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www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. O fato do documento estar disponível eletronicamente sem restrições, não significa que pode ser usado de qualquer forma e/ou em qualquer lugar. Reiteramos que as penalidades sobre violação de propriedade intelectual podem ser bastante graves. Sobre a Arvoredoleite.org A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org. digitalizado por arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" • Jul/Ago, nQ 321, �: 1-390, 2001 REVISTA DO INSTITUTO LATiCíNIOS "CÂNDIDO TOSTES" DAIRY JOURNAl BIMONTHlY PUBllSHED BY THE "CÂNDIDO TOSTES" .. DAIRY INSTITUTE í I EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS Centro Tecnológico Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" Revista do Instituto de laticínios "Cândido Tostes" Juiz de Fora (MG) .. Vol. 56 (321); 1 .. 390 .. Jul/Ago de 2001 Pág. I digitalizado por arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, nQ 321, 56: 1-390, 2001 Governo do Estado de Minas Gerais Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, nQ 321, 56: 1-390, 2001 XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Itamar Franco Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Raul Décio de Belém Miguel COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenação Geral: Dr. Márcio Amaral (Presidente da EPAMIG) Secretário Executivo: Dr. Geraldo Alvim Dusi (Chefe do CT/ILCT - EPAMIG) Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Márcio Amaral - Presidente Marcos Reis Araújo - Diretor de Operações T écnicas Marcelo Franco - Diretor de Administração de Finanças COMISSÃO CIENTíFICA E DE RECEPÇÃO Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes Comitê Gerencial Geraldo Alvim Dusi - Chefe do CT/ILCT José Alberto Bastos Portugal - Seco Executivo Prog. Proc. Agroindustrial Regina Célia Mancini - Coord. do Programa Ensino Leite e Derivados José Lourenço Pereira Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças Nelson Tenchini Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio Coord. José Alberto Bastos Portugal e equipe SECRETARIA GERAL Coord. Regina Célia Mancini e equipe EXPOMAQ Coord. José Lourenço Pereira Russi e equipe Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes Editoração Eletrônica -C� tc gráfica e editora artes gráficas (32) 3217-0283 Luiza Carvalhaes Albuquerque EXPOlAC Corpo Revisor da Revista do ILCT Coord. Nelson Tenchini de Macedo e equipe Célia Lucia Luces Fortes Ferreira Daise Aparecida Rossi Edna Froeder Arcuri Geraldo Alvim Dusi José Alberto Bastos Portugal Luiz Ronaldo de Abreu Luiza Carvalhaes de Albuquerque Maria Cristina Drumond e Castro Paulo Henrique Fonseca da Silva Jornalista Responsável DIVULGAÇÃO Impressão CORPO REVISOR PARA OS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS GRÁFICA E EDITORA (32) 3215-8988 Vania Lucia Alves Lacerda Reg. Prof. 4.729/MG Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores. Braz dos Santos Neves Maria Cristina Drumond e Castro . José Alberto Bastos Portugal Edna Frõeder Arcuri Antônio Carlos Savino de Oliveira Paulo Henrique Fonseca da Silva Juiz de Fora, julho de 2001 Adauto Matos Lemos EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA D E MIN AS G E RAIS - EPAMIG Luiz Carlos Gonçalves Costa Júnior • Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", n. 1 - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", 1946. v. Eduardo Hargreaves Surerus Eduardo Reis Peres Dutra Maria Aparecida Vasconcelos de Paiva e Brito (Embrapa Gado de Leite) Luiza Carvalhaes Albuquerque Silmat Carla da Silva (Secretária) ilust. 23 cm n. 1-19 (1946-48), 27 cm, com nome de Felctiano, n. 20-73 (1948-57), 23 cm, com o nome de Felctiano. A partir de setembro de 1958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". 1. Zootecnia - Brasil - Periódicos. 2. Laticínios - Brasil - Periódicos 1. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. ISSN 0100-3674 COU 636/637(81 )(50) Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Comissão Organizadora agradece a todos os funcionários do CT/ILCT e a todas as pessoas que colaboraram direta ou indiretamente para a realização do XVIII Congresso Nacional de Laticínios. Pág. 11 Pág. 111 digitalizado por arvoredoleite.org 321, 56: 1-390, 2001 Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, nQ Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, nQ 321, §.Q: 1-390, 2001 R ELAÇÃO D E PAR TI C I PANTES NA EXPOMAQ/2001 Indústrias Gessy Lever ABC Comércio e Representações Ltda XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 16 A 20 DE JULHO DE 2001 o Congresso Nacional de Laticínios organizado pelo Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes, da EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, é um evento direcionado ao setor laticinista, sendo um ponto de encontro anual para atualização técnica. N a sua XVIII Edição, será abordado o tema "Produtos Lácteos como Alimentos Funcionais", por meio de palestras técnicas, posters, cursos, teleconferência, além da realização da EXPOM AQ, exposição de máquinas, equipamentos, embalagens e insumos para a indústria de AG Plast Embalagens Plásticas e M áquinas Ltda Indústrias Reunidas M aravilha Ltda Analítica Ltda I nj es u l Plásticos Indústria e C o m ércio Ltda André Luiz Lima S ouza (ME) - Casa Forte Inoxflu i d Indústria Mecânica Ltda Associação d e Ex-Alunos d o ILCT Ipê A marelo I n gredientes A l i m entícios Ltda Basequímica Produtos Químicos Ltda JDF Tecnologia em Centrífu gas Ltda Biasinox I ndústria e C om érci o Ltda Jorvic d o Brasil Ltda B.K. Rotem Quím ica d o Brasi l Ltda Lacti Lab d o Brasil Ltda Brasflow Indústria e Comércio Ltda LAKTRON I nd ú s tria M etal úrgica Ltda Brassel Comércio Importação e Exportação Ltda M .G . E Comercial Ltda BV Representação, Comércio , Importação e Exportação Ltda Madasa do Brasil Importação e Exportação Ltda Casa das Desnatadeiras M anutenção I ndustri al S epel Ltda Cap Lab Comercial M aribo Country Al imentos Ltda Chamfer Indústria e Comércio de Embalagens Ltda M M G - Mecânica M artins Guedes Ltda Chr. Hansen Indústria e Comércio Ltda Merck SIA Clariant Comercial S I A Mercocítrico Fermentações Ltda (Tate & Lyle C i tric Acid) Clirep S erviços Gráficos Ltda Coalhobrás Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda Noret Máquinas e Equipamentos Ltda Conservas R i tter SIA , Agrícola e Comercial Office Informática Ltda Panda Conexões Sanitárias Ltda Desnate Indústria e Comércio de Peças para Centrífugas Ltda Park Paper Etiqu etas Ltda Petrogás D i s tri b u i dora S I A Dixie Toga S I A Plastirrico Ind ústri a e Comércio Ltda D oormann SI A Embalagens Plástica Produtos M acalé Ltda Editora DIPEMA R - Revista Leite & Derivados Proregi Indústria, Comércio e Importação Ltda Embali Indústria Plástica Ltda Revista I ndústria d e Laticínios Ltda EMBRAPA - Empresa Brasi leira d e Pesquisa Agropecuária EMIL - Empresa M ineira Ltda Concurso Nacional de Produtos Lácteos, que premia os Engefril Industria e Comércio Ltda Portanto, o XVIII C ongresso N a c ional de NZMP Bras il Cryovac Brasil Ltda laticínios; a EXPOLAC, exposição de produtos lácteos e o melhores produtos inscritos pelas empresas participantes. M akplan Comércio e Representações Ltda EMPLAL Rhodia Brasi l Ltda S a b roe do Brasil Ltda (York Refrigeração) S CS Comercio , I mportação e Exportação Ltda Embalagens Plásticas Ltda Secretaria de Estado da Agricu l t . , Pecuária e A bastec. de MG. Fibrasa SIA Embalagens Separatori Indústria e Comércio de Centrífugas Ltda FIBRAV - Fibra de Vidro de Lambari S ILEMG-S i n d . I n d . de Laticínios e Prod. Deriv. do Est. de MG. Friodinal I ndústria e Comércio Ltda Laticínios apresenta-se como um fórum de discussões e Fri g o m o n tagens Ltda S overeign Brasil Gemacon Comércio e Serviços Ltda Spirax Sarco I ndústria e Com ércio Ltda oportunidades de aprendizado e informações do setor GerminaI Indústria e Comércio d e Produ to s Químicos Ltda laticinista, contribuindo também para a ampliação do desenvolvimento e do emprego de produtos lácteos como alimentos funcionais. Comissão Organizadora Globalfood A l i mentos S trapac Embal agens Ltda TECM A ES Ltda S is temas, Ingredientes e Tecnologia pl Tecno l ogia de Máquinas Especiais Tetra Pak Ltda G o o d m a n Fielder Ingredients Brasi l Indústria e Comérci o Ltda Torno Técnica S uzano - Odair Scaranelo (ME) Hexis Científica Trevi I ndústria M ecânica Ltda Hutamaki Van Leer Turbinave Indústria e Comércio de Centrífugas Ltda Importação e Exportação de Medidores Polimate Ltda U n ipac Embalagens Ltda Indústria de M áquinas Agrícolas Tanbrás West Indústria Comércio e Representações Ltda I ndústria e Comércio de Plásticos S anta M aria Ltda Westfalia S eparator d o Brasil Ltda Pág. V Pág. IV digitalizado por arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" • Jul/Ago, n!! 321, 56: 1-390, 2001 Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" • Jul/Ago, n2 321, 56: 1-390, 2001 íNDICE R ELAÇÃO D E PARTICI PANTES NA EXPOLAC/2001 A groind. Passa Cinco Ltda - Viçosa - M G Coop . Agro p . Cascavel Ltda - COOPAVEL Cascavel - P R C o o p . Agro p . de S ão João Nepomuceno - S ão João Nepomuceno - MG Coop. Agrop. de Volta Grande - Volta Grande - MG LACTO BOM - Ind. e Com. de Produtos de Leite B ombadell i Ltda - Toledo - PR LACTOPLASA - Ind . de Lat. do Planalto S.A Lages - RS Laticínio Lulitati Ltda Perdões - MG Laticínios Boa Nata Ind. e Com. LTDA Antônio Carlos - M G Coop. Agro p . do Vale do Paracatu Ltda Paracatu - M G Laticínios B o m Gosto Ltda - Tapejara - R S Coop. Agropecuária Vale do R i o Doce Ltda Governador Valadares - M G Laticínios Curral de Minas Ltda - Oliveira - MG Laticínios C ruziliense Ltda - Cruzília - M G Coop . Central Agrop. S udoeste - Curitiba - P R Laticínios N osso Ltda - Antônio Carlos - M G Coop . Central M i neira de Laticínios - Patos de Minas - MG Laticínios Paraíso - R i o P o mb a - MG Coop. de Laticínios Campesina - Penápolis - SP Laticínios PJ Ltda - I ngaí MG Coop. de Laticínios de Promissão - Promissão - SP Laticínios Ponte N o v a Ltda - S anta R i t a d e Ibitipoca - MG Coop. de Laticínios Selita - C achoeira do I tapemirim - ES Laticínios Tirolez Ltda - Arap u ã - M G Coop. Mista A grop. de Patos d e M in as Ltda Patos de M inas - M G E mpreen d i mentos A grop. R i o B onito Ltda C uritiba - P R Fundação A rthur B ernardes - Viçosa - M G 1mbaúba Laticínio Ltda - Á gua Clara - M S Ind. d e Alim. Sabor d o Leite - Três Rios - R J Indústria de A limentos Ouro Verde Casimiro Ltda - Casimiro de Abreu - RJ Laticínios Tiro lez' Ltd a - Tiros - M G Laticínios Vitória Ltda - S ão S ebastião d a Vitória - M G Ouro e Prata I n d . e C o m . Ltda - Piranhas - G O Paraúna I n d . e C o m . de Laticínios Ltda Paraúna - GO Trevo R ural Ind. A li mentícia Ltda - Lagoa da Prata - M G U ni l eite Laticín i os Ltda - Ivoti - R S ESTUDO H I G I Ê N ICO - SAN IT Á RIO DE M ANTE I G A : DIVERS IDADE DE LEVEDU RAS ........... 1 ELAB ORAÇ Ã O E AVALIAÇ Ã O DE UMA BEB IDA L Á CTEA FERMENTADA À BAS E DE SORO DE LEITE FORT I FICADA COM FERRO .................................................................................... 7 ADES à O DE ES PORO DE B ACILLUS S POROTHERMODURANS EM AÇO INOXIDÁ VEL E SUA RES ISTÊ NCIA A SAN IFICANTES QU Í MICOS USADOS NA I NDÚ STRIA DE LAT I C Í N I OS ...................................................................................................................................................... 1 4 EFICI Ê NCIA ESPORIC IDA DO Á C IDO PERA CÉTICO SOBRE BA CILLUS SPORO THER MODURANS AVALIADA PELO TESTE DA DILU I Ç Ã O DE USO ............................................ 27 EFICI Ê NCIA ES PORICIDA DE Á C IDO PERAC ÉTICO SOB RE BA CILLUS SPORO THERMODURANS AVALIADA PELO TESTE DE S USPENS à O ........................................................... 34 S ISTEMA GERENCIAL DE INFORMAÇ Ã O NAS I NDÚ STRIAS DE LATIC Í N IOS ....................... . 4 1 ALTERNAT I VAS PARA O A PROVEITAMENTO DE SORO DE QUEIJO NOS PEQUENOS E M ÉDIOS LATIC Í NIOS ...................................................................................................................................... 44 PADR ÕES F Í S ICO-QU Í MICOS DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO LEITE "LONGA V IDA" ( UHT) COME RCIALIZADO NA CIDADE DE J U IZ DE FORA, MG .................................................... 5 0 A VALIAÇ Ã O DO M ÉTODO D E DETE R M INAÇ Ã O D A ENZIMA XANTINO OXIDASE PA RA IDENTIFICAÇ Ã O DE ADULTERAÇ Ã O DE LE ITE DE CAB RA POR ADIÇ Ã O . . .... . . . . . . . .. .... . .. .. . . .. . . 55 DE LEITE DE VACA . .. .. .. QUALIDADE M ICROB IOL Ó G ICA DO QUEIJO M I NAS UTILIZADO COMO M AT É R I A - P R I M A NA FA B R ICAÇ Ã O DE P à O DE QUEIJO ................................................................ 6 2 ... .. .. .. .......... ..... . .. . . ..... ... .... .. . .......... . . .. ..... . .......... .. .. ............ .............. PRODUÇ Ã O DE C02 E M U M S UCED NEO DO QUEFIR E M FUNÇ Ã O DO I N Ó CULO DE LEVEDURA 69 AVALIAÇ Ã O DE M ÉTODOS PA RA DO SAGEM D E DI Ó XIDO D E CARBONO (C02) E M B E B IDAS LÁ CTEAS FERM ENTADAS ........................................................................................................... 7 3 ............................................................................................................................................................... INFLUÊ NCIA DO T I PO D E SALGA NAS CARACTER Í STICAS SENSORIAIS DO QUEIJO M INAS C U RADO .................................................................................................................................................... 7 7 SOB REMESA L Á CTEA INSTANT NEA E M P Ó COM LA CTOBA CILLUS A CID OPHILUS LA-5 E LA CTOBA CILLUS RL24C: U M A ALTERNATIVA DE ALIM E N t O FUNC IONAL ..................... 8 2 ADIÇ Ã O DE SORO DE QUE IJO EM LEITE I N NATURA NO ESTADO DE GOI Á S ..................... 8 9 AVALIAÇ Ã O DO POTE N C I AL DE P RODUÇ Ã O E TIPOS DE ENTEROTO X I N A S ESTAF ILOC Ó C ICA ENCONTRADAS EM L I N H A G E N S D E STA PH YL O C O CCUS AUREUS E EXTRATOS DE AMOSTRAS DE QUEIJO TIPO M U SSARELA FAB RICADO NA REGI à O DE GOI ÂNIA-GO .................................................................................................................................. 9 2 E F I C IÊ NCIA D E SOLUÇ ÕES D E HI POCLORITO D E S Ó DIO E IOD Ó FORO NA REDUÇ Ã O DE STA PH YL O CO CCUS A UREUS ISOLADAS DURANTE O PROCES S AME NTO DE QUEIJO T I PO M U S S A RELA ............................................................................................................................................. 1 0 1 ACEITAÇ Ã O SENSORIAL DE QUEIJO DE COALHO COM B AIXO TEO R DE GORDUR A (LIGHT) E E N R IQUEC IDO C O M FERRO .................................................................................................. 1 0 9 AN Á LISE DE M ICRORGANISMOS INDICADO RES , SALMONELLA, STA PH YLOCO CCUS A UREUS EM RICOTA DE LE ITE DE CAB RA . ........................................................................................ 1 1 6 AVALIAÇ Ã O DAS INOVAÇ ÕES TECNOLOGICAS NO PROCE S S A M E NTO DE QUEIJOS REGIONAIS NA REGI à O DE NOSSA SENHORA DA GLÓ RIA / SE ............................ 1 2 1 AVALIAÇ Ã O M ICROB IOL Ó GICA DE LE ITES DE C A B RA COMERC IALIZADOS EM RECIFE - PE .................................................................................................................................................. 1 2 6 INS PEÇ Ã O EM UMA INDÚ STRIA PRODUTO RA DE QUEIJO T I PO COALHO NO ESTADO DO CEAR Á , VIS ANDO A I M PLANTAÇ Ã O DAS BOAS PR Á TICAS DE FAB RICAÇ Ã O ........... 1 3 0 QUAL IDADE M I CROB IOL Ó G I CA DE Á G U AS DE NASCENTES E POÇOS UTILIZADAS POR PEQUENAS INDÚ STRIAS DE LATIC Í N IOS DA CIDADE DE JUIZ DE FORA - MG ............... 1 3 6 Pág. VII Pág. VI digitalizado por arvoredoleite.org Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" . Jul/Ago, n2 321, 56: 1-390, 2001 Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes" - Jul/Ago, n2 321, 56: 1-390, 2001 I N C IDÊ NCIA DE ESTAFILOCOCOS PRODUTORES DE COAGULASE EM QUEIJO "M INAS" FRESCAL COMERCIALIZADO NA C IDADE DE JUIZ DE FORA E REGI ÃO GERÊ NCIA DE B OAS PR Á TICAS DE FAB RICAÇ ÃO ........................................................ ......... 1 40 ............................................................................ 1 44 PREB I Ó TICO NA PRODU Ç ÃO DE CONCENTRADO DE C É LULAS DE BIFIDOBA CTERIUM LA CTIS 294 QU A LIDADE F Í S ICO-QU Í M I C A DE LEITE CRU RES F RIADO Á Ã Ó DIA GN STICO D E S IT U A Ç O D A QUALIDADE DA GUA D E FAZENDAS LEITE IRAS 30 1 DE M INA S GERAIS QUA LIDADE MICROB IOL Ó GICA E PESQUISA DE I N I B IDO RES EM LEITE CRU 31 1 RES F R I ADO AVALIAÇ ÃO DA QUALIDADE M I C RO B IOL Ó GICA DE QUATRO TIPOS DE SORO .......................................................................................................................... VERIFICAÇ ÃO DA QUALIDADE F Í S ICO-QU IMICA E M ICROB IOL Ó G ICA DE ALGUNS IOGURTES VENDIDOS NA REGIÃO DE VIÇOSA - MG DERIVADOS CLORADOS DE ORIGEM O RG ÂNICA UMA S OLUÇ ÃO PARA O PROCESSO DE DES INFECÇ ÃO DE LATIC Í N I O S E PARA DES INFECÇ ÃO DE Á G U A POTÁVEL ............ ........................................ ............. AVALIAÇ ÃO DO PROCEDIMENTO DE H I G I E N I ZA Ç ÃO DE S U PERF Í CIES DE AÇO INOXID Á VEL POR TESTE DE USO S I MULADO ........................................................................ ATI V IDADE COAGULANTE DE EXTRATOS V E G ETAI S NO LEITE INTEG RAL DE CAPRINO E B OV I N O AVALIAÇ Ã O DE CARACTER Í STICAS F Í S ICO-QU Í M ICAS E M I C ROB I O LÓ GICAS DE ......................................................................................................................................... ALGUMAS MARCAS DE QUEIJO TIPO COLONIAL PRODUZIDO NO S UDOESTE DO E S TADO DO PARAN Á ....................................................................................................................................... 1 47 1 52 1 59 1 69 1 79 1 85 DISTR I B U I Ç ÃO GEOGR Á FICA DAS QUEIJARIAS NO ESTADO DE S ERGIPE 1 93 QUALIDADE M ICROB IOL Ó GICA DOS QUEIJOS T IPO M INAS FRES CAL, PRATO E M U S S A RELA COMERCIALIZADOS EM GOI Á S 200 AN Á LISE DO S INDICADORES DE QUALIDADE F Í S ICO-QU Í MICO E M I C RO B I O LÓ GICO DE QUE IJO TIPO COTTAGE ELA B O RADO POR M ÉTODO M ODIFI C ADO 206 AVA L I A Ç Ã O F Í S IC O-QU Í M I C A D A QUALIDADE D O L E I T E D E C A B RA PA S T E U R I ZADO .......................... .................................................................. .................... ............................. ................................................................... COMERCIALI ZADO NA G RANDE P O RTO ALEG RE, RS 212 AN Á LISE DOS INDICADORES DE QUALIDADE M ICROB IOL ÓG ICA DO LEITE DE CAB RA PASTEURIZADO COMERCIALIZADO NA GRANDE PORTO ALE G R E , RS 217 P E R F I L S EN S O R I A L DO QUE IJ O T I P O C O TTA GE, O B T IDO P O R M ÉTODO M O D I F ICADO , UTILIZANDO DIFERENTES CO NCENTRAÇ Õ ES DE NACL NO DRES S ING 2 20 ............... ............................................................................................................................................. .......................................................................................... ................................................................. ............................................................................................................................................................ DE QUE I J O REQUE I J ÃO C ULIN Á R I O - DES E N VOLV I M ENTO DE FORM ULAÇ Ã O PADR à O C O M PA RAÇ Ã O DE M ÉTODO S UTILIZADOS PA RA A ENUMERAÇ Ã O DE M ICRO RGAN ISMOS PS IC ROTR Ó FICOS EM LEITE CRU PRECIPITAÇ ÃO DE PROTE Í NAS DO S ORO POR M E IO DE COACERVAÇ Ã O 32 1 .................. 3 30 ................................................................... 334 ......................................................................................................... 339 ............ 348 COM C A R B O IDRATOS C O M PLEXOS OTIM IZAÇ Ã O DA RELAÇ Ã O ESTEQU I O M ÉT R I C A PA RA F R A C I O N A M E NTO DE PROTE Í NAS DO SORO POR COACERVAÇ Ã O COM C A R B OIDRATO S C O M PLEXOS EFEITOS DA FORÇA I Ô N ICA E D A DESNATURAÇ Ã O PROTEICA S O B RE A P R E C I P ITAÇ Ã O DE PROTE Í N A DO S O R O UTILIZANDO G O M A XANTANA ........................ PLANTA PILOTO PARA F R A C I O NAM ENTO DE PROTE Í NAS DO S O R O P O R MEIO DE FORMAÇ Ã O DE CO MPLEXOS COM G O M A XANTA N A A I M P O RT N C I A DO LICEN C I A M E NTO AMB IENTAL PA RA LAT IC Í N I O S 355 ............................................... 363 .......................... 37 1 EFEITOS DO FRIO SOB RE PROPRIEDADES F Í S ICO-QU Í MICAS E B IOQU Í MICAS DE C O N ST I T U INTES DO LEITE APLICAÇ ÃO DE UNIDADES RES F R I ADO RAS DE LÍ QU IDOS COM TROCADORES A PLAC AS NA I NDÚ STRIA DE LATIC Í N IOS .................................................... .............................. ............................... 373 .............................................................................................. 379 ALTERNATIVAS TECNOL Ó G ICAS PA RA FAB R ICAÇ Ã O DE REQUE IJ à O C REMOSO E QUE IJOS FUNDIDOS ..................................................................................................................................... 38 1 .............................. DES ENVOLV IMENTO E CA RACTERIZAÇ ÃO F Í S ICO-QU Í M IC A , M IC R O B I O L Ó G ICA E SENSORIAL DE IOGURTE ADI C I O N ADO DE CEREAIS INTEG RAIS APLICAÇ Ã O DO S U P PLY C H A I N MANAGEMENT NA INDÚ STRIA DE LAT I C Í N I O : UM ESTUDO D E C A S O D E U M A I NDÚ STRIA M I NE I R A ....................................... 2 25 .................................................................. 2 30 EFEITO DO N ITRATO DE S ODIO ADI C I O N ADO AO LEITE S O B RE ATI V IDADE DE Á GUA ( Aw) EM QUEIJOS DUROS 237 QUALIDADE F Í S ICO-QU Í M ICA E M IC RO B I O L Ó G ICA DO LEITE PASTEURIZADO 24 1 TIPO "C" C O M E R C I A LI ZADO EM RECIFE AVALIAÇ ÃO DOS PONTOS CR ÍTICOS NA PRODUÇ ÃO DE QUEIJO DE C O ALHO EM PERNAM B UCO 248 AÇ ÕES D A V IG IL N C I A S A N IT Á R I A PERANTE A S CONDIÇ Õ ES H I G I Ê N IC O - S A N IT Á R I AS 257 DO QUE I J O DE COALHO COMERCIALIZADO NO M U N I C Í PIO DE FO RTALEZA ......................... .............................................. ..................................... ..... ............................................................................................ ........................................................................................................................ ................ V I AB ILIDADE DA PRODUÇ ÃO DE QUEIJO M INAS CURADO EM ESCALA INDUSTRIAL DESTINADO À FAB RICAÇ Ã O DE PÃO DE QUEIJO AVALIAÇ Ã O DE QUALIDADE DO QUEIJO A RTESANAL T I PO MINAS COMERCIALIZADO EM FEIRAS LIV RES NA C IDADE DE B LUMENAU, SC QUALIDADE F Í S I CO-QU Í MICA DE LEITE C R U RESFRIADO: COMPA R A Ç Ã O DE DIFERENTES PROCEDIMENTOS E LOCAIS DE C OLETA QUALIDADE M I C R O B I O L Ó G I C A D E LEITE C R U RESFRIADO : C O M PARAÇ Ã O DE DIFERENTES PROCEDIMENTOS E LOCAIS DE COLETA ESTUDO DE FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DO LEITE C R U , S UB MET IDO À COLETA A GRANEL 289 ............................. .................. 261 ............................ 269 ................................................................ 276 ................................................................ 282 ......................................................................................................... Pág. IX Pág. VIII digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ESTUDO HIGIÊNICO SANITÁRIO D E MANTEIGA: DIVERSIDADE DE lEVEDURAS* a Hygienic sanitary study of butter: diversity of yeasts m Angélica Possebon M ansor1 Fernando Leite Hoffma n n 1 Alexandre Rodrigo Coelhol , Tânia M aria Vinturi m 1 J J RESUMO As leveduras são potenciais agentes de deterioração, sendo um dos resultados do seu desenvolv i mento no produto a l i mentício a e levação do pH, o que d á c o n d i ções p ara o crescime n to de outros m i c ro rgani s m os, i n c l u s i v e patógenos, desde q u e o mesmo atinj a valores > 4,5. Com menção aos p adrões microbiológicos p ara manteiga, prescritos pela legi s l ação brasi l ei ra, verifica-se a ausência do p adrão p ara este tipo de alimento, mostrando a falta d e i n fo r m a ç ão ou o d e s i n t e r e s s e s o bre a c o n t a m i n a ç ã o d e s t e p r o d u to p o r e s s e s m i c rorgan i s mo s , c uj a p r e s e n ç a g e r a l m e n t e i n d i c a c o n d i ç õ es h i g i ê n i c o - s a n i tárias insatisfatórias, que muito poderão refl etir as situações da matéria - prima, do ambiente e do pessoal . Desej ando-se verifi car a diversidade de leveduras em manteiga, foram realizados o i s o lamento e a i denti fi c ação des s as c u l tu ras ao nível de espécie, por meio das provas taxonômi cas morfo lógicas (é or e produção de es poros) e fis i ológi cas ( c rescimento em d i ferentes temperaturas, em meio de c u l tivo contendo nitrato, ciclohexim ida, resi s tência a pressão o s mótica, s ínte s e d e amido, capac i d ade fermentativa, produção de urease e D . B . B . e ass i mi l ação de diversas fontes de carbono). Das quarenta e nove amostras de manteiga estudadas foram isoladas duzentas e oito leveduras ( 1 00%), das quais cento e sessenta (76,9%) foram identificadas como Candida edax, dezoito ( 8 , 7 % ) como Debaryomyces hansenii VaJ: fabryii , quatorze ( 6 , 7 % ) como A rxula a denill o vorans, onze (5, 3 % ) como Cryp tococcus la u rell tii e c i n co (2,4%) c o mo Cryp tococcus albidus . De um modo geral, p ode-se verifi car uma grande ocorrência de leveduras neste tipo de produto p odendo-se confirmar pela maioria das amostras anal i s adas o u s o de práticas i n a d e q uadas d e h i g i e n i z aç ão e/ou fal has no m a n u s e i o , p ro c e s s am e n t o, e m b al agem, armazen amento e matérias-primas de má qual i dade. Palavras chav e : Estudo higiênico - sanitário, manteiga, leveduras 1. INTRODUÇ Ã O C o m o n o m e de m a n t e i ga e n t e n d e - s e o p ro d u t o gorduroso obtido exclusivamente p ela bateção e malaxagem, com o u sem modifi cação b i ol ó g i c a d o creme p as te ur i zado derivado exclusi vamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados . A matéria gorda da manteiga deverá estar composta exclusivamente de gordura láctea (MERCOSUL, 1 993). Tal p ro d u t o c o n forme M A A R A ( 1 9 9 3 ) , necess ita t e r a segu i n te c o m p o si ção : 8 2 % d e creme p as teurizado, obtido a p artir do leite de vaca; 2 % de cloreto de sódio (se a manteiga for salgada) e fermentos lácticos selecionados (se a manteiga for maturad a ) . A q u a l i d a d e d a m a n t e i g a e s t á d i re t a mente rel acionada c o m a do leite ou a do creme . * Trab alho d es e n v o l v i d o no Depto. de Enge nharia e Tecnologia de A l i m e ntos - U N E S P - R u a Cristóvão Colombo, 2265 - 15.054-000 - S ão José d o Rio Preto - S P - Bras i l . Professor, a l u n o s de P ó s - Graduação e auxil i ar acadêmico do Depto. d e Engenhari a e Tecnologia de Alimentos UNESP - S ão José do Rio Preto - SP - Brasil. _ Pág. 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATICíNIOS S ão c o n s i d e radas p o rt an t o fu n d am e ntai s as c o n d i ç õ e s m i c ro b i o l ó gi cas d e s s as m atér i a s primas, utilizadas na fabricação deste derivado de leite, j á que podem refletir na qualidade do p roduto fin al ( Reis Fil ho, 1 97 9 ) . E s t e p ro d u t o é c o n s i d er a d o e s t á v e l m i c ro b i o l ogic amente d e v i d o a d o i s fatores, a s aber, b ai x a c o n centração de u m i d ade e alto teor de matéria graxa. A s gotículas originárias da fi n a e m u l s ão da u m i d ad e c o m a gord u ra apresentam um e feito físico que p o s s ivelmente i n i b e o cres c imento bacteriano ( H ayes, 1 99 3 ) . A manteiga não é considerada u m gênero alimentício perecível, mas ela pode ser modificada pela ação de bactérias e fungos. ° creme constitui a p ri n c i pal fonte de contaminação microbiana, uma vez que a maioria das bactérias é carregada pelos glóbulos de gordura na separação do leite i ntegral (Jay, 1 97 8 ) . S o b o aspecto de S aúde P ú b l i c a deve-se s a l i e n t a r a p o s s i b i l i da d e d e t r an s m i s s ão d e d o e n ç a s a t r a v é s d a i ngestão de manteigas contaminadas com m icrorgani s mos p atogênicos ( Hobbs, 1 97 6 ) . As alterações microbianas j á decorrem do fato d a manteiga conter águ a e m u ls ionada em seu interior, propiciando, assi m, condições para o desenvolvimento de microrganismos tais como algumas bactérias, bolores e leveduras . Estes são capazes de causar rancidez, demonstrando por conseguinte que leveduras, fungos filamentosos e b actérias podem deteriorar gorduras e óleos. As l ev e d u ras s ã o agentes p o te n c i ai s de deterioração, s endo u m a das conseqüências do s e u d e s e n v o l v i me n t o no a l i m e n t o a e levação do pH, criando condições para o crescimento de o utros m icrorgan i s mos, i n c l u s i v e patogênicos, desde que o p H atinj a valores superio res a 4,5 ( ICMSF, 1 97 8 ) , sendo que as leveduras fermen t at i v a s s ã o c a p az e s de se d e s e n v o l v e r e m condições anaeróbias, util i zando carboidratos e tendo como principais produtos de fermentação o e t an o l e o C O,. As l e v e d u ras t a m b é m desenvolvem turbide-z, floculação, película e/ou d e p ó s i t o . E l as p o d e m ainda d e gradar á c i d o s o rgân i c o s , p r o m o v e n d o o a u m e n t o d e p H e formar acetal deído, c o n t r i b u i n d o t a m b é m n a fermentação do açúcar. Com menção aos padrões microbiológicos p ara m a n t e i ga, p r e s c r i t o s p e l a l e g i s l aç ã o brasileira, verifi ca-se a ausência do padrão para e s t e t i p o d e a l i m e n t o, m o s t ra n d o a fal t a de i n formação ou o d e s i n teres se s o b re a conta m i n a ç ão deste p r o d u t o por esses m i c r o r gan i s mo s , c uj a p re s e n ç a g e ra l m e n t e i n d i c a c o n d i çõ e s h i g i ê n i c o - s an i t árias i n s at i s fatóri as, q u e m u i t o p o d erão r e fl e t i r as s i tu aç õ e s d a matéria-prima, do ambiente e do pessoal. D e s ejando-se veri fi car a d i versidade de l eveduras e m manteiga, foram reali z ados o isolamento e a identificação dessas culturas ao nível de e s pécies p o r meio das provas taxonômicas morfo l ó g i c as (cor e p rod ução de esporos) e fis i o lógi c as (crescimento em d i ferentes tempe raturas, em meio contendo nitrato, cicloheximida, resistência a pressão osmótica, s íntese de amido, capaci dade fermentat iva, produção de u rease e D.B.B. e assimilação de diversas fontes de carbono). 2. MATERIAL E M É TODOS 2.1. I s o l a m e n t o d as c u l t uras de l eved uras P r o c u ro u - s e s e l e c i o n ar, d e q u ar e n t a e n o v e a m o s t r a s d e m a n t e i g a p re v i a m e n te i noculadas em ágar b atata dextrose, acidifi c ado c o m á c i d o t artári c o a 1 0 % (pH 4 ,0 ) , com i n c u b ação a 2 5 °C p o r 5 d ias ( lC M SF, 1 97 8 ) , todos o s t i p o s morfo ló g i c o s e x i s tentes, sendo que as colônias mais n u merosas foram i s oladas e m m a i o r p r o p o rç ã o , v i s an d o c o n h e c e r as espécies predominantes. Todas as culturas foram p u ri fi ca d as p o r r e - e s p a l h a m e n t o em ágar sabouraud-glicose, de onde se fez a descrição da morfo lo g i a c o l o n i a l ( cor, forma, e l evação e brilho). Após essa descrição macroscópica, fez-se um exame m i c ro s c ó p i c o p ara u m a anál i s e preliminar do tamanho, forma e outras caracte rísticas celu l ares, bem c o m o p ara c o ns t atar a p u reza das c u l t u ras . Em s eg ui d a, cada c u ltura recebeu u m código e foi estocada em tubos d e ensaio d e 1 2 x 100 mm contendo m e i o "Gymp" (glicose, extrato d e levedura, extrato de malte, N a H P0 e ágar) p ara p o s te r i o r i de n t i fi cação. 2 4 A s c u l t u ra s foram e nt ã o c ob er t a s com ó le o mineral para evitar ressecamento e mantidas a 8 +/- 2°C . = 2.2. P r ovas taxo n ô m i c as N o s testes taxonômicos foram empregados os métodos descritos por Kreger Van Rij ( 1 9 84) e B arnett, Payne & Yarrow, ( 1 98 3 e 1 990). 2.2.1. Provas morfológicas A lém dos exames macro e microscópicos que fo ram fe i t o s n a s c u l t u ra s ( d e s c r i t o s no í t e m 2 . 1 . ) fo i fe i t o o c u l t i v o em l âm i n a u t i li zando o meio d e c u l tura composto d e ágar fari n h a de m i l ho ( " C o m M e a l A g a r " ) p ara v e r i fi c aç ã o d e p s e u d o m i c é l i o e/ou m i c é l i o v e r d ad e i r o . A s p l ac a s d e P e t r i , c o n te n d o as l âm i n a s , fo r a m i n c u b ad as a t e m p e r a t u r a ambiente sendo fei tas as observações micros cópi cas entre 2 e 5 dias de incubação. Para verificar a produção de esporos, foram utilizados, além do "Com Meal Agar", os meios de Gorodkowa e acetato de McClary. A s p lacas foram manti d as à temperatura a m b i e n te e as observações feitas periodicamente aos 7, 1 4 e 2 1 dias . e 0,02% de fucsina ácida, segundo metodologia descrita por Hagler & Mendonça- Hagler ( 1 99 1 ) . 2.2.2. Provas fisiológicas 2.2.2.1. Capacidade fermentativa Para verifi c ar a capaci d ade fermentat i v a d a s culturas isoladas foi utilizado o mei o b á s i c o p ara fermentação. Tal m e i o foi c o l o c ad o e m t u b o s d e e n s a i o d e 1 2 x 1 00 m m c o n te n d o t u b o d e D u rh an i nv e rt i d o s en d o o s a ç ú c ares esteril i zados separadamente. I n i c i a l me n t e fo i t e s t a d a a c a p a c i d ad e fermentativa fre n te à g l i c o s e . A s c u l t uras q u e apre s en taram r e s u l tado p o s i t i v o foram e n t ã o submetidas a três dissacarídeos : sacarose, maltose e l actose. Os t u b o s foram mantidos a temperatura ambiente sendo as leituras feitas periodicamente aos 7 e 21 dias. Foi considerado resultado positivo quando 1 /3 a 3/3 do tubo d e D u rhan estivesse preenchido com gás e resultado negativo quando não houvesse tal produção. 2.2.2. 6. Crescimento em meio c on tendo ciclohexim ida (actidione) P a r a e s ta p ro v a u t i l i z o u - s e o " Ye a s t N itrogen B ase" (YNB -Difco) acrescido de 1 ,0% de g l i c o s e, 2 ,0 % de ágar e a l í q u o t as d e c i c l o h e x i m i d a q u e v ar i aram de acordo c o m a c o n c e n tração d e s ej ad a ( 1 00 ou 1 000 p . p . m . ), s egundo metodologia descrita p o r K reger Van Rij ( 1 9 84 ) . em diversas 2.2.2.2. Cre s c i m e n to temperaturas Foi anal i s ada a capacidade de crescimento das leveduras a 3 5°C, 40°C e 42°C, utilizando-se o meio bási co para fermentação acrescido de 0,5 % d e glicose e m tubos d e ensaio. Para a temperatura de 3 5°C, os tubos de ensaio foram mantidos em estufa de incubação e para as demais temperaturas foi util i zado o b anho-maria . As l e i tu ras foram fei tas através do c artão de Whi c k e rh a m ( Kr e e g e r Van R ij , 1 9 8 4 ) , a p ó s 4 8 - 7 2 ho ras de i n c u b a ç ã o . F oi considerado crescimento positivo quando as linhas do cartão não foram visíveis e negativo quando estas foram visíveis . 2.2.2.3. Crescimento e m meio c on tendo nitrato Foi utilizado o "Yeast Carbon B ase" ( YCB D i fc o ) a c re s c i d o d e 0,07 8 % d e K N 0 c o m o 3 fonte de nitrogênio e 2,0% de ágar. 2.2.2.4. Produção de urease e prova D.R.R. (Diazonium Blue Base) Para estas provas foram utilizados o "Yeast Carbon B as e" ( YC B - D i fc o ) acre s c ido de 2 ,0% de uréia filtrada em membrana "Millipore" (0,45 nm) Pág. 2 2.2.2.5. Resistência à pressão osmótica Nesta prova, foram utilizadas duas substâncias distintas. ° meio básico p ara ambas foi o ágar sabouraud-glicose. Para uma das provas, foi acres centado 50% de glicose ao meio b ás i c o e p ara a outra 10% de NaCI . 2.2.2.7. Síntese d e amido P ara a v e r i fi c aç ã o da p r o d u ç ã o d e c o m p o s t o s a m i l ác e o s foi u t i l i z a d o o á g a r s a b o u ra u d - g l i co s e . A p ó s o c re s c i m e n t o d as c u l t u ras, g o t ej o u - s e s o b re as m e s m a s u m a s o lução de l u go ! . ° aparecimento d e c o loração azu l escura i ndicará res u ltado positivo. 2.2.3. Pro v a s de a s s i m i lação de fo ntes de c a rb o n o Foram utilizadas a s seguintes substâncias: g l icose, galactose, L-sorbose, maltose, sacarose, celobiose, trealose, l actose, melibiose, rafinose, m e l ez i tose, i n u l i na, a m i d o s o l ú v e l , D - x i l ose, L - arabinose, D-arabinose, D-ribose, L -ramnose, etanol, g l i ce r o l , eri t r i t o l , r i b i t o l ( a d o n i t o l ) , g a l a c t i t o l ( d u l c i to l ) , D - ma ni t ol , D -g l u c i t o l ( s o rb i tol ), s a l i c i na, c i trato, m - i n o s i tol e glicosamina. Todas as substâncias foram utilizadas na concentração de 0,5 % , exceto a rafinose que foi utili zada a 1 ,0% . 2.2.4. Técnica de "rep lica-plate " A técn i c a de "re p l i ca-plate" foi utilizada para as provas descritas nos ítens 2 . 2 . 1 ., 2.2.2 . 3 ., 2.2.2.5, 2.2.2.6, 2.2.2.7. e 2.2.3. Para o i nó c u l o , c u l t u ras de 24-48 horas e m meio " G ym p " for a m t r an s fe r i d a s e p ré i n c u b ad a s d u r a n t e 3 a 5 d i as à t em peratura a m b i e n t e e m " Ye a s t N i tr o g e n B as e " ( YN B D i fco) líquido contendo O, I % d e glicose, sendo a g i t a d a s p e r i o d i c a m e n t e p ar a c o n s u mo d o e n d ó g e n o . A p ar t i r d aí, c a d a i n ó c u l o foi t ra n s fe r i d o a s s e p t i c am e n t e p ara u m s is te ma " r e p l i c a - p l at e m u l t i ti pe d " , q u e p e rm i te a i noc u l ação de vinte e cinco colônias/pl aca. Pág. 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII C O N G R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONG R ESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Todas as p l acas de Petri foram i ncubadas em estufas a 25°C e as leituras feitas com 7 , 1 4 e 2 1 dias d e incubação. 3. RESULTADOS E DIS C USS à O U m total d e d u zentas e o ito c u l turas de leveduras isoladas das quarenta e nove amostras d e m a n t e i g a fo r a m t e s t a d a s f re n t e a o s m é t o d o s d e i d e n t i fi c a ç ã o . A d i s tribuição das leveduras i s ol adas, seus códigos e percentuais estão apresentados na Tabela I . As c u l t uras i d e n t i fi c a d as p er te n c e m a q u atro g ê n e r o s , a s ab e r : A rxu l a , Candida, Cryp toco cCll S e Debaryomyces. ° gênero Candida foi o mais n u mero s o , apresentando cento e sessenta culturas (76, 9 % ) representada p e l a espécie Candida edax. ° se gundo gênero com maior número de culturas foi o Debaryomyces apresentando dezoito culturas ( 8 ,7 % ) representado pela espécie Debaryomyces hansenii vaI: fabryii . Tabela 1 - Foram isoladas quatorze culturas do gênero Arxula (6,7%) representadas pela espécie Arxula ade n i n o v orans. Do gênero Cryp to c o c C ll S foram i s o l ad o s dezesseis exemplares (7,7%) representados pelas espécies Cryptococcus a lb idus e Cryp tococcus la u rentii. Os números apresentados entre p arênteses correspondem aos códigos das leveduras isoladas . As cento e sessenta leveduras identificadas como Candida edax d i fe r ir a m da d e s c r i ç ã o padrão, p o r c r e s c e r e m e m i n u l i n a e 5 0 % d e glicose ( ° 1 6 , ° 1 7 , ° 1 8 , ° 1 9 , °1 1 0, ° 1 1 2, °1 1 3 , S 1 9, M IL M 1 3 , M 14, M 15, M 16, M 19, M I I O, Ml l l , V 1 2 , V 14, V 1 7 , V 1 8 , V 19 , V 1 1 2, V 1 1 3 , Al i , °12, ° 1 3 , °14, °15, Ll l , L 1 2 , L13, L14, L 1 5 , L 1 6 , L17, L18, L]9, L I I O, D 14, R]2 , R I I 3 , X I I , X 12 , X 14, X 1 6, X 1 7 , X18, Y 12, Y 1 3 , Y15, Y 16, Y17, Y18, Y I I O, Y 1 1 2 , Y 1 1 4, Y I I 5 , Y I I 9 , Y 1 2 0 , Y 1 2 1 , Y 1 2 7 , Y 1 2 8 , G 1 5 , G 1 7, G 1 9 , P 1 3 , P 1 7 , F I I , D I I I , A 1 3 , A 1 6 , A 1 8 , A I I 4, A I I 5, A 1 1 6, B 1 9, D 1 3 , D 1 1 2, V I , V2, V 3 e R I ), quarenta e cinco por assimilarem Frequência relativa das cinco espécies de leved uras isoladas . Candida edax AlI , A 13 , A 1 5 , A 16, A 1 8 , A 19, A I I l , A 1 1 4, A I I 5, A 1 1 6, B 13, B 14, B 19, B l l l , B 1 1 2, M I l , M 1 2, M 1 3 , M 14, M 15 , M 1 6, M 1 7 , M 18 , M 1 9 , M I I O, M I I I , M I I 3 , R I , R2, R 3 , R4, R5, R 6 , R 8 , R9, R I O, R 1 2, R I 3, S 3 , S 5 , S 9 , S I I , S I 3 , S I 4, °12, ° 1 3 , °14, °15, ° 1 6 , ° 1 7 , ° 1 8 , °19, °1 1 0, °1 1 2, °1 1 3, K I I , K 1 2 , K 1 3 , K 14, K 1 5 , K 1 6, K 1 7 , K] l l , K 1 1 2, K 1 1 3 , K ] 1 4, K 1 1 6, K 1 1 7, K 1 1 8 , K 1 1 9, Y I I , Y 12 , Y 1 3 , Y14, Y 1 5 , Y 1 6 , Y 1 7 , Y 1 8 , Y 1 9, Y] I O, Y I I I , Y 1 1 2, Y1 1 3, Y] 1 4, Y 1 1 5, Y 1 1 6, Y 1 1 7, Y I I 8, Y I I 9, Y 120, Y I 2 I , Y]22, Y 1 2 3 , Y 1 24, Y 1 2 5 , Y 1 26, Y 1 27 , Y 1 2 8 , G I l , G 12, G 15, G 16, G 17, G 19, G I I O, P 12, P13, P 14, P15, P 1 6, P17, F I , F2, X I , X2, X3, L I I , L12, L 1 3 , L 1 4, L15, L16, L17, L 1 8, L19, LI I O, DI I , D12, D 13, D 14, D 1 5, D 16, D I I ! , D1 1 2, V I , V2, V 3 , V 8 , X I I , X 1 2, X 1 3 , X14, X16, XJ, X 1 8, U I , U2, U4, U 5 , U7, U I O, V 12, V 14, VJ, V18, V 1 9, V 1 1 2, V I I 3 , H I I , A I Debaryomyces Izansenii vaI' fabryii A 12, AJ, A] I O, A1 1 2, A I 1 3, U3, E 12, NI I , D I I O, D 1 1 3, V4, V 5 , V6, V I I , °1 1 1 , °1 1 4, R I I , C I I A rx u la aden i n o v o rans S7, U6, U 8 , U9, Vl l l , B I I , B 1 5, B 16, DJ, D 1 8 , Q 14, X 1 5 , °1 1 , M I 1 2 76,92 8 ,66 6,73 Cryp to c o c c u s l a u ren tii 5,29 Cryp tocoCCllS albidus 2,40 a i nu l in a e a c i c l o h e xi mi d a ( 1 000 p . p . m . ) e c res cerem em 50% de glicose ( M I 1 3 , S 5 , S l l , R 4, S 1 3, S 1 4, M 1 2 , M 1 8 , H I I , K I I , Kl l l , K 1 1 2, K 1 1 3 , K 1 1 6 , K 1 1 7 , K1 1 8 , K 1 1 9, D 1 5 , D 1 6 , V 8 , R 8 , R 9 , R 1 2 , Y I I , Y 14, Y 19, Y 1 1 3, Y 1 1 7, Y 1 1 8, Y 1 2 2, Y 1 2 3 , Y 1 24, Y 12 5 , Y 12 6 , P 1 2 , P 1 5 , P 16 , R 5 , K 1 3 , K 14, K 1 7 , K 1 1 4, G 12, R 3 e R6), d e z por c res c e re m em i n u l i n a e em m e i o c o n t e n d o gli c ose 5 0 % e apresentarem brotamento ( A I 9 , B 13 , G]6, G 1 1 0, P 14, Al I , D 1 2, U I , U 2 , U 4 , U 5 , U 7 , U I O E Y 1 1 6) , dez p o r assimilarem a inulina e na presença de cicIohex i m i d a ( 1 000 p . p.m . ) , crescerem em m e i o contendo glicose 5 0 % e p o r apresentarem brotamento ( AI I l , K 1 2 , K]5 , K 1 6 , F2, X I , X 2 , X3, R I O e Yl l l ) , seis por as s i m i l ar e m a i n u l i n a, c re s c e r e m e m m e i o contendo g l i c o s e 5 0 % e apresentarem p o s i t i vidade para D B B ( X I 3 , M 17 , S 3 , A 1 5 , B I4 e B I 1 1 ), d u as por ass i m i l arem a i nu l i n a, c rescerem e m meio contendo glicose 50%, apresentarem brotamento e positividade para a reação de D B B ( GI l e B I 1 2) . A s d e z o i t o c u lt u r as d e s c r i t as c o m o Debaryomyces hansenii vaI' . fabryii d i feriram da descrição p adrão por assimilarem m-inositol, n i tr at o , c re s c e r e m a 4 0°C e a p re s e n t ar e m brotamento ( A]2, A 17 , Al I O, A 1 1 2, A I 1 3, R l l e U 3 ) , u m a p o r as s i m i l ar m - i n o s i t o l , n itrato e crescer a 40 0 C ( ° 1 1 4) , u m a p o r assi m i l ar m i n o s i t o l , n itrato, c r e s c e r a 40 0C e apr e s e n tar resultado positivo para a reação de DBB (Clt) e nove por não ass i m ilarem o m- inositol, n itrato e crescerem a 40°C (°1 1 1 , E 1 2, V I I , N] I , D I I 0, D I 1 3, V4, V 5 e V6). Das q u atorze culturas i dentifi c adas como A rxllla adeninovorans, uma diferiu da descrição p a d rão p o r a p r e s en t ar c r e s c i m e n t o a 4 0°C , a s s i mi l ar i n u l i n a e gal actitol e m o strar t e s te positivo para a reação de D B B (B 1 1 ), cinco por fermentarem a sacarose, assimilarem a inulina e o galacti t o l ( S 7 , D 1 8 , M 1 1 2, V I I e X I 5�, u ma p o r as s i m i l ar a i n u l in a, fer m e ntar a l ac t o s e , ass i m i l ar g a l a ct i t o l , a p r e s e n t a r b rotamento e resu l tado positivo para a reação de D B B ( Q I4), uma p or fermentar a sacarose, assimilar a inulina e o galactitol, apresentar brotamento e resultado positivo p ara a reação de D B B ( B I 6 ) , uma por ass i m il ar a i n u l i n a e o gala c t i t o l ( D I 7 ) , uma fermentan d o a lactose, assimilando a i n ulina e o galactitol e apresentando b rotamento (0] 1 ) e quatro leveduras apresentando fermentação da s acarose, ass i mi l ação d a i nu l i n a e galactitol e b rotamento p re s ente . Das leveduras identificadas como Clyptococcus laurentii, dez diferiram da descrição padrão por a s s i m i l arem n itrato, cres c erem e m 40oC, não Pág. 4 formarem amido e apresentarem resu ltado nega tivo para a uréia (S4, R 1 8 , S 1 2, P 1 , N 1 , N2, D]9, R7, B 17, B 1 1 0) e uma diferiu quanto a assimilação do nitrato, crescimento a 40oC, a n ão formação de amido, apresentando b rotamento e resultado negativo p ara urease ( B I 2 ) . D a s c i n c o c u l turas d e s c r i t as c o m o Cryptococcus albidus, três diferiram da descrição p adrão pela assimilaç ão da i n u l ina, crescimento a 4 0°C , em m e i o c o n te n d o g l i c o s e 5 0 % e apresentarem resultado negativo para uréia ( B I 8, K I 9 e K I I O) e duas por não assimilarem a inulina, crescerem a 40°C, em m e i o c o n t e n d o g l i c o s e 5 0 % , a p r e s e n t a r e m b ro t am e n t o e res u l t a d o negativo para uréia ( A I4, B ] 1 3 ) . A s cultu ras foram i dentifi c adas segundo a c h a v e de i de ntific a ç ã o d e s c r i t a p o r B arnett, Payne & Yarrow ( 1 9 9 0 ) . Com relação à s leveduras isol adas, o gênero Candida apresentou maio r frequê n c i a, segu i d o do Debaryomyces. A rxula e Cryp to c occus. P o d e - s e e n c o nt r a r e s t as e s p é c i e s d e l eveduras i s oladas do ar, alimentos, água, solo, animais domésticos e no homem (pele, mucosas e unhas) que fazem parte da m i c r o b i o t a n ormal ou t r a n s i t ó r i a ( A I D o ory, 1 9 8 0 ; K reger Van R ij , 1 9 8 4 ; Lodder, 1 97 0 ; R i p p o n , 1 9 8 2). ° i s o l amento d e Cryp to c o c c u s la urentii ( 5 , 3 % ) coincidiu com o encontrado por Garrison ( 1 959), Thomas ( 1 97 0 e 1 97 1 ), Walker & Ayres ( 1 970), enquanto que a espécie Cryp to c o c c us a lb idus ( 2 , 4 % ) c o i n c i d i u c o m os achados d e Paula et a I. ( 1 9 8 8 ). É interessante mencionar o i s o lamento de Candida edax (76,9%), D ebaryomyces Izansenii v aI' . fab ry i i ( 8 , 7 % ) e A rx u l a a d e n i n o v o ra n s ( 6 , 7 % ) , que c orrespondem a espécies a t é então não c itadas em manteiga por outros autores. A mai o r p arte destas espécies s ão respon sáveis pela o xi d ação e fermentação de vár ias fo n t e s de c a rb o n o , p od e n d o o c a s i o n ar a d e t e r i o r a ç ã o de p r o d u t o s (Lac a z , Porto & M ar t i ns , 1 9 8 4 ) . E m comparação aos gêneros encontrados por Paula et aI. ( 1 9 88), pode-se observar que diferem daqueles por nós encontrados, com e x ceção do Cryptococcus. 4. C ONCLUS Õ ES A s l e v e d u r a s i s o l ad as p er te n c i a m a o s gêneros : Candida. D e b a ry o myces, A rx u la e Cryp tococcus. ° gênero Ca ndi da foi o mai s n u mero s o ( 7 6 , 9 % ) s e g u i d o d e D e b a ry o m yc es ( 8 , 7 % ) , Cryptococcus (7,7%) e A rxula (6,7 % ) . Pág.5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS De um modo geral, pode-se verificar uma grande ocorrê n c i a d e l e v e d u ras n e s t e t i p o de p roduto podendo-se confirmar pela maioria das amostras analisadas o uso de práticas inadequadas de h i g i e n i z aç ão e/ou fal h a s no m a n u s e i o, proc e s samento, e mb al agem, armazenamento e matérias-p rimas de má qual idade. 5. ABS T RA C T Yea s t s a r e poten t i a l agen t s o f d e te r i o ration and the elevation of p H is of the resu l ts of its development in t h e food p roduct, w h at al l o w s t h e growt h of other m i c roorgan i s m s , including t h e pathogenic, as long as it reaches values > 4,5 . Mentioning m icrobiological s t andards to b u tter prescribed by B razil i an legisl ation, it is verified the absence of standard for this k i n d of food w h i c h s hows the l ac k of i n formation or no i n te re s t on the c on t a m i n at i o n of t h.i s p rod u c t b y t h e s e m i c roorg a ni s m s , w h o s e p r e s e n c e u s u a l l y i n d i c at e s d i s s at i s fy i n g h y g i e n i c - s a n i t a r y c on d i t i o n s , w h i c h w i l l r e fl e c t t h e s i t u at i o n o f t h e r a w m a t e r i a l , e n v i ronment a n d p e rsonnel. W i l l i n g to verify the d i versity of yeasts in b ut t e r , it w a s made t h e i s o l a t i on and i d e n t i fi cation of these c u ltures i n the l e veI of s p e c i e s , t h r o u g h t ax o n o m i c m o r p h ol o g i c ( color and s p ore p rod u ction) and p h y s iolog i c ( grow t h i n d i ffer e n t t e m pe r a t u r e s i n m e a n s c o n t a i n i n g n i t r a t e , c i c lo h e x i m i d , o s m o t i c p r e s s u r e , r e s i s t a n c e , s tarc h s y n th e s i s , fe r m e n t a t i v e c a p a c i t y , u re a s e a n d D. B . B . p roduction and assi m ilation of various sources of c arbon) p roofs . Out of forty-nine butter samples that were studied two hundred eight yeasts ( 1 00 % ) were i s o l a t e d , from w h i c h o n e h u n dr e d s i x t y ( 7 6 , 9 % ) w e r e i d e n t i fi e d a s C a n d i d a e da x , e i g h t e e n ( 8 , 7 % ) as De b a ry o m y c e s h a n s e n i i v a ro fa b ry i i , fo u rt e e n ( 6 , 7 % ) a s A rx ll l a a d e n i n o v o v a n s , e l e v e n ( 5 , 3 % ) a s Cryp t o c o C C ll S l a ll r e n t i i a n d f i v e ( 2 , 4 % ) a s Cryp t O C O C C ll S a lb i d ll s . Overal l , i t was p os s i b l e t o v e r i fy a l arge o c c u rrenc e of yeasts in t h i s kind of p roduct, w h at makes p os s i b l e to confirm t hrough t h e m aj o r i t y of s am p l e s s t u d i e d t h at i n a d e q u ate p ra c t i c e s o f h y g i e n i z a t i o n are b e i n g u s e d , a s w e l l a s s o m e f a i l u r e s i n h an d l i n g , p ro c e s s i n g , p ac k i n g , s torage a n d p oo r raw material. K e y word s : H y g i e n i c - s a n i tary s tu d y, b utter, yeasts 6. REFER Ê N C IAS B IB L I O G RÁ FICAS AL D O O RY, Y. L a b o r a t o r y M ed i c a i M y c o lo g y, 1 9 8 0 . B ARNETT, J . A . , PAYNE, R . W . & YAR ROW, D. Yeasts : Characteristics and Identification. Cambridge, Cambri dge U niversi ty Press, 1 9 8 3 . 8 1 1 p. B A RNETT, J . A . , PAYNE, R . W . & YAR ROW, D. Yeasts : Characteristics and Identificadon. 2. ed., Cambridge, Cambridge University Press, 1 9 9 0 . 1 002 p. G A R R I S O N , E . R . Lipolytic yeasts i n cream from d ai ry farms . J ournal of Dairy Science, n. 42, p. 905 - 9 1 1 1 95 9 . H A GLER, A . N . & MEN D O N Ç A - H A G LE R, L. C . A diazonium b lue B test for yeasts grown three days on yeast carbon base urea agar. Revista de Microbiologia, v. 22, n. 1 , p. 7 1 - 74, 1 99 1 . H AY E S , P . R . M i c r o b i o l o g i a e H i g i e n e d e l o s A l i m e n t o s , 1 9 9 3 . 3 69 p . H O B B S , B . C . Fo o d P o is o n i n g a n d Foo d Hygiene. 3 . ed . , 1 97 6 . ICMSF - INTERNATIONAL COMMISS ION O N MICROBIOLOGICAL S PECIFI C AT I O N S FOR FOODS. M i c r o o rg a n is m s i n fo ods : t h e i r s i g ni fi c a n c e a n d m e t h o ds o f e n u m e r a t i o n . 2. ed., 1 97 8 . v. I . J AY, J. M . M i c r o b i o l o g i a M o de r n a d e l o s A l i m e n t o s . 1 97 8 . 49 1 p. K R EG E R VAN R I J , N. J. W. The Yeas ts : a Taxonomy S tudy. Amsterdam, Elsevier S cience Public, 1 9 8 4 . LACAZ, C . S . , PORTO, E. & M A RTIN S , J . E. C. M i c r o b i o l o g i a M é d i c a . Fu n gos A c t i n o micetos e A lgas de I n teresse Médico, 1 9 84. LODDER, J . The Yeasts : a Taxonomic Study. 2. ed. , 1 97 0. M AARA - Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma A grária. Regulamentos Técnicos de Identidad e e Quali d ad e dos Produtos Lácteos . p. 3 7 , 1 99 3 . MERCOS U L/GMC/RES . nO 70/ 1 9 9 3 . PA U L A , C . R . , G A M B A LE , W. , I A R IA, S . T. & R E I S F I L H O , S . A . O c o r r ê n c i a d e fungos e m manteigas o ferec i d as ao c on s u mo p ú b l i co no m u n i c í p i o de S ão Paulo. Revista d e M i c r o b i o l o g i a, v. 1 9 , n . 3, p. 3 1 7 - 3 1 9 1 988. REIS FILHO, S . A. Determinação quantitativa de a l g u n s g r u p os de m i c r o r g a n is m os em m a n t e i g as v e n d idas em s u pe r m e r c a d os d o m u n i c íp i o d e S ão P a u l o , 1 977/1978 . D i s ' sertação p ara obtenç ão do título de mestre e m c iências dos alimentos. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1 97 9 , 5 1 p. ANAI S DO XVIII CONGRESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS R IPPON , J. W. Medicai Mycology. Philadelphia, Sau nd ers, 1 9 8 2 . THO M A S , S . B . Ps y c h r o t r o p h i c m i � r o orga n i s m s i n m a r k e t c r e a m - a r e V l e w . P a r t 1. D a i r y I n d u s t r i es , n . 3 5 , p . 7 9 8 4. 1 9 7 0 . . THOMAS, S . B . Psychrotrophic microorganisms in b u tter - a review. Part 11. Dairy I ndustries, n. 36, p. 1 45 - 1 50 1 97 1 . WAL K E R , H . W. & AYR E S , J . C . Yeasts as s p o i l ag e organ i s m s . I n : T h e Yeas ts , V. 3, Yeast technology, p. 464 - 527 1 97 0 . ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UMA B EBIDA LÁCTEA FERMENTADA À BASE DE SORO DE LEITE FORTIFICADA COM FERRO* Elaboration and evaluation of an iron fortified whey based lactic fermented beverage M á rcia Regina d a Sil va 1 ; Célia Lúcia d e Luces Fortes Ferrei ra2 Neuza M aria Brunoro Costa3; J uliano Magal h ães4 RESUMO Elaborou-se uma bebida Láctea fermentada à base de soro de queijo, fortificada com ferro aminoácido quelato, e avaliaram-se as características físico-químicas, microbiológicas, n utricionais e sensoriais. O produto consistiu de soro de queijo (24, 8 % ) , tratado a 7 2oC, adicionado ao leite ( 5 8 %) , previamente aquecido a 8 3 0 C , ambos por 3 0 minutos, sendo, posteriorm e n t e , fermentados por c u l tu ras l á t i c as ativad as de i og � r � e ( Strep to c o c C ll S thermophilllls e Lactobacilllls delbrileckii ssp. blllgariclls a 0, 8 % ) e adlciOnados d e cultura prob i ótica ( Lactobacillus acidophilllS a 1 ,2 % ) . Foram acrescentadas à mistura fermentada polpa de fruta (7,0%) e sacarose ( 8 , 2 % ) . A esse produto, foi adicionado ferro aminoácido quetato (0,0002 % ) . As análises realizadas no p roduto fortifi c ado, armazenado a 5°C, por sete dias, revelaram ser este um produto estável, adequado ao consumo humano, de elevado valor nutritivo, com teor de ferro de 4, I mg/80mL. Verifi cou-se, também, ter ele boa aceitação por pré-escolares (faixa etária para a qual o produto foi idealizado), com média de 7 , 1 , correspondendo a 7 8 % do v alor máximo da escala hedônica faci a l de três pontos , representado p e l a categoria "gost e i e xtremamente". O p roduto apresentou- s e como u m adequado veículo ali mentar p ara s u p lementação c o m ferro. Palavras-chave : Fortificação, Ferro Aminoácido Quelato, Soro de Queijo, Probióticos, Fermentados Lácteos . 1. INTRODUÇ Ã O A experiência de p aíses que desenvolvem ações no c am p o de errad i c ação das c arênc i a s n u t r i c i on a i s b a s e i a - s e n a fort i fi c aç ã o d e * 2 3 4 alimentos q u e fazem p arte do hábito ali mentar .e que s ão con s u m i dos em l arga e s c a l a p e l a s p op ul a ç õ e s , c o m o fari n h a de t r i g o , s a l , leite, Parte d o trabalho de t e s e apresentado a U F V para satisfazer os requerimenfos para obtenção d o título d e Magister Scientiae.Departamento d e Tecnologia d e Alim entos - Universidade Federal de Viçosa. D ou torand a d o Curso de Ciência e Tecnologia de A l i mentos - ds6831 @ correi o . u fv.br Professor Tit u l ar - DTA/UFY. Professor Adj unto - DNS/UFV. A l u no de Iniciação Científica - DTA/UFY. Pág. 6 Pág. 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS g lu tamato monossódico e açúcar. Entretanto, a fo rti fi c a ç ão deve s e r c o n s i derada u m i n s tr u m e n t o n ão s ó p a r a c o r r i g i r as d e fi ci ê n c i as existentes, mas também para garantir à população a i ngestão necessária d e s s e s m i cronutriente s . M u i t o s e s tu d o s s a l i e n t a m a i m p o r t ân c i a d e encontrar veículos alimentares adequados p ara fortificação (VA NNUCCHI et aI . , 1 99 2 ; N UTTI et aI . , 2000 ) . A adição c o m p lementar de n utrientes a o l e i te t e m s i d o e st u d ad a e r e c o m e n d a d a , e m v i rt u d e d e s u a c o n t r i b u i ç ão n o c o m b at e a deficiências nutricionai s graves de populações, c uj a d ieta não permite o s uprimento adequado d e a l g u m n u t r i e n te e s s e n c i a l ( A S H ME A D e N A ME , 1 9 94) . Em um e s t u d o real i z a d o na Arge n t i n a , PELLEG R I N O e t aI . ( 1 9 9 6 ) t e s t aram e , e m s e g u i d a , rec o mend aram a u t i l i zação d e l e i te fermentado como veículo de suplementação com fe rro . N o B ras i l , p e s q u i s as têm t a m b é m d e m o n s t r a d o a e fi c á c i a d e p r o d u t o s l ác t e o s fortificados c o m ferro (FISHBERG et aI . , 1 99 5 ) . S HA R A RE H & M c M A H O N ( 1 9 9 7 ) n o s EUA, fortificaram iogurtes c o m formas quelatas e não quel atas de ferro e veri fi c aram o e feito destes c o mp o s tos no cresc imento d e bactérias patogênicas e na qualidade sensorial do produto. O s p r o d u t o s l ácteos fermentad o s s ão de alto valor n u tr i c i onal e de grande a c e i tação, d e v i d o às c a r a c t e r í s t i c as s e n s o ri ai s q u e apresentam. O s leites fermentados res ul tam d a fermentação d o s u b s t rato p o r bactérias ácido l át i cas . Esta ferme n t a ç ã o pode ser d e fi n i d a como o processo metabólico no qual mudanças q uímicas s ão desen v o l vidas nos c o m p o n entes o r gâ n i c o s do l e i te , q u a i s s ej a m , p ro t e í n a , c a rb o i d ra t o e g o rd u r a , a t r a v é s d a a ç ã o d e e n zi mas e l ab o ra d a s p elas bactérias l át i c a s ( DELLAG LIO et aI . , 1 99 2 ) . A fe r m e n t a ç ão d o l e i te p o r c u l t u ra s " s tarters " que contêm o Strep to c o c c u s tlzermoplz ilus e o Lactobacillus delbriieckii subsp b u lgari c u s, originam o i o gurte . Este pro d u t o p o d e t a m b é m s e r v e í c u l o de outras bactérias , como o La ctobacíllus ac idoplz ilus, adicionado após a sua elaboração, na fase de resfriamento (FERR E I R A , 1 99 6 ) . A n o v a geração de l e i te s fer m e n t a d o s utiliza b ac t é r i a s l át i c as c o m c ar a c t e rí s t i c a s fi s i o l ó g i c a s e m e t ab ó l i c a s e s p e c ífi c a s , e m p a r t i c u l a r , a q u e l as c o m p r o p r i e d a d e s terap ê u t i c a s c o m o as de B i fi d o b a c t e r i u m d e o r i ge m h u m a n a , L a c t o baci lllls a c i doplz ilus e Lactobacillus casei, despertando maior interesse dos consumidores . As características nutricionais e p r o b i ó t i c a s d e s s e s p ro d u t o s , i nd uzem modificações e infl uências positi vas na ecologia i ntestinal, além dos e feitos anti-carc inogênicos e r e d u ção dos n í v e i s d e c o l e s t e r o l s é r i c o ( DELLAGLIO et aI . , 1 992) . A tu al mente, têm s i d o e l ab orado s l e i tes fermentados de boa qualidade n u tricional, pela adição de soro de queij o à formulação. O soro de q u e ij o é um s u b p ro d u t o r i c o em c o m po n e n t e s v a l i o s o s c o n t e n d o e l e v a d o t e o r de n u t r i e n t e s , como v i t a m i n as d o c o m p l ex o B , m i n e ra i s , l ac t o s e e p ro t e í n a s d e a l t o v a l o r biológico. O seu aproveitamento é de i m portâ n c i a p ara a e c o n o m i a n a c i o n a l , e tem s i d o m u i t o u t i l i z a d o c o m o a l i m e n t o p ar a animais e, também, para o homem (FREEMORE, 1 9 9 7 ; C A MElO e t a ! . , 1 9 9 9 ) . C o n s i d e r a d o u m a f o n t e e c on ô m i c a d e proteínas, o soro oferece u m a série de benefícios fu n c i o n a i s , c o m a p l i c a ç õ e s na i n d ú s tr i a de ali mento s . Sua utilização em fórmulas i n fantis, d i e t as e s p e c i a i s , p ro d u t o s d e p a n i fi c a ç ã o , p ro d u t o s l ác t e o s e m i s t uras e m p ó i n d i c a a tendência de ampliação de seu uso na indústria de g ê n e r o s al i me n t íc i o s , c o m c o n s eq ü en te aumento na demanda e d ivers i ficação de s u a a p l i c aç ão (FREEMORE, 1 99 7 ) . A s s i m , a fer m e n tação d o s o ro c o n s t i t u i u m a a l t e r n a t i v a p a ra s u a u t i l i z a ç ã o , o q u e c o n t r i b u i p a r a red u z i r p ro b l e m a s a m b i e n t a i s causados p e l a e l i m i n ação deste s u bproduto e m e fl ue n te s e , ao m e s m o t e m p o , p ara e l ev a r o valor nutrici onal d a d ieta. Esse produto, adicionado de p o l p a de fruta natural, constitui um a l i m e n t o ou v e íc u l o p r o m i s s o r para s e r fo rt i fi c ad o c o m ferro . A s v i ta m i n as A e C , naturalmente presentes na fruta, e o baixo p H da bebida podem ainda favorecer a biodisponi bilidade do ferro e promover uma melhor oferta n u t ri c i o n a l . Este trabalho teve p o r finalidade elaborar e avaliar uma bebida Láctea fermentada à base d e s o ro d e l e i te fo rt i fi c a d a c o m ferro a m i noácido quelato, adicionado de culturas de bactérias ácido-Iát i c as (Strep t o c o cCll S th e rm op lz illus, L a c to b a c i l l u s delbrü e c k í i s s p b u lg a r i c u s e Lactoba cílllls a cidoplzílus) visando sua aplica bil idade como veículo para s u p lementação com ferro para crianças em idade p ré-escolar. 2. MATERIAIS E M É TOD OS A b e b i d a L á c t e a fo rt i fi c ad a foi p r o d u zida na U s i n a - Pi l o to de L at i c í n i o s d a U n i ver s i d ade Federal de Viçosa, Viçosa, M i nas Gerai s . Para s u a p rodução baseou-se no processamento na ma n u fatura do i ogurte batid o , de acordo fab r i c aç ã o o m FE R R E I R A ( 1 9 9 6 ) . C a d a ondendo corresp produto, o d 45L a ndeu correspo a sete l otes . � 2. 1. Composição da b eb id a fer m e n t a d a e fortifi c a d a láctea U t i l i zo u - s e o ferro a m i n o ác i d o q u e l ato, Ferrochel ( A l b ion Laboratories, Inc.), contendo 200 mg Fe/g. Foi estabelecido u m teor de 3 mg de ferro p o r 80 mL do p r o d ut o . Val o r correspondente a 3 0 % da recomendação d i ária para p ré-escolares ( 1 0 mg - N R C , 1 98 9 ) . Tab e l a 1 . C o m p o s i ç ão d a b e b i d a l ác te a fermentada à b ase de s oro de leite forti fi cada c o m ferro ami n oá c i d o quelato . 24,8 8,2 7,0 S acarose Polpa de manga Cultura S . thermophilus + L. bulgaricus Cultura L.acidophil us Ferrochel (200 mg Fe/g) 0,8 1 ,2 0,0002 As c u l t uras u t i l i zadas foram o bt i d as d o B anco de C u l turas do Laboratório de Culturas Lác t i cas do D e p artamento de Tec n o l o g i a d e A l i me n t o s d a UFV. A p o l p a d e m a n g a p asteurizada foi fornecida p e l a Empresa TIAL - Tro p ical I n d ú s tri a de A l i me n to s , S . A . ( R i o B ranco, M G ) e o leite cru, p adronizado a 3 , 2 % d e g o rd u r a , o b t i d o n o L at i c í n i o - E s c o l a d a Funarbe/UFY. 2.2. bebida da Elaboração fer m e nt a d a e for t i fi c a d a láctea O fluxograma de produção da bebida láctea fermentada e for t i fi c ada e s t á apresentado n a Figura 1 . 2.3. Ava l i a ções fís ic o - q u ím i cas A bebida foi avaliada nos tempos O, 1, 5 e 7 dias de estocagem a 5°C p ara verificação do potencial hidrogeniônico - p H (AOAC, 1 9 84) e valores de acidez do produto em termos de ácido l ático, segundo M anual de N ormas A n al íticas do I N S T IT U TO A DOLFO LUTZ ( 1 9 8 5 ) . Figura 1 - Fluxograma de produção da bebida l áctea fermentada e forti fi c ada. 2.3.1. Composição centesimal da b ebida láctea As análises da composição centesimal do produto p rocederam-se e m t ri p l i c at a e foram r e a l i z ad a s n o s L a b o r at ó r i o s d e A n á l i s e d e A l i me n t o s d o D N S e N u tr i ç ão A n i m a l d a U n iversidade Federal de Viçosa, Minas Gerais . C o mpreend eram d etermin ação d a u m i dade d o produto ( A d o l fo Lutz, 1 9 8 5 ) ; t e o r de p roteína através do método KJELDA H L (AOAC, 1 984) ; l i p ídeos p o r l e itura b u t i ro métrica ( L A N A R A , 1 98 1 ) ; cinzas ( Adolfo Lutz, 1 98 5 ) ; carboidratos p o r meio da d i ferença percentual da s oma dos demais nutri entes: proteínas, l ipíd e o s , cinza e . u m i d ad e ; c á l c i o e ferro p o r espectofotometria de abs orção atômica ( A O A C , 1 9 84 ) ; vitamina A ( MANZ e PHILIPP, 1 98 8 ) e vitamina C (LAN et a I . , 1 9 84) . . 2 . 4. A n á li s e s m ic r o b i o l ó gicas As análises microbiológicas foram realizadas em d u p l i cata aos sete d i as de e s t o c agem d o Pág. 9 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS p roduto a 5 ° C . A v i ab i l i d a d e d a s b ac té r i a s l áti cas n o p rod u to foi d e termi n a d a p o r m e i o d e c o n t a g e m e m p l a c a s , u t i l i z a n d o- s e o m e i o de c u l tu r a M R S ( DE M A N , R O G O S A E S HA R P ) segundo LAN A R A ( 1 9 8 1 ) ; f u n g o s fi l a m e n t o s o s e l e v e d u r a s for a m real izadas d e acordo com L A N A R A ( 1 9 8 1 ) ; c o n t a g e m d e c o l i fo r m e s t o t a i s r e a l i z a d a c o n forme t é c n i c a d o n ú m e ro m a i s p ro v á v e l (NMP) ( A P HA, 1 992). 2.5. Análise sensorial o teste de aceitaç ão para a bebida l áctea fermentada e fortificada, foi aplicado a um painel de 63 cri anças em idade pré-escolar de acordo com t é c n i c a s c it ad as por M O R AE S ( 1 9 9 3 ) ; SEVERO ( 1 99 5 ) e D A S S O ( 1 99 6 ) . Util izou-se uma escala hedônica facial de três pontos, sendo dois extremos e um neutro, conforme Figura 2 . O s pontos extremos corres pondem à s respostas positiva (máxima) e negativa (mínima), ou seja gostar e desgostar, respectivamente, e o ponto neutro indica indefinição no j u l gamento. Data: Figura 2.6. , , __ __ __ 2 m Modelo de ficha de escala hedônica faci a l . A nálises estatísticas Tes t o u - s e o modelo de regres s ão l inear pelo software S AEG, das variáveis p H e acidez, como funções do tempo de estocagem da bebida fortifi c a d a . decorrer dos 7 d i as de e s tocagem, at i n g i n do valores que variaram de 4, 3 1 a 4,00. A atividade metab ó l i c a das bac térias está rel a c i o n ad a c o m o v a l or d e pH que pode favorecer um determinado grupo em detrimento d e o u t ro . Em se t r a t a n d o d e fer m e n t a ç ão utilizando-se c u l tura de iogurte , após a inocu l a ç ão , b a c té r i as d o g ê n e ro S t r ep t o c o c c u s , cres c e m rap i d am e n t e n o i n íc i o d o p ro c e s s o m a s , devido a sua sens i b i l idade à acidez, estas s ão s ob r e p uj ad a s p e l o s L a c t o b a c i l l u s , q u e t o l e r a m p H m a i s b a i x o, c ar a c t e r i z a n d o o s fen ômenos denomi nados s i mbiose e antibiose (FERR E I R A , 1 99 6 ) . A acidez n o período de 7 dias de estocagem, variou de 0,67 a 0,93% de ácido láctico. Valores compreendidos pela faixa de 0,6 a 2,0%, que é a recome n d a d a p ar a l e i te s c u l t i vados ou fer mentados segundo LER AYER et aI. ( 1 99 8 ) . A acidez exerce grande infl uência sobre os atri b u tos de q u a l i d a d e dos p ro d u to s l ác teos fermentados e sendo este um dos fatores que l i m i t a uma maior aceitação dos mes mos , sua v a r i a ç ã o foi aco m p a n h a d a e av a l i ad a n e s s e e s t u d o . A s c r i a n ç a s , e m g e r a l , s ão m u i to s e n s íve i s q u a n to ao a s p e c to g u s tativo e u ma a c i d e z m u i t o e l e v a d a do p rod u t o p od e r i a p rej u d ic a r s u a a c e i ta ç ão . En tretanto, mesmo com um valor de 0,93% de ácido lático, o produto teve boa aceitação pelas crianças. O a u m e n t o d a ac i d e z t i t u l áv e l é d i re t a m e n t e p roporc i o n a l ao t e m p o d e armaze n a m e n to . E m e x p e r i men tos v e r i fi c an d o a qualidade de iogurtes, autores concluíram que as m u d a n ç as na a c i d e z do p rod uto ocorre m em m a i o r ou menor grau , d e p e n d e n do d o v a l or inicial da temperatura de refrigeração, do tempo d e a r m a z e n a m e n to e do c o m p o r t a m e n to e características das culturas utilizadas ( MOREIRA et a I . , 1 99 9 ) . Segundo D E M I AT E e t . al . ( l 9 9 4 ) , a fermentação l ática promove i ncremento de 50% nos teores de v i tamina B6 e B 1 2, a u mento de vitamina C, ácido fólico e colina (acima de 1 00%), sendo mais amenas as mudanças em relação às outras v i tami nas . A maior d igesti b i l i d ade das proteínas e gorduras e a melhor utilização de alguns cátions no metabol i s mo h u m ano, e x p l ic am o grande valor dos p rod utos l ácteos fermentados na nutri ção humana. Todas e s s as mod i fi c ações b e né fi c as e v i d e n c i am maior valor n u tr i c ional dos lácteos fermentados em relação ao leite. Estudos clínicos mostraram que o cálcio é melhor absorvido em leites fermentados (na forma de lactato) do que em leite "in natura" (na forma de caseinato), uma vez que a presença de ácido aumenta a absorção deste mineral e melhora a digestibilidade de proteínas (HITCHINS e McDONOUGH, 1 989). :: I � 0.9 ti :;::!. :;: 0,6 0,3 Tempo d e cstot:ugcrn (dias ) Figura 3b - Variações de acidez como função do tempo de estocagem em 7 dias a 5°C. A s equações de regres s ão mostraram significativamente as variações do p H (p<0,05) e da acidez (p<O,O l ), respectivamente, no decorrer do tempo de armazenagem do produto, indicando a redução do pH e aumento da acidez em conseqüência da produção de ácido pelas culturas láticas . A prod u ção de ácido l át i co, s u b s tâ n c i a caracterís t i c a d e todos o s l e i te s fermentados, age como p r e s e r v a t i v o n a t u ra l , a l é m de tornar os componentes do leite mais d igeríveis favor e c e n d o os i n d i v íd u o s a c l o r í d r i cos ( S A B O YA et aI . , 1 99 7 ) . O v al o r n u tr i t i v o do p ro d u t o l ác t e o fermentado, bem como o s percentuais de ade quação dos nutrientes, de acordo com a N R C ( 1 9 8 9 ) p a r a pré-escolares, estão apresentados na Tabela 2. Os resultados indicaram que o teor de ferro p r e s e n t e e m 8 0 mL do p ro d u t o forti fi c ado forn e c e u 4 1 , 5 % d as reco m e n d a ç õ e s d e s te mineral para crianças em idade pré-escolar. E a adição de polpa de manga pasteurizada favoreceu o acrés c i mo de e s t i m u l adores da absorção do ferro como as vitaminas A e C, além do meio aci d i ficado pelas bactérias . Tabela 2 3.2. A ná l i s es M i c r o b i o l ó g icas 3.2.1. Viabilidade das bactérias láticas A Tabela 3 apresenta os valores totais dos microorganismos viáveis ( UFC/mL) encontrados . Tabela 3 - C o n t a g e m t o t a l de m i c roor g a n i s mo s v i áv e i s ( UFC/mL) e m amostras dos 7 lotes de fabricação da bebida Láctea LOTES II III IV V VI VII 1 ,5 3 1 ,5 6 1 ,7 8 1 ,97 0,77 2,98 I x 1 08 X 1 08 x 1 08 X 1 08 X 1 08 x 1 08 x 1 08 - Composição centesimal da bebida láctea e percentuais de adequação de 80 mL para pré escol ares, segundo NRC ( 1 9 8 9 ) . 3.RESULTA D OS E DIS CUSS à O 3 . 1 . A n á l is e s fís i c o - q u ím i c as ( p H , a c i d e z e c o m p os i ç ã o c e n tes i m a l ) A s F i g u r a s 3 a e 3 b , res p e c t i v a m e n t e , il ustram a variação do p H e da �c idez titulável das amos tras d a b e b i d a l áctea fermentada e fortificada, armazenadas por 7 dias à temperatura de 5°C. A variação do pH das amostras foi de acordo com o esperado, abaixando gradati vamente no TelllJo de cstoC<l!F111 (dias) Figura 3a - Variações de p H como função do tempo de estocagem em 7 dias a 5°C ENERGIA (Kcal) UMIDADE (g) PROTEÍNA (g) LIP ÍDIOS (g) CARBOIDRATOS (g) MATÉRIA MINERAL (g) CÁLCIO (rng) FERRO (mg) VITAMINA A (RE) VITAMINA C 79,32 8 1 ,84 2, 1 2 1 ,8 1 3 ,66 0,58 67,0 63,45 65,47 1,69 1,44 1 0,96 0,46 53,60 "/9,93 63,94 5,19 4,15 7, 1 6,7 41,50 1 2,78 11 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVI II CONGR ESSO NACIONAL D E LATICÍNIOS ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Na contagem total das amostras analisadas, prevaleceu a ordem de 1 08 UFC/mL. A população m icrobiana total não d i feriu entre as amostras , conforme valores apresentados . Os resultados estão de acordo com dados de referência da literatura que preconizam que todos os microorganismos produtores da fermentação láctica devem ser viáveis e estar presentes no produto pronto em quantidades mínimas de 1 06 UFC/rnL (LERAYER et aI . , 1 99 8 ) . Em estudos realizados por LANGHENDRIES et aI . , ( 1 99 5 ) , foi utilizado u ma fórmula láctea fermentada por StreptococCll S the rmoplz i l lls e L a c to b a c i l l u s Iz e l v e ti c u s contendo 1 06 b i fidobactérias v iáveis adicionados p or grama do p roduto p ara verifi c ação dos e fe itos deste t i p o de c u l t ura l á t i c a na compos i ção da flora fecal de l actentes , obtendo resultados positivos . Os produtos lácteos fermentados contêm não só lactobacillus viáveis, mas também ácido lático e substancias antibióticas, que recompõem e controlam a flora intestinal pela inibição do crescimento de organismos indesejáveis, incluindo os envolvidos nas diarréias infanti s . As bactérias ácido-Iáticas mais c itadas como adj untos dietéticos benéfi cos s ão Lactobacillus acidophillllS, Lactobacillus casei e B�fidobacterilll1l b�tldulll, por possuírem caracte rísticas especiais que garantem seu crescimento e sobrevivência no trato intestinal (REDDY et aI., 1 988). E s t a s b a c t e r i a s l an ç am ao m e i o s e u s metab ó l i to s , p r i n c ip al mente á c idos orgâ n icos como lático e acético, além de outras substâncias de e fe i t o a n t agon i s ta à p at ó genos e o u t ros microrgani smos indesejáveis como peróxido de hidrogênio e bacteriocinas (FERREIRA, 1 9 9 8 ) . 3 . 2 . 2 . C o n tag e m d e fu ngos fila m e n to s o s e leveduras e coliformes totais Todos os res u ltados para as contagens de fungos fi l amentosos e l evedu ras no p rod uto, encontraram-se ab aixo de 1 03 UFC/mL, v alor máx i mo permitido p ela legislação nac ional em vigor para leites fermentados segundo LERAYER et a! . ( 1 99 8 ) . E a contagem de coli formes totais apresentou resultado < 3 NMP por mL, estando o produto, portanto, adequado ao consumo humano (B RAS IL, PORTARIA n° 45 1 /97, DINAL, MS). B oas práti cas de fabricação, utilização de matéri a - p r i m a selec ionada e armazen agem refrigerada adequada, garantem a obten ção de produtos compatíveis com a legislação brasileira, seja no âmbito industrial ou no comercio varejista. 3.3. Análise sensorial O p rod u t o a n a l i s ado s e n s o r i a l m e n te apresentou média de 7 . 1 , correspondendo a 79% d o valor máximo da escala hedônica facial de três pontos, representado pela categoria "Gostei extremamente" , portanto de elevada aceitação. O ponto máxi mo da escala hedônica facial r e p re s e n tado p e l a e x p re s s ão " G o s t e i e xtre mamente" foi i n d i c ado por 78% d as cri anças . O ponto neutro "Indiferente " e o ponto mín i mo "Desgostei extremamente" , foram indicados por 1 3 e 9% das crianças , respectivamente. Pelos res ultados obtidos, verifi cou-se que a acidez do produto bem como o ferro adicionado não interferi ram na aceitação do mesmo pelas crian ças , demonstrando que as características sensoriais do produto foram adequadas . E s t e s r e s u l tados foram s i m i l ar e s aos encontrados por SEVERO ( 1 99 5 ) , que avaliou a aceitação de uma bebida fermentada a base de soro de l e i te e a d i c i o n a d a de Lactobac i l l u s acidophilus com crianças d e ambos os sexos, na fai xa etária de 9 a 1 1 anos . 4. C ON CLUS Õ ES As análises físico-químicas, microbiológicas, nutricionais e sensori ais do produto fortificado armazenado a 5°C durante 7 dias , revelaram ser este um produto estável, adequado ao con s u mo humano, com elevado teor de ferro (4, 1 mgl 80 mL) e de boa aceitação, situando-se na categoria " G o s t e i e xt r e m am e n te" da e s c a l a h e d ô n i c a, corre s p on d e n d o a 7 9 % em rel a ç ão ao v al o r máximo da mesma. O teor d e ferro p re s e n te e m 80 mL do p rod u t o for t i fi c ad o for n e c e u 4 1 , 5 % d a s recomendações deste mineral p ara cri anças e m idade pré-escolar. A elaboração da bebida láctea fermentada e fort i fi c ada com ferro a m i noác i d o q u e l ato, a p re s e n t a - s e como um a d e q u ado v e í c u l o alimentar p ara forti fi c aç ão, a l é m de favorecer a s a ú d e , através d a m a n u t e n ç ão d e uma microbiota intestinal desejável dos consumidores do produto, por este carrear cul turas de bactérias ác i do- I á t i c as ( Strep to c O C C l/ S tlz e rm op lz i l l ll s , L a c to b a c i ll u s de lbrll e c k i i ssp bll lg a ri c l/ s e Lactoba ci lllls a cidop h i lu s ) . 5. ABSTRACT A n i ron for t i fi e d w h e y b a s e d l ac t i c fermented beverage was developed. The product consisted of whey (24. 8 %) , pre-heated at 72oC, added by milk ( 5 8 % ) , pre-heated at 8 3 0C , both for 30 minutes, and fermented with yogurt lactic c u l t u r e s (Strep t o c o c C ll S t h e m op lz i l u s and L a c to b a c i ll u s de lbru e c k i i s s p b u lga ric lls at 0.8%) and added by p ro b i o t i c c u l t ure (Lacto b a c i l u s a c i dop h i l ll S a t 1 . 2 % ) . T o this fermented mix ture, fru it pulp ( 7 . 0 % ) , s u c rose ( 8 .2%) , and iron amino acid chelate ( 0 . 0002% ) were added. Physic-chemical, microbiological, nutritional and sensorial analyses were c arried out after the product has been stored at 5°C for 7 days . The product showed was stable, adequate for human cons u mption and of h i g h nutritive value, w i t h 4. 1 mg i ron/8 0mL portion. I t also had a good acceptance by pre-school · c h ildren, w i th average s core of 7 . 1 , w h i c h rep re s en t s 7 8 % o f t h e maximum score i n a facial hedonic scale of t h ree points or category "Extremel y l i k e d " . T h e p rod u c t s ho w e d to b e an ap p ro p r i a t e food v e h i c l e for for t i fi c a t i o n . A d d i t i o n a J 1 y , i t m a y favor t h e c on s u m ers health, by m ai nt a i n i n g a des i r ab l e i nt e s t i n al m i c rob i ot a , d u e to t h e p r e s e n ce of l a c t i c b a c te r i a s ( S trepto c o c c u s t h e rm op h i l l u s , L a c toba c i l l u s d e l b r u e c k i i ssp b ll lg a r i c u s e Lactoba cillus a c idophi lllS) . 6. REFER Ê NCIAS B IB L I O G RÁFICAS AMERICAN P UBLIC HEALTH ASSOC I ATION - APHA. For the e x a m i n a t i o n o f d a i r y produ cts . 1 6 th edition, Wash i n gton . ASHMEAD, D . , NAME, 1 . 1 . O uso de mi nerais q u e l atos n a for t i fi c aç ão de a l i me n t o s . 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P2 . ; MART I N S, A. 0 . 0 1 • RESUMO Esporos de Bacillus sporotlzermodllrans CCT6247, importantes na qualidade de leite U AT, foram avaliados quanto à adesão em cupons de aço inoxidável e resistência a sanificantes químicos, em condições de uso simulado, utilizando um modelo de linha de circulação de leite, em 2 3 Correspondência: n andrad e @ m ai l . ufv.br Apoio fin anceiro: CAPES MS e m Ciência e Tec n o l og i a de A l i mentos. Professores DTA/UFV, Viçosa, MG. Professora/Pesquisad ora d a EPA MIG/ILCT, Juiz d e Fora, MG. aço inoxidável AISI 304. Seis cupons de prova, sendo dois em formato de cotovelo 90°, dois em cilíndrico e dois em T foram inoculados com uma suspensão, em tampão fosfato, 0,3 1 M em p H 7 ,O±O, 1, contendo cerca de 1 ,Ox 1 05 dos esporos por 1 2h a 3 0°C. A quantifi cação dos esporo s foi fei ta e m três dos seis c u p o n s após rins agem com tampão fos fat o , durante 15 minutos, plaqueando diluições adequadas por espalhamento superfi c i al em ágar B HI e incubação a 37°C/24h . Depois, os seis cupons foram conectados, em pontos específi c o s , no m o d e l o u t i l i z a d o . S i m u l o u - s e u m p r o c e s s o de s a n i fi c aç ã o , c i rc ul a n d o - s e 1 5L d o s sanifi c antes por 1 5 m i n o a uma velocidade de 1 ,5 m/s à temperatura ambiente (20-25°C) pelas tubulações . Verificou-se que não houve diferença ( P30,05) na adesão entre os cupons e o l o g l o do n úmero de esporos aderidos p o r c m 2 foram, respectivamente, 4,0 1 , 3 , 8 8 e 4,03, correspondentes a 3 , 9 3 , 2 , 5 5 e 4,46% de adesão. Nenhum dos sanifi cantes obteve 3 R e d u ç õ e s D e c i m a i s ( R D ) na p o p u l aç ã o de e s p o r o s , v a l o r s u gerido na aprovação de sanificantes, atuando s obre microrgani s mos aderidos. Não houve diferença (P30,05) entre os sanifi cantes, com exceção do hipoc1orito de sódio a 1 00 mg/L de Cloro Residual Total (CRT), em pH 9,45, que apresentou a menor efi ciência ( l ,57RD) e também não se observou influência dos cupons na ação dos sanifi cantes. Os números de reduções decimais obtidos, em ordem descrescente, foram 2 , 84;2,77 ; 2,67 ; 2 ,47 ; 2,43, e 2,26RD p ara as soluções de hipoc1orito, contendo 1 00 mg/L em pH 7 , 0 ; as soluções de c10ramina orgânica, contendo 1 00 mg/L , em pH 7 , 1 8 ; de h i p o c1orito, contendo 1 00 mg/L, e m pH 8 , 0 ; de c1 0ramina orgânica, contendo 60 mg/L, em p H 7, 1 8 ; de ácido peracético a 60 mg/L em p H 3 ,4 e de ácido peracético a 30 mg/L, em pH 3,7, respectivamente. Portanto, os resultados sugerem que o uso de hipoclorito corrigido p ara pH 8,0 ou 7,0 pode ser escolhido sem prejuízo da e ficiência do processo de higienização, além de apresentar menor custo. Palavras-chave: A desão de esporo s ; Bacilllls sporothermodllrans; S anificante s ; Uso simulado; Leite U AT. 1. INTRODUÇ Ã O Bacilllls sporothermodurans é uma especle mesofílica estritamente aeróbia, descrita recen temente (PETTERSSON et aI. 1 996). Esta espécie é caracterizada pela produção de esporos altamente resistentes ao calor (cepas EARC), que geralmente sobrev i vem ao tratamento térmico U AT ( Ultra Alta Tem p eratura) d o l e i te , p o d e n d o s ub s e qüentemente germinar e repro d u z i r d urante a estocagem (HERMAN et aI, 1 99 8) . E s te m i c r o r g a n i s m o fo i i s o l ad o p e l a primeira v e z em 1 9 85 em leite U AT na Itália e Á u s tria ( H A M ME R et aI. 1 99 5 ) . No B rasi l , a partir de maio de 1 997 passou a ser constatada a sua presença no leite U AT pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF)/ MAR A (Ministério da Agricultura e Reforma Agrária) (ZACARCHENCO e LEIT à O, 1 999). Foi detectado também em leite evaporado e l eite reconstituído ( KLIJN et aI , 1 997), mas, não há registros de problemas na distribuição e no c o n s u mo d e s s e s p r o d u t o s em rel ação ao B . sporotlzermodllrans. No entanto, j á se verificou d e s e n v o l v i me n t o d e c o l o r a ç ã o r ó s e a e c o a g u l ação i n d uz i d a p e l o c a l o r e m p ro d u to s envasados e m garrafas de p l ástico ( H AM M E R et aI . 1 99 5 ) . A s pouc as referências b i b l iográficas sobre B. sp o r o th e rm o du r a n s , n ão e v i de n c i am q u e este microrganismo sej a p atogênic o ( H A MMER et a I . 1 99 5 ) . Pesqui s a recente reali zada p o r Z A C A R C H E N C O e t aI . ( 2 00 0 ) e v i d en c i ou , e m l aboratório, q u e a m a i o r i a das c e p a s i s o ladas d e a m o s t ra s c o n t a m i n a d as de l e i te U AT, p r o d u z i d o nas regiõ e s S u l , S u deste e Centro O e s te d o B ra s i l , a p re s e n t o u c a r a c t e r í s t i c a s morfológicas e b ioquímicas típicas de Bacillus sp o ro t lz e rm o du rans. c o n fo r me r e l a t a d o p o r P E T TE R S S O N e t a I . ( 1 9 9 6 ) . M a s h o u v e e x c eção n o s testes d e fermentação de glicose, onde a maior parte das cepas isoladas evidenciou fermentação tardi a da glicose (7 dias ) . Q u a n d o e s p o ro s d e B a c i l / u s sp o ro tlz e r modllrans estão p resentes no leite U AT, devido a sua alta res istência ao calor, p odem contribuir para o aumento do número de mesófilos aeróbios e u l tr a p a s s ar o p adrão e x i g i d o p e l a P ortaria n O 3 7 0/9 7 d o M in i s téri o da Agric u l tu ra, que estabelece o valor máximo de 1 ,0 x 1 02 UFC/mL p ara es te produto (B R A S IL , 1 99 7 ) . A s fontes de contaminação e o processo de contaminação de B . spo ro thermodurans não e s t ã o c o m p l et am e n t e e l u c i d ad o s . P arece p rovável que os esporos contaminam o leite cru ainda n a fazen d a , orig i n ários talvez d e ração Pág. 1 4 Pág. 1 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONG RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS animal . Também, há a p o s s i b i l idade de que a contam i n ação o corra d u rante o transporte o u n a área d e p r é - p ro c e s s am e n t o d o l e i te ( PETTERSSON et aI. , 1 996). Estudos realizados em fábric as da Europa, que apresentavam pro dutos contaminados com B. sporotlzermodurans, detectaram a presença des tes m i c rorganismos em quase todos os tipos de equipamentos p ara process amento do leite UAT (HAMMER et aI. 1 9 9 5 ) , o q u e s ugere a p o s s i b i l i d ade d e s te s m i crorgan i s m o s aderi rem à s u p er fí c i e de equipamento s . Uma s u p erfície m a l h i g i e n i z ad a m a i s a c a p a c i d a d e de adesão de um m i c rorgan i s m o p o de m s e t o r n ar u ma fo nte p ot e n c i a l de contaminação e levar a formação de biofilmes. Este, uma vez formado, é de d i fícil remoção, sendo importante evitá-lo nos processos iniciais, antes que os microrganismos sintetizem substâncias e x o p o l i s s acaríd i cas ( CR IA D O et aI . , 1 99 4 ; MOS TELER e B IS HO P, 1 99 3 ; B OWER e t a I . , 1 99 6 ; ZOTTOLA, 1 994, 1 997). A realização de um processo de higienização adequado, ou seja, s e g u i r corretamente as n o rmas de l i mpeza e sanificação determinadas, tal como, c ontrole da concentração das soluções, tempo e temperatura de aplicação, fluxo da solução, é suficiente para evitar a formação de biofi l mes (A NDRADE e M A CÊDO, 1 9 96) . Q; e s p o r o s s ão n o r m a l m e n t e m a i s resistentes a agentes químicos e a o calor q u e as células vegetativas e possuem maior capacidade de adesão às superfícies, devido a sua alta hidrofo bici dade e morfologia ( B OWER et aI . , 1 99 6 ) . Assim, c o m o B. sp o r o tlze rm o du rans t e m a c a p a c i d ade metab ó l i c a de formar e s p o ro s , a determinação do melhor sanificante e condições de higienização para sua eliminação de superfícies de equip amentos e u te n s í l i o s , que entram em contato com o alimento, torna-se necessário para g arantir o contro le da p resença deste micror ganismo no produto final. Den tre os s a n i fi cantes q u ím i c o s c o m capacidade esporicida mais utilizados incl uem-se os compostos c1orados inorgânicos e orgânicos, o ácido peracético e o peró x i d o de hidrogê n i o (TROLLER, 1 99 3 ; RUSSELL, 1 99 1 , ANDRADE e MACÊDO, 1 996; MARRIOTT, 1 995). A s e l e ç ão d e s an i fi c a n t e s pode s e r efetuada fundamentada em testes l aboratoriais, como os testes de diluição de uso e de suspensão; em testes em uso, que incluem os testes do swab, da rins agem e da placa de contato e em testes de u s o s i m u l ad o , q u e c o n s i s tem em s i m u l ar as condições da indústria no laboratório, oferecendo i n fo rm a ç õ e s m a i s p r ó x i m a s d a r e a l i d a d e ( B E R U B E e O X B O R R OW, 1 99 1 ; A N D R A DE e MACÊDO, 1 99 6 ) . Neste caso, muitas vezes, e x i ge-se o desenv o l v i mento de met o d o l o g i as e equipamentos para s imular as diversas formas de u s o s dos s a n i fi c antes, p ortanto, são m a i s trabalhosos e e x i g e m criat i v i d ade. No teste em uso simulado, após a sanificação, os microrganismos são removidos das superfícies e re c u p erad o s . A r e m o ç ã o p o d e s e r fei t a utilizando o método do swab, c o m alginato de sódio ou algodão, rinsagem com água destilada ou s o l u ç ões apropriadas, método de p l acas de c o n t a t o ( t i p o R O D A C - R ep l i c at e O rgan i s m D i r e c t A gar C o n ta c t ) . E a re c u p e r a ç ã o é re a l i z a d a c o n fo r m e p ro c e s s o s u s u ai s d e contagem, usando neutralizantes adequados para a avaliação (ANDRADE e MACÊDO, 1 99 6 ) . Os obj etivos deste trabalho foram avali ar a adesão de esporos de Bacillus sporothermodurans em aço inoxidável, a resi stênc i a destes esporos aderid o s em c u p o n s de prova de u m m o d e l o de linha de circul ação de l ei te à a ç ã o de s an i fi c a n t e s q u í m i c o s e fo r n e c e r s u b s í d i o s à i n d ú s tr i a de l at i c í n i o s p ara o controle deste mi crorgani s m o . 2 . MATERIAL E M É TODOS 2.1. S o l u çõ es s a ni fi ca n t e s Foram uti l i zadas as s e g u i ntes s o l u ç ões s an i fi cantes : i ) 3 0 e 60 mg/L d e ácido peracético e m pH 3 , 7 e 3 ,4, respectivamente, prepa rados a p artir do p r o d u to c omerci a l Vortexx (ECOL A B ) , c ontendo 3 % de ácido peracético e 6,3% de p eróxido de hidrogênio com densidade a 25°C de 1 ,06 1 2 g/mL e p H igual a 1 ,3 ; i i ) 1 00 mg/L d e c loro residual total (CRT), preparados a p artir do hipoclorito de sódio c omercial (AB C/ltaperuna, RJ), contendo 8 , 6 % de CRT, expressos em CI 2 e pH igual a 1 3 ,45. Estas soluções fo ram u t i l i zadas em pH 9, 4 5 ( sem correção de pH) e em p H igual a 8,0 e 7 , O, c orri g i d o s c o m á c i d o n ít r i c o concentrado a 7 0 % P.A ; i i i ) 6 0 e 1 0 0 mg/L d e C RT, e x p re s s o s e m C I " preparadas a partir d e D i c loro S. Triãzi natriona s ó d i ca di hidratada, m ar c a c o m e rc i al S u m a v eg/ L e v er I n d u s t r i a l , c o n te n d o 3 % d e C RT, e x p re s s o s em C I , E s t a s s o l u ç õ e s s e r ã o d e n o m i n a d ãs d e c l o ra m i n as o rg â n i c a s . As concentrações de c loro residual total, expresso em C1 2 , das soluções de hipoclor� to de sódio e da cloramina orgânica foram determmadas pelo método iodométrico ( �� EENB E �� et aI . , 1 992). A s concentrações de aCldo peracetlco e de peróxi d o de hi drogênio no produ � o c o mer c ial . Vortexx, foram determinadas por lOdometna e permangano metri a, respectivamente, seguindo metodologia do fabricante (ECOLAB, 1 999). To d as as s o l u ç õ e s fo ram c i r c u l a d as à temperatura ambiente ( 2 0 - 2 5 ° C ) , p elo tempo de circulação de 15 minutos e a uma velocidade de 1 , 5 m/s nos cupons de prova obtida a p arti r d e uma vazão esti mada de 2 5 , 6 5 L I minuto e considerando o diâmetro do tubo de 0,0 1 905 m. Além dess es sanifi cantes, fo i uti lizada a água esteril izada para avaliar a remoção mecânica dos esporos aderidos. 2.2. S us p ens ã o d e e s p o r o s A suspensão de esporos foi obtida a partir da cultura de Bacillus sporothermodurans CCT 6247. A ativação foi efetu ada por meio de três repicagens consecutivas pela técnica de estriamento em ágar BHI (MERCK), acrescido de 1 9IL de esculina (REAGEN) e 0, 5g/L de citrato férrico amoniacal, solidificado na posição inclinada, em tubo de ensaio de 1 5 x 1 60 mm, sendo incubado a 37°C por 48 horas. Em seguida, 1 mL de solução tampão fosfato, 0,3 1 M em pH 7 , 0 ± O, I (I C S MF, 1 97 8 ) foi adicionado nestes tubos e agitados manualmente para obter uma suspensão de células vegetativas, que foram inocul adas em volumes de 1 mL na superfície de 250 mL de meio de esporulação - 3,Og extrato de carne, 5,Og triptona, 1 9 amido, 1 0mg sulfato de manganês e 20,Og ágar em 1 000 ml de água destilada e pH final entre 6,9 e 7, 1 - contidos em quatro garrafas de Roux de 800 mL. A formação de esporos foi acompanhada por observação ao microscópio de contraste de fase da marca Olympus BX 40, até obter-se cerca de 9 0 - 9 5 % de e s p o r u l a ç ã o . A i n c u b a ç ã o prolongou-se por cerca d e 9 dias a 37°C para s e obter a esporulação desej ada. Após o período de incubação, os esp oros foram removidos do meio de esporulação, usando se em tomo de 20 mL de água destilada esterilizada e c oletados em tubos de centrifugação JA-20 (Beckman, modelo J2-MC). A centrifugação foi realizada a 3000xg (5000 rpm) por 1 0 minutos à uma temperatura de 4°C . O s o b renad ante foi des c artado e os sedimentos c o m os esp oros res s uspendidos em água desti l ada es teril izada p ara n ov a c e n tr i fugaç ã o . E s te p ro c e s s o foi repetido por quatro vezes. Ao final, os esporos de cada tubo de centrífuga foram suspensos em glicerol e tampão fosfato 0,3 1 M em pH7,0 ± 0, 1 ( 1 5 : 85) e acondicionados em volumes de 1 mL em tubos de Eppendorf. Após a confirmação do n ú mero de esporos no lote, que se encontrava em torno de 7 , 3 x 1 07 esporos/mL, por meio da contagem em placa, pela técnica de espalhamento superficial com alça de Drigalsky ,em ágar B HI e incubação a 37°C p o r 24 horas, os tubos de Eppendorf eram armazenados a - 1 8°C até o momento do uso. 2.3. A d e s ã o d a s u s p e n s ã o d e esporos de Bacillus sporotlzermoduralls CCT 6247 2 . 3. 1 . D e s c rição do m o de lo de linha de circulação de leite Para verificar a c ap acidade de ades ão de esporos de B . sp o r o th e rm o du rans em aço inoxidáv el e da eficiênci a de sanifican tes usados na indústria de laticínios , foi utilizado um modelo de linha de circulação de l e i t e (Figura 1 ) em aço inoxidáv e l . O modelo é constituíd o por uma tubulação de % de polegada de diâmetro interno (0,0 1 905 m) e comprim ento total de 5 , 8 m, por onde circula o sanificant e, e de um tanque de 25 litros, que fo i utili zado como reservató ri o de sanificant e, o qual se apresenta acoplado a uma bomba centrífuga de Yz HP, para impulsion ar o sanificant e pelo sistema. Em pontos específico s da tubulação , foram instalados cupons de prova com formatos de cotovelo 90°, em T e cilíndricos . As áreas superficia is internas dos cupons de prova eram: 1 08 ,06 c m 2 para c u p o n s em formato T, 2 84,69 cm2 para os cupons cilíndricos e 52,74 cm 90°. para cupons em formato de cotovelo 1 ��======��� Figura 1. - Modelo de l inha de c ircu lação de leite. ( l - c u p o m de prova cotovelo 90°; 2 - c upom de prova c i l índrico; 3 -cupom de prova T; 4-controle de potência; 5-tanque cilíndrico; 6-bomba centrífuga; 7-controle de vazão). Pág. 1 7 Pág. 1 6 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS 2.3.2. Preparo dos cupons de prova Foi real izada l i mpeza C I P ( C l eaning In Place) no modelo de linha de circulação de leite, utili zando 1 % de soda cáustica (NaOH) circulada à temperatura de 8 0°C por 20 minutos a uma velocidade de 1 , 5 m/s . Em seguida, enxaguou se com água à temperatura ambiente (20-25°C) até reação negativa com s o l ução de fenolfta l e í n a . A p ó s , I n I C I O U - S e o p ro c e s s o de sanificação com solução de hipoclorito de sódio (NaCIO) a uma concentração de 1 00 mg/L de c l oro res i d u a l total, em p H 7 ± 0 , 1 , expre s s a em C I " circulada p o r 1 5 minutos à temperatura a m b i e-nte a u ma v e l o c i d ad e de 1 , 5 m/s . Enxaguou-se com água à temperatura ambiente até obter col oração amarelo claro em teste de ortotolidina 0, 1 %,que cOlTesponde a cerca de 0, 1 mg/L CRL, expresso em Cl,. O e q u i pamento foi desmontado após o fluxo ser regulado para a velocidade de 1 ,5 m/s. Os cupons de prova e as demais partes foram e s teri l i z a d a s a 1 2 1 °C p o r 1 5 m i n u to s , c o m exceção d o tubo d e maior comprimento ( ± 80 cm) e as duas válvulas reguladoras de fl uxo. Estas válvulas não foram esteril izadas para não serem desreguladas. O tubo foi esterilizado quimicamente, u t i l i zando s o l u ção de h i p o c l orito de s ó d i o a 1 00 mg/L de cloro residual total, em pH 7± 0, 1 , por 1 0 minutos de contato, sendo em seguida enxa guado com água à temperatura ambiente (20-25°C). 2 . 3. 3. Adesão dos esp oros Os esporos contid os no tubo de Eppendorf armazenado a - 1 8°C foram descongelados e em s e g u i d a d i l u íd o s em 400 m L de s o l u ç ã o t a m p ã o fo s fa t o , 0 , 3 1 M em p H 7 , 0 ± 0 , 1 , esteril izada, para obter uma suspensão contendo cerca de 1 05 esporos/mL. O número de esporos nesta s u s pensão foi confirmada pela c ontagem p ad rão em p l ac a , u t i l i z a n d o a t éc n i c a d e e s p a l h a m e n t o s u p er fi c i a l e m a g a r B H I e incubação a 3 7°C por 24 horas . Esta s u s pensão foi adicionada no interior d o s s e i s c u p o n s de prova p re v i amente esteri l izados em v o l u mes de 27, 49 e 57 mL p ara os cupons cotovelo 90° (2), c i l índrico (2) e T ( 2 ) , res pecti vamente . Rolh as de borracha esterilizadas foram col ocadas nas extremidades de cada cupom de prova, para conter a s uspensão bacteriana adicionada no i nterior dos c u p o n s . O s e s p o r o s n a s u s p e n s ão p ermaneceram em adesão por cerca de 1 2 horas a 3 0°C ± 2° C, em seguida, a s u s pensão foi descartad a. Os cupons foram novamente enchidos com á g u a d e s t i l ad a e s t e ri l i z a d a , o q u al permaneceu dentro d o s cupons por 2 minutos, sendo depois descartada. Esse ú l t i m o proce s s o v i s o u e l i mi n ar c é l u l a s p l an c t ô n i c as , o u s ej a , q u e n ã o e s t a v am aderidas à s uperfície. Em três cupons ( I coto v e l o 9 0° , 1 c i l ín d r i c o e 1 T ) fo r a m d eter minados o n ú mero de esporos aderidos antes da s a n i fi c a ç ã o e os o u t r o s três fo ram c o n e c tad o s n o e q u i p amento p ara a e t a p a de s a n i fi c a ç ã o e p o s t e r i o r d e t e rm i n a ç ão d o n ú mero d e esporos s obreviventes . 2.4. Ava l i a ç ã o da e fi c i ê n c i a s a n i fi c a n t es q u ím i cos dos A e fi c i ên c i a dos agentes q u ím i c o s foi aval i a d a p o r m e i o da d e t e r m i n a ç ã o do n ú mero de re d u ç õ e s d e c i m a i s n a p o p u l ação de B. sporotlzermodurans, obtido pela diferença entre o logaritmo decimal das células aderidas e o l ogaritmo das cél u l as s obre vi ventes, deter minadas por contagem em p l acas u sando agar BHI e incubação a 37°C por 24 horas . Para recuperar os microrganismos aderidos nos cupons foi utilizada a técnica da rins agem, utilizando vol umes de 20, 30 e 40 mL de solução para rinsagem nos cupons cotovelo 90°, cilíndrico e T, respectivamente, com agitação por 1 5 minutos. Ao final do período de incubação, três ( 1 cotovelo 90°, 1 cilíndrico, 1 T) dos seis cupons foram rin s ad o s com s o lução tampão fos fato, 0 , 3 1 M em p H 7,0 ± 0, 1 ( I C S MF, 1 97 8 ) para determinar o número de esporos aderidos antes da sanificação. Após a rinsagem, foram esterilizados quimicamente com s o l u ç ão de h i p o c l orito de sódio a 1 00 mg/L de cloro residual total (CRT), em pH 7,0 ± 0, 1 , por 10 minutos de contato e escovados por cerca de um minuto, sendo em s e g u i d a e n x ag u ad o c o m água à temperatura ambi ente ( 20 - 2 5 ° C ) e c o n e ctados ao s i s tema modelo de circulação de linha de leite. D e p o i s da c i rc u l aç ão d o s s a n i fi cantes d u rante 1 5 minutos à temperatura ambie nte (20-25°C), os o utros três cupons aco p l ados ao modelo também foram ri nsados com s o l ução tampão fos fato 0 , 3 1 M em pH 7 , 0 ± 0, 1 , mas acrescido de 0,25% de tiossulfato de sódio, para neutralizar a ação do sanificante e recuperar os esp oros s o brevi ven tes . D e p o i s d as ri n s agen s , re a l i z o u - se a contagem de es poros aderidos pela técnica de e s p a l h am e n t o s u p er fi ci a l em agar B H I , em d u p l i c ata, i n o c u l ando-se 0, 1 mL das sol uções das amostras ou das diluições usadas . As placas foram incubadas a 37°C por 24 horas . A s c o l ô n i as e n u m eradas fo ram m u l t i plicadas pela respectiva diluição e pelo volume da s o l u ç ão de ri n s ag e m , p ara determi n ar o As d i ferenças d as red uções decimais do esporo de B . sp o ro th e rm o d u r a n s e ntre os s a n i fi cantes foram a n a l i s ad as por meio de a n ál i s e d e v ar i â n c i a , em nível d e 5 % de probabil idade (P< 0,05 ) . Para a s comparações de interesse entre o s sanifi cantes ( Quadro 1 ), foi realizado contraste das médias do número de reduções decimais dos c u p o n s de p r o v a , em n ív e l de 5% de probabilidade (P< 0,05). A adesão de esporos foi conduzido segundo um d e l i neamento i n te i ramente c a s u al i za d o , realizada e m 2 4 repetições, e analisada p o r meio de a n á l i s e de vari â n c i a , em nível de 5 % de probabilidade (P< 0,05) . n úmero de esporos aderidos nos cupons, sendo esses n ú meros d i v i di d o s pela área s uperficial i n ter na desses c u p o n s p o d e n d o - s e , a s s i m , expressar o s res ultados em UFC/cm2 d e esporos de B. sp o ro thermodurans . P ara determinar o número de reduções decimais (RD) foi realizado o seguinte cálculo: RD = log N o - log Nr onde, No = Nr = número de esporos de B. sp o ro th e rm o d u r a n s aderi d o s a o s cupons de san i fi cação ; número de prova antes da esporos de B. sp o ro tlz e rm o d u r a n s aderi d o s aos 3. RESULTADOS E DIS C USS à O cupons de prova após s anifi cação . 3.1. 2.5. Delineamento experim ental O experimento foi conduzido em parcelas subdivid idas , tendo n as p arcel a s , sete s a n i fi cantes e a águ a e, nas subparcelas, os três tipos de c u p o n s d e p r o v a , t o t a l i zan d o - s e 24 tratam e n t o s , s e g u n d o um d e l i n ea m e n t o inteiramente casual i z a d o , re a l i z a d o e m t r ê s rep e t i ç õ e s . O p rograma estatístico u t i l izado para realizar a análise estatística foi S AEG 8 .0. Quadro 1- Adesão de esporos de Bacillus sporothermoduralls em aço inoxidável Observ o u -s e que os e s p oros de B. sporotlzermodurans apresentaram c apacidade de adesão aos c u p o n s de prova, no entanto, não houve diferença s ignificativa ( P ;::: 0,05) entre eles . O log, o do número de esporos aderidos por cm 2 para os cupons no formato de cotovelo 90°, cilíndrico e T foram, respectivamente, 4,0 1 , 3 , 8 8 e 4,03 (Quadro 2 ) . E seus valores correspondentes Comparações de interesse entre sanifi cantes por cupom de prova (C 1) S I X S 2 , S 3 , S4, S5, S6, S7, S8 +7 -1 -1 -1 -1 -1 -1 -1 (C2) S 2 x S 3 , S4, S5, S6, S7, S8 O +6 -1 -1 -1 -1 -1 -1 (C3) S 3 x S4 O O +1 -1 O O O O (C4) S 3 , S4 x S5, S6, S7, S 8 O O +2 +2 -1 -1 -1 -1 (C5) S5 , S6 x S7, S 8 O O O O +1 +1 -1 -1 (C6) S 5 x S 6 O O O O +1 -1 O O (C7) S7 x S 8 O O O O O O +1 -1 S I : Á gua; S2 : Hip o cl orito de sódio, contendo 1 00 mg/L d e CRT, pH 9,45; S3 : H i p oclorito de sódio, contendo 1 00 mg/L de C RT, p H 8,0; Pág. 1 8 S4 : Hipoclorito de sódio, contendo 1 00 mglL d e CRT, p H 7,0; S5 : Cloramina orgânica a 1 00 mg/L de CRT, p H 7 , 1 8 ; S6 : Cloramina orgânica a 6 0 mg/L d e CRT, pH 7, 1 8; . S7 : Ácido peracético a 60 mg/L, pH 3,4; S8 : Á cido peracético a 30 mg/L, pH 3 ,7. Pág. 1 9 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI I I CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS em porcentagem foram 3,93 no cupom cotovelo 90°, 2,55 no cilíndrico e 4,46 no T. Qu adro 2 - Porcentagem e loglo do número de esporos de B. sp orotlz e rm o du rans ( UFC/cm 2 ) aderi d o s em aço i n o x idáve l , A I S ! 3 04, a p ó s 1 2 horas d e c o n tato a 3 0°C . M é d i a de 2 4 observaç õ e s . Cupom % de adesão Cotovelo 90° Cilíndrico T 3 ,93 2,55 4 ,4 6 4,0 1 3 ,8 8 4,03 Média Geral 3,65 3 ,97 E m b o ra não t e n h a s i d o e n c o n trad o na l i teratura disponível trabalhos específicos que quanti ficam a adesão de B . sporotlzermodurans em superfícies, há indícios de que este microrganismo possua esta capacidade. Estudos realizados em fábricas da Europa, que apresentavam produtos contaminados com B. sporotlzennodurans, detectaram a presença deste microrganismo em quase todos os tipos de equipamentos UAT (HAMMER et aI. 1 995). Além disso, há trabal hos que constataram a c ap a c i d a de de o u tros e s p o ro s do gênero Bacillus de se aderirem em s uperfícies inertes, como aço i noxidável, p lástico, b orracha, entre ou tros ( S A G R I PANTI e B O N IFACI N O , 1 9 9 9 ; R E I S e A N DR A DE . , 1 9 9 9 ; C A B R A L e ANDRADE, 2000 ; OLIVEIRA et a I . , 1 99 8 ; TE GIFFEL et aI . , 1 99 5 ; B OWER et aI . , 1 996). O n ú me ro d e c é l u l as a d e r i d a s d e B . sp o ro therll1odurans não constituiu um biofilme, para isso seria necessário uma adesão entre 1 06 e 1 0 7 UFC/ cm 2 (ZOTTOLA, 1 99 7 ) . No entanto, nessas condições, a s uperfície encontra-se em situação inadequada para o uso, pois, a APHA ( Ameri c an P u b l i c Heal th A s s ociation) sugere máximo de 2 UFC/cm 2 para superfícies adequa d amente h i gienizadas ( VA N DERZANT e S PLITTSTOESSER, 1 992). Portanto, a presença desses e s p o ros aderi d o s n a s s u p e rfíci e s e m quantidade s uperi or a o s ugerido, pode implicar em possível contaminação de alimento s . 3 . 2 . A ç ã o d o s a g e n tes q m m l c o s s a n i fi c a n tes s o b r e o s e s p o r os d e B a cillus sp orotherm o durans Houve diferença significativa ( P<0,05) na e ficiên cia dos sanifi cantes q u ímicos sobre os esp oros de B. sp orotlz e rmodu rans aderi d o s e entre a ação da água e dos sanificantes químicos, no entanto, não s e c o ns tatou a i n fl uê n c i a do t i p o de c u p o m , c o t o v e l o 9 0° , c i l ín d ri c o e T (Quadro 3 ) . A remoção dos microrganismos de tubu lações é influenciado pela taxa de e s c o amento d o fl u i d o p e l a s u perfíc i e . A tran s ferência do fluido até a superfície da tubulação ocorre numa fina camada l imite. O aumento da turb ulência do escoamento diminui a espessura dessa camada e i s t o re s u l t a n u m a u me n t o da t a x a de tra n s ferê n c i a do fl u i d o até a s u p erfí c i e ( M C C A B E e t aI . , 1 99 3 ; F O U S T e t a I . , 1 9 8 2 ) . Quadro 3 - Res u m o d o t e s te F p ara a s c o m p ar a ç õ e s de i n tere s s e e n tre sanifi c antes QM (C I ) S I x S 2 ' Sj' S 4' (C2) S 2 x S j ' S 4 ' S" (C3) Sj x S 4 (C4) S 3 ' S 4 x S s' S 6' ( C 5 ) S s ' Só x S 7 ' Sg (C6) Ss x Só (C7) S 7 x Sg Ss' S 6' S 7 ' Sg S 6 ' S 7 ' Sg 7 , 45 1 * 2,555* 0 , 07 8/1s 0,24 3'1s 0 , 22 6'15 0, 1 3 5'15 0 , 042'15 S 7' S g Erro a 16 0,2 1 2 S i g n i fi c a t i v o a 5 % de p r o b ab i l i dade CP < 0 , 0 5 ). ns Não signifi cativo a 5 % de probabi l idade CP S I : Água; S , : Hipoclorito de sódio a 1 00 rng/L de CRT, pH 9,45 ; S , : Hipoclorito de sódio a . 100 rng/L de CRT, pH 8,0; S 4 : Hipoclorito de sódio a 1 00 rng/L de CRT, pH 7.0; ;:: 0,05). S 5 : Clorarnina org â n i c a a l oorng/LdeCRT, pH 7, 1 8; S 6: Clorarnina orgânica a 60 rng/L de CRT, pH 7, 1 8; S 7 : Á c i d o p er a c é t i c o a 60 rng/L, pH 3 ,4; S8 : Á c i d o p e r a c é t i c o a 30 rng/L, pH 3.7. A Federação Internac ional de Lati cínios (FIL) estabelece a velocidade mínima de 1 ,5 m/ s d e c i r c u l aç ã o d e s o l u ç õ e s de l i m p e z a e s a n i fi c antes para o b t e r u m a h i g i e n i zação adeq uada (FL O H , 1 9 9 3 ) . Nesta veloci d ade, a turb u l ê n c i a do e s c o amento do fl u i d o garante maior d i fu s ão d as s o l uções pela s uperfíci e e magnitude de força de atrito, i m p l i cando em maior remoção de resíduos aderidos. Ao avaliar a ação mecânica da água sobre a remoção dos esporos aderi dos nos cupons de aço inoxidável, verificou-se que a circulação da água a uma velocidade de 1 ,5 m/s, tendo portanto, um e s c o am e n t o t u rb u l e n t o c o m n ú mero de 3 Reynolds estimado em 3 2000 (p 9 97 Kg/m ; = v 1 ,5 m/s; d 0,01 905 m; Il 0,0009 Kg/m.s), durante 15 minutos, removeu em média 0,74 RD (Quadro 4) da população desses esporos aderidos, o que significa 74,79% de remoção . A remoção dos esporos , neste caso, ocorreu devido à força de atrito da água sobre a superfície dos cupons de prova. Verifica-se também que ocorre variações entre as diversas espécies bacterianas na resi stência à remoção mecânica. A influência do escoamento do fluido sobre a remoção de esporos de B. cereus aderidos em c u p o n s de aço i n ox i d á v e l , após 1 2 h o ras de contato com uma suspensão, em águ a destilada ó esterilizada, contendo cerca de 1 0 esporos/ mL, foi avaliado por CABRAL e ANDRADE (2000), no mesmo modelo de linha de circulação de leite utilizado neste experimento. Verificou-se que ao aumentar a velocidade da água esterilizada de 0,5 m/s para 1 ,5 m/s, durante 1 0 minutos a 1 5°C, constatou-se uma remoção de 7 8 , 6 3 e 8 3 , 1 2 % , respec tivamente, destes esporos d a s uperfície. Neste mes mo t r a b a l h o , v e r i fi c o u - s e q u e as res i s tências a ação mecânica do B . sporotlzermodurans e B. cereus dependeram das c o n dições experimentais . Em outro experimento realizado no mesmo modelo c i tad o , observ o u - s e que ao variar a velocidade de circulação do leite de 0,5 para 1 ,0 e 1 ,5 m/s conseguia-se maior remoção de P. aeruginosa aderida nos cupons em forma de T, cotovelo 90° e c i l ín d ri c o , após 1 2 h oras de incubação a 1 8°C, com uma suspensão do micror ganismo em leite integral esterilizado, contendo em torno de 1 06 UFC/rnL. Quando a velocidade de circulação do leite foi de 0,5 m/S foram removidas 88,3 % e para as velocidades de 1 ,0 e 1 ,5 m/s esses valores foram de 94,6 e 9 5 % , respectivamente (FIGUEIREDO e ANDRADE, 1 99 9 ) . A compa= == Quadro 4 - == ração entre a resistência a ação mecânica de P. aeruginosa e B. sporotlzermodurans é dificultada em função da diferença no número i nicial e do fluido de circulação. Observou-se que apenas a ação mecânica não é suficiente para obter uma higienização eficiente, há a nece s s i d ade de u m a i n teração da ação mecânica dos fatores energia térmica, ação química e tempo de contat o . I s s o e x p l i c a as menores reduções decimais encontradas após a circulação da água (Quadro 4). A afirmação acim a foi c o n statada p o r G  N D A R A e O L I V E I R A (2000) , q u a n d o avaliaram a eficiência d a s etapas da higienização e verificaram uma maior redução de uma linhagem selvagem de Streptococcus. tlzermoplzilus aderidos em placas de aço inoxidável de 20 c m 2 quando todos os processos eram realizados. Após 6 horas de contato com a s us pensão de S. thermoplzilus, c o n t e n d o em t o r n o de 1 08 UFC/m L , e n c o n travam-se aderidos 1 ,9 x 1 04 UFC/cm2 • Em seguida, essas placas foram submetidas à limpeza alcalina, c o m pro d u t o c o merc i al à base de NaOH, na concentração de 1 % , a 6 8-7 1 °C durante 7 minutos e à limpeza ácida com produto comercial à base de ácido fos fó r i c o , na c o n c entração de 1 %, à temperatura ambiente (20-25°C) p or 3 minutos, sendo sanificadas com solução de hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L de cloro residual t otal por 3 minutos de contato e temperatura ambiente (2025°C ) . Não houve informação acerca do pH da s o l u ção c l orada u t i l izada. A avaliação micro biológica não detectou microrganismos por cm2 na superfície analisada, sendo portanto, o número de RD maior ou igual a 4,28. Resu ltados seme l hantes , também, foram observados por KRYSINSKI et aI. ( 1 992) na redução de Listeria monocytogenes quando associava-se os processos de limpeza e sanificação em poliéster e Reduções decimais (RD) na população de esporos de B. spo ro tlz e rmodu rans devido a ' ação d o s sanifi cantes circ ul ados p o r 1 5 minutos a 1 , 5m/s, à temperatura ambiente (2025°C) no modelo de linha de circulação de leite. Média de 3 repetições . Água Hipoclorito de sódio a 1 00mg/L C RT, pH 9,45 Hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L CRT, p H 8 , 0 Hipoclorito d e sódio a 1 00 mg/L C RT, p H 7,0 Cloramina orgânica a 1 00 mg/L CRT, p H 7 , 1 8 Cloramina orgânica a 6 0 mg/L CRT, p H 7 , 1 8 Ácido Peracético 60 mg/L, p H 3 ,4 Ácido Peracético 30 mg/L, pH 3 , 7 0, 83 1 ,33 2,26 2,85 2 , 44 2,42 2,49 2, 1 6 0,50 1 ,3 1 2,82 2,89 2,93 2,53 2,40 2, 1 0 0,88 2,06 2,77 2,78 2,94 2,45 2,39 2,52 0 , 74 1 ,57 2,62 2,84 2,77 2 , 47 2,43 2,26 Pág. 21 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI I I CONG R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS pol iéster/po l i u retan o . O detergente alcal i n o clorado utilizado na concentração e s p e c i fi c ada p e l o fabricante removeu a L. monocytogenes n o p o l i es ter. N o entanto, p ara o p o l i é s ter/ poliuretano foi necessária também a s anificação com hipoclorito de sódio a 200 mg/L, em pH de 7,7, para obter a mesma eficiência. Dentre os sanificantes avaliados, não houve d i ferença s i g n i fi c ativa ( P30, 0 5 ) entre o s sanificantes, c o m exceção do hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L de CRT, em pH 9,45, que apresentou a menor eficiência ( 1 ,57 RD) (Quadro 4) e também não se observou influência dos cupons na ação dos s an i fi ca n te s . Os n ú meros d e red u ç õ e s decimais obtidos, em ordem descrescente, foram 2 , 84 ; 2 , 77 ; 2,67 ; 2 , 4 7 ; 2 , 4 3 , e 2 , 26RD p ara as soluções de hipoclorito, contendo 1 00 mg/L em p H 7 , 0 ; as s o l u ç ões de c l orami n a o rgân i c a , contendo 1 00 mg/L, e m pH 7, 1 8 ; de hipoclorito, contendo 1 00 mg/L, em p H 8 , 0 ; de c loramina o rgânica, contendo 60 mg/L, em p H 7 , 1 8 ; de á c i d o peracét i c o a 6 0 m g/L em pH 3 ,4 e de á c i d o peracé t i c o a 30 mg/L , e m pH 3 , 7 , respectivamente. A s d i ferenças n a e fi c i ê n c i a e n t re o hipoclorito de sódio, contendo 1 00 mg/L de CRT s e m c o rreção de pH ( p H 9 , 4 5 ) e as d e m a i s soluções c loradas inorgânicas c o m p H corrigidos pela adição de ácido nítrico concentrado (70%) e cloraminas orgân icas , podem ser explicadas pela concentração de ácido hipocloroso (HCI0) presente nestas soluções. Pel o rearranjo da equação de Henders on Hasselbalch foi p o s s ível determinar a concen tração de ácido hipocloroso nas soluções cloradas, conforme a equação: mg/L de HCIO = mg/L de cloro residual l ivre/1 + 1 0 pH pKa . Enquanto a solução de hipoclorito de sódio c o n t e n d o 1 00 mg/L d e C RT e m pH 9 , 4 5 apresentava 1 ,6 8 mg/L de HCIO, expresso e m C R L , as s o l u ç õe s d e h i p oc l o r i t o de s ó d i o corrigidas para pH 8 , 0 e 7 ,0 continham 24, 0 8 e 7 5 , 5 9 mg/L e as soluções cloraminas orgânicas 1 00 e 60 mg/L de C RT em pH 7 , 1 8 , 6 7 , 6 3 e - Quadro 5 - 4 0 , 4 3 m g/L de H C I O . C o m o a u me n t o d a concentração d e ácido hi pocloroso a eficiência das s ol uções c loradas é maior, como p ode ser verificado pelos valores D em minutos obtidos, respectivamente : 9 , 5 5 ; 5 , 7 5 ; 5 ,2 8 ; 5 , 4 1 e 6 ,07 (Quadro 5 ) . O b s e rv o u - s e q u e ao d i m i n u i r o p H d a s o l ução de h i p o c lorito de sódio co ntendo 1 00 mg/L d e CRT, o correu maior l iberação de ácido hipocloroso. Assim, a dimi n u ição do pH conduz a um aumento na concentração de ácido h i p o c l oro s o e de crés cimo de íon h i p o c l o ri t o , i m p l i c a n d o em u m a m a i o r e fi c i ê n c i a d o sanificante (DYCHDALA, 1 99 1 ; G IESE, 1 99 1 ). Isso também foi constatado por ANDRADE e S E R R A N O ( 1 9 9 3 ) . E s s e s p e s q u i s ad ore s , utilizando uma solução d e hipoclorito d e sódio a uma concentração de 1 05 mg/L em p H 9 , 0, 8,0 e 7,0, a 3 0°C, em teste de s uspensão, sobre esporos de B. subtilis ATCC 1 9659, obtiveram uma diminuição do valor D pelo aumento da concen tração de ácido hipocloroso . Essa s o l ução em pH 9,0 apresentou uma concentração de 3,22 mg/L de ácido hipocloroso e ao diminuir o p H para p H 8 , 0 e 7,0 aumentou esta concentração p ara 25 ,24 mg/L e 79,55 mg/L. Os valores D obtidos foram 5,77, 0,94 e 0,25 minutos, respectivamente. As informações acima mencionadas levam a d u as c o n s i deraç õ e s : os e s p oros de B . sporothermodurans mais apres e n t a m - s e res i s tentes que o s de B . s u btilis ao á c i d o h i p o c l oro s o o u , a mai o r re s i s t ê n c i a e s t á associada ao fato de que os pri meiros estavam aderidos à s uperfície de aço inoxidável, o que parece ser mais provável . TE G IFFEL et a I . ( 1 9 9 5 ) veri fi c aram mai o r res i s t ê n c i a dos e s p o r o s de B . c e re u s aderidos em cupons 20mm de diâmetro de aço inoxidável. Após 10 minutos de contato à 50°C destas s u perfíc i e s c o m as s o l u ç õ es c l o radas contendo 1 8 0 e 1 8 5 mg/L de c l oro res i d ual obti veram l i vre - o p H não fo i i n fo rmado respecti vamente, 0,7 e 0,8 R D . A o aval i ar a e fi c i ê n c i a das mes mas s o l u çõ e s s obre e s s e s Efeito da concentração de ácido hipocloroso ( HCIO) das soluções sanificantes na ação esporicida sobre B. spo ro thermodu rans S anifi cante Hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L CRT, pH 9 .45 Hipoc lorito de sódio a 1 00 mg/L C RT, pH 8,00 Hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L CRT, p H 7 ,00 Clorami na orgânica a 1 00 mg/L CRT, pH 7, 1 8 Cloramina orgânica a 60 mg/L CRT, p H 7, 1 8 HCIQ (mg/L) RD D (min.) 1 ,68 24,08 75,59 67,63 40,43 1 ,57 2,6 1 2,84 2,77 2,47 9,55 5,75 5,28 5,4 1 esporos em teste de s u sp e n s ã o , v e r i fi caram efeitos similares após 1 0 minutos de contato à 50°C, apresentando 3 , 1 6 RD. Com os v alores D obtidos pelas s o luções cloradas e s u as respectivas concentrações de ácido h i p o c l o ro s o monto u - s e u ma regre s s ão linear simples e através da equação que rel aciona o 10g I O dos valores D em função da concentração de H C I O fo i p o s s ível determi n a r o v a l o r Z (344 , 8 ) , que é a concentração de HCIO em mgl L de CRL necess ária para reduzir em 9 0 % o valor D, em minutos (Figura 2). 1,1 � m .3 1 y = -O,OO29x***+ 0, 9199 " � = O,5735 . 0,9 0,8 0,7 0,6 O Figura 20 2 - 40 60 80 rng/L HClO Valor D em função da concentração de ácido hipocloroso. * * * Significativo a 1 % de probabilidade (P < 0,0 1 ) . Assim, determinou-se a equação abaixo que i nterre l a c i o n a o v a l o r D, em m i n u t o s , e a concentração de HCIO, sendo que nesta equação foram utilizados um valor D de referência (D r) de 6 , 3 7 m i n ut o s q u e c o rres p o n d e a u m a concc ;::tração d e re ferê n c i a ( C r) de H C I O de 40 mg "L de CRL: D = 6,37 x 1 0 40 - C/ 344.8 em que D = valor D , em minutos ; C = concentração de H C I O , em mg/L de CRL. Com esta equ ação, v á l i d a s omente p ara valores dentro da fai x a dos v a l o res e x p e r i ment ai s·, q u e v ariam de 9 , 5 5 e 5 , 2 8 m i n u t o s para os valores D e entre 1 ,6 8 e 75,59 mg/L d e HCIO, pode-se calcular o valor D ou a concen tração de HCIO que se enquadre nesta faixa. A comparação dos resultados encontradas neste e x p er i m e n t o t o r n a - s e d i fi c u l t a d a e m virtude d a s d i ferentes condições experimentais de pesquisas encontradas na literatura disponível. No entanto, de uma maneira geral, existe c o n c o rd ân c i a e n tre a s p e s q u i s as de que o hipoclorito de sódio é i gu al o u mais e ficiente s ob re esporos do que o ácido peracético. Isto foi constatado por MORAES ( 1 996), que avaliou a res istência de cinco i s olados de e sp oros de bactérias aeróbias mesófilas de equipamentos de ab atedo uro de aves p e l o teste de s us p e n s ã o . A s c o n d i ç õ e s fo ram : t e m p o d e c o n t a t o d e 3 0 minutos, c o m solução d e hipoclorito d e sódio, contendo 1 00 mg/L de CRT em pH 8,0, solução de c loramina orgân i c a d i cloro i s o c i an u rato de sódio, contendo 1 50 mg/L de CRT em pH 8 ,4 e 3 0 0 mg/L de á c i d o p e r ac é t i c o em pH 2 , 9 . Verificou-se q u e hipoclorito d e sódio c ontendo 24 mg/L de HCIO e ácido peracético foram mais efi cientes, ambas obtendo 2,2 RD na população de esporos mes ó filos e a cl oramina orgân ica, apresentando 1 9 mg/L de HCIO obteve 0,8 RD. Já TE GIFFEL et aI. ( 1 995) observaram, em teste de suspensão, que as soluções contendo 1 40 e 200 mg/L de ácido peracético, após 1 0 minutos de contato a 5 0°C com esp oros de B. c e re u s isolados de indústrias de l aticínios, obtiveram em m é d i a 1 , 1 5 e 1 , 9 R D , r e s p e c t i v amente . E ao utili zar s o luções de hipoclorito de sódio contendo 1 80 e 1 85 mg/L de CRT, nas mesmas c o n d i ç õ e s , a m b as c o n s eg u i ram 3 , 1 6 RD d a população d e esporos . Pelos res u ltados obtidos neste trabalho, nenhum dos sanificantes atingiu 3 RD, que é o valor s u gerido em testes de s uspensão para a aprovação de sani fi cantes contra esporos (TE G I FFEL et a I , 1 9 9 5 ) nas c o n d i ç õ e s de u s o . Não h á u m valor defi n i d o para aprovação d e s a n i fi cantes agi n d o s o bre m i c ro rg a n i s m o s aderidos, sejam células vegetativas ou esporos . Mas , assim como as cél ulas vegetativas aderidas, os esporos aderidos são mais resistentes 'a ação dos sanificantes , necessitando de concentrações e t e m p o s de c o n tato m a i o re s p ara serem efi cientes (MOSTELLER e B IS H O P, 1 99 3 ; TE G IFFEL et ai, 1 99 5 ) . Constata-se pelo Quadro 6 que para s e obter 3 RD o tempo de contato dos sanificantes e os esporo s aderid o s vari o u entre 1 5 , 8 3 e 2 8 , 7 1 minutos. Estes tempos de contato estão dentro de u m a fai x a adequada p ara o procedimento de higienização. Portanto, os resultados sugerem que o uso de soluções de hipoclorito de sódio com pH corrigido 7,0 ou 8 ,0 podem ser escolhidos sem prejuízo da eficiência do processo de higienização. Para corrigir o pH dessas soluções adicionaram-se 1 ,8 mL e 0,5 mL de ácido nítrico concentrado (70%) em 1 5 litros das soluções sanificantes, res pectivamente. Pág. 23 Pág. 22 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Quadro 6 - Valores D, em minutos, para esporos de B. sporothermodurans em função de sanificantes circulados a 1 ,5 m/s por 1 5 minutos, à temperatura ambiente (20-25°C) no modelo de l inha de circulação de leite . Hipoclorito d e sódio a 1 00 mg/L CRT, p H 9 ,45 Hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L CRT, p H 8,0 Hipoclorito de sódio a 1 00 mg/L CRT, pH 7,0 Cloramina orgânica a 1 00 mg/L CRT, pH 7, 1 8 Cloramina orgânica a 60 mg/L CRT, p H 7 , 1 8 Ácido Peracético a 60 mg/L, p H 3 , 4 Ácido Peracético a 3 0 mg/L, p H 3,7 * ANAIS D O XV I I I C O N G R ESSO NACIONAL D E L AT i C í N I O S 9 , 57 5,74 5,28 5 , 42 6,08 6, 1 8 6,63 28,7 1 1 7,2 1 1 5,83 1 6,25 1 8,23 1 8,53 1 9,90 Valores experi mentais Valores estimados 4 . CONCLUS à O S egundo os obj etivos propostos por esta pesquisa e os res ultados obtidos , chegou-se as seguintes conclusões: I . Os esporos de Bacilllls sporothermodurans apresentam capacidade de adesão em aço i noxidável. 2. A ação mecânica d a águ a apresenta baixa remoção de esporos. 3. O s a n i fi cante h i p o c l o ri t o de s ó d i o , c o n t e n d o 1 00 mg/L de C RT, s e m correção de p H (pH 9 ,45), apresentou a menor efi ciência. 4 . Observ o u - s e maior efi c i ê n c i a e s p o r i c i d a d o s a n i fic ante h i p o c lorito d e s ó d i o 1 00 mg/L d e C RT, q u a n d o corri gi u - s e o p H p ara p H 8 , 0 e 7 , 0. 5 . Na condição experimental adotada as s o l uções de hipocl orito de sódio em p H 8,0 e 7 , 0 ; as sol uções cloraminas orgâni cas contendo 1 00 e 60 mg/L de CRT, ambas em 7, 1 8 e as soluções de 60 e 30 mglL de ácido peracético apresen taram atividades esporicidas s imilares ao nível de 5 % de probabilidade. 6. O temp o de c o ntato necessário p ara as sol uções utili zadas obterem 3 R D encontra-se na faixa recomendada para o p rocedimento de higienização C I P ( 1 5 a 3 0 minutos ) . S . AB S T RA C T B a c i l l u s sp o ro the rmodu rans CCT 6247 s p o re s were e v al uated fo r a t t a c h m e n t on s t a i n l e s s s teel c o u p o n s a n d res i s ta n c e t o c h e m i c a l s a m t l z l n g age n t s , u n d e r s i m u l ated conditions, u s i ng a milk circulation A I S I 3 04 stainless steel p ipe system. S ix coupon tests (two 90° elbow, two cylindrical and two T-piece) were i n o c u l a t e d i n a p h o s p h at e b u ffe r , 0 . 3 1 M , p H 7 . 0 ± 0. 1 suspension, containing around 1 05 s p ores/ mL d ur i n g 1 2 h at 3 0° C . S p o re quantification was performed in 3 of 6 coupons following phosphate buffer rinsing for 1 5 min., plating adequate dilutions on B H I agar plate and incubation at 3 7°C/24 h. The six coupons were then connected at specific points in the modeI . A s anitizing process was simulated by circulating 1 5 L o f the s anitizing agents for 1 5 min o at a speed of 1 .5 m/s at room temperature (20-25°C) through the tubes . N o di fference ( P20.05) was verified in the attachment among the 90° elbow, the c y l i ndrical and the T -piece c o u p o n s . The spore n umber l o g l o attached per c m 2 on these coupons were, respectively, 4.0 1 , 3 . 8 8 and 4.03, which c orrespond to 3 . 9 3 , 2 . 5 5 and 4.46% o f att a c h m e n t . N o n e o f the s an i t i z i n g a g e n t s obtained 3 decimal reductions (DR) within the s p ore p o p u l ati o n , a v a l u e s u gg e s ted fo r the sanitizing agents approval , when acting on the attach e d m i c roorgan i s m s . No d i fference w as fou n d ( P2 0 . 0 5 ) among the s a n i t i z i n g agent s , except for s o d i u m h yp o c h l o ri t e a t 1 00 mg/L of C RT, pH 9 . 4 5 , w h i c h s h o w e d the l e a s t e ffi c i e n c y ( 1 . 5 7 D R ) n o r a n y i n fI ue n c e o f t h e t y p e o f c o u p o n w as o b s e r v e d o n the sanitizing agents ' action. The decimal reductions number reached, in decreasing order, 2. 84, 2.77, 2 . 6 7 , 2 . 4 7 , 2 . 43 and 2 . 26 DR for the h y p o chlorite solution containing 1 00 mg/L, pH 7 . 0 ; t h e organic c h l oramine s o l u t i o ns c o n t a i n i n g 1 00 m g / L , p H 7 . 1 8 ; h y p o c h l ori te containing e 1 00 mg /L , p H 8 . 0 ; organ i c c h l o ra m i n co nt ai nin g 60 mg/L, pH 7 . 1 8 ; peracetic acid at 60 mglL in pH 3 .4; and of peracetic acid at 30 mg/ L in pH3.7, respectively. Thus, the results suggest that the use of hypochlorite corrected for 8 . 0 or 7.0 can be chosen without c o mpromi s i n g the proc ess of h y g i e n i zat i o n , b e s i de s presenting lo wer cost. K e y w o rd s : A t t a c h m e n t of s p o re s ; S an i t i zers ; S i m u l ated u s e tes t ; U H T m i l k t re atmen t . 6 . REFER Ê NCIAS BIBLIOGRÁFICAS J.A.B. MACÊDO, N.J., AN D R A D E , H i g i e n i z a ç ã o na i n d ú s t r i a de a l i m e n t o s . São Paulo : Livraria Varela, 1 99 6 . 1 82p. ANDRADE , N . J., SERRANO, A. M . Use o f Bacilllls subtilis spores t o evaluate the efficiency o f s o d i u m h y p o c h l orite at d i fferen t c o n cen tration and p H values. Revista de M i c r o biologia, Y. 24, n . l , p . 2 6 - 3 1 , 1 9 9 3 . BER U B E , R . , O X B O R ROW, G . M e t h o d s o f testing sanitizers and bacteriostatic s ubstances . I n : B LO C K , S . S . D i s in fecti o n , s t e r i l i z a t i o n a n d preservation. 4th ed. 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Para os tempos de contato de 1 0, 1 5 e 30 minutos , determinaram-se as concentrações de 442, 372 e 325 mg/L de ácido peracético, para 4°C ; de 257, 1 84 e 1 35 mg/L do sanificante, para 25°C e de 1 27, 77 e 74 mg/L, para 40°C. Além disso, foram obtidas equações que permitiram a obtenção de valores Z de acordo com o modelo T Tr x 1 0 Cr-crL , sendo Z a variação na concentração de ácido peracético necessária para reduzir em 90% o valor D, sob as condições testadas. A partir dos valores de Z pode-se determinar equações que associam tempo de contato e concentração do s anificante para as temperaturas utilizadas no experimento. Usando-se, por exemplo, o tempo de 1 0 minutos como referência, obtém-se as seguintes equações : T4 = 1 0.x 1 0 440-C/25� , na faixa de 1 50 a 450 mg/L de ácido peracético; T,s = 1 0 x 1 0 249-C/263 , na faixa de 25 a 270 mg/L; T40 = 1 0 x 1 0 125-C/ 1 49, na faixa de 1 5 a 1 36" mg/L, onde, T é o tempo de contato dos esporos e o ácido peracético, a uma dada concentração (C) e C é a concentração de ácido peracético, em mg/L . Palavras-chave: Adesão de esporos, Bacillus sporotlzermodu rans, Teste da dilu ição de uso, Leite UAT. 1. INTRODUÇ Ã O Em 1 985, bactérias mesofílicas formadoras de esp oros ex tremamente res istentes ao calor foram detectadas p e l a primeira vez em l e i te UAT, na Itál ia e Áustria. Estes microrganismos, denominados de B a cillus sp orotlz e rmodurall s , são c a p a z e s d e fo rmar e s p o r o s t e r m o r res i s tente s , p o d e n d o s o brevi v er ao b i n ô mi o tempo/te mperat u ra u t i l i z a d o n o tratame n t o térm i c o U AT ( H A M ME R et aI . , 1 9 9 5 ; PETTERS S O N e t aI . , 1 9 9 6 ) . Não há evidências q u e este microrganismo sej a patogê n i c o , conforme estudos de patoge nicidade real i zados por Von H ammer e Wal te, citado por HERMAN et aI ( 1 9 9 7 ) . No entanto, 2 3 s e p r e s e n t e em l e i t e U AT, d e v i d o a a l t a re s i s t ê n c i a ao c a l o r de s e u s e s p o ro s , p o d e contribuir para o aumento de mesófilos aeróbios, que acima de 1 02 UFC/mL contraria aos padrões m i crob i o l óg i c o s da P o rt a r i a na 3 7 0/97 d o M i n i s tério d a Agri c ul tura e Reforma Agrári a ( B R A S I L , 1 99 7 ) . Estes microrgan ismos podem s e r encon trados n ã o a p e n as em l e i te U AT i n te gral e desnatado, mas também em leite evap orado e l eite reconstituído (KLIJN et aI . , 1 9 9 7 ) . Estudos realizados em fábricas da Europa, que apresentavam prod utos contaminados com B. sp o ro the rm o dll rall s , detectaram a presença C orrespondência: n an drade @ mai!. ufv.Br Apoio fin anceiro: CAPES M S em C iênc ia e Tecnologia de Alimentos. Professores d o DTA/ UFV, Viçosa, MG. Professora/Pesquisadora d a EPA MIG/ILCT, Juiz de Fora, M G . Pág. 26 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGR ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS destes microrganismos em quase todos os tipos de equi p amentos do l e i te U AT ( H A M MER et aI . , 1 995), havendo indícios de que possa aderir se em superfícies. Além de c é l u l as vegetativas, o s esporos b acteri a n o s também podem part i c ip a r do processos de adesão às superfícies . Os esporos são de grande interesse, uma vez que são muito resistentes aos tratamentos térmicos, à irradiação, à dessecação, ao vácuo, ao congelamento, e aos d i vers o s agentes q u ím i c o s ( A N D R A D E e M A C Ê D O , 1 9 9 6 ) . A s s i m c o mo as c é l u l as vegetativas aderidas, os esporos aderidos são mais resistentes à ação dos s anificantes, necess itando de concentrações e tempo de contato mai ores para serem eficientes (MOSTELLER e B IS HOP, 1 99 3 ; TE GIFFEL et aI . , 1 99 5 ) . A higienização d a s superfícies q u e entram em contato com os alimentos durante o proces s am e n t o é fu n d a m e n t a l para o b te n ç ão de p r o d u t o s com boa q u a l i d ad e . As fal h as n o s procedimentos d e higieni zação podem originar contaminações por microrgan i s mos causadores de doenças e ou deterioradores , por substâncias q u ímicas , por agentes fís i c o s , além da conta m i n a ç ã o c r u z a d a , q u e p o d e c o m p ro meter a qualidade dos produtos ( S ILVA et ai, 1 990). Os processos de higienização, nas indústrias de alimentos, geralmente, se constituem de duas etapas : l impeza e sanificação. Na l i mpeza, ocorre remoção de res íduos orgâni cos e minerais das s uperfícies, sendo a etapa realizada com auxílio de detergentes. A sanificação é a etapa que visa e l i mi n ar microrgani s mo s patogênicos e reduzir a l terad o re s até níveis c o n s i de r a d o s s e g u r o s , podendo s e r realizada tanto por métodos físicos (calor e radiação) quanto por métodos químicos ( A N DR A DE e MACÊDO, 1 99 6 ) . O ácido peracético é um agente sanificante potente sendo ativo contra um grande espectro de m i crorgan i s mo s . É e s p o ri c i d a em bai xas temperaturas e permanece e feti vo na presença de matéria orgânica ( BLOCK, 1 99 1 ). É necessária a comprovação da eficiência microbiológica dos sanificantes químicos, por meio de testes laboratoriais, testes em uso e testes em uso simulado. Os testes laboratoriais padronizados s ã o ú t e i s p ara c o m p aração da at i v i d ade de sanificantes em vários produtos e diluições, tempo de contato e temperatura, entre outras variações e condições (ANDRADE e MACÊDO, 1 996) O teste de d i l u i ção de uso é u m t e s t e l ab o ratorial amp l amente ace i t o , recon hec i d o como rigoroso e bem padronizado que tem como p ri n c i p a i s obj e t i v o s a determi nação da maior d i l u i ç ão d o s a n i fi c ante que a i n d a apresenta eficiência bactericida e a avaliação das concen trações de s a n i fi c a n tes reco men d ad as p e l o s fabricantes (LEITÃO, 1 9 8 4 ) . É o método reco mendado nos Estados U n idos pela EPA ("Envi romentaI Protecti on Agency") p ara regi stro e e s p e c i fi cações C OmerCi a I S de s an i fi cantes (GONTIJO FILHO & ROMÃO, 1 986). No Brasil, o INSTITUTO N ACIONAL DE CONTROLE DE Q U A L I D A D E E M S A Ú DE I N C Q S , d a F u n d aç ã o O s w a l d o Cruz, d o Ministério da Saúde utiliza o teste d a diluição de uso para aval iar a efi ci ência microbiológica de s an i fi c antes . O s p r o d u t o s a p r o v a d o s s ão l iberados para c o merciali zação, a p ó s regis tro na D i v i s ã o de S an e an te s D o m i s s a n i t á ri o s ( D I S A D ) . O I N C Q S s e g u e as met o d o l o g i a s u t i l i z a d a s p e l a E PA/U S A e p r o p o s t a s p e l a " A s s o c i at i o n o f O ffi c i al Anal itycal Chemists (AOAC) (ENGLER, 1 9 84 ; INCQS, 1 99 2 ) . O o bj et i v o d e s te trab a l h o fo i a v a l i ar a eficiência do ácido peracético sobre esporos de B a c i l l u s sp o ro t lz e r11l o d u r a n s p e l o t e s te da diluição de uso, preconizado Association Official of Anal ytical Chemists (AOAC, 1 9 84). 2. MATERIAIS E M É TODOS 2 . 1 . S oluções sanificantes de ácido peracétic o e m ic r o r g a n i s m o u t i l i z a dos As soluções sanificantes de ácido peracético foram preparadas a partir do produto comercial c o n centrado Vort e x x da ECOLA B , c o n t e n d o 3,0% de ácido peracético, 6 , 3 % de peróxido d e hidrogênio, densidade a 25°C igual a 1 ,06 1 2 g/cm3 e pH 1 , 3 . Foi utilizado o Bacillus sporotlzermodurans CCT 6247 . Culturas estoque foram mantidas em ágar BHI (Merck), acrescido de 0,5g/L de citrato férrico amoniacal e 1 g/L de esculina. 2.2. S us p e ns ã o d e e s p oros d e B a c i llus spo ro tlzermodurans A p ar t i r da c u l t ura e s t o q u e , a p ó s descongelamento à temperatura ambiente (202 5 ° C ) , o microrgan i s mo fo i ati vado em ágar B HI, contido na posi ção incl inada em tubo de 1 5x 1 50mm acrescido de 0,5g/L de citrato férrico amoniacal e I g/L de escu l ina, por meio de três repicagens consecutivas, com incubações a 37°C, por 24 horas. Após a terceira repicagem, foi adicionado ao ágar B HI 1 mL de tampão fosfato ( 0, 3 1 M ) , pH 7,0 e temperatura de 25°C. Em seguida, foi efetuada agitação manual, para a obtenção de célu las em s u spensão que foram i noculad as na su perfície de 250 mL do meio de esporulação 3,Og de extrato de carne, 5 ,Og de triptona, 1 9 de amido, 1 0mg de sulfato de manganês e 20,Og de ágar em 1 000 mL de água destilada e pH final 7,00 ± 1 - contidos em 8 garrafas de Roux de capacidade de 800 mL. A incubação prolongou se por nove dias quando se obteve em torno de 9 5 % de e s p o ru l ação, observada por m e i o d a microscopia d e contraste d e fase (Olympus, 40). Após esse período, adicionou-se 20 mL de tam p ão fosfato sobre a s uperfíci e do meio de c u l t u ra de cada garrafa d e R o u x . A g i t o u - s e manu a l m e n t e , c o l e t o u - s e o s ob r e n a d ante sepa radamente em tubos de cen trífu gas com capacidade de cerca de 30 mL e centrifugou-se a 3000x g du rante 1 0 minutos à temperatura de 4°C. Ressuspendeu-se os sedimentos de esporos em água des t i l ada, previ amente esteril i zada a 1 2 [ OC por 1 5 minutos, novamente centrifugou se e o processo se repetiu por quatro vezes. Ao final, os esporos de cada tubo de centrífuga foram suspensos em tampão fosfato e glicerol ( 8 5 : 1 5), colocados em Erlenmeyer de 250 mL. A confi rmação do n ú mero de esporos do lote foi feita por plaqueamento , uti l i zando-se a téc n i c a d o e s p a l h am e n t o , a p ó s tratame n t o térmico de 80°C p o r 1 5 minutos, em m e i o B H I com incubação a 37°C p o r 2 4 horas, obtendo-se em torno de 7,6 x 1 07 esporos por mL. F i n a l me n t e , a s u s p e n s ã o de e s p o r o s do Erlenmeyer foi distribuída em volumes de 2mL, em tubos de ensaio e mantidos à temperatura de - 1 8°C, até o uso. 2.3. D eterminação d o tempo d e adesão dos esporos d e Bac illus sp o rotlzerm o durans nos c i l i n d r o s Este t e m p o foi o b t i d o c o l o ca n d o - s e e m um b é q u e r de 1 00 mL 1 0 c i l i n d r o s d e a ç o i n o x i d ável A I S I 3 04, c o m 1 0mm de c ompr i mento, 1 0mm de d i â metro externo e 9 m m de d i âm e tr o i ntern o , es teri l i za d o s a 1 2 1 ° C por 1 5 minutos, em 20 mL de suspensão de esporos c o n t e n d o a p r o x i madamente 1 06 U FC/mL e incubados a 37°C. Após 3 0 m i n u t o s , 12 e 24 h oras foram retirados dois cilindros e estes colocados por 1 minuto em p l acas de Petri, contendo apro x i madamente 25mL d e água destilada esterilizada, com o o bj et i v o de remover e s poros q u e não estavam aderidos aos cilindro s . Em seguida, os c i l i n d ro s fo ram c o l o c a d o s p ara secagem, à temperatura ambiente (20-2 5 ° C ) em p apel de filtro contido em placas de Petri por 20 minutos . Após secos, cada c i l i ndro foi colocado em u m tubo d e ensaio contendo 2 m L de solução tampão fosfato, agitado por 1 minuto no agitador de tubos e após diluições adequadas, alíquotas de O, l mL da solução tampão foram espalhadas na superfície de ágar BHI com alça de Drigalsky. Após incubações a 37 °C/24h, os esporos foram contados, expres sando-se os resultados em UFC/cilindro . 2 . 4 . Avaliação da eficiência do ácido peracético sobre os esporos de B. sporotlzermodurans, p el o tes te da d i l u i ç ã o de u s o Para avaliar a efi ciência do ácido peracé tico sobre os esporos foi utilizada a metodologia do teste da diluição de uso, com adaptações. Em tubos de ensaio esterilizados a 1 2 1 °C1 1 5 minutos, foram adicionados 1 0 m L das soluções diluídas do ácido peracético. Após equilíbrio da temperatura a 25± 1 °C, em intervalos fixos de I minuto, foi adicionado u m c i li n dro aderid o com B . sp o ro tlz e rmodu rans a cada u m d o s 1 0 tubos contendo a s o l ução s an i fi c a n t e . N es tas c o n d i ç õ e s , 9 mi nu t os foram gastos até que a i noc u l ação da s érie se comp letas s e . Decorrido 1 minuto, após a imersão do décimo c i l indro, foram iniciad as as transferências dos cilindros para tubos de e n s ai o 1 5 x l 8 0mm em 1 0mL de meio de subcultivo B H I ( ME R C K ) . Para i sto, utilizou-se pinças esterilizadas, inician do-se pelo pri meiro tubo i noculado, s empre em i ntervalos fixos de 1 minuto. Assim, em todos os tubos o tempo de contato dos esporos com o sanificante fo i de 1 0 m i n u t o s . E s t e p r o c e d i m e n t o fo i também executado para as temperaturas de 4 e 40°C . Para os tempos de c ontato de 1 5 e 3 0 m i nutos, a s adições d o s c i l i ndros foram fei tas após 1 , 5 e 3 , 0 minuto s , respectivamente. Os meios de subcultivo foram i ncubados a 3rC/24horas, sendo os resultados expressos em número de tubos que apresentavam turbidez, em função do cresc i mento micro b i an o . Antes de s erem reu t i l i zados , o s c i lindros fo ram l av a d o s com t ri p o l i fo s fa t o de s ó d i o , lavados por imersão durante 5 minutos e m NaOH a I % e esteril izados a 1 2 1 ° C/ 1 5 minutos. 3. RESULTADOS E DIS CUSS à O 3 . 1 . A desão dos esporos de B a c illus spo rotlz erm o durans em cilindros de aço i noxidável A adesão dos esporos de B . sporothermodurans nos cilindros de aço i noxidável , utilizados para o teste de d i l u i ção de u s o , au men t o u com o Pág . 29 Pág. 28 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVII I CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS tempo ( Q u adro I ) . A s s i m , após 30 m i n u t o s o n ú mero de esporos aderidos foi de 4,3 x 1 03 UFC por c i l i n dro. Esses valores atingiram 5 , I x I 04 e 9, l x 1 04 nos tempos de adesão de 1 2 e 24 horas. Em fu n ç ão , d e s t e s res ul ta d o s foi d e fi n i d o o tempo de adesão de 24 horas para se efetuar os e xperi m e n t o s rel a t i v o s a ação e s p o r i c i d a do ácido p eracétic o . Quadro 1 · N ú me ro d e e s p o ro s d e B a c ilus sporothermodurans ( UFC) aderidos em c i l i ndros d e aço i n o xidável, à temperatura de 25°C, em função do tempo de contato. 9, 1 X 1 04 9,2 X 1 04 8 , 9 X 1 04 x 1 04 1 2 3 Média Pode-se considerar que o número de esporos aderidos após 24 horas é satisfatório para execução do teste de diluição de uso. Neste tempo, foi obtido um maior n ú mero de esporos aderid o s ao aço inoxidável, melhorando a resposta sobre a avaliação esporicida do ácido peracético. Embora não tenha ocorrido um processo de formação de um biofilme, o número encontrado no c i l indro caracteriza um processo de adesão bem estabelecido. Quadro 2 • 3.2. Ava l i a ç ã o d a e fi c i ê n c i a do á c i d o p eracético s ob re os e s p o r o s d e B . sp o rotll erm o d u ra n s , pelo t e s te da d i l u i çã o d e uso A efi c iência do ácido peracético sobre os e s poros de B . sp o ro th e rm o d u ra n s pode ser constatada no Quadro 2 e Figuras I a 3. Para as temperaturas estudadas, verificou-se o aumento d a e fi c iê n c i a e s p o ri c i d a c o m o a u m e n t o do tem p o . P ara 4 ° C , em 1 0, 1 5 e 30 m i n u t o s de c o n tato , o s v al ores e s t i mados p e l a s e q u ações d o Q u a d r o 2 p ara a p r o v a ç ã o n o t e s t e da d i l u i ç ão de u s o , foram, res p e c t i vamente, 442, 3 64 e 3 2 5 m g/L d e á c i d o p er a c é t i c o . Em rel aç ão à temperatura de 25°C, a aprovação no teste d a d i l u i ç ã o d e uso o c o rr e u n as concentrações de 2 5 7 , 1 84 e 1 35 mg/L de ácido peracético, nos tempo s de contato de 1 0, 1 5 e 30 m i n u t o s , res p ec t i v a m e n t e . P ara 40 ° C , o s valores encontrados foram de 1 27 , 77 e 74mg/L, p ara os mesmos tempos de c o n tato, res p e c t i v amente. Como era esperado, houve uma diminuição da c o n ce n t ração do agente e s p o r i c i d a c o m o aumento do tempo de contato, p ara aprovação n o teste d a d i l u iç ã o d e u s o . N o e n t an t o , os v a l ores e n c o nt r a d o s e s t ã o a c i m a d aq u e l e s recomendados p e l o fabricante, que s e s it u am entre 30 e 60 mg/L de ácido peracético (Vortexx, 1 999). 10 ----�-----r--� ., '" a - y = 4 25 25 25 40 40 40 15 30 10 15 30 10 15 30 número d e tubos positivos mg/L de ácido peracético ** S i gnifi cativo ao nível d e 1 % de probabilidade (P<O, O l ) Y Y Y Y Y Y Y Y = -0,0322x* * + 1 1 ,7 1 8 * * - 0 , 0 2 67 x * * + 8 , 67 6 * * -0,042 5 x * * + 1 0 , 9 3 7 * * -0,044 5 x * * + 8 , 2 0 6 7 * * - 0 , 05 7 5 x * * +7 ,7 7 5 7 * * -0,0725x* *+9,2032* * - 0, 1 1 1 1 x * * + 8 , 6 06 7 * * - 0 , 0 9 0 8 x * * + 6 , 7 24 1 * * 0,9 5 8 3 0, 8 1 6 1 0 , 9 06 2 0,9300 0,9005 0,9 1 34 0,9476 0,93 1 2 0,9408 Tempo = 1 0 min Tempo = 15 min Tempo = 30 min - Curva de regressão .. 'V !li 100 150 200 250 300 350 400 450 500 mglL ácido peracético Figur a 1 . N ú m e ro de t u b o s c o m c r e s c i mento, e m meio B HI , d e e s p oros de B a c i ll u s sp o ro t h e rm o d u ra n s pelo t e s t e da d i l ui ç ão de uso, a 4°C, t e m p o de c o n tato de 1 0, 1 5 e 3 0 m i n u t o s , e m fu n ç ã o d a c o n c e n tração de áci d o p eracétic o . 10 ��-------' Tempo = 10 min Tempo = 15 min Tempo = 30 min - Curva de regressão e '" 20 50 100 1 50 200 250 300 mglL ácido peracético 2 • N úmero de tubos com crescimento, em m e i o B H I , d e e s p o r o s de B a c illus sp o r o th e rm o du rans p e l o t e s t e da d i l u i ção d e u s o , a 2 5 ° C , t e m p o de c ontato d e 1 0 , 1 5 e 3 0 m i n u t o s , e m fun ção d a c o n c e n tração d e ácido peracético. Para o Bacillu s cere us, o utra espécie de i m po r tân c i a d o gênero B a c illus p ara o l e i te U AT, p e s q u i s a rel ata res ul t a d o s semelhantes, onde também- a efi c iênci a do ácido peracético a u m e n t o u c o m a t e m p er a t u r a e o t e m p o d e contato ( L A N G S R U D e t ai, 2000). Também as recomendações do fabricante não foram apro v ad as n o teste d a d i l ui ç ão d e u s o , q u a n d o s e av a l i o u a e fi c i ê n c i a d e s te 40 60 80 100 120 140 mglL ácido peracético Figura !li Equações d e regressão l i near d o n úmero d e tubos com crescimento, e m meio B H I, de esporos de Bacillus sporothermodurans em função da concentração de ácido peracético, temperatura e do tempo de contato . 1 70-400 1 50-340 1 0O-27O 25- 1 90 40- 1 40 25- 1 30 1 5-85 1 6-80 s a n i fi c ante s o b re c é l u l as v e g e ta t i v as de u m p s ic rotrófi c o aci d i ficante i s o l ado de l eite cru . Quando se uti l i zou soluções contendo 300mg/L de ácido peracético à temperatura de 2 5 ° C e l O m i n ut o s de c on t ato, c o n st atou-se que 5 % dos tubos de s ubcul tivo apresentaram cres cimento, o que repro v o u a c o n cen tração recomen d ada ( O VIEDO 1 99 6 ) . 10 �-------, Figura x = Tempo = 10 min Tempo = 15 min Tempo = 30 min Curva de regressão 3 • N ú mero de tubos com crescimento, em m e i o B H I , d e e s p or o s de B a c illus sp o r o tlz e rm o du rans pelo t e s te da d i l u i ç ão d e u s o , a 40° C , t e m p o de c o n tato de 1 0 , 1 5 e 3 0 m i n u t o s , e m fu n ç ão d a c on c e n tração de ácido peracético. A Figura 4 apresenta a relação entre o 10g J O do tempo de contato em função da concentração de ácido peracético e s t i m adas pelas equações apresentadas no Quadro 2 , p ara 4, 2 5 e 40° C . Destas equações foram obtidos os valores d e Z , d e ac ordo c o m o m o d e l o T = Tr x 1 0 Cr-C/Z , sendo Z a v ariação na c o ncentração de ácido p eracé t i c o n e c e s s ári a p ara reduzir e m 90% o valor do t e m p o de c o n tato, s o b as c o n d i ções t e s t ad as . D e ac o r d o c o m o m o d e l o a p r e s e n t ad o , Z s erá o i nverso d a i n c l i n aç ã o d a c u rva, o u Cr - C Z LogT - 10gTr A s s i m fo ram d e t e r m i n a d o s os v a l ores Z i g u a i s a 256 mg/L , 2 6 3 m g/L e l 49 mg/L p a r a as t e m p e r a t u r a s de 4, 2 5 e 4 0 ° C , re s p e c t i v a m e n t e . N o Q u adro 3 , encontram-se a s equações de regressão l in ear do l ogaritmo do tempo em fu nção da concentração de ácido p eracético à tem peratura de 4, 25 e 40°C, na qual não há e sp oros sobre v i ventes . Pág. 30 Pág . 3 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Quadro 3 - R egres são l i near do l ogaritmo do tempo e m função da c o ncentração de ácido p eracético à temperatura d e 4, 25 e 40° C , n a q u a l não há e s p oros s o brev i ventes . 4 25 40 - 0 , 0 0 3 9 x+2 , 7 1 6 8 - 0 , 0 0 3 8 x + I , 94 7 2 -0,0067x+ 1 , 83 5 2 1 .6 e v 1 .5 o � -o i m 0,9320 0,933 1 0,6662 T = 4.C T = 25·C T = 40·C Curva de regressã 1 .4 1 .3 1 .2 1 .1 2.0= 256 1 .0 200 1 00 300 400 500 600 mglL ácido peracético Figura 4 - Logaritmo do tempo em função da concentração de ácido peracético' à temperatura de 4, 2 5 e 4 0 ° C , n a qual não há esporos s obreviventes. A p ar t i r dos v a l o res d e Z, p o d e - s e d etermi nar equações q u e a s s o c i am t e m p o d e contato e c o ncen tração p ara as temperatura s utilizadas no experimento (Quadro 4 ) . Quadro 4 - R e l aç ã o t e m p o d e c on t a t o d e 1 0 m i n u to s e c o nc e n tração n a a ç ã o esporicida de á c i d o p eracético. = = 1 O. 1 O (249·C) /263 1 0. 1 0 ( l 25·C)/149 1 5 a 1 30 Onde: T = t e m p o de c ontato d o s e s p o ro s de B . sporothermodu rans e o á c i d o peracético, a uma dada concentração ( C ) ; C = Concentração de ácido peracético, em mg/L. Por e x e m p l o , p ara um tempo de contato de 20 minutos a 4 ° C , a concentração de ácido p erac é t i c o d e te r m i n a d a p e l a e q u a ç ão é de 3 6 3 mg/L . Por o utro l a d o , se a c o ncentração utilizada do sanificante for de 1 1 0 mg/L de ácido p eracético, o tempo d e c o ntato a 40°C d eter minado pela equação será de 1 3 minutos . Foram u t i l i za d o s os t e m p o s de c o nt at o de 1 0 e 3 0 m i n uto s como referênCia, res p e c t i v amente. A determinação de equações é de i mpor tância para o monitoramento do binômio tempo/ c o n centração p ara s a n i fi cação na i n d ústria de alimentos. Se houver, por exemplo, alguma falha em r e l a ç ã o à c o n c e n tr a ç ão na e t a p a de sanifi cação, com equações deste tipo é possível determinar o te m p o neces s ário p ara s e o b te r u m a higienização adequada. 4. CONCLUS Õ ES o teste da diluição de uso fundamenta-se na eliminação total dos esporos aderidos aos cilindros de aço inoxidáve l . No entanto, s abe-se que as populações microbianas, incluindo os esporos de B . sp o ro th e rm o d u ra n s n ão são h o mo g ê n e as q u an t o à res i s tê n c i a, h a v e n d o u m p erce n t u al m e n o s res i s te n t e e o u tro m a i s res is t e n t e aos agentes químicos, como o ácido peracético. I s t o p o d e r i a e x p l i c a r as c o n c en t ra ç õ e s rel ati vamente e levadas de ácido peracético para aprovação neste teste. C o n s ideran d o - s e a conce ntração de 60 mg/l de á c i d o peracét i c o recomendada pelo fabricante para o formulado usado no experimento, constata-se que as concentrações obtidas no experimento para aprovação, para 1 0 e 30 minutos a 4°C, são cerca de 7 ,4 e 5 ,4 vezes maior, ou seja, 442 e 325 mg/L. Para 2 5°C, nos mesmos tempos d e contato, esses v a lores s ã o 4 , 3 (257 mg/L) e 2 , 3 ( 1 35 mg/L) . Para 40°C, o s valores s ão 2, 1 ( 1 27 mg/L) e 1 ,2 (74 mg/L) . Verifica-se, portanto, que para a aprovação da concentração recomendada de 60 mglL de ácido peracético, as condições que mais se aproximam são a temperatura de 40°C e tempo de contato de 30 minutos. Essas condições s ão usuai s na rotina de uma indústria de laticínios, p articularmente, em procedimento de l impeza no l ugar (CIP). 5. ABSTRACT S po re s o f B a c i ll u s sp o r o the rm o du rans m a y res i s t t o the u l tra h i g h t e m p e ra t u re treatment of m i l k and may t u m the U HT m i l k i mp r o p e r f o r c o n s u m p t i o n . S o l u t i o n s o f a c o merci al formulation based in p eracetic a c i d was evaluated by p rocedures b a s e d on d i lution use test. The data obtained with the use dilution test p e r m i t e d the d e v e l o p m e n t o f e q u a t i o n s w h i c h were u s e d to estimate t h e concentrations A N AI S D O XVIII C O N G R ES S O N AC I O N A L DE L AT i CíNIOS of t h e s all l t l z e r fo r a p p r o v a l on the t e s t . F o r t h e c o n t ac t p er i o d s o f 1 0 , 1 5 , a n d 3 0 m i n u t e s i t w a s d e t e rm i n a t e d t he fo l l o w i n g concentrations : a ) 442 , 3 7 2 , and 3 2 5 mg/L o f peracetic acid a t 4°C; b) 257, 1 84 and 1 35 mg/L of the sanitizer at 25°C; c) 1 27, 77 and 74 mg/L at 40° C . A l s o i t were obtained equati ons that per mited esti mate Z values in agreement w i t h Cr. C/Z w here Z i s t h e the m o d e l T = T r x 1 0 , vari ati o n i n c o n centrat i o n o f peracet i c a c i d which i s needed to reduce in 90% t h e D value under eval uated conditions . From the Z values i t can be d e t e rm i n at e d the e q u ati o n s t h at combine contact periods and concentrations o f t h e san i t i zer w i t h t e m p e r a t u re s u se d i n t h i s experi m e n t . F o r e x e m p l e , fo r t h e p er i o d o f 1 0 m i n u t e s as r e fe re n c e , i t w e r e o b t a i n e d : T4 = 1 0. 1 0 44O-C/256, at the range of 1 50 to 450 mglL of p erac e t i c acid ; T 25 = 1 0 . 1 0 249-C/263 , at t h e range of 25 to 2 7 0 mg/L; T4 = 1 0. 1 0 125-Cl149 , at 0 the range of 1 5 to 1 3 0 mg/L. T is the contact period of the s pores and the peracetic acid at a given con centration (C) and C is t he concen tration of peracetic acid in mg/L. K e y w o rd s : A tt a c h e m e n t o f s p ore s , Bacilllls sporothermodurans, Use Dilution Test, UHT m i l k tre atment. 6. REFER Ê N C IA S BIBLIOGRÁFICAS A N D R A DE , N . J ; M A C Ê DO, J. A . B . H i g i e n i z a ç ã o na i n dústria d e alim entos, L i vrari a Varel a Ltda, 1 996, 1 8 2 p . ASSOCIATION O F OFFICIAL A NALYTICAL C H E M I S T S - A O A C . O ffi c i a l m e t h o ds o f analys i s . 1 4th Was h i ngton, D . C . , 1 9 8 4 . 1 1 4 1 p . BLOCK, S . S . D i s i n fecti o n , steri l i zation, and preservation. 4 th• Lea & Febiger. 1 9 9 1 , 1 1 62p. BRASIL. Portaria na 370, de 4 de setembro de 1 9 97 . E s t a b e l e c e R e g u l a m e n t o té c n i c o de i d e n t i d ad e e q u a l i dade d o l e i te U H T ( U AT ) . Diário Oficial ( d a R e p ú b l i c a Federat i v a d o Bras i l ) , B rasíli a, 8 set. 1 99 7 . ENGLER, R. DISINFECTANTS . I n : HORW ITZ, W. 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Pág . 3 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS EFICIÊNCIA ESPORICI DA DE ÁCIDO PERACÉTICO SOB R E BACILLUS SPOROTHERMODURANS AVAlIADA PELO TESTE DE SUSPENSÃO Sporicidal efficiency of peracetic acid on Bacillus sporothermodurans evaluated by suspension test MART I N S, A. 0 . 0 1 . ; A N D RAD E , N . J2. ; ARCU R I , E. P . ; PASSOS, F.J .V2 . ; AKUTSU , C . Kl . RESUMO S o l u ção d e um fo rmu l ado co merci al à base de ácido peracét i c o foi avaliada p o r p r o c e d i m e n t o s fu n d am e n t a d o s no t e s te d a s u s p e n s ão s o b re e s p o r o s d e B a c i l l ll s ' sp o ro tlz e rmodll rans . Es tes e s poros p odem resistir à esteri l i zação d e l e i te p e l o s i stema U l tra A lta Temperatura e podem tornar o produto impróprio p ara o consumo c o n forme legis lação vigente . Em rel ação ao teste de s uspensão, constatou - s e que o s e s poros de B. sporotlzermodllrans aderiram aos cupons de aço i noxidável, aumentando a adesão com o temp o . Nos tempos, O e 1 2h, o número de esporos aderidos foram de 8 , 8 x l 0 2 (0,08 8 % ) e 7 , 8 x l 03 (0,78 % ) UFC/cm2 , respectivamente. Esses números indicam processos de adesão e não formação de biofi l mes. Solução contendo 60 mg/L de ácido peracético, em 1 0 min, a 25°C, apresentou ati vidade esporicida nas s uspensões dos esporos em todos os tempos de adesão avaliados. À medida que aumentou o número de esporos aderidos a eficiência do sanificante foi mais elevada. Os valores de RD foram 2 , 1 3 , 2 , 8 0. 3 , 1 0, 2 .9 1 , 3 , 8 9 e 4, 1 8 , p ara os tempos de adesão de O, 2, 4, 8 , 1 2 e 24 horas . A s s i m , os v al ores D para essas condições foram de 4,7, 3 ,6, 3 ,2 , 3 ,4, 2 , 3 e 2, 1 minutos, respectivamente. Pal avras - c have s : A d e s ão d e e s p o ro s ; B a c i l l u s sp o ro th e rm o du ra n s ; Te s t e de s uspensão ; Á cido peracétic o ; Leite U AT. L INTROD U Ç Ã O O l e i te é c o n s i de r a d o u m a l i m e n t o d e grande v a l o r n u trici onal por fornecer macro e micronutrientes indis pensáveis à manutenção da saúde. Nos alvéolos, onde é si ntetizado, o leite é considerado esteri l i zado, porém, ao s ai r dos a l v é o l o s p o d e ser c o n t a m i n a d o por m i cror gan i s mo s q u e vegetam n o i n te r i o r d o úbere, sendo esta contaminação de p o u c a importância q u ando o animal é s ad i o . A p ós a o rdenha, as contaminações podem se originar do transporte, armazenamento e até mesmo do processamento, uma vez que o leite é fonte de proteínas, lipídeos, c ar b o i d r a t o s e m i n erai s , u t i l i z a d o s para o cres c i mento de microrgani s m o s . O microrganismo Bacilllls sporotlzermodu rans p o d e ser enco ntrado dentre os c on taminantes do l ei te. São bactérias formadoras de esporos 1 2 3 e x t r e m a m e n te res i s te n t e s ao c al or, s e n d o capazes de s obre v i v e r a o tratamento U AT d o leite ( H AM MER et a1 . l 9 9 5 ) . A morte térmica d o s esporos bacterianos é o mais i mportante efeito bacteriológico na faixa de temperatura do tratamento U AT. Dois tipos de esporos bac terianos são particularmente i mp or tantes: aqueles de microrganismos mesófilos, como o B a c i llus su b tilis e os termofíli c o s , como o Baci llus stearothe rm op h i lus ( A N D E R S O N e OESTE, 1 992). Espécies do gênero Bacilllls têm sido identificados como res p o n s áveis p o r e s s a d e teri o ra ç ã o , n o t ad am e n t e B a c i l l u s b a di u s , B a c i l l u s c e r e ll S , B a c i l l ll s l i c h e n ifo rm is, Bacil/us p o lymyxa. Bacilllls subtilis e Bacillus s t e a ro tlz e rm op lz i l l ll S ( H AM M E R e t a I . , 1 99 5 ; PETTE R S S O N e t aI . , 1 99 6 ) . Correspondência: n andrad e @ mail . u fv.br Apoio fin anceiro : CAPES MS em C iência e Tecnologia de Alimentos. Professores do DTA/UFV, Viç osa, M G. Professora/Pesquisador da EPAMIGIILCT. Juiz de Fora, M G. A higienização numa indústria de alimentos é de fundamental importância para p reservar as características do produto e minimizar os riscos decorren tes de c o n t a m i n aç õ e s . O u s o de sanifi c antes q u ímicos em concentrações, p H e tempo de contato adequados são importantes no cont role da microbiota em equip amentos, u ten sílios, superfícies e manipuladores. D e n tre os s a n i fi c an tes q u e a p r e s e n t am efeito esporicida, encontra-se o ácido peracético, que tem s i d o m u i t o u ti l i zado na i n d ú s tria de a l i mentos p o r s e decompor e m p rod u t o s não tóxicos ao meio ambiente. O ácido peracético é um agente anti m icrobiano mais potente que o peróxido de hidrogênio, sendo ativo contra um grande espec tro de mi crorgani s mo s ( B L O C K , 1 9 9 1 ). Atual mente existem produtos comerciais que contém ácido orgânico, como o octanóico, em s u as composições ( B USTA, 1 99 8 ) . A a v a l i a ç ão do d e s e m p e n h o d o s s a n i ficantes é bas tante c o m p l e x a, p r i n c ip a l mente em função dos i n ú meros fatores que p o derão afe t á - l a . A s s i m , t o rn a - s e e v i d e n t e a i m p or tância da execução de alguns testes que permitam a seleção de um p roduto ideal para as condições específicas de u s o na i n d ú s t r i a de a l i me n t o s (LEIT à O , 1 9 8 4 ) . O teste d e suspensão avalia a eficiência de s an i fi c antes na red u ç ão de u m a p o p u l aç ão microbiana em suspensão, sob condições práticas de u s o . Este teste é recome n d ado p e l a A O A C para avaliar sanifi cantes u s ados em s uperfícies não porosas e p reviamente l i mp as que entram em c o n tato com os a l i m e n t o s ( A N D R A DE e MAC Ê DO, 1 99 6 ) . Os resu ltados d o s testes são apresentados na forma de redu ções d e c i m ai s na p o p u l aç ão microbiana de Escherichia coli ATCC 1 1 229 e de Staphylococcl/S allreus ATCC 6 5 3 8 , levando se em conta tanto o tempo de exposição como a concentração do s an i fi cante. S erá aprovado o sanificante que assegurar uma redução de 99,999% (5 ciclos logarítmicos) na população microbiana, após 30 segundos de exposição, a 20°C . O o bj e t i v o d e s te trab a l h o f o i a v a l i ar a adesão de esporos de Bacillus sporothermodllrans ao aço inoxidável e a e ficiência da s o l u ção de ácido peracético sobre esses esporos pelo teste em s u s pensão. 2. MATERIAIS E M É TODOS 2.1. S olução sanificante de ácido p eracético A s o l u ção sanifi cante de ácido peracético foram preparadas a partir do prod uto comercial digitalizado por concentrado Vortexx da ECOLAB, contendo 3 ,0% de ácido peracético, 6,3% de peróxido de hidrogênio, densidade a 2 5 ° C igual a 1 ,06 1 2 g/cm3 e pH 1 ,3 . 2.2. Microrganismo Foi utilizado o Bacillus sporothermodurans CCT 6247 . C u lturas estoque foram mantidas em ágar B H I (Merck), acrescido de 0,5g/L de citrato férrico amoniacal e 1 g/L de esculina. 2 . 3 . S uspensão de esp oros de Bacillus sp orothe rmodurans A p ar t i r d a c u l t u ra e s t o q u e , ap ó s descongelamento à temperatura ambiente (202 5 ° C) , o m i c rorgan i s m o fo i ativado e m ágar B HI , contido na p o s i ç ão inclinada em tubo de 1 5x 1 50mm acrescido de 0,5g/L de citrato férrico amoniacal e 1 g/L de esculina, por meio de três repicagens consecutivas, com incubações a 37°C, por 24 horas . Após a terceira repicagem, foi adicionado ao ágar B HI 1 mL de tampão fosfato (0, 3 1 M ) , p H 7,0 e temperatura de 2 5 ° C . Em s eguida, foi e fetuada agi t aç ão man u a l , p ara a obtenção de células em s us pensão que foram i n o c uladas na s uperfície de 250 mL do meio de esporulação 3 ,Og de extrato de carne, 5 ,Og de triptona, 19 de amido, 1 0mg de sulfato de manganês e 20,Og de ágar em 1 000 mL de água destilada e pH final 7 ,00± 1 - c o n t i d o s em 8 garrafas de R o u x de capacidade de 800 mL. A incubação prolongou se por nove dias quando se obteve em torno de 9 5 % de e s p o r u l aç ã o , o b s ervada p o r m e i o da microscopia de contraste de fase (Olympus, 40). Após esse período, adicionou-se 20 mL de tampão fos fato sobre a s u perfíci e do meio de c u l t u ra d e cada garrafa d e R o u x . A g i t o u - s e manualmente, coletou-se o sobrenadante separa damente em tubos de centrífugas com capacidade de cerca de 30 mL e centrifugou - s e a 3 000xg d u ra n t e 1 0 m i n u to s à t e m p e ra t u ra d e 4 ° C . Ressuspendeu-se o s sedimentos de e s p oros e m água destilada, previamente esterilizada a 1 2 1 °C p o r 1 5 minutos, novamente centrifugou-se e o processo se repetiu por q uatro vezes . Ao final, o s e s p oros d e c a d a tubo d e centrífuga foram s uspensos em tampão fosfato e glicerol (85 : 1 5), colocados em Erlenmeyer de 250 mL. A confirmação do n úmero de e sporos do lote foi feita por plaq ueamento, utilizando-se a t é c n i c a d o e s p al h am e n t o , a p ó s t r a t a m e n t o térmico de 8 0°C por 1 5 m i n u t o s , em m e i o B H I com i ncubação a 3 r C p o r 24 horas, obtendo-se em torno de 7,6 x 1 07 esporos por mL. arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Fi n a l mente, a s u s pe n s ão de e s p o ro s d o Erlenmeyer foi distribuída e m volumes de 2mL, em tubos de ensaio e mantidos à temperatura de - 1 8°C, até o uso. 2 . 4 . Av a l i a ç ã o d a e fi c i ê n c i a do á c i d o p er a c é t i c o s o b r e e s p o r os d e Bacillll s sporothermodllrans , aderidos em cupons de prova I n i c i al mente, c u p o n s de aço i n o x i d ável AIS I 3 04 , # 4 , d i me n s õ e s d e 1 0 x l 0 m m , c o n t i d o s e m p l a c a s d e P e t r i , fo r a m e s te ril i zados a 1 2 1 °C p o r 1 5 minuto s . Em seguida, o s c u p o n s e s t e ri l i z a d o s fo ram i me r s o s e m a p ro x i m a d a m e n t e 1 0 0 mL d e s u s p e n s ão , c o n t e n d o apro x i m ad amente 1 04 e s p o ro s p o r m L e incubados a 3 7°C. Após O, 2, 4, 8 , 1 2 e 24 h or a s , 4 c u p o n s fo ram ret i r ad o s d a s u s p e n s ão e i mersos em 3 0 mL de águ a esteri l i zada p o r I minuto p ara remoção de c é l u l as p l anct ô n i c a s e c o l ocados p o r 20 m i nutos em p laca de Petri contendo papel de filtro, para secagem. Dois cupons foram colocados em 2 mL de sol ução tampão de B utterfield contida em tubos de ensaio, agitados por ! minuto em vortex e submetidos à técnica p ara contagem em placas p e l a téc n i c a e s p a l h am e n t o c o m a l ç a de Drigal sky, p ara a determinação do número de esporos aderidos à superfície de aço inoxidável, expressando-se em UFC/cm2• O u tr o s 2 c u p o n s fo ram i mers o s e m aproximadamente 1 0 mL da sol ução contendo 60mg/L de ácido peracético, durante 10 minutos a 25°C. O s ani ficante foi neutrali zado com uma s o l u ç ão d e ti o s s u l fato d e s ó d i o 0 , 2 5 % p o r 1 m i n u t o . Em s e g u i d a o s c u p o n s foram c o l o c a d o s em 2 m L de s o l u ç ão t a m p ão de B utterfi e l d c o n t i d a e m tubos de e n s a i o 1 5x 1 80mm e agitados por 1 minuto e m agitador de t u b o s e alíq u o t a s de 0, 1 mL de d i l u i çõ e s adequadas da solução tampão foram submetidos à técni c a de espalhamento em ágar B HI , com alça de Drigal sky. Após incubação a 3rC por 24 horas , o número de esporos sobreviventes à ação do s an i fi cante foi determi n a d o , expres sando-se em UFC/cm2• A eficiência esporicida do ácido peracético fo i a v a l i a d a determ i n a n d o - s e as r e d u ç õ e s decimais ( R D ) , p e l a seguinte fórmula: RD loglo do número de esporos aderidos aos c u p o n s ( UFC/c m2) antes da ação d o s anificante - 10g Q d o número d e esporos aderidos I sobreviventes nos cupons (UFC/cm2). = 3 . RESULTADOS E DIS CUSS à O 3 . 1 . Av a li a ç ã o d a e fi ci ê n c i a d o á c i d o p e r ac é t i c o s o b r e e s p o ros d e Bac illll s sporothermodllrall s , aderidos em cupons de prova O s es poros de B . sp o ro th e rm o d ll ra n s aderi ram aos c u p o n s d e a ç o i n o x i d áv e l , aumentando a adesão c o m o tempo (Quadro 1 ) . N o s temp o s , O e 1 2 h, o n ú mero de e s p oros aderi d o s foi de 8 , 8 x l 0 2 e 7 , 8 x l 03 U FC/cm 2 , respectiv amente. No entanto, várias pesqui s as têm mostrado que os esporos aderem em menor número quando comparado às células vegetativas. Em uma pesquisa, cupons de aço inoxi dável A I S I 304 de l cm2 , foram inoculados a 30"C em uma suspensão de caldo TSB (Tryptic Soy Broth) ou de BHI (Brain Heart Infusion), contendo cerca de 1 ,0 x 1 03 UFC/mL de Listeria inoccua L6a e Stap hylococcus a u reus ATC C 6 5 3 8 , respec tivamente. Observou-se que esses microrganismos aderiram em torno de 1 ,Ox 1 O I no tempo O h e l x l 05 no tempo 1 2 h (PARIZZI, 1 999). Compa rando-se esses resultados com a adesão dos esporos de Bacillus sporothermodurans, verificou-se uma adesão inicial mais rápida desses esporos em relação às essas células vegetativas, mas em menor número em função do tempo. Já, a adesão de Listeria 1ll01locytogenes em vidro sob condições de imersão a 37°C após 48 horas foi de 1 05 UFC/cm 2 (CHAE et aI . , 2000). A porcentagem de adesão em aço inoxidável de Pse u d o m o ll a s a e r u g i n o s a e En t e r o c o c c u s faecium foi respectivamente, 5 , 8 3 e 2,2 1 , após 12 horas e 1 8 °C (FIGUEIREDO et aI . , 1 99 9 ) , valores acima do percentual de adesão de esporos de B. sp o ro t h e rm o d u r a n s , q u e fo i de 0 , 7 8 . A maior adesão d e Pseu do/ll onas a e ruginosa pode ser explicada pela produção de exopolis s acarídeos, que possuem um i mportante papel n a ade s ão d o s micro rgani s mo s às s uperfícies ( KUMAR e ANAND, 1 99 8 ) . C o mp a ra n d o - s e o a ç o i n o x i d áv e l c o m outro tipo d e superfície, foi observado e m outro e x p e r i m e n t o q u e o á c i d o perac é t i c o a u m a c o n c en t r a ç ã o d e 2 0 0 mg/L a 2 5 ° C p o r 3 0 s e g u n d o s d e c o n tato c o m o m i c r o r g an i s mo apresentou res u l tados s im i l ares na redução de Pseudo1nonas .tluorescens e Yersinia enterocolitica. aderidas em Teflon. Foram observadas reduções de 2 , 6 5 e 2 , 9 0 c i c l o s l o g arít m i c o s p ara P s e u d o m o n a s e Ye rs i n i a , res pec t i v am e n t e . Neste ex peri mento, a m e t a para a red ução do n ú mero d e b ac t é r i a s aderidas fo i 3 R D ( M O S TELLER e B IS H O P, 1 9 9 3 ) . Quadro 1 Número d e esporos ( UFC/cm2 ) de - B a c i l l u s spo ro th e rm o du ra n s ade ri dos em cupons de aço inoxidável, A I S ! 3 04 , com I Ox l 0x l mm , em função do tempo de contato, a 25°C. Te Il1 J!ó. ·de adésão UFC/cm2 8,8 3,7 5,1 4,5 7,8 1 ,5 O 2 4 8 12 24 x 1 02 x 1 03 X 1 03 x 1 03 x 1 03 x 1 04 % de ·adesão 0,08 8 0,37 0, 5 1 0,45 0,78 1 ,5 A sol ução s ani fi cante contendo 60 mg/L de áciçlo peracéti co, em pH 3 , 3 , e temperatura de 2 5 ° C apresentou ati v i dade e s p o ri c i d a n as suspensões de B. spo ro th ermodu rans em todos os tempos de adesão avaliados no experimento (Quadro 2). Por exemplo, para 2 horas de adesão a solução sanificante em 1 0 minutos de contato obteve 2,8 RD, ou seja, uma redução de 2,8 ciclos logarítmicos na população dos esporos. Após o contato de 24 horas, o sanificante atingiu 4, 1 8 RD. O s valores D s ão obtidos di v i di n do - s e o tempo de contato pelas RD. Nos exemplos acima, os valores D encontrados foram de 3 , 57 e 2, 1 3 m i n u t o s , res pe c t i vame n t e . C o n s tat a - s e , p o r tanto, que à medida que aumentou o número de esporos aderidos a eficiência do sanifi cante foi mais e l e v a d a . I s to p o d e s e r e x p l i ca d o p e l a microtopografia da superfície do aço inoxidável, que observada pela microsc o p i a eletrô n i c a de varre d u ra, p o r exempl o , apresenta fen d as e ranhuras ( ZOTTOLA, e S A S A H A R A , 1 994) . Assim, a capacidade de proteção da s uperfície será maior quando o número de esporos for menor, considerando que esta capacidade será limitada. Quadro 2 - Reduções decimais e valores D para esporos de Bacillus sporotlzermodllrans aderidos em cupons de aço inoxidável, AISI 304, após ação de 60 mg/L de ácido peracético, pH 3,3, a 25°C, em 1 0 minutos de contato com o sani ficante e após diferentes tempos de adesão. Média das três repetições. O 2 4 8 12 2, 1 3 2,80 3, 1 0 2,9 1 3,89 4,7 3,6 3,2 3,4 2,6 Pág. 3 6 Em sua pesquisa TE GIFFEL et aI. ( 1 995) constataram que soluções diluídas com 1 40 mg/L e 200mg/L de ácido peracético, após 1 0 minutos de contato, a 5 0 ° C red u z i ram a p o p ulação de esporos de B a c illus cereus em 1 , 2 e 1 , 8 R D , re s pe c t i v amente, deter m i n ad o s p e l o teste de s us p e n s ã o . A partir d e s t e s res u lt a d o s , deter m i n aram-se o s valores D de 8,3 e 5,6 minutos, res p ec t iv amente. Em o u tra p e s q u i s a , obteve s e cerca de 2,5 R D (valor D de 1 2 m i n u t o s ) na p o p u l ação de Baci llus cereus ATTC 9 1 3 9 , q u ando se u t i l i zaram s o l uções c on tendo entre 500 e 1 500 mg/L à temperatura de 40°C e 30 minutos de contato (LANGS R U D , 2000) . P ara concentrações entre 1 00 e 300 mg/l de ácido p e r a cé t i c o , c o n s t at o u - s e a b a i x o d e 1 R D , c o rr e s p o n d e n d o u m v a l o r D a c i m a d e 3 0 m i n u to s . N o s trab a l h o s a c i m a m e n c i on a d o s , u ti l i z aram - s e s o l u ç õ e s d i l u íd as a p ar t i r d e s o l uções comerciais à b a s e de áci d o peracético e p e r ó x i d o d e h i drogê n i o . E s te for m u l ad o à base de ácido peracético tornou-se d i sp o nível c o merc i al me n t e , a p a rt i r d e 1 9 9 0 (B U S TA , 1 998). E m o utro e x p e r i m e n t o , u t i l i z a n d o - s e o teste de sus pensão, esporo s de Bacillus sllbtilis fo ram s u bm e t i d o s a 3 00 mg/L de áci d o peracético a 3 5 °C por 1 , 3 e 5 minutos d e contato, obtendo-se 0,43, 1 ,2 e 2,8 RD, respectivamente. Neste experimento foi observado que a eficiência do á c i d o p e r a cé t i c o a u me n t o u q u a n d o fo i u t i l i z a d o t e m p o de c on ta t o m a i o r en tre o microrgan i s m o e o s a n i fi c ante (ALVARENGA et aI, 1 99 6 ) Estes resultados s ugerem q u e a resistência de esporos de B a c i ll u s sp o ro th e rm o d u rans é menor do que a de esporos de Bacillus cereus e de esporos de B a c i l l u s s u b ti l is ao áci d o p e r a c ét i c o . N o e x p e r i m e n t o c o n d u zi d o , a s reduções d e esporos d e B . sp o ro thermodurans foram acima de 2 R D , e n tre 2 , 1 3 e 4, 1 8 , com m é d i a de 3 , 1 7 RD, em t o d as as s i tu ações, no temp o de c o n t ato de 1 0 m in u t o s ( Qu adro 2 ) . N e s te experi mento, e s t a menor resi stênci a foi constatada em concentrações menores, ou sej a, de 60 mg/L, e também em temperatura de 25°C, além disso os esporos estavam aderidos a uma s u perfície para processamento de alimentos, o a ç o i n o x i d á v e l . N o e n t a n t o , é n e c e s s ár i o r e s s a l tar q u e , n e s t e c a s o , fo i u ti l i zado u m produto cons i d erado d e nova geração, e m que n a formul ação tradi c i o n al - ácido p eracétic o mais peróxido de hidrogênio - foi acrescentado o áci d o pero ctanói co , que mel hora o contato entre o sanifi cante e o esporo ( B USTA, 1 99 8 ) . N ormalmente, a recomend ação para a concen- Pág . 37 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS tração de uso tradicional é 1 20 mg/L, enquanto que p ara o adicionado com ácido peroctanóico é entre 30 e 60 mg/L ( Vortex x , 1 99 9 ) . Os resultados permitem inferir q u e n ã o h á rel ação direta entre a resistência a o calor e a o á c i d o p e r a c é t i c o p ara o s e s p o r o s d e B . sp o ro thermodurans. Estes e s p o r o s s ão m u i t o m a i s re s i s t e n t e s a a ç ão d o c a l o r q u a n d o c o m p arado a o s e s p o ros de B. cereus e de B . subtilis e no entanto, são menos res i s tentes ao ácido peracético . Q u anto à res i s tênc i a ao c a l o r , relata-se que os esp oros de B . sp o ro th e rmodurans s ão m a i s re s i s te n t e s d o q u e o s e s p o ro s de B . s te aro the rmoplz i lus, por m u i t o t e m p o consi de r a d o s os e s p o ro s m a i s r e s i s t e n t e s ao t r a t a m e n t o t é r m i c o . O v a l o r D I m i o p ara 40 esporos de B . sp orotlz e rmodurans varia entre 3 , 4 a 7 , 9 s e g u n d o s , e n q u a n t o p ara B . s te a ro t h e r m o p lz i l u s e s t e v a l o r é d e 0 , 9 segundos, avaliados s o b a s mes mas condições ( P I RT T I J A R V I e t al . , 2 000) . Há pesquisas que comparam a ação do ácido peracético com compostos c1orados. Por exemplo, u ma s o l u ç ã o c o nt e n d o d e 1 8 0 mg/L d e c loro res idual total, reduziu em 3,0 ciclos logarítmicos, a p o p u l ação de e s p o ro s d e B. cere us e m s u s p e n s ã o e n q u anto s o l u ção c o n t e n d o 200 mg/L de ácido peráceti c o red u z i u apenas 1 , 8 c i c l o s logarítmicos (TE GIFFEL et aI 1 995). B aseando se nos res u ltados acima, os autores concluíram que s a n i fi c a n t e s c l o r a d o s a p r e s e nt a m m a i o r ação esporicida sobre esporo s de B. cereus do q u e s a n i fi c antes à b as e d e á c i d o peracé t i c o . Assim, pode-se hipotetizar q u e os esporos de B . sp o r o tlz e r m o du rans t a m b é m são m e n o s res i s tentes à a ç ã o do c l oro, q u ando comparado a o á c i d o peracétic o . S abe-se q u e os esporos bacterianos s ã o mais resistentes a ação do ácido peracético do que as células vegetati vas . Um estudo constatou que o valor D p ara células de En ferococcus faecium, aderidos em aço inoxidável, sob a ação de 60 mglL de á c i d o p er a cé t i c o , a p ó s t e m p e ra t u ra d e contato, foi d e cerca d e 7 , 5 segundos ( ANDRADE et aI, 1 99 8 ) . Nas mesmas condições, os valores D para os esporos de B. sporothermodurans foi de 2 , 3 m i n u t o s , c er c a d e 20 v e z e s m a i s resi s te n t e s . No experimento conduzido, os esporos d e B. sp o ro tlze rm odurans n ã o receberam nenhum t ratamen t o anteri o r com d etergen tes , á c i d o , c a l o r o u rad i a ç ão , que acontece n ormal mente d u rante o s p rocedi mentos de h i g i e n i zação na i n d ús tria d e a l i m e n t o s . A s s i m , s eg u n d o L A N G S R U D ( 2 0 0 0 ) , a técn i c a l ab oratorial d e avaliação da ação esporicida provavelmente não representa as condições ocorridas rotineiramente na i n d ú s tria. Este autor mostro u , em pesquisa, que o número de red uções decimais na população de esporos de B. cereus aumentou de abaixo de l RD para cerca de 3 R D , q u an d o s u b m e ti d a à u m p ré - t r a t a m e n t o de s e n s i b i l i z ç ã o c o m 1 % de h i d r ó x i d o o de s ó d i o a 6 0 ° C e em s e g u i d a à aç ão d e 1 00 - 3 00 mg/L d e á c i d o p erac é t i c o à t e m p eratura d e 2 0 ° C , d u rante 1 0 m i n u t o s . É p o s s í v e l que e s t a a ç ão s i n erg i s t i c a n a ativ i d ade esporicida d o ácido p eracéti c o , o c o rr a t am b é m c o m o s e s p o r o s d e B . sp o ro th e r m o dll ra n s . A p e s ar d o m e n c i o n a d o a c i m a , a t é c n i c a l ab o ra t o r i a l é a m p l am e n te aceita e os s e u s res u ltados s ão u t i l i zados p ara a v al i ar a t i v i d ad e b a c t er i c i d a ou e s p o r i c i d a d o s agentes q u í m i c os s o b d iv ersas c o n d i ções t a i s como t i p o , c o n ce ntraç ã o , p H , t e m p era tura d as s o l u ções q u í m i c as sanfi cantes , o que t o r n a m as i n fo r m a ç õ e s o b t i d as no e x p e ri m e n t o c o n d u z i d o v á l i d as . H á c on trovérs i as q u an t o a o n ú mero de red u ç õ e s d e c i m a i s n a p o p u l aç ã o d e e s p o r o s q u an d o a v a l i ad o p e l o t e s te e m s u s p e n s ã o . Esse n ú mero s o mente é b e m estabelecido p ara células vegetat i v as de Stap hy!o c O C C llS a llre llS ATCC 6538 e Esclz e riclz ia coli ATC C 1 1 22 9 , e m q u e s e re c o m e n d a 5 R D n a p o p u l a ç ã o d e s s e s m i c ro r g a n i s m o s a p ó s a a ç ã o d o s an fi c a n t e , e m 3 0 s e g u n d o s d e c o n t a t o , a 20°C (AOAC, 1 9 84). Pullen & Klingesen, citado p o r T E G IFFEL et aI ( 1 9 9 5 ) s u g e r e m q u e u m s a n i fi c an t e é c o n s i d e r a d o e s p o r i c i d a , s e at i n g i r t r ê s re d u ç õ e s d e c i m a i s ( R D ) e m 3 0 m i n ut o s d e c o n t a t o , a 2 0 ° C . C o n s i d eran d o que no e xperimento conduzido, o s val ores D v ariaram e ntre 2 , 1 3 e 4 , 1 8 , p ara os t e m p o s de adesão e n tre O e 24 horas , c o m u m a médi a d e 3 , 1 7 m i n u t o s , p o d e - s e a s s u m i r q u e a s o l u ção d e ácido peracé t i c o n as c o n d i ções e xperi mentai s aval i adas atingiria c erca d e 9 R D em 3 0 m i n u t o s , v al o r q u e a p r o v a o s a n i fi c ante e m q u e s t ão , m e s m o p ara e s p oros ad e ri d o s . Para se o b t e r 5 R D , q u e p o d e r i a ser u m a o u tra p o s s i b i l i d a d e d e re c o m e n d a ç ã o p ara a ação e s p oric i d a, seriam neces s ários valores médi os de 1 5 , 9 m i n u t o s , q u e é u m t e m p o q u e e s t á d e n t r o d a fa i x a n o r m a l d e c i r c u l aç ã o d e s a n i fi c a n t e s q u í m i c o s n a i n d ú s tr i a d e a l i m e n t o s . O s re s u l t a d o s d o l o g a ri t m o d o números d e c é l u l as aderi d a s , p o rcentagem d e adesão, nú mero de reduções decimais e val ores D podem ser e x p re s s o s por meio de regressões l i neares (Figuras 1 , 2 , 3 e 4) . y = 0,0394x* + 3,3283** 2 R = 0,7148 4,5 "'13 -':! fi � el) .Sl :! '"O 1� <> 3,5 '"O � <> '"O 0c:: 2,5 2 ° 10 15 20 25 Figu ra 1 - Logaritmo do n úmero de es poros de B a c i ll u s sp o r o th e rm o du ra n s a d e r id o s e m a ç o i n o x id á v e l , s ub m e t i d o s a 6 0 m g/L d e á c i d o peracético a 25°C, determinado pela c o n ta g e m p adrão e m p l ac a s , e m fun ç ão d o temp o . � <> "O * S i g ni fi c a t i v o a 5 % e I % d e p r o b a b i l i d ad e , respectivamente. 1,6 10 15 20 25 S i gnificativo a 5% de probabi lidade. F i gura 3 - N ú mero de red uções decimais de es poros de Bacillus sporothermodu rans, s u b m e t i d o s a 60 mg/L de á c i d o peracético a 25°C, determinado pela c o n ta g e m p a d rão em p l a c as , e m fun ç ão d o tempo. y = 0,054x** + 0,1662 2 R = 0,9526 1,2 ° tempo (horas) tempo (horas) * , ** u ".. y = 0,0771 x* + 2,5258* 2 R = 0, 8 1 37 y = -0,077x* + 3,9585** 2 R = 0,6822 4 13 0,8 � � 0,4 o c. O +-----�----�--.--. ° 10 15 20 o 25 tempo tempo (horas) ** Significativo a I % de probabilidade. Figura 2 - Porcentagem de esporos de Bacillus sp o ro tlz e r m o du ra n s a d e ri d o s e m aço inoxidável, submetidos a 6 0 mglL de ácido p eracético a 2 5 ° C , deter m inado pela c ontagem p ad rão e m p l acas, e m função do tempo . lO *, ** 15 20 25 (horas) S i g n i fi c a t i v o a 5 % e I % d e p r o b a b i l i d a d e , respecti vamente. F i gura 4 - Val ores D d e e s p oros d e Bac illus sp orotherm o du rans, s u b metidos a 60 mg/L de ácido peracético a 25°C, determinado pela contagem padrão em p l aca, em fun ção do tempo. 4. RESUMO E CONCLUS Õ ES - E s p oros d e B . sp o ro tlz e rm o du ra n s possuem capacidade em aderir ao aço i n o x i d áv e l , a u m e n t a n d o sua a d e s ão com aumento do tempo de contato. 2 - À medida que aumentou o n úmero de e s p o ro s a d e ri d o s , a e fi c i ê n c i a d o sanificante foi mais elevada. Isto pode ser explicado pela microtopografia da s u p erfí c i e d o a ç o i n o x i d áv e l , q u e a p re s e n t a fen d as e r a n h u r a s , o q u e p o deri a p ro teger o s e s p oros q u an d o aderidos em números baixos. digitalizado por 3 - A c o n c e n t r a ç ã o de 60 m g/ L d e á c i d o p e r a cé t i c o , à t e m p er a t u r a d e 2 5 °C e t e m p o d e c o n t a t o d e 1 0 m i n u t o s fo i a p r o v ad a n o t e s t e e m s u s p ensão. 4 - O s resultados obtidos permitem inferir q u e n ã o há re l a ç ão d i r e t a e n t re a res i s t ê n c i a ao c a l o r e ao ác i d o p e ra c é t i c o p ara o s e s p o r o s d e B . spo ro t lz e rm o d u ra ll s . 5 - O u s o d o ác i d o p e r a c é ti c o é u m a a l t e rn a t i v a v i áv e l n o c o n t r o l e d e esporos de B. sp o ro therm o du rans na indústria d e laticínio s . arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS 5. A B S TRACT S ol ution of a comercial formul ation based in peracetic acid was evaluated b y p ro cedures based on test of suspension on spores of Bacillus sp orotlz e rm o du ra n s . These s pores may res i s t t o the ultra high temperature treatment o f milk and m a y tum t h e UHT m i l k i m p ro p e r fo r consumption . Regardi n g the s uspension test i t w as c o n fi rm e d t h at t h e s pores o f B a c i l l u s sp o ro tlzermodu ra ll s s t i c ked to the coupons o f stainless steel and the attachment increased with time as t h e time i n cr e ased . At t h e O and 1 2 hours time, the numbers of attached spores were: 8 , 8x l 0 2 ( 0 , 0 8 8 % ) and 7 , 8 x l 03 ( 0, 7 8 % ) UFC/ c m 2 , res pe c t i v e l y. T h e s e n u m b ers rev e al attachment process ; they do not mean b i o fí l m formation. T h e solution containing 60 mg/L o f peracetic a c i d a t 2 5 ° C for 1 0 m inutes exhibited s porici dal activity in s uspensions o f spores at a l i the e v a l u at e d a t t a c h m e n t p e ri o d s . T h e effí ciency o f t h e sanitizer increased when the number of attached spores increased. The values o f R D at the attachment periods o f O, 2 , 4, 8 , 1 2 and 24 hours w ere : 2 , 1 3 ; 2 , 8 0 ; 3 , 1 0 ; 2 ,9 1 ; 3 , 8 9 and 4, 1 8 . Therefore the D values at those condítions were : 4,7; 3 , 6 ; 3 , 2 ; 3,4; 2,3 and 2, 1 minutes , respectively. Key-words : Attachment of spores ; Bacillus spo ro thermodu rans ; S us pension test ; Peracetic A c i d ; U HT m i l k treatment. 6. REFER Ê N C IA S B IB LIOGRÁFICAS A LVA R E N G A , M . , B ; A N D R A D E , N , l . ; C H AV E S , l . B . , P. , P I N HE I R O , A , l . , R . C o m me r c i a l s a n i t i z i n g agen ts a c t i v i t y o n B a c i ll u s s u b ti lis ATC C 1 9 6 5 9 s p o res . B o I . S B C TA , v. 3 0 n . 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ANAIS D O XVI I I C ON G R ESSO N A C I O N A L D E LATI CÍNIOS TE G IFFEL, M . C . ; BEUMER, R . R . ; VAN D A M , W.F. ; SLAGH U I S , B . A & R O M B O U T S , F. M . Spori c i d al e ffec t of d i s i n fe cta�ts o n B a c i l /us . c e r e ll S i s o l at e d fro m the m t l k p r o ce s s l ll g Internat. Biodegradation environ ment, p .42 1 -4 3 0 , 1 9 9 5 . Vortexx [ S . l . ] : 1 9 99 ( In formativo técn i c o ) . ZOTTOLA , E., A., S AS A H A R A , K . C. M i c r o b i a l b i o fi l ms i n t h e fo od p r o c e s s i n g i n d u s tr y - S ho u l d t h e y b e a c o n ce r n ? F o o d M icrobiol., v. 2 3 , p . 1 2 5 - 1 48 , 1 9 94. SISTEMA GERENCIAL DE INFORMAÇÃO NAS INDÚSTRIAS DE LATiCíNIOS Information Management System for The Milk Industry Luiz Carlos Takao Yam ag uchi 1 ; Braz dos Santos N eves2 Alziro Vasconcelos Carnei ro3; C ristianne Regina Noce lli4 RESUMO O mundo dos negócios vem passando por um rápido processo de transição . Várias são as forças que i mpõem novas concepções e valores à sociedade e às empresas, sendo que a mais i m portante d e l as tem s i d o a rapi d e z n as m udan ç as e x i g i d a s . Den tro des s a nova realidade, as organizações estão passando por um processo drástico e rápido de reorientação e rees t r u t u ração, v i s a n d o s e m p re b us car res p ostas p ara s a t i s fazer as neces s i d ad e s e expectativas dessa nova sociedade. Isto tem colocado os dirigentes das cooperativas e indústrias de laticínios diante de novos desafios que exigem competência e vantagens competitivas em termos de custo de produção, qualidade dos produtos e estratégias mercadológicas, tanto no de fatores quanto no de produto s . Contudo, .a grande dificuldade encontrada p e l o s dirigentes d a s indústrias de laticínios tem � ido a ausência de um s istema informatizado de informação que permita orientar as d e c i s ões de prod ução e venda d e produtos l ácteos no mercado c o n s u m i d o r, suj e i to a concorrê n c i as interna e externa. A finalidade deste trabalho foi desenvolver um s istema computacional para monitorar as ocorrências diárias de uma indústria de l aticínios, desde a c hegada do leite (matéria prima) na p l ataforma de recepção da u s i na até a venda do produto fi nal no mercado varej i s ta. A lém disso, cal cu lar os custos de recepção, benefi ciamento e envase de leite fluido e de produção de derivados lácteos. O desenvolvimento do s istema contou com as p arcerias da Embrapa Gado de Leite, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais por meio do seu Instituto de Laticíni os " C ândido Tos tes" (EPA M IG/ILCT) e Gemini S istemas Ltda. Palavras-Chave : Indústria de laticínios, custos industriais, software, análise econômica. 2 3 4 Pesquisador d a Embrapa de Gado de Leite, Rua Eugênio do N ascimento, 6 1 0 - Dom B osco, CEP: 3 603 8-330 Juiz de Fora MG Te!. (32) 3 249-485 1 - Fax. (32) 324 9-473 1 , e-mai! : takao @ cnpg!. embrapa.br Pesq u isador da EPAMIG-CT/ILCT - . R u a Tenente Freitas, 1 1 6 - CEP: 3 6045-560 J u iz de Fora - M G Te!. (32) 3 224-3 1 1 6 - Fax : . (32) 3 224-3 1 1 3 - e-mail: ilct @ i ps.com.br Técnico Espec i alizad o d a Embrapa Gado de Leite - R u a Eugênio d o N ascimento, 6 1 0 - Dom Bosco - CEP: 3603 8-330 - J uiz de Fora - M G - Te!. (32) 3249-4709 - Fax. (32) 3 249-473 1 - e-mai l : alziro @ cnpg!.embrapa.br A na al i s t a d e S istemas da G e m i n i S istemas Ltda. Campus d a UFJF - Pré d i o do CRITT M ó d u l o 10 M artelos - CEP: 36036-330 - J u iz de Fora - MG - Tel : ( 3 2 ) 3 229-3476 - R amal 4 1 - Fax: (32) 3229-3480 e-maíl : cristianne @ gem inisistemas.com.br 41 digitalizado por arvoredoleite.org XVIII CONG RESSO NACIONAL D E 1 . INTR O D U Ç Ã O o mundo dos negoclOs vem p assando por u m rápido processo de transição. S ão várias as forças que i mpõem novas concepções e valores à sociedade e às organi zações, sendo que a mais i mp o r t a n t e d e l as t e m s i do a v e l o c i d a d e n a s mudanças exigidas. Dentro dessa n o v a realidade, as organizações estão p assando por um processo rápido e drástico de reorientação e reestruturação, em b u s c a de res p o s tas p ara s at i s fazer as necessidades e expectativas dessa nova sociedade. I s t o t e m c o l o c ad o os d i ri ge n t e s d as cooperativas e indústrias de laticínios diante de n o v o s d e s afi o s que e x i g e m c o m p et ê n c i a e vantagens competitivas em termos de c usto de produção, qu alidade dos produtos e estratégias mercadol ógicas, tanto no de fatores quanto no de produtos. Na nova realidade da economia, a eficácia n a g e s t ã o da i nd ú s t r i a de l a t i c í n i o s t e m - s e c o n s ti t uído n u m d o s fatores d e c i s i v o s p a r a a c o n s o l i dação, amp l i aç ão e s u stentação d e s s e empreendi mento no mercado de leite e derivados l á c t eo s . E s s a e fi c ác i a r e q u e r e s tratég i a s operacionai s na compra de insumos e matérias primas com q u a l i d ade e p reços c o mp e t i t i v o s , disponibilidade de capital de giro próprio, acesso a crédito e taxas d e j uros atrativas, u t i l ização p l e n a da c a p a c i d a d e p ro d u t i v a i n s t a l a d a , modern ização e profi s s ionali zação da estrutura gerencial, conhecimento e acesso a tecnologias e processos modernos, utilização de sistemas de i n formação e i n formát i c a, entre outros . Contudo, a grande dificuldades encontrada pelos dirigentes das indústrias de laticínios tem sido a ausência de um s istema informatizado de informação que permita orientar as decisões de p r o d u ç ã o e v e n d a de p r o d u t o s l ác t e o s n o mercado c o n s u m i dor, s uj e i t o a c o n corrências i nterna e e x terna. A finalidade deste trabalho foi desenvolver u m s i s te m a c o m p u t a c i o n al p ara m o n itorar as ocorrências diárias de uma indústria de l aticínios, desde a p l ataforma de recepção do l e i te até a venda do produto fi nal no mercado varej i s ta . A l é m d i s s o , c a l c u lar o s c u s t o s d e rec e p ç ã o , b e n e fi c i amento e e n v ase de l e i te fl u i d o e de p rodução de deri vados lácteos . D aí, o esforço conj unto da Embrapa Gado de Leite, da Empresa de Pesquisa Agropecuária d o E s t a d o d e M in as G e ra i s por m e i o d o s e u I n s ti t ut o d e Lat i c í n i o s " C â n d i d o To s t e s " ( E PA M I G/ILCT) e da Gemini S is te mas Ltda., p ara o d e s e n v o l v i m e n t o de u m s o ft w are q u e viesse a suprir tal lacuna. ANAIS DO X V I I I C O N G R ES S O N AC I O N AL DE L ATi C íN I O S 2 . OBJETIVO o presente trab a l h o tem como o bj e t i v o apresentar e discutir o u s o do software S is 1 000 S is t e m a p ara M o n i t o ramento na I n d ú s tr i a d e Laticínios, como instrumento auxiliar na tomada de decisão e gestão de indústrias de laticínios . - 3. CONCEPÇ Ã O DO S O FTWA RE S I S 1 000 No desenvol v i mento do software S i s l OOO tomou-se como unidade de referência a fábrica da E PA M I G/ I L C T. A s u a f i n al i d a d e é de a c o m p a n h a r , regi s trar e c o n tro l ar as o c o r rên c i as d i árias de uma i ndústria de l aticínios, desde a recep ção do l e i te ( matéri a-prima) na p l ataforma da indústria até a distribuição e venda do p r o d u t o fi nal ( l e i te e n v as a d o e derivados l ác t e o s ) n o mercad o c o n s u m i d o r. O Sis 1 000 i n c orp ora também p r o c e d i m e n t o s p ara deter minação de coefi c ientes industriais e apuração de c u s tos de benefi ci amento, envase do leite e produção de derivados lácteos . Foi desenvolv i d o em l inguagem D e l p h i Versão 4 . 0 ( IN P R I S E C O R P O R AT I O N , 1 9 9 8 ) , utilizando banco d e dados no p adrão Paradox, p ara ser e x e c u t a d o e m a m b i en te M i cro s o ft Windows 95/98 ou suas versões mais atualizadas e Windows NT 4.0, compatível com PC padrão Pentium ou superior, 1 6 Mb de memória RAM, unidade de disco Flexível de 3 W' ( 1 ,44 Mb) e um mínimo de 8 Mb de espaço livre na unidade de arm a z e n a m e n t o p ri n c i p al ( W i n c he s t er) . A lém d i s s o , e n c o n tra-se e s truturado p ara ser uti l izado em ambiente multiusu ário. O Menu P r i n c i p al é for m a d o por o i t o o p ç õ e s , que s ão : A rq u i v o s , Editar, M o v i men taç õ e s , Pagamento s , Estoques, Custos, Rela tórios, U t i l itários e B otões de Acesso Rápido. Cada opção contém u m c o nj unto d e telas, que serão discutidas a seguir. 4. M O N I T O R A M E N T O E R E G I S T R O D E INFORMAÇ Õ ES C O M U S O D O SIS I 000 S ão realizados a p artir dos procedimentos indicados no Menu Principal nas opções Arquivos, M ovimentações, P a g a m entos, Estoques, e Custos. Os lançamentos são efetuados diretamente no computador ou por meio de formulários, que podem ser obtidos u t i l i za n d o - s e a o p ç ão Utilitários na tela Ficha para Coleta de Dados. A opção A r q u i v os é c o n s t i tu íd a de qu a t o r z e t e l a s u t i l i z a d a s p a r a c a d a s t r ar : a) Clientes atacadi s tas e vareji stas compradores de leite e derivados l ácteos, b ) fornecedores de ; lei te (matéria-prima), insumos e bens de capital d) c) fun cionários contratad o s p e l a i n d ústri a ; deo arta m e n t o s q u e c o m p õ e m a i n d ú s tr i a ; e ) ati � idades desenvolvid as pela indústria; f) setores respo nsáv eis pelo process amento e produção de deri vado s l ácteos ; g) l i n has de coleta de l e i te ; h ) banc os e agências; i) produtos elaborados pela indú stria; j) i n s u mos u t i l i zados pela i n d ú s tria; k ) desco ntos a fornecedores de leite ; 1 ) encargos sociai s incorridos pela indústri a ; m) indicadores fi nan c e i ro s e e c o n ô m i c o s ; e n) t a b e l a d e pagamen to p o r qualidad e. A opção Movimentações é formada de oito telas utilizadas para registrar: a) Recepção diária de leite por fornecedor e linha de coleta; b) re cepção de creme; c) compra de insumos; d) volume diário de leite p asteuri zado e (ou) padronizado; e) venda de leite a granel ; f) v o l u me d e l e i te destinado ao envase e p ro d u ção de deri vad o s lácteos; g ) leite destinado a serviços de inspeção, laboratório de análise, pesquisa, etc. ; e h) controle de devoluções de leites ácido e descartado. A opção Pagamentos é composta de duas telas uti l i zadas p ara contro lar: a) D e s c o n to s a serem d e b i tad o s na fo l h a de p a g a m e n t o d e fornecedores decorrentes da compra d e serviços, insumos e produtos da ind ústri a; e b ) resu ltado de análises laboratoriais que serão utilizados na formação do preço a ser pago a cada fornecedor. A opção Estoques é c o n s t i t u íd a de três te l as uti l i z a d a s n o c o n t ro l e das s a í d a s d e : a ) Pro d u t o s e m e l a b o ra ç ã o ; b ) p r o d u t o s acabados ; e c) produtos de i nc orporação . A opção Custos é formada por quatro telas utilizadas para registrar e controlar: a) C apital im o b i l i z a d o em b e n fe i t o r i as e i n s t a l aç õ e s ; b) capital imobilizado em equipamentos ; c) des p e s as c o m s al ári o s ; e d) d e m a i s d e s p es a s operacionais incorridas p a l a i ndústria. 5. PRINC ÍPIOS, CONCEITOS E M É TODOS DE C Á L C U L O DE C U S T O S A D O TA D O S N O SIS1000 Inici almente adotou-se o p rocedimento de segmentar a indústria de l at i c ínios nos setores de recepção, beneficiamento e envase de leite .e de produção de vapor, água gelada e derivados l ácteos , d e modo que os c u s t o s p ud e s s e m ser apurados por setores e por produtos. Para a p u ra ç ã o dos c u s t o s a d o t a - s e a meto d o l o g i a de c u s to total de p ro d u ç ã o , q u e i n c l u e m , no c u rto prazo, o s c u s t o s variáveis (gastos com matéri a-prima; s alários e enc argos s o c i ai s ; m a t e r i a i s d e c o n s u m o , l ab o ra t ó ri o , limpeza e escritório ; energia e létrica; combus- tíveis e lubrifi cante s ; conservação e manutenção de b e n feitorias, i n s talações e e q u i p ament o s ; e v e s t u ár i o s ) e fi x o s ( g a s t o s c o m s e rv i ço s d e a d m i n i s traç ã o ; i m p o s t o s e t a x as fi x a s ; e d e p re c i aç ão e remuneraç ão do c a p i t a l i mo b i l i zado em b e n feitorias, i n s talações e e q u i p a mento s ) . A depre c i aç ão anual de benfe i torias, instalações e equipamentos é computada segundo a fórmula D a = I - R [ r/( 1 + r) n - 1 ] , em que Da = depreci ação anu al , I = v alor do investi mento inicial , R = valor de sucata, r = taxa de j uros de longo prazo e n = vida útil do bem ( HOLA N D A , 1 97 5 ) . A rem u n eração anual d o capital imobilizado e m benfeitorias , instalações e e q u i p a m e n t o s é c al c u l ada de acordo com a fórmula Ra = [(I + R)/2] * r, onde Ra = remu neração anual ( YA M A G U C H I , 1 9 9 9 ) . Tanto a depreciação quanto a remuneração são calculadas d e a c o r d o c o m as d i fe r e n t e s fas e s de p rocessamento in d ustri al . 6. RELAT Ó RIOS GERADOS PELO SIS1000 O Sis 1 000 gera re latórios e m a p as com i n fo rm a ç õ e s c a d a s t r a i s , m o v i m e n t a ç õ e s ocorridas desde a recepção do leite até a venda do produto no mercad o e custos de recepção, b e n e fi c i am e n t o , e n v a s e d e l e i t e fl u i d o e d e produção de derivados lácteos. A opção I nfo r m a ç õ es C a d a s t r ais é composta de quatorze telas que permitem emitir o s s eguintes rel atóri o s : a) C l ientes d e leite e d e r i v a d o s l ác t e o s , b ) fo r n e c e d o re s de l e i t e , i n s u m o s e b e n s d e c a p i t al ; c ) fu n c i o n ári o s emp regados na i nd ústri a : d ) departamentos da indústri a ; e) atividades da indústri a ; f) setores da indústria; g) l inhas de coleta de leite a granel e em latões ; h) bancos e agências ; i) produtos da i n d ú s t r i a ; j) i n s umos u ti l i zados na i nd ú s tri a ; k) tipos d e d e s contos a fornecedores de leite ; 1 ) e ncargos s oc i a i s i n c o rr i d o s p e l a i n d ú s tri a ; m ) i n d i c ad o re s fi n a n c e i ro s e e c o n ô m i c o s utilizados n a análise de custos ; e n) tabela para pagamento de leite por qualidade. A opção M o v i m e n ta ç õ e s de L e i te e D e rivados n a I n dú s t r i a é fo rm ada de onze telas que possibilitam gerar os seguintes mapas : a) Recepção diária de leite; b) recepção de creme; c) c o mpra d e i n s u mo s ; d) v o l u me d e l e i te pasteurizado e(ou) padronizado ; e) venda de leite a grane l ; f) e n v a s e de l e i te e p r o d u ç ã o d e derivados lácteos ; g) leite destinado a inspeção, l aboratório e pesqu i s a ; h ) devoluções de leite ácido e descartad o ; i) di stribuição do leite para envase e produção de derivados lácteo s ; j) estoque de leite; e k) estoque de i nsumos. digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS A opção Custos é c o n stituída d e q u atro telas e geram os seguintes relatório s : a) Capital e custo do capital imobilizado em benfeitorias e i n s ta l a ç õe s ; b ) c a p i t a l e c u s t o d o c a p i t al i m o b i l i z a d o em e q u i p amento s ; c ) c u s t o s p o r setore s ; e d ) c usto por produto. A s o p ções de custos podem ser expressas em valores nomi nais ou corrigidos por IGP-DIIFGY. 7. R ES U M O EM INGL Ê S The world of business h i s been facing a tran s i t i o n p r o ce s s o M a n y factors i m p o s e new conceptions and values to the so ciety and enterpri ses . W i th i n t h i s c o n t e x t the organ i z a t i o ns are i n d r as t i c and rap i d p r o c e s s a n d reorgan ization w i th the o bj e c t i ve o f afi n d i n d a l w ay s answers to s a t i s fy the n e c e s s i t i e s a n d expectations o f the new society. This fac t has brought to the c o o p erat i v e a n d dairy industry directors n e w clislenges which requires knowledge and competitive advantages as far as production c o s t , quality of products and market s trategies are concerned. O n e , o f t h e greates t d i ffi c u l ti e s for the milk industry directors has been the l ack of an i n fo r m a t i o n s y s te m w h i c h c o u l d g u i d e production decisions and selling of dairy products in a competitive market. T h e o bj ec t i v e o f this w o rk w a s the d e v e l o p m e n t o f a c o m p u tati o n al s y s te m t o monitor t h e daily occurrences in a dairy industry, from the arriv al of m i l k in the i n d us try to the sale of end products to the market. The d e v e l o p m e n t o f t h e s y s t e m w as possible d ue to an association of Embrapa Gado d e L e i t e and t h e E m p re s a de P e s qu i s a Agropecuária d o Estado d e Minas Gerais through t h e I n s t i tu t o de Lat i c í n i o s C a n d i d o To s te s (EPA M I G/ILCT) a n d Gemini S i s temas Ltda. Key Word s : Milk industry, costs, software, economical anal y s i s 8 . B IBLI O G RAFIA H OL A N D A , N . P l a n ej am e n t o e p r oj e tos : uma i ntrodução às técni cas de p l anej amento e de e laboração de projetos. 2.ed. Rio de Janeiro, RJ: A PEC, 1 97 5 . 40p . INPRISE CORPORATION . B orland Delphi 4.0: quick start. C A , U S A, 1 99 8 . 70 p. YA M A G U C H I, L. C. T . , A L M E I D A , A. D . ; LEAL, A . L . C . G e re n c i amento d a a t i v i d ade leiteira com uso do s is leite. In: CONGRESSO D A S O C I E D A D E B RA S I L E I R A D E I NF O R M ÁTICA APLICADA À AGROPECU Á RIA E À A G R O I N D Ú S T R I A , 2 . , 1 9 9 9 . C a m p i n a s , S P. Anais . . . Campinas, S P : S B I-AGRO, 1 999. p . 1 -5 . ALTERNATIVAS PARA 0 APROVEITAMENTO DE SORO DE QUEIJO NOS PEQUENOS E M ÉDIOS LATiCíNIOS Alternatives for the utilization of whey in small and med i u m dairies SAN TO S, J . P.V1 ; F E RR E I RA, C . L . L . f2 RESUMO É cada vez mais crescente a prod u ç ão de queij o s no B ras i l , e c o n s equentemente a u m e n t a t a m b é m a n e ce s s i d ad e de s e c r i ar a l t e rn a t i v as p ara a u t i l i z a ç ã o d o s o ro princip al mente pelos pequenos e médios l at i cíni os, visto que o tratamento de efluentes e extre mamente c aro e, s e n d o o s o ro rico em d i vers o s n u trientes, p o d e s e r e m p regado diretamente ou ter seus componentes utilizados em várias formu l ações de alimentos . 2 Vinculado ao projeto de iniciação científica PIBIC/CNPQ Estudante do sétimo período do curso de Tecnologia de Laticínios - Uni versidade Federal de Viçosa/Departamento de Tecnologia de Alimentos. PPhd Professora titular da Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Tecnologia de Alimentos. A produção de bebida láctea adicionada de s oro de q ueij o em sua formulaç ão vem ganhando um mercado muito grande, princip almente com o maior nível de i n formação sobre benefícios n utri cionais, menor c usto do produto p ara o fabricante, e redução do preço final p ara o consumidor. Palavras-chave : queij o , soro, l atic íni os, bebida l áctea 1 . INTRODUÇ Ã O A p ro d u ç ão de q ue i j o s n a s u s i n a s d e l at i c ín i o s é acompan hada de grande p rodução de soro, que possui um alto valor de demanda b i oquímica de o x i gê n i o ( D . B .0. ), em v irtude de seu nível elevado em lactos e . O potencial de poluição do soro de queij o é aproximadamente 1 00 (cem) vezes maior do que o de u m esgoto domés t i c o . U ma fábri c a com produção média de 1 0 . 0 00 l i tr o s d e s o ro por dia p o l u i o equivalente a uma população de 5 .000 habitantes (RALPH, 1 9 8 2 ) . Estima-se q u e para cada quilo d e queijo são produzidos 9 litros de soro ; considerando que a produção de queij os no B rasil está em torno de 450 m i l t o ne l a d as/ano i s t o c o rre s p o n d e a 4.050.000 toneladas de soro de queij o ; sendo a sua compos i ção : 6 , 9 % de sólidos totais, (0,6% de s a i s m i n erai s ; 0, 3 % d e gord u r a ; 0 , 9 % d e proteínas ; 5 % de l actose, O, I % de ácido l ático res u l t an te d a fe rme n t a ç ão d a l a c to s e ) , e s t e v o l u me e q ü i v al e a : 2 4 . 3 00 t o n el ad as d e s a i s minerais , 36 .450 toneladas de proteínas, 1 2. 1 50 tonel ad as de gordura e 2 02 . 5 00 t o n e la d as de lactose. A credita-se que aproximadamente 50% de todo soro produzido não é aproveitado, sendo este n ú mero ainda maior quando consideramos apenas as p e q u e n as e m é d i a s i n d ú s tri as . Descartar este s oro sem um p révio tratamento não é só crime previsto por lei, é jogar ali mento da mais alta qualidade e dinheiro fora. V á r i a s l e g i s l aç õ e s e n v o l v e n d o o m e i o ambiente têm sido implantadas no país a o longo dos ú ltimos anos . A s principais foram sancio nadas em 1 997 e 1 99 8 , sendo elas a lei 9 .433 de 8 de j an e i ro de 1 99 7 , e a l e i 9 . 6 0 5 de 1 3 de fev erei ro de 1 9 9 8 . A lei 9 .433 institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o S istema Nacional de Gerenci amento de Recursos H ídricos, ao qual outorga os direitos de uso de Recursos H ídricos e a cobrança pelo seu uso. Em resumo o Lati c ín i o i rá p agar p e l a água que u t i l i za e p e l a quantidade d e efl uente que lança. Já a lei 9 . 605, dispõe de s anções penais e adm i n i s trativ as derivadas de condutas e ativi dades lesivas ao meio ambiente. Todos o s que fazem parte da empresa se tornam responsáveis pela degradação ambiental gerada estando sujeitos a multas, suspensão das atividades e reclusão por até 5 ano s . Val e lembrar que a legis l ação mais e fi c ie n t e será a e s c o l h a d o c o n s u m i d o r p o r produtos de alta qualidade, vindos d e empresas cuj as l inhas de produção não degradam o meio a m b i e n te e a i n d a c o n t r i b u e m c o m m e d i d a s m i t i g a d o ra s p ara o s i m p ac t o s a m b i e n t a i s negativos gerados a o redor da indústria. Existem d i versos métodos que p o dem ser usados para aproveitamento do soro, porém nem todos s e a p l i c am a qualquer i n d ú s t r i a o u são ampl amente aceito s ; p o r e x e m p l o : Produção de combustível p e l a fermentação anaeróbia S omente um volume muito alto de s o ro para j u s t i fi car o i n ve s t i mento . Emprego na a l i mentação ani mal - M u i t o e mpregado n a a l i mentação d e s u í n o s , p orém mui tas vezes a d i ficuldade de trans porte, visto que é proibido pelo Serviço de Inspeção Federal tran s p o rtar s oro de q u e ij o em l atões de leite, torna o custo elevad o . S ecagem Método efi c i ente dependendo do volume que será pro cessado. Cuidados devem s e r o b servad o s q u a n t o à o r i g e m d e s s e s o r o , quando obtido de queijos fabricados com adição de nitrato ou outros compostos que podem trazer riscos à saúde humana. Tran s p o r t e p ara o u tr as i n d ú s trias Indústrias de grande porte que utilizam soro para d i ve r s o s fi n s p o dem a d q u i r i - l o de l at i c ín i o s menores da região. Separação de seus componentes - Compo nentes do s oro como l actose e pri nc i p al mente s u as proteín a s , q u an d o s e p arados p o d e m ser u t i l i za d o s em d i v e r s a s fo rm u l a ç õe s , c o m o produtos d e panificação, doces e dietas especiais . Aproveitamento d i reto em formulações D i v ersas formu l ações c ontendo soro de queij o s ão obtidas atualmente c o m o , bebidas lácteas, l e i tes fermentados, mistura em sucos, além de outros produtos como ricota que pode ser obtida pelo seu processamento. O s o r o c o n té m as p ro teínas mais c o m p l etas q u e s e c o n h e c e n a n atureza, s e n do as principai s ; Lactogl obulina, <x-Lactoalbumina e a Lactoferrina. Essas proteínas são recomendadas Pág. 44 Pág . 45 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N AL D E L ATiCíN I O S ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS em d ietas p ara atletas que desej am aumentar o ganho de massa muscular, sendo empregadas em d iversas formulações j á existentes no mercado. Estudos recentes sugerem que as proteínas do s o r o de q u e ij o p o s s u e m p ro p ri ed ad e s a n t i c ar c i n o g ê n i cas ( B o u n o u s e t a l o 1 9 9 1 ) , e capacidade i muno-estimulante ( Kennedy et aI . 1 995). A lactose é u m açúcar único pelo fato de ser l e n t a m e n t e h i d ro l i za d o e c o ns e q u e n te mente p ermanece p o r mais tempo no i ntestino humano, reduzindo pH fecal, o q u al é fator de proteção e m c a r c i n o g ê n es i s e x pe r i m e n t a l do cólon ( S amels o n , 1 98 5 ) . Esse açúcar é também c o n h e c i d o p o r m o d i fi c ar fav o r a v e l m e n t e a m icrobi o t a i n t e s t i n a l , o que p o d e aumentar a s ín tese bacteriana de v itaminas h i d ro s o l úv e i s , m e l h o ra r a s o b r e v i v ê n c i a d e b ac t é r i as ' b e n é fi c a s , a u m e n t ar a a b s o rç ã o d e c á l c i o e i n i b ir o cresc imento de b actérias putrefativas. O s oro contem u m baixo teor de gordura, a p ro x i m ad a m e n t e 0 , 3 % e, c o n s e qu e n t e me n t e u m reduzido teor d e ácido butírico, componente este que e s tá sendo estudado quanto aos seus e feitos fis i o l ó g i c o s e m b ai xas c o n c entraç õ e s , c o m o reg u l a ção d a e x p re s s ão g e n é t i c a e d o crescimento celular. As vitaminas hidrosolúveis do leite passam para o soro, sendo rico também em sais minerais c o mo cálcio, fós foro e p o tás s i o . 2 . MATERIAL E M É TODOS 2 . 1 . Produção de B ebida Láctea sabor cravo e canela O p re s e n t e trab a l h o t e v e c o m o o bj e t i v o c r i a r u m a a l t e r n a t i v a p ara o apr o v e i tamento d e soro pelos laticínios d e p e q u e n o e médio p o rte, que m ui tas vezes não tem condições de a r c ar com a s d e s p e s as o u c u s t o s d e e q u i p a mentos s ofis t icados, tran s p o rte ou tratamento d e r e s í d u o s . A p r o d u ç ã o d e b e b i d a l ác t e a ferm e n t a d a a d i c i o n ad a d e s o ro d e q u e ij o e aro m a de c r a v o e c a n e l a é d a d a c o m o u m a a ltern ati v a i n c o m u m v i s t o q u e e s t e mercado e nc ontra-s e e m grande e x p an s ão s e n d o cada vez m a i o r o nível d e aceitação e i n formação ' do c o n s u m i d o r A s p r i n c i p a i s caracterís t i c a s d o produto foram : i ) faci l i d ade de fabricação, ii) elevada a c e i t aç ã o s e n s o ri a l , i i i ) b a i x o c u s to d e formulação, i i i i ) possibilidade d e aproveitamento de soro evitando o seu descarte pelos pequenos e médi o s l at i c íni o s . Os i ngredientes u t i l i zados estão no quadro 1 . 2 . 2 . S el e ç ã o d e c u l t uras l ácteas 2. 5 . A nálises M i c r o b i o l ó g i c a s As culturas testadas no experimento foram obtidas através do B anco de C u l turas da UFV, re c e b e r a m t rês a t i v a ç õ e s e m L D R ( l e i te d e s n atado rec o n s t i t u íd o ) a 1 0 % . Em segu i d a foram testadas quanto à capacidade de fermentar l eite tratado termicamente a 8 2 ° C/ 1 5 m inutos, segundo as técnicas descritas p o r FERR E I R A ( 1 999). L o g o após a fabricação o produto foi sub metido a testes microbiológicos de contagem de coliformes fecais em p l acas e contagem de mofos e leveduras segundo R O B I N S O ( 1 990) e WOOD ( 1 9 8 5 ) . Ingredientes para 1 0 0 litros de Bebida Láctea. 6 1 , 8 5 l itros de l e i t e , 3 ,0 % de gordura e 1 6 ° domics de acidez (homogeneizado) 3 0 , 0 0 l i tros de soro, 0 , 3 % de gordura e 1 2 ° dornics de acidez 8 , 1 3 Kg de açúcar 20 0 0 gramas de pectina (etab i l izante) total = 2 . 6 . Tecnologia d e fabricação A fabricação da bebida láctea sabor cravo e canela, c o n s i s te em se m is t urar l e i t e , soro, açú car e estab i l i zante (pectina) , i nocu l ar c o m cultura de iogurte após o tratamento térmico e incubar até aci dez desej áv e l . P o r fim a d i c i o namos o aroma preparado s e p aradamente com uma alíquota do soro (aproximadamente 1 l itro), conforme descrito nas figuras 1 e 2 . 1 00 l itros 1 2 , 5 0 gramas de cravo 1 2 0 , 0 0 gramas de canela Cultura Láctea 1 % (Lactobacillus delbrueckii ssp bulgaricus e Strep tococcus salivarius ssp - Nome: D at a : Estocagem a soe Até o momento da mistura - 2 . 3 . D efin i ç ã o d o e s t a b i l i z a n t e Figura 1 Com o objetivo de se evitar a separação d e s oro da bebida, utilizou-se estab i l izante vegetal pectina na concen tração d e 0 , 02 % , sendo este adicionado j unto ao produto, como descrito na p ró x i m a etapa. Obs: O aroma de cravo e canela pode ser preparado a nível de l ab oratório até 24 h oras antes da util i zação, se conservado a 5 ° C . C o m o obj e t i v o de p r o d u z i r uma b e b i d a natural, propomos a utilização dos sabores cravo e c a n e l a " i n n at u ra " , s e n d o a s u a e s s ê n c i a p r e p ar a d a p e l a p r ó p ri a i n d ú s tri a a n ív e l d e l aborat ó r i o . U t i l i za m o s 8 , 0 g r a m a s d e c r a v o e 1 20 gramas de canela p ara cada 1 00 l i tros de bebida l áctea pronta; sendo e l e s e m p regados j unto a u m a a l í q u o t a d o s o r o q u e s erá u t i l iz a d o n a fab ri c aç ã o ( a p ro x i m ad a m e n te 1 l i tro ) , e m seguida dá-se o tratamento térmico de 7 0 ° C/3 0 minutos. É u t i l iz ado apenas o l íquido resultante que contém o aroma, sendo filtrado o cravo e a canela. Fl u xograma do preparo do aroma de cravo e canela. Código da amostra: ( ( ( ( ( ( ( ( ( 2.7. Análise d e gordura O p r o d u t o obtido b e m c o mo o s seus ingred ientes ( l ei t e e s o r o ) , terão s u a gordura aval i ad a p e l o m é t o d o de G e r b e r ( L A N A R A , 1981). 2.8. Análise sensorial Reali zou-se o teste de aceitação das bebidas apó s dez d i as de fabricação, a p l i c an d o - s e ao público alvo de 5 0 provadores não treinados. A s amostras foram servidas à temperatura de 6 ° C ± 1 °C , individualmente, e foi pedido a cada provador que marcasse em folha apropriada a resposta que melhor refletiu seu j u l gamento em relação à aceitação do p roduto. _________ P o r favor avalie a amostra utilizando a escala abaixo p ara es crever o quanto v o cê gostou ou desgostou do p roduto. Marque a posição da escolha que melhor reflita seu j ulgamento. Ingredientes utilizados na fabricação . 2.4. D efin i ç ã o d o a r o m at i z a n t e Fluxograma de p rodução de bebida l ác tea sabor cravo e canela. Escala H e d ô n i c a thermop h i l u s ) Quadro 1 - Figura 2 Demais I ngrediente s : Figura 3 ) ) ) ) ) ) ) ) ) - G o s tei extremamente Gostei muito G ostei moderadamente Gostei l igeiramente . I n d i ferente D e sgostei l i geiramente Desgostei moderadamente Desgostei muito Desgostei extremamente Fi x a d e a v a l i aç ã o p ara o t e s t e s ensorial de aceitação . As fol has de res postas preenc hidas pelos p r o v ad o res s e l e c i o n ad o s ao a c as o , fo ram organi zadas e a c l a s s i fi cação dos j ul gadores transformada em valores n uméricos para análise dos resultad o s . digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Clas s i fi cação G o s t e i extre m amente Gostei muito G o s te i moderadamente Gostei l igeiramente I n d i ferente D esgostei l i geiramente Desgostei moderadamente Desgostei muito Desgo s te i e x tremamente F i gura 4 - Pontos 9 8 7 6 5 4 3 2 1 E s c al a de p o n t o s p ar a o t e s te sensorial de aceitação. 2 . 9 . Av a l i a ç ã o da v i d a de p ra te l e i r a d a b e b i d a láctea s a b o r cravo e canela A bebida foi produzida em três repetições, envasada e estocada a 5 °C . D urante o tempo de estocagem, foram avaliados o pH, acidez tituláveI. 2.9.1. pH e acidez titulável O pH das amostras foi determ inado com o auxíl i o de um potenciômetro digi tal ( p Hmetro P R O C Y O N , m o d e l o p H N -4 ) , d e v id am e n t e aferido c o m soluções-tampão p adroni zadas , no mesmo tempo foi determinada a acidez titulável, ambos descritos em GOMES ( 1 9 8 1 ). 2 . 1 0 . Determinação do custo dos ingredientes Foi determinado o custo da bebida láctea, considerando-se apenas o valor dos ingredientes, ANAIS DO X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L AT i C í N I O S com exceção do s o ro , e este foi c omparado a um iogurte líquido adicionado de polpa de fruta d e v i d o ao fat o de s e r e s t e o p r o d u t o m a i s encontrado no merc a d o . 3. RESULTADOS E D IS C USS à O 3 . 1 . C ar a c terísti cas m icrobiológicas fís i c o - q u ím i cas e O produto final apresentou 2% de gordura, acidez titulável de 0,70% e pH 4,25. Após 1 5 dias de armazenamento a 5°C estabilizou em 0,80% de acidez e pH 4, 1 0 até 30 dias de avali ação. Logo após a fabricação, o produto apresentou se isento de coliformes, mofos e l eveduras. 3 . 2 . A ná l is e S en s o r i a l O s res u lt a d o s p ara o t e s t e d e aceitação sensorial estão descritos no quadro a seguir. Os produtos obtiveram u ma média de 8 ,04 pontos o que está entre as opções gostei muito e gostei extremamente, caracterizando uma boa aceitação do p roduto pelos p rovadores. O resul tado c o rresp o n d e a 8 9 % d o valor máxi mo d e aceitação da e s c a l a hedônica de n o v e pontos. C o n fo r m e v e r i fi c a d o p e l a . a n ál i s e d o s dados, a acidez do produto bem c o mo o aroma d e cravo e canela t iv eram e l ev a d a aceit aç ã o perante os provadores sendo o produto em teste adequado p ara ser c o l ocado j unto ao mercado consumidor pelos pequenos e médios l aticínios como mais uma o pção de produtos que utilizam s oro e m s ua formulação e v itando seu descarte ou gastos com tratamento d e resíduos . Quadro 2 - Resultado do teste de acei t ação realizado c o m 50 p rovadores não tre i nados de acordo com a escala hedônica de nove pontos para três repetições de fabricação. G o s te i extremamente G o s tei muito G ostei moderadamente G os te i l i ge iramente I n d i ferente D e sgostei l igeiramente Desgostei moderadamente D esgostei muito D es gostei e x tremamente 1 80 1 60 35 12 15 O O Total 402 400 404 1 20 6 Média 8 ,04 8 ,00 8,08 8,04 O O 171 1 68 28 18 15 O O O O 1 89 1 60 28 18 5 4 O O O 540 48 8 91 48 35 4 O O O 4.ANÁ LISE DOS CUSTOS DOS INGREDIENTES Os custos dos ingredientes para fabricação de bebida láctea com aroma de cravo e canela ad i c i o n a d a d e soro, fo ram c o m p arad o s c o m iogurte adicionado de p o l p a de fruta. Quadro 3 - C u s t o d o s i n gred i e n t e s p a r a 1 0 0 litros de bebida láctea Ingredie ntes Va.lor (Reais) Soro Leite R $ 0 , 3 0/ l i tro Cravo e canela A ç ú car Cultura l áctea Pectina NC* R$ 1 9,50 R$ 1 ,5 0 ** R$3,20 R$2,00 R$O,25 To t a l * não calculado * * preço de varejo Quadro 4 - C u st o d o s i n gre d i entes p ara 1 00 litros de iogurte adicionado de Polpa de fruta. Leite R $ 0 ; 3 0I l itro A çúcar Cultura láctea Polpa R$24,00 R $ 5 , 00 R$4,00 R$ 1 0,50 To t a l R$43 ,50 GRÁFICO 1 - RELAÇÃO DE CUSTOS ENTRE IOGU RTE COM POLPA D E FR UTA E BEBIDA LÁCTEA 1 2 A B ebida Láctea representa 60 % dos custos de formulação do Iogurte. Houve uma redução de 40% nos custos de for m u l ação da B eb i d a Láctea em relação ao Iogurte . A bebida láctea apresentou uma redução de custos dos i ngredientes em relação ao produto m a i s c o m u me n t e e n c o n trado n o m e r c ad o , considerando q u e suas texturas se assemelham e q u e o p ro d u t o em t e s t e a p re s e n t o u u m a b o a aceitaç ão s e n s o r i a l , o p reço fi n a l p o de ser o d i ferencial na escolha do consumidor. Os custos podem ser reduzidos ainda mais se levarmos em consideração que o soro utilizado na formulação não precisou ser tratado para ter s u a D B O ( de m a n d a b i oq u ím i ca de o x igên i o ) red uzida p ara posterior descarte. 5. CONCLUS à O A e l a b oração de B e b i d as L á c t e as p e l o s pequenos e médios l aticínios vem se tornando uma i m p ortan te s aída p ara o aprovei tamento de soro, visto que são várias as formulações que podem ser obtidas, sem a necessidade d e grandes investimentos ou de grandes mudanças na rotina de fabricação. A bebida obteve um custo de formulação m u i t o c o m p e t i t i v o q u an d o c o m p arado c o m iogurte adicionado de p o l p a de fruta, c o m uma redução que pode ser fundamental na colocação do produto no mercad o . A d qu i ri n d o n o v a s t e c n o l o g i as d e bai x o custo, o s laticínios que não dispões d e condições de utilização de seu soro, poderão entrar em um mercado em grande cres c i mento; o de Bebidas Lácteas . SUMMARY The p r o d u c t i o n of c h e e s e in B ra z i l i s i n cre a s i n g a n d t h e n e c e s s i ty o f c re a t i n g alternatives to t h e utili zation of whey in small and m e d i u m d ai ries i n crease too because t he treatment of drain is more expensive and as the whey is abundant in s everal n utrients can be used d irect or y o u r m ake - u p s in for m u l ae of fo o d s . The drinks with whey are gain a very large market because of the i n c reas i n g i n formation on n o u ri s h i n g b e n e fi ts , t h e s m a l l cost o f the p ro d u ct to the manufacturer and the decrease o f the final pri ce to the consumer. Keyword s : cheese, w hey, dairi e s , drinks w i th whey. REFER Ê NCIAS B IB L I O G R Á FICAS B OUNOUS, G., G . B ATIST, et aI ., 1 99 1 . Whey p r o te i ns in c a n c e r p re v e n ti o n . Ca n c e r letters , 5 7 : 9 1 - 9 4 . Pág. 48 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS B RONSTEIN, v. , MONTE ALEGRE, R . Estudo dos p a r â m et r o s da u lt r a fi l tr a ç ã o d e permeato d e s o r o de queij o fermentado por Lacto c o c c u s lac tis s sp. la ctis . C i ê n c i a e t e c n o l o g i a de A l i m e n t o s , v. 1 8 , n . l , p . 9 3 9 8 , 1 99 8 . C H AVES. J . B . P., S PROESSER, R . L . Práticas de laboratório de análise sensorial de alimentos e bebidas. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, Imprensa Universitária, 1 99 6 . 8 1 p . FER R E I R A , C . L . L . F. ; P ro d u t os L á c t e os F e r m e n t a d o s (As p e c t o s B i o q u ím i cos e Tecnológicos ) ; Viçosa UFV; 1 99 9 . FREMORE, R . A . S oro de leite : um produto n a t u r a l d o l e i t e . I n : U S DE C . M a n u a l d e referê n c i a p ara p r o d u t o s d e s o ro d o s E U A . A r l i n gto n : 1 9 9 7 . p . 9 . KENNEDY, R . S . , G . P . KONOK, e t aI . , 1 99 5 . T h e use o f w h e y p r o tein concentrate in the t r e a t m e n t of p at i e n t s with m e t a s t a t i c carci n o m a : a p h as e 1 - 1 1 c l i n i c a i s t u d y. A n t i c ancer Research, 1 5 : 2 6 4 3 -2649 . M O S Q U I M , M . C . A . V. Propriedades fun c i o n a is d o s o r o d e q u e ij o . I n : E N C O N T R O DIVITAL D E TECNOLOGIA DE LATIC Í NIOS, 3 , 1 99 6 . Viçosa, 1 996. Aproveitamento tecno l ó g i co/ra c i o n a l n d e e fl ue n t e s d e L a t i c ín i o s . Viçosa: UFV, 1 99 6 . Não p aginado. R A L P H , W. Profits in whey. R u ral Research, 1 1 6 : 22 - 7 , 1 9 8 2 . SAMELSON, S . L . , R . L . NELSON, e t aI. , 1 98 5 . Protective role of fecal p H in experim ental colon c a r c i n o g e n e s i s . J o u r n a l of the R o y al S ociety of Medicine, 7 8 : 2 3 0-2 3 3 . UNITED STATE DAY RE EXPORT COUNCIL U S DEC-NEW S . O uso d e P rodutos d e s o r o e m i o gu r tes e p r o d u to s l á c teos fer m e n tados, v . 2 , n . 2 , 1 99 9 . PAD RÕES FíSICO-QuíMICOS DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO LEITE "LONGA VIDA" (UHT) COMERCIALIZADO NA CIDADE DE J UIZ DE FORA, MG. Physical-chemical patterns oi identity and quality oi the "Iong l ife milk " (UHT) marketing in lhe city oi Juiz de Fora, MG. Andréa de Souza Andrioli 1 ; M a rco Antônio More i ra Furtado 2 M íria m Aparecida Pinto Vi l e l a 2; Van eida M aria M eu re r 3 RESUMO O presente trabalho teve como principal objetivo avali ar os padrões físico- químicos de identidade e qualidade do leite "longa vida" (UHT) comercializado na c idade de Juiz de Fora, M G . Foram analisadas 5 0 amostras de leite UHT i ntegral, representando 1 5 marcas c o merci a l izadas no mercado l o c al , no período comp reendido entre setembro de 2000 e m a i o de 2 00 1 . U t i l i za n d o - s e de meto d o l o g i as c l á s s i c a s p a r a os e xa m e s de r o t i n a , especial mente aqueles previstos na legislação vigente, foram realizadas a s determinações de densidade, gordura, extrato seco total e desengordurado, aci dez Dornic e cri oscopia. Foram também o b servadas as c aracterís t i c as s e n s o ri a i s (aspecto, c o r , o d o r e s ab or) , realizados os testes de estabil idade ao etanol e incubação a 35°C por uma semana. Dentre as amostras analisadas, 2 (duas) não apresentaram o teor mínimo de extrato seco desengordurado e 9 (nove) não continham o percentual mínimo de gordura exigido por lei, enquanto 12 (doze) amostras apresentaram valores fora do p adrão p ara acidez. A p ó s i n c u b ação a 3 5° C p o r 2 3 Estudante do curso d e Farmácia e Bioquímica d a UFJE Bolsista d e Iniciação Científica d o XIII Programa B I C / UFJE Professores do Departamento de Alimentos e Toxicologia / Faculdade de Farmácia e Bioquímica / UFJE Farmacêutica-Bioquímica do Departamento de Alimentos e Toxicologia / Faculdade de Farmácia e Bioquímica / UFJE 7 dias , 2 (duas) amostras apresentaram variações de acidez acima do permitido e/ou mudanças n as s uas características sensoriais . Os resul tados demonstraram um baixo percentual de amostras em desacordo com os padrões físico-químicos de qualidade exigidos por lei. Pode se então concluir, de um modo geral, pela boa qualidade do leite UHT integral comerci al izado na cidade, no que se refere aos aspectos avaliados no presente trabalho. Palavras-chave: leite U H T, controle de qualidade, análises físi co-químicas 1. INTRODUÇ Ã O O l e i te é um a l i m e n t o v a l i oso s o b o as p e c t o n u t ri c i o n a l , s e n d o r i c a fo n t e d e proteínas, gordura, carboidratos, vitaminas e sais minerais . O consumo de leite e derivados é um hábito saudável que proporciona o atendimento de grande p arte de nossas neces s idades diárias em divers os aspectos. Como exemplo, p o de-se c i t ar o l e i te como uma das mais i mp ortantes fontes de cálcio na alimentação, não só pelo teor considerável deste mineral no l eite mas também p e l o fo rma c o mo o m e s m o se apre s e n t a e m termos d e b i od i s p o n i b i l i d a d e . A i n g e s t ão d e cál c i o , n o s n í v e i s prec o n i z a d o s p e l o ú l t i mo Consenso sobre a Ingestão de Cálcio, realizado em 1 996, nos Estados Unidos, (DANONE, 1 999), mostrou que a mulher depois da menopausa (sem rep o s i ção h o r m o n a l ) e h o m e n s com m a i s de 65 anos devem ter uma ingestão diária de 1 ,5 g de cálcio, o que eqüivale a cinco copos de leite ( 1 . 2 5 0 m l ) . Se este for enriquecido, o v o lume pode diminuir até pela metade. O utros ingredientes en contrados no l e i te em q u an t i d ad e razoável ( p roteínas , gord ura, carb o i d rato s , v itami n a s , e t c . ) j untamente com o elevado teor de água, fazem deste um produto i n s táve l , s uj e i t o a uma s é r i e de a l terações e também adulterações. A procura por produtos de qualidade e que apresentam maior durab i l i d ad e promoveu um grande crescimento na indústria do leite "longa vida" ou UHT na última década. Em 1 990 este tipo de leite compreendia apenas 4% do mercado bras i l e i ro de l e i te e d e r i v a d o s , alcançando a su rpreenden te marca de 5 3 % o ano de 1 9 9 8 . E s te e x c e p c i o n al d e s e m p e n h o d o p r o d u t o , repre s e n ta n d o u m cres c i m e n t o d e 8 9 5 % n o perío d o , fo i a c o m p an h a d o p o r u m a q u e d a acentuada ( - 2 7 % ) na comerc i a l i zação do l e i te pasteurizado ( J A N K et aI, 1 99 9 ) . D i ve r s o s fatores c o n tri b u íram p ara e s t a mudança de hábito do consumidor, destacando se o preço acessível do produto (próximo ao do l e i t e p as t e u r i z ad o ) , a i n t e n s a c a m p a n h a publicitária do setor, e especialmente o fato d e que o p r o d u t o p o s s u i u m l o n go p e r í o d o d e v a l i d ad e ( até 1 8 0 d i as ) , p o d e n d o a i n d a s e r armazenado e m temperatura ambiente até que sej a aberta a embalagem ( B EB A LEITE 2000) . E n q u a n t o os d i v e rs o s t i p o s de l e i te p as te u ri zado ( A , B e C ) têm s i d o o bj eto de m u i tas i nvest i gações, p o u q u í s s i m o s trab alhos vêm sendo realizados p ara avaliar a qualidade do leite longa vida, apesar do crescente consumo deste produto . O p ri n c i p al m o t i v o q u e j u s t i fi c a u m a análise mais cuidadosa da qualidade do leite U H T está no fato de que algumas alterações podem o c o rre r n o p r o d u t o em fu n ç ã o d o r i g o ro s o tratamento térm i c o apl i cado n o p ro c e s s o , que segundo a própria definição da legislação vigente ( B R A S IL, 1 997), s i tua-se entre 1 30° e 1 50° por dois a qu atro segun d o s . P o r o u tro lado, este tratamento também pode fun c ionar n o sentido de encobrir uma p ossível má qualidade da matéria prima utilizada, uma vez que neste tratamento são destruídas todas as bactérias patogênicas e a maioria dos microrganismos alteradore s . O p r o ce s s o d e p r o d u ç ã o d o l e i te U H T também e n v o l v e o acondicionamento asséptico do produto, o que prop orciona u m p eríodo de c o n servação d e v ári os m e s e s . A a u s ê n c i a d e condições assépticas estritas ou d e esterilização e fe ti v a das e m b al agens antes do e n c himento res u l taria n u m p roduto deteriorado ou mesmo perigoso em resultado da proliferação bacteriana. A c o m b i n aç ã o d as t e c n o l o gi as de u ltrapasteurização do leite, de envase asséptico em caixinhas longa vida e da retirada do ar no momento do fec hamento da e mbal agem tornam o l e i te l o nga v i d a um p r o d u t o q u a s e estéri l . A s s i m , ele p ode ser mantido fora d a geladeira, antes d e a be r t o, por até 1 8 0 d i as d e p o i s d o envase. Depois d e aberta a caixinha l o nga vida, r o m p e - s e a b arre i ra p ro t e t o r a . A s s i m , as substancias e elementos do meio externo podem m i grar p ara d entro dela e contaminar o leite. Por i s s o , deve-se manter a cai x i n h a com l e i te l onga vida, depois de aberto, na geladeira, pois a temperatura ambiente é a condição ideal para o d e s e n v o l v i m e n t o de m i c r o o rgan i s mo s . A l é m d i s s o , o l e i t e é um excelente meio de cultura, por ser rico em nutrientes . É recomendável que Pág. 50 Pág . 5 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII C O N G R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATI CÍNIOS o l eite longa vida sej a consumido até três dias depois de aberta a embalagem, se guardado em gel adeira . A tecnologia u t i lizada n a produção d o l e i te l o n g a v i d a d i s p e n s a o uso d e conservantes . ( B E B A L E I T E 2000) . Os d i ferentes tipos de leite U HT também tem a vantagem de poderem ser produzidos nas é p o cas e m q u e a p r o d u ç ã o de l e i te é m a i s a b u n d a n t e , e p o rt a n t o m a i s b arat o , p ara s e r c o merc i a l i z a d o m a i s t a r d e e fo rmar t a m b é m estoques reguladores. U m dos obj etivos deste trabalho foi o de oferecer sub sídios aos órgãos de fiscalização para i d e n t i fi c ação dos p rodutos e s u a adequação à legi s l ação v i gente. Outro objetivo foi detectar eventuais fraudes e alterações nos produtos em estudo e também avaliar os res u ltados obtidos frente a legislação vigente, para assim contribuir para a garantia da qualidade destes produtos . 2 . MATERIAL E M É TODOS Foram analisadas 15 marcas de leite UHT i ntegral comercializados em Juiz de Fora entre setembro de 2000 e maio de 200 1 . Durante este período foram coletadas, em média, 3 amostras de cada marca, com intervalo semanal, num total de 50 amostras . A amostragem foi realizada de forma aleatória em vários pontos d e venda da periferia e região central da cidade, observando se o prazo de validade das amostras . Observou s e t a m b é m u m i nterv a l o m í n i m o d e u m mês entre amostras da mesma marca. As amostras foram conduzidas, i mediata mente após a coleta, ao Laboratório de Análise d e A l i mentos do Departamento de A l i mentos e Toxicologia da Faculdade de Farmácia e B i oquímica da U niversidade Federal de Juiz de Fora. Avaliou-se os aspectos fís ico-químicos de acidez, densidade, gordura, extrato seco total e desengordurado, segundo metodologia descrita p o r P E RE I R A ( 1 9 8 I ) e ín d i ce c r i o s c ó p i c o , segundo metodologia descri ta p o r S ILVA e t a l ( 1 995). Também foram observadas a s caracterís t i cas . sensoriais (aspecto, cor, s abor e odor) e real izados os testes de estabilidade ao etanol e i n c u b aç ã o a 3 5 ° C , c o n forme d e s c r i t o n a legislação específica ( B R A S IL, 1 99 7 ) . 3. RESULTADOS E DIS C USS à O Os res u l ta d o s fo ram an a l i s a d o s p e l a estatística descrita, levando-se em consideração as especifi cações estabelecidas pela legisl ação . Foram observados os valores médios e res pec tivos desvios p adrões e coeficientes de variação dos atrib u t o s a n al i s ad o s . Val o re s m á x i m o s e m í n i m o s d o s a t ri b u t o s , o b t i d o s p ara c a d a m a r c a c o m e r c i a l , t a m b é m fo r a m a n o t ad o s . ( Q u adro 1 ) . De uma maneira geral a maioria das marcas de l e i t e a n a l i s a d a s a p r e s e nt aram v al ores d e a c i d e z , gord ura, c ri o s c o p i a, e s t ab i l i d ad e a o etanol 6 8 % (v/v), extrato s e c o desengordurado, dentro dos padrões exigidos pela l egislação, com algumas exceções. Q u a n t o à à c i d e z , 1 2 a m o s tras a p r e s e n taram valores acima do permitido p e l a legislação ( e n tre 1 4 e 1 8 g r a u s D o rn i c ) . Foi a n al i s ad a também a acidez do leite após 7 dias de incubação e comparou-se esses valores com os obtidos no primeiro dia de análise e apenas duas amostras s o freram variação além da permitida ( máximo de 2° Dornic). Das 50 amostras analisadas, 9 estavam com teor de gordura abaixo de 3 ,0%, que é o mínimo exigido. Todas as amostras analisadas apresentaram se estáveis ao etan o ! . Entretanto, duas amostras apresentaram modificações sensoriais no odor e sabor após incubação a 3 5° C por 7 dias . E m rel ação a cri o s c o p i a , não e x i s te u m padrão definido para leite UHT, mas no geral as a m o s tras a p re s e n t ar a m b o n s v al o re s d e crios c o p i a o que i n d i c a a p o u c a ocorrência d e fraude por aguagem p ara l e i t e "longa v ida". Outra observação que foi feita no decorrer do trabalho foi a variação no prazo de validade das a m o s t ras , o s c i l a n d o e n tre 4 e 6 m e s e s . Tam b é m fo i o b s e r v a d o u m a gra n d e i rre g u l aridade na distribuição do produto no mercado l o c a l , fen ô meno que também d e v e acontecer e m o u tros mercad o s . D i versas marcas rep e n tinamente "sumiram" das prateleiras, enquanto o u tras n ão m an t iveram u m a boa reg u l ari dade e freq ü ê n c i a em s e u s e s t o q u e s . E s t e f a t o d i fi c u l t o u a r e a l i z a ç ã o d e u m a a m o s tragem mais h o m o g ê n e a , p r e v i a m e n t e p l an ej a d a , faze n d o v ar i ar o n ú me r o d e a m o s t r a s analisadas p o r m arc a. O que se pôde notar com este trabalho foi a necessidade de se realizar mais trabalhos científicos sobre leite UHT em razão do pouco conhecimento sobre este produto, principal mente agora com o crescente aumento de seu consumo. s !l) o "O '5 .o � . :.a c:a ..... bJ) !l) .5 o "O 4. CONCLUS à O O obj etivo de trabalhos rel acionados com o controle da qualidade de produtos e alimentos comercializados é a preocupação com a s aúde e o bem estar da população. digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Pode-se concluir que o leite UHT integral distribuído na cidade de Juiz de Fora apresenta b o a q u a l i d ad e fís i c o - q u ím i c a , o que foi demonstrado pelQ baixo percentual de amostras em d e s a c o r d o c o m a l e g i s l aç ã o . I s t o , s e c o n s i d e r ar - m o s q u e p e q u e n as v a r i a ç õ e s d o s p arâmetros fís ic o - q u í m i c o s de análi s e p o d e m . ocorrer devido a o s mais diversos fatores naturais que fazem modifi car a composição da leite. Entretanto, ressalta-se a necessidade de que o s órgãos re s p o ns á v e i s p e l a fi s c a l i z a ç ã o , pesquisa e ensino na área, estimulem a realização de trab a l h o s m a i s abrange n t e s , e n v o l v e n d o t a m b é m o a s p e c t o m i c ro b i o l ó g i c o a l é m d e análises físico-químicas específicas (pesquisa d e c o n ta m i n a n t e s , frau d e s , d e t e rm i n aç ão d a atividade proteolítica, etc . ) p ara q u e p ossamos melhor avali ar a qualidade do leite UHT. 5. S U MMARY I n o r d e r to s t u d y the p h y s i c a l - c h e m i cal quality of the "Iong l i fe milk" ( U HT) marketing in the city of Juiz de Fora,. MG, 50 samples of w h o l e U H T m i l k (re p re s e n t i n g 1 5 c omerc i al samples) were analyzed in the period b etween September/2000 and May/ 200 1 . Using classical methodologies for the routine exams, according to t he federal legislation, the obtained results s h o w e d 2 s a m p l e s w i t h l ow n o n fat s o l i d s content, 9 samples w i t h l o w fat content ( l e s s t h e m 3 . 0 % ) a n d 1 2 s a m p l es p r e s e n t i n g b a d aci d i ty v a l u e s . A fter incubation at 3 5°C for 7 days, 2 samples presented variations of acidity and c h anges i n their sensorial c h aracteris t i c s . T h e results s howed a few number of s amples in disagreement with the physical-chemical qual i ty p at t er n s d e m a n d e d b y fed e ral l e g i s l at i o n , s u gge s t i n g t h a t , t h e w ho l e U H T m i l k U HT marketed i n t h e J u i z de Fora c i t y had g o o d q u a l ity. The c o n c l u s i o n above refers o n l y to the appraised aspects in the p resent work. K e y - w ord s : UHT m i l k , q u a l i t y c o n t r o l , p h y s i cal-chemical analysis ANAIS D O X V I I I C O N G R ES S O N AC I O N AL D E L ATi CíN I O S 6. REFER Ê N CIAS B IB LI O G R Á FICAS A BREU, L. R., CARVALHO, E. P., NETTO, A. C. M. S .. Avaliação de alguns parâmetros físico-químicos e microbiológicos do leite p as teurizado comer c ializado na c idade de Lavras no ano de 1 994. Revista d o I nstituto d e Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, MG, v.50, n.294, p.03-08, 1 995 . A L M E ID A , A . L . , V IL EL A , M . A . P . , F U RTA D O , M . A . M . , M E U R E R , V. M . Av a l i ação d a q u a l id ad e d o l e i t e p as teurizado comercializado em J u i z de Fora. MG. Revista d o I n s t i t u t o d e Laticínios C â n di d o Tostes , Juiz de Fora. 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AVALIAÇÃO DO M ÉTODO D E DETERMINAÇÃO DA ENZIMA XANTINO OXIDASE PARA IDENTIFICAÇÃO DE ADU LTERAÇÃO DE LEITE DE CABRA POR ADiÇÃO DE L EITE DE VACA Evaluation of the Xanthine Oxidase Enzyme Method for the Identification of Fraud in G oat Milk trought Add ition of Cow Milk André Luís de A l m eida1 ; Miriam Aparecida Pinto Vil e l a2 M a rco Antônio Moreira Furtado2 ; Vaneida Maria Meurer3 RESUMO O presente trabalho teve c o mo obj e t i v o u m a ayali ação do método p ro p o s to p o r Lampo e Caroppo ( 1 980) para determinação d e fraude de leite de cabra p o r adição de l eite de vaca, b aseado na concentração da enzi ma xantino ox idase ( X O ) . Foram avaliad as a rapidez e a facilidade de execução bem como a apl icação deste método à realidade local. Também foram aval i ad as algumas adaptações d a metod o l o g i a citada. Foram c o letadas amostras autênticas de leite de 4 rebanhos caprinos da cidade de Juiz de Fora e anali sadas pelo referido método. Realizou-se fraudes em l aboratório p ara testar a s en s i b i l idade do método frente a fraude por adição de leite de vaca em vários níveis. O método se mostrou e ficiente, rápido e de fac i l execução para a deteminação da atividade da enzima XO em leite. Apesar das amostras de leite de cabra geralmente apresentarem valores de absorbância sensivelmente menores que os de leite de vaca, alguns valores encontrados para amostras autênticas de quatro rebanhos de leite de cabra apresentaram interseção com alguns valores encontrados p ara leite de vaca. Portanto o método se aplica p ara triagem de amostras de l e i te d e c ab ra mas n e c e s s i ta d e c o n fi r m a ç ã o d as a m o s tr a s s u s p e i ta s c o m p r o v a s c o m p l e m e ntare s . Pal avras - c haves : leite de cabra, xantina-oxidase, adulteração 1. INTRODUÇ Ã O O consumo de leite de cabra tem tido um aumento progre s s i v o devido seu elevado valor nutritivo, boa digestibilidade e, principalmente, d e v i d o às i n d i c aç õ e s t e r a p ê u t i c as p ara i nd ivíduos que apresentam alergi a ao l ei te de vaca, especialmente recém-nascidos e crianças . S e g u n d o a F e d e r a ç ã o I n te rn a c i o n a l d e Latic í n i o s ( I D F, 1 9 8 3 ) , e m 1 9 8 3 m e t a d e d a população mundial estava consumindo l e i te d e c a b r a i n c l u i n d o a s c l as s e s d e m a i o r p o d e r aqu i s i t i v o . A ocorrência de adulterações de qualquer n a t u r e z a i m p l i c a , além d e a b u s o c o n tra a e c o n o m i a do c o n s u m i d o r , e m d a n o s s i gn i fi cativos a saúde públ ica, contrariando o Código 2 3 d e D e fe s a d o C o n s u m i d o r ( PR EFEIT U R A . . . , 1 990) e a Legis lação Vigente B R A S IL (2000) . De acordo com a estimativa da FAO citada por G UEDES E CORDEIRO ( 1 997), no B rasi l , a p r o d u ção d e l e i t e d e c a b ra e m 1 9 94 fo i estimada em 1 3 9 mil toneladas . Segundo o Censo A gropecuário de 1 99 5 1 996 ( l B GE, 1 996), a produção de leite de cabra na região sudeste brasileira foi de 4,63 milhões de litros, destacando-se nesta atividade o estado de M inas Gerais com rebanho de 1 73 mil cabeças e uma produção de 2,06 milhões de litros. Espec i fi c amente n a m i cro-região de J u i z de Fora, a produção de l e i t e de cabra t e m s i d o i m p l ementada rec e n t e m e n t e c o m o u ma n o v a Técnico em Laticínios, Farmacêutico-B i oq uímico, B o l sista CNPQ - I n memoriam. Professores do Departamento de A limentos e Toxicologia / Fac u l d ade de Farmácia e B io química / UFJF. Farmacêutica-Bioquímica do Departamento de Alimentos e Toxicologia /Faculdade de Farmácia e Bioquímica /UFJF. Pág. 5 4 Pág . 55 digitalizado por arvoredoleite.org alternativa de desenv o l v i mento agropecuário e conseqüente fixação do homem no campo. A c o merc i a l i zação d o l e i te de cabra na fo rma fl u i d a ai n d a o c o rre de fo rma p red o minante clandestina, não sofrendo qualquer tipo de controle de qual id ade. Esta predominância se deve também ao fato de existirem poucas opções no merc ado de produtos i n d u stri a l i zados por laticínios tradicionais, dada as peculiaridades de p r o d u ç ã o ( s az o n a l i d a d e , d e s c e n tral i zação e pequeno v o l ume) . A reg u l amentação da p r o dução e comercialização do leite de cabra pasteu rizado por micro-usinas só ocorreu na cidade de J u i z de Fora com a implantação da l egisl ação municipal ( PREFEITURA . . . , 1 9 9 5 ) que prevê o c o n tr o l e de a d u l te r a ç õ e s , p or é m a i n d a s e m definir a metodologia para t a l fim. D a m e s m a fo r m a , a recente l e g i s l ação i mplementada pelo M i n istério da Agricultura e do Abastecimento, através de sua Secretaria de D e fe s a A g r o p e c u á r i a ( B R A S I L , 2 0 0 0 ) , q u e estabelece o Regulamento Técnico de Identidade e Q u al i d ad e de L e i t e de Cabra, n ã o prevê met o d o l o g i a e s p e c ífi c a p ara i de n t i fi c aç ão de fraude por adição de leite de vaca. U ma d as d i fi c u l d a d e s a t u a i s e n c o n tradas em n ív e l m u n i c i p a l , estadual e federal, atualmente, é a carência de recursos destinados ao controle de q u a l i dade de a l i me n t o s . D e s t a fo rma, e s t e s órgãos fi cam l i mitados a u t i l i zar m é t o d o s de baixo custo que possibil i tem apenas o controle de qualidade de rotina. De acordo com trabalhos de DAMÁS IO et ai ( 1 987), B ONASS I ( 1 987), e WOLFS CHOON POMBO e FURTADO ( 1 97 8 ) , o leite de cabra e o leite de vaca apresentam características físico químicas e de composição bastante similares. Esta simi laridade dificulta a detecção de adulterações com leite de vaca por intermédio de métodos de rotina. Considerando-se que preço do leite de cabra é superior ao do leite de vaca (aproximadamente 2 , 5 veze s ) , é freqü ente a ocorrê n c i a desta adulteração . Para garantir a gen uini dade deste produto, há a necessidade de métodos analíticos que p o s s i b i l item o controle deste t i p o de adulteração, entretanto tais métodos não estão definidos pelos órgãos responsáveis pela fisca lização e garantia da qualidade do produto. RAMOS e JUAREZ ( 1 985) indicam vários m é t o d o s anal ít i c o s e x i s tentes p ara d etectar misturas de leite de cabra e vaca. Tais pesqui sadores avaliaram a sensibilidade e as limitações de m é t o d o s i m u n o l ó g i c o s , cromatográfi c o s , eletroforéticos, etc, concluindo que alguns destes, apes ar de a l t amente sen s í v e i s , apre s e n t a v a m l im i tações apl icativas o u a t é mes m o técnicas, c o m o a l t o c u s t o , d ifi c u l d ad e d e e x e c u ção e demora na obtenção dos resultados . Segundo B ONAS S I ( 1 9 87 ) , o conteúdo e ati v i d ade de algumas enzimas são menores n o leite de cabra que no leite de v aca, c i tando-se en tre estas a ri b o n u c l e a s e , l i p as e e x a n t i n o oxidase. B aseado n o fato d e que o leite d e vaca p o s s u i um t e o r em x an t i n o - o x i d as e apro x i madamente dez vêzes superior a o leite d e cabra (segundo LAMPO e CAROPPO, 1 98 0 ; M ONGET e t a i , 1 9 7 9 ) e n as c o n c l u s õ e s d e DEMOTT e PRAEPA N ITCHAI ( 1 97 8 ) , de que esta enzima não sofre inativação s i gnificativa a tratame n t o s térm i co s re l at i vamente i nt e n s o s como a pasteurização, várias metodologias foram d e s çritas c o m a fin a l i d ad e de d etectar a adulteração de leite de cabra por adição de leite de vaca. Destacam-se os trabalhos de LAMPO e CAROPPO ( 1 980) e MONGET et ai ( 1 979), que desenvolveram métodos de quantificação desta enzima por meio de reações colorimétricas. O m é t o d o s e b a s e i a n a c ap ac i d ad e da enzima xantino oxidase de oxidar a van i l i n a à á c i d o v an íl i c o , e q u e e s te ú l t i mo v e m a s e r revelado com u m a s o lução de 2 ,6-dibromoqui n o n a - 4 - c 1 o r i m i d a ( B . Q . C . ) , que g e r a u m a coloração azul, extraída c o m butanol, conforme demonstrado na Figura 1 , a seguir. O p resente trabal ho teve c o mo o bj e t i v o pri n c i p al uma adaptação d o m é t o d o colorimé trico d e determinação d a enzima xantino oxidase para a detecção da adição de l e i te de v aca ao leite de cabra, aval i ando s u a a p l i c ab i l id ade à re a l i d a d e l o c a l , n u m a t e n t a t i v a de o ferecer subsídios para que os órgãos de fiscalização e outros responsáveis pelo controle de qualidade do leite de cabra possam garantir sua genuinidade. 2. MATERIAL E M É TODOS Realizou-se, c o m o propósito de p adro nizar o procedimento de anál i s e, vários ensaios a p ar t i r de a m o s tras d e l e i te p as te u r i z a d o comercial izado na cidade de Juiz de Fora, para veri ficar as caracterís ti cas do método c o l o ri métrico de determinação da atividade da enzima xantino oxidase, seus pontos críticos e possíveis condições que pudessem interferir no resultado. Foram e s t u d ad o s a i n fl u ê n c i a do tratamen t o térmico q u e o leite recebera sobre a atividade d a enzima xantino oxidase, os tempos da técnica de análise e sua influência sobre o resultado e a sensibilidade do método frente à fraudes. Em s e g u i d a foram c ol etadas 8 am ostras autênticas (colhida pelo próprio analista) de leite de conj u n t o de cabra em q u atro reba n h o s da Q:* SQC Ácido Vanílico OH Figur a 1 - cr"""C - O H amarelo incolor 0C Ho NHC I Sr ( I O azul ase. Reaçõe s fundam entais do método da Xantin a-Oxid Fonte : LAMPO e CAROPPO ( 1 9 8 0) região de Juiz de Fora. A partir dos dados obtidos proce d e u - s e a c o l e t a de 4 amo s tras d e l e i t e i n d i v i d u a l e de conj u n t o d e u m rebanho q u e apresentou res u ltados d i ferentes d o s d e m ai s . Real izou-se fraudes e m laboratório com leite de vaca em v ários níveis de adição (5, 1 0, 1 5, 20 e 30%). As amostras autênticas e fraudadas foram também pasteurizadas em l aboratório a 60-65°C por 3 0 minutos. Os leites de cabra e vaca ? uros, crus e p as teuri zados e as amostras de leIte de cabra fraudadas e pasteurizadas foram analisadas pelo método colorimétrico de determinação da enzima xantino-oxidase descrita por LAMPO e CAROPPO ( 1 9 80) com as devidas adaptações . As a n á l i s e s fo ram c o n d u z i d as n o Laborat ó ri o de A n á l i s e de A l i me n t o s d o Departamento de A l i mentos e Tox i c o l o g i a d a Fac u l dade de Farm á c i a e B i o q u í m i c a d a Universidade Federal d e Juiz de Fora. Equipamentos utilizado s : Espectrofotômetro ( le i tura a 6 5 0 n m ) - B an h o - maria (60°C) - Centrífuga Gerber ( 1 200rpm) _ Soluções e Reagentes: S o lução de vanilina, 1 mg/mL; Solução de B .Q.C. (2,6-dibromoquinona4-clori mida) , 0,4% em etan o l ; Tampão B orato a p H 9 , 2 ; - l - bu tano! . Téc nica: - H o m o ge n e i zar anál i s e ; bem a a m o s tra em _ E m um tubo d e ensaio ( 2 5 rnL) c o m tampa rosqueada colocar exatamente 0,5 mL da amostra (pasteurizada) e adicionar 1 mL de solução de vanilina, e deixar em banho maria a 60°C por 5 minutos (Tempo I ) . I m e d i atamente ap ó s o s 5 m i n u to s e m banho-maria, adicionar 5 m L d e tampão e 0,3 mL de solução de B .Q.C., agitar e deixar repousar por 1 5 minutos (Tempo 2). Adicionar 20 mL de I -butan o l , homo geneizar e centrifugar a 1 .200 r.p.m. por 1 0 minutos. - C o l o c ar o s o b re n a dan t e ( l í q u i d o límpido) e m u m a cubeta e fazer a leitura em espectrofô metro a um compri mento de onda de 650 nm. _ _ Obs ervaçõe s : ( I ) Preparar o branco a partir de leite d e c ab r a a d i c i o n an d o 1 m L d e á g u a destilada a o invés d e 1 m L d e vanilina, ( 2 ) Respeitar , rigoro s amente, o s tempo s i nd i cados na técnica. ( 3 ) A m o s tras d e l e i t e cru d e v e m s e r p a s t e u r i za d a s a 6 0 - 6 5 ° C p o r 3 0 minutos antes da análise. A daptaç ões e Modifi c a ç õ e s da Téc n i c a Original: Foram real i zadas a l g u mas adaptações e mod i fi c ações no método descrito por LAMPO e CAROPPO ( 1 980). Uma destas foi a utilização da centrifugação a 1 . 200 rotações por 10 minutos ao invés de 3 . 000 rotações por 5 minutos como i n d i c a o m é t o d o ori g i n a l , u m a v e z q u e a Pág . 57 Pág. 56 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO N'ACIONAL DE LATiCíNIOS centrifuga de 1 .200 rpm (tipo Gerber) é bastante comum em laboratórios que analisam leite. Outro e x e m p l o fo i a prep aração do bran c o , onde se preferiu eliminar o substrato ao invés de tentar inativar a enzima esteri l i zando ou fervendo o leite como sugere o método origi n al . O uso d o leite esterilizado o u fervido como branco poderia ser causa de variações nos resultados obtidos por este método, uma vez que a XO é uma enzima termore s i s te n t e , p o d e n d o ainda p o s s u i r certa ati v idade após o tratamento descri t o . O s res u l t a d o s fo ram an a l i s a d o s p e l a estatística descritiva. Foram avaliadas a sensibi l idade, a precisão e a facilidade de execução. 5 5 5 5 30 60 30 60 Variação na absorbância lida de uma amostra em função da variação dos tempos estipulados pela técnica de análise. 30 60 90 1 20 30 30 60 60 0,983 1 , 046 1 , 07 I 1 , 07 8 1 ,765 1 ,903 1 ,8 1 0 * tempo I = tempo e m banho-maria a 60°C da amostra em * Tabela 2 - A b s o r b â n c i a l i da d e a m o s t ras d e leite de cabra pasteurizado d e marcas comercializadas em Juiz de Fora em J aneiro/ 1 99 7 e Outubro/ 1 99 7 . Janeiro S a b e n d o - s e que a a t i v i d ad e d a e n z i m a x a n t i n o o x i d a s e t e m re l aç ão d ir e t a c o m a a b s o rb ân c i a l i d a no a p are l h o , os r e s ul ta d o s fo ram t o d o s e x p re s s o s e m a b s o r b â n ci a, s ign i fi cando que quanto maior a absorbância maior a ati v id ad e da enzima xanti no-oxidase e v i ce-versa. O s r e s u l t a d o s i l u s t rad o s n a t a b e l a 1 mostram uma baixa vari ação relativa na absor bância (= O , I ) devido a variação n o tempo 2 , concluindo que uma pequena variação neste tempo não teria influência significativa sobre o resultado obtido, isto está relacionado com o pH (9,2) do tampão adicionado que é diferente do pH ótimo desta enzima ( 7 , 5 ) . Já as variações no tempo I são de demasiada importância devido à sua grande influência na variação da absorbância lida. Desta forma foram fix ados o tempo 1 em 5 minutos e o tempo 2 em 1 5 minutos. - Os resultados da tabela 2 mostraram uma certa variação n a aborb â n c i a e n c o n t rada em amostras de leite de cabra pasteurizado de marcas comercializadas em Juiz de Fora, indicando assim a n e c e s s i d ad e d a d e te r m i n aç ã o do l i m i te de variação de valores de absorbância do l e i te da região, p ara estabelecer os limites d e tolerância para leite de c abra autêntico. Marca 3. RESULTADOS E DIS CUSS à O Tabela 1 ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS contato com a solução de vanilina; tempo 2 = tempo em repouso após a tamponação do meio e adição do reagente B . Q.C. 2 0,037 0 , 06 1 2 0 , 042 8 Outubro Os resultados obtidos da tabela 3 mostraram u m a gran d e variação na a t i v i d ad e da enzi ma x antino o x i d ase entre as amostras d e l e i te de vaca pasteurizado de marcas comercializadas em Juiz d e Fora. O fato do leite de vaca ter uma grand e variação n a ati v id a d e da e n z i m a XO p oderia l i mitar o método, uma vez que a fraude com leite que apresente absorb â n c i a rel ativa mente baixa d ific i l mente seria detectada. Tabela 3 - A b s or b ân c i a l id a de a m o stras de leite de vaca pasteuri zado de marcas comercializadas em Juiz de Fora. Amos tra Abs orbância 2 3 4 5 6 7 0,534 0,202 0, 1 82 0,250 0,484 0,200 0, 1 90 0 . 62 5 8 O s re s u l t a d o s o b t i d o s d a t a b e l a 4 mostraram que o tratamento térmi co i n fl uencia a atividade da enzima no leite de vaca, mas que a e s t e r i l i z aç ã o n as c o n d i ç õ e s t e s t ad a s n ã o d e s t r ó i c o m p l e ta m e n t e a e n z i m a, p o i s e s t a ainda apresentou atividade no leite esteri lizad o . Deve-se no entanto, observar q u e a fraude com l e i te d e vaca fer v i d o p o r t r i n t a m i n u t o s ou e s t e ri l i za d o a 1 2 I O C / 1 5 m i n u t o s , a p e s ar d e inviável n a prática, não s eria detectada por este método . Tabela 4 - i n fl uê n c i a do t ratamento térmi c o e m u m a amostra d e l e i t e de vaca sobre a absorbância lida. Absorbância Tratamento Leite de vaca p as teurizado Leite de vaca fervido (por 3 0 m i n . ) Leite de vaca esterili zado ( 1 2 1 ° C/ 1 5 m i n . ) - Leite Leite Leite Leite Leite Leite de de de de de de 0,028 0,037 Tabela 7 (95+5) (90+ 1 0) ( 8 0+20) ( 50+50) 0,030 0,253 0, 046 0,054 0,08 I 0, 1 50 Os re s u l ta d o s e n c o n t r a d o s n a t ab e l a 6 m o s t r a m a v a r i a ç ã o de a b s o r b â n c i a d a s 8 a m o s t r a s de l e i te de c ab r a c o l e t a d a s de 4 reb a n h o s da c i d ad e de J u i z de Fora. A amo s t r a n ° 6 ( r e b a n h o B ) a p re s e n t o u u m v a l o r d e abs o r b ân c i a m u i t o alto q u a n d o c o m parada com as demais q u e apresentaram v a l o r e s d e a b s o rb ân c i a m a i s p r ó x i m o s d a méd i a . P o r i s s o a a m o s t r a n° 6 e l e v o u a méd i a , o d e s v i o p ad rão e c o n s eq u e n te me n t e o c o e fi c i e n t e d e v a r i a ç ã o ( 5 0 , 1 0 % ) , o q u e t o r n o u n e c e s s ár i o a r e p e t i ç ã o d e anál i s e d e a m o s t ras a u tê n t i c as d e s t e reb an h o a l é m d e amos tras i n d i v i d u a i s . O s res u l t a d o s apresentados n a Tabe l a 7 demonstraram a grande variação do leite de cabra individual deste rebanho, além de mostrar que o leite em conj u n t o n o v amente apre s e n t o u alta a b s o rb â n c i a . o q u e leva a s e d u v i d a r da apl i c abjlidade local deste método, uma vez que os val ores d e absorb â n c i a p ara l e i te de cabra estariam pró x i mo s a val ores obtidos p ara leite de leite de vaca. Cru Pasteurizado 0 , 1 24 0, 1 8 6 0, 1 39 0, 1 30 0,067 0 , 29 3 0, 1 20 0,084 0,059 0,074 0,076 0 ,074 0,042 0, 1 60 0,066 0,042 0, 1 43 0,070 49,28% 0,074 0,037 50, 1 0% An10stra n� 2 4 5 6 7 8 Média Desvio Padrão Coef. de Variação Abs ó rbância cabra puro vaca p uro cabra + vaca cabra + vaca cabra + vaca cabra + vaca Absorbâncias das 8 amostras de leite de c abra coletas em 4 rebanhos da cidade de Juiz de Fora. A B C D A B C D Relação do nível de adição de leite de vaca ao leite de cabra e aborbância lida. Amostra - Rebanho 0, 1 8 1 O s re s u l t a d o s o b t i d o s d a t a b e l a 5 m o s traram q u e o mé t o d o fo i b as t a n t e s e n sível, cheg ando a detec tar au mento s i g�i fic a t i v o d e a b s o rb ân c i a n a a m o s t r a d e l e i t e d e c a b r a c o m 5 % d e l e i te d e v a c a . E s t e s re s u l t a d o s t a m b é m m o s t r a r a m q u e c o m aumento da adi ção de l e i te de v aca, aumentou também a ab s o r b â n c i a . Tabela 5 Tabela 6 - Absorbâncias de amostras autênticas de leite de c abra i n d i v i d u ai s e de conj unto do rebanho B . A m o s tra Cru Pasteuri zad() Cabra 1 Cabra 2 Cabra 3 Cabra 4 C o nj u nto 0, 1 4 9 0,237 0, 1 1 0 0,328 0,2 1 5 0, 1 05 0, 1 77 0,074 0,259 0, 1 62 O resultados da tabela 8 mostram a variação encontrada nas amostras autênticas leite de vaca q u e fo r a m p a s t e u r i z a d a s em l a b o r a t ó ri o . O coeficiente de variação é relativamente baixo, mos trando que a variação de absorbância para estas amostras é pequena. M as quando compara se a méd ia encontrad a para o leite pasteurizado (0,67 8 ) com os resultados para leite pasteurizado das marcas c o merc i al i zadas em J u i z de Fora (Tabela 3) chega-se a concl usão que a variação para o leite de vaca pode ser bem maior do que ilustra a tabela 8 . Tabela 8 - Absorbâncias d e 4 amostras autên ticas de leite de vaca. Amostra n° Cru Pasteurizado 2 3 0, 860 0,877 0 , 664 0,756 0 , 62 4 0 , 560 0,824 0 , 1 07 1 3,03% 0 , 67 8 0 , 1 03 1 5,25% Média Desvio Pad rão Coef. de Variação Pág . 59 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS o gráfi c o 1 i l u s tra a d i s p ers ão d o s resultados d e absorbância para amostras d e leite p as te u r i z a d o de re b a n h o de cabra e v a c a e amostras individuais de cabra. Através do gráfico pode-se observar como algumas amostras de l e ite de vaca apresentaram val ores de absor bância próximos aos de cabra, chegando algumas amostras de lei te de cabra individuais apresen tarem absorbância superiores a algumas amostras de leite de vaca. - Gráfico 1 Gráfico 3 - Amostra 2 . Relação Absorbâncla e Porcentagem de Leite de Vaca Adlclonado(Absorbâncla = 0,624) 0,400 0,350 0,300 0,250 r.f ] � ]'" 0,200 O,lro 0,100 D i s p ers ão d o s R e s u l t a d o s de Absorbância de leite de conj u nto e individuais de cabra e vaca o,oro 0,000 l---t----t-+---+-->--+--t ° w g w • � 35 � • ro Porcentagem de Leite do Vaca Adicionado <I> leite de vaca (conjunto) O leite de cabra Gráfico 4 (conjunto) A leite de cabra (Individuai) g � 0,350 0,500 0,300 0,400 o" oo 0,000 Amostra 3 . Relação Absorbâncla e Porcentagem de Leite de Vaca Adicionado (Absorbâncla = 0,560) m 0,600 g :e - � L � J o o Si o O Amostras - 0,150 0,050 10 15 20 25 30 35 40 Porcentagem de Leite de Vaca Adicionado Os gráfi c o s que se seguem ( 2 , 3 , 4 e 5 ) m o s t ra m c o m o o m é t o d o fo i s e n s ív e l c o m rel ação a fraude e m l aboratóri o . O s valores de ab s o rb â n c i a e s t a b e l e c e ram u m a rel ação . proporcIOnal q u ase q u e d i reta com a p orcen tagem de leite de vaca adicionada. Os resultados práticos (experi mentais ) apresentaram-se bem próximos dos pontos teóricos calculados ( reta proj etada) . Gráfi co 2 0.250 0.200 45 50 Gráfico 5 - Amostra 4 . Relação Absorbâncla e Porcentagem de Leite d e Vaca Adicionado (Absorbâncla = 0,773) 0,450 0,400 0,350 0,300 .!l! g 0,250 A mostra 1 . Relação Absorbâncla e Porcentagem d e Leite de Vaca Adicionado (Absorbâncla=O,756) � � 5. S U M M A RY 0,200 0,150 0,100 0,050 0,450 0,400 0,350 0,000 +----+--l--<e---+--4_-4--_+---< ° 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Porcentagem de Lolte do Vaca Adicionado �� J, :�: 0,200 0,150 �:�� .. ,/ 0,000 +10 15 20 25 30 35 40 Porcentagem de Leite de Vaca Adicionado 45 --+--<--+----<e--+-+---1 50 condi ções de execução do p resente trabal h o . Entretanto pode s e r indicad o como método d e triagem, o q u e significa a necessidade de u m a confirmação d e amostra suspeitas com provas c o m p l e mentares . Tal n e c e s s i d ade se d e v e principalmente devido ao fato de e x i s t i r u m a considerável variação na absorbân c i a ( t e o r o u atividade da enzima xantino oxidase) tanto n o leite de vaca c o m o no leite de cabra da região, mes mo quando c o n s iderado somente o s l e i te s de conj unto, p o i s em leite individual a variação ainda é maior. A p e s ar d as amostras de l e i t e de c a b r a apresentarem quase s empre v a l o res s e n s i ve l mente menores q u e os d e leite de vaca, concor dando com os d i vers o s trab a l h o s c i t a d o s n a literatura, os valóres encontrados para amostras autênticas de quatro rebanhos de leite de cabra apresentaram i n te r s e ç ã o c o m os v a l o re s encontrad o s para l e i t e de v a c a . E s t a variação natural reforça a necess idade de realização de provas complementares p ara as amostras que apre s e n t arem a b s o rb â n c i a a c i m a d a m é d i a encontrada (0,074). Amostras que apresentarem valores abaixo da média podem ser consideradas livres de adulteração. R e c o m e n d a - s e a re a l i za ç ã o d e n o v o s trabalhos q u e visem a adaptação e o desenvol vimento de méto d o s c o mp le m e n t ares p ara a detecção deste tipo de adulteração, baseados em substâncias ou características que sejam exclu sivas para u m tipo de leite, como a pesquisa do perfil de ácidos graxos (utilizando Cromatografia gasosa) e o perfil protéico, de frações da caseína (utili zando técnicas de eletro forese em gel de poliacrilamida) . Os métodos mais recomendados seriam aqueles que menos sofrerem influência de fatores rel acionados à variação de composição nat u ral do l e i t e e/ou a s p e c t o s tec n o l ó g i c o s relacionados ao process amento do leite. 4. CONCLUS à O O m é t o d o av a l i ad o n ã o se a p res e n t o u adeq � ado para a detecção segura de adulteração de leite de cabra por adição de leite de vaca, nas The aim of this work was an avaliation of the method proposed b y Lampo and Caro p p o for determi nation of fraud in goat milk b y the addition of cow milk i n it, based in the content of the xanthine oxidase enxyme (XO) detected by s p e c t r o fo metry met ho d . S p e e d , e a s e o f execution were avaliated, a s well a s it aplication to the local reality and were realized adapitations w h i c h were necess ary. Varied samples of goat milk and cow milk were analized, as well as frauds prod uced in l aboratory. The method h as been shown efficient quick and o f an ease execution to the X O e n z y me act i v i ty d etermi n at i o n in milk. Despite of the fact that the concentration o f this enzyme i n goat m i l k i s usually l ower than in cow milk, some value found i n autentic s amples of four d i ferents flocks seem to have intersection with some value found in cow milk. So, this method can be used as a first verification of the quality goat milk samples. In goat milk s a m p l e s t h at seems t o h ave a h i gher concentration t han normal i t must be s ubmited to a confirmat i o n test. Keyword s : goat milk, Xanthine Oxidase, frau d o 6. REFER Ê N C IA S B I B L I O G R Á FICAS B ONAS S I , 1 . A. Leite de Cabra: características e tecnologia. Revista d o Insti tuto L aticínios Cândido Tostes. vof.42, n . 25 1 Juiz de Fora. p . 1 7 -2 1 , 1 9 87 . B R AS I L . L e i s , decre t o s , etc . I ns tr u ç ã o N o r m a ti v a n ° 3 7 , d a S ec retari a d e D efes a Agropecuária d o Ministério d a Agricultura e d o A b as te c i m e n t o , de 3 1 / 1 0/2 0 0 0 : A p ro v a o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite de Cabra. D A M Á S I O , M . H . ; M O R AES , M . A. C . ; OLIVEIRA, J . S . Caracterização Físico-Química do Leite de Cabra Comp arada com o Leite de Vaca. C i ê n c i a e Tec n o l o gi a d e A l im en t o s . v o1 . 7 , n . 1 1 , p . 6 3 -7 1 , 1 9 8 7 . D E M OTT, B . J . ; P R A E PA N I T C H A I , O . A . Infl uence o f Storage, Heat, and Homogenizetion upon Xanthine Oxidase Activy of Milk. Journal o f D airy S c i e n c e . vo1 . 6 1 , n . 2 , 1 9 7 8 . G UEDES , A.L.A.; CORDEIRO, P. R . C . Industrialização d o Leite d e Cabra. XXXV Semana do Laticinis t a . EPA M I G/CEPE - I n s t i tuto de Laticínios " Cândido Toste s " , j ul h o , 1 9 97 . I B GE. A n u á r i o estatís t i c o do B rasil : 1 9 9 6 . B ra s í l i a, M i n i s té r i o d o P l an ej am e n t o e d o Orçamento . 1 9 9 6 . v. 5 6 . I O F - INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION. The c o mp o s i t i o n o f e w e ' s and g o a t ' s m i l k . B u l l e t i n . I n t e r n a t i o n a l D ai r y F e de ra t i o n . n . 1 5 8 , p . 2 - 3 4, 1 9 8 3 . L A M P O , S . M . ; C A R O P P O , S . A method for d e t e c t i n g c o w ' s m i l k a d d e d t o g o a t ' s mi l k . S ci e n . e Tec n . L a t ti e r o - C as e a r i a . v o I . 3 1 , n . 2, p . 1 3 9 - 1 43 , 1 9 8 0 . MONGET, A . ; GEL I N , M . ; LAV IOLETTE, D . Recherche de l a xanthi ne oxydase appliquée à la mise en évidence du lait de vache aj oulé au l ai t de c h é v r e . L e L a i t . v o 1 . 5 9 , n . 5 8 3 - 5 8 4 , p . 1 1 7 - 1 2 4, 1 9 7 9 . P REFE I T U R A M U N I C I PA L D E J U I Z D E FORA. Secretaria Municipal d e Abastecimento Pág. 6 0 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS e A g ro p e c u ár i a . D i s p õ e s obre a I n s pe ç ã o Sanitária e I n d ustrial d o s p r o d u t o s de origem animal do M unicípio de Juiz de Fora e dá outras providências . Lei Municipal n° 8 .5 5 1 , de 1 9 d e o u t . 1 9 9 4 . E s t a b e l e c e as n o rm a s p ara a i m p l an ta ç ã o e fun c i o n am e n t o d e u s i n as de b e n e fi c i am e n t o d e l e i te d e c ab r a em , p ro p r i e d a d e s rurais na área g e o g r á fi ca d o Município de J u i z de Fora. Portaria n ° 002, d e 0 8 d e maio de 1 99 5 . PREFEITURA MUNICIPAL DE J U I Z DE FORA. Programa Municipal de Defesa do Consumidor. Regulamenta os direitos do consumidor. Código d e Defesa do C o n s u m i d o r , Lei n° 8 . 07 8 , de 1 1 set. 1 99 0 . Tít u l o I , Capít u l o I V, Seção I, Artigos 8, 9 e l O. RAMOS, M . ; JUÁREZ, M. Estado actual de los met o d o s a n a l í t i c o s e x i s te n t e s p ara d e t e c t a r mezclas de leche de vaca, oveja y cabra. Revista Espafiola de Leich eria. v o l .4, p . 5 - 1 2 , j ul h o agosto, 1 9 8 5 . W OLFS C H O O N - P O M B O , A . F. ; F U RTA D O , M . M. Algumas características fís ico-químicas d o leite d e cabra da Zona d a Mata Mineira. Revista do I n s t i t u t o de L a t i c ín i o s C â n d i d o Tostes. J u i z d e Fora, p . 3 - 1 1 , novembro-dezembro, 1 978. QUALIDADE MICROBIOLÓGI CA DO QUEIJO M INAS UTILIZADO COMO MATÉRIA- PRIMA NA FABRICAÇÃO DE PÃO DE QUEIJO Microbiological Quality 01 M inas Cheese Used 01 Raw Material in Cheese Rol! Renata G raça P I N T01 ; Thierry Ribeiro TOM I C H2 ; Eduard o Arrudas O R N ELAS3 ; P a u l o Eustáquio F E R R E I RA4 ; Roberto G o nçalves J U N Q U E I RAS; Accácia Jú l i a G u i m arães P E R E I RAS RESUMO � � ste . trabalho, �mostras de queij o Minas foram coletadas em uma indústria de pão de qU�lJ O sltu da n c dade de B elo Horizonte , Minas Gerais, com o objetivo de verificar � � � a quahdade mlcroblOl ogica desta matéria-p rima e sua i nfluência na qualidade e segurança do produto acabado . Os dados encontrad os mostraram um percentua l de 93 % das amostras em desacordo com os padrões legais (Resolução n O l 2/200 l -ANVISA ), sendo que, destas amo � tras, 1 00 % apresentaram contagen s s uperiores aos p adrões p ara c o l i formes totais e fecaIs e 7 6 , 9 % apresenta ram Staphyloc occus c oagul ase positiva acima do padrão legal não tendo sido encontrad a Salmonel la sp em nenhuma amostra. As contagen s de coliforme� totais e fecais variaram de 3 , 8 X 1 0 2 a > 1 , 1 X 1 05 N MP/g, sendo que 8 6 % e 7 9 % d as . amo stras analts d as apresen� aram contagen s s u periores a 1 04 N M P/g p ara c o l i formes � . to � als e ara col! formes fecaIs , respectiv amente. A contagem � de Staphylo coccus a ureus fOI supenor a 10 UFC/g em 50% das amostras . Todas as amostras apresenta ram contagem Veteriná ria, mestre em Ciência de Alimento s. Veterinár io, aluno de Doutorad o em Ciência Animal - EV-UFM G. 3 Bolsist d iniciação ci entífica �? C ETEC/M G, estudante de graduação - Ciências biológica s, FAM IH. � � . . . 4 Farmac ut co, especlahs ta em ClenCla e·tecnolo gia de alimento : � s, Setor de Alimento s do CETEC/M G. 5 Farmace utlco, Doutor, Professo r do Departam ento de Alimento s da FAFAR-U FMG 6 Engenhe ira química, Doutora, Professora do Departamento de Alimento s da FAFA R -UFMG. 1 2 de bolores e leveduras superior ao padrão proposto para queijos fabricados a partir de leite cru, sendo que a contagem variou de >3,0 X 1 04 a >3,0 X 1 06 UFC/g. As altas contagens de microrganismos encontradas permitiram concluir que a qualidade do queij o M inas é um ponto crítico na indústria de pão de q ueij o estudada devendo ser controlada. Palavras-chave : Queijo M i nas, qual i d ade microbiológica, pão de queij o . 1 . INT RODUÇ Ã O O pão de q u eij o s urgi u nas fazen das d o interi or de M i n a s Gerais e hoj e é um produto reconhecido como típico da c u l inária mineira. Até a década de 80, a produção de pão de queijo era i nteiramente artesanal ( PEREIR A , 1 9 9 8 ) . Nos últimos dez anos, houve um grande cresci mento em sua produção, devido à introdução do processo de congelamento do produto, levando ao aumento da oferta e ao abaixamento do preço (RIB AS, 1 997). O crescimento da o ferta do pão de queijo possibil itou a sua comercialização em todo o país e no exterior (RIB AS, 1 997) . Hoje, este produto pode ser encontrado em países com os mais diferentes hábitos alimentares (CHAGAS, 1 9 9 9 ) , o que demonstra seu grande potencial para a exportação. Em avaliação da qualidade microbiológica do pão de queij o comercializado na ci dade de Belo Horizonte - MG, realizada em 1 99 9 , foram encontradas 8 1 , 82 % das marcas analisadas em desacordo com o s p adrões legais ( IN METRO, 2000b ) . PINTO et aI. ( 2 00 0 ) c i t am que, em análises fiscais de massas congeladas de pão de q u e ij o , real i za d as em 1 9 9 8 e 1 9 9 9 , fo ram e n c o n tradas 6 9 , 4 % d o total d a s a m o s t ra s analisadas em desacordo c o m os padrões legais vigente s , reve l an d o c o m o res p o n s áv e i s p e l a condenação, o s c o l i formes fec a i s ( 5 5 , 1 % d as amostras ), Staplzylo coccus a u reus (44,9 % das amostras) e Salmonella sp. (7, 1 % das amostras) . Em j an e i r o de 2 00 1 , fo i real i za d o u m n o v o l e v antamento d a q u al i dade d e s te pro d u t o e m M i n as Gerais e c on s t at o u - s e a ex i s t ê nc i a d e 32,80% das marcas analisadas em desacordo com os padrões . A reprovação foi devida à presença de coliformes fecais e Staphylococcus coagulase p o s i t i v a a c i m a d o perm i t i d o p e l a l eg i s l ação (ESTADO . . . , 200 I a,b) A qualidade do pão de queijo existente no mercado em B el o H orizonte n ão é s at i s fatóri a quanto aos aspectos higiênico-sanitário s e, de a c o r d o com I N M E T R O ( 20 0 0 b ) , a fal t a de c o n t ro l e d a q u a l i d a d e d as matéri as - p r i m a s , p r i n c i p a l mente d o q u e ij o M i n a s , é u m a d a s principais causas deste problema. A origem das m atéri a s - p ri ma s p ode rep r e s e n t ar um p o n t o crítico que deve ser controlado ( lAMFES, 1 997) . M at é r i a - p r i m a de má p r o c e d ê n c i a o r i g i n a produto de qualidade comprometida, reduzindo sua vida co merci al e depreciando-o p erante o consumidor (ANDRÉ et aI. , 1 999). Um dos pontos de estrangul amento para a fabricação de pão de queijo de qualidade é o tipo de queijo empregado, queijo M inas, o qual possui grande variação das técnicas de fab r i c a ç ã o , res u l ta n d o n a heterogeneidade das suas características sensoriais, além da precária qualidade microbiológica, uma vez que o produto é fabricado, em sua maioria, c o m l ei t e c r u e em c o n d i ç õ e s h i g i ê n i cas i n adequadas ( PEREIRA, 1 9 80). A incidência de microrganismos patogê nicos, como Staphylococcus a ure us, coliformes fecais e Salmone lla sp. no queijo Minas curado é a l t a ( PE R E I R A , 1 9 8 0 , S A N T O S & G E N I GE O R G ES , 1 9 8 1 ) . D i v e r s o s t r ab a l h o s m o stram u m a c o n s i derável contam i n ação p o r um ou mais destes microrgan i s mos em queijos M i nas ( B O R EL L I e t a I. , 2000, I N M ETR O , 2 0 0 0 a , c , S Á B A R RETO & PERE I R A , 1 9 9 9 , GOMES & GALLO, 1 9 9 5 , GARCIA-CRUZ e t a i. , 1 994, RAIMUNDO e t a I. , 1 992, N A S C I MENTO e t a I. , 1 9 85, M A N D I L e t a l. , 1 9 8 2 , S A N T O S & G E N I GE O R G E S , 1 9 8 1 ) i n c lu s i ve rel ac i o n ados com s urtos de doenças a l i m e n t ares ( A LTEKRUSE et a I. 1 99 8 , SAB IONI e t a I. , 1 994, CARMO & BERGDOLL, 1 990, SABIONI e t a l. , 1 9 8 8 ) . O o bj et i v o deste t r ab a l h o fo i aval i ar a q u a l i d a d e m i c ro b i o l ó g i c a do q u e ij o M i n a s empregado c o m o matéria-prima na fabricação de massas congeladas de pão de queij o , visando e s t u d ar a i n fl u ê n c i a d e s t a matéri a - p r i m a n a qual idade e segurança d o produto elaborado. 2. MATERIAL E M É TODOS O s mét o d o s para a m o s trag e m , c o l eta, acondicionamento, transporte e para as análises m i crobi o l ó g i c as d as amostras obedeceram às o ri e ntações do Comp e n d i u llZ of m e th o ds fo r m icrobiologica l exa mination of fo ods (APHA, 1 992), em sua ú ltima edição, como indicado pela Pág . 63 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O X V I I I C O N G R ES S O N A C I ON A L D E L AT I C í N I OS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Resolução RDC-noI 2/AN V S de j aneiro de 200 1 ( B R AS IL, 200 1 ) . As amostras foram anali s adas no L a b o r a t ó r i o d e M i cr o bi o lo g i a do C e n t r o Tec n o l ó g i c o d e M i n as G er a i s - CETEC/ M G . Foram empregados vidrarias, reagentes e meios d e c u l t u r a u s u ai s em l ab o ra t ó r i o s de microbiologia, sendo as análises realizadas com a a s s e p s i a n e c e s s ári a , d entro de c ap e l as higien izadas e na presença constante de c hama próx i ma à área d e m an i p u l aç ã o da a m o s tra. O s meios de cultura utilizados na realização desta p e s q u i s a foram g e n t i lm e n t e d o a d o s p e l a B IO B R Á S S . A . enriquecimento seletivo: caldo S e lenito-Cistina (SC) e c a l d o Tetrati on ato (TT) . O i s o l amento foi fei t o e m ágar X i l o s e- l i s i na - d e s o x i c ol at o ( X L D ) e n o ágar verde brilhante-vermel h o d e fenol lactose-sacarose ( B G A ) contidos em p lacas de Petri esteri l i zadas . E o teste c o n fi rmatório de Sa lmonella foi realizado em meio de cultura denominado Instituto Adolfo Lutz (lAL). A con tagem de bolores e leveduras foi feita em ágar batata dextrosado (AB) acidifi cado com 1 % de solução de ácido tartárico a 1 0% . 2 . 1 . C o l e t a d as A m os t r as Na FIGURA 1 é apresentado o percentual de amostras de q u e ij o M i n as u t i l i zado c o m o matéria-prima na indústria de p ã o de queij o fora dos padrões microb i o l ógicos d eterminados p ara e s t e a l i m e n t o p e l a R e s o l u ção n 0 1 2 - 2 0 0 l i A N V I S A . Pode-se veri fi car n a F I G U R A 1 que 9 3 % d as a m o s tras a n a l i s a d a s e s t a v am e m desacordo com esta legislação. Na F I G U R A 2, são a p r e s e n t a d a s a s p ercentagens de amostras de queij o M inas fora dos padrões, segundo cada microrganismo. Nota se que, do total de amostras condenadas ( 9 3 % ) , 1 00 % a p re s e n taram c o l i formes t o t a i s e c o l i fo r m e s fec a i s e m c o n t age n s s up e r i ores à s e s t a b el e c id a s n a C o n s u l t a P ú b l i c a n 0 5/ 1 9 9 9 � A N V I S A ( B R A S I L , 2 00 0 a ) e n a R e s o l uç ã o nO I 2/200 1 -A N V I S A ( B R A S IL , 2 00 1 ) , respec tivamente, e 76,9% apresentaram contagem de S. a u r e u s a c i m a d o l i mi t e e s t a b e l e c i d o na l e g i s l aç ão v i g e n t e ; n ão s e n d o e n c on t ra d a Sa lmone lla s p . E s t e s res ultados aproxi m am-se d o s o b t i d os p or S Á B A R RE T O & P E RE I R A ( 1 999) q u e verificaram a existência de 8 6 , 3 6 % d e amostras d e queij o M i nas em desacordo com a legis l ação, sendo que destas, 1 00 % estavam contaminadas com coliformes fecais. No entanto, estes a u tores e n c o n traram um n ú mero menor de amostras contaminadas p or Staphylococcus a u re u s ( 3 1 , 5 7 % ) em c o m p aração com o per c e n t u a l e n c o n tr a d o no p r e s e n t e trab a l h o (76,90% ) . B ORELLI et a i. (2000) encontraram contagem de Staphylococcus co�gulase positiva acima do valor máx i mo permitido em 8 0 % das amostras de queij os M i n as c urado anali s ad as . N A S CI ME N T O e t a lo ( 1 9 8 5 ) e n c o n t ra r a m 94, 1 2% de amostras de queijo M inas frescal fora d o s p ad r õ e s e d e s t a s , 9 0 , 2 0 % a p r e s e n t aram contagens superiores ao l i mi te p ara coliformes fecais e p ara S. a u re us . V ários o u tros autores mos tram u m a c o n s id e rável c o n t am i nação por u m o u m a i s d o s m i crorgan i s mo s p e s q u i sados neste traba l h o em q u e ij os M i nas ( G OMES & Foram coletadas amostras de queij o Minas em uma indústria de massas congeladas de pão de queij o , l o c a lizada em B el o H orizonte - M G . O queij o foi coletado i nteiro, fazendo-se u m a amostra conj unta de c i n c o unidades e , também, a p ó s a moagem, retiran d o - s e uma quanti dade m ín i ma d e 2 00 g d o p ro d u t o . A c o l et a foi realizada c o m todos os c u i d ados de ass e p s i a , u t i l i zan d o - s e fac a s e p i n ça s p re v i a m e n t e esteril izadas . As amostras foram acondicionadas em sacos p lásticos estéreis e, após identificação a d e q u ad a, fo ram armazen a d as em c a i x a s de i s o p o r c o n t e n d o g e l o rec i c l á v e l . As c o l et a s foram feitas em s e i s dias durante s e i s semanas, totalizando 14 amostras de queij o . 2 . 2 . A nálises M i c r o b i o l ógicas O s m e i o s d e c u l t u ra p a r a a s a n á l i s e s m i cr o b i o l ó g i cas foram p re p arad o s c o n forme i n d i c aç õ e s c o n s tantes nos rótulos das emba l agens . Os m icrorganismos pesquisados foram: Fec a i s , C o l i fo r m e s Tot a i s , C o l i fo r m e s Staphylococcus Coagu lase positiva, Salmonella s p . , B olores e leveduras . As análi s e s de c o l i formes totais e fecais for a m b as ea d as n o N ú mero M a i s P r o v áv e l ( N M P ) destes m icrorganismos p resentes em um g r a m a d a a m o s t ra , c o n s t a n d o d e t e s te s confirmatórios p ara c o l i formes totais em meio de cultivo Caldo Verde B ri l hante (CVB) e para coliformes fecais em meio de cultivo Esclzericlzia c o / i ( E C ) . Para c ontagem de Staphy l o c o c c u s C o agulase p o s i t i va, i n i c i al mente foi realizado cresc imento em ágar B aird-Parker (B P) contido e m p l ac a de Petri, p l antando-se i s o l ad amente c o l ô n i as típ i c as em meio de cultivo B HI p ara teste de coagulase com plasma de coelho. O teste da p re s e n ç a de Sa lm o n e ll a s p . em 2 5 g d o a l imento foi realizado n o s seguintes meios d e G ALLO, 1 99 5 , G AR C I A - C R U Z et a l. , 1 9 94, RAIMUNDO et a I. , 1 992, MANDIL et a I. , 1 9 82, SANTOS & GENIGEORGES, 1 98 1 ). 3. RESULTADOS E DISCUSS à O I!l A provad o Figura 1 . Ilfl Condenado Amostras de queij o Minas fora dos p ad rõ e s d et e rm i n ad o s para e s t e ; l imento na Resolução no 1 2-200 1 l ANVISA. O s res u l t a d o s d as c o n t age n s dos mi crorgan i s mo s nas amostras de queij o , bem como os padrões estabelecidos na Portaria SVS/ MS n045 1 - 1 997, na Consulta Pública n05 / 1 999ANVISA e na Resolução n0 1 2/200 1 -ANVI S A são apre s e ntadas n a TA B EL A 1 . As anál i s e s d e c o l i formes totai s , b o l ores e l eveduras foram real izadas n as amostras d e q u e ij o , apesar da Legi s l aç ã o F e d e r a l não faze r referê n c i a à enumeração destes microrganismos no queij o e apenas a C o n s u l t a P ú b l i c a n05/ l 9 9 9 - A N V I S A fazer referência à contagem de coliformes totais, com o o bj et i v o d e o b ter u m a a v a l i a ç ã o d as c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c a s da fab r i c a ç ã o d e s te p ro d u t o . A e x e c u ç ã o d as a n á l i s e s d e s te s com acordo de está m i c rorgan i s m o s R A I M U N D O e t a I. ( 1 9 9 2 ) q u e c i t a m q u e a presença de coliformes totais , bolores e leveduras no alimento pode ser decorrente das condições higiênico-sanitárias insatisfatóri as com rel aç ão -c o 1 00 EQ) 60 U III VI Q) 'C VI �VI o EIII Q) 'C <f!. Figura 2 • a o s m a n i p u l a d o re s , a o s e q u i p am e n t o s e u t e n s í l i o s e às c o n d i ç õ es de c o ns e r v a ç ã o e estocagem do produto. Além disso, GARCIA-CRUZ et aI. ( 1 994) compararam as condições microbioló gicas de queijo Minas frescal de produção industrial e artesanal e encontraram contagens de bactérias mesó filas, bolores, leveduras e coliformes totais bastante elevadas para o queij o artesanal, demonstrando a importância da pesquisa des tes m i crorgan i s m o s para determinar as c o n d ições de fabricação do queij o . VARGAS et a !. ( 1 9 9 8 ) propuseram como padrões de qualidade microbiológica para queijos fabricados com leite cru, como é o caso do queijo M i n as artesanal , c o l i formes fecais 1 03 N M P/g, Staphy l o c o c c u s a u re us 1 03 UFC/g, b o l ores e l e v e d u ras 5 , 0 X 1 03 UFC/g e a u s ê n c i a d e Sa l m o n e lla e m 2 5 g . P o d e s e r o b s er v a d o na TAB ELA 1 que todas as amostras estavam fora dos padrões para bolores e leveduras propostos por es tes autores, i n d i c ando c o n d i ç õ e s higiê n i c as insatis fatórias na p rodução dos queij os. É i m p o rtante s a l i e n t ar q u e a p e n as uma a m o s tra estava d e ntro dos p ad rõ e s legais vigentes (Resolução n0 1 2-ANVISA). No entanto, segundo a p ortaria SV S/MS n045 1 - 1 9 9 7 , que estava em vigor até início de dezembro de 2000, t o d as as amos tras e s t a v a m fo ra d o s p adrões (TA B ELA I ) . Pode ser o b s ervado na TA B EL A 1 e na FIGURA 3 que a maioria das amostras de queijo (65 % ) apresentou contagem de coliformes totais superior a 1 05 N M P/g, ou sej a, superior a 1 00 vezes o l i mite máximo estipulado na Consulta Públ ica n05/ 1 99 9 - A N V I S A ( l 03 N M P/g) e 21 % d as amostras apresentaram contagem entre 1 0 e 1 00 vezes s uperior a este l imite (entre 1 04 e 1 05 N M P/g) . P ara os c o l i fo r m e s fe c a i s , 43 % d a s a m o s tras anal i s ad as a p r e s e n t aram c o n t agem e n tre 1 0 e 1 00 v e z e s s u p e r i o r ao l i m i te 80 40 20 O Coliformes Totais Coliformes Fecais Staphylococcus coag.+ A mo s t ras de q u e ij o em d e s acordo com a C o n s u l t a P ú b l i c a A N V I S A n05/ 1 99 9 , para coliformes totais, e com a Resolução ANVISA nO I 2/200 1 , para coliformes fecais e S. aureus. Pág . .65 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Tabela 1 . Resultados das análises microbiológicas do queijo Minas utilizado como matéria prima na produção de pão de queij o : MATERIAL COLETADO Colif. Totais (NMP/g) ' >1,1 X lO 4 3,O X 1 0 s >1,1 X lO 5 >1,1 X 10 5 >1,1 X 10 5 > 1 , 1 X 10 3 2,4 X 1 0 5 >1, 1 X 10 Queijo inteiro 3 4 S 6 7* 8* Queijo ralado 3,O X ld 5 > 1 , 1 X 10 S >1, 1 X lO ' 1,1 X lO I 2 3 4 3,8 X 102 4 2,4 X 1 0 S' 6 Portaria n0451d Consulta Pública n°5" Resolução n"li *. a. b f A N A I S DO XVI I I C O N G R ES S O N AC I O N A L D E L ATiCíNIOS Colif. Fecais (NMP/g) ' >1,1 X lO 4 2, 1 X 1 0 4 2,4 X 1 0 4 2,4 X 1 0 5 > 1 , 1 X 10 5 1 , 1 X 10 3 2,4 X 1 0 5 >1,1 X 10 4 3,O X 1 0 s >1,1 X l O 4 2,4 X 1 0 3 7,S X 1 0 2 3,8 X 1 0 4 2,4 X 1 0 103 PA DRà O 2 10 10 2 103 ANALISES S. al/reus Sallllonella (UFC!g) s� <500 Aus/25ga 4 7,6 X 1 0 Aus/25g 4 1,2 X 1 0 Aus/25g 1,5 X I d Aus/2Sg 5 8,6 X 1 0 Aus/2Sg <SOO Aus/2Sg 3 I ,S X 1 0 Aus/2Sg 3 S,O X 1 0 Aus/2Sg · 1 ,3 X l O Aus/2Sg <SOO Aus/2Sg 5 1,7 X 1 0 Aus/2Sg 5 1,9 X 1 0 Aus/2Sg <SOO Aus/2Sg 8,S X 103 Aus/2Sg 3 10 10 2 10 3 Bolores e leveduras (UFC!g) 4 >3,0 X 1 0 esLb 4 >3,0 X 1 0 eSL 5 >3,0 X 1 0 eSL 5 >3,0, X 1 0 eSL 3,0 X lOS 4 >3 X 1 0 CSL 6 1,7 X 10 6 >3 X 10 CSL s 9,8 X l O ' 9,4 X 1 0 ' 1,8 X 10 Aus/25g Aus125g Aus/25g Queijo com registro (SIF) Aus125g = ausência em 25 gramas do alimento analisado est. = estimadó (contagem fora do intervalo de precisão e repetibilidade da metodologia empregada _ UFC/placa de Petri < 1 0 ou > 1 50. Amostra dentro do padrão segundo a Resolução nO l 212001 -ANVISA Fonte: B RASIL (2000b) Fonte: B RAS IL, (2000a) Fonte: B RASIL, (200 1 ) e s t a b e l e c i d o p ara e s t e s m i crorgan i s mo s e m queijo Minas curado, pela Resolução n0 1 2/2001 A N V I S A ( 1 03 N M P/g), e foi superior a I Os NMPI g em 3 6 % das amostras (superior a 1 00 vezes o p ad rão legal) (TA B ELA I e FIG U R A 4) . O S. a ll re llS aparece em quantidade superior ao l i mi te determi nado na legis lação atual p ara este microrganismo, em queij o Minas curado ( 1 03 UFC/g) até 1 0 vezes e s t e v al or e m 2 1 % das amostras (entre 1 03 e 1 04 UFC/g) e, em 50% das amostras, a contagem foi s u perior a 1 0 vezes o l i m i t e ( s uper i or a 1 0 4 UFC/g) (TA B EL A I e FIGURA 5 ) . 0 < 1 000 N MP/g l2il] entre 1 00 0 e 1 0000 N MP/g gJ entre 1 0000 e 1 00000 NMP/g 111 > 1 00000 N MP/g Figura 4 • 0 <1 000 NMP/g 0 <1 000 UFC/g !ZJiJ entre 1 000 e 10000 N MP/g fi1I entre 1 000 e 1 0000 UFC/g I!!!I entre [TI entre 1 0000 e 1 00000 UFC/g 1 0000 e 1 00000 NMP/g El Figura 3 • 1!!!I >1 00000 UFC/g >1 00000 NMP/g Distribuição da freqüência de coliformes totais nas amostras de queij o . D i s tribuição da freqüência de colí formes fecais nas amostras de queijo. Figura 5 • D i s t ri b u i ç ã o d a fre q ü ê n c i a d e Staphy l o c o c c ll S a ll re us n as amostras de queij o . Os res u l tados encontrados nesta pesquisa foram semelhantes aos obtidos por NASCIMENTO et a I. ( 1 9 8 5 ) , q u e av a l i ar a m a q u a l i d a d e microbiológica de amostras d e queijo t i p o M inas fres cal e obti veram, em 6 2 , 7 5 % d as amostras analisadas, contagens de coliformes totais entre 105 e 1 08 NMP/g, de coliformes fecais entre 1 03 e 1 06 NMP/g e de S. aureus entre 1 05 e 1 07 UFC/g. No e n t a n t o , os re s u l t a d o s do p r e s e n t e trab a l h o fo ram s up e r i o r e s a o s r e l a t a d o s p o r R A I M U N D O e t a i. ( 1 9 9 2 ) , q u e e n c o n t raram p ara q u e ij o t i p o M i n as fres c al c o n tagens de coliformes fecais entre 1 02 e 1 03 N MP/g, 1 03 e 1 04 N M P/g e superior a 1 04 N M P/g em 6, 1 2 e 26% das amostras analisadas, respectivamente, e para S. a u reus obtiveram contagens entre 1 03 e 1 04 em 5% das amostras, entre 1 04 e 1 05 em 1 6% e contagens superiores a 1 05 em 3% das amostras. 4. CONCLUS à O A e l e v a d a p ercentagem de am o s tras de q u e ij o M i n a s e m d e s a c o rdo com o s p adrões legai s, além das altas contagens de c o l i formes totai s , c o l i formes fec a i s e Stap lzy l o c o c c u s aureus, levaram a considerar a qualidade desta matéria-prima como crítica, quando utili zada na i n d ú s t r i a de p ão d e q u e ij o . O c o n t ro l e d a qualidade d o queij o pode ser feito p o r utilização de queij o de origem conhecida e fiscalizado pelo órgão competent e ; por seleção do fornecedor, através de v i s itas técni cas p ara avali ação das bo as p ráti cas d e fabricação ( B PF) e controle periódico, por meio de análises microbiológicas . 5. ABSTRACT In this work, samples of Minas cheese used in the pro d u c t i o n of cheese rol1 in i n d ustries l o c ated i n t he c i ty o f B el o Horizonte - M G , were analyzed with relationship to the counting o f total c o l i forms, fae c al c o l i fo r m s , p o s i t i ve c o a g u l as e S taphylo c o c c u s , Sa l m o n e lla s p . , mould and yeast. D ata s howed a percentage of 9 3 % of s a m p l e s i n d i s ag r e e m e n t w i th l eg a l standards legislation n0 1 2-ANVISA, a n d , among t h e s e s a m p l e s , 1 00 % and 7 6 , 9 % p r e s e n t e d s u p er i o r c o u n t i n g s f o r fae c a l c o l i forms and positive coagulase Staphy!ocOCC llS, respectively, Sa lmone lla s p . not being found in levei p l aced in risk to consumer ' s health. Countings of total coliforms and of faecal coliforms which varied from 3,8 X 1 02 to > I , I X 1 05 NMP/g, 86% and 7 9 % of t h e a n a l y z e d s a m p l e s p r e s e n t e d c o u n t i n gs gre a t e r t h an 1 04 N M P/g fo r t o t al coliforms and for faecal col i forms, respectively. C ou n t i n g s of Stap h y l o c o c c ll S a u re us v ari e d fro m <500 t o 1 ,5 X 1 06 UFC/g, b e i n g greater t h an 1 04 UFC/g in 5 0 % of t he s am p l es . A l I samples presented counting o f mould and yeast greater than the pattern p roposed for cheeses manufactured from raw milk, and these countings varied from > 3 , 0 X 1 0 4 to > 3 , 0 X 1 06 UFC/g . Countings of m icroorganisms found lead to the conclusion that microbiological quality of Minas cheese is a criticaI point in the studied industry and therefore should be control1ed. REFERÊ N C IAS B IB L I O G R Á FICAS ALTEKRUSE, S .F., TIMBO, B . B . , MOWBRAY, J . C . , B E A N , N . H . , P O T TE R , M .E . 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O principal objetivo da fermentação é a obtenção de produtos com sabor, aroma e consistência característicos, os quais podem ser armazenados sem riscos de deterioração por períodos superiores aos do leite cru. O consumo desses produtos tem aumentado devido às recentes comprovações do seu valor terapêutico, estando seu consumo associado à longevidade. apresentada pelos povos caucasianos, tártaros e da península balcânica. O quefir é obtido pela fermentação ácido-alcoólica de leite pelos grãos de quefir, que s ão colôn i as s imbióticas de microorgani s m o s , como as l eved.uras Saccharo myces kefir e Tontla kefi r, e as b actérias Lactobaci llus brevis, L. caucas/c us, L . b u lgaricus, Strep to c o c c u s lactis, L e u c o n o s to c . Estes m icroorgani s mo s coagulam a , caseína e transformam a l actose e m ácido l át i c o ( 0 , 8 % p/v ) , á l c o o l ( l ,0 % p/v) , gas este por complexa, é uefir q do fabricação A acetona. e l i diacet , o deíd acetal , carb ônico, motivo, estudou-se a e l ab oração de u m s ucedâneo do quefir, utili zando-se uma cultura balanceada de Streptococcus tlzerm oplzilus, Lactobacillus b u lgaricus e uma cultura pura de Sacclzaromyces cerevisae. Para a produção do i ogurte, utilizou-se leite desnatado UHT, manti do à te � peratura de 45°C, e i no c u l ado com a c u ltura l ática, acompanhan d o - s e a fermentação lática, por meio da dosagem do pH e acidez titulável a cada 30 minutos. O iogurte recé m-prep arad o fo i i n o c u l ado c o m uma c u l t u ra de l e v e d u ra acres c i d a de s a c aro s e . A eferv e s c ê n c i a, d e v i d a à fermentação a l c o ó l i ca real i zada p e l a l e v e d ura, é u m d o s p arâmetros de q u al i d a d e m a i s s i g n i fi c at i v o s d o p r o d u t o , t o r n an d o - s e e s s e n c i al a determi n a ç ã o de C O " n a q u a l foi e mpreg ado o m é t o d o t i t u l o mé t r i c o . Em e s t u d o s p reli minares foram te stadas quatro concentrações d e levedura l i o fi lizada pa �a � � r�paro do i nóculo de levedura: 0, 1 ; 0,2 5 ; 0,5 e 1 ,0 % . Verificou-se que a concentraçao 1I11clal de O 2 5 % do i nóculo de l evedura forneceu melhores resultados organolépticos, conferindo s �bor e efervescência agradáveis ao produto final. Esta concentração foi então selecionada p ara o prep aro do s u ce d â n e o , que foi anal i s a d o d urante 2 4 h. O c o m p o rtamento da levedura foi verificado por meio da curva da fermentação alcoólica, medindo-se os valores de pH, acidez titul ável e de CO 2 produzido a cada 2 h. Observou-se que, i nicial � en.te, a produção de CO, é lenta e gradual, acentuando-se a partir de 1 2 h de fermentação, atll1gll1do, ao final do perfõ do de 24h, uma concentração média de 1 ,29 ± 0, 1 8 gCO /L de amostra. ''' 1. INTRODUÇ Ã O O q uefir é um leite fermentado de sabor á c i d o s u av e , e ferv e s c e n t e , com b a i x o t e o r alcoólico, de consistência cremosa, obtido pela 2 3 fermentação ácido-alcoólica do leite pelos grãos de quefir. Esses grãos são colônias s i mbióticas de microorganismos, l actobacilos e leveduras. Veterinária, I M A , mestre em ciência de, alimentos. Professora adj unto, FAFAR/UFMG. Professora assistente, FAFA R/UFMG. Pág . 6 9 Pág. 68 digitalizado por arvoredoleite.org ANAI S D O XVII I CONGRES SO NACIONA L D E LATiCíNIO S ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS Atri b u i - s e ao quefi r uma s érie de ações b e n é fi cas d e valor terap ê u t i c o e n utri c i o na l , p orém a s u a fab ri c ação em e s c a l a i n d u s tr i al apresenta uma série de inconvenientes, devido à dificuldade de manutenção da flora, a qual é muito d i v ers i fi c ada e c o m p l e x a . P o r este m o t i v o , passou-se a estudar os parâmetros tecnológicos mais s i g n i fi c at i v o s para a e l aboração de um s ucedâneo do quefir, utilizando-se uma cultura balanceada de Strep t o c o c c u s t h e rm op lz i l us , Lactobacillus b u lgaricus e uma cultura pura de Sa cclza romyces c e revisae. ° objetivo deste trabalho foi a obtenção de um produto lácteo de características sirriilares às do quefir, com s abor agradável e efervescente, no qual a fermentação lática seria seguida pela fermentação alcoólica, e cuj a tecnologia fos se s imples e v iável para a prod ução comercial . 2. MATERIAL E M É TODOS Na p r i m e i ra fas e d o p r o c es s o p ara a pro d ução de um s ucedâneo do quefir, ocorre a fermentação l át i c a, por meio da atu ação d os microorganismos Streptococcus tlzerm ophilu s e La c tobacillus b u lga ricus. Um lote de i o gu rte foi p r e p a r a d o , u t i l i za n d o - s e l e i te d e s n at a d o UHT, mantido a 45°C e então i noculado com a cultura lática filante DVS-YC - 1 80 (CHRISTIAN HANSEN), em condições totalmente assépticas . ° d e s e n v o l v i mento da fermentação l át i c a foi acompanhado por mei o da determi nação do pH e da acidez titulável a cada 3 0 minuto s . Ao se a t i n g i r o pH v a l o re s entre 4 , 6 e 4 , 7 a fermentação l át i c a foi i nterro m p i d a, s e n d o o i ogurte, então, levado para refrigeração. N a s e g u n d a fase do proce s s o , o c o rre a fermentação alcoólica pela ;tuação da levedura Sa ccharo myces cere v isae no l eite fermentado acre s c i d o de s a c a ro s e , s e g u n d o meto d o l o g i a adaptada de D U ITSCHAEVER ( 1 9 8 7 ) . A efervescência, d e v i d a à fermentação alcoólica realizada pela leved ura, é um dos parâmetros de qualidade mais s ignificativos do produto . Tornou-se portanto, essencial a deter minação de CO" na qual foi empregada análise potenciométrica, segundo metodologia proposta por CAPUTI - LEVREAU (BARRÉRE et aI., 1 978). Em estudos prel i m i nares, foram testadas quatrõ concentrações de levedura l iofilizada para o preparo do inóculo: 0, 1 0 ; 0,25; 0,50 e 1 ,00%. Verificou-se que a concentração i nicial de 0,25 % do i nó c u l o de leved ura forneceu mel h o res res ultados organ o l é p t i c o s , c o n ferin d o s abor e efervescência agradáveis ao produto final . Esta concentração foi , então, selecionada para o preparo de um lote de sucedâneo, o qual fo i m o n i torado d u rante 2 4ho ras . ° c o m p o r tamento da leved ura foi acompanhado por meio da curva da fermentação alcoólica, medindo-se os valores de pH, acidez titulável e o teor de CO, produzido a cada 2 horas . Observou-se que, ao final do período de 2 4 h o ras , a c u r v a da fer m e n t a ç ão a l c o ó l i c a e n c o n t r a v a - s e e m p le n a fas e a s c e n d e n t e , dec i d i n d o - s e d e s t a for m a , r e a l i zar u m n o v o a c o m p a n h a m e n t o , p or u m p e río d o de t e m p o m a i s p r o l o n g ad o . U m l ote d e s u ce d â n e o p re p arado s o b as m e s m a s c o n d i ç õ e s q u e o anteri o r, fo i a c o m p a n h a d o d u rante 1 4 d i as , o bj et i v an d o - s e o b t e r o d e s e n v o l v i me n t o completo da ci nética da fermentação alcoólica. a produção de C O2 , pois a curva de produção se apresentava em fase ascendente. Desta forma, decidiu-se por realizar um acompanhamento por um p e r í o d o de t e m p o m a i s p ro l o n g a d o, o bj etivando-se obter uma v isão mais ampla e c o mp leta da fermentação alcoó l i ca. Um novo lote de sucedâneo foi preparado sob as mesmas condições que o anterior, sendo a ferm e n t aç ã o a l c oó l i ca a c o m p a n h a d a p o r u m p eríodo de 1 4 d i as, determ inando-se o p H e a acidez titulável com os seguintes intervalos de análise, conforme representado na Figura 4: Após a inoculaçãO da levedura, simultanea men te à adição de s acarose no l ote de i ogurte preparado previamente, a fermentação alcoóli: a passa a acontecer, com a consequente produçao de etanol e dióxido de carbono. A fe rmentação alco ó l i ca no p roduto foi m o n i torad a d u rante 24horas . N e s te perío d o , acompan h o u - s e o comport amento da l eved ura medindo-se os valores de p H e de acidez titulável representados na Figura 2 e o teor de CO2 (mg/L) repre s e n t ad o na F i gura 3 a c a d a 2 h o ras . Observou-se que, i n i c i almente, a pro d u ç ão de CO, é lenta e gradual , acentuando-se a partir de 12 h oras de fermentação, atingindo, ao final do perío do de 24horas, uma concentração m é d i a d e 1 ,3 ± 0,2 gCO/L d e amostra. Observou-se que o período de 24 horas de fermentação não foi s u fi ciente p ara estab i l i zar o & • 5,00 120,00 4,50 90,00 pH 4,00 60,00 3,50 30,00 3,00 -7 4 - 4horas -7 8 - 8 h oras 24 - 4 8 h oras -7 1 2 - 1 2 horas 4 8 9 6 h oras 96horas - 1 4°dia -7 6° ( 1 4 4 h o ra s ) , 9°(2 1 6 horas ) e 1 4° d i a ( 3 3 6 horas ) O -24 h oras o y = O,097x' + O,2538x R' = 0,9036 Acidez +--+-'I--I--+-t--+--!--+-+-+-+ 6:00 0:00 1 2 :00 1 8 :00:00 __ Aci:!ez (oD) -- Fblinórrio ( pH) -- Fblinõrrio ( Aci:!ez (00» 0,00 Figura 2 • 3. RESULTADOS o () CI> 'ti 5 � 1 400 1 200 1 000 800 600 400 y • rooo 50,00 Acid e z (rrgIL» Fermentação alcoólica: pro d ução de CO 2 ( mg/L) em 24horas . T . . ........ · ...... ·........ ·...... ....· .. · .. · ............· ......· .. · ...... .· ........ .. ..· ... ..........• ....·.. T y = O,0724x' + 2,4826x R' = 0,901 Acidez 1 60,00 120,00 100,00 pH 4,00 (00) 80,00 60,00 30,00 20,00 1 0,00 3,00 H-+--+-+-+-+--+-+-+-!-+-4-t--+-+--+-+ 0:00 16:00 40:00:00 80:00:00 0,00 336:00:00 Tempo (h) • Fermentação lática: pH e acidez titulável. Figura 4 • y = - 2E - 05x' - O,0493x R' = 0,9742 pH Acidez Iltulável (OD) + 77,56 + 4 , 5 1 03 40,00 3,50 Te m po (h) (rrgIL) -- Polinômo (Teor de C02 4,50 00:00 00:30 01 :00 01 :30 02:00 02:30 03:00 03:30 04:00 04:30 Figura 1 = 1 ,0983x3 - 1 2, 1 37x2 + 79,€ -+- Teor de C02 .. 200 5,00 .....·.;.,·.·"·c·,·;:;··,,...;.·c·;·...·."...·.......··....·•·. ..·....... ·.....·...............................,. 90,00 6,00 pH 5,50 5,00 4,50 4,00 Acidez Titulável (00) fi2 = 0,9864 140.00 .. .. 4 , 6 1 04 24:00:00 Tem po (h) Figura 3 c····'·.,·;.,.·".,·,••:·..:·;·; ·,- ;..;.··;· T + Fermentação alcoólica : pH e acidez titul ável em 24 horas . :::J m g No p reparo do sucedâneo do quefir estão envolvidos d o i s tipos de fermentação. N a pri meira fase, durante o preparo do iogurte, ocorre b a s i c amente a fermentação l ática, a qual foi a c o m p a n h a d a p o r a n á l i s e s de p H e a c i d e z t i t u l ável rea l i zadas a c a d a 3 0 m i n utos repre sentadas na Figura 1 . � 76,64 Tempo (h) Desenvolvimento da Fermentação Lática 7 ,00 y = -O,0004x' - O,0253x R' = 0,9393 pH -.... pH + -- m;--· p H __ Acidez (oD) - Fbinôrrio (pH) - Poinôrrio ( Acidez (oD) Fermentação alcoó l ica: pH e acidez titulável em 1 4 dias ( 3 3 6 horas ) . P ág . 7 0 Pág . 7 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N AC I O N AL DE L AT i C í N I O S ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Paralelamente à curva de desenvolvimento do pH e ac i d e z titu l ável , foi o b t i d o o p erfi l referente à p ro d u ção d e C O o ( mg/L) nas a m o s tras d u rante a fermentação a l c o ó l i ca representado na Figura 5 . Observou-se, por meio d a curva polinomial de 3" ordem, que após o período de 60 horas de fermentação a 2 0 ° C , a p ro d u ção de COo s e estab i l i z o u , mantendo-se c o ns tante a t é O - 1 4° d i a de fermentação, ati ngindo, ao fi nal deste período, uma concentração média de 3 , 1 ± 0,4g de CO/L . A tendência de redução na concen tração de COo, p r o d u z i d o ao fi n al da fermentação a l c õ ó l i c a , pode ser atri b u ída ao esgotamento do subs trato p ara a l eved ura, ou seja, a sacarose. c • 5. ABSTRA C T The fermentat i o n o f m i l k i s a v e r y o l d practice, being used a s a method of preservation of m i l k fro m rem o te t i m e s . T h e p r i n c i p a l obj ective o f fermentatio n i s t o obtain products with fl avor, aroma and c haracteris t i c c o n s i s tence, which can b e stored without deterioration risks for s uperior periods in relation to raw milk. C o n s um p t i o n of t h e s e p r o d u c t s has been i n c re a s i n g due t o r e c e n t p r o o fs o f their therap e u t i c v a l u e , being t h e i r c o n s u mp t i on a s s o c i ated to l ongevity. s ho w n by C a u c a s i an p e o p l e , tartars a n d p e o p l e o f the B al k a n Peninsula. Kefi r is obtained b y acid-alcoholic fermentation o f milk by kefir grains , which are symbiotic colonies of microorganisms, as yeasts S a c c h a ro my c e s kefir and To nt la k efi r, a n d bacteria Lactobacillus brevis, L. caucasicus, L . and b u lg a r i c ll S , Streptococcus lactis L e uco!lostoc. These m icroorganisms coagul ate casein and trans form lactose in lactic acid (0,8 % p /v ) , a l c o h o l ( 1 , 0 % p /v ) , c a rb o n i c g a s , acethaldeid, diacethyl a n d acetone. P roduction o f kefi r i s very complex, for this reaso n , the 4. CONCLUS Õ ES o o • o A concentração final de CO, da bebida ferm e n t a d a , a o fi n al d e f4 d i as d e fermentação a l c o ó l i c a, fo i de 3 , 1 ± O,4gCO,/L. Após 24 horas de fermentação alcoólica, a curva de produção de CO, está em fase ascendente . Levando-se o produto para o armaz e n a m e n t o refri gerad o n e s te ponto, se garantirá um período de vida útil maior p ara o s u cedâneo d o quefir, com a c on s e q u e n t e m an u te n ç ã o d a e ferves cên c i a e d o sabor adequados e agradáveis à bebida fermentada. Na etapa de fermentação l ática, o pH variou de 6,52 a 4,67, e a acidez titulável de 1 9 °D a 7 1 °D em 5 horas. Na etapa de fermentação a l c o ó l i ca, o acompanhamento realizado em 24 horas e v i d e n c i o u um decrésc i m o no pH da bebida fermentada de 4,59 para 4,2 1 e um aumento na acidez titulável de 7 80D para 9 5°D. A c oncentração final de CO, da bebida fer mentada, produzido em 24 horaS de fennentação alcoólica, foi de 1 ,3 ± 0,2 g CO/L, apresentando-se a curva em fase ascen dente ao fi nal do período de acompa nhamento da fermentação alcoólica. N a etapa de fermentação alcoólica, o m o n i t o ramento, re ali zado d u rante 1 4 dias, evidenciou um decréscimo no p H d a bebida d e 4,47 para 3 ,66 e um aumento na acidez titulável de 7 1 °D para 1 490D. 4000,00 y = -2, 1 0 1 5x3 + 38,926x2 + 1 38,69x - 268, 1 2 3500,00 fl'! = 0,9791 3000,00 :::J a, 2500,00 ..§. o u C1l 'C 2000,00 1500,00 5 1000,00 � 500,00 0,00 -500,00 � . . . . .· . � · ··â · · · · §· · . · § ·. § · · § · . ··â � � g g � � o o o Tem po (h) Figura 5 Pág. 72 - o o o e l a b o rat i o n o f a s u c c e d a ne u m of kefi r was s t u d i e d , e m p l o y i ng a b a l an c e d c u l t u r � of Strep t o c o c C llS t h e r m op h i l ll s , L a c to ba c l l l u s blllgariclls and a pure culture of Saccharomyces cerevisae. For yogurt production, skimmed U HT milk was maintained at the temperature of 45° C . and i n o c u l ated w i t h l a c t i c c u It u r e . L a c t l c ferm e n t a t i o n w as fo l lo w e d thro ug h p H determ i n at i o n a n d tritab l e a c i d i t y e v e ry 3 0 m i n u tes . R e c e n t l y prep ared y o gu rt w as i n o c u I ated with a c ulture of added yeast a�d s ucrose. The effervescence, owed to alc ? hohc fermentation accomplished by the yeast I S one of the 111 0 st s i g n i fi cant q u a l i ty parameters o f this product, making the determination o f CO 2 e s s e n t i a l , by a p o te n c i o me t r i c me t h o d . I n preliminary studies four concentrations of freeze dried y�ast were tested for p reparation of the yeast inoculum: O, I ; 0,25; 0,5 and I ,0%. Results . i n d i c ated that i n i tial c o n centratI on of 0 , 2 5 % o f t h e y e a s t i n o c u l u m s u p p l i e d better organoleptical res u lts, c o n cerning flavor a n d p l e a s a n t e ffe r v e s c e n c e o f fi n a l p r o d u c t . T h i s c o n c entrat i o n w as t h e n s e l ec t e d fo r p re p arat i o n of the s uc ce d a n e u m , w h i c h w as analyzed during 24 hours. The behavior of yeast . was fol lowed through a curve of alcoholtc fermentation, as pH, tritrabIe acidity and produced CO 2 were measured every 2 hours. It was observed that, initially, CO, production was slow and gra�ual, i n c reasing afte r 12 h o u rs o f fermentatI on, . reaching, at the end of a 24 hours period, a medlUm concentration of 1 ,29 ± 0, 1 8 gCO/L per sample. REFER Ê N C IAS B IB L I O G R Á FICAS B A R RE R E , C . ; D U C A S S E, M . ; V I T N E , C . ; V I DAL, M. & TALLEC, C . Dosage d u CO2 dans le vins. Vigne et V i ns , 2 7 3 , 3 1 -3 8 , 1 97 8 . C H AVA R R I , F . l . ; G AYA , P. ; MED I N A , �. P r o d u t o s l ác teo s fermen tado s : u n a aprox l mación a sus cualidades nutritivas y terapéuticas. Revista Espanola de Lecheria, n. 1 29, p. 1 7 1 1 8 1 , 1 983. DUITSCHAEVER, C . L . ; KEMP, N . ; EMMONS, D. Pure culture formulation and procedure for the pro d u c t i o n of kefir. M i lchwissen s c h aft, 42 (2) 8 0 - 8 2 , 1 9 8 7 . K O R O LEVA , N . S . Tec h n o logy o f kefir a n d kumys. Bulletin of I D F , n . 227, 96- 1 00, 1 98 8 . AVALIAÇÃO DE M ÉTODOS PARA DOSAGEM DE DIÓXIDO D E CARBONO (C02) EM B EB IDAS LÁCTEAS FERMENTADAS Eval uation of m ethods used in the determination of carbo n dioxide i n fer m ented dairy beverages M ayra M ESQ U I A R l l Accácia J ú l i a G u i marães P E R E I RN , Lúcia Helena Esteves dos Santos LABOI SSI E R E3 RESUMO . ° uefir é um leite fermentado de s abor ácido s uave, � f� rvescen: �, com b � IXO teor alcoólic de consistência cremosa, obtido pela fermentação � cIdo-alco ohca de leIte pelos . . grãos de quefir, os quais suo colônias simbióticas de diversos mlcrOOr� al11smos que c a ula � a caseína e transformam a lactose em ác ido l ático (0, 8 % p/v ) , alcooI ( 1 , 0 % p ': ' g s . carb ô n i c o , acetal d e í d o , d i ac e t i l e acetona. A s u a obtenção apr� s e n � a u � a s � r l e e . inconvenientes devido à dificuldade de manutenção da flora, a qual e mUlto diversIfi cada. � �f � -+- Teor de C02 ( rngt L) -- Fblinõmo (Teor de C02 ( rngtL» Fermentação alcoólica: produção de CO 2 (mg/L) em 3 3 6 horas . mentos . Veterin ária, I M A , mestre em ciência d e ali 2 Profess ora adj unto, FAFA R/UFM G. 3 Profess ora ass i s tente, FAFAR /UFMG . digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATI CíNIOS Por este motivo, foi proposto a elaboração de um sucedâneo do quefir, usando uma cultura balanceada de Strep tococCllS tlz e rmoplzillls, Lactobacillus blllgari c lls e uma c ultura pura de Saccharomyces cere v isae. A efervescência, devida à fermentação alcoólica realizada pela levedura, 'é um dos parâmetros de qualidade mais significativos, tornando-se essencial a determin ação de CO, . Foram t e s t a d o s e adaptados os méto d o s m a n o métri c o e o potenciométrico, e neste- foi avaliado o melhor tempo de agitação a vácuo para garantir a completa descarbonatação da amostra. A precisão dos métodos foi aferida comp arando se o valor encontrado na análise com o teor de CO, de um refrigerante carbonatado do qual se conhecia a concentração em mg/L de CO, Os- dois métodos s ão igual mente precisos p ara altas con centrações de CO" tendo for�ecido o mesmo res u ltado i n formado pelo fabricante (±3 ,5g CO,lL). No entãnto, o método mano métrico s ó é efetivo para elevadas concentrações de CO, - no "headspace" da garrafa, o que não ocorre em leites fermentados. ° método p o tenci ométric o fo i selecionado p o r ser mais preciso p ara baixos teores e possibili tar a determinação de concentrações mínimas de CO 2 presentes na amostra. 1. A N AI S D O XVIII C O N G R ES S O N AC I O N AL DE L ATiCíN I OS agitação a vácuo . ° volume de HCI cons u mido corresponde a v mL. Para o cálculo do teor de CO, empregou-se a s e g u i n te rel a ç ão , d e d u z i d a - a p ar t i r de considerações estequi ométricas. Em ambos os casos, 1 equiv alente de H+ corresponde a um moI de CO2' ou seja, 44g. P o r t an t o : CO 2 (mg/L) Lactobacil!lls brevis, L. caucasicus, L. bulgaricus, Strep to coccus lac tis, Lell c oll ostoc s p . Atri b u i - se ao quefi r u ma série de ações benéficas, como acelerar a digestão de alimentos, diminuir o n ível de colesterol sérico, além de atuar sobre os sistemas vascular e respiratório, favorecendo cardíacos, reumáticos e pessoas que s o frem de enterite crônica e artrite. A p e s ar d o seu v a l o r terapêu ti c o e n u tricional, s u a obtenção em escala industri al apresenta uma série de inconvenientes, devido à d i fi c u l d ade de manutenção da qual i d ade dos grãos e da flora, a qual é muito diversificada e complexa. Por este motivo, passou-se a estudar os parâmetros tecnológicos mais significativos para a elaboração de u m s ucedâneo do q uefir, obtido a partir de uma c u l tura balanceada de Strep toco cCllS thermoplzilus subsp b u lgaricus e Lactobacilllls delbrueckii subsp bulgaricus e de uma cultura pura de Saccha romyces cere v isae. A efervescência, devida à fermentação alcoólica realizada pela levedura, é um dos parâmetros de q u a l i d ade m a i s s i gn i fi c a t i v o s , tornan d o - s e essencial a determinação d e CO,. Foram testados e adaptad-os o s métodos mano métrico e t i t u l o métrico/p o tenci ométrico para d o s agem de CO, em v i n h o s , s e g u n d o a metod o l o g i a propostã p o r B ARRÉRE et a l l i . ( 1 9 7 8 ) O s m é t o d o s fo ram a feri d o s p e l a c o m p aração c o m o t e o r d e C O 2 d e u m CO 2 (mg/L) refrigerante c arbonatado, c o m concentração de CO,. conhecida ( mg/L). ° método t i t u l o métri c o/potenci ométric o baseia-se ' na ne utrali zação e fixação do ácido carbônico (H 2 C0 3 ) realizadas em pH elevado (no i ntervalo de 1 0 a 1 2) , s e g u i d o pela t i t u l ação com HCl O, I N . (CO) "2 + H+ ( HCO )" + H+ -7 -7 HC0 3" do pH 1 2 ao pH 8 , 3 H2 C0 3 do pH 8,6 a o pH 4 , 0 ° método mano métri c o determina a concentração de CO, pela medida da pressão gerada no " headspace" d a g arrafa, u t i l i zando-se u m manômetro adaptado para perfurar a tampa, e calculando-se a concentração pela equação dos gases ideais, pV=nRT (onde p= pressão; V = volume do reci piente ; R = constante dos gases ideai s ; n = n ° d e moles d e CO 2: e T = temperatura absoluta). 2. MATERIAL E M É TODOS Tabela 1 (Vmv) *220 Deve-se considerar que, para amostras com b a i x o teor de CO, ( c o n c e n tração i n feri o r a 400mg/L ) , é r e c o Íne n d á v e l a u t i l i z a ç ã o d e H C I 0 , 0 5 N , e a fó rm u l a p a r a c ál c u l o a s e r empregada passa a ser a seguinte: INTRODUÇ Ã O ° quefir é um leite fermentado de sabor á c i d o s u ave, e fe rvescente, com baixo teor alcoólico, de consistência cremosa, obtido pela fermentação ácido-alcoólica do leite pelos grãos de quefir. Esses grãos são colônias simbióticas de m i c ro organ i s m o s , entre e l e s as leved uras Saccharomyces kefir e Tont/a kefir, e as bactérias = insuficiente, tornando se necess an o determinar experi mentalmente o i nterval o de tempo ideal de a g i t a ç ã o a vác u o para a c o mp l e t a descarbonatação da amostra. 2.2. = (V - v) *11 0 M é t o d o m an o m é t r i c o A p ro d u ç ão de CO" o r i g i n a d o d a fermentação alcoólica, foi detérminada p o r meio do aumento da pressão medida no "headspace" da garrafa. Para m e d i d a da pres s ão , garrafas de refrigerante com capacidade para 290 mL foram preenchidas com 250 mL de amostra. Um manô metro foi adaptado em uma tampa de borracha previamente perfurad a com o d i âmetro e x at o da agulha do manômetro, e selado c o m vedante de silicone para impedir o escape do gás formado durante a fermentação . Desta forma, manteve se a pressão ocasi onada pel o aumento d o teor de gás no interior da garrafa. Para o cálculo da concentração u t i l i zou-se, então, a equação dos gases ideais: pV = nRT. 3. RESULTADOS E DISCUSS à O 3 . 1 . M ét o d o t i t u l o rn é trico/p o te n ci o rn é t r i c o 2. 1. M é t o d o t i t u l o rn é t r i co/p o t e n c i orn é t r i c o Em um b é q u e r com a g i t a d o r magnéti co, adaptado a u m p oten c i ô metro, verteu-se com agitação 0,2 mL de NaOH O, I N a uma amostra diluída com água (20 mL de amostra / 30 mL de água destilada) . Aj ustou-se o pH da amostra para 8 , 6 com NaOH O, I N o u HCI O, I N , de acordo com o pH i n i c i a l . Em s e g u i d a , t i t u l o u - s e a amos tra lentamente com HCI O, I N até alcançar pH 4,0. Este volume de HCI 0, 1 N corresponde ao valor V mL, a ser usado na fórmula de determinação. Refez-se o mes mo procedimento com 20 mL de amostra previamente descarbonatada por Para avaliar a precisão do método, o teor de CO, de· um re frigerante com concentração conhec ida (dados fornecidos pelo fabricante ) , fo i determ i n a d o p o r m e i o d a an á l i s e , e m triplicata, de três amostras distintas . Os re s u l t a d o s c a l c u l a d o s p e l a re l aç ã o CO/rng/L) (V v) 2 2 0 s ã o apresentados n a Tabela I , os quais c o i n c i d e m com o s val ores fornecidos pelo fabricante. ° método original foi desenvolvido para a a n ál i s e de C O , em v i n h o s . P ara o v i n h o , o perí o d o de agitação a v á c u o de 4 a 5 m i n é s u fi ciente para a descarbonatação da amostra. No c a s o de l e i tes fermentados esse tempo é = - digitalizado por Teor de CO,(mg/L) do refrigerante referência determinado pelo método t i t u l o métrico/poten c i o métri c o . - Concentração de COl (mglL) Amostra 3 .520 ± 462 3 .505 , 3 3 ± 50, 8 1 1 2 CV(%) 1 3, 1 3 1 ,45 Para a padronização do tempo de agitação a v á c u o em c a d a s é r i e e x p er i m e n t a l foram t o m a d o s 90 mL d a a m o s tra, o s q u a i s foram agitados por períodos correspondendo a 5 , 1 0, 1 5 , 20 e 25 minutos, respectivamente. Seguindo se as recomendações da técnica original, foram retiradas alíqu otas para as determi n ações em triplicata, sendo 20 mL para cada análise. Para a análise dos leites fermentados foi preparad a uma amos tra de quefir de 1 500 mL pela inoculação de leite desnatado com 5% (p/v) de grãos de quefir, mantidos durante 24 horas à temp eratura ambi ente ( 2 5°C) e 24 h o ras s o b refrigeração (7°C). Os res ultados das determinações no leite fermentado s ão apresentados na Tabela 2. Tab e l a 2 5 lO 15 20 25 - C o n centração de CO, ( mg/L) n a a m o s tra d e q u e fi r em d i ferentes períodos de agitação a vácuo. 4 1 9,7 1 5 1 2,60 500 , 3 8 55 1 ,7 1 537 ,04 ± 57,98 36,48 ± 1 1 , 60 ± 34,40 ± 20,42 ± 1 3,8 1 7, 1 2 2, 3 2 6,23 3 , 80 Na avaliação do melhor tempo de agitação a vácuo pelo tratamento estatístico das médias p e l o Teste d e D u ncan , p o d e - s e c o n c l u i r q ue h o u v e d i fere n ç a s i g n i fi c at i v a a 5 % en tre o tempo de 20 minutos e todos os demais, sendo este o período de agitação indicado para se obter uma descarbo natação adequada da amostra de leite fermentad o . Na Figura 1 está representado o perfil das médias d as c o ncentrações de CO, ( mg/L) em função dos d i ferentes períodos de agi tação à vácuo (em minutos) testad o s . arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONG R ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVI II CONGR ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Padronização do Tempo de Agitação a Vácuo 700 �-·---.._·__.·�-_._---�._---_·__·.·_-_.._-----_.__.__.-.., 600 � .§. 500 400 300 200 1 00 O +-----�-----+�--�--� 10 15 20 25 Tempo (min) Figura 1 - Concentrações de CO} nos diferentes períodos de agitação a vácuo testados . 3 .2 . M ét o d o m an o m étrico Amostras diferentes do mesmo refrigerante e m pr e g a d o c o m o referê n c i a p a r a o m é t o d o titulométrico/potenciométrico foram analisadas em triplicata para avaliar a preci são do método manométric o , originando o s res u ltados apre sentados na Tabel a 3 . Tab el a 3 1 2 3 - Teor d e C O, ( g/L ) d o refrigerante referê n c i a. - de termin ad o pelo método m a n o métric o 28 28 29 3,5 3,5 A mesma amostra de quefir, avaliada pelo m é t o d o t i t u l o mé t r i c o/ p o t e n c i o mé t r i c o , fo i engarrafada e mantida a temperatura de refri geração p o r u m períod o de 24horas p ara d e te r m i n aç ã o da c o n c e n t ra ç ão de CO, p e l o m é t o d o m a n o m é t r i c o . A s e n s i b i l i d ad e d o m a n ô metro n ão fo i s u fi c i en t e p ara d e t e c t a r a s p e q u e n a s m o d i fi c a ç õ e s p ro v o c ad a s p e l o aumento do teor de gás proveniente da fer m e n t aç ã o a l c o ó l i c a n a a m o s tra d e l e i te fermentado em q u e s t ã o . 4. CONCLUS Õ ES Os res u l tados obtidos permitem concluir que o método mais adequado para a dosagem de C O, em bebidas l ácteas ferm e n t a d as é o ti tuÍométrico/potenci ométrico, observando-se o tempo de 20 minutos para agitação a vácuo, a fi m de g aran t i r a des carb o n atação t o t al das amostras . Este método apresenta maior precisão na determinação de quantidades reduzidas de CO2 , soda drink of known CO, concentration i n mg/ L. B oth methods were eqúally precise for higher CO, c o ncentrat i o ns showing the s ame resu l t s i nfõrmed by the man u facturer (±3 , 5 g CO)L ) . D a t a i n d icated, however, that t h e manométric m e t h o d is o n l y e ffec t i v e fo r h i g h C O , c o n ce n trat i o n s i n t h e " h e a d s p a c e " o f t h é b o t t l e , a rare fin d i ng i n fermen te d m i l ks . Potenc i o metric method w as selected based on i ts precision i n presence o f low CO, c ontents w h i c h m a d e p o s s i b l e t h e determ i n a t i o n o f m i n i m u m C O , c o n ce n t r at i o n s p re s e n t i n fermented dairy beverage s amples . da magnitude daquelas presentes nas amostras de leite fermentad o . O método manométrico é indicado para a determinação do teor de CO} em bebidas que possuam uma concentração mais elevada deste gás, quando se deseja proceder análises rápidas realizad as no próprio reci pi ente da bebida no controle de process o na i n d ústria as quais não exijam uma determi nação com alta pre c i s ão , c o m o a apresentada p e l o método titulométrico/ p ot e n c i ométri c o . I nfluence of salting type in the sensorial characteristics of minas cured cheese. Christiane Maciel Vasconcellos BARROSl Roberto Gonçalves J U NQ U E I RN K e fi r is a fe rme n ted m i l k o f s o ft , e fferv e s c e n t ac i d fl avor, w i th l o w a l c o h o l i c content, creamy consistence, obtained by acid alcoholic fermentation of milk by kefir grai ns, w h i c h are s y m b i o t i c c o l o n i e s o f s e v eral m i croorgan i s ms that c o ag u l at e c a s e i n , transforming l actose in lactic acid (0, 8 % p/v), alcohol ( 1 ,0% p/v), carbonic gas , acetaldehyde, d i acethyl and acetone. Its fabrication p resents a series o f inconveniences due to the difficulty o f m a i n t e n a n c e of its fl o r a , w h i c h is very diversi fied. In order to overcome this difficulty e l a b o rat i o n of a s u c ce d a n e u m o f k e fi r w as p r o p o s e d , e m p l oy i n g a b a l an c e d c u l tu re o f fermentation accOIpplished by the yeast, i s one of t he m o s t s i g n i fi ca n t q u a l i ty p arameters , m a k i n g C O, d e t e rm i n at i o n an es s e n t i al p r o c e d u r e . M an o me t r i c a n d p o te n c i o m e t r i c methods were tested a n d adapted, a n d t h e best agitation t i me under vacuum was eval uated to guaran tee comp lete CO, w i th drawal from the s a mp l e . P r e c i s i o n o f - t h e s e meth o d s w as determined through comp ari son of data found in the analysis with CO} content of a carbonated B AR RE R E , C . ; D U C A S S E, M . ; V IT N E, C . ; V IDAL,M. & TALLEC, C. Dosage du C02 dans le vins . Vigne et Vins, 2 7 3 , 3 1 8, 1 97 8 . C H AVA R R I , F . J . ; G AYA, P. ; M E D I N A , M . P ro d u t o s l ác t e o s ferm e n t ad o s : u n a apro x i mación a s u s cualidades nutritivas y terapéuticas. Revista Espanola de Lecheria, n. 1 29 , p. 1 7 1 1 8 1 , 1 983. KOROLE VA , N . S . Tec h n o l o gy o f kefir and k u m y s . B ul l e t i n o f IDF, n. 2 2 7 , 9 6 - 1 00 , 1 988. INFLUÊNCIA DO TIPO D E SALGA NAS CARACTERíSTICAS SENSORIAIS DO QUEIJO M INAS CURADO 5 . AB STRACT S t rep t o c o c c u s t lz e rm op h i lu s , L a c to b a c i l l u s bulgaricllS and a pure culture of Saccharomyces c e re v is a e . E fferve s c e n c e , o w e d to a l c o h o l i c REFERÊ N CIAS B IB LIOGRÁ FICAS Accácia J ú l ia G u i marães P E R E I RN RESUMO Este trabalho teve c o mo obj et i v o avaliar as c aracteríst icas sensoriais do queij o s Minas Curado submetidos a três diferentes tipos de salga (salga em salmoura, s alga s e c a e salga na massa). Os queij os foram produzidos segundo a tecnologia b ás i ca, uti l i zando-se leite C pasteurizado padronizado com 3% de gordura e cultura láctica tipo Q. Após 2 8 d ias de maturação em câmara os queijos foram submetidos à análise sensorial por u m painel de 30 p ro v ad ores . Foram reali zados t e s tes des c ri t i v o s e e s c a l a h e d ô n i c a d e 5 p o n to s . Os queij os apresentaram s.abor ácido e coloração creme claro para o s três tipos d e salga e , corpo e textura variando entre mole e adequad o . Em relação à escala hedônica, o painel sensorial detectou diferença apenas entre os queijos s ubmetidos a salga seca e na massa. 1 . INTROD U Ç Ã O O q ueij o M i nas é provavel mente o mais antigo queij o bras i ieiro, tendo sua fabricação iniciado ainda no século XIX, especialmente nos e s tados de M i n as Gerai s , S ão Pau l o , Rio de 1 2 Janeiro e Paraná (FURTADO, 1 992) . Tornou-se um produto típico de fabricação tradicional no estado de Minas Gerais, onde é produzido em pequena escala em todas as c idades m i neiras , A l u n a do curso de pós-graduação em Ciênci a de Alimentos d a Fac u l d ad e de Farmáci a - UFMG. Professores do c urso de p ós-gradu aç ão em Ciência de Alimentos d a Fac u l d ad e de Farmácia - UFMG. Pág . 77 Pág. 76 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVII I CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS c o n s t i t u i nd o - s e um d o s p ri n c ip ai s i te n s d a agroi nd ústri a mineira. Estima-se que existam cerca de 16 mil pequenos e médios produtores, p ri n c i p almente n a região Centro , Nordeste, e algumas áreas do Triângulo e Sul de Minas . E m volume d e produção é o segundo queijo produzido no Brasil,representando cerca de 24% da produção total de queijos (FONSECA et ai., 1 995). A tecnologia para a fabricação do q ueijo M i n as C ur a d o ai n d a n ão e s t á p ad r o n i z a d o . Embora a pasteurização do leite tenha permitido melhorar a qualidade do queijo Minas C urado e prolongar sua vida-de-prateleira, este continua ainda a ser prod uzido de forma artesanal (com leite cru) em q uantidade expressiva. Os produ tores, em fu nção da política de pagamento do leite, têm preferido produzir o queijo Minas nas próprias fazen d as , s e m n e n h u m a c o m p a n h a mento tecnológico, o q u e resulta em um produto de composição variada, e características de sabor, aroma, corpo e texturas bastante diferenciados, comprometendo a qualidade final e acarretando problemas na c o merciali zação ( S I Q UE I R A et a i. , 1 9 8 6 ; FONSECA e t a i. , 1 99 5 ) . O proces s am e n t o a d o t a d o pela grande m a i o r i a d o s p ro d u tores obedece a u m princípio b á s i c o d e c o a g u l aç ã o d o l e i te p o r r e n i n a ( c o a l h o ) e eliminação do s oro por uma prensagem s u ave, seguida de s alga. As o u tras fases d o preparo envolvem uma divers idade de técnicas próprias de c a d a fabri c an t e . C o m i s s o , o q ue i j o n ã o a p re s e n t a p ro p r i e d a d e s fís i c o -q u ím i c a s e organolép ticas u n i formes . A c ultura l áctica é composta por micror ganismos, incluindo lactococos , lactobacilos e estrept o c o c o s , que transfo rmam a lactose d o l e i t e e m á c i d o l á c t i c o e o u tros p r o d u t o s , (CHAPMAN & S HARPE, 1 990). O ácido láctico produzido pelas bac térias acidifica o leite, o q ue auxilia na formação do coágulo pela renina e a dessoragem do mesmo ; contribui para eliminação do soro durante e logo a p ó s a e l a b o ra ç ão d o q u e ij o ; aj u d a n o desenvolvimento d o corpo, textura e aroma dos q ue ij o s por i n fl ui r n a proteólise e, em menor grau, na lipólise do queijo durante a maturação. O s baixos val ores de p H con trolam o c re s c i m e n t o de microrganismos patógenos e o u tros contaminantes, p reservando ass i m o produto ; controlam também a quantidade d e renina retida no c o á g u l o em função da acidez ( PE R E I R A , 1 97 9 ; CHAPMAN & S HARPE, 1 990; B ONAS S I & GOLDONI , 1 9 8 3 ) . A s alga é uma etapa essencial na fabricação de quase todos os tipos de queij o . O s al (NaCI) no q u e ij o , além de i n fl ui r n o s ab o r , exerce i m p ortante fu n ç ão d e c o n t r o l e d e u mi d ad e , textura e crescimento microbiológico. D urante a c ura, a sua função inibidora controla o cresci mento de m i c rorgan i s m o s , t a n t o d e s ej áv e i s como indesej áveis, selecionando, assim, a flora t íp i c a q u e p rati c amente d e fi n e c ad a t i p o de q u e ij o ( D AV I S , 1 9 6 5 ; P E RE I R A , 1 9 7 5 ; F U RTADO e t a i. , 1 9 8 2 ) . A s a l ga é n o rm a l mente efetuada após a dessoragem da massa. A técnica emp regada - salga seca; s al g a n a massa; s alga e m s al moura - depende do tipo de queijo fabricado (FRESNO et ai. , 1 996). Durante o processo de maturação, ocorrem transformações b i o q u ím i c as nos c arboidratos (lactose); lipídeos e proteínas devido à ação das enzimas proteolíticas provenientes das c ulturas l ác t i cas ( "s tarter" ) , d a ren i n a e d as enzi mas nativas do leite, que quebram a rede protéica em v á r i o s p o n t o s , a l teran d o s u a s p ro pr i e d ades reológicas (corpo e textu ra) .e con ferindo s abor e aro ma c aracterís t i c o s d o t i p o d e q u e ij o fabri c ad o ( C H A P M A N & S H A R PE , 1 99 0 ; VAR N A M & S U T HE R L A N D , 1 9 9 4 ) . D e s s a decomposição deri vam-se inúmeros metabólitos pela variação nas características dos vários tipos de queij os (OLIVEIRA, 1 9 8 6 ) . A p r o te ó l i s e é a p r i n c i p al a l teração ocorrida durante a maturação, determinando as c aracterís t i c a s d o c o r p o e d a tex t u ra d o s diferentes queijos d e acordo com a s u a extensão. Este proces s o é o res ultado de um conj unto de enzimas, proteinases e peptidases, pro venientes do coalho (renina ou quimiosina), do fermento l ác t i c o ou a i n d a o r i g i n a d o s p e l a m i c ro b i o t a contaminan te ( C H A P MA N & S HA R PE, 1 99 0 ; WOLFS CHOON - P O M B O , 1 99 3 ) . A d e t e c ç ã o e m e d i d a d o s p r o d u t o s de hidrólise das proteínas dos queij os são u s adas como índices de proteólise (índice de maturação). A p re c i p i tação fra c i o n a d a ( o u s o l u b i l ização) oferece a base para os métodos mais simples e rápidos para a medida da quantidade de proteínas do queijo que se tornaram solúveis pela ação de enzimas proteolíticas ( V IS SER, 1 977). A embalagem para a l i mentos a ux i l i a n a proteção de alimentos contra q u alquer t i p o d e d e teri oração de n a t u re z a fís i c a , q u í m i c a o u biológica desde a produção até o consumo final contribuindo p ara uma maior vida-de-prateleira do produto (FERNANDES & G UEDES , 1 98 8 ) . Para o s queijos maturados o material comumente em pregado p ara a embalagem é o P V D C o u c l oreto d e p o l i v i n i l i de n o ( c o me r c i a l mente conhecido por Cryovac ), apresenta as seguintes características: baixa permeabil idade ao vapor de água ( c e r c a de 0 , 8 g/m 2 e m 2 4 h o r as ) ; Os queij o s foram produzido s , segundo a tecnologia b á s i c a apresentad a no Fl u x ograma 1 , u ti l i za n d o - s e l e i te C p as te u ri z a d o padro n izado c o m 3 % de gordura, 1 , 0 % d e c u l t u ra láctica tipo Q (Lactococc us lactis subsp. lactis e L a c t o c o C C ll S la c t i s s ubsp. c re m o ri s ) e s ubmetidos a 3 tipos de salga. O lote da salga em salmoura foi colocado em s almoura com concentração de 200Bé a 1 3°C por 20 a 24 h. No lote submetido à salga seca, o sal foi friccionado nas superfícies s uperior e inferior, e nas laterais dos queijos, na proporção de 2% de sal em relação ao seu peso. Nos queijos submetidos à salga na massa, o sal foi adicionado após a separação do soro, ou seja antes da enformagem na proporção de 2% de sal em relação ao peso da massa. b a i xís s i m a p ermeab i l i d ad e a gases c o m o o oxigênio e gás c arbônico (praticamente zero ) ; e x c e l e n t e re s i s t ê n c i a a c o m p o s t o s a l c a l i n o s (exceto amônia) ; encolhendo-se dras t i c amente quando i merso e m água quente (90 - 9 5°C) , o que facilita sua adesão à superfície do queijo, do qual adquire o formato (FURTADO, 1 9 9 1 ) . O objetivo deste trab alh o foi aval i ar as características sensoriais do q ueij o Minas C urado s ubmetido a três diferentes tipos de salga. 2. MATERIAL E M É TODOS Este trabalho foi realizado nas dependências do Instituo de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora - MG. FERMENTO COALHO .� �LAÇÃO COA Fluxograma 1 ( MATURAÇÃO EM CÃMARA - Tecnologia geral de fabricação do queij o M inas Curado. Pág. 78 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Os queij o s foram embalados em c ryovac logo após a secagem e maturados por 48 dias em câmara à temperatura de 20°C e umidade relativa entre 77 e 9 0 % . Foram anali s ados o s seguin tes atri b ut o s : sabor (odor e gosto), cor, textura, consistência e corpo por meio de uma análise descritiva e um teste em escala hedônica realizados por um painel de 30 provadores previamente s elecionados . Tipo de salga ,laDO Os dados da análise descritiva apresentados nas Figuras 1 a 3 mostraram que o sabor ácido foi a p ri n ci p al c arac teríst i c a o bservada p e l o s provadores para todos p s tipos d e salga. Este atri buto é considerado como típico do queij o Minas Curado por RIBEIRO ( 1 949) e FURTADO ( 1 992). Nos queij os s ubmetidos a salga em salmoura o s ab o r á c i d o fo i ap o n ta d o p o r 7 6 % d o s provadores . O s abor amargo foi apontado p o r 2 6 % d o s p ro v a d o res e n q u anto q u e o s ab o r s al gado foi detectado por 3 6 % d o s provadores . O corpo e textura foram apontados p o r 2 6 % d o s provadores c o mo quebrad i ça e adequada. A cor creme claro foi a coloração predominante nos queijos ( 8 0 % dos provadores). Para os queijos da salga seca, o s abor ácido foi detectado por 76% dos provadores. Cerca de 1 3 % dos provadores c o n s ideraram os q u e ij o s fermentado e salgad o . Para o atributo corpo e textura, as características queb radi ç a ( 2 0 % ) e adequada (26%) foram as mais apontadas pelos provadores do painel. Os queijos da salga seca foram considerados mole e gorduroso por 1 6% d o s provadores . A col oração creme c l aro foi apontada por 7 3 % do painel . Para os queijos da salga na massa, 7 3 % dos provadores detectaram o sabor ácido. As carac terís t i cas amargo ( 2 6 % ) e s al ga d o ( 3 6 % ) também, foram apontadas pelo painel sensorial. O corpo e textura foram considerados adequados e gordurosos por 20% dos provadores. Os queijos foram considerados como mole ness e tipo de salga por 66% dos p rovadores . O sal quando adicionado diretamente na massa do queijo antes da p re n s agem e e n formagem , ac arre t a a h i d ra t a ç ã o d a s p r o t e í n as na s up e rfíc i e das p artícu l as d a mas s a, fazendo com q u e o soro . fique reti d o e mantido no queij o (McMAHON & O B ER G , 1 9 9 8 ) o c as i o na d o , as s i m , u m a consistência mais macia. A cor que predominou para ·o queij o da s alga na massa foi creme-claro, com 7 6 % das p referências. AMARGO SALGADO FERMENTADO SABOR 3. RESULTADOS E DISCUSS Õ ES 3 . 1 . Análise d e s critiva Tabela ! - Av a l i aç ã o s e n s o ri al d o s q u eij o s M i n as C u rado e x p e r i m e n t a i s escala hedônica -- SSAL - S S --- S M Figura! . D i s tr i b u i ç ão p ercen t u al d as res postas da anál ise descritiva para s a b o r do q u e ij o M i n as C u ra d o fabricado c o m a cultura Q . -- SSAL - S S __ SM S alga em salmoura S alga seca S alga na massa Notas dos ptovadores 3 , 3 7 ±O, 1 8 2 , 8 7 ±0, 1 0 3 ,77±0, 1 3 ab h a ( 1 ) Média ± desvio padrão de três determinações. Médias c o m p aradas p e l o teste d e D u n c an a 5% de probabilidade. a, b, c == médias seguidas da mesma letra, na mesma coluna não apresentam diferença significativa para o tipo de salga. basic technology, being used milk pasteurized C standardi zed with 3 % of fat and s tarter. After 28 d ay s of ripenning in c l i matic ch amber the cheeses was submitted the sensorial analysis by a p anel of 3 0 panelists . Descriptive tests were accomplished and it hedon ic scale of 5 points . The cheeses presented acid flavor and coloratiori cremates clear for the three types of it salts and, b o d y and texture v ary i n g a m o n g b u lk and appropriate. I n relat i o n to the hedonic s cale, the sensorial panel just detected difference among the cheeses submitted at dry salt and curd salt. Os provadores detectaram uma d i ferença significativa apenas entre os queijos submetidos a s a l ga seca e s alga na m a s s a , sendo que as m e l h o re s médi as foram o b t i d as p ara aqueles s u b m e t i d o s a salga n a mas s a . O s q u eij o s s ubmetidos a s alga em salmo ura não diferiram daqueies submetidos a salga na massa e seca. 4 . CONCLUS à O fv'CI.E G01DURCSO ADEQJADA QJEB RADlÇA CORPO E TEXTURA Figura 2 - D istribuição percentual das respostas da análise descritiva p ara corpo e t e x t u r a d o q u e ij o M i n as C ur a d o fabricado com a cultura Q. -- SSAL - SS --- SM !OO C <I: Ü Z .w :::l " W a: LI. 80 60 40 20 BRANOO mEIvfa.AAO mEIvfES OJRO AMARELADA COR Figura 3 - D i s t r i b u i ção percen t u al d as res postas d a análise descritiva para cor do queij o M inas Curado fabricado com a cultura Q. SSAL == queijos submetidos a salga em salmoura; SS == queijos submetidos a salga seca; S M == queijos submetidos a salga na massa. 3 .2. Escala h e dô n i c a O s res u l tados o b t i d o s s ão mos trad o s n a Tabela 1 . De acordo com os dados apresentados para os queijos Minas Curado podemos verificar que os s ab o res p re d o m i n an t e s p ara os q u ei j o s submetidos a salga em salmoura foram s abores ácido e amargo. O corpo foi considerado como quebrad i ço e a textura adequ ada. A c o loração pred o m i n ante para os q ue ij o s d a s a l ga em s a l m o u ra fo i creme c l ar o . N a salga s e c a, o s queij o s foram c o n s i derad o s pelos p rovadores ácidos, fermentados e salgados. Os corpos destes q u e ij o s fo ram c o n s i d e r a d o s c o m o m o l e e gorduroso com a textura quebradiça e ao mesmo tempo adequada. A cor creme claro predominou nos queijos da salga seca. Para a salga na massa os sabores ácido, amargo e salgado foram os mais apontados pelos provadores . O corpo do queij o foi considerado como mole e gorduroso e a textura adequada. A cor mais apontada foi creme claro. Para e s c a l a he d ô n i c a , os p r o v a d ores detectaram d i ferenças s i g n i fi cati v as en tre os queij os submetidos a salga seca e na massa, sendo que neste caso a aceitação foi maior para aqueles da salga na massa. S . ABSTRACT This work had as objective to evaluate the s e n s o r i al c h aracte r i s t i c s of the C ured M i nas cheese s u b mi tted t o three d i fferent types of i t s al t i n g ( b r i n n i n g , d ry s a l t and c u rd s a l t ) o T h e cheeses were prod uced according to t h e 6. REFER Ê N C IA S B I B L I O G R Á FICAS B ONASSI, I. A.; GOLDONI, J . S. Infl uência das b actéri as l ácti cas mes ó fi l as : St rep t o c o c c u s c r e m o ris, Streptococcus lactis, Streptococcus dia ce t i la c ti s , Strep t o c o c C ll S c i tro v o ru m , n as do q u e i j o t i p o M i n a s . c aracterí s t i c a s Commpos i ç ão centes i mal . C i ê n c . Te c n o l . A l i m e n t . , v. l , n . 3 , p . 1 4-23 , 1 9 8 3 . C HA P M A N , H . R . ; S H A R PE , M . E . M i crob i o l ogy of chee s e . In O B I N S O N , R . K . (Ed). D ai ry m icrobiology : t h e m icrobio logyl o f m i l k p r o d u cts . 2 ed . L o n d o n : E l se v i e r , 1 99 0 . v. 2 , p . 2 0 3 - 2 8 9 . D AV I S , J . G . C h ees e . Lond o n : J . C h urch i l l , 1 965. 463p. FERNA N DES , M . H . C ; G UEDE S , L . B . R . Embalagens uti l i zadas n o B ras i l p ara lei te e derivados . Rev. Inst. Latic. Cândido Tostes, v. 257, n . 4 3 , p. 22- 3 3 , 1 9 8 8 . · FON SECA, L . M . ; RODRIGUES, R . ; SOUZA, M. R.; CERQUEIRA, M . M. O. P. ; LEITE, M. O . A l gu n s p a r â m e t r o s fís i c o - q u ím icos de q u e ij o M i n as p ro d u zi d os a r t es a n a lm en t e . I n : C o n gres s o N a c i o n a l de L a t i c ín i o , X I I I , 1 995, Juiz d e Fora. Anais . . . Juiz d e Fóra: Centro de Pesquisas e Ensino I n s tituto de Laticínios Cândido Tos tes , 1 9 9 5 . p . 1 1 7 - 1 1 9 . FRES N O , 1 . M . ; T O R N A D I J O , M . E . ; C A R B ALLO , J . ; G O NZÁLEZ- P R IETO , J . ; B ERNARDO, A . Characterization and bioche mical changes duri ng the ripening of a S panish craft goat ' s milk cheese (Armada variety). Food C h em . , V. 3, N. 5 5 , p .2 2 5 - 2 3 0 , 1 99 6 . FURTADO,M. M . A arte e a ciência do queij o . S ão Paul o : Globo, 1 99 1 . 297p. FURTADO, M . M . A fabricação de queij os no B ras i l . I n fo r m a t i v o do L a t i c i n i s t a , n . 3 8 , p . 24-4 1 , 1 9 9 2 . FU RTA D O , M . M . ; C H A N D A N , R . C . ; B R U N N E R , J . R . ; W I S H NETS K Y, T. Efeito d o teor d e sal n a m a t u r a ç ã o de u m q u eij o por P e n i c i l l i u fIl c a s e i c o l u m . R e v . I n s t . Pág. 8 0 digitalizado por arvoredoleite.org ANA IS DO XVIII CON GRES SO NAC IONA L DE LATi CíNIO S O � queij o s fora m emb alad os em c ryov ac l �go ap � s a seca gem e matu rado s por 2 8 dias em cama ra a temp eratu ra de 20°C e umid ad e relat iva entre 77 e 9 0 % . Fora m anal i s ados o s segu intes atrib utos ' sabo r (odo r e gosto), cor, textu ra, cons istên cia � corp o por meio de uma anál ise desc ri tiva e um teste em esca la hedô nica reali zado s por um pain el de 30 prov ador es prev iame nte sele cion ados . Tabe la 1 - Av a l i ação s e n s o ri al dos q u e ij o s M i n as C u rado e x p e r i m e n t a i s escala hedônica -- SSAL - SS -.!>- SM AMARGO 3. RES ULTA D OS E D IS C US Õ S ES 3 . 1 . A n á l i s e d e s crit iva ANAIS DO XVII ! CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS FERrvENTADO SALGADO SABO R Figu raI . D i s tr i b u i ção p erce n t u al d as res pos tas da anál i s e desc ritiv a p ara s a b o r d o q u e ij o M i n as C u r ado fabri cado c o m a cultu ra Q . Os dado s da anál ise desc ritiv a apresentados . nas F gu as I a 3 mostraram que � � o sabor ácido foi a p n n c lpal cara cter ís tica obse rvad a p e l os prov a� ores ara todos 9S tipos de salga . Este atri � -- SSAL -- SS -á-- SM buto e cons Ider ado como típic 100 o do queijo Min as � Curado por R �� EIR O ( 1 949) e FURTAD O ( 1 992) . 80 S Nos � U IJ OS submetido s a salg (J a em salm oura � Z 60 'w o s ab o r aC l d o fo i ap o n ta :::l d o p or 7 6 % d o s " 40 prov ador es . O s abor amargo W foi apo ntad o p o r Ir 2 6 % d o s p ro v a d ores e n q u LL 20 an to q u e o s ab o r salg ado foi dete ctad o p or 3 6 % d o s prov adores . O corp o e tex t u ra fora m apo M:tE GOl DUROS O QJE8RADIÇ'I ADEQJADA ntad os p o r 2 6 % dos p rova dore s c o m o que b rad i ç a e ade qua da. CORPO E T EXTURA A cor c me claro foi a colo raçã o pred omin ante �� Figu ra 2 Distrib � i?ãO perc entu nos queIJOS ( 8 0 % dos prov al das resp osta s ado res) . da anal Ise desc ritiv a p ara corp Para os quei jos da s alga seca , o e o sabo r ácid o . t e x t u ra do q ue ij o M i n a s C fOI dete ctad o por 76% dos ur a d o prov ador es . Cerc a de fabricad o c o m a cultu ra Q. 1 3 % dos prov ado res c o n s i dera ram o s que ij os ferm enta do e salg ado . Para o atrib uto corp o e text ura, as cara cterístic as que brad iça ( 2 0 % ) e adeq uada (26 %) foram as mai -- SSAL - SS -.!>- SM 1 00 s apon tada s pelo s prov adores do pain el. Os que ijos da salg a seca ao . fora m cons Ider ados mol e e gord uros o por 1 6% 60 dos p rova dore s . A col oraç ão crem e c l aro foi apo ntad a por 7 3 % do pain 40 el. Para os que ijos da salg a na 20 mas sa, 73 % dos pro va ? ores dete ctar am o sabo r ácid o. As cara c. tefl, s � I c a s ama rgo ( 2 6 % ) e s al ga d o ( 3 6 % ) BRANCO OIEMõQ. ARO OIEMõE SOJRO AMllR ELADA tam bem , foram apon tada s pelo COR pain el sens oria l . O corp o e text ura foram cons ider ados adeq uado s Figu ra 3 - D i s tr i b u i ç ã o p erce e gord uros o por 20% dos n t u al d as res prov ador es. Os que ij os � post as d a anál ise desc ritiv a para fora m c o n sIde rado s com o cor mol e ness e tipo de . s a � g a por do queij o Min as C urad o fabr icad 66% dos prov ado res . O sal o . q u an d o com a cultu ra Q . adIC IOna do dire tam ente na mas sa do quei jo ante s d � p ren� age m e en form age m, ac arre t a a S S L = �� ejjos sub �etido s h l d r a t a ç a o d as p ro t e í n as a salga em salm oura ; n a s u pe rfíc i e d as SS queI Jos subm etIdo s a salga seca ; p artI,c u l a s da mas sa, faze n d o com . S M = queij os submetido s a salga que o s oro . na mass a. fIqu e retId · o e man tido no que ij o (Mc MA HON & �B �R ? , 1 9 9 8 ) oca s i o n a d o , as s i m , u m a 3 . 2 . Esc ala h ed ô n i c a con slste ncl mai s mac ia. A c o r que pred omi nou � . para o queIJ o da s alga na mas sa foi crem e-cla ro O s res u l tado s o b t i d o s s ão ' com 7 6 % das p refe rênc ias mos trad o s n a . Tabe la 1 . - ':. - ( 1 ) Média ± desvio padrão de três determinações. Médias c o m p aradas p e l o t e s t e d e D u n c a n a 5% d e probabilidade. a , b, c = médias seguidas d a mesma letra, na mesma coluna não apresentam diferença significativa para o tipo de salga. O s provadores detectaram uma d i ferença significativa apenas entre os queij os submetidos a s a l g a s e c a e salga na m a s s a , sendo que as mel h o re s médi as foram o b t i d as p ara aqueles s u b m e t i d o s a s al g a n a m a s s a . O s q u eij o s submetidos a s alga em salmoura n ã o diferiram daqueles submetidos a salga na massa e seca. 4 . C O N C LUS à O De acordo com os dados apresentados para os queijos Minas Curado podemos verificar que os s ab o re s p r e d o m i n an t e s p ara os q u eij o s s ubmetidos a s a l g a em salmoura foram s abores ácido e amargo. O corpo foi considerado como quebrad i ço e a text ura adequada. A coloração pred o m i n ante para os q ue ij o s da s a l ga em s al mo u ra fo i c reme c l ar o . Na salga s e c a , os queij o s fo ram c o n s i derad o s p e l o s provadores ácidos, fermentados e salgados. Os corpos destes q u e ij o s fo ram c o n s i d e rad o s c o m o m o l e e gorduroso com a textura quebradiça e ao mesmo tempo adequada. A cor creme claro predominou nos queijos da salga seca. Para a salga na massa os s abores ácido, amargo e s algado foram os mais apontados pelos provadores . O corpo do queijo foi considerado como mole e gorduroso e a textura adequada. A cor mais apontada foi creme claro. Para e s c a l a he d ô n i c a , o s p r o v a d o re s detectaram d i ferenças s i g ni fi cati vas en tre o s queijos s ubmetidos a salga seca e na massa, sendo que neste caso a aceitação foi maior para aqueles da salga na massa. 5. ABSTRACT This work had as objective to evaluate the s e n s o rial c haracteri s t i c s of the C u red M i n as cheese s u b mi tted to three d i fferent types o f i t s al t i n g ( b r i n n i n g , dry s a l t a n d c u rd s a l t ) . T h e c heeses were produced according to the basic technology, being used milk pasteurized C standardi zed with 3 % of fat and s tarter. After 28 d ay s of ripenning in c li matic c hamber the cheeses was submitted the sensorial analysis by a panel o f 3 0 panelists . Descriptive tests were accomplished and it hedonic scale of 5 points. The cheeses presented acid flavor and coloration cremates clear for the three types of it salts and, b o d y and textu re v ar y i n g a m o n g b u l k and appropri ate. I n rel ati on to the hedonic s cale, the sensorial panel just detected difference among the cheeses submitted at dry salt and c urd salt. 6. REFER Ê N C IAS B I B L I O G R Á FICAS B ONASSI, L A.; GOLDONI, J. S. Infl uência das b ac térias l ác t i c a s mes ó fi l a s : Strep to c o c c u s c re m o ris, Strep to coccus lactis, Streptococcus diacetilactis, S trep to c o c C ll S c i tro v o r u m , nas c aracterís t i c a s d o q u e ij o tipo M i n as . 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No presente trabalho foram utilizadas duas formulações de s obremesa l áctea i n stantânea contendo s oro de leite, bactérias l ácticas p rob,i ó t i c as e a m i d o m o d i fi c a d o . D u rante o p e r í o d o de armaze n a m e n t o d e s tes p r o d u t o s , fo ram acompanhados os níveis populacionais das bactérias probióticas introduzidas. No primeiro caso, s obremesa pronta refrigerada, contendo La c toba cilllls a c idop h i l u s La-5 ( c u lt u ra comercial da Chr. Hansen) e amido de mandioca modificado, a contagem manteve-se em 1 0R u fc/g durante os quatro dias de armazenamento a 7°C independentemente da formulação do produto. No caso da formulação em pó contendo amido de milho e armazenada a 22 ± 2°C o n ú mero de bactéri as l ácticas foi mantido na faixa de 1 08 ufc/g para La ctoba c i l llls acidophilus La-5 durante 1 20 dias. Quando foi utilizado o Ldctobacilllls RL24c do grupo p la n tarll/11 (cultura láctic a probiótica isolada de material fecal de criança) este manteve os níveis de contagem iniciais, 1 07 ufc/g, por 60 dias caindo dois ciclos log após 1 20 dias de armazenamento . Os parâmetros q uímicos das sobremesas em pó, em ambos os casos, não s o freram alterações relevantes no perí o d o . Veri fi ca-se que na s o b remes a em pó, houve diferenças na estab i l i d ade d as b ac térias probióticas utili zadas , p orém mantendo níveis aceitáveis de 1 07 ufc/g até 60 dias de armazenamento. Conclui-se que a composição do produto não afetou a estabilidade das b ac térias probióticas utilizadas (La c tobaci llus a c idophilus La -5) . Isto demonstra que os produtos apresentam boas possibilidades para introdução de microrganismos probióticos. Pal avras c have : Lactobacillus a cidophilus, Lactoba cillus p lantarum, probióticos, estabilidade, sobremesa l áctea, funcionais INTRODUÇ Ã O SOBREMESA LÁCTEA INSTANTÂNEA EM PÓ COM LACTOBACILLUS A CIDOPHILUS LA 5 E LACTOBACILLUS RL24C: UMA ALTERNATIVA DE ALIMENTO FUNCIONAL .. Instantaneous powdere� dairy dessert with Lactobacillus acidophilus La 5 and LactobacJllus RL24c: an alternative functional food .. GARC I A 1 , S. ; CASTRO G Ó M E Z2, R . J . H . RESU MO . N o s u' 1 tImo ' � anos tem s urgi d o um cresce nte i n tere s s e em relaçã o a c o m p o s t o s . biolo ament tt os ue, além de fornec erem calorias e nutrie ntes, contri buem també � � � m com � e ?:flclO �a saude do consum idor. Alime ntos que contém bactér ias robiót icas s ão . uma s � bdlvls a de ahmen tos funcio nais porém com uma particu laridad � e de se m roduzi dos p mlcror gantsn os e/ou ontê-Io s vivos. As bactér ias Iácticas há muito são uti zadas : � em a Imento s e c onslde radas Inó uas, en � o reconh ecidos os efeitos benéfi cos da sua ingest � _ ão _ � na manut ençao das funçoe s intesti nais norma i s . Embo ra a lista de efeito . s ale ado e te ? sa e c esce te a compr ovação científ ica das evidên � cias, provas . conclu sivas a ef c c t, n �c � aln a s ao e s c a sas de i d o à c o mp l e x i d ade dos evento s e n v o l v i d o s em testes . � ; . blolog lcos. EXiste m mUItas especl. es descrit as como probió ticas e dentre estas as bactér ias �� :e r � � � � ���: �rofessor Adjunto. do Departamento de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos CCAI Universl'dade sta l de Londn na e mail sgarci a@uel .br �:o���duas;�� �t��: �� ���:�: ���� de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos - CCAI Universidade Estadual B 2 � a r e r Nos últimos anos tem s urgido um crescente i n teres s e em rel ação a c o m p o s t o s b i o l o gi ca mente ativos que além de fornecerem calorias e nutrientes contribuem também com um benefício à saúde do consumidor. O potencial da dieta em manter a s a ú d e e prevenir d oe n ç as p o d e ser explorado através de alimentos ou ingredientes funcionai s . Al i mentos que contém b actérias probió ticas são uma subdivisão de alimentos fun cionais p o ré m c o m u m a p arti c u l ari d ade de s erem ' pro d u z i d os p o r m i c rorgan i s mo s o u c o n t ê - l o s vivos. A definição de probióticos tem evoluído rap i damente nos ú l timos anos encontrando-se d i vers as n a l i teratura (Farn w o r t h , 2 0 0 0 ) . Ini cialmente eram definidos c o rn o organismos e s ubstâncias que contribuem para u m balanço microbiano intestinal e atualmente como "uma preparação microbiana que contém células vivas el o u m o rtas i n c l u i n d o s e u s m e t ab ó l i t o s q u e p romovem u m a melhora do balanço microbiano o u enzimático d as s u perfíc ies de m u c o s as ou estimu lam mecanismos i munes (Reuter, 1 99 7 ) . E n tre t a n t o , a d e fi n i ç ão geral m e n t e a c e i t a especifica a viabilidade d o s microrganismos, isto é , são i ngre d i e n t e s ali mentares m i c ro b i a n o s v i v o s q u e tem u m e fe i t o b e n é fi c o n a s aú d e humana (Salminen et ai. , 1 99 9 ) . O s e feitos alegados incluem aumento da resistência a doenças infecciosas, particularmente P á g . 82 do intestino, diminuição da duração de diarréias, red u ç ã o da p re s s ã o s a n g u ínea, re d u ção d a c o n centração de co lesterol sérico, redução de processos alérgicos, estímulo da fagocitose por l e u c ó c i t o s s an g ü í n e o s p e r i fé ri c o s , efei t o s coadjuvante$, regressão d e tumores e redução da produção de c arcinógenos ou procarci nógenos. A p e s ar d e s s a e x te n s a l i s t a d e atri b u t o s profiláticos o u terapêuticos os probióticos não fazem parte geralmente da prescrição médica e mesmo entre os cientistas há um certo ceticismo ( Tan n o c k , 1 9 9 9 ) . Emb ora amp l amente u t i l i z a d o s e e n c o ntrados em p rod u to s c o merciais normalmente s ão adi c i o n ados mais p e l as suas c arac terís t i c as t e c n o l ó g i c a s , re o l ó g i c a s o u s e n s ori a i s d o q u e p o r razões d e s aú d e , p r i n c i p ah nente entre o s c o n s u mid ores b ra s i l e i ro s . E s t e f a t o o c orre p ri n c i p al me n t e p o r existirem muitas evidências dos efeitos porém po ucas provas c o n c l u s i vas ( Matti l a- S andholm e t alo 1 999) a respeito da eficácia c línica devido ao complexo n� mero de p arâmetros envolvidos em testes biológicos com animais o u humano s . O c o n c e i t o de p ro b i ó ti c os c o nc e n t r a - s e e s s e n c i almente em d o i s gru p o s d e b ac téri a s , lactobaci los e b i fidobactérias, ignorando-se a gama de o utros espécies q u e habitam o trato intestinal .e que constituem parte substancial da microbiota e não s ão c u l tivávei s . O i mpacto dos p ro b i ó t i c o s s o bre a c o mp o s i ção d a 83 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII C O N G RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS micíobiota intestinal sem ·d úvida forma a base do conceito de probióticos (Tan nock, 1 9 9 9 ) . Ex i s tem m u i tas espécies descritas como probióticas e dentre estas algumas bactérias do gênero Lacto b a c illus spp como p o r exemp l o L b . a c idop hilus e L b . p la n ta r u m . O Lb. a c idop h ilus t e m s i d o a m p l a m e n te u t i l i z a d o c o mercial mente e o Lh. p la n taru 1ll , emb ora freq ü e n temente i s o lado de crianças ( G arcia, 1 9 9 9 ; G a r c i a T.R. e t a I. , 1 9 9 9 ) e a d u l tos saudáveis (Ahrné et ai. , 1 99 8 ) é utilizado como probiótico s omente em alguns países. Para u m prob i ót i c o i nfl u e n ciar a s a ú de humana com s ucesso, ele deve ser selecionado com bases científicas, ser capaz de durante as etapas de incorporação e processo não perder a viabi l i d ade e funcionalidade ou d ar origem a s ab o r e s ou t e x t uras d e s agradávei s , deve s o b re v i ver à p as s agem pelo trato i nt e s t i nal s uperior para chegar vivo ao seu local de ação e então ser capaz de atuar no ambiente intestinal ( Matti la-Sandholm, 1 99 9 ) metabolizando e não n e c e s s ar i amente c re s c e n d o n e s s e h a b i t a t . Acrescente�se a isso a não patogenicidade e não toxicidade (Farnworth, 2000) . Além das características probióticas, cepas u t i l i z a d as i n d u s tr i a l m e n t e devem p o s s u i r determinadas c aracterísticas tecnológicas como faci lidade de preparo, estabilidade, alta taxa de v i a b i l i d ad e , t a n t o d u rante o p ro c e s s o c o mo d u rante o armazenamento. No presente estudo foram utilizadas duas c e p a s de l a c t o b a c i l o s c o m caracterís t i c as probióticas, objeti vando verificar a estabilidade destas durante o armazenamento. Para isto, uma s o bremesa l áctea recém prep arad a e o utra na fo rma de p ó , fo ram i n o c u l ad a s c o m Lactobacillus acidophilus La-S l i o fil izada o u c o m u m a cultura láctica desidratada, isolada das fezes de crianças saudáveis e identificada como p erten ce n t e ao grupo p l an t ar u m , a q u i d e n o minada Lacto b acilllls RL24c . MATERIAIS E M É TODOS 1 Lacto b a c illlls a c i dop lz i lllS La-S : P ro d u to c o m e rc i a l i za d o l i o fi l i z a d o ( c u l t u ra OVS) obtido da Christian Hansen , Valinhos, S P. 2. Lacto b acillllS RL24c : C u l tura l áctica p ro b i ó t i c a i de n t i ficada c o m o pertencente ao grup o p lantaru m, i solada de material fecal de criança. Esta l inhagem RL24c foi selecionada com base na resistência a bile, fenol, inibição de patógen o s , testes de c o agregação e h i drofo bicidade (Garcia, 1 999). A biomassa desta cepa foi obtida no laboratório utilizando cultivo em o caldo MRS que foi centrifugado ( 1 0 C, 1 2.000xg por 10 minuto s ) . A biomassa ass i m obtida foi lavada c o m t a m p ão fo s fato e em s e g u i d a des i d ra t a d a d u rante 4 8 h e m e s t u fa a 45°C . O p rod u t o s e c o fo i m o í d o ( m o i n h o marc a A n a l y s e m ü l e J an k & K u n k e l , m o d e l o A I 0 ) a c o n d i c i o n a d o em fras c o s herme t i c a me n te fechados e armazenado em câmara fria até uso. Em ambos os casos foram feitas contagens das respectivas bactéri as lácticas presentes no pó antes d es t e s e r a d i c i o n a d o à s o b remes a (Saxelin, et a I. , 1 99 9 ) . 3 . M a té r i as p r i m as u ti l i zadas : P a r a o preparo das sobremesas lácteas instantâneas em pó foram utilizados, amido de milho modificado Nati onal H-50, amido de mandioca modificado National 1 04, s oro de leite desnatado, obtido j u nto à C o o p erat i v a C e n tral Agro I n d u s trial Ltda - CONFEPAR, C acau desengordurado em pó ( G a r o t o ) e aç ú c ar refi n ad o o b t i d o d o comércio local d e Londrina. Preparo da sobremesa láctea instantânea em pó: Foram utilizadas duas formulações basicas, sendo que a primeira continha: Amido de milho N a t i o n al H - 5 0 , 2 1 , 2 8 % ; A ç ú c ar refi n a d o 5 3 , 1 9 % ; Cacau desengordurado em pó, 7 , 09 % ; Soro d e leite desnatado, 1 7,73 % ; cultura láctica probiótica liofilizada, Lactobacilllls acidoplzilllS La-S, 0,7 1 % ou Lactobacilllls RL24c, 0,7 1 % . A s e g u n d a fo rm u l aç ã o , a s o bremesa pronta para o consumo, apresentava os seguintes ingredientes (mistura base): amido de mandioca m o d i fi ca d o N a t i o n a l 1 04 , 3 2 , 1 3 % ; a ç ú c a r refinado, 60,2 5 % ; cacau desengordurado em pó, 6,82% e cultura láctica liofilizada, Lactobacilllls acidoplzilllS La-S, 0, 8 0 % . A 9 9 , 6 g. desta formulação (mistura base) foram adicionados 20,0 g soro de leite (F,) e a outra porção de igual peso, 1 0,0 g (F3 ) para ãssim, verificar a estabilidade do probiótico durante o armazenamento em função do teor de s oro de leite presente na formulação. Um controle foi feito no qual o s oro de leite foi o mitido (F I ) ' A cada formu lação foram adic i onados 300 ml de l e i t e U H T i n tegral e h o mo g e n e i z a d o em l i q u i d i fi c a d o r até c o m p l e ta m i s t u ra dos c o m p o n e n t e s . A s o b r e m e s a preparada fo i d i s tri b u ída em copos de pol iestireno atóxicos d e s c artáve i s , c o bertos c o m fo l h a laminada e armazenados. a 7°C. 4. Es ta b i l i d a d e no a r m a z e n a m e n t o : 4.1. S o b re m e s a p r o n ta para o consumo: Para verificar a estabili dade foram a n al i s a d o s i n d i v i d u almente 3 amos tras , com zero, 2 e 4 d i as de armazen a m e n t o , deter m i n a n d o - s e c o n tagem d e b ac t é r i as l ác t i ca s (Laboratório, 1 9 8 1 vol. 1 ) n e s s e p eríodo. 4 . 2 . S ob r e m es a láctea instantânea em pó: P ara v e r i fi c ar a e s t ab i l i d ad e d urante o armaze n am e n t o 20 fras c o s de p o l i e s t i re n o estéreis c o m aproximadamente 50g de sobremesa em pó fo ram armaze n a d o s a 22 ± 2°C e peri o d i c amente re t i r a d o s d o i s fras c o s p ara determi nação de umidade, pH, acidez (Labo ratóri o, 1 9 8 1 vo1.2) e c o n tagens de fun g o s e bac térias l ácticas (Laboratório, 1 9 8 1 voU ) . RESULTAD O E DIS CUSS à O N o s pro d u t o s , s obremesa l ácte·a p r o n t a para o consumo e sobremesa l áctea instantânea em pó para adição de leite frio, formulados para prevenção de diarréias tendo como público alvo p r i n c i p almente crianças e n tre 2 e 7 anos de idade, foi estudada a estabil idade de bactérias l á c t i c a s . O s res u l tados de estab i l i d ade do L. acidophilus La-5 em sobremesa láctea contendo amido de mandioca modifi cado, pronto p ara o consumo, encon tram-se na Tabela 1 . O b serva-se q ue ao l ongo d o s 4 d i as de a r m a z e n am en t o a s c o n tage n s apresen t aram l igeira queda p o rém p ermaneceram na mesma ordem de grandeza nas 3 formulações testadas, independentemente da adição o u não de soro de l e i t e em p ó . E s s e i n g re d i en te m e l h o r o u as características gerais (dados não mostrados) pelo aumento do teor de sólidos. O amido modificado de mandioca, entretanto conferiu uma gomosi dade e não uniformidade de textura no produto pronto nas condições utilizadas p ara o p reparo. Segundo a l iterat ura, probióticos n ormal mente devem conter níveis ao redor de 1 08- 1 010 u fc e a Federação Internacional de Laticínios Tab ela 1 - Contagens" de bactérias lácticas (ufc/g) em sobremesa instantânea com amido de mandioca modificado National 1 04, com e sem adição de soro de leite e armazenado sob refrigeração. o 2 4 Obs : (IOF) recomen da que as bactérias estejam ativas, abundan tes e em níveis não inferiore s a 1 07 ufcl g no final do prazo de validade ( Ouweha nd & S al m i n e n , 1 9 9 8 ) . Em geral a i n d ú s t r i a norte ameri ca n a tem c o m o a l v o c o n ce n trações ao redor de 2x 1 06 u fc por ml para cada linhagem probiótic a adiciona da ao leite e esse padrão parece ter sido adotado como critério tecnológ ico e de c u s t o , mai s do que para a l c a n ç ar um e fe i t o terap ê u t i c o em h u manos ( S anders , 1 9 9 6 ) . N o B rasil a legis l ação para o Merc o s u l fixa para 6 este tipo de produto níveis entre 1 0 e 1 07 ufcl e r mant i d a s a i r e ev d e m l , c o ntagem e s s a q u durante o prazo d e validade do produto. A e s t ab i l i d ad e dos l a c to b a c i l o s na sobreme sa em pó, com amido de milho modifi cado N a t i o n a l H - 5 0 ) a r m a z e n a d a à t e m p e r a t u r a d e 2 2 °C fo i i g u a l m e n t e e s t u d ad a . O s res u l tados d o c o m p o rtamento d o produt o d urante 1 20 d ias d e armazen amento encontram se nos Quadros 1 e 2. Foram feitas determin ações de pH, acidez, umidade do produto em pó com as duas culturas probiótic as . A v ariação de pH foi pequena, ao redor de 0,2 unidades para a c ultura La-5 e 0 , 1 unidades para a c u ltura RL24c . A v ari ação de acidez apresento u a mesma tendência que o pH e j u ntos esses resultado s indicam que não houve alteração q u ím i c a r e l e v a n te na fo r m u l aç ã o . A u mi d a d e a u me n t o u ao l o n g o d o armaze namento. Em termos de determin ações micro biológica s em ambas as sobremes as, a contagem de fungos pratic amente p ermanece u constante enquanto que as contagens de bactérias lácticas apresenta ram queda gradual com o decorrer do armazena mento. A queda foi mais acentuada no caso da c u l tu r a de L a c t o b a c i z l u s p la n ta r u m R L 2 4 c c o m 2 c i c l o s l o g , p erman e c e n d o n a mesma ordem d e grandeza n o caso d a c ultura de L a c t o b a c i l l u s a c idop h i l u s L a - 5 . H á que s e ressaltar a diferença das duas culturas, j á que a 3 , l x l 08 2 , 7 x 1 08 1 , 6 x l 08 3 , O x I 08 2, I x I 08 I , O x 1 08 soro de leite em pó. controle sem adição de soro de leite, F2 e FJ formulaçõe s adicionada s de Resul tados médios de três determina ções. FI Pág . 8 5 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XV I I I C O N G R ESSO N AC I O N A L DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS A mais recente abordagem para aumentar a v i ab i l i d a d e ou garan t i r o c re s c i m e n t o de probióticos são os simbióticos (Gutierrez, 1 999), onde h á a adição c o nj u n t a d e prob i ó t i c o s e s u b s tratos q u e e s t i m u l am s e l eti v a m e n te a s b a c térias b e né fi c as e q u e s ã o d e n o m i n a d o s prebióticos (Gibson, 1 995). Assim, estudos estão s e n d o d e s e n v o l v i d os p ar a a fo rm u l aç ã o de s i mbióticos c o m a adição de i n u l i n a ( N i n e s s , 1 99 9 ; Roberfroid, 1 999), g o m a acácia (Michel, 1 9 9 8 ) entre o u tr o s preb i ó t i c o s , além da otimização das condições de crescimento para a utilização de linhagens não comerciais abrindo possibilidades de i novações. c o merc ial ( L a - 5 ) era l i o fi l i zada e a i s o l a d a (RL24c) foi seca em estufa a 4 5 ° C , processo lento de s e c agem . S e g u n d o L i n ders , 1 9 9 7 as condições d e cre s c i mento, c o m o c o m p o s i ção do meio e pH d u rante o desenvolvi mento da cultura podem i n fl uenciar a atividade residual da biomassa seca. Segundo o mesmo autor c o n d i ç õ e s ó t i m a s d e c re s c i m e n t o res u l t am e m c é l u l as d e L . p la n ta r u m c o m m a i o r ati vidade residual apó s secagem e a apli c ação de s tres s o s m ó t i c o (ex. a u s ê n c i a de c on trole de p H ) diminui a ati v i d ade res i d u a l . S axelin e t a l. , 1 9 9 9 des crevem q u e a o t i m i zação das c o n d i ç õ e s de fermentação s ã o res p o n s áv e i s p o r u m a a l t a t a x a d e s o b re v i v ê n c i a d a s c u l t u r a s l i o fi l i z a d as e q u e t a m b é m p ara c u l turas não c o merci a i s h averia neces s i d ade de otimizar a composição de meio de c u ltura e c o n d i ç õ e s de p r o c e s s o p ara a m e l hora da estab i l i d ade m i c robiana. P ara m a n t e r a c o n fi an ç a e m p r o d u t o s p r o b i ó t i c o s é i m p o rtante d e m o n s trar a s ob revivênc i a das bactérias d u rante a vida de p ratel e i ra d o p ro d u to . A s o brev i v ê n c i a e contagem de células de bactérias p robióticas viáveis, entretanto, varia conforme as linhagens e algumas são particularmente sensíveis a injúria (stre s s ) a m b i e n t a l ( S a x e l i n e t a I. , 1 9 9 9 ) . N o presente trabalho foi observada a d i ferença em termos d e ' s o b re v i v ê n c i a e n tre a c u lt u ra comercial e a isolada. Quadro 1 O • 14 28 35 42 60 90 120 CONCLUS à O Na s ob remes a pronta p ara o consumo as contagens de b actérias l ác ti cas permaneceram na faixa de 1 08 ufc/g durante quatro dias a 70C. Na sobremesa l áctea instantânea em pó as contagens de lácticas mantiveram-se em 1 08 ufc/g durante 1 20 dias de armazenamento a 22°C.para o caso de Lactobacillus acidoplzilus La-S e em 1 07 ufc/g durante 60 dias para o Lactobacillus RL24c. Os parâmetros químicos das sobremesas em pó, em ambos os casos, não sofreram alterações relevantes no período. Exi s te a p o s s i b i l i d ade de i nt ro d u ção de bactérias lácticas em alimentos não convencionais para a formulação de alimentos funcionai s . Contagens médias de bactérias l ácticas e fungos em sobremesa instantânea em pó c o m diferentes culturas l ácticas e armazenadas à temperatura ambiente. ufc/g ufc/g 9 , 6 x l 08 8 , 9 x 1 08 7 , 8 x 1 08 8 ,4 x 1 08 3,2x l 0 ' 1 ,3 x l 0 ' I ,7x l 0 ' 1 ,5x l 0 ' 9 , 2 x l 08 6 , 2 x 1 08 3 , 8 x 1 08 I ,Ox l 0 ' 0,5x 1 O ' 2,5x l 0 ' O b s . : Resultados correspondem a medi a de três determinações; As culturas lácticas foram adicionadas ao p ó na proporção de 0,7 1 %; Cul tura La-5 (liofilizada) I x l O I l ufc/g; Cul tura RL24c (biomassa seca) 1 ,9x 1 09 ufc/g. 3 , 6 x l 07 2 , 8 x 1 07 1 , 7 x 1 07 I ,Ox l 0 ' Nd 0,7x l 0 ' 1 , 2 x l 07 1 , l x l 07 1 , 7 x l 06 3 , 9 x 1 05 0,7x l O' 0,7x l 0' Nd 0,5x I 0' Quadro 2 • O 14 28 35 42 60 90 120 Determinações médias de pH, umidade e acidez de sobremesa l áctea i n� tantânea em p ó com a s culturas l ácticas La-5 e RL24c armazenadas à temperatura ambIente. La- 5 RL24c 6,62 6,53 6,5 1 6 , 47 6,34 6,46 6,43 6,46 6,43 6 , 44 6,46 6,43 2,49 3 ,7 2 2,82 2,98 2,85 3 ,48 3,77 SUMMARY In the last y e ars a gro w i ng i nterest has been appearing in relation to biologically active compounds that besides the supply o f calories and n utrients, they also contribute with a benefit to the consumer's heal t h . Foods that contains probiotic bacteria are a subdivision of functional fo o d s , w i t h the p arti c u l arity t h at they are p r o d u ced by m i c roorg an i s m s and/or c o n tain them alive. The l actic acid bacteria, which have been used in foods for a long time, are considered i n n o c u o u s a n d b e i n g re c o g n i zed fo r t h e i r beneficiai e ffects after i ngestion d u e t o their c ap a c i t y in keep i n g the n o rmal i nte s t i n al functions. Although the list of alIeged effects is e x t e n s i v e and tend t o grow, the s c ie n t i fi c confirmation of t h e evidences, conclus ive tests of the clinicaI effectiveness, are still scarce due t o the c o m p l e x ity o f the events i n v o l ved in b i o l o g i cal tests. There exist a lot o f species des cribed as pro b i o t i c s i n the l i terat u re and b acteri a belonging to the gen us La ctobacillus spp h ave been recogn i zed as o ne of the most i m p o rt a n t g ro u p . I n the p r e s e n t s t u d y two i n s tantaneou s dairy dessert formulations were used containing as ingredients, modified s tarc h, w h e y and p r o b i o t i c l a c t i c a c i d b ac t e r i a , Lactobacillus acidoplzillls La-5 o r Lactobacillus RL24c. During the storage of these p roducts, the probiotic l actic acid bacteria concentration w e re d e t e rm i n e d . I n the fi rst c a s e , the re fri gerated ready to eat dairy d e s sert , with modified cassava starch and added Lactobacillus a c idoph i l ll s La-5 (commerci al c u lt ure o f Chr. 2,48 3,99 3,69 4 , 07 3,6 1 2,77 3,28 3,87 3 ,7 1 4, 1 9 4,35 4,35 4,35 4,84 4,3 5 4,3 5 4,35 4, 1 1 4, 1 1 4,45 4, 1 6 H ansen), showed counts of this bacteria in t he range of 1 08 u fc/g d ur i n g fou r d ay s at 7 ° C independently of the product formulation used. On the other hand , the Lactobacillus acidophilus La-5 added to t h e powdered dessert formulated with com starch and stored at 22 ± 2°C, was maintained in the range of 1 08 ufc/g during 1 20 days. When La ctobacilllls RL24c belonging to the plantarum group was used (probiotic lactic culture isolated from child ' s fecal material), it maintained the initial count leveIs , 1 0 7 u fc/g, for 60 days, fal ling two log cycles after 1 20 days of storage . The chemical p arameters, o f t h e powdered dessert, in both cases, didn ' t suffer important aIterations i n the peri od but, it can be verified that on powdered dessert, there were d i fferences in the s t ab i l i ty of t h e p r o b i o t i c b a c teria u s e d , e v e n d o u g h , m a i n t a i n i n g an acceptable leveis of 1 07 u fc/g up to 60 days o f storage. I t is concluded that t h e composition o f the product d i d n ' t affect the s t ab i l i ty o f the used c o m merci al bacteri a prob i o t i c (La ctobacillus acidoplzilus La-5), demonstrating t h at the fo r m u l ated p o w dered d ai ry dess ert p r o d u c t s u s e d p r e s e n t g o o d p o s s i b i l ities a s v e h i c l e s fo r i nt ro d u c i n g p r o b i o t i c m i c ro o r ganisms in a human diet. Key w o rd s : L a c t o b a c i l l ll s a c idop h i l ll s , Lactobacillus p lantarum, probi otics, stabili ty, dairy dessert, functional BIBLIO G RAFIA AHRNÉ, S . ; NOB AEK, S . ; JEPPSSON, B. et ai. The normal La ctoba c i l l u s fl ora of healthy Pág. 8 6 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS h u man rectal and o ral m u c o s a . J. A p p l . M ic robiol., v. 8 5 , n . 1 , p . 8 8 - 94, 1 99 8 . FARNWORTH, E. R . Designing a proper control for testing the efficacy of a probiotic product. J . Nutrac., Funct. & Medicai Foods. v.2 n.4, 2000. G A R C I A , S . I s o l amento e c aracterização de b ac téri as lácti cas para u s o como prob i ó t i c o . L o n d r i n a , 1 9 9 9 . Tes e ( D o u to rad o ) . U ni v er sidade Estadual de Londrina. GARCIA, T. R. ; LEITE, M . O . ; CERQUEIRA, M. M. O . ; et a I. Isolamento e caracterização de bactérias ácido l ác t i c a s em fe zes de recém nascido alimen tado ao peito. 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Cons tat o u-se uma incidência da prática de adição de soro de queijo em leite em 1 3, 3 % das amostras de leite in natura e 1 7, 8 % d as amostras de leite pas teurizado. Palavras chave: Soro de queijo, Ácido siálico, Leite. INTRODUÇ Ã O O s o ro é u m s u b p r o d u t o de relev ante importância na indústria queijeira tendo em vista o s e u v o l u me e a s u a c o m p o s i ção ( A P R I A , 1 9 7 3 ) . C o m o q u a l q u e r s u b p ro d u t o , s e u a p r o v e i t a m e n t o e s t á s uj ei t o a u m e s t u d o e c o n ô m i c o , v i s an d o p o n derar o s c u s t o s em função do valor dos produtos finais. Na grande maioria das fábricas, o soro é apenas desnatado, podendo uma pequena fração ser devolvida ao produtor de leite que a utiliza na alimentação de s u ín o s ou c o m o fe rt i l i z a n t e s . E n t re t a n t o , a reutili zação de soro de queij o pelos produtores de leite e em alguns casos até por indústrias de l at i c í n i o s , fo i re d i rec i o n ad a em v i r t u d e da competição ostensiva entre os mesmos . O Estado de G o i á s e n c o n t r a- s e e n t re os m a i ores p ro d u tores de l e i te do B ras i l , repre s e n t an d o 1 1 , 2 9 % d a p ro d u ç ão n a c i o n al ( A N U Á R I O E S TAT Í S T I C O DO E S TA D O DE G O I Á S / SEPLAN, 1 996) . E m consequência disto, houve um aumento s ignifi cativo na competitiv i d ade 2 3 de sua comercialização, que aliado a uma redução expressiva (52,50%) dos níveis de preços pagos aos produtores nos últimos anos, os despertou a busca por métodos alternativos para aumentar a margem de l u cro . D e n tre os c am i n h o s e n c o n trado s , des taca-se a a d i ç ã o de s o ro de queij o ao leite. A a d i ç ão de s o ro de q ue ij o em lei te, c o n s i s te em té c n i c a e fi c a z de a u me n t ar a margem de lucro na venda do produto, levando se em consideração dois aspectos : 1 ) facilidade de aquisição do soro, uma vez que trata-se de pro d u to de d e s c arte na prod ução de q ueij o s , podendo s e r obtido sem nenhum c u s to para o produtor; 2) há dificuldade no controle por parte das ind ús tri as , em n ível de p l ataforma, v i s to que a detecção no leite requer i n s trumentação analítica que nem sempre pode ser encontrada nos laboratórios destas indústrias. S oma-se a isto a necessidade de mão de obra especializada para a execução destas análises . Professor do Centro de Pesquisa em Alimentos/EV/UFG Químico do Centro de Pesquisa em Alimentos/EV/UFG M é dico Veterinário do Centro de Diagnósticos e Pesquisas Veteri nárias-C DPV C orrespondência: Centro de Pesquisa em A l i mentos/EV/UFG . Caixa Postal 1 3 1 . 74000 1 -970 E -m ai! : rena@ vet. ufg.br Pág. 8 8 G oi ânia, GO. Pág . 89 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRES SO NACIONA L DE LATiCíNIO S A detecção de s oro de queij o adicionado ao leite in natura e leite pasteurizado tem grande i mp o rtâ n c i a no p a ís . Den tre os m é t o d o s existentes de quantifi cação de soro de queij o a d i c i o n a d o a o l e i te fl u i d o e n c o n tr a - s e a eletrofororese (V ILELA, 1 9 87), a determinação do número de caseína (FURTADO et a t, 1 9 8 8) , o m é t o d o do á c i d o s i á l i c o (WOLFS C H O N N POMB O et at, 1 9 8 5 ) . Neste trabal ho veri fi c o u - s e a ocorrência de adição de s oro de queijo em leite no Estado de Goiás, onde amostras de leite " in natura" e pasteurizados foram analisadas pelo Centro de Pesquisa em Alimentos da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás . MATERIAL E M É TODOS A q u a n t i d ade de s o ro a d i c i o n ad a nas amostras foi estimada por espectroscopia (470 nm), b aseand o - s e na reação c o l o r i métrica e n tre a Ninidrina Àcida e o ácido siálico livre e ligado a glicoproteína do leite e soro industrial . 1. A m os tras mari a fervente p o r 1 0 m i n u t o s ou c o m p leta dissolução do precipitado com desenvolvimento d e c o r vari a n d o - s e d e marro m-amare l ad o . Resfria-se o s tubos e m banho d e água gelada e absorbân c i a d as amos tras determin adas e u m espectrofotômetro . Estima-se a percentagem de s o ro a d i c i o n a d o p o r u m a c u rv a p ad rão previamente estabel ecida. C o m l e i te i n n a t u ra e soro d e q u eij o g e n u í n a s e rec e n t e s , o b t i d o s n a s E s c o l a de Veteri nári a d a Univers i d ade Federal de Goiás, c o n fec c i o n o u - s e p adrões contendo 5 , 1 0, 1 5 , 20. 25 e 3 0 % (v/v) de soro de queij o no leite. S ubmeteu-se o s padrões a tratamento análogo ao descrito para as amostras . I < � Leite in natura • Leite UHT O Leite tipo C Figura 2 - Gráfico representativo dos val ores percentuais de incidência de adição de s o ro de q u e ij o em l e i te " i n natura" , leite U H T e leite t i p o C no Estado de Goiás . Das 7 1 amostras de leite analisadas, 1 5,0% ( 1 1 ) apresen taram res u l ta d o p o s i ti v o p ara a adição de soro de queij o (fig. 1 ) . 1 50/0 a h c Ausência de soro F i gura 1 - G rá fi c o r e p re s e n t a t i v o do v a l o r percentual de i ncidência da adição de soro de queij o em leite no Estado de Goiás. Nos gru pos específicos, a incidência deste tipo de fraude ficou em 1 3 , 3 % (6), 20,0%(2) e 2 1 , 4 % ( 3 ) para o leite in n a tura, leite UHT e l e i t e t i p o C re s p e c t i v a m e n t e ( fi g . 2 ) . P ara caracterização da presença de soro nas amostras, l e v o u - s e em c o n s i d eração aq u e l as q u e a p re s e n t aram u m a p e rc e n t agem de s o ro d e queij o acima d e 2 , 5 % (v/v ) . Os n ívei s de s oro detectados nas amostras o s c i l aram entre 4 % e 2 6 % ( fig. 3 ) . 1 3,30% 2 1 ,40% RESULTADOS E DIS C USS à O P resença d e soro ---''Y;,<<<<c',,<<<<<<<<< < 20, 00% 3. Estab elecimento da curva padrão U m to tal de 7 1 amos tras de leite fl uído fo ram d i s tri bu ídas em três g rupos : a)Le i te in n a t u ra (45 a m o s tras ) , e n c am i n h ad as por produtores as grandes indústrias de laticínios do e s t a d o de G o i á s , o n d e fo ram res fri a d a s e encaminhas ao CPA/EV/UFG; b) Leite UHT ( 1 4 amostras) e pas teuri zado tipo C ( 1 2 amostras) de marcas comercializadas na cidade de Goiânia. 2. Preparo das amos tras Em tubos de ensaio conten do 1 0 mL de amos tra, ad i c i o na-se sob agitaç ão 1 0 mL de á c i d o tri c l o ro a c é ti c o 2 4 % . D e c o rri d os 30 minut os de repous o filtra- se a mistur a e m papel de filtro. Transfere-se uma alíquo ta de l O mL do fil trado para tubos de centrí fuga e adicio na-se 1 mL de ácido fos fotúng stico e centri fu ga-se por 1 0 m i n u t o s a 3 5 00 rp m . D e s c arta- s e o cuidad osame nte o sobren adante e ao precip itado foi adic iona-s e 6 mL de álcool etílico a 95% e s u b mete- se o s i s tema a n o v a centri fu g ação. Despreza-se novam ente o sobren adante e seca s e o prec i p i ta d o com fl u x o de n i tr o gê nio. Ad i c i o n a-se 2 m L d e á c i d o acéti c o glacia l e I mL de Ninid rina Ácida ao precip itado seco. Homo geiniz a-se a mistur a e a subme te-se a banho ANAIS D O XVIII C O N G RESSO NACIONAL D E LATIcíNIOS Entrada Amostra % de soro dequeijo 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 A I" A2 A3 A4 A5 A6 A7 h A8h A9h A I O" 4,7 4,0 6,9 26,0 1 5,4 4,4 1 4, 0 1 3 ,0 4,7 5,9 a a a a a Amostras de Leite in natura Amostras de Lei te UHT Amostras de Leite Tipo C Figura 3 - Tab e l a rep res e n t a t i v a d o s per centuais de soro de queij o encon t r a d o s em a m o s t ras d e leite in natura, leite U H T e leite p asteu rizado do Estado de Goiás. A alta incidência de adição de soro de queijo em leite, pri n c i p almente em leite pasteuri zado distribuídos ao consumidor, surge como fruto de um mercado consumidor altamente competitivo, onde métodos al ternativos para a red ução do p re ç o final ao c o n s u m i d o r e man u te n ç ão da . . margem de l u cro são ampl amente u t I l i zad o s . Os resultados apresentados evidenciam q u e um alto índice de d ição de soro de queij o em leite c o merc i a l i zado no Estado e G o i á s , e p ro v a velmente esta prática está s e n d o adotada em digitalizado por outras regiões do país . Tal procedimento é tido como fraude, uma vez que está em desac � rdo com a legis l ação n ac i o n a l ( Artigo 5 4 3 , Item nO 3 do RIIS POA). C ONCLUS à O A adição de soro de queij o em leite é uma prática de fraude amplamente difu n d i d a e � tre . , prod utores e algumas i n d ús trias de l atIcll11os . . To r n a - s e n e c e s s ár i o o d e s e n v o l V i me n t o d e metodologia efi caz, d e fácil execução e �a�sí:v el de i m p l an t ação n as i n d ú s t ri as de l � t l C l l11 0 S i d ô neas para monitoramento d e s u a s hnhas d e captação de leite, b e m como a necessid � de de uma rígida fis calização por parte das entidades c o mpeten tes . SUMMARY The present work verified the addition of whey in raw milk and pasteurized s amples in the State of Goiás. Sialic acid was men s u rated by colo r i m e t r i c t e c h i q u e o f n i n i d r i n a c i d . A n incidence of w hey addition o f 1 3 , 3 % was veri fi e d i n raw m i l k s am p l es and 1 7 , 8 % i n pas teuri zed milk samples. Key-word s : Whey, S ialic Acid, Milk. BIBLIOGRAFIA Traitements A P R I A . 1 97 3 . Les Lactoserums et Ulitlisations . Association pour l a Promotion Industrie - Agriculture. Paris, França, 262 p . A N U Á R I O E S TAT Í S T I C O D O E S TA D O D E GOIÁS/SEPLAN - Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento Regional, Goiânia, GO. 1 996. V ILELA, S . C . Detection de s uero de queseria agregado a leche pasteurizada e leche e � polvo. Deteri m i n ac i o n deI g l i c o macro p e p t l d o p o r e l ec t r o p h o re s i s . Tes i s d e M e s trad o . U n iver sidade Autral de Chile, 1 9 87. FURTADO, A. M . M, WOLFSCHOON-POMBO, A. F. Q u an t i fi fi c ação de S o ro de Q ueij o A d i c i onado ao Leite Pateurizado Através da Determinação do Número de Caseína. Ver. Inst. Lat i c . Cândido Tostes, 43 (260 ) ; 3 - 1 1 , 1 9 8 8 . WOLFS C H O N N - P O M B O , A . F. , & P I N TO , A . P. E D d e F . A quantitative method for the detection o f rennet w hey i n m i l k . C i ê n c i a e Tec n o l o g i a d e A l i me n t o s , 5 ( 2 ) : 1 1 1 - 1 1 5 , 1 985. arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS AVALI �ÇÃO DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO E TIPOS DE ENTEROTOXINAS ESTAFI LOCOCICA ENCONTRADAS EM LINHAGENS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E EXTRATOS DE AMOSTRAS D E QUEIJO TIPO MUSSARELA FABRICADO NA R EG IÃO DE GOIÂNIAaGO Evaluation of the potential of production and the type of Staphylococci enterotoxins found in strain of S. aureus and extracts of samples of cheese type mozzarella N I COLAU , E . S.l; KUAY E , A . Y.2; M ESQU I TA, A. J . l ; O L IV E I RA, G. R.3 RESUMO Foram an �l i s ada s 2 1 8 amos �r � s colhidas d urante o p rocessamento de queij o tipo . , . . mu � � arela em ; r� s mdustnas de latlclmos pertencente a diferentes categorias instaladas na . regl ao d� GOlama-GO. Estas amostras foram submetidas à contagem de S . a u reus , das . quais fOI detectado a � resença deste agente em 5 8 , 2 % ( 1 27/2 1 8 ) . Das amostras positi vas ? ara S. a u re us foram Isoladas 4 1 9 cepas. Foram anal isadas 3 1 , 5 % ( 1 3 2/4 1 9 ) das cepas Isoladas, quanto ao potencial de produção de enterotoxina s, utilizando-se o "KIT OXOID SET-RPLA" . Das cepas anali sadas, 9,8% ( 1 3/ 1 32) apresentaram potencial para produção . de e n terotoxma. Destas, 8 ( 6 1 , 5 % ) pro d u zi ram entero t o x i n a " A " , 3 ( 2 3 , 1 % ) " B " , I ( 7 , 7 % ) " C " e 1 ( 7 , 7 % ) " A B " . F o i a v a l i a d a também a p r e s e n ç a de en tero t o x i n a s estafi l ocóci cas diretamente em ex tratos de 3 4, 8 % ( 76/2 I 8 ) d a s referi d as amostras . A presença de enterotoxin as foi detectada em 9,2% (7/76) das amostras, sendo que destas ' 5 (7 1 , 5 % ) eram enterotoxin as do tipo "A" e 2 ( 2 8 , 5 % ) " B " . Palavras-C have : Q ueij o Mussarela; Stap hy lo coccus a u re u s ; Enterotoxí nas. ANAIS D O XVI I I C O N G R ESSO N AC I O N A L DE L AT i C íN I O S c re s c i mento rep re s e n t o u a p e n as 4 0 , 3 9 % , p a s s an d o d e 1 4 . 4 9 7 . 5 3 6 m i l l i tros p ara 2 0 . 3 5 3 . 7 5 3 mil litros anuais. Em função da i mp ortânc i a econômica e social da indústria queij ei ra p ara o Estado de Goiás e, particularmente, do queij o mussarela, p r o p ô s - s e o p re s e n te e s t u d o que teve c o m o obj etivo maior avali ar a s condições higiênico s an i t á r i as d o p r o c e s s am e n t o deste p r o d u t o , elab orado em estabe l e c i me n t o s de t r ê s c ate gorias d i s ti n tas na Região d e G o i ân i a- G O , através do m o n itoramento de pontos crític o s de contaminação microbiana, em particular, por S. a u reus. Neste caso, determinou-se o potencial das mesmas para produzir enterotoxinas , a sua p o s s ível presença e a i de n t i fi c ação d o s tipos presentes nos extratos das amostras analisadas . A s s i m , d i ante da i ne x i s t ê n c i a de inves tigações n a área, dec i d i u - s e p e l o d e s e n v o l v i mento d e s t e trabalho de p e s q u i s a c o nj u nto envolvendo as i n d ú s trias l at i c i n i stas locais, o Centro de Pesquisas em Alimentos da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás e o Laboratório de H i giene do D ep artamento de Te c n o l o g i a de A l i me n t o s da Fac u l d ad e de Engenharia de Alimentos d a UNICAMP. 1 . 1 . Revisão de Literatura 1 . 2. O Leite e s u a I m p ortância 1. INTRODUÇà O Em d e c o rrên c i a do p ro c e s s o de i n ter n a c i o n ali zação d a e c o n o m i a, o setor l e i teiro bras i le i ro vem passando p o r vári as tra n s for mações, desde a melhoria da qualidade do leite n a faz e n d a , c o l h e i ta e tran s p o rte do l e i te refrigerado a granel . O utro fator c o n s i ste no s u rg i mento benéfi c o d a c o mpeti t i v i d ade por melhor qualidade dos produtos, além do custo de produ ção e comercialização. O Estado de Goiás tem experimentado um crescimento expressivo na produção leiteira em r e l a ç ã o aos E s t a d o s q u e c o m el e fazem fron te i ra s . Te m sido o b s ervado t a m b é m n o E s t a d o u m ráp i d o c re s c i me n t o de p e q u e n as i n d ú s tr i as l a t i c i n i s t a s , em um p e r í o d o 1 2 3 r e l a t i v a m e n t e c u r t o , c o m d e s t a q u e p ara a s i ndústrias destinadas à fabricação de queijo tipo m u s s are l a . E n t re ta n t o , veri fi c a- s e en t re as i n d ú strias uma d i vers idade muito grande em relação aos p ro c e s s o s t e c n o l ó g i c o s e a o s aspectos higiênico-sanitários na produção, o que se reflete na qualidade final dos queij os fabricados nesses estabelecimentos . De 1 990 a 1 997, segundo dados do IBGE e FNP, a produção de leite no Es tado de G o i ás aumentou de 1 .07 I .966 mil litros, representando 7 , 3 9 % da prod u ç ão n a c i o n a l , para 2 . 2 9 7 . 2 7 6 m i l l i tros a n u a i s , repre s e n t a n d o 1 1 , 2 9 % d a produção nacional, um in cremento de 1 1 4,30% e m 7 an o s ; e n q u a n t o q u e n o p aís e s te Professor do Depto. Medicina Veterinária. Escola de Veterin ári a _ UFG. Pro e � sor d a Faculdade d e Engenharia de Alimentos - UNICAMP. QUI mico de Centro de Pesqu i s a em Alimentos. Escol a de Veteri nári a _ U FG. f O leite é considerado o mais nobre dos a l i mento s , dada s u a composição pecu l i ar rica em proteína, gordura, Carboidratos, sais minerais e vitaminas . Constitui o alimento essencial dos re c é m - n as c i d o s , p ara t o das as e s p é c i e s de mamíferos , i nc l ui ndo o homem; para a espécie humana, em particular, é i ndicado para todas as idades e as restrições ao seu uso são limitadas a c a s o s excep c i on a i s . O mesmo se a p l i c a p ara todos os derivados lácteos (Oliveira, 1 99 9 ) . Res u l ta d o d e u m a s ín t e s e perfe i t a d a n a t u re z a , o l e i te é fu n d amental p ara a a l i m e n t a ç ão h u man a ; n o e n t a n t o , s u as características nutricionais especiais constituem se em seu p o n to mais fraco , sendo altamente perec íve l , e x i g i n d o gran d e s c u i d ad o s e procedimentos tecnológicos adequados, desde a produção até o consumidor final, para que sejam mantidas s uas características de qualidade como al i mento ( B orges et al . , 1 9 8 8 ) . 1 . 3 0 Q u e ij o M u s s a r e l a O queij o mussarela é um d o s mais populares e de maior consumo no mercado brasileiro, em função, principalmente, da d ivers idade de sua u t i li zação (Furtado, 1 99 7 ) . A l é m d o s aspectos n u t r i c i o n a i s rel aci o nados diretamente à s u a composição, o q ueij o também se destaca pelas s u a s característic as sensoriais e de digestibi l i d ade e de aroma, s abor, textura e consis tênci a variáveis em função d o t i p o . Do ponto de v i s t a n u tricional, o queijo é c o n s i derado u m al i mento altamente n utriti v o ,d a d o s o s s e u s t e o re s d e proteínas, gordura, c á l c i o , fó s fo ro e v i t a m i n a s . E m r a z ão d a v ar i e d a d e d e a m i n o á c i d o s q u e p o s s u e m , a s proteínas presentes n o queij o são d e alto valor b i ológico, sendo consi deradas proteínas com pletas como as da carne e as do ovo, o que as t o r n a i n d i s p e n s áv e i s à s ín te s e de proteínas específicas do organismo ( Mendes 1 99 7 ) . 1 . 4 . L e i te c o rn o F o n t e d e C o n t a m i n a ç ã o N a s aú de pública, o leite ocupa l ugar de destaque em n utrição humana. Contudo, ao lado da i n d i s c u t í v e l q u a l i d ad e i n trín s e c a , h á o p e r m an e n t e ri s c o do l e i t e s e rv i r c o m o v e i c ulador de microrgani s m o s p atogênicos ou de ser alvo de fraudes d u rante o process amen t o . O controle higiênico-san i tário dos rebanhôs e da ordenha é fu ndamental para se garantir a composição ideal do leite e reduzir o risco de trans missão de agentes de doenças ( O l iveira, 1 999). A o c orrê n c i a d e a l g u n s s ur t o s de i ntoxicação ali mentar estafilocócica atribuídos ao c o n s u mo d e l e i te e d e r i v a d o s t e m d e te r m i n a d o a real i z a ç ã o de v á r i a s i nv e s t i gações com a finalidade de verificar a presença de Staplz y l o c o c c u s a u re u s e a c a p a c i d ad e e n tero to x ig ê n i c a d a s c e p a s i s o l a d as d as a m o s tras d e s s e s p ro d u to s . A t r a v é s d es s as investigações , tem sido possível avaliar o risco p o t e n c i al d e i n t o x i c aç ã o a l i me n t a r p ara a população consumidora dos referidos alimentos ( Araúj o , 1 9 8 4 ) . A i n g e s t ã o de q u e ij o s e m c o n d i ç õ e s i n adequadas d e c o n s u m o p o d e trazer graves conseqüências para a pop ulação, sendo portanto um prob lema de saúde p úb l i c a ; v ários s ão o s rel atos d e i n t o x i c aç ã o a l i m e n t ar d e v i d o a o consumo de queijos ( Pereira, 1 99 1 ) . A contami nação d o queij o p or S . a u re u s p o d e o c o rrer via g a d o l e i te i ro com mas t i te aguda ou c r ô n i c a , a p ó s a pasteuri z ação pela u t i l i zação de fermentos não ati v o s , d urante a m an u fatura, armazen amento em t e m peratura inadequada e, principalmente, pela sua manipu l ação ( D i a s , 1 9 9 5 ) . Pág . 9 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1 . 5 . Stap hy lo c o c c ll S q u e ij os a ll r e ll S em leite e Segundo Iaria ( 1 99 1 ), uma vez no alimento e havendo condições favoráveis o S. a ureus pode m u l t i p l i car-se ati ngi n d o n ú meros elevados e, dependendo da cepa contaminante, pode haver a p r o d ução de enteroto x i n a s . É c o n s i derado internacional mente que n íveis de 1 05 ou mais por g/mL de a l i me n t o , pode ter s i g n i fi ca d o epidemiológi c o em relação a p o d e r o c as ionar intoxicação al imentar, constituindo ass i m em um alerta. Porém, 1 03 a 1 04 UFC/g j á significam risco à saúde pública (ICMSF, 1 98 3 ) . D e acordo c o m YI - Cheng S u e t aI. ( 1 997) a s imples presença de Staphylococcus a u reus n o a l i mento i n d i c a um alto p o te n c i al p ara p r o d u ç ão de e n terot o x i nas que c a u s am intoxicação ali mentar. Assis et aI . ( 1 99 1 ) analisaram 50 amostras de queijo mussarela em Lavras-MG constataram 7 8 % das amostras p ositivas p ara S. a u re u s e contagens entre 1 03 e 1 05 UFC/g. Estudos realizados com cepas isoladas de d e r i v a d o s l ác t e o s , m o s traram e n t e r o to x i genici dade variando d e 0 , 0 a 5 6 , 5 % ( Bennet et a I . , 1 9 8 6 , C as tro et aI . , 1 9 8 6 , Ken n y et a I . , 1 99 3 , Mas ud e t aI . , 1 99 3 , R uzickova, 1 9 94) . 1 . 6 . P r o d u ç ã o de Enterotoxinas A t u a l me n te s ã o c o n h e c i d o s 9 t i p o s de enterotoxinas estafilocócicas A , B, C l , C2, C3, D , E, G e H, as quais na maioria, se ingeridas via alimentos contaminados p odem c au s ar intoxi cação a l i me n t ar. O S. a u re u s é t i d o c o m o o maior causador de intoxicação alimentar, e s uas enterotoxi nas s ão freqü entemente encontradas em al i me n t o s p ro c e s s a d o s sob c o n d i ç õ e s higiêni cas precárias (Bergey ' s manual , 1 994). Estudos têm mostrado que a presença de quantidades menores que l mg de enterotoxina "A"/20g de queij o , p ode produzir sintomas de i n t o x i c a ç ã o al i me n tar em h u man o s , emb ora q u anti d ades m a i o res de o u tras entero t o x i n as ( e x : 2 0m g de e n t eroto x i n a " B " ) p o d e m s e r n e c e s s árias p ara p r o v o car s i nto mas de i n t o x i c ação a l i m e n t ar ( R aj et aI . , 1 9 6 9 ; B ergdoll , 1 9 8 9 ) . Apesar de n ã o s e r c o m u m a intoxicação e s t a fi l o c ó c i c a c a u s a a mo rte, ela o c o rre o c as i o n a l m e n te em c r i a n ç a s m u i t o n o vas e pessoas idosas que estejam s o frendo de outras doenças (Cerqueira-Campos et aI . , 1 99 3 ) . E m p e s q u i s a rea l i z a d a n a reg i ã o de C a m p i n as - S P, d e 5 7 4 c o l ô n i a s de S. a u re u s i s o l ad a s de l e ite cru 4 2 3 ( 7 3 , 7 % ) e r a m e n t e ro t o x i g ê n i c as e 4 5 4 ( 7 9 , 4 % ) c o a g u l as e p o s i t i v a e D N ase p o s i t i v a ( O l i ve i r a , 1 9 9 5 ) . N o trabalho d e Tanaka ( 1 995), foram realizados e s t u d o s s o b re a p r o d u ç ã o e d e t e c ç ã o de enterotoxinas em 44 cepas de S. a ureus isoladas de diversos tipos de alimentos, divididos em 2 grupos : 25 cepas envolvidas e 1 9 não envolvidas em s u rt o s de tox i n fe c ção a l i m e n tar. D as 2 5 cepas envolvidas em s urtos, 1 5 foram produtoras de enterotoxinas A, 4 de B e 4 de A e B simul taneamente. Das 1 9 cepas não envolvidas em s urtos, 6 produziram enterotoxinas A e uma B . 1 . 7 . I n t ox i c a ç ã o A l i m e n t a r E s t a fi l o có c i c a Sabioni et aI. ( 1 9 8 8 ) , relataram u m s urto de i n t o x i c a ç ão a l i me n t a r o c o r r i d o em O u ro Preto-MG no ano de 1 9 87, que aco meteu uma família de baixa renda, a q u al havia ingerido q ue ij o fre s c al c o n ta m i n ad o c o m S. a u r e u s , produtores de enterotoxinas do t i p o A , B , D e E, apresentando contagem de 9 , 3 x 1 07 UFC/g. Pereira et aI. ( 1 99 1 ) descreveram um s urto ocorrido em B . Horizonte-MG, no ano de 1 990, em que 5 p e s s o as s e i n tox i c ar a m i nger i n d o queijo. Na análise deste foi detectado S . a u reus p r o d u t o r de e n tero t o x i n a tipo B , sendo a contagem de 2,0 x 1 07 UFC/g. As investigações revel aram que o queij o havia s i d o process ado com leite não pasteurizado e, provavelmente, a contaminação tenha se originado da mani p u lação durante o processamento ou então, do leite não pasteurizado i n fectado através da mastite . E m 1 9 9 2 , o u tro s urto fo i r e l atado p o r S abioni e t aI. ( 1 994), e m Ouro Preto-MG. Neste, 1 1 pessoas adoeceram, com 3 hospitalizações. As análises microbiológicas realizadas em queijos frescai s s u s pe i t o s , r e v e l aram 1 0 8 U FC/g de S. a u r e u s p r o d u t o re s de t o x i n as A, B e D . O queij o envolvido havi a s i d o produzido com leite c ru e c om e rc i a l i z ad o pelo p ró p ri o fabricante, sem qualquer refrigeração. É importante ress al tar, que o q ueij o tem sido um dos ali mentos comumente associado com i n t o x i cação a l i mentar e s tafi l o c ó c i c a (Lavette e Tatini , 1 99 2 ) . S abioni et aI . ( 1 994), citaram casos de intoxicação estafilocócica causada por queijos frescais. En t re os a n o s d e 1 9 9 2 e 1 9 9 4 foram notificados 21 s urtos de toxinfecção alimentar p rovocados pela ingestão de q ueij os em B e l o Horizonte onde, 2 3 9 pessoas foram expostas e , aproxi madamente, 2 1 8 ( 9 1 , 2 8 %) apresentaram s i nto mato l o g i a caracterís t i c a de i n t o x i c ação es t a fi l o c ó c i c a . Dos 2 1 s u rt o s n o t i fi c a d o s , A N AI S DO XVIII C O N G R ES S O NACIONAL D E L AT i C í N I O S a u reus 1 8 ( 8 5 ,7 1 %) revelara m a presenç a de S. , em contage ns de 1 05 a 1 09 UFC/g do produto (Dias , 1 9 9 5 ) . . N u m s u rt o de t o x i n fe c ç ão al i me ntar fan�ília mesma uma de envo lvendo sete pessoas após a ingestão de queijos produzi dos em Mmas Gera i s , fo i obtida c ontagem de S. a u re u s de de 2 9 X 1 08 UFC/g, tendo sido isoladas cepas tipo do xina enteroto ram produzi que reus u a S: H , Pereir a, et aI. ( 1 9 9 5 ) . .. S egundo Carvalh o et aI. ( 1 996), ? S queiJ � s p r o d u z i d os c o m l e i t e c r u t ê m S i d o m a i S fre q üe n t e m e n te i n cr i m i n a d o s e m. s u r t o s d e t o x i n fecção a l i mentar, e m b o r a h aj am relatos de surtos assoc i ados a queij o s fabricad os com leite p asteuri zad o . Para se fazer a prevenç ão de intoxicação a l i m e n t ar, d e v e - s e e v i t a r o e x c e s s o de man i p u l ação d o a l i me n t o , refriger ação i n � u ficiente, preparaç ão do ali mento c o m exceSSiv a ant e c i p aç ã o , p ráticas de h i giene defi cientes, cocção o u tratamen to térmi c o i n s u fi c i � nte do alimento , man u t e n ç ão destes em l o c ai S com tempera turas que p e r m i t e m o c re s c i me n t o b acteriano (Jay, 1 99 2 ) . As operações de limp eza e sanitização n a indústria d e alimentos contribuem c o m o forma i mp o rtante no c o n trole higi ê n i c o - s an i tári o e as s i m na q u a l i d ade do p ro d u t o fin al ( K u aye, 1 996). Sem garantir a qualidade de seus produtos, n ão h á emp re s a que c o n s i g a s o brevi ver n u m mercado competitivo, c o m o é o c a s o d o setor de alimentos e p articularmente o de l aticínios. Além disso, cada vez mais os consumidores estão conscientes de seus d ireitos e exigem produtos de qualidade superior. Daí que hoje se pode dizer q u e a q u al i d ad e e s t á d i re t a m e n t e l i g a d a à satisfação do consumidor (dos S antos, 1 996). de fabri c a ç ã o ; 1 1 ) q u e ij o a p ó s 20 d i as de fab r i c a ç ão ; e, 1 2) q u eij o s a p ó s 30 d i a s de fabricação. 2 . 2 . P e s q u i s a d e c e p as e n t e r o t o x i g ê nicas A l é m d a pesq u i s a d a potenc i a l i d ade de produção de enterotoxinas pelas cepas is� l adas, fez-se também a pesqu i s a da enterotoxma em amostras de leite cru, massa acidificada e queijo de 30 ciias de fabricação. 2 . 2 . 1 . Técn ica u s a ndo RPLA" 2. MATERIAL E M É TODOS • • • o • • 2 . 1 . A m o s t r a g em Foram colhidas e analisadas 2 1 8 amostras, em diferentes pontos, críticos de contaminação, ao l ongo da linha de process amento de queij o m u s s ar e l a em três d i fe r e n t e s i n d ús t r i a s class i fi cadas como padrão A , B e C, a saber: 1 ) leite na plataforma de recepção ; 2 ) leite no t a n q u e de c o a g u l ação, antes de adi c io n ar os i n gre d i e n te s ; 3) s o ro ferme n t o ; 4 ) mãos de man i p u l adores ; 5 ) mas s a logo após a dessora; 6 ) mas s a após a acidificação ; 7 ) massa após a fil agem; 8) mãos de man i p u l adores ; 9) queij o após 1 d i a d e fabricação ; 1 0) queijo após 1 0 dias Pág. 94 digitalizado por • "Kits O x o i d SET Distrib u i u -s e 2 5 � L do d i l u ente do kit dentro de cada p o ç o da microplaca (5 fileiras em 8 c o l u n as ) ; 4 fi leiras p ara enterotoxinas A, B, C e D, 5a fileira para o látex controle; 7a coluna p ara amostra teste da e n t e ro t o x i n a , e a 8a p ara enterotoxina c o ntrole positivo e l átex c o n t ro l e . Adicionou-se 2 5 � L do cresci mento da cultura para o 1 Q poço de cada fileira. Misturou-se e transferiu-se 25�L para o 2Q, 312, 4Q, 5Q, 6u e 7Q poços sucessivamente. Descartou-se 2 5 �L do 7Q poço. A d i c i o n o u - s e 25�L do d i l u ente ao 8 12 p o ç o de c a d a fileira, respectiv amente . Agitou-s e vigorosa mente a suspensão da c o b ert u ra l át e x - a n t i c o r p o p ara c a d a enterotox ina ( A , B , C e D) e o látex. Adiciono u-se 25�L do respectiv o látex para os poços de cada fileira (A, B , C , D e l átex controle) . A d i c i o n o u - s e 2 5 �L d a s o l u ç ão d e enterotoxina p ara o 812 p o ç o ; " A " para a la fileira, "B" para a 2a, "C" para a 3il, "D" para a 4a, e o látex controle para a 5a fileira, respectivamente. Misturou-se o conteúdo de cada poço, agitando a placa. Colocou-se a placa em uma câmara úmida para prevenir evap oração. D e i x o u - s e as p l a c as em rep o u s o a temperatura ambiente por 20 a 24horas. 2.2.2. Interpretação do teste Fez-se as leituras através da observação da aglutinação ou não em cada poço. A ausência de aglu t i n ação (teste negat i v o ) res u l t o u em um botão firme. Quando visto por cima do poço, o b otão é semelhante a uma ponta infi n itamente fina. O res ultado do teste positivo foi indicado pela ausência do botão. O grau de aglutinação ( p e q u e n o ou a u s ê n c i a do b o tão ) i n d i c o u a arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESS O NACIONAL DE LATICíNIOS quantidade de enterotoxina presente na amostra. U s o u - s e um fu ndo preto d u rante a l ei tura do resultado do teste. O controle positivo ( 8ll poço) p ara cada enterotoxina não mostrou o botão, e o 8ll p o ç o ( 5ll fi l e i ra) c o m l átex c o n tr o l e mostrou um botão. Reação positiva nestes poços i n d i c a reação por i nterferência de s ubstâncias. Se o látex controle e a amostras teste (nos poços da 5n fileira) s ão positivos na mesma diluição, o teste é considerado negativo. Se a amostra teste é p o s i t i v a na d i l u i ç ão m a i o r do q u e o l atex controle poço na 5ll fi leira, este é considerado positivo. 3 . RESULTA D OS E DIS CUSS à O 3 . 1 . Aval i a ç ã o do p o tencial de cepas de S. a u r e u s i s ol a das no p ro c e s s a m e n to a p r o d u z i r em e n te r o t ox i n as A Tabela 1 mostra a distribuição de 1 3 2 cepas de Staplzylococcus aure us, de 4 1 9 isoladas de 2 1 8 a m o s t ra s , q u a n t o ao p o ten c i a l de p r o d u ç ã o de enteroto x i n a s , a l é m d a s c e p a s positivas. Foram selecionadas cepas isoladas e m t o d o s o s p on t o s d o fl u x ograma n o s t r ê s es tabeleci mento s . ANAIS DO XVI I I C O N G R ES S O N A C I O N A L D E LATi CíNIOS Os d a d o s revelam m a i o r contri bu ição d e cepas positivas para o potencial d e produção de enterotoxi nas das provenientes das amostras de leite cru, independente da categoria da indústria. A c o n tri b u i ç ã o do l e i te c r u a t i n g i u 1 8 , 5 % ( 5/ 2 7 ) d o tota l . Esta constatação acompanha resultados anteriores e reforça as recomendações para a necessidade de se resfriar e pasteurizar o leite a s e r u t i l i zado na fabri cação do q u e ij o m u s s arel a, evitando a s s i m a p ro l i feração e a produção de enterotoxi n as estafi l o c ó ci cas . Ava l i ando-se os res u l tados das amostras provenientes d o estabelecimento d a categoria "A" observa-se que não h o u ve i s ol amento de nenhuma cepa enterotoxigênica a partir do leite pasteurizado, demonstrando que a pasteurização do leite associada a boas práticas de fabricação podem reduzir a possibilidade da existência da toxina no produto fin a l . Avali ando-se os res ultados obtidos para as cepas de S. aureus provenientes das indústrias das categori as "B" e "C", que não pasteurizavam o leite , observamos a detecção de cepas p oten cialmente produtoras de enterotoxinas ao l o ngo das várias etapas do p ro c e s s amento, i n d icando as s i m possíveis defi ci ên cias relacionadas com as condições higiênicas em geral . Tabela 1 . Dis � r� buição do número de cepas de S. a ureus isoladas , analisad as e o número de cepas . pOSItIva s para o potencIa l de produçã o de enteroto xinas conform e os pontos de colheita e a categori a dos estabele cimento s, na Região de Goiânia -GO, no de Total 3/1 3 0/3 1/1 3 0/1 1 3/34 1/1 3 Poso = cepas positi vas. n= cepas i s oladas; analisadas ; positivas. 5/48 7/48 3/48 1/48 8/48 4/48 2/48 2/48 3/48 3/48 4/48 015 1/7 1/3 0/1 0/8 0/4 0/2 0/2 0/3 0/3 1/4 1 217 1 817 1 1 7/7 1 4/7 1 317 1 917 1 1 17 1 4/7 1 3/7 1 3/7 1 317 1 4/7 1 48/ 1 63 5/48 7 1/222 2/1 2 1/8 2/1 7 0/4 0/3 1/9 0/ 1 0/4 0/3 0/3 0/3 1/4 7/7 1 27/ 1 32 1 3/ 1 3 2 24/ 1 3 2 1 0/ 1 32 4/1 32 1 7/ 1 32 5/1 32 7/1 32 5/1 32 6/1 32 6/1 32 8/1 32 5/27 1/13 3/24 1/10 0/4 1/17 015 0/7 015 016 016 2/8 1 32/4 1 9 1 3/1 32 3 . 2 . Avaliação da presença de enterotoxinas em amostras COLHIDAS em DIFERENTES p o n tos do p r o c e s s a m e n t o A Tab e l a 3. refere-se à d istri b u i ção das amostras avaliadas e positivas quanto a presença Tabela 2 - Distribuição dos tipos de enterotoxinas produzidas pelas 1 3 cepas de StaphylococcltS a u re u s potencialmente enterotoxigên i c as . A 8 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 enterotoxigênicas d e S. a ureus d e acordo c o m os tipos encontrados. Observa-se que das 1 3 cepas enterotoxigênicas, 8 (6 1 , 5 % ) produziram entero toxina A, 3 (23 , 1 %) B, 1 (7,7%) C e 1 (7,7%) AB. Os percentuais encontrados nesta pesquisa foram semel h antes ao trab a l h o de Fernandes ( 1 99 8 ) , para enterotoxína A , porém superiores aos encontrados por A de s i y u n et ai ( 1 9 92) e inferiores aos de Nervino et ai ( 1 99 8 ) , os quais e n contraram 6 5 , 2 % , 4 0 , 0 % e 7 7 , 8 % . respec tivamente. Quanto à enterotoxina B o resultado foi superior ao de Nervino et aI ( 1 998), mas foi i n ferior aos e nc o n trados p o r A d e s i y u n et ai ( 1 992) e Fernandes et ai ( 1 99 8 ) , que obtiveram 1 1 , 1 % , 44, 5 % e 7 6, 9 % , res p e c t i v amente. A enterotoxina C ocorreu c o m menor freqüência que os registrados por Adesiyun et ai ( 1 9 92) e Fe rnandes et ai ( 1 9 9 8 ) q u e foram 4 6 , 5 % e 4 6 , 2 % , re s p e c t i v amente . Para a enteroto x i n a AB n ã o foram encontrados dados na l iteratura. Outra observação i mportante a partir dos res ultados apresentados refere-se à operação de fi l agem e a afirmação de que este tratamento térm i co s u b s t i t u i r i a a pasteurização . P ara os estabe l e c i mentos "B" e " C " , veri fi c o u - s e a presença de cepas de S. a ure us, após o proc esso . de filagem, capazes de produzirem enterotox1l1as. O percentual de cepas de Staphy!ocO CCllS a u re u s p o t e n c i al mente p r o d u t o ras de ente rotoxinas oriundas das amostras analisadas neste trabalho apresentou-se em número superior aos enco n trados p o r A raúj o ( 1 9 8 4 ) , L o p e s et aI ( 1 990), e Adesiyun ( 1 994) 0,5 % , 4,7 % e 7 ,7 % , re s p e c t i va m e n t e ; p o rém, f o i p ró x i m o aos encontrados por Lombai et ai ( 1 9 80) e Cerqueira Campos & laria ( 1 983) os quais obtiveram valores de 1 1 ,0% e 1 0,0%, respectivamente. Por outro lado, os res ultados foram inferiores aos obtidos por C abral ( 1 9 8 3 ) , D e B u yser et ai ( 1 9 8 7 ) , Schocken-Iturrino e t a i ( 1 9 86), Valle e t a i ( 1 990), Isigidi ( 1 992), Pereira et aI ( 1 9 94), Herrero et ai ( 1 997), Rosec et ai ( 1 997) e Sena et aI ( 1 998), cuj o s valores foram de 1 8, 0 % , 24, 0%, 1 5, 8 % , 74, 0 % , 1 6 ,2%, 42, 9 % , 1 6, 6 % , 36, 1 % e 2 7 , 5 % , res pectivamente . A Tabela 2. mostra a distribuição numérica das en terot o x i n as p ro d u z i d as p e l a s c e p a s B 3 % 6 1 ,5 % 23, 1 D % 7,7 C I O % 0,0 % 7,7 AB 1 13 Tab ela 3 · Distribu ição das amostras analisadas e positi vas p ara enteroto �i nas, d e a� � r � o com os pontos de col heita e a categoria do es tabelecimento, n a RegIão de G O I ama-GO, no p eríodo de 1 99 7 a 1 99 8 . Ponto Colho IIldústria "AH N!! posJanat (n=3) (%) 2 3 6 7 12 0/1 010 010 0/1 Oll 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Total 0/3 0,0 Indústria "C" Indústria "B" N!! posJanal. Total (%) N!! pos./anal. (n=41) (% ) NQ p os Janal. (%) 1/3 0/3 0/3 015 1/1 8 33,3 0,0 0,0 0,0 5,5 1 /4 0/3 1/4 2/6 1/24 25,0 0,0 25,0 33,3 4,2 2/8 016 117 2/1 2 2/43 25,0 0,0 14,3 1 6,6 4,6 2/32 6,2 5/41 1 2,2 7176 9,2 (n=32) Pág. 96 (n=76) Pág . 9 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 1 - Cerca de uma em cada dez ( 1 / 1 0) cepas de StapJzylococcus a u re us , coagulase p o s i t i v a s e n c o n tr a d as n a l i n h a de pro c e s s am e n t o de q u eij o m u s s are l a p o d e m s e r p ro d u toras de e n tero t o x i n a s , e u ma em cada o n ze ( I / 1 l ) e xtrato de a m o s tras p o d e m c o n ter enterotoxín as ; 2 - As enterotoxinas tipo "A e B" foram as mais encontradas tanto nas análises real i zadas com as cepas q u anto nos extratos das amostras ; 3 - Os res u l ta d o s o b t i d o s através d as diferentes análises realizadas ao longo d a fas e ex peri m e n t a l revel aram a neces s i d ade da implantação e manu t e n ç ã o d e u m p rograma e fe t i v o de controle de qualidade para a indús tria de laticínios, baseado nas B oas Práticas de Fab r i c a ç ã o . Os d ad o s revel aram t a m b é m que n o a t u a l e s t á g i o os estabelecimentos das categorias " B e C" n e c e s s i t a m u rg e n t i mente de melhorias nos controles de qualidade durante todo o processamento de queij o mussarela, incluindo a í a pasteurização do leite e melhor controle na questão higiênico-sanitária, sob pena de colocar em perigo a saúde do consumidor. de enterotoxinas diretamente nos seus extratos de acordo com os p o n t o s de c o l he i t as e a categoria dos estabeleci mentos. No total foram aval iadas 34, 8 % (76/2 1 8) do total de amostras c o l hi d as d u rante o proces s amento de q ue ij o mussarela nas três indústrias. Em geral, a maioria das amostras avaliadas nestes testes foram aq u e l as proven i e n t es de q ue ij o s p rontos p ara o cons umo 43 ( 5 6 , 6 % ) , em decorrênc i a do fato de s e r es te o p roduto fi nal e d e s t a forma poder av al i ar c o m mais p re c i s ão , o real perigo de o c o rrer uma intoxicação pel o consumo de queij o mussarela. De acordo com o s res u l tados, em 9 , 2 % (7/7 6 ) d o s extratos das amostras analisadas foi detecta a p res e nç a d e en ter o t o x i nas estafilocócicas . Outro dado que chama a atenção na Tabela 3 relaciona-se ao número de amostras de queijos p ro n t o s p ara o c o n s u m o , c o n t am i n a d as com e n t e r o t o x i nas o u s ej a, 4 , 6 % (2/4 3 ) , p ri n c i palmente, quando s e considera a quantidade de indústrias que operam na região dentro do padrão de qualidade apresentado pelas indústrias "B" e "C" mostradas nesta pesquisa. O n ú mero de amos tras p o s i ti vas p ara a p r e s e n ç a de e n t e ro t o x i n a s e s tafi l o c óc i cas enc ontrado nesta pesqui s a fo i i n ferior aos de Todd et aI ( 1 98 1 ) e Nervino et aI ( 1 99 8 ) , cujos valores encontrados foram de 7 2 , 6 % e 5 2 , 5 % , re s p e c t i v am e n te . E s s a d i fere n ç a p o d e s e r explicada, p o i s , em seus trabalhos os autores acima trabal h aram com produtos di retamente incriminados em s urtos de intoxicação alimentar. A Tab e la 4. m o s tra os p e rcen t u a i s de amostras com enterotoxinas presentes nos seus extratos, de acordo com o tipo. Observa-se que fo ram e n c o ntradas 5 ( 7 1 , 5 % ) p o s i t i vas p ara e n tero t o x i n a A e 2 ( 2 8 , 5 % ) B, n ão s e n d o encontrado outro t i p o de enterotoxina. SUMMARY Two hundred and eighteen s amples were analyzed in di fferent s tages o f the muzzarella cheese processing. the samples were collected in three dairy industrial plants installed in the region surrounding goiânia-go. These of S. aureus samples were s ubmitted to the tally, of which were detected the presence of t h i s age n t in 5 8 . 2 % ( 1 27 /2 1 8 ) . Of t h e positive samples for S . aureus 4 1 9 strains were i s olate d . 3 1 , 5 % ( 1 3 2/4 1 9 ) of s trains i s o l ated were analyzed, how much to the p otential of p r o d u c t i o n of e n t e ro t o x i n a s , u s i n g t h e K I T O X O I D SET-RPLA. Of s trains analyzed, 9 , 8 % ( 1 3/ 1 3 2 ) presented p o t e n t i al fo r entero t o x i n prod ucti o n . Of these, 8 (6 1 . 5 % ) produced 4. C ON CLUS Õ ES A partir das observações realizadas ao longo de t o d o o trabal h o e res u l ta d o s o b t i d o s , as p r i n c i p ai s c o n c l u s õ e s podem ser as s i m apresentadas: Tabela 4 A 5 - D i s t r i b u i ç ão d o s t i p o s de e n tero t o x i n as e n c on t ra d o s d iretamente n o s e xt ratos d as amostras analisadas. % 7 1 ,5 B 2 % 28,5 C O % 0,0 D O % AB O % 7 enterotoxin A, 3 ( 2 3 . 1 %) B, 1 ( 7 . 7 % ) C e 1 ( 7 . 7 % ) A B . The presence of e s t afi l o c ó c i cas enterotoxins directly in extracts of 34. 8 % (76/ 2 1 8) of the related s amples was also evaluated. The presence o f enterotoxinas was detected in 9 .2 % (7/76) of the samples, being that of these, 5 ( 7 1 . 5 % ) w ere entero t o x i n s of t y p e A e 2 (28 .5%) B . K e y - w o rd s : C hee s e ; M o z zarel l a Staphylo coccus a u reus; Enterotox ín s . 5 . REFER Ê N C IA S BIBLIOGR Á FICAS ADESIYUN, A . A . 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EFICIÊNCIA DE SOLUÇÕES D E H IPOCLORITO D E SÓDIO E IODÓFORO NA REDUÇÃO D E STAPHYLOCOCCUS A UREUS ISOLADAS D URANTE O PROCESSAMENTO DE QUEIJO TIPO MUSSARELA Efficiency of solutions of hypochlorite of sodium and i od ophor i n the red uction of isolated Staphy/ococcus aureus d u ring the processing of cheese type mozzarella N I COLA U , E . S.l; KUAY E , A . Y.2 ; M ESQU I TA, A. J . l ; O L IV E I RA, A. N . l RESUMO Para avaliar a e fi c i ên c i a do h i p o c l orito de s ó d i o e do i o d ó foro na redu ç ão de S. a u reus, durante o processamento de queij o mussarela foram utilizados os métodos do disco de papel INCQS ( 1 9 8 5 ) , e S uspensão da AOAC - 960-09 ( 1 9 9 5 ) . No método do disco de papel, o hipoclorito de sódio foi avaliado nas concentrações de 1 1 , 23, 1 1 8 e 590 mg/I. Observou-se que nas concentrações de 1 1 e 23 mg/l, o hipoclori to não mostrou nenhuma efi c iência na redução de S. a u re u s e nas concentrações de 1 1 8 e 5 9 0 mg/l a red ução foi de 2 5 , 8 % e 2 9 , 0 % , respectivamente, com tempo de c ontato de 24 h oras . O iodóforo foi d i l u ído nas concentrações de 3 1 , 40, 200 e 1 . 000 mg/l, sendo q u e n as concentrações de 3 1 e 40 mg/l não houve nenhuma redução, entretanto nas concentrações de 200 e 1 .000 mg/l as reduções foram iguais ou sej a, 6 8 , 2 % nas d u as . N o método de s u s pensão da AOAC, as concentrações do hipoclorito foram de 4, 8, 1 2, 0 e 24,0 mg/l, 1 2 3 Professor do Depto. M edicina Veterinária. Escola de Veterinária - UFG. Professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos - UNICAMP Correspondência: Centro de Pesquisa em Alimentos/EV/UFG. Caixa Postal 1 31 . 74000 1 -970 - Goiânia, GO. E-mail: rena@veL ufg.br P ág . 1 00 Pág . 1 0 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS com tempo de contato de 30 e 60 segundos. Os resultados mostraram que este sanitizante mostrou efi ciência a p arti r da c o n centração de 1 2, 0 mg/l com tempo de contato de 60 segundos e na concentração de 24,0 mg/l com tempo de contato de 30 e 60 segundos. O iodóforo foi usado em concentrações de 3 1 , 40 e 1 00 mg/l com tempo de contato também de 30 e 60 segundos. Os resultados mostraram eficiência somente na concentração de 1 00 mg/l e tempo de contato de 30 ou 60 s egundos de contato . 1. INTRODUÇ Ã O D e n t re os al i me n t o s de e l e v a d o v a l o r n utritivo, o leite e seus derivados destacam-se c o m o dos mais c o m p l eto s , pri n c i p a l me n t e , c o n s i d erand o - s e o e q u i l íbri o q u al i t at i v o e quantitati vo de seus componentes. Entretanto, é necessário que estes produtos sejam obtidos e mani p u lados em condições higiênico-san itárias adequadas ( Vianni, 1 9 86). E m d e c o rrên c i a d o p r o c es s o d e i nt e r n a c i o nali zação d a e c o n o m i a, o setor l e i teiro bras i l e iro vem p as s a n d o p o r v ári a s tran s formações, desde a melhoria d a qualidade do leite na faz e n d a , c o l h e i t a e trans p o rte do l e i te refrigerado a granel . Nos ú ltimos ano s , veri fi cou-se em nosso meio, especi almente no Estado de Goiás, uma rápi da propagação das indústrias produtoras de queijo m u s s arela principal mente em pequenas queij arias instaladas em municípios do i nterior do Estado. Estas queij arias trabalham com um " pequeno número de operários que, em geral, têm p o u c a o u nenhuma orientação s obre as B oas Práti c as d e M a n u fatura ( B PM ) d e al i mentos (Mesquita, 1 9 8 8 ) . A s d i ferenças n o s padrões de q u a l idade a p r e s e n t ad o s p e l as d i ferentes c ate g o r i as de e s tabel e c i me n t o s p r o d u tores d e a l i me n t o s , p o de m s e r red u z i d a s c o m as p r o p o s t as , mandatórias ou não, de u t i l i zação de s i s temas de q u a l i d ade basead o s nas B oas P rát i c as de M a n u fa t u r a e P a d r õ e s d e Proce d i me n t o s Operacionais de S aniti zação. Em fun ção d a i mp ortânci a econômica e s o c i al da i n d ús tria queij eira p ara o Estado de G oi ás e, particularmente, do queij o mussarela, p r o p ô s - s e o p re s e n te e s t u d o que teve c o m o o bj etivo maior avali ar as condições higiênico s a n i t ár i a s d o p r o c e s s a m e n t o d e s te p r o d u t o , e l ab o ra d o e m e s tabe l e c i me n t o s d e t rê s c ategorias distintas na Região de Goiân ia-GO, através d o m o n itorament o de pontos críti c o s de c ontaminação microbiana, em particular, por S. a u reus. A adoção de práticas higiênicas corretas e o emprego a d e q u a d o de a g e n t e s de l i m p e z a e S anitização são consideradas medidas fundamentais para obtenção de um produto alimentício de boa q u al i d a d e . A h i g i e n e , fat o r fu n d a m e n t a l n a produção d e qualquer tipo d e alimento, também requer certos c u idados específicos para que se garanta a qual idade do produto desde a matéria prima, e o seu processamento até o ponto de venda. Num mercado competitivo, o menor erro pode ser fatal diante de um consumidor cada vez mais e x i ge n t e c o m o p r o d u to q u e a d q u i r e . D e modo geral, a s indústrias de laticínios têm procurado melhorar cada vez mais os processos de higienização de suas instalações . As empresas e s t ão t o m a n d o c o n s c i ê n c i a de q u e o i n v e s timento em pessoal capacitado e n ovas tecno logi as para h igienização não é prej uízo e sim l ucro a curto p razo (Anônimo, 1 99 9 ) . N a saúde pública, o leite ocupa lugar d e destaque em nutrição humana. Contudo, a o lado d a i n d is c ut ív e l q u a l i d ad e i n trín s e c a . h á o permanente risco do leite servir como veiculador de microrganismos p atogênicos ou de ser alvo de fraudes durante o processamento. O controle higiênico-sanitário dos rebanhos e da ordenha é fundamental para se garantir a composição ideal do l e i te e red u z i r o r i s c o de tran s mi s s ão de agentes de doenças (Oliveira, 1 99 9 ) . Nos ú l t i mos a n o s , tem-se observado uma série de notícias e reportagens l igadas ao aspecto segurança alimentar e o que se tem visto não é nada animador. S ão matéri as mostrando que os p r o d u t o s l ác te o s , e s p e c i al me n te o l e i t e e o q u eij o , reve l a m - s e c o m c o n ta m i n aç õ e s p o r coliformes fecais, indicadores d e sérios problemas na higiene e no proces s o , e por bactérias que causam i ntoxicação alimentar, como o S. aureus ( Robbs, 1 99 9 ) . O s principais fatores q u e contribuem para os surtos de doenças de origem alimentar, são a temp erat u ra i n a d e q u a d a de armaze n a m e n t o , t e m p o e temperatura de cozi mento incorretos, matéri a - p r i m a de q u al i d a d e i n s at i s fatóri a, equipamentos e utensílios contaminados e más c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c a s d o s m a n i p u l ad ores . S u perfíc ies de equ i p amentos e ute n s íl i o s que ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N A C I O N A L D E L ATiCíN I O S entram em con tato c o m a l i m e n t o s d urante o p r o c e s s o de i n d u s t r i a l i z a ç ã o n ão d e v e m contaminar ou aumentar o número de microrga n i s m o s , s ej am a l teradore s ou p at o gê n i c o s (Zotto l a , 1 9 9 4 ) . As operações de limpeza e saniti zação na i n d ús tr i a de al i me n t o s c on t r i b u e m de forma i m p ortante n o c o ntrole h ig i ê n i c o - s an i tário e as s i m n a q u al i d ade do pro d u t o fin al ( K u aye, 1 996). A sanitização é o processo d e tratamento de superfícies que destroi as células vegetativas de microrganismos patogêni cos e reduz o número de outros microrganismos a um n ível seguro à saúde (Kuaye, 1 99 6 ) . A i nd ústria de alimentos d e v e di spor d e técnicas microbi o lógicas que avaliem adequa d a m e n t e o s s a n i fi ca n t e s u s a d o s nos p ro c e d i me n t o s de h i g i e n i zação de e q u i p am e n t o s , uten s í l i o s , amb i e n t e , paredes , p i s o s , t e t o s e man i p u ladores, entre outros (Andrade, 1 99 6 ) . Diversos fatores influem na eficiência dos s anitizantes , tais como a temperatura, o p H e, p r i n c i p al me n t e , o t e m p o d e e x p o s i ção e a concentração das s ol uções ( Andrade, 1 99 6 ) . O s e q u i p a m e n t o s e u t e n s í l i o s mau higienizados, a qual idade da matéria-pri ma e o pessoal que manuseia o produto são sem dúvida, as p r i n c i p a i s fo ntes de c o n t a m i n aç ão d o s alimentos (Andrade, 1 9 8 5 ) . A prevenção da intoxicação estafi locócica p o d e s er a l c a n ç a d a pelo c o n t r o l e d a c o n ta m i n aç ã o de a l i me n t o s m e d i ante p r á t i c a s adequadas de higiene e s anitização i n d u s trial, principalmente, no que concerne à manipulação dos produtos (Leitão, 1 9 8 8 ) . As i n d ú s trias de a l i m e n t o s t ê m s o fri do profu n das tra n s formações n o s ú l t i m o s a n o s . As empresas estão cada vez mais convictas que são necessárias mudanças na forma de trabalho e, principalmente, na mentali dade das pessoas. A q u al i d ade p re c i s a ser analisada como uma questão de sobrevivência das i ndústrias, que a cada d i a enfrenta consumidores mais exigentes e c o n c o rrentes que des afiam novos mercados (Tronco, 1 99 7 ) . Sem garantir a qualidade d e seus produtos, não h á empresa que c o n s i g a s o breviver n u m merc ado co mpetitivo, c o m o é o c a s o do setor de alimentos e p articul armente o de l at i c ínios . A l é m d i s s o , c a d a vez mais os c o n s u m i d ores e s t ão c o n s c i en t e s de seus d i re i t o s e ex i g e m produtos de qualidade superior. D a í q u e hoj e s e p o d e d i zer que a q u al i dade e s t á d i retamente l igada à satis fação do consumidor (dos S antos, 1 996). 2 . MATERIAL E M É TODOS 2 . 1 . Aval i a ç ã o d o e fe i t o d e s a n i t i z an t e s quím icos s o b r e cepas de StaphylococcllS a ll rellS is o l a das do p ro c e s s a m e n t o d e q u e ij o m u s s a r e l a Foram aval iados d o i s s a n i ti zante ( u m a b as e de c loro e o utro de i o d o ) em d i ferentes c o n c e n traç õ e s e m p regan d o - s e o m é t o d o de AOAC 960-09 ( 1 9 9 5) e o método - suspensão do disco de papel - INCQS ( 1 985). 2 . 1 . 1 . Método do dis c o de p ap e l - 1NC QS (1985) Este método, semelhante a um antibiograma, consiste do contato de discos de papel absorvente e embebido em solução sanitizante com culturas de S. aureus inoculados em meio agar casoy com 0,6% de extrato de levedura. Incubou-se a 37° C por 24 horas. A solução sanitizante foi considerada eficiente quando ocorreu a formação de um halo ao redor do disco com o sanitizante, o qual indicou a inibição do crescimento. 2. 1.2. Método de Suspensão - AOAC 960.09 (1995) Foram utilizadas quatro cepas, sendo duas de ori gem p ro v áv e l h u ma n a s e n d o u m a produtora de enterotoxÍna " A " e a outra " B " , e duas de origem provável bovina sendo uma que produzia enterotox ína "A" e a outra " B " . Cada cepa foi submetida ao teste usando três diluições diferentes ( 1 : 2 5 0 ; 1 : 1 00 e 1 : 50), com tempo de contato de 30 e 60 segundos em cada diluição . Para cada s ol ução d i l u i d a , foi determi nada a concentração de CRT ( cloro residual total, em ppm) e o seu respectivo pH. As soluções de sanitizantes utilizadas nos testes foram as que estavam sendo utilizadas pelas i n d ú s trias onde foram processados o s queij o s muss arela, os q u a i s uti l iz av am os s an i t izantes segundo ins truções presc ritas pelos fabricantes, re s p e i t a n d o - s e a c o n c e n t r a ç ão i n d i c ad a no rót u l o d a e mb a l agem do p ro d u t o c o merc i al . O s p r o d u t o s c o m e rC I a I S t a m b é m fo ram s u b me t i d o s a t e s te s ( A . O . A . C, 1 9 90) n o s l ab o r a t ó r i o s d o C PA , c o m o o bj et i v o de s e veri ficar os percentuais de cloro e iodo. 3. RESULTADOS E DIS C USS à O 3 . 1 . Avaliação do efeito de sanitizantes químicos sobre cepas de Staphylococcus allrellS Inici almente, é i mp ortante destacar q u e o s r e s u l t a d o s d a s d e termi n a ç õ e s das Pág. 1 02 Pág . 1 03 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS c o n cen trações de c l o ro a t i v o n o s p r o d u t o s comerciais revelaram valores m u i t o inferiores aos descritos nos rótulos. Em alguns casos foram o b tidas c o n c e n trações do p r i n c í p i o ativo de 0, 1 2% e 0,59%, sendo os valores declarados no rótulo de 7% e 1 0% , respectivamente. Por estes d a d o s e d e v i d o a fal t a de c o n t r o l e d e s te parâmetro nas indústrias, pode-se deduzir que o s proces s o s de s a n i t i z aç ão n a m a i o r i a d o s e s tabelec i me n t o s n ão o fere c e m a m í n i m a segurança para a fi nalidade desejada e que a s rec o me n d aç õ e s d a I n s p eção Federal , p ara a u t i l i zação de s o l u ç õ e s c o m c o n cen t raç õ e s varian d o e n tre 1 00 e 2 0 0 m g / l de Cl n o s 2 processos de higienização n ã o s ã o , na prática, atendidas (A. O . A . C . 1 990). 3 . 2 . S e n s i b i l i d a d e d e c e p as d e S. a ll r e llS fre n t e a s a n i ti z a n t e s q u ím i cos Método d o d is c o Na Tabela 1 são apresentados os resultados da avaliação de sanitizantes sobre cepas de S. a u re u s pro d u t o ras ou n ã o de en teroto x i nas i s o l ad as d u rante o p r o c e s s amento de q ueij o m u s s are l a , u t i l i za n d o - s e o método do d i s c o preconizado p e l o INCQS ( 1 9 8 5 ) . Os dados obtidos revelam a variabilidade do teste e p ortanto a i ncerteza qu anto a s u a eficiência n a avaliação da ação d o s sani tízantes usados frente as cepas de S. a u reus isol adas ao longo do processamento de q ueij o m u s s arel a. Pelos dados da Tabela 1, pode-se verificar que s o mente n a c o n c e n tração de 1 1 8 mg/l de hipoclorito de s ódio o sanitizante revelo u uma certa ação s o bre a s c e p a s aval i a d a s . Comportamento semelhante se observou com o e m p rego de s o l u ç õ e s d e i o d ó for o s , o n d e s o m e n te a p ar t i r d e 2 0 0 m g / l o s t e s t e s Tabela 1 A N A I S DO X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L ATi CíN I OS a p re s e n t aram e fe i t o p O S I t I V O d o s a n i t i zante sobre os microrganismos. 3.3. Efi c i ê n c i a d e s a n i t iz an tes s ob r e cepas de S. allrellS produtoras de enterotoxinas m é to d o de s u s p e n s ã o da aoac. Nl Ta b e l a 2 , s ão apres e n t a d o s o s resultados d o s testes p ara avaliação da eficiência de soluções de hipoclorito de sódio na red ução d a p o p u l ação de S . a u re u s p r o d u t o ra s de enterotoxinas , duas de origem provável humana e duas de origem provável bovina, no proces samento de queijo mussarela utilizando o método de suspensão da A O A C ( 1 9 9 5 ) . Este métod o , prec o n i z a q u e a a ç ã o d o s a n i t i z a n t e d e v e promover a red u ç ão de n o m ín i mo 9 9 , 9 9 9 % ( 5 ciclos log) d e uma população conhecida de Tabela 2 - Eficiência de s oluções de hipoclorito de sódio sobre cepas de S. a u reus produtoras de enterotoxinas e origem provável humana ou bovina, i s ol adas durante o processamento de queijo tipo mussarela, segundo Método AOAC 960.09 ( 1 99 5 ) . cepa 1 ent. "A"/hum. 1 :250 4,8 4,8 4,8 9,25 9,2.-5 9,25 30 30 60 < 1 : 1 00 1 2,0 1 2,0 1 2,0 9,59 9,59 9,59 30 30 60 99,999 99,999 > 99,999 + + + 1 :50 24,0 24,0 24,0 9,95 9,95 9,95 30 30 60 > 99,999 99,999 > 99,999 + + + 1 :250 4,8 4,8 4,8 9,20 9,20 9,20 30 30 60 < 1 : 1 00 1 2,0 1 2,0 1 2,0 9,56 9,56 9,56 30 30 60 < 99,999 99,999 > 99,999 1 :50 24,0 24,0 24,0 9,90 9,90 9,90 30 30 60 99,999 99,999 > 99,999 1 :250 4,8 4,8 4,8 9,25 9,25 9,25 30 30 60 < 99,999 < 99,999 < 99,999 1 : 1 00 1 2,0 1 2,0 1 2,0 9,59 9,59 9,59 30 30 60 < 1 :50 24,0 24,0 24,0 9,80 9,80 9,80 30 30 60 > 1 :250 4,8 4,8 4,8 9,25 9,25 9,25 30 30 60 < 99,999 < 99,999 < 99,999 1 : 1 00 1 2,0 1 2,0 1 2,0 9,59 9,59 9,59 30 30 60 99,999 99,999 99,999 1 :50 24,0 24,0 24,0 9,85 9,85 9,85 30 30 60 S. a u re u s . Os resultados mostram que as soluções de hipoclorito de sódio em concentração de 4,8 mgll de c l oro ativo não apresentaram a efi c i ê n c i a d e s ej ad a c o n t r a n e n h u ma d a s q u atro c e p a s testadas, utilizando-se 3 0 e 60 segundos o tempo de c o n t a t o . P ara s o l u ç ões d e h i p o c 1 o ri t o de sódio em concentração de 1 2,0 mgll os resultados foram variados, em função do tempo de contato, sendo que p ara u m tempo de 30 segundos em duas entre quatro cepas não se obteve a eficiência desej ada. O emprego de s ol u ções sanitizantes em concentração de 24,0 mg/l mostrou resul tados s a t i s fa t ó r i o s em todos o s t e s t e s , com redução da população de S . a u re us s uperior a 9 9 , 9 99 % . Por estes res u ltados gerais , pode-se recomendar que soluções de hipoclorito de sódio, para serem efetivas contra cepas de S. a u re us , deveriam s e r u t i l i z a d a s e m c o n ce n t ra ç õ e s s u peri ores a 2 4 , 0 m g / l n o s p ro ce s s o s de higienização das indústrias estudadas . cepa 2 Ent. "B"/hum cepa 3 ent. "A"!bov. Eficiência de s o luções S al1ltl zantes s o b re cepas de S. a u re u s pro d u t o ras ou não de enterotoxinas, isoladas durante o processamento de queijo tipo mussarela, segundo método do INCQS ( 1 9 8 5 ) . de Sódio (NaOCl) 0,59% (24:00 h) 1 :500 1 :250 1 :50 1:10 11 23 118 590 9,20 9,93 1 0,35 70 70 31 31 00,0 00,0 25,8 29,0 Iodóforo 1 ,0% (24:00 h) 1 :320 1 :250 1 :50 1 : 10 31 40 200 1 .000 3,52 3,39 3,20 2,95 70 70 22 22 00,0 00,0 68,2 68,2 cepa 4 ent. "B"!bov. 99,999 99,999 < 99,999 < > 99,999 < 99,999 < 99,999 > > + + + + + < 99,999 99,999 99,999 > 99,999 99,999 > 99,999 > > > 99,999 99,999 99,999 + + + + + + + + + + + = eficiente (redução � 99,999 % ) ; · = não eficiente Pág. 1 04 Pág . 1 05 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS Andrade ( 1 985) obteve redução do número de m i crorgan i s m o a c i m a de 9 9 , 9 9 9 % , mas utilizando concentrações entre 1 00 e 500 mgll de c l o ro ati vo e t e m p o de c o n t a t o de d o i s m i n u t o s . Estes achados e stão de aco rdo c o m Villela ( 1 994) segundo o q ual o hipoclorito d e sódio na concentração entre 1 00 e 2 0 0 mg/l à temp erat ura de 24°C , deve ter u m tempo de exposição de 1 a 2 minutos. De a c o r d o c o m Leitão ( 1 9 7 9 ) a concentração de cloro ativo, associada ao pH é o fator que mais afeta a ação bactericida dos c o m p o s t o s a base de c l o r o . S e g u n d o K u ay e ( 1 996), a sol ução de NaOCI perde sua atividade durante o armazenamento, pela exposição à luz, c alor, contato com metai s , matéria orgân i c a, e t c . P o rt a n t o , o c o n t role da m a n u te n ç ão d o princípio ativo nestes compostos ciorados deve ser e fetivo. Ta b e l a 3 , s ã o a p re s e n t a d o s o s Nl resultados d o s testes para avaliação da eficiência de sol uções de iodo (iodóforos) na red ução da de S. a u re u s p r o d u t o ras pop ulação de enterotoxinas, sendo du as de origem provável h u m ana e d u as de origem prov ável b o v i n a , i s o l ad as d u rante o p ro c e s s ame n t o de q u eij o mussarela utilizando o método de s us pensão da AOAC ( 1 9 9 5 ) . Os res ultados revelaram a i neficiência d a ação d e soluções d e Iodóforo a 3 1 mg/l d e iodo ativo ( U , bem como de certas s o luções a 40 mg/!. Nó entanto, para todos os testes realizados com s o l uções a concentração de 1 00 mgll os re s u l t a d o s fo ram p o s i t i v o s , caracteri z a n d o p o rtanto e s t a fai x a de c o n cen tração c o mo a m í n i m a rec o me n d ad a p ara a p l i c aç ã o n o s proces s o s de h i g i e n i zação nas i n d ú strias d e laticínios estudadas . Levan d o - s e em c o n s i d e r a ç ã o o t e m p o d e c o n t a t o , o s res u l t a d o s o b t i d o s n e s t e trab alho p o d eriam ser aceitáveis se c o mp arad os às recomendações d e v i l I e l a ( 1 9 9 4 ) , o q u a l p re c o n i z a c o n c e n t r a ç õ e s v a r i a n d o e n tre ] 2 , 5 e 2 5 mg/l , c o m t e m p o d e c o n t at o d e u m a d o i s m i n u t o s . S eg u n d o e s t e a u t o r , a a t i v i d ad e b a c t er i c i d a d o i o d o decres c e c o m o aumento d o p H , s e n d o mais e fetivo a pH p r ó x i m o a 3 , 0 . D e acordo c o m os res u l tados observados nos testes anteriores, veri fi c a- s e , portanto, a necessi dade de orientação mais adequada dos manipuladores no preparo e controle de soluções s a n i t i z a n te s , o bj e t i v a n d o a a p l i c ação de p r o c e s s o s de h i g i e n i z ação mais adeq u ad o s e seguros pelos es tabeleci mentos que processam queijo mussarela. 4. CONCLUS Õ ES A p artir das observações realizadas ao longo de t o d o o t r a b a l h o e res u l t ad o s o b ti d o s , as p r i n c i p a i s c o n c l u s õ e s p o d e m ser as s i m apresentadas : 1 - O m o n itoramento de a l g u n s p o n t o s c r ít i c o s de c o n tami n ação reve l o u a e x i s t ê n c i a de e t a p a s c r í t i c a s q u e deverão s e r efetivamente c ontroladas c o m o : r e c e p ç ão da m atéri a - p r i m a , processo de pas teurização e condições higiênicas dos manipu ladores ; 2 - Os s i s temas normatizados de h i g i e n i zação, c o m o c o n t ro l e e fe t i v o d a q u a l i d ade ( e fe t i v i d a d e d o pri n c í p i o ativo) d o s agentes químicos utilizados nos proces s o s de higieni zação e das c o n d i ç õ e s o perac i o n a i s , deve fazer parte de todo e qualquer programa de qualidade da empresa; 3 A s c o n d i ç õ e s p rá t i c a s de u s o d o s d i versos agentes s a n i t i zantes devem ser re s p a l d a d a s n ã o s o me n te nas indicações de catálogos de fabricantes m as também n o s res u l ta d o s de tra balhos de pesquisa desenvolvidos nos próprios es tabelecimentos o u a partir de a m o s tras c o l hi d as n a l i n ha de p rocessame n t o ; 4 - O s res u l t a d o s o b t i d o s a t r a v é s d a s diferentes análises realizadas a o longo d a fas e e x p e r i m e n t al revel aram a nece s s i d ade da i m p l antação e manu t e n ç ão d e u m p ro g ra m a e fe t i v o de controle de qualidade para a indús tria de l at i c ín i o s , levand o - s e em c o n s i deração o t i p o de saniti zante u s a d o , b e m c o m o as c o n c e n trações d o princípio ativo no rótulo se realmente corresponde 'a real idade. Tabela 3 - Eficiência de soluções de Iodóforo sobre cepas de S. a u re us produtoras de enterotoxinas e origem provável isoladas d urante o process amento de queijo tipo mussarela, segundo método da AOAC 960.09 ( 1 9 9 5 ) . cepa 1 ent. "A"/hum. cepa 2 ent. "B "/hum. cepa 3 ent. "A"/bov. SUMMARY To e v a l uate the e ffi c i e n c y of the hypochlorite o f sodium and iodop hor in the o f S. a u r e u s re d u c t i o n . , d u ri n g t h e c h e e s e processing mussarela were used t h e methods o f t h e paper d i s k INCQS ( 1 9 8 5 ) , a n d s uspension of the AOAC 960-09 ( 1 9 9 5 ) . I n the method o f t h e paper d i s k , t h e hypochlorite o f s o d i u m was eval uated i n the concentrations o f 1 1 , 23, 1 1 8 and 5 9 0 mg/! . It w a s o b s erved that in the c o n c e n t r at i o n s o f 1 1 a n d 2 3 mgll , t h e hypochlorite did not s how no efficiency in the of S. a u reus reduction and in the concentrations cepa 4 ent. "B "/bov. 31 31 31 3,52 3,52 3,52 30 30 60 40 40 40 3,39 3,39 3 ,39 30 30 60 1 : 1 00 1 00 1 00 1 00 3,29 3,29 3,29 30 30 60 > 1 :320 31 31 31 3,5 1 3,5 1 3,5 1 30 30 60 < 1 :250 40 40 40 3,38 3,38 3,38 30 30 60 < 1 : 1 00 1 00 1 00 1 00 3,29 3,29 3,29 30 30 60 > 1 :320 31 31 31 3,52 3,52 3,52 30 30 60 1 :250 40 40 40 3 ,39 3,39 3,39 30 30 60 1 : 1 00 1 00 1 00 1 00 3,29 3,29 3,29 1 :320 31 31 31 1 :250 1 :250 1 : 1 00 + = eficiente (redução :?: 99,999 % ) ; - 99,999 99,999 99,999 < 99,999 99,999 > 99,999 > + + + + + 99,999 99,999 < 99,999 < 99,999 99,999 99,999 > 99,999 99,999 > 99,999 + + + + + < 99,999 99,999 < 99,999 < 99,999 99,999 < 99,999 + 30 30 60 > + + + 3,55 3,55 3 ,55 30 30 60 < 40 40 40 3,40 3,40 3,40 30 30 60 99,999 99,999 > 99,999 + 1 00 1 00 1 00 3,30 3,30 3,30 30 30 60 > + + + < 99,999 99,999 > 99,999 > 99,999 99,999 < 99,999 < < 99,999 99,999 > 99,999 > + não eficiente Pág . 1 07 Pág. 1 06 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS of 1 1 8 and 590 mg/l the reduction was of 2 5 . 8 % and 29.0 %, respectively, with 24-hour time of c o n t ac t . i o d o p h o r w as d i l u ted i n t h e concentrations o f 3 1 , 4 0 , 2 0 0 a n d 1 .000 mg/l , being that in the concentrati ons of 3 1 and 40 mgll did not have n o red u c t i o n , in t h e c o n cen trat i o n s o f 2 0 0 a n d 1 , 000 m g l l t h e red u ct i o n s w as equal or either, 6 8 , 2 % i n the two. I n the method of suspension of the AOAC, the concentrations of the hypochl orite were of 4, 8 , 1 2 . 0 and 24.0 mg/l , with time of contact o f 30 and 60 seconds . The res u lts s hown that t h i s s a n i t i zante s h o w e d e ffi c i e n c y fro m the concentration of 1 2 .0 mg/l with time of contact of 60 seconds and in the concentration of 24.0 mg/l with time of contact of 30 and 60 seconds . Iodophor w a s used in concentrations o f 3 1 , 4 0 a n d 1 00 mg/l with time o f contact al s o of 3 0 a n d 6 0 s e c o n d s . The res u l t s o n l y s h o w n t o effi ciency in t h e concentrati on of 1 00 mg/l and time of contact of 30 or 60 seconds. S . REFER Ê N C IAS B IB L I O G RÁ FICAS 960 09 ( 1 9 9 5 ) . Offi cial Methods A.O.A.C. of Analysis of AOAC International . 1 6th Edition, v o l . 1 3 rd Rev i s i o n . A gri c u l tu ral C h e m i c al s ; Contaminants ; Drugs. A . O . A . C . -95 5 - 1 4 ( 1 990) . 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Itaguaí, Rio de Janeiro, 1 9 8 6 . 1 1 4p. Tese ( M es trad o ) . I n s t i tu to de Ve teri n ári a Universidade federal Rural do Rio de Janeiro. V I LLEL A , S . G . ; P I N T O , C. L. O . ; de Curso HAJDENWURCEL, J . R . h i g i e n i z a ç ã o n a i n d ús tr i a d e l a t i c ín i o s . Apostila. CEPE/ILCT. 1 9 9 4 . 2 1 p . ZOTTO L A , E. A . M i c ro b i al attachment and biofilmes formation: a new problem for the food industry? Food Technology, voI. 48, nº 7: p. 1 07 1 1 4, 1 9 9 4 . ACEITACÃO SENSORIAL D E QUEIJO D E COALHO COM BAIXO TEOR D E GORDURA (lIGHT) E ENRIQUECIDO COM FERRO � Sensory acceptability of brazilian commercial "coalho" cheese with l ow fat text (light) and enriched with i ron Tiane Franco Barros M A N G U E I RA 1 Antonio Eustaquio Resende TRAVASSOS 2 Ricardo Targi n o M O R E I RA 3 Rosália Severo de M E D E I RO S 1 RESUMO O q u e ij o de coalho é um produto de grande p o p u l aridade, aceit � ção, c o n s �� o e produção na região Nordeste do B rasil e nas últimas décadas as características sensonms de ali mentos tem sido m u ito valorizadas, pois determinam a aceitab i l idade do produto no mercado consumidor e portanto s u a v i abil idade econômica. Então, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver e avaliar o grau de aceitabilidade dos consumidores de queijo de coalho (leite de vaca), com baixo teor de gordura (produto light) e enriquecido com ferro. Os experimentos foram realizados no Campus IV da Universidade Federal da P araíba, no m u n i c í p i o d e B an a n e i ra s , onde fo ram e l ab o ra d o s d o i s t i p o s de q u e ij o enriquecidos com dois tipos d e ferro, e m forma d e sal (Sulfato Ferroso Amoniacal) e em forma de aminoácido quel ato (Ferrochel ) . Os queijos foram assim elaborados : Um com leite p arci al mente desnatado (aproxi madamente 2% de gordura) adicionado de ferro na forma de sal (Sulfato Ferroso Amoniacal Queij o A) e na forma de aminoácido quelato Queij o C) e outro com leite desnatado adicionado de ferro na forma de sal (Ferrochel (Sulfato Ferroso Amoniacal - Queij o B) e na forma de aminoácido quelato (Ferroc hel Queijo O). As amostras de queij o de coalho foram analisadas através d o método Escala Hedônica (vari ando de I a 9), onde foram aval iados os atributos como aroma, aspecto geral, cor, sabor e textura dos queijos. Foram analisados ainda, a existência ou não de s abor estranho e qual seria esse s abor, como também, se os provadores comprari am o u não o produto. Os dados obtidos foram s ubmetidos a Análise de Variância ( AN OVA) e, quando necessário , teste de Tukey a 5% de probab ilidade. As médias atrib uídas pelos provadores i n d i c aram preferência pelos q ueij o s A e C, os quais eles provave l mente c omprariam. Com relação ao sabor estanho, apresentou-se de forma mais acentuada nos queijos B e D. As amostras A e C apresentaram maior percentual de valores na faixa positiva de compra, e os queijos B e .D uma aceitação i nferior e menor interesse de compra. Palavras chaves : Q ueij o de coalho, anál ise sensorial, ferro, gordura l . INTROD U Ç Á O O queijo de coalho é o mais tradicional dos queij os produzi dos no Nordeste bras ileiro. Seu n ome deve-se ao fato de ter s ido trad icional mente elaborado com leite coagulado pela ação 2 3 do c o a l h o a n i mal : p e d aç o s de e s t ô m ago d e pequenos animais (mocó, preá, cabritos, ovelhas e bezerros), que devidamente preparados são conhecidos por abomasun ou coagul ador ( Aquino [2] ) . M e strado e m Ciência e Tecnologia d e A l im entos , CT/UFPB - Campus I , Íoão Pessoa/PB. Prof. Dr. Adj unto III do Departamento de Tecnologia Rural/UFPB C ampus IV, B an aneiras/P B . P r o f . A dj u n t o I d o O p t O d e Tec n o l o g i a R u ral/UFPB - C am p u s IV, B an a n e i r as/PB , D o u t o ra n d o n a U N I C A M P/ S P. Órgão Finan c i ador: CAPES . Pág. 1 08 Pág . 1 09 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONG RESSO NACIO NAL DE LATiC íNIOS De acord o com mesm o autor, o queij o de c o a l h o p o d e ser d e fi n i d o , c o m o q u eij o de c o a g u l ação enzi mátic a, gord o, c uj a c o a lh ada pode ou não sofrer aquec iment o, sendo prens ado manu almente ou em peque nas prens as, e salga do . a seco dIreta mente na mass a ou na s uperf ície. Apes ar de s u a imp ortân c i a econ ômic a e gra � � e popu laridade na regiã o, a fabri cação de q u eij o de c o a l h o n ã o c o n t a c o m tecnologia . �p ro p n ada p ara a melh oria de s u a q u a l id ade ' E n e c e s s ár i o que o p ro c e s s o trad i c i o n a l ' geral ment e arte s an al e a p artir de lei te cru acon: p anhe a evol ução das técni cas queij eira� m e d i an t e m o d i fi c a ç õ es j á u t i l i z a d as n a tecno logia d e outro s queij os nacio nais (Lim a e t a I . [4] ) . O q ue ij o é um p r o d u t o q ue t e m n a sua c o m p o s i ç ã o p ro t e ín a s , g o r d u ras , e o u tros c � m p o n en te s l ác t e o s ( S p reer [9] ) . É um alIme nto, deriv ado d o leite, consu mido p o r todas as class es socia is, rico na maio ria dos nutri entes que o ser huma no preci sa. Toda via, é pobre em ferro, e a carê ncia de ferro pode comp rome ter o c re s c i. me n t o , atras ar o d e s en v o l v i me n t o cere bral e d i m i n u i r a resi stên cia às i n fecç ões ( L o t u fo [ 5 ] ) . ? aume nto d o teor d e ferro no leite , que atrav es da s u a coag ulaç ão pode mos cheg ar a _ obte nçao do q u eij o , n os p arec e u m a s o l u ção b a s � a � t e v i á v e l p ara o s u p r i m e n t o das d e fl cl e� �c l. a s e n c o n trad as e m boa p arte da p o p u l aça o . De acor do com Lotu fo [5], na alim entaç ão � orma � ,. _as prin cipai.s fonte s de ferro são carn e o felj ao . Mas s e n a nece ss ári o com er m u i to d � �s � s dois alim ento s para se alcan çar a Inge stão DIan a Reco men dada - IRD , padr ão inter nacio nal r� �o �enda do por espe ciali stas, do mine ral. A dose dIan a d e ferr o reco men dada p ara ad u l to s , em , . estad o flSIC O norm al é de 1 0 a 1 5mg do elem ento p o r 1 00g u I OOm l do alim ento [3 ] . ? O leite p o d e ser enri quec ido c o m ferr o. O :erro a m i n o á c i d o q u e l ato, um composto sol � vel � e ferro (20% ) com glici ), é dos � al � u t l � I. � � d o s , p o i s a l é m dena s(80% u a e l e v ad a blOd lsp � nIblh dade , não mod ifica o sabo r do leite e POSS UI uma abso rção cinc o veze s maio r que a do ferro na fo � ma de sais ( Tron co [ 1 1 ] ) . . � cada dIa, busc am-s e alimento s q u e não p rej u d i que m o cora ção e a s aúde de man eira g � ral . A gord ura do leite , por ser satu rada , pode VIr a faze r mal à saúd e hum ana, s obre tudo em p e s s oas que p o s s u e m prob lema s here ditá ri o s ' tend o a s s i m d ITICU l d ad e de dige rir esse tipo de gord ur . Entr etan to, aind a é � freq üent e a inge stão exce ssiv a de gord ura. �ág. 1 1 0 ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS � � m o o bj et i v o de avali ar o grau de . acettablltdade dos consumidores desse novo produ to elabo:ado e de aume ntar a oferta de produ tos que contn buaI? para uma dieta mais s audáv el, foram dese� volvl dos e avalia dos senso rialm ente, queij os �e leIte �e vaca, com baixo teor de gordu ra (prod uto ltght) e flCOS em ferro, para atend er as neces sidad es de pesso as que fazem dieta s e que apres en tem probl emas referentes a esse mine ral. O queijo fabricado teve formato retangular de 6, 1 cm de altura, 8 ,4cm de largura e 17 cm de comprimento, com peso variando de 500 a 850 gra mas . 2 . 3 . A m ostras A maté ri a - p r i m a u t i l i z a d a n o p re s e n te traba lh ? , p ara elabo ração dos queij os de coalh o, p rovem ente do planteI de vacas mesti ças zebu h o l an d ê s , p e rt e n c e n tes ao C a m p u s I V da U n i vers i d ade Fede ral d a Para íba ( UFPB ) n o . , . � u mc l p l O de B an aneir as, l oc a l i z a d a a apro xlma � amen te 1 40Km da cidad e de João pesso a, na Micr orreg .ião do B rejo Parai bano . O leite de vaca , p ara reali zação da anál ise senso rial , foi colet ado no mês de Jane iro de 200 1. Foram desenvolvidos e avaliados senso rialmente, queij os de leite de v aca, com baixo teor de gordura (produto l ight) e enriquecidos com ferro, onde foram elaborados dois tipos de q ue ij o e n ri q ue c i d o s c o m dois tipos de ferro (total i zando q uatro amostras ) , em forma de sal ( S u l fato Ferro s o A m o n i ac a l ) e em forma de am i n o á c i d o q u el at o (Ferro c h el ) , O s q ueij o s foram as s i m e l aborad o s : U m c o m l e i t e parc ialmente desnatado (aproximadamente 2 % d e gordura) adicionado d e ferro na forma d e s al ( S u l fato Ferroso A moniacal - Queij o A) e na forma de aminoácido quelato (Ferrochel Queij o C) e o utro com leite desnatado adicionado d e ferro n a forma d e sal (Sulfato Ferroso Amoniacal Q ue ij o B ) e n a forma de ami n o ác i d o quelato (Ferroc hel - Q ueijo D ) . 2 . 2 . Elab oraç ão dos q ueij os 2 . 4 . A n á l i s e S en s o r i a l 2. MAT ERIA L E M ÉTOD O S 2 . 1 . Matéria-prima Os traba lhos foram cond uzido s na Unid ade de Pes q u i s a e Dem ons traçã o de A l imen tos U PED A - Seto r de Latic ínios e no Labo ratór io de C o n t ro l e de Q u a l i d ade de A l i me n t o s pert e� c e n t e s ao C e n t r o de Formação d� Tec n o l o g o s de B anan ei ras ( CFT ) da UFP B Cam pus IV, B anan eiras/PB . A p ó s a rece p ç ã o , o l e i te foi fi l tr a d o p e s a d � , em s e g u i d a des nata do ( d esna tade ir� � m e c a l1 1 c a ) de form a p arc i a l ( c o m apro xima dame nte 2 % de gord ura - reali zado atrav és do Qua dr � d o de Pers o n ) e total . Emp rego u - s e a paste urIza ção lenta , à temp eratu ra de 63 a 650C dura� te 30 minu tos, send o, em segu ida, resfriad � em ag ua corre nte até alcan çar a temp eratu ra de . aprO X i mad ame n te 3 5 °C. Apó s a paste uriza ção adici onou -se ao leite a cultu ra l ácte a, o cl oret o de cálc io a 5 0 01 70 , os . ' tipOS de ferro de form d OIS a indiv idual : o sulfa to ferroso amo niaca l e mineral amin oácid to � e : r o c he l ( A l b i o n . L a b o ra t o r i e s [ 1o] )quela , e por . . ultlln o adIC IOno u-se o coal ho l íquid o enzi máti co de marc a com ercia l "Há -Ia", segu ido de uma . agita ção, deix ando em repo uso, p ara reali zaçã o da coag ulaçã o , onde ocor reu o corte da coalh ada segu ido da d e s s orag em, e n fo rma gem e p ren � s agem . Apo, s a pren sage m foi leva do a câma ra de refn. gera ção a 1 0 ± 2 °C , onde p erma nece u . por 3 dias . _ _ As avaliações sensoriais foram reali zadas de a c o r d o c o m M oraes [7 ] , em c a b i n e s individuais, longe de ruídos e odores, e m horários previamente estabelecidos, excluindo uma hora antes e duas horas após o almoço. A aceitabilidade dos queij os foi determinada com p articip aç ão de c o n s u m id ores p otenc i ai s do p roduto u t i l izando-se u ma escal a hedônica estruturada m i s ta de 9 p o n t o s ( 1 = des gostei extremamen te; 5 = nem gostei/nem desgostei ; 9 = gostei muitíssimo; para textura 1 = nenhuma firmeza até 9 =extremamente firme) ( S tone & S id e l , [ 1 0] ) p ara aval iar o produto q u anto ao a r o m a , a s p e c t o g e r a l , i n t e n s i d ade da c or, intensi dade do sabor e textura e de 5 p ontõs para a intenção de compra. A c o m p o s ição do p ai n e l de provadore s c o n s t i t u i u - s e de 1 00 p e s s oas e s c o l hi d a s aleatoriamente, de ambos os sexos, d e diferentes faixas etárias (variando de 1 5 a 55 anos) e não trein adas, entre eles, profess ores , funcionários . alunos e estagiários do centro de formação de Tecnólogos, Campus IV da UFP B . Os provadores foram inicial mente selecionados com base em i nteresse e d isponibil idade p ara participar dos testes sensoriais, foram indagados ainda, quanto à periodicidade de consumo do queijo de coalho. As a m o s tras fo ram s e r v i d a s e m c u b o s u n i formes d e 1 , 0 c m p o r 1 , 0 c m em p r a t o s descartáveis brancos, codificadas com números de três dígitos definidos de forma aleatória. O desenho experi mental u t i l izado para contro l ar os efeitos de posição da amostra foi o de blocos comp letos balanceados conforme proposto por Wakeling & Macfie [ 1 2] . A s amostras foram servidas acompanhadas de b i s c o i t o á g u a e s a l e á g u a m in eral a temperatura ambiente, p ara remoção do sabor residual entre as amos tras, foram apresentadas s i m u l t aneamente aos p ro vadores e orientados para provar um por vez da esquerda para direita, j un tamente c o m o q u e s t i on ári o o n d e o s c o n s u mi d o re s foram s o l i ci ta d o s a a v a l i ar o q uanto gos tavam o u d e s g o s tavam do aroma, aspecto geral , cor, sabor e textura dos queijos. Foram anal i s ados ainda, a e x i s tência o u n ã o de sabor estranho e q ual seria e s s e s abor, como também, se os p r o v adores c o m p rariam ou não o produto. 2 . 5 . A ná l i s e e s t a t ís t i c a dos r e s u l tados O s res u l tados obti d o s foram a n a l i s ados através de Análise de Variância (ANOVA), Teste de T u k e y c o m o p ac o t e e s t atís t i c o S P S S « S tatistical Package for the S oc i al S ciences ) ( Norusis [ 8 ] ) e gráfico A ranha (Monteiro [6] ) . 3. RESULTADOS E D IS CUSS à O Na p r é - s e l eção p ara o t e s t e de a n á l i s e sensorial do queij o de coalho, das 1 1 0 pessoas e ntrevi s t ad as , 9 0 , 0 9 % fo ram s e l e c i o nadas . Q uanto à peri o d i c idade de consumo 94% das pessoas selecionadas consomem queijo de coalho de 1 a 4 vezes por semana e 6% consomem mais de cinco vezes por semana. Quanto à forma que é cons u mido 3 1 % preferem frito na manteiga, n% Consomem assado, 1 9% preferem cru e 23% cons omem das três formas . Na Tabela 1 , estão apresentadas as médias de aceitação aos atributos sensoriais para os dois tipos de queij o enriquecidos com ferro na forma de sal (A e B ) e na forma de aminoácido quelato (C e D) analisados . De acordo com os res ultados apresentados na Tab e l a 1 , v e r i fi c o u - s e que n ão e x i ste diferença estatística significante (p < 0,05) entre os q ue ij o s e s t u d a d o s em rel ação ao sabor, exi s t i n d o , e n t re t a n t o , d i fe r e n ç a e s t at í s t i c a ( p < 0 , 0 5 ) e m relação a o s demai s atributos (aroma, aspecto geral, cor e textura). No atributo sabor, apesar dos queijos A e C a p re s e n t arem d i feren ç a em v a l o r e s reai s ( chegando média "5" que equivale ao "ideal") digitalizado por Pág. 1 1 1 arvoredoleite.org ANAIS D O XVI I I C O N G R ESSO N A C I O N A L D E LATi CíN I O S ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 1 B C D a Médias de aceitação dos queijos Coalhos em relação aos atributos aroma, aspecto geral, cor, s abor e Textura e amostras iguais em médi a pelo Tes te de Tukey. 5,88 a 6,55 c 5 , 9 5 ab 4,57 a 7 , 02 b 4,44 a Tabela 2 - Médias de aceitação dos queij os Coalhos em rel ação a presença de s abor estranho ( ? ) , qual seria esse sabor ( ? ) e a i ntenção de c ompra ( ? ) , e amostras iguais em média pelo Tes te de Tukey. B Médias na mesma coluna seguidas de letras diferentes diferem entre si (p<O,05) C D 3,87b 1 , 82" 4,07b 1 , 80" 4 , 42 " 4, 34" 4,89" 3 , 84" 1 , 57" 2 , 8 3b 1 , 59" 2 , 7 8b A 3,39 a 5, 1 3 b 3 ,37 a Médias n a mesma coluna seguidas d e letras diferentes diferem entre s i (p<O,05). dos q ue ij o s B e D ( ch e g a n d o a m é d i a " 6 " equi valente a "ligeiramente m a i s fraco q ue o ideal " ) , n ão houve d i ferença estat i s t i c amente ( p < 0 , 0 5 ) , apesar das m o d i ficações tanto do teor de g o rd u ra ( p ar c i a l mente d e s n at a d o e d e s n at ad o ) , c o m o t am b é m d o t i p o de ferro adi cionado (em forma de sal ou em forma de aminoácido quelato) , o que mostrou , segundo os provadores , que a d i ferença existente entre os queijos A, B, C e D, são mínimas em relação ao sabor do produto. Com relação ao aroma e aspecto geral, os queij os A e C receberam as maiores notas cuj a m é d i a "7" c o rresponde n a e s c a l a h e d ô n i c a a "gostei moderadamente". Os queijos B e D no atributo aroma receberam média "6" que equivale na escala hedônica a "gostei ligeiramente". Com relação ao aspecto geral os queijos A e C obti veram méd i a " 7 " , o que equi vale n a escal a hedônica a "gostei moderadamente", o s queij os B e D obtiveram média i n ferior (média 4 ) aos q ueij os acima citados, equivalendo ao c o n ce i t o " d e s g o s t e i l i g e i ramente" . I s t o p os s ivelmente deve-se a o fato da retirada parcial e total da gord u ra q u e foi perceptível p e l o s c o n s u midores . Para os atributos cor os queijos A e C foram c o n s i derad o s , de acordo c o m os p r o vadores "ideal" al cançando média " 5 " na escala e o s queijos B e D p o r serem os queij os desnatados, a p re s e n t aram d i fere n ç a na cor o b t e n d o c o n c e i t o " m o deradamente m a i s c l ara q u e a ideal" ( média 3 ) . A o reti rar u m a q u an ti d a d e m a i o r d a g o rd u ra, a l é m d e i n te rfer i r n a c o r , h o u v e t a m b é m , u m a m o d i fi cação n a t e x t ura d o produto, pois os queijos B e D apresentaram-se mais firmes que os o utros queij os e s t u d ados , obtendo média "8" que fica próximo do conceito máximo da e s c ala que é o de "extremamente firme" . Enquanto os queijos A e C, alcançaram média "5", equivalendo ao conceito "ideal", na escala hedônica. A Figura 1 mostra a aceitação das amostras em r e l a ç ão aos atri b u t o s s e n s oriai s : aroma, a s p e c t o geral , c o r , s ab o r e t e x t u ra . Q u an t o maior a sobreposição d a s amostras, maior é a semelhança entre el as e o eixo y representa a a c e i tação de c a d a atri b u t o ( d e 1 = d e s g o s t e i muitíssimo até 9 = gostei muitíssimo). Pode-se verificar que os dois tipos de queijo enriquecidos com os dois tipos de ferro variam com relação ao aspecto geral, onde os queijos A e C são os que apresentam maiores valores médios na escala hedônica. O atributo cor apresenta maior valor médio (nota) para os queijos A e C, e com relação à textura, os queijos B e D apresentam os maiores v a l o res méd i o s da e s c a l a h e d ô n i c a , c a r a c terizando-os c o m o s e n d o os m a i s firmes . Com rel aç ão a presença o u n ão de sabor estranho (Figura 2 ) nos queij os em estudo, os tipos de queijos A e C foram os que obtiveram um maior percentual (63 % e 62%, respectivamente) na média " I ", que equivale a "nenhum s abor estranho". O queijo D apresentou um percentual de 3 1 %, na escala "2" que corresponde a "sabor estranho l i ge iramente forte" . N a e s c a l a " 3 " "sabor estranho moderadamente forte" o maior percentual foi para o queij o B, e, n as o ut ras escalas, mai ores percentuais foram alcançados para os queijos B e D. No que diz respeito aos sabores estranhos atri b u ídos com s u as respectivas percentagens p od e - s e o b s er v ar n a Tab e l a 3, onde o s ab o r estanho, apresentou-se d e forma mais acentuada nos queijos B e D. Levando-se em consideração os provadores que atribuíram s abores estranhos as amostras de queijos testadas, pode-se observe na Tab e l a 3 q ue o s ab o r a m argo foi m a i s fre q ü e n te no q ue ij o B, o metál i c o no D, med i c i n al n o A , s a b o r m o fo e n c on trado n o s queijos B e D , Azedo no queij o C, rançoso nos queijos A e C e com menor freqüência sabor de amido em todos os queij o s . Q uanto a intenção de compra (Figura 3 ) do produto pelos consumidores, a s amostras A e C apresentaram maior percentual de valores na faixa positiva de compra (41 % e 3 3 % respec tivamente), onde os provadores "possivelmente c o mprariam" ( n o t a 4 ) ; h o u v e u m a aceitaç ã o inferior e menor interesse de compra n o s queijos B ( n o t a 1 ) e D ( n o t a 2 ) , o bt e n d o r e s p o s t a s i ndesej áveis como p o s s ivelmente e certamente não c o m p rariam, n o s p r o d u t o s D ( 3 4 % d o s pro v a d o r e s ) e B ( 5 5 % d o s p r o v a d o r e s ) . P o i s com a retirada d a gordura, alguns aspectos do produto, terminam sendo alterados, tornando se assim, estranho p ara o consumidor, mesmo não diferindo no sabor. 70,0 li) oS li) li li) 2! F igura 1 - CIl "O <fl. Valores médios dos atributos p ara cada queij o . . C o m r e l a ç ã o às p e rg u n t a s q u e f o r a m abordadas no questionári o , quanto a p resença de s abor estranho, e qual seria esse s abor, caso existisse, e se o provador compraria o u não o p r o d u t o q u e e s t a v a a n a l i s an d o , h o u ve d i ferença e s tatíst i c a c o m relação a presença ou a u s ê n c i a d e s a b o r e s tr a n h o e p a r a a intenção de compra, p ara os queij os A, B , C e D ( Tabela 2 ) . 60,0 50,0 .D 20,0 1 0, 0 DA Iil S DC II D a 11 8 De 30,0 0,0 F igura 2 8 40,0 1 2 63,0 23,0 62,0 24,0 20,0 1 7, 0 3 1 1 ,0 4 0,0 5 3,0 23,0 23,0 22,0 1 2, 0 31 ,0 1 9, 0 23,0 1 0,0 8,0 5,0 1,0 Percentagem de provadores, na escala hedônica, com relação a presença de sabor estranho nos queij os A, B, C e D. Pág . 1 1 3 Pág. 1 1 2 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII C O N G R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 3 - Distribuição dos entrevistados que encontraram s abor estranho por tipo de queij o . • d ife re n ç a ( p < 0 , 0 5 ) p ara o atrib u to s abor, mostran do ser p o s s ível u t i l izar qualquer das duas forma do ferro Verificou-se que os consumidores s ão, em sua maioria, grandes consumidores de queijo de coalho, possuindo o hábito de consumi-lo de 1 a 4 vezes na semana ( 9 4 % ) , d e s s e perc e n t u a l , 3 1 % d o s provadores preferem frito na manteiga, 27 % a s s a d o , 1 9 % cru e 2 3 % d as três formas . 5. ABSTRA C T 4 . CONCLUS à O • o As quatro amostras de queij o de coalho com teor de gord u ra e o tipo de ferro diferenciado, utilizado na fabricação dos queijos A, B, C e D, de acordo com os provadores, mostraram d i ferença esta tística (p<0,05) para os atributos aroma, a s p e c to geral , c or e t e x t u r a , n ã o havendo diferença estatística ( p <0,05) para o atributo sabor. A aceitabilidade geral dos queijos, obtida através da análise sensorial, foi consi derada satisfatória para os queijos A e C deixando claras evidências que o teor de • • o gord ura i n fl ue n c i o u na cor, text u ra e aroma As médias atrib u ídas pelos provadores indicaram preferência pelos queijos A e C, onde eles provavelmente comprariam os produtos ; O s abor estanho, apresentou-se de forma mais acentuada nos queij os desnatados (B e D). As amostras A e C apresentaram m a i o r percen t u a l de v a l o res na fai x a positiva d e compra, e os queijos B e D uma aceitação inferior e menor interesse de compra. A adi ção de ferro na forma de s al ou am i n o á c i d o q u e l ato n ã o a p re s e n t o u " C o a l h o " c h e e s e i s a p ro d u c t o f great p o p u l arity, a c c e p t a n c e , c o n s u m p t i o n a n d production in t h e Northeastern region of B razil and in t he l a s t d e c ad e s t he s e n s o ri al characteristics of food have been highly valued as they determine the product acceptability in the consuming market , therefore i ts economic viability. Then, the main purpose of this work w as to d e v e l o p and e v al u ate t h e degree o f acceptability of "coalho" cheese ( o f c o w milk) c o n s u mers ' , with low fat text ( light pro d uct) and enriched with iron. The experiments were ac c o m p l i s hed in C amp u s IV of t h e Fede ral U n i v ers i ty o f P araíba, i n t he d i s tri c t of B ananeiras , w here two c heese types enriched with two types of iron were elaborated, i n the form of salt (Sulfato Ferroso Amoniacal) and in the form of chelate amino acid (Ferrochel) . The cheeses were e l ab orated l ike t hi s : O n e w i t h partially ski mmed m i l k (approximately 2 % of fat) added o f iron i n the form of salt ( S u l fato Ferroso Amoniacal - Cheese A) and in the form of chelate amino acid (Ferrochel - C heese C) and another with skimmed milk added of iron in the form o f s alt ( S ulfato Ferros o Amoniacal C heese B ) and in the form of chelate ami n o ac i d (Ferrochel - Cheese D ) . T h e s a m p l e s o f "coagulum" c heese were analyzed t hrough the "Escala Hedôni ca" method ( varying from 1 to 9), where the attributes as aroma, general aspect, c o l o r, flavor and texture o f the cheeses were appraised. The existence or not of strange flavor, and which flavor it would be as well as if the tas ters would buy the product or not were still analyzed. The obtained data were submitted to the Analysis of Vari ance (ANOVA) and, when necessary, Tukey test at 5% of probability. The averages attri b u ted b y the tas ters i n d i cated preference for the cheeses A and C, which they would probably buy. With regard to the strange flavor, i t w as s hown with great frequency the cheeses B and D. The samples A and C presented larger percentile of values in the positive strip of purchase, and the cheeses B and D an inferior acceptance and smaller p u rchase i nterest. Key w o rd s : " C o a l h o " cheese, s e n s or i al analysis, iro n , fat. 6. A G RADECIMENTOS A o A l b i o n L ab o ratori e s , I n c . p e l a do ação do ami n o áci d o q ue l a t o (Ferro c hel) . - A UFPB/C A M P U S IV /B ananeiras - P B , p e l a u t i l i zação de s e u s l ab o ratóri o s , d u ra n te t o d o o d e s e n v o l v i me n t o d o experimento, como também, a todos que contribuíram p ara realização da análise sensorial de queij o de coalho. 7. REFER Ê N C IA S BIBLIOGR Á FICAS [ 1 ] ALB I O N L A B O R ATORIES . F o rt ificação d e alimentos . S ão Paul o : [2000] . [2] A Q U I N O , F.T.M. Pro d u ção do q ueij o d e c o a l h o n o E s t a d o d a P a r a íb a : a c o m p a nh a m e n t o d a s c a ra c t e r ís t i c a s fís i c o q u í m i c a d o p ro c es s a m e n t o . J o ã o P e s s o a , 1 9 8 3 . 8 1 p . Dissertação (Mestrado em Ciência e tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. [ 3 ] A S S O C I A Ç Ã O B R A S ILEI R A D A S INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO. S ão Paulo: A B I A . Res o l u ção d a C o m i s s ão N a c i onal de Normas e Padrões para A limentos M/S 1 2/7 8 , S ub-itém 1 2/46 . - A l i mentos Enriquecidos. [4] LIMA, M . H . P. , TELLES , F.J . S . , MACEDO, B . A . , B ENEVI DES, S . D . Elaboração de queij o de c o a l h o a p artir de l e i te p a s t e u ri zado e inoculado com StreptococCllS thermophyllllsI e La ctoba cillus b lllga ric u s : aspectos b ioquímico e sensorial. B oletim d o Centro d e Pes quis a e Produção de Alimentos (CEPPA ) , Curitiba, v. 1 6, n . l , p. 3 7-44, j an/j un . 1 99 8 . [ 5 ] L O T U F O , T . S o l u ç ão n a mes a : N o v a s categorias de alimentos revolucionam o cardápio e a saúde do brasi leiro . ISTO É. S ão Paulo, n° 1 55 5 , p . 1 3 6 - 1 37 , Jul . 1 99 9 . [6] MONTEIRO, C .L . B . Técnicas de Análise S ensorial. 2 ed. Curitiba: Univers idade Federal do Paraná, CEPPA , 1 9 8 4 . 1 0 1 p . i l . [ 7 ] MORAES , M . A . C . Métodos de avaliação sensorial dos alimentos. 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ANÁLISE DE MICRORGANISMOS I N DICADORES, SALMONELLA, STAPHYL OCOCCUS A UREUS EM R ICOTA DE lEITE DE CABRA. AnaJysis of microorganisms, Salmonella, Staphylococcus aureus at goat milk ricotta TRAVASSOS, Antonio Eustaquio Resende1 ; M E D E I ROS, Rosália Severo de2 ; MAN G U E I RA , T i a n e Figuei redo B astos2• RESUMO A fabricaçã� de ricota é u ma d �s formas mais simples e econôm icas de aproveit amento do s o r ? � ro ':..e ll 1 e n t e d � v a, n. o s t i p O S de q u e ij o s , o b t e n d o - s e um p r o d u t o de fác i l c ? me �cl a! l zaçao e � e baIXO custo. P o r apresen tar um alto valor n u tritivo e uma elevada . dl �estlbIlld ade, o leite de � abra oc � p a um lugar de destaqu e dentre os aliment os de origem . amm �l, aument ando com ISSO a uti l ização do leite no process amento de vários derivad os de leite de cabra, como a ri cota. A ricota fres c a é c o n s iderada um dos produto s que . _ apresen ta melhor es condlço es p ara o desen volvime nto e crescim ento de microrc ranismo s co n: o, Sa lmone lla, Staplzy lococcu s a u re u s , C o l i formes totais e fe cais dentr; o utros ' devido a presenç a de alguns compon entes como lactose e sais minera is � omprom etendo dessa forma, a qualida de do produto em curto espaço de tempo. De acord o com a Portari � 45 1 , de I � de setembr o de 1 997, do Ministé rio da S aúde, que dispõe dos limites e tolerân cias par as diferen tes classes de produto s alimen tícios, realizo u-se a pesquis a de Salmon e lla em �5g, contage m de S. aureus (lg) e Colifor mes totais e fecais (NMP/ g) ' co m o o b'Je t'I V O de v e r i fi c ar o c o m p o rtamen to des tes m i crorga n i sm o s nas r i c o t a s d e l e i te de c abra . conser: adas em temper atura de refnge ração de aproxi madam ente 7 C ' com 24 h oras, 1 5 e 3 0 dias apó s o p roces s amento . O leite utili zado no presen te trabalh o foi o b t I" do d o . rebanh o capnno da Univer sidade Federal da Paraíba" Campu s IV . município de B ananelras, m i crorre bcr l' �- O d o B reJ. o P arai. b a n o e p ro c e s s a d o na U n i d ad e de P r o c e s s a m e n t o e . Demon straçao d � AlImen tos - UPEDA . Três ricotas foram elabora das com soro de uei ' o de coalho de leite de cabra pas teuriza do, ricota consis tente, p astosa condim entad co � ; � 2 � � Prof. Adj unto 3. o epartam ento de Tecnolo gia Rural -Orient ador/ UFPB/C ampus I V. Mestl. ado e m Clencla e T:cnolo gi a de Alimen tos/UFP B - Campu s I . . -mall para � con tato: rosah a.s.med eiros @ zi p m ai l .com.br Orgão Financ iado!': CAPE S. cebola e condimentada com orégano, de acordo com o Manual para fabricação de Laticínios - CETEC-Minas Gerais ( 1 9 8 5) e mantidas sob refrigeração a 7C. Segundo a metodologia preconizada pelo American Public Health Association - APHA as ricotas foram s ubmetidas a análise no Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos da referida instituição. Todos os resultados obtidos nas análi ses de Salmone lla e S. a u reus foram negativos nas três rico tas . A ricota c o n s is tente anal i s ada nos três tempos (24 h o ra s , 1 5 e 30 d i as ) apresentou 1 6, 6 6 % das amostras com níveis elevados d e Coliformes totai s . Na análise de Coliformes fecais, 1 00 % das amostras das três ricotas analisadas com 24 horas, 15 e trinta dias, apresentaram-se com n íveis abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde. Estes res u ltados devem-se a p as teurização realizada no leite de c abra antes do process o de e l ab oração das ric o t a s , as s i m c o m o , as c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c as o b s erv adas d u ra n t e o processamento dos produtos . De acordo com os resultados, pode-se concluir que as ricotas processadas com soro de queij o de coalho de leite de cabra pasteurizado e mantidas sob refrigeração a 7C, encontram-se aptas para o consumo humano no prazo de até 3 0 dias . Palavras chaves : leite d e cabra; ricota; microrganismos indicadores . INTRODUÇ Ã O Originário da região Mediterrânea e Sul da Itália, ri cota é o nome u s ad o p ara o produto obtido pela prec i p itação d e p r o t e í n as por aquecimento e aci d i fi cação, sendo a matéria p r i m a o s oro d e q u eij o , l e ite fre s c o o u acidificado, o u a mistura destes (CETEC, 1 98 5 ; Modler, 1 9 8 9 ) . Nos países da A mérica Latina, s e g u n d o M o d le r ( 1 9 8 9 ) a r i c o t a t a m b é m é denominada como queijo blanco. De acordo com a Portaria n° 526 do Ministério da S aúde, define se ricota como um produto obtido da albumina do soro de leite adicionado de leite até 20% do seu volume, e pode ser consumido fresco ou defumado por 1 0 a 1 5 dias. Segundo a Portaria n° 1 46 do Ministério da S aúde a ricota pode ser classificada como um produto magro ( 1 0 a 25% de gordura) e de alta umidade (não inferior a 55%). A vida útil do soro como produto inalterado é extremamente curta, devido ao seu alto valor n utritivo ( Vieira e t aI, 1 9 8 5 ) e suas condições de umidade ( Madrid , 1 97 9 ) , temperatura e p H ( Amieva, 1 974) . A ricota fresca, p o r apresentar alto teor de u m i d ade, fácil des soro d u rante o t r a n s p orte e d i fí c i l a c o n d i c i o n amento e m condições higiênicas, é extremamente proble mática com relação a sua conservação, por isso, recomenda-se a sua fabricação nas proximidades d o s c e n t ro s de c o n s u m o ( Panetta, 1 9 7 5 ) . E s t u d a n d o a c o n ta m i n ação m i crob i a n a e m derivados d o leite d e ovelha como ricota fresca e salgada, Fad d a ( 1 9 8 9 ) obteve os s e g u i ntes resultados : ausência de E. co/i nas amostras de ricota fres ca e a presença em 3 das 5 amostras de ricota s al gada anal i s adas. A fabri cação de ri c o t a é u m a d as fo rmas m a i s s im p l e s e e c o n ô m i c a de apro v ei t a m e n t o d o s o ro Pág. 1 1 6 p roveniente de varI O S t i p o s d e q u e ij o s . Este trabalho teve como objetivos o aproveitamento do soro do queij o de coalho de l eite de cabra para elaboração de ricota e verificar as condições h i g i ê n i c o - s an i t ár i as ( p e s q u i s a de b actérias coliformes, Staphylo c o c c llS a u re u s e pesqu i s a de Salmonella) deste produto c o m 24 horas (1) , c o m 1 5 ( l I ) e c o m 3 0 ( l U ) d i as após o proces s amento . MATERIAL E M É TODOS O leite utilizado no presente trabalho foi o b t i d o d o reb an h o c ap r i n o da U n i v e r s i dade Federal da Paraíba, Campus IV, no município de B ananeiras, microrregi ão do B rej o P araibano. O rebanho caprino é composto por animais P.O. das raças Parda Alpina, S aanen, Anglo Nubiana. Os a n i m a i s s ã o c r i a d o s em s i s t e m a s e m i e x t e n s i v o e a l i me n t a d o s c o m ração a n im al ( 500g/cabra), acompanhado de pasto de leucena e capim. D urante a pesquisa utilizou-se o leite obtido dos referidos animais durante os meses d e a g o s t o de 1 9 9 9 a fevereiro de 2 00 0 , desconsiderando fatores como raça, idade, data de p arição e período de l actação . D e p o i s de ordenhado, o leite era encaminhado a UPEDA (Unidade de Processamento e Demonstração de Alimentos) para ser processado (Fluxograma 1 ) e e m s e g u i d a real i z a r as determi n aç õ e s microbiológicas c o m O ou 24 horas (I), 1 5 ( l I ) e 30 (IH) dias . As análises microbiológicas foram reali z a d as de a c o r d o c o m as e x i g ê n c i a s d a Portaria 46 1 /9 8 d o Ministério d a S aú de : pesquisa de Salmonella, bactérias coliformes e contagem de Staphylo c o cc u s a ll r e u s , de acordo com os Pág. 1 1 7 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS c r i té r i o s rec o m e n d a d o s p e l o A M E R I C A N P U B L I C H E L AT H A S S O CI AT IO N - A P H A ( 1 9 85 ) e ICMSF ( 1 9 8 3 ) . Estas análises partiram da t r i tu ra ç ão da a m o s t r a ( l Og ) , p e s a d a assepticamente, c o m água peptonada salina 0, 1 % esterili zada (90ml), obtendo a d i l uição l O' ! , e seguindo a diluição até 1 0'\ com exceção para a pesquisa de Salmon e lla . Pesquisa de B actérias C o l i forme s : segundo ICMSF ( 1 983); AMERICAN PUBLIC HELATH ASSOCIATION A PHA ( 1 9 8 5 ) . Pesquisa de S. a u reus: segundo AMERICAN PUBLIC HELATH ASSOCIATION APHA ( 1 985). Pesquisa de Sa lmonella: Método Trad i c i o n a l : s e g u n d o A M E R I C A N P U B L I C HELATH A S S OC I ATION-APHA ( 1 9 8 5 ) ; Ágar Rambach: segundo MERCK ( 1 994). Adição do Leite 20% -Ricota Consistente 5% -Ricotas Pastosas RESULTADOS E DIS CUSS à O Na Tabela I encon tram-se os res u ltados do NMP de C o l i formes To tai s ( N M P/g) das ricotas (D), (C) e (O), obtidos com 24 horas (I), 15 ( II ) e 30 ( III ) dias após o processamento. A ricota "D" apresentou 6 6 , 6 % d as amostras analis adas com 24 horas com elevados índices, reduzindo essa percentagem nos demais tempos, 15 e 30 dias, para 1 6,6%. Todavia, com 24 horas, 15 e 30 dias 1 6,6% das amostras foram consideradas impróprias para o consumo. As ricotas "C" e "O" apresentaram 50% de suas amostras analisadas aos 30 dias com elevados índices, no entanto, apenas nas amos tras anal i s adas c o m 1 5 d i a s , 1 6 , 6 % apresentaram-se i mpróprias para o consumo. S ak ate ( 1 99 ) anali s ando ricota fres c a no Mercado Central de Belo Horizonte, concluiu que 88,9% das amostras apresentaram elevados índices de Coliformes Totais, e 1 0% foram consideradas impróprias para o consumo. Tais resultados podem ser cons iderados concordantes com os encon trad os neste trabalho para a ricota "D" . Os d ad o s d a Tab e l a 2 repres e n t am o s valores do NMP de Coliformes Fecais (NMP/g) das ricotas (D), (C) e (O), obtidos com zero ou 24 h o ras ( I ) , 1 5 ( l I ) e 30 ( I I I ) d i as a p ó s o process amen t o . N a pesquisa d e S . a ureus e d e Salmonella, todos os resultados, em todos os experimentos e p ara todas as ri c o t as ( D ) , ( C ) e ( O ) foram negat i v o s . Portanto, as ricotas ( D ) , (C) e (O) apresentaram-se dentro dos padrões determinados pela legislação para Salmone lla e S. allreus. CONCLUS Õ ES D e a c o r d o c o m o s res u l t a d o s p o d e - s e c o n c l u i r q u e : as três r i c o tas apre s e n taram resultados negativos para a Pesquisa de S. aureus e Salmonella. As ricotas (D), (C) e (O) apresentam índices considerados aceitáveis pela legislação até 3 0 d i as após process amento na P e s q u i s a de Coliformes Totais . As três ricotas apresentaram níveis de Coliformes fecais abaixo do recomendado pela Portaria 46 l /9 8 do Ministério da S aúde . As ricotas processadas com soro de queijo de coalho de leite de cabra pasteurizado e mantidas sob refrigeração a rc, encontram-se aptas para o cons umo no prazo de até 30 dias . ABSTRACT R i c ot t a m a n u fa c t u re i t ' s a s i mp l e an d economic form of utilization of w hey milk at di fferent types of cheese, obtaining a product Tabela 1 - Resultado do Número Mais Provável de Coliformes totais (NMP/g) da ricota consistente ( D ) , pastosa condimentada com cebola ( C ) e pastosa cond imentada com orégano (O), anal i s ad as com 24 horas ( I ) , 1 5 ( l I ) e 30 d i as ( l I l ) após p r o c e s s amento e m s e i s experimentos . 2 ,0 x 1 03 1 , 1 x 1 04 2 , 3 x 1 02 2 , 3 x 1 02 < 1 ,0 Condimentação das ricotas Pastosas (Orégano e Cebola desidratada) Tabela 2 - 0,9 x 1 0 9,0 x 1 0 < 1 .0 4,0 x 1 0 < 1 ,0 > 1 , 1 x 1 04 4,0 x 1 0 4,0 x 1 0 < 1 ,0 5 ,0 x 1 03 7,0 x 1 02 9,0 x 1 0 2, 3 x 1 0 < 1 ,0 4.0 x 1 02 < 1 ,0 0,9 x 1 0 < 1 ,0 2,0 x 1 03 0,9 x 1 0 2 ,0 x 1 02 < 1 ,0 5 ,0 x 1 03 9,0 x 1 02 1 , 5 x 1 02 9.0 x 1 0 < 1 ,0 1 , 5 x 1 02 4,0 x 1 0 < 1 ,0 1.0 x 1 0 4.0 x I ( 4.0 x I ( < 1 ,0 Resultado do Número Mais Provável de Coliformes fecais (NMP/g) das ricotas consistente ( D ) , pastosa condimentada com cebola (C) e pastosa condimentada com orégano (O), anal i s ad as com 2 4 h o ras ( I ) , 15 ( l I ) e 30 d i as ( I H ) após p ro c e s s amento em seis experimentos . F l u xo g r a m a 1 - Fl u x ograma de p ro c e s s amen t o d a s r i c o t as a p ar t i r d a o b te n ç ão do l e i t e até ac o n d i c i o n amento. Pág. 1 1 8 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONG RESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS of market easy and low price. The product has a high nutrient val ue and high digestion . Goat m i l k is at p l ace of e m i nence among fo od o f animal 's origin, increase the milk utilization on process o f di fferent d ai ry goat m i l k , ri cotta. Fresh ricotta is considering one of products that has better c o n d i t i o n fo r devel o p m e n t and increase o f microorgan i s ms , Sa l m o n e lia, Staphy l o c o c c u s a u re u s , t o tal a n d faec i u m c o l i forms, among others , d ue t h e presence o f some components like lactose and ash, involved the quality of product at brief time. Accord with Portaria 45 1 , September, 1 9 , 1 997, of Ministry of Health, that order about limits and tolerance for di fferent classes of food prod ucts, real i zed the research of SalJll()Jle lla at 25g, count of S. a u r e ll S (lg) and total and fae c i u m c o J i forms (NMP/g) , with objective to verify the hygienic and s an i tary c o n d i t i o n s o f the at goat m i l k ricotta conserved a t temperature of refrigeration approxi mate 7°C, done after processing at the fi rst day, 1 5 th and 3 0th• On the present work , m i l k used was obtained of the fl ock goat at UFPB , Campus IV, B ananeira"s city. Three kinds of cheese ricotta were processed from goat milk p as t e u r i z e d , c o n s i s te n t ricotta, p a s t y r i c o t t a with onion and pasty ricotta with origan, accord w i t h the CETEC, M i n as G erai s ( 1 9 8 5 ) , a n d m a i n t a i ned a t refri gera t i o n o f 7 ° C . A c cord m e t h o d o l o g y o f A me ri c an P u b l i c Health Association A PHA, analysis of ricottas were done at controls food of laboratory. A I l res ults obtained at analysis of SalJllonella and S. aure us were negat i v e 011 the t h ree r i c o t t as . The consi stent ricotta observed at three times (first d ay, J 5 th and 3 0th) showed 1 6 , 6 6 % o f sample w i t h high leveI o f total c o l i forms . On the faecium coliforms analysis, 1 00 % o f s ample of tree ricottas observed with 24 hours, 15 and 30 d ays s howed leveI below o f reco mmended o f Ministry of Heal th. These res ults occur d u e the p a s t e uri z i n g t o o k on g o a t m i l k befo re p ro c e e d i n gs o f ri c o t t a e l ab o rat i o n , j u s t as , h y g i e n i c c o n d i t i o n s o b served d u r i n g the proceeding o f the prod ucts . Accord with results, it follows that ricottas took with whey of cheese goat m i l k pas teurized and main tai ned under refrigeration of 7°C, they are capable for human use at time until 30 days. K e y s w o rd s : Goat milk, r i c o t t a , microorgan i s ms . REFER Ê N C IAS B IBLIOGR Á FICAS AMERICAN PUBLIC HELATH ASSOCIATION S ta n d a r d M et h ods for the AH-IA. Exam ination of D airy Products. Washington. 1 9 8 5 . 4 1 0p . A M I EVA, M . R . O aproveitamento d o s oro de queij arias . Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tos tes, v. 2 9 , n . 1 7 1 , p . 5 - 1 1 , 1 9 74. B R A S I L . M i n i s téri o d a A gri c u l t u ra. Portaria n . 1 46 , d e 07 de março d e 1 9 9 6 . A p rova os Regulamento Técnicos de Identidade e Qual idade d o s P ro d u t o s Lác t e o s . D i ár i o O fi c i a l [ d a ] R e p ú b l i c a F e d er a t i v a d o B r a s i l , P o d e r Executivo. B rasília, DF. 1 5 ago. 1 996. B R A S IL. Mi nistéri o da S aúde. 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AVALIAÇÃO DAS INOVAÇÕES TECNOLOGICAS N O PROCESSAM ENTO DE QUEIJOS R EG IONAIS NA REGIÃO DE NOSSA SENHORA DA G LÓRIA /SE* Evaluation of the technolog ical innovation in the process of making regional cheeses in Nossa Senhora da Glória/SE I rinéia Rosa do N asci mento 1 , José Carlos N abuco de Oliveira2, Sonia de Souza Mendo nça Menez es3, Elisangela Santos Si lva4 RESUMO Consi derando a i mportânc i a regi onal da prod ução de derivados do l e i te e de se desenvolver vantagens competitivas ligadas à qualidade dos produtos lácteos, inovando face as novas tendências do mercado, este trabalho teve por obj etivo aval iar as inovações tecnológi cas que vem ocorrendo no processamento dos q ueij os de identidade regionai fabri c ados no M u n i c íp i o de Nossa S enhora d a G l ória/S E . O estudo fo i reali zado em 5 6 , 6 7 % d as u n i d ades pro c e s s ado ras l o c a i s e teve como metodologia a ap l i cação de questi onári o s ; identificação de p arâmetros de p rocessamento como as temperaturas que s ão apl icadas à mas sa, com auxílio de Termômetro ( 1 20"C) , e a acidez da massa obtida através do aparelho peagámetro D I GI MED DM-20. Em 46,70% des tas unidades foram observado s alterações na fabricação do queij o trad ici onal de mas s a crua, o queijo de "coalho" . A técnica de fabri cação diferencia-se da t rad i c i onal a partir da incius ão das etapas de i mersão da massa desorada em água com temperaturas elevadas , resultando no q ue ij o denom inado de " p ré-cozido". Destas queij ari as , 4 2 , 4 5 % praticam 03 i mers ões s ucessivas da massa em água aquecida. A primeira imersão a temperatura que varia de 60 a 8 5"C, a segunda de 6 8 a 90"C e a terceira de 70 a I OO"C. Apenas em 3 , 5 9 % das queij arias foram observados o uso de uma única etapa de i mersão a temperatura de 9 8"C. Verificou s e a a l terações no p H d a mas s a com a red u ç ão da acidez do pro d u t o fi n a l . Após o processo de imersão da massa nestas temperaturas, veri ficou-se alterações nas características sensori ais, cor e textura, que diferenciam o produto do tradici onal q u e ij o de "coalho". * 2 4 Pes q u i s a fi n anciada p e l o C I R A D -TERAIS IAL, França. Zootecnista M . Sc . , Prof'. Departamento de Engenharia Agronôm ica - U n i versidade Federal de Sergipe. e-mai l : irineia@ netdados.com. br. M e d . Veteri n ário, Espec i a l i sta, Prof. Departamento de Engen hari a Agronômica - U n i versi dade Federal de Sergipe. G eógrafa. M estranda em Geografi a Agrária. NPGEO - U n i vers i d ade Federal de Serg i p e . B ol s i s t a d e I n i c i ação C i en tífi c a, A l u n a d o C u rso d e E n g e nhari a Agronôm i c a - U n i v e rsi d a d e Federal d e S erg i p e . digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS Apesar de serem utilizadas de modo empírico, estas novas técnicas têm como resultado o aumento do perío d o de c o n serv ação do p ro d u to fi nal . A s temperaturas empregadas minimizam as possíveis contaminações microbiológicas decorrentes do uso de leite cru no processamento de queijos regionais, além de favorecer a inativação dos mi crorganismos mes ó fi l os . Palavras-chave s : queijos regionais, inovações tecnológicas, fabricação de queijos. 1 . INTRODUÇ Ã O No sertão s ergi p ano l o c al i za-se a bacia lei t e i ra d o ri o S ão Franc i s c o , c e n t ra d a n o município d e Nossa Senhora d a Glória. O êxito da exploração leiteira local pode ser atrib uído às i nterações e x i s tentes entre a produção e o processamento informal de derivados do leite, integrad os ao mercado regional . CER DAN e S A UT IER ( 1 99 6 ) , res s altam q u e , a p e s a r d e s s e m u n i c í p i o c o n tar c o m a presença de vários empreendedores industriais, as rudimentares "queij arias" ou " fabriquetas de q u e ij o" i n formai s são pred omi nantes, com a fabricação de produtos de identidade regional . Ainda, as unidades de processamento da região de Nossa Senhora da Glória foram responsáveis pelo re c o l h i mento de apro x i madamente 60% d a p ro d u ç ã o d e l e i te local, c o n tra 26% d as indústrias . As unidades informais de p rocessamento são e s p e c i a l i zadas n a p r o d ução de p r o d u t o s l ácteos de identidade regional. De acordo c o m C E R D A N e S A UTIER ( 1 9 9 9 ) , a fabricação d e produtos lácteos n a região apoia-se na existência de um "saber-fazer local", que garante a geração de renda e a conti nuidade do uso de técnicas de p r o c e s s a m e n t o de p ro d u t o s e s p e c ífi c o s . a e x e m p l o do qu eij o de c o al h o , do req u eij ão sertanej o . Embora o setor q u eij e i ro apresente u m re l e v an t e p apel n a e c o n o m i a regi o n a l , c o m vantagens c o m p e t i t i v a s na c o merc i al i zação , apresenta, no entanto, uma série de fatores de i n t e r ferê n c i a d i re t a n a q u a l i d a d e e n a competitividade d o s seus produtos . CARVALHO F I L H O et aI . , ( 1 9 9 8 ) apo ntam o s problemas sanitários a começar pel a obtenção d o leite, as instalações precárias , a manipulação e uso de técnicas inadequadas de processamento, além da falta do rec onhecimento legal, que l i mi ta os meios de comercialização e estimula a circu lação c l andestina dos prod u t o s , como os fatores de maior i nterferência. D iante do mercado atual , cada vez mais e x i ge n t e e m q u al i d ad e , c o g i t o u - s e a t o tal d e s art i c u l aç ão do s e t o r q u e ij e i ro l o c a l . Entre t a n t o , a c a p a c i d ad e d e i n o v ar fre n te as d i fi c u l d a d e s , p a r e c e s e r u m a d a s a l t e r n at i v a s e n c o n t ra d a p e l o s f a b r i c a n t e s p a ra g a r a n t i r a p e r m a n ê n c i a d o s p r o d u t o s lácteos no mercado regio nal . Observa-se uma mudança tecnológica. com a fabricação de queijos mais genéricos a exemplo do queijo pré-cozido e da mussarela. A produção de queij o s submetidos a temperaturas elevadas reflete no aumento da vida útil dos produtos , quando comparados aos queijos de massa crua. Essas alterações na fabricação dos q ueij os regionais podem ser c o n s i d e radas como i n o v aç õ e s tec n o l ó g i c a s , n a b u s c a de u ma adaptação do setor aos novos padrões de consumo. S ILVA e N A S C I ME N TO ( 2 0 0 1 ) . em estudos do setores leiteiro e queijeiro na região, constataram que o queijo pré-cozido é resultado de uma i novação no processamento do q ueij o d e coalho, a partir d a inclusão n o fluxograma de produ ç ão de etapas de imers ão ou lavagem da massa desorada em água aquecida. Com a adoção empíri ca dessas etapas de fabricação obtêm-se um prod u to com característi cas desej adas pelo consumidor. O desenvolvimento de estudos científicos e experimentos com o propósito de identificar e aval iar a e fi ci ê n c i a e a v a l i d ade das novas t é c n i c as u t i l i z a d a s n o p r o ce s s a me n t o d o s pro d u t o s l ác teos reg i o nai s , podem c o n tri b u i r para o process o de i novação d o s s i stemas de pro d u ção e padroni zação d o s produtos regio nai s . A s s i m s e n d o , o presente trab a l h o teve c o rn o p ro p ó s i to aval i ar as i n o v ações t e c n o l ó g i c as n a p r o d u ç ão de q u e ij os regi o n a i s de ocorrência em Nossa Senhora da Glória, região de maior destaque na pro d u ção de queij os no Estado de Sergipe. 2. MATERIAL E M É TODOS O presente estudo foi reali zado na regwo de Nossa Senhora da Glória/SE durante o período de outubro a dezembro de 2000. O estudo constou das seguintes etapas : identificação e seleção das ANAIS D O X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N AL DE L ATi C í N I O S uni dades processadoras : levantamento de dados no local ; caracterização dos queij os fabricados com tecnologias inovadoras. de líqu idos e sólidos. Ainda, foram observados caracteres sensorias corno cor e text ura. 2.3. 2.1. O b t e n ç ã o d a amostra As localidades e as fabriquetas vis itadas foram determinadas através de um mapeamento das fabri q uetas do m u n i c í p i o , com a p o i o d a Empresa d e Desenvolvimento Agropec uário de Sergipe - EMDAGRO/SE. A amostra constou de 1 7 fabriquetas , que corresponde a 5 6 , 6 7 % das u n i d ad e s p ro ce s s ad o ras da regi ã o . P ara a composição da amostra foi utilizado o segui nte critéri o de seleção : volume de leite process ado por mês (entre 6 .000 a 1 8 0 . 000 l/mês) e tipos de produtos fabricados (Tabela 1 ) . 2.2. Levantamento dos d a dos Foram elaborados e aplicados questionários durante as visitas às unidades produtoras de queijo. Os questi onários abordaram os aspectos : tipos de derivados de leite processados e etapas da produ ção - fl uxograma de prod ução dos novos pro d u t o s . Para me l h o r c aracteri zação d o s p r o d u t o s fo ram a fe r i d o s p arâmetros fís i c o q u í m i c o s d u rante a fab ric ação dos p ro d u t o s , c o m o as temperaturas de i mersão d as massa, reali zada com auxílio de Termômetro ( l 20"C ) . O u tro parâmetro i de n t i fi c a d o fo i a a c i d e z da massa, obtida através do ap arelho Peagámetro D I G I MED DM-20 com eletrodos . p ara leitura Tabela 1 - Análise S ensorial Os queij os pré-cozido e de coalho foram s ubmetidos à analise sensorial com fins de avaliar e comparar a sua aceitação. foi utilizado a Escala H e d ô n i c a de 9 p o n to s , v ar i a n d o de " g o s t e i extremamente" a "desgostei extremamente", d e acordo c o m C H AVES e S P ROES SER, ( 1 9 9 9 ) . Foram selecionados ao acaso 3 0 provadores não tre i n ad o s , para as s i n al arem a s u a preferência e m fi c h a a p r o p ri ad a . A c l a s s i fi c ação dos julgadores na escala foi transformada em escores para análise de preferência. O teste foi realizado no Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federa! de Sergipe. 3. RESULTADOS E DIS CUSS à O 3.1. Produtos lácteos fabricados na região O b s erv a - s e s e g u n d o a F i g u ra 1 , q u e a produção regional encon tra-se bem divers i fica, com o processamento dos produtos tradicionais, coalho, requeijão e manteiga, além da fabricação de produtos mais genéricos como a mussarela e o q ueij o pré- c o z i d o . Cons tatou-se em 2 9 ,4 1 % das unidades visitadas o processamento de mais de um tipo de produto. Entretanto, o queijo que apresentou maior fabri c ação foi o pré-cozido, processado em 52,94% das fabriquetas. Composição da Amostra - Unidades processadoras . Fabriquetas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ii 12 13 14 15 16 17 Volume de Leite Processado/mês (litros) 6.000 Lagoa do Chocalho 9.000 Mucambo 60.000 Estrada de Monte Alegre 1 80 .000 Estrada N . S ra. da G lória 25.500 B aixa Limpa 1 8. 000 B aixa Limpa 3 1 . 500 Lagoa do Carneiro 1 5.000 Lagoa Grande 1 2.000 Retiro I I 48.000 I Aroeira 45.000 Lagoa do Rancho 1 5.000 Riacho Grande 3 9. 000 Tanque de Pedra 24.000 I Aracuã 5 8.500 Lagoa Bonita 1 9.800 Queimada d a Onça 24.000 Tanque de Pedra Localidades* '. Produ tos Coalho Pré-cozido Requeijão e manteiga Requeijão, manteiga, p récozido. mussarela Pré-cozido Pré-cozido e mussarela Coalho e mussarela Pré-cozido Coalho Pré-cozido Pré-cozido Coalho I Pré-cozido Pré-cozido Mussarela Coalho e pré-cozido Pré-cozido * Localidades si tuadas na zona rural de Nossa Senhora da Glória. 1 23 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS ji! QUeijO coalho I 45,00% 40,00% 35,00% Por ce ntag e m fim Pré-cozido 30,00% 25,00% o Mussarela de Fab r i q ue t a s 20,00% o Pré-cozido e mJssarela 1 5,00% 1 0,00% o Queijo coalho e 5,00% 0,00% mussarela Iill Queijo coalho e préTipo de P r o d u ção Figura 1 O Requeijão e manteiga I cozido O Manteiga, pré-cozido, mussarela e requeijão D istribuição produtos lácteos fabri cados na região. O s re s u l t a d o s d e m o s t ram u m a i n t e n s i fi cação na produção d e queij o pré-cozido n a região. Veri ficou-se a ocorrência d e fabriquetas especializadas na prod ução desse novo tipo de q u e ij o (43 , 4 5 % ) , com pro d u ç ão d u rante todo o ano . 3 .2 . Fluxograma de produção Em 46,70% das unidades de processamento observou-se alterações na fabricação do queij o tradicional d e massa crua, o queij o d e "coalho" (Figura 2). A técnica de fabricação diferencia se da tradicional a partir da inclusão das etapas de i mersão da mas s a des orada em água com temperaturas elevadas, resultando no queijo "pré cozido". Destas queij arias, 42,45% praticam 03 imersões sucessi vas da massa em água aquecida. A pri meira i mersão a temperatura que vari a de 60 a 85"C, a segunda de 68 a 90"C e a terceira de 70 a 1 00"C . Apenas em 3 , 5 9 % das queijarias constatou-se o uso de apenas uma única imersão à temperatura de 9 8"C. Durante o processo de imersão da massa a temperaturas elevadas, foi constatada uma queda paulatina da sua acidez. O pH inicial, antes das lavagens, variou entre 5,6 a 6,2, enquanto que, no final do processo, apresentou variação de 6,5 a 6,8. ANAIS DO XVIII CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS Após a última operação de adição de água fervente na massa é retirado todo o soro residual, s e g u i d a das etapa de s al g a, e n fo rmagem e p ren s ag e m . O p ro d u t o fi n a l , gera l m e n t e , é armazenado sob refrigeração entre 2 a 8°C, o que não foi observado para os queij os de coalho. O queijo pré-cozido pode ser definido como um queij o de i d entidade regional, obtido por coagulação enzimática, com a massa submetida a etapas s u cess ivas de ad ição de água fervente. Apesar de não sofrer uma exposição d i reta ao calor, po deri a ser e n q u adrado den tro da classificação de queijos de massa cozida. Os queijos fabricados por essa técnica, quando comparados ao queijo de coalho, apresentam um textura mais firme e uma coloração amarela mais intensa. 3 . 3 . Análise S ensorial A pontuação média ponderada obtida no teste de aceitação foi de 7,5 para os dois tipos de queijos (TI = tradicional e T2 = com tratamento térmico). A média ponderada encontrada , equivale a "gostei muito e gostei moderad amente" . A s s i m , os resultados do teste de aceitação mostraram que os j ul gadores não foram capazes de diferenciar os d o i s t i p o s de q u e ij o , demostrando q u e o s sabores se assemelham. 4. CON CLUS à O Os re s u l t a d o s i n d i caram q u e o s e t o r queije iro l o c a l , apesar de d ivers i ficado, apre senta uma grande tendência para a fabricação de queijo pré-cozido, produto desenvolvido a partir de inovações no processamento do tradicional queij o de coalho. O pro c e s s amento de q ue ij o pré - c o z i d o c aracter i z a - s e p e l o emprego de t é c n i c a s empíricas d e elaboração. Apesar da inexistência de trab a l h o s c i e ntífi c o s de av ali ação mi cro biológica desse tipo de queijo, observa-se que o produto ganhou muito em qualidade apresentando se menos susceptível ao crescimento e ao ataque microbiológico, em virtude das etapas de adição de água fervente ao qual é submetido. Isso tem um reflexo positivo no tempo de conservação do produto, mais prolongado, em relação aos queijos tradicionais, que comumente são atacados por fungos tornando-os impróprios para o consumo humano . Além das técnicas de elaboração esse tipo d e queijo obtêm mel hores res u l tados q u anto a s u a conservação, devido a prática d e armazenamento sob refrigeração as temperaturas de 2 a 8"C. Do ponto de vista sensorial, os j ulgadores não foram capazes de detectar diferenças entre os queijos de coalho e pré-cozido, demostrando q u e o q u e ij o pré - c o z i d o apre s e n t a s ab o r agradável, semelhante a o do q ueij o trad i c i o nalmente consumido na região. A busca de alternativas e a capacidade de inovar frente as novas tendências do mercado é uma das características dos fabricantes de queijo da reg i ão de N o s s a S e n h ora da G l ó ri a , q u e p o s s i b i l i t a a perman ê n c i a e a i n s erção de produtos lácteos de sabor e aparência agradáveis no mercado regional. s . ABSTRACT Considering the regional importance of the d a i ry p r o d u c t i o n a n d the a d v an tages o f developing competiti ve techniques for quality o f such pro d u c t s , an i n n o v a t i on d u e to new market trend s , this work ai med at eval u ating t h e new t e c h n o l o g i e s taking p l ac e i n the p ro c e s s i n g o f c he e s e s o f reg i o n a l i de n t i t y manufactured in N o s s a Senhora da G l ória/SE . S u ch s t y took place 5 6 , 7 % a t local u n i t s of the s u rveyed area and e s p e c i al appl i c at i ons w i t h 50 40 Adição de água fervente na massa e retirada oarcial do soro % dos votos 30 20 10 O 9 8 7 6 5 4 3 2 Es core F igura 2 - Fl uxograma de produção dos queij os de coalho e pré-cozido. Figura 3 - Aceitação dos queijos pré-cozido e de coalho. digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS questionnaire were delivered and distributed and among other quizzes , the temperature applied on the mass of cheese ( 1 20"C) and how acid the s ame mass w as fo und through the Peagmeter ( D i g i med D M - 2 0 ) . In 4 6 , 7 0 % o f s u c h u n i t s e x a m i n e d , a l terat i o n s i n t h e fabri c at i o n o f traditional cheese of raw mass observed . Such cheese also called "Clot Cheese". The technique of fabri cation is d i fferent of trad i t i o n a l one, s tarting from some stages added to the process as the m a s s of c h e e s e ( w i th o u t s e r u m ) i s i mmersed i n water at high temperatures and the res u l t is a so c a l l e d "pre - c o o ked c he e s e" . 4 2 , 4 5 % of s uc h c he e s e h o u s e perform 0 3 s u c c e s s i ve i m mers i o ns i n t o pre- heated w ater. The first i mmers i o n at a varyi n g temperature of 60 a 8 5"C, the second one at 68 to 90"C and the third one at 70 to 1 00·'C. Only 3 ,59% of such cheese h o u s e s used j u s t o ne i m mers i o n at a temperature of 9 8"C . Alterations of the Ph of the mass were observed and the fi nal produ ct showed to be less acid. After the process of in its color, texture, smell and taste, which differentiate this product from its similar, the Clot cheese. Though they were performed on empiric basis, t hese new techniques provide the final product w i t h more c o n s e r v at i o n the p ro d u c t make microbi ological contamination less feas ible as raw milk was used in the old process of making regi o n a l c h e e s e s , b e s i d e s fav o r i n g the n o n appearance of mesophilos mi croorganisms. C A RVAL H O F I L H O , O . M . ; C A R O N , P. ; H O L A N D A NETO , J . ; C E R D A N , C . T. A p e q u e n a p r o d u ç ã o de l e i t e n o s e m i - á r i d o sergi p an o : c i rc u n s t â n c i a s e pers p e c t i v as . Petro l i n a : Embrapa - C PATSA. C o m u nicado Técnico, n . 7 7 , p . 1 -4 , 1 9 9 8 . CER D A N , C . T. ; M ITER N I Q UE , S . ; C AR VALHO FILHO, O M . Valorização do leite no s e m i - á ri d o . P e t ro l i n a : Embrapa - C PAT S A , C o m u n i cado Técnico, 2 8 p . 1 9 9 6 . CERDAN, C . T. ; S AUTIER, D . P. Construção e desen v o l v imento d o s terri t ó ri o s : o c as o d o s sistemas de produção l ocalizados no Estado d e Sergi pe. I n : P ROJETO S I S TEMA AGROALI MENTA R LOCALIZADOS ( S IAL) LIGADOS À PECUÁRIA LEITEIRA NO NORDESTE DO B RASIL. P r o g r a m a A g r i c u l tu ras F a m i liares. Pari s : CI R A D/TE R A , 1 9 9 9 . CHAVES , J . B . P. ; S PROES SER, R . L . Práticas de laboratório de análise sensorial de alimentos e bebi d as . V i ç o s a : UFV, 8 1 p . : i l . C a d e r n os d idáticos, 6 6 , 1 9 9 9 . S I LVA, E. S . ; N A S C I MENTO, I . R . Estudo d o perfil tecnológico dos setores leiteiro e q ueijeiro em Nossa Senhora da Glória. Aracaj u : Sergipe. Re l a t ó r i o S em estral P I B I C/U F S , 2 00 1 . a Microbiological Evaluation of Goat M i l k Commercialized in Recife · P E Silva, A . M . C . 1 ; Biscontini, T. M . B . 2; Albuquerque, S . S . M . C .3 RESUMO Foram reali zadas anál i s e s m i c rob i o l ó g i cas em d u as marc as de l e i te s de cabras comercializados em Recife - PE, comparando os resultados com os padrões microbiológicos da legislação vigente. Foram coletadas amostras em duas localidades, denominadas I e lI, 3 - 6. REFER Ê N CIAS B I B L I O G R Á FICAS AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA D E LEITES D E CAB RA COMERCIALIZADOS EM R ECIFE P E 2 e e m dois momentos, antes da pasteurização (leite in natura N I e NI I ) e após a pasteurização . (leite pasteurizado - P I e P I I)' A localidade II apresentou ainda o leite in natura congelado entre uma ordenha e a pasteuri zação subsequente (leite congelado - C I I) ' Comparando os result ados com os v� lores padrões da legislação, conclui-se : 1 00% das amostras do leite N I ' . do leite N[[ e do leite CI apresentaram-se fora do padrão superior (5 x 1 05 UFC/ml ) para contagem microbiana total ; 27,3% das amostras PI e 42. 9 % das amostras p[[ encontraram se acima do valor máximo para contagem de coliformes totais no leite p asteurizado, que é de 2/ml ; 1 4, 3 % das amostras P I I e nenhuma amostra PI encontraram-se fora do p adrão (O/ml) para a contagem de coliformes fecais ; 54,4% das amostras P I e 42, 9 % das amostras P I ! a l c a n ç aram v a l o r e s a c i m a do p e rm i t i d o p ara c o n t agem de mes ó fi l o s em l e i te pasteurizado, que é de 4 x 1 04 UFC/ml ; 1 00% das amostras P I e PII estiveram de acordo com os padrões da legislação para a pesquisa de Sa lmonella, que é de ausência/25 ml. Palavras-chave: leite de c abra, análi ses microbiológicas, pasteuri zação Key words : cheeses o f regional i dentity, new technologies, manufactured of cheeses. M estranda do M estrado em Nutrição. Depto de N utrição da UFPE Professora do Depto de N u trição d a UFPE Professora do D epto de Engenhari a Química d a UFPE 1. INTRODUÇ Ã O O B rasi l possui um dos maiores rebanhos caprinos do mundo, concentrado principalmente na R e g i ã o N o r d e s te , o n d e a c a p ri n o c u l t ura desempenha importante papel sóci o-econômico, como fonte de proteína na alimen tação e como fonte de renda (DAMÁSIO et aI, 1 987). A capri n o c u l t u ra é u m a e x c e l e n t e a l t e r n a t i va p ara agri c u l t o re s n o rd es t i n o s , d e v i d o a e x traor dinária capacidade de adaptação destes animais às i n tempéries e advers i d ades c l i má t i c as da regi ão ( B A H I A , 1 9 9 8 ) . Estes herb ívoro s s ão an i ma i s d ó c e i s , q u e n u t re m - s e de p l an t as alimentícias secundárias não aproveitáveis pelo ho mem e conseguem trans formar em leite de excepcional qualidade biológica, principalmente q u a n t o ao t e o r de p r o t e í n as ( KO N , 1 9 7 2 ; PEREIRA, 1 99 2 ) . Além d e serem encontrados na composição química do leite de cabra, elementos necessários a n ut r i ç ã o h u m a n a a ç ú c are s , p r o t e í n as , gord uras, v i t a m i n as e s ai s m i n e r a i s - e l e apre s e n t a v an t agens n u t r i c i o n a i s c o m o a h i p o al erge n i c i d ade e gra n d e d i g e s t i b i l i dade quando comparados ao leite de vaca, tornando o m u i t o re c o me n d ado p ara p e s s o as i d o s as , doentes , convales centes e crianças, e s p e c i a l m e n t e q u a n d o a l é r g i c as a o l e i te b o v i n o ( S ILVA , 1 9 9 8 ) . A c arac terís t i c a d e h i p o aler ge n i c i d a de b as e i a - s e na t e o r i a de q u e a s proteínas do soro d o s leites caprino e bovino são imunologicamente diferentes (WOLFSCHOON P O M B O , 1 9 8 1 ; F U RTA D O , 1 9 8 4 ; A L B U QUERQUE E C A S TR O , 1 9 9 6 ; V E R DALET G UZMÁN, 1 9 9 2 ) . A mai or digesti b i l i d ade do leite capri no é devido os glóbulos de gordura formados serem menores que no leite bovino, aumentando a superfície de ataque das lipases e por ser c o m p o s t o por apro x i m ad amente 2 0 % de ác i d o grax o s de c a d e i a c u r t a e méd i a (WOLFS CH O O N - P OM B O , 1 9 8 1 ; FURTADO, 1 9 8 4 ; ALB U Q U E R Q U E E C A S T R O , 1 9 9 6 ; S ILVA , 1 99 8 ) . O leite p o r oferecer excelentes condições para proliferação de microrganismos , deve ser s u b metido a processamentos tec nológicos que garantam a s u a q u al i d a d e p ara o c o n s u m o , m a n t e n d o s e u v a l o r n u t r i t i v o e s u as c arac terísticas organolépticas. A tecnologia moderna aperfeiçoou o tratamento térmico utili zado para leite tornando-o mi crob i o l o gi camente seguro , n ã o d i s s o c i a n d o do i m p o rtante a c o m p a nhamento da saúde do ani mal e das co ndições higiênico-sani tári as de manip u l ação ( B U S AN I e OLIVEIRA , 1 9 8 9 ) . A pasteurização, sendo uma das tecnologias mais uti lizadas em leite caprino, apresenta um o bj e tivo s a ni tário - c o mp l e ta e l i m i n ação de m i c rorgan i s mo s p at ó g e n o s - e um s e g u n d o objetivo comercial prolongação do tempo d e c o n s ervação e m c o n d i ç õ e s de refri geração adequadas ( B USANI e OLIVEIRA, 1 9 8 9 ) . E s t e e s t u d o f o i real i zado com o objetivo de a v a l i a r e c o mp arar as caracterís t i c a s microbiológicas d e duas marcas d e leites d e cabra c o merc i a l i za d o s no Rec i fe c o m os padrões microbiológicos da legi slação vigente. 2. MATERIAL E M É TODOS 2.1. C o l eta e i d e n tifi c a ç ã o das am os tras Foram c o l et ad as amos tras em d u as local idades , B rej o da Madre de Deus e Curado, denominadas I e l i , respectivamente, em dois momentos , antes da p a s teuri zação l e i te in natu ra N I e N II e após a pasteurização - leite Pág . 1 27 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONGRESS O NACIONAL DE LATICíNIOS pasteuri zado PJ e PI J " A localidade II apresentou ainda o leite i n na tura congelado - leite CJJ armazenado entre uma ordenha e a pasteurização s ubsequente. _ 2.2. A n á l i s e s m i c r o b i o l ó gicas Foram rea l i zadas as s e g u i n tes a n á l i s e s microbiológi cas : a) C o n t a gem t o t a l de m es ó fi l os Foi real izada contagem total de mesófilos u t i l i z a n d o p l acas e s p e c í fi cas d e p etri fi l m , expressando o res ultado em UFC/ml (A40AC, 1 998). b) C o n t a g e m d e c o l i fo rm e s t o t a i s e fe c a i s F o i real i z a d a c o n tagem d e c o l i formes totais e fecais utilizando placas específicas de petrifilm, expressando o res ultado em UFC/ml (AOAC, 1 99 8 ) . c ) Pesquisa de Salm o ll ella F o i real i zada p e s q u i s a da p r e s e n ç a de Sa l m o n e l l a , através de l e i t u ra pres u n t i v a n o aparelho Minividas, expressando o resultado em presença ou ausência em 25 ml (AOAC, 1 99 8 ) . 3 . RES ULTADOS E DIS C USS à O Os res u l ta d o s o b t i d os e n c o n tram-se represe ntados na Tabela 1 . Comparando os resultados com os valores p ad rõ e s da l e g i s lação ( S à O PA UL O , 1 9 8 9 ) , c �nclui-se: 1 00% das amostras do leite NJ, d o leIte N I J e do leite C J apresentaram-se fora do padrão superi or (5 x 1 05 UFC/ml) para contagem microbiana total . Os resu ltados para contagem t o t a l de m e s ó fi l os n o s l e i tes pas t e u r i z a d o s foram: 54,4% das amostras d e P I fora do padrão e 42 , 9 % das amos tras de PU acima do valor Tabela 1 - ANAIS DO XVIII CONG R ESSO N A C I O N A L D E L ATiCíNIOS padrão. Estes res ultados foram s uperiore s aos e n c o n trad o s por S ILVA ( 1 9 9 9 ) , que o b teve 1 1 , 1 % e 25 % das amostras de d uas marcas de leite cap r i n o pasteuri zado acima dos valores máximos permitid os (4 x 1 04 UFC/ml) , quando analisou cinco marcas comercia lizadas em Recife PE. En tretanto F R A N C O ( 20 0 0 ) regi st r o u apenas u rn a amostra ( 8 ,3 3 %) d a s doze analisada s de leite caprino pasteuriz ado, fora dos p adrões para contage m total de mesó fi l o s . O pad rão para c o n tagem de c o l i formes totais no leite paste urizado (máx i m o de 2/ml) foi superado por 27,3% das amostras PJ e 42,9% das amostras P I J " Valores estes s u periores aos detectados por S ILVA ( 1 9 9 9 ) , que obteve I I % das amostras de uma marca das cinco analisadas do leite caprino p as teurizado, fora dos padrões para esta contagem. O resultado encontrado para contagem de coliformes fecais foi de 1 4, 3 % das amostras de P I I fora do padrão previsto na legis lação ( OI ml). FRANCO (2000) encontro u duas amostras ( 1 6,67%) de leite de cabra pasteurizado fora dos p ad rões p ara contagem de c o l i formes totais e fecais. S ILVA ( 1 999) encontrou 3 7 , 5 % e 44.4% das amos tras de duas marcas de leite cap ; ino pasteurizado dentre as cinco analisadas, fora dos padrões para contagem de col i formes fecais . Para pesquisa de presença de Salmone lla no leite caprino pasteurizado, obteve-s e 1 00 % d a s a m o s tras de a c o r d o c o m o s p ad r õ e s d a legislação, que é de ausência/25m! . Também estes foram os resul tados de FRANCO (2000) e SILVA ( 1 9 9 9 ) para as a m o s tras d e l e i te c a p r i n o pasteurizad o . A tecnologia e manutenção de condi ções h i g i ê n i c o - s a n i t á r i as das i n s tal ações de beneficiamento destes dois capris do Estado de Pernamb u c o d e v e m s e r melhor e s t u d ad as e desen v o l v i d a s , elevando a s s i m a q u al i dade e competitividade do leite de cabra comercializado no Estado. Percentual de amostras acima do padrão da legislação para as anál ises microbiológi cas. Coliformes totais 27,3 Coliformes fecais O Pesquisa de Salll/ollella o O 42,9 14,3 O 4. CONCLUS à O C o n fr o n t a n d o os v a l o res pre c o n i za d o s pela l e gi s l aç ã o c o m o s res u l t a d o s o b t i d o s , conclui-se: a) q u e 1 00 % das amos tras do l e i t e i n nátu ra das localidades I e I l e do leite c o n g e l a d o da l o c a l i d a d e I I ul tra passaram o valor p adrão s uperior de 5 x 1 05 UFC/ml para c o n t agem microbiana total em lei te in na tura ; b) que os leites pasteurizados de ambas l o c a l i d ades apresen taram res u l tad os acima d o valor m á x i m o para c o l i fo rmes totais em leite pasteurizado, sendo 2 7 , 3 % d as amos tras d a localidade I e 42 , 9 % das amostras d a localidade l I ; c ) q u e o valor pad rão para contagem de coliformes fecais, que é de Olml, fo i ex trap o lado por 1 4 , 3 % das amos tras de leite pasteurizado da localidade l I ; estando a localidade I e m conformidade com a legislação ; d) que a contagem microbiana total para leite pasteurizado, que é de 4 x 104 UFC/ml, fo i s uperad a por 54, 5 % das amostras da localidade I e 42, 9 % das amostras da localidade l I ; e) q u e a pesquisa d e Sa lmoJle lla res ultou e m a u s ê n c i a12 5 m l p ara o s l e i te s pasteuri zados das d u as l o c a l i d ad e s , estando e m consonância c o m o padrão da legislação vigente. 5. ABSTRACT Microbiological analysis were made on two trades of goat m i l k s o l d in R e c i fe- PE. The res ults were compared to the micro b i o l ogical standard s of the recent legis lati on. The samples were collected in two di fferent places, named I a n d 1 1 , at t w o d i fferent t i m e s , b e fore pasteurization (raw mik NJ and NJJ) and after pasteuri zati on (pas teurized milk - PJ and PJJ) . The named I I had another kind o f s ample, the raw milk was frozen between one milk and the n e x t p as t e u ri z at i o n ( frozen m i l k - C JJ ) . Co mparing the res ults w i t h the s tandard s , the conclusion is : 1 00 % of samples of N! milk, N I J milk and CJJ milk were superior to the standards val ues fo r the mes o p h i l i c b ac teria c o u n t i n g ; 2 7 , 3 % of P I s amples and 42,9% of P II samples were s u perior to the standard s values fo r the total coliforms counting; 1 4, 3 % of Pu samples had s uperior res uíts than the standards values fo r the fecal c o l i forms counting; 54,4% of P I samples and 42 ,9% of P I I samples were superior to t he s t a n d ards v a l u e s for the m e s o p h i l i c bacteria counting in pasteurized milk ; 1 00% o f samples were in accordance with the legislation for the detection of Sa lm o n e lla . Key-word s : goat m i l k , m i c r o b i o l o g i c ai analys i s , pasteurization 6 . REFER Ê N C IA S B I B L I O G R Á FICAS ALB UQUERQUE, L . C . d e ; C A S TRO, M . C . D . D o lcite ao qu cij o de cabra : A his tória - A tccnologia O m crcad o . J u i z de Fora, MG. 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Estabelece sobre a prod ução - Pág. 1 28 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS do leite de cabra e seus derivados em condições artes anais . D i ário Ofi cial do Estado de S ão Paulo. S ão Paulo, n. 1 03 , p . 1 93 , 1 5 de outubro de 1 9 89, seção 1 . S ILVA, E. F ; LIMA, V. L. A G. De, S ALGUEIRO, A A. Avaliação microbiológica de leite de cabra p a s t e u r i z a d o e c o me r c i a l i zado na c i d ad e de Reci fe - PE . H i g i e n e A l i m e n t a r . v. 1 3 , n . 66/67, Nov/dez/ 1 9 9 9 . SILVA, R . R . d a . Agribusiness d a Caprinocultura de Leite no Brasil . Salvador. B ureau, 1 99 8 . 74 p. VER DALET - G U Z M Á N , I. C aracterís t i c a s , composición y comp ortamiento quesero d e l a leche de cabra. A rchivos Latinoamericanos de N urticion, vol 42, n . 2 , 1 9 9 2 WOLFSCHON- P O M B O , A . F . Uso de enzimas na análise de produtos lácteos : alguns exemplos. Revista ILCT, março/abril de 1 9 8 1 , p . 27-37. INSPEÇÃO EM UMA INDÚSTRIA PRODUTORA DE QUEIJO TIPO COALHO NO ESTADO DO CEARÁ, VISANDO A IMPLANTAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO Survey of a "coalhoH cheese processing industry in Ceara state, aiming G ood Manufacturing Practices implementation M aria do Socorro Rocha B astos1 , Ren ata Tieko N assu1 Maria de Fáti m a Borges 1 , Josiele Bri l h ante Si lva2 RESUMO O presente trabalho foi conduzido em uma linha de processame nto de q ueij o de coalho, com o objetivo de avaliar e recomendar os procedimen tos que assegurem as Boas Práticas de Fabricação (B PF) nas etapas do processo. Uti lizou-se um "check-list" contendo 1 99 perg u n t a s , avaliando o s s eg u i n t e s iten s : 1 . S i t u ação e c o n d i ç õ e s da ed i fi c ação ; 2. Equipamen tos e utensílios; 3 . Pessoal na área de produção e manipulaçã o; 4. M atérias Primas/Pro dutos expostos a venda 5. Fl uxo de produção/ Manipulaç ão/Venda e Controle de Quali dade; 6 . Controle de contamina çõe s ; 7 . Padroni zação e c ontrole de proce s s o s . N a preparaçã o p ara i m p l antação das B PFs na i n d ú stria, foram real i zadas ava l i ações higiêni c o - s an itári as das mãos dos man i p u l adores, p ro d u to fi nal - queij o d e coal ho e avaliações higiênicas do ambiente e superfície s. Na aplicação do "check-lis t", 62,5 % dos res ultados do bloco 2 receberam o conceito "excelent e", enquanto nos demais blocos os resultados para este conceito variaram entre O a 47, 1 % . Observou -se ausência de coliforme s totais e fecais e Staplzylo coccllS a u r e u s nas mãos de man i p u ladores ; a p o p u l ação d e bactérias aeróbias mes ó filas variou de 5,0 a 5 , 8 x 1 0 1 UFC/plac a p ara ambiente ; para s uperfície s a ? ioluminis cência por ATP indicou "alerta" e "s uperfície suj a" para algumas coletas . As C I l1 C O amostras de queij o de coalho anali s ad as apresen taram c ontaaens de coliforme s totais e fecais e S. Clllreus acima do estabelec ido pela legislaçã o, enqu :nto que Sa l�nol1e lla sp. não foi detectada em nenhuma amostra. A populaçã o de bolores e levedura s, vanou de 5 x 1 03 a 9,5 x 1 011 UFC/g. Concluiu -se que existem falhas em alguns procedim entos ? e !1igiene e sanificação adotados , com reflexo na qualidad e dos produtos finais obtidos, II1dlcand o a necessid ade da implanta ção das B oas Práticas de Fabricaç ão . Pal avras-ch ave : produto láctico, microbio l ogia, higiene, procedim entos . Pesq�isad oras, Embrapa Agroindústria Tropical, R . Dra. Sara Mesquita, 2270 - Piei, CEP 605 1 1 - 1 1 0, Fortaleza - CE. e-mail: renata@ cnpat.embrapa.br 2 Bolsista PI B IC/CNPq , Embrapa Agroindú stria Tropical. " Apoio: PRODETAB/Banc o Mundial. 1 . INTROD UÇ Ã O 2 . MATERIAIS E M É T O D OS Atualmente, observa-se no Nordeste uma e l e v a d a t a x a de c r e s c i m e n t o no n ú me r o d e agro i n d ú s t ri a s q u e u t i l i z a m c o m o m a t é r i a prima o leite prod uzido pelos pequenos e médi o s produtore s . Contudo, a q u a l i d ad e e a segurança a l i men tar des tes produtos configura-se como u m d o s principais entraves na s u a co merc i al i zação. Prod utos regionais como o queij o coal ho são de grande expressão na região Nordeste, por se c o n s t i t u i r em fo nte d e ren d a d o p e q u e n o produtor. Muitos destes produtores n ã o possuem s u p o rte ad e q u ad o ao p ro c e s s a m e n t o d e s t e s produtos , desde a obten ção d a matéri a-prima até o produto fi n a l , res ultando em problemas como altos níveis de contaminação microbiana e falta de padroni zação . A falta de critérios de q u a l i d a d e e p a d ro n i z aç ão n o s i s t e m a d e p ro d u ç ã o , l e v a m ao m e r c a d o p ro d u to s c o m pro b l emas de garantia de q u al i d ad e . O l e i t e , p ri ncipal matéri a-prima p ara e l aboração deste pro d u t o s , na maioria das vezes não é obtido sob condições higiênicas satisfatória, resultando p rod u t o s d e b a i x a q u a l i d ad e p e r d e n d o a co mpetitivi dade no mercado interno e n ão se ad e q u a n d o à s n o r mas b o a s p rát i c a s de " fabri cação . Em virtude da falta de procedimento de controle de quali dade e da não i mplantação destes p r o c e d i me n t o s , estes prod utos c o m e r c i a l i z a d o s a p re s e n t a m p r o b l e m a s d e padroni zação . As Boas Práticas de Fabricação (B PF), são req uisitos básicos e essenciais na redução dos pontos críti cos de co ntrol e por constituírem a base higiên i co - s ani tária p ara implantação d o s istema d e Análise d e Perigos e Pontos Críticos d e C o n t r o l e ( A P P C C ) . Os a s p e c t o s q u e c o n te m p l a m as B PF vão d e s d e proj e t o s d e préd i o s e i n s ta l aç õ e s , p l an o s d e h i g i e n e e s an i ficação dos processos até às condições de armazen ame nto e d i s tr i b u i ção . No B ras i l , as Condições Higiênico-Sanitárias e B oas Práticas de Fabricação para estabelecimentos produtores/ i n d u s tri al i z ad ores de a l i me n t o s s ão reg u l a mentadas pelas Portarias n" 1 42 8 ( 26/ l l /9 3 ) e 326 ( 3 0/07/97) do Ministério da S aúde e n0368 d e 04/09/97 d o M i n i stério da Agri c u l t ura e Abasteciment o . Este trabalho teve c o m o objetivo aval iar as condições de uma uni dade processadora de q u e ij o de c o a l h o , p a ra s u b s i d i a r a i m p l e m e n t aç ã o d as B o as P ráti c as d e F a b r i c ação ( B PF) de modo a garantir a qualidade do produto fi nal obtido. O "check-list" foi adaptado do modelo da FDA ( 1 9 94), abordando os seguintes aspectos: o B loco 0 1 - G B l oco 0 2 - • B l oco 03 - o B loco 04 - o B l oco 05 - o B loco 06 - o B loco 07 - Situação e condições da edificação ( 1 6 i ten s ) E q u i p am e n t o s e u t e n s í l i o s ( 6 itens) P e s s o al n a á r e a d e pro d u ç ão ef manip u l ação (4 itens) M atéri as Pri mas/Prod utos expostos a venda (4 itens) Fluxo de produção/Manip u l ação/ Venda e Controle de Qualidade ( 9 i t en s ) C o n t r o l e d e c o n ta m i n a ç õ e s ( 2 i te n s ) P a d ro n i z a ç ã o e c o n t r o l e d e processos ( 2 itens) O " c h e c k - l i st" fo i a p l i c ado i n lo c o acrescentando quando necessário à s informações dos funcionári o s . Cada b l o c o com s e u s itens p e r t i n e n t e s fo i a v a l i ad o i n d i v i d u al me n t e , recebendo c o n ce i t o s d e E x c e l ente ( E ) , B o m ( B ) , Regu l ar ( R ) e I ns u ficiente ( 1 ) d e acordo com seu n í v e l d e adequ ação . Para e fe i to de necessidade de adequação do item, considerou se a soma do percentual dos conceitos regulares e insuficientes . Na preparação da adoção das B oas Práticas de Fabri c aç ã o ( B PF) na i n d ú s tr i a , foram realizadas as segui ntes análises microbiológicas : a. M an i p u l a d o r es Os m a n i p u l ad o re s fo ram a v al i ad o s u t i l i zando a t é c n i c a do " s w ab " . As amos tras foram coletadas das mãos de dois manipuladores da área de produção de queij o em três visitas, sendo realizadas pesquisas de coliformes totais e fecais ( N M P/mão ) . b . E q u i p a m e n t o s e u t e n s íl i os P ara a v al i ação d as s u p e rfíc ies de equipamentos e utens ílios uti l izou-se a técnica d o si stema " L i g h t n i n g " que u t i l i z a b i o l u m i nescência por AT P p ara detectar resíduos d e alimentos ou microrganismos s obre superfícies dos e q u i p amentos e u te n s íl i o s após a higie nização. Os resultados obtidos pelo "Lightni ng" s ão forn e c i d o s c o m o " Z o n a s de L i m p eza" . A escala da Zona de Limpeza vari a de O a 7,5 onde de O a 2,5 é considerado superfície l impa, 2,5 a 3,0 zona de alerta e leitura acima de 3 são consi deradas s ujas . P á g . 1 30 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVIII CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS c. A m b i e n t e Foi monitorado o a r das seguintes áreas : c âmara de armazenamento, áreas de produ ção de q ue ij o , de pas teurização e de embal agem. Foram coletadas amos tras através da exposição de p l ac a s c o n t e n d o ágar de c o n tagem d e b a c té r i as a e r ó b i a s m e s ó fi l as ( m é t o d o " a i r s am p l i n g " ) , p o r 1 5 m i n u t o s , nas áreas espe cificadas. Após a incubação das p lacas em estufas ' à 3 5 ° C/48 horas, as colônias foram contadas . d. P r o d u to fi nal D u rante o m o n i t orame n t o fo ram c o l e tadas cinco amos tras de queij o para avali ar o processo, das quais três corresponde ao produto processado durante a visita da equipe do proj eto, e n q u a n t o q u e os d e m a i s c o rre s p o n d e m a p ro c e s s o s s e m a c o m p a n h a me n t o da e q u i p e . Foram realizadas a s análises d e coliformes totais e fecais, E. coU, bolores e leveduras, S. a ll re llS, Sa ll1l one lla s p . Tod as as anál i s es mi crobiológicas foram reali zadas s egundo a metodologia descri ta no C o m p ê n d i o de M é t o d o s p ara A n á l i s e s Mi crobiológicas de A li mentos ( A P H A , 1 99 2 ) . A s coletas foram realizadas a o acaso durante as visitas e a freq üência foi determinada de acordo c o m o c al e n d ári o de p rod u ç ã o do e s t abe l e c i me n t o . A s an á l i s es m i c ro b i o l ó g i c as d o produto fi nal foram real izadas no laboratório de mi cro b i o l o g i a de a l i m e n t o s d a E mbrapa A g ro i n d ú s tria Tro p i c al e n q u a n t o as d e m a i s foram real izadas no l aboratório da i n d ú s tria, devido a mes ma estar loc alizada a 200 km de Fortaleza. 3 . RESULTADOS E DIS C USS à O A aplicação do "check-list" na i n d ú s tria i nspecionada indicou a necessidade de adequação em vári os itens, nos sete blocos avaliado s : Q o a • Ex i s t ê n c i a de p ro t e ç ão c o n tra i n s e t o s e roed ore s ( 1 00 % ) , I I umi nação ( 7 1 ,4%), Ve n t i lação adequada ( 1 0 0 % ) , Ve s ti ár i o s a d e q u a d o s ( 8 0 % ) , Lavatórios n a área ( 1 00%), C a i x a d ' águ a e i n s t a l a ç õ e s hidráuli cas (66,7 % ) . B loco 02 - Nenh u m . B l o c o 03 - R o u p as a d e q u ad as ( 7 1 , 4 % ) , Es t a d o d e s a ú d e c o n t r o l a d o (50%). B loco 0 4 - Conservação adequada ( 5 0 % ) . B l oco 0 1 - • B loco 0 5 - • B loco 06 B loco 07 - • - Armazenamento adequado (70%), Pessoal qualificado (50%). Controle de pragas ( l 00%). Padronização (66, 7 % ) e Controle ( 1 00 % ) . C o m b as e n o s re s u l t a d o s o b t i d o s fo i e l a b o rada u m a p l a n i l h a ( Q u adro I ) c o m a s recomendações d e melhorias da empresa, para a adequação às normas que regem as B PF. Cada recomendação foi c l ass ificada como CRÍTICO (C) ; MAIOR (M) e MENOR (m), onde o crítico deve ser resolvido imediatamente; o maior pode ser considerado como c urto p razo e o menor como médio e longo prazo. A p ó s a ap l i c a ç ão do " c h e c k - l i s t " , o p rocess amento foi acompanhado a cada etapa para observar as não-con formidades e aj u s tes necessários. A empresa produz queijo de coalho com leite pasteurizado, mantendo uniforme os parâmetros de controle de cada etapa. Observou s e que h á n e c e s s i d ade d e aj u s tar a l g u n s procedimentos d e B PF e d e melhoria no lay o ll t, para a otimi zação do p ro ces s o e melhoria da qualidade do produto final obtido. O fluxograma de p r o c e s s a m e n t o de q u e ij o de c o a l h o e s t á apresentado na Figura I . Os res ul tados d o monitoramento in loco d as c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c o - s a n i t árias para manipuladores indicaram val ores inferi ores a 3 (<3 NMP/mão) de coliformes totais e fecais nas três c o l e ta s . Em re l aç ã o a e q u i p a m e n t o s e u tensílios, os resultados obtidos nas três coletas fo ram: 1" C o l e ta : Ponto O I - Tan q u e de c o agu l aç ã o S uperfície l i m p a ( 2 , 3 ) P o n t o 02 Mesa de enformar ALERTA (2,6) Ponto 03 - Formas - S uperfície suja (3,6) Ponto 04 - To rneira de saída do leite ALERTA ( 2 , 7 ) Ponto 05 - Regis tro que leva o leite ao res fri ad or - S u perfície l i mpa (2,0) Ponto 06 - Dessorador - S uperfície limpa (2,3) Ponto 07 - Lira - S uperfície limpa ( 1 , 6) 2U Coleta Ponto O I Tan q u e de c o a g u l aç ão S uperfície suj a ( 3 , 1 ) Ponto 02 - Lira - S uperfície l impa ( l , 8 ) P o n t o 03 - Fo rmas - S u p e rfíc i e li m p a ( 1 ,7) Quadr o 1 - ' t o às B oas Prátic as de Fabric ação. Plano de ação para a adequa ção do estab e l eCllnen GRAUS DE RECOMENDAÇÕES LEGENDA: CRÍTICO (C); M AIOR (M) e MENOR (m) Superior Contratação de um responsável técnico de Nível Treinar pessoal em BPF Restaurar a entrada da indústria Planejar a organização do fluxo de produção . um de matenal lavável Mudar o piso da área da ordenha mecânica para ção Manuten .. Adequar o piso da área de produção o t que d e queIJo o mesmo está com Manter limpa a parede e o piso localiza da próximo � a.n adas sujeiras ocasionadas por vapor e / ou tubulações enferruJ Limpeza e repru'os no piso industria l _ o Adotar protetores nas lâmpadas da área de produç�. ueIJo q de o produçã de Melhorar a ventilaçã o da área o Colocar protetores na fiação exposta da área de produçã Utilizar tintas laváveis para tetos e paredes . os utensílIos Dispor na área de produçã o de armários para guardar Limpeza das paredes das áreas de produção em geral .. dos queij os Eliminar o s panos utilizado s na área de embalagem Manutencão das instalaçõ es sanitárias sabão neutro . Manuten ção de material de higiene - papel higiênic o, _ das maos nos banheIros Instalação de sistema de toalhas descartáveis ou de secagem Instalru' lavatórios nas áreas de produção e embalagem Substitui ção da trunpa de madeira da caixa d ' água vazamentos Manutenção da caixa d' água para eliminar infiltrações e Estabelecer um plano de limpeza para caixa d' água Estabele cer um plrulO de higiene e sanitização para a fábrica . Eliminar todo o tipo de improvisação dos eq uiprunentos mento de queijo por outra de matenal Substitui r a estante de madeira da câmara de armazena lavável Retirar os equiprunentos fora de uso da área de produção . dos Substitui r todas as tubulações e acessórios que estão enfen·uJa Aumentar o peso das prensas Manutencão periódica de equiprunentos Garantir que todo óleo e lubrificante é de grau alimentício Manter o pessoal da área de produção com unif01111es limpos . e maqUlage m Todos os funcionários devem trabalhar sem adornos, esmalte Ter uniformes pru'a visitantes (batas e gorros) ção Armazenar os produtos de forma a proteger contra contamina Controlar a temperatura do transporte dos produtos Controlar a temperatura e umidade da câmara de armazenamento Não deixar acumular resíduos durante a produção " _ produtos que Ja estao Não misturar leite de retorno ou outros materiais j unto ao queijo ou alTIlUzenados Implantru' um programa de Controle Integrado de Pragas garantir sua rotativida de (PE.PS) I Separar e identifica r os produtos de forma a produto fmal Realizar com freq üência análises pru'a .garantia da qualidade do Elaborar manuais de métodos laboratoriais s Elaborar um plano de higienização para as ordenhadeiras mecânica . , . setores da mdustna e ntos equipame de o sanitizaçã e de higiene manuais Elaborar Elaborar manuais de procedimentos de processos Registrar as recIrunações de clientes INSEGURANÇA M C C m M C C C C C C C M M M m M M M C M m M M C m M C M M m M M m M C M C C M M m M M M M 1 33 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII J CONGRES SO NACIONA L DE LATICíNIO S Ponto 04 - Tampa da fo rma - ALERTA (2,8) Ponto 0 5 Vál v u l a do retorno Superfície limpa ( 1 ,6) P o n t o 0 6 - Torneira de saída do leite S uperfície limpa ( l , 8 ) P o n t o 07 - Mesa de enformar - S uperfície limpa ( 2 , 2 ) 3" C o l et a Ponto O 1 Registro do P a s teurizad or _ S uperfíci e limpa ( 2 , 3 ) P o n t o 02 - Formas - Superfície limpa (2, 1 ) Ponto 0 3 Te l a ( p a n o d a fo r m a ) S u perfície limpa (2,4) Ponto 04 - Tampa da forma - S uperfície limpa ( 2 , 3 ) A ? ós análise d o s res ultados, as superfícies . que mdlcavam estar s uj as e na zona de ALERTA eram submetidas a uma nova higienização, até alcançar a Zona de Limpeza correspondente à s uperfície li mpa (0-2, 5 ) . P a r a a m b i e n t e , o nú mero de c o l ô n i as v a ri o u m u i to n a s áreas s e l e c i o n a d a s , v e ri �l. c a n d o - s e q u e em a l g u n s l u gares fo ram lI1 cont!v e i s . Foi observado também a p resença . de colol11as de fungos . Os dados obtidos mostram que o ar pode ser um fator de contaminação dos pro d utos, caso não h aj a controle adequado de . umld �de e ve ntilação. Os resultados da contagem . de ITIlcrorgal11smos do ambiente são apresentados na Tabela I . Os resultados d as análises microbiológicas .. dos queiJos são apresentados na Tabela 2. Para avaliar a qu alidade mi crobi ológica dos queijos, os res ultados d a contagem de Coliformes a 450C, S. a u re u s e Sal/llonella s p fo ram comp arados com o s p ad rõ e s m i c r o b i o l ó g i c o s p ara e s t e _ - Figura 1 Tabel a 1 . Fl ux ograma de proces s amento de queijo de coalho. Tab ela 2 - Avaliação microbiológica do queij o de coalho. produto, estabelecidos na Resolução RDC n° 1 2, de 02/0 1/200 1 do Ministério da S aúde. Os demais grupo s de mi crorgan i s m o s a v a l i ados n ão são estabelecidos pela mesma. As cinco amostras de q u e ij o d e c o a l h o a n al i s a d as a p res e n t aram con tagen s d e c o l i formes totais e fec a i s e S. a u reus acima do estabelecido pela legislação, enquanto que a presença de Salmonella sp. não fo i d e t e c t a d a e m n e n h u m a das a m o s t r a s . A população de bolores e leveduras, variou de 5 x 1 03 a 9,5 x 1 06 UFC/g, confirmando a necessidade de um maior controle do ambiente d u rante o proces s ament o . 4. CONCLUS à O Os res u l t a d o s o b t i d o s n e s te trab a l h o i n d i c aram q u e e x i s tem fal ha s em a l g u n s procedimentos d e higiene e sanificação adotados, com reflexo n a q u a l id ade dos produtos fi nais obtidos, indicando a necessidade da i mplantação das B o as Práticas de Fabricação, para que sejam red u z i d o s os p on t o s críti c o s do proces s o de produção do queij o de coalho. ABSTRACT Resul tado d a s anális es micro biológ icas do ar ambie nte. Confagem de tni crorganisll1o sdo ar ambiente (UFC/p lacal15 IUinutos) Área de pasteurização 33 21 12 58 42 22 05 nd 26 18 08 Área de produção de queijo Área de embalagem Câmara de armazenamento de queijos * Presença de colônias negras. nd - não determinado. <10 <10 2,Ox l 05 <10 <3 <3 Coleta 2 <3 1 50 Coleta 3 ;:::2400 21 21 1 1 00 Coleta 4* 93 Coleta 5* ;:::2400 ;:::2400 * Análise para i ndústria - sem acompanhamento da equipe. This work w as done in a "coalho" cheese prod u c t i o n l i ne , a i m i n g to e v a l u ate a n d re c o mmend p r o c e d u re s , w h i c h a s s ure G o o d Manufacturing Practices (GMPs), i n processing steps. A check-list containing 1 98 questions was used, eval uating the following items : 1 . Building conditions ; 2. Equipments and facilities ; 3. Labor s taff in pro d u c t i o n and m an i p u l at i o n are a s ; 4. Raw material/final pro d u cts ; 5 . Production fl u x / M an i p u l at i on/M arket i n g a n d Q u al i t y contro l ; 6 . Contamination contro l ; 7 . S t and ar d i zation and process co ntro I . P reparat i o n for i m p l e m e n t a t i o n of G M P s in t he i n d u s try, hygienic-sanitary eval u ation o f workers , fi n al p ro d u c t - " c o al h o " c h e e s e a n d h y g i e n i c evaluation of rooms and s urfaces were done. I n Ausência Ausência Ausência Ausência the appl ied chek-list, 6 2 . 5 % of results of block number 2 were considered as "excellent", while i n the other b lo c k s res u l ts v aried fro m O to 4 7 . 1 % . Absence o f total and fecal c o l i forms and S. a u re u s i n the h an d s o f w o rk e rs w as o bserve d ; aero b i c mes o p h y l i c bacteria c o u n t v aried fro m 5 t o 5 . 8 X 1 0 1 CFU/p l ate fo r a m b i en t ; for s u rfac e s , ATP b i o l u m inescence indicated "warning" and "dirty surface" for some s amples . Five a n a l y z e d s amples of " co a lho" cheese s howed total and fecal coliforms and S. aureus above v alues recommended by federal law, while Salmoll e lla s p . was not detected in any s ample. Yeasts and molds count varied from 5 x 1 03 to 9 , 5 X 1 06 CFU/g . It was concluded that there are failures in some hygiene and sanification p r o c e d u re s , a ffe c t i n g fi n a l p r o d u c t q u al i ty, i n d i cating the need o f i mp l ementati o n o f an effective GMP programo Key word s : Dairy products, microbiology, hygiene, procedures . REFER Ê NCIAS BIBLIOGR Á FICAS A PH A - American Public Health Ass ociation. C o m p en d i u m of m e t h o ds for the m i cr o b i o l o gi c a l e x a m i n a t i o n of fo o d s . 3 r d . e d . VAN DERZA NT, C . ; S PL ITTSTOESSER, D .F., Ed. APHA, Washington, 1 99 2 . 1 2 1 9p . B RASIL. Ministério d a S aúde. Agência N acional de Vigil ância S anitária. Portaria n° 326 - SVS/ MS de 30 de j u l ho de 1 99 7 . (D.O.U . , 0 1 /08/97) . 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R e g u l a m e n t o t é c n i c o s o b r e a s c o n d i ç õ es ANAIS DO XVIII C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L ATiCíNIOS h i g i ê ni c o - s a n i t á r i a s e de B oa s P r á ti c a s d e elaboração para estabelecimen tos elabo r � d o r e sl i n d u s t r i a l i z a d o res d e a l i m e n to s . �l s p o il l, vel : http ://www. agric u l tura.gov.br/sda/ dlpoa/. [Acess o em 1 01041200 1 ] . FDA . D o You r O w n Establish m e n t Inspec tion A G u i d e t o S el f I n s p e c t i o n for t h e S m a l l e r F o o d P r o c e s s o r a n d Ware h o u s e D i s � o n íve l : http : //ww w . c fs an . fd a . gov/-dms i selfInsp . html . [Aces so em em 2 6/08/ 1 99 9 ] . Q UALIDADE MICROBI,o LÓGICA D E ÁGUAS DE NASCENTES E POÇOS UTILIZADAS POR PEQUENAS I N DUSTRIAS D E LATiCíNIOS DA CIDADE D E J UIZ D E FORA M G _ Microbiological quality of rising a n d wel l waters in small dairy plant of Juiz d e Fora, M G � ? M íriam Apa re c da Pint Vilela 1 ; Patricia Rodrigues Rezende1 Van elda M ana M e u rer2; Valéria d e Melo3 ::at�: ��:::��� : RESUMO s al o teve c �o princ ipal objet ivo avali ar a quali dade micro bioló gica � de ág s p oços tIhza das P r peque nas indús trias de laticínios da cidad e de . ? Juiz de Fora MG P S O IS d c e ur n 9 S o a , , .s e o �' O r v o : J p esen ça, segu ndo a l egIs l ação vigen te ( B R A S IL , 1 99 0 ) , e, _ ' indI' c at Iva . d e conta mmaçao Os r s lt d s b o st�aram qu e 37 amos tras (6 1 , 7 7 % ) apres entar am índic e cond e � atóri o . a a O f s o t aIS, ou seja, prese nça em 1 00mL . Dest as amos tras , 7 8 , 3 8 1ft:o n ã o so f reram nen h um trata ment o de des i n fecçã o. �: : � �:f: � ��t:��� ��:� � ::::: � ��: � �: ��'::;��;�O � � ��: � � :� � ��� �� � : � ; : � ���: 1. INTRO D U Çà O A á � ua é o el emento fundamental da vida. , Seus multIplos usos são indispensáveis a um larao espect �o das ati vidades humanas . A crescen� e :x � ansao demográfica e industrial observada nas u l t I m as décadas tro uxe como conseqüência o 2 3 Professoras do De part amento de � . . compr0 rn.et imento d as águas d o s ri os, l agos e . reservat � r t o s ( CE TE S B - C o m p a n h i a d e TecnologIa de S aneamento A mbiental, 200 1 ) . A t u � l n: e n t e , s e gu n d o A B A S - A s s o c i aç ã o , B rasIleIra de Aguas Subterrâneas (200 1 ), cerca ' os e Toxic ologi a / FFB / UFJF. F armaceutl ca-B lOquímica do DepaAIrtlment a nento d e · , . AI lment os e Toxic ologi a / FFB / UFJF : Acad êmica do C urso de Farm acla e BIOqu ímica, B olsist a de Inicia ção Tecno lógic a / ÚFJF . de 8 0 % das c i d ades brasileiras u t i l i zam água subterrânea, o que representa u m a altern ativa mais b arata, d i s p e n s a n d o o b ra s c aras de captação, adução e tratamento. Desses 80%, o Estado de S ão Paulo é o maior u s uári o dessas águas, 70% de seus núcleos urbanos e cerca de 90% das i n d ústrias s ão abastecidas p arcial o u total mente p o r p o ç o s profu n d o s . Devido a localização de algumas indústrias em zonas rurais de J u i z de Fora, onde não há rede de abastecimento m u n i c i p al , as mesmas utilizam águas de nascentes e poços. U m c o nj u nto de p arâmetros devem s e r analisados na água para garantir s u a potabilidade. N a l i teratura n ac i o n al e i n ternac i o n a l se encontram v árias indicações de metodologia e caracterí s t i cas p ara determi n ação da p o t ab i lidade d a água e costuma haver algumas variações entre elas (SOUZA, 1 999). No B rasil os recursos mais utilizados para estabelecimento da qual idade da água de uso doméstico são a norma Paulista NTA-60, da CETES B , q ue consta do Decreto Estadual n° 1 2 . 4 8 6, de 20. 1 0 . 1 97 8 , a P ortaria 3 6/ M S - M i n i s téri o da S aú d e , p u b l i c ada em 1 9 . 0 1 . 1 9 9 0 ; Portaria 1 469/M S , p u b l i c a d a em 29 . 1 2.2000. Todas definem água potável como "aque l a com q u a l idade adequada ao c o n s u mo humano" . Assim, um controle de qualidade da água e m s e u s a s p e c t o s fís i c o s , q u í m i c o s e microbiológicos é fundamental para racionalizar seu uso nas indústrias de alimentos (OTENIO et a I . , 2000). Na indústri a de laticínios a água é fator d e c i s i vo s o bre a q u a l i d ad e h i g i ê n i c o sanitária dos produtos, s e n d o u t i l i zada como matéria-prima e na higiene pessoal e industrial. A ág ua de má q ualidade microbiológica p o d e trazer s é r i o s tran s to rn o s às i n d ú s t r i a s , tornando mais difícil a manutenção da qualidade higiênico-san itári a dos produtos, aumentan do, com isto, o s riscos de v e i c u l ação de m i cror gani s m o s patogê n i c o s aos c o n s u mi d o re s e/ou perdas econômicas . Ocorrên c i as e concentrações de b actéria do gru po c o l i forme têm sido u t i l izadas como parâmetros de avaliação da qualidade da água, com correlações significativas de sua densidade com enterobactérias patogênicas (CERQUEIRA e t aI . , 1 9 9 9 ; S PERLI N G , 1 9 9 9 ) . S e g u n d o B A STOS e t a ! . ( 1 999), dadas a s dificuldades de isolamento rotineiro de organismos patogênicos em amostras ambientais, desde os primórdios da Microbiologia S anitária s ugere-se que a indicação de contaminação seja determinada, prioritária e roti n e i ra m e n t e , através de i n d i c a d ores microbi ológicos d a presença de material fecal no meio ambiente. H á décadas, os organismos q u e melhor tem c u mp ri d o este p ap e l são as b actérias d o gru p o c o l i fo rme, c l as s i c amente d e fi n i d a s c o m o c o l i fo r m e s t otai s e termo tolerantes ( fecais ) . De acordo c o m a Portaria 1 469 (BRASIL, 2000), esses grupos de microrganismos são assim defi nidos : Coliformes (totai s ) : grupo de b actérias em forma de b a c i l o s Gram negativos , não esporuladas , aeróbias ou anaeróbias fac u l t a t i v as , o x i d as e n e g at i v a s , q u e fermentam a l actose com produção d e áci d o , g á s e a l d e í d o , dentro de 24-48 horas a 3 5-3rC. - C o l i formes fec ai s : b actérias d o grupo coliforme que fermentam a l actose com produ ç ão de áci d o e gás dentro de 24 horas, a 44-45° C . A s s i m , o p re s e nt e trab a l h o teve c o m o obj etivo avaliar a qualidade microbi ológica d e águ as de n a s c e n t e s e p o ç o s u t i l i z ad as p o r pequenas indústrias de l aticínios da cidade d e J u i z d e Fora, MG. 2. MATERIAL E M É TODOS Durante o ano de 1 99 8 foram analisadas, n o Laborat ó r i o de A n á l i s e de A l i mentos e Saneamento de Águas, 60 amostras de águas de n as centes e p oç o s provenientes de pequenas indústrias de Laticínios da cidade de Juiz de Fora, M G . A c o l e t a d a s a m o s tras s e g u i u a s recomend ações d a A m e r i c an P u b l i c H e a l t h Association (APHA), 1 995. Os frascos utilizados p ara a coleta foram p revi amente esteri lizados em auto clave a 1 2 1 °C por 1 5 minuto s . Para as amostras de água tratada, foram adicionados aos frascos, antes da esteri l i zação, uma sol ução de tiossulfato de sódio à 3% p/v (0, 1 mL de solução para c ada 1 20mL de amostra coletada). Foi pree n c h i d o u m q u e s t i o n á ri o , o n de entre outras informações, constava a utilização de métodos de desinfecção , com o obj etivo de avaliar as condições de prévia desinfecção . A determ i n aç ão m i c ro b i o l ó g i c a de coliformes totais foi conduzida segundo a meto dologia preconizada pela APHA, 1 995. De acordo com esse procedimento, foi realizada inoculação de 1 0, 1 e 0, 1 mL de amostra, em três séries de c i n c o tubos com caldo l a uril s u l fato triptose dupla concentração . Após inoculação, o s tubos foram incubados a 3 5±0, 5°C por 24-48 horas e examinados quanto ao cresci mento e produção de gás em tubos invertidos de Durhan. Os tubos p o s i t i v o s foram s u b me t i d o s a p ro v a de c o n firmação p ara co l i formes totais em caldo Pág. 1 36 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS bile verde bril hante ( V B B ) a 3 5±0,5°C por 2448 horas . O res ultado foi expresso em Número Mais P rovável ( N M P ) , sendo utilizada para o cálculo a tabela do "Índice de NMP e intervalo de confiança a nível de 9 5 % de probabilidade, para diversas comb i n ações de tubos positivos em séries de três e cinco tubos". 3. RESULTADOS E D IS CUSS à O Os critérios adotados pelo M i n i s téri o da S aúde ( B ras i l , 1 990) estabelecem ausência de coliformes totais em 1 00mL de amostra. De acordo com os res ult ados apresentados no gráfico 1 , d as 60 amostras an a l i s adas, 6 1 , 6 7 % estavam fora dos p adrões estabelecidos n a legislação, sendo p o rtanto, consideradas impróprias p ara consumo. Resultados semelhantes são encontrados na literatura: das 43 amostras de águas de poços e nascentes analisadas por B ASTOS et aI. ( 1 999), na cidade de Viçosa - MG, 1 00% apresentaram contaminação quanto a presença de coliformes totais. Das 72 amostras analisadas por KRAVITZ et a! . ( 1 9 9 9 ) , 97% apresentaram contaminação quanto a presença de coliformes totai s . O s r e s ul tados apresen tados n a t abela 1 , demonstram que das . 60 amostras analisadas , 26 (43 , 3 3 % ) s o freram tratamento por c l o ração e 34 ( 5 6 , 6 7 % ) n ã o s o freram n e n h u m t i p o d e tratamento . D a s 26 amo s tras com tratamento oito ( 2 1 , 6 2 % ) a p r e s e n t ar a m p r e s e n ç a d � c o l i formes totai s , o u s ej a, e s t avam fo ra d o s p a d r õ e s e s tabeleci d o s n a l e g i s l ação ( B ra s i l , 1 99 0 ) e 1 8 ( 7 8 , 2 6 % ) e stavam d e acordo com o s padrõe s . D entre as amostras em desacordo, seis (75%) apresentaram teor de c loro residual abai xo d o recomendado p e l a P ortari a 3 6/MS ( B RA S IL, 1 9 90) e duas (25%) es tavam dentro d o s p adrões ( Ta b e l a 2 ) ; o q u e d e m o n s tra a i n a d e q u aç ã o d o p r o c e s s o de d e s i n fe c ç ã o u t i l i z a d o , s ej a p o r b a i x a c o n c e n t r a ç ã o d e c l oro resi d ual l i v re o u p o r falta d e c o rreção d o pH. Com rel ação as 3 4 amos tras que não s o freram tratam e n t o , 2 9 ( 7 8 , 3 8 % ) e s t a v a m fo ra d o s p a d r õ e s e c i n c o ( 2 1 , 7 4 % ) es tavam de acord o . D o s resultados, pode-se demonstrar que as amos tras que s o freram um tratamento prévio, apresentaram uma i n cidência de contaminação por c o l i formes m e n o r que a q u e l a s que n ã o s o freram n e n h u m t i p o d e t ratame n t o . Entre t a n t o , em 2 1 , 6 2 % d as a m o s tras q u e s o freram tratame n t o , o m e s m o m o s tr o u - s e inadequado. Tabela 1 - Ín d � ce de aprovação de amostras de água tratadas e não tratadas de nascentes e poços . utIlIzadas por pequenos laticínios da cidade de Juiz de Fora, MG em relação a presença de C o l i formes To tai s . Condições (1) (2) Amos tras sem tratam ento ( % ) Amos tras com tratam ento (%) Aprovada( 1 ) Reprovada (2) 2 1 , 74% 78,38% 78,26% 2 1 ,62% To t a l 56,67% 43,33% Ausênc ia d e coliformes totais e m I OOmL (B RASIL . 1 990; B RASIL , 2000; CETES B , 1 986) Presenç a de coliformes totais em 1 00mL (BRAS IL, 1 990; B RASIL , 2000; CETES B , 1 986) Gráfi co - Incidê ncia de co � if rmes to ais em 60 amostr as de água de nascen tes e poços utiliza das � ?. por pequen os latlcll1 10S da CIdade de Juiz de Fora, MG. 38,33% Presença de Coliformes Totais Tab ela 2 - Concentração de cloro residual livre em o i t o a m o s t ras q u e s o freram tratamento i nadequado e apresen taram presença de coliformes totais em 1 00 mL de amostra. Amostra I 2 3 4 5 6 7 8 Concentração.· de cloro res iduallivre (mg/L) 0, 1 0, 1 0,2 0, 1 0, 1 0, 1 0,2 0, 1 4. CON CLUS à O A c l oração prévi a da água u t i l izada por pequenos laticínios representa um pré-requisito fu n d am e n t a l p ara a garan t i a d a q u a l i d a d e higiêni co-sanitária da mes ma e dos pro d u to s . Para t a l , e s te p r o c e s s o neces s ita de m o n i t o ramento para avaliação da sua eficácia. A utilização de água sem tratamento pela i n d ú s tri a , c o m p ro mete a q u a l i d ade dos s e u s produtos, oferecendo risco à saúde d o consumidor. Recomenda-se que o s ó rgãos de fi s ca l i zação sanitária adotem o processo de cloração prévia da água como req u i s i t o o b rigatório p ara o funcionamento das indústrias, com oferecimento de subsídios para sua correta utilização. 5 . ABSTRACT The present work intended to evaluate the microbiological quality of rising and welI waters used by s mall dairy plant of the Juiz de Fora, MG. For that, 60 s amples collected d uring the year of 1 99 8 were analyzed . The microbiological ana l y s i s was performed for the determi nation o f the Most Probable N u mber (NMP) o f total c ol i fo r m s , whose pre s e n c e , according t o the official legislation (BRAS IL, 1 990), is indicative of the contamination. The resu l ts showed that 3 7 s amples ( 6 1 , 7 7 % ) were above the o ffi c i al s tandards for total coliforms . Of these samples, 7 8 , 3 8 % didn ' t suffer any disinfection treatment. 6. REFER Ê N C IA S B IB L I O G R Á FICAS Ausência de Coliformes Totais A P H A , AMERICAN P U B L I C HEALTH OF WATER AND WAS TEWATER. S tandard m e t h o ds for the e x a m i n a t i o n of water a n d w a s t e w a te r. 1 9 ae d . Was h i n g t o n : A meri c an P u b l i c Heal th Association, 1 99 5 . 1 26 8 p . A B A S . A S S O C I A Ç Ã O B R A S ILE I R A DE Á G U A S S U B TE R R  N E A S . C u r i o s i d ades . 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Praticai aspects in the I mp lementati on of the c o l i form s tandards i n t h e brazi l i an w ater q u a l i t y l e gi s l at i o n . I n : ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS C O N GR E S S O I N TER A M E R I C A N O DE ENGENHARIA S A N ITÁRIA E A M B IENTAL 2 7 , 2 0 0 0 , P orto A l egre, R G S A n a is . . . P o rt � A l egre . A s s o c i ac í o n I n terameri c a n a de Ingeniería Sanitaria y Ambiental, 2000 INCIDÊNCIA DE ESTAFILOCOCOS PRODUTORES DE COAGU LASE EM QUEIJO "MINAS" FRESCAL COMERCIALIZADO NA CIDADE DE J U IZ DE FORA E REGIÃO Incidence of Staphy/ococcus coaguJase production in "Minas frescal" cheese marketed at Juiz de Fora and region M íriam Apa recida Pinto Vilela 1 , Patricia Rodrigues Rezende1 Van eida M aria Meu rer2, Josete Amadeu Almeida3 RESUMO O o bj etivo deste trabal ho foi avali ar as condiç ões higiên ico-san i tárias do queij o . " Mlllas " f scal produz l. � o e co erciaIi zado por pequen os laticín ios da cidade de Juiz de �� � F ora e regtao . Estudo fOI conduz ido no sentido da contag em de células viáveis r çd a expres são das colôni as em ágar "B airdParker " ( B P ) e identifi c ação b i o u . : l t nh�ge n s de Staphy lo coccus s p . , atravé s da produ ção da c o a cr u l as e . P ara tal for '" ana l t s ad a s 70 a os tras de q u e ij o " M i n a s " fre s cal d urante o s a n o s de 1 9 9 9 � 2 0 � . Os resultados obti dos eviden ciaram que um total de 1 1 amost ras ( 1 5 ' 7 1 -at 10 ) apresen taram c epas pro d utoras de coagu lase em númer . o superi or a 1 03UFC / g, In d'Ican d o que estavam . . fo ra d os pad roes b rast lelros vigent es ( B RASIL , 1 99 8 ) . � �: : �� ;; 1 . INTRO D U Çà O O q ueij o " M i n a s " fre s c a l é de o r i g e m . . bras t l el fa , embora p areça m u i t o c o m o u tr o s � ueij os fabri cados na A mérica Latina, c o m o o Q � e s o B l anco" e o "Que s i l I o " fabricado no C h t l e ( R O D R I G UES & B RANDÃO, 1 9 9 5 ) . O estado de Minas Gerais se destaca na produção . desse tipO de queij o , segundo FURTADO ( 1 990), o e s t a d o c h e g a a p ro d u z i r cerca d e 3 0 . 000 toneladas, o que o coloca em terceiro lugar sob o enfoque da produção nacional. � . .0 q ueij o " M i n a s " é u m p r o d u t o t íp ic o , defI n i d o pelo Regul amento Técnico Mercosul d e I d e n t i d ade e Q u al i d a d e d o Q u e ij o _ ( R �S OL U Ç A O G M C nO 1 45/9 6 ) como aquele obtido por coagulação enzimática do leite com c o a l h � e/ou o u t ra s e n z i m a s c o ag u l a n t e s apropn � � as, � o � plementada o u n ã o com ação de bactenas l acttcas específicas. E s te t i p o d e q u e ij o é um a l i m e n t o l argamente consumido por pess o as d e todas a s Profes s � ra� do epa rtamen to de A l i m entos e Toxico logia / F F B / UFJE , ica Farm �ce utlca- BlOqu l/n d o Departamen to d e A l i mento s e Toxi c o l o g i a / FFB / U FJF . Acade mlca d o C u rso de Farmá ci a e B i oq u í m ica, B ol s ista de I n ic i ação Tecno lógica ? / ÚFJE fai xas etári as e todas as camadas sociai s . Seu co n s u m o d e n tro d o terr i t ó r i o n a c i o n al corresponde a 1 6% dentre os queijos produzidos e importados (AB IC, 1 996) e é considerado um produto faci l mente perecíve l , princip al mente, devido ao fato de eventualmente ser preparado com l e i te cru e c o merc i al i z a d o e m s a c o s p l ásticos comuns, amarrados ou fechados c o m u m fe c h o metál i c o , s e m u s o d e v á c u o ( HOFFMANN et aI. , 1 99 5 ) . Considerando que o leite cru é um importante veículo de agentes patogênicos e que a etapa do processamento do queijo e sua forma de comercialização favorecem a i nc o rp oração de agentes p atogêni c o s , e s s e produto deve merecer atenção especial . De ntre o s m i crorgan i s m o s p a s s ív e i s de serem encontrado s no leite, pode-se destacar o Staphylo c o c c u s a ll r e llS, j á q u e vári o s fatores p r o p i c i am condições fav oráv e i s p ara c o n t a m i n a ç ã o deste a l i m e n t o , t a i s c o mo , a elevada prevalênci a do m i c ro rgani s mo como agente e t i o l ó g i c o d a mastite b o v i n a, s u a ubiqüidade na n atureza e o baixo nível sócio e c o n ô m i c o dos o r d e n h a d o r e s , m u i tas v e z e s portadores assi ntomáticos do mi crorgani s mo e possuidores de maus háb itos higiênicos (GOMES & GALLO, 1 9 9 5 ; B RITO et aI . , 2000 ) . Uma vez presente no leite e, conseqüentemente, em seus s u b p ro d u to s e e n c o n t r a n d o c o n d i ç õ e s favoráveis a s u a multiplicação, o S. a urells pode, e m algumas horas, ati ngir n ú meros elevados, p o de n d o h av e r p ro d u ç ão d e e n t e ro t o x i n a s , potencial mente capazes de causar toxinfecção a l i m e n t ar ( G O M E S & G A LL O , 1 99 5 ; MEYRAND e t aI . , 1 99 8 ; PIMBLEY & PATEL, 1 99 8 ; SA NTOS et al . , 1 9 8 3 ) . Recentemente, alguns estu dos realizados no estado de M inas Gerais, regi s traram surtos de i n t o x i c ação a l i mentar p r o v o c a d o s p e l a i n g e s t ã o de q u eij o s c o n t a m i n a d o s , p r i n c i p a l me n t e , p o r e s t a fi l o c o c o s . E m u m l e v an tamento feito p o r D I A S et aI . ( 1 9 9 5 ) de todos os s u r t o s n o t i fi c a d o s p e l a V i g i l â n c i a S an i tári a e m d i ferentes c i d ades m i n e i ras no período de 1 9 9 2 a 1 9 9 4 , o Stap h y l o c o c c ll S a u r e u s fo i i d e n t i fi c a d o c o m o a g e n t e e t i o l ó g i c o p o t en c i al e m 8 5 , 7 1 % d o s c as o s . S I LVA & CA STRO ( 1 9 9 5 ) rel ataram a ocor rência de um s urto de toxinfecç ão envolvendo 1 5 pessoas, onde a anál i s e do produto (queij o "Minas"), revelou a presença d e S. a llrells entre o utros microrganismo s . F a l h a s o c o rridas d u rante a o r d e n h a e o p rocessamento, a l i ad o s a temperaturas i n ade q u ad as de c o n se rvação a nível de co m é r c i o v arej i s ta, s ão fatores que têm contribuído para a c o merc i a l i z ação de p r o d u t o s l ác t e o s c o m características microbiológicas fora d o s padrões regulamentares (GOMES & GALLO, 1 99 5 ) . Te n d o e m v i s t a a s d i ferentes v i as q u e p o d e m l e v ar à c o n t a m i n aç ã o d e q u eij o " M i n a s " fre s c a l , t o r n a - s e de cru c i al i mp o r tância s u a análi s e microbiológica no mercado v arej i sta, p ri nc i p al mente, q u a n t o à p re s e n ç a de S . a ll re u s , v i s t o q u e t a l m i c r o rg a n i s m o ocorre c o m freqüência nesse tipo de produto. Assim, o presente trabalho teve como obj etivo aval i ar as c o n d i çõ e s h i g i ê n i c o - s a n i tári as do queij o "Minas" frescal produzi do e comerci a l i zado por pequenos laticínios da c idade de Juiz de Fora e região. 2. MATERIAL E M É TODOS Durante o período de 1 999 e 2000 foram a n a l i s ad a s , p e l o L a b o ra t ó r i o de A n ál i s e de Alimentos e Saneamento de Águas, 7 0 amostras de q u e ij o " M i n a s " fres ca l p r o v e n i e n t e s de pequenos Laticínios da cidade de Juiz de Fora e regi ão . As a m o s t ra s foram re met i d as ao Laboratóri o , em c o n d i çõ e s i s otérmicas, p ara pronta anál i se microbi ol ógi ca. A d e t e rm i n aç ã o de e s t afi l o c o c o s produtores d e coagulase foi conduzida p o r meio da c o nt a g e m d i re t a em p l ac as , s e g u n d o VANDERZANT & S PL ITTSTOESSER ( 1 99 2 ) . D e a c o r d o c o m e s s e p ro c ed i me n t o , foram pesados 25g d a amostra e homogeneizados em 2 2 5 mL de água peptonada, a partir daí foram fei tas as d i l ui ções deci mai s . O i s o lamento e a enumeração foram feitos em placas de ágar Baird Parker ( B P ) , i n c u b ad as a 3 5°CI24- 4 8 h . Cinco c o l ôn i as (três típ i cas e d u as atíp i c a s ) , s e l e cionadas d a melhor diluição, foram s ubmetidas ao teste de coagulase utilizando o kit "Staphytect P l u s Dry S pot" (Ox o i d ) . Os resu l tados foram expressos em Unidades Formadoras de Colônias/g do produto. 3 . RESULTADOS E DIS CUSS à O A i n c i dência de c o ntaminação do queij o " M i n as " fre s c a l o b t i d a p e l a p re s en ç a de estafi lococos coagulase positivos, encontra-se apresentada no gráfico 1 . Os critérios adotados pelo M i n istério da Saúde (Brasil, 1 99 8 ) estabelecem uma contagem máxima de Staphyloco ccus a llrellS, p ara queij o frescal, na ordem de 1 03UFC/g. De acordo com os resultados apresentados no gráfico 1, das 70 amostras analisadas, 1 1 ( 1 5,7 1 % ) apresentaram uma contagem que variou entre 1 03 e 1 05UFC/g, Pág. 1 40 Pág . 1 4 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS . Gráfico 1 - I n c I' dAe � c � a d e e s t a fi l o c o c o s p r o d u tores de c o ag u l as e e m q u e l'J' o " Mi n a s " Fre s c al comerc la I lza d o na CI'd ade de Juiz de Fora e região. R.M.; FRANCO, C .C .J . ; CH I A P P I N l , queij o de soro do OLI VEIR A, L.A.T. Aval iação In: us. re u a ccus yloco Staph à q u an t o D E LAT Ic í N I O S , L IONA NAC O S S GRE CON Juiz de Fora : s 1 3 , 1 99 5 , Juiz de Fora . Anai 5 . p . 1 43 - 1 44 . 9 9 1 , G I M IEPA LCT PE/I CE J .M . ; V IEIR A, DIAS , R .S . ; SILV A, S .O . ; SOU ZA, ã o al i m e n t ar ç c fe n i x o t de s o t r u S . . M M.B .C. i al i za d o s em rc e m pro v o c ad o s p o r q u e ij o s c o a 1 99 4 . I n : 992 1 de do perío Minas Gera is, no IC Í N I O S , CON GRE S S O N A C I O N A L D E LAT de Fora: Juiz ... is na A 1 3 , 1 99 5 , J u i z de Fora. 43 -44. 1 p. . 5 9 9 1 , G I M A T/EP /ILC CEPE ência de FILH O, E . S . A . & FILH O, A.N. Ocorr al". "fresc tipo o queij em reus u a ccus Staph yloco .6 , 2000 . Revis ta de S aú d e Púb l i ca . v . 3 4 , n ia do Queij o. FURTADO, M.M. A Arte e a Ciênc 1 , 297p. (2U ed .). São Paulo : Editora Globo , 1 99 rênci a de Ocor . R . C LO, GOM ES, H . A . & GAL ção de u d ro p e s u re u a s u c c o c Stap hylo partir de a as isolad enterotoxi nas por linhagens q u e ij o e C o p i t o zad i r u te as p e t l e i t e cru, l e i Pirac icaba "Mina s Fresc al" come rciali zados e m e n to s . S P. C i ê n c i a e Te c n o l o g i a de A l i m . 5 9 9 1 , . z e d . l u j , 1 6 1 8 5 1 . p , 5 1 n. Z, C.H . ; H OFFM A N N , F. L . ; G A R C I A - C R U ica de biológ micro dade Quali . T.M , URIM VINT S ão José queij o s come rcializ ados na região de S P. Revis ta d o I n s t i t u to de d o Rio Preto , L a t i cínios C â n d i d o Tos tes , n . 2 9 6 , p . 42-47 nov. -dez . , 1 9 9 5 . ; R AYMEY R A N D , A . ; B OU RA N D-LO EI, S . , C.E. ; D R PA S A G ; . C G U N I OT, S . ; M A Z U Y, , C.; RE Y PE A L ; . G , N I R PER ; . G J A U B ERT, and G ro w t h C. V E R N OZ Y - R OZ A N D , ... Amostras em desacordo com a Portaria 45 1 (BRASIL, 1 998) ou seja estavam fora dos padrões estabelecidos : � a l e g l � l aç ão , s e n d o p o rt a n t o , c o n s id erad as , l mpropnas p ara cons u m o . E s s e s res u l tad o s s ão s e m e l h an t e s a o s e n � o n trad o s n a l i teratura o n d e fo i p o s s ív e l . venfIcar q u e d a s 80 amostras d e queijo "Minas" frescal comerciali zadas na cidade de Poços de Caldas, MG, e analisadas por FILH O & FILHO ( 2 0 00 ) , 40 apre s en t aram v a l o re s m é d i o s em torno de 1 05UFC/g, ou s ej a, acima do p adrão . e s t a b e l e C I d o p e l a l e g i s l aç ã o . G O M E S & G AL L O ( 1 9 9 5 ) e n c on traram S . a u re u s , c o m c ontagens variando entre 1 04 e 1 05UFC/g, e m 2 2 , 2 % d as 1 8 a m o s t r a s d e q u e i j o " M i n a s " f�escal provenientes do comérc i o varej i s t a d a clda e e irac i caba, S P. D as 3 0 amos tras de . ,, q u e IJ O , M 1l 1 a s c u r a d o c o m e rc i a l i z a d a s n a grande B el o Horizonte, MG, e analisadas p o r C E R Q U E I R A et a I . ( 1 9 9 7 ) , 43 , 3 % apresen t aram contagem de S.aureus, que variaram entre 1 02 e 1 06UFC/g. Ao analisarem 30 amostras de soro de leite . obtIdos da fabricação de queij o "Minas" frescal, . p rovel1 len tes de cooperativas de l aticín ios do Norte Fluminense, RJ, CHIAPPINI et aI. ( 1 995) encontraram Staphy l o c o c c u s a u re u s com c o ntagens acima de 1 04UFC/mL em 2 0 % das a m o s tras . � � � 4. C O N C LUS à O O s res ultados obtidos evidenci aram u ma . q u a l t d a d e h i g i ê n i c o - s an i t á r i a q u e o fe r e c e . n s c o �, s a ú d e d o c o n s u m i d o r, s u ge r i n d o a nec � s � l ade de maior atenção das autorid ades � a n l t a n a s c o m p e t e n t e s no s e n t i d o de I m p lementar medidas mais rígidas de controle n o p r e p a � o e p ro c e s s a m e n t o d e s t e p r o d u t o . . TaI S me ? l d a s d e v e m i n c l u i r, p r i n ci p al mente, . a c o n s c l e n t t z a ç ã o dos e m p re s á r i o s s o b re a . n e c e S S I d ade e benefíc i o s da adoção d as B oas � Amostras em acordo com a Portaria (BRASIL, 1 998) 45 1 P r á t i c a s de Fab r i c a ç ã o p ara a g a ra nt i a d a q u a l i d ad e d o s p r o d u t o s o fe re c i d o s a o c o n s u m i d o r. 5. ABSTRACT The p re s e n t work i n tended to e v a l u ate the s a fe t y q u a l i t y of " M i n a s " c h e e s e p r o d u c e d a n d m a r k e t e d fro m s m a l l d a i ry . p l ants of J U I Z de Fora and regi o n . The s t u d y was c o n d u cted i n t h e sense o f the v i a b l e cel l s i � o u nt i n B ai r d - P arker agar a n d b ochemistry ldentificati on o f Staplzylococcus s p . For that, 70 samples of "Minas frescal" cheese collected from 1 99 9 to 2000 were analysed. The resu lts showed that 1 1 s amples ( 1 5,7 1 %) had counting > I 03UFC/g i n d i c a t i n g that these w ere above the o ffi c i al s tandard s ( B R A S IL , 1 9 9 8 ) . 6 . REFE R Ê N CIAS B IB LI O G R Á FICAS � ABIe. B razi an Association of Cheese Industry. F o l h a de S ao P a u l o , N e g ó c i o s , 02/ 1 2/ 1 9 9 6 . B ook 2. Page 1 . B R A S I L . M i n is téri o d a S aú d e . S e c retari a de Vigilância San itária. Portaria n045 1 , d e 1 9 d e s e te m b r o d e 1 9 9 7 . 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Mode lo para inves tigaçã o retros ta Revis . latões de leite no de mami tes bovin as o Toste s , d i d n â C s cínio ati L de o t tu i t s n I do n .225, p.27-3 1 , 1 9 8 3 . ência de S ILVA, M . e . C . & CAST RO, D.G. Ocorr u s ad a p o r s u rto de t o x i n fe c ç ão a l i me n t a r c a NGRESSO q u e ij o t i p o " M i n as " . I n : C O 5 , Juiz NAC IONA L DE LAT I C Í N I O S , 1 3 , 1 99 I /ILCT CEPE Fora: de Juiz de Fora. A n a is . -47 45 1 . p . 5 9 9 1 , EPA M I G R, D. VANDERZANT, CARL & SPLITTSTOESSE n inatio exam for s ethod m of F. C ompe ndium Public of foods . ( 3 Ued . ) . Wash ingto n: Amer ican Healt h Assoc iation , p . 1 2 1 9, 1 992. . . . � : Pág . 1 43 Pág. 1 42 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS GERÊNCIA DE B OAS PRÁTICAS DE FABR ICAÇÃO* Good Man ufacture Practices Control System Bruno Mazzer de Oliveira Ramos1 ; Lúcia Helena da Silva M i g l io ranza2 Eraldo Cavalcante Porangaba J r,3; D iego Pozzj3 Rogério Paes Mendes Pereira4, RESUMO A p ortaria 3 2 6/97 do M i n is tério da S aúde e a p o rtaria 3 6 8/97 do M i n i s tério d a . Agnc� l �ura, d et�.:� inam a o r� gatorie dade da utilizaç ão das B oas Prática s d e Fabrica ção e . . C ? n dl çOes H lglelllc o-S alll tanas nos estabe lecime ntos produt ores/in d us trial i zadore s de al � mentos . Apesar das exigên cias normat ivas, a dificuld ade que a maioria das indústr ias de al � m � ntos tem encon t �ado é a efeti vação da impl antaçã o dessas p o rtari as . Isto ocorre . pnnclp alment e pela dIfIcul dade de control e e quantif icação dos resulta dos de treinam entos em B PF, � ue as i n d ú s trias têm reali z ado. P ara fac i l i t ar a q u a n t i fi cação p rop osta, foi dese nvolvId o o s �ft:v are G � P CONT ROL SYSTE M, que permit e aos técnico s gerenc iar as � PF de f�rma rapld a e pratlc �, através de relatór ios e gráfico s gerado s pelo proces sament o . . de mform açoes 1mb�tl das ao S stema. O ambien te do sistem a desenv olvido compre ende os ! Pro � ramas de Q u a l tdade � a Agua, Receb i mento s e Armaz ename nt o s , M an utençõ es de E q u I � am �n t o s e I n s ta l a ç o e s , Progra mas de Tre i n am e n t o de P e s s o a l , Progra mas d e . S alll �l caçao, Progra mas de Contro le de Pragas , Tratam en to de E fl ue n te s e Contro le A �blental . Todos esses Programas são tratado s de acordo com índices de não confor midade reglstr ad ? s � om seus devido s pesos relativ os, permit indo a audito ria interna e facilita ndo as negocl açoes entre p �rce � ros . O que se objetiv ou nesse trabalh o foi o desenv olvime nto de proce � sos compu tacIOn aiS para ser aplicad o na cadeia produt iva de alimen tos visand o ' a melho na do produt o e a qualid ade no ambien te, de trabalh o. P a l avra � - c � ave : m o n i toram ento, contro le de q u a l i d ad e , i n d ú s t r i a de a l i me n t o s ' softw are, audIt ona. � l . INTRODUÇà O A i n d ú s tria de a l i mentos e s tá s o fren d o grandes modificações no últimos anos devido à e x i gênci a de maior qualidade e segurança dos produtos pelos compradores de matéria-prima e c o n s u mi d ores . P ara s e adequ arem às n ovas �egras , as i n d ú s trias estão sendo o brigadas a Implantarem programas de controle de qualidade que possibilitem a correção de algumas práticas i ndevidas que c o mp rometem a qualidade final do produto. Um d o s principais recursos a ser adotado p ara e s s a fi nal i d ade são as B o as Práti c as de Fabri cação ( B PF) . E s te p rograma tem c o m o objetivo delinear a s atitudes corretas q u e devem s e r e m p re g a d as q u a n t o a m an i p u l aç ão de matéri a-prima, c o n d i ç õ es de armazen amento, Apoio : Cooperativa Central Agro Indust rial " Ltda - CONF EPAR. L on dnna ' - PR. , . M estrando em M e'doICO y,�! en' nano, Ciênci a Animal , Univer sidade Estadu al de Londr ina . 2 Dr. e m ClencI. a d Alimen tos, Depart amento de Tecno logia de Alimen � tos e Medica mento s ' Univer sidade E stadual de LondrIna. 3 A� alis ta de Sistem as, Incubadora Tecno lógica da Univer sidade Estadu al de Londr ina . . INTUE L PrOJe to Genes Is/GE NORP. 4 Técnic o em Laticí nios, Incubadora Tecno lógica da Unive rsidad e Estadu al de Londr ina INTU EL. * _ _ _ condições estruturais de edifícios, condições de equ i p amentos, s a n i ficação de e q u i p amentos e estab e l e c i m e n t o s , c o n t r o l e de p ragas , trata mento de efluentes e higiene pessoal . A portaria 326/97 do Ministério da Saúde e a portaria 368/ 97 do Ministério da Agricultura, determinam a obrigatoriedade da utilização das Boas Práticas de Fabricação e Condições Higiênico-S anitárias nos e s t a be l e c i m e n t o s p r o d u tore s / i n d u s tr i a lizadores de alimentos. I n ú meras m e d i d as e x i g i d a s p ara a implementação do Sistema de Análise de Perigos e P o n t o s Crít i c o s de C o n t r o l e , p r e v ê e m o m o n i t o r a m e n t o de a ç õ e s e c um p r i m e n t o de normas para s u a execução. O software GMP CONTROL S YSTEM foi criado para monitorar as B PF da cadeia produtiva de a l i m e n t o s . O s i s tema p e r m i t e , através de relatórios e gráficos, identificar as não confor mi dades que podem estar comprometendo toda a l i n h a de p r o d u ç ão , p ara que p o s s a m s e r empregadas med idas corretivas. 2. METODOLO GIA Em o utras info rmações, pode ser incluído algum dado de interesse p ara o programa de B PF. Caso o colaborador passe por u m remanej amento de setor, a d at a e o motivo p e l o q u a l ocorreu a mudança podem ser informados em novo setor de a t u a ç ü o . Em p r o n t u á ri o médi c o , pode ser informado o período que o colaborador apresentou uma enfermidade clínica. A consulta e a emissão de relatórios podem ser obtidos correlacionando as informações que foram fornecidas. I te ns de B PF Os itens de B PF s ão cad astrados dentro das áreas de controle ambiental, higiene pessoal, garantia e controle de q ua l i dad e , e di fí c i o s e i n s t al açõ e s , c o n tr o l e de pragas e p ro d u ç ão . O G M P C O N T R O L S Y S TE M j á p o s s u i cadastrados alguns itens c o m suas defi nições que podem ser acatados ou cancelados pelo usuário. É possível também a inclusão de nQvos itens se necessário. O s istema fornece rel atório simples, onde é apresentado apenas o s itens em s u as respectivas áreas, e relatório detalhado, que traz as informações referentes a cada item. O software é subdividido em oito seções ord e nadas , c o m p o s tas por p l an i l h a s de fác i l entendimento e utili zação por responsáveis pela qualidade do produto. Pontuação de Itens de B PF Os itens de B PF podem receber pontuações d i ferentes de acordo c o m s u a i m p o rtância no s e t o r da i n d ú s tri a . S ão pre v i s t o s v a l ores numéricos para quantificação, numa escala de O a 1 0, das i n formações ali mentadas a partir de observações dos responsáveis . S e tores da P ro d u ç ã o A i n d ú stria é d i v i d i d a de acordo com o fluxograma da linha de produção. Para cada setor da i n d ú s tr i a é determ i n a d o um c o l ab o rador respo nsável , que terá como função pri ncipal, a v e r i fi c ação d a e x e c u ção d as B PF p e l o s colaboradores do setor respectivo. Nesta seção também s ão e s p e c i fi c a d o s os proce d i me n t o s operacionais, de l impeza e manutenção do setor, bem como as ações empreendidas nas diferentes seções da indústria. C ad a s t r o d e C o l a b o r a d o r es Os c o l ab o r ad ores s ão c adastrad o s p e l o n o m e , ape l i d o e t a m b é m p o r u ma fo to d i gi t a l i za d a . E s tes art ifíc i o s fac i l i t am a i dentificação do i ndivíduo dentro de indústrias c o m g r a n d e n ú mero d e c o l ab o r a d o re s . Informações como data d e admissão e demissão t ambém p o d e m ser a l i me n t a d as , s e n d o n e c e s s ár i a s em u m l e v antamento de c o l a b o radores em um período determinado. O s istema dispõe ainda de 3 subseções : o u tras Informações, n o v o s e t o }" de a tu a çüo e p ro n tuári o m édico. M onitorame nto O monitoramento dos itens d e B PF é realizado pelos responsáveis por cada setor da indústria e os dados devem ser alimentados freqüentemente. Nesta seção s ão i n forma d o s : a ocorrê n c i a das n ão conformi d ad e s , s et o r d a i n d ú s t r i a , n o m e o u apel i d o do c o l ab o rador res p o n s ável p e l a não conformidade, a d ata e a hora da observação. Avali a ç ã o d e D e s e m p e n h o A avaliação das B P F é realizada através d a s o m a do n ú mero d e o c o rrên c i as ( c o m s u a s respectiv as p o n t u ações ) , notificadas dentro de u m período determi nado pelo téc n i c o respon s ável pelo controle de q u a l i d ade. A aval iação pode ser feita por item de B PF ocorrido em um determinado período em toda indústria, em um setor apen a s , o u e x c l u s i v amente por deter mi nado c o l aborador. I s to permite i denti ficar Pág. 1 44 Pág . 1 45 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESS O NACIONAL DE LATiCíNIOS onde são o s p o s s ív e i s p o ntos de c om p r o metimento d a q u al i d ade do p r o d u t o . E s tes resu ltados podem ser visual izados em forma de relatório descritivo ou em gráficos. Nesta seção a i n d a é p o s s ível veri fi c a r q u a i s foram os treinamentos realizados no período determinado. Tr e i n a m e n t o s A p ó s a avali ação de desempen h o , são defi n i d a s ações correti vas que podem ser cadastradas no sistema, para indicar alguma medida que já tenh a sido concretizada ou não, ou para posterior referência de uma situação semelhante. ITEM 3. ABSTRACT N e s t a s e ç ão s ã o n o t i fi c a d o s o s t re i n a mentos reali zados em c a d a setor da i n d ú s tria, contendo os colaboradores que participaram do evento, a fre q ü ê n c i a d e p r e s e n ç a d o s c o l a b o r a d o r e s n o tre i n am e n t o , a d at a e a c arga horári a do evento . A çõ e s C o r r e t ivas o e x e m p l o a b a i x o fo i g e n t i l me n t e fornecido p e l a Engenheira Química Sandra Cléia da Silva, responsável pelo Controle de Qualidade da Cooperativa Central Agro Industrial, Ltda. CONFEPAR, Londrina - PRo DE B PF Relat6rio · DetaIbad ô de AvaHaçã o.·de<Des empenh() <Einlss ão : TIPO DO RELATÓ RIO: ITEM DE BPF PER Í ODO DE: 01/0112001 à 3 1/0512001 COLABORADOR PONTUAÇà O: 70 ITEM DE BPF A N A I S DO XVIII C O N G R ESSO N AC I O N A L D E L AT i CíNIOS SETOR DA PRODUÇà O HIGIENE DO UNIFORME The r u l e s of G o v e r n m e n t H e a l t h a n d Agriculture Department in B razil determine the ob l igation o f applying the Good Manufactory Prac tices ( G M P ) i n the p r o d u c t i o n and fo od proce s s i ng i n d u s try. E v e n though t h e r u l e s deman d , m o s t o f t h e food i n d ustry h ave find troubles to set and i mp lement these s tandard. This is parti c u l arly because it i s hard for the industry managers to controI and measure the res u I t s of G M P tra i n i n g . To fac i l i t a t e t h e i m p r o v e m e n t q u an t i t a t i v e p r o c e s s , I t w a s deve l o p ed a G M P C ont r ol S y s tem s o ftw are, that provides faster and practice w ay for GMP management b y technicians, using reports and grap h i cs generated b y t he i n p u t i n fo rmati o n at t h e s y s t e m . The s y s t e m e n v i ro n m e n t contains w ater q u a l i t y program, sto rage and re c e p t i o n o f i n gred i e n t s , i n s t a l l at i o n a n d e q u i p me n t k e e p i n g p ro g ra m s , s a n i t a t i o n program s , p l ag u e s contro l , e ffl uents c ontro l and en v i ro n m e n t c o n t ro l . A l i t h i s p rograms have scores and values to determine and notice the i rregu I ari t i e s act i o n s , p r o v i d i n g i n ternaI audit and faciIitating bus iness among partners . The o bj e c t i ve o f t h i s w o rk w a s to d e v e l o p c o m p u tat i o n al p r o c e s s t o b e a p p l i e d o n t h e fo o d p r o c e s s i n t h e i n d u s t ry, a i m i n g t h e i mprovement of t h e food product a n d t h e work e n v ironment quaIity. Key-word s : monitori n g , quality contro l , audit, food industry, software. 4 . REFER Ê N C IAS B I B L I O G R Á FICAS Agência de Vigilância S an itária, M i n istério da S aúde. Portaria nU 326 SVS/MS d e 3 0 de j u l h o d e 1 9 9 7 . D i s p o n í v e l em: < h tt p : // w w w.anvisa.gov.br/ali mentos/alimentos/legis/>. Acesso em: 27 de maio de 200 1 . Secretaria de Defes a Agropecuária, M i n i s tério da Agri c u l t u r a . P o r t a r i a n U 3 6 8 , de 0 4 d e s e t e m b r o d e 1 9 9 7 . D i s p o n ív e l e m : <http :// w w w.agricultura.gov.br/sda/dipoal>. Acesso em: 27 de maio de 200 1 . Secretaria de Defesa Agropecuária, M inis tério da Agric u ltura. R e g u l am ento técnico s o b r e as condições higiênico-s anitárias e de boas p r át i c as d e e l a b o r a ç ã o p a r a e s ta b e l e c i m e ntos e l a b o ra d o r es/ i n d u s t r i a l i z adores d e a l i m e n t o s . D i s p o n ív e l e m : < h tt p : // www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/>. Acesso em: 27 de maio de 200 1 . S OC I E D A D E B R A S ILEI R A DE C I Ê N C I A E TECNOLOGIA DE ALIMENTO S . M anual de B oas P r á t i cas d e F a b r i c a ç ã o . C am p i nas : S B CTA; São Pau l o : PROFIQUA, 1 99 5 . - PREB IÓTICO NA PRODUÇÃO D E CONCENTRADO DE CÉLULAS DE BIFIDOBACTERIUM LACTlS Per(odo Prebiotic for high number cells in the Bifidobacterium lactis concentrate Res u lt a d os BAGAT I N I , L . ; N EVES, L . S . ; M I G L l O RANZA, L . H . S . ; CASTRO-G O M EZ, R .J . H . P o n t u ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0 N ú mero d e Observações d o Item de B PF . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . 1 4 Nú mero de Observações com Ação Corretiva . . . . . . .. . . . . . . . 5 Número de Observações sem Ação Corretiva . . . . . . . . . . . . . . . 9 Nú mero de Enfermidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 N ú mero de Treinamentos do Período . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 4 . O relatório do monitoramento do item higiene do unifoffi1e compreendeu os meses de janeiro a maio de 200 1 . Neste período foram observadas 1 4 não conformi dades deste item . O maior n ú mero de RESUMO O l e ite p r o b i ó t i c o n ã o fermentado é u m p r o d u t o c o n te n d o c é l u l as v i áv e i s de microorganismos probióticos em concentrações significativas para reposição de microbiota intestinal . Neste trabalho uti lizou-se Bifidobacteriunl lactis ( B b- 1 2), aplicada normalmente . ocorrências foi observado em fevereiro, mas o valor decresceu nos meses seguintes em função dos treinamentos realizados neste período e d e v i d o à ações corretivas reali zadas em 5 observaçõe s . 2 3 M estranda e m Ciência de A l i m entos, Depto. de Tecnologia d e A l i m entos e M e d i c amentos, U n i versidade Estadual d e Londrina. M . Sc . em Ciên c i a de A l i mentos, Univer s i dade Estadual de Londrina. D r. em Ciência de Alimentos, Depto. de Tecnologia de Alimentos e Medicamentos, Universidade Estadual de Londrina. P á g . 1 46 Pá g . 1 47 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII C O N G R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS como suplemento probiótico em formul ações i nfantis . As condições de desenvo lvimento da cultura de B b- 1 2, no entanto, exigem estímulo ao seu crescimento, o que foi realizado com o emprego de prébióticos p resente no tubérculo subterrâneo comestível , o yacon ( Polimnya sOl1clz ifo lia), que se constitui de �-( l -2) frutoligossacarídeo, com oligofrutanos tipo i n u l i na, uma mistura homogênea de polímeros de frutose. A composição média em 1 00g de yacon é : 3 ,7g proteínas, 1 ,5g l ipídios, 3 , 4g fibras, 2,2g potássio, 0, 1 2g fósforo, 3 ,5g cinzas, 96mg de ferro e 3 90mg de zinco . Além disso possui 2,47g de frutose, 2, 1 2g de alfa glucose, 1 ,63g de beta glucose e 2,5 1 g de sacarose. Neste estudo, aplicou-se 03 níveis de homogenato de yacon (O, 25 e 50%) ao caldo MRS acrescido de 0,05 % de L-cisteína.HCI em 03 d i ferentes pH ( 5 . 5 ; 6 . 5 e 7 . 0) . A met o d o l o g i a de S uperfíci e de Res p osta foi aplicada para estudar as melhores condições de obtenção do maior número células de B b 1 2, q u e permitisse s e r aplicado como probiótico. De acordo com e s s e experimento, a s condições q u e permitiram maior crescimento de B b - 1 2 em 1 2 horas de incubação foram, aj uste do pH do meio para 6 . 5 , e 50% de yacon. Em 20 horas, não foram observadas diferenças na concentração de células em função da concentração de yacon, em pH de 6.0 a 6 . 6 . Em pH 5 . 5 , o aumento n a con cen tração de y ac o n p r o p o rc i o n o u a u m e n t o na concentração de células. Em pH acima de 6 . 6, a concentração de yacon foi inversamente proporcional ao crescimento dos microorgani s m o s . Palavras -chave : probi ó t i c o , B ifidobacterillm la ctis ( B b - 1 2 ) , o l ig o s s acarídeos não digerívei s . 1 . INTROD U Ç Ã O Os probióticos são denominados pela Food and Drug Administration como microrganismos de ocorrência natural (Anônimo, 1 999), e que agregam valor terapêutico pelo balanceamento e reposição da microbiota intestinal, possível estimulação do sistema i munológico e inibição de patogênico s . Possuem a i n d a propriedades antimutagênicas e anticarcinogênicas ( S H O RTT, 1 99 8 ) . Neste trabalho utilizou-se Bzfidobacterilllll l a c tis (B b- 1 2 ) , por ser uma bactéri a de fi n s probióticos reconhecidos e mais estudada como s u p l e m e n t o p ro b i ó t i c o p ara fo rm u l aç õ e s i n fanti s . A s c o n d iç õ e s d e d e s e n v o l v i mento d a c u l tu ra d e B b - 1 2 , n o entanto, exigem muitas vezes , estím u l o ao seu cre s c i mento, o que é reali zado por emprego de p rébiótico s . Os o l ig o s sacarídeos s ã o d e s c ri t o s c o m o p rebi óticos por que n ã o s ão hidro l i zados nem abs orvidos na parte superior do trato gastroin tes t i n a l . S ão re c o n h e c i d o s por e s t i m u larem s e letivamente o cresc imento e/ou atividade de e s p é c ie s de b ac t é r i as res i de n t e s n o c ó l o n ( V O R A GE M , 1 9 9 8 ; S A KO e t aI . , 1 9 9 9 ; G R ITTEN D E R & PLAYNE, 1 9 9 6 ) e o crescimento de bifidobactérias e outros micror gan i s mo s probióticos, O s o l ig o s s acarídeos estão p re s en tes em alguns tubérculos subterrâneos comestíveis como o y ac o n ( P o l i m nya s o n c h ifo l i a ) , p l a n t a originária dos Andes. Os oligossacarídeos do yacon são os �-( l 2 ) frutoligossacarídeos, com o l igofrutanos tipo inulina (GOTO et aI., 1 995). A inulina constitui se de uma mistura homogênea de p olímeros de fru tose ( N IETO, 1 9 9 1 ) e é c l as s i fi cada como um oligossacarídeo não digerível (VORAGEM, 1 9 9 8 ) . Oligofrutose, a qual possui uma cadeia linear de glicose e frutose, tem um melhor efeito bifidogênico do que moléculas de carboidratos com alto peso molecular e cadeias ramificadas (GIB S O N &WANG, 1 994). S eg u n d o N IETO ( 1 9 9 1 ) , a c o m p o s i ção média em 1 00g de yacon é : 3 ,7g proteínas, 1 ,5g l i p íd i o s , 3 , 4 g fi bras , 2,2g p ot á s s i o , 0 , 1 2 g fósforo, 3,5g cinzas, 96mg de ferro e 3 9 0mg de zinco. Além disso possui 2,47g de frutose, 2, 1 2g de a glucose, 1 ,6 3 g de � g l u c o s e e 2 , 5 1 g de s acarose. Neste e s t u d o , obj e t i v o u - s e v e r i fi c ar os efeitos da utili zação de homogenato de y acon e m meio M R S , e m três n í v e i s d e pH, no crescimento de cél ulas de Bzfidobacterium lactis. 2. MATERIA L E M É TODOS 2.1. Cultura Cultura d e Bifidobacteri1l11l lactis (Bb- 1 2), preparada para uso direto (DVS - Direct Vat Set), fornecidas pela Christhian Hans.e n Ind. & Com. Ltda, Valinhos, S P, B rasi l . 2.1.1. Preparo do lnóculo A cultura de Bb- 1 2 foi inoculada em caldo MRS (ISOFAR - Indústria e comércio de produtos químicos LTDA) e incubada a 37°C por 1 8 horas, s e n d o a seguir tran sferida p ara c a l d o M R S e n o v amente i n c u b a d a a 3 rC/20 h oras , s o b anaerob iose durante a ativ ação e cres c i mento da c u l tu r a ( J arra a n aero b i o s e - P e rm u t i o n , modelo J A 0402 ; Anaerobac - Probac do Brasil Produtos B acteriológicos Ltda) e adição de 0,05 % de L-cisteína. HCl no caldo MRS (DUBEY et aI . , 1 9 9 6 ) . formulações infanti s (DUBEY et aI. , 1 996» e m ágar M R S adici onado de 0 , 0 5 % de L-ci s teína (Lcisteín a . H C I ) . As p l acas foram i n c u b adas a 40°C sob anaerobiose. 2. 1 . 2 . Tratamentos O ex peri mento c o n s t i t u i u - s e dos trata mentos descritos na tabela O I . Pa ra fo r m u l ação d o m e i o c o m y ac o n , utilizou-se a proporção peso em gramas do meio MRS (desidratado ) a ser preparado e peso em gramas do yacon, in natura, homogeneizado em l iq ü i d i fi ca d o r. A s e g u i r o p re p ar a d o fo i homogeneizado e diluído. O yacon foi obtido no v arej o local, em Lo ndri na, no Paraná. Após o p re p aro t o d o s o s trata m e n t o s foram esterilizados em auto clave p o r 1 5 minutos a 1 2 1 oC o 2 . 4 . A n á l i s e s F ís i c o - Q u ím i cas 2 . 3 . A n á l i s e es t a t ís t i c a O d e l i neamento u t i l i zado fo i de b l o c o s i n completos, com 3 repet i ç õ e s d a a n á l i s e de microrganismos. Os dados foram anali sados pela meto d o l o g i a de S u perfície de R e s p o s t a uti l i zando-se o programa Statistic 6 . 0 - versão 5 . 2.4.2. Acidez titulável Alíquotas de 10 mL, em tripl icata, de cada tratame n t o , n o s t e m p o s 1 2 e 20 h o r a s de incubação foram anal isadas para a determinação da porcen tagem de ácido l ático com titulação com hidróxido de sódio 0 , 1 N até o p onto de vi ragem da fe n o l ft a l e í n a , c o n fo rm e A O A C n° 9 7 0 . 1 24 ( 1 9 9 5 ) . 2 . 2 . A n ál i s e M i c r o b i o l ó g i c a Alíquotas de I m L d o s tratamentos (2. I . 2 ) fo ra �"'" ret i r a d a s a p ó s 1 2 e 2 0 h o ras de desenv ;l vi mento e semeadas em profu n d i dade ( c o n s i d eran d o e x p e r i m e n t o a v a l i a n d o c re s B ifido b a c t e r i u 11l b ifi d u m e m cimento d e Tabela 1 - - pH Foram retiradas 03 alíquotas de 1 0 mL de cada tratamento, nos tempos 1 2 e 20 horas de c u l ti v o e d e t e rm i n o u - s e o pH por p o t e n c i ô metro ( HA N N A i ns tru m e n t s - H I 8 3 1 4) ( S ILVA et aI. ; 1 99 7 ) . 2.4. 1 3. RESULTADOS E DIS CUSS à O A p ó s 1 2 h o ras d e i n c u b aç ão e m anae robiose, o maior número de células de Bb- 1 2 foi Tratamentos utilizados p ara o cresci mento de Bb- 1 2. A Caldo MRS 0.05 O 5.5 B Caldo MRS 0.05 O 6.5 C Caldo MRS 0.05 O 7.0 O Caldo MRS 0.05 25 5.5 E Caldo MRS 0.05 25 6.5 F Caldo MRS 0.05 25 7. 0 G Caldo MRS 0.05 50 5.5 H Caldo MRS 0.05 50 6.5 Caldo MRS 0.05 50 7. 0 Pág . 1 49 Pág. 1 48 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS obtido no tratamento com 50% de y acon , em pH 6 . 5 (Tabela 2). Em pH 5 . 5 observa-se que a i n c o rp o ração de y a c o n ao m e i o M R S (tratamentos c o m 2 5 % e 5 0 % ) , promoveu u m aumento na concentração d e células. E m pH 6.5, que seri a o pH ótimo desses microorganismos, u m aumento n a c o n c entração d e y ac o n , é acompanhado por um aumento na concentração de células . No entanto, em pH 7.0, na ausência d e y a c o n , se v e r i fi c a uma c o n c e n tração de c é l u l as m a i o r , q u a n d o c o m p ar a d a com o s tratamentos 2 5 % e 5 0 % de yacon. Tabela 2 · Contagem de BifidobacteriulIl lactis em fu n ç ã o do pH do mei o e concentração de yacon em 1 2 horas de i ncubação . 5.5 6 .5 7.0 5.5 6.5 7 .0 5 .5 6.5 7.0 O O O 3 . 00 0 6. 1 1 3 7 .000 6. 827 6.859 5.8 1 5 6 . 246 7 . 44 1 5.81 0 25 25 25 50 50 50 H O P K I N S e t ai , 1 9 9 8 , em experimento r e a li za d o p ar a a v a l i ar a i n fl u ên c i a d e 1 5 d i ferentes fontes de carb o i d ratos ( m o n o , di e o l igossacarídeos) no cresci mento de d i ferentes espécies de Bifido ba c terium, observaram q u e, em a l g u m a s e s p é c i e s , um m a i o r n ú mero d e células era obtido na presença d e oligossacarídeos ( principalmente frutool igoss acarídeos), quando co mparada a uti l i zação d o s m o n o s s acarídeos corresp o n dentes . O mesmo fo i o bservado por GIBSON & WANG, 1 994, para Bifidobacterium infantis quando da utilização de oligofrutose em comparação a glicose. Após 20 horas de incubação, em pH 5.5, um aumento progressivo da concentração de yacon no meio, promoveu um aumento no n úmero de células (Figura 1 ) . Contudo, em pH 6.5, não se observa diferença no número de células em função da concentração de yacon e, como verificado em 12 horas , em pH 7 .0, o maior número de cél ulas foi observado na ausência de yacon. Após 20 horas , em pH 6 . 0 a 6.6 não houve d i fe r e n ç a n o cres c i me n t o n a s d i fere n t e s concentrações de yacon . A presença de yacon fo i mais e fet i v a n o d e s e nv o l v i me n t o d o s microrganismos quando e m ambiente mais ácido, já que em valor de pH acima de 6.6, um aumento na concentração de yacon p r o p o rc i o n o u uma dimi n u ição na concentração de células . C o n s ideran d o - s e os res u l ta d o s o b t i d o s , estudos t e m s i d o rea l izados para i nvesti gar a ação do yacon como única fonte de carbono e a i n teração deste c o m o u tras fon t e s , aval i a n d o assim, seu efeito como prebiótico na promoção do desenvolvimento de Bifidobacterium lactis . Q u a d ra t i c S u r f a c e P H _M E I O v s . C O N C _ v s . LOG 60 50 40 4,455 0' 4 ,909 5 5,364 0 5,8 1 8 6 ,273 6 , 727 7, 1 82 7,636 8,091 - 8 , 545 30 20 10 O -10 5 ,2 5 ,4 5,6 5,8 ANAIS DO XVII I CONGR ESSO N ACIONAL DE LATiCíNIOS 4. CON CLUS à O A incorporação de 50% de yacon ao meio MRS, permitiu alcançar o maior número de células de Bb- 1 2, após incubação por 12 horas, em pH 6.5. N ão foi obs erv ad o d i ferença na concen tração de células, após 20 horas de i ncubação, em pH 6 .0 a 6 .6 nas d i ferentes concentrações de yacon analisadas. Em pH acima de 6.6, a concentração de yacon foi inversamente proporcional ao crescimento dos microrganismos, enquanto que em pH 5 . 5 , o aumento na concentração de yacon proporcionou aumento na concentração de cél u las . ABSTRACT The n o n - fermented p r o b i o t i c m i l k is a product contai ning high number viable ceIls of prob i o t i c mi cro o rgan i s ms for intestinal flora rep l ac e m e n t . In this work i t was u se d B(f'idobacterium lactis (Bb- 1 2) , usuaIly appl ied as pro b i o t i c s u p p l ement i n i n fa n t fo rm u l a s . However, the growth o f Bzf'idobacterium lac tis demands reinforcement that w as obtained with prebi o tics of edible roots the y acon (Po limnya s o n c h ifo l i a ) . The y a c o n c o ntai n s p- ( 1 -2 ) fructo l i go s ac c h ar i d e s , w i th o l i gofrutans l i ke inulin, that is a homogeneous blend of fructose polymers . The average composition o f 1 00g of yacon is: 3 .7g proteins, 1 . 5g l ipids, 3 .4g fibers, 2 .2g potassium, 0 . 1 2g phosphorus, 3 . 5g ash, 96g iron and 3 9 0 m g z i n c o M o reover, it c o n t a i n s 2.47g of fructose, 2 . 1 2g o f a glucose, 1 .63g of p glucose and 2 . 5 1 g sucro s e . This investigation applied 03 leveis of yacon homogenate (O, 25 and 50%) to the MRS broth, with 0 . 0 5 % L-cystein . HCI added, in thee different pH (5.5; 6.5 and 7 .0). The Response S urface methodology was applied to study the best treatment to obtain the highest n u mber o f B b - 1 2 viable cel l s , to be used as probi ot i c , accord i n g to t h i s experi ment, the condition that allowed best growth of Bb- 1 2 after 12 hours incubation were: pH 6.5 and 50% yacon, after 20 hours, it was not observed differences in the ali concentrations related to the yacon amount in the medium, wen the pH 5 . 5 , the i ncrease in the yacon concentration provided an increased of c e l l s concentrati o n . In the pH above 6 . 6 , the yacon concentration was i nversely proportional the microorganism growth. 5 Figura 1 - E fe i t o d a c o n ce n tr a ç ã o de y ac o n e d a v a r i aç ão d o p H s ob r e o c re s c i me n t o d e B �fidobacterium lactis ( B b- 1 2) , 20 horas d e incubação. . REFER Ê NCIAS B IB L I O G R Á FICAS A n ô n i mo . Prob i o t i cs [on l ine] . D i s ponível na I n te rn e t via w w w . c h rh a n s e n . c o m / 3 h t m l . Arq ui v o capturado em 1 0/05/ 1 9 9 9 . AOAC, Official Methods of Analysis of AOAC I n ternati o n a l . 1 6 e d . V . l I , V i rgi n i a : A O A C I nternat i o n a l , 1 9 9 5 . DUBEY, U. K. et a\ . . Growth Characteristics of B i fi dobacteria in i n fant formul a s . J o u rnal of D ai ry S ci e n c e , V. 7 9 , p . 1 1 46 - 1 1 5 5 , 1 9 9 6 . G I B S O N ; G . R . & WA N G ; X . B i fi d o g e n i c P r o p e r t i e s o f D i ffere n t Ty p e s o f Frut o O l igosacchari d e s . Food M icrob iologi, v . 1 1 , n . 6 , p . 49 1 - 49 8 , 1 994. GOTO, K. Et aI. Isolation and structural analysis o f o l i go s ac c h ar i d e s fro m y a c o n ( P o lym n i a sonchifo lia). B ioscience, B iotechnology and B i o ch e m i s t r y , v. 59, n. 1 2 , p. 2 3 46 - 2 3 4 7 , 1 995. G R I TTEN D E M , R . G . & P L AY N E , M . 1 . Production, properties and appl ications o f food grade o l i g o s ac c h arides . 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Pág. 1 50 Pág . 1 5 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONGR ESSO NACION AL DE LATIcíN IOS VERIFICAÇÃO DA Q UALI DADE FíSICO-QUIMICA E MICROBIOLÓGICA DE ALGUNS IOGURTES VENDIDOS NA REGIÃO D E ViÇOSA MG a Malta, H élia Lucila1 ; D ias, Adriana SatiP G u i m arães, Analdo1 ; Jacob, Fabrício Eduardo1 C u n h a , R i ca rdo M a rti n s 1 ; Careli , Roberta Torres1 Pereira, S i n vaP ; Oliveira, Sérgio Eduardo Ramos 1 Ferreira, Célia Lúcia de Luces Fortes2 RES UMO Por ser o iogurt e um produ to de consu mo cresce nte e por suas qualid ades funcio nai s este trabal ho tem como objeti vo princi pal o d e avaliar a qualid ade micro biológ ica e físico quími ca de divers as marca s de iogurtes comercializ adas em Viços a-MG . Foram coleta das amost ras de nove marcas de Iogurt e sabor moran go em quatro repeti ções para anális es . As anális es realiz adas foram; Acide z, p H, Gordu ra, Sól idos Totais , Mesó filos Aerób ios, Bolor es e Leved uras e Propo rção Coco s : B ac i l o s . O s res ultad os médio s obtid os foram : pH 4, 1 0; acide z Ti tul ável 0 , 8 4 % ; S ó l idos Totai s 2 1 , 3 1 % ; Gord ura 2,06 % ; B olore s e Leve duras (Log UFC/ g) 1 ,29, Mesó fi los Aerób ios (Log UFC/ g) 8 , 9 7 ; Propo rção de Coco s : B ac i l o s 5 : 1 . Apesar d o s result ados obtido s n ã o apres entare m riscos a saúde do consu midor , algun s dos parâm etros analis ados estão em desac ordo com a legisl ação . 1. INT ROD U Ç Ã O O iogurte é um produto deri vado do lei te que começou a ser utilizado como al imento na antigüi dade quando o homem começou a domesticar os animais e aprovei tar o leite que eles forneciam, quando já se acreditava em seu valores terapêuticos . Diante da ausência de definição do Iogurte no B ras i l , Ferrei ra e Chaves p ub l i caram uma pesqui s a em 1 9 8 1 cuj o objetivo foi caracterizar o iogurte comercializado na Zona da Mata, MG, q u an d o na é p o c a j á h a v i a um c res c i me n t o i n c i p i ente n o c o n s u mo deste p rod u t o . N e s ta época, os prod utos avaliados apresentavam data de fabricação, sem apresentar data de validade, e os resultados analisados apresentavam alta acidez titulável, com todas as amostras acima de 1 ,5 % de ácido láctico . Atual mente, a legislação ainda não abrange todos os aspectos físico-químicos e microbiológicos deste produto, mas já existe a Rotulagem Nutricional Obrigatória, que se aplica A l i me n t o s e B e b i d a s p r o d u z i d o s , aos c o merc i a l i za d o s e embalados na a u s ê n c i a do cl iente e p rontos para oferta ao consumidor. 1 2 Após a implantação do p lano Real, com a conseqüente estab i l i zação da moeda, p ô de-se v e r i fi c ar u m aumento n o c o n s u m o de v á r i o s al imento s , c o m destaque para o Iogurte, q u e s e t o r n o u a c e s s í v e l a u m m a i o r s e gm e n t o da popul ação . A produção de I o g u rte que era de 1 80 mil toneladas passou para mais de 500 mil toneladas após o plano. Apesar desse aumento s i g n i fi c a t i v o , o c o n s u m o n o B ra s i l a i n d a é consi derado baixo com apenas 2,7 K i l os/ Habitante, sendo q u e em países como a França c o ns o m e - s e até 30 K i l o s / H a b i t an t e . (Fon t e : AB R I N I ) A e s s e aumento no consumo pode-se atri b u i r também à p re o c u p ação crescente das pessoas em consumirem produtos naturais, e aos benefícios que o I ogurte traz ao organismo, tais como: Aumentar a disponibil idade de vitaminas n o i ntes t i n o h u m a n o , fac i l i tar a a ç ã o d as proteínas e enzi mas digesti vas no ' o rgan i s mo human o ; faci l itar a absorção de cálcio, fósforo e ferro ; ser fonte de galactose, importante na s íntese de tecidos nervosos e cerebrosídeos em B achar éis em Tecn ologi a de Latic ínios pela Univ ersid ade Feder al de Viços a-MG . Ph. D. e m C i ên c i a d os A l i ment os - Profe ssora Tit u l ar d o D e parta ment o d e Tecn o l o g i a de U niver sidad e Fede ral de Viço A l i m entos / sa. bem como ser uma forma indireta de t o mar leite p o i s não se c o nhece cas o s de ll l· L 'U J· "' n"· - -- ligada ao iogurte, devido ao fato do t e o r d e I a ctose d o s produtos ferm.entados ser redu zido. Outro fator important: �OI o aum� nto de pesquisas e divulgação tecnologlca nesta area. D e v i d o a e s s e a u m e n t o de c o n s u m o , obs erv o u - s e também o s u rg i me n t o de n ov as m arcas , aI a u m a s p erte n c e n te s ao m e r c a d o _ informal ou a pequenas fábricas que nao recebem . a devida fiscalização e não possuem a tecnologIa . necessária para a fabricação do I o�urte. E x i s te m t a m b é m no B ra s I l e m p re s as regionais q u e vem se destacando n � s ú l ti n: o s nos principalmente em Minas GeraIS que e o rande berço d a s emp re s a s reg i o n a i s (Fonte A B R I NI) . _ O investimento destas fábricas na produçao de iogurte tem j usti ficativa nas van � agens que esse produto oferece, tais como: RápIdo ret � rno . do investi mento ; bai x o s custos operac � o ? a! s e de i n s umos ; e tecnologia de fác i l a q U l s lçao e apl i cação . _ Vários estudos científicos têm dado atençao à este tema, por ser o iogurte consumido també n; p o r c r i a n ç as , i d o s o s e c o n v a l es c e n t e s ; e . nece ssário que sej a um pro d u to de qual :dade. . R e s u l ta nece s s ári o as s i m, a averI g u a � ao d a . qualidade desses produtos, visto q ue esta I mplIca . diretamente na saúde do consumIdor. b ; 2.0B JETIVOS Veri fi car a q u al i dade M i crob i o l ó g i c a e Físi co-Química de diversas marcas de i o gurtes comercializados na Região de Viçosa, MG. 3 . M ATERIAL E M É TODOS As anál i s es foram rea l i zadas d u rante os meses de j u n h o e j u l h o de 1 9 9 9 , nos � ab o rat ó r i o s d o Dep artamento d e Tec n o l o g I a de A l i m e n t o s - U FV. F o r a m a n al i s a d o s n o v e ( 0 9 ) marcas d i fere n t e s , d en t re e l as a l gu m a s c o n he c i d a s n a c i o n al me n t e e o u t ras c o n h e c i d as a p e n as reg i o n a l m e n t e . E s t a s � a r c a s receberam c ó d i g o s n u méri c o s aleat o, rI o s , d e 1 a 9 , e fo r a m a n a l i s ad a s e m q u at r o re p e t i ç õ e s . . _ Foram u t i l i zadas em todas as repetlçoes, amostras de iogurte de sabor morango . Os pro dutos foram adquiridos em bares, supermercados e mercearias . As condi ções de armazenamento nos locais de compra foram observadas. São elas: temperatura de armazename n t o ; condições de . higiene; datas de fabricação e valIdade. 3 . 1 . D e t e r m i n ação de p H : Um pH meter marca Tecnal foi u t i l i zado para determinar o p H das amos! ras . O mesmo foi calibrado com sol ução tampao � e p H 4,? e pH 7 , 0 e seu e letrodo d iretamente IntroduzIdo nas amostra s . 3 . 2 . D e t e r m i n a ç ã o de A c i d e z : A acidez e m termos porcentagem de ácido l ático foi determinada u s ando-se NaOH 0, 1 N , a fat o r de c o rreç ão de 0 , 9 9 5 4 e fe n o l ft a l e 1l1 (solução alcoólica). Devido à dific � l d ad : de se . observar a viragem do indicador, a tltulaçao feIta foi potencio métrica, u s an d o -se um pH meter marca Tecnal. 3 . 3 . C o n t a g e m d e M e s ó fi l os A e r ó b i os ; As d i l ui ções necessárias foram fei t �s � m solução tampão estéri l, o plaqueamento fOI feIto utilizando o meio de cultura PCA (Plate Count Aaar) , as placas foram inoculadas e incubadas a 32°C, por ap roximadamente 72 horas, q u an do foram contadas . b 3 . 4 . D eterm inação de B olores e Leveduras : Utilizou-se meio de cu l tura P D A ( �otato Dextrose Agar) ou BDA (B atata Dextrose A� ar), acid i ficado com ácido tartárico a 1 0% . A 111 0 cul ação nas p l acas foi feita utili zando , 5 ml de inóculo, e o meio de cultura i ncorpor� do as placa� ( " p o u r p l ate") as mes mas fo ram I n c u b ada s a . . temperatura ambiente (250 C) por C1l1CO (5) dIas , em meio B D A . 3 . 5 . D e te r m i n a ç ã o d a p r op o rç ã o d e cocos/ bacilos : Os esfregaços feitos a partir da diluiçã� 1 1 1 0, . foram submeti d o s à c o l o ra ç ão d Ifere n C I a l de GRAM, e contados ao microscópio de contraste de fases marca Olympus BH-2. Foram contados dez campos, no mínimo. Também foi � b servado . se os microorganismos eram Gram POSltIVO � � +) ou n ão , pois como se s abe, todas as b actenas l ácticas são Gram( + ) . 3 . 6 . Determ i n a ç ã o d e G o rdura N a d e t e rm i n aç ão d a p o rcen tagem � e g o r d u ra, foi uti l i za d o o m é t o d o á c i d o ? u t I r o m é t r i c o , d a F I L 1 1 6 A : 1 9 9 7 , c o m le Itura direta na escala do butirômetro. Pág . 1 52 Pág . 1 53 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS A seguinte fórmula foi util izada: a r m a ze n am e n t o d o s p ro d u t o s , p o i s , p e l a s observações q u e foram feitas, durante a coleta das a m o s tr a s , m u i tas d e l as não e s t a v a m corretamente refrigeradas. Este fator é decisivo para que se possa ter certeza da estabilidade do p roduto, bem como a padronização da p rodução na fábr i c a . E m u m a p e s q u i s a rea l i z ad a p e l o I N ME T R O , foram e n c o n trados p r o b le mas d e refri geração em cerca d e 4 0 % d o s p o n t o s d e venda nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do S u i e S ão P a u l o . Em M i n as G e r a i s e s s e resultado subia p ara 6 0 % d o s pontos d e venda. U m o u tro m o t i v o que d i fi c ulta a anál is e destes res u l tados é o fato d os p ro d u tos terem d a t a de f a b r i c a ç ã o d i fe re n t e s ao s e r e m ana l i s a d o s . A o l o n go d a s q u atro r e p e t i ç õ e s de u ma ú n i c a marca, podemos ter, por exempl o , p rodutos c o m 27 , 2 0 , 1 6, e 2 3 dias d e p ratel e i ra. A s méd i a s , s e g u i das do d e s v i o p a d r ã o , p o r e s t e s m o t i v o s , n ão aj u d a m a c o n c l u i r c o m s eg u r an ç a . D e n t r e as m a r c a s a n a l i s ad a s , todas atend eram à l e g i s l aç ã o vigente quanto à acidez. Quanto a o p H , apes ar de não haver req u i s i t o s , todas as amostras se e n c o n traram a b a i x o d e 4 , 5 , o que i mp e d e o c re s c i m e n t o de b a c t é r i a s c o n ta m i n an t e s n o p rod u t o . N as figuras 1 e 2 e n c o n tr a m - s e o s re s u l t a d o s d as a n á l i s e s d e p H e a c i d e z resp e c t i vamente. ( N - n) x 1 00 M Onde: N = Valor do nível superior da coluna de gordura n = Valor do nível inferior da coluna de gordura M = massa, em gramas. 3 . 7 . D e t e r m i n a ç ã o de s óli dos totais A s amostras foram devidamente pesadas, acre s c i d as d e u m v o l ume c o n h e c i d o de are i a p u ri fi ca d a , e s e c a s e m e s t u fa d e s ecagem e esteri l ização da marca FANEM 3 1 1 5 SE a 1 05° C , p o r três h o r a s , no m ín i m o , ou até p e s o constante ( A O A C 1 5' E d . 1 9 90, 9 7 9 . 1 3 ) . 4 . RESULTADOS E DIS CUSS à O To d o s os res u l t a d o s a p re s e n t a d o s n o p re s e n t e t r a b a l h o for a m o b t i d o s a t r a v é s d a média das quatro repetições de cada marca. 4 . 1 . A c i d e z Titulável e pH Os res u l tados para esta anál i s e não s ã o c o n c l u s i v o s . N ã o s e s a b e as c o n d i ç õ e s d e ece o term o p arcia l ment e d e snata do ( n ão apar de G ordu ra. p adro nizad o ) tem de 0,6 a 2 , 9 % �ero � : 2,3 ,6 , � Nas emba lagen s das marc as de nú mteg ral , "leIte s iente ngred 8 cons ta entre os i em desacordo e � tando estes prod utos, porta nto, com a legis lação . . . I mos os N a f i g u r a 4 , a s e g u i r, e X I b que, tamb ém ra ordu G de s teore s o d tados resul oniza ção do neste caso , vão nos mostrar a padr cada p r ? d u t� . p roce di ment o de fab r i c ação de a fabn caça o Sob este aspe cto, as marc as com 4, 5 e 6 3, 7, são m a i s p a d ro n i z a d a r e s p e c t i v am e n t e . S ó li dos Totais :t�nte Apes ar deste aspec to ser � ais impo e so l Idos iogur te tipo S undae , a quant Idade ? . �a e v Iscos! dade totai s tamb ém influ encia na textu _o nao se a aç l s I g e d o s p r o d u t o s l íq u i d os . A l to. pro n uncia a respe i to deste aspec a s d as F o r a m c a l c u l ad a s a s m é d i torno das m � s mas . em io desv os e , ções epeti r conclu�Ivo, e N e s te c a s o o d e s v i o p a d rão é p r o c e d I ment o n o s m o s tra a p a d r o n i zaçã o do as . Apen as no ústri d n i das uma cada de o dentr 7, c o n s ta s e r r ó t u l o d a a m o s t ra n ú me r o e apesar adici onad a d e l e i te e m p ó desnatado, 8 q�e o r e m ú n ra t s o m a a i o f , o fat deste t o t aI S . s o d i l ó s de a i méd apre s e n t o u a m a i o r as anál ises d e N a figura 3 estão os resul tados d s ó l i d o s totais obti d o s . C on tage m 4 . 4 . A n á l i s es m i cr o b i o l ó gicas ol o r es e d e M es ófilo s A e r ó b ios e d e B L e v e d u ras Contagem de Mesófilos Aeró bios . fmal deve Segu ndo a Legis lação , o prod uto n í m i m o 1 07 apre senta r u m a c o n tagem de no o receb er evend d não is, viáve as UFC/ cr de célul ção. To d o s trata � ento térm i c o após ferm enta de acord o os produ tos anali s ados se enco ntram e 4 . 3 . D e te r m i n a ç ã o d e G o r d u r a Segundo a legislação, o Iogurte fabricado com Leite integral deve ter no mínimo 3 , 0% de . G o rd u ra , e o I o g u rte fab r i c ad o c o m L e I te � .' I;l\lo" . .... � � L. , ;:.;;; I·.· ·· 11m I=. � � � ��r§� � , v �v ��v �r§ ��v'17 ��v'17 ��v'17 ��v �� � Marcas 'à ú OJ ú ú ú ú� 'l7� 'l7t;. � 'l7<';' <.,cp'ô <., ''\ l7 <.,cp <., 'l7 'l7' 'l7 ��v �� ��v �� �'1f �'1f �'1f ..}'1f ..}'1f come rc i a l i zadas na a i s em d i feren tes marca s de io gurte Figur a 3 - D eterm i nação de s ó l i d o s tot região d e Viços a, Minas Gerai s . M arcas Figura 1 - pH médio das diferentes marcas de iogurte comercializadas na região de Viçosa, Minas Gerais . 1 ,2 -;; f � 1 0.8 0,6 0,4 0.2 O . • I I .. .... . , . ... . . ' . .. "' .' . . . li ; » , ��r: �ll ... • .... /. " , : !íil' . ; ., !111 i ." ·· .. • ••. . I · .... . .... . .... . . .. ......... .. , ! .. .. J:. .. •. . b .il I :. ; . . . .. : . ' .. '. m .. i .. ." .. .. I � t:! : ::l .. I .:.. "" 2,5 '.. . m ··· ..}-§ "..}<§ �..}<§ '"..}<§ bo..}<§ '::>..}<§ 'ô..}<§ '\..}<§ 'à..}-§ CP CP CP CP CP CP CP CP CPOJ oAcidez .• ElJ Desvio Padrão ' .' !0iI Marcas Figura 2 - A cidez das diferentes marcas de iogurte c omercializadas na região de Viçosa, M inas Gerais . 'E o C!l 1 ,5 0,5 :> <§ú'l>'ô..}<§ú'l>'\ ..}<§ú'l>"..}<§ú'l>�..}<§ú'l>'"..}�ú'l>t;...}�ú'1>':..} ..}<§ú'l>o" ..}<§ú 'à 'l7 Marcas zadas na região de difere ntes marca s de Iogurte come rciali Figur a 4 - Teor médio de Gordu ra das Viços a, Minas Gerai s . Pág . 1 54 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIJI CONGR ESSO NACION AL DE LATiCíN IOS com a legisl ação, exceto o p roduto número 6 que em três das qu atro repe t i ç ões apresen to � contagens i n feri o res a 1 05 UFC/g. C o m o n ã o fo i u t i l i zado p l a q u e a m e n t o . seletIvo para tais contagens, não se p o d e afirmar s � a � colônias visual izadas pertenciam à bactérias l ac t I c as ou não, apenas sabe-se o n úmero d e células viáveis . Na figura 5 estão os res ultados das análises de Mesófilos Aeróbios. G COlltagem de Bolores e Leveduras A v i d a de p r at e l e i ra d o s p r o d u t o s fer m e n t ad o s , p r i n c i p a l m e n t e d o I og u rt e é limi tada pelo presença de Bolores e Levedu :as q � e ao crescerem m o d i ficam o p H , p roduze � �as e fl avor não característico. Processamento c o n t a m i n ad a s e m b a l age n s I n ad e q u a d o , presen ?a d e esporos no ambiente, e polp� contamInada com estes mi croorgan i s mo s , são os principais resp o n s áveis p e l a c o n tamin ação do p ro d u t o . S e n d o estes m i croorgan i s mos destruídos d urante o tratamento térmi c o dado ao produto, a p re s e n ç a d e s t e s n o p r o d u t o pronto i n d i c a cont � min ação p o r ausência d e boas p ráticas de fab n c aç a_ o . A c o n t agem i d e al d e s te s m i c ror ganismos no Iogurte, é de O UFC/g. Todavia, a l � gislação atual não se pronuncia a respeito deste t i p O de c on taminante. P o d e - s e o b s ervar q u e a s a m o s tras d e números 9, 4, 7 e 5 respectivamente, apresentam b � ns resultados da contagem destes microorga I1!smos . Por esses resultados pode-se concluir que foram empregadas boas práticas de fabricação Também observa-se que a contagem da amostr� nú mero 1 apresentou-se bastante elevada. Na figura 06 a seguir estão os resu l tados das análises de B olores e Leveduras 1 2 T�'�""7;" :�CC:'";T�':" :';T:"" " ? " : ':':C'::"';:" ::�" ':" :" :' : ": '::':::'"': : :::'":C'''' '' ' 1 0 8 Figu ra 5 - ����7+������� M e s ó fi l o s aerob ios (Log UFC /g) de d i feren tes marc as de Iogurte come rciali zadas na regiã o de Viço sa. 4.5. D eterminação da proporção de • S egundo Kroger, durante a incubação, até a fai x a de 0 , 6 % de ac i d e z t i t u l áv e l , o s Strep tococcus estão em maior proporção. Acima deste valor, os Lactobacilllls estariam em maior proporção. Este fato se deve a uma característica tecn o l ógica do p rod uto : a p ó s a i n o c u l ação da cultura starter, o s cocos, que devem estar em m a i o r p ro p o r ç ã o o u em i g u al p ro p o r ç ã o , começam a crescer. Ao crescerem, e l e s l ançam ao meio ácido láctico, além de desdobrar alguns nutrientes que o Lactobacillus u ti l i za. O meio, assim, vai se tomando cada vez mais ácido. Sabe se que o Lactobacilus é mais ácido tolerante que os Streptococcus e devido a este fato o Lactobacilus começa a se desenvolver e l ançar mais ácido ao meio. O StreptococcllS é, no decorrer do tempo de i n c u b ação, s o b re p uj ado pelo cre s c i mento do Lactobacillus. Assim, espera-se que no final do t e m p o d e i n c u b aç ã o d o p ro d u t o , t e n h a m o s bac i l os em mai o r proporção que os coco s . A legislação n ã o se pronuncia à respeito deste aspecto. N o s res u l t a d o s encontrad o s , o b s e rv a - s e u m a t e n d ê n c i a n a p ro p o rç ã o d e c o c o s s e r superior à d o s bacilos, tendência esta q u e pode e s tar s e n d o c a u s ad a p e l o uso d e c u l t ura desbalanceada, o u i n c u b ação não c o ntrol ada, c o m o térm i n o d a i n c u bação antes d a a c i d e z t i t u l á v e l d e 0 , 7 5 % . N a Tab e l a 0 1 p o d e - s e visualizar os resultados desta análise, onde apenas a a m o s tra de n ú mero 8 a p re s e n t o u m a i o r propo rção de La c toba c i l l u s c o m rel ação aos Strep to cocclls. D u rante a o b s e r v a ç ã o dos c a m p o s nas l â m i n as que fo ram fei tas, não fo i e n c o ntrado nenhum mi croorganismo Gram negativo. Tabela 0 1 - Strep to c o c C ll S/ Proporção de La c tobacilllls de d i ferentes m arcas de i ogurte l íquido comerc i al i zados na região de Viçosa MG. ']r f?:> <?> <o '\ <o 0 ']rb< ��u ��u �q}Cl'b- ��Clq;. ��Clq;. �Clq;. �Clq;. � � Mar cas Figu ra 6 �ág. 1 56 - Bolo res e Leve dura s (L og UFC / g) de d i feren tes marc as de Iogur te come rciali zadas na regiã o de Viço sa. 5. C ON CLUS Õ ES Strep to cocclls/Lactoba cillus 1 2 3 4 5 6 7 8 9 11 19 8 ,0 1 ,5 1 ,3 1,/6 1,31 1 I : 1 ,2 2,0 : I Em n e n h u m dos p r o d u t o s a n a l i s ad o s c o n s tava n o r ó t u l o c o mo s e m i - d e s n a t ad o . A p e s ar d i s s o , e m gran d e p arte d a s amos tras fo ram e n c o ntradas p o r c e n tagens d e g o r d u r a a b a i x o d a p o rc e n t a g e m e n c o n t r a d a n o l e i t e i ntegral , q u e deve s e r igual o u s uperior à 3 % , mesmo que n o rótulo de quatro das nove marcas cons tar l eite i ntegral entre os i ngre d ientes . Observou-se c laramente a tendência a c o n tagem de Strep to c o c c u s thermop lz i l us s e r m u i t o s up er i o r a c o n t ag e m de L a c to b a c i l l u s b u lgari c lls. o que ocasiona um questionamento a p artir deste res ultado. Se um i og u rt e fos s e p r o d u z i d o a p ar t i r d e u m a c u l t u ra d e Lacto ba c i ! l u s a p e n a s , i s t o i ncorreri a em u m a van tagem p ar a o fab r i c a n t e , p o i s o p ro d u t o n ã o s o fr e r i a u m a p ó s a c i d i fi c aç ão ap ó s embalado, u m a v e z q u e o Strep to c o c c us têm seu cre s c i mento p arali s ado pela refr igeração. S abe-se que o flavor c aracteríst i c o do i ogurte n atural é resul tado da presença de acetaldeído n o m e i o . E s te c o m p o s t o é l an ç a d o a o m e i o p e l o L a c t o b a c i l l ll s . P o ré m , a m a i o r i a d o s produtos encontrados atualmente no mercado é c onstituída por produtos adicionados de polpa de frutas, corantes e aro mati zantes , e o s abor natural do iogurte não é conhecido pela maioria das pessoas . Em algumas das p lacas p ara a análise do cresci mento d e mes ó fi l o s aeró b i o s , n ão houve c re s c i m e n t o d e n e n h u m m i c r o r g a n i s m o na menor diluição, 1 0'\ sendo este resultado muito incomum, uma vez que se espera contagens iguais ou superiores a 1 07 UFC/g. Contudo, não se pode afi rmar que tais produtos sofreram tratamento térmico após a fermentação. M as apesar de não se poder afirmá- l o , só o fato de se e n co ntrar c o n ta g e n s i n fe ri o re s ao e s p e c i fi c a d o p e l a legislação, faz c o m q u e estes produtos estejam i rreg u l ares. A l ém do fato de que a c o nt agem realizada foi de mesófi l os aeró b i o s , n ão tendo s i do fei ta s c o n t ag e n s e s p e c ífi c a s p ara o Lactobacil!us e o Streptococcus. B l ankenagel e Humbert ( 1 965) mostraram em sua pesquisa em leite p asteurizado, que quando a temperatura de e s t o c ag e m a t i n g i u v a l o re s ac i ma d e 7 ° C , a contagem p ad rão foi 1 . 000 vezes maior que a verifi cada para o leite estocado a 4°C durante o mesmo período. Assim, não se pode afirmar até q u e p o n t o o s v a l o re s e n c o n t ra d o s s ão d a s b ac t é r i a s l á c t i c as d e s ej ad as o u d e o u tr o s mi crorgan i s m o s que s e desenvolveram durante a estocage m , m u i t a s vezes com temperaturas descontroladas, como j á citado. Pág . 1 57 digitalizado por arvoredoleite.org A N AI S D O X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N AL D E L ATi C í N I O S ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Assim, chega-se a uma concl usão final que as indústrias não estão oferecendo um produto d e q u a l i dade i n c o n testável, o que pode estar o c o rr e n d o d e v i d o a vários fat o r e s , c o m o i n e fi c i ê n c i a de fis ca l i zação, d e s i n tere s s e d as indústrias em melhorar a q ualidade do p roduto, ou mesmo ausência de uma assessoria tecnológica à estas indústrias . Apesar de nenhuma das falhas d e t e c t a d as s ig n i fi car um r i s c o p ara a s aú d e c o n s u m i d o r, a t e c n o l o g i a c o rr e t a p ar a a fabricação do p roduto deve ser u t i l i zada para que este ate n d a todos os p arâmetros que são n e c e s s ári o s p ara que este exerça e fi c azmente todos os benefícios que traz a saúde. ABSTRACT S i n c e y og u rt h as e x c e I l e nt fu n c t i o n al q u a l i t ies and is w i d e l y c o n s u med , t h i s w o r k t arge t s mainly t he e v al u a t i o n the m i crobi o l ogical a n d p h y s i cal-chemical quality o f various brands commercialized in Viçosa, a city in the s tate of Minas Gerais, southeast area of B razi I . S amples from nine d i fferent brands with s trawberry flavor were c o l le cted i n four repetitions to analyses, which were p erformed o n : a c i d i t y, p H , fat, t o t a l s o l i d s , a e ro b i c mes o p h i l i c m o u l d/yeast a n d C o c c u s B ac i l l u s proporti o n . The average results obtained were: acidity : 0 . 8 4 % ; total solids : 2 1 .3 1 %; fat 2 . 06 % ; m o u l d / y e a s t ( L o g C F U /g ) 1 . 2 9 ; a e ro b i c mesophilic (LOG CFU/g) 8 , 9 7 ; Coccus : B acillus p r o porti on 5: l . A l though these res u l ts cannot be c o n s i d e re d h a z a rd o u s fo r the c o n s u me r & rs q u o ; s h e a l t h , s o m e a n a l y z e d fac t o rs are n o t i n a g r e e m e n t w i t h o u r legi s l a t i o n . 6 . B IB LIO G RAFIA 1 - ATHERTON, H. V. e NEWLAN DER, J. A . chemistry a n d testing of Dairy Products. 4th ed. AVI , Wes t p ort, 1 97 7 2 - B L A N KE N A GEL, G . , H U M BERT, C . , A n e x a m i n a t i o n o f m e t h o d s to asses p os t pasteu- rization contamination. J ournal of Milk Food Technology, V. 4, na 39. P. 3 0 1 - 3 04, 1 97 6 . 3 - B EH MER, M . L . A . Tecnologi a de leite . 8". ed . Livraria Nobel S . A . , São Paulo, S P, 1 97 8 . 4 - D AV IS , J . G . M odern yogurt man u facture and controI. Dairy and Ice Cream indo Directory, 5 . 1 96 7 5 - FER R E I R A , C . L . L . F. e C H AVES , J . B . P. Caracter i z ação do I ogurte c o merc i a l izado n a Z o n a da Mata, M . G . Revista do ILCT, v o I . 3 6 ( 2 1 9) n o v/dez 1 9 8 1 , p a g 2 7 - 3 I . 6 - FIL, Determination de la matiere grasse. Lait fermenté, yaourt, Lait aromatisé, capo XII. 3, 1 973 7 - FOSTER, E. M. The effect of heat on milk as a cultute medium for l actic acid bacteria. J . Dairy S c i . , 3 5 ( 1 2) : 9 8 8 - 9 2 . 1 95 2 8 - H U M PHREY ' S , C . L . e P L U N KETT, M . Yogurt, a review of this manufacture. Dairy Sci A b s tr. 3 1 ( 1 1 ) : 607-22 , 1 9 6 9 9 - I N ME TR O . P r o g r a m a d e c o n t r o l e d e q u a l i d a d e d e l e i t e t i p o B , t i p o C , U H T, queij o M inas Frescal e Prato. [05/0412000] . ( h t t p : // H y p e rmart . net/re fri ge racao . htm ) . 1 0 - L A R A , A . B . W. ; N A Z A R I O , G . e t al i i . Normas analíticas d o Instituto Adolfo Lutz. VoI. 1. Métodos Químicos e Físicos para Análise de A l i mentos, 2" . e d . Insti tuto A d o l fo Lutz, São Paulo, S P, 1 97 6 . 11 M O R E I R A , S . R . ; S C H U A N , R . F. ; CARVALHO, E. P. e FERREIRA; C .L .L .F. Análise M i crobiológica e Q u ímica de Iogurtes comer c i a l i zados em Lavras - M . G . C i ê n . Tec n o l . Aliment., Campinas I 9( l ) : 1 47- 1 52, jan/abr 1 999. 12 Nova Legislação de Produtos Lácteos e de A l i mentos p ara fi ns e s p e c i a i s - D i e t , Light e Enrique c i d o s . Fonte C o m u n i c aç ões e Editora, I Edição, São Paulo, 1 99 8 . 13 S ILVA , P. H . F. ; PE R E I R A , D . B . C . ; OLIVEI R A , L . L . e J Ú N I O R , L . C . G . C . Físico Q u ím i c a d e Leite e D e r i v a d o s - M é t o d o s A n al í t i c o s , 1 Edição, Editora G ráfi c a J u i z d e Fora Ltda. 14 Associação B rasileira da Indústria de Iogurte 1 5 - Revista Lei te e Derivados - Dezembro de 2000 p. 3 2 DERIVADOS CLORADOS DE ORIGEM ORGÂNICA UMA SOLUÇÃO PARA O PROCESSO DE D ESINFECÇÃO DE LATiCíNIOS E PARA D ESINFECÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL Flowed chlorinated of organic origin a solution for the process of disinfection of dairy indu stry and for d isinfection of drinking water Jorge Antô nio Barros de M acêdo1 M arcelo M acêdo Barra2 RESUMO ica, como gás c loro, hipoclo rito de O uso de derivad os c lorados de origem inorgân de origem orgânic a, cuj o p ri n c i pal rados o l c os derivad dos e sódio, hipoclo rito de cálcio c o n t ri b u ído p ara o contro le das tem , rep resenta nte é o d i c l or o i s o ci an u rato d e s ó d i o s s o d e d e s i n fe c ç ã o de p i s o s , e c o r p o d , r a t n e m i l a e a c i r d í h m doenças de orige res idência s . N a década d e . 70, e d e is equipa mentos e utensíl ios e m áreas d e in dustria enominados de "cloramlnas d , s o c i ân g r o s o d a r o l c s o d a v i r e d s o ad s urgem os cham sódio e o ácido tricloro e d o t a r u an i c o s i o r g â n i c as " , d e s t a c a n d o - s e o d i c l o ro d e o r i g e m o rg â n i c a , s ão s o d a r o l c s o d a v i r e d s o , e t n e m l a r e G . o c i s o c i a n ú ri s tab i lidade ao armaze nament o do que comerc i a l i zados na forma de p ó , p o s s ui maior e l o , o s d e r i v ad o s c l o ra d o s de origem p m e x e r o p , s o c rgâni o n i s o d ra o l c s o t s o p m os co aria d e 3 a 6 meses, c hegand o a no v e u q dade i l a v e d i norgân i c a p o s s u e m u m prazo alcança r u m prazo de v a l i d ade d e 3 máximo I ano, enquan to os orgânic os, chegam a o s a o que i m p l i c a numa l i beração aqu ução l o s em s estávei mais a 5 anos . Também s ão e n t e p e r m a n e c e m e fe t i v o s p o r m m a i s l e n t a d e á c i d o h i p o c l o r o s o e c o n s eq ü e n t e e matéria o rg â n i c a . A t u a l m e n t e d a ç n e s re p a n o m s e m , s re o i a p e rí o d o s d e t e m p o s m forma c o mp r i m i d o e ferves cente, na o i d e x i s te no mercad o o d i c l oroi s o c i an urato de s ó ido a ser u t i l izado é em função comprim do tamanho o a, sej ou s, em divers os tamanho concent ração de c l o ro resi dual da e da do v o l u m e da s o l u ção sanifi c ante a ser prepara de matéria ativa e na perda do teor do dosagem na erros evita que o a, desej livre que se c lorados d e o ri gem orgân i ca, os derivad e d uso O p roduto -pelo c o n s u m o e m exces s o . s e mesmo no n o s s o dia a aticínio l nos , o i d ó s de urato ian loroisoc c i d o mente al p i princ / u t en s íl i o s , e mb al ag e n s , s o t n e am p i u q e , a u g á de d i a, n o p ro c e s s o de d e s i n fe c ç ão useio, medição, transporte e a m b i e n t e s , e t c . . , e m fu n ç ão d a p ra t i c i d a d e n o m a n vali dade, d o s agem mais precisa, armazen amen t o ; maior s o l u b i l idade, mai or período de ( tecno logia, embalag em e menor risco químico (corrosiv idade ) , moderni dade do produto que associad as às fecção, n i des da utos subprod de o formaçã não a ainda e fervesce ntes) , em todos os zação utili sua a tempo neces s i d ades atuais indicam que é uma questão de solicitaç ão da B ayer por Kirsten Data pela realizada ca, i l úb p opinião de setores. Pesquisa desconta minantes usados p ara Saúde Ambient al, aval iou a preferên cia entre dois agentes to de sódio, os resultado s ocianura diclorois o e sódio de ito hipoclor o , água de consumo d e p re fe rê n c i a p e l o grau o onde , r o i r e t n a o b t i d o s c o m p r o v a m n o s s a afi r m a ç ã o h i po c lorito d e s ó d i o , do % 9 , 3 2 tra n o c , % 6 , 9 6 u o ç an c l a o i ód s de o cianurat o s roi d i cl o sendo q u e 6 , 5 % d o s e ntrevista dos eram indiferen tes. ão, subprodu tos Palavras Chaves : diclorois ocianura to de s ódio, processo de desinfecç U a da desi n fecção. 2 a e B ioquímica . Professor Convid ado Departam ento Universid ade Federal de J u i z d e Fora. Fac u l d ade de Farmáci ufjf.br) fbio. @ Farmacêut ico U m acedo Leite e Derivados A l u n o do C urso de B ac harel em Q u ím i c a/UFJF. Técnico em Pág . 1 59 Pág. 1 58 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESS O NACIONAL DE LATICíNIOS 1. UTILIZA Ç Ã O DOS DERIVADOS CLORADOS refi n amento da c loração, i s t o é, determ i n ação d as formas d e c l o ro c o mb i n a d o e l i vre e a cl oração baseada em controle s b acteri ológicos ( MEYER, 1 99 4 ; L A U B U S CH , 1 97 1 ) . As pri meiras indústrias a aderirem ao seu uso p ara m e l h o rar a q u a l i d a d e d a água q u e utili zavam e, também, na sanifi cação d e pisos, paredes e utensílios foi a indústria de alimentos. E m 1 9 3 9 , q u a n d o o U n i te d S ta t e s M i l k Ordenance and C od e recomendou o cloro como agente de s a n i fi c ação d e e q u i p am e n t o s , s u a utilização j á era uma prática totalmente difundida ( C H A M B E R S , 1 95 6 ; D YC HD A L A , 1 97 7 ) . o uso de derivados c1orados de origem i n o rgân i c a , c o m o gás c l o r o , h i p o c l o r i t o d e s ó d i o , h i p o c l o r i to d e c á l c i o e d o s deri v a d o s c l o r a d o s d e origem orgân i ca, c uj o p ri n c i p al represen tante é o dicloro i s ocianura to de sódio, tem contribu ído para o controle das doenças de o r i g e m h í d r i c a e a l i mentar, d o p r o c e s s o de desinfec ção de pisos, equipam entos e utensílio s em áreas de industria is e de residênc ias (ODLAU G e PFLUG, 1 97 6 ; LEITà O, 1 97 6 ; D Y C HDALA , 1 9 7 7 ; B L AT C H L E Y l I I , 1 9 9 4 ; A N DR A D E e M A CÊ DO, 1 99 6 ; M A C Ê D O , 2000) . O c l o ro fo i descobe rto em 1 8 0 8 p o r S i r H u m p rey D av y e t e v e as s ua s p ro pr i e d a d e s b ac t e ri c i d as d e m o n s tradas s o b c o n d i ç õ e s d e laborató rio p e l o bacterio logista Koch, em 1 8 8 1 . O u s o d o c l o ro fo i a p r o v a d o p e l a A m e r i can Public Health A s s o c i at i o n ( A P H A ) , e m 1 8 8 6 , p ara uso como desinfet ante. A partir do início do século XIX, alguma s regi õ e s d o s Estados U n i d o s já u ti l i zavam e s t e agente q u í m i c o no p r o c e s s o d e d e s i n fe c ç ã o d e á g u as p a r a a b a s t e c i m e n t o p ú b l i c o ( C H A M B ER S 1 9 5 6 ' " M A CÊ DO, 2000 ) . O u s o contínu o do cloro só ocorreu a partir d e 1 9 0 2 , na B é l gi c a, c o m o c h am a d o Quadr o 1 • 2 . T I P O S D E D E R I VA D O S C L O R A D O S D ISPON Í VEIS N O MERCADO O quadro 1 apresenta as estruturas químicas e o t e o r d e matéria a t i v a d o s d o s p ri n c i p ai s comp ostos clorados d i s poníveis n o mercado. 3 . C A RA C T E R Í S T I C A S D O S D E R I VA D O S CLORADOS Dos produtos apresentados o mais utilizado a t u a l m e n t e , em fu n ç ã o do c u s t o e da d i s p o n i b i l i d ade do prod uto é o hipoclorito de s ó d i o q u e é o pri ncípio ativo da água sanitária, produto Estrutu ras quími cas e teor de matéria ativa dos p rincipa is compo stos c1orado s. Hipoclorito de cálcio (65%) Ca(CIO)2 Gás clora ( 1 00%) Derivados clorados orgânicos Á cido triclora isocianúrico (*) (90%) Á cido di cloro isocianúrico (*) (65%) o teor d e matéria ati va é um valor aproximado. Disponíveis nas formas de sais de sódio e potássi o. Fonte: DYCHDALA, 1 977. * Fórmulas A N A I S DO XVIII C O N G R ES S O N AC I O N A L DE LATI CÍN I O S q u e possui d e 2 a 2 , 5 % de teor de matéria ativa. Ressalta-se que o hipoclorito de sódio é l íquido e o m an u s e i o d o p r o d u t o r e q u e r c u i d ad o s especiais para evitarmos perdas, pelo vazamento na tampa do frasco, pelo uso em excesso e do contato da pele com o produto, em função do pH de suas soluções. Por outro l ad o , o c l o ro gás, é d e d ifíc i l man useio, exigindo p ara seu uso, equipamento e s p e c i al e p e s s oal bem capacitado. É c omer cializado na forma líquida, em cilindros de aço, onde se encontra comprimido. Do estado l íquido, forma em que é 1 ,5 vezes mais denso que a água, o c l o ro r e v e rte - s e à fo r m a gas o s a q u a n d o l iberado e m condições atmosféricas (AND RADE e M A C Ê D O , 1 99 6 ) . Atualmente o cloro gás é u t i l i z a d o ape n as e m gran d e s e s t a ç õ e s de tratamento d� água para abasteci mento público. O H i p o c l o ri to d e c á l c i o é u t i l i za d o em tratamento de água p o t áv e l e em p i s c in a s , a p resença do íon c á l c i o fac i l ita o processo de i n crustações, c o mo e x e m p l o , c i to a c hamada "água dura", que em função da presença de cálcio e m a gn é s i o p ro v o c a i n c r u s t a ç õ e s e e n t u p i mentos, p o r exemplo em c h u veiros, e m tubu l ações, etc . , outra caracterís tica i m p o rtante se prende ao fato, de que produtos a base de cálcio tem problemas de solubilidade, ou sej a, o nível de sólidos insolúveis do produto é muito alto . Na d é c a d a de 7 0 , s urgem os c h am a d o s d e r i v ad o s c l o r a d o s orgâ n i c o s , d e n o m i n a d o s d e " c l o r a m i n a s o r g ân i c a s " , d e s t a c a n d o � s e o d i c l oroi s o c i an urato de s ó d i o e o ácido tricIoro 1 977, isocianunco ( DYCHDALA, D Y C H D A L A , 1 9 9 1 ; O D L A U G e PFL U G , 1 97 6 ; LEIT à O, 1 97 6 ; B L ATCHLEY I I I , 1 994; B L ATCHLEY I I I e XIE, 1 99 5 ) . O s compostos c1orados orgânicos, ou seja, as c l o r a m i n a s o r g â n i c a s , c uj o u s o t e m s e expandido n o B rasi l , s ão p rodutos d e reaç ões d o ác i d o h i p o c l o ro s o com a m i n a s , i m i n a s , ami das e i m i das ( DY C H D AL A , 1 9 9 1 ) . Dentre as c l o rami n as o rgânicas destacam-se, como já c it a d o , o s á c i d o s d i c l o r o i s o c i a n ú r i c o e t r i c l or o i s o c i an ú r i c o e s e u s s a i s de s ó d i o e p o t ás s i o . G e r a l m e n t e , o s d e r i v ad o s c l o ra d o s d e origem orgânica, s ã o comercializados na forma de p ó , p o s s u e m u m a m a i o r e s t ab i l i d ade ao armazen amento do que os compostos c i o rados inorgânicos, por exemplo, os derivados clorados de o r i g e m i n orgân i c a p o s s ue m um p razo de validade que varia de 3 a 6 meses, chegando a no máximo I ano, enquanto os orgânicos, c hegam a alcançar um prazo de validade de 3 a 5 anos ( H I D R O AL L , 2 0 0 0 a ; H I D R O A LL , 2 0 0 0 b ; LEVER I N D U S T R I AL , 1 99 1 ; LEVER INDUSTRIAL, 1 9 9 5 ; B AYER, sd, HTH, 1 99 9 ; GENCO, 1 99 8 ) . Também s ã o mais estáveis e m s o l ução aquosa o q u e i mp l i c a n u m a l i be ração mais lenta de ácido hipocl oroso e conse qüentemente permanecem efetivos p o r períodos d e t e m p o s m a i o res , m e s m o na p r e s e n ç a de matéria o rgâni ca. A t u al m e n te e x i s te n o m e r c a d o o d i c1oroisoci anurato de sódio na forma compri mido eferve s cente, em d i versos tamanhos, ou seja, o tamanho do comprimido a ser utilizado é em função do volume da solução sanificante a ser preparada e da concentração de cloro residual l ivre que se deseja,o que evita erros na dosagem do teor de matéria ativa e na perda do produto pelo consumo em exces s o . O á c i d o t ri c l o ro i s oc i an ú r i c o ( AT CI ) , a t u al me n t e é u t i l i z a d o no p r o c e s s o d e d e s i n fe c ç ão d e p i s c i n a s , n o p r o c e s s o d e desinfecção d e água para aves em geral ; o ATC I é um p r o d u t o d e n a t u reza á c i d a , i n d i c a - s e a manutenção de residual de I a 2 mg de CRL / L nos bebedouros (HI DROALL, sda) . O u t ra c a racterís t i c a q u e é c o n s id erada como vantagem pelo d i c l o ro i s o c i an u rato d e s ódio para seu u s o no dia a dia é o p H da s u a solução a I % , q u e varia de 6 , 0 a 8 ,0, enquanto o pH do hipoclorito de sódio e/ou de cálcio varia de 1 1 , 0 a 1 2 , 5 , q u e é c á u s t i c o . O Q uadro 2 apresenta os valores do p H p ara os principais derivados c1orados . Quadro 2 - Valor do pH da solução a 1 % . Derivado c1orado pH da sólução a l% Hipoclorito de sódio Hipocl orito de cálcio Dicl oroisocianurato de s ódio Á cido tricloroisocianúrico 1 1 , 5 - 1 2, 5 1 0, 5 1 1 ,5 6 8 2,7 - 2,9 Fonte: HIDROALL, 2000a; H IDROALL, 2000b ; HTH, 1 999; GENCO, 1 998; DYCHDALA, 1 99 1 . O aspecto importante que contribui para o aumento do uso de derivados c1orados, de origem o rgân i c a , é s u a caracterís t i c a de não formar tri h a l o m e t a n o s ( T H M ) c o mo s ub p ro d u t o s do processo de desinfecção ( MA C Ê D O , 1 99 7 ) . 3 . 1 . Trihalom etanos ( T H M ) No processo d e desinfecção da água para a i n d ú stria farmacêut i c a, farmácias magistrais e abaste c i mento público com produtos à base de Pág . 1 6 1 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS c l o ro , há p o s s i b i li dade de formação de s u bstâncias cancerígenas . Tais substâncias são denomi nadas s ubprodutos da cl oração, dentre elas destacam-se os trihalometanos (THM), que s e o r i g i n a m d as re ações en tre o c l oro e as s u b s tân c i as o rgân i c a s , o s á c i d o s h ú m i c o s e fúlvicos, presentes na água, ou compostos como � - d i cetonas e c o m p o s t o s semelhantes, como resorcinol, proposto por ROOK ( 1 979), também fav o re c e m a formação d o s tri hal ometanos ( S A M PA I O PEREI R A , 1 9 8 9 ) . As estruturas abaixo são consideradas como cap azes de fo rmar T H M ' s ( S A M PA I O PEREIRA, 1 9 8 9 ) . CH3-C- CH3- C-O C"OR R-C-CH2-OC - R1 OH QOH H� H H /0 I I O Aceti l a " o Dicetona B eta-cetoes ter " metahidroxifenol (Resorcinol) 1 , 3 - dicetona cicl ohexano Pirrol A estrutura do tipo resorcinol s ugerida por R O O K ( 1 9 7 9 ) , é aquela que n a estru t u ra do material húmico mais favorece a formação dos T H M 's . A estrutura do p i rrol tem i mp ortância por o c o rrer em m u i t as s u b s tâ n c i as n at u rais ' como por exemplo a clorofila. O t ri c l o ro m e t an o ( T C M ) , bro m o d i c l o ro m e t a n o ( B D C M ) , d i b ro m o c l o ro m e t a n o ( D B C M ) e tri b ro m ometano (TB M ) s ã o o s principais compostos ori undos dessas reações. A partir de 1 974, quando nos EUA, estudos m o � t raram p e l a p r i m e i r a vez a c o rre l ação . pOSItiva entre águas de abastecimento público e o câncer, várias pesquisas foram desenvolvidas, das quais se destaca aquela realizada pela U . S . Enviro n mental Protec t i o n Agency ( E PA ) e m 1 1 3 e s t a ç õ e s de tratamento d ' ág u a (ETA ) . Trihalometanos foram e n c o n trad o s em todas as ETA's que utilizavam derivados clorados nos processos de desinfecção (BELLAR et aI., 1 974; B U N et aI., 1 97 5 ; B ALSTER e B ORZELLECA ' 1 9 8 2 ; MEL N ICK, 1 9 8 7 ; MEL N ICK, 1 9 8 9 ) . Em 1 9 7 9 a E PA e s tabeleceu 1 00 u g . L - 1 ( mi crograma p o r l i tro ) c o m o a c o ncen traç ão máxi m a t o t a l de t r i h al o metano ( TT H M ) em água p ara abasteci mento p ú bl i c o , em 2 000 a EPA estabelece como valor final para concen tração máxima 8 0 ug.L- I . C o m a d i v u l gação a partir de 1 9 8 2 d a presença d e T H M e m refrigeran tes ( A B DEL RAHMAN, 1 9 8 2 ; M cNEAL et aL, 1 99 5 ) e da confirmação da correlação entre câncer e THM, alguns países adotaram um valor máximo p ara TTHM em águas de abastecimento público, sendo o Canadá 3 5 0 ug.L- I , a Alemanha 25 ug.L- I , a H olanda 75 ug.L-l e a França 1 0 ug.L- I . No Brasil, s omente a partir de 1 990, pela Portaria n° 3 6, de 1 9 de janeiro de 1 990, do Ministério da Saúde ficou estabelecido que o valor máximo permitid � (VMP) é 1 00 ug.L-1 ( B RASIL, 1 990) . Esta legislação ressalta ainda que este valor poderá ser revisto, em função de estudos toxicológicos em andame n t o . A i mp ortân c i a d o s T H M ' s em nível mundial prende-se ao fato de que, além de serem c o n s i d erad o s carc i n o gê n i c o s , s ã o também i n d i c ad o re s d a p os s ív e l p re s e n ç a de o u tros c o m p o s t o s org an o c l o ra d o s ( ác i d o a c é ti c o cl orado, hal oaceto n i tri l o s , cloropicrin, c l oro fen ó i s , c l o ropropanonas ) , também res u ltantes d o p r o c e s s o de c l oração d as á g u as e m a i s perigosos que o s próprios T H M ' s . Em função dos riscos, a EPA estabeleceu em dezembro de 1 9 9 3 q u e 3 0 s u b s t â n c i as q u ím i c a s s ã o c o n s i d eradas n o c i v as à s a ú d e , d e n t re e s s as destacaram-se os THM 's, c uj a tolerância é zero (GRAY, 1 99 4 ) . Q u an t o a fo rmação d e tri h a l o m e t a n o s deve- �e res saltar que a p e s q u i s a reali zada por M A C E D O ( 1 9 9 7 ) , c o mp ar o u a fo rmação de THM q u a n d o n o processo de d e s i n fe cç ão s e utilizou o H PCS (Hipoclorito de sódio) e o DCIS ( d i cloro i s o c i an u rato de s ód i o ) , demonstran d o q u e o ( D C I S ) , não leva a formação de THM. Além d i s s o , c o n s t at o u - s e que c i an e t o s liberados em solução pelo D C I S são irrelevantes no aspecto de saúde pública. A legislação vigente indica como valor máximo permitido (VMP) dessa substância na água potável O, I mg de C N-.L-I. O valor máx i mo obtido fo i 0, 0 1 mg .L-1 p ara ANAIS D O XVI I I C O N G R ES S O N A C I O N AL DE L ATiCíNIOS amostras de águ a na ETA após cl oração com HPCS ; as demais amostras apresentaram valores i n feriores . A R e s o l u ç ão n° 1 5 0, de 28 de maio de 1 9 9 9 , da A g ê n c i a N aci o n al de Vig i l â n c i a S an i tária q u e au toriza a u t i l i zação d o ácido dicloroisocian úrico e seus sais de sódio e potássio como princípio para desinfecção de águ a para c o n s u mo h u mano, confirma as conclus ões do trabalho reali zado por MACÊDO ( 1 9 9 7 ) . O Quadro 3 a o final do artigo apresenta os d iversos tipos de derivados c lorados utili zados no processo de desinfecção, através da atribuição de n o t a s , variando de I até 4, permi te u m a comparação entre os diversos produtos. 4. REA Ç Õ E S D O D E R IVAD O C L O R A D O NA Á G UA A h i d ró l i s e d o s p ri n c ip a i s d e r i v a d o s clorados é representada pelas equações 1 , 2, 3 e 4 (DYCHDALA, 1 97 7 ; TCH O B ANOGLOUS e B U RTON, 1 99 1 ; B LOCK, 1 99 1 ; MEYER, 1 994; M A R R I O T, 1 9 9 5 ; A N D R A D E e M AC Ê D O , 1 996). As a ç õ e s o x i d an te e s a n i fi c an t e d o s deri vados clorados s ão controladas pelo ácido hipocloroso (HCIO), u m produto res u l tante da hidrólise da subs tância clorada (equações 1 , 2 , 3 e 4 ) . O HCIO e CIO- é denominado de cloro residual l ivre (CRL) ( MACÊDO, 2000 ) . HCIO + HCI + CI2 Gás cloro + NaCIO (HipoclOlito de sódio) H20 HCIO + NaOH Na+ + CIO- + H+ + OHCa(CIOh + (Hipoc!Olito de cálcio) 2 Ca + + 2 CIO- + 2 H+ + 2 OH- Na I 0yNyo N NI c( Y "CI ( 1) ------- 2 HCIO + Ca(OHh 2 HCIO + + 2 H20 Na I 0yNyo (4) /NyNI "H O O (DicIoroisocianurato de sódio) O ácido hipocloroso é um ácido fraco, cuja constante de d issociação (pKa), a 30°C, é 3 , 1 8 x 1 0-R e que e m solução aquosa s e dissocia para fo rmar o íon hidrogê n i o e o íon h i p o c l orito (equação 5 ) . HClO � ClO- + H+ (5) Portanto, os compostos clorados são mais efeti v o s em val ore s de pH b a i x o s q u ando a presença de ácido hipocloroso é dominante, ou sej a, em pH acima de 9, a concentração de HClO em sol ução é tão pequena que já não teríamos uma ação sanifi cante eficiente, Figura I . Pág . 1 62 digitalizado por Se amônia ou compos tos amoniacais estão presentes na água, quando adiciona-se um derivado clorado s ão formados compostos, denominados cl oraminas inorgânicas , denominad as de cloro residual combinado (CRC). Estes compostos são res ultantes d a reação d a amôni a com o ácido hipocIoroso, equações 6 a I I (YOON e JENSEN, 1 9 9 5 ; MEYE R , 1 9 9 4 ; T C H O B A N O GLOUS e B U RTO N , 1 9 9 1 ; C A R S WELL et al . , 1 97 7 ; JOHNSON e JENSEN, 1 983). A monocloramina e a dicloramina têm ação b a c t e r i c i d a , ao c o n t r á r i o d a t r i c l o r am i n a . Em p H 8,5 o HCIO tem pelo menos poder bactericida 25 vezes maior que as cloraminas inorgânicas. arvoredoleite.org ANAIS DO XVI I I CONGRESSO NACIONA L DE LATiCíN IOS 1 0.0. o. 90. 1 0. 80. 20. 70. l O Ü J: 3D 60. 40. 50. 50. 40. 60. 3D 70. 20. 80. 1 0. o. Figura 1 m O Ü 90. 4 5 6 7 8 9 1 0. 11 nitrogenados ( cloraminas i norgânicas ) também s ej am oxidados, pois estes compostos são os res p o n s áveis por s abor e odor característicos dos derivados clorados. O p o n t o e m que o d e r i v a d o c l orado adicionado libera somente HCIO e CIO', com a finalidade somente de desinfecção, é denominado p o nto de q uebra o u " break - p o i n t" ( S A N T O S FILHO, 1 9 8 5 ; TCHOB ANOGLOUS e B U RTON, 1 9 9 1 ) (Figura 2 ) . Cloro Residual (mg/lJ 1 0.0. / Percent agem de ácido hipoclo roso e hipoclorito em água ' em temper atura de 200C, em d i ferente s valores de p H . (6) NH2CI + HCIO � NHCI2 + H20 Dicl orami na (7) N HCI2 + HCIO � NCI3 + H20 Tri c l o ram i n a (8) NH3 + CI2 (9) � NH,CI + HCI M o n o c l o ramina � NHCI, + HCI Diclo ramina NH2CI + 2 CI2 � NCI3 + 2 HCI Tri cloramina ( l O) (lI) A d i c l o ra m i n a a p r e s e n t a , em c e r t o s c a s o s , ação três vezes maior que a mono c l o r� m i n a . A mai o r a ç ã o b a c t e ri c i d a é explI cada pela baixa cons tante de hidrólise da m o n o c l o r am i n a form a n d o p o u c a q u an t i d ade d e H C I O, c o n forme equação 1 2 , apre s entada a s e g u i r ( R I C H TE R e A Z E V E D O N ETTO 1 9 9 1 ; S A N T O S F IL H O , 1 9 8 5 ; C A R S W É LI� et a L , 1 97 7 ) . N H2CI + 2 HP �NHpH + HCIO ( 12) 5. M É T O D O S D E PREPA R O D E S OL U Ç Õ E S C O M DERIVADOS CLORADOS �á basicamente três métodos de aplicação de d erI vados cl orad os : a c loração s i m p l es , a amônia cloração e a cloração ao "break-point" ou "ponto de quebra". Na c l oração s i m p l e s não e x i s te a preocupaç ão de satisfazer a demanda, simples . mente apltca-se o derivado clorado, que ao fim de determ i n ad o tempo de contato o res i d u al esteja entre 0, 1 e 0,2 mg.L't , que é considerado s u ficiente p ara g aran t i a da q u a l i d ade micro b i o l ó g i c a d a á g u a ( R I C H TE R e A ZE V E D O NETTO, 1 9 9 1 ) . Se o conceito da cloração simples for mal a �1icado em águas com matéria orgânica, o cloro nao apresen tará efeito bacteri cida adequado, já . q u e o d e r I v ado c l or a d o s e rá rap i d amente consumido. A a m ô n i a - c l o ra ç ã o , n ã o é u m métod o a p l i c a d o p ara p ro c e s s o s de d e s i n fe c ç ã o d e . e q u i p amen t o s , u t e n s íl i o s , p i s o s , a m b i e n t e s ; corresponde à adição de amonia e do derivado clorado simultaneamente. É o processo utilizado em águas que contêm matéria orgânica na forma de fen ó i s , evi tando a formação dos chamados clorofenóis, que são responsáveis por odores e sabores . A escolha deste processo baseia-se no menor poder oxidante das cloraminas inorgânicas, bem como na sua maior estabilidade, conseguindo manter por e x e m p l o , u m res i d ual n a rede de � i s t � i b u i ç ã o , e v i t a n d o c o n t a m i n aç õ e s n o tntenor d e canalizações (RICHTER e AZEVEDO NETTO, 1 9 9 1 ; S A NTOS FILHO, 1 9 8 5 ) . J á a cl oração ao " b rea k - p o i n t" , é o pr ? c esso que ocorre sob condições controladas. . ad lclOna ndo derivado clorado até que a demand � . . . seja satisfeita. O derivado clorado continua a s e r a d i c i o n a d o até q u e os c o m p o s t o s c l oro- O-A A-B B C Fonte: Residual Residual Combinado pH NH/ + HCIO � NH,CI + H,O + H+ M o n o c l o r ãm i n a NH2CI + CI2 l ANAIS D O X V I I I CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS / / I' J D eri v ad o c l orado a d i c i o n ad o em á g u a sem matéria orgânica e substâncias amoniacais. Denanda de cloro. Formação de cloraminas. = Decomposição de cJoraminas, por excesso de deriv ado clorado. Santos Filho, 1 985. Figura 2 • Cloração acima do ponto de quebra. A Portaria N" 1 469, de 29 de dezembro de 2000, do M i i n istério da S a ú de , estabelece os p rocedimentos e responsabi lidades relativas ao controle e vigilância da qual idade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providências, em seu Art. 1 3° indica que após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L em q u a l q u er p o n t o d a rede de distribuição, a legislação recomenda que o teor m á x i m o d e c l o r o res i d u al l i v re ( C R L ) , em qualquer ponto do sistema de abastecimento, seja de 2,0 mg / L ( B R AS IL, 200 1 ) . A Organização Mundial d e Saúde (OMS), na revisão dos v alores-guia para água potável em 1 993, indica 5 mg.L-t para CRT como o valor c o n s i d e rad o n ão peri g o s o para a s a ú d e , re s s al t a n d o , a i n d a , q u e p a r a o c o rrer a des i n fecção e fetiva o res i d u al de c l o ro l iv re deverá ser maior que 0,5 mg.L' t , após 30 minutos de c ontato, a pH < 8,0 (GRAY, 1 994). Para soluções sanificantes a concentração do CRL será de acordo c o m a fi n a l i d ade d a solução, Quadro 4. Quadro 4 - R ecomendações de c o ncentrações de derivados clorados p ara equi p amentos, áreas específicas . Tubulações ( C I P ) Pisos de concreto Piso cerâmico Ambiente/nebulização S uperfícies Porosas Equipamentos d e aço inoxi dável Azulejos Paredes Prateleira d e madeira Recipientes plásticos 1 OO 3OO 200 200 200 200 300 200 200 200 CRL - Cloro Resi dual Livre Cleaning i n p l ace CIP FONTE: Adaptado de ANDRADE e MAC ÊD O , 1 996. 6. CONCLUS à O O u s o de deri v a d o s c l orados de origem orgânica, principalmente o dicloroi s o cianurato de sódio, nos l aticínios e mesmo no nosso dia a d i a , no p r o c es s o d e d e s i nfe c ç ã o de á g u a , e q u i p am e n t o s / u t e n s íl i o s , e m b a l a g e n s , a m b i e n t e s , e t c . . , e m fu n ç ão d a p ra t i c i dade n o m a n u s e i o , m e d i ç ã o , t r an s p orte e a r m a zenamento; m a i o r sol ubil idade, m a i o r períod o d e validade, dosagem mais precisa, menor risco q u í m i c o ( c o rro s i v i d a d e ) , m o d e r n i d a d e do p r o d u t o ( te c n o l o g i a , e mb al ag e m e a i n d a efervescentes) , a não formação de s ubprodutos, que associad as às necessidades atuais indicam que é uma questão de tempo a sua utilização em todos os setores . Pesquisa de opinião pública, realizada pela D ata Kirs ten por s o l i c i tação da B ayer Saúde Ambiental, aval i o u a p r e ferê n c i a e n tre dois agentes descontaminantes usados p ara água de consumo, o hipoclorito de sódio e o dicloroiso c i an u ra t o d e s ó d i o , os re s u l t a d o s o b t i d o s c omprovam n o s s a afi rmação anterior, onde o grau de preferência pelo dicloroisocianurato de s ó d i o a l c a n ç o u 6 9 , 6 % , c o n t ra 2 3 , 9 % d o h i p o c l o ri t o d e s ó d i o , s e n d o q u e 6 , 5 % d o s e n trevi s t a d o s e r a m i n d i fe r e n t e s ( B AY E R , 1 999). P á g . 1 64 Pág . 1 65 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ABSTRACT The use of flowed chIorinated of inorganic orig i n , as gas chIorine, s o d i u m h y p ochIorite, calcium hypochIorite and flowed chIorinated of organic o ri g in , w h o s e main rep resentative is s o d i um d i c h o I o r o i s o c y an u r a t e , h as b e e n contributing to controI diseases of water origin and to feed , o f the process of d i s i n fection o f floors, equipments and utensiIs i n industrial and res i d e n t i a l are as . In 1 97 0s , app e ar s fl o w e d c hl or i n a t e d o f organ i c ori g i n , d e n o m i n at e d "organic chloramines", standing o u t t h e sodium d icholoroisocyanurate and trichloroisocyanuric ac i d . U s u al l y, flo w e d c h I o rinated o f o rganic origin, are marketed in the powder form, possess l arge r s t ab i l i ty t o the s t o rage t h an fl o w e d c hlorinated o f i norgan ic origi n , for i nstance, flowed chlorinated of inorganic origin possess a p e r i o d of v al i d i ty t h a t v a r i e s fro m 3 to 6 months, arriving at the most I year, while the organic ones, get to reach a period o f validity from 3 to 5 years . It's are also stableer in aqueous solution what it implicates in a slower l iberation of hypochlorous acid and consequently they stay effective for periods of l arger t i m e s , even in the presence of organic matter. Now it exis ts in market the sodium dichoIoroisocyanurate in the form compressed effervescent, in several sizes, in other w ords, the size of the tablet to be used i s in function of the volume of solution sanitize to be prepared and of the concentration of free res i d u al chlorine that it is wanted, what avoids m i s takes in q u an t i t y of the m a t t e r t e n o r i t a c t i v a t e s a n d i n l o s s o f p ro d u c t fo r the c o n s u m p t i o n i n e x c e s s o T h e use o f fl o w e d c h l o ri n ated o f organ i c origi n , mai n l y s o d i u m dicholoroisocyanurate, in t h e dairy products and even in ours day by day, in process of disinfection of w ater, e q u i p ments and utens i l s , p a c k i n g s , atmo s p here s , etc . . , in fun ction o f prac t i cal i n handling, meas urement, trans port a n d s torage ; larger solubility, larger validity period, quantity m o r e n e c e s s ary, s m a l l e r c he m i c a l r i s k ( c o rr o s i v e ) , m o d e r n i t y o f t h e p r o d u ct (technology, p acking and still effervescent), do not formation of disinfection by-pro d ucts, that indicate associated to the c u rrent needs that is a s ubj e c t o f t i m e its u s e in alI the s e c t i o n s . Research of p u b l i c o p i n i o n , acco m p l ished b y D a t a K i rs t e n b y s o l i c i t a t i o n o f B ay e r E n v i ro n me n t a l H e a l t h , i t e v a l u at e d t h e p reference among t w o agents purifier u s e d for c o n s u m pt i o n w ater, the s o d i u m h y p o c hl orite and t h e s o d i u m d i c h o l o r o i s o c y a n u r a t e , the obtained results prove our previous s tatement, w here t h e d egree p r e fe ra b l y fo r t h e s o d i u m dicholoroisocyanurate i t reached 69,6%, against 23,9% oÍ sodium hypochIorite, and 6,5% of the i n terviewees were indifferent. Key word s : sodium dicholoroisocyanurate, process of disinfection, disinfection by-products 7. REFER Ê N CIA S B I B L I O G R Á FICAS A B DEL - R A H M A N , M. S. T h e p r e s e n c e of t r i h a l o m e t h a n e s i n s o ft d r i n k s . J o u r n a I o f Applied Toxicology, v . 2 , n . 3 , p . 1 65- 1 66, 1 9 8 2 . A N D R A DE , N . J . , M A C Ê D O , J . A . B . 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Pág. 1 66 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N AC I O N A L D E LATi Cí N I O S AVALIAÇÃO DO PROCEDIMENTO D E HIGIENIZAÇÃO D E SUPERFíCIES DE AÇO iNOXIDÁVEL POR TESTE DE USO SIMU LADO Evaluation of the hygenical proeess of surfaees of stainless steel for test of simulate use Jorge Antônio B arros de M acêdo1 ; Patrícia Morei ra2 Rosa H e l ena Luch ese3 ; J u l i a n a Moreira Amori m4 Randázio Furtado de Olivei ras; Ana Ferreira Ribei ro6 Ana Paula Rodri gues Brasil6; M a rcelo M acêdo Barral RESUMO Para obtenção de produtos c o m qual i d ade microbiológica, a higi e n ização d eve sei eficiente, ela divide-se em d u as etapas, muito bem defi ni das: a l i mpeza e a sanificação. Os san i fi cantes u s ados na ind ústria d e a l i mentos devem ser testados p o r uma téc n i ca l aboratorial para avali ação de lotes adquiridos, em função do teor do princípio ativo e uma o utra técn i c a p ara aval iar o agente q u í m i c o sob c o n d i ções de u s o , q u e é o teste d e n o m i n a d o de u s o s i m u l ad o . E s t a p e s q u i s a tem c o m o o bj e t i v o a v a l i dação de u m procedimento de higienização p ara li nhas de a ç o inoxidável pelo teste de u s o simulado. Os testes em uso simulad o p reconizam a transferência das condições d a i n d ús tria para o l aboratóri o . Para isso, muitas vezes, há necessidade do desenvolvimento de metodologias e equipamentos para simular com precisão as diversas condições dos usos dos detergentes e sanificantes na i n d ústria de al i mentos . Com a util ização de um detergente alcal i n o , u m detergente ácido e u m derivado clorado d e origem orgânica, o dicloroisocianurato d e sódio, o procedimento de higienização proposto conseguiu alcançar para todos os cupons de prova, em média, uma redução 99,999% (5 RD) dos microrganismos aderidos ao aço inoxidável, apesar das condições de adesão serem muito favoráveis aos microrganismos, o leite C l' U ficou dentro dos cupons de prova por 14 horas, em temperatura ambiente com média de 24°C. Palvras chave s : Detergentes , san i ficantes, teste de uso s imulado, higienização 1. INTROD U Ç Ã O Para obtenção de produtos com qual i d ade microbiológica, a higienização deve ser eficiente, e l a d i v i d e - s e em d u a s e t a p a s , m u i t o b e m definidas , : a limpeza e a sanificação (AND RADE e MACÊ D O , 1 99 6 ; MACÊDO , 2000) . A l i mpeza, tem como objetivo principal a rem o ção d e re s í d u o s org â n i c o s e m i nerais e 2 3 4 S 6 7 u t i l i za os d et e rg e n t e s . A s an i fi c a ç ã o , v l s a o red u ç ão d o s m i crorgan i s m o s a n ív e i s c o n s i derados seguro s , e logicamente i r á u t i l i zar o s produtos denomi nados san i fi cantes . S egundo A N D RADE e MACÊDO ( 1 99 6 ) os sanificantes usados na i nd ústria de alimentos devem ser testad os por uma técnica l aboratorial Univers i d ade Federal de J u i z de Fora. Fac u l d ade de Farmácia e B ioquímic a . Professor Conv i d ado Departamento Farmacêutico (jmaced o @ fbi o.ufjf.br) Farmacêutica i n d ustri al . M estranda em Ciênc i a e Tecnolog i a de A l i mentos - UFRRJ . Uni versidade Federal Rural do Rio de J an e i ro . Professora do Departamento de Tec nologia de A l i mentos. Farmac êutica B i oquímica i ndustrial. Farm acêutica R esponsável O RTOFA R M A - Laboratório de Controle de Q u al i d ade. Técnico de Laboratório. Fac ul d ade de Farmác i a e B ioquímica / UFJF. A l u n a do C u rso de Farm ác i a e B ioquímica da UF1F. Estagiária da ORTAFA R M A - Laboratório de Controle da Qualidade. Aluno do C u rso de B acharel em Quím i c a/UF1F. Técnico em Leite e Derivados . P á g . 1 68 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONG R E SSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS para avaliação de lotes adquirido s , em função do teor do princípio ativo e urna outra técnica para avaliar o agente químico sob condições de uso, que é o teste denominado de uso simulado. E s t e p roj e t o t i n h a c o m o o bj et i v o a validação de um procedimento de higieni zação para l inhas de aço i n o x i d ável , pelos p rodutos desenvo l v i d o s pela ES SEN B R A - Essências e Produtos Aro máti cos do B rasil Ltda, pelo teste de uso simulado . O p rojeto foi fi nanciado pelo SEBRAE, através d o S i stema PATME- B , c o m apoio d o C R I T T - C e n t ro R e g i o n al d e I n o v aç ã o e Tran sferê n c i a de Tecn o l o g i a da U n i versi dade Federal de Juiz de Fora, com a parti cipação da ORTOFA R M A - Laboratório d e C o ntrole d a Q ual i d ad e e d a E S S E N B R A - E s s ê n c i as E Produtos Aromáticos do B rasil Ltda, que u ma empresa situad a na cidade de Volta G rande, Minas Gerai s , o Coordenador do p roj e to foi o Prof. Dr. Jorge A ntônio B arros de Macêdo. 2. REVIS à O B IB L IOGR Á FICA 2 . 1 . Etapas da higienização 2.1 . 1 . Pré-la vagem N e s t a e t a p a , não e x i s t e o u s o de detergentes e/ou sanificantes, a responsabilidade da retirada de resíduos é somente d a água, por s u a ação mecân ica. S u a fi nalidade é apenas de Quadro 1 re d u z i r o s n í v e i s de r e s íd u o s a d e ri d o s às s uperfícies, entende-se, que a temperatura ideal d este p ro c e d i me nto s ej a em torno de 40°C, o que evita problemas, c o mo os apresentados no Quadro 1. Ressalta-se que a temperatura efetiva m ín i m a d e v e s e r S O C a c i m a do p o n t o d e liquefação d a s gorduras, enquanto q u e a máxima dependerá do ponto de desnaturação da proteína c o n s ti t u i n te do a l i m e n t o A N D R A DE e MACEDO, 1 99 6 ) . S egundo A N D R ADE e M A CEDO ( 1 9 9 6 ) nesta etapa d o processo de higienização, ocorre a remoção de cerca de 90% dos resíduos solúveis em água. 2.1. 2. Lavagem com detergentes N e s t a e t a p a i n i c i a m o s a apl i c a ç ã o d o s detergente s . A sol ução d o detergente deve ser c o l o c ad a e m c ontato d ireto c o m as s uj idades, que através de u m processo físico e/ou químico, consiga separar o resíduo d a superfície, fazendo q u e , a n o v a e s t r u t u r a q u í m i c a " r e s íd u o detergente" possa ser dispersa dentro da solução p resente no meio ( MA CÊDO, 2000 ) . A escolha d o s produtos a serem utilizados num procedimento de higienização, depende dos tipos de resíduos, qualidade d a água industrial, n a t u r e z a da s u p er fí c i e e do p r o c e s s o d e h i g i e n i z a ç ã o a s e r u t i l i zad o . E m fu n ç ão das condições d i s p o n íveis n a i n d ús tria é q u e s e rá definida a forma de aplicação do detergente, a de resíduos e s u as características quanto a solubilidade, remoção e modificação pela ação d a temperatura. RêSíduo S(}lubilidade S ol úvei s em água ReIl1()ção Modificação pela .u 1.lll1ento da temperàtura Fácil Caramelização ln�;OIUVels em S ol úveis em alcal i no s Gordura Difícil • Superfície Difícil Desn aturação Sais minerai s Sol úveis em água Difícil Difícil remoção Monovalentes S ol úveis em ácidos Sais mi nerais Insolúvei s em água Difícil Difícil remoção Poli valentes solúveis em ácidos Fonte: MARRIOT, 1 995. 11 H C - O - C- R 21 o _ Ib - R' + 1 � H,C- 0 - C - R" HC - o 3 NaOH -I HC - OH 1 ONa + Hz C- OH Glicerol Lipídeo 0 "- H, C - OH 1' 0 R- C "ONu Sabão Equação 1 - Reação de saponificação . Equação 2 - R e aç ã o d e resíd u o m ineral com detergente ácido. Outro aspecto de fundamental i mportância na escolha de um detergente e no procedimento de higieni zação a ser escolhido está ligado à caracterís t i c a da s u p erfície a ser h i g i e n i zada (Quadro 2 ) . Caraétetísticas Permeável à umidade, gor-dura e óleo; difícil manutenção; destruída por alcalinos. Cuidados Difícil de higienizar. Devem ser galvaniza-dos ou estanhados; usar detergentes neutros. Detergentes ácidos, alcalinos e clorados causam corrosão. Estanho COlToído por alcalinos e ácidos. Concreto Danificado por alimentos ácidos e agentes de limpeza Liso e impermeável; danificado por alcalinos Deve ser limpo com detergente neutro ou de média alcalinida fortes e outros agentes de limpeza. de. Algumas tintas são adequadas à Depende da técnica de aplicação; indústria de alimentos. danificado por agentes alcalinos fortes . Tinta Solúveis em alcalinos ,r R' - C o Aço carbono Vidro In�;oJlíveis em p o l i fo s fatos e E DTA ( á c i d o eti l en o d i am i n o tetraacético) na forma de s a l sódico. Característic as dos principais tipos de superfícies usad as na indústria de alimentos . Pol imerização Solúveis p o r tensoativos Proteínas Quadro 2 Madeira . Tipos Carboidratos s u a c o n c e n traç ã o , t e m p o e t e m p e r a t u r a d e atuação. O u s o de detergentes é dividido em duas etap a s : o u s o de d eterge ntes al cal i n o s e de ácidos . O tipo do detergente ou dos detergentes que será utilizado é definido em função do tipo de resíduo a ser retirado, Quadro 1 . Os lipídeos (óleos e gorduras) e as proteínas são considerados os principais resíduos orgânicos aderidos às su perfícies . Para retirar os l i pídeos uti l izamos a reação química de saponifi cação (Eq uação 1 ) e/ou emulsifi cação , e para retirar as p r o t e ín a s a l t e r a m o s o pH do m e i o c o m substâncias alcalinas, o q u e leva a urna alteração da carga das proteínas, pois o pH do meio fica a c i m a do P I E ( p o n t o i s o e lé t ri c o ) , em p H elevados a maioria d a s p roteín as apre s e ntam carga negativa ( MACÊDO, 2000). A retirada de l i p íd e o s t a m b é m p o r s e r realizada p e l o p rocesso de e m u l s i ficação, p o r age n t e s ten s o ati v o s , através d a fo rmação d a micela. Os res íd u o s minerais, p r i n c i p al mente o s referentes a cálcio e magnésio, responsáveis pela chamada "água dura", são evitados pelo uso dos d e t e rg e n t e s á c i d o s (Eq u a ç ão 2 ) , ou p e l a u t i l i z a ç ã o d o s agentes c o m p l ex a n te s , c o mo BOlTacha Aço inoxidável Superfícies estanha-das; não devem entrar em contato com alimentos. Deve ser denso e resistente a ácidos Não deve ser porosa; não esponjosa; não é afetada por alcalinos fortes; não atacada por solventes orgânicos e ácidos fortes. Geralmente resistente à corrosão: superfície E caro; certos tipos podem ser lisa e impermeável resistentes à oxidação e cOlToídos por halogênios. às altas temperaturas; facilmente higienizado. Fonte: MARRIOT, 1 995. P ág , 1 70 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 2 . 2 , D e t e r g e n t es A saponi ficação e e m u l s i ficação já foram apresentadas anteri ormente. A m o l h a g e m é uma fu n ç ão i mp o rtante para o contato do detergente com a superfície a ser higienizada e está l igada, a outra propriedade, a penetração. Os detergentes devem ser capazes de atingir locais de difícil acesso, como ranhuras e fi s s u r a s q u e n o r m a l m e n te e x i s te m n a s superfícies ( MA CÊDO, 2000) . A água fisicamente se comporta como se a s uperfície estivesse recoberta por uma película, que exerce u m a tensão i nterior no sentido de red u z i r ao mín i mo p o s s ív e l a s u a s up e rfíc i e . É justamente p o r causa da presença desta força, denominada de tensão s uperficial, que a água da chuva cai livremente na forma de gotas mais ou menos e s féricas. O merc ú r i o , por e x e m p l o , u m a t e n s ão s uperficial muito grande, cerca de 480 dinas/cm2• sendo capaz de deslizar sobre uma superfície de aço inoxidável e não consegue molhá-la. A água apresenta uma tensão s up erfi ci al de 72 di nas/ cm2, mas mesmo assim não é capaz de molhar c o m p l etamente as s u perfíc i e s . Para q u ebrar a t e n s ã o s u p e rfi c i al se e mp re g a os agen tes tensoativ o s em formulações d e l i mpeza, p ara reduzirmos a tensão s uperficial da água. A suspensão é a função que deve manter as partículas em suspensão, impedindo que pequenas p art íc u l as se d e p o s i t e m a n t e s de o c o rrer o enxágüe. A enxaguagem é uma das qualidades mais i m p ortante d o d e te rgente, pois ela permite a sua retirada após o processo de higiene. O abrandamento é a função do detergente q u e e v i t a o p r o c e s s o de i n c r u s t aç ã o , principalmente d o s íon s de cálcio e magnésio. D e p o i s q u e o c o rr e m as i n c r u s t a ç õ e s . a propriedade detergente q u e permite a reti rada das incrustações é a solubilização de minerais . O u tra p r o p ri e d a d e i m p o rt a n t e é a solubilidade, ou seja, o detergente deve ser solúvel em água, para facilitar o seu uso. O detergente não deve ser corrosivo, pois além de l evar ao d esgaste os e q u i p amentos e utensílios, perde uma outra propriedade, que é a s e gu ra n ç a , pois col oca em ri s c o os m a n i p u 1 ad o r e s . O Q u ad r o 3 , a p re s e n t a o s principais t i p o s de detergentes e s uas funções. Segundo ANDRADE e MACÊDO ( 1 996) e MARRIOT ( 1 995) cons ideram-se como funções de u m d e te rg e n t e i d e a l a s a p o n i fi c ação , emulsificação, molhagem, penetração, suspensão, enxag uage m , ab ran damento, s o l u b i l i zação d e minerais , solubilidade, corrosividade, segurança. 2.2.1. Detergentes alcalinos O Q u ad ro 4, a p re s e n t a as p r i n c i p a i s substâncias químicas utilizadas como detergentes alcalinos. O principal princípio ativo dos detergentes a l c al i n o s é o h i d r ó x i d o de s ó d i o , t a m b é m 2. 1.3. Enxágüe Esta etapa é sempre realizada após o uso de um detergente. Sua finalidade é retirar resíduos d o detergente. O monitoramento da presença de resíduos de detergentes, nas superfícies higienizadas, pode s er rea l i zad o através da anál i s e da água de enxágüe. A determinação de resíduos de detergentes a l c a l i n o s e á c i d o s é um p r o c e d i m e n t o m u it o s imples. Pode-se utilizar s u bs tâncias químicas, denomi nadas i n d icadore s , que al teram s u a cor em função do p H . Por exemplo, a fenolftaleína pode indicar a presença de resíduos de detergentes a l c a l i n o s , p o i s ac i ma do p H 8 , 3 as s u m e a c o l or a ç ã o r o s a e a b a i x o d e s t e p H s e t o r n a inco lor. A presença de detergentes áci dos pode ser avaliada pelo indicador vermelho de metila. que em pH m a i o r que 4,4 as s u me c o r amare l a , enquanto, em p H menor q u e 4 , 4 assume a cor vermelha. 2.1 .4. Desinfecção A d e s i n fe c ç ão é a ú l ti m a e t a p a a s e r re a l i z a d a no p r o c e s s o d e h i g i e n i z aç ã o . S u a re a l i z aç ã o é i n d i s p en s áve l , p o i s as e t a p a s a n t e r i o re s n ã o c o n s eg u e m re d u z i r a n ív e i s c o n s i derado s seguros, o s microrgan i s mo s d as s uperfícies de equipamentos e utensílios. R e s s a l t a - s e que, p ara o b t e n ç ã o d e um p r o c e d i m e n t o d e d e s i n fe c ç ã o e fi c i e n t e , o processo de retirada de resíduos deve também ser realizado de forma e ficiente, pois res íduos de alimentos ou incrustações minerais protegem o microrgani s mo da ação da sanificante. O processo de desi nfecção, rea l i zado de forma e ficiente, além de aumentar a "shelf-life" do a l i mento , previne con taminações futuras . Enquanto a pré-lavagem e a lavagem com uso de detergentes é efetuada logo após o u s o dos equipamentos, a desinfecção deve ser realizada antes da utilização (ANDRADE e MACEDO, 1 99 6 ) . O sanificante p o d e s e r levado à s uperfície a s e r h i g i e n i z a d a na fo r m a de u ma s o l u ç ã o aquosa, na forma de espuma ou na forma de gel. A N AI S D O XVI I I C O N G R ES S O N A C I O N AL D E L AT I C í N I O S Quadro 3 Funções dos principais detergentes. - Fosfatos Ácidos Complexantes Tensoativos por sap1om.tlC:lçao. Solubilização de proteínas. Deslocamento de resíduos por emulsificação. Abrandamento da água. Suspensão de resíduos. Controle de depósitos minerais. Abrandamento da água. Abrandamento da água. Controle de depósitos minerais. Suspensão de resíduos. Emulsificação; Molhagem; Penetração; Suspensão. da Dirninui a tensão Fonte: Adaptado de MARRIOT, 1 9 8 9 . Q u a dro 4 - Valores de p H , detergência, corrosiviclade, emuisificaç ão e alcalinidade dos principais agentes alcal i n o s . CSolução a 1,0 %) Detergência Corrosividade Emulsi.: ficação Agente Químico Hidróxido de sódio A1calinidade (NalO) Total Ativa 3,5 2.0 76,0 75,5 NaOH Carbonato de sódio 1 1 ,2 1 ,5 4,0 2,8 58,0 29,0 8,4 1 .5 2,3 1 .5 37,0 0,0 9,8 1 ,3 3,2 2,5 40,6 1 3,7 1 2,4 3,8 0,8 4,0 29,2 28,0 1 2. 8 3,0 4,0 3,0 61,1 60,5 1 2, 6 2,0 3,2 2.5 37,9 36,5 1 1 ,9 3,5 4,0 3,5 18 10 1 0,2 3,5 3,0 0,0 23,3 8, 1 9,7 2,0 2,0 0,0 1 6, 9 4,3 6,8 2.0 0,8 0,0 2,7 0,0 8,4 3,0 1 ,0 0,0 8,8 0,0 NaZC03 (soda ash) Bicarbonato de sódio NaHCOJ Sesquicarbonato de sódio NaZCOl.NaHC03.2HzO Metassilicato de sódio NazSiOl.5HzO Ortossilicato de sódio 2NazO.SiOz. 5,5H20 Sesquissilicato de sódio 3NazO.2SiOz. l l l-hO Onofosfato de sódio NalPO.j . 1 2HzO. (TSP) Pirofosfato tetrassódico Na�P207 (TSPP) Tripolifosfato de sódio NasP.,O IO (TPP) Hexal11ctafosfato de sódio (NaPOJ)6 (Calgon) Tetrafosfato de sódio Na,P6019 Fonte: Adaptado de MARRIOT, 1 995: KATSUYAMA e STRACHAN, 1 980. Escala: 4,0 = excelente propriedade O Não apresenta a propriedade conhecido como "soda caústi ca", é a principai s u b s t â n c i a a l c a l i n a d i s p o n ív e l n o s p ro d u t o s c o m e rc i a i s , p o i s a p re s e n ta o m a i o r t e o r d e a l c a l i n i d ad e c a ú s t i c a em s u as s o l u ções . Tem e x c e l e n te a ç ã o c o n tra g o r d u ra e p r o t e í n as , C o mo d e s v a n t age n s , r e s s a l t a- s e , a b ai x a molhagem, não atua na eliminação de íons cálcio e magné s i o , é c o rro s i v o c o n tra m e t a i s c o m o a l u m í n i o e c o b r e , n a s u a m an i p u l ação é necessário c uidados especiais pois pode causar 1 73 Pág. 1 72 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L ATi CíN I O S ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS p r o b l emas a mani p u l ad o r e s , s u a u t i l i zação é i n d i c a d a s o me n t e e m p ro c e d i m e n t o s d e higieni zação auto matizad os ( MACÊDO, 2000). E enco ntrado tanto na forma de soluções previamente preparadas , como na forma s ólida. 2.2.2. Detergentes ácidos Os detergentes ácidos s ão ongman o s de produtos q u e possuem em s u a formulação, em geral, ácidos inorgânicos, pois apresentam maior poder de reação com resíduos minerais. Dos ácidos i norgânicos, indicamos a solução que contenha ácido n ítric o , em função d a maior s o lubilidade dos n itratos , que é u m s ubproduto das reações q u ímicas com os íons metál icos. R e s s a l t a - s e que, também s ão u t i l i z a d o s ácidos c o m o o clorídrico, fosfórico, s u l fúrico e s u l fâm} co (NH 2 S 0 3 H ) . A c i d o s orgânicos como cítri c o , t artáric o e o g l u c ô n i c o , são c o n s i d erados b o n s abran dadores de água (MARRIOT, 1 99 5 ) . Como j á c i t a d o , o d etergente áci d o t e m c o mo fun ç ã o p r e v e n i r o ac ú m u l o d e resí d u o s m i n er a i s e / o u r e m o v e r d e p ó s i t o s q u e s e o r i g i n aram de proced i me n t o s i n e fi cientes de higienização . Como desvantagem cita-se o elevado poder corrosivo e os riscos oferecidos ao manipulador. Em geral, indica-se o uso de concentrações que variam de 0,5 a 1 ,0%, dependendo do nível das i ncrustaç õ e s . As formul ações ácidas e m geral p o s s u e m n a s u a c o n s t i t u i ção um i n i b i d o r de corrosão, que para ácidos orgânicos são utilizadas as a m i n a s , em nível de 1 %. Não se c o n hece n e n h u m i n i b i d o r d e c o rr o s ão p ara o á c i d o s ul fúrico. O u tro c o n s ti t u i nt e i mp or t a n t e , d e s t a formulação, é o agente tensoativo, q u e aumenta o p o d e r de m o l h ag e m e t a m b é m re tard a o c re s c i mento bacteri ano, pela ação resi d u al na superfície higienizada. 2 . 3 . D es i n f e t a n t e s O processo de desinfecção de desinfecção só será eficiente se não existirem res íduos sobre � sup �rfície. A desinfecção pode ser d e dois tipos: 1 ) desll1fecção física, que utiliza processos físicos, �.o m o o c a l o r e rad i aç ã o e l e tro m agn é t i c a ; e l l ) d e s i n fe cção q u ím i c a , q u e u t i l i za produtos q u ímicos em concentrações p ré-determinadas . A e fi c i ê n c i a d o s a g e n t e s q u í m i c o s s e v i n c u l ad a a algu mas vari áveis c o mo a formu l aç ão v al o res de p H , t i p o s d e e m b a l ag e m , : c o n d I ç õ e s d e arm az e n am e n t o e res í d u o s contaminantes (ANDRADE e MACED O , 1 99 6 ) . Os agentes q u í m i c o s m e s m o em b a i x a s c o n c e n t r a ç õ e s s ão e fi c i e n te s c o ntra fo rmas vegetati vas d e b actéri a s , j á os e s p o ros b acte rianos possuem uma maior res istência. Este proj e t o visa a v a l i ar o p r o c e s s o de d e s i n fe c ç ã o q u í m i c a p e l o u s o d e d e r i v a d o clorado. 2. 3 . 1 . Derivados Clorados Existem dois tipos derivados clorados, os d e o r i g e m i n o r g â ni c a, r e p re s e n t a d o s p e l o h i p o c l orito d e s ó d i o , h i p o c l ori to d e c á l c i o e cloro gás ; os de origem orgânica, cujo principal rep resentante é o dicloroisocianurato de s ód i o , cuj o uso p ara desinfecção de águ a potável foi aprovado pela Resolução na 1 50, de 28 de maio de 1 9 9 9 , da Agênc i a N a c i o n al de Vig i l â n c i a S an i tári a q ue au t o r i z a a u t i l i z a ç ã o d o á c i d o dicloroisocianúrico e s e u s sais de sódio e potássio como princípio ativo p ara desinfecç ão de água p ara consumo h u mano. O derivado c l orado d e origem orgâni ca, Q u ad r o 5, fo i e s c o l h i d o p ara o p ro c e s s o de d e s i n fe c ç ã o em fu nção d a sua e s t ab i l i d ad e e menor ação oxidante sobre a matéri a orgânica. a s sol uções sanificantes, e de um tanque de 25 litros, util izado como reservatório d as solu ções circ u l antes, o que se apresenta acop l a d o uma bomba centrífuga de Y2 HP, para impulsionar as s o l u ç ões s a n i fi cantes através do s i stema. Em pontos específicos da tub ulação foram instalados cupons de prova com formatos de tê, c urva e cilíndrico, Figura 1 (MELLO, 1 99 7 ) . Como o p o n t o m a i s importante q u anto a h i g i e n i z aç ã o de t u b u l aç õ e s é a razão d e escoamento ( fl u x o ) . A Federação Internacional de L a t i c ín i o s d e t e rm i n o u , p a r a a d e q u a d a higienização mínima é 1 , 5 m/s para a s soluções de limpeza e sanificação (FLOH, 1 9 92) . 2 4 Os v a l o r e s o b t i d o s p ara as re d u ç ões decimais nos cupons cilíndricos foram 1 ,27 para o h i p o c l o r i t o de s ó d i o e 1 , 45 p a r a d i c l o ro i s o c i a n u rat o , s e n d o a m b o s c o n s i d erad o s ineficientes (MELLO, 1 9 9 7 ) . E s t e res u l tado é explicado pois a ação química dos sanificantes, de m o d o gera l , é i n fl u e n c i ad a t a m b é m p e l a t u b u rI ê n c i a . A d i fu s ão d o s an i fi c a n t e a t é a superfície da tubulação ocorre numa camada fina, c uj a e s p e s s ura é red u zi d a com o a u m ento d a t u b u rl ê n c i a d o escoamento . I s to res u l t a n u m aumento d a taxa d e transferência do sanificante até a s u p erfície. do tubo, o que levou à maior remoção dos m i crorg a n i s m o s nos c u p o n s de prova em tê e em curva (MELLO, 1 99 7 ) . Para os cupons ci lín dricos, considerad os como um dos pontos críticos d o processo de sanificação de tubulações em sistema CIP (Cleaning in place), apresentou tempos de contato de 39,4 min para o hipoclorito de sódio e 34,5 minutos para o dicloroisocianurato de sódio. Foram u t i l i zadas s o l uções de h i p ocl orito de s ó d i o c o n t e n d o 1 00 mg d e CRL / L e de dicloroisocianurato de sódio a 1 50 mg de CRL / L, sendo que as soluções apresentavam p H em torno de 8 , 6 . Quadro 5 - Es tr u t u r a q u í m i c a d e d e ri v a d o clorado de origem orgânica H Ácido dicloro isocian úric o * o� NI '-.ç/O I NI y N" C ( CI O * Disponível nas formas de sais de sódio e potássio. Fonte: Adaptado de DYCHDALA. 1 977 . 2 . 4 . Tes t e em u s o s i m u l a d o O s testes em u s o s i mu lado preconizam a transferência das condições da indústria para o l ab o ra t ó ri o . P a r a i s s o , m u i t a s v e z e s , h á necessidade d o desenvolvimento de metodologias e e q u i p amentos p ara s i m u l ar com p re c i s ão as diversas condições dos usos dos sanificantes na i n d ústria de alimento s . Portanto , estes testes s ão mais trabalhosos e exigem criatividade. Para t e s t a r a e fi c i ê n c i a dos agen t e s sanifican tes p e l a téc n i c a de u s o s i m u l ad o , foi d e s e n v o l v i d o um s i s te m a - m o d e l o em a ç o inoxidáve l , constituído p o r u m a tubulação de 1 p o l eg a d a ( , 2 , 54 c m ) d e d i â m e t ro i n t e r n o e comprimento total de 5 , 8 m, por onde circulam 3 . MATERIAIS E M É T O D OS Fonte: MELLO, 1 997 . 1 - Cupom de prova em curva 2- Cupom de prova cilíndrico 4- Controle de potência 3- Cupom de prova em tê 6- Bomba centrífuga 5- Tanque ci líndrico 7- Controle de vazão Figura 1 - Esquema do s i s te ma- m o d e l o u t i l izado p ara avaliar a efi ciência de sanificantes. U t i l i z an d o o s i s t e m a apres e n t ad o , n a Figura I , avaliou-se a eficiência de hi poclorito de sódio e dicloroisocianurato de sódio, sobre o psi crotrófi co aci d i ficante i s o l ado de leite cru, L C - 3 2 , em c o n d i ç õ es d e uso s i m u l a d o , c o n s i d e ran d o - s e c o m o e fi c i e n t e o p r o c e s s o q uando alcança 5 R D (red u ç ões decimais) d o n ú mero inicial de microrganismos presente s . Com base nas conclusões do trabalho d e M E L L O ( 1 9 9 7 ) p odemos ci tar que os valores de reduções decimais, para cupons de prova em c u rva foram 6 , 44 p ara d i c l oro i s o c i a n u rato de s ó d io e 5 ,50 p ara hipoclorito de s ó d i o . Para a sanificação de cupons de prova em tê, veri ficou se que as soluções de dicloroisocianurato de sódio com 7 , 6 2 RD e h i p o c l o r i t o de s ó d i o c o m 3 , 6 1 R D , sendo considerado i neficien te. Pág. 1 74 digitalizado por 3 . 1 . S is t e m a p a r a o teste de u s o s i m u l a d o Para d e s e n v o l v i me n t o d a p e s q u i s a fo i d e s e n v o l v i d o u m um o utro s i s t e m a mode l o , c o n s t i tuído de d o i s t a n q u e s , com c o ntro l e d e t e m p e r a t u ra ( F i g u r a 2 ) . E s t e p ro t ó t i p o fo i desenvolvido através do um projeto realizado entre SEBRAE, CRITT - Centro Regional de Inovação e Trans ferência de Tecnologia da U n i vers i dade Federal de J u i z de Fora, a ORTOFARMA Laboratório de Controle da Qualidade e a empresa ES SENBRA - Essências e Produtos Aromáticos do Brasil Ltda. este sistema foi uti l izado para v a l i d ar t o d o s o s de terg e n t e s e s a n i fi c an te produzidos pel a ES SENB RA. Os parâmetros de utilização para o sistema m o d e l o , foram defi n i dos com base em experimentos iniciais e em referências bibliográficas (LEITÃO, 1 97 6 ; MCCABE et aI. , 1 99 3 ; FLOH, 1 993, TROLLER, 1 99 3 ; PASSOS, 1 992). O proced i mento d e higienização, com os cupons de prova col ocados no locais preestabelecidos n o sistema-modelo, a s sol uções fo ram c i r c u l a d as p o r 20 m i n u t o s , à v a z ã o estimada de 1 37 L / m i n (diâmetro da tubulação d = 0,0254 m: v e l o c i d ade v = 4 , 5 m / s) nos cupons de prova. arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N A C I O N AL DE L AT i C í N I O S 1" no processo de limpeza ácida p o r circulação d e tub � lações de ordenhadeiras, de pasteurizadores nas indústrias em geral. Características do produto fornecidas pelo fabri c an te : Aparência: Líquido i ncolor - pH sol. 1 % : 1 ,5 ± 0,5 - Densidade: 1 , 10 - 1 ,30 g / cm3 - Acidez livre: 40% em CaCO, - Fab r i c an t e : Ess e n b r a - E s s ê n c i as E P ro d u t o s A r o m át i c o s do B ra s i l L t d a (essenbra @ alemparaib anet . c o m .br) 3.2.2. Sanificante P O S aTDE Figu ra 2 - A 01 B 01 DESCRiÇÃO TA N Q U E D E A R M AZ E N A G E M · C A P A C . 4 0 Lts TA N Q U E D E A Q U E C I M E N TO D E P R O D U TO Q U íM IC O · C A PA C . 4 0 Lts VÁLV U LA E S F E R A 0 1 " C 04 D C U R VA 0 1 " · 90º · C O M U N Ià O N I P L E / P O R C A RJT E 03 0.1 TÊ R E TO 0 1 " C O M M AC H O RJT F 0.1 VÁLV U LA B O R B O L E TA A B E R T U R A R E G U LÁ V E L G 01 B O M B A C E N T R íF U G A I 18 A N E L D E V E D A Ç Ã O 0 1 " · TC J 04 C U R VA 90º 0 1 " C O M 2 TC L 02 T U B O 0 1 " C O M 2 TC 3 M 02 TÊ R ETO 0 1 " C O M N 01 T U B O C U RVO 0 1 " O 18 A B R A Ç A D E I R A TC 0 X 1 20 TC l' • MATEFHAl AG O INOX ACQ I N QX AÇO JNOX ACO INOX AÇO I N O X AÇO INOX ACO INOX C OMER C IAL ACO INOX j AGO INOX ACO INOX ACOIN O X AÇ.o INOX I S istema de avaliação de detergentes e sanifi cantes em teste de uso simulado. 3 .2 . P r o d u tos u t i l i z a dos 3.2. 1 . Detergentes Alcalino: ALKLIN D e terge n t e a l c al i n o p ara l i m p e z a C I P (circulação ) , lavagem mecânica d e equipamentos nas i n d ús trias de alimento s . Características do produto fornecidas pelo fabricante : - A s p ec t o : l íq uido castanho - pH: 1 2 - 1 2, 5 - Den�idade : 1 ,40 - 1 ,50 g / cm' - A l c a l i n i d ad e h i d r ó x i d a (% N a O H ) : 45% ± 2 % - A l c al i n i d a d e C a rb o n at o ( % N aO H ) : 9,5% ± 1 % - Fab r i c ante : E s s e n b r a E s s ê n c i as E P ro d u t o s A r o m át i c o s d o B ras i l L t d a ( es senbra@ alemparai b an e t . c o m .b r) - Ácido: DEA D e t e r g e n t e á c i d o p ara r e m o ç ã o de incrustações minerais, ou seja, retira as s uj idades inorgân i cas, evitando a formação das chamadas pedras de leite e pedras de cervej a . É utilizado ESSENCLOR S an i fi c a n t e c 1 o ra d o a b as e d e d i c 1 o roisocianurato d e sódio para desinfeção d e água, v e rd u ras e e q u i p ame n t o s de i n d ú s t ri as d e ali mento s . Características d o produto fornecidas pelo fabric ante : Aspecto : pó branco cristalino - pH ( s o l . 1 % ) : 5,7 a 7 , 0 - Densidade : 1 ,00 g / cm' - Odor: Característico de cloro - Cl oro d i s ponível : 4 1 ,5 % ( míni mo) - Fab r i c ante : Ess e n b r a - E s s ê n c i as E P ro d u t o s A r o m át i c o s do B ras i l L t d a (essenbra @ alemparaibanet. co m . b r) 3 . 3 . Contagem bacteriana O m e i o u t i l i zado foi o PCA (Pl ate count A g a r ) . P i p e t a r , a s s e p t i c am e n t e , p o rç õ e s de 1 mL das di I uições selecionadas, tran s ferindo as p a ra p l a c a s d e P e t r i d e v i d a m e n t e i d e n t i fi c a d a s . S e mear u t i l i zan d o , n o m ín i m o , d u a s d i l u i ções d i ferente s . Adicionar a c a d a p laca d e Petri cerca de 1 5 m L d e P C A previamente fundido e mantido a 45°C. Homogeneizar cuidadosamente. Incu bar a 3 5 - 3 7°C por 48 horas . Após incubação, selecionar as p l acas com contagem entre 30-300 colôni as e contar todas as colônias . Calcular, de acordo com as diluições, o nú mero de u n i d ades formadoras de c o lô n i as por grama ou mL da amostra. - Se a c o n t agem fo r m e n o r do q u e 3 0 colônias n a placa, liberar o res ultado de a c o r d o c o m o n ú mero de c o l ô n i as c o n tadas e es crever a p ó s o res u l tado "es t i m ado" , entre p arêntese s . S e m a i s d e u m a d i l u i ç ã o a p re s en tar c o n t a g e m d e n t ro da fai x a d e 3 0 - 3 00 c o l ô n i a s , fazer a média p ara l i be rar o res u ltado 3 . 4 . Procedimento p ara r e alização d o teste U t i l i z a n d o - s e o s i st e m a - m o d e l o em aço i noxidável por onde circ u l avam as soluções de higieni zação. Em pontos pré-estabelecidos da tubulação foram instalados cupons de provas no formato ci líndrico, curv i l íneo e "tê", em p ares, totali zando s e i s c u p o n s . Esses c u p o n s foram preenchidos por leite c r u , l o go a p ó s a o r d e n h a . Os c u po n s foram mantidos sob repouso por um período de 1 4 horas a u m a temperatura a m b i ente de 2 4° C, p ara fac i l i tar o processo de adesão à s u perfície do aço i noxi dável . Após esse período o leite do interi or dos c u p o n s era d e s cartado e o n ú mero b ac térias aeró b i as mesófi l as totais aderidas, d o interior de três cupons ( u m c i l índri c o , um te e um em c ur v a ) era r e t i rad o em s o l u ç ão t a m p ã o B utterfield com tioss u l fato de s ó d i o a I % por sonifi cação d u rante 10 minutos, e quantificado por p l aqueamento em meio PCA. Os c up o n s de p r o v a foram então encai x a d o s no s i s t e m a- m o d e l o e foi re a l i zado o p r o c e d i m e n t o de h i g i e n i z a ç ão s e g u i n d o as e t ap as : 1) 2) 3) 4) 5) 6) Pré-lavagem com água aquecida a 40° C durante 1 0 minutos em um volume de 25 l i tros ; L a v a g e m a l c a l i n a c o m s o l u ç ão d e ALKLIN a 1 % d e alcal inidade livre a uma temperatura de 85° C circulando se essa solução no sistema-modelo por 20 minuto s ; E n x á g ü e a t é reação n e g a t i v a c o m fen o l ftaleína; Lavagem ácida com solução de DEA a I % de a c i d e z l i vre em água fri a e circulando-se essa solu ção durante 20 m i n utos ; Enxágüe, até reação característica com meti I -orange ; S an i fi c ação u t i l i zando-se s o l ução de 200 ppm de CRL (Cloro Residual Livre) com ESSEN CLOR - (dic1oroisocianu rato de sódio) em 25 litros de água fria e circulando-se essa solução durante 20 minutos. Dentro das condições previamente estabe l e c i d as foram reali zadas 4 (quatro ) repetições do pro c e d i mento anteriormente d e s crito. P á g . 1 76 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII C O N G R ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS 4. RESULTADOS Quadro 6 .' - Resultados da contagem bacteriana de aeróbios mesófilos d o l e i te cru, dos cupons de prova antes e após o procedimento de higienização (média do número de microrganismos de 3 placas de Petri) . . .. .. Repetição . . .. ...... . . . . .. . . . • Leite Cru X 1 0' 1 1 ,9 2 5,6 x 1 0' 4 4,2 x 1 0' 4,9 x l O· 3 Quadro 7 ·· I . ·· • Antes dahigieriização CURVO 2,4 x l O� 8 ,5 X 1 07 1 ,4 x 1 0� 2,5 x 1 O� CILINDRICO 3,4 x 3 ,3 x 1 ,8 x 1 ,0 x 1 O� 1 O� 1 O� l O" .. I ·. .• '. . TE 1 ,6x 1 0M . .. . . ... Apõs a higieriização. ·. 3,6 x 2,8 x 2, 1 x 6,4 x 3,3 x 1 O� 9,2 X l O' 3, 7 X 1 08 CILINDRICO TE l Oj 2,5 x I Oj 1 0- 7,6 x 1 0j 3 , 1 x 1 02 5,3 X 1 0 CURVO 1 ,0 x l oj 3 , 9 x 1 03 l oj 1 0j 7,8 X 1 02 2,0 x l O] Resultados do número de Reduções Decimais ( R D ) e percentagem de redução ( % ) da populaç ão de aeróbios mesófilos após procedimento de higieni zação REPETIÇÃO " · .cupom 1 I·'· RD 1 % CURVO 5,12 99,999 CILINDRICO 5,20 TE 5,80 . 1 < RD 2 , . . .. % , . RD 5,06 . 3 .. % RD 9 9,999 4,59 4 . '. > . . %� . 5,48 99.999 99,999 5,0 1 99,999 5 ,25 99,999 4,4 1 9 9,99 99,999 5,79 99,999 5,07 99,999 5,26 99,999 5. CONCLUS Õ ES Com o p ro c e d i m e n t o d e h i g i e n i z a ç ã o proposto c o n s e g u i u - s e al can çar p ara todos os c u p o n s d e p ro v a , em m é d i a , uma r e d u ç ã o 9 9 , 9 9 9 % ( 5 R D ) dos microrgan ismos aderidos ao a ç o i n o x i d á v e l , apesar d a s c o n d i ç õ e s de aos fav oráve i s muito serem adesão microrganismos, ou seja, o leite c r u ficou dentro d o s c u p o n s de p r o v a p o r 1 4 h o r a s , e m t e m p e r a t u r a a m b i e n te c o m méd i a d e 2 4 ° C , p o d e m o s a firmar q u e o s p ro d ut o s u t i l i zados a p re s e n t a m u ma re s p o s ta ideal p ara o s p r o c e d i me n t o s d e h i g i e n i z ação d e l i nhas de produção, com tubulações de aço inoxidável, das indústri as de al i mentos. SUMMARY with products of obtaining For microbiol ogical quali ty, t h e hygenical process s h o u l d b e effi cient and becomes s e p arated in t w o s t a g e s , v ery well d e fi n e d , c l e a n i n g and s a n i t i z e . T h e s an i t i ze products u s ed i n fo o d i n d u s t ry s h o u l d be tes ted w i th a l ab o ratorial t e c h n i q u e for e v a l u at i o n of a c q u i re d l o t s , in fu nction o f the tenor o f active beginning and a n o th e r te c h n i q u e to e v a l u at e the c h e m i c al agent under user conditions, that is denominated '.. '. D Y C H D A L A , G . R . , C h l o ri n e a n d c h l o r i n e compounds. In: B LOCH, S . S . (Ed) Disinfection, s te r i l i z a t i o n a n d p r es e r v a t i o n , 4 E d . Pennsylvania: PA : L e a e Febiger, 1 99 1 . FLO H , R . Automatic recirc u l ation cleaning in the 9 0 ' s . Dairy, :Food Envi r o n . S a n i t . , v. I 3 , p . 2 1 6-2 1 9, 1 993 . K AT S UYA M A , A . M . , S TR A C H A N , J . 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D i s sertaç ão ( M es trado em A l i me n t o s ) de Te c n o l o g i a e Ciência Universidade Federal d e Viçosa, 1 997. PASSOS, M. H . C. R . , Estudo da dispersão de d e p ó s i tos em obtidos i n c r u s t a n t es p a s t e u r i z a d o res d e l e i t e p o r d e t e rg e ntes ácidos e alcalinos : infl u ência do pH, tempo e t e m p e r a t u r a d e r e a ç ã o . C a m p i n as : Unicamp, 1 9 9 2 . 1 3 6 p . Di ssertação ( M e s trad o em Tecn o l ogia de A l i me n t o s ) - U n i vers idade Estad ual de Campinas, 1 992. S a n i t a t i o n i n fo o d TROLLER, J . A . , processing. 2 e d . S an Diego : Academic Press, 1 9 9 3 , 47 8 p . 9 9,99 test of simulate use. The object of this research is to validate a hygeni cal process for !ines o f s t a i n l e s s s t e e l fo r t h e t e s t o f s i m u l ate u s e . The t e s t s i n s i m ul ate use e x t o l t h e transfer o f t h e conditions from industry to l aboratory. For t h a t , a l o t of t i m e s , t h e r e are n e e d of t h e development of methodologies a n d equipments to simulate the several conditions of the uses of the sanitize products accurately in food industry. W i t h u s e o f an a l k a l i n e d eterge n t , an a c i d detergent and one flowed chlorinated of organic origi n , the s o d i u m d i c h o l oroi s o cyanurate, the procedure of proposed hygenical p rocess got to reach for alI the proof coupons, on average, a the of RD) (5 99,999% re d u c t i o n microorgan isms stuck to the s tainless steel, i n spite of the a d h e s i o n c o n d i t i o n s t h e y be very favorab l e to m i c roorgani s m s , i n other words, the raw m i l k was inside o f proof coupons for 1 4 hours, in temperature it adapts with average of 24°C. K e y - w o r d : H yg e n i c a l p r o c e s s ; s a n i t i z e products ; detergent, s i m u l ate use. ATIVIDADE COAG UlANTE D E EXTRATOS VEG ETAIS NO lEITE INTEG RAL D E CAPRINO E BOVINO Coagulating activity of vegetable extract in whole milk of goat and cow Luís Eduardo Lag u n a * 1 Antônio Silvio do Egito 1 RESUMO A procura de coalhos alternativos para a substituição total ou parcial dos coalhos de origem animal por vegetal na fabricação de alguns tipos de queij os de cabra ou de bovino, j ustifica-se pela possibilidade de fabricar novos queij os que possam competir no mercado g l o b a l i z a d o . Av a l i aç õ e s d a at i v i d ade c o a g u l ante de s e te e x tr a t o s v e g e t a i s b r u t o s , p revi amente c o d i fi cados c o m o : C N P C - 7 - 1 ; C N P C- 8 ; C N P C - I O ; C N P C - 1 2 ; C N P C - 1 9 ; 6 . B IB LI O G RAFIA A N DR A D E , N . J . , M A CÊ D O , J . A . B . , H i g i e n i z a ç ã o n a I n d ús t r i a d e A l i m en tos . S ão Pau l o : Livraria Varei a Ltda, 1 99 6 , 1 8 2p. 1 E M B RAPA CAPRI NOS- Pesquisadores-I aguna@cnpc. embrapa.br 1 79 P á g . 1 78 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS CNPC-20 e Cynara scolymus foram testados no l e i te i ntegral de caprino e b o v i n o . A s amostras foram s u b meti d as a d i ferentes temperaturas ( 3 2°C, 40°C, 5 0 ° C , 60°C, 70°C, 75°C, 80°C, 8 5°C, 90°C e 9 5°C) com o obj etivo de identificar quais as temperaturas e tempos de maior atividade coagulante. Os resu ltados obtidos revelaram que existe diferença signifi cativa, no tempos e na temperatura de coag u l aç ão dos extratos nos dois tipos de leites . A atividade coagul ante dos extratos , e m geral, foi mais ráp i d a no l e i te capri n o , oscilando de 1 a 3 8 minutos e para o leite bovino de 1 ,5 a 67 minutos. Concluiu-se q u e o s extratos em e s t u d o apresentam u m e levado p otencial p ara serem utilizados como coalho de origem vegetal . P a l a v ras - c h a v e : E x t r a t o s v e g e tai s , l e i te b o v i n o , l e i t e c a p r i n o , c o a g u l a ç ã o , t e m p eratura. As amostras foram coletas diretamente das p l antas e conduzidas ao laboratório de análises físi co-química d a Fábrica Escola de Laticínios da Embrapa Caprinos, onde foram submetidas a l i mp eza, l avagem e c o d i fi c ação, p ara s erem util izad as no dia seguinte . O material vegetal obtido das diferentes espécies de p l antas foram clas sificados botânicamente e codificadas com as seguintes denominações: CNPC-7- 1 ,CNPC-8, C N P C - I 0, C N P C - 1 2 , C N P C- 1 9 , C N P C - 2 0 e Cynara sco lymus. 2.3. Preparação dos extratos vegetais 1. INTRODUÇ Ã O O h o me m tem u t i l i z a d o d e s d e t e m p o remotos coagulantes d e o rigem d i v er s as q u e i n c l uem n ão s ó enzimas d i gestivas o b t idas d e estômagos de espécies animais (bezerros, cabras e o v e l h as ) , c o mo também a ação c o ag u l an t e contida na s e i v a da figueira ou os extratos d o s capítulos florais de Galium verum (coalha leite) ou de diversas espécies da família Compositae ( G arri d o 1 9 8 9 , Te u b n e r 1 9 9 0 , G u i n e e & W i l k i n s o n 1 99 2 ) . Nos países da área Mediterrânea, e m lugar d o s c o a l h o s e xt raíd o s do q u arto e s t ô mago (abomaso)de bezerros lactantes, tem-se utilizado enzimas proteolíticas contidas nas fl ores secas de distintas espécies vegetais do gênero Cynara. Mesmo sendo utilizado desde a época Roumana, a utilização empírica destes coalhos vegetais tem r e s t ri n g i d o o s e u u s o a t u a l a u ma s p o u c a s e l aborações q ue i n c l u em o s q ueij o s S erra d a E s t re l a e m P o r t u g a l , o C a c i o Flore I t a l i an o , (Fernandez- S alguero et aI . 1 97 8 , 1 9 9 1 Marcos et ai, 1 97 8 , Delfomo & Delfomo 1 97 9 , B arbosa e t ai, 1 9 8 1 , Delfomo 1 9 8 5 , Vieira de S á 1 986, N u n e z e t ai, 1 9 8 9 , 1 9 9 1 ; G o n z a l e z 1 9 9 0 , Cenzano 1 9 9 2 ) . O s coalhos mais usados na coagu lação do l ei t e p o d e m ser de o rigem a n i m a l , vegetal e b ac te r i an o , r e c e n t e m e n t e o b t i d o s p o r e n g e n haria genéti c a ( A rroyo 1 9 8 1 , S p oncet 1 9 8 5 , Harboe 1 992, Rossi et a i , 1 9 9 8 ) . Estes coalhos s ã o em geral , p ro teínas á c i d as de a l ta e s p e c i fi ci d a d e , s e n d o u m fator i mp ortante p ara a fabricação dos queij o s (Winwood 1 9 8 9 ) . O interesse pelos coalhos vegetais é grande e em alguns tipos de queij os podem ser preferível ao de o r i g e m a n i m a l ( C a b e z a s et a I . 1 9 8 1 , M ar c o s e t aI . 1 9 8 I ) . Em a l g u n s q u e ij o s trad i c i o n a i s e s p a n h o i s ( M an ch e g o , M a h o n e alguns queij os da Catai unia), foram no passado coalhos vegetais (Arroyo 1 9 8 1 ) e até hoje, alem 2.2. C o l eta das am ostras do queijo flor de Guia, os queij os Pedroches e S e re n a s ão e l a b o ra d o s c o m c o a l h o v e g e t a l ( Serrano et aI. 1 9 8 0 ) . No B rasil a Embrapa Caprinos desde 1 996 vem desenvolvendo um projeto sobre a atividade coagulante de extratos vegetais no leite integral de cabra, obtendo resultados parciais animadores de p l antas nativas do N ordeste que apresentam estas c aracterísticas, Egito et aI, 1 99 6 ; Lagu na et aI 2000. Uma correta estandarização e tipificação dos extratos vegetais em estudo poderia contribuir na c o n s o l i dação de marcas de q u e ij os c o m d e n o m i n ação d e o r i g e m , d i fu n d i n d o o v a l o r gastronômico e artesanal destes produtos no Brasil. Por seu baixo c usto e fac i l idade p ara ser p r o d u z i d o d e fo r m a arte s a n a l , o s c o a l h o s vegetais podem s e r u m a alternati va econômica interessante que p oderia ser utilizada por países cuj a indústria queij eira esteja condicionada aos altos preços dos coalhos comercial, a condição de q u e o p r o d u to e l a b o r a d o m a n t e n h a as c aracterísticas organ o lépticas que garantissem seu consumo. Este trab a l h o teve como obj e t i v o de i dentificar q uais as temperaturas e tempos de maior atividade coagulante no leite integral de caprino e b o v i n o . 2 . MATERIAL E M É TODOS 2 . 1 . A m os tras Foram u ti l i z a d as d i fe re n t e s p artes das p l anta c o m o fru t o , fl o re s , fo l h a s , s e mentes e caule que apresentaram atividade coagulante no leite integral de caprino e bovino, coletadas na r e g i ã o N o r d e s t e e a v a l i a d a s na E m b r a p a Caprinos, em S obral , Ceará, B rasi l , no período de Junho a Julho de 1 997. Pesou-se 1 9 de cada amostra d a espécie vegetal previamente i dentificada e tri turo u - s e mec a n i c amente em u m G raal na prese n ç a de 10 m l de uma s o l u ção de NaCl a 0 , 9 % ( p/v) . As amostras foram deixadas em repouso p o r 24 horas à temperatura de 5°C, com o objetivo de e x t r a i r as p r o t e ín as . A p ó s e s te p e r ío d o , as amostras eram pre filtradas com gaze e filtradas em papel filtro N° 41 à temperatura ambiente, de modo a obter-se uma suspensão chamada de extrato vegetal bruto. Estes extratos foram utilizados em e n s a i o p re l i m i n a r p ara d et e c tar a ati v i d a de coagulante no leite integral de origem caprina. 2 . 4 . Testes d e atividade coagulante Foram realizados dois ensaios com seus correspondentes contro les , c o m l e i t e i n tegral d e o r i g e m c ap r i n a e b o v i n a , s u b me t i d o s a d i fe r e n t e s t e m p e ratu ras ( 3 2 ° C , 40° C , 5 0° C , 60°C, 70°C, 75°C, 80°C, 8 5 ° C , 90°C e 9 SOC) e r e s fri a d o i m e d i at a m e n t e à t e m p e r a t u r a d e 3 2°C p ara a real i zação d o s testes d e coagulação. Foi u t i l izado em cada e n s a i o 0,5 ml de l e i te fl uído (integral), adicionado de 50 /lI de cl oreto de cálcio e 50 /lI de extrato vegetal bruto. Os testes c o n tr o l e s de c ad a e n s a i o não fo ram ad i c i o nados de extrato vegetal bruto, não coagulando ao térm i n o d o e x p e r i m e n t o programado para duas horas. 3. RESULTADOS E DIS C USS à O Os e x tr a t o s v e g e t ai s b ru t o s t e s t a d o s a p re s e n t aram a t i v i d ad e c o a g u l an t e n o l e i t e i n tegral d e c a p r i n o e b o v i no e m t o d as as t e m peraturas a q u e fo ram s u b m e t id as ( 3 2°C, 40°C, 50°C, 60°C, 70°C, 75°C, 80°C, 8 5°C, 90°C e 9 5 ° C ) . O e x t rato C N P C - 1 9 a p re s e nto u ati vidade coagulante nos d o i s t i p o s de l eite a partir de 75°C sendo igual ao resultado reportado por (Laguna et aI, 2000) com leite de caprino. As figuras ( 1 , 3, 4, 5, 6 e 7) mostram que a ati v i d ad e c o agu l ante dos e x trat o s vegetai s brutos testados a d i ferentes temperatu ras, foi mais rápida no leite integral caprino oscilando de 1 a 3 8 minutos do que p ara o leite bovino que fo i de 1 , 5 a 67 m i n u t o s . C o n forme as c aracterís ti cas apresentadas por cada extrato, e s t e fato m o s tra que t o d o s o s e x t ratos apresentam u m excelente perfil de coagulação no leite d as espécies estudadas. A consis tência do coágulo mostrou-se firme nos extratos CNPC1 0, C N P C -7 - 1 , C N P C - 1 9 , C N P C - 1 2, Cyn a ra sco lymus e C N PC - 8 exceto no C N PC-20, que apresentou c o n s i s t ê n c i a s e m i - m o l e p o s s i ve l � e n t e p o r a p r e s e n tar o e x trato e l e v a d a p rote o l i s i s . 25 . ,:=��=============: � 20 +���=�-,:::: "5 1 5 .., ---..:.""'.,.;t,�--..:.--�-,-! c:: 1 O -!----..:.....,.--..:. � 5 +-:-'----.:...-'-'-,.,.-:-�:...:..:= 'jli<">i!' --0!.�zi!l!;_! ..·..c ·..··..·· · ··· · · _ · ·_··· · · · _ ·· · · ······ ·..·-··..··••·•·••. -...., Cabra 2, 1 I I 1 I 1 1 I 3 2°C 40°C 50°C 60°C 70°C 8 0°C 90°C 95°C Figura 1 - Vaca 20,08 1 5,23 1 2,28 1 5, 1 1 7,4 1 5 3 , 42 3,5 O ��������� �� �v �� <o�v '\r3v 'ô�v q)�v q){5v ,pv rSI-' � Temperatura Atividade coagulante do extrato vegetal CNPC- I O no leite integral de caprino e bovino em d i ferentes temperaturas. P á g . 1 80 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGR ESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS 32°C 40°C 50°C 60°C 70°C 8 0°C 90°C 95°C - Figura 2 Cabra 1 1 ,4 9 4 , 44 3, 1 3 2,0 1 1 , 09 1 , 43 2,2 1 1 ,22 I/) � r:: 1 5 1� " : " " '" " . : ....••.... : ..•• . . . .,. . . . . . H.H......... , 1 0 ��77����77����� � nOV �v �v "pv oV "pv oV oV <o'l '\cs <o'l OJCS OJ<,j ':li' � � Te m p e ratu ra Atividade coagulante do extrato vegetal CNPC-7 - 1 no leite integral de caprino e bovino em d i ferentes temperaturas. Cabra 24, 3 2 8,4 8, 1 4 8,05 6,23 75°C 80°C 8 5°C 85°C 8 5°C Vaca 2 2 2,35 3,5 2,5 1 ,5 2,23 2,25 Vaca O 56,48 20,06 20, 1 4 27,5 60 50 40 '5 30 c � 20 10 I/) o O 75ºC 80ºC 85ºC 85ºC 85ºC Cabra 4, 3 3 5 6 7,3 5,23 5,37 6 6, 1 4 3 2°C 40°C 50°C 60°C 70°C 80°C 90°C 95°C Figura 6 Vaca 7,36 8 , 04 9, 1 2 7,35 7,08 8,32 1 3 ,23 1 5,53 32"e 40"e 50"e 600e 70"e 80"e 90"e 95"e Te m p e r at u r a Atividade coagulante d o extrato vegetal Cynara scolymus nos leites integrais c aprino e bovino. - 7 minutos no leite caprino, sendo superado pelos e x tratos nativ o s C N PC - 8 , C N P C - I 0 e CNPC7 - 1 que apresentaram atividade coagulante mais ráp i d a nas fai x as de I a 2, 1 a 2 e de 1 a 4 m i n u t o s , resp ec t i vamente. N os países mediterrâneos s ã o u t i l i zadas e s p é c i es v e g e t a i s d o g ê n e r o Cy n ara p ara a fabr i c a ç ã o d e q u eij o s artes a n ai s . O e x trato Cyn a ra s c o ly m u s u t i l i z a d o n e s te t r a b a lh o , apresentou atividade coagulante na faixa de 4 a Temperatura Figura 3 - Cabra 1 0,52 9,32 8, 24 1 2,25 1 1 , 04 1 2,35 1 6,5 1 1 9,52 32°C 40°C 5 0°C 60°C 70°C 8 0°C 90°C 95°C Figura 4 - - Vaca 20,4 21,17 24 23, 1 2 22, I 27,03 45,24 6 1 ,63 I/) o :; r:: � t],V '!> �v � v "pv oV oV oV oV ,VJ� 1O'l ,\1;:) <01;:) OJI;:) OJ� Temperatura Ativi � ade coagulante do extrato vegetal CNPC-20 no leite integral de caprino e bovino em d I ferentes temperaturas . Cabra 26,53 26,56 27,5 28 2 5 ,46 3I 3 4 , 07 38,2 I 32°C 40°C 5 0°C 60°C 7 0°C 8 0° C ' 90°C 95°C Figura 5 Ativi � ade coagulante do e xtrato vegetal CNPC- 1 9 no leite integral de caprino e bovino em d I ferentes tempetaturas . Vaca 40, 1 5 39,5 43 , 5 8 40,4 1 40,23 42 , 2 57,57 60,2 1 Cabra 2 , 24 2 , 04 1 ,52 1 ,38 2 , 49 1 ,33 2,47 2,29 . 3,29 2,42 3 2°C 40°C 50°C 60°C 7 0°C 75°C 8 0°C 8 5°C 90°C 95°C Figura 7 - Vaca 40,39 1 7, 1 2 34, 1 3 67 1 5,2 8,51 5,26 5 , 49 6,5 1 5,52 � ª � Tem perat u ra � tividade coagulante do extrato vegetal CNPC- 1 2 no leite integral caprino e bovino em d I ferentes temperaturas . 40 �������r=��-=������ 30 +-���������������� 20 +-���������������� 1� ��;;�������� �v �v �v �v �v �v �v �v �v �v � ':lV � � � � � � � � Te mperatura Atividade coagulante do extrato vegetal CNPC-8 no leite integral caprino e bovino em d i ferentes temperaturas . CONCLUS Õ ES 32º C 40º C 50ºC 60º C 70º C 80º C 90º C 95º C 80 ,"�--��""_·�"·"·����.""�H...._.•�_._.�...�------_.����.���.�, 70 +-���������������� 60 +-������--��������� � 5 0 +-��--������������ Os resultados obtidos na presente pesquisa mostraram que os extratos vegetais brutos tem uma elevada ati vidade coagulante no leite de c a p r i n o e bovino n as temperaturas i n d i c adas e tempo . A a t i v i d ad e c o ag u l an te d o s e x t r a t o s vegetais brutos testados, mostrou-se mais rápida n o leite caprin o . Trabalhos futuros d everão s er realizados p ara i de n t i fi car e i s o l a r o s pri n c íp i o s ativos res ponsáveis pela coagulação. ABSTRACT The s ea r c h of a l t e r n a t i n g c o a g u l at i n g matters ( c u r d ) f o r t o t a l or p artial s u bstitution of coagulating animal c u rd by a vegetable one i n the m a n u facture o f s o m e types o f c heese 1 83 P á g . 1 82 digitalizado por arvoredoleite.org A N A I S DO XVIII C O N G R ESSO N A C I O N A L D E L ATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS made with goat and cow milk. This is j ustified by the possibility of making new types of cheese t h a t may c o m p e t e i n a g l o b o l i ze d m arke t . Evaluations of coagulating activity of seven raw v e g e t a b l e e x tracts p r e v i o u s l y c o d i fi e d as : C NPC-7- 1 ; CNPC- 8 ; CNPC- I O; CNPC- 1 2 ; CNPC- 1 9 ; CNPC-20 and Cynara scolymus have been tested in whole milk of goat and cow. The s a m p l es h a v e b e en s u b m i t t e d to d i ffe r e n t temperatures ( 3 2°C, 40°C, 50°C, 60°C, 70°C, 75°C, 8 0° C , 8 5° C , 9 0° C , and 9 5 ° C ) , with the o bj ec t i v e o f i d e n t i fy i n g w h i ch w e re the temperatures and t i m e o f greate r c o agulating activity. The results obtained revealed that there exists a significative difference in time and in temperature of c o a gu l at i o n in t h e t w o t y p e s o f m i l k . T h e coagu l at i n g a c t i v i t y o f e x tracts , i n geral , was more rapid i n goat m i l k, o s c i l at i n g fro m 1 to 3 8 m i n utes a n d in c o w m i l k fro m 1 . 5 to 67 m i n u t e s . I t i s c o n c l u d ed that the extracts under study presented a high p o t e n t i a l to b e used as c o a g u l ati n g m at t e rs (c urd ) of vegetable origi n o Key-work : Vegetable extracts, c o w milk, goat milk, coag u l ation, temperature . REFERE N C IAS BIBLIOGRAFICAS ARROYO, M . 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Existe um mercado consumId or sIgmfI r e g i õ e s d o e � t �d o . tras u o m e e a t s e n o d i d n fu i d q u e ij o , s e n d o seu c o n s u m o m u i t o as s uas c � r� ctens � I c as E s te p roduto, n o entanto, apresenta alta desunifor midade quanto . . mIcroblOl ogIca. DIante físico-quí micas, bem como, apresenta problemas com contaminação mel hor�r sua de forma como ticas caracterís deste fato, torna-se necessário conhecer suas e m d u as rep e t I ç o_ e s , q u a l i d a d e . Neste trab a l h o foram i n ves t i g a d as cinco a m o s t ra s , . _ a d e Inspe� ao provenientes d e pequenas unidades d e fabricação enquadrad as n o S IM-SIstem �s ? c l a b em s a d a et l o c ram fo do m u n i c íp i o de Fran c i s c o B e l t rã o - P R . As a m o s tras � a � as ao Laboraton o transpor a, � segui em e cidade, mesma da ados supermerc de dos frigorifica adequado de de Análise de Alimentos da Universida de Estadual de Londnna, em reCIpIente o s . A amostrage m, modo a conservar s uas caracterís ticas originais, onde foram anal i s ad no mês de outubro para fins de determinaç ão físico-quím ica e microbioló gica, foi realizada * 1 2 Trabalho realizad o p ara obtenção de c réditos na d i sc i p l i n a de Ciênc i a e Tecnologia de Queijos - Programa de Mestrado e D o utorado em Ciência d e A limentos UEL - PRo A l u nos do Programa de M estrado e Doutorado em Ciência de A l imentos - U E L - PRo Professora d o D e p artamento de Tecnologia d e A limentos e M ed ic amentos - U E L - PRo digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONGRESS O NACIONAL DE LATICÍNIOS de 2000, após 20 dias de sua fabricação e, em março de 200 1 , também após 20 dias de sua fab ri cação . As amostras apre s e n taram grande v ari ação n a c o m p o s i ção fís i c o - q u ím i c a, cuj o valor méd i o foi , acidez 0,74 ( % ) , umidade 3 9 , 3 7 ( % ) , gordura 3 4,62 ( % ) , p roteína total 3 6,66 (%), cinzas 4, 1 6 ( % ) . Todas as amostras de queijos apresentaram altas taxas de contaminação microbi ol ógica, a contagem total de mi crorganismos mesófi l o s variou de 2, 1 x 1 05 a 8 , 2 x 1 05 UFC/g, com média de 4,78 x 1 05 UFC/g. A contagem de p s icrotróficos, oscilou entre 5 , 1 x 1 05 e 9,6 x 1 05 UFC/g, com média de 7,94 x 1 05 UFC/g. A enumeração de estafi l o cocos indicou resu l tados que variaram entre 1 ,4 x 1 05 e 9 , 8 x 1 05 UFC/g, com média de 5 , 8 6 x 1 05 UFC/g. Foram detectadas contagens acima de 2400 N M P/g, p ara ambos, coliformes totais e fecai s . Foi detectado a presença de Listeria em todas as amostras analisadas . Nenhuma amostra apresentou presença de S almonella. Após esta avaliação, as uni d ades de processamento foram visitadas e seus p ro p rietários foram contextualizados acerca dos re� ultados obtidos nas análises e informados das possibilidades de melhoria da qualidade físico-q u ímica e microbiológica de seus produtos. P a l avras - c h ave : q u e ij o c o l o n i a l , i n d ú s trias artes a n a i s , agr i c u l tores fam i l iare s , características físico-químicas e microbiológicas . l . !NTRODUÇ Ã O A produção leiteira se constitui em uma i mp o rtante fo nte de receita p ara v i a b i l i zação da agricultura familiar do S udoeste do Estado do P a r a n á . A re g i ã o , c o m p o s t a de a p r o x i ma damente 9 mil produtores de leite, produziu 3 1 1 milhões de litros de leite ( 1 5,36% da participação d o estado) no ano de 2000 de um planteI de 1 93 m i l v ac a s . O p l a n t e I é c o m p o s t o da raç a h o l an d e s a ( 3 5 % ) , Jersey ( 1 5 % ) , Pardo S u i ç o ( 2 % ) , Girolando (2%) e mestiço (46%). A produção m é d i a p o r p r o d u t o r é de 2 1 , 0 l i tros/d i a e a p rod ução vaca/ano em 2000 foi de 1 267 litros, c o n s i d e r a d a baixa q u a n d o c o m p ar a d a a p r o d u t i v i d ad e de o u t ra s regi õ e s d o e s t a d o ( KOEHLER, 2000) . E s t a baixa prod u t i v i d ade, em parte pode ser atribuída a baixa especialização da prod ução, notadamente a baixa qualidade d o r e b an h o l ei t e i r o . N o a n o 2 0 0 0 , h o u ve u m a u m e n t o d e 8 , 0 % n o p l a n t e I d e v ac a s n a mi croregi ão d e Fra n c i s c o B e l trão ( S EA B / DERAL, 200 1 ), e m s u a maioria selecionadas, o que deve contribuir no melhoramento dos níveis de produtivi dade. N a mi c r o re g i ão de Fran c i s c o B e l trão e x i s t e m i n s t a l a d o s a t u a l m e n te seis u n i d a d e s i n d u s t r i a i s regi s t ra d a s n o S IF ( S i s te m a d e Inspeção Federal) e 1 0 unidades registradas n o S I P ( S i s tema de Inspeção do Paraná) ( SEAB/ D E R A L , 200 1 ) . Não há regis tros o ficiais que faz e m re fe rê n c i a ao n ú m ero d e p eq ue n a s q u e ij ar i as reg i s tradas n o S I M ( S i s t e m a de I n s p eção M u n i c i p a l ) d a regi ão . I n formações obtidas informalmente, relatam que são seis os municípios da microregião de Francisco B eltrão que possuem o SIM. E s t a reg I a o do e s t a d o p o s s u i 2 8 , 0 % d o c o nj u n t o d e p ro d u t o r e s fo r m a i s d e l e i t e d o P a r a n á ( K OE H L E R , 2 0 00 ) . D o u n i ve r s o d e produto res de leite desta região, 1 2,0% deixara m a a t i v i d a d e nos ú l ti m o s q uatro anos ( SE A B / D E R AL , 2 00 1 ) . A a t i v i d a d e l e i t e i r a p ara a m a i o r i a d e s s e s p r o d u t ores s e c o n s t i t u i n a p ri n c i p al fonte d e ren d a e s u a e x c l us ão como produt or formal poderá s ignific ar s u a s aída d o camp o . N a tentati va de res i s t i r a e x c l u s ão d a ati v i d a d e , h á u m c re s c e n t e p r o c e s s o d e organiz ação d o s produto res no sentido de agregar mais valor a sua produç ão, na forma individ ual e ass oc i at i v a , constit uindo pequen as unidad es de proces samen to de queij o . A s p eq uenas queij arias , e m s u a maiori a, creden ciadas pelo S IM dos munic ípios da região , p r o d u z e m um t í p i c o p r o d u to arte s a n al, denom inado queij o t i p o coloni al, prod uzido há d é c a d a s p o r i mi gran t e s e u r o p e u s d e o r i gem i t a l i a n a e a l e m ã , c uj o m e r c a d o c o n s u m idor reconh ece este tipo de p roduto e s e u consum o é m u i to d i fu n d i d o nesta e em outras regi ões do e s tad o . E m b o r a n ã o t e n h a caract erís ti cas defini das , p o d e s e r descri to c o m o u m queijo de m as s a s e mi - d u r a , d e c o l o r a ç ã o a m a re l o amant eigada , ligeira mente ácido, c o m casca fina e amare l a d a , aprese nta o l h a d u ras i rreg u l ares , p ro d u z i d o n o for m a t o retan g u l a r e às v ezes c i l índric o, em embal agens que variam norma l mente de u m a três quilos , com altura variáv el entre s e i s e doze c e n t ímetro s . O proce sso de fabric ação se inicia com a p asteur i zação lenta (65°C/ 30mi n ) , com leite integr al, e sem uso de ferme nto lático. O uso de cloret o de cálcio não ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS , c o m u m n o s p ro c e s s o s d e fab ri c aç ã o d o s � bricantes . A coagulação é realizada c o m coalho l ;q u i d O e o corte e dessoragem é real i zado � o próprio pasteurizador ou tanque de coagul açao . Durante a fabricação, a massa e, tratada a uma temperatura de 40-45°C. A salga é realizada � a , massa. Após prensagem o queijo é maturado e � media por um período de aproximadamente sete d � as em . temperatura ambiente segUido de 8 a 1 5 d � as em . geladeira, antes da expedição p ara o comercIO : Por deficiências na estrutura de obtençao da matéria prima, dificuldades quanto a I�elhor estruturação industrial destas pequenas ��I dades de p r o c e s s a m e n t o , a c e s s o a l a b o rat ? f 1 o s d e análises d e rotina e ainda, falta d e trema n:e � to quanto a boas práticas de fabricação, este tlplCO queij o regional apresenta p r o b l e m as q u anto a . . , . � s � lm qualidade microbiológica e fíSlco-qUlmlca. s e n d o , este trab a l h o teve como o �J e t l v o . c ar a c t e r i z ar fís i c o - q u í m i c a e m i c r o b l o l o g l . c amente o q u e ij o t i p o c o l o ni al p r o d u � l d o n � reg i ã o S u d o e s t e do P a r a n á , c o m v i s tas a padronização e implementação de um programa de B oas Práticas de Fabricação . 2. MATERIAL E M É TODOS 2 . 1 . A m os tr a g em Foram c o l et a d as a m o s t ras d e c i n c o diferentes marcas de queij o, c uj as unidades d e fabricação artesanal estão enquadradas no S I � S i s te ma de I n sp e ç ão M un i c i p al de FranC I S c o B el trão- P R . A s amostras d as c i n c o marcas de q u e ij o s , adeq u ad amente armaze n a d a s , foram coletadas em balcões frigorificados de supermer cados da mesma cidade e nas próprias unidades de processamento, e em segu i d a, tr�nsp o rtad as ao L a b o ra t ó ri o de A n á l i s e de A h me n t o s d a Universidade Estadual de Londrina, em recipiente adequado de modo a conserv�r s u as características originais, onde foram analtsados. A amostragem, para fins de d � term � nação físic � química e microbiológica, fOI realt zada n ? m� s de outubro de 2000, após 20 dias de sua fabncaçao e no mês de março de 200 1 . 2 . 2 . Visita às u n idades d e fabricação Obtido os resultados d a s primeiras análises, foram real i zad as v i s i tas às cinco u n i d ad e s de processamento d o queij o colonial , p a�a ve � ificar , as c o n d i ções de produção d a matena p n ma e p r o c e s s a m e n t o . Os p ro d u t o re s fo ram e n t a_ o i n formados d o s res u l t a d o s das anál i s e s , c o m a p re s e n t a ç ão d e s u ge s t ã o d e m e l h o ras . Constatou-se deficiências no c umprimento das B oas Práticas de Fabricação, particularme � te � a rotina de limpeza, manejo inadequado dos ammalS, higiene precária de utensílios. A i n�ra � strutura . em. alguns casos, compromete sigmftcattvamente o p roduto man i p u lado , p e l a falta de adequada distribuição de água tratada, salga e enfor� agem realizadas em utensílios inadequados. As umdades de p r o c e s s a m e n t o , p o s s ue m t et o s , j an e l as , venti l ação inapropriad o s . 2 . 3 A ná l i s e fís i c o - q u í m i c a A c i d e z , u m i d ad e , g o r d u ra e c i n z a ( L A N A R A , 1 9 8 1 ) . P r o t e í n a t � t a l , P roteína . s o l úv e l e N itrogênio n ão - prote l c o fO I d eter minada pelo método de Kjeldahl (A. O A . C . , : 1 99 5 ) . A caseína foi determinada p e l a diferença e n t re a p e r c e n t ag e m da p r o t e ín a t o t al e a proteína não-cas eica ( A . O . A . C . , 1 99 5 ) . 2 . 4 . A n ális e M i cr o b i o l ó g i c a Foram determinadas a contagem total d e m i crorgan i s m o s M es ó fi l o s , E s t a fi l o c o c o s e con tagem total de P s i c o trófi c o s , b e m como, o . n ú mero mais provável de C o l i formes Totai S , Coliformes Fecais e pesquisa de Salmonela spp. (LANARA, 1 98 1 ). Para a análise de Listeria spp. foram utilizadas duplicatas de amostra de 25 g, h o m o g e n e i z a d a s por 3 min e m C a l d o de E n r iq u e c i me n t o p ara L i s te r i a - L E B ( B � L? , s u plementadas com 0, 1 % de piruvato de s o d l O ( Sigma, UK), de acordo com recomendações da FDA. As amostras e m LEB foram incubadas a 3 0 ° C por 48 horas, antes do plaqueamento em m e i o O x fo r d , s u p l e m e n t a d o c o m O x fo r d A n t i m i c r o b i a n o ( D i fc o ) c o m o m e i o s e l et i v o . As placas foram incubadas 48 horas a 3 5 o� e as . , colôn i as típicas reconhecidas pela hldroltse da e s c u l i na, c o l oração gram e catalase ( TWEDT e t aI, 1 994) . 3. RESULTADOS E DIS C USS à O 3 . 1 . C a ra c t e r i z a ç ã o fís i c o - qu ím i ca q u e ij o t i p o c o l o n i a l do Os dados d a s análises físico-químicas dos cinco queijos amostrados estão apresentadas na Tab e l a O 1 . A ac i de z t i t u l áv e l e x p r e s s a e m percentagem d e ácido lático apresentou pequena v a r i a ç ã o , c o m v a l o r m é d i o de 0 , 7 4 % , p o s s i velmente p o r fatores rel acionad o s à f� l � a de padronização da matéria prima. O val ? r m� dlO . obtido foi maior a 0,24% para o queiJ o mmas Pág. 1 86 Pág . 1 87 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO X V I I I C O N G R ESSO N AC I O N A L DE L ATi C í N I O S ANAIS DO XVIII CONG RESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS curado (OLIVEIRA et aI, 2000) e igual a 0,74% para o queijo minas artesanal (FERREIRA et aI, 1 9 9 3 ) . Embora não- e x i s t a p r o c e d i m e n t o s de padronização n o s processos de fabricação dos q u e ij o s , o s res u l t a d o s d e u m i d ad e e n t re as amostras foram próximos, variando de 3 7 , 9 1 a 4 3 , 0 7 % ( Tabela 0 1 ) . A u m i d ad e está também rel acionada ao nível de dessoramento, a forma de s alga e condições de maturação (FOX et ai, 1 99 6 ; FURTADO & WOLFS CHOON POMBO, 1 9 8 3 ) , p o s s i ve l me n t e e s p e c ífi c a s d e c a d a " i nd ústria artesanal . De aco rdo c o m a c l a s s i fi c aç ão d e s cr i t a p o r A N T U NES ( 1 9 9 7 ) p ara o conteúdo de umidade, este tipo de queij � pode ser c l a s s i fi c a d o como d e m é d i a u mi d ad e geralmente conhecidos c o m o queij o s de mass � s e m i - d ura, se s i tu an d o e n tre 3 6 , 0 e 45 , 9 % . O teor médio d e umidade deste produto é inferior ao e n c o n t r a d o p o r L O N D O N O , ( 1 9 9 8 ) d e 46, 8 8 % para o queij o minas padrão e de 44,0% p ara o queij o prato (ALVES, 1 99 9 ) . O teor de gordura no extrato s e c o vari o u d e 24, 8 a 4 2 , 7 % ( Ta b e l a 0 2 ) . S e g u n d o a classi ficação do conteúd o da matéria gorda no ex trato s ec o descrita por A NTUNES ( 1 9 9 7 ) o queijo colonial pode ser classificado como semi g o rd o . O teor d e gordura n o p ro d u t o fi nal é d eterm i n ad o p e l a c o m p o s i ção do l e i t e e p e l a forma c o mo a massa é tratad a no tanque, em e s pe c i a l , ao tamanho d o corte, agi tação e aquecimento, sabendo-se que, se o corte é efetuado antes do ponto, pode haver perda de gordura para o soro, o que afetará o rendimento fin al como também p o d erá i nterferir nas características organolépticas d o queij o , como sabor e textura (OLIVEIRA et aI, 2000) . A variação verificada nos resultados pode ser explicada pela dificuldade em p a d r o n i z ar p ro c e d i mentos no p roces s o artesanal de fab r i c a ç ã o d o p r o d u t � , c o m o a u s ê n c i a d o u s o de centrífuga, o c o rte n ã o é rea l i z a d o c o m l i ras , o b t e n d o - s e d e s t a forma grãos d e t a m a n h o v a r i a d o e al teraç õ e s no aquecimento. O res u ltado de gord u ra no e x t rato s e c o encontrado n e s t e trabalho, foi inferior a o valor de 36,42% a 62,5 1 % p ara o queij o minas meia cura curado e de 27,87% e 47, 8 3 % para o queijo m i n a s p �d r ã o , aos 32 d i as de fabri c aç ão (LONDONO, 1 99 8 ) e de 47, 5 % de gordura no extrato seco para o queij o prato (SCHIFTAN & K O M AT S U , 1 9 8 0 ) . O teor de res íd u o mineral (cinzas) variou de 3 , 3 2 a 4,78% (Tabela 0 1 ) . O ti p o de salga p o d e afetar o teor de cinzas. O teor médio de cinzas é inferior ao valor de 8 02% obtido Dor OLIVEIRA et ai (2000) em q � eij o tipo mi � as curado, determinado em base seca após 1 4 dias de maturação em condição ambiente, e também inferior ao valor de 5 , 8 % em relação a queij o minas tipo artes anal (FONSECA et a i ( 1 9 9 5 ) . O t e o r de proteína no extrato s e c o entre as a m o s tras a p re s e n t o u v a r i a ç ã o d e 3 4 , 0 a 3 9 , 4 7 % , p ara as a m o s tras B e E, res p e c tivamente, conforme demonstrado na Tabela 0 1 . O men o r v a l o r o b t i d o n a a m o s t ra B p o d e e s tar relacionado ao u s o de c l o reto de c á l c i o ( 5 , 0 mll l O l/l e i te ) . A amostra de queijo B , foi a única em que foi adicionado cloreto de cálcio no processo de fabricação, de acordo com dados levantados j unto aos cinco fabricantes de queijos. Segundo VAN DENDER et aI ( 1 9 8 9 ) o cloreto de cálcio contri b u i na c oagulação, aumenta a rapidez da saída de soro e influencia também no rendimento. Por outro lado, o volume de coalho também tem i n fl uência marcante no estado de manutenção d a rede p ro te i c o-gordura e m q u e consiste a coalhada, interfere decisivamente na quantidade de soro que permanece ou é retirado . da coalhada (LAURENCE et aI, 1 9 8 7 ) . O teor de p r o t e í n a e n c o n tr a d o n e s t e t r a b a l h o se d i ferencia de 2 2 , 1 % encontrato por MACEDO & M A L C ATA ( 1 9 9 7 ) p ara o m a i s fam o s o trad i c i o nal q u e ij o S erra fabr i c a d o a n í v e l d e p r o p r i e da d e r u r a l e m P o r t u g a l , p o rém é comparável ao v alor médio de 3 1 , 5 % relatado por YUNES & BENEDET (2000) para o queijo fresco experimental de leite da espécie b ubal i na e de 3 5 , 3 % para o queij o p robiótico Crescenza d a Itália ( G O B B ETTI, 1 99 8 ) . D e acordo c o m OLIVEIRA e t a I (2000) as proteínas solúveis são um indicador do grau de m a t u ra ç ão do q u e ij o . E s t e arg u m e n t o t a l v e z p o s s a e x p l i c ar o v a l o r m é d i o d e 7 , 3 1 % ( Ta b e l a 0 3 ) o b t i d o a p ó s 2 0 d i a s d e s u a fab r i c a ç ã o . O v a l o r p ara p ro t e í n a s o l úv e l é s u p erior a 4 , 0 3 % o b t i d o para o q u e ij o S e rra Português ( MACEDO & MALCATA, 1 99 7 ) . Nas cinco amostras pesquisadas, obteve-se u m v a l o r m é d i o d e 0 , 8 6 n a rel a ç ão c a s eí n a/ gordura, apresentado na Tabela 02. Vários s ão os fat o re s q u e i n terfe re m no re n d i me n to d a fabricação d e queij o s , especi almente o teor de proteína, considerando-se sobretudo a caseína e o teor de gordura (FURTADO, 1 997). É conhecido que um a u m e n t o n a rel aç ã o c a s e ín a/gord ura gera l m e n t e c a u s a uma re d uç ão n o v a l o r da g o r d u r a d o e x trato seco ( S T - G EL A I S & B ÉLANGER, 1 99 5 ; F U RTA D O , 1 99 0 ) . Neste e s t u d o , e s t a rel aç ã o fo i c o n fi r m a d a e ntre as amostras D e A , na qual o aumento da relação caseína/gordura produziu uma red ução de 9 , 6 % no valor da gordura do extrato s e c o (Tabela 02), v a l o r bem s u perior a 3 , 0 % o b t i d o e m q u e ij o C h e d d ar ( S T -GEL A I S & B ÉL A N G E R , 1 9 9 5 . Estes resu ltados também s ão c o n fi rmados p o r C O S TA J U N I O R & P I N HE I R O ( 1 9 9 8 ) . Esta rel ação no entanto não se confi rmo u entre as amostras C e E. Tab ela Tabela 1 - Resultados das análises físi : o-químicas de cinco amostras de queijo tipo colonial coletadas em supermercados de FranCISco Beltrão-PR, após 20 dias de sua fabricação, em base ú mida. MARCAS! QUEIJOS A B C O E Médias .. I . Acidez (%Ac.Iáctico) I . 0.8 1 0.60 0.84 0.93 0,54 0,74 2 - 3 .2. Avaliação m icrobiológica das a m os tras d o q u e ij o tipo c o l o n i a l Os resultados d a s análises microbiológicas estão contidos na Tabela 03. Foram verificadas c o n tagens de m i c rorgan i m o s p s i c r o t r ó fi c o s , variando entre 5, l x l 05 a 9 , 6x l 05 UFC/g (Tabela 0 3 ) . Estas bactérias, pro duzem enzimas, Iipases e p roteases termo-resi s tentes, podendo sup ortar a pasteurização e esterilização do leite. Contagens de psicrotróficos acima de 1 x 1 06 UFC/g p o d e m c o mprometer n ão s o me n t e o ren d i me n t o mas t a m b é m o s a b o r d e q u e ij o s ( ALV E S , 1 9 9 9 ; S O R H A U G & STEPA N I A K , 1 99 7 ) e rancidez de queij os d uros (CUNHA & B RANDÃO, 2000). F U RTADO ( 1 9 9 8 ) s ug ere que boa higiene da produção do leite pode red uzir drasticamente a contaminação com p s icrotróficos, SHAH ( 1 994) c i t a que e s t e g r u p o de m i c r o r g a n i s m o s n o rm a l me n t e o c orre d e v i d o à h i g i e n i z aç ã o i n adequada de utensílios e equipamentos utilizados na obtenção d o leite, B RA MLEY & M c K I NN O N ( 1 9 9 0 ) d e s cr e v e m q u e t e m p e raturas mais altas do leite resfriado p roporciona u m a e le v aç ã o mais ráp i d a d a p o p u l aç ã o de mi c r o rgan i s m o s p s i c r o t r ó fi c o s . Os d ad o s da literatura confirmam o s d ados microbi ológicos obtidos neste trabalho . A o btenção higiênico s a n i tária d o l e i te , h i g i e n i zação a d e q u ad a de utensílios e equipamentos utilizados na ordenha do animal, res friamento à temperatura inferior a 5 ° C o mais rápido p o s s ível, a pasteurização do leite quando a concentração de p s icotróficos ainda estiver baixa e adição de bactérias láticas no leite, podem prevenir e reduzir a deterioração do l e i t e e d e r i v a d o s p o r e s t a c a t e g o r i a d e microrganismos. R e s u l tados do teor de proteína, gord ura e rel ação entre c aseína e gordura de c i n c o amostras de queij o t i p o colonial, após 20 dias de sua fabricação. Arrálises .Físico-Químicas Umidade .. (%) 37.9 1 39.56 37.23 39. 1 2 43.07 39,37 .. . . . ; Gordura (%) 24,0 1 5,0 20,0 26,0 20,0 Cinzas 21,0 4,16 (%) 3.9 1 3.32 4.7 1 4.78 4. 1 2 Proteína totaI --'- . (%) 36.47 34.00 35.76 37.60 39.47 36,66 .•. E Médias 7,31 0,19 Pág. 1 88 digitalizado por 3 1.43 42.70 35,20 0.72 0.89 29, 1 5 34.62 0.86 arvoredoleite.org E L ATiCíN IOS ANAIS DO XVI I I C O N G R ES S O N AC I O N A L D ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 3 - Contagens médias de microrganismos em amostras de queij o tipo colonial após 20 dias de s u a fabricação coletadas em s upermercados de Francisco B eltrão-PR. QUEIJOSI MARCAS ..... Psicrotl'6ficos (UFC/g) . . . .. .. . . , .. ..' . ., . . .. .... . . Microrganismos. " '..' . . Mcs6filos Estafilococos Coliformes Coliformes (UFC/g) (UFC/g) Totais Fecais (NMP/g) (NMP/g) . A B C D E Médias 9,6x l O) 9,Ox l O) 8,4x l O' 5, l x l O) 7,6x l O) 7.94xl0� 4,2x l O° l ,4x l O° 8,2x l Oó 8,Ox l O° 2, l x l OtJ . " ' . '.' 4,78xl0° l ,4x l O) 2,3x l O) 7,4x l O) 9,8x l O) 8,4x l O) >2400 >2400 >2400 >2400 >2400 >2400 >2400 >2400 >2400 >2400 , .' . Salmonella (251ü ausência ausência ausência ausência ausência . Eisteria (25 g) presença presença Presença Presença presença 5,86xl0� A contagem total de mesófilos vari o u de 1 ,4x l 06 a 8 , 2x l oó UFC/g, com média de 4,78x I 06 UFC/g . E s t a s a l t as c o n t a g e n s p o d e m e s t ar associ adas a falhas no controle de temperatura d e res fri a m e n t o do l e i te a p ó s s u a o b te n ç ã o , p as teuri zação inadequada ou mesmo, problemas higiênico-sanitários durante a obtenção do leite, favo re c e n d o p ara que a carga m i cr o b i ana j á fo s s e e l e v a d a m e s m o antes d o res fri amen t o . De acordo c o m S ILVA et aI (2000), a p rodução higiênica não é necessáriamente obtida com o u s o d e te c n o l og i a ou i n v e s t i m e n t o s e s i m corretos hábitos higiênico-sani tári o s . A s a m o s t ra s a p r e s e n t aram u m n ú mero m é d i o d e 5 , 8 6 x I 05 UFC/g d e e s t a fi l o c o c o s c o a g u l a s e p o s i t i v a ( Ta b e l a 0 3 ) . E s t a c o n ta minação possivelmente deve estar associada as c o n d i ções h igiênico-sanitárias d a obtenção d o l e i t e evidenci adas p e l a ausência ou deficiência de práticas adequadas de manejo e ordenha, além de contaminação de animais com mastite, bem c o m o , através do o rd e n h ad o r ou do p ró p r i o processador do queijo, considerado c o m o fonte ou veículo deste mi crorganismo . PERES I et aI ( 2 00 1 ) c o n s tataram q u e 5 3 , 3 % d a s amos tras arte s an a i s d e qu eij o M i n as fres c a l artes anal apres entaram alto ni vel de contaminação p o r . e s t a fI l o c o c o s c o a g u l a s e p o s i t i v a a t i n g i n d o a faixa de 1 ,0 x 1 04 a 3 , 0 x 1 0ó UFC/g. MORAIS ( 1 995) constatou que 60% das amostras de queij o coalho proces s ad o artesanal mente es tavam e m d es acordo c o m a legi s l ação vigente q u anto a c o n ta m i n a ç ã o p o r e s t a fi l o c o c o s , g e ra n d o p r o d u t o s em c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c o - s a n i tárias i n s a t i s fa t ó r i a s e p o t e n c i a l m en te c a p a z e s d e causar toxinfecções al i mentares . Foram constatadas contagens de coliformes t o tais e fecais (Tabela 0 3 ) acima d o s val ores permitidos pela legislação para todas as amostras analisadas . A alta contagem de coliformes totais e fecais (ambas > 2400 N M P/g) nas amostras indicam que os q ueij os foram processados em c o n d i ç õ e s h i g i ê n i c a s i n a d e q u a d a s , c o m p ro metendo a qualidade dos queij os , caracterizando as c o m o p r o d u t o s e m c o n d i ç õ e s h i g i ên i c o s a n i tárias i n s at i s fatóri as . Foram e n c o ntrad o s v alores s up eriores c o m p arad o aos e s t u d o s de qualidade microbiológica de produtos regionais, de queij o coalho e queij o de manteiga produzidos no Estado d o Rio Grande do Norte ( N A S S U et aI, 2000). PERES I et aI (200 1 ) constataram em 43 , 3 % d as amostras analisad as de queij o Minas tipo frescal artesanal, contagens de c o l i formes fecais acima de 2,4 x 1 03 N M P/g. A p resença de S al m o n e l l a não foi detectada em nenhuma das amostras avaliadas. A detecção de Listeria em todas as amostras, classifica as mesmas como i mpróprias p ara c o n s u m o . A i n c o rp o ração d e c u l t u ras l ác t i c a s n o p r o c e s s o d e fab r i c aç ã o p o d e rá s e r u m fat o r p os it i v o n a m e l h o r i a de q u a l i d ad e d o q ue ij o c o l onial , desde que s ej a uti l i zada uma c u ltura adequada que não altere outras característ i c as desej áveis do queij o . De u m a fo rma g e ral , o s res u lt a d o s e o b s e r v aç õ e s , e v i d e n c i am a n e c e s s i d a d e d e orientação a o s agri c u l tores quanto a obtenção da matéria prima e boas práticas de fabricação, em especial, higiene pessoal dos ordenhadores, higienização d o úbere dos animais, sanificação d e mater i a i s e e q u i p am e n t o s d e o r d e n h a e processamento, contro l e de qualidade da água, re a d e q u a ç ão das i n s t a l a ç õ e s de o r d e n h a , res fri a m e n t o d o l e i te l o g o a p ó s o b te n ç ã o e armazenamento do queij o em câmara fria. 4. CONCLUS Õ ES Constatou-se variações i mportantes nas características físico-químicas do queij o tipo colonial comercializado no S udoeste do Paraná, no perío d o da amostragem, i n d i c an d o haver n e c es s i d a de em p ad ro n i zar o p ro c e s s o t e c n o l ó g i c o de fabricação, v i s an d o obter u m produto de qualidade uniforme. - A análise microbiológica d as amostras i n d i c a fal h as n o p r o c e s s o de fab r i c aç ão d o q ueij o , e as condições encon trad as repres e n t am ri s c o à s aú d e d o c o n s u m idor. 5. ABSTRACT The manufacture of milk p ro d u cts is one altemative for the s mall familiar farmers in the S o u thwest Region of Paraná S tate to aggregate p r i c e fo r t h e i r p ro d u c t i o n . The farme r s , organ i z e d i n s ma l l c o o p e r at i v e s o c iety or i n individual form, manufacture one typical cheese reg i o n a l , d e n o m i n a t e d c o l o n i a l c h e e s e , man u fa c t u re d d u ring d e cad es b y I tal i an a n d Germany immigrate a n d your descendants. The consu mer market recognizes this typical cheese and its c o n s u mp t i o n is highly d iffu s e d i n this reg i o n and in o thers reg i o n of Paraná S tate. S amples of this p roduct, manufactured according to the rules of the S IP-Paraná Inspection Foods System, and i n the S I M- M u n i c ip al Inspection F o o d s S y s te m L e g i s l at i o n , s ho w e d l o w p h y s i c al - c h e m i c al pattem c h aracteri s t i c s and a l s o s h o w e d p o o r mi crob i o l ogical q u a l i ty. I n t h i s w o rk w e r e i n v e s t i g a t e d fi v e s am p l e s c o l l e c t e d i n t h e g r o c e r i e s s he l f fre e z e r o f Francisco B el trão - Paraná. T h e samp l e s , were an a l y ze d in O c to b e r 2 0 0 0 and M a r c h 200 I , twenty d ay s after man u fact ured . The samples showed large variation in the p hysical-chemical composition, w hose mean values were, acidity 0,74 ( % ) , moi s t u re 3 9 , 37 ( % ) , fat 3 4 , 6 2 ( % ) , t o t al p r o t e i n 3 6 , 6 6 ( % ) , m i n e r a I s 4 , 1 6 ( % ) . S amples totality o f cheeses showed high rate of microbiological contamination, the mes o p h i l i c micro organ i s m s c o u n t w a s 2 , 1 x 1 05 a n d 8 , 2 x 1 05 ufc/g, w ith 4,7 8 x 1 05 CFU/g as mean value. The psychrotrophic microorganisms counts oscilated between 5, I x lOS and 9,6 x 1 05 CFU/g with 7,94 x 1 05 CFU/g as mean value. Coagulase p o s i t i v e s t a p h y l o c o c c i e n u m e r a t i o n s h ow e d res u lts between 1 ,4 x 1 05 a n d 9 , 8 x 1 05 CFU/g, w i t h m e an v a l u e of 5 , 8 6 x 1 05 CFU/g. A fter these e v a l u at i o n s , the s ma l l i n d u s tri e s w ere vis ited and the manufac turers were instructed about the results o f analysis and the possibilities t o i m p r o v e the p h y s i c a l - c h e m i c a l a n d microbiological q u al i ty of their p roducts. Key-word s : cheese type colonial, artisanal indu s tries, fam i l ial farmers, p h y s i c al-chemical and mi crobiological characterístics . 6. AGRADECIMENTOS A Secretaria de Agricultura do Município de Francisco B eltrão pelo acomp anhamento nas vi s itas real i zadas às u n i d ades de fabricação e auxílio prestado no recolhimento das amostras. 7. REFER Ê N C IAS B IBLIOGR Á FICAS ALVES, N.A. U t i l i zação de leite reconstituído n a fab r i c a ç ão d e q u e ij o p r at o , 1 9 9 9 . 9 0 p . D is s e r t a ç ã o d e M e s t r a d o - C i ê n c i a d e Alimentos, Universidade Federal d e Lavras. ANTUNES, L.A.F. Padrões de identidade e qualidade de queij os frescos p ara o mercosul . 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DISTRIBUiÇÃO G EOGRÁFICA DAS QUEIJARIAS N O ESTADO D E SERGIPE* Geographical d istribuition 01 the cheese dairies in the state of de Sergipe S ô n i a d e S o u z a M endonça M en ezes1 RESUMO x i s t e n t e s no E s t � d o d � E s t e e s t u d o tem p o r obj et i v o i d e n t i fi c.ar as q ue ij arias e deriv � d o s de l e I t e �� I dos ãO u d ro p de formal n i setor do zação i l a u s i v para ? . S ergipe e fabnque tas de quelJ? ou anas quelJ As . ção u d pro de feito o mapeame nto dessas unidades forma art e s anal e o u s e m l c o mo s ã o também d e n o m in a d a s , prod u zem derivado s de � va . em S ergipe. O � servou artesanal participa ndo do mercado informal de forma express p n n � l p al me � t e n as areas de s e q u e a p ro d u ç ão d e queij o s n e s s e Estado c o ncentra- se . e n t I d o v e n fl c o u - s e que na c l i m a s e mi - ári d o red u z i n d o em d ireção ao l i t o ral . Nesse s ú mero d e q � e ij ari a s , foi M i c ro rregião d o S ertão d o S ão Fra n c i s c o h á um e l e v a d o n . s o de b e n efI c I amento d o c o n s tatad o o u tro s s i m , q u e o correm s e m e l h an ç as no p r o c e s u m m e s mo m u n i cí p i o n a l e i te c o m � t a m b é m foram d e t e c t a d a s m u d an ç a s d entro d e d o s p ro d u t o s . A s s i m na ão ç a v o n i a n e s o t n e am e s t r d t u ra d as q u e ij ar i as , n o s e q u i p s o r i g i � a d a s no p erío � o p r o d u ç ã o dos derivado s e m pre g a m t e c n o l o g i as trad i c i o n a i m e l O de conserva çao colonial, sendo introduzi da pelos portugue ses e holandes es como ão, a mante i ga e n os d o l e i t e . Dessa forma, s ão pro d u z i d os : q ue ij o de c o al h o , req ueij z i d o s a m u s s ar e l a , a ú l t i m o s a n o s o c orreram i n o v a ç õ e s n o s d e r i v a d o s s e n d o p ro d u ati v o das q ue ij arias . c fi i gn i s mero ú n m u em o d i z o r i c o t a e o q ueij o de c o a l ho pré-c a l e i t e i ra no s ertão E s t a s u n i d a d e s de p r o d u ç ã o refl et e m o c re s c i me n to da p e c u ár i . As queij adas sequeiro de tura l u c agri a e u q ade d i l i estab maior sua a sergipano devido alho empregan d o vêm contri b u indo decisivam ente no aumento da oport u n i d ade de trab a n e n t e s . A i n d a s ão a m ã o d e o b ra fam i l i ar , t r a b a l h a d o r e s t e m p o r á r i o s e p e rm ú mero de município s n grande um em leiteira pecuária da responsáv eis pela viabil i zação destas empresas . sergipano s j untamente com empresas formais e , sobretudo na ausência * Pesquisa fin anciada pelo Cirad/Fran ça Geógrafa e mestran d a do NPGEO/UF S. e-mail : ssmmenezes @ ig.com.br Pág. 1 92 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE 1. INTROD U Ç Ã O o setor queijeiro, assim como a produção de l e i te no B ra s i l a p r e s e n t a - s e de forma diversificada com a presença de multinacionais ( Parmal at, Nestlé, Danone) no mercado formal, c o n v i vendo ao lado dos queij o s trad i c io n ai s , pro d u z i d o s em c o n d i ç õ e s s e m i - artesanais d e m o d o i n fo r m al n as d i ve r s as áreas d o p aís . Segundo P R I MO, utilizando-se informações da ABIC (Associação B rasileira das I n d ústrias de Queij o s ) o mercado formal de q u eij os sofre a concorrência do mercado informal prod uzindo quantidade igual ou maior que o setor organizado. ( 1 999) A oferta de queijos do mercado informal caracteriza-se por forte sazonal idade e reduzido poder de barganha dos produtores no momento das vendas . A comercialização realiza-se dentro d o p r ó p r i o e s t a d o , e n tretanto u l trap as s a a fro n te i ra e s t a d u a l p r i n c i p al me n t e q u an d o a oferta é maior que o consumo local. A produção de q ue ij o s de fo r m a arte s an al e m p rega tecnologias tradicionais e atende fun damental mente estratos de menor renda. Além desses na c l a, s s e m é d i a s ão enc ontrados c o n s u m i d o res i n fl ue n c i a d o s p o r sua i de n t i d a d e c u ltu ral . Entretanto, o consumo de queijos tradicionais tem crescido nos últimos anos em novos mercados como os das p raias nordestinas e restaurantes t í p i c o s e x i s tentes n a reg i ã o . Em S ergipe as queijarias são responsáveis pela absorção de 50 a 70% da produção de leite na maior bacia leiteira do Estado localizada na microrregião S ergipana do S ertão do S ão Fran c i s c o . Nas d e m a i s microrregiões essas unidades absorvem grande p arte da p ro d u ç ão l e i teira red uz i n d o s u a importância em direção a o sul e a o leste. 2 . MATERIAL E M É TODO No p rimeiro momento foi rea l i zado um l e v an t a m e n t o de dados nas b i b l i otecas e em v ári os ó rgãos p ú b l i c o s , i n ic i an d o p e l o I B GE, s e g u i d o p e l a EM D A G R O e a E M B R A PA . N a análise realizada com base nas informações do IBGE contidas nos Censos Agropecuários de 1 9 8 5 e 1 9 9 5/ 1 9 9 6 do E s t a d o de S ergi p e , p r o c u r o u - s e v e r i fi c ar as p r i n c i p ai s áreas produtoras de leite nos respectivos censos e as mudanças que ocorreram nesse período. Após o le v a n t a m e n t o da p ro d u ç ã o de l e i t e de c a d a município sergipano, foi detectada a maior bacia l e i t e ira. N a EM D A G R O (Empresa de Desen volvimento Agropecuário do Estado de Sergipe) Tabe la 3 . RESULTADOS E DIS C USS à O Com o crescimento d a pecuária, pequenas e médias agro i n d ú strias p as s aram a se instalar na área sertanej a, visando o aproveitamento d o l e i t e , c o mo a C S L ( C o o p erati va S e q�:i pana de Laticínios ) , a B etânia entre outras. Os grandes e médios p rodu tores passaram a destinar' a s,ua p ro d u ção de leite a esses latic ín i o s , e n q u anto que o l e i t e dos p e q u e n o s p r o d u t o r e s n ão interessava às agroindústrias em virtude da sua baixa produção diária (inferior a 50 l i tros/dia) . Nesse ínterim, pequenos prod utores rurais e ex c o merciantes d e q ueij o s p a s s aram a produ z ir derivados de leite adquirindo p arte da matéria pri ma em seus estabelecimentos e de terceiros, c o n s t i t u i n d o p eq u e n as u n i d ad e s de p ro du ç ã o , local i zadas priori tariamente na z o n a rural e em menor número no entorno das sedes municipais d o s ertão e agreste sergipano. Esses pequenos laticínios recebem diversas denominações, q ue d i fe r e n c i a m até m e s mo em u m a áre a, foram c o n s i deradas c o m o q u e i j a r i a s e m v i rt u d e da ausência de beneficiamento automatizado e do controle de qualidade, além de obedecer a uma lógica artesanal no processo de p rod u ç ão dos derivados de leite. Vale destacar que ainda s ão conhecidas c o m o fáb ri c a s e/ou fab r i q u e t a de q u e ij o . As q u e ij a r i a s p ro d u ze m d e r i v a d o s u t i l i z a n d o b a i x a e s c a l a de p ro d u ç ã o , i s t o é , o v o l u m e d e l e i t e b e n e fi c i a d o é p e q u e n o q u an d o c o mparado às agroi ndústrias d e grande porte. A p artir d a década de 8 0 com a recessão e c o n ô m i c a , o s e t o r c o o p erat i v i s t a fo i 3.1. O c r e s c i m e n t o da p ec u á r i a no Estado d e S e rg i p e A p artir d a década de 7 0 , a pecuana e m Sergipe, localizada principalmente no agreste e se rtão , tem s e u c re s c i m e n t o a c e l erad o . Este c re s c i me n t o é uma c o n s e q u ê n c i a d e a l g u n s fatores fav o rá v e i s c o m o : m e l hores e s trad a s , c l i ma propício às p astagens , m e n o r i ncidência de doenças no rebanho bovino e u m a p o l ítica de crédito agrícola vol tad a principalmente para a região semi-ári d a através de vários projetos c o m o o S ertanej o e n tre o u tros (CER D A N et aI . ; 1 9 9 6 ) . E n q u a n t o i s s o , o s p e q u e n o s estabelecimentos , q u e se dedicavam à lavoura de milho, feij ão, man d i o c a e algodão cons or ciados, transforma a área dos seus cultivos em p astagens direcionadas para o gado . A permuta do cultivo agrícola pela pas tagem decorreu do re n d i mento mais estável e seguro da pec uári a v i ab i l i z a n d o a p e r m an ê n c i a d o agri c u l t o r fami l i ar no c a m p o . A l é m d i s s o , c o m a deca dência do cultivo do algodão devido a praga de bicudo o pequeno produtor ficou sem um produto de valor comercial. Assim, a pecuária leiteira se apresenta como uma estratégia importante p ara a sustentabil idade da agricultura familiar, criando uma nova forma de renda semanal além de suprir o consumo doméstico. Tabela 1 1 . 1 98 5 - 1 995/ 1 996. Sergipe - produção de leite (mil l i tros) órgão d e e x t e n s ã o r u ral v e r i fi c o u - s e i n for mações a respeito das queijarias existentes, sendo o b s e r v a d o q u e e m a l g u n s m u n i c í p i o s as i n fo r m a ç õ e s a p re s e n t a v a m - s e d e fa s a d a s . N a E M B R A PA Tab u l e i r o s C o s te i ro s , fo ram obtidas pesquisas a respeito das queij arias em municípios do semi-ári d o . Em seguida foi feita a pesquisa de campo complementar em todos os m u n i c í p i o s do s e m i - árido e p arte do agreste sergipano objetivando atualizar as informações, localizando as q ueij arias nos seus respectivos m u n i c í p i o s e p o s te r i o r m e n t e n o E s t ad o d e Sergipe. Foram consideradas como queijarias as unidades de produção que processassem mais de 200 litros de leite/dia; obtido no estabelecimento em que e s t á s i t u a d a e/ou de terceiros e q ue apresentassem uma instalação específica p ara a produção de queij o s . Estas queij arias produzem o s trad i c i o n ai s : q u e ij o de c o a l h o , req u eij ã o ( q u eij o - manteiga) e a mante i g a ; o q u e ij o de c o a l h o pré-co z i d o ; a m u s s ar e l a , a ri c o t a e o queij o parmesão. , MiCrorregiões'geográficas 1985 i , ' 1985 ,. " Volmne Sertão Sergipano do São Francisco Carira Nossa Senhora das Dores Agreste d e Itabaiana Tobias Barreto Agreste d e Lagarto Propriá Cotinguiba Japaratuba Baixo Cotinguiba Araca.iu Estância Boquim Total 30948 1 0047 434 1 5853 6430 6441 5480 3088 1218 6672 1618 304 1 8007 93 148 % 33,2 10,8 4,7 6,3 6,9 6,9 5,9 3,3 1 ,3 7,2 1 ,7 3,2 8,6 100,0 1995/1996 Volüm:e 54746 15067 7027 6865 7973 65 39 8620 3507 2372 2926 17 37 2933 5802 1 26 1 1 4 " 1995/1996 % 43,4 1 2,0 5,6 5,4 6,3 5,2 6,8 2,8 1 ,9 2,3 1 ,4 2,3 4,6 100,0 Fonte: Censos Agropecu ários, I B GE. 1 985, 1 995/1 996. 3.2. A p r o d u ç ã o de d e r i v a d os de l e i t e em S ergipe P ág . 1 94 p rej ud i cado p e l a concentração de atividade no leite C , produto com menor valor agregado e de p r e ç o tab e l a d o , a l é m de c o m p rar o b ri g a toriamente o produto dos sócios mesmo com e x c e s s o d e m atéri a-pri m a . N a d é c a d a de 9 0 , aconteceram mudanças políticas no setor leiteiro nacional, res ultando no fim do tabelamento e na s aída do governo dos p rogramas s o ciais d o leite. No boj o dessas mudanças, a s cooperativas fo ram as m a i s prej u d i c a d a s em v i r t u d e d a concentração de s uas atividades em u m produto tabelado, o leite tipo C . Conseqüentemente, nos ú l t i m o s a n o s , as e mp r e s a s m u l t i n ac i o n a i s estrategicamente passaram a adquirir pequenos laticínios e c o operati vas naci onai s , resultand o e m u m aumento s ubstanc ial do c ontrole desse setor. Foi o caso da Parmalat, que adquiriu várias e mpresas no sertão s ergi pano c o m o a B etânia em Nossa S en hora da Glória e uma unidade de resfriamento d a CSL em Aquidabã, entre outras que absorviam uma grande p arte d a p rodução l e i t e i ra d e s s a áre a. ' Entretanto, u m a empresa desse porte, privilegia a regularidade e o maior volume de produção diári o . Assim, a Parma lat, arg u me n t a n d o q u e a áre a s e r t a n ej a n ã o apresentava tais características e c o m o existisse a i n d a uma forte c o n c orrê n c i a no mercado do leite com as queijarias, alegou tais fatos para o fechamento das instalações em 1 99 8 , s aindo do mercado local . Sobre essas concorrências JANK a fi r m a : " A s m u l t in a c i o n a is exig e n tes em q u a lida de e p a droniza ção de seus de rivados lâcteos convivem com pequenas queijarias que s o b r e v i v e m das la c u n a s n a fis c a l i z a ç ão e legislação tributária ". (1 999, p. 59) Com a saída Pág . 1 95 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O XVII I CONGR ESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS da Pa rllla lat, as queij ari as ou fab riq u etas de queij o pro l i feraram mais ai n d a no semi -ári d o sergipano, absorvendo o leite produzido pelos estabeleci mentos agríco las gran d e s , médios e p r i n c i p al me nt e d o s p e q u e n o s , s e n d o e s ta s u n i d ad e s d e p ro d u ç ã o i m p r e s c i n d í v e i s n a viabilização do mercado leiteiro c o m o enfatizou SOUTO: "Produzindo p rincipalmente mante iga c o m u m , r e q u e ijão, q u e ijo coalho, e mante iga de garrafa (s ubp rodu to do q u e ijo coalho), as fab ri q u e tas pa rticipam do m e rcado com ce rta c o mp etitiv ida de diante das a g r o i n dústrias " , ( 1 998, p . 36) 3.3. Perfil das queijarias no Estado de Sergipe As queij arias expressam a res istência dos p r o d u tores às normas ríg i d as i mp o s t as p e l as grandes empresas no mercado de leite, estando calcad as no trabalho p l u riati v o , uma vez q ue parte dos membros envolvidos atuam em várias funções . O trabalho na queijaria se inicia com a coleta do leite geralmente após a ordenha das vacas daqueles que as possuem ; em seguida, o l e i t e é rec o l h i d o n o s e s ta b e l e c i m e n t o s m a i s próximos à unidade de produção. Enquanto isso, o(s) filho(s ) e/ou o(s) empregad o ( s ) continuam rec o l h e n d o a matéri a -prima em o utras áre a s . Os meios de transportes utilizados na coleta d o leite variam de acordo com o poder aquisitivo do proprietári o . Mesmo com a concorrência em algumas áreas, as queij arias conseguem sobre viver com base nas relações sociais d i ferentes da agroindústria com o produtor rural. As relações dessas unidades com os prod utores de leite se p r o c e s s a m de fo rma d i re t a , d i fe ri n d o d a agroindústria n a coleta d o produto, u m a vez que o obtêm no estabelecimento rural . A lém disso, não utilizam mecanismos para fazer o controle da q u al i d ad e e e v i tar a p er d a do l e i t e , o p a g a m e n t o é re a l i z a d o s em a n a l m e n t e e m espécie, enquanto a s empresas repassam o valor do leite em cheque após um mês ou quinze dias de e ntrega do p ro d u t o . Ver i fi c o u - s e q ue e m d e c orrê n c i a d a fal t a d e a p o i o fi n an c e i r o e t e c n o l ó g i c o , p re d o m i n am as p r á t i c a s r u d i mentares c o m o a ausência de telas de proteção nas j an e l as e portas , daí a entrada de insetos. N ã o h á r e ve s t i me n t o n as p a r e d es das i ns talações ; predomina o p i s o de c i mento sem declivi dade, d i fi cultando a limpeza d a unidade de produção ; os vasilhames não são esterilizados . U t i l i za m - s e c o m o i n s t r u m e n t o s d e trab a l h o formas , p á p ara misturar a coalhada, p rensa d e made ira para a retirada do s oro em algumas e m e s a de m a d e i r a e/o u d e a l v e n ar i a p a r a enformagem d o s produtos . Alguns proprietários, n o d e c o rrer d e s s e an o , t r o c aram a mesa de m a d e i ra por m e s a s d e a l v e n aria a z u l ej ad a s , fac i l i t a n d o a h i g i e n e . A i n d a s ão u t i l i za d o s re c i p i e n t e s d e p l á s t i c o e z i n c o p a r a o recolhimento do leite, vasilhames de polietileno como caixas d ' água para a fermentação do leite de 300 a 1 .000 l itros, coalho industrializado e/ ou natural , baldes p ara retirada do soro e pano fi no p ara c o a r a c o a l h a d a . Em t e r m o s de vestu ári o , observ o u - s e a u t i l ização d e roupas comuns, muitas até inadequadas, sem qualquer cuidado com a indumentária. S egundo o S erviço de Vigilância S anitária, deveriam usar no trabalho dentro da fabriqueta roupas apropriadas, chapéus e botas brancas. Cabe lembrar que, devido à falta de conhecimento dos proprietários, o soro que poderia ser utilizado para a produção de bebidas l ácteas , é u s ad o e x c l u s i v amente para alimen tação d o s s uíno s . D e s s a fo rma, o s p e q u e n o s produtores de queij o continuam a participar do mercado, a b s o r v e n d o a maior p arte d o l e i t e produzido n o s estabelecimentos e disputando a matéria-prima, visto que existem várias unidades de produção nos municípios do sertão sergipano . Tal concorrência benefi c i a o produtor rural na questão do preço do leite, mais elevado que os pagos pelas agroindústrias . Dentre os derivados d e l e i t e c o merc i a l i z a d o s o q ueij o d e c o a l h o a p re s e n t a o m a i o r v o l u me d e v e n d as e m decorrência. principal mente, do menor v a l o r e da preferência da p o p u l ação, que absorve esse p ro d u t o trad i c i o n a l . O s co n s u mi dores desses p ro d u t o s t ê m p e rfi l e x t re m a m e n te v a r i ad o , pertencendo à s mais d i ferentes c l asses sociai s ; porém, há estreita relação entre sua identidade c u l t ural e o c a mp o . O b s er v a - s e que m u i t o s c o n s u m i d o r e s , ao p ro v arem e s s e s p ro d u t o s , rev e l a m a l e m b r a n ç a c o m fa t o s p a s s a d o s . N a microrregião Sergipana dão S ertão d o S ão Francisco há uma concentração de queijarias de c aráter artesanal e semi artesanal, absorvendo a maior p arte da p ro d u ç ão l e i te i ra d e s s a área. Tabela 2 E s s a s q u e ij ari as em a l g u m a s áre as d e Sergipe se apresentam c o m o ú n i c a alternativa de mercado para os pequenos, médios e grandes produtores de leite . Obj etivando a visualização das queij arias existentes no Estado de Sergipe, foi organizado o seu mapeamento . (Figura 1 ) O mun icípio de Nossa Senhora d a G lória destaca-se com o maior n ú mero de queij arias, em torno de trinta e o mais elevado volume de leite processado diariamente em cada unidade variando de 3 00 a 4 .000 l i tros/dia. Vale frisar que nesse m u n i c íp i o ocorreram inovações nos Tabela 2 . Sergipe - Queijarias - 2000. . '. Microrregião Sergipana do Sertão do São Francisco Propriá Nossa Senhora das Dores Tobias B arreto Carira Boquim Japaratuba Lagarto Agreste de Itabaiana Cotinguiba Total .. . .. :y .. . . . ..... .. Número de queijarias 1 37 . .•.... .. .. 23 18 16 05 05 05 % ./ 63,5 1 0,6 8,3 7,4 2,3 2,3 2,3 1 ,9 0,9 0,5 100,0 04 02 01 216 Fonte: Pesquisa de campo, MENEZES , S . S . M. 2000. � [I] []] � 'I) , �1 I 1 8 5 � é1 1 :> 19 2 3 õl 27 30 ;&(\:u, I .Io.,mU·Jo,IIc,.,�D. �\.I�. \k.(.mfU· À9V.1o.2OU�. . 11tl l l.: LMI..)• P-foQqUilllll C':!Rr.;Awv..çJ.C"I:�\Ifl#l 9. .... �1 ..11 Figura 1 . S ergipe - Queijaria - 2000. digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS derivados d e l e i te s u rg i n d o o t i p o q ueij o de coalho p ré - c ozid o , s e n d o esse derivad o mais consistente e tendo maior duração que o de massa crua, comercializando esse tipo dentro do estado e p r i n c i p a l mente no merc a d o das p r a i a s p arai b anas . S ão p ro du z i d o s o s q u eij os trad i c i o n a i s , a m u s s arel a e a ricota. A i n d a foram i n o v ad o s o s i s tema de aquecimento de água, u t i l i za n d o - s e o s i s te m a d e gás res t ri ngi n d o sensivelmente o u s o da lenha. O município de Nossa S en hora d a Glória apresenta uma d inâmica s uperior aos demais no t o c ante a p ro d u ç ã o d e l e i t e , o c orre n d o um melhoramento genético nos animais resu l tando em levada produção . Ainda possui a maior rede de comerci alização dos derivados em S ergipe. O s c o merciantes d e s se m u n i c í p i o atuam n o s m u n i c í p i o s c i r c u n v i z i n h o s e em o u tros m a i s d i s tantes adquirindo derivados e repassando o modo de fazer novos produtos como o queij o p r é - c oz i d o . C o m relação aos p on t o s crít i c o s foram d e t e c t a d o s a d e fi c i ê n c i a n o t o cante à higiene, a estacionalidade da produção, o uso de t é c n i cas i n a d e q u ad a s de p r o c e s s a m e n t o e a p r o x i m i d ad e das p o c i l g a s p r o v o c a n d o a contami naç ão . (CERDAN & S A UTIER) 1 99 8 . No m u n i c íp i o d e Gararu , foram e n c o n tradas 27 unidades de produção, processando e m média d e 2 0 0 a 1 000 litros de leite/dia. Aquelas que trab a l h a m com m e n o s d e 5 0 0 l it r o s /d i a p r o d u zem exclusi vamente o queij o de coalho, as demais, além desse derivado tradicional ainda fabricam a mus sarela, o queij o de coalho p ré cozido, o requeij ão e a manteiga. Em Porto da F o l h a , m u n i c íp i o da região sertanej a for a m d e t e c t a d a s 2 3 q u eij ari as d e nt re e s t a s , n o v e processam de 1 000 a 3000 litros/dia objetivando produzir a mussarela, o requeijão e o pré-cozido. A q u e l as que p r o c e s s a m d e 2 0 0 a 5 00 l i t r o s t r a b a l h a m e x c l u s i v am e n t e c o m o q u e ij o d e c o a l ho . N o m u n i c íp i o de A q u i d a b ã d e v i d o à atuação de órgãos públicos como a EMDAGRO h á uma i n d u ç ão no s e n t i d o d e moderni zar a atividade de processamento de leite. Já existem nesse muni cípio d u as queij arias processando o l e i te em m o dernas i n s t al aç õ e s , c o m e q u i p a m e n t o s a d e q u a d o s , p r o d u z i n d o req u e ij ão , mussarela e manteiga. Entretanto cabe s alientar que ainda são necessários alguns aj ustes nessas unidades de produção a fim de obter o selo de i n sp e ção e s tad ual ( S IE ) , o que proporc i o n ará u m a mai o r abertura no mercad o . A i n d a foram detectadas n ove queij arias locali zadas na zona rural e no entorno da sede municipal processando m e n o s de 5 0 0 l i tros/d i a . O u tr o s m u n i c í p i o s t am b é m s e a p r e s e n t a m c o m o p r o d u t ores d e queijos tradicionais c o m o o requeijão, a manteiga e s obretu d o o q ueij o de coalho, apresentando u m n úmero de q ue ij arias v ari ável tais c o mo : Itabi ( 1 9 ) , P o ç o R e d o n d o ( 1 2 ) , N o s s a S e n hora de Lourdes( 1 1 ) Graccho Cardoso( 1 1 ) , Canhoba (9), Monte Alegre d e Sergipe ( 8 ) . Vale ressaltar que nesses municípios ainda foram constatados a produção da mussarela e do queij o de coalho pré-cozido , p orém em menor índice alguns de forma esporádica. No queij o de c o a l h o p ro d u z i d o , não se u t i l i za trat ame n t o c o m o é o c aso da pasteurização do leite, sendo assim a massa crua. Segundo os proprietários, a pasteurização modifica o sabor e a aparência do p ro d u t o , com red u ç ã o n o seu c o n s u m o p e l a rejeição d o s consumidores . A duração do queij o de coalho cru é reduzida, e sua comercialização não ati nge o mercado formal , ficando ausente na venda direta às cadeias de supermercados e hi permerc a d o s . Segundo BEHMER ( 1 9 80), a pasteurização é a gara n t i a d e b o m ê x i t o na fab ri c a ç ã o em rel ação à q u a l i d ad e e u n i formidade, além de garan t i r a s an i d ad e do p ro d u t o . Em o u tr o s municípios ai n d a foram e n c o n trad as d e 1 a 5 queijarias, o menor número indica uma área sem tradição leiteira. 4. CON CLUS à O E s s a s u n i d ad e s de p ro d u ç ão refletem o c re s c i me n t o da p e c u ár i a l e i t e i r a n e s s a s área d e v i d o a m a i o r e s t ab i l i d ad e que o s c u l t i v o s agrícolas . N o s últimos anos elas têm contribuído decisivamente no aumento de o portunidade de t rabal h o e m pregan d o m ã o - d e - o bra fam i l i ar, t e m p o rári o s e p e r m a n e n t e s . A i m p o rtân c i a dessas unidades d e produção decorre também da a b s o rç ão do l e i te p ro d u z i d o e m t o d os o s e s tabe l e c i m e n t o s , g e ran d o r e n d a p ara o s p ro d u tores , c o n s t i t u i n d o a s s i m u m a l t o v a l o r social p ara o Estad o . É p re c i s o q u e o E s t a d o p arti c i p e e fe t i v amen te, p r o m o v e n d o a m o d e rn i z ação d e s s a atividade, o que beneficiará a cadeia produtiva d e leite, p r i n c i p a l mente n o s e rtão sergip a n o . T a l m u da n ç a p o derá i n crementar u m m e l h o r n í v e l d e v i d a p a r a t o d o s a q u e l e s q u e e s tão i n tegra d o s a e s s as p e q u e n a s u n i d a d e s d e p r o c e s s am e n t o d e l e ite, q ue, s e m s o m b ra de d ú v i d a s , s ão também o s pequenos p ro d utores rurai s . C o r ro b o ra n d o esse m e l h o ra m e n t o no nível de vida d o s partici pante S ILVA afi rma: " u m a e s tratég i a m a i s ampla d e c o mb a t e à p o b re z a no p a í s , t e m de i n c o r p o rar u m a p ro p os t a d e urb a n i z aç ã o d e s s e m u n d o ANAIS DO XVIII C O N G RESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS de i n s ta l a ç ã o a i n t e r i o r a n o . . . e s ti m u l ar agro i n d ú s trias e i n d ús tri as d e p e q u e n o p orte. Dessa forma aumentariam o valor agregado dos produtos e absorver a força de trabalho agrícola � xcedente espec i al mente os j oven s . ( 1 99 9 ) 5. ABSTRACT T h i s s t u d y has for o bj e c t i v e t o i d e n t i fy the existent cheese d airies in the S tate of Sergipe and for visualization of the informal séction of production of those derived of milk i t was made the mapeamento of those units of pro d uction. The cheese dairies or you manufacture o f cheese as they are al s o d e n o m i n a t e d , t h e y p r o d u c e d e r i v e d i n a h a n d ma d e w a y a n d o r s e m i hand made p arti c i p ating o f t h e informal market i n an expressive way in S ergipe. It was observed t h a t the p ro d u c t i o n of c he e s e s in t h at S tate c o ncentrates mainly i n the areas o f s e m i - arid c I i mate red uc i n g i n direction to the coast. I n t h a t s e n s e i t was verified t h a t there i s a h igh number of cheese d airies in Microrregion of the Interior o f S an Francisco, i t was veri fied, that they h ap p e n l i k e n e s s in the p ro c e s s o f improvement o f the m i l k , a s w e l I a s changes were detected inside of a same municipal d istrict in the s tr u c t u re o f the c heese d a i ri e s , in the e q u i p me n t s and i n t h e i n n o v a t i o n o f the p ro d u c t s . L i ke this in the p ro d u ct i o n of those d e r i v e d they use trad i t i o n a l t e c h n o l o g i e s o r i g i n a t e d i n t h e c o l o n i al p e ri o d , b e i n g introduced by the Portuguese and Dutch a s middle of conservation o f the m i l k . I n that w ay, they are produced: coagulum cheese, curd, the butter and in the l a s t years t hey h a p p e n e d d e r i v e d innovations us t h e mussarela, t h e ricota a n d the c o agul u m c hees e p ré - c o o ke d i n a s i g n i fi cant n u mber of the cheese dairies being p rod u ced . These units of production reflect the growth of c at t l e m i l k m a n ' s c re a t i o n in t h e i nt e r i o r s ergipano d u e to its l arges t s t a b i l i ty that t h e agriculture of d r y areas. T h e cheese dairies come contributing d e c i si v e l y in the i n creas e of the work opportunity using the hand of family work, t e m p o rary and permanent w orkers . T h e y are s t i l I together res pons ible for the mai n tenance of cattle milkman ' s creation in a great nu mber of m u n i c i pal d i s tricts serg i p anos w it h formal companies and, above all in the absence of these co mpanies . 6. REFER Ê NCIAS B IBLI O G R Á FICAS ALENTEJANO, Paulo R. R . Pluriatividade: uma noção válida para a análise da realidade agrária b r a s i l e i r a . I n : T E D E S C O , J o ã o C. ( o rg . ) A gr i c u l t u r a fam i l i a r : real i d ad e s e p e r s p e c t i v a s . P as s o F u n d o/ R S : E d i t ora d a U PF. 1 999. p . 1 48- 1 7 3 . B EH ME R , M . L . A . T e c n o l o g i a d o l ei t e : produção, industrialização e análise. 1 0" edição. S ão Paulo : Livraria Nobel S . A . 1 98 0 . C E R D A N , C l a i r e ; et aI . Valorização d o leite n o s e m i - á r i d o . A r a c aj u/ S e : EMB R A PA/ EMDAGRO/CI R A D. 1 99 6 , 2 8 p. C H I G N IE R , C a ro l i n e . 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N P G EO/UFS ' 1 999. V IL E L A , D . B RE S S A N , M . C U N H A , A . S . R e s t r i ç õ es t é c n ic a s , e c o n ô m i ca s e i n s ti tu ci on ai s ao d e s e n v o l v i m e n t o d a cadeia produ tiva d o leite no B rasil. B rasília: MCT/CNPq/PADCT, Juiz de Fora: E M B R A PA CNPGL, 1 999. WANDERLEY, M. de N. B . Raízes históricas do c a m p e s i n a t o bras i le i r o . I n : TEDES C O , João Carl o s . A g r i c u l t u r a fam i l i a r : rea l i d ad e s e perspectivas . P a s s o Fundo/R S : E d . U P F, 1 9 99 p.23-56. • Q UALIDADE MICROBIOLÓGICA DOS QUEIJOS TIPO MINAS FRESCAL, P RATO E M USSARELA COMERCIAliZADOS EM GOIÁS M icrobiological quality of the cheeses type minas frescal, plate and m ozzarella commercialized in Goiás N I COLA U , E . S I . ; B U E N O , V. F. F2. ; M ES Q U I TA , A. J I . ; C O E L H O , K. 03. ; C O U T O , D . V3 . RESUMO Entre os produtos lácteos destacam -se os queijos tipo minas frescal, prato e mussarel a; tant� p e l o v lu me de pro d u ç ão , q u anto d e c o n s u m o . C o m isso, t o r n a - s e i m portante � av alIar � qua � ldade higiênico -sanitári a destes produtos . Com este objetivo foram analisada s . m l c r o b l o � o g I c a m n te , d u r � n t e o p erío d o d e o ut u b ro d e 2000 a março d e 2 00 1 , n o s � . , Labor�ton s d e MIcrobI OlogIa do Centro de Pesquisa em Aliment � os da Escola de Veteriná ria da UI1lversl d �de Federal de Goiás, ? 9 amostras de queij o minas frescal, 44 de queij o prato . e 5 3 de queIJ O mussare la, � roveI1le ntes de diversas i n d ús trias localiza das em d i ferentes . C I dades do Est a ? o de G O l. a s . Foram realizad as a contage m de Staphy lo c o c c u s a u re u s . (coa � ulase p O S i t I v a ) , p e s q u i s a de Sa lmonella sp, n ú mero mais prováve l de c o l i formes fecaIS ( NM P/m � ) e co ntagem de b o l o res e leved uras (apenas p ara amostra s de queij o mussare la). ConSIderando os padrões definido s pelo Ministér io da Saúde através da portaria 2 3 Pr? f�ssor do Depto. M edicina Veterinár ia. Escola de Veterinár ia-UFG. MediCO Veterinário-CPA-UFG. Acadêm ica de Medicina Veteriná ria-UFG . Caixa Postal 1 3 1 , CEP 7400 1 -970 Goiânia, GO. e-mail: rena @ vet.ufg. br ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N A C I O N A L DE LATiCíNIOS n° 45 1 /97, republicada em 02/07/9 8, e pela Resolução RDC, n° 12, de 02/0 1 /0 1 da Diretoria colegiada d a ANVISA, publicada no D . O . U . , dia 1 0/0 l /0 1 , observou-se que 1 7 ( 5 8 , 6 2 % ) , 1 6 ( 3 6 , 3 6 % ) e 03 ( 5 , 5 6 % ) , res p e c t i v amente d as amostras anal i s adas d e queij o m i n a s frescal, queijo prato, e mussarela, apresentaram-se fora dos padrões legais v igentes. Sendo p ortanto c o n s i d eradas i n adequadas ao c o n s u m o h umano . O s res u l tados demonstram a necessidade de se envidar esforços na produção, armazenamento e distribuição dos diferentes tipos de queijos analisados, a fim de garantir a qualidade e segurança do produto a disposição do consumidor. Pal avras -chave: queij o ; qualidade microbiológica 1. 2. MATERIAL E M É TODOS INTRODUÇ Ã O A pro d u ç ão de leite em G o i ás aumentou significativamente nos ú ltimos anos, e com isso o estado assumiu o l ugar de 2° maior produtor nacional (Anualpec, 1 99 9 ) . P aral e l o a este cre s c i me n t o , a p ro d u ç ão de queijos também se intensificou. Os tipos mais pro d u zi d o s são o m u s s arel a , m i n as fres cal e prat o . A l é m d e ate n d e r o m e r c a d o i n te r n o , grande parte do volume produzido é destinado a outros Estados da federação. A p o p u l aç ão m i c r o b i a n a p at o g ê n i c a p otencialmente presente nestes tipos de queij o i n c l u e m m i c ro r g an i s mo s p e rt e n ce n t e s a o s gênems Sa l m o n e lla e Staphy l o c o c c u s ( e s p e c i fi c a m e n te o s c o a g u l a s e p o s i t i v a ) , a o grupo dos c o l i fo r m e s (principalmente variedades de E . coli), e ainda espécies de fungos . A p re s e n ç a e/o u q u an t i d a d e d e s te s microrganismos nos queijos pode ser relacionada à qualidade da matéria prima (influenciada pela s a n i d a d e d o s an i m ai s , o bt e n ç ão do l e i t e , equipamentos, manipulação e manutenção) , ao b e n e fi c i am e n t o ( p re paro d a m a t é r i a p ri ma, trat a m e n t o térm i c o , m an i p u l aç ã o e a r m a z e n a m e n to ) e à d i s t ri b u i ç ã o d o p r o d u t o (temperatura de con servação) . S endo produtos fabricados (com diferentes características de produção) e consumidos em larga escala, e ainda pelo fato de que os queij os s ão frequentemente relacionados com surtos de toxinfecções alimentares (Cerqueira et ai, 1 994; N e rv i n o e t ai, 1 9 9 8 ; R i b e i ro e t a l , 1 9 9 8 ) , a avali ação da q u al i d ade higiênico-sani tária dos mesmos torna-se muito importante . S o ma-se a estes aspectos o fato de que os microrgani s mos c o n t am i n an t e s t a m b é m a p re s e n t a m a ç õ e s d e l e téri as s ob re o s q u e ij o s , al t e ran d o s u as características organolépticas. C o n s i d e r an d o o e x p o s t o , o pre s ente trabalho se propôs a avaliar a qualidade higiênico sani tária dos queijos tipo minas frescal, prato e mussarela comercializados em Goiás. Foram e n v i ad a s a o s L a b o r a t ó r i o s de M i c r o b i o l o g i a d o C e n t ro d e P es q u i s as em A l i me n t o s da E s c o l a d e Veteri n ár i a da U n i vers i d ad e Federal d e G o i á s , a m o stras de queij os minas frescal, mussarela e prato durante o período de outubro de 2000 a março de 200 1 , perfazendo u m total d e 2 9 amostras d e queij o minas fresca!, 44 de queijo prato e 53 de queijo mussarela, provenientes de diversas i n d ú s tri as localizadas em diferentes cidades do Estado de G o i á s . Foram real i z a d a s a c o n t ag e m d e Stap hylo c o c c u s a u re u s ( c o agu l as e p o s i t i v a ) , pesquisa de SalnlOllella sp, número mais provável de c o l i fo r m e s fe c a i s p o r grama ( N M P/g) e c ontagem de bolores e leveduras ( apenas para amostras de queij o mussarela) . As análises foram reali zad as segundo os métodos recomendados por LANARA ( 1 99 9 ) . C o n s i d er a n d o o s res u l t a d o s o b t i d o s , as a m o s tras fo ram c l a s s i fi c ad a s c o n fo rme o s p ad r õ e s d e fi n i d o s p e l o M i ni stéri o d a S aú d e através da portari a n° 45 1 /97, rep u b l i c ada em 02/07/9 8 , e pela R e s o l u ç ã o RDC, n ° 1 2 , de 02/0 1 /0 1 d a D iretori a c o l egiada d a A N V I S A , publicada no D .O . U . , d i a 1 0/0 l /0 1 . 3 . RESULTADOS E DISCUSSÃO OS resultados das análises microbiológicas realizadas em 29 amostras de queij o tipo minas frescal, 44 de queijo tipo prato e em 53 de queijo mussarela são apresentados a seguir. A tabela 1 apresenta o total de amostras de cada produto a n al i s a d o , e o p e r c e n t u a l fo ra dos p a d rõ e s enquanto a Tabela 2 discrimina estes res ultados c o n forme a a n á l i s e real i z a d a : n ú m e ro m a i s provável de coliformes fecais p o r grama (NMP/g) e contagem de Staplzylococcl/S aure us (coagulase positiva). Confrontando os res ultados das amostras de queij o tipo minas frescal anal i s ad as com a legislação vigente na época, observamos que 1 7 a m o st ras ( 5 8 , 6 2 % ) fi c aram fo ra d o s l i mi t e s aceitáve i s . E s t e percentual é inferior ao nível P á g . 200 Pág . 201 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS Tab ela! - ANAIS DO XVI I I C O N G R ES S O N A C I O N A L D E L ATi CíNIOS Classificação conforme a legis lação vigente no períod o , de 29 amostras de queij o tipo minas frescal, 44 de queijo tipo prato e 53 de queijo mussarela, analisadas no período de Out./2000 a Mar./200 I , nos l aboratórios de microbiologia do CPA/EVIUFG . CLASSIFICAÇÃO Em A cordo MINAS FRESCAL 12 PRATO 28 MUSSARELA 50 Fonte: Laudos do CPA/EV/UFG. Tabela 2 - Proporção de amostras fora dos padrões entre 29 amostras de queij o tipo minas frescal, 44 de queij o tipo prato e 53 de queijo mussarela conforme os res ultados do n úmero mais provável de coliformes fecais por grama (NMP/g) e contagem de StaphylococcllS a ure us ( coagulase positi va) , analisadas no período de Out ./2000 a Mar./200 1 , nos l aboratórios de microbiologia do CPA/EV/UFG. ANÁLISES NMP/g MINAS FRESCAL 15 PRATO 16 MUSSARELA 3 Fonte: Laudos do CPA/EV/UFG. de 9 5 , 6 5 % o b t i d o p o r S i l v a et aI ( 2 00 1 ) ao e s t u d arem a q u al i dade h i g i ê n i c o - s an i tári a d o p roduto fabricado artes a n al mente . N o entanto e s t a d i fere n ç a e s t á e m c o n fo rm i d ad e c o m Tam a d a e t aI ( 1 9 9 8 ) e A l me i d a Fi l h o e t a I ( 2 0 0 1 ) q u e o b s e r v ar a m q u al i d ad e m i c r o b i o l ó g i c a i n fe r i o r d o q u e ij o fab ri c a d o art e s a n a l m e n t e , e m re l a ç ã o à q u e l e s d e estabelecimentos inspecionad o s . Em relação ao NMP de coliformes fecais, o s res u l t a d o s variaram d e < 3 , 0 germes/g a > 5 0 0 0 , 0 g e r m e s / g , s e n d o q u e 1 5 a m o s tras ( 5 1 , 7 2 % ) a p r e s e n t ar a m - s e fora dos p ad rõ e s m i cr o b i o l ó g i c o s v i g e n t e s n o p e río d o . E s t e res u l t a d o e s t á a b a i x o d o s e n c o n t r a d o s p o r Pereira et a I ( 1 999), q u e obtiveram 90% e 1 00% res p e c t i v a m e n te p ara a m o s tras de l at i c í n i o s c o m e sem S IF. No entanto, é u m p ercentual superior ao que Herrero et aI ( 1 99 8 ) obtiveram ( 2 8 , 5 7 % ) , e a i n d a em re l aç ão à q u e l e s constatados p o r Oliveira et ai ( 1 9 9 8 ) e Tamada et aI ( 1 9 9 8 ) , que observaram res pecti vamente, 9,4% e 40% das amostras de queijo minas frescal industriali zado por eles analisadas com valores acima de 1 1 0 germes/g. Os res u l t a d o s d as con tagens de Stap lzy l o c o c c ll S a ll re us ( c o a g u l ase p o s i t i v a ) variaram de < 1 ,0 x 1 01 UFC/g a > 1 x 1 0\ sendo q ue 8 a m o s tras ( 2 7 , 5 8 % ) e s t a v a m fo ra d o s p adrões . Este res ultado é similar a o encontrado p o r H e rrero et aI ( 1 9 9 8 ) , q u e o b s e rv aram 28,57% acima do padrão. No entanto está acima do o b t i d o p o r Tam a d a et aI ( 1 9 9 8 ) , q u e obti veram apenas 1 0 % aci m a d o s p ad rões a o analisarem amostras d o produto industrializado . Já Oimari et aI ( 1 9 9 9 ) , cons tataram 3 4 % das amostras com contagens acima de 3,0 x 1 04 UFC/g, e A l m e i d a F i l h o & N ad e r Fi l h o ( 2 00 0 ) , ao estudarem a qualidade microbiológica do produto fabricad o artesanal mente, constataram que 50% das amostras estavam acima d o padrão, sendo os valores médios em torno de 1 05• Os res ultados das análises de 44 amostras de queij o p rato v ariaram de < 3 , 0 germes/g a > 1 1 00,0 germes/g e de < 1 ,0 x 1 01 a > 1 x 1 03 UFC/g, respectivamente p ara coliformes fecais e Staplzylococcus a u re us ( coagulase p o s i t i v a ) . D a s 4 4 amostras , 1 6 ( 3 6 , 3 6 % ) apresentaram-se fora de pelo menos um dos p adrões, sendo que 1 6 ( 3 6 , 3 6 % ) d e v i d o ao N M P d e c o l i fo rm e s fecais e 2 (4, 8 8 % ) em virtude da contagem d e Staphy l o c o c c u s a u re u s ( c o a g u l a s e p o s i ti v a) acima dos padrões. O percentual de amostras fora d o s padrões d e v i d o ao n ú mero de c o l i formes fecais está abaixo do verificado por Assumpção et aI (200 1 ), que encontraram 1 00% das amostras analisadas com número de coliformes fecais acima do p a d rõ e s . O m e s m o trab a l h o re l ata q u e a presença de Staphylococcus a u re u s (c oagul ase positiva) em todas as amostras, embora todas com contagens dentro dos limites aceitáveis. N i c o l au (2000) ao e s t u d ar a s p e c t o s da produção de queij o mussarela no Estado de Goiás, observou que as contagens de Staphylococcus Cl ll r e u s ( c o a g u l as e p o s i t i v a ) o s c i l avam d e s d e < 1 ,0 x 1 01 a 1 ,2 x 1 06 UFC/g, embora a grande maioria não apre s e n t a s s e n í v e i s e l e v a d o s de c o n taminação ; c o n s t at o u - s e t ambém q u e n o s e s t a b e l e c i m e n t o s s o b i n s p eção fed eral e q u e apresentavam b o as práticas d e fabri c aç ão , a s contagens foram todas abaixo de 1 ,0 x 1 0 1 UFC/g. Neste trabalho, os res u l tados das análises de 53 amostras de queijo mussarel a variaram de < 3,0 germes/g a > 1 1 00,0 germes/g, de < 1 ,0 x 1 01 a 2 x 1 02 UFC/g e de < 1 ,0 x 1 0 1 a 2,9 x 1 06 UFC/g, re s p e c t i v a m e n t e p ara c o l i fo rm e s fec a i s , Staphy!ocOC CllS a u re u s ( coagulase p o s it i v a ) e bolores e leveduras . Os resultados da contagem de b o l ores e l e v e d u r a s , apres e n t aram m a i o r concentração em torno de 1 03 e 1 04• A p e nas 3 ( 5 , 5 6 % ) a m o s t ras a p re s e n taram- s e fora d o s p ad rõ e s , t o d a s d e v i d o a o N M P de c o l i formes fecais . Este res ultad o está aci ma, embora não muito, do obtido por Oliveira et aI ( 1 9 9 8 ) , que ao a n al i s a r 2 0 a m o s tras d e m u s s ar e l a n ão e n c o ntrou n e n h u m a fo ra d o s padrões m i cro biológicos. N o entanto, encontra-se abai xo do rel atado por Souza et aI ( 1 99 8 ) que verificaram a presença de coliformes fecais e StaphylococcllS a u reus (coagulase positiva) respectivamente em 1 00% e 27 % de 3 0 amostras analisadas, e também H e rrero et aI ( 1 9 9 8 ) q u e ao a n a l i s are m 1 1 amos tras d e m u s s arel a e n c o n traram 2 , 1 e 6 amostras fora d o s padrões v i gentes na época, r e s p e c t i v a m e n t e p ara c o l i fo rm e s fec a i s , Staplzy l o c o c c ll S a ll re u s ( coagulase p o s i t i v a) e bolores e leveduras . Em relação à pesquisa de Sa lmone lla spp. não foi verificada a presença em nenhuma das 1 26 amostras de queijo analisadas. Este res ultado está de acordo com Á vila & G allo ( 1 996), Pereira et aI ( 1 9 9 9 ) e Tamad a et aI ( 1 9 9 8 ) . Este fato p r o v a v e l me n t e d e v e - s e à b o a s p r á t i c a s d e fab ri c a ç ão e ao fato d e q u e v ar i e d a d e s d e Sa lmoll e lla s p p . são mais isoladas em produtos originários de aves (carne, ovos e derivados) e ainda em carne e derivados ( Peresi et aI, 1 99 8 ; Camargo e t aI , 1 99 8 ; Martins-Vieira e t a I , 1 99 8 ; G e l l i et aI , 1 9 9 8 ) . N o e n t a n t o , a c o n s ta n t e vigilância e m relação a ocorrência de Sallllonella s p p . em q u eij o s d eve s e r m a n t i d a , p o i s s u a presença e rel ação c o m s u rtos de intoxicação a l i m e nt a r j á fo i c o n s t a d a n e s tes p r o d u t o s (Cerqueira et aI , 1 9 94). As diferenças observadas entre os resultados encontrados no presente trabalho e àqueles da literatura podem ser rel acionadas às práticas de o b te n ç ão da matéria prima e ao p r o c e s s o de fabricação, distintos entre as diversas regiões e estabelecimentos e n v o l v i d o s . Em relação aos três d i ferentes t i p o s de q u e ij o , a o b s e r v a ç ão d e maior n ú mero d e amostras fora dos padrões para o tipo minas frescal e menor para o mussarela indica, entre outros, a importância da qualidade da matéria prima e do tratamento térmico q u e e l a rec e b e . O utra importante fonte de c o n taminação constitui-se nos manipulad ores , pois a higiene pessoal está diretamente ligada à qualidade do p roduto final ( Germano et aI , 200 1 ; Nicolau 2000) . 4 . CON CLUS Õ ES A partir das observações realizadas ao longo do trab a l h o , e d o s re s u l t a d o s o b ti d o s , as p r i n c i p ai s c o n c l u s õ e s p o d e m s e r as s i m apresentadas : Foram encontradas amos tras fora dos • padrões m i c ro b i o l ó g i c o s l eg a i s vigentes ; Queij o minas frescal foi o produto que • a p re s e n t o u m a i o r p e r c e n t u a l de amostras fora dos p adrões ; • N ã o fo i o b s e r v a d a a p re s e n ç a d e Sa l m o n e lla s p p . e m n e n h u ma d a s amostras analisadas ; Os resultados indicam a necessidade de • s e a l i a r e s fo r ç o s n a p r o d u ç ã o , arma z e n a m e n t o e d i s tr i b u i ç ã o d o s d i ferentes tipos d e queij os analisados, com a atuação da vigilância sanitária a fi m d e se g a r a n t i r a q u a l i d ad e e seguranç a do produto d i s p onib i l izado ao consumidor. SUMMARY Among the milky p ro d u c t s are d i s t i n g u i s hed the cheeses type minas frescal , plate and mozzarella; as much for the i ntensity o f production, how much of consumption. With t h i s , o n e b e c o m es i m p o rtant to e v al u ate the hygienical-sani tary quality o f these p ro d u c t s . W i th t h i s objective t h e y h a d b e e n analyzed by mi crobi ological method s , d u ring the period o f O c t o b e r o f 2 000 t h e M arch o f 2 00 1 , i n t h e laboratories o f microbiol ogy o f the Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade Federal de Goiás , 29 samp les of minas frescal cheese, 44 of plate cheese and 5 3 of mozzarella cheese, proceeoing fro m d i verse i nd ustri e s I oc ated in d i fferent cities of the s tate of Goiás . They had been carried through the tally of Staphylococcus a u re u s ( c o ag u l a s e p o s i ti v e ) , r e s e a r c h o f Sa lmonella s p p . , m o s t l i kely number o f fecal Pág . 203 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS c o l i fo r m s ( N M P/g) and taI I y o f b o l o res and l ea v e n i n g s ( o n l y fo r s a m p l e s o f cheese mozzareIl a ) . Considering the s tandards defined fo r the M i n i s tério d a Saúde thro ugh i t w o u l d Portaria nO 45 l /97, republicada in 02/07/98 , and for the Res o l u ç ão RDC, n° 1 2 , o f 02/0 I /O I of t h e D i re t o r i a C o l e g i a d a o f the A N V I S A , p u b li s hed i n the D . O . U . , d ay l O/O I /O I , i t was o b s e rved that 1 7 ( 5 8 . 62 % ) , 1 6 ( 3 6 . 3 6 % ) and 0 3 ( 5 . 5 6 % ) , re s p e c t i v e l y of t h e a n a l y ze d s amples o f minas frescal, plate, and mozzarella cheese, presented outside of the effective legal s t a n d ar d s . B e i n g t he r e fo re c o n s i d ered i n a d e q u ate to t h e human c o n s u m p t i o n . The res u l t s d e m o n s trate the neces s i t y o f m a k i n g effo r t s i n t h e p ro d u c t i o n , s t o rage a n d d istribution o f t h e different t y p e s o f analyzed cheese s , in order to guarantee the q u al ity and s e c u rity o f t h e p ro d u c t t h e d i s p o s al o f the c o n s u mer. Key word s : cheese; microbiological quality 5. REFER Ê NCIAS ALMEIDA FILHO, E . S . ; LINDNER, A . L . ; ALMEIDA, D.S . ; S IGARINI, C.O. ; FERREIRA, M . B . Perfi l M i c ro b i o l ó g i c o d e Q ueij o Mi nas Frescal, de Produção Artesanal e Inspecionada, C o me rc i a l i z a d o no M u n icípio de C u i ab á - MT. Revista Higiene A l i mentar, v. I 5 , n . 8 0/8 1 , S ão Pau l o , J an ./Fev. , 200 I , p . 1 45 . A L M E ID A F I L H O , E . S . ; NADER FILHO, A . Ocorrência de StaphylococclIs aure lls e m Queijo Tipo "Frescal". 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Etiologia d o s Surtos de D o e n ç a s Tran s m i t i d as p o r A l i me n t o s Ocorridos no Paraná e m 1 997. V CONGRES SO LATINO A MERICANO DE M ICROB IOLOG I A E H IG IENE DE A LI MENTO S , S ÃO PAULO, 1 9 9 8 . A N A I S ... p . 6 8 . C E R Q UE I R A , M . M . O . P. ; S O U Z A , M . R . ; FONSECA, L . M . ; RODRIGUES , R . ; RUB INICH, J. S urto Epidêmico d e Tox i n fecção A l i mentar Envolvendo Queijo Tipo Minas Frescal em Pará de M i n a s . A rq u i v o B ra s i l e i r o de M e d i c i n a Ve te r i n ári a e Z o o te c n i a , v . 4 6 , n . 6 , B e l o Horizonte, De z . , 1 9 9 4 , p . 72 3 - 7 2 8 . GELL I , D . S . ; J A K A B I , M . ; S A K ATA , H . ; FERNANDES, S .A . ; TAVECHIO, A.T. ; PERESI, J . T. M . ; FREITA S , A . M . ; E S PE R , M . R . N . R . ; PISANI, B . ; S IMÕES , M . ; PACHECO, M . A . S . R . ; FO N S E C A , Y. S . K . ; K A K U , M . ; M A RT I N S , A . M . B . ; R I B EIRO, E . G . A . ; C A S TRO, M . T. F. ; FA U S T I N O , J . 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V C O N G RE S S O L ATINOAMERICANO D E M ICROB IOLOGIA E H I G IENE DE ALIMENTOS , S à O PAULO, 1 9 9 8 . A N A I S ... p . 67. N I C O L A U , E . S . Av a l i aç ão d a s C o n d i ç õ e s Higiênico-Sanitárias d e Indústrias de Laticínios P ro d u t o r a s d e Q u e ij o T i p o M u s s ar e l a na R e g i ão d e G o i â n i a - G O , com Ê n fa s e p ara o Staphylo c o c c ll S a u re u s . Campinas, 2 0 0 0 . 1 6 1 p . Te s e ( D o u t o r a d o e m Te c n o l o g i a d e A l i me n t o s ) - Fac u l d ad e d e E n g e n h a r i a d e Alimentos, Universidade Estadual d e Campinas . O L I V E I R A , C . A . F. ; M O RE N O , l . F. G . ; P. M . L . M E S T IE R I , GERMANO, L.; C aracterí s t i c as Fís i c o - Q u ím i c a s e M i c ro b i o lógicas de Q ueij os Minas Frescal e M u ssarela Pro d u zidos em Algumas Fábricas de Laticínios do E s t a d o d e S ão P a u l o . V C O N G RE S S O LATINOAMERICANO D E M ICROB IOLOGIA E H I G IENE DE ALIMENTO S , SÃO PAULO, 1 99 8 . ANAIS . . . p . 1 1 3 . O I M A R I , L . ; LERAY E R , A . ; W OLF, B . ; M O RENO, L I n c i d ê n c i a d e Staphy l o c o c c u s a u re u s em Q ueij o s M inas Fresc a l . R e v i s t a d o Instituto de Laticínios "Cândido Tos tes", v. 54, n .309, Juiz de Fora, Jul ./Ago . , 1 999, p . 27 1 - 273. P E RE I R A , M . L . ; G A S TE L O I S , M . C . A . ; B ASTOS, E.M.A.F. ; CAIAFFA, W.T. ; FALEIRO, E . S . C . E n u me r a ç ã o de C o l i fo rmes F e c a i s e Presença de Sal/J1o ll e lla s p . em Q ueij o M i n a s . Arq u i v o B ras i l ei ro de Med i c i n a Veterinária e Zootecnia, v.5 1 , n . 5 , Belo Horizonte, Out., 1 99 9 , p .427-43 I . P E R E S I , J . T. M . ; ALMEI D A , L A.Z.C . ; CARVALHO, 1 .S . ; LIMA, S . l . ; MARQUES , D.F. ; R O D R I G U ES , E . C . A . ; FE R N A N DE S , S . A . ; GELLI , D . S . Samone lla Enteritides: Ocorrência de 2 8 S urtos de Enfermidades Trans mitidas por A l imentos no Noroeste do Estados de S ão Paulo, Brasil. V CONGRESSO LATINOAMERICANO DE MICROBIOLOGIA E HIGIENE DE ALIMENTOS, SÃO PAULO, 1 99 8 . A N A I S .. , p . 66. R I B E I R O , E . G . A . ; M A RT I N S , A . M . B . ; OLIVEIRA, M . A . ; ERRERA , M .C . ; C ARLONI, M . C . ; L A I C I N I , Z . M . ; M AY E R , M . B . ; COLOMB ARI, v. ; MAMIZUKA, E.M. ; OIVANE, F. ; L E V Y, C . E . ; L A N D G R A F, M. S ur t o de Intoxicação Alimentar por Staphylococcus aureus no Município de B ro d o w i sky, S P, B rasi l . V CONGRESSO LATINO AMERICANO DE MICRO B IOLOGIA E HIGIENE DE ALIMENTOS, SÃO PAULO , 1 99 8 . A N A I S . . . p .7 0 . S ILVA, J . v. ; HOFFMANN, F.L. ; MANSOR, A . P. ; C O EL H O , A . R . ; V I N T U R I M , T. M . E s t u d o H i g i ê n i c o - S anitário d e Q u e ij o s T i p o " M i nas Fres c a l " Fab r i c a d os Artesanal mente . Revista H igiene A l i men tar, v. 1 5 , n . 8 0/8 1 , S ão Paulo, J an ./Fev. , 200 1 , p . 97 -9 8 . S OUZA, C . ; S ILVA, S . G . ; MORGADO, F.A.F. O c or rê n c i a de C o l i fo rm e s Fecai s e Staphylococcus aure llS em Amostras de Queijos M inas Frescal C o merc i a l izados n a C i dade de B el é m - Pará. V C O N G R E S S O L AT I N O AME RICANO DE M IC R O B I O L O G I A E H I G IENE DE ALIMENTOS , S ÃO PAULO, 1 99 8 . ANAIS ... p. I O I TA M A D A , R . Y. ; S O N O D A , R . N . ; C AS T R O , A . P. ; O H A S H I , F. H . ; N O G U E I R A P I N T O , J . P. A . Es t u d o M i c ro b i o l ó g i c o C o m p arati v o E n t re Q u eij o s d o T i p o M i n a s Fre s c al I n d us trial izados e Artes anai s , Comerc i al izados n a Regi ão d e B ot u c a t u , S P. V C O NG RES S O LATINOAMERICANO D E MICROB I OLOGIA E H I G IENE DE A L I M ENTO S , S ÃO PAULO, 1 99 8 . ANAIS . . . p . 1 1 6. digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS ANÁLISE DOS INDICADORES DE QUALIDADE FíSICOaQUíMICO E MICROBIOLÓGICO D E QUEIJO TIPO COTTAGE ELABORADO P O R M ÉTODO MODIFICADO Analysis of the physical, chemical and microbiological quality indicators of cottage type cheese elaborated by modified method M AR I N I , R . 1; R I C H A R D S , N . S . P. S . 2; S I LVA, M . E . 3 RESUMO O queijo cottage é um queijo mole, não maturado e s uavemente ácido. Embora s u a or� g e m e s pe c ífic a s �j a d e s c o n h e c i d a , o n o m e "cotta g e " i mp l i c a e m q u e o q u e ij o foi . onglnalme� te produzido em fazendas familiares . A primeira produção industrial de queij o ' �ottage fOl felta nos Esta os Unidos, onde, depois do queij o t i p o clzeddar, é o segundo .. . tipo de queiJo maiS consumido. S ua grande popularidad e deve-se ao seu baixo valor calórico em fu ? Ção do � S? de leite desnatado. A sua fabricação pelo p rocesso tradicional, dependend � do m e t o d o u t i l i za d o , requer em média de 4 a 1 6 horas p ara a c o ag u l ação do leite e obtenção do coágulo no ponto "ideal" de corte. O objetivo deste trabalho foi elaborar um queijo tipo cottage com baixo teor de gordura utilizando método modifi cado e analisar os indicadore� �ísico-q � ímicos e microbioló gicos do produto. Foram encontrado s os seguintes valores medlOs: umidad e : 78 , 3 7 % , proteína: 1 6,27g/ 1 00g, gordura: 3 , 3 6 % , cinzas : 2,69%, cloretos : 0,89g de NaCI/ l OOg, atividade de água: 0,989, acidez : 0,43g1 1 00g de ácido lático e p H : 5 , 3 . Os res u l tados o b t i d o s estão de ac ord o com o s e n c o n trados n a l iteratura. As a��lis � s microbioló gicas foram efetuadas semanalme nte d urante 21 dias revelando que o queiJo tipo cottage apresentou perfeitas condições p ara o cons umo. Palavras-c have: método modificad o, queij o cottage, fís ico-q u ímicas, microbiolo gia. � 1. INTRO D U Ç Ã O A fabri cação de q u eij o é essencial mente u m processo de desidratação do leite no qual a caseína, a gord u ra e os m inerais do leite são concentrados de 6 a 12 vezes. Aproximadamente 90% da água do leite é removida e leva consigo q uase t o d a a l acto s e . A a d i ç ã o d e c o a l h o , o desenvolvimento ácido por meio de uma cultura s tarter e um certo nível de tratamento térmico apl i cado à massa d o que ij o após e s ta ter s i d o cortada em pequenos pedaços s ã o a s constantes na fabricação de queij o s . É a modulação destas c o n s ta n t e s a c o p l ad a s a d i feren t e s m i cror gani s mos e regi mes de maturação ( c u ra ) , que resul tam nos d i ferentes tipos de queijos ( H U I , 1 9 9 3 ) . A c o n c e n tração d o s s ó l i d o s d o l e i t e , 1 2 3 c o n centrados s e l e ti v a m e n t e , i n i c i a - s e c o m a formação de uma coalhada ácida ou enzimática ( E A R LY, 2 0 00 ) . O s q u e ij o s tem s i d o class i fi c a d o s de v árias maneiras, foram fei tas várias tentativas para melhor classificá-los . Uma sugestão consiste de u m esquema que divide os queij os nas seguintes s uperfamílias basead a no agente c o agulante, p o r exemp l o : I . queijo coalho : C h e dda r , B rick, Muenster; 2. queijos ácidos : Cottage, Quarg, Cream c lzeese; 3 . queij o s ácido-calor: R i cota, Sapsago; 4. c o n centraç ã o - c r i s t a l i z a ç ã o : Mys o s t ( H U I, 1 9 9 3 ) . Estud ante de Engenharia de A l i m entos /UNIS INOS /RS. Professora do Centro de Ciênci as Exatas e Tec nológ i cas (C6) /UNI S I N O S /RS . Professora d o Centro d e Ciên c i as da S aúde (C2) /UNI S I N O S /RS. ANAIS DO XVIII C O N G R ES S O N AC I O N A L D E L ATi CíN I O S Q u e ij o s fre s c o s d e mas s a á c i d a d i z e m res p e i t o à q u e l as v a r i e d a d e s p r o d u z i d a s p e l a coagulação d o l e i te , creme ou s oro através d a acidificação ou uma combinação de ácido e calor, e que estão prontos para o consumo após o fim do processo de fabri cação (FOX , 1 99 3 ) . Estes t i p os d e q u e ij o não passam pelo p ro c e s s o de m a t u r a ç ão e s ã o gera l m e n t e o res u l t a d o da coagulação áci d a d o leite. A composição , bem como os passos do processamento fornecem a textura caracterís t i c a do p ro d u to, enquanto a bactéria usada para fornecer o ácido geralmente fornece o fla v o u r c aracterís t i c o do q u e ij o ( L U QUET, 1 9 9 1 ; H U I , 1 9 9 3 ) . S egundo FOX ( 1 9 9 3 ) , o q ueij o co ttage é um queijo m o l e , n ão maturado e s uavemente á c i d o . E m b o ra sua origem e s p ec ífi c a s ej a desconhecida, o nome "cottage" implica e m que o q u e ij o fo i o r i g i n a l me n t e p ro d u z i d o e m faze n d a s fam i l i are s . A p r i m e i ra p r o d u ç ã o industrial de queijo cottage foi feita n o s Estados U n i do s . É usual mente preparado misturando-se "massa seca de queijo cottage" com um dressing cremo s o . A mistura resultante, queijo co ttage, tem pelo menos 4% de gordura do leite e menos de 80% de umidade. O queij o cottage de baixo t e o r d e gordura deve c o n te r d e 0,5 a 2% de gordura e mais que 82,5% de umidade. O queij o co ttage pode s er p ro d u z i d o por m ét o d o s de c o a g u l aç ã o c u r t o s , l o n go s e i ntermediários c o m b actéri as s ta rte r ( q ue ij o cottage cultivado, CC) o u p or acidificação direta usando ácido de grau alimentício, acidogênicos o u s oro ácido ( q u eij o c o ttage de c o a g u lação d i r e t a , D A ) . O s m é t o d o s c o n v e n c i o n a i s de fabricação de queijo cottage foram descritos por v á r i o s p e s q u i s ad o re s . Porém, a s o p e ra ç õ e s d u r a n t e as e t a p as d e t r a t a m en t o térm i c o , re s fri a m e n t o / l a v age m , d r e n a g e m , a d i ç ã o d e dressing e e m b al ag e m t e m s o fr i d o u ma automação em l arga escala e a produção s emi contínua de múltip l as bateladas é hoj e prática normal (CHAPMAN & S H A R PE, 1 9 8 7 ) . 2. MATERIAL E M É TODOS Utili zou-se leite p asteurizado com teor de g o r d u r a de O, I %, p r o c e d e n t e da U s i n a de B en e fi c i am e n t o C o o p e rat i v a A gro p e c u ár i a Petrópolis L t d a - N o v a Petrópolis - RS , creme d e l e i te p as te urizado com teor d e gord u ra de 40%, cloreto de cálcio, coalho e m pó, c l o reto de s ó d i o e c u l tura l áctica tipo "O" (fermento l á c t i c o m e s ó fi l o ) c o mp o s t o d e L a c t o c o c c u s l a c tis s s p . la c tis e L a c t o c o c C ll S l a c tis s s p . c remoris. Elaborou-se o queijo tipo cottage na mini usina de leite e derivados locada no Centro de C i ê n c i as E x at a s e Te c n o l ó g i c a s ( C6 ) na U n i v e rs i d ad e d o Vale do Rio dos S i n o s (UNIS INOS) - R S . As análises físico-químicas foram realizadas no Centro 6 e as micro b i o lógicas no Centro 2 (Ciências da S aúde). Determinação de u midade: foi d e t e r m i n a d a através d o m é t o d o i n d i re t o s eg u n d o L A N A R A ( 1 9 8 1 ) ( procedi mento n 0 3 , parte X V I I ) . Determinação de proteína ( método de Kj e l d a hl ) : s e g u n d o L A N A R A ( 1 9 8 1 ) (procedimento n 0 5 , parte X V I I ) . Determinação de gordura: foi baseada no b utirômetro para leite segundo LAN ARA ( 1 9 8 1 ) ( p rocedimento nO 4, p arte XV I I ) . D etermi n aç ã o de c i n z a s : i n c i neração em mufla a 550°C, seguindo o s métodos analíticos oficiai s para controle de produtos de origem ani mal e seus i n gred ientes (LANARA, 1 9 8 1 ) ( p r o c e d i m e n t o n 0 3 , p arte l I ) . Deter minação de cloretos (método de Mohr) : segundo L A N A R A ( 1 9 8 1 ) ( p ro c e d i me n t o n 0 7 , p arte XVII). Determinação da acidez: utilizou-se uma s o l u ç ã o de N a O H O, I N na p r e s e n ç a de fe n o l ft al e ín a 1 % s eg u n d o L A N A R A ( 1 9 8 1 ) ( procedimento n 0 8 , parte X V I I ) . Determinação do p H : u t i l i z o u -s e p o t e n c i o me t r i a d i re t a , s egundo LANARA ( 1 9 8 1 ) ( p roced i mento n 0 9 , parte X V I I ) . Determinação da atividade de água ( aw ) : foi realizada no aparelho Aqua Lab CX-2. Foram aval iados o s seguintes i n d icadores m i c ro b i o l ó g i c o s : c o n t a g e m total d e m i c ror ganismos aeróbios mesófilos por semeadura em p l a c as c o m á g ar p a r a c o n t ag e m p ad rão ; d e t e r m i n aç ã o do n ú mero mai s p ro v á v e l d e coliformes totais e fecais pelo método d o s tubos múltiplos; detecção de Sa lmolle lla pelo método t r a d i ci o n a l ( p ré - e n ri q u e c i me n t o , e n r i q ue c im e n t o s e l e t i v o e m c al d o tetrati o n at o b ase, plaq ueamento d i ferencial em ágar Salmonella Shige lla e ágar verde b ri l hante, c o n fi rmação p re l i mi nar das c o l ô n i as e testes b i oq uímicos ) ; contagem d e Staplzylo coccus a u re us e m placas de ágar B aird-Parker e confirmação das colônias típi cas (VAN DERZANT e S P LITTSTOES SER, 1 992) 2.1. F o r m u l a ç õ es Tabela 1 P á g . 206 - P o r c e n t ag e m de i ngred ientes utilizados p ara a coagulação . Leite Cloreto de cálcio Cultura starter coalho 98,98% 0,0 1 75 % 1 , 00% 0,0025% Pág . 207 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS Tabela 2 - P o rc e n t a g e m de i n gred i e n t e s u t i l i za d o s p ara a p r e p aração d o dressing com 1 6% de gordura. 64,00% Leite ( 3 , 7 % de gordura) Creme de leite (40% de gordura) 3 4 , 5 3 % 1 ,47% Carb ox i metilcelulose Tabela 3 - Preparação do dressing com 3 , 4 e 5% de cloreto de sódio A m o s tras 1 2 3 3. Dressing 97% 96% 95% NaCl 3% 4% 5% RESULTADOS E DIS CUSS à O 3.1. A n á l i s e s fís i c o - q u ím i cas Tab ela 4 - R e s u l t a d o s d a s an á l i s e s fís i co químicas (triplicatas) d o queij o tipo cottage com 4% de sal no dressing. Umidade (g/ 1 OOg) Proteína (g/ l OOg) Gordura (g/ l OOg) Cinzas (gl1 OOg) Cloretos (g de NaClI l OOg) Aw Acidez ( % de ácido lático) pH 78,37 1 6,27 3,36 2,69 0,89 0,989 0,43 5,3 O s re s u l t ad o s o b t i d o s p ara o t e o r d e u m i d ad e d o q u eij o el a b o rad o n e s t e trab alho e s t ão p r ó x i m o s a o s v a l o re s o b s e r v a d o s na l i t e r a t u r a por S O U Z A ( 1 9 8 6 ) , F O X ( 1 9 9 3 ) , H U I ( 1 9 9 3 ) e F U RTA D O & L O U R E N Ç O N E T O ( 1 9 94 ) , q u e e n c o ntraram 7 9 , 8 0 , 7 9 e 7 9 - 8 0 % , res pectivamente. SOUZA et a! . (200 1 ) afirma que o produto acabado, adicionado ou não de dressing, deve e s tar d e n t r o d o s p a d r õ e s , não p o d e n d o ultrapassar 8 0 % de umidade, o q u e também é o a c e i t o p ara a c o m e rc i ali z a ç ã o . U m l at i c í n i o e fi ci e n t e d e v e manter o controle d a u m i d ade e m 7 9 , 0- 80,0% e o rendi mento diminui quando o teor de umidade fica abaixo de 7 9 % (sólidos acima de 2 1 % ) . E m relação a proteínas, o queijo elaborado apresentou uma vari ação de aproximadamente 2 p o n t o s p e r c e n t u a i s ( ap r o x i m a d a m e n t e 1 6 , 2 1 % ) a m a i s no teor de p r o t e í n a , q u a n d o c o m p ar a d o a o s d a d o s fo rn e c i d o s p o r F O X ( 1 99 3 ) . Valores semelhantes ao deste trabalho foram observados por S OUZA ( 86) e s uperiores fo ram o b s e r v a d o s p o r H U I ( 1 9 9 3 ) , q u e e n c o n t raram v a l o r e s d e 1 6 , 9 e 1 7 , 3 , rep e c t i v a m en te . O fat o r da p ro t e í n a p r o p o s t o p o r S G A R B I E R I ( 1 9 9 6 ) é 6 , 0 j á q u e a c a s e ín a contém 1 6 , 6 5 % de n i trogê n i o , u t i l i zand o e s te fator teríamos o valor de 1 5, 3 0 % , o que estaria dentro do p r o p o s t o p o r FOX ( 1 9 9 3 ) . P o r é m , utilizou-se o método o ficial p ara determinação d e p r o t e í n a s de o r i g e m a n i mal ( L A N A R A , 1 9 8 1 ) , foi adotado o fator 6 , 3 8 . C o m a intenção de aumentar a viscosidade do dressing e d i mi n u i r o teor d e gordura d o mesmo fez-se u s o d a carb o x i me t i l c e l u l o s e n a ordem de 0 , 5 % sobre a massa total d o queijo, o que pode ser evidenciado pelo valor mostrado na Tabela 4. O resultado foi o esperado, ou seja, o dressing apresentou uma mai or viscosidade e o teor de gordura foi reduzido em 3 3 , 9 3 % . Apesar de ser feito com leite desnatado, o queij o final poderia ainda ser considerado um produto ligIa. Segundo W H I S TLER ( 1 99 3 ) , a goma de celulose é bastante usada p orque tem habilidades de aumentar a viscosidade d a água, age como uma liga em misturas, auxil i a na estabil ização de e m u l s ões e retard a o d e s e n v o l v i mento de cri s ta i s d e a ç ú c a r , d i s s o l v e - s e rap i d am e n t e em u m corpo q uente e s i stemas aqu o s o s fri o s . A carb o x i me t i l ce l u l o se não t e m g o s t o , n e m cheiro. É fisicamente inerte e não calórica, sendo utilizada, principalmente em produtos dietéticos . E m relação a análise de atividade de água (aw), pode-se verificar que está em concordância com os valores s u geridos por ECK et a! . ( 1 9 8 7 ) ( 0 , 9 8 8 ) . Vale salientar q u e aw � 0 , 9 5 permite o d e s e n v o l v i m e n t o d e t o d as as b ac t é r i a s p atogêni ca s . O b s e rv o u - s e u m a d e s u n i fo r m i d a d e n o s grão s , e s t e s apres e n tara m - s e c o m d i â m e tr o s vari ando de 0 , 8 a 1 , 6 c m . C o m esta v ariação o queijo pode ser classificado, no que se refere ao aspecto, como grãos de tamanho entre médio e gran d e , a p re s e n t a n d o u ma m é d i a de 1 , 1 c m . S O UZA ( 1 9 8 6 ) c l as s i fi c a o s grãos d e q u e ij o c o tta g e e m três t a m an ho s : gra n d e ( 1 , 9 ; 1 , 6 ; 1 , 3 c m ) , m é d i o ( 1 , Oc m ) e p e q u e n o ( 0 , 6 c m ) , sendo este último o mais encontrado n o mercado. N utri c i o n al mente o q ueij o c o ttage é u m alimento d e baixas calorias, c o n tém níveis d e cálcio ( 30mg/ 1 OOg de massa seca, 60mg/ 1 OOmg de massa com dressing e 6 8 mgl l OOg de massa com dressing de baixo nível de gordura) menores do que a maioria dos queij o s c o agulados com A N AI S D O X V I I I C O N G R ES S O N AC I O N AL D E L ATICíN I O S c o a l h o , que tem níveis de c á l c i o n a fai x a de 700 -950mg/ l 00g. Estes valores s u gerem que a p r o x i m a d a m e n t e 50% d e c á l c i o n o q u e ij o co ttage vem d o dressing cremo s o . O conteúdo de cálcio do queijo cottage de grãos grandes é aprox i madamente 6 0 % s u p er i o r do q u e o d o queijo cottage de grãos pequenos p o r causa d a maior área superficial em relação a o volume d o ú ltim o , que proporciona uma p e r d a m a i o r s o b a s mesmas condições de lavagem. Observou-se, então, que o queijo produzido neste trab a l h o , p r o v av e l m e n t e , apre s e n t a um valor superior de cálcio quando comparado com os queijos co ttage do mercado, onde o s grãos possuem, em médi a 0,6cm. 3.2. A ná lises m i cr o b i o l ó g i c as A s a n ál i s e s m i c ro b i o l ó g i c as fo ram re a l i z a d as s e m a n a l m e n t e d u rante 2 1 d i a s , revelando q u e o queijo tipo cottage apresentou p e r fe i t a s c o n d i ç õ e s p ara o c o n s u m o , n ão apresentando risco à saúde do consumidor. C o mo na l e gi s l aç ã o n ão há p ad r õ e s mi crob i o l óg i c o s e s tabe l e c i d o s p ara c o n t agem total de microrganismos no queijo tipo cottage, u t i l i z o u - s e c o mo i n d i c at i v o o l i mi t e e s p e c i fi c a d o p ara o q u e ij o fres c al ( 1 X 1 06 u fc/g) (LERAYER et a! . , 1 99 8 ) , pois este tipo de queijo ( s u av e ) é , s e gu n d o C H A P M A N & S A R PE ( 1 9 8 7 ) , o que retém uma grande proporção de água sendo o mais s usceptível a contaminação microbiológica. Os resultados das análises podem ser observados na Tabela 5. Tabela 5 - das Resu ltados microbiológicas . Sa llll o n e l la Staplzy!ocOCCllS Cl u re llS C o l i formes totais Contagem total de microrgan i s mos a n ál i s e s Ausente em 2 5 g A u sente A u sente 2 ,40X 1 05 u fc/g O q ueij o é um alimento p reparado c o m materi ais b i o l ógicos (leite, coalho e microrga nismos ) , e está em contínua modificação. S uas características finais dependem em grande parte das condições em que é produzido e armazenado. O conhecimento de todos os aspectos relativos a sua produção, maturação (queij o s maturados) e c o merc ial i z aç ã o re q u e r p r i m eiro s ab e r as pro priedades e o comportamento das matérias p r i m a s u t i l i z a d as em sua p ro d u ç ão ( S C OTT, 1 9 9 1 ; VA RNAM & S UTHERLAND, 1 9 9 5 ) . Segundo FOX ( 1 9 9 3 ) devido aos altos níveis de u mi d ade (apro x i m ad amente 8 0 % ) e pH relativamente altos ( aproximadamente 5 , 2 ) a vida-de-prateleira do queij o cottage é limitado a d u a s ou trê s semanas de armazenamento a temperaturas entre 5 e 7 ° C . Os microrganismos deteriorantes mais frequentemente encontrados no queijo cottage são as bactérias psicrotróficas (Pse lldolllonas. A chromobactel; Flavobacteri um. A l c a ligell e s . Es c h e ri c h i a e En t e ro b a c te r ) , l e v e d u ras e fu n g o s . P o r é m Ps e u do lll o n a s fl l/ o re s c e n s . Ps. P ll ti da e En te r o b a c t e r a g g lo 11l e ra n s s ão o s m a i o re s c a u s a d ores d e deterioração. As bactérias p s icrotrófi cas e suas proteases causam d e fe i t o s tai s como d e s c o l o ração d a s u perfí c i e , o d o res e fa v o u rs e s tran h o s c o m o , p o r e x e m p l o , amargor n o queijo cottage . O pH mínimo da maioria dos queijos é 5,3 e em muitas variedades alcança o valor de 4,5 . A acidez não evita o crescimento de leveduras e fungos, mas s i m o crescimento de bactérias no i n t e r i o r dos q u e ij o s , p arti c u l a r m e n t e em associação com uma umidade baixa, ausência de o x i g ê n i o e alta c o n c e n tração de s a l . C o m b i n an d o -se d o i s o u mais d estes fatores evita-se efi cazmente a alteração por microrgani smos a n í v e i s de contaminação normal mente bai x o s . S e p e l o c o n trário o n í v e l de c ont a mi nação é a l t o , p o d e - s e o r i g i nar u m a i n t e n s a a l teração inclusive em presença de concentrações de sal, u m i d ad e e ac i d e z s a t i s fat ó ri a s (WAL S T R A , 1 9 87 ; VEISSEYRE, 1 9 8 8 ) . A vida-de-prateleira p o d e ser grandemente estendida (em mais de 7 5 % ) pela adição de ácido s órbico ou s orbato de potássio (0,07 5 %, p/p ) ; e s t e s c o n s e r v a n t e s i n i b e m as b a c téri a s psicrotróficas e os fungos sem produzir flavours estranhos . O ácido sórbico é mais eficiente como um agente a n t i m i c r o b i a n o na s u a fo rma não d i ssociada, que representa aproxi madamente de 3 1 a 59% d a c o n c e n t ra ç ão usada no q u eij o co ttage com valores de pH de 4,6 a 5 , 1 (FOX, 1 9 9 3 ; H U I , 1 99 3 ) . 4. C ONCLUS à O Os re s u l t a d o s o b t i d o s n e s te t r a b a l h o permitem d izer que o q ueij o prod u z i d o sob as c o n d i ç õ e s do m é t o d o m o d i fi c a d o a t i ngi u o s o bj e t i v o s prete n d i d o s i n ic i al me n t e . P o d e ser s at i s fa t o r i a m e n t e p r o d u z i d o d a m e s m a maneira q u e o s q ueij o s d i tos " m a s s a fresca" . C o m res p e i t o à m i c r o b i o l o g i a a p r e s e n t o u condições higiênico-sanitári as adequadas para o c o n s u mo , não apre s e n t a n d o ri s c o à s a ú d e d o Pág. 2 0 8 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS consumidor. Já, com respeito às análises físico q u ímicas, alguns aju stes na formulação deverão ser realizados com o intuito de acidificar melhor a massa. Devido ao seu b aixo teor de gordura ( I I Okcal em média p o r 1 00g) e ao s e u s abor del icado, l evemente ácido e s al gad o , o queij o cottage atende a demanda d e pessoas q u e buscam no m e r c a d o p r o d u t o s m e n o s c a l ó ri c o s , t o rn an d o - s e i d e a l p ara u m a d i e t a e fi ci e n t e , benéfica e s audável. ABSTRACT Cottage type cheese is a soft type cheese, u n ri p e n e d , a n d s l i gh t l y aci d . A l th o u g h it 's specifi c origin is unknown, the name "cottage" i mplied that the cheese was produced in family farm s . T h e first co m me r c i a l p ro d u c t i o n of cottage cheese was made in the United States of America and today, after cheddar cheese, it is the most consumed cheese in that country. This popularity is due to i t 's low caloric value, because of the use of skim milk. The traditional w ay of p r o d u c i n g t h i s cheese demands fro m fo ur to s i x teen hours, on average, for the coagulation o f milk a n d for the obtention o f the c orre c t t i me of cutting of t h e coagulum. T h e obj ective of this study was to produce a cottage type cheese with low fat content using a modified method and to an a l y s e the p h y s i c a l , c h e m i c a l a n d microbiological proprierties of the product. The fo l l o w i n g average v a l u e s were o b t a i n e d : M o i s ture Contents : 7 8 , 3 7 % ; Protein : 1 6 , 27 G/ 1 0 0g ; Fat : 3 , 3 6 % ; A s hes : 2 , 6 9 % ; C h l o ri d e s : 0 , 8 9 % N aC I / l OO g ; Water A c t i v i t y : 0 , 9 8 9 ; A ci d i t y : 0 , 4 3 g/ l O O g o f L ac t i c A c i d a n d p H v a l ue : 5 , 3 . T h e res u l t s o b t a i n e d w e r e i n accordance t o the values normal ly found i n the e x i s t i n g l i t e r a t u re o n the s u bj e c t . The m i c ro b i o l og i c a l anal y s i s were d o n e weekly, d u ri n g twenty o n e days, re v e a l i n g t h a t the c o ttage type cheese w as in perfect c o n d i tions to be consu med . Key w o rd s : m o d i fi e d metho d , c o ttage cheese, physical-chemical, microbi o l ogical 5. B IB LI O G RAFIA B R A S IL . Leis, decretos, etc. Portaria n ° 45 1 de 1 9 de setembro de 1 997. Aprova o regulamento t é c n i c o e p r i n c í p i o s gerais p a r a o e s t a b e l e c i m e n t o d e c r i t é ri o s e p a d r õ e s m i c r o biológicos p ara alimentos e s e u s anexos I , II e I II . D i á r i o Oficial da U n i ã o , B ra s í l i a - DF, ano C X X X V, n . 1 8 2 , s eç ão I , p . 2 1 005-2 1 0 1 2 , 22 de setembro de 1 997. B R A S I L . M I NI STÉRIO DA A G R I CULT U R A . SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA. P o r t ari a n 0 3 5 2 d e 04 d e s e te m b ro d e 1 9 9 9 . D i s p onível na i n ternet v i a URL : h t t p : // www.agri c u l tura.gov.br/das/dipoa/Port 3 5 2 .htm. arquivo capturado em 1 3/08/2000. M.E. S H ARPE, & H.R. CHAPMAN Microbiologia dei queso. I N : ROB INSON, R . K. , ed. M ic r o b i o l o g i a l a c t o l o g i c a . Vo l u m e l I : m i c r o b i o l o g i a d e l o s p r o d u c t o s l á c te o s . Zaragoza: Acribia, p . 1 47-22 1 , 1 9 8 7 . EA RLY, R . Te c n o l o g ía d e l os p r o d u c t o s lácteos . Zaragoza: A cribia, 2000. 4 5 9 p . E C K , A . EI q u es o . B arce l o n a : Omega, 1 9 8 7 . 4 9 0p . F O X , P. F. C h e es e : c h e m i s try, p h y s i cs a n d microbiology. 2 ° e d . Londo n : Chapman & Hal l , 1 993. 505p. FURTADO, M . M . & LOURENÇO NETO, J . P. M . Te c n o l o g i a d e q u e ij o . 1 e d . S ão P a u l o : Di pemar Ltda, p . 2 7 - 2 9 , 1 99 4 . H U I , Y.H. D a i r y s c i e n ce a n d t e c h n o l o g y h a n d b o o k . Vol u m e 2 : p r o d u ct m a n u fa c t u r i n g . 1 9 9 3 , 43 5 p . L A N A R A . Métodos a n a l íticos ofi c i ais p a r a c o n t r o l e d e p r o d u tos d e o r i g e m a n i m a l e s eus i n g r e d i e n t e s . I I - M ét o d o s fís i cos e quím icos . B rasíli a : Ministéri o da Agricu ltura, 1 98 1 . LERAY E R , A . L . S . ; C A RVAL H O , A . F. ; B U C I O NE , A . ; K E S T E N E R , B . M . A . C . ; MO S Q U I M , M . C . A . , N U T T I , M . R . ; S I M à O F I L H O , P . N o v a l e g i s l a ç ã o d e p r o du t os lácteos e de a l im e ntos p ar a fi ns e s p e c i a i s , diet, light e e n r i q u e c i d os. S ão Pau l o : F o n t e Comunicações e Editora, 1 99 8 . 2 1 2p . L U Q UET, Fran ç o i s M . L e c h e y P r o d u ct o s L a c t e o s . Vac a , O v e l h a , C a b r a . 1 e d . Zaragoza: Acribia, 1 9 9 1 , 3 9 0 p . S COTT, R . Fabricación de q u es o . Zarago s a : Acribia, 1 99 1 , 5 1 0p . S G A R B I E R I , V. c. P r o teínas em a l i m e nt o s degradação, propriedades, p ro t é i c o s : modificação. S ão Pau l o : Varela, 1 99 6 . S ILVA, N . ; J U N Q U E I R A , V. C . A ; S ILVE I R A , N . F.A. M a n u a l d e M é t o d os d e A n á l i s e s M ic r o b i o l ó gicas d e A l i m e n tos . S ão P a u l o : Varela, 1 9 9 7 , 2 9 5 p . S IQUEIRA, R . S . Manual de Microbiologia d e Alimentos. B ras í l i a : Embrapa, 1 99 5 , 1 5 9 p . S O UZA, G . Tecnologia do queij o cottage por processo m odifi cado . Campinas : ITAL, 1 9 8 6 , 36p. S OUZA, G . ; VALLE, J.L.E . ; MORENO, I . Fatores que afetam o rendimento do queijo cottage. Indústria de Lati cínios , ano 6, n . 3 2 , p . 5 9 - 6 1 , 200 1 . VA R N A M , A l an H ; S UT H ER L A N D , J a n e P. L e c h e y P r o d u tos L a c t e o s . Te c n o l o g i a , Q u ím i ca e M i c ro b i o l o gi a . , I e d . , Zarag o z a : Acribia, 1 99 5 , 47 6p . R. VEISSEYRE, técnica : Lactología tratamiento y recogida, c o m p os l ç a o , t r a n s fo r m a c i ó n d e la l e c h e . Zarag o z a : Acribia, 1 9 8 8 . 6 2 9 p . WAL S T R A , P. & JEN N ES S , R . Q u i m i c a y fis ic a l a c t o l o g i c a 1 e d . Zarag o z a : A cri b i a, 1 9 8 7 . 42 3 p . WHISTLER, R. & BEMILLER, J . N . Industrial theri and gums : p o ly s a c c h a r i d e s derivatives . 3 ed. S an Diego : Academic Press, 1 9 9 3 . 642 p . Leite desnatado (O, I % d e gordura) Preparo do leite para coagulação Coagulação (40-50 min a 32°C) Corte da coalhada la mexedura 2a mexedura e cozimento até 54°C I a dessoragem 1 a lavagem e resftiamento (O-2°C) 2a dessoragem 2a lavagem e resfriamento (0- ° 3a dessoragem Lavagem final e (jrena!�enl RI Adição do dressing Embalagem Armazenamento ( 1 - 5°C) Figura 1 - Fl uxograma da elaboração do queij o tipo cottage . digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS AVALIAÇÃO FíSICOaQUíMICA DA QUALI DADE DO LEITE DE CABRA PASTEURIZADO COMERCIALIZADO NA GRANDE PORTO ALEGRE, RS Physical and chemical quality evaluation of pasteurized goat milk commercialized in the Porto Alegre (RS) metropolitan area R I C H A R D S , N . S . P. S l . ; P I N TO , A . P . ; S I LVA, M . E . 3; CARDOSO, V. C . 4 RESUMO Conhecer a composição do leite de cabra é importante na tomada de decisões para a produção de produtos lácteo s , como iogurtes , bebidas l ácteas, queijo, doce de leite, etc . , uma vez que o leite de cabra é produzido, na maioria das vezes, em pequenas propriedades rurais . Em virtude da escassez de dados sobre este produto no Rio Grande do S u l , o obj etivo deste estudo foi avaliar as características físico-químicas dos leites de cabras comercial izados na Grande Porto Alegre ( R S ) . Amostras de leite de cabra pasteurizado foram coletadas na Feira Ecológica do B on fi m ( P o rto Alegre) no períod o de agosto de 2000 a j aneiro de 200 I , perfazendo u m total de 27 amostras analisadas nas quais efetuou-se a avaliação dos aspectos de qualidade físico-química. As amostras foram analisadas na Mini-usina de Leite (Centro 6) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNIS INOS - R S ) . Foram encontrados os seguintes valores médios: gordura: 3 , 96-4, 3 8 % , densidade a 1 5°C: 1 026- 1 02 8g/L, acidez: 1 4 , 8 2 - 1 9 , 9 8 ° D , e x t r a t o s e c o t o t a l : 1 2 , 0 8 - 1 2 , 2 3 % , e x t ra t o s ec o d e s e n g o r d u r a d o : 7 , 8 5 - 8, 1 9 % e atividade d e água: 0,996-0,997. O s resultados obtidos apresentaram variações em rel ação aos valores encontrados na literatura. Palavras-chave : leite de c abra, caracterização fís ico-química 1 . INTROD UÇ Ã O A criação de cabras lei teiras em todo o m u n d o é e s s e n c i a l me n t e l i gada às p e q u e n as p r o p ri e d a d e s , caracteri z a d a p o r reb an h o s de t a m a n h o r e d u z i d o e e x p l o ra ç ã o fam i l i ar . N o s ú lt i m o s 50 anos observ o u - s e na Europa, sobretudo na França, transformações no sentido d o au m e n t o dos e fe ti v o s d e r e b a n h o e i n t e n s i fi c ação d a s t e c n o l o g i a s u t i l i zadas n a criação deste animai s . A transformação do leite, e m conseqüência d o aumento das quantidades p r o d u z i d a s s o fre u t a m b é m s u a e v o l u ç ão tecnológica mante n d o , no entanto, s u as bases artesanais e s u a trad ição (LEPAGE, 1 990). O l e i te tem s i d o part i c u l armente i mpor tante n o s p aíses d o Terceiro Mundo, onde as 2 3 4 deficiências alimentares são muito mais graves que nos p aíses industrializado s . Naqueles países emprega-se muito o leite em pó desnatado para combater a má nutrição e, em muitos países da Á s i a e da Á fri c a , p ara e l i m i n ar o c ha m a d o " K w a s h i o rk o r" , u m a s ín d r o m e d e c a rê n c i a protéica caracterizada, princ i p al mente, p o r u m retardamento d o cre s c i mento i n fant i l , a c o m panhado de edemas, problemas gastro-intestinais e alterações da pigmentação da pele e dos cabelos. Muitas vezes o leite de cabra é empregado como s u bstituto do leite materno, p o r u m motivo ou outro, o u s ub s tituto d o leite de vaca, sej a por i ne x i s t ê n c i a deste o u p o r i n t o l er â n c i a à s ua ingestão ( G U R R , 1 992 ; TEUB E R , 1 99 2 ) . Professora do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas ( C 6 ) / U N I S I NOS / R S . Professora da Fac ul d ade de Veteri n ár i a / UFRGS / R S . Professora do Centro d e Ciências d a S aúde ( C 2 ) / U N I S INOS / R S . Estud ante de Engenharia de A l imentos, B ol s i sta U N I B IC / U N I S I NO S / R S . ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL D E LATiCíNIOS O B ras i l s e d e s t a c a no c o n t i n e n t e s u l ameri c ano como o maior p ro d u t o r d e c ab ras , c o m u m a p arti c i p aç ã o de q u a s e 5 0 % , o q u e representa um rebanho estimado em 1 2 m i l hões d e c ab e ç as . De t o d as as regiões bras il e iras o Nordeste se s o bres s a i , repre s e n t a n d o aproxi madamente 8 9 , 1 % do total n ac i o n a l . A c apri n o c u lt u ra l e i teira, no B r as i l , é rec e n t e , c o m g r a n d e d i s p e r s ã o g e o g r á fi c a . A fo r a o Nordeste, as d e m a i s regiões apresentam u m a c r i a ç ã o d e c a p r i n o s b a s tante l i m i tada, s e n d o q u e o S u l e o S u d e s t e , a b r i g a m , re s p e c t i v a m e n t e , 3 , 8 e 3 , 1 % d o re b an h o n a c i o n a l (BAHIA, 1 998). A cabra exige menos alimentação e espaço, já q u e , a t u a l m e n t e , e s t a c r i a ç ã o se faz em r e g i m e d e c o n fi n am e n t o . D e m o d o b a s t an t e s i mp l e s , d e s d e q u e o b s ervados princíp i o s d e rigorosa h i g i e n e , s ã o o bti d o s p e l o criador de cabras i n ú meros pro dutos de grande aceitação no m e r c a d o t a n t o n a c i o n a l c o m o i n te r n a c i o n a l . A i n d u s triali zação , ai n d a artesanal , n ão e x i ge gra n d e s i n v e s t i m e n t o s e m e q u i p amentos e i ns talações , que podem s er a u m e n ta d o s à m e d i d a q u e c re s c e o r e b a n h o (D' ANGINA, 1 9 8 8 ) . A pro d u ç ão constante e racional d e l e i te para consumo e industrialização só se consegue com criação organi zada, principalmente com a instalação de cabr i s , aban do n a n d o - s e a antiga prática de c r i a ç ão e x t e n s i v a . É de s e s u p o r q u e , a p e n as r e c e n te m e n t e , a e x p l o r a ç ã o d o leite de cabra venha a adquirir c aracterísticas de real viabilidade econô m i ca, pois no B rasi l , mesmo com u m incremento na p r o d ução l e i te ira caprina, o s p ro dutores n ã o t ê m ain d a u m p erfi l a t u a l e f u t u r o d o m e r c a d o c o n s u m i d o r. N o m o m e n t o , o p r i n c i p a l a l v o d e c o n s u mo d o l e i te d e c a bra s ão as c r i a n ç as alérgicas ao leite de vaca. Nos processos de aquecimento do l eite de c a b ra , v i s a n d o a s u a p as t e u ri zação ou e s t e ri lização, ocorre u m a série de alterações físicas, químicas e bioquímicas . O grau destas alterações e s tá d iretamente rel acionado à intensi dade do tratamento térm i c o (TEIXEIRA NETO et aI . , 1 994). A caracterização físico-química d o leite de cabra é necessária para assegurar que o p roduto apre s ente os padrões mínimos de composição, que não fo i a d u l terad o , e que n ã o c o n té m c o n t a m i n an te s . P a r â m e t r o s fís i c o - q u ím i c o s como a acidez total titulável e teor de gord ura e s tão s e n d o u s ad o s c o m o c r i t é ri o s p ara o p agamento do l e i te p ro d u zi d o p e l o p e q u e n o produtor de cabras . digitalizado por 2. MATERIAIS E M É T O D O S 2.1. C o l e t a d as amos tras Vi n te e s e t e amost ras de l e i te d e cabra pasteurizado, produzido na Grande Porto Alegre, em suas embalagens próprias , foram s u bmetidas a análises físico-químicas. Foram realizadas nove coletas durante o períod o de agosto de 2000 a j aneiro de 200 1 . As amostras foram adquiridas na Feira Ecológica do B onfi m ( Porto A legre) e t r a n s p o r t a d a s p ara a m i n i u s i n a d e l ei t e e derivados do c urso de Engenharia de Alimentos do Centro de Ciências Ex atas e Tec n o ló gi c as (C6) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos ( U N I S I N O S - RS) em caixa de i s o p o r. Estas a m o s tras fo ram p r o c e d e n t e s d e d o i s es tabe l e c i me n t o s i n d u s tri a i s , i n s p e c i o n a d o s p e l a S e cretaria de Agri c u l tura e Abasteci mento d o E s t a d o . A p as teuri zação , nestes d o i s e s tabe lecimento, é realizada pelo p rocess o lento (6365°C p or 3 0 m i n u t o s ) e o envase d o l e i te pasteurizado é realizado manualmente, a partir de saída no pasteurizador, em garrafas p lásticas de primeiro uso, próprias para o envase de alimentos. Para u m a m e l hor c o m p i l ação d o s dados, as amostras foram separadas em três grupos, de a c o r d o com a fo nte de p ro d u ç ão . O l e i t e comercializado é oriundo de vários produtores e das raças de cabras Saanen e A nglo il ubiana. 2.2. D e te r m i n a ç õ es fís i c o - q u í m i c a s As análises físico-químicas foram realizadas segundo a metodologia des crita p e l o I n stituto A d o l fo Lutz ( I N S T I T U T O A D O LF O LUTZ, 1 9 8 4 ) p ara o e s t a b e l e c i m e n t o das s eg u i n t e s c arac t e rís t i c a s : gord u ra ( g/ l O O g ) , d en s i d ade ( g/L) , p H , aci dez total t i t u l ável (OD), e xtrato seco total (g/ l OOg), extrato seco desengordurado (g/ l OOg) e atividade de água (aw). 2.3 . A n á l i s e e s t a t ís t i c a Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado e, para verificar as diferenças entre as médias das amostras, os dados obtidos foram comparados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade ( S NEDECOR & COCHRAN, 1 967; B ANZATTO & KRONK A , 1 99 5 ) . 3. RESULTADOS E DIS C USS à O A Tabela 1 resume os valores obtidos para as a m o s tras de l e i te de c abra p as te u r i z a d o produzido na Grande Porto Alegre, R S . arvoredoleite.org ANAIS DO X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N A L DE L AT i C í N I O S ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS Tabela 1 - Valores médios encontrados para os parâmetros físico-químicos nas amostras de leite de c abra pasteurizado . Acidez (OD) 1 9,98 A 1 4 ,94 B 1 4,82 B Gordura (%) 4,38 A 4, lO AB 3 ,96 B EST ( % ) 1 2,23 A 1 2,08 A 1 2, 1 3 A ES D (%) 7 ,85 A 7 ,93 A 8,19 A Densidade (g/L) 1 026 A 1 027 A 1 028 A 6,64 A 6,77 A 6,59 A 0,996 A 0,996 A 0,997 A pH Aw Médias segui das por letras iguais indicam não haver diferença significativa ao nível de 0,05 de probabilidade pelo Teste de Tukey. Observa-se, pela Tabela 1 que as amostras e s t udadas d i feri ram s i gn i fi cativamente quanto às características de acidez total titulável e teores de gordura ao nível de 1 e 5 % , respectivamente. A s c aracterísticas densidade, extrato seco total, e x t ra t o s e c o d e s e n g o rd u rad o , pH e a w n ã o d iferiram entre s i . A acidez das amostras 2 e 3 não diferiram entre s i , porém diferiram significativamente da amostra 1 , sendo que esta última apresentou um valor cerca de 34% superior em relação às outras amostras (2 e 3 ) . A amostra 1 apresentou valores s u p e r i o re s a o s e n c o n t r a d o s na l i t e ra t u r a e , também, s uperiores a o d a Portaria n 0 5 6 de 7 de deze mbro de 1 999 que estipula valores de 1 3 a 1 8 ° D . A L M E I D A et a ! . ( 2 00 0 ) e n c o n traram valores de acidez variando de 1 4, 9 a 1 7 , 3 8 °D e B O N A S S I ( 1 987) encontraram valores de acidez variando de 1 1 a 1 7° D . A d e mora n a p asteuri zação d o l e i t e e a manutenção em temperaturas elevadas, ou seja, maiores que 5°C, pode permitir a multiplicação d o s m i c r o rga n i s m o s e, c o n s e q u e n t e m e n t e , c a us ar a l t e ra ç õ e s q u e p o de rão c o m p ro m e t e r t a n t o a d u ra b i l i d a d e d o p r o d u t o c o m o a i n d a causar riscos à saúde dos consumidores. Conforme pode-se observar, o valor médio e ncontrado para a acidez d o leite de cabra das amostras 2 e 3 ( 1 4, 9 4 e 1 4, 8 2 ° D , respec t i v am e n t e ) a p r e s e n t o u - s e d en tro d o l i m i te p re c o n i z a d o p e l a P o rtaria n O 5 6 . Os v a l o res o b t i d o s es t ã o s e m e l h a n t e s a o s o b t i d os por A N I FA N TA K I S & K A N D A R A K I S ( 1 9 8 0 ) , B ONASSI e t aI . ( 1 996), LAGUNA e t a I . ( 1 999), PENNA et aI. ( 1 999) e ALMEIDA et aI. (2000) . Va l o r e s s up e r i o r e s f o r a m e n c o n t r a d o s p o r N A D E R F I L H O e t a ! . ( 1 9 8 0 ) , G U I M AR à E S ( 1 9 9 3 ) e S ILVA ( 1 9 9 6 ) , e m e x p e r i m e n t o s conduzidos no Estado d e S ão Paulo e em M inas Gerai s , s e n d o que o s val ores encontrados p o r e s t e s a u t o re s e s t ã o b e m p r ó x i m o s a o s e n c ontrados n e s t e trab a l h o p ara a a m o s t r a 1 ( 1 9 , 9 8 ° D ) , estando, portanto, fora da legislação ( P o rtaria n 0 5 6 ) . Em relação aos valores médios encontrados para os teores de gordura d as amostras de leite de cabra, para as três amostras, observou-se que a amostra 1 não d i feri u da amostra 2, p orém d i fe r i u s i g n i fi c a t i v am e n t e da a m o s t r a 3 apresentando um valor médio de 4 , 3 8 % , sendo que este valor é s uperior e m 1 0 % ao valor d a amostra 3 . J á as amostras 2 e 3 n ã o d i feriram s i gn i fi cativamente e ntre s i . Os valo res encon trados para as três amostras foram s emelhante àqueles citados por BONASSI ( 1 987), LAGUNA et aI. ( 1 999) e ALMEIDA et aI . (2000). Valores inferiores aos deste trabalho foram encontrados por TEIXE I R A NETO et aI. ( 1 9 94) e PENN A et aI. ( 1 9 9 9 ) . A Portari a n 0 5 6 estabelece valor m ínimo de gord u ra de 3 % , portanto, todas as amostras estão dentro da legi s l ação. S egundo TEIXEIRA NETO et aI . ( 1 9 94), em termos de c o mposição q uími ca, o leite de cabra apresenta uma variabilidade muito elevada. S u a c o mp o s i ç ão méd i a é , n o e n t a n t o , c o m p arável à d o l e i te de v ac a , c o m u m teor l i g e i ra m e n t e mai s e l e v a d o d e go r d u ra e d e proteín as . As mai ores d i ferenças o c o rrem e m aspectos qualitativos destes componen tes . Os v a l o r e s méd i o s o b s e r v a d o s n e s te t r a b a l h o p ara e x t r a t o s e c o t o t a l ( 1 2 , 0 8 1 2 , 2 3 % ) a te n d e m a o v a l o r m í n i m o e s t a b e l e c i d o p e l a Po rtaria n 0 5 6 q u e é de 1 1 , 2 % . Val or e s s em e l h an t e s fo ram e n c o n t r a d o s p o r L A G U N A e t a! . ( 1 9 9 9 ) , PENN A et aI. ( 1 9 9 9 ) e A L M E I D A et a! . ( 2000) . Val ores i n feriores fo r a m o b s e r v a d o s por D A M Á S I O e t a ! . ( 1 9 8 7 ) , NADER F I L H O e t a I . ( 1 9 9 0 ) , TEIXEIRA NETO e t aI . ( 1 994) e BONAS S I et a!. ( 1 9 9 6 ) . Para o extrato seco desengordurado (ES D) o s valores médios observados foram de 7,85 a 8 , 1 9 % , n ão a p r e s e n t a n d o d i fe re n ç a s s i g n i fic ati vas entre as amostras , estando estas, por aproximação dentro do mínimo permitido pela legislação, que é de 8,2%, uma vez que o teor de gord u ra das amostras estava acima d o mínimo preco n i z ad o . V ár i o s a u t o r e s e n c o n traram v a l o re s i n feriores de E S T e E S D q u a n d o c o m p arados c o m o l e i te de v aca, demonstrando, p ortanto, q u e val ores mais baixos são característicos d o leite de cabra. S eg u n d o a Portari a n 0 5 6 , os v a l o r e s normais de densidade estão entre 1 029- 1 03 2 g/L, assim, os valores observados nas amostras não atendem a Portaria quanto a este atri b u t o . Os valores de pH observados neste trabalho (6,59 - 6,77) estão de acordo com vários autores porém, o pH deveria ter sido avaliado no leite r e c é m o rd e n h a d o , u m a v e z q ue a p ó s s u a p as t e u ri z ação e s t e atri b u t o n ão t e m r e p re sentati v i d ade p o r c a u s a d o p o der tam p o n ante d o leite. 4. C O N C LUS à O O l ei t e de c a b ra s o b o p o n t o d e v i s ta n ut r i c i o n a l , é um alimen'to r i c o , do p o n to de vista econômico, a produ ção de leite de cabras v i ab i l i z a p e q u e n a s e m é d i a s p r o p ri e d a d e s , s e n d o i m p o rt a n te n a c o m p o s i ç ão d a r e n d a fam i l i ar, na fi x ação do h o m e m no m e i o rural e n a m e l ho r i a das c o n d i ç õ e s n u t ri c i o na i s da p o p u l aç ã o . A p e s a r d a e x p a n s ão e da v e r t i c a l i z aç ã o d a c a p r i n o c u l t u r a , o b s t á c u l o s i m p ortantes a i n d a es tão p o r ser vencidos em r e l a ç ã o a o s c o n s u m i d o re s , s e c u l a r m e n te acostumados a utilizar a carne e o leite de gado como alimentos bás i c o s . ABSTRACT I t ' s i mp o rtant to k n o w the c o mp o s i ti o n of goat m i l k in order to decide h o w to proceed d u ring the p r o d u c t i o n o f d ai ry p r o d u c t s , l i ke yogurts, whey based beverages, cheese, etc . , due to the fact that goat milk is produced in smaIl farms. Due to the lack o f data on this product in the S tate of Rio Grande do Sul, the objective o f this study was to e v al uate the physical and chemical proprieties o f the goat milk produced i n the metropolitan area o f Porto A legre ( R S ) . Goat milk samples were purchased a t t h e "Feira Ecológica do B onfim" ( B on fim Ecological Fair), i n Porto Alegre from August, 2000 to January, 200 1 . Twenty seven samples were analysed with r e s p e c t to t h e i r p h y s i c al and c he m i c a l proprieties . T h e samples were analysed i n the " M i n i U s i n a d e L e i t e " ( M i l k Lab o ratory ) o f t h e " Un i vers i d ade do Vale do R i o d o s Sinos" ( S i n o s River U n i ve rs i t y ) ( U N I S I N O S ) . T h e average v a l u e s fo u n d w e r e : fat : 3 , 9 6 -4, 3 8 %., d e n s i t y at 1 5° C : 1 02 6 - 1 0 2 8 g/L, aci d : 1 4, 8 2 1 9 , 9 8 ° D , total s o l i d s : 1 2 , 0 8 - 1 2 , 2 3 % , n o n fat s o l id s : 7 , 8 5 - 8 ; 1 9 % a n d , w ater ati v i t y : 0 , 9 9 6 T h e re s u l t s o b t ai n e d p r e s e n t e d 0,997. d i fferen ces i n relation to the values normal l y found in t h e existing literature on t h e s ubject. Key words : goat milk, physical-chemistry c aracterizat i o n . A GRADECIMENTOS As autoras agradecem a U N I S I N O S pelo auxílio de pesquisa concedido. B IB L I O G RAFIA A L M E I D A , J. A . , F U RTA D O , M . A . M . , V I LE L A , M . A . P. , M E U R E R , V. M . C ara c t e ri za ç ã o d a q u al i d a d e d o leite d e cabra comercializado na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Revis ta do Instituto Cândido Tostes , v. 5 5 , n . 3 1 5 , p . 8 6 -90, 2000. B RA S IL. Leis, decretos , etc. Portaria n . 45 1 de 1 9 de setembro de 1 997. Aprova o regulamento t é c n i c o e pri n c íp i o s g e r a i s para o e s t a b e l e cimento de critérios e padrões microbiológicos para al imentos e seus anexos I, II e IH. D iário Oficial da União, B rasília - DF, ano CXXXV, n . 1 82 , seção 1 , p . 2 I 005-2 1 0 1 2, 22 de setembro de 1 99 7 . B R A S I L . M I N I S TÉRIO DA A G R IC U LTURA . SECRETARIA DE DEFES A AGROPECUÁRIA . P o rt a r i a n . 5 6 , de 7 d e d e z e m b ro de 1 9 9 9 . d i s p o n ível n a i n ternet v i a URL : h t t p : // digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíN IOS w w w. agri c u l t u ra . g o v. b r/d as/d i p o a/Port56 . h t m . arquivo capturado em 05/08/2000 . A N I FA N TA K I S , E . M . , K A N D A K I S , J . G . C o n t r i b u t i o n t o the s t u d y o f the c o m p o s i t i o n o f goat m i l k . M i l c h w i s s e n s c h , v . 3 5 , p . 6 1 7 6 1 9, 1 980. B A H I A . S e cretari a d a Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária. CER . Leite de cab r a : u m a o p ç ã o criativa, um d es a fi o . S al v a d o r : CER, 1 99 8 . 50p. B A N Z AT T O , D . A . , K R O N K A , S . N . Exp e r i m e n t a ç ã o a g r íc o l a . 3 e d . J a b o t i c a b a l : FUNEP, 1 9 9 5 . 247 p . BONAS S I , L A . Leite de cabra: característica e tecnologia. 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I n : I I I S IM P Ó S I O L AT I N O AMERICANO DE CIÊN C I A DE A LI MENTOS . Livro de resumos, p . 89 , 1 99 9 . A N AIS D O XV I I I C O N G R ESSO N A C I O N AL D E L AT i C í N I O S ANÁLISE DOS I NDICADOR ES DE QUALIDADE MICROB IOLÓGICA DO LEITE DE CABRA PASTEURIZADO COMERCIALIZADO NA GRANDE PORTO ALEGRE, RS Analysis of the microbiological quality indicators of pasteurized goat milk commercialized in the Porto Alegre ( RS) Metropol itan Area R I C H A R D S , N . S . P. S l · . ; P I NTO, A.F. ; S I LVA, M . E . 3; C A R D O S O , V. C . 4 RESUMO Vinte e sete amostras de leite de cabra, produzido na Grande Porto Alegre foram submetidas a análises microbiológicas . Foram realizadas nove coletas durante o período de agosto de 2000 a j aneiro de 200 1 . As amostras foram adquiridas na Feira Ecológica do B o n fim ( Porto Alegre) e transportadas para o laboratório de microbiologia do Centro de Ciências d a S aúde (C2) da Univers id ade do Vale do Rio dos Sinos ( U N I S INOS - RS ) em caixa de iso por. Sob o ponto de vista s anitário 2 7 , 2 7 % das amostras de l e i te de cabra analisado apresentaram-se dentro dos p adrões legais (Portaria 45 1 - Secretaria de Vigilância S anitária - MS ) . As demais amostras apresentaram-se contaminadas por Sa lmone lla s p . ( 9 , 0 % ) ; E . c o l i (27 , 2 7 % ) ; S. a ll re ll S ( 3 6 , 3 6 % ) . A l é m d i s t o , 5 4 , 5 4 % d a s a m o s tras apresentaram coliformes totais e 72,73 % delas, coliformes fecais acima dos limites máximos permitidos . As contagens de microrganismos mesófilos demonstraram que, sob este a s p e c t o , o leite fo i bem tratado , j á q u e se apresen taram d en tro d o s l i mites l e g ai s . A contagem de microrganismos p s i c rotrófi l o s demonstram q u e provavel mente o correram falhas no res friamento do leite cru. Palavras-chav e : leite de c abra, caracterização microbiologica 1 . INTRO D U Ç Ã O O l e i t e é um a l i m e n t o de gran d e v a l o r n u tr i t i v o , fo rn e c e n d o ao h o m e m m a c ro e mi c r o n u trie n te s i n d i s p e n s á v e i s p ara s e u crescimento, desenvo lvimento e manutenção d a saúde ( GURR, 1 992) . Por s e r fonte de proteínas, l i p í d i o s , carb o i d rato s , v i ta m i n as e m i nerai s , t o rn a- s e t a m b é m , e x c e l e n t e m e i o p ara a m u l t i p l i c a ç ão d o s m a i s d i v e r s o s m i cro o rga nismos desejáveis e indesej áveis . estes, por sua v e z p o d em c a u s ar d e fe i t o s fís i c o - q u í m i c o s e sensoriais que limitam a d urabilidade do leite e produtos lácteos, além de problemas econômicos e de saúde pública (TEUBER, 1 992). Além disto é d u m p r o d u to q u e d e v e ser s eg u r o e n ão apresentar riscos à saúde pública, sendo, por isto, 2 3 4 n e c e s s ár i o um ri g o r o s o controle do p ro c e s s am e n t o térm i c o p a s t e u ri zação ( CERQUEI R A , 1 9 9 4 ) . C re s c e , n o B ra s i l , a c r i a ç ã o d e c abras l e i t e i ras . Paral elamente a i s t o , i n d ú s tri as de l at i c ín i o s d e s e n v o l v e m processos e s p ecífi c o s p ara a i n d u s triali zação deste p r o d u t o , pri n c i palmente quando são considerados s e u s aspectos n u tri c i o n ai s . O l e ite de c ab ra, d e v i d o a s u a c o mp o sição particu lar e c aracterístic as físico q u ímicas, é d e alta d i gestibi lidade e pode ser u t i l i z a d o por i n d i v í d u o s com a l g u m a s deficiências enzimáticas ou problemas alérgicos decorrentes d o consumo de l eite de vaca. Sob ponto de vista econômico, a caprinocultura e a Professora do Centro de Ciênci as Exatas e Tecnológicas (C6) / U N I S I N O S / RS Professora da Fac u l d ade de Veteri nári a / UFRGS / RS Professora do Centro de Ciênci as da S aúde (C2) / U N I S I N O S / RS Estudante de Engenharia de A l i m entos, B ol sista U N I B I C / U N IS I N O S / RS 217 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS produção de leite de cabra v i ab i l i za a pequena propriedade rural, s e n d o i mp ortante na c o m posição da renda familiar, auxilia na fixação do h o m e m n o meio rural, m e l h o ra a c o n d i ç ã o nutricional da comunidade rural e da população, como u m todo (B A H I A , 1 99 8 ) . O R i o Grande d o S u l conta c o m rebanho c ap r i n o r e p r e s e n t a t i v o , pri n c i p a l m e n t e s o b p o n t o d e v i s ta s a n i t ári o , c r e s c e m o s i n v e s timentos em melhori a das raças leiteiras , o que re p r e s e n t a a u me n t o da p ro d u ç ão l e i t e i ra e d i s s e m i n ação das t e c n o l o gias de criação d o s a n i m a i s e d e processamento d o l e i t e . Grande p arte d o reb anho caprino e d o s produtores de leite localiza-se na região metropolitana de Porto A l egre . É p o s s ív e l e n c o n trar l e i t e de c a b ra pasteurizado, e mesmo esterilizado, no comércio d a capital e em feiras de produtos ecológicos. D e v i d o ao ráp i d o d e s e n v o l v i m e n t o da c a d e i a p r o d u t i v a d o l e i t e de cabra, t o rn a - s e indispensável a conscientização dos produtores quanto à qualidade higiênica, desde a p rodução até o c o n s u m o , p a s s ando pelo processamento . Em 1 9 87, foi lançado, na Grã B retanha, o "plano do leite limpo" pela Coat Producers A ssociation, a fim de uniformizar o padrão higiênico sanitário dos produtores envolvidos, submetendo amostras a a n á l i s e s em l ab o ratóri o s i n d e p e n d e n t e s , visando a fixação de alguns critérios sanitários como a c ontagem global d e bactérias máxima d e 2 , 0 x 1 04 UFC/mL e u m a c o n t a g e m d e coliformes inferior a 1 ,0 x 1 0 UFC/mL n o leite c ru . A p re o c u p aç ã o d o s b r i t ân i c o s c o m a qualidade do leite caprino se deve a Escherichia c o U 0 1 5 7 : H 7 , q u e p o d e m s e r p o rt a d as p o r caprinos ( G U R R , 1 99 2 ) . O M i n i s tério d a A g ri c u l t u ra bras i l e i r o , c i ente d o cresci mento d a produção de leite de c a b r a n o p a í s , fi x o u em 1 9 9 9 , p ad r õ e s de produção, identidade e qualidade do leite de cabra ( B R A S I L , 1 9 9 9 ) . N e s t e s p a d r õ e s e s tão contemplados critérios sanitários que conferem, p e l o menos em p arte , a segurança d o produto processado sob a égide da Inspeção Federal. O p r e s e n t e . tra b a l h o tem por o bj e t i v o i dentificar a qualidade microbiológica do leite caprino pasteurizado o ferecido à p o p u l ação de Porto A legre-R S . 2. MATERIAL E M É TODOS Foram coletadas 27 amostras de leite de c abra pasteurizado, produzido na Grande Porto A l egre, em s u as e m b alagens p r ó p r i a s . Estas a m o s tras fo ram procedentes d e dois es tabe l ec i m e n t o s i n d u s t ri a i s , i n s p e c i o n a d o s p e l a ANAIS DO XV I I I C O N G R ESSO N A C I O N A L D E LATi C íN I OS Secretari a de Agri c u ltura e Abastecimento d o e s ta d o . A p as t e u r i z a ç ã o , n e s te s d o i s e s t a belecimento, é realizada p e l o processo lento (6365°C por 30 m i n u t o s ) e o e n v a s e d o l e i t e p asteurizado é realizado manual mente, a p artir de saída no p asteurizador, em garrafas p l ásticas de p r i m e i ro u s o , p ró pr i as p ara o e n v a s e d e alimentos. A c o l e t a d e a m o s tras foi real i z a d a n o período d e agosto de 2000 a janeiro de 200 I , na Fe i ra E c o l ó g i c a do B ai rro B o n fi m em Porto A legre - R S . A p ó s a c o l e t a , as a m o s tras fo ram armazenadas em refrigeração ou caixa de isopor e encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia do Centro de Ciências d a Saúde (Centro 2 ) da U n i v ers i d ad e d o Va l e do Rio dos S i n o s (UNISINOS RS ) . As análises realizadas foram contagem d e bactérias aeró b i as mes ó fi l as e p s i crotró fi c a s , c o n t ag e m d e c o l i fo r m e s t o t a i s e fe c a i s , contagem d e Staphylo coccus a u re us e pesquisa de S a 1111 o 12 e I I a s p p e d e E s c h e r i c h i a c o li A metodologia de contagem e pesquisa utilizadas fo ram re c o me n d a d a s p o r A me r i c a n P u b l i c Health A s s o ciation - A P H A ( 1 9 84) . . 3. RESULTADOS E DIS CUSS à O A c o n tagem méd i a de mi croorgan i s m o s mesófilos aeróbios no leite de cabra pasteurizado foi de 3 , 86 9 x 1 04UFC/mL . O l i mite máx i m o permitido p e l a Portaria d o Ministério d a S aúde n. 45 1 é de 4,0 x 1 04UFC/mL . Todas as amostras analisadas estavam de acordo com os padrões da l eg i s l a ç ã o v i g e n t e na é p o c a da p e s q u i s a . A i n d i c a ç ã o d e c arga d e m i c ro o rgan i s m o s mesófilos dentro d o s padrões legais indica que o tratame n t o térm i c o a p l i c a d o ao l e i te fo i adequado (VARNAM & S HUTERLAND, 1 996). H o u ve c re s c i mento de m i c roorgan i s m o s p s i c r o t r ó fi c o s aeró b i o s e m a p e n a s 7 ,4 % d a s amostras . O crescimento, nestas d u a s amos tras fo i re p r e s e n t at i vo ( 2 , 2 2 5 x 1 04 U FC / m L e 7 , 5 x 1 04UFC/mL ) . S egundo TEUBER ( 1 9 9 2 ) , a s contagens de ps icrotróficos n ã o ultrapassam 1 0% d a microbiota mesófi l a d o leite. Pode-se, por isto, considerar que, nesta d uas produções i s o l ad a s , o c o rreram fal h as na p r o d u ç ã o e obtenção do leite. O excesso de microorganismos p s i crotró fi c o s , s e g u n d o o autor s u pra c i ta d o , pode provocar alterações sensoriais a partis da s íntese de enzimas proteolíticas e l i p o l íticas a partir do metabo l i s m o bacteriano . A c o n t a g e m d e b a c té r i as d o g r u p o c o l i forme i n d i c o u alta contaminação, tanto no que se refere aos coliformes totais (978NMP/mL de média) como de colifonnes fecais (235,7 NMP/rnL). A Portaria n .45 1 prevê que o leite pasteuri zado d e v e p o s s u i r, no m áx i m o . 4 U F C / m L d e c o l i fo r m e s t o t a i s e 1 UFC/mL d e c o l i formes fecai s . A lé m d i s t o , 54,54% das a m o s tras anal i s adas e s tavam fo ra d o p a d rão p ara coliformes totais e 72,73% para coliformes fecais. A presença destes coliformes indica falhas higiênicas no pós tratamento térmico, uma vez q u e , s e g u n d o C A M P B EL L & M A R S H A L L ( 1 9 7 5 ) , o s co l i formes p r e s e n t e s n o l e i te s ão faci l mente e l i m i nados d u rante a pasteurização e sua presença no produto pasteurizado s ugere condições ou práticas não higiênicas d urante a p r o d u ç ã o , processamento ou armaz e n a m e n t o . A p re s e n ç a d e c o l i fo r m e s fec a i s i n d i c a m a contamin ação do leite por material fecal . Esta contami nação o corre u , p ro v avelmente · ap ó s o proces samento térmi c o . Foi i s o l ado E. coli em 7 , 1 4% das amostras anal i s adas . A presença de E.co/i indica o risco de veiculação e ocorrência de infecção alimentar, inclusive a infecção por E. c o Z i 0 1 5 7 : H 7 , e m b o r a n ão t e n h a s i d o real i z a d a s a s p ro v as e s p e c ífi c a s p ara e s te microorgan ismo ( CL I VE R , 1 9 90) . Foi encontrado S. a u re us em 3 5 , 7 1 % d as a m o s tras . s e n d o a mé d i a d a c o n t ag e m d e 1 , 1 5 x I 0 5 UFC/ m L , s e n d o e s t a c o n t agem i n d i c ati va d e i n e fi c i ê n c i a d o p r o c e s s a m e n t o térm ico o u c o n tami n aç ã o p ó s p a s t e u r i z a ç ã o . A p resença d e altas contagens de S. a u reus é indicati va da presença da toxina estafi locócica, re s p o ns á v e l p o r i n to x i c aç õ e s al i m e n tares (FRAZIER, 1 9 8 1 , CLIVER, 1 990, P INTO, 1 999). O S . aureus é encontrado no leite quando há contaminação humana ou quando há casos de mastite estafi l o cócica nas fêmeas em lactação ( C A M P B ELL & MARS HALL, 1 97 5 ) . Das a m o s t ra s an a l i s a d a s , 9 , 0 % · d e l a s apresentaram Sa lmonella s p p . A salmonelose é um grave p ro b l e m a d e s a ú d e p ú b l i c a ( CL I VER , 1 9 9 0 , H OB B S & R O B ERT S , 1 9 9 3 , P I N T O , 1 9 9 9 ) . S u a p re s e n ç a e m a l i m e n t o s rep re s e n t a c o n t a m i n aç ão fec a l q u e p o d e t e r o c o rri d o a n t e s d o tratame n t o térm i c o e conseqüente inefi c iência deste ou contaminação p ó s t r a t am e n t o t é r m i c o ( C A M P B EL L & MARS HALL, 1 97 5 , CLIVER, 1 990, VARNAM & S H UTERLA N D, 1 9 9 6 , ) . n o que s e refere a p r e s e n ç a d e S. a u re u s e Salmonella spp. Sob ponto de vista tecnológico, as c o n d i ç ões de c o n t r o l e de temp eratura de p as te urização , bem c o m o d a e m b al agem do produto, devem ser melhor monitoradas, a fim de g arant i r a não c o n t a m i n aç ão p ó s tratamento térmico. Devem ser implementadas medidas que estimulem a adoção das boas práticas de fabricação e a implantação de programas de qualidade como a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. ABSTRACT Twenty seven samples of pasteurised goat milk produced in the metropolitan area of Porto A legre ( R S ) were s ubjected to microbiologiacal anal y s i s . S amples were c o l lected and analysed o n n i n e o c c a s i o n s , fro m A u g u s t , 2 000 t o January, 200 I . The samples were p u rchased at t h e " Fe i ra E c o l ó g i c a do B o n fi m " ( B o n fi m Ecological Fair), in Porto Alegre and transported to t h e m i c ro b i o l o g i c al l ab o ratory of t h e " Centro de Ciências d a S aúde" ( S cience o f the Health Center) of the "Universidade d o Vale do R i o d o s S i n o s " ( S i n o s R i v e r U n i v e rs i ty ) ( U N I S I N O S ) in a re fri gerated b o x . Fro m a sani tary point of view, 27 ,27% of th goat milk samples that were analysed were within the legal s t a n d ards " Po rt a r i a 4 5 1 - S e cr e t ari a d e V i gi l ân c i a S an i tári a - M S " ( L aw 45 1 o f the S e c retary o f S ani tary Vig i l an ce - M i n i s try o f H e a l t h ) . A l I t h e o t h e r s a m p l e s were contaminated by Salmonella sp. (9,0 % ) ; E. coZi ( 2 7 , 2 7 % ) ; S. a u re us ( 3 6 , 3 6 % ) . A l s o , 5 4 , 5 4 % o f t h e s a m p l e s s h o w e d t o ta l c o l i fo r m s a n d 7 2 , 7 3 % of t h e m showed faecal coliforms above the max i m u m a l l o w ed l im i t . The m e s o p hi l i c b acteria c o u n t showed that, under t h i s aspect, the milk was well treated, as alI the samples were within the legal limits. The psycrotrophic bacteria count showed that there probably occured errors during the cool ing of the raw milk. K e y w o rd s : goat m i l k , m i c ro b i o l o gi c a l caracterizat i o n . A G RADECIMENTOS As autoras agradecem a UNIS INOS pelo auxílio de pesquisa concedido. B IB L IO G RAFIA 4 . C ON CLUS Õ ES O leite de cabra pasteurizado oferecido nas fe iras e c o l ó g i c a s de Porto A l egre, ap re s e n ta riscos a saúde do c o n s u mi d or, p rincipal mente A B I A . AS S O C I A Ç Ã O B R A S IL E I R A DAS I N DUSTRIA DA ALIMENTAÇÃO. Compêndio da legislação de alimentos. Consolid ação das normas e padrões de alimentos. São Paulo, 1 999. Pág . 2 1 9 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíN IOS AMERICAN HEALTH PUB L IC A S S O C I AT I O N . Te c h n i c a l C o m mi ttee o n M i c ro b i o l o g i c a l Methods fo r Fo o d s . C o m p e d iu m o f m e t h o ds fo r t h e m i cr o b i o l o g i c a l e x a m i n a t i o n f o r fo o d s . 2 . e d . Washingto n : A P H A , 1 9 8 4 . B A H I A . S ecretaria d a Agricultura, I rrigação e Reforma Agrári a. CER . Leite de cab r a : u m a o p ç ã o criativa, u m d es afio . 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Características microbiológicas de leite cru e benefi c i a d o em B e l o H orizonte ( M G ) . A r q u i v o B ra s i l e i ro de Veterinária e Zootecnia, v. 46, n . 6 , p . 7 1 3 - 7 2 1 , 1 99 4 . CLIVER, D . O . Foodborne diseas e . S an Diego : A c ademic Pre s s . 1 99 0 . F R A Z I E R , W .c Microbiologia d e los a l i m e ntos . 2 .e d . Zarago z a : Acribia, 1 9 8 1 . GURR, M . 1 . Health and nutrition aspects of dairy p r o d u c t s : na u p - to - mi n u te rep o rt . Food Australia, v . 4 4 , n . 9 , p . 42 1 - 4 2 6 , 1 9 9 2 . HO B B S , B . C . ; R O B E RTS, D . Toxinfecções e c o n t r o l e h i g i ê n i co - s a n i t á r i o de a l i m e n tos . São Pau l o : Varela, 1 99 9 . 3 7 6 p . P I N T O , AT. E n fe r m i d a d e s b ac te ri a n as t r a n s m i t i d a s p o r a l i m e n t os no e s t a d o d o R i o G r a n d e d o S u l . Po rto A le gre : U FR G S . 1 99 9 . Dissertação de mestrado. TEU B E R , M . M i c ro b i l ogical problems facing the dairy i n d u s try. B u l l e t i n o f the i n t e r n a t i o n a I D a i r y F e d e r a ti o n , n . 27 6 , p . 6-9, 1 992. VA R N A M , A l an H . ; S H UTERLA N D , J ane P. M i lk a n d m i l k p r o d u cts - t e c n h o l o gy, c h em is t r y a n d m i c r o b i o l o gy. L o n d o n : Chapman & Hal l . 1 9 9 6 .45 1 p . PERFIL SENSORIAL DO QUEIJO TIPO COTTAGE, OBTIDO POR M ÉTODO MODIFICADO, UTI LIZANDO DI FERENTES CONCENTRAÇÕES DE NACL NO DRE$SING Sensory profile of cottage type cheese, obtained by modified method, using different nacl concentratio.ns in the d ressing M AR I N I , R A FAE L1 ; R I C HA R D S , N E I LA S . P. S . 2 RESUMO O queijo cottage é um queijo muito popular nos Estados Unidos, onde sua fabricação industrial começou no início do século XX. É constituído de grãos de coalhada de acidez e tamanhos variados imersos em uma mistura de creme (dressing) e sal, de teor de gordura variáve l . Este produto é um tipo de queijo fresco macio, não maturado, com rendimento entre 1 4 a 1 9 % sobre o leite desnatado, empregado na sua fabricação. O objetivo deste 2 Estudante de Engenharia de Alimentos /UNI S I NOS /RS. Professora do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (C 6 ) /UNI S I NO S /RS . A N A I S DO XV I I I C O N G R ESSO N A C I O N AL DE L ATi C í N I O S trabalho foi determinar o perfil sensorial do queijo cottage desenvolvido na Mini-usina d e Leite da Universidade do Vale do Rio dos S inos empregando-se três concentrações de s a l no dressing ( 3 , 4 e 5 % ) . Os testes sensoriais utilizados foram os de preferência, aceitabilidade e ordenação . Os resultados indicaram que o dressing com 4% de NaCl, em termos de, s uas propriedades sensoriais foi o preferido, sendo classifi cado como "muito bom". Observou se pelo teste de ordenação que as amostras que possuíam 3 e 5% de sal não diferiram entre s i , porém d i feriram signifi cativamente do q u eij o que continha 4% de s a l , sendo que o índice de aceitabilidade p ara estas amostras ficou abaixo do estabelecido p ara a aceitação de um produto pelos c o n s u m i d o re s . O queij o com 4% de s al apresento u um índ i ce de aceitabilidade de 77%. Palavras -chave: método modificado, queij o co ttage, perfi l sensorial. 1. INTROD U Ç Ã O O q ueij o c o ttage é u m q u eij o fres co e c remoso e p o u c o ácido p orqu e é s u bmetid o a u m a intensa l a v agem d urante s u a e l a b o ração. A presenta-se com uma textura granulada, c uj os g r ã o s s ã o r o d e a d o s c o m c re m e d e l e i te (dress ing) . Para a fabricação i n d u strial deste q u e ij o u t i l i za m - s e três s i s t e m a s d i fe r e n t e s conhecidos c o m o método longo ( 1 4- 1 6h), médio ( 8 h ) e c u rto ( 5 h ) , que tem s i d o des critos p o r B YLUND ( 1 9 9 5 ) e por S C O TT ( 1 9 8 6 ) . A temperatura e m q u e se forma o gel e a dose de culturas mesófilas são determinadas pelo t e m p o de m at u ra ç ã o da m a s s a no t a n q u e . N o c a s o d o m é t o d o l on g o , a temperatura d e m a t u raç ão d o l e i te é d e 2 2 ° C e s e i n o c u l a a cultura em uma porcentagem de 0 , 5 % . O sistema i ntermedi ári o consiste na s emeadura de cerca de 3 % de c u l t u r a e o l e i t e é m a t u ra d o ( n o t an q u e ) a 2 6 , 5 ° C , e n q u an t o q u e n o m é t o d o curto, cerca de 5 % de cultura é adicionada e o leite é incubad o a 3 0 ° C . Em qualquer um dos métodos se ad i c i o n a u m a p equena quantidade de coalho (0,2mLl I OO litros de leite) para ajudar a formação do gel, mas a coal hada é de caráter ácido, obtida por precipitação das caseínas a p H de 4,6 (B ANKS, 2000). O m é t o d o m o d i fi c ad o u t i l i za I % de fermento láctico sobre o leite, cloreto de cálcio (25gl I 00 litros de leite) e coalho na ordem de 20mLl l OO litros de leite. A coagulação ocorre entre 40-50 minutos ou até pH 4,6-4,7. A conti n u aç ã o do p r o c e s s o é a m e s m a d o s o u tros métod o s ( S O U Z A , 1 9 8 6 ) . O queijo co ttage v e m ganhando mercado, nos últimos anos , apesar do preço ainda elevado, por ser u m queij o d i to "magro", ou s ej a , com uma quantidade mínima de gordura devido ao fato de ser fabricado com leite desnatado . Apesar desse panorama promissor, o produto ainda não tem um pad rão de qual idade estabelecido pela digitalizado por legislação. A norma seguida para este tip o de produto é a dos queijos massa fresca!. De acord o com a Portaria n ° 1 46 de 07 de março de 1 996: "Entende-se por queijo o produto fresco ou maturado que se obtém por separação parcial do soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado), ou de soros lácteos, � oagulados pela ação física do coalho, de enzimas especificas, de bactéria específica, de ácido orgânicos, isolados ou combinados, todos de qualid ade apta para uso alimentar, com ou sem agregação de s u bstâncias a l i mentícias e/o u especi arias e/o u condimentos, aditivos especificamente indicados, substâncias aromatizantes e matérias c orantes" (LERAYER et aI . , 1 99 8 ) . N o r m a l m e n t e o q u e ij o c o ttage é fe i t o s o m e n te c o m o u s o d e c u l t uras a c i d i fi cantes (tipo "O"), mas alguns processos utiliza também c u l t u ras aromáticas ( t i p o "LD"), p ara conferir u m l i geiro aroma (diacetil ) ao pro d u t o , porém, essas culturas são menos usadas devido ao risco d e formação e x c e s s i v a d e gás ( F U RTADO & L O U RENÇO NETO, 1 99 4 ) . O s e r humano t e m habilidade natural para d i ferenciar, c o mp arar e quantificar o s atributos sensoriais e a análise sensorial utili za-se dessa hab i l i d a d e p ara aval i ar a l i me n t o s e b e b i das , e m p re g a n d o a met o d o l o g i a ap r o p ri ad a a o s objetivos d o e s t u d o e o tratamento e s tatístico dos dados (FERREIRA et aI . , 2000 ) . A s carac terísticas organ o l é p t i c as de u m a l i me n t o d e t e r m i n am a atrati v i d ad e q u e e s t e exerce sobre o consumidor. O aspecto d o queijo, s u a consistência e seu aroma m u i t o o u p o u c o intenso estimulam os sentidos da vista, ouvido, tato, olfato e do gosto e provocam reações mais ou menos intensas de desejo ou rejeição. O consumidor atribui assim, medi ante u m processo complexo, um nível de qualidade organoléptica ao alimento ( VA S S AL, 1 9 8 9 ; FIS HER & SCOTT, 2000). arvoredoleite.org ANAIS DO X V I I I C O N G RESSO N AC I O N A L DE L ATICÍNIOS ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS U m a a p r e c i a ç ã o c o rre t a d a q u al i d a d e organoléptica d o s queijos é essencial para fixar a b a s e d as n e g o c i a ç õ e s e p ara m e l h orar a q u al id a d e p e r m i t i n d o c o n hecer d eterm i n a d o s defeitos devido à s más condições de fabricação a s q u ai s d e v e m ser r e m e d i adas no p o s s ível ( B AN K S , 2000) . A qualidade pode ser avaliada diretamente através de métodos sensoriais subjetivos que são e mpregados pelo homem como instrumento de medida (LAWLES S & HEYMANN, 1 99 8 ) . O s m é t od o s s e n s o ri ai s s ão e m p re g a d o s fu n d am e n t a l m e n te e m d u as d i r e ç õ e s : i ) a primeira consiste em anali sar as c aracterísticas de aspecto, textura e aroma do produto mediante os ó r g ã o s d o s s e n ti d o s . E s t e e x a m e d e v e permitir a caracterização do produto de f� rma qualitativa e quantitativa p ara poder estabelecer c lassificações e comparações entre as amostras e ii) a segunda tem por finalidade a determinação d as reações dos consumidores aos produtos que apre s e n t am c aracterí s t i c as previamente defi n idas (VA S S AL, 1 9 8 9 ) . Cloreto de s ó d i o é adicionado a t o d o s os queij o s , incluindo aqueles de coalhada láctica e o c o t ta g e , e m u ma determi n a d a fas e de s ua elaboração para evitar o crescimento de bactérias n ã o d e s ej áv e i s e p ara o c o ntro le de mi c ror ganismos desej áveis e , p o rtanto, a v e l o cidade de maturação, p ara que colabore nas mudanças físico-químicas da coalhada e para potencializar o s ab o r do q ueij o . As b a c téri as a c i d o l át i c as mesófilas tem u m a t o l erância v ariável a s a l . A maioria das cepas de St1: Cremoris são inibidos na presença de 2% de sal, mas o St/: Lactis tolera até cerca de 4%. O crescimento das bactérias não d es ej áveis é inibido p e l a concentração de sal, embora a Eschericlzia coli requeira quase 1 2% de sal, i n c l u s i v e , p o d e n d o ter s e u cres c i me n t o estimulado em presença de concentrações de 3 % ( CHAPMAN & SHARPE, 1 9 8 7 ) . 2. MATERIA IS E M É TODOS 2.1. A m o s t ras O s q u e ij o s c o t t a g e com as d i fe r e n t e s c o n c e n traçõ e s d e N a C l no d r e s s i n g fo ram produzidos na mini-usina de leite e derivados da U N IS INOS . Foram analisados físico-quimica e micro biologicamente antes de serem analisados p e l a e q u i p e s e n s o ri al c o m p o s t a p o r 2 0 v o l u ntário s recrutados entr'e o s e s t u d an tes d e E n g e n h a r i a d e A l i m e n t o s e fu n c i o n ár i o s d o Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (C6) da UNIS INOS . 2.2. M é t o d o s de a n á l i s es s e n s o riais 2.2. 1. Teste d e o rdenação Este teste é amplamente utilizado devido a sua simplicidade, facilidade de interpretação e apl i caçã o . P o d e - s e u t i l i z á - l o p ara avali ar, ao mesmo tempo, u m grande n ú mero de amostras (LAWLESS & HEYM A N N , 1 99 8 ) . O objetivo d o teste d e o r d e n a ç ã o é c o m p arar d i v e r s as amostras ao mesmo tempo, c o m rel ação a um determinado atributo e verificar se estas diferem entre si. O número deve ser, no mínimo, de 1 5 j u l ga d ores ( D UT C O S K Y, 1 9 9 6 ) . O t e s t e c o n s i s t i u n a apresentação de t r ê s amostras de queijo cottage contendo concentrações de N aC I de 3 , 4 e 5 % no dre ssing. Foi s o l i citado a o s p ro v ad o r e s o r d e n ar d e for m a d e c r e s c e n te a s amos tras q uanto à i n t e n s i d ad e d e s a l . A i n d a solicitou-se a o s provadores s u a preferência em relação ao teor de NaCl das amostras . Os resul tados foram calculados pela soma das ordens de cada amostra e avaliados estatisticamente pelo teste de Fri e d m a n , u ti l i za n d o - s e o s dados da tabela de Newell e MacFarlane ( DUTCOS KY, 1 99 6 ; FER REI R A et a I . , 2000). 2.2.2. Teste de escala hedônica Neste méto d o , as res p o s tas afetivas, isto é, estados p s i c o l ó g i c o s de gosto o u d es gosto, são medidas por uma escala de pontos . Os termos escolhidos para a escala são de muita imp ortância pois, além de dar idéia de ordem sucessiva dos intervalos, devem deixar bem claro o significado da resposta (TEIXEIRA, 1 9 8 7 ) . Utilizou-se uma escala hedônica bal anceada, ou sej a, apresentou igual número de categorias positivas e negativas. A p re s e n t o u - s e as a m o s tr a s m o n o á d i c a e seqüencial . Utilizou-se o delineamento de blocos c o m p l et o s b a l a n c e ad o s . O s res ul ta d o s foram avaliados por análise de variânci a (ANOVA ) . 2.2.3. Ín dice d e aceitab ilidade O índ ice de aceitab i l i d a d e fo i calculado tomando a escala hedônica e considerando como 1 00% o valor máximo de pontuaç ão alcançada. Para que um a l i m e n t o , ou pro d u t o , s ej a c o n s iderado c o mo a c e i t o , e m termos d e s uas propriedades sensoriais, é necessário que obtenha um índice de aceitabilidade de no mínimo 70% (TEIXE I R A et aI . , 1 9 8 7 ) . 3. RESULTADOS E D IS CUS à O A Tabela I mostra os res u l tados do teste de ord en a ç ão q u a n t o à a d i ç ã o de d i ferentes concentrações de sal no dressing das amostras de queijo co ttage. Os resultados foram calculados pela soma das ordens de cada amostra contendo 3, 4 e 5% de s al e aval iados estatisti c amente pelo teste de Friedman, utilizando-se os d ados da tabela de Newell e MacFarlane (DUTCOSKY, 1 996 ; FERRE I R A et al . , . 2000) . Tabela Amostrás 1 - R e s u ltados do tes te de orden ação quanto à adição de sal no dressillg do queijo cottage . 4% de NàCI 5% 42 " Total 31h 3% Tabela 2 Para melhor ilustrar a diferença calculou se a diferença mínima significativa (dms) entre os totais de ordenação utilizando-se a segu inte fó rmula (D UTCO S K Y, 1 99 6 ) : = - 47 " Totais com a mesma letra não diferem significativamente entre si (a :::; 0.05 ) . d d ms d et e r m i n a d o s d e l i b erad a m e n te m e d i an t e a i n o c u l a ç ão d e mi crorga n i s m o s e s p e c ífi c o s , c o n d i ções de fab r i c ação e fatores ambien tais (C HAPMAN & S H A R PE, 1 9 8 7 ) . A Tab e l a 2 apre s e n t a o s res ul t a d o s d a análise estatís t i c a fe ita para o teste de escala hedônica no qual determinou-se o grau de gosto e d e s g o s t o d o s p ro v a d o res em re l aç ã o as a m o s tras de q ueij o c o t t a g e c o m d i fe re n t e s concentrações de NaCl no dressillg . Q * { [p * t * ( t+ 1 )]/ 1 2 ) 1/2 Onde: Q = valor tabelado em função do número de tratamentos Tt = n ú mero de tratame ntos pp = número de provadores Ob s e r v a - s e q u e as a m o s tras d e q u eij o cottage contendo 5 e 3 % d e NaCl não diferiram significativamente entre s i . A amostra com 4% de NaCI foi considerada a preferida em relação às demais, ao nível de significância de 5 %, sendo que a dms encontrada foi de 1 5% . Portanto, um q u e ij o c o n t e n d o 3 o u 5% de sal não s erá apreciado pelos consu midores. As carac teríst i c as organolépticas d e um queijo são determinadas mediante certos fatores básicos, cujo controle é essencial para assegurar que os atrib utos dos mesmos s ão as próprias da variedade . A mac iez é favorecida por um elevado c o n t e ú d o em u m i d ad e , um alto c o n t e ú d o de gord ura e uma proteólise extensa. A varied ade de q u e i j o q u e se p re t e n d e fab ri c ar v e m d eterminada p e l o t i p o de leite u t i l i zado , p e l a preparação da coalhada e pela inclusão de certos microrganismos no leite ou na coalhada que são os responsáveis pela prod ução de ácido durante o processo de fabricação e de desenvolvimento, dur ante a maturação, das características, aroma e s abor que definem a variedade. Os tipos de bactérias ou fu ngos que participam do processo d u ra n t e a fab ri c ação ou m a t u r a ç ã o s ã o Amostras Notas médias R e s u l t a d o s d o t e s t e de e s c a l a hedônica quanto à adição de s a l n o d r e s s i n g d as a m o s tras d e qu e ij o co ttage . 5% de NaCI 4% de NaCI 3,25" 3 , 8 5" de N aC I 3 ,0' Totais com a mesma letra não diferem significativamente entre si (a :::; 0,05 ). De acordo com a tabela aci ma (Tabel a 2) podemos afirmar que as três amostras d i feriram significati vamente en tre s i , ao n ível de si gni ficância de 5 % . A amostra contendo 4% de NaCI fo i a preferida pelos provadores recebendo a nota m é d i a de 3 , 8 5 q ue , corre s p o n d e a c l as s i ficação de "muito bom". A escala hedônica fornece um j ulgamento afetivo que determi na a atração que o produto exerce s obre o consumidor potencial, normal mente os provadores não são treinados mas são selecionados por serem consumidores do produto em estudo (VA S S AL, 1 9 8 9 ) . L e v a n d o - s e e m c o n t a q u e , p ara u m p r o d u t o s e r c o n s i d e r a d o c o m o a ce i t o , em termos d e s u a s p r o p ri e d ad e s s e n s o r i a i s , é n e c e s s ário q u e o b t e n h a um ín d i c e de acei tab i l i d ade de no mín i m o 7 0 % , p o d e - s e d i zer que as amostras de queij o cottage com 3 e 5% de NaCl no dressing não fo ram ace i t as por obterem um índice de aceitabilidade inferior a 7 0 % . J á , a a m o s tra de q u e ij o c o n t e n d o uma c o n c en t ração d e 4 % d e s a l no d r e s s i n g apresentou u m índice de aceitabilidade de 77%, como pode ser observado na Tabela 3. Tabela 3 Amostras LA. (%) digitalizado por - Índice de aceitabilidade das amostras de queij o co ttage com d i ferentes concentrações de NaCI no dressing. 5% de NaCI 4% de NaCI 3 % de NaCI 65 77 60 arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS Neste trabalho observou-se que o dressing c o m b a i x a c o n c e n t r a ç ã o de s al ( 3 % ) fo i rej e itado p e l o s provadores porque d e i x a v a o p ro d u t o c o m um e x c e s s i v o g o s to a l e i t e , parecendo não ter s i d o acidificado e salgado o s u fi ciente, porém, o dressing c o m 5 % de sal d e i x o u o produto e x c e s s i v amente s algad o , de acordo com o s provadore s . U m a importante função do s a l no queijo é c o n fe ri r - l h e g o s t o c aracterís t i c o , ao m e s m o tempo em q u e realça ou mascara o sabor de outras substâncias presentes . Entretant o , o sal ain d a e x er c e u m i mp o rt an te p a p e l n a s e l e ç ão d a fl ora m i c r o b i a n a d o q u e ij o . M u i t o s m i c r o r ganismos q u e podem p rovocar sérios defeitos nos q u e ij o s s ã o s e n s ív e i s a m o d e r a d a s c o n c e n t r a ç õ e s d e s a l . U m b o m e xe m p l o s ão microrgan i s mos termorres istentes e s p orulados a n ae ró b i c o s ( Clostridi u m ) c a u s ad o r e s do e s t u famento tardi o (FURTADO, 1 9 9 1 ) . Como foi observado neste trabalho, o teor de sal adicionado no dressing (4%) contribuiu de forma definitiva para a aceitação do produto, ressaltando o sabor característico e agradável do queij o . 4 . C O N C L US à O Os queij os são, em sua maioria, produtos trad icionais que tem sido relativamente pouco s u b me t i d o s aos modernos métodos de análi s e sensorial. Entretanto, estes métodos s ão empre gados em numerosas situações que interessam ao fabricante de queijo em variados graus . Contin uamente s ão desenvol v i d o s novos p ro d u t o s p ara ate n d e r à d e ma n d a d o s c o n s u m i d o r e s e p ara m a n t e r o u m e l h o rar a rentabilidade das empresas fabricantes . As prin c i p a i s t e n d ê n c i as d o mercado s ã o : p r o d u t o s baixos em calorias, alimentos fáceis e cômodos d e c o n s u m i r , s ab o r e s m a i s s u a v e s ( m e n o r a c i d i fi cação n a fermen t a ç ão ) , p r o d u t o s mais saudáveis, alimentos que p odem ser conservados d u r a n t e m a i s t e m p o e m e n o r re l aç ã o p reço/ qual i d ade . Mediante o exposto, a produção de queijo c o ttage p arece ser potencial mente u m a a l t e rn at i va l u c ra t i v a para o s fab ri c a n t e s preocupados em entrar neste novo e avassalador mercado de produtos baixos em calorias. Fatores i n e re n t e s à q u al i d a d e da matér i a - p r i m a e à p re fe rê n c i a d o s c o n s u m i d ores d e v e m s e r determinantes na produção deste t i p o de queij o . ABSTRACT Cottage c h e e s e is very p o p u l ar i n t h e United States of America, where production o n i n d ustrial s c a l e b e g a n at the b e g i n i n g o f the Twentieth century. It is cons tituted of grains of curd of various acidities and sizes, immersed in a mixture of cream dressing and salt, and with a varied salt content. This product is a fresh, soft, unripened cheese with yield ranging from 1 4 to 1 9 % i n rel at i o n to the skimmed m i l k u s e d in it's production. The objective of this study was to determine the sensorial profile of the cottage type cheese developed at the M i l k Laboratory of the "Universidade d o Vale do Rio dos Sinos" ( S i n o s River U niversity) ( U N I S IN O S ) using 3 (three) c o n ce ntrat i o n s of s a l t in the dres s i n g (3, 4 a n d 5 % ) . T h e sensorial tests used were the Preference Test, Acceptance Tes t and Ranking Tes t . The res u l t s ob t a i n e d i n d ic ated that the dressing with a concentrat i o n of 4% o f NaCI , was the most accepted, and was c l a s s i fi e d as "very goo d " . The R a n k i n g Tes t s h o w e d that the s a m p l e s w i t h 3 % a n d 5 % of s a l t d i d n o t d i ffer i n b et w e e n t h e m s e l v e s , b u t d i ffered sensi b l y in relation to the c heese w i t h 4 % o f salt, and t h a t t h e acceptab i l i t y val u e o f these s a m p l e s w as b e l o w t h at e s t ab l i s he d b y the c o n s u mers . T h e c he e s e with a d r e s s i n g containing a co ncentration of 4 % of salt presented a n acceptance value of 7 7 % . K e y w o r d s : m o d i fi e d m e t h o d , c o ttage cheese, sens ory profile ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N A C I ON A L D E LATi CíN I O S C H A P M A N H . R . & S HAR PE, M.E. M i cro b i o l ogia deI q u e s o . I n : ROB I N S O N , R . K . , e d . M ic r o b i o l o g i a l a c t o l o g i c a . Vo l u m e l I : m i c r o b i o l o g i a de l o s p r o du c tos l á c t e os . Zaragoza: Acribia, p . 1 47-22 1 , 1 9 8 7 . D U T C O S K Y, S . D . A ná l i s e s e n s o r i a l d e alimentos. Curitiba: Champagnat, 1 99 6 . 1 23 p . FE R R E I R A , Y. L . P. ; A L M E I D A , T. C . A . ; PETTINELLI , M . L . ; S ILVA, M . A . P. ; CHAVES, 1 . B . ; B AR B O S A , E . M . M . A n á l i s e s e ns orial tes tes discriminativos e afetivos . Campinas : S B CTA, 2000. 1 27 p . (Manual : Série Qual idade) F I S H E R , C . : S C OTT, T.R. F l a v o r e s d e los a l i m e ntos , b i o l o g i a y q u í m i c a . Zarag o z a : Acribia, 2000. 2 1 2p . FU RTA DO, M . M . A a r te e a c i ê n c i a d o queij o . São Pau l o : Globo, 1 9 9 1 . 297p . FURTADO, M . M . & LOURENÇO NETO, J . P.M. Te c n o l o g i a d e q u e ij o . I ed. S ã o P a u l o : D i p emar Ltda, p . 2 7 - 2 9 , 1 99 4 . L AW LE S S , H . T. ; HEYM A N N , H . S e n s o ry evaluation of food - principies and practices. New York: Chapman & Hal l , 1 9 9 8 , 8 1 9 p. L E R AY E R , A . L . S . ; C A RVAL H O , Á . F. ; B UCIONE, A . ; KESTENER, B . M . A . C . ; M O S Q U I M , M . C . A . , N U T T I , M . R . ; S IM à O F I L H O , P . N o v a l eg i s l aç ã o d e p r o d u t o s l ácteos e d e alim e n tos p ar a f i n s e s p eciais, diet, light e e nriquecidos. S ão P au l o : Fonte Comunicações e Editora, 1 99 8 . 2 1 2p . S COTT, R . C h eesemaking p ractice . London : Elsevier Appl ied S cience, 1 9 8 6 . S O U Z A , G . 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DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO FíSICO-QuíMICA, MICROBIOLÓGICA E SENSORIAL DE IOGURTE ADICIONADO DE CEREAIS INTEGRAIS Development and physical, chemical, microbiological and sensorial characterization of yogurt with added integral cereais TRAM O N T I N A , T. 1 ; R I C HA R D S , N . S . P. S .2 ; S I LVA, M . E .3 RE S UM O O iogurte é um ali mento conhecido pelos efeitos bené ficos sobre a saúde e nutrição humana. A fácil digestibilidade e a capacidade de reforçar a flora intesti nal são fatores positivos que, j untamente com a rica composição do leite, conferem ao iogurte um merecido destaque entre os alimentos de origem animal . O objetivo deste trabalho foi desenvolver um iogurte com cereais integt'ais p ara tornar o produto ainda mais nutritivo. O alto teor de fibras dos cereais vem despertand o , nas últi mas décad a s , u m ren o v a d o e cre s cente 2 3 Estud ante de Engenharia de A l imentos /UNIS INOS /RS . Professora do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (C6) /UN I S I N O S /RS. Professora do Centro de Ciên c i as d a S aúde (C2) /UN I S I NO S /RS . digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS interesse, como pode ser verificado pela intensidade e diversificação da pesquisa científica nesta área. Foram avali adas as características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais do iogurte . Os resultados médios obtidos foram: pH de 4,46, acidez de 76°0, viscosidade de 2 , 0 8 c P, gord u ra de 2 , 5 % , fibra b r u t a de 1 , 2 0 % e p r o t e í n as de 3 , 7 2 % . As a n á l i s e s microbiológicas revelaram que o produto mostrou perfeitas condi ções p ara o c o n s u mo , apresentando ausência de c o l i formes to tais e Salmo n e lla . Verifi co u - s e a con tagem de 2 , 5 . 1 02 UFC/g d e b o l o re s e l ev e d u ras . N ão foram d et e c t ad a s b ac té r ia s p s i c r ó fil a s . Verificou-se, p e l a análise sensorial, q u e o iogurte c o m cereais integrais obteve o índice de aceitabilidade de 9 2 % . Palavras-chav e : i o g urte, cereais , desenvolvimento alimento e a eliminação dos seus resíduos, via fezes. As fibras alimentares regulam a função intestinal, cond uzindo o tempo de trânsito p ara um valor "ideal" de cerca de 48 horas (LAIRON, 1 993). A procura cada vez maior p o r p r o d u to s saudáveis e nutritivos é u m fator determinante p ara o cre s c i m e n t o da l i n h a d e p r o d u t o s fermentado s , fato e s t e q u e l e v o u à reali zação deste proj e t o . Visando res saltar as q u a l i d ades nutricionais do iogurte aliadas aos benefícios da ad i ç ão dos cereais i ntegrai s , e demonstrar os p r i n c i p a i s p o n t o s de o b tenção deste p r o d u t o , real izou-se o presente trabalho. 2. MATERIA IS E MÉTODOS 1 . INTR O D U Ç Ã O Leites fermentados s ã o os produtos obtidos p o r c o ag u l aç ão e d i m i n u i ç ã o do pH p o r fermentação lática mediante a ação de cultivos de microrgani s mos específicos, q u e devem ser viáveis, ativos e abu n d antes no p r o d u to fin al d urante a s u a v i d a de prateleira. I o g u rte é o p ro d u t o da fermentação c o m c u l t i v o s p r o t o simbióticos de Streptococcus salivarius s u b s p t h e r m op h i l u s e L a c t o b a c i l l u s d e l b r u e k i i subsp b u lga ri c u s , que podem ser a c o m p a n h ad o s , d e m a n e i r a c o m p l e m e n t a r , por outras bactérias acidófilas q u e , contribu am para a d et e r m i n a ç ão d a s c ar a c t e rí s t i c a s d o p ro d u t o fi nal (EARLY, 2000) . Para a fab r i c a ç ã o do i o g u rt e p o d e - s e empregar leites de distintas espécies animais e , e m fu n ç ão d i s s o , o b t ê m - s e u m p r o d u t o c o m d i fe re n t e s c a r a c t e r ís t i c a s . O l e i t e p ara a fabricação do iogurte deve ser fresco, produzido em condições sanitárias adequadas , com baixa c o n t a g e m d e b actéri a s , a u s ê n c i a d e mi cror ganismos patogênicos e de substâncias inibidoras e não rancificado. Em função do leite utilizado p o d e m o c o rrer v a r i a ç õ e s na q u a l i d ad e d o i ogurte . D urante o processo de fabricação d o i o gurte, é neces s ário c o n trolar rigoro s amente u m grande n ú mero de fatore s , como a escolha do leite, os ingredientes utilizados, o tratamento térm i c o , a h o m o g e n e i z a ç ã o e o c u l t i v o empregado , para se obter um p roduto final d e q u al i d a d e , q ue a p re s e n t e a s c a r a c t e r ís t i c as a d e q u a d a s d e s ab o r , aro m a , v i s c os i d a d e , c o n s i s t ê n c i a e p er í o d o d e c o n s er v a ç ã o (TAMIME & ROB I N S O N , 1 99 1 ) . Os l e i tes fermentados têm em c o m u m a p r e s e n ç a de ác i d o l á t i c o , p r o d u t o fi nal d o m e t ab o l i s m o d a s b ac t é r i a s e n v o l v i d a s n o p r o c e s s o fermentati v o . O ac ú m u l o d o á c i d o lático n o leite durante o crescimento microbiano faz com que o leite passe do estado l íquido para ANAIS D O X V I I I C O N G R ES S O N AC I O N AL D E LATi CíN I O S um estado mais firme. A atuaç ão das bactérias láticas p ro d u zem, além do ácido l ático, outras s u b s t â n c i a s c o m o CO" d i ac e t i l , acetal de í d o , e n tre o u t ras q u e a u x i l i a m n a fo r m a ç ão d a s característ i c a s e s p ec íficas d o s l e i t e s fermen tados. O iogurte é u m produto lácteo de elevado v a l o r n u t r i c i o n a l , u m a v e z q u e d e v i d o ao p ro c e s s o fer me n t at i v o , s e u s c o n s t i t u i nt e s apre s e n ta m - s e p ar c i a l m e n t e p ré - d i g e ri d o s . O cálcio, por exemplo, é melhor absorvido como lactato (em iogurtes) do que caseinato (no leite fre s c o ) . A c a p a c i d ad e de refo rç a r a fl ora intestinal e a elevada digestibilidade, j untamente com o seu alto valor nuttitivo, conferem ao iogurte destaque entre os alimento s . As bactérias láticas exercem um importante papel na saúde do homem por meio de mecanismos de exclusão competitiva d e b ac t é r i as p at o g ê n i c as e p u t r e fati v a s , e s t i m u lação d o s i s t e m a i m u n e e c o n tro l e d e infecções intestinais (FERREIRA, 1 99 9 ) . A ad ição de cereais i n tegrais a o i o g u rte torna esse alimento ainda mais n utritivo, uma vez que este grupo de cereais apresenta u m alto valor de fibras . Desta forma o iogurte além de ser fonte de vitaminas, proteínas e minerais , é fo n t e d e fi b r a s , n u t r i e n t e s q u e n ã o e s tão presentes na composição do iogurte tradicional . A s fib ras i n tro d u ze m u m a s é r i e d e m o d i fi c a ç õ e s n o t u b o d i g e s t i v o . N ã o s e n d o absorvidas p e l o organismo, a nível de intestino gro s s o , e l as não part i c i p a m , d i retamente, na c o n t ri b u i ç ijo e n e r g é t i c a fo rne c i d a p e l o s nutriente s . Desta forma a presença d e fibras vai reduzir a densidade energética dos alimentos e, consequentemente, a sensação de saciedade após uma refeição poderá ser obtida com a ingestão menor de nutrientes e com isso um fornecimento energético menor ( P R O U DLOVE, 1 99 6 ) . O princi pal efeito fisiológico d a s fibras é em relaç ão ao t e m p o en tre a i nges tão de u m 2.1. M a térias - p ri m as e i n g r e d i entes Leite i nt e gral , c ul t u ra m i s t a c o merc i a l , s acarose, espessante/estabi l izante, l e i t e e m p ó d e s n atado , cereais integra i s , açúcar i nvertid o , aro matizantes, c o rante, c onservan te . 2.2. P r o c e s s o de o b t e n ç ã o do i o gu rte com cereais O processo d e elaboração do iogurte iniciou se pela pasteurização do leite e da sacarose. Após a p as t e u ri za ç ã o , res fri o u - s e a m i s t ura até a temperatura de incu bação (42 ° C ) e adicionou se a cultura. Transcorrido o período de incubação (3 ho ras ) , r e s fr i o u - s e a m i s tu ra até 1 0 ° C e ad i c i o n o u - s e o preparado de cereai s , ( parale lamente elaborado), homogeneizou-se a mistura, embalou-se e armazenou-se (5- 1 0 ° C ) . 2.3. A n á l i s e s fís i c o - q u ím i cas De a c o rd o c o m I N S T IT U T O A D OLFO LUTZ ( 1 9 9 5 ) determi nou-se p roteínas (método de KJEDHAL), gordura (butirômetro de Gerber) e acidez titulável (graus Dornic - ° 0 ) . As fibras b r u t a s fo ram d e t e r m i n a d a s de ac o r d o c o m A S C A R ( 1 9 8 5 ) pelo método de WEENDER. A d e t e r m i n ação do extrato s e c o total fo i fei t a p o r g r av i me t r i a . O s c a rb o i d r a t o s foram determinados p o r d i feren ç a . A determ i n ação d o p H fo i fei ta c o m o auxíl i o d e u m p o ten c i ô m e t r o , e a v i s c o s i d a d e por meio d e u m v is c o s ímetro de B rookfield. 2.4. A n á l i s es m i c r o b i o l ó gicas A s aná li s e s m i c ro b i o l ó gi c as real i z a d as fo r a m : b ac t é r i a s c o l i forme s , p e s q u i s a d e Salmone lla, con tagem de bolores e leveduras e bactétias psicrófilas. Todas realizadas de acordo com VANDERZANT & SPLITTSTOESSER ( 1 992). 2 . 5 Análise sensorial A análise sensorial foi realizada p o r meio de uma e s c a l a de q u a l i d ad e , de acordo c o m DUTCO S K Y ( 1 99 6 ) . 3. RESULTA D O S E DISCUSSÃO 3.1. A n á l i s es fís i c o - q u ím i cas O s v al o res méd i o s e n c o n trad o s p ara a acidez titulável ficaram em torno de 76° D ornic, e s t a n d o d e n tro d a fa i x a e s t a b e l e c i d a p e l a l e g i s l aç ão q u e , p ara iogurte s , é de 60 à 1 50 ° D o rn i c ( B R A S IL , 1 9 9 9 ) . O s v a l o r e s d e p H o b t i d o s fi caram e m torno d e 4 , 5 , e s t a nd o d e ac ord o c o m o p H esperado p ara e s t e t i p o d e alimento. C o m rel ação à v i s c o s i d ad e , acre d i t a m o s t e r a t i n g i d o o s o bj e t i v os i n i c i a s d e desenvolver u m iogurte de cons istência firme, uma vez q u e o s v a l o res e n c o ntrado s ficaram e n t re 2 , 0 8 c P, valores bem s uperiore s aos do l e i te fresco que es tão e ntre 1 , 3 04 e 1 ,7 1 1 c P. Uma elevada viscosidade indica um produto com elevada consistência. Com a utilização de leite integral e de leite em pó d e s n a t a d o na fo r m u l a ç ão do i o g urt e , obteve-se u m i o gurte parc ial mente d e s n atado, com o teor médio de gordura em torno de 2,5%. A legis lação atual ( M I N I S TÉ R I O D E A G R I C U LT U R A , 2 0 0 0 ) c l a s s i fi c a c o m o s e n d o i o g u rtes p arcialmente d es n atados, o s i o gurtes que a p r e s e n t a m d e 0 , 6 à 2 , 9 % d e g o rd u r a . A q u a n t i d ad e m é d i a d e p r o t e í n a s fi c o u em 3 , 7 2 % . E s t e valor está d e acordo c o m a l e g i s l aç ã o a t u a l ( M I N I S TÉ R I O D A A G R I C U LTU R A , 2 0 0 0 ) , q u e e s tabel e ce u m v a l o r mínimo de 2 , 9 % de proteínas para os iogurtes . Os valores médios encontrados para carboidratos foram de 1 5 , 8 % , e s t an d o de a c o r d o c o m os v al ores médi o s encontrado s p ara i ogurtes com s ac arose em s u a formulação, que é o caso do iogurte com cereais desenvolvido neste trabalho. A ad i ç ão de c ereais e o enri q u e c i mento com l e i te e m p ó d e s n at a d o , p ro p o r c i o n aram ao iogurte valores médios relativamente altos para o e x t r a t o s e c o t o t al , q u e fo ram de 2 3 , 2 % . O e x trato s e c o d e s e n g o r d u r a d o a p r e s e n t o u val ores méd ios de 20, 7 % . A análise de fibras brutas mostrou valores médios de 1 ,2 % . Estes valores são considerados muito bons se comparados com a quantidade de fibras encontrada nos iogurtes tradicionais, que digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS fi cados c o m o d o s gêneros G e o tri c lz u 11l e Penicillium . Estes mi crorganismos podem estar presentes tanto no leite como nos cereais e são res i s te n t e s ao trat a m e n t o térmi c o , l ogo e s t a c o n t a m i n ação p o d e ser ori u n d a das m atérias pri mas u t i l i z adas . É i mp o rtante s al i e ntar q u e p o r p o s s u i r u m p H r e l a t i v a m e n te b a i x o , o i og u r t e é u m m e i o fav o rá v e l p ara o d e s e n volvimento de bolores e, por isso o cuidado com a escolha de m atéria-pri m a l ivre deste tipo de microrgani s mo é fun d amental p ara a obtenção de um prod uto l i vre de contaminação . é de praticamente 0%. É bom salientar que em d e c o rrê n c i a d a i mp o s s i b i l i d a d e té c n i c a da rea l i z a ç ã o d a a n á l i s e d e fi b ras a l i mentare s , acredita-se q u e os v al ores de fi bras p ara este produto sejam ainda maiores, uma vez que estas fibras são solúveis e o método para determinação de fi bras b r u t a s d e t e rm i n a a p e n as as fi b ras insol úvei s . A composi ção nutricional média do iogurte adicionado de cereais integrais pode ser visualizada na Figura 1 . De acordo com as análises reali zadas , foi possível determinar o valor calórico do produto, que ficou em aproximadamente 1 00,6Kcal/l 00g. C o m o fo i o b s ervado ant eri ormente, d e v i d o à impossibilidade da realização da análise de fibras b r u t a s , acred i t a - s e q ue o v al or c a l ó r i c o s ej a i n fe r i r a o c i t a d o , u m a v e z q u e e s t a s fi b ras apresentam-se quantificadas como carboidratos. 3.2. ANAIS DO XVII I CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS 3.3. A n á l i s e s e n s o ri a l De acordo c o m a a n á l i s e s e n s ori a l , q u e avaliou a s qualidades de s abor e aroma do produto, o b s e r v a m o s q u e o i o g u rt e s e rá fac i l m e n t e absorvid o pelo mercado c o n s u mid or, uma v e z que o índ i ce de aceitab i l idade do fo i de 9 2 % . A consistência do iogurte também foi aval i ada, e obteve um índice de aprovação de 99%. Estes re s u l t a d o s s ão re l e v a n t e s , u m a vez q u e fo i p o s s ível tornar o i ogu rte ainda mais n utritivo sem alteras s uas características sensoriais . A n á l is es m i cr o b i o l ó g i c as De acordo com os resultados obtidos nas a n á l i s e s m i cro b i o l ó g i c as rea l i zadas p o d e m o s verificar que o produto encontra-se em perfeitas c o n d i ç õe s de s e r c o n s u m i d o . s e m apresen tar n e n h u m risco à s a ú d e d o c o n s u m i dor. E s t e s res ultados p o d e m s e r conferidos na Tabela 1 . Como podemos verificar, nas análises de b o l ores e l e v e d uras o c o rreu a e x i s tê n c i a de c o l ô n i as destes microrgan i s mos sendo identi- 4 . C ON CLUSÕES Verifi c a n d o t o d as as anál i ses real i zadas podemos concluir que é possível tornar o iogurte Fibras brutas lipídeos Proteínas Carboidratos Água Figura 1 Tabela 1 - - u m al i me n t o c o m p l et o , com maior v a l o r nutriti vo s e m q u e s u as características originais sej am alteradas . Observamos também q u e este produto atende p erfeitamente a necessidad e do mercado consumidor, cada vez mais preocupado com o aporte de fibras na alimentação . ABSTRACT Yogurt is a food known for i t 's b e n e fi c a c t i o n o ve r h uman h e a 1 t h a n d n u triti o n . I t 's e a s y d ig e s t i o n a n d c a p a c i t y to rei n force the i n te s t i n al microorgan i s m s are positive factors that, together with milk 's rich composition, give y o g u rt a w e l l d e s e r v e d h i g h l i t e d p o s i t i o n amongst foods of animal origin o T h e objective of this study was to develop a yogurt with added integral cereais to make the product e ven more nutritious. The high fiber contents of cereaIs is i nciting a continuous interest during these last decades, as can be verified by the intensity and diversity of the researches in this particular area. The p hy s i c a l , c he mi ca l , m i c r o b i o l o g i c a l and s e n s o ri al c haracteri s t i c s o f t h e y o g u rt w ere evaluated. The following res ults were obtained : pH value: 4,46; Acidity : 76°D; Viscosity : 2,08cP; Fat conten t : 2 , 5 % ; Hard Fiber content : 1 ,2 0 % ; a n d P r o te i n s : 3 , 7 2 % . T h e m i c ro b i o l o gi c al analysis revealed that the product was in perfect c o n d i ti o n s for h u m an c o n s u mp t i o n , w i t h no faecal coliforms and Salmonella s p . A count of 2 , 5 . 1 02 UFC/g of moulds and yiests was found. N o p s y chro p h i c s b acteria were detecte d . The sensorial analysis revealed that the yogurt with added integral cereaIs obtained na acceptability value of 9 2 % . K e y word s : yogurt, cereais, development 5. REFERÊNC IA S B IB L I O G RÁFICAS ASCAR, J . M. A l i m e n t os : a s p e ct o s análise b r o m at o l ó g i cos e l e gais percentual. 1 ed. São Leopoldo : [ s . n . ] , 1 9 8 5 . 327p. A B I A . A S S O C I A Ç Ã O B R A S IL E I R A D A S INDUSTRIA A L I M E N TA Ç Ã O . DA Compêndio d a legislação de alim entos. C o n s o l i d a ç ã o d a s n o r m a s e p a d r õ e s de ali mentos . S ão Paulo, 1 99 9 . D U T CO S K I , S . D . A n ál i s e s e n s o r i a l d e alimentos . Curitiba: Champagnat, 1 99 6 . 1 23 p . 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Pág. 228 Pág . 229 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS APLICAÇÃO DO SUPPLY CHAIN MANAGEMENT NA IND ÚSTRIA DE LATiCíNIO: UM ESTUDO DE CASO DE UMA INDÚSTRIA MINEI RA Application of Supply Chain Management in the dairy industry : A case study in the State of Minas Gerais José Geraldo Vidal Vieira 1 Leonardo J u n q ueira Lustosa2 RESUMO A indústria de l aticínios tem crescido muito desde a últi ma década, e m especial as fabricantes de queijos e iogurtes do Estado de Minas Gerais, onde a produção de leite e derivados é i mp ortante para a economia l o c a l . P ara manter as empresas competitivas n u m mercado em que atuam poderosas empresas de outras regiões , não basta aumentar a efi c iência de cada empresa isoladamente, torna-se necessário um maior gerenciamento de toda a cadeia produtiva. Este trabalho apresenta u m estudo de caso de uma empresa de laticínios da Zona da Mata mineira feito com o intuito de detectar e anali s ar os possíveis problemas ao longo da cadeia de s uprimentos e i dentifi c ar oportunidades p ara ações que fortaleçam a indústria regional. Para tanto, aplica-se um modelo estrutural de gerenciamento da cadeia de suprimento (Supply Chain Management - S CM ) à empresa. Conclui-se que o modelo é útil para análise e que, havendo na meso-região uma concentração de pequenas e médias empresas com atividades ligadas ao leite, escolas técnicas e centros de pesquisa, a formação de uma agl o meração i nd ustrial (ou cluste r) com destaque nacional é u m a i m portante p o s s i b il idade. Pal avras Chav e : Laticínios, c lusters, cadeia de s u p ri mento, gerenciamento. 1. INTRODUÇÃO o processo de globalização da economia i mp õ e à s e m p re s as a c o n s t an te b u s c a de i n ovações de seus processos p r o d u t i v o s e de novas formas de o rg a n i zação i n tra e i n ter o rgani zac i o n a l . O gerenciamento de c ada empresa é algo c o m p l e x o que s e m p re l e v o u c i e n t i s t a s e gerentes a buscarem modelos que permitissem d e c o m p or o obj e t o de e s t u d o s e m p e rd e r a perspectiva do todo. O gerenciamento de u ma cadeia de e mp re s as certamente é m u i to mai s c o m p l e x o e, consequentemente, uma estr.u tura conceitual adequada é imprescindível para quem b u s c a i d e n t i fi c a r o p o r t u n i d a d e s p ara s u a melhoria gerencial. O gerenciamento da cadeia de s uprimento (Supply Chain Management - S CM ) significa a gerência da rede de múltiplos negócios e relações i n t e r e i n t r a - e m p re s a s , i n t eg r a n d o s u as gerências . É a i ntegração de todos os negócios chaves e processos gerenciados desde a matéria prima que origina o produto até o consumidor final, incluindo os serviços e i n formações que ad icionam valor para os consumidores e outros d i retamente e n v o l v i d o s . É i m p ortante ter em conta que as cadeias de s uprimento não existem no v á c u o , e l as c o m p e t e m e n t r e si e p o d e m benefi c i ar-se da cooperação. A p r o x i m i d a d e geo gráfi c a e ntre as empresas de um mesmo ramo de atividade e entre M estrando em Engenharia de Produção . jgvvidal @ i nd . p uc-rio.br 2 Professor Assistente, Ph. D . ljI.@ ind .puc-rio .br. I nstituição: Ponti fíci a U n i versidade C atólica do Rio de J aneiro . - Dep. Eng. de Produ ç ão. Rua M arques de S ão Vicente, 225 - sala 950L. C EP. : 22453 - 900. Rio de J aneiro ANAIS DO XVIII C O N G R ES S O N A C I O N AL DE L ATiCíN I O S s e u s p ro d u t os . P r i m e i r a m e n t e t e v e c o m o p ro p ó s i t o testar a u t i l i dade de uma e strutura c o n ce i t u a l d a S C M ( ad ap ta d a de L a mbert e Cooper, 2000) e obter i n d i c ações para adequá la p ara um estudo mais amplo onde se deverá analisar eventuais problemas ao longo da cadeia e i d e n t i fi c a r o p ort u n i d ad e s p ar a a ç õ e s q u e fortaleçam a indústria regional . E, e m segundo instância, analisou-se a possibilidade de formação de c luster, devido às rel aç ões de c o m pl e men taridade das empresas do setor. essas e fornecedores de matéria-prima, mão-de o b r a , te c n o l o g i a e o u tro s i n s u mo s , p o d e e s t i m u l ar a c o o p eração e a c o m p e t i ç ã o . A cooperação , nos p roces s o s d e produção, na a d o ç ã o d e i n o v a ç õ e s t e c n o l ó g i c a s e na capacitação da mão-de-obra e, por outro lado, a competição, i m p o n d o p ad rões de efi c i ê n c i a e reduzindo as barreiras de entrada e de saída. Esse conj unto complexo e especializado de empresas que mantém rel ações de complementarid ade e ' de c o n corrên c i a d e n o m i n a- s e a g l o me r a d o industrial ou cluster, ( Porter 2 0 0 0 ) . A indústria lati cinista tem crescido muito desde a última década, em especial, as indústrias de p rocessamento de queijo e i ogurtes do Estado de M in as Gerai s , onde a p r o d ução de l e i t e e der i v ad o s é de g r a n d e i m p o r t ân c i a p a ra a economia local . No E s t a d o a t u a m n u me r o s a s e m p r e s a s , m u i tas d e l as d e p e q u e n o e méd i o p o rt e . E m p a rt i c u l a r , n a Z o n a d a M at a m i n e i ra , m a i s d e 1 5 0 e m p r e s a s ( 1 9 % d o s l aticínios do Estado) co mpetem c o m p o derosas e m p resas de outras regi ões num mercado que i n c l u i a R e g i ã o M e tr o p o l i t a n a do R i o de J a n e i r o . P ar a m a n t e r a c o mp e t i t i v i d ad e d a i n d ú s tr i a d e l at i c í n i o s l o c al n ã o b as t a a u m e n t ar a e fi c i ê n c i a d a s e m p re s as i s o l ad a m e n t e . To r n a - s e n e c e s s ár i o e s t a b e l e c e r u m a governança ( i n stitu ições e normas de conduta) adequada p ara a formação de u m ambiente de negó c i o s favo rável para o desen v o l v i mento e m a n u tenção des s as cadeias e fi cientes . Este trabalho apresenta, resumid amente, um estudo de caso de uma empresa de laticínios da Z o n a d a M ata m i n e i r a r e a l i z a d o c o m o obj etivo de anal i s ar a cadeia de supri mento de Tabela 1 - 2. O C ONTEXTO DA E MPRESA ESTUDADA As atividades do complexo agroindustrial C A I são formadas pelo conj unto de cadeias de p r o d u ç ã o de u m p r o d u t o ou de fam íl i a de produtos que, de u m l ad o , são formadas pelas i n d ú s trias de insumos e i m plementos agrícolas e, de outro, pelas indústrias de processamento e distribuição de produtos industrializados ( B atalha at a 1 i i , 1 9 9 7 ) . S e g u n d o a fonte : S E B R AE ( 1 9 9 7 ) , as atividades da pecuária leiteira, as indústrias de l at i c ín i os e os s i stemas de co merci a l i z ação e d i stribu i ção d os l ácteo s , co nfigu ram o que se chama de " C a d e i a A g r o a l i mentar d o Lei te" . As atividades aqui correlacionadas, j untamente com os quatro grandes grupos da i nd ú s tria de l a t i c ín i o s : fo r n e c e d ores de i n s u m o s , for n e cedores de equipamentos, fornecedores de mão d e - o b r a e fo r n e c e d o re s de l e i t e ; fo r m a m o " Complexo A groind ustri al do leite" . Dentro do Estado de M inas Gerais nota-se uma c o n centração das e m p re s as , e m algu mas meso-regiões, como mostra a Tabela 1, bem como Número e percentuais de laticínios em cada meso-região do Estado de MG. L� üdriios Meso-regiões Sul Zona da Mata • . : ComSIF .. .. ... .'. Sem S IF : Total de empresas % . . Total de empresas % do total doEstado 1 22 45 1 87 28 38 14 1 40 21 Central 32 12 1 20 18 Centro-Oeste 20 7 73 11 Rio Doce 15 5 47 Jequetinhonha 7 15 5 33 5 Alto Paranaíba 13 5 20 3 Triângulo 11 4 20 3 Norte 4 1 20 3 Noroeste 3 1 273 7 1 00 1 667 1 00 Total Fonte : Diagnóstico das indústrias de lati cínio do estado de Mi nas Gerai s. 230 digitalizado por . do Estado 1 997 arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS a distinção dos laticínios que são cadastrados no Serviço de Inspeção Federal - S IF. É i m p o rtante n o t ar q u e a i n dú s tr i a de laticínios no Estado, em particular na Zona da Mata, encontra-se p o u co organi z ada, fato esse refletido no elevado número (79 %) de laticínios sem registro no SIF. Apesar da crescente demanda por produtos lácteos de qualidade, a instalação de n o vos l at i c ín i os tem s i d o d e s ordenada, s e m p lanej amento adequ ado e s e m m e l h o ri as n o gerenciamento da produção d o s j á existentes. 3. MODELO ESTRUTURAL PARA IMPLANTA Ç Ã O DO S C M C o m o objetivo d e fornecer u m a base para análise e proj eto de S C M s , Lambert e Cooper ( 2 0 0 0 ) , p ro p u s eram e p r o c u raram v al i d ar , empiricamente, uma estrutura conceitual como mostra a Figura 1 . A . Estrutura da rede A e s t r u t u ra d a rede é for m a d a p e l o s membros d a cadeia: m embros p rimários que interage d i reto à c adeia e, membros de apoio com rel a c i o n am e n t o s e c un d á r i o à c a de i a ; dim e n s õe s e s truturais d a c a de i a q u an t o a i n te g r a ç ã o v e r t i c a l e h or i z o n t a l de c ad a empresa e a posição h orizontal p o s iç ão d a empresa focal dentro d a cadeia. B . P rocessos da cadeia A i n t egração d o s p r o c e s s o s ( s e g u n d o Davenport, 1 99 3 : u m c o nj u n to de ativ idades, estrutu radas e medidas, destinadas a p roduzir um resu ltado esp e c ifico p a ra u m cliente, ou um mercado particular . . . " ) na cadeia permite u m fl uxo constante de p rodutos entre A. Estrutura da rede: os mf'mlhrr\� que integram as Jirmas e atopologia de suas ligações e m p re s as e maior c o n h e c i mento d o s inp u ts e o u tp u ts de bens e serviços envo l v i d o s . A s s i m , torna-se importante identificar t a i s processos e analisar os tipos de l igações que cada um cria. Lambert e Cooper identifi c aram oito processos mais freqüentemente encontrados e quatro tipos de l igações criadas por eles, a saber: 1. Gerenciamento do relacionam e nto com o c l i e n t e : p e r m i t e i de n t i fi c ar as p o t e n c i al idades d o s c lientes e grupos de clientes da cadeia; 2. Gere nciamento do serviço de atendimento ao c li e n t e (SA C) : p e r m i te a tro c a de i n formação com o c o n s u mi dor. 3 . Gerenciam ento da demanda : capta i n for mações dos pontos de venda para reduzir as i n certezas d e p l anej am e n t o de e s t o q u e e estratégia de demanda. 4. A te n di m e n to aos p e dido s : i nt e g r a a m a n u fa t u r a c o m a d i s t r i b u i ç ão d e s e n vol vendo u m processo que l e v a o p roduto até o consumidor, no tempo e na quantidade desej ados. 5. Gere n ciam ento do fluxo de m a n ufatura: sincroniza o fluxo de produção, balanceando a capacidade das várias fontes e gerenciando os gargalos existentes . 6. Aquis ição: desenvolve p l anos estratégicos c o m fo rneced o res b u s c an d o g an h o s p ara, reduzir custos e tempo de transações. 7. C o m e rc i a lização e des e n v o lv i m e n t o do produto: c o o rdena o d e s e n v o l v i mento do produto e seus canais de comerc i al ização. 8 . Retomo: identifica e separa os produtos que já n ão têm m a i s v al o r e os ret o m a p ara serem reprocessados, sucateados e ou servir como inp u ts para o utros produtos. B Pro c e s s os rela ciona.dos âos q u ai s os ... . processos que criam elos Í Ill Portantes entre os membro s da cadeia • ne g o c l o s C, . C <Hnponentes g erenC l a l s : da 1 - . q u al Estrutura conceitual de gerenciamento da cadeia de suprimentos Adaptada de Lambert e Cooper (2000) c a de i a : . nível de integr a ç ã o e · de . gerenciamento que cada processo deverá ter Figura ANAIS D O XVIII C O N G R ES S O N AC I O N A L D E L ATiCíN I O S Os tip o s d e e l o s d e processo na c a de ia s ã o : ( a ) e l o s d e p ro c e s s o s g e r e n c i a d os quando a l igação que um p ro c e s s o e s tabelece entre dois membros da c adei a é j ulgada crítica pela empresa focal , ela deverá procurar gerenciá lo (se t iver poder para tan t o ) . Os o u tros tipos de elos são: (b) elos de processos monitorados quando a empresa focal julga que a l igação não é crít i c a mas merece c u i d ad o ; ( c ) e l os d e processos não-gerenciados - quando a l igação não é crítica e a empresa focal pode confi ar sua gerê n c i a a o u t r a empresa e (d) e l os d e não m em b r o s - o geren c i a m e n t o de u m elo d e p rocesso entre uma empresa membro da c adeia por outra não-membro dela, pode ter i n fluência negativa no desempenho da cadeia. - C. C o m p o n e n t e s g e r e n c i ais O s c o m p o nentes gere n c i a i s d i v i de m e m dois grupos Componentes técnicos: (a) con t r o l e e p l a n ej a m en t o das o p e ra ç õ e s que é fundamental p ara movimentar a organi zação na d i reção desej ad a ; (b) estrutu r a d e t r a b a l h o que indica c o m o a firma executa s u as tarefas e atividades ; ( c ) estrutura da o rganização é a forma de organização (por função, por processo, por p r oj et o , e tc . ) e p o d e s e re fe r i r tanto à e m p r e s a i n d i v i d u almente q u an t o à c a de i a de s u p ri mento ; (d) estrutura física para fluxo de produto que se refere à estrutura para fluxos de matérias primas, manufatura, e distribuição através da cadeia; (e) estrutura física para fluxo da informação rep resentando os canais físicos de c o m u n icação p ara as trocas de i n formação ao longo da cadeia. Compo1lentes administrativos: (f) métodos de gerenciamento que representam as técnicas de gerenciamento utilizadas na cadeia; (g) estrutura de liderança e p o der defi n i n d o qual a liderança q u e direcionará a cadeia; ( h ) cul tura e atividade das empresas e (i) estrutura de remuneração e riscos ao longo da cadeia. 4 . ESTUDO D E U M LAT I C Í N I O A P L I C A N D O O MODEL O ESTRUTURAL O e s t u d o de caso a p r e s e n t a d o a s e g u i r refere-se a uma i ndústria de l aticínios da Zona da Mata de Minas Gerais, com registro no S IF e que vem atuando no mercado de l ácteos há dez anos com u m apreciável cres c i mento . B us c o u se mapear a c a d e i a de s u p ri mento t e n d o como e m p r e s a fo c a l o l a t i c í n i o u s an d o o m o d e l o estrutural d e Lambert e Cooper (2000) descrito acima e, anali s ando os p rocessos i dentifi c ados b u s c a r ati v i d a d e s que m e r e c e r i a m m a i o r i n tegração e gere n c i amento. A . Es trutura da rede membros p ri mários - v arej is t a s , c o letadores de l e i t e , c o operat i vas de leite d e várias microregiões próximas, produtores rurais , fab r i c an t e s d e e m b a l a ge n s , fo n t e s de t é c n i c o s e s p e c i a l i z a d o s e s e r v i ç o s de assistência téc n i c a em l at i c ín i o s ; m embros de apoio bancos, empresas de i n fo r m át i c a , fo r n e c e d o re s de m a t e ri a i s diversos d e almoxarifado, fornecedores de equipamentos, de assistência técnica e de m a n u t e n ç ã o p ar a e l e s . A c ad e i a é re l a t i v amente c u rta, a e m p re s a focal se situa numa posição horizontal central e a d i m e n s ã o v e r t i c a l , t a n t o n a p ri me i ra camada de fo rnecedores ( p ri n c i p al mente de l e i t e ) , q u a n t o na de c o n s u m i d ores (varej istas ) chega a dezenas de membros. B . Processos da cadeia 1 ") Relacionamento e mp resa fo cal x c liente: (a) A e m p r e s a m a n t é m re l aç ão de c o m e rc i al i za ç ão e d i s t ri b u i ç ão d e s e u s produtos j u nto aos seus c l ientes ( s u pe r m e r c a d o s e o u tr o s v a r ej i s tas ) s e m anal m e n t e . To d o s os c l i e n t e s s ã o d o E s t a d o d o R i o d e J an e i ro e n ão h á d i feren c i ação de tratamento c o m nenhum d e l e s . O s p ro d u t o s como q u e ij o s ( mi n as frescal, prato, mussarela, provolone, ricota e cottage) , requeij ão, creme e bebida láctea são demandados de acordo com o mercado c o n s u m i d o r ; ( b ) o c o n tato d i reto c o m os c l i entes perm i te que a empresa estabeleça s u a l i n h a de p r o d u t o s e t o m e o u tras i m p o rtantes d e c i s õ e s e s t ratég i c a s . N e s s e proces s o , o rel a c i o namento c o m o c l i ente de segunda camada, o consumidor final, é c laramente i n viáve l . + P o d e - s e v e r i fi c a r q u e o s e l o s d e s t e processo devem s e r e são gerenciados uma vez que liga diretamente a empresa focal aos principais elos da cadeia. Isso permite à e m p r e s a p ro d u z i r a p e n as o q u e o mercado demandar. 2 ") G e re n c i a m e nto do s e r v iç o p r e s tado a o consumidor (SAC): a empresa focal não tem um serviço de marketing ou de atendimento específico ao consumidor final. + Este processo deveria ser gerenciado (ter um a g e n t e e s p e c í fi c o para a t e n d e r as rei v i n d i c a ç õ e s , b e m como s u ge s t õ es e o p i n i õ e s d i ve r s a s d o s c o n s u m i d o res fi nai s ) , ou m o n i t o r a d o ( c o n s e g u i r dos varej i s ta s u m a c o r d o para re p as s e de Pág . 232 Pág . 2 3 3 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS informações sobre reclamações referentes ao p r o d u t o ) . Tal p r o c e s s o p o d e ri a s e r apo i ado p o r telefone e p o r u m s í t i o na I n ternet. Desta forma a e m p resa estaria s e t o r n a n d o mais v i s ív e l p ara o consumidor final e com isso, aumentando seu poder na cadeia. 3 °) Gere n c ia m ento da demanda: todo o processo é feito pelo pessoal de vendas que v i s i ta m o s c l i en te s ( v arej i s t a s ) s e m a nal mente e pelo pess oal d o es critório que a t e n d e t a m b é m aos p e d i d o s fei to s p e l o t e lefo ne e fax . Não é fei t o p l anej amento fo r m a l d a d em a n d a e n e m c o n tr o l e de estoques . A variação da demanda ocorre em p e rí o d o s s a z o n a i s ( s a fr a e e n t r e - s a fra) . N o p e r í o d o de s afra há m a i o r o ferta d a matéria-prima e c o m i s s o aumenta também o n ú m e ro d e c o n c o rr e n t e s no m e r c a d o . O m e r c a d o o s c i l a de a c o r d o c o m t e n d ê n c i as regionais de preços e entradas d e prod utos d e outras regiões. + Este p rocesso re flete um aspecto crítico p ara a empresa foc a l . Portanto e l a deve p roc u ra r g e r e n c i á- l o c o m i n t u i t o d e : ( a ) orientar a produção d e acordo com as neces s idades do mercado e com a oferta de matéria-prima; (b) atender os clientes imediatos com a quantidade e qualidade desejada e fazê-lo com rapidez para manter a qualidade dos produtos . 4 °) Aten dim ento aos pedidos: Este p rocesso é o q u e p o d e mo s c hamar de " g a n h a d o r de pedido" da empresa focal. Toda a produção é d i s trib u ída v i a um centro de d i s tribuiç ão l o c al i z ado n u m l ugar-chave que permite a entrega dos p rodutos com rapidez e na data p rometida. O prazo máximo de 24 horas é menor do que o da maioria dos concorrentes . Para isso, a empresa u s a dois c a m i n h õ e s i s o t é r m i c o s m e n o re s q u e t r a n s p o rt a m o s p ro d u t o s n o d o m i n g o e segunda-feira da empresa focal até ao centro de distrib u i ção - um caminhão em cada dia. De terça-fe i ra à sexta- feira, o transporte é feito p o r outro caminhão maior que leva a carga diariamente do laticínio até ao centro de d i s t r i b u i ç ão de o n d e os c a m i n h õ e s menores fazem a distribuição aos varej istas . C o m o a m a i o r i a d o s p ro d u t o s s ã o m u i t o p e re c í v e i s , n ã o há estoque p l anej ad o de produtos acabad o s . • Este p ro c e s s o deve ser geren ciado uma v e z q u e é res p o n s áv e l pelo b o m d e s e m p e n h o da e m p r e s a fren t e a o s c o n c orrentes . A lé m d i s s o , o b o m aten d i m e n t o pode ser p rej u di c ad o p e l as oscilações de oferta e demanda, tanto de maté r i a - p r i m a q uanto de p r o d u t o s aca b ad o s . É i mp ortante notar que gerenciar o processo não necessariamente significa p o s s u i r e s s e p ro c e s s o . N o c a s o d e s s a empresa, é o fato d e atuar n u m mercado geograficamente concentrado que permite q u e e l a t e n h a s e u p r ó p r i o s i st e m a de distribu ição o perando com baixo custo e alto desem p e n h o . 5 °) Fluxo d e manufatura: Há flexibilidade para p rod u z i r t o d a a l i n h a de p r o d u t o s s i mu l taneamente, bem c o m o fle x i b i l id ade para variação da q u a n t i d ad e . O s p ro d u to s s ã o fab r i c a d o s e m l o t e s d e t a m a n h o s d e t e r m i n a d o s e m fu n ç ã o d a d e m a n d a , a r m a z e n a d o s e d i s t r i b u í d o s d ir e t a m e n te a o s v ar ej i s t a s . D i ar i a m e n t e é fe i t o u m b al an ç o entre a q uanti d ade de l ei te u s ada na p ro d u ç ã o e q u a n t o d e p r o d u t o foi fab r i c a d o . I s s o p e r m i t e v e r i fi c ar o d e s e m p e n h o da p ro d u ção e a q u an t i d ade p r o d u z i d a p o r d i a . Há e s t o q u e e m p ro c e s s o ( d e s s o r a g e m e/o u m a t u ra ç ã o , dependendo d o produto ) , sendo todos os p r o d u t o s armaze n ad o s e m c âm a ras fri as j u n t a m e n t e c o m a q u e l e s à e s p e ra p a r a distribuição. • E s te processo d e v e s e r gerenciado u m a v e z que é chave na qualidade do produto e no t e m p o de e n t re g a ao c o n s u m i d o r. O u s ej a, é i m p o r t a n t e c o n tr o l ar a matéria-prima u t i l i zada, os p roces s o s de fab ri c a ç ã o , a v ar i ação da q u an t i d ade e variedade de p ro d u t o s fab r i c a d o s , a q u a l i d a d e ao fi n a l de c a d a p r o c e s s o p ro d u t i v o e o s rec u rs o s h u manos u t i l i z a d o s n o p ro c e s s o . O t r a n s p o rte d a m atéri a-prima em tanques (gran e l ) e n o caso d o "latão" deve ser gerenciado desde a fo nte até à empresa foc a l . Q u an d o o l e i te é c o m p ra d o de c o o p e r at i v as é preciso monitorar o e l o do processo entre o produtor e a cooperativa j á q u e a q u a l i d a d e d o l e i t e n a fo n t e ( o rd e n h a m a n u al e m e c â n i c a ) s e r e fl e t i rá n a qualidade d o produto final . H á u m a grande p reo c u p aç ã o c o m a q u a l i d a d e d o s produtos q u e devem ter baixos teores de contaminação por microorgan i s mo s que, além de reduzir o prazo de validade para venda, podem causar problemas de saúde. A NAIS D O XV I I I C O N G RESSO N A C I O N A L D E LATi C í N I OS 6 °) A q u i s i ç ã o : A aq u i s i ç ã o de l e i t e é fe i t a d i ar i a m e n t e p o r m e i o d e a c o r d o s d e fo rn e c i m e n t o . A aq u i s i ç ão d e i n s u m o s d i versos é fei t a q u i n ze n al mente e não há u m c o n t r a t o e s p e c í fi c o com o s forne cedores, nem p ro c e s s o formal de monito ramento d e s s e s e s t o q u e s . Os p ed i d o s s ã o feitos visando baixo estoque e de acordo c o m tomada de preço. • O e l o m a i s i m p ortante desse p r o c e s s o , entre o laticínio e os fornecedores de leite é gerenciado. Deveria haver um monito ramento no seu elo entre os fornecedores de primeira e de segunda camada (i.é entre os produtores de leite e seus fornecedores) pois há necessidade de garantir a qualidade da m a t ér i a - p r i m a ( p o r e x . , a t r a v é s de certificados de saúde do gado). Uma maior i n tegração c o m os p ro d u t o re s de l ei te poderia acelerar o processo de conversão p ara coleta em granel . 7 °) C o m e rc i a lização e des e n v o lv i m e n to de produtos: A linha de produtos é decidida de a c o r d o c o m o ren d i m e n t o fi n a n c e i r o , d i s p on i b i l i d ade d e l e i te e r e n d i m e n t o individ ual de cada p roduto indu s trial izado. G er a l m e n te o s p r o d u t o s já e x i s te m no m e r c a d o e s ão acres c e n t a d o s à l i n h a de p r o d u t o s d e a c o r d o com a demanda dos varej i s tas . • Este processo deve ser monitorado no que tange a e v o l u ção do m e r c ad o . C a s o o l at i c í n i o d e s ej e l a n ç a r p r o d u t o s i n ova dores, deveria gere n c i ar o p r o c e s s o de desenvolvimento de novos produtos j unto aos centros de pesquisa regionais. 8 °) Retorn o : C abe ressaltar aqui que, além do retorno de m an u faturados que não atendem às e x i gê n c i as para v e n d a , h á ret o r n o de matéri a-prima quando esta não atende aos p adrões mínimos de qualidade. O leite que n ã o a t e n d e a c o n d i ç õ e s mín i m as p ara processamento . é retornado para o produtor e utilizado na alimentação de suínos. Quando atende às c o n d i ções m í n i m a s , é u t i l i zado p ara pro d u ç ão de req ueij ã o . O ret o rn o de produtos industrializados em boas condições sanitárias, mas i mprestáveis p ara vendas, é re p ro c e s s ad o p ar a u s o n a i n d ú s tr i a de a l i m e n to s . • E s s e pro c e s s o t e m g r a n d e i m p ac t o n a eficiência da cadeia e deve ser gerenciado. O custo da baixa qualidade do leite inclui, não só o transporte de ida e de retorno, o rep ro c e s s am e n t o e o m e n o r v a l o r d o reprocessado mas, também, a s incertezas que i n troduz no flu x o de man u fatura. A m a i o r i n te g r a ç ã o d e s te e de o u tros processos é necessária para i dentificar as causas e red uzir esses retorno s . C . C o m p o n e n t e s g e r e n c i a is Percebe-se que existem elos de processos com empresas não-membros da cadeia. O geren c i a m e n t o do s u p r i me n t o de m a t ér i a - p r i m a e x e rc i d o p o r e m p re s a s m a i s p o d e r o s as p o d e l ev ar a l g u n s fo rnec e d o re s a p ri v i l eg i ar o forneci mento as essas empresas na entressafra. Anal ogamente, d urante a época de safra, essas grandes empresas podem pressionar os varejistas p ara que comprem seus produtos em detrimento da empresa focal . Apesar de a empresa não ter poder s u fi c i ente p ara l i derar o gere n ci amento dos elos a j usante, seu poder parece ser suficiente para liderar o gerenciamento dos elos a montante ( fornecedores de leite). A cultura e as atitudes prevalecentes entre os produtores de leite na meso-região é m u i to mais conservadora do que a da empresa. Isso faz c o m q u e q u a l q u e r t e n t a t i v a de a u m e n t o de integração deva ser precedida por u m cuidadoso trabalho de conscientização. Para esse trabalho, as c o o perativas de p ro d u t o res e as e n t i d ades p ro m o t o ras d o a g l o m e r a d o p o d e r i a m ser d e grande valia. A estrutura de fluxo de produtos é adequada p ara d i s t ri b u i ç ã o d o s p r o d u t o s em u m a área rel a t i v am e n t e re s t r i t a . E nt retan t o , se a área geográfica de comercialização for expandida, a rede de d i stri b u i ção p r ó p ri a p oderá se tornar e c o n o m i c amente i nv i ável . A integração do fluxo de manufatura exige u m a e s tr u t u r a p a ra fl u x o de i n fo r m aç õ e s e comunicações bem mais organizada e aparelhada do q u e a a t u a l . U m a i nt e g r a ç ã o v i a t ro c a eletrônica d e dados (Eletronic Data Interclzange EDI) com os principais fornecedores de matéria p r i m a e varej i s tas p o d e r i a ser um i m p o rtante passo que p arece ser viável. A empresa possui dois diretores sócios que c o n ce n tram t o d a a s d e c i s õ e s g e re n c i a i s e c o o rd e n a d o r e s de áre a , q u e faz e m o gere n c i amento o p e r ac i o n al d as a t i v i dades re l a c i o nadas a o s s e u s setores . A pesar de s e r adequada p ara a gerê n c i a i n t e r n a da e m p r e s a , p ara o gere n c i amento da cadeia, essa estrutura teri a que ser modificada. A defi ciência da estrutura de remuneração e r i s c o s a p arece c l a r a m e n te no p ro c e s s o de retorno . Os c ustos gerados pela bai x a qualidade Pág. 234 235 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS DO XVII I CONG R ESSO NACIONAL DE LATi CíNIOS ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS da m a té r i a - p r i m a n ão são a d e q u a d am e n t e refletidos na forma de pagamento a o s produtores que não penal i za e premia a qualidade. A e s t r u t u r a c o n c e i t u a l d e L am b e r t e Cooper (2000) mostrou-se útil para a análise da c a d e i a de s u p ri me n t o p e r m i t i n d o e n te n d e r melhor o s processos gerenciais envolvidos, seus r e l a c i o n a m e n t o s e e x p o r as n e c e s s i d a d e s de integração da gerência dos processos para tornar o p roduto fin al mais competit i v o . 5. CL US TERS : UMA O P O RTUNID A D E PA RA O S LATICÍNIOS Observa-se que há u m a · concentração de pequenos l aticínios na meso-região e que essas empresas se encontram pouco organizadas frente às p oderosas e mp res as do setor que p o s s u em m a i o r g e re n c i a m e n t o d a c a d e i a p ro d u ti v a . P ara contrapor a essa situação, a s empresas e as autoridades da meso-região poderiam estimular o desenvolvi mento dos c lusters l o cais . A proximidade das empresas e essas com o s centros tec n o l ó g i c o s faci l ita a c o operação como, tre i n amento da mão-de-obra, prestação de serviços especializados, troca de informação, divisão de custos, aumento do poder de barganha entre outros . Por outro l ado, a cooperação leva ao cres c i mento d o s part i c i p an tes d a c ade i a e com isso incentiva a competição (Porter, 2000). A Figura 2 mostra a cadeia produtiva da indústria de laticíni o s . Segundo a fonte: FIEMG (2000), a meso região é uma das 47 aglomerações em potencial do Estado de M inas Gerais . Porém os fatores- c h ave de s u ce s s o d o c l u s t e r d e p e n d e m da evolução de cada elo da cadeia produtiva. É pre ciso eli m inar os gargalos ao longo da cadeia e fazer uma s i mulaç ão da evol u ç ão do setor após u m c r e s c i mento acelerado , com o obj etivo de avaliar o comportamento das empresas segundo os critérios de geração de empregos, velocidade de resposta, nível de tecnologia aplicada, entre outros. C o n c l u i - se q u e é p re c i s o t e r um m a i o r gerenciamento da cadeia produtiva a médio e a longo p razo e desenvolver a cooperação entre as empres a s . A l é m d i s s o , deve-se e s t i m u lar a i n teraç ão d as e m p r e s a c o m c e n t ro s t e c n o l ó g i c o s na b u s c a de i novações e capacitação da mão-de-obra. 6 . CONSIDERAÇÕES FINAIS A estrutura Lambert e Cooper (2000) não d i s t i n gu e o s d i fe r e n t e s n í v e i s gere n c i a i s (estratégico, tático, ou operacional) das decisões e n v o l v i d as nos proces s o s que c o n s idera. E s s a d i s t i n ção é i m p ortante p ara a n á l i s e e i m p l e mentação do gerenci amento da c a d e i a porque, dependendo do nível gerencial considerado, as i n te rações en tre os p ro c e s s o s s ão d i ferente s . E s s e e o ut r o s a s p e c t o s , c o m o u m m a i o r detalhamento d o processo "fluxo d e manufatura" devem ser objetos da pesquisa de que este artigo faz p arte. Como evolução do cluster em potencial da mes o-região, pode-se citar o programa "circuito do queij o" que, além de integrar as empresas do setor, estabelece com esse selo um novo paradigma de qualidade e abertura de novos mercados. ABSTRACT REFERÊNCIAS B IB L I O G RÁFICAS T h e B ra z i l i an d a i r y i n d u s try h a s experienced a fast growth during t h e last decade, s pe c i al l y the cheese and yogurt man ufacturers o f M i n as Gerais State. The milk production in this state is very i m p o rtant to l ocal e c o nomy. H o wever it i s important to have a supply c hain management to maintain these firms c o mpe titiveness against more powerful firms from other regions . This paper is a s hort report 00 a case study where a supply chain management conceptual structure due to Lambert, Cooper and Pagh was u s ed for identi fy i ng opport u n i t i e s to i n crease c o m petitiv eness o f a d a i ry p r o d u c t i o n c h a i n . T h e p urpose o f t h e c a s e s t u d y i s to a d a p t the framework for a l arger ongoing research. The conc1usion was that the model is an effective tool for analyses . It was also found that the proximity the firms, their suppliers, technology centers, and universities, s uggests that the development of an industrial c1uster is very important for enhancing co l Iecti ve c o mpeti ti veness . K e y w o rd s : s u p p l y c h a i n manage m e n t , dairy, c1usters , B ATALHA, Otávio M . . S istemas agroindustriais : Definições e correntes metodológicas . I n Mário Gestão Otávio (coord.). Batalha A groindustrial. V . l. S ão P a u l o : Atlas, 1 99 7 . D AV E N P O RT, T. H . . P r o c e s s i nn o v at i o n r e e n g i n e e r i n g w o r k t h r o u g h i n fo rm a t i o n t e c h n o l o gy . B o s t o n M a s s ac h us e t t s : H arvard B usiness Review Press , 1 99 3 . FEDERA Ç Ã O DAS I N D Ú STRIAS D O ESTADO DE M I N A S G ER A I S . P rojeto Cre s c e Minas, Capturado em 2 5 mai o 200 1 . D i s p . na i nternet http://www. cresceminas . o rgjLr. LAMBERT, D. M. & COOPER, M. C .. Issues in S up p l y Chain Management. Indus trial M a r k e t i n g Managem e n t. Vol . 2 9 , p p . 6 5 - 8 3 . New York : 2000. P O RT E R , M . . C o n c o r rê n c i a e C o o p e ração . Up date. No 3 6 8 , p p . l 0- 1 8 . New York: 2000. SERVIÇO DE APOIO À S MICRO E PEQUENAS E M P RES A S . D i ag n ó s t i c o d a I n d ú s t r i a de Laticínios d o Estado de M inas Gerais. B e l o Horizonte: SEB R AE - M G , 1 99 7 . 270 p . EFEITO DO NITRATO D E SODlO ADICIONADO AO LEITE SOBRE ATIVIDADE D E ÁGUA (Aw) EM QUEIJOS DUROS Effect of sodium nitrate added i n milk on water activity (A) i n hard cheeses Celso José de Moura 1 Silvio Luiz de Oliveira Soglia2 Sandra Maria Pi nto3 RESUMO O uso de nitrato de sódio é bastante difundido como medida efi c az no combate ao estufamento tardio e na redução da flora p ropiônica que causa fermentação indesej ável em queijos duros e semiduros . No entanto a eficiência deste recurso depende muito do pH, Figura 2 - Cadei a p'rodutiva de Laticínios 2 3 Prof. da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás - UFG. Prof. da Escola de Agronomia da Universidade Federal de B ahia UFBA. Aluna do curso de Doutorado em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras - UFLA/MG. 236 Pág . 237 digitalizado por arvoredoleite.org A N AI S DO X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N A L D E L AT i C í N I O S ANAIS DO XVIII CONGRESSO NACIONAL DE LATiCíNIOS teor de sal e umidade do queijo. Quando o queijo possui baixa atividade de água (A), o uso de oxidantes como o nitrato de s ódio é bastante efetivo, sobretudo se a contaminação do leite não for muito elevada. Nestes tipos de queijos a contri buição de outros s ais que não o N a C I na redução da ativ idade de água deve ser c o n s i derada. Este estudo teve como objetivo observar a influência do nitrato de sódio adicionado ao leite nos valores de A w em queijo p armesão. Foram fabricados queijos com adição de três n íveis de nitrato de sódio (O; 10 e 20 gramas/1 00 litros de leite) que constituíram os tratamentos. A s análises foram realizadas em duplicata, sete dias após a fabricação dos queij o s . Os valores médios de A w obtidos p ara os três tratamentos foram respectivamente 0 , 9 9 2 ; 0,99 1 e 0 , 9 8 9 . A análise de variância demonstrou que n ão houve d i ferença s ignifi cativa entre o s tratamentos ao nível de 1 % de significância. Pal avras chave - Atividade de água, Nitrato de Sódio, B actérias propiônicas. 1. INTRO D U Ç Ã O O c r e s c i mento e o metab o l i s mo m i c ro b i a n o e xigem a p resença de águ a n u m a forma disponível e a atividade de águ a ( A ,V> é um índice desta disponibilidade para utilização em reações químicas e crescimento microbi an o . A adição de solutos a u m l íquido p uro irá c a u s ar u m a r e d u ç ã o na p r e s s ão de v a p or da solução e conseqüentemente diminuir a A w ' Sendo I o valor de A w obtido na água pura, os valores de A w o s c i l arão entre ° e I . U m dos principais fatores no alimento capazes de reduzir a pressão de vapor da água, e conseqüentemente a Aw é a formação de soluções com diferentes solutos . A s s i m , no queij o a água utili zável como s o l vente p ara solutos de b aixo peso molecular c o mo s a i s , a ç ú cares e t c . , não é c o n s i derada " d i s p o n í v e l " p ar a c r e s c i me n t o d e m i c r o organismos ou reações b ioquímicas. Q ue ij o s d u r o s e s e m i d u ro s como o P ar m e s ã o , R e i n o e o u tr o s s i m i l a r e s , s ão normalmente maturados por l ongo tempo.Estes q ue ij o s d e v e m apresen tar mas s a c o mp a c t a e fec h ada, sem aberturas mecânicas ou o lhos de fermentação gasógena. Entretanto, esses queijos podem perder qual idade devido a defeitos que s ur g e m ao l o n g o da m a t u r a ç ão . Um d e s s e s d e fe i t o s é o a p are c i m e n t o de o l h o s l i s o s b r i lh an t e s , arre d o n d ad o s o u o v a l a d o s , d e tamanho médio (de 0,5 a 2 , 0 c m d e diâmetro) o que descaracteriza o produto. Geralmente trata se de uma c ontaminação com baci l o s da flora p r o p i ô n i c a , que são b a c i l o s c u rt o s , g r a m p o s i t i v o s , que crescem s o mente e m condições a n a e r ó b i c a s , e m b a i x a s c o n c en t r a ç õ es de o x i gênio (FURTA D O , 1 9 9 9 ) . O e s t u fa m e n t o t a r d i o , c a u s a d o p o r b ac térias a n aeró b i as d o gênero Clos tridi u m , m i c r o r g a n i s m o s e s p o r u l ad o s res i s te n t e s á temperatura de pasteurização e aquecimento da m a s s a , p ro v o c am a c e n t u a d a fer m e n t a ç ã o , causando a formação de b u racos que tornam a textura do queij o c o mp letamente indesej ável . A formação d e á c i d o b u tí r i c o altera o s ab o r do q ueij o . Para evitar estes defeitos e m queijos duros e semiduros utiliza-se, entre outras alternativas, o nitrato de s ó d i o ou p otássio, a u m a concen t r a ç ão d e até 2 0 g p o r 1 0 0 l i t r o s d e l e i t e ( A B I A , 1 9 9 1 ) . S egundo o Regulamento Técnico d e I d e n t i d ad e e Q u a l i d a d e d o s P r o d u t o s L á c t e o s ( B R A S IL , 1 9 9 6 ) , o l i m i te m á x i m o p ara n itrato em q u e ij o é de 5 0 m g e m n i trato de sódio/kg de massa. AB REU et. ali. ( 1 993) Determinaram que a adição de 1 0g de NaNO/ 1 00 litros de leite parece ser suficiente para inibir o estufamento tardio. O sal tem e fe i t o marcante nas fer m e n tações i ndesej ávei s . Q u a n d o o queijo é salgado n o r m al m e n t e , o s e u t e o r de s al n a u m i dade aumenta d u rante a m aturação p o r d uas razões : difusão lenta do s al p ara o i nterior do queij o e perda progressiva de umi dade, p o r evaporação, d u rante a m a t u raç ã o . A s s i m , a A w do q u e ij o diminui durante a cura, o que ajuda a combater a fermentação butírica, j untamente com o nitrato (FURTA DO , 1 99 1 ) . FURTADO ( 1 999), considera que o uso de o x i d antes c o m o N i trato de S ó di o é b a stante efetivo, quando o queijo possui um pH mais baixo, atividade de águ a baixa (teor de sal mais alto), além de um potencial de oxi-redução mais elevado. O nitrato por si só não inibe o crescimento d e s s e s m i cr o r g an i s m o s , mas s i m o n i tr i t o p ro veniente d a red u ç ão do n it rato adi c i o n ado ao leite . A redução do ni trato a nitrito é feita e n z i m at i c am e n t e , sendo a x an t i n a o x i d a s e a p rincipal e n v o l v i d a no process o . E s s a enzima pode estar presente vinda do p róprio leite ou de certos m icrorgani s mo s que t a m b é m red uzem o ni trato a nitrito ( A B REU , 1 9 8 6 ) O mecanismo preciso da inibição, pelo uso do nitrato, não está c o mp letamente e l u c i dado, mas s a b e - s e que a l g u n s fato r e s i n te rd e p e n d e n t e s e s t ão e n v o l v i d o s n o p r o c e s s o , como a concentração d e n i trito, o s al ( N aC l ) , o p H do queij o , o rigor d o tratamento térmico a p l i c a d o ao l e i t e e o n ú m e r o d e b a c té r i a s p resentes . O n itrito eleva o p o tencial de o x i redução do queij o s e n d o esta uma hipótese ou um fat o r para o e fe i t o d e i n i b i ç ã o . A c o n tribuição na red u ç ão da atividade de água, e conseqüente e fe i t o inibitório dos m i c ro o rg an i s m o s , p o de ser também considerada. Neste sentido o p resente trabalho teve como o bj et i v o veri fi c ar a i n fl u e n c i a do n itrato de s ód i o s o b re a ati v idade de água de queijo duro e de massa cozida. 2. temperatura d e 2 5 ° C . A s determinações foram feitas em d u p li catas . O delineamento experimental foi em D I C incluindo três dosagens d e nitrato e três repetições. 3. RESULTA D OS E DIS CUSSÃO Os res u ltados obti d o s para a atividade de água em função da adição de diferentes níveis de nitrato de sódio estão representados na tabela 1 e ilustrados na figura 1 . Observou-se uma ligeira redução da A w quando se adicionou 20g/ 1 OOL de n i t r a t o no l e i t e . No e n ta n t o , a a n ál i s e d e v ariância demonstrou q u e não h o u v e diferenç a signifi cativa entre os tratamentos (tabela 2 ) . Tabela 1 MATERIAL D E MÉTOD O S - Medidas de Atividades de água (A w ) de queijos adicionados de nitrato de sódio. Grupo Foram fabricados q u e ij o s t i p o Parmesão de 1 ,0 kg, em 3 repetições p ara as avaliações . O leite destinado à fabricação dos q u eij o s foi p adronizado para 3 % de gordura e pasteurizado p e l o s i s te m a H T S T 7 2 ° C1 l 5 s. A p ó s a p asteurização o leite foi dividido em 3 parcelas c a d a u m a re c e b e u o s e g u i n te t r a t am e n t o : Tratamento 1 : O g d e nitrato d e sódio ( Controle), Tratamento 2 : 1 0 gramas de nitrato de sódio por cada 1 00 litros de leite e Tratamento 3: 20 gramas de nitrato de sódio por cada 1 00 litros de leite. Os q u e ij o s fo ram fabri c a d o s s e g u n d o técnica proposta por FURTA D O e LOURENÇO NETO ( 1 9 9 4 ) . Foram p rensados p o r 1 6 horas com o d o b r o d o p e s o d a m a s s a . A p ó s a p rens agem os queij o s foram levados p ara uma c �mara fria com temperatura de 1 0- 1 2° C , onde permaneceu por 7 dias. A p ó s esse tempo fo i feita a determinação da ativ i d ade de água em e q u i p am e n t o d i g i tal A q u a l ab ( D e c a g o n ) , s e g u i n d o a s i n s t ru ções d o fab r i c a n t e a u m a Tabela 2 - Tratamento Tratamento 2 Tratamento 3 M é d i a +Desvió Pàdrão 0 , 9 9 2 (± 0 , 00 1 8 ) 0 , 9 9 1 (± 0 , 00 2 2 ) 0 , 9 8 9 (± 0 , 02 6 0 ) (valores médios de 3 repetições ). Segundo Fox ( 1 9 9 3 ) , em queij os d u ros e semiduros, a contribui ção de l actatos e o utros sais (além do NaCI) para redução de A w deve ser considerada. Entretanto, as dosagens adicionadas de nitrato de sodio no leite, provavelmente, não foram s u ficientes p ara modifi car o s valores da atividade de água nos queij os . E m q u e ij o s m a d u r o s a fo r m aç ã o d e c o mp o s t o s d e b a i x o p e s o m o l e c u l a r , n o t a d am e n te p e p t íd e o s e a m i n o á c i d o s , t a m b é m infl uenciam na atividade de água. Contudo este trabalho teve a finalidade de observar apenas a i n fl ue n c i a d o n i trato s o b re a A w c o nsequen ' temente as análises foram realizadas apenas com sete dias de maturação . Q uadro da Análise de Variância dos tratamentos. Fonte da vllriação MQ ' SQ GL Entre grupos 2.7E-05 2 1 .35E-05 2.62987 Dentro dos grupos 7 .7E-05 15 5 . 1 3 E-06 0.000 1 04 17 , Total '" F Valor�P F crítico 0. 1 04937 3 .6823 Pág . 239 Pág. 238 digitalizado por arvoredoleite.org ANAIS D O X V I I I C O N G R ES S O N A C I O N A L D E LATi C í N I O S ANAIS DO XVI II CONGRESSO NACIONAL DE LATICíNIOS «I :s C) '«I Q) "C Q) "C «I "C 0,990 0,988 0,986 0,984 :?E 0,982 ia 0,980 controle 1 Og/1 OOl 20g/1 00l Tratam entos Figura 1 4. - A t i v i d ade de água n o s d i ferentes t r a t a me n to s . CONCLUSÃO D e a c o r d o c o m o s re s u l ta d o s o b t i d o s c o n c l u i - s e q u e o efe i t o i ni bi d o r d o n i trato e n i t r i t o s o b re fe rm e n t a ç õ e s i n d e s ej á v e i s ( bu t írica e p r o p i ô n i ca) n ão seria c a u s ado p o r s u a i n fl u ê n c i a n a a t i v i d a d e d e á g u a d o q u e ij o . O s fe n ô me n o s t ê m u m a o r i g e m c o m u m , m a s p ar e c e n ã o h a v e r r e l a ç ã o d e c a u s a l i d ade entre e l e s . S . S UM M A RY The use of Sodium N itrate is an effective way to control l ate b loating defect o f c heeses and in re d u c t i o n of p ro p i ô n i c b a c t e r i a popu l ation that causes undesirable fermentation in hard and semi-hard cheese . The effi ciency of this process depends on p H , salt and moisture contents of cheeses . When c heeses present low water activity ( A ,) , the use of oxidants as Sodium N i trate is v er y effi c i e n t , e s p e c i a l l y if m i l k contamination i s n o t t o o high. On these c hesse gro u p s , the contributions o f salts, others than N a C I on r e d u c e d A Y m u s t be c o n s i d e r e d . T h e o bj e c t i ve o f t h i � w o rk w a s to e v a l u ate the i n fl uence of the Sodium N itrate added the m i l k i n the values o f A Y o f Parmes an c heese p rod uced w i th three c o � centrat i o n s of ni trate (O; 10 and 20g/ 1 00 l i ters of milk) . The analysis were carried out i n duplicate, seven days after cheeses man u facturing. T he mean v alues from the determination of A for the three treatments were respectively 0 . 9 9'2; 0. 9 9 1 and 0 . 9 8 9 . The vari ance analyses s howed t h at there were no signifi cant di fferences at leveI of 1 % between the treat m e n t s . Keywords Sodium nitrate, Water activity, Pro p i o n i c B acteri a . 6. REFERÊNCIA S B IB L I O G RÁ F I C A S A B I A . C o mp ê n d i o da l e g i s l ação de ali mentos . C o n s o l i d aç ã o d as n o r m a s e p ad r õ e s d e a l i mentos. A B I A : Ri o de Janeiro, 1 99 1 . ABREU, L . R . ; Efeito d a adição de Nitrato de S ó d i o ao l e i te , nos í n d i c e s de m a tu r a ç ã o d o q u e ij o " p ra to " . Re v i s t a d o I n s t i t u t o d e Laticínios C â n d i do Tostes , v . 4 8 , n . 2 8 6 : p . 1 42 1 , 1 993. A B RE U , L . R . Efe itos d os d iferentes n íveis de n i trato d e s ó d i o adicionado ao leite, nos t e o res d e n i tr a t o e nitrito d o s or o e d o queij o Prato a o longo d a m aturação. Lavras : ES AL, 1 9 8 6 . 8 9 p . ( D i s sertação - Mestrado e m C i ê n c i a dos A l i mentos) B RA S I L . R e g u l a m e n t o T é c n i c o d e I d e n t i d a d e e Q u a l i d a d e d e Q u e ij os . D e p ar t a m e n t o de I n s p eç ã o de P ro d u t o s d e O r i g e m A n i m a l . M i n i s té r i o d a A gr i c u l t u ra , d o Abastec i mento e da R e forma Agrária. 1 99 6 . FO X , P. F. C h e es e : c h em i s t r y, p h y s i cs a n d m ic r o b i o l o g y . S e c o n d E d i t i o n , V. I , E d . Chapman & H al l , . , London, 1 99 3 . FURTA D O , M . M . ; LOURENÇO NETO, J . P. M . Tecn o l o g i a d e queij o s : m a n u a l t é c n i c o p ar a p r o d u ç ã o i n d u s tr i a l d e q u e ij os . S ã o P au l o : D ipemar, 1 9 9 4 . 1 1 8 p . F U RTA D O , M . M . ; A A r t e e a C i ê n c i a d
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