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Agências de viagens
violam a lei com
cobranças adicionais Pág 4
DSAL já iniciou
processo de revisão
da Lei laboral Pág 5
CEO da MGM diz que
oportunidades em Macau
não se esgotam no Cotai Pág 6
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論
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報
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especial
actual
Macaense traz
noruegueses para celebrar
60º aniversário centrais
Começou ontem
campanha para
eleições presidenciais Pág 15
www.jtm.com.mo
ao serviço de macau desde 1982
Tribuna de Macau
Director José rocha Dinis | Director Editorial executivo Sérgio Terra | Nº 3651 | segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011
10 Patacas
rui furtadO EM ENTREVISTA AO JTM
“Serviços do
São Januário
são de preço baixo
e qualidade alta”
Págs 2 E 3
Faleceu o “capitão” Vítor Alves
“um homem de espírito livre”
“Um homem de espírito livre mas de grande tolerância” foi o retrato
do antigo capitão de Abril, Vítor Alves, que faleceu na madrugada de
domingo (hora de Portugal), feito pelo Coronel Manuel Geraldes, que o
conheceu quando, ainda capitão, integrou a Comissão Coordenadora
da MFA. “Foi um dos poucos oficiais do Estado Maior do Exército a
aderir ao Movimento, com Franco Charais, Costa Brás e Garcia Leandro”
recordou o residente na RAEM que sentiu profundamente a morte do
Vítor Alves. “Era um diplomata no verdadeiro sentido da palavra” assinalou
ainda, salientando que “mesmo nos momentos difíceis do Verão Quente
conseguiu estabelecer pontes sem nunca abdicar dos seus ideais”.
Referiu-o também como “uma pessoa de grande humildade, disponível
para todas as tarefas, pois tinha espírito de missão e capacidade de
diálogo” e recordou que “só assim aceitou ser ministro da Educação, numa
altura de grande turbulência nas escolas e no País”. De acordo com a Lusa
o corpo de Vítor Alves foi para a Capela da Academia Militar, devendo o
funeral realizar-se hoje. À família de Vítor Alves, nomeadamente à filha
Ana Cristina Alves, que a comunidade de Macau bem conhece, o JTM
apresenta os mais sentidos pêsames.
“Temos que ver que o hospital depende muito
dos centros de saúde porque são ou devem
ser a primeira linha. Fundamental é melhorar a
retaguarda do hospital”
local
“Uma das coisas mais urgentes é criar uma retaguarda
que vai resolver o problema deste hospital no que
diz respeito às vagas, à disponibilidade de camas e
sobretudo na urgência”
“Está regulamentada a forma como se receita, que é um
acto médico que responsabiliza o médico e defende o
doente. Ora, isso não se passa em Macau. Vai à medicina
privada e vem de lá com um saquinho de ‘smarties’”
local
“São perfeitamente aceitáveis, se é que se pode
considerar aceitável uma lista de espera. O que
fazemos todos os dias é tentar diminuir esses
números”
RUI FURTADO ACREDITA QUE HOSPITAL DE RETAGUARDA RESOLVERÁ PROBLEMAS DO SÃO JANUÁRIO
ASSOCIAÇÃO DOS MÉDICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA TEM “IMPORTANTE PAPEL A DESEMPENHAR”
“É premente criar rede de cuidados continuados”
“Podemos ser um pólo para a formação”
O director do Serviço de Cirurgia
do Centro Hospitalar Conde de
São Januário (CHCSJ) não tem
dúvidas: é “urgente” criar uma
rede de cuidados continuados.
Em entrevista ao JTM, Rui
Furtado diz estar convencido de
que uma unidade de retaguarda
resolveria o problema da
disponibilidade de camas ou o
número de doentes que ficam
internados na urgência. Apesar
do tempo que vai implicar, o
primeiro passo da longa marcha
parece estar a ser dado
Rui Furtado é peremptório: “Não faz sentido” que
Macau tenha uma Faculdade de Medicina. Por várias
razões. O hospital precisa é de pensar na formação
dos seus próprios médicos, num processo que “nunca
demora menos de 10 a 15 anos”, mas que precisa de
ser iniciado. Apostado em “humanizar” a medicina,
o presidente da Associação dos Médicos de Língua
Portuguesa fala dos projectos da associação e que
também passam pela formação. Alinhado com o
discurso de Wen Jiabao, Rui Furtado está confiante de
que “podemos ser um pólo para a formação, colaborar
e projectar Macau e a China em África”
diana do mar
- O ano de 2010 fechou com promessas políticas. Focando-se na área da Saúde,
há aspectos a salientar nas Linhas de Acção Governativa (LAG)? Quais devem ser
as prioridades para 2011?
- Penso que das políticas anunciadas
é positiva a criação do Serviço de Urgência
na Taipa, do novo hospital – projecto que
demorará alguns anos a estar pronto. Mas
é importante beneficiar ou melhorar o hospital público, no aspecto de assistência nas
especialidades em que é carente e insuficiente. Necessita urgentemente de melhorar em
quantidade os seus quadros em medicina interna, anestesia e mesmo em cirurgia vascular e torácica. Também não é desprezível que
possa aumentar em cirurgia geral. Em cirurgia geral, a especialidade em que estou à vontade – pois sou director do serviço há mais de
15 anos –, entendo que temos um quadro de
cirurgiões considerado muito bom mesmo a
nível europeu. Temos pessoas de grande capacidade técnica, habilidade e conhecimento,
que são interessados, estudam e se mantêm
actualizados. Os resultados que temos são
sobreponíveis aos dos centros de Lisboa e da
Europa. O serviço de cirurgia possui tradição.
Só que, desde 1996, houve quebra de qualidade porque foi política, perto da transição,
reduzir a equipa do hospital para 50 médicos,
quando éramos 160 portugueses. É evidente
que nenhum hospital suporta que lhe tirem
dois terços da sua capacidade técnica mantendo a qualidade. Os primeiros anos foram difíceis. Enfim, recuperámos, tivemos também o
apoio de médicos de Xangai que garantiram
a nossa sobrevivência. Na cirurgia geral, em
relação a Hong Kong, o que fazemos, fazemos com a qualidade que eles fazem. Só não
fazemos é tudo o que eles fazem. Somos 12
cirurgiões a trabalhar exaustivamente e, portanto, há dificuldade em introduzir novas
técnicas, apesar de mantermos as de cirurgia minimamente invasiva - de laparoscopia – em que estamos realmente a um muito
bom nível. Na anestesia, nomeadamente em
áreas como a terapêutica da dor, penso que
é insuficiente o número de pessoas que ainda assim fazem o que podem de cara alegre
e com bons resultados. A medicina interna
– assoberbada de trabalho – também precisa
de mais gente. E depois há especialidades em
que somos carentes porque praticamente são
inexistentes como as infecto-contagiosas ou a
endocrinologia. A gastroenterologia também
está sobrecarregada e existem actos terapêuticos de urgência que não se realizam porque
só três ou quatro pessoas não cobrem os sete
dias da semana. A radiologia – que é um ser-
“O preço não é sinónimo de qualidade em termos da
prestação de cuidados de saúde. Os serviços prestados
no São Januário são de preço baixo e qualidade alta.
Isso posso garantir”
viço de enorme qualidade deste hospital a nível internacional – vive muito da grande abnegação e espírito dos que lá trabalham. Hoje
em dia, qualquer pessoa que vem ao hospital
faz uma radiografia ou uma ecografia. São
milhares e, portanto, não chegam os médicos
nem os técnicos.
- Vão ser criadas mais unidades de
cuidados primários. Os centros têm vindo
a desempenhar o seu papel? Devia a estratégia política passar pela aposta em outras
soluções?
Temos que ver que o hospital depende
muito dos centros de saúde porque são ou
devem ser a primeira linha. Fundamental é
melhorar a retaguarda do hospital porque
debate-se com o problema de falta de camas
e isso deve-se muito e, em grande parte, a
doentes que se mantêm no hospital sem necessidade nenhuma e isto é também verdade
para a urgência. Podem estar num hospital
de retaguarda ou em instituições de cuidados
continuados ou direccionadas para doentes
em situações terminais ou crónicas que não
estão em condições de estar em casa. Ou porque vivem sozinhas ou porque têm dependências de tal forma que precisam de estar
em instituições que lhe dêem apoio. Macau
tem asilos, mas não os tem em número suficiente e sobretudo não os tem com qualidade.
Alguns tem que ter qualidade e diferenciação
para prestar esse tipo de cuidados continua-
dos que não têm...
- Mas Macau não está dotada de centros de cuidados continuados. Existem,
como afirmou, lares que prestam esse serviço quando o território se depara com o
envelhecimento da população e doenças
associadas a uma faixa mais idosa, como
sejam Alzheimer ou Parkinson... Tem sido
dado algum passo nesse sentido?
- Neste momento, estão a preparar a
especialidade de gerontologia, o que já vai
ajudar. Contudo, um gerontologista precisa
depois de um sítio para trabalhar e deve fazer o acompanhamento em unidades de cuidados continuados. A criação da especialidade é o primeiro passo para isso. Vai demorar
tempo, mas é urgente que se faça. Uma das
coisas mais urgentes é criar uma retaguarda
que vai resolver o problema deste hospital no
que diz respeito às vagas, à disponibilidade
de camas e sobretudo à urgência. Penso que
está na ideia dos Serviços de Saúde a criação
dessas unidades, pois é premente criar uma
rede de cuidados continuados. Um doente
com Alzheimer ou qualquer tipo de doença
senil não tem condições para estar em casa
nem é humano sacrificar as famílias porque
são completamente dependentes, para além
de que carecem de pessoas que saibam tratar deles. Dizer que um doente de Azheimer
não tem tratamento é incorrecto. Não estou a
dizer que vai sair dali um rapaz para ir para
o liceu, mas há processos para retardar o processo de degenerescência. Existe muita coisa
que se pode fazer, como terapêutica ocupacional.
- Em termos globais, quais são as
principais diferenças entre o serviço público e o particular?
- Em primeiro lugar, a medicina privada
é maioritariamente prestada por médicos de
medicina tradicional chinesa e as pessoas não
têm noção disso. Depois ao nível da qualidade, o Hospital Kiang Wu melhorou muito, ao
contar com a colaboração do doutor Masson
Fok, um médico reconhecido internacionalmente, e de Eduard Lai, que pertencia ao
Queen Mary [em Hong Kong], e é um cirurgião de grande qualidade. Profissionais que
seguiram uma política de trazer médicos de
Hong Kong para dar apoio ao Kiang Wu, o
que levou o nível de qualidade a subir. E, nessas especialidades, passaram a ter mais possibilidades que o CHCSJ porque tinham mais
gente. Do ponto de vista de apetrechamento
também dispõem de meios que não dispomos
nomeadamente na radioterapia, na medicina
nuclear ou imagiologia. Têm alguns meios
de diagnóstico e terapêutica que não temos
e gostaríamos muito de ter. Se me perguntar
porquê, não sei. Porém, há uma coisa que
sempre me fez confusão durante todos estes
anos: o Kiang Wu para umas coisas trabalha
como um hospital público, para outras como
um privado e a distinção não é clara. Pelo
menos para mim. A assistência que prestam
na urgência, por exemplo, em determinadas
áreas, como nos partos, em princípio deveria
ser gratuita, mas depois há um esquema de
pagamentos que os doentes efectuam que
não sei bem como funciona...
- Ainda assim são frequentes os casos de quem recorreu, em primeiro lugar,
ao privado e depois seguiu para o hospital
público por diversas razões, seja em busca
de uma segunda opinião, alegados erros no
diagnóstico... Conhece casos deste tipo?
- Conheço. E, neste momento, há muita
gente da comunidade portuguesa que recorre
ao Kiang Wu em vez de recorrer ao público.
Uns porque é mais perto de casa, outros porque chegam à urgência do São Januário e tem
uma lista de espera monumental e a pergunta
que fazem é se há algum médico português.
Sabendo que não há, esperar por esperar vão
para o outro. Que eu saiba ninguém vai para
o Kiang Wu porque prefere a qualidade dos
seus serviços ao nosso. Vão para lá por razões
paralelas. Facto é que o Hospital Kiang Wu
faz-se pagar muito bem com tabelas que estão
muito longe da nossas. O preço não é sinónimo de qualidade em termos da prestação de
cuidados de saúde. Os serviços prestados no
São Januário são de preço baixo e qualidade
alta. Isso posso garantir. Entretanto, começam
a surgir novas unidades de cuidados privados. A clínica Maló com médicos maioritariamente portugueses e qualidade naquilo que
faz, tem apenas algumas limitações porque
não está ainda totalmente equipada, sejam
em termos de equipamento ou de pessoal,
mas com o tempo será uma unidade de saúde privada que irá competir em armas iguais
com o Kiang Wu. Por outro lado, Fok saiu e
estará a instalar-se no hospital universitário
e, portanto, essa será mais uma unidade de
saúde que irá aparecer – embora precise ainda de dois ou três anos para se começar a afirmar. Assim, a Saúde com o hospital público, o
novo na Taipa, o Kiang Wu e com estas duas
unidades privadas dá uma cobertura que
estou convencido que será satisfatória para
cuidados de agudos. Para doentes crónicos,
falta tudo o resto.
jornal tribuna de macau
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pág 2 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
- Os recursos humanos são
um ponto muito realçado na Saúde. Existe a necessidade de criar
instituições ou algum mecanismo que permitam uma formação
mais especializada e permanente?
É preciso rever estratégias, de um
modo geral?
- A formação de um médico
é muito complicada. Um cirurgião
começa a operar e a conquistar realmente bons resultados aos 35 anos
e a idade de ouro é entre os 40 e os
50. O período aúreo da minha actividade cirúrgica foi nessa altura:
estava no pleno poder da minha
actividade, tinha uma capacidade
de estudo e de trabalho brutal que
já não tenho. Aquilo que sei fazer,
continuo a fazer bem, mas efectivamente vou decaindo a partir dos
50 anos e perdendo a actualização,
deixando de ter capacidade para
aprender as novas técnicas – e de
qualquer modo vou sempre tentando actualizar-me. Ora, se me falar a
nível de uma faculdade, se Macau
precisa de uma faculdade, há quem
diga que sim. Eu penso que não.
Não faz sentido Macau ter uma
faculdade. A abertura de um pólo
que consagre a vinda de professores estrangeiros para ensinar, pode
ser considerada, mas depois quais
são os hospitais onde se vai praticar? Uma faculdade de Medicina
tem de ter um hospital agregado.
É muito complicado falar-se em faculdade. Já na formação, como em
todos os hospitais, em Macau deve
ser feita progressivamente do exterior para o interior. Isto é: este hospital tem de adquirir padrões de
qualidade à custa de médicos que
não formou. Tem de ir buscar médicos ao exterior e ir formando no
exterior e cá dentro. E, a partir de
uma determinada altura, o hospital
terá condições para formar os seus
próprios médicos. Qualquer hospital em Hong Kong tem os seus próprios médicos, como se passa, aliás,
em Portugal. Há as faculdades e
depois os hospitais possuem já capacidade, dentro da sua orgânica e
pelos especialistas que têm, de formar os seus próprios médicos. Esse
é um processo que Macau vai ter de
fazer e demora nunca menos de 10
a 15 anos e exige uma política programada a longo prazo. Há especialidades que os médicos não têm
qualificação técnica de excelência
com menos de 20 anos. A formação
é um projecto de longo prazo, mas
que tem de ser iniciado, mesmo que
os resultados a princípio não sejam
visíveis, que é o que vai acontecer.
- Mas há esta preocupação
por parte das entidades governamentais? Têm sido dados passos
nesse sentido?
- Já passaram mais de 10 anos
desde a transição. Foi um período
difícil em que houve um processo
de adaptação e deixou de ser válido aquilo que se fazia, fruto da falta
de pessoal. Houve também um interregno sensível na admissão aos
internatos, problemas que se reflectiram negativamente na formação.
Agora, foi reaberta e isso nota-se
na própria actividade hospitalar...
Os internos são o que dá vida ao
hospital. A existência de médicos
em formação, o interesse deles, a
vontade de aprender faz com que
os mais velhos... Não paramos. Por
exemplo, passar a visita ao serviço,
discutir os casos clínicos com todos
os médicos – que é um dos pontos
altos da actividade do serviço -, não
havendo internos, somos 12. Se dois
estão de urgência, um pediu férias
e um outro vai para a consulta, temos poucos. É evidente que depois
não há visita. E quem perde? Perde
o serviço, os médicos, porque da
discussão nascem novas ideias, e o
doente, uma vez que discutimos as
tácticas a utilizar para realizar determinadas cirurgias. Toda a gente
perde. Os internos não deixam que
não haja visita porque às oito da
manhã aparecem com os processos
actualizados, discutem, perguntam
e nós, por vezes poucos e mesmo
sem ‘pachorra’, vamos. É uma maravilha, uma delícia, é espectacular.
Os internos são a vida do hospital e
desde sempre me bati para que os
internatos se mantivessem. Penso
que daqui para a frente não vai haver mais interrupção, o que vai ser
bom para o hospital, para o serviços e para a saúde de Macau.
- O Governo pretende avançar com a criação de um Conselho
para os Assuntos Médicos. Devia,
neste âmbito, ser criado algum tipo
de organização para, de alguma
forma, regulamentar a actividade?
Há quem defenda uma Ordem...
- Não faz sentido. Vim para
Macau em 1992 e, na altura, era da
Ordem dos Médicos em Lisboa e
uma das coisas que me pediram foi
ver até que ponto era possível fazer
uma extensão da Ordem em Macau. Logo ao princípio se percebeu
que era impossível por causa da
medicina tradicional chinesa. Não
havia possibilidade de tratar de
modo diferente do ponto de vista
legal ou excluir da actividade médica a medicina tradicional chinesa.
Se os Serviços de Saúde tomaram
a seu cargo a fiscalização e regulamentação da actividade médica no
território devem continuar. Uma
Ordem dos Médicos ou uma organização com o espírito da Ordem,
como existe em Portugal, não pode
exercer em Macau, pois não há possibilidade de regulamentar coisas
que não podem ser regulamentadas da mesma maneira. Uma vez
que não há qualificação dos médicos, porque a actividade médica
não está regulada, nem critérios de
qualidade ou uma base científica,
a Ordem dos Médicos considerará
sempre a medicina tradicional chinesa como exercício ilegal da medicina. A medicina tradicional chinesa não cabe na actividade médica,
mas a verdade é que em Macau tem
maior procura face à hipocrática. E
até acho que poderia haver uma organização porque há coisas que se
passam na medicina hipocrática em
Macau que são impensáveis, que
não podem acontecer e só acontecem porque não há uma entidade
como a Ordem. Por exemplo, o que
é isto de os médicos nos consultório
entregarem saquinhos com comprimidos aos doentes? O que é isto de
um doente sair de um consultório
sem uma receita? A única coisa que
responsabiliza um médico é a receita. Se lhe der algo que lhe vai causar um problema grave de saúde
e o doente for para tribunal, certamente que o médico negará o acto
que praticou. A única coisa que o
vai responsabilizar é a receita, nela
vem o nome do paciente, os medicamentos, a forma como vai tomar,
a assinatura, o timbre ou uma etiqueta com o nome. Está regulamentada a forma como se receita, que é
um acto médico que responsabiliza
o médico e defende o doente. Ora,
isso não se passa em Macau. Vai à
medicina privada e vem de lá com
um saquinho de ‘smarties’ e no preço da consulta está incluído o preço
dos medicamentos. Outro aspecto:
os médicos não podem manipular
drogas nem vendê-las, mas o preço
está incluído na consulta. Portanto, isto são tudo ilegalidades que
se praticam à luz da
prática e do ‘modus
actuantis’ da Ordem
dos Médicos e da
deontologia. Não há
forma legal de responsabilizar as pessoas e o único que se
prejudica é o doente.
- Actualmente,
qual é o cenário que
se vive em termos de
listas de espera no
hospital?
- Penso que são
perfeitamente aceitáveis. Mas é claro que
toda a gente as quer
melhorar.
Quando
me diz que uma cirurgia demora um
mês... tomara que
em Lisboa fosse assim. Os doentes com
critério de gravidade
não têm praticamente lista de espera em
nenhuma especialidade. Se um doente
com uma hérnia espera um ano, tal depende da conjuntura
porque se aparecem
doentes mais graves
opera-se. São perfeitamente aceitáveis, se
é que se pode considerar aceitável
uma lista de espera. O que fazemos
todos os dias é tentar diminuir esses números. É a luta de quem gere
o hospital, de quem gere os serviços
e de quem presta assistência.
- Quais são os planos ou actividades que a Associação dos
Médicos de Língua Portuguesa de
Macau tem na calha?
- Já estou numa fase da minha vida que me interessa muito e
me dá muito prazer fazer medicina para as pessoas, humanizá-la o
mais possível e criar condições para
que as pessoas tenham um acesso
melhor e mais fácil à medicina de
uma forma geral. E, neste contexto,
a associação vai desenvolver a sua
actividade em diversas áreas que
vão ser muito importantes para a
saúde de Macau. A primeira, sem
sombra de dúvida, é tentar aglomerar as associações médicas numa
acção comum. Macau tem cinco
ou seis associações médicas, cada
uma trabalhando na sua e não há
nenhum organismo que as tente
unir. Depois temos a formação que
pretendemos desenvolver, criando
condições para promover a formação de médicos chineses em Portugal e noutras zonas e de lusófonos
que queiram vir, em determinadas
áreas, fazer especializações desde
que tenhamos condições para as
realizar. Em algumas temos condições e noutras possibilidades de as
desenvolver para vir a fazer forma-
ção. Além disso, desempenhamos
um papel importante integrados na
Federação dos Médicos de Língua
Portuguesa – que é o passo seguinte – já que teremos a possibilidade
de colaborar e dar formação médica, paramédica e de enfermagem a
pessoas dos países lusófonos que
são extremamente carentes em todos os aspectos. Para toda a área
de Moçambique, por exemplo, há
24 cirurgiões! Tanto que se criaram
enfermeiros especializados a quem
ensinaram algumas técnicas cirúrgicas para poderem fazer cesarianas,
operar hérnias, apendicites agudas.
Qualquer complicação, os doentes
morrem. Mesmo assim morrem
muito menos. Por isso, considero
que temos um papel muito importante, na medida em que podemos
criar intercâmbios para lhes dar formação à qual não têm hipótese de
aceder. Não a podem pagar, depois
não têm sítio para a fazer, dado que
nem toda a gente os aceita, ou seja,
tudo coisas que nos vai exigir um
trabalho enorme, mas que vai dar
muito gozo. Nesse plano, a associação tem um papel importante que
a Ordem dos Médicos em Portugal
reconhece e a própria Administração vai reconhecer rapidamente.
Em linha com o que foi preconizado pelo Primeiro-ministro chinês,
de facto, podemos ser um pólo para
a formação, colaborar e projectar
Macau e a China em África.
D.M.
Sem vidas paralelas
Entre risos garante não ter uma vida paralela. Mas, quando o tempo o permite desanuviar do pesado ambiente que caracteriza um qualquer hospital, sai para apreciar as manifestações
culturais da cidade, às quais diz estar atento. As actividades da comunidade também o cativam. Gosta de viajar e Portugal é destino que não falha pelo menos duas vezes ao ano. Formado
pela Universidade de Lisboa em 1973, Rui Furtado veio para Macau em 1992, apesar de ser “um médico de sucesso a trabalhar no Hospital de Santa Maria e no Hospital Particular de
Lisboa e de ter uma vida estabelecida”. Numa altura em que muitos quadros regressavam a casa, trouxeram-no motivos familiares e profissionais. “Estava em conflito com algumas das
pessoas que me barravam a ascensão”, conta. No Centro Hospitalar Conde de São Januário é director do serviço de cirurgia desde 1996, mas já correu diversas posições dentro da
unidade, entre elas, a de adjunto da Direcção. Desfruta do facto de ser sócio do Clube Militar, “com muito orgulho” por ser “uma das instituições mais tradicionais e antigas de Macau” e ainda
se aventura no “jogging”. Mas pouco mais. Para trás, ficou o ténis que praticava com frequência nos primeiros tempos de Macau. Dos programas de férias constam as viagens pela zona.
Conhece quase toda a dimensão da Austrália, mas ao Vietname, “onde quase toda a gente já foi”, nunca se deslocou pelo receio de que algo acontecesse às suas pequenas filhas. Um
episódio nas Filipinas fez com que pensasse assim. A Malásia é “fabulosa”, mas os holofotes aponta-os agora para outras latitudes. “Gostava muito de conhecer a América do Sul que não
conheço”. Após ter visitado “todas as colónias” quando era novo, com o seu pai, que era militar, Rui Furtado não esconde o desejo de voltar para “conhecer melhor África”.
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 pág 3
ACIDENTE APARATOSO FEZ UM FERIDO. O despiste de um
carro junto à Ponte Sai Van pelas 18h de sábado deixou
o condutor ferido, tendo sido transportado ao hospital.
Depois de ter chocado com outro automóvel, a viatura
embateu num candeeiro e acabou por deslizar até à
encosta rochosa do lago.
local
NIVELAMENTO TOPOGRÁFICO NA PONTE. A Ponte Governador
Nobre de Carvalho esteve fechada ao trânsito ontem e
na madrugada passada, entre as 01 e 06 horas, devido
a trabalhos relacionados com a futura Ponte Hong KongMacau-Zhuhai. A acção visou o nivelamento topográfico
naquela zona.
Kiang Wu coopera com Zhongshan. O Hospital Kiang Wu
firmou um acordo com o Hospital Popular de Zhongshan,
com o objectivo de melhorar a qualidade técnica dos serviços
prestados. O acordo vai centrar na investigação de novas
técnicas medicinais.
local
REGISTADO CASO DE H1N1. Os Serviços de Saúde anunciaram
um caso de gripe A (H1N1) na sequência de análises feitas
a alunos da Escola de Aplicação Anexa à Universidade
de Macau. Os alunos foram afectados por uma infecção
colectiva de gripe, mas não se registaram novos casos.
AQUANDO DA COMPRA DE VIAGENS COM CARTÕES DE CRÉDITO
DSAL JÁ OUVIU PATRONATO E TRABALHADORES
Denunciada cobrança de despesas adicionais
Iniciado processo de revisão da Lei laboral
U
A DSAL já iniciou o processo de revisão da
Lei das Relações de Trabalho, anunciada
pelo Chefe do Executivo nas LAG para este
ano. O organismo ouviu as propostas do
patronato e do sector laboral e vai agora
submetê-las ao Conselho Permanente de
Concertação Social
Depois de ter realizado um inquérito, o CC denunciou o facto de muitas agências de viagem em Macau cobrarem despesas adicionais
aquando do uso de cartões de crédito. Uma prática ilegal, dizem os representantes dos consumidores. Ilegal passou também a ser a
importação de esquentadores a gás sem chaminé
m questionário realizado pelo
Conselho de Consumidores (CC)
a mais de 50 empresas de viagem
permite concluir que muitas delas cobram
despesas adicionais aquando da compra
de serviços turísticos feita por intermédio
de cartões de crédito.
A prática é condenada pelo CC, que invoca mesmo o Decreto-Lei n.º 16/95/M, de
acordo com o qual “todos os pagamentos de
bens e serviços efectuados no território de Macau com recurso a cartões de crédito ou cartões
de débito, emitidos localmente ou no exterior,
terminais electrónicos de pagamento em postos de venda e outros instrumentos similares,
devem ser realizados em patacas, não sendo
permitido invocar esta obrigação para adicionar aos preços ajustados ou ao valor da transacção quaisquer encargos adicionais”. Por
outras palavras, isto significa que os vendedores “não podem adicionar quaisquer despesas
extras no uso de cartões de crédito”, diz o CC.
A violação desta norma é punida com uma
multa máxima de cem mil patacas e a execução da lei cabe à Autoridade Monetária.
O CC calcula que existam em Macau 144
agências de viagem que fornecem diversos
serviços turísticos, como, por exemplo, vendas de excursões. Estas agências trabalham
como intermediárias entre os seus clientes e
determinadas companhias de aviação e empresas hoteleiras. Em finais de Setembro do
ano passado, o CC levou a cabo um questionário para saber qual é o ponto da situação
do uso de cartões de crédito sempre que os
consumidores adquirem serviços turísticos.
Foram recebidas respostas por parte de
53 agências, tendo todas elas afirmado que
aceitavam o pagamento em cartões de crédito. Metade dessas companhias afirma ter
consciência de que não pode cobrar despesas
extra quando o cliente prefere utilizar cartões
de crédito. O inquérito demonstra que 28 das
53 agências conhecem a legislação vigente.
Ainda assim, dez dessas agências pedem aos
consumidores as despesas adicionais, com as
comissões cobradas a oscilarem entre os 3 por
cento e o mínimo é de 0.1%;
Quanto às 23 agências de viagem que
referiram desconhecer o Decreto-Lei n.º
16/95/M, seis delas reconhecem que recebem as despesas extras, no máximo de 0.4%
e no mínimo de 0.1%. Onze outras afirmaram
que não cobravam tais despesas e seis não
proporcionaram dados relativos ao assunto.
Constatado o fenómeno de recepção das
despesas adicionais na aquisição de serviços
turísticos, o CC enviou ainda um ofício para
a Autoridade Monetária, solicitando que esta
se responsabilize pelo o assunto. De acordo
com o CC, esta autoridade admitiu que o
resultado do questionário revela que muitas
agências de viagem ainda não sabiam e não
obedeciam rigorosamente ao disposto na lei,
facto que terá sido comunicado à Direcção
dos Serviços de Turismo, para que esta exorte
todas as agências de viagem a terminar com
a exigência de despesas adicionais por uso de
cartões de crédito.
PROIBIDOS ESQUENTADORES SEM
CHAMINÉ. Em nota de imprensa datada da
passada sexta-feira, o CC destaca ainda que
um despacho recente do Chefe do executivo
proíbe a importação de esquentadores a gás
sem chaminé. No seu boletim, o CC alerta
quem ainda utiliza esquentadores daquele
tipo para que garanta uma boa ventilação
nas casas de banho e noutras divisões, abrindo as janelas ou aplicando extractores, para
proporcionar a existência de correntes de ar.
Desde 1991 que a venda e instalação do tipo
de esquentadores em causa foi proibida em
Hong Kong. A partir de 2000, a proibição foi
extensiva ao seu uso.
O perigo deste tipo de esquentadores é
que não existe nenhuma canalização para o
gás exausto, que é extremamente tóxico quando acumulado no interior de casa. O CC avisa
que os comerciantes que vendem esquentadores a gás devem aconselhar os consumidores a comprarem esquentadores do tipo
compacto, ou pelo menos, a montarem um
sistema de arejamento, para que a alimentação das chamas seja feita pelo ar exterior e o
gás exausto seja expelido para o exterior, por
intermédio de canalização adequada.
olga pereirA
A
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais
(DSAL) revelou ao JTM que “já foi iniciado o processo de revisão da Lei das Relações de Trabalho”.
A nova reforma desta legislação tinha sido anunciada
por Chui Sai On na apresentação das Linhas de Acção Governativa para o ano de 2011. “(...) Pretendemos rever a Lei
das Relações de Trabalho, implementada há cerca de dois
anos. Para além da protecção dos direitos e interesses dos
trabalhadores, iremos investir na melhoria das condições
de exploração dos sectores industrial e comercial, especialmente das pequenas e médias empresas. Na construção de
uma sociedade harmoniosa, a mediação de conflitos laborais continua a ser uma das nossas prioridades (...)”, afirmava, na ocasião, o Chefe do Executivo.
Segundo uma fonte da DSAL, o organismo “já recolheu as opiniões e sugestões das associações ligadas tanto
ao sector laboral como ao patronato” sobre eventuais alterações à lei actualmente em vigor. “Agora vamos estudar
essas propostas para as submetermos ao Conselho Permanente de Concertação Social, ainda este ano, para mais acções”, indicou a mesma fonte.
No seio Conselho de Concertação Social proceder-seá, inicialmente, à análise e discussão das propostas de ambas as partes, até que um consenso seja alcançado.
O responsável da DSAL não quis, contudo, adiantar
quais os artigos que podem sofrer alterações na actual lei
laboral, que entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2009.
De recordar que a revisão da lei laboral, que actualizou uma legislação com quase duas décadas, demorou mais
de 14 meses a ser aprovada, muito por causa dos “braços
de ferro” entre as partes patronal e laboral, especialmente
durante a discussão do diploma na especialidade. O documento esteve a ser analisado, no seio da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), durante um ano.
Depois de algumas cedências do Governo, por exemplo, na eliminação do artigo que visava permitir que empregadores e trabalhadores pudessem definir entre si
condições de trabalho inferiores aos critérios mínimos legalmente fixados para cinco casos concretos (definição do
período experimental, fixação da remuneração do trabalho
extraordinário, nocturno e por turnos e definição do prazo
de aviso prévio de despedimento), o documento recebeu
“luz verde” do Hemiciclo, na votação final.
A licença de maternidade foi outro dos artigos que
gerou um debate acesso. Os deputados ligados ao sector
laboral sublinharam por várias vezes que o período defini-
do na proposta era insuficiente, salientando que, no sector
público, a licença de maternidade é de 90 dias, enquanto
as convenções internacionais da Organização Mundial do
Trabalho colocam a fasquia nos 84 dias. No entanto, neste caso o Executivo não cedeu e, a licença de maternidade
passou de 35 para 56 dias por trabalhadora, com eliminação do limite de partos.
Além desta, aquela legislação definiu outras alterações
significativas, aqui apresentadas em traços gerais. O período
experimental passou a ser, no máximo, de 90 dias nos contratos sem termo (excepto para trabalhadores que exerçam
cargos de complexidade técnica ou que pressuponham uma
especial qualificação e para o pessoal de direcção e chefia,
onde a fasquia é colocada nos 180 dias) e de 30 dias nos contratos a termo. A antiguidade do trabalhador numa empresa
conta-se agora a partir do início do período experimental.
Polémicas à parte, ficou decidido que as relações de
trabalho dos trabalhadores não residentes seriam reguladas, por legislação especial. O mesmo aconteceu com a situação do regime de trabalho a tempo parcial.
Por outro lado, a idade mínima de trabalho ficou
nos 16 anos, embora exista a possibilidade de prestação
de trabalho por menores entre os 14 e os 16 anos, durante
as férias escolares do Verão, ou se autorizados pela DSAL
e Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. Existe
ainda a possibilidade de contratação de menores, a título
excepcional, para actividades de natureza cultural, artística
ou publicitária, qualquer que seja a sua idade.
Ficou fixado que o período normal de trabalho não pode
exceder oito horas por dia e 48 horas por semana, sendo determinado um descanso mínimo de 10 horas consecutivas por
dia para o trabalhador, num total não inferior a 12 horas.
A actual lei também consagra que o trabalhador tem
direito a auferir um acréscimo de 50 por cento do ordenado
em caso de trabalho extraordinário obrigatório e de 20 por
cento em caso de trabalho extraordinário voluntário. Em
certas situações, está previsto que o trabalhador possa ainda ter direito a um dia de descanso adicional remunerado.
Relativamente ao trabalho nocturno, o trabalhador
tem agora direito a auferir de um acréscimo de 20 por cento
do ordenado em caso de prestação de trabalho nesse espaço temporal (entre as 0h00 e as 6h00). No entanto, perde
este direito o trabalhador que tenha sido expressamente
contratado para laborar num horário que compreende períodos nocturnos.
Todos os trabalhadores têm direito a gozar 10 dias
de feriados obrigatórios remunerados e foram estipuladas
num mínimo de seis dias úteis as férias anuais remuneradas, podendo ser acumuladas, no máximo, por dois anos.
Entre outras alterações, em caso de despedimento sem
justa causa, o aviso prévio deve ser de 15 dias para o empregador e de sete dias se a iniciativa for do trabalhador.
ASSOCIAÇÕES AUXILIAM REFORMADOS DA CGA
1300 já fizeram prova de vida
A ATFPM já apoiou 1300 reformados a prestarem a prova de vida, algo que têm que fazer anualmente para continuarem a usufruir da
pensão da CGA. A APOMAC prepara-se para fazer o mesmo, entre os dias 17 e 21. Estão também previstas deslocações a lares e hospitais
paulo barbosa
N
a Associação dos Trabalhadores da
Função Pública de Macau (ATFPM)
decorreu até à passada sexta-feira
o processo de apoio aos reformados que recebem pensão pela Caixa Geral de Aposentações (CGA). De acordo com Pereira Coutinho, o presidente da ATFPM, deslocaram-se
às instalações da associação 1300 pessoas
para fazerem o reconhecimento presencial
da prova de vida, que tem que ser feito anualmente perante funcionários do Consulado
português.
Pereira Coutinho frisou que a iniciativa da ATFPM contou, como em anos anpág 4 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
teriores, com a colaboração do Consulado,
que deslocou para a sede da associação três
funcionários, entre os dias 3 e 7. “O acesso ao
Consulado de Portugal é íngreme e muitos
reformados preferem ir até à ATFPM, que
fica numa área mais acessível e próxima de
transportes públicos”, contou ao JTM o deputado. Vários aposentados que se encontram
acamados, solicitaram à ATFPM que os funcionários consulares se deslocassem a lares e
a associação está a estudar, em conjunto com
o Consulado, uma forma de “conseguir sistematizar” a deslocação a esses lares para realização da prova de vida.
A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) vai também auxiliar os aposentados
ATFPM e APOMAC voltaram a apoiar pensionistas
que pretendam fazer uma prova de vida. Os
funcionários do consulado estarão nas instalações daquela associação, próximo do Tap
Seac, entre os próximos dias 17 e 21. Francisco Manhão explicou que a data foi escolhida
teve em conta o facto de alguns aposentados
não terem ainda recebido a notificação da
CGA. Tudo já está “combinado com o Consulado” para que membros da APOMAC se
desloquem “com o pessoal do Consulado a
lares e ao hospital”, afirmou o presidente da
APOMAC. Para fazer a prova de vida, os visados têm de mostrar a sua identificação presencialmente a funcionários do consulado. A
notificação da CGA já inclui todos os dados
necessários, havendo apenas alterações a fazer caso haja actualização da morada.
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 pág 5
“É muito importante que não pensemos nisso [no Cotai]
como a única oportunidade de crescer em Macau. Há mais
oportunidades na península e por toda a RAEM em geral.
Mantemos os nossos olhos abertos” - Jim Murren
local
“O mercado está cada vez mais
competitivo, os operadores [VIP]
estão a tornar-se mais exigentes e
mais selectivos” - Idem
JACKPOTS EM LISBOA. O Casino Lisboa, do grupo Estoril-Sol,
controlado por Stanley Ho, atingiu um novo recorde de prémios
atribuídos. Em 2010, os apostadores levaram para casa 317,8
milhões de euros. A sucessão de “jackpots” só foi atenuada em
Dezembro, quando os jogadores levaram 28,9 milhões de euros.
local
INSCRIÇÕES NO MIECF. A 4ª edição do “Fórum e Exposição
Internacional de Cooperação Ambiental” terá lugar entre 31
de Março e 2 de Abril, estando a organização a aceitar já
inscrições de expositores. Este ano, o evento tem como tema
o “Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono”.
CEO DA OPERADORA AMERICANA DIZ QUE MACAU OFERECE MAIS OPORTUNIDADES
MGM não olha só para o Cotai
As oportunidades em Macau ultrapassam o Cotai, considera Jim Murren, presidente e CEO do grupo MGM. Numa entrevista à “Macau
Business”, o responsável admitiu, contudo, que a concessão de um terreno no Cotai seria boa para a MGM
E
mbora a MGM Resorts International esteja à espera de conquistar
espaço próprio no desenvolvimento
do Cotai, através da “joint-venture” com
Pansy Ho, Jim Murren considera que as
perspectivas de investimento não se esgotam nos aterros entre as ilhas da Taipa e
Coloane.
“É muito importante que não pensemos nisso [no Cotai] como a única oportunidade de crescer em Macau. Há mais
oportunidades na península e por toda
a RAEM em geral. Mantemos os nossos
olhos abertos”, salientou o presidente e
CEO da MGM Resorts International, em
entrevista à revista “Macau Business”.
Apesar de tudo, Jim Murren voltou
a manifestar-se esperançado que a MGM
Grand Paradise, a subconcessionária do
Jogo que resultou da junção de forças do
grupo norte-americano com a empresária
Pansy Ho, acabará por receber “luz verde” do Governo da RAEM para avançar
para o Cotai. “Acreditamos que as nossas
perspectivas para o Cotai são brilhantes.
Sabemos que estamos a seguir esse caminho e esperamos ter a sorte de ir para lá”,
salientou o CEO da MGM International
Resorts.
Em recente entrevista à agência
Bloomberg, Jim Murren já tinha indicado que a operadora tem “aspirações para
operar mais do que um casino em Macau”
e “aumentar o resort que actualmente
possui”.
Em Novembro, a MGM Grand Paradise revelou que as negociações com a
Administração da RAEM tendo em vista
a cedência de uma parcela de terreno no
Cotai estavam bem encaminhadas, devendo ser anunciado um acordo em breve,
após cerca de quatro anos de diálogo entre as duas partes. “Obviamente estamos
a trabalhar com o Governo sobre oportunidades no Cotai. Estamos muito entusiasmados e num futuro próximo acho
que estaremos em posição para anunciar
os projectos que vamos desenvolver no
Cotai”, afirmou Grant Bowie, presidente
do hotel-casino MGM Grand Macau.
Considerando que Macau é um mercado certo para apostar, Grant Bowie assegurou ainda que a MGM pretende erguer
algo “inovador” no Cotai. “Estamos a trabalhar afincadamente no conceito. O novo
empreendimento terá as mesmas qualidades que este [MGM Grand Macau], mas
será diferente dos que já existem e imaginativo por forma a tornar-se competitivo
no Cotai”, frisou Grant Bowie.
OPI SEM DATA. Relativamente aos planos da MGM Grand Paradise para o lançamento de uma oferta pública inicial de
venda de acções (OPI) na Bolsa de Valores
de Hong Kong, Jim Murren não apontou
metas temporais para a concretização da
listagem de 20 ou 25 por cento dos activos
da “joint-venture”, mas esclareceu à “Macau Business” que parte dos dividendos
dessa operação será destinada ao desenvolvimento de mais projectos em Macau,
designadamente no Cotai.
A MGM chegou a admitir que o lançamento da OPI em Hong Kong poderia
ocorrer no terceiro trimestre de 2010, mas
decidiu entretanto adiar a operação, apesar de ter contratado os serviços de cinco
instituições financeiras para coordenar o
plano de listagem. Segundo Pansy Ho,
a OPI poderá garantir um encaixe financeiro na ordem dos mil milhões de dólares americanos, mas alguns analistas
colocaram a fasquia em valores mais baixos, devido à inexistência de planos de
expansão do sector do Jogo em Macau.
Em Novembro de 2009, a OPI da Sands China em Hong Kong rendeu 2,5 mil
milhões de dólares, depois da Wynn
Macau ter recebido 1,87 mil milhões
com a sua listagem no índice Hang
Seng, cerca de um mês antes.
Na entrevista à “Macau Business”, Murren também explicou que a inclusão de novos promotores de Jogo VIP nas salas
do MGM Grand Macau é consequência da crescente competição no mercado. “O mercado
está cada vez mais competitivo, os operadores [VIP] estão
a tornar-se mais exigentes e
mais selectivos”, afirmou o
presidente da MGM Resorts
International, deixando ainda
a garantia de que a operadora
continuará a aproveitar oportunidades para conquistar
novos operadores “junket”.
No cômputo geral do
ano passado, a MGM ocupou a última posição do
“ranking” das operadoras
ao atingir uma quota de
quase nove por cento das
receitas brutas, mas em Dezembro superou a Galaxy,
com 11,5%.
Uma noite na rua à procura de desalojados
Ofertas de abrigo nem sempre convencem
Os termómetros marcavam oito
graus centígrados e as previsões
das temperaturas baixas levaram
os técnicos de acção social
de Macau à rua à procura de
desalojados a quem distribuir
agasalhos e oferecer abrigo, um
trabalho nem sempre fácil
José Costa Santos (texto)*
Carmo Correia (Fotos)
O
ponto de encontro com a Agência
Lusa foi o Centro de Sinistrados
da Ilha Verde, um centro que abre
portas quando as chuvas, o frio ou as tempestades tropicais que assolam a região
se fazem sentir e deixam sem condições
quem vive na pobreza ou na rua.
Durante as cerca de duas horas de
“busca” por desalojados não há espaço
nem disponibilidade para fornecer nomes
ou histórias da vida de quem vive na rua
devido à “privacidade” e porque quem
está nestas condições não quer muitas
conversas com jornalistas.
Apesar do frio, as ruas continuam na
rotina de sempre e os técnicos Barry Lei e
Florence Cheuk seguem num carro oficial
para as ruas da zona norte. O primeiro
contacto é com um cidadão com problemas mentais. Está abrigado ao lado da
entrada de um bairro social, usa chinelos
e tem uma série de sacos ao seu lado.
Os técnicos falam com ele, tentam
convencê-lo a ir para casa ou para o centro de abrigo e passados cerca de 10 minutos de conversa a resposta é sempre a
mesma: “Não preciso de ir para o centro
nem preciso de nada”.
Terminado o primeiro contacto, Barry Lei e Florence Cheuk seguem para ou-
tra rua no mesmo bairro e de lanterna na
mão percorrem as entradas dos prédios à
procura de gente que possa estar abrigada
nas escadas, mas muitas estão agora tapadas para evitar que alguém as utilize.
Uns metros mais à frente, um grupo
de idosos joga descontraidamente xadrez
chinês no Jardim Triangular. No coreto
iluminado um homem dorme embrulhado em “min-tois” (edredão) e só levanta a
cabeça quando é chamado pelos técnicos.
Ao lado do banco do jardim estão plásticos e cartões, que servem de “paredes”
para evitar o frio. À oferta de uma cama no
centro de desalojados, o que era um apenas
um rosto de um homem abrigado do frio,
transformou-se num corpo que saltou de
imediato para arrumar de forma ordenada
os cobertores, plásticos e cartões.
Antes de partirem para mais uma
busca ficou ainda o recado ao desalojado.
“Pode ir para o centro de autocarro” porque a viatura oficial estava cheia de roupa
e cobertores para eventuais sem-abrigo.
A última paragem da noite foi num
beco da Avenida Horta e Costa, uma das
principais de Macau. Num canto escuro,
com uma coberta de lona improvisada,
está um idoso a dormir numa cadeira.
O cobertor que usa é velho, sujo e pouco
quente, mas mesmo assim recusa a oferta
dos técnicos e prefere manter-se no mesmo local que ocupa há vários anos.
“Não preciso de ir para o centro,
obrigado”, diz aos técnicos perante a
curiosidade de quem passa e está habituado a ver ali um sem-abrigo.
A noite está no fim e ao centro vão
chegando outros sem-abrigo ou pessoas
necessitadas que ali passam a noite, tomam banho e acedem a comida quente.
O frio vai continuar e o centro manterá
as portas abertas pelo menos até meados de
Fevereiro, depois das festas do Ano Novo
Lunar, o período mais frio na região.
* Jornalista da Agência Lusa
A “face” da pobreza numa cidade próspera
As receitas brutas dos casinos de Macau chegavam e sobravam para colmatar o défice das contas públicas portuguesas, mas a cidade tem
uma outra face, oculta da maioria: a pobreza e desalojados que deambulam nas ruas
Q
uem visita Macau e passa
nas principais artérias da
cidade não vê mendigos
nem gente a aparentar ser desalojada. Aqui ou ali, muito raramente,
há uma mão estendida fruto de caminhos de toxicodependência que
afastaram a família e tiraram a dignidade, mas esse também não é um
cenário comum.
Com cerca de 30 quilómetros
quadrados, mais de meio milhão
de habitantes e milhares de turistas diariamente nas ruas, Macau é
uma cidade próspera, com receitas
fiscais acima das despesas e vê a
sua economia ser puxada a par do
grande desenvolvimento chinês,
mas nem tudo o que turistas e a
maioria dos residentes se apercebem é a completa realidade.
Na zona norte, no Centro de
Sinistrados da Ilha Verde, os técnicos de acção social deparam-se com
outra realidade: a pobreza.
O frio chegou à cidade ainda
antes do Natal e vai prolongar-se
até meados de Fevereiro e Ho Wai
Meng, 65 anos, desempregado, sem
família, trocou as ruas ou os bancos
pág 6 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
do Jardim Camões por uma cama
do centro de abrigo, um lugar que
conhece em duas situações: na época de frio e de chuvas.
“Venho para aqui quando está
a chover ou quando está muito frio,
porque aqui posso comer, tenho
uma cama e condições mínimas”,
diz, em chinês.
Ho Wai Meng, que ainda vai
dizendo umas palavras em português, não tem emprego devido a
problemas de saúde depois de vários anos a trabalhar ora em cabeleireiros ou em cafés ou restaurantes.
Do Instituto de Acção Social
recebe mensalmente 2.640 patacas que lhe vão dando para comer. A cama, essa, é um banco de
jardim, escolhido “por ser mais
fresco durante as noites quentes
e húmidas”.
Percurso diferente tem Fu
Chong, também natural de Macau, 48 anos e desempregado. Os
pais estão em Taiwan, a mulher e
o filho em Pequim. Ficou sem emprego em Dezembro, rumou à capital chinesa e quando regressou,
sem dinheiro e sem trabalho, alo-
jou-se no centro de sinistrados.
Fu Chong procura trabalho
que lhe permita voltar a arrendar
uma casa, tem experiência na área
da restauração e em comum com
outras pessoas na mesma situação
tem uma escolaridade muito baixa,
e não recebe qualquer subsídio público.
Para ajudar pessoas em dificuldades, o Governo lançou um
programa de construção de habitação económica que prevê 19.000
fogos até 2012.
Junto ao centro de sinistrados
– que abre as portas em tempos de
tufão, chuvas intensas ou frio – existe um complexo que disponibiliza
80 quartos, mas apenas 12 pessoas
residem no local, o que leva Fanny
Leong, do Instituto de Acção Social,
a concluir que, quem precisa mesmo de um quarto já está alojado.
A mesma responsável salientou que no centro de sinistrados
“não se fazem perguntas, acolhemse pessoas que dizem estar necessitadas” e por isso acha que “as pessoas que vão passando no centro
encontram ali um apoio fácil e útil
para alguma dificuldade, mas não
são desalojados permanentes”.
“Esses estão a ser acompanhados e apoiados através de outros
recursos do Instituto como o centro
de acolhimento da Caritas”, concluiu.
JTM/Lusa
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 pág 7
VISITA “EFICAZ” A WUHAN. O Secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura fez um balanço positivo da visita a Wuhan,
onde discutiu as iniciativas comemorativas dos 100 anos da
Revolução Chinesa de 1911. “Esta visita foi eficaz para nós.
Ouvimos muito e isso é muito proveitoso para os trabalhos
que vamos desenvolver no futuro”, referiu Cheong U.
Breves
Castelo Branco acolhe
exposição sobre Macau
A exposição “Macau é um espectáculo”,
organizada pelo Instituto Internacional
de Macau (IIM) em colaboração com a
Associação Fotográfica de Macau, está
agora patente em Castelo Branco, no Museu
de Francisco Tavares Proença Júnior. Na
inauguração da exposição, que inclui 50
fotografias sobre a arte nas ruas de Macau,
estiveram presentes personalidades da vida
cultural de Castelo Branco, o presidente e
professores do Instituto Politécnico da cidade
albicastrense, bem como o presidente do
IIM, a directora do Museu e a vereadora da
Cultura em representação do presidente
da Câmara. A mesma exposição continua
patente até ao final deste mês no Gabinete
Português do Recife (Brasil), seguindo
depois para a Faculdade Paula Frassinetti,
na mesma cidade.
Obras na Horta e Costa
preocupam cidadãos
As obra de Reordenamento da Rede
de Drenagem da Avenida de Horta e
Costa estão a preocupar os moradores e
comerciantes da zona, por coincidirem com
o Ano Novo Chinês. Segundo a DSSOPT,
os comerciantes concordaram com o
plano de trabalho para o 2º troço, entre a
Estrada de Coelho do Amaral e a Rua de
Francisco Xavier Pereira, mas manifestaram
receio que os trabalhos prejudiquem o
negócio durante a época festiva. Já os
representantes da Igreja Evangélica e dos
bancos demonstraram preocupação quanto
aos acessos pedonais e à travessia da via,
durante a execução da obra.
local
CEM PARTICIPOU EM SEMINÁRIO “VERDE”. A CEM participou
num seminário do sector energético de Guangdong, Hong
Kong e Macau teve como tema central a redução das
emissões de carbono a par com a satisfação do cliente. O
evento, que decorreu em Guangdong, juntou cerca de uma
centena de especialistas do sector.
“Há muitos momentos e detalhes que nos
tocam nas nossas vidas. O fotógrafo, tal como
o escritor, usa as técnicas para captar esses
momentos” - Hin-Io Chan
local
(...) “Há dez anos Macau era bastante calma,
mas houve uma mudança rápida como
uma máquina que trabalha cada vez mais
depressa” - idem
INDICOU EX-CONCESSIONÁRIO DA LIVRARIA PORTUGUESA
EXPOSIÇÃO MOSTRA UM TERRITÓRIO DE CONTRASTES
Prejuízos da “era” IPOR
não impediram lucros
Fotos que “preservam”
o Património e quotidiano
Aloísio da Fonseca disse à Rádio Macau que o facto da Livraria Portuguesa ter acumulado prejuízos
de mais de três milhões de patacas, sob a gestão do IPOR, não o impediu de obter lucros enquanto
teve o negócio em mãos
N
uma altura em que está a fazer, pela
última vez, o relatório de contas da
Livraria Portuguesa, o ex-concessionário Aloísio da Fonseca indicou, numa
entrevista à Rádio Macau, que os resultados
financeiros tiveram, desde 2002, um saldo
positivo.
Aquele que foi o responsável pela Livraria, desde 2003 até ao último dia do ano 2010,
através da empresa AF – Amagao Publicações, referiu que o pacote de vendas anuais
foi subindo desde o início da sua exploração.
Aloísio da Fonseca destacou ainda que,
nem mesmo os prejuízos acumulados, que
eram superiores a três milhões de patacas e
resultaram da gestão da Livraria pelo IPOR
entre 1998 e 2002, o fizeram perder dinheiro
durante todo o período do contrato de concessão. “Em 2002, as vendas situaram-se na
ordem dos 3.700 milhões de patacas e em
2003, que foi o primeiro ano de concessão,
apesar de uma grande confusão e desorientação que havia na Livraria, (…) conseguimos
crescer para os 3.900 milhões de patacas”, explicou o responsável.
Segundo Aloísio da Fonseca, a partir
daí, “houve uma subida interessante” no que
diz respeito aos resultados de vendas. No
ano de 2004, o crescimento tinha já alcançado
os 11 por cento. De acordo com as contas do
mesmo responsável, do ciclo de oito anos de
exploração do espaço, foi o ano de 2009 que
teve “mais expressão”. Nessa altura, os valo-
res situavam-se na ordem dos 4.770 milhões
de patacas, o que “significou um crescimento
de 2 por cento em relação ao ano anterior”.
Este cenário de crescimento só se alterou no
ano passado. De acordo com Aloísio da Fonseca, pela primeira vez, em 2010, as vendas
registaram um decréscimo face ao ano anterior. “Ultrapassaram os quatro milhões mas
muito pouco”, constatou.
O antigo concessionário disse ainda que,
actualmente, a Livraria Portuguesa tem uma
existência de 2.200 milhões patacas, razão que
o leva a pensar não existirem argumentos que
justifiquem a venda do imóvel.
Durante a entrevista, Aloísio da Fonseca voltou a admitir que os preços dos livros
praticados pela Livraria Portuguesa são altos,
mas explicou que, tendo em conta o custo das
obras em Portugal, será difícil vermos o seu
valor diminuir. Aloísio da Fonseca considerou também que a comunidade portuguesa
em Macau não se deve envergonhar da Livraria que tem.
Lançado o concurso público para exploração da Livraria Portuguesa e terminado, a
27 de Dezembro, o prazo estipulado para a
entrega das candidaturas, o IPOR só recebeu
uma proposta. O único candidato à nova concessão é Ricardo Pinto através da empresa
Praia Grande Edições.
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais
NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 01/2011
NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 02/2011
(Solicitação de Comparência do Empregador)
(Reparação voluntária)
Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.° do Regulamento
da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de
18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.° e n.º 2 do artigo 72.° do
Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se
(romanizado LAM
CHIN HEONG), sita na Rua Manuel de Arriaga, n.º 1H, Edifício “Wai
Un”, 3.° andar B, em Macau, para no prazo de 10 (dez) dias, a contar
do 1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente édito, comparecer
no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr.
Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício Advance Plaza,
1.º andar, Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 5654/2010,
proveniente da queixa apresentada nestes Serviços em 5/8/2010 pelo
trabalhador LOI PUI LAM, relativamente às matérias de salários e
trabalho extraordinário.
Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho,
manda que se proceda, nos termos do n.ºs 1 e 2 do artigo 2.° do Regulamento
da Inspecção do Trabalho (acção educativa), aprovado pelo Decreto-Lei n.º
60/89/M, de 18 de Setembro e o n.º 2 do artigo 72.° do Código do Procedimento
Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro, à
notificação da sociedade “Fábrica de Vestuário Shui Hing, Limitada”, sita na
Rua da Concórdia, n.ºs 67-71 , Edifício Wang Tak, 9.º andar “D”, para no prazo
de 10 (dez) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação dos
presentes éditos, proceder à regularização voluntária do conflito laboral do
processo n.º 2337/2010, instaurado pelo Departamento de Inspecção do
Trabalho, provenientes das reclamações apresentadas nestes Serviços pelas
trabalhadoras FENG YUNTI, LIANG LIQIN, LIANG XIUNUAN, WEN
JIEYING, XU XIUYING e ZHAI FENGLAN, por transgressões às matérias
de salários.
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de
Inspecção do Trabalho, aos 3 de Janeiro de 2011.
O Chefe do Departamento,
Raimundo Vizeu Bento
pág 8 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
A notificação para reparação voluntária e o mapa de apuramento das
quantias em dívidas às trabalhadoras no valor total de Mop$56.161,70 deverão
ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de
Inspecção do Trabalho, sita na Av. do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279,
Edf. Advance Plaza, 1.º andar, em Macau, e é facultado a consulta do processo
em causa instruído por estes Serviços.
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de Inspecção
do Trabalho, aos 3 de Janeiro de 2011.
.
O Chefe do Departamento,
Raimundo Vizeu Bento
Hin-Io Chan procurou diferentes enquadramentos para fotografar o Património Mundial de Macau e a vida em redor. Na exposição “The
Snippets of life with Macau World Heritage”, patente na galeria da “Macau Creations”, o fotógrafo revela, por um lado, as cores da cidade
através do património e, por outro, os trechos da vida que se movem a preto e branco
fátima almeida
M
acau tem crescido a um ritmo veloz. A rotina agitada às vezes afasta-nos de episódios da vida que a
cidade ainda preserva. Mas à máquina de
Hin-Io Chan não escapou nenhum daqueles cenários. Na exposição “The Snippets of
life with Macau World Heritage”, patente
na galeria da Macau Creations até 29 de
Março, o Património Mundial do território
aparece a cores, umas vezes firme e imponente, outras quase em ponto pequeno, mas
“iluminado” na imensidão das estruturas
gigantes que se ergueram. As pessoas e as
ruas também são o seu papel fotográfico. E
o contraste. A preto e branco.
Para nos mostrar perspectivas diferentes dessa Macau, por vezes, parece que
Hin-Io Chan subiu a terraços altíssimos
“disparando” a cidade ampla em apenas
uma imagem. Ou esperou que o pôr-do-sol
caísse à hora certa sobre as paredes do Teatro D. Pedro V para ficar na moldura uma
nova “imagem” de um espaço com séculos
de história. Noutras sente-se que tocou nas
pessoas. É o trabalho da arte.
“Há muitos momentos e detalhes que
nos tocam nas nossas vidas. O fotógrafo, tal
como o escritor, usa as técnicas para captar esses momentos”, referiu ao JTM Hin-Io Chan.
E é esta face do fotógrafo que o atrai, admite.
Nas rotinas agitadas não encontramos
os contrastes. Mas, naquelas paredes do artista, os momentos permanecem permitindo
deter o olhar, ora sob esses trechos da vida
que acontecem nas ruas ora sob o Património
Mundial reconhecido pela Unesco. E quando
a ventania das mudanças derrubar alguns
dos episódios característicos das vivências
desta terra as fotografias guardam-nos como
memórias. Como documentos da história.
CAPTAR CONTRASTES. Em 1990, quando se estabeleceu em Macau, Hin-Io Chan
ainda encontrou um território brando. “Por
exemplo, há dez anos Macau era bastante
calma, mas houve uma mudança rápida
como uma máquina que trabalha cada vez
mais depressa”, observou. “Nasci no Continente [em Zhongshan] e quando cheguei,
Macau era muito diferente das cidades da
China, mas depois destes anos com o rápido desenvolvimento está a tornar-se mais
próxima das grandes cidades”, descreveu
ao JTM o fotógrafo, cujas lentes têm captado os vários ritmos.
Hin-Io Chan, que é director da Associação de Fotógrafos de Zhongshan e membro da Associação de Fotográfica de Macau
e também da Associação de Fotógrafos de
Guangdong, já apresentou outras mostras
no território. No ano passado, no âmbito das
comemorações do 10º aniversário da RAEM,
levou ao Museu de Arte a exposição “Bairros
de Macau: Fotografias Documentais de Chan
Hin Io” composta por 80 peças captadas entre
2005 e 2009 onde as personagens que moram
nas ruas de Macau foram figuras centrais,
como vendedores ambulantes.
Agora na galeria da “Macau Creations”,
Hin-Io Chan, que trabalha a título de freelancer, acrescenta ao álbum mais peças chave
desta cidade de contrastes. Ruas pintadas ou
caixas de correio antigas. As mesas de rua à
hora de almoço. As procissões e a fé. Um beijo
dos apaixonados nas Ruínas de São Paulo ou
noutra imagem este monumento como que
visto através de um papel recortado onde
também cabe o gigante casino Grand Lisboa.
Pormenores de janelas e de rostos.
PEDAÇOS POR CONHECER. Das paredes
da galeria, Hin-Io Chan seleccionou uma fotografia (a pedido) mas não descreve o que
só cada olhar poderá sentir. “Escolhi esta
foto porque uso-a para testar as pessoas, por
exemplo para perguntar se conhecem este lugar. Há muitas pessoas que não conseguem
reconhecer Macau nesta fotografia, mesmo
as pessoas de Macau. Esta não é a imagem
associada a Macau”, mencionou, acrescentando que por este motivo considera aquela
fotografia interessante.
A imagem que foca canalizações da
água de um prédio é uma das múltiplas
perspectivas que o artista procurou. É esta
a “fundação base do fotógrafo” que o fascina. Encontrar horizontes que nenhuma
outra máquina tenha captado.
Além dos novos enquadramentos que
sempre procura para as fotos, há os “diferentes lados do Património” que preserva e
também “as pessoas que vivem em redor”.
É um cenário “muito dinâmico, muito diferente daquele que sempre pensamos sobre
o nosso património”, expressou o fotógrafo
que em 1996 aprendeu fotografia e desde
2001 tem visto o seu trabalho reconhecido
com vários prémios.
Entre as caixinhas abertas que guardam os movimentos da cidade a preto e
branco há também palavras – “tranquilidade”, “paixão”, “tijolo por tijolo”, “emoção”, “sombras”, “visão”. Escolhidas pela
curadora da exposição, Joey Ho, tanto nos
descrevem a cidade como nos “revelam” o
artista. Porque “quando não se tem a paixão pela vida nunca se consegue sentir estes momentos”, observa a responsável.
Se o desejo do sociólogo e crítico francês, Roland Barthes, se cumprisse e houvesse
uma “História dos Olhares”, “The Snippets
of life with Macau World Heritage” poderia
ser um dos capítulos. Aquele onde se escreve
que as fotografias são capazes de sair de uma
máquina humana.
Arte ganha adeptos em Macau
Os responsáveis da “Macau Creations”, espaço que abriu as portas em Julho do ano passado, acreditam que a arte local já entra no olhar de mais pessoas. “Somos uma
empresa privada, mas as pessoas sabem que estamos a reunir esforços para promover os artistas locais e contribuem também com o seu apoio. E agora, depois de meio
ano, percebemos que mais pessoas preferem o trabalho de artistas locais”, disse ao JTM Joey Ho. O investimento inicial num projecto que junta cerca de 30 artistas locais
é grande e, por isso, ainda não foi recuperado, mas o negócio continua a dar passos largos. Neste processo criativo, as novas tecnologias podem dar uma ajuda para levar
“os diversos lados artísticos de Macau” a vários pontos do globo. Através das redes sociais como o Facebook e do endereço electrónico da loja-galeria, situada junto às
Ruínas de São Paulo, é possível mostrar a arte que se faz por cá a pessoas do mundo inteiro que poderão vir a adquirir os produtos dos artistas de Macau através de
compras online. Além disso, através da troca de mensagens “online”, pretende-se ainda incentivar os artistas a promoverem exposições e a troca de ideias. Como vinca
a curadora de exposições na “Macau Creations”, “este produtos são parte da nossa cultura e isto é um valor importante. Não é apenas comprar uma t-shirt”. Joey Ho
mencionou ainda que o espaço quer descobrir artistas jovens, porque em Macau há muitos talentos.
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 pág 9
Publireportagem
especial
Da Noruega para
Macau para festejar
o 60º aniversário
N
ão é todos os dias que se faz 60 anos e
para tornar esta ocasião ainda mais especial, Maria Carvalho Surbotten, que
reside há mais de 30 anos na Noruega, decidiu
realizar a sua festa de aniversário em Macau.
Assim, em vez dos amigos a da RAEM viajarem até Oslo para celebrar a data com Maria
Carvalho Surbotten, a macaense decidiu deslocar-se até ao território, fazendo-se acompanhar
por mais de 30 pessoas da Noruega. Fazendo
questão de comemorar o seu 60º aniversário na
pág 10
terra onde nasceu e cresceu, junto dos amigos
de infância e familiares, Maria Carvalho Surbotten deu uma grande festa na sala de convenções da Doca dos Pescadores para mais de
duzentos convidados. Deste modo, a macaense
pôde, no dia do seu aniversário, brindar com
amigos que não via há muitos anos e promover ainda o convívio entre as pessoas de Macau
e da Noruega que lhe são mais próximas. Os
mestres de cerimónia foram a irmã Deolinda
e o cunhado Leonel Couto, que, durante toda
a noite, apresentaram o vasto programa de actividades, entretendo também os convidados.
Como Maria Carvalho Surbotten faz parte de
uma família com veia musical, ela própria animou os convidados com um espectáculo, em
que cantou e tocou guitarra, auxiliada por um
grupo musical filipino. Até às duas da manhã
houve ainda outras actuações, destacando-se o
espectáculo de dança do grupo de macaenses
J Studio Dancers, as danças do leão e ainda o
samba.
segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
pág 11
Liverpool tem novo treinador. O Liverpool
despediu o treinador Roy Hodgson e contratou
para o seu lugar Kenny Dalglish, uma das
grandes figuras da história dos “reds”, que
assinou até final da época. O despedimento não
surpreende face aos maus resultados do clube.
desporto
Polidesportivo
Panathinaikos vence e pressiona Olympiacos
O Panathinaikos, equipa orientada pelo português Jesualdo Ferreira,
venceu o Aris de Salónica por 1-0, em jogo da 17.ª jornada da Liga
grega de futebol, e reduziu para dois pontos a desvantagem para o
líder Olympiacos. O tento solitário de Sotiris Ninis, aos 19 minutos,
deu o triunfo à formação de Atenas, num jogo disputado à porta
fechada, em consequência do mau comportamento dos adeptos do
“Pana”, que em 18 de Dezembro invadiram o terreno de jogo no final
do encontro com o Volos (0-1). Com esta vitória, o Panathinaikos
soma 37 pontos e coloca pressão sobre o primeiro classificado,
Olympiacos.
Dinamarquês Daniel Wass a caminho do Benfica
Daniel Wass regressou a Copenhaga no passado fim-de-semana
com a certeza de que vai ser jogador do Benfica a partir do
Verão com contrato assinado até 2016. A fugaz passagem por
Lisboa serviu para o lateral-direito conhecer a capital e selar o
entendimento com as águias. O anúncio da assinatura do contrato
não é prioritário, até porque o internacional sub-21 dinamarquês,
também já convocado para a selecção principal, pretende informar
primeiro o Brondby da sua decisão. Mikael Jakobsson, empresário
de Daniel Wass, recusou, por agora, confirmar a assinatura do
vínculo.
UEFA investiga partida entre Schalke e Hapoel
O jogo entre o Schalke 04 e o Hapoel Telavive, do grupo da Liga
dos Campeões em que esteve o Benfica, está sob investigação da
UEFA, escrevem os alemães. Segundo o “Süddeutsche Zeitung”,
os responsáveis do organismo terão sido alertados para um volume
anormal de apostas provenientes da Ásia. Os alemães venceram
o jogo da terceira jornada do Grupo B, por 3-1, e foram apostados
12 milhões de euros na sua vitória por dois golos de diferença.
Recorde-se que o Schalke 04, que derrotou o Benfica em ambos
os encontros, qualificou-se para os oitavos-de-final, depois de ter
terminado em primeiro no Grupo B, com 13 pontos. O Benfica ficou
em terceiro lugar, enquanto o Hapoel, com aquele resultado, foi
eliminado das competições europeias.
Ronaldinho perto do Flamengo. O Flamengo
e o AC Milan têm praticamente acordada a
transferência de Ronaldinho para o clube do
Rio de Janeiro, anunciaram os responsáveis
dos dois clubes. Segundo a presidente do
Flamengo, há ainda detalhes a acertar.
Frederico Gil apura-se para Sydney. O tenista
português Frederico Gil garantiu ontem o apuramento
para o quadro principal do torneio australiano de
Sydney. Para hoje está agendada a sua estreia no
quadro principal, diante o finlandês Jarkko Nieminen,
o finalista da edição de 2009 deste torneio.
desporto
TAÇA DA ÁSIA
LIGA PORTUGUESA
China estreia-se com vitória
Salomão foi “Rei”
Início de jogo alucinante definiu o resultado final.
Golo acrobático de Salomão abriu a contagem e o
Sporting fechou a primeira volta do campeonato com
uma vitória
A renovada selecção chinesa venceu
o primeiro jogo e juntou-se ao
Uzbequistão na liderança do grupo A
da Taça da Ásia em futebol
O
A
China estreou-se da melhor forma na Taça da
Ásia em futebol, ao vencer o Kuwait por 2-0, no
segundo encontro da primeira jornada do Grupo A, disputado em Doha, no Qatar.
Zhang Linpeng, aos 59 minutos, e Deng Zhuoxiang, aos
67, apontaram os tentos dos chineses, que igualaram na
liderança do grupo o Uzbequistão, que venceu sextafeira o anfitrião Qatar por 2-0 no jogo de abertura.
A Taça Asiática, disputada por 16 países, de quatro
em quatro anos, irá decorrer até 27 de Janeiro.
Coreia do Sul, Japão e Austrália – três selecções
que participaram também no último Mundial, realizado no Verão passado na África do Sul – são apontados
como principais favoritos. Em campo estarão ainda as
selecções do Iraque (o actual campeão), Índia, Bahrain,
Jordânia, Arábia Saudita, Síria, Irão, Coreia do Norte e
Emiratos Árabes Unidos.
Selecção mais jovem de sempre. A média de
idades dos jogadores chineses – três dos quais do Beijing Guo’ An, equipa dirigida pelo técnico português
Jaime Pacheco – ronda os 24 anos e apenas um joga fora
do país, no clube alemão Schalke 04. “O grande objec-
tivo desta geração é chegar ao Mundial de 2014. A Taça
Asiática é apenas um teste”, disse um responsável da
Associação Chinesa de Futebol. Além de ter falhado a
qualificação para o Mundial da África do Sul, o futebol
chinês foi abalado por processos de corrupção, falsificação de resultados e outras fraudes, envolvendo dezenas
de técnicos, árbitros, jogadores e dirigentes. A selecção,
entretanto, contratou um novo seleccionador, Gao Hongbo, e desde então o desempenho colectivo melhorou
muito.
JTM/Lusa
Mundial 2022 no Qatar deverá ser no Inverno
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, revelou durante a cerimónia de inauguração da Taça da Asiática
que espera que o Mundial de futebol de 2022, que também será realizado no Qatar, seja disputado
durante o Inverno e não no Verão, como sempre se fez, de forma a se protegerem os futebolistas. No
mesmo sentido, o presidente da UEFA, Michel Platini, também pediu uma reflexão global sobre este
tema. A escolha do Qatar como sede do Mundial 2022 já foi criticada devido às altas temperaturas que
se fazem sentir no país durante os meses de Julho e Agosto, que chegam a rondar os 50 graus.
Sporting recebeu e venceu
o Sp. Braga por 2-1 no Estádio de Alvalade. O resultado ficou decidido nos primeiros
vinte minutos de jogo, disputados
a um ritmo alucinante.
Paulo Sérgio sofreu logo
uma contrariedade nos primeiros
minutos. Hélder Postiga sofreu
uma lesão muscular e teve de ser
substituído por Salomão. Obra
do acaso, três minutos depois, o
jovem leonino inaugurava o marcador com um golo acrobático de
calcanhar.
Entrada de leão em Alvalade,
consumada ao minuto 13, quando
Liedson assistiu o chileno Valdés
para o segundo golo do Sporting.
Os bracarenses reagiram, reduzindo a desvantagem aos 17 minutos, por intermédio de Paulo
César, resultado que se manteve
até final.
Vida difícil para Domingos
Paciência no comando técnico
dos bracarenses, que somaram
apenas dois pontos fora de portas, em todas as deslocações da
primeira volta.
O Sporting reduz para dois
pontos a desvantagem para o Benfi-
LIGA PORTUGUESA
Porto goleia Marítimo
ca na tabela classificativa e aumenta
a pressão sobre os encarnados.
Paulo Sérgio desvalorizou o
facto do Sporting estar só a dois
pontos do Benfica, considerando
que o importante é que os seus
futebolistas “não se armem em
finos e não joguem só de calcanhar e em bicos de pés”. “Temos
de fazer a nossa parte, não olhar
aos outros, concentrarmo-nos no
que temos de melhorar, ser humildes e saber sofrer”, disse o
treinador “leonino” após a vitória sobre o Sporting de Braga, na
15.ª jornada da Liga.
Postiga com lesão muscular
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais
NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 03/2011
NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 04/2011
(Solicitação de Comparência do Empregador)
(Acidente de Trabalho - pagamento das multas)
Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento
da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de
18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.° e n.º 2 do artigo 72.° do
Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se CHEUNG CHI WAI, proprietário
(romanizado Yoi Heng Kin Chok Kong Cheng), sita
na Rua Três (Bairro Va Tai), S/N, Edifício Jardins Mar Sul, Bloco D,
16.° andar A, em Macau, para no prazo de 10 (dez) dias, a contar do
1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente édito, comparecer
no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr.
Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício Advance Plaza, 1.º
andar, Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 6990/2010,
proveniente da queixa apresentada nestes Serviços em 27/9/2010 pelo
trabalhador LIO HENG WAN, relativamente à matéria de salário.
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de
Inspecção do Trabalho, aos 3 de Janeiro de 2011.
O Chefe do Departamento,
Raimundo Vizeu Bento
pág 12 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
BECKHAM NÃO JOGARÁ PELO TOTTENHAM.
Beckham e o Tottenham chegaram
a acordo para que o jogador possa
treinar com a equipa e até 10 de
Fevereiro não irá jogar, como chegou
a ser projectado.
Considerando em revelar ser impossível notificar, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M,
de 4 de Outubro, do artigo 68.° e do n.º 1 do artigo 72.° do Código do Procedimento Administrativo (CPA),
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, fica notificado o senhor NG WENG CHEONG,
titular do bilhete de identidade de residente permanente de Macau, proprietário do “CHIMAY EXHIBITION
CONTRACTING”, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada pela
infracção do Regulamento Jurídico da Reparação por Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e
Doenças Profissionais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 40/95/M, de 14 de Agosto, e para o efeito do regime
de procedimento da aplicação da respectiva multa, Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de
Inspecção do Trabalho (DIT) da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), notifica, nos
termos do n.º 2 do artigo 72.° do CPA, o aludido infractor, o teor da decisão sancionatória em causa, no
seguinte:
Dado exposto por ter comprovado a acção do notificado o senhor NG WENG CHEONG, proprietário
do “CHIMAY EXHIBITION CONTRACTING”, bem como a culpa do aludido infractor, ao abrigo do
alínea e) do n.º 1 do artigo 66° do Regulamento Jurídico da Reparação por Danos Emergentes de Acidentes
de Trabalho e Doenças Profissionais e foi-lhe aplicado, a pena de multa de MOP$ 1.000,00.
Informa-se ainda que, nos termos do n.º 2 do artigo 17.° do Regulamento Administrativo n.º 26/2008
Normas de Funcionamento das Acções Inspectivas do Trabalho, conjugado com as alíneas a) e b) do n.º 2
do artigo 145.° e os artigos 149.° e 155.° do CPA, o acto administrativo em causa pode ser impugnado, no
seguinte:
a) Mediante reclamação para o autor do acto (Chefe do DIT), no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do
dia seguinte ao da presente notificação; ou
b) Mediante recurso hierárquico necessário para o superior hierárquico do autor do acto (Subdirector
da DSAL), no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do dia seguinte ao da presente notificação.
Por outro lado, nos termos do n.º 4 do artigo 150.°, conjugado com o n.º 1 do artigo 156.° do CPA, o direito
acima referido é exercido por meio de requerimento, no qual devem ser expostos os fundamentos (de facto e
de direito), juntando os documentos considerados convenientes, não sendo o acto acima mencionado
susceptível de recurso contencioso.
Mais fica notificado que, nos termos do artigo 69° do Regulamento Jurídico da Reparação por Danos
Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, e da alínea e) do artigo 14.° do Decreto-Lei
n.º 52/99/M, conjugado com os n.ºs 1 e 2 do artigo 15.° do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 Normas
de Funcionamento das Acções Inspectivas do Trabalho, o aludido infractor deve, no prazo de 15 (quinze)
dias, a contar da data da publicação da presente notificação edital, comparecer na DSAL para o levantamento
da guia de pagamento da multa e proceder ao seu pagamento na Repartição de Finanças de Macau da
Direcção dos Serviços de Finanças. Fica ainda notificado que, nos 5 (cinco) dias subsequentes aos do prazo
acima referido deverá entregar nestes serviços, o documento comprovativo desse de pagamento, sob pena
as cópias de todos os documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva serem remetidos
à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para, ser efectuada a cobrança
coerciva nos termos legais.
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 7 de
Janeiro de 2011.
O Chefe do Departamento,
Raimundo Vizeu Bento
O avançado do Sporting Hélder Postiga sofreu uma lesão muscular
no jogo de sábado em casa com o Sporting de Braga (2-1), mas ainda
não é conhecido o tempo de paragem do futebolista internacional
português. O jogador saiu lesionado logo aos sete minutos, sendo
substituído por Diogo Salomão, que cinco minutos depois de entrar
marcou o primeiro golo do Sporting. O técnico Paulo Sérgio revelou
que a lesão tem a ver com o mesmo grupo muscular que obrigou
o avançado a efectuar trabalho condicionado no início da passada
semana de treinos.
O FC Porto regressou às vitórias ao golear o Marítimo por 4-1 no Estádio do Dragão,
terminando a primeira volta do campeonato português de futebol sem perder pela
sexta vez desde a época de 1995/96
D
epois da derrota para a
Taça da Liga em casa com o
Nacional, os “dragões” não
se deixaram surpreender por outra equipa madeirense, que nunca
venceu no estádio do FC Porto.
André Villas-Boas surpreendeu com uma frente de ataque
inovadora, onde Hulk ocupou o
lugar de ponta de lança, apoiado
por James Rodriguez à esquerda e
Varela no flanco direito.
O 4X3X3 portista não só deixou no banco o avançado brasileiro
Walter, que tem sido o eleito perante a lesão de Falcao, como o médio
Fernando, que regressou à convocatória após longa paragem, mas
foi preterido por Guarín no miolo
do terreno. E a opção de Villas-Boas
não poderia ter sido mais acertada, desde logo porque foi dos pés
do médio colombiano que saiu o
primeiro golo “azul e branco”. Um
enorme pontapé – na distância e na
potência – levantou o Estádio do
Dragão, que viu Guarín a mais de
35 metros acertar na baliza defendi-
da por Marcelo Boeck.
E se o golo do FC Porto surgiu aos 37 minutos, antes, o melhor que os “dragões” conseguiram fazer foi um remate às malhas
laterais da baliza maritimista, por
intermédio de Varela (11 minutos), e um cabeceamento de James
Rodriguez (29) que saiu milímetros por cima do travessão.
O Marítimo, que nunca venceu em casa do FC Porto e perseguia o recorde de Augusto Inácio,
na época 1997/98, com nove jogos
sem perder, optava por surpreender os portistas em contra ataque,
beneficiando da velocidade dos
avançados Baba e Djalma.
Em cima do apito para o intervalo o FC Porto poderia ter dilatado a vantagem, só que o remate de João Moutinho encontrou o
poste direito da baliza insular.
Hulk reforçou o estatuto de
líder dos marcadores do campeonato aos 60 minutos, marcando,
com uma “bomba”, o segundo
golo da noite, o 20.º da sua conta
pessoal nas várias competições e
14.º na Liga.
Três minutos volvidos, James
Rodrigez, quase imitava Hulk,
mas foi a equipa do Marítimo que,
aos 70 minutos, reduziu a desvantagem, por intermédio de Baba,
que apareceu solto no coração da
área de Helton.
Balanceado no ataque, atrás
do prejuízo, a equipa de Pedro
Martins abriu brechas na zona defensiva e, aos 75, Guarín bisou na
partida, com mais um bom apontamento técnico, desta vez, num remate mais em jeito que em força.
A contagem portista só terminou a dez minutos do fim,
quando Hulk rompeu o flanco esquerdo e ofereceu o golo a James
Rodriguez.
A goleada estava consumada e André Villas-Boas teve ainda tempo de fazer a vontade aos
adeptos que viram, 300 dias depois
da lesão, Mariano González pisar
de novo o relvado do Dragão.
JTM/Lusa
LIGA ESPANHOLA
Barcelona vence “Depor” e segura liderança
O FC Barcelona garantiu a manutenção da liderança da Liga espanhola de futebol, ao vencer o Deportivo na Corunha por 4-0 na 18.ª jornada
O
Barcelona segurou a liderança da
Liga espanhola com uma goleada
em casa do D. Corunha com destaque para os golos de Iniesta e Messi, dois dos
três candidatos à Bola de Ouro, cujo vencedor será conhecido hoje. O outro, já se sabe,
é Xavi, também do Barça, que Pep Guardiola
deixou a descansar nesta partida.
Daniel Alves e Busquets também foram poupados, mas isso não impediu o
Barça de dominar a visita ao Deportivo,
sem Zé Castro. Foi a nona vitória “blaugrana” em outros tantos jogos fora de casa
para o campeonato.
No Estádio Riazor, os golos de David
Villa (25 minutos), Messi (52), Iniesta (80) e
Pedro (81) deram o 15.º triunfo aos “blaugrana”, que somam 50 pontos, mais cinco
que o Real Madrid que na altura do fecho
desta edição ainda não tinha começado o
seu jogo frente à equipa do Vilarreal.
Já o Sevilha, adversário do FC Porto
nos 16 avos de final na Liga Europa, venceu
a Real Sociedad por 3-2, com destaque para
o “bis” de Kanouté, e subiu ao nono lugar
da competição. Os andaluzes recebem o FC
Porto no dia 17 de Fevereiro, no jogo da primeira mão da eliminatória europeia.
No encontro que abriu a ronda, Málaga e Atlético de Bilbau empataram 1-1, com
golos de Martín Demichelis, aos 81 minutos, e Javi Martínez, aos 90+3.
JTM/Lusa
TAÇA DE INGLATERRA
Liverpool eliminado pelo Manchester United
A equipa do Manchester United recebeu e
bateu o Liverpool com um golo madrugador
de Ryan Giggs, num jogo que marcou
também a estreia do novo técnico dos reds.
O Arsenal esteve perto de “cair” na taça mas
conseguiu adiar tudo para a segunda ronda
O
ntem o United conseguiu a passagem aos 16 avosde-final da Taça de Inglaterra, num jogo em que foi
muito superior ao Liverpool. O único golo da partida foi apontado pelo veterano Ryan Giggs através da mar-
cação de uma grande penalidade, logo aos dois minutos.
O Stevenage, do quarto escalão, protagonizou a grande surpresa desta eliminatória, ao eliminar o Newcastle,
da Primeira Liga, com um triunfo por 3-1. O “pesadelo”
do histórico clube do Norte de Inglaterra começou cinco
minutos depois do reatamento, quando Michael Williamson traiu o próprio guarda-redes e colocou os anfitriões em
vantagem.
O Arsenal também esteve a poucos minutos de seguir
o mesmo caminho do Newcastle, mas uma grande penalidade cobrada em cima do minuto 90 pelo espanhol Fabregas adiou todas as decisões para o terreno do Leeds, clube
do segundo escalão.
Para espanto dos adeptos londrinos, o Leeds colocouse em vantagem aos 54 minutos, por intermédio de Robert
Snodgrass, também na cobrança de um castigo máximo,
mas o Arsenal acabou por recolocar a igualdade no marcador na recta final do encontro, deixando tudo por resolver
na “negra”, em Leeds.
Nas restantes partidas disputadas ontem o Tottenham não sentiu dificuldades para bater o Charlton por
3-0, enquanto que à hora de fecho desta edição a equipa
do Chelsea ia vencendo o Ipswich pelo mesmo resultado. A equipa do Manchester City fechou as contas dos
jogos disputados ontem com uma deslocação ao terreno
do Leicester.
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 pág 13
O comboio volta a apitar em Malange. A guerra
fez “descarrilar” os Caminhos-de-ferro de Luanda
(CFL), mas agora o comboio vai voltar a apitar em
Malange quando, na quinta-feira, for concluída,
a partir da capital angolana, a primeira viagem
comercial em quase duas décadas.
Americana detida no Irão assume espionagem. A
norte-americana presa no noroeste do Irão, perto da
fronteira com a Arménia e o Azerbaijão, reconheceu
a actividade de espionagem “no seu primeiro
interrogatório”, disse ontem o general Ahmad
Garavand à televisão estatal.
actual
Estado de João Jardim evolui bem. O estado de saúde de
Alberto João Jardim continua a evoluir favoravelmente. Não
voltou a ter queixas e acordou bem-disposto, disse aos
jornalistas o director do Hospital do Funchal, Dr. Jorge Ararújo.
Para já, não se sabe se o enfarte poderá deixar sequelas.
actual
CARLOS CASTRO ENCONTRADO MORTO EM HOTEL DE NOVA IORQUE
PORTUGAL
Suspeito detido protesta inocência
Campanha oficial começou ontem
Irmãos e amigos do cronista social e activista gay viajam esta semana e querem lançar as
cinzas em Time Square
carla bernardino
O
principal suspeito do homicídio de Carlos Castro,
que está internado numa unidade de psiquiatria em
Manhattan, incorre numa pena de prisão perpétua se
for declarado culpado da morte do cronista pelas autoridades
norte-americanas. “Se for acusado de homicídio em segundo
grau, poderá ter uma pena de 25 anos a perpétua”, explica ao
DN Tony Castro, ex-procurador de Justiça do Bronx.
Este lusodescendente afirma ainda que, caso seja declarada a culpabilidade do principal suspeito, não haverá extradição. “Os Estados Unidos não reconhecem esse acordo e, se
for declarado culpado, ele vai ter de cumprir a pena nos EUA
e depois é que deverá ser deportado.”
Contudo, até ao fecho desta edição, fonte próxima
do processo declarou ao DN que Renato Seabra, 21 anos,
“continuava a dizer-se inocente”. Desde o início da tarde
de ontem que o jovem manequim, conhecido no seio da
família de Carlos Castro e amigos como “namorado” do
cronista, esteve sob interrogatório no Hospital de Bellevue.
Também ainda não eram conhecidos os resultados dos exa-
C
mes toxicológicos feitos a Renato, no sentido de detectar o
consumo de substâncias. Fonte oficial da 14.ª unidade da
polícia nova-iorquina, a Brigada de Homicídios, informou
que “a autópsia a Carlos Castro ainda não tinha sido feita”,
mas que “ainda era esperado o médico responsável” para
proceder aos exames de medicina legal.
Durante a tarde de ontem, os irmãos e os amigos mais
chegados de Carlos Castro estiveram reunidos na casa do
jornalista, em Sete Rios, Lisboa. Informaram que não prestavam declarações à imprensa, mas fizeram saber que querem
cumprir um desejo antigo do cronista. “O corpo do Carlos
não vem para Portugal. Será cremado e as cinzas dele deverão
ficar em Nova Iorque. Ele sempre quis que fossem deitadas
na Times Square e é isso que vamos fazer”, declarou a amiga
Filomena Cardinalli ao DN. Aliás, esta tinha sido uma vontade que ficou expressa no último livro de Carlos Castro, As
Mulheres Que Marcaram a Minha Vida.
A viagem da família para os EUA ainda não está marcada , mas a mesma amiga avisa que “vai ser dentro de poucos
dias, ainda esta semana”.
avaco Silva almoçou com apoiantes em
Carcavelos, no Pavilhão dos Lombos.
De tarde estava previsto visitar a vila de
Sintra, com paragem junto à Pastelaria Piriquita terminando com um jantar-comício no Hotel
Golf Mar.
Manuel Alegre abriu a campanha nos Açores com uma reunião com a Federação Agrícola
dos Açores, seguida de audiência com Presi-
E
m 35 anos carreira, que comemorou
juntamente com o seu 65.º aniversário, a 5 de Outubro último, Carlos
Castro foi amado por uns e odiado por outros. Deu visibilidade a pessoas como Lili
Caneças, de quem se tornou grande amigo
há três décadas. Mas as suas amizades eram
muitas, desde Manuela Eanes, mulher de
Ramalho Eanes, ao argumentista Rui Vi-
o 24horas o seu primeiro entrevistado foi
Carlos Castro.
O cronista sabia que as críticas não
eram indiferentes a ninguém, só que se orgulhava de escrever o que dizia ser a verdade. Quando foi ver a peça Um Eléctrico
Chamado Desejo, e apesar de ser grande
amigo de Alexandra Lencastre, referiu que
a protagonista “estava um pouco nervosa”
e que, se calhar, a actriz iria “ficar um pouco aborrecida” com ele. Carlos Castro tinha
noção de que muitos que não o conheciam
diziam não gostar dele. Percebeu isso através de muitas mensagens que recebeu no
Facebbok, onde anónimos lhe confidenciaram isso mesmo. O cronista social, considerado o herdeiro de Vera Lagoa no estilo e no
gosto pela actualidade mundana, mostra-
Dr. Isabel Wu
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Edifício Great Will, 2º Andar, A
pág 14 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
Contribuição Predial Urbana
São, por este meio, avisados os contribuintes que
pretendam beneficiar, relativamente ao exercício de
2010, da dedução das despesas de conservação
e manutenção, prevista nos artigos 13º e 25º do
Regulamento da Contribuição Predial Urbana, em
vigor, de que deverão apresentar, no mês de Janeiro,
uma declaração do modelo M/7, em separado para
cada prédio ou parte dele.
O impresso da declaração será fornecida por estes
serviços, no Edifício de Finanças, no Centro de
Serviços da RAEM e Centro de Atendimento Taipa,
ou podem ser descarregado através do endereço
electrónico www.dsf.gov.mo
va-se contente por perceberem como ele, de
facto, era. “Há gente que não me conhece e
diz mal de mim. Mas não sabe como eu sou
nem do que eu gosto”, costumava dizer.
Carlos Castro nasceu em Moçâmedes
(Angola) em 1945 e desde cedo demonstrou
sensibilidade para as letras e as artes. Venceu prémios de poesia na sua cidade e, já
em adulto, foi o “pai” da Grande Noite do
Fado e da Gala dos Travestis, a sua imagem
de marca. Homossexual assumido, sempre
disse ser “um homem do espectáculo e dos
espectáculos”. Foi por eles, aliás, que visitou Nova Iorque mais de 30 vezes. Era uma
das suas cidades preferidas. Por ironia, foi
lá, em plena Time Square, que se despediu
da vida.
JTM/DM
TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE
Juízo Cível
ANÚNCIO
Direcção dos Serviços de Finanças
Edital
O candidato Defensor de Moura tinha
marcada abertura da campanha para as 17 horas na Praça da República de Viana do Castelo onde foi autarca até ser eleito deputado nas
últimas eleições legislativas, enquanto o candidato Fernando Nobre iniciava a campanha com
um comício às 19 horas locais, no Cine Batalha
na cidade do Porto com a participação de Rui
Veloso, Nilton e Luís Filipe Borges.
Portugal
Ataques ao carácter têm um único efeito: desmobilização. No arranque da campanha, pressão externa põe
crise no debate.
Língua afiada valeu-lhe amigos e ódios de estimação
filomena araújo
dente do Governo Regional e de uma reunião
com a Associação de Municípios dos Açores. A
jornada terminava com um Jantar com apoiantes na Ribeira Grande.
O candidato Francisco Lopes tinha apenas
marcado um comício, no Palácio de Cristal, no
Porto, mas, de acordo com o site da candidatura, o Partido Comunista tinha marcado outras
acções de rua um pouco por todo o país.
BPN é “um caso à solta”
mas não vai tirar votos a Cavaco
JTM com Lusa e agências
lhena, que conheceu através do Facebook.
Não admira, por isso, que tenha convidado
200 pessoas para a festa de aniversário no
Alcântara Café, em Lisboa. “Tenho muitas
pessoas que gostam de mim e é óptimo ter
tantos amigos”, disse aos jornalistas no dia
da festa.
A língua afiada valeu-lhe alguns inimigos. Foi pública a sua zanga com Bárbara
Guimarães, mas não tardou a fazer as pazes com a apresentadora da SIC, com quem
retomou mesmo a amizade forte de vários
anos. Deu mais que falar o seu desentendimento com Cláudio Ramos. Carlos Castro
acusou-o de ter criado o protagonista de
um dos seus livros à sua imagem. Mais tarde, reconciliaram-se, e quando Cláudio Ramos iniciou a sua série de entrevistas para
Portugal
A campanha para as eleições presidenciais começou ontem em Portugal e os candidatos tinham marcado
acções de campanha
PERFIL DE CARLOS CASTRO
Era um sonhador de bom
coração, dizem uns. Mas há
também quem não lhe perdoe os
indiscretos segredos que revelou
O MUND
NOS “MEDIA”
Processo: Acção Ordinária n°. CV3-10-0043-CAO
3° Juízo Cível
Autor: LAM MAN KIN, residente em Macau na Rua do Rebanho, nº
7-C, Edif. Iau Kuan, 1° andar “BF”.
Réus: KU SON; LAM UT KIO; LAM MAN HEI; LAM UT PENG;
LAM MAN WAI; LAM UT SAM; LAM UT HA; LAM MAN FAI;
LAM MAN KUONG; HERDEIROS INCERTOS de LAM CHAU;
HERDEIROS INCERTOS de U NUI IP aliás IU NOI IP ou YU NUI
YIP ou lU SI; e os demais INTERESSADOS INCERTOS.
FAZ-SE SABER que pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos,
correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação
do anúncio, citando os eventuais HERDEIROS INCERTOS de LAM
CHAU; HERDEIROS INCERTOS de U NUI IP aliás IU NOI IP ou
YU NUI YIP ou IU SI; e os demais INTERESSADOS INCERTOS,
para no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo,
a Acção Ordinária acima indicada, cujo pedido consiste em que deve a
presente acção ser julgada procedente, por provada, devendo o Autor ser
declarado, para todos os efeitos legais, nomeadamente de registo, como
legítimo titular do direito de propriedade da fracção autónoma designada
por “BF1” do 1° andar “BF” do prédio sito em Macau com os nºs 1-A a
7-F da Rua do Rebanho, descrito na Conservatória do Registo Predial de
Macau sob o nº 20584, a fls.39 do Livro B45 e inscrito na matriz predial
sob o nº 36376-01-B6.
Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se
encontra nesta Secretaria do 3° Juízo Cível à disposição do citando.
A intervenção do citando nos autos implica a constituição de advogado
– artº 74° do Código Processo Civil de Macau.
RAEM, 2 de Dezembro de 2010
A Juiz de Direito,
Ip Sio Fan
O Escrivão Judicial Principal
Vong Pak Kai
Aos, 14 de Dezembro de 2010.
A Directora da Serviços,
Vitória da Conceição
1ª Vez
“JTM” - 10 de Janeiro de 2011
O
tiro do BPN que Francisco Lopes disparou contra
Cavaco Silva ainda vai sair
pela culatra a Manuel Alegre. O
caso do negócio de acções da SLN
está a monopolizar a agenda mediática, mas não tira votos ao recandidato, acreditam politólogos ouvidos pelo DN.
“Ninguém ganha com uma
campanha centrada em ataques ao
carácter. A história de outras campanhas mostra-nos que isso só se
traduz em perdas pela desmobilização dos eleitores”, disse Pedro
Adão e Silva.
A convicção de que Cavaco
não perderá votos com as suspeitas
sobre as suas ligações ao banco é
partilhada por Carlos Jalali: “O único efeito é desmobilizar.”
“Até agora - e caso não surjam
novos dados - esta é uma história
complexa em que há duas versões
contraditórias. Quem acreditava
em Cavaco vai continuar a achar
que é honesto. Quem nunca acreditou reforça a sua ideia. Os eleitores
na dúvida se iam ou não votar é
que olham para as notícias e pensam ‘os políticos são todos iguais’.
Alguns vão pensar ‘agora é que não
vou mesmo votar’.”
O diagnóstico é favorável a
Cavaco. Os candidatos partiram
ontem para a campanha e as sondagens dão ao recandidato a vitória
folgada à primeira volta. Se o BPN
nada muda, significa que “quem
vai à frente segue à frente”.
O aviso tem-se feito ouvir
mesmo na barricada socialista. António Costa, o número dois do PS,
culpou Cavaco por se esquivar aos
esclarecimentos, mas avisou que “o
País não pode andar de campanha
em campanha a discutir o carácter
dos candidatos.”
António Vitorino, que esteve
longe de ser um dos entusiastas
da candidatura de Alegre, também
deixou críticas ao facto de em vésperas da campanha a discussão
estar a ser monopolizada pelo caso
do negócio das acções da SLN.
Depois de uma semana em
que alimentaram a polémica, os
candidatos começam agora a dar
sinais do desejo em mudar de tema.
Cavaco voltou a falar na pobreza.
Manuel Alegre ensaiou de novo o
argumento de que a “direita está
unida para conquistar todo o po-
der em Portugal”. Fernando Nobre
pediu que se acabasse com tanto
“jogo de lama”.
Adão e Silva considera que só
com temas substanciais se poderá
mobilizar o eleitorado. Mas avisa:
“O tema do BPN entrou na agenda
mediática e ficará aí enquanto os
media quiserem. A sua substituição é independente da vontade dos
candidatos.”
Carlos Jalali acredita que, caso
não surjam dados novos, o BPN
acabará por sair da agenda dando
lugar a outros. O politólogo lembra que também a campanha para
as legislativas começou com o caso
Moura Guedes, mas acabou com
um debate aceso em torno da construção do TGV.
Inevitavelmente, a corrida
para a presidência vai acabar por
se centrar na crise, acredita Jalali. O
pretexto poderá ter sido dado ontem: a notícia de que o eixo francoalemão exige a Portugal que recorra
à ajuda. Alegre avisou que Cavaco
não pode lavar as mãos numa
eventual entrada do FMI. Cavaco
falou enquanto PR para estranhar
que tal informação surja numa revista alemã
JTM/DN
EUA
Congressista atingida em tiroteio
Ataque em mercearia de Tucson,
onde a democrata estava em acção
política, fez seis mortos e 12 feridos
susana salvador
G
abrielle Giffords falava com um casal
numa acção política num supermercado
de Tucson quando um homem se aproximou e abriu fogo indiscriminadamente. A congressista democrata do Arizona, de 40 anos, foi
atingida por uma bala na cabeça, sendo uma das
18 vítimas. Seis pessoas morreram e as outras
encontram-se em estado crítico ou gravemente
feridas, incluindo Giffords, que foi operada. Os
médicos estavam “optimistas dentro do possível
nesta situação quanto a uma recuperação”. O atirador foi preso.
Entre os feridos estão vários assessores e
colaboradores da congressista. Um dos mortos
é o juiz federal do estado do Arizona, segundo
a NBC. Giffords participava numa acção política
numa loja Safeway de Tucson quando foi atingi-
da. Ao Centro Médico Universitário desta cidade do Arizona chegaram dez vítimas, tendo uma
delas morrido. Segundo os médicos, uma das
vítimas mortais é uma criança de nove anos.
O suspeito tem 22 anos e chama-se Jared
Lee Loughner, supostamente um veterano de
guerra. A ABC News referia que o Jared tinha
feito vídeos para o Youtube, onde se manifestava descontente com o Governo. As causas do
tiroteio ainda não são conhecidas, mas esta pode
ser a primeira vez na história dos EUA que uma
mulher congressista é alvo de uma tentativa de
assassinato.
Segundo a imprensa local, Giffords foi uma
das três democratas que denunciou um caso de
vandalismo no seu escritório, depois da aprovação, em Março, da polémica reforma da saúde
defendida pelo Presidente. Barack Obama disse
que o tiroteio é “uma tragédia indescritível”. Em
comunicado, indicou que não havia respostas
para o caso: “O que sabemos é que um acto de
violência tão terrível e sem sentido não tem lugar
numa sociedade livre.”
Giffords é casada com o astronauta Mark
Portugal
portugal
espanha
estados unidos da américa
Kelly (que tem dois filhos de outro casamento)
e foi eleita pela primeira vez para a Câmara dos
Representantes em 2006. Desde então, liderou o
Comité para o Espaço e Aeronáutica, além de ter
também assento nos comités das Forças Armadas
e no da Ciência e Tecnologia. A congressista democrata conquistou em Novembro o seu terceiro
mandato, vencendo à justa o republicano Jesse
Kelly, apoiado pelo Tea Party.
JTM/DN
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de janeiro pág 15
Há 20 anos
In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”
falar de nós
10/01/1991
GOVERNO PENSA LIMITAR
VENDA DE AUTOMÓVEIS
A resolução dos problemas do
trânsito automóvel em Macau
poderá vir a passar pela imposição
de restrições à circulação de veículos,
disse à agência Lusa fonte oficial.
A mesma fonte esclareceu que o
governo, através da secretáriaadjunta para os transportes,
apresentou à associação dos
importadores de veículos automóveis
um documento de trabalho no qual
se prevê, nomeadamente, limitar
a aquisição de veículos a um carro
por pessoa. “Trata-se apenas de
um documento de trabalho que foi
entregue para análise e recolha de
sugestões. O governo não assumiu
ainda qualquer decisão sobre esta
matéria”, disse. Sublinhou que as
propostas constantes do documento,
designadamente, o eventual aumento
dos impostos sobre veículos, surgem
na sequência de diversas medidas
tendentes à melhoria do tráfego
automóvel no Território.
EDIÇÃO DE MACAU
LANÇADA NO PORTO
O Instituto Cultural de Macau a as
edições “O Jornal/Limiar” lançaram
ontem no Porto, duas antologias
poéticas de Eugénio de Andrade,
intituladas “Com Palavras Amo” e
“Poesia e Prosa II”, respectivamente.
O lançamento das duas obras ocorreu
durante a inauguração da exposição
iconobibliográfica do poeta, na
Galeria da Praça, constituída por
traduções e ensaios sobre o autor
de “Os Amantes Sem Dinheiro”,
pinturas, desenhos e esculturas
de artistas plásticos, entre os quais
Graça Martins, José Rodrigues,
Júlio Resende, Júlio Pomar e Dórdio
Gomes. “Com Palavras Amo” é uma
antologia bilingue em português e
chinês, sendo a responsabilidade
da tradução de Yao Jingming. Na
cerimónia de lançamento da obra,
Chen Yuchiang leu alguns poemas
de Eugénio em língua chinesa, tendo
o autor de “Memória de Ouro Rio”
igualmente lido alguns dos seus
textos.
ADMINISTRAÇÃO INSTALA
REDE TELEMÁTICA
A Administração de Macau vai
dispor até ao final deste ano de uma
rede de telemática, cuja montagem
está a cargo da Rádio Marconi
(ASIA), disse à Lusa o director dos
Serviços de Administração e Função
Pública do Território, Manuel
Gameiro. O projecto, orçado em 3,315
milhões de patacas, possibilitará
a transferência de dados através
de rede tele-informática, acesso a
bases de dados, correio e agenda
electrónicos e uso de videotexto
entre os diversos departamentos
da Administração. A adaptação
e ajustamento ao novo sistema
de ficheiros já disponíveis, o
planeamento e a transferência de
dados iniciar-se-ão no segundo
semestre deste ano, segundo
indicou o director dos Serviços de
Administração e Função Pública.
Jorge A. H. Rangel*
Encontros das Comunidades Macaenses
registados em livro
“Macau dá-vos sempre as boas-vindas
e abraça-vos com todo o carinho”.
A
Chui Sai On, Chefe do Executivo da RAEM
melhor forma de perpetuar os acontecimentos mais marcantes está no seu registo em livro. Saúda-se, por isso, a iniciativa da comissão organizadora do Encontro das Comunidades
Macaenses de 2010, de reunir em volume próprio a informação
essencial sobre os Encontros de 2001, 2004 e 2007, com uma boa
selecção fotográfica dos eventos neles incluídos. A tarefa foi confiada ao director do Jornal Tribuna de Macau, José Rocha Dinis,
que acompanhou de perto os Encontros organizados na vigência
da RAEM e também as realizações idênticas levadas a efeito no
tempo da administração portuguesa, a todos garantindo extensa
cobertura naquele diário macaense. No prefácio de “Os três Encontros das Comunidades Macaenses sob os auspícios da RAEM”
(APIM, Novembro de 2010), José Manuel de Oliveira Rodrigues,
presidente da comissão organizadora do IV Encontro e do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Macaenses,
salientou os apoios da RAEM, assegurados desde a primeira
hora pelo Chefe do Executivo, Edmund Ho, que “fez questão de
manter e dar ainda maior dinamismo a estes Encontros”, tendo
o Governo da RAEM incentivado e apoiado “a realização destas
reuniões magnas das Comunidades Macaenses da Diáspora, que
a pouco e pouco se solidificaram, quer com a criação do Conselho das Comunidades, quer com novas estratégias atribuídas às
Casas de Macau espalhadas por todo o Mundo”. E, porque “para
se compreender o presente é necessário conhecer o passado”, no
mesmo prefácio são recordadas as romagens de saudade que tiveram lugar nos finais da década de 80 e “em especial os Encontros
realizados durante os anos 90, com o apoio do último Governador
de Macau, general Vasco Rocha Vieira”, que foi o convidado de
honra deste último Encontro levado a efeito de 27 de Novembro a
5 de Dezembro de 2010. Ao ler as bem elaboradas sínteses, respeitantes a cada um dos três Encontros, e ao olhar para as abundantes fotografias, nelas reconhecendo as pessoas que deram forma e
executaram as múltiplas actividades promovidas, desde sessões
culturais a convívios, podemos concluir, sem hesitação, que valeu
a pena produzir este trabalho, que é um repositório adequado das
memórias destes acontecimentos relevantes, que foram momentos
de afirmação da comunidade, reforçando a sua coesão e clarificando o seu papel na nova situação política de Macau.
O Encontro de 2001
O primeiro Encontro sob os auspícios da RAEM teve início
a 28 de Novembro de 2001 e subordinou-se ao tema genérico
“Macau – nossa Terra, nossa Cidade, nossa Cultura”. Reuniu
mais de 400 pessoas, estando representadas todas as 12 Casas
de Macau. Particularmente expressivas foram as palavras de
boas-vindas de Edmund Ho: “Para Vós, Macau não é uma terra
desconhecida onde sois hóspedes, mas antes um grande lar repleto
de calor e amor”. “Ao longo dos séculos, os macaenses sempre
acompanharam Macau nos seus bons e maus momentos” e “após
o estabelecimento da RAEM, os macaenses continuaram a manter
o sentido de pertença a Macau”. No entender do primeiro Chefe
do Executivo da RAEM, “hoje em dia, os macaenses passaram
a constituir uma comunidade internacional com fortes laços de
interligação, cuja coesão firme e valiosa (...) constitui uma ponte
para estreitar a ligação entre Macau e a sociedade internacional,
promovendo e consolidando as suas relações com o estrangeiro”.
Estava dado o mote e ficava, assim, clarificada a posição do
novo poder político face à importância da comunidade. Durante
o Encontro foi consagrada Nossa Senhora de Fátima como
Padroeira dos Macaenses, tendo em consideração o culto e a
devoção da comunidade a Nossa Senhora de Fátima, em Macau
e na diáspora. Também foi forte a componente cultural, com
uma expressiva sessão de apresentação de livros editados pelo
Instituto Internacional de Macau, da colecção “Cidade Cristã”,
intitulados “A Identidade Macaense”, “Macau Somos Nós” e
“Maquista Chapado” (um vocabulário do crioulo português de
Macau), além de uma exposição colectiva de artistas de Macau
e uma mesa-redonda sobre “Memórias Colectivas”. Foi neste
Encontro que foi lançada a ideia de levar a UNESCO a reconhecer
o crioulo português de Macau como património intangível da
pág 16 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
humanidade e se defendeu a atribuição às Casas de Macau do
papel de representação de Macau, como “verdadeiras delegações
do turismo macaense”, o que ainda não foi concretizado.
Outro momento alto foi a inauguração do monumento
à diáspora macaense, um conjunto escultórico da autoria do
arquitecto macaense José Maneiras, instalado junto à Fortaleza de
São Tiago da Barra, à entrada do Porto Interior, “porto tradicional
de chegada e de partida dos macaenses da diáspora”. Maria José
Ritta, esposa do Presidente da República Portuguesa, participou,
como convidada, neste Encontro.
Macau 2004
O Encontro de 2004 foi um marco na história da comunidade
macaense, com a constituição do Conselho das Comunidades
Macaenses, organismo aglutinador e amplamente representativo,
englobando as Casas de Macau e outras associações com sede em
Macau ou no exterior. Mais uma vez Edmund Ho soube escolher
as palavras certas, reiterando o seu apreço pelo contributo dado
pelos macaenses: “ao longo dos tempos, gerações de macaenses
nasceram, cresceram e desenvolveram-se nesta terra, tendo
acompanhado e testemunhado o seu crescimento e as suas
transformações”, reconhecendo que “foi o apego especial que
sentem por Macau que constituiu a principal motivação que os
levou a dedicar o seu melhor para sua construção”. Os convívios
foram animados por um número variado de artistas macaenses,
com destaque para Elsa Denton, Danny Dias e “Os Thunders”,
famoso conjunto dos anos 60 cujos membros se juntaram de novo
para a ocasião, quatro décadas volvidas. A actuação do grupo
“Dóci Papiaçám di Macau” foi brilhante e, mais uma vez, os livros
tiveram um lugar importante, merecendo especial referência “À
mesa da Diáspora”, de Cecília Jorge, “O Olhar de Henrique de
Senna Fernandes – fragmentos”, de Lúcia Lemos e Yao Jingming,
e “Tradições e Costumes de Macau”, de Leonel Barros.
2007 – O melhor de sempre
Ao fazer o balanço deste Encontro, que reuniu mais de mil
participantes, José Manuel de Oliveira Rodrigues não hesitou em
classificá-lo como “o melhor de sempre, incluindo os realizados
durante a administração portuguesa”, realçando as vertentes
económica, empresarial e comercial como os aspectos inovadores.
E mais uma vez se preconizou para as Casas de Macau o papel
de “centros de divulgação comercial e turística da RAEM nos
diferentes países, solução em que a imagem da RAEM só ficará a
ganhar”. No âmbito cultural, é de realçar o protocolo assinado com
a Universidade de Macau com vista à elaboração do dossiê, para
entrega à UNESCO, da candidatura do “maquista” a património
intangível da humanidade. Uma maior presença de jovens
neste Encontro foi outra nota positiva, abrindo-se o caminho
à realização do I Encontro da Comunidade Juvenil Macaense.
Durante o Encontro tomaram posse os corpos sociais da Confraria
da Gastronomia Macaense e foi entregue à APIM o prémio
Identidade, criado pelo Instituto Internacional de Macau para
distinguir personalidades ou instituições que tenham contribuído
de forma continuada e eficaz para a preservação e valorização da
identidade macaense.
O deputado e ex-presidente da Assembleia da República,
Dr. João Bosco Mota Amaral, esteve presente no Encontro como
enviado especial do Presidente da República Portuguesa.
Jovens 2008
O livro encerra como uma reportagem do I Encontro
Juvenil Macaense, realizado em 2008. O Presidente da comissão
organizadora, José Luís de Sales Marques, fez um balanço muito
positivo deste importante evento que permitiu reforçar as raízes
que devem continuar a prender os descendentes dos filhos da
terra à terra-mãe e dar a conhecer aos jovens da diáspora a nova
Macau, as suas realidades, potencialidades e oportunidades.
Convívios, visitas de estudo, seminários e debates fizeram parte
do programa. Os jovens assistiram também à homenagem a
Henrique de Senna Fernandes, com o descerramento do seu
retrato após a sua proclamação como membro honorário da APIM.
Ficamos à espera do livro respeitante ao Encontro realizado, com
reconhecido sucesso, de 27 de Novembro a 5 de Dezembro de
2010, para lançamento no Encontro de 2013.
* Presidente do Instituto Internacional de Macau.
Escreve neste espaço às 2.as feiras.
Dito
opinião
(...) “podemos concluir, sem hesitação, que valeu a pena produzir este
trabalho, que é um repositório adequado das memórias destes acontecimentos
relevantes, que foram momentos de afirmação da comunidade, reforçando a
sua coesão e clarificando o seu papel na nova situação política de Macau.”
(...) “O caso BPN já é demasiado velho para
gerar tanta virgem ofendida e tanto cinismo no
círculo dos muitos que o conheciam.” (...)
opinião
Eduardo Dâmaso in “Correio da Manhã”
D
epois de meses de pré-campanha, começou ontem oficialmente a campanha para as eleições presidenciais portuguesas, a que concorrem cinco candidatos, entre os quais, o actual Presidente da República,
Cavaco Silva.
Na Democracia portuguesa, sempre se verificou a
reeleição do ocupante de Belém, pelo que se adivinha
a tarefa hercúlea a que se propuseram os outros quatro candidatos, apesar do optimismo que, aqui e ali,
vão demonstrando. Na realidade, nas eleições limpas
como as que decorrem desde o 25 de Abril em Portugal, só se ganha com os votos que entram nas urnas,
pelo que tudo é possível, embora o favoritismo de Cavaco Silva seja óbvio.
Espera-se que a campanha decorra com elevação
e debate de ideias, e que as candidaturas não gastem
muito dinheiro, pois é igualmente óbvia a crise que se
vive no país.
A comunidade portuguesa da RAEM também
contribui para esta eleição, através de um voto presencial no dia 23 de Janeiro, no Consulado Geral de Portugal. Todos sabemos como localmente os cadernos
eleitorais estão desfasados da realidade, pelo que é de
esperar os habituais grandes números de abstenção.
De qualquer modo, nesta altura, é suposto apelar-se
à consciência dos membros da comunidade para que
vão cumprir, o que ao mesmo tempo é um direito e
dever de cidadania.
O universo eleitoral de Macau é muito específico
e não tem nada a ver com o eleitorado tipo das comu-
tribuna
editorial
Presidenciais em Macau
nidades na Diáspora. Isto ficou claro durante os anos de
Administração portuguesa, mesmo aquando da “heróica” campanha de 1986 (quando Mário Soares foi eleito,
apesar de ter iniciado com um mínimo nas sondagens) ou
de 1996 (em que Jorge Sampaio venceu à primeira volta
Cavaco Silva.
As campanhas tipo eram de tempos de antena, gravados em 86 no Centro Diocesano de Comunicação Social, um ou dois jantares por candidato e um ou outro
cartaz nos “placards” que eram colocados pelo então Leal
Senado. Macau nunca teve “arruadas”, nem comícios,
grandes ou pequenos, nem insultos a nenhum dos candidatos. O resultado também nunca mudou: os candidatos
da direita ganharam sempre de forma muito substancial
aos candidatos da esquerda. A excepção foram as reeleições em que se seguiu o resultado de Portugal.
Com a criação da RAEM, ainda mais baixou o tom
das campanhas para as eleições em Portugal, sendo os
“media” locais em língua portuguesa os “grandes” divulgadores das ideias dos candidatos, devendo registar-se
que, de uma forma geral, o fazem sob critérios jornalísticos e dando iguais oportunidades às candidaturas.
António Ribeiro Martins*
Ventos de mudança na Fórmula Um
U
Um
ma vez mais, os ventos de mudança sopram no “paddock” do Circo da Fórmula
A maior alteração em relação à época anterior foi a introdução de pneus da Pirelli, que
veio substituir a Bridgestone, em fim de contrato, deixando os designers de suspensões,
e os pilotos, com novos problemas a serem
corrigidos ou resolvidos de raiz. A ultima vez
que a Fórmula Um mudou de “calçado”, pilotos como Fernando Alonso e Lewis Hamilton,
entre outros, tiveram problemas em adaptarse aos níveis de aderência dos novos compostos de borracha.
Outra alteração para este novo ano é a
chegada de três novos pilotos, e o regresso
de um outro que já por lá andou. Os novos
são Pastor Maldonado, Sérgio Perez e Jerome
D’Ambrosio.
O venezuelano Pastor Maldonado irá
tripular um Willians ao lado de Rubens Barrichello e vem bem cotado. Maldonado venceu, categoricamente, o Campeonato de GP2
de 2010 com seis vitórias consecutivas e é o
segundo venezuelano a pilotar oficialmente
um Fórmula Um, depois de Johnny Ceccoto,
há cerca de 20 anos, que, no entanto, passou
despercebido pela categoria.
O mexicano Sérgio Perez tentará emular o exemplo dos lendários irmãos Ricardo e
Pedro Rodriguez nos anos 60. Perez foi o segundo classificado na GP2 do ano passado e
é um dos pilotos saídos da “Ferrari Driving
Academy”... indo conduzir para a Sauber.
O último do trio de recém-chegados é
Jerome D’Ambrosio , sendo o que tem o currículo mais fraco com um segundo lugar na
série GP2 Ásia em 2008-09 e um nono na GP2
internacional de 2009. Será também o que, em
teoria, irá conduzir o pior carro, pois será o
substituto de DeGrasi na Virgin...
O retornado será Narain Karthikeian, o
piloto da Índia que irá substituir o seu compatriota Karun Chandok na Lótus de Tony
Fernandes. Karthikeian já fez de tudo um
pouco na sua carreira, incluindo Fórmula Um
e LeMans Séries, com um sexto lugar na prova
de Spa em 2009, na sua estreia na categoria.
Nesse mesmo ano, foi proibido de alinhar na
José Rocha Dinis
prova maior da série, as 24 Horas de Le Mans,
pelos médicos da organização, por lesão no
ombro esquerdo. Talvez merecesse um carro
melhor.
A Ferrari depois o “faux pas” da corrida
de Abu Dhabi, também está de mudança e todos os procedimentos da equipa em termos
de metodologia foram revistos... tão profundamente que Pat Fry, o engenheiro que decidiu a estratégia para Alonso nessa fatídica
prova de 2010, foi afastado e substituído por
um elemento a ser nomeado brevemente.
A lista de mudanças inclui a McLaren que
considera muito seriamente alterar a cor dos
seus carros. Com a chegada da Mercedes Benz
e dos seus carros prateados, os carros da equipa inglesa deixaram de ser visíveis no grid,
que está a considerar a cor preta. Com esta
cor, porém, ficariam ofuscados com a cor pretendida pela Lotus Renault que quer ressuscitar a decoração da Lotus de Colin Chapman,
dos finais dos anos oitenta do século passado,
e assim talvez regressem à cor de origem dos
McLaren no tempo em que o saudoso Bruce
McLaren ainda era o patrão da equipa... o
laranja vivo, se não for muito parecido com
as cores dos carros da Force Índia, que usa as
cores da bandeira da Índia e inclui um bom
espaço da carroceria do seu bólido pintada de
laranja...
Já sem se falar de mudanças, a Mercedes
Benz está a construir um simulador para ajudar Michael Schumacher a adaptar-se às novas condições da Fórmula Um actual.
Não se pense que é um facto novo na
categoria. A maior parte das outras equipas
já desenvolveram e têm operacionais, simuladores que permitem reproduzir todas as
condições de condução em quase todos os
circuitos do Mundo, incluindo a aderência e
resistência dos pneus ao asfalto de cada uma
das pistas. Segundo o director desportivo da
Mercedes, Ross Brawn, o simulador da equipa
deverá estar pronto no início do próximo ano,
porque “esta tecnologia não está à venda nas
lojas e tem que ser desenvolvida especificamente para cada carro”.
*Especialista JTM em Desportos Motorizados
Estas, e por questões funcionais (por exemplo,
mesmo que acabem por não o fazer, ninguém abdica
previamente do direito de ter delegados de mesa) nomeiam um mandatário (“delegado ou representante”
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa) que segue o processo.
Desta vez, o candidato Cavaco Silva que, em 1996
teve como mandatário o saudoso Dr Henrique Senna Fernandes, resolveu apenas delegar poderes num
mandatário único para as Comunidades na Diáspora,
o deputado do PSD, José Cesário. É uma opção, como
outra qualquer, e que no caso de Macau “nem aquece,
nem arrefece”...
Uma coisa sempre existiu em Macau, antes e depois da RAEM. Ninguém se deixa levar pelos “pescadores de águas turvas” que tentam criar problemas
entre membros da comunidade.
Cada um vota como quiser. Antes e depois da
votação, não nos dividimos conforme as opções eleitorais, aliás, de há muito conhecidas. E poucos serão os
que não dormirão para acompanhar a noite eleitoral
pela televisão.
tribuna
Maria de Lurdes Vale
86 ministros das Finanças
em cem anos
C
omo é que um país pequeno e com dez milhões de
habitantes como Portugal
pode ter tido 86 ministros
das Finanças ao longo de 100
anos? Não parece um número
demasiado elevado? Não soa
estranho? Demo-nos ao trabalho de ir fazer a comparação com outros países para
verificar se este seria um mal
apenas português ou se era
comum a alguns dos parceiros
europeus. O mal, perceba-se, é
o da instabilidade num cargo
que deveria ser o mais estável
de todos.
Fixámo-nos melhor nos
últimos 37 anos. Neste período já vivido em democracia
foram 24 as personalidades 23 homens e uma mulher - que
ocuparam a cadeira das Finanças. Espanha teve 19 - também
18 homens e uma mulher -,
um número igualmente elevado mas já menor que o
nosso. Mas o mais curioso e
surpreendente é verificar que
o Reino Unido teve dez e a
Alemanha apenas nove. Uma
diferença considerável e que
pode ajudar a explicar porque
é que o marco e a libra sempre
foram moedas respeitadas e o
escudo e a peseta uns parentes
pobres daqui do sul. A solidez
financeira só pode estar ligada
à estabilidade política, e a verdade é que só somos credíveis
quando mostramos segurança. Isto é válido tanto no
plano material como no psicológico, talvez seja interessante abordar esta questão no
divã e todos sermos sujeitos a
uma psicoterapia colectiva...
Tentámos então encontrar uma razão para termos
tido um ministro em cada ano
e meio dos últimos 37 que já
passaram. E das três uma: ou
os nossos ministros das Finanças ficavam de cabeça perdida
quando percebiam que não
havia forma de dar a volta
ao Orçamento do Estado nem
às dívidas que se iam acumulando e começavam a dar
indícios de cansaço, ou zangavam-se rapidamente com
o primeiro-ministro porque
este lhes pedia muito e eles
não tinham mais para dar, ou,
então, porque esbanjavam até
mais não e quando era altura
de prestar contas não sabiam
como fazer e batiam com a
porta. As verdadeiras razões
para tanta ciclotimia neste
cargo nunca foram tornadas
públicas, mas o facto é que
foram ministros a mais em tão
pouco tempo e isso só pode
ter tido um custo que agora
estamos todos a pagar e bem.
Como entrámos 2011 a
ter de viver com mais austeridade financeira e a todos
os contribuintes são pedidos
esforços, também a cidadania
tem o dever de exigir a quem
é responsável pela gestão do
Estado que o faça de modo
mais contido, transparente e
estável. O próximo, o que vier
a seguir a Teixeira dos Santos, só pode começar do zero
e fazer aquilo que todos já
entendemos há muito tempo:
para gastar cem, é preciso ter
trezentos.
JTM/DN
jornal tribuna de macau segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 pág 17
Aretha Franklin diz que doença está resolvida. Sem
confirmar informações na imprensa de que está a lutar
contra o cancro ou mesmo dizer porque esteve doente,
a ícone do soul Aretha Franklin declarou em entrevista a
uma revista que agora «se sente óptima», depois de uma
recente cirurgia.
lazer
Jamie Pressly detida por
conduzir alcoolizada
A actriz Jamiee Pressly, que participa na série «O Meu Nome é
Earl», foi detida em Santa Monica, na Califórnia, por conduzir
sob o efeito do álcool, indica o site TMZ. Segundo o site, que
cita fontes policiais, a actriz foi mandada parar cerca das
23 horas por uma alegada infracção de trânsito. Após ser
submetida a um teste de alcoolemia, a actriz foi detida. Jamie
Pressly, de 33 anos, tem um filho de três anos do seu anterior
marido, Eric Cubiche. Em Setembro de 2009 a actriz casou
com o advogado Simran Singh.
“Burlesque” deixa marcas
no corpo de Christina
Após ter terminado as gravações de Burlesque, Christina
Aguilera revelou ter ficado com marcas no corpo,
especialmente hematomas devido aos diversos movimentos
que exigiam bastante esforço físico, técnica e habilidade.
A cantora de 30 anos interpreta o papel da empregada Ali
Rose, uma rapariga de um meio rural, que decide ir em busca
do seu sonho numa grande cidade: ser dançarina. A cantora
– que contracenou com Cher – disse ainda que trabalhou
imenso para interpretar de modo credível a personagem.
Princesa Mary de Dinamarca
dá à luz um casal de gémeos
A princesa Mary de Dinamarca, mulher do príncipe herdeiro
Federico, deu à luz no sábado um casal de gémeos no Hospital
do Reino, informou a Casa Real dinamarquesa. O menino,
nasceu com 47 centímetros e 2,7 quilos, e a irmã, um centímetro
menor pesava 2,6 quilos. Mãe e bébés passam bem, informou
em comunicado a Casa Real. Federico ressaltou que ele e sua
mulher se sentiam “muito aliviados” após o parto e acrescentou:
“não podíamos estar mais felizes do que desta vez, porque foi
um milagre serem dois”. Os gémeos ocuparão a quarta e quinta
posição na linha sucessória ao trono dinamarquês, atrás de
seu pai, de 42 anos e de seus dois irmãos maiores, o príncipe
Christian, de cinco anos, e a princesa Isabella, de três.
Mel Gibson pede a guarda da filha Lúcia. Mel Gibson entrou
com o pedido da guarda da filha mais nova, Lucia, fruto do
relacionamento com a cantora russa Oksana Grigorieva,
informou o site TMZ. Fontes ligadas ao caso disseram que os
advogados do actor acusam Oksana de espalhar informações
judiciais para a imprensa sem se importar com o bem da filha.
Nicole
Scherzinger
faz novo
ensaio sensual
Acostumada a usar roupas
provocativas nas suas
actuações musicais, a
cantora
Nicole Scherzinger
surpreendeu pela
sensualidade do seu último
ensaio fotográfico, noticia o
Daily Mail. Com um vestido
dourado, aparentemente
rasgado, a cantora revela
um biquíni azul nas
poses para o fotógrafo
que registou os melhores
momentos do ensaio. Nicole
Scherzinger está a ser citada
para participar da versão
americana do reality show
X-Factor, que estreará este
ano. Simon Cowell e Cheryl
Cole já estão confirmados
como júris do programa.
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Animal Planet Reveals Asia
World’s Ugliest
Dog Competition
Echo And The Elephants
Of Amboseli
Dark Days In Monkey City
The Haunted
Orangutan Island
Orangutan Island
Downsize My Pet
Wild Recon
Unleashed
Echo And The Elephants
Of Amboseli
Dark Days In Monkey City
Animal Witness
Animal Witness
54 History
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The Universe
What The Ancient Did For Us
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Shanghai
Ancient Discoveries
Life After People
Nostradamus Effect
Serviço de atendimento a clientes
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28822866
Elvis: Return
to Tupelo
Pawn Stars
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American Pickers
51 NGC
China’s Mystery Mummies
Pressure Cook - Wyoming
Pressure Cook - Belize
The Border
Inside
The Pack
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China’s Mystery Mummies
Nat Geo’s Amazing Moment
Breakout - Escape To Vegas
The Bombing of Germany
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Airline USA
Airline USA
Keith Urban
Private Sessions - Colbie Caillat
Elvis: Return To Tupelo
www.macaucabletv.com
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Cineteatro Sala 1 the tourist
Um filme de: Florian Henckel. Com: Angelina Jolie, Johnny Deep.
14:30H 16:30H 19:30H 21:30H
Cineteatro Sala 2 gulliver’s travels
Um filme de: Rob Letterman. Com: Jack Black, Emily Blunt.
14:30H 16:30H 19:30H 21:30H
Cineteatro Sala 3 Harry Potter
Um filme de: David Yates. Com: Daniel Radcliffe, Rupert Grint.
14:30H 17:00H 21:15H
Torre de macau Harry Potter
Um filme de: David Yates. Com: Daniel Radcliffe, Rupert Grint.
14:30H 16:30H 21:30H
63 Star World
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59 888 88
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28 939 939
2990 992
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TAILÂNDIA
“Camisas Vermelhas” voltam às ruas da capital
Cerca de 30 mil “camisas vermelhas” manifestaram-se ontem, em Banguecoque, contra o Governo tailandês, naquela que foi a sua maior
demonstração de força desde o protesto que assolou o país entre Abril e Maio do ano passado
E
m declarações à agência noticiosa
AFP, Piya Utayo, oficial da polícia,
informou que estavam cerca de 30
mil pessoas reunidas para o comício, um
número entretanto confirmado por outra
fonte policial.
Foi necessário mobilizar cerca de um milhar de agentes da autoridade para a capital e acompanhar os manifestantes, que
entoaram cânticos vestidos com as tradicionais roupas vermelhas, alguns com
cartazes contra a violência.
Reivindicando a demissão do Governo e eleições antecipadas, os “camisas
vermelhas” ocuparam as ruas da capital
tailandesa, entre Março e Maio, chegando
a concentrar 100 mil pessoas.
Os protestantes prometeram realizar
manifestações, duas vezes por mês, em
Banguecoque, para que sejam libertados
os manifestantes capturados pela polícia
após os protestos do ano passado e dos
quais resultaram mais de 90 fatalidades.
Governo anuncia novas medidas sociais. Entretanto o Governo
tailandês anunciou novas medidas sociais
com vista às próximas eleições, num dia
marcado por manifestações dos “camisas
vermelhas” naquela que foi a sua maior
demonstração de força desde o protesto
que assolou o país entre Abril e Maio do
ano passado.
O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, anunciou ontem uma série de
medidas destinadas a reduzir o desequilíbrio social numa aparente tentativa de
melhorar a imagem do Governo antes das
eleições previstas para este ano.
Vejjajiva, que disse avaliar dissolver
o Parlamento e convocar eleições para
meados do ano, afirmou que as novas medidas pretendem beneficiar os tailandeses
com menor poder de compra, bem como
os trabalhadores autónomos, como taxistas e vendedores ambulantes.
Entre as ajudas sociais anunciadas
em discurso emitido pela rádio e canais
estatais de televisão, está a electricidade
gratuita para os lares com menor consumo, uma medida que se estima vir a favorecer cerca de nove milhões de usuários.
Foi ainda anunciada a concessão de
empréstimos com baixos juros e a longo prazo para os trabalhadores do sector do transporte público e o subsídio do gás liquefeito,
empregado, geralmente, pelo sector taxista,
integrado por mais de 60 mil veículos.
O ministro das Finanças, Korn Chatikavanij, assinalou posteriormente que a
aplicação desta série de medidas custará
ao Estado perto de 2 mil milhões de bats
(cerca de 528 milhões e 300 mil patacas).
Passos Coelho defende
eleições caso FMI entre
Ultimazinhas
Chávez ordena novas
expropriações de edifícios
O presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, ordenou a expropriação de
terrenos de duas empresas do país e
de dois edifícios, com o propósito de
resolver o problema de habitação de
pessoas afectadas pelo mau tempo.
Os terrenos passarão para a Nova
Comunidade Socialista Amatina e as
expropriações têm como propósito
resolver o problema de habitação
de afectados pelas chuvas que se
registaram em finais de 2009.
O líder do PSD, Pedro Passos
Coelho, defende que se houver
uma intervenção do Fundo
Monetário Internacional (FMI)
em Portugal é sinal de que o
Governo falhou e, por isso,
terá que haver eleições em
Portugal
E
m entrevista ao Diário de Notícias e
à TSF, o presidente do PSD considera
que uma eventual entrada em Portugal do FMI ou do Fundo de Estabilização
Europeia «representará um falhanço político grande e grave do Governo».
O líder do PSD crítica a actuação do
actual governo e diz que «se Portugal pre-
Mais 15 mortos nas
estradas portuguesas
Quinze pessoas morreram e 33
ficaram feridas gravemente em
acidentes ocorridos entre segundafeira e sábado nas estradas
portuguesas, segundo dados da GNR.
Nesse período, foram registados 1.773
acidentes, que causaram ainda 454
feridos ligeiros, adiantam os dados
provisórios do Comando Operacional
da GNR, divulgados na página oficial
na Internet.
Fernando Nobre arranca
com discurso de vitória
“Serei eleito Presidente na primeira
ou na segunda volta; disso não tenho
dúvidas!”, disse Fernando Nobre,
ontem, ao fazer o arranque oficial
da campanha. O médico apresentase como alienígena, o homem cujo
percurso vem sendo trilhado fora dos
corredores da política e representa
mudança, a esperança em forma de
gente. E tem dois alvos privilegiados,
Cavaco Silva e Manuel Alegre: “Não
posso aceitar que o PR se demita da
responsabilidade do Estado em matar
a fome a uma portuguesa”.
cisar de recorrer à ajuda externa, significa
que a estratégia que estava a ser seguida,
ou a ausência dela, falhou e conduziu o
país a uma situação indesejável», pelo que
«não tem condições para poder, no dia a
seguir, liderar a recuperação», disse.
«Se precisarmos de recorrer à ajuda
externa, ela será bem-vinda, é evidente - é
porque precisamos mesmo dela. Mas significa, também, que aos olhos da maior
parte da comunidade internacional Portugal terá falhado nos seus objectivos, e isso
tem um custo reputacional pesado para o
país», frisa ainda.
Sábado, a revista alemã Die Spiegel
noticiou que a Alemanha e a França estão
a pressionar Portugal a pedir ajuda internacional, no mesmo dia em que o jornal espanhol El Mundo escreveu sobre o assunto
dando como certo o resgate financeiro.
Arábia Saudita julga
abutre por espionagem
Artista plástico carioca
criou “Barbie Dilma’
Disco dos “Pandas” foi o mais
vendido em Portugal em 2010
Um abutre está a ser
julgado por espionagem, na
Arábia Saudita, e pode ser
condenado à morte. O animal
foi capturado em território
árabe, com um GPS e uma
identificação da Universidade
de Telavive, tendo sido acusado de “trabalhar” para
a Mossad, serviço secreto do Israel. O Governo
israelita já veio garantir que o abutre fazia parte de
uma investigação sobre os hábitos destas aves,
que está a ser desenvolvida pela Universidade de
Telavive, e diz-se “chocado” com as acusações
dirigidas ao animal. O jornal israelita “Haaretz”,
citado pelas agências internacionais, dizem
que a suspeita ganhou força nas redes sociais
na internet e na imprensa local. Milhares de
mensagens em árabe, difundidas através destes
meios, falavam mesmo de uma “ameaça sionista”.
Depois dos “Lulinhas”,
chegou a vez da
presidente Dilma
Rousseff ter a fisionomia
reproduzida em formato
de boneca “Barbie”. O
artista plástico carioca
Marcus Baby, que fez
sucesso ao criar bonecos
de celebridades como
Fiuk e Grazi Massafera,
decidiu produzir a miniatura com a roupa
que ela usava no dia em que venceu as
eleições – mais a faixa presidencial. A
‘Barbie Dilma’ é baixinha e um pouco
anafada, e vem vestida a preceito.
O artista demorou dois meses para
finalizar a obra, pois, segundo revelou
teve que usar três bonecas Barbie.
A série de DVD
musicais “Panda
Vai à Escola”
destaca-se
nas vendas do
ano passado,
ao ocupar três
lugares entre os cinco primeiros, entre
eles o primeiro posto, revelou ontem a
Associação Fonográfica Portuguesa
(AFP). “Panda Vai à Escola – Volume 2”
lidera a tabela, logo seguido pelo DVD
“U2 360 at The Rose Bowl”, dos U2, e em
terceiro “Panda Vai à escola – Volume 3”,
todos editados pela Universal Music. No
quarto posto ficou “Panda vai à Escola” e
no quinto “Estádio do Restelo 2009”, dos
Xutos & Pontapés, ambos com a chancela
da Universal Music.
pág 20 segunda-feira, 10 de Janeiro de 2011 jornal tribuna de macau
fecho desta edição jtm - 01:15 horas

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