Ecocardiografia de Contraste Miocárdico Miocárdio após Angioplastia
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Ecocardiografia de Contraste Miocárdico Miocárdio após Angioplastia
ARTIGOS ORIGINAIS CONSISOS Ecocardiografia de Contraste Miocárdico em Tempo Real e Viabilidade no Enfarte de Miocárdio após Angioplastia [83] ANA G. ALMEIDA, CLÁUDIO N. DAVID, HENRIQUE M. GABRIEL, J. MARQUES DA COSTA, MIGUEL PACHECO, LUÍS SARGENTO, SANDRA RODRIGUES, MARGARIDA RIBEIRO, J. CORREIA DA CUNHA, M. CELESTE VAGUEIRO Clínica Universitária de Cardiologia Hospital de Santa Maria, Faculdade de Medicina de Lisboa, Portugal Rev Port Cardiol 2004 ; 23 (10) : 1277-1287 RESUMO 1. Objectivos: Este estudo consistiu na análise do valor da ecocardiografia de contraste miocárdico (ECM) na identificação precoce de viabilidade em doentes com alterações residuais da contractilidade após enfarte de miocárdio submetido a angioplastia primária (AP), comparando-a com a ecocardiografia de sobrecarga com dobutamina (DOB) e tendo como padrão a recuperação tardia da função contráctil. 2. Concepção do estudo: Estudo prospectivo de comparação de dois métodos ecocardiográficos. 3. Tipo de atendimento: Internamento hospitalar. 4. Doentes: 17 doentes (53±11 anos, 11 do sexo masculino) incluídos consecutivamente, com primeiro enfarte agudo de miocárdio, submetidos a AP, com aci-discinésia segmentar residual, com boa janela ecocardiográfica. 5. Material e Métodos: Todos os doentes foram submetidos sucessivamente a: a) estudo ecocardiográfico basal, ECM e DOB aos 4,0 ±1,2 dias após intervenção coronária; b) estudo ecocardiográfico tardio, aos 4,4±0,8 meses após AP. O exame ECM foi efectuado com Optison®, administrado em infusão lenta, por via endovenosa periférica, recorrendo à modalidade de estudo de perfusão em tempo real pelo método de imagem de power pulse inversion, com pulsos de alta intensidade acústica e aquisição de imagens sincronizadas à telessístole. A avaliação da função segmentar e da perfusão foram realizadas em cada segmento, usando o ABSTRACT Role of Real-Time Myocardial Contrast Echocardiography in the Assessment of Viability after Acute Myocardial Infarction and Angioplasty 1. Objective: To assess the role of myocardial contrast echocardiography (MCE) in early identification of myocardial viability in patients with residual segmental dysfunction after myocardial infarction and primary angioplasty (PA), in comparison with dobutamine stress echocardiography (DSE), using late functional recovery as gold standard. 2. Design: Prospective study for comparison of the two methods. 3. Setting: Hospital. 4. Patients: 17 patients (11 male, 53±11 years old) were consecutively included, with a first myocardial infarction and PA, with residual segmental akinesis or dyskinesis and good echocardiographic window. 5. Methods: All patients underwent: a) baseline echocardiographic study, MCE, and DSE obtained at 4.0±1.2 days after PA; b) late echocardiographic study performed at 4.4±0.8 months after PA. MCE was performed with Optison®, administered as a slow infusion via a peripheral vein and a modality of real-time perfusion imaging with power pulse inversion and flash and subsequent data acquisition of triggered end-systolic images. Segmental contractility and perfusion were assessed using a 16-segment model. Perfusion assessment was qualitative (three perfusion patterns) and quantitative (ratio of Recebido para publicação: Agosto de 2003 • Aceite para publicação: Julho de 2004 Received for publication: August 2003 • Accepted for publication: July 2004 1277 Rev Port Cardiol Vol. 23 Outubro 10 / October 10 1278 modelo de 16 segmentos. A análise da perfusão foi qualitativa e quantitativa (relação entre a intensidade máxima em segmento disfuncional e de segmento contralateral com função normal). Foi considerado como critério padrão de viabilidade a recuperação funcional segmentar tardia. 6. Resultados: Confirmou-se viabilidade, expressa na melhoria tardia da contractilidade, em 56 (63,6%, Grupo 1) dos segmentos disfuncionais e ausência de viabilidade nos restantes 32 (36,4%; Grupo 2). A sensibilidade para detecção de viabilidade por DOB foi de 80,0% enquanto a especificidade foi de 86,5%. O valor predictivo positivo e negativo deste método foi, respectivamente, de 91,8% e 69,6%. Por ECM, a sensibilidade foi de 96,5% e a especificidade 78,1%, enquanto o valor predictivo positivo e negativo foi, respectivamente, de 86,2% e 94,1%. Quando combinados os dois métodos, o valor predictivo positivo foi de 90,3% e o negativo de 80,0%. A relação de intensidades dos segmentos viáveis (Grupo 1) foi significativamente superior à dos não viáveis (Grupo 2, p<0,005). 7. Conclusões: Este estudo revela o valor potencial da ECM na avaliação da viabilidade miocárdica em doentes após angioplastia primária. Em comparação com a DOB verificou-se mais elevado valor predictivo negativo mantendo alto valor predictivo positivo. O emprego dos dois métodos pode constituir alternativa valiosa, para a identificação precoce da viabilidade em doentes submetidos a AP. maximal intensity between dysfunctional segments and contralateral normal segments). The viability criterion for MCE was defined as homogenous enhancement in 50% of wall thickness in each segment. The standard criterion for myocardial viability was defined as late functional recovery. 6. Results: Viability was present in 56 (63.6%, Group 1) of dysfunctional segments and was absent in the remaining 32 (36.4%, Group 2). The sensitivity of DSE for viability was 80.0%, while specificity was 86.5%. The positive and negative predictive values were, respectively, 91.8% and 69.6%. MCE yielded a sensitivity of 96.5% and specificity of 78.1%, while positive and negative predictive values were respectively 86.2% and 94.1%. With the two methods together, the positive predictive value was 90.3% and negative was 80.0%. The intensity ratio was higher for viable segments (Group 1) in comparison with non-viable ones (Group 2; p<0.005). 7. Conclusions: This study showed a potentially valuable role for MCE in assessing viability in patients with myocardial infarction and PA. In comparison with DSE, MCE yielded a higher negative predictive value as well as a high positive predictive value. The use of both methods together is promising as a useful tool for early assessment of viability after primary angioplasty. Palavras-Chave Ecocardiografia de contraste médico; Viabilidde miocárdica; Enfarte do miocárdico; Angioplastia primária; Perfusão miocárdica Palavras-Chave Myocardial contrast echocardiography; Myocardial viability; Myocardial infarction; Primary angioplasty; Myocardial perfusion INTRODUÇÃO INTRODUCTION O M miocárdio viável, após angioplastia primária, (AP) vai determinar a função ventricular tardia e o prognóstico do enfarte agudo de miocárdio (EAM). A identificação da viabilidade miocárdica após AP é, assim, de manifesta importância, com repercussões sobre a capacidade funcional, a remodelação miocárdica e a mortalidade a distância (1, 2). A ecocardiogra- yocardial viability after primary angioplasty (PA) determines late ventricular function and prognosis for acute myocardial infarction (AMI). For this reason, identification of myocardial viability after PA is clearly important, with implications for functional capacity, myocardial remodeling and long-term mortality (1, 2) . Dobutamine stress echocardiography (DSE) ANA G ALMEIDA, et al Rev Port Cardiol 2004 ; 23 : 1277-87 fia de sobrecarga com dobutamina (DOB) é um dos métodos padrão actuais para detecção da viabilidade, através da avaliação da reserva contráctil (1), mas o seu valor predictivo depende de diversos factores, entre os quais se contam a extensão e a transmuralidade da necrose e, ainda, a reserva de fluxo miocárdico (3). A ecocardiografia de contraste miocárdio (ECM) é uma nova modalidade que permite analisar a perfusão miocárdica a nível da microcirculação, constituindo meio potencial de identificar a viabilidade miocárdica, já que esta se associa à preservação microvascular (4). O objectivo deste estudo consistiu na avaliação do valor da ECM, pela modalidade em tempo real, na identificação precoce de viabilidade em doentes com alterações residuais da contractilidade após AP, comparando-a com a DOB e tendo como padrão a recuperação tardia da função contráctil. POPULAÇÃO E MÉTODOS População: Foram estudados 17 doentes consecutivos, submetidos a AP por primeiro enfarte de miocárdio, com alterações residuais da contractilidade segmentar – acinésia ou discinésia no território do enfarte – e boa janela ecocardiográfica. Consideraram-se os seguintes critérios de exclusão: insuficiência cardíaca ou angina pós-enfarte, disritmia ventricular frequente ou maligna. A idade média dos doentes incluídos no estudo era de 53±11 anos, sendo 11 do sexo masculino. Todos se encontravam em ritmo sinusal. Em nove doentes, o enfarte resultou de lesão da descendente anterior e em oito da coronária direita. A intervenção coronária foi efectuada 3,8±1,7 horas após o início da dor e verificou-se existir um fluxo TIMI 3 após AP, em todos os doentes. As características da população encontram-se expressas no Quadro I. Desenho do estudo: Todos os doentes foram submetidos, sucessivamente e no mesmo tempo de exame, aos seguintes estudos: a) ecocardiografia bidimensional com imagem harmónica, para avaliação da função segmentar basal; b) ECM; c) DOB. Esta avaliação foi efectuada entre os 3 e os 12 dias (4,0±1,2) após a intervenção. A análise tardia de função segmentar, obtida por ecocardiografia bidimensional com imagem harmónica, foi realizada entre os 3 e os 5,5 meses (4,4±0,8) após AP. Os estudos ECM, DOB e o de avaliação tardia foram revistos por dois observadores independentes. O trabalho foi efectuado mediante consentimento prévio is currently one of the standard methods for determining viability by assessing the myocardial contractile reserve (1). However, its predictive value is dependent on a variety of factors including the transmurality and extent of necrosis and the myocardial flow reserve (3). Myocardial contrast echocardiography (MCE) is a new modality which enables myocardial perfusion to be analyzed at the microcirculation level, and is thus a potentially useful means of establishing myocardial viability, which is associated with microvascular preservation (4). This study aims to assess the value of real-time MCE in the early identification of viability in patients with residual segmental dysfunction following PA and to compare it with DSE using late functional recovery as the gold standard. METHODS Population: The study included 17 consecutive patients who underwent PA for a first myocardial infarction, with residual segmental dysfunction – akinesia or dyskinesia in the infarct territory – and good echocardiographic window. The following were considered exclusion factors: post-infarction heart failure or angina, frequent or malignant ventricular arrhythmia. The mean age of the patients included was 53±11 and 11 were male. All were in sinus rhythm. The infarction was a result of a lesion in the anterior descending in 9 patients, while in the remaining 8 it was in the right coronary. Coronary intervention was carried out 3.8±1.7 hours after onset of pain and all patients had TIMI 3 flow post-PA. The population characteristics are shown in Table I. Design: All patients underwent the following studies successively within the same time period: a) two-dimensional echocardiography with harmonic imaging, to assess baseline segmental function; b) MCE; c) DSE. This examination was carried out between 3 and 12 days (4.0±1.2) after the intervention. Late analysis of segmental function, obtained by two-dimensional echocardiography with harmonic imaging, was carried out at between 3 and 5.5 months (4.4±0.8) after AP. The MCE, DSE and late function studies were reviewed by two independent observers. All patients gave their prior informed consent and the medical ethics committee of Santa Maria Hospital and the Medicine Faculty of Lisbon University approved the protocol. 1279 Rev Port Cardiol Vol. 23 Outubro 10 / October 10 dos doentes e após aprovação pela Comissão de Ética do Hospital de Santa Maria e da Faculdade de Medicina de Universidade de Lisboa. ECM: Esta avaliação foi realizada com recurso a equipamento Philips-ATL 5000HDI, com sonda de 4 a 2 MHz. Foram obtidas, de modo sistemático, imagens nos três planos apicais (quatro, três e duas câmaras), de forma a analisar a presença de contraste nos vários segmentos. Para esta análise, considerámos o modelo de 16 segmentos do ventrículo esquerdo, proposto pela American Society of Echocardiography. Foi utilizado Optison® como agente de contraste, administrado lentamente por via endovenosa periférica na dose de 0,3 ml, seguido de soro fisiológico durante 20 segundos. O estudo da perfusão foi realizado em tempo real, através da modalidade de imagem de power pulse inversion, com índice miocárdico de 0,10 a 0,20, associado a destruição por pulsos de alta intensidade acústica (índice miocárdico de 1,3). Obtiveram-se imagens sincronizadas à telessístole, de 15 a 20 ciclos cardíacos sucessivos, de modo a assegurar período de tempo suficiente para preenchimento do miocárdio pelo agente de contraste. Todas as imagens foram arquivadas em vídeo e em formato digital para posterior análise. Procedeu-se a avaliação qualitativa da perfusão, com classificação em três padrões, consoante se observava a distribuição homogénea de contraste em cada segmento (padrão 1) em contraponto à presença reduzida/heterogénea (padrão 0,5) ou à ausência (padrão 0). Considerou-se como critério de viabilidade a presença homogénea de contraste em qualquer segmento com disfunção, desde que visualizada em mais de 50% da espessura da parede. Efectuou-se, também, a quantificação da intensidade máxima após contraste nos segmentos localizados na área de enfarte, comparando-a com a intensidade dos segmentos com contractili- MCE: This assessment was performed with a Philips-ATL 5000HDI system, using a 4 to 2 MHz transducer. Apical three-plane images were obtained (four, three and two chambers) in order to analyze the presence of contrast in the various segments. For this analysis, the 16-segment left-ventricle model proposed by the American Society of Echocardiography was employed. Optison ® was the contrast agent used, administered as a slow infusion via a peripheral vein with 0.3 ml followed by saline for 20 seconds. The perfusion study was carried out in real time using power pulse inversion imaging with a myocardial index of 0.10 to 0.20 associated with destruction by high-intensity acoustic pulses (myocardial index 1.3). Triggered endsystolic images for 15 to 20 successive cardiac cycles were recorded so as to ensure sufficient time for the myocardium to fill with contrast. All images were stored on video and in digital format for later analysis. For qualitative assessment of perfusion, three scores were employed: homogeneous distribution (score 1), heterogeneous/reduced distribution (score 0.5) and absence of contrast (score 0). The criterion of viability adopted was the presence of homogeneous contrast distribution in any dysfunctional segment, visualized in more than 50% of the wall thickness. The maximum post-contrast intensity in the segments located in the infarct area was also quantified by comparing it with the intensity of segments with normal contractility in the contralateral wall in the same plane, to derive an intensity ratio. The quantification estimates were generated using Q Lab software (Philips). DSE: This study was carried out in the conventional way, with intravenous administration of dobutamine in progressively larger doses of 5, 10 and 20 µg/kg/minute for 3-minute periods. Viability was considered to exist when an Quadro I População Table I Population Nº de doentes 17 Idade (anos) 53±11 Sexo (M/F) 11/6 Gender (M/F) 11/6 17 Sinus rhythm 17 9 8 Coronary lesion AD RC 9 8 Ritmo sinusal Lesão coronária DA CD 1280 N.º horas de dor antes de AP 3,8±1,7 (1-6) No. of patients Age (years) No. of hours of pain before PA 17 53±11 3.8±1.7 (1-6) ANA G ALMEIDA, et al Rev Port Cardiol 2004 ; 23 : 1277-87 dade normal da parede contralateral, no mesmo plano, obtendo-se uma relação entre os dois (INT). A estimativa de quantificação foi realizada por software apropriado (Q Lab, Philips). DOB: Este estudo foi efectuado segundo o método convencional, com administração de dobutamina por via endovenosa, em doses crescentes de 5, 10 e 20 µg/Kg/mn, em períodos de 3 minutos. Considerou-se existir viabilidade quando se observou melhoria da contractilidade nos segmentos com aci ou discinésia. Ecocardiograma tardio: Efectuado com recurso a imagem harmónica, constituiu o método padrão de viabilidade miocárdica, a qual foi considerada presente quando se verificou recuperação da contractilidade dos segmentos com alteração contráctil, de aci ou discinésia, após AP. Análise estatística: As variáveis contínuas foram apresentadas como média±desvio padrão. Analisaram-se a sensibilidade e especificidade e o valor predictivo, positivo e negativo, da ECM e da DOB para predizer a recuperação contráctil tardia. Um valor de p<0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS No estudo ecocardiográfico inicial, 88 dos 272 (32,4%) segmentos analisados evidenciavam alteração da contractilidade, acinésia ou discinésia. O ecocardiograma tardio identificou viabilidade, expressa na melhoria da contractilidade, em 56 (63,6%, Grupo 1) daqueles segmentos disfuncionais, permanecendo inalterada a função nos restantes 32 (36,4%; Grupo 2). Por DOB, todos os segmentos miocárdicos foram adequadamente visualizados. Registou-se, por este método, melhoria da contractilidade em 47 (53,4%) dos segmentos aci-discinéticos e ausência de reserva contráctil nos restantes 41 (46,6%). Pelo estudo ECM, não foi possível avaliar cinco segmentos latero-basais, todos com contractilidade normal, devido à presença de artefactos de atenuação. A análise qualitativa da perfusão por ECM, considerou existir viabilidade, de acordo com os critérios propostos, em 63 (71,6%) dos segmentos disfuncionais, estando ausente nos restantes 25 (28,4%) (Fig. 1). A avaliação quantitativa de INT por ECM, revelou valores significativamente mais elevados no Grupo 1, compreendendo todos os segmentos com viabilidade, determinados pela recuperação funcional tardia, comparativa- improvement in contractility was observed in segments with akinesia or dyskinesia. Late echocardiogram: This was carried out using harmonic imaging, considered the gold standard for myocardial viability, which was considered present when recovery of contractility was observed in segments with akinesia or dyskinesia after PA. Statistical analysis: Continuous variables were presented as mean values ± standard deviation. The sensitivity, specificity and predictive value, both positive and negative, of MCE and DSE in predicting late contractile recovery were analyzed. A value of p<0.05 was considered significant. RESULTS In the initial echocardiographic study, 88 (32.4%) of the 272 segments analyzed showed impaired contractility, akinesia or dyskinesia. The late echocardiogram identified viability, in the form of improved contractility, in 56 (63.6%, Group I) of these dysfunctional segments while function remained unaltered in the remaining 32 (36.4%, Group 2). All the myocardial segments were adequately visualized using DSE and using this method an improvement in contractility in 47 (53.4%) of the akinetic and dyskinetic segments was recorded, with no contractile reserve in the remaining 41 (46.6%). In the MCE study, it was not possible to assess five laterobasal segments, all with normal contractility, because of the presence of attenuation artefacts. Qualitative perfusion assessment by MCE identified viability, according to the proposed criteria, in 63 (71.6%) of dysfunctional segments, and none in the remaining 25 (28.4%) (Fig. 1). Quantitative intensity analysis using MCE revealed significantly higher values in Group 1, which included all the viable segments as determined by late functional recovery, than in group 2, composed of non-viable segments (0.92±0.19 vs. 0.47±0.11, p<0.005). The sensitivity of DSE in detecting viability, as based on late functional recovery, was 80% while specificity was 86.5%. The positive and negative predictive values of this method were 91.8% and 69.6% respectively. Meanwhile, MCE yielded a sensitivity of 96.5% and specificity of 78.1%, while positive and negative predictive values were respectively 86.2% and 94.1%. Combining the two methods gave a po- 1281 Rev Port Cardiol Vol. 23 Outubro 10 / October 10 1A 1B Fig. 1 Exemplo de dois estudos de perfusão por ECM. A, Imagem de duas câmaras, com redução da perfusão na parede anterior e segmento infero-apical (setas); B, Imagem de quatro câmaras, com redução da perfusão no septo (subendocárdio) (seta). Fig. 1 Example of two MCE perfusion studies. A, two-chamber image, with reduced perfusion in the anterior wall and inferoapical segment (arrows); B, four-chamber image with reduced perfusion (subendocardial) in the septum (arrow). mente aos do Grupo 2, composto pelos segmentos não viáveis (0,92±0,19 vs 0,47±0,11, p<0,005). A sensibilidade para detecção de viabilidade da DOB, com base na recuperação funcional segmentar tardia, foi de 80,0% enquanto a especificidade foi de 86,5%. O valor predictivo positivo e negativo deste método foi, respectivamente, de 91,8% e 69,6%. Por ECM, por seu lado, a sensibilidade foi de 96,5% e a especificidade 78.1%, enquanto o valor predictivo positivo e negativo foi, respectivamente, de 86,2% e 94,1%. Quando combinados os dois métodos, o valor predictivo positivo foi de 90,3% e o negativo de 80,0%. Estes resultados encontram-se expressos no Quadro II. DISCUSSÃO 1282 A função ventricular residual após EAM é um dos determinantes mais importantes da sobrevivência tardia. A viabilidade de segmentos miocárdicos aci ou discinéticos após AP tem importância prognóstica (1-3), e a sua identificação é importante, uma vez que a alteração da função regional pode traduzir quer necrose decorrente de revascularização tardia ou ineficaz, quer miocárdio hibernante, situações que vão determinar a função ventricular tardia. A sua correcta detecção poderá condicionar distintas opções de tratamento e abrir oportunidade ao estudo de novas estratégias de intervenção terapêutica, tendentes a intervir favoravelmente na remodelação ventricular tardia. Após enfarte de miocárdio, a necrose celular acompanha-se de lesão microvascular, devida à sitive predictive value of 90.3% and negative value of 80.0%. These results are shown in Table II. DISCUSSION Residual ventricular function after AMI is one of the most important determinants for late survival. The viability of akinetic and dyskinetic myocardial segments after PA has prognostic value (1-3) and it is important to identify viable myocardium because alterations in regional function can lead to necrosis due to late or incomplete revascularization, or hibernating myocardium, both of which can affect late ventricular function. Accurate detection of residual function can indicate appropriate treatment options and provide opportunities for the study of new strategies for therapeutic intervention in late ventricular remodeling. After myocardial infarction, cellular necrosis is accompanied by microvascular lesions, due to the resulting edema and the obstruction of vessels by microthrombi, inflammatory cells or cell fragments (5). This damage may in turn lead to further myocardial necrosis (6). Viability after AMI, defined as late functional recovery, is frequently assessed by dobutamine stress echocardiography. The sensitivity and negative predictive value of this method, which analyzes the contractile reserve of the dysfunctional myocardium, can however be limited by the presence of microvascular obstruction and associated ischemia, which are frequently found in the early post-infarction period (7). ANA G ALMEIDA, et al Rev Port Cardiol 2004 ; 23 : 1277-87 Quadro II Sensibilidade, especificidade e valor predictivo da ECM* e DOB† DOB ECM ECM + DOB Sensibilidade (%) 80,0 96,5 87,5 Especificidade (%) 86,5 78,1 84,2 Valor predictivo positivo (%) 91,8 86,2 Valor predictivo negativo (%) 69,6 94,1 Table II Sensitivity, specificity and predictive value of MCE and DSE DSE MCE MCE + DSE Sensitivity (%) 80.0 96.5 87.5 Specificity (%) 86.5 78.1 84.2 90,3 Positive pretictive value (%) 91.8 86.2 90.3 80,0 Negative predictive value (%) 69.6 94.1 80.0 * ECM - ecocardiografia de contraste miocárdico; † DOB - ecocardiografia de sobrecarga com dobutamina. MCR - Myocardial contrast echocardiography; DSE - Dobutamine stress echocardiography. produção de edema e a obstrução dos vasos por microtrombos, por células inflamatórias e por fragmentos celulares (5). Estas alterações parecem, por sua vez, condicionar necrose miocárdica (6). A avaliação da viabilidade após enfarte de miocárdio, definida como a recuperação funcional tardia, é frequentemente realizada por ecocardiografia de sobrecarga com dobutamina. A sensibilidade e o valor predictivo negativo deste método, que analisa a reserva contráctil do miocárdio disfuncional, podem, contudo, ser comprometidos pela presença de obstrução microvascular, responsável por isquémia associada, e que está, frequentemente, presente no pós-enfarte precoce (7). A identificação da presença de integridade da microcirculação miocárdica constitui a base em que assenta a avaliação da viabilidade por ECM. Estudos anteriores, com recurso a injecção intracoronária de contraste ecocardiográfico, revelaram que as regiões do miocárdio com redução ou ausência de fluxo microvascular não recuperam a função a distância (4). As recentes modalidades de ECM utilizam a via endovenosa periférica para administração de agentes ecocardiográficos, constituídos por microbolhas de gás inerte, com dimensão susceptível de passar os capilares pulmonares e alcançar o miocárdio através das coronárias. Quando as microbolhas são submetidas a ultra-sons em intensidade adequada, sofrem oscilação volumétrica, emitindo sinal acústico com frequência fundamental e harmónicos específicos, que constituem a sua assinatura. Outra característica física importante é que o uso de elevada intensidade ultrassónica conduz à destruição das microbolhas que, simultaneamente, libertam elevados níveis de energia acústica. O desenvolvimento de novas modalidades ecocardiográficas, como são a imagem de segunda harmó- The integrity of myocardial microcirculation is the basis upon which viability is established by MCE. Previous studies employing intracoronary injection of echocardiographic contrast revealed that myocardial regions with reduced or no microvascular flow would not recover function in the long term. Recent MCE modalities use infusion via a peripheral vein to administer the echocardiographic agent, which comprises microbubbles of inert gas whose size enables them to pass through the pulmonary capillaries and reach the myocardium via the coronaries. When the microbubbles are subjected to ultrasound of appropriate intensity, they undergo volumetric oscillation and produce an acoustic signal whose fundamental frequency and specific harmonics constitute their signature. A further important physical characteristic of this process is that the use of high-intensity ultrasound destroys the contrast microbubbles, releasing high levels of acoustic energy. The development of new echocardiographic modalities, such as second harmonic imaging, power Doppler imaging and, more recently, power pulse inversion, enables the precise identification of contrast in myocardial tissue. Power pulse inversion is based on the use of low-intensity ultrasound pulses, with a low myocardial index, which do not destroy the contrast agent during image acquisition, making it possible to carry out real-time perfusion studies (8). MCE may thus be considered very promising in the assessment of coronary microcirculation and hence of myocardial viability. The reliability of the method, it must be said, has varied according to different authors, as a result of variations in the methodology employed, the definition of viability adopted or the form of revascularization (4, 8, 9). In the present study we assessed myocardial viability in AMI patients who had undergone 1283 Rev Port Cardiol Vol. 23 Outubro 10 / October 10 1284 nica, o power Doppler e, recentemente, o power pulse inversion, possibilitou a identificação do contraste no tecido miocárdio, separando-o claramente deste. A última baseia-se no uso de ultra-sons com reduzida intensidade, expressa em baixo índice miocárdico, que não se acompanha da destruição do agente de contraste durante a aquisição da imagem e que veio possibilitar o estudo da perfusão em tempo real (8). A ECM encontra-se assim bem posicionada como método potencial de avaliação da microcirculação coronária e, em consequência, da viabilidade miocárdica. A fiabilidade do método tem, contudo, variado segundo diferentes autores, resultado de diferentes metodologias usadas, da definição de viabilidade adoptada e da forma de revascularização (4, 8, 9). No presente estudo, avaliámos a viabilidade miocárdica em doentes com EAM, submetidos a AP antes das seis horas do início de dor e utilizámos como padrão de viabilidade a recuperação funcional tardia, estudada por ecocardiografia, em fase posterior aos três meses após revascularização. A viabilidade foi analisada em base segmentar e incluímos doentes sem complicações, com boa janela ecocardiográfica, assegurando a visualização de todos os segmentos miocárdicos. Em função do critério de viabilidade, comparámos, assim, a ECM com a DOB, na sua capacidade predizer a recuperação funcional tardia. Ambos os métodos se associaram a excelente sensibilidade e especificidade, embora com valores mais elevados para a ECM. A ECM revelou alta sensibilidade para a detecção da viabilidade, superior à registada para a DOB, com menor especificidade e menor valor predictivo positivo. Individualmente, podemos afirmar que a ECM revelou mais elevado valor predictivo negativo, enquanto a DOB se associou a um maior valor predictivo positivo. É de salientar que a ECM e a DOB avaliam diferentes perspectivas do miocárdico em risco, o que pode contribuir para explicar as diferenças encontradas. Enquanto a DOB estuda a reserva contráctil das células miocárdicas, a ECM explora a preservação da microcirculação, condição de recuperação miocárdica. Se a sensibilidade da DOB pode ser afectada pela ocorrência simultânea de miocárdio atordoado, portanto hibernante, e de isquémia microvascular em evolução, como foi acima referido (7), a menor especificidade da ECM terá necessariamente outra explicação. É possível PA within 6 hours of pain onset and used late functional recovery, as shown by electrocardiography carried out more than three months after revascularization, as the standard of viability. Viability was analyzed on a segmental basis in patients without complications and with a good electrocardiographic window that enabled the visualization of all myocardial segments. Based on the viability criterion, we compared DSE and MCE with respect to their ability to predict late functional recovery. Both methods were found to be associated with excellent sensitivity and specificity, with MCE the better of the two. MCE showed high sensitivity in detecting viability, higher than that of DSE, which had lower specificity and positive predictive value. We observed that MCE showed a higher negative predictive value while DSE was associated with a higher positive predictive value. It should be recalled that MCE and DSE actually measure different aspects of the at-risk myocardium, the latter studying the contractile reserve of the myocardial cells while the former assesses microcirculation integrity, a condition for myocardial recovery. This could help explain the differences found here. Whereas the sensitivity of DSE can be affected by the simultaneous occurrence of stunned or hibernating myocardium or by the evolution of microvascular ischemia, as mentioned above (7), the lower specificity of MCE calls for a different explanation. Although we took as our criterion of viability for MCE the presence of contrast in at least 50% of wall thickness, we cannot exclude the possibility that in some cases the non-viability of the endocardial layer could have been responsible for failure to achieve long-term functional recovery, given that the endocardium is the principal determinant of contractility (7). Nevertheless, the presence of sub-epicardial viability could be functionally favorable because it contributes to reducing or preventing remodeling (7). In the present work, associating the two methods essentially improves the negative predictive value of DSE, although reducing the contribution of MCE in detecting viability. Other studies have attributed excellent diagnostic capacity to MCE. In a population of AMI patients who underwent thrombolysis and MCE assessment between 3 and 5 days after the acute episode, Swinburn found a negative predictive value of 86% and positive value of 47% (9). ANA G ALMEIDA, et al Rev Port Cardiol 2004 ; 23 : 1277-87 que, apesar de termos considerado como critério para viabilidade por ECM, a presença de contraste no mínimo de 50% da espessura da parede, não se pode excluir que em alguns casos, a ausência de viabilidade da camada endocárdica, seja responsável pela incapacidade de recuperação funcional a distância, já que o endocárdio é o principal determinante da contractilidade (7). Contudo, a presença de viabilidade subepicárdica pode ser funcionalmente favorável, uma vez que contribui para reduzir ou prevenir a remodelação (7). No presente trabalho, a associação dos dois métodos, veio melhorar, essencialmente, o valor predictivo negativo da DOB, à custa do contributo da ECM para a detecção de viabilidade. Outros estudos descreveram excelente capacidade diagnóstica para a ECM. Swinburn, numa população de doentes com EAM submetidos a trombólise e avaliados por ECM entre os 3-5 dias após o episódio agudo, encontrou um valor predictivo negativo de 86% e positivo de 47% (9). Os valores detectados, inferiores aos registados no presente estudo poderão ser explicados pela presença de lesões estenóticas coronárias residuais, susceptíveis de influenciar a capacidade de predizer a recuperação funcional. Main, por seu lado, em trabalho efectuado numa população submetida a AP, em que analisou a viabilidade através de ECM de perfusão em tempo real aos 2 dias após intervenção, encontrou um valor predictivo positivo de 90% e negativo de 73%, em comparação com a recuperação funcional tardia (8). No presente estudo, avaliámos a viabilidade miocárdica nos primeiros dias após intervenção e não imediatamente após a realização desta, quando a hiperémia pós-isquémica pode sobrestimar a real situação da perfusão, não sendo fiável o seu emprego para esta finalidade, nas primeiras 24 horas (10). A avaliação precoce, imediatamente antes de intervenção, pode, contudo identificar doentes com microcirculação intacta em segmentos no território do enfarte e que, no futuro, irão recuperar a função (11). Não está, contudo, estabelecido qual o momento ideal para o estudo da viabilidade que permita prever a recuperação funcional tardia com mais rigor (12). Finalmente, há que salientar que a análise quantitativa da perfusão por ECM, baseada na intensidade máxima obtida em cada segmento disfuncional, concordou essencialmente com a The values detected were lower than those found in the present study, which could be explained by the presence of residual coronary stenotic lesions which could influence the ability to predict functional recovery. In a study by Main on a population who had undergone PA, viability was analyzed using real-time perfusion MCE two days after the intervention, obtaining a positive predictive value of 90% and negative value of 73% in comparison with late functional recovery (8). In the present study, we assessed myocardial viability during the first days after intervention rather than immediately afterwards, when postischemic hyperemia could overestimate the real perfusion situation; such assessment is not reliable for this purpose during the first 24 hours (10) . Early assessment, immediately intervention, can however identify patients with intact microcirculation in segments of the infarct territory which will in the future regain their function (11). Indeed, the right time has not yet been established for a viability analysis to provide the most accurate prediction of late functional recovery (12). Finally, it should be mentioned that the quantitative analysis of perfusion using MCE, based upon the maximum intensity obtained in each dysfunctional segment, was largely in agreement with visual detection, showing greater intensity in segments which would later recover their function. It was not possible, however, to obtain quantitative data which would enable the predictive values of functional recovery to be calculated, given the small number of patients studied and possible variation in values from different levels (apical versus basal segments) resulting from attenuation. Preliminary studies which use quantitative analysis appear to increase the ability to predict functional recovery, particularly by assessing the wash-in exponential curve, which potentially enables study of myocardial blood volume and flow, including not only the intensity of the acoustic signal but also the speed with which the microcirculation fills with contrast (12, 13). CONCLUSIONS This study shows a potentially valuable role for myocardial contrast echocardiography in assessing viability in patients following PA, as shown by late improvement in segmental contractility. In comparison with dobutamine stress echocardiography, MCE yielded a higher nega- 1285 Rev Port Cardiol Vol. 23 Outubro 10 / October 10 detecção visual, revelando valores de intensidade relativa superiores nos segmentos que vieram a recuperar a função. Não foi possível, contudo, obter dados quantitativos susceptíveis de discriminar os valores predictivos de recuperação funcional, dado o número insuficiente de doentes estudados e a possível variabilidade de valores encontrados em diferentes níveis (segmentos basais vs apicais), resultante de atenuação. Estudos preliminares que utilizam a estratégia quantitativa de análise parecem aumentar a capacidade de predizer a recuperação funcional, nomeadamente através da avaliação da curva exponencial de wash-in, que potencialmente permite estudar o volume e fluxo de sangue miocárdico, tendo em conta, não só a intensidade do sinal acústico mas também a velocidade de preenchimento da microcirculação pelo contraste (12, 13). CONCLUSÕES Este estudo revela o valor potencial da ecocardiografia de contraste miocárdico na avaliação da viabilidade miocárdica em doentes após AP, expressa na melhoria tardia da contractilidade segmentar. Em comparação com a ecocardiografia de sobrecarga com dobutamina, revelou valor predictivo negativo mais elevado associado a alto valor predictivo positivo. O emprego dos dois métodos, em associação, pode constituir alternativa valiosa, já que aumenta a capacidade diagnóstica. O recurso a métodos quantitativos de perfusão por ECM, que estudos futuros deverão desenvolver, pode vir a constituir método mais preciso e fiável para predizer a recuperação funcional dos segmentos disfuncionais após EAM. AGRADECIMENTOS Este estudo foi subsidiado pelo Centro de Cardiologia da Universidade de Lisboa (CCUL), Unidade de Financiamento Plurianual da Fundação para Ciência e Tecnologia. Pedido de separatas para: Address for reprints: 1286 ANA G. ALMEIDA Rua Carlos Mardel 16C 1900-122 LISBOA, PORTUGAL e-mail: [email protected] tive predictive value as well as a high positive predictive value. The use of both methods together, giving greater diagnostic capacity, could be a valuable alternative. Quantitative perfusion measurement methods employing MCE, which are likely to be developed in future studies, may turn out to be a more accurate and reliable method of predicting functional recovery of dysfunctional segments following AMI. ACKNOWLEDGEMENTS This study was supported by the Cardiology Center of the University of Lisbon (CCUL) and the Multiyear Funding Unit of the Portuguese Science and Technology Foundation. ANA G ALMEIDA, et al Rev Port Cardiol 2004 ; 23 : 1277-87 BIBLIOGRAFIA / REFERENCES 1. Afridi I, Grayburn PA, Panza JA, Oh JK, Zoghbi WA, Marvick TH. Myocardial viability during dobutamine echocardiography predicts survival in patients with coronary artery disease and severe left ventricular dysfunction. J Am Coll Cardiol 1998;32:921-926. 2. Senior R, Kaul São, Lahiri A. Myocardial viability on echocardiography predicts long-term survival after revascularization in patients with congestive heart failure. J Am Coll Cardiol 1999;33:1948-1854. 3. 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