(formato pdf) da Edição nº 4182 de 03.01.2013

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(formato pdf) da Edição nº 4182 de 03.01.2013
3 de Janeiro de 2013
3
Janeiro
2013
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Ano LXXXII – N.º 4182
Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
«Bem-aventurados os obreiros da paz, porque
serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9).
fendem e promovem a vida humana
em todas as suas dimensões:
pessoal, comunitária e transcendente. A vida em plenitude é o ápice
da paz. Quem deseja a paz não pode
tolerar atentados e crimes contra a
vida.
Cada ano novo traz consigo a
expectativa de um mundo melhor.
Nesta perspetiva, peço a Deus, Pai
da humanidade, que nos conceda
a concórdia e a paz a fim de que
possam tornar-se realidade, para
todos, as aspirações duma vida feliz
e próspera.
À distância de 50 anos do início do
Concílio Vaticano II, que permitiu
dar mais força à missão da Igreja
no mundo, anima constatar como
os cristãos, Povo de Deus em
comunhão com Ele e caminhando
entre os homens, se comprometem
na história compartilhando alegrias
e esperanças, tristezas e angústias,
anunciando a salvação de Cristo e
promovendo a paz para todos.
As bem-aventuranças proclamadas
por Jesus (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 2023) são promessas. Com efeito, na
tradição bíblica, a bem-aventurança
é um género literário que traz sempre
consigo uma boa nova, ou seja um
evangelho, que culmina numa
promessa. Assim, as bem-aventuranças não são meras recomendações morais, cuja observância prevê no tempo devido – um
tempo localizado geralmente na
outra vida – uma recompensa, ou
seja, uma situação de felicidade
futura; mas consistem sobretudo
no cumprimento duma promessa
feita a quantos se deixam guiar
pelas exigências da verdade, da
justiça e do amor.
Há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz.
Esta requer uma vida interior rica, referências morais claras e
válidas, atitudes e estilos de vida adequados. Com efeito, as
obras de paz concorrem para realizar o bem comum e criam o
interesse pela paz, educando para ela. Pensamentos, palavras
e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz,
uma atmosfera de respeito, honestidade e cordialidade. Por
A paz envolve o ser humano na sua
integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com
Deus, vivendo conforme à sua
vontade; é paz interior consigo
mesmo, e paz exterior com o próximo
e com toda a criação. Como escreveu o Beato João XXIII na
Encíclica Pacem in terris– cujo
cinquentenário terá lugar dentro de
poucos meses –, a paz implica
principalmente a construção duma
convivência humana baseada na
verdade, na liberdade, no amor e
na justiça.
Caminho para a consecução do bem
comum e da paz é, antes de mais
nada, o respeito pela vida humana,
considerada na multiplicidade dos
seus aspetos, a começar da conceção, passando pelo seu desenvolvimento até ao fim natural.
Assim, os verdadeiros obreiros da
paz são aqueles que amam, de-
isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educaremse para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera
tolerância. Incentivo fundamental será « dizer não à vingança,
reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as
buscar e, finalmente, perdoar », de modo que os erros e as
ofensas possam ser verdadeiramente reconhecidos a fim de
caminhar juntos para a reconciliação. Isto requer a difusão duma
pedagogia do perdão. Na realidade, o mal vence-se com o bem,
e a justiça deve ser procurada imitando a Deus Pai que ama
todos os seus filhos (cf. Mt 5, 21-48). É um trabalho lento,
porque supõe uma evolução espiritual, uma educação para os
valores mais altos, uma visão nova da história humana. É preciso
renunciar à paz falsa, que prometem os ídolos deste mundo, e
aos perigos que a acompanham; refiro-me à paz que torna as
consciências cada vez mais insensíveis, que leva a fechar-se
em si mesmo, a uma existência atrofiada vivida na indiferença.
Ao contrário, a pedagogia da paz implica serviço, compaixão,
solidariedade, coragem e perseverança.
De vários lados se reconhece que,
hoje, é necessário um novo modelo
de desenvolvimento e também uma
nova visão da economia. Quer um
desenvolvimento integral, solidário
e sustentável, quer o bem comum
exigem uma justa escala de bensvalores, que é possível estruturar
tendo Deus como referência suprema. Não basta ter à nossa
disposição muitos meios e muitas
oportunidades de escolha, mesmo
apreciáveis; é que tanto os inúmeros bens em função do desenvolvimento como as oportunidades
de escolha devem ser empregues
de acordo com a perspetiva duma
vida boa, duma conduta reta, que
reconheça o primado da dimensão
espiritual e o apelo à realização do
bem comum. Caso contrário, perdem a sua justa valência, acabando
por erguer novos ídolos.
Desejo veementemente reafirmar
que os diversos obreiros da paz são
chamados a cultivar a paixão pelo
bem comum da família e pela justiça
social, bem como o empenho por
uma válida educação social.
Ninguém pode ignorar ou subestimar o papel decisivo da família,
célula básica da sociedade, dos
pontos de vista demográfico, ético,
pedagógico, económico e político.
Ela possui uma vocação natural
para promover a vida: acompanha
as pessoas no seu crescimento e
estimula-as a enriquecerem-se
entre si através do cuidado recíproco. De modo especial, a família
cristã guarda em si o primordial
projeto da educação das pessoas
segundo a medida do amor divino.
A família é um dos sujeitos sociais
indispensáveis para a realização
duma cultura da paz. É preciso
tutelar o direito dos pais e o seu
papel primário na educação dos
filhos, nomeadamente nos âmbitos
moral e religioso. Na família, nascem
e crescem os obreiros da paz, os
futuros promotores duma cultura
da vida e do amor.
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Mensagens
de Ano Novo
Patriarca de
Lisboa em defesa
da família
“É caso para perguntar: para quando uma autêntica política de proteção à família?”
“Somos um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil
da história”
“Mas olhemos corajosamente para
o que está a acontecer às famílias:
leis permissivas que não valorizam
o aprofundamento dos seus valores
constitutivos, leis fiscais que penalizam a família”.
Presidente
da República
apela à união dos
portugueses
“Precisamos de recuperar a
confiança dos portugueses.
Não basta recuperar a confiança externa dos nossos
credores. Temos de trabalhar
para unir os portugueses e
não dividi-los”.
“O País não está em condições de se permitir juntar
uma grave crise política à
crise económica, financeira e
social em que está
mergulhado”.
Página 4
Bispo do Porto
pede aos
católicos atitudes
concretas de
proteção da vida
Página 7
Bispo da Guarda
diz que se deve
pôr em causa a
lei do aborto
Página 7
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
3 de Janeiro de 2013
D. Jorge Ortiga, 25 anos de bispo
Epifania
do Senhor
Arcebispo de Braga dirige mensagem à comunidade católica no ano
em que assinala as bodas de prata episcopais
O arcebispo de Braga escreveu uma
mensagem sobre a fé, dirigida aos
membros da comunidade católica
minhota, para celebrar os 25 anos
da sua ordenação episcopal que se
assinalaram no dia 3.
“Crer em Deus é crer em todos. Crer
é amar Deus e os outros. Crer é
esperar uma arquidiocese unida
para que todo o mundo acredite”,
refere D. Jorge Ortiga, num texto
publicado pela página diocesana
na internet.
O prelado fala da fé como “dom
maravilhoso a acolher para partilhar” e convida à “fraternidade
com todos”, antes de se dirigir, em
particular, aos vários membros da
Igreja diocesana.
Neste contexto, a mensagem aborda
os que habitam o “silêncio da fé”,
frisando que este “não é sinónimo
de ausência”.
“A fé é dom e fidelidade. Espero,
peço-te, a fidelidade à procura
sincera e, porventura, a decisão
consciente de mergulhar no mistério de Deus, mesmo quanto tudo
aquilo que ouves é silêncio”,
observa o arcebispo de Braga.
Aos padres, D. Jorge Ortiga sublinha a importância de “partir o
pão da amizade e a desatar os nós
do sofrimento”: “Espero ter-te
sempre próximo, para anunciarmos
Cristo a todos que o procuram de
coração sincero”.
A mensagem elogia também os
religiosos, deixando votos de que
continuem a “suscitar o espanto da
fé”.
O arcebispo dirige-se às famílias,
para a construção de “um mundo
mais humano e unido”, e aos jovens, “esperança do amanhã”, para
destacar a sua “procura inquieta,
que antecipa o nascimento de um
mundo melhor”.
O texto deixa uma palavra de estímulo aos que vivem “uma situação
de fragilidade” com “espírito de
heroica e silenciosa coragem”.
“Dificilmente estamos preparados
para momentos inesperados, mas a
cruz, que também Cristo carregou,
não tem a última palavra sobre a
vida. Espero que sintas esta minha
frágil e silenciosa presença por meio
da oração, na certeza duma comunhão permanente com as tuas
debilidades”, escreve.
A mensagem conclui-se com interpelações às crianças e aos cristãos
de outras Igrejas, para que partilhem com todos a mensagem de
Jesus.
D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga
nasceu a 5 de março de 1944, na
freguesia de Brufe, Concelho de
Vila Nova de Famalicão (Diocese de
Braga) e uma vez terminados os
estudos, foi ordenado padre no dia
9 de julho de 1967, juntamente com
24 colegas, na igreja de Lousado
(Famalicão).
Com 43 anos, o Papa João Paulo II
nomeou-o bispo titular de Nova
Bárbara e auxiliar de Braga, a 9 de
novembro de 1987.
A 3 de janeiro de 1988, foi ordenado
bispo pelo então arcebispo primaz
de Braga, D. Eurico Dias Nogueira,
na cripta do Sameiro, escolhendo
como lema episcopal a passagem
do capítulo 17 do Evangelho segundo São João: ‘Ut unum sint’
(que sejam um).
Este momento foi evocado dia 3 de
Janeiro, com uma assembleia geral
do clero e com uma eucaristia de
ação de graças na Sé de Braga.
Ao ritmo do Ano da Fé
Estrelas de Belém, hoje
Foi há uns 30 anos. No dia de Reis,
na missa com as crianças na Igreja
do Carmo, perguntei como se
chama a estrela, aquela pessoa que
os levou a Jesus. A Joana, respondeu de imediato: “ a minha avó
Glória.” Filha de pais não praticantes, frequentava a catequese e
preparava-se para o batismo pelo
zelo apostólico dos avós maternos.
Na verdade, para sermos o que
somos e vivermos a fé que vivemos, quantas estrelas nos precederam e iluminaram com o seu testemunho e coerência de vida. É
gratificante evocar as pessoas
concretas que nos levaram a Jesus.
A profecia de Balaão não nos fala
de astros siderais, mas do Messias
que há-de ser como que uma estrela
que conduzirá os seus concidadãos para Deus:”vejo, mas não
agora; contemplo, mas não está
próximo; uma estrela sai de Jacob e
um cetro flamejante surge no seio
de Israel.”(Nm.24,17)
Também o profeta Daniel afirma:
“Os que tiverem ensinado a muitos
o caminho da justiça brilharão como
estrelas por toda a eternidade”
(Daniel, 12,3b).Por sua vez, no 2º
poema do Servo Sofredor, afirma
Isaias:” vou fazer de ti a Luz das
nações, a fim de que a minha
salvação chegue aos confins da
terra”(Isaías,49,6c). Também o hino
do Ano da Fé, no segundo conjunto, especifica: “És para nós a
estrela da manhã, CREIO; SENHOR;
CREIO.”
Mas a Estrela não cometeu um erro
grave ao levar os Magos a Herodes? Não podia levá-los diretamente a Belém?
Não, não podia. O Povo Judeu era
o guardião da Torah, das Sagradas
Escrituras. O judaísmo conserva a
sua posição de privilégio: só por
sua mediação se podia chegar ao
Salvador. Foi o judaísmo, na pessoa
de Herodes que levou os Magos a
Jesus. Melhor dito: a verdadeira
estrela que levou os Magos a Jesus,
foi a Sagrada Escritura. Mas o
judaismo oficial na pessoa de
Herodes, rejeita Jesus. Sendo
assim, fica o caminho aberto para
os pagãos irem diretamente a Jesus
pela estrela e luz da fé… Qualquer
privilégio tem a sua obrigação
correspondente. O judaísmo renuncia voluntariamente à sua posição
singular recusando ir ao encontro
do Messias. Considera-o um usurpador, uma ameaça, um perigo.
“Deu-se o endurecimento duma
parte de Israel, até que a totalidade
dos gentios tenha entrado, e então
Israel inteiro será salvo conforme
está escrito: há-de vir de Sião o
libertador; removerá a impiedade do
meio de Jacob(Romanos11,25-26.)
Eis o segredo e urgência, eis o
desafio da Solenidade da Epifania,
ser estrela para levar os Irmãos a
Jesus. A Igreja de Beja está pobre
rotineira, sem grandes sinais de
credibilidade e profecia porque tem
um grande défice da Palavra de
Deus e perdeu, em grande parte, a
dimensão apostólica. Muitos de
nós vivemos tranquilos na nossa
relação com Deus, pelo facto de
participarmos na missa de domingo. Em vez desta nos pôr inquietos e dinâmicos, fazendo-nos
passar da missa para a missão,
deixa-nos quietos e parados, sem
fogo, entusiasmo e alegria.
Somos luz (Mt.5,14), somos estrelas para levar os outros a Jesus.
Estrelas de Belém, precisam-se.
António Aparício,
Pároco de S. João Batista (Beja)
6 de Janeiro de 2013
A Epifania (palavra grega que significa “manifestação”, aparição) é o
complemento do Natal.
O Natal celebra Deus que se esconde e humilha, ao assumir a nossa natureza,
para nos salvar. A Epifania celebra a Manifestação do Senhor como Deus e Rei
universal, ao mesmo tempo que exalta a glória divina e a contempla brilhando
no rosto da Igreja, Sua Esposa, a nova Jerusalém, depositária dos tesouros
imensos da graça, oferecidos a todos os Povos, à semelhança do que aconteceu
com o Povo Judeu.
I Leitura
Is 60, 1-6
O profeta anunciou outrora a glória que ia brilhar sobre Jerusalém depois dos
tempos do cativeiro. Hoje, na solenidade da Epifania ou Manifestação do Senhor,
a Igreja fala a si mesma, em todas as assembleias do povo de Deus, para
proclamar que o Filho de Deus feito homem é a sua luz, é para ela como o
clarão de um novo dia, que se destina a iluminar todos os homens e de todos
fazer o Povo de Deus.
Leitura do Livro de Isaías
Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a
glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão od povos. Mas,
sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te ilumina. As nações caminharão à tua
luz e os reis ao esplendor da tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se reúnem e
vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são
trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o
teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das
nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá.
Virão todo os de Sabá, trazendo ouro e incenso e provlamando as glórias do
Senhor.
Salmo Responsarial
Salmo 71 (72)
Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra
II Leitura
Ef 3, 2-3a.5-6
“Mistério” é a palavra com que o Apóstolo designa aqui o plano eterno de
Deus. Só em Jesus Cristo Deus revelou completamente esse seu plano de salvação
acerca da humanidade. Assim nos foi revelado que todos os homens, não só os
do antigo povo escolhido, os Judeus, mas também os pagãos são chamados à
salvação. Cristo realizou, de facto, a reconciliação da humanidade, reunindoa num mesmo Corpo, a sua Igreja.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso
favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas
gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como
agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os
gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e
participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Evangelho
Mt 2, 1-12
Depois da festa do Natal, que apresentou Jesus como o Filho de Deus,
descendente de David, realizando as promessas feitas aos Filhos de Israel,
hoje, a Epifania manifesta-O como Salvador de todos os homens. É o que
significa esta leitura, em que os pagãos, ma pessoa dos Magos, são guiados
aos pés de Jesus para O reconhecerem e adorarem e Lhe oferecerem os seus
presentes. A Epifania é assim a festa das primícias dos pagãos e da
universalidade do Reino de Deus.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando
chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente.
“Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer?
Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’Oº.
Ao ouvir esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade
de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e
perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: “Em Belém da
Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não
és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá
um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’.”
Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações
precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os
a Belém e disse-lhes: “Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e,
quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O”
Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no
Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino.
Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com
Maria, sua Mãe, e, caindo de joelhos, prostraram-se diante d’Ele e adoraram-n’O.
Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e
mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes,
regressaram à sua terra por outro caminho.
OPINIÃO
3 de Janeiro de 2013
Notícias de Beja – 3
Aberto o caminho,
não faltem os caminhantes
Quando há grandes acontecimentos muito falados a nível geral
da Igreja - dá-se o mesmo com
outras instituições - há sempre
quem interrogue sobre o que ficou
de um tal alarido para o presente e
para o futuro. Realizou-se há
menos de dois meses um tal acontecimento, o Sínodo dos Bispos
sobre o tema da Nova Evangelização. Não tarda que os ventos do
dia a dia soprem os fumos levantados, a não ser que daí se colha
algo de concreto que estimule o
zelo apostólico a criatividade
pastoral.
O Papa quis, ele mesmo, fazer a
síntese e deixou à Igreja três linhas
conclusivas que são outros caminhos em aberto. Assinala, em
primeiro lugar, a existência da
iniciação cristã, reafirmando a
necessidade de uma catequese
adequada para o Batismo, a Confir-
mação e a Eucaristia, não esquecendo a Reconciliação, como sinal
da misericórdia de Deus. Em segundo lugar, está a urgência de
anunciar Jesus Cristo àqueles que
ainda O não conhecem. Uma terceira linha de ação tem a ver como
acordar e formar os batizados que
deixaram adormecer a graça e as
exigências do seu Batismo. Por fim,
faz apelo a novos métodos e ao uso
de uma nova linguagem evangelizadora, adequada à realidade que
se vive e à cultura moderna, capaz
de transmitir um anúncio mais
jubiloso que qualquer outro.
Ninguém que esteja atento desconhece a urgência deste caminho,
aberto para que se ande com
decisão e sem mais demora. As
rotinas matam a criatividade. Sem
esta, a Igreja, fiel à verdade e à vida
concreta, ficará cada vez mais
envelhecida e mais fora do tempo.
A Igreja não pode quedar-se a ver
passar a vida ao seu lado, dando
apenas conselhos ou fazendo
juízos morais. Então os problemas
das pessoas se agravam sempre
mais, sem resposta nem solução.
O caminho em aberto é de seriedade, interioridade, coragem. Sem
delongas nem restrições, sem
queixumes nem juízos que distribuem culpas, porque muitas vezes
os que passam são campo onde a
Igreja nunca entrou.
O Papa não falou do Matrimónio,
campo minado e fonte de desgraças e dores para muita gente
que o pensa à maneira do tempo e
o procura de modo descomprometido. A família e o Matrimónio
de onde ela nasce são, para a Igreja,
valores inestimáveis. A família é a
maior riqueza humana e social.
Nesta convicção a Igreja não pode
deixar de preparar bem o casamento, de o celebrar com dignidade, de o acompanhar com cuidado e dedicação. Também aqui a
criatividade pastoral não pode ficar
à superfície. A rotina instalou-se e,
em muitos casos, não se vai além
do que se fazia há quarenta anos,
apenas se foram juntando uns pós
baratos de uma cosmética vistosa.
Em campo tão importante a bola
está do lado dos mais responsáveis. Serão as equipas pastorais
capazes de jogar no mesmo
sentido?
Falei de equipas propositadamente. A renovação de métodos
não é de cariz clerical, mas eclesial.
É preciso dar lugar aos leigos, não
como simples executores, mas
como protagonistas de um trabalho
e de um mundo de preocupações
que lhes se colaram à vida do dia a
dia.
Formar leigos para agir, escutá-los,
colher sempre mais da sua experiência de vida, programar com eles
as ações que se impõem, é caminho
indispensável na evangelização,
seja das pessoas em geral, seja das
famílias.
Não sei se alguém pensa que as
linhas de ação traçadas por Bento
XVI como conclusão do Sínodo se
podem implementar apenas com o
contributo dos padres e dos diáconos. O número dos leigos, pastoralmente ativos, cresceu visivelmente depois do Vaticano II. Os
problemas da vida não se perceberão só a partir dos livros, mas
sempre mais a partir das pessoas
que os vivem. Na Igreja e em ordem
à sua missão evangelizadora, a luz
virá sempre mais da periferia, onde
se luta e sofre, do que do centro
do poder. Sem um laicado adulto,
bem formado e atuante, a evangelização é impossível e as comunidades de praticantes permanecerão sempre menores e dependentes e a Igreja não terá futuro.
No meio dos ruídos dos acontecimentos eclesiais ninguém se
pode esquecer que o objetivo é dar
a conhecer Jesus Cristo, como
único Redentor e Salvador.
Ai se não fosse a família
que o não é de sangue...
É notícia todos os dias e, por
vezes, os casos rondam por aqui
por perto. Mais um daqui, marcado pela falta de vergonha e de
sensibilidade. Era uma senhora
de 91 anos. Vivia só. Três criminosos assaltam-lhe a casa às três
da manhã, embuçados, prendem
-na, roubam-na, deixam-na apavorada. Gritou, ninguém a ouviu.
Há tanta gente a gritar sem que
alguém a ouça. Que gritos
poderão ouvir-se de uma senhora de mais de noventa anos
dominada pelo medo e pelas
ameaças de uns energúmenos,
que não respeitam nada, nem
ninguém.
Por arrastamento, lembrei-me de
tantos irmãos idosos que, em
lares ou isolados na sua casa,
esperam, em vão, o carinho de
filhos ou de netos, que, para
eles, já deixaram de ter tempo...
Que não lhes falte o carinho dos
vizinhos, dos visitadores paroquiais, de gente anónima que
descobriu a alegria e a riqueza
de fazer bem. Que posso ser eu
ou tu...
António Marcelino,
Bispo emérito de Aveiro
A.M.
Entre ‘já’ e ‘ainda não’... vivendo ‘talvez’!
pastoral, Gaudium et spes, sobre a
Igreja no mundo actual (números
40 a 45) se refere a função da Igreja
no mundo... pela cidadania cristã
onde cada qual vive e aponta para
mais Além...
Se usarmos a linguagem teológica,
decorrente da mentalidade expressa, de sobremaneira, no Concílio Vaticano II, saberemos que a
conjugação das expressões ‘já’ e
‘ainda não’ se reportam à condição
de contingência da presença da
Igreja no mundo, na medida em que
já vive a plenitude de Deus, mas
ainda não a exprime de forma
plena... Concretamente na constituição dogmática, Lumen gentium,
sobre a Igreja (números 48 a 51) se
fala na índole escatológica da Igreja
peregrina e a sua união com a Igreja
celeste, bem como na constituição
1. Situação do ‘já’... presente e
escatológico
Sem pretendermos entrar em lições
de natureza teológica, poderemos
interpretar o tempo em que vivemos
– concretamente o futuro do novo
ano – como a oportunidade que
nos é concedida para percebermos
o que ‘já’ aconteceu de real e
vivenciado, tendo em conta a força
radical em Jesus, Verbo encarnado
e redentor: n’Ele, por Ele e com Ele
o ‘já’ da história tem novo significado e a nossa condição terrena e
temporal de crentes, sobretudo, em
Cristo, ganha outra dimensão e
actualização.
Num tempo bastante marcado pelo
relativismo imediatista, onde, por
vezes, cada pessoa faz de si mesma
uma espécie de ‘absoluto’, que
tenta aniquilar os outros relativos,
como que se torna urgente encontrar as marcas divinas em cada
um dos nossos companheiros de
caminhada e/ou interlocutores:
assinalados pela dimensão divina
– onde pela força do baptismo
será ainda mais notável e indelével da graça de Deus em nós! –
somos chamados a viver no ‘já’
de relação com os outros, apresentando uma dignidade divinizante e divinizadora.
2. Condição do ‘ainda não’... em
memória prospectiva
De facto, há vivências – sobretudo
para os cristãos – que têm no
desígnio divino a marca do presente escatológico em situação do
‘já’, embora em proposição do
‘ainda não’: estamos salvos, mas
em contingência de pecadores;
estamos glorificados, mas em condição de penitentes; estamos a
viver o Reino de Deus, mas em
condescendência de sementes...
para a eternidade.
Quantas vezes sentimos e vivemos
o ‘ainda não’ da vitória sobre a
nossa condição pecadora. Quem
não se escandaliza com as faltas –
leves, graves ou mortais – de
tantos dos cristãos, a começar pelos
seus ministros! Quem não será
susceptível à vaga de críticas aos
erros da Igreja – sobretudo na
dimensão católica – particularmente
por ocasião das principais festas
religiosas tradicionais, do Natal e
da Páscoa! Com que furor – nalguns
casos a roçar a fúria! – são expostas
algumas das mazelas morais de
membros do clero, desde que
possam desviar a atenção de outros
grupos e influentes sectores mais
ou menos conhecidos... no âmbito
da política contra a família, anti-vida
e (até) no alcance da justiça...
adiada!
3. Vivendo sob conjugação do
‘talvez’!
De verdade a ditadura do relativismo em que nos movemos como
que pode condicionar a atitude de
vida de muitos dos cristãos: vivemos numa certa era do descartável,
onde pessoas e coisas se tornaram
aparentemente importantes se
delas nos aproveitamos mais ou
menos com interesse... Depois
duma moral rigorista – e quase
estóica, senão no pensamento pelo
menos na práxis! – agora vivemos
num quase epicurismo popular e
num hedonismo inteletual, procurando cada qual tirar proveito de
si e dos outros como se fôssemos
meros objetos de consumo... a
curto prazo.
Nesta etapa do ‘talvez’ torna-se
fundamental uma nova educação
para os valores, tendo em conta os
transcendentais – uno, bem, belo e
verdade – e a sua aplicação à
cultura de cada um. Com efeito, o
‘talvez’ poderá fazer a ponte entre
o ‘já’ do ser e o ‘ainda não’ do existir,
criando as condições mínimas e
suficientes para que possamos
viver nesta condição terrena de
designados por Deus para sermos,
neste mundo e neste tempo, os
sinais divinos de Cristo e as
centelhas do Espírito de Deus em
cada lugar...
António Sílvio Couto
ATUALIDADE
4 – Notícias de Beja
3 de Janeiro de 2013
Mensagem de Ano Novo do Presidente da República
Boa noite,
A todos desejo um Bom Ano Novo.
O ano de 2012 foi particularmente
difícil para os Portugueses.
O desemprego, em especial entre
os jovens, atingiu uma dimensão
preocupante.
Muitas famílias foram obrigadas a
reduzir as suas despesas do dia-adia, mesmo em bens essenciais a
uma vida digna.
Muitas pequenas e médias empresas encerraram as suas portas,
devido à quebra da procura de bens
e serviços.
Temos urgentemente de pôr cobro
a esta espiral recessiva, em que a
redução drástica da procura leva ao
encerramento de empresas e ao
agravamento do desemprego.
De acordo com as previsões oficiais, as dificuldades das famílias
não irão ser menores no ano que
agora começa.
O Orçamento do Estado para 2013,
aprovado pela Assembleia da
República, visa cumprir o objetivo
de redução do défice acordado com
as instituições internacionais que
nos têm emprestado os fundos
necessários para enfrentar a situação de emergência financeira a que
Portugal chegou no início de 2011.
A execução do Orçamento irá
traduzir-se numa redução do rendimento dos cidadãos, quer através
de um forte aumento de impostos,
quer através de uma diminuição das
prestações sociais.
Todos serão afetados, mas alguns
mais do que outros, o que suscita
fundadas dúvidas sobre a justiça
na repartição dos sacrifícios.
Por minha iniciativa, o Tribunal
Constitucional irá ser chamado a
pronunciar-se sobre a conformidade do Orçamento do Estado
para 2013 com a Constituição da
República.
O Orçamento entrou hoje em vigor,
no primeiro dia do ano de 2013. Se
tal não acontecesse, o País ficaria
privado do mais importante instrumento de política económica de que
dispõe e as consequências para
Portugal no plano externo seriam
extremamente negativas.
Portugueses,
São muitos, e cada vez mais, os que
se interrogam sobre a razão dos
sacrifícios que lhes são exigidos e
se esses sacrifícios serão realmente
necessários e úteis.
Os cidadãos anseiam saber se vale
a pena o esforço que estão a fazer e
se, no final, o País chegará a bom
porto.
É essencial que todos compreendam que as dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível
insustentável da dívida do Estado
e da dívida do País para com o
estrangeiro.
A dívida do Estado ultrapassa o
total da produção nacional durante um ano. Os juros absorvem
20% do total dos impostos que
são cobrados.
Enquanto se mantiver esta situação, em que as despesas do Estado
são maiores do que as receitas
arrecadadas, vamos acumulando
dívida à dívida já existente e o
montante dos juros vai subindo.
Por outro lado, a dívida externa do
País é mais do dobro da produção
anual, implicando o pagamento ao
estrangeiro de um montante de
juros muito elevado.
Esta situação é insustentável e
limita, de forma drástica, as possibilidades de financiamento do País.
Para corrigi-la, Portugal está a
executar o programa de assistência
financeira negociado pelo Governo
anterior com a União Europeia e o
Fundo Monetário Internacional.
Deixar de honrar os compromissos
internacionais que subscrevemos
não é uma opção credível.
Tentar negociar o perdão de parte
da dívida do Estado não é uma
solução que garanta um futuro
melhor. Poderia criar uma ilusão
momentânea, mas, no final, estaríamos numa situação dramática,
pior do que aquela em que nos
encontramos. Ninguém de bom
senso pode desejar essa situação
para o nosso País.
Por isso, temos de cumprir as
obrigações internacionais que
assumimos.
Temos de equilibrar as contas
públicas e reduzir a dívida externa.
Enquanto não o fizermos, a nossa
independência financeira será
sempre limitada.
Mas não podemos ignorar que, em
2012, ficou claro que um processo
de redução do desequilíbrio das
contas públicas acompanhado de
um crescimento económico negativo tende a tornar-se socialmente
insustentável.
O próprio objetivo de equilíbrio
das contas públicas torna-se mais
difícil de alcançar, porque a
austeridade orçamental conduz à
queda da produção e à obtenção
de menor receita fiscal. Segue-se
mais austeridade para alcançar as
metas do défice público, o que
leva a novas quedas da produção
e assim sucessivamente.
É um círculo vicioso que temos de
interromper.
Precisamos de recuperar a confiança dos Portugueses. Não basta
recuperar a confiança externa dos
nossos credores. Temos de trabalhar para unir os Portugueses e não
dividi-los.
No coração das dificuldades do
País está um problema fulcral: a falta
de crescimento da nossa economia.
É aí, no crescimento económico,
que temos de concentrar esforços.
Caso contrário, de pouco valerá o
sacrifício que os portugueses estão
a fazer.
A nossa economia tem sofrido
impactos muito negativos vindos
do exterior, que estão fora do nosso
controlo e não foram previstos
aquando da negociação do acordo
de assistência financeira.
É o caso da recessão na Zona Euro
e, em particular, a crise económica
que afeta Espanha, o principal
destino das nossas exportações.
Para alcançar o crescimento são
particularmente importantes os
apoios da União Europeia ao investimento e à competitividade, assim
como a melhoria das condições de
financiamento das empresas junto
do sistema bancário.
As nossas empresas pagam pelos
empréstimos taxas de juro muito
superiores às suas congéneres da
União Europeia.
Temos argumentos – e devemos
usá-los com firmeza – para exigir o
apoio dos nossos parceiros europeus, de modo a conseguir um
equilíbrio mais harmonioso entre o
programa de consolidação orçamental e o crescimento económico.
Em mais de 25 anos de pertença à
União Europeia, mostrámos ser um
parceiro credível do processo de
integração.
É do nosso interesse, mas também
do interesse da União, que a coesão
e a solidariedade não sejam meras
palavras de circunstância. É nas
alturas difíceis que se testa a
solidez do projeto europeu.
Na situação em que o País se
encontra, os agentes políticos e
sociais têm de atuar com grande
sentido de responsabilidade.
A resolução dos problemas nacionais pressupõe diálogo e consenso,
entendimentos feitos a pensar nos
Portugueses e no País como um
todo.
Devemos ter presente que o programa de assistência financeira foi
apoiado por partidos que representam 90% dos deputados à
Assembleia da República, deputados eleitos num sufrágio que teve
lugar há pouco mais de um ano e
meio.
O País não está em condições de se
permitir juntar uma grave crise
política à crise económica, financeira
e social em que está mergulhado.
Iríamos regredir para uma situação
mais penosa do que aquela em que
nos encontramos.
Devemos, pois, trabalhar em conjunto e unir esforços para encontrar
as soluções que melhor sirvam o
povo português.
O ano 2013 vai ser um ano difícil.
Mas pode ser também um ano em
que se comece a alterar a tendência
negativa que se verifica na produção nacional e no emprego, um
ano em que o clima de confiança
melhore e o investimento das
empresas comece a crescer.
Desejo que, com sentido patriótico,
e a pensar acima de tudo nos
Portugueses, o Governo, as forças
políticas e os parceiros sociais
trabalhem ativamente para que, já
em 2013, se inicie um ciclo de
crescimento da economia.
Se todos fizerem bem o que lhes
compete, é possível que o crescimento seja uma realidade no ano
que agora começa.
Pela minha parte, tenho esperança
que isso aconteça.
Sei que temos a solidariedade de
vários países da União Europeia,
países que reconhecem o nosso
esforço e consideram que, para bem
de toda a União, Portugal deve e
merece ser ajudado.
Diversos gestores de empresas
estrangeiras, com quem tenho
contactado, apontam Portugal
como um país onde vale a pena
investir, um destino com grandes
potencialidades.
Tenho encontrado jovens empresários de grande mérito, com
espírito inovador, que exportam
aquilo que produzem e que devem
ser incentivados pelas entidades
públicas e apoiados pelo sistema
bancário.
Os parceiros sociais, com quem
tenho dialogado frequentemente,
demonstram possuir uma visão
realista e moderna das relações
empresariais e laborais, e estão
preparados para responder às exigências dos tempos que vivemos.
Mas a minha esperança funda-se,
acima de tudo, no modo como os
Portugueses têm reagido às adversidades e aos sacrifícios.
O povo português tem dado mostras de um sentido de responsabilidade que deveria servir de
exemplo para os nossos agentes
políticos.
Os Portugueses estão conscientes
de que vivem tempos difíceis, mas
não têm baixado os braços na hora
em que é necessário ajudar os que
mais precisam.
É com emoção que vemos o extraordinário espírito de solidariedade e
de entreajuda do nosso povo.
Os Portugueses merecem um tempo
melhor, para si e para os seus filhos,
para as novas gerações.
Com esperança num tempo melhor,
desejo a todos os Portugueses um
Bom Ano Novo.
01.01.2013
Frases
“Temos urgentemente de
pôr cobro a esta espiral
recessiva, em que a redução drástica da peocura
leva ao encerramento de
empresas e ao agravamento
do desemprego”
“A execução do Orçamento irá traduzir-se numa
redução do rendimento
dos cidadãos, quer através
de um forte aumento de
impostos quer através de
uma diminuição das prestações sociais.
Todos serão afetados, mas
alguns mais do que outros,
o que suscita fundadas
dúvidas sobre a justiça na
repartição dos sacrifícios.”
“Tentar negociar o perdão
da parte da dívida do Estado não é uma solução
que garanta um futuro melhor. Poderia criar uma
ilusão momentânea, mas,
no final, estaríamos numa
situação dramática, pior do
que aquela em que nos
encontramos”.
“Mas não podemos ignorar, que, em 2012, ficou
claro que um processo de
redução do desequilíbrio
das contas públicas acompanhado de um crescimento económico negativo
tende a tornar-se socialmente insustentável”.
“Precisamos de recuperar
a confiança dos portugueses. Não basta recuperar a confiança externa
dos nossos credores. Temos de trabalhar para unir
os portugueses e não
dividi-los”.
“O País não está em condições de se permitir juntar
uma grave crise política à
crise económica, financeira
e social em que está
mergulhado”.
DIOCESE
3 de Janeiro de 2013
Animação Missionária na Diocese de Beja
A família, comunidade
evangelizadora
Estamos em tempo natalício, tempo
para a família, momento para manter
e reforçar laços, iluminados pela Luz
daquele que quis nascer numa
família, ser acolhido num regaço de
mãe e acariciado pelas mãos trabalhadoras de um carpinteiro, seu pai
adoptivo. À luz deste quadro terno
e exemplar, pode-se descobrir o
papel evangelizador da família.
Ainda não vai longe o tempo em
que na família havia praticamente
uma comunidade religiosa espontânea. Os pais tinham a preocupação de educar os filhos na fé e nos
valores religiosos em que acreditavam. A fé cristã passava de pais a
filhos
com
naturalidade.
Hoje damos conta de que os tempos mudaram como mudou a sociedade e o ambiente familiar. São
propostos valores novos e desprezados os velhos; a consciência e
os costumes sociais modificaramse notavelmente; algumas certezas
transformaram-se em dúvidas.
Ensina-se mais facilmente a ocupar
os primeiros lugares, a ganhar mais,
a ser mais espectacular que os
outros.
A pressão social leva a fazer dos
próprios filhos personagens de
relevo, atletas, homens e mulheres
de sucesso, competitivos na sociedade de bem-estar. E esquece-se o
dever de os ajudar a adquirir as
virtudes que os tornam verdadeiramente humanos e cristãos: a
honestidade, a lealdade, a justiça,
a bondade, a fé.
O pluralismo cultural da nossa
sociedade penetra dentro da família
com as mais variadas e contrapostas ideias e modos de viver.
Revela-se hoje uma falta geral de
comunicação entre as gerações. Os
filhos começam a distanciar-se das
tradições religiosas e morais dos
pais. Os modelos de vida de outrora
foram substituídos por outros
publicitados com insistência e
segundo critérios bem finalizados.
A missão evangelizadora da
família no projecto criador
e salvador de Deus
Na celebração do matrimónio, os
esposos cristãos assumem, perante
Deus e a comunidade cristã, a
missão da educação dos filhos na
fé. A liturgia do baptismo mostranos como os pais, com o seu amor
são colaboradores de Deus na obra
da criação ao transmitir o dom da
vida e da fé. A missão educadora
de toda a família é elevada, pelo
sacramento do matrimónio, à dignidade de evangelização e de educação da fé; A missão educadora
da família exige que os pais cristãos
proponham aos filhos todos aqueles conteúdos que são necessários
para o gradual amadurecimento da
sua personalidade de um ponto de
vista cristão...
O Sínodo sobre a Família apresentou a missão educativa da
família cristã como um verdadeiro
ministério, por meio do qual é
transmitido e irradiado o Evangelho
de modo que a própria vida familiar
se torna itinerário de fé e, de algum
modo, iniciação cristã e escola do
seguimento de Cristo. Na família,
consciente deste dom, como escreveu João Paulo II, “todos os
membros evangelizam e são evangelizados” (F. C. 39).
Na família “os pais devem ser para
os filhos os primeiros anunciadores
da fé” (LG.11 e 41); os esposos
devem ser “um para o outro e para
os filhos testemunhas da fé e do
amor de Cristo” (LG. 35); “cooperadores da fé, reciprocamente, em
relação aos filhos e a todos os
outros familiares” (AA.11).
Um casal cristão está pois investido de uma verdadeira missão
evangelizadora: ser para os filhos,
uma proposta viva e credível de fé.
Preocupar-se-á em que a mensagem
cristã lhes chegue com o máximo
de autenticidade e compreensão. E
a mensagem tornar-se-á mais credível pelo testemunho da sua
experiência de fé.
Missão Popular
e a Família
Desde logo, a Missão assenta na
base familiar ao constituir-se em
Assembleias ou Comunidades
Familiares. Famílias que abrem as
suas portas, que acolhem os vizinhos que, tal como as primeiras
comunidades, se reúnem à volta da
mesa da Palavra, reflectem e rezam;
que abrem a sua “igreja doméstica”
e a alargam a outras, para se tornar
a comunidade de todos e para
todos: crianças, jovens, adultos,
homens e mulheres, e se interessa
por todos, a começar pelos doentes
e sozinhos.
Se na primeira semana há o envolvimento das famílias ao ponto de
serem o núcleo da comunidade das
comunidades, na segunda semana
da Missão, torna-se rainha, na Festa
da Família, com a participação
activa dos casais em toda a celebração, de modo muito particular na
renovação do compromisso matrimonial. Pais e filhos, em uníssono,
dão graças a Deus pela família, pelo
amor, pelo dom e entrega.
No pós-missão, na continuação
dos encontros das assembleias, a
família volta a ter destaque, quando
os grupos se juntam para reflectir o
tema: Família – Igreja doméstica;
Como rezas, como vives? Aqui, de
movo se fala dos âmbitos da missão
evangelizadora da família que
passam pelo testemunho em família,
pelo compromisso na edificação da
Igreja e pelo compromisso no
mundo. “As famílias, quer singularmente, quer associadas, podem e
devem dedicar-se a múltiplas obras
de serviço social especialmente a
favor dos pobres e de todas aquelas pessoas e situações que a
organização da previdência e
assistência públicas não consegue
atingir”. (FC.44).
Cultivar a paixão
pelo bem comum
da família
Com as palavras de Bento XVI, na
sua Mensagem para o Dia Mundial
da Paz-2013, nas Missões ou fora
delas, deve-se ter muito em conta
que “os diversos obreiros da paz
são chamados a cultivar a paixão
pelo bem comum da família e pela
justiça social, bem como o empenho
por uma válida educação social” e
que “ninguém pode ignorar ou
subestimar o papel decisivo da
família, célula básica da sociedade,
dos pontos de vista demográfico,
ético, pedagógico, económico e
político, pois ela possui uma
vocação natural para promover a
vida: acompanha as pessoas no
seu crescimento e estimula-as a
enriquecerem-se entre si através do
cuidado recíproco. De modo especial, a família cristã guarda em si o
primordial projecto da educação
das pessoas segundo a medida do
amor divino. A família é um dos
sujeitos sociais indispensáveis
para a realização duma cultura da
paz. É preciso tutelar o direito dos
pais e o seu papel primário na
educação dos filhos, nomeadamente nos âmbitos moral e religioso. Na família, nascem e crescem
os obreiros da paz, os futuros
promotores duma cultura da vida e
do amor “ (nº 6).
A Sagrada Família fazia parte de um
Povo, constantemente em peregrinação, o mesmo é dizer, um povo
que se sabe, sempre a caminho: a
caminho do Templo e a caminho do
seu Deus. Fazem parte de uma
caravana, de uma “comunidade de
caminho” (synodia). Assim, a
exemplo da família de Nazaré, cada
um de nós, cada uma das nossas
famílias, em diocese e “num só
coração e numa só alma”, devemos
cultivar a paixão pela família de modo
a que estas se tornem autênticas
comunidades evangelizadoras.
P. Agostinho Sousa
CDM/Beja
Notícias de Beja – 5
Abela: Testemunhar a Fé
“O mundo contemporâneo é sensível à relação entre fé e arte. Neste sentido
se aconselha a valorização adequada com função catequética do património
das obras de arte presentes nos lugares da acção pastoral”.
Em Ano da Fé e à luz de uma das indicações da Congregação para a
Doutrina da Fé para a vivência deste acontecimento importante na vida da
Igreja, o grupo de catequistas e catequisandos da paróquia da Abela (Nossa
Senhora Abella), da unidade pastoral de Santiago do Cacém, assumiu esta
forma de dar testemunho da fé.
Desde o início do Advento até à Festa do Baptismo do Senhor, na grande
igreja paroquial da Abela, está patente ao público uma exposição com
motivos religiosos. Muitos habitantes da freguesia têm visitado esta
iniciativa, valorizando, deste modo, o trabalho e o empenho dos seus
promotores. Para todos, grandes e pequenos, tornou-se uma catequese
viva.
Incarnação, redenção, oração
A exposição, com várias mesas, dá destaque aos mistérios da Incarnação
e da Redenção, com muitos presépios e cenas do calvário. Assume uma
visibilidade muito grande o tema da oração. Nesta secção, estão expostos
mais de duzentos rosários, pertença de uma pessoa da terra. Também é de
notar a presença de imagens e medalhas da Virgem Maria, com seus diversos
títulos e invocações.
As peças, mesmo não sendo de uma arte muito valiosa, exprimem o amor,
a ternura e a presença de Deus, na vida das pessoas e são um sinal que as
faz chegar até Deus, através da oração e da contemplação. Muitas dessas
peças, encontram-se em pequenos altares”, nas casas das pessoas.
Entre as mesas temáticas há uma com pinturas, trabalhos em cortiça ou em
outros materiais, feitos pelas crianças da catequese e alusivas, sobretudo,
à quadra natalícia. Estes trabalhos foram colocados à venda e o seu produto
destina-se a apoiar a catequese.
A iniciativa, a mobilização, o empenho, a valorização da arte e o testemunho
patente na sua beleza e simplicidade, tornaram mais profunda a vivência
do Natal e lançaram desafios para novos eventos que ajudem as várias
gerações a conhecer e a transmitir a fé em Jesus Cristo, Salvador e Redentor
da humanidade.
P. Agostinho Sousa
SOCIEDADE
6 – Notícias de Beja
Testemunhos de vida
Registado
Os pontos do vigário
Ponto um. A previsível melancolia
do Natal foi contrariada pela intervenção de Artur Baptista da Silva,
autoproclamado economista, alegado alto funcionário da ONU,
professor de uma prestigiada e
inexistente universidade americana
e consultor imaginário do Banco
Mundial. Apetrechado destes
títulos virtuais, o sr. Baptista da
Silva participou numas conferências por aí, mereceu artigos
elogiosos na imprensa, concedeu
entrevistas a diversos media,
plagiou uma suposta tese de doutoramento e, celebremente, participou numa emissão do Expresso
da Meia-Noite, na SIC Notícias.
Ponto dois. Os órgãos informativos
que engoliram as aldrabices do sr.
Baptista da Silva mostram-se agora
indignadíssimos com o indivíduo
e, a título redentor, fazem questão
de exibir o autêntico currículo dele:
estada na prisão por burla, autoria
de cheques sem cobertura, passagem por uma duvidosa direcção
desportiva, autor do atropelamento
de duas senhoras em Santo André,
militância no PS e outras proezas
do género. Nenhuma das televisões, rádios e publicações impressas cujo desleixo permitiu a
trapaça se mostra inclinada a retirar
autênticas ilações da falta de
profissionalismo demonstrada.
Ponto três. O Expresso foi de longe
o órgão que, sobretudo na pessoa
3 de Janeiro de 2013
do seu director adjunto, mais
publicitou as opiniões do sr.
Baptista da Silva. Após um artigo
apologético e uma entrevista babada, ambos a cargo de Nicolau
Santos, o Expresso, novamente
através de Nicolau Santos, acaba
por admitir com relutância que,
conforme "tudo indica" (cito), o sr.
Baptista da Silva "não exerce os
cargos e as responsabilidades que
dizia ocupar". Logo, num gesto sem
precedentes, o semanário "resolveu
despublicar" (volto a citar) no
passado dia 24 a entrevista publicada no dia 15. Faltou explicar de
que forma se processa tão ousado
exercício. De qualquer maneira, a
avançada tecnologia que permite
"despublicar" uma entrevista pelos
vistos ainda não permite "despublicar" um artigo e "destransmitir"
um debate televisivo.
Ponto quatro. O sucesso inicial e
fulminante do sr. Baptista da Silva
prende-se somente com a sua
capacidade em reproduzir fielmente
os disparates de maior sucesso no
País durante os últimos dois ou três
anos, a saber: Portugal não tem de
pagar nada a ninguém. Os alemães
e a Europa em geral têm o dever de
sustentar a nossa folia. A troika é
má e injusta. A austeridade não se
justifica. Etc. Ou seja, o sr. Baptista
da Silva diz o que a vasta maioria
dos especialistas verdadeiramente encartados tem dito sem-
pre que chamados a propósito. E
a conclusão inevitável é a de que
a posse de diplomas a sério não
confere maior lucidez do que os
diplomas a brincar. A pior burla é
a "legitimada".
Ponto cinco. Além de ter dissipado
as últimas ilusões sobre a qualidade
de certo jornalismo, o sr. Baptista
da Silva teve graça. Desde logo,
pelas artimanhas que engendrou.
Depois, pelas ambições que revelou, aliás típicas da escala caseira.
Os charlatães de nível internacional
vestem fatos da Brooks Brothers e
fazem por se infiltrar no jet set que
paira em Saint--Tropez ou nos
grupos de decisão que frequentam
Washington, consoante os gostos.
O charlatão indígena veste-se
como Boaventura de Sousa Santos
e sonha penetrar uns estúdios
televisivos em Carnaxide. Ou, juro
pela minha saudinha, pertencer à
Academia do Bacalhau de Lisboa.
Ponto seis. No final de contas, o
caso do sr. Baptista da Silva resume-se a uma vigarice sem especial
gravidade, na qual um pobre diabo
inventa os cursos e a carreira que
nunca teve. Grave seria que um
membro do Governo ou, imagine-se por absurdo, o chefe de um
governo procedesse de igual modo.
Felizmente, disso estamos livres.
A fé de ateus em crise
Sempre ouvi dizer que nos momentos de aflição todos gritam por Deus
e só são ateus os que não precisam dele.
Confirma isto mesmo o que se passou com o presidente do Uruguai. A
precária saúde do presidente Hugo Chávez conseguiu no passado dia
13 de Dezembro o que muitos uruguaios consideram um milagre: levar
o presidente de seu país, José Mujica, ateu confesso, à missa para
pedir a recuperação do seu amigo venezuelano.
Perante o olhar atento da imprensa do país sul-americano, considerado
o mais laico do continente e onde a separação entre Igreja e Estado é
cumprida com todo rigor, o veterano Mujica, um ex-guerrilheiro de 77
anos, pouco dado a cerimónias e protocolos, apresentou-se na igreja
dos Franciscanos Conventuais de Montevideo para acompanhar as
orações pela saúde de Chávez.
O templo estava repleto e junto aos habituais paroquianos estava
também a esposa de Mujica, a senadora Lucía Topolansky, e o ministro
dos Negócios Estrangeiros, Luis Almagro, e do Trabalho, Eduardo
Brenta.
Mujica acompanhou a cerimónia atentamente no primeiro banco junto
com o embaixador venezuelano no Uruguai, Julio Chirinos, e chegou
até mesmo a benzer-se enquanto o padre à Eucaristia.
“Estou ficando velho e não sei se me estou a aproximar de Deus ou
não. Não sou crente. Dentro do meu coração ainda não posso ou não
sei crer. Mas eu sei que Chávez acredita. Não encontrei outra opção do
que fazer uma coisa destas para praticar um pouco de solidariedade
num momento difícil para ele”, disse o presidente aos jornalistas.
O próprio Hugo Chavez que tanto mal disse dos bispos da Venezuela
e do próprio Papa, logo após a doença mudou completamente de atitude
e passou a dar testemunho público da sua fé e do seu respeito para
com as autoridades católicas.
Alberto Gonçalves,
“Diário de Notícias”, 30.12.2012
A fé de um campeão
Registamos e
agradecemos
cartões de boas
festas
Padre Paulo Condeça, pároco de
Aljustrel; Câmara Municipal de
Borba; Ovibeja; Pároco de Santo
André (Mafra); Casa do Povo de
Alvalade, Padre Américo Pires Dias
(Seia), Padre Joaquim Teixeira
(Seia); António Pereira (Odemira);
General António Calixto e Silva
(Lisboa); EDIA (Beja); Marisa
Angela Atayde (Alvalade); Gráfica
Almondina (Torres Novas); Graciete Apolinário (Pedrógão); Alice
Guerreiro Palma (Almodôvar);
Maria Leonor Nunes (Beja); Hotel
Santo Amaro (Fátima), Florinda
Barão dos Santos Sequeira
(Mértola); Padre José Machado
Vicente (Carviçais) e Pároco de
Remelhe (Barcelos).
Josh Davis foi um dos maiores expoentes da natação norte americana.
De entre os seus muitos títulos e prémios, ele chegou a ser detentor do
recorde nacional de natação dos Estados Unidos, campeão do mundo
nos anos de 1994 e 1998.
Mas as suas principais conquistas deram-se nos jogos olímpicos, em
1996. Nas Olimpíadas de Atlanta, ele foi o único atleta a ganhar três
medalhas de ouro.
Em recente entrevista ao site “The Christian Post”, Josh Davis falou
sobre a sua Fé, sobre como tem compartilhado a Palavra de Deus, e
também sobre a sua amizade com o escritor cristão Max Lucado. O
atleta também falou sobre seu livro “The Goal and the Glory”, “A meta
e a glória”, o qual foi prefaciado por Lucado.
Davis fez uma compilação de histórias de atletas cristãos neste seu
livro e falou ao “The Christian Post” sobre o seu livro e como ele se
sentiu depois de ganhar sua primeira medalha de ouro.
“Provei o melhor que o mundo tinha a oferecer e era doce. . . Mas, é tão
rápido! Tendo saboreado a glória, agora sinto um vazio. Foi
decepcionante experimentar o choque de estar no pico e, em seguida,
estar tão lá em baixo. Fiquei um pouco confuso e desiludido” – diz o
referido campeão.
Questionado sobre como conhecera o famoso escritor, Davis
respondeu, “Frequento a mesma igreja que ele, então, é fácil encontrálo”. E diz que o conheceu quando ele lhe pediu para o ajudar a treinar
natação.
Davis tem viajado pelos Estados Unidos, para falar sobre o amor de
Deus. A sua meta agora é falar sobre a glória que nos espera se
cumprirmos a palavra de Deus.
NACIONAL
3 de Janeiro de 2013
Cónego José
Amaro
Teixeira
(1911 - 2013)
Morreu o padre mais
idoso de Portugal
O cónego José Amaro Teixeira, de
101 anos morreu no dia 2 na Casa
Sacerdotal de Lisboa.
O padre mais idoso de Portugal
nasceu a 19 de agosto de 1911, em
Belmonte, na Diocese da Guarda, e
tinha sido ordenado a 6 de abril de
1935.
Como aluno do Seminário dos
Olivais, no Patriarcado de Lisboa,
esteve presente na inauguração
desta instituição, em 1931.
Entre outras funções, foi diretor
espiritual no Seminário de Almada
(1935-1945); vice-reitor do Seminário dos Olivais (1945-1959);
pároco de S. Mamede, em Lisboa
(1959-1968); governador na diocese na ausência do prelado, durante o Concílio Vaticano II (1962);
vigário episcopal (1967-1968);
vigário geral-adjunto (1972-1990);
foi nomeado pelo Papa capelão da
Santa Sé (monsenhor) em 1991; juiz
do Tribunal Patriarcal (2000).
A celebração das exéquias decorreu no dia 3, na Casa Sacerdotal em
Lisboa, sob a presidência do cardeal-patriarca, D. José Policarpo.
Bispo do Porto
apela à defesa da
vida
O bispo do Porto faz votos de que o
ano de 2013 seja marcado pela defesa
da vida, sem “qualquer hesitação”,
criticando o “amolecimento cultural ou
legal” em relação a esta matéria, que
considerou como “um atentado à paz”.
“Estando Deus aí mesmo, na vida em
gestação, dentro ou já fora do ventre
materno, como se torna prioritária a
promoção e salvaguarda de cada vida
humana, no arco total da sua existência
terrena”, disse D. Manuel Clemente, no
dia 1, na homilia da missa da solenidade
de Santa Maria, Mãe de Deus, e Dia
Mundial da Paz.
O prelado considerou “estranho” que
se apresentem como “progressos
civilizacionais” aquilo que denominou
de “autênticas regressões de dois mil
anos, desprotegendo a vida em todo
seu verdadeiro percurso, pré e pósnatal”.
Após desejar as “maiores felicidades”
pessoais, familiares e sociais, para o
ano que começa, o vice-presidente da
Conferência Episcopal Portuguesa
alertou para as ameaças que se podem
levantar à paz das famílias e de sociedades inteiras, se “contemporizarem
com qualquer tipo de antinatalismo ou
reducionismo existencial”.
“A fragilidade da vida uterina ou a
fraqueza e enfermidade que a atinjam
depois, são outros tantos apelos a
que acorramos céleres – como os
pastores do Evangelho – ao seu
cuidado preciso, solidário e eficaz”,
acrescentou.
D. Manuel Clemente pediu aos católicos atitudes “concretas de salvaguarda e proteção da vida”, num
momento “complexo e exigente” para
o país e a Europa, “sobretudo nas
famílias, de dificuldades acrescidas nos
tempos que correm”.
“Não lhes falte a esperança, com a fé e
a caridade em que a vida divina se faz
sua também, nelas continuando o que
o Evangelho nos deu a contemplar”,
disse, na Sé do Porto.
D. Manuel Felício
pede coragem para
pôr em causa lei do
aborto
O bispo da Guarda afirmou, no dia 1,
que a sociedade portuguesa tem de
ter a “coragem” para repensar e pôr
em causa a lei do aborto.
“Se nós portugueses queremos ser,
de verdade, cidadãos sérios e responsáveis pela sustentabilidade da
sociedade que nos está confiada,
temos de assumir a coragem de pôr
em causa esta lei e procurar caminhos
novos de acolhimento às crianças,
que são de facto o nosso futuro”,
afirmou D. Manuel Felício na homilia
na solenidade de Santa Maria, Mãe
de Deus.
A taxa de natalidade portuguesa é
“aflitiva” e o “grande fator de
desequilíbrio que mais nos afeta”
sustenta o bispo que preconiza a
necessidade de se promover a família.
“Temos de ter também a coragem de
promover as nossas famílias e darlhes condições para exercerem com
dignidade o seu estatuto de serviço
à sociedade”, refere na homilia que
assinala também o Dia Mundial da
Paz, instituído em 1967 pelo Papa
Paulo VI.
Para o prelado os portugueses
devem “questionar” a legislação
familiar, pois, refere, “não há direito
de querer confundir as autênticas
famílias organizadas num matrimónio
estável, feitas de marido e esposa,
pais e filhos com outros supostos
modelos de família que não passam
de uniões de facto”.
D. Manuel Felício dirige ainda uma
palavra aos decisores políticos para
que se “empenhem em criar condições para que todos possam trabalhar”, mesmo sem a oferta dos
empregos tradicionais.
Nas zonas de interior “já bastante
desertificadas”, continuam a existir
“potencialidades próprias, capazes
de produzir bens que outros meios
não produzem” e que com “imaginação e criatividade” podem ajudar
a “abrir caminhos novos do desenvolvimento e da economia”.
Notícias de Beja – 7
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Publ.
Cartório Notarial de Ourique - Notária Maria Vitória Amaro
Certificado
Certifico, para fins de publicação, que no dia
catorze de Dezembro do ano dois mil e doze,
no Cartório Notarial de Ourique, a folhas
dezoito e seguintes do Livro de Notas para
Escrituras Diversas número Cinquenta e Um
- D, se encontra exarada uma escritura de
Justificação, na qual Sérgio Manuel
Conceição Parreira Graça, divorciado, natural
da freguesia e concelho de Aljustrel, residente
na Rua General Humberto Delgado, n.º 33,
freguesia de Rio de Moinhos, concelho de
Aljustrel, NIF 158 525 434, se declara dono e
legitimo possuidor, com exclusão de outrém,
dos seguintes prédios situados na freguesia
de Rio de Moinhos, concelho de Aljustrel: a)
- Urbano, sito na Rua General Humberto
Delgado, n.º 29, constituído por uma morada
de casas térreas destinadas a habitação
composto por oito compartimentos e quintal,
com a superfície coberta de cento e cinquenta
e sete virgula cinquenta metros quadrados e
descoberta de dois mil duzentos e vinte
metros quadrados, inscrito na respectiva
matriz em nome de João Honório, sob o
artigo 45, com o valor patrimonial de 4.276,99
euros, igual ao atribuído, omisso na
Conservatória do Registo Predial de Aljustrel;
e b) - Urbano, sito na Rua General Humberto
Delgadoi, n.º 33, constiuído por uma morada
de casas térreas destinadas a habitação
composto por dois quartos, cozinha, casa
de banho, corredor, sala, marquise, com a
superfície coberta de cento e nove virgula
vinte e cinco metros quadrados e descoberta
de centop e noventa e quatro virgula setenta
e cinco metros quadrados, inscrito na
respectiva matriz em nome do justificante,
sob o artigo 673, com o valor patrimonial de
13.578,61 euros, igual ao atribuído, omisso
na Conservatória do Registo Predial de
Aljustrel.
Que o justificante não possui qualquer título
para efetuar o registo a seu favor, destes
prédios, na Conservatória, embora sempre
tenha estado, há mais de vinte e dois anos,
na detenção e fruição dos citados prédios,
os quais vieram à sua posse por doação,
feita por seus pais, Dolores da Conceição e
marido Francisco Parreira Graça, casados
que foram segundo o regime de comunhão
geral de bens e residentes em Rio de
Moinhos, Aljustrel, prédios estes que foram
herdados, por seus pais, de João Honório,
solteiro, maior, residente que foi em Rio de
Moinhos, Aljustrel em dia, mês e ano que
não pode precisar. Que tal doação não foi
reduzida a escritura pública, mas que desde
logo entrou na posse e fruição dos prédios,
em nome próprio, posse que assim detém
há mais de vinte e dois anos, sem interrupção
ou ocultação de quem quer que seja, de modo
a poder ser conhecida por todo aquele que
pudesse ter interesse em contrariá-la.
Esta posse assim mantida e exercida, foi-o
sempre em seu próprio nome e interesse, e
traduziu-se nos factos materiais conducentes
ao integral aproveitamento de todas as
utilidades dos prédios designadamente,
utilizando-os, fazendo as necessárias obras
de conservação, e pagando os respectivos
impostos.
É assim tal posse pacífica, pública e contínua
e durando há mais de vinte anos, facultandolhe a aquisição do direito de propriedade dos
citados prédios por usucapião, direito pela
sua natureza, não pode ser comprovado por
qualquer título formal extrajudicial.
Ñestes termos, e não tendo qualquer outra
possibilidade de levar o seu direito ao registo,
vem justificá-los nos termos legais.
Está conforme o original.
Cartório Notarial em Ourique, da Notária,
Maria Vitória Amaro, aos catorze de
Dezembro de 2012.
A Notária
Maria Vitória Amaro
3
Janeiro
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Editado em
Portugal
Tiragem
3.000
ÚLTIMA PÁGINA
3 de Janeiro de 2013
O fim do Credo /
O último artigo do Credo
1. No anuário da Diocese de Beja
vêm, nas páginas 30-32, os
nomes dos padres e bispos
falecidos desde 1954. O quadro
não pede crisântemos, antes
aviva o tesouro de família.
Neste fim de ano, pus-me a ler
essas páginas e pude encontrar
os nomes e datas da morte de D.
José do Patrocínio Dias (+1965),
de D. Manuel dos Santos Rocha
(+1983), de D. António Cardoso
Cunha (+2004, em Chaves) e de
D. Manuel Franco Falcão (+2012).
Conheci-os a todos quatro: do primeiro guardo a imagem de um
soldado e bispo medalhado e fixei-o nas suas deslocações a Braga
durante os meus anos de estudo no Seminário da diocese; do segundo retenho o seu ar de pessoa otimista e li alguns livros escritos
para a formação dos militantes da Acção Católica; o terceiro foi bispo
de Vila Real, com quem trabalhei durante quatro anos como Coadjutor, e dele ouvi referências pastorais aos seus tempos de Coadjutor
de Beja; do terceiro conservo a memória viva dos muitos, variados e
generosos trabalhos na Conferência episcopal.
Dos padres ali citados, que trabalharam numa zona distante da minha,
ouvi falar, mormente do padre Fatela e do padre Joaquim Maria
Lourenço, tradutor zeloso dos livros de Tiámer Toth, destinados á
educação da juventude e que devorei há sessenta anos.
Por isso é que, neste agonizar de 2012, aqueles nomes vieram ao meu
encontro vencendo a distância e o esquecimento. É possível que
alguns deles estejam gravados em ruas e instituições. Mesmo assim,
a névoa do tempo tudo ameaça encobrir.
2. Perante essa agressão do nevoeiro, sobe-me do coração insofrida
a pergunta metafísica: onde está toda essa gente – bispos e padres,
e também as religiosas e os leigos que os ouviram e com eles
trabalharam? Um dos bispos repousa neste «mar de pedra» de Vila
Real, e os outros noutros mares de terra. Nunca mais os tornaremos
a ver? Ficam cortados para sempre os laços afetivos e de gatidão?
O Catecismo da Igreja Católica traz a resposta consoladora: na terra
ficam somente os restos mortais; as suas almas, melhor, os seus
«eus», vivem com Deus. Sinto, porém, necessidade de insistir na
pergunta, para que a resposta ultrapasse a frieza da tabuada e faça
sentir nos leitores a sua aderência anímica: estão vivos, mais vivos
que nunca, para além das limitações do tempo e do espaço, da
fisiologia e da memória.
A permanência da sua vida resulta do diálogo que estabeleceram
com Deus que é Vida e faz viver. Após a purificação sofrida no
encontro/julgamento pessoal com Deus a seguir à morte, entraram
na visão da face de Deus e da face dos seus eleitos. Nos cemitérios
ficaram os restos mortais de cada um desses «eus», mas estes
continuam vivos, como todos os que acreditam em Jesus Cristo. Só
podem ficar excluídos da Vida os que voluntariamente,
conscientemente, teimosamente, rejeitaram esse diálogo e essa luz.
3. Não me perguntem «onde» é o céu, pois o «onde» está preso ao
espaço material, e eles vivem fora das coordenadas do espaço e do
tempo, num «estado» de vida que «a gente não pode dizer», como se
exprimia o Francisco de Fátima acerca de Deus e do céu
Nem me perguntem «como» é esse viver, pois «nem os olhos viram,
nem os ouvidos ouviram, nem jamais passou pela mente humana o
que Deus preparou para os seus eleitos», garantiu S. Paulo. Sei que
veem a Deus e são vistos por Deus, que veem os eleitos e são vistos
por eles, numa comunhão de vida que nos ultrapassa, e isso basta..
É consolador o último artigo do Credo: «Creio na vida eterna»
O «Ámen» final é um termo quase igual ao hebraico, e que praticamente condensa tudo o que diz a palavra «creio». Por isso se repete
antes da Comunhão e noutros momentos importantes : «Ámen» =
creio. O «Ámen» do Credo prolonga, como o bronze do sino, o que
professamos ao dizer: creio que Deus faz participar da sua vida eterna
aqueles que iniciaram na terra o diálogo com Jesus Cristo morto e
ressuscitado: «eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância» ( Jo 10,10). O profeta Isaías chama a Deus o «Deus do
Ámen», da fidelidade; e o Apocalipse diz que Jesus é um «Ámen à
vontade do Pai». ( Catecismo da Igreja Católica, 1061-1065)
O ano de 2012 vai morreu e não volta mais. O tempo vivido com Deus
também não volta atrás, mas sobe e entra na contagem dos «dias do
Senhor».
Joaquim Gonçalves
(Bispo emérito de Vila Real)
Deste
Mundo
e do
Outro
Papa inaugurou presença
no Twitter e já é seguido
por mais de 2 milhões
O Papa inaugurou a sua presença
na rede social Twitter no dia 12 de
Dezembro, com uma mensagem de
agradecimento e três respostas a
questões sobre fé.
“Queridos amigos, é com alegria
que entro em contacto convosco
via twitter. Obrigado pela resposta
generosa. De coração vos abençoo
a todos”, escreveu Bento XVI, no
primeiro texto publicado.
Os pequenos textos são publicados
com autorização de Bento XVI em
oito idiomas: inglês, espanhol,
italiano, português, alemão, poláco,
árabe e francês.
A conta do Papa naquela rede
social - @pontifex - já superou os
dois milhões de seguidores, dos
quais mais de 51 mil seguidores em
língua portuguesa.
Numa primeira fasem os “tweets”
da conta são lançados às quartasfeiras, dia da audiência pública
semanal.
O presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais
(Vaticano) refere que as novas
tecnologias deram origem a “uma
nova cultura” que a Igreja Católica
não pode ignorar. “O desejo do
Papa era o de estar onde as pessoas
moram e ficar ao seu lado com
palavras de cerdade”, explica o
arcebispo italiano D. Claudio Celli.
O twitter é a ferramenta de microblogging mais difundida no mundo
das comunicações virtuais, com
mais de 500 milhões de utilizadores,
permitindo a distribuição de pequenos textos contendo no máximo 140
carateres.
Educação ateísta
O massacre ocorrido na escola
primária Sandy Hook, na pequena
cidade de Newtown, Connecticut,
reacendeu os debates entre personalidades e políticos norte americanos acerca do controle de armas.
Porém, o ex-governador do estado
do Arkansas comentou o episódio
afirmando que um controle mais
rígido sobre os armamentos não irá
impedir novas tragédias desse tipo,
e que novos tiroteios não serão
impedidos “a menos que se possa
mudar o coração das pessoas”.
Huckabee argumentou, na Fox
News, que tragédias como a do
tiroteio em Sandy Hook serão
evitadas apenas formando as pessoas na lei de Deus, não aumentando o controle de armas.
– Perguntamos por que há violência
nas nossas escolas, mas nós temos
sistematicamente removido Deus
de nossas escolas. Deveríamos
estar tão admirados que as escolas
se tivessem tornado um lugar para
a carnificina, se nós fizemos delas
um lugar onde não se fala sobre a
eternidade, a vida, a responsabilidade, a prestação de contas? –
questionou Huckabee.
Ex-candidato presidencial do Partido Republicano, Huckabee já
expressou esta linha de raciocínio
após outros massacres que aconteceram no país. Quando do tiroteio
num cinema em Aurora, Colorado,
em julho, quando James Holmes
matou 12 pessoas, Huckabee afirmou que tais episódios de violência
acontecem por que as pessoas não
são educadas nos bons princípios
religiosos e a nação está a sofrer
com a remoção da religião da esfera
pública.
Terras abandonadas
As terras abandonadas vão poder
ser vendidas 15 anos depois de
serem consideradas como “sem
dono conhecido”, segundo a lei que
cria a bolsa de terras e que foi
publicada há dias no “Diário da
República”.
Durante este período, os terrenos
podem ser disponibilizados na bolsa
de terras pela entidade designada
para o efeito (Direção Geral de
Agricultura e Desenvolvimento
Rural), sendo devolvidos se for feita,
entretanto, prova de propriedade.
O proprietário não pode, no entanto, extinguir unilateralmente os
contratos existentes e poderá ter de
ressarcir a entidade gestora da
bolsa de terras pelas despesas e
“benfeitorias” realizadas nos seus
terrenos.
O Estado vai poder também arrendar os terrenos agrícolas abandonados enquanto dura o processo
de reconhecimento da propriedade,
pelo prazo máximo de um ano.
Se o dono aparecer enquanto dura
este processo, o terreno será
devolvido e o proprietário tem
direito a receber “rendas e outros
proveitos entretanto recebidos
pelo Estado, deduzido do valor das
despesas e/ou benfeitorias necessárias realizadas no prédio”, bem
como uma taxa de gestão cujo valor
será fixado numa portaria.
Escolas Agrícolas
Cerca de dois mil jovens frequentam, neste ano, as 16 escolas
profissionais agrícolas do país. O
número triplicou em cinco anos. A
alta taxa de empregabilidade parece
explicar a aposta nos cursos ligados
à terra.
“As pessoas têm de se convencer
de que o futuro do país passa pela
agricultura e que temos de revitalizar o setor com mão-de-obra
jovem e bem formada. As escolas
profissionais agrícolas, face à sua
componente letiva fundamentalmente prática, são as únicas
capazes de formar quadros intermédios que acabam os seus cursos
e estão prontos a trabalhar”, defende o diretor da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos, distrito de
Aveiro.
Luís Barradas, líder da Associação
Portuguesa de Escolas Profissionais Agrícolas, diz que, nos últimos
cinco anos, tem havido um “aumento generalizado de procura dos
cursos ligados à terra” e uma
“viragem dos jovens para o trabalho rural”.
Bom humor
Apetite de saber
A professora diz ao aluno:
- Mas... O que é que tu estás a
comer?
- Os trabalhos de casa, senhora
professora.
- Mas porquê?
- A professora é que disse que eles
eram canja...
*
Partilha de bens
Ela: Vê bem, Paulo, desde a roupa
toda da casa até ao mobiliário, tudo
o que está aqui fui eu que o trouxe.
Tu, antes do nosso casamento, o
que é que tinhas para me dar?
Ele: Paz e sossego, Alice!
*
Tão querido!
- Olha o que diz o jornal: “Um
homem trocou a mulher por um
cavalo.”. Tu não farias uma coisa
destas, pois não? - pergunta a
mulher.
- Não. Preferia um automóvel!
*
Amigas da felicidade
- Grande parte da minha felicidade
devo-a a dois livros, diz uma.
- E que livros são esses? - pergunta
a outra.
- O livro de cozinha da minha mãe e
o livro de cheques do meu pai.
A.B.