Ministro Gastão Vieira Deputado Federal Valadares Filho Pedro
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Ministro Gastão Vieira Deputado Federal Valadares Filho Pedro
8 bro ro mb /D ve No 1 201 m eze o ilh F a s r i e Vie ladar o ã st Va Ga eral o o r d aúj t e r s f i F A a n o d de Mi tad il Na h u a r p a De o Jam ton sF e r z n Ped sa Ca Mene la ri el a Ma Serr mard la Ca ho Lei ne o Fil Aim Brito rrido a z Lui ulo G m Ro ISSN 2178-910X 8 sa pen ismo em ur Qu z o T r e fa ntece o ro embr aco i e ez an J de bro/D o i R vem No 1 1 20 As matérias podem ser integralmente reproduzidas, desde que citada a fonte. Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade dos autores. Publicação disponível também em: www.cnc.org.br Turismo em Pauta Conselho Editorial: Alexandre Sampaio de Abreu (Editor Chefe), Eraldo Alves da Cruz (Editor Executivo), Cristina Calmon, Nely Wyse Abaur, Tânia Guimarães Omena e Elineth Campos. Edição, ilustrações, capa e diagramação: Assessoria de Comunicação da CNC/Programação Visual Revisão: Assessoria de Comunicação/CNC Brasília SBN Quadra 1 Bloco B nº 14, 15º ao 18º andar Edifício CNC CEP 70041-902 PABX (61) 3329-9500 | 3329-9501 E-mail: [email protected] Rio de Janeiro Avenida General Justo, 307 CEP 20021-130 Rio de Janeiro Tels.: (21) 3804-9200 Fax (21) 2544-9279 E-mail: [email protected] Fale conosco: [email protected] Turismo em Pauta / Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – N. 8 (2011) – Rio de Janeiro: CNC, 2011 Bimestral ISSN 2178-910X 1. Turismo. 2. Periódicos I. Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Conselho de Turismo. CDD 790.1805 Sumário Editorial....................................................................................................................... 5 Educação e turismo: aliados no desenvolvimento social........................ 7 Ministro Gastão Vieira Nas trilhas do turismo sustentável no Brasil..............................................11 Deputado federal Valadares Filho O desenvolvimento do turismo atrelado às belezas naturais ............15 Pedro Jamil Nadaf Evento como produto turístico........................................................................ 21 Marisa Canton Formação cultural como vetor de talentos para o turismo................ 29 Leila Serra Menezes Farah de Araújo O turismo e a realidade virtual........................................................................35 Aimone Camardella O turista e o turismo............................................................................................ 41 Luiz Brito Filho Estratégia: a capacidade empreendedora...................................................47 Romulo Garrido Membros do Conselho de Turismo.................................................................53 Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Presidente Antonio Oliveira Santos Vice-Presidentes 1º) José Roberto Tadros, 2º) Darci Piana, 3º) José Arteiro da Silva. Abram Szajman, Adelmir Araújo Santana, Bruno Breithaupt, José Evaristo dos Santos, José Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira, Leandro Domingos Teixeira Pinto e Orlando Santos Diniz Vice-Presidente Administrativo Josias Silva de Albuquerque Vice-Presidente Financeiro Luiz Gil Siuffo Pereira Diretores Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oliveira Dias, Antonio Osório, Carlos Fernando Amaral, Carlos Marx Tonini, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta de Almeida e Zildo De Marchi Conselho Fiscal Anelton Alves da Cunha, Arnaldo Soter Braga Cardoso e Lélio Vieira Carneiro Conselho de Turismo Presidente Alexandre Sampaio de Abreu Vice-Presidente Anita Pires Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Editorial O turismo é um forte fator de desenvolvimento econômico, social, humano. É por isso que as oportunidades que o Brasil terá nesse campo precisam ser aproveitadas da melhor forma, com a mobilização do governo e de toda a sociedade. O legado que a preparação adequada para os megaeventos pode deixar, se for construído de forma consistente, poderá ajudar a garantir a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro em várias frentes. Em paralelo aos grandes desafios da infraestrutura, o ministro do Turismo, Gastão Vieira, chama a atenção para um tipo de legado nem sempre facilmente contabilizado, mas que está diretamente relacionado ao profissionalismo das atividades da cadeia turística: o legado social. A qualificação profissional, diz Gastão Vieira, está no topo da lista de prioridades do seu ministério. A hospitalidade inata do povo brasileiro pode e deve ser aprimorada, com ações bem estruturadas e coordenadas, voltadas para uma verdadeira educação para o turismo. É certo que um país bem preparado para receber turistas conta com uma infraestrutura adequada, sistemas de transporte eficientes, bons hotéis. Mas sem profissionais treinados para bem receber os visitantes tudo isso cai por terra. Daí a importância da prioridade reafirmada pelo ministro em um dos artigos que compõem esta edição da Turismo em Pauta, que o Conselho de Turismo da CNC tem a satisfação de apresentar. Boa leitura! 7 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Educação e turismo: aliados no desenvolvimento social Gastão Vieira Ministro de Estado do Turismo “O turismo é um desejo humano profundo e amplamente compartilhado de conhecer outros, com a possibilidade recíproca de que possamos conhecer a nós mesmos [...] uma busca ou uma odisseia para ver e, talvez, compreender toda a terra habitada.” Philip Frick McKean V ivemos um momento especial. O Brasil abre suas portas para o mundo. Estamos no foco das atenções, graças ao vigor econômico e à realização de grandes eventos esportivos, políticos e culturais. Vêm aí a Rio+20 (2012); a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações (2013); a Copa do Mundo (2014); as Olimpíadas no Rio e as Paraolimpíadas (2016), entre outros. Essa superexposição na mídia mundial, aliada ao desenvolvimento de políticas públicas consistentes, deverá elevar o número de visitantes estrangeiros ao Brasil a 10 milhões em 2020. Até lá, a entrada de divisas internacionais deve triplicar, zerando o deficit na conta turismo. Essas são as vantagens econômicas mais evidentes. Mas o maior benefício que o desenvolvimento turístico trará para 9 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 o Brasil não será tão facilmente contabilizado: o legado social – cujo impacto será proporcional ao profissionalismo que conseguirmos agregar à nossa cadeia turística nos próximos anos. Por tudo isso, entre as prioridades do Ministério do Turismo para preparar o Brasil para os grandes eventos, a qualificação profissional está no topo da lista. O desafio toma, ainda, um caráter quase pessoal, uma vez que a educação tem sido o foco de minha atuação na vida pública. Estou convicto de que, para o setor se constituir efetivamente em ferramenta de desenvolvimento econômico e social, é fundamental educar para o turismo, estendendo o legado dos grandes eventos não somente aos próximos anos, mas às próximas décadas. 10 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 A proposta que está sendo trabalhada no âmbito do Ministério do Turismo excede a simples realização de cursos tradicionais. Buscamos a valorização dos indivíduos por meio da oferta de oportunidades inéditas para diversas faixas de trabalhadores. A curtíssimo prazo, o objetivo é fazer com que bacharéis em turismo e profissionais que atuam na linha de frente tenham a chance de vivenciar, aprender ou aperfeiçoar o aprendizado de outros idiomas, por meio do intercâmbio, por exemplo, com países de língua espanhola e inglesa. Para o espanhol, estamos desenvolvendo parcerias com os países do Mercosul, analisando a possibilidade de abrir escolas nas áreas de fronteira e fomentando a cooperação internacional. Entre os resultados indiretos esperados está o reforço da capacidade de apreender diferenças culturais e assimilar o respeito pela diversidade – valores básicos em um país que pretende se transformar, nos próximos anos, em um dos destinos turísticos mais importantes no mundo. Entre as ações que serão desenvolvidas a partir de 2012, o Ministério do Turismo vai estabelecer parcerias com outras pastas do governo federal. O objetivo é dar continuidade a programas que já tenham sido desenvolvidos em comunidades carentes com jovens em situação de risco, oferecendo Com os empresários, nosso trabalho será promover a sensibilização para a necessidade da qualificação da mão de obra 11 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 treinamento específico para atividades ligadas ao turismo, promovendo, assim, a inclusão social desses alunos. Com os empresários, nosso trabalho será promover a sensibilização para a necessidade da qualificação da mão de obra, não apenas no atendimento direto ao turista, mas também na limpeza e conservação das instalações. Estamos firmando parcerias que permitirão a criação de selos de qualidade que identificarão os estabelecimentos qualificados. A questão da hospitalidade não é um problema para nós. A simpatia e a receptividade dos brasileiros são reconhecidas, por aqueles que nos visitam, como algumas das maiores qualidades do País. E essas qualidades são inatas, não se aprendem na escola. Saímos, portanto, na frente nesse quesito. Mas o aprimoramento é fundamental para que possamos consolidar o novo Brasil que virá. 12 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Nas trilhas do turismo sustentável no Brasil Valadares Filho Deputado federal pelo Estado de Sergipe e vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados Não restam dúvidas de que o Brasil é um dos destinos turísticos mais desejados do mundo. Não que já sejamos um dos países mais visitados, mas, certamente, queremos galgar uma posição de destaque. S omente nos últimos três anos houve um aumento de mais de dois milhões de desembarques internacionais. Somados aos mais de 20 milhões de desembarques domésticos – e descontados os deslocamentos por outros motivos, que não a passeio –, podemos constatar que essa é, efetivamente, uma indústria rentável em nosso país. Mas, seguindo um padrão global estabelecido pela Organização Mundial de Turismo, precisamos alcançar a sonhada sustentabilidade – uma proposta que consta de nossa política oficial de turismo e está presente nos prospectos de agências de viagem, hotéis e até nos anúncios de vendedores de coco e picolé nas praias brasileiras. O que, efetivamente, será para nós essa prática de turismo sustentável? Um olhar para o ambiente nos chama a atenção de imediato. Por suas extensas 13 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 praias, florestas, rios e pantanais o Brasil é buscado – por nós mesmos, brasileiros, e por milhões de estrangeiros. Mas como evitar – ou ao menos minorar – os custos de tantos pousos e decolagens, de tantos produtos consumidos, dos resíduos sólidos gerados, dos efluentes líquidos a serem tratados? A resposta a esses desafios não se separa em nada daquilo que nossas cidades e monumentos naturais já demandam: acessos que não degradam a paisagem, tratamento de resíduos sólidos, esgotamento sanitário, aeroportos, rodovias, ferrovias e navegação fluvial. Então, já vemos que a sustentabilidade ambiental não é para o turismo apenas; é para o Brasil. E a solução estará atrelada às outras políticas públicas, que já são obrigação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Praias paradisíacas, rios aprazíveis, sítios arqueológicos – a esses lugares é preciso obter acesso sustentável, estada não poluente, conhecimento e respeito à biodiversidade. Esses são temas que precisam saltar dos prospectos para frequentar as trilhas. Tomemos os nossos monumentos naturais: como conciliar a demanda de milhares de visitantes diários com as exigências para a preservação desses biomas? Os guias estão preparados? De que modo o hotel lida com a água? Estudos mostram que o manejo da energia ainda é um dos tópicos mais problemáticos para alcançarmos a sustentabilidade. 14 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Outro olhar inevitável é aquele que se dirige às comunidades Estudos mostram que e às populações afetadas direta o manejo da energia e indiretamente por grandes em- ainda é um dos tópicos preendimentos turísticos. Resorts mais problemáticos e complexos hoteleiros situados para alcançarmos a em praias, ilhas paradisíacas, rios e sustentabilidade pantanais acabam por afetar não apenas a natureza, mas também os grupos humanos que habitam o seu entorno ou que para lá migram em busca de trabalho. E a sustentabilidade, nesse caso, não se resume apenas à dimensão econômica, uma vez que afeta profundamente os próprios grupos sociais e famílias envolvidos. No primeiro aspecto, é necessário levar mais empregos a essas populações. Mas isso não será sustentável se tais postos forem apenas os de menor remuneração ou que exijam menos qualificação. Logo, sustentabilidade alia-se também à educação geral e ao ensino técnico, especificamente, incluindo a habilidade para línguas. Cadeias produtivas locais – vinculadas ao patrimônio histórico material e imaterial – devem ser incentivadas, de preferência com recursos das mesmas fontes que financiam os grandes empresários. Do contrário, podem gerar exclusão social, exploração de mão de obra e outros efeitos indesejados que são produzidos por empreendimentos de grande impacto. E onde vamos aprender tudo isso? Aqui mesmo, entre nós. Muitas experiências em curso apontam para casos de sucesso. O Sebrae, por exemplo, conhece-os e os difunde. Seja no meu querido Sergipe 15 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 – e em outros milhares de quilômetros nas praias e no sertão –, no Pantanal, em Itaipu ou na Serra Gaúcha já encontramos a sustentabilidade. Em um lugar, vemos uma cadeia produtiva de artesanato aliando o conhecimento tradicional às práticas de boa gestão; em outro, a musicalidade – aliada à indumentária e às danças tradicionais – criando e recriando festivais folclóricos que proporcionam emprego para cidades inteiras. Alguns dos destinos mais desejados vieram do vínculo entre o patrimônio edificado (e reconhecido pela Unesco como sendo da humanidade) e a exuberância da natureza, sejam praias ou cachoeiras. Mas ainda há muito a aprender. Esse, como se vê, é um tema complexo. Por isso, propus a criação da Frente Parlamentar do Desenvolvimento Sustentável do Turismo. Nesse fórum qualificado, convidaremos todos os atores envolvidos no tema, das comunidades litorâneas às operadoras de turismo, dos representantes das pequenas pousadas aos executivos das grandes redes hoteleiras, passando, claro, pelas agências de turismo. Desse debate, com certeza, surgirão as práticas brasileiras de turismo sustentável. 16 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 O desenvolvimento do turismo atrelado às belezas naturais Pedro Jamil Nadaf Diretor-secretário da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-MT e secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Mato Grosso, MT O turismo é, sem dúvida, um segmento que tem trazido divisas ao Brasil. No País, as belezas naturais têm sido muito potencializadas como produtos rentáveis. Um exemplo nesse sentido vem do Pantanal Matogrossense, onde o Sesc Nacional possui uma unidade hoteleira na qual desenvolve boas práticas. P ara que o turismo no Brasil alcance o seu pleno desenvolvimento, sua base deve estar sustentada em bons produtos. Os atrativos oriundos das belezas naturais, presentes em todas as partes do País, não têm sido totalmente explorados nesse sentido, embora representem, em seus diversos destinos, um alto potencial. Dentre suas peculiaridades, estão incluídos, no cenário de sua biodiversidade, o habitat natural da vida selvagem, belas praias paradisíacas, dunas, cascatas, cachoeiras, rios, cavernas, ilhas, pantanal, montanhas e vales, considerados, não raras vezes, como alternativas viáveis aos investidores que buscam um mercado de oportunidades, inclusive com alternativas sustentáveis que contemplam cidades indutoras do desenvolvimento regional. 17 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Atualmente, o ranking de turistas internacionais é composto, conforme pesquisa do Ministério do Turismo, por três frentes: sul-americanos (46%), europeus (31%) e norte-americanos (15%). Conforme dados da Organização Mundial de Turismo, o país campeão mundial em recepção de turistas é a França, com 80 milhões por ano, seguida de EUA, Espanha e China, que recebem entre 50 milhões e 55 milhões. O Brasil é um dos principais receptores do continente sul-americano no ranking de turistas estrangeiros, mas ainda precisa potencializar mais os seus produtos, focados em belezas naturais, para atrair estrangeiros, tornando suas localidades um sonho de consumo. Atualmente, são consideradas como as cidades mais visitadas do País: Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Salvador, Foz do Iguaçu e Recife. Nosso cenário é muito favorável, e, neste ano, há uma projeção, feita pelo Ministério do Turismo, de que teremos a maior entrada de visitantes estrangeiros já registrada, algo em torno de 5,4 milhões. Isso significará uma divisa recorde, na ordem de US$ 6,4 bilhões. Vale citar a última pesquisa da Embratur com o Ministério do Turismo, divulgada em outubro, na qual se revela que as belezas naturais são produtos cada vez mais consumidos por estrangeiros. Segundo os dados da pesquisa, 26,9% dos visitantes por lazer estavam buscando os chamados ecoturismo e turismo de aventura. Precisamos atentar para esse salto significativo, pois, há cinco anos, eram 19,3% os interessados nesse segmento. Hoje, o ranking de turistas internacionais é composto, conforme 18 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 pesquisa do Ministério do Turismo, por três frentes: sul-americanos (46%), europeus (31%) e norteamericanos (15%). No ano de 2010, para que se tenha uma ideia do comportamento do mercado turístico, o número de visitantes de outros países aumentou 7,5% em relação ao ano anterior. Para este ano, entretanto, as expectativas – com números já citados aqui –, são ainda maiores; e precisamos estar atentos a isso. Em novembro, já se registravam recordes no comparativo com o exercício anterior, com números que enchem de otimismo os empreendedores do setor: 72 milhões de desembarques domésticos e 8 milhões de desembarques internacionais. No ano passado, foi registrada, no País, a renda de US$ 33 bilhões gerada pelo turismo interno – mais de cinco vezes maior que a relativa ao turismo estrangeiro. Entre dezembro deste ano e janeiro de 2012, estima-se que 68 milhões de viagens nacionais foram realizadas por brasileiros, sempre sequiosos por lugares aprazíveis. É preciso atentar para o número de turistas que se interessam por turismo concentrado nas belezas naturais, estimados em 8 milhões nos EUA, 20 milhões na Europa e de 2 a 3 milhões em outros continentes. São, portanto, 30 milhões de potenciais turistas. O Brasil, no entanto, recebe menos de 1% destes. A Amazônia, região de rica biodiversidade, por exemplo, recebe menos de 0,16%. 19 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Precisamos de melhores campanhas para atrair turistas estrangeiros aos nossos produtos turísticos, pois eles ainda não foram suficientemente sensibilizados para o nosso mercado. Contribuição do Sesc Nacional Mato Grosso, estado também rico em biodiversidade, sendo o único do Brasil que possui três biomas – Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado –, é também um exemplo de que o Brasil precisa trabalhar seus produtos naturais visando não só o turista doméstico, mas também o internacional. O Estado já está trilhando com sucesso esse caminho, e o Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (Sesc) tem contribuído fortemente nesse sentido. Para se ter uma ideia, vale citar um dos principais produtos de beleza natural, que é oferecido no Hotel Sesc Porto Cercado, localizado no Pantanal Matogrossense, no qual há exemplos de turismo ecologicamente correto e que explora as belezas naturais de um dos lugares mais bonitos do País, unindo lazer e preservação. A estrutura hoteleira foi iniciada na década de 1990, quando a entidade, sensibilizada com as demandas apresentadas na Rio-92, investiu na recuperação de uma área degradada do Pantanal, adquirindo fazendas No Hotel Sesc Porto para transformar a localidade na Cercado, a entidade Reserva Particular do Patrimônio conseguiu transformar Natural (RPPN) de 107 mil hectares que compõe a matriz do proos atrativos de belezas jeto socioambiental da Estância naturais em um sólido Ecológica Sesc Pantanal e que produto turístico abriga, além da RPPN e do hotel, 20 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 outras unidades operacionais: o Parque Sesc Baía das Pedras e o Centro de Atividades de Poconé. No Hotel Sesc Porto Cercado, a entidade conseguiu transformar os atrativos de belezas naturais em um sólido produto turístico, ajudando a promover Mato Grosso como importante destino. Vale destacar que, no local, além de atratividades, a exemplo de borboletário, formigueiro, insetário e Centro de Interpretação Ambiental, são utilizadas ecotécnicas que contribuem para o baixo impacto ambiental. Em sua estrutura física e funcional, usa-se o que é ecologicamente correto, como energia e coletores solares, telhado verde, aproveitamento da água da chuva, (re)uso da água, tratamento de esgoto e da água, compostagem do lixo orgânico, madeiras de manejo florestal, controle de ruídos e reciclagem do lixo. 21 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Em 2010, o Hotel Sesc Porto Cercado recebeu 19.630 hóspedes. Deste número positivo para o segmento turístico, apenas 158 é representado por turistas estrangeiros. Os visitantes internacionais, entretanto, não são o principal foco do Sesc, que dirige suas ações principalmente para os turistas internos, em especial para a classe comerciária, que pode não ter um grande poder aquisitivo, mas merece a mesma qualidade de atendimento dispensada aos demais segmentos de turistas, nacionais ou estrangeiros. Finalizo compartilhando o que diz Doris Ruschmann, autora de livros sobre o turismo, com a convicção de que o Sesc Pantanal, com sua estrutura hoteleira e seus projetos de sustentabilidade, traduz o pensamento dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo sobre as novas necessidades, exigências e demandas daqueles que consomem produtos turísticos: “Um processo de transformação no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas”. 22 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Evento como produto turístico Marisa Canton Presidente da Academia Brasileira de Eventos, diretora da Canton Eventos e Cultura, professora da Eaesp/FGV, Doutora em Eventos, mestre em Turismo pela ECA/USP e Curso de Especialização em Turismo na Universidade de Málaga/Espanha Os eventos, frequentes na sociedade moderna, são parte integrante do nosso meio cultural, podendo ser gerados por quase todos os setores da economia: governamentais, corporativos e comunitários. Sua atuação faz parte do cotidiano dos indivíduos, como forma de ampliação de sua vida social e pública, especialmente daqueles que procuram por uma experimentação conjunta de emoções das mais variadas formas. Os eventos podem ser estudados cientificamente sob vários aspectos, especialmente no contexto amplo do turismo e da comunicação. A inda que de forma diferente da hotelaria, do transporte e das agências de viagens, conhecidos como o tripé de sustentação do turismo, os eventos também trabalham sua estratégia local de implementação e consumo. Enquanto estratégia, os eventos representam forte centro de atração aos interesses de todos aqueles que se deslocam para deles participar, oferecendo ao turismo local a oportunidade de tomar parte do seu processo de realização. Além disso, mobilizam os agentes econômicos de uma área, cidade ou região, incluindo hotéis, agências receptivas, restaurantes e bares, comércios, além de uma gama dos mais 23 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 variados prestadores de serviços. Assim sendo, podemos afirmar que os eventos contribuem enormemente para o desenvolvimento da economia local, gerando oportunidades de negócios, possibilitando a criação de empregos e o aumento da receita fiscal, em face das despesas efetuadas por seus participantes. Além dessas contribuições, eventos tornam-se importantes instrumentos de combate à sazonalidade turística, quer pela sua ocasionalidade, quer por garantir a presença, no núcleo, de um número maior de pessoas, que tendem a retornar a ele, especialmente no caso dos participantes de eventos de negócios. Por suas características e expressão, os eventos passam a fazer parte significativa do turismo e devem ser entendidos como produtos, na medida em que, concebidos, representarão uma oferta de valor que deverá ser aceita e consumida, atendendo intrinsecamente às exigências do mercado de entretenimento, lazer, conhecimento, negócios, descanso e tantas outras motivações. Segundo BRENOL (1999:63), os eventos “podem representar, quando adequadamente identificados com o espaço onde se realizam, a valorização dos conteúdos locais, tornando-os parte destacada da atração”. Entende-se como produto turístico “o conjunto de bens e serviços relacionados a toda e qualquer atividade de turismo” (LAGE & MILONE, 2001:51). Enquanto produto, embora não tangível, os eventos deverão passar pelos mesmos desafios de mercado, como outro produto qualquer, devendo 24 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 suas estratégias se basear em quatro políticas fundamentais: produto, preço, distribuição e promoção/ publicidade. Nesse caso, a aplicação do marketing no setor do turismo/destino talvez seja mais necessária do que em muitos outros setores, já que o turismo apresenta particularidades importantes em relação aos serviços e/ou produtos concorrentes. Os eventos, enquanto produtos turísticos, embora sujeitos às limitações de seus processos produtivos, procuram elevar ao máximo seus resultados e lucros. Obviamente, como contrapartida, os núcleos turísticos, além de seus atrativos e componentes fundamentais, serão mais ou menos atraentes aos eventos em função dos preços locais – elemento primordial que influenciará a decisão dos empresários organizadores por ocasião da escolha do seu local-sede. Qualidade e possibilidade real de equipamentos, suas atrações, facilidades e acessibilidades representam também elementos fundamentais para a escolha do local-sede. Temos de considerar que, muitas vezes, ocorre que a cidade-sede do evento já é turística, proporcionando a utilização dos recursos já disponíveis para a sua realização, ou, então, poderá tornar-se turística pela imposição mesma do turismo de eventos, o qual vem fomentar sua adequação, implementando a instalação de equipamentos necessários e os demais meios necessários ao seu novo destino. Os eventos, enquanto produtos turísticos, embora sujeitos às limitações de seus processos produtivos, procuram elevar ao máximo seus resultados e lucros 25 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 De qualquer forma, os preços locais, agregados aos custos intrínsecos do próprio evento, serão relevantes no resultado final, gerando o binômio de decisão: qualidade & preço. De uma forma positiva, a relação núcleo e eventos deverá se apoiar numa comunicação comercial mais idônea possível, em que as melhores garantias de se obter êxito não apenas numérico, mas de satisfação de seus participantes sejam asseguradas. No item qualidade, inserem-se todos os componentes e subcomponentes do núcleo. Como formadores de imagem local, os eventos têm um importante papel na criação de um perfil para os destinos, posicionando-os no mercado e fornecendo-lhes uma vantagem competitiva de marketing. Além do mais, os eventos podem fornecer novidades, originalidade e mudanças que fomentarão o interesse dos participantes em ampliar suas oportunidades e em conhecer melhor o local turístico apresentado. Importante, portanto, ressaltar que os eventos, quando consistentes e socialmente reconhecidos, promovem benefícios diversos para as cidades; não só econômicos, como se sabe, mas também socioculturais, ampliando conhecimentos e mudando comportamentos. O turismo de eventos, embora tenha surgido como atividade programada somente no século XIX, com Thomas Cook, que organizou a viagem de um grupo para participar de um congresso, foi consolidado como atividade econômica e social somente no século XX, vindo a provocar o surgimento de uma 26 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 tipologia versátil de eventos. Estes passaram a ser impulsionados e impulsionadores, responsáveis pelo crescimento e pelo desenvolvimento das cidades. (CANTON, In: DIAS, 2002, p. 87). Vale lembrar, por outro lado, que Turismo e Eventos se alcançam há muitos séculos. Dentre os vários episódios de nossa história, destacamos que o primeiro ato público oficial de governo no Brasil foi um desfile festivo do governador Tomé de Sousa, em Salvador, em 1549. E, menos de um século depois, Maurício de Nassau, ao inaugurar uma ponte no Recife, promoveu a festa do Boi Voador, primeiro evento realiza- (...) os eventos, quando do no Brasil, com destaque para a consistentes e arrecadação de recursos financeiros e a credibilidade de imagem à socialmente reconhecidos, promovem benefícios corte holandesa no Brasil. Entretanto, numa visão glo- diversos para as cidades; balizada e sintetizada, podemos não só econômicos, como dizer que, até 1980, o tema dos eventos, no contexto do turismo se sabe, mas também nacional, embora com algumas socioculturais (...) iniciativas relevantes, não avançava e não era competitivo. A partir dessa data, no entanto, os vários segmentos do turismo e da economia em geral começam a questionar as razões dessa visibilidade restrita, levando o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) a uma importante inovação, que foi a inserção do segmento Negócios e Eventos na agenda do turismo brasileiro. A história do nosso setor, em especial a protagonizada pela Embratur, apoiada até então no binômio recursos naturais e lazer (qual seja, sol, praia, férias e temporada), deixa de ter neste o seu o único vetor de crescimento e expressão, passando a se abastecer em outro amplo produto em foco: os eventos. 27 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Em 2003, a atenção se voltou para a rápida implantação de duas grandes novidades conceituais em termos da história de promoção comercial do turismo brasileiro: a Diretoria de Turismo de Negócios e Eventos da Embratur e o consequente lançamento dos programas relacionados à captação de eventos internacionais e à revisão completa e posterior ampliação do programa de feiras nacionais e internacionais. A partir dessa data, o Brasil é marcado pela triplicação das feiras internacionais, pela criação dos programas de captação de eventos internacionais e pela articulação, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), para o programa de promoção internacional das feiras comerciais realizadas no País. Com a criação do Plano Aquarela, a área de Negócios e Eventos ampliou a participação do Brasil em feiras de turismo pelo mundo, elaborou uma agenda de feiras comerciais para promover os nossos eventos e roteiros turísticos e criou uma política de apoio à captação de eventos internacionais para o País. Os 11 produtos turísticos desenvolvidos e promovidos no exterior até então pelo Ministério do Turismo e pela Embratur foram reformulados e passaram a ser apenas cinco: Sol & Mar, Ecoturismo, Cultura, Negócios & Eventos e Esportes. 28 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 As cidades turísticas são atraentes aos eventos por tudo aquilo que representam como obras de arte das sociedades humanas Considerações finais A sociedade passa por transformações, organizando-se cada vez mais na busca de novos espaços, como forma de sobrevivência determinada pelas novas atividades advindas dos avanços tecnológicos e da superespecialização do mercado. Com isso, vêse a necessidade da geração de novos processos de comunicação, pelos quais os eventos apresentamse como fator relevante, ao comunicar aspectos históricos, sociais e culturais, como também uma informação, uma ideologia. Esses novos espaços adequados à realização dos eventos dependem, na maioria das vezes, de iniciativas públicas e/ou privadas para a sua construção e criam uma nova dinâmica socioespacial para a cidade-sede, com reflexos econômicos e comerciais para esta. As cidades turísticas são atraentes aos eventos por tudo aquilo que representam como obras de arte das sociedades humanas, como lugares de encontro, do ir e vir, do acontecer de modo geral, especialmente se concentram infraestrutura e serviços adequados à sua realização. Assim, o evento não pode ser visto como um fenômeno isolado do contexto social e cultural em que está inserido, sendo o relacionamento o elemento essencial nessa circunstância – considerando aqui todas as relações com os meios internos e externos contextualizados nas políticas governamentais dominantes, seja no país, estado ou cidade de sua 29 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 realização. Para que esse processo se viabilize, deve ele estar integrado ao planejamento turístico das cidades, à proposta dos eventos, prevendo-se todos os meios e equipamentos necessários à sua atuação. O objetivo é que o produto eventos agregue valor à cidade, para que a sociedade participe e se beneficie dos resultados sociais e econômicos decorrentes dessa nova política, não devendo esse processo constituir-se em mera imagem ou vitrine artificial montada e desmontada para a experimentação esporádica do fenômeno em si. Hoje, temos pela frente o desafio de receber dois megaeventos cuja dimensão política não deve ser subestimada: a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, os quais poderão contribuir para assegurar prestígio nacional e poder político no cenário internacional, desde que bem planejados e identificados os seus problemas e possíveis impactos. Referências BRENOL, Renato Andrade. Manual de eventos. Caxias do Sul: Educs, 1999. DIAS, Celia Maria de Moraes (Org.). Hospitalidade, reflexões e perspectivas. São Paulo: Manole, 2002. LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César. Economia do turismo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MONTEJANO, Jordi Montaner. Estrutura do mercado turístico. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001. SANOVICZ, Eduardo. A Promoção comercial do turismo brasileiro no exterior: o caso da reconstituição da Embratur. São Paulo: USP; ECA, 2007. Tese de Doutorado. 30 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Formação cultural como vetor de talentos para o turismo Leila Serra Menezes Farah de Araújo Especialista em Gestão de Pessoas e em Desenvolvimento e Aperfeiçoamento do Capital Humano, master em Atendimento ao Cliente e em Etiqueta Profissional Internacional e membro do Conselho de Turismo da CNC Estratégias de inteligência competitiva em serviços pressupõem o conhecimento de qual a performance a ser adotada ao se atender o cliente de qualquer origem. Conhecer a cultura do cliente vai muito além do foco no cliente. Para encantá-lo e fidelizá-lo, é preciso conhecer o seu foco. H oje, moramos em um mundo sem distâncias. Comercializamos bens e serviços em todos os países. O seu cliente pode estar ali em Vladivostok. Os seres humanos são plurais. São muito diferentes. Variam na altura, na cor da pele, na forma de sua estrutura física e em muitas outras características. Diferimos uns dos outros em nossos valores, crenças religiosas, hábitos diários, no estabelecimento dos laços familiares e de amizades, no modo como assumimos os papéis de gênero e em tantos outros aspectos. São diferentes maneiras de existir socialmente. Diferenças também subjetivas: gostos, preferências, aceitações e o que banimos. Nosso mundo simbólico resulta em diferentes possibilidades de nos relacionarmos com o outro, o que aceitamos ou observamos – a postura corporal, a gestualidade, as 31 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 cores e a vestimenta. A humanidade tem alcançado grandes feitos, mas nem sempre os melhores. A cultura não pode ser analisada como uma ciência experimental em busca de normas padronizadas, mas sim interpretativa e formatada em seus símbolos. Essa pluralidade cultural é um universo de saberes, conceitos, afirmações, pensamentos. Humanos desenvolvem modos de vida diferentes, opostos e, muitas vezes, conflitantes. Isso sem falar naquelas diferenças que existem entre povos de uma mesma nação. Assim como dominamos o átomo, precisamos também controlar nossos preconceitos. Os profissionais das áreas de serviços turísticos lidam com essas diferenças a todo o momento. Fazse necessário um grande e meticuloso treinamento técnico para que o profissional, percebendo o aspecto cultural do turista/cliente, identifique seu modo de pensar, agir e consumir. As formas de convívio com as diferenças humanas compõem uma rede estratégica para a execução da operacionalidade de serviços de excelência. Não nascemos prontos para conviver com as diferenças. Ao contrário, precisamos de ensinamentos. Segundo Freire (FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 31. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005), humanos são seres histórico-sociais, num permanente movimento de busca, porAs formas de convívio que têm a consciência do mundo com as diferenças e a consciência de si como seres inacabados e inconclusos. O vir a humanas compõem uma ser de fato humano passa pela rede estratégica para convivência e pela aprendizagem a operacionalidade de com culturas diferentes. serviços de excelência 32 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 A excelência na prestação de serviços é um diferencial na hospitalidade comercial. É um instrumento de sucesso na interação entre profissional e cliente. Para esse resultado, o conhecimento da cultura do cliente é vital para uma performance respeitosa e que atenda a seus valores, e comercialmente positiva na venda de produtos e serviços de que a empresa dispõe e na satisfação e no encantamento pelo serviço prestado. O resultado de sucesso só pode acontecer verdadeiramente se participamos de um mundo cultural, se partilhamos socialmente, se entendemos os pensamentos, comportamentos e valores de cada um. É fundamental estarmos atentos aos diferentes perfis de nossos clientes, a suas necessidades e desejos e ao seu cotidiano. A demonstração do conhecimento do universo de pensamento indica respeito e favorece a postura de disponibilidade para o serviço. As culturas humanas organizaram-se e criaram seus códigos para viver em sociedade. Decidiram como usufruir do tempo livre, definiram as participações no mercado de trabalho, definiram como vender o que produzem, lidar com suas economias, educar seus filhos, enterrar seus mortos, festejar e demonstrar seu descontentamento. A pluralidade cultural indica, antes de tudo, um acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de todos nós. 33 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Assim, o convívio com o outro, com o diferente, pode enriquecer e desenvolver nossa condição humana. É um longo aprendizado o conviver com as diferenças, mesmo que elas afetem nossas convicções. No convívio respeitoso, fraterno e democrático, a pluralidade cultural pode se afirmar com toda a sua possibilidade de nos ensinar outros pontos de vista. Apenas para exemplificar, apontaremos um dos vários itens do universo cultural do cliente que deverá ser de total conhecimento do profissional: a alimentação – necessidade básica do ser humano. É um tema de grande importância, para o qual o profissional deverá estar preparado, surpreendendo o cliente. As escolhas alimentares estão associadas a diversas influências de ordem social, cultural e histórica, além do campo biológico. As influências culturais indicam os alimentos aceitos ou proibidos e traduzem os significados da vida de um grupo. Há também aqueles vinculados a conceitos e práticas religiosas, heranças familiares e hábitos do cotidiano de uma comunidade. Os rituais de organização alimentar, de degustação, de formatação e de organização à mesa traduzem um histórico social e antropológico. 34 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 O que é considerado alimento sagrado em determinada sociedade pode ser considerado profano em outra. Cada cultura apresenta um modelo que determina o abate, o corte, o preparo, o porcionamento, o servir e o degustar. O valor cultural do alimento resulta de representações herdadas durante séculos. Símbolos e rituais, linguagem corporal, enfim, um cabedal de informações que os profissionais de atendimento ao cliente precisam conhecer. A utilização da diplomacia na saudação das datas especiais de cada grupo religioso é um dos itens que os clientes mais observam. Estudos sobre a influência da cultura do cliente no consumo de bens e serviços estão em grau de grande importância nas ciências humanas, no marketing e na economia. Nos EUA e na Europa esse tema constitui interesse de estudo desde 1970. No Brasil, a Academia se debruçou sobre ele desde 2000. A Copa do Mundo, as Olimpíadas, enfim, os megaeventos propiciarão ao Brasil uma grande oportunidade de se expor perante o mundo. E não podemos nos esquecer do pré-evento, pois os jornalistas e as comissões chegam e se instalam um ano antes do início do campeonato. As empresas e seus setores de recursos humanos precisam ir além de suas próprias fronteiras, para desenvolver e especializar seus colaboradores. É preciso propiciar a construção de novas performances profissionais e também de um ser humano ade- As empresas e seus setores de recursos humanos precisam ir além de suas próprias fronteiras, para desenvolver e especializar seus colaboradores 35 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 quado às necessidades produtivas e aos interesses mercadológicos. Para tal, é primordial transformar informação em conhecimento; e este deve ser articulado e internalizado, para se tornar base de conhecimento de cada talento humano. O que vimos nas Copas e nas Olimpíadas anteriores é que as empresas fizeram uma reengenharia e se tornaram knowledge-creating companies (empresas que geram conhecimento). O resultado foi a organização e a especialização de seu capital intelectual, o que proporcionou vantagens competitivas e a capacidade de criar e proporcionar valores de qualidade superior. 36 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 O turismo e a realidade virtual Aimone Camardella Diretor da Câmara de Consultores e Associados, professor, escritor e membro do Conselho de Turismo da CNC Dizem que o mundo se tornou um pequeno condomínio, pelas facilidades proporcionadas pelo desenvolvimento da tecnologia informal, o qual permite o conhecimento e o relacionamento com os mais distantes pontos da Terra. D essa forma, não é preciso sair de casa, pois, através do computador, são obtidas informações geográficas, gráficas, históricas, especificamente localizadas, com o uso de satélites que nos permitem apreciá-las comodamente, sentados numa poltrona, num ambiente confortável. De fato, tudo isso está se tornando uma realidade virtual, de modo que, às vezes, perguntamo-nos: até onde e até quando este mundo vai se desenvolver dessa forma? Talvez pudéssemos chamar de turismo virtual essa forma de conhecimento no condomínio Terra. Mas, embora a mente humana seja extremamente evolutiva, o outro lado do ser humano é irrequieto: ele não se contenta em ver, simplesmente, na tela do computador não só toda a beleza da natureza, propriamente dita, mas também, 37 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 e principalmente, o artificialismo cada vez maior nessa natureza. E ele, o ser humano, lança-se para constatar, in loco, aquela realidade virtual com seus olhos curiosos, vaidosos, perspicazes e ambiciosos. E o turismo real não para, e não pode parar, diante de tantas características positivas e negativas do ser humano. À custa desse turismo real, desenvolvem-se os meios mais sofisticados para satisfazer a procura pelos locais turísticos mais belos e mais atrativos. Citam-se, por exemplo, os meios de transporte, a indústria hoteleira, o comércio visando o turista, os divertimentos, enfim, todo um conjunto de meios que têm por fim, antes de tudo, o lucro dos intervenientes desse movimento. Com relação aos meios de transporte, por exemplo, há que se considerar a ânsia dos turistas em atingir os pontos previstos em sua programação, estabelecida após a consulta de uma série de catálogos, os quais, divulgando de maneira atrativa e detalhada, podem ser considerados como com- 38 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 plementos gráficos daquela reaQuanto à indústria lidade virtual já citada. Muitos pretensos turistas, hoteleira, a falta de entretanto, não têm essa visão conhecimento dos turistas, holística do problema e não proàs vezes, provoca alguma gramam técnica e convenientemente cada viagem, recorrendo, decepção, quando a às vezes, somente aos agentes de opção é feita sem escolha viagem, que os orientam tanto propriamente dita quanto possível. Quanto à indústria hoteleira, a falta de conhecimento dos turistas, às vezes, provoca alguma decepção, quando a opção é feita sem escolha propriamente dita, baseada em dados de catálogos e em consulta direta ao hotel a ser selecionado. O mesmo se poderia dizer em relação ao comércio e aos divertimentos, pois todo turista, sem dúvida, procura tirar o máximo proveito de sua viagem. E atualmente, com a moderna tecnologia, é fácil estabelecer planejamentos que atendam aos desejos de cada um. Nesse particular, ainda poderia ser citada uma faixa de interessados que procuram fazer do turismo um meio de comerciar mercadorias, adquirindo-as nos países visitados e vendendo-as em seus países. Evidentemente, isso não tem um fundamento legal, mas, infelizmente, vem acontecendo com a interveniência até de algumas autoridades inescrupulosas. Mas tudo leva a crer que a própria tecnologia há de elaborar – e o vem fazendo – meios coercitivos de tais ações. Aqui poderiam ser incluídos não só os turistas propriamente ditos, mas também a juventude e/ou os adultos que procuram outros países para aumen- 39 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 O turismo e a realidade virtual exercem um papel cada vez mais importante na vida dos povos tar seus conhecimentos, realizando seus programas turísticos nas horas de lazer. É muito comum uma família avaliar que seus filhos devem procurar outros países, com suas famosas universidades ou cursos especializados, onde possam não apenas aprender a língua local, mas também adquirir outros conhecimentos, bem como, por via de consequência, fazer um pouco de turismo. Que isso sirva de exemplo para que o nosso país também se torne um Centro de Atração Educacional. Como se vê, o turismo e a realidade virtual exercem um papel cada vez mais importante na vida dos povos, mesmo entre os mais pobres, que se deslocam de suas origens para ganhar a vida. Em qualquer das atividades acima citadas, esse deslocamento da humanidade, de uma forma ou de outra, é um fator de progresso, pois tais contingentes muitas vezes se radicam nesses países visitados, aumentando sua força de trabalho . No ensino superior há uma ciência centralizada no estudo do turismo chamada Turismologia. Embora não haja uma definição única do que seja turismo, as recomendações da Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas o definem como “as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros”. Turista é um visitante que se desloca voluntariamente por período de tempo igual ou superior 40 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 a 24 horas para local diferente da sua residência e do seu trabalho, sem que tenha por motivação a obtenção de lucro. Desde a antiguidade, sempre houve grandes deslocamentos caracterizados por finalidades diferentes, como cultura, diversão, religião e desporto, na Grécia Antiga; visitas a águas termais (como as termas de Caracalla), no Império Romano; ou grandes peregrinações, como o Turismo Islâmico de Hajj, para Meca, etc. Na Idade Moderna, apareceram os primeiros alojamentos com o nome de Hotel (palavra francesa que designava os palácios urbanos). Com as viagens das grandes personalidades acompanhadas de seus séquitos, surgiram comitivas cada vez mais numerosas, e se tornou impossível alojar todos nos palácios, ocorrendo a criação de novas edificações hoteleiras. Mas pode-se dizer que foi na Idade Contemporânea, com a Revolução Industrial e a consolidação da 41 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 burguesia, que aumentaram os recursos econômicos e o tempo livre para se viajar. Para finalizar, vale lembrar que, de acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT), em 2010 aconteceram 917 milhões de chegadas de turistas internacionais. Os países mais visitados entre 2006 e 2010 são europeus, com a França mantendo o primeiro lugar já por vários anos. 42 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 O turista e o turismo Luiz Brito Filho Advogado, assessor da TurisRio, coordenador do Grupo de Apoio e Fomento ao Turismo Marítimo e Náutico do Estado do Rio de Janeiro, membro dos Conselhos Pró-Rio e de Segurança Pública, Ética e Cidadania da ACRJ, e do Conselho de Turismo da CNC Viajar é conhecer o mundo, participar de outros costumes, sentir as emoções do belo divino e contemplar as grandes obras do Homo sapiens desde a sua criação. S er turista não é só mudar de local durante algum tempo, e apenas às vezes, para esquecer os problemas ou como forma de repousar. Ser turista é programar-se para adquirir valiosos conhecimentos, quando em presença das grandes obras humanas, absorvendo os fluidos que elas emitem, cheias de intenso valor arquitetônico e infladas de arte, cultura e tecnologia, sempre evolutivas no tempo e no espaço. O turismo, considerado um dos movimentos humanos mais ecumênicos, tornou-se um fenômeno atípico da sociedade contemporânea, porquanto se desenvolve sem a preocupação das diferenças raciais, religiosas ou políticas. São tantas as raças, as cores, as religiões, os preconceitos, as legislações, enfim, tudo envolvendo o ser humano, que sempre usou o seu livre arbítrio e a sua inteligência para se desenvolver. 43 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Nas relações internacionais que inquietam e divorciam os homens, o turismo tem se mostrado o melhor instrumento de adoção do espaço global sem fronteiras. O planeta Terra é um palco infinito, com um número infinito de cenas e atores, num movimento contínuo de ações e interações, em que o pequeno ser humano se destaca, procurando materializar a natureza, com sua capacidade de Homo sapiens. Embora tais virtudes sejam tão profundas, esse ser humano usufrui de sua vaidade e de sua prepotência para se impor a seus semelhantes, criando conflitos e guerras trágicas, que ferem a sua dignidade e causam a destruição de suas próprias obras nesse palco infinito. Mesmo assim, tem conseguido evoluir, porém sempre sujeito às reações da natureza, talvez sentindo os efeitos dessa evolução sobre os seus domínios. É esse o cenário que o turismo permite constatar in loco, sempre que possível, da bela e majestosa natureza, como foi e como é atualmente. Para comprovar essa assertiva, basta relacionar algumas das 44 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Maravilhas do Mundo Antigo, do Mundo Medieval e do Mundo Moderno Ser turista, portanto, é sentir as emoções históricas ao vivo, agitando suas redes neurais para colaborar, quem sabe, no desenvolvimento da natureza. Ser turista é acompanhar a evolução da tecnologia criada pelo homem, que se transportava pelos mares nos grandes veleiros, em busca de novas descobertas e conquistas, e hoje percorre esses mares em modernos navios de cruzeiros. Ser turista é atravessar continentes em possantes aviões, mudando de fusos horários, climas e culturas em poucas horas. É justamente pelo movimento gerado pelos turistas, interna e externamente, que o turismo vem mantendo um ritmo ascendente em todas as regiões do mundo, exceto no Oriente Médio e no norte da África, devido à instabilidade política nessas regiões. No 52º Congresso da Organização Mundial de Turismo (OMT), realizado em Assunção, no Paraguai, e que contou com a presença de todos os paísesmembros das Américas, foram colocadas em discussão estratégias com a finalidade de se buscar a melhoria da qualidade de vida em todo o continente, usando o turismo como polo indutor de desenvolvimento. O secretário-geral da organização, Taleb Rifai, comemorou Ser turista é atravessar os números do turismo mundial continentes em possantes em 2010, informando, na ocaaviões, mudando de sião, que houve um crescimento de 7% em relação ao ano ante- fusos horários, climas e rior. O número de desembarques culturas em poucas horas chegou a cerca de 940 milhões, 45 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 gerando uma receita de US$ 918 bilhões, sendo que, em nosso continente, o crescimento foi de 10%. Outra constatação foi vermos a China se consolidando como principal mercado em expansão, tomando a posição da Espanha e ficando próxima de Estados Unidos e França. Temos de levar em consideração que essa expansão, envolvendo números de turistas e os números gerados pela economia do turismo, tem outra face, a saber, os impactos culturais e sociais sofridos pela comunidade envolvida no atrativo turístico, os quais merecem ser avaliados. Se, por um lado, é bom para a localidade a visitação dos turistas, porque gera renda em diversas atividades econômicas, por outro, se não houver um cuidadoso planejamento, gestão e monitoramento da prática turística, a invasão de turistas na localidade pode acarretar diversos problemas, como, por exemplo, a perda das tradições e dos costumes, a aculturação, problemas de saneamento básico, problemas crescentes com drogas, prostituição, violência, etc. Desse modo, a população vai passar a rejeitar o visitante, e este, por sua vez, vai optar por outro ponto turístico, acarretando a queda da economia do local. Chega-se à O turismo interno ou conclusão de que, para o turismo doméstico e o turismo ser sustentável, é preciso que se externo ou internacional tome conhecimento dos impactos sofrem muitas oscilações, negativos que existem na prática e das medidas necessárias para de acordo com o evitá-los ou minimizá-los. comportamento geral Quanto maior o desenvolda economia e com o vimento turístico das atrações, desequilíbrio cambial maior a probabilidade de que 46 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 elas ultrapassem sua capacidade de carga. Entretanto, não existe um limite claramente definido para ela, uma vez que a capacidade de um atrativo, de uma área ou de um local depende de elementos culturais e naturais, que variam tanto espacial como temporalmente. O turismo interno ou doméstico e o turismo externo ou internacional sofrem muitas oscilações, de acordo com o comportamento geral da economia e com o desequilíbrio cambial. Por exemplo, a valorização da moeda nacional em relação ao dólar reduz os custos das viagens internacionais e favorece a busca por destinos internacionais. Tal situação é, neste momento, vivida pelo turismo brasileiro, pois estamos operando muito mais no exportativo. Devemos, ainda, lembrar que temos somente uma empresa aérea operando o transporte aéreo de longo curso. Quanto aos atrativos, o Brasil possui belezas naturais, arquitetônicas, históricas e culturais magníficas, mas estamos longe de competir com os principais mercados. 47 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 O Brasil ainda se debate com questões básicas de infraestrutura, como a falta de sinalização e a péssima conservação das estradas, a violência urbana e problemas de limpeza. Além disso, do ponto de vista do turismo internacional, o País tem poucos profissionais que falam outros idiomas e carece de profissionais especializados. O mais importante é entendermos que o turista e o turismo têm, hoje, uma forte participação no mercado de geração de emprego e renda, e, para tanto, temos de sair do discurso e nos preparar para sermos um competente mercado receptivo. 48 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Estratégia: a capacidade empreendedora Romulo Garrido Consultor em Gestão e Empreendedorismo Criatividade, novas estratégias para o mercado em expansão e a aceitação de novos desafios no setor vão alimentar a união do turismo com a sustentabilidade. E stamos a poucos passos de dois grandes eventos esportivos e, não obstante, temos atividades diárias que, se não forem abordadas na atual conjuntura, serão reflexo de vergonha e frustração. Nosso país tem atraído turistas de todas as partes do mundo e mal conseguimos disfarçar nossas fragilidades. Com isso, não ultrapassamos a barreira do 5,5 milhões de visitantes estrangeiros. Segundo o site Melhores Destinos, foram registrados, no ano de 2010, 7.170 queixas envolvendo problemas com bagagens, o que nos obriga a adotar estratégias que ponham fim aos serviços mal prestados. À medida que caminhamos para o tão sonhado desenvolvimento, não podemos deixar de lado o fato de que ele tem de prever o crescimento sustentável, o futuro, rupturas de padrões, melhores treinamentos, gestão, a fim de garantir o melhor desempenho. 49 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Quando abordamos o termo gestão, não imaginamos o quão abrangente e inovador ele é, mas imaginamos, na ótica de gerações anteriores, maiores controles ou imposição de medidas coercitivas. Na verdade, no século XXI os países pós-capitalistas devem se ater a esse tema com mais cautela e observar que precisamos de estratégias para remodelar nossas atividades, pois temos sérios problemas que nos dificultam o crescimento. Precisamos de medidas que estimulem o profissional a desenvolver suas habilidades e permitam implantar novos modelos conectados aos ambientes interno e externo, com flexibilidade e controle, reduzindo os reflexos provocados pela desqualificação da mão de obra. Esta, por sua vez, não deve ser somente recrutada e selecionada, mas sim treinada com princípios de base, de educação e de responsabilidade profissional. Obter coach para essas tarefas ajuda na estratégia e faz com que se defina a missão diária dos operadores, A verdadeira motivação para que se lembrem em tempo para as mudanças integral do compromisso profisserá encontrada sional. As rupturas de padrão são quando as estratégias para marcar uma grande alteração na cultura da América Latina, de governo forem e não devem ocorrer como no alteradas para modelos cenário político, que sempre obde participação da tém pequenas variações dentro sociedade e contribuição dos padrões. no uso das habilidades Além das estratégias de gestão, as grandes mudanças no cenário empreendedoras econômico tenderão a buscar escondidas em muitos criatividade, que traduzimos em jovens que aqui habitam inovação, na adaptação do siste- 50 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 ma de informação adequado às necessidades do cliente, via web, com serviços que sejam remodelados conceitualmente, dando ênfase aos novos benefícios à sociedade. De fato, a inovação de nada serve sem benefícios na prestação dos serviços. Supostamente, enfrentaremos dificuldades para a inserção de novos modelos, pois temos ainda, arraigados em nossa cultura, traços de continuidade e estabilidade, com uma classe empresarial que se conforma em manter as condições atuais. A verdadeira motivação para as mudanças será encontrada quando as estratégias de governo forem alteradas para modelos de participação da sociedade e contribuição no uso das habilidades empreendedoras escondidas em muitos jovens que aqui habitam. A ideia de parceria, de aprender e ensinar, fará com que as relações deixem de ser simplesmente mecânicas e tragam ao palco de nossa realidade as investidas em relacionamentos que contribuam 51 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 para o bem-estar de todos, sendo sadio o amadurecimento de novas ideias, a discussão e a explanação de experiências que incrementem o processo de evolução do nosso país. Assim, nas novas curvas de aprendizagem e ensinamento, as aulas de criação farão surgir tendências nos novos cenários, que, consequentemente, precisam ser transmitidos para outros, dando notoriedade a uma continuidade que sirva de espelho e trampolim para o surgimento de novas metodologias, fazendo com que o conhecimento não fique somente nas mãos de poucos. E o turismo, como cadeia de serviços, poderá ser propulsor dessa tendência e necessidade do mercado atual. Vemos uma perspectiva de aumento de faturamento com o turismo, mas não criamos ferramentas para essa alavancagem. Temos 75% do faturamento em turismo no Brasil voltado para as viagens de negócios e eventos. E sabemos que esse percentual vai crescer. Com esse crescimento, até as empresas de logística deverão reformular sua atuação, pois 52 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Temos de dar sentido ao ato de prestar excelentes serviços, colocando, no lugar de boas intenções, os resultados, trazendo à tona benefícios e mudanças no comportamento social e cultural mais barreiras serão criadas para os viajantes nos centros urbanos, novos problemas, variando entre a dificuldade de se chegar até o cliente e a dificuldade na circulação de mercadorias. Hoje, não conseguimos satisfazer quem espera o Just in Time ou o Suplly Chain por alterações no cenário urbano. Temos de nos readequar para poder entregar o que é esperado, a fim de poder satisfazer os clientes. Temos de usar todas as ferramentas de informação e tecnologia para habilitar novos canais entre as empresas. Para isso, precisamos de subsídios, investimentos do governo e, principalmente, parceria, pois o que de fato queremos é melhor qualidade de vida para todos os cidadãos e gerar demanda organizada, pensada e instruída para um futuro que já começou. Viajar, hoje, é um movimento mundial, numeroso e ilimitado, que depende primordialmente de serviços bem prestados. Com tal infinidade de possibilidades, fazer o básico é contagem regressiva para o insucesso. Os questionamentos são variados, mas sempre remetem a fatores humanos, de gestão e tecnologia. Empreender requer motivação para superar o lado obscuro das atividades que não promoveram benefícios significativos para a sociedade. 53 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Temos de dar sentido ao ato de prestar excelentes serviços, colocando, no lugar de boas intenções, os resultados, trazendo à tona benefícios e mudanças no comportamento social e cultural. Verdadeiramente, tem de ser de todos a preocupação em querer o melhor e em conciliar recursos para criar o futuro, algo que ainda não foi interpretado com integridade pelos que assumem a postura de gestão, mas se embaralham nos conceitos e perdem o foco, para apagar incêndios diários. O turismo vai precisar se reinventar em um futuro breve, e a base será a inovação sustentável e a busca incessante para atender às expectativas de viajantes cada vez mais exigentes e conectados. 54 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 Membros do Conselho de Turismo AIMONE CAMARDELLA Diretor da Câmara de Consultores Associados Professor e escritor ALEX CANZIANI Deputado Federal pelo Estado do Paraná Titular da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados Ex-Presidente da Frente Parlamentar de Turismo da Câmara dos Deputados ALFREDO LAUFER Consultor Empresarial de Turismo e professor da FGV ALLEMANDER J. PEREIRA FILHO Brigadeiro R1 e Ph.D. Diretor da Aircon – Consultoria de Aviação Civil Ltda. Ex-Diretor da Anac e ex-Diretor do DAC ANTONIO HENRIQUE BORGES DE PAULA Gerente de Projetos Estratégicos do Senac-DN Ex-Secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais ANTONIO PAULO SOLMUCCI JÚNIOR Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) ANTONIO PEDRO VIEGAS FIGUEIRA DE MELLO Secretário Municipal de Turismo do Rio de Janeiro e Presidente da RioTur ARNALDO BALLESTÉ FILHO Diretor-Vice-Presidente do Touring Club do Brasil AROLDO ARAÚJO Diretor-Presidente da Aroldo Araújo Propaganda ARTHUR BOSISIO JUNIOR Ex-Assessor de Relações Institucionais do Senac-DN ASPÁSIA CAMARGO Deputada Estadual do Rio de Janeiro Ex-Secretária Executiva do Ministério do Meio Ambiente, ex-Presidente do Ipea e ex-Assessora Especial da Presidência da República BAYARD DO COUTTO BOITEUX Diretor-Geral dos Cursos de Turismo e Hotelaria da UniverCidade Presidente do site Consultoria em Turismo-Bayard Boiteux BEATRIZ HELENA BIANCARDINI SCVIRER Pesquisadora e Redatora do Arquivo Nacional Ex-Técnica de Eventos da Embratur CAIO LUIZ DE CARVALHO Diretor-Geral da EnterEntertainment & Experience do grupo Bandeirantes de Comunicação Ex-Presidente da São Paulo Turismo S/A (SPTuris) Ex-Presidente da Embratur e ex-Ministro de Estado do Esporte e Turismo 55 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 CARLOS ALBERTO AMORIM FERREIRA Conselheiro e Ex- Presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav Nacional) CARLOS ALBERTO RAGGIO DAVIES Diretor de Turismo e Hotelaria do Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial CARMEN FRIDMAN SIROTSKY Conselheira do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro CLAUDIO MAGNAVITA CASTRO Vice-Presidente da Abrajet Nacional Presidente do Jornal de Turismo - Aver Editora CLEBER BRISIS DE OLIVEIRA Gerente-Geral do Royal Rio Palace Hotel CONSTANÇA FERREIRA DE CARVALHO Diretora da C&M – Congresses and Meetings Ex-Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Evento (Abeoc/RJ) DALTRO ASSUNÇÃO NOGUEIRA Ex-Presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais Tradicional Agente de Viagens de Belo Horizonte DIRCEU EZEQUIEL DE AZEVEDO Jornalista representante do Brasilturis no Rio de Janeiro EDUARDO JENNER FARAH DE ARAUJO Diretor-Presidente do Grupo Instituto de Estudos Turísticos do RJ (Ietur) FAISAL SALEH Secretário de Estado do Turismo do Paraná 56 GENARO CESÁRIO Consultor de Turismo – Representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas GEORGE IRMES Presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav/RJ) 2º Vice-Presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Sindetur/RJ) Professor de Turismo da UniverCidade e da Universidade Estácio de Sá GÉRARD RAOUL JEAN BOURGEAISEAU Diretor de Relações Institucionais da Rede de Hotéis Windsor, ex-Presidente da RioTur e ex-Presidente do Rio Convention & Visitors Bureau GILSON CAMPOS Editor da Revista do Turismo GILBERTO F. RAMOS Presidente da Câmara BrasilRússia de Comércio, Indústria & Turismo GILSON GOMES NOVO Diretor do Grupo Águia e Coordenador no Grupo para a Copa do Mundo de 2014 Ex-Presidente do Amadeus GLÓRIA DE BRITTO PEREIRA Ex-Diretora de Marketing da RioTur GUILHERME PAULUS Presidente do Conselho de Administração do grupo CVC e membro representante da Presidência da República no Conselho Nacional de Turismo HARVEY JOSÉ SILVELLO Consultor, representante do Lions Internacional Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 HÉLIO ALONSO Presidente da Organização Hélio Alonso – Educação e Cultura HORÁCIO NEVES Diretor e Editor do Brasilturis Jornal ISAAC HAIM Presidente Honorário – Skal Internacional/Brasil ITAMAR DA SILVA FERREIRA FILHO Diretor-Presidente da Ponto Forte Segurança Turística JOÃO CLEMENTE BAENA SOARES Embaixador Ex-Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) Membro da Comissão Jurídica Interamericana da OEA, com sede na Colômbia; da Academia Brasileira de Filosofia; do Pen Clube; e do Conselho Técnico da CNC JOANDRE ANTONIO FERRAZ Sócio de Joandre Ferraz Advogados Associados Advogado da Abav/SP, da Abremar, da Fecomércio-SP e do Sindetur/SP Ex-professor de Direito Empresarial da FGV/Eaesp Ex-Diretor de Planejamento da Embratur JOÃO FLÁVIO PEDROSA Presidente da Sociedade Náutica Brasileira (SNB) Presidente do Movimento Asas da Paz JOMAR PEREIRA DA SILVA ROSCOE Jornalista, publicitário e Presidente da Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (Alap) JONATHAN VAN SPEIER, Ph.D Professor da FGV e da University of Southern California JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA Presidente da New Century Technology do Brasil Ltda. Ex-Superintendente da Varig JOSÉ GUILLERMO CONDOMÍ ALCORTA Presidente da Panrotas Editora Ltda. JOSÉ HILÁRIO DE OLIVEIRA E SILVA JÚNIOR Advogado e Diretor da AL Viagens e Turismo Ltda. JORGE SALDANHA DE ARAÚJO Membro Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Jornalista credenciado na Presidência da República, no Ministério das Relações Exteriores, no Ministério da Justiça e no Senado Federal, Brasília, DF. LEILA SERRA MENEZES FARAH DE ARAÚJO Diretora do Grupo Instituto de Estudos Turísticos do RJ (Ietur) LEONARDO DE CASTRO FRANÇA Presidente do Touring Club do Brasil LUIZ STRAUSS DE CAMPOS Ex-Presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav/RJ) LUIZ BRITO FILHO Assessor de Relações Institucionais da Turisrio e Especialista em Portos e Aeroportos LUIZ CARLOS BARBOZA Sócio Principal da Consultoria Organizacional LBC Ex-Diretor Técnico do Sebrae Nacional LUIZ GUSTAVO MEDEIROS BARBOSA Coordenador do Núcleo de Turismo da Fundação Getulio Vargas (FGV) 57 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 MARCO AURÉLIO GOMES MAIA Proprietário do Hotel Gloria Garden Suites Diretor do Macaé Convention & Visitors Bureau Diretor da Associação Comercial e Industrial de Macaé, RJ Representante da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, em Macaé, RJ Ex-Secretário Executivo de Turismo de Macaé, RJ MAURÍCIO DE MALDONADO WERNER FILHO Coordenador do Curso de Hotelaria da UniverCidade Diretor-Presidente da Planet Work - Empreendimentos MARGARETH SOBRINHO PIZZATOL Presidente da Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef) MAURO PEREIRA DE LIMA E CÂMARA Diretor da Federação das Câmaras de Comércio Exterior da CNC; membro Efetivo da Liga de Defesa Nacional; da Escola Superior de Guerra; da Ordem do Mérito Cívico; da Academia PanAmericana de Letras e Artes; da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro; da Sociedade Amigos da Marinha; da Sociedade Memorial Visconde de Mauá e do Instituto Sanmartiniano do Brasil. MARIA CONSTANÇA MADUREIRA HOMEM DE CARVALHO Advogada – Especialista em Direito Ambiental Ex-Diretora do Blue Tree Park Hotel MARIA ELIZA DE MATTOS Diretora da Winners Travel Ex-Presidente do Skal – Brasil MARIA ERCÍLIA BAKER BOTELHO LEITE DE CASTRO Diretora-Geral da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar MARIA LUIZA DE MENDONÇA Procuradora da Fazenda Nacional MÁRIO BRAGA Diretor da M. BRAGA Representações e Consultoria Ltda. Consultor Empresarial de Turismo e Hotelaria MÁRIO REYNALDO TADROS Presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Amazonas Membro do Conselho da Abav Nacional MAUREEN FLORES Pesquisadora 58 MAURO JOSÉ MIRANDA GANDRA Presidente Executivo da Associação Nacional de Concessionárias de Aeroportos Brasileiros Brigadeiro-do-AR Reformado e ex-Ministro da Aeronáutica MURILLO COUTO Consultor de Aviação e Turismo NELY WYSE ABAURRE Assessora Técnica de Turismo do Senac-DN NILO SERGIO FÉLIX Subsecretário de Esporte e Eventos da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer Ex-Presidente da Turisrio Ex-Subsecretário de Estado de Turismo do Rio de Janeiro NORTON LUIZ LENHART Vice-Presidente para Restaurantes e Similares da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS) e empresário do setor de turismo ORLANDO KREMER MACHADO Clube Mutua – Recreação e Lazer Executivo de Turismo ORLANDO MACHADO SOBRINHO Presidente do Movimento da União para o Progresso do Estado do Rio de Janeiro (Muperj) Jornalista e Executivo de Turismo Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 OSWALDO TRIGUEIROS JR. Ex-Presidente do Conselho de Turismo da CNC PAULO ROBERTO WIEDMANN Consultor Jurídico da Abav Nacional e da Abav/RJ Titular da Wiedmann Advogados Associados PAULO DE BRITO FREITAS Presidente da Associação Brasileira de Cooperativas e Clubes de Turismo Social (Abrastur) Presidente do Sistema Brasileiro de Hotéis, Lazer e Turismo (SBTUR) PEDRO FORTES Superintendente de Operações da Rede Tropical Hotels & Resorts Brasil Ex-Diretor da ABIH Nacional e tradicional hoteleiro no Rio de Janeiro PERCY LOURENÇO RODRIGUES Jornalista e ex-Presidente da Rio Sul e Nordeste Linhas Aéreas RESPÍCIO A. DO ESPIRITO SANTO Jr. Professor adjunto da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro Presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo RICARDO CRAVO ALBIN Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin ROBERTA GUIMARÃES WERNER Diretora do Setor de Curso e Treinamento Empresarial da Planet Work Consultoria em Turismo e Gerente de Eventos ROBERTO DE ALMEIDA DULTRA Diretor da GB Internacional Operadora de Turismo Receptivo Ex-Presidente da Brazilian Incoming Travel Organization (Bito) ROSELE BRUM FERNANDES PIMENTEL Diretora Comercial da Mais Linhas Aéreas, Diretora-Secretária da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav/RJ), Diretora da RBF Turismo, Diretora da R&R Pimentel Consultoria; Conselheira da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo (ABBTUR) e Conselheira da Skal RUBENS MOREIRA MENDES FILHO Deputado Federal pelo Estado de Rondônia Presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Rondônia (Sindetur) Ex-Senador da República SALVADOR CONSTANTINO SALADINO Presidente da Bito; Vice-Presidente Financeiro da Abav – Conselho Nacional; Diretor Financeiro da Abav/RJ; e membro do Conselho Fiscal do Sindetur/RJ SAMUEL AUDAY BUZAGLO Subprocurador-Geral da República, professor universitário, advogado Criminalista, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e do Conselho Técnico da CNC. SÁVIO NEVES FILHO Diretor do Trem do Corcovado, Presidente da Associação Brasileira de Trens Turísticos Urbanos, Presidente do Conselho de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Vice-Presidente do Sindicato Nacional de Parques Temáticos (Sindepat) e membro do Conselho Nacional de Turismo SÉRGIO PAMPLONA PINTO Advogado e ex-Diretor/Assessor da Presidência da RioTur SONIA CHAMI Diretora do Sol Ipanema Vice-Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/RJ) 59 Novembro/Dezembro 2011 - nº 08 TÂNIA GUIMARÃES OMENA Presidente da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo (ABBTUR Nacional) VENÂNCIO GROSSI Consultor da VG – Assessoria & Consultoria – Aeronáutica Ltda. Brigadeiro da Aeronáutica e exDiretor-Geral do DAC VIVIÂNNE GEVAERD MARTINS Presidente da Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev) 60 Prezado leitor, este é o seu espaço na revista Turismo em Pauta. Deseja ver algum tema sendo abordado, tem sugestões, dúvidas, comentários, críticas ou quer receber exemplares da revista? Envie e-mail para: [email protected] E mais: seu artigo poderá vir a ser publicado por nós. Mande um e-mail com o título “Kit Artigo” para [email protected] e receba todas as instruções para a formatação de seu texto. Envie o arquivo nos moldes do kit, e ele será apreciado por nosso conselho editorial. Uma vez aprovado, ele será publicado. Quer saber mais sobre o Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC e suas ações sobre o turismo? Visite o nosso site www.cnc.org.br ISSN 2178-910X Fiel ao compromisso histórico de ter na defesa da atividade turística um dos pilares de sua atuação, a CNC abre um espaço de reflexão para que os maiores especialistas do setor e da área acadêmica possam tratar dos assuntos com profundidade e conhecimento. A revista Turismo em Pauta é feita por quem sabe, para contribuir, de forma efetiva, com a construção de um turismo cada vez mais forte, vocacionado e integrado à economia do nosso país.