato de velas e da padaria. Também foram pensadas formas de evangelização junto às instituições de assistência social da cidade e à paróquia, o que só contribuirá para a formação dos nossos jovens. Tudo pronto, e os formandos já estão chegando! Que façamos todos uma boa caminhada neste semestre! Comunicações . agosto de 2014 NOTÍCIAS DE ITUPORANGA 383 fORMAÇÃO E ESTUDOS NOVICIADO MISSÕES EM PRESIDENTE GETÚLIO Comunicações . agosto de 2014 FREI AUGUSTO LUIZ GABRIEL 384 A convite das Irmãs Catequistas Franciscanas, os noviços Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Douglas da Silva participaram das missões na comunidade de Mirador, município de Presidente Getúlio, em Santa Catarina, tendo em vista que uma das Irmãs Catequistas, Irmã Lídia Ferrari, filha desta terra, há 50 anos ingressara na vida religiosa franciscana. Mesmo com previsões de enchentes e com muita preocupação por causa das chuvas naquela região, no dia 27 de junho de 2014, sexta-feira, a equipe missionária, composta por irmãs catequistas, aspirantes, freis e leigos da comunidade, estava pronta e disposta para visitar as famílias e escolas. Divididos em três equipes, os missionários visitaram as casas e a Escola de Educação Básica Papa João XXIII. Na escola, o trabalho começou expondo o principal motivo por que estávamos ali: a celebração dos 50 anos de vida religiosa de Irmã Lídia Ferrari. Os alunos tiveram oportunidade de fazer perguntas e participar da reflexão, através de dinâmicas, vídeos e brincadeiras; já que estávamos em plena Copa do Mundo, os alunos se apresentavam com a dinâmica de passar a bola, partilhando suas vidas. Foram visitadas quase todas as famílias católicas da comunidade, e boa parte das famílias luteranas. Estas nos acolhiam muito bem e demonstravam grande interesse e respeito pela Irmã Lídia. Já no sábado fizemos missões de manhã. À tarde nos reunimos na casa de uma família e assistimos ao jogo do Brasil contra o México, Equipe dos missionários Irmã Lídia, a jubilada, entregando a vela à comunidade e agradecimento pela missão Frei Douglas, Frei Samuel, Irmã Lídia e Frei Augusto que para a nossa alegria venceu nos pênaltis. Às 19 horas do sábado, na capela da comunidade São Roque foi realizada uma celebração da luz, um dos símbolos do Centenário da Congregação das Irmãs Catequistas. Nesta celebração foi partilhado um pouco da história e das missões das Irmãs, desde a sua origem até o presente momento. Para marcar o enceramento das missões, no domingo, às 9h30, foi celebrada a Santa Missa, tendo como celebrante Frei Samuel Ferreira de Lima. Frei Samuel destacou a importância da vida cristã em comunidade. Lembrou as palavras do Papa ao dizer: “Se o nome das pessoas que seguem Jesus é Cristão, o sobrenome é Igreja”. E também partilhou sobre o testemunho de São Pedro e São Paulo, cuja festa estava sendo celebrada no dia. Grande parte das pessoas presentes e envolvidas nesta missão manifestou alegria e entusiasmo por ter participado deste Tríduo Vocacional que alimentou a fé e também despertou para uma maior vivência da vida cristã. E os nossos sinceros parabéns à jubilada Irmã Lídia Ferrari. fORMAÇÃO E ESTUDOS CORPUS CHRISTI EM RODEIO FREI GABRIEL SAPALO CHICO Nas vésperas do dia 19 do mês de junho, o pensamento dos noviços estava voltado para a ornamentação dos tapetes para a passagem do Santíssimo na procissão de Corpus Christi. Na manhã do dia 19, após a celebração presidida pelo mestre dos noviços, Frei Samuel Lima, tendo como concelebrantes o guardião da casa, o pároco e outros confrades, deu-se início à procissão, na qual os noviços ficaram responsáveis pela liturgia (acólitos e cantos). A procissão partiu da Igreja Matriz e seguiu até o Colégio Osvaldo Cruz. Foi um momento muito bonito, piedoso e festivo com os fogos de artifícios. Com muito carinho, enquanto se cantava “O que eu sou sem Jesus, nada sou”, o Santíssimo parou durante o percurso para os fiéis adorarem e refletirem sobre alguns sacramentos, como a eucaristia, batismo, crisma, e alguns conselhos de esperança e confiança em Deus e Jesus Cristo, o salvador da humanidade. No 1º de julho, após a celebração da Santa Missa às 19 horas, foi feito o lançamento do livro Frei Bruno Linden, Tudo para Todos, com a presença de nosso confrade escritor Frei Clarêncio Neotti. O valor arrecadado com o lançamento deste livro será revertido para o processo de beatificação de nosso humilde Servo de Deus Frei Bruno. A igreja lotou de fiéis e a grande maioria do povo desta cidade e redondezas contribui na compra deste mesmo livro, muito esperado por todos. Alguns, inclusive, muito empolgados levaram para a família inteira e os amigos para conseguir o autógrafo do autor. Em sinal de agradecimento, Frei Clarêncio doou o livro a algumas pessoas que representam a cidade, entre eles o prefeito Paulo Roberto Weiss, o presidente do Círculo Trentino Thiago Testoni e as Irmãs Catequistas Franciscanas. O guardião Frei Valdir Laurentino também recebeu, lembrando os 19 anos que Frei Bruno residiu nesta casa, um exemplo para todos os que com ele conviveram e para nós que conhecemos sua história. Comunicações . agosto de 2014 BIOGRAFIA DE FREI BRUNO É LANÇADA EM RODEIO 385 fORMAÇÃO E ESTUDOS THE VOICE II NO NOVICIADO Comunicações . agosto de 2014 FREI AUGUSTO LUIZ GABRIEL 386 Já faz algum tempo que nas Comunicações foi publicado um texto com o título The Voice no Noviciado. Se você não leu a matéria, encontrá-la-á no mês de abril de 2014 na página 172. Vale a pena conferir! Pois é, e o The Voice continuou. Passamos pela segunda, terceira e chegamos à última etapa de nosso aprendizado. Agora, os misteriosos exercícios com a mão direita já passaram e as apitações gerais também já cessaram. Todavia, no andar da carruagem, chegaram os acidentes musicais, banhados de sustenidos, bemóis, bequadros, intervalos, pausas, pontos de aumento, e compassos às vezes descompassados. Todavia, tudo isso faz parte do colocar-se à disposição e estar de prontidão para aprender e entrar em sintonia. Falando nisso, a palavra sintonia tem a ver com “tom”. Friedrich Nietsche compara nossa vida com uma sinfonia. Toda sinfonia tem pausas, momentos de suspense, contrapontos, e tem também seus pontos altos. Assim, nossas vidas também têm apenas poucos momentos em que somos tocados profundamente, em que algo soa em nós e nos satisfaz profundamente. Nietsche escreve: “O amor, a primavera, toda bela melodia, as montanhas, a lua, o mar, tudo isso nos fala ao coração quando é totalmente expresso. Muitas pessoas nem têm esses momentos, são os intervalos e as pausas na sinfonia da vida real”. Quem é apenas intervalo, quem vive apenas no espaço entre os acordes nunca conseguirá tocar nenhum acorde, não soará quando os acordes foram tocados. Precisamos ser acordes para que a vida nos aceite em sua sinfonia. Seja você mesmo o tom e a sintonia! Aos flautistas que chegaram com êxito ao final, desejamos que continuem a crescer na arte da música, pois muito bem ela faz a nós e aos outros. E que a exemplo de São Francisco, que louvou o Pai por todas as suas criaturas, sejamos nós portadores de melodias simples, mas belas, de partituras difíceis e complexas, mas empolgantes, não importa quais forem, o que importa é que louvemos o Pai pelos dons que Ele concede a cada um de nós, e por suas maravilhas. Como já dissemos, tudo isto faz parte do aprender. Só erra quem tenta alguma coisa! Se erramos, foi juntos, o mesmo se diga se acertamos! Mas, de uma coisa nós temos certeza, esse tal de The Voice no Noviciado foi muito divertido, empolgante e desafiador, uma maneira nova e, como diz um confrade, digna de aprender música! Não podemos nos esquecer de frisar que agora em nossa casa não se ouvem mais apitações gerais, mais sim belas melodias de frades simples mas também de autores famosos. Cabe a nós rezarmos como nosso Seráfico Pai Frei Francisco: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz”. E salve a música no noviciado. Parabéns a todos! fraternidades JUBILEU DE FREI ABEL SCHNEIDER Frei Abel Schneider celebrou no dia 1º de julho de 2014 o seu jubileu de diamante, ou seja, 60 anos de ordenação sacerdotal. Os confrades do Regional e também do Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga, participaram desse dia festivo. A Celebração Eucarística, presidida pelo próprio jubilando, foi às 10 horas. Frei Germano Guesser, Definidor do nosso Regional, destacou na homilia o testemunho de vida de oração e de serenidade que Frei Abel dá em meio aos noviços. Segundo Frei Germano, celebrar 60 anos de vida sacerdotal é sempre um momento de louvor: “É um momento de louvar este amor incondicional a Deus”, disse. Após a celebração, tivemos um almoço festivo, com costela assada. Frei Abel, com quase 93 anos de idade, ainda consegue caminhar com ajuda de muletas e está muito lúcido. EQUILÍBRIO Nos meus sapatos cabem meus pés. No meu corpo, uma longa história. Nela, milhares de passos. Em cada passo, uma decisão. Cada decisão, no seu momento. Nem sempre do lado certo como cada pé no seu sapato. Já me perdoei, agradeci, aprendi: O tempo melhor de acertar cada pé no seu sapato se chama agora. Comunicações . agosto de 2014 Frei José Ariovaldo da Silva 387 fraternidades No CAPÍTULO DAS ESTEIRAS, DE 23 A 25 DE SETEMBRO, EM AGUDOS, A Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil celebraRÁ solenemente os jubileus de seus confrades: 74 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Dom Frei Paulo Evaristo Arns 73 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei João Batista de Araújo Campos Frei Olavo Seifert 72 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Cássio Vieira de Lima Frei Nestor Kuhn 70 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Ciríaco Tokarski Frei Policarpo Berri Comunicações . agosto de 2014 65 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Ascânio Santana Frei Eliseu Tambosi Frei Floriano Surian 60 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Felipe Gabriel Alves Frei Geraldo Hagedorn Frei Clarêncio Neotti Frei Alcides Cella Frei Antônio Alexandre Nader Frei Gaudêncio Sens 388 50 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Conrado Lindmeier Frei Domingos Boing Hellmann Frei Estêvão Ottenbreit Frei Marcos Hollmann Frei Olivo Luiz Tondello Frei Paulo Limper 25 ANOS DE VIDA RELIGIOSA Frei Airton da Rosa Oliveira Frei Antonio Joaquim Pinto Frei César Külkamp Frei Hermenegildo Curbani Frei Marco Antonio dos Santos Frei Marcos Antonio de Andrade Frei Samuel Ferreira de Lima Frei Valdemiro Wastchuk Frei Valdevino Negherbon 65 ANOS DE SACERDÓCIO Frei Cássio Vieira de Lima 60 ANOS DE SACERDÓCIO Frei Abel Schneider Frei Juvenal Sansão 50 ANOS DE SACERDÓCIO Frei Almir Ribeiro Guimarães Frei Antonio Lopes Rodrigues Frei Ary Estevão Pintarelli Frei Benjamim Francisco Ansolin Frei Carlos Pierezan Frei Neylor José Tonin Frei Pascoal Fusinato 25 ANOS DE SACERDÓCIO Frei Vilmar Alves da Silva fraternidades ENCONTRO REGIONAL DE AGUDOS No dia 23 de junho, o Regional de Agudos se reuniu em Sorocaba, no Convento Bom Jesus. Estavam entre nós o Definidor Frei Mário Tagliari e nosso confrade Dom Caetano, bispo de Bauru. Alguns confrades não puderam participar por motivo de viagem e outros compromissos. Os dois aspirantes que fazem estágio em Sorocaba, Filipe e Marlon, participaram conosco do encontro. Na primeira parte do encontro fizemos a leitura e partilha do subsídio que toda a Província está abordando nos Regionais. Neste encontro estudamos a parte do Julgar, com texto e perguntas. Vários confrades fizeram comentários e questionamentos a partir do texto. Após a pausa para o cafezinho, tivemos tempo para ouvir sobre o andamento de cada uma das casas do Regional. O destaque foi a festa de Santo Antônio no Regional, pois todas as Paróquias têm como padroeiro Santo Antônio: Agudos, Bauru e Sorocaba. Logo depois passamos para os comunicados. O Definidor Frei Mário nos lembrou o Capítulo das Esteiras em setembro e convocou a todos para uma boa participação do nosso Regional. Também nos falou sobre outros assuntos ligados às transferências e frades enfermos. Dom Caetano nos relatou bre- vemente sobre a festa do Jubileu de Ouro da Diocese de Bauru, celebrada dia 18 de maio, com a presença do Núncio Apostólico. Disse que tudo foi maravilhoso e agradeceu muito aos confrades pelo apoio e participação na festa. Foi uma bonita festa, bem organizada e com boa repercussão na imprensa e na região. Por fim, agendamos nosso próximo encontro que será em Bauru, no dia 1º de setembro. Dom Caetano pediu que o encontro fosse feito em sua nova casa, e todos concordaram. Finalizamos o encontro por volta das 12 horas com a oração e bênção do nosso bispo e confrade Dom Caetano. Depois nos dirigimos para o almoço. Comunicações . agosto de 2014 FREI JORGE LUIZ MAOSKI 389 fraternidades VINHO SEMPRE NOVO NOS ODRES DO REGIONAL DE CURITIBA FREI VAGNER SASSI A novidade do Evangelho moveu mais uma vez os confrades do Regional de Curitiba a se encontrarem na Aldeia Franciscana na manhã de 27 de junho. Após um momento de leitura orante da Palavra de Deus, a convivência se dividiu entre o tema do redimensionamento e a partilha de vida das fraternidades. Sob a coordenação de Frei Nelson Hillesheim, a reflexão proposta pelo subsídio provincial levou os presentes a repensarem seu modo de vida e forma de evangelização. A demasiada “sofisticação” de nossos odres por vezes não permite às pessoas vislumbrarem a novidade do vinho que justifica a existência e a permanência dos mesmos. Urge recuperarmos a simplicidade do encontro e a alegria do Evangelho. A breve palavra do Definidor, Frei João Mannes, e as boas-novas apresentadas pelas fraternidades que compõem o Regional apenas reforçaram a importância da união fraterna a fim de superar as “tentações” da apatia e da instalação em nossos serviços. A riqueza do Regional de Curitiba se mostra precisamente na diversidade de suas frentes: a formação, a educação, a evangelização paroquial e o serviço social. Antes do almoço fraterno, que contou com a presença dos gerentes e gestores da Associação Franciscana de Ensino, uma especial menção à celebração dos 65 anos de sacerdócio de nosso confrade Frei Cássio Vieira de Lima que deve acontecer em 16 de julho próximo. Sua presença evangelizadora e fraterna em nosso Regional é um sinal vivo de como a novidade do Evangelho, não obstante o tempo e as vicissitudes da vida, pode fazer novas todas as coisas. Em louvor de Cristo. Amém! CURSO DE FRANCISCANISMO A ALEGRIA DE EVANGELIZAR NA VISÃO FRANCISCANA Comunicações . agosto de 2014 LOCAL E DATA Fraternidade Franciscana São Boaventura - Rondinha 21 a 24 de outubro de 2014 390 PROFESSORES Frei Fábio Cesar Gomes, Frei Fidêncio Vanboemmel, Frei João Mannes. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. A Exortação Apostólica do Papa Francisco: Evangelii Gaudium; 2. O Evangelho de Jesus Cristo como fonte de alegria; 3. A evangelização nas Fontes Franciscanas; 4. A alegria como virtude do evangelizador franciscano; 5. Leitura de textos de São Francisco e de Santa Clara de Assis sobre a alegria; 6. Desafios do mundo atual e contribuição franciscana para uma “nova evangelização”. CUSTO Hospedagem, alimentação e Curso = R$ 200,00 INSCRIÇÕES: Frei João Mannes [email protected] Fone: (041) 9134-4969 fraternidades REGIONAL CAPIXABA SE reúne NA NOVA RESIDÊNCIA DOS FRADES DE COLATINA FREI GILSON KAMMER Os frades se encontram na estação de trem para Colatina A agradável presença de Dom Décio Zandonade no Regional Cristo pobre e crucificado de São Francisco e Santa Clara de Assis. Após o almoço, enquanto alguns frades assistiram a um dos jogos da Copa do Mundo de Futebol, outros aproveitaram para descansar um pouco. Em seguida, os frades falaram das realidades vividas em suas fraternidades e a alegria foi completa, pois todos estão bem e as fraternidades conseguindo desenvolver bem seus trabalhos apostólicos. Para o estudo e aprofundamen- to do Lineamenta do Capítulo Geral da Ordem foi marcado um encontro extraordinário do Regional no próximo dia 8 de setembro, no Projeto Santa Clara de Assis, em Vila Velha. O encontro terminou com o canto “Senhor, fazei de mim um instrumento de tua paz” e a bênção feita por Frei Mário Luiz Tagliari. Às 17h30, os frades de Vila Velha retornaram de trem e puderam apreciar as belas paisagens da natureza. Comunicações . agosto de 2014 No dia 30 de junho de 2014, o Regional do Espírito Santo se reuniu na Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, em Colatina, para o seu Encontro, que contou com a presença de 10 frades e um aspirante. Os frades das Fraternidades de Vila Velha vieram de trem até Colatina e depois de um bom café da manhã, já na fraternidade, todos puderam ler e refletir sobre a fábula do marceneiro e seu machado e todo o subsídio enviado às fraternidades pela Província. Conforme este subsídio, os frades partilharam que é necessário uma evangelização em fraternidade e não isoladamente. É preciso aproveitar os desafios para se descobrir como e onde os frades podem ser proféticos. O projeto de vida e missão da fraternidade é a chave para esta descoberta e, a partir desta, a riqueza da fraternidade será vista no espírito missionário com que se assumem os trabalhos. A grande dúvida é como e para que se qualificar se a vida religiosa oferece uma segurança muitas vezes transformada em comodismo e aburguesamentos. Por volta das 11h20, os frades tiveram a alegria de receber na nova casa da fraternidade o bispo Emérito da Diocese de Colatina, Dom Décio Sossai Zandonade que, antes de invocar a bênção sobre os alimentos, agradeceu a presença dos franciscanos na Diocese de Colatina, dizendo que, com espírito de humildade e com muito trabalho e dedicação, estão sendo um sinal bonito de que a missão franciscana e cristã vale a pena ser buscada, pois leva muitas pessoas a alcançar o desejo de encontrar o 391 fraternidades DOM BOSCO TOMA POSSE NA DIOCESE DE OSASCO Dez mil pessoas acolhem D. Bosco em Barueri Comunicações . agosto de 2014 Moacir Beggo 392 O bispo franciscano Dom João Bosco Barbosa de Sousa tomou posse no dia 20 de julho, na Diocese de Osasco, em celebração que reuniu cerca de 10 mil pessoas no ginásio de esportes José Corrêa, de Barueri, na Grande São Paulo. Dom Bosco é o terceiro bispo da ‘jovem’ Diocese que neste ano celebra seu jubileu de 25 anos e foi nomeado pelo Papa Francisco no dia 16 de abril deste ano. A celebração, que reuniu dezenove bispos de todo o Brasil, assim como sacerdotes e religiosos, além das autoridades, durou quase três horas. O rito da posse no início da celebração se deu com a leitura da Bula Pontifícia e, em seguida, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, convidou Dom Ercílio Turco, até então Administrador Apostólico e segundo bispo diocesano, a entregar o báculo pastoral a Dom João Bosco. A entrega desta insígnia, que representa o governo da Diocese e a tríplice missão própria do bispo de ensinar, santificar e governar o rebanho a ele confiado, representa também a transmissão do pastoreio da Diocese ao seu novo pastor. Dom Bosco, como sempre fraternal e muito espontâneo, interagiu com facilidade com o grande público e, na sua homilia, dispensou o que escreveu e passou a falar de improviso. “Me permitam dizer palavras muito simples e até deixar de lado o que eu escrevi aqui (… ). A homilia de hoje quem faz são vocês, a presença de vocês neste momento de Igreja que é a sucessão apostólica é que é a verdadeira homilia”, disse o bispo. Saudou e agradeceu as autoridades presentes dizendo que se encontraria com elas em breve para se unirem no trabalho pelos mais necessitados. O novo bispo saudou de modo especial a Dom Cláudio Hummes, que o ordenou como presbítero e bispo. “É meu pai, meu irmão e também meu irmão de hábito como franciscano”, disse. A Dom Ercílio, agora bispo emérito, disse: “A missão do Evangelho que ele nos passa, com sua simplicidade, com sua alegria, com sua proximidade com os diocesanos, quero tentar viver”, acrescentou o novo bispo. Quando pediu que os sacerdotes de sua Diocese se apresentassem, ouviu o público se manifestar com grande entusiasmo e garantiu: “Quando fui nomeado, fiquei com medo de assumir uma Diocese tão grande, mas agora não tenho mais medo”, confessou, prometendo ser fraterno e próximo dos seus pastores. E também pediu que eles sejam próximos dele. Também falou de maneira especial aos religiosos, tendo em vista o ano dedicado aos consagrados que acontecerá em 2015 e pediu para, desde já, começarem a prepará-lo. Para os leigos, confiou o Ano da Paz que a Igreja do Brasil propõe. “Testemunhem esse ano da paz junto com os seus pastores. Que seja realmente marcante e não simplesmente uma bandeira. Se for só uma bandeira, vai passar em branco. Queria que desde agora a gente assumisse esse caminho da paz que a Igreja nos pede, com gestos e ações significativas”, pediu. A arena de esportes de Barue- ri, segundo a sua administração, tem capacidade para 6 mil pessoas sentadas. Ontem, além das seis mil pessoas, a arena ficou tomada nos corredores e cerca de mil pessoas que não conseguiram entrar no ginásio puderam acompanhar a celebração através de um telão na parte externa. O ginásio ficou muito bonito passou Dom João Bosco, como São Paulo, na Vila Clementino e Pari, e Pato Branco (PR) também estiveram presentes, assim como a sua cidade natal, Guaratinguetá. Frei Djalmo Fuck, pároco da Paróquia São Francisco de Assis, representou a Província Franciscana da Imaculada Conceição na posse de Dom Bosco. com o altar no centro, um projeto da Ara Christus, do arquiteto Leandro Nascimento. No coral de 100 vozes, todas as 13 regiões da Diocese foram representadas. Além disso, a banda foi composta por um quarteto de cordas, bateria, baixo, saxofone e violão. Um grupo de cerca de 40 pessoas veio especialmente de União de Vitória, a primeira e única Diocese onde Dom Bosco passou sete anos, para participar da cerimônia de posse em Barueri. Além das caravanas das cidades da Diocese, todas as Paróquias por onde Destaque especial para a mãe de Dom João Bosco, Dona Ondina, que, aos 95 anos, não deixou de participar deste momento importante de seu filho. Ao povo presente, Dom Bosco disse que a coleta feita se destinaria para a Diocese de União da Vitória, que está em reconstrução depois das chuvas intensas no Sul. No final, Dom Bosco agradeceu a todos os voluntários que trabalharam no evento. Como pôde ser visto, o exército de voluntários da Diocese deu um show de organização. Comunicações . agosto de 2014 fraternidades 393 fraternidades 164ª EDIÇÃO FESTA DE SÃO PEDRO APÓSTOLO O bispo diocesano Dom José Negri abriu oficialmente os festejos em Gaspar Comunicações . agosto de 2014 FREI PAULIJACSON MOURA 394 A 164ª edição da Festa de São Pedro Apóstolo foi aberta, oficialmente, no dia 25 de junho. Duante cinco dias a Paróquia festejou seu Padroeiro nas dependências na Igreja Matriz e no Salão Cristo Rei. Antes da Missa solene, às 15 horas, foi celebrada a Missa para os idosos e enfermos, que aconteceu na Matriz e foi presidida por Frei José Bertoldi, contando com a participação da comunidade. “Foi um momento de agradecer pela saúde, rezar e cantar”, afirmou Frei José. Já à noite, a Igreja matriz ficou tomada pelos fiéis que vieram participar da Missa presidida pelo Bispo Diocesano de Blumenau, Dom José Negri, concelebrada pelo pároco Frei Germano Guesser e Frei Paulijacson, diácono. Os catequizandos e catequistas, que lotaram a igreja, realizaram uma apresentação contando a história dos santos que são comemorados no mês de junho. Ao final, cada fiel com bandeirinhas do Brasil, ladeadas pela a imagem de São Pedro, e com velas acesas, realizou um momento de muita beleza no interior da Igreja Matriz, emocionando a todos. A chama da vela é símbolo da fé cristã e da consagração a Deus. Após a missa, todos desceram até o salão Cristo Rei, onde estava sendo servida a tradicional macarronada preparada pelos integrantes do Circolo Italiano di Gasparin, da comunidade Santo Antônio do Gasparinho, os quais receberam muitos elogios pela deliciosa macorronada, inclusive do Bispo Dom José Negri. 1º DIA DO TRÍDUO O Tríduo Celebrativo para a solenidade de seu Padroeiro teve início no dia 26/6. Com a presença das comunidades da margem es- fraternidades o impediu de negá-lo por três vezes. Porém, reconhecendo sua fraqueza, chorou amargamente (Mt 26,75). Lembrando as palavras do Papa Francisco, destacou “que a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração”. Para ser uma comunidade evangelizadora precisamos, portanto, atrair as pessoas através do testemunho de vivência fraterna e da prática da caridade. Em sua primeira Carta, São Pedro deixou o ensinamento de como devemos viver em comunidade: “Tenham todos a mesma atitude. Sejam compassivos, cheios do amor fraterno, misericordiosos e de espírito humilde. Sejam portadores de bênção, pois foi para isso que vocês foram chamados” (1Pedro 3,8). 2º DIA DO TRÍDUO Com o tema “Comunidades firmes na fé a exemplo de Pedro”, Frei Diego Atalino de Melo deu continuidade ao Tríduo da Festa de São Pedro Apóstolo. Esta celebração contou com as comunidades da margem direta, sendo animada pelo Srº. Valdir (Vardir Violeiro), da comunidade Virgem de Nazaré do Gasparinho. Após a missa, todos desceram até o salão Cristo Rei para prestigiar todas as outras atrações da Festa, Comunicações . agosto de 2014 querda, Nossa Senhora de Fátima, São Cristóvão e Santo Antônio, foi aberto o Tríduo, tendo como tema, “Pedro quer uma Comunidade Evangelizada e Evangelizadora”. Frei Diego Melo, do Serviço de Animação Vocacional da Província chamou a atenção para a responsabilidade dos que se dispõem a seguir Jesus. Em sua homilia, salientou que o seguimento de Jesus exige autenticidade. As atitudes precisam ser coerentes com o discurso. Para ser evangelizadora, a comunidade deverá ser, em primeiro lugar, evangelizada. Do contrário, como indicar o caminho a alguém se ainda não o percorremos? Deste modo, as palavras de Jesus precisam ecoar e frutificar em nosso coração, pois do contrário ouviremos, publicamente: “Jamais vos conheci, afastai-vos de mim, vós que praticais o mal” (Mt 7,21). Referindo-se a São Pedro, lembrou ainda Frei Diego que, assim como nós, também ele foi um líder que sentia as fraquezas humanas. Os textos sagrados relatam seus momentos de dúvida. Sentia-se enfraquecido e vacilava quando lhe faltava a fé. Demonstrou isso ao caminhar sobre as águas. Jesus o advertiu: “Homem de pouca fé, porque duvidaste?” (Mt 14,31). Diante das dificuldades, também sentia medo. Seu amor a Jesus não 395 fraternidades Comunicações . agosto de 2014 regada a comidas típicas: cucas, DIA DO PADROEIRO pastéis, sonhos, bolos diversos, No domingo (29), dia de São Pedro e São Paulo Apostólos, e último dia churrascos, hot dog etc. de comemorações do Santo Padro3º DIA DO TRÍDUO eiro da Igreja Matriz de Gaspar, Com o tema “Pedro quer empolgar São Pedro, uma multidão prestia juventude à missão”, Frei Diego giou, às 9 horas, a Missa dedicada presidiu a celebração do último dia aos festeiros. O Coral Santa Cecíde tríduo, tendo como concelebran- lia e a Banda de Música São Pedro te o Frei Carlos Ignacia. A animação garantiram uma tradição que conda celebração ficou por conta do tinua viva em Gaspar. A procissão grupo de Jovens da comunidade de no Rio Itajaí Açu, às 7 horas, com São Judas Tadeu. Nem a chuva desa- a imagem do Santo Padroeiro de nimou os fiéis que ocuparam todos Gaspar, da Comunidade São Seos espaços da Igreja Matriz. Após a bastião, na Margem Esquerda até a missa, o céu do centro de Gaspar Igreja Matriz, foi cancelada devido ficou iluminado com a queima de ao aumento do nível do Rio Itajaí fogos, que encantou a todos e abriu em razão das fortes chuvas na região. mais uma noite de festa. 396 A missa foi presidida pelo pároco Frei Germano Guesser e concelebrada pelos Freis Antônio Moser, Diego de Melo, José Bertoldi, Carlos Ignacia e Paulijacson. Na procissão de entrada, foram apresentados os festeiros deste evento. Os casais caminharam com velas acesas, enquanto o povo aplaudia, reconhecendo a dedicação e a doação para que esta festa acontecesse com êxito. Frei Germano agradeceu a todos que trabalharam nesta 164ª edição da Festa. No final da celebração, o coordenador do CPC, Clarindo Francisco Fantoni e a esposa Salete, anunciaram os casais que serão os festeiros do próximo ano. fraternidades Petrópolis FREI ERMELINDO FRANCISCO O mês de junho nos reservou duas belíssimas festas do Senhor: a Solenidade do Corpus Christi e a Festa do Coração de Jesus. Desde pequenos aprendemos a contemplar o amor de Deus manifestado no Coração aberto do Salvador. Ora, esse Coração marca a vida dos frades e do povo de Petrópolis. Sendo assim, Paróquia e Convento do Sagrado Coração de Jesus celebraram no dia 27 de junho a festa de seu Padroeiro. Antes do dia do Sagrado, propriamente dito, a comunidade paroquial, em comunhão com o Convento, realizou uma novena de preparação para a festa do padroeiro. As celebrações da novena, com distintos temas, tiveram uma boa participação por parte dos fiéis petropolitanos e de outros devotos do Sagrado Coração de Jesus. Ela se fez ao longo das missas das 18 horas. No Convento o ponto alto das festividades foi o almoço solene. Frei César Külkamp, o guardião da Fraternidade, com breves palavras, falou do significado da devoção do Sagrado Coração de Jesus na espiritualidade franciscana e parabenizou a todos os convidados. Ele também lembrou que a Folhinha do Sagrado Coração, criada e publicada pela Editora Vozes há 75 anos, tem uma grande aceitação para além das nossas fronteiras petropolitanas. No mesmo dia 27, na Paróquia, foram celebradas quatro missas. Com destaque para a Eucaristia das 18 horas. A mesma foi presidida por Frei Ângelo José Luiz, o pároco, e concelebrada por Frei César Külkamp. Com o acompanhamento do órgão executado por Frei Marcos Andrade, frades e povo puderam mergulhar no mistério que estavam celebrando. Frei Ângelo, na sua homilia, disse: “O nosso Deus é um Deus de amor. Ele caminha conosco como um pastor que cuida de seu rebanho, sobretudo daquelas ovelhas que estão perdidas e também das mais fortes para que não pisem nas mais fracas; quem ama cuida e caminha junto”. Segundo o pároco, quando julgamos que sabemos tudo, o nosso coração fica sem espaço para receber Jesus. “A mensagem de Jesus é simples, é transparente e acessível para quem abre o coração”, completou. No momento da Ação de Graças, um grupo de jovens apresentou uma dança religiosa enquanto no fundo da igreja entravam Jesus acompanhado de sua Mãe Maria, representados por dois jovens com os seus ‘corações ardentes de amor’. Fora da Igreja estavam montadas as barracas, que já é tradição dos paroquianos do Sagrado. Ninguém foi embora sem antes ter provado um pedaço de bolo ou outro aperitivo que estava servido. A boa música marcou presença no momento da confraternização. Jogos, diversão, convívios fraternos estavam presentes nas festividades do Sagrado Coração, que continuaram até o domingo 29 de junho. A cidade de Petrópolis, há mais de cem anos, volta-se com carinho para a nossa Igreja do Sagrado. Quantos e quantos frades passaram por esta casa e quantas belas celebrações aconteceram em nossa igreja! Nas salas, corredores, dependências da nossa casa, quantos e quantos frades deixaram marcas para sempre. Aprendemos, todos, a olhar com respeito e veneração para o lado aberto do Coração de Jesus. Sangue e água brotaram desta fonte inexaurível. Pedimos a esse Coração aberto que derrame suas bênçãos sobre nós, frades, e sobre os fiéis que nos ajudam a viver nesta Paróquia. Comunicações . agosto de 2014 SAGRADO FESTEJA SEU PADROEIRO 397 fraternidades SÃO FRANCISCO de assis NO CAMINHO DA PENHA Comunicações . agosto de 2014 FREI DOUGLAS P. MACHADO 398 No último dia 21 de julho, foi celebrada uma missa às 15h no “campinho” do Convento Nossa Senhora da Penha para marcar o encerramento das obras de melhoria na estrada que dá acesso ao Santuário dedicado a Nossa Senhora da Penha. Tomaram parte dela alguns dirigentes do DER-ES, órgão público responsável pelas obras. Frei Valdecir Schwambach, guardião da fraternidade e presidente da celebração, destacou em sua homilia a dura crítica de Miquéias (1ª leitura) aos holocaustos vazios ofertados no Templo no período do profeta. A exigência do Senhor é a prática da justiça e da misericórdia. Por isso, no Evangelho, Jesus se nega a dar um sinal aos fariseus, pois sua prática já é o sinal do Reino de Deus. Após a oração depois da comunhão, formou-se uma procissão até uma altura da alameda Dom Luiz Scortegagna, como é chamada a estrada de acesso ao convento, onde foi entronizada uma imagem de São Francisco. Frei Valdecir, depois de ler um breve histórico do caminho – no qual destacou as péssimas condições em que se encontrava a via, mormente depois do fatídico dia 19 de dezembro de 2013, quando uma avalanche de terra cobriu parte da rua –, agradeceu nominalmente aos dirigentes do DER-ES e ao governo do Estado, representado pela primeira-dama, pelo trabalho realizado. Juntos, descerraram uma placa coberta pela bandeira do Estado na qual se pode ler a oração de São Francisco de Assis. Acompanhe abaixo, as palavras do guardião Frei Valdecir Schwambach Um pouco da história da alameda A alameda nasceu de um simples caminho particular, aberto pelo então Guardião Padre José Lidwin para a passagem com seu cavalo desde seu sítio, hoje onde está instalada a horta do Convento (nas proximidades da “Casa Verde”), para se chegar até o Campinho. A primeira abertura da estrada, aproveitando a parte da “picada” feita pelo Padre José, ocorreu na década de 20, após a inauguração da Ponte Florentino Avidos (também conhecida como cinco Pontes), pelo então Governador Florentino Avidos, para possibilitar o acesso das pessoas que possuíam carro e queriam visitar o Convento em seus automóveis. As constantes erosões provocadas pelas chuvas que dificultavam o acesso dos automóveis ao Convento levou o Governador do Estado Jones dos Santos Neves, em 1952, a pavimentar a estrada que recebeu, nessa época, o nome de Alameda Dom Luiz Scortegagna, em homenagem ao quarto bispo do Espírito Santo. O pórtico de acesso à alameda, também de 1952, foi feito nos moldes do portão antigo que foi construído em 1777. No final do ano de 2009, houve um deslizamento que carregou significativa quantidade de solo depositado sobre a rocha, exigindo assim, trabalhos emergenciais de reconstrução do muro para contenção dos referidos trechos prejudicados da alameda. A partir de 2010, percebeu-se a importância de que, após a fase de recuperação emergencial da alameda, seja implementada a execução de um projeto de drenagem, pois há ação de erosão pelas águas pluviais superficiais sobre o talude, através da lixiviação do solo. Este projeto, cujas obras tiveram início em meados de 2013, contemplou várias melhorias na alameda. Além de melhorar consideravelmente o sistema de captação das águas pluviais, foi ampliado o calçamento em paralelos até a área da Casa Verde, facilitando o acesso das vans, transporte utilizado por boa parte dos visitantes do Convento. Para favorecer aos usuários do transporte, também foi pensado num abrigo para que os mesmos fiquem protegidos das intempéries enquanto o aguardam. Os paralelos ao longo de todo o caminho foram nivelados, pois os mesmos se encontravam dispostos de forma bastante irregular, devido à fuga do solo, proporcionado pelas chuvas. Visando garantir uma maior segurança no acesso ao Convento, foram feitos alguns cortes com fio diamantado nas rochas, visando evitar acidentes no meio do caminho. Ao final de 2013, exatamente no dia 19 de dezembro, uma tromba d’água que desaguou sobre a cidade de Vila Velha, fez uma parte do caminho, que não tinha recebido nenhum tipo de tratamento, literalmente vir a bai- xo. Isto demandou, sem dúvidas, mais tempo, dedicação e investimento para a obra. Atualmente, ao longo de toda a alameda se sente a diferença do antes e depois, pois os paralelos foram recolocados de forma nivelada, tornando assim a pista mais segura e confortável tanto para quem sobe de automóvel como para os que optam por subir a pé. Todo o projeto foi pensado de forma a diminuir qualquer tipo de impacto visual, de tal forma que o caminho como um todo, não perca seu aspecto bucólico no meio da mata. Este momento, para todos nós, é um momento de agradecer ao bom Deus que nos “acompanha e nos dá a mão em nossos trabalhos” (Is 26). É momento de agradecer ao atual Governador do Estado, senhor Renato Casagrande com toda a equipe do DER, nas pessoas de Drª Tereza Maria S. Casotti (diretora geral), Eduardo Antônio Mannato (diretor para obras especiais), Cleber Rangel (engenheiro), Luiz Augusto Vieira (engenheiro), bem como a empresa Santos Motta Engenharia, nas pessoas de Dr. Auri Francisco Motta e Rodolfo Laranja. Agradecimento especial a toda equipe de funcionários da mencionada empresa, que trabalhou com total afinco na execução das obras. Sem o apoio do Governo Estadual, não teríamos “pernas” para realizar esta obra. Com este valioso apoio, pudemos qualificar o acesso ao principal patrimônio histórico, religioso e cultural do Estado do Espírito Santo. Em nome do Convento, da sua Fraternidade, bem como de toda Província Franciscana, deixo meus sinceros agradecimentos e louvor a toda a equipe que proporcionou estas melhorias. Certamente, ficará registrado como um fato relevante para a história de mais de 4 séculos do nosso Convento. Comunicações . agosto de 2014 fraternidades 399 fraternidades PRESENÇA E missão FRANCISCANA em XAXIM Comunicações . agosto de 2014 FREI VALNEI BRUNETTO 400 No dia 24 de junho, às 18h00, foi realizada sessão solene na Câmara Municipal de Vereadores de Xaxim (SC), tendo como finalidade fazer o resgate e o reconhecimento histórico da presença e missão franciscana em Xaxim, assim como o lançamento do livro biográfico de Frei Bruno. A sessão solene contou com a presença de todos os vereadores da Câmara; autoridades municipais; lideranças comunitárias e do público. Além destes, destacamos a presença de Frei Clarêncio Neotti, autor do livro “Frei Bruno Linden – tudo para todos”, bem como do pároco de Xaxim, Frei Alex Sandro Ciarnoscki, vice-postulador do processo de beatificação; Frei Antônio Mazzucco; Frei Luiz Iakovacz, Frei Pedro da Silva, pároco da Paróquia São José Operário de Coronel Freitas (SC) e Frei João Lopes da Silva, da mesma paróquia. Na ocasião foi feito o lançamen- to do livro, que é a biografia oficial do processo de beatificação de Frei Bruno Linden. A obra, lançada em março desde ano, na cidade de Joaçaba (SC), já está na 3ª edição, comprovando a importância e o reconhecimento que a pessoa de Frei Bruno Linden possui diante do povo catarinense. O dado foi destacado pelo próprio autor do livro durante a sua exposição sobre a vida do Servo de Deus na Solenidade da Câmara. Frei Clarêncio fez questão de ressaltar publicamente três aspectos relacionados à pessoa de Frei Bruno: 1) Por que Frei Bruno, sendo alemão, veio ao Brasil como missionário franciscano, com apenas 18 anos de idade? 2) Quais foram os caminhos trilhados por Frei Bruno Linden desde a sua chegada ao Brasil, até o findar do seu peregrinar terreno, no ano de 1960, na cidade de Joaçaba? 3) Entre tantas virtudes elencadas, o autor listou as mais significativas na vida de santidade de Frei Bruno: o amor e o cuidado com a Família; a reconciliação consigo, com os outros e com a natureza; a obediência horizontal, caracterizada no respeito para com toda e qualquer pessoa. Frei Alex Sandro fez um resgate histórico de todo o processo de beatificação de Frei Bruno desde a sua abertura até o presente momento. O mesmo apresentou a Comissão de Coordenação do Processo de Beatificação de Frei Bruno: Elizabethe Chitolina, Michelle Selig, Claudio Luiz Orço, Sonia Baccarin, Cleci Sorgatto Mendo e Iraci Lopes Dalla Rosa, que estavam presentes, assim como a Comissão Histórica do Processo, da qual fazem parte o próprio Frei Clarêncio e a senhora Iraci. Frei Alex destacou que só vale a pena trabalharmos pela beatificação e canonização de um santo se esse processo e o exemplo dele nos servirem de motivação para seguirmos no caminho da santidade. O presidente da Câmara Armando Roncaglio e o prefeito Municipal Idacir Antônio Orso ressaltaram o valor da presença e da ação evangelizadora dos franciscanos no município de Xaxim, bem como em toda a região do Oeste Catarinense. Em reconhecimento a todo esse empenho, dedicação e amor deste povo à causa do Evangelho, a Câmara de Vereadores de Xaxim entregou, no ato da solenidade, uma condecoração aos franciscanos, com os seguintes dizeres: “A Câmara de Vereadores de Xaxim vem, honrosamente, homenagear os Reverendos Franciscanos que prestaram e prestam relevante serviço na Missão Evangelizadora do Povo de Xaxim, a exemplo do Servo de Deus Frei Bruno, com total desprendimento e com muita eficiência, pelo que reconhecemos e agradecemos. A vida franciscana em Xaxim produziu os melhores frutos. Obrigado, Paz e Bem! Xaxim/SC, 24/06/14”. A sessão terminou com coquetel de confraternização e uma sessão de autógrafos do livro. Comunicações . agosto de 2014 fraternidades 401 fraternidades ENCONTRO DO REGIONAL DO CONTESTADO Residência da Fraternidade de Xaxim, que pede para continuar sendo FAV Comunicações . agosto de 2014 FREI LUIZ IAKOVACZ 402 Nos dias 30 de junho e 1º de julho reunimo-nos para o segundo encontro do ano. No período da tarde do primeiro dia, o Definidor Provincial, Frei Evandro, coordenou a reflexão do segundo folder sobre o julgar do redimensionamento provincial. Nossa avaliação consiste no seguinte: os trabalhos e pastorais das décadas anteriores supriram as necessidades daquela época; hoje, o contexto histórico e os desafios são outros. Por isso, precisamos buscar novos caminhos e a ousadia de abraçá-los e lutar por eles. Porém, em qualquer opção que fizermos, é necessário mostrar competência na administração dos patrimônios e na condução das pastorais, juntamente com o testemunho de vida; ou, como foi acentuado pelo grupo, o testemunho de vida qualificará qualquer trabalho que assumirmos, redimensionado ou não. Iniciamos o segundo dia com uma rica partilha sobre o texto bíblico do Bom Pastor; tanto assim que o tempo foi mais longo que o costumeiro. Em seguida, cada fraternidade expôs sua caminhada nos trabalhos e na vida fraterna. De cada uma delas, as que mais chamaram atenção foram: Em Concórdia, apesar da parte social não ser tão expressiva, a Pastoral da Pessoa Idosa visita e acompanha idosos excluídos; há um relatório que é enviado à Curitiba, nos mesmos moldes da Pastoral da Criança. Essa pastoral começou neste ano. A cidade de Luzerna apresenta uma peculiaridade: 1 paróquia católica e 2 luteranas. Porém a convivência é boa e, nas festas externas, há uma entreajuda amigável. Coronel Freitas se preocupa com a pouca participação dos católicos nas celebrações. Em breve acolherão a transferência de Frei Marcelo Romani. Xaxim destacou o processo da beatificação de Frei Bruno e o lançamento do livro “Frei Bruno, tudo para todos”, de Frei Clarêncio Neotti. Este evento aconteceu em 2 momentos: primeiro na Câmara de Vereadores e o outro, na matriz. O autor esteve presente, expôs as ideias centrais do livro e autografou os comprados. Por fim, decidimos que a Casa de Piratuba, no mês de janeiro, durante 10 dias, ficará reservada, exclusivamente, para os frades, tanto os do Regional como os demais. Em breve será publicada a data nas Comunicações. Falamos também da experiência das FAVs. Os 2 aspirantes ficaram nas 4 fraternidades onde, também, tiveram formação. A casa de referência foi a fraternidade de Xaxim. Todos opinaram pela continuação da experiência e que, no próximo ano, se determine o tema que cada fraternidade assumirá. Terminamos o encontro com o canto da “Salve Regina” e o almoço. fraternidades artigo FREI LUIZ IAKOVACZ O semanário “Correio Riograndense” tem uma história de 105 anos e circula em vários Estados do Brasil. Sob a responsabilidade dos Frades Capuchinhos, aborda temas diversificados e, no espaço Correio do Leitor, os assinantes demonstram grande apreço por este periódico. Na página 6, sob o título Opinião, apresenta reflexões de bons articulistas que dispensam apresentação: Leonardo Boff, Frei Betto, Pe. Zezinho e a teóloga Maria Clara Bingemer. No mês passado (junho), me chamou a atenção a frase de Leonardo Boff: “Garantir que o povo coma 2 ou 3 vezes ao dia não é as- sistencialismo, mas humanitarismo”. No início de seu mandato (2002), o presidente Lula prometeu que ajudaria o pobre a ter, ao menos, 2 refeições diárias. Passados alguns anos, Leonardo Boff afirma que dar comida não é assistencialismo, mas humanitarismo. Visto sob esta ótica, alimentar-se é direito primário e inalienável de todo o ser humano. Cristo ensina que, quando damos um prato de comida a um faminto, por causa Dele (de Jesus), não ficará sem recompensa, bem como visitar doentes e presos, dar um copo de água, vestir o nu e acolher um peregrino (cf. Mt 25,32-46). Notemos bem: a motivação desta postura de vida é por causa do próprio Cristo (Mt 25,40). Enquanto não fizermos esta conversão, temos a tendência de olhar o pobre como uma pessoa “que poderia trabalhar, que é preguiçosa, que explora a bondade dos outros, que incomoda”, ou coisa parecida; há casos, também, em que o ajudamos para nos vermos livre da importunação. No fundo, Jesus nos alerta que comida, água, moradia é algo inerente a todo ser humano. Quando nos solidarizamos ou ajudamos os pobres nesta conquista “somos tão humanos que nos tornamos divinos”, nos lembra Leonardo Boff. Jesus acrescenta: quem agir, assim, entrará “no Reino que meu Pai preparou desde a criação do mundo” (Mt 25,34). anualmente, são desperdiçadas 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, ou seja, mais de uma (01) tonelada por mês. • A FAO lançou campanha de um abaixo-assinado com o slogan: “1 bilhão de pessoas vivem com fome crônica e eu estou louco de raiva”. Saiba mais, acessando www.caritas.org.br • “Os primeiros cristãos tinham tudo em comum, dividiam seus bens com alegria” (cf. At 2,44-45). Você sabia?! • Recentemente, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) publicou um relatório, segundo o qual, aproximadamente, um (01) bilhão de pessoas passam fome no mundo; mas, há um paradoxo: Comunicações . agosto de 2014 DAR COMIDA NÃO É ASSISTENCIALISMO 403 evangelização SEFRAS - SÃO PAULO NOVO SERVIÇO NO JARDIM PERI ALTO Comunicações . agosto de 2014 FABIANO VIANA 404 O Sefras começou no dia 1º de julho um novo serviço com crianças e adolescentes, no bairro Jardim Peri Alto, Zona Norte de São Paulo. Este trabalho dá continuidade ao trabalho que antes foi desenvolvido com as crianças do bairro da Bela Vista, no Centro, denominado Centro Infantil Clara de Assis. Depois de um período de conhecimento da comunidade e das famílias, como também a formação da equipe técnica e o melhoramento do espaço, as crianças e adolescentes retornaram ao ser- viço que já é conhecido pela comunidade e que agora contará com a gestão do Sefras. O Centro de Convivência da Criança e do Adolescente Sefras Peri – como será chamado – é conveniado à Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Smads). Dispõe de um local onde as crianças podem brincar, conviver, participar da construção da metodologia de trabalho, etc. Através das atividades, o intuito é também desenvolver os valores humanos e o exercício da cidadania. Serão atendidas 120 crianças e adolescentes no contra-turno escolar. Potencializar habilidades Para a coordenadora do Sefras Peri, Ângela Assis, a presença da instituição nesta comunidade irá contribuir diretamente para potencializar as crianças e os adolescentes no que tange às habilidades deles, como também, o incentivo à autonomia e ao protagonismo juvenil. De acordo com a assistente social, Ana Paula Souza, a equipe dispõe de um atendimento em que as crianças reconhecem o espaço como sendo delas e adquirem por evangelização “Há intensidade da felicidade ao brincar” É visível para quem chega ao Sefras Peri a necessidade que as crianças têm de brincar. A assistente social Ana Paula contou que quando elas chegaram no primeiro dia, queriam correr, jogar bola, gritar etc. Os es- paços da casa delas são pequenos. A rua se torna perigosa por causa dos carros, ônibus e motos. As famílias ficam com medo de deixar as crianças brincarem na rua e, por outro lado, falta espaço dentro de casa. “O brincar traz alegria às crianças e também autonomia. Desenvolve habilidades e curiosidade - porque elas querem saber como funciona o brinquedo. Há intensidade da felicidade ao brincar”, considerou a assistente social. Comunicações . agosto de 2014 meio das atividades lúdicas, esportivas e organizacionais, o aprendizado dos seus direitos e a contribuição deles na sociedade. Ausência de Políticas Públicas Segundo Ângela Assis, no Jardim Peri Alto há uma inexistência de políticas públicas disponíveis à comunidade e que assegure espaços de atendimentos às crianças e adolescentes. Por isso, o Sefras Peri – que antes foi chamado de CCA São Domingos – administrado pela Associação Damas da Caridade – é um espaço importante, resultado da luta da comunidade. “Todos sabem que este espaço é muito importante porque não foi o poder público que veio até aqui, foram eles que pressionaram o governo para que tivessem este espaço. O Sefras vem continuar esta luta, junto com esta população, para que se consigam mais políticas públicas que atendam a esta comunidade”, concluiu. 405 evangelização Comunicações . agosto de 2014 ERIGIDA A QUASE-MISSÃO DE SANTA TEREZINHA DO MENINO JESUS DE KANGANDALA 406 FREI LAURINDO LAURO DA SILVA JÚNIOR A Fraternidade São Damião teve a honra de celebrar a ereção da Quase-Missão do município de Kangandala no último dia 20 de julho. A cerimônia foi presidida pelo arcebispo diocesano de Malange, Dom Benedito Rodrigo, concelebrada pelo chanceler diocesano, Pe. Pedro, o reitor do Seminário Maior, Pe. Fabiano e os administradores pastorais da Quase-Missão de Kangandala, Frei Afonso Quessongo e Frei Laurindo da Silva Júnior. Fizeram-se presentes na celebração muitas autoridades, como o chefe de Polícia, o Ministro da Cultura de Malange, os sôbas (líderes de comunidades), o Prefeito de Caculama e sua esposa, a prefeita de kangandala, Senhora Rosa que nos ajuda na construção da nova igreja. Seria muita ingratidão deixar de citar as irmãs que colaboram com a nossa Missão. Antes mesmo de os Frades Menores assumirem a Missão estavam presente as Irmãs FMM, posteriormente as IFMSJ e as SMIC. Atualmente residem em Kangandala as Irmãs Franciscanas Missionárias de São José, Ir. Ana, Ir. Francisca e Ir. Dé- bora, que atuam na escola local. Aos que refletem sobre o excesso de trabalhos paroquiais nas Missões fica o consolo de que nada acrescentará nos afazeres, pois o município de Kangandala foi o nosso campo de atuação pastoral desde que decidimos aqui fazer as nossas missões. Sendo assim, os trabalhos não serão multiplicados. De fato, precisamos de mais trabalhadores para a Messe do Senhor aqui em Angola, nas palavras do arcebispo Dom Benedito Rodrigo, apenas “era necessário que um município como Kangandala tivesse uma igreja à altura de seu povo, pois um município sem uma Igreja como ponto de referência anda mal esteticamente e motivacionalmente”. HISTÓRIA E PASTORAL A missão Católica de Kangandala localiza-se ao sul da Arquidiocese de Malange e foi fundada em 1941 pelos Missionários Espiritanos da Paróquia da Sé Catedral de Malange e a pequena igreja foi contruída em 1961 ao lado da Escola Missionária. Em 1992, a Missão de Kangandala desmembrou-se da Sé Catedral e passou a pertencer à Ordem dos Frades Menores. Em plena guerra civil, as visitas pastorais já não eram tão frequentes e a colaboração dos catequistas foi fundamental para a conservação das pedras vivas de nossa Igreja, pois o templo de tijolos não foi possível conservar e foi destruído pela guerra. O povo de Deus sofreu muito no período de guerra civil. Houve a destruição da pequena igreja por homens que lançavam projéteis e morteiros com a finalidade de acabar com as esperanças do templo de carne, mas a esperança desse povo jamais cessou. O trabalho Pastoral tem se desenvovido pouco a pouco com a crescente formação de catequistas e outras lideranças. Temos um bom trabalho de catequese, pastorais fundamentais (vocacional, juventude e criança) e grupos corais, Legião de Maria e Infância Missionária. Além disso temos as visitas pastorais na aldeias como uma bela motivação pastoral. O que celebramos é muito mais que a ereção da Quase-missão, celebramos também a vitória da Igreja sobre a violenta destruição que dá lugar à construção de uma nação renascida na justiça e na paz. Comunicações . agosto de 2014 evangelização 407 evangelização Comunicações . agosto de 2014 BOM JESUS EM PRIMEIRO LUGAR 408 Duas estudantes do Colégio Bom Jesus Centro, de Curitiba (PR), conquistaram os primeiros lugares no Concurso de Redação do Conselho de Entidades Sociais do Paraná (Consesp). Com a proposta de tema “qual é a importância do voluntariado para a sua cidade e região?”, as alunas do 2º ano do Ensino Médio, Ana Júlia Klaumann e Sayuri Magnabosco, ambas com 15 anos de idade, atingiram os conceitos 9,4 e 9,3, respectivamente. O evento teve o referendo da Academia Paranaense de Letras e a cerimônia de premiação ocorreu na última sexta-feira, 11. O principal objetivo da competição foi o de fomentar o “espírito do voluntariado”, segundo declarou a presidente do Consesp, Rute Yamasaki. “Realizamos este concurso com estudantes da rede pública e privada de ensino, de Curitiba e Região Metropolitana, e temos a certeza de que eles aderiram ao chamado do voluntariado. A cerimônia de entrega contou com a participação de representantes das escolas envolvidas e de entidades ligadas à assistência social, autoridades municipais e estaduais e, ainda, da presidente da Academia Paranaense de Letras e do Centro Paranaense Feminino de Cultura, Chloris Casagrande Justen. A Consesp premiou as estudantes finalistas com um tablet para o primeiro lugar, um smartphone para o segundo e uma bicicleta para o terceiro lugar, que foi conquistado por Beatriz Vieira de Souza (15), do Colégio Estadual Shirley Catharina Tamalu Machado. Tanto Julia como Sayuri participam das atividades de voluntariado promovidas pela Pastoral Escolar do Colégio Bom Jesus, que é mantida pela Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus (AFESBJ). Para a coordenadora da Pastoral, Rita de Cássia, todos os jovens têm uma participação importante na comunidade pois, “ao seguir os passos de São Francisco de Assis, temos a oportunidade de ajudar aqueles que mais precisam”. Já para a gestora do Colégio Bom Jesus Centro, Suzete Maria Salvaro Beal, a escola vai além de um simples meio de transmissão de conteúdo. “A nossa missão é o de transformar o cidadão para que este transforme a sociedade. A responsabilidade da instituição de ensino também passa pelo apoio e motivação dos jovens na participação de ações voluntárias”, finaliza. artigo vISITA À IGREJA QUE ESTÁ EM ÓBIDOS O rio Amazonas desce caudaloso e pachorrento até fazer curva à altura de Óbidos, no oeste do Pará; aí se estreita e se aperta contra uma falésia alta e escorre apressado e revolto, até alargar-se novamente e continuar o seu curso rumo à foz, no Atlântico. Óbidos fica no alto da falésia, bem vistosa, coisa pouco comum na imensa planície amazônica. Conserva ainda vários casarões de época portuguesa, com suas sacadas e azulejos bem típicos. O pequeno porto é movimentado e serve de entreposto para os produtos trazidos do “interior” e o abastecimento de todo tipo de produtos. Fundada pelos portugueses já no século 17, numa área dos índios Pauxis, Óbidos foi importante postação de defesa e proteção do território do médio Amazonas. Ali, no alto da colina, havia um forte bem guarnecido, hoje não mais existente. Com os portugueses, também chegaram os missionários, primeiro os Jesuítas e, a seguir, os Capuchinhos da Piedade e os Frades Menores Franciscanos; todos foram expulsos da Amazônia por Pombal e, em 1750, a missão foi entregue aos padres seculares. Os franciscanos voltaram a Óbidos em 1909 e desenvolveram intensa ação missionária, como parte da prelazia de Santarém, também entregue aos Franciscanos. Em 1957, o papa Pio XII criou a prelazia de Óbidos, entregando-a aos cuidados dos Franciscanos. Dom Floriano Löwenau, OFM, foi seu primeiro bispo, ainda recordado pelo povo com imenso reconhecimento pelo muito que fez pelo atendimento religioso, social e cultural da população. Depois veio Dom Martinho Lammers, OFM, ho- mem simples e dedicado ao povo. Desde 2012, Óbidos é diocese; seu território, equivalente ao do Estado do Paraná, estende-se pelas duas margens do rio Amazonas mas, sobretudo, pelo lado norte, alcançando as Guianas e o Suriname. Sua população, espalhada em 8 paróquias e centenas da comunidades ribeirinhas e de “terras altas”, não atinge 300 mil habitantes. Os traços indígenas são fortes mas as reservas indígenas são poucas, sobretudo no norte da diocese. Dom Bernardo Johannes Bahlmann, há 6 anos, é o bispo diocesano. Franciscano, nascido na Alemanha, mas vindo ao Brasil ainda jovem, como leigo, trabalhou como frade no Convento São Francisco, no centro histórico de São Paulo. Dom Bernardo, como é conhecido pelo povo, é dinâmico e está sempre em movimento pela diocese, rio acima, rio abaixo, ou por estradas mal transitáveis, visitando as comunidades e animando a missão e a vida eclesial. Atento às necessidades e desafios da evangelização, cuida de formar os agentes de pastoral, de prover de estruturas pastorais as comunidades e de marcar presença na sociedade através de obras sociais e culturais. Uma semana com ele, no início de julho, permitiu conhecer um pouco das “alegrias e esperanças, angústias e sofrimentos” do bispo e da Igreja que está inserida na história de Óbidos. As distâncias, o clima tropical e o ritmo severo da natureza fazem parte do dia-a-dia vivido pelo bispo e sua diocese na Amazônia. Mais missionários seriam necessários. Com Dom Bernardo, celebramos a eucaristia e numerosas crismas em duas comunidades distantes. O povo é lutador, fervoroso na sua fé e também orgulhoso da sua história, da qual fazem parte a presença e a ação dos missionários. A catedral diocesana está no alto da colina, de frente para o rio Amazonas, bem visível para quem chega de barco. Atualmente, está em reforma. A padroeira da diocese é Sant’Ana, desde a chegada dos primeiros missionários portugueses. A imagem já está enfeitada no seu andor, pronta para sair em procissão fluvial no chamado “círio de Sant’Ana”. A festa, no dia 26 de julho, é de longa tradição, muito apreciada pela população do médio Amazonas. Há algum tempo, as Irmãs Franciscanas da Ação Pastoral e as Irmãs da Congregação de Santa Catarina de Alexandria iniciaram uma presença missionária em Óbidos. Ali existe muito espaço para a colaboração missionária. É interessante dar-se contade como a preocupação com a “nova evangelização” permeia a vida eclesial, mesmo de dioceses que enfrentam mil dificuldades. Apesar de suas diferenças, isso tem muito em comum com o que acontece em regiões mais urbanas: o incentivo à vida cristã nas comunidades menores, a boa celebração da Liturgia, a pregação assídua, a formação de agentes de evangelização, a valorização da memória da fé e da vida eclesial, a presença social, o testemunho público da fé e o estímulo à religiosidade popular. A nova evangelização não é uma teoria, nem resulta de especulações acadêmicas: ela é fruto da “conversão pastoral” e de práticas de vida eclesial animadas por intenso zelo e pela “alegria do Evangelho”. E isso vale tanto para a Amazônia, como para as metrópoles, como São Paulo. Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo Artigo publicado no Jornal O São Paulo, Edição 3010 - 8 a 15 de julho de 2014 Comunicações . agosto de 2014 evangelização 409 ofm CONSELHO INTERNACIONAL DA JPIC SE REÚNE EM JACARTA Comunicações . agosto de 2014 FREI WILSON SIMÃO 410 Entre os dias 12 e 17 de junho foi realizado o Encontro Continental da Ásia, em Jakarta, Indonésia, com a participação dos animadores do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) das Conferências da Ordem dos Frades Menores que compõem aquela região da Ásia. Na primeira parte do Encontro, os confrades asiáticos dedicaram seu tempo para partilhar os trabalhos e ações realizadas na área de JPIC em suas respectivas entidades. Outra parte do Encontro foi dedicada ao relatório do Escritório de Roma sobre o trabalho de JPIC nos últimos anos, incluindo o novo documento elaborado pela oficina “Em Construção da Paz e Reconciliação” e o novo documento do Definitório Geral Sobre o Uso Ético dos Recursos Econômicos. No encerramento do encontro, os delegados asiáticos se juntaram aos delegados do Conselho Internacional de JPIC para ouvir uma série de apresentações sobre a realidade da Ásia e também sobre o trabalho realizado na Indonésia pelos Franciscanos. Além disso, ocorreu um diálogo muito interessante e enriquecedor com os representantes do “Franciscans International”, que tem uma cadeira junto à ONU. Este primeiro momento do encontro em Jakarta encerrou-se na tarde do dia 17, com oração e confraternização. No dia 18, uma quarta-feira, tivemos um dia de passeio para conhecer um pouco a capital da Indonésia, um país com 240 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmanos (226 milhões). É o mais populoso do mundo e, por conta disso, Jacarta é caótica em infraestrutura de trânsito e de mobilidade. Conhecemos museus, a grande Mesquita na Capital, que comporta 200 mil pessoas no mês do Ramadã, e a Catedral. No dia 19 tiveram início as atividades do Conselho Internacional de JPIC. É importante ressaltar que estavam presentes todos os animadores das diversas Conferências espalhadas por todo o mundo. Nossa agenda foi bastante cheia: o dia se iniciava sempre com a missa, às 7 horas da manha, e terminava com a oração da tarde, às 18h30. À noite sempre havia um momento de convivência com os confrades, até porque éramos dos quatro cantos deste Planeta. Um momento interessante foram as apresentações dos delegados de cada Conferência que relataram um pouco das realidades e desafios de seus países e, também, das diversas ações e iniciativas das Conferências enquanto Serviço de JPIC. Tivemos uma impressão muito positiva do engajamento de muitos frades, províncias e entidades nas causas e nas questões ligadas às mudanças e às interferências ambientais, tão discutidas em diversos ambientes sociais. Ao longo do encontro foram feitos vários debates e apresentações, estudos de documentos, como, por exemplo, as linhas de ações do JPIC em nível de Ordem e Conferências. Estudamos e refletimos, inclusive, um dos mais recentes materiais da Ordem enviado aos frades, Lineamenta, textos e subsídios que preparam o próximo Capítulo Geral. Entre os temas discutidos, destacamos as questões que envolvem nosso estilo de vida, a questão dos impactos ambientais, a partir da reflexão das ações de mineradoras e a erradicação da pobreza. Foram dias muito bons entre colóquios, estudos e grupos linguísticos. Mas, além das discussões, também vimos in loco as ações neste campo. O grupo foi dividido em dois: um foi conhecer uma escola islâmica e o outro foi conhecer uma escola informal para meninos de rua. Cada uma das realidades nos fez aproximar a discussão realizada no encontro com aquilo que está à nossa volta. Refletir e discutir questões de JPIC só tem sentido quando estamos intimamente ligados ao todo, ao ambiente que nos cerca. Deste encontro saíram deliberações para o Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores em 2015 e o encontro se encerrou com missa solene presidida por Dom Paskalis Syukur, com a presença de toda a Família Franciscana local. ofm NOVA ENCÍCLICA TEM “CONSELHOS” FRANCISCANOS Antes, haverá um pré-sínodo e o Papa estará muito ocupado”, acredita o Ministro Geral, reforçando que “quiçá saia em novembro”, quando se comemora o 35º aniversário da Bula Intersanctos, que declarou São Francisco de Assis “Celeste padroeiro dos cultivadores da ecologia”. Michael Perry lembra que a preo- Comunicações . agosto de 2014 não só cristã, de custodiar”, com consequências danosas. O Ministro Geral da Ordem dos Tais comportamentos de fato Frades Menores, Frei Michael Perry, “empobrecem a Terra de todos, tornando-a mais frágil e colocando em contou em entrevista, no site da Ordem, que os Franciscanos entregarisco o ambiente que as gerações deram ao Papa Francisco o documenpois de nós receberão como heranto “Franciscanos pela Ecologia” para ça, transgredindo assim a qualquer ajudá-lo na sua reflexão tendo em responsabilidade em relação a eles”. vista a nova encíclica que está Olhando para a figura de escrevendo sobre a criação e o São Francisco de Assis, que meio ambiente. Segundo Frei intuiu como “o natural indica Michael, no encontro com os e participa do sobrenatural”, superiores da Ordem Francisos Franciscanos retomam os cana, ainda em março, o Papa ensinamentos dos últimos três Francisco expressou o quanPapas - João Paulo II, Bento to o preocupava a questão do XVI e Francisco - sobre o tema meio ambiente e lhes pediu da ecologia, partindo de João conselhos. Paulo II e de sua mensagem “O Papa Francisco nos repara o Dia Mundial da Paz de velou sua preocupação sobre 1990: Paz com Deus criador, este assunto, e de que a Igreja paz com toda a Criação. “A necessita encontrar o camipartir daquele momento – sunho para responder a esta crise blinha o documento – expressões como ‘vocação ecológica’ ecológica, utilizando o melhor e ‘conversão ecológica’ passada Ciência e contando com ram a fazer parte do vocabulápessoas de boa vontade para se rio católico”. chegar a um acordo entre todos”, revelou o Ministro Geral. Quanto a Bento XVI, os O documento franciscano foi Frei Michael Perry falando aos jovens na JMJ Franciscanos evidenciam publicado por ocasião do Dia como seu ensinamento sobre Mundial da Água e do 35º aniver- cupação com a conservação do meio ecologia “permanece até hoje como sário da proclamação de São Fran- ambiente é uma questão em que to- o mais desenvolvido por um Papa cisco de Assis como “Celeste padro- dos, crentes e não crentes, devem sobre este tema”. Basta citar a Encíeiro dos cultivadores da ecologia” e colaborar. “Francisco também pediu clica Caritas in veritate: “A Igreja tem propõe “um texto sugestivo sobre a conselho a outros especialistas como uma responsabilidade pela Criação e consciência e sobre o compromisso Dom Erwin Kräutle, o bispo de Xin- deve fazer valer esta responsabilidagu, uma zona profundamente afeta- de também em público”, defendenecológico”. “Estive na Amazônia em feverei- da pelo desmatamento”, acrescentou do não somente a terra, a água e o ar ro último. Estive três vezes ali no ano Frei Michael. como dons da criação pertencentes passado e cada vez que vou vejo um Segundo o documento francisca- a todos”, mas sobretudo “protegendo desmatamento maior. Também esti- no, o texto parte de uma premissa: o homem contra a destruição de si ve no Leste do Congo, onde também no passado, eram os homens que mesmo”. (n. 51). há conflitos pelos recursos minerais. temiam a natureza, enquanto nos Por fim, o Papa Francisco “nos E isso tem um impacto no problema últimos dois séculos “a situação deu habituou desde o início a uma ecosocial”, acredita Frei Michael. uma reviravolta”, por causa da “cultu- logia em tempo integral”. Na homilia O Ministro Geral crê que, segun- ra do desperdício, do descartável, da da Missa de início de Pontificado, do fontes vaticanas, a nova encíclica destruição”. “Atitudes que, como nos em 19 de Março de 2013, o Papa saia somente no início de 2015. “Te- recordou o Papa Francisco desde os Bergoglio afirmou que “quando não nho em conta que o Papa, a Igreja primeiros dias de seu Pontificado, cuidamos da Criação e dos irmãos, como um todo, terá em outubro são antes de tudo anti-humanas e então encontra espaço a destruição e o Sínodo sobre a vida em família. traem pela raiz a vocação humana, o coração torna-se árido”. Moacir Beggo 411 ofm Comunicações . agosto de 2014 Os confrades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil acolhem com alegria o Visitador Geral Frei Valmir Ramos, nomeado pelo Ministro Geral em 14 de julho de 2014. Frei Valmir pertence à Custódia do Sagrado Coração de Jesus, com sede em São José do Rio Preto, SP. 412 notícias e informações ANSELM GRÜN NO BRASIL Editora Vozes traz o best-seller em obras de espiritualidade ao Brasil nástico, os 20 empreendimentos econômicos da abadia beneditina de Münsterschwarzach, com seus 300 funcionários e aprendeu a arte da gestão de pessoas a partir da Regra de São Bento e da Bíblia, dos Padres do Deserto e da psicologia moderna. Grün é estimado por muitas pessoas como guia espiritual e está entre os autores cristãos mais lidos da atualidade. Há décadas vem se dedicando a refletir e escrever sobre as questões fundamentais da vida, das relações humanas, dos desafios que convidam a amadurecer e abrir a alma para encontrar sua verdadeira natureza e perceber Deus nas coisas aparentemente simples. Inspira-se na tradição monástica e cristã, e recorre também à psicologia e às demais ciências para ajudar as pessoas a compreender melhor sua vida e diminuir a complexidade dos problemas que a vida moderna nos impõe enfrentar. Tem a habilidade de falar com clareza, e expressar aquilo que muitos não conseguem formular em palavras. O autor irá lançar as seguintes obras: •R econciliar-se com Deus Curando as feridas da alma •O poder da decisão - Na vida, nos relacionamentos, no trabalho e no cotidiano •V inho - Um presente do Céu e da Terra AGENDA DO AUTOR • 0 2 de setembro 2014 (terça-feira) – Rio de Janeiro • 0 3 de setembro 2014 (quarta-feira) – Belo Horizonte • 0 4 de setembro 2014 (quinta-feira) – Brasília • 0 5 de setembro 2014 (sexta-feira) – Fortaleza • 0 6 de setembro 2014 (sábado) – São Paulo • 0 7 de setembro 2014 (domingo) – São Paulo - Retiro das 8 às 14 horas no Espaço Anhanguera, via Anhanguera, Km 25,5 - Jardim Britânia. Mais informações: [email protected]; ou (11) 2081-7944 Comunicações . agosto de 2014 Em setembro, o monge beneditino e autor de várias obras de espiritualidade, Anselm Grün, vem ao Brasil para lançar três de seus mais recentes livros e também ministrar uma série de palestras em diversas capitais do país. Anselm Grün possui mais de 100 livros traduzidos no Brasil, sendo 90 lançados pela Editora Vozes. Suas obras já venderam mais de um milhão de exemplares no país e a cada livro mais e mais pessoas se rendem à sabedoria deste monge. É um autor reconhecido no mundo inteiro por seus inúmeros livros de espiritualidade publicados em 28 línguas. Monge beneditino da Abadia de Münsterschwarzach (Alemanha) une a capacidade ímpar de falar de coisas profundas com simplicidade e expressar com palavras aquilo que as pessoas experimentam em seu coração. Palestrante e conselheiro renomado internacionalmente, tornou-se ícone da espiritualidade e mestre do autoconhecimento. Gerencia, como ecônomo mo- 413 falecimento Frei Lency F. Smaniotto * 18/09/1937 Faleceu na noite do dia 4 de julho, por volta da 19h30, no Hospital da VOT, no Rio de Janeiro, Frei Lency F. Smaniotto. Segundo Frei Ivo Müller, guardião do Convento S. Antônio, Frei Lency estava internado desde o dia 26 de junho, na unidade coronariana. No dia 3 de manhã havia sido transferido para a área clínica do Hospital, mas, às 13h00, foi levado às pressas para o CTI, devido a enfarto. A causa mortis foi uma parada cardiorrespiratória. Por várias vezes, Frei Lency havia sido internado no Hospital São Francisco. Queixava-se de falta de ar, e, nos últimos dias, demonstrava falta de disposição generalizada. Pensava-se no implante de um marca-passo, mas sua limitação física não permitiu. A Missa de corpo presente foi celebrada no dia 5, às 15h00, no Convento Santo Antônio, e em seguida se deu o sepultamento. Comunicações . agosto de 2014 O frade menor 414 (do seu autorretrato) “Temperamento mesclando o sanguíneo e o colérico, com pinceladas de melancólico. De inteligência mediana, mas muito intuitivo, com capacidade de pressentir ou prever acontecimentos. Com certo veio poético e profético... De fácil convivência, aberto e afável, sobretudo atencioso com os pobres. Com um senso de justiça bem aguçado. O status quo me causa sérios conflitos e até um certo divisor de águas entre os que lutam a favor do Reino e os que lutam contra ele... De conversa amigável, misericordioso e de fácil perdão. Brincalhão, às vezes autossuficiente e teimoso, não chegando a ser cabeçudo. Insubordinado às injustiças, sobretudo às sociais, desportista, teatrólogo. Piedoso, de fé inabalável, de um amor apaixonado pelo povo, por causa do rosto desfigurado do Cristo, nele refletido. Sinto-me bastante limitado, faltando em mim muito para completar a Paixão do Cristo, que espero completar com a sua graça, pois assim como o maná sustentou o povo no deserto, assim me sustenta a Eucaristia ao longo da vida, até chegar o Reino definitivo. A Eucaristia é o ápice de + 04/07/2014 minha fé e piedade, sem a qual a minha vida não teria o vigor para seguir a Cristo, caminho, verdade e vida, como São Francisco o fez. Gosto de mim como sou, no esforço constante de superar os meus defeitos e limitações. Mas isto só é possível com a graça de Deus”. Com a alegria, que lhe era característica, Frei Lency possa ser recebido no Reino definitivo que em vida procurou. R.I.P. Frei Walter de Carvalho Júnior Dados pessoais, formação e atividades • Nascimento: 18.09.1937 (76 anos de idade), em Erechim - RS; • Admissão ao Noviciado: 19.12.1960, em Rodeio, SC; • Primeira Profissão: 20.12.1961 (52 anos de Vida Franciscana); • Profissão Solene: 02.02.1965; • Ordenação Presbiteral: 21.12.1966 (47 anos de Sacerdócio); • 1962-1963 – Curitiba – Estudos de Filosofia; • 1964-1967 – P etrópolis – Estudos de Teologia; • 28.01.1968 – Duque de Caxias – pastoral; • 23.12.1971 – Concórdia – vigário paroquial; • 03.03.1975 – V ila Velha - paróquia – vigário paroquial; • 21.12.1976 – V ila Velha – paróquia – guardião e pároco; • 11.03.1982 – S ão Paulo – São Francisco – Pastoral da periferia (CEBs) – morando na Vila Morro Grande, e na Brasilândia; • 1988 – P eríodo sabático na Nicarágua – movimentos populares; • 07.11.2003 – S ão Paulo – Pari – vigário paroquial; • 01.02.2007 – S ão Sebastião – vigário paroquial (permaneceu no Convento S. Francisco, em São Paulo até 13.03.2008); • 11.10.2008 – R io de Janeiro – Santo Antônio – tratamento de saúde falecimento frade idealista e ao lado dos pobres Frei Lency dando a bênção durante a Trezena de Santo Antônio tes e emocionadas com a morte do Frei Lency. Na partilha depois do Evangelho, houve muita emoção, alguns não conseguiram terminar a fala por causa das lágrimas, entre eles o Valdemar Boff. Ressaltou-se o idealismo do Frei Lency, suas lutas em favor dos pobres, o que o levou uma vez à prisão e a receber a visita do general Newton Cruz. Por outro lado, frisou-se a pessoa alegre que ele era, mantendo a calma mesmo em situações compli- cadas. Frei Guido Scottini iniciou a reflexão e fez a encomendação e a bênção da sepultura. Durante as orações no cemitério, passou um jato, deixando um risco branco no céu azul. Frei Alamiro enfatizou que Lency havia sido um poeta e sonhador, e que os céus deram a ele um presente no momento do seu enterro. Todos aplaudiram o Lency. Um abraço. Frei Evaristo Spengler Comunicações . agosto de 2014 O Definidor Frei Evaristo Spengler deu o seguinte depoimento após o sepultamento de Frei Lency: Caros confrades, No sábado fui à missa de corpo presente e sepultamento do Frei Lency, no Convento Santo Antônio. Em telefonema, Frei Ivo me pediu para presidir a celebração, mas eu disse que achava melhor que ele, guardião do Convento Santo Antônio, presidisse. Assim ficou combinado. Pouco antes da missa, ele voltou a pedir que eu presidisse, então assim foi feito. Não havia muita gente na igreja, menos da metade dos bancos estavam ocupados. Éramos 22 frades: Clauzemir (Rocinha), Carlos K. (Niterói), Plínio e Neylor (Nilópolis), Colossi e Tatá (São João), César, Almir, Edrian, Piva e Vitório (Petrópolis), Alamiro (Paty), eu (Imbariê), David (São Paulo), Ivo, Guido, Reinaldo, Antônio Nader, Tatá, Geraldo H. e Sérgio (Santo Antônio). James Girardi havia passado mais cedo. Três presentes eram da sua turma de estudos: dois frades - Alamiro e Guido -, e um leigo, Valdemar Boff. Não chegou ninguém da família. Frei Ivo conseguiu avisar a um sobrinho do Mato Grosso e outro do Sul. Eles querem vir à missa de sétimo dia, mas estavam impossibilitados de viajar a tempo de chegar para o enterro. Havia também representantes do Sindicato dos Petroleiros, pois Lency estava ligado às suas lutas. Um advogado chamado André relatou as lutas do Lency junto aos índios do Maracanã, onde ele chegou a dormir algumas noites para evitar a expulsão deles; relatou também sua luta junto aos sem-teto, entre outras. Havia ainda outras pessoas que frequentam as missas no convento, algumas muito tris- 415 AGENDA 2014 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (*) As alterações e acréscimos estão sublinhados Agosto 11 a 15 18 18 18 18 a 22 19 a 24 25 25 a 29 Retiro e Reunião do Definitório Provincial (Rio de Janeiro); Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Guaratinguetá - Postulantado); Encontro do Regional de São Paulo (Bragança Paulista); Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha); Encontro dos Ecônomos da CFMB (Campo Grande - MS); Missões Franciscanas (PVF/SAV) (Amparo); Encontro do Regional de Curitiba (São Boaventura); Reunião da CFMB (Cuiabá); Setembro 01 Encontro de Formadores (Ituporanga); 01 Encontro do Regional de Agudos (Bauru); 01 e 02 Encontro do Regional do Contestado; 01 e 02 Encontro do Regional do Leste Catarinense (Angelina); 02 e 03 Reunião do Conselho do Secretariado para a Formação e os Estudos (Rodeio); 05 e 06 Encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense (ITF); 08 Encontro do Regional de Pato Branco; 08 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Blumenau); 08 a 19 Tempo Forte do Definitório Geral; 10 a 25 Experiência Under Ten (Jacareacanga - PA); 15 a 16 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Curitibanos); 23 a 25 Capítulo das Esteiras (Agudos); 23 a 25 Jubileus (Capítulo das Esteiras); 24 a 27 Visita do Ministro Geral a Província da Imaculada; outubro 09 Reunião do Conselho Gestor da Província (Sede Provincial); 13 e 14 Encontro Provincial da Frente de Evangelização da Comunicação (Rondinha); 14 a 16 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); 18 a 19 Ordenação Presbiteral e Primeira Missa de Frei Marcos Prado (São Lourenço - MG); 20 a 24 Retiro no Eremitério (Rodeio); 21 a 24 Curso de Franciscanismo (Rondinha); novembro 03 a 15 Tempo Forte do Definitório Geral; 04 a 09 Missões Franciscanas (PVF/SAV) (Niterói); 06 Encontro do Regional do Vale do Paraíba (Recreativo); 10 a 11 Encontro do Regional do Leste Catarinense Recreativo (Forquilhinha); 12 e 13 13 a 16 14 a 16 17 17 e 18 20 a 23 24 24 e 25 24 a 28 25 a 27 29 e 30 Encontro do Regional de Pato Branco (recreativo); Encontro Vocacional em Guaratinguetá; Encontro dos Irmãos Leigos; Encontro do Regional do Vale do Itajaí Recreativo (Gaspar); Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí - Recreativo (Piratuba); Encontro Vocacional em Ituporanga; Encontro do Regional de Agudos - Recreativo; Reunião do Conselho do Secretariado da Evangelização; Retiro no Eremitério (Rodeio); Reunião do Definitório Provincial (São Paulo); Ordenação Presbiteral e Primeira Missa de Frei Paulijacson Pessoa de Moura (São Miguel RN); dezembro 01 Encontro do Regional do Espírito Santo (Recreativo); 01 Encontro do Regional de Curitiba (Recreativo Caiobá); 01 Encontro do Regional de São Paulo (Recreativo - Guarujá); 01 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense - Recreativo; 01 e 02 Encontro do Regional do Contestado (recreativo); 07 Profissões Solenes (Petrópolis); 08 Encontro do Regional da Baixada e Serra Fluminense (Taquara); 15 a 19 Tempo Forte do Definitório Geral; 2015 JANEIRO 22 a 25 Missões Franciscanas da Juventude (Concórdia) Março 09 a 21 1ª etapa do curso de formadores Serfe - CFMB (Petrópolis) Maio 10 a 07 Capítulo Geral (Assis) junho 29 a 11 2ª etapa do curso de formadores Serfe - CFMB (Petrópolis) Julho 16 a 19 II Encontro Nacional de Jovens da CFMB 22 a 26 Encontro SIFEM/JPIC (Bacabal - MA) 2016 janeiro 18 a 26 Capítulo Provincial