die sammlung walter wüthrich
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DIE SAMMLUNG WALTER WÜTHRICH DIE SAMMLUNG WALTER WÜTHRICH STIFTUNG BRASILEA VORWORT Wir freuen uns sehr, nach zweijährigem Bestehen der Stiftung Brasilea ein Buch über - Die Sammlung Walter Wüthrich - heraus zu geben, die als permanente Ausstellung im 1. Obergeschoss präsentiert wird und als Herzstück der Stiftung bezeichnet werden kann. Mit dem vorliegenden Buch möchten wir das Engagement und den Wunsch des Stifters würdigen, den kulturellen Austausch zwischen der Schweiz und Brasilien zu fördern. Die Gründung der Stiftung Brasilea basiert auf der Sammlung Walter Wüthrich, die durch die lange Freundschaft zwischen Walter Wüthrich und Franz Josef Widmar entstanden ist. Walter Wüthrich wird am 10. November 1918 geboren. Er wächst im Basler Neubadquartier auf und besucht eine Handelsschule, die er mit einer Matura abschliesst. Nach seiner militärischen Grundausbildung und einem Stage bei der damaligen Rhenus AG schifft er im Jahre 1939 am Rheinhafen ein. Mit dem Ziel Südamerika vor Augen und dem Jugendsparheft in der Tasche, führt ihn die Reise Richtung Rotterdam. Kurz vor Kriegsausbruch erwischt er das letzte Schiff, das nach Übersee auslaufen darf. Eher zufällig landet er in Rio de Janeiro, wo er sich als innovativer Strassenverkäufer durchschlägt. Er realisiert, dass in diesem Land mit hartnäckigem und bedingungslosem Arbeitseinsatz einiges erreicht werden kann. Für Schweizer Maschinenbauer übernimmt er den Verkauf von Webstühlen. Erst 12 Jahre später besucht er wieder Basel, um weitere Kontakte zu knüpfen. Zurück in Rio, macht er sich als Kaufmann selbstständig. Der überzeugte Junggeselle weitet seine Geschäfte aus und rüstet nun ganze Fabriken aus. Das Verkaufsgebiet umfasst inzwischen weite Teile von Südamerika. Zwischen 1960 und 1970 lernt er in Rio den österreichischen - brasilianischen Kunstmaler Franz 2 Josef Widmar kennen. Eine Freundschaft entsteht und Walter Wüthrich erwirbt die ersten Gemälde. Widmars Arbeitseifer gefällt ihm ebenso wie die stete Suche nach neuen Stilrichtungen. Die leuchtende Farbpalette von Widmar empfindet Wüthrich als besonders positiv. Die Besuche in seiner Heimatstadt Basel werden häufiger und ausgedehnter. Im Alter von 77 Jahren verspricht er 1995 Widmar an dessen Sterbebett, dass er sich dafür einsetzen werde, seine Gemälde in einer bleibenden Galerie auszustellen und so sein Gesamtwerk zu würdigen. Nach dem Tod Widmars erwirbt er das ganze verbliebene Werk aus dem Besitz der Witwe Widmars. Mit 80 Jahren gibt er seine letzte Vertretung ab. Jetzt ist er Pensionär und hat Zeit, das Projekt „Museum für Franz Josef Widmar“ zu konkretisieren. Er trifft sich mit dem 1939 – seinem Auswanderungsjahr – geborenen Onorio Mansutti und bittet diesen, einen geeigneten Ort in Basel zu finden. Viele Ideen werden entwickelt, einige können heute umgesetzt werden. Im Jahr 2002, kurz nach seinem 84. Geburtstag, stirbt Walter Wüthrich. Es war ihm vergönnt, zu wissen, dass seine Ideen in einem Haus mit der Nummer 39 am Westquai des Basler Rheinhafens umgesetzt werden. Das Ambiente von Häfen liebte er besonders; es vermittelt Aufbruchstimmung. ohne Titel, Nr. 408, Öl auf Leinwand, 46 x 38 cm 3 PREFÁCIO Depois de dois anos de existência da Fundação Brasilea, temos o imenso prazer em publicar um livro sobre “A Coleção Walter Wüthrich” apresentada no 1o pavimento como exposição permanente, podendo ser caracterizada como o coração da Fundação. A presente obra tem como intuito expressar nosso reconhecimento e apreço pelo empenho e pelo desejo do fundador de promover o intercâmbio cultural entre a Suíça e o Brasil. A criação da Fundação Brasilea fundamenta-se na Coleção Walter Wüthrich que se originou da amizade de longos anos entre Walter Wüthrich e Franz Josef Widmar. Walter Wüthrich nasceu no dia 10 de novembro de 1918. Crescido na Basiléia no bairro de Neubad, freqüentou uma escola técnica de comércio, concluindo com um diploma de Matura. Em 1939, após encerrar sua formação militar básica e depois de fazer um estágio na antiga Rehnus AG, embarcou no porto fluvial do Reno. Tendo em mente a América do Sul como destino e com sua caderneta de poupança no bolso, a viagem levouo primeiramente a Roterdã. Pouco antes de eclodir a guerra, consegue embarcar no último navio de passageiros com autorização para navegar para outro continente. Por casualidade do destino ele desembarca no Rio de Janeiro, onde consegue sobreviver como um criativo vendedor de rua. Ele logo percebe que com perseverança e com intenso afinco no trabalho é possível atingir muitos objetivos nesse país. Assim, ele assume as vendas de teares para empresas suíças de construção de máquinas. Somente 12 anos mais tarde ele retorna a Basiléia com o propósito de travar novos contatos. Voltando ao Rio, decide tornar-se comerciante autônomo. Cheio de convicção, o jovem solteiro amplia seus negócios e passa a equipar fábricas completas. Neste ínterim, seu mercado de vendas abrange vastas regiões da América do Sul. 4 Entre 1960 e 1970, ele conhece o pintor austríaco-brasileiro Franz Josef Widmar no Rio. Deste encontro nasce uma amizade e Walter Wüthrich adquire as primeiras pinturas. A tenacidade de Widmar no trabalho agrada-o tanto quanto sua constante procura por novos estilos. Para Wüthrich, as cores luminosas da paleta de Widmar revestem-se de algo especialmente positivo. As visitas à sua cidade natal, Basiléia, tornamse mais freqüentes e mais longas. Em 1995, aos 77 anos de idade, ele promete a Widmar, que se encontra em seu leito de morte, que se empenhará em expor seus quadros em uma galeria permanente, dignificando, desta forma, sua obra completa. Após a morte de Widmar, Wüthrich adquire todas as demais obras que se encontravam na posse da viúva de Widmar. Ao completar 80 anos de idade, encerra sua vida profissional. Como aposentado, agora ele dispõe de tempo para concretizar o projeto “Museu Franz Josef Widmar”. Wüthrich encontra Onorio Mansutti (nascido em 1939, ano em que emigrou) e solicita que este encontre uma localização adequada na Basiléia. Diversas idéias foram desenvolvidas, das quais algumas podem ser implementadas hoje. Pouco depois de completar 84 anos, Walter Wüthrich falece no ano de 2002. O destino ainda concedeu-lhe a oportunidade de saber que suas idéias estavam sendo realizadas no edifício no 39 na margem oeste do porto fluvial do Reno na Basiléia. Ele amou particularmente o ambiente portuário, pois este suscita a sensação de um novo começo. PREFACE In the second year of the existence of the Brasilea Foundation, we are very pleased to publish a book about the Walter Wüthrich Collection, which is presented on the first floor as a permanent exhibition and can be considered the core of the Foundation. The purpose of this book is to honour the founder‘s dedication and commitment to promote cultural exchange between Switzerland and Brazil. The establishment of the Brasilea Foundation is based on the Walter Wüthrich Collection, which arose out of the longstanding friendship between Walter Wüthrich and Franz Josef Widmar. Walter Wüthrich was born on 10 November 1918. He grew up in Basel‘s Neubad district and graduated from commercial college. After basic military training and an internship with the then Rhenus AG, he shipped out from the Rhine harbour in Basel in 1939. With South America as a destination and his savings book in his pocket, his travels brought him towards Rotterdam. Just before the outbreak of the war, he boarded the last ship that was able to sail overseas. More or less by chance, he ended up in Rio de Janeiro, where he managed to get by as an innovative street vendor. He realized that it was possible to make his way in this country with persistent and untiring efforts. He started selling looms made by Swiss companies. Widmar‘s luminous colour palette was especially positive. Visits to his hometown Basel became increasingly frequent and extended. In 1995, at the age of 77, he promised Widmar on his deathbed that he would see to it that his paintings would be exhibited in a permanent gallery as a means to honour his oeuvre. After Widmar‘s death he acquired all of the works in his estate from Widmar‘s widow. At the age of 80 he gave up his last professional activities. Now retired, he was able to devote time to the project of creating a museum for Franz Josef Widmar. Wüthrich met with Onorio Mansutti, who was born in 1939 (the year he had emigrated), and asked him to find a suitable location for the museum in Basel. Many ideas were developed and some of them are now being implemented. Walter Wüthrich died in 2002, shortly after his 84th birthday. He was never to know that his ideas became a reality at Westquai number 39 on the banks of Basel‘s Rhine Harbour. Wüthrich had a special love for the ambience of harbours because of the sense of departure they convey. He did not return to Basel to establish additional contacts until 12 years later. When he returned to Rio, he made himself independent as a merchant. The confirmed bachelor expanded his business to equip entire factories. His sales region now encompassed extensive parts of South America. Between 1960 and 1970 he met the Austrian-Brazilian painter Franz Josef Widmar in Rio. A friendship started between the two and Walter Wüthrich acquired his first paintings. He was equally impressed by Widmar‘s passion for his work as by his constant search for new styles. Wüthrich felt 5 DIE SAMMLUNG WALTER WÜTHRICH Die weltweit umfangreichste und anschaulich in einer permanenten Ausstellung präsentierte Sammlung von Bildern des österreichischen Künstlers Franz Josef Widmar bildet das eigentliche Herzstück der Stiftung Brasilea; bis heute fehlt ein umfassender Überblick über die mehr als 500 Werke. Die vorliegende Publikation zeigt erstmals eine grössere Auswahl an Bildern Widmars aus der Sammlung Wüthrich. Sie soll damit den Anspruch eines repräsentativen Querschnitts durch das vielfältige künstlerische Schaffen Franz Josef Widmars einlösen; gleichzeitig soll ein Einblick in die Sammlung der Stiftung ermöglicht werden, um damit einen weiteren Grundstein zu legen für eine intensivierte und fortdauernde Auseinandersetzung mit einem Oeuvre, das bis anhin auf wenig Beachtung gestossen ist. Eine Frage muss jeder Betrachtung von Franz Josef Widmars künstlerischem Schaffen vorangestellt werden: wie geht man um mit einem Werk, das auf den ersten Blick keine erkennbare persönliche Handschrift zu tragen scheint, dessen Hauptmerkmal vielmehr im ständigen Wechsel zwischen verschiedenen Stilen und Gattungen liegt? Ein Durchgang durch die Sammlung von Gemälden mutet ein wenig an wie ein Querschnitt durch die Kunstgeschichte der letzten 150 Jahre. Es gibt kaum eine Stilrichtung, der Widmar sich im Laufe seines Schaffens nicht zugewandt hat, kaum eine Gattung, für die er sich nicht interessiert hätte, kaum eine Technik, an der er sich nicht versucht hat. Doch wenn es darum geht, in einem künstlerischen Werk die Motivation des Autors zu erkennen, gleichsam die Grundlage für dessen Handeln also, dann sucht man für eine solche Einschätzung zuerst nach den Konstanten; nach Fixpunkten, die es erlauben ein Raster zu zeichnen, anhand dessen sowohl die künstlerische Entwicklung als auch das handwerkliche wie geistige Spektrum des Autors fassbar werden. Die Rede von der «Seele» eines künstlerischen Oeuvres orientiert sich an eben diesen Erkennungsmerkmalen, die untrennbar mit dem Wesen des Künstlers selbst verknüpft sind. Solchen Bemühungen stehen insbesondere die fehlende Konstanz in seinem Oeuvre hinsichtlich stilistischer Merkmale sowie die teils markante Diskrepanz der Qualität der Bilder entgegen. 6 Franz Josef Widmar scheint nicht am Ephemeren eines theoretischen Diskurses interessiert gewesen zu sein, sondern eine dahinter liegende Wahrheit gesucht zu haben. Eine Wahrheit, die freilich nie den Anspruch nach Allgemeingültigkeit erhebt, die gleichsam ihre vielfältigen Bedingungen in die denkbar engste Beziehung zum Künstler selbst rückt. Widmars künstlerische Auffassung, die immer mit seinen ganz eigenen Vorstellungen vom Bild des Künstlers korrespondiert, ist eng mit seinen allgemeinen Lebensbedingungen verknüpft. Durch die andauernden finanziellen Zuwendungen einiger Freunde scheint Franz Josef Widmar eine minimale, für ihn jedoch ausreichende Lebensgrundlage gefunden zu haben. Trotzdem wäre es verfehlt zu behaupten, Widmar sei lediglich ein Auftragsmaler gewesen. Widmar scheint sich nie gross um seine, teils prekäre, wirtschaftliche Situation gekümmert zu haben. Malen zu können und sich einen gewissen Freiraum in eben diesem Tun zu bewahren; mit diesen bescheidenen Ansprüchen, die er dennoch nie als selbstverständlich hinnahm, schien er sich zeitlebens begnügt zu haben. So konnte er im Umfeld von Rio de Janeiro seine künstlerische Vision verwirklichen, weitab von jenen Zentren, in denen der kunsthistorische Diskurs mit grossem Eifer geführt, und die künstlerische zu einer zunehmend akademischen Laufbahn wurde. Weil wir kaum konkrete Informationen zu seiner (künstlerischen) Ausbildung besitzen und das früheste datierbare Werk der Sammlung in die Mitte der 50er Jahre fällt, lässt sich keine Aussage darüber treffen, ob Widmar überhaupt jemals an einer einzigen Stilrichtung über einen längeren Zeitraum festgehalten hat. Es ist verhältnismässig einfach, die vielfältigen Einflüsse verschiedener Stilrichtungen und Epochen in seinem Werk zu erkennen. Weitaus komplexer wenn nicht unmöglich gestaltet sich die Aufgabe, eine Hierarchie dieser Einflüsse zu skizzieren. Natürlich ist an einigen Stellen unverkennbar der Einfluss Oskar Kokoschkas und anderer beteiligter Künstler rund um die Wiener-Secession und die spätere Kunstschau-Gruppe erkennbar. Andere Bilder erinnern stark an Paul Klee oder scheinen den ins Bild übersetzten Ansichten der späten Impressionisten sehr nahe zu stehen, um nur einige Beispiele anklingen zu lassen. Widmars Oeuvre ist voller Reminiszenzen, Zitate und Anlehnungen. Eine platte Auflistung verschiedener Einflüsse würde unweigerlich in einen beinahe beliebig erweiterbaren Katalog künstlerischer Stilrichtungen und eine Aufzählung der bekanntesten Protagonisten der Malerei, zumindest der letzten 150 Jahre, münden. Eine solche Auseinandersetzung würde lediglich um ihrer selbst Willen geführt werden, ohne Wesentliches zum Verständnis von Widmars Oeuvre beitragen zu können. Die Anzahl und der Stellenwert der Verweise lassen den Ansatz obsolet erscheinen, das künstlerische Oeuvre mit Hilfe eines hierarchisch katalogisierten Spektrums verschiedener Quellen fassbar machen zu wollen. Im Einzelfall oder auf isolierte Werkgruppen bezogen, ist eine solche Methodik durchaus sinnvoll (und soll an anderer Stelle auch zum Tragen kommen). In Bezug auf die Gesamtheit der Bilder indes, wird eine solche Herangehensweise der Vielfalt jedoch nicht gerecht. Stattdessen gilt es den Umstand zu akzeptieren, dass Widmar sich der Kunstgeschichte bediente als eine Art «Bibliothek der Bilder». Jedes Bild – unabhängig seines künstlerischen Wertes – repräsentiert zunächst einmal eine individuelle Erwartungshaltung seines Autors. Ein Bild ist demnach das Resultat einer, von einer Person an sich selbst gestellten Aufgabe. Es kann nicht Widmars primäres Ziel gewesen sein, einen eigenen Stil zu entwickeln, bis zu jenem Punkt hin, an dem dieser Stil der eigene ist, unverkennbar in seiner sichtbaren Ausgestaltung. Er hat sich aus seiner eigenen «Bibliothek der Bilder» bedient, wie andere sich für eine bestimmte Aufgabe eines bestimmten wissenschaftlichen Ansatzes, einer spezifischen Theorie oder eines Buches bedienen. Für Franz Josef Widmar war zur Veranschaulichung einer bestimmbaren, vorgefassten Idee primär die Frage entscheidend, welchen Stils sich der Maler bedient. Die Möglichkeit einer künstlerischen Aussage im Bild war für ihn demnach in der Bandbreite der stilistischen Potenzialitäten angelegt; erst in einem zweiten Schritt sind Aspekte des malerischen Talents, des Blickes und der inneren Überzeugung, das für ihn Wahre im Bild finden zu können, von Bedeutung. Diese unterschiedlichen Ebenen sind nur in wechselseitiger Beziehung zueinander verstehbar und erst durch Widmars grosses künstlerisches Talent ge- raten seine Bilder zu ihrer genuinen Aussagekraft und einer Qualität, die weit mehr sein kann als blosses Zitat. Einer solchen Auffassung haftet naturgemäss ein experimenteller Charakter an, bedingt eine darin begründete künstlerische Praxis doch immer auch die wiederholte Erschliessung neuer Territorien. Auf diese Weise lässt sich auch die qualitative Diskrepanz besser deuten, die im Oeuvre Widmars deutlich wird: so rührt die teils unbeholfene Art einiger Bilder vielmehr von der Tatsache, dass Widmar sich nie zufrieden gegeben hat und auf der Suche nach Ausdrucksweisen auch die Berührung mit neuen Stilrichtungen und Gattungen nie gescheut hat; freilich mit der Konsequenz, dass nicht allen Bildern die gleiche Sicherheit der Umsetzung gemein ist. Widmars künstlerischer Ansatz korrespondiert kaum mit dem herkömmlichen Erfahrungshorizont, wonach das Oeuvre eines Künstlers nicht zuletzt die Illustration einer Suche nach ganz eigenen Darstellungsstrategien repräsentiert. Darüber vergessen wir aber allzu leicht, dass Franz Josef Widmar nach seiner Ausreise nach Brasilien in einem Umfeld tätig war, das damals kaum etwas mit der Kunstlandschaft Europas und Amerikas gemeinsam hatte. So nahm Widmar zwar die Eindrücke und Erfahrungen seiner Zeit in Europa in sich auf und sein Werk zeigt sehr deutlich eine anhaltende Auseinandersetzung mit dieser Vergangenheit. Allerdings scheint der experimentelle Charakter seiner künstlerischen Tätigkeit nur aus der Tatsache heraus erklärbar, dass Widmar in Brasilien eben nicht direkt in jenen «westlichen» Diskurs eingebunden gewesen war. In Rio scheint Widmar jene schöpferische Freiheit gefunden zu haben, die grundlegend ist für ein Werk, über dessen Vielfältigkeit die folgenden Seiten einen Eindruck vermitteln möchten. 7 A COLEÇÃO WALTER WÜTHRICH A maior e mais completa coleção do mundo de quadros do pintor austríaco Franz Josef Widmar, que pode ser admirada em uma exposição permanente, constitui o verdadeiro coração da Fundação Brasilea; porém, até o momento falta um levantamento completo das mais de 500 obras. A presente publicação mostra pela primeira vez uma maior seleção de pinturas confeccionadas por Widmar da Coleção Walter Wüthrich. Ela tem como intuito oferecer um apanhado geral representativo do diversificado trabalho artístico de Franz Josef Widmar; ao mesmo tempo, o livro possibilita obter uma pequena visão sobre a coleção da Fundação e, desta maneira, lançar mais uma pedra angular para uma análise mais profunda e contínua de uma obra que até então não recebeu a atenção merecida. Antes de se efetuar qualquer análise da obra artística de Franz Josef Widmar, faz-se necessário lançar a seguinte questão: como se deve abordar uma obra que, à primeira vista, parece carecer de uma nítida marca pessoal e cujas características principais aparentemente se encontram na permanente mudança entre diferentes estilos e gêneros? Um passeio pela coleção das pinturas assemelha-se um pouco a um breve resumo da história da arte dos últimos 150 anos. Parece não existir praticamente nenhum estilo com o qual Widmar não tenha se ocupado ao longo de seu trabalho e não há um gênero que não o tenha interessado, nenhuma técnica que ele não tenha experimentado. Porém, quando se trata de reconhecer em uma obra artística a motivação de seu autor, ou seja, os fundamentos de suas ações, procura-se primeiramente as constantes para se poder proceder a tal avaliação; procura-se pontos fixos que permitam traçar uma matriz com a qual seja possível captar tanto o desenvolvimento artístico como também a ampla gama de habilidades manuais e espirituais do autor. O discurso sobre a “alma” de uma obra artística orienta-se justamente pelos elementos caracterizadores intrinsecamente relacionados à própria essência do artista. Tal empenho confronta-se sobretudo com a falta de constância em seu trabalho com relação a características estilísticas bem como à discrepância parcialmente marcante da qualidade das pinturas. 8 Franz Josef Widmar aparentemente não mostrou ter interesse nas efemeridades de um discurso teórico; ele parece ter procurado muito mais uma verdade subjacente a este. Uma verdade que certamente nunca pretendeu ser universal e absoluta, como se ela mesma aproximasse suas mais diferentes condições às relações mais estreitas e imagináveis do artista. A postura artística de Widmar, que sempre corresponde a sua concepção muito própria e particular da obra do pintor, está intimamente relacionada com suas condições gerais de vida. Devido à constante ajuda financeira de alguns de seus amigos, Franz Josef Widmar parece ter encontrado uma base de vida mínima, mas que aparentemente teria sido suficiente para ele. Mesmo assim, seria impróprio afirmar que Widmar tivesse sido um pintor que trabalhasse apenas por encomenda. Widmar evidentemente nunca se preocupou muito com sua situação econômica em parte demasiado precária. Poder pintar e conseguir manter um determinado espaço de liberdade nesta atividade - obviamente ele se deu por satisfeito durante toda sua vida com estas modestas exigências que, contudo, nunca aceitou como algo natural. Assim, nas cercanias do Rio de Janeiro, ele teve a oportunidade de realizar suas visões artísticas, distante dos centros urbanos nos quais era proferido o discurso da história da arte com grande afã e onde a carreira artística se tornava cada vez mais uma carreira acadêmica. Em virtude de não possuirmos praticamente quaisquer informações concretas sobre sua formação (artística) e devido ao fato de podermos datar a primeira obra da coleção em meados dos anos 50, não podemos afirmar se Widmar na verdade alguma vez se ateve a um único estilo durante um período mais longo de tempo. Mostra-se relativamente fácil reconhecer as diversas influências dos diferentes estilos e épocas em suas várias obras. O que se revela muito mais complexo, senão impossível, é o trabalho de esboçar uma hierarquia destas mesmas influências. Naturalmente, em alguns pontos, mostra-se inconfundível a influência de Oskar Kokoschka bem como de demais pintores da Secessão de Viena e do grupo participante da posterior Kunstschau (exposição de arte de Viena). Outras pinturas relembram forte- mente Paul Klee ou parecem estar bem próximas às idéias que os impressionistas mais tarde projetariam em seus respectivos quadros, para citar apenas alguns exemplos. O trabalho de Widmar encontra-se repleto de reminiscências, citações e referências. Uma mera enumeração das diferentes influências resultaria necessariamente em um catálogo de estilos artísticos que permite ampliação quase ilimitada bem como em uma relação metódica dos protagonistas mais conhecidos da pintura, pelo menos dos últimos 150 anos. Uma análise desta natureza seria efetuada simplesmente pela sua própria razão de ser, sem poder contribuir substancialmente para a compreensão do trabalho de Widmar. A quantidade e a importância das referências tornam obsoleta a abordagem de desejar entender o trabalho artístico com o auxílio de uma coletânea de diferentes fontes catalogadas hierarquicamente. No caso de obras individuais ou com referência a grupos isolados de pinturas, tal metodologia poderia perfeitamente ter seu sentido (devendo até mesmo ser aplicada em outros casos). Entretanto, considerandose a totalidade das obras, uma abordagem desta natureza não faria jus a toda sua diversidade. Pelo contrário: deve-se aceitar o fato de Widmar ter feito uso da história da arte como um tipo de “biblioteca de pinturas”. Cada pintura - independentemente de seu valor artístico - representa em primeira instância uma postura individual de expectativa de seu autor. Conseqüentemente, uma pintura equivale ao resultado de uma tarefa que uma pessoa atribuiu a si mesma. Evidentemente não pode ter sido o objetivo primordial de Widmar desenvolver um estilo próprio até o ponto deste tornar-se seu estilo individual, inconfundível em sua expressão visível. Ele fez uso de sua própria “biblioteca de pinturas” individual da mesma forma como outras pessoas utilizam uma teoria específica ou um certo livro para desenvolver um determinado trabalho científico. Em princípio, para concretizar uma noção determinável e préconcebida, o importante para Franz Widmar era a questão referente ao estilo que o pintor utiliza. Para ele, as possibilidades da expressão artística em um quadro residia, portanto, na vastidão das potencialidades estilísticas; somente em uma segunda etapa tornam-se importantes os aspectos do talento artístico para a pintura, do olhar e da convicção interna para poder encontrar sua própria verdade no quadro. Estes diferentes níveis apenas podem ser entendidos no contexto da inter-relação destes mesmos estilos, e, somente através do grande talento artístico de Widmar, seus quadros adquirem sua expressão genuína e uma qualidade que não se pode resumir em uma mera citação. Naturalmente tal concepção envolve um certo caráter experimental, pois um trabalho artístico que se fundamenta na mesma também sempre é condicionado pela repetida conquista de novos territórios. Desta mesma forma, a discrepância qualitativa que se torna patente nos trabalhos de Widmar permite igualmente melhor interpretação: a manifestação, às vezes ingênua, de algumas pinturas é oriunda do fato de Widmar nunca ter se dado por satisfeito e jamais ter evitado o contato com novos estilos e gêneros na sua procura por outras expressões; com a óbvia conseqüência de que nem todos os quadros apresentam a mesma segurança na sua respectiva concretização. A abordagem artística de Widmar mostra pouca correspondência com o horizonte convencional de experiências, segundo o qual a obra de um artista não por último representa a ilustração de uma procura por estratégias bastante pessoais de expressão. Mas com isto esquecemos muito facilmente que, após ter emigrado para o Brasil, Franz Josef Widmar desenvolveu suas atividades em um ambiente que, naquela época, não tinha qualquer semelhança com o mundo das artes da Europa e dos Estados Unidos. Widmar interiorizou as impressões e experiências do intervalo de tempo em que permaneceu na Europa e sua obra evidencia claramente uma constante retomada deste passado. Contudo, parece que o caráter experimental de suas atividades artísticas apenas pode ser elucidado a partir do fato de Widmar realmente não ter estado diretamente envolvido no Brasil no discurso “ocidental”. Widmar aparentemente encontrou no Rio a liberdade artística que constitui a base de suas obras cuja multiplicidade será apresentada nas próximas páginas. 9 THE WALTER WÜTHRICH COLLECTION The world‘s most extensive and clearly presented collection of paintings by the Austrian painter Franz Josef Widmar in a permanent exhibition forms the core of the Brasilea Foundation. Until now, there has been no comprehensive survey of the artist‘s more than 500 works. This publication is the first to present a large selection of paintings by Widmar from the Wüthrich Collection. It is meant to satisfy the need for a representative crosssection of the multifaceted oeuvre of Franz Josef Widmar while at the same time providing access to the Foundation‘s collection in order to promote the intensive and continuous study of a body of works that until now has enjoyed little recognition. Any discussion of Franz Josef Widmar‘s artistic works necessarily raises the question of how to approach an oeuvre which at first sight does not have a recognizable personal style and which instead is primarily characterized by constant change from one style and genre to another. A survey of the collection of paintings is in some ways like a cross-section of the art history of the past 150 years. There is hardly a style that Widmar did not explore in the course of his artistic career, hardly a genre he was not interested in, hardly a technique he did not try his hand at. But when we attempt to understand the motivation of an artist or the basis for the artist‘s actions within a body of work, the first thing we do is try to identify constants, fixed elements that make it possible to establish a pattern that sheds light on his or her artistic development and technical and intellectual capacity. The concept that an artistic oeuvre has a ‚soul‘ is based on precisely these defining characteristics, which are inextricably tied to the artist‘s very being. In Widmar‘s case, such efforts are above all thwarted by the lack of constancy in his work as far as stylistic characteristics are concerned and by the sometimes marked discrepancy in the quality of his paintings. Franz Josef Widmar does not appear to have been interested in the ephemeral pursuit of theoretical discourse, but instead was looking for an underlying truth – a truth that never claims universal validity, a truth that establishes the closest conceivable relationship between the artist and its 10 manifold conditions. Widmar‘s artistic approach, which always corresponded with his very unique concept of what it means to be an artist, is closely tied to his general living situation. The constant financial support from a few friends seems to have made it possible for Franz Josef Widmar to get by with minimal, but sufficient, means. Nonetheless, it would be mistaken to claim that Widmar was nothing more than a commissioned painter. It appears that Widmar never paid much attention to his sometimes precarious economic situation. Throughout his life, he seems to have been content with the modest expectations of being able to paint and maintain a certain degree of freedom in this activity, but he never took these privileges for granted. In Rio de Janeiro, far from the cultural centres where art historic discourse is pursued with tremendous zeal and where artistic activities are increasingly relegated to an academic career, he was able to actualize his artistic vision. Because we have hardly any concrete information on Widmar‘s (artistic) education, and because the earliest datable work in the collection is from the mid-1950s, it is hardly possible to determine whether Widmar ever adhered to a single style for an extended period. It is relatively easy to recognize the many different influences of various styles and eras in his work. What is far more complex, if not impossible, is any attempt to identify a hierarchy among these influences. Of course, some of his works are clearly inspired by Oskar Kokoschka and several other artists who were involved in the Vienna Secession and later in the Kunstschau group. Other paintings strongly recall Paul Klee or appear to draw very closely on the views espoused by the late Impressionists, to name just a few examples. Widmar‘s oeuvre is full of reminiscences, references, and borrowed styles. A list of the various different influences would inevitably read like a catalogue of artistic styles that could be arbitrarily expanded, or an enumeration of the most famous protagonists in painting in at least the last 150 years. But such an exercise would be self-serving at best and would contribute little to a deeper understanding of Widmar‘s oeuvre. The quantity and significance of the individual references make it seem obsolete to attempt to grasp his lifework with the aid of a hierarchically catalo- gued spectrum of various sources. In individual cases or in reference to isolated bodies of work such a methodology may well make sense, and it will in fact be addressed elsewhere. But in reference to his work as a whole, such an approach fails to do justice to the variety. Instead, we need to accept the fact that for Widmar art history was a kind of ‚library of images‘. Every image – regardless of its artistic value – first and foremost represents an individual expectation of its author. An image, in other words, is the result of a task that a person takes on. It cannot have been Widmar‘s primary goal to develop his own style to the point that such style would have been his own, unmistakable in its visual appearance. He resorted to his own ‚library of images‘ the way others refer to a specific theory or a book for a certain task relating to a specific scientific theory. For Franz Widmar, the visualization of a definable, preconceived idea was primarily dependent on which style the artist would employ. The possibility of an artistic statement in a painting, then, was based on the range of stylistic potentials; for Widmar, the aspects of artistic talent, perception, and the inner conviction to find his own truth in the painting did not come into play until the second step. These various different levels can only be understood in a reciprocal relationship with each other, and it is only Widmar‘s tremendous talent that lends his paintings their genuine power of expression and a quality that can be far more than merely a reference. Such an approach is experimental in character by its very nature since an artistic practice founded on it always entails the repeated exploration of new territory. With these considerations in mind, we can more readily interpret the qualitative discrepancies in Widmar‘s oeuvre. The sometimes awkward quality in certain paintings is a result of the fact that Widmar was never satisfied and in the search for means of expression was never afraid to experiment with new styles and genres. The consequence, of course, is that not all paintings exhibit the same confidence in execution. Widmar‘s artistic approach hardly corresponds to the conventional experience that the oeuvre of an artist ultimately represents a search for entirely unique strategies of representation. But this makes it all too easy to forget that after his emigration to Brazil Franz Josef Widmar worked in an environment that had very little in common with the artistic landscape in Europe and the US. Widmar absorbed the impressions and experiences from his time in Europe, and his work very clearly exhibits the lasting influence of his past. But it appears that the experimental character of his artistic activities can only be explained by the fact that in Brazil Widmar was not directly involved in ‚Western‘ discourse. In Rio, Widmar seems to have found the creative freedom that is so fundamental in his work. We hope this book will provide an impression of Widmar‘s tremendous creative diversity. 11 FRANZ JOSEF WIDMAR - SEIN LEBEN Leider wissen wir nur sehr wenig über das Leben von Franz Josef Widmar und dementsprechend fragmentarisch müssen die folgenden Ausführungen bleiben. Die ersten 35 Jahre seines Lebens bis zur Ausreise nach Brasilien verschliessen sich uns fast gänzlich. Franz Josef Widmar ist am 23. Dezember 1915 in Wiener Neustadt geboren. Über seine künstlerische Aus- und Weiterbildung ist fast nichts bekannt. Widmar hält sich für längere Zeit in Paris, Prag, Salzburg, Innsbruck und in Wien auf; auch die Schweiz besucht er vor seiner Ausreise nach Brasilien kurz. Widmar gibt an, einen Abschluss in Philosophie zu besitzen und Schüler von Oskar Kokoschka zu sein. Als einzige Verbindungslinie zu Kokoschka scheint Widmars Aufenthalt in Prag denkbar, wo sich der damals bereits zu Weltruhm gelangte Kokoschka über längere Zeit aufhält und unterrichtet. Wir wissen, dass Franz Josef Widmar in Salzburg gemeldet war, allerdings bleibt unklar, welcher Tätigkeit er zu dieser Zeit nachgeht. Eine weitere grosse Lücke in seiner Biografie betrifft die bewegenden Jahre des zweiten Weltkriegs sowie die Gründe für seine Ausreise nach Brasilien. Während der Überfahrt nach Brasilien fotografiert Widmar die Schiffsbesatzung und die Passagiere und verkauft ihnen die Fotos. Fest steht, dass er seine Ausreise anfangs der 50er Jahre, zumindest zu Beginn, als keine definitive Entscheidung zu betrachten scheint. So spricht er, in Brasilien angekommen, noch des Öfteren von einer erneuten möglichen Rückkehr nach Europa, doch alleine schon seine finanzielle Lage scheint einem solchen Unterfangen im Weg zu stehen. Widmar heiratet zweimal. Aus der ersten Ehe mit Lenita Widmar gehen drei Kinder hervor. 1969 heiratet er seine zweite Ehefrau Mércia Ferreira Widmar. Mércia ist 34 Jahre jünger als Widmar und kommt aus dem Norden Brasiliens. In dieser Zeit kommt ihre gemeinsame Tochter Sissi zur Welt. Widmar besitzt für einige Zeit ein Landhaus in Paty dos Alferes. Später sieht er sich gezwungen, das Landhaus zu verkaufen; ein Umstand, der ihn noch stärker an die Metropole Rio bindet. Gleichzeitig verlässt ihn aber nie die Sehnsucht nach der unberührten Natur und dem unverfälschten Kontakt mit den Bewohnern der armen Vororte und 12 er nutzt jede Gelegenheit, die nähere Umgebung von Rio zu erkunden. Mit seinem Motorrad fährt er zu jenen Orten, die so oft Gegenstand seiner Landschaftsdarstellungen sind. Manchmal hält er inne, studiert die Umgebung und macht Skizzen, die er später im Atelier in seinen Ölbildern verarbeitet. Finanziell gelingt es ihm kaum, sich von der grosszügigen Unterstützung einiger enger Freunde und Bewunderer seiner Kunst zu lösen, um sich eine solide und eigenständige Lebensgrundlage zu schaffen. In seinen Porträts kommen so immer wieder jene Personen vor, die ihn durch den Kauf seiner Bilder auch finanziell unterstützt haben. Zu Walter Wüthrich, der Mäzen der Stiftung Brasilea, verbindet ihn eine enge Freundschaft, die weit über eine reine Zweckbeziehung hinausgeht. Widmar findet in Wüthrich eine Bezugsperson und eigentlichen Förderer. Aus dieser mehr als dreissigjährigen Freundschaft geht die Sammlung Walter Wüthrich hervor: Walter Wüthrich unterstützt Widmar in finanziellen Belangen, kauft seine Bilder und vermietet ihm über lange Zeit eine Unterkunft. Weil Widmar oft zu wenig Geld für die Miete besitzt, zahlt er mit Bildern; die beiden charismatischen Persönlichkeiten scheinen sich auf ideale Weise ergänzt zu haben. Franz Josef Widmar stirbt 1995 im Alter von 80 Jahren infolge einer Krankheit in einem öffentlichen Krankenhaus in Rio. Widmar malt bis kurz vor seinem Tod beinahe zwanghaft. Zeitlebens ist die Malerei sein ganz eigener Schlüssel zur Welt geblieben; durch sie findet er ein Medium, mit dem er seine Eindrücke und Gedanken verarbeiten und zum Ausdruck bringen kann. FRANZ JOSEF WIDMAR - SUA VIDA Infelizmente temos muito pouco conhecimento sobre a vida de Franz Josef Widmar; conseqüentemente, as informações abaixo permanecem fragmentárias. Os primeiros 35 anos de sua vida, até sua emigração para o Brasil, são praticamente uma incógnita. Franz Josef Widmar nasceu no dia 23 de dezembro de 1915 no bairro de Neustadt em Viena. Não se conhece quase nada sobre sua formação e especialização artística. Durante algum tempo, Widmar permanece em Paris, Praga, Salzburgo, Innsbruck e em Viena, também fazendo uma rápida visita à Suíça antes de partir para o Brasil. Widmar alega ter se diplomado em filosofia e ser aluno de Oskar Kokoschka. O único elo imaginável com Kokoschka parece ser a estada de Widmar em Praga, onde Kokoschka, que naquela época já gozava de fama internacional, passa uma longa temporada e leciona. Sabemos que Franz Josef Widmar esteve registrado em Salzburgo; contudo, não fica claro quais atividades ele desempenha durante este tempo. Outra grande lacuna em sua biografia refere-se aos tumultuados anos da Segunda Guerra Mundial bem como às razões para sua emigração para o Brasil. Durante sua viagem ao Brasil, Widmar fotografa a tripulação do navio e os passageiros e, em seguida, vende-lhes as fotografias. Certo é que ele parece não ter considerado sua viagem ao Brasil no começo dos anos 50 como decisão definitiva - pelo menos não no início. Chegando ao Brasil, ele volta a mencionar várias vezes a possibilidade de um retorno à Europa; porém, simplesmente sua situação financeira já parecia apresentar um enorme obstáculo para tal empreendimento. Widmar casa-se duas vezes. Do primeiro casamento, com Lenita Widmar, nascem três filhos. Em 1969 ele casa-se com sua segunda esposa, Mércia Ferreira Widmar. Mércia é 34 anos mais jovem que Widmar e é natural da região Norte do Brasil. Neste período nasce a filha deles, Sissi. Durante algum tempo, Widmar possui uma casa de campo em Paty dos Alferes. Mais tarde, ele se vê obrigado a vender esta casa de campo, um fato que o prende mais fortemente à metrópole do Rio. Mas ao mesmo tempo ele nunca perde o anseio por estar na natureza intacta e pelo contato autêntico com os moradores dos arrabaldes mais pobres, aproveitando todas as oportunidades para explorar e conhecer os arredores do Rio. Vai, com sua motocicleta, aos lugares que tantas vezes foram objeto de suas pinturas de paisagens. Vez ou outra ele faz uma pausa, observa o ambiente e faz alguns esboços que posteriormente utilizaria no ateliê para confeccionar suas pinturas a óleo. Do ponto de vista financeiro, dificilmente consegue desprender-se do generoso apoio de alguns de seus amigos mais íntimos e admiradores de sua obra para poder criar um fundamento sólido e independente para sua vida. Desta forma, as pessoas que lhe ofereceram um apoio através da aquisição de seus quadros constantemente servem de modelo para seus retratos. Uma profunda amizade o une a Walter Wüthrich, o mecenas da Fundação Brasilea, uma amizade que vai muito além de uma relação oportunista. Widmar encontra em Wüthrich uma pessoa de referência e um verdadeiro benfeitor. Desta amizade de mais de trinta anos origina-se a Coleção Walter Wüthrich: Walter Wüthrich oferece apoio a Widmar em questões financeiras, compra seus quadros e durante longo tempo aluga-lhe uma morada. Pelo fato de Widmar freqüentemente não ter dinheiro suficiente para poder pagar o aluguel, ele acaba pagando com quadros; ambas as personalidades carismáticas parecem ter se complementado de forma perfeita. Aos 80 anos, em conseqüência de uma enfermidade, Franz Josef Widmar falece em 1995 em um hospital público do Rio. Até sua morte, Widmar pinta de forma quase compulsiva. Durante toda sua vida, a pintura representou para ele sua chave pessoal para o mundo; através dela, ele encontra um meio com o qual consegue processar e expressar suas impressões e pensamentos. 13 FRANZ JOSEF WIDMAR - HIS LIFE Unfortunately, we know very little about the life of Franz Josef Widmar, so the following biography will be fragmented at best. We know almost nothing about the first 35 years of his life before he left for Brazil. Franz Josef Widmar was born in Vienna Neustadt, Austria, on 23 December 1915. Hardly anything is known about his artistic education. Widmar spent extended periods in Paris, Prague, Salzburg, Innsbruck and Vienna; he also visited Switzerland briefly before emigrating to Brazil. Widmar said he had a degree in philosophy and was a student of Oskar Kokoschka. The only conceivable connection to Kokoschka would have been when Widmar was in Prague, where Kokoschka, who by then had already become world-famous, lived and taught for an extended period. We know that Franz Josef Widmar was registered in Salzburg, but it remains unclear what activities he engaged in at that time. Another big gap in his biography concerns the turbulent years of WWII and the reasons for his emigration to Brazil. While crossing the Atlantic to Brazil, Widmar photographed the ship‘s crew and passengers and sold them the pictures. It seems clear that he did not view his emigration in the early fifties as a definitive decision – at least not initially. When he arrived in Brazil, he still often spoke of the possibility of returning to Europe, but his financial situation alone seemed to stand in the way of such an undertaking. Widmar married twice. He had three children with his first wife, Lenita Widmar. He married his second wife, Mercia Ferreira Widmar, in 1969. Mercia was 34 years younger than Widmar and came from the north of Brazil. Their daughter Sissi was born around the same time. Widmar owned a country house in Paty dos Alferes for several years. He was later forced to sell the house, and this further strengthened his ties to the city of Rio. But at the same time, he never lost his yearning for untouched nature and genuine contact with the inhabitants of the poor quarters in the city‘s outskirts and took advantage of every opportunity to explore the immediate surroundings of Rio. He rode his motorcycle to the places that are the subject of so many of his landscape paintings. Sometimes he would stop and 14 study the surroundings and make sketches that he would later incorporate in his oil paintings in the studio. Financially, it was hard for him to establish a solid and independent livelihood without the generous support of a few close friends and admirers of his art. His portraits repeatedly featured the people who financially supported him by buying his paintings. He had a close and sincere friendship with Walter Wüthrich, the patron of the Brasilea Foundation. Widmar viewed Wüthrich as a mentor and true sponsor. The Walter Wüthrich Collection arose from their more than thirty-year friendship. Walter Wüthrich supported Widmar financially, bought his paintings and for a long time rented him living quarters. Because Widmar often had too little money for rent, he paid with paintings. Widmar and Wüthrich, both charismatic personalities, seem to have ideally complemented each other. In 1995, Franz Josef Widmar died in a public hospital in Rio at the age of 80 as a consequence of illness. Widmar painted almost obsessively until shortly before his death. Throughout his life, painting was his very own key to the world; it was a medium that allowed him to process his impressions and thoughts and give them expression. DAS OEUVRE DES KUNSTMALERS FRANZ JOSEF WIDMAR Das Lebenswerk dieses in Österreich geborenen und 1995 in Brasilien verstorbenen Künstlers hat im weitläufigen Kulturzentrum der Stiftung Brasilea im Basler Rheinhafen eine bleibende Heimstätte gefunden. Die 527 meist auf Pavatex gemalten Werke werden im 1. Obergeschoss des markanten Gebäudes übersichtlich präsentiert. Beim Betrachten dieser nach Themen gruppierten Bilder, die in hunderten von Facetten schillern, entsteht der Eindruck, dass sie von diversen Kunstmalern interpretiert sind. Die stilistische und thematische Vielfalt ist überwältigend! Suche nach dem Sinn des Lebens Die fortschreitende Globalisierung der Welt hat die intellektuelle Ausstrahlung und Formalität der Malerei von Franz Josef Widmar nicht tangiert. Ihre zarte Sinnlichkeit und Unbeschwertheit illustriert das ständige Suchen des Künstlers nach der Wahrheit und dem Sinn des Lebens. In der Einsamkeit seines brasilianischen Ateliers plädierte er für eine intakte Natur, die er mit sicherem Pinselstrich und raffinierten Farbkompositionen zu neuem Leben erweckte. Sein Werk manifestiert eine faszinierende Reise in die Welt der Erinnerungen – ein Sehnen nach Freiheit und sozialer Ungebundenheit. Blumenbilder mit zauberhafter Ausstrahlung zu übersetzen, welche an Farbholzschnitte von Harunobu oder Hiroshige erinnern. Dass sich Franz Josef Widmar auch vom modernen Konstruktivismus inspirieren lässt, beweisen seine virtuosen figürlichen Spiele oder die in den Raum integrierten Flächen, wie sie 1910 bei William Wauer und später auch bei Klee auftreten. Ein prägnantes Frauenbildnis erinnert an die farbigen Mosaiken von Ravenna und andere Kompositionen lassen an byzantinische Ikonen denken. Sie führen zur ewigen Gestalt des Menschen oder in unberührte Landschaften zurück. Ein endgültiges Urteil über den künstlerischen Wert dieses vielschichtigen Oeuvres kann erst die Zukunft fällen. Für die objektive Einschätzung der aktuellen Konstellation spricht die Dynamik und Sicherheit sowie das handwerkliche Können des Kunstmalers. Meine persönliche Meinung zu diesem multiplen Oeuvre: Franz Josef Widmar hat sein Werk aus innerer Berufung komponiert! José Warmund-Cordelier Friedrich von Schlegel (1772 bis 1829) meint treffend, dass der klassische Mensch das Zentrum des Lebens in sich selber trage. Vielleicht entspricht auch das innere Gleichgewicht und die Romantik der Bilder von Franz Josef Widmar dieser Maxime! Gedanken an Runge, Corot oder Töpfer werden wach. Auf verschiedenen Gemälden schildert der Künstler die Vergänglichkeit des Daseins und die Leiden Christi am Kreuz. Mit scharfer Beobachtungsgabe gestaltet er, mit subtiler Pinselführung und akribischer Spachteltechnik, eine Reihe markanter Porträts, darunter mehrere Selbstbildnisse. Er lässt sich dabei vom Malstil eines Gaugin, Cézanne, van Gogh oder Hodler beeinflussen. Es gelingt ihm zudem, die kompositionelle Willkür der japanischen Malerei mit ihrem zarten Farbenspiel in grossformatige ohne Titel, Nr. 508, Öl auf Leinwand,, 46 x 38 cm 15 A OBRA DO PINTOR FRANZ JOSEF WIDMAR A obra de vida deste pintor artístico nascido na Áustria e falecido no Brasil em 1995 encontrou seu local de permanência no amplo centro cultural da Fundação Brasilea, localizado no porto fluvial do Reno na Basiléia. As 527 obras, em sua maioria pintadas sobre pavatex, estão amplamente dispostas no 1o pavimento do impressionante edifício. Ao admirar estas pinturas agrupadas por temas que reluzem em centenas de facetas, o observador tem a sensação das mesmas terem sido interpretadas por diversos pintores distintos. A diversidade estilística e temática é simplesmente impressionante! A procura pelo sentido da vida O desenvolvimento da globalização do mundo não exerceu influência sobre o carisma intelectual e a formalidade da pintura de Franz Josef Widmar. Sua delicada sensibilidade e leveza ilustram a constante procura do artista pela verdade e pelo sentido da vida. No isolamento de seu ateliê no Brasil, pleiteava por uma natureza intacta, a qual ele despertava para uma nova vida através de suas pinceladas firmes e apurada composição de cores. Seu trabalho manifesta uma viagem fascinante para o mundo das recordações - um anseio por independência e liberdade social. Friedrich von Schlegel (1772 a 1829) afirma com propriedade que o homem clássico carrega dentro de si mesmo o âmago da vida. Talvez o equilíbrio interno e o romantismo dos quadros de Franz Josef Widmar também correspondam a este axioma. São suscitadas memórias de Runge, Corot ou Töpfer. Em diversas obras, o pintor discorre sobre a transitoriedade do ser e o sofrimento de Cristo na cruz. Com aguçada capacidade de observação, conduzindo sutilmente seu pincel e aplicando técnica perfeita com sua espátula, ele compõe uma série de retratos marcantes, incluindo diversos auto-retratos. Neste processo, ele deixa-se inspirar pelo estilo de pintura de um Gaugin, Cézanne, van Gogh ou de um Hodler. Além disso, ele é capaz de traduzir a aleatoriedade na composição da pintura japonesa com 16 seu sutil jogo de cores nas pinturas de flores em grande formato apresentando uma expressão encantadora que por sua vez relembram gravuras coloridas em madeira de Harunobu ou de Hiroshige. O fato de Franz Josef Widmar também ter se deixado inspirar pelo construtivismo moderno pode ser comprovado pelos seus virtuosos jogos com figuras ou suas superfícies integradas no espaço, como pode-se verificar em 1910 na obra de William Wauer e, posteriormente, de Klee. Um expressivo retrato de uma mulher relembra os mosaicos coloridos de Ravenna e outras composições recordam ícones bizantinos, que reconduzem à eterna representação do ser humano ou reportam a paisagens incólumes. Um julgamento decisivo sobre o valor artístico desta obra tão diversificada somente pode ser feito no futuro. A avaliação objetiva da constelação atual é alicerçada pela dinâmica e pela segurança bem como pelas habilidades manuais do pintor. Meu parecer pessoal sobre este trabalho tão multifacetado: Franz Josef Widmar compôs sua obra a partir de uma vocação interior! José Warmund-Cordelier THE OEUVRE OF THE PAINTER FRANZ JOSEF WIDMAR The lifework of this artist who was born in Austria and died in Brazil in 1995 has found a permanent home in the spacious cultural centre of the Brasilea Foundation in Basel‘s Rhine Harbour area. The 527 works, most of them painted in Pavatex, are presented in a clearly arranged exhibition on the first floor of the distinctive building. The works are grouped according to topics and are so multifaceted that they appear to have been painted by various artists. The stylistic and thematic variety is overwhelming. Looking for the meaning of life tivism. A poignant portrait of a woman recalls the colourful mosaics of Ravenna while other compositions recall Byzantine icons. They elicit the eternal nature of the human form and untouched landscapes. Only the future will tell the true artistic value of this multifaceted oeuvre. Widmar‘s dynamic and confident style and his mastery of technique support the objective assessment of his importance. My personal opinion is that Franz Widmar was driven by an inner calling. José Warmund-Cordelier The progressive globalization of the world did not affect the intellectual vibrancy and formality of Franz Josef Widmar‘s paintings. Their delicate sensibility and light-heartedness illustrates the artist‘s constant search for truth and the meaning of life. In the solitude of his studio in Brazil, he strove for pristine nature and brought it to life with his confident brush stroke and ingenious colour compositions. His work manifests a fascinating journey into the world of memories – a yearning for freedom and social independence. Friedrich von Schlegel (1772 to 1829) aptly said that in classic times we carried the centre of life within, and the inner balance and romanticism of Franz Josef Widmar‘s paintings may well reflect this maxim. They recall Runge, Corot, and Töpfer. In a various paintings, the artist depicts the impermanence of existence and the sufferings of Christ on the cross. He created striking portraits – including a number of self-portraits – with subtle brush strokes and skilful palette knife technique. Widmar was inspired by the style of Gaugin, Cézanne, van Gogh and Hodler. He also succeeded in translating the compositional arbitrariness of Japanese painting with its delicate play of colours to large, delightful flower paintings reminiscent of colour woodcuts by Harunobu or Hiroshige. Widmar‘s virtuoso representational games and the way he integrates surfaces into space – an approach employed by William Wauer in 1910 and later by Klee – demonstrate the influence of modern Construc- 17 PORTRÄT In Franz Josef Widmars umfangreichem Oeuvre nimmt die Porträtmalerei numerisch eine Sonderstellung ein. Neben der Landschaftsdarstellung findet kein Genre in quantitativer Hinsicht eine vergleichbare Berücksichtigung. Ob nun die Vorstellungen und Ansprüche seiner Auftraggeber, oder eine besondere Affinität Widmars zu der Personendarstellung den entscheidenden Ausschlag für diese fundierte Auseinandersetzung des Künstlers mit dem menschlichen Individuum gaben, ist nicht zu beantworten. Was aber an dieser Stelle festgehalten werden kann, ist die Tatsache, dass Widmar die Darstellung von Personen als ein tragendes Element seiner Kunst auffasste. Bereits der hier aufgeführte, der Zahl nach sehr bescheidene Werkausschnitt aus den Personendarstellungen des Malers, lässt die frappierende Vielfalt verwendeter Stilrichtungen in aller Deutlichkeit aufscheinen. Die stilistische Heterogenität beschränkt sich freilich nicht auf die Gattung des Porträts, kommt hier jedoch, aufgrund der grossen Anzahl an Werken, sehr deutlich zum Tragen. Widmars Porträts erinnern an eine Suche nach der künstlerischen Darstellung einer Person, die in der Lage ist, nicht nur die Ähnlichkeit der Erscheinung einzufangen, sondern darüber hinaus jene Merkmale, die den porträtierten Menschen als Individuum auszeichnen. Er fahndete – unter zur Hilfenahme der verschiedenartigsten kompositorischen Ansätzen – nach befriedigenden Lösungen, in welchen das ganze Wesen des Dargestellten zu Ausdruck gelangen kann. Die Stilvariationen reichen vom Abbild mit naturalistischer Virtuosität bis hin zur fast abstrakten oder expressiven Darstellung, die den porträtierten Menschen nur noch fragmentarisch in der Komposition aufscheinen lassen. Dass die stilistisch umfangreiche Interpretation dieses Themas nicht einfach als naheliegende Konsequenz einer tiefgründigen Auseinandersetzung des Künstlers mit der Porträtmalerei ausgelegt werden darf, wird durch Widmars übriges künstlerisches Schaffen veranschaulicht. Dennoch manifestiert sich gerade in seinen Personendarstellungen ein schöpferisches Ringen um die Wiedergabe der äusseren Erscheinung des porträtierten Menschen, das Erfassen der jeweiligen Persönlichkeit und die Aus- 18 wahl eines adäquaten Malstils. Dadurch wird die Relevanz der stilistischen Ausprägung des Dargestellten kennzeichnend in diesem Genre apostrophiert. Die drei Porträts von Walter Wüthrich (vgl. Abbildungen S. 3 / Nr. 408, S. 24 / Nr. 410 & S. 25 / Nr. 357) attestieren dem Künstler ferner die Bereitschaft, die Ergründung des Wesens einer mehrfach von ihm porträtierten Person nicht alleine auf eine einzige Manier der künstlerischen Wiedergabe zu beschränken. Widmar scheint das Auswahlverfahren des Malstils als ausschlaggebende Grösse auf der Suche nach dem Ausdruck eines Menschen a priori nie festgelegt zu haben, um dadurch das Wesen seiner Modelle über verschiedene künstlerische Zugänge ergründen zu können. Dies ist umso interessanter, als dass der Künstler seine Arbeiten in der Porträtmalerei naturgemäss nicht nur gegenüber sich selbst sondern ebenso gegenüber seinen Modellen zu verantworten hatte. Doch selbst in diesen Fällen scheint Widmar seine künstlerischen Anliegen über die Ansprüche und Erwatungen der porträtierten Personen gestellt zu haben. Die Bildfindung gerät so zum Prozess, der sich ganz auf den Künstler in Bezug zu seinen Vorstellungen beschränkt; damit wird auch der Vorwurf unhaltbar, Widmars Bilder seien einfache Auftragsarbeiten. ohne Titel, 1954, Nr. 427, Öl auf Leinwand, 61 x 50 cm 19 RETRATOS Em proporções numéricas, na abrangente obra de Franz Josef Widmar a pintura de retratos ocupa uma posição particular. Em termos de quantidade, ao lado das representações de paisagens, nenhum outro gênero é contemplado de forma semelhante. Não é possível responder a questão se foram as expectativas e exigências de seus clientes ou uma afinidade especial de Widmar com as representações de pessoas a darem o impulso decisivo para que o pintor se ocupasse profundamente com o indivíduo humano. Mas o que pode ser afirmado é o fato de Widmar ter considerado a representação de pessoas como um elemento essencial para seu trabalho. O recorte da obra do pintor incluído nesta publicação apresentando retratos de pessoas, demasiado modesto no que se refere à quantidade, deixa absolutamente evidente a impressionante diversidade dos estilos de pintura utilizados. A heterogeneidade estilística obviamente não se limita ao gênero dos retratos; porém, devido à elevada quantidade destas obras, revela-se nelas extremamente nítida. Os retratos de Widmar fazem lembrar a procura pela representação artística de uma pessoa que não tem somente a habilidade de captar a semelhança com a aparência, mas também todas as características e aspectos que identificam a pessoa retratada como um indivíduo. Lançando mão das mais diferentes abordagens de composição, ele procura por soluções satisfatórias que possam expressar por completo a essência da pessoa retratada. As variações estilísticas envolvem desde retratos com virtuosidade naturalista até representações quase abstratas ou expressivas que deixam a pessoa retratada transparecer na composição apenas de forma fragmentária. O fato de a ampla interpretação estilística deste tema não poder ser simplesmente interpretada como conseqüência lógica de uma ocupação do artista com a pintura de retratos torna-se evidente através dos demais trabalhos artísticos desenvolvidos por Widmar. Não obstante, justamente suas representações de pessoas manifestam uma luta criadora pela reprodução das aparências externas da pessoa retratada, a apreensão da respectiva personalidade e a seleção de um estilo ade- 20 quado de pintura. Desta forma, a relevância da manifestação estilística do retratado é caracteristicamente salientada neste gênero. Além disso, os três retratos de Walter Wüthrich (vide ilustrações na pág. 3 no 408, pág. 24 no 410 e pág. 25 no 357) comprovam a disponibilidade do pintor de não limitar a observação minuciosa da essência de uma pessoa, diversas vezes por ele retratada, a uma única forma de reprodução artística. Widmar nunca parece ter determinado a priori o processo de seleção do estilo de pintura como parâmetro referencial na procura pela expressão de uma pessoa para, através dele, poder observar e analisar a essência de seus modelos por meio de diversas formas de abordagem da arte. Este fator torna-se muito mais interessante quando se tem em mente que, pela própria natureza do gênero, o artista tinha que assumir a responsabilidade de suas pinturas de retratos não somente perante si mesmo, mas perante seus respectivos modelos. Mas mesmo nestes casos, Widmar parece ter sobreposto seus propósitos artísticos às exigências e expectativas das pessoas retratadas. Assim, a determinação da pintura torna-se um processo que se limita completamente ao pintor em relação às suas concepções; conseqüentemente, a crítica de que as pinturas de Widmar tenham sido pura e simplesmente trabalhos de encomenda perde seu fundamento. PORTRAIT Portrait painting occupies an especially prominent position in Franz Josef Widmar‘s extensive oeuvre. Aside from landscape paintings, no other genre is represented as frequently as portraits. It is unclear whether the artist‘s strong focus on the human subject was mainly a result of his patrons‘ expectations and needs or a special affinity for the representation of individuals. But there is no question that Widmar considered the representation of persons to be a principal element in his art. Even the very limited number of portraits selected here from among this body of works visibly demonstrates the tremendous variety of styles. The stylistic heterogeneity is of course not limited to the portraits, but it is especially apparent in this genre due to the tremendous quantity of this type of works. Widmar‘s portraits recall the search for artistic representation by someone capable of not only capturing a likeness of the subject‘s appearance, but also the characteristics that define the person portrayed as an individual. He drew on a wide variety of compositional devices in his search for satisfactory solutions to express the entire being of the subject. The stylistic variations range from depictions with naturalistic virtuosity to almost abstract or expressive representations where the persons portrayed appear only in fragmented form in the composition. The remainder of Widmar‘s oeuvre suggests that the stylistically broad interpretation of the portrait should not simply be interpreted as an obvious consequence of the artist‘s profound interest in portrait painting. Nonetheless, the creative struggle to represent the external appearance of the subject, to capture the personality, and to select the right painting style is especially manifest in his depictions of individuals. In this genre, the relevance of the stylistic peculiarity of the representation is especially apparent. The three portraits of Walter Wüthrich (cf. illustrations on p. 3 / no. 408, p. 24 / no. 410, and p. 25 / no. 357) attest to the artist‘s willingness to not limit the exploration of the character of a person he portrayed several times to a single manner of artistic expression. It appears that Widmar never established a systematic process for selecting a painting style as a decisive factor in his search for the expression of a person, and this gave him the freedom to study the character of his models through a variety of different artistic approaches. This is all the more interesting in that by the very definition of the assignment, an artist is not only accountable to himself in the case of a portrait painting, but also to the model. But even in these instances Widmar appears to have placed his artistic concerns above the requirements and expectations of the persons portrayed. In his works, the evolution of a painting became a process that was wholly restricted to the artist and his imagination, and this discredits the claim that Widmar‘s paintings are nothing more than commissioned works. 21 22 ohne Titel, 1954, Nr. 406, Öl auf Leinwand, 52.5 x 41.5 cm ohne Titel, Nr. 184, Öl auf Leinwand, 54 x 46 cm 23 24 ohne Titel, Nr. 410, Öl auf Leinwand, 74 x 54.5 cm ohne Titel, 1954, Nr. 357, Öl auf Leinwand, 59 x 48.5 cm 25 26 ohne Titel, 1972, Nr. 568, Öl auf Leinwand, 81 x 61 cm ohne Titel, Nr. 409, Öl auf Leinwand, 62 x 48.5 cm 27 28 ohne Titel, Nr. 361, Öl auf Leinwand, 61 x 50 cm ohne Titel, Nr. 465, Öl auf Leinwand, 45 x 36 cm 29 30 ohne Titel, Nr. 443, Öl auf Leinwand, 61 x 50 cm ohne Titel, Nr. 472, Öl auf Leinwand, 62.5 x 54 cm 31 32 ohne Titel, 1955, Nr. 425, Öl auf Leinwand, 55 x 46 cm ohne Titel, Nr. 343, Öl auf Leinwand, 83 x 60 cm 33 LANDSCHAFTSDARSTELLUNGEN Widmars Landschaftsdarstellungen nehmen, wie eingangs bereits erwähnt, neben der Porträtmalerei alleine schon in numerischer Hinsicht eine Sonderstellung ein. Widmars Drang zu malen war beinahe zwanghaft. Mit einem Motorrad fuhr er in den Stadtteil von Santa Tereza, erschloss sich Schritt für Schritt die Landschaften von Petrópolis und Nova Friburgo und besuchte verschiedene Kleinstädte des Staates Rio. Dabei fertigte er Skizzen an, die ihm später als Vorlagen für seine Ölbilder dienten, die er stets im Atelier zu malen pflegte. Der Landschaft war Widmar zeitlebens besonders zugetan. In den abgelegenen Orten rund um Rio fand er den schöpferischen Freiraum, der seine Bilder so stark geprägt hat. Dabei stellte er seine momentanen Empfindungen und Eindrücke stets über ein mögliches «Dogma des eigenen Stils». Auf sehr direkte Art und Weise sprechen seine Landschaften von den unterschiedlichen Gefühlsregungen Widmars und seiner ganz eigenen Sichtweise auf die Dinge. Eine Sichtweise freilich, die nicht immer einfach nachzuvollziehen ist und deren Pathos und Sentimentalität durchaus überfordern kann. Es ist eben diese unbefangene und eigenwillige Auslegung der Landschaftsmalerei, die dieses Thema anschaulich charakterisiert. Der aus Europa immigrierte Künstler fand eigene Zugänge zu dieser prominenten Gattung der Malerei und vielleicht gerade wegen seiner Abstammung ganz persönliche Interpretationsmöglichkeiten, die einem in Brasilien heimischen Künstler schon alleine aufgrund seines kulturellen Hintergrunds verwährt geblieben wären. Widmar stellt in seinen Landschaftsdarstellungen sowohl sein Auge für die Wiedergabe des Malerischen der Natur unter Beweis, als auch das sensible Gespür eines neugierigen Entdeckers, der sich forschend, in einer für ihn neuen und aufregenden Umgebung zu orientieren versucht. Er verspürte den Drang, in seinen Bildern das einzufangen, was die Umgebung aus seiner persönlichen Sichtweise auszeichnet. Dass er dabei auch atypische Motive in seiner Landschaftsmalerei berücksichtigt, unterstreicht nicht nur seinen kennzeichnenden künstlerischen Eigensinn, sondern vermittelt vereinzelt auch Bilder von Landschaften, die aus den Augen eines 34 Fremden wahrgenommen wurden. Vielleicht ist dies mit ein Grund, weshalb auch schwermütige, melancholische Darstellungen Einlass in seine Landschaftsbilder gefunden haben. So zeugt beispielsweise die Landschaft mit einem Weg im Sonnenuntergang (vgl. Abbildung S. 50 / Nr. 511) von einer sentimentalen Seite des Künstlers, in der man durchaus auch eine Spur von Heimweh vermuten kann. Hier gerät das Bild zur Projektionsfläche ganz persönlicher Wünsche und Vorstellungen. Indes liegt in der Unbestimmbarkeit eben dieser Projektionen die eigentliche Faszination einer möglichen Auseinadersetzung mit Widmars Landschaftsdarstellungen. Gerade weil sie dem Betrachter einen grossen Spielraum für eigene Gedanken offen lassen, gerät auch das Bild von Widmars Person zu einer Projektionsfläche, die letztendlich jeder für sich ausmalen muss. ohne Titel, Nr. 327, Öl auf Leinwand, 91 x 76 cm 35 PAISAGENS Como mencionado anteriormente, ao lado dos retratos, as pinturas de paisagens de Widmar ocupam uma posição especial já no que se refere à sua quantidade. O desejo ardente de Widmar de pintar era quase compulsivo. Com uma motocicleta ia até o bairro de Santa Tereza, explorava passo a passo as paisagens de Petrópolis e de Nova Friburgo e visitava diversas cidades menores do estado do Rio de Janeiro. Nestes passeios, ele fazia alguns esboços que mais tarde serviriam de modelo para suas pinturas a óleo, às quais sempre se dedicava em seu ateliê. Durante toda sua vida, Widmar constantemente sentiu-se muito atraído pela paisagem. Nas localizações e lugares mais distantes ao redor do Rio ele encontrou o espaço para sua liberdade de criação que caracteriza tão fortemente suas obras. Em suas criações, ele sempre colocou suas emoções e impressões momentâneas acima de um possível “dogma do estilo próprio”. De forma muito direta, suas paisagens exprimem as mais diferentes e variadas expressões das emoções de Widmar bem como sua maneira muito particular de ver as coisas. Uma maneira de ver as coisas que evidentemente nem sempre se mostra de fácil compreensão, cuja paixão e sentimentalismo podem perfeitamente exigir demais do observador. Mas é precisamente esta interpretação imparcial e inconvencional da pintura de paisagens que caracteriza tão nitidamente este tema. O pintor emigrado da Europa encontrou abordagens muito próprias para este gênero proeminente da pintura e talvez, justamente devido a sua ascendência, possibilidades bastante pessoais de interpretação que com grande probabilidade teriam permanecido vedadas a um artista natural do Brasil, simplesmente em razão de seu background cultural. Em suas representações de paisagens, Widmar coloca à prova tanto seu aguçado olhar para a reprodução dos aspectos naturais na pintura quanto a aguçada sensibilidade de um descobridor ávido em conhecer o novo que, pesquisando, tenta orientar-se em um ambiente para ele desconhecido e excitante. Ele sente a necessidade de capturar em seus quadros tudo aquilo que o ambiente à sua volta lhe oferece pela sua própria perspectiva. O fato de ele inclusive tomar em consideração 36 motivos atípicos em suas pinturas de paisagens não destaca apenas sua obstinação artística característica mas, em casos isolados, também transmite imagens de paisagens que foram vistas e observadas através dos olhos de um estranho. Talvez este seja um dos motivos pelo qual algumas obras lúgubres e melancólicas também tenham sido incluídas em suas pinturas de paisagens. Neste sentido, a paisagem que mostra um caminho em direção ao pôr do sol (vide ilustração na pág. 50 no 511) manifesta de forma exemplar um aspecto sentimental do pintor que permite inclusive presumir perfeitamente um vestígio de saudade de sua terra natal. Neste caso, o quadro torna-se uma superfície de projeção de anseios e aspirações muito pessoais. Contudo, justamente em virtude da impossibilidade de se determinar tais projeções é que uma possível análise das representações de paisagens feitas por Widmar envolve um verdadeiro fascínio. Exatamente pelo fato de estas representações oferecerem ao observador ampla margem para seus próprios pensamentos é que a imagem da pessoa de Widmar se transforma em uma superfície de projeção que, afinal, cada um tem que completar por si mesmo. LANDSCAPE PAINTINGS As mentioned earlier, Widmar’s landscape paintings occupy a special position alongside portraiture in terms of quantity alone. Widmar’s urge to paint was almost obsessive. He rode his motorcycle around the Santa Tereza district, explored the landscapes of Petropolis and Friburgo on foot, and visited various towns in the State of Rio. He made sketches on his travels that later served as studies for his oil paintings, which he always painted in the studio. Throughout his life, Widmar had a special affinity for the landscape. In the remote areas around Rio he found the creative freedom that was so characteristic of his paintings. He always elevated his momentary sentiments and impressions above any dogma that comes from the adherence to a particular style. In a very direct way, Widmar’s landscapes reflect his various emotional states and his very unique perception of the world. Even so, his perspective is not always easy to fathom, and its pathos and sentimentalism can sometimes be overbearing. But his original and individualistic interpretation of landscape painting is an especially distinctive characteristic of his art. Having immigrated from Europe, the artist found his own access to this prominent genre of painting, and perhaps precisely because of his origins developed a very personal means of interpretation that would have been denied to an artist from Brazil – if only on the basis of cultural background. In his landscape paintings, Widmar not only reveals his eye for reproducing the picturesque in nature, but also demonstrates his sensitivity as an inquisitive explorer seeking orientation in a new and exciting environment. He was compelled to capture in his paintings the elements that he felt were most characteristic of the landscape around him. The fact that he also incorporated atypical elements in his landscape paintings underscores his signature trait – creative originality – and sometimes conveys a sense that the landscapes were perceived through the eye of a foreigner. This may be one of the reasons why Widmar’s landscape paintings also include several that are somewhat gloomy and melancholic. As an example, the composition with a path at sunset (cf. illustration on p. 50 / no. 511) attests to a senti- mental side of the artist that even betrays a hint of homesickness. The painting becomes a projection surface for very personal desires and associations. The indeterminable quality of these projections is what in fact what inspires fascination in studying Widmar’s landscape paintings. It is precisely because we, the viewers, are given a great deal of room for our own thoughts that even the understanding of Widmar as a person becomes a projection surface that in the end is up to each of us to elaborate. 37 38 ohne Titel, Nr. 493, Öl auf Leinwand, 53 x 40 cm ohne Titel, Nr. 490, Öl auf Leinwand, 60 x 44.5 cm 39 40 ohne Titel, Nr. 432, Öl auf Leinwand, 55 x 46 cm ohne Titel, Nr. 433, Öl auf Leinwand, 50 x 45.5 cm 41 42 ohne Titel, Nr. 246, Öl auf Leinwand, 61 x 50 cm ohne Titel, Nr. 279, Öl auf Leinwand, 75 x 60.5 cm 43 44 ohne Titel, Nr. 276, Öl auf Leinwand, 100 x 90 cm ohne Titel, Nr. 292, Öl auf Leinwand, 75 x 61 cm 45 46 ohne Titel, Nr. 239, Öl auf Leinwand, 75 x 61 cm ohne Titel, Nr. 270, Öl auf Leinwand, 100 x 81 cm 47 48 ohne Titel, Nr. 382, Öl auf Leinwand, 83 x 68 cm ohne Titel, Nr. 236, Öl auf Leinwand, 122 x 85 cm 49 50 ohne Titel, Nr. 511, Öl auf Leinwand, 47 x 41.5 cm STILLLEBEN Klassifiziert man die Bildinhalte der Malerei Franz Josef Widmars nach grösseren, autonomen Werkgruppen, drängt sich eine Zusammenlegung seiner Stilllebendarstellungen auf; die ausführliche Aufarbeitung dieses Themenkreises legitimiert einen Zusammenschluss dieser Arbeiten als eigenständigen Bereich seiner Malerei. In diesem Zusammenhang verdienen der Farbauftrag durch Spritztechnik und der Einsatz verwässerter Farbe vornehmlich Beachtung, eine, gerade für diese Gattung, eher unkonventionelle Maltechnik. Die Malweise ist vereinzelt auch in anderen Bildern Widmars anzutreffen, darf aber in seinen Stilllebendarstellungen formal als ein prägendes Element geltend gemacht werden. In der Ähnlichkeit der ungelenkten Farbtupfer mit der natürlichen Erscheinung von Blumen mag womöglich ein Erklärungsansatz liegen für die häufige Berücksichtigung dieses Gegenstands als Motiv der Stillleben. Es bleibt anzuführen, dass die Werkgruppe nicht etwa von klassischen Blumenstillleben mit Interieur dominiert wird, als vielmehr von Arbeiten, die durchaus auch als eigentliche Naturstudien ausgelegt werden können. Diese Deutungsvariante erscheint insofern angemessen, als dass Widmar nur in seltenen Fällen (vgl. Abbildung S. 62 / Nr. 359) einen Tisch und eine darauf stehende Vase als klassische Grundelemente von Blumenstillleben aufgreift. Dass Widmar durchaus über die Fähigkeiten verfügt, auch traditionellen Kompositionsformen zu entsprechen, zeigt sein Atelierstillleben (vgl. Abbildung S. 53 / Nr. 492). Die Arbeit zeugt von einem tiefen Verständnis für das Arrangement der aufgeführten Gegenstände (Malsachen in einem Atelier), die Lichtführung und die Farbgebung. Im Durchblick auf die geöffnete Tür im Hintergrund gewinnt das beinahe sphärisch wirkende Innenleben des Raumes an zusätzlicher Spannung. Das Atelier gerät zum veritablen Labor des Künstlers, in das der privilegierte Betrachter einen intimen Einblick erhält. Widmar schreibt dem Raum einen beinahe sakralen Charakter zu; eine Geste, die nicht zuletzt auf die (Selbst-) Stilisierung des Künstlers verweist. Die dargestellten Utensilien scheinen als Partner eines stummen Dialogs mit dem Künstler selbst schon immer da gestanden 52 zu haben. Das Fehlen der Person des Künstlers, die versucht, die schlichten Dinge der Wirklichkeit, ihr Sein und Schein, durch die Malerei zu veranschaulichen, lässt ihren Anspruch auf das Atelier als Ort der künstlerischen Umsetzung nur umso deutlicher aufscheinen. Wenn man davon ausgeht, dass Widmar hier wahrscheinlich sein unmittelbares Arbeitsumfeld – womöglich sein Atelier im Posto Quatro an der Copacabana – und die Werkzeuge seiner täglichen Beschäftigung dargestellt hat, und man darüber hinaus die gemalten Gegenstände als Wiederschein der Gedanken und des Handwerks des Künstlers selbst interpretiert, so gehört diese Arbeit wohl zu den persönlichsten Darstellungen von Franz Widmar überhaupt. Widmars Obsession für die Malerei, sein Drang nach einer Auseinandersetzung mit der direkten Umwelt über das gemalte Bild manifestiert sich auf eindringliche Art und Weise in der dichtgedrängten Komposition. Die Malutensilien geraten zu sehr persönlichen Werkzeugen im Dienste seiner ganz eigenen Aneignung von Realität. In der gestalterischen Intensität spiegelt sich Widmars Gebundenheit an eben diese Werkzeuge, denen er mit diesem Stillleben ein Denkmal gesetzt hat. ohne Titel, Nr. 492, Öl auf Leinwand, 61 x 50 cm 53 NATUREZA MORTA Se procedermos a uma classificação do conteúdo das pinturas de Franz Josef Widmar em grupos maiores e autônomos, somos necessariamente compelidos a incluir as naturezas mortas em um único grupo; a minuciosa reprodução deste tema legitima o agrupamento destas obras como categoria independente de sua pintura. Neste contexto, merecem atenção especial a aplicação das tintas através da técnica de respingos e a utilização de tintas dissolvidas em água que caracterizam uma técnica de pintura não convencional, principalmente neste gênero. Esta técnica também pode ser observada isoladamente em algumas outras obras de Widmar; porém, pode ser considerado formalmente um elemento marcante nas suas obras de natureza morta. É provável que na semelhança entre os pontos aleatórios de tinta e a aparência natural das flores resida uma abordagem para se explicar o incessante surgimento deste tema como motivo de sua natureza morta. Faz-se necessário mencionar que o grupo destas obras não é dominado pela natureza morta clássica de flores com interior, mas distingue-se em especial por trabalhos que podem ser perfeitamente interpretados como estudos sobre a natureza. Esta variante de interpretação parece ser perfeitamente adequada uma vez que, apenas em casos excepcionais (vide ilustração na pág. 62 no 359), Widmar pintou uma mesa com um vaso de flores sobre ela como elemento básico de natureza morta de flores. Widmar também dispõe perfeitamente das habilidades de lançar mão de formas tradicionais de composição, o que é evidenciado através da natureza morta de um ateliê (vide ilustração na pág. 53 no 492). A obra manifesta uma profunda percepção para o arranjo dos objetos dispostos (objetos utilizados para pintura em um ateliê), para a incidência da luminosidade e a escolha das cores. Ao olhar através da porta entreaberta que se encontra ao fundo, a vida interior do espaço, que parece causar um efeito esférico, suscita uma expectativa adicional no observador. O ateliê transforma-se em um verdadeiro laboratório do pintor do qual o observador privilegiado pode ter uma visão íntima. Widmar praticamente atribui ao 54 espaço um caráter quase sagrado; um gesto que não por último faz referência à (auto) estilização do pintor. Os utensílios apresentados parecem já ter estado ali desde sempre, simbolizando parceiros de um diálogo mudo com o próprio artista. A ausência da pessoa do pintor que procura ilustrar as coisas simples da realidade, seu ser e sua aparência, deixa transparecer através da pintura ainda mais sua exigência em relação ao ateliê como local da concretização artística. Se partirmos do pressuposto de que, neste caso, Widmar provavelmente tenha pintado seu ambiente direto de trabalho - possivelmente seu ateliê no Posto Quatro de Copacabana - bem como as ferramentas de suas atividades diárias e, se além disso, interpretarmos os objetos representados como reflexo dos pensamentos e das habilidades manuais do pintor, podemos afirmar que esta obra constitui uma das pinturas mais pessoais de Franz Widmar. A obsessão de Widmar pela pintura, sua necessidade de interagir com o ambiente à sua volta através de um quadro pintado, manifesta-se de maneira lúcida na composição acumulada de objetos. Os utensílios para pintura tornam-se ferramentas bastante pessoais a serviço de sua apropriação bem individual da realidade. A intensidade da composição espelha a ligação de Widmar com estas mesmas ferramentas para as quais ele erigiu um monumento com esta natureza morta. STILL LIFES If we classify the subjects in the paintings of Franz Josef Widmar according to larger, autonomous groups, his still lifes constitute one such group; categorizing these works as an independent genre within his oeuvre appears justified due to the artist‘s extensive treatment of the still life subject. In this connection, the application of paint using spray technique and the use of diluted paint deserve special mention – a rather unconventional approach in this genre in particular. This painting style occasionally occurs in other paintings by Widmar, but in his still lifes it can be considered a defining element from a formal perspective. The similarity of the haphazard splashes of colour with the natural appearance of flowers could explain why he chose this motif so frequently as the subject of his still lifes. It should be noted that this body of work is not dominated by classic flower still lifes with interior scenes, but rather consists primarily of works that could easily be interpreted as nature studies. This interpretation seems appropriate since Widmar only rarely introduced a table with a vase on it as a classic basic element in flower still lifes (cf. illustration on p. 62 / n o. 359). of artistic creativity. On the assumption that Widmar was probably depicting his immediate work environment – possibly his studio in Posto Quatro on the Copacabana – and the tools he used for his daily work, and if the painted utensils are interpreted as a reflection of the artist‘s thought processes and craft, this work can be considered one of the most personal paintings among Franz Widmar‘s entire oeuvre. His obsession with painting and his urge to explore his direct environment through the painted picture are vividly manifest in the densely arranged composition. The painting utensils become very personal tools in the service of the artist‘s perception of reality. The compositional intensity reflects Widmar‘s strong connection to these tools, and they are eulogized for posterity in this still life. Widmar‘s studio still life (cf. illustration on p. 53 / no. 492) demonstrates that he clearly had the ability to follow traditional compositional forms. This work bears witness to his deep understanding for the arrangement of the objects depicted (painting utensils in a studio), and it also confirms his mastery of light and colour. The view through the open door in the background introduces additional tension to the nearly spherical appearance of the room‘s interior. The painting gives the privileged viewer an intimate look at the studio as the artist‘s laboratory. Widmar ascribes a nearly sacred character to the room – a gesture that ultimately refers to the artist‘s self-stylization. The utensils depicted seem to have always been there, as partners in a silent dialogue with the artist. The absence of the artist‘s physical presence is an attempt to exemplify the existence and appearance of the objects themselves in their bare reality through the medium of painting, and even more saliently establishes their position in the studio as a place 55 56 ohne Titel, Nr. 091, Öl auf Leinwand, 160 x 60 cm ohne Titel, Nr. 090, Öl auf Leinwand, 160 x 60 cm 57 58 ohne Titel, Nr. 366, Öl auf Leinwand, 70.5 x 70 cm ohne Titel, Nr. 106, Öl auf Leinwand, 100 x 70 cm 59 60 ohne Titel, Nr. 360, Öl auf Leinwand, 85 x 74 cm ohne Titel, Nr. 358, Öl auf Leinwand, 84 x 74 cm 61 62 ohne Titel, Nr. 359, Öl auf Leinwand, 84 x 74 cm ohne Titel, Nr. 122, Öl auf Leinwand, 89.5 x 61 cm 63 64 ohne Titel, Nr. 309, Öl auf Leinwand, 100 x 57.5 cm GEOMETRISCHE & ABSTRAKTE MALEREI Das Fehlen einer festen inhaltlichen und bildkompositorischen Kontinuität dieser Darstellungen erschwert die Einteilung in eine klar umrissene Werkgruppe erheblich. Aus diesem Grund lässt sich kein einheitlicher Zugang zu der geometrisch abstrakten Malerei Widmars aufzeigen. Die eindeutige Einteilung einiger Bilder in formal definierte Werkgruppen ist nicht zwingend und muss in der Betrachtung des Oeuvres von Franz Josef Widmar auch an anderer Stelle relativiert werden. Wenn sich auf einem Bild ein tanzendes, sich küssendes Paar zu erkennen gibt (vgl. Abbildung S. 74 / Nr. 376) und eine andere Darstellung die Sicht aus der Vogelperspektive auf eine Grossstadt zeigt (vgl. Abbildung S. 75 / Nr. 288), abstrahiert der Künstler darin in der materiellen Realität vorhandene Objekte. Dabei zeigt Widmar einen ausgeprägten Sinn für die Farbwirkung und die Komposition schlechthin. Das tanzende Paar gerät durch die ausgewogene Farbgebung zur Einheitsfigur, die ein emotionales und körperliches Gefühl der Verbundenheit und des Zusammengehörens spiegelt. Die Figur kann nicht mehr als Nebeneinander von zwei getrennten Entitäten gedacht werden, sondern gelangt erst durch die ins Bild übertragene, körperliche Synthese zu ihrer eigentlichen Bedeutung; Mann und Frau definieren sich in dem Bild erst durch ihre Verbundenheit zueinander. Daneben enthält diese Werkgruppe auch Arbeiten, die vielmehr Geistiges zu materialisieren versuchen. Diese gegenstandslose Richtung der Malerei lässt sich durch zwei Darstellungen (vgl. Abbildungen S. 72 / Nr. 003 & S. 73 / Nr. 002 ) besonders gut veranschaulichen. In den beiden Bildern sind geometrische Flächen spiralförmig arrangiert und erzeugen den Eindruck einer dynamischen Tiefenwirkung. Widmar lehnt hier jeden Rest von bildlicher oder figürlicher Darstellung ab. Primärfarben sind ihrem Stellenwert nach auf die gleiche Ebene gesetzt wie die rein und im Mischverhältnis vorkommenden Farben Schwarz und Weiss. Hier tendiert der Künstler zur «Konkreten Kunst», die mehr oder weniger direkt auf geometrische Konstruktionen Bezug nimmt und keinerlei symbolische Bedeutung mehr besitzt. Die geome- 66 trisch abstrakte Malerei lässt sich, ausgehend von prominenten theoretischen Ansätzen Piet Mondrians und Theo van Doesburgs, als eine Stilrichtung definieren, die ihre Bildinhalte ganz den Anliegen und Forderungen der Mathematik und der ausgewogenen Komposition unterstellt und auf diese Weise einen dialektischen Gegenpol zu mimetischen Darstellungsmodi bezieht. Die beiden Bilder lassen eine weitere Facette des vielschichtigen Künstlerwesens Widmars erkennen: In ihnen ist kein Platz mehr für eine Malweise mit gestischem Duktus und improvisierender Spontaneität. Hier gilt es, gedankliche Konstrukte auf klar definierte, eigenständige Farbflächen zu übertragen, die ihrerseits einen akribischen und technisch anspruchsvollen Malstil erfordern. Die spiralförmigen Windungen erzeugen dabei keine eindimensionale Bewegung ins Bild hinein, sondern lassen ebenso deutlich eine Gegenbewegung zum Betrachter hin erkennen. Dadurch entsteht ein Wechselspiel verschiedener Bewegungsrichtungen, die keine eindeutige Ausrichtung besitzen. In dem Masse, in dem die Spiralbewegung einen Weg nach Innen bezeichnet, lässt sich derselbe Vektor in eine Bewegung aus dem Bild hinaus umkehren. Diese Zone der Unentscheidbarkeit geht Hand in Hand mit der kompositorischen Ausgewogenheit der Farben. Dies verweist auf Widmars künstlerisches Interesse, über die formale Stilsuche in der gegenständlichen Abbildung hinaus zu gehen. ohne Titel, Nr. 313, Öl auf Leinwand, 122 x 80.5 cm 67 PINTURA GEOMÉTRICA E ABSTRATA A ausência de uma firme continuidade no conteúdo e na composição da pintura destas representações dificulta consideravelmente sua classificação em um grupo de obras claramente definido. Por este motivo, não se pode evidenciar qualquer abordagem uniforme da pintura geométrica abstrata de Widmar. A classificação inequívoca de algumas pinturas em grupos de obras formalmente definidos não se mostra obrigatória, devendo ser inclusive relativizada em outros casos na avaliação dos trabalhos de Franz Josef Widmar. Se em um dos quadros é possível reconhecer um casal dançando e se beijando (vide ilustração na pág. 74 no 376) e se uma outra representação mostra a vista aérea de uma metrópole (vide ilustração na pág. 75 no 288), o artista abstrai nestes mesmos quadros objetos existentes na realidade material. Widmar evidencia desta maneira uma sensibilidade aguçada para o efeito das cores e para a composição em si. Através da aplicação equilibrada de cores, o casal dançante transforma-se em uma única figura que reflete uma sensação emocional e corpórea de união e de pertencerem um ao outro. A figura não pode mais ser vista e imaginada como duas entidades distintas, uma ao lado da outra, mas atinge seu sentido propriamente dito justamente através da síntese corporal transferida ao quadro; nesta pintura, homem e mulher somente definem-se por meio de sua união. Além disso, este grupo de obras também inclui trabalhos que acima de tudo tentam materializar algo espiritual. Este estilo de pintura, que não dispõe de objeto concreto, pode ser muito bem ilustrado especialmente através de duas representações (vide ilustração na pág. 72 no 003 e na pág. 73 no 002). Ambos os quadros apresentam superfícies geométricas dispostas em espiral, causando a impressão de um efeito dinâmico de profundidade. Nestes casos, Widmar rejeita todo e qualquer resquício de representação de imagens ou figuras. Segundo sua classificação de importância, as cores primárias encontram-se no mesmo nível que as cores preto e branco em suas respectivas manifestações puras e mistas. Nestas obras, o pintor apresenta a tendência 68 para uma “arte concreta” que faz maior ou menor referência direta a construções geométricas, não possuindo mais qualquer significado simbólico. A partir das grandiosas abordagens teóricas de Piet Mondrian e de Theo van Doesburg, a pintura geométrica abstrata pode ser definida como um estilo que subjuga o conteúdo de suas obras aos propósitos e às exigências da matemática e da composição equilibrada, representando desta forma um pólo dialético antagônico aos modos de representação miméticos. Ambas as obras permitem detectar mais uma das múltiplas facetas da personalidade artística de Widmar: elas não deixam mais nenhum espaço para uma forma de pintura com uma linha gesticular característica e espontaneidade improvisada. Trata-se de transferir constructos mentais para superfícies de cores claramente definidas e independentes que, por sua vez, requerem um estilo de pintura minucioso e exigente do ponto de vista da técnica. As curvas dispostas em espiral não produzem apenas um movimento unidimensional para dentro do quadro, mas permitem reconhecer, com igual nitidez, um movimento contrário em direção ao observador. Desta maneira, é exercida uma influência recíproca entre movimentos em vários e diversos sentidos que não possuem qualquer direcionamento claro. Na mesma proporção em que o movimento em espiral delineia um caminho para dentro, o mesmo vetor pode ser invertido em um movimento para fora do quadro. Este ponto de distinção impossível está intrinsecamente associado ao equilíbrio da composição de cores, o que remete ao interesse artístico de Widmar em ir além da procura formal por um determinado estilo de representação de objetos. GEOMETRIC & ABSTRACT PAINTING The lack of continuity in these paintings in terms of subject matter and pictorial composition makes it harder to classify them as a distinct body of works. It is therefore not possible to identify a common theme in Widmar‘s geometric abstractions. The clear division of certain paintings into formally defined groups is not conclusive and also needs to be viewed in the perspective of the remainder of Franz Josef Widmar‘s oeuvre. In one painting, a dancing, kissing couple can be identified (cf. illustration on p. 74 / no. 376), and another depicts a bird‘s eye view of a large city (cf. illustration on p. 75 / no. 288). These are two examples of how the artist abstracted objects that exist in material reality. In both cases, Widmar demonstrates a pronounced sense for the effect of colour and for the composition itself. The balanced colour scheme transforms the dancing couple into a single figure reflecting an emotional and physical feeling of connectedness and belonging. The figure can no longer be viewed as two separate entities side by side, but acquires its actual meaning through the physical synthesis transferred to the painting: the man and the woman are defined by their connection to each other here. This body of work also includes paintings that attempt to materialize more intellectual concepts. This non-representational approach to painting is especially evident in the paintings reproduced on pages 72 and 73 (no. 003 and no. 002, respectively). In both cases, geometric surfaces are arranged in a spiral shape and create the impression of dynamic depth. Widmar rejected even the slightest reference to representational form here. Primary colours are placed according to their tonal values on the same level as the pure and mixed fields of black and white. In these paintings, the artist moved in the direction of ‚concrete art‘, which more or less makes direct reference to geometric constructions and dispenses with symbolic meaning altogether. Based on the prominent theoretical approaches of Piet Mondrian and Theo van Doesburg, geometric abstract painting can be defined as a style that subjects its content entirely to the concerns and requirements of mathematics and balanced composition and thus establishes a dialectic antipode to mimetic modes of representation. The two paintings also shed light on another facet of Widmar‘s multilayered creativity: there is no longer any room here for a style characterized by gestural strokes and improvised spontaneity. The point is to transfer mental constructs to clearly defined, independent fields of colour, which in turn require a painstaking and technically sophisticated painting style. Rather than producing a one-dimensional movement into the picture, the spiral-shaped whorls establish an equally pronounced movement outward to the viewer. This creates an interplay between various directions of movement that do not have a clear orientation. Just as the spiral movement describes a path towards the centre, the same vector returns a movement from the centre outwards. This zone of indifferentiability goes hand in hand with the compositional balance of the colours. It exemplifies Widmar‘s artistic interest in transcending the representational through the search for a formal style. 69 70 ohne Titel, Nr. 245, Öl auf Leinwand, 122 x 85 cm ohne Titel, Nr. 324, Öl auf Leinwand, 148 x 109.5 cm 71 72 ohne Titel, Nr. 003, Öl auf Leinwand, 138 x 121 cm ohne Titel, Nr. 002, Öl auf Leinwand, 138 x 124 cm 73 74 ohne Titel, Nr. 376, Öl auf Leinwand, 61.5 x 50.5 cm ohne Titel, Nr. 288, Öl auf Leinwand, 122 x 94 cm 75 SAKRALE MALEREI Der Themenbereich der sakralen Malerei bildet die kleinste Werkgruppe in Widmars Oeuvre. Ob der Künstler sein Leben nach einer bestimmten Religion gelebt hat, ist ebenso wenig zu beantworten wie die Frage nach den Beweggründen Widmars, die ihn während der Auseinandersetzung mit den religiösen Inhalten seiner Malerei motiviert haben. Wir können lediglich mit Sicherheit sagen, dass Widmar spätestens in Brasilien mit einem religiösen Umfeld konfrontiert worden ist, dessen Rituale und Bräuche für den Künstler ganz neue Erfahrungen bedeutet haben mussten. Wir haben keine Hinweise darauf, dass die religiösen Bilder als Auftragsarbeiten angefertigt worden sind und dürfen somit voraussetzen, dass die Gemälde von einer tiefgreifende persönliche Auseinandersetzung des Künstlers mit der christlichen Religion bestimmt sind. In der Werkgruppe sind vor allem Darstellungen von gefolterten und geschundenen Körpern vertreten. Die Spuren der körperlichen Misshandlungen sind von grosser Unmittelbarkeit. Besonders drastisch zeigt sich dieser Sachverhalt in den beiden Darstellungen mit den an einen Baum oder an Bambusstangen gefesselten Personen (vgl. Abbildungen S. 77 / Nr. 009 & S. 80 / Nr. 011). Sie zeigen Menschen, die, um ihres religiösen Bekenntnisses willen, den Tod erleiden. Der eine Märtyrer erleidet durch leuchtende Pfeile an einen Baum gefesselt den Tod. Hier handelt es sich wohl um die Darstellung des Martyriums des heiligen Sebastians. Sebastian war Offizier der kaiserlichen Garden und wurde, weil er sich öffentlich zum Christentum bekannte, von Kaiser Diokletian zum Tode verurteilt. In der zweiten Darstellung handelt es sich ohne Zweifel um Christus selbst: Die Dornenkrone, die Seitenwunde und die blutigen Wunden auf den Handflächen verweisen ikonographisch eindeutig auf die Passion Christi. Der Blick von Christus ist nach oben gerichtet, auf etwas, das ausserhalb des Bildausschnitts zu liegen scheint. Der Verweis auf den bevorstehenden Tod wird durch diesen Impetus ganz von einem erlösenden Moment durchdrungen. Eine andere Darstellung (vgl. Abbildung S. 82 / Nr. 296) zeigt den Erlöser mit segnendem Gestus über einem Meer seiner Anhängerschaft. Das 76 Gemälde ist in Pastelltönen gehalten, wobei sich einzig die schwarze, das Haupt Christi umgebende Sonne, von den weichen Farbtönen abhebt. Dies verleiht ihr trotz der dunklen Farbigkeit eine Art strahlende Wirkung. Eine weitere Darstellung (vgl. Abbildung S. 83 / Nr. 013) zeigt das isolierte Antlitz Christi. Das Bild vermittelt durch seine unscharf umrissenen Konturen und die weichen, ineinander fliessenden Brauntöne, einen ikonenhaften Eindruck. Dazu trägt ausserdem der undefinierbare, maskenhaft verschleierte Gesichtsausdruck bei, der eine distanzierte Erhabenheit hervorruft. In der Darstellung lässt sich ohne viel Mühe eine direkte Anspielung auf das Schweisstuch der Veronika lesen, den eigentlichen Ursprung der Ikonenmalerei. Der Legende nach hat Veronika ihr Tuch Jesus auf dessen Weg nach Golgatha, dem Ort seiner eigenen Kreuzigung, gereicht, damit dieser seinen Schweiss und das Blut vom Gesicht waschen konnte. Dabei soll sich das Gesicht Jesu auf wundersame Weise auf dem Tuch abgebildet haben. Resümierend können wir festhalten, dass die religiösen Bilder Widmars von der Christus- und Martyriumsthematik bestimmt sind. Die Frage, was den Künstler dazu veranlasst haben mag, ein solches Themenrepertoire während seiner Schaffenszeit immer wieder aufzugreifen, bleibt unbeantwortet. ohne Titel, Nr. 009, Öl auf Leinwand, 100 x 79 cm 77 PINTURA SACRA A pintura sacra é um dos temas que constitui o menor grupo de obras do trabalho de Widmar. Se o artista viveu sua vida segundo os preceitos de uma determinada religião pode ser tampouco respondido como a pergunta a respeito das motivações que levaram Widmar a se ocupar com conteúdos religiosos em sua pintura. Apenas podemos afirmar com propriedade que, no mais tardar no Brasil, Widmar foi confrontado com um ambiente religioso cujos rituais, usos e costumes certamente significaram experiências completamente novas para o artista. Não há qualquer indicação de que os quadros religiosos tenham sido pintados por encomenda, um fato que pode conduzir ao pressuposto de que as pinturas sejam caracterizadas por um profundo conflito pessoal do artista com a religião cristã. Neste grupo de obras encontram-se sobretudo representações de corpos torturados e violados. Os vestígios de maus-tratos corporais revelam-se com extrema evidência. Este fato verifica-se mais drasticamente em duas representações: uma de uma pessoa atada a uma árvore e a outra de uma pessoa amarrada em varas de bambu (vide ilustrações na pág. 77 no 009 e na pág. 80 no 011). Elas mostram pessoas que, em conseqüência de sua confissão religiosa, pagam com a morte. Atado a uma árvore, um dos mártires sofre a morte por flechas luminosas. Evidentemente trata-se neste caso de uma representação do martírio de São Sebastião. Sebastião era oficial da guarda imperial e, por ter confessado em público ser adepto do cristianismo, foi condenado à morte pelo imperador Diocleciano. A segunda representação retrata indubitavelmente o próprio Cristo: sem dúvida, a coroa de espinhos, o corte lateral e os ferimentos ensangüentados nas palmas das mãos referem iconograficamente à paixão de Cristo. O olhar de Cristo está voltado para cima, em direção a algo que parece se encontrar além da moldura do quadro. Através deste ímpeto, a referência à morte iminente encontra-se completamente dominada por um momento de redenção. Uma outra representação (vide ilustração na pág. 82 no 296) mostra o Redentor fazendo um gesto de bênção sobre um mar de discípulos. A pintura revela tons pastéis, sendo que apenas o sol negro 78 que envolve a cabeça de Cristo se destaca das tonalidades suaves de cores. Não obstante sua tonalidade sombria, isto lhe confere um certo efeito de brilho radiante. Outra representação (vide ilustração na pág. 83 no 013) mostra o semblante isolado de Cristo. Através de seus contornos imprecisos e indefinidos e por suas tonalidades de marrom que se misturam, a pintura causa a impressão de um ícone. Além disso, a expressão facial indefinível, rebuçada e indistinta que denota uma sublimidade distanciada intensifica ainda mais esta impressão. Sem exigir muitos esforços, o quadro permite a interpretação de uma alusão direta ao sudário de Verônica que, na realidade, deu origem à pintura iconográfica. Segundo a tradição popular, Verônica entregou a Jesus, em seu caminho em direção ao Gólgota, local de sua própria crucificação, um pano para que ele pudesse enxugar o suor e o sangue de seu rosto. Neste mesmo momento, o rosto de Jesus ficou retratado de forma milagrosa neste pano. Em suma, pode-se afirmar que as obras religiosas de Widmar são fortemente caracterizadas pela temática do martírio e de Cristo. A pergunta referente ao motivo que possivelmente tenha levado o artista a retomar numerosas vezes este repertório de temas durante sua vida profissional permanece sem resposta. RELIGIOUS ART Religious art represents the smallest group of works in Widmar’s oeuvre. We neither know whether the artist lived his life according to a certain religion nor what motivated Widmar to treat religious subjects in his painting. The only thing we can say with certainty is that Widmar was confronted with a religious environment in Brazil, if not earlier, and that its rituals and customs must have represented an entirely new experience for him. Since there is no indication that the religious paintings were commissioned works, we can assume that they were inspired by a deep personal relationship between the artist and the Christian religion. In this body of works, representations of tortured and maimed bodies are especially prominent. The traces of physical cruelty are plainly evident. This quality is especially drastic in the two paintings with figures tied to a tree or bamboo poles (cf. illustrations on p. 77 / no. 009 and p. 80 / no. 011). They depict people who suffer death for their religious beliefs. One of the martyrs is tied to a tree and pierced with luminous arrows. This is probably a representation of the martyrdom of Saint Sebastian. Sebastian was an officer in the Roman army and was sentenced to death by Emperor Diocletian because he publicly avowed his faith in Christianity. The second painting undoubtedly depicts Christ himself. The crown of thorns, the wound in the side, and the bloody wounds on the palms are unmistakable iconographic references to the passion of Christ. Christ’s gaze is turned upward and is focusing on something outside of the pictorial composition. As a result of this impetus, the reference to his imminent death is wholly penetrated by a redemptive moment. Another painting (cf. illustration on p. 82 / no. 296) shows the Redeemer with a blessing gesture above a sea of followers. The painting is in pastel tones; the sun behind Christ’s head is the only place where black is used, and this device establishes a clear division from the soft colours in the rest of the composition. Despite its darkness, it creates a kind of luminous effect. Another picture shows the isolated head of Christ (cf. illustration on p. 83 / no. 013). Due to its blurred contours and the soft browns that flow into each other, it conveys an iconic impression. This is further underscored by the mask-like, veiled facial expression evoking a distanced and dignified serenity. A direct allusion to the veil of Veronica, and hence to the actual origins of icon painting, can easily be read into the painting. Legend has it that Veronica gave her cloth to Jesus as he headed to Golgatha, where he was to be crucified, so that he could wipe the sweat and blood from his face. An impression of his face miraculously appeared on the cloth. Overall, the religious paintings of Franz Widmar are dominated by the subject of Christ and martyrdom. The question of what may have moved the artist to repeatedly take up this topic in his repertoire in the course of his career remains unanswered. 79 80 ohne Titel, 1955, Nr. 011, Öl auf Leinwand, 84 x 84 cm ohne Titel, Nr. 300, Öl auf Leinwand, 200 x 70 cm 81 82 ohne Titel, Nr. 296, Öl auf Leinwand, 170.5 x 122.5 cm ohne Titel, Nr. 013, Öl auf Leinwand, 69 x 56.5 cm 83 GEDANKENSKIZZEN ZU WALTER WÜTHRICH PORTRÄT Schon früh lässt sich Walter Wüthrich von Franz Widmar porträtieren. Er ist begeistert davon, wie ihn Widmar immer wieder auf facettenreiche Art und Weise typisch karikiert. Eines der ersten Geschenke, welches er seinem Vater aus Rio mitbringt, ist ein Porträt von ihm aus der Hand Widmars für die gute Stube. Der Mensch bedeutet Walter Wüthrich viel, mit seinem Gegenüber kann er verhandeln und geschäften, sich vergnügen oder sich einer Diskussion über Politik oder Wirtschaft hingeben. Ferner liebt er die Schönheit und die Anmut eines weiblichen Gesichtes. LANDSCHAFTSDARSTELLUNGEN In freien Minuten - sie sind in Walter Wüthrich’s Leben spärlich - unternimmt er gerne ausgedehnte Spaziergänge in Rio entlang den Stränden, hier in Basel im Allschwilerwald, in den Langen Erlen oder er wandert während seiner Aufenthalte in der Schweiz in den Bergen. Überall ist er angetan von der Schönheit und der Vielfalt der Natur. Franz Widmar „schenkt“ ihm solche Impressionen für seine grosszügig angelegte Wohnung. Beim Blick an seine Wände kann er sein Gemüt mit vielseitig festgehaltenen Ausblicken sättigen, er geniesst dieses Gefühl. Ähnlich wie bei Widmar stehen diese Gemälde beim Betrachter Walter Wüthrich für Heimwehgefühl und sentimentale Momente, in denen er von vergangenen Wanderungen in der Natur schwärmen kann. STILLLEBEN Bei seinen Aufenthalten in Basel besucht Walter Wüthrich regelmässig den Zoologischen und Botanischen Garten. Er ist fasziniert von den grazilen Bewegungen der Tierwelt und der Schönheit der Fauna, insbesondere der Blumenwelt. Am liebsten weilt er im Tropenhaus, hier fühlt er sich fast zu Hause in Rio. Die Farbenpracht der diversen Orchideen, die Wucht der Spriessamkeit einiger 84 exotischer Pflanzen vermögen ihn sehr zu freuen. Phantastisch, meint er, eine Blume gleicht einer schönen Frau – eine Verbindung, die er in der farbigen Leuchtkraft bei Widmars Blumen-Stillleben wieder findet. GEOMETRISCHE & ABSTRAKTE MALEREI Mit dem Kubismus, welcher für einige dieser Gemälde Modell gestanden zu haben scheint, kann Walter Wüthrich nicht viel anfangen. Er erkennt den Unterschied zwischen einem Picasso, einem Braque und seinem Widmar kaum, will auch gar keinen kennen lernen. Interessant ist für ihn einzig die Umsetzung, das Farbenspiel, so wie Widmar damit umgeht. Zur russischen Avantgarde, dem Konstruktivismus, hat er keinen Bezug, aber es ist ihm ein grosses Anliegen, auch diese abstraktere Seite von Widmar zu erforschen und Gemälde dieser Malphasen zu besitzen, um so eine Vollständigkeit in Widmars Schaffen anzustreben, da er vom Können dieses Künstlers überzeugt und von dessen Schaffensintensität fasziniert ist. SAKRALE MALEREI Es bleibt das Geheimnis von Walter Wüthrich, weshalb er diese Art Bilder von Widmar gekauft hat, denn mit Religion und Heiligendarstellungen kann er nicht eben viel anfangen. Augenzwinkernd und fast ketzerisch fragt er sich immer wieder, ob er wohl nach seinem Tod in den Himmel komme, oder ob es ihm doch nur für die Hölle reiche. Vorzug dabei wäre, dass es dort schön warm ist, wie er sarkastisch feststellt; denn die Kälte mag er nicht. Vielleicht ist aber diese Frage, die er nach Aussen hin so trivial behandelt hat, bei ihm doch tiefer gegangen. Es kann sein, dass ihm diese Gemälde von Franz Widmar geholfen haben, darauf eine Antwort zu finden. Fotos von Walter Wüthrich 85 PENSAMENTOS SOBRE WALTER WÜTHRICH RETRATOS Logo de início, Walter Wüthrich já se deixa retratar por Franz Widmar. Seu fascínio é pela maneira multifacetada como Widmar sempre torna a criar suas caricaturas típicas. Um dos primeiros presentes que ele leva do Rio para seu pai é um retrato dele pintado pela mão de Widmar para adornar a sala. Pessoas são muito importantes para Walter Wüthrich; com seu interlocutor ele pode debater e negociar, divertir-se ou travar discussões sobre política ou economia. Além disso, ele ama a beleza e o encanto de um semblante feminino. PAISAGENS Em seus momentos livres - raros na vida de Walter Wüthrich - ele aprecia fazer longos passeios pelo Rio ao longo das praias; estando na Basiléia, passeia pela floresta Allschwilerwald, pela região Langen Erlen ou durante suas estadas na Suíça, caminha pelas montanhas. Em todos os lugares ele se deixa seduzir pela beleza e pela diversidade da natureza. Franz Widmar oferecelhe tais impressões como “presente” para sua residência decorada com requinte. Ao deixar o olhar vagar pelas suas paredes, ele pode alimentar sua alma com impressões fixadas das mais variadas formas - uma sensação muito apreciada por ele. Semelhante aos sentimentos de Widmar, para o admirador Walter Wüthrich estas pinturas expressam a sensação de nostalgia e de momentos sentimentais nos quais ele pode vagar mentalmente pelos passeios que fez no passado na natureza. NATUREZA MORTA Durante suas estadas na Basiléia, Walter Wüthrich visita regularmente o jardim botânico e o zoológico. Ele fica maravilhado com os movimentos graciosos dos animais e com a beleza da fauna e principalmente das flores. Seu lugar preferido é a estufa de plantas tropicais, pois ali ele praticamente se sente em casa, no Rio. A multiplicidade de cores das diversas orquídeas 86 e o ímpeto do desabrochar de algumas plantas exóticas causam-lhe alegria plena. Fantástico, diz ele, como uma flor se assemelha a uma linda mulher - uma associação que ele reencontra na luminosidade das cores da natureza morta de Widmar com motivos florais. PINTURA GEOMÉTRICA E ABSTRATA O cubismo, que parece ter servido de modelo para algumas dessas pinturas, não tem qualquer significado para Walter Wüthrich. Ele mal reconhece uma diferença entre um Picasso, um Braque e seu Widmar, mas também não deseja conhecer nenhuma. O que interessa para ele é simplesmente a concretização, o jogo de cores, a forma de representação de Widmar. Ele não tem qualquer relação com a vanguarda russa, o construtivismo; porém, para ele torna-se uma questão imprescindível inclusive explorar este lado abstrato de Widmar e possuir pinturas destas fases com o intuito de atingir uma integralidade da criação artística de Widmar, pois ele está convicto das habilidades deste artista bem como fascinado pela intensidade de suas obras. PINTURA SACRA Continua sendo um mistério a razão pela qual Walter Wüthrich adquiriu este tipo de pintura de Widmar, pois religião e iconografia de santos nunca tiveram qualquer importância para ele. Dando uma piscadela e de forma quase herege ele sempre volta a se indagar se depois de sua morte irá para o céu ou se realmente apenas restar-lhe-á o inferno. A vantagem seria que aí é bem quentinho, como ele afirma sarcasticamente, já que não gosta do frio. Mas talvez esta questão que ele costumava tratar de maneira tão trivial tivesse tocado seu âmago bem mais fundo. É provável que estas pinturas de Franz Widmar tenham-no ajudado a encontrar uma resposta a esta mesma questão. A FEW WORDS ABOUT WALTER WÜTHRICH GEOMETRIC & ABSTRACT PAINTING PORTRAIT Walter Wüthrich had little affinity for Cubism, which was the inspiration for many of these paintings. He could hardly tell the difference between a Picasso, a Braque, and a Widmar, and had no inclination to find out. The only thing that interested him was the execution, the play of colours, the way Widmar approached the subject. He was impartial to the Russian avant-garde, to Constructivism, but he considered it very important to explore this more abstract side of Widmar as well and to own paintings from these periods so that his collection would reflect Widmar’s entire oeuvre. He was convinced of the artist’s ability and fascinated by his prolific intensity. Walter Wüthrich had Franz Widmar paint his portrait early on. He was fascinated by the way Widmar repeatedly characterized his typical features in a wide variety of different manners. One of the first presents he brought his father from Rio was a portrait painted by Widmar for his parlour. People meant a lot to Walter Wüthrich – he loved to negotiate and do business, he loved to entertain and engage in discussions about politics and the economy. He also loved the beauty and grace of the female face. LANDSCAPE PAINTINGS In his rare free moments, Walter Wüthrich would take long walks along the beaches in Rio, and when he was in Switzerland he would walk in the Allschwiler Forest and the Langen Erlen in Basel or hike in the mountains. Wherever he went, he was moved by the beauty and diversity of nature. Franz Widmar “gave” him such impressions for his spacious residence. Looking at his walls, he could feast his eyes on a wide variety of views recorded in paintings, and this was an experience he truly enjoyed. Like for Widmar, the paintings reminded Walter Wüthrich of home when he looked at them, and they evoked sentimental moments when he could relish his walks in nature in years gone by. RELIGIOUS ART We may never know what prompted Walter Wüthrich to buy Widmar’s religious paintings. After all, he did not have much interest in religion and saints. With a mischievous wink that bordered on heresy, he would often ask whether he would go to heaven after his death or if he would only make it to hell. He would add in a sarcastic tone that at least it is nice and warm there – he did not like the cold. But maybe this question hit a deeper chord despite the way he trivialized it to outside observers. It could be that these paintings by Franz Widmar helped him find an answer. STILL LIFES During his visits to Basel, Walter Wüthrich regularly visited the zoological and botanical garden. He was fascinated by the graceful movements of the animals and the beauty of the plants, especially flowers. The tropical conservatory was his favourite place since it made him feel like he was home in Rio. The gorgeous colours of the various orchids and the lush abundance of exotic plants brought him tremendous delight. To Wüthrich, a flower was like a beautiful woman, and he found the same correlation again in the luminous colours of Widmar’s flower still lifes. 87 DIE SAMMLUNG WALTER WÜTHRICH A COLEÇÃO WALTER WÜTHRICH THE WALTER WÜTHRICH COLLECTION KONZEPT & GESTALTUNG | CONCEPÇÃO & LAYOUT | CONCEPT & DESIGN Onorio Mansutti & Daniel Faust TEXT & RECHERCHE | TEXTO & PESQUISA | TEXT & RESEARCH Reto Thüring & Andreas Mattle TEXT SEITE 15 | TEXTO DA PÁGINA 16 | TEXT ON PAGE 17 José Warmund-Cordelier ÜBERSETZUNG | TRADUÇÃO | TRANSLATION CLS Communication AG, Basel FOTOS | FOTOS | PHOTOGRAPHS Christian Baur, Basel DRUCK | IMPRESSÃO | PRINTING Druckerei Dietrich, Basel HERAUSGEBER | EDITOR | PUBLISHER Stiftung BRASILEA Postfach, Westquaistrasse 39 CH - 4019 Basel Phone +41 (0)61 262 39 39 Fax +41 (0)61 631 39 65 [email protected] | www.brasilea.com Onorio Mansutti, Präsident Daniel Faust, Geschäftsführer COPYRIGHT | COPYRIGHT | COPYRIGHT © 2007 Stiftung BRASILEA, Basel, Switzerland Alle Rechte vorbehalten. Es dürfen keine Inhalte oder Auszüge dieses Buches ohne vorherige schriftliche Genehmigung des Herausgebers reproduziert oder in irgend einer Art und Weise weiter verwendet werden. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte do conteúdo da presente obra poderá ser reproduzida nem mesmo transmitida, independente da forma, sem consentimento prévio da editora. All rights reserved. No part of the content of this book may be reproduced or transmitted in any way whatsoever whithout prior permission in writing from the publisher. INFORMATION | INFORMACÃO | INFORMATION Das Gebäude, die Sammlung und das Buch wurden durch Walter Wüthrich finanziell ermöglicht. Die Sammlung Walter Wüthrich gehört der Stiftung Kinder In Brasilien. O edifício, a coleção bem como a presente publicação foram possibilitados financeiramente por Walter Wüthrich. A Coleção Walter Wüthrich pertence à Fundação “Kinder In Brasilien”. The building, the collection and the book were made possible with funding from Walter Wüthrich. The Walter Wüthrich Collection belongs to the Kinder In Brasilien Foundation. Für weitere Hinweise sind wir dankbar. Agradecemos todas e quaisquer demais informações. Additional information appreciated.