Novembro - Adventist World

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Novembro - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Nove m b ro 2 01 0
Alma
na
20
A Serviço da
Diversidade
24
Esperança para
o Haiti
27
O Preço da
Concessão
Nove mbro 2010
AÇÃO
EM
IGREJA
Editorial ............................ 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Fotos
Janela
7 Haiti Por Dentro
Visão Mundial
8 Grande Reavivamento
Entre o Povo de Deus
SAÚDE
A R T I G O
D E
C A P A
Vazio na Alma
Por Gerald A. Klingbeil ........................ 14
Todos estamos procurando algo. Uma iniciativa na
Austrália aborda as questões mais importantes da vida.
Mundo BMW e o Teatro do Universo
Por Lisa Beardsley ....................................................................... 12
Como lealdade a uma marca pode ser comparada à nossa vida espiritual.
Como o Espírito Santo continua a guiar a igreja de Cristo.
ADVENTISTA
A Serviço da Diversidade Por Richard Doss ..................... 20
A Academia Adventista Maxwell tem uma longa
história e futuro promissor.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Comprometidos a Evangelizar o Mundo Todo
Por Ellen G. White ...................................................................... 22
Temos algo a compartilhar. Mas estamos compartilhando?
SERVIÇO
O Desafio dos
Percevejos ....................... 11
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
BÍBLICAS
“Se Você… ,
Então Eu . . .” .................. 26
Por Ángel Manuel Rodríguez
FUNDAMENTAIS
O Dom de Profecia Por Gerhard Pfandl ............................. 18
VIDA
MUNDO
PERGUNTAS
DEVOCIONAL
CRENÇAS
NO
ADVENTISTA
ESTUDO
BÍBLICO
O Preço da
Concessão ...................... 27
Por Mark Finley
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................ 32
Esperança para o Haiti Por Jimmy Phillips ....................... 24
O país devastado por desastres e pobreza, ainda resiste.
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 11, novembro de 2010.
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Adventist World | Novembro 2010
Tradução: Sonete Magalhães Costa
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Jornal da Manhã
O
grupo de nuvens rosa-acinzentadas, ao leste, se torna mais
iluminado enquanto chego ao estacionamento, quase vazio, da Associação Geral. Muito poucos
costumam chegar tão cedo à sede mundial da igreja, para ter
alguns momentos de tranquilidade antes que os corredores se
encham de gente e as salas de reuniões fiquem agitadas com
muito trabalho. Enquanto fico sentado em meu carro por uns
minutos a mais, esperando o dia raiar, os versos de um velho
hino surgem em minha mente:
A luz da manhã está nascendo, as trevas desaparecem;
Os filhos da Terra estão acordando, para as lágrimas perenes...
Neste momento, em todos os cantos do lugar, há uma
sensação de que novas coisas estão surgindo. Parece que Deus
está despertando poderosamente Sua igreja remanescente
– não só aqui, mas em muitos outros lugares. As conversas
nos corredores sempre tendem para essa direção, como se o
mesmo Espírito estivesse Se movendo no coração de dezenas
e mesmo centenas de indivíduos. As reuniões das comissões
começam, não apenas com a costumeira invocação da presença de Deus, mas com um período prolongado de oração. As
agendas são reorganizadas, não por falta de clareza ou mérito
estratégico nas versões anteriores, mas para alinhar o trabalho
que fazemos cada vez mais cientes de que Deus tem em mente
a renovação de Sua igreja.
Sempre foi a intenção de Jesus que Seu povo experimentasse uma vida renovada, de modo que o coração esteja
sintonizado na frequência do Espírito Santo, experimentando
o amor incomum, uma alegria incomum e poder incomum
em nosso trabalho e no testemunho. Quando os cristãos, em
qualquer lugar, oram pelo reavivamento e pela reforma em
nosso meio, não estão pedindo que Deus faça algo que relute
em fazer. Não! Este é o Seu constante desejo: mais oração,
profunda simpatia por aqueles a quem Ele insiste que chamemos de “irmão” e “irmã, mais disposição para ouvir e menos
para falar.
Nossa vida em comum nos próximos meses – nas famílias,
nas grandes e pequenas congregações, nas salas de aulas e nos
dormitórios, nos escritórios da administração da igreja – está
se aproximando de algo muito maior do que já vimos ou experimentamos. O Céu que está brilhando na manhã do reavivamento, logo, muito logo, será escurecido por apenas uma
nuvem, bem pequena, do tamanho da mão de um homem, na
qual o Filho do Homem retornará para buscar os Seus.
– Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
Relatório dos Líderes Trata de Discipulado na
Divisão do Sul do Pacífico
Reuniões de fim de ano revelam necessidade de manutenção
■ Há mais de 420 mil membros
batizados na Igreja Adventista do Sétimo
Dia no sul do Pacífico, mas todos os
sábados, mais de um milhão de
adoradores comparecem aos cultos,
estimam os líderes da igreja na região.
Com um adventista para cada 86
habitantes na Divisão do Sul do
Pacífico, a região está concentrada no
discipulado, avaliou o presidente
regional Barry Oliver diante dos líderes
locais, durante as reuniões de final de
ano em Sidney, Austrália, em setembro
de 2010. Oliver lembrou que o chamado
de Jesus para “fazer discípulos”, no
Novo Testamento, é um “imperativo”.
Proporcionar crescimento espiritual
e locais de adoração para os membros
ajudará a manter o grande crescimento
da igreja em países como Papua-Nova
Guiné, onde um elevado número de
membros também sai da igreja. Anualmente, três mil pessoas ainda deixam
de frequentar a igreja naquele país, dos
cinco mil em 2006, relataram os líderes.
A instituição educacional da igreja
na região também está crescendo, de
acordo com os líderes de educação. As
matrículas durante os últimos cinco
anos no Colégio Avondale, em South
CRESCIMENTO ESPIRITUAL:
O discipulado é um “imperativo”
para o sul do Pacífico, declarou o
presidente Barry Oliver durante
as reuniões de fim de ano. A região
está experimentando expressivo
crescimento, porém, em algumas
áreas, luta para manter os membros
na igreja.
F O T O : C O R T E S I A
D O PA C Í F I C O
D A
D I V I S Ã O
D O
S U L
Novembro 2010 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Wales, Austrália, cresceu 40%, com
1.300 alunos. Vinte e dois desses alunos
estão matriculados no novo curso de
doutorado do colégio e catorze estão
terminando suas pesquisas de mestrado.
O Colégio Avondale espera, até 2016,
receber o status de universidade.
O centro de mídia do Sul do Pacífico
experimenta expansão similar. De
acordo com os líderes, cerca de 10% do
crescimento da igreja na Austrália e na
Nova Zelândia são atribuídos diretamente aos cursos bíblicos recebidos por
meio da mídia adventista.
A região do sul do Pacífico, das treze
regiões administrativas mundiais da
Igreja Adventista, foi a primeira a realizar
as reuniões de fim de ano, durante as
quais os líderes da igreja votam as praxes,
as questões financeiras e escolhem os
diretores de departamentos. A maioria
das regiões realiza essas reuniões no fim
de outubro ou início de novembro.
– Reportagem de David Gibbons/Rede
Adventista de Notícias.
Adra-Suécia Comemora 25 Anos
de Serviço
■ “A Adra – Suécia existe para ajudar
as pessoas em países com baixa renda a
melhorar sua qualidade de vida. Assim,
é uma alegria para nós olharmos para
trás, para os 25 anos de serviço pelos
pobres e vulneráveis”, descreveu Siri
Bjerkan-Karlsson, diretor da Adra –
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Adventist World | Novembro 2010
Suécia, na comemoração dos seus 25 anos
de serviço, no fim de agosto de 2010.
A União da Suécia se envolve na
obra de desenvolvimento assistencial
há 40 anos, quando a união recebeu o
primeiro recurso do governo da Suécia
para ser usado em auxílio a pessoas de
países de baixa renda. Quando a Associação Geral organizou a Adra, em 1984,
a Suécia tornou-se um dos primeiros
países a se unir à rede.
Desde seu início, em 1985, a Adra –
Suécia já patrocinou 900 projetos de
desenvolvimento e intervenções humanitárias, no valor de cerca de 60 milhões
de dólares, num total de 80 diferentes
países de baixa renda. A cada ano, entre
500 mil e 3 milhões de pessoas são
beneficiadas pelo trabalho da Adra, ajudando a desenvolver uma vida melhor.
A Adra – Suécia já enviou, também,
307 voluntários que trabalharam em
diferentes países de baixa renda, por
períodos longos e curtos.
Hoje a Adra – Suécia trabalha num
total de 35 projetos de desenvolvimento
em 17 países. Um dos maiores projetos
consiste em ajudar pessoas contaminadas
com HIV e aids. Esses projetos são realizados em sete países africanos, beneficiando diretamente 450 mil pessoas. Eles
recebem conselhos e apoio psicológico
para que possam viver melhor e da
maneira mais saudável possível. O projeto
é realizado há cinco anos e já salvou milhares de pessoas da morte prematura.
Em Uganda, a Adra – Suécia apoia
um programa realizado há dez anos, que
combate a pobreza em áreas rurais. O
programa envolve mais de 37 mil pessoas
que estão aprendendo a ler, escrever e que
estão sendo treinadas em atividades geradoras de renda. Eles também são treinados a ter acesso ao apoio governamental
para melhorar a qualidade de vida.
Anualmente, a Adra – Suécia
transfere entre 2 e 2,5 milhões de dólares
para vários projetos de desenvolvimento.
A maior parte do dinheiro vem da
Agência de Cooperação Internacional
de Desenvolvimento Suéca (Swedish
International Development Cooperation
Agency, ou SIDA), agência do governo
que oferece recursos para organizações
não governamentais que trabalham com
desenvolvimento. O recurso é canalizado para a Adra – Suécia por meio do
Conselho Missionário Sueco, que é uma
das organizações com a qual a SIDA
coopera. A Adra – Suécia é uma das 36
organizações que formam o Conselho
Missionário Sueco.
A Adra – Suécia comemorou seus
25 anos no fim de semana de 27 a 29 de
agosto. Cerca de 400 pessoas vieram de
todas as partes da Suécia para participar
da celebração. Estiveram presentes
Charles Sandefur, líder da Adra Internacional; Stephen Cooper, líder da Adra
Transeuropeia e representantes de quinze
diferentes sedes da Adra. As comemorações incluíam uma apresentação da base
bíblica para a existência do trabalho da
Adra, seminários sobre desenvolvimento
e levantamento de fundos, e apresentações dos parceiros da Adra – Suécia no
próprio país e no exterior.
Em realidade, foi realizada uma dupla
celebração naquele fim de semana, já
que a Campanha de Colheita e Levantamento de Fundos comemorou, ao
mesmo tempo, seus 90 anos. A primeira
campanha de levantamento de fundos
foi realizada em 1920, tornando essa a
campanha mais antiga na Suécia.
– Reportagem de Per Bolling, Adra Suécia.
GUATEMALA: Líderes Adventistas
Participam de Cerimônia pela Paz
■ Os líderes da Igreja Adventista do
Sétimo Dia na Guatemala foram escolhidos para participar da Mudança da
Rosa Branca da Paz, no Palácio Nacional, localizado na Cidade da Guatemala,
no dia 5 de agosto de 2010. A participação na cerimônia, que foi realizada
no Palácio Nacional de Cultura, é uma
honra concedida a pessoas nativas e
estrangeiras que contribuíram com a
paz e o bem-estar da Guatemala.
B O R I S
B A R R I O S / I A D
NOTÍCIAS DO MUNDO
escavações arqueológicas adventistas
Encontram
Idade doFerro
Descoberta relacionada à história
bíblica e adoração moabita.
Por Mark A. Kellner,
editor de notícias da Adventist World,
com reportagem de Taylor Luck,
do jornal Jordan Times (Jordânia)
C
J I
onfirmando e complementando
uma compreensão moderna da
história bíblica, um arqueólogo e
historiador adventista do sétimo
dia descobriu importantes ruínas e artefatos
da Idade do Ferro, de três mil anos, num templo na cidade de Ataruz, Jordânia.
“Esse templo é muito maior do que esperávamos. Talvez eu necessite duas ou três
temporadas de trabalho para escavar o sítio e
descobrir os eventos históricos que aconteceram no local”, declarou Chang Ho Ji, professor
IMAGEM ADORADA:
e diretor do Departamento de AconselhamenEstátua da divindade
to e Psicologia Escolar e professor do Deparmoabita Hadad, no formato
tamento de História da La Sierra University,
de um boi, descoberta
uma universidade adventista localizada em
por Chang Ho Ji, da
Riverside, Califórnia (EUA).
Universidade La Sierra.
“Esta é uma descoberta extremamente
importante e está relacionada com a história
bíblica. É muito emocionante”, analisa Lawrence Geraty, presidente
emérito e professor de arqueologia da universidade. Geraty foi pioneiro
na cooperação entre instituições adventistas, incluindo o Atlantic
Union College, Universidade Canadense, Andrews University, La Sierra
University e o Reino da Jordânia. A cooperação entre essas universidades
e a Jordânia foi iniciada em 1984, com a escavação em Tall al-‘Umayri.
Na coletiva para imprensa em Amã, o diretor-geral do Departamento
Jordaniano de Antiguidades, Ziad Saad, anunciou a recente descoberta
H O
Mario Calderón, presidente da igreja
no país, e outros seis pastores e membros leigos adventistas foram escolhidos
para participar da cerimônia, na qual
os participantes receberam o título de
embaixadores da paz.
Calderón agradeceu aos líderes do
governo em nome dos 216 mil membros
da igreja na Guatemala pela alta honra e
declarou que a igreja está comprometida
a continuar promovendo a paz.
A cerimônia da Mudança da Rosa
Branca da Paz teve seu início após a
assinatura do acordo de paz, que
encerrou os 36 anos de guerra civil na
Guatemala, em 1996. Desde então, todos os dias é colocada uma rosa branca
no monumento localizado no pátio
do Palácio Nacional por um guarda de
honra militar ou alguma pessoa escolhida, simbolizando mais vinte e quarto
horas de paz no país.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia na
Guatemala serve a sociedade por meio
da alfabetização e diversas outras iniciativas. Junto com a Agência Adventista de
Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) da Guatemala, continua a
prestar assistência às vítimas de desastres
naturais e terremotos.
A Igreja Adventista na Guatemala
dirige sete sedes regionais, 867 igrejas e
grupos e 25 escolas.
– Reportagem de Juan Lopez, Divisão
Interamericana.
Templo da
C H A N
G
CERIMÔNIA DA ROSA BRANCA: Mario
Calderón, presidente da Igreja Adventista na
Guatemala, acompanhado de sua esposa,
Cotty, recebe distinção do governo do país
durante a Mudança da Rosa Branca da Paz,
no Pátio do Palácio Nacional, no dia 5 de
agosto do 2010.
Novembro 2010 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
do maior templo da região, que data do início da Idade do
Ferro II (1200-600 a.C).
O templo, contendo vários compartimentos, inclusive um
pátio medindo 12 por 12 metros, possui mais de trezentos
artefatos de adoração, levando os especialistas a crerem
que pode ter sido uma sede política e religiosa tanto para os
moabitas como para o reino israelita do norte.
Vasos, jarras e estátuas de divindades estavam entre as
recentes descobertas relacionadas com o templo em Khirbet
Ataruz, perto de Dhiban, a aproximadamente 50 quilômetros
ao sul de Amã, localizada na encosta oeste de Jabal Bani
Hamida. O sítio atual está localizado próximo à estrada que
leva ao sítio do Grande Palácio de Inverno no rei Herodes.
Segundo relatórios da mídia, os itens, muitos dos quais
foram encontrados em agosto, dão aos especialistas uma visão
mais completa da civilização da Idade do Ferro e do passado
da Jordânia.
De acordo com o jornal Jordan Times, mais de mil anos
antes de os nabateus construírem um império comercial
em toda a cidade de Petra (que é totalmente construída em
rochas), os moabitas, amonitas e edomitas dominaram a
região durante um período em que floresceu a ciência,
a expansão e a cultura.
A cidade de Ataruz é mencionada na Bíblia e na Estela do
rei Mesa como “Atarote”, porém o verdadeiro significado do
nome “ainda não foi descoberto”, disse Saad ao Jordan Times.
Embora os documentos históricos frequentemente
mencionem os reinos da Idade do Ferro como estando do
lado oeste do rio Jordão, Saad observa que as descobertas de
Khirbert Ataruz marcam a primeira vez que os estudiosos
têm evidências arqueológicas para voltar à teoria da
existência de civilizações com sofisticação científica, cultural
e econômica.
Vários artefatos históricos foram descobertos, em agosto,
pela equipe da La Sierra University, que está escavando
Khirbet Ataruz desde 2000, com o apoio da Versacare, Inc.,
uma entidade beneficente localizada em Riverside.
Entre as descobertas está uma estátua de um deus com
formato de boi e cerca de trezentos vasos, lâmpadas e altares
para os rituais religiosos. Na Antiguidade, o boi era frequentemente relacionado às principais divindades da região,
incluindo El, Hadad e Baal.
A qualidade, diversidade e condição das peças, feitas de
barro, pedra, basalto e bronze, mostra a tecnologia avançada e
uma economia próspera no lado oeste do rio Jordão, há mais
de três mil anos.
Saad afirma que, embora apresentem boas condições, a
maior parte das peças de Ataruz estava quebrada, indicando
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Adventist World | Novembro 2010
TEMPLO DA ANTIGUIDADE: Ruínas do templo moabita
encontrado por arqueólogos da La Sierra University, de
propriedade da Igreja Adventista. As ruínas e antiguidades
encontradas confirmam aspectos da história bíblica.
C H A N G
H O
J I
que o templo, na Jordânia central, sofreu um fim violento.
Muito do que se conhece sobre o templo de Ataruz foi
aprendido do rei Mesa, imortalizado em um tablete de basalto, onde estão listadas suas vitórias e realizações. Conhecido
como Estela de Mesa, o tablete foi descoberto próximo a
Dhiban e agora está exposto no Museu do Louvre, em Paris.
Acredita-se que os moabitas – descritos na Bíblia como
descendentes de Moabe, neto de Ló e sobrinho-neto de
Abraão (Gn 19) – foram tribos cananitas que se instalaram na
região entre o rio Jordão e o deserto do Oriente, próximo do
que é agora Dhiban, no século 15 a.C. Seu reinado terminou
com a invasão persa, aproximadamente no sétimo século a.C.
Segundo Saad, os especialistas agora vão trabalhar na
catalogação, teste e pesquisa dos artefatos de Ataruz, para
obter uma compreensão melhor sobre os reinos da Idade do
Ferro, que no passado governaram a Jordânia.
Ji disse à Adventist Review que o templo descoberto em
Atarus, foi o “maior e mais bem preservado templo dos
tempos bíblicos. Será importante para esclarecer as práticas
de culto e a vida religiosa daquele período”.
– Partes desse artigo foram extraídos, com a permissão
do autor, de um artigo de notícias no jornal Jordam Times
(2 de setembro de 2010).
F O T O :
B E T H
P E T E
JANELA
Oceano Atlântico
Haiti
por Dentro
U
m grande terremoto, de 7,0 de intensidade, abalou
o Haiti no dia 12 de janeiro deste ano. Num piscar
de olhos, mais de 200 mil pessoas morreram e mais
de um milhão ficaram desabrigadas. O terremoto também
destruiu ou danificou severamente escolas, prédios comerciais
e escritórios do governo. De repente, a maioria dos habitantes
de Porto Príncipe, capital do país, estava sem teto.
O epicentro do terremoto foi no subúrbio de Porto
Príncipe, que abriga um terço da população do país. Esse foi
apenas um de uma série de desastres naturais – na maioria,
terremotos e furacões – a atingir o Haiti, o terço ocidental da
Ilha de São Domingos, no Caribe. Em 1946, um terremoto
dez vezes mais poderoso do que o recente atingiu a região
nordeste da Ilha. No verão de 2008, o Haiti foi varrido por
quatro diferentes furações ou tempestades tropicais.
A história escrita do Haiti começa em 1492, quando
foi descoberto por Cristóvão Colombo, que, durante sua
famosa viagem ao Novo Mundo, declarou toda a Ilha como
de propriedade da Espanha. No fim do século 17, a Espanha
cedeu um terço da Ilha para a França, que lhe deu o nome
de Haiti. Era originalmente povoada por índios nativos,
mas à medida que foram desaparecendo, chegavam os
escravos africanos trazidos pelos espanhóis e franceses
para ajudar nas plantações de cana-de-açúcar. No fim do
século 18, a Revolução Francesa na Europa libertou todos
os escravos do Haiti. Mais tarde, em outras tentativas
de reinstalar a escravidão, os haitianos se revoltaram e se
tornaram independentes da França, o que aconteceu,
oficialmente, em 1804.
Os Adventistas no Haiti
O trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia começou
no Haiti em 1879, quando John Loughborough enviou,
por navio, uma caixa de literatura para a cidade portuária
de Cabo Haitiano. Loughborough não endereçou a caixa
a ninguém em particular, de modo que o capitão do navio
entregou a caixa para um missionário episcopal que morava
na cidade. O missionário distribuiu o conteúdo da caixa
entre outros missionários protestantes, um dos quais, pastor
batista, entregou alguns dos folhetos para sua congregação.
Como resultado, dois membros desse grupo, Henry Williams
e sua esposa, começaram a guardar o sábado. Só dez anos
Mar do Caribe
HAITI
REPÚBLICA
DOMINICANA
Porto Príncipe
HAITI
Capital:
Porto Príncipe
Idiomas:
Francês e Crioulo Haitiano
Principais Religiões:
Católica, 80%; Protestante,
16%; outras, 4%.
População:
9,1 milhão*
Adventistas:
328.029*
Adventistas por habitante: 1:28*
*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 146° Relatório Estatístico Anual - 2008
mais tarde conheceram o primeiro adventista. Em 1892, L. C.
Chadwick visitou o Haiti e batizou o casal Williams.
Desse início humilde, a Igreja Adventista no Haiti cresceu
e se tornou forte. Hoje, mais de 300 mil adventistas, cerca de
4% da população, mora no Haiti. Há aproximadamente mil
igrejas e grupos, 270 escolas fundamentais, duas de ensino
médio, uma universidade e um hospital. Muitas das igrejas
realizam três ou mais cultos para acomodar todos os membros.
O terremoto, entretanto, cobrou caro. Mais de 600 adventistas perderam a vida e mais de cem prédios de igrejas foram
destruídos ou ficaram sem condições de serem utilizados.
Uma das áreas mais atingidas foi a região da Universidade
Adventista do Haiti, do Hospital Adventista do Haiti e a sede
local da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais (Adra). A Adra, rapidamente, ajudou a transformar a universidade em um campo para os desabrigados,
em que mais de 25 mil pessoas foram à procura de abrigo. O
Hospital Adventista recebeu tantas pessoas quanto possível,
mas precisou realizar alguns procedimentos do lado de fora,
pois uma de suas alas foi declarada insegura.
Neste trimestre, será arrecadada uma oferta especial no
décimo terceiro sábado, para ajudar a reconstruir as igrejas
adventistas no Haiti. Essa oferta servirá para reparar as igrejas
e escolas e também ajudar a reconstruir os prédios perdidos no
terremoto. A Igreja Adventista no Haiti foi abalada, mas não
destruída. Por favor, orem para que a igreja continue a crescer e
a espalhar a mensagem do amor de Jesus para o povo do Haiti.
Para saber mais sobre o trabalho da Igreja Adventista no
Haiti, acesse www.AdventistMission.org.
Novembro 2010 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
GrandeL
Reavivamento
entre o
p o v o de d e u s
Por
Ted N. C. Wilson
8
Adventist World | Novembro 2010
J E R E M Y YA N S E N
A
o iniciarmos os próximos cinco
anos de testemunho e atividades
evangelísticas para o Senhor, ao
confrontarmos os desafios e dificuldades
ao nosso redor, devemos manter o
breve retorno de Jesus como nosso alvo
supremo. Que privilégio é fazer parte do
grande movimento no final da história
da Terra! O breve retorno de Jesus é a
maravilhosa notícia que deve inspirar e
moldar nossos planos e ações.
Seja qual for a função a nós designada
por Deus, é hora de humildemente aceitarmos as oportunidades e desafios a nós
confiados, sabendo que nossas atividades
só serão eficazes por meio do poder do
Espírito Santo. Somos chamados a trabalhar como bons servos (Mt 20:26-28),
confessando que somos dependentes da
sabedoria de Deus (Tg 1:5), da instrução
do Espírito Santo (Jo 16:13) e que
precisamos do discernimento de uma
multidão de conselheiros (Pv 11:14).
O Espírito Santo nos chama para
que juntos, jovens e idosos, homens e
mulheres, em uma igreja unida, sob Sua
liderança, humilhemo-nos diante dEle
e supliquemos pelo reavivamento, tanto
em nossa vida pessoal como da igreja.
Lemos em 2 Crônicas 7:14: “Se o Meu
povo, que se chama pelo Meu nome, se
humilhar e orar, buscar a Minha face e
obter a bênção do Senhor, não porque
Deus não esteja disposto a outorgá-la,
mas porque nos encontramos carecidos
de preparo para recebê-la. Nosso Pai
celeste está mais disposto a dar Seu
Espírito Santo àqueles que Lho peçam,
do que pais terrenos o estão a dar boas
dádivas a seus filhos. Cumpre-nos, porém, mediante confissão, humilhação,
novo fervor. Deve haver em cada nível
da organização da igreja um deliberado
programa de oração pelo reavivamento
e um esforço consciente de nutrir a
“primitiva piedade” nas vidas rendidas
ao poder do Espírito Santo. Os líderes
da Associação Geral, uniões, associações, missões e igrejas locais
já estão trabalhando para
L
Como adventistas, devemos buscar a
renovação de nossa mente e coração enquanto
esperamos pelo poder do Espírito Santo.
se afastar dos seus maus caminhos, dos
Céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado
e curarei a sua terra.”* Esta maravilhosa
promessa do Senhor chama Seu povo
ao comprometimento. Diariamente,
devemos pedir a Ele que cumpra a
promessa de Joel 2 e Atos 2 para que
a chuva serôdia do Espírito Santo seja
derramada sobre Sua igreja.
Por outro lado, como adventistas,
devemos buscar a renovação de nossa
mente e coração enquanto esperamos
pelo poder do Espírito Santo e pelo
derramamento da chuva serôdia. É por
meio do derramamento do Espírito
Santo que a última obra, de proclamar
as três mensagens angélicas, será concluída. Ellen White nos lembra: “Um
reavivamento da verdadeira piedade
entre nós, eis a maior e a mais urgente
de todas as nossas necessidades. Buscálo, deve ser nossa primeira ocupação.
Importa haver diligente esforço para
arrependimento e fervorosa oração,
cumprir as condições estipuladas por
Deus em Sua promessa para concedernos Sua bênção” (Mensagens Escolhidas,
v. 1, p. 121).
Convido a Igreja Adventista do
Sétimo Dia do mundo inteiro para que
se uma em oração, pelo derramamento
do Espírito Santo, neste momento vital
da história. Oremos para que o Espírito
Santo remova de nosso coração todo
orgulho e egoísmo que possa impedir
a obra de reavivamento e reforma que
Jesus tanto deseja realizar entre Seu
povo do tempo do fim.
Aproveitemos a oportunidade, no
tempo à nossa frente, para orar uns com
os outros. Devemos iniciar períodos
de oração em nossas igrejas, instituições
e organizações para elevarmos nossa
voz, clamando pelas promessas de Deus
de que Ele derramará, em nossa alma
ressecada, a água de nova percepção e
montar e fornecer materiais que dirijam
nossa mente para a grande necessidade
de “tempos de refrigério”.
Fazemos parte de um movimento
singular, pois nos identificamos como
o povo remanescente de Deus, predito
nas profecias. Isso coloca sobre nós uma
responsabilidade especial de exaltar a
Cristo em todos os nossos sermões e
ministério, mostrando às pessoas que
Jesus é tudo em nossa vida. As verdades
salvadoras do evangelho – de que somos justificados por Deus, por meio da
vida de Jesus em nosso favor, Sua morte
no Calvário e Seu ministério como
Ted N. C. Wilson é
presidente mundial da
Igreja Adventista do
Sétimo Dia e escreve de
Silver Spring, Maryland, EUA.
Novembro 2010 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
L
Não devemos permitir que
o mundo nos molde de acordo com
seu padrão.
nosso Sumo Sacerdote no santuário
celeste – nos dá a certeza da vida eterna. A graça de Deus, nossa redenção
por meio de Jesus, não depende de
nossa habilidade de compreender
completamente ou saber explicar toda
a teologia da salvação. Como um de
nossos antigos líderes da igreja, George
W. Brown, declarou em seu devocional
durante a assembleia da Associação
Geral de 2005: “Quando chegarmos ao
Céu, pelo poder de Cristo, estaremos
justificados, santificados, glorificados –
e satisfeitos!”
As Escrituras também nos advertem de que o reavivamento e reforma
pelos quais suplicamos encontrarão
oposição de forças que intencionam
manter a igreja em sua condição de
Laodiceia. O inimigo, certamente,
está fazendo tudo para persuadir os
adventistas a se conformarem com
menos do que a plenitude do poder
transformador prometido no evangelho. De modo sutil e não tão sutil, está
tentando nos distanciar da Bíblia e da
completa compreensão daquilo que
Deus afirma ser a verdade. As palavras
do apóstolo Paulo são tão relevantes
hoje como foram quando escreveu
para os crentes em Roma, há quase
dois mil anos: “Não se amoldem ao
padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente,
para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).
A tradução Phillips acentua mais a
imagem: “Não deixe que o mundo
10
Adventist World | Novembro 2010
ao seu redor o molde segundo seu
próprio padrão.”
Este é o momento em que devemos
resistir às lisonjas de Satanás e não
permitir que o mundo nos molde de
acordo com seu padrão. Este também é
o momento em que devemos ter clareza
e coragem: permanecer firmemente
comprometidos com as crenças fundamentais desta igreja, que foram estabelecidas pela imutável Palavra de Deus.
Não podemos nos arriscar com falta
de atenção ou desviando-nos do alvo,
pois Jesus está falando conosco com o
mesmo tom de urgência com que falou
à igreja de Filadélfia: “Venho em breve!
Retenha o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa” (Ap 3:11).
Meu irmão e irmã, precisamos nos
unir, apegando-nos à Palavra de Deus
como está escrita. O poder prometido
em Suas palavras só será concedido se
nos comprometermos a ler a Bíblia,
vivê-la, ensiná-la e pregá-la sem temor,
e se permitirmos que nossa vida seja
moldada por suas claras e convincentes
verdades.
Apeguemo-nos às verdades da
Bíblia, através das quais Deus levantou
este movimento do tempo do fim,
inclusive o ensino bíblico sobre o dom
de profecia. Dos muitos dons dados por
Deus ao Seu povo remanescente, esse
é um dos maiores. Os escritos de Ellen
White oferecem instruções para a vida
cristã e são tão relevantes hoje como
quando foram escritos um século atrás.
Contêm verdades vindas do Céu. Leia o
Espírito de Profecia,
com sua Bíblia, diariamente. Acredite
nele. Promova-o. Use-o. Ensine-o.
Apoie-o. E você descobrirá um novo
poder em sua vida espiritual que o
ajudará a andar em novidade de vida.
Apeguemo-nos às três mensagens
angélicas de Apocalipse 14; à iminente
segunda vinda de Cristo; à justificação
pela fé em Jesus; ao sábado do sétimo
dia; ao relato de Gênesis sobre a criação
em seis dias literais, consecutivos, de
24 horas e origem recente; à mensagem
do santuário e ao ensino bíblico sobre
o estado dos mortos.
Lembremo-nos de que a Bíblia e
o Espírito de Profecia nos chamam a
viver em obediência pelo poder do
Espírito Santo, nos convidam ao estilo
de vida saudável descrito nas Escrituras e no Espírito de Profecia e a um estilo de música e adoração que exalte a
Cristo, não a nós mesmos. Atentemos,
de maneira especial, para o que Deus
nos ensinou sobre as condições em que
o Espírito Santo será derramado sobre
os que, sinceramente, estão buscando o
reavivamento e comprometidos com a
mensagem de reforma.
Meu convite é simples e claro:
precisamos nos unir, ajoelhando-nos
diante do Senhor para, humildemente,
pedir renovação de graça e poder para
enfrentar os dias à nossa frente. Ore
pelo reavivamento que Jesus espera
que seja vivido por Sua igreja, e ore
para que seu coração esteja pronto a
praticar o que o Espírito Santo trouxer
à sua mente e consciência.
Uma igreja humilde e completamente entregue a Deus muito em breve
será uma igreja reavivada e reformada.
E essa igreja, renovada e reformada,
será, muito em breve, a igreja que
olhará para o Céu com esperança e
alegria, e verá Jesus voltando para
levá-la consigo.
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão
Internacional.
O
S A Ú D E
Desafio dos
N O
M U N D O
Por
Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
Percevejos
Estou com muita vergonha de falar para o meu médico, mas acho que estamos
com percevejos. Meu esposo é um executivo e nossa casa é bastante confortável.
Como isso pode ter acontecido? Nós os encontramos nas dobras do colchão e
estou preocupada em contrair alguma doença.
V
ocê não precisa envergonhar-se
disso. Os percevejos se tornaram
um grande problema para
muitas pessoas de todos os níveis sociais.
Nos Estados Unidos, as infestações de
percevejos têm ocorrido com crescente
frequência, desde os anos 80, infestando lares, hotéis, hospitais e dormitórios
escolares.
Na cidade de São Francisco (EUA),
os relatórios das infestações dobraram
entre 2004 e 2006. Em Toronto, Canadá,
pessoas também não aceitam a ideia de
utilizar inseticidas na cama. Observou-se
que mosquiteiros impregnados com
permetrina reduzem infestações por
percevejos, mas pode contribuir para a
resistência aos inseticidas.
É recomendado lavar as roupas
de cama com água bem quente. Os
colchões podem ser cobertos com capas
impermeáveis. Rachaduras e entalhes
devem ser borrifados com permetrina.
Passar a roupa também pode esterilizála. Quando viajar, não coloque as malas
em baixo das camas. Algumas pessoas
borrifam suas malas com permetrina
antes de viajar, esperando que a droga
detenha esses pequenos “caroneiros”.
Eles se assemelham a miniaturas de baratas, com olhos relativamente grandes
e antenas longas e finas. Buscam o calor
quando estão procurando alimento e
são espalhados pelas atividades dos seres
humanos. Podem entrar nas malas e ser
transportados por milhares de quilômetros e de um quarto para outro. Quando
alguém faz longas viagens e se hospeda
em vários quartos de hotel – como
fazem muitos executivos – aumenta o
risco da infestação de percevejos.
As infestações por percevejos têm sido cada vez mais frequentes.
em 2002, durante um período de seis
meses, as chamadas telefônicas reclamando de percevejos aumentaram em
100%. Na Alemanha, em 1992, foram
reportados cinco casos; em 2004, o
número subiu para 76. Os australianos
tiveram um aumento de 400% de 2001
a 2004, se comparado ao período entre
1997 a 2000. Na cidade de Nova York,
foi criado recentemente um “manual”
de procedimentos para controlar as
infestações nos hotéis.
Os percevejos são visíveis a olho nu,
embora tendam a esconder-se em locais
escuros, em rachaduras das camas e
dobras dos colchões e lençóis. Medem
cerca de meio centímetro, mas após sugar o sangue, ficam muito maiores e seu
peso pode chegar ao dobro do original.
Quando adultos, são marrom-escuro,
mas são amarelados quando mais novos.
Não possuem asa e precisam de sangue
para viver. Eles podem viver até um ano
e sobrevivem vários meses sem comida.
C D C / P I O T R
N A S K R E C K I / M O D I F I C A D A
De aproximadamente 70 variedades
desse inseto, apenas dois tipos picam seres humanos. Outras variedades sugam
sangue de morcegos e outros animais.
A maior parte das reações às picadas
dos percevejos é alérgica. A saliva deles
contêm substâncias que aumentam
o fluxo de sangue na área da picada,
facilitando ao inseto a sucção do sangue
da vítima. É possível desenvolver alergia
a essas substâncias, e a reação alérgica
pode tornar-se mais séria com a repetição das picadas que variam desde uma
minúscula mancha vermelha a uma
pústula ou até urticária. A reação alérgica
pode ser tratada com anti-histamínico
ou pomadas de corticoide. Às vezes, a
alergia se manifesta como crise de asma.
Outras vezes, a coceira na região da picada causa ferida e pode infeccionar.
A erradicação dos percevejos pode
ser difícil, porque eles estão se tornando
cada vez mais resistentes aos métodos
usuais de controle, como inseticidas; as
D I G I TA L M E N T E
Há suspeitas de que os percevejos
possivelmente transmitam doenças,
mas até agora não há nada claramente
identificado. O vírus da Hepatite B foi
encontrado nas fezes de percevejos,
e teoricamente pode ser transmitido
pelo pó das camas, contaminado por
tais fezes. São necessários mais estudos
para explorar o papel desses insetos na
transmissão de doenças.
Allan R. Handysides, M.B., Ch.B.,
FRCPC, FRCSC, FACOG, é médico
e diretor do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é
médico e diretor executivo e
diretor associado do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Novembro 2010 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
Mundo
bmw
eo
Teatro doUniv
Nesse espetáculo cósmico não há
G
osto muito de dirigir. Quando
eu era criança, nossa família
foi de carro de Maryland para
a Califórnia (de um a outro extremo
dos Estados Unidos), pela famosa Rota
66, andando em um Mustang V-8 1965
azul metálico. Mais tarde, nossa família
se mudou para Nova York e, assim que
as férias de Natal começavam, nós nos
amontoávamos no carro e viajávamos
dia e noite, fugindo do frio, para a ensolarada Flórida, parando apenas para
trocar de motorista. Eu ainda gosto de
fazer longas viagens, dirigindo.
Meu primeiro carro foi um Harvester
Scout internacional. Eu provocava a inveja em todos os garotos da minha escola.
Depois dele, já dirigi Fords, Chevrolets,
Volvos, Saabs, Bedfords, Mercedes-Benz,
Peugeots, Renaults, Porsches, Fiats, Audis,
BMWs, uma Ferrari barulhenta e um
sem-número de carros alugados, muito
sem graça para serem mencionados.
Devo admitir, entretanto, minha
preferência pelos motores alemães. Por
isso, quando passei por Munique, no
ano passado, não resisti e visitei a BMW
Welt (Mundo BMW).
12
Adventist World | Novembro 2010
Tudo no Mundo BMW – desde a
concepção dos edifícios de atividades até
as vitrines no seu interior – mostra qualidade e engenharia futurista. Os carros e
motocicletas, tanto velhos quanto novos,
com pintura lustrosa, parecem cantar o
canto da sereia: “Pode me tocar. Compre-me!” Não é exagero chamar aquele
lugar de Mundo BMW. Existe uma loja
que vende roupas da marca BMW, assentos de criança da BMW, até bicicletas
e autênticos cadeados para bicicleta da
marca BMW, que trancam com perfeita
precisão. Você pode tomar uma refeição
no restaurante com vista para o império
ou relaxar sob um guarda-sol, numa lanchonete ao ar livre. BMW não é apenas
uma marca. É um estilo de vida!
O verdadeiro espetáculo na BMW
Welt, porém, é o show que acontece no
centro de um palco, suspenso no ar, para
ser visto por todos. O acesso a esse palco
é restrito a compradores. A melhor vista
é do camarote. Após luxuosa refeição
no restaurante, o afortunado “embarca”
como numa companhia aérea. Ele é escoltado até em cima, no palco, por meio
de um elevador privativo e especial.
Em seguida, o tão esperado carro
é magistralmente estacionado em um
círculo rotatório, que, para a admiração
de todos, gira vagarosamente em 360
graus, enquanto cromo e pintura cintilam
com as luzes. Aí, funcionários impecavelmente vestidos, usando um discreto
logotipo da BMW, as mulheres de salto
e os homens de gravata, oferecem uma
turnê, com guia, pelas maravilhas da
nova máquina.
Finalmente, as chaves são entregues
para o novo proprietário, que é levado
para dar a volta da vitória ao redor do
perímetro, antes de descer do palco por
uma rampa. No fim da rampa, portas
escondidas se abrem silenciosamente
e, ofuscado pela luz do sol, o motorista
deixa o prédio. O público, admirado,
assobia, aplaude, e as portas, deslizando,
fecham-se, para mais um final feliz.
Em Ezequiel 28:12-19, vemos o
desenrolar de outro espetáculo. Esse
drama não começou com a queda e
Adão e Eva, mas originou-se no Céu
quando o brilhante Lúcifer iludiu-se,
pensando que tinha a mesma autoridade
que Deus.
B E A R D S L E Y
L I S A
erso
Por Lisa Beardsley
Somos todos atores e
atrizes, cada um com seu
papel neste grande palco,
que se estende do Céu
até a Terra.
sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso Eu o atirei à Terra; fiz de
você um espetáculo para os reis.”
ATO III
“Assim diz o Soberano, o Senhor:
“‘Você era o modelo da perfeição,
cheio de sabedoria e de perfeita beleza.
Você estava no Éden, no jardim de
Deus; todas as pedras preciosas o
enfeitavam: sárdio, topázio e diamante,
berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e
esmeralda.
“‘Seus engastes e guarnições serão
feitos de ouro; tudo foi preparado no
dia em que você foi criado. Você foi
ungido como um querubim guardião,
pois para isso Eu o designei. Você estava
no monte santo de Deus e caminhava
entre as pedras fulgurantes.”
“Por meio dos seus muitos pecados
e do seu comércio desonesto você
profanou os seus santuários. Por isso fiz
sair de você um fogo, que o consumiu,
e reduzi você a cinzas no chão, à vista
de todos os que estavam observando.
Todas as nações que o conheciam
espantaram-se ao vê-lo; chegou o seu
terrível fim, você não mais existirá.”
Com sua trovejante presença nos
terremotos, mortes e desgraças, o enigmático querubim guardião aparentemente tem roubado a cena no palco do
teatro do Universo. Suas vestes já não
brilham com jóias preciosas. Elas estão
gastas e esfarrapadas. Ele foi desmascarado diante da plateia angelical. Na
cena do Calvário, isso ficou bem claro
para todos os que ainda tinham dúvidas
sobre o assunto. Suas verdadeiras intenções foram expostas. Ali, ele revelou
que, se tivesse oportunidade, teria
matado a Deus. Quando Cristo Se vestiu
de mortalidade, foi morto por ele.
Mas esse drama não termina em um
monte de cinzas fumegantes no chão.
ATO II
ATO IV
“Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado
até que se achou maldade em você. Por
meio de [enganos e acusações], você
encheu-se de violência e pecou. Por isso
Eu o lancei, humilhado, para longe do
monte de Deus, e o expulsei, ó querubim
guardião, do meio das pedras fulgurantes. Seu coração tornou-se orgulhoso por
causa da sua beleza, e você corrompeu a
Em 1 Coríntios 4:9, Paulo descreve
o difícil papel interpretado por ele
mesmo, por Apolo e pelos outros
discípulos, quando os holofotes estão
sobre eles. O palco onde atuam é
também o nosso palco.
“Viemos a ser um espetáculo para
todo o Universo, tanto diante de
anjos como de homens” (Nova Versão
Internacional)
espectadores.
ATO I
Somos todos atores e atrizes, cada
um com seu papel neste grande palco
que se estende do Céu até a Terra. No
Mundo BMW, a questão não é apenas
um carro ou uma escolha. Conosco
acontece o mesmo. Uma frase esquecida ou uma cena equivocada torna o
espetáculo incompleto. É o padrão de
nossas escolhas e nosso estilo de vida
que demonstram em que nós cremos e
a quem amamos e adoramos.
Agindo assim, alguns de nós tivemos
papéis difíceis de atuar. Tivemos que
usar fantasias desconfortáveis. Nossos
papéis tiveram de ser cheios de provações, lembranças dolorosas ou debilidades físicas. Talvez, tivemos que assistir,
passivamente, nossos queridos sofrendo
ou fazendo más escolhas. Tentamos
atuar inteligentemente e com coragem,
como os que compreendem o roteiro.
Mas, às vezes, nos desesperamos como
se a cena nunca fosse mudar.
Se você se sente dessa forma, meu
amigo, espere só mais um pouco. A
cortina está quase se fechando. O epílogo espetacular no Teatro do Universo
está próximo a começar. Logo Deus
será vindicado para sempre, junto com
todos os que colocam sua confiança
nEle, e as cenas finais, de alegria eterna,
desafiam nossa imaginação.
Essa é a nossa esperança e nossa
profissão de fé.
Lisa Beardsley é a nova
diretora do Departamento
de Educação da
Associação Geral da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver
Spring, Maryland (EUA).
Novembro 2010 | Adventist World
13
A R T I G O D E C A PA
Por
Gerald A.
Klingbeil
Alma
na
Grandes perguntas no mundo
U
m grupo de pastores experientes
olha atentamente para a grande
tela de projeção. Eles assistem à
pré-estreia do filme Big Questions
(Grandes Perguntas), um filme financiado
pela União Australiana (UA) que busca
alcançar uma população cada vez mais
secularizada em um país onde menos
de 5% da população vai regularmente
a qualquer igreja. Eles ficam muito
atentos durante os 27 minutos do episódio
piloto, e quando são solicitados a comentar, respondem de
maneira espontânea e com entusiasmo. Grenville Kent, o
produtor e escritor do projeto, trabalha duro para conseguir
tomar nota de tudo.
Começando em novembro de 2009, quando disponibilizaram a primeira versão editada do filme, Kent e Graeme
Christian, secretário ministerial da UA, passaram várias
semanas viajando, ouvindo membros da igreja, não adventistas,
estudantes, pastores, administradores e qualquer pessoa que
quisesse assistir o filme. Como resultado dessa cuidadosa pesquisa de mercado, a equipe produziu uma nova edição de “O
Albatroz Artificial”, o primeiro episódio da série de filmes Big
Questions: Does God Exist? (Grandes Perguntas: Deus Existe?).
O público-alvo afirma que o filme está alcançando seu objetivo.
14
Adventist World | Novembro 2010
Falando numa Linguagem Diferente
Os cristãos (inclusive os adventistas) geralmente falam o
igrejês, uma linguagem não facilmente compreendida pelas
pessoas secularizadas. Kent está ciente do desafio. Ele é um
dedicado pastor e professor, é formado em cinema e teologia
(incluindo um doutorado em Antigo Testamento pela Universidade de Manchester, na Inglaterra). Por ter consciência do
desafio, ele está tão ansioso para encontrar uma forma atrativa
de comunicar a mensagem e falar uma linguagem compreensível, sem diluir o conteúdo ou apenas retratar um Deus “sinta-se
bem”. Como Paulo no Areópago, em Atenas (At 17:16-33), esse
empolgante projeto fala uma linguagem que pode facilmente
ser compreendida pelas pessoas que não conhecem o igrejês,
mas que, segundo o psicólogo australiano Michael Carr-Gregg,
sentem um “vazio na alma” e sofrem de “anorexia espiritual”.1
Vislumbre
Se você assistir o primeiro episódio de Grandes Perguntas e
vir Kent e Marcus, seu filho de sete anos de idade, em busca do
sonho humano de voar como os pássaros e descobrindo quão
imperfeita é sua realização, desde o aviador francês Jean-Marie
Le Bris ao gigante Airbus A380, ou observando os aeromodelos lutando contra os ventos fortes da Ilha Canguru, você logo
vai descobrir que esse é um ótimo filme para ser assistido. Os
dois apresentadores estão satisfeitos com o que estão fazendo
E Agora?
secular.
e são capazes de fazer perguntas penetrantes, sem confrontações. Aqui vai uma: Como é possível ao albatroz, a ave com
a maior envergadura e que aparentemente é pesada demais
para voar naturalmente, ser um dos melhores pilotos, fazendo
longos voos anuais que chegam a dezenas de milhares de quilômetros? Embora companhias gigantescas de fabricação de
aviões como a Boeing e a Airbus tenham investido bilhões de
dólares para compreender e aproveitar o formato aerodinâmico dessa ave, as máquinas de voo humanas não são páreo
para a concepção do albatroz.
Os apresentadores, entretanto, não falam muito. Ao
contrário, eles levam a audiência a acompanhá-los. Voando
ao redor do mundo (de Paris a Oxford e à Nova Zelândia),
fazem perguntas perspicazes para os representantes do novo
movimento ateísta (representado pelo conhecido professor de
química de Oxford, Peter Atkins) e por cientistas que aceitam
o design inteligente (tal como o renomado professor de
matemática em Oxford, John Lennox).
Grandes Perguntas não é apenas o título de uma série de
filmes. É também a mentalidade de seus produtores e
patrocinadores. Eles querem fazer grades perguntas, e quanto
menos claras as coisas estiverem, tanto mais perguntas farão.
Muitas das respostas os levam a colocar a opção do design
inteligente como uma explicação melhor que a teoria da
macroevolução. Em igrejês chamamos essa ideia de “criação”.
F O T O :
C O R T E S I A
D A
D I V I S Ã O
D O
S U L
D O
PA C Í F I C O
“O Albatroz Artificial” é apenas o primeiro de uma série
de treze filmes de 27 minutos, em que são feitas grandes perguntas. Após extensa pesquisa de mercado e opinião de centenas de membros e funcionários da igreja, a União Australiana
votou em maio de 2010 o uso de um recurso significativo
para apoiar o resto da série. Enquanto isso, Kent e sua equipe
iniciam o período de dois a três anos previstos para escrever
os roteiros, filmar ao redor do mundo, fazer perguntas profundas sobre assuntos essenciais e editar o material resultante.
Conhecendo-os bem, sei que não vão parar de ouvir sua
audiência e tomar o pulso de uma sociedade e uma cultura
que está fazendo muitas perguntas.
O pastor Chester Stanley, presidente da UA, localizada
em Melbourne, Austrália, está convicto de que o projeto
atingirá as pessoas não religiosas e a força motriz por trás
desse projeto. Sem o seu apoio e visão, Grandes Perguntas
(provavelmente) não teria chegado às telas. A ideia dele é
tornar disponíveis recursos para que os adventistas do sétimo
dia cumpram a missão, seja confirmando a fé dos jovens sob
ataque de ideologias na universidade, ou dando aos pastores
uma excelente novidade na caixa de ferramentas para expandir o evangelismo. Já é possível ver famílias adventistas
utilizando a sala de estar como um local para evangelizar sua
comunidade, utilizando os filmes. No entanto, a concepção
do projeto oferece mais do que uma série de filmes. O projeto
completo incluirá um livro sobre apologética, um seminário
“faça-você-mesmo”, um curso por correspondência e a presença na internet para uma geração que se identifica com as
redes sociais e que vive no Facebook ou YouTube.
Ao longo da história, os estudiosos adventistas nunca se
envolveram muito na apologética cristã tradicional. A verdade
é que os pioneiros adventistas eram muito bons em debates
e amavam puxar o tapete de adversários que argumentavam
em favor do domingo e outros assuntos doutrinários. De fato,
porque obtinham tanto sucesso, ninguém queria debater com
eles, e Ellen White sentiu-se compelida a admoestar os irmãos
para que baixassem o tom.2 Ganhar um argumento não era a
mesma coisa que ganhar um irmão para Cristo.
Seus sucessores, porém, nem sempre primaram por falar
sobre a existência de Deus, a veracidade das Escrituras, a criação
e outros assuntos que estão na mente e no coração de pessoas
secularizadas ou de “mente aberta” (ou quase religiosos).3
Gerald A. Klingbeil é editor associado da
Adventist World e aprecia fazer boas
perguntas e descobrir respostas divinas.
Você pode acessar o site do projeto:
www.BigQuestions.com ou assistir a um trailer de três minutos
do episódio piloto: www.AdventistWorld.org.
Novembro 2010 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
Quase sempre, buscamos evangelizar aqueles que já possuem
algum conhecimento sobre a fé cristã. No entanto, o mundo
mudou. As pessoas mudaram, e o mundo pós-moderno,
com seu relativismo latente, faz perguntas que necessitam
de boas respostas. Grandes Perguntas está falando, em nível
básico, a essas pessoas ao nosso redor.
Deus Está Abrindo as Portas
Stanley e Kent afirmam ver claramente a mão de Deus
nesse projeto. Se você alguma vez já teve a oportunidade
de visitar a Austrália, sabe que Qantas, a companhia aérea
nacional, é uma marca importante naquele país. É impossível
conseguir que a Qantas abra seus aviões e hangares para
equipes de TV, mesmo que as equipes sejam das principais redes. No entanto, a equipe do Grandes Perguntas queria incluir
o Airbus A380 da Qantas, que recebeu seu primeiro avião
desse modelo. Após negarem de maneira educada mas firme,
Kent se encontrou com o diretor de manutenção da companhia que, após ouvir sobre o projeto, convidou a equipe
para filmar o A380. Esse fato, por sua vez, abriu as portas para
uma visita à principal fábrica da Airbus, próxima a Paris.
Deus atuou no impossível e, enquanto agia, também protegeu
o orçamento da produção.
Uma experiência semelhante ajudou a extensa pesquisa
de mercado, provavelmente a maior pesquisa do gênero já
feita para um projeto de evangelismo específico da Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Por meio de várias intervenções
divinas, a equipe foi capaz de, por um preço especial, contratar os serviços da McCrindle Research, uma das empresas
mais importantes na área de pesquisa de mercado da
Entrevista com
Chester Stanley
e Grenville Kent
POR GERALD A. KLINGBEIL
Gerald A. Klingbei, editor associado da
Adventist World, conversou com Chester
Stanley, presidente da União Australiana,
e Grenville Kent, produtor da série de
filmes Big Questions (Grandes Perguntas),
em Melbourne, Austrália, sobre secularismo, evangelismo efetivo e a transmissão
da mensagem adventista numa linguagem
atrativa.
16
Adventist World | Novembro 2010
Adventist World: Sempre é bom começar
com uma história. Fale um pouco sobre
como esse projeto foi desenvolvido.
Chester Stanley (CS): A paixão de Grenville
é evangelizar pessoas pós-modernas e secularizadas no contexto de nossa sociedade. A
ideia fez sentido. Vi que precisávamos disso.
Nossas estratégias e produtos evangelísticos muitas vezes apresentam a essência do
cristianismo, mas este apresenta evidências.
Senti que possui legitimidade real, especialmente em nosso contexto, com os desafios
de uma sociedade cada vez mais secularizada. A mídia, geralmente, é muito crítica,
e algumas das crenças fundamentais da fé
cristã são cada vez mais desafiadas, Para
muitos australianos, a Bíblia é essencialmente um livro de folclore e contos de fadas.
É maravilhoso produzir uma série de
filmes, mas como você planeja usá-la?
Greenvile Kent (GK): Chester foi muito
claro desde o princípio: oferecer ao nos-
so povo, especialmente aos pastores,
um programa que tenham orgulho de
presentear aos amigos e vizinhos. Se for
transmitido pela TV, será um bônus (e desde o começo uma emissora nacional tem
demonstrado interesse), mas ele enfatiza:
queremos dar ao nosso povo ferramentas
para a missão. Estamos planejando disponibilizá-lo a preço acessível para que
milhares de cópias sejam distribuídas,
cobrando apenas o custo do DVD. Também queremos conseguir recursos para a
internet e para um livro.
CS: Se eu fosse um pastor local e tivesse
acesso a uma série como essa, eu passaria
os filmes na igreja no horário dos cultos,
e desafiaria os membros a convidar seus
amigos para assistir.
Grenville, é verdade que a sua equipe
de produção inclui um amigo seu que
é ateu?
GK: Se você fosse pescador, não gostaria
de ter uma truta coordenando as atrações
para você? Conheci o Marcus na universidade. Em uma aula de cinema, ele lançou
um ataque à idéia da existência de Deus, e
eu pensei: gostei desse rapaz. Ele tem
cérebro e carisma e está fazendo as
perguntas certas. Nós combinamos muito
bem e temos trabalhado juntos em filmes,
alguns para a Igreja Adventista, por mais
de uma década. O Marcus é um grande
Austrália (com grandes clientes como a Pepsi, McDonald’s
etc.), recebendo excelente retorno.
No relatório final, a McCrindle declarou que cerca de
metade dos entrevistados afirmou que assistir Grandes
Perguntas influenciou sua visão do mundo e crenças. Uma
pesquisa sobre o grau de espiritualidade dos australianos foi
realizada por outra empresa de pesquisa, a Windshift, cujos
resultados não só beneficiarão esse projeto, mas influenciarão, massivamente, a arquitetura de outras estratégias
evangelísticas da UA.
Quando Kent fala sobre esse projeto, quase não consegue
conter-se, entusiasmado com as várias histórias de intervenção do “Produtor Invisível”. O fato de saber que, por meio de
milagres, grandes ou pequenos, Deus tem aberto portas para
que o projeto se torne realidade, o mantém animado.
adendo a esse projeto. Ele é um produtor
de primeira classe. Nossas conversas
sobre o filme e ideias semelhantes são
intermináveis. “Esse argumento é fraco.
Esse ponto não está muito claro. Corte
aquilo.” E mais isso, mais aquilo... Mas
um amigo pode suportar tudo isso,
principalmente porque, muitas vezes, ele
tem razão! Trabalhar com ele me motiva.
Você fez uma quantidade incrível de
pesquisa de mercado para o episódio
piloto desse projeto. De que modo
toda essa informação interferiu na
estrutura do projeto?
CS: No passado, nem sempre fizemos
esse tipo de “lição de casa”. Como estamos lidando com uma soma significativa
de dinheiro, obviamente precisávamos
estar bem certos de que alcançaríamos o
objetivo e que seria um bom investimento.
Consequentemente, tomamos a decisão
de seguir em frente com o episódio piloto
e continuar fazendo pesquisa de audiência, tanto do conceito como da execução.
O resultado da pesquisa definiu o
conteúdo? Não havia perigo de apresentar só o que o povo “quer” ouvir?
GK: Boa pergunta. Não, eles não estão
nos dizendo qual deve ser nossa mensagem, mas as respostas nos ajudam a ver
como melhor podemos apresentá-la, que
Indo para Casa
Enquanto a equipe se prepara para produzir e gravar futuros
episódios, está ciente das grandes oportunidades – não apenas
na Austrália, mas ao redor do mundo – para alcançar pessoas
sem nenhuma tradição cristã. Eles estão muito felizes por ver
traduzidas várias versões dos filmes, que chegam às mentes europeias, asiáticas e do Oriente Médio. Grandes Perguntas oferece
respostas úteis, convidando as pessoas a considerar a possibilidade de não estarmos sozinhos, de que a vida não é um acidente
e que o vazio da alma pode ser preenchido por Aquele que
estava pronto para andar a segunda milha, e que ama as cores, os
oceanos, as pessoas e também as perguntas.
Citado em Peter Gregory, “Violent Youths ‘Can Be Changed,’” The Age, 1º de outubro de 2009, p. 3.
Ellen G. White, Testemunhos para Igreja, v. 1, p. 624-626; v. 3, p. 212-221, 424-428.
Veja, por exemplo, os excelentes livros de C. S. Lewis, Francis Schaeffer, Josh McDowell, Lee Strobel
e William Lane Craig.
1
2
3
abordagem funciona e o que afastaria as
pessoas. Isso realmente me fez pensar
bastante, além de ser bem animador
quando dizem que entenderam ou que é
divertido e convincente.
Esse projeto está custando mais de
dois milhões de dólares australianos.
Você acha que justifica esse valor?
CS: Bem, a meu ver, qualquer dinheiro sabiamente empregado na missão é mais que
justificado. Deveria ser nossa prioridade
número um. Às vezes, nem piscamos diante
das fortunas que gastamos com computadores, equipamentos, etc. [risos]. Isso, porém, é coisa da missão, você sabe. Por isso
é muito, muito importante. Temos, também,
o apoio das nossas nove associações e
estamos procurando patrocínio privado.
Até agora, esse projeto é exclusivamente australiano. Sei que você tenta
incluir uma perspectiva internacional
em seus roteiros. Você vê algo para a
igreja mundial no seu trabalho?
CS: Como você sabe, o secularismo é um
dos maiores desafios enfrentados pela
igreja e sua missão globalmente, quer
seja em Amsterdam, Singapura, Cidade do
Cabo, Rio de Janeiro – a maior parte das
cidades tem grupos, cada vez maiores, de
pessoas secularizadas. Por isso, penso que
podemos ajudar uns aos outros. Ao longo
da história, nosso evangelismo tem atingido
pessoas com tradição cristã, mas esse
projeto pesca em águas mais profundas
porque, ao redor do mundo, as pessoas estão dispensando o que é divino. Esse é um
fenômeno universal. Precisamos fazer mais
para alcançar esse grupo: com ferramentas, treinamento e estratégias intencionais.
GK: Anunciamos em vários lugares do
mundo a ideia de que o filme pode viajar e
ser traduzido, e vimos a reação de pessoas de todos os continentes. Ah, exceto a
Antártica, mas estamos planejando gravar
um episódio lá! Se um evangelista local
quiser me tirar do início e do fim do filme
e apresentá-lo por si mesmo, pode fazer.
Marcus e eu seremos seus repórteres e
eles poderão ser os âncoras. O inglês é
um idioma universal, mas se algum país
quiser traduzi-lo, pode fazê-lo facilmente.
Você usa vários argumentos que são
apresentados de um modo contemporâneo. Será que os pós-modernos
ainda ouvem argumentos?
GK: Não os argumentos arrogantes e
agressivos, mas tudo bem. Eles respondem à razão e gostam de perguntas, mistérios e verdades simples. Eles valorizam
as ideias que se encaixam com sua experiência e intuição, coisas que já sentem
sobre o Universo e ideias que fazem uma
diferença positiva na vida das pessoas.
Novembro 2010 | Adventist World
17
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
Q
uando Arão e Miriã se rebelaram contra a liderança de
Moisés, Deus lhes disse:
“Ouçam as Minhas palavras: Quando
entre vocês há um profeta do Senhor,
a ele Me revelo em visões, em sonhos
falo com ele” (Nm 12:6). Ao longo
de todo o Antigo Testamento, o dom
profético foi uma realidade. A primeira
pessoa na Bíblia a ser chamada de
“profeta” foi Abraão (Gn 20:7). Na
história de Israel, Moisés foi o maior
dos profetas; ele se comunicava com
Deus “face a face” (Dt 34:10). Pouco
tempo antes de sua morte, ele disse
aos israelitas: “O Senhor, o seu Deus,
levantará do meio de seus próprios
irmãos um profeta como eu; ouçam-no”
(Dt 18:15). Essa profecia foi cumprida,
inicialmente, por meio de Josué e
dos profetas que o seguiram. Foi,
porém, finalmente cumprida com o
aparecimento do Messias, o grande
Profeta que conduziria o povo de
Deus da escravidão do pecado para a
Canaã celestial.
Os autores do Novo Testamento,
assim como vários outros cristãos,
também tinham o dom de profecia
(Lc 1:67; Mt 11:14; At 13:1; 15:32;
21:8-10). Paulo escreveu aos efésios
que o dom de profecia permaneceria
na igreja “até que todos alcancemos
a unidade da fé e do conhecimento
do Filho de Deus, e cheguemos à
maturidade, atingindo a medida da
plenitude de Cristo” (Ef 4:13). Por isso,
o livro do Apocalipse diz que a igreja
remanescente do tempo do fim tem “o
testemunho de Jesus” (Ap 12:17), que é
“o espírito de profecia” (Ap 19:10).
O
Por Gerhard Pfandl
Profecia
Gerhard Pfandl, Ph.D.,
é diretor associado do
Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação
Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em
Silver Spring, Maryland (EUA).
18
Dom
de
NÚMERO 18
Adventist World | Novembro 2010
Uma das maneiras pelas quais
Deus cuida de Seu povo
Apocalipse 19:10
“Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse:
Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o
testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o
Espírito da profecia” (Almeida Revista e Atualizada).
Apocalipse 22:8 e 9
“Eu, João, sou aquele que ouviu e viu estas coisas. Tendo-as ouvido e
visto, caí aos pés do anjo que me mostrou tudo aquilo, para adorá-lo.
Mas ele me disse: ‘Não faça isso! Sou servo como você e seus irmãos, os
profetas, e como os que guardam as palavras deste livro. Adore a Deus!’”
O que é o “Espírito de
Profecia”?
O termo “espírito de profecia”
aparece apenas uma vez na Bíblia, em
Apocalipse 19:10. Porém, os cristãos da
época de João, os primeiros a lerem o
Apocalipse, sabiam exatamente o que
João queria dizer com essa frase. Eles
estavam familiarizados com essa
expressão, que era frequentemente usada
na tradução em aramaico do Antigo
Testamento. Por exemplo, Gênesis
41:38, na paráfrase aramaica do Antigo
Testamento, declara: “Faraó disse aos
seus servos: ‘Poderemos nós encontrar
um homem como esse, em quem está o
Espírito de profecia vindo do Senhor?” 1
E em Números 27:18, o Senhor diz a
Moisés: “Chame Josué, filho de Num,
homem em quem está o Espírito de
profecia, e imponha as mãos sobre ele.” 2
Para os primeiros cristãos, o “espírito
de profecia” era uma referência do Espírito
Santo, que transmite o dom profético aos
mensageiros de Deus. Isso também fica
evidente quando comparamos
Apocalipse 19:10 com Apocalipse 22:8 e 9
(veja o quadro na página anterior).
A situação, em ambas as passagens,
é a mesma. João cai aos pés do anjo
para adorá-lo. As palavras da resposta
do anjo são quase idênticas, mas existe
uma diferença. No capítulo 19:10, os
irmãos são aqueles “que têm o testemunho de Jesus”. No capítulo 22:9,
esses mesmos irmãos são simplesmente
chamados de “profetas”.
Um princípio importante para interpretar a Bíblia é comparar um texto
com outros textos que falam do mesmo
assunto. Concluímos, com isso, que
“o espírito de profecia” de Apocalipse
19:10 não é propriedade dos membros
da igreja em geral, mas apenas daqueles
que foram chamados por Deus para ser
profetas. Essa interpretação não é mantida apenas pelos adventistas, porque é
encontrada em textos de outros estudiosos. O erudito luterano Hermann
Strathmann, por exemplo, escreveu o
seguinte sobre o “testemunho de Jesus”:
“De acordo com o texto paralelo do
capítulo 22:9, os ‘irmãos’ que mantêm o
testemunho de Jesus não são os cristãos
em geral, mas apenas os profetas. [...]
Isso é evidente no versículo 10. Se eles
têm o marturia Iesou [o testemunho de
Jesus], eles têm o espírito de profecia,
ou seja, são profetas.”3
De acordo com a profecia, a igreja
remanescente surgiria após o período
dos 1.260 dias, isto é, após o ano de
1798. Essa igreja teria o testemunho de
Jesus, que é o espírito de profecia (ou
dom profético). A Igreja Adventista
do Sétimo Dia, desde seu início, tem
acreditado que, em cumprimento da
profecia de Apocalipse 12:17, o espírito
de profecia se manifestou na vida e obra
de Ellen G. White.
Testando um Profeta
Como sabemos que o dom profético
no caso de Ellen White era genuíno, e
não uma farsa? A Bíblia apresenta várias
orientações para provarmos o dom
profético.
1. Sonhos e visões (Nm 12:6) – Nos
tempos bíblicos, os verdadeiros profetas
recebiam sonhos proféticos e visões.
Durante seus 70 anos de ministério, de
1844 a 1915, Ellen G. White recebeu
aproximadamente dois mil sonhos
proféticos e visões.
2. Harmonia com a Bíblia (Is 8:20) –
Aquilo que o profeta ensina deve
concordar com toda a Palavra de Deus,
porque Deus não contradiz a Si mesmo
(Sl 15:4; Ml 3:6). Embora Ellen White
não fosse uma teóloga, suas mensagens
estão em completa harmonia com as
Escrituras.
3. Falar a verdade sobre Jesus
(1Jo 4:1, 2) – Qualquer que esteja
familiarizado com os escritos de Ellen
White, tais como os livros O Desejado
de Todas as Nações e Caminho a Cristo,
terá que admitir que ela, não apenas
aceitou tudo que a Bíblia ensina sobre
Jesus. O centro da missão de Ellen
White era enfatizar Jesus como Senhor
e Salvador, e continuamente atrair a
atenção das pessoas para Ele.
4. Predições cumpridas (Jr 28:9) –
A prova de um profeta verdadeiro está,
em parte, no cumprimento de suas
predições. A obra de Ellen White não
consistia primariamente em predizer o
futuro, mas ela fez várias predições que
se cumpriram de forma extraordinária.4
O
5. O teste do pomar (Mt 7:20) –
O teste do pomar leva tempo. Ellen
White viveu e trabalhou durante 70
anos sob o olhar crítico de milhões
de pessoas, em sua maioria, céticas, as
quais tinham dúvidas e suspeitas. Em
alguns casos, elas eram completamente
hostis. Qualquer suposta falta ou
incoerência era e ainda é exposta com
grande satisfação pelos seus oponentes.
No entanto, o fruto de sua vida e
trabalho atesta sua sinceridade, zelo e
piedade cristã.
Embora os falsos profetas possam
passar em um ou dois desses testes,
apenas o profeta verdadeiro consegue
ser aprovado em todos eles. Ellen White
certamente passou em todos os testes
bíblicos. A graciosa direção de Deus
por meio do dom profético de Ellen
White deveria nos fazer mais cônscios
da responsabilidade que temos, como
igreja remanescente, e deve nos impelir
a terminar a obra que Deus nos deu
para fazer.
1
Bernard Grossfeld, The Targum Onqelos to Genesis, The
Aramaic Bible (Collegeville, MN: Liturgical Press, 1988), p. 138.
2
Idem, The Targum Onqelos to Leviticus and Numbers, The
Aramaic Bible (Collegeville, MiN: Liturgical Press, 1988), p. 145.
3
Hermann Strathmann, “martus, etc.,” Theological Dictionary of
the New Testament, ed. Gerhard Kittel, 10 vols. (Grand Rapids,
MI: Eerdmans, 1967), v. 4, p. 501.
4
Veja Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor: o ministério
profético de Ellen G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1999), p. 150-169.
Dom de
Profecia
Um dos dons do Espírito
Santo é a profecia. Esse dom
é uma característica da igreja
remanescente e foi manifestado
no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma
contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução
e correção à igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve
ser provado todo ensino e experiência. (Jl 2:28, 29; At 2:14-21; Hb 1:1-3; Ap 12:17; 19:10.)
– Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº 18
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V I D A
A D V E N T I S T A
Q
ue escola é freqüentada pela filha do diplomata
Direita: FILHA DO DIPLOMATA
burundiano, que já morou em quatro países
BURUNDIANO: Lucie
diferentes? Ou o filho de uma norte-americana
Extrema direita: CAMPUS
com um argentino que cresceu nas Filipinas?
DA ESCOLA: A pitoresca
E o que dizer do filho do primeiro pastor adventista coreano
paisagem da Maxwell ostenta
a trabalhar para a igreja na África? Em que escola deve
lindas flores, árvores de
completar o ensino médio?
acácias e vida silvestre.
Por mais de sessenta anos, a Academia Adventista
Abaixo
à esquerda: FILHO
Maxwell, no Quênia, África, tem suprido as necessidades
DO
PASTOR
ADVENTISTA
educacionais dos missionários transculturais de todas as
COREANO: Ye Chan. Abaixo à
etnias. Seu início foi como uma pequena escola paroquial,
fundada para atender a necessidade dos missionários
direita: ARGENTINOestrangeiros que moravam em Nairóbi. A Maxwell logo foi
AMERICANO: Erik.
transformada em escola com internato que atraiu alunos de
famílias missionárias em toda a África. Hoje, a instituição
está totalmente mudada: em vez de abrigar primordialmente
norte-americanos, sul-africanos e europeus, a escola
atende alunos de mais de 25 países. Porém, o objetivo e
compromisso da Maxwell de oferecer ensino de qualidade
tem permanecido inalterado por gerações.
Hoje, a Maxwell está localizada em um terreno de 27
hectares, próximo à nova sede da Divisão Africana CentroOriental, nos arredores da cidade de Nairóbi. Como as mais
belas escolas adventistas, o campus da Maxwell assemelha-se
a um parque. Pitorescas árvores de acácias emolduram a
paisagem das colinas Ngong. As manhãs e tardes enchem-se
de vida com o canto de uma multidão de pássaros, e como o
terreno está a uma altitude de quase dois mil metros, o clima
geralmente é fresco e agradável.
estudos em qualquer lugar do mundo. Para atingir esse alvo,
o currículo do IGCSE (International General Certificate of
Sentindo-se em Casa
Secondary Education – órgão internacional de credenciamenMais importante do que a beleza natural, entretanto,
to do ensino médio) é oferecido nos dois primeiros anos do
é que a Maxwell oferece um ambiente que permite a seus
curso. Se o aluno obtém sucesso e passa no exame do IGCSE,
alunos sentirem-se aceitos. Erik, por exemplo, o argentinoestará apto para continuar seus estudos no Reino Unido ou
americano mencionado no primeiro parágrafo, mudou-se
em outros lugares da Europa. Quando completa os quatro
para as Filipinas aos 8 anos de idade, após dividir seu curto
anos na Maxwell, recebe um diploma norte-americano recoperíodo de vida entre a Argentina e os Estados Unidos.
nhecido (preparatório para a faculdade), aceito em todas as
Cinco anos mais tarde, Erik e sua família tinham que tomar
faculdades e universidades dos Estados Unidos e em muitas
uma decisão: aonde ele deveria cursar o ensino médio? Nos
outras partes do mundo.
Estados Unidos, país de sua mãe, mas que é um lugar de que
Os pais do aluno Ye Chan são missionários no leste do
mal se recorda? Ou a Argentina, o país de seu pai, mas onde
Congo, onde seu pai é pastor. Seus pais consideraram enviá-lo
a falta de conhecimento do espanhol seria um problema? Ou
de volta à Coreia, mas não quiseram que seu filho de 13 anos
seria Filipinas, país que o recebe, mas onde não se encaixa
de idade viajasse sozinho para o outro lado do mundo. Assim,
como nativo? Para Erik, a Maxwell foi a melhor escolha. Ali
escolheram Maxwell como o local onde Ye Chan poderia
ele pode ser ele mesmo, e sentir-se aceito.
receber uma educação mais sólida e estar mais próximo de
onde seus pais moram. Ye Chan, entretanto, ainda não sabe
Atendendo a Diversificação
falar inglês. Seu primeiro semestre na escola será dedicado a
Maxwell, realmente, é um lugar singular. Na tentativa
aprender o novo idioma, para que, no próximo ano, possa ser
de atender às necessidades de diversificação dos alunos, foi
matriculado no ensino médio. E, em quatro anos, quem sabe
adotado um currículo que os prepara para continuar seus
A
20
Adventist World | Novembro 2010
e
S
T O D A S A S F O T O S S Ã O C O R T E S I A D A
A C A D E M I A A D V E N T I S TA M A X W E L L
rviço
da
A Academia Adventista
Maxwell, no Quênia, supre
necessidades multiculturais.
iversidade
D
Por Richard Doss
onde Ye Chan decidirá fazer faculdade? Com um diploma da
Maxwell, o mundo estará aberto para ele.
cultos matutinos e vespertinos e do modo como a Bíblia é
ensinada ali. “É muito bom passar regularmente um tempo
com Deus”, afirma.
Ambiente Cristocêntrico
A atmosfera multicultural e solidez acadêmica são apenas
parte do cenário da Maxwell. O objetivo mais importante é o
desenvolvimento espiritual centralizado em Cristo. Aulas diárias
sobre a Bíblia para todos os alunos, profundo comprometimento dos professores e grande variedade de oportunidades para
ajudar – todas essas características fazem da Maxwell um lugar
em que os princípios cristãos são inerentes ao estilo de vida.
Não nos esqueçamos da filha do diplomata burundiano.
Cheia de vida e inteligente, Lucie tem acompanhado seu pai
diplomata de país em país, colecionando idiomas como as
pessoas colecionam moedas (na última vez que contou, falava
sete idiomas). Finalmente, ela acabou indo para a Maxwell,
após seu pai haver sido transferido para o Quênia. Quando
questionada sobre o que gosta na escola, Lucie mencionou
o forte programa acadêmico e, para surpresa de todos, a boa
comida vegetariana. Embora ainda não compreenda algumas
das crenças adventistas, Lucie disse que gosta dos costumeiros
Preparando os Líderes do Futuro
Os últimos três anos foram incertos para a Maxwell, ao
tentar estabelecer seus alvos para o futuro. Mas, agora, a escola
se mantém estável. Ela continuará sendo uma escola com
currículo internacional, e corpo docente e discente, que supre
as necessidades dos filhos de missionários, jovens transculturais
de todas as raças e seus alunos nativos do Quênia. Mais importante, entretanto, Maxwell continuará trabalhando para formar
uma nova geração de dedicados líderes cristãos.
Richard Doss é preceptor dos rapazes e
professor de História na Academia Adventista
Maxwell.
Novembro 2010 | Adventist World
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E S P Í R I T O
C
D E
P R O F E C I A
ornélio, o centurião romano,
nem sequer foi contado como
discípulo de Cristo; mas ele tinha
fé em Deus, segundo a luz que possuía,
e buscava mais luz. O Senhor viu que
esse homem honraria a igreja e o pôs
em contato com Pedro. Deus enviou do
Céu uma mensagem especial para ele, e
por meio de outra mensagem, instruiu
a Pedro que o visitasse e lhe desse mais
luz. Esse é o modo como Deus trabalha.
As orações diárias, pedindo luz e direção,
certamente serão atendidas.
Em nosso mundo, há muitos
homens como Cornélio, e por eles o
Senhor deseja que Seus servos façam
esforços especiais. O Senhor mostrou
a Pedro, um judeu, que os gentios que
serviam a Deus eram tão aceitos como
ele era. Hoje, há no mundo muitos que
estão mais próximos do reino de Deus
do que imaginamos. Estão caminhando
na luz que possuem e, no futuro, serão
levados a cada vez mais luz.
Nesse mundo escuro e de pecado,
o Senhor tem muitas joias preciosas, a
quem Ele enviará mensageiros. Deus
guiará Seus servos como Seus instrumentos, e por meio deles ajudará às
pessoas que estão famintas pelo pão
da vida. Palavras de esperança e alegria
saindo de lábios que foram tocados
Comprometidos a
pela brasa viva do altar de Deus serão
capazes de restaurar e confortar aqueles
que estão cansados e angustiados.
A Quem Precisamos Ajudar?
Há muitos que parecem ser como
Cornélio, homens aos quais Deus deseja
ligar à Sua igreja. Eles se identificam
com o povo do Senhor. Porém, os laços
que os prendem ao mundo seguramnos firmente. Eles não têm coragem de
unir-se aos humildes. Devemos fazer
sinceros esforços por essas pessoas que,
por causa de suas responsabilidades e
tentações, necessitam do mais diligente
trabalho sincero.
Evangelizar
oMundo Todo
Por
Ellen G.
White
Falamos e escrevemos muito sobre
os pobres negligenciados; mas não
deveria ser dedicada atenção também
pelos ricos negligenciados? Muitos
olham para essa classe social como sem
esperança e fazem pouco para abrir os
olhos daqueles que, cegados e entorpecidos pelo poder de Satanás, já não
levam em conta a eternidade. Milhares
de pessoas abastadas têm baixado à
sepultura sem serem advertidas, porque
foram julgadas pela aparência e como
se não houvesse esperança para eles.
Mas, indiferentes como possam parecer,
a maioria dessa classe tem a alma
atribulada. Há milhares de ricos que
estão famintos pelo alimento espiritual.
Muitos que ocupam altas posições no
governo sentem necessidade de algo
que não possuem. Poucos entre eles
vão à igreja, pois sentem que não são
beneficiados. Os ensinamentos que ouvem não lhes toca a alma. Não devemos
apelar pessoalmente em favor deles?
Deus chama servos honestos, humildes, para levar a verdade às classes
sociais mais altas. As pessoas abastadas,
que amam o mundo, não serão levadas a
Cristo apenas por um contato momentâneo e acidental. Homens e mulheres
imbuídos com espírito missionário, que
não desistirão nem desanimarão, devem
realizar um esforço pessoal e decidido.
Como Iremos Alcançá-los?
Há alguns que são especialmente
habilitados a trabalhar entre as altas
classes. Esses deveriam buscar o Senhor
diariamente, desenvolvendo planos de
como alcançar essas pessoas, não meramente para ter um contato casual com
eles, mas para envolvê-los pelo esforço
pessoal e por uma fé viva, manifestando
profundo amor e real interesse de que
eles devem conhecer a verdade como
ela é em Jesus.
Para alcaçar essas pessoas, os
cristãos devem eles mesmos ser cartas
vivas “conhecida[s] e lida[s] por todos
os homens” (2Co 3:2, Almeida Revista
e Atualizada). Não representamos o
enobrecedor caráter da verdade tanto
Não deveríamos
trabalhar mais do que
temos feito por aqueles
que necessitam
de ajuda? Somos as
mãos ajudadoras
de Deus.
quanto deveríamos. Corremos o perigo
de nos tornarmos limitados e egoístas.
Para não falharmos, devemos com temor e tremor sempre nos lembrar disso.
Que aqueles que trabalham para as
classes mais altas se portem com dignidade, lembrando de que os anjos são
seus companheiros. Que mantenham o
tesouro da mente e do coração cheios
do “Está escrito”. Guarde no saguão
da memória as preciosas palavras de
Cristo. O valor delas deve ser avaliado
muito além da prata e do ouro.
Há milagres que resultarão em
genuína conversão, milagres que não
são percebidos agora. Mesmo as pessoas
consideradas mais importantes na
Terra não estão além do poder de um
Deus que opera maravilhas. Se os que
trabalham unidos a Ele forem pessoas
de oportunidades, fazendo seu dever
brava e fervorosamente, Deus converterá
aqueles que ocupam posições de responsabilidade, que possuem intelecto e
influência. Pelo poder do Espírito Santo
muitos aceitarão os princípios divinos.
Convertidos à verdade, se tornarão agências nas mãos de Deus para comunicar
a luz. Eles terão uma responsabilidade
especial por outras pessoas dessa classe
negligenciada. Sentirão que a missão
do evangelho foi dispensada a eles por
aqueles que fizeram deste mundo sua
propriedade. Tempo e dinheiro será consagrado a Deus, recursos serão trazidos
ao Seu tesouro, talento e influência
serão convertidos à verdade e nova eficiência e eficácia adicionadas à igreja.
Em todo lugar há pessoas que se
levantarão pela verdade presente. Ao
lado de toda água devemos semear a
semente da verdade. Nunca deixemos
que o desânimo nos controle. O
trabalho de Deus será feito. O Senhor
conhece aqueles que pertencem a Ele.
Em Sua providência os conduzirá como
conduziu Cornélio.
Não temos uma obra a realizar para
o Senhor? Não deveríamos trabalhar
com mais inteligência e mais honestidade do que trabalhamos no passado
por aqueles que necessitam de ajuda?
Lembremo-nos de que somos as mãos
ajudadoras de Deus. Com a Bíblia
como nosso guia e conselheiro, saiamos
a trabalhar para o Senhor, servindo-O
como nos indicou, proclamando a
mensagem da verdade presente de tal
maneira que irá torná-la impressionante e aceitável. Somos fracos, mas se
desejarmos e crermos, Deus nos dará
força duradoura.
Este artigo foi publicado em The Advent
Review and Sabbath Herald (Revista do
Advento e Arauto do Sábado), 12 de maio
de 1904. Os adventistas do sétimo dia
creem que Ellen G. White (1827-1915)
exerceu o dom de profecia bíblico por
mais de 70 anos de ministério público.
Novembro 2010 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
Esperança para oH
Por
Jimmy Phillips
O
gueto de Porto Príncipe é um lugar onde se espera
encontrar uma atmosfera dominada pelos fardos das
lutas da vida. Lá 18 mil pessoas vivem em barracas, tomam
banho em riachos e comem o que é possível encontrar. E,
apesar a ausência dos carrinhos, Barbies e videogames, as
crianças que vivem no acampamento de emergência dão um
renovado toque de alegria.
Quando tirei uma foto dos olhinhos brilhantes dessas
crianças, elas me olharam admiradas, e se sacudiram de tanto
rir quando virei a câmara para deixá-las ver a imagem digital.
Ainda não compreendem os difíceis desafios que a vida lhes
reserva; estão muito ocupadas cantando, sorrindo e brincando com brinquedos feitos de garrafas plásticas e papelão.
Após o terrível terremoto que sacudiu o Haiti em janeiro
deste ano, inúmeras pessoas, empresas e organizações assistenciais chegaram para apoiar um país que, simplesmente,
não pode levantar-se sozinho. Meu empregador, San Joaquin
Community Hospital (Hospital Comunitário San Joaquin),
uma instituição adventista de saúde localizada em Badersfield,
Califórnia (EUA), agiu rapidamente. O hospital apoia regularmente o trabalho missionário ao redor do mundo, remunerando as horas que os funcionários usam em viagens missionárias,
bem como no envio de equipes médicas e de suprimentos para
os países em desenvolvimento. Por meio de uma doação inicial
e do fundo de remuneração de funcionários, ele já doou mais
de 70 mil dólares para os esforços de ajuda ao Haiti.
Como agradecimento, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) decidiu nos oferecer
uma breve visita ao Haiti. Em cinco dias, caminhando pelos
acampamentos de desabrigados e interagindo com o lindo
povo haitiano, nós quatro testemunhamos um grau paradoxal
de tristeza e determinação que mudou para sempre nossa
vida. Também deixou em nós um profundo respeito e compreensão pelo trabalho da Adra.
Construindo e Reconstruindo
Presente em mais de 120 países ao redor do mundo, o
alcance da Adra é realmente incalculável. Após o terremoto de
Jimmy Phillips é coordenador de marketing
e comunicação do San Joaquin Community
Hospital em Bakersfield, Califórnia (EUA)
24
Adventist World | Novembro 2010
7,0 pontos, ela foi a primeira organização não governamental
(ONG) a chegar ao Haiti. Como uma das apenas cinco ONGs
escolhidas para fazer parceria com o Programa Mundial de
Alimentos (pertencente às Nações Unidas), a Adra ajudou
numa massiva distribuição de alimentos de 4.802 toneladas,
atendendo mais de 776 mil pessoas. A Adra continua a fazer o
suprimento de água potável, em todo o país.
Talvez nenhuma operação seja tão importante ou tão impactante como o Projeto de Abrigos da Adra. Imediatamente
após o terremoto, foi compilado um banco de dados com
mais de 12.500 famílias desabrigadas.
Segundo Anton De Vries, administrador do Projeto de
Abrigos da Adra, todas as semanas, entre 160 e 180 abrigos
prontos são disponibilizados para as famílias. Essa é uma
grande façanha, considerando que, pela falta de estradas ou o
péssimo estado delas, os trabalhadores têm que entregar, a pé,
os materiais de construção dos abrigos. Isso geralmente significa carregar sacos de cimento e madeira montanha a cima.
Após um dia de transporte, inicia-se a construção do prédio.
A família proprietária do terreno trabalha para prepará-lo com
as instruções e ferramentas fornecidas pela Adra. Então, os
abrigos são erguidos em dois dias: um para construir as paredes
e outro para pintar e cimentar o chão. A despeito da rapidez, a
Adra se recusa a sacrificar a qualidade. Projetado por engenheiros, os abrigos de madeira têm até proteção contra furacões.
“Projetamos esses abrigos para durarem, pelo menos, uns
sete anos”, relata De Vries. “Este é o lugar onde essas pessoas
vão morar durante algum tempo e, para muitos, esta moradia
é melhor do que a que tinham antes do terremoto. Estamos
muito felizes com a qualidade do que estamos oferecendo.”
Quando o abrigo é completado, o time de construtores
reúne as famílias para uma oração de dedicação e para agradecer a Deus pelo novo lar. O relacionamento, entretanto, não
acaba aí. A Adra faz questão de se manter em contato com
cada uma das famílias, muitas das quais, hoje, são membros
ativos das igrejas adventistas locais.
Apesar da grande carga de trabalho e das circunstâncias
aparentemente sem esperança, para De Vries e a equipe da
Adra, proporcionar um novo lar para essas famílias carentes
faz todo o esforço valer a pena.
“Esses abrigos salvam vidas não apenas humanamente,
mas também para Deus”, declara De Vries. “Você não imagina
quanta alegria sentimos ao entregar um abrigo para uma
família que nunca teve nada antes. É absolutamente fantástico!
É um estímulo para seguir em frente.”
Haiti
A longa
jornada de
recuperação
A primeira fase do projeto de abrigos é oferecer um lar
para 2.500 famílias. Na próxima fase, que ainda necessita de
apoio financeiro, deve-se construir 8 mil casas. A um custo
de 1.800 dólares a unidade, a necessidade atual é enorme. E
esse é apenas um projeto para sanar um tipo de necessidade
de um povo cujas carências, literalmente, são questão de vida
ou morte.
De uma perspectiva externa, a situação no Haiti, como
um todo, parece sombria e talvez impossível.
P H O T O S
B Y
J I M M Y
P H I L L I P S
Uma Vida por Vez
De cima: SEGUINDO EM FRENTE:
Apesar de estarem desabrigados e serem
forçados a viver em um acampamento
de emergência, essas crianças recebem
educação, graças a aulas ministradas por
funcionários e voluntários da Adra.
De baixo: RECOMEÇANDO: Anton De Vries,
administrador da Adra para o projeto
de abrigos, supervisionou o processo de
construção das casas fornecidas pela
Adra para as vítimas do terremoto.
Caminhando por um dos 150 acampamentos de desabrigados no Haiti, senti um puxão em minha mão direita. Cerca
de um metro e meio abaixo, estava um garotinho segurando
uma câmara de brinquedo amarela, com um sorriso tímido
nos lábios e vestindo uma camiseta do time de hóquei
Florida Panthers. Durante uma hora, meu pequeno amigo
fotógrafo segurou minha mão enquanto visitávamos o
acampamento. Quando eu soltava sua mãozinha para tirar
uma foto, ele esperava do meu lado e agarrava minha mão
outra vez, no momento em que eu terminava. Embora
nunca tenha dito uma palavra, toda vez que eu tirava uma
foto, ele me imitava com sua câmara de brinquedo.
Durante aquele período de uma hora, eu vi o Haiti
com uma visão diferente. Eu não posso salvar o país
inteiro. Nem você pode. Como também a Adra não pode.
Esta é, exatamente, a tentação: olhar o Haiti, ou qualquer
outro país devastado por um desastre e pela pobreza, como uma
coletividade sem esperança, já entregue ao seu próprio destino.
Isso não é o Haiti! O Haiti é um médico morando numa
barraca do lado de fora do Hospital Adventista. O Haiti é nosso
motorista, Fred, que chorava toda vez que via um prédio destruído pelo terremoto e ainda com vítimas soterradas. O Haiti é meu
amiguinho com sua câmara amarela, cuja vida posso mudar,
segurando sua mãozinha, dando a ele um pedaço de chiclete ou
ajudando a financiar um novo lar para sua família. O Haiti não é
uma coletividade sem esperança; o Haiti são indivíduos.
Embora o custo para construir oito mil abrigos possa ser
de, aproximadamente, 15 milhões de dólares, custa apenas
1.800 dólares para mudar o rumo da vida de uma família.
Essa é a esperança para o Haiti.
Você Pode Ajudar
Você pode levar esperança para o Haiti! Faça sua doação
para a Adra, pela internet, acessando o site www.adra.org/haiti.
Doações também podem ser feitas por cheque nominal para
“Haiti Earthquake Fund”.
Novembro 2010 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
O voto de Jacó não foi uma
tentativa de barganhar com Deus?
P E R G U N TA :
V
ocê se refere ao voto feito por Jacó depois que o Senhor
lhe apareceu em sonho (Gn 28:2-22). Jacó pediu a companhia, proteção e o cuidado do Senhor durante sua jornada,
e prometeu que, se o Senhor lhe desse o que havia pedido, ele
O adoraria e Lhe devolveria seus dízimos. Isso não se parece
realmente com uma barganha? Antes de examinarmos a
experiência de Jacó, porém,
deixe-me dizer algo sobre os
votos em Israel.
1. Natureza do voto: Na
Bíblia, um voto é geralmente
uma oração em que o indivíduo se compromete a fazer
alguma coisa quando Deus
atende suas orações. Isso era
realizado principalmente em
tempos de intensa necessidade ou perigo. Havia dois
tipos de votos: (1) o voto incondicional, no qual o povo se
comprometia a fazer algo para
o Senhor sem pedir nenhuma
bênção específica, que era
o caso do voto dos nazireus
(Nm 6:2); e (2) o voto condicional, que seria cumprido se
o favor solicitado fosse concedido (1Sm 1:11). A prática
era baseada no princípio da reciprocidade: um favor recebido
requer uma expressão de gratidão; a pessoa que recebe algo,
por meio de sua oferta, transforma-se em doadora.
Isso não era uma tentativa de barganhar com Deus, mas
o desejo de ter intimidade e relacionamento com Ele. Deus
é considerado Alguém com quem se pode conversar e pedir
um favor, e Alguém para quem se pode fazer uma promessa
de retribuir Sua bondade. As pessoas sabiam que Deus podia
escolher não conceder a petição, o que tornava desnecessário
o cumprimento do voto. A prática de fazer votos surgiu em
um relacionamento de alianças estabelecido por Deus após
salvar Seu povo. Alguns podem ter tentado barganhar com
o Senhor. De fato, alguns tentaram utilizar o sistema de
sacrifícios de maneira errada, com o objetivo de manipular a
Deus (Sl 50:7-15). Mas isso não funcionou!
2. O voto de Jacó: Voltemos, agora, à sua pergunta. A
impressão que tenho pelo texto é que Jacó não estava
barganhando. Sua situação era muito mais séria. Deus já
havia prometido a Jacó o que ele estava pedindo, e muito
mais. Deus já havia prometido a Jacó, em sonho, que lhe daria
“Se
o lugar em que estava dormindo, que multiplicaria seus descendentes, que todos os povos seriam abençoados por meio
dele e que estaria com ele para protegê-lo (Gn 28:13-15). Em
seu voto, Jacó pediu a presença divina para protegê-lo e para
retornar a salvo. Se isso lhe fosse concedido, o Senhor seria
o seu Deus e ele Lhe devolveria os dízimos. Por que Jacó não
confiou nas promessas de Deus sem recorrer à “garantia” do
voto? Minha resposta: Jacó estava espiritualmente debilitado.
3. O compromisso de Jacó com Deus: Quando Jacó fez
seu voto, ele ainda não tinha um compromisso total com o
Senhor. No voto, ele disse:
“Então o Senhor será o meu
Deus” (Gn 28:21). Sabendo
disso, Deus Se identificou
como “o Deus de seu pai
Abraão e o Deus de Isaque”
(v. 13). Ele ainda não era o
Deus de Jacó; foi Seu cuidado providencial que resultou
na conversão desse patriarca.
Deus o abençoou tão
abundantemente enquanto
trabalhava para Labão que
ele disse: “Foi assim que
Deus tirou os rebanhos de
Por
seu pai e os deu a mim”
Ángel Manuel
(31:9). O Senhor também
Rodríguez
protegeu a Jacó em seus negócios com Labão (v. 22-24)
e durante seu encontro com
Esaú (33:1-5). Finalmente, o
Senhor enviou Jacó de volta
à terra de Canaã com a promessa de Sua presença (31:3).
Nesse momento da história, Jacó escolhe o Senhor como seu
Deus; o Senhor agora era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Este já não era mais Jacó e sim Israel (32:24-30). Em Canaã,
ele construiu um altar e adorou ao Senhor (33:20).
O voto de Jacó foi uma experiência que o levou a assumir
um compromisso pessoal com o plano de Deus para ele e seus
descendentes. Deus lida conosco de acordo com nossa condição espiritual e, se desejarmos, Ele pacientemente nos conduz
a um relacionamento mais profundo e pessoal com Ele como
nosso Redentor.
Devemos experimentar a Deus, como Jacó, porque Ele
ainda aceita nossos votos. Assim como Ele não rejeita os
debilitados espiritualmente, nós também não devemos.
Você
...,
Então
Eu...”
26
Adventist World | Novembro 2010
* Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Ángel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação Geral.
E S T U D O
O
Precoda
B Í B L I C O
Concessão
Por Mark Finley
Uma das coisas mais importantes da vida, se não a mais importante, é a habilidade de
tomar decisões. Decisões erradas trazem, eventualmente, resultados negativos e afetam
toda a nossa vida. Boas decisões, por outro lado, levam a resultados positivos em nossa
vida, agora e por toda a eternidade.
Nesta lição, estudaremos as decisões tomadas por Abraão e seu sobrinho Ló, e a
poderosa influência que tais decisões exerceram sobre a vida deles, de suas famílias e de
gerações futuras.
1. Quando ocorreu um conflito entre os pastores de Abraão e os de Ló, o que Abraão
sugeriu?
“Então Abrão disse a Ló: ‘Não haja desavença entre mim e você, ou entre os seus pastores e os meus; afinal
somos irmãos! Aí está a terra inteira diante de você. Vamos separar-nos. Se você for para a esquerda, irei para
a direita; se for para a direita, irei para a esquerda’” (Gn 13:8, 9).*
Abraão permitiu a Ló
2.
antes. Abraão escolheu depois.
Que escolha fez Ló? Como os habitantes de Sodoma são descritos?
“Ló escolheu todo o vale do Jordão e partiu em direção ao leste. [...] Mas Ló mudou seu acampamento para
um lugar próximo a Sodoma, entre as cidades do vale. Ora, os homens de Sodoma eram extremamente
perversos e pecadores contra o Senhor” (Gn 13:11-13).
Aqueles que moravam em Sodoma eram extremamente
e
contra o Senhor.
Ló fez uma escolha baseado em prosperidade pessoal, não na vontade de Deus. Mais tarde,
ele mudou-se para dentro da cidade de Sodoma e sua família se corrompeu.
3.
Quais foram as três coisas que o Senhor disse sobre Abraão?
“Pois Eu o escolhi, para que ordene aos seus filhos e aos seus descendentes que se conservem no caminho do
Senhor, fazendo o que é justo e direito, para que o Senhor faça vir a Abraão o que lhe prometeu” (Gn 18:19).
A. Pois Eu o
.
B. Para que seus filhos e os seus descendentes se
no caminho do
C. Fazendo o que é
.
e
.
4. Quando Abraão ouviu que Deus destruiria Sodoma por causa de sua maldade, que
pergunta ousou fazer a Deus?
“Abraão aproximou-se dEle [Deus] e disse:: ‘Exterminarás o justo com o ímpio?’ [...] Mas Abraão tornou a
falar : ‘Sei que já fui muito ousado ao ponto de falar ao Senhor, eu que não passo de pó e cinza’” (Gn 18:23, 27).
Abraão perguntou a Deus se Ele também destruiria o
com o
.
Abraão implorou a Deus para que poupasse a cidade, caso houvesse apenas dez pessoas
boas. Mas não havia nem dez pessoas que pudessem ser chamadas de “justas”.
Novembro 2010 | Adventist World
27
5.
Quando os anjos entraram na cidade e os ímpios habitantes de Sodoma quiseram
abusar deles, que concessão Ló estava disposto a fazer?
“Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem
entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto” (Gn 19:8).
Em vez de confiar em Deus, Ló estava disposto a oferecer suas
para a multidão enfurecida.
Esse foi um erro cometido por ele.
6.
Qual foi a resposta dos genros de Ló ao seu apelo para que deixassem Sodoma?
“Então Ló foi falar com seus genros, os quais iam casar-se com suas filhas, e lhes disse: ‘Saiam imediatamente
deste lugar, porque o Senhor está para destruir a cidade!’ Mas eles pensaram que ele estava brincando” (Gn 19:14).
Seus genros pensaram que Ló estava
.
A concessão de Ló e o fato de não se manter firme pelo que era correto influenciaram toda
a sua família. Até seus genros não o levaram a sério. Os anjos tiveram que tomar Ló pela
mão e levá-lo com sua esposa e as duas filhas para fora da cidade.
7.
Qual foi o fim da esposa de Ló?
“Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. [...] Mas a
mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa coluna de sal” (Gn 19:24, 26).
A esposa de Ló se tornou numa
de
.
Os resultados da vida de concessões de Ló foram trágicos. Eles influenciaram sua própria
família e as gerações futuras. Mesmo após abandonar a cidade, a influência de Sodoma
ainda afetou a vida das filhas de Ló. Elas embebedaram seu pai, ficaram grávidas dele e
tiveram dois filhos: Moabe e Ben-Ami, que deram origem, respectivamente, aos moabitas e
amonitas. Esses povos guerrearam contra Israel por muitos anos.
8.
Que promessa fez Deus ao fiel Abraão?
“Abraão será o pai de uma nação grande e poderosa, e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas”
(Gen. 18:18).
Deus disse a Abraão que por meio dele
as
da Terra seriam
.
Que contraste entre Abraão e seu sobrinho Ló! A fidelidade de Abraão, sua confiança em
Deus e obediência trouxeram bênçãos à sua família e às gerações que vieram depois. Deus
honrou sua fé. Mas a vida de concessões de Ló o levou a uma sequência de desastres.
Hoje, temos a mesma oportunidade de escolha. A vida de concessões com o pecado
certamente influenciará nossa família, nossos amigos e gerações futuras. A vida de fidelidade
a Deus também impacta os que estão ao nosso redor. A promessa de Deus ainda é verdadeira:
“Honrarei aqueles que Me honram” (1Sm 2:30).
Aproprie-se, agora mesmo, das promessas de Deus e esteja determinado a fazer cada
escolha em harmonia com Sua vontade.
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
O estudo bíblico do próximo mês será
“Oração
28
Adventist World | Novembro 2010
Persistente”.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Realização
Histórica
Fiquei surpreso
com a reportagem
“Evangelismo
Adventista Surpreende a Cidade
de Roma” (julho
de 2010). Ao ver
os frutos dessa
grande campanha, concluí que Deus
deseja realizar maravilhas em nosso
tempo por meio de Sua igreja, embora
às vezes as circunstâncias pareçam dizer
o contrário.
Em várias ocasiões, tive que pregar
nossa mensagem de maneira velada,
temendo o preconceito das pessoas. É
maravilhoso, porém, ver como Deus
abençoa nosso trabalho quando abandonamos o medo, como no impacto
evangelístico na “cidade eterna”. Creio
que Deus está dirigindo nossa igreja
e tentando alcançar esses lugares tão
difíceis para o evangelho. Ele prometeu
estar sempre conosco.
Julian Ortiz
Medellin, Antioquia, Colômbia
Trabalhando para o Senhor
Sempre que leio a Adventist World,
começo pelo editorial de Bill Knott e,
em seguida, leio página por página.
Desta vez, porém, depois do editorial fui
direto para o artigo de Kimberly Maran,
o artigo de capa, “Convencido por um
Pedaço de Papel” (junho de 2010).
Meu esposo leu
linha por linha.
Fiquei muito
feliz de ver, na
seções de cartas,
algo que escrevi. Não por
ficou feliz com o artigo intitulado “Começando o ‘enditnow’ (Pare com isso
agora)” (maio de 2010) e recentemente com outra história a respeito de um
abrigo na Tailândia (“Proteja as Meninas”, julho de 2010). Pedi uma Bíblia
para doar a ela, pois deseja aprender
mais. Na semana passada, ela me disse:
“Quando eu deixar o abrigo, quero ser
batizada.” Quero que se batize logo.
Ela é e continuará a ser uma excelente
discípula de Jesus.
Vimala Lallmohamud
Porto Louis, Ilhas Maurício
meu nome ter aparecido, mas por ver
que estou participando da obra de Deus
[dando revistas para as pessoas nos
ônibus, shoppings, bancos, etc.].
Ada Frech Suazo
Nicarágua
Reformulação
Sinto-me alegre com os editores e
escritores da Adventist World. Tenho
encontrado
material de valor inestimável
para fortalecer
nossas crenças
espirituais e
nosso conceito
de missão.
Achei muito
interessante o
artigo “Vamos
Trabalhar”, de Ella Simmons (junho
de 2010). Ele propõe uma abordagem
estratégica para a obra educacional
adventista. Certamente, nossas escolas
e faculdades devem concentrar seus
esforços adequadamente, de modo a
garantir a qualidade da educação cristã
baseada em nossas crenças. Devemos
resgatar os princípios essenciais da
Bíblia e das mensagens inspiradas de
Ellen G. White.
Pablo Rubina
Calama, Chile
Notícias do Evangelho
Não pude conter as lágrimas quando
li a seção “O Último Voo” no artigo
“Vivendo o Amor de Deus”, de Bárbara
Kay (janeiro de
2010).
Na mesma
revista, foi publicada uma carta
sobre um jovem
adventista músico, inclinado a
deixar a igreja.
Oro para que
Deus me ajude
a levar o evangelho às pessoas por meio
da música. Por favor, orem por mim.
Kenneth Ufuoma
Lagos, Nigéria
Futuro Brilhante com Jesus
Carta de um Fã
Em meu trabalho como assistente
social, começo o dia com uma oração,
permitindo que todos orem do modo
como aprenderam em casa. Também
leio uma meditação matinal e um
texto bíblico. Uma garota de 16 anos
de idade começou a demonstrar interesse de se aproximar de Deus e pediu um
exemplar do livro que leio diariamente.
Gradualmente comecei a apresentar
a ela a revista Adventist World. Ela
Sou fã da Adventist World, e a matéria
de capa “Oitenta Emissoras de Rádio
Não são Suficientes” (dezembro de
2009) realmente me impressionou.
Essa é uma entrevista com o então
diretor da Rádio Mundial Adventista,
Ben Schoun.
Novembro 2010 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Quando li o artigo “Faltas Escondidas”, de Olga Valdivia (setembro de
2009), concluí que a negligência pode
ser fatal e que devemos aproveitar cada
oportunidade. Concluí, ainda, que pecado não está relacionado apenas ao que é
proibido, mas a tudo que não contribui
para o avanço da obra de Cristo.
Kervendy Coicou
Porto Prínce, Haiti
Sou um jovem adventista de 25 anos
de idade e leitor da Adventist World.
Sou o tipo de pessoa que lê tudo que
encontra. Amo os livros e revistas
adventistas, especialmente a seção de
notícias mundiais da Adventist World.
Vejo lindas histórias de diferentes
pessoas nesta revista e gostaria de saber
mais sobre elas.
Daniel Yeboah
Sunyani, Gana
Creio que Deus está dirigindo nossa
igreja e tentando alcançar esses lugares
tão difíceis para o evangelho. Ele prometeu
estar sempre conosco.
– Julian Ortiz,
Medellin, Antioquia, Colômbia.
Esta é a primeira vez que escrevo para
vocês, como também a primeira vez que
leio a Adventist World, que ganhei de
um amigo adventista. A revista está alimentando minha alma com a verdade
eterna.
Por favor, gostaria de recebê-la
mensalmente, não apenas para mim,
mas para vários amigos cristãos (não
adventistas) que podem lê-la, e também
para os membros de nossa igreja.
Que Deus os abençoe.
Daniel Tsegaye
Bonosha, Etiópia
Orem por minha esposa e por minha
filha, que nascerá em breve, para que
possamos ensiná-la a amar ao Senhor.
Darwin, Venezuela
Orem por meus pais, para que compreendam a verdade. Orem também em
favor de meu pai, que está doente.
Gladys, Uganda
Orem para que Deus nos ajude em
nossos estudos no Colégio Adventista
do Centro das Filipinas. Temos nos
esforçado para concluí-los. Sabemos
que Deus tem um plano para nós.
Merry, Filipinas
Elevem a voz ao Senhor para que alivie
as dificuldades que minha irmã e eu
estamos enfrentando, sem emprego, por
quase dez anos. Mesmo assim, continuamos fazendo o melhor para servir a
nosso Pai celestial.
Martin, Camarões
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
LUGAR DE ORAÇÃO
Eu estava pensando em me suicidar
quando olhei uma das revistas dadas
por um amigo: a Adventist World. Vi
que as pessoas pedem para que a igreja
ore por elas. Por favor, orem por mim.
Eu tenho muitos problemas.
Lee, Reino Unido
Sou um pai e estudante que passou
no nível 2 de Contabilidade em um
instituto de comércio em Quinxassa,
Congo. Orem por meus estudos até que
eu encontre um emprego. Toda a minha
família é adventista. Que Deus abençoe
o trabalho de vocês.
Constantine,
República Democrática do Congo
30
Adventist World | Novembro 2010
Um casal de judeus está próximo de
tomar sua decisão pelo Messias. Eles
vão à igreja todas as semanas e servem
ao Senhor de muitas maneiras. Eles têm
as chaves da sinagoga e abrem o prédio
todas as semanas. Se nos esquecemos
de orar antes do culto, ele nos reúne
para orarmos juntos. Unam-se a nós,
intercedendo por esse casal.
Jeff, Estados Unidos
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana,
nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido,
seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu
material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para:
Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO
DE IDEIAS
Memórias
do Livro de Visitas
O que acontece quando um leitor encontra um velho livro?
A
s memórias marcam as páginas do livro de visitas que iniciamos, ao chegar
para trabalhar na África Oriental, em 1966. Por anos consecutivos, muitos
viajantes, indo ou vindo de lugares distantes, sentaram-se ao redor de
nossa modesta “mesa de banquete”. Visitantes vindos da Austrália, Burundi, Japão,
Estados Unidos, Alemanha, Havaí, Nova Guiné e Dinamarca assinaram o livro –
missionários que iam e vinham das férias longas, líderes da Associação Geral que
vinham para ensinar e aprender, e gente com nomes musicais (Sissel e Gillian,
Dulcie, Pastor Chafic, Meshach, Sabena) passaram por nossa casa. Fazer parte de
um pedaço da vida de nossos visitantes foi emocionante, misturar culturas com
novos alimentos e temperos foi desafiador, as trocas de receitas encheram nossa
casa com aromas exóticos. As orações feitas pelos visitantes em sua língua materna
se tornaram um ritual. Aqueles foram anos maravilhosos!
Passamos nosso primeiro Natal em Nairóbi, Quênia, com Ernie e Bernice
Gackenheimer, comendo seu delicioso assado com purê de batatas. Nossa hospitaleira vizinha, Lilian Buckley, era rápida para organizar os “junta panelas”. Quando
o dentista Earl Richards e sua família chegaram a Nairóbi e começou a sequência
de refeições de boas-vindas, seu filho caçula, André, cansado da viagem e de tanta
mudança, adormeceu sobre sua sopa de feijão em nossa mesa.
Ficamos espantados com a história de D. W. Holbrook, sobre um prato de sopa
que lhe serviram em uma terra distante, em que havia um olho de carneiro rodando pela sopa como um de seus ingredientes. Carol Whiting, no Hospital Ishaka,
nos apresentou sua receita especial usando flores de abóbora. Perpétua insistiu para
fazermos gelatina a fim de impressionar os membros do parlamento que nos visitava; nossos filhos se acocoravam junto às galinhas para recolher e trazer ovos marrons,
ainda mornos. Elsa Lonergan, da Escola de Saúde Heri, na Tanzânia, cuidadosamente
esculpia cenouras com as palavras “Bem-vindos” para nossos pratos de salada.
Havia momentos engraçados, como a ocasião em que enganei um diretor de
departamento dando-lhe torta de maçã (porém, feita com tomates verdes); ou
quando não tínhamos os ingredientes da receita e substituíamos por talo de
acelga e biscoito moído; ou quando o querosene derramou na torta de abóbora que
esfriava na despensa.
Nossos amigos africanos nos apresentaram milho assado, ugali e coalhada. E
quando comíamos ovos bem cozidos que preparavam especialmente para nós, eles
riam dizendo que comiam apenas a carne, mas nós comíamos “tudo: o bico, os
olhos, as penas!”
Uma multidão de memórias vem à mente só de folhear o antigo livro de visitas
e ver as assinaturas ali. Que maravilhosa reunião será quando estivermos todos ao
redor da grande mesa de banquete, a oração será feita na língua do Céu, onde Deus
“vai dar um banquete [...] nele haverá as melhores comidas” (Is 25:6, NTLH).
– Beverly Campbell Pottle,
Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun,
vice-presidente; Bill Knott, secretário; Daniel R.
Jackson; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa;
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Small; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico
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voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
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Adventist World é uma revista mensal editada
simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina,
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Estados Unidos.
Vol. 6, No. 11
Novembro 2010 | Adventist World
31
O Lugar das
PESS
AS
FRASE DO MÊS
“Talvez seja tão fácil ver o
cisco no olho do seu irmão,
porque o cisco do olho dele e
a viga nos seus olhos são
feitos do mesmo material.”
Q U E
L U G A R
É
E S T E ?
– Comentário feito durante a Escola Sabatina,
dia 17 de julho de 2010, em Salzburgo, Áustria, e
enviado por Bernd Tschapowetz. O “original” em
alemão diz: “Vielleicht sehen wir den Splitter im
Auge unseres Bruders deswegen so leicht, weil
sein Splitter und der Balken in meinem eigenen
Auge aus dem gleichen Holz geschnitzt sind.”
VIDA ADVENTISTA
Quando nossa filha foi ver a
dela, de 13 anos de idade, que
descansava numa cama elástica,
entre livros e cobertores, ela
perguntou: “Você está lendo?”
Para sua surpresa a resposta foi: “Não, só estou jogando
nomes para Deus. Nem estou dizendo o que Ele tem que fazer, só
estou dando os nomes para Ele.”
Muitas vezes, não sabemos
exatamente pelo
que orar, mas
sempre podemos
falar nomes para
nosso Criador, a
qualquer hora,
em todo lugar!
– Lou Ann Cook,
Clifton, Colorado,
Estados Unidos
P E T E
quando a aula terminar.” Três se
machucam no recreio. Seis puxam
minha saia para todos os lados.
Treze não ouvem quando grito
que já está na hora de entrar. Vinte
correm para a porta e se amontoam ali, cada um empurrando para
ser o primeiro a entrar na sala de
aula. Três respondem a todas as
perguntas; dez olham para o nada.
No fim do dia, já ouvi: “Tchau,
tia Shari” 36 vezes, ganhei 20
abraços, vi 50 sorrisos com 30
dentes faltando e recebi centenas de apertos de mão! Fico ali
exausta, mas com o coração feliz,
sabendo que fiz a diferença.
– Shari McClendon, Guam, escrito
originalmente para o jornal Tropical
Isles: News & Reports, da Missão
Guam-Micronésia da Igreja Adventista
do Sétimo Dia.
R ES P O S TA : Na Argentina, adventistas realizaram uma cerimônia de Páscoa com seus amigos judeus.
Mais de noventa pessoas participaram dessa “noite de Páscoa”. Ao final da cerimônia, 24 pessoas
deixaram suas informações de contato para serem convidadas para outras atividades da igreja.
D O R A
Alguma vez você já teve 36
crianças de 6 anos de idade em
uma sala? Eu já! Deixe-me contar
como é. Em primeiro lugar, 36
rostinhos sonolentos me observam
enquanto cantamos como se eu
fosse louca; 36 olhos estão fechados
durante a oração enquanto os
outros 36 olham aqui, ali e para
todos os lugares. Enquanto apenas
dez alunos seguem as instruções,
corro para as outras 26 carteiras
com 15 se arrastando atrás de
mim e três com a cabeça enterrada
na minha saia. Dois choram do
momento em que chegam até a
hora do recreio. Sempre que faço
fila com eles para o intervalo, 15
estão com as mochilas nas costas e
um sempre pergunta: “Tia, minha
mãe está chegando?”
“Sim, sua mãe está chegando