JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
Transcription
JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA
JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Nº 142 - NOV-DEZ - 2010 NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA RECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 936 DE 15/09/1959 POSSE DIRETORIA 2011-2012 Ano novo, diretoria nova na SBO Alegria e confraternização foram a tônica na posse de Aderbal Alves Jr, no dia 6 de janeiro Eliana de Souza A Após a transmissão do cargo, dever cumprido, Mário e Ana Motta comemoram com Aderbal Alves Jr. e Juliana Bohn Alves, coordenadora da Comissão de Projetos Sociais na gestão 2011-2012, e seus filhos. À esquerda, César, Henrique e Arthur Motta. À direita, Marcela e João Victor Alves Thomas Bayer, presidente da Essilor: Brasil é prioritário na América Latina pesar dos inúmeros problemas enfrentados pelos oftalmologistas, o ano novo é sempre um momento de celebração. Para a SBO, que está se aproximando dos 90 anos com muita disposição e vontade de se renovar, não foi diferente. 2011 começou no dia 6 de janeiro, Dia de Reis, quando foi empossada a diretoria presidida por Aderbal Alves Jr., vice-presidente (RJ) na gestão de Mário Motta. Companheiros de especialidade (retina), de Serviço de Oftalmologia (HFSE) e amigos, Aderbal Alves Jr. e Mário Motta celebraram a continuidade de uma das mais antigas entidades oftalmológicas das Américas reunindo as famílias, os amigos, os sócios, colaboradores e parceiros no Clube Federal do Rio de Janeiro. A tônica da posse, descontraída como pede o clima da cidade do Rio de Janeiro nesta época do ano, foi de alegria e confraternização. Mas a emoção permeou toda a festa. Mário Motta comemorava, entre outras conquistas, o saneamento financeiro da SBO, que lhe permitiu terminar seu mandato com saldo positivo em caixa. Aderbal Alves Jr.celebrava o fato de ocupar o cargo que já foi de seu pai, Aderbal de Albuquerque Alves Alves, o grande homenageado da posse. Referência para todos presentes, no dia 6 de janeiro, Aderbal Alves Albuquerque, primeiro residente de oftalmologia do Brasil, ex-presidente da SBO, completava 86 anos de idade. Prestação de contas, posse, nova diretoria e metas no Editorial, páginas 3, 4, 5 e site [email protected] Cuidados e técnicas cirúrgicas para cataratas complexas Arquivo pessoal Nesta edição, o JBO volta a publicar a seção JBO Pergunta, e ninguém melhor do que Thomas Bayer, presidente da Essilor para o Brasil e a América Latina, para ser o primeiro entrevistado. Tradicional parceira da SBO, com a qual promove anualmente o Prêmio Varilux, e agora também o “Ver BemAprender Melhor- De Olho da Escola”, a Essilor, segundo Thomas Bayer,está cada vez mais está focada na América Latina, especialmente no Brasil, além de na Ásia e Europa Oriental. PÁGINA 9 Fã do esqui e do golfe, Thomas Bayer também gosta de viajar. Na Argentina, com sua esposa, Eva Bayer, num dos raros momentos de lazer Estefan Radovicz “Cirurgia de catarata em casos especiais: polar posterior, câmara rasa, pupila pequena, cristalino luxado e núcleo duro” foi o tema da palestra de Marco Rey de Faria, durante a apresentação do Relatório Anual de 2010 da SBO. Pela relevância do tema e o interesse despertado, Marco Rey de Faria preparou para a Seção Brasil do JBO uma transcrição da aula, que também está disponível para os sócios, em DVD e no site. Na palestra, ele faz uma discrição minuciosa de casos complexos de catarata e dá suas “dicas”. PÁGINA 11 Marco Rey de Faria durante a apresentação do Relatório Anual de 2010, no dia 18 de novembro, no auditório da SBO Curso de Pós-Graduação Lato Sensu SBO-Estácio de Sá. Página 16 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 2 IV Simpósio Sul Mineiro reúne 130 participantes em Juiz de Fora Realizado no Hotel Constantino, em Juiz de Fora (MG), nos dias 3 e 4 de dezembro, o IV Simpósio Sul Mineiro de Oftalmologia da SBO, uma parceria da Sociedade Brasileira de Oftalmologia com a Sociedade Sul Mineira, e a participação da SBAO, reuniu 130 congressistas Tendo como tema “Reciclagem do Conhecimento” foram proferidas palestras sobre administração, catarata, contatologia, crosslinking, estrabismo, glaucoma, neuro-oftalmologia, plástica ocular, cirurgia refrativa, retina e úvea. Houve também cirurgias ao vivo. O encerramento, uma festa de confraternização, aconteceu no Local Privilege. Mário Motta, presidente da SBO,e Elias Mansur Ticly Junior, presidente da Sociedade Sul Mineira de Oftalmologia, coordenaram o evento, presidido por Renato Na SBO, assim como na democracia, alternância de gestores é a tônica Divulgação Em primeiro plano, à direita, Mário Motta, e na extrema esquerda, Fernando Trindade, durante uma das palestras Ambrósio Jr., com Augusto Motta e Helcio Pachoalino Jr. como vice-presidentes. PÁGINA 5 Projeto “Ver Bem”, uma das campanhas da SBO, entrega óculos em cinco escolas Lucino Odorizzi João Diniz, assessor da diretoria da SBO, coloca os óculos num dos alunos beneficiados pelo Projeto. As armações são da Tecnol e as lentes da Essilor Já com os óculos, os 11 alunos do Ciep Salvador Allende, vendo-se atrás Mário Motta. À direita,a diretora da escola, voluntários do Lions e o técnico da Essilor “Uma das maiores satisfações nesses meus dois anos à frente da SBO, foi presidir a entrega dos óculos aos alunos das cinco escolas municipais do Rio, que integram o Projeto Piloto “Ver Bem- Aprender Melhor- De Olho da Escola”. Campanha de cunho social, assim como a do Dia Nacional do Diabetes e as várias de prevenção do glaucoma, “Ver Bem”, uma parceria com a Secretaria de Educação do Município do Rio, a Essilor, a Tecnol e o Lions Clube, atinge o ponto mais nevrálgico de nosso sistema injusto de distribuição de renda: a criança”. Essas palavras de Mário Motta sintetizam o sentimento de todos os oftalmologistas envolvidos no Projeto “Ver Bem- Aprender Melhor- De Olho na Escola”. O Projeto en- globou cinco escolas situadas numa região recém-beneficiada por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio: Mário de Andrade, Ciep Salvador Allende, Equador, República Argentina e Noel Rosa. Foram avaliados 1.484 alunos, 244 foram encaminhados para exame oftalmológico, dos quais 180 compareceram efetivamente, resultando na distribuição de 65 óculos. A primeira entrega-11 óculos-, foi no dia 7 de dezembro no Ciep Salvador Allende, próxima ao antigo Jardim Zoológico, em Vila Isabel. Os demais óculos foram entregues nos dias subsequentes. Mais campanha: Dia Mundial do Diabetes na PÁGINA 5 Tat Keong Chan fala sobre TASS, e mostra ser pop Tempo e Memória: curso de pós com a Unirio Referência mundial em infecção ocular, Tat Keong Chan, de Cingapura, é o entrevistado desta edição no Internacional Corner. Pesadelo dos cirurgiões do segmento anterior, a endoftalmite e a Síndrome Tóxica do Segmento Anterior Ocular (TASS em inglês) são abordadas na entrevista em que o especialista revela também seu encantamento com o Brasil, um dos seus países prediletos, e pela cantora Ivete Sangalo. Mais pop impossível. PÁGINA 10 Com a volta do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da SBO agora em convênio com a Universidade Estácio de Sá, João Diniz aproveita para historiar em Tempo e Memória a criação do curso anterior. Em 1994, ainda na gestão de Morizot Leite Filho, foi elaborado um projeto de curso de pós-graduação, implantado em 1995 em convênio com a Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). PÁGINA 12 NOTA DA REDAÇÃO As seções Oft@lmonline, Opinião (com o terceiro e último artigo de Celso Marra sobre administração de consultórios), Filiadas à SBO, A Visão da Justiça e Na Estante voltam a ser publicadas a partir do próximo número do JBO. Entre as dezenas de ex-presidentes da SBO Mário Motta* no decorrer de seus 88 anos de existência destacam-se não só professores ilustres e notáveis da nossa especialidade, mas também oftalmologistas habituados ao dia a dia dos ambulatórios, hospitais e consultórios, e que conhecem as dificuldades inerentes aos diversos serviços da área médica. Talvez este espírito democrático, com alternância entre os condutores da gestão na SBO, tenha permitido que ao longo de tantos anos a nossa Sociedade prestasse relevantes serviços aos oftalmologistas e à população tanto no aspecto educacional, quanto em lutas de defesa da classe e em campanhas de saúde ocular. Quando a diretoria do mandato 20092010 assumiu, sabíamos da enorme responsabilidade em manter o elevado nível de serviços para os colegas, principal objetivo da SBO. Ao término da nossa gestão, entre as diversas realizações, sempre com a colaboração de membros da diretoria, gostaríamos de destacar alguns pontos: - Parceria com a Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares e com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa, que passaram a ter a Revista Brasileira de Oftalmologia como referência para publicação de artigos de caráter científico; - Reforma na sede, incluindo parte elétrica, hidráulica, pintura e aquisição de equipamentos de manutenção e atualização. Reforma e modernização do auditório com aquisição de poltronas, para maior conforto aos participantes de aulas e eventos na SBO. As melhorias possibilitaram ampliar o leque de empresas interessadas na locação do auditório para eventos com até 70-85 participantes. Cabe aqui um agradecimento a todos os sócios, já citados em edição anterior do JBO, que colaboraram com a “aquisição” de cadeiras; - Participação, com delegação oficial, em Congressos das Sociedades Francesa, Italiana e Paraguaia de Oftalmologia, estreitando os laços com países de línguas latinas. Ao XVI Congresso Internacional da SBO, vieram delegações da Argentina, Espanha, Estados Unidos França, Itália, Paraguai e Portugal; - Modificação no Estatuto da SBO para que a eleição dos diretores passasse a ser durante o Congresso Internacional, possibilitando maior participação dos sócios no processo eleitoral; - Realização de Jornadas em parceria com a Sociedade Sul Mineira de Oftalmologia, nas cidades de São Lourenço e Juiz de Fora; - Participação nos Congressos da SBCII e SBCR em Fortaleza e nos Congressos do CBO, em Belo Horizonte e Salvador; - Participação em campanhas públicas de saúde ocular, promovidas pela SBO ou em parceria com diversas entidades e empresas: Abrag, Lions, Firjan, Rede Globo, Essilor, Sociedade Brasileira de Diabetes, e Secretarias de Educação e Saúde; - Reativação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, em parceria com a Universidade Estácio de Sá. Ele está aberto para residentes de todos os Serviços. O Curso, que já existia, oferece não só fundamentação teórica sólida, mas também a oportunidade de convívio com colegas de outros Serviços e professores renomados. - Atualização do JBO e do site da SBO, que passaram a funcionar em maior sinergia; - Saneamento financeiro, que permitiu terminar a gestão 2009-2010 com saldo positivo em caixa. Aproveito este Editorial para agradecer a todos os componentes da diretoria e à equipe de colaboradores e funcionários, que diariamente atuam para que a Sociedade Brasileira de Oftalmologia possa prestar os serviços a que se propõe e que os associados desejam. Com a nova diretoria, sob a presidência de Aderbal Alves Jr., que tem espírito dinâmico e inovador, podemos ter a certeza de que a SBO estará cada vez mais presente junto aos oftalmologistas do Brasil. Finalmente, uma palavra de agradecimento a meus filhos, pela paciência e estímulo, e a Ana Motta, pelo trabalho brilhante e incansável em todos os eventos durante estes dois anos. *Presidente da SBO PÁGINA PÁGINA Confira ............................................... 2 International Corner .......................... Editorial .............................................. 2 Seção Brasil ...................................... 11-12 Posse / Metas/ Diretoria/ Tempo e Memória ............................. 10 12 Comissões 2011-2012 ...................... 3 Conta-Gotas ...................................... 13-14 SBO é de utilidade pública ................ 4 Necrológio ......................................... 16 Mudanças no site da SBO ................ 4 Pós-Graduação SBO-Estácio de Sá ... 16 Simpósio Sul Mineiro ......................... 5 Expediente ......................................... 18 Dia Mundial do Diabetes ................... 5 Calendário de Eventos FeCooeso .......................................... 6 Oftalmológicos .................................. 18 JBO Pergunta .................................... 9 Olho Vivo ........................................... 18 3 Novembro - Dezembro - 2010 Posse da diretoria da SBO para biênio 2011-2012 Aderbal Alves Jr. assume reafirmando objetivo de promover reforma estatutária Eliana de Souza Eleita durante o XVI Congresso Internacional, a nova diretoria da SBO, tendo Aderbal Alves Jr. como presidente, assumiu no dia 6 de janeiro último, no Clube Federal do Rio de Janeiro, em cerimônia prestigiada pelos ex-presidentes: Adalmir Morterá Dantas, Carlos Fernando Ferreira, Flávio Rezende, Luiz Carlos Portes, Miguel Padilha, Morizot Leite Filho, Oswaldo Moura Brasil, Sérgio Fernandes, Yoshifumi Yamane e Aderbal de Albuquerque Alves, que completava 86 anos na data, o grande homenageado da noite. Aderbal Alves Jr. presidirá a Sociedade nos próximos dois anos (biênio 2011-2012). No seu discurso de posse, ele destacou a história da SBO desde sua fundação há 88 anos, a evolução da medicina, especialmente da oftalmologia nesse período, e apontou a necessidade de uma reforma estatutária com o objetivo de renovar a entidade, redefinindo seu papel frente aos desafios do século XXI. O novo presidente também destacou a presença da SBO em muitos congressos nas Américas e na Europa, particularmente com as sociedades de língua latina, cooperação iniciada na gestão de Luiz Carlos Portes (2007-2008). A Sessão Solene de posse, comandada pelo oftalmologista Norton Fernandes Lima, que atuou como mestre de cerimônia, contou com a presença dos vice-presidentes regionais, inúmeros membros de antigas diretorias e da nova, além de nomes representativos da especialidade e de empresas oftálmicas, como o presidente da Essilor para o Brasil e América Latina, Thomas Bayer, além de Luiz Fernando Moraes, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), e Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro. Após a Sessão Solene, foi oferecido um coquetel, cortesia da Essilor, Novartis, Alcon e Mediphacos. Após a transmissão do cargo, Aderbal Alves Jr. e Mário Motta (segundo e quarto da direita para a esquerda) com oito ex-presidentes da SBO. A partir da esquerda Miguel Padilha, Oswaldo Moura Brasil, Flávio Rezende, Aderbal de Albuquerque Alves, Yoshifume Yamane, Carlos Fernando Ferreira, Sérgio Fernandes e Luiz Carlos Portes Metas para o biênio 2011-2012 Ensino e Pesquisa, Projetos Sociais, Apoio ao Associado e Divulgação da Marca são as metas de gestão da nova diretoria, que o JBO publica abaixo, precedidas da introdução preparada por Aderbal Alves Jr. “Ao longo dos 88 anos de existência da SBO sua missão permaneceu inalterada: promover o ensino e pesquisa em oftalmologia e atuar junto à população em campanhas e exames de prevenção das enfermidades oftalmológicas. No entanto, a visão da entidade em como se inserir no meio oftalmológico obrigatoriamente tem mudado para acompanhar as profundas alterações que afetaram as nossas vidas nas últimas décadas. O sucesso em qualquer plano, pessoal ou empresarial, e a SBO deve ser vista como uma empresa, embora sem fins lucrativos, vai depender da identificação e da superação dos desafios que surgem a todo momento.” O programa de gestão 2011-2012 tem os seguintes pontos chaves: 1. Ensino e Pesquisa ■ Curso de Pós- Graduação Latu Senso em convênio com a Universidade Estácio de Sá iniciado em 2010. ■ Cursos Modulados: Elaborados por profissionais experientes em temas de grande interesse, teórico-práticos, com possibilidade de realização em outros estados. ■ Elaboração de Curso de Iniciação em Oftalmologia-Janeiro de 2012, para apoio aos que se iniciam na especialidade. ■ Curso de Iniciação Científica com realização provável em Março de 2011, com a participação dos residentes dos Serviços do Rio de Janeiro. ■ Cursos Complementares de Apoio: Oftalmologia Básica (Embriologia, Histologia); promover intercâmbio entre os Serviços buscando suprir eventuais deficiências. 2. Projetos Sociais Responsabilidade social é uma exigência crescente dos tempos atuais tanto para pessoas físicas como jurídicas. A SBO, como entidade declarada de utilidade pública, reúne as condições técnicas para elaborar projetos de grande impacto na saúde oftalmológica. ■ Elaboração de Calendário de Campanhas, de modo a estabelecer logística eficaz. ■ Reforçar parcerias com Organizações Não Governamentais (ONGs), Lions Clube, Abrag, Retina Rio e sociedades médicas (Endocrinologia, por exemplo, associadas à Oftalmologia). ■ Elaboração de documentação educacional com a marca SBO, disponibilizando o material para todo o país. ■ Elaboração de Projetos de Prevenção de Cegueira Diabética, Glaucoma, Degeneração Macular Relacionada à Idade e Visão na Infância. ■ Busca de parceiros públicos e privados para financiamento de projetos (Estado, Prefeitura, Firjan, empresas em geral). 3. Apoio ao Associado Dezenas de sociedades oftalmológicas existem no Brasil, estaduais, regionais, de subespecialidades e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. O grande desafio é motivar a adesão e fidelização à SBO. Para tanto temos algumas propostas: ■ Reforma estatutária a ser discutida inicialmente na Comissão composta por expresidentes, com elaboração de propostas que aumentem a participação da SBO em todo o pais. ■ Redução dos custos para os associados, anuidades mais baratas, descontos aos médicos com até 5 anos de formados, descontos aos sócios de sociedades associadas à SBO. ■ Banco de Emprego – Organizar um Banco de Emprego, com currículo, carta de recomendação com acesso via site da SBO. ■ Serviços – Ampliar a oferta de serviços aos associados, financiamentos, seguros, suporte jurídico. ■ Elaboração de Manual SBO Jovem, com informações básicas fiscais, gerenciais, relação com convênios, passo a passo para quem deseja programa de fellow no Brasil e exterior, etc. ■ Redução das tarifas dos congressos. ■ Montagem de Estande SBO com ampla oferta de serviços – banco, escritório de advocacia, contabilidade, seguro, etc. ■ Divulgação via Internet de Novidades em Oftalmologia. ■ Viabilizar acesso a periódicos via site ou telefone. 4. Divulgação da Marca A marca SBO tem 88 anos, credibilidade e confiabilidade, é sem dúvida nosso maior patrimônio. É nossa meta ampliar sua visibilidade. ■ Fazer do estande SBO nos eventos oftalmológicos - “A Casa do Oftalmologista” -, lema criado pelo ex-presidente Dr. Sérgio Fernandes, um ponto de apoio e referência para os oftalmologistas. Iremos oferecer em um estande amplo, confortável, os vários serviços disponíveis. ■ Continuar lutando pela qualidade da nossa Revista Brasileira de Oftalmologia e pela sua indexação ampla. ■ Ampliar atuação do Jornal Brasileiro de Oftalmologia como canal de divulgação das atividades oftalmológicas juntamente com o site da SBO. ■ Utilização de mídias alternativas – facebook, outras. ■ Conveniências SBO – Viabilizar produtos com a marca SBO – sandálias hawainas, jalecos, camisetas, porta-canetas, entre outros. ■ Disponibilizar título da SBO com design moderno, como certificado de qualidade que o associado pode expor em seu consultório. Para alcançar esses objetivos foram criadas novas comissões, compostas de habituais e novos colaboradores, de todos os Serviços do Rio de Janeiro e de vários estados do Brasil, que pela qualidade prometem superar as expectativas. Diretoria e integrantes das 12 comissões de assessoria à presidência Presidente: Aderbal Alves Jr. (RJ); Vice-presidente RJ: Marcus Vinicius Abbud Safady; Vicepresidentes regionais: Roberto Abdalla Moura (MG); Leon Grupenmacher (PR); Osvaldo Travassos (PB); Alípio de Souza Neto (DF); Secretário Geral: Gilberto dos Passos (RJ); 1º Secretário: Armando Crema (RJ); 2º Secretário: Marco Antônio Alves (RJ); Tesoureiro: Ricardo Miguel Japiassú (RJ); Diretor de Cursos: André Portes (RJ); Diretor de Publicações: Arlindo Portes (RJ); Diretor de Biblioteca: Renato Ambrósio Jr. (RJ); Conselho Consultivo: Aderbal de Albuquerque Alves (RJ); Acácio Muralha Neto (RJ); Mário Motta (RJ); Miguel Padilha (RJ); Oswaldo Moura Brasil (RJ); Sérgio Fernandes (RJ); Conselho Fiscal: Efetivos - Eduardo Morizot (RJ); Ricardo Lima de Almeida Neves (RJ); Sérgio Meirelles (RJ); Suplentes - Mário Nagao (RJ); Octávio Moura Brasil (RJ); Sansão Kac (RJ). Comissão de Projetos Sociais: Coordenadora: Juliana Bohn Alves (RJ); membros: Adriano Martins e Souza (RJ); Ana Elisa de Castro Coimbra (RJ); Claudia Castor Xavier Bastos (RJ); Dorothy Graça Dantes Reis de Freitas (MG); Eduardo Kestelman (RJ); Elaine Castro Costa Santos (RJ);Márcio Sued da Costa (RJ); Patrícia Maciel Pacha (RJ); Silvana Maria Pereira Vianello (MG); Valeria Silva Homem (RJ). Comissão de Relações Institucionais: Coordenadora: Roberli Bichara Pinto (RJ); membros: Claudia Amaral Fiorot (RJ); Diogo Lucena (RJ); Flávio Mac Cord Medina (RJ); Francisco Teixeira Pinto (DF); Giovanni Colombini (RJ); Lizabel Gemperli (MS); Luiz Filipe de Albuquerque Alves (RJ); Mário Ursulino Machado Carvalho (SE). Comissão SBO Jovem: Coordenadora: Íris Yamane (RJ); membros: Bruno Fontes (RJ); João Capella (RJ); Karina Esposito Nagao (RJ); Marcelo Jarczun Kac (DF); Oswaldo Ferreira Moura Brasil (RJ); Paulo Augusto de Arruda Mello Filho (SP); Renata Rezende Bisol (RJ);Ricardo Augusto Paletta Guedes (MG). Comissão de Educação Médica Continuada: Coordenador: Ari de Souza Penna (RJ); membros: Aletea Cerqueira Pompei (RJ); Cléber Godinho (MG); Edmundo Americo D. Soares (MG); Eduardo Muranaka (RJ); Evandro Lucena (RJ); José Alexandre Pereira (RJ); Lincoln Lemes Freitas (SP); Maila Naves Pereira Passos (RJ); Renato do Amaral Fernandes (RJ); Rodrigo de Pinho Paes Barreto (RJ); Tiago Bisol (RJ). Comissão de Relações Internacionais: Co- ordenador: Mario Nagao (RJ) - membros: Almir Ghiaroni (RJ); André Curi (RJ); Armando Crema (RJ); Eduardo Cunha (SP); Leopoldo Pacini Neto (DF); Miguel Padilha (RJ); Miguel Hage Amaro (PA); Nelson Sabrosa (RJ); Newton Kara José Júnior (SP); Roberto Abdalla Moura (MG). Comissão de Ética: Coordenador: Paiva Gonçalves Filho (RJ) - membros: Beatriz Correa (RJ); Eliezer Benchimol (RJ); Fernando Trindade (MG); Harley Bicas (SP); Homero de Almeida (MG); Jacqueline Provenzano (RJ); João Alberto Holanda de Freitas (SP); Marcelo Ventura (PE); Paiva Gonçalves Neto (RJ); Rogério Neurauter (RJ). Comissão de Relacionamento com Sociedades Filiadas:Hélcio Bessa (RJ); Helder Costa Filho (RJ); Jair Giampani Júnior (MT); João Borges Fortes Filho (RS); Liane Rezende (RJ); Mansur Elias Ticly Júnior (MG); Max Rollemberg Gois (SE); Renato Curi (RJ). Comissão de Relacionamento com Contratantes de Serviços Médicos: Celso Klejnberg (RJ); Edna Almodin (PR);Eduardo Paulo Filho Di Piero (RJ); Marco Rey de Faria (RN); Paulo Sérgio de Salles (RJ); Samuel Cukierman (RJ); Vitor Barbosa Cerqueira (RJ). Comissão de Internet: Aldo Barcia Fonseca (RJ); André Pereira Soares Maia (RJ); Fernando de Faria Pereira Balli (RJ); Jacqueline Coblentz (RJ); Karla Rezende Guerra (RJ); Patrícia Correa Mello Araújo (RJ); Priscila Stalleikem Sebba (RJ). Comissão Científica: Adalmir Morterá Dantas (RJ); Carlos Alexandre Garcia (RN); Fernando Oréfice (MG); Francisco de Assis Cordeiro Barbosa (PE); Haroldo Vieira de Moraes Jr. (RJ); Hélia S. Angotti (MG); Jaco Lavinsky (RS); Márcio Nehemy (MG); Mário Luiz Ribeiro Monteiro (SP); Paulo Augusto de Arruda Mello (SP); Tadeu Cvintal (SP); Walter Takahashi (SP). Comissão de Defesa Profissional: Francisco Aécio Fernandes Dias (CE); Christiano F. Barsante Santos (MG); Claudio Chaves (AM); Eduardo de Franca Damasceno (RJ); Francisco Teixeira Pinto (DF); João Eugênio G. de Medeiros (DF); Marcos Ávila (GO); Newton Kara José (SP); Renato Cruz Laender (MG). Comissão de Reforma Estatutária: Coordenadores: Flávio Rezende (RJ) e Miguel Ângelo Padilha (RJ); membros: Carlos Fernando Ferreira (RJ); Celso Marra (RJ); Luiz Carlos Portes (RJ); Mário Motta (RJ); Morizot Leite Filho (RJ); Oswaldo Moura Brasil (RJ); Samuel Cukierman (RJ); Sérgio Fernandes (RJ); Yoshifumi Yamane (RJ). 4 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia SBO é considerada entidade de utilidade pública Entrega simbólica do Certificado de Filantropia foi na última reunião presidida por Mário Motta Estephan Radovicz A Sociedade Brasileira de Oftalmologia obteve em 2010 o título de utilidade pública, com o apoio do vereador e médico Carlos Eduardo de Mattos, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A Lei Municipal Ordinária nº 5168, de 4 de maio de 2010, isenta a entidade de vários tributos. A entrega simbólica do Certificado de Filantropia pelo vereador foi no dia 18 de novembro, por ocasião da assembleia ordinária de prestação de contas da diretoria do biênio 2009-2010. O Certificado de Filantropia teve também decisiva participação de Luiz Carlos Portes, presidente da SBO no biênio 2007-2008 e membro do conselho consultivo nos dois últimos anos. Ao fazer a entrega do título, o vereador Carlos Eduardo de Mattos prometeu continuar colaborando com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia nas ações de responsabilidade social que, a partir de 2011, contarão com a coordenação da Comissão de Projetos Sociais criada pelo novo presidente, Aderbal Alves Jr. Ladeado por Mário Motta, com a cópia simbólica do Certificado de Filantropia, e Luiz Carlos Portes, o vereador e médico Carlos Eduardo de Mattos, colaborador e parceiro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia em várias campanhas sociais Na assembleia, Mário Motta fez também um balanço de sua gestão, destacando na área social as sete campanhas de prevenção do glaucoma, com o apoio do Lions Clube, Abrag-Rio e a participação em iniciati- vas promovidas pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) com a Rede Globo, além da realizada pela Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro. Apresentou também a participação da SBO, juntamente com a Essilor, o Lions Clube e a Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro, na campanha “Ver Bem Aprender Melhor, de Olho na Escola”. O projeto piloto da campanha, mostrando a importância da detecção precoce de problemas visuais para melhor rendimento escolar dos alunos, foi aplicado em cinco escolas municipais no entorno da comunidade do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, ocupado pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde 14 de novembro. Foram avaliadas 1.484 crianças, das quais 242 foram encaminhadas para consulta oftalmológica Durante a assembleia ordinária também foram fixados os valores da anuidade de 2011: R$360,00 para sócio titular e emérito; e R$300,00 para sócio aspirante e correspondente. -A situação financeira equilibrada, com uma reserva em caixa, permite que só comecemos a cobrar a anuidade de 2011 em 24 de janeiro, comemorou Mário Motta, agradecendo o trabalho do diretor tesoureiro Sansão Kac. Mudanças no site da SBO facilitam a navegação No final da gestão de Mário Motta, entrou no ar o novo site da SBO, desenvolvido pela WGS Informática, cujo principal objetivo era torná-lo mais simples, uma vez que a home é acessada por leigos e pela mídia, além dos oftalmologistas. “Um site tão bem organizado e sólido que, sem exigir muitos conhecimentos de navegação, instintivamente nos conduz na direção correta”, pediu Mário Motta. Portanto, o grande desafio para a WGS era compactar o maior número de informações na página inicial do portal, mantendo uma distinção entre as áreas e sem causar uma poluição visual. Para que isso fosse possível, as informações foram distribuídas em painéis sobrepostos, acessíveis rapidamente através de abas, cada qual com o seu título informativo. Esta maneira de exibir a informação está presente na home do portal nas áreas: Publicações SBO, Campanhas e Dicas SBO, onde cada área está condicionada a uma aba e suas informações são rapidamente acessadas com apenas um clique. Outra maneira utilizada para agrupar informações foi usada nas áreas SBO em Ação e SBO e Você ( esta na área do médico), que exibe os títulos das informações em caixas deslizantes. Ao clicar no título desejado, os outros deslizam para abrir espaço para a informação. Aspecto importante também eram as cores. O azul e o branco foram mantidos por serem as cores da logomarca da SBO. Entretanto, como a palavra de ordem também era renovação, a equipe da WGS acrescentou detalhes em verde e laranja, trazendo mais vida e contraste ao portal. Além dos aspectos visuais, todo o portal foi reconstruído em uma nova linguagem de programação, o que em outras palavras quer dizer: maior segurança dos dados, acessibilidade e dinamismo. O novo portal da SBO conta ainda com muitas outras inovações, que não foram mencionadas aqui, mas que você perceberá ao navegar. Esperamos que com essas inovações, e outras que ainda estão em desenvolvimento, possamos contribuir para transformar sua navegação neste novo portal, numa experiência muito mais intuitiva e agradável. Na gestão de Aderbal Alves Jr. as mudanças vão continuar, principalmente na área do médico, e sugestões são bem-vindas. Caixas deslizantes utilizadas na área SBO em Ação e textos animados em Últimas Notícias. Neste caso abrindo uma janela para o caso de informações detalhadas, soluções que permitiram compactar o maior número de informações na página inicial do portal 5 Novembro - Dezembro - 2010 Simpósio Sul Mineiro: cada ano mais participantes Em 2010, o número de congressistas praticamente dobrou em relação ao ano anterior Divulgação Como já se tornou tradição, a parceria da Sociedade Brasileira de Oftalmologia com a Sociedade Sul Mineira de Oftalmologia, presidida por Mansur Elias Ticly Jr., ensejou o Simpósio Sul Mineiro de Oftalmologia da SBO, já na sua quarta edição. Realizado em Juiz de Fora, nos dias 3 e 4 de dezembro, reuniu 130 participantes, quase o dobro do evento de 2009, em São Lourenço, que teve 70 congressistas. Realizado em conjunto com a Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO) no Hotel Constantino, sob a presidência de Renato Ambrósio Jr., o IV Simpósio Sul Mineiro de Oftalmologia da SBO teve como tema “Reciclagem do Conhecimento” nas áreas de administração, catarata, contatologia, crosslinking, estrabismo, glaucoma, neuroftalmologia, plástica ocular, cirurgia refrativa, retina e úvea. O programa incluiu cirurgias ao vivo e um programa social que reuniu os participantes numa festa de confraternização no recém-inaugurado Local Privilege. Os vicepresidentes do encontro, Augusto Motta e Helcio Paschoalino Jr., juntamente com a Comissão Organizadora, composta por Beatriz Hollanda, Cristina Ramalho, Gustavo Sotto Maior, Leonardo Provetti Cunha, Lourival Sotto Maior, Luciana Costa Cunha, Marta Halfeld, Rafael Merula, Ricardo Augusto Palleta Guedes, Silvana Vianello e Vanessa Palleta Guedes, não mediu esforços para o sucesso do evento. - Pequenos encontros como o de Juiz de No Dia Mundial do Diabetes, SBO esclarece sobre retinopatia diabética Ricardo Fernandes Renato Ambrósio Jr. e Mário Motta com Helcio Paschoalino Jr., Mansur Elias Ticly Jr., e Augusto Motta na abertura do IV Simpósio Fora oferecem oportunidade de estreitar os laços com as entidades filiadas à SBO, um dos objetivos da minha diretoria e que, tenho certeza, terá continuidade nos próximos dois anos com Aderbal Alves Jr., ressaltou Mário Motta lembrando que a Sociedade sempre teve essa preocupação, mas, na sua opinião, nos dias atuais elas são cada vez mais importantes. Para Mário Motta, ao contrário do que se poderia supor, apesar da internet, conferências on-line e o acesso rápido às mais recentes conquistas oftalmológicas, “percebe-se a necessidade dos colegas se encontrarem e discutirem os temas relevantes da especialidade frente a frente. O ser humano é gregário, precisa se relacionar socialmente. As chamadas redes sociais são importantes, mas precisamos conversar, discutir, trocar experiências, sentir a reação do colega e, também, criar laços de amizade”. Com o objetivo de alertar a população dos riscos da retinopatia diabética, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia participou do Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro, juntamente com a Sociedade Brasileira de Diabetes e o Lions Clube. O evento foi realizado na entrada principal do Estádio do Maracanã (RJ) e teve corrida/caminhada, recreação infantil e estações multiprofissionais em educação e prevenção com médicos diabetólogos, oftalmologistas, dentistas, nutricionais, enfermeiros, especialistas em cuidados com os pés. Na estação da SBO foram distribuídos folhetos explicativos, elaborados em conjunto com a Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, mostrando como evitar a perda da visão devido ao diabetes, que afeta cerca de 7 a 8% da população brasileira com mais de 18 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 40% dos diabéticos sofrem de alterações oftalmológicas. Participaram da campanha, o presidente da SBO, Mário Motta, o representante do Lions Clube, Lucino Odorizzi, e os residentes César Motta, Eduardo Amorim Novaes e Fernanda Pessoa de Freitas Bernardo. Mário Motta em pé e os residentes Eduardo Novaes, Fernanda Bernardo e César Motta, esclarecem sobre retinopatia diabética A SBO firmou parceria com a União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio de Janeiro (Uaderj), entidade criada para o diagnóstico precoce e tratamento da retinopatia diabética em crianças, adolescentes e adultos até completarem 30 anos de idade. A partir de março, começarão os primeiros atendimentos oftalmológicos mensais gratuitos de pessoas encaminhadas pela Uaderj. Personalidades como Bernardinho técnico de vôlei, as atrizes Glória Pires e Malu Mader, a cantora Paula Toller, cederam direito de imagem para a Uaderj. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 6 FeCooeso se reúne com a ANS para tratar da Cassi Divulgação Representantes da oftalmologia estiveram reunidos com a ANS no dia 29 de novembro último, para tratar de problemas referentes à Cassi que, ao contrário de outras operadoras de planos de saúde como Amil, Banco Central, Bradesco, Golden Cross, Petrobras, SulAmérica e Unimed, tem criado dificuldades para os oftalmologistas conveniados. Segundo o presidente da FeCooeso, Nelson Louzada, a Cassi é a única que: 1. Exige além da guia de serviço habitual, que seja emitida outra pela firma Orizon, tendo o paciente que assinar ambas. No caso de exames complementares, tantas serão emitidas e terão de ser assinadas. Lidamos com pacientes idosos, com visão reduzida, com dificuldade de entendimento. 2. Limita idade do paciente para autorizar tonometria ocular. Antes não permitia com menos de 40 anos, agora, menos de 16 anos. Contraria Parecer do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Glaucoma. 3. Impertinência em obrigar o envio das guias pelo correio para Brasília (se extraviar, quem paga?), além da despesa desnecessária. O serviço é prestado em um determinado estado e centralizado na capital. 4. Burocracia para revisão de glosas - feita só pela internet, sem previsão de resposta! Da esquerda para a direita: André Born (Cooeso-AL), Nelson Louzada, Carlos Figueiredo (gerente geral de integração setorial da ANS), Fabíola Mansur (diretora CBO), Paulo Cesar Fontes, João Fernandes (gerente administrativo FeCooeso), Samuel Cukierman (representante da SBO) 5. Exigência de boletim anestésico para pagar os honorários. As cirurgias já prevêem o porte anestésico, a presença do anestesista. 6. Não aceita pagar em dobro as cirurgias de curta permanência, de porte superior a 4, realizadas em sistema Hospital-Dia. Pagava até 1999. Subitamente, sem aviso, passou a pagar 1x. Em 18 de abril de 2000, assinou um Protocolo de Intenções com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, comprometendo-se a pagar 1,5x. Em maio de 2010, novamente voltou a pagar 1x. O caso configura QUEBRA DE CONTRATO! Outros problemas envolvendo a Cassi: 7. Inclui os honorários da instrumentadora no pagamento realizado ao cirurgião. As Prefeituras consideram este fato como prova da Pessoa Jurídica não ser uniprofissional, acarretando contratempos a esta. Além disso, os valores adicionados sofrem desconto de Imposto de Renda, muitas vezes de 27,5%, além de INSS. Estes descontos (IR e INSS) subtraídos do honorário da instrumentadora causam desnecessária redução e consequente descontentamento por parte da prejudicada. 8. O grupo Unidas, da qual a Cassi faz parte, pratica o MONOPSÔNIO: “situação de mercado em que há um só comprador de determinada mercadoria ou serviço”. Não existe concorrência, nem negociação. Quem regula o preço é o poder econômico, não o mercado. As mais ricas se utilizam das mais pobres para comprar serviços alegando que, como fazem parte de um grupo, vários dos seus participantes não têm condições de pagar bem. Portanto, todos pagam mal. A finalidade inequívoca de tal associação é a compra de serviços médicos em bloco, prática comercial reprovável. Configura CARTEL DE COMPRA DE SERVIÇO. A Petrobras descartou esta prática reprovável e paga, atualmente, os melhores honorários médicos, podendo se vangloriar disto. O que querem os oftalmologistas: 1. Que somente a guia oficial seja assinada pelo paciente. 2. Que não haja limitação de idade para tonometria ocular. 3. Que as guias sejam entregues nas sedes da Cassi na cidade onde o serviço foi prestado ou em agências do Banco do Brasil. 4. Que as glosas tenham resposta rápida e pessoal treinado para esclarecer dúvidas. 5. Que não seja exigido boletim anestésico para reembolsar os honorários do anestesista - antiético. 6. Que volte a pagar em dobro as cirurgias de curta permanência de porte superior a 4, realizadas em sistema Hospital-Dia, como fazem as principais operadoras. 7. Que os honorários da instrumentadora sejam pagos por reembolso como são os do anestesista. 8.Que a Cassi pague valores justos, sem relação com as demais operadoras do grupo Unidas, em má situação e com poucos beneficiários. 9 Novembro - Dezembro - 2010 Essilor amplia investimentos no Brasil Presidente da Essilor para o Brasil e a América Latina, Thomas Bayer explica, na entrevista abaixo, a mudança de foco da empresa, depois da recente crise econômica, com muito mais concentração nas regiões de maior potencial de crescimento, como a América Latina, o Brasil especialmente, além da Ásia e Europa Oriental. Jornal Brasileiro de Oftalmologia Antes de iniciarmos a entrevista propriamente dita gostaria que o senhor fizesse um breve relato de sua história na Essilor, quanto tempo está no Brasil, e um pouco de sua história pessoal (formação, família, interesses fora da oftalmologia etc). Thomas Bayer- Estou há onze anos na Essilor. Iniciei como responsável da filial da Essilor na Alemanha e depois de seis anos assumi a responsabilidade por todas as filiais da Europa. Estou há dois anos no Brasil, onde já tinha trabalhado no passado em outro setor industrial. Tinha saudades de voltar ao Brasil depois dessa primeira experiência, que foi muito positiva. Sou formado em engenharia industrial, casado e tenho 3 filhas e 2 filhos. Gosto muito de viajar, conhecer outros países e culturas. Gosto de esquiar e de jogar golfe, mas admito que não pratico mais esses esportes nos últimos anos por falta de tempo. Agora, é só correr na praia antes do trabalho. JBO - Como o senhor definiria o momento atual da empresa no mundo e no Brasil, com a crise econômica norte-americana e europeia? TB- Os maiores mercados da Essilor ainda estão na Europa e nos EUA, mas depois da crise o foco da atenção e os investimentos se concentraram muito mais nas regiões de maior potencial de crescimento, como a América Latina, o Brasil especialmente, a Ásia e a Europa Oriental. JBO - Quais são os objetivos a curto, médio e longo prazo da Essilor no Brasil? TB - Os objetivos da Essilor a curto, médio e longo prazo no Brasil são todos focados na melhoria dos nossos serviços aos consumidores, em conjunto com os oftalmologistas, para providenciar a melhor visão possível às pessoas que precisam de uma correção visual. Para isso, nós temos que investir muito no desenvolvimento de novos produtos apoiados em pesquisas clinicas, na produção, no aperfeiçoamento da logística e no treinamento do varejo. JBO - Como a Essilor vê a chegada/ ampliação de novos concorrentes ao mercado de lentes no Brasil? TB - Todos os concorrentes que contribuem para os mesmos objetivos são bem-vindos. JBO - A Essilor tem investido em campanhas de acuidade visual em nível regional, inclusive com o apoio da SBO, há projetos para uma campanha nacional ou mais ampla em nível regional? TB - Queremos incrementar as nossas campanhas de acuidade visual não só em nível regional, mas também em nível nacional. Agradeço o apoio da SBO nesse sentido. Os projetos estão principalmente focados nas crianças. No Rio de Janeiro, por exemplo, estamos apoiando o projeto “Ver Bem – Aprender Melhor- De Olho na Escola”, com triagem de alunos em escolas municipais. Organização do Lions Clube, promovido pela Prefeitura do Rio de Janeiro, coordenação científica da SBO. JBO - A Essilor apoia o Prêmio Varilux entregue sempre nos congressos da SBO. Há planos de ampliar a premiação ou introduzir alguma mu- dança, como ocorreu há alguns anos quando o Prêmio na Categoria de Incentivo à Pesquisa passou a ter como tema obrigatório a Refração? TB - O Prêmio Varilux já tem uma longa tradição e foi entregue pela 38° vez no último congresso da SBO. Queremos manter essa tradição de incentivo à pesquisa médica por muitos anos mais. JBO - Hoje está na ordem do dia a responsabilidade civil das empresas e a defesa de um ecossistema que privilegie o ser humano e a preservação do planeta. Quais são as medidas que a Essilor tem tomado nesse sentido? TB - Todo o grupo Essilor está muito empenhado na preservação do ambiente. Por isso existem projetos em todas as fábricas e laboratórios para reduzir ao mínimo os consumos de água e energia. Posso afirmar com bastante orgulho que ganhamos em nosso laboratório de Belo Horizonte o prêmio mundial de sustentabilidade da Essilor International, com um projeto modelo de reciclagem de água resultante do processo fabril. A redução foi de 20% no consumo de água ou de 2.000 m3/ano de água tratada. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 10 Prevenindo a endoftalmite nas cirurgias de catarata A diferença entre endoftalmite e TASS (Síndrome Tóxica do Segmento Anterior) Tat Keong Chan, de Cingapura, referência mundial em infecção ocular, é o entrevistado desta edição do International Corner, convidado por Fernando Trindade, do conselho editorial do JBO. Membro de várias associações internacionais de expressão e frequentemente convidado dos principais congressos da especialidade nos cinco continentes, já recebeu inúmeras premiações, graças ao importante trabalho que realiza no renomado e “high-tech” National Eye Center, em Cingapura. JBO-What is the best endophthalmitis prevention in a cataract surgery? Chan-The best endophthalmitis prevention strategy in cataract surgery is a multi-pronged apTat Keong Chan* proach targeting prevention at four different levels. The first level is to decrease the number of microbes on the ocular surface before surgery. This can be done by ensuring that there is no pre-existing infection of the periocular tissues; any blepharitis if present should be adequately treated before commencing cataract surgery. A one or two day course of topical antibiotics (new generation fluoroquinolones) combined with topical povidone iodine 5% solution is synergistic in action in decreasing bacterial colony counts. Secondly, we should minimize anterior chamber bacterial contamination when performing surgery. The lashes should be completely isolated from the surgical field with adhesive drapes. Care must be taken to avoid intraoperative posterior capsule rupture or vitreous communication. The third level is to prevent a postoperative wound leak or wound dehiscence, causing surface bacteria to gain access into the anterior chamber. This can be attained by paying attention to good wound architecture, construction and sealing, particularly in the case of clear corneal incisions. The fourth level of prevention is to kill all bacteria that have inadvertently entered the anterior chamber during or after surgery. Using a broad-spectrum bactericidal antibiotic with good intraocular penetration will achieve this effect. JBO-With regard to antimicrobial prophylaxis in cataract surgery, which is better: intracameral or topical antibiotics? Chan- The issue of whether to administer intracameral or topical antibiotics is an interesting and debatable one. Although the ESCRS clinical study on endophthalmitis prevention showed that intracameral cefuroxime was effective in preventing endophthalmitis after cataract surgery, not every cataract surgeon has embarked on using intracameral antibiotics. This is primarily because cefuroxime, or for that matter any antibiotic, is not commercially available in a sterile, unit dose for intracameral injection. Any preparation of an intracameral antibiotic may be associated with the risks of bacterial contamination, dosage error, mislabelling or ocular toxicity. At the Singapore National Eye Center in Singapore where I practise, we have achieved an extremely low incidence of post-cataract surgery endophthalmitis (zero endophthalmitis in more than 10,000 operations in 2008) using only topical antibiotics and good infection control strategies. I do not administer any intracameral or subconjunctival antibiotics. Only topical new-generation fluoroquinolone agents are used before and immediately after cataract surgery. Great care is taken to ensure short-term, high dose surgical prophylaxis (with no tapering of the eye drops) to prevent the onset of bacterial resistance. JBO-In case of pseudophakic endophthalmitis, what are your general recommendations for the diagnosis and for the treatment ? Chan-The key to salvaging and preserving useful visual acuity in pseudophakic endophthalmitis is early diagnosis and prompt intravitreal antibiotic therapy. We should have a high index of suspicion whenever a patient pre- Figura das mais simpáticas, atendeu com extrema gentileza ao convite. Fernando Trindade destaca a “clareza, competência e bom humor” de suas respostas, sem esquecer a massagem ao ego brasileiro, quando relata que um dos seus passatempos preferidos é viajar e gosta de visitar o Brasil, onde já esteve diversas vezes. Encantado com nosso país, “pela sua exuberância e vibração”, Tat Keong Chan adora ouvir Ivete Sangalo e sua cidade preferida é o Rio de Janeiro. sents with more intraocular inflammation than expected after uncomplicated cataract surgery. Ocular pain and hypopyon, although common features of endophthalmitis, are absent in 25 % of all cases. Great care must be taken to assess the clarity of the vitreous: cloudiness or haziness of the vitreous is often an indication of infection and therefore endophthalmitis. The surgical incision should also be examined for the presence of a wound leak. As for therapy, aqueous and vitreous samples should be collected as soon as possible and sent for microbiological tests (culture and PCR, if available). Intravitreal injections of antibiotics, namely vancomycin and ceftazidime, should be administered without delay, preferably within one hour after the diagnosis of endophthalmitis is made. This injection may be performed by any ophthalmologist. JBO-How about TASS: is it really an issue currently? Chan-TASS or toxic anterior segment syndrome is currently a “hot topic” in cataract surgery. It is often confused or mistaken for endophthalmitis as it also presents with fibrin and hypopyon after cataract surgery. TASS is an issue currently because there have been many reports of this complication occurring in North America and elsewhere in the world, with patients having suffered visual loss from its complications such as corneal decompensation and intractable glaucoma. The causes of TASS are multiple and varied, ranging from denatured viscoelastic substances (OVD), intracameral antibiotics or anesthetics and accumulation of heatstable endotoxin from contaminated surgical instruments and sterilizers. Understanding TASS is important for every cataract surgeon as it is such a preventable complication. The recommended guide- lines for the proper cleaning and maintenance of surgical instruments is currently available from the website of the American Society of Cataract and Refractive Surgery (ASCRS): www.ascrs.org JBO-What are your favourite pastimes outside ophthalmology? Chan- I like to travel to exotic and remote places around the world, similar to places featured in “The Lonely Planet” or “Discovery Channel” on television. I especially appreciate the natural scenery in remote locations which is unspoilt by human inhabitation. I also enjoy watching wildlife in its natural habitat. Some of the interesting places I have visited include the Galapagos Islands of Ecuador, the lost Inca city of Macchu Pichu in Peru, the Atacama Desert in Chile, the Iguaçu Falls of Brazil, the national parks in Northern Alaska, Chilean and Argentinean Patagonia, the Great Wall of China and the Himalayas in Nepal. As for specific countries, I really like visiting Brazil as it is such a rich and vibrant country with many natural wonders. My favourite city in Brazil is Rio de Janeiro. I have many friends in Brazil who extend warm hospitality to me every time I visit their country. Closer to home, I enjoy listening to classical music for relaxation and my favourite composers are Mozart and Beethoven. I also like listening to the music of Brazilian superstar, Ivete Sangalo. Who could ask for more? *Graduado pela Escola de Medicina da Universidade Nacional de Cingapura, fellow no Wilmer Eye Institute, John Hopkins University School of Medicine, em Baltimore (EUA), é um dos principais membros da Disease Task Force of the American Society of Cataract & Refractive Surgery (ASCRS) 11 Novembro - Dezembro - 2010 Cuidados e técnicas de cirurgias de catarata complexas Polar posterior, câmara rasa, pupila pequena, cristalino luxado e núcleo duro Convidado a apresentar o Relatório Anual de 2010, Marco Rey de Faria abordou os problemas cirúrgicos em alguns casos complexos de catarata. Sua aula, “Cirurgia da catarata em casos especiais: polar posterior, câmara rasa, pupila pequena, cristalino luxado e núcleo duro”, despertou grande interesse. Como destacaram vários especialistas presentes, diante dos resultados apresentados, pode-se afirmar que com cuidados e técnica adequados é possível A catarata congênita, que pode ser uni ou bilateral, é a maior causa de cegueira na infância (5 a 20%), com prevalência de 1 a 4/ 10.000. Cerca de 1/3 são hereditárias, mas a Marco Rey de Faria* maioria é idiopática. P o d e m o s classificá-las quanto à etiologia ou pela morfologia. Nesta última encontramos as capsulolenticulares (ou capsulares), que são as polares anterior e posterior. A polar anterior está presente desde o nascimento, não progride e não costuma causar baixa visual. A polar posterior pode ser capsular ou capsulolentícular e costuma provocar baixa acentuada da visão. Podendo haver continuidade com vestígios de artéria hialóidea e comprometimento do vítreo anterior. As capsulares posteriores puras geralmente não afetam a visão e correspondem ao ponto de Mittendorf. As cataratas capsulares posteriores são consideradas como variações da persistência de vasculatura fetal. Há dois genes associados com as cataratas polares posteriores, o CRYAB e o PITX3. Este último associa-se também com disgenesia mesenquimal do segmento anterior. Em relação à técnica cirúrgica utilizada nestes casos, há um consenso de que se deve evitar a hidrodissecção devido ao risco de ruptura da cápulsa posterior (11,1% a 36%), fazendo-se a hidrodelineação suave e em camadas; a capsulorrexis deve ser pequena (<5mm), para permitir captura da lente intraocular se houver ruptura da cápsula posterior (H. Fine, Parker, Hofman). Devemos utilizar baixos parâmetros (baixar bem a garrafa de soro) visando reduzir o estresse capsular e utilizar a técnica de “chop passo a passo” de Vasavada e Singh. Utilizo sempre azul de tripano para corar a cápsula anterior, pois facilita a observação da cápsula anterior caso haja rotura da cápsula posterior e/ou resto de massas. Nestes casos devemos proceder à vitrectomia anterior e aspiração a seco dos restos corticais com cânulas apropriadas, sem irrigação. Nas cataratas totais e súbitas em crianças devemos pensar na possibilidade da presença de vítreo primário hiperplásico, o que pode ser comprovado pela ultrassonografia. Nesse caso o acesso cirúrgico deve ser via pars plana, pois normalmente ocorre ruptura da cápsula posterior por tração dos restos da artéria hialoidéia presa à face posterior do cristalino e ao nervo óptico. No ato cirúrgico, após fazermos a aspiração da catarata, deve ser feita vitrectomia posterior para liberar o “reliquat” do vítreo primário e não haver tração vítrea. Ao final se faz, quando possível, o implante da LIO. Em cataratas infantis, principalmente nas crianças com menos de 3 anos, é importante realizar a capsulotomia posterior e remover o vítreo adjacente, devido ao elevado índice de opacificação da mesma. Outro ponto importante é a sutura da córnea, mesmo em incisões pequenas, pois a criança pode “esfregar” os olhos e provocar abertura da ferida cirúrgica. Ectopia lentis (luxação ou subluxação do cristalino) Corresponde ao deslocamento do cristalino de sua posição original. Foi descrito pela primeira vez por Berryat em 1749, sendo a denominação ectopia lentis atribuída a Stellwag (1856). Ocorre por disfunção ou ruptura das fibras zonulares, devido a trauma ou fatores hereditários. O paciente costuma queixar-se de baixa acuidade visual e/ ou diplopia monocular. No caso de haver glaucoma por bloqueio pupilar, podem ocorrer dor e hiperermia ocular. Devemos pesquisar a história de traumas contusos, mesmo no passado remoto; associação com doenças sistêmicas cardiovasculares e musculoesqueléticas, bem como história familiar de morte súbita, retardo mental e consanguinidade. O deslocamento do cristalino pode ser uni ou bilateral. Nas luxações superotemporais e bilaterais, pensaremos em doenças hereditárias; nas luxações unilaterais para o vítreo, em causa traumática, e nos deslocamentos para a câmara anterior, a etiologia pode ser traumática ou doença hereditária. Ao exame físico podemos encontrar: megalocórnea (na Síndrome de Marfan), iridodonese com facodonese, glaucoma e descolamento de retina. Nos casos de Síndrome de Marfan, a biometria revela comprimento axial aumentado e associa-se a alterações nos cromossomos 15 e 21. Outras doenças associadas à ectopia lentis são a homocistinúria; a Síndrome de Weil-Marchesani, na qual a microesferofacia associada ao deslocamento do cristalino pode causar glaucoma por bloqueio pupilar; a deficiência de sulfato oxidase e hiperlisinemia. Existem ainda casos de ectopia e microesferofacia isoladas, ligados a alterações do cromossomo 15. Algumas doenças oculares podem cursar com deslocamento do cristalino: glaucoma congênito; síndrome de pseudoesfoliação capsular; retinose pigmentária; megalocórnea; anirídia e catarata hipermadura são citadas na literatura. Existem ainda outras causas menos frequentes, mas o fator causal mais comum continua sendo o trauma ocular. Indicamos a remoção do cristalino ectópico nos casos de cristalino na câmara conseguir bons resultados em casos relativamente complexos. Ressaltaram, no entanto, a importância de pacientes e famílias serem informados de possíveis complicações após estas cirurgias. Fartamente ilustrada, a aula está gravada, à disposição dos sócios interessados, e também no site da SBO. Nesta edição do JBO, Seção Brasil publica a transcrição da mesma, feita pelo próprio autor. anterior, uveíte induzida pelo cristalino, bloqueio pupilar com glaucoma secundário, diplopia monocular, opacificação do cristalino e anisometropia importante (prevenção da ambliopia). Quando o cristalino encontra-se na câmara anterior, preferimos a técnica descrita por G. Condon. Após parecentese da câmara anterior, coloca-se miótico para evitar o deslocamento posterior do cristalino. A seguir, substância viscoelástica à frente e atrás do cristalino, com posterior perfuração da cápsula na região equatorial. A seguir, com a sonda de irrigação/ aspiração, aspira-se o material cortical e nuclear dentro do saco capsular e, finalmente, retiramos toda a cápsula, que normalmente está solta. É realizado então o implante de lente dobrável de 3 peças, capturando-se a parte óptica na pupila anteriormente, com as alças atrás da íris. A sutura das alças é realizada com fio prolene 9.0 ou 10.0, com agulha longa, pela técnica de McCannell. A agulha deve ser passada no sentido contrário ao da fixação da alça na parte óptica da lente. As porções do fio que ficam anteriores à íris são “pescadas” com gancho inserido por pequena abertura corneana(1mm), localizada entre as duas porções do prolene, junto ao limbo, o que permite a nodagem na superfície iriana. Finalmente, utiliza-se a espátula para posicionar a parte óptica na região pupilar, atrás da íris. Com esta técnica, a centralização e estabilidade costumam ser muito boas. Nos casos sem possibilidade de suporte iriano, recomendamos a fixação escleral. A minha preferida é a de Scharioth. Após abertura da conjuntiva, são feitas duas incisões esclerais, opostas, com esclerótomo para vitrectomia via pars plana, a 3 mm do limbo. Com agulha 26 1/ 2 G, confecciona-se túnel dentro da esclera, paralelo ao limbo, para inserção da alça da lente. A seguir, faz-se a abertura da câmara anterior, para introduzir a lente na área da pupila. A lente a ser colocada pode ter alça de prolene ou de PMMA flexível, que será exteriorizada com a ajuda de pinça de vitrectomia introduzida pelas incisões esclerais. As terminações das alças serão introduzidas nos dois túneis esclerais previamente confeccionados. Finalmente, sutura corneoescleral e da esclera, com fechamento da conjuntiva. Facoemulsificação com pupila pequena Dentre as dificuldades e riscos nestes casos, destacam-se a maior frequência de ruptura da cápsula posterior; trauma da íris com a ponteira de facoemulsificação e necessidade de capsulorrexis pequena, com posterior risco de contração capsular. Diversos fatores, como idade avançada, uso crônico de mióticos, cirurgias prévias, uveíte, pseudoesfoliação capsular, doenças sistêmicas (ex. Síndrome de Marfan) e uso de medicamentos podem dificultar a dilatação pupilar. A incidência de Síndrome da Iris Flácida (Floppy Iris Syndrome) em usuários de Tamsulim variou de 44,8% em olhos com <6.5 mm de pupila a 21,7% em olhos com >6,5 mm de pupila nos casos operados por médicos residentes, segundo Andew A. Chen e cols. (JCRS June 2010; p 898-905). Existem alguns dispositivos para melhorar a dilatação pupilar, sendo de De Juan (Am.J.Opht. 1991; p776-7), que é retinólogo, a ideia de se usar 4 ganchos flexíveis para manutenção da midríase durante a vitrectomia via pars plana e bastante popular na cirurgia de catarata. Outro dispositivo, criado por Robert Kersner (JCRS vol.78. 2002; p 1826-31), confere midríase de até 7,8mm e consiste num anel reutilizável, que pode ser colocado e retirado por incisão de 3 mm. Mais recentemente, Malyugin desenvolveu artefato descartável, colocado através de injetor, que confere dilatação de 6,0mm. Na minha rotina prefiro a dilatação mecânica (“stretching”) da pupila, descrita por Luther Fry e Robert Osher em 1995, no Video Journal CRS. Para isso utilizo ganchos de Koglen. Essa técnica pode ser feito mesmo sob anestesia tópica potencializada por anestesia intraocular com Xilocaina 1% sem preservativo. Não provoca aumento da PIO, inflamação, ou interferência com o resultado visual. Vasavada relata técnica sem dilatação mecânica (não faz nada), para pupilas até 4,0 mm, com seguidas quebras verticais. Antes de utilizar os ganchos é importante preencher a câmara anterior com viscoelástico coersivo. Recomendamos ainda, nestes casos, corar a cápsula com azul de tripano para melhor visualização da mesma. Como nos demais casos rotineiros de facoemulsificação, faço a quebra do núcleo com a técnica de “pré-slice” que necessita menor tempo de ultrassom para a emulsificação do núcleo. É bom relembrar que sempre é recomendável orientar a ponteira do facoemulsificador no sentido contrário ao do endotélio para diminuir o risco de lesão e conseqüente descompensação endotelial. - Câmara anterior rasa Além da configuração anatômica do segmento anterior, podemos ter como causas de câmara anterior rasa durante a cirurgia de catarata, a efusão uveal induzida por drogas, reação por idiossincrasia, síndrome da veia cava superior e bolha filtrante com hipotonia, que podem dificultar muito a facoemulsificação. Outras causas são o bloqueio ciliolenticular e a síndrome de misdirection do aquoso que também podem provocar atalamia durante a cirurgia. É importante detectar a causa da perda da câmara durante a cirurgia. Conclui na próxima página 12 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Conclusão da Seção Brasil Além de biomicroscopia cuidadosa, o exame pré-operatório deve incluir nos casos de câmara rasa a ultrassonografia B. Nos casos de “misdirection”, a manobra a ser feita é a aspiração ou vitrectomia posterior de pequeno volume, via pars plana. Eventualmente, na persitência da dúvida, pode-se fazer Schepnoscopia e/ou ultrassonografia intraoperatória, nos casos de catarata total, para descartar a possibilidade de efusão uveal. Núcleo duro As cataratas brunescentes, mais comuns, e as nigras, são as que apresentam núcleos mais duros. Nestes casos, além da preocupação com ruptura capsular, durante as manobras cirúrgicas, existe também a possibilidade de maior perda de células endoteliais, que podem levar à descompensação da córnea. Outra preocupação são as queimaduras da incisão, pelo aumento de temperatura com o elevado tempo de emulsificação. Em levantamento de 1488 facoemulsificações, que realizei entre 2002 -2003, tive 8 casos de ruptura da cápsula posterior (0,53%), sendo que 04 (50%) destes correspondiam a cataratas com núcleo duro. A acuidade visual nestes casos, acompanhados entre 40 dias a 35 meses após a cirurgia foi de 20/20 em 4 olhos, entre 20/30 e 20/50 em 3, e um caso com 20/ 100, talvez por ambliopia. Em dois casos houve edema cistóide de mácula persistente, com visão 20/30. Quanto à técnica cirúrgica, existem várias possibilidades. Pessoalmente utilizo a “bow-up down”, descrita por Edson Ando ou a “pré-slice” (ou “pré-chop”) de Akahoshi. Com a divisão prévia do núcleo não há necessidade de altos parâmetros de vácuo (máximo de 250 mmHg) e de potência do ultrassom ( máximo de 60%). A vantagem nas cataratas duras é que ao final da emulsificação, geralmente resta pouco material cortical para ser aspirado. Nas cataratas brancas, com material cortical muito hidratado, existe tendência à perda de controle da capsulorrexis. Nesses casos é mandatório o uso de corante para visualização da cápsula anterior e a abertura inicial deve ser pequena, para avaliarmos se há necessidade de aspirar o material cortical antes de continuar a capsulorrexis. O uso constante de viscoelástico coesivo ajuda a manter o controle durante a capsulotomia. Não é necessária a hidrodissecção, pelo fato do córtex já ser naturalmente hidratado. Na técnica “bow-up down”, para cataratas nigras, é necessário fazermos uma capsulorrexis grande, hidrodissecção, e liberação do núcleo. A seguir, emulsificação da parte central, formando uma “panela’ até 2/3 de profundidade; depois, vira-se o núcleo (dáse uma cambalhota nele) para expor a placa posterior e assim fazer sua emulsificação com segurança, longe da cápsula posterior e do endotélio. A porção periférica do núcleo é a última a ser emulsificada. Nestes casos praticamente não há material cortical para aspiração. *Professor adjunto da UFRN, vice-presidente do CBO, ex-presidente da SBCII . SBO Tempo e Memória João Diniz Cursos de Pós-Graduação da SBO em convênio com universidades a presidência do prof. Morizot Leite Filho, em 1994, deu-se entrada no projeto do prof. João Medeiros Filho (Padre Medeiros) solicitando o registro do Curso de PósGraduação, em convênio com a Unirio, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. O convênio foi assinado no dia 12 de janeiro de 1995, na sede da reitoria da Unirio pelo reitor prof. Dr. Hans Jurgens Fernando Dohmann e pelo prof. Morizot Leite Filho, presidente da SBO. Estiveram ainda presentes ao ato, além do prof. João Medeiros Filho, a próreitora, profa. Josete Luzia Leite, prof. Giovanni Colombini e eu, João Diniz. A seguir foi feito um edital, publicado nos jornais, convocando para o in- N gresso no curso, dando as normas da prova, número de questões, vagas na parte teórica e na parte prática. A obstinação do presidente da SBO foi muito importante para a instalação do curso, assim como a participação do prof. João Medeiros Filho, que não só foi autor do projeto, como organizou toda parte administrativa e acadêmica. É interessante também ressaltar a importância dos Drs. Giovanni Colombini, José Fernando Barandas, Carlos Fernando Ferreira e Luiz Carlos Portes pelo suporte que deram na parte administrativa e acadêmica do curso, sendo que estes dois últimos já davam esta colaboração para a SBO anonimamente há muitos anos, só vindo a presidir a Sociedade muito tempo depois. Ainda foi feito convênio com a Universidade Gama Filho (UGF), assinado pelo então presidente, Dr. Sérgio Fernandes, que sucedeu ao prof. Morizot Leite Filho, graças aos esforços do prof. Paiva Gonçalves Filho. Com a Universidade Iguaçu (Unig), através da Dra. Jacqueline Provenzano, também foi assinado convênio ainda na presidência do Dr. Sérgio Fernandes. Em 2008, na presidência do Dr. Luiz Carlos Portes, foi dada entrada para reativação do Curso de Pós-Graduação. Ele voltou na presidência do prof. Mário Motta, em convênio com a Universidade Estácio de Sá. Convênio viabilizado através do prof. Arlindo Portes, diretor de cursos da SBO na gestão 2009-2010. Arquivo SBO Na reitoria da Unirio, por ocasião da assinatura do convênio, em 1995, a próreitora, professora Josete Luzia Leite, e o reitor, prof. Hans Jurgens Fernando Dohmann Ainda na assinatura do convênio, os profs. Morizot Leite Filho e Giovanni Colombini, respectivamente, presidente da SBO e responsável pelo curso perante a Unirio à época Na prova de seleção: em pé: profs. José Fernando Barandas, representando o prof. Paiva Gonçalves Filho (UGF), Giovanni Colombini, de branco, (Unirio), profa. Marilza Tavares, responsável administrativa Sérgio Fernandes preside a I Jornada de Serviços Credenciados do Curso de PósGraduação da SBO/Unirio/UGF, com o Hospital Naval Marcílio Dias Colaboração do Dr. Carlos Fernando Ferreira nos cursos promovidos pela Sociedade antecede sua presidência (biênio 2001-2002) e continua até os dias de hoje Depois de quatro anos, Dr. Luiz Carlos Portes (biênio 2007-2008) deu entrada na reativação do Curso de Pós-Graduação da SBO, reiniciado em 2010 Fontes: Livros de Atas da SBO, Revista Brasileira de Oftalmologia, Jornal Brasileiro de Oftalmologia, arquivos iconográficos da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. 14 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Eduardo Morizot e Morizot Leite Filho no VIII Congresso da Sociedade Paraguaia Fórum do CBC discute Refração & Córnea e Doenças Externas Oculares Fotos divulgação Representando a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Eduardo Morizot e Morizot Leite Filho participaram no VIII Congresso da Sociedade Paraguaia de Oftalmologia, realizado de 16 a 18 de setembro último, no Granados Park Hotel, na cidade de Assunção. Na ocasião, Eduardo Morizot falou sobre “Retinopatia diabética” e Morizot Leite Filho abordou “Tratamento cirúrgico do olho seco”. A presença dos dois palestrantes faz parte do estreitamento das relações com as sociedades de língua latina, incrementada a partir da gestão de Luiz Carlos Portes na presidência da SBO. No XVI Congresso Internacional da SBO, em julho de 2010, a Sociedade Paraguaia enviou uma delegação também com dois membros: Walter Martinez Gill, Augustín Carrón. A partir da direita, Rosa Ayala, presidente da Sociedade Paraguaia de Oftalmologia, Morizot Leite Filho, Eduardo Morizot, José Augusto Cardillo (BRA) e Pablo Cibilis, também do Paraguai Tese de doutorado de André Portes é tema de capa do Journal of Cataract Depois da defesa da tese de doutorado, André Portes ladeado pelos profs. Newton Kara José e Mário Luiz Ribeiro Monteiro “Análise da ação do azul de trimpano a 0,5% na cápsula anterior e no epitélio subcapsular no cristalino: estudo imuno-histoquímico e ultraestrutural” é a tese de doutorado de André Portes, defendida na USP, aprovada por unanimidade pela banca composta por Mário Motta, Yoshifumi Yamane e Abelardo Couto Junior. Mário Luiz Ribeiro Monteiro e Nádia Campos de Oliveira Miguel foram os orientadores. A tese foi premiada como melhor Tema Livre (Pesquisa Básica) no congresso do CBO, e rendeu dois artigos no Journal of Cataract and Refractive Surgery, sendo um capa da revista. Sob a coordenação de Miguel Padilha, diretor da Seção de Oftalmologia, Núcleo Central do Rio de Janeiro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, realizou-se no dia 20 de novembro o Fórum de Atualização versando sobre temas de Refração & Córnea e Doenças Externas Oculares.Na abertura do evento, que contou com o apoio da SBO, estiveram presentes o presidente Mário Motta e o diretor de cursos, Arlindo Portes. Milton Ruiz Alves, chefe do Setor de Córnea da USP, foi o convidado especial. Os demais palestrantes foram Nicolas Pereira, do Hospital de Olhos de Sorocaba, A. Duarte, Aderbal de Albuquerque Alves e Ana Carolina Vieira. Como discutidores atuaram Eduardo Laboissière, Marisa Florence e Rogério Neurauter. Miguel Padilha e Arlindo Portes, ladeando Milton Ruiz Alves, Roberli Pinto, Aderbal de Albuquerque Alves, A. Duarte, Nicolas Pereira, Eduardo Laboissière, Ana Carolina Vieira, Marisa Florence e Rogério Neurauter Intercâmbio leva alunos da pós do Cepoa à Universidade de Tübingen, na Alemanha O Centro de Estudos e Pesquisas Oculistas Associados (Cepoa) enviou sua primeira turma de alunos do Curso de Pós-Graduação Cepoa/ Unig (Universidade Iguaçu) para intercâmbio internacional com a Universidade de Tübingen, na Alemanha. O acordo de intercâmbio entre as duas instituições foi firmado em 2010. O professor titular de Oftalmologia da Universidade de Tübingen, Eberhart Zrenner, é o pesquisador responsável pelo estudos do implante do chip subrretiniano. Prof. Eberhart Zrenner, Jacqueline Provenzano, presidente do Cepoa, e Rodrigo Pegado, fellow em retina do Cepoa 15 Novembro - Dezembro - 2010 Jacqueline Coblentz defende tese na Universidade Federal Fluminense No dia 19 de novembro último, Jacqueline Coblentz, membro da comissão de internet da SBO, defendeu tese de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF)) sobre “Comparações da midríase medicamentosa obtida em pacientes diabéticos tipo 2 sem neuropatia e não-diabéticos”. A tese aprovada por unanimidade teve como orientador o prof. Raul N.G. Vianna e a banca foi composta pelos professores Mário Motta (Unirio), Eduardo Cunha (USP) e Marcelo Palis (UFF). Andréa Zin, diretora técnica do IFI, faz o exame do reflexo vermelho durante a II Campanha de Prevenção à Catarata Infantil IFI faz Campanha de Prevenção à Catarata Infantil Com o apoio do Ibol, o Instituto Catarata Infantil (IFI), promoveu no dia 24 de novembro passado, das 9 às 12 horas, no quiosque Baixo Bebê, no calçadão da praia do Leblon (RJ), II Campanha de Prevenção à Catarata Infantil”. Voluntários e médicos do IFI instruíram a população sobre a doença e alertaram quanto a importância do exame do reflexo vermelho (teste do olhinho), que foi realizado gratuitamente no local em crianças de 0 a 3 anos de idade. Festa de Natal para crianças com glaucoma congênito Pela quarta vez, o Lions Clube de Sernambetiba, em parceria com vários Clubes Lions coirmãos, promoveu a Festa de Natal para as Crianças com Glaucoma Congênito do Hospital Municipal da Piedade. Foram distribuídos 350 brinquedos (200 para crianças com glaucoma e 150 para os irmãos). Realizada no campus Barra da Universidade Veiga de Almeida, sob a coordenação dos diretores Viceli e Mauricio Donati, do Lions Clube de Sernambetiba, a Festa de Natal teve a presença do Papai Noel oficial da cidade do Rio, distribuição de guloseimas, circo, capoeira, dança cigana. Natal para as Crianças com Glaucoma Congênito do Hospital Municipal da Piedade: um momento feliz para as famílias Jacqueline Coblentz com os professores Mário Motta e Eduardo Cunha, dois dos integrantes da banca examinadora Ladeando Raul N.G. Vianna, os professores Manoel Vilela (professor titular da Universidade Federal de Pelotas - RS), Paulo Vieira, Gabriel Proto e Cristiano Ferreira. O professor Raul N.G. Vianna compareceu à convite do prof. Manoel Vilela (coordenador do curso) à formatura da turma 2008-2010 do Curso de Especialização em Oftalmologia do Instituto Ivo Corrêa Meyer, em Porto Alegre, realizada em 27 de novembro de 2010. Fotos divulgação 16 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Paulo Acácio Galvão Neto (PE 17/02/1976 - MG 22/11/2010) Álbum de família Vítima de acidente automobilístico no interior de Minas Gerais, faleceu no último dia 22 de novembro, aos 34 anos de idade, o oftalmologista Paulo Acácio Galvão Neto. Conheci o PGN, assim afetuosamente o chamávamos, há alguns anos, quando ele manifestou interesse em ser “fellow” no Hospital São Geraldo da UFMG, no mesmo departamento onde pontificou seu tio, o professor Paulo Galvão, nas décadas de 60 a 80. Não demorei muito para observar que o PGN era uma pessoa especial. Para começar, ele já se encontrava muitíssimo bem preparado, tanto do ponto de vista clínico como cirúrgico. Mas, nem por isso deixava de ter interesse e de participar das atividades rotineiras do departamento com entusiasmo e dedicação. Era de trato fácil, de ótima índole, sempre solícito e desprovido de qualquer tipo de afetação: todos gostavam do PGN. Ele tinha um talento especial para as cirurgias do segmento anterior e era portador de rara habilidade cirúrgica. Gostava e resolvia muito bem os casos mais complexos e desafiadores. Presenciei vários casos que já se arrastavam no departamento e que o PGN solucionou com eficiência e rapidez, sempre com aquele sorriso sereno, sua marca registrada. Fez parte da vigésima-segunda turma de pós-graduação em Oftalmologia do Instituto Hilton Rocha e sempre nas suas vindas a BH operava casos mais complicados na Fun- Uma das últimas fotos de Paulo Galvão Neto, tirada em Paris, durante o 14º ESCRS dação Hilton Rocha. Participou, também, durante algum tempo, do Serviço de Oftalmologia da Santa Casa de Belo Horizonte. O PGN respirava oftalmologia, já que seu pai (Dr. Roberto Galvão) e seus dois irmãos (Dra. Nara Galvão e Dr. Roberto Galvão Filho) eram seus colegas nas lides diárias no Instituto de Olhos de Recife. Nessa instituição idealizou programa especial de transfe- rência de habilidade em cirurgia de catarata, chegando a instruir vários colegas. O PGN já mostrava também suas qualidades em suas apresentações nos nossos congressos. A última vez que estive com ele foi no Congresso Internacional de Catarata e Refrativa, em Natal, em maio de 2010. Na oportunidade, pude parabenizá-lo pelo seu excelente trabalho sobre LIOs Tóricas após Ceratoplastia apresentado no tradicional Festival de Vídeos daquele evento. Tinha um espírito inquieto e criativo. Todo mês viajava de Recife para Belo Horizonte, de onde ia de carro até a pequena cidade de Iguatama, no oeste de Minas Gerais, para realizar, certamente com prazer e eficiência, cerca de 100 cirurgias de catarata, em serviço de referência do SUS, durante a semana que lá passava. E numa dessas idas, numa segunda-feira chuvosa, o PGN se acidentou e deixou esta vida, para tristeza imensa e o profundo pesar de todos aqueles que o conheceram e que acompanhavam com alegria sua carreira em franca ascensão. A jovem geração de oftalmologistas do nosso país perde um dos seus principais nomes. Mas seus familiares, seus amigos, e os inúmeros pacientes que tiveram a sorte de conhecê-lo sabem que aqui ficam seu exemplo e seu legado. Fernando Trindade (Belo Horizonte-MG) Pós-Graduação Estácio de Sá/SBO começa dia 1/3 No dia 1º de março recomeçam as aulas do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu da Faculdade de Medicina da Universidade Estácio de Sá em convênio com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, cujas aulas teóricas serão realizadas no auditório da SBO, na Rua São Salvador, 107. Os alunos do 2º ano terão aulas sempre as terças e quintas-feiras das 19 às 21h15m. As aulas para os alunos do 1º ano começam no dia 2 de março, sempre as segundas e quartas-feiras, também das 19 às 21h15m. As aulas do 3º ano terão início em 2012. A carga horária, de 2090 horas, compreende 450 horas teóricas na SBO e 1640 práticas ministradas pelos Serviços. O Curso de Pós-Graduação Lato Sensu tem duração de 36 meses. Para maiores informações contatar Secretaria de Cursos da SBO: Marcos Mattos pelo telefone (21) 3235-9220 Ramal 26 (as 10 às 18 horas). E-mail [email protected] JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 18 EXPEDIENTE Sociedade Brasileira de Oftalmologia Rua São Salvador, 107 Laranjeiras Rio de Janeiro - RJ CEP 22231-170 Tel. (21) 3235-9220 Fax (21) 2205-2240 [email protected] http://www.sboportal.org.br DIRETORIA Biênio 2009-2010 Presidente: Mário Motta Vice-presidente RJ Aderbal de Albuquerque Alves Jr. Vice-presidentes regionais: Fernando Trindade João Borges Fortes Filho Miguel Hage Amaro Roberto Marback Secretário Geral Armando Crema 1º Secretário: Almir Ghiaroni 2º Secretário: Lília Muralha Tesoureiro: Sansão Kac Diretor de Cursos: Arlindo Portes Diretor de Publicações: Raul Vianna Diretor de Biblioteca: Ricardo Lima de Almeida Neves Conselho Consultivo: Aderbal de Albuquerque Alves Celso Marra Pereira Morizot Leite Filho Luiz Carlos Portes Miguel Ângelo Padilha Oswaldo Moura Brasil Conselho Fiscal: Efetivos Paiva Gonçalves Neto Gilberto dos Passos Giovanni Colombini Suplentes: Mário Nagao Octávio Moura Brasil Roberli Bichara Pinto JBO JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Jornalista Responsável: Eleonora Monteiro - M.T. 12574 [email protected] Conselho Editorial: João Diniz Mário Motta Edna Almodin Fernando Trindade Jacqueline Coblentz, Luiz Carlos Portes Miguel Ângelo Padilha Oswaldo Moura Brasil Raul N. G. Vianna Roberto Lorens Marback Valenio Pérez França Editoração Gráfica: Sociedade Brasileira de Oftalmologia Responsável: Marco Antonio Pinto DG 25341RJ Publicidade: Responsável: João Diniz Tel.: 3235-9220 E-mail: [email protected] [email protected] Contato publicitário: Westinghouse Carvalho Tel.: (11) 3726-6941 / 9274-0724 E-mail: [email protected] Publicação: Bimestral Impressão: Gráfica Colorset Circulando em Fevereiro de 2011 Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e seu conteúdo não representa, obrigatoriamente, a opinião do JBO. A SBO não se responsabiliza nem endossa a qualidade dos serviços e produtos anunciados nesta publicação. Qualquer reclamação deverá ser feita diretamente ao fabricante ou ao prestador de serviços. É permitida a reprodução de artigos, desde que citada a origem. SIMASP Centro Oeste de Oftalmologia De 17 a 19 de fevereiro de 2011, XXXIV Simpósio Internacional Moacyr Álvaro (Simasp), no Maksoud Plaza Hotel (SP). Site: www.oftalmologiaunifesp.com.br E-mail: [email protected] De 7 a 9 de julho de 2011, X Congresso Centro Oeste de Oftalmologia, em Brasília (DF). Informações: Secretaria executiva de A&C Eventos e Promoções: (61) 3322-2626. VI Congresso Nacional da SBO ESCRS Congresso de Uveítes De 17 a 19 de março de 2011, XV Congresso Brasileiro de Uveítes, em Portobello Resort & Safari, em Mangaratiba (RJ). Informações: Sílvia Zailer Grinstein (21) 2215-1369/2523-3968. E-mail: [email protected] Congresso da ASCRS De 14 a 16 de julho de 2011, VI Congresso Nacional da SBO, Hotel InterContinental Rio Sites: www.sboportal.org.br www.interevent.com.br De 17 a 21 de setembro de 2011, XIX Congresso da ESCRS (Sociedade Europeia de Catarata e Cirurgia Refrativa), em Viena, Áustria Curso Cleber Godinho ARVO De 26 a 30 de março de 2011, Congresso da ASCRS, em San Diego, Califórnia, EUA. Site: www.ascrs.org De 1 a 5 de maio de 2011, Encontro da Arvo (Association for Research in Vision and Ophthalmology), em Fort Laudardale, Flórida (EUA). Site: www.arvo.org/eweb/ startpage.aspx?site=arvo2 Congresso Argentino Congresso Alemão De 6 a 10 de abril de 2011, XIX Congresso Argentino de Oftalmologia, no NH Gran Hotel Provincial, em Mar Del Plata (ARG). Site: www.oftalmologia2011.com.ar E-mail: [email protected] De 19 a 22 de maio de 2011, 24º International Congress of German Ophthalmic Surgeons, no Congress Centrum Nürnberg (Alemanha). Site: www.doc-nuernberg.de E-mail: [email protected] De 7 a 12 de outubro de 2011, 15º Curso Cleber Godinho de Lentes de Contato, com apoio da SBO, no Centro de Convenções Hotel Mercure, Belo Horizonte (MG). Informações: Consult Eventos (31) 32919899 Academia Americana De 22 a 25 de outubro de 2011, Congresso da Academia Americana de Oftalmologia, em Orlando, Flórida, EUA. Site: www.aao.org São Rafael SOBLEC De 15 a 17 de abril de 2011, V Congresso Brasileiro da Soblec, na Estação Embratel Convention Center, em Curitiba (PR). Site: www.congressodasoblec.com.br [email protected] Dias 20 e 21 de maio de 2011, III Jornada de Oftalmologia do Hospital São Rafael, em Salvador (BA). Informações: (71) 3358-2318/ 3354-4543. Site: www.digmagnavitaeventos.com.br E-mail: [email protected] Retina e Vítreo 2ª Jornada Paulista De 21 a 23 de abril de 2011, 36º Congresso Brasileiro de Retina e Vítreo, em campo Grande (MS). Informações: (11) 3849-0379. E-mail: [email protected] Dias 17 e 18 de junho de 2011, 2ª Jornada Paulista de Oftalmologia, no Centro de Convenções de Ribeirão Preto (SP). Informações: (17) 3235-7017. Site: www.cenacon.com.br 117º Congresso da Sociedade Francesa de Oftalmologia De 7 a 10 de maio de 2011, 117º Congresso da Sociedade Francesa de Oftalmologia. Simpósios BrasilFrança, França-Libano, FrançaMagreb e França-África Ocidental. www.sfo.asso.fr e-mail: [email protected] Para divulgar eventos científicos oftalmológicos no Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), envie as informações para a SBO, na Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22231-170 Tel. (21) 3235-9220 - Fax (21) 2205-2240 - e-mails: [email protected] - [email protected] Aluga-se consultório oftalmológico totalmente equipado, com 3 salas (sala de espera, sala para exames e sala para pequenas cirurgias), na Rua Santo Afonso, 44-cobertura 01. Contato com Dr. Cláudio pelo telefone (21) 2569-3659 de segunda a sexta-feira pela manhã. Vende-se campo visual Topcson SPB 2020 com impressora funcionando com as- sistência técnica por R$ 5.000,00; fotocoagulador Emerald também funcionando, com assistência técnica por R$15.000,00, paquimetro Compuscon, R$4.000,00. Tratar com Mauro pelo telefone (21) 2157-6101. E-mail: [email protected] Contrata-se oftalmologistas para Clínica de Olhos Realengo (COR), na Zona Oeste do Rio, referência na região. Trabalha-se com convênios e particulares. Especial interesse nas áreas de oftalmologia geral, glaucoma, estrabismo e oftalmopediatria. Horários diários, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas e sábados, das 8 às 12 horas. Tratar com Dr. Daniel Cezar (21) 8181-6576/7841-0175 ou Sheila Fernandes (21) 3332-2511 Ramal 122. A coluna Olho Vivo é exclusiva para os associados da SBO. Para anunciar enviar o texto para a Sociedade Brasileira de Oftalmologia ou pelo fax (21) 2205-2240 ou e-mail: [email protected]. A publicação é gratuita. Os anúncios devem ser concisos e com informações precisas. A SBO não se responsabiliza pelas informações divulgadas, que devem ser conferidas pelas partes interessadas.