Aula centrifugação e armazenamento de amostras [Modo de
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Aula centrifugação e armazenamento de amostras [Modo de
Curso de Boas Práticas Laboratoriais Preparo, Identificação e Armazenamento de amostras biológicas Silene Peres Keusseyan Maio/2011 Centrifugas Poucos experimentos são realizados sem pelo menos uma passagem pela centrífuga Usadas para separar partículas de uma solução Em laboratórios de pesquisa biológica: Sangue Células Separação de fases Organelas Isolamento de macromoléculas (DNA, RNA, vírus, proteínas) Centrifugação Qual velocidade? rpm x rfc (g) ? Qual o tipo de separação desejado? Qual centrífuga usar? Que temperatura? Qual o tubo apropriado? Qual o rotor? Como centrifugar Força centrífuga A força centrífuga relativa (Rcf) cuja unidade é o g é gerada quando uma partícula ou conjunto de partículas é sujeito a um movimento circular de aceleração Rcf (g) = 1,12 x 10-5 x R x N2 R = raio em centímetros N = velocidade de centrifugação em rpm 1 g equivalente à aceleração da gravidade na superfície da Terra Força centrífuga Tipos de centrifugação Centrifugação diferencial (separação de fases) Amostras centrifugadas a certa velocidade resultam em sobrenadante e pélete (baseada no tamanho das partículas) Tamanho maior sedimenta mais rápido Ex: separação do sangue em elementos figurados e plasma / soro, Tipos de centrifugação Centrifugação por gradiente de densidade Centrifugação de escala zonal Separação de partículas com diferentes densidades Ex: separação de mononucleares por Ficoll-Hypaque Hemácias:1095 densidade, mononucleares 1065 e Ficoll 1077 Utiliza gradiente de meio viscoso Sangue diluído soro plaquetas Mononucleares “nuvem” Ficoll-Hypaque FicollHypaque eritrócitos granulócitos Centrífugas Centrífuga de bancada Centrífuga de bancada refrigerada Centrífuga de alta velocidade Ultracentrífuga Microcentrífuga Citocentrífuga Centrífuga de bancada Múltiplos fins: peletizar células e bactérias, sedimentação de soro, urina, células e sangue Suporte oscilante: até 3.800g ou 6.000 rpm Capacidade: normalmente 32 x 5mL ou 16 x 10mL Com ou sem tacometro Controle de tempo Sem freio Fanem Excelsa Baby mod 206 Centrífuga de bancada refrigerada Múltiplos fins: peletizar células e bactérias, sedimentação de soro, urina,células e sangue Ângulo fixo 2 tipos de rotores: 28 x 2 mL – máx 14500rpm – 17400rcf (g) 10 x 10 mL – máx 13500rpm – 16900rcf (g) Refrigeração : -8°C até +40°C Controle de aceleração/desaceleração (alta para peletização, baixa para gradientes) Memória para programas Sensor tampa fechada Jouan MR 18.22 Centrífuga de alta velocidade refrigerada Precipitações de grandes volumes 2 tipos de rotor (R24A e R12A3) Ângulo fixo R24A: 8 x 50mL – máx 24000rpm – 68900rcf (g) R12A3: 6 x 300mL – máx 12000rpm – 23800rcf (g) Refrigeração: -20°C até +40°C Controle de aceleração/desaceleração Controle de tempo Sensor tampa fechada Hitachi Himac CR21 Ultracentrífuga Sedimentação de macromoléculas, ribossomos, vírus... Ângulo fixo ou suporte oscilante Até 100.000rpm - 800000rcf (g) Tubos tamanhos variáveis , Chão ou bancada Programável Sorvall WX Sempre refrigerada Câmara fechada à vácuo (atrito com ar eleva temperatura e diminui velocidade) Programável Microcentrífuga Volumes pequenos, precipitação de células (baixa velocidade), retirada de “debris”, extrações com etanol e minifenol Ângulo fixo: máx 14000rpm Capacidade :tubos eppendorf 20 x 2mL Sensor tampa Sem refrigeração Jouan A14 Citocentrífuga Produção de monocamada de células em área definida Ex: lâminas para detecção de Anca Cytofunnel saída única ou dupla Programável Capacidade até 12 câmaras Suporte oscilante:200 a 2000rpm Sensor tampa fechada + tampa de segurança Cytospin 2 Shandon Rotor Tubos Seleção do tubo adequado: De acordo com o tipo de rotor Evitar vazamento ou perda da amostra (mecanismo de lacre) Assegura compatibilidade química (resistência) Permite fácil recuperação da amostra (transparência) Como centrifugar Conheça as limitações de velocidade da centrífuga e dos rotores Equilibre todos os tubos com seus suportes, tampas, proteção e pinos Se usar um tubo para equilibrar, encha-o com material similar ao que vai centrifugar - água = contrabalancear fora do meio Utilize tubos, tampas e suportes apropriados (filme plástico) Preencha os tubos até 1 ou 2 cm da borda Tubos íntegros ( sem rachaduras) Como centrifugar Suportes não utilizados podem desequilibrar a centrífuga Materiais infecciosos SOMENTE EM TUBO FECHADO Retire as amostras da centrífuga assim que terminar amostras paradas = pélete disperso Centrífugas refrigeradas: feche a tampa no intervalo das centrifugações (evitar queda de temperatura e condensação) e deixe aberta quando terminar (secar) Limpe com pano macio e hipoclorito/álcool 70% quando acabar de usar Como equilibrar os tubos Tubos frente a frente = mesmo peso Microcentrífuga – ajuste por volume, não por peso Alta velocidade ou ultra centrífuga – pesar tubos em duplas com balança de pratos Suportes de 4 tubos ou mais – equilibrar dois conjuntos em balança de pratos e colocá-los frente a frente Suportes não completos = equilibre na diagonal Amostras estéreis – equilibre o volume dos pares “a olho”, se necessário ajustar suportes use álcool 70% fora do tubo Use o mesmo meio que sua amostra para ajustar tubos sem par Armazenamento de amostras Tubos e caixas apropriados e identificados Identificação Canetas permanentes e durex sobre o escrito para tubos e caixas NUNCA identifique amostras de pacientes pelas iniciais Ex: MCO = Maria Cristina Oliveira – quantas ? Todo material coletado pela disciplina, pertence à disciplina , não ao pós-graduando Material devidamente identificado pode ser utilizado no futuro 001 LESa SPK 03/05/11 Caixa 1 De 001 a xxx LESa ou protocolo YY NPS ano 2011 Banco de dados 001 LESa SPK 20/07/2004 data coleta Nº ENSAIO 20/07/2004 1 27/09/2004 2 17/08/2004 3 14/09/2004 4 28/09/2004 5 19/10/2004 6 15/07/2004 7 16/08/2004 8 19/04/2005 9 RG HSP Nome 1058511 Bruna Suzuki Donoso 1485459 Helen Micaela A Aguiar 10068367 Fernando de Souza 10070001 Liliam Bruna O Magalhães 1061544 Juliane B de Oliveira 10099595 Paula Ferreira 10052027 Thiago L de Oliveira 1134111 Isabela C de Souza 10104632 Jaqueline R S Albuquerque SEXO Idade Sledai ETNIA ACR FAN DNAifi DNA EIA CH100/C2 F 14 6 NC 4 PF 1:320 NEG 101 182U/>100% F 6 6 C 9 PF>1:320 NEG 94 161U/67 NEG 50 150 M 16 8 C 5 NEG F 17a 11m 8 C 6 PF 1:80 NEG 81 263/88% F 18a 11m 12 C 7 PF 1:80 NEG 173 234/>100% F 16 13 C 6 PF1:640 NEG 74 <30/43% M 14 16 C 9 PF 1:320 NEG 81 203/100 F 18 14 NC 6 HO >1:640 1/40 505 239/>100% F 11 8 C 5 PG >1:640 NEG 173 277/>100% Entregue ao orientador ao final da tese Conservação de amostras Conservação de amostras Geladeira: material biológico temporariamente, reagentes e soluções pelo prazo de validade dos mesmos Sangue total: utilização imediata para ensaios hemodinâmicos e dosagens bioquímicas, geladeira por 1 semana* ou -20ºC somente para futura extração de DNA Soro ou plasma: -20ºC por tempo indeterminado (selado) Células sempre em solução de tamponamento para morte celular -70ºC por tempo limitado, nitrogênio líquido (-196°C ) por tempo indeterminado Tecidos ou orgãos: -70ºC Conservação de amostras Alíquotas Por que fazer? Prevenir decomposição por congelamentos e descongelamentos repetidos Prevenir contaminação por múltiplos usos Por conveniência física Para economizar tempo no preparo de uma solução ou tempo de descongelamento Freezers -20º e -70ºC Só abra a porta quando necessário e por pouco tempo Se precisar manipular alguns tubos, retire a caixa do freezer e coloque no gelo enquanto procura Todas caixas ou recipientes colocados no freezer devem estar devidamente ROTULADOS e TAMPADOS Periodicamente descarte material que não for mais utilizar Mantenha um registro da localização de seus materiais Respeite os espaços Não altere localização de material alheio Providencie descongelamento quando necessário (só -20ºC) UNIFESP Disciplina de Reumatologia “Na Bancada - Manual de iniciação científica em laboratório de pesquisas biomédicas”, Kathy Baker, Editora Artmed, 2002 “Boas Práticas de Laboratório” , Maria de Fátima da Costa Almeida, Editora Difusão, 2008 “Centrifugation: Essential Data”, by David Rickwood et al, 1994