os idosos no mercado de trabalho: tendências e conseqüências
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os idosos no mercado de trabalho: tendências e conseqüências
CAPÍTULO 14 OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS* Simone Wajnman Do Centro de Desenvolvimento e Planejamento em Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG) Ana Maria H. C. de Oliveira Do Centro de Desenvolvimento e Planejamento em Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG) Elzira Lúcia de Oliveira Do Centro de Desenvolvimento e Planejamento em Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG) 1 INTRODUÇÃO Dentre as diversas conseqüências do aumento da proporção de idosos na população brasileira, uma delas, a enfocada neste artigo, é a sua participação na força de trabalho. Na dimensão eminentemente demográfica, a tendência de crescimento da participação de pessoas cada vez mais velhas na população em idade ativa (PIA) é inequívoca. Esse efeito demográfico combinado à tendência recente de relativa estabilidade das taxas de atividade dos idosos resultam no crescimento da participação dos trabalhadores acima de 60 anos na força de trabalho brasileira. Além disso, como se verá, o rendimento do trabalho do idoso é fundamental na composição de sua renda pessoal e familiar, de tal forma que dificilmente se pode esperar mecanismos compensatórios que permitam a queda da sua participação no mercado de trabalho. Este artigo procura apontar a enorme heterogeneidade da participação dos idosos no mercado de trabalho, mostrando diferenciais importantes segundo atributo tais como região de residência, raça, escolaridade, e de formas de ocupação. Conforme se verifica, embora sejam os indivíduos pior posicionados na escala socioeconômica os que mais participam do mercado de trabalho, à medida que eles envelhecem as melhores chances de permanecer ativos pertencem aos mais bem qualificados, aos de melhor escolaridade e, sobretudo, aos que não estão * As autoras agradecem ao bolsista de Iniciação Científica do CNPq Anderson Gomes Resende pela colaboração. 454 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA envolvidos em atividades manuais. Apontamos também diferenciais significativos entre a atividade dos idosos nos meios urbano e rural. Assim, o objetivo deste texto é oferecer um quadro descritivo de forma a captar quem são os idosos que trabalham, em que tipo de ocupação estão engajados, qual é o rendimento que auferem nessas atividades e quanto esse rendimento, junto com os demais rendimentos auferidos de outras fontes (aposentadorias, pensões etc.), significa na renda de suas famílias. Com essa finalidade, o artigo apresenta-se organizado da seguinte forma: na Seção 2, discutem-se as perspectivas futuras quanto ao peso relativo de idosos na PEA total e os diferenciais de níveis de participação por atributos pessoais e ocupacionais; na Seção 3, apresentam-se alguns aspectos da composição dos rendimentos dos idosos, contrapondo-se homens e mulheres e, sempre que relevante, comparando os setores urbano e rural do mercado de trabalho. Por último, na Seção 4, são apresentados alguns comentários finais. 2 O IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO 2.1 Tendência Temporal As informações das PNADs permitem observar 25 anos de comportamento das taxas de atividade1 da população de 60 anos e mais no Brasil — de 1977 a 2002. A tendência do período, que pode ser observada no Gráfico 1, revela relativo declínio na participação masculina, tendência intensificada nos anos 1990, mas que tudo indica estar sendo arrefecida na década atual.2 Quanto à tendência da participação feminina, esta demonstra um comportamento mais estável, com as taxas de participação das mulheres idosas girando em torno dos 10%.3 Dessa forma, as evidências para as três últimas décadas demonstram não estar ocorrendo no Brasil o decrescimento dos níveis da atividade econômica dos idosos, a exemplo do que a literatura internacional sugere ocorrer na maior parte dos outros países. 1. A taxa de atividade — ou taxa de participação — é igual à População Economicamente Ativa (PEA) dividida pela população em cada grupo específico. 2. As interrupções nas séries do Gráfico 1 referem-se aos anos censitários (1980 e 1991), quando usualmente as PNADs não vão a campo. 3. A profunda reformulação metodológica da PNAD ocorrida entre 1990 e 1992 gerou, como conseqüência, a elevação das taxas de participação, sobretudo de mulheres, de idosos e daqueles engajados nas atividades agrícolas. Embora as taxas do Gráfico 1 tenham sido estimadas através de filtros específicos que procuram recompor o conceito pré-1992, de forma a preservar a comparabilidade da série, já foi demonstrado que não é possível eliminar totalmente o efeito da sobreenumeração da nova PNAD [ver Barros e Mendonça (1997)], com o que os níveis de atividade a partir de 1992 permanecem acima dos do final dos anos 1980. As mudanças metodológicas da chamada “nova PNAD” estão fartamente documentadas na literatura [ver Bruschini e Lombardi (1996)]. OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 455 Em contrapartida, do ponto de vista das tendências demográficas mais recentes, a estrutura etária da PEA brasileira torna-se a cada ano mais envelhecida, o que significa que o peso relativo da população idosa tende a crescer continuamente e ainda por muitas décadas. Assim, o resultado final, revelado no Gráfico 2, é o nítido crescimento da proporção da PEA de 60 anos e mais. Em termos prospectivos, a tendência parece ser clara. O trecho pontilhado das linhas do Gráfico 2, tanto para homens quanto para mulheres, refere-se a projeções da PEA em que se considera basicamente o efeito da componente demográfica do envelhecimento populacional, e mantêm-se os níveis atuais das taxas de atividade masculinas. Para as taxas femininas, considera-se o ainda provável crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, dado o espaço que ainda há para que isso ocorra.4 4. As proporções da PEA projetadas nesse cenário baseiam-se em projeções realizadas no âmbito do projeto “Demografia do Mercado de Trabalho Brasileiro” do convênio entre o Ministério do Trabalho e Emprego e o Cedeplar/UFMG. 456 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA Com base nesse cenário, podemos prever um intenso crescimento da participação de idosos na PEA. De fato, projeta-se que, em duas décadas, a proporção de homens idosos na PEA masculina estará perto de 10% (quase o dobro dos 5,9% atuais) e a de mulheres idosas em torno de 6% (atualmente são 3,4%). Mais importante ainda é considerar que, a essa altura, a PEA idosa estará crescendo a uma taxa anual estimada em 3,6% a.a., e, para o mesmo período, estima-se que a PEA total terá crescimento muito próximo do nível de reposição, ou seja, em torno de zero.5 Assim, em termos de perspectivas de necessidades de geração de empregos, esse será o grupo a pressionar o mercado de trabalho, com um incremento da ordem de aproximadamente 300 mil idosos sendo somados cada ano à PEA de 60 anos e mais.6 Tal tendência de crescimento da oferta de trabalhadores idosos, somada às precárias perspectivas de ampliação da cobertura do sistema previdenciário, estabelece a importância de se planejar cuidadosamente políticas específicas para esse segmento de potenciais trabalhadores. Contudo, o sucesso no desenho dessas políticas depende, em grande medida, do conhecimento prévio das especificidades da atividade do idoso. São precisamente essas especificidades que a Subseção 2.1 procura detalhar. 2.2 Heterogeneidade da Participação Econômica dos Idosos Nesta subseção, descrevem-se os diferenciais na participação dos idosos a partir das taxas de atividade específicas por atributos pessoais, considerando-se as informações contidas na PNAD de 2002 — a mais recente disponível —, e algumas tendências temporais. É importante ressaltar que nem sempre altas taxas de atividade correspondem ao maior peso do subgrupo na PEA, já o tamanho absoluto de cada grupo depende também da participação do atributo na população. Assim, os diferenciais de taxas de atividade exprimem apenas a intensidade com que cada subgrupo de idosos se dispõe a trabalhar. Os dois primeiros e mais relevantes atributos pessoais a serem considerados são o sexo e a idade, já que homens e mulheres têm, ao longo de todo o ciclo de vida, comportamentos ante o mercado de trabalho inteiramente distintos, chegando à fase idosa com níveis de atividade muito diferenciados. Em termos agregados, a taxa de atividade dos homens idosos, em 2002, era de 41%, o que equivale dizer 5. Sobre isso, ver projeções da PEA em Wajnman e Rios-Neto (1999). 6. A título de comparação, considere-se que, entre 2001 e 2002, a PEA brasileira de 10 a 19 anos diminuiu de tamanho absoluto (–54 mil indivíduos) enquanto a PEA de 20 a 24 anos, que foi o grupo de maior crescimento no período, foi acrescida de 533 mil indivíduos (dados das PNADs). OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 457 que 41% dos homens de 60 anos e mais trabalhavam ou procuravam trabalho. Quanto às mulheres, apenas 13% das idosas encaixavam-se nessa condição. Como conseqüência da distinta predisposição à atividade econômica de homens e mulheres, mas também do maior peso relativo de mulheres na população idosa, temos que, em 2002, 71% da PEA idosa eram constituídos de homens e 29% de mulheres. Decompor estes números agregados segundo os grupos etários específicos revela grandes disparidades, conforme se verifica no Gráfico 3. Como é de se esperar, as taxas de atividade declinam fortemente conforme avança a idade, mas vale destacar o nível de participação ainda bastante elevado no grupo 60-64 anos: 62% para homens, com o pico da atividade masculina situando-se em 95% no grupo 30-34 anos; e 24% para mulheres, contra 67% no grupo de 35-39 anos de idade. Em termos de proporções, os idosos de 60-64 anos de idade, respondem por 45% da PEA de 60 anos e mais, o grupo de 65-69, por 25% e os acima de 70, pelos demais 30%. Quanto à situação geográfica dos indivíduos, em que pesem as dificuldades metodológicas de diferenciar os setores urbano e rural nas PNADs, dada a cobertura incompleta e imprecisa do setor rural, as enormes diferenças entre as taxas de atividade dos idosos por setor de domicílio, sobretudo para homens, merecem ser destacadas (Gráfico 4). Tais diferenças, evidentemente, exprimem a maior compatibilidade do emprego tipicamente rural nas atividades agropecuárias com o trabalho dos idosos.7 Entretanto, a despeito do fato de as taxas de participação rural serem mais elevadas, o peso proporcional da PEA rural na PEA idosa total é 7. Note-se, porém, que o setor de domicílio refere-se ao local de residência, o que implica que um indivíduo morador do setor rural possa ter uma atividade tipicamente urbana ou vice-versa, e que essa capilaridade entre os setores seja uma tendência crescente no Brasil. 458 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA bastante baixo — 13% para homens e 14% para as mulheres —, dada a crescente predominância da população urbana no país. Sendo assim, e para evitar as possíveis distorções geradas pelas grandes diferenças no padrão da participação econômica dos meios urbano e rural, a análise que se segue enfoca apenas o espaço urbano. Algumas das peculiaridades do emprego rural são abordadas como contraponto. Os Gráficos 5 e 6 apresentam o comportamento diferenciado das taxas de atividade segundo as regiões do país. Em grande medida, essas diferenças revelam a estrutura setorial das regiões, de tal forma que as maiores taxas de atividade entre as regiões refletem o maior peso proporcional da atividade agrícola dentro do próprio espaço urbano. Uma perspectiva mais adequada de tratar essas diferenças, contudo, é observar a distribuição ocupacional dos idosos segundo os ramos de atividade, de forma a apontar o peso das atividades agrícolas, conforme se apresenta na Subseção 2.2. OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 459 No Gráfico 7 figuram as diferenças entre taxas de atividade dos idosos segundo raça. Tomando-se apenas o corte entre brancos e negros (considerados como a agregação de pretos e pardos), verifica-se que tanto para homens quanto para mulheres os negros tendem a ter um nível de participação mais elevado, o que, provavelmente, encobre diferenças quanto à escolaridade e o nível de renda desses subgrupos. Ao longo do tempo, contudo, essas diferenças parecem estar se estreitando, sobretudo para os homens. Quanto aos diferenciais por escolaridade, expressos nos Gráficos 8 e 9, se nos concentrarmos nos homens dos grupos etários de 60-64 e 65-69 anos, que no setor urbano correspondem a quase 80% da PEA idosa, observaremos haver uma distribuição em forma de U para o emprego segundo a escolaridade; ou seja, são os analfabetos, os com primário incompleto e os com 11 anos e mais de estudo 460 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA que têm o maior nível de participação. Essa evidência parece significar que, se por um lado a qualificação é um fator importante para a inserção do idoso no mercado de trabalho, aqueles de nível educacional extremamente baixo tendem a aceitar qualquer tipo de trabalho precário, de forma a atender às suas necessidades de renda. Por outro lado, quando se avança para as idades mais elevadas, verifica-se que a escolaridade é fator preponderante para a manutenção da atividade econômica, uma vez que a qualificação compensa a perda da capacidade laborativa associada ao envelhecimento. Para as mulheres, isso é muito claro entre os 60 e 70 anos de idade, embora para as mais idosas a maior escolaridade não esteja associada à maior participação, provavelmente em função do padrão de participação de mulheres das coortes mais antigas. Os Gráficos 10 e 11 revelam que a posição do idoso no domicílio é fator de diferenciação na atividade bem mais importante para os homens do que para as OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 461 mulheres. Como se constata, os homens chefes (os predominantes — 89% deles em 2002) têm uma taxa de participação bem mais alta do que os cônjuges (parcela pouco expressiva dos idosos do sexo masculino — 3,7%) e mais ainda do que os outros parentes (geralmente pais que moram com seus filhos chefes de família, representando 7% dos homens idosos). No que se refere às mulheres, ser chefe (46% delas) significa menos como determinante da participação, provavelmente porque as mulheres idosas chefes tendem a contar com os rendimentos de pensão. Note-se que, do ponto de vista da tendência temporal, há tendência de convergência nas taxas de chefes e cônjuges nos anos mais recentes, tanto para homens quanto para mulheres. Quanto à atividade dos aposentados, vis-à-vis os não-aposentados, ilustra-se, no Gráfico 12, que a aposentadoria é um determinante importante para a retirada 462 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA dos homens idosos da atividade econômica. Enquanto 76% dos idosos não-aposentados são ativos, em 2002, apenas 24% dos aposentados o são. Vale lembrar, porém, que os aposentados constituem-se na grande maioria da população idosa. Em 1981, 70% dos homens idosos eram aposentados e essa proporção cresceu para 78% em 2002. Assim, a elevação das taxas de participação dos idosos aposentados explica-se pela extensão da aposentadoria urbana a uma proporção maior de idosos ativos. Para os homens residentes no meio rural, essa mudança foi ainda mais marcante. Entre 1981 e 2002, a proporção de homens idosos aposentados subiu de 58% para 83%, como decorrência da ampliação de cobertura da previdência rural, pela Constituição de 1988.8 Assim, a significativa elevação da taxa de atividade dos idosos aposentados, tanto homens quanto mulheres, que se verifica ao longo do tempo no Gráfico 13 revela a generalização da aposentadoria, inclusive entre as pessoas ativas. Note-se ainda que, no caso das mulheres, a aposentadoria, assim como a posição no domicílio, não determina tão grandes diferenciais na participação econômica. Uma interpretação para esse fato é de que ser aposentada, antes de mais nada, indica a participação prévia das mulheres no mercado de trabalho, revelando a preferência pela atividade de mercado em contraposição ao trabalho doméstico, o que compensaria, em parte, o efeito renda da aposentadoria. Por fim, a intensidade com que os idosos se engajam na força de trabalho varia também conforme sua renda familiar. Os Gráficos 14 e 15 mostram que, como é o esperado, quanto menor é a classe de renda familiar do idoso (que inclui 8. Para uma análise da ampliação da cobertura dos benefícios da previdência rural, consultar artigo de Delgado e Cardoso Jr., neste livro. OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 463 464 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA os rendimentos do próprio idoso, mas só aqueles não provenientes do trabalho)9 maiores são as taxas de atividade. A forma como a própria renda do idoso (inclusive a do trabalho) contribui para sua renda familiar será melhor analisada adiante. 2.3 A Estrutura Ocupacional dos Idosos Ativos A primeira característica acerca da estrutura ocupacional dos idosos a ser notada refere-se à distribuição setorial do emprego, que é muito distinta entre os setores de domicílio urbano e rural. Para os idosos do meio urbano, é notório o predomínio das atividades no setor serviços, sobretudo para as mulheres, conforme demonstram os Gráficos 16 e 17.10 Considerando-se o conjunto dos idosos ativos urbanos em 2001, temos que 57% dos homens e 84% das mulheres estão ocupados no setor de serviços. No entanto, é interessante observar que, entre os idosos do sexo masculino, mesmo entre os residentes em domicílios urbanos, há uma parcela nada desprezível dos que se ocupam de atividades agrícolas (22% em 2001), certamente pelo fato de essas atividades serem bastante compatíveis com o trabalho do idoso. No setor de domicílio rural, como não poderia deixar de ser, predominam as atividades agrícolas, tanto para homens (91% deles) quanto para mulheres (86%). Assim sendo, do total de idosos ativos, 49% deles, ou seja, a maioria, ocupam-se no setor serviços, como resultado do fato de que a maior parte da população idosa está no meio urbano. As atividades agrícolas, no entanto, vêm em segundo lugar, representando 39% da atividade dos idosos. 9. A razão de se utilizar essa medida de renda líquida é que, obviamente, os rendimentos do trabalho do idoso viesam para cima a renda familiar dos que trabalham, levando a uma correlação positiva entre renda e taxa de atividade. 10. Note-se que neste caso utilizamos os dados da PNAD de 2001, dadas as dificuldades decorrentes da modificação da classificação de atividades e ocupações a partir da PNAD de 2002. OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 465 Do ponto de vista da inserção dos idosos por situação ocupacional, que incluem as posições na ocupação (empregados com e sem carteira, trabalhadores por conta própria, empregadores, trabalhadores sem remuneração e ainda o desemprego), os Gráficos 18 e 19 ilustram as principais diferenças entre os idosos trabalhadores urbanos e rurais, homens e mulheres. A primeira observação é o claro predomínio dos conta-própria entre os idosos do meio urbano, tanto homens (47% deles) quanto mulheres (44%), embora entre as mulheres idosas sejam também muito importantes as posições de sem-remuneração (6% delas, contra apenas 1% entre os homens) e empregadas sem carteira de trabalho (31%, contra 22% dos homens idosos). No meio rural, entre os homens idosos, predominam, de longe, os conta-própria (72% deles) e entre as mulheres, embora seja também muito prevalente a posição 466 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA de contra-própria (40% delas), predominam as trabalhadoras sem remuneração, que representam 47% do total.11 Nos Gráficos 20 e 21, as ocupações dos idosos são classificadas segundo uma tipologia que as distingue entre ocupações manuais, médias e superiores, demonstrando que as ocupações manuais são predominantes no meio urbano (61% dos homens e 75% das mulheres) e também entre as mulheres rurais (66%). Entre os homens rurais, por outro lado, há grande concentração nas ocupações de nível médio (67%), uma vez que os produtores por conta própria (tipicamente rurais) estão incluídos nessa categoria. Apreciando-se a distribuição por categorias socioocupacionais através dos grupos etários dos idosos urbanos de 2001 (Gráficos 22 e 23), verifica-se que o claro predomínio dos ocupados manuais vai diminuindo à medida que a 11. Note-se que foram utilizados os devidos filtros aos dados da PNAD para retirar da atividade econômica os trabalhadores para autoconsumo e autoconstrução. OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 467 468 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA idade avança, ganhando mais espaço a participação dos trabalhadores em ocupações médias e superiores. Essa inversão se explica por serem os ocupados nos trabalhos mais braçais aqueles que mais dependem da força física, que decresce com a idade. Assim, à medida que envelhecem, são os trabalhadores mais qualificados aqueles mais prováveis de manter seus espaços no mercado de trabalho. O tamanho da jornada de trabalho é também um importante fator de diferenciação da ocupação entre idosos dos setores urbano e rural, do sexo masculino e feminino e através das idades. Examinando-se os Gráficos 24 e 25 verifica-se, em primeiro lugar, que homens e mulheres idosos têm jornadas de trabalho mais longas no meio urbano do que no rural: 72% dos homens idosos do meio urbano têm jornada acima de 40 horas semanais, ao passo que no rural são 67%; para as mulheres, são 40% para as urbanas e 26% para as rurais. Além disso, como se dá para todos os outros grupos etários, homens idosos também têm jornada mais longa do que OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 469 as mulheres idosas. O Gráfico 26, por outro lado, mostra que o emprego em jornada de tempo integral (40 horas e mais) é o predominante entre os homens idosos mais jovens, mas, com o avanço da idade, esse predomínio vai diminuindo. Para as mulheres idosas (Gráfico 27), ao contrário, a ocupação em tempo parcial é a preponderante, tornando-se também cada vez mais importante com a idade. 3 OS RENDIMENTOS DOS IDOSOS Nesta seção, faz-se uma breve descrição da estrutura de rendimentos dos idosos, com ênfase no rendimento do trabalho, enfocando a importância relativa desse tipo de rendimento, tanto na composição da renda do próprio idoso quanto na da renda de suas famílias. Na Tabela 1, observa-se a proporção de idosos, assim como a média e o desvio dos rendimentos em cada uma das categorias de formação de renda. Assim, 1,92 57,08 6,53 2,01 1,56 Todas as Fontes Aposentadoria Aposentadoria e outros Outros tipos de rendimentos Trabalho e outros 44,42 13,32 29,50 2,79 Aposentadoria Aposentadoria e outros Outros tipos de rendimentos Trabalho e outros 100,00 1,02 Todas as fontes Fonte: IBGE/PNAD de 2002. 3,87 Trabalho e aposentadoria Total 5,08 Trabalho Mulheres 100,00 16,02 Trabalho e aposentadoria Total 14,88 % Trabalho Homens Tipos de rendimento 660,09 500,24 887,57 349,33 1.397,23 829,53 493,99 1.752,52 430,35 1.590,33 622,22 3.124,22 1.455,31 798,71 Média 972,36 851,58 1.066,49 529,64 1.807,30 1.162,74 1.655,13 2.870,15 661,15 2.223,77 996,89 3.897,02 2.519,77 1.666,55 Desvio Urbano 6.230.076 173.717 1.838.052 829.736 2.767.247 63.605 241.177 316.542 5.329.396 83.276 107.206 347.931 3.041.989 102.500 853.746 792.748 Número de observações 100,00 1,44 9,83 12,87 67,12 2,25 5,03 1,45 100,00 1,34 1,20 3,05 38,06 2,87 40,68 12,81 % 497,14 366,56 Média 447,74 217,52 453,07 210,96 593,97 349,53 226,01 607,08 306,52 705 255,33 1.035,27 BRASIL: PROPORÇÃO DE IDOSOS E RENDIMENTO MÉDIO NAS CATEGORIAS DE RENDA POR SEXO — 2002 TABELA 1 350,55 125,83 435,31 112,66 247,18 254,38 231,46 721,95 432,76 1.210,15 591,32 1.346,04 674,05 587,89 Desvio Rural 1.198.448 17.272 117.852 154.247 804.392 27.023 60.300 17.362 1.311.896 17.559 15.759 39.960 499.308 37.587 533.644 168.079 Número de observações 470 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 471 conforme ilustra o Gráfico 28, 57% dos homens idosos urbanos com renda positiva têm apenas rendimento de aposentadoria, enquanto 15% têm só rendimento do trabalho e 16% acumulam ambos os rendimentos. Para as mulheres, a situação é bem diversa: apenas 5% delas possuem só renda do trabalho e 44% têm renda de aposentadoria. Entretanto, na categoria “outros tipos de rendimentos”— cujos rendimentos de pensão são o destaque —, estão 30% delas e na categoria que acumula rendimentos de aposentadoria e outros tipos, estão 13%. É muito importante salientar, contudo, que este elevado percentual de mulheres com apenas rendimentos de aposentadoria (44%) é certamente um valor superestimado, que estaria “roubando” informação da categoria de pensões, dada a confusão que freqüentemente se observa na percepção dos indivíduos quanto às diferenças entre aposentadorias e pensões. É bastante comum, por exemplo, que viúvas percebam sua pensão como a aposentadoria herdada do marido falecido. Dessa forma, particularmente no caso feminino, a discriminação entre pensão e aposentadoria exige muita cautela. A distribuição no meio rural é distinta, conforme ilustra o Gráfico 29. Menos homens têm apenas renda do trabalho (13%) ou apenas aposentadoria (38%) do que no meio urbano, mas a maior parte deles (41%) aufere ambos os rendimentos. Entre as mulheres idosas rurais, a percentagem daquelas que recebem só aposentadoria é de 67%. Cabe lembrar que a ampliação da previdência rural após a promulgação da Nova Constituição afetou profundamente o cenário da composição dos rendimentos dos idosos rurais. Dados relativos à PNAD de 1984 mostram que naquele ano 33% dos homens e 11% das mulheres idosas contavam somente com o rendimento de seu trabalho. Em 2002 esses números declinam para 13% e 1%, respectivamente, tendo aumentado a proporção daqueles que acumulam renda do trabalho e de aposentadoria. 472 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA Outro tipo de abordagem é apresentado na Tabela 2, em que se verificam as proporções de idosos que recebem cada tipo de rendimento, decompondo os rendimentos em rendimentos do trabalho, aposentadoria, pensão, outra aposentadoria (privada), outra pensão (também privada), aluguel e outras. O Gráfico 30 apresenta o contraponto entre as proporções de homens e mulheres que percebem cada um desses tipos de rendimento e o seu valor médio, mostrando que os valores médios mais elevados são justamente aqueles provenientes de fontes de renda absolutamente privilegiadas: os aluguéis (recebidos por 5,13% dos homens e 3,3% das mulheres) e as aposentadorias privadas (recebidas por 1,1% dos homens e 0,6% das mulheres). Os Gráficos 31 e 32 revelam os diferenciais de nível, assim como da tendência nos perfis etários de rendimentos femininos e masculinos dos idosos urbanos e rurais. O fato de que a tendência de declínio nos rendimentos com a idade seja muito mais marcante para os homens pode ser explicado pelas evidências apresentadas nos Gráficos 33 e 34 em que o rendimento do trabalho, o tipo de rendimento que mais obedece a um regime de declínio no final da vida ativa, é fração substancial apenas dos rendimentos masculinos (46% para os idosos urbanos e 52% para os rurais, no grupo 60-64 anos). Quanto às mulheres, aos 60-64 anos de idade, o rendimento do trabalho ainda é parte relevante de suas rendas (20% no urbano e 8% no rural), mas nas idades mais elevadas essa fonte de rendimento vai rapidamente dando lugar aos rendimentos de aposentadorias e pensões. Examinando-se, por fim, a participação relativa dos rendimentos dos idosos na composição de sua renda familiar, é fácil verificar que a renda deles está longe de poder ser considerada desprezível para suas famílias. Ao contrário, no grupo de 60-64 anos, onde se encontra a maior proporção de idosos ativos, o rendimento 81,07 1,11 2,74 5,13 4,69 Aposentadoria Outra aposentadoria Pensão Aluguel Outros tipos de rendimentos 63,98 0,57 40,34 3,30 6,51 Aposentadoria Outra aposentadoria Pensão Aluguel Outros tipos de rendimentos Fonte: IBGE/PNAD de 2002. 13,37 Trabalho Mulheres 35,38 % Trabalho Homens Tipos de rendimento 232,70 652,53 466,85 632,18 372,26 453,87 350,54 844,81 441,31 1.859,29 653,59 879,30 Média 454,85 1.091,75 753,89 716,52 578,89 1.120,46 958,38 1.432,97 727,04 2.935,88 1.094,63 1.837,87 Desvio Urbano 872 442 5.405 76 8.573 1.791 532 581 311 126 9.189 4.010 Número de observações 4,54 0,72 22,60 0,04 88,72 10,39 4,94 2,13 1,79 0,19 84,29 58,43 % 97,72 518,53 234,3 195 211,92 179,88 139,4 549,71 212,87 1.493 239,69 314,63 Média 104,56 1.175,05 232,15 134,63 257,08 251,41 963,54 65,72 1.508,69 441,45 641,1 Desvio Rural BRASIL: PROPORÇÃO DE IDOSOS POR TIPO DE RENDIMENTO E MÉDIA DO RENDIMENTO DE CADA TIPO POR SEXO — 2002 TABELA 2 107 17 533 1 2.092 245 130 56 47 5 2.216 1.536 Número de observações OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 473 474 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 475 dos homens corresponde a nada menos que 67% de sua renda familiar no meio urbano e 69% no rural, dos quais 31% são rendimentos do trabalho do idoso urbano e 37% do rural. É também fundamental observar que, ao contrário do que se poderia esperar, à medida que estes envelhecem, não diminui sua participação relativa na renda familiar (com exceção do grupo de 80 anos e mais, cujas comparações são menos precisas por se tratar de um grupo aberto); apenas se verifica uma mudança de composição segundo as fontes, com os rendimentos do trabalho perdendo lugar para as aposentadorias. Quanto às mulheres idosas, sua participação na renda familiar é também bastante estável, situando-se em torno dos 55% no meio urbano, para todas as idades, ao passo que, em se tratando das mulheres rurais, sua participação na renda familiar aumenta à medida que elas envelhecem, provavelmente pelo aumento da probabilidade de perda do cônjuge (Gráficos 35 e 36). 476 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA Contudo, é necessário lembrar que esses altos valores de participação do idoso em suas rendas familiares referem-se a médias em que se misturam famílias em que vivem idosos coabitando com seus filhos e apenas os idosos (sozinhos ou em casais). Considerando-se exclusivamente os idosos que coabitam com outros membros da família, além dos cônjuges, como se verifica nos Gráficos 37 e 38, vemos que a situação não muda muito, ou seja, os idosos de fato participam com parcela significativa da renda de suas famílias, o que é mais expressivo entre os idosos que residem no setor de domicílio rural.12 Cabe lembrar, porém, que esses dados não permitem verificar qualquer relação de dependência financeira que extrapole os limites da coabitação familiar. 12. Para outras avaliações da contribuição da renda dos idosos na renda familiar, consultar também neste livro: Camarano, Kanso e Mello, Delgado e Cardoso Jr. e Beltrão et alii. OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 477 4 COMENTÁRIOS FINAIS Neste artigo, foram apontadas a tendência de crescimento da participação dos idosos no mercado de trabalho brasileiro e, como conseqüência, a necessidade premente de se pensar cuidadosamente políticas de emprego focadas nesse contingente populacional cujo nível de qualificação, inferior ao da média da população adulta, dificilmente se pode modificar significativamente. De forma a identificar o alvo correto de tais políticas, procurou-se caracterizar a atividade econômica dos idosos, indicando tanto os subgrupos de maior participação quanto os tipos de atividade em que os idosos tendem a se concentrar. Verificou-se, desse modo, que os idosos mais disponíveis para o trabalho (o que se reflete nas maiores taxas de atividade) são aqueles mais dependentes do rendimento da atividade econômica: os homens, os negros, os chefes de família, 478 SIMONE WAJNMAN – ANA MARIA H. C. DE OLIVEIRA – ELZIRA LÚCIA DE OLIVEIRA os de menor renda familiar, os não-aposentados e os trabalhadores das ocupações manuais. Todavia, são os trabalhadores de maior nível de escolaridade os que encontram a maior probabilidade de se manter ocupados nas idades avançadas. Do ponto de vista da estrutura ocupacional do mercado de trabalho dos idosos, apontou-se a predominância destes nas atividades agrícolas e de serviços, nas posições de conta-própria e sem-remuneração (sobretudo para as mulheres do meio rural), e nas ocupações manuais. Entretanto, à medida que envelhecem, as ocupações manuais tendem a ceder espaço para as superiores, assim como os trabalhos de tempo integral dão lugar às jornadas mais curtas. Em termos de tendências recentes, deve ser ressaltado o expressivo crescimento da proporção de aposentados entre os idosos economicamente ativos, como decorrência da ampliação da cobertura previdenciária pós-Constituição de 1988. De fato, como pode ser visto em outros artigos deste livro, entre 1981 e 2001 a proporção de aposentados acima de 60 anos de idade cresceu de 49% para 68% no meio urbano e de 59% para 92%(!) no rural. Entre as mulheres, esse aumento foi de 39% para 49% no meio urbano e de 43% para 79% no meio rural. Entretanto, esse crescimento estrondoso da cobertura previdenciária, sobretudo rural, não teve o impacto que se poderia esperar sobre a atividade econômica, ou seja, o benefício da aposentadoria, enquanto se reverteu em um importante instrumento de geração de renda familiar e combate à pobreza, aparentemente não gerou nenhum incentivo ao afastamento do trabalho. Com efeito, nesse mesmo período, as taxas de atividade masculinas ficaram praticamente constantes (crescimento de 36% para 38% no urbano e mantidas em 60% no rural) e as femininas cresceram (9% para 12% no urbano e de 13% para 19% no rural). Assim, a tendência de manutenção dos níveis de atividade dos idosos, verificada na Seção 2, é reforçada pela evidência de que a ampliação do principal incentivo financeiro ao afastamento do trabalho, o benefício da aposentadoria, não parece estar produzindo esse resultado. A justificativa mais plausível dessa tendência é o impacto da renda do idoso (tanto a fatia proveniente da aposentadoria quanto a do trabalho) em sua renda familiar, que, considerando-se apenas os idosos que coabitam com outros familiares, chega a representar quase 60% do total da renda das famílias urbanas e quase 70% das rurais. Dado o crescimento inexorável do peso relativo de idosos no mercado de trabalho brasileiro, enfatiza-se, uma vez mais, a necessidade, até o momento negligenciada, de adequar um número expressivo de novos postos de trabalho no Brasil à absorção de um contingente crescente de mão-de-obra idosa, com níveis de escolaridade inferiores ao da média populacional, de qualificação muitas vezes OS IDOSOS NO MERCADO DE TRABALHO: TENDÊNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS 479 defasada, de difícil reciclagem, mas aproveitando-se, em contrapartida, as vantagens comparativas oferecidas pela maturidade. BIBLIOGRAFIA BARROS, R. P. de, MENDONÇA, R. Uma análise da comparabilidade entre as principais pesquisas domiciliares brasileiras sobre emprego e desemprego. Rio de Janeiro: IPEA, out. 1997 (Série Seminários). BRUSCHINI, C., LOMBARDI, M. R. O trabalho da mulher brasileira nos primeiros anos da década de noventa. Anais do X Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu, v. 1, p. 483-516, 1996. HAYWARD, M. D., GRADY, W. Work and retirement among a cohort of older men in the United States, 1966-1983. Demography, v. 27, n. 3, p. 337-356, 1990. HAYWARD, M. D., HERON, M. Racial inequality in active life among adult Americans. Demography, v. 36, n. 1, p. 77-91, 1999. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Rio de Janeiro, 1981 a 2002. —————. Mapa do mercado de trabalho no Brasil. Rio de Janeiro, 1994. WAJNMAN, S., OLIVEIRA, A. M. H., OLIVEIRA, E. L. de. A atividade econômica dos idosos no Brasil. Muito além dos 60: os novos idosos brasileiros. Rio de Janeiro: IPEA, v. 1, p. 1-39, 1999. WAJNMAN, S., RIOS-NETO, E. L. G. Projeção de oferta de trabalho no Brasil. Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise, Rio de Janeiro, IPEA, v. 9, p. 1-5, 1999.