Novembro - Adventist World
Transcription
Novembro - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Nove m b ro 2 01 0 Alma na 20 A Serviço da Diversidade 24 Esperança para o Haiti 27 O Preço da Concessão Nove mbro 2010 AÇÃO EM IGREJA Editorial ............................ 3 Notícias do Mundo 3 Notícias & Fotos Janela 7 Haiti Por Dentro Visão Mundial 8 Grande Reavivamento Entre o Povo de Deus SAÚDE A R T I G O D E C A P A Vazio na Alma Por Gerald A. Klingbeil ........................ 14 Todos estamos procurando algo. Uma iniciativa na Austrália aborda as questões mais importantes da vida. Mundo BMW e o Teatro do Universo Por Lisa Beardsley ....................................................................... 12 Como lealdade a uma marca pode ser comparada à nossa vida espiritual. Como o Espírito Santo continua a guiar a igreja de Cristo. ADVENTISTA A Serviço da Diversidade Por Richard Doss ..................... 20 A Academia Adventista Maxwell tem uma longa história e futuro promissor. ESPÍRITO DE PROFECIA Comprometidos a Evangelizar o Mundo Todo Por Ellen G. White ...................................................................... 22 Temos algo a compartilhar. Mas estamos compartilhando? SERVIÇO O Desafio dos Percevejos ....................... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless BÍBLICAS “Se Você… , Então Eu . . .” .................. 26 Por Ángel Manuel Rodríguez FUNDAMENTAIS O Dom de Profecia Por Gerhard Pfandl ............................. 18 VIDA MUNDO PERGUNTAS DEVOCIONAL CRENÇAS NO ADVENTISTA ESTUDO BÍBLICO O Preço da Concessão ...................... 27 Por Mark Finley INTERCÂMBIO MUNDIAL 29 Cartas 30 Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Ideias O Lugar das Pessoas ............................ 32 Esperança para o Haiti Por Jimmy Phillips ....................... 24 O país devastado por desastres e pobreza, ainda resiste. Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 11, novembro de 2010. 2 Adventist World | Novembro 2010 Tradução: Sonete Magalhães Costa www.portuguese.adventistworld.org A Igreja em Ação EDITORIAL Jornal da Manhã O grupo de nuvens rosa-acinzentadas, ao leste, se torna mais iluminado enquanto chego ao estacionamento, quase vazio, da Associação Geral. Muito poucos costumam chegar tão cedo à sede mundial da igreja, para ter alguns momentos de tranquilidade antes que os corredores se encham de gente e as salas de reuniões fiquem agitadas com muito trabalho. Enquanto fico sentado em meu carro por uns minutos a mais, esperando o dia raiar, os versos de um velho hino surgem em minha mente: A luz da manhã está nascendo, as trevas desaparecem; Os filhos da Terra estão acordando, para as lágrimas perenes... Neste momento, em todos os cantos do lugar, há uma sensação de que novas coisas estão surgindo. Parece que Deus está despertando poderosamente Sua igreja remanescente – não só aqui, mas em muitos outros lugares. As conversas nos corredores sempre tendem para essa direção, como se o mesmo Espírito estivesse Se movendo no coração de dezenas e mesmo centenas de indivíduos. As reuniões das comissões começam, não apenas com a costumeira invocação da presença de Deus, mas com um período prolongado de oração. As agendas são reorganizadas, não por falta de clareza ou mérito estratégico nas versões anteriores, mas para alinhar o trabalho que fazemos cada vez mais cientes de que Deus tem em mente a renovação de Sua igreja. Sempre foi a intenção de Jesus que Seu povo experimentasse uma vida renovada, de modo que o coração esteja sintonizado na frequência do Espírito Santo, experimentando o amor incomum, uma alegria incomum e poder incomum em nosso trabalho e no testemunho. Quando os cristãos, em qualquer lugar, oram pelo reavivamento e pela reforma em nosso meio, não estão pedindo que Deus faça algo que relute em fazer. Não! Este é o Seu constante desejo: mais oração, profunda simpatia por aqueles a quem Ele insiste que chamemos de “irmão” e “irmã, mais disposição para ouvir e menos para falar. Nossa vida em comum nos próximos meses – nas famílias, nas grandes e pequenas congregações, nas salas de aulas e nos dormitórios, nos escritórios da administração da igreja – está se aproximando de algo muito maior do que já vimos ou experimentamos. O Céu que está brilhando na manhã do reavivamento, logo, muito logo, será escurecido por apenas uma nuvem, bem pequena, do tamanho da mão de um homem, na qual o Filho do Homem retornará para buscar os Seus. – Bill Knott NOTÍCIAS DO MUNDO Relatório dos Líderes Trata de Discipulado na Divisão do Sul do Pacífico Reuniões de fim de ano revelam necessidade de manutenção ■ Há mais de 420 mil membros batizados na Igreja Adventista do Sétimo Dia no sul do Pacífico, mas todos os sábados, mais de um milhão de adoradores comparecem aos cultos, estimam os líderes da igreja na região. Com um adventista para cada 86 habitantes na Divisão do Sul do Pacífico, a região está concentrada no discipulado, avaliou o presidente regional Barry Oliver diante dos líderes locais, durante as reuniões de final de ano em Sidney, Austrália, em setembro de 2010. Oliver lembrou que o chamado de Jesus para “fazer discípulos”, no Novo Testamento, é um “imperativo”. Proporcionar crescimento espiritual e locais de adoração para os membros ajudará a manter o grande crescimento da igreja em países como Papua-Nova Guiné, onde um elevado número de membros também sai da igreja. Anualmente, três mil pessoas ainda deixam de frequentar a igreja naquele país, dos cinco mil em 2006, relataram os líderes. A instituição educacional da igreja na região também está crescendo, de acordo com os líderes de educação. As matrículas durante os últimos cinco anos no Colégio Avondale, em South CRESCIMENTO ESPIRITUAL: O discipulado é um “imperativo” para o sul do Pacífico, declarou o presidente Barry Oliver durante as reuniões de fim de ano. A região está experimentando expressivo crescimento, porém, em algumas áreas, luta para manter os membros na igreja. F O T O : C O R T E S I A D O PA C Í F I C O D A D I V I S Ã O D O S U L Novembro 2010 | Adventist World 3 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO Wales, Austrália, cresceu 40%, com 1.300 alunos. Vinte e dois desses alunos estão matriculados no novo curso de doutorado do colégio e catorze estão terminando suas pesquisas de mestrado. O Colégio Avondale espera, até 2016, receber o status de universidade. O centro de mídia do Sul do Pacífico experimenta expansão similar. De acordo com os líderes, cerca de 10% do crescimento da igreja na Austrália e na Nova Zelândia são atribuídos diretamente aos cursos bíblicos recebidos por meio da mídia adventista. A região do sul do Pacífico, das treze regiões administrativas mundiais da Igreja Adventista, foi a primeira a realizar as reuniões de fim de ano, durante as quais os líderes da igreja votam as praxes, as questões financeiras e escolhem os diretores de departamentos. A maioria das regiões realiza essas reuniões no fim de outubro ou início de novembro. – Reportagem de David Gibbons/Rede Adventista de Notícias. Adra-Suécia Comemora 25 Anos de Serviço ■ “A Adra – Suécia existe para ajudar as pessoas em países com baixa renda a melhorar sua qualidade de vida. Assim, é uma alegria para nós olharmos para trás, para os 25 anos de serviço pelos pobres e vulneráveis”, descreveu Siri Bjerkan-Karlsson, diretor da Adra – 4 Adventist World | Novembro 2010 Suécia, na comemoração dos seus 25 anos de serviço, no fim de agosto de 2010. A União da Suécia se envolve na obra de desenvolvimento assistencial há 40 anos, quando a união recebeu o primeiro recurso do governo da Suécia para ser usado em auxílio a pessoas de países de baixa renda. Quando a Associação Geral organizou a Adra, em 1984, a Suécia tornou-se um dos primeiros países a se unir à rede. Desde seu início, em 1985, a Adra – Suécia já patrocinou 900 projetos de desenvolvimento e intervenções humanitárias, no valor de cerca de 60 milhões de dólares, num total de 80 diferentes países de baixa renda. A cada ano, entre 500 mil e 3 milhões de pessoas são beneficiadas pelo trabalho da Adra, ajudando a desenvolver uma vida melhor. A Adra – Suécia já enviou, também, 307 voluntários que trabalharam em diferentes países de baixa renda, por períodos longos e curtos. Hoje a Adra – Suécia trabalha num total de 35 projetos de desenvolvimento em 17 países. Um dos maiores projetos consiste em ajudar pessoas contaminadas com HIV e aids. Esses projetos são realizados em sete países africanos, beneficiando diretamente 450 mil pessoas. Eles recebem conselhos e apoio psicológico para que possam viver melhor e da maneira mais saudável possível. O projeto é realizado há cinco anos e já salvou milhares de pessoas da morte prematura. Em Uganda, a Adra – Suécia apoia um programa realizado há dez anos, que combate a pobreza em áreas rurais. O programa envolve mais de 37 mil pessoas que estão aprendendo a ler, escrever e que estão sendo treinadas em atividades geradoras de renda. Eles também são treinados a ter acesso ao apoio governamental para melhorar a qualidade de vida. Anualmente, a Adra – Suécia transfere entre 2 e 2,5 milhões de dólares para vários projetos de desenvolvimento. A maior parte do dinheiro vem da Agência de Cooperação Internacional de Desenvolvimento Suéca (Swedish International Development Cooperation Agency, ou SIDA), agência do governo que oferece recursos para organizações não governamentais que trabalham com desenvolvimento. O recurso é canalizado para a Adra – Suécia por meio do Conselho Missionário Sueco, que é uma das organizações com a qual a SIDA coopera. A Adra – Suécia é uma das 36 organizações que formam o Conselho Missionário Sueco. A Adra – Suécia comemorou seus 25 anos no fim de semana de 27 a 29 de agosto. Cerca de 400 pessoas vieram de todas as partes da Suécia para participar da celebração. Estiveram presentes Charles Sandefur, líder da Adra Internacional; Stephen Cooper, líder da Adra Transeuropeia e representantes de quinze diferentes sedes da Adra. As comemorações incluíam uma apresentação da base bíblica para a existência do trabalho da Adra, seminários sobre desenvolvimento e levantamento de fundos, e apresentações dos parceiros da Adra – Suécia no próprio país e no exterior. Em realidade, foi realizada uma dupla celebração naquele fim de semana, já que a Campanha de Colheita e Levantamento de Fundos comemorou, ao mesmo tempo, seus 90 anos. A primeira campanha de levantamento de fundos foi realizada em 1920, tornando essa a campanha mais antiga na Suécia. – Reportagem de Per Bolling, Adra Suécia. GUATEMALA: Líderes Adventistas Participam de Cerimônia pela Paz ■ Os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Guatemala foram escolhidos para participar da Mudança da Rosa Branca da Paz, no Palácio Nacional, localizado na Cidade da Guatemala, no dia 5 de agosto de 2010. A participação na cerimônia, que foi realizada no Palácio Nacional de Cultura, é uma honra concedida a pessoas nativas e estrangeiras que contribuíram com a paz e o bem-estar da Guatemala. B O R I S B A R R I O S / I A D NOTÍCIAS DO MUNDO escavações arqueológicas adventistas Encontram Idade doFerro Descoberta relacionada à história bíblica e adoração moabita. Por Mark A. Kellner, editor de notícias da Adventist World, com reportagem de Taylor Luck, do jornal Jordan Times (Jordânia) C J I onfirmando e complementando uma compreensão moderna da história bíblica, um arqueólogo e historiador adventista do sétimo dia descobriu importantes ruínas e artefatos da Idade do Ferro, de três mil anos, num templo na cidade de Ataruz, Jordânia. “Esse templo é muito maior do que esperávamos. Talvez eu necessite duas ou três temporadas de trabalho para escavar o sítio e descobrir os eventos históricos que aconteceram no local”, declarou Chang Ho Ji, professor IMAGEM ADORADA: e diretor do Departamento de AconselhamenEstátua da divindade to e Psicologia Escolar e professor do Deparmoabita Hadad, no formato tamento de História da La Sierra University, de um boi, descoberta uma universidade adventista localizada em por Chang Ho Ji, da Riverside, Califórnia (EUA). Universidade La Sierra. “Esta é uma descoberta extremamente importante e está relacionada com a história bíblica. É muito emocionante”, analisa Lawrence Geraty, presidente emérito e professor de arqueologia da universidade. Geraty foi pioneiro na cooperação entre instituições adventistas, incluindo o Atlantic Union College, Universidade Canadense, Andrews University, La Sierra University e o Reino da Jordânia. A cooperação entre essas universidades e a Jordânia foi iniciada em 1984, com a escavação em Tall al-‘Umayri. Na coletiva para imprensa em Amã, o diretor-geral do Departamento Jordaniano de Antiguidades, Ziad Saad, anunciou a recente descoberta H O Mario Calderón, presidente da igreja no país, e outros seis pastores e membros leigos adventistas foram escolhidos para participar da cerimônia, na qual os participantes receberam o título de embaixadores da paz. Calderón agradeceu aos líderes do governo em nome dos 216 mil membros da igreja na Guatemala pela alta honra e declarou que a igreja está comprometida a continuar promovendo a paz. A cerimônia da Mudança da Rosa Branca da Paz teve seu início após a assinatura do acordo de paz, que encerrou os 36 anos de guerra civil na Guatemala, em 1996. Desde então, todos os dias é colocada uma rosa branca no monumento localizado no pátio do Palácio Nacional por um guarda de honra militar ou alguma pessoa escolhida, simbolizando mais vinte e quarto horas de paz no país. A Igreja Adventista do Sétimo Dia na Guatemala serve a sociedade por meio da alfabetização e diversas outras iniciativas. Junto com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) da Guatemala, continua a prestar assistência às vítimas de desastres naturais e terremotos. A Igreja Adventista na Guatemala dirige sete sedes regionais, 867 igrejas e grupos e 25 escolas. – Reportagem de Juan Lopez, Divisão Interamericana. Templo da C H A N G CERIMÔNIA DA ROSA BRANCA: Mario Calderón, presidente da Igreja Adventista na Guatemala, acompanhado de sua esposa, Cotty, recebe distinção do governo do país durante a Mudança da Rosa Branca da Paz, no Pátio do Palácio Nacional, no dia 5 de agosto do 2010. Novembro 2010 | Adventist World 5 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO do maior templo da região, que data do início da Idade do Ferro II (1200-600 a.C). O templo, contendo vários compartimentos, inclusive um pátio medindo 12 por 12 metros, possui mais de trezentos artefatos de adoração, levando os especialistas a crerem que pode ter sido uma sede política e religiosa tanto para os moabitas como para o reino israelita do norte. Vasos, jarras e estátuas de divindades estavam entre as recentes descobertas relacionadas com o templo em Khirbet Ataruz, perto de Dhiban, a aproximadamente 50 quilômetros ao sul de Amã, localizada na encosta oeste de Jabal Bani Hamida. O sítio atual está localizado próximo à estrada que leva ao sítio do Grande Palácio de Inverno no rei Herodes. Segundo relatórios da mídia, os itens, muitos dos quais foram encontrados em agosto, dão aos especialistas uma visão mais completa da civilização da Idade do Ferro e do passado da Jordânia. De acordo com o jornal Jordan Times, mais de mil anos antes de os nabateus construírem um império comercial em toda a cidade de Petra (que é totalmente construída em rochas), os moabitas, amonitas e edomitas dominaram a região durante um período em que floresceu a ciência, a expansão e a cultura. A cidade de Ataruz é mencionada na Bíblia e na Estela do rei Mesa como “Atarote”, porém o verdadeiro significado do nome “ainda não foi descoberto”, disse Saad ao Jordan Times. Embora os documentos históricos frequentemente mencionem os reinos da Idade do Ferro como estando do lado oeste do rio Jordão, Saad observa que as descobertas de Khirbert Ataruz marcam a primeira vez que os estudiosos têm evidências arqueológicas para voltar à teoria da existência de civilizações com sofisticação científica, cultural e econômica. Vários artefatos históricos foram descobertos, em agosto, pela equipe da La Sierra University, que está escavando Khirbet Ataruz desde 2000, com o apoio da Versacare, Inc., uma entidade beneficente localizada em Riverside. Entre as descobertas está uma estátua de um deus com formato de boi e cerca de trezentos vasos, lâmpadas e altares para os rituais religiosos. Na Antiguidade, o boi era frequentemente relacionado às principais divindades da região, incluindo El, Hadad e Baal. A qualidade, diversidade e condição das peças, feitas de barro, pedra, basalto e bronze, mostra a tecnologia avançada e uma economia próspera no lado oeste do rio Jordão, há mais de três mil anos. Saad afirma que, embora apresentem boas condições, a maior parte das peças de Ataruz estava quebrada, indicando 6 Adventist World | Novembro 2010 TEMPLO DA ANTIGUIDADE: Ruínas do templo moabita encontrado por arqueólogos da La Sierra University, de propriedade da Igreja Adventista. As ruínas e antiguidades encontradas confirmam aspectos da história bíblica. C H A N G H O J I que o templo, na Jordânia central, sofreu um fim violento. Muito do que se conhece sobre o templo de Ataruz foi aprendido do rei Mesa, imortalizado em um tablete de basalto, onde estão listadas suas vitórias e realizações. Conhecido como Estela de Mesa, o tablete foi descoberto próximo a Dhiban e agora está exposto no Museu do Louvre, em Paris. Acredita-se que os moabitas – descritos na Bíblia como descendentes de Moabe, neto de Ló e sobrinho-neto de Abraão (Gn 19) – foram tribos cananitas que se instalaram na região entre o rio Jordão e o deserto do Oriente, próximo do que é agora Dhiban, no século 15 a.C. Seu reinado terminou com a invasão persa, aproximadamente no sétimo século a.C. Segundo Saad, os especialistas agora vão trabalhar na catalogação, teste e pesquisa dos artefatos de Ataruz, para obter uma compreensão melhor sobre os reinos da Idade do Ferro, que no passado governaram a Jordânia. Ji disse à Adventist Review que o templo descoberto em Atarus, foi o “maior e mais bem preservado templo dos tempos bíblicos. Será importante para esclarecer as práticas de culto e a vida religiosa daquele período”. – Partes desse artigo foram extraídos, com a permissão do autor, de um artigo de notícias no jornal Jordam Times (2 de setembro de 2010). F O T O : B E T H P E T E JANELA Oceano Atlântico Haiti por Dentro U m grande terremoto, de 7,0 de intensidade, abalou o Haiti no dia 12 de janeiro deste ano. Num piscar de olhos, mais de 200 mil pessoas morreram e mais de um milhão ficaram desabrigadas. O terremoto também destruiu ou danificou severamente escolas, prédios comerciais e escritórios do governo. De repente, a maioria dos habitantes de Porto Príncipe, capital do país, estava sem teto. O epicentro do terremoto foi no subúrbio de Porto Príncipe, que abriga um terço da população do país. Esse foi apenas um de uma série de desastres naturais – na maioria, terremotos e furacões – a atingir o Haiti, o terço ocidental da Ilha de São Domingos, no Caribe. Em 1946, um terremoto dez vezes mais poderoso do que o recente atingiu a região nordeste da Ilha. No verão de 2008, o Haiti foi varrido por quatro diferentes furações ou tempestades tropicais. A história escrita do Haiti começa em 1492, quando foi descoberto por Cristóvão Colombo, que, durante sua famosa viagem ao Novo Mundo, declarou toda a Ilha como de propriedade da Espanha. No fim do século 17, a Espanha cedeu um terço da Ilha para a França, que lhe deu o nome de Haiti. Era originalmente povoada por índios nativos, mas à medida que foram desaparecendo, chegavam os escravos africanos trazidos pelos espanhóis e franceses para ajudar nas plantações de cana-de-açúcar. No fim do século 18, a Revolução Francesa na Europa libertou todos os escravos do Haiti. Mais tarde, em outras tentativas de reinstalar a escravidão, os haitianos se revoltaram e se tornaram independentes da França, o que aconteceu, oficialmente, em 1804. Os Adventistas no Haiti O trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia começou no Haiti em 1879, quando John Loughborough enviou, por navio, uma caixa de literatura para a cidade portuária de Cabo Haitiano. Loughborough não endereçou a caixa a ninguém em particular, de modo que o capitão do navio entregou a caixa para um missionário episcopal que morava na cidade. O missionário distribuiu o conteúdo da caixa entre outros missionários protestantes, um dos quais, pastor batista, entregou alguns dos folhetos para sua congregação. Como resultado, dois membros desse grupo, Henry Williams e sua esposa, começaram a guardar o sábado. Só dez anos Mar do Caribe HAITI REPÚBLICA DOMINICANA Porto Príncipe HAITI Capital: Porto Príncipe Idiomas: Francês e Crioulo Haitiano Principais Religiões: Católica, 80%; Protestante, 16%; outras, 4%. População: 9,1 milhão* Adventistas: 328.029* Adventistas por habitante: 1:28* *Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 146° Relatório Estatístico Anual - 2008 mais tarde conheceram o primeiro adventista. Em 1892, L. C. Chadwick visitou o Haiti e batizou o casal Williams. Desse início humilde, a Igreja Adventista no Haiti cresceu e se tornou forte. Hoje, mais de 300 mil adventistas, cerca de 4% da população, mora no Haiti. Há aproximadamente mil igrejas e grupos, 270 escolas fundamentais, duas de ensino médio, uma universidade e um hospital. Muitas das igrejas realizam três ou mais cultos para acomodar todos os membros. O terremoto, entretanto, cobrou caro. Mais de 600 adventistas perderam a vida e mais de cem prédios de igrejas foram destruídos ou ficaram sem condições de serem utilizados. Uma das áreas mais atingidas foi a região da Universidade Adventista do Haiti, do Hospital Adventista do Haiti e a sede local da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra). A Adra, rapidamente, ajudou a transformar a universidade em um campo para os desabrigados, em que mais de 25 mil pessoas foram à procura de abrigo. O Hospital Adventista recebeu tantas pessoas quanto possível, mas precisou realizar alguns procedimentos do lado de fora, pois uma de suas alas foi declarada insegura. Neste trimestre, será arrecadada uma oferta especial no décimo terceiro sábado, para ajudar a reconstruir as igrejas adventistas no Haiti. Essa oferta servirá para reparar as igrejas e escolas e também ajudar a reconstruir os prédios perdidos no terremoto. A Igreja Adventista no Haiti foi abalada, mas não destruída. Por favor, orem para que a igreja continue a crescer e a espalhar a mensagem do amor de Jesus para o povo do Haiti. Para saber mais sobre o trabalho da Igreja Adventista no Haiti, acesse www.AdventistMission.org. Novembro 2010 | Adventist World 7 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL GrandeL Reavivamento entre o p o v o de d e u s Por Ted N. C. Wilson 8 Adventist World | Novembro 2010 J E R E M Y YA N S E N A o iniciarmos os próximos cinco anos de testemunho e atividades evangelísticas para o Senhor, ao confrontarmos os desafios e dificuldades ao nosso redor, devemos manter o breve retorno de Jesus como nosso alvo supremo. Que privilégio é fazer parte do grande movimento no final da história da Terra! O breve retorno de Jesus é a maravilhosa notícia que deve inspirar e moldar nossos planos e ações. Seja qual for a função a nós designada por Deus, é hora de humildemente aceitarmos as oportunidades e desafios a nós confiados, sabendo que nossas atividades só serão eficazes por meio do poder do Espírito Santo. Somos chamados a trabalhar como bons servos (Mt 20:26-28), confessando que somos dependentes da sabedoria de Deus (Tg 1:5), da instrução do Espírito Santo (Jo 16:13) e que precisamos do discernimento de uma multidão de conselheiros (Pv 11:14). O Espírito Santo nos chama para que juntos, jovens e idosos, homens e mulheres, em uma igreja unida, sob Sua liderança, humilhemo-nos diante dEle e supliquemos pelo reavivamento, tanto em nossa vida pessoal como da igreja. Lemos em 2 Crônicas 7:14: “Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar e orar, buscar a Minha face e obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la. Nosso Pai celeste está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles que Lho peçam, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Cumpre-nos, porém, mediante confissão, humilhação, novo fervor. Deve haver em cada nível da organização da igreja um deliberado programa de oração pelo reavivamento e um esforço consciente de nutrir a “primitiva piedade” nas vidas rendidas ao poder do Espírito Santo. Os líderes da Associação Geral, uniões, associações, missões e igrejas locais já estão trabalhando para L Como adventistas, devemos buscar a renovação de nossa mente e coração enquanto esperamos pelo poder do Espírito Santo. se afastar dos seus maus caminhos, dos Céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.”* Esta maravilhosa promessa do Senhor chama Seu povo ao comprometimento. Diariamente, devemos pedir a Ele que cumpra a promessa de Joel 2 e Atos 2 para que a chuva serôdia do Espírito Santo seja derramada sobre Sua igreja. Por outro lado, como adventistas, devemos buscar a renovação de nossa mente e coração enquanto esperamos pelo poder do Espírito Santo e pelo derramamento da chuva serôdia. É por meio do derramamento do Espírito Santo que a última obra, de proclamar as três mensagens angélicas, será concluída. Ellen White nos lembra: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscálo, deve ser nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estipuladas por Deus em Sua promessa para concedernos Sua bênção” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121). Convido a Igreja Adventista do Sétimo Dia do mundo inteiro para que se uma em oração, pelo derramamento do Espírito Santo, neste momento vital da história. Oremos para que o Espírito Santo remova de nosso coração todo orgulho e egoísmo que possa impedir a obra de reavivamento e reforma que Jesus tanto deseja realizar entre Seu povo do tempo do fim. Aproveitemos a oportunidade, no tempo à nossa frente, para orar uns com os outros. Devemos iniciar períodos de oração em nossas igrejas, instituições e organizações para elevarmos nossa voz, clamando pelas promessas de Deus de que Ele derramará, em nossa alma ressecada, a água de nova percepção e montar e fornecer materiais que dirijam nossa mente para a grande necessidade de “tempos de refrigério”. Fazemos parte de um movimento singular, pois nos identificamos como o povo remanescente de Deus, predito nas profecias. Isso coloca sobre nós uma responsabilidade especial de exaltar a Cristo em todos os nossos sermões e ministério, mostrando às pessoas que Jesus é tudo em nossa vida. As verdades salvadoras do evangelho – de que somos justificados por Deus, por meio da vida de Jesus em nosso favor, Sua morte no Calvário e Seu ministério como Ted N. C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia e escreve de Silver Spring, Maryland, EUA. Novembro 2010 | Adventist World 9 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL L Não devemos permitir que o mundo nos molde de acordo com seu padrão. nosso Sumo Sacerdote no santuário celeste – nos dá a certeza da vida eterna. A graça de Deus, nossa redenção por meio de Jesus, não depende de nossa habilidade de compreender completamente ou saber explicar toda a teologia da salvação. Como um de nossos antigos líderes da igreja, George W. Brown, declarou em seu devocional durante a assembleia da Associação Geral de 2005: “Quando chegarmos ao Céu, pelo poder de Cristo, estaremos justificados, santificados, glorificados – e satisfeitos!” As Escrituras também nos advertem de que o reavivamento e reforma pelos quais suplicamos encontrarão oposição de forças que intencionam manter a igreja em sua condição de Laodiceia. O inimigo, certamente, está fazendo tudo para persuadir os adventistas a se conformarem com menos do que a plenitude do poder transformador prometido no evangelho. De modo sutil e não tão sutil, está tentando nos distanciar da Bíblia e da completa compreensão daquilo que Deus afirma ser a verdade. As palavras do apóstolo Paulo são tão relevantes hoje como foram quando escreveu para os crentes em Roma, há quase dois mil anos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2). A tradução Phillips acentua mais a imagem: “Não deixe que o mundo 10 Adventist World | Novembro 2010 ao seu redor o molde segundo seu próprio padrão.” Este é o momento em que devemos resistir às lisonjas de Satanás e não permitir que o mundo nos molde de acordo com seu padrão. Este também é o momento em que devemos ter clareza e coragem: permanecer firmemente comprometidos com as crenças fundamentais desta igreja, que foram estabelecidas pela imutável Palavra de Deus. Não podemos nos arriscar com falta de atenção ou desviando-nos do alvo, pois Jesus está falando conosco com o mesmo tom de urgência com que falou à igreja de Filadélfia: “Venho em breve! Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa” (Ap 3:11). Meu irmão e irmã, precisamos nos unir, apegando-nos à Palavra de Deus como está escrita. O poder prometido em Suas palavras só será concedido se nos comprometermos a ler a Bíblia, vivê-la, ensiná-la e pregá-la sem temor, e se permitirmos que nossa vida seja moldada por suas claras e convincentes verdades. Apeguemo-nos às verdades da Bíblia, através das quais Deus levantou este movimento do tempo do fim, inclusive o ensino bíblico sobre o dom de profecia. Dos muitos dons dados por Deus ao Seu povo remanescente, esse é um dos maiores. Os escritos de Ellen White oferecem instruções para a vida cristã e são tão relevantes hoje como quando foram escritos um século atrás. Contêm verdades vindas do Céu. Leia o Espírito de Profecia, com sua Bíblia, diariamente. Acredite nele. Promova-o. Use-o. Ensine-o. Apoie-o. E você descobrirá um novo poder em sua vida espiritual que o ajudará a andar em novidade de vida. Apeguemo-nos às três mensagens angélicas de Apocalipse 14; à iminente segunda vinda de Cristo; à justificação pela fé em Jesus; ao sábado do sétimo dia; ao relato de Gênesis sobre a criação em seis dias literais, consecutivos, de 24 horas e origem recente; à mensagem do santuário e ao ensino bíblico sobre o estado dos mortos. Lembremo-nos de que a Bíblia e o Espírito de Profecia nos chamam a viver em obediência pelo poder do Espírito Santo, nos convidam ao estilo de vida saudável descrito nas Escrituras e no Espírito de Profecia e a um estilo de música e adoração que exalte a Cristo, não a nós mesmos. Atentemos, de maneira especial, para o que Deus nos ensinou sobre as condições em que o Espírito Santo será derramado sobre os que, sinceramente, estão buscando o reavivamento e comprometidos com a mensagem de reforma. Meu convite é simples e claro: precisamos nos unir, ajoelhando-nos diante do Senhor para, humildemente, pedir renovação de graça e poder para enfrentar os dias à nossa frente. Ore pelo reavivamento que Jesus espera que seja vivido por Sua igreja, e ore para que seu coração esteja pronto a praticar o que o Espírito Santo trouxer à sua mente e consciência. Uma igreja humilde e completamente entregue a Deus muito em breve será uma igreja reavivada e reformada. E essa igreja, renovada e reformada, será, muito em breve, a igreja que olhará para o Céu com esperança e alegria, e verá Jesus voltando para levá-la consigo. *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. O S A Ú D E Desafio dos N O M U N D O Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Percevejos Estou com muita vergonha de falar para o meu médico, mas acho que estamos com percevejos. Meu esposo é um executivo e nossa casa é bastante confortável. Como isso pode ter acontecido? Nós os encontramos nas dobras do colchão e estou preocupada em contrair alguma doença. V ocê não precisa envergonhar-se disso. Os percevejos se tornaram um grande problema para muitas pessoas de todos os níveis sociais. Nos Estados Unidos, as infestações de percevejos têm ocorrido com crescente frequência, desde os anos 80, infestando lares, hotéis, hospitais e dormitórios escolares. Na cidade de São Francisco (EUA), os relatórios das infestações dobraram entre 2004 e 2006. Em Toronto, Canadá, pessoas também não aceitam a ideia de utilizar inseticidas na cama. Observou-se que mosquiteiros impregnados com permetrina reduzem infestações por percevejos, mas pode contribuir para a resistência aos inseticidas. É recomendado lavar as roupas de cama com água bem quente. Os colchões podem ser cobertos com capas impermeáveis. Rachaduras e entalhes devem ser borrifados com permetrina. Passar a roupa também pode esterilizála. Quando viajar, não coloque as malas em baixo das camas. Algumas pessoas borrifam suas malas com permetrina antes de viajar, esperando que a droga detenha esses pequenos “caroneiros”. Eles se assemelham a miniaturas de baratas, com olhos relativamente grandes e antenas longas e finas. Buscam o calor quando estão procurando alimento e são espalhados pelas atividades dos seres humanos. Podem entrar nas malas e ser transportados por milhares de quilômetros e de um quarto para outro. Quando alguém faz longas viagens e se hospeda em vários quartos de hotel – como fazem muitos executivos – aumenta o risco da infestação de percevejos. As infestações por percevejos têm sido cada vez mais frequentes. em 2002, durante um período de seis meses, as chamadas telefônicas reclamando de percevejos aumentaram em 100%. Na Alemanha, em 1992, foram reportados cinco casos; em 2004, o número subiu para 76. Os australianos tiveram um aumento de 400% de 2001 a 2004, se comparado ao período entre 1997 a 2000. Na cidade de Nova York, foi criado recentemente um “manual” de procedimentos para controlar as infestações nos hotéis. Os percevejos são visíveis a olho nu, embora tendam a esconder-se em locais escuros, em rachaduras das camas e dobras dos colchões e lençóis. Medem cerca de meio centímetro, mas após sugar o sangue, ficam muito maiores e seu peso pode chegar ao dobro do original. Quando adultos, são marrom-escuro, mas são amarelados quando mais novos. Não possuem asa e precisam de sangue para viver. Eles podem viver até um ano e sobrevivem vários meses sem comida. C D C / P I O T R N A S K R E C K I / M O D I F I C A D A De aproximadamente 70 variedades desse inseto, apenas dois tipos picam seres humanos. Outras variedades sugam sangue de morcegos e outros animais. A maior parte das reações às picadas dos percevejos é alérgica. A saliva deles contêm substâncias que aumentam o fluxo de sangue na área da picada, facilitando ao inseto a sucção do sangue da vítima. É possível desenvolver alergia a essas substâncias, e a reação alérgica pode tornar-se mais séria com a repetição das picadas que variam desde uma minúscula mancha vermelha a uma pústula ou até urticária. A reação alérgica pode ser tratada com anti-histamínico ou pomadas de corticoide. Às vezes, a alergia se manifesta como crise de asma. Outras vezes, a coceira na região da picada causa ferida e pode infeccionar. A erradicação dos percevejos pode ser difícil, porque eles estão se tornando cada vez mais resistentes aos métodos usuais de controle, como inseticidas; as D I G I TA L M E N T E Há suspeitas de que os percevejos possivelmente transmitam doenças, mas até agora não há nada claramente identificado. O vírus da Hepatite B foi encontrado nas fezes de percevejos, e teoricamente pode ser transmitido pelo pó das camas, contaminado por tais fezes. São necessários mais estudos para explorar o papel desses insetos na transmissão de doenças. Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é médico e diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é médico e diretor executivo e diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral. Novembro 2010 | Adventist World 11 D E V O C I O N A L Mundo bmw eo Teatro doUniv Nesse espetáculo cósmico não há G osto muito de dirigir. Quando eu era criança, nossa família foi de carro de Maryland para a Califórnia (de um a outro extremo dos Estados Unidos), pela famosa Rota 66, andando em um Mustang V-8 1965 azul metálico. Mais tarde, nossa família se mudou para Nova York e, assim que as férias de Natal começavam, nós nos amontoávamos no carro e viajávamos dia e noite, fugindo do frio, para a ensolarada Flórida, parando apenas para trocar de motorista. Eu ainda gosto de fazer longas viagens, dirigindo. Meu primeiro carro foi um Harvester Scout internacional. Eu provocava a inveja em todos os garotos da minha escola. Depois dele, já dirigi Fords, Chevrolets, Volvos, Saabs, Bedfords, Mercedes-Benz, Peugeots, Renaults, Porsches, Fiats, Audis, BMWs, uma Ferrari barulhenta e um sem-número de carros alugados, muito sem graça para serem mencionados. Devo admitir, entretanto, minha preferência pelos motores alemães. Por isso, quando passei por Munique, no ano passado, não resisti e visitei a BMW Welt (Mundo BMW). 12 Adventist World | Novembro 2010 Tudo no Mundo BMW – desde a concepção dos edifícios de atividades até as vitrines no seu interior – mostra qualidade e engenharia futurista. Os carros e motocicletas, tanto velhos quanto novos, com pintura lustrosa, parecem cantar o canto da sereia: “Pode me tocar. Compre-me!” Não é exagero chamar aquele lugar de Mundo BMW. Existe uma loja que vende roupas da marca BMW, assentos de criança da BMW, até bicicletas e autênticos cadeados para bicicleta da marca BMW, que trancam com perfeita precisão. Você pode tomar uma refeição no restaurante com vista para o império ou relaxar sob um guarda-sol, numa lanchonete ao ar livre. BMW não é apenas uma marca. É um estilo de vida! O verdadeiro espetáculo na BMW Welt, porém, é o show que acontece no centro de um palco, suspenso no ar, para ser visto por todos. O acesso a esse palco é restrito a compradores. A melhor vista é do camarote. Após luxuosa refeição no restaurante, o afortunado “embarca” como numa companhia aérea. Ele é escoltado até em cima, no palco, por meio de um elevador privativo e especial. Em seguida, o tão esperado carro é magistralmente estacionado em um círculo rotatório, que, para a admiração de todos, gira vagarosamente em 360 graus, enquanto cromo e pintura cintilam com as luzes. Aí, funcionários impecavelmente vestidos, usando um discreto logotipo da BMW, as mulheres de salto e os homens de gravata, oferecem uma turnê, com guia, pelas maravilhas da nova máquina. Finalmente, as chaves são entregues para o novo proprietário, que é levado para dar a volta da vitória ao redor do perímetro, antes de descer do palco por uma rampa. No fim da rampa, portas escondidas se abrem silenciosamente e, ofuscado pela luz do sol, o motorista deixa o prédio. O público, admirado, assobia, aplaude, e as portas, deslizando, fecham-se, para mais um final feliz. Em Ezequiel 28:12-19, vemos o desenrolar de outro espetáculo. Esse drama não começou com a queda e Adão e Eva, mas originou-se no Céu quando o brilhante Lúcifer iludiu-se, pensando que tinha a mesma autoridade que Deus. B E A R D S L E Y L I S A erso Por Lisa Beardsley Somos todos atores e atrizes, cada um com seu papel neste grande palco, que se estende do Céu até a Terra. sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso Eu o atirei à Terra; fiz de você um espetáculo para os reis.” ATO III “Assim diz o Soberano, o Senhor: “‘Você era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza. Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. “‘Seus engastes e guarnições serão feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado. Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso Eu o designei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes.” “Por meio dos seus muitos pecados e do seu comércio desonesto você profanou os seus santuários. Por isso fiz sair de você um fogo, que o consumiu, e reduzi você a cinzas no chão, à vista de todos os que estavam observando. Todas as nações que o conheciam espantaram-se ao vê-lo; chegou o seu terrível fim, você não mais existirá.” Com sua trovejante presença nos terremotos, mortes e desgraças, o enigmático querubim guardião aparentemente tem roubado a cena no palco do teatro do Universo. Suas vestes já não brilham com jóias preciosas. Elas estão gastas e esfarrapadas. Ele foi desmascarado diante da plateia angelical. Na cena do Calvário, isso ficou bem claro para todos os que ainda tinham dúvidas sobre o assunto. Suas verdadeiras intenções foram expostas. Ali, ele revelou que, se tivesse oportunidade, teria matado a Deus. Quando Cristo Se vestiu de mortalidade, foi morto por ele. Mas esse drama não termina em um monte de cinzas fumegantes no chão. ATO II ATO IV “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você. Por meio de [enganos e acusações], você encheu-se de violência e pecou. Por isso Eu o lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o expulsei, ó querubim guardião, do meio das pedras fulgurantes. Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a Em 1 Coríntios 4:9, Paulo descreve o difícil papel interpretado por ele mesmo, por Apolo e pelos outros discípulos, quando os holofotes estão sobre eles. O palco onde atuam é também o nosso palco. “Viemos a ser um espetáculo para todo o Universo, tanto diante de anjos como de homens” (Nova Versão Internacional) espectadores. ATO I Somos todos atores e atrizes, cada um com seu papel neste grande palco que se estende do Céu até a Terra. No Mundo BMW, a questão não é apenas um carro ou uma escolha. Conosco acontece o mesmo. Uma frase esquecida ou uma cena equivocada torna o espetáculo incompleto. É o padrão de nossas escolhas e nosso estilo de vida que demonstram em que nós cremos e a quem amamos e adoramos. Agindo assim, alguns de nós tivemos papéis difíceis de atuar. Tivemos que usar fantasias desconfortáveis. Nossos papéis tiveram de ser cheios de provações, lembranças dolorosas ou debilidades físicas. Talvez, tivemos que assistir, passivamente, nossos queridos sofrendo ou fazendo más escolhas. Tentamos atuar inteligentemente e com coragem, como os que compreendem o roteiro. Mas, às vezes, nos desesperamos como se a cena nunca fosse mudar. Se você se sente dessa forma, meu amigo, espere só mais um pouco. A cortina está quase se fechando. O epílogo espetacular no Teatro do Universo está próximo a começar. Logo Deus será vindicado para sempre, junto com todos os que colocam sua confiança nEle, e as cenas finais, de alegria eterna, desafiam nossa imaginação. Essa é a nossa esperança e nossa profissão de fé. Lisa Beardsley é a nova diretora do Departamento de Educação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland (EUA). Novembro 2010 | Adventist World 13 A R T I G O D E C A PA Por Gerald A. Klingbeil Alma na Grandes perguntas no mundo U m grupo de pastores experientes olha atentamente para a grande tela de projeção. Eles assistem à pré-estreia do filme Big Questions (Grandes Perguntas), um filme financiado pela União Australiana (UA) que busca alcançar uma população cada vez mais secularizada em um país onde menos de 5% da população vai regularmente a qualquer igreja. Eles ficam muito atentos durante os 27 minutos do episódio piloto, e quando são solicitados a comentar, respondem de maneira espontânea e com entusiasmo. Grenville Kent, o produtor e escritor do projeto, trabalha duro para conseguir tomar nota de tudo. Começando em novembro de 2009, quando disponibilizaram a primeira versão editada do filme, Kent e Graeme Christian, secretário ministerial da UA, passaram várias semanas viajando, ouvindo membros da igreja, não adventistas, estudantes, pastores, administradores e qualquer pessoa que quisesse assistir o filme. Como resultado dessa cuidadosa pesquisa de mercado, a equipe produziu uma nova edição de “O Albatroz Artificial”, o primeiro episódio da série de filmes Big Questions: Does God Exist? (Grandes Perguntas: Deus Existe?). O público-alvo afirma que o filme está alcançando seu objetivo. 14 Adventist World | Novembro 2010 Falando numa Linguagem Diferente Os cristãos (inclusive os adventistas) geralmente falam o igrejês, uma linguagem não facilmente compreendida pelas pessoas secularizadas. Kent está ciente do desafio. Ele é um dedicado pastor e professor, é formado em cinema e teologia (incluindo um doutorado em Antigo Testamento pela Universidade de Manchester, na Inglaterra). Por ter consciência do desafio, ele está tão ansioso para encontrar uma forma atrativa de comunicar a mensagem e falar uma linguagem compreensível, sem diluir o conteúdo ou apenas retratar um Deus “sinta-se bem”. Como Paulo no Areópago, em Atenas (At 17:16-33), esse empolgante projeto fala uma linguagem que pode facilmente ser compreendida pelas pessoas que não conhecem o igrejês, mas que, segundo o psicólogo australiano Michael Carr-Gregg, sentem um “vazio na alma” e sofrem de “anorexia espiritual”.1 Vislumbre Se você assistir o primeiro episódio de Grandes Perguntas e vir Kent e Marcus, seu filho de sete anos de idade, em busca do sonho humano de voar como os pássaros e descobrindo quão imperfeita é sua realização, desde o aviador francês Jean-Marie Le Bris ao gigante Airbus A380, ou observando os aeromodelos lutando contra os ventos fortes da Ilha Canguru, você logo vai descobrir que esse é um ótimo filme para ser assistido. Os dois apresentadores estão satisfeitos com o que estão fazendo E Agora? secular. e são capazes de fazer perguntas penetrantes, sem confrontações. Aqui vai uma: Como é possível ao albatroz, a ave com a maior envergadura e que aparentemente é pesada demais para voar naturalmente, ser um dos melhores pilotos, fazendo longos voos anuais que chegam a dezenas de milhares de quilômetros? Embora companhias gigantescas de fabricação de aviões como a Boeing e a Airbus tenham investido bilhões de dólares para compreender e aproveitar o formato aerodinâmico dessa ave, as máquinas de voo humanas não são páreo para a concepção do albatroz. Os apresentadores, entretanto, não falam muito. Ao contrário, eles levam a audiência a acompanhá-los. Voando ao redor do mundo (de Paris a Oxford e à Nova Zelândia), fazem perguntas perspicazes para os representantes do novo movimento ateísta (representado pelo conhecido professor de química de Oxford, Peter Atkins) e por cientistas que aceitam o design inteligente (tal como o renomado professor de matemática em Oxford, John Lennox). Grandes Perguntas não é apenas o título de uma série de filmes. É também a mentalidade de seus produtores e patrocinadores. Eles querem fazer grades perguntas, e quanto menos claras as coisas estiverem, tanto mais perguntas farão. Muitas das respostas os levam a colocar a opção do design inteligente como uma explicação melhor que a teoria da macroevolução. Em igrejês chamamos essa ideia de “criação”. F O T O : C O R T E S I A D A D I V I S Ã O D O S U L D O PA C Í F I C O “O Albatroz Artificial” é apenas o primeiro de uma série de treze filmes de 27 minutos, em que são feitas grandes perguntas. Após extensa pesquisa de mercado e opinião de centenas de membros e funcionários da igreja, a União Australiana votou em maio de 2010 o uso de um recurso significativo para apoiar o resto da série. Enquanto isso, Kent e sua equipe iniciam o período de dois a três anos previstos para escrever os roteiros, filmar ao redor do mundo, fazer perguntas profundas sobre assuntos essenciais e editar o material resultante. Conhecendo-os bem, sei que não vão parar de ouvir sua audiência e tomar o pulso de uma sociedade e uma cultura que está fazendo muitas perguntas. O pastor Chester Stanley, presidente da UA, localizada em Melbourne, Austrália, está convicto de que o projeto atingirá as pessoas não religiosas e a força motriz por trás desse projeto. Sem o seu apoio e visão, Grandes Perguntas (provavelmente) não teria chegado às telas. A ideia dele é tornar disponíveis recursos para que os adventistas do sétimo dia cumpram a missão, seja confirmando a fé dos jovens sob ataque de ideologias na universidade, ou dando aos pastores uma excelente novidade na caixa de ferramentas para expandir o evangelismo. Já é possível ver famílias adventistas utilizando a sala de estar como um local para evangelizar sua comunidade, utilizando os filmes. No entanto, a concepção do projeto oferece mais do que uma série de filmes. O projeto completo incluirá um livro sobre apologética, um seminário “faça-você-mesmo”, um curso por correspondência e a presença na internet para uma geração que se identifica com as redes sociais e que vive no Facebook ou YouTube. Ao longo da história, os estudiosos adventistas nunca se envolveram muito na apologética cristã tradicional. A verdade é que os pioneiros adventistas eram muito bons em debates e amavam puxar o tapete de adversários que argumentavam em favor do domingo e outros assuntos doutrinários. De fato, porque obtinham tanto sucesso, ninguém queria debater com eles, e Ellen White sentiu-se compelida a admoestar os irmãos para que baixassem o tom.2 Ganhar um argumento não era a mesma coisa que ganhar um irmão para Cristo. Seus sucessores, porém, nem sempre primaram por falar sobre a existência de Deus, a veracidade das Escrituras, a criação e outros assuntos que estão na mente e no coração de pessoas secularizadas ou de “mente aberta” (ou quase religiosos).3 Gerald A. Klingbeil é editor associado da Adventist World e aprecia fazer boas perguntas e descobrir respostas divinas. Você pode acessar o site do projeto: www.BigQuestions.com ou assistir a um trailer de três minutos do episódio piloto: www.AdventistWorld.org. Novembro 2010 | Adventist World 15 A R T I G O D E C A PA Quase sempre, buscamos evangelizar aqueles que já possuem algum conhecimento sobre a fé cristã. No entanto, o mundo mudou. As pessoas mudaram, e o mundo pós-moderno, com seu relativismo latente, faz perguntas que necessitam de boas respostas. Grandes Perguntas está falando, em nível básico, a essas pessoas ao nosso redor. Deus Está Abrindo as Portas Stanley e Kent afirmam ver claramente a mão de Deus nesse projeto. Se você alguma vez já teve a oportunidade de visitar a Austrália, sabe que Qantas, a companhia aérea nacional, é uma marca importante naquele país. É impossível conseguir que a Qantas abra seus aviões e hangares para equipes de TV, mesmo que as equipes sejam das principais redes. No entanto, a equipe do Grandes Perguntas queria incluir o Airbus A380 da Qantas, que recebeu seu primeiro avião desse modelo. Após negarem de maneira educada mas firme, Kent se encontrou com o diretor de manutenção da companhia que, após ouvir sobre o projeto, convidou a equipe para filmar o A380. Esse fato, por sua vez, abriu as portas para uma visita à principal fábrica da Airbus, próxima a Paris. Deus atuou no impossível e, enquanto agia, também protegeu o orçamento da produção. Uma experiência semelhante ajudou a extensa pesquisa de mercado, provavelmente a maior pesquisa do gênero já feita para um projeto de evangelismo específico da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por meio de várias intervenções divinas, a equipe foi capaz de, por um preço especial, contratar os serviços da McCrindle Research, uma das empresas mais importantes na área de pesquisa de mercado da Entrevista com Chester Stanley e Grenville Kent POR GERALD A. KLINGBEIL Gerald A. Klingbei, editor associado da Adventist World, conversou com Chester Stanley, presidente da União Australiana, e Grenville Kent, produtor da série de filmes Big Questions (Grandes Perguntas), em Melbourne, Austrália, sobre secularismo, evangelismo efetivo e a transmissão da mensagem adventista numa linguagem atrativa. 16 Adventist World | Novembro 2010 Adventist World: Sempre é bom começar com uma história. Fale um pouco sobre como esse projeto foi desenvolvido. Chester Stanley (CS): A paixão de Grenville é evangelizar pessoas pós-modernas e secularizadas no contexto de nossa sociedade. A ideia fez sentido. Vi que precisávamos disso. Nossas estratégias e produtos evangelísticos muitas vezes apresentam a essência do cristianismo, mas este apresenta evidências. Senti que possui legitimidade real, especialmente em nosso contexto, com os desafios de uma sociedade cada vez mais secularizada. A mídia, geralmente, é muito crítica, e algumas das crenças fundamentais da fé cristã são cada vez mais desafiadas, Para muitos australianos, a Bíblia é essencialmente um livro de folclore e contos de fadas. É maravilhoso produzir uma série de filmes, mas como você planeja usá-la? Greenvile Kent (GK): Chester foi muito claro desde o princípio: oferecer ao nos- so povo, especialmente aos pastores, um programa que tenham orgulho de presentear aos amigos e vizinhos. Se for transmitido pela TV, será um bônus (e desde o começo uma emissora nacional tem demonstrado interesse), mas ele enfatiza: queremos dar ao nosso povo ferramentas para a missão. Estamos planejando disponibilizá-lo a preço acessível para que milhares de cópias sejam distribuídas, cobrando apenas o custo do DVD. Também queremos conseguir recursos para a internet e para um livro. CS: Se eu fosse um pastor local e tivesse acesso a uma série como essa, eu passaria os filmes na igreja no horário dos cultos, e desafiaria os membros a convidar seus amigos para assistir. Grenville, é verdade que a sua equipe de produção inclui um amigo seu que é ateu? GK: Se você fosse pescador, não gostaria de ter uma truta coordenando as atrações para você? Conheci o Marcus na universidade. Em uma aula de cinema, ele lançou um ataque à idéia da existência de Deus, e eu pensei: gostei desse rapaz. Ele tem cérebro e carisma e está fazendo as perguntas certas. Nós combinamos muito bem e temos trabalhado juntos em filmes, alguns para a Igreja Adventista, por mais de uma década. O Marcus é um grande Austrália (com grandes clientes como a Pepsi, McDonald’s etc.), recebendo excelente retorno. No relatório final, a McCrindle declarou que cerca de metade dos entrevistados afirmou que assistir Grandes Perguntas influenciou sua visão do mundo e crenças. Uma pesquisa sobre o grau de espiritualidade dos australianos foi realizada por outra empresa de pesquisa, a Windshift, cujos resultados não só beneficiarão esse projeto, mas influenciarão, massivamente, a arquitetura de outras estratégias evangelísticas da UA. Quando Kent fala sobre esse projeto, quase não consegue conter-se, entusiasmado com as várias histórias de intervenção do “Produtor Invisível”. O fato de saber que, por meio de milagres, grandes ou pequenos, Deus tem aberto portas para que o projeto se torne realidade, o mantém animado. adendo a esse projeto. Ele é um produtor de primeira classe. Nossas conversas sobre o filme e ideias semelhantes são intermináveis. “Esse argumento é fraco. Esse ponto não está muito claro. Corte aquilo.” E mais isso, mais aquilo... Mas um amigo pode suportar tudo isso, principalmente porque, muitas vezes, ele tem razão! Trabalhar com ele me motiva. Você fez uma quantidade incrível de pesquisa de mercado para o episódio piloto desse projeto. De que modo toda essa informação interferiu na estrutura do projeto? CS: No passado, nem sempre fizemos esse tipo de “lição de casa”. Como estamos lidando com uma soma significativa de dinheiro, obviamente precisávamos estar bem certos de que alcançaríamos o objetivo e que seria um bom investimento. Consequentemente, tomamos a decisão de seguir em frente com o episódio piloto e continuar fazendo pesquisa de audiência, tanto do conceito como da execução. O resultado da pesquisa definiu o conteúdo? Não havia perigo de apresentar só o que o povo “quer” ouvir? GK: Boa pergunta. Não, eles não estão nos dizendo qual deve ser nossa mensagem, mas as respostas nos ajudam a ver como melhor podemos apresentá-la, que Indo para Casa Enquanto a equipe se prepara para produzir e gravar futuros episódios, está ciente das grandes oportunidades – não apenas na Austrália, mas ao redor do mundo – para alcançar pessoas sem nenhuma tradição cristã. Eles estão muito felizes por ver traduzidas várias versões dos filmes, que chegam às mentes europeias, asiáticas e do Oriente Médio. Grandes Perguntas oferece respostas úteis, convidando as pessoas a considerar a possibilidade de não estarmos sozinhos, de que a vida não é um acidente e que o vazio da alma pode ser preenchido por Aquele que estava pronto para andar a segunda milha, e que ama as cores, os oceanos, as pessoas e também as perguntas. Citado em Peter Gregory, “Violent Youths ‘Can Be Changed,’” The Age, 1º de outubro de 2009, p. 3. Ellen G. White, Testemunhos para Igreja, v. 1, p. 624-626; v. 3, p. 212-221, 424-428. Veja, por exemplo, os excelentes livros de C. S. Lewis, Francis Schaeffer, Josh McDowell, Lee Strobel e William Lane Craig. 1 2 3 abordagem funciona e o que afastaria as pessoas. Isso realmente me fez pensar bastante, além de ser bem animador quando dizem que entenderam ou que é divertido e convincente. Esse projeto está custando mais de dois milhões de dólares australianos. Você acha que justifica esse valor? CS: Bem, a meu ver, qualquer dinheiro sabiamente empregado na missão é mais que justificado. Deveria ser nossa prioridade número um. Às vezes, nem piscamos diante das fortunas que gastamos com computadores, equipamentos, etc. [risos]. Isso, porém, é coisa da missão, você sabe. Por isso é muito, muito importante. Temos, também, o apoio das nossas nove associações e estamos procurando patrocínio privado. Até agora, esse projeto é exclusivamente australiano. Sei que você tenta incluir uma perspectiva internacional em seus roteiros. Você vê algo para a igreja mundial no seu trabalho? CS: Como você sabe, o secularismo é um dos maiores desafios enfrentados pela igreja e sua missão globalmente, quer seja em Amsterdam, Singapura, Cidade do Cabo, Rio de Janeiro – a maior parte das cidades tem grupos, cada vez maiores, de pessoas secularizadas. Por isso, penso que podemos ajudar uns aos outros. Ao longo da história, nosso evangelismo tem atingido pessoas com tradição cristã, mas esse projeto pesca em águas mais profundas porque, ao redor do mundo, as pessoas estão dispensando o que é divino. Esse é um fenômeno universal. Precisamos fazer mais para alcançar esse grupo: com ferramentas, treinamento e estratégias intencionais. GK: Anunciamos em vários lugares do mundo a ideia de que o filme pode viajar e ser traduzido, e vimos a reação de pessoas de todos os continentes. Ah, exceto a Antártica, mas estamos planejando gravar um episódio lá! Se um evangelista local quiser me tirar do início e do fim do filme e apresentá-lo por si mesmo, pode fazer. Marcus e eu seremos seus repórteres e eles poderão ser os âncoras. O inglês é um idioma universal, mas se algum país quiser traduzi-lo, pode fazê-lo facilmente. Você usa vários argumentos que são apresentados de um modo contemporâneo. Será que os pós-modernos ainda ouvem argumentos? GK: Não os argumentos arrogantes e agressivos, mas tudo bem. Eles respondem à razão e gostam de perguntas, mistérios e verdades simples. Eles valorizam as ideias que se encaixam com sua experiência e intuição, coisas que já sentem sobre o Universo e ideias que fazem uma diferença positiva na vida das pessoas. Novembro 2010 | Adventist World 17 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S Q uando Arão e Miriã se rebelaram contra a liderança de Moisés, Deus lhes disse: “Ouçam as Minhas palavras: Quando entre vocês há um profeta do Senhor, a ele Me revelo em visões, em sonhos falo com ele” (Nm 12:6). Ao longo de todo o Antigo Testamento, o dom profético foi uma realidade. A primeira pessoa na Bíblia a ser chamada de “profeta” foi Abraão (Gn 20:7). Na história de Israel, Moisés foi o maior dos profetas; ele se comunicava com Deus “face a face” (Dt 34:10). Pouco tempo antes de sua morte, ele disse aos israelitas: “O Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus próprios irmãos um profeta como eu; ouçam-no” (Dt 18:15). Essa profecia foi cumprida, inicialmente, por meio de Josué e dos profetas que o seguiram. Foi, porém, finalmente cumprida com o aparecimento do Messias, o grande Profeta que conduziria o povo de Deus da escravidão do pecado para a Canaã celestial. Os autores do Novo Testamento, assim como vários outros cristãos, também tinham o dom de profecia (Lc 1:67; Mt 11:14; At 13:1; 15:32; 21:8-10). Paulo escreveu aos efésios que o dom de profecia permaneceria na igreja “até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Ef 4:13). Por isso, o livro do Apocalipse diz que a igreja remanescente do tempo do fim tem “o testemunho de Jesus” (Ap 12:17), que é “o espírito de profecia” (Ap 19:10). O Por Gerhard Pfandl Profecia Gerhard Pfandl, Ph.D., é diretor associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland (EUA). 18 Dom de NÚMERO 18 Adventist World | Novembro 2010 Uma das maneiras pelas quais Deus cuida de Seu povo Apocalipse 19:10 “Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o Espírito da profecia” (Almeida Revista e Atualizada). Apocalipse 22:8 e 9 “Eu, João, sou aquele que ouviu e viu estas coisas. Tendo-as ouvido e visto, caí aos pés do anjo que me mostrou tudo aquilo, para adorá-lo. Mas ele me disse: ‘Não faça isso! Sou servo como você e seus irmãos, os profetas, e como os que guardam as palavras deste livro. Adore a Deus!’” O que é o “Espírito de Profecia”? O termo “espírito de profecia” aparece apenas uma vez na Bíblia, em Apocalipse 19:10. Porém, os cristãos da época de João, os primeiros a lerem o Apocalipse, sabiam exatamente o que João queria dizer com essa frase. Eles estavam familiarizados com essa expressão, que era frequentemente usada na tradução em aramaico do Antigo Testamento. Por exemplo, Gênesis 41:38, na paráfrase aramaica do Antigo Testamento, declara: “Faraó disse aos seus servos: ‘Poderemos nós encontrar um homem como esse, em quem está o Espírito de profecia vindo do Senhor?” 1 E em Números 27:18, o Senhor diz a Moisés: “Chame Josué, filho de Num, homem em quem está o Espírito de profecia, e imponha as mãos sobre ele.” 2 Para os primeiros cristãos, o “espírito de profecia” era uma referência do Espírito Santo, que transmite o dom profético aos mensageiros de Deus. Isso também fica evidente quando comparamos Apocalipse 19:10 com Apocalipse 22:8 e 9 (veja o quadro na página anterior). A situação, em ambas as passagens, é a mesma. João cai aos pés do anjo para adorá-lo. As palavras da resposta do anjo são quase idênticas, mas existe uma diferença. No capítulo 19:10, os irmãos são aqueles “que têm o testemunho de Jesus”. No capítulo 22:9, esses mesmos irmãos são simplesmente chamados de “profetas”. Um princípio importante para interpretar a Bíblia é comparar um texto com outros textos que falam do mesmo assunto. Concluímos, com isso, que “o espírito de profecia” de Apocalipse 19:10 não é propriedade dos membros da igreja em geral, mas apenas daqueles que foram chamados por Deus para ser profetas. Essa interpretação não é mantida apenas pelos adventistas, porque é encontrada em textos de outros estudiosos. O erudito luterano Hermann Strathmann, por exemplo, escreveu o seguinte sobre o “testemunho de Jesus”: “De acordo com o texto paralelo do capítulo 22:9, os ‘irmãos’ que mantêm o testemunho de Jesus não são os cristãos em geral, mas apenas os profetas. [...] Isso é evidente no versículo 10. Se eles têm o marturia Iesou [o testemunho de Jesus], eles têm o espírito de profecia, ou seja, são profetas.”3 De acordo com a profecia, a igreja remanescente surgiria após o período dos 1.260 dias, isto é, após o ano de 1798. Essa igreja teria o testemunho de Jesus, que é o espírito de profecia (ou dom profético). A Igreja Adventista do Sétimo Dia, desde seu início, tem acreditado que, em cumprimento da profecia de Apocalipse 12:17, o espírito de profecia se manifestou na vida e obra de Ellen G. White. Testando um Profeta Como sabemos que o dom profético no caso de Ellen White era genuíno, e não uma farsa? A Bíblia apresenta várias orientações para provarmos o dom profético. 1. Sonhos e visões (Nm 12:6) – Nos tempos bíblicos, os verdadeiros profetas recebiam sonhos proféticos e visões. Durante seus 70 anos de ministério, de 1844 a 1915, Ellen G. White recebeu aproximadamente dois mil sonhos proféticos e visões. 2. Harmonia com a Bíblia (Is 8:20) – Aquilo que o profeta ensina deve concordar com toda a Palavra de Deus, porque Deus não contradiz a Si mesmo (Sl 15:4; Ml 3:6). Embora Ellen White não fosse uma teóloga, suas mensagens estão em completa harmonia com as Escrituras. 3. Falar a verdade sobre Jesus (1Jo 4:1, 2) – Qualquer que esteja familiarizado com os escritos de Ellen White, tais como os livros O Desejado de Todas as Nações e Caminho a Cristo, terá que admitir que ela, não apenas aceitou tudo que a Bíblia ensina sobre Jesus. O centro da missão de Ellen White era enfatizar Jesus como Senhor e Salvador, e continuamente atrair a atenção das pessoas para Ele. 4. Predições cumpridas (Jr 28:9) – A prova de um profeta verdadeiro está, em parte, no cumprimento de suas predições. A obra de Ellen White não consistia primariamente em predizer o futuro, mas ela fez várias predições que se cumpriram de forma extraordinária.4 O 5. O teste do pomar (Mt 7:20) – O teste do pomar leva tempo. Ellen White viveu e trabalhou durante 70 anos sob o olhar crítico de milhões de pessoas, em sua maioria, céticas, as quais tinham dúvidas e suspeitas. Em alguns casos, elas eram completamente hostis. Qualquer suposta falta ou incoerência era e ainda é exposta com grande satisfação pelos seus oponentes. No entanto, o fruto de sua vida e trabalho atesta sua sinceridade, zelo e piedade cristã. Embora os falsos profetas possam passar em um ou dois desses testes, apenas o profeta verdadeiro consegue ser aprovado em todos eles. Ellen White certamente passou em todos os testes bíblicos. A graciosa direção de Deus por meio do dom profético de Ellen White deveria nos fazer mais cônscios da responsabilidade que temos, como igreja remanescente, e deve nos impelir a terminar a obra que Deus nos deu para fazer. 1 Bernard Grossfeld, The Targum Onqelos to Genesis, The Aramaic Bible (Collegeville, MN: Liturgical Press, 1988), p. 138. 2 Idem, The Targum Onqelos to Leviticus and Numbers, The Aramaic Bible (Collegeville, MiN: Liturgical Press, 1988), p. 145. 3 Hermann Strathmann, “martus, etc.,” Theological Dictionary of the New Testament, ed. Gerhard Kittel, 10 vols. (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1967), v. 4, p. 501. 4 Veja Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor: o ministério profético de Ellen G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1999), p. 150-169. Dom de Profecia Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência. (Jl 2:28, 29; At 2:14-21; Hb 1:1-3; Ap 12:17; 19:10.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº 18 Novembro 2010 | Adventist World 19 V I D A A D V E N T I S T A Q ue escola é freqüentada pela filha do diplomata Direita: FILHA DO DIPLOMATA burundiano, que já morou em quatro países BURUNDIANO: Lucie diferentes? Ou o filho de uma norte-americana Extrema direita: CAMPUS com um argentino que cresceu nas Filipinas? DA ESCOLA: A pitoresca E o que dizer do filho do primeiro pastor adventista coreano paisagem da Maxwell ostenta a trabalhar para a igreja na África? Em que escola deve lindas flores, árvores de completar o ensino médio? acácias e vida silvestre. Por mais de sessenta anos, a Academia Adventista Abaixo à esquerda: FILHO Maxwell, no Quênia, África, tem suprido as necessidades DO PASTOR ADVENTISTA educacionais dos missionários transculturais de todas as COREANO: Ye Chan. Abaixo à etnias. Seu início foi como uma pequena escola paroquial, fundada para atender a necessidade dos missionários direita: ARGENTINOestrangeiros que moravam em Nairóbi. A Maxwell logo foi AMERICANO: Erik. transformada em escola com internato que atraiu alunos de famílias missionárias em toda a África. Hoje, a instituição está totalmente mudada: em vez de abrigar primordialmente norte-americanos, sul-africanos e europeus, a escola atende alunos de mais de 25 países. Porém, o objetivo e compromisso da Maxwell de oferecer ensino de qualidade tem permanecido inalterado por gerações. Hoje, a Maxwell está localizada em um terreno de 27 hectares, próximo à nova sede da Divisão Africana CentroOriental, nos arredores da cidade de Nairóbi. Como as mais belas escolas adventistas, o campus da Maxwell assemelha-se a um parque. Pitorescas árvores de acácias emolduram a paisagem das colinas Ngong. As manhãs e tardes enchem-se de vida com o canto de uma multidão de pássaros, e como o terreno está a uma altitude de quase dois mil metros, o clima geralmente é fresco e agradável. estudos em qualquer lugar do mundo. Para atingir esse alvo, o currículo do IGCSE (International General Certificate of Sentindo-se em Casa Secondary Education – órgão internacional de credenciamenMais importante do que a beleza natural, entretanto, to do ensino médio) é oferecido nos dois primeiros anos do é que a Maxwell oferece um ambiente que permite a seus curso. Se o aluno obtém sucesso e passa no exame do IGCSE, alunos sentirem-se aceitos. Erik, por exemplo, o argentinoestará apto para continuar seus estudos no Reino Unido ou americano mencionado no primeiro parágrafo, mudou-se em outros lugares da Europa. Quando completa os quatro para as Filipinas aos 8 anos de idade, após dividir seu curto anos na Maxwell, recebe um diploma norte-americano recoperíodo de vida entre a Argentina e os Estados Unidos. nhecido (preparatório para a faculdade), aceito em todas as Cinco anos mais tarde, Erik e sua família tinham que tomar faculdades e universidades dos Estados Unidos e em muitas uma decisão: aonde ele deveria cursar o ensino médio? Nos outras partes do mundo. Estados Unidos, país de sua mãe, mas que é um lugar de que Os pais do aluno Ye Chan são missionários no leste do mal se recorda? Ou a Argentina, o país de seu pai, mas onde Congo, onde seu pai é pastor. Seus pais consideraram enviá-lo a falta de conhecimento do espanhol seria um problema? Ou de volta à Coreia, mas não quiseram que seu filho de 13 anos seria Filipinas, país que o recebe, mas onde não se encaixa de idade viajasse sozinho para o outro lado do mundo. Assim, como nativo? Para Erik, a Maxwell foi a melhor escolha. Ali escolheram Maxwell como o local onde Ye Chan poderia ele pode ser ele mesmo, e sentir-se aceito. receber uma educação mais sólida e estar mais próximo de onde seus pais moram. Ye Chan, entretanto, ainda não sabe Atendendo a Diversificação falar inglês. Seu primeiro semestre na escola será dedicado a Maxwell, realmente, é um lugar singular. Na tentativa aprender o novo idioma, para que, no próximo ano, possa ser de atender às necessidades de diversificação dos alunos, foi matriculado no ensino médio. E, em quatro anos, quem sabe adotado um currículo que os prepara para continuar seus A 20 Adventist World | Novembro 2010 e S T O D A S A S F O T O S S Ã O C O R T E S I A D A A C A D E M I A A D V E N T I S TA M A X W E L L rviço da A Academia Adventista Maxwell, no Quênia, supre necessidades multiculturais. iversidade D Por Richard Doss onde Ye Chan decidirá fazer faculdade? Com um diploma da Maxwell, o mundo estará aberto para ele. cultos matutinos e vespertinos e do modo como a Bíblia é ensinada ali. “É muito bom passar regularmente um tempo com Deus”, afirma. Ambiente Cristocêntrico A atmosfera multicultural e solidez acadêmica são apenas parte do cenário da Maxwell. O objetivo mais importante é o desenvolvimento espiritual centralizado em Cristo. Aulas diárias sobre a Bíblia para todos os alunos, profundo comprometimento dos professores e grande variedade de oportunidades para ajudar – todas essas características fazem da Maxwell um lugar em que os princípios cristãos são inerentes ao estilo de vida. Não nos esqueçamos da filha do diplomata burundiano. Cheia de vida e inteligente, Lucie tem acompanhado seu pai diplomata de país em país, colecionando idiomas como as pessoas colecionam moedas (na última vez que contou, falava sete idiomas). Finalmente, ela acabou indo para a Maxwell, após seu pai haver sido transferido para o Quênia. Quando questionada sobre o que gosta na escola, Lucie mencionou o forte programa acadêmico e, para surpresa de todos, a boa comida vegetariana. Embora ainda não compreenda algumas das crenças adventistas, Lucie disse que gosta dos costumeiros Preparando os Líderes do Futuro Os últimos três anos foram incertos para a Maxwell, ao tentar estabelecer seus alvos para o futuro. Mas, agora, a escola se mantém estável. Ela continuará sendo uma escola com currículo internacional, e corpo docente e discente, que supre as necessidades dos filhos de missionários, jovens transculturais de todas as raças e seus alunos nativos do Quênia. Mais importante, entretanto, Maxwell continuará trabalhando para formar uma nova geração de dedicados líderes cristãos. Richard Doss é preceptor dos rapazes e professor de História na Academia Adventista Maxwell. Novembro 2010 | Adventist World 21 E S P Í R I T O C D E P R O F E C I A ornélio, o centurião romano, nem sequer foi contado como discípulo de Cristo; mas ele tinha fé em Deus, segundo a luz que possuía, e buscava mais luz. O Senhor viu que esse homem honraria a igreja e o pôs em contato com Pedro. Deus enviou do Céu uma mensagem especial para ele, e por meio de outra mensagem, instruiu a Pedro que o visitasse e lhe desse mais luz. Esse é o modo como Deus trabalha. As orações diárias, pedindo luz e direção, certamente serão atendidas. Em nosso mundo, há muitos homens como Cornélio, e por eles o Senhor deseja que Seus servos façam esforços especiais. O Senhor mostrou a Pedro, um judeu, que os gentios que serviam a Deus eram tão aceitos como ele era. Hoje, há no mundo muitos que estão mais próximos do reino de Deus do que imaginamos. Estão caminhando na luz que possuem e, no futuro, serão levados a cada vez mais luz. Nesse mundo escuro e de pecado, o Senhor tem muitas joias preciosas, a quem Ele enviará mensageiros. Deus guiará Seus servos como Seus instrumentos, e por meio deles ajudará às pessoas que estão famintas pelo pão da vida. Palavras de esperança e alegria saindo de lábios que foram tocados Comprometidos a pela brasa viva do altar de Deus serão capazes de restaurar e confortar aqueles que estão cansados e angustiados. A Quem Precisamos Ajudar? Há muitos que parecem ser como Cornélio, homens aos quais Deus deseja ligar à Sua igreja. Eles se identificam com o povo do Senhor. Porém, os laços que os prendem ao mundo seguramnos firmente. Eles não têm coragem de unir-se aos humildes. Devemos fazer sinceros esforços por essas pessoas que, por causa de suas responsabilidades e tentações, necessitam do mais diligente trabalho sincero. Evangelizar oMundo Todo Por Ellen G. White Falamos e escrevemos muito sobre os pobres negligenciados; mas não deveria ser dedicada atenção também pelos ricos negligenciados? Muitos olham para essa classe social como sem esperança e fazem pouco para abrir os olhos daqueles que, cegados e entorpecidos pelo poder de Satanás, já não levam em conta a eternidade. Milhares de pessoas abastadas têm baixado à sepultura sem serem advertidas, porque foram julgadas pela aparência e como se não houvesse esperança para eles. Mas, indiferentes como possam parecer, a maioria dessa classe tem a alma atribulada. Há milhares de ricos que estão famintos pelo alimento espiritual. Muitos que ocupam altas posições no governo sentem necessidade de algo que não possuem. Poucos entre eles vão à igreja, pois sentem que não são beneficiados. Os ensinamentos que ouvem não lhes toca a alma. Não devemos apelar pessoalmente em favor deles? Deus chama servos honestos, humildes, para levar a verdade às classes sociais mais altas. As pessoas abastadas, que amam o mundo, não serão levadas a Cristo apenas por um contato momentâneo e acidental. Homens e mulheres imbuídos com espírito missionário, que não desistirão nem desanimarão, devem realizar um esforço pessoal e decidido. Como Iremos Alcançá-los? Há alguns que são especialmente habilitados a trabalhar entre as altas classes. Esses deveriam buscar o Senhor diariamente, desenvolvendo planos de como alcançar essas pessoas, não meramente para ter um contato casual com eles, mas para envolvê-los pelo esforço pessoal e por uma fé viva, manifestando profundo amor e real interesse de que eles devem conhecer a verdade como ela é em Jesus. Para alcaçar essas pessoas, os cristãos devem eles mesmos ser cartas vivas “conhecida[s] e lida[s] por todos os homens” (2Co 3:2, Almeida Revista e Atualizada). Não representamos o enobrecedor caráter da verdade tanto Não deveríamos trabalhar mais do que temos feito por aqueles que necessitam de ajuda? Somos as mãos ajudadoras de Deus. quanto deveríamos. Corremos o perigo de nos tornarmos limitados e egoístas. Para não falharmos, devemos com temor e tremor sempre nos lembrar disso. Que aqueles que trabalham para as classes mais altas se portem com dignidade, lembrando de que os anjos são seus companheiros. Que mantenham o tesouro da mente e do coração cheios do “Está escrito”. Guarde no saguão da memória as preciosas palavras de Cristo. O valor delas deve ser avaliado muito além da prata e do ouro. Há milagres que resultarão em genuína conversão, milagres que não são percebidos agora. Mesmo as pessoas consideradas mais importantes na Terra não estão além do poder de um Deus que opera maravilhas. Se os que trabalham unidos a Ele forem pessoas de oportunidades, fazendo seu dever brava e fervorosamente, Deus converterá aqueles que ocupam posições de responsabilidade, que possuem intelecto e influência. Pelo poder do Espírito Santo muitos aceitarão os princípios divinos. Convertidos à verdade, se tornarão agências nas mãos de Deus para comunicar a luz. Eles terão uma responsabilidade especial por outras pessoas dessa classe negligenciada. Sentirão que a missão do evangelho foi dispensada a eles por aqueles que fizeram deste mundo sua propriedade. Tempo e dinheiro será consagrado a Deus, recursos serão trazidos ao Seu tesouro, talento e influência serão convertidos à verdade e nova eficiência e eficácia adicionadas à igreja. Em todo lugar há pessoas que se levantarão pela verdade presente. Ao lado de toda água devemos semear a semente da verdade. Nunca deixemos que o desânimo nos controle. O trabalho de Deus será feito. O Senhor conhece aqueles que pertencem a Ele. Em Sua providência os conduzirá como conduziu Cornélio. Não temos uma obra a realizar para o Senhor? Não deveríamos trabalhar com mais inteligência e mais honestidade do que trabalhamos no passado por aqueles que necessitam de ajuda? Lembremo-nos de que somos as mãos ajudadoras de Deus. Com a Bíblia como nosso guia e conselheiro, saiamos a trabalhar para o Senhor, servindo-O como nos indicou, proclamando a mensagem da verdade presente de tal maneira que irá torná-la impressionante e aceitável. Somos fracos, mas se desejarmos e crermos, Deus nos dará força duradoura. Este artigo foi publicado em The Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado), 12 de maio de 1904. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico por mais de 70 anos de ministério público. Novembro 2010 | Adventist World 23 S E R V I Ç O Esperança para oH Por Jimmy Phillips O gueto de Porto Príncipe é um lugar onde se espera encontrar uma atmosfera dominada pelos fardos das lutas da vida. Lá 18 mil pessoas vivem em barracas, tomam banho em riachos e comem o que é possível encontrar. E, apesar a ausência dos carrinhos, Barbies e videogames, as crianças que vivem no acampamento de emergência dão um renovado toque de alegria. Quando tirei uma foto dos olhinhos brilhantes dessas crianças, elas me olharam admiradas, e se sacudiram de tanto rir quando virei a câmara para deixá-las ver a imagem digital. Ainda não compreendem os difíceis desafios que a vida lhes reserva; estão muito ocupadas cantando, sorrindo e brincando com brinquedos feitos de garrafas plásticas e papelão. Após o terrível terremoto que sacudiu o Haiti em janeiro deste ano, inúmeras pessoas, empresas e organizações assistenciais chegaram para apoiar um país que, simplesmente, não pode levantar-se sozinho. Meu empregador, San Joaquin Community Hospital (Hospital Comunitário San Joaquin), uma instituição adventista de saúde localizada em Badersfield, Califórnia (EUA), agiu rapidamente. O hospital apoia regularmente o trabalho missionário ao redor do mundo, remunerando as horas que os funcionários usam em viagens missionárias, bem como no envio de equipes médicas e de suprimentos para os países em desenvolvimento. Por meio de uma doação inicial e do fundo de remuneração de funcionários, ele já doou mais de 70 mil dólares para os esforços de ajuda ao Haiti. Como agradecimento, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) decidiu nos oferecer uma breve visita ao Haiti. Em cinco dias, caminhando pelos acampamentos de desabrigados e interagindo com o lindo povo haitiano, nós quatro testemunhamos um grau paradoxal de tristeza e determinação que mudou para sempre nossa vida. Também deixou em nós um profundo respeito e compreensão pelo trabalho da Adra. Construindo e Reconstruindo Presente em mais de 120 países ao redor do mundo, o alcance da Adra é realmente incalculável. Após o terremoto de Jimmy Phillips é coordenador de marketing e comunicação do San Joaquin Community Hospital em Bakersfield, Califórnia (EUA) 24 Adventist World | Novembro 2010 7,0 pontos, ela foi a primeira organização não governamental (ONG) a chegar ao Haiti. Como uma das apenas cinco ONGs escolhidas para fazer parceria com o Programa Mundial de Alimentos (pertencente às Nações Unidas), a Adra ajudou numa massiva distribuição de alimentos de 4.802 toneladas, atendendo mais de 776 mil pessoas. A Adra continua a fazer o suprimento de água potável, em todo o país. Talvez nenhuma operação seja tão importante ou tão impactante como o Projeto de Abrigos da Adra. Imediatamente após o terremoto, foi compilado um banco de dados com mais de 12.500 famílias desabrigadas. Segundo Anton De Vries, administrador do Projeto de Abrigos da Adra, todas as semanas, entre 160 e 180 abrigos prontos são disponibilizados para as famílias. Essa é uma grande façanha, considerando que, pela falta de estradas ou o péssimo estado delas, os trabalhadores têm que entregar, a pé, os materiais de construção dos abrigos. Isso geralmente significa carregar sacos de cimento e madeira montanha a cima. Após um dia de transporte, inicia-se a construção do prédio. A família proprietária do terreno trabalha para prepará-lo com as instruções e ferramentas fornecidas pela Adra. Então, os abrigos são erguidos em dois dias: um para construir as paredes e outro para pintar e cimentar o chão. A despeito da rapidez, a Adra se recusa a sacrificar a qualidade. Projetado por engenheiros, os abrigos de madeira têm até proteção contra furacões. “Projetamos esses abrigos para durarem, pelo menos, uns sete anos”, relata De Vries. “Este é o lugar onde essas pessoas vão morar durante algum tempo e, para muitos, esta moradia é melhor do que a que tinham antes do terremoto. Estamos muito felizes com a qualidade do que estamos oferecendo.” Quando o abrigo é completado, o time de construtores reúne as famílias para uma oração de dedicação e para agradecer a Deus pelo novo lar. O relacionamento, entretanto, não acaba aí. A Adra faz questão de se manter em contato com cada uma das famílias, muitas das quais, hoje, são membros ativos das igrejas adventistas locais. Apesar da grande carga de trabalho e das circunstâncias aparentemente sem esperança, para De Vries e a equipe da Adra, proporcionar um novo lar para essas famílias carentes faz todo o esforço valer a pena. “Esses abrigos salvam vidas não apenas humanamente, mas também para Deus”, declara De Vries. “Você não imagina quanta alegria sentimos ao entregar um abrigo para uma família que nunca teve nada antes. É absolutamente fantástico! É um estímulo para seguir em frente.” Haiti A longa jornada de recuperação A primeira fase do projeto de abrigos é oferecer um lar para 2.500 famílias. Na próxima fase, que ainda necessita de apoio financeiro, deve-se construir 8 mil casas. A um custo de 1.800 dólares a unidade, a necessidade atual é enorme. E esse é apenas um projeto para sanar um tipo de necessidade de um povo cujas carências, literalmente, são questão de vida ou morte. De uma perspectiva externa, a situação no Haiti, como um todo, parece sombria e talvez impossível. P H O T O S B Y J I M M Y P H I L L I P S Uma Vida por Vez De cima: SEGUINDO EM FRENTE: Apesar de estarem desabrigados e serem forçados a viver em um acampamento de emergência, essas crianças recebem educação, graças a aulas ministradas por funcionários e voluntários da Adra. De baixo: RECOMEÇANDO: Anton De Vries, administrador da Adra para o projeto de abrigos, supervisionou o processo de construção das casas fornecidas pela Adra para as vítimas do terremoto. Caminhando por um dos 150 acampamentos de desabrigados no Haiti, senti um puxão em minha mão direita. Cerca de um metro e meio abaixo, estava um garotinho segurando uma câmara de brinquedo amarela, com um sorriso tímido nos lábios e vestindo uma camiseta do time de hóquei Florida Panthers. Durante uma hora, meu pequeno amigo fotógrafo segurou minha mão enquanto visitávamos o acampamento. Quando eu soltava sua mãozinha para tirar uma foto, ele esperava do meu lado e agarrava minha mão outra vez, no momento em que eu terminava. Embora nunca tenha dito uma palavra, toda vez que eu tirava uma foto, ele me imitava com sua câmara de brinquedo. Durante aquele período de uma hora, eu vi o Haiti com uma visão diferente. Eu não posso salvar o país inteiro. Nem você pode. Como também a Adra não pode. Esta é, exatamente, a tentação: olhar o Haiti, ou qualquer outro país devastado por um desastre e pela pobreza, como uma coletividade sem esperança, já entregue ao seu próprio destino. Isso não é o Haiti! O Haiti é um médico morando numa barraca do lado de fora do Hospital Adventista. O Haiti é nosso motorista, Fred, que chorava toda vez que via um prédio destruído pelo terremoto e ainda com vítimas soterradas. O Haiti é meu amiguinho com sua câmara amarela, cuja vida posso mudar, segurando sua mãozinha, dando a ele um pedaço de chiclete ou ajudando a financiar um novo lar para sua família. O Haiti não é uma coletividade sem esperança; o Haiti são indivíduos. Embora o custo para construir oito mil abrigos possa ser de, aproximadamente, 15 milhões de dólares, custa apenas 1.800 dólares para mudar o rumo da vida de uma família. Essa é a esperança para o Haiti. Você Pode Ajudar Você pode levar esperança para o Haiti! Faça sua doação para a Adra, pela internet, acessando o site www.adra.org/haiti. Doações também podem ser feitas por cheque nominal para “Haiti Earthquake Fund”. Novembro 2010 | Adventist World 25 P E R G U N TA S B Í B L I C A S O voto de Jacó não foi uma tentativa de barganhar com Deus? P E R G U N TA : V ocê se refere ao voto feito por Jacó depois que o Senhor lhe apareceu em sonho (Gn 28:2-22). Jacó pediu a companhia, proteção e o cuidado do Senhor durante sua jornada, e prometeu que, se o Senhor lhe desse o que havia pedido, ele O adoraria e Lhe devolveria seus dízimos. Isso não se parece realmente com uma barganha? Antes de examinarmos a experiência de Jacó, porém, deixe-me dizer algo sobre os votos em Israel. 1. Natureza do voto: Na Bíblia, um voto é geralmente uma oração em que o indivíduo se compromete a fazer alguma coisa quando Deus atende suas orações. Isso era realizado principalmente em tempos de intensa necessidade ou perigo. Havia dois tipos de votos: (1) o voto incondicional, no qual o povo se comprometia a fazer algo para o Senhor sem pedir nenhuma bênção específica, que era o caso do voto dos nazireus (Nm 6:2); e (2) o voto condicional, que seria cumprido se o favor solicitado fosse concedido (1Sm 1:11). A prática era baseada no princípio da reciprocidade: um favor recebido requer uma expressão de gratidão; a pessoa que recebe algo, por meio de sua oferta, transforma-se em doadora. Isso não era uma tentativa de barganhar com Deus, mas o desejo de ter intimidade e relacionamento com Ele. Deus é considerado Alguém com quem se pode conversar e pedir um favor, e Alguém para quem se pode fazer uma promessa de retribuir Sua bondade. As pessoas sabiam que Deus podia escolher não conceder a petição, o que tornava desnecessário o cumprimento do voto. A prática de fazer votos surgiu em um relacionamento de alianças estabelecido por Deus após salvar Seu povo. Alguns podem ter tentado barganhar com o Senhor. De fato, alguns tentaram utilizar o sistema de sacrifícios de maneira errada, com o objetivo de manipular a Deus (Sl 50:7-15). Mas isso não funcionou! 2. O voto de Jacó: Voltemos, agora, à sua pergunta. A impressão que tenho pelo texto é que Jacó não estava barganhando. Sua situação era muito mais séria. Deus já havia prometido a Jacó o que ele estava pedindo, e muito mais. Deus já havia prometido a Jacó, em sonho, que lhe daria “Se o lugar em que estava dormindo, que multiplicaria seus descendentes, que todos os povos seriam abençoados por meio dele e que estaria com ele para protegê-lo (Gn 28:13-15). Em seu voto, Jacó pediu a presença divina para protegê-lo e para retornar a salvo. Se isso lhe fosse concedido, o Senhor seria o seu Deus e ele Lhe devolveria os dízimos. Por que Jacó não confiou nas promessas de Deus sem recorrer à “garantia” do voto? Minha resposta: Jacó estava espiritualmente debilitado. 3. O compromisso de Jacó com Deus: Quando Jacó fez seu voto, ele ainda não tinha um compromisso total com o Senhor. No voto, ele disse: “Então o Senhor será o meu Deus” (Gn 28:21). Sabendo disso, Deus Se identificou como “o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque” (v. 13). Ele ainda não era o Deus de Jacó; foi Seu cuidado providencial que resultou na conversão desse patriarca. Deus o abençoou tão abundantemente enquanto trabalhava para Labão que ele disse: “Foi assim que Deus tirou os rebanhos de Por seu pai e os deu a mim” Ángel Manuel (31:9). O Senhor também Rodríguez protegeu a Jacó em seus negócios com Labão (v. 22-24) e durante seu encontro com Esaú (33:1-5). Finalmente, o Senhor enviou Jacó de volta à terra de Canaã com a promessa de Sua presença (31:3). Nesse momento da história, Jacó escolhe o Senhor como seu Deus; o Senhor agora era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Este já não era mais Jacó e sim Israel (32:24-30). Em Canaã, ele construiu um altar e adorou ao Senhor (33:20). O voto de Jacó foi uma experiência que o levou a assumir um compromisso pessoal com o plano de Deus para ele e seus descendentes. Deus lida conosco de acordo com nossa condição espiritual e, se desejarmos, Ele pacientemente nos conduz a um relacionamento mais profundo e pessoal com Ele como nosso Redentor. Devemos experimentar a Deus, como Jacó, porque Ele ainda aceita nossos votos. Assim como Ele não rejeita os debilitados espiritualmente, nós também não devemos. Você ..., Então Eu...” 26 Adventist World | Novembro 2010 * Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. Ángel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral. E S T U D O O Precoda B Í B L I C O Concessão Por Mark Finley Uma das coisas mais importantes da vida, se não a mais importante, é a habilidade de tomar decisões. Decisões erradas trazem, eventualmente, resultados negativos e afetam toda a nossa vida. Boas decisões, por outro lado, levam a resultados positivos em nossa vida, agora e por toda a eternidade. Nesta lição, estudaremos as decisões tomadas por Abraão e seu sobrinho Ló, e a poderosa influência que tais decisões exerceram sobre a vida deles, de suas famílias e de gerações futuras. 1. Quando ocorreu um conflito entre os pastores de Abraão e os de Ló, o que Abraão sugeriu? “Então Abrão disse a Ló: ‘Não haja desavença entre mim e você, ou entre os seus pastores e os meus; afinal somos irmãos! Aí está a terra inteira diante de você. Vamos separar-nos. Se você for para a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquerda’” (Gn 13:8, 9).* Abraão permitiu a Ló 2. antes. Abraão escolheu depois. Que escolha fez Ló? Como os habitantes de Sodoma são descritos? “Ló escolheu todo o vale do Jordão e partiu em direção ao leste. [...] Mas Ló mudou seu acampamento para um lugar próximo a Sodoma, entre as cidades do vale. Ora, os homens de Sodoma eram extremamente perversos e pecadores contra o Senhor” (Gn 13:11-13). Aqueles que moravam em Sodoma eram extremamente e contra o Senhor. Ló fez uma escolha baseado em prosperidade pessoal, não na vontade de Deus. Mais tarde, ele mudou-se para dentro da cidade de Sodoma e sua família se corrompeu. 3. Quais foram as três coisas que o Senhor disse sobre Abraão? “Pois Eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do Senhor, fazendo o que é justo e direito, para que o Senhor faça vir a Abraão o que lhe prometeu” (Gn 18:19). A. Pois Eu o . B. Para que seus filhos e os seus descendentes se no caminho do C. Fazendo o que é . e . 4. Quando Abraão ouviu que Deus destruiria Sodoma por causa de sua maldade, que pergunta ousou fazer a Deus? “Abraão aproximou-se dEle [Deus] e disse:: ‘Exterminarás o justo com o ímpio?’ [...] Mas Abraão tornou a falar : ‘Sei que já fui muito ousado ao ponto de falar ao Senhor, eu que não passo de pó e cinza’” (Gn 18:23, 27). Abraão perguntou a Deus se Ele também destruiria o com o . Abraão implorou a Deus para que poupasse a cidade, caso houvesse apenas dez pessoas boas. Mas não havia nem dez pessoas que pudessem ser chamadas de “justas”. Novembro 2010 | Adventist World 27 5. Quando os anjos entraram na cidade e os ímpios habitantes de Sodoma quiseram abusar deles, que concessão Ló estava disposto a fazer? “Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto” (Gn 19:8). Em vez de confiar em Deus, Ló estava disposto a oferecer suas para a multidão enfurecida. Esse foi um erro cometido por ele. 6. Qual foi a resposta dos genros de Ló ao seu apelo para que deixassem Sodoma? “Então Ló foi falar com seus genros, os quais iam casar-se com suas filhas, e lhes disse: ‘Saiam imediatamente deste lugar, porque o Senhor está para destruir a cidade!’ Mas eles pensaram que ele estava brincando” (Gn 19:14). Seus genros pensaram que Ló estava . A concessão de Ló e o fato de não se manter firme pelo que era correto influenciaram toda a sua família. Até seus genros não o levaram a sério. Os anjos tiveram que tomar Ló pela mão e levá-lo com sua esposa e as duas filhas para fora da cidade. 7. Qual foi o fim da esposa de Ló? “Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. [...] Mas a mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa coluna de sal” (Gn 19:24, 26). A esposa de Ló se tornou numa de . Os resultados da vida de concessões de Ló foram trágicos. Eles influenciaram sua própria família e as gerações futuras. Mesmo após abandonar a cidade, a influência de Sodoma ainda afetou a vida das filhas de Ló. Elas embebedaram seu pai, ficaram grávidas dele e tiveram dois filhos: Moabe e Ben-Ami, que deram origem, respectivamente, aos moabitas e amonitas. Esses povos guerrearam contra Israel por muitos anos. 8. Que promessa fez Deus ao fiel Abraão? “Abraão será o pai de uma nação grande e poderosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas” (Gen. 18:18). Deus disse a Abraão que por meio dele as da Terra seriam . Que contraste entre Abraão e seu sobrinho Ló! A fidelidade de Abraão, sua confiança em Deus e obediência trouxeram bênçãos à sua família e às gerações que vieram depois. Deus honrou sua fé. Mas a vida de concessões de Ló o levou a uma sequência de desastres. Hoje, temos a mesma oportunidade de escolha. A vida de concessões com o pecado certamente influenciará nossa família, nossos amigos e gerações futuras. A vida de fidelidade a Deus também impacta os que estão ao nosso redor. A promessa de Deus ainda é verdadeira: “Honrarei aqueles que Me honram” (1Sm 2:30). Aproprie-se, agora mesmo, das promessas de Deus e esteja determinado a fazer cada escolha em harmonia com Sua vontade. *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. O estudo bíblico do próximo mês será “Oração 28 Adventist World | Novembro 2010 Persistente”. Intercâmbio Mundial C A R TA S Realização Histórica Fiquei surpreso com a reportagem “Evangelismo Adventista Surpreende a Cidade de Roma” (julho de 2010). Ao ver os frutos dessa grande campanha, concluí que Deus deseja realizar maravilhas em nosso tempo por meio de Sua igreja, embora às vezes as circunstâncias pareçam dizer o contrário. Em várias ocasiões, tive que pregar nossa mensagem de maneira velada, temendo o preconceito das pessoas. É maravilhoso, porém, ver como Deus abençoa nosso trabalho quando abandonamos o medo, como no impacto evangelístico na “cidade eterna”. Creio que Deus está dirigindo nossa igreja e tentando alcançar esses lugares tão difíceis para o evangelho. Ele prometeu estar sempre conosco. Julian Ortiz Medellin, Antioquia, Colômbia Trabalhando para o Senhor Sempre que leio a Adventist World, começo pelo editorial de Bill Knott e, em seguida, leio página por página. Desta vez, porém, depois do editorial fui direto para o artigo de Kimberly Maran, o artigo de capa, “Convencido por um Pedaço de Papel” (junho de 2010). Meu esposo leu linha por linha. Fiquei muito feliz de ver, na seções de cartas, algo que escrevi. Não por ficou feliz com o artigo intitulado “Começando o ‘enditnow’ (Pare com isso agora)” (maio de 2010) e recentemente com outra história a respeito de um abrigo na Tailândia (“Proteja as Meninas”, julho de 2010). Pedi uma Bíblia para doar a ela, pois deseja aprender mais. Na semana passada, ela me disse: “Quando eu deixar o abrigo, quero ser batizada.” Quero que se batize logo. Ela é e continuará a ser uma excelente discípula de Jesus. Vimala Lallmohamud Porto Louis, Ilhas Maurício meu nome ter aparecido, mas por ver que estou participando da obra de Deus [dando revistas para as pessoas nos ônibus, shoppings, bancos, etc.]. Ada Frech Suazo Nicarágua Reformulação Sinto-me alegre com os editores e escritores da Adventist World. Tenho encontrado material de valor inestimável para fortalecer nossas crenças espirituais e nosso conceito de missão. Achei muito interessante o artigo “Vamos Trabalhar”, de Ella Simmons (junho de 2010). Ele propõe uma abordagem estratégica para a obra educacional adventista. Certamente, nossas escolas e faculdades devem concentrar seus esforços adequadamente, de modo a garantir a qualidade da educação cristã baseada em nossas crenças. Devemos resgatar os princípios essenciais da Bíblia e das mensagens inspiradas de Ellen G. White. Pablo Rubina Calama, Chile Notícias do Evangelho Não pude conter as lágrimas quando li a seção “O Último Voo” no artigo “Vivendo o Amor de Deus”, de Bárbara Kay (janeiro de 2010). Na mesma revista, foi publicada uma carta sobre um jovem adventista músico, inclinado a deixar a igreja. Oro para que Deus me ajude a levar o evangelho às pessoas por meio da música. Por favor, orem por mim. Kenneth Ufuoma Lagos, Nigéria Futuro Brilhante com Jesus Carta de um Fã Em meu trabalho como assistente social, começo o dia com uma oração, permitindo que todos orem do modo como aprenderam em casa. Também leio uma meditação matinal e um texto bíblico. Uma garota de 16 anos de idade começou a demonstrar interesse de se aproximar de Deus e pediu um exemplar do livro que leio diariamente. Gradualmente comecei a apresentar a ela a revista Adventist World. Ela Sou fã da Adventist World, e a matéria de capa “Oitenta Emissoras de Rádio Não são Suficientes” (dezembro de 2009) realmente me impressionou. Essa é uma entrevista com o então diretor da Rádio Mundial Adventista, Ben Schoun. Novembro 2010 | Adventist World 29 Intercâmbio Mundial C A R TA S Quando li o artigo “Faltas Escondidas”, de Olga Valdivia (setembro de 2009), concluí que a negligência pode ser fatal e que devemos aproveitar cada oportunidade. Concluí, ainda, que pecado não está relacionado apenas ao que é proibido, mas a tudo que não contribui para o avanço da obra de Cristo. Kervendy Coicou Porto Prínce, Haiti Sou um jovem adventista de 25 anos de idade e leitor da Adventist World. Sou o tipo de pessoa que lê tudo que encontra. Amo os livros e revistas adventistas, especialmente a seção de notícias mundiais da Adventist World. Vejo lindas histórias de diferentes pessoas nesta revista e gostaria de saber mais sobre elas. Daniel Yeboah Sunyani, Gana Creio que Deus está dirigindo nossa igreja e tentando alcançar esses lugares tão difíceis para o evangelho. Ele prometeu estar sempre conosco. – Julian Ortiz, Medellin, Antioquia, Colômbia. Esta é a primeira vez que escrevo para vocês, como também a primeira vez que leio a Adventist World, que ganhei de um amigo adventista. A revista está alimentando minha alma com a verdade eterna. Por favor, gostaria de recebê-la mensalmente, não apenas para mim, mas para vários amigos cristãos (não adventistas) que podem lê-la, e também para os membros de nossa igreja. Que Deus os abençoe. Daniel Tsegaye Bonosha, Etiópia Orem por minha esposa e por minha filha, que nascerá em breve, para que possamos ensiná-la a amar ao Senhor. Darwin, Venezuela Orem por meus pais, para que compreendam a verdade. Orem também em favor de meu pai, que está doente. Gladys, Uganda Orem para que Deus nos ajude em nossos estudos no Colégio Adventista do Centro das Filipinas. Temos nos esforçado para concluí-los. Sabemos que Deus tem um plano para nós. Merry, Filipinas Elevem a voz ao Senhor para que alivie as dificuldades que minha irmã e eu estamos enfrentando, sem emprego, por quase dez anos. Mesmo assim, continuamos fazendo o melhor para servir a nosso Pai celestial. Martin, Camarões Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. LUGAR DE ORAÇÃO Eu estava pensando em me suicidar quando olhei uma das revistas dadas por um amigo: a Adventist World. Vi que as pessoas pedem para que a igreja ore por elas. Por favor, orem por mim. Eu tenho muitos problemas. Lee, Reino Unido Sou um pai e estudante que passou no nível 2 de Contabilidade em um instituto de comércio em Quinxassa, Congo. Orem por meus estudos até que eu encontre um emprego. Toda a minha família é adventista. Que Deus abençoe o trabalho de vocês. Constantine, República Democrática do Congo 30 Adventist World | Novembro 2010 Um casal de judeus está próximo de tomar sua decisão pelo Messias. Eles vão à igreja todas as semanas e servem ao Senhor de muitas maneiras. Eles têm as chaves da sinagoga e abrem o prédio todas as semanas. Se nos esquecemos de orar antes do culto, ele nos reúne para orarmos juntos. Unam-se a nós, intercedendo por esse casal. Jeff, Estados Unidos Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. INTERCÂMBIO DE IDEIAS Memórias do Livro de Visitas O que acontece quando um leitor encontra um velho livro? A s memórias marcam as páginas do livro de visitas que iniciamos, ao chegar para trabalhar na África Oriental, em 1966. Por anos consecutivos, muitos viajantes, indo ou vindo de lugares distantes, sentaram-se ao redor de nossa modesta “mesa de banquete”. Visitantes vindos da Austrália, Burundi, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Havaí, Nova Guiné e Dinamarca assinaram o livro – missionários que iam e vinham das férias longas, líderes da Associação Geral que vinham para ensinar e aprender, e gente com nomes musicais (Sissel e Gillian, Dulcie, Pastor Chafic, Meshach, Sabena) passaram por nossa casa. Fazer parte de um pedaço da vida de nossos visitantes foi emocionante, misturar culturas com novos alimentos e temperos foi desafiador, as trocas de receitas encheram nossa casa com aromas exóticos. As orações feitas pelos visitantes em sua língua materna se tornaram um ritual. Aqueles foram anos maravilhosos! Passamos nosso primeiro Natal em Nairóbi, Quênia, com Ernie e Bernice Gackenheimer, comendo seu delicioso assado com purê de batatas. Nossa hospitaleira vizinha, Lilian Buckley, era rápida para organizar os “junta panelas”. Quando o dentista Earl Richards e sua família chegaram a Nairóbi e começou a sequência de refeições de boas-vindas, seu filho caçula, André, cansado da viagem e de tanta mudança, adormeceu sobre sua sopa de feijão em nossa mesa. Ficamos espantados com a história de D. W. Holbrook, sobre um prato de sopa que lhe serviram em uma terra distante, em que havia um olho de carneiro rodando pela sopa como um de seus ingredientes. Carol Whiting, no Hospital Ishaka, nos apresentou sua receita especial usando flores de abóbora. Perpétua insistiu para fazermos gelatina a fim de impressionar os membros do parlamento que nos visitava; nossos filhos se acocoravam junto às galinhas para recolher e trazer ovos marrons, ainda mornos. Elsa Lonergan, da Escola de Saúde Heri, na Tanzânia, cuidadosamente esculpia cenouras com as palavras “Bem-vindos” para nossos pratos de salada. Havia momentos engraçados, como a ocasião em que enganei um diretor de departamento dando-lhe torta de maçã (porém, feita com tomates verdes); ou quando não tínhamos os ingredientes da receita e substituíamos por talo de acelga e biscoito moído; ou quando o querosene derramou na torta de abóbora que esfriava na despensa. Nossos amigos africanos nos apresentaram milho assado, ugali e coalhada. E quando comíamos ovos bem cozidos que preparavam especialmente para nós, eles riam dizendo que comiam apenas a carne, mas nós comíamos “tudo: o bico, os olhos, as penas!” Uma multidão de memórias vem à mente só de folhear o antigo livro de visitas e ver as assinaturas ali. Que maravilhosa reunião será quando estivermos todos ao redor da grande mesa de banquete, a oração será feita na língua do Céu, onde Deus “vai dar um banquete [...] nele haverá as melhores comidas” (Is 25:6, NTLH). – Beverly Campbell Pottle, Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos “Eis que cedo venho…” Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Daniel R. Jackson; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Heather-Dawn Small; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor On-line Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: [email protected] Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos. Vol. 6, No. 11 Novembro 2010 | Adventist World 31 O Lugar das PESS AS FRASE DO MÊS “Talvez seja tão fácil ver o cisco no olho do seu irmão, porque o cisco do olho dele e a viga nos seus olhos são feitos do mesmo material.” Q U E L U G A R É E S T E ? – Comentário feito durante a Escola Sabatina, dia 17 de julho de 2010, em Salzburgo, Áustria, e enviado por Bernd Tschapowetz. O “original” em alemão diz: “Vielleicht sehen wir den Splitter im Auge unseres Bruders deswegen so leicht, weil sein Splitter und der Balken in meinem eigenen Auge aus dem gleichen Holz geschnitzt sind.” VIDA ADVENTISTA Quando nossa filha foi ver a dela, de 13 anos de idade, que descansava numa cama elástica, entre livros e cobertores, ela perguntou: “Você está lendo?” Para sua surpresa a resposta foi: “Não, só estou jogando nomes para Deus. Nem estou dizendo o que Ele tem que fazer, só estou dando os nomes para Ele.” Muitas vezes, não sabemos exatamente pelo que orar, mas sempre podemos falar nomes para nosso Criador, a qualquer hora, em todo lugar! – Lou Ann Cook, Clifton, Colorado, Estados Unidos P E T E quando a aula terminar.” Três se machucam no recreio. Seis puxam minha saia para todos os lados. Treze não ouvem quando grito que já está na hora de entrar. Vinte correm para a porta e se amontoam ali, cada um empurrando para ser o primeiro a entrar na sala de aula. Três respondem a todas as perguntas; dez olham para o nada. No fim do dia, já ouvi: “Tchau, tia Shari” 36 vezes, ganhei 20 abraços, vi 50 sorrisos com 30 dentes faltando e recebi centenas de apertos de mão! Fico ali exausta, mas com o coração feliz, sabendo que fiz a diferença. – Shari McClendon, Guam, escrito originalmente para o jornal Tropical Isles: News & Reports, da Missão Guam-Micronésia da Igreja Adventista do Sétimo Dia. R ES P O S TA : Na Argentina, adventistas realizaram uma cerimônia de Páscoa com seus amigos judeus. Mais de noventa pessoas participaram dessa “noite de Páscoa”. Ao final da cerimônia, 24 pessoas deixaram suas informações de contato para serem convidadas para outras atividades da igreja. D O R A Alguma vez você já teve 36 crianças de 6 anos de idade em uma sala? Eu já! Deixe-me contar como é. Em primeiro lugar, 36 rostinhos sonolentos me observam enquanto cantamos como se eu fosse louca; 36 olhos estão fechados durante a oração enquanto os outros 36 olham aqui, ali e para todos os lugares. Enquanto apenas dez alunos seguem as instruções, corro para as outras 26 carteiras com 15 se arrastando atrás de mim e três com a cabeça enterrada na minha saia. Dois choram do momento em que chegam até a hora do recreio. Sempre que faço fila com eles para o intervalo, 15 estão com as mochilas nas costas e um sempre pergunta: “Tia, minha mãe está chegando?” “Sim, sua mãe está chegando