JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA

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JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
JORNAL BRASILEIRO
DE OFTALMOLOGIA
Nº 142 - NOV-DEZ - 2010
NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA
RECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 936 DE 15/09/1959
POSSE DIRETORIA 2011-2012
Ano novo, diretoria nova na SBO
Alegria e confraternização foram a tônica na posse de Aderbal Alves Jr, no dia 6 de janeiro
Eliana de Souza
A
Após a transmissão do cargo, dever cumprido, Mário e Ana Motta comemoram com Aderbal Alves
Jr. e Juliana Bohn Alves, coordenadora da Comissão de Projetos Sociais na gestão 2011-2012, e
seus filhos. À esquerda, César, Henrique e Arthur Motta. À direita, Marcela e João Victor Alves
Thomas Bayer, presidente da Essilor:
Brasil é prioritário na América Latina
pesar dos inúmeros problemas enfrentados pelos oftalmologistas,
o ano novo é sempre um momento de
celebração. Para a SBO, que está se
aproximando dos 90 anos com muita
disposição e vontade de se renovar, não
foi diferente. 2011 começou no dia 6
de janeiro, Dia de Reis, quando foi
empossada a diretoria presidida por
Aderbal Alves Jr., vice-presidente (RJ)
na gestão de Mário Motta.
Companheiros de especialidade (retina), de Serviço de Oftalmologia
(HFSE) e amigos, Aderbal Alves Jr. e
Mário Motta celebraram a continuidade de uma das mais antigas entidades oftalmológicas das Américas reunindo as famílias, os amigos, os sócios, colaboradores e parceiros no Clube Federal do Rio de Janeiro. A tônica da posse, descontraída como pede
o clima da cidade do Rio de Janeiro
nesta época do ano, foi de alegria e
confraternização.
Mas a emoção permeou toda a festa. Mário Motta comemorava, entre
outras conquistas, o saneamento financeiro da SBO, que lhe permitiu terminar seu mandato com saldo positivo em caixa. Aderbal Alves
Jr.celebrava o fato de ocupar o cargo
que já foi de seu pai, Aderbal de
Albuquerque Alves Alves, o grande
homenageado da posse. Referência
para todos presentes, no dia 6 de janeiro, Aderbal Alves Albuquerque,
primeiro residente de oftalmologia do
Brasil, ex-presidente da SBO, completava 86 anos de idade.
Prestação de contas, posse, nova
diretoria e metas no Editorial, páginas 3, 4, 5 e site [email protected]
Cuidados e técnicas cirúrgicas
para cataratas complexas
Arquivo pessoal
Nesta edição, o JBO volta a publicar a seção JBO Pergunta, e ninguém
melhor do que Thomas Bayer, presidente da Essilor para o Brasil e a América Latina, para ser o primeiro entrevistado.
Tradicional parceira da SBO, com
a qual promove anualmente o Prêmio
Varilux, e agora também o “Ver BemAprender Melhor- De Olho da Escola”, a Essilor, segundo Thomas
Bayer,está cada vez mais está focada
na América Latina, especialmente no
Brasil, além de na Ásia e Europa Oriental.
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Fã do esqui e do golfe, Thomas Bayer também
gosta de viajar. Na Argentina, com sua esposa,
Eva Bayer, num dos raros momentos de lazer
Estefan Radovicz
“Cirurgia de catarata em casos especiais: polar posterior, câmara rasa,
pupila pequena, cristalino luxado e
núcleo duro” foi o tema da palestra
de Marco Rey de Faria, durante a
apresentação do Relatório Anual de
2010 da SBO.
Pela relevância do tema e o interesse
despertado, Marco Rey de Faria preparou para a Seção Brasil do JBO uma transcrição da aula, que também está disponível para os sócios, em DVD e no site.
Na palestra, ele faz uma discrição minuciosa de casos complexos de catarata
e dá suas “dicas”.
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Marco Rey de Faria durante a apresentação
do Relatório Anual de 2010, no dia 18 de
novembro, no auditório da SBO
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu SBO-Estácio de Sá.
Página 16
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
2
IV Simpósio Sul Mineiro reúne
130 participantes em Juiz de Fora
Realizado no Hotel Constantino, em Juiz
de Fora (MG), nos dias 3 e 4 de dezembro, o
IV Simpósio Sul Mineiro de Oftalmologia
da SBO, uma parceria da Sociedade Brasileira de Oftalmologia com a Sociedade Sul
Mineira, e a participação da SBAO, reuniu
130 congressistas
Tendo como tema “Reciclagem do Conhecimento” foram proferidas palestras sobre
administração, catarata, contatologia,
crosslinking, estrabismo, glaucoma, neuro-oftalmologia, plástica ocular, cirurgia refrativa,
retina e úvea. Houve também cirurgias ao vivo.
O encerramento, uma festa de confraternização, aconteceu no Local Privilege.
Mário Motta, presidente da SBO,e Elias
Mansur Ticly Junior, presidente da Sociedade Sul Mineira de Oftalmologia, coordenaram o evento, presidido por Renato
Na SBO, assim como na democracia,
alternância de gestores é a tônica
Divulgação
Em primeiro plano, à direita, Mário Motta, e na
extrema esquerda, Fernando Trindade,
durante uma das palestras
Ambrósio Jr., com Augusto Motta e Helcio
Pachoalino Jr. como vice-presidentes.
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Projeto “Ver Bem”, uma das campanhas da
SBO, entrega óculos em cinco escolas
Lucino Odorizzi
João Diniz, assessor da diretoria da SBO,
coloca os óculos num dos alunos beneficiados
pelo Projeto. As armações são da Tecnol e as
lentes da Essilor
Já com os óculos, os 11 alunos do Ciep
Salvador Allende, vendo-se atrás Mário Motta.
À direita,a diretora da escola, voluntários do
Lions e o técnico da Essilor
“Uma das maiores satisfações nesses meus
dois anos à frente da SBO, foi presidir a entrega
dos óculos aos alunos das cinco escolas municipais do Rio, que integram o Projeto Piloto “Ver
Bem- Aprender Melhor- De Olho da Escola”.
Campanha de cunho social, assim como a do
Dia Nacional do Diabetes e as várias de prevenção do glaucoma, “Ver Bem”, uma parceria com
a Secretaria de Educação do Município do Rio,
a Essilor, a Tecnol e o Lions Clube, atinge o
ponto mais nevrálgico de nosso sistema injusto
de distribuição de renda: a criança”.
Essas palavras de Mário Motta sintetizam
o sentimento de todos os oftalmologistas
envolvidos no Projeto “Ver Bem- Aprender
Melhor- De Olho na Escola”. O Projeto en-
globou cinco escolas situadas numa região
recém-beneficiada por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio: Mário de
Andrade, Ciep Salvador Allende, Equador,
República Argentina e Noel Rosa. Foram
avaliados 1.484 alunos, 244 foram encaminhados para exame oftalmológico, dos quais
180 compareceram efetivamente, resultando na distribuição de 65 óculos.
A primeira entrega-11 óculos-, foi no dia
7 de dezembro no Ciep Salvador Allende,
próxima ao antigo Jardim Zoológico, em Vila
Isabel. Os demais óculos foram entregues nos
dias subsequentes.
Mais campanha: Dia Mundial do Diabetes na PÁGINA 5
Tat Keong Chan
fala sobre TASS,
e mostra ser pop
Tempo e Memória:
curso de pós
com a Unirio
Referência mundial em infecção ocular,
Tat Keong Chan, de Cingapura, é o entrevistado desta edição no Internacional Corner.
Pesadelo dos cirurgiões do segmento anterior, a endoftalmite e a Síndrome Tóxica do
Segmento Anterior Ocular (TASS em inglês)
são abordadas na entrevista em que o especialista revela também seu encantamento com
o Brasil, um dos seus países prediletos, e pela
cantora Ivete Sangalo. Mais pop impossível.
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Com a volta do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu da SBO agora em convênio com a
Universidade Estácio de Sá, João Diniz aproveita para historiar em Tempo e Memória a
criação do curso anterior. Em 1994, ainda na
gestão de Morizot Leite Filho, foi elaborado
um projeto de curso de pós-graduação, implantado em 1995 em convênio com a
Unirio (Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro).
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NOTA DA REDAÇÃO
As seções Oft@lmonline, Opinião (com o terceiro e último artigo de Celso Marra sobre
administração de consultórios), Filiadas à SBO, A Visão da Justiça e Na Estante voltam a ser
publicadas a partir do próximo número do JBO.
Entre as dezenas de ex-presidentes da SBO
Mário Motta*
no decorrer de
seus 88 anos de existência destacam-se não
só professores ilustres e notáveis da nossa
especialidade, mas também oftalmologistas habituados ao dia a dia dos ambulatórios, hospitais e consultórios, e que conhecem as dificuldades inerentes aos diversos serviços da área médica.
Talvez este espírito democrático, com
alternância entre os condutores da gestão
na SBO, tenha permitido que ao longo de
tantos anos a nossa Sociedade prestasse relevantes serviços aos oftalmologistas e à
população tanto no aspecto educacional,
quanto em lutas de defesa da classe e em
campanhas de saúde ocular.
Quando a diretoria do mandato 20092010 assumiu, sabíamos da enorme responsabilidade em manter o elevado nível
de serviços para os colegas, principal objetivo da SBO. Ao término da nossa gestão,
entre as diversas realizações, sempre com a
colaboração de membros da diretoria, gostaríamos de destacar alguns pontos:
- Parceria com a Sociedade Brasileira
de Catarata e Implantes Intraoculares e com
a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Refrativa, que passaram a ter a Revista
Brasileira de Oftalmologia como referência para publicação de artigos de caráter
científico;
- Reforma na sede, incluindo parte elétrica, hidráulica, pintura e aquisição de
equipamentos de manutenção e atualização. Reforma e modernização do auditório
com aquisição de poltronas, para maior
conforto aos participantes de aulas e eventos na SBO. As melhorias possibilitaram
ampliar o leque de empresas interessadas
na locação do auditório para eventos com
até 70-85 participantes. Cabe aqui um
agradecimento a todos os sócios, já citados
em edição anterior do JBO, que colaboraram com a “aquisição” de cadeiras;
- Participação, com delegação oficial,
em Congressos das Sociedades Francesa,
Italiana e Paraguaia de Oftalmologia, estreitando os laços com países de línguas
latinas. Ao XVI Congresso Internacional
da SBO, vieram delegações da Argentina,
Espanha, Estados Unidos França, Itália,
Paraguai e Portugal;
- Modificação no Estatuto da SBO para
que a eleição dos diretores passasse a ser
durante o Congresso Internacional, possibilitando maior participação dos sócios
no processo eleitoral;
- Realização de Jornadas em parceria
com a Sociedade Sul Mineira de Oftalmologia, nas cidades de São Lourenço e
Juiz de Fora;
- Participação nos Congressos da
SBCII e SBCR em Fortaleza e nos Congressos do CBO, em Belo Horizonte e Salvador;
- Participação em campanhas públicas
de saúde ocular, promovidas pela SBO ou
em parceria com diversas entidades e empresas: Abrag, Lions, Firjan, Rede Globo,
Essilor, Sociedade Brasileira de Diabetes, e
Secretarias de Educação e Saúde;
- Reativação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, em parceria com a
Universidade Estácio de Sá. Ele está
aberto para residentes de todos os Serviços. O Curso, que já existia, oferece não
só fundamentação teórica sólida, mas
também a oportunidade de convívio
com colegas de outros Serviços e professores renomados.
- Atualização do JBO e do site da SBO,
que passaram a funcionar em maior
sinergia;
- Saneamento financeiro, que permitiu terminar a gestão 2009-2010 com saldo positivo em caixa.
Aproveito este Editorial para agradecer a todos os componentes da diretoria e
à equipe de colaboradores e funcionários,
que diariamente atuam para que a Sociedade Brasileira de Oftalmologia possa
prestar os serviços a que se propõe e que os
associados desejam.
Com a nova diretoria, sob a presidência de Aderbal Alves Jr., que tem espírito
dinâmico e inovador, podemos ter a certeza de que a SBO estará cada vez mais presente junto aos oftalmologistas do Brasil.
Finalmente, uma palavra de agradecimento a meus filhos, pela paciência e
estímulo, e a Ana Motta, pelo trabalho
brilhante e incansável em todos os eventos durante estes dois anos.
*Presidente da SBO
PÁGINA
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Confira ...............................................
2
International Corner ..........................
Editorial ..............................................
2
Seção Brasil ...................................... 11-12
Posse / Metas/ Diretoria/
Tempo e Memória .............................
10
12
Comissões 2011-2012 ......................
3
Conta-Gotas ...................................... 13-14
SBO é de utilidade pública ................
4
Necrológio .........................................
16
Mudanças no site da SBO ................
4
Pós-Graduação SBO-Estácio de Sá ...
16
Simpósio Sul Mineiro .........................
5
Expediente .........................................
18
Dia Mundial do Diabetes ...................
5
Calendário de Eventos
FeCooeso ..........................................
6
Oftalmológicos ..................................
18
JBO Pergunta ....................................
9
Olho Vivo ...........................................
18
3
Novembro - Dezembro - 2010
Posse da diretoria da SBO para biênio 2011-2012
Aderbal Alves Jr. assume reafirmando objetivo de promover reforma estatutária
Eliana de Souza
Eleita durante o XVI Congresso Internacional, a nova diretoria da SBO, tendo Aderbal
Alves Jr. como presidente, assumiu no dia 6 de
janeiro último, no Clube Federal do Rio de Janeiro, em cerimônia prestigiada pelos ex-presidentes: Adalmir Morterá Dantas, Carlos
Fernando Ferreira, Flávio Rezende, Luiz Carlos
Portes, Miguel Padilha, Morizot Leite Filho,
Oswaldo Moura Brasil, Sérgio Fernandes,
Yoshifumi Yamane e Aderbal de Albuquerque
Alves, que completava 86 anos na data, o grande homenageado da noite.
Aderbal Alves Jr. presidirá a Sociedade nos
próximos dois anos (biênio 2011-2012). No
seu discurso de posse, ele destacou a história da
SBO desde sua fundação há 88 anos, a evolução da medicina, especialmente da oftalmologia nesse período, e apontou a necessidade de
uma reforma estatutária com o objetivo de renovar a entidade, redefinindo seu papel frente
aos desafios do século XXI. O novo presidente
também destacou a presença da SBO em muitos congressos nas Américas e na Europa, particularmente com as sociedades de língua latina,
cooperação iniciada na gestão de Luiz Carlos
Portes (2007-2008).
A Sessão Solene de posse, comandada pelo
oftalmologista Norton Fernandes Lima, que
atuou como mestre de cerimônia, contou com
a presença dos vice-presidentes regionais, inúmeros membros de antigas diretorias e da nova,
além de nomes representativos da especialidade e de empresas oftálmicas, como o presidente da Essilor para o Brasil e América Latina,
Thomas Bayer, além de Luiz Fernando Moraes,
presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), e
Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro.
Após a Sessão Solene, foi oferecido um
coquetel, cortesia da Essilor, Novartis, Alcon
e Mediphacos.
Após a transmissão do cargo, Aderbal Alves Jr. e Mário Motta (segundo e quarto da direita para
a esquerda) com oito ex-presidentes da SBO. A partir da esquerda Miguel Padilha, Oswaldo
Moura Brasil, Flávio Rezende, Aderbal de Albuquerque Alves, Yoshifume Yamane, Carlos Fernando
Ferreira, Sérgio Fernandes e Luiz Carlos Portes
Metas para o biênio 2011-2012
Ensino e Pesquisa, Projetos Sociais,
Apoio ao Associado e Divulgação da Marca
são as metas de gestão da nova diretoria, que
o JBO publica abaixo, precedidas da introdução preparada por Aderbal Alves Jr.
“Ao longo dos 88 anos de existência da SBO
sua missão permaneceu inalterada: promover o
ensino e pesquisa em oftalmologia e atuar junto
à população em campanhas e exames de prevenção das enfermidades oftalmológicas.
No entanto, a visão da entidade em como se
inserir no meio oftalmológico obrigatoriamente tem mudado para acompanhar as profundas
alterações que afetaram as nossas vidas nas últimas décadas. O sucesso em qualquer plano, pessoal ou empresarial, e a SBO deve ser vista como
uma empresa, embora sem fins lucrativos, vai
depender da identificação e da superação dos
desafios que surgem a todo momento.”
O programa de gestão 2011-2012 tem
os seguintes pontos chaves:
1. Ensino e Pesquisa
■ Curso de Pós- Graduação Latu Senso em
convênio com a Universidade Estácio de Sá
iniciado em 2010.
■ Cursos Modulados: Elaborados por profissionais experientes em temas de grande interesse, teórico-práticos, com possibilidade
de realização em outros estados.
■ Elaboração de Curso de Iniciação em Oftalmologia-Janeiro de 2012, para apoio aos
que se iniciam na especialidade.
■ Curso de Iniciação Científica com realização
provável em Março de 2011, com a participação
dos residentes dos Serviços do Rio de Janeiro.
■ Cursos Complementares de Apoio: Oftalmologia Básica (Embriologia, Histologia);
promover intercâmbio entre os Serviços buscando suprir eventuais deficiências.
2. Projetos Sociais
Responsabilidade social é uma exigência
crescente dos tempos atuais tanto para pessoas
físicas como jurídicas. A SBO, como entidade
declarada de utilidade pública, reúne as condições técnicas para elaborar projetos de grande impacto na saúde oftalmológica.
■ Elaboração de Calendário de Campanhas,
de modo a estabelecer logística eficaz.
■ Reforçar parcerias com Organizações Não
Governamentais (ONGs), Lions Clube,
Abrag, Retina Rio e sociedades médicas
(Endocrinologia, por exemplo, associadas à
Oftalmologia).
■ Elaboração de documentação educacional
com a marca SBO, disponibilizando o material para todo o país.
■ Elaboração de Projetos de Prevenção de Cegueira Diabética, Glaucoma, Degeneração Macular
Relacionada à Idade e Visão na Infância.
■ Busca de parceiros públicos e privados para
financiamento de projetos (Estado, Prefeitura, Firjan, empresas em geral).
3. Apoio ao Associado
Dezenas de sociedades oftalmológicas
existem no Brasil, estaduais, regionais, de
subespecialidades e o Conselho Brasileiro de
Oftalmologia. O grande desafio é motivar a
adesão e fidelização à SBO. Para tanto temos
algumas propostas:
■ Reforma estatutária a ser discutida inicialmente na Comissão composta por expresidentes, com elaboração de propostas
que aumentem a participação da SBO em
todo o pais.
■ Redução dos custos para os associados, anuidades mais baratas, descontos aos médicos
com até 5 anos de formados, descontos aos
sócios de sociedades associadas à SBO.
■ Banco de Emprego – Organizar um Banco de Emprego, com currículo, carta de recomendação com acesso via site da SBO.
■ Serviços – Ampliar a oferta de serviços aos
associados, financiamentos, seguros, suporte
jurídico.
■ Elaboração de Manual SBO Jovem, com
informações básicas fiscais, gerenciais, relação
com convênios, passo a passo para quem deseja programa de fellow no Brasil e exterior, etc.
■ Redução das tarifas dos congressos.
■ Montagem de Estande SBO com ampla
oferta de serviços – banco, escritório de advocacia, contabilidade, seguro, etc.
■ Divulgação via Internet de Novidades em
Oftalmologia.
■ Viabilizar acesso a periódicos via site ou
telefone.
4. Divulgação da Marca
A marca SBO tem 88 anos, credibilidade e
confiabilidade, é sem dúvida nosso maior
patrimônio. É nossa meta ampliar sua visibilidade.
■ Fazer do estande SBO nos eventos
oftalmológicos - “A Casa do Oftalmologista” -, lema criado pelo ex-presidente Dr. Sérgio Fernandes, um ponto de apoio e referência para os oftalmologistas. Iremos oferecer
em um estande amplo, confortável, os vários
serviços disponíveis.
■ Continuar lutando pela qualidade da nossa Revista Brasileira de Oftalmologia e pela
sua indexação ampla.
■ Ampliar atuação do Jornal Brasileiro de
Oftalmologia como canal de divulgação das
atividades oftalmológicas juntamente com
o site da SBO.
■ Utilização de mídias alternativas –
facebook, outras.
■ Conveniências SBO – Viabilizar produtos com a marca SBO – sandálias hawainas,
jalecos, camisetas, porta-canetas, entre outros.
■ Disponibilizar título da SBO com design
moderno, como certificado de qualidade que o
associado pode expor em seu consultório.
Para alcançar esses objetivos foram criadas novas comissões, compostas de habituais
e novos colaboradores, de todos os Serviços
do Rio de Janeiro e de vários estados do Brasil, que pela qualidade prometem superar as
expectativas.
Diretoria e integrantes das 12 comissões de assessoria à presidência
Presidente: Aderbal Alves Jr. (RJ); Vice-presidente RJ: Marcus Vinicius Abbud Safady; Vicepresidentes regionais: Roberto Abdalla Moura
(MG); Leon Grupenmacher (PR); Osvaldo
Travassos (PB); Alípio de Souza Neto (DF); Secretário Geral: Gilberto dos Passos (RJ); 1º Secretário: Armando Crema (RJ); 2º Secretário:
Marco Antônio Alves (RJ); Tesoureiro: Ricardo
Miguel Japiassú (RJ); Diretor de Cursos: André
Portes (RJ); Diretor de Publicações: Arlindo Portes (RJ); Diretor de Biblioteca: Renato Ambrósio
Jr. (RJ); Conselho Consultivo: Aderbal de
Albuquerque Alves (RJ); Acácio Muralha Neto (RJ);
Mário Motta (RJ); Miguel Padilha (RJ); Oswaldo
Moura Brasil (RJ); Sérgio Fernandes (RJ); Conselho Fiscal: Efetivos - Eduardo Morizot (RJ);
Ricardo Lima de Almeida Neves (RJ); Sérgio
Meirelles (RJ); Suplentes - Mário Nagao (RJ);
Octávio Moura Brasil (RJ); Sansão Kac (RJ).
Comissão de Projetos Sociais: Coordenadora: Juliana Bohn Alves (RJ); membros: Adriano
Martins e Souza (RJ); Ana Elisa de Castro Coimbra
(RJ); Claudia Castor Xavier Bastos (RJ); Dorothy
Graça Dantes Reis de Freitas (MG); Eduardo
Kestelman (RJ); Elaine Castro Costa Santos
(RJ);Márcio Sued da Costa (RJ); Patrícia Maciel
Pacha (RJ); Silvana Maria Pereira Vianello (MG);
Valeria Silva Homem (RJ).
Comissão de Relações Institucionais: Coordenadora: Roberli Bichara Pinto (RJ); membros:
Claudia Amaral Fiorot (RJ); Diogo Lucena (RJ); Flávio Mac Cord Medina (RJ); Francisco Teixeira Pinto
(DF); Giovanni Colombini (RJ); Lizabel Gemperli (MS);
Luiz Filipe de Albuquerque Alves (RJ); Mário Ursulino
Machado Carvalho (SE).
Comissão SBO Jovem: Coordenadora: Íris
Yamane (RJ); membros: Bruno Fontes (RJ); João
Capella (RJ); Karina Esposito Nagao (RJ); Marcelo
Jarczun Kac (DF); Oswaldo Ferreira Moura Brasil
(RJ); Paulo Augusto de Arruda Mello Filho (SP);
Renata Rezende Bisol (RJ);Ricardo Augusto Paletta
Guedes (MG).
Comissão de Educação Médica Continuada:
Coordenador: Ari de Souza Penna (RJ); membros:
Aletea Cerqueira Pompei (RJ); Cléber Godinho (MG);
Edmundo Americo D. Soares (MG); Eduardo
Muranaka (RJ); Evandro Lucena (RJ); José Alexandre Pereira (RJ); Lincoln Lemes Freitas (SP); Maila
Naves Pereira Passos (RJ); Renato do Amaral
Fernandes (RJ); Rodrigo de Pinho Paes Barreto (RJ);
Tiago Bisol (RJ).
Comissão de Relações Internacionais: Co-
ordenador: Mario Nagao (RJ) - membros: Almir
Ghiaroni (RJ); André Curi (RJ); Armando Crema
(RJ); Eduardo Cunha (SP); Leopoldo Pacini Neto
(DF); Miguel Padilha (RJ); Miguel Hage Amaro
(PA); Nelson Sabrosa (RJ); Newton Kara José
Júnior (SP); Roberto Abdalla Moura (MG).
Comissão de Ética: Coordenador: Paiva Gonçalves Filho (RJ) - membros: Beatriz Correa (RJ);
Eliezer Benchimol (RJ); Fernando Trindade (MG);
Harley Bicas (SP); Homero de Almeida (MG);
Jacqueline Provenzano (RJ); João Alberto Holanda
de Freitas (SP); Marcelo Ventura (PE); Paiva Gonçalves Neto (RJ); Rogério Neurauter (RJ).
Comissão de Relacionamento com Sociedades Filiadas:Hélcio Bessa (RJ); Helder Costa Filho
(RJ); Jair Giampani Júnior (MT); João Borges Fortes
Filho (RS); Liane Rezende (RJ); Mansur Elias Ticly
Júnior (MG); Max Rollemberg Gois (SE); Renato
Curi (RJ).
Comissão de Relacionamento com Contratantes de Serviços Médicos: Celso Klejnberg (RJ);
Edna Almodin (PR);Eduardo Paulo Filho Di Piero
(RJ); Marco Rey de Faria (RN); Paulo Sérgio de
Salles (RJ); Samuel Cukierman (RJ); Vitor Barbosa
Cerqueira (RJ).
Comissão de Internet: Aldo Barcia Fonseca (RJ);
André Pereira Soares Maia (RJ); Fernando de Faria
Pereira Balli (RJ); Jacqueline Coblentz (RJ); Karla
Rezende Guerra (RJ); Patrícia Correa Mello Araújo
(RJ); Priscila Stalleikem Sebba (RJ).
Comissão Científica: Adalmir Morterá Dantas
(RJ); Carlos Alexandre Garcia (RN); Fernando Oréfice
(MG); Francisco de Assis Cordeiro Barbosa (PE);
Haroldo Vieira de Moraes Jr. (RJ); Hélia S. Angotti
(MG); Jaco Lavinsky (RS); Márcio Nehemy (MG);
Mário Luiz Ribeiro Monteiro (SP); Paulo Augusto de
Arruda Mello (SP); Tadeu Cvintal (SP); Walter
Takahashi (SP).
Comissão de Defesa Profissional: Francisco
Aécio Fernandes Dias (CE); Christiano F. Barsante
Santos (MG); Claudio Chaves (AM); Eduardo de Franca Damasceno (RJ); Francisco Teixeira Pinto (DF);
João Eugênio G. de Medeiros (DF); Marcos Ávila
(GO); Newton Kara José (SP); Renato Cruz Laender
(MG).
Comissão de Reforma Estatutária: Coordenadores: Flávio Rezende (RJ) e Miguel Ângelo
Padilha (RJ); membros: Carlos Fernando Ferreira
(RJ); Celso Marra (RJ); Luiz Carlos Portes (RJ);
Mário Motta (RJ); Morizot Leite Filho (RJ); Oswaldo
Moura Brasil (RJ); Samuel Cukierman (RJ); Sérgio
Fernandes (RJ); Yoshifumi Yamane (RJ).
4
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
SBO é considerada entidade de utilidade pública
Entrega simbólica do Certificado de Filantropia foi na última reunião presidida por Mário Motta
Estephan Radovicz
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia
obteve em 2010 o título de utilidade pública, com o apoio do vereador e médico
Carlos Eduardo de Mattos, presidente da
Comissão de Saúde da Câmara Municipal
do Rio de Janeiro. A Lei Municipal Ordinária nº 5168, de 4 de maio de 2010, isenta
a entidade de vários tributos. A entrega simbólica do Certificado de Filantropia pelo vereador foi no dia 18 de novembro, por ocasião da assembleia ordinária de prestação de
contas da diretoria do biênio 2009-2010.
O Certificado de Filantropia teve também decisiva participação de Luiz Carlos
Portes, presidente da SBO no biênio
2007-2008 e membro do conselho consultivo nos dois últimos anos. Ao fazer a
entrega do título, o vereador Carlos Eduardo de Mattos prometeu continuar colaborando com a Sociedade Brasileira de
Oftalmologia nas ações de responsabilidade social que, a partir de 2011, contarão com a coordenação da Comissão de
Projetos Sociais criada pelo novo presidente, Aderbal Alves Jr.
Ladeado por Mário Motta, com a cópia simbólica do Certificado de Filantropia, e Luiz Carlos
Portes, o vereador e médico Carlos Eduardo de Mattos, colaborador e parceiro da Sociedade
Brasileira de Oftalmologia em várias campanhas sociais
Na assembleia, Mário Motta fez também um balanço de sua gestão, destacando
na área social as sete campanhas de prevenção do glaucoma, com o apoio do Lions Clube, Abrag-Rio e a participação em iniciati-
vas promovidas pela Firjan (Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro) com a Rede
Globo, além da realizada pela Secretaria de
Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Apresentou também a participação da
SBO, juntamente com a Essilor, o Lions
Clube e a Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro, na campanha “Ver
Bem Aprender Melhor, de Olho na Escola”.
O projeto piloto da campanha, mostrando a
importância da detecção precoce de problemas visuais para melhor rendimento escolar
dos alunos, foi aplicado em cinco escolas municipais no entorno da comunidade do Morro
dos Macacos, em Vila Isabel, ocupado pela
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde 14 de novembro. Foram avaliadas 1.484
crianças, das quais 242 foram encaminhadas para consulta oftalmológica
Durante a assembleia ordinária também foram fixados os valores da anuidade
de 2011: R$360,00 para sócio titular e
emérito; e R$300,00 para sócio aspirante
e correspondente.
-A situação financeira equilibrada,
com uma reserva em caixa, permite que
só comecemos a cobrar a anuidade de 2011
em 24 de janeiro, comemorou Mário
Motta, agradecendo o trabalho do diretor
tesoureiro Sansão Kac.
Mudanças no site da SBO facilitam a navegação
No final da gestão de Mário Motta, entrou no ar o novo site da SBO, desenvolvido
pela WGS Informática, cujo principal objetivo era torná-lo mais simples, uma vez que a
home é acessada por leigos e pela mídia, além
dos oftalmologistas. “Um site tão bem organizado e sólido que, sem exigir muitos conhecimentos de navegação, instintivamente
nos conduz na direção correta”, pediu Mário
Motta.
Portanto, o grande desafio para a WGS
era compactar o maior número de informações na página inicial do portal, mantendo
uma distinção entre as áreas e sem causar uma
poluição visual. Para que isso fosse possível,
as informações foram distribuídas em painéis
sobrepostos, acessíveis rapidamente através de
abas, cada qual com o seu título informativo.
Esta maneira de exibir a informação está
presente na home do portal nas áreas: Publicações SBO, Campanhas e Dicas SBO, onde
cada área está condicionada a uma aba e suas
informações são rapidamente acessadas com
apenas um clique.
Outra maneira utilizada para agrupar
informações foi usada nas áreas SBO em Ação
e SBO e Você ( esta na área do médico), que
exibe os títulos das informações em caixas
deslizantes. Ao clicar no título desejado, os
outros deslizam para abrir espaço para a informação.
Aspecto importante também eram as cores. O azul e o branco foram mantidos por
serem as cores da logomarca da SBO. Entretanto, como a palavra de ordem também era
renovação, a equipe da WGS acrescentou
detalhes em verde e laranja, trazendo mais
vida e contraste ao portal.
Além dos aspectos visuais, todo o portal
foi reconstruído em uma nova linguagem
de programação, o que em outras palavras
quer dizer: maior segurança dos dados, acessibilidade e dinamismo.
O novo portal da SBO conta ainda com
muitas outras inovações, que não foram mencionadas aqui, mas que você perceberá ao navegar. Esperamos que com essas inovações, e
outras que ainda estão em desenvolvimento,
possamos contribuir para transformar sua navegação neste novo portal, numa experiência
muito mais intuitiva e agradável.
Na gestão de Aderbal Alves Jr. as mudanças vão continuar, principalmente na área
do médico, e sugestões são bem-vindas.
Caixas deslizantes
utilizadas na área SBO
em Ação e textos
animados em Últimas
Notícias. Neste caso
abrindo uma janela para
o caso de informações
detalhadas, soluções
que permitiram
compactar o maior
número de informações
na página inicial do
portal
5
Novembro - Dezembro - 2010
Simpósio Sul Mineiro: cada ano mais participantes
Em 2010, o número de congressistas praticamente dobrou em relação ao ano anterior
Divulgação
Como já se tornou tradição, a parceria da
Sociedade Brasileira de Oftalmologia com a
Sociedade Sul Mineira de Oftalmologia, presidida por Mansur Elias Ticly Jr., ensejou o
Simpósio Sul Mineiro de Oftalmologia da
SBO, já na sua quarta edição. Realizado em
Juiz de Fora, nos dias 3 e 4 de dezembro,
reuniu 130 participantes, quase o dobro do
evento de 2009, em São Lourenço, que teve
70 congressistas.
Realizado em conjunto com a Sociedade
Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO) no Hotel Constantino, sob a presidência de Renato Ambrósio Jr., o IV
Simpósio Sul Mineiro de Oftalmologia da
SBO teve como tema “Reciclagem do Conhecimento” nas áreas de administração, catarata, contatologia, crosslinking, estrabismo, glaucoma, neuroftalmologia, plástica
ocular, cirurgia refrativa, retina e úvea.
O programa incluiu cirurgias ao vivo e
um programa social que reuniu os participantes numa festa de confraternização no recém-inaugurado Local Privilege. Os vicepresidentes do encontro, Augusto Motta e
Helcio Paschoalino Jr., juntamente com a
Comissão Organizadora, composta por
Beatriz Hollanda, Cristina Ramalho, Gustavo
Sotto Maior, Leonardo Provetti Cunha,
Lourival Sotto Maior, Luciana Costa Cunha,
Marta Halfeld, Rafael Merula, Ricardo
Augusto Palleta Guedes, Silvana Vianello e
Vanessa Palleta Guedes, não mediu esforços
para o sucesso do evento.
- Pequenos encontros como o de Juiz de
No Dia Mundial do Diabetes, SBO
esclarece sobre retinopatia diabética
Ricardo Fernandes
Renato Ambrósio Jr. e Mário Motta com Helcio
Paschoalino Jr., Mansur Elias Ticly Jr., e
Augusto Motta na abertura do IV Simpósio
Fora oferecem oportunidade de estreitar os
laços com as entidades filiadas à SBO, um
dos objetivos da minha diretoria e que, tenho certeza, terá continuidade nos próximos
dois anos com Aderbal Alves Jr., ressaltou
Mário Motta lembrando que a Sociedade sempre teve essa preocupação, mas, na sua opinião, nos dias atuais elas são cada vez mais
importantes.
Para Mário Motta, ao contrário do que se
poderia supor, apesar da internet, conferências on-line e o acesso rápido às mais recentes
conquistas oftalmológicas, “percebe-se a necessidade dos colegas se encontrarem e discutirem os temas relevantes da especialidade
frente a frente. O ser humano é gregário, precisa se relacionar socialmente. As chamadas
redes sociais são importantes, mas precisamos
conversar, discutir, trocar experiências, sentir
a reação do colega e, também, criar laços de
amizade”.
Com o objetivo de alertar a população dos riscos da retinopatia diabética, a
Sociedade Brasileira de Oftalmologia
participou do Dia Mundial do Diabetes,
14 de novembro, juntamente com a Sociedade Brasileira de Diabetes e o Lions
Clube. O evento foi realizado na entrada
principal do Estádio do Maracanã (RJ) e
teve corrida/caminhada, recreação infantil e estações multiprofissionais em educação e prevenção com médicos
diabetólogos, oftalmologistas, dentistas,
nutricionais, enfermeiros, especialistas
em cuidados com os pés.
Na estação da SBO foram distribuídos
folhetos explicativos, elaborados em conjunto com a Sociedade Brasileira de Retina
e Vítreo, mostrando como evitar a perda da
visão devido ao diabetes, que afeta cerca de
7 a 8% da população brasileira com mais
de 18 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 40% dos diabéticos
sofrem de alterações oftalmológicas.
Participaram da campanha, o presidente da SBO, Mário Motta, o representante do Lions Clube, Lucino Odorizzi,
e os residentes César Motta, Eduardo
Amorim Novaes e Fernanda Pessoa de
Freitas Bernardo.
Mário Motta em pé e os residentes Eduardo
Novaes, Fernanda Bernardo e César Motta,
esclarecem sobre retinopatia diabética
A SBO firmou parceria com a União
das Associações de Diabéticos do Estado
do Rio de Janeiro (Uaderj), entidade criada para o diagnóstico precoce e tratamento
da retinopatia diabética em crianças, adolescentes e adultos até completarem 30
anos de idade.
A partir de março, começarão os primeiros atendimentos oftalmológicos mensais gratuitos de pessoas encaminhadas pela Uaderj.
Personalidades como Bernardinho técnico de vôlei, as atrizes Glória Pires e Malu
Mader, a cantora Paula Toller, cederam
direito de imagem para a Uaderj.
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
6
FeCooeso se reúne com a ANS para tratar da Cassi
Divulgação
Representantes da oftalmologia estiveram reunidos com a ANS no dia 29 de novembro último, para tratar de problemas referentes à Cassi que, ao contrário de outras
operadoras de planos de saúde como Amil,
Banco Central, Bradesco, Golden Cross,
Petrobras, SulAmérica e Unimed, tem criado dificuldades para os oftalmologistas
conveniados.
Segundo o presidente da FeCooeso, Nelson Louzada, a Cassi é a única que:
1. Exige além da guia de serviço habitual, que seja emitida outra pela firma
Orizon, tendo o paciente que assinar ambas.
No caso de exames complementares, tantas
serão emitidas e terão de ser assinadas. Lidamos com pacientes idosos, com visão reduzida, com dificuldade de entendimento.
2. Limita idade do paciente para autorizar tonometria ocular. Antes não permitia
com menos de 40 anos, agora, menos de 16
anos. Contraria Parecer do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Glaucoma.
3. Impertinência em obrigar o envio das
guias pelo correio para Brasília (se extraviar,
quem paga?), além da despesa desnecessária.
O serviço é prestado em um determinado estado e centralizado na capital.
4. Burocracia para revisão de glosas - feita só pela internet, sem previsão de resposta!
Da esquerda para a direita: André Born
(Cooeso-AL), Nelson Louzada, Carlos
Figueiredo (gerente geral de integração
setorial da ANS), Fabíola Mansur (diretora
CBO), Paulo Cesar Fontes, João Fernandes
(gerente administrativo FeCooeso), Samuel
Cukierman (representante da SBO)
5. Exigência de boletim anestésico para
pagar os honorários. As cirurgias já prevêem
o porte anestésico, a presença do anestesista.
6. Não aceita pagar em dobro as cirurgias de curta permanência, de porte superior
a 4, realizadas em sistema Hospital-Dia. Pagava até 1999. Subitamente, sem aviso, passou a pagar 1x. Em 18 de abril de 2000,
assinou um Protocolo de Intenções com a
Sociedade Brasileira de Oftalmologia, comprometendo-se a pagar 1,5x. Em maio de
2010, novamente voltou a pagar 1x. O caso
configura QUEBRA DE CONTRATO!
Outros problemas envolvendo a Cassi:
7. Inclui os honorários da instrumentadora no pagamento realizado ao cirurgião. As Prefeituras consideram este fato
como prova da Pessoa Jurídica não ser uniprofissional, acarretando contratempos a esta.
Além disso, os valores adicionados sofrem
desconto de Imposto de Renda, muitas vezes
de 27,5%, além de INSS. Estes descontos (IR
e INSS) subtraídos do honorário da
instrumentadora causam desnecessária redução e consequente descontentamento por
parte da prejudicada.
8. O grupo Unidas, da qual a Cassi faz
parte, pratica o MONOPSÔNIO: “situação de mercado em que há um só comprador de determinada mercadoria ou serviço”. Não existe concorrência, nem negociação. Quem regula o preço é o poder econômico, não o mercado. As mais ricas se
utilizam das mais pobres para comprar serviços alegando que, como fazem parte de
um grupo, vários dos seus participantes
não têm condições de pagar bem. Portanto, todos pagam mal. A finalidade inequívoca de tal associação é a compra de serviços médicos em bloco, prática comercial
reprovável. Configura CARTEL DE COMPRA DE SERVIÇO. A Petrobras descartou
esta prática reprovável e paga, atualmente,
os melhores honorários médicos, podendo
se vangloriar disto.
O que querem
os oftalmologistas:
1. Que somente a guia oficial seja assinada pelo paciente.
2. Que não haja limitação de idade para
tonometria ocular.
3. Que as guias sejam entregues nas sedes da Cassi na cidade onde o serviço
foi prestado ou em agências do Banco
do Brasil.
4. Que as glosas tenham resposta rápida e pessoal treinado para esclarecer
dúvidas.
5. Que não seja exigido boletim anestésico para reembolsar os honorários do
anestesista - antiético.
6. Que volte a pagar em dobro as cirurgias de curta permanência de porte
superior a 4, realizadas em sistema Hospital-Dia, como fazem as principais
operadoras.
7. Que os honorários da instrumentadora sejam pagos por reembolso
como são os do anestesista.
8.Que a Cassi pague valores justos,
sem relação com as demais operadoras
do grupo Unidas, em má situação e
com poucos beneficiários.
9
Novembro - Dezembro - 2010
Essilor amplia investimentos no Brasil
Presidente da Essilor para o Brasil e a
América Latina, Thomas Bayer explica, na
entrevista abaixo, a mudança de foco da empresa, depois da recente crise econômica,
com muito mais concentração nas regiões
de maior potencial de crescimento, como a
América Latina, o Brasil especialmente,
além da Ásia e Europa Oriental.
Jornal Brasileiro de Oftalmologia Antes de iniciarmos a entrevista propriamente dita gostaria que o senhor
fizesse um breve relato de sua história
na Essilor, quanto tempo está no Brasil, e um pouco de sua história pessoal (formação, família, interesses fora
da oftalmologia etc).
Thomas Bayer- Estou há onze anos
na Essilor. Iniciei como responsável da filial da Essilor na Alemanha e depois de
seis anos assumi a responsabilidade por todas as filiais da Europa. Estou há dois anos
no Brasil, onde já tinha trabalhado no passado em outro setor industrial. Tinha saudades de voltar ao Brasil depois dessa primeira experiência, que foi muito positiva.
Sou formado em engenharia industrial, casado e tenho 3 filhas e 2 filhos. Gosto muito de viajar, conhecer outros países
e culturas. Gosto de esquiar e de jogar
golfe, mas admito que não pratico mais
esses esportes nos últimos anos por falta
de tempo. Agora, é só correr na praia antes do trabalho.
JBO - Como o senhor definiria o
momento atual da empresa no mundo e no Brasil, com a crise econômica
norte-americana e europeia?
TB- Os maiores mercados da Essilor
ainda estão na Europa e nos EUA, mas
depois da crise o foco da atenção e os investimentos se concentraram muito mais nas
regiões de maior potencial de crescimento,
como a América Latina, o Brasil especialmente, a Ásia e a Europa Oriental.
JBO - Quais são os objetivos a curto, médio e longo prazo da Essilor no
Brasil?
TB - Os objetivos da Essilor a curto,
médio e longo prazo no Brasil são todos
focados na melhoria dos nossos serviços aos
consumidores, em conjunto com os oftalmologistas, para providenciar a melhor visão possível às pessoas que precisam de uma
correção visual. Para isso, nós temos que
investir muito no desenvolvimento de novos produtos apoiados em pesquisas
clinicas, na produção, no aperfeiçoamento
da logística e no treinamento do varejo.
JBO - Como a Essilor vê a chegada/
ampliação de novos concorrentes ao mercado de lentes no Brasil?
TB - Todos os concorrentes que contribuem para os mesmos objetivos são
bem-vindos.
JBO - A Essilor tem investido em
campanhas de acuidade visual em nível regional, inclusive com o apoio da
SBO, há projetos para uma campanha
nacional ou mais ampla em nível regional?
TB - Queremos incrementar as nossas campanhas de acuidade visual não só
em nível regional, mas também em nível
nacional. Agradeço o apoio da SBO nesse
sentido. Os projetos estão principalmente focados nas crianças. No Rio de Janeiro, por exemplo, estamos apoiando o projeto “Ver Bem – Aprender Melhor- De
Olho na Escola”, com triagem de alunos
em escolas municipais. Organização do
Lions Clube, promovido pela Prefeitura
do Rio de Janeiro, coordenação científica
da SBO.
JBO - A Essilor apoia o Prêmio
Varilux entregue sempre nos congressos da SBO. Há planos de ampliar a
premiação ou introduzir alguma mu-
dança, como ocorreu há alguns anos
quando o Prêmio na Categoria de Incentivo à Pesquisa passou a ter como
tema obrigatório a Refração?
TB - O Prêmio Varilux já tem uma
longa tradição e foi entregue pela 38° vez
no último congresso da SBO. Queremos
manter essa tradição de incentivo à pesquisa médica por muitos anos mais.
JBO - Hoje está na ordem do dia
a responsabilidade civil das empresas e a defesa de um ecossistema que
privilegie o ser humano e a preservação do planeta. Quais são as medidas que a Essilor tem tomado nesse sentido?
TB - Todo o grupo Essilor está muito empenhado na preservação do ambiente. Por isso existem projetos em todas as
fábricas e laboratórios para reduzir ao
mínimo os consumos de água e energia.
Posso afirmar com bastante orgulho que
ganhamos em nosso laboratório de Belo
Horizonte o prêmio mundial de
sustentabilidade da Essilor International,
com um projeto modelo de reciclagem de
água resultante do processo fabril. A redução foi de 20% no consumo de água ou
de 2.000 m3/ano de água tratada.
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
10
Prevenindo a endoftalmite nas cirurgias de catarata
A diferença entre endoftalmite e TASS (Síndrome Tóxica do Segmento Anterior)
Tat Keong Chan, de Cingapura, referência mundial em infecção ocular,
é o entrevistado desta edição do International Corner, convidado por Fernando
Trindade, do conselho editorial do JBO. Membro de várias associações internacionais de expressão e frequentemente convidado dos principais congressos da especialidade nos cinco continentes, já recebeu inúmeras premiações,
graças ao importante trabalho que realiza no renomado e “high-tech” National
Eye Center, em Cingapura.
JBO-What is
the best endophthalmitis prevention in a cataract surgery?
Chan-The best
endophthalmitis
prevention strategy
in cataract surgery is
a multi-pronged apTat Keong Chan*
proach targeting prevention at four different levels. The first
level is to decrease the number of microbes
on the ocular surface before surgery. This
can be done by ensuring that there is no
pre-existing infection of the periocular tissues; any blepharitis if present should be
adequately treated before commencing cataract surgery. A one or two day course of
topical antibiotics (new generation
fluoroquinolones) combined with topical
povidone iodine 5% solution is synergistic in action in decreasing bacterial colony
counts. Secondly, we should minimize anterior chamber bacterial contamination
when performing surgery. The lashes
should be completely isolated from the surgical field with adhesive drapes. Care must
be taken to avoid intraoperative posterior
capsule rupture or vitreous communication. The third level is to prevent a postoperative wound leak or wound dehiscence,
causing surface bacteria to gain access into
the anterior chamber. This can be attained
by paying attention to good wound architecture, construction and sealing, particularly in the case of clear corneal incisions.
The fourth level of prevention is to kill all
bacteria that have inadvertently entered the
anterior chamber during or after surgery.
Using a broad-spectrum bactericidal antibiotic with good intraocular penetration
will achieve this effect.
JBO-With regard to antimicrobial
prophylaxis in cataract surgery, which
is better: intracameral or topical antibiotics?
Chan- The issue of whether to administer intracameral or topical antibiotics is an interesting and debatable one.
Although the ESCRS clinical study on
endophthalmitis prevention showed that
intracameral cefuroxime was effective in
preventing endophthalmitis after cataract
surgery, not every cataract surgeon has
embarked on using intracameral antibiotics. This is primarily because
cefuroxime, or for that matter any antibiotic, is not commercially available in a
sterile, unit dose for intracameral injection. Any preparation of an intracameral
antibiotic may be associated with the risks
of bacterial contamination, dosage error,
mislabelling or ocular toxicity. At the
Singapore National Eye Center in
Singapore where I practise, we have
achieved an extremely low incidence of
post-cataract surgery endophthalmitis
(zero endophthalmitis in more than
10,000 operations in 2008) using only
topical antibiotics and good infection control strategies. I do not administer any
intracameral or subconjunctival antibiotics. Only topical new-generation
fluoroquinolone agents are used before and
immediately after cataract surgery. Great
care is taken to ensure short-term, high
dose surgical prophylaxis (with no tapering of the eye drops) to prevent the onset
of bacterial resistance.
JBO-In case of pseudophakic
endophthalmitis, what are your general recommendations for the diagnosis and for the treatment ?
Chan-The key to salvaging and preserving useful visual acuity in
pseudophakic endophthalmitis is early
diagnosis and prompt intravitreal antibiotic therapy. We should have a high
index of suspicion whenever a patient pre-
Figura das mais simpáticas, atendeu com extrema gentileza ao convite. Fernando Trindade destaca a “clareza, competência e bom humor” de suas
respostas, sem esquecer a massagem ao ego brasileiro, quando relata que um
dos seus passatempos preferidos é viajar e gosta de visitar o Brasil, onde já
esteve diversas vezes. Encantado com nosso país, “pela sua exuberância e vibração”, Tat Keong Chan adora ouvir Ivete Sangalo e sua cidade preferida é o
Rio de Janeiro.
sents with more intraocular inflammation
than expected after uncomplicated cataract surgery. Ocular pain and hypopyon,
although common features of
endophthalmitis, are absent in 25 % of
all cases. Great care must be taken to assess the clarity of the vitreous: cloudiness or haziness of the vitreous is often
an indication of infection and therefore
endophthalmitis. The surgical incision
should also be examined for the presence
of a wound leak. As for therapy, aqueous
and vitreous samples should be collected
as soon as possible and sent for microbiological tests (culture and PCR, if available). Intravitreal injections of antibiotics, namely vancomycin and ceftazidime,
should be administered without delay,
preferably within one hour after the diagnosis of endophthalmitis is made. This
injection may be performed by any ophthalmologist.
JBO-How about TASS: is it really
an issue currently?
Chan-TASS or toxic anterior segment
syndrome is currently a “hot topic” in cataract surgery. It is often confused or mistaken for endophthalmitis as it also presents with fibrin and hypopyon after cataract surgery. TASS is an issue currently
because there have been many reports of
this complication occurring in North
America and elsewhere in the world, with
patients having suffered visual loss from
its complications such as corneal decompensation and intractable glaucoma. The
causes of TASS are multiple and varied,
ranging from denatured viscoelastic substances (OVD), intracameral antibiotics
or anesthetics and accumulation of heatstable endotoxin from contaminated surgical instruments and sterilizers. Understanding TASS is important for every cataract surgeon as it is such a preventable
complication. The recommended guide-
lines for the proper cleaning and maintenance of surgical instruments is currently
available from the website of the American Society of Cataract and Refractive Surgery (ASCRS): www.ascrs.org
JBO-What are your favourite pastimes outside ophthalmology?
Chan- I like to travel to exotic and
remote places around the world, similar
to places featured in “The Lonely Planet”
or “Discovery Channel” on television. I
especially appreciate the natural scenery
in remote locations which is unspoilt by
human inhabitation. I also enjoy watching wildlife in its natural habitat. Some
of the interesting places I have visited
include the Galapagos Islands of Ecuador, the lost Inca city of Macchu Pichu in
Peru, the Atacama Desert in Chile, the
Iguaçu Falls of Brazil, the national parks
in Northern Alaska, Chilean and
Argentinean Patagonia, the Great Wall
of China and the Himalayas in Nepal. As
for specific countries, I really like visiting Brazil as it is such a rich and vibrant
country with many natural wonders. My
favourite city in Brazil is Rio de Janeiro.
I have many friends in Brazil who extend
warm hospitality to me every time I visit
their country. Closer to home, I enjoy listening to classical music for relaxation and
my favourite composers are Mozart and
Beethoven. I also like listening to the
music of Brazilian superstar, Ivete Sangalo.
Who could ask for more?
*Graduado pela Escola de Medicina
da Universidade Nacional de
Cingapura, fellow no Wilmer Eye Institute, John Hopkins University
School of Medicine, em Baltimore
(EUA), é um dos principais membros
da Disease Task Force of the American Society of Cataract & Refractive
Surgery (ASCRS)
11
Novembro - Dezembro - 2010
Cuidados e técnicas de cirurgias de catarata complexas
Polar posterior, câmara rasa, pupila pequena, cristalino luxado e núcleo duro
Convidado a apresentar o Relatório Anual de 2010, Marco Rey de Faria
abordou os problemas cirúrgicos em alguns casos complexos de catarata. Sua
aula, “Cirurgia da catarata em casos especiais: polar posterior, câmara rasa, pupila
pequena, cristalino luxado e núcleo duro”, despertou grande interesse.
Como destacaram vários especialistas presentes, diante dos resultados apresentados, pode-se afirmar que com cuidados e técnica adequados é possível
A catarata congênita, que pode ser uni
ou bilateral, é a maior causa de cegueira
na infância (5 a
20%), com prevalência de 1 a 4/
10.000.
Cerca de 1/3 são
hereditárias, mas a
Marco Rey de
Faria*
maioria é idiopática.
P o d e m o s
classificá-las quanto à etiologia ou pela
morfologia. Nesta última encontramos as
capsulolenticulares (ou capsulares), que são
as polares anterior e posterior.
A polar anterior está presente desde o
nascimento, não progride e não costuma
causar baixa visual. A polar posterior pode
ser capsular ou capsulolentícular e costuma provocar baixa acentuada da visão. Podendo haver continuidade com vestígios
de artéria hialóidea e comprometimento
do vítreo anterior.
As capsulares posteriores puras geralmente não afetam a visão e correspondem
ao ponto de Mittendorf. As cataratas
capsulares posteriores são consideradas
como variações da persistência de
vasculatura fetal.
Há dois genes associados com as cataratas polares posteriores, o CRYAB e o
PITX3. Este último associa-se também
com disgenesia mesenquimal do segmento anterior.
Em relação à técnica cirúrgica utilizada nestes casos, há um consenso de que se
deve evitar a hidrodissecção devido ao risco de ruptura da cápulsa posterior (11,1%
a 36%), fazendo-se a hidrodelineação suave e em camadas; a capsulorrexis deve ser
pequena (<5mm), para permitir captura
da lente intraocular se houver ruptura da
cápsula posterior (H. Fine, Parker,
Hofman). Devemos utilizar baixos
parâmetros (baixar bem a garrafa de soro)
visando reduzir o estresse capsular e utilizar a técnica de “chop passo a passo” de
Vasavada e Singh. Utilizo sempre azul de
tripano para corar a cápsula anterior, pois
facilita a observação da cápsula anterior
caso haja rotura da cápsula posterior e/ou
resto de massas. Nestes casos devemos
proceder à vitrectomia anterior e aspiração a seco dos restos corticais com cânulas
apropriadas, sem irrigação.
Nas cataratas totais e súbitas em crianças devemos pensar na possibilidade da
presença de vítreo primário hiperplásico,
o que pode ser comprovado pela
ultrassonografia. Nesse caso o acesso cirúrgico deve ser via pars plana, pois normalmente ocorre ruptura da cápsula posterior por tração dos restos da artéria
hialoidéia presa à face posterior do cristalino e ao nervo óptico. No ato cirúrgico,
após fazermos a aspiração da catarata, deve
ser feita vitrectomia posterior para liberar o “reliquat” do vítreo primário e não
haver tração vítrea. Ao final se faz, quando possível, o implante da LIO.
Em cataratas infantis, principalmente
nas crianças com menos de 3 anos, é importante realizar a capsulotomia posterior
e remover o vítreo adjacente, devido ao elevado índice de opacificação da mesma. Outro ponto importante é a sutura da córnea,
mesmo em incisões pequenas, pois a criança pode “esfregar” os olhos e provocar abertura da ferida cirúrgica.
Ectopia lentis (luxação ou subluxação
do cristalino)
Corresponde ao deslocamento do cristalino de sua posição original. Foi descrito pela primeira vez por Berryat em 1749,
sendo a denominação ectopia lentis atribuída a Stellwag (1856). Ocorre por
disfunção ou ruptura das fibras zonulares,
devido a trauma ou fatores hereditários.
O paciente costuma queixar-se de baixa acuidade visual e/ ou diplopia
monocular. No caso de haver glaucoma por
bloqueio pupilar, podem ocorrer dor e
hiperermia ocular.
Devemos pesquisar a história de traumas contusos, mesmo no passado remoto; associação com doenças sistêmicas
cardiovasculares e musculoesqueléticas,
bem como história familiar de morte súbita, retardo mental e consanguinidade.
O deslocamento do cristalino pode ser
uni ou bilateral. Nas luxações
superotemporais e bilaterais, pensaremos
em doenças hereditárias; nas luxações unilaterais para o vítreo, em causa traumática, e nos deslocamentos para a câmara anterior, a etiologia pode ser traumática ou
doença hereditária.
Ao exame físico podemos encontrar:
megalocórnea (na Síndrome de Marfan),
iridodonese com facodonese, glaucoma e
descolamento de retina.
Nos casos de Síndrome de Marfan, a
biometria revela comprimento axial aumentado e associa-se a alterações nos
cromossomos 15 e 21.
Outras doenças associadas à ectopia
lentis são a homocistinúria; a Síndrome de
Weil-Marchesani, na qual a microesferofacia
associada ao deslocamento do cristalino pode
causar glaucoma por bloqueio pupilar; a
deficiência de sulfato oxidase e
hiperlisinemia. Existem ainda casos de
ectopia e microesferofacia isoladas, ligados
a alterações do cromossomo 15.
Algumas doenças oculares podem cursar com deslocamento do cristalino:
glaucoma congênito; síndrome de
pseudoesfoliação capsular; retinose
pigmentária; megalocórnea; anirídia e catarata hipermadura são citadas na literatura.
Existem ainda outras causas menos frequentes, mas o fator causal mais comum
continua sendo o trauma ocular.
Indicamos a remoção do cristalino
ectópico nos casos de cristalino na câmara
conseguir bons resultados em casos relativamente complexos. Ressaltaram, no
entanto, a importância de pacientes e famílias serem informados de possíveis
complicações após estas cirurgias.
Fartamente ilustrada, a aula está gravada, à disposição dos sócios interessados, e também no site da SBO. Nesta edição do JBO, Seção Brasil publica a
transcrição da mesma, feita pelo próprio autor.
anterior, uveíte induzida pelo cristalino,
bloqueio pupilar com glaucoma secundário, diplopia monocular, opacificação do
cristalino e anisometropia importante
(prevenção da ambliopia).
Quando o cristalino encontra-se na câmara anterior, preferimos a técnica descrita por G. Condon. Após parecentese
da câmara anterior, coloca-se miótico para
evitar o deslocamento posterior do cristalino. A seguir, substância viscoelástica à
frente e atrás do cristalino, com posterior
perfuração da cápsula na região equatorial. A seguir, com a sonda de irrigação/
aspiração, aspira-se o material cortical e
nuclear dentro do saco capsular e, finalmente, retiramos toda a cápsula, que normalmente está solta. É realizado então o
implante de lente dobrável de 3 peças, capturando-se a parte óptica na pupila anteriormente, com as alças atrás da íris. A
sutura das alças é realizada com fio prolene
9.0 ou 10.0, com agulha longa, pela técnica de McCannell. A agulha deve ser passada no sentido contrário ao da fixação da
alça na parte óptica da lente. As porções
do fio que ficam anteriores à íris são “pescadas” com gancho inserido por pequena
abertura corneana(1mm), localizada entre
as duas porções do prolene, junto ao
limbo, o que permite a nodagem na superfície iriana. Finalmente, utiliza-se a
espátula para posicionar a parte óptica na
região pupilar, atrás da íris. Com esta técnica, a centralização e estabilidade costumam ser muito boas.
Nos casos sem possibilidade de suporte
iriano, recomendamos a fixação escleral.
A minha preferida é a de Scharioth. Após
abertura da conjuntiva, são feitas duas
incisões esclerais, opostas, com
esclerótomo para vitrectomia via pars plana, a 3 mm do limbo. Com agulha 26 1/
2
G, confecciona-se túnel dentro da esclera,
paralelo ao limbo, para inserção da alça da
lente. A seguir, faz-se a abertura da câmara anterior, para introduzir a lente na área
da pupila. A lente a ser colocada pode ter
alça de prolene ou de PMMA flexível, que
será exteriorizada com a ajuda de pinça de
vitrectomia introduzida pelas incisões
esclerais. As terminações das alças serão
introduzidas nos dois túneis esclerais previamente confeccionados. Finalmente, sutura corneoescleral e da esclera, com fechamento da conjuntiva.
Facoemulsificação com pupila pequena
Dentre as dificuldades e riscos nestes
casos, destacam-se a maior frequência de
ruptura da cápsula posterior; trauma da
íris com a ponteira de facoemulsificação e
necessidade de capsulorrexis pequena, com
posterior risco de contração capsular.
Diversos fatores, como idade avançada, uso crônico de mióticos, cirurgias prévias, uveíte, pseudoesfoliação capsular, doenças sistêmicas (ex. Síndrome de Marfan)
e uso de medicamentos podem dificultar
a dilatação pupilar.
A incidência de Síndrome da Iris
Flácida (Floppy Iris Syndrome) em usuários de Tamsulim variou de 44,8% em
olhos com <6.5 mm de pupila a 21,7%
em olhos com >6,5 mm de pupila nos
casos operados por médicos residentes,
segundo Andew A. Chen e cols. (JCRS
June 2010; p 898-905).
Existem alguns dispositivos para
melhorar a dilatação pupilar, sendo de
De Juan (Am.J.Opht. 1991; p776-7),
que é retinólogo, a ideia de se usar 4
ganchos flexíveis para manutenção da
midríase durante a vitrectomia via pars
plana e bastante popular na cirurgia de
catarata. Outro dispositivo, criado por
Robert Kersner (JCRS vol.78. 2002; p
1826-31), confere midríase de até
7,8mm e consiste num anel reutilizável,
que pode ser colocado e retirado por
incisão de 3 mm. Mais recentemente,
Malyugin desenvolveu artefato
descartável, colocado através de injetor,
que confere dilatação de 6,0mm.
Na minha rotina prefiro a dilatação
mecânica (“stretching”) da pupila, descrita
por Luther Fry e Robert Osher em 1995,
no Video Journal CRS. Para isso utilizo
ganchos de Koglen. Essa técnica pode ser
feito mesmo sob anestesia tópica
potencializada por anestesia intraocular
com Xilocaina 1% sem preservativo. Não
provoca aumento da PIO, inflamação, ou
interferência com o resultado visual.
Vasavada relata técnica sem dilatação
mecânica (não faz nada), para pupilas até
4,0 mm, com seguidas quebras verticais.
Antes de utilizar os ganchos é importante preencher a câmara anterior com
viscoelástico coersivo. Recomendamos ainda, nestes casos, corar a cápsula com azul
de tripano para melhor visualização da
mesma. Como nos demais casos rotineiros de facoemulsificação, faço a quebra do
núcleo com a técnica de “pré-slice” que
necessita menor tempo de ultrassom para
a emulsificação do núcleo.
É bom relembrar que sempre é recomendável orientar a ponteira do facoemulsificador no sentido contrário ao do
endotélio para diminuir o risco de lesão e
conseqüente descompensação endotelial.
- Câmara anterior rasa
Além da configuração anatômica do
segmento anterior, podemos ter como causas de câmara anterior rasa durante a cirurgia de catarata, a efusão uveal induzida
por drogas, reação por idiossincrasia,
síndrome da veia cava superior e bolha
filtrante com hipotonia, que podem dificultar muito a facoemulsificação. Outras
causas são o bloqueio ciliolenticular e a
síndrome de misdirection do aquoso que
também podem provocar atalamia durante a cirurgia. É importante detectar a causa
da perda da câmara durante a cirurgia.
Conclui na próxima página
12
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
Conclusão da Seção Brasil
Além de biomicroscopia cuidadosa, o exame pré-operatório deve incluir nos casos
de câmara rasa a ultrassonografia B.
Nos casos de “misdirection”, a manobra a ser feita é a aspiração ou vitrectomia
posterior de pequeno volume, via pars plana.
Eventualmente, na persitência da dúvida, pode-se fazer Schepnoscopia e/ou
ultrassonografia intraoperatória, nos casos de catarata total, para descartar a possibilidade de efusão uveal.
Núcleo duro
As cataratas brunescentes, mais comuns, e as nigras, são as que apresentam
núcleos mais duros. Nestes casos, além
da preocupação com ruptura capsular,
durante as manobras cirúrgicas, existe
também a possibilidade de maior perda
de células endoteliais, que podem levar à
descompensação da córnea. Outra preocupação são as queimaduras da incisão, pelo
aumento de temperatura com o elevado
tempo de emulsificação.
Em levantamento de 1488 facoemulsificações, que realizei entre 2002 -2003,
tive 8 casos de ruptura da cápsula posterior (0,53%), sendo que 04 (50%) destes
correspondiam a cataratas com núcleo
duro.
A acuidade visual nestes casos, acompanhados entre 40 dias a 35 meses após a
cirurgia foi de 20/20 em 4 olhos, entre
20/30 e 20/50 em 3, e um caso com 20/
100, talvez por ambliopia. Em dois casos
houve edema cistóide de mácula persistente, com visão 20/30.
Quanto à técnica cirúrgica, existem
várias possibilidades. Pessoalmente utilizo a “bow-up down”, descrita por Edson Ando ou a “pré-slice” (ou “pré-chop”)
de Akahoshi. Com a divisão prévia do
núcleo não há necessidade de altos
parâmetros de vácuo (máximo de 250
mmHg) e de potência do ultrassom (
máximo de 60%).
A vantagem nas cataratas duras é que
ao final da emulsificação, geralmente resta
pouco material cortical para ser aspirado.
Nas cataratas brancas, com material
cortical muito hidratado, existe tendência à perda de controle da capsulorrexis.
Nesses casos é mandatório o uso de
corante para visualização da cápsula anterior e a abertura inicial deve ser pequena, para avaliarmos se há necessidade de aspirar o material cortical antes
de continuar a capsulorrexis. O uso
constante de viscoelástico coesivo ajuda
a manter o controle durante a
capsulotomia. Não é necessária a
hidrodissecção, pelo fato do córtex já ser
naturalmente hidratado.
Na técnica “bow-up down”, para cataratas nigras, é necessário fazermos
uma capsulorrexis grande, hidrodissecção, e liberação do núcleo. A seguir, emulsificação da parte central,
formando uma “panela’ até 2/3 de profundidade; depois, vira-se o núcleo (dáse uma cambalhota nele) para expor a
placa posterior e assim fazer sua
emulsificação com segurança, longe da
cápsula posterior e do endotélio. A porção periférica do núcleo é a última a
ser emulsificada. Nestes casos praticamente não há material cortical para aspiração.
*Professor adjunto da UFRN,
vice-presidente do CBO,
ex-presidente da SBCII
.
SBO
Tempo e Memória
João Diniz
Cursos de Pós-Graduação da SBO
em convênio com universidades
a presidência do prof. Morizot
Leite Filho, em 1994, deu-se
entrada no projeto do prof.
João Medeiros Filho (Padre Medeiros)
solicitando o registro do Curso de PósGraduação, em convênio com a Unirio,
Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro.
O convênio foi assinado no dia 12
de janeiro de 1995, na sede da reitoria
da Unirio pelo reitor prof. Dr. Hans
Jurgens Fernando Dohmann e pelo prof.
Morizot Leite Filho, presidente da SBO.
Estiveram ainda presentes ao ato, além
do prof. João Medeiros Filho, a próreitora, profa. Josete Luzia Leite, prof.
Giovanni Colombini e eu, João Diniz.
A seguir foi feito um edital, publicado nos jornais, convocando para o in-
N
gresso no curso, dando as normas da
prova, número de questões, vagas na
parte teórica e na parte prática.
A obstinação do presidente da SBO
foi muito importante para a instalação
do curso, assim como a participação do
prof. João Medeiros Filho, que não só
foi autor do projeto, como organizou
toda parte administrativa e acadêmica.
É interessante também ressaltar a
importância dos Drs. Giovanni
Colombini, José Fernando Barandas,
Carlos Fernando Ferreira e Luiz Carlos
Portes pelo suporte que deram na parte
administrativa e acadêmica do curso,
sendo que estes dois últimos já davam
esta colaboração para a SBO anonimamente há muitos anos, só vindo a presidir a Sociedade muito tempo depois.
Ainda foi feito convênio com a Universidade Gama Filho (UGF), assinado
pelo então presidente, Dr. Sérgio
Fernandes, que sucedeu ao prof. Morizot
Leite Filho, graças aos esforços do prof.
Paiva Gonçalves Filho. Com a Universidade Iguaçu (Unig), através da Dra.
Jacqueline Provenzano, também foi assinado convênio ainda na presidência do
Dr. Sérgio Fernandes.
Em 2008, na presidência do Dr.
Luiz Carlos Portes, foi dada entrada para
reativação do Curso de Pós-Graduação.
Ele voltou na presidência do prof. Mário Motta, em convênio com a Universidade Estácio de Sá. Convênio
viabilizado através do prof. Arlindo
Portes, diretor de cursos da SBO na
gestão 2009-2010.
Arquivo SBO
Na reitoria da Unirio, por ocasião da
assinatura do convênio, em 1995, a próreitora, professora Josete Luzia Leite, e o
reitor, prof. Hans Jurgens Fernando
Dohmann
Ainda na assinatura do convênio, os profs.
Morizot Leite Filho e Giovanni Colombini,
respectivamente, presidente da SBO e
responsável pelo curso perante a Unirio à
época
Na prova de seleção: em pé: profs. José
Fernando Barandas, representando o prof.
Paiva Gonçalves Filho (UGF), Giovanni
Colombini, de branco, (Unirio), profa. Marilza
Tavares, responsável administrativa
Sérgio Fernandes preside a I Jornada de
Serviços Credenciados do Curso de PósGraduação da SBO/Unirio/UGF, com o
Hospital Naval Marcílio Dias
Colaboração do Dr. Carlos Fernando Ferreira
nos cursos promovidos pela Sociedade
antecede sua presidência (biênio 2001-2002)
e continua até os dias de hoje
Depois de quatro anos, Dr. Luiz Carlos
Portes (biênio 2007-2008) deu entrada na
reativação do Curso de Pós-Graduação da
SBO, reiniciado em 2010
Fontes: Livros de Atas da SBO, Revista Brasileira de Oftalmologia, Jornal Brasileiro de Oftalmologia, arquivos iconográficos
da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
14
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
Eduardo Morizot e Morizot Leite Filho
no VIII Congresso da Sociedade Paraguaia
Fórum do CBC discute Refração
& Córnea e Doenças Externas Oculares
Fotos divulgação
Representando a Sociedade Brasileira de
Oftalmologia, Eduardo Morizot e Morizot Leite
Filho participaram no VIII Congresso da Sociedade Paraguaia de Oftalmologia, realizado de
16 a 18 de setembro último, no Granados Park
Hotel, na cidade de Assunção. Na ocasião,
Eduardo Morizot falou sobre “Retinopatia diabética” e Morizot Leite Filho abordou “Tratamento cirúrgico do olho seco”.
A presença dos dois palestrantes faz parte
do estreitamento das relações com as sociedades
de língua latina, incrementada a partir da gestão de Luiz Carlos Portes na presidência da SBO.
No XVI Congresso Internacional da SBO, em
julho de 2010, a Sociedade Paraguaia enviou
uma delegação também com dois membros:
Walter Martinez Gill, Augustín Carrón.
A partir da direita, Rosa Ayala, presidente da
Sociedade Paraguaia de Oftalmologia, Morizot
Leite Filho, Eduardo Morizot, José Augusto
Cardillo (BRA) e Pablo Cibilis, também do
Paraguai
Tese de doutorado de André Portes
é tema de capa do Journal of Cataract
Depois da defesa da tese de doutorado, André
Portes ladeado pelos profs. Newton Kara José
e Mário Luiz Ribeiro Monteiro
“Análise da ação do azul de trimpano a 0,5%
na cápsula anterior e no epitélio subcapsular no
cristalino: estudo imuno-histoquímico e
ultraestrutural” é a tese de doutorado de André
Portes, defendida na USP, aprovada por unanimidade pela banca composta por Mário Motta,
Yoshifumi Yamane e Abelardo Couto Junior.
Mário Luiz Ribeiro Monteiro e Nádia Campos de Oliveira Miguel foram os orientadores. A
tese foi premiada como melhor Tema Livre (Pesquisa Básica) no congresso do CBO, e rendeu
dois artigos no Journal of Cataract and Refractive
Surgery, sendo um capa da revista.
Sob a coordenação de Miguel Padilha,
diretor da Seção de Oftalmologia, Núcleo
Central do Rio de Janeiro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, realizou-se no dia 20 de
novembro o Fórum de Atualização versando
sobre temas de Refração & Córnea e Doenças
Externas Oculares.Na abertura do evento, que
contou com o apoio da SBO, estiveram presentes o presidente Mário Motta e o diretor
de cursos, Arlindo Portes.
Milton Ruiz Alves, chefe do Setor de Córnea
da USP, foi o convidado especial. Os demais
palestrantes foram Nicolas Pereira, do Hospital
de Olhos de Sorocaba, A. Duarte, Aderbal de
Albuquerque Alves e Ana Carolina Vieira. Como
discutidores atuaram Eduardo Laboissière,
Marisa Florence e Rogério Neurauter.
Miguel Padilha e Arlindo Portes, ladeando Milton
Ruiz Alves, Roberli Pinto, Aderbal de
Albuquerque Alves, A. Duarte, Nicolas Pereira,
Eduardo Laboissière, Ana Carolina Vieira,
Marisa Florence e Rogério Neurauter
Intercâmbio leva alunos da pós do Cepoa
à Universidade de Tübingen, na Alemanha
O Centro de Estudos e Pesquisas Oculistas Associados (Cepoa) enviou sua primeira
turma de alunos do Curso de Pós-Graduação
Cepoa/ Unig (Universidade Iguaçu) para
intercâmbio internacional com a Universidade de Tübingen, na Alemanha.
O acordo de intercâmbio entre as duas
instituições foi firmado em 2010. O professor titular de Oftalmologia da Universidade
de Tübingen, Eberhart Zrenner, é o pesquisador responsável pelo estudos do implante
do chip subrretiniano.
Prof. Eberhart Zrenner, Jacqueline
Provenzano, presidente do Cepoa, e Rodrigo
Pegado, fellow em retina do Cepoa
15
Novembro - Dezembro - 2010
Jacqueline Coblentz defende tese
na Universidade Federal Fluminense
No dia 19 de novembro último,
Jacqueline Coblentz, membro da comissão de
internet da SBO, defendeu tese de mestrado
na Universidade Federal Fluminense (UFF))
sobre “Comparações da midríase
medicamentosa obtida em pacientes diabéticos tipo 2 sem neuropatia e não-diabéticos”.
A tese aprovada por unanimidade teve
como orientador o prof. Raul N.G. Vianna e
a banca foi composta pelos professores Mário
Motta (Unirio), Eduardo Cunha (USP) e
Marcelo Palis (UFF).
Andréa Zin, diretora técnica do IFI, faz o exame
do reflexo vermelho durante a II Campanha
de Prevenção à Catarata Infantil
IFI faz Campanha
de Prevenção à
Catarata Infantil
Com o apoio do Ibol, o Instituto Catarata Infantil (IFI), promoveu no dia 24 de novembro passado, das 9 às 12 horas, no quiosque Baixo Bebê, no calçadão da praia do
Leblon (RJ), II Campanha de Prevenção à
Catarata Infantil”.
Voluntários e médicos do IFI instruíram
a população sobre a doença e alertaram quanto
a importância do exame do reflexo vermelho
(teste do olhinho), que foi realizado gratuitamente no local em crianças de 0 a 3 anos de
idade.
Festa de Natal
para crianças com
glaucoma congênito
Pela quarta vez, o Lions Clube de
Sernambetiba, em parceria com vários Clubes Lions coirmãos, promoveu a Festa de
Natal para as Crianças com Glaucoma Congênito do Hospital Municipal da Piedade.
Foram distribuídos 350 brinquedos (200
para crianças com glaucoma e 150 para os
irmãos).
Realizada no campus Barra da Universidade Veiga de Almeida, sob a coordenação
dos diretores Viceli e Mauricio Donati, do
Lions Clube de Sernambetiba, a Festa de
Natal teve a presença do Papai Noel oficial
da cidade do Rio, distribuição de guloseimas, circo, capoeira, dança cigana.
Natal para as Crianças com Glaucoma
Congênito do Hospital Municipal da Piedade:
um momento feliz para as famílias
Jacqueline
Coblentz
com os
professores
Mário Motta
e Eduardo
Cunha,
dois dos
integrantes
da banca
examinadora
Ladeando Raul N.G. Vianna, os
professores Manoel Vilela (professor
titular da Universidade Federal de
Pelotas - RS), Paulo Vieira, Gabriel
Proto e Cristiano Ferreira. O professor Raul N.G. Vianna compareceu à
convite do prof. Manoel Vilela
(coordenador do curso) à formatura
da turma 2008-2010 do Curso de
Especialização em Oftalmologia do
Instituto Ivo Corrêa Meyer, em
Porto Alegre, realizada em 27 de
novembro de 2010.
Fotos divulgação
16
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
Paulo Acácio Galvão Neto (PE 17/02/1976 - MG 22/11/2010)
Álbum de família
Vítima de acidente automobilístico no
interior de Minas Gerais, faleceu no último
dia 22 de novembro, aos 34 anos de idade, o
oftalmologista Paulo Acácio Galvão Neto.
Conheci o PGN, assim afetuosamente o
chamávamos, há alguns anos, quando ele
manifestou interesse em ser “fellow” no Hospital São Geraldo da UFMG, no mesmo departamento onde pontificou seu tio, o professor Paulo Galvão, nas décadas de 60 a 80.
Não demorei muito para observar que o
PGN era uma pessoa especial. Para começar,
ele já se encontrava muitíssimo bem preparado, tanto do ponto de vista clínico como
cirúrgico. Mas, nem por isso deixava de ter
interesse e de participar das atividades rotineiras do departamento com entusiasmo e
dedicação. Era de trato fácil, de ótima índole, sempre solícito e desprovido de qualquer
tipo de afetação: todos gostavam do PGN.
Ele tinha um talento especial para as cirurgias do segmento anterior e era portador de
rara habilidade cirúrgica. Gostava e resolvia
muito bem os casos mais complexos e desafiadores. Presenciei vários casos que já se arrastavam no departamento e que o PGN solucionou com eficiência e rapidez, sempre com
aquele sorriso sereno, sua marca registrada.
Fez parte da vigésima-segunda turma de
pós-graduação em Oftalmologia do Instituto Hilton Rocha e sempre nas suas vindas a
BH operava casos mais complicados na Fun-
Uma das últimas fotos de Paulo Galvão Neto,
tirada em Paris, durante o 14º ESCRS
dação Hilton Rocha. Participou, também,
durante algum tempo, do Serviço de Oftalmologia da Santa Casa de Belo Horizonte.
O PGN respirava oftalmologia, já que
seu pai (Dr. Roberto Galvão) e seus dois irmãos (Dra. Nara Galvão e Dr. Roberto Galvão
Filho) eram seus colegas nas lides diárias no
Instituto de Olhos de Recife. Nessa instituição idealizou programa especial de transfe-
rência de habilidade em cirurgia de catarata,
chegando a instruir vários colegas.
O PGN já mostrava também suas qualidades em suas apresentações nos nossos congressos. A última vez que estive com ele foi
no Congresso Internacional de Catarata e
Refrativa, em Natal, em maio de 2010. Na
oportunidade, pude parabenizá-lo pelo seu
excelente trabalho sobre LIOs Tóricas após
Ceratoplastia apresentado no tradicional Festival de Vídeos daquele evento.
Tinha um espírito inquieto e criativo.
Todo mês viajava de Recife para Belo Horizonte, de onde ia de carro até a pequena cidade de Iguatama, no oeste de Minas Gerais,
para realizar, certamente com prazer e eficiência, cerca de 100 cirurgias de catarata, em
serviço de referência do SUS, durante a semana que lá passava.
E numa dessas idas, numa segunda-feira
chuvosa, o PGN se acidentou e deixou esta vida,
para tristeza imensa e o profundo pesar de todos
aqueles que o conheceram e que acompanhavam com alegria sua carreira em franca ascensão.
A jovem geração de oftalmologistas do
nosso país perde um dos seus principais nomes. Mas seus familiares, seus amigos, e os
inúmeros pacientes que tiveram a sorte de
conhecê-lo sabem que aqui ficam seu exemplo e seu legado.
Fernando Trindade
(Belo Horizonte-MG)
Pós-Graduação
Estácio de Sá/SBO
começa dia 1/3
No dia 1º de março recomeçam
as aulas do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de
Sá em convênio com a Sociedade
Brasileira de Oftalmologia, cujas
aulas teóricas serão realizadas no
auditório da SBO, na Rua São Salvador, 107.
Os alunos do 2º ano terão aulas sempre as terças e quintas-feiras das 19 às 21h15m. As aulas
para os alunos do 1º ano começam
no dia 2 de março, sempre as segundas e quartas-feiras, também
das 19 às 21h15m. As aulas do 3º
ano terão início em 2012.
A carga horária, de 2090 horas, compreende 450 horas teóricas na SBO e 1640 práticas ministradas pelos Serviços. O Curso
de Pós-Graduação Lato Sensu tem
duração de 36 meses.
Para maiores informações
contatar Secretaria de Cursos
da SBO: Marcos Mattos pelo telefone (21) 3235-9220 Ramal 26 (as
10 às 18 horas). E-mail
[email protected]
JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia
18
EXPEDIENTE
Sociedade Brasileira
de Oftalmologia
Rua São Salvador, 107
Laranjeiras
Rio de Janeiro - RJ
CEP 22231-170
Tel. (21) 3235-9220
Fax (21) 2205-2240
[email protected]
http://www.sboportal.org.br
DIRETORIA Biênio 2009-2010
Presidente:
Mário Motta
Vice-presidente RJ
Aderbal de Albuquerque Alves Jr.
Vice-presidentes regionais:
Fernando Trindade
João Borges Fortes Filho
Miguel Hage Amaro
Roberto Marback
Secretário Geral
Armando Crema
1º Secretário:
Almir Ghiaroni
2º Secretário:
Lília Muralha
Tesoureiro:
Sansão Kac
Diretor de Cursos:
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Diretor de Publicações:
Raul Vianna
Diretor de Biblioteca:
Ricardo Lima de Almeida Neves
Conselho Consultivo:
Aderbal de Albuquerque Alves
Celso Marra Pereira
Morizot Leite Filho
Luiz Carlos Portes
Miguel Ângelo Padilha
Oswaldo Moura Brasil
Conselho Fiscal:
Efetivos
Paiva Gonçalves Neto
Gilberto dos Passos
Giovanni Colombini
Suplentes:
Mário Nagao
Octávio Moura Brasil
Roberli Bichara Pinto
JBO
JORNAL BRASILEIRO
DE OFTALMOLOGIA
Jornalista Responsável:
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Publicação: Bimestral
Impressão: Gráfica Colorset
Circulando em Fevereiro de 2011
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SIMASP
Centro Oeste de Oftalmologia
De 17 a 19 de fevereiro de 2011,
XXXIV Simpósio Internacional Moacyr
Álvaro (Simasp), no Maksoud Plaza Hotel (SP).
Site: www.oftalmologiaunifesp.com.br
E-mail: [email protected]
De 7 a 9 de julho de 2011, X Congresso Centro Oeste de Oftalmologia, em
Brasília (DF). Informações: Secretaria executiva de A&C Eventos e Promoções: (61)
3322-2626.
VI Congresso Nacional da SBO
ESCRS
Congresso de Uveítes
De 17 a 19 de março de 2011, XV
Congresso Brasileiro de Uveítes, em
Portobello Resort & Safari, em Mangaratiba
(RJ). Informações: Sílvia Zailer Grinstein
(21) 2215-1369/2523-3968.
E-mail: [email protected]
Congresso da ASCRS
De 14 a 16 de julho de 2011,
VI Congresso Nacional da SBO,
Hotel InterContinental Rio
Sites: www.sboportal.org.br
www.interevent.com.br
De 17 a 21 de setembro de 2011, XIX
Congresso da ESCRS (Sociedade Europeia
de Catarata e Cirurgia Refrativa), em Viena, Áustria
Curso Cleber Godinho
ARVO
De 26 a 30 de março de 2011, Congresso da ASCRS, em San Diego,
Califórnia, EUA.
Site: www.ascrs.org
De 1 a 5 de maio de 2011, Encontro
da Arvo (Association for Research in
Vision and Ophthalmology), em Fort
Laudardale, Flórida (EUA).
Site: www.arvo.org/eweb/
startpage.aspx?site=arvo2
Congresso Argentino
Congresso Alemão
De 6 a 10 de abril de 2011, XIX Congresso Argentino de Oftalmologia, no
NH Gran Hotel Provincial, em Mar Del
Plata (ARG).
Site: www.oftalmologia2011.com.ar
E-mail:
[email protected]
De 19 a 22 de maio de 2011, 24º
International Congress of German
Ophthalmic Surgeons, no Congress
Centrum Nürnberg (Alemanha).
Site: www.doc-nuernberg.de
E-mail: [email protected]
De 7 a 12 de outubro de 2011, 15º Curso Cleber Godinho de Lentes de Contato,
com apoio da SBO, no Centro de Convenções Hotel Mercure, Belo Horizonte (MG).
Informações: Consult Eventos (31) 32919899
Academia Americana
De 22 a 25 de outubro de 2011, Congresso da Academia Americana de Oftalmologia, em Orlando, Flórida, EUA.
Site: www.aao.org
São Rafael
SOBLEC
De 15 a 17 de abril de 2011, V Congresso Brasileiro da Soblec, na Estação
Embratel Convention Center, em Curitiba
(PR).
Site: www.congressodasoblec.com.br
[email protected]
Dias 20 e 21 de maio de 2011, III
Jornada de Oftalmologia do Hospital São
Rafael, em Salvador (BA). Informações:
(71) 3358-2318/ 3354-4543.
Site: www.digmagnavitaeventos.com.br
E-mail:
[email protected]
Retina e Vítreo
2ª Jornada Paulista
De 21 a 23 de abril de 2011, 36º
Congresso Brasileiro de Retina e Vítreo,
em campo Grande (MS). Informações:
(11) 3849-0379.
E-mail: [email protected]
Dias 17 e 18 de junho de 2011, 2ª
Jornada Paulista de Oftalmologia, no
Centro de Convenções de Ribeirão Preto
(SP). Informações: (17) 3235-7017.
Site: www.cenacon.com.br
117º Congresso da Sociedade
Francesa de Oftalmologia
De 7 a 10 de maio de 2011, 117º
Congresso da Sociedade Francesa de
Oftalmologia. Simpósios BrasilFrança, França-Libano, FrançaMagreb e França-África Ocidental.
www.sfo.asso.fr
e-mail: [email protected]
Para divulgar eventos científicos oftalmológicos no Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), envie as
informações para a SBO, na Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22231-170 Tel. (21) 3235-9220 - Fax (21) 2205-2240 - e-mails: [email protected] - [email protected]
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do Rio, referência na região. Trabalha-se com
convênios e particulares. Especial interesse nas
áreas de oftalmologia geral, glaucoma, estrabismo e oftalmopediatria. Horários diários, de
segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas e sábados, das 8 às 12 horas. Tratar com Dr. Daniel
Cezar (21) 8181-6576/7841-0175 ou Sheila
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