Explorando - Slane Castle

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Explorando - Slane Castle
EXPERIENCES
Road trip
Explorando
duas
Irlandas
Exploring two Irelands
Ruínas do Dunluce Castle, castelo
medieval do século 13, na Irlanda do
Norte: destaque de uma viagem de
500 quilômetros de carro
The ruins of Dunluce Castle, a
medieval structure from the 13th
century, in Northern Ireland: one
highlight on a 310-mile road trip
70 RED road trip
Apenas 167 quilômetros, ou duas horas
de viagem de carro, separam Belfast,
capital da Irlanda do Norte, de Dublin,
coração da República da Irlanda. Com um
passado marcado por conflitos, os dois
países guardam diferenças: no Norte,
a monarquia britânica tem tradição
protestante, paga as contas em libras,
fala inglês e mede distâncias em milhas;
quem visita o Sul encontra uma república
de maioria católica, que adota o euro, os
quilômetros e placas em inglês e gaélico.
Pegamos um caminho mais longo entre as
duas cidades – via Sligo, na costa oeste
– e constatamos que, nas origens e na
essência, ambos os países são uma coisa
só. Uma ilha linda, repleta de relíquias
arqueológicas e naturais impressionantes.
Only 104 miles, or a two-hour trip by car,
separate Belfast, the capital of Northern
Ireland, from Dublin, in the heart of the
Republic of Ireland. With a past marked
by conflict, the two countries harbor
differences: in the North, the British
monarchy follows the Protestant tradition,
bills are paid in pounds, English is the
main language and distances are measured
in miles; those visiting the South find a
republic made up of a Catholic majority that
adopted the euro, the metric system and
signs in English and Gaelic. We took the
longest road between the two cities – via
Sligo, on the west coast – and verified that
in origin and essence the two countries are
one and the same. A beautiful island, replete
with archaeological relics and incredible
natural wonders.
por/by Daniel Nunes Gonçalves
fotos/photos Adriano Fagundes
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Giants
Causeway
Cushendall
Novo edifício Titanic Belfast, com
a forma do famoso navio construído
ali; muros com grafites de protesto;
e o Membro do Parlamento de
Westminster Ian Paisley Jr.: cenas
de uma Belfast que se agita
elfast está em polvorosa. Não, felizmente não se
trata da volta dos conflitos que mancharam a história da Irlanda. Dessa vez, há um movimento frenético de guindastes e operários na área portuária
se preparando para a inauguração de um ousado
edifício em forma de navio agendada para abril de
2012. É quando serão celebrados os 100 anos da primeira e única
viagem do Titanic, o navio mais famoso do mundo. Nada menos que
7 bilhões de libras foram investidos na implementação do Titanic
Quarter, parte do cais que reunirá atrativos ligados ao “filho” mais
pop da capital da Irlanda do Norte. Além dos seis andares de galerias
do Titanic Belfast, prédio que nasce com vocação para se tornar a
principal atração turística da cidade, o quarteirão vai concentrar as
caminhadas e os tours de barco e de carro por locais como a casa de
máquinas e a doca onde foi construído o navio que virou lenda.
Mesmo a alguns quilômetros das águas daquele braço do Mar da
Irlanda, as ruas de Belfast estão agitadas em um sábado do verão de
2011, quando desembarcamos vindos de Londres. Diante do gramado
do City Hall, tomado por jovens, acontece um animado encontro mensal de motociclistas. Há um entra e sai nas mais de 50 lojas e restaurantes do Victoria Square, principal shopping da cidade, e músicos tocam
nas calçadas em frente aos cafés da movimentada área do The Queen’s
Quarter. Da decoração tradicional do The Crown, bar de 1849 ornamentado com marchetaria e vitrais fantásticos, às linhas modernas do
edifício Titanic Belfast, quase todos os cenários da Belfast contemporânea a caracterizam como uma capital cosmopolita e pacífica. Só quem
contrata um black cab – um daqueles táxis pretos como os de Londres
– e ziguezagueia pelos quarteirões do The Gaeltacht Quarter, em West
Belfast, se depara com muros grafitados de mensagens que fazem lembrar as três décadas (de 60 a 90) em que cercas de arame farpado dividiam moradias rivais, período no qual foram mortas 3.500 pessoas.
“É importante conhecer o passado da Irlanda para que se possa entender melhor o seu presente”, diz nosso cicerone, o pastor Billy Jones,
acostumado a receber brasileiros por aqui. Resumindo a história:
72 RED road trip
Belfast is in a fury. No, fortunately not in reference to the conflicts
that have tainted Irish history. This time, it’s the frenetic movement
of cranes and construction workers at the port area preparing for
the opening of a bold construction project – a building shaped like
a boat, set to open in April, 2012. That’s when the hundred-year
anniversary of the first and only voyage of the Titanic, the most
famous ship in the world, takes place. No less than 7 billion pounds
were invested in the implementation of the Titanic Quarter, a section
of the docks that contains attractions connected to the capital of
Northern Ireland’s most famous “daughter.” Aside from the six floors
of galleries of the Titanic Belfast, the building that was conceived to
be the city’s main tourist attraction, the block will welcome walking,
boat and car tours to such locales as the machinery room and the
dock where the ship that became a legend was built.
Even just a few miles from the waters of that arm of the Irish Sea, the
streets of Belfast are bustling one summer Saturday in 2011, when we
arrived from London. Before the green in front of City Hall, occupied
by young people, a lively monthly meeting of motorcycle enthusiasts
is taking place. There’s the coming and going of people from the over
50 stores and restaurants of Victoria Square, the city’s main shopping
center, and musicians play on the sidewalks in front of the cafés in
the busy Queen’s Quarter area. From the traditional decorations of the
Crown, a bar dating from 1849, lined with marquetry and fantastic
stained glass windows, to the modern lines of the Titanic Belfast
building, almost all the settings in contemporary Belfast characterize
it as a cosmopolitan and peaceful capital city. Only those who catch
a black cab – just like those you find in London – and zigzag through
the blocks of the Gaeltacht Quarter, West Belfast, will notice the walls
tagged with messages that recall the three decades (from the 1960s to
the ‘90s) in which barbed wire fences separated rival neighborhoods, a
period in which 3,500 people were killed.
“It’s important to know Ireland’s past so that we can better understand
its present,” says our tour guide, pastor Billy Jones, accustomed to
receiving Brazilian visitors. To sum up the story: the first inhabitants of
IRLANDA
DO
NORTE
Belfast
Sligo
Newgrange
Irlanda
Dublin
mapa: eli sumida
The new Titanic Belfast building,
shaped like the famous ship that was
built there; walls of protest graffiti;
and the Member of the Parliament of
Westminster Ian Paisley Jr.: scenes of
a vibrant Belfast
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EXPERIENCES
Road trip
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EXPERIENCES
Road trip
A Antrim Round Tower,
erguida no século 10; a
banda The Wildcats no
pub Mc Garrigles, de
Sligo; e a fachada e o
salão do hotel Culloden
Estate & Spa, em Belfast
The Antrim Round
Tower, erected in the
10th century; the band
The Wildcats inside the
Mc Garrigles pub in
Sligo; and the facade and
ballroom of the Culloden
Estate & Spa hotel
in Belfast
os primeiros habitantes da ilha foram os celtas, que no século 4 a.C. reverenciavam os deuses da natureza. O popular Saint Patrick introduziu
o cristianismo em 5 d.C., mas a faceta protestante só chegaria nos anos
1500, especialmente na porção Norte, com a consolidação do domínio
dos ingleses. Incomodados com a regência britânica, os condados do
Sul, de maioria católica, conquistaram sua autonomia na década de 20,
proclamando a república em 1949. Embora o Norte permanecesse ligado à monarquia que comanda o Reino Unido, sua minoria de origem
católica continuou lutando pela independência total da ilha, o que foi
agravado pelos atentados sangrentos dos radicais do IRA.
“A situação só melhorou com as negociações dos anos 2000”,
conta Ian Paisley Jr., representante da região de North Antrim no
Parlamento de Westminster, em Londres, e filho do ex-primeiro-ministro Ian Paisley, que assinou o principal tratado de paz entre
os dois lados. “As desavenças têm sido superadas, e hoje ambos
divulgam o turismo da ilha como um todo”, diz Howard Hastings,
presidente do conselho de turismo da Irlanda do Norte e dono
da maior rede de hotéis de luxo do país, a Hastings Hotels – que
inclui o melhor de Belfast, o Culloden Estate & Spa. “Enfim se percebeu que só há benefícios com a união de forças”, completa o empresário Ken Orr, outro de nossos anfitriões. De fato, é fácil viajar
de um país ao outro em uma ilha tão pequena, onde a distância da
ponta norte ao extremo sul equivale à rota de São Paulo ao Rio de
Janeiro. E os 5,7 milhões de habitantes (70% deles na República da
Irlanda), preocupados com a crise econômica europeia, têm muito
a ganhar com o dinheiro trazido pelos turistas.
Decidimos conferir as semelhanças e diferenças entre os dois países
viajando ao longo de uma semana, tendo Dublin como ponto final.
Começamos pelo Condado de Antrim, ao norte de Belfast, passando pelo principal shopping da Irlanda do Norte – o outlet Junction
One, com preços incríveis nas mais de 70 lojas – e por preciosidades
históricas como a Antrim Round Tower. Acredita-se que a torre de
28 metros erguida por volta do século 10 fez parte de um assentamento monástico. Pouco depois de passar pela fábrica da Bushmills,
a mais antiga destilaria de whisky da Irlanda, que funciona desde
1608, chegamos ao Dunluce Castle, onde ruínas de um cênico castelo medieval do século 13 equilibram-se em um abismo à beira-mar.
74 RED road trip
the island were the Celts, who in the 4th century BC worshipped the gods
of nature. The popular Saint Patrick introduced Christianity in the 5th
century AD, but the Protestant faith only arrived in the 1500s, specifically
to the North, with the consolidation of British power. Bothered by British
rule, the mainly Catholic counties of the South achieved their autonomy
in the 1920s, proclaiming a republic in 1949. While the North remained
connected to the monarchy that commands the United Kingdom, its
Catholic minority continued fighting for independence for the entire
island, a process aggravated by the bloody attacks of IRA radicals.
“The situation only got better with the negotiations of the 2000s,”
explains Ian Paisley Jr., representative of the region of North Antrim
in the Parliament of Westminster, in London, and son of former prime
minister Ian Paisley, who signed the main peace treaty between the
two sides. “The disagreements have been overcome, and today both
countries publicize the tourism of the island as a whole,” says Howard
Hastings, president of the Northern Ireland Tourism Council and
owner of the largest chain of luxury hotels in the country, the Hastings
Hotels – which includes the best one in Belfast, the Culloden Estate &
Spa. “In the end, it was understood that benefits would only come with
a united effort,” adds businessman Ken Orr, another of our hosts. It is
indeed easy to travel from one country to another on an island that’s
so small, where the distance from its northern- and southernmost tips
is equal to the drive between São Paulo and Rio de Janeiro. And the 5.7
million inhabitants (70% of them in the Republic of Ireland), worried
about the current economic crisis in Europe, have much to gain from
the money brought in by tourists.
We decided to check out the similarities and differences between
the two countries during a weeklong trip, with Dublin as the final
destination. We started in County Antrim, north of Belfast, passing
through the main shopping center in Northern Ireland – the
Junction One outlet, where you can find incredible prices at more
than 70 stores –, and historical treasures like the Antrim Round
Tower. It is believed that the 92-foot structure erected in the 10th
century was part of a monastic settlement. Shortly after passing
the Bushmills factory, the oldest whisky distillery in Ireland, opened
in 1608, we arrived at Dunluce Castle, where the ruins of a scenic
medieval castle from the 13th century are perched on seaside cliffs.
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EXPERIENCES
Road trip
No entanto, nenhum ponto dessa rota surpreende mais do que Giants
Causeway. Declarado Patrimônio da Humanidade, o parque reúne
formações rochosas que parecem cortadas à mão, originadas de erupções vulcânicas de 60 milhões de anos atrás. Como em Belfast, pedreiros trabalham para finalizar um moderno centro de visitantes, a
ser inaugurado também em 2012.
Vales repletos de ovelhas ladeiam a rota litorânea rumo ao sul.
Paramos na Carrick-a-Rede Rope Bridge, uma ponte suspensa a 24
metros de altura ligando o continente a uma ilhota, e em cachoeiras e
praias de Cushendall e Cushendun – onde dormimos na confortável
pousada familiar The Villa Farmhouse. Foi passeando em Antrim,
por sinal, que conhecemos Patrick McNaughton, um pastor de ovelhas cujo filho Shéa se preparava para jogar o hurling, esporte gaélico
que mistura rúgbi com hóquei na grama. Ao cruzar a Black Lion, discreta ponte que separa as duas Irlandas, surgem as novidades: as placas da estrada usam quilômetros, e não mais milhas, e as indicações,
antes restritas à língua inglesa, agora têm tradução para o gaélico.
A próxima parada, Sligo, nos encanta de cara por seu charme, pelo
hotel moderninho onde pernoitamos – The Glasshouse –, por pubs animados como o Mc Garrigles e pelas mil referências a William Butler
Yeats. “Ele foi um dos maiores poetas irlandeses e passou boa parte da
vida aqui”, conta a guia Nuala McNulty. O túmulo de Yeats fica ali, ao
lado de míticas cruzes celtas da vila de Drumcliffe. Mas Sligo é mais do
que isso: é a base para conhecer os mais antigos sítios arqueológicos da
Irlanda. “Na área de 1 quilômetro quadrado de Carrowmore há nada
menos que 30 tumbas megalíticas que datam de 5.700 anos”, conta a
guia Tina Pommer. Apaixonada pela região, Tina nos serve chá irlandês
com biscoitos dentro de uma das tumbas de outro cemitério milenar,
Carrowkeel, quando temos de nos proteger da chuva repentina que atinge o alto da montanha. A misteriosa estrutura sobre a entrada da ruína
está alinhada para receber a luz do pôr do sol no solstício do verão.
Com a mesma forma de um monte de pedras cobrindo uma espécie de iglu, outra maravilha arqueológica atrai ainda mais turistas no
caminho para Dublin, já no Condado de Meath: Newgrange. Diferentemente de Carrowkeel, no entanto, o corredor da tumba foi desenhado
para receber a luz no solstício de inverno. Erguido por volta do ano
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Still, no other point on our route was more surprising than Giants
Causeway. Declared a World Heritage Site, the park contains rock
formations that originated from volcanic eruptions 60 million
years ago and today look as if they were cut by hand. Like in
Belfast, construction workers hasten to finalize a modern visitors
center, scheduled to open in 2012.
Valleys filled with sheep flank the coastline as we head south. We
stoped at the Carrick-a-Rede Rope Bridge, which, suspended at a height
of 78 feet, connects to a small island, and at waterfalls and beaches
in Cushendall and Cushendun – where we slept at the comfortable
family-owned b&b The Villa Farmhouse. It was while traveling through
Antrim, incidentally, that we met Patrick McNaughton, a sheep herder
whose son Shéa was getting ready to play hurling, a Gaelic sport that’s
a mix of rugby and field hockey. After crossing the Black Lion, a discreet
bridge which separates the two Irelands, new features appear: the street
signs don’t use miles anymore, they use kilometers, and the directions,
formerly limited to English, now have Gaelic translations as well.
The next stop, Sligo, enchanted us right away for its quaintness, for the
modern hotel where we spent the night – The Glasshouse –, for its lively
pubs like McGArrigles and for the thousand references to William Butler
Yeats. “He was one of Ireland’s greatest poets and spent a good part of his
life here,” says guide Nuala McNulty. Yeats’s grave is there, alongside the
mythic Celtic crosses in the village of Drumcliffe. But Sligo is more than
that: it’s the base for visits to the oldest archaeological sites in Ireland. “In
one square kilometer in Carrowmore there are no less than 30 megalithic
tombs that date from 5,700 years ago,” says guide Tina Pommer. Crazy
about the region, Tina serves us some Irish tea with cookies inside a
tomb in another thousand-year-old cemetery, Carrowkeel, where we took
shelter from a sudden rain that hit the mountain top. The mysterious
structure over the entrance of the ruins is alligned in order to receive the
light from the sunset on the summer solstice.
Shaped like a bunch of stones piled around what resembles an
igloo, another archaeological wonder attracts even more tourists on
the road to Dublin, in County Meath: Newgrange. Unlike Carrowkeel,
however, the tomb has a corridor that was designed to receive the light
of the winter solstice. Built around the year 3000 BC – before the Great
Giants Causeway, com 40.000 formações rochosas que parecem
lapidadas à mão; o pastor de ovelhas Patrick McNaughton, perto
de Cushendun; e o sítio pré-histórico de Newgrange, construído
antes das pirâmides do Egito: natureza e muitos mistérios
Giants Causeway, with its 40,000 rock formations that look as if
they were cut by hand; sheep herder Patrick McNaughton, nearby
Cushendun; and the prehistoric site Newgrange, constructed even
before the pyramids of Giza: nature and many mysteries
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EXPERIENCES
Road trip
O Slane Castle, castelo do século 18 onde já tocou o U2;
o pequeno Shéa McNaughton, jogador de um esporte
gaélico chamado hurling; e as belas portas de Dublin e
grafites na zona boêmia de Temple Bar
Slane Castle, an 18th-century structure where U2 once
performed; the young athlete Shéa McNaughton, who plays
a Gaelic sport called hurling; and the lovely doors of Dublin
and graffiti in the bohemian neighborhood of Temple Bar
3.000 a.C. – antes da pirâmide de Quéops, no Egito, e de Stonehenge,
na Inglaterra –, Newgrange é o mais famoso sítio pré-histórico da Irlanda e teria sediado vários rituais celtas. Por sinal, parte dos símbolos
associados à cultura desses povos primitivos europeus foi descoberta
nas pedras de Newgrange. Embora tenham vivido em vários países da
atual Europa, como Inglaterra, País de Gales, França, Espanha e Portugal, os celtas deixaram suas principais raízes na Irlanda. Como a ilha
não foi conquistada pelo Império Romano, a cultura celta resistiu ali
até o século 17. Além dos ícones de Newgrange, a música e a religiosidade celta têm sido resgatadas nos últimos anos.
Mas é uma música irlandesa mais contemporânea, a do U2, que
tornou famosa outra construção aberta a visitantes no mesmo Vale
do Boyne que abriga Newgrange: o Slane Castle. Foi no prédio de
1785 que Bono Vox e sua banda gravaram o disco The Unforgettable
Fire, em 1984, e fizeram um concerto histórico para 80.000 pessoas
em 2001. Nascido em Dublin, o U2 ganharia o mundo entoando
suas críticas aos conflitos sangrentos entre católicos e protestantes
em canções como “Sunday Bloody Sunday”. Apesar de mais um
tumulto ter assustado Belfast no último mês de julho, há uma boa
vontade entre os governos para que cessem as hostilidades. Tanto
é que em maio de 2011 Dublin recebeu a histórica visita da Rainha
Elizabeth 2a. Embora administre a Irlanda do Norte, a monarquia
britânica não pisava na República da Irlanda desde sua independência, 90 anos atrás. A matriarca esteve em todos aqueles pontos
turísticos da terra de James Joyce e Oscar Wilde que veríamos no
fim de nossa rota de 500 quilômetros: o castelo de Dublin, a fábrica
da cerveja Guinness, o Trinity College. E deve ter percebido, como
nós, que, independentemente das diferenças de religião, a hospitalidade do irlandês é única, assim como a beleza das paisagens. Não
importa se de Dublin ou de Belfast, do Sul ou do Norte. Pyramid of Giza, in Egypt, and Stonehenge, in England –, Newgrange
is the most famous prehistoric site in Ireland and was the setting for
various Celtic rituals. By the way, some of the symbols associated with
the culture of these primitive European peoples were discovered in
the stones of Newgrange. Though they lived in many of the current
countries of Europe, including England, Wales, France, Spain and
Portugal, the Celts left their main roots in Ireland. And since the island
was not conquered by the Roman Empire, Celtic culture persisted until
the 17th century. Aside from the icons of Newgrange, Celtic music and
religion have seen a revival in recent years.
But a more contemporary form of Irish music, that of U2, brought
fame to another construction open to visitors in the same Boyne
Valley which is home to Newgrange: Slane Castle. In 1984, Bono and
company recorded their album The Unforgettable Fire inside the
building that dates from 1785, and they played a historic concert
for 80,000 people there in 2001. Founded in Dublin, U2 went on
to conquer the world with their portrayals of the violent conflicts
between Catholics and Protestants in songs like “Sunday Bloody
Sunday.” And though more unrest gave Belfast a scare in July, there
is a will on the part of both governments to end the hostilities. So
much so that in May, 2011, Dublin received a historic visit from
Queen Elizabeth II. While it administers Northern Ireland, the British
royal family had not set foot in the Republic of Ireland since its
independence, 90 years earlier. The matriarch went to all the tourist
sights in the homeland of James Joyce and Oscar Wilde which we
would have seen by the end of our 310-mile trip: Dublin Castle, the
Guinness brewery, Trinity College. And no doubt she discovered, just
as we did, that, independently of religious difference, the hospitality
of the Irish is one of a kind, as is the beauty of their landscapes. No
matter if you’re in Dublin or Belfast, in the South or the North. INFO – discoverireland.com/br. IRLANDA DO NORTE/NORTHERN IRELAND: Bushmills – 2 Distillery Road, Bushmills, tel. +44 (0) 28 2073-3218, bushmills.com/
distillery; Giant’s Causeway – 44a Causeway Road, Bushmills, tel. +44 (0) 28 2073-1855, nationaltrust.org.uk/giantscauseway; Guias/Guides Nuala McNulty e/and Tina
Pommer – tawnylustlodge.com, [email protected]; Junction One Outlet – Ballymena Road, Antrim, tel. +44 (0) 28 9442-9111, junctionone.co.uk; The Villa Farmhouse –
185 Torr Road, Cushendun, tel.: +44 (0) 28 2176-1252, thevillafarmhouse.com; The Crown Bar – 46 Great Victoria Street, Belfast, tel. +44 (0) 28 9024-3187, crownbar.com;
Titanic Belfast – Queen’s Road, Belfast, tel. +44 (0) 28 9076-6399, titanicbelfast.com. REPÚBLICA DA IRLANDA/REPUBLIC OF IRELAND: Carrowmore – Sligo, tel.:
+353 71 916-1534, heritageireland.ie/en/north-west/carrowmoremegalithiccemetery; Guinness – St. James’s Gate, Dublin, tel. +353 1 408-4800, guinness-storehouse.com;
Newgrange – Brú na Bóinne, Donore, Meath, tel. +353 41 988-0300, newgrange.com; Slane Castle – Slane, Meath, tel. 041 982-0643, slanecastle.ie; The Glasshouse – Swan
Point, Sligo, tel. +353 71 919-4300, theglasshouse.ie; Trinity College Dublin (Book of Kells) – College Green, tel. +353 1 896-1000, tcd.ie
AGRADECIMENTOS/SPECIAL THANKS: Culloden Estate & Spa (Hasting Hotels), Belfast – Bangor Road, tel. +44 (0) 28 9042-1066, hastingshotels.com; Debora Machado;
Jim Paul, Tourism Ireland; Ken Orr; M. P. Ian Paisley Jr.; Pastor Billy Jones; Peter O’Neill, visiteirlanda.com; English in Dublin (escola de inglês), englishindublin.com
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