Tese - programa de pós-graduação em fisiocirurgia
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Tese - programa de pós-graduação em fisiocirurgia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro Biomédico Faculdade de Ciências Médicas José Horácio Costa Aboudib Júnior Perfil das pacientes submetidas a gluteoplastia Rio de Janeiro 2014 José Horácio Costa Aboudib Júnior Perfil das pacientes submetidas a gluteoplastia Tese apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. Orientador: Prof. Dr. Francisco José Barcellos Sampaio Rio de Janeiro 2014 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CB-A A155 . ABOUDIB JÚNIOR, José Horácio Costa. Perfil das pacientes submetidas a gluteoplastia / José Horácio Costa Aboudib Júnior. – 2014. 126 f. Orientador: Francisco José Barcellos Sampaio Tese (Doutorado) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Ciências Médicas. Pós-graduação em Fisiopatologia Clínica e Ciências Cirúrgicas 1. Epidemiologia – Teses. 2. Prótese – Teses. 3. Implante de Prótese. I. Sampaio, Francisco José Barcellos. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Ciências Médicas. III Título. CDU 617-089.844 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese desde que citada a fonte. _____________________________________________ Assinatura _____________________ Data José Horácio Costa Aboudib Júnior Perfil das pacientes submetidas a gluteoplastia Tese apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. Aprovada em 13 de agosto de 2014. Orientador: ______________________________________________ Prof. Dr. Francisco José Barcellos Sampaio Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Banca Examinadora: Prof. Dr. Ruy Garcia Marques Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Prof. Dr. Luciano Alves Favorito Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Prof. Dr. Marco Aurélio Passos Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Prof. Dr. Marco A. Pereira-Sampaio Universidade Federal Fluminense Prof. Dr. Marcelo Abidu-Figueiredo Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2014 DEDICATÓRIA Dedico à minha mulher Ângela e aos meus filhos Tatiana, Felipe, Paula e Guilherme, de cujo amor retirei forças para este desafio. AGRADECIMENTOS Ao professor Dr. Francisco Sampaio, meu orientador, amigo, exemplo de Professor, além de grande estimulador a este trabalho. Ao Dr. Fernando Serra, meu querido ex-aluno, amigo e constante parceiro na vida acadêmica. Ao professor Dr. Cláudio Cardoso de Castro, amigo e companheiro constante, de toda uma vida. A Dra. Carla Braga Mano Gallo pela formatação da tese. Ao Serviço de Radiologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pela colaboração a este trabalho. Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que nem uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes. Jacob Riis RESUMO ABOUDIB JUNIOR, José Horácio Costa. Perfil das pacientes submetidas a gluteoplastia. 2014. 126f. Tese (Doutorado em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Durante nossas frequentes apresentações em cursos, congressos e jornadas e mesmo em nossas publicações, existiam constantes perguntas sobre o perfil dessas pacientes. O crescente interesse da mídia e das pacientes a este respeito e também a crescente procura pela cirurgia nos estimulou a realizar este trabalho. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) e da American Society of Plastic Surgery (ASPS), referem que 20.000 pacientes foram submetidas a esta cirurgia. Em 2012, 40.000 pares de implantes glúteos foram produzidos. Existe um crescimento da cirurgia de 20% nos últimos três anos e no Brasil houve aumento de 42% em 2011. Esta tese tem como objetivo estabelecer o perfil epidermiologico das pacientes que se submetem a gluteoplastia de aumento utilizando implantes de silicone, avaliar o grau de satisfação com resultado e a correlação deste com o volume dos implantes utilizados. Cinquenta pacientes responderam a um questionário e foram examinadas pelo cirurgião e outro médico. Outras 37 pacientes foram avaliadas prospectivamente com tomografia computadorizada e volumetria, avaliação de resultado por oito cirurgiões plásticos, medidas antropométricas e correlação destas variáveis. A análise destes dados evidenciou tratar-se de cirurgia com baixo índice de complicação e alto índice de satisfação com resultado (96%). A maior procura foi por pacientes brancas (62%) e pardas (34%). Não percebemos relação de profissão ou nível socioeconômico com a procura pela cirurgia. Observou-se um alto número de pacientes que referiram naturalidade do resultado, sendo que em 94% dos casos, ninguém notou que a paciente havia se submetido à cirurgia, sem que a própria desse esta informação. As queixas, quando existiram, 4% foram referentes a terem achado as próteses pequenas. O tempo de recuperação da maioria (60%) para atividades normais foi de até 45 dias. Houve grande influência positiva na vida sexual e afetiva das pacientes que se submeteram a esta cirurgia. A correlação entre o volume dos implantes utilizados e das medidas antropométricas com o resultado estético da operação não demonstrou significância estatística. Conclui-se que as pacientes que desejam a gluteoplastia são predominantemente brancas e na quarta década de vida. A operação alcança altos índices de satisfação e o volume dos implantes apresenta correlação positiva com a renda mensal, a idade e a satisfação das pacientes, porém com maior tempo de recuperação. Quando o resultado é avaliado por cirurgiões plásticos, este não apresenta correlação com o volume dos implantes ou com as medidas antropométricas das pacientes. Palavras-chave: Prótese. Glúteo. Gluteoplastia de aumento. ABSTRACT ABOUDIB JUNIOR, José Horácio Costa. Profile of patients undergoing gluteoplasty. 2014. 126f. Tese (Doutorado em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. This thesis aims to define the profile of patients undergoing gluteoplasty augmentation using silicone implants, as well as satisfaction with outcome. During our frequent presentations in courses, conferences and seminars and ever in our publications, there were constant questions about the profile of these patients. The growing interest of the media and the patients in this regard and also the increasing deman for surgery has encouraged us to undertake this work. According to the Brazilian Society of Plastic Surgery (SBCP) and ASPS American Society of Plastic Surgery (ASPS), reported that 200.000 patients underwent this surgery. In 2012, 40.000 pairs of buttocks implants were produced. There is a growth 20% of the surgery in the last three years and in Brazil incresead by 42% in 2011. Fifty patients completed a questionnaire and were examined by the surgeon and another doctor. Another 37 patients were prospectively evaluated with computed tomography and 3D gluteal reconstruction. The aesthetic result was evaluated by eight plastic surgeons and correlated with anthropometric measurements and volume of implants. Analysis of these data showed that it was surgery with low complication rate and high rate of satisfaction with outcome (96%). The greatest demand was for white patients (62%) and mixed (34%). We do not perceive ratio profession or socioeconomic status with the demand for surgery. We observed a high number of patients who reported naturalness of the result, and in 94% of cases, no one noticed that the patient had undergone surgery, without itself of this information. The complaints when existed 4% were found relating to prostheses small size. The recovery time of the majority (60%) to normal activities was 45 days. There was a great positive influence on sexual and affective life of patients who have undergone this surgery. The correlation between the volume of implants used and anthropometric measures with the cosmetic result of the operation was not statistically significant. We conclude that patients who desire gluteoplasty are predominantly white and in the fourth decade of life. The operation achieves high satisfaction and volume of implant is positively correlated with the monthly income, age, and patient satisfaction, but bigger implants have longer recovery time. When the results are evaluated by plastic surgeons, this shows no correlation with the volume of implants or anthropometric measurements of patients. Keywords: Prosthesis. Gluteus. Augmentation gluteoplasty. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Registros artísticos da valorização glútea ao longo da história ............... 13 Figura 2 – Profundidade de dissecção intramuscular entre 2 e 2,5cm....................... 16 Figura 3 – Limites para dissecção intramuscular....................................................... 17 Figura 4 – Nervo isquiático....................................................................................... 18 Figura 5 – Simulação de cirurgia em cadáver fresco................................................. 19 Figura 6 – Cobertura do implante.............................................................................. 20 Figura 7 – Relação entre retalho muscular, prótese e nervo isquiático..................... 21 Figura 8 – Tomografia computadorizada evidenciado o adequado posicionamento do implante............................................................................................... 22 Gráfico 1 – Peso corporal de pacientes submetidas a gluteoplastia de aumento......... 28 Tabela 1 – Padrão étnico............................................................................................ 29 Gráfico 2 – Representatividade da motivação de pacientes para cirurgia de gluteoplastia de aumento.......................................................................... Gráfico 3 – Representatividade da profissão de pacientes para cirurgia de gluteoplastia de aumento.......................................................................... Gráfico 4 – 31 Representatividade do estado conjugal antes e depois de pacientes para cirurgia de gluteoplastia de aumento........................................................ Gráfico 6 – 30 Representatividade da renda mensal em Reais das pacientes submetidas a cirurgia de gluteoplastia de aumento no HUPE................. Gráfico 5 – 29 32 Alterações na vida pessoal após a cirurgia de gluteoplastia de aumento.................................................................................................... 33 Tabela 2 – Volume dos implantes.............................................................................. 34 Gráfico 7 – Representatividade das notas atribuídas para cirurgia de gluteoplastia de aumento............................................................................................... Gráfico 8 – Representatividade do tempo de recuperação de pacientes para cirurgia de gluteoplastia de aumento..................................................................... Gráfico 9 – 35 36 Representatividade do tipo de procedimento cirúrgico realizado anteriormente pelas pacientes do grupo de gluteoplastia de aumento...... 37 Gráfico 10– Análises correlacionais a partir dos volumes das próteses....................... 38 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS a.C. Antes de Cristo d.C. Depois de Cristo RCQ Relação métrica entre as circunferências da cintura e do quadril HUPE Hospital Universitário Pedro Ernesto SBCP Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica IMC Índice de massa corporal . LISTA DE SÍMBOLOS 3D Três Dimensões ® Marca registrada Kg/m2 Quilograma por metro quadrado SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12 1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 24 2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 25 3 PACIENTES E MÉTODOS................................................................................. 26 3.1 Comitê de Ética...................................................................................................... 26 3.2 Seleção de Amostras.............................................................................................. 26 3.3 Tomografia Computadorizada ........................................................................... 27 3.4 Análise Estatística................................................................................................ 27 4 RESULTADOS..................................................................................................... 28 5 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 41 CONCLUSÃO....................................................................................................... 47 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 48 APÊNDICE – Questionário............................................................................... 52 ANEXO A – Comitê de Ética em Pesquisa............................................................ 53 ANEXO B – Medidas antropométricas e volume dos implantes............................ 54 ANEXO C – Artigos publicados ............................................................................ 56 12 INTRODUÇÃO O grupamento muscular glúteo é especialmente desenvolvido em nossa espécie, o homo sapiens. A hipertrofia da musculatura glútea, desenvolvida ao longo da evolução da espécie humana associado a alterações ósseas da pelve e membros inferiores, permitiu a adoção da postura bípede. O desenvolvimento evolutivo da musculatura glútea e mudança da postura quadrúpede para bípede compartilhou do grande desenvolvimento cerebral e capacidade mental, dando início a introspecção, raciocínio abstrato e desenvolvimento cultural com a valorização da estética e beleza (Morimoto et al., 2012). O interesse pelo corpo humano, sobretudo pela a forma feminina, pode ser estudada através das manifestações artísticas ao longo do tempo. Estas representações estão presentes na forma de esculturas desde o início de nossa civilização, sendo a mais antiga conhecida, a Vênus Hohle Fels de 40.000 a.C. que apresenta grandes mamas e vulva bem marcada, porém nádegas com pouca projeção. Situação semelhante, iremos observar na Vênus de Willendorf, mesmo um dos grandes símbolos da beleza feminina, Vênus de Milo, esconde as nádegas com suas vestes. A revisão histórica baseada em esculturas de diferentes períodos revela o interesse crescente pela região glútea ao longo da evolução da humanidade sendo a Afrodite Calipigia 200 d.C. o primeiro registro artístico de valorização estética da região glútea associando volume e projeção em padrões semelhantes aos atuais (Cuenca-Guerra e Quezada, 2004; de la Peña et al., 2006) (Figura 1, a seguir). A etnia também é um fator determinante na forma, projeção e volume das nádegas, apresentando diferentes padrões de hipertrofia muscular e deposição de gordura nesta região anatômica. Nádegas hipertróficas e de grande volume são observadas em indivíduos afrodescendentes em contraste com a hipotrofia muscular e rarefação de gordura observada nos orientais e indígenas. Mulheres orientais apresentam o músculo glúteo máximo mais delgado e consequentemente os ramos do nervo glúteo inferior e das artérias glúteas superior e inferior percorrem um trajeto mais superficial no interior do músculo. Estas características impõem limitações para o aumento da região, pois os implantes utilizados também deverão ser de menores dimensões e volume (Hwang et al., 2009). 13 Figura 1 – Registros artísticos da valorização glútea ao longo da história A B C D Legenda: A) Vênus Hohle Fels 40.000 a.C.; B) Vênus Willendorf 24.000 a.C.; C) Vênus de Milo 326-143 a.C.; D) Afrodite Calipigia 200 d.C. As nádegas têm recebido muita atenção da mídia nos últimos anos, produzindo um aumento da procura por procedimentos cirúrgicos. Isto se deve ao fato da melhor avaliação do contorno posterior, e aprimoramento técnico das gluteoplastias após o surgimento da técnica intramuscular em 1996 (Vergara e Marcos, 1996). O contorno das nádegas é definido principalmente pelo músculo glúteo máximo localizado na região posterior da pelve óssea sendo limitada por uma linha imaginária ao nível do ponto mais elevado das cristas ilíacas até o sulco infraglúteo. Esta região anatômica possui função secundária, de cunho sexual como zona erógena, representando na antiguidade, um 14 símbolo de fertilidade e atualmente destaca-se como um dos principais responsáveis pela beleza corporal feminina. Mulheres com maior volume de nádegas despertam maior atração e desejo sexual. A relação métrica entre as circunferências da cintura e do quadril (RCQ) mostrou-se como importante fator na seleção da parceira, sendo este um aspecto evolutivo inconsciente do sexo masculino na busca de mulheres que apresentem maior facilidade de procriação, levando adiante o patrimônio genético individual (Singh, 2006). O aumento da região glútea melhorando a harmonia do contorno posterior e da relação cintura-quadril confere ao corpo maior atração para com o sexo oposto, o que tem levado ao aumento da procura pela gluteoplastia de aumento com utilização de implantes de silicone (Serra et al., 2010). A gluteoplastia de aumento é um dos procedimentos de maior crescimento na cirurgia plástica atualmente (Mofid et al., 2013). Diversas técnicas podem ser utilizadas para remodelagem glútea como a utilização de tecidos autólogos na forma de retalhos dermogordurosos e musculares, enxertos de gordura ou próteses, representadas pelos implantes glúteos em gel de silicone de alta coesividade de base redonda ou oval. Técnicas autólogas podem ser combinadas com a utilização de implantes (Aboudib et al., 2012; Centeno, 2006; Gonzalez, 2004; Nicareta et al., 2011; Raposo-Amaral et al., 2006; Roberts, 2003). A plástica de glúteos é realizada com finalidade reparadora em casos de defeitos congênitos ou adquiridos (sequela de poliomielite, atrofia glútea idiopática, retrações cicatriciais, acidentes etc). A gluteoplastia de aumento com finalidade estética pode ser utilizada para aumento volumétrico e melhor definição do contorno posterior, assim como tratamento de flacidez leve e atrofia dos tecidos próprios do processo de envelhecimento (Cuenca-Guerra e Quezada, 2004; Gonzalez, 2006). A comparação entre as técnicas disponíveis para aumento da região demonstra que os implantes glúteos proporcionam remodelagem e aumento efetivos das nádegas, nem sempre obtidos por outros métodos. A previsibilidade de volume garantida pelos implantes gera grande satisfação das pacientes, nem sempre conseguida com enxerto de gordura que possui diferentes taxas de reabsorção com grande variação individual (Azevedo et al., 2012; Carpaneda, 1994). Os primeiros trabalhos sobre aumento glúteo com implantes foram realizados por cirurgiões plásticos no México, Argentina e Estados Unidos, suas inovações técnicas foram o início para o desenvolvimento de melhores implantes e resultados estéticos mais reprodutíveis (Bartels et al., 1969; Cocke e Ricketson, 1973; González-Ulloa., 1991; Robles et al., 1984; Vergara e Marcos, 1996). 15 O uso de implantes para aumentar a região glútea acrescentou mais opções para tratamento de hipotrofias moderadas e acentuadas dessa região. Técnicas atuais, com a obtenção de melhores resultados e diminuição considerável das complicações, tornaram essa conduta cirúrgica opção satisfatória para melhorar o contorno corporal (Aboudib et al., 2012; Gonzalez e Mauad, 2012; Mendieta, 2006b; Serra et al., 2012). Frequentemente, as pacientes manifestam dificuldade para obtenção de hipertrofia do grupamento glúteo através da prática de exercícios. O músculo glúteo máximo apresenta baixa resposta hipertrófica quando comparado com os demais músculos estriados esqueléticos e o exercício localizado pode ainda diminuir o volume das nádegas pela redução do tecido adiposo na região (Lee et al., 2009). Bases Anatômicas As primeiras cirurgias para gluteoplastia de aumento utilizavam a dissecção subcutânea para o posicionamento dos implantes (Bartels et al., 1969; Cocke e Ricketson, 1973; González-Ulloa, 1991). Neste plano anatômico, os implantes não tinham suporte adequado e apresentaram diversas complicações como ptose, contratura capsular, assimetria, seromas e extrusão, fazendo desta uma técnica proscrita nos dias atuais. A via submuscular, aonde os implantes são posicionados abaixo do músculo glúteo máximo (Robles et al., 1984) apresentou grande evolução durante a década de oitenta, evitando ptose, contratura e extrusão, porém ainda apresentava algumas limitações como maior possibilidade de injúrias ao nervo isquiático durante a dissecção e a necessidade de posicionamento dos implantes apenas na metade cranial do glúteo para evitar o contato direto com o nervo e compressão nervosa pelos implantes, o que na maioria dos casos compromete a naturalidade dos resultados. A técnica subfascial (de la Peña, 2004) descrita como uma alternativa para o posicionamento dos implantes não se mostrou eficaz dado a pouca espessura da fáscia do músculo glúteo máximo, sobretudo em sua porção central. Esta se rompe com facilidade fazendo com que as próteses inseridas neste plano anatômico evoluam em longo prazo com maior índice de complicações de forma semelhante aquelas introduzidas no tecido celular subcutâneo (Flores-Lima et al., 2013). Vergara e Marcos (1996) publicaram a dissecção no plano intramuscular, ficando a prótese totalmente contida pelo músculo glúteo máximo. Tal dissecção surgiu de um erro 16 técnico ao tentar a dissecção subfascial, e constatado o erro, evidenciou também que os implantes no interior do músculo não apresentavam risco de compressão do nervo isquiático, não sofriam ptose ou extrusão, assim como produziram resultados naturais decorrentes da cobertura dos implantes pelo músculo. A descrição do novo plano de introdução dos implantes abriu novos caminhos para a cirurgia de aumento glúteo, porém não definiu os padrões técnicos de dissecção para realização de uma loja intramuscular. Através de dissecções em cadáveres frescos, estabelecemos como via de acesso a divulsão das fibras do músculo glúteo sem a necessidade de incisão das mesmas, definindo um plano de descolamento de 2 a 2,5cm de profundidade (Figura 2), iniciando então o descolamento das fibras musculares com instrumento rombo. Figura 2 - Profundidade de dissecção intramuscular entre 2 e 2,5cm Nota: Dissecção intramuscular romba, sem incisão direta das fibras musculares. Os limites para a dissecção intramuscular são superiormente a origem muscular na crista ilíaca, lateralmente sua inserção no tracto íliotibial da fascia lata, medialmente o osso 17 sacro e inferiormente o sulco glúteo inferior aonde a dissecção será de acordo com as medidas dos implantes (Figura 3). Figura 3 - Limites para dissecção intramuscular A B Legenda: A) tracto iliotibial, limite lateral da dissecção; B) Crista ilíaca, limite superior da dissecção. Respeitando-se os limites estabelecidos para a dissecção intramuscular os implantes estarão cobertos por um coxim muscular de cerca de 2cm de espessura. Profundamente aos 18 implantes haverá entre 2 e 3cm de músculo glúteo máximo que será responsável pela proteção do nervo isquiático. Os implantes devem ser posicionados, portanto, em 40 a 50% da profundidade total da musculatura. Ramos vasculares e nervosos mais calibrosos que 0,3mm possuem trajetória a partir de 70% de profundidade muscular, portanto, a dissecção para gluteoplastia intramuscular não oferece risco de lesão dos mesmos (Figura 4). Figura 4 – Nervo isquiático Legenda: Camada muscular de 2 a 3cm protegendo o nervo isquiático. Em simulações de cirurgia em cadáver fresco realizadas respeitando os parâmetros citados (Figura 5, legenda A), introduzimos próteses de volume e formas diferentes com finalidade de comparação dos descolamentos e estudo do músculo em diferentes situações clinicamente possíveis. 19 Figura 5 - Simulação de cirurgia em cadáver fresco Legenda: A) Área a ser deslocada; B) Introdução da prótese. Ao elevar o retalho dermogorduroso e expor o músculo glúteo, observamos que o músculo está integro, cobrindo e contendo as próteses de silicone em seu interior (Figura 6). 20 Figura 6 - Cobertura do implante A B Legenda: A) retalho cutânea; B) retalho muscular. Após dissecção do retalho muscular (Figura 7A) observaremos a prótese na posição adequada e ao retirá-la podemos observar a presença de 2 a 3 cm de músculo glúteo na profundidade, cobrindo e protegendo o nervo isquiático (Figura 7B). 21 Figura 7 - Relação entre retalho muscular, prótese e nervo isquiático A B Legenda: A) posicionamento do implante; B) proteção do nervo após a retirada do implante. Uma vez estabelecido os parâmetros anatômicos iniciamos a realização das operações e seguimento dos pacientes (Aboudib et al., 2012; Serra et al., 2010, 2012). 22 Na avaliação pós-operatória as pacientes foram submetidas a tomografia computadorizada com reconstrução 3D após 3, 6 e 12 meses da operação, tendo os autores concluído que os implantes permaneciam estáveis e contidos pelo músculo glúteo máximo, assim como o nervo isquiático permanecia sem contato com os implantes durante o período estudado (Serra et al., 2013) (Figura 8). Figura 8 - Tomografia computadorizada evidenciando o adequado posicionamento do implante Legenda: Esquerda-pré-operatório; direita- pós-operatório de 12 meses. 23 Após a comprovação de que a técnica intramuscular é segura, a cirurgia torna-se anualmente mais frequente, no Brasil e em outros países como Alemanha e Estados Unidos (Aboudib et al., 2012; Gohla e Serra, 2012; Mofid et al., 2013). 24 1 JUSTIFICATIVA Atualmente, apesar de ser uma operação frequente na cirurgia plástica, inexistem quaisquer estudos a respeito do perfil das pacientes que solicitam esta operação. Durante nossas frequentes apresentações e discussões deste tema em nossas Jornadas, Cursos e Congressos e mesmo em nossas publicações (Aboudib et al., 2012; Serra et al., 2010, 2012, 2013), persiste o questionamento a respeito das características das pacientes que procuram por este procedimento cirúrgico, assim como o comportamento no pós-operatório e nível de satisfação com a operação proposta. 25 2 OBJETIVOS Estabelecer um perfil das pacientes que se submetem a cirurgia de gluteoplastia de aumento e avaliação da satisfação com o resultado. Correlacionar o resultado estético com o volume dos implantes utilizados. 26 3 PACIENTES E MÉTODOS 3.1 Comitê de Ética O estudo foi realizado no serviço de cirurgia plástica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sendo aprovado pelo Comitê de Ética desse hospital sob Parecer nº 91.780 (ANEXO A). 3.2 Seleção da Amostra Foram estudadas e examinadas 50 primeiras pacientes que responderam ao nosso chamado em um universo de 122 pacientes submetidas a gluteoplastia de aumento primária com implantes no Hospital Universitário Pedro Ernesto. As pacientes selecionadas retornaram ao HUPE para avaliação através de exame físico e responderam ao questionário (APÊNDICE). Todas tinham mais de um ano de pós-operatório. As pacientes foram examinadas pelo cirurgião e por outro médico da equipe, que atribuíram notas de 0 a 5 ao resultado, assim como a própria paciente e outra pessoa leiga do seu relacionamento pessoal, nunca sendo esta pessoa seu marido ou parceiro. Foram avaliadas prospectivamente 37 pacientes submetidas gluteoplastia de aumento com implantes, aonde foi realizado tomografia com reconstrução 3D e volumetria. As mesmas foram avaliadas após 12 meses da operação por oito cirurgiões plásticos, especialistas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), utilizando escala analógica visual para atribuição de nota para o resultado. Esta nota foi correlacionada com as seguintes variáveis: a) volume do implante - Unidade mililitro (ml); b) relação volume do implante / volume muscular - %; c) índice de massa corporal (IMC) – obtido com a aplicação da fórmula: MASSA / ALTURA2; d) unidade – Kg/m2; 27 e) relação entre a circunferência da cintura (aferida com fita flexível e inelástica ao redor da cintura no ponto de menor medida situado entre as costelas e a crista ilíaca, mantendo a fita justa, sem comprimir os tecidos. Unidade – centímetros); f) circunferência do quadril - (aferida com fita flexível e inelástica ao redor do quadril próximo ao púbis no ponto de maior medida, mantendo a fita justa, sem comprimir os tecidos. Unidade – centímetros). 3.3 Tomografia Computadorizada Os exames de tomografia foram realizados no Setor de Radiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em tomógrafo G.E. Hi speed® (General Eletric, Milwaukee, WIUSA, 1999), com aquisição helicoidal e cortes de 3 mm. A reconstrução em três dimensões (3D) e volumetria muscular foram realizados no software Extended brilliance workspace (V3.5.0 2250, 12-Apr-2007, Philips Medical Systems – Netherland), que permite o isolamento do músculo por meio da diferença de densidade dos tecidos. 3.4 Análise Estatística O teste de Kolmorogov-Smirnov foi utilizado para avaliar a normalidade das distribuições das variáveis. Os dados de peso corporal foram apresentados como média desvio padrão, sendo a significância estatística determinada pelo teste-t para os dados de distribuição normal e os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney para dos dados de distribuição não normal. O nível de significância estabelecido foi de 0,05. As análises foram realizadas nos softwares Microsoft Office Excel 2007 e GraphPad Prism V 5.0c. 28 4 RESULTADOS A idade das pacientes variou de 23 a 57 anos de idade (média = 36 ± 8,35). Em relação ao peso das pacientes não houve diferença na comparação entre os períodos pré e pós-operatório (Pré-Op = 57,07 ± 5,65Kg; Pós-Op = 57,98 ± 5,81Kg) (Gráfico 1). Gráfico 1 - Peso corporal de pacientes submetidas a gluteoplastia de aumento Peso Corporal (Kg) 80 a a Pré-Op Pós-Op 60 40 20 0 Legenda: Valores expressos como média e desvio padrão (p = 0,5). O padrão étnico foi autoatribuído pelas pacientes. Mulheres brancas solicitaram o aumento da região glútea mais frequentemente quando comparadas com os demais (Tabela 1). 29 Tabela 1- Padrão étnico Raça (autoatribuída) Branca Negra Parda Pacientes 31 (62%) 2 (4%) 17 (34%) Fonte: O autor, 2014. A motivação para realização do procedimento cirúrgico apresentou foi justificada de maneira variável pelas pacientes. Neste quesito, as pacientes tiveram liberdade para manifestar suas queixas com a região glútea, o corpo ou demais fatores para realização da operação plástica (Gráfico 2). Gráfico 2 - Representatividade da motivação de pacientes para operação de gluteoplastia de aumento 30 Quanto à profissão das pacientes (Gráfico 3), constatamos uma ampla distribuição, não havendo concentração em alguma área ou profissão especifica. Gráfico 3 - Representatividade da profissão de pacientes para operação de gluteoplastia de aumento 6 5 4 4 3 Técnica de Saúde Bucal Motorista 1 Técnica de Enfremagem Modelo Fotográfica 1 Secretária 1 Propagandista 1 Professora 1 Historiadora Esteticista 1 Funcionária Pública 1 2 Fisioterapeuta 1 Enferemeira Empresária 1 2 Dona de Casa 1 Designer 1 Dentista Comerciante Cabelereira 1 Advogada Analista de Sistemas Administradora 1 Decoradora 2 Corretora de Imóveis 2 Estudante 3 4 A avaliação da renda mensal das pacientes submetidas à operação apresentou concentração das mesmas na faixa de renda abaixo de R$ 3.000,00 (Gráfico 4). 31 Gráfico 4 - Representatividade da renda mensal em Reais das pacientes submetidas a operação de gluteoplastia de aumento no HUPE 18 17 16 Pacientes 14 12 12 10 8 6 5 4 5 4 4 3 2 0 0 ≤ 2000 2000 2999 3000 3999 4000 4999 5000 5999 6000 6999 7000 14999 Acima de 15000 O item referente a estado conjugal (avaliou a existência de parceiro fixo, sem referência específica a situação civil) percebeu uma redução das solteiras e divorciadas, com consequente aumento das casadas (Gráfico 5). Sete pacientes relataram a mudança de parceiro com o início de relacionamento estável após a operação. Quinze referiram especificamente melhora na relação conjugal. Estão classificadas como solteiras as que nunca tiveram uma relação estável e como divorciadas as que tiveram, mas não no momento do estudo. 32 Gráfico 5 - Representatividade do estado conjugal antes e depois de pacientes para operação de gluteoplastia de aumento Antes da Cirurgia Depois da Cirurgia 32 27 16 9 7 7 2 0 Solteira Casada Divorciada Mudou de Companheiro Após a operação cirúrgica as pacientes foram questionadas com relação às alterações em suas vidas pessoais como possíveis consequências da operação de aumento de glúteos. A maior parte das pacientes relatou melhora na qualidade de vida por motivos distintos, uma paciente não refere mudança (Gráfico 6). 33 Gráfico 6 - Alterações na vida pessoal após a operação de gluteoplastia de aumento Satisfação Mudou do Marido Vestuário 2% 2% Teve filhos 2% Mais Feliz 18% sem Melhoroualterações no Trabalho 2% 2% Auto estima 72% No que se refere ao volume do implante a média foi de 330ml, sendo o implante de 300ml o mais utilizado, de base oval ou redonda (Tabela 2). Houve predomínio na utilização de implantes de base oval 70%, sobre a redonda, 30%. 34 Tabela 2 - Volume dos implantes Volume dos Implantes (ml) Número de Pacientes 240 1 270 2 300 22 330 1 350 16 400 8 Quanto perguntadas sobre a satisfação com o volume final das nádegas em relação ao volume utilizado para os implantes 96% (48/50) da amostra disseram estar satisfeitas e 4% (2/50) relataram insatisfação, desejando maior volume. Estas tinham prótese de 300 ml. A naturalidade do resultado foi avaliada pela percepção de outros em relação à presença dos implantes ou realização de operações cirúrgicas. Três pacientes informaram percepção de outros na realização da operação, 47 pacientes ou 94% da amostragem referiu que ninguém (que não soubesse pela informação da própria paciente) notou que haviam sido operadas. Pedimos que as pacientes atribuíssem notas de 0 a 5, ao resultado da operação. A moda das notas dessa avaliação foi 5 de acordo com as pacientes, com 36 pacientes representado 72%. Uma pessoa do relacionamento da paciente, o próprio cirurgião e outro médico também atribuíram notas de 0 a 5 ao resultado da operação (Gráfico 7). 35 Gráfico 7 - Representatividade das notas atribuídas para cirurgia de gluteoplastia de aumento Avaliação do Resultado Nota 2 Nota 3 Nota 4 47 Nota 5 46 45 36 11 1 2 Pacientes 0 0 1 Cirurgião 0 0 2 Outro Cirurgião 0 1 2 Outra Pessoa A recuperação do procedimento cirúrgico foi avaliada questionando as pacientes em quanto tempo (dias) após a operação apresentavam-se plenamente seguras com os implantes, sem dor ou desconforto. O tempo médio para plena recuperação foi de 42 dias (Gráfico 8). 36 Gráfico 8 - Representatividade do tempo de recuperação de pacientes para cirurgia de gluteoplastia de aumento 90 dias 18% 10 dias 8% 60 dias 22% 7 dias 2% 15 dias 16% 20 dias 12% 45 dias 6% 30 dias 14% 25 dias 2% A relação das pacientes com operações plásticas foi avaliada questionando-se a realização de operações estética prévias e o desejo futuro de novas operações. Operações plásticas prévias estiveram presentes em 29 pacientes (58%), enquanto 21 pacientes (42%) nunca haviam realizado qualquer tipo de procedimento cirúrgico. Qualitativamente, as operações prévias relacionavam-se mais comumente com o contorno corporal (Gráfico 9). 37 Gráfico 9 - Representatividade do tipo de procedimento cirúrgico realizado anteriormente pelas pacientes do grupo de gluteoplastia de aumento Mamoplastia e Otoplastia 3% Rinoplastia 7% Rinoplastia 7% Abdominoplastia 7% Flancos 4% Lipo 3% Lipo e Abdominoplastia 3% Lipo e Mamoplastia 7% Mamoplastia e Abdominoplastia 14% Mamoplastia 45% Oitenta por cento (40/50) da amostra pretende fazer algum outro tipo de procedimento cirúrgico plástico, enquanto 20% (10 pacientes) não pretendem realizar qualquer outra operação plástica. Qualitativamente o desejo de realizar outras operações plásticas foi relacionado ao contorno corporal em 80% dos casos. Quando perguntadas se fariam novamente esta operação, 47 pacientes (94%) disseram que sim, 2 pacientes que não (4%) e uma paciente que talvez (2%). A análise de correlação do volume do implante glúteo com a idade das pacientes, renda mensal, avaliação de satisfação da paciente e o tempo de recuperação, demonstrou correlação positiva em todos os casos (p≤ 0,0001) (Gráfico 10). 38 Gráfico 10 – Análises correlacionais a partir dos volumes das próteses 39 Legenda: A) Correlação da renda mensal com o tamanho da prótese; B) tamanho da prótese com a idade; C) autoavaliação do paciente com o tamanho da prótese; D) tamanho da prótese com os dias de recuperação. 40 Para 37 pacientes avaliadas prospectivamente com tomografia computadorizada foi realizado correlação entre o resultado estético (média dos valores atribuídos pelos oito cirurgiões plásticos avaliadores) e as seguintes variáveis: a) Volume do implante, relação volume do implante / volume muscular, índice de massa corporal e relação entre a circunferência da cintura e do quadril (ANEXO B); b) Não houve significância estatística na correlação entre o resultado estético e as variáveis acima. 41 5 DISCUSSÃO O desenvolvimento da musculatura glútea ao longo da evolução da espécie humana simultaneamente com desenvolvimento cerebral, conferiu ao homem moderno a capacidade de abstração de raciocínio, desenvolvimento da cultura e valorização da beleza. Desde as civilizações mais remotas, a figura da ampulheta fora reconhecida como sinônimo de beleza e boa saúde para as mulheres (Singh, 2006). Atualmente, diante de diferentes conceitos de beleza, a relação entre a circunferência da cintura e do quadril permanece como o fator principal de beleza do contorno corporal posterior, tendo a região glútea como ponto central e principal neste aspecto (Azevedo et al., 2012; Mendieta, 2006a). A tentativa de obter melhor definição da região dos glúteos e quadril foi publicada inicialmente em 1969 (Bartels et al., 1969). A despeito da evolução técnica e desenvolvimento de implantes específico para os glúteos (González-Ulloa, 1991; Robles et al., 1984; Vergara e Marcos, 1996) a gluteoplastia com implantes permaneceu relacionada a altos índices de complicações até a última década (Bruner et al., 2006). Durante este período a operação de aumento glúteo foi melhor estudada, tendo se estabelecido os parâmetros anatômicos para sua realização, mecanismos para evitar complicações e tratá-las e métodos para facilitar a curva de aprendizado do cirurgião inexperiente (Bruner et al., 2006; FloresLima et al., 2013; Gonzalez, 2004; Serra et al., 2010, 2012). Entretanto, alguma insegurança, com relação aos possíveis danos à musculatura ainda impediam alguns cirurgiões plásticos da utilização dos implantes glúteos. Recentemente, obtivemos a conclusão de que o músculo glúteo máximo é capaz de suportar os implantes em seu interior em médio prazo, sem prejuízo à sua anatomia através da determinação e quantificação da atrofia muscular após a operação avaliada por tomografia computadorizada (Serra et al., 2013). Atualmente, os centros de pesquisa em operação plástica além da avaliação de resultados e comparação entre as técnicas cirúrgicas se empenham em avaliar os resultados sob a ótica dos próprios pacientes submetidos a operações plásticas e o impacto na qualidade de vida e autoimagem gerados pela operação (de Brito et al., 2010; de Lima Ramos et al., 2011, McCarthy et al., 2012; Saariniemi et al., 2012). Na gluteoplastia de aumento a literatura oferece maneiras de evitar as principais complicações assim como comparações entre as técnicas submuscular, subfascial e intramuscular que permitem ao cirurgião plástico decidir a o melhor tratamento a ser empregado para os pacientes (Bruner et al., 2006; Flores-Lima et al., 2013; Mofid et al., 2013; Serra et al., 2012). É necessário então entendermos melhor o 42 perfil do paciente que deseja realizar esta operação e o impacto em sua vida pessoal decorrente do procedimento cirúrgico. A análise dos resultados deste trabalho mostra que a idade variou entre 23 e 57 anos (média=36 anos) semelhante ao descrito na literatura para aumento primário de glúteos (Badin e Vieira, 2007; Gonzalez, 2004) Atribuímos a distribuição etária à fase feminina de vida sexual mais ativa. O aumento da região glútea apresenta um forte apelo erótico, próprio para a faixa etária das pacientes que procuram por esta operação. O ganho de peso foi representado pelo próprio peso dos implantes, sem diferença quando comparados pré e pós-operatório. Na questão da raça (autoatribuída) a grande maioria era de pacientes brancas (n=31) ou mestiças (n=17). Apenas duas negras procuraram pela operação. A Etnia é um dos fatores determinantes na forma, volume e projeção dos glúteos (Lee et al., 2009). Apesar da literatura não especificar quais os grupos étnicos operados mais frequentemente, o resultado deste trabalho justifica o menor número de negras pela tendência natural destas pacientes em apresentarem glúteos mais volumosos. Pacientes asiáticas possuem glúteos mais delgados e menos projetados (Hwang et al., 2009). Acreditamos que a ausência deste grupo étnico justifica-se pela sua baixa incidência entre os pacientes em nosso ambulatório. A motivação para o procedimento cirúrgico revelou-se variável. Não é possível estabelecer uma razão holística de harmonia corporal baseado no relato das pacientes. As queixas específicas quanto ao tamanho ou flacidez das nádegas estabeleceram um padrão de motivação para a operação concentrado na região glútea em si, sem associação com alterações psicológicas ou demais fatores. Uma paciente manifestou a operação ser motivada pelo parceiro. A mesma relatou troca de parceiro após o procedimento. As pacientes mostraram-se decididas para realização de aumento de glúteos alheias às opiniões de terceiros. Não observamos concentração de operações relacionadas a qualquer grupo profissional. Pela larga distribuição de profissões, fica claro que são posições e decisões, absolutamente individuais, sem qualquer relação com a atividade profissional exercida pela mulher. A análise da renda mensal mostrou uma forte concentração (29 pacientes) abaixo de R$ 3.000,00, com distribuição bastante equilibrada a partir desta faixa de renda. A amostra foi proveniente do Hospital Universitário Pedro Ernesto, por se tratar de instituição pública de saúde, as pacientes concentram-se no grupo da população de menor poder aquisitivo. A partir desta faixa de renda há um grande equilíbrio, o que mostra, a exemplo da profissão, que é 43 uma questão sem relação com nível social ou financeiro, mas uma decisão estritamente pessoal. Não acreditamos na relação entre a renda mensal e a operação glútea. No que se refere à situação conjugal, não houve restrição ao estado civil propriamente dito, mas a existência ou não de relação estável. Neste aspecto, a mudança foi evidente. Quinze pacientes referiram melhora em sua vida sexual, independente da mudança de estado conjugal. Entre as solteiras ou divorciadas (16 9 e 7 2) várias mudaram para situação de relação estável, o que mostra que a melhoria estética em si, ou mudanças de comportamento secundárias a melhora na autoestima levou a uma melhor vida afetiva. Quando analisamos as mudanças de suas vidas após a gluteoplastia, 90% referiram de forma positiva, 72% com melhora da autoestima e 18% por estarem mais felizes. Além disso, mais 8% fizeram referências indiretas a melhorias, como, gestação, mudanças no vestuário com a utilização de peças de roupas mais femininas, melhora no trabalho e satisfação do cônjuge. Apenas 01 (2%) não referiu mudanças na vida pessoal. Nossos resultados mostram que a operação glútea, assim como operações plásticas em outras unidades anatômicas produzem mudanças que transcendem aquelas geradas essencialmente pelo bisturi (de Brito et al., 2010; de Lima Ramos et al., 2011; Saariniemi et al., 2012). Mesmo que a motivação da operação seja relacionada às características físicas, suas consequências serão mais abrangentes alcançando aspectos emocionais e profissionais. Quanto ao volume dos implantes, metade das pacientes utilizou até 300 ml e metade utilizou implantes entre 300 e 400ml. Houve um claro predomínio da forma de Quartzo 70% sobre a redonda 30%, devido ao fato que o implante oval se adequa melhor a forma da maioria das nádegas, que tem uma dimensão longitudinal maior que a transversal. Quando estas medidas se equivalem, o implante redondo é indicado. Este implante apresenta também maior facilidade técnica devido a sua base redonda e ausência de risco de rotações ou alterações em sua posição. Quando perguntadas sobre a satisfação com o tamanho dos implantes, 48 pacientes (96%) o referiram satisfação. Duas pacientes (4%) submetidas a operação com implantes de 300 ml apresentaram-se insatisfeitas com o volume final das nádegas e manifestaram o desejo de aumenta-las. Atualmente, observamos a tendência da utilização de implantes de maior volume, variando entre 350 e 450ml. A percepção de terceiros para com a realização da operação revelou que pessoas do convívio social das pacientes constataram espontaneamente em 6% dos casos (n=3), em 94% dos casos (n=47) o procedimento não foi notado. Um dos principais objetivos desta operação e produzir resultados naturais, sem evidências claras da presença de implantes nos glúteos. O 44 resultado desta pesquisa evidenciando a naturalidade das nádegas é consequência da técnica intramuscular aonde os implantes encontram cobertura satisfatória pelo espesso coxim muscular responsável pela dissimulação das próteses. Os implantes no plano intramuscular possuem também naturalidade no aspecto dinâmico, durante atividades físicas, pois são indissociáveis do músculo, movimentando-se em conjunto. A avaliação por tomografia computadorizada nos permitiu avaliar a evolução do músculo glúteo máximo contendo os implantes em seu interior e mantendo-os em posição estável (Serra et al., 2013). Nas notas atribuídas ao resultado da operação pelo cirurgião, por outro médico, por um leigo e pelas pacientes observamos um maior rigor por parte das pacientes, embora satisfeitas. A literatura nos fornece resultado oposto, sendo os cirurgiões mais rigorosos na avaliação de resultados que as pacientes (Mofid et al., 2013). Por tratar-se de um estudo com a maioria das pacientes provenientes do hemisfério norte, aonde a exposição do corpo é menos frequente, acreditamos que o nível de exigência é menor quando comparado com as pacientes brasileiras do nosso estudo. Neste caso, atribuímos que a avaliação dos três outros grupos é mais objetiva e tendo cumprido todos os padrões técnicos para o procedimento cirúrgico com índice baixo de complicações, as notas foram mais altas. As pacientes avaliam, sobretudo, aspectos subjetivos, anseios e expectativas e não apenas o sucesso técnico. A principal queixa por parte das pacientes foi com relação ao volume dos implantes, desejando nádegas maiores. A recuperação da operação e retorno as atividades cotidianas foi avaliada questionando-se o tempo necessário para que a paciente estivesse segura e confortável com os implantes, sentindo-se plena para realização de atividades cotidianas. O resultado apesar de variável (entre 1 e 12 semanas) apresenta grande importância clínica uma vez que nos permitirá melhor planejamento e orientação das futuras candidatas à gluteoplastia de aumento. A maioria das pacientes, 60%, referiu sentir-se à vontade para realização de atividades físicas entre 30 e 60 dias, de pós-operatório que corrobora com a rotina dos outros autores (Badin e Vieira, 2007; Mendieta, 2006b). O inquérito sobre operações prévias apresentou 58% de incidência. Destas, 83% haviam realizado procedimentos cirúrgicos de contorno corporal como mamoplastia e abdominoplastia demonstrando a preocupação com a estética corporal de nossas pacientes que iria se refletir também no desejo de outras operações após a gluteoplastia. O questionamento sobre o desejo de realizar outras operações plásticas revelou que 80% responderam positivamente, o que podemos atribuir ao alto nível de satisfação com a 45 gluteoplastia e na confiança que a operação plástica possa ser segura e trazer um benefício à sua vida além das mudanças corporais. Entre as operações que gostariam de fazer após a gluteoplastia houve predomínio de mamoplastia e lipoaspiração, mantendo o foco no contorno corporal. Observamos a substituição da abdominoplastia pela lipoaspiração, que é um procedimento cirúrgico frequentemente utilizada como operação primaria ou como procedimento complementar à outras operações. Na correlação do tamanho do implante com renda mensal, observamos que esta varia de forma sincrônica com o volume dos implantes. Este é um dado novo na literatura será útil na prática clínica ao planejarmos operações para pacientes de diferentes perfis sociais que se beneficiam de implantes de volumes diferentes. Na análise do tamanho do implante com a idade, notamos também uma correlação positiva, possivelmente por necessitar de maior volume em função da maior flacidez presente neste grupo. O tratamento de pacientes com flacidez acentuada necessita a utilização de implantes de maior volume ou lifting glúteo com a retirada de pele (de la Pena-Salcedo et al., 2013; Tavares Filho et al., 2011). A correlação entre o tamanho do implante e a nota atribuída pela paciente ao resultado da operação foi positiva. Esta análise nos indica o que também é uma observação clínica, que as pacientes priorizam o volume em detrimento à naturalidade indo de encontro à opinião dos cirurgiões que buscam resultados naturais para a gluteoplastia (Aboudib et al., 2012; Gonzalez, 2004; Mendieta, 2006a). As pacientes submetidas a operação com implantes maiores apresentaram maior tempo de recuperação conforme a correlação destas variáveis. Esta informação, sem precedentes na literatura específica, é mais uma ferramenta útil para planejamento e orientação pré-operatória das candidatas à gluteoplastia de aumento com implantes. O exame de tomografia computadorizada é um instrumento para aquisição de dados referentes ao volume de estruturas anatômicas que apresenta boa confiabilidade e fácil acesso (Kestin et al., 2000; Papageorgiou et al., 2012; Serra et al., 2013). A seleção dos tecidos por diferença de densidade realizada pelo software evita a possibilidade de falha humana quando esta seleção é realizada manualmente. Optamos pela aplicação da escala analógica visual para avaliação dos resultados estéticos devido a mesma ser aplicada frequentemente para avaliação de outras variáveis de caráter subjetivo como dor e qualidade de vida (Hong et al., 2014; Park et al., 2014; Stienen et al., 2014). Não houve correlação significativa do resultado estético com as variáveis tamanho do implante, relação volume do implante / volume do músculo, IMC e RCQ. A busca por padrões de beleza e sistema de medidas para utilização de implantes é constante e antiga em nosso meio (Iglesias-Linares et al., 2011; Tebbetts, 2013; Tebbetts e 46 Adams, 2006). Nossos resultados demonstram até o momento que para a gluteoplastia, a avaliação deve ser individualizada, levando-se em consideração os aspectos étnicos, não sendo possível determinar um padrão de avaliação que seja aplicável a toda população. Aplicando avaliação individualizada foi possível alcançar altos índices de satisfação por parte das pacientes, ultrapassando aqueles obtidos em aumento mamário utilizando implantes (Kalaaji et al., 2013; Swanson, 2013). 47 CONCLUSÃO A paciente que procura pela gluteoplastica é branca, casada, com idade média de 36 anos. Não há relação entre a procura pela cirurgia e ocupação profissional. Não há relação com nível socioeconômico. O grau de satisfação é muito alto, superando o de outros procedimentos cirúrgicos, como mamoplastia de aumento. Os resultados são naturais e imperceptíveis a terceiros. Quanto maior a renda, maior o implante. Quanto maior a idade, maior o implante. Quanto maior o implante, maior a satisfação. Quanto maior o implante, maior o tempo de recuperação. Os implantes ovais são utilizados com maior frequência (70%) e o volume predominante é de 350 ml a 450 ml. 48 REFERÊNCIAS Aboudib JH, Serra F, de Castro CC. Gluteal augmentation: technique, indications, and implant selection. Plast Reconstr Surg. 2012; 130(4):933-5. Azevedo DM, Gonçalves P, Pereira J, Amoedo TB, Kuroyanagi FM, Cotes EFM, et al. Augmentation gluteoplasty: experience at Dr. Ewaldo Bolivar de Souza Pinto Plastic Surgery Service. Rev Bras Cir Plast. 2012; 27(1):87-92. Badin AZ, Vieira JF. Endoscopically assisted buttocks augmentation. Aesthetic Plast Surg. 2007; 31(6):651-6. Bartels RJ, O'Malley JE, Douglas WM, Wilson RG. Unusual use of the Cronin breast prothesis. Plast Reconstr Surg. 1969; 44(5):500. Bruner TW, Roberts TL 3rd, Nguyen K. 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RENDA MENSAL: DEPOIS: 53 ANEXO A - Comitê de Ética em Pesquisa 54 ANEXO B – Medidas antropométricas e volume dos implantes 55 56 ANEXO C – Artigos publicados 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 Accept in June, 27th 2014. PLASTI C AND RECONSTRUCTI VE SURGERY I SSN: 0032-1052 Online I SSN: 1529-4242 Frequency: 12 issues per year Ranking: 13 of 198 in Surgery I mpact Factor: 3.535 ANATOM I CAL AND PHYSI OLOGI CAL EVALUATI ON OF THE GLUTEUS M AXI M US M USCLE AFTER AUGM ENTATI ON GLUTEOPLASTY USI NG SI LI CONE I M PLANTS FERNANDO SERRA, M .D.-Plastic Surgery Staff, Pedro Ernesto University Hospital, Rio de Janeiro State University, Brazil. JOSE HORACI O ABOUDI B, M .D. -Assistant Professor, Chief of the Plastic Surgery Service, Pedro Ernesto University Hospital, Rio de Janeiro State University, Brazil. JOSE I NACI O SALLES NETO, Ph.D.-Coordinator of the Neuromuscular Research Laboratory, Brazilian Institute of Traumatology and Orthopedics (INTO), Rio de Janeiro, Brazil. VI CTOR RODRI GUES AM ARAL COSSI CH M .S. Researcher of the Neuromuscular Research Laboratory, Brazilian Institute of Traumatology and Orthopedics (INTO), Rio de Janeiro, Brazil. NÁDI A CRI STI NA PI NHEI RO RODRI GUES, Ph.D.-Adjunct professor of Epidemiology and Biostatistics, Department of Information Technology, Rio de Janeiro State University, Brazil. KATI A FUHRO DE OLI VEI RA -Nutrition Division Staff, Pedro Ernesto University Hospital, Rio de Janeiro State University, Brazil. RUY GARCI A M ARQUES, M .D., Ph.D.-Associate Professor, Department of General Surgery, Rio de Janeiro State University, Brazil From the Post-graduate Program in Physiopathology and Surgical Sciences – Rio de Janeiro State University, Brazil. 89 Acknowledgments: JULIANA NOGUEIRA SIQUEIRA, M.D. Radiology Staff, Quinta D’Or Hospital, Rio de Janeiro, Brazil. DI SCLOSURES: There was no external funding for this study. The authors have no financial interest or commercial association with any of the subject matter or products mentioned in this article. The authors declare that no competing financial interests exist with regard to the present article. ABSTRACT Background- The gluteal muscles have been very important throughout the evolution of mankind for the adoption of the bipedal posture. Over the past 15 years, the intramuscular technique has become popular and has been improved, with enhanced results and reduced levels of postoperative complications. The insertion of gluteal implants within the musculature may be an intrinsic compression factor of these muscles. The objective of the present study was to evaluate the gluteus maximus function and its variation over a 12-month period after the insertion of the implant. Methods- This was a prospective controlled clinical study. All subjects were female patients, with anthropometric characteristics and body mass index (BMI) within preset limits in order to establish similar groups. isokinetic test gluteus CT scans and clinical nutritional assessment were conducted in four stages during the study period: preoperatively and 3, 6, and 12 months after surgery. Results- The study group presented 6.14% muscle atrophy to the left and 6.43% muscle atrophy to the right after the procedure. Muscle strength presented differences in hip flexion and adduction tests. Conclusions- The gluteus maximus muscle presents atrophy secondarily to gluteal augmentation surgery with implants. Variations in gluteus maximus muscle strength should not be attributed primarily to the surgical procedure or to the implants, but physiological and multifactorial variations should also be considered. Strength and volume variations did not show a significant correlation. Gluteal augmentation with implants was effective in improving the WHR, as well as in changing the anthropometric pattern from android to gynoid. LEVEL OF EVIDENCE: PROGNOSTIC/RISK STUDIES I KEY-WORDS – Gluteoplasty; gluteal; implants; prosthesis; isokinetic. 90 BACKGROUND The gluteal muscles have been very important throughout the evolution of mankind. Among the anatomical changes necessary for the adoption of the bipedal posture, the development of the 1 gluteal muscle was crucial to maintain the upright posture and stabilize the pelvis. However, from the aesthetic point of view, the first records of the enhancement of this anatomical region 2 are the Venus de Milo (IV-III century BC) and Aphrodite of Calipigia (200 AC). Currently, the gluteal region is considered to be of great aesthetic importance, as shown by the growing interest of the population in undergoing gluteoplasty surgery. 3 Gonzáles Ulloa, from Mexico, was the surgeon who led to the anthropometric study of the 4 region, developing specific implants for the buttocks. The subcutaneous and submuscular 5-7 techniques used for this purpose had some limitations. However, in 1996, an intramuscular 8 technique for buttock augmentation with implants was developed in Mexico. In this technique, implants are covered by the gluteus maximus along its entire surface, so that they are not visible or palpable. Over the past 15 years, this technique has become popular and has been improved, it was standardized, the indications and the anatomical landmarks were defined. 3,5,9 Therefore the 10-12 results were improved and reduced levels of postoperative complications. Until then, the use of intramuscular implants was limited to the treatment of neuromuscular diseases using intramuscular electrodes for muscle stimulation and experimental surgeries, with small volume implants being used. 13,14 Some studies have compared gluteoplasty techniques by 5,11,15 evaluating the postoperative outcome, but publications reporting complications have not 12,16 evaluated the anatomical or functional behaviors of the muscles. Striated skeletal muscles are highly susceptible to atrophy and apoptosis injury secondary to 91 external pressure. 17-20 The insertion of gluteal implants within the musculature may be an intrinsic compression factor of these muscles, also acting in synergism with compressive external factors. Intramuscular dissection divides the muscle into two flaps, superficial and deep flaps, which may compromise its contractile capability. The objective of the present study was to evaluate the gluteus maximus volume and its variation over a 12-month period after the insertion of the implant, assessing the gluteus muscle strength, correlating it to the volume of the gluteus maximus muscle over the same period of time, carrying out anthropometric assessment of patients candidates for surgery, and verifying changes that occurred after gluteal augmentation surgery with implants. M ETHOD This was a prospective controlled clinical study which was approved by the Board of Ethics in Research of Brazil under number 0011.0.305.305-10. All subjects voluntarily participated in this study and were patients from the Plastic Surgery outpatient clinic of Pedro Ernesto University Hospital, State University of Rio de Janeiro, Brazil. All subjects were female patients, ranging in age from 19-50 years, with anthropometric characteristics and body mass index (BMI) within preset limits in order to establish similar groups. (Table 1) Study group – 22 women candidates for gluteal augmentation with implants were selected to participate in the study according to the inclusion and exclusion criteria. (Table 1) Control group – 22 women candidates for breast augmentation were selected to participate in the study according to the inclusion and exclusion criteria. (Table 1) All patients (study group and control group) – abstained from exercise during the first 3 months following the surgical procedure for full recovery. Evaluations were conducted in four stages during the study period: preoperatively and 3, 6, and 12 months after surgery. In each stage, the isokinetic test was applied, gluteus CT scans were taken, and clinical nutritional assessment was performed. Clinical nutritional assessment 92 A nutritionist clinically assessed the patients, checking mass, height, body mass index, waist circumference, hip circumference, body fat percentage, and body fat distribution pattern defined 22,23 by the comparison of android and gynoid fat. CT scan CT scans were taken at the Radiology Service of Pedro Ernesto University Hospital, using a G.E. CT Hi speed ® scanner (General Electric, Milwaukee, WI-USA, 1999), with spiral acquisition and 3 mm slices. Three-dimensional reconstruction (3D) and muscle volumetry were carried out at the Quinta D’Or Hospital, Rio de Janeiro, Brazil, using the Extended Brilliance Workspace software was used (V3.5.0 2250, 12-Apr-2007, Philips Medical Systems – Netherland). (Figure 1) The volume difference variable was created (Vol. Diff.) by subtracting the volume of the gluteus maximus muscle at 3, 6 or 12 months after surgery from the preoperative muscle volume for the right and left sides. Example: Right Side Volumetric Difference at 3 months = right side muscle volume at three months – right side preoperative muscle volume. This variable was used to compare gluteus maximus development between groups. Isokinetic testing Muscle strength was assessed at the Neuromuscular Research Laboratory of the National Institute of Traumatology and Orthopedics (INTO) using the CSMI Humac Norm ® isokinetic dynamometer (Stoughton, MA – U.S.A. – 2008) in order to apply the isokinetic dynamometer test during hip flexion/extension and adduction/abduction. Speeds of 30 o/s and 60 o/s were applied because they are the slower speeds allowed by the dynamometer and thus register the greatest forces of contraction. Patients underwent the 93 familiarization test and then performed five-repetition maximum, recording the best performance index for each speed. Maximum torque measurements were taken on the dominant side, upon information of the side that would be used to kick a ball to hit an area on the wall. 24 The strength difference variable was created following the same pattern as the volume difference variable. This variable was used to compare the development of the gluteus maximus strength between the study and control groups. Surgical technique 3 The intramuscular technique was used to insert the implants. The gluteus maximus was dissected using two blunt dissectors, reducing muscle injury. The gluteal implant was inserted into the gluteus maximus muscle to a depth ranging from 2 to 2.5 cm 25 (Figure 2). ® 3 3 Cohesive gel implants (Silimed ) with oval base, smooth surface and 350 cm and 400 cm volume were used. Statistical analyses Data were analyzed considering the distribution mode by applying the Shapiro-Wilk test. Normal distribution data were analyzed by the Student t-test. Non-Gaussian distribution data were analyzed by nonparametric tests, i.e., the Wilcoxon test for paired data and the Mann-Whitney test for unpaired data. The analyses were performed with the aid of the R Software, version 3.0.2, with the level of significance set at 5%. RESULTS Table 2 presents a comparative analysis between the study and control groups, considering age and nutritional assessment. Waist and hip measurements and the waist-hip ratio (WHR) were compared among the subjects of the same group and between groups before and after the surgical procedure, as shown in Figure 3. 94 Body fat distribution patterns were classified as android in six patients from the study group, and as gynoid in the remaining patients of both groups. After the surgical procedure, the classification of the six patients with an android pattern changed to the gynoid pattern, while all other patients continued to have a gynoid pattern of body fat distribution. Considering the preoperative volume, the study group presented 6.14% muscle atrophy to the left and 6.43% muscle atrophy to the right after a period of 12 months following the procedure (Figure 4). The volume difference variable (Vol. Diff.) was applied to compare the development of the gluteus maximus muscle between groups, showing differences in all stages of the survey (Table 3). Over a 12-month period, muscle strength development presented differences in hip flexion when compared to the preoperative values in both groups, when analyzed separately at a speed of 30 o/sec. The remaining tested movements showed no changes (Table 4). In the study group, the same analysis in the isokinetic test at 60 o/s revealed force increase during adduction (Table 5). The strength difference variable was used to compare the development of gluteus maximus muscle strength between the control and the study groups (Tables 6 and 7). At 12 months after the surgical procedure, statistical analysis did not show a significant correlation between the volume difference variable and the strength difference variable, except o for the adduction isokinetic test at 60 /s, with a moderate positive correlation in the study group (Figure 5). DI SCUSSI ON The sample selection reflects the profile of patients candidates for gluteal augmentation, e.g., eutrophic women, predominantly in the third and fourth decade of life. The control group is selected in such a way as to consist of patients similar to those of the study group, considering body mass characteristics and the proportion between lean body mass and body fat percentage. The main difference between the groups is the aspiration to have breast or gluteal augmentation. In this group, the inclusion of women who would undergo another surgical procedure was 95 important by forcing the patients to abstain from exercise during the same period of time in both groups. The intramuscular technique was used because it induces a lower rate of complications than the others. 26 Muscle plasticity and changes in volume and strength of striated skeletal muscle secondary to disuse have been reported previously. 27,28 Some anthropometric parameters such as waist and hip circumferences are important health 29,30 31 indicators. The WHR is very important for body aesthetics, as pointed out by Singh. The importance of WHR values close to 0.7 goes beyond cultural and ethnic factors and has been identified in several cultures throughout human history . 31 The sculpture of Venus de Milo, with 32 a WHR of 0.68, is an example of this universally accepted beauty concept. WHR values close to 0.7 indicate healthier women, less inclined to the development of cardiovascular diseases and with greater reproductive potential during pregnancy and birth. 31 Women with these characteristics are more attractive to the opposite sex, presenting better results in the preservation 31 and propagation of the genetic heritage. Patients candidates for gluteal augmentation show higher WHR (average – 0.76) when compared to those with no intention to undergo surgery (average – 0.71). The search for this proportion can prevent patient dissatisfaction during the postoperative period. The surgical procedure has proved to be effective for changing the WHR. The WHR does not take into consideration if the shape is in front, back or lateral view, the influence of the buttocks projection and the hip width separately should be better studied. Body fat distribution patterns, classified as android and gynoid, are closely related to the WHR, with the android pattern concentrating fat on the trunk and arms, and the gynoid pattern in the 23 legs and pelvis. In the present study, the change in the classification from android to gynoid in all cases after the procedure showed the ability of this procedure to improve body contour, but we don’t believe in health changes secondary to the operation. CT scans are used for 3D reconstruction and the bone and soft tissue volumetry often shows good 96 25,33,34 results. The isolation of muscle tissue by the difference in tissue density prevents manual selection and variations caused by human error. In the present study, the muscle showed atrophy when submitted to the surgical procedure for the insertion of implants; however, the chart showed an upward curve three months after surgery (the time when the patient can practice exercise), revealing a tendency to recovery. The use of smaller implants has caused less muscle atrophy. 25 The difference in implant volume can be a determining factor for muscle atrophy. and should be further investigated in future studies. The skeletal striated muscle tissue presents constant renewal that will depend on the relationship between the synthesis and degradation of proteins in its interior. 28 Sato et al. 28 demonstrated 35 inactivity as an adjuvant in losing muscle mass. Breuls et al. have demonstrated in vitro the susceptibility to muscle cell injury secondary to compression, indicating the role of orthoses and prostheses as additional factors in this mechanism of cell injury. Several experimental studies have reported muscle tissue injury in mice resulting from external compression. 17-20,36 Our findings showed that muscle atrophy also occurs in the gluteus maximus muscle when implants are inserted in the fiber, in agreement with literature data suggesting that, in atrophy, compression is a factor caused by cell deformation. 35 The gluteal maximus atrophy have had no impact on the muscle function in this study once there was no changes in the strength during the extension and abduction tests. 37 The isokinetic test is of great importance for the analysis of muscle performance. Speeds of 30, 60, 90, 120, and 180 °/s are provided by the equipment. Considering the relationship between force vs. contraction speed, the lowest speed will allow greater contraction strength. 37,38 Speeds of 30 o/s and 60 o/s were selected here in order to achieve force values closer to the 37,38 isometric ones, measuring the maximum active torque. 39 Bartlett et al. have determined by electromyography the function of the gluteus maximus muscle in several situations such as walking, running, jumping, and climbing, as well as in 97 secondary actions to stabilize the trunk and pelvis. The isokinetic test was used here to evaluate four different movements (adduction, abduction, flexion and extension), considering the wide function of the muscle in question, in an attempt to observe changes that could occur in it. In the study group, muscle strength evaluation revealed a decrease of strength during flexion movements at 30 o/s at all time points evaluated. The primary concentric action of the gluteus maximus muscle is the extension of the thigh; 39 therefore, during flexion, the gluteal muscle acts 40 as an antagonist. In the control group, the observation of force decrease in the same flexion test led us to believe that this alteration is caused by muscle inactivity, probably related to the muscles of the anterior part of the thigh and hip primarily involved in flexion. 41 Forces acting on the movement of the hip joint work together, having as a resultant the harmonious interaction 40,42 between the antagonist and the agonist muscle groups for each movement. A disharmony in this relationship, causing excessive anterior or posterior force on the hip joint, can lead to instability and injuries. 40 Our findings, demonstrating an increase in flexion strength with no change in extension strength, raised the possibility of future injury to the hip joint. Therefore, these patients should be longterm monitored with isokinetic tests for a better joint evaluation. The isokinetic test is used to evaluate the agonist muscle strength in a particular joint 37 movement. In the study group, the increased strength in adduction may have been due to the increased strength in the adductor muscles, to a reduction in strength of the abductor muscles or to both. The fact that the surgical procedure does not interfere with the adductor muscles leads us to conclude that the main reason for this change would be a decrease in gluteal muscle strength in its role as antagonist, however the isokinetic test does not evaluate the antagonistic muscle action. The abduction test, in which the buttocks act as agonists, showed no changes. The buttock augmentation surgery and the permanence of the implant within the gluteus maximus muscle do not interfere with the physiological strength of this muscle, which is influenced by 27,28,43,44 several factors such as inactivity, stretching, training etc. The strength preservation may be the result of using blunt instruments for dissection, a procedure in which the muscle is not 98 incised, in agreement with the report of Socolovsky & Masi 45 who have shown that gluteal approaches without the incision of the muscle fibers produce less surgical trauma and better recovery. The relationship between muscle strength and hypertrophy has been previously investigated and 43,44,46 varies depending on several factors. The results shows that muscle strength and volume do not vary jointly. Several studies have shown that the type of exercise will affect quantitatively the increase of muscle mass and strength gain. 43,47-49 In the present study, patients started to practice exercise 3 months after the surgical procedure, exercising according to their preference, with various types, intensities and periods of training. Lundberg et al. 49 demonstrated that several types of training not only change the volume and 50 strength of muscle, but also change the relationship between the two variables. Ballak et al. demonstrated that the end product of muscle strength depends on the interaction among several factors such as muscle mass, amount and length of fibers, distribution of fiber types, and muscle tension. The torque generated by limb length can also influence strength. 51 This is the first study on gluteus maximus muscle function after gluteal augmentation and constitutes the first phase of a more complex and comprehensive research project involving several aspects such as gluteal sensitivity, importance of the implant size, proprioception, change in quality of life, sexual function, and satisfaction with the surgical procedure. CONCLUSI ON The gluteus maximus muscle presents atrophy secondarily to gluteal augmentation surgery with implants at 12 months after the surgical procedure. During this period, variations in gluteus maximus muscle strength should not be attributed primarily to the surgical procedure or to the implants, but physiological and multifactorial variations should also be considered. Strength and volume variations did not show a significant correlation within the study period. 99 Patients candidates for gluteal augmentation have a smaller buttock volume, a higher WHR value and an android pattern of body fat distribution more frequently than patients who are not candidates for this procedure. Gluteal augmentation with implants was effective in improving the WHR, as well as in changing the anthropometric pattern from android to gynoid. REFERENCES 1. Morimoto N, Zollikofer CP, Ponce de León MS. Shared human-chimpanzee pattern of perinatal femoral shaft morphology and its implications for the evolution of hominin locomotor adaptations. PLoS One. 2012;7(7):e41980. 2. de la Peña JA, Rubio OV, Cano JP, Cedillo MC, Garces MT. History of gluteal augmentation. Clin Plast Surg. 2006;33(3):307-319. 3. Aboudib JH, Serra F, de Castro CC. Gluteal augmentation: technique, indications, and implant selection. Plast Reconstr Surg. 2012;130(4):933-935. 4. González-Ulloa M. 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Plantar flexor moment arm and muscle volume predict torquegenerating capacity in young men. J Appl Physiol (1985). 2014;116(5):538-544. FIGURES: Figure 1 – CT scan and 3D gluteal reconstruction (Clockwise direction): pre- operative; after 3, 6, and 12 months of the surgical procedure. 104 Figure 2 – Cadaver dissection: gluteal intramuscular pocket dissection, ranging from 2-2.5 cm in depth. Figure 3 – The waist-to-hip ratio. Different letters represent statistical significance when comparing the means. Figure 4 – Gluteus maximus muscle volumetry. Different letters represent statistical significance in the comparison between the means (p <0.05). Control group n = 20; study group n = 22. 105 Figure 5 – Correlation between volume difference and strength difference in isokinetic testing at 60 ° / s after 12 months of operation. Study group, r = +0.5, p = 0.04. TABLES: Table 1 – Sample selection I NCLUSI ON CRI TERI A EXCLUSI ON CRI TERI A Women Gluteal ptosis IMC = 17,9 – 27.3 Kg/m2 Chronic diseases Anthropometric analysis type II, III or IV (lack of volume and/or lack of projection). Arthropathies * Pregnancy Use of corticosteroids Infections Claustrophobia Previous gluteus scar ! *!From:!Cuenca-Guerra R, Quezada J. What makes buttocks beautiful? A review and classification of the determinants of gluteal beauty and the surgical techniques to achieve them. Aesthetic Plast Surg. 2004;28(5):340-347.21 106 ! Table& 2!–!Pre!operative!evaluation.! Age (years* ) BM I 2 (Kg/m )* Hip Waist to hip Body fat circumference ratio* percentage * (cm)* Study group 32.9 22.2 94.8 0.76 23.6 (22-46) (17.9-27.3) (86-107) (0.68-0.85) (16-32.2) 27.9 21.8 96.4 0.71 24.8 (n=22) (19-50) (18.6-25) (87.5-107) (0.61-0.8) (18.6-36.3) p value 0.01 0.54 0.33 0.0002 0.4 (n=22) Control group * Values presented as Mean (minimum-maximum) ! Table& 3!–!Comparison!between!groups!of!the!volume!difference!variable.! Variable Control Group* Study Group* p value Vol diff Left 3 months 0.083 -52.1 0.0004 Vol diff Left 6 months 8.06 -46.6 0.0006 Vol diff Left 12 months 18.9 -33.8 0.0012 Vol diff Right 3 months 5.77 -54.6 0.0001 Vol diff Right 6 months 17.2 -48.8 0.0001 Vol diff Right 12 months 17.7 -36.2 0.0022 * Values presented as mean of the differences (cm3). ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! 107 Table& 4!–!Isokinetic!testing!at!30!o/s.!Evaluation!of!each!group!separately.! Study group Control group I sokinetic comparison p I sokinetic comparison p test (Nm) value test (Nm) value Aduçtion Aduçtion Aduçtion Abduction Abduction Pre* x 3 months† (101,3) (104,2) Pre x 6 months # (101,3) (112,1) (101,3) (112,4) Flexão Flexão Extension (59,8) (54,1) 0,028 0,03 0,006 Pre x 3 months (164,4) (154,2) * Study group pre operative, n=22 † Study group 3 months, n=21 # Study group 6 months, n=20 ∆ Study group 12 months, n=17 flexion flexion flexion 0,09 0,28 0,057 (117,8) (117,8) 0,9 Pre x 12 months ß (117,8) (118,8) 0,18 Pre x 3 months (64,6) (63,9) 0,84 Pre x 6 months 0,86 Pre x 12 months 0,5 Pre x 3 months (69,7) (66,8) 0,26 Pre x 6 months (69,7) (65,6) 0,045 Pre x 12 months (69,7) (69,0) 0,4 Pre x 3 months 0,4 Pre x 6 months (177) (164,7) extension 0,67 Pre x 6 months ¥ (177) (170,8) extension Pre x 12 months (117,8) (119,5) (64,6) (65,5) extension Pre x 6 months Pre ◊x 3 months ‡ (64,6) (63,8) 0,18 Pre x 12 months (68,5) (62,3) abduction abduction Pre x 6 months (68,5) (63,1) aduçtion 0,14 Pre x 3 months (68,5) (62,7) aduçtion abduction Pre x 12 months (164,4) (155,4) Extension 0,054 Pre x 6 months (164,4) (152,3) Extension 0,97 Pre x 3 months (59,8) (55,9) Flexion 0,19 Pre x 12 months∆ (59,8) (56,2) Abduction 0,94 aduçtion 0,08 Pre x 12 months (177) (158,8) ◊ Control group pre operative, n=22 ‡ Control group 3 months, n=22 ¥ Control group 6 months, n=20 ß Control group 12 months, n=16 0,15 108 Table& 5!–!Isokinetic!testing!at!60!o/s.!Evaluation!of!each!group!separately.! Study group Control group I sokinetic comparison p I sokinetic comparison p test (Nm) value test (Nm) value aduçtion Pre ◊ x 3 months ‡ Aduçtion Pre* x 3 months† (86,0) (90,5) Aduçtion Aduçtion 0,69 Pre x 6 months # (104,0) (103,5) aduçtion (86,0) (96,7) 0,49 Pre x 12 months ∆ 0,011 aduçtion (86,0) (108,4) Abduction Abduction Abduction Flexion Flexion Extension Extension Extension 0,44 0,92 0,96 0,11 0,59 0,68 0,25 Pre x 6 months (138,4) (142,0) 0,98 Pre x 12 months (138,4) (144,2) * Study group pre operative, n=22 † Study group 3 months, n=21 # Study group 6 months, n=20 ∆ Study group 12 months, n=17 0,96 Pre x 3 months extension extension 0,11 Pre x 12 months 0,50 Pre x 3 months 0,26 Pre x 6 months 0,66 Pre x 12 months (56,4) (56,3) extension 0,17 Pre x 6 months (56,4) (60,7) flexion Pre x 3 months (138,4) (127,1) 0,42 (56,4) (54,3) flexion Pre x 12 months (53,7) (53,1) Pre x 12 months ß (61,0) (58,8) flexion Pre x 6 months (53,7) (51,7) 0,90 (61,0) (55,5) abduction Pre x 3 months (53,7) (48,7) (104,0) (103,6) (61,0) (57,3) abduction Pre x 12 months (50,3) (53,8) Flexion abduction Pre x 6 months (50,3) (48,6) Pre x 6 months ¥ (104,0) (106,2) Pre x 3 months (50,3) (47,9) 0,92 0,42 Pre x 3 months (152,3) (158,2) 0,34 Pre x 6 months (152,3) (155,4) 0,76 Pre x 12 months (152,3) (153,0) 0,87 ◊ Control group pre operative, n=22 ‡ Control group 3 months, n=22 ¥ Control group 6 months, n=20 ß Control group 12 months, n=16 109 Table 6 – Comparison between groups of the strength difference variable at 30 o/ s. Control Study Group* group* p value 1,75 0,33 0,83 -0,52 8,3 0,27 6 0,11 0,33 -0,65 -6,04 0,22 -0,52 -4,68 0,34 2,66 -4,76 0,16 Strength diff .30 flex 3 months -2,85 -5,54 0,4 Strength diff .30 flex 6 months -5,31 -4,81 0,88 Strength diff .30 flex 12 months -2,8 -7,11 0,35 Strength diff .30 ext 3 months -6,2 -11,27 0,6 Strength diff .30 ext 3 months -13,8 -8,36 0,6 Strength diff .30 ext 3 months -14 -16,88 0,81 Variable (N) Strength diff.30 adu 3 months Strength diff.30 adu 6 months Strength diff.30 adu 12 months Strength diff.30 abd 3 months Strength diff.30 abd 6 months Strength diff.30 abd 12 months * Values presented as mean of the diferences (Nm). ! ! ! ! ! ! ! ! ! 110 111 Accept in Feb, 10th 2014. PLASTI C AND RECONSTRUCTI VE SURGERY I SSN: 0032-1052 Online I SSN: 1529-4242 Frequency: 12 issues per year Ranking: 13 of 198 in Surgery I mpact Factor: 3.535 GLUTEAL I M PLANT DI SPLACEM ENT: DI AGNOSI S AND TREATM ENT FERNANDO SERRA, M .D. Plastic Surgery Staff, Plastic Surgery Service, Pedro Ernesto University Hospital, Rio de Janeiro State University, Brazil JOSE HORACI O ABOUDI B, M .D. Assistant Professor, Chief of the Plastic Surgery Service, Pedro Ernesto University Hospital, Rio de Janeiro State University, Brazil2 DI SCLOSURES: There was no external funding for this study. The authors have no financial interest or commercial association with any of the subject matter or products mentioned in this article. The authors declare that no competing financial interests exist with regard to the present article. ABSTRACT Background- First started in 1969, the Buttocks implant surgery has presented great evolution since the introduction of the intramuscular technique. This technique provides good implant coverage and protects the sciatic nerve from compression. However, it enables the occurrence of a new complication, intramuscular hernia or implant displacement. The goal of this research study is to describe, classify and standardize the treatment of gluteal implant displacement. M ethods- The treatment algorithm was developed after the dissection of fresh human cadavers and the analysis of CT scans in patients with implant displacement. After elaborating the treatment protocol for implant displacement, it was prospectively applied in 24 patients that presented visible implants. Results- Intramuscular dissection has proven to be technically possible when a minimum of 2cm muscle thickness is achieved. One-stage surgery treatment was applied in 41 buttocks (21 patients). The control CT scan taken three months after surgery has shown fibrosis in the buttocks area, corresponding to the subcutaneous 112 capsule housing the implant in the anomalous position. The operatory wound complications were more frequent and treatment failure with relapse of the implant superficial displacement occurred in only one patient unilaterally (1/47=2.1%). Conclusions- The treatment of gluteal implant displacement can be a one-stage surgical procedure for most patients. This decision is based on the thickness of the gluteus maximus muscle just below the implant. LEVEL OF EVI DENCE: I V KEY WORDSGluteal implants; prosthesis; complications. I NTRODUCTI ON 1 First started in 1969 , the Buttocks implant surgery has presented great evolution since 2 the introduction of the intramuscular technique . This technique has provided the achievement of more natural results, better pain control and lower complication rates as 3,4 ptosis, capsular contracture and noticeable implants . Currently, the increase in the number of gluteoplasty surgeries has also provided an increase in the total number of complications. The most common postoperative complications are seroma and 5-7 dehiscence , but both have been studied and the literature provides us ways to prevent 8 and treat such complications . The intramuscular technique provides good implant coverage and protects the sciatic 9,10 nerve from compression . However, it enables the occurrence of a new complication, intramuscular hernia or implant displacement. In most cases, this event is the result of a very superficial intramuscular dissection or accidental rupture of the gluteus maximus muscle during dissection. The implant superficialization can also occur secondarily to local trauma or if excessive physical activity is performed during the first 60 days after surgery. The lack of publication on the subject and the deficiency of protocols for the treatment of this complication create uncertainty in surgeons and patients who face this problem. The goal of this research study is to describe, classify and standardize the treatment of gluteal implant displacement. 113 M ETHOD This study was conducted according to the ethical standards laid down in Declaration of Helsinki. Written informed consent was obtained from all patients prior to their inclusion in the study. It was performed with the dissection of fresh human cadavers and with the analysis of CT scans in patients with implant displacement. After elaborating the treatment protocol for implant displacement, itwas prospectively applied in 24 patients from the private practice of the first author (F.S.) and the Pedro Ernesto University Hospital and between February 2010 and June 2013. The cadaver dissection aimed at establishing the least muscular thickness required for a safe intramuscular dissection and the insertion of implants. The analysis of the CT scans allowed us to classify the type of implant displacement and evaluate the muscle thickness in order to define the treatment to be applied. High cohesive gel, oval base, 350cc, Silimed® implants were used. Surgical Technique A fusiform incision in the midline, 6cm long by 0.5cm wide withot incision directly in the intergluteal sulcus. The subcutaneous layer is dissected at 45° beveling outward on both sides, preserving the fat and fibrous tissue of the intergluteal sulcus as performed for 3,4,8,11 primary gluteal augmentation (Fig 1). Subcutaneous dissection and opening of the superficial capsule with the removal of the displaced implants. Radial incisions on the capsule and suturing of the superficial and deep planes, with or without lifting, according to the overlying sagging skin. Intramuscular blunt dissection, deep to the fibrous capsule, according to the anatomical references of the gluteus maximus muscle as the iliac crest 3 and the iliotibial tract . The intramuscular dissection should be carefully performed in an attempt to avoid disruption of the roof of this new pocket and communication with the superficial one. An anchoring suture is positioned on the lateral edge of the muscle incision to prevent muscle rupture during the insertion of the new implant (Figs. 2 and 3). The Silimed Quartzo (oval base) implants are positioned at an oblique angle, following the same direction as the gluteal maximus muscle fibers. After the implant is inside the muscle, the anchoring suture is removed, and a nylon 2.0 suture is used to the muscle closure. Drains are placed inside the superficial pocket bilaterally. The subcutaneous layer and the skin are sutured. 114 RESULTS Intramuscular dissection has proven to be technically possible when a minimum of 2cm muscle thickness is achieved. Dissection in thinner muscle segments has presented muscle rupture during the detachment maneuver or the insertion of the implants (Fig. 4). The evaluation through CT scans of 24 patients (48 buttocks) has allowed us to observe the implants in different planes, as well as the damages caused to the gluteus maximus muscle in different levels (Table 1). The algorithm (Fig. 5) was applied prospectively in 24 patients, totaling 47 buttocks. Only one patient has presented implant displacement unilaterally. Three patients have shown indication for implant removal in the first surgical time and reoperation after 4-6 months for the insertion of new implants. These patients have chosen to keep the implants in anomalous position. One-stage surgery treatment was applied in 41 buttocks (21 patients). The implant volume ranged from 300 - 400cc (average=350cc). The control CT scan taken three months after surgery has shown fibrosis in the buttocks area, corresponding to the subcutaneous capsule housing the implant in the anomalous position (Fig 6). This fibrous tissue has caused buttocks irregularities of varying intensity. The overall complication rate was 46.8% (Table 2). The operatory wound complications were more frequent and treatment failure with relapse of the implant superficial displacement occurred in only one patient unilaterally (1/47=2.1%) (Fig. 7). During the preoperative care, two patients presented large superficial seroma on the implant site before surgical correction (Fig. 8). In one of these cases, mycobacterium infection was diagnosed after the implant plane was changed. DI SCUSSI ON 2 The intramuscular technique described by Rafael Vergara in 1996 has provided more natural, safe and long-lasting results when compared to other gluteoplasty augmentation 7,12 techniques . During the last decade, the technique was widespread and popularized among plastic surgeons and this has been the primary factor for the increase in demand 11 for this surgery . The increase in the number of surgeries also brought with it an increase in the number of complications. Implant displacement and, mainly, its superficialization, represents a more complex situation, in which the surgeon has to decide between a one-stage or two-stage surgery procedure, with four to six months interval between them. Intramuscular dissection based on standard anatomical references, especially the point of origin and insertion of the gluteus maximus simplifies its execution, preventing implant 115 3,4 malpositioning . During the learning curve, the fear of causing injury to the sciatic nerve leads surgeons to perform a very superficial intramuscular dissection or rupture of the muscle fibers during dissection. Muscle injuries are not always diagnosed during surgery. Muscle tone will make the implant to leave the muscle to a region of lower pressure, the subcutaneous tissue. Once in a superficial pocket, the subcutaneous tissue, 6 these implants can suffer more complications as ptosis and capsular contracture . The inadvertent position of the implant into a submuscular plane and injuries to the sciatic nerve are rarely seen due to the large thickness of the gluteus maximus. The intramuscular dissection can be guided by intra-operative ultrasound that can be helpful 13 for the inexperienced surgeon who has just started on gluteoplasty surgeries . We have treated gluteal implant displacement based on two main factors, which are the remaining muscle for new intramuscular dissection and the capsule that covers the displaced implant (Fig 9). Based on cadaver dissection, the minimum thickness required for muscle dissection and insertion of implants was 2cm. Muscles thinner than 2cm tend to rupture during dissection or insertion of implants. When the remaining muscles present less than 2cm thickness, implant removal is indicated. After 4 - 6 months, another operation is carried out to insert new implants using the intramuscular technique. 350cc implants were used in the cadaver dissection because it was the average volume used by the main author. The superficial fibrous capsule presented variable performance after the removal of the subcutaneous implants. Local scar forces lead to capsular retractions that can result in unpredictable gluteal irregularities. Our patients are informed about this chance before undergoing surgery. Fat graft in a second operative time may be helpful when treating these complications. Wound complications as seroma and dehiscence are the most frequent ones in primary 5-8 8,14 gluteoplasty . Some authors have associated seroma to subcutaneous detachment . In the gluteal area, seromas often drain through the surgical wound and are the cause of small dehiscences. During reoperation, subcutaneous detachment is enlarged and, then, the increase of seroma and small dehiscences is expected. Aspirative draining or insertions of quilting sutures were helpful in preventing these complications after the primary surgery, however, in the secondary surgery, the incidence of seroma and dehiscence remained high. The incidence of major chronic seromas may be related to 15 mycobacterioses infection . In these cases, our current routine is just the removal of the implants and reoperation, after 4-6 months, in case of negative culture results. Chronic postoperative complications have a great psychological impact on patients. Patients with gluteal implant displacement do not easily find a solution to their problems. All of them have presented psychological disruption which has resulted in a negative 116 response to treatment when the initial indication was implant removal. On the other hand, those patients treated in a one-stage surgical time presented high level of satisfaction (Figs. 10-15). According to the main authors, the overall complication rate exceeded the one of primary 5-7 gluteoplasty . The use of this proposed guideline led 87.23% of the cases to primary treatment (41/47), presenting treatment failure in 2.1% of the cases, index rate significantly lower than the total of complications that, in its majority, did not compromised the final result. CONCLUSI ON The treatment of gluteal implant displacement can be a one-stage surgical procedure for most patients. This decision is based on the thickness of the gluteus maximus muscle just below the implant. Using this protocol and performing a one- stage surgery treatment in patients with the gluteus maximus muscle thicker than 2cm have allowed us to apply the proper treatment efficiently. References: 1. Bartels RJ, O'M alley JE, Douglas WM , Wilson RG. Unusual use of the Cronin breast prothesis. Plastic and reconstructive surgery. 1969;44:500. 2. Vergara R, M arcos M . I ntramuscular gluteal implants Aesthetic Plast Surg. . Plastic and reconstructive surgery. 1996;20:259-262. 3. Aboudib JH, Serra F, de Castro CC. Gluteal augmentation: technique, indications, and implant selection. Plastic and reconstructive surgery. Oct 2012;130(4):933-935. 4. Gonzalez R. Augmentation Gluteoplasty: The XYZ M ethod. Aesthetic Plastic Surgery. 2004;28:417-425. 5. Bruner TW, Roberts TL, 3rd, Nguyen K. 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Periprosthetic atypical mycobacterial infection in breast implants: a new kid on the block! Journal of plastic, reconstructive & aesthetic surgery : JPRAS. Jan 2013;66(1):e16-19. 118 FI GURES: Figure 1- The most frequent situation: implant superficial to the muscle; In the center: how to preserve the intergluteal sulcus. Figure 2- Anchoring suture to avoid muscle disruption during the introduction of the implant. Left- fibrous capsule; Right- deeper intramuscular dissection. 119 Figure 3- The position of the muscle incision and anchoring suture to prevent muscle rupture while introducing the new implant. Figure 4- Superficial dissection and muscle rupture. 120 Figure 5-Treatment algorithm Figure 6- Ct Scan after 3 months of secondary surgery: fibrosis of the subcutaneous layer corresponding to the superficial fibrous capsule, and intramuscular gluteal implants. 121 Figure 7- Ct Scan: Treatment failure on the right side. The implant is intramuscular at left and over the gluteus maximus muscle at right. Figure 8- Ct Scan: Subcutaneous placement of the implants. Presence of seroma secondary to mycobacterial infection. 122 Figure 9- MRI evaluation and treatment. Figure 10- 20 years old woman 240cc round base implants located in the subcutaneous layer. The patient main complain was visible implants. 123 Figure 11- 20 years old woman 240cc round base implants located in the subcutaneous layer. The patient main complain was visible implants. Figure 12- 20 years old woman 240cc round base implants located in the subcutaneous layer. The patient main complain was visible implants. 124 Figure 13- 20 years old woman, 18 months post operative. Oval base implants 300cc, intramuscular placement. Figure 14- 20 years old woman, 18 months post operative. Oval base implants 300cc, intramuscular placement. 125 Figure 15- 20 years old woman, 18 months post operative. Oval base implants 300cc, intramuscular placement. Tables: Table 1- CT scan results POSITION SUBCUTANEOUS SUBFASCIAL PARTIALLY INTRAMUSCULAR TOTAL N MUSCLE (GLUTEUS) THICKNESS(cm)* New Implant intramuscular removal dissection 12 0 12 (25.5%) 3.7 (2.7 – 4.8) 2 (4.2%) 3.6 (3.4 – 3.9) 2 0 33 (70.2%) 2.5 (1.2 – 3.7) 27 6 47 3.2 (1.2 – 4.8) 41 (87.2%) 6 (12.7%) *Values are presented as average (minimum-maximum) Table 2- Complications TREATMENT 126 COMPLICATION N TREATMENT DEHISCENCE 13 (27.6%) Second intention healing SEROMA (SUPERFICIAL POCKET) INFECTION 5 (10.6%) Needle aspiration 1 (2.1%) RECURRENCE OF DISPLACEMENT TEMPORARY SCIATIC PAIN TOTAL 1 (2.1%) antibiotic therapy (outpatient) Implant removal 2 (4.2%) 22 (46.8%) B complex vitamins and corticosteroids