Jornal - Sociedade Portuguesa de Pneumologia
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DIÁRIO do www.jasfarma.com Em colaboração com n.º1 n.º2 sábado, 10 domingo, 11 Distribui� Troia, 9 a 11 de novembro 2012 Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro Comissão de Trabalho de Reabilitação Respiratória Revista das revistas – Tuberculose MET, Medical Emergency team – vale mais prevenir que remediar Competência em medicina do sono É atualmente consensual que “a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ultrapassa as fronteiras do pulmão e vias aéreas”, explica o Dr. João Munhá, dizendo ainda que “o peso das suas consequências sistémicas e das comorbilidades associadas é reconhecido em diversos documentos de consenso, nomeadamente na última revisão do GOLD, que explicita o contributo destas para a severidade global da doença”. A tuberculose, que a ciência conhece bem, que sabe como diagnosticar, prevenir e tratar, “continua a ser uma das mais importantes causas de morbilidade e mortalidade mundiais”, refere a Dr.ª Raquel Duarte. E acrescenta: “Os novos meios complementares de diagnóstico pretendem ser mais fáceis de usar enquanto mantêm a sensibilidade e especificidade dos testes anteriores.” O primeiro elo da cadeia de sobrevivência é o reconhecimento precoce do doente em risco e a prevenção da paragem cardiorrespiratória (PCR). “A percentagem de doentes que têm alta para o domicílio, pós-PCR intra-hospitalar, é inferior a 20%. No meio intra-hospitalar, a resposta ao doente que está em risco de vida nem sempre é a mais adequada”, comenta o Prof. Doutor Álvaro Moreira da Silva. Segundo a Dr.ª Paula Pinto, “a atual classificação de distúrbios do sono elenca 75 entidades nosológicas, verificando-se uma elevada prevalência na população desde a insónia, que atinge cerca de 20 a 30% dos indivíduos, à apneia do sono, com 2 a 4%, até à enorme prevalência das alterações do padrão de sono-vigília, com as suas consequências nefastas para a saúde e para a sociedade”. 03 04 05 05 03 9 a 11 de novembro 2012 Comissão de Reabilitação Respiratória É atualmente consensual que a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ultrapassa as fronteiras do pulmão e vias aéreas. O peso das suas consequências sistémicas e das comorbilidades associadas é reconhecido em diversos documentos de consenso, nomeadamente na última revisão do GOLD, que explicita o contributo destas para a severidade global da doença. Dr. João Munhá Coordenador da Comissão de Reabilitação Respiratória da SPP Estas refletem-se tanto no prognóstico como no espetro sintomático. A fraqueza muscular, as alterações nutricionais, a ansiedade e depressão, a osteoporose são comuns nas pessoas com DPOC, que, por sua vez, sofrem frequentemente de insuficiência cardíaca ou cardiopatia isquémica, de alterações vasculares periféricas ou de alterações metabólicas. Esta perigosa constelação afeta a sobrevida e a qualidade de vida, aumenta a utilização de recursos de saúde e contribui para a limitação da tolerância ao exercício, para a dispneia e para o ciclo vicioso de inatividade e descondicionamento. A chave para a otimização terapêutica está tanto no tratamento farmacológico como no não farmacológico. A reabilitação respiratória (RR) integra o tratamento da pessoa com DPOC sintomática, complementando a terapêutica farmacológica. Ao contrário desta última, dirige-se principalmente aos componentes não pulmonares da doença. É relevante o facto de a reabilitação ser reconhecidamente benéfica no tratamento de algumas patologias associadas à DPOC, com componentes em tudo semelhantes aos usados em RR - treino muscular, educação e autogestão, suporte nutricional e psicológico. É, pois, realista pensar que estes doentes possam beneficiar de um modelo comum se acauteladas as características específicas a cada patologia. Os doentes com DPOC e comorbilidades são frequentemente candidatos a programas de RR. Sendo assim, várias questões se levantam. De que forma estas afetam o resultado final dos programas? Ou, pelo contrário, beneficiam com a inclusão em programas com as técnicas usadas em RR? Como devem ser avaliados os candidatos com comorbilidades? Como deverão ser treinados, que adaptações deverão ser feitas e que precauções deverão ser tomadas? Foi neste sentido que a Comissão de Reabilitação Respiratória organizou uma mesa-redonda dedicada ao tema “Reabilitação no doente com DPOC e com morbilidades”, moderada pela Dr.ª Paula Simão e pelo Dr. João suficiência cardíaca, a Dr.ª Paula Almeida, fisiatra do Hospital Pedro Hispano, abordará o treino do doente com DPOC e cardiopatia periférica e doença vascular periférica, e a Dr.ª Ana Luísa Marques da Costa, da Munhá. Na primeira comunicação, a Dr.ª Fátima Rodrigues, do Hospital Pulido Valente, abordará a relevância das comorbilidades na reabilitação respiratória. Seguidamente, serão abordadas particularidades do treino em diferentes situações. O Dr. João Munhá falará do treino do doente com DPOC e in- Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, referir-se-á ao treino da pessoa com DPOC e diabetes mellitus. Pensamos que a atualidade e relevância do tema é um garante para o sucesso desta mesa-redonda, para a qual convidamos desde já todos os participantes neste XXVIII Congresso de Pneumologia. Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória D urante o triénio 2010-2012, a Comissão de Trabalho de FR da SPP teve como tarefa principal elaborar e recolher as contribuições dos seus membros previamente designados para a elaboração de um “Manual de Boas Práticas” em função respiratória. Esta tarefa foi herdada da Comissão anterior e foi concluída. A referida tarefa insere-se no programa de trabalho com o qual esta Direção se comprometeu no sentido de contribuir para um objetivo há muito traçado pela SPP – criar as condições Dr. Nuno Neuparth Coordenador da Comissão de Trabalho de FR da SPP para se proceder à certificação dos laboratórios de função respiratória a nível nacional. Pretende-se criar as condições para que todos os laboratórios certificados fiquem em igualdade de circunstâncias para poderem competir no mercado, assegurando que TODOS cumprem as mesmas normas. Durante o Congresso Anual da SPP do presente ano teremos uma reunião promovida pela CT de FR, onde serão elaboradas recomendações para prosseguir com esta tarefa. Para este efeito, convidámos um perito de uma agência especializada para nos ajudar a planear os próximos passos. Aspetos fundamentais deste processo, como a submissão de um caderno de encargos às entidades reguladoras solicitando o início do processo, bem como o planeamento dos seus custos, serão abordados. Também durante o congresso deste ano, será designada uma comissão de revisão e edição final do “Manual de Boas Práticas”, com um prazo estabelecido para o enviar para publicação. Dada a dimensão do manual, deverá também decidir-se, nesta reunião, a estratégia para a sua publicação. 04 9 a 11 de novembro 2012 Revista das revistas – Tuberculose A tuberculose, que a ciência conhece bem, que sabe como diagnosticar, prevenir e tratar, continua a ser uma das mais importantes causas de morbilidade e mortalidade mundiais. Depois de anos em que não houve investimento científico em tuberculose – o diagnóstico de tuberculose activa assentava na identificação do Mycobacterium tuberculosis em exame directo e cultural, o tratamento consistia nos quatro fármacos de primeira linha e o diagnóstico de infecção latente baseava-se no controverso teste tuberculínico –, os últimos anos têm sido profícuos em investigação na área da tuberculose. Dr.ª Raquel Duarte Centro de Referência Regional para a Tuberculose Multirresistente da Região de Saúde do Norte. Centro de Diagnóstico Pneumológico de Vila Nova de Gaia Os novos meios complementares de diagnóstico pretendem ser mais fáceis de usar enquanto mantêm a sensibilidade e especificidade dos testes anteriores. Os novos fármacos e esquemas terapêuticos são particularmente dirigidos para o tratamento da tuberculose multirresistente, que coloca hoje em questão a possibilidade de controlo da doença a nível mundial. Finalmente, surgem fármacos novos e surgem resultados de coortes alargadas que nos permitirão delinear estratégias de tratamento destes doentes com base em evidência e não, como até à data, na opinião do especialista. Na sessão da revisão de tuberculose proponho-me discutir os artigos que me pareceram mais relevantes publicados em 2012 na área da tuberculose: 1. Kolk AH, van Berkel JJ, Claassens MM, Walters E, Kuijper S, Dallinga JW, van Schooten FJ. Breath analysis as a potential diagnostic tool for tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis. 2012 Jun;16(6):777-82. 2. Aabye MG, Eugen-Olsen J, Werlinrud AM, Holm LL, Tuuminen T, Ravn P, Ruhwald M. A simple method to quantitate IP-10 in dried blood and plasma spots. PLoS One. 2012;7(6). 3. Bumbacea D, Arend SM, Eyuboglu F, Fishman JA, Goletti D, Ison MG, Jones CE, Kampmann B, Kotton CN, Lange C, Ljungman P, Milburn H, Morris MI, Muller E, Muñoz P, Nellore A, Rieder HL, Sester U, Theodoropoulos N, Wagner D, Sester M. The risk of tuberculosis in transplant candidates and recipients: a TBNET consensus statement. Eur Respir J. 2012 Oct;40(4):990-1013. Epub 2012 Apr 10. 4. Diacon AH, Donald PR, Pym A, Grobusch M, Patientia RF, Mahanyele R, Bantubani N, Narasimooloo R, De Marez T, van Heeswijk R, Lounis N, Meyvisch P, Andries K, McNeeley DF. Randomized pilot trial of eight weeks Antimicrob Agents Chemother. 2012 Jun;56(6):3271-6. 5. Diacon AH, Dawson R, von Groote-Bidlingmaier F, Symons G, Venter A, Donald PR, van Niekerk C, Everitt D, Winter H, Becker P, Mendel CM, Spigelman MK. 14-day bactericidal activity of PA-824, bedaquiline, pyrazinamide, and moxifloxacin combinations: a randomised trial. Lancet. 2012 Sep 15;380(9846):986-93. 6. Gler MT, Skripconoka V, Sanchez-Garavito E, Xiao H, Cabrera-Rivero JL, Vargas-Vasquez DE, Gao M, Awad M, Park SK, Shim TS, Suh GY, Danilovits M, Ogata H, Kurve A, Chang J, Suzuki K, Tupasi T, Koh WJ, Seaworth B, Geiter LJ, Wells CD. Delamanid for multidrug-resistant pulmonary tuberculosis. N Engl J Med. 2012 Jun 7;366(23):2151-60. DeRiemer K, Dung NH, Enarson D, Falzon D, Flanagan K, Flood J, Garcia-Garcia ML, Gandhi N, Granich RM, Hollm-Delgado MG, Holtz TH, Iseman MD, Jarlsberg LG, Keshavjee S, Kim HR, Koh WJ, Lancaster J, Lange C, de Lange WC, Leimane V, Leung CC, Li J, Menzies D, Migliori GB, Mishustin SP, Mitnick CD, Narita M, O’Riordan P, Pai M, Palmero D, Park SK, Pasvol G, Peña J, Pérez-Guzmán C, Quelapio MI, Ponce-de-Leon A, Riekstina V, Robert J, Royce S, Schaaf HS, Seung KJ, Shah L, Shim TS, Shin SS, Shiraishi Y, Sifuentes-Osornio J, Sotgiu G, Strand MJ, Tabarsi P, Tupasi TE, van Altena R, Van der Walt M, Van der Werf TS, Vargas MH, Viiklepp P, Westenhouse J, Yew WW, Yim JJ; Collaborative Group for Meta-Analysis of Individual Patient Data in MDR-TB. Multidrug resistant pulmonary tuber- of bedaquiline (TMC207) treatment for multidrug-resistant tuberculosis: long-term outcome, tolerability, and effect on emergence of drug resistance. 7. Ahuja SD, Ashkin D, Avendano M, Banerjee R, Bauer M, Bayona JN, Becerra MC, Benedetti A, Burgos M, Centis R, Chan ED, Chiang CY, Cox H, D’Ambrosio L, culosis treatment regimens and patient outcomes: an individual patient data meta-analysis of 9,153 patients. PLoS Med. 2012 Aug;9(8):e1001300. 05 9 a 11 de novembro 2012 MET, Medical Emergency team – vale mais prevenir que remediar O primeiro elo da cadeia de sobrevivência é o reconhecimento precoce do doente em risco e a prevenção da paragem cardiorrespiratória (PCR). A percentagem de doentes que têm alta para o domicílio, pós-PCR intra-hospitalar, é inferior a 20%. No Prof. Doutor Álvaro Moreira da Silva Vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos meio intra-hospitalar, a resposta ao doente que está em risco de vida nem sempre é a mais adequada. A PCR nas enfermarias sem monitorização, geralmente, não ocorre como acidente súbito e imprevisto. Estes doentes têm, geralmente, deterioração fisiológica lenta e progressiva, com hipoxia e hi- potensão, que não é detetada pelos profissionais ou é reconhecida, mas insuficientemente tratada. A prevenção da PCR intra-hospitalar exige formação dos profissionais, monitorização dos doentes, um sistema de alarme e capacidade para responder com ajuda eficaz. Para reconhecer precocemente o doente em risco de vida, cada doente deve ter um plano de monitorização de sinais vitais que explicite as variáveis a monitorizar e a frequência com que devem ser avaliadas. Os sistemas de resposta e estratégias de ativação precoce, para identificar e atuar perante o doente de risco, têm vindo a ser cumpridas, no meio intra-hospitalar, por equipas multidisciplinares de emergência, muitas vezes designadas de Medical Emergency Team (MET), que são ativadas por critérios pré-definidos. Neste contexto, as estratégias que podem prevenir a PCR intra-hospitalar evitáveis são as de tratar os doentes em risco de vida ou em risco de deterioração em área apropriada, com nível de cuidados proporcionais à gravidade da doença. Os hospitais devem implementar a formação de equipas de profissionais treinados no reconhecimento dos sinais de deterioração do doente e na resposta rápida ao doente em risco (ex: índices de alerta precoce), resultado de um modelo claro e uniforme de pedido de ajuda e capacidade para responder de imediato e com eficácia. As equipas de emergência (MET) seguramente que têm um papel da maior importância na melhoria dos cuidados de fim-de-vida e na implementação das DNTR (Decisões de Não Tentar Reanimar), que, pelo menos, contribuem para a redução das taxas de mortalidade da PCR em meio intra-hospitalar. Competência em medicina do sono O s conhecimentos dos mecanismos fisiológicos do sono e das suas manifestações desenvolveram-se muito rapidamente, de tal forma que Hobson escreveu, em 1989, que se conhecia mais de sono nos últimos 60 anos que nos anteriores 600! A atual classificação de distúrbios do sono elenca 75 entidades nosológicas, verificando-se uma elevada prevalência na população desde a insónia, que atinge cerca de 20 a 30% dos indivíduos, à apneia do sono, com 2 a 4%, até à enorme prevalência das alterações do padrão de sono-vigília, com as suas consequências nefastas para a saúde e para a sociedade. Em conjunto, estes fatores conduziram a que a abordagem clínica dos distúrbios do sono evoluísse para uma prática médica multidisciplinar e interdisciplinar, sendo cada vez mais evidente a necessidade de a integrar sobre o mesmo denominador comum: o sono. Dr.ª Paula Pinto Coordenadora da Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da SPP. Pneumologista do CHLN – H. Pulido Valente. Professora da FMUL A evolução natural da prática médica na patologia do sono conduziu ao reconhecimento da Medicina do Sono enquanto especialidade. Em 2005, tal foi reconhecido nos EUA, aprovada pelo Acreditation Council of Graduate Medical Education e pelo American Board of Medical Specialities. Também em 2005 a Medicina do Sono é considerada especialidade na Alemanha e um movimento europeu (que incluiu Portugal, através da Associação Portuguesa do Sono) desenrolou-se de forma articulada, produzindo as Guidelines para a certificação de sonologistas médicos, não médicos e técnicos e também de Centros de Medicina do Sono. O reconhecimento oficial da Medicina do Sono existe atualmente na Áustria, Croácia, França, Espanha, Itália, Lituânia, República Checa, Roménia, Suíça e Turquia, mas também em Portugal, onde foi aprovada pela OM a criação da competência em Medicina do Sono. O documento que serviu de base à aprovação da competência pelo Conselho Executivo da OM foi elaborado por uma comissão criada no seio da Associação Portuguesa do Sono e que envolveu pneumologistas, neurologistas, psiquiatras e pediatras e baseou-se nos requisitos europeus de certificação da especialidade, especificando os critérios gerais e específicos para a aquisição da competência. Não temos a menor dúvida de que este passo, finalmente conseguido, implicará um salto qualitativo de enorme importância nos cuidados de saúde nesta área, onde o envolvimento da Pneumologia se afigura como determinante. O XXVIII Congresso de Pneumologia terá uma mesa-redonda da Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia que abordará precisamente esta temática, tendo a participação de especialistas de reconhecido mérito na área da Medicina do Sono (Prof.ª Doutora Teresa Paiva; Dr.ª Marta Gonçalves; Dr. Moutinho dos Santos e Dr. Richard Staats). 06 9 a 11 de novembro 2012 Corticoterapia inalatória e risco de pneumonia Prós A s pneumonias são, atualmente, a 3.ª causa de morte a nível mundial, pelo que a sua prevenção é fundamental. O pulmão e a árvore traqueobrônquica são, habitualmente, estéreis, um agente infeccioso para progredir Dr.ª Lígia Pires Assistente hospitalar de Pneumologia do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio tem de ultrapassar as defesas do hospedeiro, o que pode ser facilitado pela inalação de corticoides. A corticoterapia inalatória está presente nas linhas de orientação internacionais para o tratamento de doenças como a asma e a DPOC. Existem muitos doentes que fazem esta medicação cronicamente e, por vezes, em doses elevadas, o que predispõe ao aumento de reações adversas locais e sistémicas. A possibilidade da associação entre pneumonia e o uso desta medicação tem sido estudada. Uma meta-análise foi realizada a doentes com DPOC, medicados cronicamente com corticoides inalados entre 24 e 156 semanas, sendo incluídos 16.996 doentes de 18 estudos randomizados. Verificou-se que houve um aumento significativo do risco de pneumonia nestes doentes. Esta associação também foi in- vestigada no conhecido estudo TORCH: observou-se o aumento do risco de pneumonia nos ramos da fluticasona e da associação fluticasona/salmeterol, quando comparados com os ramos do placebo e do salmeterol. Os doentes que apresentavam maior risco foram os com idade superior a 55 anos, com FEV1 inferior a 50%, os que sofreram exacerbações no ano anterior, os com má pontuação na escala de dispneia (MRC) e com índice de massa corporal inferior a 25 Kg.m(-2). O aumento do risco de tuberculose pulmonar também foi encontrado numa análise que incluiu mais de 400.000 doentes com asma ou DPOC. O risco foi A corticoterapia inalatória está presente nas linhas de orientação internacionais para o tratamento de doenças como a asma e a DPOC. maior nos doentes que usavam doses de 1000 mcg de fluticasona por dia. Estes são alguns dos argumentos a favor do risco de pneumonia da corticoterapia inalada que vou apresentar na sessão de prós e contras. Contras O impacto global da pneumonia adquirida na Comunidade (PAC) é ainda hoje extremamente significativo, particularmente na população mais idosa, contribuindo para uma elevada morbimortalidade, com dispêndio de recursos humanos e finan- ceiros apreciáveis. O recente trabalho de Froes e colaboradores (2012) atesta esta mesma relevância, tendo sido objectivada uma taxa anual média de internamento por Pneumonia em adultos de 3,61/1000 habitantes, subindo para 13.4/1000 habitantes na faixa etária ≥ 65 anos, tendo esta taxa sofrido um acréscimo de 28,2% durante a última década. Encontra-se assim plenamente justificada a necessidade de se procu- se tendo verificado a mesma relação em doentes com Asma. No entanto, a maioria destes estudos não aborda directamente esta relação controversa, sendo a maior parte das conclusões retiradas de análises post-hoc, o que limita a crítica dos dados obtidos. A duração da terapêutica inalada, as diferentes dosagens farmacológicas ou a mera distinção entre corticosteróides são questões que frequentemente ficam sem resposta. Por outro lado, é reconhecido o papel da corticoterapia inalada na diminuição do número de exacerbações e dos sintomas, e na melhoria da qualidade de vida nos doentes com DPOC. Parece ainda haver um papel protector dos corticosteróides inalados no prognóstico de doentes com DPOC internados por exacerbação ou PAC, não havendo qualquer impacto negativo na mortalidade associado a esta prescrição. Com o advento das novas guidelines GOLD, em que a estratificação do risco em doentes com DPOC passou a ditar a abordagem rar identificar os diversos factores de risco que mais contribuam para aquele facto. Trabalhos recentes têm sugerido uma participação expressiva da corticoterapia inalada na epidemiologia da PAC, pese embora a ausência de uma explicação fisiopatológica consistente. De facto, parece inegável que haja um contributo negativo da corticoterapia inalada na etiopatogenia da PAC, o que foi verificado em diferentes estudos, com diferentes populações, essencialmente em doentes com DPOC, não terapêutica, mais se deve questionar se o papel da corticoterapia inalada deverá ser ponderado já que irá influenciar parâmetros decisivos nesta estratificação, como sejam as exacerbações e os sintomas. Estudos recentes revelam ainda um sinergismo entre corticosteróides, β2 agonistas e anticolinérgicos no menor declínio da função pulmonar. Justifica-se, assim, plenamente a pertinência de um estudo que tenha como principal objectivo avaliar o risco de PAC em doentes sob corticoterapia inalatória. Dr.ª Sara Freitas Assistente hospitalar de Pneumologia Serviço de Pneumologia, CHUC 07 9 a 11 de novembro 2012 Programa Científico Sábado – 10 de novembro SALA FREITAS E COSTA SALA RAMIRO ÁVILA SALA ROBALO CORDEIRO SALA THOMÉ VILLAR 08.30h 08.30h 08.30h 08.30h Comunicações Orais CO 025 a CO 038 Cuidados Intensivos Mod: Filipe Monteiro (Lisboa) JP Baptista (Coimbra) 10.00h Discussão de Posters P 025 a P 037 Clínica Pneumológica Mod: M.ª Manuel Figueiredo (Guimarães) Luís Ferreira (Guarda) 10.00h Café Café 10.30h Comunicações Orais CO 034 a CO 042 Oncologia Mod: Bárbara Parente (Gaia) Francisco Félix (Lisboa) 12.00h 12.00h 14.30h 13.00h 15.30h Simpósio Novartis Almoço 14.30h Simpósio Astra 15.30h Comunicações Orais CO 043 a CO 048 Asma Mod: Mário Loureiro (Coimbra) Salete Valente (Covilhã) 16.30h Simpósio Novartis 13.00h 17.00h Comunicações Orais CO 049 a CO 054 Infeções Mod: João Cunha (Braga) António Antunes (Figueira da Foz) 18.00h 10.00h Café 10.30h Almoço Simpósio Astra Discussão de Posters P 038 a P 053 DPOC Mod: João Munhá (Portimão) Chaves Caminha (Porto) 16.30h Discussão de Posters P 054 a P 070 Interstício Mod: António Morais (Porto) Fernando Rodrigues (Aveiro) 18.00h Café Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Mod: Cristina Bárbara e João Almeida O processo de creditação dos laboratórios de função respiratória – Joana Abreu Manual de Boas Práticas em Função Respiratórias – estratégia para a sua publicação e conclusões da reunião – Alexandre Barba Discussão de Posters P 071 a P 085 Sono, Asma e Função Mod: Ana Arrobas (Coimbra) Richard Staats (Lisboa) 19.00h Assembleia-Geral Comunicações Orais CO 055 a CO 060 Tuberculose Mod: Ricardo Nascimento (Funchal) António Domingos (Torres Vedras) Café 10.30h Sessão institucional SPP/SEPAR/ALAT Pres: C Robalo Cordeiro (SPP) Pilar de Lucas (SEPAR) Mayra Mejia (ALAT) Fibrose pulmonar idiopática e: - Envelhecimento – Elena Bollo (SEPAR) - Infeção – António Morais (SPP) - Tabaco - Mayra Mejia (ALAT) 13.00h Almoço Almoço 15.30h Comissão de Trabalho de Tuberculose Como abordar a tuberculose face aos constrangimentos económicos e sociais atuais Mod: António Domingos José Miguel Carvalho - O que está bem e quais são os constrangimentos? – Raquel Duarte - Quais são as potencialidades? – Ana Maria Correia Café 17.00h Assembleia-Geral 10.00h Comissão de Trabalho de Reabilitação Reabilitação no doente com DPOC e co-morbilidades Mod: Paula Simão João Munhá - Impacto das comorbilidades na reabilitação do doente com DPOC – Fátima Rodrigues - Treinando o doente com DPOC e comorbilidades: Insuficiência cardíaca congestiva – João Munhá Cardiopatia isquémica e doença vascular periférica – Paula Almeida Diabetes mellitus – Ana Luísa Marques da Costa 16.30h 19.00h Revista das Revistas Mod: Fernando Barato e Sofia Furtado Pleura – Yvete Martins Cancro do pulmão – Gabriela Fernandes Sarcoidose – Leandro Ferreira Comissão de Trabalho Patologia do Sono Competência em Medicina do Sono Mod: Teresa Paiva Marta Gonçalves - A realidade europeia – Richard Staats - A realidade portuguesa – J. Moutinho dos Santos 18.00h Comissão de Trabalho de Alergologia Asma e desporto Mod: Aurora Carvalho - Introdução – Ricardo Lima - Asma e desporto – A. Bugalho 12.00h Simpósio Novas estratégias e opções terapêuticas em DPOC Mod: J. Agostinho Marques - Onbrez® Breezhaler® novos dados e prática clínica – João Cardoso - Seebri® Breezhaler® o novo broncodilatador de longa ação – Guy Joos 13.00h 14.30h Simpósio Recomendações, boas práticas e adesão à terapêutica na DPOC O que há de novo? Carlos Robalo Cordeiro A importância dos dispositivos inalatórios Prof.ª Doutora Marta Drummond 15.30h Mesa-redonda Bilastina: um Mundo novo para o paciente alérgico Bilastina na rinite; eficácia e segurança: Ana Todo Bom Bilastina na asma brônquica: Fernando Menezes 16.30h Café 17.00h Prós e Contras – Corticoterapia inalatória e risco de pneumonia Mod: Paula Simão e Joaquim Moita Pró – Lígia Pires Contra – Sara Freitas 18.00h Conferências Pres: José Alves MET – Medical Emergency Team – vale mais prevenir que remediar Álvaro Moreira da Silva 19.00h Assembleia-Geral DIÁRIO do agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente: Sociedade Portuguesa de Pneumologia Patrocinador exclusivo PRODUÇÃO COORDENAÇÃO Paula Pereira www.jasfarma.com [email protected] Tel.: 21 850 40 00 DIÁRIO do www.jasfarma.com Em colaboração com n.º1 n.º2 sábado, 10 domingo, 11 Distribui� Embolia pulmonar - perspetiva do cardiologista O tromboembolismo venoso abrange um conjunto de entidades com diferentes apresentações na prática clínica, “sendo as mais frequentes a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar aguda”, frisa a Dr.ª Graça Castro. No seu conjunto, representam uma causa importante de morbilidade e mortalidade no mundo ocidental. 03 Clinical difficulties in pneumonias Pneumonia is one of the most serious infectious diseases in both industrialized and developing countries, and is currently the sixth leading cause of death in the US and Europe. “Despite advances in diagnosis, antimicrobial therapy and supportive care modalities, community-acquired pneumonia remains an important cause of morbidity and mortality, especially in patients who require hospitalization”, says Francesco Blasi, Phd. 04 Troia, 9 a 11 de novembro 2012 DIaphragm Paralysis Pompe invEstigation- DIPPEr Embolia pulmonar: a perspetiva do radiologista A doença de Pompe pertence ao grupo das miopatias metabólicas hereditárias, que “têm em comum o facto de causarem anomalias do metabolismo energético do músculo, culminando em disfunção do musculoesquelético”, divulga a Dr.ª Maria José Guimarães. “O angioTAC das artérias pulmonares possibilita o diagnóstico rápido de embolia pulmonar com uma alta sensibilidade e especificidade, permitindo a instituição do tratamento apropriado e reduzindo deste modo a mortalidade e morbilidade desta doença”, sublinha o Dr. António J. Madureira. 05 06 03 9 a 11 de novembro 2012 Embolia pulmonar – perspetiva do cardiologista O tromboembolismo venoso abrange um conjunto de entidades com diferentes apresentações na prática clínica, sendo as mais frequentes a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar aguda. No seu conjunto, representam uma causa importante de morbilidade e mortalidade no mundo ocidental. Tradicionalmente, tem sido norma optar na trombose venosa profunda pelo tratamento em ambulatório e na embolia pulmonar pelo tratamento em ambiente hospitalar. A verdadeira prevalência da embolia pulmonar é difícil de estabelecer. Muitas formas são clinicamente silenciosas ou não diagnosticadas. Em muitos casos observam-se fatores de risco, transitórios ou permanentes, mas existe uma proporção importante de formas idiopáticas. A gravidade de apresentação da embolia pulmonar aguda é muito variável e está dependente de múltiplos fatores, sendo a reserva cardiorrespiratória e a magnitude da obstrução do leito vascular pulmonar dos mais determinantes. Dr.ª Graça Castro Cardiologista, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra Nas formas mais graves conduz a um aumento da resistência vascular pulmonar e sobrecarga aguda de pressão sobre o ventrículo direito. Os mecanismos hemodinâmicos e neurohormonais assim gerados podem ser utilizados para avaliar a gravidade e o prognóstico. A avaliação da gravidade deve ser feita numa base individual e permite classificar a embolia pulmonar de acordo com o risco de morte precoce em alto, intermédio ou baixo risco. As estratégias de diagnóstico e terapêutica são variáveis e determinadas pelo nível de risco estabelecido. A extensão anatómica e localização dos trombos na árvore pulmonar não permitem, por si só, identificar os casos de maior risco. A estabilidade hemodinâmica do doente é o fator que mais influencia a mortalidade. A anticoagulação está indicada em todas as formas de embolia pulmonar aguda e deve ser instituída precocemente. A trombólise é indiscutivelmente a terapêutica de escolha nos casos de embolia pulmonar de alto risco (ou embolia maciça na classificação americana). Nas situações de risco intermédio continuam a discutir-se as vantagens da trombólise face ao risco hemorrágico. Esta é uma das questões de maior controvérsia e que está a ser alvo de estudos prospetivos. A avaliação da função ventricular direita e os marcadores de lesão miocárdica têm sido incluídos nos algoritmos de decisão terapêutica, embora o seu contributo não esteja ainda cabalmente definido. Para os casos de baixo risco é consensual a terapêutica apenas com anticoagulação e, atualmente, avalia-se a possibilidade de tratamento em ambulatório ou de alta hospitalar precoce para os casos menos graves. Os anticoagulantes orais mais recentes apresentam-se como alternativas válidas aos clássicos antivitamínicos K, quer na fase aguda, quer na prevenção de novos episódios. A embolia pulmonar tem uma elevada taxa de recorrência ao longo do tempo, pelo que é determinante assegurar uma prevenção secundária eficaz. A duração ótima da terapêutica anticoagulante tem sido também uma área de controvérsia. Os novos anticoagulantes e os resultados favoráveis dos ensaios terapêuticos podem ajudar a definir esquemas de prevenção mais eficazes e seguros. REUNIÃO DA COMISSÃO DE INFECCIOLOGIA RESPIRATÓRIA Os números da letalidade intra-hospitalar por PAC A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma causa importante de morbilidade, mortalidade e consumo de recursos de saúde. Na última década, estudos em diferentes países documentaram um aumento do número de internamentos hospitalares por PAC. Este aumento também se verificou em Portugal continental e, no período de 2000 a 2009, a PAC foi responsável por 3,7% dos internamentos hospitalares de adultos por todas as causas, aumentando para 7,0% nos indivíduos com idade ≥ 65 anos. Nos países mais desenvolvidos, a PAC representa a primeira causa de morte por doença infecciosa e, em 2010, a pneumonia foi a nona causa de morte nos Estados Unidos da América. Em Portugal, no período compreendido entre 2000 e 2009, verificaram-se 294.027 episódios de internamento hospitalar de adultos com o diagnóstico principal de pneumonia, dos quais Dr. Filipe Froes Membro da Comissão de Infecciologia Respiratória em 59.925 (20,4%) ocorreu o óbito no decurso do internamento. A PAC é responsável por óbitos em todos os grupos etários, mesmo em indivíduos jovens previamente saudáveis. A letalidade aumenta com a idade e é mais elevada no género masculino. Dr. António Diniz Membro da Comissão de Infecciologia Respiratória Nos países mais desenvolvidos, a PAC representa a primeira causa de morte por doença infecciosa. No nosso país, em média, ocorrem 16 óbitos por dia de adultos admitidos por PAC nas instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde e os homens apresentam um risco relativo 17% mais elevado de falecerem em relação às mulheres. 04 9 a 11 de novembro 2012 Embolia pulmonar: perspetiva do pneumolo A embolia pulmonar tem uma incidência superior a 100 casos/100.000/ano nos EUA e, se não tratada atempadamente, está associada a uma mortalidade hospitalar de cerca de 30%. O diagnóstico da embolia pulmonar baseia-se na conjugação de dois elementos, as manifestações clínicas e os meios complementares de diagnóstico. As manifestações clínicas, apesar de serem frequentes, apresentam uma baixa especificidade, sendo portanto comuns a outras patologias. É consensual que entre os sintomas e sinais mais frequentes se encontram a dispneia e a taquipneia. Descrevem-se três formas de apresentação relacionadas com o grau de amputação do leito vascular pulmonar: a síndrome de hemorragia pulmonar, a dispneia isolada e o co- lapso cardiocirculatório. Apesar da embolia pulmonar ser uma das principais causas de insuficiência respiratória, não se encontram alterações nos gases do sangue arterial em mais de um terço dos casos. Dr. Jorge Tomás Monteiro Assistente graduado de Pneumologia do Hospital de Santa Maria, CHLN O diagnóstico da embolia pulmonar baseia-se na conjugação de dois elementos, as manifestações clínicas e os meios complementares de diagnóstico, uma vez que cada um deles isoladamente é insuficiente para confirmar ou excluir esta entidade. Assim, têm sido desenvolvidos vários modelos de probabilidade que estratificam os doentes em níveis de probabilidade clínica e que, por sua vez, orientam os algoritmos diagnósticos e terapêuticos. Na marcha diagnóstica são de enfatizar o papel dos D-Dímeros, angio-TAC pulmonar e cintigrafia pulmonar de ventilação/perfusão. O interesse dos D-Dímeros deriva do seu elevado valor preditivo negativo, que se perde em situações de maior probabilidade clínica. A angio-TAC ganhou um papel de relevo no diagnóstico de imagem da embolia pulmonar, dadas as suas elevadas sensibilidade e especificidade e poder facultar diagnósticos alternativos. A cintigrafia pulmonar de ventilação/perfusão está atualmente reservada a situações clínicas particulares, nomeadamente quando existe contraindicação para a realização de angio-TAC. -circulatório com sinais de hipertensão venosa central e a ecografia de compressão venosa dos membros inferiores nos doentes que se apresentem concomitantemente com sintomas e sinais de trombose venosa profunda. É de realçar que os modelos de probabilidade clínica têm as suas limitações e que pode haver necessida- Os modelos de probabilidade clínica têm as suas limitações e pode haver necessidade de ajuste dos algoritmos diagnósticos recomendados. Na abordagem diagnóstica da embolia pulmonar, a ecocardiografia e a ecografia de compressão venosa dos membros inferiores não estão indicadas por rotina. Contudo, a ecocardiografia pode ser diagnóstica no colapso cardio- Clinical difficulties in pneumonias P neumonia is one of the most serious infectious diseases in both industrialized and developing countries, and is currently the sixth leading cause of death in the US and Europe. Despite advances in diagnosis, antimicrobial therapy and supportive care modalities, community-acquired pneumonia remains an important cause of morbidity and mortality, especially in patients who require hospitalization. Elderly patients with poor functional status are characterized by a higher risk of developing severe CAP, due to the frequent presence of underlying respiratory and cardiac diseases, alteration of mental status, and immunosuppression. Older frail patients have a high frequency of aspiration pneumonia and pneumonia due to gram-negative bacilli and other multidrug resistant pathogens (MDR). Pneumonia is one of the most serious infectious diseases in both industrialized and developing countries. Pneumonia caused by MDR traditionally has been confined to the hospital setting. In view of the diffuFrancesco Blasi, Phd Professor of Respiratory Medicine, Department of Pathophysiology and Transplantation, University of Milan, Italy sion of healthcare delivery and technology outside the hospital, resistant pathogens have extended beyond the confines of the inpatient setting. The rapid emergence of MDR bacteria that cause pneumonia in the community has created the need to identify risk factors for acquiring resistant pathogens by evaluating the contacts patients have with the healthcare environment as well as the patient’s characteristics. Pneumonia caused by an MDR pathogen acquired in the community depends on both patient comorbidities/functional status and previous contact with the healthcare system. However, a different weight of risk factors for MDR should be acknowledged because previous hospitalization and nursing home residency are the 05 9 a 11 de novembro 2012 DIaphragm Paralysis Pompe invEstigation- DIPPEr ogista de de ajuste dos algoritmos diagnósticos recomendados na prática clínica diária. Termina-se enfatizando que a abordagem do doente com suspeita de embolia pulmonar é transversal a várias especialidades médicas, concorrendo todas elas para o diagnóstico e terapêutica desta entidade nosológica. E studo epidemiológico descritivo, multicêntrico, com a finalidade de determinar a incidência da doença de Pompe do adulto em doentes com paresia diafragmática. Dr.ª Maria José Guimarães Assistente hospitalar de Pneumologia, Centro Hospitalar do Alto do Ave main factors leading to both resistant pathogen acquisition and mortality. A probabilistic approach to identifying resistant pathogens among patients coming from the community with pneumonia should integrate previous classifications. In the treatment of pneumonia appropriate antibiotic therapy must be initiated as early as possible. Considering that in the majority of cases, treatment of pneumonia is an empirical therapy aimed at covering the most common and probable causative organisms of infection, a correct stratification of patients in terms of MDR infection risk is of potential paramount importance. A doença de Pompe pertence ao grupo das miopatias metabólicas hereditárias, que têm em comum o facto de causarem anomalias do metabolismo energético do músculo, culminando em disfunção do musculoesquelético. A forma adulta surge após os 20 anos de idade e a associação com escoliose, paresia diafragmática e sintomas de hipoventilação noturna é frequente, apresentando-se em 30% dos casos por insuficiência respiratória à altura do diagnóstico, que na maioria dos casos leva à necessidade de suporte ventilatório por Ventilação Não Invasiva (VNI). A sua incidência é de cerca de 1:40.000 habitantes, contudo, em Portugal, foram apenas reportados até ao momento menos de 30 casos. Como tal, pretende-se levar a cabo um projeto pioneiro, que tem como finalidade diagnosticar, reportar e promover o tratamento desta patologia com alto potencial de melhoria junto de uma população de doentes seguidos em consulta de Pneumologia com síndrome ventilatória restritiva e insuficiência respiratória crónica (muitos dos quais já dependentes de cuidados respiratórios domiciliários), que apresentem clínica ou imagiologia compatível com paresia diafragmática, ou cujo diagnóstico etiológico permaneça incerto. Os doentes serão recrutados entre os que frequentam a consulta de Pneumologia e de Neurologia. Será feita uma prévia avaliação dos doentes através de um protocolo que pretende essencialmente excluir os doentes com outra patologia que não a doença de Pompe do adulto, protocolo este que estará disponível numa plataforma web, com link no site da Sociedade Portuguesa de Pneumologia-SPP (www.spneumologia.pt). Com este projeto, pretendemos promover o tratamento de uma doença com elevado potencial de melhoria e, simultaneamente, divulgar a importância da especialidade na abordagem destes doentes. A investigação proposta envolve a realização de exames complementares de diagnóstico, nomeadamente, avaliação funcional respiratória (provas da função respiratória e poligrafia do sono), imagiológicos (ecografia e TC torácica) e analíticos (bioquímica de sangue), que já fazem parte da abordagem habitual aos doentes com paresia diafragmática na tentativa de identificar a sua etiologia. O exame de rastreio para a deteção do défice de alfa-glucosidase ácida é a pesquisa em gota seca- DBS (Dried Blood Spot), A confidencialidade será mantida atribuindo-se um n.º de código a cada participante, número que passará a identificar a amostra e o inquérito. Só o responsável pelo projeto terá acesso aos nomes dos participantes. O DIPPEr foi um de entre vários candidatos a uma bolsa à investigação da Genzyme® Medical Affairs, tendo sido o único aprovado para o ano de 2012, facto este já formalizado através de celebração de um contrato entre a farmacêutica Sanofi e a SPP. Com este projeto, pretendemos identificar doentes com doença de Pompe seguidos em Pneumologia, promover o tratamento de uma doença com elevado potencial de melhoria e, simultaneamente, divulgar a importância da especialidade na abordagem destes doentes, promovendo o diálogo entre os clínicos com interesse na área da prestação de cuidados respiratórios aos doentes neuromusculares. 06 9 a 11 de novembro 2012 Embolia pulmonar: a perspetiva do radiologista Introdução A embolia pulmonar é a terceira doença cardiovascular aguda mais frequente após o enfarte do miocárdio e o AVC, tendo uma mortalidade significativa porque frequentemente não é diagnosticada. Cerca de 1,5% das TAC torácicas com contraste efetuadas em pacientes sem suspeita clínica de TEP revelam a presença de embolismo pulmonar. Dr. António J. Madureira Serviço de Radiologia, Hospital de S. João, Porto. FMUP Os métodos de diagnóstico mais usados incluem a avaliação dos D-dímeros, cintigrafia de ventilação-perfusão e o doppler venoso dos membros inferiores, mas apresentam algumas desvantagens. A angiografia pulmonar convencional, durante muito tempo considerada o “gold standard” nesta avaliação, foi sempre subutilizada, talvez devido à sua mortalidade e morbilidade que, apesar de reduzidas, são importantes. O angioTAC das artérias pulmonares tem demonstrado em várias meta-análises publicadas uma sensibilidade entre 53%-100% e uma especificidade entre 83%-100%, sendo estas variações explicadas pelas melhorias tecnológicas ao longo do tempo. Técnica Para realizar um bom angioTAC das artérias pulmonares devemos procurar realizar o exame num aparelho de TAC idealmente de 16 cortes ou superior. É fundamental ter um bom acesso venoso (cateter de 18G ou 20G), de preferência numa veia antecubital, e uma injeção rápida do contraste endovenoso (3 – 5 ml/s). O início da aquisição deve ser na fase de máxima opacificação vascular, sendo esta determinada através de um bolus teste ou técnica de “bolus-tracking”. A análise do exame deve incluir as imagens obtidas no plano axial bem como as reformatações multiplanares (coronal e sagitais oblíquas ao longo das artérias pulmonares). Achados imagiológicos Os critérios diagnósticos de embolia pulmonar aguda incluem: 1) Oclusão arterial com ausência de opacificação de todo o lúmen. A artéria pode estar aumentada quando comparada com vasos adjacentes. 2) Defeito de preenchimento parcial rodeado por contraste. A embolia pulmonar é a terceira doença cardiovascular aguda mais frequente após o enfarte do miocárdio e o AVC. 3) Defeito de preenchimento intraluminal periférico que forma um ângulo agudo com a parede arterial. A análise do parênquima pulmonar também é importante, podendo-se identificar áreas em cunha de densidade aumentada na periferia do pulmão sugestivas de enfarte pulmonar. Apesar de o ecocardiograma ser o método de primeira linha na avaliação do ventrículo direito, há sinais importantes no exame de TAC que sugerem a presença de insuficiência cardíaca direita, como a dilatação do VD e o desvio do septo para a esquerda. Os critérios diagnósticos de embolia pulmonar crónica incluem: 1) Oclusão completa de um vaso mais pequeno do que os vasos adjacentes. 2) Defeito de preenchimento parcial em crescente que forma um ângulo obtuso com a parede arterial. 3) Presença de contraste a fluir através de artéria pequena e com paredes espessadas devido a recanalização. Outros sinais que poderão estar presentes são sinais de hipertensão O angioTAC das artérias pulmonares tem demonstrado em várias meta-análises publicadas uma sensibilidade entre 53%-100% e uma especificidade entre 83%-100%. pulmonar, como um diâmetro da artéria pulmonar superior a 33 mm e derrame pericárdico. Conclusão O angioTAC das artérias pulmonares possibilita o diagnóstico rápido de embolia pulmonar com uma alta sensibilidade e especificidade, permitindo a instituição do tratamento apropriado e reduzindo deste modo a mortalidade e morbilidade desta doença. 07 9 a 11 de novembro 2012 Programa Científico Domingo – 11 de novembro SALA FREITAS E COSTA SALA RAMIRO ÁVILA SALA ROBALO CORDEIRO SALA THOMÉ VILLAR 08.30h 08.30h 08.30h 08.30h Comunicações Orais CO 061 a CO 069 Fisiopatologia Mod: Teresa Cardoso (Évora) Maria João Matos (Coimbra) 10.00h Discussão de Posters P 086 a P 099 Técnicas Mod: J. Roque Dias (Santarém) J. Roldão Vieira (Almada) 10.00h Café Comunicações Orais CO 070 a CO 084 Sono Mod: João Almeida (Porto) Monteiro Ferreira (Coimbra) 13.00h Encerramento 10.00h Café 10.30h Café 10.30h Comissão de Trabalho de Cirurgia Torácica 10.30h Discussão de Posters P 100 a P 128 Tuberculose e infeções Mod: Paula Duarte (Setúbal) C. Pavão de Matos (Ponta Delgada) 13.00h Encerramento Comissão de Trabalho de Oncologia Pneumológica e de Tabagismo Tabaco e cancro do pulmão Mod: Ana Barradas Lurdes Barradas - Interação dos hábitos tabágicos na terapêutica do cancro do pulmão – Ana Figueiredo - Cessação tabágica no doente com cancro do pulmão – Cristina Matos - Custos económicos e sociais do CP vs Custos na prevenção e tratamento do tabagismo – Manuel Pizarro 13.00h Encerramento DIÁRIO do agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente: Sociedade Portuguesa de Pneumologia Revista das Revistas Mod: Venceslau Hespanhol e António Diniz Pneumonia – JP Boléo-Tomé Tuberculose – Raquel Duarte Bronquiectasias – Fernanda Gamboa 10.00h Café 10.30h Mesa-redonda Doenças raras na pneumologia – Doença de Pompe Mod: Joaquim Moita - Doença de Pompe: sinais e sintomas – Bebiana Conde - Estudo DEEPEr – Maria José Guimarães - Casos clínicos – M. Simões Raposo 11.30h Sessão Institucional SPP/SPC Pres: C. Robalo Cordeiro (SPP) Mário Lopes (SPC) Embolia pulmonar – perspetiva - do cardiologista – Graça Castro - do imagiologista – António Madureira - do pneumologista – Jorge Tomás Monteiro Patrocinador exclusivo PRODUÇÃO COORDENAÇÃO Paula Pereira www.jasfarma.com [email protected] Tel.: 21 850 40 00 l a n r o J do www.jasfarma.com Em colaboração com Distribuição gratuita no Congresso. Troia • 2012 9 a 11 de novembro Bem-vindos ao XXVIII Congresso de Pneumologia! Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro Pneumonia adquirida na comunidade: é possível prevenir? Dr. Filipe Froes Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória Prof. Doutor Jorge Ferreira Comissão de Trabalho de Tuberculose Prof.ª Doutora Raquel Duarte Comissão de Trabalho de Pneumologia Oncológica Dr.ª Ana Barroso Comissão de Trabalho de Tabagismo Dr.ª Lourdes Barradas From hospital to home Segrelles G.; Gómez-Suárez C.; Zamora E.; Ancochea J. Comissão de Trabalho do Interstício e Doenças Ocupacionais Dr.ª Cristina Cristóvão Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas Dr. Júlio Semedo e Dr. José Almeida Respimat® - 3.ª geração de dispositivos Dr. António Jorge Ferreira A Revista das revistas – hipertensão pulmonar Dr.ª Teresa Shiang Liderança e motivação Dr. Mário Ceitil Gestão do doente com fibrose quística – desafios da transição para a idade adulta Experiência de um centro de referência português Dr. Carlos Lopes Portugal na rota da investigação básica da fibrose quística Prof. Doutor Carlos Miguel Farinha Revista das revistas – Asma Dr.ª Rita Gerardo Revista das revistas: transplante pulmonar Dr.ª Alexandra Borba 02 03 04 04 04 05 06 10 10 10 11 12 12 13 14 15 02 9 a 11 de novembro 2012 Bem-vindos ao XXVIII Congresso de Pneumologia! E ste evento, a decorrer de 9 a 11 de novembro de 2012, no Centro de Congressos de Troia, incluiu também, na véspera, um Curso de Ecografia Torá- cica, no Hospital Pulido Valente/CHLN, onde cerca de 50 participantes iniciaram ou aperfeiçoaram aptidões com esta útil ferramenta de apoio clínico. Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro Presidente do XXVIII Congresso de Pneumologia Durante estes três dias, em Troia, serão abordados os temas mais atuais e discutidos os aspetos mais relevantes da Patologia Respiratória. É o Forum anual da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), onde os trabalhos clínicos e de investigação dos diversos grupos são apresentados à comunidade E é também o ponto de encontro obrigatório e uma das Revistas”, Sessão de Prós e Contras, 3 Sessões Ins- científica e com a Associação Portuguesa de Medicina científica, promovendo o desejável contacto entre os di- oportunidade renovada de troca de ideias e de projetos titucionais, 5 Simpósios com o suporte da Indústria, 10 Geral e Familiar, assim se corporizando o mais recente ferentes centros do País e centros internacionais de re- no âmbito das várias Comissões de Trabalho e dos recém- Sessões da responsabilidade de Comissões de Trabalho e protocolo de cooperação. conhecida qualidade, motivando e estimulando assim o -criados Grupos de Interesse da SPP. 214 apresentações (o que constitui um número record de Refira-se, ainda, a assinatura de dois acordos proto- O Congresso desenvolve-se num programa base- comunicações livres), distribuídas por 10 Sessões de Co- colares, que serão firmados na Sessão de Abertura, no dia ado em 3 Conferências, 4 Mesas-Redondas, 9 “Revista municações Orais e 7 de Posters (apresentados apenas em 9, pelas 19 horas, com a Fundação Champalimaud, numa formato digital, como já vem sendo hábito), traduzindo perspetiva científica e de formação, e com a Santa Casa desta forma a pujança da nossa Sociedade e permitin- da Misericórdia de Lisboa, regulando ações de rastreio e do uma participação ativa e representativa de todas as de natureza social. entusiasmo e a criatividade, principalmente dos participantes em fase de formação. Prevenar 13 Vacina pneumocócica polissacárida conjugada (13-valente, adsorvida). Suspensão injectável branca homogénea. COMPOSIÇÃO 1 dose (0,5 ml) contém: Polissacárido do serotipo 1 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 3 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 4 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 5 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 6A do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 6B do pneumococos1 4,4 µg Polissacárido do serotipo 7F do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 9V do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 14 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 18C do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 19A do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 19F do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 23F do pneumococos1 2,2 µg 1conjugado com a proteína transportadora CRM197 e adsorvido em fosfato de alumínio (0,125 mg de alumínio) INDICAÇÕES Imunização activa para a prevenção de doença invasiva, pneumonia e otite média aguda causada por Streptococcus pneumoniae, em lactentes e crianças desde as 6 semanas até aos 5 anos de idade. Imunização activa para a prevenção de doença invasiva causada por Streptococcus pneumoniae, em adultos de idade igual ou superior a 50 anos. A utilização de Prevenar 13 deve ser estabelecida com base em recomendações oficiais que tenham em consideração o impacto da doença invasiva nos diferentes grupos etários, bem como a variabilidade epidemiológica dos serotipos em diferentes zonas geográficas. POSOLOGIA Os esquemas de imunização com Prevenar 13 devem basear-se em recomendações oficiais. Lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade Recomenda-se que as crianças que efectuarem a primeira dose de Prevenar 13 completem o esquema de vacinação com Prevenar 13 Lactentes com 6 semanas-6 meses de idade Série de imunização primária de três doses. A série de imunização recomendada consiste em quatro doses de 0,5 ml cada. A série de imunização primária em lactentes consiste na administração de três doses, com início normalmente aos 2 meses de idade e com um intervalo de pelo menos 1 mês entre cada dose. A primeira dose pode ser administrada a partir das seis semanas de idade. Recomenda-se a administração da quarta dose (reforço) entre os 11 e os 15 meses de idade. Série de imunização primária de duas doses. Em alternativa, quando Prevenar 13 é administrado como parte de um programa de imunização de rotina em lactentes, pode ser considerado um esquema de imunização de três doses de 0,5 ml cada. A primeira dose pode ser administrada a partir dos 2 meses de idade, seguida de uma segunda dose 2 meses mais tarde. Recomenda-se a administração da terceira dose (reforço) entre os 11 e os 15 meses de idade. Lactentes e crianças não vacinados com ≥ 7 meses de idade Lactentes com 7-11 meses de idade: Duas doses de 0,5 ml cada, com um intervalo de pelo menos 1 mês entre as doses. Recomenda-se uma terceira dose no segundo ano de vida. Crianças com 12-23 meses de idade: Duas doses de 0,5 ml cada, com um intervalo de pelo menos 2 meses entre as doses. Crianças com 2-5 anos de idade: Uma dose única de 0,5 ml. Esquemas de imunização com Prevenar 13 em lactentes e crianças vacinados anteriormente com Prevenar (7-valente) (serotipos 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23F do Streptococcus pneumoniae) Prevenar 13 contém os mesmos 7 serotipos incluídos no Prevenar e utiliza a mesma proteína transportadora CRM197. Os lactentes e crianças que iniciaram a imunização com Prevenar podem mudar para Prevenar 13 em qualquer ponto do esquema de vacinação. Crianças com 12-23 meses de idade: Nas crianças que não efectuaram duas doses de Prevenar 13 durante a série de imunização primária devem ser administradas duas doses da vacina (com um intervalo de pelo menos 2 meses entre as doses) para completar a série de imunização relativamente aos seis serotipos adicionais. Em alternativa, podem completar a série de imunização de acordo com as recomendações oficiais. Crianças com 2-5 anos de idade: Uma dose única. Adultos com idade igual ou superior a 50 anos Uma dose única. A necessidade de revacinação com uma dose adicional de Prevenar 13 não foi estabelecida. Independentemente de anteriormente ter sido vacinado com uma vacina pneumocócica, se a administração da vacina polissacárida 23-valente for considerada apropriada, Prevenar 13 deve ser administrado primeiro. MODO DE ADMINISTRAÇÃO A vacina deve ser administrada por injecção intramuscular. Os locais de injecção preferenciais são a região anterolateral da coxa (músculo vastus lateralis) nas crianças até aos 11 meses (lactentes) ou o músculo deltóide na porção superior do braço nas crianças a partir dos 12 meses e nos adultos. CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade às substâncias activas, a qualquer dos excipientes ou ao toxóide diftérico. Como acontece com outras vacinas, a administração de Prevenar 13 deve ser adiada em indivíduos com doença febril aguda grave. Contudo, a presença de uma infecção ligeira, como uma constipação, não deve causar o adiamento da vacinação. EFEITOS INDESEJÁVEIS As reacções adversas notificadas nos estudos clínicos ou da experiência pós-comercialização para todos os grupos etários encontram-se listadas nesta secção. A frequência é definida como: muito frequentes ((≥ 1/10), frequentes ((≥ 1/100 e < 1/10), pouco frequentes (≥ 1/1.000 e < 1/100), raras ((≥ 1/10.000 e < 1/1.000), muito raras (< 1/10.000) e desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis). Lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade A segurança da vacina foi avaliada em estudos clínicos controlados em que se administraram 14.267 doses a 4.429 lactentes saudáveis, a partir das 6 semanas de idade na primeira vacinação, e aos 11-16 meses de idade na dose de reforço. Em todos os estudos realizados em lactentes, Prevenar 13 foi co-administrado com as vacinas pediátricas de rotina. Foi também avaliada a segurança em 354 crianças não vacinadas anteriormente (dos 7 meses aos 5 anos de idade). As reacções adversas mais frequentemente notificadas foram reacções no local de injecção, febre, irritabilidade, diminuição do apetite e aumento e/ou diminuição do sono. Em crianças com mais de 12 meses de idade foi notificado um aumento das reacções no local de injecção, comparativamente com as taxas observadas em lactentes ao longo da série de imunização primária com Prevenar 13. Reacções adversas em estudos clínicos Em estudos clínicos, o perfil de segurança de Prevenar 13 foi semelhante ao de Prevenar. As frequências seguintes baseiam-se nas reacções adversas avaliadas como relacionadas com a vacinação em estudos clínicos com Prevenar 13. Raras: Reacções de hipersensibilidade incluindo edema da face, dispneia, broncospasmo; convulsões (incluindo convulsões febris), episódio hipotónico-hiporreactivo; erupção cutânea; urticária ou erupção semelhante a urticária. Pouco frequentes: Vómitos; diarreia, eritema no local da injecção, tumefacção/induração > 7,0 cm; choro. Frequentes: Febre > 39ºC; limitação dos movimentos no local de injecção (devida a dor); eritema ou tumefacção/ induração no local de injecção de 2,5 cm-7,0 cm (após a série primária em lactentes). Muito frequentes: Diminuição do apetite; febre; irritabilidade; qualquer reacção no local de injecção como eritema, induração/tumefacção ou dor/sensibilidade ao toque; sonolência; perturbações do sono; eritema ou tumefacção/induração no local de injecção de 2,5 cm-7,0 cm (após a dose de reforço e em crianças mais velhas [dos 2 aos 5 anos de idade]) Reacções adversas da experiência pós-comercialização com Prevenar. Apesar das reacções adversas seguintes não terem sido observadas nos estudos clínicos com Prevenar 13, em lactentes e crianças, considera-se que se tratam de reacções adversas de Prevenar e, igualmente, de reacções adversas de Prevenar 13. Estas frequências baseiam-se nas taxas de notificações espontâneas de Prevenar. Muito raras: Linfadenopatia (localizada na região do local de injecção), eritema multiforme. Raras: Reacções anafilácticas/anafilactóides incluindo choque; angioedema; urticária no local de injecção; dermatite no local de injecção; prurido no local de injecção; rubor Informação adicional em populações especiais: Apneia em lactentes muito prematuros ((≥ 28 semanas de gestação) Adultos com idade igual ou superior a 50 anos. A segurança foi avaliada em 6 ensaios clínicos, que incluiram 6.198 adultos, com idade entre os 50 e os 95 anos. Prevenar 13 foi administrado a 5.667 adultos; 2.616 (46,2%) com idade entre os 50 e os 64 anos, e 3.051 (53,8%) com idade igual ou superior a 65 anos. Dos vacinados com Prevenar 13, 1.916 adultos foram vacinados anteriormente com a vacina pneumocócica 23-valente, pelo menos, nos 3 anos anteriores ao ensaio de vacinação, e 3.751 não foram vacinados com a vacina pneumocócica 23-valente. Os participantes com idade superior a 65 anos notificaram um menor número de reacções adversas que os adultos mais jovens, independentemente de estarem ou não anteriormente vacinados com uma vacina pneumocócica. No geral, as categorias de frequência foram idênticas entre ambos os grupos etários. Reacções adversas em estudos clínicos: Em todos os estudos clínicos, os acontecimentos sistémicos e as reacções locais foram solicitados diariamente, durante os 14 dias posteriores a cada vacinação. As frequências seguintes são baseadas nas reacções adversas avaliadas como relacionadas com a vacinação em adultos com Prevenar 13. Pouco frequentes: Náuseas; reacções de hipersensibilidade incluindo edema da face, dispneia, broncospasmo; linfadenopatia localizada na região do local de injecção. Frequentes: Vómitos; febre. Muito frequentes: Diminuição do apetite; dores de cabeça; diarreia; erupção cutânea; arrepios; fadiga; eritema no local da injecção; induração/tumefacção no local da injecção; dor/sensibilidade ao toque no local da injecção; limitação dos movimentos do braço; artralgia; mialgia. No global, não se observaram diferenças significativas nas frequências de reacções adversas, quando Prevenar 13 foi administrado a adultos anteriormente vacinados com a vacina pneumocócica polissacárida. Observou-se uma maior frequência de algumas reacções sistémicas solicitadas, quando Prevenar 13 foi administrado concomitantemente com a vacina trivalente inactivada contra a gripe (TIV), comparativamente com a administração de apenas TIV (dor de cabeça, arrepios, erupção cutânea, diminuição do apetite, artralgias e mialgias) ou de apenas Prevenar 13 (dor de cabeça, fadiga, arrepios, diminuição do apetite e artralgias). DATA DA REVISÃO DO TEXTO 10/2011 Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado. RCM 22x28_AF.indd 1 regiões do país. Farão parte do Programa os principais temas da patologia torácica, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, a Asma, o Cancro do Pulmão, as Infeções Respiratórias (como a Pneumonia, a Gripe e a Tuberculose), o Transplante Pulmonar e a Cirurgia Torácica, as Doenças Intersticiais, a Hipertensão Pulmonar, a Fisiopatologia Respiratória, os Distúrbios do Sono, o Tabagismo, a Intervenção em Pneumologia, a Reabilitação Respiratória, o Tromboembolismo Pulmonar, a Patologia da Pleura, a Fibrose Quística, o Défice de Alfa 1 Antitripsina e a Doença de Pompe. Para este evento, que será o que quisermos e soubermos fazer dele, aguarda-se não apenas uma forte Este é um Congresso Respiratório, onde o “Lugar está marcado para o Conhecimento” e que se pretende pleno de vitalidade e de ar puro. Vamos então, em conjunto, inspirar-nos de forma saudável durante estes dias, aproveitando o ambiente puro e arejado que esta península nos oferece. participação, novamente com cerca de 600 congressistas previstos, como também uma presença empenhada dos diversos protagonistas da área respiratória, nacionais e internacionais. Será assim possível testemunhar, nestes dias, o êxito do nosso Congresso! Este é, igualmente, ano de eleições, que decorrerão no segundo dia do Congresso, após o que terá lugar a Assembleia-Geral, dia 10, pelas 19 horas. Não se descurou também a componente social, A qualidade do Programa, diversificado e refletindo acontecendo no dia 9 um jantar de convidados, no Casi- a vitalidade da nossa Sociedade, dificulta o anúncio de no, e no dia 10 o jantar de encerramento, numa unidade destaques, mas não se pode deixar de realçar a repetição hoteleira, desejavelmente com boa animação. da rubrica “Revista das Revistas”, que permite recolher Finalmente, os sinceros e vivos agradecimentos a um panorama abrangente e focado dos temas nucleares todos quantos participam no congresso, presidentes, mo- da patologia respiratória, a apresentação do trabalho de deradores, oradores, mas principalmente aos autores das investigação básica na fibrose quística, que permitiu a um comunicações livres, à Comissão Organizadora Local, ao académico nacional a obtenção do mais prestigiado Pré- Secretariado da SPP, ao Secretariado e Agência do Con- mio da European Respiratory Society (ERS), Prémio Ro- gresso, à nossa Agência de criação de conteúdos e de co- main Pawels, a Conferência Thomé Villar, proferida pelo municação e à Indústria Farmacêutica, suporte essencial presidente da ERS, a propósito das dificuldades clínicas para que estas ações se possam concretizar. nas Pneumonias, uma matéria tão premente que terá o Este é um Congresso Respiratório, onde o “Lugar seu Dia Mundial já na próxima segunda-feira, dia 12, as está marcado para o Conhecimento” e que se pretende Sessões Institucionais, com a Sociedad Española de Neu- pleno de vitalidade e de ar puro. mología y Cirurgía Torácica (SEPAR) e com a Associação Vamos então, em conjunto, inspirar-nos de forma Latino-Americana do Tórax (ALAT), facilitando a troca de saudável durante estes dias, aproveitando o ambiente experiências nos respetivos países, a respeito de um tema puro e arejado que esta península nos oferece. tão relevante e atual como a Fibrose Pulmonar, com a So- Estamos ansiosos por recebê-los, esperando que a ciedade Portuguesa de Cardiologia, dando continuidade vossa estada possa constituir um momento de inesquecí- ao acordo estabelecido com esta prestigiada sociedade vel convívio científico e social. 1/17/12 5:04:19 PM 03 9 a 11 de novembro 2012 E Pneumonia adquirida na comunidade: é possível prevenir? stima-se que, anualmente, em Portugal continental e antipneumocócica. Atualmente, estão disponíveis duas possam ocorrer entre 50.000 a 100.000 episódios vacinas pneumocócicas, ainda só com indicação na pre- de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em venção da doença pneumocócica invasiva. adultos, dos quais 25 a 50% resultem em internamento hospitalar. De destacar que a nova vacina pneumocócica conjugada com 13 serótipos apresenta um perfil de No período de 2000 a 2009, os internamentos de maior imunogenicidade em relação à anterior vacina adultos por PAC em instituições do Serviço Nacional de pneumocócica polissacarídica 23 valente. Espera-se Saúde representaram 3,7% do total de internamentos que esta nova vacina ou, provavelmente, a conjugação por todas as causas, o que corresponde a uma incidên- das duas vacinas pneumocócicas, possa, finalmente, cia média de 3,61 internamentos por 1000 habitantes contribuir para um maior controlo da doença pneumo- adultos. cócica no adulto. É igualmente conhecido que 1/3 a 3/4 dos episódios de PAC no adulto são de etiologia pneumocócica e que a pneumonia pneumocócica é responsável por mais de 80 a 90% das formas de doença pneumocócica invasiva no adulto. Dr. Filipe Froes Pneumologista do Hospital Pulido Valente – CHLN. Secretário da Comissão de Trabalho Infecciologia Respiratória da SPP O envelhecimento da população e o aumento das doenças crónicas não-transmissíveis, que se verificam sobretudo nos países mais desenvolvidos, favorecem e promovem a ocorrência de pneumonias, em particular, de etiologia pneumocócica. Estudos realizados nos Estados Unidos da América projetam para o ano de 2040 um aumento de 38% na população americana, com um aumento de 125% no número de indivíduos com idade ≥ 65 anos e, paralelamente, um aumento de 96% (de 401.000 para 790.000) nos internamentos hospitalares por pneumonia pneumocócica, com um aumento anual dos custos em 2,5 biliões de dólares americanos. A confirmarem-se estas expectativas, estão reunidas as condições para mais um desafio significativo na sustentabilidade dos serviços nacionais de saúde. A nova vacina pneumocócica conjugada com 13 serótipos apresenta um perfil de maior imunogenicidade em relação à anterior vacina pneumocócica polissacarídica 23 valente. Espera-se que esta nova vacina ou, provavelmente, a conjugação das duas vacinas pneumocócicas, possa, finalmente, contribuir para um maior controlo da doença pneumocócica no adulto. Em face desta realidade, a prevenção da pneumonia não só é possível e desejável, mas também exequível e assenta num conjunto de medidas gerais e específicas. As medidas gerais incluem, entre outras, o controlo das doenças crónicas, o uso criterioso de terapêuticas imunossupressoras e o aconselhamento sobre tabaco e álcool. Nas medidas específicas há a referir a vacinação antigripal 04 COMISSÕES DE TRABALHO COMISSÕES DE TRABALHO Alergologia Respiratória A asma brônquica continua a constituir um im- contaram, no conjunto, com a participação de cerca de 50 portante foco de interesse para clínicos e inves- médicos pneumologistas, e que tiveram como objetivo a tigadores, sendo, cada vez mais, uma das áreas atualização e revisão dos mais recentes conceitos e técni- de maior dedicação da Especialidade de Pneumologia. cas na investigação e abordagem terapêutica de doentes A prevalência da asma parece continuar a aumentar à com alergia respiratória. medida que as comunidades evoluem, acompanhando o • 1.ª Reunião Conjunta da Sociedade Portuguesa de aumento global das doenças alérgicas. Calcula-se que, a Prof. Doutor Jorge Ferreira Coordenador da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP nível mundial, aproximadamente 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram de asma e que em 2025 poderá haver mais 100 milhões de indivíduos a sofrer desta doença. A Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP, que tem por objetivos principais a promoção e Pneumologia e Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, sob o tema: “Asma Brônquica na Prática Clínica”, que decorreu, em 17 de março de 2012, no Hotel Villa Batalha - Batalha. • Participação na Organização do XVII Curso de Pósgraduação da SPP, que teve como tema “Asma Brônquica” áreas de maior interesse desta doença. e decorreu, nos dias 14 e 15 de abril de 2012, no Hotel divulgação de atividades e iniciativas científicas relacio- Ao longo do ano de 2012, a Comissão de Trabalho nadas com as doenças respiratórias alérgicas, assumiu a de Alergologia Respiratória teve, também, oportunidade • Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Aler- asma brônquica como uma prioridade nas suas ativida- de concretizar diversas outras iniciativas científicas que gologia Respiratória da SPP, sobre o tema: “O Futuro do des. Assim, organiza no Congresso da SPP uma sessão de- tentaram promover os conhecimentos sobre asma: Tratamento da Asma”, que teve lugar, em 2 de junho de dicada ao tema: “Asma e Desporto”, abordando uma das • Quatro Cursos Avançados em Imunoterapia, que Sana Silver Coast – Caldas da Rainha. A Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP, que tem por objetivos principais a promoção e divulgação de atividades e iniciativas científicas relacionadas com as doenças respiratórias alérgicas, assumiu a asma brônquica como uma prioridade nas suas atividades. 2012, no Grande Hotel do Luso. Tuberculose A Comissão de Trabalho de Tuberculose da Socieda- veu um debate sobre os constrangimentos e ameaças que de Portuguesa de Pneumologia tem como mem- enfrentamos, assim como as oportunidades que não po- bros médicos de Pneumologia, Medicina Geral e Familiar, Saúde Pública e Microbiologia. A Comissão promove anualmente uma reunião dirigida a todos os seus membros, uma reunião conjunta com outras entidades científicas ou civis dirigida a toda a população, coincidente com o Dia Mundial da Tuberculose, e participa ativamente no Congresso da Dr.ª Raquel Duarte Coordenadora da Comissão de Trabalho de Tuberculose da SPP Sociedade Portuguesa de Pneumologia, promovendo uma mesa-redonda, com discussão dos temas mais atuais da tuberculose, tanto na área científica, como publicadas na Revista Portuguesa de Pneumologia e ado- social. São já reconhecidos os esforços da Comissão de tadas pela Direção-Geral da Saúde. A Comissão de Trabalho de Tuberculose da Sociedade Portuguesa de Pneumologia tem como membros médicos de Pneumologia, Medicina Geral e Familiar, Saúde Pública e Microbiologia. demos deixar passar. Este debate, que se prevê participativo, decorrerá no dia 10 de novembro, às 15h30, durante o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, em Troia. A reunião anual decorrerá a 15 de dezembro, no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. Aí, discutir-se-ão os fatores de risco associados à tuberculose. Este ano, a atual Coordenação da Comissão cessa atividades, dando-se lugar a um novo ciclo. Estamos atualmente a receber as propostas de candidatura. Participem! Como coordenadora cessante da Comissão, quero Trabalho de Tuberculose na redação de normas de boas Este ano, atentos aos constrangimentos que os práticas na área da tuberculose. As normas, dirigidas ao serviços de saúde atravessam, assim como ao potencial agradecer toda a colaboração dos membros, a confiança diagnóstico e tratamento da tuberculose ativa e da in- impacto da situação sócio-político-económica que o país balho que sempre se fez sentir. Aprendi muito convosco, feção latente por Mycobacterium tuberculosis, têm sido atravessa, no controlo da tuberculose, a Comissão promo- obrigada. depositada e o sentimento de colaboração, amizade e tra- Pneumologia Oncológica A Comissão de Pneumologia Oncológica (CPO) da e a união dos seus membros, mantendo uma expressão Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a nacional relevante. As reuniões frequentes dos membros da CPO, para discutir as últimas novidades científicas e trocar experi- mais antiga entidade portuguesa ligada ao cancro Até à data, não se verificou no nosso país um de- ências entre os vários centros nacionais; o esforço para do pulmão (CP), comemorou no ano passado 25 anos de clínio na incidência do CP (registaram-se em 2008 cer- criar normas de orientação; o desenho dos folhetos de existência. ca de 3300 novos casos), o que se deve certamente aos apoio ao doente e a base de dados nacional, que está a A CPO dedica-se, desde o triénio 1986/88, ao estudo hábitos tabágicos e ao envelhecimento da população dar os seus primeiros passos, são a razão da existência do CP, tendo conseguido perpetuar a qualidade científica portuguesa. Mais preocupante é, contudo, a mortalidade desta comissão. destes doentes, que quase iguala a taxa de incidência, Contudo, tudo isto só é possível pela grande coesão refletindo a baixa percentagem de sobreviventes aos 5 dos membros da CPO, o caloroso apoio aos mais novos, anos – 15%. que são sempre bem-vindos, e os laços de amizade que se Mas a mensagem não é de desânimo, pois, a evoDr.ª Ana Barroso Assistente hospitalar graduada de Pneumologia do CHVNGaia. Coordenadora da Comissão de Trabalho de Pneumologia Oncológica da SPP (triénio 2010/2012). Tesoureira da Direção do Grupo de Estudos de Cancro do Pulmão têm criado ao longo dos anos. Até à data, não se verificou no nosso país um declínio na incidência do CP (registaram-se em 2008 cerca de 3300 novos casos), o que se deve certamente aos hábitos tabágicos e ao envelhecimento da população portuguesa. lução no tratamento desta neoplasia tem sido marcan- Relativamente a outros grupos dedicados ao CP, a te, principalmente nas situações de doença extensa. posição da CPO é de parceria e complementaridade, para A maioria dos avanços científicos, que se têm revelado a que entre todos se consiga combater esta patologia. No mas, fundamentalmente, intervindo na prevenção dos uma velocidade por vezes estonteante, tem já aplicação futuro, modificaremos a história natural desta doença, hábitos tabágicos. na prática clínica diária, permitindo efetuar terapêuticas tornando-a numa doença crónica. A mensagem é, pois, de otimismo e incentivo à SPP, cada vez mais personalizadas aos nossos doentes, levan- Devemos, pois, lutar em várias frentes em simultâ- para que mantenha vivas as Comissões de Trabalho, e de do-os a viver mais, mas sobretudo a viver com melhor neo: no tratamento, no diagnóstico precoce/rastreio e na gratidão aos membros da CPO, pela participação e colabo- qualidade de vida. prevenção da doença, investindo na cessação tabágica, ração dedicada em cada novo evento que se planeia. 05 COMISSÕES DE TRABALHO COMISSÕES DE TRABALHO Tabagismo A de Pneumologia; Comissão de Tabagismo iniciou a sua atividade em 1992, na altura denominava-se Comissão de Tra- – Curso de Formação de Tabagismo para os internos guesa de Prevenção do Tabagismo, Fundação do Pulmão. e onde vai ser abordado o tema “Tabaco e Cancro do Pul- Mantivemos, também, a participação ativa em con- mão”, que destaca o tabagismo como principal fator de balho de Luta Antitabágica. Em novembro de 1999 – Ações de Formação a nível da Medicina Geral e gressos nacionais e internacionais, com especial enfoque foi alterada a denominação para Comissão de Trabalho Familiar, de modo a apoiar a criação de consultas de ces- para o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumolo- Em todas as ações desenvolvidas, procuramos, de Tabagismo. Desta Comissão fazem parte 71 pneumo- sação tabágica. gia, em que procuramos sempre apresentar um programa sempre que possível, envolver especialistas de diferentes variado e abrangente na área da prevenção e tratamento áreas, de modo a termos uma visão mais abrangente da do tabagismo. problemática do tabagismo e, por outro lado, estabele- logistas. Nas ações referidas, tivemos o cuidado de envolver a ARS, Sociedade de Pneumologia, Sociedade de Tabacologia, Comissão de Oncologia Pneumológica, Projeto Gold, Realça-se o programa deste ano, que foi elaborado Liga Portuguesa contra o Cancro, Confederação Portu- em conjunto com a Comissão de Oncologia Pneumológica risco para o desenvolvimento do cancro do pulmão. cermos uma estratégia comum de combate à epidemia do tabagismo. Dr.ª Lourdes Barradas Coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP. Diretora do Serviço de Pneumologia do Instituto Português de Oncologia de Coimbra (IPOCFG.EPE) O objetivo principal desta Comissão é o controlo da epidemia do tabagismo, atuando quer a nível da vertente preventiva, quer no tratamento. Das múltiplas atividades desenvolvidas pelos membros da Comissão de Tabagismo ao longo destes 18 anos, destacam-se: – Elaboração de normas de atuação no Tabagismo adaptadas à realidade nacional; ações de formação para profissionais de saúde, incluindo cursos pós-graduados nos congressos anuais da SPP; cursos no âmbito da Escola de Pneumologia; cursos de formação em Cessação Tabágica dirigidos à Medicina Geral e Familiar, em colaboração com as ARS; O objetivo principal desta Comissão é o controlo da epidemia do tabagismo, atuando quer a nível da vertente preventiva, quer no tratamento. – Colaboração com outras sociedades, com outras comissões de trabalho, com a Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo, com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, com o projeto GOLD, com a Rede Europeia de Prevenção do Tabagismo (ENSP), entre outras; – Organização e participação em congressos nacionais e internacionais; organização de atividades do Dia Mundial Sem Tabaco e no Dia do Não Fumador. Ao longo deste triénio, tentámos manter os objetivos de controlo da epidemia do tabagismo de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Convenção Mundial para o Controlo do Tabaco (WHO Framework Convention on Tobacco Control - WHOFCTC). Das múltiplas atividades realizadas durante este triénio, destacam-se: – Elaboração de posters e folhetos informativos e educativos sobre Tabagismo; – Ações na comunidade, nomeadamente a nível das escolas; – Rastreios com realização de espirometrias e dose– Participação em vários programas da comunicação social; – Organização de atividades referentes ao “Dia Mundial Sem Tabaco” e ao “Dia do Não Fumador”, quer a nível da comunidade, quer a nível dos profissionais de saúde; PSYM0439PT20120925 amento de CO no ar expirado; 06 From hospi T he scientist and technologic advances with the deparment, ambulatory, hospital) to let a shared use of improvement of the social and enviromental con- the information and to have a better management of a ditions have increased our life expectancy. The patients, improve the interactions patient-doctor, empo- number of elderly patients increases and continue incre- wered patients and permit a early intervention in a case asing. It is estimated that in the year 2050 the number of of a exacerbation. elderly people of 60 years old is placed about two billion There are several models to management chronic . For Europe, the proportion of people older than 65 patients. This models combinated medical, social, fami- years is projected to grow from just under 15% to 23,5% liar and enviromental actions. One of the most known is by 2030. People older than 80 years old is expected to the Kaiser pyramid , that defends a piramidal system of about 6,4% (2). attemtion focused in the patient (case managed) without (1) (5) forgetting the main role of the self-care and the self gesSegrelles G (1), Gómez-Suárez C (2), Zamora E (1), Ancochea J (1). (1) Respiratory Deparment, Hospital Universitario La Princesa (Madrid). Instituto de Investigación Sanitaria (IP) La Princesa. (2) Linde Healthcare S.A tion since the beginning of the disease. The representation of this system remarks that few patients use a lot resources. In this general view of the cronicity, one of the better example is the Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD). COPD is a common health problema across Euro- The scientist and technologic advances with the improvement of the social and enviromental conditions have increased our life expectancy. The number of elderly patients increases and continue increasing. It is estimated that in the year 2050 the number of elderly people of 60 years old is placed about two billion. cerbation. Several papers show that this programs reduce days of hospitalizations, improves quality of life the patients, don’t improve complications secondary to early income and are econimically profitable (10,11,12). In the Hospital Universitario de La Princesa (Madrid) we develop a programme of early income (PAPER) that is activated in winter months and is coordinated by a nurse. This programme shown that is an effective tool to use in the management the COPD exacerbation. The main limitation of this programmes are that don’t act before the patient go to the Hospital. Especially in patients with severe airflow obstruction we need to act in the early steps of the exabertion and avoid that the patient go to the hospital. The new technologies could have their role because they can allow us to have remote daily date of the patient in his basal (without exacerbation) state and act againts With the aging of population the prevalence of pe, but is often underdiagnosed. COPD mortality is incre- chronic diseases will increase. The patients with more co- asing worldwide despite advances in its management in morbidities have more dependece and worse punctuation recent decades [6], the predict number of deaths is expect in the Barthel index after admission (3). At the end of 2005 to increase from almost 270,000 in 2005 to over 340,000 We have to elaborated several strategies to avoid the improvement of the quality of life, the dicrease of sa- the 60% of all deaths were related to chronic diseases, deaths by 2030. World Health Organization claim than in the admission during a exacerbations. There are more re- nitary cost and the number of hospital admissions. It is this group represente dan excessive economic load for the 2050 it will be the 3rd cause of death. asons for this: still necessary to realice more studies and methodologi- sanitary system. In USA the chronic patients represented the 78% of global health spending. A principal point in the evolution of the disease are the exacerbations. The exacerbation imply a modification alterations of these. Telemedicine Exacerbations representated the biggest percentage of sanitary spend in COPD patients (9). 1. To reduce the impact of the exacerbation in the Multiple studies have been elaborated about COPD and telemedicine where it is shown the effectivity of cost, cally better maker. illness evolution. A systematic review by Polinesa et al examined the To sum up, our clinic reality is an elderly patient of the basal situation with a impact of lung function, qua- 2. To control sanitary burden. efficacy of telemedicine (TLM) compared with usual care with multiple comorbidities with a high risk of admission, lity of life and pronostic of the illness (7). Its believed that 3. To improve quality of life the patients. (13) limitations of daily life and all of this is an important load the COPD patients have an average of 1-4 exacerbation in 4. To reduce the appearance of comorbidities. ducing lenght of stay in hospital amd emergency depar- to Health system. This situation implies an answer to the a year, although there is a more risk in the patients with More of this strategies are focused to reduced days well-know as challenge of chronicity. We need a change more airflow obstruction and more exacerbations in the of hospital income, but not to avoid this. Early outcomes In the study publicated by de Toledo et al, telemedi- in the attemption of chronic patients. This change needs previous year . have a good impact in the management the COPD exa- cine group showed a lower percentage of hospital admis- a modifications of a basics elements (4): 1. Reorganization of the care. It is based in the generation of strategie focus to the self gestion of the patient’s disease. We need to create multidisciplinary teams with an active participation of the patient and their principal caregiver. Maked the visits in group and making a progressive strategic of the patient’s attention focus firstly in the disease and finally managed the case. 2. Professionals. The sanitary profesional who work in the process of chronic patient’s attention have to develop a serie of ability such as: a. Comunication with patient, caregivers and others sanitary proffesionals. b. Accept the necessity of sharing responsability with the patient. c. Motivate healthy changes in the patient’s lifes- d. Capacity and coordination. e. Capacity of efficient use of communication tyle. and information technologies. f. To find personal satisfaction when they work with chronic patients and with their families. 3. Caregiver. It is very important in the assitan- ce process of a chronic patient and is the responsable of transmittivy and make to respect the patient’s decisions at the end of the illness. We must include the caregiver and the chronic patient’s relatives in the process of disease’s management and make them to participate in the aspects of the carers suchs as: a. Definitions about the aims of the carers. b. Take decisions. c. Planification of the treatment. d. Adherence and monitoring. 4. Technologie innovation. The news technologies are a revolution in the concept of assistence to chronic patients. In Spain the new technologies are about 1% of the sanitary spend, very far from the 3% of the rest of U.E and of the 7-10% of the economic inversion of others fields suchs as telecomunications. Their use will afford us to recopilate, of a tidy and coherent way, the clinical information of the patient, in all steps of clinic assistance (home assistance, emergency (8) . This study desmotrated that TLM was effective in re- ments visits. There was no difference in quality of life. 07 tal to home sions. Vitacca et al confirmed this results in a study with about 101 COPD patients with oxygentherapy and severe airflow obstruction (14,15). Another important point is the management of information. Several studies reported the importance of a good traige of the telemonitoring information. More of actions don’t requires a clinician, one study estimated about 15% the clinical alerts about of the all alerts . (16) Probably nurse-case-management is the perfect professional that can classificated this information and detected the real alerts secondary to exacerbations. In general, patient’s satisfaction is high with telemedicine programs and the principal limitation that detected professional is a work over-load. For this reason is important to make a good selection the better patient. Our experiencie in telemedicine and COPD is summarized in the project PROMETE (Proyecto Madrileño de EPOC Telemonitorizado). The “PROMETE” study is a randomised controlled trial including two groups, a group receiving conventional healthcare and another home telehealth, with 30 patients participating in each group. The trial was performed by the Pneumology Department from the Hospital Universitario La Princesa (Madrid, Spain) and coordinated with four local Primary Care Centers (Goya, Montesa, Lagasca y Castelló). Telehealth equipment, home service, technical assistance and specialized telehealth triage center was provided by Air Products Healthcare. Patients included in the trial suffered severe COPD, GOLD stage IV, and where on home oxygen therapy. Additionally, patients included in the trial had experienced at least an exacerbation episode that leaded to hospitalization in the year prior to inclusion in the trial. Vital signs like blood pressure, heart rate, blood oxygen saturation and pick-flow where monitored in a daily bases. The initially results suggest that telemedicine is a good alternative in the management of this patients. To sum up, we need a change in the management of chronic patients. Telemedicine permit us controlled daily our patients and act early when detected an exacerbation. Our experience shown that start the treatment at patient’s home is effective and don’t increase treatment failure. We think that is basic the coordination between hospital and primary care. With telemedicine programs and particulary with PROMETE study we reduce innecesary treatments and clinical proves, we improves medical communication and professional satisfaction. In the future we need more studies to answer some questions: 1. Economic validity. 2. Paper of caregivers. 3. Global implantation. 4. Better patient for telemedicine programs. 5. Professionals satisfaction and improve their qualifications about telemedicine. References: 1. WHO. Health Statistics and Health Information System. Revised Global Burden of Disease (GBD) 2002. www. who.int/healthinfo/bodgdb2002revised/en/index/html. 2. Yach D, Hankes C, Gould C; Hofman K. The global burden of chronic diseases. 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Telemedicine experience for chronic care in COPD. IEEE 2006. 15. Vitacca M, Bianchi L, Guerra A, Fracchia C, Spanevello A, Balbi B, Scalvini S. Tele-assitance in chronic respiratory failure patients: a randomised clinical trial. EurRespir J 2009;33:411-18. 16. Ure J, Pinnock H, Hanley J, Kidd G, McCall E, Tarling A, Pagliari C et al. Piloting telemonitoring in COPD: a mixed methods exploration of issues in design and implementation. Prim Care Respir J 2012;21:57-64. 08 Organização Programa Sociedade Portuguesa de Pneumologia Direcção: Presidente: Carlos Robalo Cordeiro Vice-presidentes: Cristina Bárbara Venceslau Hespanhol Fernando Barata Secretário-geral: Paula Pinto Secretário-adjunto: Fernando Menezes Tesoureiro: Marco Liebermann 6.ª Feira 9-11-2012 SALA FREITAS E COSTA 17.00h Simpósio Griflos 08.30h Comunicações Orais CO 001 a CO 009 Técnicas + Interstício Mod: Abel Afonso (Vila Real) Salvato Feijó (Lisboa) 18.00h Conferência Thomé Villar Dificuldades clínicas nas pneumonias Clinical Difficulties in Pneumonias Francesco Blasi 10.00h Café 19.00h Sessão de Abertura Mesa da Assembleia-geral Presidente: Jaime Pina Secretário: Ricardo Nascimento Vogal: Fernanda Nascimento 10.30h Comunicações Orais CO 010 a CO 018 DPOC Mod: A Simões Torres (Viseu) Alcides Marques (Faro) Conselho Fiscal Presidente: Bárbara Parente 1.º Vogal: Ana Fernandes 2.º Vogal: Miguel Villar 12.00h Simpósio Pfizer 10.00h Café 13.00h Almoço 10.30h Comissão de Trabalho de Doenças do Interstício e Doenças Ocupacionais 14.30h Simpósio Boehringer Ingelheim SALA ROBALO CORDEIRO 08.30h CT Trabalho Técnicas 15.30h Comunicações Orais CO 019 a CO 024 Tabaco Mod: Lurdes Barradas (Coimbra) Rui Neveda (Viana do Castelo) Doenças do interstício pulmonar – abordagem na fase avançada da doença Mod: Dolores Moniz Luísa Oliveira - Suporte paliativo – Edna Gonçalves - Ventilação não invasiva – João Munhá - Reabilitação – Paula Pamplona 16.30h Café 13.00h Almoço 17.00h Simpósio Griflos 15.30h Comissão de Trabalho de Infecciologia 18.00h Conferência Thomé Villar Dificuldades clínicas nas pneumonias Clinical difficulties in pneumonias Francesco Blasi Os números da letalidade intra-hospitalar por PAC Mod: António Diniz A. Ramalho de Almeida Painel: Filipe Froes; Margarida Mesquita; Margarida Serrado; Baltazar Nunes 19.00h Sessão de Abertura SALA RAMIRO ÁVILA 12.00h Simpósio Pfizer 13.00h Almoço 14.30h Simpósio Boehringer Ingelheim 15.30h Discussão de Posters P 001 a P 024 Oncologia – 24 Mod: Henrique Queiroga (Porto) Ana Fernandes (Vila Real) PUB 16.30h Café 16.30h Café SALA THOMÉ VILLAR 08.30h Revista das Revistas Mod: Cristina Bárbara e João Cardoso Asma – Rita Gerardo Hipertensão pulmonar – Teresa Shiang Transplante pulmonar – Alexandra Barba 10.00h Café 10.30h Mesa-redonda Portugal da rota da investigação básica na fibrose quística (Mod: Margarida Amaral) – Carlos Farinha Gestão do doente com fibrose quística – desafios da transição para a idade adulta Mod: Celeste Barreto - Experiência de um centro de referência português – Carlos Lopes - Experiência de um centro de referência europeu – Harry Heijerman 11.30h Conferência Pres: J Agostinho Marques Liderança e motivação: a arte de fazer omeletas sem ovos Márcio Ceitil 12.00h Simpósio doença pneumocócica na população adulta: porque é importante prevenir Moderador: C Robalo Cordeiro Pneumonia adquirida na comunidade: é possível prevenir? – Filipe Froes A vacinação antipneumocócica na prática clínica – Marta Drummond 13.00h Almoço 14.30h Simpósio SPIRIVA – 10 anos de inovação na DPOC 15.30h Sessão Institucional SPP/APMGF Prés: C Robalo Cordeiro (SPP) Rizério Salgado (APMGF) Do hospital para o domicílio From hospital to home Thys van der Moler Gonzalo Segrelles Calvo 16.30h Café 17.00h Simpósio DA1AT: Porque só detetamos alguns destes doentes? Mod: C. Robalo Cordeiro - Diagnosticar DA1AT em doentes com DPOC – Rembert Koczulla - Deficiência em Alfa 1: Consequências clínicas – Maria Sucena 18.00h Conferência Thomé Villar Dificuldades clínicas nas pneumonias Clinical difficulties in pneumonias Francesco Blasi 19.00h Sessão de Abertura Sábado 10-11-2012 SALA FREITAS E COSTA 08.30h Comunicações Orais CO 025 a CO 038 Cuidados Intensivos Mod: Filipe Monteiro (Lisboa) JP Baptista (Coimbra) 10.00h Café 10.30h Comunicações Orais CO 034 a CO 042 Oncologia Mod: Bárbara Parente (Gaia) Francisco Félix (Lisboa) 12.00h Simpósio Novartis 13.00h Almoço 14.30h Simpósio Astra 15.30h Comunicações Orais CO 043 a CO 048 Asma Mod: Mário Loureiro (Coimbra) Salete Valente (Covilhã) 16.30h Café 17.00h Comunicações Orais CO 049 a CO 054 Infeções Mod: João Cunha (Braga) António Antunes (Figueira da Foz) 18.00h Comunicações Orais CO 055 a CO 060 Tuberculose Mod: Ricardo Nascimento (Funchal) António Domingos (Torres Vedras) 19.00h Assembleia-Geral SALA RAMIRO ÁVILA 08.30h Discussão de Posters P 025 a P 037 Clínica Pneumológica Mod: M.ª Manuel Figueiredo (Guimarães) Luís Ferreira (Guarda) 10.00h Café 09 13.00h Almoço 14.30h Simpósio Astra 15.30h Discussão de Posters P 038 a P 053 DPOC Mod: João Munhá (Portimão) Chaves Caminha (Porto) 16.30h Discussão de Posters P 054 a P 070 Interstício Mod: António Morais (Porto) Fernando Rodrigues (Aveiro) 18.00h Discussão de Posters P 071 a P 085 Sono, Asma e Função Mod: Ana Arrobas (Coimbra) Richard Staats (Lisboa) 19.00h Assembleia Geral SALA ROBALO CORDEIRO 08.30h Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Mod: Cristina Bárbara e João Almeida O processo de creditação dos laboratórios de função respiratória – Joana Abreu Manual de Boas Práticas em Função Respiratórias – estratégia para a sua publicação e conclusões da reunião – Alexandre Barba 10.00h Café 10.30h Comissão de Trabalho de Reabilitação Reabilitação no doente com DPOC e co-morbilidades Mod: Paula Simão João Munhá - Impacto das co-morbilidades na reabilitação do doente com DPOC – Fátima Rodrigues - Treinando o doente com DPOC e co-morbilidades: Insuficiência cardíaca congestiva – João Munhá Cardiopatia isquémica e doença vascular periférica – Paula Almeida Diabetes mellitus – Ana Luísa Marques da Costa 13.00h Almoço 15.30h Comissão de Trabalho de Tuberculose Como abordar a tuberculose face aos constrangimentos económicos e sociais atuais Mod: António Domingos José Miguel Carvalho - O que está bem e quais são os constrangimentos? – Raquel Duarte - Quais são as potencialidades? – Ana Maria Correia 16.30h Café 17.00h Comissão de Trabalho Patologia do Sono Competência em Medicina do Sono Mod: Teresa Paiva Marta Gonçalves - A realidade europeia – Richard Staats - A realidade portuguesa – J. Moutinho dos Santos 18.00h Comissão de Trabalho de Alergologia Asma e desporto Mod: Aurora Carvalho - Introdução – Ricardo Lima - Asma e desporto – A. Bugalho SALA THOMÉ VILLAR 08.30h Revista das Revistas Mod: Fernando Barato e Sofia Furtado Pleura – Yvete Martins Cancro do pulmão – Gabriela Fernandes Sarcoidose – Leandro Ferreira 10.00h Café 10.30h Sessão institucional SPP/SEPAR/ALAT Pres: C Robalo Cordeiro (SPP) Pilar de Lucas (SEPAR) Mayra Mejia (ALAT) Fibrose pulmonar idiopática e: - Envelhecimento – Elena Bollo (SEPAR) - Infeção – António Morais (SPP) - Tabaco - Mayra Mejia (ALAT) 12.00h Simpósio Novas estratégias e opções terapêuticas em DPOC Mod: J. Agostinho Marques - Onbrez® Breezhaler® novos dados e prática clínica – João Cardoso - Seebri® Breezhaler® o novo broncodilatador de longa ação – Guy Joos 13.00h Almoço 14.30h Simpósio Recomendações, boas práticas e adesão à terapêutica na DPOC O que há de novo? Carlos Robalo Cordeiro A importância dos dispositivos inalatórios John Haughney 15.30h Mesa-redonda Bilastina: um Mundo novo para o paciente alérgico Bilastina na rinite; eficácia e segurança: Ana Todo Bom Bilastina na asma brônquica: Fernando Menezes 16.30h Café 17.00h Prós e Contras – Corticoterapia inalatória e risco de pneumonia Mod: Paula Simão e Joaquim Moita Pró – Lígia Pires Contra – Sara Freitas 18.00h Conferências Pres: José Alves MET – Medical Emergency Team – vale mais prevenir que remediar Álvaro Moreira da Silva 19.00h Assembleia-Geral Domingo 11-11-2012 SALA FREITAS E COSTA 08.30h Comunicações Orais CO 061 a CO 069 Fisiopatologia Mod: Teresa Cardoso (Évora) Maria João Matos (Coimbra) 10.00h Café 10.30h Comunicações Orais CO 070 a CO 084 Sono Mod: João Almeida (Porto) Monteiro Ferreira (Coimbra) 13.00h Encerramento SALA RAMIRO ÁVILA 08.30h Discussão de Posters P 086 a P 099 Técnicas Mod: J. Roque Dias (Santarém) J. Roldão Vieira (Almada) 10.00h Café 10.30h Discussão de Posters P 100 a P 128 Tuberculose e infeções Mod: Paula Duarte (Setúbal) C. Pavão de Matos (Ponta Delgada) 13.00h Encerramento SALA ROBALO CORDEIRO DIRETOR José Alberto Soares ASSESSORA DE DIREÇÃO Helena Mourão COORDENAÇÃO Paula Pereira REDACÇÃO Andreia Pereira Bruno Miguel Dias David Carvalho Paula Pereira Sílvia Malheiro Susana Catarino Mendes DIRETOR COMERCIAL Miguel Ingenerf Afonso ASSISTENTE COMERCIAL Sandra Morais PUBLICIDADE Carla Gonçalves 08.30h Comissão de Trabalho de Cirurgia Torácica DIRETORA DE MARKETING Ana Branquinho 10.00h Café DIRETOR DE PRODUÇÃO João Carvalho 10.30h Comissão de Trabalho de Oncologia Pneumológica e de Tabagismo Tabaco e cancro do pulmão Mod: Ana Barradas Lurdes Barradas - Interação dos hábitos tabágicos na terapêutica do cancro do pulmão – Ana Figueiredo - Cessação tabágica no doente com cancro do pulmão – Cristina Matos - Custos económicos e sociais do CP vs Custos na prevenção e tratamento do tabagismo – Manuel Pizarro DIRETOR DE MULTIMÉDIA Luís Soares FOTOGRAFIA Ricardo Gaudêncio (Editor) Jorge Correia Luís SELECÇÃO DE COR, FOTÓLITO E MONTAGEM pré&press IMPRESSÃO E ACABAMENTO Projecção – Quinta do Lavi – Armazém n.º 1 Parque Industrial da Abrunheira 2710-089 SINTRA Pretendemos promover e divulgar a informação na área da saúde. A reprodução total ou parcial dos textos e fotografias é possível, desde que referenciada a sua origem - JAS Farma® - e com a autorização expressa da Direcção. Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores. 13.00h Encerramento Empresa jornalística registada com o n.º 220669 08.30h Revista das Revistas Mod: Venceslau Hespanhol e António Diniz Pneumonia – JP Boléo-Tomé Tuberculose – Raquel Duarte Bronquiectasias – Fernanda Gamboa 10.00h Café 10.30h Mesa-redonda Doenças raras na pneumologia – Doença de Pompe Mod: Joaquim Moita - Doença de Pompe: sinais e sintomas – Bebiana Conde - Estudo DEEPEr – Maria José Guimarães - Casos clínicos – M. Simões Raposo 11.30h Sessão Institucional SPP/SPC Pres: C. Robalo Cordeiro (SPP) Mário Lopes (SPC) Embolia pulmonar – perspetiva - do cardiologista – Graça Castro - do imagiologista – António Madureira - do pneumologista – Jorge Tomás Monteiro Edifício Lisboa Oriente Office Av. Infante D. Henrique n.º 333 H - 5.º 1800-282 LISBOA Tel. 21 850 40 00 - Fax 21 850 40 09 [email protected] www.jasfarma.com Jornadlo agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente: Sociedade Portuguesa de Pneumologia Rua Ivone Silva, 6, 6.º Esq.º Edifício Arcis 1069-130 Lisboa Tel.: 217 962 074 Fax: 217 962 075 [email protected] www.sppneumologia.pt Patrocinadores desta edição PUB 12.00h Simpósio Novartis 10 Respimat® – 3.ª geração de dispositivos V ai decorrer hoje, pelas 14h30, o Simpósio SPIRIVA®, anos novos dispositivos cujas principais características atualmente utilizado na administração individualizada do organizado pela Boehringer Ingelheim e pelos La- incluem não só avanços significativos a nível da biodis- fármaco anticolinérgico (LAMA) brometo de tiotrópio, no boratórios Pfizer. “10 anos de inovação contínua tribuição farmacológica, como também maior adesão e tratamento da DPOC. Na sua ótica, este dispositivo poderá simplicidade na utilização por parte do utente. futuramente vir a ser utilizado para administração de ou- na DPOC”, é o tema desta sessão, onde serão efetuadas quatro apresentações que abordam o contributo inques- “É precisamente nesta terceira geração de disposi- tionável do tiotrópio ao longo de 10 anos, em prol do tra- tivos inalatórios que surge o Respimat Soft Mist™ Inha- tamento de manutenção dos doentes com DPOC: “Estado ler”, refere o palestrante. E desenvolve: “Este dispositivo Segundo indica, “o Respimat® permite uma maior da Arte no Séc. XX”, “Mudança de Paradigma”, “Tiotrópio representa um excelente exemplo de uma história de deposição pulmonar do fármaco (com menor retenção – Pioneiro no Tratamento de Manutenção” e “Respimat sucesso na área da indústria de nano e microtecnolo- ao nível da orofarínge), devido à nuvem lenta que pro- gia europeia no campo da saúde, levando a um menor duz e ao reduzido tamanho das partículas formadas ® – 3.ª Geração de Dispositivos”. tros fármacos ou suas associações, quer a nível da DPOC, quer de outras doenças do foro respiratório. ® O Dr. António Jorge Ferreira, pneumologista dos consumo de fármacos, em combinação com melhorias (uma elevada proporção apresenta dimensões infe- Hospitais da Universidade de Coimbra, que irá fazer a significativas na inalação promovida por um microcom- riores a 5,8 µm de diâmetro), mesmo em doentes com abordagem a esta última temática, afirma que, no âm- ponente central (microdifusor). Em suma, um dispositivo reduzida capacidade inalatória, facilitando, ainda, a bito do desenvolvimento tecnológico associado à ad- mais eficiente.” coordenação com a inspiração do doente, o que muitas ministração de fármacos inalados, nomeadamente na De acordo com o Dr. António Jorge Ferreira, o Res- terapêutica da DPOC, começaram a surgir nos últimos pimat é um dispositivo inalatório sem gás propelente, ® vezes não ocorre com dispositivos de gerações anteDr. António Jorge Ferreira COMISSÕES DE TRABALHO riores”. COMISSÕES DE TRABALHO Técnicas endoscópicas A s técnicas endoscópicas são constituídas por um conjunto de procedimentos invasivos que permitem visualizar a via aérea superior e inferior Dr. Júlio Semedo e Dr. José Almeida Responsáveis pela Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas da SPP (broncofibroscopia e broncoscopia rígida) e a cavidade pleural (toracoscopia). Tendo como objetivos o diagnóstico e/ou terapêutica, podem ser realizadas numa sala de A Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas, endoscopia, no bloco operatório ou noutros (e.g. Cuidados que existe desde há vários anos, graças à colaboração de Intensivos). A endoscopia respiratória é uma técnica pra- inúmeros colegas, constitui um grupo de trabalho da SPP ticada há mais de 100 anos. onde se promove a discussão, de um modo informal, desta A contínua evolução técnica fez com que a bron- temática, no âmbito não só da Pneumologia, mas com ou- coscopia rígida mantivesse nos primeiros setenta anos do tras especialidades (e.g. Anestesiologia; Cirurgia Torácica; Séc. XX um papel fundamental e, muitas vezes exclusivo, Pediatria), com troca de experiências interpessoal e inter- no diagnóstico e tratamento endoscópico das principais serviços e propostas para melhoria da mesma. Concomi- patologias broncopulmonares, tendo, sem dúvida, um im- tantemente, colabora em ações de formação (e.g. Escola de portante significado na história da Broncologia. Verificou- Pneumologia) e participa em Congressos (e.g. SPP). se uma diminuição de protagonismo com o aparecimento “In the future, as at present, the internist will tap and look and listen on the outside of the chest; the roentgenologist will continue to look through the patient; but in continually increasing proportions of cases, the surgeon, the internist and the roentgenologist will ask the bronchoscopist to look inside the patient”, Chevalier Jackson. do broncofibroscópio (1968; Shigeto Ikeda), com posterior ressurgimento, na década de 80, com a broncoscopia terapêutica de intervenção. Atualmente, a broncoscopia rígida e a broncofibroscopia são técnicas importantes e válidas, com um importante papel de complementaridade. Interstício e doenças ocupacionais E ste ano, o tema da mesa-redonda organizada pela Segundo a OMS, “Palliative care is an approach that dos principais sintomas, nomeadamente dispneia, tosse, Comissão de Interstício Pulmonar e Doenças Ocu- improves the quality of life of patients and their fami- ansiedade e depressão. São de extrema importância os pacionais será sobre “Abordagem do doente em lies facing the problem associated with life-threatening programas de reabilitação pulmonar nestes doentes, dado fase avançada da doença”. illness, through the prevention and relief of suffering o seu valor na redução da dispneia, melhorando a tolerân- Muitas doenças pulmonares crónicas podem causar by means of early identification and impeccable assess- cia ao esforço e, consequentemente, a qualidade de vida alterações pulmonares progressivas e irreversíveis na sua ment and treatment of pain and other problems, physical, dos doentes. A principal causa de incapacidade é a insufi- evolução, conduzindo a doença pulmonar avançada. psychosocial and spiritual.” ciência respiratória, pelo que a oxigenoterapia domiciliá- Considera-se doença pulmonar avançada toda a doença crónica, não neoplásica, cujo portador possui grande limitação nas atividades de vida diária, limitações funcionais pulmonares graves, com repercussão nas tro- Dr.ª Cristina Cristóvão Coordenadora da Comissão do Interstício e Doenças Ocupacionais da SPP cas gasosas, e na maioria dos casos presença de fatores Atualmente, considera-se que o acesso aos cuidados ria assume grande importância. A ventilação não-invasiva paliativos deve basear-se nas necessidades dos doentes pode estar indicada em alguns doentes, proporcionando mais do que no diagnóstico, abrangendo muitos doentes alívio da dispneia. Em situações de exacerbação, a ven- com doenças não malignas, uma vez que as necessida- tilação não invasiva pode ter papel relevante, evitando a des físicas e psicológicas dos doentes com doença não- ventilação mecânica. de risco e co-morbilidades, que no conjunto interferem na terstício pulmonar com evolução para fibrose pulmonar. Es- -maligna em fase avançada pouco diferem das situações qualidade de vida do doente. tas situações podem progredir para insuficiência respiratória neoplásicas. Dado a relevância crescente que o tema apresenta, este ano, estará em discussão na mesa-redonda da Co- Estes doentes apresentam problemas de saúde e grave ou haver exacerbação grave súbita com prognóstico Os cuidados paliativos na doença do interstício em missão de Interstício Pulmonar e Doenças Ocupacionais. problemas sociais específicos e complexos, pelo que é fun- reservado. Se a progressão da doença é refratária ao trata- fase avançada não se destinam especificamente a tratar a Será debatido o suporte paliativo, a ventilação não invasi- damental uma abordagem multidisciplinar. Encontram-se mento ou se existem contraindicações para o tratamento, é fibrose pulmonar, mas sim a melhorar a qualidade de vida va e a reabilitação nestes doentes. Terá lugar no dia 9 de frequentemente nesta situação doentes com doença do in- de considerar tratamento paliativo destes doentes. desses doentes. É fundamental o tratamento sintomático novembro, pelas 10,30h, na sala Robalo Cordeiro. 11 A revista das revistas – hipertensão pulmonar A ssistimos nos últimos anos à publicação de nu- de fármacos mais eficazes, que atuem através das vias prognósticos bem estabelecidos como metas; isto vai pos- Muitas ferramentas, tais como sintomas, classifica- merosos artigos no âmbito da hipertensão arterial patogénicas já identificadas, ou através de agentes que sibilitar uma intervenção precoce e escalada terapêutica ção funcional, capacidade de exercício, dados hemodinâ- pulmonar que melhoraram significativamente a atuem em novas vias patogénicas não abrangidas pelas antes dos doentes deteriorarem. micos, achados em termos de imagem cardíaca e nível de nossa compreensão e abordagem desta entidade. Para esta sessão, a escolha recaiu essencialmente sobre artigos com impacto na prática clínica diária. O primeiro trabalho selecionado foi publicado no European Respiratory Journal, em novembro de 2012, e incidiu sobre a fisiopatologia da HAP. De acordo com Wi- terapêuticas correntes. Uma série de novos agentes, tais Embora a HAP seja caracterizada pela presença de biomarcadores, demonstraram ter valor prognóstico em como o macitentan, o selexipag, o riociguat e o imatinib, uma vasculopatia, é a resposta do VD ao aumento do af- termos de sobrevida quer na fase de diagnóstico, quer têm-se revelado promissores em modelos experimentais terload o principal determinante dos sintomas e da sobrevida do doente; assim, os parâmetros que refletem a função ventricular direita representam a melhor forma de avaliar a severidade da HAP. No artigo “How to detect disease progression in PAH”, J.L.Vachiery discute a abordagem e as estratégias que podem ser utilizadas para monitorizar a progressão da doença e orientar o tratamento. durante o tratamento. e estudos preliminares em humanos são abordados neste artigo. Possivelmente, a maior evolução do passado recente foi a mudança do paradigma em termos de tratamento; passou-se de terapêutica escalada para uma terapêutica orientada por objetivos. A terapêutica orientada por objetivos é uma estratégia terapêutica que usa indicadores Dr.ª Teresa Shiang Serviço de Pneumologia do HVNG/Espinho, EPE lkins e colegas, a hipótese mais consensual em relação aos mecanismos fisiopatológicos subjacentes é a da existência de uma predisposição genética que, na presença de uma agressão do ambiente, leva a uma resposta anormal e à apoptose no endotélio destes doentes. Esta lesão endotelial acarreta perda capilar, disfunção endotelial com maior vasoconstrição e proliferação das células musculares lisas e emergência de clones de células endoteliais hiperproliferativos, levando ao aumento das resistências vasculares pulmonares. Foi este conhecimento fisiopatológico atual o responsável pela aprovação de determinadas terapêuticas para a prática clínica. Embora a HAP seja caracterizada pela presença de uma vasculopatia, é a resposta do VD ao aumento do afterload o principal determinante dos sintomas e da sobrevida do doente; assim, os parâmetros que refletem a função ventricular direita representam a melhor forma de avaliar a severidade da HAP. A HAP, doença rara, com um comportamento maligno e até há bem pouco tempo sem grandes meios para o seu tratamento, é, nos dias de hoje, uma doença tratável e a investigação farmacêutica nesta área permite dar perspetivas francamente animadoras aos doentes. V.V.McLaughlin e colegas, no artigo “Looking to the future: a new decade of pulmonary arterial hypertension therapy”, publicado na European Respiratory Review, comenta os avanços significativos que têm sido verificados na abordagem terapêutica desta entidade e chama a atenção para a clara e urgente necessidade de novas opções terapêuticas, quer através do desenvolvimento Como vários destes marcadores refletem diferentes aspetos da fisiopatologia da HAP, assume-se que a sua combinação fornecerá uma informação mais acurada do estado e prognóstico do doente. Esta abordagem é recomendada nas guidelines e o conceito de avaliação integrada e multivariada foi ressaltada em estudos recentes. 12 GESTÃO DO DOENTE COM FIBROSE QUÍSTICA: DESAFIOS DA TRANSIÇÃO PARA A IDADE ADULTA Experiência de um centro de referência português A fibrose quística é uma doença genética rara, cal- com FQ e a Consulta de Adultos entrou em funcionamen- culando-se que em Portugal 1: 5000 recém-nas- to autónomo. cidos tenham fibrose quística (FQ). A complexidade da monitorização e da terapêutica sação de controlo da doença relativamente aos pais. No nosso Centro, elaborámos um programa de transição, para que todos os profissionais envolvidos possam Geralmente, o diagnóstico é feito nos primeiros anos da FQ obriga à intervenção conjunta e sistematizada de de vida, com base na clínica; infeções respiratórias recor- vários profissionais de saúde: pediatras, pneumologistas, Estabelecemos como critérios de transição: a idade rentes e esteatorreia e na realização da prova de suor. enfermeiros, dietistas, psicólogos e cardiopneumologis- adulta (18 anos) e a estabilidade clínica. O stress asso- tas. ciado à transição deve ser evitado nos doentes em fase Ao longo das últimas décadas, registaram-se múl- Dr. Carlos Lopes Centro Especializado de Fibrose Quística, Serviço de Pneumologia, Hospital de Santa Maria, CHLN tiplas inovações no tratamento dos doentes com FQ, nomeadamente: novos antibióticos, enzimas digestivas pancreáticas e centros especializados no seguimento destes doentes. Assistiu-se a um aumento exponencial da esperança O envolvimento multiorgânico requer uma aborda- contribuir, ativamente, para suavizar o processo. terminal. gem holística, sendo necessária uma equipa multidiscipli- A transição deverá iniciar-se precocemente, os do- nar que envolve: Microbiologia, Imagiologia, Gastroente- entes têm consultas conjuntas com pediatras e pneumo- rologia, Otorrinolaringologia, Endocrinologia, Nefrologia e logistas e são organizadas visitas ao Serviço de Pneumo- Reumatologia. logia para se familiarizarem com as instalações físicas e de vida; enquanto na década de 60 a maioria não atingia a A consulta individualizada de FQ foi criada há 23 A transição deve ser encarada como um processo os recursos humanos. A proximidade geográfica entre o idade adulta, atualmente, a esperança média de vida pode anos no Serviço de Pediatria. O aumento da esperança de natural, planeado e de desenvolvimento de competências, serviço pediátrico e de adultos ou até a existência de re- superar os 50 anos, para doentes seguidos em centros es- vida destes doentes obrigou à implementação de um pro- durante a qual tem lugar a transferência destes doentes cursos partilhados facilita o processo de transição. pecializados. grama de transição da Pediatria para a Pneumologia, que para um serviço de adultos. No Centro Especializado de FQ do Hospital de Santa teve início em 2000. replicado noutras doenças com diagnóstico na infância e Progressivamente, o Serviço de Pneumologia foi criando nos doentes uma expectativa realista de atingi- longevidade até à idade adulta; cardiopatias congénitas, equipado com quartos para o internamento dos doentes rem a idade adulta. Favorece a sua independência e sen- doenças metabólicas ou drepanocitose. Maria são seguidos 100 doentes, metade dos quais adultos. O modelo da FQ, já bastante desenvolvido, pode ser A transição transmite uma sensação de futuro, Liderança e motivação “A maior parte das empresas tem gestão a mais e liderança a menos.” Stephen R. Covey ter sentido e importância em si mesmos e só são valori- plinados e disciplinadores e com o suficiente bom senso e incerteza e de complexidade crescentes, que levam as zados enquanto, e se, tiverem uma relação instrumental, brio profissional para fazer as coisas “como deve ser”. pessoas a refugiar-se em estratégias de autodefesa e de clara e inequívoca, com o alcance de resultados desejados. Pode ser relativamente difícil, hoje, para muitas pes- Relevando o inevitável chavão que a ideia encerra, soas, sobretudo para aquelas que têm mais de quarenta isto é particularmente evidente no exercício de funções anos, entenderem que as preocupações por fazer as coisas com responsabilidades de gestão e constitui o cerne da benfeitas, no cumprimento de algumas regras básicas de distinção entre ser “gestor” e ser “líder”. conduta, e de dar o melhor do seu esforço, que constituí- Provavelmente, as organizações necessitam dos ram alguns dos pilares da educação que herdaram dos dois; mas a diferença fundamental entre eles é que os seus pais, já não têm, atualmente, o mesmo peso e ex- gestores trabalham dentro do sistema e fazem, e fazem pressão que tiveram. com que se façam as coisas de forma correta e adequada, em relação a standards, normas ou orientações definidas, enquanto os líderes trabalham sobre o sistema e fazem, e fazem com que se façam, as coisas certas, ou seja, aquilo que é necessário fazer para se alcançarem bons resultados. Neste contexto, enquanto os gestores funcionam, no essencial, respeitando o ordenamento do sistema, os líderes questionam o sistema, sempre na procura pró-ativa das soluções que melhor permitam a libertação do poDr. Mário Ceitil Diretor Associado da CEGOC Professor Universitário tencial criativo e produtivo das pessoas e dos processos, com vista à obtenção de melhorias expressivas da performance, da qualidade e dos resultados. Enquanto aos gestores compete gerir, passando o Falta, no entanto, a muitos deles a visão e a chama evitação da ansiedade. inspiradoras, necessárias para levar a que se façam “coi- Em ambientes destes, tomar decisões, ir com elas sas extraordinárias” (Kouzes & Posner, 1997) nas suas organizações. para a frente e assumir as respetivas consequências, gera inevitavelmente stresse e pode provocar muita angústia. E, como é óbvio, nem toda a gente consegue, ou quer, A diferença entre “fazer o seu melhor” e “fazer o que é correto fazer” não está, assim, apenas, nem sobretudo, na natureza técnico-instrumental do desempenho realizado, mas no sentido e na orientação que lhe é dado e no seu alinhamento com a visão e os objetivos estratégicos de cada organização. ter as competências necessárias para desempenhar estes papéis. Podem, então, existir, nas nossas organizações, populações mais ou menos alargadas de bons profissionais, dispostos a trabalhar e até com boa qualidade de desempenho. No entanto, se as respetivas contribuições não forem encaminhadas e alinhadas com as estratégias organizacionais, através de uma liderança forte e credível, muito provavelmente o esforço despendido, mesmo que seja a genuína expressão de “dar o seu melhor”, pode não ser suficiente para atingir os resultados desejados. A diferença entre “fazer o seu melhor” e “fazer o que é correto fazer” não está, assim, apenas, nem sobretudo, na natureza técnico-instrumental do desempenho realizado, mas no sentido e na orientação que lhe é dado e no seu alinhamento com a visão e os objetivos estratégicos de cada organização. Não basta, por isso, para uma organização ter su- Na realidade, muitas dessas pessoas ainda pensam pleonasmo, as condições para garantir a exequibilidade que as únicas coisas a que se pode ser verdadeiramen- das estratégias, aos líderes compete definir estratégias te obrigado são cumprir as regras que estão definidas e que, embora exequíveis, sejam definidas pelos “golpes fazer, honestamente, aquilo que se pode, seguindo o ve- de asa” que levem as organizações a ter inspirações vi- assinala John P. Kotter, “trazer um certo grau de con- lho ditado que diz que “quem dá o que tem a mais não é sionárias que as galvanizem para percursos de sucessos obrigado”. renovados. sistência e de ordem a algumas áreas importantes”, as organizações e as instituições precisam de ter líderes que definam a direção a seguir e que, ainda citando Kotter, “estabeleçam uma visão do futuro e desenvolvam estratégias para produzir as mudanças necessárias para a concretizar”. Só assim é possível combinar a eficiência com a eficácia. E, na linha de fronteira que demarca o progresso do marasmo, só isto permitirá, às organizações portuguesas, dar o verdadeiro “golpe de asa” que lhes permita não ficar aquém. É geralmente reconhecido que persistem, na socie- Esta perspetiva, ou atitude, se bem que possa ser Aos gestores compete, enfim, o trabalho de gestão dade portuguesa, problemas estruturais de performance, interessante do ponto de vista da economia pessoal de das infraestruturas que assegurem que as organizações traduzidos em baixos indicadores de produtividade. Estou, cada um e constituir até um antídoto eficaz para vários tenham, pelo menos, os níveis de performance suficientes no entanto, longe de pensar que as explicações sobre riscos de autoculpabilização, está completamente desa- para garantir a sua manutenção e estabilidade, enquanto esses problemas se esgotam numa hipotética e abusiva justada relativamente às condições concretas da vida das dos líderes se espera que inspirem e incentivem as pessoas redução simplificadora a este ou àquele fator. Sustento, organizações e aos desafios que elas enfrentam no mun- para atingir elevados níveis de performance, através da li- no entanto, que a existência de défices de liderança, de do atual, em que, realmente, já não basta fazer bem as bertação do potencial criativo que se acredita existir nos sentido de risco e espírito empreendedor nos gestores e coisas, e muito menos fazer apenas o que se pode, mas seus recursos físicos, mentais e emocionais. responsáveis portugueses, pode muito bem constituir um é necessário fazer as coisas certas para se conseguir ob- Penso que, de um modo geral, existem, nas organi- ter bons resultados e ter sucesso nos diferentes domínios zações, gestores dedicados, homens e mulheres com in- A ausência de uma liderança sólida e credível tem, profissionais. desmentível boa vontade, capazes de dar o melhor do seu hoje, consequências muito mais críticas do que há anos esforço e de “vestir a camisola” pelos seus projetos, disci- atrás, devido ao facto de trabalharmos em ambientes de O esforço dedicado e as boas intenções deixam de dos possíveis motivos que os justifiquem. cesso, ter pessoas a desenvolver um grande esforço e, porventura, até a fazer um bom trabalho. Para além de gestores que se limitem a, conforme [email protected] 13 Portugal na rota da investigação básica da fibrose quística A fibrose quística (FQ) é a doença autossómica re- -americano), que tem permitido significativas contribui- duzida na superfície celular. Dessa forma, o trabalho do Esta equipa de investigação colabora com prestigia- cessiva fatal (esperança média de vida ~25 anos) ções para esta área. Destacam-se resultados recentes de- grupo tem-se desenvolvido no campo da identificação das instituições, de entre as quais se destacam: o EMBL- -European Molecular Laboratory (Heidelberg, Alemanha); a Johns Hopkins University School of Medicine (Baltimore, EUA); a Northwestern Univ (Evanston - Chicago, EUA); o University of Pittsburgh Children’s Hospital (Pittsburgh, EUA); a UniCamp-Universidade de Campinas (Brasil); Univ Regensburg (Alemanha), entre outras. Nos últimos 5 anos, os resultados foram publicados em mais de 30 artigos em revistas internacionais. mais comum na população caucasiana, atingindo monstrando que a proteína com a mutação F508del-CFTR de novas moléculas capazes de corrigir estes três defei- cerca de ~80,000 indivíduos em todo o mundo (30,000 na apresenta vários defeitos básicos, cuja correção só será tos da F508del-CFTR. Além disso, tem-se focado também Europa). O número de indivíduos com FQ tem crescido nos provavelmente conseguida através de terapias combinan- na identificação e caracterização de novas proteínas que últimos anos, sobretudo devido à crescente implementa- do vários compostos. interatuem e influenciam estes processos na célula, com ção de extensivos programas de rastreio neonatal. Para além do defeito de folding, que leva à sua re- o objetivo de identificar novos alvos terapêuticos. O obje- O fenótipo clínico da FQ caracteriza-se por patolo- tenção intracelular, quando consegue atingir a membrana tivo último consiste na correção da localização celular da gia respiratória, a principal causa de morbilidade e morta- celular, a proteína F508del-CFTR apresenta ainda uma CFTR mutante, uma ativação do seu transporte de Cl- e a lidade, com obstrução das vias respiratórias por um muco deficiente atividade como canal de Cl-, e permanência re- respetiva estabilização na membrana plasmática. viscoso e colonizações bacterianas recorrentes, associada ainda a insuficiência pancreática, infertilidade masculina e uma elevada concentração salina no suor. Prof. Doutor Carlos Miguel Farinha Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa A maior parte das atuais abordagens terapêuticas é dirigida a tratar sintomas e não a causa da doença. No entanto, para aumentar ainda mais a qualidade de vida dos doentes FQ e a sua esperança média de vida, assumem-se como particularmente relevantes as estratégias destinadas a corrigir o defeito celular/molecular básico. A FQ é causada por mutações num único gene, que codifica a proteína CFTR (do inglês cystic fibrosis trans- membrane conductance regulator), uma proteína com 1480 resíduos de aminoácidos que funciona como canal de iões cloreto (Cl-) na membrana apical das células epiteliais. Embora estejam descritas mais de 1900 mutações causadoras da doença, uma única mutação (F508del) está presente em mais de 90% dos doentes FQ, pelo menos num alelo. Esta mutação causa o misfolding da proteína, levando à sua retenção intracelular no retículo endoplasmático e envio precoce para degradação. Embora recentemente tenha chegado ao mercado o primeiro medicamento que corrige o defeito básico na FQ – Kalydeco (VX-770/ ivacaftor, Vertex Pharmaceuticals, San Diego), este composto está aprovado apenas para uma mutação rara (G551D), existindo apenas em 3-4% dos doentes FQ. Para benefício da grande maioria dos doentes FQ com a mutação F508del, estão também em curso ensaios clínicos com outro composto (VX-809/ lumacaftor), mas cujos resultados preliminares apontam para um efeito bastante modesto nos doentes. É talvez neste ponto que mais se destaca o trabalho que em Portugal se tem feito na rota da investigação básica da fibrose quística. Esta atividade de investigação, já premiada mais que uma vez (recentemente com o Romain Pauwels Research Award da European Respiratory Society, atribuído a Carlos Miguel Farinha, em 2010, com o ECFS Award da European Cystic Fibrosis Society, atribuído a Margarida Amaral, entre outros), foi iniciada no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, mas desde há alguns anos desenvolve-se na Unidade de Investigação em Doenças Associadas a Proteínas de Membranas do BioFIG – Centro de Investigação em Biossistemas, Genómica Integrativa e Funcional, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (unidade FCT liderada por Margarida D Amaral). Tem contado com o suporte financeiro de múltiplos projetos (com financiamento nacional, europeu e norte- 14 Revista das revistas – Asma A asma é definida com doença inflamatória cróni- risco aumentado de desenvolver asma persistente após via aérea, não permite a cura e os sintomas regressam Volume expiratório máximo no 1º segundo – VEMS) em ca das vias aéreas associada a graus variáveis de infeção respiratória por vírus sincicial respiratório ou por quando a terapêutica é suspensa. Apesar das recomen- doentes com asma não controlada apesar da terapêutica obstrução do fluxo aéreo e/ou hiperreactividade rinovírus em crianças atópicas. dações em inúmeras guidelines para atingir e manter o com corticoides inalados e com níveis elevados de perios- brônquica e episódios de tosse, pieira e dispneia. Em al- Outros estudos sugerem que a resposta imunológica controlo da doença, este é, por vezes, um objetivo difícil tina. A periostina é uma proteína da matriz extracelular guns doentes com asma verifica-se o desenvolvimento de contra a enterotoxina do Staphylococcus aureus produz de alcançar em muitos doentes. O objetivo de fornecer e é induzida pelas IL 4 e 13 nas células epiteliais e fibro- mudanças estruturais e remodelação da via aérea. O início um efeito direto na gravidade da doença, principalmente um tratamento personalizado a cada doente com asma, blastos pulmonares. É considerada um biomarcador da da doença ocorre geralmente na infância, mas os sinto- nos doentes com asma grave não atópica de início tar- é difícil de atingir. A caracterização de fenótipos e endó- inflamação da via aérea induzida pelas células Th2. A IL mas também podem começar na idade adulta. A etiologia dio. As enterotoxinas geradas pelo S.aureus podem atuar tipos permite não só caracterizar melhor a doença, mas 13 apresenta estrutura semelhante à IL 4 e está implicada é desconhecida, embora, muito provavelmente, multifa- quer como antigénios nominais estimulando respostas também definir novas e melhores terapêuticas dirigidas na resposta inflamatória da asma, incluindo a síntese de torial, envolvendo fatores genéticos e ambientais que se IgE específicas, quer como superantigénios promovendo ao doente individual. IgE, secreção de muco e fibrose subepitelial. O bloqueio interrelacionam de diferentes formas. resposta IgE mediada policlonal (refletida pelo aumento Muitos doentes com asma grave apresentam im- nos níveis de IgE total). A compreensão deste mecanis- portante morbilidade em relação aos cursos frequentes mo pode resultar em novas abordagens terapêuticas para de corticosteroides orais. Atualmente, ainda existem doentes com asma não atópica. poucas alternativas a esta terapêutica. Nos últimos À medida que a complexidade e gravidade da apre- anos, têm sido desenvolvidos novos fármacos que po- sentação clínica da doença aumenta, a imunopatologia derão diminuir a necessidade de utilização de cortico- acompanhante torna-se mais complexa e engloba pro- terapia oral. vavelmente mecanismos imunes adaptativos e alterações estruturais nas vias aéreas. Dr.ª Rita Gerardo Assistente hospitalar de Pneumologia O mepolizumab – um anticorpo monoclonal contra a interleucina 5 (IL 5) – inibe seletiva e eficazmente a A asma é vista como uma doença heterogénea e via inflamatória eosinofílica. O estudo DREAM mostrou considerando a existência de múltiplos fenótipos. A defi- a redução do número de exacerbações em doentes com nição de fenótipos de asma continua como ponto fulcral asma grave eosinofílica. A asma eosinofílica é um fenó- na investigação. Apesar de todos os estudos já realizados, tipo de asma caracterizado pela presença de eosinófilos dos efeitos pró-inflamatórios da IL 13 tem o potencial de melhorar o controlo da doença. O início da doença ocorre geralmente na infância, mas os sintomas também podem começar na idade adulta. A etiologia é desconhecida, embora, muito provavelmente, multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais que se interrelacionam de diferentes formas. ainda não existe um sistema de classificação que corres- nos pulmões e expetoração. A contagem de eosinófilos A variabilidade da apresentação, história natural e res- ponda a todas as exigências para definição de fenótipos no sangue e lavado broncoalveolar parece relacionar-se posta à terapêutica nas crianças e adultos com asma, promo- ou endotipos. Foram ainda identificadas várias comorbi- com a gravidade da doença. Os eosinófilos estão envol- veu a necessidade de uma melhor compreensão da doença. lidades e confundidores que podem alterar o fenótipo da vidos na remodelação do tecido pulmonar e na angio- No último ano, vários trabalhos demonstraram a asma, como o tabagismo, influências hormonais, infeções génese. importância das infeções virais e bacterianas como causa virais e bacterianas e exposições ocupacionais. Existe uma Os tratamentos usados com o objetivo de diminuir de desenvolvimento de asma. Há evidência crescente de forte evidência de que a inflamação Th2 está presente em o número de eosinófilos na expetoração resultaram no que a inflamação da via aérea resultante de infeção res- cerca de 50% dos doentes com asma de qualquer gravi- melhor controlo dos sintomas e na diminuição das exa- A utilização de novos broncodilatadores em asso- piratória por vírus é responsável pela patogénese de asma dade mas em metade dos doentes, não há evidência deste cerbações. A IL 5 desempenha um papel preponderante ciação aos corticoides inalados, particularmente os de ul- atópica, quando existe atopia subjacente. processo imunológico. A asma de qualquer gravidade que na regulação do crescimento, diferenciação, recrutamen- tra longa duração de ação, é particularmente útil quando se trata de doentes com resposta terapêutica insuficiência ou com falta de aderência ao tratamento. O indacaterol, β2 agonista de ultra longa duração de ação (ultra-LABA), tem sido estudado nos doentes com asma. Os resultados dos estudos realizados mostraram efeito broncodilatador eficaz, com boa tolerância e segurança. As principais questões relativamente à sua utilização nos doentes com asma relacionam-se com o efeito broncodilatador (vantagem em relação aos LABA já usados?), a dose indicada (75/ 150/ 300µg ?), o risco de eventos fatais (foram descritos em alguns asmáticos que administravam unicamente LABA para tratamento da doença). São então necessários mais estudos e com mais doentes envolvidos para avaliar a sua utilização na asma. Embora a hiperreactividade brônquica a agentes colinérgicos seja uma das principais características da asma, o papel dos fármacos anticolinérgicos no tratamento da asma tem sido subestimado. O brometo de tiotrópio tem sido estudado na asma e tem sido comprovado o seu efeito broncodilatador adicional para além da restante terapêutica, em doentes com asma grave. São ainda necessários estudos de longo prazo, nomeadamente sobre a eficácia do tiotrópio no controlo da doença e na frequência e gravidade das exacerbações da asma. Para além da terapêutica farmacológica, tem sido dada atenção a outras terapêuticas, nomeadamente à termoplastia brônquica, a qual está indicada nos doentes com asma grave que permanecem sintomáticos apesar da terapêutica médica máxima. A termoplastia parece melhorar a qualidade de vida assim como diminuir a frequência de exacerbações, recurso aos serviços de urgência ou de Na última década, o conceito original da “Hipótese da Higiene”, que referia que as infeções protegem do não apresenta evidência de inflamação Th2, permanece mal to, ativação e sobrevida dos eosinófilos. Vários estudos dias perdidos no trabalho/escola. Ainda não foi possível compreendida. mostram que a inibição da IL 5 é eficaz na redução de demonstrar redução da hiperreactividade brônquica ou alteração do VEMS. desenvolvimento das doenças alérgicas, tem sido pro- A medicina individualizada é o mais recente pa- eosinófilos no sangue e expetoração em doentes com gressivamente questionado. Verifica-se atualmente que radigma terapêutico, mas também de diagnóstico e se- asma, motivo pelo qual se têm vindo a desenvolver novas a interação entre os antigénios alergéneos e a resposta guimento clínico. Relativamente à asma, é um conceito moléculas com ação anti-IL 5. imunológica a vírus pode ocorrer a vários níveis e podem cada vez mais usado. O tratamento atual da asma apesar O lebrikizumab – anticorpo monoclonal contra a IL influenciar-se mutuamente. Vários estudos mostram o de aliviar o broncospasmo e controlar a inflamação da 13 – parece melhorar a função respiratória (medida pelo Em 2012, foram publicadas as recomendações NICE (National Institute for Health and Clinical Excellence) para a utilização da termoplastia brônquica na asma grave. 15 Revista das revistas: transplante pulmonar A transplantação pulmonar está indicada para todos plantes e foram admitidos em lista de espera 2469 baseadas nos registos da ISHLT mostram clara associação os doentes com doença pulmonar crónica termi- candidatos). entre a obesidade e risco de disfunção primária do enxer- (1,2) nal que estejam sob terapêutica médica otimiza- Atendendo a que estamos perante um recurso es- da, para os quais não exista qualquer outra alternativa, e casso, existe uma responsabilidade ética no sentido de – Ventilação mecânica invasiva e outras modalida- que não apresentem contraindicações. alocar os órgãos aos doentes cujas probabilidades de su- des de suporte invasivo – a implementação de critérios cesso e longevidade pós-transplante sejam maiores. de urgência e alta prioridade na seleção dos candidatos No entanto, e apesar dos avanços na técnica cirúrgica, manejo pós-operatório e imunossupressão, a sobre- to e morte após o transplante. Em 2006, a International Society for Heart and Lung a transplante pulmonar aumentou consideravelmente o número de doentes transplantados sob suporte invasivo; Dr.ª Alexandra Borba Hospital de Santa Marta, Lisboa no entanto, a análise retrospetiva dos registos da ISHLT demonstra uma sobrevida ao 1.º ano de 62% para os doentes transplantados sob ventilação mecânica invasiva, de 50% para os doentes transplantados sob ECMO e de 56% para os doentes com “alta prioridade” (claramente inferior Nesta Revista das Revistas serão focados dois artigos de revisão (2,3), publicados este ano, que se centram Em resumo, estes artigos focam alguns dos pontos seleção dos candidatos a transplante pulmonar, nomea- mais controversos da referenciação e aceitação de candi- damente: datos a transplante pulmonar, reforçando a ideia de que, – Idade – apesar das atuais recomendações consi- perante um recurso escasso e insuficiente para as neces- derarem como contraindicação relativa a idade superior sidades, a prioridade deverá ser dada aos doentes que a 65 anos, é frequente a referenciação de doentes cuja mais beneficiarão, isto é, àqueles com melhores hipóteses única contraindicação é a idade; a revisão dos resultados de sobrevida após transplante. excesso de mortalidade neste grupo (mesmo após corrigi- Referências: da às comorbilidades, sugerindo que se trata de um efeito 1. The Registry of the International Society for the Heart and Lung Transplantation: Twenty-ninth Annual Report. J Heart Lung Transplant. 2012 Oct; 31(10): 1045-1095 2. Hook J, Lederer D. Selecting lung transplant candidates: where do current guidelines fall short? Expert Rev Respir Med. 2012; 6(1): 52-61. 3. Shah P, Orens J. Guidelines for the selection of lung-transplant candidates. Curr Opin organ Transplant. 2012; 17: 467-473. atribuível à idade). – Obesidade – tal como a idade, a obesidade constitui uma das contraindicações mais controversas, sendo comum a referenciação de candidatos com índice de massa corporal (IMC) superior a 30; análises multivariadas Transplantation (ISHLT) publicou a última revisão das mortalidade de 20% ao 1º ano. orientações para a seleção de candidatos a transplante (1) Um dos principais problemas desta cirurgia pulmonar. Desde então, surgiram não só novos dados e reside na escassez de dadores, o que implica que o terapêuticas para as diferentes patologias dos candida- número de doentes que aguarda transplante é muito tos, como informações sobre os resultados dos doentes superior ao número de procedimentos efetuados (por submetidos a transplante pulmonar, tornando pertinente ex. em 2010 nos EUA foram realizados 1770 trans- uma reapreciação dos critérios de seleção. transplantados). na análise de algumas das contraindicações e critérios de dos centros que transplantaram estes doentes denota um vida média esperada ainda é inferior a 6 anos, com uma aos 80% descritos para o conjunto de todos os doentes