Há um papel para os adventistas na política?
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Há um papel para os adventistas na política?
Á E s p a n h o l • F r a n c ê s • I n g l ê s Há um papel para os adventistas na política? Perguntas e respostas sobre os dinossauros 1844: coincidência ou providência? Como detectar e vencer a depressão O sol de Deus no palco 3 Vo l u m e 1 8 • P o r t u g u ê s REPRESENTANTES REGIONAIS CONTEÚDO DIVISÃO AFRICANA MERIDIONALOCEANO ÍNDICO P.O. Box H.G., 100 Highlands, Harare, ZIMBABWE Ellah Kamwendo, [email protected] Eugene Fransch, [email protected] DIVISÃO AFRICANA OCIDENTAL 22 Boîte Postale 1764, Abidjan 22, COSTA DO MARFIM Chiemela Ikonne, [email protected] Emmanuel Nlo Nlo, [email protected] DIVISÃO AFRICANA ORIENTAL P.O. Box 14756, 00800-Westlands, Nairobi, QUÊNIA Hudson E. Kibuuka, [email protected] Mulumba Tschimanga, [email protected] DIVISÃO ÁSIA-PACÍFICO NORTE P.O. Box 43, Koyang Ilsan 411-600, CORÉIA Chek Yat Phoon, [email protected] Joshua Shin, [email protected] DIVISÃO ÁSIA-PACÍFICO SUL P.O. Box 040, 4118 Silang, Cavite, FILIPINAS Stephen Guptill, [email protected] Jobbie Yabut, [email protected] DIVISÃO EURO-AFRICANA Schosshaldenstrasse 17, 3006 Berna, SUÍÇA Roberto Badenas, [email protected] Corrado Cozzi, [email protected] 5 DIVISÃO NORTE-AMERICANA 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 209046600, E.U.A. Gerald Kovalski, [email protected] James Black, [email protected] Martin Feldbush, [email protected] DIVISÃO PACÍFICO SUL Locked Bag 2014, Wahroonga, N.S.W. 2076, AUSTRÁLIA Barry Hill, [email protected] Gilbert Cangy, [email protected] DIVISÃO SUL-AMERICANA Caixa Postal 02600, Brasília, 70279-970 DF, BRASIL Carlos Mesa, [email protected] Otimar Gonçalves, [email protected] DIVISÃO SUL-ASIÁTICA P.O. Box 2, HCF Hosur, 635 110 Tamil Nadu, ÍNDIA Nageshwara Rao, [email protected] Lionel Lyngdoh, [email protected] DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA 119 St. Peter’s St., St. Albans, Herts, AL13EY, INGLATERRA Daniel Duda, [email protected] Paul Tompkins, [email protected] Há um papel para os adventistas na política? Embora não sejamos deste mundo, temos a responsabilidade de fazer ouvir a voz de Deus em assuntos que preocupam este planeta. Jane Sabes 9 Perguntas e respostas sobre os dinossauros Como compreender o mistério dos dinossauros sob a perspectiva bíblica? Elaine Graham-Kennedy 13 1844: coincidência ou providência? Muitos dos grandes movimentos globais que surgiram por volta de 1844 desafiaram importantes verdades de Deus. Ron du Preez 16 DIVISÃO EURO-ASIÁTICA Krasnoyarskaya Street 3, 107589 Moscou, FED. RUSSA Guillermo Biaggi, [email protected] Peter Sirotkin, [email protected] DIVISÃO INTERAMERICANA P.O. Box 830518, Miami, FL 33283-0518, E.U.A. Moisés Velázquez, [email protected] Bernardo Rodríguez, [email protected] artigos Como detectar e vencer a depressão Conheça dez passos para prevenir ou superar a depressão, um mal que afeta cerca de 14% da população mundial. Mario Pereyra SeçÕes 3 4 18 20 22 24 28 28 EDITORIAL O teste Ella Smith Simmons Cartas PerFIS Emily Akuno Hudson E. Kibuuka Jonathan Gallagher Bonita Joyner Shields Logos Você é um verdadeiro discípulo de Cristo? Leah Jordache Ponto de vista Dez razões que me fazem permanecer adventista Dan Smith Em ação Conferência sobre criacionismo em Portugal Miguel A. Nunes Estudantes se encontram no Brasil para aprender e compartilhar Charlise Alves 29 30 30 32 34 35 Estudantes adventistas ganenses organizam conferências bíblicas Erik Adjapong LivroS Beginnings: Are Science and Scripture Partners in the Search for Origins? (Leonard Brand) Resenha de Timothy G. Standish Misión y contextualización: Llevar el Mensaje Bíblico a un Mundo Multicultural. (Gerald A. Klingbeil) Resenha de Mario Riveros Primeira pessoa O sol de Deus no palco Sunshine, conforme transmitido a Kay D. Rizzo fórum aberto O inferno existe? Ekkehardt Mueller Et Cetera Paulo fala à universidade Daniel Denk Inserção Intercâmbio DIÁLOGO 18•3 2006 Á EDITORIAL O teste Recentemente, enquanto procurava sermões ilustrativos e histórias devocionais, encontrei a seguinte anedota, possivelmente familiar para alguns, mas vale a pena repeti-la: No centro operatório de um grande hospital, uma jovem enfermeira completava o seu primeiro dia de trabalho. “O senhor só removeu onze gazes, doutor, embora usamos doze”, ela disse. “Removi todas. Fecharemos a incisão agora”, respondeu o cirurgião. “Não”, objetou a enfermeira, alertando: “Usamos doze gazes.” “Eu assumo a responsabilidade total”, disse o médico, já irritado. “Sutura!”. “Não pode fazer isso!”, protestou a enfermeira. “Pense no paciente.” O médico sorriu, levantou o pé e mostrou a décima segunda gaze. “Você será uma boa profissional”, disse. (Today in the Word, 7 de abril, 1992). Veja, era só um teste sobre a integridade daquela jovem. Ellen White nos faz lembrar: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.”* Nossas decisões diárias têm grandes conseqüências. É muito importante permanecermos firmes no que é certo, ainda que fiquemos sozinhos, ou tenhamos que contrariar aqueles que estão em posição superior. Quando você confronta as pessoas do seu meio social, do trabalho, ou autoridades, elas nem sempre aceitam. Mas se você se aproximar delas corretamente, elas geralmente respeitarão suas convicções e coragem. Tornei-me adventista do sétimo dia quando era uma adolescente, no segundo ano do Ensino Médio, em uma grande escola pública. Alguns de vocês podem imaginar as piadinhas que faziam quando eu recusava certas comidas, ou não aceitava participar de atividades populares às sextas-feiras à noite e aos sábados. Ainda assim, muitos dos meus colegas e professores demonstraram certa admiração pelas minhas decisões. De fato, antes de me formar, eles se esforçaram para conciliar meus hábitos alimentares e minha posição acerca do sábado, a fim de assegurar a minha participação nos eventos. Esse foi um teste de integridade e fé. Um teste similar pode ser encontrado no livro de Daniel. No primeiro capítulo, o rei instruiu o chefe dos oficiais da corte para que ensinasse a língua e a literatura da Babilônia a Daniel e seus três amigos. Ele também designou uma quantidade diária de comida e vinho de sua própria mesa. Esse era o treinamento para os jovens, por um período de três anos. Esses 36 meses são mais ou menos o mesmo tempo que as pessoas passam na universidade, hoje em dia. Foi um período crítico para aqueles jovens. Uma pesquisa mostra que a permanência e sucesso no Ensino Superior dependem da habilidade do estudante em assimilar e se ajustar a uma nova cultura. Assim deve ter sido também no tempo de Daniel. A tentação era grande para assimilar a nova cultura e completar os estudos com sucesso. Mas Daniel e seus amigos se mantiveram firmes diante do teste. Quando contamos essa história, geralmente enfocamos que os jovens se recusaram a comer da comida e beber do vinho do rei. Aplaudimos os resultados físicos do teste, mas freqüentemente negligenciamos os resultados intelectuais. Meu foco aqui realça a declaração de Daniel 1:17 (NVI): “A esses quatro jovens Deus deu sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência. E Daniel, além disso, sabia interpretar todo tipo de visões e sonhos.” Esta revista internacional de fé, pensamento e ação é publicada três vezes por ano em quatro edições paralelas (espanhol, francês, inglês e português) sob o patrocínio da Comissão de Apoio a Universitários e Profissionais Adventistas (Caupa), organismo da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Volume 18, Número 3 Copyright © 2006 pela Caupa. Todos os direitos reservados. Diálogo afirma as crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e apóia sua missão. Os pontos de vista publicados na revista, entretanto, representam o pensamento independente dos autores. Equipe Editorial Editor-chefe Humberto M. Rasi Editor John M. Fowler Editor-Associado Martin Feldbush Assistente Editorial Susana Schulz Edições Internacionais Susana Schulz Secretários editoriais internacionais Corinne Egasse (Francês) Guilherme Silva (Português) Susana Schulz (Espanhol) Correspondência Editorial Diálogo 12501 Old Columbia Pike Silver Spring, MD 20904-6600; EUA. Telefone 301 680-5060 Fax 301 622-9627 E-mail [email protected] Comissão (CAUPA) Presidente Ella Simmons Vice-Presidentes C. Garland Dulan, Martin W. Feldbush, Baraka G. Muganda Secretário Humberto M. Rasi Membros Rex Edwards, John M. Fowler, Jonathan Gallagher, Clifford Goldstein, Linda Koh, Bettina Krause, Kathleen Kuntaraf, Kermit Netteburg, Vernon B. Parmenter, Gerhard Pfandl, Roy Ryan, Gary B. Swanson Correspondência sobre circulação Deve ser dirigida ao Representante Regional da Caupa na região em que reside o leitor. Os nomes e endereços destes representantes encontram-se na p. 2. Assinaturas US$13.00 por ano (três números, via aérea). Ver cupom na p. 10 para detalhes. Website http://dialogue.adventist.org Diálogo tem recebido correspondência de leitores de 117 países ao redor do mundo. Continua na p. 4 DIÁLOGO 18•3 2006 CARTAS Agradecimento pelo comprometimento bíblico Como acadêmico, tornei-me um leitor regular da revista Diálogo. Agradeço profundamente o seu comprometimento com o ponto de vista adventista sobre as questões apresentadas e discutidas. Em um tempo em que alguns cristãos se comprometem ou deixam ruir suas convicções, é animador encontrar uma revista que aborda assuntos difíceis com uma perspectiva bíblica, sem hesitação. Sou pessoalmente interessado na área de Criação/Evolução, em que a Diálogo publica artigos com certa freqüência. O conceito de Design Inteligente está fornecendo argumentos adicionais para os que acreditam na Criação exatamente como está escrito nos primeiros dois capítulos do livro de Gênesis. É encorajador ver como evolucionistas ateus estão começando a assumir uma postura defensiva já que a ciência está cada vez mais provendo evidências de um design e uma maravilhosa Mente criativa por trás da intrincada fábrica do Universo. Meu agradecimento a toda a equipe responsável pela publicação da Diálogo. Milhares de leitores precisam disso! Paul Pichot, Ph.D. Reitor da Universidade Adventista Zurcher Antsirabe, MADAGÁSCAR Escreva-nos! Recebemos seus comentários, reações e perguntas, mas, por favor, limite suas cartas a 200 palavras. Escreva para: DIALOGUE LETTERS 12501 Old Columbia Pike Silver Spring MD 20904 EUA. FAX 301 622 9627 E-mail [email protected] As cartas selecionadas para publicação podem ser editadas para maior clareza ou necessidade de espaço. É necessário maior envolvimento dos adventistas Estive acompanhando com interesse a controvérsia sobre o ensino da teoria do Design Inteligente como uma hipótese para a origem da vida, nos colégios públicos norte-americanos, junto com o espontâneo aparecimento da mesma. Este assunto tem sido discutido nos meios de ensino, anunciado pela mídia, e tem alcançado os tribunais em muitos Estados norte-americanos. Até o momento, o consenso científico, comprometido com cenários evolucionistas e respaldado por advogados habilidosos, tem sido capaz de conter todos os desafios. O naturalismo filosófico ainda reina com supremacia. Outras interpretações alternativas são consideradas não-científicas ou supersticiosas. Onde está a voz dos adventistas nestas discussões públicas? Muitos cientistas cristãos estão se envolvendo com a teoria do Design Inteligente e têm publicado vários artigos e livros sobre o assunto. Acredito firmemente que os pesquisadores e cientistas adventistas comprometidos com a Criação têm o conhecimento e a credibilidade para fornecer argumentos que sustentem a verdade. Eles poderiam fazer mais para reforçar a aceitação pública de uma crença racional no Design Inteligente. Harold May Hinsdale, Illinois EUA Os editores respondem: Concordamos com o seu desejo de que haja mais cientistas adventistas comprometidos nestas discussões que estão se tornando mais importantes. A revista Diálogo publica em cada edição pelo menos um artigo sobre a Criação diante de uma perspectiva científica e também revisa importantes livros escritos por autores adventistas sobre o assunto. Estes são lidos por milhares de futuros cientistas que estão estudando em universidades ao redor do mundo. Você pode encontrar artigos anteriores e revisões publicadas na Diálogo acessando o nosso website: http://dialogue.adventist.org. A Igreja Adventista do Sétimo Dia também patrocina o Geoscience Research Institute no qual o staff qualificado está direcionado a questões envolvendo as origens. Acesse o website, que oferece recursos para cristãos que acreditam na Bíblia, como você: www.grisda.org. Editorial Continuação da p. 3 Este pronunciamento representa uma promessa a você, hoje. Como um cristão adventista, estudando talvez pela primeira vez numa instituição de ensino que opera fora de sua esfera espiritual, você tem uma grande oportunidade em testemunhar para Deus ao se posicionar firmemente em sua fé, enquanto vive essas verdades e valores. Então, eu lhe peço que (1) busque primeiro a Deus e a Sua retidão em todas as situações, (2) esforce-se para atingir a excelência acadêmica ao lado de Deus, que é o doador de todo o conhecimento e sabedoria, Seu Professor, (3) peça a orientação de Deus em sua vida a cada dia e (4) ore diariamente pela proteção constante dEle e para tomar decisões e agir fielmente. Ouse ser um Daniel, até mesmo em tempos de provações mais duras, quando você sentir que foi lançado na cova de um leão. Jesus estará com você, confie nEle. Deus o abençoe enquanto você se dedica aos estudos e vai em busca de seus sonhos. *Ellen G. White. Educação. 9. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 57. Ella Smith Simmons (Ed.D., Universidade de Louisville) é vicepresidente da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Silver Spring, Maryland, EUA, e preside o Comitê da Caupa responsável pela publicação da Diálogo. DIÁLOGO 18•3 2006 Há um papel para os adventistas na política? Jane Sabes Embora não sejamos deste mundo, temos a responsabilidade de fazer ouvir a voz de Deus em assuntos que preocupam este planeta. Abraão, José, Ester, Daniel e Moisés. Nomes familiares a quase todos. Mas considere por um momento como esses e outros personagens bíblicos foram impelidos para o centro do palco. Considere também as significativas bênçãos dadas ao mundo como resultado de sua atuação política. José exerceu o dom divino de interpretar sonhos ao predizer sete anos de prosperidade para o Egito, seguidos de igual número de anos de fome devastadora. Ele elaborou um plano para pôr a salvo a nação e seus habitantes durante os tempos de carência. Recompensado por seu sábio conselho, foi designado chefe de Estado, o segundo após o rei. “Por que razão quis o Senhor exaltar a José tão grandemente entre os egípcios? Ele poderia ter provido outro meio para o cumprimento de Seus propósitos em relação aos filhos de Jacó; mas desejou fazer de José uma luz, e colocou-o no palácio do rei, a fim de que a iluminação celeste pudesse estender-se longe e perto... Assim também, na pessoa de Moisés, Deus pôs uma luz ao lado do trono do maior reino da Terra, a fim de que todos que o quisessem pudessem aprender acerca do Deus verdadeiro e vivo.”1 Semelhante à experiência de José, foi a de Daniel e seus três amigos. Vendo nesses jovens uma promessa de notável capacidade, Nabucodonosor determinou que eles fossem treinados para ocupar importantes posições em seu reino. “Eis o cativo judeu [Daniel], calmo e senhor de si, na presença do monarca do mais poderoso império do mundo... O Rei dos reis estava a DIÁLOGO 18•3 2006 ponto de comunicar grande verdade ao monarca babilônico.”2 E, recompensado por seu valioso serviço, “o rei colocou Daniel num alto cargo e o cobriu de presentes. Ele o designou governante de toda a província da Babilônia e o encarregou de todos os sábios da província. Além disso, a pedido de Daniel, o rei nomeou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego administradores da província da Babilônia, enquanto o próprio Daniel permanecia na corte do rei” (Daniel 2:48, 49 – NVI). A linhagem de piedosos indivíduos do Antigo Testamento empregados no serviço público continua com Esdras. Seu exemplo, “enquanto vivia entre os judeus que permaneceram em Babilônia, foi tão excepcional que atraiu a favorável atenção do rei Artaxerxes, com quem ele falou livremente com respeito ao poder do Deus do Céu... Era tão grande a confiança do rei na integridade de Esdras, que lhe mostrou marcado favor, aceitando o seu pedido, e outorgando-lhe ricos dons para o serviço do templo. Ele o tornou um especial representante do Reino Medo-Persa, e conferiu-lhe extensivos poderes....”3 Semelhantemente, Neemias, o copeiro do rei Artaxerxes, era “admitido livremente à presença real. Em virtude de sua posição, e graças a suas habilidades e fidelidade, ele se tornara amigo e conselheiro do rei.”4 Obadias, outro devoto crente em Deus, foi nomeado responsável pelo palácio do rei Acabe (I Reis 18). Ele permaneceu fiel a Deus, independentemente de sua posição diante do mais ímpio rei de Israel. Além disso, por causa de sua posição de confiança, Obadias foi capaz de abrigar e alimentar cem profetas de Deus durante os três anos e meio de carestia da nação. Houve também Ester, escolhida por providência divina para ser rainha do Império Medo-Persa. Nessa posição, frustrou os planos de Hamã para exterminar o povo de Deus. E, por informar uma tentativa contra a vida do rei Assuero, o tio de Ester, Mardoqueu, assumiu a posição anteriormente ocupada por Hamã. O rei o recompensou, “promovendo-o e dando-lhe uma posição mais elevada do que a de todos os demais nobres” (Ester 3:1 – NVI).5 Em contraste com o Antigo Testamento, os escritores do Novo Testamento exploram mais o reino da justiça. Todavia, o Novo Testamento continua dando o perfil de pessoas envolvidas em negócios públicos. Vejamos a história de Zaqueu. A Bíblia relata a dramática mudança operada em sua vida (Lucas 19). Como resultado do encontro com Cristo, teve o caráter transformado, passando a cumprir os deveres com fidelidade. E não há nenhuma evidência que sugira que Cristo intimou Zaqueu a abandonar seu cargo de chefe dos cobradores de impostos, em Jericó. Então temos a vida de John Wycliffe, um cristão de tempos mais recentes, que mantinha vários cargos governamentais. Ellen White comenta: “Quando agia como capelão do rei, assumiu ousada atitude contra o pagamento do tributo que o papa pretendia do monarca inglês... As exigências do papa tinham excitado grande indignação e os ensinos de Wycliffe exerceram influência sobre o espírito dos dirigentes do país... De novo foi Wycliffe chamado para defender os direitos da coroa inglesa contra as usurpações de Roma; e, sendo designado embaixador real, passou dois anos na Holanda... Logo depois de sua volta à Inglaterra, Wycliffe recebeu do rei nomeação para a reitoria de Lutterworth. Isto correspondia a uma prova de que o monarca ao menos não se desagradara de sua maneira franca no falar. A influência de Wycliffe foi sentida no moldar a ação da corte, bem como a crença da nação.”6 Através das eras, os seguidores de Cristo têm influenciado as autoridades. O que essas pessoas tinham em comum era um caráter isento de reprovação, respeito para com os líderes temporais e sensibilidade à voz divina. Sua vida exemplar põe em relevo o valor dos cristãos que ocupam cargos públicos. A despeito dos exemplos bíblicos, existe grande divergência de pensamento com relação ao nível de envolvimento cristão na política. O pensamento dos crentes em relação ao Estado parece oscilar entre dois extremos. Por um lado há aqueles que, como as Testemunhas de Jeová, se desassociam de qualquer coisa política, evitando todas as formas de participação, inclusive a votação, o serviço militar, ou o exercício de cargos públicos, com base em sua convicção de que “todos os governos estão sob o controle de Satanás”.7 Isso está em agudo contraste com a Igreja Católica, que regularmente apresenta posições sobre justiça social e política, designando o Gabinete de Ligação com o Governo para representar a posição da Igreja perante o Congresso norte-americano,8 e mantendo um site na Internet por meio do qual dá informações sobre as posições mantidas pela Igreja em várias Diálogo grátis para você! Se você é um estudante adventista do sétimo dia que freqüenta faculdade ou universidade não-adventista, a Igreja tem um plano que lhe permitirá receber gratuitamente a revista Diálogo enquanto você estiver estudando (aqueles que não são mais estudantes podem assinar Diálogo usando o cupom da página 6). Entre em contato com o diretor do Departamento de Educação ou do Departamento de Jovens de sua União, e peça que seu nome seja colocado na lista de distribuição da revista. Forneça seu nome completo, endereço, faculdade ou universidade onde está estudando, o curso que está fazendo e o nome da igreja onde você é membro. Você pode também escrever para os nossos representantes regionais nos endereços indicados na página 2, anexando uma cópia da carta que enviou aos diretores da União já mencionados. Caso os passos acima não produzirem nenhum resultado, você poderá contatar-nos via e-mail: [email protected] questões políticas.9 Há, ainda, aqueles que ocupam posições de extrema-direita, trabalhando para estabelecer o reino de Cristo como um domínio terrestre, uma teocracia moderna. Estrangeiros e peregrinos Como igreja, os adventistas do sétimo dia manifestam ambivalência em relação à participação política, com uma exceção: a defesa da liberdade religiosa. Mais problemática parece ser a interpretação e aplicação de cinco passagens bíblicas. A primeira refere-se a cristãos como “estrangeiros e peregrinos” na Terra (Hebreus 11:13-16; Filipenses 3:20-21). Semelhantemente, os hinos de igreja fazem referência aos filhos de Deus “peregrinos”. Mas, deveriam essas referências a “outro mundo” levar alguém a concluir que os crentes não têm nenhuma responsabilidade moral com sua presente morada terrestre? Cristo foi desafiado nesse ponto – sobre onde a lealdade do cristão deve ser posta. A pergunta feita era: “A quem devem ser pagos os impostos: a Deus ou a César?”. Ela foi feita numa oportunidade em que o Mestre apresentava o conceito da dupla cidadania. Ele declarou de modo claro que ambos os reinos merecem nossa fidelidade (Mateus 22:15-22; ver também Romanos 13). Os cristãos devem obedecer às leis do país e apoiar iniciativas nacionais, quando essas não violam a consciência, enquanto dão atenção a uma mais elevada e celeste comissão (II Coríntios 5:20). O papel divino nos poderes terrenos O segundo desafio bíblico com o qual os cristãos se deparam é diferenciar o papel divino do nosso em relação aos governos terrenos. Uma vez que é obra de Deus estabelecer e remover governantes (Daniel 2), isso não torna desnecessário o envolvimento do cristão no processo político, até mesmo sua interferência? De fato, é verdade que todas as autoridades governam tão-somente pela permissão divina. Considere, por exemplo, o controle que Deus exerceu sobre o orgulhoso rei Nabucodonosor. Certo dia, caminhando no terraço do palácio real, ele disse: “‘Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como a capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?’ As palavras ainda estavam nos seus lábios quando veio do céu uma voz que disse: ‘É isto que está decretado quanto a você, rei Nabucodonosor: Sua autoridade real lhe foi tirada. Você será expulso do meio dos homens, viverá com os animais selvagens e comerá capim como os bois. Passarão sete tempos até que admita que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer’” (Daniel 4:29-32 – NVI). Essa história demonstra claramente o poder divino sobre os poderosos. Mas o profeta Miquéias (6:8) chama a atenção para nossas importantes responsabilidades como crentes – praticar a justiça e a misericórdia e andar com muita humildade. Semelhantemente, o profeta Amós (5:24 – NVI) exigiu que corresse “a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!”. Seria, então, de boa consciência, que os bons samaritanos encontrassem repetidamente vítimas à margem da estrada sem se perguntar como reduzir a taxa de criminalidade? Seriam os cristãos considerados responsáveis se diariamente dessem pão ao faminto e, todavia, não observassem a política econômica do país e os métodos pelos quais ela pudesse ser aprimorada? Ajudar a formular políticas públicas é um caminho para cristãos darem evidência de sua fé por meio das obras, mostrando preocupação pelos outros. Não se unir aos descrentes A terceira advertência dada por aqueles que procuram dissuadir os cristãos de aceitar cargos públicos é de não se colocar em jugo desigual com os incrédulos (II Coríntios 6:14-17). A preocupação é que a adesão ao mundo DIÁLOGO 18•3 2006 faria com que a pessoa se tornasse espiritualmente contaminada ou comprometesse princípios. Um teólogo que trata da aplicação desse princípio bíblico é Ronald Thiemann, decano da Harvard University’s Divinity School. Ele escreve que “precisamente porque uma sociedade pluralista requer conversação e intercâmbio com aqueles que estão num espaço público ‘diferente’, isso provê um contexto no qual a fé busca entendimento mediante o diálogo com pessoas mantendo comprometimentos diversos”.10 A praça pública permite um desafiante, porém, gratificante fórum, onde o cristão deve seguir a advertência de Cristo para ser simples como as pombas e prudente como as serpentes (Mateus 10:16). O reino e o mundo O quarto argumento apresentado contra a entrada dos cristãos na política baseia-se nas próprias palavras de Cristo: “O Meu reino não é deste mundo” (João 18:36 – NVI). Há referência ao comentário de Ellen White de que “o governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os abusos – extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração”.11 Nenhum cristão contestaria o fato de que a humanidade não pode ser “melhorada” por meios legislativos ou decretos governamentais. Antes, é um coração transformado que muda o caráter, comportamento, situações e assim, a sociedade. Mas essa declaração DIÁLOGO 18•3 2006 de Ellen White não tem a intenção de limitar as áreas nas quais os cristãos devem trabalhar e testemunhar. Efetivamente, descobrimos Ellen White falando publicamente e escrevendo extensivamente em favor de medidas municipais em prol do fechamento dos bares,12 contra decretos dominicais,13 contra o “pecado de escravidão”.14 Ela também falou em defesa dos adventistas do sétimo dia durante a Guerra Civil Americana, ameaçados de convocação militar.15 Além disso, ela deu a seguinte mensagem de encorajamento aos jovens que contemplavam a política como uma vocação cristã: “Querida juventude, qual é o alvo e propósito de vossa vida? Tendes a ambição de educar-vos para poderdes ter nome e posição no mundo? Tendes pensamentos que não ousais exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberativos e legislativos, cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações. Podeis, cada um de vós, estabelecer um alvo. Não vos deveis contentar com realizações mesquinhas. Aspirai à altura, e não vos poupeis trabalhos para alcançá-la.”16 Sua vida demonstrou que há um chamado ao envolvimento cristão na política, nascido não de partidarismos, mas de uma cuidadosa revisão dos assuntos e de ação responsável. Realmente, há proibições específicas feitas aos adventistas com relação ao envolvimento da igreja na política: (1) aqueles que “ensinam a Bíblia” nas igrejas e escolas não devem expressar parcialidade contra ou a favor de certos políticos ou assuntos políticos, porquanto isso pode incitar a mente dos outros, levando a uma divisão na igreja; (2) os membros da igreja são desencorajados a votar em filosofias partidárias “porque não conhecemos em quem estamos votando”; (3) os membros são admoestados a “não tomar parte em nenhum esquema político” ou parceria política. Ellen White nos lembra particularmente que os adventistas devem ser governados por elevados e santos princípios; (4) os membros não devem alinhar-se com políticos que não apóiem a liberdade religiosa; (5) os cristãos não devem ostentar “distintivos políticos” que, de algum modo, produzam divisão dentro da igreja; (6) os dízimos não deveriam ser usados para alguém que “discorra sobre questões políticas”; e (7) as publicações da igreja não deveriam exaltar os indivíduos influentes, porque eles são meros mortais, nem louvar seu trabalho, que se esvaece.17 Vivendo vida exemplar, os cristãos servem como uma carta “conhecida e lida por todos” (II Coríntios 3:2 – NVI), para o expresso propósito de recrutar cidadãos para o reino eterno de Cristo. Separação entre Igreja e Estado A separação entre Igreja e Estado é o quinto e mais forte argumento imposto aos cristãos que buscam postos políticos. Mas, o que poderia surpreender os cristãos é aprender que a maioria dos governos partilha das preocupações da comunidade religiosa, quando ela mescla o sagrado com o secular. A ex-secretária de Estado norte-americano, Madeleine Albright, escreveu: “A maioria de nós não quer nossos líderes confundindo sua própria vontade com a de Deus, nem queremos que eles ignorem os princípios morais e religiosos.”18 Uma avaliação honesta das relações Igreja-Estado demonstra os abundantes benefícios que os grupos religiosos obtêm de legítimas estruturas políticas – por exemplo, a isenção de impostos sobre propriedades da igreja. Pense sobre quão difícil seria a obra da Igreja sem as garantias governamentais das liberdades civis e do Estado de Direito. Considere ainda como os pobres estariam, sem a presença de um povo que teme a Deus. Mantendo padrões morais elevados, agindo com amor pelo semelhante, distribuindo alimentos e prestando ajuda em calamidades, os cristãos exercem uma positiva influência sobre a ordem social: “Fossem os servos de Deus tirados da Terra, e Seu Espírito retirado dentre os homens, este mundo seria entregue à desolação e destruição, o fruto do domínio de Satanás. Conquanto os ímpios não o saibam, devem até mesmo as bênçãos desta vida à presença do povo de Deus no mundo, esse povo que desprezam e oprimem.”19 Conclusão Os adventistas do sétimo dia têm um papel vital a desempenhar no processo governamental de seu país. Quando os cristãos se apartam da política, que o cientista político David Easton chama de “autorizada distribuição de valores”,20 a política é deixada para os incrédulos: o currículo escolar é programado, a política nacional é implementada e as determinações globais são feitas sem oferecer uma perspectiva cristã, adventista do sétimo dia. Poderiam os governantes interpretar nosso silêncio como ausência de opinião sobre as questões? Que os adventistas nada têm a contribuir para sua discussão? A vida de fé precisa dar prioridade a assuntos políticos. Como cristãos, somos representantes, não de um partido político, mas do reino de Cristo. A política é mutável e se não formos cuidadosos, um ponto político estabelecido pode ser uma oportunidade perdida de alcançar o coração de pessoas que mantêm posições opostas. Os cristãos devem estar sempre atentos ao seu primeiro chamado. A Bíblia contém muitos exemplos de mensageiros de Deus que comprometeram a posição que lhes fora confiada. O rei Saul se tornou tão absorvido com a erradicação de seu presumível inimigo, que falhou em conduzir a nação de Israel ao ideal divino. Outro exemplo é Davi. Deus instruiu o rei a não fazer o censo de homens em idade militar, para que a nação não baseasse sua segurança no efetivo militar, mas no poder de Deus. Apesar disso, Davi ordenou o levantamento, mas com resultados devastadores. O mais sábio de todos os homens, Salomão, permitiu que a nação degenerasse como resultado direto de sua preocupação com mulheres. Depois, Ezequias exaltou a vitalidade econômica do país, ao dar boas-vindas aos representantes babilônicos, em lugar de apresentar às visitas o Deus que era a fonte dessas bênçãos. “Fortes eram as tentações que os rodeavam [A Daniel e seus três amigos] nessa corte corrupta e luxuosa.”21 Mas, “não foi o orgulho ou ambição que os levou à corte do rei – à companhia dos que não conheciam nem temiam a Deus”.22 “Sua fé era forte na certeza de que Deus os tinha colocado onde estavam, que eles estavam fazendo a Sua obra e cumprindo os reclamos do dever.” 23 Hoje, milhares de adventistas servem fielmente seu país como juízes, embaixadores, prefeitos, ministros e outras posições proeminentes. Quer os cristãos sirvam como nomeados políticos, membros de equipes governamentais, quer como cidadãos dotados de voz, voto e oração (Jeremias 29:7), que a glória de Deus irradie por meio de nós, promovendo a justiça e o bem-estar, e atraindo homens e mulheres para o eterno reino de Cristo. Jane Sabes (Ph.D. pela Universidade Auburn) é professora de Ciências Políticas na Universidade Andrews. Anteriormente ela atuou como secretária de Saúde e Serviço Social no Wyoming. E-mail: sabesja@ andrews.edu 7. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/ Jehovah’s_Witnesses#endnote_w96_0601_1>. 8. Disponível em: <http://www.usccb.org/index. shtml>. 9. Disponível em: <http://thecatholicvote.org/>. 10.Ronald F. Thiemann. Religion in Public Life: A Dilemma for Democracy. Washington, D.C.: Georgetown University Press, 1996. p. 169. 11.Ellen G. White. O Desejado de Todas as Nações. 22. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. p. 509. 12._______. In: Signs of the Times (4 de dezembro de 1907). 13._______. In: Review and Herald (30 de março de 1911). 14._______. In: Review and Herald (27 de agosto de 1861); Testemunhos para a Igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, vol. 1, pp. 264, 534. 15.Arthur L. White. Ellen G. White: The Progressive Years 1863-1876. Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn., 1986. p. 40 (com referências adicionais às pp. 34-44 e 99-109). 16.Ellen G. White. 2. ed. Fundamentos da Educação Cristã. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996. p. 82. 17._______. Testemunho Especial acerca da Política. In: Fundamentos da Educação Cristã. 2. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996. pp. 475-84. 18.Madeleine Albright. The Mighty & the Almighty. Nova Iorque: HaperCollins Publishers, 2006. p.104. 19.Ellen G. White. 22. ed. O Desejado de Todas as Nações, 2003. p. 306. 20.David Easton. A Framework for Political Analysis. Chicago: University of Chicago Press, 1979. 21.Ellen G. White. Profetas e Reis. 8. ed. Tatuí. Casa Publicadora Brasileira, 1996. p. 482. 22.Ibidem. p. 484. 23.Ibidem. p. 493. Ver também pp. 494 e 497-98. Let’s Talk! Você gostaria de fazer um comentário ou formular perguntas ao Pastor Jan Paulsen, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia? Você pode fazê-lo através do site: http://www.letstalk.adventist.org REFERÊNCIAS 1. Ellen G. White. Patriarcas e Profetas. 16. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. pp. 368-69. 2. _______. Profetas e Reis. 8. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996. pp. 494-98. 3. Ibidem. pp. 607-10. 4. Ibidem. p. 628. 5. Ibidem. pp. 601-02. 6. _______.O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. pp. 81, 84 e 85. O objetivo do site é estimular a comunicação entre os jovens adventistas de todo o mundo e o gabinete do Presidente da Associação Geral. Nesse mesmo site você também encontrará links úteis e bancos de dados acessíveis, referentes a perguntas e respostas sobre muitos tópicos. Verifique! DIÁLOGO 18•3 2006 Perguntas e respostas sobre os dinossauros Elaine Graham-Kennedy Como compreender o mistério dos dinossauros sob a perspectiva bíblica? O pequeno Mateus parou, extasiado, no Zoológico de Fort Worth. Ele quase não podia acreditar no que via. A sua frente estava Cera, seu dinossauro favorito, personagem do filme A Terra antes do Tempo. Ele olhava fixamente. Seus pais, depois de um tempo, insistiam para visitar outros locais. Soluçando, ele implorava por mais tempo, enquanto era puxado pelos pais. Esta fixação infantil pelos dinossauros para muitos passa com o tempo, mas alguns manterão seu amor por essas fascinantes criaturas durante toda a vida. As crianças das igrejas cristãs não são exceção. Entretanto, nas denominações mais conservadoras surgem numerosas questões de cunho teológico que se tornam problemáticas à medida que as crianças crescem. Essas questões podem ser sintetizadas em uma só: como os dinossauros se encaixam em uma perspectiva bíblica? Existe hoje uma crescente base de dados sobre dinossauros, incluindo ossos, dentes, pegadas, ovos, embriões, impressões de pele, e excrementos. Aparentemente, os dinossauros terrestres existiram em todos os tamanhos e formas. As informações sugerem populações ativas, reproduzindo-se, em uma escala global.1 Em face das crescentes evidências, é difícil afirmar que os dinossauros nunca existiram. Entretanto, algumas pessoas defendem esse ponto de vista porque não conseguem conciliar a existência dos dinossauros com a sua compreensão da natureza de Deus. Há, portanto, necessidade de os cristãos reconhecerem o significado desses animais na perspectiva bíblica da história da Terra. Freqüentemente esse dilema é expresso assim: “Não posso compreender que DIÁLOGO 18•3 2006 Deus tenha colocado o Tyrannosaurus rex no jardim do Éden.” Outros comentam que os dinossauros são “tão feios”, por isso não acreditam que um Deus amorável e compassivo tenha criado uma degradante “máquina de matar”. Entretanto, essas mesmas pessoas não se preocupam com o fato de Deus ter criado os leões, o que leva à pergunta: “Qual é a diferença entre um tiranossauro e um leão?” Certamente existem muitas diferenças. Sendo ambos carnívoros, a questão é a existência de predadores no jardim do Éden. Quanto a isso, mesmo que cristãos crentes na Bíblia acreditem que Deus criou uma “espécie” de felinos, sua suposição é que eles eram herbívoros, pelo menos antes de Adão e Eva pecarem, e parece lógico que esse argumento poderia também ser aplicado aos dinossauros carnívoros. O que aparenta ser uma questão simples, torna-se bastante complexa ao se tratar das implicações decorrentes. Examinaremos esse assunto nas questões seguintes. Os dinossauros realmente existiram? Alguns poucos ossos espalhados não seriam suficientes para concluir que realmente os dinossauros existiram. Entretanto, o registro de ossos de dinossauros é muito amplo, e a sua variedade amplia nosso conhecimento a seu respeito. Pegadas bem preservadas e ovos com embriões indicam que os dinossauros eram criaturas vivas, que se deslocavam e se reproduziam.2 As pegadas são a argumentação mais poderosa a favor de sua existência. Registros em rochas em todo o mundo oferecem fascinantes informações. Cientistas têm encontrado nas rochas grandes depósitos de ossos de dinossauros, que sofreram mineralização e ficaram preservados. Esses ossos petrificados são chamados de fósseis. Havendo suficientes ossos fossilizados de um animal, cientistas poderão reconstruí-lo. Até 1990, haviam sido reconstruídos 197 esqueletos completos de dinossauros.3 Desde então, muitos mais foram também. Ao estudar os ossos, os cientistas desenvolveram um sistema de classificação a partir de estruturas ósseas peculiares a esse grupo de animais. Considere-se, por exemplo, que os crânios de dinossauros apresentam orifícios Pegadas de terópodes – dinossauro carnívoro – no Parque Estadual de Glen Rose, Texas, EUA. Fotografia – cortesia da autora não encontrados em répteis ou mamíferos, que o tornozelo é composto de uma junta única, e que as vértebras são diferentes das de outros organismos.4 O exame da estrutura interna dos ossos sugere que os dinossauros constituem um grupo peculiar de animais, bastante distinto dos mamíferos e dos répteis. Grande parte da estrutura óssea apresenta reposição celular que a preserva ao se tornar um fóssil.5 Os detalhes microscópicos observados indicam linhas de crescimento e vesículas nos ossos, combinação de características peculiares dos dinossauros não encontrada em répteis ou mamíferos, embora alguns aleguem certa semelhança entre Coelophysids e aves. Os dinossauros foram classificados em dois grupos distintos em função de sua estrutura pélvica. O primeiro grupo abrange os terópodes ou dinossauros carnívoros, e os saurópodes, dinossauros de grande porte, com pescoço e cauda cumpridos e estrutura pélvica semelhante a dos répteis. O segundo grupo engloba todos os outros dinossauros que têm ossos pélvicos semelhantes aos das aves. As estruturas pélvicas dos dinossauros são peculiares, apesar da sua semelhança com as de outros animais.6 Têm surgido problemas no sistema de classificação dos dinossauros devido à dificuldade de se distinguir entre gêneros e espécies. Em 1990, 45% dos 285 gêneros de dinossauros haviam sido identificados a partir de um único osso. Muitas pessoas são céticas a respeito dessas identificações. Os pesquisadores também se preocupam com as classificações que foram desenvolvidas para os dinossauros, pois muitos gêneros têm apenas uma espécie. Eles suspeitam que alguns desses gêneros são na realidade somente espécies de gêneros descritos.7 Apesar dessas dificuldades, há considerável material para sugerir que existiu ampla variedade de dinossauros. Os assuntos aqui discutidos sugerem que os dinossauros foram criaturas peculiares e, como tais, poderiam bem representar uma “espécie” criada, como relatado no livro de Gênesis. A variedade, a distribuição e a combinação dos traços e características dos dinossauros sugerem a possibilidade do cruzamento entre eles, tal como ocorre agora com cães ou flores; entretanto, a variedade Assine Diálogo Você quer ser um pensador e não meramente um refletor do pensamento de outras pessoas? A DIÁLOGO continuará a desafiá-lo a pensar criticamente, como um cristão. Fique em contato com o melhor da ação e do pensamento adventista ao redor do mundo. Entre na DIÁLOGO. Assinatura anual (3 exemplares – via aérea): US$13.00 Números atrasados: US$4.00 cada. Gostaria de assinar DIÁLOGO em o Inglês o Francês o Português o Espanhol Edições Iniciem minha assinatura com a próxima edição. Gostaria de receber estes números anteriores: Vol.______. No ______. 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Se os ossos fossem uma fraude, teria sido muito difícil incluir aquelas impressões de pele no osso que se encontrava ainda inserido na rocha. Se eles fossem uma fraude, o fraudador teria também de ter criado as pegadas. As informações obtidas a partir das pegadas são mais interessantes.8 As pegadas aparecem em variados tamanhos e formas. Quando os rastros têm suficiente extensão, podem ser determinados os passos e a maneira de andar do dinossauro. A maioria das pegadas indica que os dinossauros estavam andando e não correndo, e pareciam mancar. É difícil determinar por que os dinossauros estariam mancando. Poderiam estar machucados, carregando seus filhotes ou comida. Qualquer que seja a explicação, a presença das pegadas confirma que os dinossauros realmente estavam vivos e movimentando-se. É interessante observar que os pesquisadores não descobriram ainda nenhum dinossauro morto junto às suas pegadas. Camadas de ossos de dinossauros são encontradas em camadas acima e abaixo, mas não junto com as pegadas. Algumas trilhas apresentam pegadas grandes juntamente com outras pequenas9, o que sugere um bando de dinossauros. Alguns pesquisadores supõem que esses bandos estavam seguindo uma rota natural de migração, enquanto outros poderão não concordar com essa conclusão. Dentro do contexto bíblico da história da Terra, a movimentação dos dinossauros pode refletir respostas de sobrevivência e fatores de pressão relacionados com modificações na terra e nas DIÁLOGO 18•3 2006 águas do dilúvio subindo e descendo. Finalmente, existem evidências da reprodução de populações de dinossauros. Ninhos, ovos, embriões e filhotes têm sido registrados.10 Existem mais de 200 locais com ovos, ao redor do mundo. Embriões e filhotes são raros. A existência desses depósitos indica que pelo menos alguns dinossauros estavam se reproduzindo. Os pesquisadores nem sempre conseguem dizer quais dinossauros puseram quais ovos. No início do século 20, pensou-se que ovos descobertos na Mongólia eram do Protoceratops, o dinossauro herbívoro dominante na região.11 No final dos anos 1900, porém, foi descoberto outro ninho com os ossos do pequeno predador Oviraptor, em cima dos ovos. Além disso, escaneando-se um ovo, foi descoberto um embrião de Oviraptor. Os depósitos da Mongólia despertam muitas perguntas. Por que o Oviraptor sentaria no ninho enquanto ele estava sendo soterrado por uma tempestade de areia? Teria ele se afogado em uma lagoa entre dunas durante uma repentina chuva pesada? Sentou-se no ninho por que ele era de sangue quente? Quantos estavam sentados sobre os ovos? Quantos ninhos existiam? Muitas perguntas permanecem sem respostas, mas o volume de dados disponíveis confirma que os dinossauros realmente existiram. Carniano) em quatro continentes.12 O surgimento diversificado e espalhado de dinossauros no registro fóssil é difícil de explicar pela atual teoria da evolução. Essa dificuldade raramente é trazida à atenção do público, o que de fato não é incomum, pois ninguém gosta de falar sobre o que não sabe. É importante lembrar que as datas radiométricas não constituem dados (fatos reais); elas exprimem o resultado de cálculos matemáticos baseados na distribuição de materiais radioativos nas rochas.13 O tempo aí não é medido diretamente, mas corresponde ao expoente na expressão que dá a inclinação da linha gerada pela distribuição dos isótopos. Essa distribuição baseia-se nas propriedades físicas e químicas do interior do corpo rochoso fundido. Conseqüentemente, o relato bíblico da história da Terra é igualmente legítimo como fonte de dados relativos ao tempo. Em resumo, exatamente como os cientistas acreditam que possuem um modo confiável para medir períodos de tempo no registro das rochas, muitos cristãos acreditam que possuem uma fonte de informação confiável (a Bíblia) para a idade da vida na Terra – conseqüentemente, permanece controvertida a determinação precisa da idade dos dinossauros. Quando os dinossauros existiram? A crença de que dinossauros e seres humanos conviveram na Terra não se baseia em evidências científicas (elas não existem), mas sim na confiança depositada na palavra inspirada de Deus. A crença de que Deus criou todos os seres vivos e que eles eram bons, bem como a crença de que não houve “derramamento de sangue”, predação, na Terra antes do ser humano pecar, induz muitos a crer que dinossauros e pessoas podem ter convivido pacificamente. É importante observar que nem todos os dinossauros eram de grande porte, carnívoros.14 Metade das famílias de dinossauros era do porte de uma girafa Não são tão conclusivas as evidências sobre quando os dinossauros existiram. Eles são encontrados nas camadas mesozóicas do registro fóssil (coluna geológica). Datações radiométricas de camadas associadas de lava e de cinza vulcânica indicam que eles viveram entre 65 e 225 milhões de anos atrás, bem além das idades bíblicas aceitas. (De acordo com a datação radiométrica, pensa-se que a Terra tenha entre 4,6 a 4,7 bilhões de anos). Os primeiros registros de ossos de dinossauros em rochas foram feitos na mesma unidade do Período Triássico (o DIÁLOGO 18•3 2006 Os dinossauros conviveram com os seres humanos? Como? adulta (cerca de sete metros de altura), ou menor, alguns tendo o tamanho de um cachorro grande. Além disso, a maioria dos dinossauros era herbívora. De alguma forma seria Satanás responsável pela origem dos dinossauros? Alteraria Satanás o DNA de alguns animais para dar origem aos dinossauros? São os seres humanos responsáveis por essa origem? Teriam os seres humanos manipulado geneticamente os primeiros dinossauros? Em minha opinião, a resposta a todas essas questões é “NÃO!” Os dinossauros eram organismos peculiares, que tinham estruturas e traços próprios. Isso significa que sua origem requereria mais do que misturas ou alterações; exigiria novas informações, uma atividade criadora que a maioria dos cristãos acredita residir somente no poder de Deus. Foram os dinossauros hibridizados a partir de outras espécies de animais? O cruzamento sugerido por alguns cristãos para a origem dos dinossauros exigiria descendência viável a partir da miscigenação de mamíferos e répteis, dois filos distintos. Em nosso mundo Assinatura gratuita para a biblioteca de sua faculdade ou universidade! Deseja ver a Diálogo disponível na biblioteca de sua faculdade ou universidade, de modo que seus amigos não-adventistas possam ter acesso à revista? Procure o bibliotecário e sugira que solicite uma assinatura gratuita, usando papel timbrado da instituição. Cuidaremos do resto! As cartas devem ser endereçadas a: Dialogue Editor-in-Chief; 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, MD 20904-6600; EUA. 11 não é possível a hibridização de filos. Cruzamento de espécies são bastante comuns; entretanto, existem limites para aquele tipo de cruzamento.15 Então Deus realmente criou os dinossauros? Por que um Deus de amor criaria o Tyrannosaurus rex? Este animal viveu no jardim do Éden? A partir dos dados que temos, é razoável supor que Deus criou algum ou alguns tipos básicos de dinossauros. Ainda mais, alguma variedade de terópodes, que poderia ter incluído o Tyrannosaurus rex. Entretanto, na perspectiva bíblica, seria difícil acreditar que os animais no Éden eram carnívoros. A alteração de sua dieta teria ocorrido após a Queda. O que exterminou os dinossauros? Muitas teorias foram propostas para a extinção dos dinossauros:16 (1) uma drástica mudança climática devido ao impacto de um asteróide ou ao aumento de vulcanismo, ou ambos; (2) um rompimento na cadeia alimentar; ou (3) a evolução dos dinossauros para aves. Muitos cristãos não crêem que os dinossauros evoluíram para aves, e comprovou-se a dificuldade para documentar o rompimento na cadeia alimentar. A destruição dos dinossauros pelo dilúvio adapta-se à perspectiva da Bíblia. O sepultamento dos dinossauros em grande variedade de sedimentos depositados pela água ao redor de todo o mundo17 é compatível com o relato bíblico. A complexidade do dilúvio bíblico pode ter desempenhado importante papel na destruição da Terra e dos organismos. Se os dinossauros foram criados por Deus, por que foram extintos? Numerosos organismos, que os cristãos crêem terem sido criados por Deus, foram extintos. Os sistemas 12 oceânicos alteraram-se de forma impressionante desde o mundo pré-diluviano. Populações de insetos, anfíbios, répteis e mamíferos são hoje radicalmente diferentes. Nem tudo que Deus criou sobreviveu até hoje – resultado do pecado humano não da vontade divina. Deus atuou continuamente para salvar vidas, como se vê ao longo de todo o relato bíblico do dilúvio. Infelizmente, nem tudo que foi salvo pôde sobreviver no mundo pós-diluviano. Havia dinossauros na arca? Pelo menos metade das famílias dos dinossauros poderia estar dentro da arca, pois eram suficientemente pequenos. Além disso, é importante lembrar que nem todas as espécies tinham de estar na arca. Eram necessárias espécies representativas, ou tipos básicos, pois reconhecemos que existe variedades pelo menos dentro de gêneros (grupos de espécies). Entretanto, é importante lembrar que não existem dados científicos para sustentar essa idéia. A crença de que os dinossauros estavam na arca de Noé é uma declaração de fé. Conclusão Alguém poderá pensar que essas questões são ridículas. Entretanto, os cristãos fazem essas indagações porque desejam uma explicação da natureza que se harmonize com o relato bíblico da história da Terra. Embora as respostas aqui apresentadas possam não satisfazer totalmente a todos, pelo menos elas provêem uma base para discussão e estudos posteriores. Ainda existem muitas maravilhas para conhecer sobre a obra criadora de Deus. A promessa divina é que as conheceremos diretamente do Mestre eterno, na Terra renovada. Até lá, como cristãos, somos motivados a pesquisar e estudar a história da Terra com o auxílio do relato bíblico e da inspiração do Espírito Santo. Elaine Graham-Kennedy (Ph.D., Universidade do Sul da Califórnia) é geóloga e tem focalizado suas pesquisas no Grand Canyon, Arizona, e na Patagônia, Argentina. Atualmente está estudando uma camada de ossos de dinossauros no leste de Wyoming, e trabalhando como professora adjunta de Geologia na Universidade Adventista Southwestern, em Keene, Texas. Recentemente publicou o livro Dinosaurs: Where Did They Come From ... And Where Did They Go? (Boise, Idaho: Pacific Press Publishing Association, 2006), que está disponível no endereço http://www. adventbookcenter.com. Seu e-mail é [email protected] REFERÊNCIAS 1. K. Carpenter, K. Hirsch, and J. Horner. Dinosaur Eggs and Babies. Nova Iorque: Cambridge University Press, 2000. p. 372. 2. M. Lockley. Tracking Dinosaurs. Nova Iorque: Cambridge University Press, 1991. p. 238. 3. D. Lambert and the Diagram Group. Dinosaur Data Book. Nova Iorque: Avon Book, 1990. p. 320. 4. A. Romer. Vertebrate Paleontology. Chicago: University of Chicago Press, 1996. p. 468. 5. A. Chinsamy-Turan. The Microstructure of Dinosaur Bone. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. p.216. 6. A. Romer. pp. 148-163. 7. P. Dodson. “Counting Dinosaurs: How Many Kinds Were There?”. In: Proceedings of the National Academy of Sciences 87, 1900. pp. 7608-7612. 8. M. Lockley. pp. 61-70. 9. Ibidem. pp. 71-82. 10.K. Carpenter, et al., p. 372. 11.Disponível em: <http://www.dinosaur-world. com/feathered_dinosaurs/oviraptor_philocerataops.htm>. 12.A. Hunt. “Synchronous First Appearance of Dinosaurs Worldwide During the Late Triassic (Late Carnian: Tuvalian)”. In: Geological Society of America, Abstracts with Program, 1991. p. A457. 13.G. Faure. Principles of Isotope Geology. Nova Iorque: John Wiley and Sons, 1986. p. 608. 14.Lambert, et al., p. 320. 15.J. Gibson. “Creation and Evolution: A Look at the Evidence” (1999). Disponível em: <http:// origins.swau.edu/papers/evol/gibson/default. html>. 16.Artigo anônimo resumindo numerosas explicações dadas para a extinção dos dinossauros. Disponível em: <http://www.priweb.org/ed/ ICTHOL/ICTHOL04papers/04.htm>. 17.Lambert, et al., pp. 230-261. DIÁLOGO 18•3 2006 1844: coincidência ou providência? Ron du Preez Muitos dos grandes movimentos globais que surgiram por volta de 1844 desafiaram importantes verdades de Deus. Foram os eventos ocorridos no ano de 1844 apenas um acidente? Ou tem esse ano um significado mais profundo na compreensão bíblica do plano de Deus na história da redenção? Como adventistas do sétimo dia, deveríamos aceitar a segunda posição. Para nós, 1844 é o ano em que terminou a profecia dos 2300 dias de Daniel 8:14, o marco que assinala o início do julgamento préadvento no céu, e a culminação do mais longo período profético da Bíblia, proclamando ao mundo que o fim não vai demorar e que a segunda vinda de Jesus está próxima. O que muitos não sabem, inclusive entre os adventistas, é que 1844 é importante não apenas em relação à história sagrada, mas também em relação a outros eventos mundiais de grande magnitude que fazem desse ano uma espécie de divisor de águas. Antes, porém, vamos traçar a importância de 1844 para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. De um grande erro a uma poderosa mensagem Por volta de 1840, muitos pregadores pelo mundo estavam proclamando que Jesus estava para voltar. O pesquisador Le Roy Edwin Froom indica que entre esses pregadores, de várias denominações cristãs, havia brancos, negros, mulheres e até mesmo crianças. Houve uma garota do campo na Europa que atraiu de três a quatro mil pessoas ao pregar sobre o fim do mundo. Grande foi o impacto que ela exerceu na vida de muitos.1 Nos Estados Unidos, foi a pregação e os escritos de Guilherme Miller, um fazendeiro que se tornou pregador, que despertou a paixão tanto de crentes quando de descrentes. Miller e seus DIÁLOGO 18•3 2006 associados proclamavam a seguinte mensagem: “Assim como o primeiro advento de Jesus Cristo foi predito em Daniel 9, Seu segundo advento é identificado em Daniel 8:14. Visto que a terra deve ser o ‘santuário’ a ser ‘purificado’, isso vai acontecer por meio do fogo quando Jesus voltar. Começando com 457 a.C., a profecia dos 2300 dias/anos de Daniel 8:14 culminará ao redor de 1843-1844. Jesus virá outra vez por volta desse tempo. Portanto, prepare-se para encontrá-Lo! Sua volta será um evento literal e visível que precederá o milênio.” Essa era a essência da proclamação milerita. Vinte e dois de outubro de 1844 foi finalmente estabelecido como o dia em que a profecia terminaria. Aquele era o dia em que a terra seria purificada pelo retorno de Jesus. Milhares de mileritas, vários milhares, aguardaram pacientemente, fervorosamente, até que o dia chegou. Então eles esperaram o dia inteiro, mas Jesus não veio, deixandoos profundamente desapontados. Eles foram forçados a admitir que alguma coisa havia saído errado. Uns poucos dentre os desapontados estudaram as Escrituras ainda com mais fervor. Não demorou para que aprendessem que embora a data de 22 de outubro de 1844 estivesse correta, o evento estava errado. Esses crentes entenderam que o santuário a ser purificado não estava na terra, mas no céu. Jesus havia entrado no santo dos santos do santuário celestial para dar início a Sua obra de julgamento. Como Ellen White mais tarde declarou: “O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844.”2 Ángel Manuel Rodríguez comenta: “Tendo completado na terra a obra para a qual viera (João 17:4, 5; 19:30), Cristo ‘foi elevado ao céu’ (Atos 1:11) para ‘salvar definitivamente aqueles que, por meio dEle, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles’ (Hebreus 7:25), até que em Sua segunda vinda Ele vai aparecer ‘não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que O aguardam’ (Hebreus 9:28). Entre esses dois pólos, a cruz e o glorioso retorno do Senhor, Cristo atua como sacerdote real ‘no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem’ (Hebreus 8:2), o advogado (I João 2:1) e intercessor daqueles que nEle crêem (Romanos 8:34). Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo está ministrando os benefícios de Seu sacrifício àqueles que vêm a Ele, um ministério tão essencial à nossa salvação como Sua morte substitutiva.”3 Assim, o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 se tornou uma poderosa mensagem. É verdade que Jesus não veio como os mileritas pensavam. Mas, um pequeno grupo de crentes desapontados descobriram nova luz bíblica – a verdade de que Cristo entrou na fase final de Seu ministério sumosacerdotal no santuário celestial, após o qual Ele vai finalmente voltar para redimir Seu povo. Assim nasceu a Igreja Adventista do Sétimo Dia, com sua fé firmemente ancorada no breve retorno de Jesus e com o compromisso de pregar toda a verdade em Jesus. O ano de 1844 é, de fato, importante para o nascimento do adventismo. Mas, 1844 é de interesse em outras áreas também. Movimentos surpreendentes e destrutivos à fé surgiram no panorama mundial na mesma época, formando um cenário de desafio e urgência para a proclamação adventista, e chamando os habitantes do mundo a olhar para a genuína verdade acerca de Deus e Seu papel no final da história humana. Examinaremos três desses movimentos. O surgimento do marxismo Em agosto de 1844, Frederick Engels se encontrou com Karl Marx em Paris e eles se tornaram parceiros numa luta revolucionária – “um relacionamento duradouro que iria mudar o mundo”, como disse alguém.4 Enquanto os cristãos que acreditavam na Bíblia pregavam que Jesus logo iria voltar para levar Seu povo para o céu e pôr fim ao pecado e sofrimento e prover paz e felicidade eternas, Marx e Engels estavam proclamando que o caminho 13 para a verdadeira felicidade era eliminar Deus da vida; que o caminho para a paz e segurança era através dos princípios do socialismo e comunismo; que eles podiam e haveriam de libertar os cativos do mundo e promover uma sociedade harmoniosa e sem divisão de classes na terra.5 Marx e Engels, portanto, tentaram direcionar a esperança humana para longe da segunda vinda de Cristo, para uma utopia comunista sob a qual milhões foram subjugados na maior parte do século passado. No contexto desse desafio, o movimento do advento de 1844 foi conclamado a proclamar o evangelho eterno do santuário celestial onde todas as nossas esperanças devem estar ancoradas. Dispensacionalismo e falsas noções de salvação Enquanto o grande despertar do segundo advento estava se alastrando por muitos países, um pregador evangélico europeu itinerante chamado John Nelson Darby começava a disseminar uma nova teoria acerca da segunda vinda de Jesus. Enquanto pregava na Suíça, Darby desenvolveu a teoria do “dispensacionalismo” – uma teoria que divide a história em sete eras ou dispensações, desde a era da inocência antes da queda à era da restauração no fim dos tempos. Embora Darby insistisse que havia extraído sua doutrina do dispensacionalismo da Bíblia somente, entre 1843 e 1845 ele introduziu uma surpreendente inovação – o arrebatamento secreto.6 A teoria do arrebatamento secreto ensina que Cristo virá em segredo, arrebatará os santos e os levará para o céu. Um comentário moderno desse arrebatamento secreto é a agora famosa série de livros Deixados para Trás, da qual mais de sessenta milhões de cópias já foram vendidas em todo o mundo. Os autores desses livros populares argumentam que embora milhões serão deixados para trás durante o arrebatamento, eles não serão deixados sem esperança. Eles terão uma segunda chance de salvação. Tim LaHaye e Jerry Jenkins, dois autores da série Deixados para Trás, promo14 vem diretamente a teoria da “segunda chance”: “Milhões de homens, mulheres, meninas e meninos vão reconhecer que, embora eles perderam o arrebatamento e assim terão de enfrentar os terrores da tribulação, Deus ainda os chama, anelando por vê-los ao Seu lado... Nós cremos que esses ‘santos da tribulação’ podem muito bem ser contados aos bilhões. E não se esqueça: cada um desses novos crentes terá sido deixado para trás depois do arrebatamento precisamente porque ele ou ela tinha (até aquele ponto) rejeitado a oferta de salvação de Deus. Mas, mesmo então, o Senhor não desistirá dele.”7 Essa é a parte mais alarmante e perigosa da teoria do arrebatamento – a crença de que pessoas terão uma segunda chance de salvação. A Bíblia, porém, em nenhum lugar ensina o arrebatamento secreto e muito menos uma segunda chance de salvação após a morte. O ensino consistente da Escritura é que o segundo advento de Jesus vai ocorrer apenas como um único grande evento: ele será pessoal e literal (Atos 1:11), visível e audível (Apocalipse 1:7; I Tessalonicenses 4:16), glorioso e triunfante (Mateus 24:30), cataclísmico (Daniel 2:44; 2 Pedro 3:10) e repentino (Mateus 24:38, 39, 42-44). Vários sinais, alguns dos quais inclusive já ocorreram, hão de preceder esse evento, no mundo natural (Apocalipse 6:1213), no mundo moral com o aumento da ilegalidade e corações saturados do pecado (Mateus 24:37-39), e no mundo religioso com falsos profetas enganando a muitos (vs. 24). Quando todos os sinais que apontam para o segundo advento tiverem sido cumpridos, então Jesus voltará – para reunir Seu povo, para ressuscitar os justos mortos, para transformar e receber todos os santos, para destruir os poderes maus e perversos, para vindicar o caráter de Deus, para restaurar a terra e para restabelecer a comunhão com Deus! A linguagem bíblica acerca da segunda vinda não dá margem para um arrebatamento secreto. As Escrituras também não falam de uma segunda chance de salvação após a morte. A posição bíblica é clara: depois da morte, não há nenhuma possibilidade de uma segunda chance; existe apenas um julgamento. “O homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hebreus 9:27 – NVI). Porém, quão sinistra e quão sutil é a teoria do arrebatamento. Definitivamente, trata-se de um atentado ao cristianismo, um assalto à preciosa doutrina da salvação e da segunda vinda de Cristo.8 Seria apenas um acidente Deus ter escolhido o movimento do advento em 1844, para proclamar as genuínas verdades da segunda vinda e do juízo, mais ou menos na mesma época em que tais doutrinas enganadoras, como o arrebatamento secreto e o dispensacionalismo, entraram em cena no mundo? Darwin e o surgimento da evolução naturalística Depois de cinco anos de uma viagem científica a bordo do navio HMS Beagle, Charles Darwin voltou para casa na Inglaterra em 1836. A viagem o levou a “pensar muito acerca da religião” e ele começou a “descrer no cristianismo como uma revelação divina”.9 Mais tarde, Darwin declarou: “Em junho de 1842, eu primeiro tive a satisfação de escrever um breve resumo da minha teoria [da evolução] a lápis em 35 páginas; esse resumo foi ampliado no verão de 1844 para 230 páginas.” Assim começou A Origem das Espécies de Darwin, um livro que revolucionou o pensamento científico e marcou o início da negação do relato bíblico da criação. Todavia, naquele mesmo ano de 1844, Deus estava trazendo à luz uma verdade bíblica por muito tempo negligenciada: o sábado, que celebra Deus como o Criador. Uma denominação relativamente pequena, os Batistas do Sétimo Dia da América do Norte, haviam se preocupado bastante em 1843 com a ameaça da recente legislação quanto ao domingo, que poderia afetar DIÁLOGO 18•3 2006 suas liberdades. Assim, eles se dedicaram a orar e a se envolver mais ativamente em favor do sábado do sétimo dia, separando um dia em 1843 e, mais tarde, outro em 1844 para jejum e oração, para que Deus Se “levantasse e defendesse Seu santo sábado”. No inverno de 1844, uma senhora chamada Rachel Oakes, uma batista do sétimo dia de Nova Iorque, estava visitando a filha em New Hampshire. Lá, ela visitou a Igreja Cristã Washington, onde um serviço de comunhão estava sendo ministrado por Frederick Wheeler, um ministro metodista que havia aceitado a mensagem milerita. A Sra. Oakes ficou surpresa ao ouvir Wheeler dizer: “Todo aquele que confessar comunhão com Cristo numa cerimônia como esta deveria estar disposto a obedecer a Deus e guardar Seus mandamentos em todas as coisas.” Quando o Pr. Wheeler visitou a família Oakes pouco tempo depois, a Sra. Oakes lhe disse que ela quase se levantara aquele dia na igreja para lhe dizer que seria melhor para ele não participar da cerimônia enquanto ele mesmo não estivesse disposto a guardar todos os mandamentos de Deus, incluindo o sábado.” Ao voltar para casa, Frederick Wheeler estudou sinceramente sua Bíblia, e algumas semanas depois, aceitou o ensino bíblico acerca da santidade do sétimo dia, o sábado, e pregou seu primeiro sermão sobre o assunto em março de 1844. Muitos membros de sua igreja abraçaram a verdade do sábado. Das sessenta ou mais pessoas daquela vizinhança que experimentaram o grande desapontamento de 1844, umas quarenta aceitaram a doutrina do sábado e mais tarde se tornaram membros da primeira igreja adventista a guardar o sábado. Outro pregador milerita, um batista chamado Thomas Preble, ouviu que a mensagem do sábado estava sendo pregada em New Hampshire, e decidiu investigá-la. Ele também, em agosto de 1844, abraçou a verdade do sábado. Cerca de quatro meses após o grande desapontamento, Preble escreveu um artigo acerca do sábado no periódico DIÁLOGO 18•3 2006 milerita The Hope of Israel. José Bates, um capitão de navio aposentado, leu-a e não só aceitou o sábado como também passou a publicar uma série de artigos sobre o assunto. Desse tempo em diante, José Bates, um dos fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, tornou-se um líder na proclamação da mensagem do sábado. Como se sabe, a questão do sábado era tão importante que se tornou parte do próprio nome da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ellen White falou diretamente da importância do sábado em destacar um Deus-Criador. “A suposição infiel de que os eventos da primeira semana requereram sete períodos de tempo vastos e indefinidos para que se completassem atinge o sábado do quarto mandamento diretamente em sua base.”10 Seria mera coincidência Deus ter levantado uma igreja, para que pregasse a verdade do sábado e o poder criador divino, ao mesmo tempo em que Darwin escreveu sua teoria evolucionária negando a atividade criadora de Deus? A mensagem dos três anjos de Apocalipse 14 e o compromisso adventista de proclamá-la seriamente, como a advertência final de Deus ao mundo, não são mero acaso. Na verdade, são parte do plano de Deus para o fim dos tempos. O cientista adventista Ariel Roth comenta o seguinte desafio: “Nossa confiança de que a Bíblia é a Palavra de Deus não dá espaço para alternativas à criação [bíblica] tais como uma criação progressiva, evolução teística, ou evolução naturalística. Não deveríamos nos envolver em especulações infrutíferas. Como ‘o povo do Livro’, nós temos uma oportunidade sagrada de apresentar toda a Bíblia, incluindo sua mensagem da criação, para um mundo que está desorientado quanto à grande questão de como começou a vida sobre a terra.”11 Nada a temer quanto ao futuro Em nossa breve, mas esclarecedora viagem de volta aos anos de 1840, nós recapitulamos o surgimento de alguns dos maiores movimentos globais – marxismo, dispensacionalismo e evolucio- nismo – que desafiaram importantes verdades acerca de Deus nesses tempos finais. Além disso, deveríamos também ter examinado outros importantes eventos que ocorreram na mesma época, tais como o surgimento do espiritismo moderno, o início da religião Bahai no oriente e a emergência do existencialismo na Europa. Mas, a verdade nunca foi deixada sem seus defensores. Deus, em Sua graça e providência, sempre tem levantado um pequeno, mas corajoso, grupo de crentes na Bíblia para descobrir a verdade em sua plenitude e tornála sua prioridade de missão global e testemunho. Não, 1844 e o surgimento do adventismo não são meros acidentes! São o plano de Deus para manter viva a chama da verdade em meio às trevas de engano que envolveram a história humana por volta da mesma época. O ano de 1844 e sua grande importância não podem jamais ser minimizados ou esquecidos. O conselho de Ellen White é oportuno: “Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.”12 Ron du Preez (D.Min., Universidade Andrews; Th.D., Universidade do Sul da África) tem atuado como missionário e professor universitário, e atualmente serve como pastor na Associação de Michigan. Este artigo foi adaptado de seu livro No Fear for the Future, distribuído pela Review and Herald Publishing Association, Hagerstown, Maryland, EUA. Ele pode ser contatado pelo e-mail [email protected] Continua na p. 31 15 Como detectar e vencer a depressão Mario Pereyra Conheça dez passos para prevenir ou superar a depressão, um mal que afeta cerca de 14% da população mundial. Annie, 36 anos, vive com seu marido e dois filhos. O que ela vive dificilmente pode ser chamado de vida. Durante a maior parte do dia, está com medo e ansiosa. Medo de nada em particular, mas ainda assim, medo. Freqüentemente está tensa, com aparência cansada e olhar perdido. Por vezes, chora sem saber a razão. O sorriso de suas crianças não lhe causa muito impacto. À noite, é vítima de insônia. “É horrível, assustador, já não agüento mais”, ela me confidenciou. “Não me sinto disposta a fazer nada. Não consigo fazer as tarefas, não vou a lugar nenhum. Eu não quero ver ninguém. Vivo deitada, apesar de não conseguir dormir. Apenas me deito e fico pensando em meus problemas. A comida me dá nojo. Perdi cinco quilos nas últimas semanas. Por vezes, penso que seria melhor pôr um fim a esse pesadelo.” Annie é uma vítima da depressão, a mais comum de todas as desordens mentais e queixas de saúde. Em todo o mundo, aproximadamente 400 milhões de pessoas sofrem de depressão. As estimativas variam de 12 a 14% da população mundial.1 Os sintomas mais comuns são melancolia, perda de interesse ou prazer, sentimento de culpa, baixa autoestima, transtornos do sono, falta de apetite, pouca energia e baixa concentração. No pior dos cenários, a depressão pode levar ao suicídio, uma trágica fatalidade associada à perda de cerca de 850 mil vidas a cada ano.2 O quadro é preocupante. O pior é que dois terços das pessoas que 16 sofrem de depressão não buscam ajuda. Porém, mais de 80% entre aqueles com depressão clínica melhoram significantemente com tratamento. Tipos de depressão Pesquisadores têm sugerido diferentes subtipos teóricos de depressão.7 São eles: 1. Depressão maior é a condição na qual alguém se sente deprimido o tempo todo, sem interesse em nada. Há perda de apetite, insônia, ansiedade, fadiga, dúvidas e tendências suicidas. 2. Distimia é uma depressão mais prolongada (mínimo de dois anos para adultos e um ano para crianças e adolescentes), com sintomas similares à depressão maior, mas com menor intensidade. 3. Depressão bipolar é uma condição caracterizada pela presença de depressão maior e episódios de mania. É um estado anormal da mente, expansivo ou irritável, que pode durar por uma semana, com ilusões de grandeza, ausência de sono, falando mais do que o usual, pensamentos dispersos, ativismo e agitação psicomotora. 4. Ciclotimia é similar à desordem bipolar, mas de maior duração e menor intensidade. Sou deprimido? Se você quer analisar seu estado mental, complete o teste de Wang, no quadro abaixo. Marque seus resultados com as instruções ao final deste artigo. Os dez mandamentos antidepressão Há dois modos básicos de combater a depressão: com psicoterapia e terapia farmacológica. A pessoa deve ser avaliada por um psiquiatra que prescreverá tratamento adequado. A psicoterapia mais efetiva é a cognitivo-compor- Teste de Auto-Avaliação Wang Instruções Marque um “x” na opção que melhor indica seu jeito de ser, em cada um dos itens nas fileiras. Depois de completar o teste, leia as instruções que aparecem ao término deste artigo para ver onde você se encontra. Itens Nunca Raramente Às vezes Freqüentemente Sempre Pontos 1. Sinto-me triste. o o o o o ________ 2. Tenho um bom apetite. o o o o o ________ 3. Choro ou tenho vontade de chorar. o o o o o ________ 4. Durmo mal à noite. o o o o o ________ 5. Tenho confiança própria. o o o o o ________ 6. Tenho vontade de trabalhar. o o o o o ________ 7. Irrito-me facilmente. o o o o o ________ 8. Tenho fé no futuro. o o o o o ________ 9. Sinto-me nervoso e ansioso. o o o o o ________ 10. Estou cansado. o o o o ________ o Soma ________ Multiplicado por 2 ________ Total ________ DIÁLOGO 18•3 2006 tamental. Ela permite aos pacientes adquirirem novas habilidades em seu modo de percepção, compreensão e de reação às dificuldades, reduzindo a gravidade e duração da condição depressiva. Entre diversas formas para alcançar esse objetivo, gostaria de sugerir dez mandamentos antidepressão.4 1. Intencionalmente lute contra pensamentos negativos. Os pensamentos negativos mais importantes são conhecidos como “Tríade Cognitiva Negativa”. São eles: (1) pensamentos e sentimentos negativos sobre si mesmo; (2) a tendência de interpretar o ambiente de forma negativa; e (3) a visão do futuro de modo pessimista. Por exemplo, Annie estava convencida de que era uma mãe ruim e uma péssima esposa. Pensava que seu esposo não a amava e com certeza a deixaria. Acreditava que a história depressiva de sua mãe se repetiria com ela. Como combater esses pensamentos? Dois passos irão ajudar. Primeiro, detecte e descubra os pensamentos negativos. Segundo, confronte-os com evidências da realidade. Pedimos a Annie que escrevesse suas situações negativas em um caderno com quatro colunas. As três primeiras colunas eram para ela descrever o evento, o que ela pensou e sentiu de acordo com a situação e que tipo de evidência ela possuía. Ela tinha que escrever na última coluna um pensamento positivo que substituísse o negativo. Por exemplo: um dia ela se encontrou com uma amiga que não a cumprimentou. Isso desencadeou pensamentos negativos. Aqui está o que ela escreveu: Situação Minha amiga passou perto de mim sem me cumprimentar. O que senti e pensei Eu penso que ela está brava comigo. Isso gerou medo e rejeição. Evidência Seu semblante sério e desagradável. Pensamento alternativo Pode ser que ela não esteja brava comigo e sim preocupada acerca de algo mais pessoal. DIÁLOGO 18•3 2006 2. Quebre o circuito de idéias negativas. Annie pensou que seu marido se cansaria dela e a abandonaria. Dessa forma, se retraiu e adotou uma atitude desdenhosa. “Se ele vai me deixar, para que devo me preocupar com ele?”, pensava. “Você escutou o que ele disse quando entrou? Que eu não melhorarei novamente, como a minha mãe. O que ele quer é se ver livre de mim.” Tais pensamentos podem provocar uma resposta negativa do marido. Em troca, uma resposta negativa reforçaria seus sentimentos de rejeição e de futuro abandono. Annie estava presa em um círculo vicioso. Como mudar estas idéias negativas? Uma maneira é confrontar tais pensamentos com a real situação. Na realidade, Omar, o marido de Annie, a amava muito e estava fazendo tudo para tornar a recuperação dela possível. Annie sabia que ela deveria preservar seu matrimônio e sua família, ser mais amorosa e cuidadosa. Assim, ao confrontar o negativo e reforçar o positivo, Annie poderia quebrar o círculo vicioso. Quando as atitudes mudam, tudo muda. 3. Evite pensamentos “absolutos”, do tipo “tudo ou nada”. “Omar nunca me amará novamente como antes.” “Tudo sempre dá errado.” Tais pensamentos e atitudes são típicos de pacientes deprimidos. A tendência é julgar as experiências, situações, pessoas e a si mesmo por duas categorias apenas: bom ou ruim, sempre ou nunca, santo ou pecador, etc. Para mudar esse modo de pensar, o método mais efetivo é o de introduzir tons no raciocínio com uma inclinação para o lado otimista. Por exemplo, Annie entendeu que ela teve o amor de seu marido, ainda que ele tenha se mostrado um pouco cansado em alguns momentos. Ela aprendeu a dizer: “Eu vou me sair vencedora com a ajuda de Deus.” “Existem coisas que faço que dão errado, mas existem outras que faço bem.” 4. Não critique e castigue a você mesmo. Outra tendência de uma pes- soa deprimida é estar permanentemente julgando suas ações, enfatizando os erros. Os deprimidos tendem a ignorar suas virtudes e focalizar as fraquezas. Esta autodepreciação incapacita e destrói. Por outro lado, o reconhecimento de virtudes constrói um novo futuro. 5. Exclua a tirania do “eu devo”. Quando se permite o crescimento do “eu devo”, este se torna um tirano permanente, fazendo demandas excessivas. Ao invés de “eu devo”, aprenda a adotar a atitude “eu preferiria.” O anterior é uma demanda tirânica, um fracasso que leva à baixa auto-estima. O posterior é uma aspiração, uma meta a alcançar. Se há um tempo em que os deveres precisam ser mais flexíveis, este tempo é quando você está deprimido. 6. Evite situações desagradáveis e estressantes. Como ir a funerais, por exemplo. Tais eventos acrescentam tensão a um indivíduo, particularmente a alguém com tendência à depressão. 7. Reconheça seus valores e virtudes. Reconhecer a sua própria capacidade e valor pessoal faz parte do caminho do bem-estar. 8. Aprenda a desfrutar e obter satisfação no que você faz. Depressão é o resultado de um fracasso em desfrutar a beleza e as bênçãos da vida. Benjamin Franklin disse bem: “O homem rico não é aquele que tem tudo, mas o que desfruta tudo o que tem.” Aprender a reconhecer o bom e o bonito ao redor de nós é um salto transcendente à descoberta da felicidade de viver. 9. Promova esperança. Desesperança é um componente essencial da depressão.5 A desesperança tem relação próxima com sintomas depressivos e tendências suicidas.6 Uma pesquisa sobre tratamentos para a depressão indica que a redução da desesperança é um fator importante de resultados bem sucedidos, particularmente durantes as primeiras semanas de tratamento.7 Continua na p. 27 17 Perfil Emily Akuno Diálogo com uma professora adventista de música no Quênia A professora Emily Akuno nasceu no Quênia, em uma família de nove filhos. A mãe adventista influenciou sua vida demonstrando comprometimento com os valores espirituais. Toda sua formação educacional teve lugar em escolas públicas. Graduou-se em música pela Universidade Kenyatta, onde trabalha atualmente como professora de Música. Concluiu também o mestrado em Música pela Universidade Estadual do Noroeste, nos Estados Unidos, e o doutorado pela Universidade Kingston, em Londres. Devido suas habilidades profissionais e realizações na área de música, Akuno foi eleita presidente do Festival de Música do Quênia para todas as instituições educacionais do país. Foi, também, presidente do Festival de Música e Cultura do Quênia para instituições não-acadêmicas, e presidente da Associação de Professores de Música da África Ocidental. Até recentemente, foi pró-reitora interina na Universidade Kenyatta e dirigiu o Departamento (posteriormente Instituto) de Música por vários anos na mesma instituição. A professora Akuno, seu esposo e seus dois filhos são membros ativos da 18 Igreja Adventista Central de Nairobi. no meu lar e na minha igreja. n Qual foi o papel da fé e da música em n Sendo adventista do sétimo dia, como sua infância? Meu pai era policial e seu trabalho sempre o mantinha longe de casa. Portanto, fui educada pela minha mãe, membro ativa e fiel da igreja. Ela vivia sua fé e nos ensinou sobre um Deus que nos ama e cuida de nós. Minha avó materna também era adventista do sétimo dia. Passei muitas horas ao seu lado. Assim, considero-me uma adventista de terceira geração. Após o Ensino Fundamental, fui para uma renomada escola no Quênia. Lá, tive meu primeiro contato com a música e sua teoria como disciplina de estudo. A partir de então, meu interesse em música cresceu. Depois do Ensino Médio, estava decidida a cursar faculdade de música. Escolhi, então, a Universidade Kenyatta por seu prestigiado curso de música. Após a faculdade, fui para os Estados Unidos fazer o mestrado e, mais tarde, para a Inglaterra, cursar o doutorado. n Então, o seu interesse em música começou quando estudou nessa renomada escola secundária? Não. Nessa escola tive contato com a música num contexto formal e acadêmico, como objeto de estudo. Anteriormente já estava envolvida com o ministério da música na minha igreja local, onde havia três corais. Cantava no primeiro coral, que seria equivalente a um coral de desbravadores, hoje. Portanto, desde os cinco anos de idade, estava envolvida no canto. Posso dizer que descobri primeiramente a música sua responsabilidade de ensinar música se relaciona com sua fé? Não vejo a música somente como música por si só, mas como um instrumento. No ambiente educacional, a música é uma ferramenta que otimiza mudanças de comportamento e ajuda na percepção de si mesmo. É uma ferramenta que muda as pessoas. Isso é um desafio para mim como adventista. Como usar esse instrumento para produzir resultados positivos? Como adventista, quero usar a música para transmitir valores corretos. Para atingir esse objetivo, uso os dons que Deus me concedeu para ensinar meus alunos de tal modo que possam fazer decisões sábias na utilização de seus talentos musicais. Minha fé também me orienta e ajuda na escolha das músicas que utilizo. Isso não significa que trabalho apenas com músicas sacras, mas deixo meus valores cristãos influenciarem minha perspectiva de música, tanto a sacra como a secular, clássica ou contemporânea. n Às vezes, a música é um tema polê- mico, principalmente quando se trata de culto de adoração, tanto na Igreja Adventista do Sétimo Dia como em outras igrejas. Como profissional, que conselho daria sobre como a música deveria ser compreendida? Tenho três princípios.Primeiramente a música deve louvar a Deus. Davi escreveu: “Aclamai a Deus, toda a Terra” (Salmo 66:1). Ele agradeceu com música as bênçãos que Deus lhe DIÁLOGO 18•3 2006 concedeu. Portanto, a música apropriada deve ser agradável a Deus e deve louvá-Lo, sendo realizada com alegria e gratidão. Em segundo lugar, como cristãos devemos ser sábios e gentis. Amo o canto e a música, e se vou a uma igreja deficiente em música, sinto como se tivesse perdido algo em minha adoração naquele dia. Porém, os meus atos não deveriam ser uma pedra de tropeço para os outros. Sigo o conselho de Paulo de não causar o tropeço dos outros. Por último, a música é uma linguagem. Em um de meus livros, defino a música como a expressão de uma cultura. Como cristãos, nós adotamos uma cultura própria. A maioria das culturas locais, especialmente aquelas que conheço, pode não ter originalmente o conceito de um Deus no céu, mas o têm de alguma divindade a ser adorada. Agora que conhecemos o verdadeiro Deus, todos esses aspectos culturais deveriam ser submetidos ao nosso conhecimento de Deus. Utilizar músicas compostas em outra língua ou cultura pode resultar em uma conotação diferente do proposto no original. Por essa razão, incentivo a composição de músicas nas línguas nacionais, feitas principalmente por autores bem firmados no evangelho. n Sua família tem talento musical? De certa maneira, sim. Apesar de algumas vezes meu filho mais novo perguntar por que deveria estudar música, as informações que recebo da escola indicam que ele é bastante ativo nessa área. Meu filho mais velho estudou música até o Ensino Médio e toca saxofone, mas não faz faculdade de música. Permito meus filhos tomarem suas próprias decisões. As pesquisas indicam que a prática de música melhora a aprendizagem em outras áreas de estudo, assim como ajuda um indivíduo a ter equilíbrio emocional. n Poderia comentar sobre a vida na DIÁLOGO 18•3 2006 universidade pública onde estudou e trabalha atualmente? A vida universitária pode ser uma grande mudança para os jovens, pois não existem mais toques de campainha, nem horários restritos de dormir, há pouca orientação sobre relacionamentos com o sexo oposto e, na maioria das vezes, você está totalmente independente. O que me ajudou foi o seguinte: ter sempre algo útil para fazer. Manter-me ocupada me afastava dos perigos da tentação. Além disso, ir à igreja cada sábado. Passávamos o dia todo na igreja estudando a Bíblia e em comunhão com os irmãos. Mantinhanos, assim, ocupados no local certo com pessoas que possuíam valores semelhantes aos nossos. Assistir às reuniões de pôr-do-sol e outros cultos da igreja é importante. Eles podem ser vistos como rotineiros, mas nos ajudam muito no crescimento espiritual. Participar de grupos cristãos no campus também é muito bom. Isso oferece oportunidades para compartilhar sua fé e envolver-se em boas atividades. Essas atividades promovem amizades e um sistema de apoio para se manter focado nos aspectos positivos da vida. Além disso, oferecem também oportunidades para os jovens dialogarem entre si, conversarem sobre Deus e se conhecerem melhor. n Que conselho daria aos jovens interes- sados em estudar música? Comece onde você está. As igrejas locais oferecem muitas oportunidades em relação à música. Ao descobrir seus talentos e interesses, procure instituições educacionais com programas de qualidade nessas áreas. Tenha claro em sua mente a razão de querer estar envolvido com música. Vai ajudá-lo como cristão em sua responsabilidade de ser uma luz no mundo? Através da música, poderá levar luz onde há trevas? Irá exaltar a Cristo? Será um ministério para melhorar as difíceis condições sociais e espirituais, e ajudar os oprimidos? A música não deve ser um fim em si mesma, mas um meio de louvar a nosso Deus e compartilhar essa alegria com aqueles que estão ao nosso redor. Entrevista concedida a Hudson E. Kibuuka Hudson E. Kibuuka (D. Ed. pela Universidade da África do Sul) é diretor de Educação da Divisão Centro-Leste Africana e representante regional da Diálogo, com escritório em Nairobi, Quênia. Seu e-mail é: [email protected]. org O e-mail da Dra. Emily Akuno é: [email protected] Atenção, profissionais adventistas! Se você possui e-mail e um título ou diploma pós-secundário em qualquer campo acadêmico ou profissional, nós o convidamos para fazer parte da Rede de Profissionais Adventistas (RPA). Patrocinado pela Igreja Adventista, esse registro global eletrônico assiste instituições e agências participantes a fim de localizar candidatos para posições no ensino, administração, área de saúde e pesquisa, e consultores especializados e voluntários para tarefas missionárias breves. Coloque gratuitamente sua informação profissional diretamente no website da RPA: http://apn.adventist.org. Anime outros profissionais adventistas a registrar-se! 19 Perfil Jonathan Gallagher Diálogo com o representante adventista junto às Nações Unidas O pastor Jonathan Gallagher, diretor associado do Departamento de Relações Públicas e Liberdade Religiosa na Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, atua como representante da igreja junto às Nações Unidas. Sua principal função é promover a conscientização da liberdade religiosa, e desenvolver programas cooperativos de interesse para a igreja e a comunidade internacional nas áreas de saúde, educação, ética, direitos humanos e liberdade religiosa. Gallagher exerce a função de vice-secretário geral da Associação Internacional de Liberdade Religiosa (Irla), fundada em 1893 com o objetivo de disseminar princípios de liberdade religiosa e direitos humanos a todos os povos ao redor do mundo. Ele é também editor do jornal acadêmico dessa associação, Fides et Libertas. Além disso, é tesoureiro da Comissão sobre Religião e Fé das Nações Unidas, uma organização não-governamental (ONG). Como ministro ordenado da Igreja Adventista do Sétimo Dia, trabalhou sete anos como pastor de igreja na Inglaterra, sua terra natal, e oito anos na administração da igreja no país. Concluiu seu doutorado em Divindade pela Universidade de St. Andrews, na Escócia, e é autor de sete livros e muitos artigos. Ele é casado com Ana Gonçalves e tem dois filhos adultos: Paul e Rebekah. n O senhor sempre foi adventista? Não. Para mim isso significa que, comparado àqueles que cresceram na igreja, conheço quais são as outras alternativas. Eu vivi essas alternativas e não as quero de volta. Estou completamente convencido a respeito da Igreja Adventista, seus princípios, valores e todas suas crenças. n Houve alguma pessoa ou evento em particular que influenciou sua decisão de se tornar adventista? Nos dois últimos anos do Ensino Fundamental, na Inglaterra, tive um colega de classe chamado Jean-Marc Michel, das Ilhas Maurício. Durante as aulas de ciências, sua posição quanto ao criacionismo me impressionava. Na época, os professores não eram confrontados. Quando Jean fez objeções, o 20 professor recorreu à gozação habitual: “Na próxima aula, o ‘Dr. Michel’ irá nos ensinar o que ele pensa ser a verdadeira origem do universo e da vida como a conhecemos.” Jean-Marc deu uma aula tão fascinante que o professor nunca mais lhe pediu para ensinar novamente! Tive também várias conversas interessantes sobre a Bíblia com ele. Um dia, ele me falou: “Quando Jesus voltar...” Eu repliquei: “O que você quer dizer ‘quando Jesus voltar?’” Ele respondeu: “Você sabe, a segunda vinda de Cristo...” Eu disse: “Onde está isso na Bíblia?” Eu pensei que conhecia a Bíblia, pois meus pais eram evangélicos e tinha lido a Bíblia desde pequeno. Porém, nunca ouvimos um sermão sobre a volta de Jesus. Depois que ele me mostrou os textos nas Escrituras, fiquei aterrorizado. Posteriormente, esse sentimento se transformou ao compreender melhor o assunto, e tive a convicção que aquilo era verdade. De fato, minha tese doutoral focalizou os aspectos da segunda vinda de Cristo. n Quando sentiu o chamado para o ministério? Inicialmente, não senti um chamado. Para muitos é difícil acreditar, mas quando jovem era muito tímido e introvertido. Não me sentia confortável falando em público. Depois que me tornei adventista, acreditava que Deus queria que eu pregasse. Porém, já havia decidido cursar ciências, e prossegui nessa direção. Nesse período me casei, e senti a convicção que deveria estudar na Universidade de Newbold, Inglaterra. Ainda não pensava em ser pastor: queria somente conhecer mais sobre Deus. O chamado veio depois. DIÁLOGO 18•3 2006 n Que o motivou a defender a liberdade religiosa? Foram os conceitos sobre Deus. Acredito que a liberdade é o principio mais elevado no universo de Deus. Por isso, nosso direito de louvar e adorar livremente é soberano. Se você está sendo compelido a realizar algo contra suas crenças, essa é a maior violação da dignidade humana. Isso faz parte de um grande conflito universal, pois Satanás acusou Deus de ser tirano, ditador, e de não oferecer liberdade e direito de escolha. A liberdade religiosa se resume em justiça. Estou convencido de que Deus é justo e sempre será justo. Devemos tentar sê-lo também. Jesus afirmou que a perseguição viria, mas não disse para nos acomodarmos ou apenas aceitá-la. Devemos ficar atentos a esse respeito. De outro modo, como as pessoas saberão dessas questões importantes? Não haverá liberdade religiosa nos tempos finais, mas, por enquanto, devemos promover e defendê-la. Então, ao se aproximar o fim, uma polarização surgirá e as pessoas poderão saber quais são as verdadeiras questões. n Quais são suas responsabilidades como vice-secretário geral da Irla e tesoureiro da Comissão sobre Religião e Fé das Nações Unidas? Organizamos associações de liberdade religiosa ao redor do mundo filiadas à Irla, assim como representamos a Irla nas Nações Unidas. Como tesoureiro da Comissão sobre Religião e Fé, participo mensalmente de reuniões em Nova Iorque com embaixadores e representantes de ONGs. Há dois anos, tivemos a oportunidade de falar na Comissão de Direitos Humanos, representando a Irla. Resolvemos abordar o problema da imposição da pena de morte em caso de conversões, sobretudo no Islamismo. Fizemos uma palestra citando autoridades do Islã que são contra essa prática. O embaixador de Marrocos solicitou o direito de resposta. Ele se levantou e disse: DIÁLOGO 18•3 2006 “Gostaríamos de agradecer a Irla por deixar claro que a pena de morte por conversão não é parte do Islamismo e tampouco da mensagem original do profeta. Todos os países que a impõem não representam o verdadeiro Islamismo.” Nesse momento você pensa: “Podemos, sim, fazer a diferença.” n Poderia compartilhar conosco uma experiência de seu trabalho junto às Nações Unidas? Duas me vêm à mente. A primeira envolve uma oficial da Missão Permanente da Sérvia nas Nações Unidas. Fui até ela e lhe disse: “Vocês estão propondo essa nova lei na Sérvia, e ela é terrível.” “Que lei?”, perguntoume. Então lhe propus: “Posso conversar com a senhora sobre isso.” Ela respondeu: “Não. Espere até amanhã que verificarei a lei.” Comunicou-se com Belgrado e obteve o texto da lei. Então conversamos. Apontei os itens que eram contrários à constituição deles e também iam contra a Declaração de Direitos Humanos das Nações Unidas. Ela fez anotações e as enviou a Belgrado. A proposta da lei não foi adiante. A segunda é sobre a conferência da Irla em Trinidade, em janeiro de 2005. Convidamos o primeiro ministro de Trinidade para nos falar. Ele prontamente aceitou. Poucos dias antes das reuniões, convidou-nos para uma conversa de cinco minutos. Após nos apresentarmos, ele disse: “Temos, então, alguns doutores de teologia aqui. Deixe-me lhes perguntar algo: Qual foi o papel de Deus no tsunami?” Coube a mim responder tal questão! Por ele ser cristão, começamos por Apocalipse com a guerra no céu. Depois fomos para Gênesis, e então discutimos o tema do Grande Conflito em Isaías 14 e Ezequiel 28. Após meia hora, seus assistentes comentaram: “Era para ser um encontro de cinco minutos, e estamos tendo um estudo bíblico há meia hora!” Essas são algumas oportunidades que surgem e que devemos aproveitá-las. n Que conselho daria aos jovens adven- tistas para melhor se prepararem para esse tipo de trabalho? É importante ter conhecimento sobre ciências políticas, relações internacionais e direito internacional. Porém, o mais importante é realmente ter interesse pelas pessoas e se preocupar com elas. Devemos tratar a todos com respeito, ouvir o que eles têm a dizer e ponderar sobre isso. É também muito importante sentir o desejo de compartilhar sua fé, suas crenças e princípios, mas de um modo não agressivo. n O que mantém seu entusiasmo pela liberdade religiosa? Conheci uma garota de 15 anos de idade em uma de minhas viagens à China. Descobri que seu pai, um pastor adventista, estava na prisão há dez anos. Ela o via apenas em visitas ocasionais à prisão. Perguntei-lhe o que mais queria no mundo, e ela me respondeu: “Que meu pai volte para casa.” Em momentos assim você experimenta a dor que resulta da violação da liberdade religiosa. Por essa razão, fico feliz em dedicar meu tempo trabalhando por essa liberdade. Entrevista concedida a Bonita Joyner Shields Bonita Joyner Shields é editora assistente da Adventist Review, principal periódico da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os escritórios da equipe editorial estão localizados em Silver Spring, Maryland, EUA. Seu e-mail é: [email protected] O endereço do Dr. Jonathan Gallagher é: 12509 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904, EUA. 21 Logos Você é um verdadeiro discípulo de Cristo? Leah Jordache Como cristãos, dizemos que Cristo é nosso Líder e somos Seus discípulos. Mas, sabemos realmente o que isso significa? Para entender melhor o que é ser um discípulo de Cristo, comecemos com uma definição e então proponhamos quatro questões para análise. Segundo o dicionário, “discípulo” é um aluno ou seguidor, um adepto convicto de uma escola ou de um indivíduo. Quem: a qualificação de um discípulo Para começar, um discípulo de Jesus é seu aluno e seguidor. Quando Cristo chamou Seus primeiros discípulos, disse: “Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4:19). Alguns definem discípulo em termos de comportamentos, como a freqüência regular à igreja, a devolução fiel de dízimos e ofertas, a opção por um estilo de vida saudável, o respeito da comunidade, o testemunho persuasivo acerca de qualquer ponto da verdade, ou o trabalho feito para uma organização cristã. Essas qualidades devem estar presentes na vida de um cristão, mas não o tornam necessariamente um discípulo. O ponto central para a definição de um discípulo está no relacionamento. Um verdadeiro discípulo de Jesus é um aluno que aprende ativamente de Jesus através de observações diretas e interação. Um discípulo é alguém que O segue e que está sendo moldado e formado para fazer o tipo de trabalho que Ele faz. É fácil nos pegarmos fazendo coisas que pensamos que um discípulo deve fazer, sem, contudo, realmente seguir22 mos a Cristo. Nos tempos de Jesus, o relacionamento mestre/estudante significava que o discípulo deveria seguir de perto o rabino, fazer coisas que ele fazia, falar como ele falava e imitá-lo tão bem que alguns poderiam confundi-lo com seu mestre. Inicialmente isso poderia ser visto como uma grande meta para aqueles que desejam ser conhecidos como discípulos de Jesus. Todavia, é possível agir como discípulos de Cristo, sem de fato segui-Lo. Que: a motivação de um discípulo O que motiva os discípulos a seguirem um mestre em particular? O que os impele? Qual é sua força propulsora? Na sociedade judaica dos tempos de Jesus, os discípulos de rabinos famosos esperavam que o fato de estarem ligados ao mestre certo lhes trouxesse prestígio e posição em sua comunidade. Por meio de sua santidade pessoal eles esperavam obter influência e prestígio para si próprios, a fim de um dia se tornarem rabinos e terem seguidores reivindicando serem iguais a seus mestres. Não é assim com o discipulado cristão. Um discípulo de Cristo deve possuir uma espécie diferente de motivação, que não tenha nada a ver com obtenção de proveitos ou realização pessoal. O apóstolo Paulo teve conhecimento antecipado do que significa ser discípulo de Cristo. Ele escreveu aos coríntios que a motivação do discipulado não está em si mesmo, mas em Cristo: “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II Coríntios 5:14, 15 – NVI). Quando vamos a Jesus, aceitamos o fato de que Ele morreu por nós, e somos compelidos a viver a nova vida de resgatados do pecado. Essa nova vida está fundamentada não em nós mesmos, mas nEle e para Ele. Assim, um discípulo de Cristo é alguém impelido pelo amor de Deus a segui-Lo e ser como Ele. O discipulado vai além da obediência, além da santificação pessoal. Essas coisas ocorrem como resultado natural de um íntimo relacionamento discípulo/mestre com Cristo. Elas não são o propósito do processo de discipulado. Se meu foco está apenas no que está acontecendo comigo, então ainda estou vivendo para mim mesmo. Pergunte a alguém sobre seu relacionamento com Deus. Você poderá ouvir uma resposta semelhante a esta: “Bem, eu leio minha Bíblia e oro, freqüento a igreja regularmente, ouço música espiritual, faço o possível para ser uma boa pessoa, evito condescender com o pecado e ajudo as pessoas o quanto posso. Não sou perfeito, mas acho que estou indo na direção certa.” Mas seguir a Cristo diz respeito apenas às nossas práticas ou observâncias, comportamentos e filosofia, nossa própria experiência e discernimento? Poderia haver algo mais? Se vamos seguir a Cristo e viver para Ele, então gostaria de apresentar duas proposições: (1) se eu seguir a Cristo, tenho de ir aonde Ele for; (2) se devo viver para Cristo, tenho de viver para aquilo que Ele vive. Paulo diz: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (II Coríntios 5:17 – NVI). Discipulado é precisamente isso. O que é velho passou. O que é novo assumiu o comando. Vida nova, novas metas, novos propósitos. DIÁLOGO 18•3 2006 O discipulado cristão é um chamado para pertencer a Cristo no mais pleno sentido da palavra. Agora nos unimos a Ele num novo propósito. Como Seu discípulo, Seu destino é o meu destino, Sua motivação, a minha motivação. Onde: o destino de um discípulo O propósito da vida de Cristo é a reconciliação do mundo com Deus (II Coríntios 5:18 e 19). Ele conduz a humanidade a uma restauração do relacionamento com Deus. Como Seus discípulos, nosso destino precisa ser o mesmo. Paulo diz que Cristo nos deu “o ministério da reconciliação” (v. 18). O significado é claro. Assim como Cristo Se deu a Si mesmo até a morte de cruz, a fim de reconciliar o mundo com Deus, assim deve ser a nossa missão. Como discípulos, deveríamos nos entregar completamente a esse ministério de reconciliação. É nossa tarefa como discípulos, levar de volta a Ele as pessoas por quem Cristo depôs Sua vida. Foi isso que Jesus quis dizer em Mateus 28:19 (NVI) quando ordenou: “Vão e façam discípulos de todas as nações.” Esse é o nosso destino, a nossa meta, o nosso propósito como Seus discípulos: conduzir outros a um relacionamento restaurado com Deus através do conhecimento daquilo que Cristo realizou por eles. Como: a manifestação de um discípulo Como discípulo de Jesus e de acordo com II Coríntios 5:18, eu O represento perante o mundo e transmito-lhe Sua mensagem de reconciliação. Faço apelos em Seu favor. Minha manifestação é a Sua manifestação. Assim, o que meu apelo comunica a Seu respeito? Se sou um discípulo de Cristo, como devo ocupar-me da missão de ser um embaixador da reconciliação em Seu nome? Em vista do quanto Deus esteve disposto ao sacrifício, o que isso significa para nós como agentes de reconciliação? É possível termos conseguido tanto DIÁLOGO 18•3 2006 em nosso próprio processo de discipulado, que nos esquecemos de nosso destino – nosso comissionamento – de levar a mensagem divina de reconciliação a outros. Fomos reconciliados com Deus através de Cristo, portanto, como Seus seguidores, rogamos a outros, em Seu nome, que se reconciliem com Ele. A liderança de Cristo é uma busca. Segui-Lo significa acompanhá-Lo em Sua busca. Devemos apelar ao mundo em nome de Cristo. Isso significa que qualquer um de nós que considere seriamente o discipulado deveria fazer um inventário de onde estamos como “seguidores de Cristo”. Comece respondendo às seguintes perguntas: 1. Qualificação: • Sou um seguidor de Cristo? • Vou além da santificação pessoal para seguir a Cristo em Sua busca da reconciliação dos seres humanos com Deus? 2. Motivação: • Sou constrangido pelo amor que Cristo tem por mim? • Estou convencido de que Deus proveu tudo o que necessito, de forma que já não preciso viver para meus próprios desígnios, mas para os Seus? • Estou disposto a viver por Cristo e meus semelhantes, em lugar de simplesmente viver para mim mesmo? 3. Destino: • Qual é o meu destino? • Onde as pessoas acabarão se me seguirem aonde eu as estou conduzindo agora? 4. Manifestação: • Como embaixador de Cristo, o que minha manifestação está contando acerca de Deus aos outros? • É visível em minha apresentação de Seu apelo o profundo desejo e a paixão de Cristo pela reconciliação? Lembre-se: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (II Coríntios 5:17-20). Leah Jordache atua como pastora do ministério jovem da Igreja da Universidade de Loma Linda, Califórnia, EUA. Você pode entrar em contato com ela acessando o site www.lluc.org ou escrevendo para [email protected] 23 ponto de vista Dez razões que me fazem permanecer adventista Dan Smith Em meio a questionamentos e controvérsias, a igreja que segue os ensinamentos de Jesus irá triunfar no final. Testes são comuns durante a vida. Na escola, testes determinam sua classificação. Em um consultório médico, testes ajudam no diagnóstico e tratamento de uma doença. Um teste de direção é necessário para conseguir uma carteira de motorista. Mas o último é o Teste Final. Como é que se faz para passar neste? A resposta final será sempre “graça”. Entretanto, existe um problema. Sempre que Deus lhe dá a graça, Ele faz juntamente um pacote que chamamos de “igreja”. Os estudantes do meu campus por vezes dirão: “Sou espiritual, mas não religioso.” Isso normalmente indica problemas com a igreja. Sim, por vezes a igreja pode leválo à loucura. Política interna, muitas regras, pessoas assustando com histórias de perseguição nos últimos tempos, legalismo. Tive um garoto com cabelo comprido e camiseta vindo à minha congregação. Estava esperando por sua namorada quando alguém lhe disse: “Você não pode entrar na igreja vestido desta forma. Terá de esperar do lado de fora.” Aquele jovem jurou nunca mais voltar à igreja até que eu o chamei para desculpar-me. Como pastor, freqüentemente tive razões para me perguntar: por que permaneço dentro da igreja? Por que 24 agüentar todos os problemas que encontro dentro dela? Minhas reflexões me levaram a anotar dez razões para permanecer na igreja. 1. O fardo de Deus não é pesado. “Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:30).1 Alguém me disse que sentia o adventismo pesado, mas Jesus diz: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso... Pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve” (Mateus 11:28 e 30). Se você sente que sua religião é pesada, você não obteve isto de Cristo. Esse verso se tornou um verso de definição para mim. Então tive que rever todo o meu adventismo, até que o senti leve. Charles Swindoll conta a história de um homem que foi a um aeroporto carregando uma mala pesada ligada por um fio ao seu relógio. Outro homem lhe perguntou o horário. Ele lhe disse o horário, a pontuação do Lakers e o tempo em Londres. – Seu relógio lhe diz tudo isso? Preciso dele. Pagarei 100 dólares. – Não está à venda. – 500 dólares. – Não, é único. Meu pai me deu e eu o darei ao meu filho. – 5 mil dólares. Preciso ter este relógio. Tenho o dinheiro aqui. – Ok, está bem. O comprador, emocionado, põe o relógio no pulso e vai embora. O primeiro homem, então, pega a mala e grita: – Não, espere um minuto, não se esqueça de levar a bateria! Isso é o que acontece com muitos novos cristãos. Eles vêm à igreja, amam a graça, o descanso sabático, o céu, o batismo e os novos amigos. Então eles adquirem todas as leis e regras e logo se sentem carregando uma mala pesada. Mas Jesus diz: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve.” 2. Deus não é um ladrão! “O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (João 10:10). Satanás vem dizendo mentiras a respeito de Deus por milhares de anos: “Deus é um ladrão. Ele o enganará. Ele tirará toda a sua diversão. Cuide com Ele. Ele está aí para roubar a sua vida.” Mas Jesus diz: “Não sou um ladrão.” Então, tive que revisar todo o meu adventismo, cada doutrina e padrão da igreja para ter a certeza de que não havia nada dizendo que Deus é um ladrão. 3. Não temas. “Não tenham medo” (Lucas 2:10). Quando os anjos finalmente tiveram a chance de dizer algo aos seres humanos no grande conflito entre Deus e Satanás, suas primeiras palavras foram: “Não tenha medo!” Eu cresci com medo. Cada vez que pecava, ficava com medo que Deus tivesse tirado meu nome da “Lista”. Eu tinha medo do julgamento, dos últimos dias, tudo isso. Mas os anjos disseram: “Não tema. Vá encontrá-lo em uma manjedoura. Ele é um bebê. Você não precisa ter medo de se aproximar de Deus.” Então novamente tive que revisar todo o meu adventismo e me livrar de todo o medo. Não ter mais medo de estar perdido, nem do julgamento e nem dos últimos tempos. Quando estava no seminário, um de meus irmãos me enviou bilhetes para o jogo Chicago Bulls x Portland Trailblazers. Eu era de Portland e nós éramos os campeões do mundo. Quando o Chicago marcava pontos, 20 mil pessoas ficavam em pé e torciam. Quando Portland marcava, nós dois DIÁLOGO 18•3 2006 ficávamos em pé e torcíamos! Quando chegou o final do jogo, Chicago roubou a bola e marcou, nos passando por um ponto, faltando quatro segundos para terminar. Vinte mil pessoas em pé aplaudindo. Dois de nós sentados! Portland pediu tempo, voltou à quadra e Lionel Hollins fez um arremesso de longa distância que entrou na cesta enquanto a campainha indicava o fim do jogo! Dois de nós em pé, aplaudindo! Vinte mil sentados, silêncio absoluto! Foi algo extraordinário em minha vida! Por vezes parece que o outro lado vai vencer. Onde está Deus? Por que Ele não mostra mais o Seu poder? Por que não há milhões vindo para escutar acerca de Deus? Mas de alguma forma irá acontecer. Um dia Deus irá mostrar o Seu poder e estádios estarão cheios de pessoas vindo para escutar acerca de Deus. Eu não quero estar dormindo. Eu não estou com medo. 4. Boas novas! “Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria” (Lucas 2:10). Tudo a respeito de Deus são boas novas. Não devem existir algumas boas novas com algumas más novas. Errado, tudo deve ser boas novas. Quando estivemos em Pasadena, Califórnia, fomos a um casamento. Isso aconteceu durante o sétimo jogo das finais de basquete, entre Lakers e Portland. No momento em que entramos no carro, para irmos à recepção, nossos garotos ligaram o rádio. Os Lakers estavam perdendo de 15 a 18. Nós chegamos ao estacionamento da recepção e ia desligar o carro. Os garotos começaram a chorar: “Pai, você não pode desligar agora.” Finalmente, minha esposa disse: “Dan, nós precisamos ir. Vamos chegar atrasados.” Então eu desliguei o carro e os garotos, com má vontade, saíram. Mas após cinco minutos dentro da recepção, a notícia começou a se espalhar: “Vocês ouviram que os Lakers venceram? Eles estão de volta!” Todos ficaram sabendo em DIÁLOGO 18•3 2006 apenas cinco minutos. Por quê? Porque eram boas novas. Talvez a razão porque o evangelho ainda não tenha chegado ao mundo inteiro seja por não estarmos convencidos de que temos somente boas novas! 5. Imensa alegria! “Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria” (Lucas 2:10). Uma noite, ao chegar em casa, minha esposa estava assistindo ao concerto de Elton John, no Madison Square Garden, em Nova Iorque. Eu nunca o havia escutado. Enquanto assistia, percebi 35 mil pessoas da minha idade cantando com o cantor por duas horas, sabendo todas as letras. Eu fiquei um pouco triste, pensando comigo mesmo: “Quando algo assim irá acontecer para Deus?” Nosso culto deve ser mais intenso. Como cristãos, temos que ser as pessoas mais intensas da face da terra, porque os anjos nos disseram que estavam trazendo boas novas de grande alegria. 6. O Salvador nasceu! “Hoje… lhes nasceu o Salvador” (Lucas 2:11). Ao compreendermos de uma vez por todas o assunto “igreja”, estaremos direcionados totalmente a Cristo. Todo sermão será direcionado a Cristo, toda doutrina se desenvolverá em torno de sermos discípulos de Cristo. Salvação será por graça somente, porque “hoje… lhes nasceu o Salvador”. Em Ruanda, 1994, com tantas mortes, pessoas começaram a procurar refúgio nas igrejas. Em uma manhã, um grupo entrou em uma igreja cristã, correndo de uma gangue de bandidos vestidos com uniformes militares. Seu “oficial-comandante” ordenou a todos os membros que se deitassem e caminhou em direção a uma figura de Jesus, pendurada na parede, cuspiu nela e disse: “Jesus, você não tem valor, eu não quero nada com você.” Então o pastor caminhou em direção à mesma figura, cuspiu e disse o mesmo. Alguns líderes da congregação fizeram o mesmo. Finalmente, uma jovem levantou-se, pegou a sua própria roupa, limpou os cuspes e disse: “Jesus, Você é a pessoa mais importante da minha vida. Sou eu quem não tenho valor algum.” Ela virou-se em direção ao comandante e disse: “Você pode atirar em mim, agora!” O oficial começou a chorar, pegou seu quepe e o pôs na jovem. Partiu-lhe o coração ver uma pessoa disposta a morrer por Cristo. Nos últimos dias, a igreja estará cheia de discípulos de Cristo, cheios de fé como ela. 7. Para todas as pessoas. “Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo” (Lucas 2:10). Na nossa igreja, durante os últimos dias, não haverá barreiras, discriminação, hierarquias. Nós crescemos cantando: “Cristo ama as criancinhas, todas que no mundo há, não importa qual a cor, Ele as quer com muito amor.” Mas não agimos assim. Em muitas partes do mundo temos permitido, ainda hoje, a discriminação e o preconceito guiar-nos em nossas decisões. Quando pregava para uma platéia negra, o pastor H.M.S. Richards costumava dizer bem alto: “Não haverá negros no céu!” Silêncio. “Não haverá negros no céu!”, ele repetia. As pessoas começavam a ficar nervosas. Então dizia: “Não haverá pardos também. Nem brancos. Apenas vermelhos, vermelhos do sangue do Cordeiro.” Todas as barreiras serão derrubadas. 8. Liberdade. “Onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade” (II Coríntios 3:17). Muitos de nós crescemos sem o sentimento de liberdade. Pessoas guardaram os sábados, deram seus dízimos e ofertas, mudaram sua dieta, tiraram suas jóias, mas não se sentiram livres. Se a sua religião não o faz sentir-se livre, então não pode ter vindo do Espírito. Porque “onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”. 9. Tem de fazer sentido. “Venham, vamos refletir juntos” (Isaías 25 1:18); “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Mateus 22:37). Tudo sobre a Igreja Adventista, nos últimos dias, tem de estar firmado nas Escrituras e centrado em Cristo. Isso faz sentido, porque é a igreja de Deus e Deus tem de fazer sentido. Nós costumávamos dizer que você não podia ir ao cinema, mas podia assistir a filmes no ginásio da escola. Não, o lugar não era o ponto. O ponto era o que o filme faria para a sua alma. Tudo o que dizemos tem de fazer sentido, porque Deus nunca é arbitrário. As pessoas têm de compreender que estão fazendo uma escolha com vontade própria e com seus olhos bem abertos. Poder escolher é um avanço, uma verdade maior e melhor. 10. Eu não tenho vergonha. “Não me envergonho do evangelho” (Romanos 1:16). Ao refletir sobre meu adventismo, com esta lista, finalmente cheguei a um cristianismo e adventismo que podem me orgulhar. Recuso-me a acreditar em algo do qual tenha que me sentir envergonhado. Anos atrás fiz um funeral para uma família rica. Estas pessoas tinham tudo – mansão, iate, avião, tudo. Eu estava lá, sentado, invejando algo do que eles tinham quando um dos homens da família veio até mim e me perguntou: – Você acredita naquilo que você disse durante o serviço funerário? – Claro que sim – respondi. – Eu não. Eu costumava acreditar. Esperava poder voltar a fazê-lo. Talvez se eu tivesse um pastor como você eu Loma Linda University Geologia e Ciência Ambiental e do Sistema Terrestre Programas de Bacharelado em Ciências Geologia, com ênfase em sedimentologia e paleontologia, prepara o estudante para uma educação complementar em nível profissional ou de graduação; para o ensino de ciência secundária, ou ocupação em geologia industrial. Acesse o site http://www.llu.edu/llu/grad/natsci/ugradgeo.html, para informações adicionais ou entre em contato com o Dr. Leonard Brand [email protected]. A Ciência Ambiental e do Sistema Terrestre é o estudo integrado dos sistemas biogeofísicos, e de como as atividades humanas impactam a sustentabilidade do sistema terrestre. Prepara os estudantes para contribuírem com os esforços visando a melhor administração global e local dos recursos da Terra. Também os habilita ao mercado de trabalho ou aos estudos avançados numa variedade de campos, incluindo biologia, vários campos das geociências, ciência ambiental, administração de recursos naturais, biotecnologia, diversas ciências de saúde, bem como política pública e carreiras em direito ou planejamento. No site http://resweb. llu.edu/rford/EESS/ há mais informações. Se quiser, contate o Dr. Robert Ford pelo e-mail [email protected]. Nos dois programas de Bacharelado em Ciências, os estudantes cursarão os primeiros dois anos em qualquer universidade ou faculdade, e os últimos dois na Loma Linda University. Cada programa oferece sólido preparo universitário, segundo o registro centenário de altíssima qualidade acadêmica da Loma Linda University. 26 poderia voltar a acreditar. Fiquei chocado em perceber que estive sentado ali desejando ter o que ele tinha, e ele estava desejando ter o que eu tinha. Prometi que eu nunca me envergonharia novamente. Estou orgulhoso de ser um cristão, orgulhoso de ser um adventista do sétimo dia. Temos o melhor quadro de Deus que conheço. O melhor pacote de verdade. A maior fidelidade à Bíblia que conheço. Conclusão Dick Winn escreveu uma vez que se você está infeliz com a igreja, tem algumas alternativas. Pode ficar dentro, mantendo as aparências, entorpecido; pode sair de fininho pela porta dos fundos; pode ficar bravo e sair pela frente; ou pode escolher suas convicções “a la carte”, imaginando que não precisa jogar tudo para o alto por ter problemas com algum ponto. Bastaria manter o que funciona para você! Ou você pode ainda ficar e trabalhar. Fazer melhor. E foi isso o que escolhi. Estive em meio a controvérsias teológicas. Tive amigos deixando a igreja, até mesmo abandonando o ministério. Eu olhei para isso, mas finalmente decidi ficar. Se você e eu partirmos, outras pessoas terão a palavra final sobre o que a igreja se tornará. Se você partir, você não adquire um voto, então eu decido ficar. Contanto que eu tenha um púlpito ou você tenha o seu papel na igreja, nós temos algo a dizer e podemos trabalhar para fazer com que a Igreja Adventista seja aquilo que deveria ser. Então fique! Decida hoje que nada o poderá afastar – nenhuma hipocrisia, nenhuma política, nada. Permaneça. Ame a igreja porque Jesus ama a igreja e morreu por ela. Dan Smith é o pastor principal da Igreja da Universidade de La Sierra em Riverside, Califórnia, EUA. Seu e-mail: [email protected] 1. Todas as citações bíblicas são da NVI. DIÁLOGO 18•3 2006 Depressão Continuaçáo da pág. 17 Como lutar contra a desesperança? Desenvolvendo confiança em Deus, construindo autoconfiança, estimulando recursos pessoais e mobilizando forças mentais e espirituais para criar uma atmosfera esperançosa. Esperança é acreditar que sempre existe uma Instruções para avaliar o Teste Wang para diagnóstico de depressão: 1. Marque os itens 1, 3, 4, 7, 9, e 10, da esquerda para a direita, dando 1 ponto para a coluna “Nunca”, 2 para “Raramente”, 3 para “Às vezes”, 4 para “Freqüentemente”, e 5 para “Sempre”. 2. Marque os itens 2, 5, 6 e 8, da direita para a esquerda, dando 1 ponto para “Sempre”, 2 para “Freqüentemente”, 3 para “Às vezes”, 4 para “Raramente”, e 5 para “Nunca”. 3. Coloque os pontos de cada fileira à extrema direita. Some e multiplique o total por 2 para obter o índice de porcentagem. 4. Localize o índice de porcentagem na Tabela de interpretação abaixo. Tabela de interpretação Valores normais: Até 40 pontos Situação limite: Entre 41 e 50 Depressão menor: Entre 51 e 60 Depressão moderada: Entre 61 e 70 Depressão grave: Maior que 71 DIÁLOGO 18•3 2006 saída. Por isso, perguntamos a Annie: “O que você fará depois que superar a depressão? Como será o dia seguinte?” Planejando o futuro, para viver com seus filhos, ela foi capaz de visualizar uma vida feliz. Pouco a pouco, viu sentido na vida e a luz começou a surgir. 10. Confie em Deus. Envolvimento religioso é uma variável importante que recebeu atenção em recente literatura em depressão. Vários estudos de alto perfil8 indicam que certos aspectos de religiosidade (por exemplo, envolvimento religioso público, motivação religiosa intrínseca) podem ser inversamente relacionados aos sintomas depressivos. Ou seja, maior o envolvimento religioso, menores os sintomas da depressão. Mario Pereyra (Ph.D., Universidade de Córdoba, Argentina) é um psicólogo clínico. Também é professor e pesquisador na Universidade de Montemorelos, México. Ele é autor de vários artigos e livros, dentre os quais ¡Sea feliz! Cómo vencer la depresión y controlar la ansiedad (Publicações da Universidade de Montemorelos, 2005), co-autor com Carlos Mussi, de onde este artigo foi adaptado. Seu e-mail é: pereyram@ um.edu.mx for Chronic Depression”, Journal of Clinical Psychology 59, 2003. pp. 817-31. 8. Por exemplo: A. W. Braam, P. van den Eeden, M. J. Prince, A. T. F. Beekman, S. L. Kivelae, B. A. Lawlor, et al. “Religion as a CrossCultural Determinant of Depression in Elderly Europeans: Results from the Eurodpe colaboration”, Medicina Psicológica 31, 2001. pp. 80314. Para leitura adicional Associação Americana de Psiquiatria. Diagnóstico e Manual Estatístico de Desordens Mentais, 4th ed., DSM-IV, Washington, D.C., revisão de texto, 2000. D. G. Blazer, R.C. Kessler, K.A. McGonagle, e M. S. Swartz. “The Prevalence and Distribution of Major Depression in a National Community Sample: The National Comorbidity Survey”, Jornal Americano de Psiquiatria, 151, 1994, pp. 979-86. P. Saz, e M. E. Dewey. “Depression, Depressive Symptoms and Mortality in Persons Aged 65 and Over Living in the Community: A Systematic Review of the Literature”, Jornal Internacional de Psiquiatria Geriátrica, 16, 2001, pp. 622-30. T. B. Smith, M. E. McCullough, e J. Poll. “Religiousness and Depression: Evidence for a Main Effect and the Moderating Influence of Stressful Life Events”, Boletim Psicológico, 129:4, 2003, pp. 614-36. REFERÊNCIAS 1. Organização Mundial da Saúde (2006). Depressão. O que é depressão? Disponível em: <http://www.who.int/mental_health/management/depression/definition/en/>. 2. Idem. 3. S. R. H. Beach and N. Amir. “Is Depression Taxonic, Dimensional, or Both?”, Journal of Abnormal Psychology 112, 2003. pp. 228-36. 4. M. Pereyra y C. Mussi. ¡Sea feliz! Cómo vencer la depresión y controlar la ansiedad. Montemorelos, México: Publicações da Universidade de Montemorelos, 2005. 5. W. Kuyken. “Cognitive Therapy Outcome: The Effects of Hopelessness in a Naturalistic Outcome Study”, Behaviour Research and Therapy 42, 2004. pp. 631-46. 6. M. A. Young, L. F. Fogg, W. Scheftner, J. Fawcett, H. Akiskal, e J. Maser. “Stable Trait Components of Hopelessness: Baseline and Sensitivity to Depression”, Journal of Abnormal Psychology 105, 1996. pp.155-65. 7. L. P. Riso e C. F. Newman. “Cognitive Therapy 27 EM Ação Estudantes se encontram no Brasil para aprender e compartilhar Conferência sobre criacionismo em Portugal Membros da Associação de Estudantes da Universidade Adventista de Portugal participaram da conferência sobre criacionismo realizada de 2 a 5 de setembro de 2005. Entre os 160 participantes estavam presentes professores e profissionais adventistas. A conferência teve palestras sobre biogeografia, geologia, paleontologia e teologia apresentadas pelos membros do Geoscience Research Institute – Raúl Esperante, James Gibson, Jacques Sauvagnat, Ronald Nalin – e outros especialistas. Uma pergunta-chave foi colocada em pauta sobre vários ângulos: como poderiam profissionais e estudantes de 28 universidades adventistas manter uma fé estabelecida na Bíblia enquanto estão sendo bombardeados por idéias evolucionistas e pontos de vista seculares? Um dos pontos mais importantes durante o encontro foi uma visita dirigida ao parque paleontológico localizado em uma área de uma antiga pedreira, onde longas trilhas ou pegadas de vários tipos de dinossauros podem ser observados de perto. Reportagem de Miguel A. Nunes, estudante universitário e líder em Portugal. E-mail: manunes@gmail. com Sob o tema “Eu Escolho Ser Fiel”, mais de 300 estudantes universitários adventistas e amigos se encontraram no fim de semana de 18 de março de 2006, no sul do Brasil, para aprender sobre a criação e compartilhar o presente da vida com outros. A reunião foi promovida pela Associação de Estudantes Adventistas da Missão Ocidental Sul-Rio-Grandense. No evento, mais de 100 estudantes e líderes também doaram sangue em favor da iniciativa do Projeto Mais Vida. O prefeito da cidade recebeu os participantes com boas-vindas: “A cidade de Passo Fundo está encantada por receber a visita de jovens cristãos que vêm fortalecer sua fé e expressar sua solidariedade com os que precisam. Nós apreciamos profundamente sua contribuição ao banco municipal de sangue.” O geólogo Nahor N. Souza Jr., doutor em Geologia, foi o orador do evento. Ele falou dos assuntos das origens e catastrofismo. “A evidência científica em favor da Criação, como é descrita na Bíblia, torna-se mais forte com o passar do tempo”, declarou. “No entanto”, ele acrescentou, “mais importante que o conhecimento desta evidência é sua amizade pessoal com Jesus e sua capacidade de compartilhar Seu amor com outros”. O pastor Areli Barbosa, diretor do ministério dos jovens da União Sul do Brasil, também falou ao grupo, realçando três pontos. Primeiro, a necessidade de filtrar a informação que alcança os estudantes na universidade pelos meios de comunicação. “Reuniões tal como estamos tendo DIÁLOGO 18•3 2006 Estudantes adventistas ganenses organizam conferências bíblicas ajudam os estudantes a se aprofundar em suas convicções cristãs e fornecem mais argumentos para defender sua fé”, afirmou. Em segundo lugar, destacou: “Este fórum permite aos estudantes fazerem perguntas críticas e expandir seu círculo de amigos adventistas.” Terceiro, os criacionistas se tornam mais numerosos e articulados para proclamar a realidade de um universo projetado por Deus. O pastor Ignácio Kalbermatter, presidente da União Sul do Brasil, fechou o programa encorajando os participantes a fazer diferença em seu lugar de estudo ou trabalho e fazer de Jesus o centro de sua vida para testemunhar. Reportagem de Charlise Alves para a Associação de Estudantes Adventistas da Missão Ocidental SulRio-Grandense, no Brasil. Envie-nos o relatório de seu grupo Os líderes das associações de estudantes universitários adventistas são convidados a enviarem um breve relatório das atividades de seu grupo e uma ou duas fotos digitais para publicação na revista Diálogo. Inclua toda informação relevante a respeito do grupo de estudantes, descrevendo suas atividades principais, desafios, planos e também mencionando o nome, cargo e email do autor do relatório. As informações deverão ser encaminhadas a Susana Schulz ([email protected]). Obrigado! DIÁLOGO 18•3 2006 Sob o patrocínio da Ghana National Association of Adventista Students (GNAAS), Samuel Koranteng-Pipim, diretor de ministério para os universitáries da Associação do Michigan, ministrou uma série de conferências bíblicas sobre o tema “Vivendo Sem Medo”. A programação foi realizada na Universidade de Ciência e Tecnologia Kwame Nkrumah em Kumasi, Gana, de fevereiro a março de 2006. O evento reuniu diariamente cerca de 700 estudantes, atingindo o pico de freqüência de 1.500 pessoas nos fins de semana. Ao final da série, foram batizadas 37 pessoas. Várias outras estão estudando a Bíblia com membros da GNAAS. Os recém-batizados estão recebendo estudos especiais para aprofundar sua compreensão sobre as crenças e estilo de vida que abraçaram. A GNAAS foi organizada nos anos 1960 por um grupo de 13 estudantes. Hoje, a associação tem mais de 500 membros distribuídos pelo país. Para o pastor Koranteng-Pipim, esse evento foi um retorno memorável à universidade onde estudou e aceitou o adventismo. Os preparativos para as conferências começaram com a organização de várias comissões e séries de retiros espirituais, projetados para aprofundar nosso próprio comprometimento em dar o melhor para Deus. Nosso lema era: “Se você não for um missionário, é um campo de missão.” Foram necessários fundos consideráveis para organizar o programa. Deus respondeu às nossas orações, permitindo-nos arrecadar os recursos financeiros requeridos. Visitamos todas as residências do campus, convidando nossos colegas para o programa. Foram distribuídos prospectos e colocados banners. A rádio oficial do campus divulgou os anúncios. O programa apresentou devocionais matinais sobre o tema “Um Dia de Cada Vez”, que falava ao coração; e uma sessão vespertina focalizando o tema “Vivendo Sem Medo”, que apelava à mente. O orador mostrou convincentemente que a mensagem adventista é bíblica, razoável e crível. O capelão da universidade, Paul Boafo, e sua esposa, eram ouvintes freqüentes. “Estas são mensagens que nosso campus precisa, em lugar de barulho e tambores”, declarou. Os grandes problemas que afetam todos os estudantes adventistas da universidade são as conferências e os exames aos sábados. Por optarem permanecer fiéis ao sábado, muitos ficam atrasados em seus estudos. Foram tentados meios legais, mas sem sucesso. Como continuamos a orar pela intervenção divina, pedimos orações de nossos colegas estudantes visando à solução desse sério obstáculo às nossas convicções. Reportagem de Erik Adjapong da Ghana National Association of Adventist Studens. Seu e-mail: [email protected]. Sala de reuniões. 29 Livros Beginnings: are Science and Scripture Partners in the Search for Origins? de Leonard Brand com David C. Jarnes (Nampa, Idaho: Pacific Press Publ. Assn., 2006; 176 pp., brochura). Resenha de Timothy G. Standish Como professor de paleontologia na Universidade de Loma Linda, Leonard Brand dirige um produtivo programa de pesquisa e tem publicado inúmeros artigos de excelente nível em publicações científicas. Seu primeiro livro, Faith, Reason and Earth History (Andrews University Press, 1997), sintetizou muito bem conflitantes áreas de conhecimento e linhas de evidência. Em Beginnings, ele encara um desafio no qual muitos falharam: um livro criacionista que é ao mesmo tempo tecnicamente preciso e acessível a quem não é um cientista. A virtude e a complexidade de tal tarefa é evidente ao se ler o livro. Uma leitura literal da Bíblia não produz necessariamente uma clara compreensão dos detalhes da natureza. Isto é particularmente verdade quanto ao registro fóssil. Brand evita atacar a ordem no registro fóssil ou outras doutrinas da geologia. Em vez disso, ele compara interpretações da evidência geológica de um dilúvio recente com interpretações que exigem longas eras ou milhões de anos, mostrando que ambas as interpretações enfrentam importantes desafios. A compreensão de que nenhum dos lados tem todas as respostas para as questões sobre geologia, biologia e tempo deveria servir de encorajamento àqueles que acreditam que ainda resta algo a ser feito por cientistas que acreditam na Bíblia. Talvez ainda mais interessante “e arriscado por ainda não haver passado pelo crivo da opinião crítica” é o modelo da “geologia holística” de Brand para interpretar a história da Terra. A lógica clara e sucinta de Brand propicia uma ótima compreensão tanto do pensamento criacionista quanto do darwiniano. Leitores que desejam compreender a teoria evolutiva e por que alguns acham atraentes suas explicações vão gostar desse livro. Porém, Beginnings não é o livro ideal para qualquer um. Leitores com maior conhecimento científico podem achar que algumas idéias não estão adequadamente esboçadas e apresentadas. Além disso, frases explicativas destinadas a ajudar o leitor comum podem irritar o leitor mais experiente. Algumas declarações destinadas a clarificar detalhes acabam confundindo. Por exemplo, ao discutir desenvolvimento e teoria, diferentes esquemas de corpo animal usados 30 para classificar organismos em grupos maiores são mencionados, mas os exemplos citados para ilustrar tais grupos são “répteis, mamíferos, pássaros, etc” (p. 85). Tais exemplos não são adequados; todos têm o mesmo corpo vertebrado quádruplo e são classificados dentro de um único grupo, o Chordata. Problemas assim, porém, não são freqüentes. O texto de Beginnings foi editado por David Jarnes para torná-lo mais simples. Se ele realmente conseguiu fazer isso é passível de discussão. Na minha opinião, Beginnings é o melhor esforço até o momento para fazer com que leitores comuns apreciem os assuntos mais técnicos e filosóficos confrontados por cientistas que crêem na Bíblia. Mas, aqueles que desejam oferecer o livro a leitores mais preparados cientificamente talvez devessem optar pelo livro anterior de Brand ou algum outro dentre os excelentes tratados técnicos disponíveis. Timothy G. Standish (Ph.D., Universidade George Mason) é cientista do Geoscience Research Institute. Seu endereço postal: 11060 Campus Street, Loma Linda, Califórnia 92350, EUA. Misión y Contextualización: Llevar el Mensaje Bíblico a un Mundo Multicultural Editado por Gerald A. Klingbeil (Libertador San Martín, Entre Ríos, Argentina: Editorial Universidad Adventista del Plata, 2005; 388 pp., brochura). Resenha de Mario Riveros Quais são os desafios da missão cristã num mundo multicultural? Como o testemunho cristão enfrenta o problema da contextualização? Essas e outras questões vitais para a missão e a cosmovisão cristãs foram discutidas num recente simpósio de líderes da Igreja e teólogos na Universidade Adventista de River Plate, na Argentina. Dezenove das melhores apresentações estão agora disponíveis àqueles que se interessam pelos assuntos de missão e cultura, graças ao excelente trabalho editorial de Gerald Klingbeil. O volume tem cinco seções. A primeira começa com a metodologia da contextualização empregada por antigos tradutores judeus nos Targuns, com o propósito de tornar a mensagem das Escrituras Hebraicas acessível àqueles que não mais falavam o hebraico, mas o aramaico. Há dicas que se aplicam à “difícil missão de apresentar o evangelho eterno a todas as culturas, a todas as cosmovisões, a todas as classes, a todas as cidades, a todos os lares e famílias” (p. 21). Em seu artigo, Carlos H. Cerdá destaca a confiança interpessoal DIÁLOGO 18•3 2006 e consciência moral como fatores-chave para o avanço da missão. A seção histórica tem George Reid recapitulando o desenvolvimento da igreja primitiva até o tempo de Constantino e a consolidação do cristianismo como a religião oficial do Império Romano. O processo termina com uma advertência: “Um sinal solene contra qualquer forma de contextualização na missão não firmemente comprometida com os valores apostólicos” (p. 89). Stefan Höschele aborda o crescimento extraordinário do adventismo na África em meio a uma grande diversidade de culturas e situações religiosas e étnicas, buscando por um paradigma que ajude a interpretar corretamente o adventismo africano. Martin G. Klingbeil destaca a importância do missionário, e faz um apelo para missionários interculturais que “estejam dispostos a descrever… sua própria espiritualidade e atividade missionária mediante uma interação com a Palavra, o mundo, a adoração e o testemunho” (p. 130). A terceira seção inclui estudos exegéticos. Ekkehardt Müller analisa os diferentes modelos de contextualização e o uso dos mesmos no Novo Testamento. Ele concorda que “um ponto de contato entre a mensagem e as culturas dever ser encontrado”, embora afirme que “isso também significa que a cultura possa ser confrontada e julgada pelo evangelho” e conclui que “contextualização deve ocorrer, mas a mensagem bíblica não pode ser abandonada ou domesticada” (p. 188). Daniel Rode prefere falar da contextualização em termos de uma “adaptação”, que ele define como “comportamento social cristão” que se adapta a si mesmo a pessoas de outras culturas a fim de alcançá-las com o evangelho. Ele desenvolve princípios missiológicos da experiência dos apóstolos Paulo e Pedro, e chama a atenção para o excesso da contextualização por causa de pressões étnicas. A “verdadeira adaptação”, ele afirma, “valoriza cada grupo humano sem cair no etnocentrismo” (p. 209). A quarta seção inclui estudos teológicos. Laurentiu Ionescu convida a uma reconsideração da suposta dicotomia entre os Dez Mandamentos e a Lei de Moisés, argumentando que a Lei de Moisés não é senão uma reformulação contextualizada dos princípios centrais envolvidos nos Dez Mandamentos. Carmelo Martines chama a atenção para os perigos que a contextualização oferece para a teologia e a missão. Ele relembra que teologia nunca é feita num vácuo ideológico ou sócio-cultural, e que o risco de terminar com uma mensagem desprovida de seu conteúdo bíblico é sempre constante. Esteban Voth analisa o tema da unicidade de Jesus como Filho de Deus e Redentor, tomando a encarnação de Cristo num momento particular da história como a chave hermenêutica para se compreender a Jesus. Miguel Ángel Núñez explora o relacionamento entre contextualização, evangelismo e ação social, argumentando a favor de uma abordagem equilibrada que integre a pregação do evangelho com o cuidado pelas necessidades concretas das pessoas. DIÁLOGO 18•3 2006 O livro termina com uma seção de estudos aplicados sobre as mudanças que desafiam as famílias que fazem a transição para o ministério intercultural (Cheryl Doss); necessidade de contextualizar e atualizar a apresentação do evangelho para os jovens (Miguel Cáceres); a comunicação da mensagem bíblica no contexto da academia secular (Marcelo Falconier); e o significado e estilo da adoração levando-se em conta a adaptação cultural e o propósito evangelístico (Daniel Plenc). O volume, que foi criteriosamente editado, proporciona uma leitura útil e estimulante para todos aqueles que se preocupam com a missão cristã. Os temas propriamente ditos e a maneira como são abordados transcendem barreiras denominacionais e dizem respeito à missão cristã onde quer que seja. Mario Riveros (Th.D., Universidade Andrews) é o diretor da Escola de Estudos Graduados na Universidade União Peruana, em Ñaña, Peru. E-mail: [email protected] 1844 Continuação da pág. 15. REFERÊNCIAS 1. Veja Le Roy Edwin Froom. The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical Development of Prophetic Interpretation. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1954, vol. 4. pp. 443-718 (veja especialmente pp. 699-718). 2. Ellen G. White. O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 423. 3. Ángel Manuel Rodríguez. Handbook of Seventh-day Adventist Theology. Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn., 2000. p. 375. 4. Disponível em: <http://www.marxists.org/archive/marx/works/1845/holyfamily/index.htm> Acesso em: 16 jun. 2004 (página introdutória). 5. Veja, por exemplo: Preface to Marx-Engels Collected Works, vol. 3: Works 1843-1844. Disponível em: <http://www.marxists.org/archive/marx/works/ cw/volume03/preface.htm> Acesso em 16 jun. 2004. 6. Clarence B. Bass. Backgrounds to Dispensationalism: Its Historical Genesis and Ecclesiastical Implications. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1960. p. 139. 7. Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins. Are We Living in the End Times? Wheaton, Illinois: Tyndale, 1999. pp. 157-58. 8. Uma refutação da teoria do arrebatamento e crenças relacionadas pode ser encontrada em: Steve Wohlberg. End Time Delusions: The Rapture, the Antichrist, Israel, and the End of the World. Shippensburg, Pennsylvania: Treasure House, 2004; e Hans K. LaRondelle. The Israel of God in Prophecy: Principles of Prophetic Interpretation. Berrien Springs, Michigan: Andrews University Press, 1983. 9. Nora Barlow. The Autobiography of Charles Darwin, 1809-1882. Nova York: Norton, 1958. pp. 85-86. 10.Ellen G. White. Spiritual Gifts. Battle Creek, Michigan: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1864, vol. 3. p. 91. 11.Ariel A. Roth. “Adventism and the Challenges to Creationism.” Adventists Affirm, Spring, 2002. pp. 20-21. 12.Ellen G. White. Mensagens Escolhidas. 3. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1987, vol. 3. p. 196. 31 PRIMEIRA PESSOA O sol de Deus no palco Sunshine, conforme transmitido a Kay D. Rizzo “Quem é essa estrela de ópera de 22 anos, que parece tão glamorosa e segura de si?” Olhei para minha fotografia publicitária no painel externo do Fuchou Theater. Lembrando-me repentinamente de onde estava, olhei um pouco nervosa para os lados para me certificar de que ninguém estava perto o suficiente para ver meu momento de orgulho. Na China comunista, não seria bom parecer convencida ou pedante. Para me lembrar de que o governo me concedera o privilégio da fama, observei o aglomerado de mulherinhas desmazeladas transitando pela rua. Vestidas com calças compridas, uniformes e blusas, elas se dirigiam apressadamente para casa após um longo e enfadonho dia de trabalho nas linhas fabris de produção. Enquanto a moda de Paris, Londres e Nova Iorque parecia apenas um sonho distante para a maioria das mulheres chinesas, eu estava ali trajando os melhores e mais recentes vestidos. Foi um tempo bom aquele em que eu era uma das divas operísticas no sul da China. Durante o reinado de poder da esposa de Mao Tsé-tung, Jiang Qing, a ópera chinesa havia sido limitada a um punhado de óperas restritas que faziam propaganda da revolução. Com a mudança política no governo, foram permitidas audições das óperas chinesas tradicionais, que antes haviam sido consideradas decadentes, perigosas e burguesas. Juntamente com as árias de antigos contos de fadas musicados, tentei não pensar nas cerimônias de abertura que adoravam e honravam antigos deuses. Dividia-me em dois mundos muito diferentes. Memórias sombrias relam32 pejavam em minha mente: vovô Sui, um pastor cristão, surrado e humilhado pela Guarda Vermelha; nossa casa saqueada até o ponto de não sobrar quase nada; meu pai, um médico gentil, traído por um colega e exilado para a região montanhosa do sul da China. Lágrimas brotavam de meus olhos enquanto eu me lembrava de minha mãe, levando minhas três irmãs mais velhas para viver com sua família em Shaobian, enquanto eu ficava com meu pai. Recordei-me da caça aos ratos nos arrozais; olhei de relance por uma rachadura na parede, enquanto meu pai operava sob a luz de uma lanterna. Um misto confuso de lembranças me deixou exausta e sentindo falta de minha família. Estivera sozinha desde os primeiros anos da adolescência, quando fui aprender artes em Fosham. Com papai ainda no exílio, vovô Sui nos reuniu no dia em que deixei o lugar para viver na cidade. Ele fez uma oração por mim: que eu fosse guardada; que nunca me esquecesse de minha família e sempre me lembrasse de minha herança espiritual. Durante anos fui protegida. E sempre que permitiam, voltava para visitar minha família. Quanto à terceira petição de meu avô, abandonei rapidamente a fé. Durante minhas visitas, alegrava minha família com histórias sobre as glamorosas festas, as pessoas famosas com quem me encontrava e os banquetes a que comparecia. Não dava ênfase ao churrasco de cão e ao fricassé de gato de que tanto gostava, ou ao conteúdo histórico das óperas que estrelava. Enquanto minhas irmãs se impressionavam, meu avô não conseguia esconder sua tristeza. “Você sabe como foi criada, minha filha. Você sabe.” As advertências de minha mãe focalizavam minha vida sentimental: “Toda a família Shao um dia sairá da China. Por favor, não se apaixone por um homem que a impedirá de ir conosco.” Havia garotos de quem eu gostava em meus anos de adolescência; depois que fiquei famosa, os homens me admiravam, mas eu sempre me recordava das advertências de mamãe. Eu brilhava no palco. Fora dele, definhava em solidão. Numa de minhas visitas em casa, encontrei uma tradução chinesa do livro O Desejado de Todas as Nações. Apreciei o modo como a autora retratava a Jesus. Ao término de minhas férias, mamãe insistiu para que levasse o livro comigo, juntamente com uma Bíblia chinesa. Eu sabia que minha família ouvia transmissões radiofônicas em ondas curtas de Hong Kong. Sentindo um misto de solidão, aventura e rebeldia, comprei um conjunto de fitas cassetes – muitos membros do elenco da ópera ouviam fitas dos mais famosos astros da ópera – e um radiogravador portátil e comecei a escutar secretamente as transmissões gravadas. Em minha mente, as verdades que eu ouvira lutavam com meu desejo de dar continuidade ao meu estilo de vida sedutor. Minhas três irmãs haviam sido batizadas, e eu soube que nada agradaria mais minha família do que a entrega de meu coração a Deus. Infelizmente, entre conhecer os desejos divinos e cumpri-los havia uma grande distância. Um dia, fiquei surpresa ao receber uma carta de um dos amigos de vovô, o pastor Liang. A carta me convidava ao batismo. Eu a ignorei. Não estava pronta para entregar o controle de minha vida a um Ser que ninguém do meu círculo de amizades cria existir. Ao voltar de nossa recente excursão, achei outra carta do pastor Liang. Ele me contou que estava planejando um dia especial de batismo e me convidou a participar. Quando conferi minha agenda, fiquei aliviada porque DIÁLOGO 18•3 2006 a companhia teatral estaria longe de Guangzhou no fim de semana que ele havia mencionado. Mas no verão de 1983, mais para agradar meus pais, decidi me tornar cristã e fui batizada pelo pastor Liang. Em casa, minha família se alegrou. Numa carta que mamãe escreveu, ela dizia: “Finalmente nossa menina foi batizada. Agora todos somos cristãos. Precisamos apenas esperar pacientemente pelo dia em que nos mudaremos para Hong Kong, quando estaremos juntos novamente.” Embora meu batismo tenha agradado meus pais, eu ainda não havia tido um relacionamento pessoal com Deus. O estilo de vida permaneceu o mesmo, e meu descontentamento se intensificou. Certa manhã, em Guangzhou, vagueava pela cidade sem nada para fazer. Logo, encontrei-me na igreja onde fora batizada. Silenciosamente fui até a última fila de bancos, enterrei meu rosto nos braços e clamei: “Oh, Deus, se o Senhor é verdadeiramente quem meus pais dizem que é, por favor, faça alguma coisa em minha vida.” De repente, um par de mãos cobriu minha cabeça e uma voz feminina disse algo em inglês. Não pude entender as palavras, mas soube que ela estava orando por mim. Tendo crescido numa sociedade onde as pessoas raramente sorriem ou falam com estranhos, eu gelei. O Espírito Santo quebrou minhas defesas e meu coração se rompeu. “Está bem, Senhor, toma-me. Sou tua.” O pesado fardo de culpa e vergonha deslizou de meus ombros. Sentiame livre pela primeira vez na vida. Em casa, minha mãe insistiu com o regime político, até conseguir, para toda a família, os vistos de imigração para Hong Kong, exceto o meu. No princípio, o líder do elenco recusouse a me deixar partir. Mamãe insistiu. Quando aconteceu, tudo foi rápido. Certa noite, cantava sobre o palco e, em seguida, estava a caminho de uma nova e estranha vida. Jamais havia estaDIÁLOGO 18•3 2006 do em Hong Kong, e entendi que precisava aprender inglês. Assim, matriculei-me em classes noturnas e durante o dia procurava emprego. Minha irmã mais velha, Li Xin, arranjou trabalho na escola Uncle Tang’s, enquanto eu consegui emprego vendendo livros num Adventist Book Center. Isso permitiu que nossa família se mudasse de um pequeno apartamento de nossos parentes para um outro próximo. Mas eu sentia saudades da minha música. Pensei: vou tomar um desses ônibus que passam perto das boates, e ouvir as mulheres cantando. Cantar num bar ou boate seria um trabalho agradável. Poderia ganhar rapidamente muito dinheiro. Quando discuti o assunto com meus pais, eles não usaram eufemismos. Meu coração se agitava em rebelião. Eu era uma adulta! Havia sido dona de minha vida deste os catorze anos. Orei a Deus pedindo que mudasse a cabeça deles. Mas Ele mudou a minha. Alguns dias depois, fui convidada a trabalhar com a equipe da rádio adventista. Teria meu próprio programa: “Melodia em Meu Coração.” Agarrei a chance. Foi quando consegui meu apelido inglês, Sunshine, e onde encontrei a pessoa que mudou minha vida para sempre: um jovem professor norteamericano, chamado Roger Stahl. Em seguida, um protesto estudantil na praça Tiananmen fez com que o consulado norte-americano retirasse todos os cidadãos americanos do continente chinês. Depois de algum tempo, nos reencontramos, e ele se ofereceu para me ensinar inglês. Um romance floresceu, e na hora certa decidimos nos casar e mudar para os Estados Unidos, onde os pais dele viviam. De artista por trás da “cortina de bambu” [isolamento chinês imposto pelo governo, correspondente à “cortina de ferro” soviética]* para uma esposa cristã e mãe de uma filha adorável. Ainda estou cantando para meu Senhor. Foi uma viagem miraculosa. A cada curva na estrada, eu podia ouvir a voz de vovô citando a Bíblia. “Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele endireitará tuas veredas.” Agora, enquanto Roger ensina inglês numa universidade na China continental, Deus usa minha voz e minha história para louvar Seu nome em muitos países do mundo. *Nota do Editor. Atualmente, Sunshine tem três CDs gravados: um em inglês e dois em mandarim. Se você quiser contatar a família Stahl, o e-mail é usastahl@ hotmail.com Kay D. Rizzo é o autora do livro Red Star Rising (Nampa, Idaho: Pacific Press Publishing, 2006), do qual esta história foi adaptada. Já escreveu 55 livros e mantém um ministério de oração internacional. Para mais informações sobre o seu ministério, entre em contato com Kay pelo email [email protected] Anunciamos… A Conferência Européia sobre Fé e Ciência 1 – 12 de julho de 2007 Patrocinada pela Divisão Euro-Africana e o Geoscience Research Institute, a conferência está aberta para educadores adventistas interessados no assunto sobre origens, evolução, criação, geologia e paleontologia. Para informação, inscrição, pagamento e transporte, contate o Dr. Roberto Badenas: [email protected]. Dr. Raúl Esperante irá providenciar informações relacionadas com o programa e trabalho de campo. Contate o Dr. Raúl Esperante: [email protected]. 33 fÓrum aberto O inferno existe? Uma amiga cristã e eu temos discutido sobre o conceito do inferno. Ela está amedrontada com a perspectiva de uma punição de fogo eterno. O que a Bíblia ensina a esse respeito? Há séculos, cristãos têm pregado sobre um inferno de fogo queimando continuamente e alguns têm uma imaginação fértil ao retratar horríveis descrições de pessoas sofrendo enorme dor sem terem, ao menos, a misericordiosa possibilidade de morrer. O resultado é que alguns ficam apavorados e seguem a Deus por medo, enquanto outros se afastam dEle completamente. O que a Bíblia realmente ensina sobre o inferno? Primeiro, as Escrituras falam sobre o inferno. Porém, precisamos ouvir as Escrituras em seus próprios termos. Quando Jesus falou sobre o inferno, estava Se referindo à punição para pecadores não arrependidos. Uma punição que terminará em fogo eterno e destruição (João 3:16; Mateus 7:13, 14; 25:31, 32, 41). Destruição/fogo eterno é um evento futuro relacionado com a segunda vinda de Cristo. Então “inferno” é algo que ainda está por vir. Segundo, alguns tradutores da Bíblia têm traduzido várias palavras, que possuem na realidade outros significados, como sendo “inferno”. O termo hebraico sheol e seu correlativo no grego hades significam o lugar dos mortos que estão na sepultura. Veja o uso do termo nos seguintes casos. Jacó esperava descer ao sheol – sepultura –, junto com seu filho José. Ele não esperava que seu amado filho estivesse no inferno, ou que ele mesmo fosse para lá (Gênesis 37:35). Deus faz descer à sepultura e faz subir de lá (I Samuel 2:6). Isto não se encaixa com o pensamento cristão popular sobre o 34 inferno. No sheol – sepultura – não há atividade, planos e nenhum conhecimento (Eclesiastes 9:10). Não há fogo nem tormento. O justo e o injusto são encontrados lá. No hades há deterioração. Jesus foi a exceção (Atos 2:27, 31). Sheol e hades são, portanto, o lugar dos mortos e não o inferno. “Lançar no tártaro” aparece somente em II Pedro 2:4 e se refere ao domicílio dos anjos caídos. O termo não é usado para descrever o lugar dos mortos ou um inferno no qual pessoas são lançadas após a morte. Gehenna é o inferno sobre o qual Jesus falou. Esse é o lugar de punição do injusto, também associado com fogo (Marcos 9:43). Esse fogo virá no fim dos tempos com um juízo divino contra o pecado, pecadores e Satanás (Mateus 25:41). Ate lá, os mortos “dormem” em suas sepulturas. Apocalipse 20:9, 10 e 15 fala sobre o lago de fogo no qual, depois do milênio, os injustos são queimados. Considerando que gehenna está relacionado com fogo e é um evento futuro associado com um julgamento, o melhor é entender o inferno no contexto de Apocalipse 20. Este é o inferno do qual Jesus nos advertiu. Terceiro, durará o futuro inferno “para todo o sempre?” (Apocalipse 20:10 – NVI). O significado do termo para sempre/eterno/eternidade usado nas Escrituras é muito mais amplo do que entendemos. Pode descrever: (a) alguma coisa ou alguém existindo sem um início ou sem um fim (em conexão com Deus); (b) alguma coisa ou alguém com um início, mas sem um fim (a vida eterna dos redimidos, ver João 5:24; Apocalipse 21:3, 4); e (c) alguma coisa ou alguém com início e com um fim no sentido de “por algum tempo” (Êxodo 21:5, 6; Jonas 1:17; 2:6). Em relação ao termo inferno, a expressão para todo o sempre deve ser compreendida de acordo com o terceiro caso. Por quê? Embora o injusto sofra o inferno por um limitado período de tempo, seu resultado é eterno. O fogo os “devora” (Apocalipse 10:9). Essa é a segunda morte (Apocalipse 20:14, 15). O inextinguível fogo de Mateus 3:12 não pode ser extinto até que seu trabalho esteja completo e tudo seja queimado (Mateus 13:40-42; Jeremias 17:27). Finalmente, a vida eterna está disponível somente para os que pertencem a Jesus, e não para aqueles que fizeram uma decisão contra Ele e Deus. Além disso, Satanás também será destruído e eliminado completamente no fogo do inferno (Mateus 25:41; Apocalipse 20:10). Assim, as Escrituras falam sobre o inferno, mas isto está ainda no futuro e terá duração limitada. Deus não é tirano. Pelo contrário, Ele é um Deus de amor e justiça e em Seu reino não haverá mais sofrimento, dor, tristeza ou morte (Apocalipse 21:3, 4). Ekkehardt Mueller (Th.D., D.Min., Universidade Andrews) é diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Silver Spring, Maryland, EUA. E-mail: [email protected] DIÁLOGO 18•3 2006 Paulo fala à universidade Rapazes e moças da universidade, vejo que em todos os sentidos, vocês são muito religiosos. Andando pela universidade, observei cuidadosamente seus objetos de adoração. Eu vi seu altar chamado ginásio, onde muitos adoram a deidade do esporte. Vi o edifício de ciência, onde muitos depositam sua fé na salvação do gênero humano. Eu achei o seu altar para as belas artes onde a expressão artística e o desempenho parecem reinar supremos sem submissão a qualquer poder maior. Eu caminhei por seus corredores de residência e observei seus cartazes da deusa do sexo e pirâmides de latas de cerveja. Ainda, como eu caminhei com alguns de vocês, vi o vazio em seus olhos e senti a dor em seu coração. Percebi que ainda há outro altar em seu coração. Um altar para o Deus desconhecido que vocês suspeitam que possa estar lá. Vocês têm um senso de que há algo mais, além dos deuses humanísticos e comodistas. O que vocês almejam como algo desconhecido, eu quero apresentar-lhes agora. Este Deus de quem eu estou falando é seu Criador pessoal. Ele não é uma fabricação ou invenção do gênero humano. Ele não é uma parte da criação; Ele está mais acima do que isso. Ele é maior e mais poderoso do que você possa ter sonhado. Este Deus lhe deu sua vida e fixou os limites da mesma. O desejo pela eternidade no seu coração foi colocado por Ele. Você pode tentar procurá-lo, mas Ele já está envolvido intimamente DIÁLOGO 18•3 2006 na criação. É o trabalho criativo dEle, a imagem dEle, que torna possível você se ocupar de atividades atléticas, empenho científico, expressão artística, jovialidade plena e prazer sexual. Este Deus o está chamando a se arrepender. Você tem adorado sua própria criatividade em vez de reconhecê-lo como seu Criador. Você esqueceu do doador dos presentes. Você se rebelou contra seu Criador e seguiu o caminho dos seus próprios desejos e da auto-adoração. Como resultado, você perverteu os presentes de vida e criatividade. Você abusou de sua sexualidade com descuidados prazeres. Você escolheu a futilidade e a morte. Deus o convida para que pare de servir esses falsos deuses e traga glória ao verdadeiro Deus Vivo, seu Criador. Deus enviou o Seu filho, Jesus Cristo, para salvar e julgar o mundo. O homem Jesus veio pôr ordem nas coisas, trazer justiça, e chamar-nos de volta como uma advertência antes do julgamento. Pela Sua morte, Ele nos oferece um modo de voltar a Deus, para nos salvar da autodestruição. Pela Sua ressurreição, Ele mostrou que veio com poder para salvar e julgar o mundo. Como resultado, este Jesus se tornou o ponto principal na história, o assunto central para nós hoje, a pedra guia para o nosso andar ou a pedra de tropeço. Ele oferece reconciliação com o Criador e somente Ele pode nos dar isso. Esta paráfrase de Atos 17:22-31 foi escrita por Daniel Denk e publicada com a sua permissão. 35 Intercâmbio Amplie sua rede de amizades Universitários e profissionais adventistas interessados em trocar correspondência com colegas em outras partes do mundo. Gidalti Cedano Abreu: 21; solteira, fisioterapeuta pneumo-funcional; interesses: acampar, viajar, fazer novas amizades; correspondência em espanhol e inglês. EUA. Email: [email protected]. Samuel Opolot Adamai: 24; solteiro; cursando ciências; interesses: cantar, estudos bíblicos e compartilhar a fé adventista com outros; correspondência em inglês. UGANDA. Email: [email protected]. Kowu Agbezudor: 41; solteiro; formado em contabilidade e informática; interesses: ler, escrever, fazer novas amizades, trocar idéias e atividades religiosas; correspondência em inglês. Endereço: P. O. Box CT 2690, Cantonments-Accra, GANA. Maribett Zuñiga Alarcón: 35; solteira, enfermeira; interesses: ler, ouvir música, artesanato e viajar; correspondência em espanhol. Endereço: Río Maule Nº 5430, Villa Arabia, Sector Denavi Sur, Talcahuano, CHILE. S. Gabriel Alhassan: 23; solteiro; cursando ciências políticas na Universidade de Gana; interesses: viajar, fazer escaladas e novas amizades; correspondência em inglês. GANA. Email: [email protected]. Hans Adolf Andía: 25; solteiro, cursando música na Universidade Adventista do Chile; interesses: ouvir música clássica, ler a Bíblia e falar acerca de Jesus; correspondência em espanhol, francês ou inglês. CHILE. Email: [email protected]. Gloria Evelyn Aplicano: 27; solteira, formada em comunicação social e publicidade; interesses: natureza, acampar, esportes e amizades; correspondência espanhol, inglês ou italiano. HONDURAS. Email: DIÁLOGO 18•3 2006 [email protected]. Kissaka Arone: 34; casado, professor de agricultura; interesses: ouvir música, fazer visitas e futebol; correspondência em inglês ou suaili. UGANDA. Email: [email protected]. José David Raynaga Ávila: 30; solteiro, cursando informática na Universidade Comunitária de São Luís Potosí; interesses: ler, esportes e participar em atividades da igreja; correspondência em espanhol ou inglês. MÉXICO. Email: [email protected]. Jo Ann Banzuelo: 26; solteira, formada em ciências, leciona em escola particular; interesses: música, natureza e viagens; correspondência em inglês ou tagalo. Endereço: Mt. Carmel, Bayugan I 8502, Agusan del Sur, FILIPINAS. Mark Jashim Barikder: 27; solteiro; cursando contabilidade na Faculdade Adventista de Bangladesh; interesses: filatelia, viajar e pipamodelismo; correspondência em inglês. BANGLADESH. Email: [email protected]. Fidel Rachath Casalins: 26; solteiro; cursando música na Universidade do Atlântico; interesses: música, esportes e fazer novas amizades; correspondência em espanhol ou português. COLÔMBIA. Email: [email protected]. Andres Clausell: 42; casado; formado em economia e trabalha como chefe do departamento de economia do Hospital Pediátrico Provincial; interesses: livros, música, filmes e história; correspondência em espanhol. CUBA. Email: [email protected]. sid.cu. Francilia Clervil: 34; solteira; cursando direito; interesses: esportes, ouvir música cristã e fazer novas amizades; correspondência em francês ou inglês. HAITI. Email: [email protected]. Fernando Cordeiro: 25; solteiro; cursando matemática no Centro Universitário Adventista de São Paulo; interesses: esportes, viajar e fazer novas amizades; correspondência em português ou espanhol. BRASIL. Email: [email protected] ou [email protected]. Mónica Beatriz Herrera Cruz: 22; solteira; cursando química biomédica na Universidade de Montemorelos; interesses: religião, ciências e animais; correspondência em espanhol. MÉXICO. Email: nic_ [email protected]. Claudia Marina Díaz: 27; solteira; cursando serviço social na Universidade Nacional de Córdoba; interesses: artesanato, aprender sobre outras culturas e voleibol; correspondência em espanhol. ARGENTINA. Email: [email protected]. Elie Céleste Edanh: 29; solteiro; formado como intérprete; interesses: cantar em um grupo evangélico, ouvir música e filmes; correspondência em inglês ou francês. COSTA DO MARFIM. Email: [email protected]. Sandra Perez García: 25; solteira; enfermeira na área de pediatria; interesses: música, cozinhar e aprender sobre outras culturas; correspondência em espanhol ou inglês. CUBA. Email: [email protected]. Tariku Geber: 23; solteiro; cursando inglês na Universidade Alemaya; interesses: jogar basquetebol, assistir a futebol, ler e escrever; correspondência em inglês. ETIÓPIA. Email: [email protected]. Kaganzi D. Godfrey: 24; solteiro; tecnologia laboratorial científica na Universidade Mbarara; interesses: filmes, aventuras, atletismo e pesquisa; correspondência em inglês. UGANDA. Email: gkaganzi@yahoo. co.uk. Priscilio Torres Godoy: 24; solteiro; cursando economia na Universidade Nacional de Assunção; interesses: fazer novas amizades, compartilhar a Bíblia e trocar idéias Inserção sobre o cristianismo; correspondência em espanhol ou inglês. PARAGUAI. Email: [email protected] ou [email protected]. Rebecca Mancilha Gondim: 30; solteira; cursando educação na Faculdade Adventista da Bahia; interesses: viajar, cantar, fazer novas amizades, trocar idéias na área de educação e música; correspondência em português ou espanhol; BRASIL. Email: [email protected] ou [email protected]. María de los Angeles Guibert L.: 60; solteira; médica; interesses: nutrição e conhecer novos amigos; correspondência em espanhol. CUBA. Email: [email protected] Lonlay P. Guillermo: 23; solteira; cursando contabilidade; interesses: ler, jogar peteca, internet e colecionar livros em miniatura; correspondência em inglês ou filipino. FILIPINAS. Email: [email protected]. Vanessa Elizabeth Salazar Henriquez: 28; solteira; estudando na Universidade Nacional de El Salvador; interesses: trabalhar para a igreja e fazer novas amizades; correspondência em espanhol. EL SALVADOR. Email: eli_ [email protected]. Ronaldys G. Herrera L.: 23; solteiro; cursando medicina na Universidade de La Habana; interesses: fazer novas amizades, viajar, aprender sobre novas culturas e idiomas; correspondência em espanhol ou inglês. CUBA. Email: maria. [email protected]. Fosu Isaac: 29; solteiro; cursando teologia na Universidade Valley View; interesses: evangelismo, leitura da Bíblia e oração; correspondência em inglês. GANA. Email: fosui@yahoo. com. Daisy N. Jamero: 32; solteira; trabalha na área de educação do ensino médio; interesses: jardinagem, viajar e natureza; correspondência em inglês. FILIPINAS. Email: daisy_ [email protected]. Alois Kasereka-Nyamulera: 35; solteiro; formado pelo Colégio Adventista de Lukanga; interesses: cozinhar, leitura da Bíblia e ensinar crianças; correspondência em francês, inglês, suaili ou luyira. República Inserção Democrática do Congo. Email: [email protected] ou [email protected]. Richard Kahale: 22; solteiro; cursando informática na Universidade Adventista de Zâmbia; interesses: ler, ouvir música evangélica e música jazz; correspondência em inglês. ZÂMBIA. Email: [email protected]. Ruthie Katirewa: 26; solteira; cursando gerenciamento, administração pública e relações industriais na Universidade do Sul do Pacífico; formada em enfermagem e trabalha no Hospital Colonial War Memorial; interesses: acampar, trabalhar com jovens, música e conhecer novos amigos; correspondência em inglês. ILHAS FIJI. Email: ruthie_luvs_u_ [email protected]. Wilmay Keket: 23; solteira; cursando enfermagem na Universidade Adventista do Pacífico; interesses: humor, fazer novas amizades e dormir; correspondência em inglês ou pidgin. PAPUA NOVA GUINÉ. Email: [email protected]. Richard Klana: 22; solteiro; cursando medicina; interesses: ler, ciências, informática e fazer novas amizades; correspondência em francês ou inglês. NIGÉRIA. Email: [email protected]. Keleni Kuinikoro: 21; solteira; cursando contabilidade no Instituto Tecnológico de Fiji; interesses: ouvir música e jardinagem; correspondência em inglês ou fijiano. REPÚBLICA DE FIJI. Email:keleniknkr@yahoo. com.au. Jhon Jairo Alvarez Laverde: 23; solteiro; cursando teologia; interesses: pesquisa, computação; correspondência em espanhol ou inglês. COLÔMBIA. Email: [email protected]. Geric T. Legaspi: 24; solteiro; cursando engenharia de comunicações e eletrônica na Universidade AMA; interesses: dirigir, ler e navegar na internet; correspondência em inglês, filipino ou bicol. FILIPINAS. Email: [email protected]. Fernando Jr. Leodegario: 30, solteiro; concluindo o curso de teologia no Colégio Adventista Central das Filipinas; interesses: ler a Bíblia, fazer novas amizades, natureza e ajudar pessoas; correspondência em inglês, tagalo, cebuano, ilonggo, karaya ou waray. FILIPINAS. Email: [email protected]. Jackelline de Souza Lima: 23; solteira; cursando administração de empresas com ênfase em recursos humanos na Faculdade Castro Alves; interesses: conhecer novos amigos, trocar idéias e ler; correspondência em português. BRASIL. Email: [email protected]. Andre Toutou Kabeya Luendu: 25; solteiro; formado em desenvolvimento rural e organização social; interesses: música religiosa, juventude adventista, futebol e fazer novas amizades; correspondência em francês, lingala e tshiluba. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. Email: [email protected]. John J. Magoti: 54; solteiro; cursando medicina no DCT-Mvumi COTC; interesses: saúde, viajar e música; correspondência em inglês ou suaili; TANZÂNIA. Email: [email protected]. Georges B. Mahili: 24; solteiro; cursando eletrônica na Universidade do Leste Africano; interesses: tecnologia, fazer novas amizades e viajar; correspondência em inglês, francês, suaili, lingala ou kinanade. QUÊNIA. Email: [email protected]. Tevaitau Jean-Claude Manea: 20; solteiro; cursando informática no Liceu Tertiaire de Pirae; interesses: amigos, esportes e cultura; correspondência em francês. POLINÉSIA FRANCESA (Taiti). Email: [email protected]. Kutlo Manyake: 21; solteira; cursando enfermagem em Kanye; interesses: música, tempo livre com outros jovens e colecionar lembranças; correspondência em tswana ou inglês. BOTSUANA. Email: [email protected]. Ondieki Mati Mark: 23; solteiro; cursando medicina com especialização em cirurgia, pela Universidade Moi; interesses: viajar, cantar e fazer novas amizades; correspondência em inglês; QUÊNIA. Email: [email protected]. Ivison Dos Passos Martins: 34; solteiro; formado em teologia e cursando pedagogia; interesses: ler, DIÁLOGO 18•3 2006 fotografia, aprender idiomas e fazer novas amizades; correspondência em português, inglês, espanhol, italiano ou francês. BRASIL. Email: [email protected]. William Mbonea: 25; solteiro; cursando direito na Universidade de Dar es Salaam; interesses: testemunhar, ler e jogar futebol; correspondência em inglês, suaili ou pare. TANZÂNIA. Email: [email protected]. Innocent Mbvundula: 27; solteiro; formado em jornalismo pela Universidade de Malawi; interesses: ler, conhecer novos amigos e escrever; correspondência em inglês, francês ou chichewa. MALAVI. Email: [email protected]. Anthony Melchizedeck: 29; solteiro; professor com certificado A; interesses: ler, orar e cantar; correspondência em inglês. GANA. Email: [email protected]. Rose M. Muiruri: 24: solteira; cursando serviço social na Universidade de Nairobi; interesses: fazer escalada, conhecer novos amigos e retiros; correspondência em inglês ou suaili. QUÊNIA. Email: [email protected]. Sylvère Mukeshimana: 25; solteiro; cursando engenharia agrícola no Instituto Superior de Agricultura e Produção Animal; interesses: tocar piano, música cristã e fazer novas amizades; correspondência em francês. RUANDA. Email: [email protected]. Evans Sirengo Mulati: 21; solteiro; cursando pedagogia na Universidade Egerton; interesses: estudos bíblicos, ouvir música evangélica e navegar na internet; correspondência em inglês. QUÊNIA. Email: [email protected]. María Verónica Muñoz: 31; solteira; cursando serviço social na Universidade Adventista Del Plata; interesses: caminhar, ler e natureza; correspondência em espanhol. ARGENTINA. Email: [email protected]. Wilson Mutangana: 30; solteiro; formado em biologia pela Universidade de Ngozi; interesses: música cristã, ler, estudos bíblicos e amizades; correspondência DIÁLOGO 18•3 2006 em inglês ou francês. RUANDA. Email: [email protected] ou [email protected]. Eric Nibigira: 23; solteiro; cursando administração de empresas e economia na Universidade Hope Africa; interesses: esportes e atividades na igreja; correspondência em inglês, suaili, francês ou kirundi. BURUNDI. Email: [email protected]. Ishmael Nyirenda: 22; solteiro; cursando ciências da educação na Universidade Mzuzu; interesse: fazer novas amizades; correspondência em inglês. MALAVI. Email: [email protected]. Henrico-Gilbert Nzigiyimana: 25; solteiro; cursando medicina veterinária no Institut Superieur dAgriculture et dElevage; interesses: computação, ler e aprender coisas novas; correspondência em inglês, francês ou suaili. RUANDA. Email: [email protected]. Davi Serrao de Oliveira: 21; solteiro; cursando pedagogia na Universidade Federal do Amazonas; interesses: música, conhecer novos amigos e aprender sobre outras culturas; correspondência em português ou espanhol. BRASIL. Email: [email protected] ou [email protected]. Caridad Yusdalcy Espinosa Olivera: 21; solteira; cursando tecnologia de alimentos; interesses: música cristã, canto, fazer novas amizades e aprender sobre outras culturas; correspondência em espanhol. CUBA. Email: [email protected]. Clifford Omwoyo: 22; solteiro; cursando engenharia química na Politécnica Eldoret; interesses: ler, esportes e fazer novas amizades; correspondência em inglês. QUÊNIA. Email: [email protected]. Anthony Chikezie Onyendi: 23; solteiro; cursando geologia e mineração na Universidade Enungu; interesses: cantar, compartilhar minha fé e viajar; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email: senta_ [email protected]. Jared Oroo Onyimbo: 25; solteiro; engenharia elétrica e de comunicações na Universidade Moi; interesses: música, internet e fazer novas amizades; correspondência em inglês. QUÊNIA. Email: jaredoroo@yahoo. com. Kivuru Paluku: 26; solteiro; cursando pedagogia na Universidade Adventista de Lukanga; interesses: música cristã, ler e na área de educação; correspondência em francês e suaili. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. Email: [email protected]. Nadine Vega Pérez: 22; solteira; cursando bioquímica na Universidade La Habana; interesses: tocar piano, ler, música cristã e viajar; correspondência em espanhol e inglês. CUBA. Email: [email protected]. Gimei Peter: 25; solteiro; cursando medicina na Universidade Mbarara; interesses: ler devocionais e literatura científica, correr e jogar futebol; correspondência em inglês; UGANDA. Email: [email protected]. Ezekiel U. Raphael: 23; solteiro; concluindo os cursos de teologia e história na Universidade Valley View; interesses: cantar, evangelismo, ajudar pessoas e partilhar a fé; correspondência em inglês. GANA. Email: [email protected] ou [email protected]. Imadylle Rio: 23; solteira; formada em contabilidade pelo Colégio Adventista Central das Filipinas; interesses: ler, navegar na internet, escrever diário e cantar; correspondência em inglês ou filipino. FILIPINAS. Email: [email protected]. Freddy Miramón Rivera: 20; solteiro; cursando informática na Universidade Guajira; interesses: tocar órgão, profecias bíblicas e informática; correspondência em espanhol. COLÔMBIA. Email: [email protected]. Esper Lee Rubino: 20; solteira; cursando enfermagem na Faculdade Mountain View; interesses: cozinhar, ler e escrever para amigos; correspondência em inglês e tagalo. FILIPINAS. Email: [email protected]. Samuel Sarpaning: 22; solteiro; cursando teologia na Universidade Valley View; interesses: cantar, evangelismo e leitura da Bíblia; correspondência em inglês. GANA. Email: [email protected]. Inserção Willard Sichilima: 45; casado; formado em religião pela Universidade Solusi; interesses: acampar, canto e ler; correspondência em inglês. ZÂMBIA. Email: willardsichi@yahoo. co.uk. Flávio André Silva: 24; solteiro; cursando educação física no Centro Universitário Adventista de São Paulo; interesses: ler, música e conversar com amigos; correspondência em português ou espanhol. BRASIL. Email: [email protected]. Ronny Caro Simanca: 26; solteiro; formado computação e web design pelo Instituto Técnico do Norte; interesses: língua inglesa, música cristã e internet; correspondência em espanhol ou inglês. COLÔMBIA. Email: [email protected]. Patrick Talu: 24; solteiro; cursando educação com formação principal em inglês na Universidade Adventista do Pacífico; interesses: cantar, ler jornais e ouvir música; correspondência em inglês. PAPUA NOVA GUINÉ. Email: [email protected]. Paul Allen Tana: 20; solteiro; cursando enfermagem na Universidade Adventista do Pacífico; interesses: ler, assistir a filmes e música; correspondência em inglês. PAPUA NOVA GUINÉ. Email: [email protected]. Christopher Tataeng: 22; solteiro; cursando letras e comunicação; interesses; viajar, basquetebol, ler histórias verídicas e música; correspondência em inglês. Endereço: a:c/ student services University of Papua New Guinea, P.O. Box 320, University 134, NCD, Port Moresby, PAPUA NOVA GUINÉ. Beatriz Mariana Teixeira: 21; solteira; cursando pedagogia para o ensino fundamental; interesses: música, amizades cristãs e viajar; correspondência em português. BRASIL. Email: [email protected]. Guatam Tiwari: 32; casado; formado em administração de empresas pelo Spicer Memorial College; interesses: ler, fazer escalada e pescar; correspondência em inglês. ÍNDIA. Email: arunachalregion@rediffmail. com. Michael Francis Thompson: 37; solteiro; médico formado pela Universidade de Calabar; interesInserção ses: cuidar de pessoas, compartilhar experiências cristãs e orar; correspondência em inglês. Endereço: Health Care Centre, Nº 42 Faith Rd., P.O. Box 2992 Uyo, Akwa Ibom State, NIGÉRIA. Théophile Tsara: 31; solteiro; cursando administração de empresas; interesse: fazer novas amizades; correspondência em francês. MADAGÁSCAR. Email: [email protected]. Tantine Kyalenga Tuzo: 24; solteira; cursando ciências da computação na Universidade Adventista de Lukanga, Campus Wallace; interesses: natureza, atividades para jovens e computação; correspondência em francês, suaili ou kinande. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. Email: [email protected]. Blessing Ihuoma Uche: 24; solteira; cursando finanças bancárias na Politécnica Estadual Abia; interesses: compartilhar a fé, fazer novas amizades, atividades jovens e futebol; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email: blessinga23ng2000@yahoo. com. Lazarus Innocent Ude: 30; solteiro; cursando direito internacional e diplomacia na Universidade de Babcock; interesses: ler, viajar e internet; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email: udelazarus@yahoo. com. Nyamhanga Wanda: 23; solteiro; formado como técnico em engenharia elétrica; interesses: estudar a Bíblia, ouvir música cristã e fazer novas amizades; correspondência em suaili ou inglês. TANZÂNIA. Email: [email protected]. Chituru Oluchi Wogu: 22; solteira; cursando tecnologia da ciência de alimentos na Universidade de Agricultura Michael Okpara; interesses: turismo, ouvir música cristã e navegar na internet; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email: [email protected]. Eziuche Wogu: 25; solteiro; cursando contabilidade; interesse: fazer novas amizades; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email: [email protected]. Osmell Molina Zaragoza: 35; solteiro; cursando direito na Universidade de Holguín; interesses: compartilhar a fé, fazer novas amizades e viajar; correspondência em espanhol. CUBA. Email: [email protected]. Kasereka Kanakake Zaza: 26; solteiro; cursando pedagogia; interesses: música religiosa, fazer novas amizades e aprender sobre outras culturas; correspondência em inglês, francês ou suaili. REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. Email: [email protected]. Convite Se você é universitário ou profissional adventista e quer ter seu nome listado aqui, envie-nos as seguintes informações: (1) seu nome completo, com o sobrenome em letras maiúsculas; (2) sua idade; (3) sexo; (4) estado civil; (5) estudos correntes ou diploma obtido e especialidade; (6) faculdade ou universidade que está freqüentando ou na qual graduouse; (7) três principais passa-tempos ou interesses; (8) língua(s) nas quais quer se corresponder; (9) o nome da congregação adventista da qual é membro; (10) seu endereço postal; (11) seu e-mail, caso o tenha. Por favor, datilografe ou use letra de imprensa clara. Envie esta informação para Diálogo Interchange; 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, MD 20904-6600, EUA. Você pode também usar e-mail: diainterchange@yahoo. com. Apenas poremos na lista aqueles que fornecerem os dez itens de informação requerida acima. Diálogo não assume responsabilidade pela exatidão da informação dada ou pelo conteúdo da correspondência que possa resultar. DIÁLOGO 18•3 2006
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