Há um papel para os adventistas na política?

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Há um papel para os adventistas na política?
Á
E s p a n h o l
•
F r a n c ê s
•
I n g l ê s
Há um papel para os
adventistas na política?
Perguntas e respostas
sobre os dinossauros
1844: coincidência
ou providência?
Como detectar e vencer
a depressão
O sol de Deus no palco
3
Vo l u m e 1 8
•
P o r t u g u ê s
REPRESENTANTES REGIONAIS
CONTEÚDO
DIVISÃO AFRICANA MERIDIONALOCEANO ÍNDICO
P.O. Box H.G., 100 Highlands, Harare, ZIMBABWE
Ellah Kamwendo, [email protected]
Eugene Fransch, [email protected]
DIVISÃO AFRICANA OCIDENTAL
22 Boîte Postale 1764, Abidjan 22, COSTA DO
MARFIM
Chiemela Ikonne, [email protected]
Emmanuel Nlo Nlo, [email protected]
DIVISÃO AFRICANA ORIENTAL
P.O. Box 14756, 00800-Westlands, Nairobi, QUÊNIA
Hudson E. Kibuuka, [email protected]
Mulumba Tschimanga, [email protected]
DIVISÃO ÁSIA-PACÍFICO NORTE
P.O. Box 43, Koyang Ilsan 411-600, CORÉIA
Chek Yat Phoon, [email protected]
Joshua Shin, [email protected]
DIVISÃO ÁSIA-PACÍFICO SUL
P.O. Box 040, 4118 Silang, Cavite, FILIPINAS
Stephen Guptill, [email protected]
Jobbie Yabut, [email protected]
DIVISÃO EURO-AFRICANA
Schosshaldenstrasse 17, 3006 Berna, SUÍÇA
Roberto Badenas, [email protected]
Corrado Cozzi, [email protected]
5
DIVISÃO NORTE-AMERICANA
12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 209046600, E.U.A.
Gerald Kovalski, [email protected]
James Black, [email protected]
Martin Feldbush, [email protected]
DIVISÃO PACÍFICO SUL
Locked Bag 2014, Wahroonga, N.S.W. 2076,
AUSTRÁLIA
Barry Hill, [email protected]
Gilbert Cangy, [email protected]
DIVISÃO SUL-AMERICANA
Caixa Postal 02600, Brasília, 70279-970 DF, BRASIL
Carlos Mesa, [email protected]
Otimar Gonçalves, [email protected]
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA
P.O. Box 2, HCF Hosur, 635 110 Tamil Nadu, ÍNDIA
Nageshwara Rao, [email protected]
Lionel Lyngdoh, [email protected]
DIVISÃO TRANS-EUROPÉIA
119 St. Peter’s St., St. Albans, Herts, AL13EY,
INGLATERRA
Daniel Duda, [email protected]
Paul Tompkins, [email protected]
Há um papel para os adventistas na política?
Embora não sejamos deste mundo, temos a responsabilidade
de fazer ouvir a voz de Deus em assuntos que preocupam
este planeta.
Jane Sabes
9
Perguntas e respostas sobre os dinossauros
Como compreender o mistério dos dinossauros sob a
perspectiva bíblica? Elaine Graham-Kennedy
13
1844: coincidência ou providência?
Muitos dos grandes movimentos globais que surgiram por
volta de 1844 desafiaram importantes verdades de Deus.
Ron du Preez
16
DIVISÃO EURO-ASIÁTICA
Krasnoyarskaya Street 3, 107589 Moscou, FED. RUSSA
Guillermo Biaggi, [email protected]
Peter Sirotkin, [email protected]
DIVISÃO INTERAMERICANA
P.O. Box 830518, Miami, FL 33283-0518, E.U.A.
Moisés Velázquez, [email protected]
Bernardo Rodríguez, [email protected]
artigos
Como detectar e vencer a depressão
Conheça dez passos para prevenir ou superar a depressão,
um mal que afeta cerca de 14% da população mundial.
Mario Pereyra
SeçÕes
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EDITORIAL
O teste
Ella Smith Simmons
Cartas
PerFIS
Emily Akuno
Hudson E. Kibuuka
Jonathan Gallagher
Bonita Joyner Shields
Logos
Você é um verdadeiro
discípulo de Cristo?
Leah Jordache
Ponto de vista
Dez razões que me fazem
permanecer adventista
Dan Smith
Em ação
Conferência sobre
criacionismo em Portugal
Miguel A. Nunes
Estudantes se encontram no
Brasil para aprender e compartilhar
Charlise Alves
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35
Estudantes adventistas ganenses
organizam conferências bíblicas
Erik Adjapong
LivroS
Beginnings: Are Science and
Scripture Partners in the Search for
Origins? (Leonard Brand)
Resenha de Timothy G. Standish
Misión y contextualización: Llevar
el Mensaje Bíblico a un Mundo
Multicultural. (Gerald A. Klingbeil)
Resenha de Mario Riveros
Primeira pessoa
O sol de Deus no palco
Sunshine, conforme transmitido a
Kay D. Rizzo
fórum aberto
O inferno existe?
Ekkehardt Mueller
Et Cetera
Paulo fala à universidade
Daniel Denk
Inserção
Intercâmbio
DIÁLOGO 18•3 2006
Á
EDITORIAL
O teste Recentemente, enquanto procurava sermões ilustrativos e histórias devocionais,
encontrei a seguinte anedota, possivelmente familiar para alguns, mas vale a pena
repeti-la:
No centro operatório de um grande hospital, uma jovem enfermeira completava o
seu primeiro dia de trabalho. “O senhor só removeu onze gazes, doutor, embora usamos doze”, ela disse. “Removi todas. Fecharemos a incisão agora”, respondeu o cirurgião. “Não”, objetou a enfermeira, alertando: “Usamos doze gazes.” “Eu assumo a
responsabilidade total”, disse o médico, já irritado. “Sutura!”. “Não pode fazer isso!”,
protestou a enfermeira. “Pense no paciente.” O médico sorriu, levantou o pé e mostrou
a décima segunda gaze. “Você será uma boa profissional”, disse. (Today in the Word,
7 de abril, 1992).
Veja, era só um teste sobre a integridade daquela jovem. Ellen White nos faz
lembrar: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não
comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros
e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato;
homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo;
homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.”*
Nossas decisões diárias têm grandes conseqüências. É muito importante permanecermos firmes no que é certo, ainda que fiquemos sozinhos, ou tenhamos
que contrariar aqueles que estão em posição superior. Quando você confronta as
pessoas do seu meio social, do trabalho, ou autoridades, elas nem sempre aceitam. Mas se você se aproximar delas corretamente, elas geralmente respeitarão
suas convicções e coragem.
Tornei-me adventista do sétimo dia quando era uma adolescente, no segundo
ano do Ensino Médio, em uma grande escola pública. Alguns de vocês podem
imaginar as piadinhas que faziam quando eu recusava certas comidas, ou não
aceitava participar de atividades populares às sextas-feiras à noite e aos sábados.
Ainda assim, muitos dos meus colegas e professores demonstraram certa admiração pelas minhas decisões. De fato, antes de me formar, eles se esforçaram para
conciliar meus hábitos alimentares e minha posição acerca do sábado, a fim de
assegurar a minha participação nos eventos. Esse foi um teste de integridade e fé.
Um teste similar pode ser encontrado no livro de Daniel. No primeiro capítulo, o rei instruiu o chefe dos oficiais da corte para que ensinasse a língua e a
literatura da Babilônia a Daniel e seus três amigos. Ele também designou uma
quantidade diária de comida e vinho de sua própria mesa. Esse era o treinamento
para os jovens, por um período de três anos. Esses 36 meses são mais ou menos
o mesmo tempo que as pessoas passam na universidade, hoje em dia. Foi um
período crítico para aqueles jovens. Uma pesquisa mostra que a permanência e
sucesso no Ensino Superior dependem da habilidade do estudante em assimilar e
se ajustar a uma nova cultura. Assim deve ter sido também no tempo de Daniel.
A tentação era grande para assimilar a nova cultura e completar os estudos com
sucesso. Mas Daniel e seus amigos se mantiveram firmes diante do teste.
Quando contamos essa história, geralmente enfocamos que os jovens se recusaram a comer da comida e beber do vinho do rei. Aplaudimos os resultados físicos
do teste, mas freqüentemente negligenciamos os resultados intelectuais. Meu foco
aqui realça a declaração de Daniel 1:17 (NVI): “A esses quatro jovens Deus deu
sabedoria e inteligência para conhecerem todos os aspectos da cultura e da ciência. E
Daniel, além disso, sabia interpretar todo tipo de visões e sonhos.”
Esta revista internacional de fé, pensamento e
ação é publicada três vezes por ano em quatro
edições paralelas (espanhol, francês, inglês e
português) sob o patrocínio da Comissão de
Apoio a Universitários e Profissionais Adventistas
(Caupa), organismo da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia.
Volume 18, Número 3
Copyright © 2006 pela Caupa.
Todos os direitos reservados.
Diálogo afirma as crenças fundamentais da Igreja
Adventista do Sétimo Dia e apóia sua missão. Os
pontos de vista publicados na revista, entretanto,
representam o pensamento independente dos
autores.
Equipe Editorial
Editor-chefe Humberto M. Rasi
Editor John M. Fowler
Editor-Associado Martin Feldbush
Assistente Editorial Susana Schulz
Edições Internacionais Susana Schulz
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Correspondência Editorial
Diálogo
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Presidente Ella Simmons
Vice-Presidentes C. Garland Dulan, Martin W.
Feldbush, Baraka G. Muganda
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Membros Rex Edwards, John M. Fowler, Jonathan
Gallagher, Clifford Goldstein, Linda Koh, Bettina
Krause, Kathleen Kuntaraf, Kermit Netteburg,
Vernon B. Parmenter, Gerhard Pfandl, Roy Ryan,
Gary B. Swanson
Correspondência sobre circulação Deve
ser dirigida ao Representante Regional da Caupa
na região em que reside o leitor. Os nomes e
endereços destes representantes encontram-se
na p. 2.
Assinaturas US$13.00 por ano (três números,
via aérea). Ver cupom na p. 10 para detalhes.
Website http://dialogue.adventist.org
Diálogo tem recebido correspondência de
leitores de 117 países ao redor do mundo.
Continua na p. 4
DIÁLOGO 18•3 2006
CARTAS
Agradecimento pelo
comprometimento bíblico
Como acadêmico, tornei-me um
leitor regular da revista Diálogo.
Agradeço profundamente o seu comprometimento com o ponto de vista
adventista sobre as questões apresentadas e discutidas. Em um tempo em
que alguns cristãos se comprometem
ou deixam ruir suas convicções, é
animador encontrar uma revista que
aborda assuntos difíceis com uma
perspectiva bíblica, sem hesitação. Sou
pessoalmente interessado na área de
Criação/Evolução, em que a Diálogo
publica artigos com certa freqüência.
O conceito de Design Inteligente está
fornecendo argumentos adicionais para
os que acreditam na Criação exatamente como está escrito nos primeiros
dois capítulos do livro de Gênesis. É
encorajador ver como evolucionistas
ateus estão começando a assumir uma
postura defensiva já que a ciência está
cada vez mais provendo evidências de
um design e uma maravilhosa Mente
criativa por trás da intrincada fábrica
do Universo. Meu agradecimento a
toda a equipe responsável pela publicação da Diálogo. Milhares de leitores
precisam disso!
Paul Pichot, Ph.D. Reitor da Universidade
Adventista Zurcher Antsirabe, MADAGÁSCAR
Escreva-nos!
Recebemos seus comentários, reações e
perguntas, mas, por favor, limite suas cartas a 200 palavras. Escreva para:
DIALOGUE LETTERS
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring MD 20904 EUA.
FAX 301 622 9627
E-mail [email protected]
As cartas selecionadas para publicação
podem ser editadas para maior clareza
ou necessidade de espaço.
É necessário maior envolvimento
dos adventistas
Estive acompanhando com interesse
a controvérsia sobre o ensino da teoria
do Design Inteligente como uma hipótese para a origem da vida, nos colégios
públicos norte-americanos, junto com
o espontâneo aparecimento da mesma.
Este assunto tem sido discutido nos
meios de ensino, anunciado pela
mídia, e tem alcançado os tribunais
em muitos Estados norte-americanos.
Até o momento, o consenso científico,
comprometido com cenários evolucionistas e respaldado por advogados
habilidosos, tem sido capaz de conter
todos os desafios. O naturalismo filosófico ainda reina com supremacia.
Outras interpretações alternativas são
consideradas não-científicas ou supersticiosas. Onde está a voz dos adventistas nestas discussões públicas? Muitos
cientistas cristãos estão se envolvendo
com a teoria do Design Inteligente e
têm publicado vários artigos e livros
sobre o assunto. Acredito firmemente que os pesquisadores e cientistas
adventistas comprometidos com a
Criação têm o conhecimento e a credibilidade para fornecer argumentos que
sustentem a verdade. Eles poderiam
fazer mais para reforçar a aceitação
pública de uma crença racional no
Design Inteligente.
Harold May
Hinsdale, Illinois
EUA
Os editores respondem:
Concordamos com o seu desejo de que
haja mais cientistas adventistas comprometidos nestas discussões que estão se
tornando mais importantes. A revista
Diálogo publica em cada edição pelo
menos um artigo sobre a Criação diante
de uma perspectiva científica e também
revisa importantes livros escritos por autores adventistas sobre o assunto. Estes são
lidos por milhares de futuros cientistas
que estão estudando em universidades
ao redor do mundo. Você pode encontrar
artigos anteriores e revisões publicadas
na Diálogo acessando o nosso website:
http://dialogue.adventist.org. A Igreja
Adventista do Sétimo Dia também patrocina o Geoscience Research Institute no
qual o staff qualificado está direcionado
a questões envolvendo as origens. Acesse o
website, que oferece recursos para cristãos
que acreditam na Bíblia, como você:
www.grisda.org.
Editorial
Continuação da p. 3
Este pronunciamento representa uma
promessa a você, hoje. Como um cristão adventista, estudando talvez pela
primeira vez numa instituição de ensino
que opera fora de sua esfera espiritual,
você tem uma grande oportunidade em
testemunhar para Deus ao se posicionar
firmemente em sua fé, enquanto vive
essas verdades e valores. Então, eu lhe
peço que (1) busque primeiro a Deus e
a Sua retidão em todas as situações, (2)
esforce-se para atingir a excelência acadêmica ao lado de Deus, que é o doador
de todo o conhecimento e sabedoria,
Seu Professor, (3) peça a orientação de
Deus em sua vida a cada dia e (4) ore
diariamente pela proteção constante
dEle e para tomar decisões e agir fielmente. Ouse ser um Daniel, até mesmo
em tempos de provações mais duras,
quando você sentir que foi lançado na
cova de um leão. Jesus estará com você,
confie nEle. Deus o abençoe enquanto
você se dedica aos estudos e vai em
busca de seus sonhos. *Ellen G. White. Educação. 9. ed. Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 2003. p. 57.
Ella Smith Simmons (Ed.D.,
Universidade de Louisville) é vicepresidente da Associação Geral da
Igreja Adventista do Sétimo Dia em Silver Spring, Maryland, EUA, e preside o Comitê da Caupa responsável
pela publicação da Diálogo.
DIÁLOGO 18•3 2006
Há um papel para os adventistas na política?
Jane Sabes
Embora não sejamos
deste mundo, temos a
responsabilidade de fazer
ouvir a voz de Deus em
assuntos que preocupam
este planeta.
Abraão, José, Ester, Daniel e Moisés.
Nomes familiares a quase todos. Mas
considere por um momento como esses
e outros personagens bíblicos foram
impelidos para o centro do palco.
Considere também as significativas
bênçãos dadas ao mundo como resultado de sua atuação política.
José exerceu o dom divino de interpretar sonhos ao predizer sete anos de
prosperidade para o Egito, seguidos de
igual número de anos de fome devastadora. Ele elaborou um plano para pôr a
salvo a nação e seus habitantes durante
os tempos de carência. Recompensado
por seu sábio conselho, foi designado
chefe de Estado, o segundo após o rei.
“Por que razão quis o Senhor exaltar a
José tão grandemente entre os egípcios?
Ele poderia ter provido outro meio
para o cumprimento de Seus propósitos em relação aos filhos de Jacó; mas
desejou fazer de José uma luz, e colocou-o no palácio do rei, a fim de que a
iluminação celeste pudesse estender-se
longe e perto... Assim também, na
pessoa de Moisés, Deus pôs uma luz ao
lado do trono do maior reino da Terra,
a fim de que todos que o quisessem
pudessem aprender acerca do Deus
verdadeiro e vivo.”1
Semelhante à experiência de José,
foi a de Daniel e seus três amigos.
Vendo nesses jovens uma promessa de
notável capacidade, Nabucodonosor
determinou que eles fossem treinados
para ocupar importantes posições em
seu reino. “Eis o cativo judeu [Daniel],
calmo e senhor de si, na presença do
monarca do mais poderoso império
do mundo... O Rei dos reis estava a
DIÁLOGO 18•3 2006
ponto de comunicar grande verdade ao
monarca babilônico.”2 E, recompensado por seu valioso serviço, “o rei colocou Daniel num alto cargo e o cobriu
de presentes. Ele o designou governante de toda a província da Babilônia e o
encarregou de todos os sábios da província. Além disso, a pedido de Daniel,
o rei nomeou Sadraque, Mesaque
e Abede-Nego administradores da
província da Babilônia, enquanto o
próprio Daniel permanecia na corte do
rei” (Daniel 2:48, 49 – NVI). A linhagem de piedosos indivíduos
do Antigo Testamento empregados
no serviço público continua com
Esdras. Seu exemplo, “enquanto vivia
entre os judeus que permaneceram
em Babilônia, foi tão excepcional
que atraiu a favorável atenção do
rei Artaxerxes, com quem ele falou
livremente com respeito ao poder
do Deus do Céu... Era tão grande a
confiança do rei na integridade de
Esdras, que lhe mostrou marcado
favor, aceitando o seu pedido, e outorgando-lhe ricos dons para o serviço
do templo. Ele o tornou um especial
representante do Reino Medo-Persa,
e conferiu-lhe extensivos poderes....”3
Semelhantemente, Neemias, o copeiro
do rei Artaxerxes, era “admitido livremente à presença real. Em virtude de
sua posição, e graças a suas habilidades
e fidelidade, ele se tornara amigo e
conselheiro do rei.”4
Obadias, outro devoto crente em
Deus, foi nomeado responsável pelo
palácio do rei Acabe (I Reis 18). Ele
permaneceu fiel a Deus, independentemente de sua posição diante do mais
ímpio rei de Israel. Além disso, por
causa de sua posição de confiança,
Obadias foi capaz de abrigar e alimentar cem profetas de Deus durante os
três anos e meio de carestia da nação.
Houve também Ester, escolhida por
providência divina para ser rainha do
Império Medo-Persa. Nessa posição,
frustrou os planos de Hamã para exterminar o povo de Deus. E, por informar uma tentativa contra a vida do rei
Assuero, o tio de Ester, Mardoqueu,
assumiu a posição anteriormente ocupada por Hamã. O rei o recompensou,
“promovendo-o e dando-lhe uma posição mais elevada do que a de todos os
demais nobres” (Ester 3:1 – NVI).5
Em contraste com o Antigo
Testamento, os escritores do Novo
Testamento exploram mais o reino da
justiça. Todavia, o Novo Testamento
continua dando o perfil de pessoas
envolvidas em negócios públicos.
Vejamos a história de Zaqueu. A Bíblia
relata a dramática mudança operada
em sua vida (Lucas 19). Como resultado do encontro com Cristo, teve o
caráter transformado, passando a cumprir os deveres com fidelidade. E não
há nenhuma evidência que sugira que
Cristo intimou Zaqueu a abandonar
seu cargo de chefe dos cobradores de
impostos, em Jericó.
Então temos a vida de John
Wycliffe, um cristão de tempos mais
recentes, que mantinha vários cargos
governamentais. Ellen White comenta:
“Quando agia como capelão do rei,
assumiu ousada atitude contra o pagamento do tributo que o papa pretendia
do monarca inglês... As exigências do
papa tinham excitado grande indignação e os ensinos de Wycliffe exerceram
influência sobre o espírito dos dirigentes do país... De novo foi Wycliffe
chamado para defender os direitos da
coroa inglesa contra as usurpações de
Roma; e, sendo designado embaixador
real, passou dois anos na Holanda...
Logo depois de sua volta à Inglaterra,
Wycliffe recebeu do rei nomeação para
a reitoria de Lutterworth. Isto correspondia a uma prova de que o monarca
ao menos não se desagradara de sua
maneira franca no falar. A influência
de Wycliffe foi sentida no moldar a
ação da corte, bem como a crença da
nação.”6
Através das eras, os seguidores de
Cristo têm influenciado as autoridades. O que essas pessoas tinham em
comum era um caráter isento de reprovação, respeito para com os líderes
temporais e sensibilidade à voz divina.
Sua vida exemplar põe em relevo o
valor dos cristãos que ocupam cargos
públicos.
A despeito dos exemplos bíblicos,
existe grande divergência de pensamento com relação ao nível de
envolvimento cristão na política. O
pensamento dos crentes em relação
ao Estado parece oscilar entre dois
extremos. Por um lado há aqueles que,
como as Testemunhas de Jeová, se
desassociam de qualquer coisa política,
evitando todas as formas de participação, inclusive a votação, o serviço
militar, ou o exercício de cargos públicos, com base em sua convicção de que
“todos os governos estão sob o controle de Satanás”.7 Isso está em agudo
contraste com a Igreja Católica, que
regularmente apresenta posições sobre
justiça social e política, designando o
Gabinete de Ligação com o Governo
para representar a posição da Igreja
perante o Congresso norte-americano,8
e mantendo um site na Internet por
meio do qual dá informações sobre as
posições mantidas pela Igreja em várias
Diálogo grátis
para você!
Se você é um estudante adventista do
sétimo dia que freqüenta faculdade ou universidade não-adventista, a Igreja tem um
plano que lhe permitirá receber gratuitamente a revista Diálogo enquanto você estiver estudando (aqueles que não são mais
estudantes podem assinar Diálogo usando o
cupom da página 6). Entre em contato com
o diretor do Departamento de Educação
ou do Departamento de Jovens de sua
União, e peça que seu nome seja colocado
na lista de distribuição da revista. Forneça
seu nome completo, endereço, faculdade ou
universidade onde está estudando, o curso
que está fazendo e o nome da igreja onde
você é membro. Você pode também escrever para os nossos representantes regionais
nos endereços indicados na página 2, anexando uma cópia da carta que enviou aos
diretores da União já mencionados. Caso
os passos acima não produzirem nenhum
resultado, você poderá contatar-nos via
e-mail: [email protected]
questões políticas.9 Há, ainda, aqueles
que ocupam posições de extrema-direita, trabalhando para estabelecer o reino
de Cristo como um domínio terrestre,
uma teocracia moderna.
Estrangeiros e peregrinos
Como igreja, os adventistas do sétimo dia manifestam ambivalência em
relação à participação política, com
uma exceção: a defesa da liberdade
religiosa. Mais problemática parece ser
a interpretação e aplicação de cinco
passagens bíblicas. A primeira refere-se
a cristãos como “estrangeiros e peregrinos” na Terra (Hebreus 11:13-16;
Filipenses 3:20-21). Semelhantemente,
os hinos de igreja fazem referência
aos filhos de Deus “peregrinos”. Mas,
deveriam essas referências a “outro
mundo” levar alguém a concluir que os
crentes não têm nenhuma responsabilidade moral com sua presente morada
terrestre?
Cristo foi desafiado nesse ponto
– sobre onde a lealdade do cristão
deve ser posta. A pergunta feita era:
“A quem devem ser pagos os impostos: a Deus ou a César?”. Ela foi feita
numa oportunidade em que o Mestre
apresentava o conceito da dupla cidadania. Ele declarou de modo claro que
ambos os reinos merecem nossa fidelidade (Mateus 22:15-22; ver também
Romanos 13). Os cristãos devem obedecer às leis do país e apoiar iniciativas
nacionais, quando essas não violam a
consciência, enquanto dão atenção a
uma mais elevada e celeste comissão (II
Coríntios 5:20).
O papel divino nos poderes
terrenos
O segundo desafio bíblico com o
qual os cristãos se deparam é diferenciar o papel divino do nosso em
relação aos governos terrenos. Uma vez
que é obra de Deus estabelecer e remover governantes (Daniel 2), isso não
torna desnecessário o envolvimento do
cristão no processo político, até mesmo
sua interferência?
De fato, é verdade que todas as
autoridades governam tão-somente
pela permissão divina. Considere, por
exemplo, o controle que Deus exerceu
sobre o orgulhoso rei Nabucodonosor.
Certo dia, caminhando no terraço do
palácio real, ele disse: “‘Acaso não é
esta a grande Babilônia que eu construí
como a capital do meu reino, com o
meu enorme poder e para a glória da
minha majestade?’ As palavras ainda
estavam nos seus lábios quando veio
do céu uma voz que disse: ‘É isto
que está decretado quanto a você, rei
Nabucodonosor: Sua autoridade real
lhe foi tirada. Você será expulso do
meio dos homens, viverá com os animais selvagens e comerá capim como
os bois. Passarão sete tempos até que
admita que o Altíssimo domina sobre
os reinos dos homens e os dá a quem
quer’” (Daniel 4:29-32 – NVI). Essa
história demonstra claramente o poder
divino sobre os poderosos.
Mas o profeta Miquéias (6:8) chama
a atenção para nossas importantes responsabilidades como crentes – praticar
a justiça e a misericórdia e andar com
muita humildade. Semelhantemente, o
profeta Amós (5:24 – NVI) exigiu que
corresse “a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!”. Seria,
então, de boa consciência, que os bons
samaritanos encontrassem repetidamente vítimas à margem da estrada
sem se perguntar como reduzir a taxa
de criminalidade? Seriam os cristãos
considerados responsáveis se diariamente dessem pão ao faminto e, todavia, não observassem a política econômica do país e os métodos pelos quais
ela pudesse ser aprimorada? Ajudar a
formular políticas públicas é um caminho para cristãos darem evidência de
sua fé por meio das obras, mostrando
preocupação pelos outros.
Não se unir aos descrentes
A terceira advertência dada por
aqueles que procuram dissuadir os
cristãos de aceitar cargos públicos é de
não se colocar em jugo desigual com
os incrédulos (II Coríntios 6:14-17). A
preocupação é que a adesão ao mundo
DIÁLOGO 18•3 2006
faria com que a pessoa se tornasse espiritualmente contaminada ou comprometesse princípios.
Um teólogo que trata da aplicação desse princípio bíblico é Ronald
Thiemann, decano da Harvard
University’s Divinity School. Ele escreve que “precisamente porque uma
sociedade pluralista requer conversação
e intercâmbio com aqueles que estão
num espaço público ‘diferente’, isso
provê um contexto no qual a fé busca
entendimento mediante o diálogo com
pessoas mantendo comprometimentos
diversos”.10 A praça pública permite
um desafiante, porém, gratificante
fórum, onde o cristão deve seguir a
advertência de Cristo para ser simples
como as pombas e prudente como as
serpentes (Mateus 10:16).
O reino e o mundo
O quarto argumento apresentado
contra a entrada dos cristãos na política baseia-se nas próprias palavras
de Cristo: “O Meu reino não é deste
mundo” (João 18:36 – NVI). Há referência ao comentário de Ellen White
de que “o governo sob que Jesus viveu
era corrupto e opressivo; clamavam de
todo lado os abusos – extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma
reforma civil. Não atacou nenhum
abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a
autoridade nem com a administração
dos que se achavam no poder. Aquele
que foi o nosso exemplo conservou-Se
afastado dos governos terrestres. Não
porque fosse indiferente às misérias do
homem, mas porque o remédio não
residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura
deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração”.11
Nenhum cristão contestaria o fato
de que a humanidade não pode ser
“melhorada” por meios legislativos
ou decretos governamentais. Antes, é
um coração transformado que muda
o caráter, comportamento, situações e
assim, a sociedade. Mas essa declaração
DIÁLOGO 18•3 2006
de Ellen White não tem a intenção de
limitar as áreas nas quais os cristãos
devem trabalhar e testemunhar.
Efetivamente, descobrimos Ellen
White falando publicamente e escrevendo extensivamente em favor de
medidas municipais em prol do fechamento dos bares,12 contra decretos
dominicais,13 contra o “pecado de
escravidão”.14 Ela também falou em
defesa dos adventistas do sétimo dia
durante a Guerra Civil Americana,
ameaçados de convocação militar.15
Além disso, ela deu a seguinte mensagem de encorajamento aos jovens
que contemplavam a política como
uma vocação cristã: “Querida juventude, qual é o alvo e propósito de vossa
vida? Tendes a ambição de educar-vos
para poderdes ter nome e posição no
mundo? Tendes pensamentos que não
ousais exprimir, de poderdes um dia
alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em
conselhos deliberativos e legislativos,
cooperando na elaboração de leis para
a nação? Nada há de errado nessas
aspirações. Podeis, cada um de vós,
estabelecer um alvo. Não vos deveis
contentar com realizações mesquinhas.
Aspirai à altura, e não vos poupeis trabalhos para alcançá-la.”16
Sua vida demonstrou que há um
chamado ao envolvimento cristão na
política, nascido não de partidarismos,
mas de uma cuidadosa revisão dos
assuntos e de ação responsável.
Realmente, há proibições específicas
feitas aos adventistas com relação ao
envolvimento da igreja na política:
(1) aqueles que “ensinam a Bíblia” nas
igrejas e escolas não devem expressar parcialidade contra ou a favor de
certos políticos ou assuntos políticos,
porquanto isso pode incitar a mente
dos outros, levando a uma divisão na
igreja; (2) os membros da igreja são
desencorajados a votar em filosofias
partidárias “porque não conhecemos
em quem estamos votando”; (3) os
membros são admoestados a “não
tomar parte em nenhum esquema
político” ou parceria política. Ellen
White nos lembra particularmente que
os adventistas devem ser governados
por elevados e santos princípios; (4) os
membros não devem alinhar-se com
políticos que não apóiem a liberdade
religiosa; (5) os cristãos não devem
ostentar “distintivos políticos” que, de
algum modo, produzam divisão dentro
da igreja; (6) os dízimos não deveriam
ser usados para alguém que “discorra sobre questões políticas”; e (7) as
publicações da igreja não deveriam
exaltar os indivíduos influentes, porque
eles são meros mortais, nem louvar seu
trabalho, que se esvaece.17
Vivendo vida exemplar, os cristãos
servem como uma carta “conhecida
e lida por todos” (II Coríntios 3:2
– NVI), para o expresso propósito de
recrutar cidadãos para o reino eterno
de Cristo.
Separação entre Igreja e Estado
A separação entre Igreja e Estado é o
quinto e mais forte argumento imposto aos cristãos que buscam postos políticos. Mas, o que poderia surpreender
os cristãos é aprender que a maioria
dos governos partilha das preocupações da comunidade religiosa, quando
ela mescla o sagrado com o secular. A
ex-secretária de Estado norte-americano, Madeleine Albright, escreveu: “A
maioria de nós não quer nossos líderes
confundindo sua própria vontade com
a de Deus, nem queremos que eles
ignorem os princípios morais e religiosos.”18
Uma avaliação honesta das relações
Igreja-Estado demonstra os abundantes benefícios que os grupos religiosos
obtêm de legítimas estruturas políticas
– por exemplo, a isenção de impostos
sobre propriedades da igreja. Pense
sobre quão difícil seria a obra da Igreja
sem as garantias governamentais das
liberdades civis e do Estado de Direito.
Considere ainda como os pobres
estariam, sem a presença de um povo
que teme a Deus. Mantendo padrões
morais elevados, agindo com amor
pelo semelhante, distribuindo alimentos e prestando ajuda em calamidades,
os cristãos exercem uma positiva influência sobre a ordem social: “Fossem os
servos de Deus tirados da Terra, e Seu
Espírito retirado dentre os homens,
este mundo seria entregue à desolação
e destruição, o fruto do domínio de
Satanás. Conquanto os ímpios não o
saibam, devem até mesmo as bênçãos
desta vida à presença do povo de Deus
no mundo, esse povo que desprezam e
oprimem.”19
Conclusão
Os adventistas do sétimo dia têm
um papel vital a desempenhar no
processo governamental de seu país.
Quando os cristãos se apartam da
política, que o cientista político David
Easton chama de “autorizada distribuição de valores”,20 a política é deixada
para os incrédulos: o currículo escolar
é programado, a política nacional é
implementada e as determinações
globais são feitas sem oferecer uma
perspectiva cristã, adventista do sétimo
dia. Poderiam os governantes interpretar nosso silêncio como ausência
de opinião sobre as questões? Que os
adventistas nada têm a contribuir para
sua discussão?
A vida de fé precisa dar prioridade
a assuntos políticos. Como cristãos,
somos representantes, não de um partido político, mas do reino de Cristo. A
política é mutável e se não formos cuidadosos, um ponto político estabelecido pode ser uma oportunidade perdida
de alcançar o coração de pessoas que
mantêm posições opostas. Os cristãos
devem estar sempre atentos ao seu primeiro chamado.
A Bíblia contém muitos exemplos de
mensageiros de Deus que comprometeram a posição que lhes fora confiada.
O rei Saul se tornou tão absorvido
com a erradicação de seu presumível
inimigo, que falhou em conduzir a
nação de Israel ao ideal divino. Outro
exemplo é Davi. Deus instruiu o rei a
não fazer o censo de homens em idade
militar, para que a nação não baseasse
sua segurança no efetivo militar, mas
no poder de Deus. Apesar disso, Davi
ordenou o levantamento, mas com
resultados devastadores. O mais sábio
de todos os homens, Salomão, permitiu que a nação degenerasse como
resultado direto de sua preocupação
com mulheres. Depois, Ezequias exaltou a vitalidade econômica do país,
ao dar boas-vindas aos representantes
babilônicos, em lugar de apresentar às
visitas o Deus que era a fonte dessas
bênçãos.
“Fortes eram as tentações que os
rodeavam [A Daniel e seus três amigos]
nessa corte corrupta e luxuosa.”21 Mas,
“não foi o orgulho ou ambição que
os levou à corte do rei – à companhia
dos que não conheciam nem temiam
a Deus”.22 “Sua fé era forte na certeza
de que Deus os tinha colocado onde
estavam, que eles estavam fazendo a
Sua obra e cumprindo os reclamos do
dever.” 23
Hoje, milhares de adventistas servem
fielmente seu país como juízes, embaixadores, prefeitos, ministros e outras
posições proeminentes. Quer os cristãos sirvam como nomeados políticos,
membros de equipes governamentais,
quer como cidadãos dotados de voz,
voto e oração (Jeremias 29:7), que a
glória de Deus irradie por meio de nós,
promovendo a justiça e o bem-estar,
e atraindo homens e mulheres para o
eterno reino de Cristo.
Jane Sabes (Ph.D. pela Universidade
Auburn) é professora de Ciências
Políticas na Universidade Andrews.
Anteriormente ela atuou como
secretária de Saúde e Serviço Social
no Wyoming. E-mail: sabesja@
andrews.edu
7. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/
Jehovah’s_Witnesses#endnote_w96_0601_1>.
8. Disponível em: <http://www.usccb.org/index.
shtml>.
9. Disponível em: <http://thecatholicvote.org/>.
10.Ronald F. Thiemann. Religion in Public Life:
A Dilemma for Democracy. Washington, D.C.:
Georgetown University Press, 1996. p. 169.
11.Ellen G. White. O Desejado de Todas as Nações.
22. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,
2003. p. 509.
12._______. In: Signs of the Times (4 de dezembro
de 1907).
13._______. In: Review and Herald (30 de março
de 1911).
14._______. In: Review and Herald (27 de agosto
de 1861); Testemunhos para a Igreja. Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, vol. 1, pp. 264, 534.
15.Arthur L. White. Ellen G. White: The
Progressive Years 1863-1876. Hagerstown,
Maryland: Review and Herald Publ. Assn.,
1986. p. 40 (com referências adicionais às pp.
34-44 e 99-109).
16.Ellen G. White. 2. ed. Fundamentos da
Educação Cristã. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 1996. p. 82.
17._______. Testemunho Especial acerca da
Política. In: Fundamentos da Educação Cristã.
2. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1996.
pp. 475-84.
18.Madeleine Albright. The Mighty & the
Almighty. Nova Iorque: HaperCollins
Publishers, 2006. p.104.
19.Ellen G. White. 22. ed. O Desejado de Todas as
Nações, 2003. p. 306.
20.David Easton. A Framework for Political
Analysis. Chicago: University of Chicago Press,
1979.
21.Ellen G. White. Profetas e Reis. 8. ed. Tatuí.
Casa Publicadora Brasileira, 1996. p. 482.
22.Ibidem. p. 484.
23.Ibidem. p. 493. Ver também pp. 494 e 497-98.
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REFERÊNCIAS
1. Ellen G. White. Patriarcas e Profetas. 16. ed.
Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. pp.
368-69.
2. _______. Profetas e Reis. 8. ed. Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 1996. pp. 494-98.
3. Ibidem. pp. 607-10.
4. Ibidem. p. 628.
5. Ibidem. pp. 601-02.
6. _______.O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 2004. pp. 81, 84 e 85.
O objetivo do site é estimular a
comunicação entre os jovens adventistas de todo o mundo e o gabinete do
Presidente da Associação Geral. Nesse
mesmo site você também encontrará
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DIÁLOGO 18•3 2006
Perguntas e respostas sobre os dinossauros
Elaine Graham-Kennedy
Como compreender o
mistério dos dinossauros
sob a perspectiva bíblica? O pequeno Mateus parou, extasiado,
no Zoológico de Fort Worth. Ele quase
não podia acreditar no que via. A sua
frente estava Cera, seu dinossauro favorito, personagem do filme A Terra antes
do Tempo. Ele olhava fixamente. Seus
pais, depois de um tempo, insistiam
para visitar outros locais. Soluçando,
ele implorava por mais tempo, enquanto era puxado pelos pais. Esta fixação
infantil pelos dinossauros para muitos
passa com o tempo, mas alguns manterão seu amor por essas fascinantes criaturas durante toda a vida.
As crianças das igrejas cristãs não são
exceção. Entretanto, nas denominações
mais conservadoras surgem numerosas
questões de cunho teológico que se
tornam problemáticas à medida que as
crianças crescem. Essas questões podem
ser sintetizadas em uma só: como os
dinossauros se encaixam em uma perspectiva bíblica?
Existe hoje uma crescente base de
dados sobre dinossauros, incluindo
ossos, dentes, pegadas, ovos, embriões,
impressões de pele, e excrementos.
Aparentemente, os dinossauros terrestres existiram em todos os tamanhos
e formas. As informações sugerem
populações ativas, reproduzindo-se,
em uma escala global.1 Em face das
crescentes evidências, é difícil afirmar
que os dinossauros nunca existiram.
Entretanto, algumas pessoas defendem
esse ponto de vista porque não conseguem conciliar a existência dos dinossauros com a sua compreensão da natureza de Deus. Há, portanto, necessidade
de os cristãos reconhecerem o significado desses animais na perspectiva bíblica
da história da Terra.
Freqüentemente esse dilema é expresso assim: “Não posso compreender que
DIÁLOGO 18•3 2006
Deus tenha colocado o Tyrannosaurus
rex no jardim do Éden.” Outros comentam que os dinossauros são “tão feios”,
por isso não acreditam que um Deus
amorável e compassivo tenha criado
uma degradante “máquina de matar”.
Entretanto, essas mesmas pessoas não
se preocupam com o fato de Deus
ter criado os leões, o que leva à pergunta: “Qual é a diferença entre um
tiranossauro e um leão?” Certamente
existem muitas diferenças. Sendo ambos
carnívoros, a questão é a existência de
predadores no jardim do Éden. Quanto
a isso, mesmo que cristãos crentes na
Bíblia acreditem que Deus criou uma
“espécie” de felinos, sua suposição é que
eles eram herbívoros, pelo menos antes
de Adão e Eva pecarem, e parece lógico
que esse argumento poderia também ser
aplicado aos dinossauros carnívoros.
O que aparenta ser uma questão
simples, torna-se bastante complexa ao
se tratar das implicações decorrentes.
Examinaremos esse assunto nas questões
seguintes. Os dinossauros realmente
existiram?
Alguns poucos ossos espalhados não
seriam suficientes para concluir que
realmente os dinossauros existiram.
Entretanto, o registro de ossos de dinossauros é muito amplo, e a sua variedade
amplia nosso conhecimento a seu respeito. Pegadas bem preservadas e ovos
com embriões indicam que os dinossauros eram criaturas vivas, que se deslocavam e se reproduziam.2 As pegadas são a
argumentação mais poderosa a favor de
sua existência.
Registros em rochas em todo o
mundo oferecem fascinantes informações. Cientistas têm encontrado nas
rochas grandes depósitos de ossos de
dinossauros, que sofreram mineralização e ficaram preservados. Esses ossos
petrificados são chamados de fósseis.
Havendo suficientes ossos fossilizados de um animal, cientistas poderão
reconstruí-lo. Até 1990, haviam sido
reconstruídos 197 esqueletos completos
de dinossauros.3 Desde então, muitos
mais foram também.
Ao estudar os ossos, os cientistas
desenvolveram um sistema de classificação a partir de estruturas ósseas
peculiares a esse grupo de animais.
Considere-se, por exemplo, que os crânios de dinossauros apresentam orifícios
Pegadas de terópodes – dinossauro carnívoro – no Parque Estadual de Glen Rose,
Texas, EUA. Fotografia – cortesia da autora não encontrados em répteis ou mamíferos, que o tornozelo é composto de
uma junta única, e que as vértebras são
diferentes das de outros organismos.4
O exame da estrutura interna dos ossos
sugere que os dinossauros constituem
um grupo peculiar de animais, bastante
distinto dos mamíferos e dos répteis.
Grande parte da estrutura óssea apresenta reposição celular que a preserva ao
se tornar um fóssil.5 Os detalhes microscópicos observados indicam linhas de
crescimento e vesículas nos ossos, combinação de características peculiares dos
dinossauros não encontrada em répteis
ou mamíferos, embora alguns aleguem
certa semelhança entre Coelophysids e
aves.
Os dinossauros foram classificados
em dois grupos distintos em função de
sua estrutura pélvica. O primeiro grupo
abrange os terópodes ou dinossauros
carnívoros, e os saurópodes, dinossauros
de grande porte, com pescoço e cauda
cumpridos e estrutura pélvica semelhante a dos répteis. O segundo grupo
engloba todos os outros dinossauros
que têm ossos pélvicos semelhantes
aos das aves. As estruturas pélvicas dos
dinossauros são peculiares, apesar da sua
semelhança com as de outros animais.6
Têm surgido problemas no sistema
de classificação dos dinossauros devido à dificuldade de se distinguir entre
gêneros e espécies. Em 1990, 45% dos
285 gêneros de dinossauros haviam sido
identificados a partir de um único osso.
Muitas pessoas são céticas a respeito
dessas identificações. Os pesquisadores
também se preocupam com as classificações que foram desenvolvidas para os
dinossauros, pois muitos gêneros têm
apenas uma espécie. Eles suspeitam que
alguns desses gêneros são na realidade
somente espécies de gêneros descritos.7
Apesar dessas dificuldades, há considerável material para sugerir que existiu
ampla variedade de dinossauros.
Os assuntos aqui discutidos sugerem
que os dinossauros foram criaturas
peculiares e, como tais, poderiam bem
representar uma “espécie” criada, como
relatado no livro de Gênesis. A variedade, a distribuição e a combinação dos
traços e características dos dinossauros
sugerem a possibilidade do cruzamento
entre eles, tal como ocorre agora com
cães ou flores; entretanto, a variedade
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10
de espécies é bem mais fácil de ser realizada do que a variedade encontrada
entre famílias de dinossauros, da mesma
forma como a origem de uma nova
classe de organismos.
Para os que pensam que os ossos de
dinossauros são fraudes, existem dados
adicionais que sugerem o contrário.
Alguns ossos fósseis são encontrados
com impressões deixadas pela pele, e
nos oferecem informação adicional
sobre a aparência desses organismos. Se
os ossos fossem uma fraude, teria sido
muito difícil incluir aquelas impressões
de pele no osso que se encontrava ainda
inserido na rocha.
Se eles fossem uma fraude, o fraudador teria também de ter criado as
pegadas. As informações obtidas a partir
das pegadas são mais interessantes.8 As
pegadas aparecem em variados tamanhos e formas. Quando os rastros têm
suficiente extensão, podem ser determinados os passos e a maneira de andar do
dinossauro. A maioria das pegadas indica que os dinossauros estavam andando
e não correndo, e pareciam mancar. É
difícil determinar por que os dinossauros estariam mancando. Poderiam estar
machucados, carregando seus filhotes
ou comida. Qualquer que seja a explicação, a presença das pegadas confirma
que os dinossauros realmente estavam
vivos e movimentando-se. É interessante observar que os pesquisadores não
descobriram ainda nenhum dinossauro
morto junto às suas pegadas. Camadas
de ossos de dinossauros são encontradas
em camadas acima e abaixo, mas não
junto com as pegadas.
Algumas trilhas apresentam pegadas grandes juntamente com outras
pequenas9, o que sugere um bando
de dinossauros. Alguns pesquisadores
supõem que esses bandos estavam
seguindo uma rota natural de migração, enquanto outros poderão não
concordar com essa conclusão. Dentro
do contexto bíblico da história da
Terra, a movimentação dos dinossauros pode refletir respostas de sobrevivência e fatores de pressão relacionados com modificações na terra e nas
DIÁLOGO 18•3 2006
águas do dilúvio subindo e descendo.
Finalmente, existem evidências da
reprodução de populações de dinossauros. Ninhos, ovos, embriões e filhotes
têm sido registrados.10 Existem mais
de 200 locais com ovos, ao redor do
mundo. Embriões e filhotes são raros.
A existência desses depósitos indica que
pelo menos alguns dinossauros estavam
se reproduzindo.
Os pesquisadores nem sempre conseguem dizer quais dinossauros puseram quais ovos. No início do século
20, pensou-se que ovos descobertos
na Mongólia eram do Protoceratops, o
dinossauro herbívoro dominante na
região.11 No final dos anos 1900, porém,
foi descoberto outro ninho com os
ossos do pequeno predador Oviraptor,
em cima dos ovos. Além disso, escaneando-se um ovo, foi descoberto um
embrião de Oviraptor. Os depósitos da
Mongólia despertam muitas perguntas.
Por que o Oviraptor sentaria no ninho
enquanto ele estava sendo soterrado
por uma tempestade de areia? Teria ele
se afogado em uma lagoa entre dunas
durante uma repentina chuva pesada?
Sentou-se no ninho por que ele era de
sangue quente? Quantos estavam sentados sobre os ovos? Quantos ninhos
existiam?
Muitas perguntas permanecem sem
respostas, mas o volume de dados disponíveis confirma que os dinossauros
realmente existiram. Carniano) em quatro continentes.12 O
surgimento diversificado e espalhado de
dinossauros no registro fóssil é difícil de
explicar pela atual teoria da evolução.
Essa dificuldade raramente é trazida à
atenção do público, o que de fato não é
incomum, pois ninguém gosta de falar
sobre o que não sabe.
É importante lembrar que as datas
radiométricas não constituem dados
(fatos reais); elas exprimem o resultado
de cálculos matemáticos baseados na
distribuição de materiais radioativos
nas rochas.13 O tempo aí não é medido
diretamente, mas corresponde ao expoente na expressão que dá a inclinação
da linha gerada pela distribuição dos
isótopos. Essa distribuição baseia-se
nas propriedades físicas e químicas do
interior do corpo rochoso fundido.
Conseqüentemente, o relato bíblico
da história da Terra é igualmente legítimo como fonte de dados relativos ao
tempo.
Em resumo, exatamente como os
cientistas acreditam que possuem um
modo confiável para medir períodos de
tempo no registro das rochas, muitos
cristãos acreditam que possuem uma
fonte de informação confiável (a Bíblia)
para a idade da vida na Terra – conseqüentemente, permanece controvertida
a determinação precisa da idade dos
dinossauros.
Quando os dinossauros existiram?
A crença de que dinossauros e seres
humanos conviveram na Terra não se
baseia em evidências científicas (elas não
existem), mas sim na confiança depositada na palavra inspirada de Deus. A
crença de que Deus criou todos os seres
vivos e que eles eram bons, bem como a
crença de que não houve “derramamento de sangue”, predação, na Terra antes
do ser humano pecar, induz muitos a
crer que dinossauros e pessoas podem
ter convivido pacificamente.
É importante observar que nem todos
os dinossauros eram de grande porte,
carnívoros.14 Metade das famílias de
dinossauros era do porte de uma girafa
Não são tão conclusivas as evidências
sobre quando os dinossauros existiram. Eles são encontrados nas camadas
mesozóicas do registro fóssil (coluna
geológica). Datações radiométricas de
camadas associadas de lava e de cinza
vulcânica indicam que eles viveram
entre 65 e 225 milhões de anos atrás,
bem além das idades bíblicas aceitas.
(De acordo com a datação radiométrica,
pensa-se que a Terra tenha entre 4,6 a
4,7 bilhões de anos).
Os primeiros registros de ossos de
dinossauros em rochas foram feitos na
mesma unidade do Período Triássico (o
DIÁLOGO 18•3 2006
Os dinossauros conviveram com
os seres humanos? Como?
adulta (cerca de sete metros de altura),
ou menor, alguns tendo o tamanho
de um cachorro grande. Além disso, a
maioria dos dinossauros era herbívora. De alguma forma seria Satanás
responsável pela origem dos
dinossauros?
Alteraria Satanás o DNA de alguns
animais para dar origem aos dinossauros? São os seres humanos responsáveis por essa origem? Teriam os seres
humanos manipulado geneticamente os
primeiros dinossauros? Em minha opinião, a resposta a todas essas questões é
“NÃO!” Os dinossauros eram organismos peculiares, que tinham estruturas
e traços próprios. Isso significa que sua
origem requereria mais do que misturas
ou alterações; exigiria novas informações, uma atividade criadora que a
maioria dos cristãos acredita residir
somente no poder de Deus. Foram os dinossauros
hibridizados a partir de outras
espécies de animais?
O cruzamento sugerido por alguns
cristãos para a origem dos dinossauros
exigiria descendência viável a partir da
miscigenação de mamíferos e répteis,
dois filos distintos. Em nosso mundo
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11
não é possível a hibridização de filos.
Cruzamento de espécies são bastante
comuns; entretanto, existem limites
para aquele tipo de cruzamento.15 Então Deus realmente criou os
dinossauros?
Por que um Deus de amor criaria o
Tyrannosaurus rex? Este animal viveu no
jardim do Éden? A partir dos dados que
temos, é razoável supor que Deus criou
algum ou alguns tipos básicos de dinossauros. Ainda mais, alguma variedade
de terópodes, que poderia ter incluído o
Tyrannosaurus rex.
Entretanto, na perspectiva bíblica,
seria difícil acreditar que os animais no
Éden eram carnívoros. A alteração de
sua dieta teria ocorrido após a Queda. O que exterminou os
dinossauros?
Muitas teorias foram propostas para
a extinção dos dinossauros:16 (1) uma
drástica mudança climática devido ao
impacto de um asteróide ou ao aumento de vulcanismo, ou ambos; (2) um
rompimento na cadeia alimentar; ou (3)
a evolução dos dinossauros para aves.
Muitos cristãos não crêem que os dinossauros evoluíram para aves, e comprovou-se a dificuldade para documentar o
rompimento na cadeia alimentar.
A destruição dos dinossauros pelo
dilúvio adapta-se à perspectiva da
Bíblia. O sepultamento dos dinossauros
em grande variedade de sedimentos
depositados pela água ao redor de todo
o mundo17 é compatível com o relato
bíblico. A complexidade do dilúvio
bíblico pode ter desempenhado importante papel na destruição da Terra e dos
organismos. Se os dinossauros foram criados
por Deus, por que foram
extintos?
Numerosos organismos, que os
cristãos crêem terem sido criados por
Deus, foram extintos. Os sistemas
12
oceânicos alteraram-se de forma impressionante desde o mundo pré-diluviano.
Populações de insetos, anfíbios, répteis
e mamíferos são hoje radicalmente
diferentes. Nem tudo que Deus criou
sobreviveu até hoje – resultado do pecado humano não da vontade divina.
Deus atuou continuamente para salvar vidas, como se vê ao longo de todo
o relato bíblico do dilúvio. Infelizmente,
nem tudo que foi salvo pôde sobreviver
no mundo pós-diluviano. Havia dinossauros na arca?
Pelo menos metade das famílias dos
dinossauros poderia estar dentro da
arca, pois eram suficientemente pequenos. Além disso, é importante lembrar
que nem todas as espécies tinham de
estar na arca. Eram necessárias espécies
representativas, ou tipos básicos, pois
reconhecemos que existe variedades
pelo menos dentro de gêneros (grupos
de espécies). Entretanto, é importante
lembrar que não existem dados científicos para sustentar essa idéia. A crença
de que os dinossauros estavam na arca
de Noé é uma declaração de fé. Conclusão
Alguém poderá pensar que essas questões são ridículas. Entretanto, os cristãos
fazem essas indagações porque desejam
uma explicação da natureza que se harmonize com o relato bíblico da história
da Terra. Embora as respostas aqui
apresentadas possam não satisfazer totalmente a todos, pelo menos elas provêem uma base para discussão e estudos
posteriores.
Ainda existem muitas maravilhas para
conhecer sobre a obra criadora de Deus.
A promessa divina é que as conheceremos diretamente do Mestre eterno, na
Terra renovada. Até lá, como cristãos,
somos motivados a pesquisar e estudar a
história da Terra com o auxílio do relato bíblico e da inspiração do Espírito
Santo.
Elaine Graham-Kennedy (Ph.D.,
Universidade do Sul da Califórnia)
é geóloga e tem focalizado suas
pesquisas no Grand Canyon,
Arizona, e na Patagônia, Argentina.
Atualmente está estudando uma
camada de ossos de dinossauros
no leste de Wyoming, e trabalhando como professora adjunta de
Geologia na Universidade Adventista
Southwestern, em Keene, Texas.
Recentemente publicou o livro
Dinosaurs: Where Did They Come
From ... And Where Did They Go?
(Boise, Idaho: Pacific Press Publishing
Association, 2006), que está disponível no endereço http://www.
adventbookcenter.com. Seu e-mail é
[email protected]
REFERÊNCIAS 1. K. Carpenter, K. Hirsch, and J. Horner.
Dinosaur Eggs and Babies. Nova Iorque:
Cambridge University Press, 2000. p. 372.
2. M. Lockley. Tracking Dinosaurs. Nova Iorque:
Cambridge University Press, 1991. p. 238.
3. D. Lambert and the Diagram Group. Dinosaur
Data Book. Nova Iorque: Avon Book, 1990. p.
320.
4. A. Romer. Vertebrate Paleontology. Chicago:
University of Chicago Press, 1996. p. 468.
5. A. Chinsamy-Turan. The Microstructure of
Dinosaur Bone. Baltimore: Johns Hopkins
University Press, 2005. p.216.
6. A. Romer. pp. 148-163.
7. P. Dodson. “Counting Dinosaurs: How Many
Kinds Were There?”. In: Proceedings of the
National Academy of Sciences 87, 1900. pp.
7608-7612.
8. M. Lockley. pp. 61-70.
9. Ibidem. pp. 71-82.
10.K. Carpenter, et al., p. 372.
11.Disponível em: <http://www.dinosaur-world.
com/feathered_dinosaurs/oviraptor_philocerataops.htm>.
12.A. Hunt. “Synchronous First Appearance of
Dinosaurs Worldwide During the Late Triassic
(Late Carnian: Tuvalian)”. In: Geological Society
of America, Abstracts with Program, 1991. p.
A457.
13.G. Faure. Principles of Isotope Geology. Nova
Iorque: John Wiley and Sons, 1986. p. 608.
14.Lambert, et al., p. 320.
15.J. Gibson. “Creation and Evolution: A Look at
the Evidence” (1999). Disponível em: <http://
origins.swau.edu/papers/evol/gibson/default.
html>.
16.Artigo anônimo resumindo numerosas explicações dadas para a extinção dos dinossauros.
Disponível em: <http://www.priweb.org/ed/
ICTHOL/ICTHOL04papers/04.htm>.
17.Lambert, et al., pp. 230-261.
DIÁLOGO 18•3 2006
1844: coincidência ou providência?
Ron du Preez
Muitos dos grandes
movimentos globais que
surgiram por volta de 1844
desafiaram importantes
verdades de Deus.
Foram os eventos ocorridos no ano de
1844 apenas um acidente? Ou tem esse
ano um significado mais profundo na
compreensão bíblica do plano de Deus
na história da redenção? Como adventistas do sétimo dia, deveríamos aceitar
a segunda posição. Para nós, 1844 é o
ano em que terminou a profecia dos
2300 dias de Daniel 8:14, o marco que
assinala o início do julgamento préadvento no céu, e a culminação do mais
longo período profético da Bíblia, proclamando ao mundo que o fim não vai
demorar e que a segunda vinda de Jesus
está próxima.
O que muitos não sabem, inclusive entre os adventistas, é que 1844 é
importante não apenas em relação à história sagrada, mas também em relação a
outros eventos mundiais de grande magnitude que fazem desse ano uma espécie
de divisor de águas. Antes, porém,
vamos traçar a importância de 1844
para a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
De um grande erro a uma
poderosa mensagem
Por volta de 1840, muitos pregadores
pelo mundo estavam proclamando que
Jesus estava para voltar. O pesquisador
Le Roy Edwin Froom indica que entre
esses pregadores, de várias denominações
cristãs, havia brancos, negros, mulheres e
até mesmo crianças. Houve uma garota
do campo na Europa que atraiu de três a
quatro mil pessoas ao pregar sobre o fim
do mundo. Grande foi o impacto que
ela exerceu na vida de muitos.1
Nos Estados Unidos, foi a pregação
e os escritos de Guilherme Miller, um
fazendeiro que se tornou pregador, que
despertou a paixão tanto de crentes
quando de descrentes. Miller e seus
DIÁLOGO 18•3 2006
associados proclamavam a seguinte mensagem: “Assim como o primeiro advento
de Jesus Cristo foi predito em Daniel
9, Seu segundo advento é identificado
em Daniel 8:14. Visto que a terra deve
ser o ‘santuário’ a ser ‘purificado’, isso
vai acontecer por meio do fogo quando
Jesus voltar. Começando com 457 a.C.,
a profecia dos 2300 dias/anos de Daniel
8:14 culminará ao redor de 1843-1844.
Jesus virá outra vez por volta desse
tempo. Portanto, prepare-se para encontrá-Lo! Sua volta será um evento literal
e visível que precederá o milênio.” Essa
era a essência da proclamação milerita.
Vinte e dois de outubro de 1844 foi
finalmente estabelecido como o dia em
que a profecia terminaria. Aquele era o
dia em que a terra seria purificada pelo
retorno de Jesus. Milhares de mileritas,
vários milhares, aguardaram pacientemente, fervorosamente, até que o dia
chegou. Então eles esperaram o dia
inteiro, mas Jesus não veio, deixandoos profundamente desapontados. Eles
foram forçados a admitir que alguma
coisa havia saído errado.
Uns poucos dentre os desapontados
estudaram as Escrituras ainda com mais
fervor. Não demorou para que aprendessem que embora a data de 22 de outubro de 1844 estivesse correta, o evento
estava errado. Esses crentes entenderam
que o santuário a ser purificado não
estava na terra, mas no céu. Jesus havia
entrado no santo dos santos do santuário celestial para dar início a Sua obra
de julgamento. Como Ellen White mais
tarde declarou: “O assunto do santuário
foi a chave que desvendou o mistério do
desapontamento de 1844.”2
Ángel Manuel Rodríguez comenta:
“Tendo completado na terra a obra
para a qual viera (João 17:4, 5; 19:30),
Cristo ‘foi elevado ao céu’ (Atos 1:11)
para ‘salvar definitivamente aqueles
que, por meio dEle, aproximam-se de
Deus, pois vive sempre para interceder
por eles’ (Hebreus 7:25), até que em
Sua segunda vinda Ele vai aparecer ‘não
para tirar o pecado, mas para trazer
salvação aos que O aguardam’ (Hebreus
9:28). Entre esses dois pólos, a cruz e o
glorioso retorno do Senhor, Cristo atua
como sacerdote real ‘no santuário, no
verdadeiro tabernáculo que o Senhor
erigiu, e não o homem’ (Hebreus 8:2),
o advogado (I João 2:1) e intercessor
daqueles que nEle crêem (Romanos
8:34). Como nosso Sumo Sacerdote,
Cristo está ministrando os benefícios de
Seu sacrifício àqueles que vêm a Ele, um
ministério tão essencial à nossa salvação
como Sua morte substitutiva.”3
Assim, o grande desapontamento de
22 de outubro de 1844 se tornou uma
poderosa mensagem. É verdade que
Jesus não veio como os mileritas pensavam. Mas, um pequeno grupo de crentes desapontados descobriram nova luz
bíblica – a verdade de que Cristo entrou
na fase final de Seu ministério sumosacerdotal no santuário celestial, após
o qual Ele vai finalmente voltar para
redimir Seu povo. Assim nasceu a Igreja
Adventista do Sétimo Dia, com sua fé
firmemente ancorada no breve retorno
de Jesus e com o compromisso de pregar
toda a verdade em Jesus. O ano de 1844
é, de fato, importante para o nascimento
do adventismo.
Mas, 1844 é de interesse em outras
áreas também. Movimentos surpreendentes e destrutivos à fé surgiram no
panorama mundial na mesma época,
formando um cenário de desafio e
urgência para a proclamação adventista,
e chamando os habitantes do mundo a
olhar para a genuína verdade acerca de
Deus e Seu papel no final da história
humana. Examinaremos três desses
movimentos.
O surgimento do marxismo
Em agosto de 1844, Frederick Engels
se encontrou com Karl Marx em Paris
e eles se tornaram parceiros numa luta
revolucionária – “um relacionamento
duradouro que iria mudar o mundo”,
como disse alguém.4
Enquanto os cristãos que acreditavam
na Bíblia pregavam que Jesus logo iria
voltar para levar Seu povo para o céu e
pôr fim ao pecado e sofrimento e prover
paz e felicidade eternas, Marx e Engels
estavam proclamando que o caminho
13
para a verdadeira felicidade era eliminar
Deus da vida; que o caminho para a paz
e segurança era através dos princípios
do socialismo e comunismo; que eles
podiam e haveriam de libertar os cativos
do mundo e promover uma sociedade
harmoniosa e sem divisão de classes na
terra.5 Marx e Engels, portanto, tentaram direcionar a esperança humana
para longe da segunda vinda de Cristo,
para uma utopia comunista sob a qual
milhões foram subjugados na maior
parte do século passado.
No contexto desse desafio, o movimento do advento de 1844 foi conclamado a proclamar o evangelho eterno
do santuário celestial onde todas as nossas esperanças devem estar ancoradas.
Dispensacionalismo e falsas
noções de salvação
Enquanto o grande despertar do
segundo advento estava se alastrando
por muitos países, um pregador evangélico europeu itinerante chamado John
Nelson Darby começava a disseminar
uma nova teoria acerca da segunda vinda
de Jesus. Enquanto pregava na Suíça,
Darby desenvolveu a teoria do “dispensacionalismo” – uma teoria que divide
a história em sete eras ou dispensações,
desde a era da inocência antes da queda
à era da restauração no fim dos tempos. Embora Darby insistisse que havia
extraído sua doutrina do dispensacionalismo da Bíblia somente, entre 1843 e
1845 ele introduziu uma surpreendente
inovação – o arrebatamento secreto.6 A
teoria do arrebatamento secreto ensina
que Cristo virá em segredo, arrebatará os
santos e os levará para o céu.
Um comentário moderno desse arrebatamento secreto é a agora famosa série
de livros Deixados para Trás, da qual
mais de sessenta milhões de cópias já
foram vendidas em todo o mundo. Os
autores desses livros populares argumentam que embora milhões serão deixados
para trás durante o arrebatamento, eles
não serão deixados sem esperança. Eles
terão uma segunda chance de salvação.
Tim LaHaye e Jerry Jenkins, dois autores da série Deixados para Trás, promo14
vem diretamente a teoria da “segunda
chance”:
“Milhões de homens, mulheres,
meninas e meninos vão reconhecer que,
embora eles perderam o arrebatamento
e assim terão de enfrentar os terrores
da tribulação, Deus ainda os chama,
anelando por vê-los ao Seu lado... Nós
cremos que esses ‘santos da tribulação’
podem muito bem ser contados aos
bilhões. E não se esqueça: cada um desses novos crentes terá sido deixado para
trás depois do arrebatamento precisamente porque ele ou ela tinha (até aquele ponto) rejeitado a oferta de salvação
de Deus. Mas, mesmo então, o Senhor
não desistirá dele.”7
Essa é a parte mais alarmante e
perigosa da teoria do arrebatamento
– a crença de que pessoas terão uma
segunda chance de salvação. A Bíblia,
porém, em nenhum lugar ensina o
arrebatamento secreto e muito menos
uma segunda chance de salvação após
a morte. O ensino consistente da
Escritura é que o segundo advento de
Jesus vai ocorrer apenas como um único
grande evento: ele será pessoal e literal
(Atos 1:11), visível e audível (Apocalipse
1:7; I Tessalonicenses 4:16), glorioso e
triunfante (Mateus 24:30), cataclísmico
(Daniel 2:44; 2 Pedro 3:10) e repentino (Mateus 24:38, 39, 42-44). Vários
sinais, alguns dos quais inclusive já
ocorreram, hão de preceder esse evento,
no mundo natural (Apocalipse 6:1213), no mundo moral com o aumento
da ilegalidade e corações saturados do
pecado (Mateus 24:37-39), e no mundo
religioso com falsos profetas enganando
a muitos (vs. 24).
Quando todos os sinais que apontam
para o segundo advento tiverem sido
cumpridos, então Jesus voltará – para
reunir Seu povo, para ressuscitar os justos mortos, para transformar e receber
todos os santos, para destruir os poderes
maus e perversos, para vindicar o caráter
de Deus, para restaurar a terra e para
restabelecer a comunhão com Deus! A
linguagem bíblica acerca da segunda
vinda não dá margem para um arrebatamento secreto.
As Escrituras também não falam de
uma segunda chance de salvação após a
morte. A posição bíblica é clara: depois
da morte, não há nenhuma possibilidade de uma segunda chance; existe
apenas um julgamento. “O homem está
destinado a morrer uma só vez e depois
disso enfrentar o juízo” (Hebreus 9:27
– NVI).
Porém, quão sinistra e quão
sutil é a teoria do arrebatamento.
Definitivamente, trata-se de um atentado ao cristianismo, um assalto à preciosa
doutrina da salvação e da segunda vinda
de Cristo.8
Seria apenas um acidente Deus ter
escolhido o movimento do advento em
1844, para proclamar as genuínas verdades da segunda vinda e do juízo, mais
ou menos na mesma época em que tais
doutrinas enganadoras, como o arrebatamento secreto e o dispensacionalismo,
entraram em cena no mundo?
Darwin e o surgimento da
evolução naturalística
Depois de cinco anos de uma viagem
científica a bordo do navio HMS Beagle,
Charles Darwin voltou para casa na
Inglaterra em 1836. A viagem o levou
a “pensar muito acerca da religião” e
ele começou a “descrer no cristianismo
como uma revelação divina”.9 Mais
tarde, Darwin declarou: “Em junho de
1842, eu primeiro tive a satisfação de
escrever um breve resumo da minha teoria [da evolução] a lápis em 35 páginas;
esse resumo foi ampliado no verão de
1844 para 230 páginas.” Assim começou A Origem das Espécies de Darwin,
um livro que revolucionou o pensamento científico e marcou o início da negação do relato bíblico da criação.
Todavia, naquele mesmo ano de
1844, Deus estava trazendo à luz uma
verdade bíblica por muito tempo negligenciada: o sábado, que celebra Deus
como o Criador. Uma denominação
relativamente pequena, os Batistas
do Sétimo Dia da América do Norte,
haviam se preocupado bastante em
1843 com a ameaça da recente legislação
quanto ao domingo, que poderia afetar
DIÁLOGO 18•3 2006
suas liberdades. Assim, eles se dedicaram
a orar e a se envolver mais ativamente
em favor do sábado do sétimo dia, separando um dia em 1843 e, mais tarde,
outro em 1844 para jejum e oração,
para que Deus Se “levantasse e defendesse Seu santo sábado”.
No inverno de 1844, uma senhora
chamada Rachel Oakes, uma batista do
sétimo dia de Nova Iorque, estava visitando a filha em New Hampshire. Lá,
ela visitou a Igreja Cristã Washington,
onde um serviço de comunhão estava
sendo ministrado por Frederick Wheeler,
um ministro metodista que havia aceitado a mensagem milerita. A Sra. Oakes
ficou surpresa ao ouvir Wheeler dizer:
“Todo aquele que confessar comunhão
com Cristo numa cerimônia como esta
deveria estar disposto a obedecer a Deus
e guardar Seus mandamentos em todas
as coisas.” Quando o Pr. Wheeler visitou
a família Oakes pouco tempo depois,
a Sra. Oakes lhe disse que ela quase
se levantara aquele dia na igreja para
lhe dizer que seria melhor para ele não
participar da cerimônia enquanto ele
mesmo não estivesse disposto a guardar
todos os mandamentos de Deus, incluindo o sábado.”
Ao voltar para casa, Frederick Wheeler
estudou sinceramente sua Bíblia, e algumas semanas depois, aceitou o ensino
bíblico acerca da santidade do sétimo
dia, o sábado, e pregou seu primeiro sermão sobre o assunto em março de 1844.
Muitos membros de sua igreja abraçaram a verdade do sábado. Das sessenta
ou mais pessoas daquela vizinhança que
experimentaram o grande desapontamento de 1844, umas quarenta aceitaram a doutrina do sábado e mais tarde
se tornaram membros da primeira igreja
adventista a guardar o sábado.
Outro pregador milerita, um batista
chamado Thomas Preble, ouviu que
a mensagem do sábado estava sendo
pregada em New Hampshire, e decidiu
investigá-la. Ele também, em agosto
de 1844, abraçou a verdade do sábado.
Cerca de quatro meses após o grande
desapontamento, Preble escreveu um
artigo acerca do sábado no periódico
DIÁLOGO 18•3 2006
milerita The Hope of Israel. José Bates,
um capitão de navio aposentado, leu-a e
não só aceitou o sábado como também
passou a publicar uma série de artigos
sobre o assunto. Desse tempo em diante,
José Bates, um dos fundadores da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, tornou-se
um líder na proclamação da mensagem
do sábado. Como se sabe, a questão
do sábado era tão importante que se
tornou parte do próprio nome da Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Ellen White
falou diretamente da importância do
sábado em destacar um Deus-Criador.
“A suposição infiel de que os eventos da
primeira semana requereram sete períodos de tempo vastos e indefinidos para
que se completassem atinge o sábado do
quarto mandamento diretamente em
sua base.”10
Seria mera coincidência Deus ter
levantado uma igreja, para que pregasse
a verdade do sábado e o poder criador divino, ao mesmo tempo em que
Darwin escreveu sua teoria evolucionária
negando a atividade criadora de Deus? A
mensagem dos três anjos de Apocalipse
14 e o compromisso adventista de proclamá-la seriamente, como a advertência
final de Deus ao mundo, não são mero
acaso. Na verdade, são parte do plano de
Deus para o fim dos tempos.
O cientista adventista Ariel Roth
comenta o seguinte desafio: “Nossa
confiança de que a Bíblia é a Palavra de
Deus não dá espaço para alternativas à
criação [bíblica] tais como uma criação
progressiva, evolução teística, ou evolução naturalística. Não deveríamos nos
envolver em especulações infrutíferas.
Como ‘o povo do Livro’, nós temos
uma oportunidade sagrada de apresentar
toda a Bíblia, incluindo sua mensagem
da criação, para um mundo que está
desorientado quanto à grande questão
de como começou a vida sobre a terra.”11
Nada a temer quanto ao futuro
Em nossa breve, mas esclarecedora
viagem de volta aos anos de 1840, nós
recapitulamos o surgimento de alguns
dos maiores movimentos globais – marxismo, dispensacionalismo e evolucio-
nismo – que desafiaram importantes
verdades acerca de Deus nesses tempos
finais. Além disso, deveríamos também
ter examinado outros importantes eventos que ocorreram na mesma época,
tais como o surgimento do espiritismo
moderno, o início da religião Bahai no
oriente e a emergência do existencialismo na Europa. Mas, a verdade nunca
foi deixada sem seus defensores. Deus,
em Sua graça e providência, sempre tem
levantado um pequeno, mas corajoso,
grupo de crentes na Bíblia para descobrir a verdade em sua plenitude e tornála sua prioridade de missão global e
testemunho. Não, 1844 e o surgimento
do adventismo não são meros acidentes!
São o plano de Deus para manter viva
a chama da verdade em meio às trevas
de engano que envolveram a história
humana por volta da mesma época.
O ano de 1844 e sua grande importância não podem jamais ser minimizados ou esquecidos. O conselho de Ellen
White é oportuno: “Ao recapitular a
nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso
até ao nosso estado atual, posso dizer:
Louvado seja Deus! Quando vejo o
que Deus tem executado, encho-me de
admiração e de confiança na liderança
de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos
a maneira em que o Senhor nos tem
guiado, e os ensinos que nos ministrou
no passado.”12
Ron du Preez (D.Min., Universidade
Andrews; Th.D., Universidade do
Sul da África) tem atuado como
missionário e professor universitário,
e atualmente serve como pastor na
Associação de Michigan. Este artigo
foi adaptado de seu livro No Fear for
the Future, distribuído pela Review
and Herald Publishing Association,
Hagerstown, Maryland, EUA. Ele
pode ser contatado pelo e-mail [email protected]
Continua na p. 31
15
Como detectar e vencer a depressão
Mario Pereyra
Conheça dez passos para
prevenir ou superar a
depressão, um mal que
afeta cerca de 14% da
população mundial.
Annie, 36 anos, vive com seu
marido e dois filhos. O que ela vive
dificilmente pode ser chamado de
vida. Durante a maior parte do dia,
está com medo e ansiosa. Medo de
nada em particular, mas ainda assim,
medo. Freqüentemente está tensa, com
aparência cansada e olhar perdido.
Por vezes, chora sem saber a razão. O
sorriso de suas crianças não lhe causa
muito impacto. À noite, é vítima de
insônia. “É horrível, assustador, já não
agüento mais”, ela me confidenciou.
“Não me sinto disposta a fazer nada.
Não consigo fazer as tarefas, não vou
a lugar nenhum. Eu não quero ver
ninguém. Vivo deitada, apesar de não
conseguir dormir. Apenas me deito e
fico pensando em meus problemas. A
comida me dá nojo. Perdi cinco quilos
nas últimas semanas. Por vezes, penso
que seria melhor pôr um fim a esse
pesadelo.”
Annie é uma vítima da depressão,
a mais comum de todas as desordens
mentais e queixas de saúde. Em todo
o mundo, aproximadamente 400
milhões de pessoas sofrem de depressão. As estimativas variam de 12 a
14% da população mundial.1
Os sintomas mais comuns são
melancolia, perda de interesse ou prazer, sentimento de culpa, baixa autoestima, transtornos do sono, falta de
apetite, pouca energia e baixa concentração. No pior dos cenários, a depressão pode levar ao suicídio, uma trágica
fatalidade associada à perda de cerca de
850 mil vidas a cada ano.2
O quadro é preocupante. O pior
é que dois terços das pessoas que
16
sofrem de depressão não buscam ajuda.
Porém, mais de 80% entre aqueles
com depressão clínica melhoram significantemente com tratamento.
Tipos de depressão
Pesquisadores têm sugerido diferentes subtipos teóricos de depressão.7 São
eles:
1. Depressão maior é a condição na
qual alguém se sente deprimido o
tempo todo, sem interesse em nada.
Há perda de apetite, insônia, ansiedade, fadiga, dúvidas e tendências
suicidas.
2. Distimia é uma depressão mais
prolongada (mínimo de dois anos
para adultos e um ano para crianças e
adolescentes), com sintomas similares
à depressão maior, mas com menor
intensidade.
3. Depressão bipolar é uma condição
caracterizada pela presença de depressão maior e episódios de mania. É um
estado anormal da mente, expansivo
ou irritável, que pode durar por uma
semana, com ilusões de grandeza,
ausência de sono, falando mais do que
o usual, pensamentos dispersos, ativismo e agitação psicomotora.
4. Ciclotimia é similar à desordem
bipolar, mas de maior duração e menor
intensidade.
Sou deprimido?
Se você quer analisar seu estado
mental, complete o teste de Wang, no
quadro abaixo. Marque seus resultados
com as instruções ao final deste artigo.
Os dez mandamentos
antidepressão
Há dois modos básicos de combater
a depressão: com psicoterapia e terapia
farmacológica. A pessoa deve ser avaliada por um psiquiatra que prescreverá
tratamento adequado. A psicoterapia
mais efetiva é a cognitivo-compor-
Teste de Auto-Avaliação Wang
Instruções
Marque um “x” na opção que melhor indica seu jeito de ser, em cada um dos itens nas
fileiras. Depois de completar o teste, leia as instruções que aparecem ao término deste
artigo para ver onde você se encontra.
Itens
Nunca
Raramente Às vezes Freqüentemente Sempre
Pontos
1. Sinto-me triste.
o
o
o
o
o
________
2. Tenho um bom apetite.
o
o
o
o
o
________
3. Choro ou tenho vontade
de chorar.
o
o
o
o
o
________
4. Durmo mal à noite.
o
o
o
o
o
________
5. Tenho confiança própria.
o
o
o
o
o
________
6. Tenho vontade de trabalhar. o
o
o
o
o
________
7. Irrito-me facilmente.
o
o
o
o
o
________
8. Tenho fé no futuro.
o
o
o
o
o
________
9. Sinto-me nervoso e ansioso. o
o
o
o
o
________
10. Estou cansado.
o
o
o
o
________
o
Soma
________
Multiplicado por 2
________
Total
________
DIÁLOGO 18•3 2006
tamental. Ela permite aos pacientes
adquirirem novas habilidades em seu
modo de percepção, compreensão e de
reação às dificuldades, reduzindo a gravidade e duração da condição depressiva. Entre diversas formas para alcançar
esse objetivo, gostaria de sugerir dez
mandamentos antidepressão.4
1. Intencionalmente lute contra
pensamentos negativos. Os pensamentos negativos mais importantes são
conhecidos como “Tríade Cognitiva
Negativa”. São eles: (1) pensamentos e sentimentos negativos sobre si
mesmo; (2) a tendência de interpretar
o ambiente de forma negativa; e (3) a
visão do futuro de modo pessimista.
Por exemplo, Annie estava convencida
de que era uma mãe ruim e uma péssima esposa. Pensava que seu esposo
não a amava e com certeza a deixaria.
Acreditava que a história depressiva de
sua mãe se repetiria com ela.
Como combater esses pensamentos?
Dois passos irão ajudar. Primeiro,
detecte e descubra os pensamentos
negativos. Segundo, confronte-os com
evidências da realidade.
Pedimos a Annie que escrevesse suas
situações negativas em um caderno
com quatro colunas. As três primeiras
colunas eram para ela descrever o evento, o que ela pensou e sentiu de acordo
com a situação e que tipo de evidência
ela possuía. Ela tinha que escrever na
última coluna um pensamento positivo
que substituísse o negativo. Por exemplo: um dia ela se encontrou com uma
amiga que não a cumprimentou. Isso
desencadeou pensamentos negativos.
Aqui está o que ela escreveu:
Situação
Minha amiga passou perto de mim sem
me cumprimentar.
O que senti e pensei
Eu penso que ela está brava comigo. Isso
gerou medo e rejeição.
Evidência
Seu semblante sério e desagradável.
Pensamento alternativo
Pode ser que ela não esteja brava comigo e sim preocupada acerca de algo mais
pessoal.
DIÁLOGO 18•3 2006
2. Quebre o circuito de idéias
negativas. Annie pensou que seu marido se cansaria dela e a abandonaria.
Dessa forma, se retraiu e adotou uma
atitude desdenhosa. “Se ele vai me deixar, para que devo me preocupar com
ele?”, pensava. “Você escutou o que
ele disse quando entrou? Que eu não
melhorarei novamente, como a minha
mãe. O que ele quer é se ver livre de
mim.” Tais pensamentos podem provocar uma resposta negativa do marido. Em troca, uma resposta negativa
reforçaria seus sentimentos de rejeição
e de futuro abandono. Annie estava
presa em um círculo vicioso.
Como mudar estas idéias negativas? Uma maneira é confrontar tais
pensamentos com a real situação. Na
realidade, Omar, o marido de Annie,
a amava muito e estava fazendo tudo
para tornar a recuperação dela possível.
Annie sabia que ela deveria preservar
seu matrimônio e sua família, ser mais
amorosa e cuidadosa. Assim, ao confrontar o negativo e reforçar o positivo,
Annie poderia quebrar o círculo vicioso. Quando as atitudes mudam, tudo
muda.
3. Evite pensamentos “absolutos”,
do tipo “tudo ou nada”. “Omar
nunca me amará novamente como
antes.” “Tudo sempre dá errado.” Tais
pensamentos e atitudes são típicos de
pacientes deprimidos. A tendência
é julgar as experiências, situações,
pessoas e a si mesmo por duas categorias apenas: bom ou ruim, sempre
ou nunca, santo ou pecador, etc. Para
mudar esse modo de pensar, o método
mais efetivo é o de introduzir tons no
raciocínio com uma inclinação para
o lado otimista. Por exemplo, Annie
entendeu que ela teve o amor de seu
marido, ainda que ele tenha se mostrado um pouco cansado em alguns
momentos. Ela aprendeu a dizer: “Eu
vou me sair vencedora com a ajuda de
Deus.” “Existem coisas que faço que
dão errado, mas existem outras que
faço bem.”
4. Não critique e castigue a você
mesmo. Outra tendência de uma pes-
soa deprimida é estar permanentemente julgando suas ações, enfatizando os
erros. Os deprimidos tendem a ignorar
suas virtudes e focalizar as fraquezas.
Esta autodepreciação incapacita e destrói. Por outro lado, o reconhecimento
de virtudes constrói um novo futuro.
5. Exclua a tirania do “eu devo”.
Quando se permite o crescimento do
“eu devo”, este se torna um tirano permanente, fazendo demandas excessivas.
Ao invés de “eu devo”, aprenda a adotar a atitude “eu preferiria.” O anterior
é uma demanda tirânica, um fracasso
que leva à baixa auto-estima. O posterior é uma aspiração, uma meta a
alcançar. Se há um tempo em que os
deveres precisam ser mais flexíveis, este
tempo é quando você está deprimido.
6. Evite situações desagradáveis e
estressantes. Como ir a funerais, por
exemplo. Tais eventos acrescentam tensão a um indivíduo, particularmente a
alguém com tendência à depressão.
7. Reconheça seus valores e virtudes. Reconhecer a sua própria capacidade e valor pessoal faz parte do caminho do bem-estar.
8. Aprenda a desfrutar e obter
satisfação no que você faz. Depressão
é o resultado de um fracasso em desfrutar a beleza e as bênçãos da vida.
Benjamin Franklin disse bem: “O
homem rico não é aquele que tem
tudo, mas o que desfruta tudo o que
tem.” Aprender a reconhecer o bom
e o bonito ao redor de nós é um salto
transcendente à descoberta da felicidade de viver.
9. Promova esperança.
Desesperança é um componente
essencial da depressão.5 A desesperança
tem relação próxima com sintomas
depressivos e tendências suicidas.6
Uma pesquisa sobre tratamentos para
a depressão indica que a redução da
desesperança é um fator importante de
resultados bem sucedidos, particularmente durantes as primeiras semanas
de tratamento.7
Continua na p. 27
17
Perfil
Emily Akuno
Diálogo com uma professora adventista
de música no Quênia
A professora Emily Akuno nasceu no
Quênia, em uma família de nove filhos.
A mãe adventista influenciou sua vida
demonstrando comprometimento com
os valores espirituais. Toda sua formação educacional teve lugar em escolas
públicas. Graduou-se em música pela
Universidade Kenyatta, onde trabalha atualmente como professora de
Música. Concluiu também o mestrado
em Música pela Universidade Estadual
do Noroeste, nos Estados Unidos, e o
doutorado pela Universidade Kingston,
em Londres.
Devido suas habilidades profissionais
e realizações na área de música, Akuno
foi eleita presidente do Festival de
Música do Quênia para todas as instituições educacionais do país. Foi, também, presidente do Festival de Música
e Cultura do Quênia para instituições
não-acadêmicas, e presidente da
Associação de Professores de Música
da África Ocidental. Até recentemente,
foi pró-reitora interina na Universidade
Kenyatta e dirigiu o Departamento
(posteriormente Instituto) de Música
por vários anos na mesma instituição.
A professora Akuno, seu esposo e
seus dois filhos são membros ativos da
18
Igreja Adventista Central de Nairobi.
no meu lar e na minha igreja.
n Qual foi o papel da fé e da música em
n Sendo adventista do sétimo dia, como
sua infância?
Meu pai era policial e seu trabalho
sempre o mantinha longe de casa.
Portanto, fui educada pela minha mãe,
membro ativa e fiel da igreja. Ela vivia
sua fé e nos ensinou sobre um Deus
que nos ama e cuida de nós. Minha
avó materna também era adventista do
sétimo dia. Passei muitas horas ao seu
lado. Assim, considero-me uma adventista de terceira geração.
Após o Ensino Fundamental, fui
para uma renomada escola no Quênia.
Lá, tive meu primeiro contato com a
música e sua teoria como disciplina
de estudo. A partir de então, meu
interesse em música cresceu. Depois
do Ensino Médio, estava decidida a
cursar faculdade de música. Escolhi,
então, a Universidade Kenyatta por seu
prestigiado curso de música. Após a
faculdade, fui para os Estados Unidos
fazer o mestrado e, mais tarde, para a
Inglaterra, cursar o doutorado.
n Então, o seu interesse em música
começou quando estudou nessa renomada
escola secundária?
Não. Nessa escola tive contato
com a música num contexto formal
e acadêmico, como objeto de estudo.
Anteriormente já estava envolvida com
o ministério da música na minha igreja
local, onde havia três corais. Cantava
no primeiro coral, que seria equivalente a um coral de desbravadores, hoje.
Portanto, desde os cinco anos de idade,
estava envolvida no canto. Posso dizer
que descobri primeiramente a música
sua responsabilidade de ensinar música se
relaciona com sua fé?
Não vejo a música somente como
música por si só, mas como um instrumento. No ambiente educacional, a
música é uma ferramenta que otimiza
mudanças de comportamento e ajuda
na percepção de si mesmo. É uma
ferramenta que muda as pessoas. Isso é
um desafio para mim como adventista. Como usar esse instrumento para
produzir resultados positivos? Como
adventista, quero usar a música para
transmitir valores corretos. Para atingir
esse objetivo, uso os dons que Deus
me concedeu para ensinar meus alunos
de tal modo que possam fazer decisões
sábias na utilização de seus talentos
musicais. Minha fé também me orienta e ajuda na escolha das músicas que
utilizo. Isso não significa que trabalho
apenas com músicas sacras, mas deixo
meus valores cristãos influenciarem
minha perspectiva de música, tanto a
sacra como a secular, clássica ou contemporânea.
n Às vezes, a música é um tema polê-
mico, principalmente quando se trata
de culto de adoração, tanto na Igreja
Adventista do Sétimo Dia como em
outras igrejas. Como profissional, que
conselho daria sobre como a música deveria ser compreendida?
Tenho três princípios.Primeiramente
a música deve louvar a Deus. Davi
escreveu: “Aclamai a Deus, toda a
Terra” (Salmo 66:1). Ele agradeceu
com música as bênçãos que Deus lhe
DIÁLOGO 18•3 2006
concedeu. Portanto, a música apropriada deve ser agradável a Deus e
deve louvá-Lo, sendo realizada com
alegria e gratidão. Em segundo lugar,
como cristãos devemos ser sábios e
gentis. Amo o canto e a música, e
se vou a uma igreja deficiente em
música, sinto como se tivesse perdido
algo em minha adoração naquele dia.
Porém, os meus atos não deveriam ser
uma pedra de tropeço para os outros.
Sigo o conselho de Paulo de não causar o tropeço dos outros. Por último,
a música é uma linguagem. Em um
de meus livros, defino a música como
a expressão de uma cultura. Como
cristãos, nós adotamos uma cultura
própria. A maioria das culturas locais,
especialmente aquelas que conheço,
pode não ter originalmente o conceito
de um Deus no céu, mas o têm de
alguma divindade a ser adorada. Agora
que conhecemos o verdadeiro Deus,
todos esses aspectos culturais deveriam
ser submetidos ao nosso conhecimento
de Deus. Utilizar músicas compostas
em outra língua ou cultura pode resultar em uma conotação diferente do
proposto no original. Por essa razão,
incentivo a composição de músicas
nas línguas nacionais, feitas principalmente por autores bem firmados no
evangelho.
n Sua família tem talento musical?
De certa maneira, sim. Apesar de
algumas vezes meu filho mais novo
perguntar por que deveria estudar
música, as informações que recebo
da escola indicam que ele é bastante
ativo nessa área. Meu filho mais velho
estudou música até o Ensino Médio e
toca saxofone, mas não faz faculdade
de música. Permito meus filhos tomarem suas próprias decisões. As pesquisas indicam que a prática de música
melhora a aprendizagem em outras
áreas de estudo, assim como ajuda um
indivíduo a ter equilíbrio emocional.
n Poderia comentar sobre a vida na
DIÁLOGO 18•3 2006
universidade pública onde estudou e trabalha atualmente?
A vida universitária pode ser uma
grande mudança para os jovens, pois
não existem mais toques de campainha, nem horários restritos de dormir,
há pouca orientação sobre relacionamentos com o sexo oposto e, na
maioria das vezes, você está totalmente
independente. O que me ajudou foi
o seguinte: ter sempre algo útil para
fazer. Manter-me ocupada me afastava
dos perigos da tentação. Além disso, ir
à igreja cada sábado. Passávamos o dia
todo na igreja estudando a Bíblia e em
comunhão com os irmãos. Mantinhanos, assim, ocupados no local certo
com pessoas que possuíam valores
semelhantes aos nossos. Assistir às
reuniões de pôr-do-sol e outros cultos
da igreja é importante. Eles podem ser
vistos como rotineiros, mas nos ajudam muito no crescimento espiritual.
Participar de grupos cristãos no campus também é muito bom. Isso oferece
oportunidades para compartilhar sua fé
e envolver-se em boas atividades. Essas
atividades promovem amizades e um
sistema de apoio para se manter focado
nos aspectos positivos da vida. Além
disso, oferecem também oportunidades para os jovens dialogarem entre si,
conversarem sobre Deus e se conhecerem melhor.
n Que conselho daria aos jovens interes-
sados em estudar música?
Comece onde você está. As igrejas
locais oferecem muitas oportunidades
em relação à música. Ao descobrir seus
talentos e interesses, procure instituições educacionais com programas de
qualidade nessas áreas. Tenha claro
em sua mente a razão de querer estar
envolvido com música. Vai ajudá-lo
como cristão em sua responsabilidade
de ser uma luz no mundo? Através
da música, poderá levar luz onde há
trevas? Irá exaltar a Cristo? Será um
ministério para melhorar as difíceis
condições sociais e espirituais, e ajudar
os oprimidos? A música não deve ser
um fim em si mesma, mas um meio
de louvar a nosso Deus e compartilhar
essa alegria com aqueles que estão ao
nosso redor.
Entrevista concedida a
Hudson E. Kibuuka
Hudson E. Kibuuka (D. Ed. pela
Universidade da África do Sul) é
diretor de Educação da Divisão
Centro-Leste Africana e representante regional da Diálogo, com
escritório em Nairobi, Quênia. Seu
e-mail é: [email protected].
org
O e-mail da Dra. Emily Akuno é:
[email protected]
Atenção,
profissionais
adventistas!
Se você possui e-mail e um título
ou diploma pós-secundário em qualquer campo acadêmico ou profissional,
nós o convidamos para fazer parte da
Rede de Profissionais Adventistas (RPA).
Patrocinado pela Igreja Adventista, esse
registro global eletrônico assiste instituições e agências participantes a fim de
localizar candidatos para posições no
ensino, administração, área de saúde e
pesquisa, e consultores especializados
e voluntários para tarefas missionárias
breves. Coloque gratuitamente sua
informação profissional diretamente no
website da RPA: http://apn.adventist.org.
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19
Perfil
Jonathan Gallagher
Diálogo com o representante adventista
junto às Nações Unidas
O pastor Jonathan Gallagher, diretor associado do Departamento
de Relações Públicas e Liberdade
Religiosa na Associação Geral da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, atua como
representante da igreja junto às Nações
Unidas. Sua principal função é promover a conscientização da liberdade
religiosa, e desenvolver programas cooperativos de interesse para a igreja e a
comunidade internacional nas áreas de
saúde, educação, ética, direitos humanos e liberdade religiosa.
Gallagher exerce a função de
vice-secretário geral da Associação
Internacional de Liberdade Religiosa
(Irla), fundada em 1893 com o objetivo
de disseminar princípios de liberdade
religiosa e direitos humanos a todos
os povos ao redor do mundo. Ele é
também editor do jornal acadêmico
dessa associação, Fides et Libertas.
Além disso, é tesoureiro da Comissão
sobre Religião e Fé das Nações Unidas,
uma organização não-governamental
(ONG).
Como ministro ordenado da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, trabalhou
sete anos como pastor de igreja na
Inglaterra, sua terra natal, e oito anos
na administração da igreja no país.
Concluiu seu doutorado em Divindade
pela Universidade de St. Andrews,
na Escócia, e é autor de sete livros e
muitos artigos. Ele é casado com Ana
Gonçalves e tem dois filhos adultos:
Paul e Rebekah.
n O senhor sempre foi adventista?
Não. Para mim isso significa que,
comparado àqueles que cresceram na
igreja, conheço quais são as outras
alternativas. Eu vivi essas alternativas e
não as quero de volta. Estou completamente convencido a respeito da Igreja
Adventista, seus princípios, valores e
todas suas crenças.
n Houve alguma pessoa ou evento em
particular que influenciou sua decisão de
se tornar adventista?
Nos dois últimos anos do Ensino
Fundamental, na Inglaterra, tive um
colega de classe chamado Jean-Marc
Michel, das Ilhas Maurício. Durante as
aulas de ciências, sua posição quanto
ao criacionismo me impressionava. Na
época, os professores não eram confrontados. Quando Jean fez objeções, o
20
professor recorreu à gozação habitual:
“Na próxima aula, o ‘Dr. Michel’ irá
nos ensinar o que ele pensa ser a verdadeira origem do universo e da vida
como a conhecemos.” Jean-Marc deu
uma aula tão fascinante que o professor nunca mais lhe pediu para ensinar
novamente!
Tive também várias conversas interessantes sobre a Bíblia com ele. Um
dia, ele me falou: “Quando Jesus voltar...” Eu repliquei: “O que você quer
dizer ‘quando Jesus voltar?’” Ele respondeu: “Você sabe, a segunda vinda
de Cristo...” Eu disse: “Onde está isso
na Bíblia?” Eu pensei que conhecia a
Bíblia, pois meus pais eram evangélicos
e tinha lido a Bíblia desde pequeno.
Porém, nunca ouvimos um sermão
sobre a volta de Jesus. Depois que ele
me mostrou os textos nas Escrituras,
fiquei aterrorizado. Posteriormente,
esse sentimento se transformou ao
compreender melhor o assunto, e tive
a convicção que aquilo era verdade. De
fato, minha tese doutoral focalizou os
aspectos da segunda vinda de Cristo.
n Quando sentiu o chamado para o
ministério?
Inicialmente, não senti um chamado. Para muitos é difícil acreditar,
mas quando jovem era muito tímido
e introvertido. Não me sentia confortável falando em público. Depois que
me tornei adventista, acreditava que
Deus queria que eu pregasse. Porém, já
havia decidido cursar ciências, e prossegui nessa direção. Nesse período me
casei, e senti a convicção que deveria
estudar na Universidade de Newbold,
Inglaterra. Ainda não pensava em ser
pastor: queria somente conhecer mais
sobre Deus. O chamado veio depois.
DIÁLOGO 18•3 2006
n Que o motivou a defender a liberdade
religiosa?
Foram os conceitos sobre Deus.
Acredito que a liberdade é o principio
mais elevado no universo de Deus. Por
isso, nosso direito de louvar e adorar
livremente é soberano. Se você está
sendo compelido a realizar algo contra
suas crenças, essa é a maior violação
da dignidade humana. Isso faz parte
de um grande conflito universal, pois
Satanás acusou Deus de ser tirano,
ditador, e de não oferecer liberdade e
direito de escolha.
A liberdade religiosa se resume em
justiça. Estou convencido de que Deus
é justo e sempre será justo. Devemos
tentar sê-lo também. Jesus afirmou que
a perseguição viria, mas não disse para
nos acomodarmos ou apenas aceitá-la.
Devemos ficar atentos a esse respeito.
De outro modo, como as pessoas saberão dessas questões importantes? Não
haverá liberdade religiosa nos tempos
finais, mas, por enquanto, devemos
promover e defendê-la. Então, ao se
aproximar o fim, uma polarização surgirá e as pessoas poderão saber quais
são as verdadeiras questões.
n Quais são suas responsabilidades como
vice-secretário geral da Irla e tesoureiro
da Comissão sobre Religião e Fé das
Nações Unidas?
Organizamos associações de liberdade religiosa ao redor do mundo filiadas
à Irla, assim como representamos a Irla
nas Nações Unidas. Como tesoureiro da Comissão sobre Religião e Fé,
participo mensalmente de reuniões
em Nova Iorque com embaixadores e
representantes de ONGs.
Há dois anos, tivemos a oportunidade de falar na Comissão de
Direitos Humanos, representando a
Irla. Resolvemos abordar o problema da imposição da pena de morte
em caso de conversões, sobretudo
no Islamismo. Fizemos uma palestra citando autoridades do Islã que
são contra essa prática. O embaixador de Marrocos solicitou o direito
de resposta. Ele se levantou e disse:
DIÁLOGO 18•3 2006
“Gostaríamos de agradecer a Irla por
deixar claro que a pena de morte por
conversão não é parte do Islamismo
e tampouco da mensagem original
do profeta. Todos os países que a
impõem não representam o verdadeiro Islamismo.” Nesse momento você
pensa: “Podemos, sim, fazer a diferença.”
n Poderia compartilhar conosco uma
experiência de seu trabalho junto às
Nações Unidas?
Duas me vêm à mente. A primeira envolve uma oficial da Missão
Permanente da Sérvia nas Nações
Unidas. Fui até ela e lhe disse: “Vocês
estão propondo essa nova lei na Sérvia,
e ela é terrível.” “Que lei?”, perguntoume. Então lhe propus: “Posso conversar com a senhora sobre isso.” Ela respondeu: “Não. Espere até amanhã que
verificarei a lei.” Comunicou-se com
Belgrado e obteve o texto da lei. Então
conversamos. Apontei os itens que
eram contrários à constituição deles
e também iam contra a Declaração
de Direitos Humanos das Nações
Unidas. Ela fez anotações e as enviou
a Belgrado. A proposta da lei não foi
adiante.
A segunda é sobre a conferência
da Irla em Trinidade, em janeiro
de 2005. Convidamos o primeiro
ministro de Trinidade para nos falar.
Ele prontamente aceitou. Poucos dias
antes das reuniões, convidou-nos para
uma conversa de cinco minutos. Após
nos apresentarmos, ele disse: “Temos,
então, alguns doutores de teologia
aqui. Deixe-me lhes perguntar algo:
Qual foi o papel de Deus no tsunami?”
Coube a mim responder tal questão!
Por ele ser cristão, começamos por
Apocalipse com a guerra no céu.
Depois fomos para Gênesis, e então
discutimos o tema do Grande Conflito
em Isaías 14 e Ezequiel 28. Após meia
hora, seus assistentes comentaram:
“Era para ser um encontro de cinco
minutos, e estamos tendo um estudo
bíblico há meia hora!” Essas são
algumas oportunidades que surgem e
que devemos aproveitá-las.
n Que conselho daria aos jovens adven-
tistas para melhor se prepararem para
esse tipo de trabalho?
É importante ter conhecimento sobre ciências políticas, relações
internacionais e direito internacional.
Porém, o mais importante é realmente
ter interesse pelas pessoas e se preocupar com elas. Devemos tratar a todos
com respeito, ouvir o que eles têm a
dizer e ponderar sobre isso. É também muito importante sentir o desejo
de compartilhar sua fé, suas crenças
e princípios, mas de um modo não
agressivo.
n O que mantém seu entusiasmo pela
liberdade religiosa?
Conheci uma garota de 15 anos
de idade em uma de minhas viagens
à China. Descobri que seu pai, um
pastor adventista, estava na prisão há
dez anos. Ela o via apenas em visitas
ocasionais à prisão. Perguntei-lhe o
que mais queria no mundo, e ela me
respondeu: “Que meu pai volte para
casa.” Em momentos assim você experimenta a dor que resulta da violação
da liberdade religiosa. Por essa razão,
fico feliz em dedicar meu tempo trabalhando por essa liberdade.
Entrevista concedida a
Bonita Joyner Shields
Bonita Joyner Shields é editora assistente da Adventist Review, principal
periódico da Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Os escritórios da equipe
editorial estão localizados em Silver
Spring, Maryland, EUA. Seu e-mail é:
[email protected]
O endereço do Dr. Jonathan
Gallagher é: 12509 Old Columbia
Pike, Silver Spring, Maryland 20904,
EUA.
21
Logos
Você é um verdadeiro
discípulo de Cristo?
Leah Jordache
Como cristãos, dizemos que Cristo
é nosso Líder e somos Seus discípulos.
Mas, sabemos realmente o que isso
significa?
Para entender melhor o que é ser um
discípulo de Cristo, comecemos com
uma definição e então proponhamos
quatro questões para análise. Segundo
o dicionário, “discípulo” é um aluno
ou seguidor, um adepto convicto de
uma escola ou de um indivíduo.
Quem:
a qualificação de um discípulo
Para começar, um discípulo de Jesus
é seu aluno e seguidor. Quando Cristo
chamou Seus primeiros discípulos,
disse: “Vinde após Mim, e Eu vos farei
pescadores de homens” (Mateus 4:19).
Alguns definem discípulo em termos
de comportamentos, como a freqüência regular à igreja, a devolução fiel
de dízimos e ofertas, a opção por um
estilo de vida saudável, o respeito da
comunidade, o testemunho persuasivo
acerca de qualquer ponto da verdade,
ou o trabalho feito para uma organização cristã. Essas qualidades devem
estar presentes na vida de um cristão,
mas não o tornam necessariamente
um discípulo. O ponto central para a
definição de um discípulo está no relacionamento. Um verdadeiro discípulo
de Jesus é um aluno que aprende ativamente de Jesus através de observações
diretas e interação. Um discípulo é
alguém que O segue e que está sendo
moldado e formado para fazer o tipo
de trabalho que Ele faz.
É fácil nos pegarmos fazendo coisas
que pensamos que um discípulo deve
fazer, sem, contudo, realmente seguir22
mos a Cristo. Nos tempos de Jesus, o
relacionamento mestre/estudante significava que o discípulo deveria seguir
de perto o rabino, fazer coisas que ele
fazia, falar como ele falava e imitá-lo
tão bem que alguns poderiam confundi-lo com seu mestre. Inicialmente isso
poderia ser visto como uma grande
meta para aqueles que desejam ser
conhecidos como discípulos de Jesus.
Todavia, é possível agir como discípulos de Cristo, sem de fato segui-Lo.
Que:
a motivação de um discípulo
O que motiva os discípulos a
seguirem um mestre em particular?
O que os impele? Qual é sua força
propulsora? Na sociedade judaica dos
tempos de Jesus, os discípulos de rabinos famosos esperavam que o fato de
estarem ligados ao mestre certo lhes
trouxesse prestígio e posição em sua
comunidade. Por meio de sua santidade pessoal eles esperavam obter influência e prestígio para si próprios, a fim
de um dia se tornarem rabinos e terem
seguidores reivindicando serem iguais a
seus mestres.
Não é assim com o discipulado
cristão. Um discípulo de Cristo deve
possuir uma espécie diferente de motivação, que não tenha nada a ver com
obtenção de proveitos ou realização
pessoal. O apóstolo Paulo teve conhecimento antecipado do que significa
ser discípulo de Cristo. Ele escreveu
aos coríntios que a motivação do discipulado não está em si mesmo, mas
em Cristo: “Pois o amor de Cristo nos
constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos;
logo, todos morreram. E Ele morreu
por todos para que aqueles que vivem
já não vivam mais para si mesmos,
mas para Aquele que por eles morreu
e ressuscitou” (II Coríntios 5:14, 15
­– NVI).
Quando vamos a Jesus, aceitamos
o fato de que Ele morreu por nós, e
somos compelidos a viver a nova vida
de resgatados do pecado. Essa nova
vida está fundamentada não em nós
mesmos, mas nEle e para Ele. Assim,
um discípulo de Cristo é alguém impelido pelo amor de Deus a segui-Lo e
ser como Ele.
O discipulado vai além da obediência, além da santificação pessoal. Essas
coisas ocorrem como resultado natural
de um íntimo relacionamento discípulo/mestre com Cristo. Elas não são o
propósito do processo de discipulado.
Se meu foco está apenas no que está
acontecendo comigo, então ainda
estou vivendo para mim mesmo.
Pergunte a alguém sobre seu relacionamento com Deus. Você poderá ouvir
uma resposta semelhante a esta: “Bem,
eu leio minha Bíblia e oro, freqüento
a igreja regularmente, ouço música
espiritual, faço o possível para ser uma
boa pessoa, evito condescender com
o pecado e ajudo as pessoas o quanto
posso. Não sou perfeito, mas acho
que estou indo na direção certa.” Mas
seguir a Cristo diz respeito apenas às
nossas práticas ou observâncias, comportamentos e filosofia, nossa própria
experiência e discernimento? Poderia
haver algo mais?
Se vamos seguir a Cristo e viver para
Ele, então gostaria de apresentar duas
proposições: (1) se eu seguir a Cristo,
tenho de ir aonde Ele for; (2) se devo
viver para Cristo, tenho de viver para
aquilo que Ele vive.
Paulo diz: “Portanto, se alguém está
em Cristo, é nova criação. As coisas
antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (II Coríntios 5:17
– NVI). Discipulado é precisamente
isso. O que é velho passou. O que é
novo assumiu o comando. Vida nova,
novas metas, novos propósitos.
DIÁLOGO 18•3 2006
O discipulado cristão é um chamado
para pertencer a Cristo no mais pleno
sentido da palavra. Agora nos unimos
a Ele num novo propósito. Como Seu
discípulo, Seu destino é o meu destino,
Sua motivação, a minha motivação.
Onde:
o destino de um discípulo
O propósito da vida de Cristo é a
reconciliação do mundo com Deus
(II Coríntios 5:18 e 19). Ele conduz
a humanidade a uma restauração do
relacionamento com Deus. Como Seus
discípulos, nosso destino precisa ser o
mesmo. Paulo diz que Cristo nos deu
“o ministério da reconciliação” (v. 18).
O significado é claro. Assim como
Cristo Se deu a Si mesmo até a morte
de cruz, a fim de reconciliar o mundo
com Deus, assim deve ser a nossa
missão. Como discípulos, deveríamos
nos entregar completamente a esse
ministério de reconciliação. É nossa
tarefa como discípulos, levar de volta a
Ele as pessoas por quem Cristo depôs
Sua vida. Foi isso que Jesus quis dizer
em Mateus 28:19 (NVI) quando ordenou: “Vão e façam discípulos de todas
as nações.” Esse é o nosso destino, a
nossa meta, o nosso propósito como
Seus discípulos: conduzir outros a um
relacionamento restaurado com Deus
através do conhecimento daquilo que
Cristo realizou por eles.
Como:
a manifestação de um discípulo
Como discípulo de Jesus e de acordo
com II Coríntios 5:18, eu O represento perante o mundo e transmito-lhe
Sua mensagem de reconciliação. Faço
apelos em Seu favor. Minha manifestação é a Sua manifestação. Assim, o que
meu apelo comunica a Seu respeito?
Se sou um discípulo de Cristo, como
devo ocupar-me da missão de ser um
embaixador da reconciliação em Seu
nome? Em vista do quanto Deus esteve
disposto ao sacrifício, o que isso significa para nós como agentes de reconciliação?
É possível termos conseguido tanto
DIÁLOGO 18•3 2006
em nosso próprio processo de discipulado, que nos esquecemos de nosso
destino – nosso comissionamento – de
levar a mensagem divina de reconciliação a outros. Fomos reconciliados
com Deus através de Cristo, portanto, como Seus seguidores, rogamos a
outros, em Seu nome, que se reconciliem com Ele. A liderança de Cristo é
uma busca. Segui-Lo significa acompanhá-Lo em Sua busca. Devemos apelar
ao mundo em nome de Cristo.
Isso significa que qualquer um de
nós que considere seriamente o discipulado deveria fazer um inventário
de onde estamos como “seguidores
de Cristo”. Comece respondendo às
seguintes perguntas:
1. Qualificação:
• Sou um seguidor de Cristo?
• Vou além da santificação pessoal
para seguir a Cristo em Sua busca da
reconciliação dos seres humanos com
Deus?
2. Motivação:
• Sou constrangido pelo amor que
Cristo tem por mim?
• Estou convencido de que Deus
proveu tudo o que necessito, de forma
que já não preciso viver para meus próprios desígnios, mas para os Seus?
• Estou disposto a viver por Cristo
e meus semelhantes, em lugar de simplesmente viver para mim mesmo?
3. Destino:
• Qual é o meu destino?
• Onde as pessoas acabarão se me
seguirem aonde eu as estou conduzindo agora?
4. Manifestação:
• Como embaixador de Cristo, o
que minha manifestação está contando
acerca de Deus aos outros?
• É visível em minha apresentação
de Seu apelo o profundo desejo e a
paixão de Cristo pela reconciliação?
Lembre-se: “E, assim, se alguém está
em Cristo, é nova criatura; as coisas
antigas já passaram; eis que se fizeram
novas. Ora, tudo provém de Deus,
que nos reconciliou Consigo mesmo
por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que
Deus estava em Cristo reconciliando
Consigo o mundo, não imputando
aos homens as suas transgressões, e
nos confiou a palavra da reconciliação.
De sorte que somos embaixadores
em nome de Cristo, como se Deus
exortasse por nosso intermédio. Em
nome de Cristo, pois, rogamos que vos
reconcilieis com Deus” (II Coríntios
5:17-20).
Leah Jordache atua como pastora do ministério jovem da Igreja
da Universidade de Loma Linda,
Califórnia, EUA. Você pode entrar
em contato com ela acessando o
site www.lluc.org ou escrevendo
para [email protected]
23
ponto de vista
Dez razões que me fazem
permanecer adventista
Dan Smith
Em meio a
questionamentos e
controvérsias, a igreja que
segue os ensinamentos de
Jesus irá triunfar no final.
Testes são comuns durante a vida. Na
escola, testes determinam sua classificação. Em um consultório médico, testes
ajudam no diagnóstico e tratamento
de uma doença. Um teste de direção é
necessário para conseguir uma carteira
de motorista.
Mas o último é o Teste Final. Como
é que se faz para passar neste? A resposta final será sempre “graça”. Entretanto,
existe um problema. Sempre que Deus
lhe dá a graça, Ele faz juntamente um
pacote que chamamos de “igreja”. Os
estudantes do meu campus por vezes
dirão: “Sou espiritual, mas não religioso.” Isso normalmente indica problemas
com a igreja.
Sim, por vezes a igreja pode leválo à loucura. Política interna, muitas
regras, pessoas assustando com histórias
de perseguição nos últimos tempos,
legalismo. Tive um garoto com cabelo
comprido e camiseta vindo à minha
congregação. Estava esperando por sua
namorada quando alguém lhe disse:
“Você não pode entrar na igreja vestido
desta forma. Terá de esperar do lado de
fora.” Aquele jovem jurou nunca mais
voltar à igreja até que eu o chamei para
desculpar-me.
Como pastor, freqüentemente tive
razões para me perguntar: por que
permaneço dentro da igreja? Por que
24
agüentar todos os problemas que
encontro dentro dela? Minhas reflexões
me levaram a anotar dez razões para
permanecer na igreja.
1. O fardo de Deus não é pesado.
“Pois o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve” (Mateus 11:30).1
Alguém me disse que sentia o adventismo pesado, mas Jesus diz: “Venham
a mim, todos os que estão cansados e
sobrecarregados, e eu lhes darei descanso... Pois o meu jugo é suave e meu
fardo é leve” (Mateus 11:28 e 30). Se
você sente que sua religião é pesada,
você não obteve isto de Cristo. Esse
verso se tornou um verso de definição
para mim. Então tive que rever todo o
meu adventismo, até que o senti leve.
Charles Swindoll conta a história de
um homem que foi a um aeroporto
carregando uma mala pesada ligada por
um fio ao seu relógio. Outro homem
lhe perguntou o horário. Ele lhe disse
o horário, a pontuação do Lakers e o
tempo em Londres.
– Seu relógio lhe diz tudo isso?
Preciso dele. Pagarei 100 dólares.
– Não está à venda.
– 500 dólares.
– Não, é único. Meu pai me deu e eu
o darei ao meu filho.
– 5 mil dólares. Preciso ter este relógio. Tenho o dinheiro aqui.
– Ok, está bem.
O comprador, emocionado, põe o
relógio no pulso e vai embora. O primeiro homem, então, pega a mala e
grita:
– Não, espere um minuto, não se
esqueça de levar a bateria!
Isso é o que acontece com muitos
novos cristãos. Eles vêm à igreja, amam
a graça, o descanso sabático, o céu, o
batismo e os novos amigos. Então eles
adquirem todas as leis e regras e logo se
sentem carregando uma mala pesada.
Mas Jesus diz: “Meu jugo é suave e meu
fardo é leve.”
2. Deus não é um ladrão! “O
ladrão vem apenas para roubar,
matar e destruir; Eu vim para
que tenham vida, e a tenham
plenamente” (João 10:10).
Satanás vem dizendo mentiras a respeito de Deus por milhares de anos:
“Deus é um ladrão. Ele o enganará. Ele
tirará toda a sua diversão. Cuide com
Ele. Ele está aí para roubar a sua vida.”
Mas Jesus diz: “Não sou um ladrão.”
Então, tive que revisar todo o meu
adventismo, cada doutrina e padrão
da igreja para ter a certeza de que não
havia nada dizendo que Deus é um
ladrão.
3. Não temas. “Não tenham
medo” (Lucas 2:10).
Quando os anjos finalmente tiveram
a chance de dizer algo aos seres humanos no grande conflito entre Deus e
Satanás, suas primeiras palavras foram:
“Não tenha medo!” Eu cresci com
medo. Cada vez que pecava, ficava com
medo que Deus tivesse tirado meu
nome da “Lista”. Eu tinha medo do julgamento, dos últimos dias, tudo isso.
Mas os anjos disseram: “Não tema.
Vá encontrá-lo em uma manjedoura.
Ele é um bebê. Você não precisa ter
medo de se aproximar de Deus.” Então
novamente tive que revisar todo o meu
adventismo e me livrar de todo o medo.
Não ter mais medo de estar perdido,
nem do julgamento e nem dos últimos
tempos.
Quando estava no seminário, um
de meus irmãos me enviou bilhetes
para o jogo Chicago Bulls x Portland
Trailblazers. Eu era de Portland e
nós éramos os campeões do mundo.
Quando o Chicago marcava pontos, 20
mil pessoas ficavam em pé e torciam.
Quando Portland marcava, nós dois
DIÁLOGO 18•3 2006
ficávamos em pé e torcíamos! Quando
chegou o final do jogo, Chicago roubou a bola e marcou, nos passando por
um ponto, faltando quatro segundos
para terminar. Vinte mil pessoas em
pé aplaudindo. Dois de nós sentados!
Portland pediu tempo, voltou à quadra
e Lionel Hollins fez um arremesso de
longa distância que entrou na cesta
enquanto a campainha indicava o fim
do jogo! Dois de nós em pé, aplaudindo! Vinte mil sentados, silêncio absoluto! Foi algo extraordinário em minha
vida!
Por vezes parece que o outro lado
vai vencer. Onde está Deus? Por que
Ele não mostra mais o Seu poder? Por
que não há milhões vindo para escutar
acerca de Deus? Mas de alguma forma
irá acontecer. Um dia Deus irá mostrar
o Seu poder e estádios estarão cheios
de pessoas vindo para escutar acerca de
Deus. Eu não quero estar dormindo. Eu
não estou com medo.
4. Boas novas! “Não tenham
medo. Estou lhes trazendo boas
novas de grande alegria” (Lucas
2:10).
Tudo a respeito de Deus são boas
novas. Não devem existir algumas boas
novas com algumas más novas. Errado,
tudo deve ser boas novas.
Quando estivemos em Pasadena,
Califórnia, fomos a um casamento.
Isso aconteceu durante o sétimo jogo
das finais de basquete, entre Lakers e
Portland. No momento em que entramos no carro, para irmos à recepção,
nossos garotos ligaram o rádio. Os
Lakers estavam perdendo de 15 a 18.
Nós chegamos ao estacionamento da
recepção e ia desligar o carro. Os garotos começaram a chorar: “Pai, você
não pode desligar agora.” Finalmente,
minha esposa disse: “Dan, nós precisamos ir. Vamos chegar atrasados.” Então
eu desliguei o carro e os garotos, com
má vontade, saíram. Mas após cinco
minutos dentro da recepção, a notícia
começou a se espalhar: “Vocês ouviram
que os Lakers venceram? Eles estão
de volta!” Todos ficaram sabendo em
DIÁLOGO 18•3 2006
apenas cinco minutos. Por quê? Porque
eram boas novas.
Talvez a razão porque o evangelho
ainda não tenha chegado ao mundo
inteiro seja por não estarmos convencidos de que temos somente boas novas!
5. Imensa alegria! “Estou lhes
trazendo boas novas de grande
alegria” (Lucas 2:10).
Uma noite, ao chegar em casa, minha
esposa estava assistindo ao concerto
de Elton John, no Madison Square
Garden, em Nova Iorque. Eu nunca
o havia escutado. Enquanto assistia,
percebi 35 mil pessoas da minha idade
cantando com o cantor por duas horas,
sabendo todas as letras. Eu fiquei um
pouco triste, pensando comigo mesmo:
“Quando algo assim irá acontecer para
Deus?” Nosso culto deve ser mais intenso. Como cristãos, temos que ser as pessoas mais intensas da face da terra, porque os anjos nos disseram que estavam
trazendo boas novas de grande alegria.
6. O Salvador nasceu! “Hoje…
lhes nasceu o Salvador” (Lucas
2:11).
Ao compreendermos de uma vez
por todas o assunto “igreja”, estaremos
direcionados totalmente a Cristo. Todo
sermão será direcionado a Cristo, toda
doutrina se desenvolverá em torno de
sermos discípulos de Cristo. Salvação
será por graça somente, porque “hoje…
lhes nasceu o Salvador”.
Em Ruanda, 1994, com tantas
mortes, pessoas começaram a procurar
refúgio nas igrejas. Em uma manhã,
um grupo entrou em uma igreja cristã,
correndo de uma gangue de bandidos
vestidos com uniformes militares. Seu
“oficial-comandante” ordenou a todos
os membros que se deitassem e caminhou em direção a uma figura de Jesus,
pendurada na parede, cuspiu nela e
disse: “Jesus, você não tem valor, eu não
quero nada com você.” Então o pastor
caminhou em direção à mesma figura,
cuspiu e disse o mesmo. Alguns líderes
da congregação fizeram o mesmo.
Finalmente, uma jovem levantou-se,
pegou a sua própria roupa, limpou os
cuspes e disse: “Jesus, Você é a pessoa
mais importante da minha vida. Sou
eu quem não tenho valor algum.” Ela
virou-se em direção ao comandante
e disse: “Você pode atirar em mim,
agora!” O oficial começou a chorar,
pegou seu quepe e o pôs na jovem.
Partiu-lhe o coração ver uma pessoa disposta a morrer por Cristo. Nos últimos
dias, a igreja estará cheia de discípulos
de Cristo, cheios de fé como ela.
7. Para todas as pessoas. “Estou
lhes trazendo boas novas de
grande alegria, que são para todo
o povo” (Lucas 2:10).
Na nossa igreja, durante os últimos
dias, não haverá barreiras, discriminação, hierarquias. Nós crescemos cantando: “Cristo ama as criancinhas, todas
que no mundo há, não importa qual a
cor, Ele as quer com muito amor.” Mas
não agimos assim. Em muitas partes
do mundo temos permitido, ainda
hoje, a discriminação e o preconceito
guiar-nos em nossas decisões. Quando
pregava para uma platéia negra, o pastor H.M.S. Richards costumava dizer
bem alto: “Não haverá negros no céu!”
Silêncio. “Não haverá negros no céu!”,
ele repetia. As pessoas começavam a
ficar nervosas. Então dizia: “Não haverá
pardos também. Nem brancos. Apenas
vermelhos, vermelhos do sangue do
Cordeiro.” Todas as barreiras serão derrubadas.
8. Liberdade. “Onde está o
Espírito do Senhor, ali há
liberdade” (II Coríntios 3:17).
Muitos de nós crescemos sem o
sentimento de liberdade. Pessoas guardaram os sábados, deram seus dízimos
e ofertas, mudaram sua dieta, tiraram
suas jóias, mas não se sentiram livres. Se
a sua religião não o faz sentir-se livre,
então não pode ter vindo do Espírito.
Porque “onde está o Espírito do Senhor,
ali há liberdade”.
9. Tem de fazer sentido. “Venham,
vamos refletir juntos” (Isaías
25
1:18); “Ame o Senhor, o seu
Deus de todo o seu coração, de
toda a sua alma e de todo o seu
entendimento” (Mateus 22:37).
Tudo sobre a Igreja Adventista, nos
últimos dias, tem de estar firmado nas
Escrituras e centrado em Cristo. Isso
faz sentido, porque é a igreja de Deus
e Deus tem de fazer sentido. Nós costumávamos dizer que você não podia ir
ao cinema, mas podia assistir a filmes
no ginásio da escola. Não, o lugar não
era o ponto. O ponto era o que o filme
faria para a sua alma. Tudo o que dizemos tem de fazer sentido, porque Deus
nunca é arbitrário. As pessoas têm de
compreender que estão fazendo uma
escolha com vontade própria e com
seus olhos bem abertos. Poder escolher
é um avanço, uma verdade maior e
melhor.
10. Eu não tenho vergonha. “Não
me envergonho do evangelho”
(Romanos 1:16).
Ao refletir sobre meu adventismo,
com esta lista, finalmente cheguei a um
cristianismo e adventismo que podem
me orgulhar. Recuso-me a acreditar em
algo do qual tenha que me sentir envergonhado.
Anos atrás fiz um funeral para uma
família rica. Estas pessoas tinham tudo
– mansão, iate, avião, tudo. Eu estava
lá, sentado, invejando algo do que eles
tinham quando um dos homens da
família veio até mim e me perguntou:
– Você acredita naquilo que você
disse durante o serviço funerário?
– Claro que sim – respondi.
– Eu não. Eu costumava acreditar.
Esperava poder voltar a fazê-lo. Talvez
se eu tivesse um pastor como você eu
Loma Linda University
Geologia e Ciência Ambiental e do Sistema Terrestre
Programas de Bacharelado em Ciências
Geologia, com ênfase em sedimentologia e paleontologia, prepara o estudante para uma
educação complementar em nível profissional ou de graduação; para o ensino de ciência
secundária, ou ocupação em geologia industrial. Acesse o site http://www.llu.edu/llu/grad/natsci/ugradgeo.html, para informações adicionais ou entre em contato com o Dr. Leonard Brand –
[email protected].
A Ciência Ambiental e do Sistema Terrestre é o estudo integrado dos sistemas biogeofísicos, e de como as atividades humanas impactam a sustentabilidade do sistema terrestre.
Prepara os estudantes para contribuírem com os esforços visando a melhor administração
“global e local” dos recursos da Terra. Também os habilita ao mercado de trabalho ou aos estudos avançados numa variedade de campos, incluindo biologia, vários campos das geociências,
ciência ambiental, administração de recursos naturais, biotecnologia, diversas ciências de saúde,
bem como política pública e carreiras em direito ou planejamento. No site http://resweb.
llu.edu/rford/EESS/ há mais informações. Se quiser, contate o Dr. Robert Ford pelo e-mail
[email protected].
Nos dois programas de Bacharelado em Ciências, os estudantes cursarão os primeiros dois
anos em qualquer universidade ou faculdade, e os últimos dois na Loma Linda University. Cada
programa oferece sólido preparo universitário, segundo o registro centenário de altíssima qualidade acadêmica da Loma Linda University.
26
poderia voltar a acreditar.
Fiquei chocado em perceber que
estive sentado ali desejando ter o que
ele tinha, e ele estava desejando ter o
que eu tinha. Prometi que eu nunca me
envergonharia novamente. Estou orgulhoso de ser um cristão, orgulhoso de
ser um adventista do sétimo dia. Temos
o melhor quadro de Deus que conheço.
O melhor pacote de verdade. A maior
fidelidade à Bíblia que conheço.
Conclusão
Dick Winn escreveu uma vez que
se você está infeliz com a igreja, tem
algumas alternativas. Pode ficar dentro,
mantendo as aparências, entorpecido;
pode sair de fininho pela porta dos fundos; pode ficar bravo e sair pela frente;
ou pode escolher suas convicções “a
la carte”, imaginando que não precisa
jogar tudo para o alto por ter problemas
com algum ponto. Bastaria manter o
que funciona para você!
Ou você pode ainda ficar e trabalhar.
Fazer melhor. E foi isso o que escolhi.
Estive em meio a controvérsias teológicas. Tive amigos deixando a igreja, até
mesmo abandonando o ministério. Eu
olhei para isso, mas finalmente decidi
ficar. Se você e eu partirmos, outras
pessoas terão a palavra final sobre o
que a igreja se tornará. Se você partir,
você não adquire um voto, então eu
decido ficar. Contanto que eu tenha um
púlpito ou você tenha o seu papel na
igreja, nós temos algo a dizer e podemos
trabalhar para fazer com que a Igreja
Adventista seja aquilo que deveria ser.
Então fique! Decida hoje que nada o
poderá afastar – nenhuma hipocrisia,
nenhuma política, nada. Permaneça.
Ame a igreja porque Jesus ama a igreja e
morreu por ela.
Dan Smith é o pastor principal da
Igreja da Universidade de La Sierra
em Riverside, Califórnia, EUA. Seu
e-mail: [email protected]
1. Todas as citações bíblicas são da NVI.
DIÁLOGO 18•3 2006
Depressão
Continuaçáo da pág. 17
Como lutar contra a desesperança?
Desenvolvendo confiança em Deus,
construindo autoconfiança, estimulando recursos pessoais e mobilizando
forças mentais e espirituais para criar
uma atmosfera esperançosa. Esperança
é acreditar que sempre existe uma
Instruções para avaliar o Teste
Wang para diagnóstico de
depressão:
1. Marque os itens 1, 3, 4, 7,
9, e 10, da esquerda para
a direita, dando 1 ponto
para a coluna “Nunca”,
2 para “Raramente”, 3
para “Às vezes”, 4 para
“Freqüentemente”, e 5 para
“Sempre”.
2. Marque os itens 2, 5, 6 e 8,
da direita para a esquerda,
dando 1 ponto para “Sempre”,
2 para “Freqüentemente”,
3 para “Às vezes”, 4 para
“Raramente”, e 5 para
“Nunca”.
3. Coloque os pontos de cada
fileira à extrema direita. Some
e multiplique o total por 2
para obter o índice de porcentagem.
4. Localize o índice de porcentagem na Tabela de interpretação
abaixo.
Tabela de interpretação
Valores normais:
Até 40 pontos
Situação limite:
Entre 41 e 50
Depressão menor:
Entre 51 e 60
Depressão moderada:
Entre 61 e 70
Depressão grave:
Maior que 71
DIÁLOGO 18•3 2006
saída. Por isso, perguntamos a Annie:
“O que você fará depois que superar a
depressão? Como será o dia seguinte?”
Planejando o futuro, para viver com
seus filhos, ela foi capaz de visualizar
uma vida feliz. Pouco a pouco, viu sentido na vida e a luz começou a surgir.
10. Confie em Deus. Envolvimento
religioso é uma variável importante
que recebeu atenção em recente literatura em depressão. Vários estudos de
alto perfil8 indicam que certos aspectos
de religiosidade (por exemplo, envolvimento religioso público, motivação
religiosa intrínseca) podem ser inversamente relacionados aos sintomas
depressivos. Ou seja, maior o envolvimento religioso, menores os sintomas
da depressão.
Mario Pereyra (Ph.D., Universidade
de Córdoba, Argentina) é um psicólogo clínico. Também é professor
e pesquisador na Universidade de
Montemorelos, México. Ele é autor
de vários artigos e livros, dentre
os quais ¡Sea feliz! Cómo vencer la
depresión y controlar la ansiedad
(Publicações da Universidade de
Montemorelos, 2005), co-autor com
Carlos Mussi, de onde este artigo foi
adaptado. Seu e-mail é: pereyram@
um.edu.mx
for Chronic Depression”, Journal of Clinical
Psychology 59, 2003. pp. 817-31.
8. Por exemplo: A. W. Braam, P. van den Eeden,
M. J. Prince, A. T. F. Beekman, S. L. Kivelae,
B. A. Lawlor, et al. “Religion as a CrossCultural Determinant of Depression in Elderly
Europeans: Results from the Eurodpe colaboration”, Medicina Psicológica 31, 2001. pp. 80314.
Para leitura adicional
Associação Americana de Psiquiatria. Diagnóstico
e Manual Estatístico de Desordens Mentais, 4th
ed., DSM-IV, Washington, D.C., revisão de
texto, 2000.
D. G. Blazer, R.C. Kessler, K.A. McGonagle, e M.
S. Swartz. “The Prevalence and Distribution of
Major Depression in a National Community
Sample: The National Comorbidity Survey”,
Jornal Americano de Psiquiatria, 151, 1994,
pp. 979-86.
P. Saz, e M. E. Dewey. “Depression, Depressive
Symptoms and Mortality in Persons Aged
65 and Over Living in the Community: A
Systematic Review of the Literature”, Jornal
Internacional de Psiquiatria Geriátrica, 16,
2001, pp. 622-30.
T. B. Smith, M. E. McCullough, e J. Poll.
“Religiousness and Depression: Evidence for
a Main Effect and the Moderating Influence
of Stressful Life Events”, Boletim Psicológico,
129:4, 2003, pp. 614-36.
REFERÊNCIAS
1. Organização Mundial da Saúde (2006).
Depressão. O que é depressão? Disponível em:
<http://www.who.int/mental_health/management/depression/definition/en/>.
2. Idem.
3. S. R. H. Beach and N. Amir. “Is Depression
Taxonic, Dimensional, or Both?”, Journal of
Abnormal Psychology 112, 2003. pp. 228-36.
4. M. Pereyra y C. Mussi. ¡Sea feliz! Cómo
vencer la depresión y controlar la ansiedad.
Montemorelos, México: Publicações da
Universidade de Montemorelos, 2005.
5. W. Kuyken. “Cognitive Therapy Outcome:
The Effects of Hopelessness in a Naturalistic
Outcome Study”, Behaviour Research and
Therapy 42, 2004. pp. 631-46.
6. M. A. Young, L. F. Fogg, W. Scheftner, J.
Fawcett, H. Akiskal, e J. Maser. “Stable Trait
Components of Hopelessness: Baseline and
Sensitivity to Depression”, Journal of Abnormal
Psychology 105, 1996. pp.155-65.
7. L. P. Riso e C. F. Newman. “Cognitive Therapy
27
EM Ação
Estudantes se
encontram
no Brasil para
aprender e
compartilhar
Conferência sobre
criacionismo em Portugal
Membros da Associação de Estudantes
da Universidade Adventista de Portugal
participaram da conferência sobre criacionismo realizada de 2 a 5 de setembro
de 2005. Entre os 160 participantes estavam presentes professores e profissionais
adventistas. A conferência teve palestras
sobre biogeografia, geologia, paleontologia e teologia apresentadas pelos membros do Geoscience Research Institute
– Raúl Esperante, James Gibson, Jacques
Sauvagnat, Ronald Nalin – e outros
especialistas.
Uma pergunta-chave foi colocada
em pauta sobre vários ângulos: como
poderiam profissionais e estudantes de
28
universidades adventistas manter uma
fé estabelecida na Bíblia enquanto estão
sendo bombardeados por idéias evolucionistas e pontos de vista seculares?
Um dos pontos mais importantes
durante o encontro foi uma visita dirigida ao parque paleontológico localizado
em uma área de uma antiga pedreira,
onde longas trilhas ou pegadas de vários
tipos de dinossauros podem ser observados de perto.
Reportagem de Miguel A. Nunes,
estudante universitário e líder em
Portugal. E-mail: manunes@gmail.
com
Sob o tema “Eu Escolho Ser Fiel”,
mais de 300 estudantes universitários
adventistas e amigos se encontraram
no fim de semana de 18 de março de
2006, no sul do Brasil, para aprender sobre a criação e compartilhar o
presente da vida com outros. A reunião foi promovida pela Associação
de Estudantes Adventistas da Missão
Ocidental Sul-Rio-Grandense.
No evento, mais de 100 estudantes
e líderes também doaram sangue em
favor da iniciativa do Projeto Mais
Vida. O prefeito da cidade recebeu
os participantes com boas-vindas: “A
cidade de Passo Fundo está encantada
por receber a visita de jovens cristãos
que vêm fortalecer sua fé e expressar
sua solidariedade com os que precisam.
Nós apreciamos profundamente sua
contribuição ao banco municipal de
sangue.”
O geólogo Nahor N. Souza Jr.,
doutor em Geologia, foi o orador do
evento. Ele falou dos assuntos das
origens e catastrofismo. “A evidência
científica em favor da Criação, como é
descrita na Bíblia, torna-se mais forte
com o passar do tempo”, declarou.
“No entanto”, ele acrescentou, “mais
importante que o conhecimento desta
evidência é sua amizade pessoal com
Jesus e sua capacidade de compartilhar
Seu amor com outros”.
O pastor Areli Barbosa, diretor do
ministério dos jovens da União Sul
do Brasil, também falou ao grupo,
realçando três pontos. Primeiro, a
necessidade de filtrar a informação
que alcança os estudantes na universidade pelos meios de comunicação.
“Reuniões tal como estamos tendo
DIÁLOGO 18•3 2006
Estudantes adventistas
ganenses organizam
conferências bíblicas
ajudam os estudantes a se aprofundar
em suas convicções cristãs e fornecem
mais argumentos para defender sua fé”,
afirmou. Em segundo lugar, destacou:
“Este fórum permite aos estudantes
fazerem perguntas críticas e expandir
seu círculo de amigos adventistas.”
Terceiro, os criacionistas se tornam
mais numerosos e articulados para
proclamar a realidade de um universo
projetado por Deus.
O pastor Ignácio Kalbermatter, presidente da União Sul do Brasil, fechou
o programa encorajando os participantes a fazer diferença em seu lugar de
estudo ou trabalho e fazer de Jesus o
centro de sua vida para testemunhar.
Reportagem de Charlise Alves
para a Associação de Estudantes
Adventistas da Missão Ocidental SulRio-Grandense, no Brasil.
Envie-nos o relatório de seu
grupo
Os líderes das associações de estudantes universitários adventistas são convidados a enviarem um breve relatório das atividades de seu grupo e uma ou duas fotos
digitais para publicação na revista Diálogo.
Inclua toda informação relevante a respeito do grupo de estudantes, descrevendo
suas atividades principais, desafios, planos e
também mencionando o nome, cargo e email do autor do relatório. As informações
deverão ser encaminhadas a Susana Schulz
([email protected]). Obrigado!
DIÁLOGO 18•3 2006
Sob o patrocínio da Ghana National
Association of Adventista Students
(GNAAS), Samuel Koranteng-Pipim,
diretor de ministério para os universitáries da Associação do Michigan,
ministrou uma série de conferências
bíblicas sobre o tema “Vivendo Sem
Medo”.
A programação foi realizada na
Universidade de Ciência e Tecnologia
Kwame Nkrumah em Kumasi, Gana,
de fevereiro a março de 2006.
O evento reuniu diariamente cerca
de 700 estudantes, atingindo o pico de
freqüência de 1.500 pessoas nos fins
de semana. Ao final da série, foram
batizadas 37 pessoas. Várias outras
estão estudando a Bíblia com membros
da GNAAS. Os recém-batizados estão
recebendo estudos especiais para aprofundar sua compreensão sobre as crenças e estilo de vida que abraçaram.
A GNAAS foi organizada nos anos
1960 por um grupo de 13 estudantes. Hoje, a associação tem mais de
500 membros distribuídos pelo país.
Para o pastor Koranteng-Pipim, esse
evento foi um retorno memorável à
universidade onde estudou e aceitou o
adventismo.
Os preparativos para as conferências começaram com a organização
de várias comissões e séries de retiros
espirituais, projetados para aprofundar
nosso próprio comprometimento em
dar o melhor para Deus. Nosso lema
era: “Se você não for um missionário,
é um campo de missão.” Foram necessários fundos consideráveis para organizar o programa. Deus respondeu às
nossas orações, permitindo-nos arrecadar os recursos financeiros requeridos.
Visitamos todas as residências do campus, convidando nossos colegas para o
programa. Foram distribuídos prospectos e colocados banners. A rádio oficial
do campus divulgou os anúncios.
O programa apresentou devocionais matinais sobre o tema “Um Dia
de Cada Vez”, que falava ao coração;
e uma sessão vespertina focalizando
o tema “Vivendo Sem Medo”, que
apelava à mente. O orador mostrou
convincentemente que a mensagem
adventista é bíblica, razoável e crível.
O capelão da universidade, Paul Boafo,
e sua esposa, eram ouvintes freqüentes. “Estas são mensagens que nosso
campus precisa, em lugar de barulho e
tambores”, declarou.
Os grandes problemas que afetam
todos os estudantes adventistas da
universidade são as conferências e os
exames aos sábados. Por optarem permanecer fiéis ao sábado, muitos ficam
atrasados em seus estudos. Foram
tentados meios legais, mas sem sucesso. Como continuamos a orar pela
intervenção divina, pedimos orações
de nossos colegas estudantes visando à
solução desse sério obstáculo às nossas
convicções.
Reportagem de Erik Adjapong da
Ghana National Association of
Adventist Studens. Seu e-mail: [email protected].
Sala de reuniões.
29
Livros
Beginnings: are Science and
Scripture Partners in the
Search for Origins?
de Leonard Brand com David C. Jarnes
(Nampa, Idaho: Pacific Press Publ. Assn.,
2006; 176 pp., brochura).
Resenha de Timothy G. Standish
Como professor de paleontologia na Universidade de
Loma Linda, Leonard Brand dirige um produtivo programa
de pesquisa e tem publicado inúmeros artigos de excelente
nível em publicações científicas. Seu primeiro livro, Faith,
Reason and Earth History (Andrews University Press, 1997),
sintetizou muito bem conflitantes áreas de conhecimento e
linhas de evidência. Em Beginnings, ele encara um desafio
no qual muitos falharam: um livro criacionista que é ao
mesmo tempo tecnicamente preciso e acessível a quem não
é um cientista. A virtude e a complexidade de tal tarefa é
evidente ao se ler o livro.
Uma leitura literal da Bíblia não produz necessariamente
uma clara compreensão dos detalhes da natureza. Isto é
particularmente verdade quanto ao registro fóssil. Brand
evita atacar a ordem no registro fóssil ou outras doutrinas da
geologia. Em vez disso, ele compara interpretações da evidência geológica de um dilúvio recente com interpretações
que exigem longas eras ou milhões de anos, mostrando que
ambas as interpretações enfrentam importantes desafios. A
compreensão de que nenhum dos lados tem todas as respostas para as questões sobre geologia, biologia e tempo deveria
servir de encorajamento àqueles que acreditam que ainda
resta algo a ser feito por cientistas que acreditam na Bíblia.
Talvez ainda mais interessante “e arriscado por ainda não
haver passado pelo crivo da opinião crítica” é o modelo da
“geologia holística” de Brand para interpretar a história da
Terra.
A lógica clara e sucinta de Brand propicia uma ótima
compreensão tanto do pensamento criacionista quanto do
darwiniano. Leitores que desejam compreender a teoria evolutiva e por que alguns acham atraentes suas explicações vão
gostar desse livro. Porém, Beginnings não é o livro ideal para
qualquer um. Leitores com maior conhecimento científico
podem achar que algumas idéias não estão adequadamente
esboçadas e apresentadas. Além disso, frases explicativas destinadas a ajudar o leitor comum podem irritar o leitor mais
experiente.
Algumas declarações destinadas a clarificar detalhes
acabam confundindo. Por exemplo, ao discutir desenvolvimento e teoria, diferentes esquemas de corpo animal usados
30
para classificar organismos em grupos maiores são mencionados, mas os exemplos citados para ilustrar tais grupos são
“répteis, mamíferos, pássaros, etc” (p. 85). Tais exemplos
não são adequados; todos têm o mesmo corpo vertebrado
quádruplo e são classificados dentro de um único grupo, o
Chordata. Problemas assim, porém, não são freqüentes.
O texto de Beginnings foi editado por David Jarnes para
torná-lo mais simples. Se ele realmente conseguiu fazer isso
é passível de discussão. Na minha opinião, Beginnings é o
melhor esforço até o momento para fazer com que leitores
comuns apreciem os assuntos mais técnicos e filosóficos
confrontados por cientistas que crêem na Bíblia. Mas, aqueles que desejam oferecer o livro a leitores mais preparados
cientificamente talvez devessem optar pelo livro anterior de
Brand ou algum outro dentre os excelentes tratados técnicos
disponíveis.
Timothy G. Standish (Ph.D., Universidade George
Mason) é cientista do Geoscience Research Institute.
Seu endereço postal: 11060 Campus Street, Loma Linda,
Califórnia 92350, EUA.
Misión y Contextualización:
Llevar el Mensaje Bíblico a un
Mundo Multicultural
Editado por Gerald A. Klingbeil
(Libertador San Martín, Entre Ríos,
Argentina: Editorial Universidad
Adventista del Plata, 2005; 388 pp.,
brochura).
Resenha de Mario Riveros
Quais são os desafios da missão cristã num mundo multicultural? Como o testemunho cristão enfrenta o problema da
contextualização? Essas e outras questões vitais para a missão
e a cosmovisão cristãs foram discutidas num recente simpósio de líderes da Igreja e teólogos na Universidade Adventista
de River Plate, na Argentina. Dezenove das melhores apresentações estão agora disponíveis àqueles que se interessam
pelos assuntos de missão e cultura, graças ao excelente trabalho editorial de Gerald Klingbeil.
O volume tem cinco seções. A primeira começa com a
metodologia da contextualização empregada por antigos
tradutores judeus nos Targuns, com o propósito de tornar a
mensagem das Escrituras Hebraicas acessível àqueles que não
mais falavam o hebraico, mas o aramaico. Há dicas que se
aplicam à “difícil missão de apresentar o evangelho eterno a
todas as culturas, a todas as cosmovisões, a todas as classes,
a todas as cidades, a todos os lares e famílias” (p. 21). Em
seu artigo, Carlos H. Cerdá destaca a confiança interpessoal
DIÁLOGO 18•3 2006
e consciência moral como fatores-chave para o avanço da
missão.
A seção histórica tem George Reid recapitulando o desenvolvimento da igreja primitiva até o tempo de Constantino
e a consolidação do cristianismo como a religião oficial do
Império Romano. O processo termina com uma advertência:
“Um sinal solene contra qualquer forma de contextualização
na missão não firmemente comprometida com os valores
apostólicos” (p. 89). Stefan Höschele aborda o crescimento
extraordinário do adventismo na África em meio a uma
grande diversidade de culturas e situações religiosas e étnicas,
buscando por um paradigma que ajude a interpretar corretamente o adventismo africano. Martin G. Klingbeil destaca
a importância do missionário, e faz um apelo para missionários interculturais que “estejam dispostos a descrever… sua
própria espiritualidade e atividade missionária mediante uma
interação com a Palavra, o mundo, a adoração e o testemunho” (p. 130).
A terceira seção inclui estudos exegéticos. Ekkehardt
Müller analisa os diferentes modelos de contextualização e
o uso dos mesmos no Novo Testamento. Ele concorda que
“um ponto de contato entre a mensagem e as culturas dever
ser encontrado”, embora afirme que “isso também significa
que a cultura possa ser confrontada e julgada pelo evangelho” e conclui que “contextualização deve ocorrer, mas a
mensagem bíblica não pode ser abandonada ou domesticada”
(p. 188). Daniel Rode prefere falar da contextualização em
termos de uma “adaptação”, que ele define como “comportamento social cristão” que se adapta a si mesmo a pessoas
de outras culturas a fim de alcançá-las com o evangelho.
Ele desenvolve princípios missiológicos da experiência dos
apóstolos Paulo e Pedro, e chama a atenção para o excesso da
contextualização por causa de pressões étnicas. A “verdadeira
adaptação”, ele afirma, “valoriza cada grupo humano sem
cair no etnocentrismo” (p. 209).
A quarta seção inclui estudos teológicos. Laurentiu
Ionescu convida a uma reconsideração da suposta dicotomia
entre os Dez Mandamentos e a Lei de Moisés, argumentando que a Lei de Moisés não é senão uma reformulação
contextualizada dos princípios centrais envolvidos nos Dez
Mandamentos. Carmelo Martines chama a atenção para os
perigos que a contextualização oferece para a teologia e a
missão. Ele relembra que teologia nunca é feita num vácuo
ideológico ou sócio-cultural, e que o risco de terminar com
uma mensagem desprovida de seu conteúdo bíblico é sempre
constante. Esteban Voth analisa o tema da unicidade de Jesus
como Filho de Deus e Redentor, tomando a encarnação de
Cristo num momento particular da história como a chave
hermenêutica para se compreender a Jesus. Miguel Ángel
Núñez explora o relacionamento entre contextualização,
evangelismo e ação social, argumentando a favor de uma
abordagem equilibrada que integre a pregação do evangelho
com o cuidado pelas necessidades concretas das pessoas.
DIÁLOGO 18•3 2006
O livro termina com uma seção de estudos aplicados sobre
as mudanças que desafiam as famílias que fazem a transição
para o ministério intercultural (Cheryl Doss); necessidade de
contextualizar e atualizar a apresentação do evangelho para
os jovens (Miguel Cáceres); a comunicação da mensagem
bíblica no contexto da academia secular (Marcelo Falconier);
e o significado e estilo da adoração levando-se em conta a
adaptação cultural e o propósito evangelístico (Daniel Plenc).
O volume, que foi criteriosamente editado, proporciona
uma leitura útil e estimulante para todos aqueles que se preocupam com a missão cristã. Os temas propriamente ditos e
a maneira como são abordados transcendem barreiras denominacionais e dizem respeito à missão cristã onde quer que
seja.
Mario Riveros (Th.D., Universidade Andrews) é o diretor
da Escola de Estudos Graduados na Universidade União
Peruana, em Ñaña, Peru. E-mail: [email protected]
1844
Continuação da pág. 15.
REFERÊNCIAS
1. Veja Le Roy Edwin Froom. The Prophetic Faith of Our Fathers: The
Historical Development of Prophetic Interpretation. Washington, D.C.:
Review and Herald Publ. Assn., 1954, vol. 4. pp. 443-718 (veja especialmente pp. 699-718).
2. Ellen G. White. O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2004. p. 423.
3. Ángel Manuel Rodríguez. Handbook of Seventh-day Adventist Theology.
Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn., 2000. p. 375.
4. Disponível em: <http://www.marxists.org/archive/marx/works/1845/holyfamily/index.htm> Acesso em: 16 jun. 2004 (página introdutória).
5. Veja, por exemplo: Preface to Marx-Engels Collected Works, vol. 3: Works
1843-1844. Disponível em: <http://www.marxists.org/archive/marx/works/
cw/volume03/preface.htm> Acesso em 16 jun. 2004.
6. Clarence B. Bass. Backgrounds to Dispensationalism: Its Historical Genesis
and Ecclesiastical Implications. Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1960.
p. 139.
7. Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins. Are We Living in the End Times? Wheaton,
Illinois: Tyndale, 1999. pp. 157-58.
8. Uma refutação da teoria do arrebatamento e crenças relacionadas pode
ser encontrada em: Steve Wohlberg. End Time Delusions: The Rapture, the
Antichrist, Israel, and the End of the World. Shippensburg, Pennsylvania:
Treasure House, 2004; e Hans K. LaRondelle. The Israel of God in
Prophecy: Principles of Prophetic Interpretation. Berrien Springs, Michigan:
Andrews University Press, 1983.
9. Nora Barlow. The Autobiography of Charles Darwin, 1809-1882. Nova
York: Norton, 1958. pp. 85-86.
10.Ellen G. White. Spiritual Gifts. Battle Creek, Michigan: Steam Press of the
Seventh-day Adventist Publishing Association, 1864, vol. 3. p. 91.
11.Ariel A. Roth. “Adventism and the Challenges to Creationism.” Adventists
Affirm, Spring, 2002. pp. 20-21.
12.Ellen G. White. Mensagens Escolhidas. 3. ed. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 1987, vol. 3. p. 196.
31
PRIMEIRA PESSOA
O sol de Deus no palco
Sunshine, conforme transmitido a Kay D. Rizzo
“Quem é essa estrela de ópera de
22 anos, que parece tão glamorosa e
segura de si?” Olhei para minha fotografia publicitária no painel externo
do Fuchou Theater. Lembrando-me
repentinamente de onde estava, olhei
um pouco nervosa para os lados para
me certificar de que ninguém estava perto o suficiente para ver meu
momento de orgulho. Na China
comunista, não seria bom parecer convencida ou pedante.
Para me lembrar de que o governo
me concedera o privilégio da fama,
observei o aglomerado de mulherinhas desmazeladas transitando pela
rua. Vestidas com calças compridas,
uniformes e blusas, elas se dirigiam
apressadamente para casa após um
longo e enfadonho dia de trabalho nas
linhas fabris de produção. Enquanto a
moda de Paris, Londres e Nova Iorque
parecia apenas um sonho distante para
a maioria das mulheres chinesas, eu
estava ali trajando os melhores e mais
recentes vestidos.
Foi um tempo bom aquele em que
eu era uma das divas operísticas no sul
da China. Durante o reinado de poder
da esposa de Mao Tsé-tung, Jiang
Qing, a ópera chinesa havia sido limitada a um punhado de óperas restritas
que faziam propaganda da revolução.
Com a mudança política no governo,
foram permitidas audições das óperas
chinesas tradicionais, que antes haviam
sido consideradas decadentes, perigosas
e burguesas. Juntamente com as árias
de antigos contos de fadas musicados,
tentei não pensar nas cerimônias de
abertura que adoravam e honravam
antigos deuses.
Dividia-me em dois mundos muito
diferentes. Memórias sombrias relam32
pejavam em minha mente: vovô Sui,
um pastor cristão, surrado e humilhado pela Guarda Vermelha; nossa casa
saqueada até o ponto de não sobrar
quase nada; meu pai, um médico
gentil, traído por um colega e exilado
para a região montanhosa do sul da
China. Lágrimas brotavam de meus
olhos enquanto eu me lembrava de
minha mãe, levando minhas três irmãs
mais velhas para viver com sua família
em Shaobian, enquanto eu ficava com
meu pai. Recordei-me da caça aos ratos
nos arrozais; olhei de relance por uma
rachadura na parede, enquanto meu
pai operava sob a luz de uma lanterna. Um misto confuso de lembranças
me deixou exausta e sentindo falta de
minha família.
Estivera sozinha desde os primeiros anos da adolescência, quando fui
aprender artes em Fosham. Com papai
ainda no exílio, vovô Sui nos reuniu
no dia em que deixei o lugar para
viver na cidade. Ele fez uma oração
por mim: que eu fosse guardada; que
nunca me esquecesse de minha família e sempre me lembrasse de minha
herança espiritual. Durante anos fui
protegida. E sempre que permitiam,
voltava para visitar minha família.
Quanto à terceira petição de meu avô,
abandonei rapidamente a fé. Durante
minhas visitas, alegrava minha família
com histórias sobre as glamorosas festas, as pessoas famosas com quem me
encontrava e os banquetes a que comparecia. Não dava ênfase ao churrasco
de cão e ao fricassé de gato de que
tanto gostava, ou ao conteúdo histórico das óperas que estrelava. Enquanto
minhas irmãs se impressionavam, meu
avô não conseguia esconder sua tristeza. “Você sabe como foi criada, minha
filha. Você sabe.”
As advertências de minha mãe focalizavam minha vida sentimental: “Toda
a família Shao um dia sairá da China.
Por favor, não se apaixone por um
homem que a impedirá de ir conosco.”
Havia garotos de quem eu gostava
em meus anos de adolescência; depois
que fiquei famosa, os homens me
admiravam, mas eu sempre me recordava das advertências de mamãe. Eu
brilhava no palco. Fora dele, definhava
em solidão.
Numa de minhas visitas em casa,
encontrei uma tradução chinesa do
livro O Desejado de Todas as Nações.
Apreciei o modo como a autora retratava a Jesus. Ao término de minhas
férias, mamãe insistiu para que levasse
o livro comigo, juntamente com uma
Bíblia chinesa. Eu sabia que minha
família ouvia transmissões radiofônicas em ondas curtas de Hong Kong.
Sentindo um misto de solidão, aventura e rebeldia, comprei um conjunto
de fitas cassetes – muitos membros do
elenco da ópera ouviam fitas dos mais
famosos astros da ópera – e um radiogravador portátil e comecei a escutar
secretamente as transmissões gravadas.
Em minha mente, as verdades que eu
ouvira lutavam com meu desejo de dar
continuidade ao meu estilo de vida
sedutor. Minhas três irmãs haviam
sido batizadas, e eu soube que nada
agradaria mais minha família do que
a entrega de meu coração a Deus.
Infelizmente, entre conhecer os desejos
divinos e cumpri-los havia uma grande
distância.
Um dia, fiquei surpresa ao receber
uma carta de um dos amigos de vovô,
o pastor Liang. A carta me convidava
ao batismo. Eu a ignorei. Não estava
pronta para entregar o controle de
minha vida a um Ser que ninguém do
meu círculo de amizades cria existir.
Ao voltar de nossa recente excursão,
achei outra carta do pastor Liang. Ele
me contou que estava planejando um
dia especial de batismo e me convidou a participar. Quando conferi
minha agenda, fiquei aliviada porque
DIÁLOGO 18•3 2006
a companhia teatral estaria longe de
Guangzhou no fim de semana que ele
havia mencionado.
Mas no verão de 1983, mais para
agradar meus pais, decidi me tornar
cristã e fui batizada pelo pastor Liang.
Em casa, minha família se alegrou.
Numa carta que mamãe escreveu, ela
dizia: “Finalmente nossa menina foi
batizada. Agora todos somos cristãos.
Precisamos apenas esperar pacientemente pelo dia em que nos mudaremos para Hong Kong, quando estaremos juntos novamente.”
Embora meu batismo tenha agradado meus pais, eu ainda não havia tido
um relacionamento pessoal com Deus.
O estilo de vida permaneceu o mesmo,
e meu descontentamento se intensificou. Certa manhã, em Guangzhou,
vagueava pela cidade sem nada para
fazer. Logo, encontrei-me na igreja
onde fora batizada. Silenciosamente
fui até a última fila de bancos, enterrei
meu rosto nos braços e clamei: “Oh,
Deus, se o Senhor é verdadeiramente
quem meus pais dizem que é, por
favor, faça alguma coisa em minha
vida.”
De repente, um par de mãos cobriu
minha cabeça e uma voz feminina disse algo em inglês. Não pude
entender as palavras, mas soube que
ela estava orando por mim. Tendo
crescido numa sociedade onde as pessoas raramente sorriem ou falam com
estranhos, eu gelei. O Espírito Santo
quebrou minhas defesas e meu coração
se rompeu.
“Está bem, Senhor, toma-me. Sou
tua.” O pesado fardo de culpa e vergonha deslizou de meus ombros. Sentiame livre pela primeira vez na vida.
Em casa, minha mãe insistiu com
o regime político, até conseguir, para
toda a família, os vistos de imigração
para Hong Kong, exceto o meu. No
princípio, o líder do elenco recusouse a me deixar partir. Mamãe insistiu.
Quando aconteceu, tudo foi rápido.
Certa noite, cantava sobre o palco e,
em seguida, estava a caminho de uma
nova e estranha vida. Jamais havia estaDIÁLOGO 18•3 2006
do em Hong Kong, e entendi que precisava aprender inglês. Assim, matriculei-me em classes noturnas e durante
o dia procurava emprego. Minha irmã
mais velha, Li Xin, arranjou trabalho
na escola Uncle Tang’s, enquanto eu
consegui emprego vendendo livros
num Adventist Book Center. Isso permitiu que nossa família se mudasse de
um pequeno apartamento de nossos
parentes para um outro próximo.
Mas eu sentia saudades da minha
música. Pensei: vou tomar um desses
ônibus que passam perto das boates,
e ouvir as mulheres cantando. Cantar
num bar ou boate seria um trabalho
agradável. Poderia ganhar rapidamente muito dinheiro. Quando discuti
o assunto com meus pais, eles não
usaram eufemismos. Meu coração se
agitava em rebelião. Eu era uma adulta!
Havia sido dona de minha vida deste
os catorze anos. Orei a Deus pedindo
que mudasse a cabeça deles. Mas Ele
mudou a minha.
Alguns dias depois, fui convidada a
trabalhar com a equipe da rádio adventista. Teria meu próprio programa:
“Melodia em Meu Coração.” Agarrei a
chance. Foi quando consegui meu apelido inglês, Sunshine, e onde encontrei
a pessoa que mudou minha vida para
sempre: um jovem professor norteamericano, chamado Roger Stahl. Em
seguida, um protesto estudantil na
praça Tiananmen fez com que o consulado norte-americano retirasse todos
os cidadãos americanos do continente
chinês. Depois de algum tempo, nos
reencontramos, e ele se ofereceu para
me ensinar inglês. Um romance floresceu, e na hora certa decidimos nos
casar e mudar para os Estados Unidos,
onde os pais dele viviam.
De artista por trás da “cortina de
bambu” [isolamento chinês imposto
pelo governo, correspondente à “cortina de ferro” soviética]* para uma
esposa cristã e mãe de uma filha adorável. Ainda estou cantando para meu
Senhor. Foi uma viagem miraculosa.
A cada curva na estrada, eu podia
ouvir a voz de vovô citando a Bíblia.
“Reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele endireitará tuas veredas.”
Agora, enquanto Roger ensina inglês
numa universidade na China continental, Deus usa minha voz e minha história para louvar Seu nome em muitos
países do mundo.
*Nota do Editor.
Atualmente, Sunshine tem três CDs
gravados: um em inglês e dois em
mandarim. Se você quiser contatar
a família Stahl, o e-mail é usastahl@
hotmail.com
Kay D. Rizzo é o autora do livro Red
Star Rising (Nampa, Idaho: Pacific
Press Publishing, 2006), do qual esta
história foi adaptada. Já escreveu
55 livros e mantém um ministério
de oração internacional. Para mais
informações sobre o seu ministério,
entre em contato com Kay pelo email [email protected]
Anunciamos…
A Conferência
Européia sobre Fé e
Ciência
1 – 12 de julho de 2007
Patrocinada pela Divisão Euro-Africana
e o Geoscience Research Institute, a
conferência está aberta para educadores
adventistas interessados no assunto sobre
origens, evolução, criação, geologia e
paleontologia.
Para informação, inscrição, pagamento
e transporte, contate o Dr. Roberto
Badenas: [email protected].
Dr. Raúl Esperante irá providenciar
informações relacionadas com o programa
e trabalho de campo. Contate o Dr. Raúl
Esperante: [email protected].
33
fÓrum aberto
O inferno existe?
Uma amiga cristã e eu temos discutido sobre o conceito do inferno. Ela está
amedrontada com a perspectiva de uma
punição de fogo eterno. O que a Bíblia
ensina a esse respeito?
Há séculos, cristãos têm pregado
sobre um inferno de fogo queimando
continuamente e alguns têm uma imaginação fértil ao retratar horríveis descrições de pessoas sofrendo enorme dor
sem terem, ao menos, a misericordiosa
possibilidade de morrer. O resultado é
que alguns ficam apavorados e seguem
a Deus por medo, enquanto outros se
afastam dEle completamente. O que a
Bíblia realmente ensina sobre o inferno?
Primeiro, as Escrituras falam sobre
o inferno. Porém, precisamos ouvir as
Escrituras em seus próprios termos.
Quando Jesus falou sobre o inferno,
estava Se referindo à punição para
pecadores não arrependidos. Uma
punição que terminará em fogo eterno
e destruição (João 3:16; Mateus 7:13,
14; 25:31, 32, 41). Destruição/fogo
eterno é um evento futuro relacionado
com a segunda vinda de Cristo. Então
“inferno” é algo que ainda está por vir.
Segundo, alguns tradutores da Bíblia
têm traduzido várias palavras, que possuem na realidade outros significados,
como sendo “inferno”.
O termo hebraico sheol e seu correlativo no grego hades significam o lugar
dos mortos que estão na sepultura. Veja o
uso do termo nos seguintes casos. Jacó
esperava descer ao sheol – sepultura –,
junto com seu filho José. Ele não
esperava que seu amado filho estivesse
no inferno, ou que ele mesmo fosse
para lá (Gênesis 37:35). Deus faz
descer à sepultura e faz subir de lá (I
Samuel 2:6). Isto não se encaixa com
o pensamento cristão popular sobre o
34
inferno. No sheol – sepultura – não há
atividade, planos e nenhum conhecimento (Eclesiastes 9:10). Não há fogo
nem tormento. O justo e o injusto são
encontrados lá. No hades há deterioração. Jesus foi a exceção (Atos 2:27,
31). Sheol e hades são, portanto, o
lugar dos mortos e não o inferno.
“Lançar no tártaro” aparece somente
em II Pedro 2:4 e se refere ao domicílio dos anjos caídos. O termo não é
usado para descrever o lugar dos mortos ou um inferno no qual pessoas são
lançadas após a morte.
Gehenna é o inferno sobre o qual
Jesus falou. Esse é o lugar de punição
do injusto, também associado com
fogo (Marcos 9:43). Esse fogo virá
no fim dos tempos com um juízo
divino contra o pecado, pecadores e
Satanás (Mateus 25:41). Ate lá, os
mortos “dormem” em suas sepulturas.
Apocalipse 20:9, 10 e 15 fala sobre
o lago de fogo no qual, depois do
milênio, os injustos são queimados.
Considerando que gehenna está relacionado com fogo e é um evento futuro
associado com um julgamento, o
melhor é entender o inferno no contexto de Apocalipse 20. Este é o inferno
do qual Jesus nos advertiu.
Terceiro, durará o futuro inferno
“para todo o sempre?” (Apocalipse
20:10 – NVI). O significado do termo
para sempre/eterno/eternidade usado
nas Escrituras é muito mais amplo do
que entendemos. Pode descrever: (a)
alguma coisa ou alguém existindo sem
um início ou sem um fim (em conexão com Deus); (b) alguma coisa ou
alguém com um início, mas sem um
fim (a vida eterna dos redimidos, ver
João 5:24; Apocalipse 21:3, 4); e (c)
alguma coisa ou alguém com início e
com um fim no sentido de “por algum
tempo” (Êxodo 21:5, 6; Jonas 1:17;
2:6). Em relação ao termo inferno, a
expressão para todo o sempre deve ser
compreendida de acordo com o terceiro caso. Por quê? Embora o injusto
sofra o inferno por um limitado período de tempo, seu resultado é eterno.
O fogo os “devora” (Apocalipse 10:9).
Essa é a segunda morte (Apocalipse
20:14, 15). O inextinguível fogo de
Mateus 3:12 não pode ser extinto até
que seu trabalho esteja completo e
tudo seja queimado (Mateus 13:40-42;
Jeremias 17:27).
Finalmente, a vida eterna está disponível somente para os que pertencem
a Jesus, e não para aqueles que fizeram
uma decisão contra Ele e Deus. Além
disso, Satanás também será destruído
e eliminado completamente no fogo
do inferno (Mateus 25:41; Apocalipse
20:10).
Assim, as Escrituras falam sobre o
inferno, mas isto está ainda no futuro
e terá duração limitada. Deus não é
tirano. Pelo contrário, Ele é um Deus
de amor e justiça e em Seu reino não
haverá mais sofrimento, dor, tristeza
ou morte (Apocalipse 21:3, 4).
Ekkehardt Mueller (Th.D., D.Min.,
Universidade Andrews) é diretor
associado do Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação Geral da Igreja
Adventista do Sétimo Dia em Silver
Spring, Maryland, EUA. E-mail: [email protected]
DIÁLOGO 18•3 2006
Paulo fala à universidade
Rapazes e moças da universidade, vejo que em
todos os sentidos, vocês são muito religiosos.
Andando pela universidade, observei cuidadosamente seus objetos de adoração. Eu vi seu altar chamado
ginásio, onde muitos adoram a deidade do esporte.
Vi o edifício de ciência, onde muitos depositam sua
fé na salvação do gênero humano. Eu achei o seu
altar para as belas artes onde a expressão artística e o
desempenho parecem reinar supremos sem submissão a qualquer poder maior. Eu caminhei por seus
corredores de residência e observei seus cartazes da
deusa do sexo e pirâmides de latas de cerveja. Ainda,
como eu caminhei com alguns de vocês, vi o vazio
em seus olhos e senti a dor em seu coração. Percebi
que ainda há outro altar em seu coração. Um altar
para o Deus desconhecido que vocês suspeitam que
possa estar lá. Vocês têm um senso de que há algo
mais, além dos deuses humanísticos e comodistas.
O que vocês almejam como algo desconhecido, eu
quero apresentar-lhes agora.
Este Deus de quem eu estou falando é seu
Criador pessoal. Ele não é uma fabricação ou
invenção do gênero humano. Ele não é uma
parte da criação; Ele está mais acima do
que isso. Ele é maior e mais poderoso do
que você possa ter sonhado. Este Deus
lhe deu sua vida e fixou os limites da
mesma. O desejo pela eternidade no
seu coração foi colocado por Ele.
Você pode tentar procurá-lo, mas
Ele já está envolvido intimamente
DIÁLOGO 18•3 2006
na criação. É o trabalho criativo dEle, a imagem
dEle, que torna possível você se ocupar de atividades
atléticas, empenho científico, expressão artística,
jovialidade plena e prazer sexual.
Este Deus o está chamando a se arrepender. Você
tem adorado sua própria criatividade em vez de
reconhecê-lo como seu Criador. Você esqueceu
do doador dos presentes. Você se rebelou contra
seu Criador e seguiu o caminho dos seus próprios
desejos e da auto-adoração. Como resultado, você
perverteu os presentes de vida e criatividade. Você
abusou de sua sexualidade com descuidados prazeres. Você escolheu a futilidade e a morte. Deus o
convida para que pare de servir esses falsos deuses e
traga glória ao verdadeiro Deus Vivo, seu Criador.
Deus enviou o Seu filho, Jesus Cristo, para salvar
e julgar o mundo. O homem Jesus veio pôr ordem
nas coisas, trazer justiça, e chamar-nos de volta
como uma advertência antes do julgamento. Pela
Sua morte, Ele nos oferece um modo de voltar a
Deus, para nos salvar da autodestruição. Pela Sua
ressurreição, Ele mostrou que veio com poder para
salvar e julgar o mundo. Como resultado, este
Jesus se tornou o ponto principal na história,
o assunto central para nós hoje, a pedra guia
para o nosso andar ou a pedra de tropeço.
Ele oferece reconciliação com o Criador e
somente Ele pode nos dar isso.
Esta paráfrase de Atos 17:22-31 foi
escrita por Daniel Denk e publicada
com a sua permissão.
35
Intercâmbio
Amplie sua rede
de amizades
Universitários e profissionais adventistas interessados em trocar correspondência com colegas em outras partes do mundo.
Gidalti Cedano Abreu: 21; solteira, fisioterapeuta pneumo-funcional; interesses: acampar, viajar, fazer
novas amizades; correspondência
em espanhol e inglês. EUA. Email:
[email protected].
Samuel Opolot Adamai: 24; solteiro; cursando ciências; interesses:
cantar, estudos bíblicos e compartilhar a fé adventista com outros; correspondência em inglês. UGANDA.
Email: [email protected].
Kowu Agbezudor: 41; solteiro;
formado em contabilidade e informática; interesses: ler, escrever, fazer
novas amizades, trocar idéias e atividades religiosas; correspondência
em inglês. Endereço: P. O. Box CT
2690, Cantonments-Accra, GANA.
Maribett Zuñiga Alarcón: 35;
solteira, enfermeira; interesses: ler,
ouvir música, artesanato e viajar; correspondência em espanhol. Endereço:
Río Maule Nº 5430, Villa Arabia,
Sector Denavi Sur, Talcahuano,
CHILE.
S. Gabriel Alhassan: 23; solteiro; cursando ciências políticas na
Universidade de Gana; interesses: viajar, fazer escaladas e novas amizades;
correspondência em inglês. GANA.
Email: [email protected].
Hans Adolf Andía: 25; solteiro,
cursando música na Universidade
Adventista do Chile; interesses: ouvir
música clássica, ler a Bíblia e falar
acerca de Jesus; correspondência em
espanhol, francês ou inglês. CHILE.
Email: [email protected].
Gloria Evelyn Aplicano: 27;
solteira, formada em comunicação
social e publicidade; interesses: natureza, acampar, esportes e amizades;
correspondência espanhol, inglês
ou italiano. HONDURAS. Email:
DIÁLOGO 18•3 2006
[email protected].
Kissaka Arone: 34; casado, professor de agricultura; interesses:
ouvir música, fazer visitas e futebol; correspondência em inglês
ou suaili. UGANDA. Email:
[email protected].
José David Raynaga Ávila: 30;
solteiro, cursando informática na
Universidade Comunitária de São
Luís Potosí; interesses: ler, esportes e participar em atividades da
igreja; correspondência em espanhol ou inglês. MÉXICO. Email:
[email protected].
Jo Ann Banzuelo: 26; solteira,
formada em ciências, leciona em
escola particular; interesses: música,
natureza e viagens; correspondência
em inglês ou tagalo. Endereço: Mt.
Carmel, Bayugan I 8502, Agusan del
Sur, FILIPINAS.
Mark Jashim Barikder: 27; solteiro; cursando contabilidade na
Faculdade Adventista de Bangladesh;
interesses: filatelia, viajar e pipamodelismo; correspondência em inglês.
BANGLADESH. Email: [email protected].
Fidel Rachath Casalins: 26; solteiro; cursando música na Universidade
do Atlântico; interesses: música,
esportes e fazer novas amizades;
correspondência em espanhol ou
português. COLÔMBIA. Email:
[email protected].
Andres Clausell: 42; casado; formado em economia e trabalha como
chefe do departamento de economia
do Hospital Pediátrico Provincial;
interesses: livros, música, filmes e história; correspondência em espanhol.
CUBA. Email: [email protected].
sid.cu.
Francilia Clervil: 34; solteira;
cursando direito; interesses: esportes, ouvir música cristã e fazer novas
amizades; correspondência em
francês ou inglês. HAITI. Email:
[email protected].
Fernando Cordeiro: 25; solteiro;
cursando matemática no Centro
Universitário Adventista de São
Paulo; interesses: esportes, viajar e
fazer novas amizades; correspondência
em português ou espanhol. BRASIL.
Email: [email protected]
ou [email protected].
Mónica Beatriz Herrera Cruz:
22; solteira; cursando química
biomédica na Universidade de
Montemorelos; interesses: religião,
ciências e animais; correspondência
em espanhol. MÉXICO. Email: nic_
[email protected].
Claudia Marina Díaz: 27; solteira; cursando serviço social na
Universidade Nacional de Córdoba;
interesses: artesanato, aprender sobre
outras culturas e voleibol; correspondência em espanhol. ARGENTINA.
Email: [email protected].
Elie Céleste Edanh: 29; solteiro; formado como intérprete;
interesses: cantar em um grupo
evangélico, ouvir música e filmes;
correspondência em inglês ou francês. COSTA DO MARFIM. Email:
[email protected].
Sandra Perez García: 25; solteira;
enfermeira na área de pediatria; interesses: música, cozinhar e aprender
sobre outras culturas; correspondência em espanhol ou inglês. CUBA.
Email: [email protected].
Tariku Geber: 23; solteiro; cursando inglês na Universidade Alemaya;
interesses: jogar basquetebol, assistir
a futebol, ler e escrever; correspondência em inglês. ETIÓPIA. Email:
[email protected].
Kaganzi D. Godfrey: 24; solteiro;
tecnologia laboratorial científica na
Universidade Mbarara; interesses:
filmes, aventuras, atletismo e pesquisa; correspondência em inglês.
UGANDA. Email: gkaganzi@yahoo.
co.uk.
Priscilio Torres Godoy: 24;
solteiro; cursando economia na
Universidade Nacional de Assunção;
interesses: fazer novas amizades,
compartilhar a Bíblia e trocar idéias
Inserção sobre o cristianismo; correspondência
em espanhol ou inglês. PARAGUAI.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Rebecca Mancilha Gondim:
30; solteira; cursando educação na
Faculdade Adventista da Bahia;
interesses: viajar, cantar, fazer novas
amizades, trocar idéias na área de
educação e música; correspondência
em português ou espanhol; BRASIL.
Email: [email protected] ou
[email protected].
María de los Angeles Guibert L.:
60; solteira; médica; interesses: nutrição e conhecer novos amigos; correspondência em espanhol. CUBA. Email: [email protected]
Lonlay P. Guillermo: 23; solteira;
cursando contabilidade; interesses:
ler, jogar peteca, internet e colecionar
livros em miniatura; correspondência
em inglês ou filipino. FILIPINAS.
Email: [email protected].
Vanessa Elizabeth Salazar
Henriquez: 28; solteira; estudando na Universidade Nacional de
El Salvador; interesses: trabalhar
para a igreja e fazer novas amizades; correspondência em espanhol.
EL SALVADOR. Email: eli_
[email protected].
Ronaldys G. Herrera L.: 23;
solteiro; cursando medicina na
Universidade de La Habana; interesses: fazer novas amizades, viajar,
aprender sobre novas culturas e idiomas; correspondência em espanhol
ou inglês. CUBA. Email: maria.
[email protected].
Fosu Isaac: 29; solteiro; cursando
teologia na Universidade Valley View;
interesses: evangelismo, leitura da
Bíblia e oração; correspondência em
inglês. GANA. Email: fosui@yahoo.
com.
Daisy N. Jamero: 32; solteira;
trabalha na área de educação do
ensino médio; interesses: jardinagem,
viajar e natureza; correspondência
em inglês. FILIPINAS. Email: daisy_
[email protected].
Alois Kasereka-Nyamulera:
35; solteiro; formado pelo Colégio
Adventista de Lukanga; interesses:
cozinhar, leitura da Bíblia e ensinar
crianças; correspondência em francês,
inglês, suaili ou luyira. República
Inserção Democrática do Congo.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Richard Kahale: 22; solteiro; cursando informática na Universidade
Adventista de Zâmbia; interesses: ler,
ouvir música evangélica e música jazz;
correspondência em inglês. ZÂMBIA.
Email: [email protected].
Ruthie Katirewa: 26; solteira;
cursando gerenciamento, administração pública e relações industriais
na Universidade do Sul do Pacífico;
formada em enfermagem e trabalha
no Hospital Colonial War Memorial;
interesses: acampar, trabalhar com
jovens, música e conhecer novos
amigos; correspondência em inglês.
ILHAS FIJI. Email: ruthie_luvs_u_
[email protected].
Wilmay Keket: 23; solteira; cursando enfermagem na Universidade
Adventista do Pacífico; interesses:
humor, fazer novas amizades e dormir; correspondência em inglês ou
pidgin. PAPUA NOVA GUINÉ.
Email: [email protected].
Richard Klana: 22; solteiro;
cursando medicina; interesses: ler,
ciências, informática e fazer novas
amizades; correspondência em francês ou inglês. NIGÉRIA. Email:
[email protected].
Keleni Kuinikoro: 21; solteira;
cursando contabilidade no Instituto
Tecnológico de Fiji; interesses: ouvir
música e jardinagem; correspondência
em inglês ou fijiano. REPÚBLICA
DE FIJI. Email:keleniknkr@yahoo.
com.au.
Jhon Jairo Alvarez Laverde:
23; solteiro; cursando teologia;
interesses: pesquisa, computação; correspondência em espanhol
ou inglês. COLÔMBIA. Email:
[email protected].
Geric T. Legaspi: 24; solteiro; cursando engenharia de comunicações
e eletrônica na Universidade AMA;
interesses: dirigir, ler e navegar na
internet; correspondência em inglês,
filipino ou bicol. FILIPINAS. Email:
[email protected].
Fernando Jr. Leodegario: 30,
solteiro; concluindo o curso de teologia no Colégio Adventista Central
das Filipinas; interesses: ler a Bíblia,
fazer novas amizades, natureza e
ajudar pessoas; correspondência em
inglês, tagalo, cebuano, ilonggo,
karaya ou waray. FILIPINAS. Email:
[email protected].
Jackelline de Souza Lima: 23;
solteira; cursando administração de
empresas com ênfase em recursos
humanos na Faculdade Castro Alves;
interesses: conhecer novos amigos,
trocar idéias e ler; correspondência em português. BRASIL. Email:
[email protected].
Andre Toutou Kabeya Luendu:
25; solteiro; formado em desenvolvimento rural e organização social;
interesses: música religiosa, juventude
adventista, futebol e fazer novas amizades; correspondência em francês,
lingala e tshiluba. REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA DO CONGO.
Email: [email protected].
John J. Magoti: 54; solteiro; cursando medicina no DCT-Mvumi
COTC; interesses: saúde, viajar e
música; correspondência em inglês
ou suaili; TANZÂNIA. Email:
[email protected].
Georges B. Mahili: 24; solteiro;
cursando eletrônica na Universidade
do Leste Africano; interesses: tecnologia, fazer novas amizades e viajar;
correspondência em inglês, francês,
suaili, lingala ou kinanade. QUÊNIA.
Email: [email protected].
Tevaitau Jean-Claude Manea: 20;
solteiro; cursando informática no
Liceu Tertiaire de Pirae; interesses:
amigos, esportes e cultura; correspondência em francês. POLINÉSIA
FRANCESA (Taiti). Email:
[email protected].
Kutlo Manyake: 21; solteira;
cursando enfermagem em Kanye;
interesses: música, tempo livre com
outros jovens e colecionar lembranças; correspondência em tswana
ou inglês. BOTSUANA. Email:
[email protected].
Ondieki Mati Mark: 23; solteiro;
cursando medicina com especialização em cirurgia, pela Universidade
Moi; interesses: viajar, cantar e
fazer novas amizades; correspondência em inglês; QUÊNIA. Email:
[email protected].
Ivison Dos Passos Martins: 34;
solteiro; formado em teologia e
cursando pedagogia; interesses: ler,
DIÁLOGO 18•3 2006
fotografia, aprender idiomas e fazer
novas amizades; correspondência
em português, inglês, espanhol, italiano ou francês. BRASIL. Email:
[email protected].
William Mbonea: 25; solteiro;
cursando direito na Universidade
de Dar es Salaam; interesses: testemunhar, ler e jogar futebol;
correspondência em inglês, suaili ou pare. TANZÂNIA. Email:
[email protected].
Innocent Mbvundula: 27; solteiro; formado em jornalismo pela
Universidade de Malawi; interesses:
ler, conhecer novos amigos e escrever;
correspondência em inglês, francês ou chichewa. MALAVI. Email:
[email protected].
Anthony Melchizedeck: 29; solteiro; professor com certificado A;
interesses: ler, orar e cantar; correspondência em inglês. GANA. Email:
[email protected].
Rose M. Muiruri: 24: solteira; cursando serviço social na
Universidade de Nairobi; interesses:
fazer escalada, conhecer novos amigos e retiros; correspondência em
inglês ou suaili. QUÊNIA. Email:
[email protected].
Sylvère Mukeshimana: 25; solteiro; cursando engenharia agrícola
no Instituto Superior de Agricultura
e Produção Animal; interesses:
tocar piano, música cristã e fazer
novas amizades; correspondência em francês. RUANDA. Email:
[email protected].
Evans Sirengo Mulati: 21;
solteiro; cursando pedagogia na
Universidade Egerton; interesses:
estudos bíblicos, ouvir música evangélica e navegar na internet; correspondência em inglês. QUÊNIA.
Email: [email protected].
María Verónica Muñoz: 31;
solteira; cursando serviço social
na Universidade Adventista Del
Plata; interesses: caminhar, ler
e natureza; correspondência em
espanhol. ARGENTINA. Email:
[email protected].
Wilson Mutangana: 30; solteiro; formado em biologia pela
Universidade de Ngozi; interesses:
música cristã, ler, estudos bíblicos e amizades; correspondência
DIÁLOGO 18•3 2006
em inglês ou francês. RUANDA.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Eric Nibigira: 23; solteiro; cursando administração de empresas e economia na Universidade
Hope Africa; interesses: esportes
e atividades na igreja; correspondência em inglês, suaili, francês
ou kirundi. BURUNDI. Email:
[email protected].
Ishmael Nyirenda: 22; solteiro; cursando ciências da educação
na Universidade Mzuzu; interesse:
fazer novas amizades; correspondência em inglês. MALAVI. Email:
[email protected].
Henrico-Gilbert Nzigiyimana:
25; solteiro; cursando medicina
veterinária no Institut Superieur
d’Agriculture et d’Elevage; interesses:
computação, ler e aprender coisas
novas; correspondência em inglês,
francês ou suaili. RUANDA. Email:
[email protected].
Davi Serrao de Oliveira: 21;
solteiro; cursando pedagogia na
Universidade Federal do Amazonas;
interesses: música, conhecer novos
amigos e aprender sobre outras
culturas; correspondência em português ou espanhol. BRASIL.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Caridad Yusdalcy Espinosa
Olivera: 21; solteira; cursando tecnologia de alimentos; interesses: música
cristã, canto, fazer novas amizades e
aprender sobre outras culturas; correspondência em espanhol. CUBA.
Email: [email protected].
Clifford Omwoyo: 22; solteiro;
cursando engenharia química na
Politécnica Eldoret; interesses: ler,
esportes e fazer novas amizades; correspondência em inglês. QUÊNIA.
Email: [email protected].
Anthony Chikezie Onyendi:
23; solteiro; cursando geologia e
mineração na Universidade Enungu;
interesses: cantar, compartilhar
minha fé e viajar; correspondência
em inglês. NIGÉRIA. Email: senta_
[email protected].
Jared Oroo Onyimbo: 25; solteiro; engenharia elétrica e de comunicações na Universidade Moi; interesses: música, internet e fazer novas
amizades; correspondência em inglês.
QUÊNIA. Email: jaredoroo@yahoo.
com.
Kivuru Paluku: 26; solteiro; cursando pedagogia na Universidade
Adventista de Lukanga; interesses: música cristã, ler e na área
de educação; correspondência
em francês e suaili. REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA DO CONGO.
Email: [email protected].
Nadine Vega Pérez: 22; solteira;
cursando bioquímica na Universidade
La Habana; interesses: tocar piano,
ler, música cristã e viajar; correspondência em espanhol e inglês. CUBA.
Email: [email protected].
Gimei Peter: 25; solteiro; cursando
medicina na Universidade Mbarara;
interesses: ler devocionais e literatura
científica, correr e jogar futebol; correspondência em inglês; UGANDA.
Email: [email protected].
Ezekiel U. Raphael: 23; solteiro;
concluindo os cursos de teologia
e história na Universidade Valley
View; interesses: cantar, evangelismo, ajudar pessoas e partilhar a fé;
correspondência em inglês. GANA.
Email: [email protected] ou
[email protected].
Imadylle Rio: 23; solteira; formada em contabilidade pelo Colégio
Adventista Central das Filipinas; interesses: ler, navegar na internet, escrever diário e cantar; correspondência
em inglês ou filipino. FILIPINAS.
Email: [email protected].
Freddy Miramón Rivera: 20;
solteiro; cursando informática na
Universidade Guajira; interesses:
tocar órgão, profecias bíblicas e
informática; correspondência em
espanhol. COLÔMBIA. Email:
[email protected].
Esper Lee Rubino: 20; solteira; cursando enfermagem na
Faculdade Mountain View; interesses: cozinhar, ler e escrever
para amigos; correspondência em
inglês e tagalo. FILIPINAS. Email:
[email protected].
Samuel Sarpaning: 22; solteiro;
cursando teologia na Universidade
Valley View; interesses: cantar, evangelismo e leitura da Bíblia; correspondência em inglês. GANA. Email:
[email protected].
Inserção Willard Sichilima: 45; casado; formado em religião pela Universidade
Solusi; interesses: acampar, canto
e ler; correspondência em inglês.
ZÂMBIA. Email: willardsichi@yahoo.
co.uk.
Flávio André Silva: 24; solteiro;
cursando educação física no Centro
Universitário Adventista de São
Paulo; interesses: ler, música e conversar com amigos; correspondência
em português ou espanhol. BRASIL.
Email: [email protected].
Ronny Caro Simanca: 26; solteiro;
formado computação e web design
pelo Instituto Técnico do Norte;
interesses: língua inglesa, música
cristã e internet; correspondência em
espanhol ou inglês. COLÔMBIA.
Email: [email protected].
Patrick Talu: 24; solteiro; cursando educação com formação principal
em inglês na Universidade Adventista
do Pacífico; interesses: cantar, ler jornais e ouvir música; correspondência
em inglês. PAPUA NOVA GUINÉ.
Email: [email protected].
Paul Allen Tana: 20; solteiro; cursando enfermagem na Universidade
Adventista do Pacífico; interesses:
ler, assistir a filmes e música; correspondência em inglês. PAPUA NOVA
GUINÉ. Email: [email protected].
Christopher Tataeng: 22; solteiro;
cursando letras e comunicação; interesses; viajar, basquetebol, ler histórias verídicas e música; correspondência em inglês. Endereço: a:c/ student
services University of Papua New
Guinea, P.O. Box 320, University
134, NCD, Port Moresby, PAPUA
NOVA GUINÉ.
Beatriz Mariana Teixeira: 21;
solteira; cursando pedagogia para
o ensino fundamental; interesses:
música, amizades cristãs e viajar; correspondência em português. BRASIL.
Email: [email protected].
Guatam Tiwari: 32; casado; formado em administração de empresas
pelo Spicer Memorial College; interesses: ler, fazer escalada e pescar;
correspondência em inglês. ÍNDIA.
Email: arunachalregion@rediffmail.
com.
Michael Francis Thompson:
37; solteiro; médico formado pela
Universidade de Calabar; interesInserção ses: cuidar de pessoas, compartilhar
experiências cristãs e orar; correspondência em inglês. Endereço: Health
Care Centre, Nº 42 Faith Rd., P.O.
Box 2992 Uyo, Akwa Ibom State,
NIGÉRIA.
Théophile Tsara: 31; solteiro; cursando administração de
empresas; interesse: fazer novas
amizades; correspondência em
francês. MADAGÁSCAR. Email:
[email protected].
Tantine Kyalenga Tuzo: 24;
solteira; cursando ciências da computação na Universidade Adventista
de Lukanga, Campus Wallace;
interesses: natureza, atividades para
jovens e computação; correspondência em francês, suaili ou kinande.
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO
CONGO. Email: [email protected].
Blessing Ihuoma Uche: 24; solteira; cursando finanças bancárias na
Politécnica Estadual Abia; interesses:
compartilhar a fé, fazer novas amizades, atividades jovens e futebol; correspondência em inglês. NIGÉRIA.
Email: blessinga23ng2000@yahoo.
com.
Lazarus Innocent Ude: 30; solteiro; cursando direito internacional e diplomacia na Universidade
de Babcock; interesses: ler, viajar e
internet; correspondência em inglês.
NIGÉRIA. Email: udelazarus@yahoo.
com.
Nyamhanga Wanda: 23; solteiro;
formado como técnico em engenharia elétrica; interesses: estudar
a Bíblia, ouvir música cristã e fazer
novas amizades; correspondência em
suaili ou inglês. TANZÂNIA. Email:
[email protected].
Chituru Oluchi Wogu: 22; solteira; cursando tecnologia da ciência
de alimentos na Universidade de
Agricultura Michael Okpara; interesses: turismo, ouvir música cristã
e navegar na internet; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email:
[email protected].
Eziuche Wogu: 25; solteiro;
cursando contabilidade; interesse:
fazer novas amizades; correspondência em inglês. NIGÉRIA. Email:
[email protected].
Osmell Molina Zaragoza:
35; solteiro; cursando direito na
Universidade de Holguín; interesses: compartilhar a fé, fazer novas
amizades e viajar; correspondência em espanhol. CUBA. Email:
[email protected].
Kasereka Kanakake Zaza: 26;
solteiro; cursando pedagogia; interesses: música religiosa, fazer novas
amizades e aprender sobre outras
culturas; correspondência em inglês,
francês ou suaili. REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA DO CONGO.
Email: [email protected].
Convite
Se você é universitário ou profissional
adventista e quer ter seu nome listado
aqui, envie-nos as seguintes informações:
(1) seu nome completo, com o sobrenome em letras maiúsculas; (2) sua idade;
(3) sexo; (4) estado civil; (5) estudos
correntes ou diploma obtido e especialidade; (6) faculdade ou universidade que
está freqüentando ou na qual graduouse; (7) três principais passa-tempos ou
interesses; (8) língua(s) nas quais quer se
corresponder; (9) o nome da congregação adventista da qual é membro; (10)
seu endereço postal; (11) seu e-mail,
caso o tenha. Por favor, datilografe ou
use letra de imprensa clara. Envie esta
informação para Diálogo Interchange;
12501 Old Columbia Pike; Silver Spring,
MD 20904-6600, EUA. Você pode também usar e-mail: diainterchange@yahoo.
com. Apenas poremos na lista aqueles
que fornecerem os dez itens de informação requerida acima. Diálogo não assume responsabilidade pela exatidão da
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